quarta-feira, 31 de março de 2010

série casa da noite volume 1 a 6


House of Night


Tempted


P.C Cast e Kristin Cast

Tradução
Rafaela Naru/Chan
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=8671253721547740965


Revisão
Carla Ferreira
http://www.orkut.com.br/Main#FullProfile?uid=4119344552745363491


Comunidade Traduções de Livros
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=25399156

Agradecimentos: Rafael e Nessa


TAMBÉM POR P. C. CAST e KRISTIN CAST


Marked


Betrayed


Chosen


Untamed


Hunted

TEMPTED


Um romance de House of Night


P. C. CAST e KRISTIN CAST


ST. MARTIN'S GRIFFIN

NEW YORK


Kristin e eu gostaríamos de dedicar esse livro a nossa fabulosa
editora, Jennifer Weis, com quem é um prazer trabalhar
e que faz a reescrita ser suportável. Nós te ouvimos, Jen!

TEMPTED

P.C Cast e Kristin Cast


UM


O céu noturno sobre Tulsa estava iluminado com uma lua crescente mágica.
Seu brilhantismo fez o gelo que revestia a cidade, e a abadia Beneditina onde
tínhamos acabado de ter o nosso confronto com um imortal caído e uma Alta
Sacerdotisa patife, brilhar fazendo com que tudo ao meu redor parecesse ter
sido tocado pela deusa. Olhei para o circulo banhado pela lua que ficava em
frente à Gruta de Maria, o lugar de poder onde não muito tempo atrás, Espírito,
Sangue, Terra, Humanidade, e a noite foram personificados e, em seguida
tinham se unido para triunfar sobre o ódio e a escuridão. A imagem da escultura
de Maria, rodeada por pedras rosas e alinhada na parte mais alta da gruta,
parecia ser um farol para a luz prata. Eu encarei a estátua. A expressão de Maria
era serena; suas bochechas cobertas de gelo brilhavam como se ela tivesse
chorado em uma quieta de alegria.


Meu olhar se levantou para o céu. Obrigado. Eu enviei uma oração
silenciosa até a linda lua crescente que simboliza a minha deusa, Nyx. Estamos
vivos. Kalona e Neferet se foram.


?Obrigado,? sussurrei para a lua.


Ouça seu interior...


As palavras passaram por mim, sutil e doce como folhas tocadas pela brisa
de verão, acariciando minha consciência tão levemente que minha mente mal
desperta, mal registrava eles, ainda sim o comando sussurrado de Nyx se
imprimiu na minha alma.


Eu estava vagamente consciente de que havia um monte de gente (bem,
freiras, calouros, e alguns vampiros) ao redor de mim. Eu podia ouvir a mistura
de gritos, conversa, choro, e até mesmo risada enchendo o ar, mas tudo parecia
distante.


Naquele momento, as únicas coisas que eram reais para mim era a lua
acima e a cicatriz que cruzava de um ombro passando por meu peito até outro
ombro. Ela vibrou em resposta a minha oração silenciosa, mas não era um


formigamento de dor. Não realmente. Era um calor uma sensação familiar e
acolhedora, picadas que me garantiram que Nyx, mais uma vez,tinha me
marcado como dela. Eu sabia que se olhasse sob a gola da minha camiseta eu ia
encontrar novas tatuagens decorando aquela cicatriz longa e feia com um
exótico filigrana de safira - um sinal que provava que estava seguindo o caminho
da minha deusa.


?Erik e Heath, encontrem Stevie Rae, Johnny B, e Dallas - então verifiquem o
perímetro da abadia para se certificar que todos os Corvos Escarnecedores
fugiram com Kalona e Neferet!? Darius gritou o comando, me tirando da minha
oração quente, e assim que eu saia, foi como se um iPod estivesse ligado alto de
mais e enquanto o som e a confusão voltaram para meus sentidos.


?Mas Heath é um ser humano. Um Corvo Escarnecedor poderia matá-lo em
um segundo.?


As palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse me calar, prova
incontestável de que ficar fascinada pela lua não era a minha única habilidade
imbecil.


Previsivelmente, Heath inchado como um sapo esmagando um gato.


?Zo, eu não sou um maldito maricas!?


Erik, parecendo muito alto e maduro, como um vampiro-que-chuta-sua-
bunda, bufou sarcasticamente e disse: ?Não, você é um maldito humano.
Espera, isso faz de você um maricas!?


?Assim, nós derrotamos os vilões e dentro de cinco minutos Erik e Heath
estão brigando. Totalmente previsível,? Afrodite disse com o seu desdém
sarcástico enquanto ela se juntava a Darius, mas sua expressão mudou
completamente quando ela virou a atenção para o guerreiro Filho de Erebus. ?E
aí, gostosão. Você está ok??


?Você não precisa se preocupar comigo,? disse Darius. Os olhos dele
encontraram os dela, e eles praticamente telegrafaram a química entre eles,
mas em vez de ir até ela como ele normalmente fazia e dar algum beijo nojento,
ele permaneceu concentrado em Stark.


O olhar de Afrodite passou de Darius para Stark. ?Ok, eww. Seu peito está
totalmente crocante.?


James Stark estava entre Darius e Erik. Estar bem, de pé não era exatamente
como ele estava. Stark estava balançando e parecendo extremamente instável.


Ignorando Afrodite, Erik falou. ?Darius, você deveria provavelmente levar
Stark para dentro. Vou coordenar o reconhecimentos com Stevie Rae e garantir
que tudo corra bem aqui fora.?


As palavras dele pareciam ok, mas o tom era sou-o-encarregado, e quando
ele continuou com um condescendente, ?Eu vou até mesmo deixar Heath
ajudar,? ele realmente soava como um metido pomposo.


?Você vai me deixar ajudar?? Heath surtou. ?Sua mãe vai me deixar ajudar.?


?Ei, qual deles é supostamente o seu namorado?? Stark me perguntou.
Mesmo na forma péssima que ele estava, ele pegou meu olhar com o dele. A
voz dele estava rouca, e ele soava assustadoramente fraco, mas os olhos dele
brilhavam com humor.


?Eu sou!? Heath e Erik falaram juntos.


?Ah, pelo amor dos excrementos, Zoey, ambos são idiotas!? Afrodite disse.


Stark começou a rir, o que virou uma tosse, o que mudou de novo para um
suspiro doloroso. Os olhos dele rolaram para trás, e como algo furtivo, ele
desmaiou.


Se movendo com a rapidez que vinha naturalmente para um guerreiro Filho
de Erebus, Darius pegou Stark antes dele cair no chão. ?Eu preciso levar ele para
dentro,? Darius disse.


Senti como se minha cabeça fosse explodir. Mole nos braços de Darius,
Stark parecia no caminho para estar morto. ?Eu-eu nem sei onde é a
enfermaria,? eu gaguejei.


?Não é um problema. Vou pegar um pingüim para nos mostrar,? disse
Afrodite.


?Ei, você freira!? ela gritou para uma das irmãs em preto-e-branco que tinha
saído para fora da abadia depois que a noite passou de caos de batalha para pós
batalha.


Darius correu atrás da freira, com Afrodite seguindo ele. O guerreiro olhou
por cima do ombro para mim. ?Você não vem conosco, Zoey??


?Assim que eu puder.? Antes que eu pudesse lidar com Erik e Heath, atrás
de mim um sotaque familiar salvou o dia.


?Vá em frente com Darius e Afrodite, Z. Eu vou cuidar de Dumb e Dumber e
me certificar que não há bicho papão aqui fora.?


?Stevie Rae, você é a melhor amiga de todos os melhores amigos.? Virei e a
abraçei rapidamente, amando como tranquilizadoramente sólida e normal ela
parecia. Na verdade, ela parecia tão normal que eu senti uma pontada estranha
quando ela deu um passo para trás e sorriu para mim e eu vi, como se fosse a
primeira vez, as tatuagens escarlates que se espalhavam da lua crescente
preenchida no meio da testa dela para baixo em cada lado de seu rosto. Um mal
estar inquieto se ameaçou dentro de mim.


Não entendendo minha hesitação, ela disse: ?Não se preocupe com esses
dois nerds. Estou me acostumando a afastar eles.? Quando eu fiquei ali só
olhando para ela, o sorriso brilhante que ela estava usando diminuiu.


?Ei, você sabe que sua avó está bem, certo? Kramisha a levou de volta para
dentro logo depois que Kalona foi banido e a Irmã Mary Angela acabou de me
dizer que ia entrar para dar uma olhada nela.?


?Sim, eu me lembro de Kramisha ajudando-a com a cadeira de rodas. Eu
só...? Minha voz sumiu. Eu era apenas o quê? Como eu poderia colocar em
palavras que eu estava assombrada por uma sensação de que tudo não estava
certo com minha melhor amiga e com o grupo de garotos que ela se aliou com,
e como eu posso dizer para a minha melhor amiga?


?Você só está cansado e preocupada com um monte de coisas,? Stevie Rae
disse suavemente.


Isso foi entendimento que eu vi cintilar nos olhos dela? Ou era outra coisa,
algo mais escuro?


?Eu entendo, Z, e eu vou cuidar das coisas aqui fora. Você apenas se
certifique que Stark está bem.? Ela me abraçou novamente e me deu um
empurrãozinho na direção da abadia.


?Ok. Obrigado,? eu disse toscamente, começando a ir na direção da abadia
e ignorando totalmente os dois nerds, que estavam parados ali olhando para
mim.


Stevie Rae me chamou, ?Ei, lembre Darius, ou alguém para manter um olho
na hora. Só falta cerca de uma hora antes do amanhecer, e você sabe que eu e
todos os calouros vermelhos tem que estar fora do sol até aí.?


?Sim, sem problemas. Eu vou lembrar,? eu disse.


O problema era que estava ficando cada vez mais difícil para mim esquecer
que Stevie Rae não o que ela costumava ser.


DOIS
Stevie Rae


?Ok, vocês dois, escutem. Só vou dizer isso uma vez - ajam direito.? Parada
entre os dois caras, Stevie Rae colocou sua mão nos quadris e encarou Erik e
Heath. Sem tirar os olhos deles, ela gritou, ?Dallas!?


Quase instantaneamente o garoto correu até ela. ?O que foi, Stevie Rae??


?Chame Johnny B. Diga a ele para pegar Heath e procurar na parte da frente
da abadia até a rua Lewis e se certificar que os corvos escarnecedores
realmente se foram. Você e Erik peguem o lado sul do prédio. Eu vou pela
travessia de árvores na 21 e dar uma olhada.?


?Sozinha?? Erik disse.


?Sim, sozinha,? Stevie Rae respondeu. ?Você está esquecendo que eu
poderia bater o pé agora mesmo, e fazer o solo abaixo de você tremer? Eu
também poderia chutar você e sua bunda invejosa. Eu acho que posso dar conta
de checar as árvores sozinha.?


Ao lado dela, Dallas riu. ?E eu estou achando que o vampiro vermelho com
afinidade a terra supera o vampiro azul de drama.?


Isso fez Heath bufar e rir; e, previsivelmente, Erik começou a se irritar de
novo.


?Não!? Stevie Rae disse antes dos garotos idiotas começarem a discutir. ?Se
não conseguem dizer algo gentil, então calem a boca.?


?Você me chamou, Stevie Rae?? Johnny B disse, vindo parar ao lado dela.
?Eu vi Darius carregando o garoto das flechas para a abadia. Ele disse que eu
deveria encontrar você.?


?Yeah,? ela disse com alivio. ?Eu quero que você e Heath chequem a parte
da frente da abadia na Lewis. Se certifiquem que os Corvos Escarnecedores
realmente tenham sumido.?


?Eu cuido disso!? Johnny B disse, dando em Heath um soco de brincadeira
no ombro. ?Anda, quarterback1, vamos ver do que você é feito.?


?Só prestem atenção com as malditas árvores e sombras,? Stevie Rae disse,
balançando a cabeça enquanto Heath se abaixava e desviava e atingia o ombro
de Johnny B com alguns socos.


?Sem problemas,? disse Dallas, começando a andar silenciosamente com
Erik.


?Sejam rápidos,? Stevie Rae disse para os dois garotos. ?O sol logo vai
nascer. Me encontrem na frente da gruta de Maria em meia hora, mais ou
menos. Gritem se vierem algo e vamos vir correndo.?


Ela observou os quatro caras para se certificar que eles estavam indo onde
ela havia os mandado, e então Stevie Rae virou e, com um suspiro, encarou sua
própria missão. Droga, em falar em irritante! Ela amava Zoey mais do que pão
branco, mas lidar com os namorados de sua melhor amiga estava fazendo ela se
sentir dentro de um tornado! Ela costumava pensar que Erik era o cara mais
gostoso do mundo. Depois de passar alguns dias com ele, ela agora achava que
ele era o maior pé no saco com um enorme ego. Heath era doce, mas ele era
apenas humano, e Z estava certa em se preocupar com ele. Humanos
definitivamente morrem com mais facilidade do que humanos ou até mesmo
calouros. Ela olhou por cima do ombro, tentando pegar um deslumbre de
Johnny B e Heath, mas a gelada escuridão e as árvores tinham engolido ela e ela
não conseguia ver ninguém.


Não que Stevie Rae se importasse de estar sozinha para variar. Johnny B iria
cuidar de Heath. A verdade é que ela estava feliz por se livrar dele e do
ciumento Erik por enquanto. Os dois faziam ela apreciar Dallas. Ele era simples e
fácil. Ele era meio que o tipo de namorado pra ela. Os dois tinham uma coisa,
mas isso não influenciava em nada. Dallas sabia que Stevie Rae tinha muitas


1 Posição no time de futebol americano.


coisas para lidar, então ele deixava ela lidar. E ele estava lá para as horas que ela
estava descansando. Fácil, doce e simples! Esse era Dallas.


Z podia aprender uma coisa ou duas comigo sobre lidar com caras, ela
pensou enquanto ela andava pelas árvores velhas que se alinhavam na gruta de
Maria e se espalhavam do terreno da abadia até a rua 21.


Bem, uma coisa era certa - definitivamente era uma noite horrível. Stevie
Rae não deu doze passos antes de seus cabelos loiros curtos ficarem
encharcados. Droga, água estava pingando até do nariz dela! Ela limpou o rosto,
tirando a fria mistura de chuva e gelo. Tudo estava tão estranhamento quieto e
escuro. Era estranho não ter postes funcionando na rua 21. Nenhum carro na
rua - nem mesmo um esquadrão de limpeza passando. Ela tropeçou e deslizou
para uma declive. Os pés dela encontraram a estrada e só a super visão de
vampiro vermelho dela a manteve orientada. Parecia que Kalona tinha fugido e
levado todo o som e luz com ele.


Se sentindo leviana, ela tirou o cabelo molhado do rosto e se ajeitou. ?Você
está agindo como uma galinha, e você sabe o quão idiotas galinhas são!? Ela
falou em voz alta e então falou de novo quando as palavras dela soaram
bizarramente aumentadas pelo gelo e a escuridão.


Porque ela estava tão agitada? ?Pode ser porque você está escondendo
coisas da sua amiga,? Stevie Rae murmurou, e então ela fechou a boca. A voz
dela era alta demais na noite escura e cheio de gelo.


Mas ela ia contar a Z sobre as outras coisas. Verdade, ela ia! Não houve
tempo. E Z tinha o bastante na cabeça sem mais estresse. E... e... era difícil falar
sobre isso, mesmo com Zoey.


Stevie Rae chutou um galho quebrado e cheio de gelo. Ela sabia que não
importava se era duro. Ela ia falar com Zoey. Ela precisava. Mas mais tarde.
Talvez muito mais tarde.


Melhor se focar no presente, pelo menos por agora.


Apertando os olhos e passando as mãos nos olhos para tentar proteger eles
da chuva gelada, Stevie Rae espiou pelos galhos de árvores. Mesmo com a


escuridão e a tempestade a visão dela era boa, e ela estava aliviada por não ver
um corpo grande pairando acima dela. Achando mais fácil andar do lado da
estrada, ela caminhou pela rua 21 até a abadia, enquanto isso mantendo os
olhos fechados.


Não foi até ela estar quase na cerca que dividia a propriedade das Freiras de
um condômino ao lado que Stevie Rae sentiu o cheiro.


Sangue.


Um tipo errado de sangue.


Ela parou. Parecendo quase feral, Stevie Rae cheirou o ar. Estava cheio do
cheiro molhado e úmido do gelo em cima da terra, o cheiro de canela das
árvores, e do asfalto feito por homens sobre seus pés. Ela ignorou esses odores
e ao invés disso se focou no sangue. Não era sangue humano, e nem de calouro,
então não cheirava a luz do sol e primavera - mel e chocolate - amor e vida e
tudo que ela sonhava. Não, esse sangue tinha um cheiro negro demais. Muito
grosso. Havia demais de algo que não era humano. Mas ainda era sangue, e
atraiu ela, embora ela conhecesse aquela coisa errada no fundo de sua alma.


Era o cheiro de algo estranho, de outro mundo, que levou ela até os
primeiros respingos de vermelho. Na escuridão tempestuosa do quase
amanhecer, mesmo a visão melhorada dela só via como manchas molhadas
contra o gelo que estava na estrada e cobria a grama. Mas Stevie Rae sabia que
era sangue. Muito sangue.


Mas não havia nenhum animal ou humano deitado ali sangrando.


Ao invés disso havia um rastro de escuridão liquida engrossando no gelo, se
afastando da rua até a parte densa do bosque atrás da abadia.


Os instintos predatórios dela tomaram conta instantaneamente. Stevie Rae
se movia furtivamente, mal respirando, mal fazendo qualquer som, enquanto
ela rastreava o caminho de sangue.


Foi embaixo de uma árvore grande que ela o encontrou, acocorado contra
um enorme galho quebrado como se tivesse se arrastando para se esconder e
morrer.


Stevie Rae sentiu uma onda de medo passar por ela. Era um Corvo
Escarnecedor.


A criatura era enorme. Mais do que ela achou que eles pareciam à distância.
Estava deitada de lado, a cabeça enfiada contra o chão, então ela não podia ver
o rosto dele muito bem. A asa gigante ela podia ver que parecia muito errada,
obviamente quebrada, e o braço humano que estava deitado em um estranho
ângulo e coberto de sangue. Suas pernas eram humanas também, e estavam
curvadas como se ele tivesse morrido em uma posição fetal. Ela lembrou de
ouvir Darius disparando uma arma enquanto ele Z e a turma cavalgaram como
morcegos saídos do inferno pela rua 21 até a abadia. Então, ele levou um tiro no
céu.


?Merda,? ela disse baixo. ?Deve ter sido uma bela queda.?


Stevie Rae pôs a mão sob sua boca e estava se preparando para gritar por
Dallas para que ele e os caras pudessem ajudar ela a arrastar o corpo para
algum lugar quando o Corvo Escarnecedor se mexeu e abriu os olhos.


Ela congelou. Os dois se encararam. Os olhos vermelhos da criatura se
arregalaram, parecendo surpresos e impossivelmente humano no rosto da ave.


Automaticamente, Stevie Rae se abaixou, erguendo as mãos
defensivamente e tentando se centrar para chamar a terra para dar forças a ela.


E então ele falou.


?Me mate. Termine com isso,? ele arfou, ofegando de dor.


O som da voz dele era tão humana, tão completamente inesperada que
Stevie Rae soltou as mãos e deu um passo para trás. ?Você pode falar!? ela
disse.


Então o Corvo Escarnecedor fez algo que chocou Stevie Rae e mudou o
curso da vida dela.


Ele riu.


Era um som seco e sarcástico, e terminou num gemido de dor. Mas foi uma
risada, e emoldurou as palavras dele com humanidade.


?Sim,? ele disse entre as arfadas de ar. ?Eu falo. Eu sangro. Eu morro. Me
mate e termine com isso.? Ele tentou sentar, como se estivesse ansioso para
encontrar sua morte, e o movimento fez ele chorar de agonia. Os olhos
humanos demais dele viraram para trás e ele caiu no chão congelado,
inconsciente.


Stevie Rae se moveu antes de lembrar de sequer ter tomado a decisão.
Quando ela o alcançou, ela só hesitou por um segundo. Ele desmaiou com o
rosto para baixo, então foi fácil para ela mover as asas dele para o lado e
agarrar seus braços. Ele era grande, realmente grande - tipo, tão grande quanto
um cara de verdade, e ela se preparou para que ele fosse pesado, mas ele não
era. Na verdade, ele era tão leve que foi super fácil arrastar ele, o que ela se
encontrou fazendo enquanto a mente dela gritava para ela: O que diabos? O
que diabos? O que diabos?


O que diabos ela estava fazendo?


Stevie Rae não sabia. Tudo que ela sabia era o que ela não estava fazendo.
Ela não estava matando o Corvo Escarnecedor.


TRÊS
Zoey


?Ele vai ficar bem?? eu tentei sussurrar para não acordar Stark e
aparentemente, falhei, porque os olhos fechados dele se agitaram e os lábios
dele se ergueram levemente em um doloroso fantasma de um meio sorriso
arrogante.


?Não estou morto ainda,? ele disse.


?Não estou falando com você,? eu disse em uma voz mais irritada do que eu
pretendia.


?Olha o temperamento, u-we-tsi-a-ge-ya,? vovó Redbird me chamou a
atenção levemente enquanto a irmã Mary Angela, uma das freiras beneditas,
ajudava ela na pequena enfermaria.


?Vovó! Aí está você!? Eu corri até ela e ajudei a irmã Mary Angela a colocar
ela numa cadeira.


?Ela só está preocupada comigo.? Os olhos de Stark estavam fechados de
novo mas seus lábios ainda tinham o vestígio de um sorriso.


?Eu sei disso, tsi-ta-ga-a-s-ha-ya. Mas Zoey é uma Alta Sacerdotisa em
treinamento e ela deve aprender a controlar suas emoções.?


Tsi-ta-ga-a-s-ha-ya! Isso teria me feito rir alto se vovó não estivesse
parecendo tão pálida e frágil, e se eu não estivesse tão, bem, preocupada no
geral. ?Desculpe, vovó. Eu vou cuidar do meu temperamento, mas é meio difícil
quando as pessoas que eu amo ficam quase morrendo!? Eu terminei com pressa
e respirei fundo para me firmar. ?E você não deveria estar na cama? ?


?O que tri-ta-ga-a-s-tanto-faz, significa?? A voz de Stark era grossa com dor
enquanto Darius espalhava um liquido cremoso em suas queimaduras, mas
apesar dos ferimentos ele soava divertido e curioso.


?Tsi-ta-ga-a-s-ha-ya,? vovó corrigiu a pronuncia dele, ?significa galo.?


Os olhos dele brilharam de humor. ?Todo mundo diz que você é uma
mulher sábia.?


?O que é menos interessante do que todos dizem sobre você, tsi-ta-ga-a-s-
ha-ya,? vovó disse.


Stark deu um rápida risada e então sugou o ar dolorosamente.


?Fique parado!? Darius exigiu.


?Irmã, eu pensei que você tinha dito que vocês tem um médico aqui.? Eu
tentei não soar tão apavorada quanto eu me sentia.


?Um médico humano não pode ajudar ele,? Darius disse antes da irmã Mary
Angela poder responder. ?Ele precisa de descanso e silêncio e -?


?Descanso e silêncio está bom,? Stark interrompeu ele. ?Como eu disse
antes: não estou morto ainda.? Ele encontrou os olhos de Darius e eu vi o Filho
de Erebus dar nos ombros e acenar com a cabeça brevemente, como se tivesse
concedido algum ponto ao vampiro mais novo.


Eu deveria ter ignorado a pequena movimentação entre eles, mas minha
paciência tinha evaporado horas antes. ?Ok, o que você não está me dizendo??


A freira que estava ajudando Darius me deu um olhar longo e frio e disse,
?Talvez o garoto ferido precise saber que seu sacrifício não foi feito em vão.?


As palavras duras da freira me deram um choque de culpa que se fechou na
minha garganta e não me deixou responder a mulher de olhos duros. O
sacrifício que Stark estava disposto a fazer era a vida dele pela minha. Eu engoli
a secura na minha garganta. O que valia minha vida? Eu era apenas uma garota
- mal tinha 17 anos. Eu fiz besteira de novo e de novo. Eu era a reencarnação de
uma garota criada para prender um anjo caído, e isso significa que no fundo da
minha alma eu não conseguia me impedir de amar ele, mesmo quando eu sabia
que eu não deveria... não podia...


Não. Eu não valia o sacrifício da vida de Stark.


?Eu já sei.? A voz de Stark não oscilou; de repente ele parecia forte e seguro.
Eu pisquei para liberar minha visão das lágrimas e encontrei os olhos dele. ?O
que eu fiz foi apenas parte do meu trabalho,? ele disse. ?Sou um Guerreiro. Eu
jurei minha vida para os serviços de Zoey Redbird, Alta Sacerdotisa e Amada de
Nyx. Isso significa que estou trabalhando para nossa deusa e ser derrubado e
queimado um pouco não significa nada se eu ajudei Zoey a vencer os
malvadões.?


?Muito bem dito, tsi-ta-ga-a-s-ha-ya,? vovó disse a ele.


?Irmã Emily, eu te libero dos serviços na enfermaria pelo resto da noite. Por
favor envie a irmã Bianca aqui para ajudar. Eu acredito que você deveria, talvez,
passar um tempo numa silenciosa contemplação de Lucas 6:37,? disse a irmã
Mary Angela.


?Como quiser, irmã,? a freira disse e saiu do quarto.


?Lucas 6:37? O que é isso?? eu perguntei.


?Não julgarás, e não serás julgado: não condenarás, e não serás condenado:
perdoe, e serás perdoado,? minha avó disse. Ela estava dividindo um sorriso
com irmã Mary Angela quando Damien bateu suavemente na porta e a entre
abriu.


?Podemos entrar? Tem alguém que realmente precisa ver Stark.? Damien
olhou por cima do ombro e fez um movimento de ?fique aqui? atrás dele. O
suave woof! que saiu em resposta me disse que o alguém era na verdade um
cachorro.


?Não deixe ela entrar.? Stark fez uma careta de dor enquanto abruptamente
virava a sua cabeça para longe para que não conseguisse ver Damien na porta.
?Diga aquele garoto Jack que ela é dele agora.?


?Não.? Eu impedi Damien quando ele começou a se afastar.? Faça Jack
trazer Duquesa.?


?Zoey, não, eu -? Stark começou, mas eu ergui a mão para silenciar el e. ?Só
traga ela,? eu disse. Então eu encontrei os olhos de Stark. ?Você confia em
mim??


Ele olhou para mim pelo que pareceu um longo tempo. Eu vi a
vulnerabilidade e dor dele claramente, mas ele finalmente acenou uma vez e
disse, ?eu confio em você.?


?Vá em frente, Damien,? eu disse.


Damien virou e murmurou algo sobre seu ombro e então ele se moveu para
o lado. Jack, o namorado de Damien, entrou no quarto primeiro. As bochechas
dele estavam rosas e seus olhos estavam suspeitosamente brilhantes. Ele parou
depois de alguns centímetros e virou para a porta.


?Entre. Está tudo bem. Ele está aqui,? Jack disse.


O labrador loiro entrou no quarto e eu fiquei surpresa por ver o quão
silenciosamente ela se movia para um cachorro tão grande. Ela parou
brevemente ao lado de Jack e olhou para ele, balançando o rabo.


?Está tudo bem,? Jack repetiu. Ele sorriu para Duquesa e então limpou as
lágrimas que tinham escapado dos olhos dele e estavam deslizando por suas
bochechas. ?Ele está melhor agora.? Jack fez um movimento em direção a cama.
A cabeça de Duquesa virou na direção que ele apontou, e ela olhou diretamente
para Stark.


O garoto ferido e o cachorro só se encaram enquanto eu juro, todos
seguramos o fôlego.


?Oi, garota linda,? Stark falou hesitante, a voz dele sufocada por lágrimas.


As orelhas de Duquesa se ergueram e a cabeça dela se ergueu.


Stark estendeu a mão e fez um movimento chamando ela. ?Venha aqui,
Duque.?


Como se o comando dele tivesse quebrado uma represa dentro do
cachorro, Duquesa foi para frente, chorando e se balançando e latindo -
basicamente soando e agindo muito mais como um filhote do que os 50 quilos
dela diziam que ela era.


?Não!? Darius comandou. ?Não em cima da cama!?


Duquesa obedeceu o guerreiro e se contentou em colocar a cabeça contra o
lado de Stark e deslizar seu focinho debaixo da sua axila enquanto mexia seu
corpo todo, e Stark, com o rosto brilhando de felicidade, acariciando ela e
dizendo a ela de novo e de novo o quanto ele sentiu falta dela e que boa garota
ela era.


Eu não tinha percebido que estive chorando também, até que Damien me
entregou um lenço.


?Obrigado,? eu murmurei, e limpei o rosto.


Ele sorriu brevemente para mim, e então se moveu para o lado de Jack,
colocando seu braço ao redor de seu namorado e dando tapinhas em seu
ombro (e entregando a ele um lenço também). Eu ouvi Damien dizer a ele,
?Anda, vamos encontrar o quarto que as irmãs tem pronto para nós. Você
precisa descansar.?


Jack fez um som fungando, acenou, e deixou Damien levar ele para for a do
quarto.


?Espere, Jack,? Stark o chamou.


Jack olhou para a cama onde Duquesa ainda tinha a cabeça pressionada
contra Stark, que tinha os braços envolvidos ao redor do pescoço do labrador.


?Você fez bem em cuidar da Duque quando eu não pude.?


?Não foi problema. Nunca tive um cachorro antes, então sabia o quão bons
eles são.? A voz de Jack se quebrou só um pouco. Ele clareou a garganta e
continuou. ?Eu - estou feliz que você não seja, uh, do mal e horrível e coisas
assim, para que ela possa ficar com você de novo.?


?Yeah, quanto a isso.? Stark pausou, fazendo uma careta enquanto a dor de
seus movimentos o atingia. ?Não estou exatamente 100% ainda, e mesmo
quando estiver, não tenho certeza de como vai ser meu horário. Então estou
pensando que seria um grande favor para mim se você e eu talvez possamos
dividir Duquesa.?


?Mesmo?? O rosto de Jack se iluminou.


Stark acenou. ?Mesmo. Você Damien podiam levar Duque de volta para o
seu quarto, e talvez trazer ela para me ver mais tarde??


?Absolutamente!? Jack disse, e então ele limpou a garganta e continuou.
?Yeah, como eu disse antes. Ela não deu problema algum.?


?Bom,? Stark disse. Ele ergueu o focinho de Duquesa com sua mão e olhou
nos olhos do labrador. ?Estou bem agora, garota linda. Vá com Jack para que eu
possa melhorar totalmente.?


Eu sabia que devia ter causado agonia a ele, mas Stark sentou e então se
curvou para beijar Duquesa e deixou o cachorro lamber seu rosto. ?Boa garota...
essa é minha garota linda...? ele sussurrou, e beijou ela de novo e disse, ?Vá
com Jack agora! Vá em frente!? e ele gesticulou em direção a Jack.


Depois de uma última lambida no rosto de Stark, e um único e relutante
choro, ela virou de costas pra cama e foi para o lado de Jack, balançando o rabo
para ele e cheirando ele enquanto ele limpava os olhos com uma mão e
acariciava ela com a outra.


?Eu vou cuidar muito bem dela e trazer ela de volta para te ver assim que o
sol se por hoje. Ok??


Stark conseguiu sorrir. ?Ok, obrigado, Jack.? Então ele caiu no travesseiro.


?Ele precisa de descanso e silêncio,? Darius disse a todos nós, enquanto
continuava a trabalhar em Stark.


?Zoey, talvez você possa me ajudar a levar sua avó para o quarto dela? Ela
também precisa de descanso e silêncio. Foi uma noite longa pra todos nós,?
disse irmã Mary Angela.


Mudando minha preocupação de Stark para vovó, eu olhei para frente e
para trás entre as duas pessoas que eu me importava tanto.


Stark pegou meu olhar. ?Hey, cuide da sua avó. Eu posso sentir que o sol vai
nascer logo. Eu vou apagar como uma lâmpada quando isso acontecer.?


?Bem... ok.? Eu fui para o lado da cama dele e fiquei parada ali constrangida.
O que eu deveria fazer? Beijar ele? Apertar a mão dele? Dar um polegar erguido
e um sorriso nerd? Eu quero dizer, ele não era meu namorado oficial, mas ele e
eu tínhamos um laço que ia além de amizade. Me sentindo confusa e
preocupada e basicamente fora da minha zona de conforto, eu coloquei minha
mão no ombro dele e sussurrei, ?Obrigado por salvar minha vida.?


Os olhos dele encontraram os meus e o resto do quarto sumiu. ?Eu sempre
vou manter seu coração seguro, mesmo que o meu tenha que parar de bater
para que isso aconteça,? ele me disse suavemente.


Eu me abaixei e beijei a testa dele, murmurando, ?Vamos tentar não deixar
isso acontecer, ok??


?Ok,? ele sussurrou.


?Eu te vejo quando o sol se por de novo,? eu disse a Stark antes de
finalmente correr até vovó. A irmã Mery Angela e eu a levantamos, quase a
carregando para fora do quarto de Stark e pelo curto corredor para outro
quarto parecido com o de um hospital. Vovó parecia pequena e frágil sobre meu
braço de suporte e meu estômago se retorceu com preocupação por ela.


?Pare de se preocupar, u-we-tsi-a-ge-ya,? ela disse enquanto Mary Angela
colocava travesseiros ao redor dela e ajudava a deixar ela confortável.


?Eu vou pegar para você remédios para dor,? irmã Mary Angela disse a
vovó. ?Também vou me certificar que as cortinas no quarto de Stark estão
fechadas e que elas estão tapando bem a luz, então vocês tem um minuto para


conversar, mas quando eu voltar eu insisto que você tome seu remédio para dor
e vá dormir.?


?Você é uma hospedeira durona, Mary Angela,? vovó disse.


?É preciso uma para conhecer uma, Sylvia,? disse a freira. Então ela saiu do
quarto com pressa.


Vovó sorriu para mim e bateu na cama perto dela. ?Venha sentar perto de
mim, u-we-tsi-a-ge-ya.?


Eu sentei ao lado de vovó, enfiando minhas pernas debaixo de mim,
tentando tomar cuidado para não mexer a cama muito. O rosto dela estava
ferido e queimado do airbag que tinha salvo a vida dela. Parte do lábio dela e
sua bochecha tinham pontos. Ela tinha uma bandagem em sua cabeça e o braço
direito dela estava preso em um gesso que parecia assustador.


?Irônico, não é, que meus ferimentos pareçam tão terríveis, mas são muito
menos dolosos do que as feridas invisíveis dentro de você,? ela disse.


Eu comecei a dizer à vovó que estava bem, mas as próximas palavras dela
cortaram o que sobrava da minha negação.


?Há quanto tempo você sabe que é a reencarnação da virgem A-ya??


QUATRO
Zoey


?Eu me senti atraída por Kalona desde o primeiro segundo que eu o vi,? eu
disse devagar. Eu não iria mentir para vovó, mas isso não significava que contar
a ela a verdade seria fácil. ?Mas quase todos os calouros e mesmo os vampiros
foram atraídos por ele - na verdade, era como se eles estivessem sobre algum
tipo de feitiço que ele foi capaz de lançar.?


Vovó acenou. ?Foi o que eu já ouvi de Stevie Rae. Mas foi diferente com
você? Mais do que apenas essa atração mágica que ele tem??


?Yeah. Comigo não foi como se eu estivesse sob um feitiço.? Eu engoli a
secura da minha garganta. ?Eu não fui enganada em pensar que ele era Erebus
que tinha vindo a terra, e eu sabia que ele tinha planejado o mal com Neferet.
Eu vi a escuridão dele. Mas eu também queria ficar com ele - não só porque eu
ainda acreditava que ele poderia escolher ser bom, mas porque eu queria ele,
mesmo sabendo que era errado.?


?Mas você lutou contra esse desejo, u-we-tsi-a-ga-ya. Você escolheu seu
próprio caminho, o do amor e bondade e da sua deusa, assim a criatura foi
banida. Você escolheu amor,? ela repetiu devagar. ?Deixe isso ser o balsamo
para a ferida que ele fez em sua alma.?


O sentimento apertado de pânico que estava em meu peito começou a se
soltar. ?Eu posso seguir meu próprio caminho,? eu disse, com mais convicção do
que eu sentia desde que percebi que eu era a reencarnação de A -ya. Então eu
franzi. Não havia como negar que ela e eu estávamos conectados. Chame de
essência ou alma ou espírito ou o que for - ela me ligava a um ser imortal tão
fortemente quanto a terra o tinha aprisionado por séculos. ?Não sou A-ya.? Eu
repeti mais devagar, ?mas não acabei com Kalona. O que eu faço, vovó??


Vovó pegou minha mão na dela e apertou. ?Como você disse, você segue
seu caminho. E agora esse caminho está te lavando para uma cama quente e
suave e um dia todo de sono.?


?Uma crise por vez??


?Uma coisa por vez,? ela disse.


?E está na hora de você seguir seu próprio conselho, Sylvia,? irmã Mary
Angela disse enquanto entrava no quarto com um copo de água em uma mão e
uma pílula na outra.


Vovó sorriu para a freira e pegou o remédio dela. Eu notei que as mãos dela
estavam tremendo enquanto ela colocava o remédio em sua língua e bebia a
água.


?Vovó, vou deixar você descansar agora.?


?Eu te amo, u-we-tsi-a-ge-ya. Você se saiu bem hoje.?


?Não teria conseguido sem você. Eu também te amo, vovó.?


Eu me curvei e beijei a testa dela, e enquanto ela fechava os olhos e se
colocava contra seu travesseiro com um sorriso contente, eu segui irmã Mary
Angela para fora do quarto e disparei perguntas para ela assim que entramos no
corredor. ?Você encontrou quartos para todos? E os calouros vermelhos estão
bem? Você faz ideia se Stevie Rae fez Erik e Heath e quem quer mais que seja
checar a área ao redor da abadia? Tudo está seguro por aqui??


A irmã Mary Angela ergueu a mão para impedir a inundação de palavras.
?Criança, respire e me deixe falar.?


Eu suprimi um suspiro e fiquei quieta enquanto seguia ela pelo corredor
enquanto ela explicava que ela e as freiras tinham feito uma aconch egante área
como de dormitório para os calouros vermelhos no porão, depois que Stevie
Rae disse a ela que eles ficariam mais confortáveis lá embaixo. Minha turma
estava lá em cima nos quartos de hóspedes, e sim, os caras tinham dado um
sinal positivo em relação a nenhum sinal de Corvos Escarnecedores lá fora.


?Sabe, você realmente é incrível.? Eu sorri para ela quando paramos do lado
de fora de uma porta fechada no fim de um longo corredor. ?Obrigada.?


?Eu sou serva da minha Senhora, e você não precisa se preocupar,? ela disse
simplesmente e abriu a porta para mim. ?Essa é a escadaria que leva para o
porão. Me falaram que a maioria dos garotos já está lá embaixo.?


?Zoey! Aí está você. Você tem que vir checar isso. Você não vai acreditar no
que Stevie Rae fez,? Damien disse enquanto subia com pressa as escadas em
nossa direção.


Eu senti meu estômago se apertar. ?O que?? Eu imediatamente fui para
baixo para encontrar ele. ?Qual o problema??


Ele sorriu para mim. ?Não tem nada errado. É incrível.? Damien pegou
minha mão e me puxou com ele.


?Damien tem razão sobre isso,? disse Irmã Mary Angela, descendo as
escadas atrás de nós. ?Mas acho que incrível é a palavra errada para isso.?


?A palavra certa é mais tipo, terrível ou horrível?? eu perguntei.


Ele apertou minha mão. ?Pare de ser tão preocupada. Você derrotou Kalona
e Neferet hoje à noite; tudo vai ficar bem.?


Eu apertei a mão dele também e me fiz sorrir e parecer menos preocupada,
embora eu soubesse que dentro do meu coração, dentro da minha alma, o que
tinha acontecido hoje a noite não tinha sido um final ou sequer uma vitória.
Tinha sido um terrível, horrível começo.


?Wow.? Eu encarei em uma descrença chocada.


?Wow ao quadrado é melhor,? Damien disse.


?Stevie Rae realmente fez isso??


?Foi o que Jack me disse,? Damien disse. Ele e eu estávamos lado a lado e
olhávamos na escuridão para a terra escavada.


?Ok - bizarro.? Eu falei meus pensamentos em voz alta.


Damien me olhou de forma estranha. ?Como assim??


?Bem,? eu pausei, sem ter certeza absoluta do que eu quis dizer, embora o
túnel definitivamente me fazia sentir inquieta. ?Um, é, uh... realmente escuro.?


Damien riu. ?É claro que é escuro. É pra ser escuro . É um buraco no chão.?


?Para mim parece mais natural do que um buraco no chão,? disse irmã Mary
Angela enquanto ela se juntava a nós na boca do túnel, olhando para a
escuridão. ?Por algum motivo me conforta. Talvez seja por causa do seu cheiro.?


Nós três cheiramos. Eu cheirei, bem, terra. Mas Damien disse, ?tem um
cheiro rico e saudável.?


?Como um campo recém plantado,? a freira concordou.


?Viu, não é bizarro, Z. Eu definitivamente me esconderia aqui durante um
tornado,? Damien disse.


Me sentido super sensível e meio boba, eu soltei um longo suspiro e olhei
para o túnel, tentando ver com meus novos olhos e o sentir com um instinto
mais agudo. ?Posso ver sua lanterna por um segundo, irmã? ?


´?É claro.?


A irmã Mary Angela me entregou uma lanterna grande, quadrada e pesada
que ela carregou conosco do porão principal até essa pequena sessão que ela
chama de depósito. A tempestade gelo que tinha caído em Tulsa nos últimos
dias tinha desligado a energia da abadia - como tinha feito com a energia da
maior parte da cidade. Eles tinham geradores a gás, então na parte principal da
abadia algumas luzes elétricas estavam ligadas, junto com zilhões de velas que
as freiras tanto gostam, mas eles não desperdiçaram energi a no depósito, e a
única luz saía da lanterna da freira. Eu a apontei para o buraco no chão.


O túnel não era muito grande. Se eu esticasse meus braços, eu podia
facilmente tocar os dois lados. Eu olhei para cima. Ele só não tocava minha
cabeça por alguns centímetros. Eu cheirei de novo, tentando encontrar algum
senso de conforto que Damien e a freira obviamente sentiam. Meu nariz se


enrugou. O lugar fedia a escuridão e vazio, raízes e coisas que foram remexidas
acima da superfície. Eu suspeitava que essas coisas tinham tremido e caído, o
que automaticamente fez minha pele se arrepiar e tremer.


Então eu mentalmente me chacoalhei. Porque um túnel na terra deveria
parecer tão nojento? Eu tinha afinidade com a terra. Eu podia conjurar ela. Eu
não deveria ter medo dela.


Cerrando os dentes, eu dei um passo para dentro do túnel. Então outro. E
outro.


?Hey, uh, Z, não vá muito longe. Você tem a única luz, e eu não ia querer
que a irmã Mary Angela seja deixada aqui no escuro. Ela pode ficar assustada.?


Eu balancei a cabeça e, sorrindo, virei, apontando a lanterna em direção a
entrada e iluminando o rosto preocupado de Damien e o rosto sereno da irmã
Mary Angela.


?Você não iria querer que a freira ficasse com medo do escuro??


Damien se remexeu culpado.


A irmã Mary Angela colocou sua mão no ombro dele por um momento. ?É
gentil da sua parte pensar em mim, Damien, mas não temo o escuro.?


Eu dei a Damien um olhar de não seja tão maricas quando a sensação me
atingiu. O ar atrás de mim mudou. Eu sabia que não estava mais sozinha
naquele túnel. Medo cresceu na minha espinha e eu senti uma repentina
vontade de correr - sair dali o mais rápido que eu podia e nunca, nunca mais
voltar.


E eu quase corri. Então eu me surpreendi ficando irritada. Eu tinha acabado
de enfrentar um imortal caído - uma criatura que eu estava conectada em um
nível de alma - e eu não tinha corrido.


E não ia correr agora.


?Zoey? O que foi?? A voz de Damien soava distante quando eu virei para
encarar a escuridão.


De repente uma luz fraca, como o brilho do olhar de um monstro
subterrâneo, se materializou. A luz não era grande, mas era brilhante,
temporariamente fazendo pontos pretos no meu campo de visão e eu fiquei
parcialmente cega então quando olhei para o monstro ele parecia ter três
cabeças, com uma selvagem crina e ombros que pareciam incompatíveis e
grotescos.


Então eu fiz o que qualquer garota sensível faria. Eu suguei o ar e dei o meu
melhor grito de garota, que instantaneamente foi bizarramente ecoado por
mais três bocas que saíram do monstro de um único olho. Eu podia ouvir
Damien guinchando atrás de mim, e eu juro que a irmã Mary Angela até mesmo
deu um suspiro guinchado e assustado. Eu estava começando a fazer
exatamente o que eu tinha me prometido que eu faria - correr pra caramba,
quando uma das cabeças parou de gritar e deu um passo para frente entrando
na luz da lanterna.


?Merda, Zoey! Qual seu problema? São só as Gêmeas e eu. Você quase nos
cagou de susto,? disse Afrodite.


?Afrodite?? minha mão foi para o meu coração, tentando impedir ele de
bater para fora do meu corpo.


?É claro que sou eu,? ela disse, passando por mim enojada. ?Deusa! Se
controle.?


As Gêmeas ainda estavam paradas no túnel. Erin estava segurando uma
grossa vela tão apertado que sua mão se esbranquiçou. Shaunne estava parada
perto dela, tão perto que seus ombros estavam esmagados juntos. Elas
pareciam congeladas e com os olhos arregalados.


?Uh, oi,? eu disse. ?Eu não sabia que vocês estavam aqui.?


Shaunne se recuperou primeiro. ?Você acha?? Ela passou a mão tremula
delicadamente pela testa e virou para Erin. ?Gêmea, ela me assustou o bastante
para ficar branca??


Erin piscou para sua melhor amiga. ?Eu acho que isso não é possível.? Ela
sorriu para Shaunne. ?Mas não, ela não assustou. Você ainda é um lindo
cappuccino.? A mão de Erin que não estava segurando a vela voou para seu
cabelo grosso e dourado e o tocou freneticamente. ?Ela fez meu cabelo cair ou
ficar de um grisalho prematuro e nada atraente??


Eu franzi para as Gêmeas. ?Erin, seu cabelo não está caindo ou ficando
grisalho, e Shaunne, você não pode se assustar e virar branca. Jeesh, vocês me
assustaram primeiro,? eu disse.


?Olha, da próxima vez que você precisar perseguir Neferet e Kalona, só grite
assim,? Erin disse.


?Yeah, te faz soar como se você tivesse perdido totalmente sua cabeça,?
Shaunne disse enquanto passavam por mim.


Eu segui elas para o depósito onde Damien estava se abanando e parecendo
mais gay do que de costume, e irmã Mary Angela tinha acabado de fazer o sinal
da cruz. Eu coloquei a traseira da lanterna na mesa cheia de jarras de vidro que
pareciam estranhamente como fetos flutuando na luz turva.


?Então, sério, o que vocês estavam fazendo aqui?? eu disse.


?Aquele garoto Dallas nos disse que eles chegaram aqui vindos dos
depósitos,? Shaunne disse.


?Ele disse que era legal aqui e que Stevie Rae tinha feito, ? Erin disse.


?Então pensamos em vir aqui e ver por nós mesmas,? Shaunee disse.


?E porque você está aqui com as Gêmeas?? Eu perguntei a Afrodite.


?A dupla dinâmica precisava de proteção. Naturalmente elas pediram para
mim.?


?Como vocês de repente apareceram daquele jeito, afinal de contas??
Damien perguntou antes da reclamação das gêmeas começar.


?Fácil-fácil.? Erin andou rapidamente de volta para o túnel, ainda
carregando sua vela. Ela virou para nos encarar e então deu só mais alguns
passos para além do que eu tinha ido. ?O túnel dá uma virada aqui.? Ela deu um
passo para o lado e a luz dela desapareceu, então ela deu outro passo e
reapareceu. ?É por isso que não nos vimos até o último segundo.?


?Realmente é incrível que Stevie Rae tenha de alguma forma feito isso,?
Damien disse. Eu notei que ele não se moveu mais para perto do túnel, mas
ficou perto da lanterna.


A irmã Mary Angela se aproximou da entrada. Ela tocou a lateral do buraco
recente com reverência e disse, ?Stevie Rae fez isso, mas ela fez com
intervenção divina.?


?Por intervenção divina? você está falando mais sobre a virgem-maria-é-só-
outra-forma-de-Nyx?? O sotaque de Stevie Rae vindo do outro lado do depósito
nos fez pular.


?Sim, criança. É exatamente isso a que me refiro.?


?Eu não quero te cortar, mas essa é a coisa mais estranha que já ouvi, ?
Stevie Rae disse. Ela andou até nós, e eu achei que ela parecia pálida. Quando
ela se aproximou de mim eu senti o cheiro de algo estranho, mas o sorriso dela
fez seu rosto mudar seu fofo eu familiar. ?Z, aquele enorme grito que eu ouvi
saiu de você??


?Uh, yeah.? Eu não consegui me impedir de sorrir para ela. ?Eu estava
dentro do túnel e não esperava encontrar as Gêmeas e Afrodite.?


?Bem, isso faz sentido. Afrodite é meio que o bicho papão, ? Stevie Rae
disse.


Eu ri, e então, agarrando a oportunidade para mudar de assunto, eu disse,
?Uh, falando em monstros, você encontrou algum Corvo Escarnecedor lá em
cima??


Os olhos de Stevie Rae saíram dos meus.


?Tudo está seguro. Nada para você se preocupar,? ela disse rapidamente.


?Fico tão feliz,? irmã Mary Angela estava dizendo. ?Aquelas criaturas eram
uma abominação - homens e bestas.? Ela tremeu. ?Fico aliviada por termos nos
livrado de todos eles.?


?Mas não era culpa deles,? Stevie Rae disse abruptamente.


?Me desculpe?? A freira parecia mais do que um pouco confusa com o tom
defensivo de Stevie Rae.


?Eles não pediram para nascer como são - uma mistura por causa de
estupro e maldade. Eles na verdade são vitimas.?


?Eu não sinto pena deles,? eu disse, me perguntando por que Stevie Rae
soava como se estivesse defendendo os horríveis Corvos Escarnecedores.


Damien tremeu. ?Temos que falar neles??


?Nope, claro que não,? Stevie Rae disse rapidamente.


?Ótimo, e de qualquer forma, a razão para eu ter trazido Zoey aqui foi para
mostrar a ela o túnel que você fez, Stevie Rae. Eu tenho que te dizer - eu acho
incrível.?


?Obrigado, Damien! Foi muito legal quando descobri que eu podia fazer
isso.? Stevie Rae deu alguns passos, passando por mim, entrando na boca do
túnel, onde ela foi instantaneamente cercada por escuridão total que se
esticava atrás dela como o interior de uma enorme cobra. Ela ergueu os braços
para que suas palmas se pressionassem contra as paredes de terra do túnel. De
repente ela me lembrou de uma cena de Sansão e Dalila, um antigo filme que
eu vi com Damien um mês atrás. A imagem que passou pela minha memória foi
quando Dalila tinha deixado o Sansão cego parado entre um massivo pilar que
segurava o estádio cheio com pessoas horríveis perseguindo ele. Ele ganhou sua
força mágica de volta e acabou empurrando o pilar e se destruindo e...


?Não é mesmo, Zoey??


?Huh?? Eu pisquei, perturba pela cena triste e destrutiva que estive
revivendo na minha mente.


?Eu disse, Maria não moveu a terra por mim quando fiz o túnel; o poder que
Nyx me deu fez isso. Jeesh, você não está prestando atenção em mim.? Stevie
Rae disse. Ela tirou as mãos de dentro do túnel e estava me dando o olhar dela
de o que está passando pela sua cabeça agora??


?Desculpe, o que você estava dizendo sobre Nyx??


?Só que eu não acho que Nyx e a Virgem Maria tem algo a ver uma com a
outra. A mãe de Jesus não me ajudou a mover a terra para fazer esse túnel.? Ela
encolheu um ombro. ?Eu não quero ferir seus sentimentos nem nada disso,
irmã, mas é isso que eu acho.?


?Você tem direito a sua própria opinião, Stevie Rae, ? disse a freira,
parecendo tão calma como sempre. ?Mas você deveria saber que dizer que não
acredita em algo, não faz com que seja menos possível que ela exista.?


?Bem, eu andei pensando, e pessoalmente eu não acho uma hipótese tão
estranha,? Damien disse. ?Você deve lembrar que no nosso livro Calouros 101,
Maria é ilustrada como uma das muitas faces de Nyx.?


?Huh,? eu disse. ?É mesmo??


Damien me deu um olhar firme que claramente dizia você realmente
deveria ser um estudante melhor, antes de acenar, e em sua melhor voz de
professor ele continuou, ?Sim. É bem documentado que durante o afluxo de
Cristianismo na Europa, santuários para Gaea, assim como para Nyx, foram
convertidos em santuários para Maria muito antes das pessoas se converterem
para o novo...?


Damien continuou e eu era um calmo espectador enquanto olhava para o
túnel. A escuridão era profunda e grossa. Só centímetros atrás de Stevie Rae, eu
não conseguia ver nada. Absolutamente nada. Eu encarei, imaginado formas
escondidas ali. Alguém ou algo poderia estar ali a centímetros de nós e nós nem
saberíamos, não se ele não quisesse ser visto. E isso me assustou.


Ok, mas isso é ridículo! Eu disse a mim mesma. É só um túnel. Ainda sim,
meu medo irracional me empurrou. O que, infelizmente, me irritou e me fez
querer empurrar de volta. Então, como qualquer super loira idiota em um filme
de terror, eu dei um passo na escuridão. E então outro.


A escuridão me engoliu.


Minha mente sabia que eu estava a alguns centímetros do depósito e dos
meus amigos. Eu podia ouvir Damien tagarelando sobre religião e a deusa. Mas
minha mente não era o que estava batendo em terror contra meu peito. Meu
coração, meu espírito, minha alma - seja como for que você quer chamar -
estava gritando para mim corra! Sai daí! Vá!


Eu senti a pressão da terra como se não fosse um buraco no chão, mas ao
invés disso estivesse preenchido, me cobrindo... me sufocando... me
prendendo.


Minha respiração estava ficando cada vez mais rápida. Eu sabia que eu
devia estar hiperventilando, mas eu não conseguia me impedir. Eu queria me
afastar do buraco que serpenteava dos meus pés para dentro da escuridão, mas
tudo que eu consegui fazer foi dar um passo tropeçado para trás. Eu não
conseguia fazer meus pés fazerem o que eu estava mandando! Pontos de luz
brilhavam em meus olhos, me cegando, enquanto tudo mais começava a ficar
cinza. Então eu estava caindo... caindo...


CINCO
Zoey


A escuridão era completa. Cegando mais do que minha visão, ela tirou todos
os meus sentidos. Eu achei que estava ofegando por oxigênio e me debatendo,
tentando encontrar algo - qualquer coisa eu pudesse tocar, ouvir, ou sentir o
cheiro - qualquer coisa que me desse um senso de realidade. Mas eu não tinha
sensações. O casulo de escuridão e o barulho da frenética batida do meu
coração eram tudo que eu conhecia.


Eu estava morta?


Não, eu achava que não. Eu lembro que estava no túnel debaixo da Abadia,
somente a alguns metros de distância dos meus amigos. Eu fiquei apavorada
com a escuridão, mas isso não podia me fazer cair morta.


Mas eu estava com medo. Eu lembro de estar com muito medo. Não hav ia
nada a não ser essa escuridão.


O que estava acontecendo comigo? Nyx! Minha mente gritou. Me ajude,
Deusa! Por favor me mostre algum tipo de luz!


"Ouça sua alma..."


Eu achei que tinha chorado alto com o som doce e seguro da voz da deusa
em minha mente, mas quando as palavras dela se foram, só havia um rígido
silêncio e escuridão.


Como diabos eu deveria ouvir minha alma?


Eu tentei me acalmar e ouvir algo, mas só havia silêncio - um silêncio negro,
vazio e de sugar a alma, como nada que eu já tivesse experimentado. Eu não
tinha nada para me guiar, eu só sabia -


A realização me atingiu e minha mente vacilou de entendimento.


Eu tinha algo para me guiar. Parte de mim tinha experimentado essa
escuridão antes.


Eu não conseguia ver. Eu não conseguia sentir. Eu não podia fazer nada a
não ser virar para dentro de mim mesma, buscando a parte de mim que podia
ser capaz de fazer sentido nisso, que talvez fosse capaz de me guiar para fora
daqui.


A memória passou de novo, dessa vez me levando de volta pa ra muito antes
da noite no túnel sobre a abadia. Os anos passaram com minha resistência até
que finalmente, finalmente, eu senti de novo.


Meus sentidos voltaram devagar. Eu comecei a ouvir mais do que meus
próprios pensamentos. Havia um tambor que pulsav a ao meu redor, e dentro
dele o barulho distante das vozes de mulheres. O senso de olfato retornou para
mim, e eu reconheci o cheiro que me lembrou do túnel da abadia. Finalmente,
eu podia sentir a terra contra minhas costas nuas. Eu só tive um instante para
aproveitar a sensação dos meus sentidos voltando antes do resto da minha
ciência ser fortemente acordada. Eu não estava sozinha! Minhas costas estavam
pressionadas contra a terra, mas eu estava sendo segurada com força contra os
braços de alguém.


Então ele falou.


"Oh, deusa, não! Não deixe isso acontecer!"


Era a voz de Kalona, e minha reação imediata foi chorar alto e lutar para me
afastar dele, mas eu não estava no comando do meu corpo e as palavras que
saíram da minha boca, não eram minhas.


"Sssh, não se desespere. Estou com você, meu amor."


"Você me prendeu!" Mesmo enquanto ele gritava em acusação, seus braços
se apertavam ao meu redor, e eu reconheci a paixão fria de seu abraço imortal.


"Eu te salvei," minha voz estranha respondeu enquanto meu corpo se
colocava mais intimamente contra o dele. "Você não foi feito para andar neste
mundo. É por isso que você esteve tão infeliz, tão insatisfeito."


"Eu não tive escolha! Os mortais não entendem."


Meus braços se enrolaram ao redor do pescoço dele. Meus dedos passando
pelo suave e pesado cabelo dele. "Eu entendo. Fique em paz aqui comigo. Deixe
sua triste inquietude. Eu vou confortar você."


Eu senti ele se render antes dele falar as palavras. "Sim," Kalona murmurou.
"Eu vou enterrar minha tristeza em você e meu desesperado desejo finalmente
será gasto."


"Sim, meu amor, meu consorte, meu Guerreiro... sim..."


Foi naquele momento que eu quase me perdi dentro de A-ya. Eu não
conseguia saber onde o desejo dela terminava e minha alma começava. Se eu
ainda tinha escolha, eu não a queria. Eu só sabia que eu estava onde estava
destinada a estar - nos braços de Kalona.


As asas dele nos cobriram, impedindo o calafrio do toque dele de me
queimar. Os lábios dele estavam nos meus. Nós nos exploramos dev agar, de
verdade, com um senso de maravilha e rendição. Quando nossos corpos
começaram a se mover juntos, eu conheci a completa alegria.


E então, de repente, eu comecei a dissolver.


"Não!" O grito foi arrancado da minha garganta e minha alma. Eu não
queria partir! Eu queria ficar com ele. Meu lugar era com ele!


Mas, de novo, eu não estava em controle, e eu me senti desaparecendo,
voltando a terra, enquanto A-ya soluçava, a voz quebrada dela ecoando uma
palavra na minha cabeça: LEMBRE-SE...


O tapa queimou contra minha bochecha, e eu suguei o ar que clareou a
última escuridão da minha mente. Eu abri meus olhos e a luz da lanterna fez eu
apertar os olhos e piscar. ?Eu lembro.? Minha voz soava tão rouca quanto minha
mente.


?Você lembra quem você é, ou eu devia bater em você de novo? ? Afrodite
disse.


Minha mente estava lenta para funcionar porque eu ainda gritava por ter
sido tirada da escuridão. Eu pisquei de novo e balancei a cabeça tentando
clarear ela. ?Não!? Eu gritei a palavra com tanta emoção qu e Afrodite
automaticamente se afastou de mim.


?Tudo bem,? ela disse. ?Você pode me agradecer mais tarde.?


A irmã Mary Angela tomou o lugar dela, se abaixando e tirando meu cabelo
do rosto, que estava suado e frio.


?Zoey, você está conosco??


?Sim,? eu disse com uma voz quebrada.


?Zoey, o que foi? O que fez você hiperventilar?? a freira perguntou.


?Você não está se sentindo doente, está?? A voz de Erin era um pouco
trêmula.


?Não está com vontade de tossir um pulmão nem nada?? Shaunne
perguntou, parecendo tão chateada quanto sua gêmea soou.


Stevie Rae empurrou as Gêmeas para o lado para poder se aproximar de
mim. ?Fale comigo, Z. Você está realmente bem??


?Estou bem. Não estou morrendo nem nada disso.? Meus pensamentos
tinham se reorganizado, embora eu não parecesse conseguir me livrar do último
traço de desespero que eu conheci com A-ya. Eu entendi que meus amigos
estavam assustados que meu corpo tivesse começado a rejeitar a Mudança. Me
forçando a me focar no aqui e agora eu estiquei a mão para Stevie Rae. ?Aqui,
me ajude a levantar. Estou melhor agora.?


Stevie Rae me puxou, tendo cuidado de manter a mão debaixo do meu
cotovelo enquanto eu balançava levemente antes de encontrar meu equilíbrio.


?O que aconteceu com você, Z?? Damien perguntou enquanto me estudava.


O que eu deveria dizer? Eu deveria admitir que tive um a memória
incrivelmente vívida de uma vida passada onde eu tinha me dado ao nosso
inimigo de hoje? Eu nem tive tempo para analisar as novas emoções que a
memória tinha me causado. Como eu ia explicar elas para meus amigos?


?Só nos diga, criança. A verdade falada é sempre menos assustadora do que
suposições,? disse irmã Mary Angela.


Eu suspirei e falei, ?o túnel me assustou!?


?Te assustou? Tipo, tinha algo nele?? Damien finalmente tinha parado de
me encarar e estava olhando nervoso para a abertura.


As Gêmeas deram alguns passos mais para dentro do depósito e se
afastaram do túnel.


?Não, não tinha nada lá.? Eu hesitei. ?Pelo menos eu acho que não tinha. De
qualquer forma, não foi isso que me assustou.?


?Você espera que a gente acredite que você desmaiou porque estava com
medo do escuro?? Afrodite disse.


Todos me encararam.


Eu limpei a garganta.


?Hey, gente. Talvez tenha coisas que Zoey não queira falar,? disse Stevie
Rae.


Eu olhei para minha melhor amiga e percebi que se eu não dissesse algo
sobre o que tinha acabado de acontecer eu não seria capaz de enfrentar o que
eu precisava fazer em relação a ela.


?Você tem razão,? eu disse a Stevie Rae. ?Eu não quero falar, mas vocês
merecem saber a verdade.? Eu deixei meu olhar passar pelo resto do grupo. ?O


túnel me assustou tanto porque minha alma o reconhece.? Eu limpei a garganta
e continuei, ?eu lembrei de ficar presa na terra com Kalona.?


?Você quer dizer por que realmente tem uma parte de A-ya dentro de
você?? Damen perguntou suavemente.


Eu acenei. ?Eu sou eu, mas eu também sou, de alguma forma, ainda parte
dela.?


?Interessante...? Damien deu um longo suspiro.


?Bem, o que diabos isso significa para você e Kalona hoje?? Afrodite
perguntou.


?Eu não sei! Eu não sei! Eu não sei!? Eu falei em voz alta, o estresse e a
confusão sobre o que tinha acabado de acontecer fervendo em mim. ?Eu não
tenho as malditas respostas. Tudo que eu tenho é a memória e tempo zero para
processá-la. Que tal vocês darem um tempo e me deixar entender a confusão
na minha cabeça??


Todo mundo se remexeu e murmurou ok, me dando um olhar de ela perdeu
a cabeça. Ignorando meus amigos, e a não respondida pergunta sobre Kalona
que era quase visível no ar ao meu redor, eu virei para Stevie Rae. ?Me explique
exatamente como você fez o túnel.?


Eu podia perceber pela pergunta nos olhos azuis dela que ela estava
preocupada com meu tom. Eu não tinha soado toda Droga! Eu acabei de
desmaiar e preciso mudar de assunto porque estou tão constrangida por ser
uma garota reencarnada.? Eu soava como uma Alta Sacerdotisa.


?Bem, não foi nada demais.? Stevie Rae parecia nervosa e desconfortável,
como se estivesse tentando demais ser indiferente porque ela estava sentindo
exatamente o oposto. ?Hey, tem certeza que está bem? Não deveríamos sair
daqui e talvez pegar para você uma coca ou algo assim? Eu quero dizer, se esse
lugar te dá flashbacks, conversar em outro lugar parece uma boa ideia.?


?Estou bem. Agora eu só quero saber sobre o túnel.? Eu encontrei firme o
olhar dela. ?Então me diga como você fez.?


Eu podia sentir os outros, assim como a irmã Mary Angela, nos observando
com curiosidade misturada com confusão, mas mantive o foco em Stevie Rae.


?Ok, bem, você sabe que os túneis proibidos estão praticamente em todo
lugar debaixo daqueles prédios no centro, certo??


Eu acenei. ?Certo.?


?E também, lembra que eu te disse que estive fazendo reconhecimento
para ver onde eles iam??


?Yeah, eu lembro.?


?Ok, então, eu encontrei a entrada meio coberta de um túnel que Ant
contou a todos vocês no outro dia - a que dá para fora dos outros que dão no
prédio Philtower.? Eu acenei de novo, impaciente. ?Bem, ele estava cheio de
sujeira, mas quando eu senti o pequeno buraco deixado, eu tirei muita terra,
enfiei meu braço, e senti uma corrente de ar. Isso me fez pensar que
provavelmente haviam mais túneis do outro lado. Então eu empurrei, com
minha mente e minhas mãos e meu elemento. E a terra respondeu. ?


?Respondeu? Como se tivesse tremido ou algo assim?? eu perguntei.


?Mais se movido. Como eu queria. Em minha cabeça.? Ela pausou. ?É meio
difícil de explicar. Mas o que aconteceu foi que a terra que selava o túnel
acabou subindo e eu passei pela nova abertura de um túnel realmente,
realmente velho.?


?E esse túnel velho era feito de terra, não alinhado com concreto, como os
túneis abaixo do depósito e no centro, certo?? Damien perguntou.


Stevie Rae sorriu e acenou, seu cabelo loiro balançando ao redor de seus
ombros. ?Yeah! E ao invés de ir para o centro eu apontei para cá. ?


?Veio até aqui?? Eu tentei estimar na cabeça quantos quilômetros eram e
não consegui fazer as costas. É claro, eu sou ruim em matemática, mas ainda
sim, era uma forma.


?Nope. O que aconteceu foi que quando encontrei o túnel de terra e meio
que o abri, eu fui explorar. Ok, ele começa no prédio Philtower. Eu achei
estranho e meio legal que fosse para longe do centro.?


?Como você sabia disso?? Damien interrompeu ela. ?Como você pode
adivinhar onde estava indo??


?Fáci fácil para mim! Eu sempre encontro o norte, sabe, a direção do meu
elemento de terra. Assim que encontro - eu posso encontrar qualquer coisa.?


?Hmm,? ele disse.


?Continue,? eu disse. ?E então o que aconteceu??


?Então ele acabou. Só, bem, parou. Antes de você me dar o bilhete sobre
encontrar você aqui no lugar das irmãs, era aqui que parava também. Eu quero
dizer, claro, eu estava planejando voltar e checar mais, mas não era uma
prioridade para mim. Quando você me disse que eu talvez tivesse que mover o
pessoal para cá, eu não consegui parar de pensar no túnel de terra. Eu lembrei
que ele vinha pra essa direção antes de acabar. Então voltei lá. Eu pensei sobre
onde eu queria ir e como eu queria que o túnel fosse lá. Então em purrei de
novo, como fiz para deixar a abertura maior, só um pouco. Então, bem, a terra
fez o que eu disse, e aqui estamos! Ta-dã!? Ela terminou com um grande sorriso
e um floreio.


No silêncio que cercou a explicação de Stevie Rae, a voz da irmã Mary
Angela soava normal e razoável, o que me fez gostar dela ainda mais do que eu
já gostava. ?Incrivel, não é? Stevie Rae, você e eu podemos discordar da fonte
do seu dom, mas eu no entanto estou impressionada por sua vastidão.?


?Obrigada, irmã! Eu acho que você é bem incrível também, especialmente
para uma freira.?


?Como você viu aqui?? eu perguntei.


?Bem, eu não tenho problema em ver no escuro, mas os outros garotos não
são tão bons quanto eu, então trouxe algumas lanternas do depósito.? Stevie


Rae apontou para algumas lanternas a óleo que eu não tinha notado antes, no
canto escuro do depósito.


?Ainda sim, foi um longo caminho,? Shaunee estava dizendo.


?Sério. Deve ter sido escuro e assustador,? Erin disse.


?Nah, a terra não é assustadora para mim, ou para os calouros vermelhos.?
Ela deu nos ombros. ?Como eu disse, não foi nada demais. Na verdade, foi super
fácil.?


?E você conseguiu trazer todos os calouros vermelhos aqui com segurança? ?
Damien disse.


?Yep!?


?Quais deles?? eu perguntei.


?Como assim quais deles? Isso não faz nenhum sentido, Z,? ela disse. ?Eu
trouxe todos os calouros vermelhos que você conheceu antes, além de Erik e
Heath. Em quem mais você pensou?? As palavras dela soavam normais, mas ela
terminou com uma estranha e nervosa risada e não me olhava nos olhos.


Meu estômago se apertou. Stevie Rae ainda estava mentindo para mim. E
eu não sabia o que fazer sobre isso.


?Eu acho que talvez Zoey esteja se sentindo confusa porque ela está tão
exausta quanto estaria, depois da experiência que teve hoje a noite.? A mão
quente da irmã Mary Angela no meu ombro pareceu tão segura quanto sua voz.
?Todos estamos cansados,? ela acrescentou. O sorriso dela tomou Stevie Rae, as
Gêmeas, Afrodite, e Damien. ?O amanhecer não vai demorar muito. Vamos te
ajeitar com o resto dos seus amigos. Dormir. Tudo vai parecer mais claro
quando estiver descansada.?


Eu acenei e deixei irmã Mary Angela nos guiar pelos caminhos do depósito e
pelas escadas que tínhamos descido não muito tempo atrás. Mas ao invés de
continuar a subir para o corredor da abadia, a freira abriu uma porta que eu não
tinha notado quando passei correndo atrás de Damien mais cedo. Uma escada


curta levava para a área do porão, um porão grande de cimento que parecia
normal, que tinha sido transformado pelas freiras de uma gigante lavanderia a
um dormitório temporário. Tinham vários casacos espalhados pelas duas
paredes em oposição uma a outra, cheias de cobertores e travesseiros que
pareciam aconchegantes. Havia um monte do tamanho de um garoto em uma
das camas, e o cabelo vermelho que estava saindo do cobertor que ele puxou
até quase o topo de sua cabeça me disse que Elliot já estava dormindo. O resto
dos calouros vermelhos estava amontoado ao r edor da área da secadora,
sentados numa daquelas cadeiras de se abrir de metal, que sempre deixam meu
travesseiro frio, vendo uma enorme TV que estava colocada em cima da
secadora. Tinham muitos bocejos, o que realmente deve significar que já era
quase amanhecer, mas eles pareciam encantados por o que quer que fosse que
passava na TV. Eu olhei para a tela e senti todo meu rosto se quebrar num
sorriso.


?A noviça rebelde? Eles estão assistindo A noviça rebelde?? eu ri.


A irmã Mary Angel ergueu uma sobrancelha para mim. ?É um dos nossos
DVD´S favoritos. Eu achei que os calouros fossem gostar também.?


?É um clássico,? Damien disse.


?Eu costumava pensar que garotos Nazistas eram fofos,? Shaunee disse.


?A não ser os ratos que delataram os Von Trapps,? Erin disse.


?Que é quando eles não ficaram mais tão fofos,? Shaunee continuou
enquanto as gêmeas pegavam as cadeiras e se juntavam aos outros calouros na
frente da TV.


?Mas todo mundo gosta da Julie Andrews,? Stevie Rae disse.


?Ela deveria bater naqueles malditos garotos mimados,? Kramisha disse do
seu lugar na frente da TV. Ela olhou por cima do ombro e deu a irmã Mary
Angela um sorriso cansado. ?Desculpe sobre o maldito?, irmã, mas eles são
pirralhos.?


?Eles só precisam de amor e atenção e entendimento, como todas as
crianças,? disse a irmã.


?Ok, vomito. Sério,? Afrodite disse, ?antes de qualquer um de vocês
começar a cantar How do You Solve a problem like Maria?? e eu tenha que
cortar os pulsos, eu vou encontrar Darius e meu quarto. ? Ela sacudiu as
sobrancelhas e começou a sair do porão.


?Afrodite,? irmã Mary Angela chamou. Quando Afrodite parou para olhar
para ela, a freira continuou. ?Eu imagino que Darius ainda está com Stark. Dizer
boa noite para ele vai estar tudo bem, mas seu quarto está no quarto andar -
você vai dividir ele com Zoey e não com o guerreiro.?


?Ugh,? eu disse baixo.


Afrodite virou os olhos. ?Porque isso não me surpreende?? E murmurando
pra si mesma, ela continuou a se afastar.


?Desculpe, Z,? Stevie Rae disse depois que ela virou os olhos nas costas de
Afrodite. ?Vou ser sua colega de novo, mas acho que preciso ficar aqui. Ficar no
subsolo realmente é melhor para mim depois que o sol nascer, além do mais
preciso ficar perto dos calouros vermelhos.?


?Está tudo bem,? eu disse um pouco rápido demais. Então agora eu nem
queria ficar sozinha com minha melhor amiga?


?Todo mundo ainda está lá em cima?? Damien perguntou. Eu vi ele olhar ao
redor, e eu tinha certeza que ele estava procurando por Jack.


Eu, por outro lado, não estava procurando por nenhum dos meus
namorados. Na verdade, depois da mostra idiota de testosterona deles lá fora,
eu estava pensando que ficar sem namorado soava cada vez melhor.


E então havia Kalona e a memória que eu não queria ter.


?Yeah, todo mundo está lá em cima na cafeteria ou na cama. Hey, Terr a
para Zo! Olha isso. As freiras tem uma enorme seleção de Doritos, e eu até


encontrei coca para você - cheia de cafeína e açúcar,? disse Heath, enquanto
pulava os últimos três degraus para o porão.


SEIS
Zoey


?Obrigado, Heath,? eu suprimi um suspiro enquanto Heath andava até mim
e, com um sorriso me oferecia um Doritos e uma lata de coca.


?Z, se você está mesmo bem eu gostaria de ir encontrar Jack e me certificar
que Duquesa está bem, então vou dormir por um pouco d e eternidade,?
Damien disse.


?Sem problemas,? eu disse rapidamente, sem querer que Damien dissesse
algo sobre minha memória de A-ya para Heath.


?Onde está Erik?? Stevie Rae perguntou a Heath enquanto eu abria a lata de
coca.


?Ele ainda está lá fora dando uma de rei do castelo.?


?Você encontrou alguma coisa depois que sai? ? A voz de Stevie Rae de
repente ficou tão afiada que vários calouros vermelhos desviaram o olhar da
cantoria de Maria e os Von Trapps.


?Minhas coisas favoritas.?


?Nah, ele é só um saco checando o que Dallas e eu já olhamos.?


Dallas olhou para cima do seu lugar na TV, ou ouvir o som do seu nome.


?Tudo está bem aqui, Stevie Rae.?


Stevie Rae fez um movimento de venha aqui para Dallas, e ele se apressou
para se juntar a nós. Ela baixou a voz e disse, ?Me conte tudo.?


?Eu já te disse lá fora antes de vir pra cá,? Dallas disse, os olhos dele se
arrastando de volta a tela da TV e os pôneis de cor creme... strudel de maçã


fresca... Stevie Rae bateu no braço dele. ?Dá pra prestar atenção? Não estou
mais lá fora. Estou aqui. Me conte tudo de novo.?


Dallas suspirou, voltou sua atenção para ela e deu um sorriso fofo e
indulgente.


?Ok, ok. Mas só porque você perguntou de forma tão gentil. ?


Stevie Rae franziu para ele enquanto ele continuava. ?Erik, Johnny B, o
Heath aqui,? ele pausou e acenou para Heath, ?e eu - procuramos como você
nos disse, o que não foi divertido porque o gelo é muito escorregadio e está
super frio lá fora.? Ele pausou. Stevie Rae encarou silenciosa até que ele
continuou.? De qualquer forma, como você já sabe, estávamos fazendo isso
enquanto você fazia busca na rua 21. Depois de um tempo voltamos para a
gruta. Foi quando te falamos que encontramos aqueles três corpos na Lewis
esquina com a rua 21. Você nos disse para cuidar deles. Então saiu. Então
fizemos o que você disse, e então Heath e Johnny B entraram para se secar,
comer, e ver TV. Eu acho que Erik ainda está lá fora patrulhando.?


?Porque?? A voz de Stevie Rae era tão afiada.


Dallas deu de ombros, ?Pode ser como Heath disse. O cara é um chato.?


?Corpos?? disse irmã Mary Angela.


Dallas acenou. ?Yeah, encontramos Corvos Escarnecedores mortos. Darius
atirou neles quando estavam voando, porque eles tinham buracos de bala
neles.?


A irmã Mary Angela baixou a voz. ?E o que você fez com as criaturas
mortas??


?Coloquei em uma lixeira atrás da abadia como Stevie Rae disse. Está
congelando lá. Eles vão ficar lá. E nenhum caminhão de lixo vai pegar nada tão
cedo, com o gelo e tudo mais. Achamos que eles podem ficar lá até decidirmos
o que fazer com eles.?


?Oh! Oh, nossa!? O rosto da freira ficou pálido.


?Você os colocou em uma lixeira? Eu não mandei você colocar eles na
lixeira!? Stevie Rae praticamente gritou.


A irmã Mary Angela nos chamou para seguir ela, e nós cinco saímos
rapidamente do porão, subindo a escadaria, até o corredor da abadia.


?Dallas, eu não acredito que você os colocou na lixeira!? Stevie Rae gritou
assim que estávamos longe dos outros.


?O que você esperava que a gente fizesse com eles, cavássemos um túmulo
e fizemos missa?? Dallas disse, então ele olhou para a irmã Mary Angela.
?Desculpe, eu não queria blasfemar, irmã. Meu pais são católicos.?


?Você não quis ofender, tenho certeza filho,? disse a freira, soando um
pouco abatida. ?Corpos... eu - eu não tinha pensando em corpos.?


?Não se preocupe com isso, irmã.? Heath deu tapinhas nas costas dela de
forma estranha. ?Você não tem que mexer com eles. Eu entendo o que você
está sentindo. Essa coisa toda: o cara com asas, Neferet, os Corvos
Escarnecedores, bem, é tudo duro demais para -?


?Eles não podem ficar em uma droga de lixeira,? Stevie Rae falou por cima
de Heath como se não tivesse ouvido ele. ?Não é certo.?


?Porque não?? eu perguntei calmamente. Eu fiquei quieta até ali porque eu
estava estudando Stevie Rae, observando de perto enquanto ela ficava mais e
mais transtornada.


Stevie Rae de repente não parecia ter problemas em me olhar nos olhos.
?Porque não é certo, por isso,? ela repetiu.


?Eles são monstros que são parte imortal e que teriam tentado seu melhor
para nos matar em um segundo se Kalona tivesse mandado,? eu disse.


?Parte imortal e parte o que?? Stevie Rae me perguntou.


Eu franzi para ela, mas Heath respondeu antes de eu poder. ?Parte ave??


?Não.? Stevie Rae nem olhou para ele. Ela continuou a me encarar. ?Não
parte ave, essa é a parte imortal. Em seu sangue eles são parte imortal e parte
humano. Humano, Zoey. Eu sinto pena da parte humana, e eu acho que eles
merecem mais do que ser atirados no lixo.?


Tinha algo sobre o olhar dela - algo sobre o som da sua voz - que realmente
me incomodou. Eu respondi com a primeira coisa que me veio à mente. ?É
necessário mais do que um acidente de sangue para me fazer sentir pena de
alguém.?


Os olhos de Stevie Rae piscaram e o corpo dela se afastou, como se eu
tivesse dado um tapa nela. ?Acho que essa é uma diferença entre você e eu.?


De repente eu percebi porque Stevie Rae era capaz de sentir pena dos
Corvos Escarnecedores. De um jeito estranho, ela devia se ver neles. Ela morreu
e então, devido o que eu suponho que ela chama de ?acidente? ela ressuscitou
sem sua humanidade. Então, devido a outro ?acidente,? ela conseguiu sua
humanidade de volta. Olhando assim, acho que ela sentia pena deles porque ela
sabia como era ser parte monstro e parte humano.


?Hey,? eu disse suavemente, desejando que ela e eu estivéssemos de volta
na House of Night e pudéssemos conversar facilmente como antigamente. ?Tem
uma grande diferença entre um acidente causado e algo nascer problemático, e
algo terrível que acontece depois que alguém nasce. Por um lado você foi feita
da forma que é - do outro, algo tentou te mudar p ara algo que você não é.?


?Huh?? Heath disse.


?Eu acredito que o que Zoey está tentando dizer é qu e ela entende porque
Stevie Rae pode simpatizar com os Corvos Escarnecedores mortos, mesmo
quando não tem nada em comum com eles,? disse irmã Mary Angela. ?E Zoey
está certa. Aquelas criaturas são seres negros, e embora eu, também, fique
desconcertada com suas mortes, eu entendo que eles precisavam morrer.?


O olhar de Stevie Rae deixou o meu. ?As duas estão erradas. Não é isso que
estou pensando, mas não vou mais falar sobre isso.? Ela começou a descer pelo
corredor, se afastando rapidamente de nós.


?Stevie Rae?? Eu a chamei.


Ela nem olhou para mim. ?Eu vou encontrar Erik, me certificar que tudo está
realmente bem lá fora, e então vou fazer ele entrar. Falo com você depois. ? Ela
virou e desapareceu pela porta que eu assumi que levava para fora, batendo ela
forte.


?Normalmente ela não age assim,? Dallas disse.


?Eu vou rezar por ela,? irmã Mary Angela sussurrou.


?Não se preocupe,? Heath disse. ?Ela volta logo. O sol está pronto para
nascer.?


Eu passei a mão pelo meu rosto. O que eu deveria ter feito era seguir Stevie
Rae lá pra fora, encurralar ela, e fazer ela me dizer exatamente o que estava
acontecendo. Mas eu não podia lidar com mais um problema naquele instante.
Eu nem tinha lidado com minha memória de A-ya. Eu podia sentir ela no fundo
da minha mente, com um segredo culposo.


?Zo, você está bem? Você está parecendo que precisa dormir. Todos
precisamos,? Heath disse, bocejando.


Eu pisquei e dei a ele um sorriso cansado. ?Yeah, isso é verdade. Vou pra
cama. Mas primeiro quero checar Stark bem rapidinho.?


?Muito rapidinho,? irmã Mary Angela disse.


Eu acenei. Sem olhar para Heath eu disse, ?Ok, bem, hum. Vejo vocês as
oito hora mais ou menos.?


?Boa noite, criança.? Irmã Mary Angela me abraçou e sussurrou, ?e que
nossa Senhora te abençoe e cuide de você.?


?Obrigada, irmã,? eu sussurrei em resposta, abraçando ela com força.


Quando eu a soltei, Heath me surpreendeu pegando minha mão. Eu dei a
ele um olhar interrogativo.


?Eu te levo até o quarto de Stark,? ele disse.


Me sentindo derrotada, eu dei nos ombros, e ele e eu começamos a andar
pelo corredor, de mãos dadas. Nós não falamos nada; só andamos. A mão de
Heath era quente e familiar na minha e era muito fácil caminhar ao lado dele.
Eu estava começando a relaxar quando Heath limpou a garganta.


?Hey, uh, eu quero me desculpar por aquela merda lá fora mais cedo com
Erik e eu. Foi idiota. Eu não deveria ter deixado ele me atingir, ? Heath disse.


?Você tem razão - você não deveria, mas ele pode ser bem irritante,? eu
disse.


Heath sorriu. ?Nem me fale. Você vai largar ele logo, não vai??


?Heath, não vou falar de Erik com você.?


O sorriso dele ficou maior. Eu virei os olhos.


?Você não me engana. Eu te conheço bem demais. Você não gosta de caras
mandões.?


?Só cala a boca e anda,? eu disse, mas apertei a mão dele, e ele apertou a
minha. Ele tinha razão - eu não gostava de caras mandões, e ele me conhecia
muito, muito bem. Chegamos em uma virada no corredor. Tinha uma ótima
janela com uma alcova na frente, completa com um banco que parecia perfeito
para leitura. No parapeito tinha uma linda estatua de Maria com várias velas
queimando em seus lados. Heath e eu diminuímos a velocidade, pausando na
janela.


?Isso é muito bonito,? eu disse suavemente.


?Yeah, eu nunca prestei muita atenção em Maria. Mas todas as estatuas
dela iluminadas por velas são legais. Você acha que a freira tem razão? Maria
pode ser Nyx e Nyx ser Maria??


?Não faço ideia.?


?Nyx fala com você??


?Yeah, às vezes, mas o assunto da mãe de Jesus não apareceu,? eu disse.


?Bem, eu acho que você deveria perguntar a ela da próxima vez.?


?Talvez eu pergunte,? eu disse.


Ficamos parados ali, de mãos dados e observando a maneira como a chama
amarela quente dançava ao redor da estatua. Eu estava pensando sobre o quão
bom seria se minha deusa me visitasse durante uma época que não estivesse
cheia de estresse de vida-ou-morte quando Heath falou, ?Então ouvi que Stark
se jurou a servir você como Guerreiro.?


Eu o estudei cuidadosamente, procurando sinais de que ele estivesse
irritado ou com ciúmes, mas tudo que vi em seus olhos azuis era curiosidade.


?Yeah, ele jurou.?


?Dizem que isso é um laço muito especial.?


?Yeah, é,? eu disse.


?Ele é o cara que não erra uma flecha, certo??


?Certo.?


?Então você ter ele do seu lado é meio como ser protegida pelo
Exterminador??


Isso me fez sorrir. ?Bem, ele não é tão grande quanto Arnold, mas acho que
é uma boa comparação.?


?Ele também te ama??


A pergunta dele me pegou desprevenida, e eu não sabia exatamente o que
dizer. Como ele fazia desde que estávamos no ensino fundamental, Heath
parecia saber exatamente a coisa certa a se dizer. ?Só me conte a verdade, só
isso.?


?Yeah, eu acho que ele me ama.?


?E você a ele??


?Talvez,? eu disse relutante. ?Mas não muda como me sinto sobre você.?


?Mas o que isso significa pra mim e você hoje??


Era estranho como as palavras dele ecoavam a pergunta de Afrodite sobre
onde a memória de A-ya deixava Kalona e eu. Eu me senti sobrepujada porque
eu não tinha uma resposta para nenhum deles; eu esfreguei a dor de cab eça
que estava começando a surgir na minha têmpora direita. ?Eu acho que isso nos
deixa com um Imprint e irritados.?


Heath não disse nada. Ele só me olhou daquele jeito doce e triste, que dizia
mais sobre o quanto eu estava magoando ele do que uma dúzia de gritos entre
nós, teria feito.


Ele estava quebrando meu coração.


?Heath, eu sinto muito. Eu só... eu só...? Minha voz se quebrou e eu tentei
de novo. ?Eu só não sei sobre muitas coisas agora.?


?Eu sei.? Heath sentou no banco e estendeu seu braço p ara mim. ?Zo, venha
aqui.?


Eu balancei a cabeça. ?Heath, não posso -?


?Não estou pedindo nada de você,? ele me interrompeu firmemente. ?Vou
te dar algo. Vem aqui.?


Quando eu apenas olhei para ele em confusão, ele suspirou, se esticando,
pegou minhas mãos, e gentilmente trouxe meu corpo duro e sem resistência no


seu colo e então em seus braços. Ele me segurou, descansando sua bochecha no
topo da minha cabeça, como ele fazia desde que ele ficou maior que eu lá pela
oitava série. Meu rosto estava pressionado contra o seu pescoço e eu inalei seu
cheiro. Era a fragancia da minha infância - longas noites de verão sentada no
quintal perto do mosquiteiro enquanto ouvíamos música e conversávamos - de
festas depois dos jogos onde eu fiquei confortável e onde muitas garotas (e
caras também) falavam sobre seus grandes passes - nas noites longas se
beijando e de paixão que vinha com a descoberta do amor.


E eu percebi de repente que enquanto eu estava respirando familiaridade e
segurança, eu também estava relaxando. Com um suspiro, eu me aninhei nele.


?Melhor?? Heath murmurou.


?Melhor,? eu disse. ?Heath, eu realmente não sei -?


?Não!? Os braços dele se apertaram ao meu redar e então gentis de novo.
?Agora não se preocupe com Erik ou eu ou o aquele cara novo. Agora só lembre
de nós. Lembre-se como tem sido entre nós a anos. Estou aqui por você, Zo. Por
toda a merda que eu não consigo realmente entender, estou aqui. E
pertencemos um ao outro. Meu sangue diz isso.?


?Por quê?? eu perguntei, ainda em seus braços. ?Porque ainda está aqui,
ainda disposto a estar comigo mesmo quando sabe sobre Erik e Stark??


?Porque eu te amo,? ele disse simplesmente. ?Eu te amo desde que consigo
lembrar, e vou te amar pro resto da minha vida.?


Lágrimas feriram meus olhos e eu pisquei com força, tentando não chorar.
?Mas Heath, Stark não vai sumir. E eu não sei o que vou fazer sobre Erik.?


?Eu sei.?


Eu respirei fundo e exalei, então disse, ?E dentro de mim existe uma
conexão com Kalona que eu não posso impedir.?


?Mas você disse não a ele e o espantou.?


?Eu disse, mas eu - eu tenho memórias que estão presas em minha alma, e
elas tem a ver com quem eu era numa época diferente, e durante essa vida, eu
estava com Kalona.?


Ao invés de me fazer um zilhão de perguntas, ou me afastar, seus braços se
apertaram ao meu redor. ?Vai ficar tudo bem,? ele disse, soando como se
realmente tivesse falado sério. ?Você vai dar um jeito em tudo isso.?


?Eu não vejo como. Eu nem sei o que fazer com você.?


?Não tem nada para fazer comigo. Estou com você. E é isso.? Ele pausou e
então acrescentou rapidamente, como se quisesse tirar as palavras da sua boca,
?se eu tenho que te dividir com vampiros, eu vou.?


Ainda nos braços dele, eu me inclinei para trás para poder encontrar seus
olhos. ?Heath, você é ciumento demais para eu acreditar que está tudo bem se
eu estiver com outro cara.?


?Eu não disse que por mim estaria tudo bem. Eu definitivamente não vou
gostar, mas eu não quero ficar sem você, Zoey.?


?Isso é estranho demais,? eu disse.


Ele pegou meu queixo com sua mão quando tentei desviar o olhar. ?Yeah, é
estranho. Mas a verdade é, desde que tivemos o Imprint eu tenho algo com
você que mais ninguém tem. Eu posso te dar algo que nenhum daqueles futuros
grandes e malvados Dráculas sequer podem tocar. Eu posso te dar algo que
nem um imortal pode tocar.?


Eu encarei ele. Os olhos dele estavam brilhantes com lágrimas. Ele parecia
tão mais velho do que seus 18 anos que eu quase me assustei. ?Eu não quero te
deixar triste,? eu disse. ?Eu não quero avacalhar com sua vida.?


?Então pare de tentar me afastar de você. Pertencemos juntos.?


Ok, eu percebi que era errado da minha parte, mas ao invés de responder
ele e discutir que a gente ficar juntos não ia funcionar, eu me aninhei em seus
braços e deixei ele me segurar. O jeito que ele me segurou era perfeito. Ele não


tentou me beijar. Ele não me apalpou, ou ficou muito apertado contra mim. Ele
não tentou me pegar. Ele nem se ofereceu para ser cortado e me deixar beber
seu sangue, o que teria automaticamente deixado solta a paixão entre nós que
iria queimar nosso controle. Heath me segurou gentilmente e murmurou o
quanto me amava. Ele me disse que tudo ficaria bem. Eu podia sentir seu
batimento contra o meu. Eu podia sentir o seu sangue rico e forte, que estava
ali, tão quente e próximo, mas naquele momento, o que eu precisava mais do
que o sangue com Imprinted dele era a familiaridade, nosso passado, e a força
de seu entendimento.


E naquele momento Heath Luck, meu namorado do colégio, se tornou
verdadeiramente meu consorte.


SETE
Stevie Rae


Se sentindo como uma total idiota, Stevie Rae bateu a porta da abadia e
entrou na noite fria. Ela não estava irritada com Zoey, ou com a freira super
gentil e levemente delirante. Na v erdade, ela não estava irritada com ninguém a
não ser a si mesma.


?Droga! Eu odeio estar fazendo besteira!? ela gritou consigo mesma. Ela não
queria estragar totalmente as coisas, mas parecia que ela estava cavando uma
pilha de merda que continuava a ficar cada vez mais funda não importava o
quão rápido ela cavasse.


Zoey não era uma idiota. Ela sabia qu e algo estava errado. Isso era óbvio,
mas como Stevie Rae poderia começar a contar a ela? Tinha tanta coisa pra
explicar. Ele era coisa demais para explicar. E ela nunca quis que nada disso
acontecesse. Especialmente não a parte do Corvo Escarnecedor. Droga! Antes
dela descobrir ele quase morto, ela nem teria pensado que isso era possível. Se
alguém tivesse contado a ela sobre ele antes, ela teria rido e dito, ?Não, não vai
acontecer!?


Mas era possível porque tinha acontecendo. Ele aconteceu.


Enquanto Stevie Rae andava pelo terreno da abadia procurando pelo chato
do Erik, que podia muito bem descobrir esse último e terrível segredo e
realmente estragar tudo, ela tentou descobrir como diabos ela tinha se metido
nessa horrível confusão. Porque ela tinha salvo ele? Porque ela não tinha
simplesmente esperado Dallas e o resto do pessoal, e tinha terminado com
isso?


Tinha sido o que ele havia falado que queria antes de desmaiar.


Mas ele falou. Ele soava tão humano. E ela não foi capaz de matar ele.


?Erik!? Onde diabos ele estava? ?Erik, venha aqui!? Ela pausou sua batalha
interna e chamou a noite. Noite? Stevie Rae virou para o leste e jurou que podia


ver a escuridão começando a virar para trazer ar cores do amanhecer. ?Erik!
Hora de se reportar!? Stevie Rae gritou pela terceira vez. Ela parou e olhou ao
redor do território vazio da abadia.


O olhar de Stevie Rae passou da casa verde que tinha se transformado em
um estábulo temporário para os cavalos que Z e o resto da turma tinham
cavalgado em sua fuga da House of Night. Mas não foi bem a casa verde que
atraiu seu olhar. Foi para cabana com cara de inocente perto dela que ela não
conseguia parar de encarar. A cabana parecia ser totalmente normal - só uma
construção adjunta sem janelas. A porta não estava trancada. Ela saberia. Ela
esteve ali dentro não muito tempo atrás.


?Hey, qual problema? Você viu algo por aqui? ?


?Oh, merda!? Stevie Rae pulou e virou, o coração batendo tão rápido em
seu peito que ela quase não conseguia respirar. ?Erik! Você quase me matou de
susto! Dá pra fazer uma droga de barulho ou algo assim antes de assustar
alguém assim??


?Desculpe, Stevie Rae, mas você estava me chamando.?


Stevie Rae colocou o seu cabelo loiro atrás da orelha e tentou ignorar o fato
de que sua mão tremia. Ela não era boa nesse negocio de sair-de-fininho-e-
esconder-coisas-dos-seus-amigos. Mas ela ergueu seu queixo e forçou seus
nervos a se acalmarem, e o jeito mais fácil de fazer isso era cortando o chato do
Erik.


Stevie Rae cerrou os olhos para ele. ?Yeah, eu estava te chamando porque
você deveria estar lá dentro com todo mundo. O que diabos você ainda está
fazendo aqui, afinal de contas? Você está preocupando Zoey - como se ela
precisasse de mais estresse vindo de você agora? ?


?Zoey está procurando por mim??


Com um esforço, Stevie Rae não virou os olhos para Erik. Ele era tãoooo
irritante. Ele agia como o Sr. Namorado Perfeito parte do tempo, e então
mudava para se transformar num arrogante idiota. Ela ia ter que falar com Z


sobre ele - isso se Z ainda a ouvisse. As duas não estavam, exatamente, muito
próximas ultimamente. Muitos segredos... muitas questões entre elas...


?Stevie Rae! Preste atenção. Você disse que Zoey estava procurando por
mim??


Stevie Rae virou os olhos. ?Você deveria estar lá dentro. Heath e Dallas e o
resto do pessoal está. Zoey sabe disso. Ela queria saber onde diabos você estava
e porque não estava onde deveria estar.?


?Se ela estava tão preocupada ela mesmo poderia ter vindo aqui.?


?Eu não disse que ela estava preocupada!? Stevie Rae surtou, exasperada
pela auto absorção. ?E Z tem coisas demais pra fazer do que ficar dando uma de
babá para você.?


?Eu não preciso de uma droga de babá.?


?Verdade? Então porque eu tive que vir te pegar??


?Eu não sei, porque você veio? Eu estava entrando. Eu só queria varrer mais
o perímetro. Eu achei que seria inteligente passar onde Heath deveria checar.
Você sabe que humanos não conseguem ver nada a noite.?


?Johnny B não é humano e ele estava com Heath.? Stevie Rae suspirou. ?Só
entre. Pegue algo para comer e uma roupa quente. Um das freiras vai te dizer
onde dormir. Eu vou dar uma última olhada por aí antes do sol nascer,? Stevie
Rae disse.


?Se o sol nascer,? Erik disse, olhando para o céu.


Stevie Rae seguiu o olhar dele, e com um senso de nossa-o-quão-sem-
noção-eu-posso-ser, percebeu que estava chovendo de novo, só que a
temperatura ainda estava naquela linha entre congelante e não congelante,
então o céu estava, mais uma vez, derramando gelo.


?Esse tempo horrível não é o que precisamos,? Stevie Rae murmurou.


?Bem, pelo menos vai ajudar a cobrir o sangue dos Corvos Escarnecedores, ?
Erik disse.


O olhar de Stevie Rae foi rapidam ente para o rosto de Erik. Merda! Ela nem
tinha pensado no sangue! Eles tinham seguido o sangue até a barraca? Em falar
em deixar um enorme caminho que grita AQUI ESTOU! Ela percebeu que Erik
estava esperando que ela falasse algo. ?Yeah, um, você tem razão. Talvez eu
tente chutar um pouco de gelo e quebrar uns galhos e coisas assim para cobrir o
gelo daqueles três pássaros,? ela disse de um jeito forçadamente
despreocupado.


?Provavelmente é uma boa ideia, caso algum humano saia durante o dia.
Quer ajuda??


?Não,? ela respondeu rápido demais, e então se fez dar nos ombros. ?Com
minha super habilidade de vampiro vermelho só vou levar um segundo. Não é
nada demais.?


?Bem, então tudo bem.? Erik começou a se afastar, mas hesitou. ?Hey, você
pode querer ter uma atenção extra nas marcas de sangue perto da linha das
árvores perto dos condôminos vizinhos e a estrada. Está bem nojento lá.?


?Ok, yeah, eu sei o lugar.? Ela com certeza sabia.


?Oh, e, onde você disse que Zoey estava??


?Uh, Erik, eu não acredito que tenha dito.?


Erik franziu, esperou, e quanto Stevie Rae apenas continuou a olhar para
ele, finalmente perguntou, ?Bem? Onde ela está??


?Da última vez que a vi ela estava conversando com Heath e irmã Mary
Angela no corredor fora do porão. Mas eu acho que agora ela foi checar Stark
em sua cama. Ela parecia muito cansada.?


?Star...? Erik murmurou algo incompreensivo depois do nome do garoto, e
virou em direção da abadia.


?Erik!? Stevie Rae chamou enquanto ela silenciosamente se xingava porque
era estúpido da parte dela mencionar Heath ou Stark. Ela esperou até ele olhar
sobre o ombro para ela e disse, ?Como melhor amiga de Z, me deixe te dar um
pequeno conselho: ela passou por coisa demais hoje para querer lidar com
problemas de namorado. Se ela está com Heath é porque ela está se
certificando que ele está ok - não porque ela está querendo se agarrar nele. O
mesmo vale para Stark.?


?E?? Erik disse, seu rosto sem expressão.


?E isso significa que você deveria pegar algo para comer, trocar de roupa, e
levar sua bunda para cama sem ir atrás dela e a incomodar.?


?Ela e eu estamos juntos, Stevie Rae. Estamos saindo. Então como o
namorado dela poderia se importar o bastante com ela para querer estar
incomodando? ela??


Stevie Rae suprimiu um sorriso. Zoey ia acabar com ele, dividir ele ao meio,
e continuar com a vida. Ela deu nos ombros. ?Tanto faz. Só estou te dando um
conselho, só isso.?


?Yeah, bem, até mais.? Erik virou e foi para a abadia.


?Para um cara inteligente, ele com certeza faz escolhas idiotas,? Stevie Rae
disse suavemente enquanto ela observava ele se afastar. ?Claro que eu falar
isso sobre ele é o que minha mãe diria sobre um porco confundido por gambá.?


Suspirando, Stevie Rae olhou relutante para as latas de lixo meio
camufladas perto da garagem das freiras. Ela desviou o olhar, sem querer
pensar na pilha de corpos que estavam na lixeira. ?Com o lixo.? Ela disse as
palavras devagar, como se cada uma tivesse seu próprio peso. Stevie Rae
admitiu para si mesma que Zoey e irmã Mary Angela podiam estar parcialmente
certas em sua mini reunião de conselho com ela, mas isso não fazia o que elas
tinham dito ser menos irritante.


Ok, claro, ela exagerou, mas os caras colocarem os corpos dos Corvos
Escarnecedores no lixo tinha realmente irritado ela, e não só por causa dele. Os
olhos dela passaram pela cabana que estava quieta ao lado da casa verde.


O que eles tinham feito com os corpos dos Corvos Escarnecedores tinha
incomodado ela porque ela não acreditava que a vida poderia ser desvalorizada
- qualquer tipo de vida. Era uma coisa perigosa para se pensar que você é como
deus e pode decidir qual vida vale e qual não vale. Stevie Rae sabia disso melhor
do que a freira ou Zoey poderiam. Não apenas a vida dela, bem, na verdade, a
morte dela tinha sido mexida por uma Alta Sacerdotisa que começou a acreditar
que ela era uma deusa, mas Stevie Rae uma vez tinha pensado que ela tinha o
direito de acabar com vidas de acordo com sua própria necessidade ou desejo.
Só de lembrar como ela estava quando ficava presa na raiva e violência a deixa
enjoada. Ela deixou aqueles dias negros pra trás - ela fez uma escolha pelo bem
e luz e a deusa, e era nesse caminho que ela permaneceria. Então quando
alguém decidia que uma vida não significava nada, qualquer vida, ela ficava
chateada.


Ou pelo menos foi isso que Stevie Rae disse a si mesma enquanto
caminhava pelo terreno da abadia, indo para longe da cabana.


Fique calma, garota... fique calma... ela continuou repetindo de novo e de
novo enquanto andava rapidamente até a vala e até a linha de árvores, em
direção as manchas de sangue que ela lembrava tão bem. Ela encontrou um
galho grosso e quebrado que ainda tinha várias folhas, e o levantou com
facilidade, feliz pela força extra que veio com seu novo status de vam pira
vermelha Mudada. Usando o galho como uma vassoura, ela varreu o sangue,
pausando de vez em quando para jogar outro galho, ou uma vez, toda a lateral
de uma árvore, nas poças de carmim.


Só que dessa vez não era sangue que havia ali.


Se distraindo com a música do gostoso Kenny Chesney ?(Baby) You Save
Me,? ela com pressa escovou as mangas de sangue e então seguiu o rastro de
gotas que ela sabia que encontraria, chutando o gelo e colocando galhos para
cobrir a evidência, enquanto o caminho de sangue levava ela diretamente até a
cabana.


Ela encarou dura a porta, suspirou, e então virou, andando ao redor da
cabana até a casa verde. A porta estava destravada e a maçaneta virou fácil. Ela
entrou no prédio e pausou, respirando profundamente e permitindo qu e o


cheiro da terra e coisas crescendo, misturada com o novo tempero de três
cavalos que estavam temporariamente colocados ali, suavizassem seus
sentidos, e o calor do lugar derretesse o gelo que parecia ter penetrado em sua
alma. Mas ela não se permitiu descansar ali muito tempo. Ela não podia. Ela
tinha assuntos a cuidar e pouco tempo antes do amanhecer. Mesmo que o sol
ficasse escondido pelas nuvens e gelo, ainda nunca era confortável para um
vampiro vermelho ficar do lado de fora, exposto e vulnerável, durante o dia.


Não levou muito tempo para Stevie Rae encontrar o que precisava. As
freiras obviamente gostavam do jeito antigo de fazer as coisas. Ao invés de um
sistema de mangueiras modernas, interruptores elétricos, e coisas metálicas, as
irmãs tinham baldes, regadores com longo comprimento, orifícios perfurados
feitos para gentilmente molhar as plantas, e montes de ferramentas que eram
obviamente bem usadas e bem cuidadas. Stevie Rae encheu um balde com
água fresca de uma das muitas torneiras, pegou um regador, algumas toalhas de
uma pilha limpa que ela encontrou em uma prateleira usada para guardar luvas
de jardinagem e vasos extras, e então, saindo, ela pausou perto de uma bandeja
de musgo que lembrou ela de um carpete grosso e verde. Ela ficou par ada ali
mordendo o lábio indecisa enquanto instinto avisava ela com sua mente
consciente, até que ela finalmente cedeu e puxou uma enorme raiz. Então,
murmurando para si mesma sobre não saber como ela sabia o que sabia, Stevie
Rae saiu da casa verde e voltou para a cabana.


Na porta ela parou e focou sua atenção - todos os seus sentidos afiados,
como um predador com habilidade de sentir, cheirar, ver qualquer um,
qualquer coisa por perto. Nada. Ninguém estava lá fora. A neve a as horas
tardias estavam mantendo todos seguros e quentes do lado de dentro.


?Todo mundo com alguma cabeça,? ela murmurou para si mesma.


Ela deu mais uma olhada, mudou sua carga para ter uma mão livre, e então
tocou a porta. Ok - ok. Só termine com isso. Talvez ele esteja morto e você não
vai ter que lidar com o maior erro que você cometeu.


Stevie Rae clicou a trava para baixo e empurrou a porta. Automaticamente,
ela franziu o nariz. Foi depois de sacudir a simplicidade da terra, a casa verde,
esse pequeno prédio cheirava a gás e petróleo e mofo, tudo misturando com
um cheiro errado do sangue dele.


Ela o deixou do outro lado da cabana, atrás de um moedor e as prateleiras
que tinham coisas para gramado como tesouras de jardim, fertilizantes e peças
extras para regadores de grama. Ela espiou para trás e mal conseguiu ver uma
forma negra, mas ela não se mexia.


Ela escutou mas não ouviu nada a não ser o gelo caindo no teto. Temendo o
inevitável momento quando ela teria que enfrentar ele, Stevie Rae se forçou a
entrar na cabana e fechar a porta firmemente atrás dela. Ela caminhou até o
moedor e as prateleiras, até a criatura que estava na parte distante da cabana.
Não parecia que ele havia se movido desde que ela o tinha meio que arrastado,
meio que carregado ele algumas horas atrás e literalmente jogado ele no canto.
Ele estava deitado sobre si, curvado em uma posição fetal do lado esquerdo. A
bala que tinha rasgado a parte superior de seu peito, tinha rasgado sua asa
quando saiu do seu corpo, dizimando ela.


A enorme asa negra estava ensangüentada, e inútil do seu lado. Stevie Rae
também achava que um dos tornozelos dele deveria estar quebrado, já que
estava horrivelmente inchado e, mesmo na escuridão da cabana, ela podia ver
que parecia ferido.


Na verdade, todo o corpo dele parecia bem batido, o que não era surpresa.
Ele levou um tiro no ar e os grandes carvalhos na propriedade da abadia tinham
quebrado a queda dele o bastante para ele não ser morto instantaneamente,
mas ela não tinha como saber a extensão dos ferimentos dele.


Até onde ela sabia, o interior dele estava tão quebrado quanto o exterior
parecia estar. Até onde ela sabia, ele estava morto. Ele com certeza parecia
morto. Ela olhou para o peito dele e não sabia com 100% de certeza, mas ela
não achava que tinha visto ele subir e descer com sua respiração. Ele
provavelmente estava morto. Ela continuou encarando ele, indisposta a se
mover mais para perto, e incapaz de virar e se afastar.


Ela estava maluca? Porque ela não parou para pensar antes de arrastar ele
para cá? Ela o encarou. Ele não era humano. Ele não era nem animal. Não era
bancar Deus deixar ele morrer; ele nunca deveria ter nascido.


Stevie Rae estremeceu. Ela continuou a ficar parada ali como se tivesse
congelado pelo horror do que tinha feito. O que os amigos dela diriam se
descobrissem que ela escondeu um Corvo Escarnecedor? Zoey iria abandonar
ela? E que repercussões a presença dessa criatura causaria aos calouros
vermelhos, para todos os calouros vermelhos? Como se eles não tivessem coisas
negras para lidar?


A freira tinha razão. Ele não deveria evocar a pena nela. Ela ia levar as
toalhas e as coisas de volta para a casa verde, entrar na abadia, encontrar
Darius e dizer a ele que havia um Corvo Escarnecedor na cabana. Então ela
deixaria o guerreiro fazer seu trabalho. Se ele já não estava morto, Darius iria
cuidar disso. Seria como acabar com o sofrimento do cara ave. Ela soltou um
longo suspiro, que ela não tinha percebido que estava segurando, aliviada com
sua decisão, e os olhos vermelhos dele se abriram para encontrar os dela.


?Termine com isso...? a voz do Corvo Escarnecedor era fraca e cheia de dor,
mas era clara e absolutamente e inegavelmente humana.


E foi isso. Stevie Rae percebeu a razão do porque ela não tinha chamado
Dallas e o resto deles quando o descobriu. Quando ele falou antes e disse a ela
para matá-lo, ele soou como um cara de verdade - um que estava machucado e
abandonado e assustado. Ela não foi capaz de matar ele lá, e ela não era capaz
de abandonar ele agora. A voz dele fazia toda a diferença, porque embora ele
parecesse um ser que não deveria ser possível, ele soava como um cara normal
que estava tão desesperado e em tamanha dor que ele esperava que o pior
acontecesse com ele.


Não, isso era errado. Ele não esperava apenas que o pi or acontecesse com
ele, ele queria que acontecesse. O que ele tinha passado era tão horrível que ele
não conseguia ver uma saída a não ser sua própria morte. Para Stevie Rae,
embora o que ele tivesse passado fosse em grande parte por suas próprias
escolhas, isso o fazia muito, muito humano. Ela esteve lá. Ela entendia essa
tamanha desesperança.


OITO
Stevie Rae


Stevie Rae controlou seu automático impulso de dar um passo para trás,
porque voz de homem ou não, e a duvida sobre sua humanidade
temporariamente deixada de lado, a verdade era que ele era um hom em-
pássaro enorme, cujo sangue tinha um cheiro muito errado. E Stevie Rae estava
sozinha com ele.


?Olha, eu sei que você está machucado e tudo mais, então você não está
pensando direito, mas se eu fosse matar você eu definitivamente não teria te
arrastado pra cá.? Ela fez sua voz soar normal e ao invés de se afastar dele como
queria, ela se firmou e encontrou aqueles olhos vermelhos frios que pareciam
tão bizarramente humanos.


?Porque não me mata?? As palavras ainda eram um pouco mais do que
sussurros agonizantes, mas a noite estava tão silenciosa que Stevie Rae não teve
problemas em ouvir.


Ela podia ter fingido não ter ouvido o que ele disse, ou pelo menos não ter
entendido ele, mas ela estava cheia de evasões e mentiras, então ela continuou
a segurar seu olhar e disse a ele a verdade, ?Bem, na verdade, isso tem muito
mais a ver comigo do que com você, e isso torna essa uma história meio longa e
confusa. Eu acho que eu não tenho certeza do porqu e eu não te mato, a não ser
pelo fato de que eu tendo a fazer as coisas do meu jeito, e eu posso
definitivamente dizer que não sou uma fã de matar.?


Ele a encarou até que ela quis se contorcer sobre aquele estranho olhar
vermelho.


?Você deveria.?


As sobrancelhas de Stevie Rae se ergueram. ?Eu deveria saber, eu deveria
matar você, ou eu deveria fazer as coisas do meu jeito? Você vai ter que ser
mais especifico. Oh, e você também deveria considerar ser menos mandão.
Você não está exatamente numa posição para me dizer o que eu deveria fazer.?


Obviamente no fim da força dele, os olhos dele começaram a se fechar, mas
as palavras dela tinham reaberto eles. Ela podia ver algum tipo de emoção
mudando a expressão dele, mas o rosto dele era tão estranho, tão diferente de
qualquer coisa ou qualquer um que ela conhecia, que ela não conseguia ler ele.
O bico preto dele se abriu como se ele fosse dizer algo. Daquele momento um
calafrio passou pelo corpo dele. Ao invés de falar, ele fechou os olhos com força
e gemeu. O som estava tão cheio de agonia que foi complemente humano.


Automaticamente ela deu um passo em direção a ele. Os olhos dele
reabriram e, embora estivessem cheios de dor, ela podia ver seu olhar escarlate
se focar nela. Stevie Rae parou e falou devagar e distintivamente. ?Ok, o
negócio é o seguinte. Eu trouxe água e coisas para te enfaixar, mas não estou
legal com ir até aí a não ser que você me dê sua palavra que não vai tentar nada
que eu não vá gostar.?


Dessa vez Stevie Rae tinha certeza que a emoç ão que ela viu dentro
daqueles olhos humanos vermelhos era surpresa.


?Eu não posso me mover.? As palavras dele eram hesitantes, e era um
esforço óbvio para ele falar.


?Isso significa que tenho sua palavra que você não vai me morder ou fazer
qualquer coisa que não é muito legal??


?Simmmm.?


A voz dele tinha ficado toda gutural e a palavra terminou num ?ssss,? o que
Stevie Rae não achou muito seguro. Ainda sim, ela se ajeitou e acenou como se
ele não tivesse acabado de soar como uma cobra. ?Bem. Bom. Ok, me deixe ver
o que posso fazer para te fazer sentir melhor.?


Então, antes dela colocar algum sentido em sua própria cabeça, ela andou
até o Corvo Escarnecedor. Ela juntou as toalhas e o musgo no chão ao lado dele,
e colocou o balde com água no chão mais cuidadosamente. Ele realmente era
grande. Ela tinha esquecido disso. Bem, talvez fosse mais que ela tenha
bloqueado da sua memória, porque esquecer? o tamanho dele era difícil. Não
tinha sido exatamente fácil arrastar/carregar ele até a cabana antes de Erik ou


Dallas ou Heath ou qualquer um ver ela, embora ele fosse estranhamente leve
em comparação ao quão pesado ele parecia.


?Água.? A palavra foi quase um grasnar.


?Oh, yeah, claro!? Stevie Rae pulou e então se atrapalhou com a alça da
concha pra água. Ela caiu no chão, e tão embaraçada quanto estava gasta, ele
derrubou de novo - teve que pegar, limpar na toalha, e então finalmente servir
a água. Ela se moveu mais para perto dele. Ele se moveu fracamente,
obviamente tentando erguer o braço, mas a tentativa fez ele gemer de novo e
seu braço parecer ser capaz de apenas ficar no seu lado, tão inútil quanto sua
asa quebrada. Sem parar para pensar no que estava fazendo, Stevie Rae se
abaixou, ergueu o ombro dele gentilmente, virou a cabeça dele pra trás, e
segurou a concha em seu bico. Ele bebeu muito. Quando ele finalmente estava
cheio, ela ajudou ele a deitar, mas não até colocar toalhas sobre sua cabeça.


?Ok, eu não tenho nada para te limpar a não ser água, mas vou fazer o meu
melhor. Oh, e eu te trouxe um pouco de musgo. Se eu colocar ele na suas
feridas, ele vai ajudar.? Ela não se incomodou em explicar que ela não sabia
como ela sabia que o musgo seria bom para seus ferimentos - era apenas uma
das informações que ela tinha de vez enquanto - vinda do nada. Um segundo
ela não fazia ideia sobre algo. No outro ela tinha certeza com, bem, consertar
um ferimento, por exemplo. Ela queria acreditar que era Nyx sussurrando para
ela, como a deusa sussurrava para Zoey, mas a verdade era que Stevie Rae não
tinha certeza. ?Só continue escolhendo o bem ao invés do mal...? ela murmurou
para si mesma enquanto começava a rasgar uma tira da toalha.


Os olhos do Corvo Escarnecedor abriram e ele olhou de forma
questionadora para ela.


?Oh, não se incomode comigo. Eu falo sozinha. Mesmo quando não estou
sozinha. É meio que a minha própria versão de terapia.? Ela pausou e encontrou
o olhar dele. ?Isso vai doer. Eu quero dizer, eu vou tentar ser cuidadosa e tudo
mais, mas você está bem ferido.?


?Vá em frente,? ele disse naquela voz sussurrada e cheia de dor que soava
humana demais para estar saindo de uma criatura que parecia tão desumana.


?Muito bem, bem, aqui vai.? Stevie Rae trabalhou o mais rápida e
gentilmente que pode. O buraco no peito dele era terrível. Ela o encheu de água
e tirou o máximo de galhos e sujeira possível dele. As penas dele fizeram com
que o que ela fazia fosse super estranho. Havia um peito e pele sobre elas, mas
era tão estranho! Ele tinha penas, e debaixo delas elas encontrou felpudos
penachos que eram tão suaves como algodão doce da feira.


Ela olhou para o rosto dele. Ele deitou sua cabeça para trás na pilha de
toalhas. Os olhos dele estavam fechados com força, e ele estava ofegante.


?Desculpe, eu sei que dói,? ela disse. A única resposta dele foi rosnar, o que,
ironicamente, fez ele parecer ainda mais com um cara. Sério - o rosnado era
bem conhecido por ser um incrível método de comunicação dos caras. ?Ok, eu
acho que você está pronto para o musgo.? Ela falou mais para se acalmar do
que a ele. Pegando uma parte do musgo, ela cuidadosamente colocou na ferida.
?Não parece tão ruim agora que não está sangrando tanto. ? Ela continuou
falando, embora ele mal tenha respondido a ela. ?Aqui, tenho que te mexer um
pouco.?


Stevie Rae rolou ainda mais para poder acertar o resto da ferida. Ele
pressionou seu rosto na toalha e deu outro gemido. Stevie Rae falou
rapidamente, odiando o som agonizante. ?O buraco de saída nas suas costas é
maior, mas não está tão sujo, então não vou ter que limpar tanto.? Ela tirou um
grande pedaço do musgo para cobrir o ferimento de saída, mas ela terminou
rapidamente.


Então ela voltou sua atenção para a asa dele. A asa do seu lado esquerdo
estava enfiada com força contra suas costas. Não parecia estar ferida. Mas sua
asa direita era outra história. Estava totalmente acabada - quebrada e
ensangüentada e pendurada sem vida no seu lado.


?Bem, eu acho que é hora de admitir que estou totalmente fora da minha
zona de conforto. Eu quero dizer, o buraco de bala foi horrível, mas pelo menos
eu sabia o que fazer - mais ou menos. Sua asa é outra coisa. Eu não faço ideia
do que fazer para ajudar.?


?Ligue ela a mim. Use as tiras da toalha.? A voz dele era grave. Ele não olhou
para ela e seus olhos ainda estavam fechados.


?Tem certeza? Talvez eu simplesmente devesse deixar quieto.?


?Menos dor - se estiver presa,? ele disse hesitante.


?Bem, merda. Ok.? Stevie Rae começou a trabalhar rasgando outra toalha
em faixas longas, e então as amarrou juntas. ?Muito bem. Vou arranjar sua asa
nas suas costas meio que na mesma posição que está sua outra asa. Tudo
bem??


Ele acenou uma vez.


Ela segurou o fôlego e pegou a asa dele. Ele se afastou e ofegou. Ela a soltou
e deu um passo para trás.


?Merda! Desculpe! Droga!?


Os olhos dele se mexeram e ele olhou para ela. Entre suspiros ofegantes, ele
disse, ?Só.Faça.Isso.?


Ela cerrou os dentes, se inclinou para frente e, bloqueando os gemidos de
dor dele, arranjou a asa quebrada numa posição que lembrava vagamente a asa
intocada. Então, mal pausando para respirar, ela disse, ?Você vai ter que
levantar um pouco para que eu possa amarrar ao redor de você.?


Stevie Rae sentiu o corpo dele ficar tenso e então ele se ergueu, se
inclinando com seu braço esquerdo, para que estivesse em uma posição meio
virado, meio sentado - e seu torso estava longo o bastante do chão da cabana
para ela rapidamente prender as faixas de toalha ao redor dele e assegurar a
asa.


?Ok, consegui.?


Ele caiu. Seu corpo todo tremendo.


?Vou enfaixar seu tornozelo agora. Eu acho que está quebrado também.?


Ele acenou uma vez.


Ela rasgou mais tiras de toalha e então enrolou seus tornozelo
surpreendentemente humano, igual a como ela lembrava que o seu técnico de
vôlei enrolava o dos companheiros de time quando ela estava no ensino médio
em Henrietta High, a casa das Galinhas lutadoras.


Galinhas lutadoras? Ok, o mascote da cidade natal dela sempre foi bobo,
mas no momento parecia super engraçado para Stevie Rae, e ela teve que
morder o lábio para impedir a risada histérica de escapar. Felizmente ela se
controlou respirando algumas vezes, e conseguiu perguntar a ele, ?Você está
muito machucado em mais algum lugar??


Ele balançou a cabeça em um movimento rápido.


?Ok, então eu vou parar de mexer com você, porque eu acho que cuidei do
pior.? Quando ele acenou uma vez concordando, ela sentou no chão ao lado
dele, limpando suas mãos trêmulas com o que restou das toalhas. Então ela só
ficou ali, olhando para ele e se perguntando o que diabos ela ia fazer em
seguida. ?Eu te digo uma coisa,? ela disse alto, ?eu espero que eu nunca mais
tenha que amarrar outra asa quebrada na minha vida.? Os olhos dele se
abriram, mas ele não falou.


?Bem, foi totalmente horrível. Essa asa dói mais do que um braço ou perna
quebrada, não dói??


Ela estava falando porque estava nervosa, e Stevie Rae não esperava que
ele respondesse, então ela ficou surpresa quando ele disse, ?dói.?


?Yeah, foi o que eu pensei,? ela continuou, como se eles fossem duas
pessoas normais tendo uma conversa normal. A voz dele ainda era fraca, mas
parecia mais fácil para ele falar e ela achou que imobilizar a asa dele tinha
realmente ajudado no nível da dor.


?Eu preciso de mais água,? ele disse.


?Oh, claro.? Ela agarrou a concha, feliz por sua mão ter parado de tremer.
Dessa vez ele foi capaz de se manter erguido e virar para trás sua própria


cabeça. Ela só teve que jogar a água em sua boca, ou bico, ou qualquer que
fosse a palavra certa para ela.


Já que ela já estava de pé, Stevie Rae decidiu que era melhor juntar os
pedaços ensangüentados de toalha, achando melhor levar elas p ara longe da
cabana. O olfato dos calouros vermelhos não era tão bom quanto o dela, mas
também não era tão pouco desenvolvido como o dos calouros normais. Ela não
queria nenhuma chance deles terem um motivo para cheirar por aqui. Uma
rápida busca na cabana e ela descobriu um saco de lixo extra grande, em que
ela enfiou os trapos. Haviam três toalhas que ela não tinha usado, e sem pensar
muito, ela as dobrou e espalhou, cobrindo o máximo possível do Corvo
Escarnecedor.


?Você é a Vermelha??


A voz dele a fez pular. Os olhos dele estavam fechados e ele estava tão
quieto enquanto estava limpando que ela achou que ele estava dormindo, ou
talvez desmaiado. Agora aqueles olhos humanos estavam abertos de novo e
estavam nela.


?Não sei como responder isso. Eu sou um vampiro vermelho, se é isso que
você quis dizer. A primeira vampira vermelha.? Ela pensou brevemente em Stark
e suas tatuagens vermelhas completas, o que fazia dele o segundo vampiro
vermelho, e se perguntou onde ele ia se encaixar no mundo deles, mas de jeito
nenhum ela ia mencionar isso para o Corvo Escarnecedor.


?Você é a Vermelha.?


?Bem, ok, eu acho que sou.?


?Meu pai diz que a Vermelha é poderosa.?


?Eu sou poderosa,? Stevie Rae disse sem hesitar. Então ela segurou o olhar
dele e continuou, ?Seu pai? Você se refere a Kalona??


?Sim.?


?Ele se foi, sabe.?


?Eu sei.? Ele desviou o olhar dela. ?Eu deveria estar com ele.?


?Sem ofensa, mas pelo que eu sei do seu papai, eu acho que é melhor que
você esteja aqui e ele não. Ele não é exatamente um cara legal. Sem mencionar
que Neferet ficou completamente maluca, e os dois são como farinha do
mesmo saco.?


?Você fala muito,? ele disse, e então fez uma careta de dor.


?Yeah, é um hábito.? Um hábito nervoso, mas ela não acrescentou isso.
?Olha, você precisa descansar. Eu vou embora. Além do mais, o sol vai começar
a nascer em cinco minutos, e isso significa que eu preciso estar dentro. A única
razão de eu poder andar lá fora é porque o céu está cheio de nuvens.? Ela
amarrou a bolsa perto e colocou o balde de água ao alcance dele - se ele fosse
capaz de alcançar qualquer coisa. ?Então, tchau. Eu, um, te vejo mais tarde.? Ela
começou a se afastar, mas a voz dele a impediu.


?O que você vai fazer comigo??


?Eu não descobri essa parte ainda.? Ela suspirou e inquieta, olhava nervosa
suas unhas. ?Olha, eu acho que você está seguro aqui por pelo menos um dia. A
tempestade não vai baixar e as freiras não vão vir aqui. Todos os calouros
provavelmente vão ficar dentro até o por do sol. Até essa hora vou saber o que
fazer com você.?


?Eu ainda não entendo porque você não contou aos outros sobre mim. ?


?Yeah. Bem, isso faz dois de nós. Tente descansar. Eu voltarei.?


A mão dela estava na porta quando ele falou de novo. ?Meu nome é
Rephaim.?


Stevie Rae sorriu por cima do ombro pa ra ele. ?Oi. Eu sou Stevie Rae.Prazer
em conhecê-lo, Rephaim.?


***


Rephaim observou a Vermelha sair do prédio. Ele contou cem respirações
depois que a porta se fechou, e então ele começou a mexeu seu corpo até que
se forçou a ficar sentado. Agora que ele estava totalmente consciente ele queria
fazer o inventário de seus ferimentos.


O tornozelo dele não estava quebrado. Doía, mas ele podia se mover. Suas
costelas estavam feridas mas, de novo, ele achava que nenhuma estava
quebrada. A bala em seu peito era sério, mas a Vermelha tinha limpado e
colocado musgo. Se não criasse pústulas e apodrecesse, ele iria curar. Ele podia
mover o braço direito, embora fosse difícil, e parecesse duro e fraco.


Finalmente, ele voltou sua atenção para sua asa. Rephaim fechou os olhos e
sondou com sua mente, seguindo os ligamentos e tendões, músculos e ossos,
pelas suas costas até a extensão de sua asa quebrada. Ele ofegou, quase incapaz
de respirar, quando realmente compreendeu a extensão total dos danos da
bala, e então a terrível queda.


Ele nunca mais iria voar.


A realidade disso foi tão horrível que a mente dele foi para longe. Ele iria
pensar na Vermelha ao invés disso, e tentar lembrar tudo que o Pai tinha dito a
ele sobre os poderes dela. Talvez ele encontrasse alguma pista em sua memória
que explicasse o comportamento incomum dela. Porque ela não tinha matado
ele? Talvez ela ainda fosse - ou no mínimo, talvez ela fosse trair a presença dele
para seus amigos.


Se ela o fizesse, que assim fosse. A vida como ele tinha conhecido já estava
acabada para ele. Ele daria boas vindas a chance de morrer lutando contra
qualquer um que tentasse manter ele prisioneiro.


Mas não parecia que ela o tinha o aprisionado. Ele pensou muito, forçando
sua mente a trabalhar através da dor e a exaustão e desespero. Stevie Rae. Esse
era o nome que ela tinha dado a ele. Qual era o motivo dela para salvar ele se
não aprisionar e usar ele? Tortura. Fazia sentido que ela o mantivesse vivo para
que ela e seus aliados pudessem forçar ele a dizer o que ele sabia sobre o Pai.
Que outra razão ela teria para não matar ele? Ele faria a mesma coisa se tivesse
sorte o bastante para estar no lugar dela.


Eles vão descobrir que o filho de um imortal não se entrega facilmente, ele
pensou.


Estressado além das reservas de até mesmo a grande força dele, Rephaim
caiu. Ele tentou se posicionar para poder conseguir algum alivio da agonia que
passava pelo corpo dele a cada batida de seu coração, mas foi impossível.
Somente o tempo podia aliviar sua dor física. Nada iria aliviar a dor profunda em
sua alma de nunca mais ser capaz de voar - ou nunca estar completo.


Ela deveria ter me matado, ele pensou. Talvez eu possa convencer ela a
fazer isso se ela voltar sozinha. E se ela voltar com seus aliados e tentar torturar
para conseguir os segredos de meu pai de mim, eu não serei o único a tremer de
dor.


Pai? Onde você está? Porque me abandonastes?


Esse foi o pensamento que passava por sua mente quando a inconsciência
finalmente tomou Rephaim de novo, e finalmente, ele dormiu.


NOVE
Zoey


?Hey, lembra que você prometeu a freira que iria para cama. E isso não
significa para a cama dele.? Heath apontou seu queixo para a porta do quarto
de Stark.


Eu ergui a sobrancelha para Heath.


Ele suspirou. ?Eu disse que iria dividir você com seus estúpidos vampiros se
precisasse, mas eu não disse que ia gostar.?


Eu balancei a cabeça. ?Você não vai me dividir com ninguém hoje. Só vou
me certificar que Stark está bem, então vou para minha própria cama. Sozinha.
Por conta própria. Entendeu??


?Entendi.? Ele sorriu e então me beijou suavemente. ?Te vejo logo, Zo.?


?Te vejo logo, Heath.?


Eu observei ele se afastar pelo corredor. Ele era alto e forte e parecia muito
com um quarterback. Ele estava pronto para ir para faculdade OU com bolsa
integral ano que vem, e então, depois da faculdade, ele ia ser ou policial ou
bombeiro. Qual fosse que ele escolhesse, uma coisa era certa - Heath seria um
dos caras bons.


Mas ele poderia fazer tudo isso, ele faria tudo isso, e também seria o
consorte de uma Alta Sacerdotisa vampira?


Sim. Diabos, sim. Eu vou me certificar que Heath tenha o futuro que ele
sonhou e planejou desde que somos garotos. Claro, algumas partes serão
diferentes. Nenhum de nós planejou o negócio de vampiros. Uma parte vai ser
difícil - tipo, bem, a parte dos vampiros. Mas a verdade é que, eu me importo
demais com Heath para forçar ele a sair da minha vida e me importo com ele
para impedir que ele faça besteira em sua vida. Então vamos ter que fazer
funcionar. Ponto. O fim.


?Você vai entrar, ou vai ficar parada aí e se estressar??


?Puxa vida, Afrodite! Dá para não aparecer de fininho e me assustar??


?Ninguém está vindo de fininho, e puxa vida?, isso é um xingamento?
Porque se é, acho que vou ter que acordar a Policia da Boca Suja e fazer eles te
prenderem.? Darius seguia Afrodite no corredor e deu a ela um olhar de
comporte-se, que fez ela suspirar e dizer, ?Então. Stark não está morto ainda.?


?Deus, obrigada pela notícia. Você me fez sentir muito melhor,? eu disse
sarcasticamente.


?Não seja uma pedra no meu sapato quando estou tentando ser gentil.?


Eu virei minha atenção para o único adulto responsável na área e perguntei
a Darius, ?Ele precisa de alguma coisa??


O guerreiro hesitou por apenas um instante, mas foi o instante que eu
peguei. Então ele disse, ?Não. Ele está bem. Acredito que ele vá se recuperar
completamente.?


?Bem...? eu arrastei a palavra, me perguntando o que diabos estava
acontecendo. Stark estava mais machucado do que Darius estava admitindo?
?Eu vou dar uma olhada rápida nele, então vou para cama.? Eu ergui uma
sobrancelha para Afrodite. ?Você e eu somos colegas de quarto. O quarto de
Darius é com Damien e Jack. Uh, isso significa que você não vai dormir com ele
porque isso iria assustar as freiras. Você entendeu isso, não é??


?Oh. Não. Você não acabou de me dar aquela discurso de Anne of Green
Gables2! Como se eu não pudesse me comportar com alguma decência? Você
lembra que meus pais compraram propriedades para Tulsa?
Meu.Pai.É.O.Prefeito. Não acredito que tenho que lidar com essa merda.?


2 Adaptação cinematográfica do clássico livro infantil. Revivemos a aventura de Anne Follows, a partir do
momento em que ela vem viver com o camponês solteiro Matt Cuthbert e a sua irmã Marilla, até ao
desabrochar do seu amor por Gilbert Blythe.


Darius e eu encaramos, mudos, enquanto Afrodite dava um verdadeiro
ataque.


?Eu ouvi a maldita freira. Além do mais, não é como se essa abadia seja
exatamente romântica. Como se eu quisesse sexo quente de macaco enquanto
pingüins fazem sinal da cruz e rezam? Ugh. Dificilmente. Deusa! Eu posso
derreter se ficar aqui tempo demais.?


Quando ela pausou para respirar, eu inseri, ?Eu não quis dizer que eu não
acho que você sabe como agir. Eu só estava te lembrando. ?


?Yeah? Mentira. Você é uma péssima mentirosa, Z.? Ela andou até Darius e
beijou ele com força na boca. ?Mais tarde, amor. Vou sentir sua falta na minha
cama.? Ela me deu um olhar de desgosto. ?Só diga boa noite para o namorado
número 3 e leve sua traseira para nosso quarto. Eu não gosto de ser acordada
depois que me retirei para meu quarto.? Afrodite jogou seu longo e lindo cabelo
loiro para trás e se afastou.


?Ela é realmente incrível,? Darius disse enquanto olhava amorosamente
para ela.


?Se por incrível você quer dizer um total pé no saco, então vou concordar
com você.? Eu ergui minha mão, parando o comentário ela-não-é-tão-ruim
antes dele falar. ?Não quero falar na sua namorada agora. Eu só quero saber
como Stark realmente está.?


?Stark está curando.?


Eu quase podia ver a enorme lacuna no resto da frase dele. Eu ergui ambas
as sobrancelhas para o guerreiro. ?Mas...?


?Mas nada. Stark está curando.?


?Porque eu acho que tem mais??


Darius esperou uma batida e então sorriu um pouco timidamente. ?Talvez
porque você seja intuitiva o bastante para sentir que tem mais do que isso.?


?Muito bem, o que foi??


?É sobre energia e espírito e sangue. Ou melhor a necessidade de Stark
deles e a sua falta.?


Eu pisquei algumas vezes, tentando entender exatamente o que Darius
estava dizendo, e então suguei o ar conforme as lâmpadas se acendiam na
minha cabeça e eu me senti uma total idiota por não enten der mais cedo. ?Ele
se feriu - como eu - e ele precisa de sangue para curar, como eu precisei. Bem,
porque você não disse algo antes? Droga!? Eu continue tagarelando enquanto
minha mente corria, ?Eu não quero que ele morda Afrodite, mas -?


?Não!? Darius interrompeu, parecendo um pouco chateado com a ideia de
Stark beber da sua namorando. ?O Imprint de Afrodite com Stevie Rae faz o
sangue dela repulsivo para outros vampiros.?


?Bem, diabos! Vamos pegar uma bolsa de sangue p ara ele ou algo assim, e
eu acho que posso tentar encontrar uma humana que ele possa morder...?
Minha voz morreu. Eu odiava, odiava, odiava, pensar em Stark bebendo de
outra pessoa. Eu quero dizer, eu já tinha que lidar com as mordidas
extracurriculares antes dele se jurar como meu Guerr eiro e Mudar. Eu tinha
esperado que os dias dele mordendo outras garotas estavam p ara trás. Eu ainda
esperava! Mas eu não seria tão egoísta a ponto de meus sentimentos
impedirem ele de conseguir o que ele precisava para se curar.


?Eu já dei a ele um pouco do sangue que as irmãs tinham na geladeira da
enfermaria. Ele não corre perigo de morte. Ele vai se recuperar.?


?Mas?? Eu estava exasperada que todas as frases de Darius pareciam ter
essas enormes lacunas no fim.


?Mas quando um guerreiro jura seus serviços para uma Alta Sacerdotisa,
existe um laço especial entre eles.?


?Yeah, já sei disso.?


?Esse laço é mais do que apenas um juramento. Desde os tempos antigos
Nyx tem abençoado suas Altas Sacerdotisas e os guerreiros que as servem.


Vocês dois estão ligados pela benção da deusa. Dá a ele um conhecimento
intuitivo sobre você que facilita sua proteção.?


?Conhecimento intuitivo? Você quer dizer como um Imprint?? Deusa! Isso
era como ter um Imprint com dois caras?


?Um Imprint e o laço de um guerreiro são muito similares. Os dois ligam
duas pessoas juntas. Mas um imprint é uma forma mais bruta de conexão. ?


?Bruta? Como assim??


?Embora um Imprint acontece entre um vampiro e um humano por quem
ele se importa muito, é uma conexão que origina de sangue e é guiado pelas
nossas emoções: paixão, luxuria, necessidade, fome, dor.? Ele hesitou,
obviamente tentando escolher suas palavras cuidadosamente. ?Você
experimentou um pouco disso com seu consorte, não experimentou??


Meu aceno foi duro e minhas bochechas estavam quentes.


?Contraste esse laço com o Laço de Juramento que você tem com Stark. ?


?Bem, eu não tenho ele a muito tempo. Não sei muito sobre ele. ? Mas
quando eu disse as palavras, eu percebi que eu já sabia que a conexão que eu
tinha com Stark ia além de beber dele. Na verdade, eu nem tinha pensando em
beber dele - ou dele beber de mim.


?Conforme seu guerreiro te servir a mais tempo, você vai entender mais do
seu laço com ele. Sua ligação com seu guerreiro significa que ele pode
desenvolver a habilidade de sentir muitas das suas emoções. Por exemplo, se
uma Alta Sacerdotisa é de repente ameaçada, o guerreiro ligado a ela pode
sentir o medo dela, e seguir o rastro emocional até sua Sacerdotisa para que ele
possa proteger ela do que a ameaçou.?


?Eu - eu não sabia disso,? eu disse nervosa.


O sorriso de Darius foi seco. ?Eu odeio soar como Damien, mas você
realmente deveria encontrar um tempo para ler O livro dos Calouros.?


?Yeah, isso está no topo da minha lista de coisas a fazer assim que meu
mundo parar de explodir. Ok, então, Stark pode ser capaz de saber se estou com
medo. O que isso tem a ver com ele estar ferido??


?Sua conexão não é tão simples como simplesmente a possibilidade dele
sentir seu medo. É também sobre energia e espírito. Seu guerreiro pode
eventualmente ser capaz de sentir muitas das suas emoções fortes,
especialmente conforme mais tempo ele passar a seu serviço.?


A memória da experiência muito emocional que eu dividi com A-ya
enquanto ela prendia Kalona fez meu estômago se apertar conforme Darius
explicava. ?Continue,? eu disse.


?Um guerreiro pode absorver as emoções de sua Sacerdotisa. Ele também
pode absorver espírito dela, especialmente se sua Sacerdotisa tem uma forte
afinidade. Muitas vezes ele pode tocar essa afinid ade.?


?O que diabos isso significa, Darius??


?Significa que ele pode literalmente absorver energia através do seu
sangue.?


?Você está dizendo que é a mim que Stark precisa morder? ? Ok, eu admito
que meu coração começou a bater mais forte com a ideia. Sério - eu já estava
mega atraída por Stark e eu sabia que dividir sangue com ele seria uma
experiência muito quente.


Também ia quebrar o coração de Heath, e se beber de mim deixasse Stark
entrar na minha mente e ver o que estava acontecendo com minhas memórias
de A-ya? Diabos! Diabos! Diabos! Diabos! Diabos! Diabos! Então uma nova ideia
me ocorreu. ?Hey, espere. Você disse que Stark não podia morder Afrodite
porque ela teve um Imprint com outra pessoa e outros vampiros não querem o
sangue dela. Eu tenho um Imprint com Heath. Isso estraga meu sangue para
Stark??


Darius balançou a cabeça. ?Não, o Imprint só muda o sangue de um
humano.?


?Então o meu vai funcionar para Stark??


?Sim, seu sangue definitivamente vai ajudar ele a se curar, e ele sabe disso,
e é por isso que estou explicando tudo para você.? Darius continuou como se eu
não estivesse tendo um mini ataque emocional bem na frente dele. ?E você
também deveria saber que ele está se recusando a beber de você.?


?O que? Ele está se recusando a beber de mim?? Ok, claro, um segundo
antes eu estava preocupada com o que aconteceria se Stark me mordesse, mas
isso não significa que eu queria ser rejeitada por ele!


?Ele sabe que você foi recentemente curada do ataque do Corvo
Escarnecedor. A criatura quase te matou, Zoey. Stark não quer tirar nada de
você que possa te enfraquecer. Se ele beber de você ele não vai apenas
absorver seu sangue; ele vai tirar espírito e energia de você. O fato é que
nenhum de nós sabe onde Kalona e Neferet foram, e isso significa que não
sabemos quando você vai ter que enfrentar eles de novo. Eu concordo com a
decisão dele de se recusar a beber. Você precisa de toda sua força. ?


?Assim como meu Guerreiro,? eu respondi.


Darius suspirou e suspirou pesado e devagar. ?Eu concordo, mas ele pode
ser substituído. Você não pode.?


?Ele não pode ser substituído!? eu falei.


?Eu não quero parecer insensível, mas você deve ser sábia - em todas as
suas decisões.?


?Stark, não pode ser substituído,? eu repeti teimosa.


?Como desejar, Sacerdotisa.? Ele curvou a cabeça levemente, e então de
repente mudou de assunto. ?Agora que você entende as ramificações do
Juramento de Guerreiro, eu gostaria da sua permissão para me jurar
formalmente.?


Eu engoli com força. ?Bem, Darius, eu realmente gosto de você e você tem
cuidado bem de mim, mas eu acho que seria meio estranho ter dois caras
jurados a mim.? Como se eu já não tivesse problemas o bastante com caras?


O sorriso de Darius foi rápido. Ele balançou a cabeça e eu tive a distinta
impressão que ele estava tentando não rir de mim. ?Você entendeu errado. Eu
permanecerei com você e liderarei aqueles que te guardam, mas eu gostaria de
fazer meu Juramento de Guerreiro para Afrodite - é para isso que estou
pedindo sua permissão para fazer.?


?Você pode se ligar a Afrodite??


?Eu posso. Eu sei que é irregular para um vampiro Guerreiro se jurar a um
humano, mas Afrodite não é um humano normal.?


?Você que me diga,? eu murmurei. Ele continuou como se eu não tivesse
falado.


?Ela é realmente uma profeta, o que a coloca na mesma categoria de uma
Alta Sacerdotisa de Nyx.?


?Não vai atrapalhar seu laço de guerreiro que ela tenha um Imprint com
Stevie Rae??


Darius deu nos ombros. ?Veremos. Estou disposto a correr o risco.?


?Você a ama, não ama??


Ele encontrou meu olhar firmemente e o sorriso dele se esquentou. ?Eu
amo.?


?Ela é seriamente um pé no saco.?


?Ela é única,? ele respondeu. ?E ela precisa da minha proteção,
especialmente nos dias que estão por vir.?


?Bem, você tem razão nisso.? Eu dei de ombros. ?Ok, você tem minha
permissão. Mas não diga que não te avisei sobre a parte do pé no saco. ?


?Eu não sonharia com isso. Obrigada, Sacerdotisa. Por favor, não diga nada
para Afrodite. Eu gostaria de fazer minha oferta privadamente para ela.?


?Meus lábios estão totalmente selados.? Eu fiz um fecho com meus lábios e
joguei fora a chave.


?Então te desejo boa noite.? Seu punho foi para seu coração, ele fez uma
reverencia, e se foi.


DEZ
Zoey


Eu fiquei no corredor, tentando entender a confusão de pensamentos em
minha cabeça. Wow! Darius ia pedir para Afrodite aceitar seu juramento de
Guerreiro. Jeesh. Um vampiro guerreiro e uma profeta humana da deusa. Huh.
Quem diria?


Em uma nota igualmente bizarra: Stark podia sentir minhas emoções se elas
fossem fortes o bastante. Bem, eu tinha a forte sensação que isso seria
inconveniente. E então eu percebi que eu estava me sentindo forte sobre me
sentir forte, e tentei me acalmar, o que me estressou, o que ele provavelmente
podia sentir. Sem duvidas, eu ia me enlouquecer.


Suspirando, eu abri a porta silenciosamente. A única luz vinha das velas para
reza - o tipo que você encontra em uma loja que tem estranhas imagens
religiosas. Essa não era tão estranha. Era rosa, tinha uma imagem bonita de
Maria, e tinha cheiro de rosa.


Eu fui até o lado da cama de Stark.


Ele não parecia bem, mas ele também não estava tão pálido e horrível
quanto estava antes. Ele parecia estar dormindo - ou pelo menos seus olhos
estavam fechados - a respiração dele era regular, e ele parecia relaxado. Ele
não estava com camisa, e o lençol hospitalar tinha sido colocado sobre seus
braços então eu só conseguia ver a parte branca do que deveria ser uma
enorme bandagem cobrindo o peito dele. Eu lembrei o quão terrível tinha sido a
queimadura e me perguntei se, mesmo considerando as possíveis
conseqüências, eu deveria cortar meu braço como Heath tinha feito por mim, e
empurrado contra a boca dele. Ele provavelmente iria se lançar, e sem pensar,
iria beber o que ele precisava para curar. Mas ele iria se irritar quando
percebesse o que eu fiz? Provavelmente. Eu sabia que Heath e Erik certamente
ficariam.


Droga. Erik. Eu nem tinha começado a lidar com ele ainda.


?Pare de se estressar.?


Eu pulei meu olhar imediatamente indo para o rosto de Stark. Os olhos dele
não estavam mais fechados. Ele estava me olhando com uma expressão que
passava de divertimento a sarcasmo.


?Pare de ficar psiquicamente entreouvindo.?


?Eu não estava. Eu percebi vendo você morder o lábio que você estava se
estressando. Então, eu acho que Darius conversou com você.?


?Yeah, ele conversou. Você sabia de tudo isso quando fez seu Juramento de
Guerreiro para mim, não sabia??


?Yeah, a maior parte. Quer dizer, eu li sobre isso na escola, e conversamos
na aula de sociologia vampira ano passado. Mas é diferente do que realmente
viver isso.?


?Você consegue sentir o que eu sinto?? eu perguntei hesitante, quase com
tanto medo de saber a verdade quanto de não saber.


?Estou começando, só que não é como se eu conseguisse ouvir seus
pensamentos nem nada maluco assim. Eu só sinto as coisas às vezes, e sei que
não estão vindo de mim. Eu ignorei quando aconteceu da primeira vez, mas
então percebi o que estava acontecendo e prestei mais atenção.? Ele começou a
sorrir.


?Stark, eu tenho que te dizer que isso meio que me faz sentir espionada.?


A expressão dele ficou totalmente séria. ?Não estou espionando você. Isso
não é sobre eu te seguir com minha mente. Não vou invadir sua privacidade;
vou manter você segura. Eu pensei que você -? ele parou, desviando o olhar.
?Esquece. Não é importante. Você só deve saber que não vou usar essa coisa
entre nós para te perseguir mentalmente.?


?Você achou que eu o que? Termine o que começou a dizer.?


Ele soltou um longo e exasperado suspiro e então encontrou meus olhos de
novo. ?O que eu comecei a dizer é que eu pensei que você confiava em mim
mais do que isso. Essa é uma das razões para mim ter decidido fazer meu
juramento, porque você confiou em mim quando mais ninguém confiou.?


?Eu confio em você,? eu disse rapidamente.


?Mas você acha que vou espionar você? Confiar e espionar não combinam.?


Quando ele colocou assim, eu podia ver o ponto dele, e uma parte do meu
surto inicial começou a sumir. ?Eu não acho que você faria de propósito, mas se
minhas emoções estão indo para você, ou como quer que elas passem, então
seria mais fácil para você, bem...? eu parei incomodada, desconfortável com
toda a conversa.


?Espionar?? ele terminou por mim. ?Não. Não vou. Que tal isso; eu vou
prestar atenção nas coisas psíquicas que recebo de você se você estiver
assustada. Fora isso vou ignorar seus sentimentos. ? Ele encontrou meus olhos e
eu podia ver sua magoa ali. Droga! Eu não queria magoar ele.


?Você vai ignorar tudo que estou sentindo?? eu perguntei suavemente.


Ele acenou e o movimento fez ele dar uma careta de dor, mas sua voz era
firme quando ele respondeu. ?Tudo exceto o que eu preciso saber para
proteger você.?


Sem falar, eu me estiquei devagar e peguei a mão dele.


Ele não se afastou de mim, mas ele também não disse nada.


?Olha, eu comecei toda essa conversa errada. Eu confio em você. Só fiquei
surpresa quando Darius me contou sobre o negócio psíquico.?


?Surpresa?? os lábios de Stark se ergueram.


?Ok, talvez completamente surtada seja uma palavra melhor. É só que eu
tenho muita coisa acontecendo e acho que estou estressada.?


?Você com certeza está estressada,? ele disse. ?E por várias coisas você se
refere aqueles dois caras, Heath e Erik??


Eu suspirei. ?Infelizmente, sim.?


Ele entrelaçou os dedos nos meus. ?Aqueles outros caras não mudam nada.
Meu Juramento nos liga.?


Por um segundo ele pareceu tanto com Heath, e eu tive que me forçar a
não me irritar de novo.


?Eu realmente não quero falar sobre eles com você agora.? Ou nunca, eu
pensei, mas não falei.


?Entendi,? ele disse. ?Eu também não sinto vontade de falar daqueles punks
agora também não.? Ele apertou minha mão. ?Porque você não senta ao meu
lado por um tempo??


Eu sentei na beira da cama, sem querer forçar ele demais ou machucá-lo.


?Não vou quebrar,? ele disse, me dando seu sorriso convencido.


?Você quase quebrou,? eu disse.


?Nah, você me salvou. E eu vou ficar bem.?


?Então, dói muito??


?Eu me sinto melhor,? ele disse. ?Mas esse negócio cremoso que as freiras
deram a Darius para espalhar nas queimaduras ajuda. Só que meu peito
estando todo duro, está meio adormecido agora.? Mas mesmo enquanto ele
falava ele se mexia inquieto, como se não conseguisse se deixar confortável.
?Como estão as coisas lá fora?? Ele abruptamente mudou de assunto antes de
eu poder perguntar pra ele mais sobre como ele se sentia. ?Os Corvos
Escarnecedores se foram com Kalona? ?


?Eu acho que sim. Stevie Rae e os caras encontraram 3 mortos.? Eu parei,
lembrando da estranha reação de Stevie Rae quando Dallas disse que eles
tinham posto os corpos no lixo.


?O que foi?? Stark perguntou.


?Eu não sei exatamente,? eu respondi honestamente. ?Tem coisas
acontecendo com Stevie Rae que me preocupam.?


?Tipo?? ele perguntou.


Eu olhei para nossas mãos ligadas. O quanto eu podia contar a ele? Eu podia
realmente conversar com ele?


?Sou seu guerreiro. Você pode confiar em mim com sua vida. Isso significa
que você também pode confiar em mim com seus segredos.? Eu encontrei os
olhos dele, e ele continuou a sorrir docemente para mim. ?Somos ligados por
um juramento. Esse é um laço forte do que acontece entre um Imprint ou
mesmo entre parceiros. Eu nunca trairei você, Zoey. Nunca. Você pode contar
comigo.?


Por um instante eu queria dizer a ele sobre minha memória de A-ya, mas ao
invés disso eu disse, ?eu acho que Stevie Rae está escondendo calouros
vermelhos. Alguns maus.?


O sorriso fácil dele sumiu e ele começou a sentar, então sugou o ar e ficou
totalmente branco.


?Não! Você não pode levantar!? Eu pressionei seus ombros para trás.


?Você tem que dizer a Darius,? Stark disse através dos dentes cerrados.


?Eu tenho que falar com Stevie Rae primeiro.?


?Eu não acho que isso -?


?Sério! Eu tenho que falar com Stevie Rae primeiro.? Eu peguei a mão dele
de novo, tentando fazer ele compreender com meu toque. ?Ela é minha melhor
amiga.?


?Você confia nela??


?Eu quero confiar nela. Eu confiei nela.? Meus ombros caíram em derrota.
?Mas se ela não falar a verdade quando eu conversar com ela, eu vou até
Darius.?


?Eu preciso sair dessa maldita cama e me certificar que você não esteja
cercada por inimigos!?


?Eu não estou cercada de inimigos! Stevie Rae não é minha inimiga.? Eu
enviei uma prece silenciosa para Nyx para estar certa sobre isso. ?Olha, eu
escondi coisas dos meus amigos antes - coisas ruins.? Eu levantei uma
sobrancelha e olhei para ele. ?Eu escondi você dos meus amigos.?


Ele sorriu. ?Bem, isso foi diferente.?


Eu não deixei ele me provocar para ser sério. ?Não, não foi.?


?Ok, eu ouvi o que você está dizendo, mas ainda não estou ok com isso. Eu
não suponho que possa te pedir p ara trazer Stevie Rae aqui quando você falar
com ela??


Eu enruguei a testa para ele. ?Dificilmente.?


?Então me prometa que você terá cuidado e não vai sair sozinha com ela
pra algum lugar para conversar.?


?Ela não faria nada para me machucar!?


?Na verdade, estou assumindo que ela não pode te machucar, já que você
tem controle dos cinco elementos e ela apenas de um. Mas você não sabe que
tipo de poder aqueles calouros que ela está escondendo tem, ou quantos deles
existem. E eu sei algo sobre ser um calouro vermelho fodão. Então prometa que
você vai ter cuidado.?


?Yeah, ok. Eu prometo.?


?Ótimo.? Ele exalou um pouco e voltou para trás.


?Hey, não quero você preocupado comigo agora. Você só precisa se
concentrar em melhorar.? Eu respirei fundo e continuei. ?Eu acho que é uma
boa ideia você beber de mim.?


?Não.?


?Olha, você quer ser capaz de me proteger, certo??


?Certo,? ele disse, acenando fortemente.


?Então isso significa que você tem que melhorar o mais rápido possível.
Certo??


?Yeah.?


?E você vai melhorar mais rápido se beber de mim, então é apenas lógico
que você faça isso.?


?Você se olhou no espelho ultimamente? ? ele perguntou abruptamente.


?Huh??


?Você faz ideia do quão cansada parece? ?


Eu podia sentir minhas bochechas ficando quentes. ?Eu não tive tempo para
me preocupar com coisas como maquiagem e fazer meu cabelo,? eu disse
defensivamente.


?Eu não estou falando sobre maquiagem ou cabelo. Estou falando sobre o
quão pálida você está. Você tem olheiras profundas sobre os olhos.? Ele olhou
para baixo para onde minha camiseta cobria a longa cicatriz que se esticava de
um ombro a outro. ?Como está seu corte??


?Bom.? Com minha mão livre eu pus a mão na camiseta, embora eu
soubesse que a cicatriz não estava exposta.


?Hey,? ele disse gentilmente. ?Eu já a vi, lembra??


Eu encontrei os olhos dele. Sim, eu lembrava. Na verdade, ele não tinha
apenas visto minha cicatriz - ele tinha visto toda eu. Nua. Ok, agora todo meu
rosto estava quente.


?Não estou mencionando isso para te constranger. Só estou tentando te
lembrar que você quase morreu também. Precisamos que você também esteja
forte, Zoey. Eu preciso que você esteja forte e bem também.?


?Eu vou ficar. Hey, não se preocupe comigo. Aparentemente, eu sou
praticamente impossível de matar.?


Ele deu seu sorriso fofo e arrogante.


?Mantenha meu nível de estresse em mente. Praticamente impossível não é
a mesma coisa que impossível.?


?Vou tentar lembrar disso.? Ele puxou minha mão. ?Deite perto de mim por
um tempinho. Eu gosto quando você está perto.?


?Tem certeza que não vou machucar você??


?Tenho quase certeza que vai.? Ele sorriu, fazendo suas palavras serem
provocadoras, ?mas eu ainda quero você próxima. Venha até aqui comigo.?


Eu deixei ele me levar para baixo então eu estava deitada perto dele.
Curvada de lado para olhar pra ele, descansando minha cabeça contra seu
ombro. Ele esticou seu corpo e pôs seu braço sobre mim, me puxando mais
firme contra ele. ?Eu disse que não vou quebrar. Relaxe.?


Eu suspirei, e me permiti relaxar. Eu enrolei meu braço ao redor da cintura
dele, tendo cuidado para não mexer ele demais ou tocar seu peito. Stark fechou
seus olhos e eu observei o rosto dele passar de rígido e pálido para relaxado e


pálido conforme sua respiração se aprofundava. Eu juro que em um minuto ele
estava dormindo.


Era exatamente assim que eu queria que ele estivesse para fazer o que eu
tinha decidido fazer. Eu respirei fundo, respiração de limpeza, me centrei, e
então sussurrei, ?Espírito, venha.?


Instantaneamente eu senti uma agitação familiar ao meu redor, como se eu
tivesse acabado de entender algo incrivelmente mágico, enquanto minha alma
respondia a infiltração do quinto elemento, espírito.


?Agora, quieta, com cuidado, e gentilmente, vá até Stark. Ajude ele.
Preencha ele. Fortaleça ele, mas não o acorde.? Eu falei suavemente,
mentalmente cruzando os dedos para que ele continuasse dormindo.


Enquanto o espírito me deixava eu senti o corpo de Stark se endurecer por
um instante, então ele tremeu, então ele soltou um longo e adormecido suspiro
enquanto espírito acalmava e esperançosamente o fortalecia. Eu observei por
mais um tempo; então devagar, eu me separei de Stark e, com um último
sussurro pedindo para ficar com ele enquanto ele dormia, eu saí do quarto,
fechando a porta gentilmente atrás de mim.


Eu só dei alguns passos quando percebi que eu não fazia ideia de para onde
estava indo. Eu parei e senti meus ombros caírem. Uma freira, que estava
andando com os olhos para baixo, passou por mim e me deu um pequeno
choque quando olhou para cima e nossos olhos se encontraram.


?Irmã Bianca?? eu pensei ter reconhecido ela.


?Oh, Zoey, sim sou eu. Está tão escuro no corredor que quase não te vi.?


?Irmã, eu acho que estou perdida. Você pode apontar a direção certa para
meu quarto??


Ela sorriu gentilmente, me lembrando da irmã Mary Angela, embora ela não
fosse tão velha. ?Continue andando por esse corredor até ver a escadaria. Suba
para o andar de cima, e eu acredito que o quarto que você está dividindo com
Afrodite é o numero 13.?


?13 da sorte,? eu suspirei. ?Vai entender.?


?Você não acredita que fazemos nossa própria sorte??


Eu dei de ombros. ?Na verdade, irmã, estou cansada demais para saber no
que acredito no momento.?


Ela deu tapinhas no meu braço. ?Bem, vá para cama então. Vou rezar para
nossa senhora por você. A intervenção dela é melhor do que sorte a qualquer
dia.?


?Obrigado.?


Eu fui na direção da escadaria. Quando cheguei no andar de cima, eu estava
sugando o ar como uma senhora, e a cicatriz que se esticavam pelo meu peito
estava queimando e latejando com a batida rápida do meu coração. Eu abri a
porta, entrei no corredor, e me inclinei contra a parede, tentando recuperar o
fôlego. Distraída, esfreguei meu peito, fazendo uma careta porque ainda estava
muito dolorido. Eu abaixei a gola da minha camiseta, torcendo para que o
ferimento idiota não tivesse se aberto de novo. Minha respiração parou quando
eu vi as novas tatuagens que devoravam os dois lados da linha vermelha.


?Eu esqueci disso,? eu sussurrei para mim mesma.


?Isso é incrível!?


Com um pequeno grito eu soltei minha camiseta e pulei tão de repente que
bati a cabeça contra a parede.


?Erik!?


ONZE
Zoey


?Eu achei que você sabia que eu estava aqui. Não era como se eu estivesse
tentando me esconder.? Erik estava a apenas alguns centímetros de distância,
perto da porta que tinha o número 13 nela. Ele levantou e, com seu sorriso de
astro de cinema, andou até mim.


?Droga, Z, estava te esperando aqui a séculos.? Ele se abaixou e, antes de eu
puder dizer uma palavra, me deu um enorme beijo.


Eu me empurrei contra seu peito e sai do abraço que ele tinha começado a
me puxar.


?Erik, não estou afim de beijar.?


Uma sobrancelha negra se ergueu. ?Mesmo? Foi isso que você disse a Heath
também??


?Eu não vou começar com isso agora.?


?Então quando vai? Da próxima vez que eu tiver que ver você beber do seu
namorado humano??


?Quer saber? Você tem razão. Vamos falar nisso agora.? Eu podia sentir eu
ficando mais e mais irritada, e não era só o fato que eu estava cansada e
estressada e que Erik estava sendo muito insensível que estava me deixando
com raiva. Eu já cansei da atitude possessiva de Erik. Ponto final. ?Heath e eu
temos um Imprint. Lide com isso ou não. E essa é a única discussão que vamos
ter sobre isso.?


Eu observei a expressão dele passar de totalmente fulo, e então, de forma
surpreendente, ele acalmou os nervos. Os ombros dele se abaixaram e ele
soltou um longo suspiro que terminou em uma meia risada. ?Você soa
exatamente como uma Alta Sacerdotisa.?


?Bem, eu não me sinto muito como uma.?


?Hey, desculpe.? Ele se esticou e tirou meu cabelo preto do rosto. ?Nyx te
deu novas tatuagens, huh??


?Yeah.? Foi quase automático para eu abaixar a gola da camiseta e me
inclinar contra a parede para que eu ficasse fora do alcance dele. ?Aconteceu
quando Kalona foi banido.?


?Você se importa se eu ver??


A voz dele era profunda e sedutora - ele atingiu o perfeito tom de
namorado. Mas antes dele se aproximar mais e achar que ele podia olhar
debaixo da minha camiseta, eu ergui a mão num sinal de pare.


?Agora não. Eu só quero dormir um pouco, Erik.?


Ele parou de se mover em minha direção e seus olhos se cerraram. ?Então,
como está Stark??


?Ele está ferido. Mal. Mas Darius disse que ele vai ficar bem.? Eu mantive a
voz resguardada. A atitude dele estava me fazendo sentir na defensiva.


?E você acabou de sair do quarto dele, não foi??


?Sim.?


Claramente frustrado, ele passou a mão pelo seu cabelo. ?É simplesmente
demais.?


?Huh??


Ele jogou os braços para o lado e olhou para mim com um bem praticado
gesto dramático. ?Todos aqueles outros caras! Eu tenho que agüentar Heath
porque ele é seu consorte e quando estou começando a tentar me acostumar
com isso, esse outro cara aparece - Stark.? Erik disse seu nome com a cara feia.


?Erik, eu -?


Agindo como se eu não tivesse tentado dizer nada, ele falou por cima de
mim. ?Yeah, jurou ser seu guerreiro. Eu sei o que isso significa! Ele sempre vai
estar com você.?


?Erik -? De novo eu tentei falar, mas ele continuou falando por cima de
mim.


?Então eu vou ter que agüentar ele. E como se isso não fosse ruim o
bastante, tem algo obviamente acontecendo entre você e Kalona! Qual é! Todo
mundo viu o jeito que o cara olhou para você,? ele fez uma careta. ?Como se
isso não me lembrasse de Blake??


?Pare.? Eu falei a palavra suavemente, mas a raiva e irritação que estava
crescendo dentro de mim explodiu com a menção sarcástica de Kalona, e
espírito, que eu tinha recentemente conjurado, encheu a palavra com poder
que fez Erik, com os olhos arregalados, dar um passo para trás. ?Vamos acabar
com isso,? eu continuei. ?Você não tem que agüentar nenhum cara porque
desse momento em diante você e eu não estamos juntos.?


?Hey, eu não -?


?Não! É minha vez de falar. Terminamos, Erik. Você é muito possessivo, e
mesmo que eu não tivesse exausta e estressada - duas coisas que
aparentemente não importam nem um pouco para você - eu ainda não ia
tolerar sua merda.?


?Depois de tudo que você me fez passar, você acha que pode simplesmente
me abandonar assim??


?Não.? Sentindo espírito passar ao meu redor eu canalizei eles nas próximas
palavras e dei um passo para frente, fazendo ele recuar pelo corredor. ?Eu não
acho nada. Eu sei que é assim que vai ser. Terminamos. Agora você precisa ir
embora antes que eu faça algo que eu possa, daqui a 50 anos, me arrepender.?
Eu de propósito empurrei o poder do elemento que passava por mim, fazendo
ele tropeçar.


O rosto dele ficou super branco. ?O que diabos aconteceu com você? Você
costumava ser tão doce. Agora você é uma aberração! E estou cansado de você
me trair com todo mundo que tem um pau. Você deveria estar com Stark e
Heath e Kalona. Eles são o que você merece!? Ele passou com raiva por mim,
batendo a porta da escadaria.


Com tanta raiva quanto ele, em marchei até a porta do meu quarto e a abri.


Afrodite quase caiu, o rosto primeiro.


?Oopsie,? ela disse, esfregando os dedos em seu cabelo perfeito. ?Acho que
eu estava, uh -?


?Ouvindo a horrível briga para terminar com Erik?? eu terminei por ela.


?Yeah, era isso que eu estava fazendo. E posso dizer que não te culpo. Em
falar em um chapéu de burro. Além do mais, você com certeza não trai ele com
todo mundo que tem pau. Você e Darius são apenas amigos. Além do mais
Damien e Jack... bem, não que eles realmente contem, já que eles mesmos
gostam de pau. Ainda sim, aquele foi um exagero ridículo.?


?Você não está me fazendo sentir melhor.? Eu passei até a cama gêmea que
não estava esticada e que obviamente com aparência de que alguém tinha
deitado nela.


?Desculpe. Não sou muito boa na parte de fazer alguém se sentir melhor.?


?Então você ouviu tudo??


?Yep.?


?Até a parte sobre Kalona??


?Sim, e de novo eu chamo ele de chapéu de burro.?


?Afrodite, o que diabos é um chapéu de burro??


Ela virou os olhos exageradamente. ?Erik é um chapéu de burro, sua nerd.
De qualquer forma, como eu estava tentando dizer antes de você me
interromper, não foi legal ele ter mencionado Kalona. Além do mais, ele já tem
evidências o bastante com a estúpida insegurança ciumenta com Heath e Stark.
Não era necessário ele mencionar o cara alado.?


?Eu não amo ele.?


?É claro que não. Você cansou de Erik. Agora, eu sugiro que você vá dormir.
A deusa sabe que eu odeio mencionar, mas você está uma merda. ?


?Obrigado, Afrodite. Realmente ajuda ouvir que pareço tão horrível quanto
me sinto,? eu disse sarcasticamente, evitando completamente o fato que
quando eu disse que não o amava eu quis dizer Kalona e não Erik.


?Hey, a qualquer hora. Eu estou aqui para ajudar.?


Eu estava buscando uma resposta sarcástica quando notei estava deixando
escapar uma inesperada risada. Afrodite, a Rainha da Moda, estava usando uma
camisola branca que a cobria dos tornozelos ao pescoço. Como se ela tivesse
virado Amish. ?Uh, o que é essa coisa linda que você está usando??


?Não comece. Essa é a ideia dos pingüins de uma camisola. Bem, eu quase
consigo entender. Eu quero dizer, elas fazem votos idiotas de castidade, e se é
isso que elas usam para dormir, o voto é praticamente desnecessário. Sério.
Essa coisa quase me faz parecer pouco atraente.?


?Quase?? eu ri.


?Sim, espertinha, quase. E antes de você ficar alegre, coloque os olhos aqui.
Essa coisa dobrada no fim da sua cama não é exatamente um lençol. É sua
própria camisola de freira.?


?Oh, bem, pelo menos parece confortável.?


?Conforto é para maricas e pessoas feias.?


Enquanto Afrodite começava a voltar para cama, eu fui até a pia no canto
no quarto e lavei o rosto e usei a escova de dentes nova (que ainda estava no
seu pacote) para escovar os dentes. O mais indiferente que pude, eu disse,
?Hey, uhm posso te perguntar algo??


?Manda ver,? ela disse, afofando os travesseiros.


?É uma pergunta séria.?


?E??


?E, eu preciso de uma resposta séria.?


?Yeah, tudo bem, tanto faz. Pergunte,? ela disse.


?Antes você disse que sabia que Erik ficava muito possessivo.?


?Isso não é realmente uma pergunta,? ela disse.


Eu ergui as sobrancelha para ela no espelho. Ela suspirou.


?Ok, sim, Erik é um grude.?


?Huh??


Ela suspirou. ?Grude. Totalmente não legal.?


?Afrodite, que língua você está falando? ?


?Inglês de adolescente. Da classe alta. Você poderia falar também com um
pouco de imaginação é palavrões de verdade.?


?Deusa me ajude,? eu murmurei para meu reflexo antes de continuar. ?Ok,
então. Erik foi muito possessivo com você também.?


?Foi o que eu disse.?


?E isso te deixou irritada??


?Yeah, definitivamente. Basicamente, isso nos separou.?


Eu enxagüei a escova de dentes. ?Então te deixou com raiva. Você e Erik
terminaram, mas você estava, bem, uh, bem...? eu mordi o lábio por um
segundo e tentei de novo. ?Eu vi você com ele e você estava, um -?


?Oh, pelas merdas de deus! Você pode dizer sem derreter. Você me viu
descer nele.?


?Uh, yeah,? eu disse constrangida.


?Isso também não é uma pergunta.?


?Tudo bem! Aqui vai uma pergunta: Você terminou com ele porque ele era
um idiota possessivo, mas você ainda tentou ficar com ele, tanto que você
estava até fazendo aquilo. Eu não entendo porque, ? eu falei, e enfiei a escova
na boca.


Observando o reflexo dela no espelho, eu vi as bochechas dela corarem.
Afrodite jogou seu cabelo para trás. Ela limpou a garganta. Então ela encontrou
meu olhar no espelho. ?Não era sobre querer Erik. Era sobre querer controle.?


?Huh?? eu disse enquanto escovava os dente.


?As coisas começaram a mudar comigo na escola mesmo antes de você
aparecer.?


Eu escovava de um lado para o outro. ?Que coisas??


?Eu sabia que algo estava acontecendo com Neferet. Me incomodou, e isso
era estranho.?


Eu limpei a boca e fui até minha cama, chutando meus sapatos, tirando
minhas roupas, colocando a suave e quente camisola de algodão, e subir na
cama foi uma desculpa para ficar quieta enquanto tentava descobrir como
colocar em palavras as coisas passando pela minha cabeça. Mas sem eu dizer


nada, Afrodite continuou, ?Você sabe que eu costumava esconder minhas
visões de Neferet, não sabe??


Eu acenei. ?E humanos morreram por causa disso.?


?Yeah, você tem razão. Eles morreram. E Neferet não se importou. Eu sabia.
Foi quando comecei a me sentir estranha. Foi também quando minha vida
começou a se despedaçar. Eu não queria. Eu queria continuar a vadia no
comando, que algum dia seria uma Alta Sacerdotisa e, de preferência, mandar
no mundo. Então eu podia mandar minha mãe ir direto para o inferno - e talvez
ser tão poderosa que eu poderia assustar ela como ela merece se assustar.?


Afrodite suspirou fundo. ?Não funcionou assim.?


?Ao invés disso você escutou Nyx,? eu disse suavemente.


?Bem, primeiro eu tentei como o inferno continuar como a rainha do meu
reino vadio, e ficar com o cara mais quente da escola, mesmo que ele fosse um
possessivo chapéu de burro, era parte disso.?


?Faz sentido, eu acho,? eu disse.


Afrodite hesitou e então acrescentou. ?Me deixa enjoada de lembrar.?


?Você se refere a fazer com Erik??


Os lábios dela se ergueram e ela balançou a cabeça, rindo um pouco .
?Deusa, você é tão puritana! Não, fazer com Erik na verdade não era ruim. Me
deixa enjoada lembrar como eu fiquei quieta sobre minhas visões e
basicamente caguei no caminho de Nyx.?


?Bem, recentemente você basicamente limpou o cocô que colocou no
caminho de Nyx. E eu não sou puritana.?


Afrodite bufou.


?Você fica realmente pouco atraente quando faz isso,? eu disse.


?Eu nunca sou pouco atraente,? ela disse. ?Terminou com as suas não-
perguntas??


?Yeah, eu suponho.?


?Bom. Minha vez. Você conseguiu falar com Stevie Rae? Sozinha??


?Uh, uh, ainda não.?


?Mas você vai??


?Uh-huh.?


?Logo??


?O que você sabe??


Afrodite disse, ?Ela definitivamente está escondendo coisas de você.?


?Coisas como calouros vermelhos? Como você me disse antes?? Afrodite
não respondeu, o que fez meu estômago se apertar. ?Bem?? eu estimulei. ?O
que??


?Parece que tem mais acontecendo com Stevie Rae do que apenas esconder
alguns calouros de você.?


Eu não queria acreditar em Afrodite, mas meu interior disse que ela estava
falando a verdade, assim como meu senso comum. O Imprint de Afrodite com
Stevie Rae dava a ela uma conexão com minha amiga que mais ninguém tinha.
Então Afrodite sabia coisas sobre ela. Além do mais, não importa o quanto eu
queria que fosse ao contrário, eu percebi que as coisas não estavam certas com
Stevie Rae. ?Você não pode me dizer algo mais especifico? ?


Afrodite balançou a cabeça. ?Não. Ela é muito fechada.?


?Fechada? Como assim??


?Bem, você sabe o quão fofa normalmente sua amiga é, como a versão
alegrinha e transparente de um embaixador da boa vontade Hey, e ai gente!
Vejam o quão gentil e doce e fofa eu sou! Yuck!Yuck!??


O exagero de Afrodite na imitação do sotaque de Stevie Rae era um pouco
bom demais, e eu franzi para ela quando disse, ?Sim, eu sei que ela é
normalmente honesta e aberta, se é isso que você quer dizer.?


?Yeah, bem, ela não está mais sendo honesta e aberta. Acredite em mim - e
a deusa sabe que se pudesse tirar esse maldito Imprint de mim - ela está
escondendo algo grande que parece mais importante do que alguns calouros
vermelhos.?


?Droga,? eu disse.


?Yep,? ela disse. ?Mas, hey, você não pode fazer merda nenhuma sobre isso
agora, então vá dormir. Nosso mundo ainda vai precisar ser salvo amanhã.?


?Ótimo,? eu disse.


?Oh, falando nisso - como vai seu namorado??


?Qual deles?? eu perguntei desanimada.


?Sr. Pé no Saco Arrows.?


Eu dei nos ombros. ?Melhor, eu acho.?


?Você não deixou ele te morder, deixou??


Eu suspirei. ?Não.?


?Darius tem razão sobre isso, sabe? Por mais irritante que seja para alguns
de nós, e por mais desqualificada que você pareça, você é a Alta Sacerdotisa
agora.?


?O que me faz sentir muito melhor.?


?Hey, sem problemas. Olha, o que estou dizendo é que você precisa estar
100%, e não drenada como um Martini extra-seco durante o brunch da minha
mãe no country clube.?


?Sua mãe realmente bebe Martini num brunch??


?É claro que sim.? Afrodite balançou a cabeça e parecia enojada. ?Tente não
ser tão inocente. De qualquer forma, só não faça algo idiota porque você está
caidinha como Filme de sessão da tarde romântico por Stark. ?


?Dá um tempo, pode ser? Eu não vou fazer nada idiota!? Eu me inclinei e
assoprei as velas que estavam na mesa entre nossas camas.


A escuridão do quarto era reconfortant e, e quando nenhuma de nós tinha
dito mais nada por um tempo, eu me senti adormecendo, até que a voz de
Afrodite me acordou de novo.


?Vamos voltar para a House of Night amanhã??


?Eu acho que precisamos,? eu disse devagar. ?Não importa o que, a House
of Night é nosso lar, e os vampiros e calouros são nossa gente. Temos que voltar
para eles.?


?Bem, é melhor você dormir. Amanhã você vai pousar bem no meio do que
um dos assistentes ex-militares da minha mãe chamariam de enorme
tempestade fodida,? Afrodite disse no melhor tom sarcástico.


Como sempre, Afrodite estava tão certa quanto era irritante.


DOZE
Zoey


Depois da triste, mas provavelmente certa, predição de Afrodite, eu não
achei que seria capaz de dormir, mas exaustão me pegou. Eu fech ei meus olhos,
e então, por um tempo, houve um abençoado nada. Infelizmente, benção nunca
parecia durar muito tempo na minha vida.


Em meu sonho, a ilha era tão azul e linda que me deslumbrou. Eu estava
parada num... eu olhei ao redor... teto de um castelo! Um daqueles castelos que
parece muito velho, feito de blocos de madeira. O telhado era muito legal.
Emoldurando com aqueles blocos de pedra que parecem dentes gigantes.
Haviam plantas por toda parte no telhado. Eu até notei limoeiros e laranjeiras,
os galhos pesados e cheios de frutas. No centro havia uma fonte na forma de
uma linda mulher nua cujas mãos estavam erguidas sobre a cabeça, e daquelas
mãos juntas fluía água cristalina. Algo sobre a mulher de pedra parecia familiar,
mas meu olhar continuava a ser puxado do lindo jardim para uma vista ainda
mais bonita que se esticava ao redor do castelo.


Segurando o fôlego, eu fui até a beira do telhado e olhei para baixo e para
baixo e para baixo até o brilhante mar azul. A água era além de linda. Era da cor
de sonhos e risada e céu de verão perfeito. A própria ilha era feita de gigantes
montanhas, coberta com pinheiros que me lembravam guarda chuvas gigantes.
O castelo era no topo da montanha mais alta da ilha, e enquanto olhava a
distância eu podia ver vilarejos e uma pequena cidadezinha.


Tudo estava banhado pelo brilhante mar azul, o que dava ao lugar uma
sensação de magia. Eu inalei a brisa, sentindo o cheiro de sal e laranjas. O dia
estava ensolarado - e céu super claro, mas em meu sonho a claridade não
incomodou meus olhos. Eu amei! Estava um pouco frio, e mais do que um
pouco ventoso, mas eu não me importei. Eu gostei da brisa contra minha pele.
No momento a ilha estava da cor do azul turquesa, mas eu podia imaginar como
iria parecer conforme o crepúsculo se aproximava e o sol não reinasse no céu. O
azul começou a se aprofundar, mais escuro, e mudou para safira.


O meu eu sonhador sorriu. Safira... a ilha ficaria exatamente da mesma cor
das minhas tatuagens. Eu virei minha cabeça para trás e estiquei os braços,
abraçando as linhas desse lugar que eu criei com minha imaginação.


?Então parece que não posso escapar de você, mesmo quando fujo de sua
presença.? Kalona disse.


Ele estava atrás de mim. A voz dele passou pela minha pele até minhas
costas, subindo meus ombros, e se envolveu ao redor do meu corpo. Devagar,
eu deixei meus braços caírem dos lados. Eu não virei.


?É você que entra no sonho das pessoas, não eu.? Eu estava feliz por minha
voz soar calma e controlada.


?Então você não está disposta a admitir que você é atraída por mim?? A voz
dele era profunda e sedutora.


?Olha, eu não encontrei você. Tudo que eu quis quando fechei meus olhos
foi dormir.?


Eu falei quase automaticamente, evitando a pergunta dele e me permitindo
não lembrar da última memória que eu tinha da voz dele e seus braços ao meu
redor.


?Você obviamente está dormindo sozinha. Se estivesse com alguém, seria
muito mais difícil para você ser tocada por mim.?


Eu suprimi o desejo que a voz dele me fez sentir e absorvi a inform ação -
dormir com alguém realmente fazia mais difícil para ele me alcançar, como
Stark tinha dito na noite anterior. ?Isso não é da sua conta,? eu disse.


?Você está correta. Todos os filhos do homem que estão ao redor de você,
ansiosos para se aproveitar de sua presença, são completamente sob minha
preocupação.?


Eu não me incomodei em chamar atenção dele por ter distorcido o que eu
disse. Eu estava muito ocupada tentando ficar calma e me forçando a acordar.


?Você me afastou de você, ainda sim me encontra em seus sonhos. O que
isso diz sobre você, A-ya??


?Esse não é meu nome! Não nessa vida!?


?Não nessa vida você diz. Isso significa que você aceitou a verdade. Sabe
que sua alma é a reencarnação da virgem criada por Ani Yunwiya para me amar.
Talvez seja por isso que você continua a vir até mim em seus sonhos, porque
embora sua mente consciente resista, sua alma, seu espírito, sua própria
essência anseia estar comigo.?


Ele usou a palavra antiga para o povo Cherokee - o povo da minha avó e
meu. Eu conhecia a lenda. Um lindo imortal alado tinha vindo para viver com os
Cherokee, mas ao invés de ser benevolente e bom, ele era cruel. Ele abusava
das mulheres e usava os homens. Finalmente, as Mulheres Sábias das tribos,
conhecidas como Mulher Ghigua, se juntaram para criar uma virgem da terra.
Elas deram vida a A-ya, assim como dons especiais. O propósito dela era usar a
luxuria de Kalona para atrair ele para o subterrâneo para que ele pudesse ficar
preso na terra. O plano delas funcionou. Kalona não conseguiu resistir a A-ya e
ele ficou preso na terra - ou pelo menos ele estava até que Neferet o libertou.


E agora que eu tinha compartilhado a memória com A-ya, eu sabia bem
demais a verdade dessa lenda.


Verdade, minha mente me lembrou. Use a força da verdade para lutar
contra ele.


?Sim,? eu admiti. ?Eu sei que sou a reencarnação de A-ya,? eu respirei
fundo, centrando minha respiração, virei, e encarei Kalona. ?Mas eu sou a
reencarnação de hoje dela, o que significa que eu faço minhas próprias
escolhas, e eu não vou escolher ficar com você.?


Eu queria negar que eu tinha vindo até ele - dizer algo inteligente como Alta
Sacerdotisa - mas tudo que pude fazer foi olhar para ele. Ele era tão lindo!
Como sempre, ele estava quase sem roupa. Acho que a melhor descrição seria
nu. Ele estava usando jeans, e era isso. A pele dele era bronze e perfeita. Ela
cobria seus músculos com uma suavidade que me fazia querer tocar nele. Os
olhos âmbares de Kalona eram luminosos. Eles encontraram meu olhar com


calor e gentileza o que fez minha respiração se prender. Ele parecia ter 18 anos,
mas quando ele sorria ele parecia ainda mais jovem, mais garotão, mais
acessível. Tudo sobre ele gritava cara super quente que eu deveria estar
surtando por causa dele!


Mas era uma mentira. Kalona na verdade era super assustador e super
perigoso, e eu nunca podia esquecer disso - não importava o que ele parecia
ser - não importa o que memórias profundas dentro da minha alma ansiavam
para estar com ele.


?Ah, então você finalmente está se dign ando a olhar para mim.?


?Bem, você não iria embora e me deixaria em paz, então achei melhor ser
educada,? eu disse com uma forçada despreocupação.


Kalona jogou sua cabeça para trás e riu. O som era infeccioso e quente e
muito sedutor. Eu queria tanto que eu quase dei um passo em direção a ele
quando suas asas escolheram aquele momento para se mexer. Elas tremeram e
se abriram parcialmente então a luz do sol brilhou contra o fundo preto,
iluminando o índigo violeta que geralmente se escondia na escuridão das penas.


Ver elas era como bater em uma parede invisível. Eu lembrei de novo como
ele era - um perigoso imortal caído que iria gostar de roubar meu livre arbítrio
e, eventualmente, minha alma.


?Não entendo porque está rindo,? eu disse rapidamente. ?Estou dizendo a
verdade. Estou olhando para você porque sou educada, embora eu realmente
queria que você fosse embora e me deixasse sonhar em paz. ?


?Oh, minha A-ya.? A expressão dele ficou sóbria. ?Eu nunca posso deixar
você em paz. Você e eu estamos ligados. Seremos a salvação, ou a perdição, um
do outro.? Ele deu um passo mais para perto de mim e eu espelhei seu
movimento dando um passo para trás. ?Qual será? Salvação ou perdição??


?Eu só posso falar por mim.? Eu fiz minha voz permanecer calma, e fui até
capaz de adicionar um toque de sarcasmo, embora eu pudesse sentir a pedra
fria da balaustra da varanda se pressionando como as paredes de uma cela de
prisão contra minhas costas. ?Os dois soam muito ruim. Salvação? Jeesh, você


me lembra o Povo de Fé, e já que eles te consideram um anjo caído, isso não te
transforma em especialista em salvação. Perdição? Bem, sério, você ainda me
lembra das Pessoas de Fé. Desde quando você se tornou tediosamente
religioso??


Em dois passos ele cruzou a distância entre nós. Os braços dele se tornaram
barras, me enjaulando entre a balaustra de pedra e ele. As asas dele tremeram,
se abrindo ao redor dele para que ele tapasse o sol com seu próprio brilho
negro. Eu podia sentir o terrível e maravilhoso calafrio que sempre emanava
dele. Ela deveria ter me repelido, mas não o fez. Aquele horrível frio me atraiu
dentro da alma. Eu queria me pressionar contra ele e ser carregada pela doce
dor que ele podia trazer.


?Tedioso? Pequena A-ya, meu amor perdido, por séculos imortais tem me
chamando de muitas coisas, mas tedioso não é uma delas.?


Kalona veio até mim. Tinha simplesmente tanto dele! E tinha toda aquela
pele nua... eu tirei meu olhar do peito dele e olhei em seus olhos. Ele estava
sorrindo para mim, perfeitamente relaxado e em completo controle. Ele era tão
gostoso que eu mal conseguia respirar. Claro, Stark e Heath e, sim, Erik, eram
caras bonitos - na verdade, caras excepcionalmente bonitos. Mas eles não eram
nada comparados a beleza imortal de Kalona. Ele era uma obra de arte, a
estatua de um deus que personificava a perfeição física, só que ele era ainda
mais atraente porque ele estava vivo - ele estava aqui - ele estava aqui por
mim.


?Eu quero que você dê um passo para trás.? Eu tentei sem sucesso impedir
minha voz de tremer.


?É isso que você realmente quer, Zoey??


Ele usar meu nome me chocou, me afetando mais do que quando ele me
chamava de A-ya. Meus dedos se pressionaram com mais força contra o castelo
de pena e eu tentei me segurar para não cair no feitiço d ele. Eu respirei fundo e
me preparei para mentir e dizer a ele que sim, eu com certeza queria que ele se
afastasse de mim.


Use o poder da verdade. As palavras passaram pela minha mente.


O que era a verdade? Que eu tinha que lutar pra não pular nos braços dele?
Que eu não conseguia parar de pensar sobre quando A-ya tinha se rendido a
ele? Ou a outra verdade - que eu queria ser uma garota normal cujos
problemas mais estressantes eram dever de casa e garotas malvadas? Diga a
verdade.


Eu pisquei. Eu podia dizer a verdade.


?Agora tudo o que eu quero é dormir. Eu quero ser normal. Eu quero me
preocupar com a escola e pagar o seguro do meu carro e o quão estupidamente
cara está a gasolina. E eu apreciaria muito se você pudesse fazer alguma coisa
sobre isso.? Eu segurei seu olhar com o meu, deixando a verdade me fortalecer.


O sorriso dele era jovem e malicioso. ?Porque você não vem até mim,
Zoey??


?Bem, sabe, isso não me daria nenhuma das coisas que acabei de
mencionar.?


?Eu posso te dar muito mais do qu e essas coisas mundanas.?


?Yeah, tenho certeza que sim, mas nada seria normal, e agora é isso que eu
realmente gostaria mais do que qualquer coisa é uma dose grande de
normalidade.?


Ele encontrou meu olhar, e eu percebi que ele estava esperando eu hesitar,
ficar nervosa e atrapalhada, ou pior, em pânico. Mas eu tinha dito a ele a
verdade, e essa era uma pequena vitória para mim, uma que me deu poder. Foi
Kalona que finalmente desviou o olhar, a voz dele de repente hesitante e
insegura. ?Eu não tenho que ser assim. Por você, eu poderia ser mais.? Os olhos
dele encontraram os meus de novo. ?Eu poderia escolher um caminho diferente
onde você estivesse do meu lado.?


Eu tentei não mostrar a onda de emoções que tinham causado dentro de
mim quando ele tocou a parte de mim que A-ya tinha acordado.


Encontre a verdade, minha mente insistiu; e, de novo, eu a encontrei e falei.
?Eu queria poder acreditar em você, mas não acredito. Você é lindo e mágico,
mas também é um mentiroso. Eu não confio em você.?


?Mas você poderia,? ele disse.


?Não,? eu disse honestamente. ?Eu acho que não poderia.?


?Tente. Me dê uma chance. Venha até mim e me deixe me provar para
você. Verdadeiramente, meu amor, diga apenas uma pequena palavra, sim.? Ele
se curvou e, com um movimento que era gracioso e forte e sedutor, o imortal
caído sussurrou em meu ouvido, permitindo que seus lábios apenas tocassem
minha pele o bastante para mandar calafrios por meu corpo. ?Se dê para mim e
eu prometo que vou realizar seus sonhos mais profundos. ?


Minha respiração estava saindo rápida e eu pressionei minha palma com
mais força contra a pedra nas minhas costas. Naquele instante, eu só queria
dizer uma palavra, sim. Eu sabia o que aconteceria se eu fizesse isso. Eu já tinha
experimentado aquele tipo de rendição com A-ya.


Ele riu, um som profundo e confiante. ?Continue, meu amor perdido. Uma
palavra, sim, e sua vida vai mudar p ara sempre.?


Os lábios dele não estavam mais na minha orelha. Ao invés disso o olhar
dele prendeu o meu. Ele estava sorrindo em meus olhos. Ele era jovem e
perfeito, poderoso e gentil.


E eu queria tanto dizer sim que fiquei com medo de falar.


?Me ame,? ele murmurou. ?Ame apenas a mim.?


Através do meu desejo por ele minha mente processou o que ele estava
dizendo, e eu finalmente encontrei uma palavra diferente de sim. ?Neferet,? eu
disse.


Ele franziu. ?O que tem ela??


?Você diz que eu deveria amar apenas você, mas você nem é livre. Você
está com Neferet.?


Um pouco da confiança dele desapareceu. ?Neferet não é preocupação
sua.?


As palavras dele fizeram meu coração se apertar e eu percebi que grande
parte de mim queria que ele negasse que estava com ela - que tinha acabado.
Desapontamento me trouxe força, e eu disse, ?eu acho que ela é da minha
conta. Da última vez que eu vi ela tentou me matar, e isso foi quando eu te
rejeitei. Eu digo sim para você e ela vai perder a cabeça - o que resta dela. Para
cima de mim. De novo.?


?Porque estamos discutindo Neferet? Ela não está aqui. Olhe para a beleza
que nos cerca. Considere como seria reinar esse lugar ao meu lado - me ajudar
a trazer de volta os caminhos antigos para esse mundo que se tornou moderno
demais.? Uma das mãos dele foi acariciar meu braço. Eu ignorei a sensação que
cresci pela minha pele e os sinos de alarme que tocavam em minha cabeça com
o comentário dele sobre trazer os caminhos antigos de volta, e fiz meu melhor
para falar como adolescente.


?Sério, Kalona, eu não quero mais drama com Neferet. Eu não acho que
posso lidar com isso.?


Ele jogou os braços para cima em frustração. ?Porque ainda estamos
falando da Tsi Sgili? Eu estou mandando você esquecer dela! Ela não é nada pra
nós.?


No instante que os braços dele não mais me aprisionavam contra a pedra,
eu caminhei pela lateral, determinada a colocar algum espaço entre nós. Eu
precisava pensar, e não podia fazer isso com os braços dele ao meu redor.


Kalona seguiu, dessa vez me colocando contra a parte mais baixa da parede
do telhado - uma brecha nos dentes de pedra. Só havia apoio até os meus
joelhos. Dali para cima eu podia sentir o vento frio passando contra minhas
costas e movendo meu cabelo. Eu não precisava olhar para trás. Eu sabia que a
queda era de deixar tonta e que o mar azul esperava muito, muito abaixo.


?Você não pode fugir de mim.? Os olhos âmbares de Kalona se cerraram. Eu
vi raiva começando a aparecer sobre aquele exterior sedutor. ?E você deve
saber que vou governar esse mundo em breve. Vou trazer de volta os caminhos
antigos, e fazendo isso vou dividir esse povo moderno, separando o trigo da
palha. O trigo ficará ao meu lado, crescendo e prosperando enquanto me
alimentam. A palha será queimada até nada restar.?


Eu senti algo afundando dentro de mim. Ele estava usando palavras
poéticas antigas, mas eu não tinha duvidas que ele estava descrevendo o fim do
mundo como eu o conhecia, e a destruição de incontáveis pessoas - vampiros,
calouros, e humanos. Me sentindo enjoada, eu virei minha cabeça para trás e
dei um olhar sem noção. ?Trigo? Palha? Desculpe, não entendi. Você tem que
traduzir para algo que eu entenda.?


Ele não disse nada por um longo tempo. Ele só me estudou em silêncio.
Então, com um sorriso se formando em seus lábios, ele se estendeu e acariciou
a lateral do meu rosto com sua mão. ?Você joga um jogo perigoso, meu
pequeno amor perdido.?


Meu corpo congelou.


A mão dele deslizou da minha bochecha até meu pescoço, deixando um
caminho de calor frio pela minha pele.


?Você brinca comigo. Você acha que pode agir como uma garotinha que não
entende nada a não ser o próximo vestido que vai usar ou o próximo garoto que
vai beijar. Você me subestimou. Eu conheço você, A-ya. Eu te conheço bem
demais.?


A mão de Kalona continuou a descer e eu suguei o ar quando ele tocou
meus seios. Ele esfregou seu polegar contra o ponto mais sensível ali e um
desejo passou por mim. Não importava o quanto eu tentasse eu não conseguia
me impedir de tremer com seu carinho. Ali no telhado do meu sonho, com o
mar atrás de mim e Kalona diante de mim, eu estava presa em seu toque
hipnotizante e sabia com uma terrível certeza que não era apenas as memórias
de A-ya que me atraiam a ele. Era eu - meu coração - minha alma - meu
desejo.


?Não, por favor pare.? Eu quis que as palavras saíssem altas e fortes, um
comando que ele não podia ignorar, mas ao invés disso eu soava fraca e sem ar.


?Parar?? Ele riu de novo. ?Parece que você perdeu sua verdade. Você não
deseja que eu pare. Seu corpo anseia por meu toque. Você não pode negar.
Então pare com essa tola resistência. Me aceite o seu lugar ao meu lado. Se
junte a mim e juntos vamos criar um novo mundo.?


Eu me balancei em direção a ele, mas consegui sussurrar, ?não posso.?


?Se você não se juntar a mim você será minha inimiga, e eu vou queimar
você com o resto da palha.? Enquanto ele falava seu olhar saiu do meu rosto e
foi até meus seios. Agora ele acariciava os dois com suas mãos. Os olhos
âmbares dele ficaram suaves e pareciam fora de foco enquanto ele me
acariciava, enviando ondas de gelo de um desejo indesejado por meu corpo, e
uma doença para meu coração, mente, e alma.


Eu estava tremendo tanto que minhas palavras soavam tremulas. ?Isso é um
sonho... apenas um sonho. Isso não é real.? Eu falei como se para me
convencer.


A luxuria dele por mim o deixou ainda mais sedutor. Ele sorriu intimamente
para mim enquanto continuava a acariciar meus seios. ?Sim, seu sonho. Embora
existe verdade e a realidade aqui, assim como os seus desejos mais secretos e
profundos. Zoey, nesse sonho você é livre para fazer o que desejar - nós
podemos fazer o que você quiser.?


É só um sonho. Eu repeti as palavras para mim mesma. Por favor, Nyx, deixe
o poder dessa próxima verdade me acordar.


?Eu quero estar com você,? eu disse. O sorriso de Kalona era feroz com a
vitória, mas antes dele poder me trancar eu seu abraço imortal e familiar
demais, eu acrescentei, ?Mas a verdade é que não importa o quanto eu queira
você, eu ainda sou Zoey Redbird e não A -ya, e isso significa que nessa vida eu
escolhi seguir Nyx. Kalona, eu não vou trair minha deusa cedendo a você! ?
Conforme eu gritei as últimas palavras eu me joguei para trás, para que eu
caísse do telhado do castelo em direção a costa cheia de pedras muito, muito
abaixo. Através dos meus gritos, eu pude ouvir Kalona gritando meu nome.


TREZE
Zoey


Eu sentei na cama, gritando como se alguém tivesse me jogado em uma
pilha de aranhas. Meus ouvidos estavam zunindo e meu corpo estava tremendo
tanto que eu pensei que fosse vomitar, mas em algum lugar, através do meu
pânico, eu percebi que a minha voz não era a única gritando. Eu olhei na
escuridão, me fiz calar a boca, suguei o ar, e tentei me comportar. Onde diabos
eu estava? No fundo do oceano? Esmagada nas rochas da ilha?


Não... não... eu estava na Abadia Beneditina... no dormitório que eles
designaram para mim com Afrodite... que estava na cama do meu lado gritando
como uma louca.


?Afrodite!? Eu gritei por cima dos gritos dela. ?Pare! Sou eu. Tudo está
bem.?


O grito dela terminou, mas ela estava ofegante arfando em pânico. ?Luz!
Luz!? ela disse, soando como se estivesse presa na residência da Terra do
Ataque de Pânico. ?Eu preciso de luz. E preciso ver!?


?Ok - ok! Espera aí.? Lembrando da vela no fim da mesa entre nossas
camas, eu tateei ao redor e senti um isqueiro. Eu tive que firmar minha mão
agarrando meu pulso com a esquerda, para poder acender a luz, e ainda
precisei de cinco tentativas antes do calor da chama da vela iluminar o rosto
fantasmagoricamente branco de Afrodite e seus olhos completamente cheios
de sangue.


?Ohmeudeus! Seus olhos!?


?Eu sei! Eu sei! Merda! Merda! Merda! Merda! Eu ainda não consigo ver,?
ela chorou.


?Não se preocupe - não se preocupe - isso aconteceu da última vez. Eu vou
pegar uma toalha molhada e um copo de água, como eu fiz antes e -? minha


voz se calou quando eu percebi o significado dos olhos escarlates de Afrodite, e
congelei na metade do caminho entre a cama e a pia.


?Você teve outra visão, não é??


Ela não disse nada. Ela só enfiou o rosto nas mãos e acenou enquanto
chorava.


?Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem,? eu continuava repetindo de novo e
de novo enquanto corri para a pia, peguei uma toalha, encharquei com água
fria, e enchi um dos dois copos de água ali perto. Então corri de volta para
Afrodite. Ela ainda estava sentada na ponta da cama com seu rosto nas suas
mãos. O choro dela tinha virado pequenos ofegos histéricos sem lágrimas. Eu
passei por trás dela e arrumei seus travesseiros. ?Aqui, beba isso. Então deite
para que eu possa colocar a toalha molhada em cima dos seus olhos. ?


Ela tirou a mão do rosto e tentou pegar o copo sem enxergar. Eu guiei ela
até ele e observei enquanto ela bebia tudo com um gole só. ?Vou pegar mais
em um segundo. Primeiro deite e coloque isso em cima dos seus olhos. ?


Afrodite se inclinou contra o travesseiro. Ela piscou cegamente para mim.
Ela parecia assustadoramente horrível. Os olhos dela estavam cheios de sangue
e pareciam bizarros e fantasmagoricamente emoldurados por seu rosto branco
demais.


?Eu posso ver o seu contorno, só um pouco,? ela disse fraca. ?Mas você está
toda vermelha, como se estivesse sangrando.? Afrodite terminou com um
soluço.


?Não estou sangrando; estou bem. Isso aconteceu antes, lembra? Mas você
ficou bem depois que fechou os olhos e descansou um tempo.?


?Eu lembro. Eu só não lembro de ter sido tão ruim.?


Ela fechou os olhos. Eu dobrei a toalha e a coloquei gentilmente em cima
deles. Então eu menti, ?foi ruim assim da última vez também.?


As mãos dela passaram pela toalha por um segundo, antes dela as colocar
nas suas laterais. Eu voltei para a pia e enchi o copo de novo. Observando o
reflexo dela no espelho eu disse, ?a visão foi terrível??


Eu vi os lábios dela tremerem. Ela deu um longo e abatido suspiro. ?Sim.?


Eu voltei para a cama. ?Você quer mais água??


Ela acenou. ?Eu sinto como se tivesse acabado de correr uma maratona pelo
deserto - não que algum dia eu vá fazer isso. Todo aquele suor não é nada
atraente.?


Feliz por ela estar soando mais como si mesma, eu sorri e guiei a mão dela
até o copo de água de novo. Então eu me sentei na minha cama olhando para
ela e esperei.


?Eu posso sentir você olhando para mim,? ela disse.


?Desculpe. Achei que eu estava sendo paciente ao não dizer nada.? Eu
pausei. ?Você quer que eu chame Darius? Ou talvez Damien? Ou os dois??


?Não!? Afrodite disse rapidamente. Eu vi ela engolir algumas vezes, e então,
em uma voz mais calma, ela disse, ?Não vá a lugar nenhum por um tempo, ok?
Eu não quero ficar sozinha agora - não quando não posso ver.?


?Ok. Não vou a lugar nenhum. Quer me contar sobre a visão??


?Não, mas eu suponho que preciso. Eu vi 7 vampiros. Elas pareciam
importantes, poderosas e obviamente todas Alta Sacerdotisas. Elas estavam em
um lugar lindo. Definitivamente dinheiro velho e não uma daquelas tendências
de rico de decorar com gosto questionável.? Eu virei os olhos para ela, o que
ela, infelizmente, não podia ver. ?A principio eu nem sabia que era uma visão.
Eu achei que era um sonho. Eu estava vendo as vampiras sentadas em cadeiras
que pareciam tronos e esperando algo bizarro e sonhador acontecer, como se
fossem se transformar em Justin Timberlake, dar um pulo, e começar a fazer um
stripp para mim e cantar sobre trazer o sexy back.?


?Huh,? eu disse. ?Sonho interessante. Ele é totalmente um nerd quente,
embora ele esteja ficando velho.?


?Oh, dá um tempo. Você já tem muitos garotos para sequer sonhar com
outro. Deixe Justin para mim. Então, de qualquer forma, elas não viraram Justin,
e nem fizeram um strip. Eu estava me perguntando o que havia de errado
quando se tornou mega óbvio que eu estava tendo uma visão porque Neferet
apareceu.?


?Neferet!?


?Yeah. Kalona estava com ela. Ela falou, mas as vampiras não olhavam para
ela. Elas não conseguiam parar de olhar que nem idiotas para Kalona.?


Eu não disse isso, mas eu sabia como elas se sentiam.


?Neferet estava dizendo algo sobre aceitar as mudanças que ela e Erebus
traziam, mudando tudo, trazendo os caminhos antigos de volta... blá... blá...?


?Erebus!? Eu interrompi o blá blá dela. ?Ela ainda está chamando Kalona de
Erebus??


?Yeah, e ela também estava se chamando de Encarnação de Nyx, ela
encurtou para Nyx, mas eu não escutei tudo que ela estava dizendo porque foi
aí que eu comecei a queimar.?


?Queimar? Tipo, como se pegasse fogo??


?Bem, não era exatamente eu. Foi algumas das vampiras. Era estranho -
uma das visões mais estranhas que eu já tive, na verdade. Uma parte de mim
estava observando Neferet falando com as 7 vampiras, e ao mesmo tempo
outra parte de mim estava deixando o lugar, um por uma, com elas. Eu podia
sentir que nem todas elas acreditavam no que Neferet dizia, e foi com essas
vampiras que eu permaneci. Até que elas queimaram.?


?Você quer dizer que elas apenas pegaram fogo??


?Yeah, mas foi muito estranho. Num segundo eu sabia que elas estavam
pensando coisas negativas sobre Neferet, e no próximo elas estavam pegando
fogo, mas quando queimaram elas estavam no meio de uma plantação. E não
era apenas que elas estavam queimando.? Afrodite pausou e bebeu o resto da
água. ?Muitas outras pessoas estavam queimando com elas - humanos,
vampiros, e calouros. Todos estavam queimando na mesma plantação, que
parecia se expandir por todo maldito mundo.?


?O que??


?Yeah, foi muito ruim. Eu nunca tive uma visão com vampiros morrendo.
Bem, a não ser aquelas duas que eu tive com você, e você é apenas uma caloura
então eu não conto elas.?


Eu desperdicei energia franzindo para ela, o que ela não conseguia ver.
?Você reconheceu alguém fora os vampiros que queimavam? Neferet e Kalona
estavam lá também??


Afrodite não disse nada por um momento. Então ela se esticou e tirou a
toalha dos olhos. Ela piscou. Eu percebi que o vermelho já estava começando a
sumir. Ela cerrou os olhos para mim. ?Assim é melhor. Eu quase consigo te ver
agora. Então, aqui é o fim da minha visão: Kalona estava lá. Neferet não estava.
Ao invés disso, você estava. Com ele. E eu quero dizer que você estava com ele.
Ele estava em cima de você e você gostou. Uh, posso só dizer, eewww, sobre ter
que ver aquela cena de agarra agarra, especialmente já que eu estava
observando da perspectiva das pessoas assando enquanto você fazia aquilo.
Basicamente estavam mais do que claro que você estar com Kalona fez o
mundo como conhecemos acabar.?


Eu esfreguei minhas mãos trêmulas pelo meu rosto, como se eu pudesse
limpar a memória de mim como A -ya nos braços de Kalona. ?Eu nunca vou ficar
com Kalona.?


?Ok, o que vou dizer não é porque estou sendo uma vaca - pelo menos não
dessa vez.?


?Vá em frente, e só diga.?


?Você é A-ya reencarnada.?


?Já concordamos nisso,? eu disse, minha voz soando mais afiada do que eu
pretendia. Afrodite ergueu as mãos. ?Espera aí. Não estou te acusando de nada.
É só que uma antiga garota Cherokee cuja alma que você meio que está
dividindo foi criada para amar Kalona. Certo??


?Sim, mas você precisa entender que eu.não.sou.ela.? Eu anunciei cada
palavra devagar e distintivamente.


?Olha, Zoey, eu sei disso. Mas eu também sei que você está muito mais
atraída por Kalona do que você quer admitir a qualquer um, e isso
provavelmente inclui você mesma. Você já teve uma memória d e ser A-ya que
foi tão forte que fez você desmaiar. E se você não for completamente capaz de
controlar o que sente por ele porque a atração esteve crescendo em sua alma??


?Você acha que eu já não pensei nisso? Diabos, Afrodite, eu vou ficar longe
de Kalona!? Eu gritei em frustração. ?Completamente longe dele. Então não
haverá chance de eu ficar alguma vez com ele de novo, e sua visão não vai
acontecer.?


?Não é tão simples. A visão em que você estava com ele não foi a única que
eu tive. Na verdade, agora que estou pensando, foi mais como uma daquelas
visões idiotas que eu tive da sua morte, quando vi sua garganta ser cortada e
sua cabeça basicamente cortada, e então na mesma maldita visão eu me
afoguei com você. Em falar em estresse.?


?Sim, eu lembro. Foi minha morte que você estava vendo.?


?Yeah, mas até agora eu sou a única que experimentou suas mortes. De
novo, eu digo nada agradável.?


?Dá para terminar de me contar sobre suas visões??


Ela me deu um olhar longo e sofrido, mas continuou. ?Então, a visão se
dividiu, como o que aconteceu com as duas mortes diferentes suas. Num
minuto você estava sugando a cara e fazendo aquilo com Kalona. Oh, e eu senti
agonia também.?


?Bem, yeah, isso faz sentido. Você estava queimando,? eu disse, frustrada
por ela não conseguir só contar a visão.


?Não, eu senti outra agonia. Eu tenho certeza que não estava vindo das
pessoas que queimavam. Mais alguém estava lá, e eles definitivamente foram
sobre coação.?


?Coação? Isso soa muito ruim.? Meu estômago estava doendo de novo.


?Yep. Muito desconfortável. Num minuto pessoas estavam queimando, eu
sentia muita agonia, blá, blá, e você estava transando com o anjo maligno.
Então tudo começou a mudar. Era obviamente um dia diferente - em um lugar
diferente. Pessoas ainda estavam queimando e eu sentia a estranha agonia, mas
ao invés de fazer com Kalona você saiu dos braços dele. Mas não muito p ara
longe. E você disse algo para ele. O que quer que você tenha dito, mudou tudo.?


?Como??


?Você matou ele e todo o fogo parou.?


?Eu matei Kalona!?


?Yep. Pelo menos foi o que pareceu para mim.?


?Bem, o que eu disse para ele que tinha tanto poder para fazer isso??


Ela deu de ombros. ?Eu não sei. Eu não conseguia ouvir você. Eu estava
experimentando a visão do ponto de vista das pessoas em chamas, e sentindo
uma agonia idiota de toda parte. Eu estava um pouco ocupada com a
insuportável dor para prestar atenção em cada sílaba que você proferiu. ?


?Tem certeza que ele morreu? Ele não é para ser capaz de morrer; ele é
imortal.?


?Foi o que pareceu para mim. O que quer que você tenha dito fez ele se
desintegrar.?


?Ele desapareceu??


?Na verdade, foi mais como se ele tivesse explodido. Mais ou menos. É meio
difícil descrever porque, bem, eu estava queimando e também ele ficou m uito,
muito brilhante, e foi difícil ver o que exatamente estava acontecendo com ele.
Mas eu posso te dizer que ele mais ou menos sumiu, e quando ele desapareceu,
todo o fogo parou e eu sabia que tudo ia ficar bem.?


?Isso foi tudo que aconteceu??


?Não. Você chorou.?


?Huh??


?Yeah, depois que você matou Kalona, você chorou. Muito ranho e tudo
mais. Então a visão terminou e eu acordei com uma horrível dor de cabeça e
meus olhos doendo pra caramba. Oh, e você estava gritando como se tivesse
perdido a cabeça.? Ela me deu um longo e considerável olhar. ?Falando nisso,
porque você estava gritando??


?Eu tive um sonho ruim.?


?Kalona??


?Eu não quero falar nisso.?


?Que pena. Você tem que falar. Zoey, eu vi o mundo queimando enquanto
você e Kalona se divertiam. Isso não é uma boa coisa.?


?Isso não vai acontecer,? eu disse. ?Lembre-se, você também viu eu matar
ele.?


?O que aconteceu no seu sonho?? ela perguntou insistentemente.


?Ele me ofereceu o mundo. Ele disse que ia mudar as coisas de volta para os
caminhos antigos e ele queria que eu reinasse ao lado dele, ou algo podre
assim. Eu disse não disse não, mas sim diabos não. Ele disse que ia queimar -?


oh minha deusa! ?espere, você disse que as pessoas estavam queimando em
uma plantação? Era uma plantação de trigo??


Afrodite deu nos ombros. ?Eu acho que sim. Plantações parecem a mesma
coisa para mim.?


Meu peito parecia apertado e meu estômago doía. ?Ele disse que ele ia
separar o trigo da palha, e queimar a palha.?


?O que diabos é palha??


?Eu não sei exatamente, mas eu tenho certeza que tem algo a ver com trigo.
Ok, tente lembrar. A plantação onde eles estavam queimando - tinha coisas
douradas, ou era verde, como se tivesse milho ou algo assim, bem, que não
parecesse com trigo??


?Era amarela. E alta. E tinha grama. Eu acho que pode ser de trigo.?


?Então o que Kalona ameaçou no meu sonho basicamente se tornou
verdade na sua visão.?


?Só que no seu sonho você não cedeu e começou a se pegar com ele. Ou
cedeu??


?Não, não cedi! Eu me joguei do topo de um penhasco, e era por isso que eu
estava gritando os pulmões para fora.?


Os olhos vermelhos dela se arregalaram. ?Sério? Você pulou de um
penhasco??


?Bem, eu pulei do topo de um castelo, e o castelo estava no topo de um
penhasco.?


?Isso parece muito ruim.?


?Foi a coisa mais assustadora que eu já fiz, mas não era tão ruim quanto
ficar com ele.?


Eu tremi, lembrando do toque dele e o terrível desejo da minha alma que
ele fez sentir.


?Eu tenho que ficar longe dele.?


?Yeah, bem, você vai precisar repensar nisso.?


?Huh??


?Dá para prestar atenção? Eu vi Kalona dominando o mundo. Ele estava
usando fogo para matar pessoas, e por pessoas me refiro a vampiros e
humanos. E você o impediu. Honestamente, eu acho que minha visão está te
dizendo que você é a única pessoa viva que pode deter ele. Então você não
pode fugir dele. Zoey, você vai ter que descobrir o que você disse que o matou e
então você vai ter que ir até ele.?


?Não! Eu não vou até ele.?


Afrodite me deu um longo olhar que estava cheio de pena. ?Você tem que
lutar contra essa coisa de reencarnação e destruir Kalona de uma vez por
todas.?


Ah, diabos, era o que eu estava pensando quando alguém bateu na minha
porta.


QUATORZE
Zoey


?Zoey! Você está ai? Me deixe entrar!?


Em menos de um segundo eu estava fora da cama e na porta. Eu a abri para
encontrar Stark inclinado contra o batente da porta. ?Stark?? O que você está
fazendo fora da cama?? Ele estava usando calças hospitalares e nenhuma
camisa. O peito dele estava coberto por uma enorme atadura branca que se
envolvia ao redor do seu torço. O rosto dele era da cor de um osso, e um veio
de suor estava sobre sua testa. Ele estava respirando curto e irregularmente e
parecia que ia cair a qualquer segundo.


Mas na sua mão direita ele segurava seu arco, e ele tinha uma flecha.


?Merda! Traga ele para cá antes dele desmaiar. Se ele cair, nunca vamos
erguer ele de novo, e ele é grande demais pra arrastar.?


Eu tentei agarrar Stark, mas me surpreendendo com sua força, ele me
afastou. ?Não, estou bem,? ele disse, olhando para o quarto e ao redor de nós
como se esperasse que alguém pulasse p ara fora do armário. ?Não vou
desmaiar,? ele disse enquanto controlava sua respiração.


Eu dei um passo na frente dele, chamando sua atenção de volta para mim.
?Stark, não tem ninguém aqui. O que você está fazendo aqui? Você não deveria
nem estar fora da cama, muito menos subindo escadas. ?


?Eu te senti. Você estava apavorada. Então vim até você. ?


?Eu tive um pesadelo, só isso. Eu não estava em perigo.?


?Kalona? Ele estava no seu sonho de novo? ?


?De novo? A quanto tempo você tem sonhado com ele?? Afrodite
perguntou.


?A não ser que você esteja dormindo com alguém, e eu não me refiro a
apenas um colega de quarto, Kalona pode entrar nos seus sonhos sempre que
quiser,? Stark disse.


?Isso não soa bom.?


?São só sonhos,? eu disse.


?Sabemos disso com certeza?? Afrodite perguntou.


Ela dirigiu a pergunta a Stark, mas eu respondi ela. ?Bem, não estou morta.
Então são apenas sonhos.?


?Não está morta? Você precisa explicar isso,? Stark disse. A respiração dele
tinha se nivelado, e embora ele ainda parecesse pálido, ele soava como um
perigoso Guerreiro que estava pronto para cumprir seu juramento e proteger
sua Alta Sacerdotisa.


?No sonho dela, Zoey se atirou de um penhasco para fugir de Kalona, ?
Afrodite disse.


?O que ele fez com você?? A voz de Stark era baixa e cheia de raiva.


?Nada!? eu disse rápido demais.


?Isso porque você pulou de um penhasco antes dele poder fazer alguma
coisa,? Afrodite disse.


?O que ele estava tentando fazer? ? Stark me perguntou.


Eu suspirei. ?O mesmo de sempre. Ele quer me controlar. Não é assim que
ele coloca, mas é o que ele quer, e eu não vou ceder ao que ele quer.?


A mandíbula de Stark se fechou com mais força. ?Eu deveria saber que ele ia
tentar te pegar através dos seus sonhos. Eu conheço os truques dele! Eu deveria
ter me certificado que você dormisse com Heath ou Erik. ?


Afrodite bufou. ?Essa é novidade. Namorado número 3 quer que você
durma com o namorado 1 ou 2.?


?Eu não sou o namorado dela!? Stark praticamente rosnou. ?Eu sou o
Guerreiro dela. Eu dei meu juramento para proteger ela. Isso significa mais do
que uma idiota paixão ou um ciúme ridículo.?


Afrodite o encarou; pela primeira vez ela n ão parecia saber o que dizer.


?Stark, foi apenas um sonho,? eu disse muito mais convencida do que eu me
sentia. ?Não importa quantas vezes Kalona me incomode em meus sonhos, o
resultado vai ser o mesmo. Eu não vou ceder a ele.?


?É melhor você se certificar disso porque se você ceder, o resto de nós vai
estar numa merda séria,? Afrodite disse.


?O que ela quer dizer??


?Ela teve outra visão, só isso.?


?Só isso? Em falar em ser depreciativa.? Ela deu a Stark um longo olhar.
?Então, Garoto Flecha, se você dormir com Zoey, isso irá impedir Kalona de
entrar nos sonhos dela??


?Deverá,? Stark disse.


?Então eu acho que você deveria dormir com Zoey, e já que três
definitivamente é muito cheio numa situação dessas, estou saindo fora.?


?Onde você vai?? eu perguntei.


?Onde Darius estiver, e, não, eu não dou a mínima se irritar os pingüins.
Sério, eu tenho uma enorme dor de cabeça. Então eu vou apenas dormir, mas
vou dormir com meu vampiro. E é só isso.?


Ela pegou suas roupas e bolsa. Eu achei que ela ia para o banheiro e se
trocar antes de encontrar Darius, o que me fez lembrar que eu estava parada ali
com minha própria camisola de avó. Eu sentei na cama e suspirei. Oh, yeah, ele


já tinha me visto nua, o que era mais embaraçoso do que camisola de vovó.
Meus ombros caíram. Deusa, para uma garota com vários namorados, eu estava
seriamente danificada no departamento de olhe-o-quão-legal-eu-sou.


Antes de Afrodite sair pela porta, eu chamei, ?Não diga nada sobre sua visão
até eu ter a chance de pensar mais. Eu quero dizer,? eu continuei com pressa,
?você pode contar a Darius, mas só isso, ok??


?Eu entendi. Você quer evitar histeria. Tanto faz. Eu não sou muito afim de
ouvir a horda de nerd e o resto dos guinchos em massa. Durma um pouco, Z. Te
vejo no por do sol.? Ela deu a Stark um pequeno aceno e então fechou a porta
atrás dela.


Stark veio até minha cama, sentando pesadamente ao meu lado. Ele fez
uma careta quando a dor no seu peito deve ter sido finalmente registrada. Ele
colocou seu arco e flecha ao lado da mesa e me deu um sorriso. ?Então, não vou
precisar deles??


?Você acha??


?O que significa que minhas mãos agora estão convenientemente livres. ?
Ele abriu seus braços para mim e me deu um olhar convencido. ?Porque você
não vem aqui, Z??


?Espere.? Eu corri até a janela, comprando tempo enquanto me perguntava
como podia ir dos braços de um homem para o outro. ?Eu definitivamente não
posso descansar até me certificar que você não vai incinerar,? eu tagarelei.
Enquanto eu estava fechando as cortinas eu não consegui resistir em espiar, e
fui recompensada com a vista de um dia que incluía pouquíssima luz. Era um
mundo cinza silencioso com gelo e desânimo. Nada estava se movendo. Era
como se a vida do lado de fora da abadia, junto com as árvores e grama e a falta
de energia, tivesse congelado. ?Bem, eu acho que isso explica como você
chegou até aqui sem fritar. Não tem sol lá fora.? Eu continuei olhando para a
janela, hipnotizada pelo mundo transformado em gelo.


?Eu sabia que não corria perigo,? Stark disse da cama. ?Eu podia sentir que
o sol nasceu, mas não brilhava por causa de todo o gelo e nuvens. Era seguro
para mim vir até você.? Então ele acrescentou, ?Z, dá pra vir aqui! Minha mente


está me dizendo que você está bem, mas meu instinto diz que você ainda está
um pouco abatida.?


Eu virei, surpresa pelo tom convencido da voz dele ter sumido. Eu saí da
janela e pus a mão na dele, sentando na beira da cama.


?Eu estou bem - muito melhor do que você, no momento, para você vir
correndo para cá no meio da manhã ensolarada.?


?Quando senti seu medo, eu tive que vir. Mesmo arriscando minha própria
vida. Isso é parte do juramento que fiz a você.?


?Mesmo??


Ele acenou, sorriu, e levantou minha mão para seus lábios. ?Verdade. Você
é minha senhora e minha Alta Sacerdotisa. Eu sempre vou te proteger.?


Eu segurei o rosto dele com minha mão e não consegui para de olhar para
ele, por algum motivo isso de repente me fez chorar.


?Hey, não faça isso - não chore.? Ele tirou as lágrimas da minha bochecha.
?Venha aqui até mim.?


Sem falar nada, eu deslizei para o lado dele, tendo cuidado para não bater
no seu peito. Ele colocou os braços ao meu redor e eu me inclinei contra ele,
esperando que o calor do seu toque pudesse limpar a memória da paixão fria de
Kalona.


?Ele faz de propósito, sabe??


Eu não tinha que perguntar. Eu sabia que ele estava falando de Kalona.


Stark continuou falando. ?Não é real - as coisas que ele te faz sentir. É isso
que ele faz. Ele encontra a fraqueza das pessoas e a usa.? Stark pausou, e eu
percebi que ele queria dizer mais. Eu não queria ouvir. Eu só queria me enrolar,
e na segurança dos braços do meu guerreiro, eu queria dormir e esquecer.


Mas eu não podia. Não depois da memória de A-ya. Não depois da visão de
Afrodite.


?Vá em frente,? eu disse. ?O que mais??


Os braços dele se apertaram ao meu redor. ?Kalona sabe que sua fraqueza é
a conexão que você tem com a garota Cherokee que prendeu ele.?


?A-ya,? eu disse.


?Yeah, A-ya. Ele vai usar ela contra você.?


?Eu sei.?


Eu podia sentir a hesitação dele, mas finalmente Stark disse, ?Você quer ele
- Kalona, quero dizer. Ele te faz querer ele. Você luta contra, mas ele te atinge.?


Meu estômago se apertou e eu queria vomitar, mas eu respondi Stark
honestamente. ?Eu sei e isso me assusta.?


?Zoey, eu acredito que você vai continuar a dizer não para ele, mas se você
algum dia ceder, você pode contar comigo para estar lá. Eu vou ficar entre você
e Kalona, mesmo que seja a última coisa que eu faça.?


Eu deitei minha cabeça no ombro d ele, lembrando bem demais que
Afrodite não tinha dito nada sobre Stark estar em qualquer uma de suas visões.


Ele virou sua cabeça e me beijou suavemente na testa. ?Oh, e por sinal,
bonita camisola.?


Uma risada inesperada escapou de mim. ?Se você não estivesse machucado
eu bateria em você.?


Ele me deu seu sorriso arrogante. ?Hey, eu gosto. Me faz pensar que estou
na cama com uma menina católica mal comportada daquelas escolas
preparatórias só para garotas. Quer me contar sobre as brigas de travesseiro
nuas que você e suas colegas de quarto costumavam fazer??


Eu virei os olhos para ele. ?Uh, talvez mais tarde quando você não tiver
quase morrido.?


?Ok, legal. Estou cansado demais para ver uma imitação mesmo.?


?Stark, porque você não bebe de mim? Só um pouco,? eu continuei com
pressa quando ele começou a protestar. ?Olha, Kalona não está aqui. Na
verdade, pelo meu sonho está bem claro que ele está bem longe, já que não
existem ilhas perto de Oklahoma.?


?Você não sabe onde ele está. Ele podia estar t e fazendo ver ele em outro
lugar no seu sonho.?


?Não, ele está em uma ilha.? Enquanto eu falava eu senti a verdade de
minhas palavras. ?Ele precisou ir para a ilha recarregar. Você faz ideia de onde
pode ser? Você ouviu ele falar sobre uma ilha com Neferet??


Stark balançou a cabeça. ?Não. Ele nunca disse nada sobre isso perto de
mim, mas o fato de que é uma ilha me diz que você o feriu. Muito. ?


?O que significa que estou segura agora, o que também significa que não
tem problema você beber de mim.?


?Não,? ele disse firmemente.


?Você não quer??


?Não seja insana! Eu quero, mas não posso. Não podemos. Agora não. ?


?Olha, você precisa do meu sangue e minha energia, ou espírito, ou tanto
faz, para melhorar.? Eu ergui meu queixo para ele ter uma visão clara da minha
jugular. ?Então, vá em frente. Me morda.? Eu fechei meus olhos e segurei o
fôlego.


Stark riu, o que fez meus olhos se abrirem para ver ele se afogando
enquanto se curvava dolorosamente sobre seu peito, ofegando, e então riu
mais.


Eu franzi para ele. ?O que é tão engraçado??


Stark conseguiu se controlar o bastante para dizer, ?É só que parece com
algo saído do filme Drácula. Você deveria estar perguntando se eu sou relevante
para sugar seu sangue.? Ele fez uma cara bizarra e mostrou os dentes.


Eu senti meu rosto corando e me afastei dele. ?Esquece. Esqueça que eu
mencionei alguma coisa. Vamos só dormir, ok?? Eu comecei a rolar, mas ele me
pegou pelo ombro e me virou de volta para ele.


?Espera aí, espera aí - estou estragando as coisas.? Ele de repente estava
sério. ?Zoey.? Stark tocou minha bochecha. ?Não vou beber de você, porque
não posso. Não porque eu não quero.?


?Yeah, eu te ouvi antes.? Eu ainda estava constrangida e tentei virar a
cabeça, mas ele me forçou a olhar pra ele.


?Hey, sinto muito.? A voz dele tinha ficado profunda e sexy. ?Eu não deveria
ter rido de você. Eu só deveria ter te dito a verdade, mas sou novo como
guerreiro. Vai levar um tempo para mim acertar.? O polegar dele acariciou meu
rosto, seguindo a linha das minhas tatuagens. ?Eu deveria ter te dito que a única
coisa que eu quero mais do que provar seu sangue é saber que você está segura
e forte.? Ele me beijou. ?Além do mais, eu não preciso beber de você, porque eu
já sei que vou ficar bem.? Ele tocou seus lábios contra os meus.


?Quer saber como sei isso??


?Uh-uhu,? eu murmurei.


?Eu sei porque sua segurança é minha força, Zoey. Vá dormir agora. Estou
aqui.? Ele deitou, se colocando do meu lado.


Logo antes dos meus olhos se fecharem, eu sussurrei, ?se alguém tentar me
acordar, por favor você poder matar ele??


Stark riu. ?Qualquer coisa por você, minha senhora.?


?Bom.? Eu fechei meus olhos e cai no sono com meu guerreiro me
segurando firmemente e me mantendo segura de sonhos e fantasmas do
passado.


QUINZE
Afrodite


?Sério, garotos gays. Só voltem para cama - juntos - eesh. Eu preciso do
meu vampiro pelo resto da noite.? Afrodite estava parada, com os braços
cruzados, dentro do quarto que Darius, Damien, Jack, e Duquesa estavam
dividindo. Ela notou, com uma vaga irritação, que Jack, Damien e Duquesa
estavam em uma cama juntos. Claro, eles lembravam ela de filhotinhos, mas
não era exatamente justo que os pingüins não tivessem problemas com eles
dormindo juntos e ao mesmo tempo banissem ela para um quarto com Zoey.
Ou pelo menos, elas tentaram.


?O que foi, Afrodite? Qual o problema?? Darius correu até ela, colocando a
cabeça por cima de seu peito totalmente lindo com uma mão e colocando seu
sapato com a outra.


Como sempre, Darius tinha entendido antes de todo mundo estar
completamente funcional - outra razão por ela ter se apaixonado por ele.


?Tudo está bem. É só que Zoey está dormindo com Stark. Em nosso quarto.
E não acho bom ficar lá desse jeito. Então vamos fazer uma pequena troca de
quarto própria.?


?Tudo está bem com Zoey?? Damien perguntou.


?Meu palpite é que agora tudo está mais do que bem com ela,? Afrodite
disse.


?Eu não achei que Stark estava afim de, bem, coisas,? Jack disse
delicadamente. Ele parecia adormecido, com seu cabelo amassado e olhos
inchados. Afrodite pensou que ele parecia ainda mais com um filhote do que o
normal, e realmente fofo. É claro ela desviou o olhar antes de admitir isso em
voz alta.


?Ele conseguiu subir no último andar, então acho que ele está curado.?


?Ooooh, Erik não vai gostar disse,? Jack disse feliz. ?Vai haver muito drama
de namorado amanhã.?


?O drama acabou nesse departamento. Z chutou Erik hoje mais cedo.?


?Ela chutou!? Damien disse.


?Yeah, e já era hora, também. A merda possessiva dele tinha que ir,?
Afrodite disse.


?E ela está realmente bem?? Damien perguntou.


Afrodite não gostava do olhar tipicamente afiado de Damien. Ela
absolutamente não ia entrar no fato que Kalona tinha entrado no sonho de
Zoey, e que era por isso que Stark estava dormindo com ela. Ela não ia falar
sobre sua visão - algo que ela estava feliz por culpar Zoey, e definitivamente ela
iria quando no futuro, Damien ficasse irritado por ela ter mantido a boca
fechada. Então, ela deu uma de Miss Metida, erguendo uma sobrancelha
perfeita e dando a ele a sua típica careta de continue-a-fazer-eles-adivinharem.
?Quem é você, a mãe gay dela??


Como Afrodite sabia que ele faria, a fúria de Damien cresceu. ?Não, eu sou
amigo dela!?


?Por favor. Bocejo. Como se todos não soubéssemos disso. Zoey.Está.Bem.
Deusa, tente dar a ela um espaço p ara respirar.?


Damien franziu. ?Eu deixo ela respirar. Só estou preocupado com ela, só
isso.?


?Onde está Heath? Ele sabe sobre a separação com Erik e que ela, bem, está
dormindo com Stark?? Jack terminou sua frase em um sussurro.


Afrodite virou os olhos. ?Eu não podia me importar menos com onde Heath
está, e a não ser que Zoey precise de um lanchinho eu acho que ela
provavelmente também não está muito interessada onde ele está. Ela está
ocupada,? ela anunciou claramente. Afrodite não gostava de ferir os
sentimentos de Damien e do seu namorado Jack, mas cortar eles era o único


jeito de manter Damien longe dos assuntos dela, e isso de vez em quando nem
funcionava 100%. Ela virou para Darius, que estava parado perto dela
observando-a de perto com uma expressão que era uma mistura de diversão e
preocupação. ?Pronto para ir, bonitão??


?É claro.? Ele olhou para Damien e Jack antes de fechar a porta. ?Vejo vocês
dois no por do sol.?


?Ok!? Jack respondeu enquanto Damien só olhava duramente para ela.


No corredor Afrodite só deu alguns passos quando Darius pegou o pulso
dela e a fez parar. Antes dela poder dizer alguma coisa, ele pôs a mão em seus
ombros e a olhou nos olhos.


?Você teve uma visão,? ele disse simplesmente.


Afrodite sentiu seus olhos se encherem de lágrimas. Ela era totalmente e
absolutamente louca por esse cara enorme que a conhecia tão bem, e que
parecia se importar tanto com ela.


?Yeah.?


?Você está bem? Você está pálida e seus olhos ainda estão injetados de
sangue.?


?Estou bem,? ela disse, embora mesmo para seus ouvidos não tenha soado
convincente. Ele a colocou em seus braços e ela deixou ele segurar ela,
confortável além de qualquer palavras pela força dele. ?Foi tão ruim quanto da
última vez?? ele perguntou.


?Foi pior.? O rosto afundando contra seu peito, ela falou em uma voz tão
suave e doce que teria chocado quase todo mundo que ela conhecia.


?Outra visão da morte de Zoey??


?Não. Dessa vez foi o fim do mundo, mas Zoey também estava lá.?


?Vamos voltar até ela??


?Não, ela realmente está dormindo com Stark. Parece que Kalona anda
entrando em seus sonhos e dormir com um cara ajuda a afastar ele.?


?Bom,? Darius disse. Houve um som no fim do corredor, e Darius puxou ela
em um canto numa sombra enquanto uma freira passava, inconsciente a
presença deles.


?Hey, falando em dormir - eu sei que Z é a grande Alta Sacerdotisa, mas ela
não é a única que precisa do seu sono de beleza, ? Afrodite sussurrou quando
eles estavam sozinhos no corredor de novo.


Darius deu a ela um olhar considerando. ?Você tem razão. Você deve estar
exausta, especialmente depois de ter uma visão.?


?Eu não estava falando sobre mim, Sr. Macho. Eu estava pensando sobre
onde podemos ir no caminho para cá e bolei uma ideia - uma ideia brilhante, se
posso dizer.?


Darius sorriu. ?E eu tenho certeza que você pode.?


?É claro. De qualquer forma, eu lembro de você ter dito as enfermeiras
pingüins que Stark não deveria ser interrompido por pelo menos umas sólidas 8
horas. Então, ele não está em seu quarto muito privado, escuro, e
aconchegante. Ao invés disso ele está tragicamente vazio.? Afrodite passou o
nariz pela lateral do pescoço dele, se ergueu na ponta dos pés e mordeu a
orelha dele.


Ele riu e colocou o braço ao redor dela. ?Você é brilhante.?


No caminho até o quarto vago de Stark, Afrodite contou a ele sobre sua
visão, e sobre o sonho de Zoey. Ele ouviu ela com a quieta atenção que tinha
sido a segunda coisa em relação a ele que tinha a atraído.


A primeira sendo a gostosura dele, é claro.


O quarto de Stark era aconchegante e escuro, iluminado por um a única
vela. Darius colocou uma cadeira na porta, contra a maçaneta, efetivamente


impedindo qualquer um de pegar eles de surpresa. Então ele passou para uma
cômoda no canto do quarto e tirou lençóis e cobertores novos, que ele pôs na
cama, dizendo algo sobre não querer que ela fosse dormir nos lençóis de um
vampiro ferido.


Afrodite observou ele enquanto tirava suas botas e jeans, e então tirou seu
sutiã debaixo de sua camiseta. Ela pensou sobre o quão estranho era ter alguém
cuidando dela - alguém que parecia gostar dela por ela mesma, o que era uma
surpresa total. Caras gostam dela porque ela é quente, ou porque ela era ri ca,
popular, e um desafio, ou, mais geralmente, simplesmente porque ela era uma
vadia. Sempre surpreendeu ela quantos caras gostam de vadias. Caras não
gostavam dela porque ela era Afrodite. Na verdade, os caras normalmente não
tiravam o tempo para descobrir quem ela era debaixo daquele bom cabelo,
pernas longas, e atitude.


Mas o maior choque de todos sobre a relação dela com Darius, e estava
definitivamente se tornando um relacionamento, era o fato de que eles não
tinham transado. Ainda. Claro, todo mundo acreditava que eles estavam
fazendo como coelhos, e ela deixava eles acreditarem que eles estavam - ela
até encorajava eles a acreditarem. Mas eles não estavam. E de alguma forma,
isso não parecia estranho. Eles dormiram juntos, e até ficaram muito, mas eles
só tinham ido até aí.


Com uma realização chocante, Afrodite entendeu o que estava acontecendo
entre ela e Darius - eles estavam indo devagar e conhecendo um ao outro.
Realmente, verdadeiramente conhecendo um ao outro, e ela descobriu que
gostava de ir devagar quase tanto quanto ela gostava de conhecer Darius.


Eles estavam se apaixonando!


Esse terrível pensamento fez os joelhos de Afrodite ficarem fracos tão
repentinamente que ela se afastou até a cadeira que estava no canto do quarto
e, se sentindo tonta, sentou. Darius terminou de fazer a cama e olhou confuso
do outro lado do quarto, para ela. ?O que você está fazendo aí??


?Só sentando,? ela disse quieta.


Ele virou sua cabeça para o lado. ?Você está mesmo bem? Você disse que
queimou junto com os vampiros em sua visão. Você ainda está sentindo os
efeitos disso? Você parece pálida.?


?Estou com um pouco de sede, e meus olhos ainda doem, mas estou bem.?


Quando ela continuou sentada sem se mexer para ir até a cama, ele deu um
confuso sorriso e disse, ?Você não está cansada??


?Yeah, yeah, estou.?


?Devo pegar água para você??


?Oh, não! Eu mesma pego. Sem problemas.? Afrodite levantou como
aqueles fantoches com barbantes e andou até a pia do lado oposto do quarto.
Ela estava enchendo um cone de papel com água quando Darius de repente
estava atrás dela. As mãos fortes dele estavam em seus ombros de novo. Dessa
vez seus polegares gentilmente começaram a massagear os músculos super
tensos do seu pescoço.


?Você carrega toda sua tensão aqui,? ele disse, trabalhando do seu pescoço
para seus ombros. Afrodite bebeu a água e então não conseguiu se fazer mexer.
Darius massageou seus ombros silenciosamente, deixando seu toque dizer a ela
o quanto ele se importava com ela. Finalmente, ela permitiu o copo deslizar dos
seus dedos. Sua cabeça foi para frente e Afrodite deu um profundo e contente
suspiro. ?Suas mãos são totalmente mágicas.?


?Qualquer coisa por você, minha senhora.?


Afrodite sorriu e se inclinou nas mãos dele, se permitindo relaxar mais e
mais. Ela amava que Darius tratasse ela como se ela fosse sua Alta Sacerdotisa,
embora ela não tivesse Marca e nunca seria uma vampira. Ela amava que ele
não tinha duvidas que ela era especial para Nyx - que ela era Escolhida pela
deusa. Ele tão obviamente não se importava se uma Marca vinha junto com isso
ou não. Ela amava que ele -


Ohminhadeusa! Ela amava ele! Puta merda!


A cabeça de Afrodite se ergueu e ela virou tão rápido que Dariu deu um
curto e surpreso passo para trás, automaticamente dando espaço para ela.


?O que foi?? ele perguntou.


?Eu te amo!? ela falou, e então pressionou sua mão como se estivesse
tentando, tarde demais, impedir as palavras de saírem.


O sorriso do guerreiro foi longo e devagar. ?Estou feliz por ouvir você dizer
isso. Estou apaixonado por você também.?


Os olhos de Afrodite começaram a se encher de lágrimas e ela piscou muito
para impedir elas enquanto ela passava por ele. ?Deusa! Isso é uma droga!?


Ao invés de responder a explosão dela, Darius simplesmente observou ela
andar até a cama. Afrodite podia sentir o olhar dele nela, enquanto ela
considerava se deveria sentar na cama, ou entrar nela. Finalmente, ela não fez
nenhum dos dois, decidindo que ela não gostava da ideia que ela criaria na
cama. Ela já se sentia vulnerável e exposta o bastante parada ali com sua
camiseta, calcinha e mais nada. Ela virou para encarar Darius.


?O que?? ela surtou.


Ele virou sua cabeça. Um sorriso triste se ergueu no canto de seus lábios. Ela
achou que os olhos dela pareciam décadas mais velhos do que o resto do rosto
dele. ?Seus pais não estão apaixonados, Afrodite. Pelo que você dividiu comigo
sobre eles, eles podem não serem capazes de sentir essa emoção por ninguém,
e isso inclui você.?


Ela ergueu seu queixo e encontrou seu olhar. ?Então me diga algo que eu
não sei.?


?Você não é sua mãe.?


Ele disse as palavras gentilmente, mas ela as sentiu como se ele tivesse
arremessado facas que tinham se encravado dentro do coração dela.


?Eu sei disso!? Ela falou através de lábios que de r epente estavam gelados.


Darius se moveu devagar em direção a ela. Afrodite pensou o quão gracioso
ele era - o quão poderoso ele sempre parecia. Ele amava ela? Como? Por quê?
Ele não percebia que vadia horrível ela era?


?Você sabe mesmo disso? Você é capaz de amar, mesmo que sua mãe não
seja,? ele disse a ela.


Mas eu sou capaz de estar apaixonada? Ela queria gritar a pergunta, mas
ela não podia. Orgulho, que falou mais alto para ela do que a compreensão nos
olhos de Darius, impediu as palavras. Ao invés disso ela fez o que a fazia se
sentir segura - ela foi para ofensiva.


?É claro que sei disso. Mas toda essa coisa entre nós ainda é uma droga. A
verdade é que você é um vampiro. Eu sou humana. O máximo que posso ser
para você seria sua consorte, e eu n em posso ser isso porque eu já tenho um
Imprint fodido com a idiota Stevie Felizinha Rae - um Imprint que eu não pareço
ser capaz de me livrar mesmo que você me morda também. ? Afrodite pausou,
tentando não lembrar da ternura que Darius mostrou a ela quando ele bebeu
dela, embora para ele, o sangue com Imprint dela fosse manchado. Ela tentou,
sem sucesso, não pensar no prazer e paz que ela encontrou nos braços dele,
tudo sem fazer sexo com ele.


?Não acho que você esteja certa sobre isso. Você não é apenas humana, e
seu Imprint com Stevie Rae não nos afeta. Eu vejo como mais evidências da sua
importância para Nyx. Ela sabe que Stevie Rae precisa de você.?


?Mas você não precisa de mim,? Afrodite disse amargamente.


?Eu preciso de você,? ele corrigiu ela firmemente.


?Para que? Não estamos nem fudendo!?


?Afrodite, porque você está fazendo isso? Você sabe que eu te desejo, mas
você e eu somos mais do que corpos e luxuria. Estamos conectados além de
você.?


?Eu não vejo como!? Afrodite estava perigosamente perto de chorar de
novo, o que fez ela ficar ainda mais irritada.


?Eu vejo.? Ele fechou o resto do espaço entre eles e, colocando uma das
suas mãos na dela, Darius caiu de joelhos diante dela. ?Eu preciso de pedir
algo.?


?Oh, deusa! O que?? Ele ia fazer algo ridículo como pedir a ela para se casar
com ele?


Ele colocou sua mão em punho sobre seu coração e olhou nos olhos.
?Afrodite, Amada Profeta de Nyx, eu peço que você aceite meu Juramento de
Guerreiro. Juro a você esse dia que eu prometo proteger vo cê com meu
coração, minha mente, meu corpo, e minha alma. Eu prometo pertencer a você
antes de a todos os outros, e ser seu guerreiro até que eu dê meu último
suspiro nesse mundo, e além, se nossa deusa assim desejar. Você aceita meu
juramento??


Afrodite estava cheia de uma incrível alegria. Darius queria ser Guerreiro
dela! Mas essa alegria teve vida curta quando ela pensou nas repercussões de
seu juramento.


?Você não pode ser meu Guerreiro. Zoey é sua Alta Sacerdotisa. Se você vai
se jurar a alguém, tem que ser ela.? Afrodite odiou dizer as palavras - e odiou
ainda mais pensar em Darius de joelhos diante de Zoey.


?Zoey é minha Alta Sacerdotisa, assim como ela é sua, mas ela já tem um
Guerreiro. Eu testemunhei o entusiasmo do jovem Stark por sua posição de
juramento. Ela não precisará de outro guerreiro protegendo ela. E também,
Zoey já me deu sua benção para me jurar a você.?


?Ela fez isso??


O guerreiro acenou solenemente. ?Era apenas o certo eu explicar a Zoey o
que eu pretendia.?


?Então isso não é apenas um impulso? Você pensou mesmo nisso??


?É claro.? Ele sorriu para ela. ?Eu quero te proteger para sempre.?


Afrodite balançava a cabeça de lado a lado. ?Você não pode.?


O sorriso de Darius desapareceu. ?Meu juramento é meu para dar, então
isso não é impedimento. Eu sou jovem, mas minhas habilidades são vastas. Eu
tenho certeza que posso proteger você.?


?Eu não quis dizer isso! Eu sei que você é bom - você é muito bom! Esse é o
problema.? Silenciosamente Afrodite começou a chorar.


?Afrodite, eu não entendo.?


?Porque você iria querer ser jurado a mim? Eu sou uma vaca total!?


O sorriso dele retornou. ?Você é única.?


Afrodite balançou a cabeça. ?Eu vou machucar você. Eu sempre magôo todo
mundo que se aproxima de mim.?


?Então é uma coisa boa eu ser um guerreiro forte. Nyx foi sábia em me dar
para você, e estou mais que contente com a escolha da nossa deusa para mim.?


?Por quê?? Lágrimas estavam escorrendo pelas bochechas de Afrodite
agora, pingando de seu queixo e encharcando sua camiseta.


?Porque você merece alguém que te valorize além da saúde e beleza e
status. Você merece alguém que te valorize pelo que você é. Agora, eu pergunto
de novo, você aceita meu juramento??


Afrodite olhou para seu rosto lindo e forte, e algo dentro d ela se libertou, e
ela viu seu futuro no olhar honesto e intrépido dele.


?Sim, eu aceito seu juramento,? ela disse.


Com um grito de alegria, Darius levantou e colocou sua profetiza nos
braços. Então ele a segurou gentilmente até o por do sol enquanto ela chorava


para fora a triste e solidão e raiva que esteve por tempo demais ligado a seu
coração.


DEZESSEIS
Stevie Rae


Stevie Rae normalmente não tinha problemas para dormir. Ok, era um
clichê terrível, mas durante o dia ela dormia como se estivesse, bem, morta.
Mas não naquele dia. Naquele dia ela não foi capaz de calar sua mente - ou,
talvez fosse mais verdadeiro dizer que ela não foi capaz de calar sua culpa.


O que ela ia fazer com Rephaim?


Ela deveria contar a Zoey - era isso que ela deveria fazer. Absolutamente
sem sombra de dúvidas.


?Claro, e então Z vai surtar como um gato num quarto cheio de cadeiras de
balanço,? ela murmurou para si mesma, e continuou a caminhar de um lado
para o outro na frente do túnel. Stevie Rae estava sozinha, mas ela continuava a
olhar furtivamente ao redor, como se esperasse que alguém aparecesse.


E daí se alguém descesse procurando por ela? Ela não estava fazendo nada
errado! Ela apenas não conseguia dormir, só isso.


Pelo menos ela desejava que fosse só.


Stevie Rae parou de andar e olhou para a calma escuridão do túnel que ela
tinha feito na terra não muito tempo antes. O que diabos ela ia fazem sobre
Rephaim?


Ela não podia contar a Zoey sobre ele. Zoey não entenderia. Ninguém iria.
Droga, nem Stevie Rae entendia a si mesma! Ela só sabia que não podia
entregar ele - não podia trair ele para todo mundo. Mas quando ela não estava
perto dele, quando Stevie Rae não podia ouvir a voz dele e ver a dor muito
humana em seus olhos, ela estava quase na beira do pânico e preocupação que
esconder um Corvo Escarnecedor só provava que ela estava perdendo seu bom
senso.


Ele é seu inimigo! O pensamento continuava a passar por sua mente, saindo
de controle como um pássaro ferido.


?Não, agora ele não é meu inimigo. Agora ele está ferido.? Stevie Rae falou
para o túnel, para a terra que a centrava e a fortalecia.


Os olhos de Stevie Rae se arregalaram quando atingiu ela. Era o fato de que
ele estava ferido que causou essa confusão! Se ele estivesse inteiro e atacando
ela, ou a qualquer outro, ela não teria hesitado para se proteger ou a qualquer
outro.


Então, e se eu levar ele para algum lugar onde ele possa se curar? Sim! Essa
era a resposta! Ela não tinha que proteger ele. Ela só não queria entregar ele
para ser massacrado. Se ela levasse ele em segurança para algum lugar onde ele
não fosse incomodado, Rephaim poderia melhorar e então escolher seu próprio
futuro. Ela tinha escolhido! Talvez ele escolhesse se juntar aos bons contra
Kalona e Neferet. Talvez não. Seja como for, não seria preocupação dela.


Mas onde ele podia ir?


E então, encarando o túnel, ela percebeu a resposta perfeita. Isso ia
significar que ela ia ter que admitir alguns dos seus segredos, e ao fazer isso ela
se perguntou se Zoey poderia entender porque Stevie Rae tinha escondido
coisas dela. Ela tem que entender. Ela vai ter que fazer escolhas bem
impopulares também. E de qualquer forma, Stevie Rae tinha a suspeita que
Zoey não ficaria tão surpresa pelo que ela tinha dito a ela; ela provavelmente
esteve por conta própria por um tempo agora.


Então ela iria contar a Z sobre as coisas, o que iria, pelo menos, assegurar
que para onde ela enviasse Rephaim não virasse a Central de calouros tão cedo.
Ele não ficaria exatamente sozinho e totalmente seguro, mas ele estaria longe
do alcance dela e não seria mais sua responsabilidade - ou dependência de
Stevie Rae.


Se sentindo excitada e mais do que um pouco feliz por ter descoberto uma
solução para seu terrível problema, Stevie Rae se concentrou e checou seu
relógio interno. Ela tinha cerca de uma hora até o por do sol. Em um dia normal
ela nunca iria se safar com o que ela planejava fazer, mas hoje ela podia sentir a


fraqueza do sol, que tentava, mas falhava, brilhar através da espessa camada de
nuvens cinzentas, cheias de gelo que parecia ter se instaurado sobre Tulsa. Ela
tinha certeza que não pegaria fogo se fosse para fora. Ela também tinha certeza
que não havia freiras intrometidas por perto, com o gelo derretendo e tudo do
lado de fora da abadia congelado e escorregadio. O mesmo valia para calouros
normais. Os calouros vermelhos eram a menor de suas preocupações, pelo
menos até o anoitecer. Eles ainda estavam enfiados no porão. É claro todo
mundo ia começar a levantar em uma hora e, se ela conhecia Z, e ela conhecia,
eles fariam uma enorme reunião para decidir o que fazer em seguida, o que
significa que Zoey iria esperar que ela estivesse presente.


Stevie Rae mordia as unhas nervosa. Era durante a grande reunião do o que
vamos fazer agora? que ela tinha que contar a Zoey, e a todo mundo, sobre seus
segredos. Cara, ela não estava ansiosa por essa reunião.


Para acrescentar mais ansiedade, também havia o fato de que Afrodite teve
outra visão. Stevie Rae não sabia o que ela tinha visto, mas através de seu
Imprint ela sentiu a agitação que a visão tinha causado a Afrodite, agitação que
cresceu e sumiu, o que provavelmente significava que Afrodite estava
dormindo. Isso era uma coisa boa porque ela não queria que ela estivesse
psiquicamente ciente o bastante para fazer ideia do que Stevie Rae estava
planejando. Ela só podia esperar que Afrodite já não soubesse demais.


?Então é agora ou nunca. Hora de agir,? Stevie Rae sussurrou para si
mesma. Sem se dar a chance de amarelar, ela foi rápida e silenciosamente ao
subir as escadas até o porão da abadia. Certa o bastante, todos os calouros
vermelhos ainda estavam deitados e totalmente apagados. O ronco distinto de
Dallas passava pelo quarto escuro, quase fazendo ela sorrir.


Ela foi até sua cama vazia e tirou o cobertor. Então retrocedeu alguns
passos pelo porão e se moveu com confiança sobrenatural na escuridão até a
boca do túnel. Sem hesitar ela entrou nele, adorando o cheio e a sensação de
estar cercada por terra. Embora ela soubesse que o que ela estava para fazer
podia se tornar o maior erro da sua vida, a terra ainda era capaz de tocar ela e
acalmar ela, suavizando seus nervos como o abraço familiar de um pai.


Stevie Rae seguiu o túnel até a primeira curva. Ali ela parou e soltou o
cobertor. Ela respirou fundo três vezes, se centrando. Quando ela falou, sua voz


estava um pouco acima de um sussurro, mas carregava tanto poder que o ar ao
redor literalmente tremeu como ondas de calor na estrada no verão.


?Terra, você é minha, assim como sou sua. Eu te invoco.? O túnel ao redor
de Stevie Rae imediatamente se encheu com o cheiro de campo, e o som do
vento passando pelas árvores. Ela podia sentir a grama que não estava ali,
abaixo de seus pés. E isso não era tudo que Stevie Rae podia sentir. Ela sentia a
terra ao redor dela, e era essa sensação de seu elemento - um conhecimento
da terra como uma entidade viva, que Stevie Rae se prendeu.


Ela ergueu seus braços a apontou seus dedos para o baixo teto do túnel de
terra. ?Eu preciso que você abra para mim. Por favor.? O teto tremeu e terra foi
empurrada, devagar a principio, e então, com o som de uma velha mulher
suspirando, a terra se abriu acima de Stevie Rae.


Ela segurou um pequeno ofegar de realização enquanto fazia o resto da
conexão com o cheiro. Os calouros vermelhos, aqueles outros calouros
vermelhos - os que ela estava tão relutante em revelar a Zoey - tinham o
mesmo cheiro. Não era uma combinação perfeita, e ela duvidava que um nariz
menos afiado que o dela pudesse fazer a conexão, mas ela podia. Ela fez. A
conexão que fez seu próprio sangue frio com um presságio.


?De novo, você veio sozinha,? Rephaim disse.


DEZESSETE
Stevie Rae


As palavras de Rephaim vieram até ela saídas de escuridão. Sem ver o
mundo que ele era, a voz dele tinha uma qualidade que o fazia soar
frequentemente como um humano de partir o coração. Isso é, afinal de contas,
o que o tinha salvo. A humanidade dele tinha alcançado Stevie Rae, e ela não foi
capaz de matar ele.


Mas hoje ele soava diferente, mas forte do que antes. Isso a aliviou e
preocupou ao mesmo tempo.


Então ela deixou a preocupação pra lá. Ela não era uma garota indefesa que
saía correndo ao primeiro sinal de perigo. Ela definitivamente podia chutar a
bunda de algum pássaro. Stevie Rae ajeitou a postura. Ela fez a decisão de
ajudar ele escapar, e era isso que ela ia fazer.


?O que você esperava? John Wayne e a cavalaria?? Fingindo ser sua mãe
quando um dos irmãos dela estava sendo chato e irritante, Stevie Rae marchou
para frente. A forma que tinha sido um calombo negro no fundo da cabana
entrou em foco e ela deu a ele seu melhor olhar sério. ?Bem, você não está
morto e está sentado. Então deve estar se sentindo melhor.?


Ele ergueu a cabeça levemente para o lado. ?Quem é John Wayne e
cavalaria??


?A cavalaria. Só significa que os caras bons estão vindo ajudar. Mas não se
hesite. Não tem um exército vindo. Apenas eu.?


?Você não se considera um dos bonzinhos??


Ele surpreendeu ela com sua habilidade de conversar com ela, e ela p ensou
que se ela fechasse os olhos e desviasse o olhar, ela podia quase se enganar e
pensar que ele era um cara normal. É claro que ela sabia melhor. Ela nunca
podia fechar os olhos ao redor dele ou desviar o olhar, e ele definitivamente
não era normal em nada.


?Bem, sim, sou boa, mas não sou exatamente um exercito.? Stevie Rae fez
um show óbvio em olhar para ela mesma. E ele ainda parecia uma droga -
definitivamente ferido e ensangüentado e quebrado - mas ele não estava
deitado todo amassado. Ele estava sentado, inclinado, a maior parte dos seus
ferimentos do lado esquerdo, contra a parede da cabana. Ele arrumou as
toalhas que ela tinha deixado em cima do seu corpo como pedaços de
cobertores. Os olhos dele eram brilhantes e alertas e nunca desviaram do rosto
dela. ?Então, você está se sentindo melhor??


?Como você disse, não estou morto. Onde estão os outros??


?Eu te disse antes, o resto dos Corvos Escarnecedores partiram com Kalona
e Neferet.?


?Não, onde estão os outros filhos e filhas do homem.?


?Oh, meus amigos. Eles estão dormindo. Então não temos muito tempo.
Isso não vai ser fácil, mas eu acho que descobri uma forma de te tirar daqui
inteiro.? Ela pausou, e se impedir de morder as unhas. ?Você consegue andar,
não consegue??


?Eu farei o que precisar fazer.?


?Agora, o que diabos isso significa? Só me d ê um simples sim ou não. É meio
importante.?


?Simmmm.?


Stevie Rae engoliu com força com o som da palavra sibilada e decidiu que
ela estava errada sobre se ela-não-olhasse-para-ele-ele-pareceria-normal.
?Muito bem, bem, vamos indo então.?


?Onde você vai me levar??


?Tudo que consegui pensar é que preciso te levar em um lugar onde você
possa ficar seguro e se curar. Você não pode ficar aqui. Eles com certeza vão te


encontrar. Hey, você não tem o problema do seu papai em ficar no subterrâneo,
tem??


?Eu prefiro o cccccccéu do que a terra.? Ele soava amargo, praticamente
mordendo as palavras e acrescento um sibilar especial para dar ênfase no céu?.


Stevie Rae pôs as mãos em seu quadril. ?Então isso significa que você não
pode ir para o subterrâneo??


?Eu prefiro não ir.?


?Bem, você prefere ficar vivo e escondido no subterrâneo, ou aqui e a um
minuto de ser encontrado e morto?? Ou pior, ela pensou mas não disse em voz
alta. Ele não falou por um tempo e Stevie Rae começou a imaginar se talvez
Rephaim não quisesse viver, o que era uma ideia que ela não tinha considerado.
Mas ela supôs que fazia sentindo. Seu próprio pessoal tinha abandonado ele
para morrer no mundo moderno que era um zilhão de vezes diferente do que
ele esteve vivo em carne e osso antes - e aterrorizando vilarejos Cherokee. O
quanto ela tinha errado por não deixar ele morrer?


?Eu prefiro viver.?


Pelo olhar no rosto dele, Stevie Rae pensou que talvez o que ele disse era
uma surpresa tanto para ele quanto tinha sido para ela.


?Ok. Tudo bem. Então precisamos te tirar daqui.? Ela deu um passo em
direção a ele, mas parou. ?Eu preciso fazer você prometer que vai se comportar
de novo??


?Estou muito fraco para ser um perigo para você,? ele disse simplesmente.


?Muito bem, então vou considerar que a promessa que você fez mais cedo
ainda conta. Só não tente nada idiota e podemos passar por isso.? Stevie Rae
passou por ele e se abaixou. ?É melhor eu dar uma olhada em seus curativos.
Eles podem precisar ser trocados ou mais apertados antes de partirmos.? Ela o
checou metodicamente, enquanto isso continuando a comentar o que ela fazia.
?Bem, o musgo parece estar funcionando. Eu não vejo muito sangue. Seu
tornozelo está bem inchado, mas não acho que esteja quebrado. Não consigo


sentir nada quebrado mesmo.? Ela enfaixou o tornozelo de novo e apertou as
bandagens, deixando a asa quebrada por último. Stevie Rae foi para trás dele e
começou a ajeitar as bandagens que se soltaram e Rephaim, que esteve quieto
e perfeitamente parado durante o seu exame, recuou e gemeu de dor.


?Ah, droga! Desculpe. Eu sei que a asa está mal.?


?Coloque mais bandagens ao meu redor. Prenda ela mais firmemente
contra meu corpo. Eu não vou ser capaz de andar se vo cê não imobilizar ela
completamente.?


Stevie Rae acenou. ?Farei o possível.? Ela rasgou mais tiras das toalhas e ele
se inclinou para frente para que ela tivesse acesso as suas costas. Ela cerrou os
dentes e trabalhou rapidamente e gentilmente, odiando a forma como ele
tremia e continuava a abafar gemidos de dor.


Quando ela terminou com a asa, ela serviu água e ajudou ele a beber.
Depois que ele parou de tremer, ela levantou e estendeu a mão para ele. ?Ok,
vamos dar uma de cowboy.?


Ele a olhou e mesmo em seu rosto estranho, ela podia ler a confusão. Ela
sorriu. ?Significa se apresentar e fazer o que for preciso, mesmo quando é difícil
pra caramba.?


Ele acenou, e então devagar se esticou e pegou as mãos dela. Se segurando,
ela puxou, permitindo a ele tempo para passar seu peso e se firmar. Com um
ofego doloroso, ele conseguiu ficar de pé, embora tenha colocado pouco peso
em seu tornozelo ferido e não parecesse muito firme.


Stevie Rae continuou a segurar as mãos dele, lhe dando a chance de se
acostumar em ficar de pé, e enquanto isso ela se preocupou que ele fosse
desmaiar, e pensou o quão estranho era que suas mãos parecess em tão
quentes e tão humanas. Ela sempre pensou em pássaros como frios e duros. Na
verdade, ela não gostava muito de pássaros - nunca gostou. As galinhas da mãe
dela costumavam a assustar, com sua batida de asas histérica e cacarejos. Ela
teve um breve flashback de juntar ovos e de uma galinha gorda e mal humorada
tentar bicar ela e errar seu olho por pouco.


Stevie Rae tremeu, e Rephaim soltou as mãos dela.


?Você está bem?? ela perguntou, acobertando o constrangimento que
apareceu entre eles.


Com um gemido, ele acenou.


Ela também acenou. ?Aguenta aí. Antes de tentar andar, deixa eu ver se
consigo achar algo para te ajudar.? Stevie Rae olhou nas coisas para jardim,
finalmente pegando uma pá. Ela voltou para Rephaim, medindo a pá contra ele,
e com um movimento duro, quebrou o braço da pá e entregou para ele. ?Use
isso como bengala. Sabe, para tirar um pouco do peso do seu tornozel o ferido.
Você pode se inclinar em mim por um tempo, mas quando entrarmos no túnel
você vai ter que continuar sozinho, então vai precisar disso.?


Rephein pegou a pá dela. ?Sua força é impressionante.?


Stevie Rae deu de ombros. ?É útil.?


Rephaim tentou dar um passo para frente, usando a pá para ajudar a
carregar seu peso, e foi capaz de andar, embora Stevie Rae tenha visto que
causou a ele muita dor.


Ainda sim, ele foi para a porta da cabana. Houve uma pausa e ele olhou com
expectativa para ela.


?Primeiro, vou envolver isso ao seu redor. Estou contando que ninguém nos
veja, mas tem uma chance que uma freira intrometida esteja olhando p ela
janela, e ela vai me ver ajudando alguém enrolado em um cobertor. Ou pelo
menos, é isso que espero.?


Rephaim acenou, e Stevie Rae enrolou o cobertor ao redor dele, o
posicionando sobre a cabeça dele e colocando ele na frente do seu peito para
ele segurar.


?Então o plano é seguinte: você sabe sobre os túneis que estivemos ficando
embaixo do depósito no centro, certo??


?Sim.?


?Bem, eu meio que fiz uma adição neles.?


?Eu não entendo.?


?Minha afinidade é com o elemento terra. Eu posso controlar, mais ou
menos. Pelo menos alguns aspectos eu posso controlar. Uma das coisas que eu
recentemente descobri é que eu posso fazer isso para mover - aumentando os
túneis. E eu fiz uma ligação com o depósito e a abadia.?


?É esse tipo de poder que o meu pai falou quando comentou sobre você.?


Stevie Rae não queria discutir o horrível pai de Rephaim com ele, e ela nem
queria pensar sobre porque ele esteve falando sobre ela e seus poderes. ?Yeah,
bem, de qualquer forma - eu abri parte de cima do túnel e fiz isso para subir e
vir até aqui. Não é muito longe dessa cabana. Vou te ajudar a chegar lá. Quando
estiver no túnel quero que o siga até o depósito. Tem abrigo lá, e comida. Na
verdade, é bem legal. Você pode melhorar lá.?


?E porque o resto dos seus aliados não vai me encontrar naqueles túneis? ?


?Primeiro, eu vou selar a conexão do depósito com a abadia. Então vou
dizer algo aos meus amigos que vai fazer eles ficarem longe dos túneis do
depósito por um tempo. E estou esperando que um tempo? se traduza a tempo
o bastante para você melhorar e sair de lá antes deles começarem a aparecer.?


?O que você vai dizer a eles que vai impedir que eles entrem nos túneis??


Stevie Rae suspirou e passou a mão por seu rosto. ?Vou dizer a verdade.
Que existem mais calouros vermelhos - que eles estão escondidos nos túneis do
depósito - e que eles são perigosos porque eles não fizeram a escolha do bem
sobre o mal.?


Rephaim ficou quieto por vários segundos. Finalmente ele disse. ?Neferet
tinha razão.?


?Neferet! Como assim??


?Ela ficava dizendo a meu pai que ela tem aliados entre os calouros
vermelhos - que eles podiam ser soldados na causa dela. Esses calouros
vermelhos são de quem ela fala.?


?Devem ser,? Stevie Rae murmurou miseravelmente. ?Eu não queria
acreditar. Eu queria acreditar que eles eventualmente fariam a coisa certa -
escolheriam humanidade ao invés de escuridão. Eles só precisavam de tempo
para acertar as coisas em sua cabeça, só isso. Eu acho que estava errada. ?


?São esses calouros que vão impedir seus amigos de entrar em no túnel??


?Mais ou menos. Na verdade, sou eu que vai manter eles fora. Vou comprar
tempo - para você para eles.? Ela encontrou os olhos dele. ?Mesmo que eu
esteja errada.? Sem dizer mais nada, ela abriu a porta, e saiu, erguendo os
braços dele, envolvido nos ombros dela, e os dois saíram na neve.


Stevie Rae sabia que Rephaim tinha que estar sentindo uma dor terrível
enquanto andavam da cabana em direção ao buraco no chão que ela criou para
o túnel. Mas o único som que ele fez era seu arfar. Ele se inclinou pesadamente
nele, e Stevie Rae ficou de novo surpresa por quão quente e pela familiaridade
do braço de um cara ao redor do ombro dela, misturado com um corpo cheio de
penas, que ela estava ajudando a apoiar. Ela continuava olhando ao redor,
quase segurando o fôlego temendo que alguém, como o irritante preciso-
provar-que-sou-macho Erik, tivesse saído. O sol estava se pondo. Stevie Rae
podia sentir ele deixando o céu. Era questão de tempo antes de calouros,
vampiros, e freiras começarem a perambular.


?Anda, você está indo muito bem. Você vai conseguir. Temos que nos
apressar.? Ela continuou murmurando para ele, encorajando Rephaim e
tentando acalmar seus próprios medos culposos.


Mas ninguém gritou por eles. Ninguém os encontrou, e em menos tempo
do que Stevie Rae tinha antecipado, a abertura do túnel apareceu na frente
deles.


?Desça, com suas mãos e pés. Não é muito longe. Vou te segurar por quase
todo o caminho para ajudar a te firmar.?


Rephaim não perdeu tempo ou energia com palavras. Ele acenou, virou,
tirou o cobertor de cima dele, e então, enquanto Stevie Rae segurava seu braço
bom - feliz que embora ele fosse grande e parecesse forte e sólido, ele pesava
menos do que ela - com a ajuda dela ele devagar e dolosamente desapareceu
na terra. Stevie Rae seguiu ele.


No túnel, Rephaim se inclinou contra a parede de terra, tentando recuperar
o fôlego. Stevie Rae desejou que ela pudesse deixar ele descansar ali, mas a
sensação em sua nuca estava gritando que os outros iriam acordar e procurar
por ela, e encontrar ela com um Corvo Escarnecedor!


?Você tem que continuar. Agora. Saía daqui. Vá por ali.? Ela apontou para a
escuridão na frente deles. ?Vai ficar muito escuro. Sinto muito sobre isso, mas
não tenho tempo para pegar uma lamparina para você. Você fica bem no
escuro??


Ele acenou. ?A muito eu prefiro a noite.?


?Bom. Siga esse túnel até encontrar um lugar onde ele passe de terra para
paredes de cimento. Então vire a direita. Vai ser confuso porque quando mais
perto você chegar do depósito, mais túneis tem. Mas permaneça no principal.
Ele vai estar iluminado - ou pelo menos eu espero que aind a esteja iluminado.
De qualquer forma, se você continuar a seguir em frente, você vai encontrar
lanternas e comida e quartos com camas e tudo mais.?


?E tem os calouros negros.?


Ele não falou como uma pergunta, mas Stevie Rae respondeu. ?Yeah, tem.
Enquanto os outros calouros vermelhos e eu estamos vivendo aqui, eles vão
ficar longe do túnel principal e dos nossos quartos. Eu não sei o que eles estão
fazendo agora que não estamos lá e honestamente não sei o que vão fazer com
você. Eu não acho que eles vão querer te comer - você não tem um bom cheiro.
Mas não sei dizer com certeza. Eles são -? ela pausou, procurando a palavra
certa. ?Eles são diferentes de mim, do que o resto de nós.?


?Eles são tudo escuridão. Como eu disse, conheço bem isso.?


?Muito bem. Bem, vou acreditar que você vai ficar bem.? Stevie Rae pausou
de novo, sem saber o que dizer, e finalmente soltando, ?Então, acho que te vejo
por aí.?


Ele a encarou e não disse nada.


Stevie Rae se inquietou. ?Rephaim. Você tem que ir. Agora. Não é seguro
aqui. Assim que você estiver mais fundo no túnel, vou derrubar essa parte para
que ninguém possa te seguir, mas você ainda tem que se apressar.?


?Eu não entendo porque você trai sua gente para me salvar,? ele disse.


?Não estou traindo ninguém; só não vou matar você!? ela gritou, e então
baixou a voz e continuou, ?Porque deixar você partir tem que significar que
estou traindo meus amigos? Eu não posso só escolher vida ou ao invés de
morte? Olha, eu escolhi o bem sobre o mal. Como eu te deixar viver é diferente
disso??


?Você não considerou que escolher me salvar é fazer uma escolha pelo que
você pode chamar de mal??


Stevie Rae olhou para ele um longo tempo antes de responder. ?Então que
isso fique na sua consciência. Sua vida agora é o que você quiser que ela seja.
Seu pai se foi. O resto dos Corvos Escarnecedores também se foram. Minha mãe
costumava cantar uma canção boba quando eu era criança e eu fazia besteira e
acabava ferida. Ela cantava que eu precisava levantar, me limpar, e começar
tudo de novo. E é isso que você precisa fazer. Estou te dando uma chance para
isso.? Stevie Rae ergueu sua mão. ?Então, espero que da próxima vez que nos
virmos, não sejamos inimigos.?


Rephaim olhou de sua mão esticada para o rosto dela, e de volta a sua mão.
Então devagar, quase relutante, ele a apertou. Não um aperto de mão
moderno, mas a saudação vampira tradicional.


?Eu te devo minha vida, Sacerdotisa.?


As bochechas de Stevie Rae estavam quentes. ?Só me chame de Stevie Rae.
Eu não me sinto muito como uma Sacerdotisa agora.?


Ele curvou sua cabeça. ?Então é a Stevie Rae que devo minha vida.?


?Faça a coisa certa e eu vou me considerar paga,? ela disse. ?Merry meet,
marry part, e merry meet de novo, Rephaim.?


Ela tentou tirar sua mão do aperto dele, mas ele não a soltou. ?Todos são
como você? Todos os seus aliados?? ele perguntou.


Ela sorriu. ?Nah, eu sou mais estranha do que a maioria. Sou a primeira
vampira vermelha, e as vezes eu acho que isso me torna meio que um
experimento.?


Ainda segurando o braço dela, ele disse, ?eu fui o primeiro filho do meu
pai.?


Embora ele olhasse para ela firmemente, ela não conseguia ler a expressão
dele. Tudo que ela viu na luz fraca do túnel era a forma humana de seus olhos e
seu brilho vermelho - o mesmo brilho vermelho que assombrava os sonhos dela
e as vezes sobrepujava sua própria visão, manchando tudo com escarlate e raiva
e escuridão. Ela balançou a cabeça, mais para si mesma do que para ele e disse,
?ser o primeiro pode ser difícil.?


Ele acenou e finalmente soltou o braço dela. Sem outra palavra, ele virou e
desapareceu na escuridão.


Stevie Rae contou devagar até 100, então ergueu os braços. ?Terra, eu
preciso de você de novo.? Instantaneamente, enchendo o túnel com o cheiro da
campina de primavera. Ela respirou profundamente antes de continuar.
?Derrube o teto. Encha essa parte do túnel. Feche o buraco que fizest es para
mim; feche-o; torne-o sólido de novo, para que ninguém possa passar por aqui. ?


Ela deu um passo para trás enquanto a terra enchia na frente e acima dela,
e então baixou, mudando e solidificando até que não havia nada a não ser uma
parede sólida de terra na sua frente.


?Stevie Rae, o que diabos você está fazendo??


Stevie Rae virou, pressionando sua mão por cima do coração. ?Dallas! Você
me assustou! Droga, eu acho que você me deu um ataque cardíaco de
verdade.?


?Desculpe. É tão difícil te surpreender que eu pensei que você sabia que eu
estava parado aqui.?


O coração batendo ainda mais forte, Stevie Rae buscou o rosto de Dallas,
tentou encontrar algum sinal que ele tinha sequer uma suspeita de que ela não
estava aqui sozinha, mas ele não parecia cheio de suspeitas ou com raiva ou
traído - ele só olhava curioso e meio triste. Suas próximas palavras reforçaram
que ele não estava aqui a tempo o bastante para ver Rephaim.


?Você selou para impedir que o resto deles venha para a abadia, não foi??


Stevie Rae acenou e tentou não demonstrar a onda de alivio que ela sentia,
aparecer em sua voz.


?Yeah. Eu acho que não é inteligente dar um acesso tão fácil as freiras.?


?Seria como um aperitivo de velhinhas para eles.? Os olhos de Dallas
brilharam travessamente.


?Não seja nojento.? Mas ela não conseguiu se impedir de sorrir para ele.
Dallas era realmente adorável. Não apenas ele era o namorado não oficial dela,
mas ele também era um gênio com qualquer coisa a ver com eletricidade ou
encanamento ou basicamente qualquer coisa que você encontra no depósito.


Rindo para ele, ele se moveu mais para perto e puxou um dos seus cachos
loiros. ?Não estou sendo nojento. Estou sendo verdadeiro. E você não pode me
dizer que você pelo menos não pensou sobre o quão fácil séria morder uma
daquelas freiras.?


?Dallas!? Ela cerrou os olhos para ele, verdadeiramente chocada com o que
ele tinha dito. ?Diabos não pensei em comer uma freira! Não soa certo. E como
eu te disse antes, não é inteligente pensar sobre comer pessoas. Não é bom
para você.?


?Hey, relaxe, belezura. Só estou brincando com você.? Ele olhou atrás dela
para a parede de terra. ?Então, como você vai explicar isso para Zoey e o resto
deles??


?Eu vou fazer o que eu provavelmente deveria ter feito a um tempo. Vou
dizer a verdade.?


?Eu pensei que você queria ficar quieta sobre o resto dos calouros porque
achava que eles podem dar a volta por cima e ser como nós.?


?Yeah, bem, estou começando achar que eu fiz besteira em algumas das
minhas escolhas.?


?Muito bem, isso depende de você. Você é nossa Alta Sacerdotisa. Diga a
Zoey e aos outros o que você quiser. Na verdade, você pode fazer isso a gora
mesmo. Zoey acabou de convocar uma reunião no refeitório. Eu vim procurar
por você para te dizer.?


?Como sabia onde me encontrar??


Ele sorriu para ela e colocou seus braços ao redor dos ombros dela. ?Eu te
conheço, belezura. Não foi muito difícil descobrir que você estaria aqui.?


Eles começaram a sair do túnel juntos. Stevie Rae envolveu seu braço ao
redor da cintura de Dallas. Ela se permitiu inclinar contra ele, feliz por ele ser
normal e totalmente como um cara ao lado dela. Era um alivio ter seu mundo
de volta para onde ela sabia que era certo. Ela tirou Rephaim da cabeça. Ela
ajudou alguém que esteve ferido, só isso. E agora ela tinha acabado com ele.
Sério, ele era apenas um Corvo Escarnecedor muito ferido. Quanto problema
ele poderia causar?


?Você me conhece, huh?? Ela bateu nele com seu quadril.


Ele se pressionou contra ela com mais força. ?Não tanto quanto eu queria te
conhecer, belezura.?


Stevie Rae riu, ignorando o fato que ela soava meio maníaca em seu esforço
de ser normal.


Ela também ignorou o fato de que ela ainda conseguia sentir o cheiro negro
de Rephaim em sua pele.


DEZOITO
Zoey


Eu estava num lugar mágico e nebuloso, entre estar acordada e dormindo
quando ele me colocou contra seu corpo. Ele era tão grande e forte e duro que
o contraste entre sua presença física e a respiração suave e doce que formigava
na lateral do meu rosto junto com os gentis beijos que ele dava ali me fizeram
tremer.


Eu estava na maior parte adormecida e não queria acordar completamente
ainda, mas eu suspirei feliz e me estiquei para que ele pudesse alcançar mais do
meu pescoço. Os braços dele pareciam tão certos ao meu redor. Eu amava estar
próxima dele e estava pensando o quão feliz eu estava por Stark ser meu
guerreiro quando eu murmurei adormecida, ?você realmente deve estar se
sentindo melhor.?


O toque dele se tornou mais sexy e menos gentil.


Eu tremi de novo.


Então minha mente grogue registrou duas coisas simultaneamente.
Primeiro: Eu não estava tremendo porque eu gostava do que ele estava
fazendo, embora eu definitivamente gostasse do que ele estava fazendo. Eu
estava tremendo porque seu toque era frio. Segundo: O corpo que se
pressionava contra mim era muito grande para ser o de Stark.


Naquele instante ele sussurrou, ?Você vê como sua alma me deseja? Você
virá até mim. É o seu destino, e meu destino é esperar por você.?


Eu suguei o ar, acordei, e sentei.


Eu estava completamente sozinha.


Se acalme... se acalme... se acalme... Kalona não está aqui... tudo está
bem... foi só um sonho...


Sem pensar, eu automaticamente comecei a controlar minha respiração e
firmar minhas emoções, que definitivamente estavam malucas. Stark não estava
no quarto, e a última coisa que eu queria que ele fizesse era vir correndo de
volta porque ele podia sentir o quão em pânico eu estava, quando eu não
estava em real perigo. Eu podia estar incerta sobre várias coisas, mas eu tinha
certeza de uma: eu não queria que Stark começasse a pensar que ele não podia
me deixar sozinha.


Yeah, eu era louca por ele, e feliz por dividirmos um laço, mas isso não
significa que eu queria que ele acreditasse que eu não podia funcionar sem ele.
Ele era meu guerreiro, não minha babá ou assediador, e se ele começasse a
pensar que ele tinha que cuidar de mim constantemente... me olhando como
idiota enquanto eu dormia...


Eu suprimi um gemido de terror.


A porta que levava ao pequeno banheiro que meu quarto dividia com o
quarto de convidados ao lado se abriu, e Stark entrou, seu olhar indo diret o
para mim. Ele estava usando jeans e uma camiseta preta da Caridade Católica
dos Gatos de Rua, e ele estava secando seu cabelo molhado. Eu acho que devo
ter me acalmado e ajeitado a expressão de pânico em meu rosto o bastante
porque assim que ele me viu sentado na cama, sozinha e sem perigo, o olhar
dele mudou para um sorriso.


?Hey, você está acordada. Foi o que pensei. Você está bem??


?Yep. Bem e elegante,? eu disse rapidamente. ?Acabei de acordar e quase
rolei para fora da cama. Meio que assustou.?


O sorriso dele ficou arrogante. ?Você provavelmente estava sentindo minha
falta e do meu corpo quente, e foi isso que te fez rolar da cama?


Eu ergui uma sobrancelha para ele. ?Tenho certeza que não foi isso.? A
menção dele ao seu corpo (sim, era quente, mas eu não vou deixar ele pensar
que estou babando por ele) me fez estudar ele, e eu percebi que ele parecia
bem - de uma forma mais do que apenas fofa e gostosa. Ele estava bem menos
pálido do que ele esteve quando adormecemos, e ele estava muito mais firme
de pé. ?Você parece melhor.?


?Estou melhor. Darius tinha razão - eu curo rápido. Sólidas 8 horas de sono,
fora as três unidades de sangue que comi enquanto você estava roncando, me
fizeram sentir muito bem.? Ele andou até a cama, se abaixou, e me beijou
suavemente. ?Acrescente a isso eu saber que posso te manter segura dos
pesadelos de Kalona, e eu diria que estou pronto para enfrentar qualquer
coisa.?


?Eu não ronco,? eu disse a ele firmemente, então suspirei e envolvi meus
braços ao redor da cintura dele, me inclinando nele, deixando a força da
presença física dele afastar o que permaneceu da presença de Kalona do meu
pesadelo. ?Fico feliz por você estar se sentindo melhor.?


Eu deveria ter dito a Stark que Kalona ainda entrava nos meus sonhos,
mesmo com ele tão perto e tão focado em me proteger? Provavelmente. Talvez
dizer a ele fizesse diferença no que iria acontecer mais tarde. Então eu estava só
pensando sobre não estragar a energia positiva que ele tinha, então eu
descansei em seus braços até que me lembrei que nem tinha escovado meu
cabelo nem nada. Passando meus dedos por meu horrível cabelo de recém
desperta, e desviando meu rosto dele para impedir de atingir Stark com um
bafo matinal, eu me afastei do seu abraço e corri para o banheiro. Por cima do
meu ombro eu disse, ?Hey, me faz um favor enquanto tomo banho??


?Claro.? Ele me deu seu sorriso arrogante, o que mostrava o quão bem ele
realmente estava se sentindo. ?Quer que eu esfregue suas costas??


?Uh, não. Mas obrigado. Eu acho.? Jeesh, caras tem a mente tão pequena!
?Quero que reúna os calouros, vermelhos e azuis, e encontre Afrodite, Darius,
irmã Mary Angela, minha avó, e qualquer outro que você consiga pensar que
precisa estar na discussão de quando e como vamos voltar para a escola.?


?Prefiro esfregar suas costas, mas sem problemas. Seu desejo, minha
senhora, é minha ordem.? Ele curvou sua cabeça e me saudou, sua mão sobre
seu coração.


?Obrigado.? As palavras saíram suaves. A expressão dele de respeito e
confiança de repente me fiz eram sentir prestes a chorar.


?Hey.? O sorriso dele sumiu. ?Você parece meio triste. Tudo está bem??


?Só estou feliz por você ser meu guerreiro.? O que eu disse era verdade,
mas não era tudo.


Ele sorriu em resposta. ?Você é uma Alta Sacerdotisa de sorte.?


Eu balancei a cabeça para seu sorriso arrogante e pisquei as lágrimas
ridículas dos meus olhos. ?Só reúna todo mundo, ok??


?Ok. Quer se reunir no porão? ?


Eu fiz uma careta. ?Definitivamente não. Que tal você perguntar a irmã
Mary Angela se podemos nos encontrar no refeitório? Daí podemos comer e
conversar.?


?Farei isso.?


?Obrigado.?


?Te vejo logo, minha senhora.? Olhos brilhando, ele me saudou
formalmente de novo antes de sair do quarto.


Mais devagar, eu entrei no banheiro. Mecanicamente, eu escovei os dentes
e entrei no banho. Eu fiquei parada por um longo tempo deixando a água
quente cair sobre mim. E então, quando eu soube que pude manter minhas
emoções calmas, eu pensei em Kalona.


Eu relaxei nos braços dele. Eu não estava revivendo a memória de A-ya, e
nem sobre sua influência, mas me deixei relaxar quando ele me tocou, e o
resultado foi tão aterrorizante como revelador. Tinha parecido certo estar com
ele - tão certo que eu confundi ele com meu guerreiro jurado! E não tinha
parecido um sonho. Eu estava acordada demais; muito perto de consciência
total. A última visita de Kalona tinha abalado meu núcleo.


?Não importa o quanto você tente lutar, sua alma reconhece ele,? eu
sussurrei para mim mesma; e então, como se meus olhos estivessem com
ciúmes da água que já Caía por meu rosto, eu comecei a chorar.


Para encontrar o refeitório eu segui meu nariz e minhas orelhas. No fim do
corredor que levava a ele, eu podia ouvir vozes familiares rindo e raspando
pratos e talheres e me perguntei brevemente se as freiras estavam realmente
tranqüilas com aquela tamanha invasão de adolescentes futuros vampiros. Eu
pausei na porta de entrada grande e arqueada que dava ao grande salão,
checando como as freiras estavam se dando com o pessoal. Haviam três
enormes mesas. Eu esperava que as freiras estivessem amontoadas juntas,
naturalmente se segregando de nós, mas elas não estavam. Claro, elas tendiam
a sentar em grupos de duas ou três, mas elas estavam cercadas por calouros -
vermelhos e azuis - e todos estavam conversando, o que matou a imagem típica
que eu tinha em minha cabeça do refeitório das freiras ser um lugar de reza e
uma (chata) reflexão silenciosa.


?Então, você vai entrar ou vai ficar aí?? Eu virei para ver Afrodite e Darius
parados atrás de mim. Eles estavam de mãos dadas e pareciam muito felizes e,
como as gêmeas diriam, felizinhos-alegres.


?Merry mett, Zoey.? Darius me saudou formalmente, mas seu sorriso deu a
seu gesto calor e uma sensação casual.


Eu joguei a Afrodite um olhar de viu-alguém-tem-modos antes de sorrir
para o guerreiro.


?Merry meet, Darius. Vocês dois parecem felizes um com o outro. Você
deve ter encontrado um lugar para dormir ontem.? Eu pausei, olhei para
Afrodite de novo, e acrescentei, ?Dormir ou algo assim.?


?Eles me asseguraram que dormiram.? Irmã Mary Angela enfatizou a
palavra quando se juntou a nós na porta.


Afrodite virou os olhos para a freira, mas não disse nada.


?Darius me explicou que o anjo caído tem visitado seus sonhos, e que Stark
parece ser capaz de impedir ele,? disse a freira em seu jeito casual de ir direto
ao ponto.


?O que Stark fez?? Heath parou e me deu um abraço gigante, me dando um
beijo nos lábios. ?Você precisa que eu chute a bunda dele? ?


?Dificilmente você poderia,? Stark disse, se juntando a nós de dentro do
refeitório.


Diferente de Heath, ele não me agarrou, mas seu olhar era tão quente e
íntimo que parecia que ele tinha me tocado tanto quanto o abraço de Heath.


E de repente eu estava me sentindo muito claustrofóbica de caras. Eu quero
dizer, um harém de caras pode soar como uma boa ideia em teoria, mas eu
estava rapidamente descobrindo que, como as pernas de jeans de marca, só em
teoria é uma boa ideia. Como se para reforçar meus pensamentos, Erik escolheu
aquele instante para s e juntar a nós. Venus, a caloura vermelho que era a antiga
colega de quarto de Afrodite, estava praticamente colada ao lado dele. Uhg. Só
Ugh.


?Oi todo mundo. Cara, estou faminto!? Erik disse. Ele deu aquele sorriso
quente e grande de astro de cinema que eu costumava amar tanto.


Pela minha visão periférica eu podia ver Heath e Stark olhando feito idiotas
para Erik e Venus, que estava definitivamente grudada ao seu lado, e foi quando
eu lembrei que nenhum dos meus outros caras sabia que eu tinha largado Erik.
Eu segurei um suspiro de pura irritação e ao invés disso ignorei ele com uma
atitude gelada que eu gostei de jogar, plantando meu próprio sorriso falso no
meu rosto e cheio de alegria.


?Oi, Erik, Venus. Bem, vocês definitivamente vieram para o lugar certo se
estão com fome. Tudo está com um cheiro ótimo.?


O sorriso de Erik falhou por só um instante, mas a habilidade de atuação
dele estavam bem armadas para fazer ele parecer que tinha movido em frente,
tipo, 15 segundos depois que terminamos.


?Oi, Zoey. Não te vi aí. Como sempre, você está cercada por caras. Droga,
está sempre cheio ao seu redor.? Com uma sarcástica risada ele se afastou,
batendo no ombro de Stark.


?Se eu atirar uma flecha e pensar em um idiota3, você se surpreenderia se
atingisse Erik?? Stark me perguntou em uma voz agradável e descontraída.


?Não me surpreenderia,? Heath disse.


?Eu posso contar para vocês garotos, por experiência pessoal, que Erik
realmente tem um ótimo traseiro,? Venus disse enquanto se movia para seguir
Erik até o refeitório.


?Hey, Venus, eu tenho duas palavras para você,? Afrodite disse.


Venus hesitou e olhou por cima do ombro para sua ex colega de quarto.
Afrodite deu seu melhor sorriso vadia-maldosa e disse, ?Fique. Longe.? Ela
pausou e deu um sorriso vadio e então disse, ?Boa sorte com isso.?


Foi então que eu notei que todos no refeitório estavam virados em nossa
direção e a conversa tinha parado.


Erik fez um pequeno movimento possessivo com sua mão e Venus
praticamente trotou até ele. Passando seu braço ao redor do dele, ela esmagou
seu peito contra o cotovelo dele. E então os sussurros começaram como se
alguém tivesse acendido eles com um fósforo.


"Erik e Zoey terminaram!"


"Erik com Venus!"


"Zoey e Erik não estão juntos!"


Bem, diabos.


3 Ass em inglês no coloquial pode ser traduzido para idiota. Na tradução literal é bunda.


DEZENOVE
Zoey


?Eu nunca gostei dele.? Heath me beijou no topo da cabeça e então
arrumou meu cabelo como se eu tivesse 2 anos.


?Você sabe que eu odeio quando você faz isso!? Eu disse, tentando arrumar
meu cabelo que já estava uma droga porque, aparentemente, as freiras não
acreditam em chapinha.


?Eu nunca gostei dele também.? Stark pegou minha mão e a beijou. Então
ele olhou Heath nos olhos. ?Eu não gosto muito que você e Zoey tenham um
Imprint, mas não tenho um problema com você.?


?Estou legal com você também, cara,? Heath disse. ?Mas eu não gosto
muito que você tenha dormido com Zo.?


?Hey, é parte do meu trabalhando sendo o Guerreiro dela, manter ela
segura e tudo mais.?


?Ok, vomito,? Afrodite disse. ?Por sinal, nerds testosteronados?, vocês
deveriam saber que Z largou Erik - não importa o que ele esteja tentando fazer
parecer. Mantenham em mente que ela pode fazer isso com qualquer um de
vocês se ficarem muito chatos.? Ela se desenrolou de Darius, marchou até mim,
e me olhou nos olhos. ?Pronta para entrar e enfrentar a massa de pés no saco? ?


?Em um segundo.? Eu virei para irmã Mary Angela. ?Como está vovó essa
manhã??


?Cansada. Temo que ela tenha feito demais ontem.?


?Ela está bem??


?Ela ficará.?


?Talvez eu devesse ir até ela e -?


Eu comecei a me afastar do refeitório, mas Afrodite pegou meu pulso.


?Vovó vai ficar bem. Agora posso te prometer que é melhor você descobrir
o que vamos fazer em seguida do que se estressar com ela.?


?Estressar? Alguém disse que eles são estressantes?? Stevie Rae passou
pelo canto do corredor com Dallas ao seu lado. ?E aí, Z!? Ela me deu um grande
abraço.


?Desculpe por ter surtado com você antes. Eu acho que nós dois temos
andado muito estressadas ultimamente. Me perdoa?? ela sussurrou.


?É claro,? eu sussurrei em resposta e tentei não enrugar meu nariz
enquanto abraçava ela. Ela tinha cheiro do porão e terra e mais alguma coisa
que eu não conseguia identificar.


?Hey,? eu disse rapidamente para ela. ?Eu larguei Erik e ele ficou com Venus
- na frente de todo mundo.?


?Bem, isso é tão ruim quanto sua mãe esquecer seu aniversário,? ela disse
alto, sem prestar atenção na nossa audiência.


?Yeah,? eu disse. ?Definitivamente é uma droga.?


?Você tem que entrar e enfrentar ele, ou quer botar o rabo entre as pernas
e fugir?? ela perguntou com um sorriso fofo.


?O que você acha, Ado Annie?? Afrodite disse. ?Z não foge de uma luta.?


?Quem é Ado Annie?? Heath perguntou.


?Não sei,? Stark disse.


?É um personagem do musical Oklahoma!? Irmã Mary Angela respondeu
quando tentava segurar uma risada. ?Vamos tomar café?? sorrindo, a freira
entrou no refeitório.


Eu suspirei e tive a vontade de sair correndo pelo corredor, na direção
oposta.


?Anda, Z. Vamos entrar e pegar algo para comer. Além do mais, eu tenho
coisas para contar a todo mundo que acho que vai fazer o seu problema com
namorados virar nada.? Stevie Rae agarrou minha mão, a balançou, e me puxou
para o refeitório. Seguida por Stark, Heath, Darius, Afrodite, e Dallas,
encontramos nossos lugares ao lado da irmã Mary Angela e a mesma mesa
onde Damien, Jack, e as gêmeas já estavam sentadas.


?Hey, Z! Você finalmente levantou! Dá uma olhada nessas panquecas
seriamente gostosas que as freiras cozinheiras fizeram para nós,? Jack tagarelou
para mim.


?Panquecas?? meu mundo instantaneamente se iluminou.


?Yeah! Tem pratos e mais pratos disso e bacon e bolinhos. É melhor do que
o restaurante IHOP!? Ele olhou para a mesa e gritou, ?Hey! Me passe as
panquecas!?


Pratos começaram a se mexer, e minha boca começou a salivar. Eu estava
seriamente afim de uma panqueca.


?Preferimos torradas,? Shaunee disse.


?Yeah, não é tão esmagado,? Erin disse.


?Panquecas não são esmagadas,? Jack disse.


?Merry meet, Z,? Damien falou, obviamente se desviando do assunto das
panquecas.


?Merry meet,? eu sorri para ele.


?Hey, fora o seu cabelo horrível você parece melhor do que antes,? Jack
disse.


?Obrigado. Eu acho.? Eu disse dando uma enorme mordida na panqueca.


?Eu acho que ela está incrível,? Stark disse de onde estava sentado um
pouco mais distânte na mesa.


?Eu também. Eu gosto do cabelo bagunçado da Zoey,? Heath sorriu para
mim.


Eu estava virando os olhos para os dois quando a voz de Erik passou pelo
salão até eu.


?Muito, muito lotado lá.? Ele estava de costas para nós, mas isso não
impediu a voz dele de se projetar arrogante.


Porque términos de namoro não podem ser fáceis? Porque Erik não podia
simplesmente não ser um chato? Porque você magoou os sentimentos dele, o
pensamento passou por minha mente, mas eu estava cansada de me preocupar
com os sentimentos de Erik. Ele foi um idiota possessivo! E que maldito
hipócrita. Ele me chamava de vadia, mas ele levou menos de um dia p ara ficar
com outra pessoa. Jeesh.


?Espere, Erik está com Venus?? A voz de Jack chamou minha atenção.


?Terminamos ontem a noite,? eu disse, indiferente colocando panquecas no
meu prato e acenando para Erin me passar mais bacon.


?Yeah, foi o que Afrodite nos disse. Mas agora ele está com Venus? Assim
do nada?? Jack repetiu, encarando Erik e a mencionada Venus, que estava igual
ao macaco aranha em cima dele enforcando tanto ele que eu fiquei chocada por
ele conseguir comer. ?Eu achei que ele fosse um cara legal.?


Jack soava totalmente jovem e iludido, como se Erik tivesse acabado com
sua baboseira de cara perfeito.


Eu dei de ombros. ?Está tudo bem, Jack. Erik não é um cara ruim. Somos
apenas ruins juntos,? eu disse, odiando em ver o quão chateado Jack parecia.
Querendo mudar de assunto, eu anunciei, ?Afrodite teve outra visão.?


?O que você viu?? Damien perguntou a ela.


Afrodite olhou para mim, e eu acenei quase imperceptivelmente. ?Kalona
queimando vampiros e pessoas.?


?Queimando elas?? Shaunne falou. ?Parece com algo que eu deveria ser
capaz de desencorajar. Eu sou a Srta. Fogo.?


?Você está certa, Gêmea,? Erin disse.


?Compartilhadoras de cérebro - vocês não estavam na visão.? Afrodite
apontou seu garfo para as Gêmeas. ?Fogo e sangue e horror e outras coisas
estavam.


Shaunee e Erin cerraram os olhos para Afrodite.


?Onde estava Zoey?? Damien perguntou.


O olhar de Afrodite encontrou o meu e ela respondeu. ?Zoey estava lá. Em
uma visão isso era uma coisa boa. Na outra, nem tanto. ?


?O que isso significa?? Jack perguntou.


?A visão era confusa. Parece que o que eu vi era uma espada de dois
gumes.?


Para mim era óbvio que ela estava protelando, e eu estava abrindo a boca
para dizer a ela ir em frente e contar a todo mundo quando Kramisha, que
estava sentada na mesa a minha direita, ergueu seu braço e acenou para um
pedaço de papel que ela estava segurando.


?Eu sei o que significa,? ela disse. ?Ou eu sei parte do que significa. Eu
escrevi antes de ir para cama ontem.? Ela sorriu para a irmã Mary Angela.
?Depois que terminamos de vir o filme da freira.?


?Fico feliz que você tenha gostado, querida,? irmã Mary Angela disse.


?Eu gostei, mas eu ainda acho que aqueles garotos eram maus. ?


?O que você está segurando?? Afrodite perguntou.


?Você poderia ser um pouco paciente,? Kramisha disse. ?E mostrar alguma
educação. É para Zoey, de qualquer forma. Aqui, passe para ela.?


O pedaço de papel foi passado de pessoa a pessoa até chegar a mim. Como
todos provavelmente suspeitavam, era um dos poemas de Kramisha. Eu dei um
suspiro.


Conforme eu lia na minha mente, Afrodite disse, ?Por favor me diga que não
é outro daqueles poemas proféticos. Deusa, eles me dão dor de cabeça. ?


?Melhor guardar Tylenol,? eu disse. Eu li a primeira linha para mim mesma,
pisquei, e então olhei para Afrodite. ?O que você acabou de dizer? Algo sobre
uma espada??


?Ela disse que você estar lá com Kalona era uma espada de dois gumes. Foi
isso que me fez te dar o poema agora, ao invés de esperar para uma hora mais
privada.? O olhar afiado de Kramisha encontrou Erik, então ela acrescentou, ?eu
tenho mais cabeça do que algumas pessoas, em expor meus assuntos em
público.?


?Essa é a primeira linha do poema, Uma espada de dois gumes?,? eu disse.


?Isso é assustador,? disse Stevie Rae.


?Yep,? eu disse, encarando o poema. ?Assustador é uma boa palavra para
isso.?


?O que você quer fazer sobre isso?? Damien me perguntou.


?Eu quero pegar o poema e, com a ajuda dos meus amigos, entender. Mas
quero fazer isso em casa,? eu disse simplesmente.


Damien sorriu e acenou. ?Casa. Isso soa legal.?


Eu olhei para Afrodite. ?O que você acha??


?Eu acho que sinto falta do chuveiro Vichy do meu quarto,? ela disse.


?Darius??


?Temos que voltar antes de nos concentrar em seguir em frente.?


?Shaunee e Erin??


Elas se olharam, e então Erin disse, ?Casa. Definitivamente.?


?Stevie Rae??


?Bem, eu tenho algo para dizer a vocês antes de você tomar a grande
decisão.?


?Ok, vá em frente,? eu disse.


Eu observei Stevie Rae inalar profundamente e então soprar através de seus
lábios, como se ela estivesse fazendo um teste de asma. As palavras dela
seguiram por seu fôlego e ela falou rápida e claramente, deixando o que ela
disse passar pelo salão.


?Tem mais calouros vermelhos do que os que estão aqui. Eles não mudaram
quando eu mudei como os que estão aqui. Eles ainda são ruins. Eu acho - eu
acho que eles ainda podem estar conectados com Neferet.? Ela virou na minha
direção seus olhos me imploraram para entender. ?Eu não disse nada para você
porque eu queria dar a eles uma chance. Eu pensei que se eles encontrariam
sua humanidade de novo se ficassem em paz e pudessem pensar nas coisas por
conta própria, ou talvez eu pudesse ajudar eles. Sinto muito, Z. Eu não queria
causar problemas e nunca quis mentir para você.?


Eu não podia ficar com raiva de Stevie Rae. Tudo o que eu podia fazer era
sentir alivio por ela finalmente ter dito a verdade.


?Às vezes você não pode contar a seus amigos tudo que gostaria,? eu disse.
Stevie Rae soltou o ar em um soluço. ?Oh, Z! Você não me odeia??


?É claro que não,? eu disse. ?Eu tive que esconder alguns segredos horríveis,
então eu entendo.?


?Onde eles estão?? A pergunta de Damien podia parecer dura, mas sua voz
era gentil, seus olhos castanhos quentes cheios de entendimento.


?Eles estão nos túneis do depósito. É por isso que selei o túnel de terra que
fez todos chegarem aqui. Eu não queria que nenhum deles nos seguisse e
causasse problemas para as freiras.?


?Você deveria ter nos avisando ont em,? Darius disse. ?Teríamos postado
guardas enquanto todos dormiam.?


?Tem calouros vermelhos marotos na outra ponta do túnel?? Irmã Mary
Angela tinha encontrado o rosário pendurado em seu pescoço.


?Oh, irmã, vocês não estão em perigo. Darius, não precisávamos ter postado
guardas, eu prometo!? Ela rapidamente explicou. ?Aqueles outros garotos são
muito afetados pela luz do sol. Eles nunca iriam se mover enquanto o sol está
presente, nem mesmo pelos túneis.?


O franzido de Darius dizia que ele ainda teria colocado guardas. Irmã Mary
Angela não disse nada, mas eu vi os dedos dela passando pelas contas do
rosário. Foi então que eu notei que nenhum dos calouros vermelhos estava
falando. Eu olhei para o único outro vampiro vermelho que existe. ?Você sabia
sobre os outros calouros??


?Eu? Diabos, não. Eu teria te contado imediatamente,? Stark disse.


?Eu deveria ter te dito imediatamente. Eu realmente sinto muito por não ter
feito isso,? Stevie Rae disse.


?Às vezes a verdade não pode ser simplesmente revelada e é difícil
descobrir como revelar ela,? eu disse a ela, e então olhei ao redor para os
outros calouros vermelhos. ?Vocês todos sabiam, não sabiam??


Kramisha falou. ?Sabíamos. Não gostamos dos outros garotos. Eles são
ruins.?


?Eles tem um cheiro ruim também,? a pequena Shannoncompton disse do
lado mais distante da mesa.


?Eles são uma droga,? Dallas disse. ?E eles nos lembram do que
costumávamos ser.?


?Isso é algo que não gostamos de lembrar,? disse o musculoso Johnny B.


Eu voltei minha atenção de volta a Stevie Rae. ?Tem mais alguma coisa que
você queira me dizer??


?Bem, eu não acho que seja inteligente voltar para os túneis do depósito
agora, então ir para casa, para a Hosue of Night parece bom para mim.?


?Então está decidido. Vamos para casa,? eu disse.


VINTE
Zoey


?Sou a favor de voltarmos para onde pertencemos, mas sua avó deveria
ficar aqui,? Afrodite disse de repente. ?Não sabemos com o que vamos ter que
lidar na House of Night.?


?Sua visão mostrou outra coisa?? eu perguntei, notando que ela estava
olhando para Stevie Rae ou invés de mim.


Afrodite balançou a cabeça devagar. ?Não, eu te contei tudo que vi na
minha visão. Eu só tenho um pressentimento, só isso.?


Stevie Rae riu nervosa. ?Bem, nossa, Afrodite, estamos todos nos sentindo
nervosos e inquietos, o que faz sentido. Acabamos de afastar um super bicho
papão, mas não é motivo para assustar Zoey.?


?Não estou assustando ela, alegrinha,? Afrodite disse. ?Só estou sendo
cuidadosa.?


?É uma sábia antecipação de perigo,? Darius disse pensativo.


Já que não havia nada errado em ter cuidado, eu abri a boca para concordar
com os dois quando Stevie Rae virou para Darius e numa voz fria disse, ?Só
porque você fez seu Juramento de Guerreiro a ela não significa que tem que
concordar com tudo que ela diz.?


?O que?? Stark disse. ?Você deu a Afrodite seu juramento??


?Mesmo?? Damien disse.


?Wow, tão legal,? Jack disse.


Erik bufou da mesa atrás de nós. ?Estou chocando que Zoey tenha
permitido e não tenha apenas te acrescentado a sua coleção particular.?


Eu agüentei o bastante. Eu gritei para ele, ?Oh, vá pro inferno, Erik!?


?Zoey!? A irmã Mary Angela ofegou.


?Desculpe,? eu murmurei.


?Não se desculpe,? Afrodite disse, olhando para Stevie Rae.? Inferno não é
um palavrão. É um lugar. E algumas pessoas precisam ser mandadas para lá.?


?O que?? Stevie Rae disse inocentemente. ?Você não queria que todos
soubessem sobre você e Darius??


?Meus assuntos são meus assuntos,? Afrodite disse.


?Como eu estava dizendo antes,? Kramisha acenou. ?Não é certo colocar
seus assuntos pessoais em público.? Ela virou seus olhos escuros para Stevie
Rae. ?Eu sei que você é nossa Alta Sacerdotisa e tudo mais, então eu não quero
ser desrespeitosa, mas eu acho que você foi criada para ser melhor que isso. ?


Stevie Rae pareceu instantaneamente arrependida. ?Você tem razão,
Kramisha. Eu acho que eu não achei que fosse nada demais. Eu quero dizer,
todo mundo ia descobrir mais cedo ou mais tarde.? Ela sorriu para mim e deu
de ombros. ?O juramento de um guerreiro não é exatamente algo que você
possa esconder.?


?Não estou interessada em suas desculpas, não sou Zoey. Eu não vou
acreditar automaticamente em tudo que você diz.?


?Ok, chega!? eu gritei. Raiva e frustração acrescentaram poder as minhas
palavras, e eu vi vários garotos se encolherem. ?Todos vocês precisam ouvir e
entender uma coisa. Não podemos ter uma grande luta, com o fim do mundo,
contra o mal e ainda discutir uns com os outros! Stevie Rae e Afrodite -
superem o fato de que vocês tem um Imprint e aprendam a não constranger
uma a outra.? Eu vi magoa nos olhos de Afrodite e choque nos de Stevie Rae,
mas continuei.


?Stevie Rae, não esconda coisas importantes de mim, mesmo que ache que
tem bom motivo.? Eu olhei para Erik, que tinha virado em sua cadeira para


poder me encarar. ?E Erik, temos problemas muito maiores do que você ficar
irritado porque eu larguei você.? Eu ouvi Stark rir e olhei para ele. ?Você
também não tem passe livre.?


Stark ergueu sua mão como se estivesse se rendendo. ?Só estou rindo
porque Erik o Grande foi colocado em seu lugar.?


?O que é uma droga já que você pode sentir o quanto tudo isso com você
Erik e Heath está me magoando.?


O sorriso convencido de Stark sumiu.


?Darius, está uma confusão gelada lá fora, mas você acha que pode dirigir o
Hummer de volta para a House of Night?? eu perguntei.


?Sim,? disse o guerreiro.


?Quem cavalga bem?? Instantaneamente várias mãos se ergueram como se
eu fosse uma professora maldosa e todos estivessem com medo de ter
problemas. ?Shaunne, você e Erin podem montar o cavalo que trouxe vocês
aqui.? Eu olhei ao redor para os garotos ainda de mão erguida. ?Johnny B, você
e Kramisha podem ir em outra égua??


?Yep, podemos,? ele disse. Kramisha acenou, e os dois abaixaram as mãos.


?Stark, você cavalga comigo na Persephone,? eu disse sem olhar para ele.


?Damien, Jack, Afrodite, Shannoncompton, Venus, e...? Eu encarei a morena
cujo nome eu não conseguia lembrar.


?Sophie,? Stevie Rae disse hesitante, como se ela estivesse com medo que
eu fosse cortar a cabeça dela.


?E Sophie. Vocês vão com Darius no Hummer.? Eu olhei para Stevie Rae.
?Pode se certificar que o resto dos calouros vermelhos e Erik cheguem na House
of Night em segurança??


?Se é isso que você quer que eu faça, então é o que eu farei,? ela disse.


?Bom. Terminem o café e vamos para casa.? Eu levantei e olhei para todas
as freiras. ?Eu aprecio vocês terem nos ajudado mais do que serei algum dia
capaz de expressar. Enquanto eu viver, as irmãs Beneditinas terão uma Alta
Sacerdotisa como amiga.?


Então eu virei e parti. Enquanto eu passava por Stark, eu vi ele começar a
levantar, mas eu olhei nos olhos dele e balancei a cabeça. ?Vou dizer tchau para
vovó - sozinha.? Eu podia ver que tinha magoado ele, mas ele só me saudou
com respeito e disse, ?Como quiser, minha senhora.?


Ignorando o silêncio que eu deixei, eu saí do refeitório, sozinha.


?Então, u-we-tsi-a-ge-ya, você irritou todo mundo?? Vovó disse depois de
me ouvir contar tudo enquanto eu balançava para frente e para trás ao lado da
cama dela.


?Bem, não todo mundo. Eu magoei algumas pessoas ao invés de deixar eles
com raiva.?


Vovó me estudou por um longo tempo. Quando ela finalmente falou suas
palavras eram tipicamente simples, mas diretas. ?Isso não é do seu feitio, então
você deve ter tido um bom motivo para agir de forma tão incomum.?


?Bem, estou assustada e confusa. Ontem eu me sentia como uma Alta
Sacerdotisa. Hoje, sou apenas uma garota de novo. Eu tenho problema com
namorados e uma melhor amiga que parece estar escondendo coisas de mim.?


?E tudo isso significa que nem você ou Stevie Rae são perfeit as,? vovó disse.


?Mas como eu sei que isso é tudo que significa? E se eu sou uma vadia
superficial e Stevie Rae virou má? ?


?Somente o tempo vai mostrar se sua confiança em Stevie Rae foi
precipitada. E eu acho que você deveria parar de ser tão dura consigo mesma
por se sentir atraída por mais de um garoto. Você está fazendo bons
julgamentos sobre os relacionamentos em sua vida. Pelo que você disse, o
comportamento de Erik era controlador e grosseiro. Tem muitas moças que


teriam ignorado isso porque ele é, como você colocou, tão quente!? vovó fez
uma má imitação de adolescentes. ?Você vai aprender a balancear Heath e
Stark, muitas Alta Sacerdotisas aprendem. Ou não vai, e vai decidir o homem
que é certo para você. Mas, querida, isso é algo que você tem muitos, muitos
anos para decidir.?


?Eu suponho que você tenha razão,? eu disse.


?É claro que tenho razão. Sou velha. O que significa que eu também posso
ver que tem mais incomodando você do que os garotos ou Stevie Rae. O que foi,
Zoeybird??


?Eu tive uma memória de A-ya, vovó.?


A afiada inspiração de vovó foi a única indicação de seu choque. ?A
memória envolvia Kalona??


?Sim.?


?Agradável ou não??


?Os dois! Começou assustadora, mas conforme fui ficando mais e mais
próxima de A-ya, mudou. Ela amava ele, vovó. E eu podia sentir isso.?


Vovó acenou e falou devagar. ?Sim, u-we-tsi-age-ya, isso faz sentido. A-ya
foi criada para amar ele.?


?Isso me assusta e me faz sentir fora de controle!? eu chorei.


?Sssh, filha,? vovó acalmou. ?Todos somos afetados por nosso passado, mas
está ao nosso alcance impedir que isso dite o que faremos.?


?Mesmo num nível de alma??


?Especialmente na alma. Se pergunte de onde seus dons se originam.?


?Bem, de Nyx,? eu disse.


?E a deusa deu os dons a seu corpo ou a sua alma??


?Minha alma, é claro. Meu corpo é só uma casca para minha alma.? Eu
estava surpresa com a firmeza em minha voz. Eu pisquei surpresa. ?Eu tenho
que lembrar que é minha alma agora, e tratar A -ya como eu trataria uma antiga
memória do meu passado.?


Vovó sorriu. ?Ah, aí, eu sabia que você ia encontrar o centro de novo.
Quando você comete um erro, seja ele dessa vida ou não, aprenda com ele -
eles vão se tornar oportunidades.?


Não se meu erro permitir que Kalona queime o mundo, eu pensei, e quase
disse em voz alta, mas então vovó fechou os olhos. Ela parecia tão cansada e
machucada e velha que fez meu estômago se apertar e eu me sentia mais do
que um pouco enjoada.


?Desculpe por soltar tudo isso em você, vovó,? eu disse.


Ela abriu os olhos de novo e deu tapinhas na minha mão. ?Nunca se
desculpe por falar o que pensa para mim, u-we-tsi-a-ge-ya?


Eu beijei vovó levemente na testa, tomando cuidado para não machucar
nenhum dos seus cortes e contusões. ?Eu te amo, vovó.?


?E eu amo você, u-we-tsi-a-ge-ya. Vá com a deusa, e a benção dos nossos
ancestrais.?


Minha mão tinha acabado de tocar na maçaneta quando uma voz passou
entre nós, soando mais forte e sábia do que nunca.


?Segure a verdade, u-we-tsi-a-ge-ya. Nunca esqueça, como nosso povo
sempre soube, existe um profundo poder em palavras que falam a verdade.?


?Vou tentar meu melhor, vovó.?


?E é isso que eu sempre peço de você, minha Zoeybird.?


VINTE E UM
Zoey


A cavalgada de volta a House of Night foi lenta e estranha e constrangedora.
Foi lenta porque mesmo com Shaunee e eu direcionando fogo para esquentar
os cascos dos cavalos, para que eles pudessem trotar pela rua 21 e nos levar
para rua Utica (que estava completamente escura), ainda era uma pista
escorregadia, gelada e difícil.


Foi estranho porque tudo estava escuro. Aqui o que acontece quando a sua
cidade fica sem luz: ela não parece certa. Soa simples, especialmente vindo de
uma garota que deveria ser uma das filhas da noite ou algo assim, mas o mundo
não parece o mesmo quando as luzes se apagam.


E foi constrangedor porque Shaunee e Erin ficavam olhando para mim como
achassem que eu era uma bomba que podia explodir. Johnny B e Kramisha mal
falaram comigo, e Stark, que estava atrás de mim em minha égua, Persephone,
nem colocava as mãos na minha cintura.


Eu? Eu só queria ir para casa.


Darius dirigiu o Hummer atrás de nós no que eu tenho certeza que deve ter
parecido com uma multidão para ele, embora três cavalos mal conseguiu firmar
um trote. Os calouros vermelhos, liderados por Stevie Rae e Erik, seguiam o
Hummer. Fora o carro e trotar dos cavalos, a noite estava silenciosa e escura,
embora de vez em quando, de forma bizarra, um galho cedesse sobre o peso do
gelo e, com um terrível crack! o galho quebrava.


Viramos a esquerda na Utica antes de eu dizer qualquer coisa.


?Então você nunca mais vai falar comigo?? eu perguntei a Stark.


?Eu falo com você,? ele disse.


?Porque parece que deveria haver um mas? no final dessa frase??


Ele hesitou e eu podia praticamente sentir a tensão que irradiava dele.
Finalmente ele deu um longo suspiro e disse, ?Eu não sei se deveria ficar bravo
com você, ou se deveria dizer que sinto muito pela merda da confusão que
aconteceu no refeitório.?


?Bem, o refeitório não foi sua culpa. Ou pelo menos, a maior parte não foi.?


?Yeah, sabe, eu sei disso, mas eu também sei que seus sentimentos foram
feridos com o negócio do Erik.?


Eu não sabia o que dizer sobre isso, então cavalguei em silêncio por um
tempo até que Stark limpou a garganta e disse, ?Você foi bem dura com todo
mundo.?


?Eu tinha que terminar com a discussão, e esse pareceu o jeito mais
rápido.?


?Da próxima vez tente dizer algo como, gente, parem de discutir!? Eu não
sei, talvez seja só eu, mas isso faz mais sentido do que surtar contra seus
amigos.?


Eu segurei a vontade de ser grossa e dizer que eu gostaria de ver ele se sair
melhor. Ao invés disso pensei no que ele disse. Ele podia ter razão. Eu não me
sentia confortável com o fato que eu tinha surtado com todo mundo -
especialmente já que vários desse todo mundo? eram meus amigos.


?Eu vou tentar fazer melhor da próxima vez,? eu finalmente disse.


Stark não ficou feliz. Ele não virou um cara durão e me amparou. Ele apenas
descansou suas mãos em meus ombros, apertou, e disse, ?O fato de que você
ouve outras pessoas é uma das coisas que eu mais gosto em você. ?


Eu podia sentir minhas bochechas esquentando com seu inesperado elogio.
?Obrigado,? eu disse suavemente. Eu passei os dedos pela crina fria de
Persephone, gostando de como suas orelhas se mexiam em resposta. ?Você é
realmente uma boa garota,? eu disse a ela.


?Pensei que você tinha notado que eu não sou uma garota,? Stark disse com
um sorriso convencido em sua voz.


?Eu notei.? Eu ri e a tensão entre nós evaporou. As Gêmeas, Johnny B, e
Kramisha olharam para nós com sorrisos tentadores.


?Então, uh, você e eu estamos bem?? eu perguntei a ele.


?Você e eu sempre estamos bem. Sou seu guerreiro, seu protetor. Não
importa o que mais esteja acontecendo, eu sempre vou cuidar de você.?


Quando minha garganta se clareou o bastante para eu falar, eu disse, ?Ser
meu guerreiro pode nem sempre ser um trabalho fácil.?


Ele riu, um riso cheio e alto e longo. Ele também deslizou seus braços pela
minha cintura e disse, ?Zoey, às vezes ser seu guerreiro vai ser uma merda
total.?


Eu ia mencionar que, só talvez, a mãe dele fosse uma droga, mas os braços
dele deslizaram ao meu redor e seu toque era reconfortante. Então eu
murmurei algo sobre ele ser cheio de cocô, e me deixei relaxar contra ele.


?Sabe,? ele disse. ?Se você puder esquecer toda a loucura que a tempestade
está causando, e toda a confusão Kalona-Neferet, o gelo podia realmente
parecer legal. É quase como se ela tivesse nos tirado do mundo real e nos
transportando para uma estranha terra invernal. Como um lugar que a Bruxa
Branca realmente gostaria.?


?Ooohhh, O Leão, a Bruxa e o Guarda-Roupa! Esse foi um ótimo filme.?


Ele limpou a garganta. ?Eu não vi.?


?Você não viu?? Meus olhos se arregalaram e eu olhei por cima do ombro
para ele. ?Você leu o livro??


?Livros,? ele disse, dando uma ênfase especial no plural. ?C.S. Lewis
escreveu muito mais do que apenas um livro de Nárnia.?


?Você leu??


?Eu li,? ele disse.


?Huh,? eu disse, me sentindo confusa (como vovó teria dito).


?Qual problema nisso? Ler é legal,? ele disse defensivamente.


?Eu sei! É legal que você leia. Na verdade é quente que você lê.? E era. Eu
adoro quando caras bonitos mostram seu cérebro.


?Mesmo? Bem, você definitivamente vai ficar interessada no fato que eu
acabei de ler To Kill a Mockingbird.?


Eu sorri e acotovelei ele. ?Todo mundo leu esse.?


?Eu li cinco vezes.?


?Capaz.?


?Yep. Eu posso citar partes.?


?Isso é cocô.?


E então Stark, grande, malvado, guerreiro macho, ergueu sua voz, fez um
sotaque sulista de garotinha, e disse, ?Tio Jack? O que é uma senhora vadia??


?Eu não acho que essa é a citação mais importante daquele livro,? eu disse,
mas ri de qualquer forma.


?Ok, e quanto a: A professora mais vadia arrogante que já nasceu não vai
me obrigar a fazer nada!? Essa é minha favorita.?


?Você tem uma mente maluca, James Stark.? Eu estava sorrindo e me
sentindo quente e feliz quando viramos na longa entrada que levava a House of
Night. Eu estava pensando o quão mágica ela parecia, iluminada e acolhedora,
quando notei que havia mais luz do que o normal saindo geradores da escola e
das lanternas a óleo antigas. Então eu percebi que a luz não saía de nenhum dos


prédios da escola. Ao invés disso estava saindo de uma área entre o Templo de
Nyx e a propriedade da escola.


Eu senti Stark ficar tenso instantaneamente.


?O que é isso?? eu perguntei.


?Pare os cavalos,? ele disse.


?Whoa.? Eu fiz Persephone parar, chamando Shaunee e Johnny B para que
parassem seus cavalos também. ?O que está acontecendo??


?Fiquem de olhos abertos. Fiquem prontos para cavalgar de volta a abadia.
Vão e vão rápido se eu mandar. E não esperem por mim!? foi tudo que Stark
disse antes de desmontar Persephone e correr até o Hummer.


Eu virei e vi que Darius já estava saindo do Hummer e Heath tomou seu
lugar no banco do motorista. Os dois guerreiros conversaram brevemente, e
então Darius chamou Erik e todos os calouros vermelhos masculinos até ele,
mais Stevie Rae. Eu estava me aprontando para guiar Persephone até o
Hummer quando Stark correu até mim.


?O que foi?? eu perguntei.


?Algo está pegando fogo no território da escola.?


?Da para saber o que é?? eu perguntei a Shaunee.


?Não sei,? Shaunee disse, enrugando a testa em concentração. ?Mas parece
sagrado.?


Sagrado? O que diabos?


Stark pegou a rédea de Persephone para chamar minha atenção. ?Olhe
sobre as árvores.?


Eu olhei para a direita, para o as árvores de Bradford que se alinhavam no
caminho que levava para a House of Night. Tinha coisas sobre elas - sombras


entre sombras de formas amassadas. Meu estômago se retorceu quando
percebi o que estava vendo.


?Corvos Escarnecedores,? eu disse.


?Estão mortos,? Kramisha disse.


?Temos que checar. Temos que ter certeza,? Stevie Rae disse. Ela tinha se
apresentado junto com os calouros vermelhos homens e Erik.


?Faremos isso,? Darius disse. Então, pegando uma faca com cada mão,
tiradas do bolso de sua jaqueta de couro, ele disse a Stark, ?Fique com Zoey.?
Acenando para Stevie Rae e Erik para seguir ele, ele foi em direção as árvores.


Não levou muito tempo.


?Mortos,? ele chamou, depois de pausar em cada um.


Quando o grupo se juntou a nós de novo, eu não consegui me impedir de
notar o quão branco estava o rosto de Stevie Rae.


?Você está bem?? eu perguntei a ela.


Ela olhou para mim, os olhos mais do que um pouco vidrados. ?Yeah,? ela
disse rapidamente.


?Tudo bem. É só que...? A voz dela morreu e seu olhar voltou para os
calombos sobre as árvores.


?É porque eles cheiram mal.? Kramisha disse. Olhamos para ela. ?Bem, é
verdade. Os Corvos Escarnecedores tem algo nojento em seu sangue.?


?Seu sangue cheira mesmo errado. Eu sei porque tive que limpar onde
Darius atirou em alguns deles que estavam no céu na abadia,? Stevie Rae falou
rapidamente, como se o assunto a deixasse desconfortável.


?Foi esse o cheiro que senti em você!? Eu estava aliviada por finalmente
identificar o cheiro estranho.


?Todo mundo precisa se focar no aqui e agora,? Darius disse. ?Não sabemos
o que está acontecendo aqui.? Ele fez uma menção em direção a escola e as
chamas que iluminavam o coração dela.


?O que é isso? A escola realmente está em chamas?? Stevie Rae falou seus
pensamentos em voz alta.


?Eu posso te dizer o que é.? A voz surpreendeu todos nós a não ser os
cavalos que montávamos, o que deveria ter me alertado instantaneamente
sobre quem estava parada nas sombras no campo ao lado da alameda. ?É uma
pira funerária,? disse Lenobia, Professora de estudos eqüestres, e uma das
poucas vampiras adultos que ficou ao nosso lado depois que Kalona e Neferet
assumiram a escola.


Ela foi direto para os cavalos, saudando eles, os checando, e geralmente nos
ignorando até ela ter certeza que eles estavam bem. Finalmente, olhando para
cima, enquanto acariciava o focinho de Persephone, ela disse, ?Merry meet,
Zoey.?


?Merry meet,? eu respondi automaticamente.


?Você matou ele??


Eu balancei a cabeça. ?Nós o expulsamos. O poema de Kramisha tinha
razão. Quando nós cinco nos juntamos, fomos capazes de banir ele com amor.
Mas quem -?


?Neferet está morta ou fugiu com ele?? ela interrompeu minha pergunta.


?Fugiu. Para quem é a pira funerária?? eu não podia esperar mais pra
perguntar.


Os olhos azuis lindos de Lenobia encontraram os meus. ?Anastasia Lankford
perdeu sua vida. O último ato que o filho favorito de Kalona, Rephaim, fez antes
de chamar seus irmãos para seguir você até a abadia, foi cortar a garganta
dela.?


VINTE E DOIS
Zoey


Eu ouvi o arfar horrorizado de Stevie Rae ecoar por todos que nos
cercavam, mas Darius não hesitou. ?Tem algum Corvo Escarnecedor ainda vivo
aqui??


?Nenhum. Que a alma deles apodreça na maior profundidade do
Outromundo,? Lenobia disse amargamente.


?Mais alguém morreu?? eu perguntei.


?Não, embora tenham vários feridos. Eles encheram a enfermaria. Neferet
era nossa única curandeira, e agora que ela...? A voz de Lenobia morreu.


?Então Zoey precisa ir até os feridos,? Stark disse.


Lenobia e eu enrugamos nossas testas de forma questionadora a ele.


?Eu? Mas eu -?


?Você é o mais perto que temos de uma Alta Sacerdotisa. Se tem calouros
feridos e vampiros na House of Night, eles precisam de sua Alta Sacerdotisa,?
Stark disse simplesmente.


?Especialmente se ela tem uma afinidade com espírito. Você poderia
definitivamente ajudar a suavizar os feridos,? Darius acrescentou.


?Você está correto, é claro,? Lenobia disse, tirando seu longo cabelo branco
aloirado do rosto. ?Desculpe. A morte de Stasia me atingiu profundamente. Não
estou pensando claramente.? Ela sorriu para mim, mas foi muito mais como um
careta com os lábios erguidos do que um sorriso de verdade. ?Sua ajuda é bem
vinda e necessária, Zoey.?


?Eu farei o que puder.? Eu coloquei confiança em minha voz, mas a verdade
era que só a ideia de pessoas machucadas fazia meu estômago se retorcer.


?Todos vamos ajudar.? Stevie Rae falou. ?Se uma afinidade pode ajudar,
talvez cinco possam ajudar cinco vezes.?


?Talvez,? Lenobia disse, ainda parecendo derrotada e triste.


?Vai trazer esperança de volta.?


Eu olhei surpresa para trás e vi Afrodite se mover para o lado de Darius e
envolver sua mão na dele. Lenobia deu um olhar céptico. ?Eu acho que você
verá que as coisas mudaram na House of Night, Afrodite. ?


?Tudo bem. Vamos trazer uma boa mudança.? Afrodite disse.


?Yeah, mudança é quase nosso lema,? Kramisha disse. Vários outros garotos
fizeram sons de concordância.


Eu estava tão orgulhosa deles que eu quase desatei a chorar.


?Eu acho que estamos todos prontos para estar em casa,? eu disse.


?Casa.? Lenobia repetiu a palavra com uma voz triste e suave. ?Então me
sigam para ver o que nosso lar se tornou.? Ela virou, fez um som enforcado, e,
como um, os três cavalos seguiram ela sem qualquer comando nosso.


Da entrada principal da escola nos movemos para o estacionamento, que foi
onde Darius apontou para Heath estacionar o Hummer, e todos pausamos para
desmontar e reagrupar. A beira do prédio dos professores a enfermaria
bloqueavam nossa vista do centro da escola então, ansiosos, tudo que
podíamos ver eram sombras dançando feitas pelas chamas.


Fora o som do fogo consumindo a madeira, a escola estava absolutamente
silenciosa.


?É ruim? Shaunee disse suavemente.


?Como assim?? eu perguntei.


?Eu posso sentir a tristeza pelas chamas. É ruim,? ela repetiu.


?Shaunee está correta,? Lenobia disse. ?Eu vou levar os cavalos para o
estábulo. Querem vir comigo, ou preferem...? A voz dela sumiu enquanto seu
olhar era atraído para as sombras da fogueira feita entre os antigos carvalhos
que cresciam no centro da nossa escola.


?Vamos para lá,? eu disse, apontando em direção ao coração da escola. ?É
melhor encarar.?


?Sigo vocês assim que os cavalos foram cuidados,? Lenobia disse. Ela
desapareceu na escuridão com os cavalos ao seu encalço.


A mão de Stark era quente e firme no meu ombro. ?Lembre-se, Kalona se
foi, e Neferet também. Isso deixa calouros e vampiros para você lidar, o que
deve ser simples depois do que você passou,? ele disse.


Heath foi para o meu lado. ?Ele tem razão. Mesmo lidar com calouros
vermelhos e vampiros não é tão ruim quanto Neferet e Kalona.?


?É nosso lar, não importa o que aconteceu,? disse Darius.


?Yeah, lar. Já era hora de voltarmos,? Afrodite disse.


?Vamos ver que tipo de confusão Neferet deixou para nós,? eu disse
abruptamente.


Stark e Heath, liderando todo mundo pela calçada que ia até a uma fonte
bonita e o jardim fora da entrada do prédio dos professores e das portas de
madeira como de um castelo, ao lado de uma torre pequena que era o centro
da média. Finalmente, a área central da escola ficou visível.


?Oh, deusa!? Afrodite ofegou.


Meus pés pararam sem que eu conscientemente dissesse a eles para fazer
isso. A cena era tão horrível que eu não consegui me fazer seguir em frente. A
pira funerária era uma enorme fogueira que tinha sido colocada sobre e ao
redor de um banco de madeira. Eu sabia que era um banco porque embora


estivesse queimando, a estrutura ainda estava completamente reconhecível,
assim como o corpo que estava no topo dele. Professora Anastasia, a linda
esposa do nosso professor de esgrima, Dragon Lankford, tinha sido vestida com
algo longo e florido e coberta por uma mortalha de linho branco. Horrível, o
corpo dela ainda podia ser visto através dele. Os seus braços estavam cruzados
sobre seu peito e seu longo cabelo caía em direção ao chão, se erguendo e
crepitando na fogueira.


Um terrível barulho, com o choro de uma criança com coração partido,
perfurou a noite, e meu olhar, que estava fixado na pira, foi para um lugar perto
da cabeça do bando. Dragon Lankford estava ali de joelhos. Sua cabeça estava
abaixada e seu longo cabelo estava virado para frente, embora não escondesse
o fato de que ele estava chorando. Ao lado dele, um grande gato que eu
reconheci como Shadowfax, seu Mane Coon, se inclinou nele, encarando seu
rosto. Em seus braços havia um delicado gato branco que estava ronronando e
lutando para se libertar, aparentemente querendo se jogar na pira com sua
vampira.


?Guinevere,? eu sussurrei. ?É a gata de Anastacia.? Eu pressionei minha mão
na minha boca, tentando segurar o soluço que estava crescendo ali.


Shaunee se afastou rapidamente de nós e andou até a pira, ficando muito
mais perto do que eu poderia ficar. Ao mesmo tempo, Erin se moveu para o
lado de Dragon. Então Shaunee ergueu seus braços e chamou alto, ?Fogo!
Venha até mim!? Eu ouvi a voz suave de Erin pedindo que a água se juntasse a
ela. Enquanto a pira e o corpo de repente foram engolfados em chamas
camufladas, Dragon foi cercado por uma fria bruma que me lembrou lágrimas.
Damien se moveu para perto de Erin. ?Vento, venha até mim,? ele disse. Eu
observei ele direcionar uma brisa suave para soprar para longe o terrível cheiro
de carne queimando.


Stevie Rae se juntou a Damien. ?Terra, venha até mim,? ela disse.
Instantaneamente a brisa que tinha soprado para longe o cheiro de morte foi
preenchido com a doçura delicada de uma campina, trazendo a mente imagens
da primavera, de coisas florescendo, e dos prados verdejantes da nossa deusa.


Eu saiba que minha parte era a próxima. Cheia de tristeza andei até Dragon
e gentilmente coloquei minha mão em seu ombro, que tremia com o choro. Eu


ergui outra mão e disse, ?espírito venha até mim.? Quando eu tendi a linda
onda que era o elemento se reunindo ao meu chamado, eu continuei, ?Toque
Dragon, espírito. Suavize ele e Guinevere e Shadowfax. Ajude o pesar deles a ser
suportável.? Então eu me concentrei em direcionar o espírito através de mim,
até Dragon e os dois gatos devastados. Guinevere parou de rosnar. Eu senti o
corpo de Dragon se contrair e devagar a cabeça dele se ergueu e seus olhos
encontraram os meus. Eu lembrei que da última vez que eu tinha visto ele, ele
estava lutando contra três Corvos Escarnecedores. ?Abençoado seja, Dragon,?
eu disse suavemente.


?Como algum dia será suportável, Sacerdotisa? ? A voz dele era rouca. Ele
soava completamente quebrado.


Eu senti um pânico instantâneo - um instante de Eu tenho 17 anos! Eu não
posso ajudar ele! Então, como um circulo perfeito, espírito passou de Dragon,
para mim, e de volta ao professor de esgrima, e eu tirei força do meu elemento.
?Você verá ela de novo. Ela está com Nyx agora. Ela ou vai esperar por você nos
prados da deusa, ou ela renascerá e sua alma irá encontrar você de novo
durante esta vida. Você pode suportar porque sabe que o espírito nunca
realmente desaparece - nós nunca realmente morremos.?


Os olhos dele buscaram os meus, e eu segurei meu olhar firme. ?Você
derrotou eles? As criaturas se foram? ?


?Kalona e Neferet se foram. Assim como os Corvos Escarnecedores, ? eu
assegurei a ele.


?Bom... bom...? Dragon curvou sua cabeça e eu ouvi ele rezando
suavemente para Nyx, pedindo a deusa para cuidar de sua amada até que eles
se encontrassem de novo.


Eu apertei seu ombro mais uma vez, me sentindo como uma intrusa, e me
afastei para permitir a ele privacidade com seu pesar.


?Abençoado seja, Sacerdotisa,? ele disse sem erguer sua cabeça.


Eu provavelmente deveria ter dito algo maduro e sábio em resposta, mas
então eu estava tão cheia de emoção que não conseguia falar. Stevie Rae de


repente estava ao meu lado, Damien ao lado dela. Erin se afastou de Dragon
para parar do meu outro lado, e Shaunee parou ao lado dela. Ficamos parados
quietos, respeitosamente, um circulo não lançado mas presente enquanto o
fogo magicamente aumentado de Shaunee levava os últimos restos da concha
física de Anastasia.


O silêncio que nos cercava foi quebrado apenas pelo som das chamas e da
reza murmurada de Dragon. E foi então que um novo pensamento me atingiu.
Eu olhei ao redor da pira. Dragon a tinha colocado no meio do paviment o que
circulava entre o Templo de Nyx e o prédio principal da escola. Era uma boa
escolha - havia muito espaço para uma fogueira. Também tinha muito espaço
para outros professores e calouros, que deveria estar lá, se posicionar ao lado
de Dragon e mandando rezas para Nyx por Anastasia, assim como seu parceiro,
sem interromper a dor dele, mas sendo testemunhas silenciosas de que
amavam e apoiavam ele.


?Ninguém está aqui com ele,? eu disse baixo, sem querer que Dragon
ouvisse o nojo na minha voz. ?Onde diabos estão todos??


?Ele não deveria estar aqui sozinho,? Stevie Rae disse, limpando as lágrimas
do seu rosto. ?Não é certo.?


?Eu estava com ele até sentir os cavalos se aproximando,? Lenobia disse, se
juntando a nós.


?E quanto a todos os outros?? eu perguntei.


Ela balançou a cabeça, o nojo que eu senti espelhado no rosto dela. ?Os
calouros estão em seus dormitórios. Os professores em seus quartos. Todos os
outros estão na enfermaria - todos os outros que teriam se importado de ficar
ao lado dele, quero dizer.?


?Isso não faz sentido.? Eu não conseguia entender. ?Como os estudantes e
professores não se importam de ficar com ele??


?Kalona e Neferet podem ter sumido, mas seu veneno ainda permanece,?
Lenobia disse enigmaticamente.


?Você precisa ir para a enfermaria,? Afrodite disse, vindo por trás de nós. Eu
notei que ela continuou a olhar da pira para Dragon.


?Vá,? Lenobia disse. ?Eu permanecerei aqui com ele.?


?Nós também,? Johnny B disse. ?Ele era meu professor favorito antes de,
você sabe.?


Eu sabia. Johnny B se referia antes dele morrer e voltar a vida.


?Todos vamos ficar com ele,? Kramisha disse. ?Não é certo ele estar
sozinho, e você e seu circulo tem coisas para fazer lá dentro.? Ela virou seus
olhos para a enfermaria. ?Vamos,? ela chamou, e o resto dos calouros
vermelhos saíram das sombras para tomar seus lugares ao lado de Dragon,
criando um circulo ao redor da pira.


?Eu vou ficar também,? Jack disse. Ele estava chorando, mas não hesitou em
tomar seu lugar no circulo que os calouros vermelhos estavam fazendo.
Duquesa ficou perto dele, seu rabo e orelhas baixas como se ela realmente
entendesse. Sem dizer nada, Erik foi para o lado de Jack. Então Heath me
surpreendeu por preencher o lugar ao lado de Erik. Ele acenou para mim
solenemente antes de baixar sua cabeça.


Eu não estava certa da minha voz, então eu simplesmente virei e, com meu
circulo me seguindo, junto com Afrodite, Stark e Darius, entramos na House of
Night.


VINTE E TRÊS
Zoey


A enfermaria da escola não era muito grande. Na verdade, era como três
pequenos quartos como de hospital em um dos andares do prédio dos
professores. Então não foi surpresa haverem garotos feridos dividindo um
quarto. Não que eu não tenha ficado chocada por ver as três paletas, cada uma
cheia de calouros feridos, espalhados no corredor. Os garotos feridos piscaram
em surpresa enquanto meu grupo pausava na entrada.


?Zoey?? Eu olhei para cima tentando não encarar os garotos feridos - e para
não sentir o cheiro do sangue que parecia estar no ar ao nosso redor - para ver
dois vampiros correndo em minha direção. Eu os reconheci como assistentes de
Neferet, o equivalente as enfermeiras, e tive que pensar muito para lembrar
que a loira alta se chamava Sapphire, e a baixa, asiática Margareta. ?Você está
ferida também?? Sapphire perguntou, olhando para mim rapidamente.


?Não, estou bem. Todos estamos bem,? eu assegurei a ela. ?Na verdade,
estamos aqui para ajudar.?


?Sem um curandeiro fizemos tudo que pode ser feito por eles, ? disse
Margareta.


?Nenhum dos calouros corre perigo imediato de morrer, embora nunca se
sabe como um ferimento vai afetar a Mudança, então é sempre possível que
vários deles possam -?


?Ok, yeah, eu entendi.? Eu cortei ela antes que ela pudesse dizer morrer?
em voz alta e obviamente na frente dos garotos que podiam muito bem morrer.
Jeesh, em falar em não ter educação.


?Não estamos aqui por causa de nossa habilidade médica,? Damien
explicou. ?Estamos aqui porque nosso circulo é poderoso, e com ele podemos
ser capazes de suavizar aqueles que foram feridos.?


?Nenhum dos outros calouros que não estão feridos está aqui,? disse
Sapphire, como se isso fosse motivo para nós também não estarmos aqui.


?Nenhum dos outros calouros tem afinidade com os elementos,? eu disse.


?Verdade, fizemos tudo o que pudemos,? Margareta respondeu friamente.
?Sem uma Alta Sacerdotisa -?


Dessa vez Stark a cortou. ?Temos uma Alta Sacerdotisa, então é hora de
você ir para o lado e deixar ela, e seu circulo, ajudarem esses garotos.?


?Yeah, se afaste,? Afrodite disse, literalmente indo até a cara da vampira.


As duas vampiras se afastaram, embora eu pudesse sentir seu olhar gelado
e desaprovador.


?Qual diabos é o problema delas?? Afrodite perguntou numa voz baixa
enquanto entravamos no corredor.


?Não faço ideia,? eu disse. ?Eu nem conheço elas.?


?Eu conheço,? Damien disse suavemente. ?Eu fui voluntario na enfermaria
quando era terceiranista. Elas sempre foram rígidas. Eu pensei que era porque
elas tinham que lidar com calouros morrendo.?


?Rígidas?? Shaunee disse.


?Traduza para ele, pode ser, Stevie Rae?? Erin disse.


?Rígido significa firme e meio sério.? Sabe, vocês deveriam ler mais.?


?Eu ia dizer isso,? Stark disse.


Damien suspirou.


Incrivelmente, eu tive que dar um sorriso. As circunstancias eram ruins, mas
meus amigos serem como normalmente eram fez tudo parecer só um pouco
mais leve.


?Horda de nerds, foco. Estamos aqui para ajudar os calouros. Dour Um e
Dour Dois não são importantes,? disse Afrodite.


?Referencias ao Dr. Seuss. Eu gostei,? Stark disse, me dando um olhar olhe-
para-mim-eu-sempre-leio-livros-quentes.


Afrodite franziu para ele, ?eu disse, Foco, não flerte?.?


?Stevie Rae?? Um cara chamou do corredor, nos interrompendo.


?Drew?? Stevie Rae disse, e então ela correu para o lado dele. ?Drew, você
está bem? O que aconteceu? Seu braço está quebrado??


O braço do garoto estava em uma tala. Um dos seus olhos estava roxo e
inchado, e seus lábios estavam cortados, mas ele conseguiu sorrir para Stevie
Rae. ?Estou muito feliz por você não estar mais morta.?


Ela sorriu. ?Hey, eu também. E posso te dizer que eu não recomendo morrer
e voltar a vida, então você tem que descansar bem.? Então ela ficou sóbria
enquanto seus olhos voltavam a olhar seus ferimentos, e ela acrescentou
rapidamente, ?Mas você vai ficar bem. Você não tem que se preocupar com
isso.?


?Não é nada demais. Não quebrei o braço. Ele só deslocou quando eu
estava lutando com o Corvo Escarnecedor.?


?Ele tentou salvar Anastasia.? Meu olhar seguiu a voz da garota para dentro
da enfermaria ao lado de onde Drew estava deitado. A porta estava aberta e eu
podia ver uma caloura meio inclinada na cama com um braço em um daqueles
apoio de alumínio que tem nas camas de hospital. Todo seu braço estava
aberto. Também havia um horrível corte na lateral do seu pescoço que
desaparecia dentro da camisola hospitalar. ?Ele quase conseguiu. Drew quase
salvou ela.?


?Quase não é bom o bastante,? Drew disse.


?Quase é melhor do que muitos garotos fizeram,? disse a garota. ?Pelo
menos você tentou.?


?O que diabos aconteceu, Denio?? Afrodite perguntou, passando por mim e
indo até a garota. De repente eu percebi quem era a garota. Ela e suas duas
amigas, Enyo e Pempheredo (nomeadas pelas irmãs Gorgon e Scylla), eram
parte do circulo de vadias de Afrodite antes de eu chegar na House of Night e,
como a própria Afrodite disse, a vida dela implodir. Eu me preparei para Denio
fazer um comentário duro para Afrodite, já que nenhuma das amigas? dela
realmente permaneceram sua amiga quando ela caiu da graça de Neferet e eu
fui substituída como Líder das Filhas Negras. Felizmente, a resposta da garota
não foi odiosa, embora ela soasse frustrada e mais do que um pouco irritada.


?Nada aconteceu. Bem, isso é, a não ser que você tenha enfrentado os
malditos pássaros. Então eles te atacam. Nós? - ela gesticulou com seu braço
bom ao redor da enfermaria - ?enfrentamos eles. Assim como Dragon e
Anastasia.?


?Eles atacaram a professora Anastasia enquanto Dragon estava lutando com
vários deles no pátio. Ele não estava perto o bastante para ajudar ela. Ele nem
viu acontecer,? Drew disse. ?Eu agarrei um deles e a puxei, mas outro veio por
trás de mim.?


?Eu agarrei esse,? Denio disse. Ela apontou para o corredor. ?Ian tentou
ajudar quando a coisa se virou para cima de mim. O Corvo Escarnecedor
quebrou a perna dele como um galho.?


?Ian Bowser?? eu perguntei, enfiando a cabeça pela porta aperta para onde
Denio tinha apontado.


?Yeah, sou eu,? disse o garoto magricela mas meio fofo que tinha uma
perna enfaixada com gesso até a altura da sua coxa. Ele parecia meio branco
demais contra os lençóis.


?Isso parece doer,? eu disse. Eu conhecia ele da aula de teatro. Ele tinha
uma enorme queda pela professora Nolan - antes dela ser assassinada mais ou
menos um mês atrás.


?Eu já me senti melhor,? ele disse, tentando sorrir.


?Yeah, todos já nos sentimos melhor,? disse uma garota mais distante no
corredor.


?Hanna Honeyyeager! Eu não te vi aí,? Damien disse, se movendo ao meu
redor até o lado da garota. Eu podia entender porque ele não tinha notado ela
antes dela falar alguma coisa. Ela estava coberta com um grande edredom, no
qual ela desaparecia porque ela era seriamente a pessoa mais branca que eu já
vi. Sabe, uma daquelas loiras que tem uma pele que nunca se bronzeou e ela
sempre parecia coradinha ou embaraçada ou surpresa. Eu só conhecia ela por
causa de Damien. Eu ouvi ele falando com ela sobre flores - aparentemente a
garota era um gênio com qualquer coisa que florescia. Eu lembrei disso sobre
ela, e o fato de que todo mundo chamava ela pelo nome e sobrenome, tipo
como a Shannoncompton, só que não juntavam os dois.


?O que aconteceu com você, querida? ? Damien se abaixou ao lado dela e
pegou sua mão. Sua cabeça loira estava envolvida numa bandagem que tinha
manchas de sangue em sua testa.


?Quando a professora Anastasia foi atacada, eu gritei para os Corvos
Escarnecedores. Um monte,? ela disse.


?Ela tem uma voz bem aguda,? disse um garoto do último quarto, que eu
não conseguia nem ver.


?Bem, aparentemente os Corvos Escarnecedores não gostam de voz es
agudas,? disse Hanna Honeyyeager.


?Um deles me derrubou.?


?Espera aí.? Erin marchou pelo corredor em direção ao quarto do garoto
que eu não conseguia ver. ?É você. T.J??


?Erin!?


?Oh.Minha.Deusa!? Erin gritou e correu para o quarto dele.


Logo atrás dela, Shaunee gritou, ?Cole? E quanto ao Cole??


?Ele não enfrentou eles,? T.J respondeu em uma voz tensa, o que fez
Shaunee parar perto da porta aberta do quarto dele como se ela tivesse levado
um tapa no rosto.


?Não enfrentou? Mas...? A voz de Shaunee sumiu, como se ela estivesse
muito confusa.


?Oh, merda, garoto! Olhe para suas mãos!? A exclamação de Erin ecoou
para fora do quarto de T.J.


?Mãos?? eu repeti.


?T.J é um boxeador. Ele até ganhou nos Jogos de Verão contra vampiros, ?
Drew explicou. ?Ele tentou derrubar Rephaim. Não funcionou como ele
esperava, e o cara rasgou suas mãos.?


?Oh, deusa, não.? Eu ouvi Stevie Rae dizer suavemente, suas palavras cheias
de horror.


Eu estava olhando para Shaunee que estava do lado de fora do quarto de
T.J, parecendo como se ela não soubesse o que fazer consigo mesma, o que me
deu um péssimo sentimento. Cole e T.J eram melhores amigos, e eles estavam
saindo com as gêmeas. T.J estava saindo com Erin; Cole com Shaunee. Os dois
casais tinham saído muito juntos. Tudo que eu conseguia pensar era, ?Como um
enfrentou os Corvos Escarnecedores e outro não? ?


?Exatamente o que eu gostaria que fosse explicado para mim. ? Eu não tinha
percebido que tinha falado em voz alta até o comentário de Darius.


O garoto no corredor respondeu a ele. ?Só aconteceu. Os estábulos
pegaram fogo, então Neferet e Kalona surtaram. Os Corvos Escarnecedores
ficaram malucos. Se você ficasse fora do caminho deles eles não mexiam com
você, e era isso que estávamos fazendo até que um deles agarrou a professora
Anastasia. Então alguns de nós tentaram ajudar ela, mas a maior parte dos
calouros só correu para os dormitórios.?


Eu olhei para a garota. Ela tinha um cabelo ruivo e olhos que eram de um
brilhante e lindo azul. Seus dois bíceps estavam enfaixados, e um lado do seu
rosto estava roxo e inchado. Eu juro que nunca a tinha visto antes na vida.


?Quem diabos é você?? eu perguntei.


?Sou Red4.? Ela sorriu timidamente e deu nos ombros. ?Yeah, meu nome é
obvio, mas essa sou eu. Um, vocês não me conhecem porque acabei de ser
Marcada. Logo antes da tempestade de gelo. A professora Anastasia era minha
mentora.? Ela engoliu com força e piscou as lágrimas.


?Sinto muito,? eu disse, pensando sobre o quão horrível deve ser para ela
ser recém Marcada, recém tirada de sua família e tudo que ela conheceu, e
jogada no meio dessa confusão.


?Eu tentei ajudar ela também,? Red disse. Um a lágrima escapou e deslizou
por seu rosto. Ela a limpou, fazendo uma careta porque o movimento causou
dor ao seu braço. ?Mas aquele enorme Corvo Escarnecedor cortou meu braço e
me jogou contra uma árvore. Eu não consegui fazer nada a não ser olhar
quando ele -? A voz dela se quebrou num soluço.


?Nenhum dos professores ajudaram vocês? ? Darius perguntou, sua voz
soando ríspida, embora fosse óbvio que sua raiva não estava dirigida a Red.


?Os professores sabiam que os Corvos Escarnecedores tinham
simplesmente ficado muito excitados porque Neferet e seu consorte estavam
muito chateados. Sabíamos mais do que agitar eles ainda mais,? disse Sapphire
em uma voz cortada de onde ela e Margareta ainda estavam paradas na
entrada da enfermaria.


Incrédula, eu virei para encarar ela. ?Eles simplesmente ficaram muito
excitados? Você está brincando comigo? Aquelas criaturas estavam atacando
calouros da House of Night e nenhum de vocês fez nada para ajudar porque não
queriam agitar eles??


?Imperdoável!? Darius quase cuspiu a palavra.


4 Red = Vermelho.


?E quanto Dragon e a professora Anastasia? Eles obviamente não caíram na
sua teoria de não agitar eles,? Stark disse.


?Você não saberia mais sobre o que aconteceu do que qualquer um, James
Stark? Eu lembro que você era muito próximo de Neferet e Kalona. Eu até
lembro de te ver sair da escola com eles,? disse Margareta.


Stark deu um passo na direção dela, seus olhos começando a brilhar em um
tom perigosamente vermelho. Eu agarrei o pulso dele. ?Não! Lutar contra os
nossos não é como vamos vencer isso,? eu disse para ele antes dele chegar até
as duas vampiras. ?Stark foi com Neferet e Kalona porque ele sabia que eles
estavam me atacando e Afrodite e Damien e Shaunee e Erin e toda uma abadia
cheia de freiras.? Com cada e? eu dei um passo em direção a Sapphire e
Margareta. Eu podia sentir a força Elemental do espírito, que eu tão
recentemente tinha chamado para suavizar Dragon, passando perigosamente
ao meu redor. As vampiras também sentiram, porque as duas tropeçaram várias
passos de distância de mim. Eu parei e controlei meu temperamento, baixando
minha voz e pressão sanguínea. ?Ele lutou conosco contra eles. Neferet e Kalona
não são o que vocês pensam que são. Eles são um perigo para todos. Mas agora
eu não tenho tempo para tentar convencer vocês de algo que deveria ser óbvio
para vocês quando aquele cara alado explodiu do chão em uma chuva de
sangue. Agora estou aqui para ajudar esses garotos, e já que vocês parecem ter
um problema com isso, eu acho que é uma boa ideia vocês voltarem para seus
quartos como o resto da House of Night.?


Parecendo chocadas e ofendidas, as duas vampiras voltaram para a entrada
e correram pela escada que levava para o quarto dos professores. Eu suspirei.
Eu disse a Stark que não podíamos vencer isso brigando contra os nossos, e
então eu os ameacei. Mas quando virei para o grupo na enfermaria, eu
encontrei sorrisos, salvas, e batida de palmas.


?Eu quero mandar essas vacas longe desde que chegamos aqui,? disse Danio
do seu quarto enquanto sorria para mim.


?E eles chamam ela de Terrível,? Afrodite disse, obviamente se referindo ao
fato de que Denio, em Grego, significa terrível.


?Só sou boa em sentir o que outras pessoas estão sentindo. Eu não posso
derrubar eles com um elemento ou cinco,? Denio disse. Ela esfregou seu braço
ferido distraída então voltou sua atenção para Afrodite. ?Hey, eu não deveria
ter sido uma vaca com você nos últimos meses. Desculpe por isso.?


Eu esperava que Afrodite fosse dar uma de superior. Eu quero dizer, Denio
foi horrível com ela - assim como todos os supostos amigos de Afrodite.


?Yeah, bem, todos nós fizemos besteira. Deixa isso pra lá,? Afrodite disse,
me surpreendendo totalmente.


?Você soa bem adulta,? eu disse a ela.


?Você não tem um circulo para lançar?? ela disse.


Eu sorri para ela porque eu juro que as bochechas dela ficaram coradas. ?Na
verdade, eu tenho.? Eu olhei de Stevie Rae para Damien e Shaunee, e então
chamei, ?Erin, dá pra parar de bancar a enfermeira por tempo o bastante para
entrar nesse circulo??


Ela saiu do quarto de T.J como um daqueles palhaços em caixas que
abertas, dão um pulo. ?Yep, fácil fácil.?


Eu notei que ela e Shaunee não olharam uma para a outra, mas eu não
tinha tempo ou energia para entender o problema das Gêmeas naquele
momento.


?Ok, então, que lado é o norte, garota terra?? eu perguntei a Stevie Rae.


Ela marchou para ficar do lado oposto a entrada do corredor. ?Aqui
definitivamente é o norte.?


?Muito bem. O resto de vocês sabe o que fazer,? eu disse.


Como profissionais eles foram para seus lugares: Damien tomou a posição
no leste para ar, Shaunee sul para fogo, Erin oeste para água, e Stevie Rae
firmemente posicionada no norte para a terra.


Quando eles estavam prontos eu tomei meu lugar no centro do circulo.
Começando com Damien no leste, eu chamei cada elemento para nosso circulo,
me movendo na direção do relógio, até que eu terminei chamando o espírito
até eu.


Eu fechei meus olhos enquanto lançava, e quando o circulo estava
completo, eu os abri para ver um fio prateado brilhando ligando nós cinco. Eu
joguei minha cabeça para trás, ergui os braços, e gritei com a alegria de ser
tocada pelos cinco elementos. ?É bom estar em casa!?


Meus amigos gritaram, felizes e completos, preenchidos pelos seus
elementos e, mesmo que só por um momento, capazes de esquecer o caos e a
dureza que nos cercava.


Mas não a dor. Eu não ia esquecer o motivo do porque lancei o circulo,
embora era fácil ficar presa na emoção dos elementos.


Eu me centrei e me acalmei. Em uma voz forte e confiante comecei a falar.
?Ar, fogo, água, terra e espírito - eu chamei vocês aqui para nosso circulo por
uma razão especifica. Nossos amigos calouros na House of Night foram feridos.
Não sou uma curandeira. Eu não sou nem tecnicamente uma Alta Sacerdotisa.?
Eu pausei e olhei para o circulo, encontrando o olhar de Stark. Ele piscou para
mim. Eu sorri e continuei. ?Mas meu propósito é claro. Eu gostaria que vocês
por favor tocasse esses garotos feridos. Eu não posso curar eles, mas eu peço
que vocês suavizem e fortaleçam eles, para que eles possam se curar. Na
verdade, eu acho que é isso que todos queremos - uma chance de nos
consertar. Em nome de Nyx, e através do poder dos elementos, preencham
esses calouros!? Concentrando minha mente, corpo, e alma, eu abaixei minhas
mãos, imaginando que estava os elementos através de mim e para os garotos
feridos.


Eu ouvi exclamações de surpresa e prazer, e mesmo alguns arfares de ar
enquanto os cinco elementos cercavam a enfermaria, preenchendo os calouros.
Eu fiquei ali, sendo um condutor vivo para os elementos até que meus braços
doeram e suor se derramou do meu corpo.


?Zoey!? eu disse, ?Chega! Você ajudou eles. Feche o circulo.?


Eu ouvi Stark, e percebi que ele estava falando comigo a um tempo, mas eu
estava tão concentrada e a tanto tempo que ele literalmente teve que gritar
para finalmente me transpassar.


Exausta, eu soltei minhas mãos e sussurrei sinceros agradecimentos e
despedidas para os cinco elementos, e então de alguma forma, perdi minhas
pernas e caí no chão de bunda.


VINTE E QUATRO
Zoey


?Não, eu não preciso de uma cama na enfermaria,? eu repeti pela terceira
vez para Stark, que ficava andando de um lado para o outro e parecendo muito
preocupado. ?E não tem camas extras mesmo.?


?Hey, estou me sentindo bem melhor,? Denio disse. ?Você pode vir para
minha cama, Z.?


?Obrigado, mas não obrigado,? eu disse a ela. E então ergui minha mão para
Stark. ?Só me ajude a levantar, pode ser??


Ele franziu pra mim, mas me ajudou a levantar. Eu fiquei muito parada para
que ninguém percebesse que o mundo estava girando como um maluco mini
tornado ao meu redor.


?Eu acho que ela parece pior do que eu me sinto,? disse Drew de onde
estava no chão.


?Ela pode ouvir você,? eu disse. ?E estou bem.? Eu deixei minha levemente
borrada visão vagar de garoto ferido para garoto ferido. Todos estavam
parecendo melhor, o que me deu uma enorme sensação de alivio. Eu tirei o se
certifique que esses garotos não estão sentindo dor e morrendo de forma
horrivel? da minha lista mental de coisas a fazer. Hora para o próximo item da
lista. Eu segurei um suspiro porque eu não queria desperdiçar oxigênio. ?Ok, as
coisas estão melhores aqui. Então, Stevie Rae, precisamos ver onde os calouros
vermelhos vão ficar quando o sol nascer antes dele nascer. ?


?Boa ideia, Z,? disse Stevie Rae, que estava sentada no chão perto de Drew.
Eu lembrei que ela meio que tinha uma queda por ele antes de morrer e voltar a
vida, e eu reconheci para mim mesma que ver ela flertar com ele, quando eu
pensava que ela provavelmente tinha alguma coisa com aquele calouro
vermelho chamado Dallas, me deu um momento de alegria egoísta. Podia ser
maldade minha, mas com certeza seria legal se minha melhor amiga e eu
pudéssemos conversar sobre o como enfrentar problemas com vários caras.


?Z? Você acha que essa é uma boa ideia??


?Oh, desculpe, o que?? eu percebi que Stevie Rae estava falando comigo
enquanto eu esperava que ela acumulasse um zilhão (ou pelo menos dois)
namorados.


?Eu disse que os calouros vermelhos podiam ficar em quartos vazios. Deve
ter o bastante, mesmo que eles tenham que dormir 3 em cada quarto. Podemos
nos certificar que as janelas estejam cobertas. Não é tão boa quanto no
subterrâneo, mas vai servir, pelo menos até que essa estúpida tempestade de
gelo pare e a gente possa pensar em outra coisa.?


?Ok, então vamos fazer isso. Enquanto a situação dos quartos está sendo
concertada, nós? - eu anunciei a palavra cuidadosamente, colocando meu
circulo mais Afrodite, Darius, e Stark - ?precisamos conversar com Lenobia.?


Minha gangue acenou, todo mundo aparentemente ligado no fato de que
precisamos rapidamente ser informados sobre o que tinha acontecido na House
of Night enquanto não estávamos.


?Vocês todos vão ficar bem,? eu disse aos garotos machucados enquanto
minha gangue dizia tchau e começávamos a nos movimentar em direção a
saída.


?Hey, obrigado, Zoey,? Drew chamou.


?Você é realmente uma boa Alta Sacerdotisa - mesmo que você não seja
realmente uma ainda,? Ian gritou do seu quarto.


Eu não tinha certeza se o elogio dele necessitava de um agradecimento ou
não, eu estava parada na entrada da enfermaria, olhando para os garotos e
pensando que, fora o fato que eles tinham acabado de lutar contra Corvos
Escarnecedores e testemunhado o assassinato de uma professora, eles todos
pareciam tão normais.


Então eu percebi. Eles pareciam normais. Um dia antes, quase todo mundo
na escola, com exceção do meu grupo, Lenobia, Dragon, e Anastasia, tinham


caído no feitiço carismático de Kalona e Neferet, e não tinham agido
normalmente.


Eu voltei para a enfermaria. ?Eu tenho uma pergunta para todos vocês.
Pode soar estranho, mas eu preciso de respostas honestas, mesmo que seja
constrangedor.?


Drew sorriu por cima do meu ombro, onde eu tinha certeza que minha
melhor amiga estava parada. ?Pergunte o que quiser, Z. Qualquer amigo de
Stevie Rae é legal para mim.?


?Uh, obrigado, Drew.? Eu dei um jeito de não virar os olhos pra ele. ?Mas
essa pergunta é para todos vocês. O negócio é o seguinte: Vocês achavam que
havia algo errado com os Corvos Escarnecedores, ou mesmo Kalona e Neferet,
antes da professora Anastasia ser atacada? ?


Não surpreendentemente, Drew respondeu primeiro. ?Eu não confiava no
cara alado, mas não sabia porque.? Ele deu nos ombros. ?Eu não sei, talvez
porque ele tem asas. É só tão estranho.?


?Eu achava ele quente, mas aqueles filhos homem-pássaro dele eram muito
nojentos,? disse Hanna Honeyyeager.


?Yeah, os Corvos Escarnecedores eram nojentos, mas Kalona era velho, e eu
não conseguia entender como muitas calouras tinham uma queda por ele,?
disse Red. ?Eu quero dizer, George Clooney é quente e tudo mais, mas ele
também é velho, e eu não ia querer, tipo, fazer com ele. Então eu não entendi
porque praticamente todo mundo queria Kalona.?


?E quanto ao resto de vocês?? eu perguntei para o resto deles.


?Como você disse antes, Kalona explodiu do chão. Isso é bizarro.? Denio
pausou, olhou para Afrodite, e então continuou. ?Além do mais, alguns de nós
sabem a um tempo que Neferet não é exatamente o que ela parecia ser.?


?Yeah, você sabia, mas não fez nada sobre isso.? A voz de Afrodite não era
odiosa ou fula. Ela só estava comentando, e fazendo um comentário bem ruim.


Denio ergueu seu queixo. ?Eu fiz algo sobre isso.? Ela gesticulou para a
bandagem em seu braço. ?Só que foi tarde demais.?


?Nada parecia certo desde que a professora Nolan foi morta, ? Ian disse do
seu quarto.


?O negócio com Kalona e os Corvos Escarnecedores eram mais da mesma
sensação.?


?Eu vi o que ele estava fazendo com meus amigos,? T.J disse do último
quarto no corredor. ?Eles eram como zumbis e acreditavam em qualquer coisa
que ele dizia. Quando tentei falar com eles sobre qualquer coisa, tipo, como
eles tinham tanta certeza que ele realmente era Erebus que tinha vindo a terra,
eles ficavam irritados e riam de mim. Eu não gostei dele desde o inicio. E
aqueles malditos pássaros eram do mal. Eu não sei porque ninguém conseguia
ver.?


?Nem eu, mas isso é algo que vamos descobrir,? eu disse. ?Agora nenhum
de vocês deve se preocupar com isso. Kalona se foi, e Neferet e os Corvos
Escarnecedores também. Só melhorem. Ok??


?Ok!? Eles gritaram em resposta, soando muito mais saudáveis do que
pareciam quando os vi.


Por outro lado, canalizar os cinco elementos me fez sentir um cocô, e eu
estava feliz por Stark ter agarrado meu cotovelo e me emprestado sua força
enquanto saímos do prédio. Incrivelmente, o gelo e a chuva tinham parado. As
nuvens que cobriam o céu a dias tinha rachaduras nelas nas quais eu pude olhar
a noite estrelada. Meu olhar se moveu para o centro da escola. O fogo que tinha
consumido completamente a pira de Anastasia tinha começado a se apagar,
embora Dragon ainda estivesse de joelhos na frente dele; Lenobia estava ao
lado dele, uma mão em seu ombro. O circulo feito de calouros vermelhos mais
Erik, Heath, e Jack, se esticava ao redor da pira esfumaçada.


Eles estavam quietos, testemunhando seu respeito por Dragon e sua
amada. Eu chamei meu grupo para me seguir até as sombras. ?Precisamos
conversar, mas não precisamos fazer isso com uma audiência. Stevie Rae você
pode delegar a tarefa de conseguir quartos para seus garotos a alguém??


?Claro, Kramisha é tão organizada que ela tem quase transtorno obsessivo-
compulsivo. Além do mais, ela era uma sextanista quando morreu e voltou a
vida. Ela sabe todo tipo de coisa sobre esse lugar.?


?Bom. Coloque ela nisso.? Eu virei para Darius. ?Os corpos dos Corvos
Escarnecedores tem que desaparecer - agora. Se tivermos sorte, essa
tempestade vai finalmente clarear, o que significa que humanos vão começar a
andar por aí assim que amanhecer. Eles não podem encontrar aquelas
criaturas.?


?Vou cuidar disso,? Darius disse. ?Vou pegar as calouros vermelhos homens
para me ajudar.?


?O que você vai fazer com os corpos?? Stevie Rae perguntou.


?Queimar eles,? Shaunee respondeu, então olhou para mim. ?Se não tiver
problema por você.?


?É perfeito,? eu disse. ?Só não os queime perto da pira de Anastacia. Seria
demais para Dragon lidar.?


?Queime eles na parede leste. Onde seu pai nojento explodiu da terra.? O
olhar de Afrodite foi para Shaunee. ?O velho carvalho que se quebrou quando
Kalona escapou, você pode fazer ele queimar??


?Eu posso fazer qualquer coisa queimar,? Shaunee disse.


?Então vá com Darius e os caras, e se certifique que cada pena dessas
criaturas seja queimada além de qualquer reconhecimento. Então vocês dois
nos encontram no meu quarto. Combinado??


?Combinado.? Darius e Shaunee falaram juntos.


Eu pensei que era estranho que Erin não tivesse dito nada a sua gêmea, mas
Shaunee começou a seguir Darius até o circulo de calouros vermelhos, e então
ela chamou, ?Eu te conto tudo que você perder, Gêmea.?


?É claro que vai, Gêmea.? Shaunee disse sorrindo sobre seu ombro para
Erin.


?Ok, precisamos de Lenobia conosco.? Eu olhei para onde a mestra dos
cavalos estava ao lado de Dragon. ?Mas não sei como afastar ela disso.?


?Só diga a ele,? Darmien disse.


Eu dei um olhar de confusão.


?Dragon entende o quão perigoso Kalona e Neferet são. Ele vai entender
que precisamos de Lenobia.? O olhar de Damien foi até o vampiro, que ainda
estava de joelhos.


?Ele vai ficar aí até sofrer e ele sentir que está tudo bem em sair. Não
podemos mudar isso ou apressar ele. Então só diga que precisamos de
Lenobia.?


?Você é um garoto inteligente, sabia?? eu disse.


?Afirmativo,? ele disse com um sorriso.


?Muito bem.? Eu respirei fundo. ?Stevie Rae - explique a Kramisha o que ela
precisa fazer. O resto de vocês pode me encontrar no meu quarto. Vou assim
que pegar Lenobia.?


?Z, vou dizer a Jack para ajudar Kramisha,? Damien disse.


?Seu quarto não é tão grande. Além do mais, eu posso contar ele sobre as
coisas mais tarde. Agora nós precisamos resolver as coisas.?


Eu acenei e comecei a me dirigir até Lenobia e Dragon. Ao meu redor eu
podia ver Darius e Stevie Rae tirando o pessoal de lado e falando baixo com
eles. Damien acariciou a cabeça de Duquesa enquanto falava com seu
namorado.


Através de tudo isso Stark ficou ao meu lado. Eu não tive que procurar por
ele. Eu podia sentir ele. Eu sabia que se eu tropeçasse, ele ia se certificar que eu


não caísse. Eu também sabia que ele entendia melhor do que qualquer um
exatamente o quanto canalizar os elementos na enfermaria tinha exigido de
mim.


Como se tivesse lido minha mente, ele sussurrou, ?É melhor você sentar
logo. E eu vou encontrar algo pra você comer e beber. ?


?Obrigado,? eu sussurrei em resposta. Ele pegou minha mão e juntos fomos
até Lenobia e Dragon. Os gatos estavam quietos, embora os dois estivessem
pressionados contra o corpo de Dragon. Seu rosto ferido estava molhado de
lágrimas, mas ele tinha parado de chorar.


?Dragon, eu preciso que Lenobia venha comigo por um tempo. Eu não
quero deixar você aqui sozinho, mas eu realmente preciso falar com ela.?


Ele olhou para mim. Eu pensei que nunca tinha visto ninguém parecer tão
triste.


?Eu não estarei sozinho. Shadowfax e Guinevere ficarão comigo, e nossa
deusa estará comigo,? ele disse. Seu olhar voltou para a pira. ?Não estou pronto
para deixar Anastasia ainda.?


Lenobia apertou o ombro dele. ?Eu vou retornar logo, meu amigo,? ela
disse.


?Eu estarei aqui,? Dragon disse.


?Eu vou esperar com Dragon. Kramisha não precisa mesmo de mim. Ela já
tem calouros o bastante para dar ordens,? Jack disse para mim. Ele e Damien
tinham se juntado a nós. Duquesa parou a vários centímetros de distância e
estava deitada na grama com seus nariz em suas patas. Os gatos n ão prestaram
atenção nela. ?Eu gostaria de ficar com você, se você não se importar, ? ele
terminou, falando nervosamente com Dragon.


?Obrigado, Jack,? Dragon disse, sua voz presa num soluço.


Jack acenou, limpou suas lágrimas, e sem dizer mais nada, sentou ao lado
de Dragon e começou a gentilmente acariciar Shadowfax.


?Muito bem,? eu disse suavemente para Jack.


?Estou orgulhoso de você,? Damien sussurrou para Jack e beijou ele
suavemente na bochecha, o que fez Jack sorrir através das lágrimas.


?Ok,? eu disse. ?Vamos nos reunir no meu quarto.?


?Lenobia, Zoey tem que fazer um desvio na cozinha,? Stark disse
abruptamente. ?Ela e eu encontramos você no dormitório assim que possível.?


Lenobia acenou distraidamente, já andando em direção aos dormitórios
com Damien, Erin, e Afrodite.


?Porque você -? Eu comecei, mas Stark me cortou.


?Só confie em mim. Isso é o que você precisa.?


Ele pegou meu cotovelo e me guiou em direção ao centro dos prédios da
escola onde uma entrada ao hall levava ao refeitório. Estavámos quase na porta
quando ele disse, ?Vá para o refeitório. Eu tenho que pegar algo e já volto. ?


Muito cansada para questionar ele, eu entrei. Era estranho ver o quão
deserto estava. O lobby estava iluminado por lâmpadas que normalmente
brilhavam a essa hora da noite. Eu olhei para o relógio. Já passava da meia
noite. As aulas deveria estar ocorrendo. Deveriam ter calouros e vampiros por
toda parte. Eu desejei que o lugar estivesse lotado. Eu desejei que eu pudesse
voltar no tempo e fazer os dois meses passados desaparecerem para que eu
pudesse voltar a me preocupar sobre Afrodite ser uma garota malvada e Erik ser
um gostoso intocável.


Eu queria voltar no tempo para quando eu não sabia nada sobre Kalona ou
A-ya ou morte e destruição. Eu queria normalidade. Eu queria tanto que eu me
sentia doente.


Eu andei devagar para o refeitório, que também estava vazio, e escuro
como o corredor em que eu estive. Não havia cheiro de comida gostosa,


nenhum amontoado de garotos conversando sobre outros garotos, n enhum
professor fazendo cara feia para os alunos que traziam escondido Doritos.


Eu tropecei em um banco de piquenique - como o que eu geralmente
compartilhava com meus amigos e deixei meus joelhos cederem, sentando
pesadamente na madeira bem polida. Porque Stark tinha me dito para vir aqui?
Ele ia tentar cozinhar algo para mim? Por um segundo a visão dele com um
avental preso ao redor da sua cintura foi quase engraçada. Então eu percebi
porque ele tinha me trazido para cá. Uma das geladeiras da enorme cozinha da
escola era cheio de unidades de sangue humano. Naquele momento ele
provavelmente estava pegando várias unidades de sangue e trazendo para mim
para que eu bebesse como suco de caixinha.


Ok, eu sei que é nojento, mas a ideia fez minha boca salivar.


Stark tinha razão. Eu tinha que recarregar, e uma unidade de sangue (ou
duas) seria uma boa maneira de fazer isso.


?Zo! Aí está você! Stark disse que você estaria aqui.?


Eu pisquei surpresa e virei para ver Heath andando para dentro do
refeitório - sozinho. E de repente eu entendi que estava apenas parcialmente
certa. Stark tinha ido buscar sangue para mim, mas ao invés de sair de um
refrigerador de aço inoxidável da cozinha, meu sangue estava vindo do jogador
de futebol americano gostoso, Heath.


Ah, diabos.


VINTE E CINCO
Rephaim


Andar era uma dificuldade. Mesmo no espaço insignificante que é o limite
entre a mente consciente e a inconsciente, mesmo antes dele sentir
completamente a dor que passava por seu corpo abusado, Rephaim estava
ciente do cheiro dela.


A principio ele pensou que estava de volta na cabana e o pesadelo tinha
recém começado - logo antes do acidente quando ela chegou, não para matar
ele, mas para trazer água e fazer curativos. Então ele percebeu que era quente
demais para ele ainda estar na cabana. Ele se mexeu levemente e a dor que
passou por seu corpo lhe trouxe a total consciência, e com a consciência veio a
memória.


Ele estava caído no chão, no túnel que ela o tinha enviado, e ele odiava.


Não era um ódio que chegava a paranóia, como o do seu pai. Rephaim
simplesmente desprezava o sentimento de estar confinado dentro da terra. Não
havia um céu acima dele - nenhum mundo verde e florescendo embaixo dele.
Ele não podia levantar vôo no subterrâneo. Ele não podia -


O pensamento do Corvo Escarnecedor parou abruptamente.


Não. Ele não pensaria na sua asa permanentemente ferida e que o que isso
significava pelo resto de sua vida. Ele não podia pensar nisso. Ainda não. Não
enquanto seu corpo ainda estava fraco. Ao invés disso, Rephaim pensou nela.


Era fácil fazer isso, cercado pelo cheiro dela como ele estava.


Ele se mexeu de novo, dessa vez tendo mais cuidado com sua asa ferida.
Com seu braço bom ele puxou o cobertor por si mesmo se enterrou, como um
ninho, no calor da cama.


Cama dela.


Mesmo no subterrâneo havia um estranho e ilógico senso de segurança que
veio até ele, de estar em algum lugar que ela chamava dela. Ele não entendia
porque ela tinha essa singular afeição por ele. Rephaim seguiu as direções de
Stevie Rae, tropeçando pela agonia e exaustão até que ele percebeu que o que
ele estava seguindo era o cheiro da Vermelha. Ela tinha levado ela para uma ala,
aparentemente vazia dos túneis. Ele parou na cozinha e se forçou a comer e
beber. Geladeiras! Esse era um dos muitos milagres que a era moderna esteve
absorvendo nos longos anos em que ele foi um espírito.


Ele passou o que pareceu ser uma eternidade observando e esperando...
sonhando com o dia que ele ia poder tocar e sentir o gosto e realmente viv er de
novo.


Rephaim tinha decidido que gostava de geladeiras. Mas não tinha certeza se
ele gostava do mundo moderno. No pouco tempo em que seu corpo foi
devolvido a ele, ele percebeu que a maioria dos humanos modernos não tinha
real respeito pelo poder dos antigos. Os Corvos Escarnecedores não contavam
os vampiros entre o rank dos antigos. Eles não eram nada mais do que atrativas
coisas para se brincar. Diversões e distrações. Não importa o que o pai dele diz,
eles não são dignos de reinar ao lado dele.


Era por que a Vermelha lhe permitiu viver? Porque ela era muito fraca e
ineficiente - muito moderna para dar os passos que ela devia ter dado e matado
ele.


Então ele pensou na força que ela havia exibido, e não apenas a sua força
física, que era impressionante. Ela comandava o elemento da terra tão
perfeitamente que esta se partia ao meio para obedecê-las. Isso não era uma
fraqueza.


Até mesmo seu pai falara dos poderes da Vermelha. Neferet também,
avisou que a líder dos Vermelhos não devia ser subestimada.


E ali estava ele, levado a cama dela por seu cheiro, onde ele praticamente
se aninhava. Com um grito de desgosto, ele cambaleou para fora do calor
confortável das cobertas, almofadas e do colchão grosso e vacilou enquanto
levantava. Ficou de pé, apoiado à mesa que estava perto da cama, lutando para


manter-se firme e não permitindo que a escuridão implacável daquele lugar lhe
dominasse.


Ele planejaria seu caminho até a cozinha. Iria comer e beber de novo.
Acenderia toda a luz que pudesse achar. Rephaim aceitaria se recuperar, e
então deixaria esse lugar sepulcral e retornar para acima da terra para achar seu
pai - para achar seu lugar no mundo.


Rephaim empurrou o lençol que servia de porta para o quarto de Stevie Rae
e mancou até o túnel. Eu já estou melhor... mais forte... eu não preciso usar
uma bengala para caminhar, ele disse a si mesmo.


A escuridão era quase completa. Haviam lampiões intermitentes, mas
muitos estavam derretendo. Rephaim aprumou seu passo. Ele iria arrumar os
lampiões depois de se alimentar. Ele até beberia os sacos de sangue que achara
em um dos refrigeradores, embora isso não o atraísse. Seu corpo precisava de
combustível para se consertar, assim como os lampiões precisavam de
combustível para queimar.


Lutando contra a agonia causada por cada movimento, Rephaim seguiu a
curva no túnel e finalmente entrou na cozinha. Ele abriu o primeiro refrigerador
e estava retirando um pacote de presunto fatiado dela quando sentiu a lâmina
fria de uma faca nas suas costas.


?Um movimento que eu não goste, menino-pássaro, e eu corto sua medula
espinhal ao meio. Isso vai matá-lo de vez, não vai??


Rephaim manteve-se absolutamente parado. ?Sim, isso me mataria.?


?Ele parece meio morto para mim, de qualquer jeito ,? disse outra voz
feminina.


?É, essa asa está toda fodida. Não parece que ele possa fazer qualquer coisa
com a gente,? disse um homem.


A faca não saiu de sua espinha. ?Outros nos subestimando foi o que nos
trouxe aqui. Então, nunca subestime ninguém. Entendeu?? disse a voz que
pertencia à faca.


?Sim, desculpe, Nicole.?


?Entendi.?


?Então, menino-pássaro, é assim que nós vamos fazer: eu vou dar um passo
para trás e você vai se virar - bem devagar. Não tenha nenhuma ideia. Minha
faca não vai estar em você, mas Kurtis e Starr tem armas. Faça um movimento
errado e vai estar tão morto como se eu tivesse cortado sua espinha. ?


A ponta da faca apertou-se contra Rephaim forte o bastante para tirar
sangue.


?Ele cheira mal!? disse a voz masculina que pertencia a Kurtis. ?Ele nem está
comendo direito.?


Nicole o ignorou. ?Entendeu, menino-pássaro??


?Entendi.?


A faca deixou sua espinha e Rephaim ouviu o som de pés se movendo.


?Vire-se.?


Rephaim fez como ela mandou e se viu encarando três calouros. As luas
crescentes vermelhas em suas testas os identificavam como parte do rebanho
Vermelho. Mas ele percebeu instantaneamente que apesar de eles também
serem vermelhos, eles eram diferentes de Stevie Rae como a lua era do sol. Ele
olhou para Kurtis, um calouro grande, e para Starr, uma menina comum de
cabelo claro, rapidamente, embora eles apontassem pistolas para ele. Era em
Nicole que ele focava sua atenção. Era óbvio que ela era a líder. Ela também era
quem sugara seu sangue, algo que Rephaim nunca esqueceria.


Ela era uma pequena caloura com longo cabelo escuro e olhos tão
castanhos que pareciam ser pretos. Rephaim olhou naqueles olhos e sentiu um
momento de completo choque - Neferet estava lá! Nos olhos infantis da
caloura espreitava a distinta escuridão e inteligência que Rephaim tinha visto
muitas vezes no olhar da Tsi Sgili. Aquele reconhecimento chocou o Corvo


Escarnecedor tão profundamente que por um momento ele só conseguiu
encarar, seu único pensamento foi Pai sabe que ela tem a habilidade de se
projetar?


?Droga! Ele parece ter visto um fantasma,? Kurtis disse, a arma indo para
cima e para baixo conforme ele ria.


?Eu pensei que você disse que não conhecia nenhum Corvo Escarnecedor, ?
disse Starr, seu tom claramente suspeitoso.


Nicole piscou, e a familiar sombra de Neferet se fora, deixando Rephaim se
perguntando se ele tinha imaginado a presença dela.


Não. Rephaim não imaginava coisas. Neferet esteve presente, mesmo que
apenas um instante, dentro da caloura.


?Eu nunca vi uma dessas coisas antes na minha vida.? Nicole virou para
Starr, embora tenha continuado a manter seu olhar em Rephaim. ?Está dizendo
que acho que sou uma mentirosa??


Nicole não tinha erguido a voz, mas Rephaim, que estava acostumado em
estar na presença de poder e perigo, reconheceu essa sensação em particular
como agressão que mal era controlada. Starr obviamente reconheceu também,
e ela instantaneamente se afastou.


?Não, não, não. Eu não quis dizer nada disso. É só que é estranho ele ter
surtado quando te viu.?


?Isso foi estranho,? Nicole disse suavemente. ?E talvez devêssemos
perguntar a ele porque. Então, garoto-ave, o que você está fazendo aqui em
nosso território??


Rephaim notou que Nicole não tinha feito a pergunta que insinuou que ia
perguntar.


?Rephaim,? ele disse, trazendo força a sua voz. ?Meu nome é Rephaim.?


Os olhos dos três calouros se arregalaram, como se estivessem surpresos
por ele ter dado seu nome.


?Ele soa quase normal,? Starr disse.


?Ele é qualquer coisa menos normal, e é melhor lembrar disso,? Nicole
surtou. ?Responda a pergunta, Rephaim.?


?Eu escapei nos túneis depois de ser ferido por um guerreiro da House of
Night,? ele disse verdadeiramente. Os instintos de Rephaim, que tinham servido
a ele por séculos, disseram a ele para não falar nada sobre Stevie Rae, mesmo
que esses provavelmente fossem os calouros que ela esteve protegendo, eles
não eram realmente parte do grupo dela, e nem a seguiam.


?O túnel entre aqui e a abadia desmoronou,? disse Nicole.


?Estava aberto quando eu entrei.?


Nicole deu um passo em direção a ele e cheirou o ar. ?Você cheira a Stevie
Rae.?


Rephaim fez um gesto de desprezo com sua mão boa. ?Eu estou fedendo ao
cheiro da cama que dormi.?


Ele levantou sua cabeça para o lado, como se tivesse confuso pelo que ela
disse. ?Você disse que eu carrego o cheiro de Stevie Rae. Ela não é a Vermelha,
sua Alta Sacerdotisa??


?Stevie Rae é uma vampira vermelha, mas não é nossa Alta Sacerdotisa!?
Nicole rosnou, e os olhos dela assumiram um brilho vermelho.


?Não é sua Alta Sacerdotisa?? Rephaim forçou. ?Mas havia uma sacerdotisa
vampira vermelha chamada Stevie Rae que enfrentou com um grupo de
calouros meu pai e sua rainha. Ela tinha suas marcas. Ela não é sua Alta
Sacerdotisa??


?Essa foi a batalha em que você se feriu? ? Nicole ignorou a pergunta dele
para fazer sua própria.


?Foi.?


?O que aconteceu? Onde está Neferet??


?Se foi.? Rephaim não escondeu a amargura em sua voz. ?Ela fugiu com meu
pai e meus irmãos que ainda estão vivos.?


?Onde eles foram?? Kurtis perguntou.


?Se eu soubesse disso, não estaria escondido na terra como covarde. Estaria
no lado do meu pai, onde eu pertenço.?


?Rephaim.? Nicole deu a ele um longo olhar considerando. ?Eu ouvi esse
nome antes.?


O Corvo Escarnecedor permaneceu em silêncio, sabendo que era melhor
para ela entender quem ele era sem que ele se gabasse sobre sua posição como
um idiota.


Quando os olhos dela se arregalaram, ele sabia que ela lembrou onde ela
tinha ouvido seu nome.


?Ela disse que você é o favorito de Kalona - o seu filho mais poderoso.?


?Sim, é quem eu sou. Quem é ela que falou sobre mim??


De novo, Nicole ignorou a pergunta dele. ?O que cobria a porta do quarto
em que você dormia??


?Um cobertor.?


?O quarto de Stevie Rae,? disse Starr. ?É por isso que você tem o cheiro
dela.?


Nicole agiu como se Starr não tivesse falado. ?Kalona fugiu sem você,
mesmo que você seja seu favorito.?


?Simmmm.? Rephaim soltou um silvo de raiva que veio com
reconhecimento.


Nicole falou com Kurtis e Starr. ?Sabe isso tem que significar que eles vão
voltar. O garoto pássaro é o favorito de Kalona. De jeito nenhum ele vai deixar
ele aqui pra sempre. Como somos os favoritos dela. Ele vai voltar por ele; ela vai
voltar por nós.?


?Você fala da Vermelha, Stevie Rae??


Em um movimento tão rápido que seu corpo virou um borrão, Nicole se
moveu para o lado de Rephaim, pôs suas mãos ao redor dos seus ombros
feridos, e num movimento ergueu o grande Corvo Escarnecedor do chão, e
bateu ele contra a lateral do túnel. Os olhos brilhando em vermelho, ela
respirou uma respiração rançosa no rosto dele e disse, ?Entenda isso, garoto
pássaro. Stevie Rae, ou Vermelha como você fica chamando ela, não é nossa
Alta Sacerdotisa. Ela não é nossa chefe. Ela não é uma de nós. Ela é intima de
Zoey e o resto, e isso não é legal. Vê, não temos uma Alta Sacerdotisa, temos
uma rainha, o nome dela é Neferet. Agora, qual é dessa obsessão com Stevie
Rae??


Agonia passou por Rephaim. Sua asa quebrada estava em chamas,
iluminando seu corpo com uma agonia quente e branca. Com tudo dentro dele
ele desejou que ele estivesse inteiro de novo para que pudesse destruir essa
arrogante caloura vermelho com uma batida de seu bico.


Mas ele não estava inteiro. Ele estava fraco e ferido e abandonado.


?Meu pai quer capturar ela. Ele disse que ela é perigosa. Neferet não confia
nela. Não estou obcecado. Sou o único seguindo a vontade de meu pai,? ele
falou através da dor.


?Que tal a gente ver se você realmente está dizendo a verdade,? Nicole
disse. Então ela apertou seu já apertado aperto no braço dele, fechou seus
olhos, e baixou sua cabeça.


Inacreditavelmente, Rephaim sentiu as palmas dela começarem a se
esquentar. Aquele calor irradiou através dele, passando por sua corrente


sanguínea, pulsando com o ritmo frenético de seu coração, e batendo contra
seu corpo.


Um tremor passou por Nicole, então ela abriu os olhos e ergueu sua cabeça.
O sorriso dela era tolo. Ela continuou a segurar ele contra a parede por um
longo minuto antes de soltar ele. Olhando para ele estava caído no chão, ela
disse,


?Ela salvou você.?


?Mas que porra?? Kurtis gritou.


?Stevie Rae salvou ele?? Starr disse.


Nicole e Rephaim agiram como se nenhum dos dois tivesse falado.


?Ela salvou,? Rephaim arfou, lutando para controlar sua respiração para que
não desmaiasse. Ele não disse mais nada, tentando entender o que havia
acabado de acontecer enquanto respirava apesar da dor excruciante em sua
asa. A caloura vermelha fez algo com ele quando lhe tocou - algo que deu a ela
uma visão de sua mente, talvez até de sua alma. Mas ele sabia que era diferente
de qualquer ser que ela já havia tocado; seus pensamentos seriam difíceis, se
não impossíveis de ler, não importasse seus talentos.


?Por que Stevie Rae faria isso?? Nicole lhe perguntou.


?Você viu a minha mente. Você sabe que eu não tenho ideia de por que ela
fez o que fez.?


?Isso é verdade,? ela disse lentamente. ?Também é verdade que eu não
encontrei sentimentos negativos que você tenha com relação a ela.?


?Não sei se entendi. Sentimentos negativos? Isso não faz sentido para
mim.?


Ela zombou. ?Sem sentido - como se você fizesse sentido? Sua mente é a
coisa mais estranha que eu já vi. Então é assim, menino-pássaro, você diz que


ainda está fazendo o que seu pai lhe disse para fazer. No mínimo, isso devia
significar que você quer capturar ela - talvez matá-la.?


?Meu pai não queria matá-la. Ele queria que a levassem até ele intacta para
que ele pudesse estudá-la, e talvez usar seus poderes,? Rephaim disse.


?Tanto faz. Mas, veja, o problema é, quando eu olhei para seu cérebro de
pássaro, eu não achei nada dizendo que você estava atrás dela.?


?Por que eu estaria atrás dela nesse instante? Ela não está aqui. ?


Nicole balançou sua cabeça. ?Não, isso é esquisito. Se você quer pegar
Stevie Rae, você quer pegá-la, estando ela aqui ou não.?


?Isso não é lógico.?


Nicole encarou ele. ?Olha, o que eu preciso saber é: você está conosco ou
não??


?Com vocês??


?Sim, conosco. Nós vamos matar Stevie Rae.? Ela falava com certeza
enquanto se deslocava com sua velocidade sobrenatural ao lado dele e
segurava seu braço com seu aperto de ferro.


O bíceps de Rephaim se aqueceu instantaneamente enquanto ela invadia
seus pensamentos. ?Então, qual a sua escolha? Está conosco ou não??


Repahim sabia que ele precisava responder. Nicole podia não ser capaz de
ler todos os seus pensamentos, mas ela certamente tinha poder o bastante para
descobrir coisas que ele preferiria manter escondidas. Fazendo a decisão
rapidamente, ele encontrou o olhar escarlate da caloura vermelha com o seu e
disse sinceramente, ?Eu sou o filho de meu pai.?


Ela olhou para ele, sua mão queimando a pele de seu braço e seus olhos
brilhando vermelhos. Então ela abriu seu sorriso astuto novamente ?Boa
resposta, menino-pássaro, porque essa é a principal coisa que achei dentro de
sua cabeça de pássaro. Você certamente é o filh o de seu pai.?


Ela o soltou.


?Bem-vindo ao meu time. E não se preocupe. Já que seu pai não está aqui
nesse momento, eu não acho que ele vá se importar se Stevie Rae estará viva
ou morta quando você pegá-la.?


?E morta é mais fácil,? Kurtis disse.


?Definitivamente,? Starr disse.


Nicole riu, soando tanto como Neferet que as penas na nuca de Rephaim se
arrepiaram. Pai! Cuidado! Sua mente guinchou, A Tsi Sgili é mais do que ela
parece!

VINTE E SEIS
Zoey

?Heath, o que você está fazendo aqui??


Heath apertou seu peito como se eu tivesse atirado nele e deu uma volta,
fazendo um barulho de ofego zombado. ?Sua frieza me mata, baby!?


?Você é um nerd,? eu disse. ?Se alguma coisa vai te matar, é sua absoluta
falta de bom senso. Então, o que você está fazendo aqui? Eu pensei que você
estava lá fora queimando os pássaros com Darius e Shaunee.?


?Bem, eu ia, porque eles definitivamente precisam da minha força sobre
humana para ajudá-los.? Ele balançou as sobrancelhas para mim e se flexionou.
Então ele sentou no banco ao meu lado. ?Mas Stark me encontrou e disse que
você precisava de mim - então aqui estou.?


?Stark estava errado. Você deveria voltar e ajudar Darius. ?


?Você parece mal, Zo,? ele disse, toda a brincadeira desaparecendo de sua
voz.


Eu suspirei. ?Passei por muita coisa, só isso - como todos nós.?


?Bem, yeah, passamos. Mas eu vou ficar bem. Eu só preciso de um dia para
poder dormir. Só isso.?


Heath me observou por um tempo sem falar, então ele estendeu sua mão
para mim. Foi um reflexo automático para me envolver meus dedos nos dele.


?Zo, estou tentando muito não ficar louco por você ter uma coisa especial
com Stark - algo que você não tem comigo.?


?É um laço de guerreiro. Só posso ter com um vampiro.? Eu disse as palavras
apologeticamente, e eu senti muito - muito por continuar a magoar o cara com
quem eu estive apaixonada desde o ensino fundamental.


?Yeah, eu ouvi sobre isso. De qualquer forma, o que eu estava dizendo é
que estou tentado lidar com o negócio com Stark, mas fica muito mais difícil
quando você me afasta.?


Eu não podia dizer nada porque eu sabia exatamente o que ele estava
mesmo falando. Era por isso que Stark tinha enviado ele para cá. Heath queria
que eu bebesse dele. Só de pensar nisso fez minha boca salivar e minha
respiração acelerar.


?Eu sei que você quer,? ele sussurrou.


Incapaz de encontrar seus olhos, eu encarei a nossas mãos ligadas. Na luz
fraca do deserto refeitório as tatuagens em minhas palmas eram quase
invisíveis e nossas mãos pareciam tão comuns - tão parecidas como a tantos
anos atrás, que fez meu estômago se apertar.


?Você sabe que eu quero.?


Eu encontrei o olhar dele. ?Eu sei que quer. Mas eu não posso, Heath.?


Eu esperava que ele explodisse e ficasse fulo, mas ao invés disso ele
deflacionou. Seus ombros caíram e ele balançou a cabeça. ?Porque você não me
deixa te ajudar da única forma real que eu posso??


Eu respirei fundo e disse a ele a completa verdade. ?Porque eu não posso
lidar com a parte do sexo agora.?


Ele piscou surpreso para mim. ?Essa é a única razão??


?Sexo é uma grande razão,? eu disse.


?Bem, yeah, não que eu saiba por experiência, mas eu ainda entendo o que
você está dizendo.?


Eu senti minhas bochechas se esquentarem. Heath ainda era virgem? Eu
tinha certeza que depois que fui Marcada e deixei a vida humana e vim para
House of Night, minha ex melhor amiga tinha ido atrás dele. Na verdade, eu
sabia que a vadia da Kayla tinha ido atrás dele.


?E quanto a Kayla? Eu pensei que vocês dois tinham ficado depois que eu
parti.?


Ele deu uma risadinha sem humor. ?Bem que ela queria. Não apenas não,
mas diabos não. Eu não estava com Kayla. Só existe uma garota para mim.? A
falta de humor deixou seu rosto e ele riu para mim. ?E embora você seja uma
importante Alta Sacerdotisa e tecnicamente não mais uma garota?, você ainda
é minha garota.?


De novo, eu não sabia o que dizer. Eu sempre pensei que quando eu
transasse pela primeira vez seria com Heath, mas então eu fiz uma enorme
confusão e perdi minha virgindade com Loren Blake, o que foi totalmente o
maior erro da minha vida. Eu ainda ficava enjoada e mais do que um pouco
culpada.


?Hey, pare de pensar em Blake. Você não pode mudar o que aconteceu com
ele, então vamos esquecer.?


?Você lê mentes agora??


?Eu sempre fui capaz de entrar na sua cabeça, Zo.? O sorriso dele sumiu.
?Bem, eu acho que não fui capaz de fazer isso muito bem recentemente.?


?Desculpe por tudo isso, Heath. Eu odeio que magoa você.?


?Não sou mais um garoto. Eu sabia no que estava me metendo quando subi
na minha caminhonete e dirigi até Tulsa para te ver. Não tem que ser fácil entre
nós, mas tem que ser honesto.?


?Ok. Eu quero ser honesta também. Então estou dizendo a verdade quando
digo que eu não posso me permitir beber de você. Eu não posso lidar com o que
vai acontecer entre nós por causa disso. Não estou pronta para transar, mesmo


que o mundo todo não estivesse indo pro inferno e desmoronando ao nosso
redor.?


?Inferno e desmoronando - você parece sua avó quando diz isso.?


?Heath, mudar de assunto não vai me fazer mudar de ideia. Não vou
transar, então não vou beber de você.?


?Jeesh Zo, não sou um idiota; eu entendi isso,? ele disse. ?Então não vamos
transar. Passamos muitos anos não transando. Somos experientes nisso.?


?Tem mais nisso do que só querer um ao outro. Você sabe o que Imprint faz
com nós dois. Foi intenso o bastante antes, quando eu estava tão ferida que
quase morri. Seria assim 10 vezes se eu beber de você agora.?


Heath engoliu com força e passou a mão pelo cabelo. ?Yeah, ok, eu sei
disso. Mas o que estou dizendo é o seguinte - o Imprint vai para os dois lados,
certo? Enquanto você bebe meu sangue você sente o que eu sinto, e eu sinto o
que você sente.?


?Yeah, a coisa é prazer e sexo,? eu disse.


?Ok, então, ao invés de me focar na parte do sexo, vamos nos focar na parte
do prazer.?


Eu ergui as sobrancelhas para ele. ?Você é um cara, Heath. Desde quando
você não se foca na parte do sexo??


Ao invés de responder brincando como eu esperava, a expressão dele era
absolutamente séria.


?Quando te pressionei sobre sexo??


?Teve aquela vez na casa da árvore.?


?Você estava na quarta série. Não conta. Além do mais, você me quebrou
todo.?


Ele não sorriu, exatamente, mas suas sobrancelhas estavam enrugadas.


?E quanto aquela vez na sua caminhonete no verão passado no lago? ?


?Você não pode contar isso também. Você estava usando um biquíni novo.
E eu não pressionei nada.?


?Suas mãos estavam em cima de mim.?


?Bem, tinha muita coisa sua aparecendo!? Ele pausou, baixando a voz para
um nível normal de novo. ?Meu ponto é, estamos juntos a um longo tempo.
Podemos definitivamente ficar juntos sem fazer sexo. Eu quero transar com
você? Diabos, sim. Eu quero fazer sexo com você quando sua cabeça está uma
confusão por causa daquele Blake e suas preocupações com tudo que tem
acontecido, e você não quer transar comigo? Diabos, não! Diabos, diabos, não.?
Ele colocou seus dedos sobre meu queixo e me fez olhar para ele. ?Eu prometo
que isso não será sobre sexo porque você e eu, o que temos, significa mais do
que sexo. Me deixe fazer isso por você, Zoey.?


Minha boca se abriu antes de eu poder impedir e eu me ouvi sussurrar,
?Ok.?


O sorriso dele era como se ele tivesse vencido o campeonato mundial.
?Excelente!?


?Mas nada de sexo,? eu disse.


?Absolutamente nada. Só me chame de Heath Sem Sexo. Diabos, meu nome
do meio é Sem Sexo.?


?Heath.? Eu coloquei um dedo em seus lábios para calar ele. ?Você está
nerdiando isso.?


?Oh, yeah. Ok,? ele murmurou sobre meu dedo. Então ele soltou minha
mão e buscou no bolso do seu jeans, tirando um canivete. Ele tirou seu casaco e
abriu o canivete. A lâmina parecia estranhamente como um brinquedo de
criança no escuro refeitório.


?Espera aí!? Eu meio que gritei quando ele começou a colocar a faca na
lateral do seu pescoço.


?O que??


?Um. Aqui? Vamos fazer isso aqui??


Ele ergueu a sobrancelha para mim. ?Porque não? Não vamos transar,
lembra??


?É claro que lembro,? eu disse. ?É só que, bem, alguém pode entrar.?


?Stark está guardando a porta. Ninguém vai passar por ele.?


Isso me chocou e fiquei quieta. Eu quero dizer, essa era a ideia de Stark,
mas guardar a porta para certificar que Heath e eu tivéssemos privacidade? Isso
era só -


O cheiro do sangue de Heath me atingiu e todos os pensamentos sobre
Stark desapareceram da minha mente. Meus olhos encontraram o pequeno
corte vermelho que estava no ponto suave onde seu pescoço encontrava seu
ombro. Ele clamou, colocando sua faca na mesa e abrindo seus braços para
mim.


?Vem aqui, Zo. É apenas você e eu agora. Mais ninguém para você pensar.
Mais ninguém para você se preocupar. Vem cá,? ele repetiu.


Eu fui para seus braços e inalei seu cheiro: Heath, sangue, desejo, casa, e
meu passado todos envolvidos juntos em um abraço forte e familiar. Quando
minha língua tocou a linha escarlate eu senti um calafrio e sabia que ele estava
suprimindo um gemido de puro desejo. Eu hesitei, mas era tarde demais. Seu
sangue explodiu na minha boca. Incapaz de me impedir, eu pressionei meus
lábios contra a pele dele e bebi. Naquele momento eu não me importei que não
estava pronta para sexo, ou que o mundo ao meu redor era uma enorme bola
de caos, ou até mesmo que estávamos no meio do refeitório enquanto Stark
guardava a porta (e provavelmente estava vivenciando tudo que eu estava
sentindo). Naquele momento tudo que eu me importava era Heath e seu
sangue e seu corpo e seu toque.


?Sssh.? A voz de Heath tinha ficado profunda e meio áspera, mas
estranhamente suave. ?Está tudo bem, Zo. Eu posso só me sentir bem e nada
mais. Pense sobre o quão forte isso te faz. Você precisa ficar forte, lembra?
Você tem, tipo, um zilhão de pessoas contando com você. Eu estou contando
com você; Stevie Rae está contando com você; Afrodite está contando com
você, embora eu ache que ela é uma vadia. Até Erik conta com você - não que
alguém se importe com ele...?


As palavras de Heath continuaram sem parar. Enquanto ele falava uma
coisa estranha acontecia. A voz dele deixou de ser profunda e áspera. Ele
começou a soar só como Heath - como se ele e eu estivéssemos sentados aqui
conversando sobre coisas normais e eu não estivesse sugando o sangue de seu
pescoço.


Então, sem eu ter consciência, a vontade de sentimentos que me preencheu
enquanto eu bebia dele mudou de puro sexo para outra coisa. Algo que eu
consegui pensar. Algo que eu podia lidar. Não me entenda mal, ainda era
gostoso. Muito, muito gostoso. Mas gostoso estava mexido com o que eu só
posso descrever como normal, e o normal tornou aquilo administrável. Então
quando me senti força e rejuvenescida eu fui capaz de me afastar. Feche agora,
eu pensei, e lambi a linha que sangrava no pescoço de Heath, automaticamente
mudando as endorfinas na minha saliva de coagulantes para anticoagulantes. Eu
observei o sangramento parar e o pequeno ferimento começar a curar,
deixando apenas uma pequena e magra linha para trair ao mundo o que estava
acontecendo conosco.


Meus olhos se ergueram para encontrar o olhar de Heath.


?Obrigado,? eu disse.


?A qualquer hora,? ele disse. ?Eu sempre estarei aqui por você, Zo.?


?Bom, porque eu sempre vou precisar de você para me lembrar quem eu
realmente sou.?


Heath me beijou. Foi um beijo gentil, mas era profundo e íntimo e cheio de
um desejo que eu sabia que ele estava segurando, esperando para que eu
finalmente dissesse sim para ele.


Ao invés disso, eu quebrei o beijo e me aconcheguei nos olhos dele. Eu senti
ele suspirar, mas o abraço não falhou enquanto ele me segurava com força.


O som da porta do refeitório se abrindo fez nós dois pularmos.


?Zoey, você realmente deveria ir ao dormitório. Eles estão esperando por
você,? Stark disse.


?Ok, yeah, estou indo,? eu disse, saindo dos braços de Heath e ajudando ele
a colocar seu casaco.


?É melhor eu encontrar Darius e aqueles caras e dar uma incrível ajuda
humana com aquelas coisas,? Heath disse.


Como garotos culpados, andamos juntos até onde Stark estava, sem
qualquer expressão, segurando a porta.


?Stark.? Heath acenou para ele. ?Obrigado por me trazer até ela.?


?É parte do meu trabalho,? Stark disse afiadamente.


?Bem, eu acho que você merece um aumento,? Heath disse a ele com um
sorriso, então ele se abaixou e me deu um rápido beijo antes de dizer tchau e
correr pela porta que levava até ao pátio central da escola.


?Não é a parte do meu trabalho que eu gosto,? eu ouvi Stark murmurar
enquanto nós dois observávamos Heath desaparecer lá fora.


?Como você disse, é melhor irmos ao dormitório,? eu disse, começando a
andar pelo corredor que levava para o dormitório mais próximo. Stark me
seguiu - junto com um desconfortável silêncio.


?Então,? ele finalmente disse, sua voz soando contida.


?Isso é uma droga5.? Eu falei antes de pensar, e as palavras ridículas
pareceram sair da minha boca por conta própria. ?Yep. Yep foi. Literalmente.?
Então, incrivelmente, eu ri.


Ok, em minha defesa, eu estava me sentindo muito bem. O sangue de
Heath me fez sentir melhor do que eu me sentia desde que Kalona tinha saído
da terra para avacalhar com minha vida.


?Não é engraçado,? Stark disse.


?Desculpe. Foi uma piada ruim,? eu disse, rindo de novo, e então fechei a
boca.


?Vou fingir que você não está rindo e não sentiu tudo que sentiu lá dentro, ?
Stark disse com uma voz contida.


Mesmo com minha onda de sangue, eu entendi que deve ter sido muito
difícil para Stark vivenciar um prazer tão intenso que outro cara trouxe para
mim, e perceber o quão ligados Heath e eu realmente éramos. Eu passei meu
braço ao redor de Stark. A principio ele foi frio e duro, e mal respondeu, como
se eu estivesse me segurando a uma estátua, mas conforme continuamos a
andar ele descongelou e eu senti ele relaxar. Logo antes dele abrir a porta do
dormitório das garotas para mim, eu olhei para ele e disse, ?Obrigado por ser
meu guerreiro. Obrigado por se certificar que eu fique forte, mesmo que tenha
machucado você.?


?De nada, minha senhora.? Ele sorriu para mim, mas ele parecia velho e
muito, muito triste.


5 Zoey usa a palavra sucked. Em inglês pode ser sugar/chupar que é o que ela estava fazendo, mas
também no sentido coloquial pode s er ?uma droga?


VINTE E SETE
Zoey


?Você quer uma coca também?? Eu chamei por cima do meu ombro para
Stark, que estava esperando impaciente por mim em um salão muito silencioso
e estranho do nosso dormitório. Eu digo estranho porque estava silencioso,
embora um monte de calouros, caras e gurias, estavam sentados nas cadeiras
na frente das TVs de tela plana. Sério. Eles só estavam sentados e encar avam.
Sem falar. Sem rir. Nada. Eles não olharam para cima quando Stark e eu
entramos. Na verdade, eu estava semi-certa que alguns dos garotos nos deram
olhares do ódio, mas ainda não falaram nada.


?Não, estou bem. Só pegue sua coca e vamos subir,? ele disse, já andando
em direção as escadas.


?Ok, ok. Estou indo. Eu só -? E eu dei um encontrão numa garota chamada
Becca. ?Jeesh, desculpe!? Eu disse, dando um passo para trás. ?Não te vi porque
eu estava -?


?Yeah, eu sei o que você estava fazendo. O que você sempre está fazendo.
Você estava olhando um cara.?


Eu franzi. Eu não conhecia Becca muito bem. Só que ela tinha uma enorme
queda por Erik. Oh, e eu peguei Stark mordendo e praticamente estuprando ela
- antes dele escolher o caminho do bem e se jurar a mim como Guerreiro. É
claro, Becca não lembrava da parte do estupro. Ela só lembrava do prazer de ser
mordida, de novo graças ao idiota que Stark costumava ser.


Ainda sim, eu não dei permissão a ela p ara cair com esse ridículo
comportamento pra cima de mim. Mas eu não tinha tempo para acertar as
coisas com ela e, honestamente, eu não me importava se ela era uma pilha
grande de eu-tenho-inveja-da-Zoey. Então eu fiz uma das bufadas nada
atraentes de Afrodite e passei ao redor dela até a geladeira, abri, e comecei
minha busca por coca.


?Você fez isso, não fez? Você estragou tudo.?


Eu suspirei. Eu encontrei minha lata de coca e virei. ?Se você se refere a, se
eu me livrei de Kalona, que não é Erebus que veio a terra mas na verdade um
imortal caído do mal, e afastei Neferet, que não é mais Alta Sacerdotisa de Nyx,
mas uma maldosa Tsi Sgili que quer dominar o mundo, então sim. Sim, com a
ajuda de alguns amigos eu fiz isso.?


?Porque você acha que sabe de tudo? ?


?Eu definitivamente não sei tudo. Se soubess e, eu saberia porque você
ainda não consegue enxergar que Kalona e Neferet e os Corvos Escarnecedores
são do mal, mesmo depois que eles mataram a professora Anastasia.?


?Os Corvos Escarnecedores só mataram ela porque você os irritou fugindo e
brigando com Kalona, que vários de nós acham que ele é realmente Erebus. ?


?Se liga, Becca. Kalona não é Erebus. Ele é o pai dos Corvos Escarnecedores.
Ele os criou estuprando mulheres Cherokee. Erebus não faria isso. Isso ocorreu
a vários de vocês??


Ela agiu como se não tivesse ouvido uma palavra do que eu disse. ?Tudo
estava bem quando você não estava. Agora você voltou e tudo está uma
confusão de novo. Eu queria que você tivesse ido embora para sempre e
deixado o resto de nós fazer o que queremos fazer.?


?O resto de vocês? Você quer dizer os garotos na enfermaria que quase
foram mortos por seus amigos alados. Ou você se refere a Dragon, que ainda
estava em luto pela morte da sua esposa, sozinho??


?Isso só aconteceu por sua causa. Nenhum de nós foi atacado ant es de você
fugir.?


?Sério, você não está ouvindo uma palavra do que estou dizendo??


?Hey, Becca.? Stark estava parado na porta da cozinha, atrás de Becca. Ela
virou a cabeça, jogou seu cabelo para trás, e deu a ele um sorriso de flerte.


?Hey, Stark.?


?Erik é carne livre,? ele disse.


Ela piscou e parecia um pouco confusa.


?Ele e Zoey terminaram,? ele acrescentou.


?Oh, mesmo?? Ela tentou soar indiferente, mas sua linguagem corporal
mostrou seu prazer. Ela olhou para mim. ?Já era hora dele te chutar.?


?Ao contrário, sua... sua... vadia!? eu disse.


Becca deu um passo em minha direção, erguendo sua mão como se ela
fosse tentar me bater, o que me chocou tanto que eu nem pensei em chamar
um dos elementos para derrubar ela. Felizmente, Stark não estava chocado, e
ele se meteu rapidamente entre nós.


?Becca, eu já fiz mal o bastante para você. Não me faça te jogar para fora
daqui. Só se afaste,? ele disse, parecendo muito como um guerreiro perigoso.


Becca se afastou instantaneamente. ?Oh, tanto faz. Como se eu me
importasse com ela para estragar minhas unhas?? Ela virou e saiu.


Eu abri minha coca e dei um longo gole antes de dizer, ?Bem, isso foi muito
perturbador.?


?Yeah, eu devo estar enlouquecendo. O verdadeiro eu nunca impediria uma
briga de garotas.?


Eu virei os olhos para ele. ?Você é tão homem. Anda, vamos subir onde está
menos maluco.?


Saímos da cozinha e passamos pelo salão principal para chegar as escadas, o
que significou voltar na loucura. Becca era toda sussurros com vários garotos
amontoados, embora tenha parado de falar para me olhar feio, que era o
mesmo olhar de matar que os outros garotos estavam me dando também.


Eu aumentei o ritmo e praticamente voei para cima.


?Ok, isso foi bizarro,? Stark disse enquanto íamos ao meu quarto.


Eu só acenei. Era difícil para mim encontrar palavras que descreviam como
parecia para mim que quase todos na escola, meu lar, obviamente me odiavam.
Abrindo a porta do meu quarto, eu instantaneamente fui atacada por uma bola
laranja de pelo que se aninhou nos meus braços enquanto ela dava um mee-uf-
owed? como uma senhora descontente.


?Nala!? Eu ignorei a irritação dela e a beijei no nariz, o que fez ela espirrar
no meu rosto. Eu ri e passei minha coca para a outra mão para não derrubar em
meu gato. ?Eu senti sua falta, garotinha.? Eu pressionei meu rosto no seu pelo
suave, o que fez ela parar de reclamar e começou sua maquina de ronronar.


?Quando você terminar de se agarrar com sua gata, temos coisas para
discutir - coisas importantes,? Afrodite disse.


?Oh, não seja tão odiosa,? Damien disse a ela.


?Odeio isso, Damien,? Afrodite fez um gesto rude para ele.


?Parem!? Lenobia falou antes de eu poder dizer a eles para ficarem quietos.
?O corpo de uma boa amiga ainda está esfriando lá fora e não estou com
vontade de ouvir briga de adolescentes.?


Afrodite e Damien murmuraram desculpas e pareciam desconfortáveis, o
que eu decidi que era uma excelente deixa para eu começar a falar. ?Ok, então,
cada um daqueles garotos lá embaixo me odeia.?


?Mesmo? Eles estavam sendo Stepfords quando chegamos,? Damien disse.


?Mesmo,? Stark disse. ?Eu quase tive que tirar aquela Becca de cima de
Zoey.?


Eu podia ver o olhar nos rostos de Afrodite e Damien que eles estavam
lembrando do passado não tão bom de Stark . Nenhum deles disse nada.


?Isso não me surpreende,? Lenobia disse.


Eu olhei para a mestra de cavalos. ?O que está acontecendo? Kalona se foi.
Para muito longe. Eu acho que ele nem está mais nesse país. Como ele ainda
pode estar afetando os calouros??


?E vampiros,? Damien acrescentou. ?Nenhum professor fora você foi ficar
com Dragon. Isso significa que o resto deles ainda está sobre a influência de
Kalona também.?


?Ou estão simplesmente permitindo que medo os derrote.? Lenobia disse.
?É difícil dizer se eles estão com medo, ou se o demônio começou algo neles
que ainda funciona, embora ele não esteja mais presente.?


?Ele não é um demônio,? eu me ouvi dizer.


Lenobia me deu um olhar afiado. ?Porque você diria isso, Zoey??


Eu me mexi desconfortável escrutínio dela e sentei na minha cama,
colocando Nala no meu colo.


?É só que eu sei coisas sobre ele, e uma delas é que eu sei que ele não é um
demônio.?


?Que diferença faz como chamamos ele?? Erin perguntou.


?Bem, nomes verdadeiros são poderosos,? Damien disse. ?Tradicionalmente
usar o nome verdadeiro de alguém em um feitiço ou ritual pode ter mais força
do que enviar energia de forma geral, ou até mesmo usando seu primeiro
nome.?


?Você tem razão, Damien. Então não vamos chamar Kalona de demônio, ?
Lenobia disse.


?E também não vamos esquecer que ele é do mal, como aqueles outros
garotos são,? Erin disse.


?Mas nem todos são,? eu disse. ?Aqueles garotos na enfermaria não estão
sob o feitiço de Kalona, e nem Lenobia e Dragon - nem Anastasia estava. Mas
por que? O que vocês tem que todo mundo não tem??


?Já decidimos que Lenobia e Dragon e Anastasia tem dons vindos de Nyx, ?
Damien disse.


?Ok, então o que tem de especial com aqueles garotos que enfrentaram os
Corvos Escarnecedores?? Afrodite disse.


?Hanna Honeyyweager pode fazer florescer flores,? Damien disse.


Eu o encarei. ?Flores? Sério??


?Yeah.? Damien deu nos ombros. ?Ela tem uma ótima mão.?


Eu suspirei. ?O que mais sabemos sobre os garotos na enfermaria? ?


?T.J é um ótimo boxeador,? Erin falou.


?E Drew é um ótimo lutador,? eu disse.


?Mas alguma dessas habilidades são verdadeiros dons?? Lenobia disse.
?Vampiros são talentosos. Esse é o normal e não uma exceção.?


?Alguém sabe alguma coisa sobre aquele garoto Ian Bowser?? eu perguntei.
?Eu só conheço ele da aula de teatro. Ele costumava ser caidinho pela
professora Nolan.?


?Eu conheço ele,? Erin disse. ?Ele é um doce.?


?Ok, ele é um doce,? eu disse, me sentindo sobrepujada com a tarefa
impossível. Os garotos eram gentis e bons com coisas, mas ser bom em algo não
é igual a ter um dom de Nyx. ?E quanto aquela garota nova, Red??


?Nenhuma de nós a conhece.? Damien olhou para Lenobia. ?Você
conhece??


Lenobia balançou a cabeça. ?Não, só que sua mentora era Anastasia, e ela
tinha se tornado próxima o bastante dela em apenas alguns dias para arriscar
sua vida para salvar sua professora.?


?O que não significa nada especial sobre ela a não ser que ela fez a escolha
certa e -? minhas palavras morreram quando percebi o que estava dizendo. De
repente eu estava rindo. ?É isso!?


Todo mundo me olhou que nem idiota.


?Ela perdeu a cabeça,? Afrodite disse. ?Estava fadado a acontecer mais cedo
ou mais tarde.?


?Não, eu não perdi a cabeça. Eu a encontrei. Encontrei a resposta. Deusa, é
tão óbvio! Aqueles garotos não são dotados. Eles são apenas garotos que
fizeram a escolha certa.?


Ninguém disse nada por vários segundos, e então Damien pegou o fio da
meada. ?Como na vida. Nyx deu a todos nós escolhas.?


Eu sorri para ele. ?E alguns de nós escolhem sabiamente.?


?Alguns fazem besteira,? Stark disse.


?Deusa! É realmente óbvio,? Lenobia disse. ?Não tem mistério no feitiço de
Kalona.?


?É sobre escolhas,? Afrodite disse.


?E verdade,? eu acrescentei.


?Faz sentido.? Damien falou. ?Eu não conseguia entender porque só 3
professores foram capazes de ver através de Kalona. Eu sempre pensei que
todos os vampiros aqui tinham dons especiais dados pela deusa. ?


?E a maior parte é,? Lenobia disse.


?Mas com dom ou não, encontrar a verdade e seguir o caminho certo é
sempre uma escolha.? Stark falou suavemente enquanto seu olhar se envolvia
no meu. ?Isso é algo que nenhum de nós deve esquecer.?


?E pode ser por isso que Nyx nos trouxe aqui. Para nos lembrar que seus
filhos tem livre arbítrio,? Lenobia disse.


Esse é todo meu ponto com A-ya. Eu tenho a escolha de não seguir o
caminho dela. Mas isso não significa que Kalona também tem livre arbítrio, e
pode escolher o bem ao invés do mal? A ideia passou pela minha mente. Eu a
afastei e disse, ?Ok, então, alguma ideia de onde seguimos daqui? ?


?Absolutamente. Você segue Kalona. Vamos com você,? Afrodite disse.
Quando todos a encaramos, ela continuou, ?Olha, Kalona provou que é do mal,
então vamos fazer a escolha de destruir ele.? Antes de qualquer um poder dizer
algo, Afrodite acrescentou, ?Não é impossível. Uma das minhas visões mostrou
Zoey o derrubando.?


?Visões?? Lenobia disse.


Afrodite brevemente recapitulou as duas visões que teve, deixando de lado
a parte especifica de que na visão ?não tão boa? eu me juntei a Kalona. Então
quando ela terminou, eu limpei a garganta, dei um grande sorriso, e disse, ?Na
visão ruim eu estava com Kalona. Tipo com ele. Nós éramos amantes.?


?Mas na outra visão você destruiu ele,? Lenobia disse.


?Isso era claro, mesmo que todo o resto fosse uma confusão,? Afrodite
disse. ?Então, como eu estava dizendo antes, ela tem que ir até ele. ?


?Eu não gosto disso,? Stark disse.


?Nem eu,? Lenobia disse. ?Eu queria saber mais - ter mais detalhes sobre o
que causou cada visão acontecer.?


?Deusa! Sou uma idiota,? eu disse, buscando em meu bolso pelo pedaço de
papel que pus ali. ?Eu esqueci do poema de Kramisha.?


?Ugh, eu também,?Afrodite disse. ?Eu odeio poesia.?


?Um fato que me encanta, minha beleza,? Darius disse quando entrava no
quarto com Stevie Rae e Shaunee. ?Alguém com sua inteligência deveria
gostar.?


Afrodite deu a ele um doce sorriso. ?Eu gostaria que você lesse para mim,
mas de novo, eu gosto de qualquer coisa que você lê para mim.?


?Nojento,? Shaunee disse, indo até Erin.


?Totalmente,? Erin concordou, sorrindo para sua gêmea.


?Bom, não perdemos a parte do poema,? Stevie Rae disse, sentando perto
de mim e acariciando Nala. ?Eu estava me perguntando com o que Kramisha
bolou.?


?Ok, bem, eu vou ler em voz alta,? eu disse, e comecei:

Uma espada de dois gumes
Um lado destrói
Um libera
Eu sou seu Nó górdio
Você vai me liberar ou me destruir?
Seguir a verdade você deverá:
Encontre-me água
Purifique-me com fogo
Nunca mais presa pela terra
O ar vai sussurrar para você
O que o espírito já sabe:
Que mesmo quebrada
Tudo é possível
Se você acreditar.
Então ambos seremos livres


?Eu odeio dizer isso, mas até eu posso perceber que é de Kalona para você, ?
Afrodite falou através do grosso silêncio que seguiu minha leitura.


?Yep, parece isso para mim também,? disse Stevie Rae.


?Ah, diabos,? eu murmurei.


VINTE E OITO
Zoey


?Eu não gosto disso,? Stark disse.


?Você já falou isso,? Afrodite disse. ?E nenhum de nós gosta, mas isso não
faz o poema idiota sumir.?


?Profecia,? Damien a corrigiu. ?Os poemas de Kramisha são profecias em
sua natureza.?


?O que não é necessariamente, uma coisa ruim,? Darius disse. ?Se temos
uma profecia, isso também significa que temos um aviso. ?


?Então esses poemas mais as visões de Afrodite combinadas criam uma
poderosa ferramenta para nós.? Lenobia disse. ?Interpretamos a última,?
Lenobia me lembrou. ?Vamos decifrar essa também.?


?Não importa o que aconteça, eu acho que todos nós concordamos que
Zoey tem que seguir Kalona,? Darius disse.


?É para isso que fui criada,? eu disse, o que definitivamente chamou a
atenção de todo mundo. ?Eu odeio isso. Eu não sei o que fazer. Na maior parte
do tempo eu sinto como se estivesse numa bola de neve gigante rolando
montanha abaixo no meio do inverno, mas não posso ignorar a verdade.? Eu
lembrei dos sussurros de Nyx e acrescentei, ?Existe poder na verdade, assim
como tem poder em fazer a escolha certa. A verdade é que estou conectada
com Kalona. Eu lembro da conexão, e lembrar dela dificulta ainda mais para
mim lidar com Kalona, mas algo dentro de mim o derrotou uma vez. Eu acho
que eu tenho que achar esse algo e fazer a escolha de derrotar ele de novo. ?


?Dessa vez, talvez de vez?? Stevie Rae disse.


?Eu seriamente espero que sim,? eu disse.


?Bem, dessa vez você não estará sozinha,? Stark disse.


?Isso mesmo,? disse Damien.


?Absolutamente,? Shaunee disse.


?Yep,? Erin acrescentou.


?Todos por um e um por Zoey!? Stevie Rae disse.


Eu olhei para Afrodite. Ela suspirou dramaticamente. ?Tudo bem. Onde a
orda de nerds vai, eu vou também.?


Darius colocou seu braço ao redor dela. ?Você também não estará sozinha,
minha beleza.?


Foi apenas mais tarde que eu percebi que Stevie Rae não tinha dito nada
sobre se juntar a nós.


?Todo essa solidariedade é bom, mas não podemos agir porque não
sabemos onde Kalona está,? disse Lenobia.


?Bem, em meu sonho eu encontrei ele em uma ilha. Na verdade, no topo de
um castelo numa ilha,? eu especifiquei.


?Alguma coisa parecia familiar?? Damien perguntou.


?Não. Mas era muito bonita. A água era incrivelmente azul, e haviam
laranjeiras por toda a parte.?


?Isso não restringe a busca,? Afrodite disse. ?Laranjeiras estão por toda -
Florida, Califórnia, e o Mediterrâneo. Todos esses lugares tem ilhas.?


?Ele não está na América.? Minha resposta foi automática. ?Eu não sei
como sei disso, mas eu sei.?


?Então consideramos como a verdade,? Lenobia disse.


A confiança dela em mim me fez sentir bem, mas nervosa, e meio enjoada
ao mesmo tempo.


?Ok, bem,? Stevie Rae disse. ?Talvez você saiba mais coisas sobre onde ele
está, mas você não precisa pensar nisso por um tempo, para que você possa
pensar.?


?Felizinha, você está fazendo muito sentido,? Afrodite disse. ?Aqui, eu
traduzo o sotaque Okie para inglês.? Afrodite virou para mim. ?Sem pensar nisso
você sabia que ele não está nos EUA. Talvez você esteja tentando demais
descobrir isso. Talvez você só precise relaxar e eu vou até você.?


?Foi exatamente isso que eu disse,? Stevie Rae murmurou.


?Eles são como gemêas,? Shaunee disse.


?Hilário,? Erin concordou.


?Caladas!? Afrodite e Stevie Rae falaram juntas, o que fez as Gêmeas
convulsionarem em risadas.


?Hey, o que é tão engraçado?? perguntou Jack enquanto passava pela
porta. Eu notei que ele ainda tinha rastros de lágrimas em suas bochechas e que
seus olhos pareciam assombrados.


Ele foi até Damien e sentou perto dele. ?Nada engraçado. As Gêmeas estão
apenas sendo as Gêmeas,? ele disse a Jack.


?Muito bem, chega disso. Não é produtivo e não está nos ajudando a
descobrir onde Kalona pode estar,? Lenobia disse.


?Eu sei onde Kalona está,? Jack disse, muito de forma aliás?.


?Como assim, você sabe onde Kalona está?? Damien disse enquanto olhava
que nem bobo para Jack.


?Bem, ele e Neferet, isso é. Fácil.? Ele ergueu seu iPhone. ?Internet, e meu
Vamp Twitter está maluco. Está em toda a net as noticias sobre a morte de


Shekinah de repente e misteriosamente, e Neferet aparecendo em Veneza no
Alto Conselho dizendo que ela é Nyx reencarnada e Kalona é Erebus que veio a
terra, então ela deveria ser a próxima Vampira Alta Sacerdotisa.? Nós o
encaramos. Eu sei que minha boca definitivamente estava aberta. Jack franziu
para nós. ?Não estou inventando. Prometo. Vocês podem ver tudo aqui. ?


Ele ofereceu seu iPhone de novo, que Darius pegou. Enquanto ele futricava
a tela, Damien colocou seus braços ao redor de Jack e o beijou na boca. ?Você é
brilhante!? ele disse a seu namorado.


Jack sorriu e todo mundo começou a falar ao mesmo tempo.


Todos exceto Stark e eu.


No meio do caos Heath entrou no quarto. Ele hesitou apenas por um
segundo, e então andou até a cama e sentou perto de mim no lado que Stevie
Rae não estava ocupando. ?Então, o que está acontecendo, Zo??


?Jack encontrou Kalona e Neferet,? Stevie Rae disse a ele.


?Isso é bom,? Heath disse. Seu olhar encontrou o meu e ele acrescentou,
?Espera ai, talvez não seja bom.?


?Porque não seria bom?? Stevie Rae perguntou.


?Pergunte a Zoey,? Heath disse.


?Qual problema, Zoey?? Damien perguntou, calando todo mundo.


?Não era em Veneza,? eu disse. ?Tenho certeza disso. No meu sonho Kalona
não estava em Veneza. Eu quero dizer, eu nunca estive lá, mas eu vi fotos e, me
corrija se eu estiver errada, mas definitivamente não existem montanhas em
Veneza, certo??


?Nenhuma,? Lenobia disse. ?Estive lá várias vezes.?


?Talvez não seja ruim que você não tenha ido para onde ele está no seu
sonho. Talvez isso signifique que os sonhos não são tão reais quanto você acha
que eles são,? Afrodite disse.


?Talvez.?


?Não parece certo,? Stark disse.


Eu suprimi um suspiro de irritação porque era óbvio que ele estava
psiquicamente me entreouvindo.


Afrodite ignorou Stark e continuou falando. ?Lembra nas minhas visões
como eu vi Neferet e Kalona na frente de um grupo com sete vampiros
poderosos??


Eu acenei.


?O Alto Conselho Vampiro!? Lenobia se intrometeu. ?Eu não sei porque não
pensei nisso imediatamente.? Ela balançou a cabeça, claramente irritada
consigo mesma. ?E eu concordo com Afrodite. Zoey, talvez você esteja dando
muita importância a esses sonhos. Kalona está manipulando você,? ela disse
gentilmente, como se esperasse que eu fosse surtar.


?Não, estou te dizendo, Kalona não estava em Veneza, ele estava -? eu
parei enquanto uma memória voltava e eu senti vontade de me bater na testa.
?Puxa vida! Kalona não estava em Veneza no meu último sonho, mas sonhei que
ele estava em Veneza em um dos meus sonhos. Ele disse que gostava de lá, que
ele sentia um lugar de poder e...? Eu esfreguei minha testa como se tentasse
massagear meu cérebro para que funcionasse melhor. ?Eu lembro - ele disse
que ele sentia algum tipo de poder antigo ali e ele entendia porque eles tinham
escolhido ele.?


?Ele deve ter se referido a nós - vampiros,? Lenobia disse.


Eu pensei sobre o sonho e franzi em confusão. ?Mas eu não acho que onde
estávamos no sonho era Veneza. Eu quero dizer, eu vi aquele lugar famoso com
as gôndolas e o grande relógio, mas era a distância. Não estávamos lá.?


?Z, sem querer ser má nem nada, mas você nunca faz seu dever de casa??
Stevie Rae disse.


?Huh?? eu disse.


?Ilha São Clemente,? Lenobia disse.


?Huh?? eu repeti brilhantemente.


Damien suspirou. ?Você tem seu Livro de Calouros 101 por aqui??


Eu apontei meu queixo em direção a mesa. ?Está lá. Eu acho.?


Ele levantou, buscou na confusão que estava minha escrivaninha, e então
tirou o livro dos calouros. Ele folheou, em dois segundos (ele tinha memorizado
o negócio todo?), e então me entregou o livro aberto. Eu pisquei chocada
quando reconheci o lindo paláci o da cor salmão que foi o palco para meus
sonhos com Kalona.


?Aqui definitivamente é onde Kalona estava em meus outros sonhos. Na
verdade, estávamos nesse banco, bem aqui.? Eu apontei para a foto.


Afrodite de repente saiu de Darius e foi olhar por cima do meu ombro.


?Merda! Eu deveria ter reconhecido esse lugar. Eu juro que eu ter virado
humana me idiotizou?.?


?Afrodite, o que foi?? Stark perguntou, se aproximando de mim.


?É o palácio que ela viu na segunda visão da minha morte, ? eu respondi por
ela. Eu suspirei. ?Eu sei que isso vai soar idiota, mas até agora eu esqueci. Eu
quero dizer, eu lembro de perceber nos meus sonhos que esse poderia ser o
lugar que você descreveu quando me afoguei, mas quando eu acordei.. . bem...?
eu pausei e encontrei os olhos de Stark. ?Eu acordei e fiquei distraída.? Eu vi
entendimento passar pelos olhos dele enquanto ele compreendia que foi ele
que me acordou do meu sonho - da primeira vez que ele dormiu comigo -
quando ele estava começando a escolher entre bem e mal. ?Além do mais,? eu
acrescentei rapidamente, ?você me viu me afogar porque eu estava sozinha.


Isso foi quando todos estavam com raiva de mim. Não estou mais sozinha,
então essa visão não vai se realizar.? Eu olhei de Stark para Afrodite quando ela
não disse nada, e vi que ela estava encarando Stark.


?Você não estava completamente sozinha na segunda visão da morte que
eu tive de você,? Afrodite disse devagar. ?Eu vi o rosto de Stark logo antes de
você ser morta. Ele estava lá.?


?O que! Isso é mentira! Eu nunca vou deixar ela se machucar,? Stark
praticamente explodiu.


?Eu não disse que você era responsável. Eu só disse que você estava lá, ?
Afrodite disse friamente.


?O que mais você viu?? Heath perguntou, sentando direito e parecendo tão
guerreiro quanto Stark tinha parecido.


?Afrodite teve duas visões de Zoey morrendo,? Damien falou. ?Em uma ela
foi decapitada por um Corvo Escarnecedor.?


?Isso quase aconteceu!? Heath falou. ?Eu estava lá. Ela ainda tem a cicatriz.?


?O ponto abaixo da minha cabeça não foi cortado. E agora que meu cérebro
está funcionando, vamos nos certificar que eu não me afogue. E Afrodite não
viu em nenhuma das visões?


?Mas você tem certeza que a visão da segunda morte acontece na Ilha de
São Clemente no lugar do Alto Conselho?? Lenobia perguntou.


Afrodite apontou para o livro que ainda estava aberto no meu colo. ?Aqui.
Esse é o palácio que eu vi quando ela estava morrendo.?


?Ok, então, vamos ter que ter muito cuidado,? eu disse.


?Vamos ter que nos certificar que você tenha,? Lenobia disse.


Eu fiquei sentada alí tentando não mostrar o quão claustrofóbica eu estava
começando a me sentir. Isso significava que ninguém nunca iria me deixar
sozinha?


Stark não disse nada. Ele não precisava. A linguagem corporal dele
telegrafou sua frustração.


?Espera aí. Eu acabo de perceber algo,? Damien pegou o livro de calouros de
mim e virou as páginas. Quando ele olhou para mim, seu sorriso era vitorioso.
?Eu sei onde é a ilha de Kalona, e você tem razão não é em Veneza. ? Ele virou o
livro para minha frente e disse, ?É aqui que você estava no seu sonho??


Damien tinha aberto o livro em uma página que tinha muitos textos (que eu
claramente não li), e uma ilustração de uma ilha bonita, cheia de montanhas e
cercada por um mar azul. Na ilustração eu podia ver o contorno de um castelo
que era muito familiar.


?É isso,? eu disse solenemente. ?É ai que eu estava no meu último sonho.
Onde diabos fica isso??


?Itália, ilha Capri,? Lenobia respondeu por ele. ?É a antiga localização do
primeiro Alto Conselho Vampiro. Só se moveu para Veneza depois de 79 D.C?


Eu estava feliz por ver vários rostos em d uvida. Damien obviamente não era
um deles. Em sua voz de professor ele disse, ?Vampiros eram os patronos de
Pompéia. Vesuviu entrou em erupção em agosto de 79 D.C? Todo mundo ainda
estava piscando sem entender, como peixinhos dourados tolos, então ele
suspirou e continuou. ?Capri é uma ilha não muito longe de Pompéia.?


?Oh, yeah, eu lembro de ler algo sobre isso num capitulo do livro de
história,? Stevie Rae disse.


Eu não lembrava porque eu não tinha lido o capítulo, e pela forma como
Shaunee e Erin estavam se remexendo, elas também não tinham lido. Grande
surpresa.


?Ok, isso é interessante, e, yeah, essa é a ilha. Mas p orque ele iria para lá se
o Alto Conselho não é lá a um zilhão de anos?? eu perguntei.


?Ele quer trazer de volta os caminhos antigos,? Stark disse. ?Ele disse isso
várias vezes.?


?Então ele está no palácio em São Clemente ou em Capri?? eu disse, ainda
confusa.


?O twitter dizer que foi para a frente do Alto Conselho com Neferet apenas
algumas horas atrás. Então ele está lá agora,? Jack disse.


?Mas aposto que a base dele é em Capri,? Stark disse.


?Então parece que vamos viajar para a Itália,? Damien disse.


?Eu espero que vocês camponeses tenham seus passaportes prontos,?
Afrodite disse.


VINTE E NOVE
Zoey


?Oh, não seja tão odiosa, Afrodite,? Stevie Rae disse. ?Você sabe que todos
os calouros recebem passaportes assim que são Marcados. É parte de toda
aquele coisa de eu sou um adolescente emancipado?.?


?Que bom que eu tenho um passaporte,? Heath disse. ?Embora eu não seja
Marcado.?


Para me impedir de gritar você não vai - você vai ser morto com certeza?
para Heath e constranger ele pra caramba, eu me fiz focar na parte da logística.
?Alguém sabe como vamos chegar a Itália??


?De primeira classe, eu espero,? Afrodite murmurou.


?Essa vai ser a parte simples. Simplesmente vamos pegar o jato da House of
night,? Lenobia disse. ?Ou melhor, você e seu grupo vão. Eu vou autorizar, mas
não vou.?


?Você não vai conosco?? Meu estômago caiu. Lenobia era sábia e estimada
na comunidade vampira, tanto que Shekinah respeitava ela. Precisávamos que
ela fosse conosco. Eu precisava que ela fosse conosco!


?Ela não pode,? Jack disse. Olhamos para ele surpresos. ?Ela tem que ficar
aqui com Dragon e se certificar que a escola não seja completamente tomada
pelo lado negro, porque o que quer que seja que Kalona pode fazer, ele ainda
estava fazendo, mesmo que não esteja aqui.?


Lenobia sorriu para Jack. ?Você está absolutamente certo. Não posso deixar
a House of Night agora.? O olhar dela passou pelo quarto, tocando cada um de
nós e finalmente indo parar em mim. ?Você pode liderar eles. Você esteve
liderando eles. Só continue fazendo o que quer que seja que você estava
fazendo.?


Mas eu fiz besteira! Mais de uma vez! E eu nem sei se posso confiar em mim
mesma ao redor de Kalona! Eu queria gritar. Ao invés disso, eu tentei falar com
uma voz adulta. ?Mas alguém tem que dizer ao Alto Conselho o que realmente
está acontecendo com Neferet e Kalona. Eu não posso fazer isso. Sou só uma
caloura.?
?Não, Zoey, você é nossa Alta Sacerdotisa, a primeira Alta Sacerdotisa
caloura, e eles vão ouvir você porque Nyx está com você. É óbvio para mim. Era
óbvio para Shekinah. Será óbvio para eles também.?


Eu não tinha certeza, mas todo mundo estava me dando grandes sorrisos de
encorajamento, o que realmente me fez querer vomitar as tripas para fora. Ao
invés de vomitar, ou minha segunda op ção, começar a chorar, eu disse,
?Quando partimos??


?Assim que possível,? Lenobia disse. ?Não fazemos ideia de quanto dano
Kalona está fazendo agora. Pense no desastre que ele causou aqui em apenas
questão de dias.?


?Está quase amanhecendo. Teremos que esperar o sol se por.? A voz de
Stark era apertada de frustração. ?Porque eu imagino que a tempestade de gelo
acabou, e o sol vai estar visível, e isso significa que Stevie Rae e eu vamos fritar
no avião.?


?Vocês partem aqui no por do sol,? Lenobia disse. ?Até lá, arrumem as
coisas, comam, e descansem. Eu vou cuidar do que precisa ser feito.?


?Eu não acho que Zoey deveria ficar na ilha São Clemente,? Stark disse. Ele
virou para Darius buscando suporte. ?Não concorda que é uma má ideia para
ela ficar exatamente onde Afrodite viu ela se afogar? ?


?Stark, ela também me viu ser decapitada bem aqui em Tulsa. Mas não
aconteceu, porque meus amigos não deram suas costas para mim. Onde estou
não é importante como o fato que eu sei que estou em perigo, e cercada por
pessoas que vão me dar apoio.?


?Mas ela me viu com você! Se eu não posso te proteger, quem pode? ?


?Eu posso,? Darius disse.


?Ar pode também,? Damien disse.


?Fogo pode chutar umas bundas,? Shaunee disse.


?Eu tenho água, e eu com certeza não vou deixar Zoey se afogar,? Erin disse
indignada.


?Terra sempre vai proteger Zoey,? Stevie Rae disse, embora a expressão em
seus olhos parecesse triste.


?Eu sou uma humana irritante, mas ainda sou boa. Se alguém passar por
Darius, você, e a horda de nerds, eles vão ter que passar por mim,? disse
Afrodite.


?Acrescente mais um irritante a esse humano, calouro, e vampira a essa
sopa,? Heath disse.


?Viu,? eu disse a Stark enquanto piscava com força para impedir que
lágrimas enchessem meus olhos de transbordar. ?Nem tudo é com você.
Estamos nisso juntos.?


O olhar de Stark segurou o meu, e eu podia ver o quão torturado ele estava.
Ter um juramento com uma Alta Sacerdotisa que fosse morta, era o pesadelo de
todo guerreiro. Só para mencionar isso Afrodite tinha visto ele lá, e me viu ser
morta, e isso foi o bastante para abalar completamente a confiança de Stark.


?Eu realmente vou ficar bem. Prometo,? eu disse.


Ele acenou e então desviou o olhar, como se ele não pudesse suportar
encontrar meu olhar por mais tempo.


?Muito bem. Vamos nos ocupar. Levem pouca coisa. Não vão ter tempo de
carregar muita bagagem. Cada um de vocês deve levar uma mochila com o
essencial,? Lenobia disse. Eu vi Afrodite ficar branca de horror e eu tive que
tossir para esconder uma risada. ?Encontro vocês no refeitório ao por do sol.?
Ela começou a sair, então pausou na porta. ?Zoey, se certifique de não dormir


sozinha. Vamos manter Kalona fora da sua cabeça o máximo possível. Não
queremos que ele tenha nem ideia de que você está indo atrás dele.?


Eu engoli com força, mas acenei. ?Yeah, ok.?


?Abençoado seja,? ela disse.


?Abençoado seja,? todos falamos, até mesmo Heath.


Lenobia fechou a porta, e ninguém disse nada por alguns momentos. Eu
acho que estávamos todos um pouco atordoados e não tínhamos entendido
bem o fato de que íamos para a Itália falar diante do Alto Conselho Vampiro. Ou
pelo menos, eu ai falar. Ah, diabos. Eu ia ter que falar na frente do Alto
Conselho Vampiro. Ou talvez eu vou até ela, na frente de todos aqueles
vampiros velhos e poderosos e ter uma diarréia e me cagar. Yep. Isso
certamente iria impressionar o Conselho. ?Única? seria apenas uma das palavras
que eles iam me chamar.


A pergunta de Jack impediu minha mente semi-histérica de continuar a
tagarelar. ?O que vamos fazer com Duquesa e os gatos??


Eu olhei para Nala, ronronando ao meu lado, e disse, ?Uh-oh.?


?Não podemos levar eles,? Stark disse. ?Não tem como.? Então soando mais
como ele mesmo, ?Mas eles vão ficar fulos quando voltarmos. Especialmente
esses gatos. Gatos são rancorosos.?


Afrodite bufou. ?E você está me dizendo. Você conheceu meu gato? Falando
nisso, eu vou passar um tempo de qualidade com ela enquanto pego alguma
coisa para comer e faço as malas.? Ela deu a Darius um sorriso modesto. ?Se
você quiser estar nesse tempo de qualidade, está convidado.?


?Não tem que pedir duas vezes,? ele disse. ?Abençoado seja, Sacerdotisa,?
ele me disse antes de pegar a mão dela e ir para o quarto dela para fazer só -a-
deusa-queria-saber o que.


?É melhor cuidarmos das nossas coisas também,? Damien disse.


?Não acredito que devemos lavar uma mochila de roupas. Onde todos os
meus sapatos vão caber?? Jack perguntou.


?Eu acho que só devemos levar um par de sapatos,? Heath disse prestativo.


Jack ainda estava ofegando em horror enquanto ele e Damien saíam.


Isso me deixou com Stark e Heath e Stevie Rae. Antes das coisas ficarem
mega embaraçosas, Stark me surpreendeu dizendo, ?Heath, você pode dormir
com Zoey??


?Hey, cara, até onde eu sei, eu sempre dormi com Zoey.?


Eu soquei ele no braço, mas ele ainda sorria como um nerd.


?O que você vai fazer?? eu perguntei a Stark.


Ele não me olhava nos olhos. ?Eu quero checar o perímetro antes do
amanhecer, e vou ver se Lenobia precisa de ajuda com os arranjos. Então vou
pegar algo para comer.?


?Onde você vai dormir??


?No escuro.? Ele virou para mim, fez uma reverencia formal com o punho
sobre o seu peito.


?Abençoado seja, minha senhora.? Antes de eu poder dizer qualquer coisa a
mais para ele, ele partiu.


O silêncio ficou pesado.


?Ele surtou por causa da visão de Afrodite,? Stevie Rae disse, saindo da
minha cama e foi mexer nas gavetas que costumavam ser dela antes dela
morrer e voltar a vida. Eu estava feliz por ter feito Neferet e os vampiros me
darem algumas coisas dela de volta, então ela tinha coisas pra remexer.


?Não deixe Stark te magoar, Zo,? Heath disse. ?Ele está irritado consigo
mesmo, não com você.?


?Heath, eu aprecio que você esteja tentando me fazendo se sentir melhor,
mas é estranho demais que você esteja do lado de Stark.?


?Hey, estou do seu lado, baby!? Ele me deu um encontrão no ombro, e
então se esticou de forma óbvia antes de passar o braço ao meu redor.


?Uh, Heath, você pode me fazer um grande favor?? Stevie Rae perguntou.


?Claro!?


?Você pode ir até a cozinha - que passa pelo salão e tem que virar a direita
- e tentar pegar algo para nós comermos? Eles sempre tem vários sanduíches
na geladeira. Você pode procurar batatinhas, mas o mais perto que você vai
chegar provavelmente são pretzels ou aquelas batatinhas assadas saudáveis.?


?Yuck,? Heath e eu falamos ao mesmo tempo.


?Então está tudo bem? Você pode fazer isso??


?Yeah, Stevie Rae, sem problemas.? Heath me abraçou e me deu um beijo
preguiçoso na testa antes de sair da cama. Na porta, ele sorriu para Stevie Rae e
disse, ?Mas da próxima vez que você quiser falar sozinha com Zo, você só
precisa dizer. Sou um humano e jogo futebol, mas não sou idiota.?


?Vou manter isso em mente para a próxima vez,? ela disse.


Ele piscou para mim e saiu.


?Deusa, ele tem muita energia,? eu disse.


?Z, eu não posso ir com vocês para a Itália,? Stevie Rae falou sem enrolar.


?O que? Você precisa! Você é a terra. Eu preciso de todo meu circulo lá.?


?Você fez o circulo sem mim antes. Afrodite pode dar uma mão se você
ajudar ela.?


?Ela não pode ser terra. Ela foi afastada,? eu disse.


?Mas eu sei que você deu espírito para ela antes, e funcionou bem. Só de
espírito de novo.?


?Stevie Rae, eu preciso de você.?


Minha melhor amiga baixou a cabeça e pareceu completamente derrotada.
?Por favor, por favor não diga isso. Eu preciso ficar. Eu não tenho escolha. Os
calouros vermelhos precisam mais de mim do que você.?


?Eles não precisam mais,? eu disse ansiosa. ?Eles estão aqui na escola, com
vários vampiros adultos. Mesmo que os vampiros adultos estejam agindo
estranho, a presença deles será o bastante para impedir seu pessoal de rejeitar
a mudança.?


?Não é só isso. Não é só eles.?


?Oh, não! Stevie Rae, você não continua a pensar naqueles calouros ruins.?


?Sou a Alta Sacerdotisa deles,? ela disse baixo, implorando com seus olhos
para mim entender. ?Eles são minha responsabilidade. Enquanto você não está,
antes de você ter que descer lá e fazer algo horrível com eles, eu posso tentar
mais uma vez alcançar eles - fazer eles recuperarem sua humanidade.?


?Stevie Rae -?


?Zoey! Me escute! É uma escolha. Eu fiz a certa. Stark fez a certa. Os garotos
estão todos no caminho certo também, e nós costumávamos ser maus. Como
eu disse, você sabe o quão horrível costumava ser para nós, mas isso mudou.
Estamos diferente agora porque estamos escolhendo ser diferentes. Eu não
posso me impedir de acreditar que aqueles outros garotos podem escolher o
bem também. Só me deixe tentar.?


?Talvez eles devessem ter morrido, e é por isso que não conseguem pegar
sua humanidade de volta,? eu disse suavemente.


?Eu não posso acreditar nisso, pelo menos não agora.? Stevie Rae foi para
sua antiga cama do meu lado, como ela costumava fazer antes do nosso mundo
começar a explodir diante de nós. ?Eu quero ir com você. Realmente quero.
Heck, Z, você está em mais perigo do que eu! Mas eu tenho que fazer o que é
certo, e isso é tentar alcançar aqueles outros garotos e dar a eles mais uma
chance. Você entende??


?Yeah, entendo. É só que eu vou realmente sentir sua falta e eu queria que
você viesse comigo.?


Lágrimas encheram os olhos de Stevie Rae. ?Vou sentir sua falta também, Z.
Tem sido horrível esconder coisas de você. Foi tão assustador que você não
entenderia.?


?Eu sei como é ter segredos. É uma droga.?


?Sério, isso é falar o óbvio,? ela disse. ?Ainda seremos melhores amigas,
certo??


?Sempre seremos melhores amigas,? eu disse.


Sorrindo, ela se lançou em mim e nós nos abraçamos com tanta força que
Nala acordou, reclamando para nós como se ela fosse a mãe de alguém.


Heath escolheu esse instante para entrar no quarto. Os braços cheio de
comida, ele parou e encarou. ?Sim! Eu morri e fui para o céu de garota-com-
garota!?


?Ohminhadeusa!? eu disse.


?Heath, você é tão nojento quanto um animal morto na estrada - um
animal morto, fedido, nojento, na estrada no meio do verão.?


?Eesh, isso é nojento,? eu disse.


?Bem, esse é seu namorado.?


?Mas eu trouxe comida,? ele disse.


?Tudo bem, você está perdoado,? eu disse.


?Hey, só pra você saber, vou dormir bem aqui na minha velha cama. Então
não vai ter ninguém se apalpando e se agarrando porque eu não estou legal
com isso.? Stevie Rae estava falando com Heath, mas eu respondi.


?Uh, eu tenho três palavras para garotas que ficam com seus namorados
com outras garotas no quarto: Não é certo. Então você não precisa se preocupar
com o que acontece aqui.? Eu bati na minha cama. ?Heath vai se comportar
porque já conversamos em como nossa relação é baseada em mais do que sexo.
Certo, Heath??


Stevie Rae e eu o espetamos com nossos olhos.


?Certo. Triste e trágico, mas certo,? ele admitiu relutante.


?Bom. Vamos comer, então eu vou ajudar Z a fazer as malas, e então
podemos dormir. Finalmente,? Stevie Rae disse.


***


Eu estava adormecendo, enrolada nos braços fortes e familiares de Heath,
quando me atingiu que Heath realmente não podia vir conosco.


?Heath,? eu sussurrei. ?Temos que conversar.?


?Mudou sua vida sobre não ficar?? ele sussurrou em resposta.


Eu acotovelei ele.


?Ow, o que?? ele disse.


?Eu não quero que você fique bravo, mas você não pode ir comigo até a
Itália.?


?O diabo que eu não posso.?


?Seus pais nunca vão te deixar perder tanta aula.?


?Estamos nas férias de inverno.?


?Não, você estava num feriado por causa da tempestade. A tempestade se
foi. Você vai voltar para aula em um dia,? eu disse.


?Então eu vou fazer meu dever quando voltar.?


Eu tentei uma tática diferente. ?Você tem que ficar aqui e se concentrar nas
suas notas. É seu último semestre antes de ir para a faculdade. Se você fizer
besteira com suas notas agora, você vai fazer besteira com sua bolsa.?


?Olha, é simples. Broken Arrow tem aquele negócio online de notas,
lembra??


?Como eu podia esquecer algo totalmente irritante enquanto meus pais
eram capazes de olhar minhas notas e deveres todo dia?? Então eu fechei
minha boca porque tinha acabado de perceber o que eu disse.


?Viu! Eu posso pegar meus trabalhos online. Eu vou ficar ligado. Você pode
até me ajudar. Ou, melhor ainda, Damien pode me a judar. Sem querer ofender,
Zo, mas eu acho que ele é um estudante melhor que você.?


?Eu sei que ele é, mas essa não é a questão. Seus pais nunca vão deixar
você ir.?


?Eles não podem me impedir. Tenho 18 anos.?


?Heath, por favor. Eu já me sinto mal o bastante com todo o cocô que eu
trouxe a sua vida. Não me faça responsável por estragar seu último semestre na
escola, te deixar de castigo antes de você partir para a faculdade, e colocar sua
vida em perigo.?


?Eu te disse antes que posso cuidar de mim mesmo,? ele disse.


?Tudo bem, vamos fazer um acordo. Ligue para os seus pais quando
acordarmos e peça a eles para vir a Itália comigo. Se eles falarem sim, então
você pode vir comigo. Se não, você fica aqui e volta sua bunda p ara a aula.?


?Eu tenho que contar sobre Kalona e tudo mais??


?Eu não acho que é inteligente que o público em geral saiba que existe um
imortal caído e uma ex Alta Sacerdotisa maluca tentando dominar o mundo.
Então, não, você não tem que dizer a eles essa parte.?


Ele hesitou e então disse, ?Ok, posso viver com isso.?


?Promete??


?Prometo.?


?Bom, porque eu vou ouvir a conversa toda para que você não seja capaz de
me cocozar.?


?Você sabe que essa palavra não existe, Zo.?


?É minha palavra real. Vá dormir, Heath.?


Ele apertou seus braços ao meu redor. ?Eu te amo, Zo.?


?Eu te amo também.?


?Eu vou te manter segura.?


Eu adormeci com os braços de Heath ao meu redor e um sorriso no rosto,
meu último pensamento consciente foi sobre o quão forte ele parecia e que eu
tinha que dizer a ele que eu realmente apreciava o quão forte ele tem se
mantido.


Meu próximo pensando não foi consciente e não foi calmo: O que diabos
estou fazendo no telhado desse castelo de novo?


TRINTA
Zoey


Era o mesmo telhado do castelo; não havia dúvidas. As laranjeiras estavam
cheias de frutas gordas que mandavam uma brisa fria. No centro estava a
mesma fonte com forma de uma mulher nua com água caindo de suas mãos.
Vendo ela duas vezes, eu percebi porque ela parecia tão familiar. Ela me
lembrava Nyx, ou pelo menos um dos rostos que eu vi a deusa usar. E então eu
lembrei o que eu aprendi sobre esse lugar - que era o antigo lugar onde ficava o
Alto Conselho Vampiro original, então fazia sentido que a fonte parecesse com a
deusa. Eu queria sentar ao lado dela e respirar o cheiro do citrus e do mar. Eu
não queria virar para onde meus instintos estavam me dizendo para virar - e
ver quem eu sabia que eu iria ver. Mas, como uma bola de neve descendo uma
montanha, eu não parecia conseguir controlar a avalanche que passava por
mim, então eu virei na direção que minha alma estava me levando.


Kalona estava abaixado perto da beira dos dentes? do telhado do castelo.
Suas costas estavam viradas para mim e ele estava de joelhos. Ele estava
vestido, ou melhor, não vestido, como da última vez que estivemos aqui - ele
usava jeans e só isso. Suas asas negras estavam abertas ao redor dele, deixando
apenas seus ombros bronzeados visíveis. Sua cabeça estava abaixada, e ele não
parecia saber que eu estava ali. Como se eu não pudesse impedir eles, meus pés
se moveram até ele, e enquanto eu me aproximava, eu percebi que ele estava
ajoelhado exatamente onde estive parada quando me atirei do telhado.


Eu não estava longe dele quando vi seus ombros ficarem tensos. Suas asas
bateram e então sua cabeça estava erguida e ele olhou por cima do seu ombro.


Ele estava chorando. Lágrimas faziam caminhos molhados pelo seu rosto.
Ele parecia esmagado, quebrado, completamente derrotado. Mas no instante
que ele me viu, sua expressão mudou. Seu rosto foi preenchido com uma alegria
tão incrível que minha respiração literalmente ficou presa com sua
incomparável beleza. Ele levantou, e com um grito de felicidade veio até mim.


Eu achei que ele fosse me puxar para seus braços, mas no último segundo
ele se olhou para que apenas uma mão estivesse erguida como se ele fosse


tocar minha bochecha, mas seus dedos pararam perto da minha pele, hesitaram
por um instante, e então, sem me tocar, sua mão caiu do seu lado.


?Você voltou.?


?Sonhos não são reais. Eu não morri,? eu disse, embora fosse difícil para
mim falar.


?O reino dos sonhos é parte do Outromundo; nunca subestime o poder do
que acontece aqui.? Ele limpou seu rosto com as costas de sua mão, me
surpreendendo de novo, e deu uma risada embaraçad a. ?Eu devo parecer tolo
para você. Eu sabia que você não estava morta, é claro. Ainda sim pareceu tão
real - tão horrivelmente familiar.?


Eu o encarei, sem saber o que dizer. Não saber como reagir a essa versão de
Kalona - a versão que parecia e agia mais como um anjo do que um demônio.
Ele me lembro o Kalona que tinha se rendido a A-ya, por vontade própria se
permitindo ficar preso do abraço dele com uma vulnerabilidade que ainda me
assombrava. Era um enorme contraste da última vez que eu tinha visto ele aqui,
quando ele estava no modo super sedutor, me apalpando, e...


Eu cerrei os olhos para ele. ?Como exatamente posso estar aqui de novo?
Não estou dormindo sozinha, e eu não me refiro apenas a minhas amigas.
?Estou dormindo nos braços de um cara humano com quem tenho um Imprint.
Ele e eu somos definitivamente mais do que amigos. Você não deveria ser capaz
de chegar aqui.? Eu apontei para minha cabeça.


?Não estou na sua cabeça. Você nunca me chamou em seus sonhos. Eu
atraio sua essência até mim. A invasão é minha, não por algum convite seu.?


?Não foi isso que você disse antes.?


?Eu menti antes. Estou falando a verdade agora.?


?Porque??


?Pela mesma razão de eu ter sido capaz de te trazer aqui mesmo que você
esteja nos braços de outro. Dessa vez - pela primeira vez - meus motivos são


puros. Não estou tentando manipular você. Não estou tentando te seduzir. E
vou falar apenas a verdade para você.?


?Como você pode esperar que eu acredite nisso??


?Se você acredita ou não, não muda a natureza da verd ade. Você está aqui,
Zoey, quando não deveria estar. Isso não é prova o bastante para você??


Eu mordi meu lábio. ?Eu não sei. Não sei quais são as regras aqui.?


?Mas você sabe sobre o poder da verdade. Você me mostrou isso durante
nosso último encontro. Você não pode se valer desse poder para julgar a
veracidade do que estou dizendo??


Graças a Damien, eu sabia que veracidade significava v erdade, então eu não
estava por aqui mordendo um lábio com uma cara de desentendimento por não
ter entendido o que ele disse. Eu estava com uma cara de desentendimento
porque não sabia como responder a ele. Kalona estava me confundindo.
Finalmente eu abri a boca para dizer a ele que não, eu não podia contar com o
poder da verdade quando eu não fazia ideia sobre o que ele estaria mentindo,
mas ele ergueu uma mão e impediu minhas palavras.


?Você me perguntou uma vez se eu sempre fui o que sou agora, mas só fui
evasivo e menti. Hoje quero te dar a verdade. Você vai permitir, Zoey??


De novo, ele me chamou de Zoey! Ele nem uma vez tinha me chamado de
A-ya, como ele gostava. E ele não estava me tocando. Nenhum um pouco.


?Eu - eu não sei,? eu disse como uma idiota e dei um passo para trás,
esperando que a atuação de cara-legal sumisse e o sedutor imortal
reaparecesse. ?O que você vai fazer para me mostrar??


Seus olhos âmbares lindos escureceram com tristeza. Ele balançou a cabeça.
?Não, Zoey. Você não precisa temer que eu vá tentar fazer amor com você. Se
eu tentar passar da verdade para a sedução, esse sonho se quebrari a e você se
encontraria acordando nos braços de outro homem. Para eu e mostrar o que
você precisa ver, você só precisa pegar minha mão.?


Ele a estendeu, forte e de aparência normal.


Eu hesitei.


?Te dou meu juramento que minha pele não ir á te queimar com o poder frio
da luxuria que eu tenho por você. Eu sei que você não tem motivos para confiar
em mim, então eu peço que você confie na verdade. Me toque, e você verá que
não estou mentindo para você.?


É só um sonho. Eu me lembrei. Não importa o que ele diz sobre o
Outromundo, um sonho é um sonho. Isso não é real. Mas a verdade é real, seja
no mundo dos sonhos ou na realidade, e a triste verdade é que eu queria pegar
a mão dele. Eu queria ver o que ele precisava me mostrar.


Então eu ergui minha mão e pressionei minha palma na dele.


Ele tinha dito a verdade. Pela primeira vez, sua pele não me congelou com a
paixão e poder que eu não podia aceitar, mesmo quando não conseguia me
afastar totalmente.


?Eu quero te mostrar meu passado.? A mão que não segurava a minha
passou em nossa frente como se estivesse limpando uma janela invisível, uma
vez, duas vezes, três vezes. Então o ar oscilou e com um horrível som de algo se
rasgando algo se abriu diante de nós, como se ele tivesse aberto um pedaço do
reino dos sonhos. ?Agora contemple a verdade!?


Com o comando dele o céu rasgado tremeu e então, como se uma enorme
TV tivesse repentinamente se ligado, eu comecei a ver pedaços do passado de
Kalona.


A primeira cena que eu vi me deixou sem fôlego tamanha beleza. Kalona
estava lá, semi nu como sempre, mas dessa vez ele segurava uma longa espada
com aparência perigosa enquanto a outra mão estava nas suas costas, e suas
asas eram de um branco puro! Ele estava parado do lado de fora de uma porta
de mármore magnífica de um tempo. Ele parecia perigoso e nobre - muito
como um guerreiro. Enquanto eu observava, sua expressão dura mudou para
algo mais suave, e enquanto a mulher subia as escadas do templo, ele sorriu
para ela com uma adoração óbvia.


Merry meet, Kalona, meu guerreiro.


A voz dela ecoou do passado e eu ofeguei. Eu não precisava ver o rosto da
mulher. Eu instantaneamente reconheci a voz dela. ?Nyx!? eu gritei.


?De fato,? Kalona disse. ?Eu era o guerreiro jurado de Nyx.?


O Kalona da visão seguiu a deusa para dentro de seu templo. A cena mudou,
e de repente Kalona estava usando duas espadas para lutar com algo que eu
não conseguia ver. A coisa era preta e continua a mudar de forma. Num instante
era uma enorme serpente, no outro era uma boca aberta com dentes
brilhantes, e no outro parecia ser uma criatura parecida com uma aranha com
garras e presas.


?O que é isso??


?Só um aspecto do mal.? Kalona falou suavemente, como se as palavras
fossem difíceis para ele dizer.


?Mas você não estava no reino de Nyx? Como mal poderia chegar lá??


?Mal está em toda parte, assim como o bem está em toda parte. É a forma
como o mundo e Outromundo foram feitos. Tem de haver equilíbrio, até no
reino de Nyx.?


?É por isso que ela precisava de um guerreiro? ? eu perguntei, observando a
cena mudar de novo para mostrar uma campina. Os olhos dele nunca estavam
parados, mas constantemente observando a área ao redor e atrás da deusa.
Uma espada em sua mão. A outra estava pronta em seu cinto.


?Sim, é por isso que ela precisa de um guerreiro,? ele disse.


?Precisa.? Eu provei a palavra, e então consegui olhar do Kalona do passado
para o do presente. ?Se ela ainda precisa de um guerreiro, então porque você
está aqui ou invés de lá??


A mandíbula dele se apertou e seus olhos se encheram de dor. A voz dele
era quebrada quando ele me respondeu. ?Olha ali, e você verá a verdade.?


Eu foquei meu olhar de volta nas cenas que mudavam para ver Nyx parada
diante de Kalona. Ele estava de joelhos na frente dela, e como ele tinha estado
quando entrei nesse sonho, ele estava chorando. Essa encarnação de Nyx
parecia tanto com a estatua de Maria na gruta das freiras Beneditinas que eu
senti uma onda de choque. Mas enquanto eu continuava a olhar, eu vi que algo
estava errado com Nyx. Diferente da beleza serena da Maria das freiras, a
expressão de Nyx era dura e parecia estranhamente mais como uma pedra do
que a estatua.


Por favor não faça isso, minha deusa. A voz de Kalona passou por nós. Soava
como se ele estivesse implorando.


Eu não faço nada, Kalona. Você tem uma escolha. Eu dou até a meus
guerreiros livre arbítrio, embora eu não exija que eles sabiamente. Eu estava
chocada por quão fria Nyx soava. Por um segundo, ela me lembrou de como
Afrodite costumava ser. Eu não posso me impedir. Eu fui criado para sentir isso.
Não é livre arbítrio. É predestinação. Ainda sim como sua deusa eu te digo que o
que você é não é predestinado. Sua vontade modelou você.


Eu não posso impedir o que sinto! Não posso impedir o que eu sou!


Você, meu guerreiro, está enganado; portanto, você deve pagar as
conseqüências do seu erro.


Nyx ergueu um braço perfeito e apontou seus dedos para Kalona. O
guerreiro foi erguido e arremessado para trás, descendo e descendo.


Kalona caiu.


Eu observei.


Eu observei ele gritar em agonia enquanto ele caia e caia. Quando ele
finalmente pousou, amassado, quebrado, e ensangüentado, em um campo que


me lembrava o TallGrass Prairie6, as asas dele tinham passado de branco para
um preto como de um corvo, como são hoje.


Com um choro cheio de dor, Kalona ergueu sua mão e limpou a visão do
passado. Enquanto o ar ao nosso redor tremia e se tornava o jardim do castelo
de novo, ele soltou minha mão e se afastou para sentar em um banco debaixo
de uma laranjeira. Ele não disse nada. Ele só ficou sentado ali olhando o azul do
mediterrâneo.


Eu segui, mas não sentei ao lado dele. Ao invés disso, parei na frente dele,
estudando ele como se eu pudesse julgar a verdade em seus olhos.


?Porque ela te expulsou? O que você fez??


Os olhos dele encontraram os meus. ?Eu a amei demais.? A voz dele era tão
sem emoção que ele parecia um fantasma.


?Como você pode amar demais uma deusa?? eu perguntei
automaticamente, mesmo quando a resposta óbvio veio até mim. Existem
diferentes tipos de amor - eu estava super ciente disso. Kalona amou Nyx do
jeito obviamente errado.


?Eu tinha ciúmes. Eu até odiava Erebus.?


Eu pisquei chocada. Erebus era o consorte de Nyx, seu eterno amante.


?Meu amor por ela me fez quebrar meu juramento. Eu estava tão obcecado
com ela, eu não conseguia mais protegê-la. Eu falhei como guerreiro dela.?


?Isso é terrível,? eu disse, pensando em Stark. Ele só era jurado a mim a
dias, e eu já sabia que seria como arrancar uma parte de sua alma se ele
falhasse comigo. E por quanto tempo Kalona foi o guerreiro de Nyx? Séculos?
Quanto tempo era um pedaço de eternidade?


Incrédula, eu percebi que eu estava sentindo pena de Kalona. Eu não podia
sentir pena dele! Claro, ele teve seu coração partido e caiu do reino da deusa,


6 http://virtual.parkland.edu/lstelle1/len/biface_guide/chert/documents/images/tall_grass.jpg


mas então ele se tornou um cara mal. Ele se tornou o mal que ele costumava
lutar.


Ele acenou sua cabeça e, como se pudesse ouvir meus pensamentos, ele
disse, ?eu fiz coisas terríveis. Eu continuo a fazer elas. Cair me mudou. Então,
por tanto tempo fiquei atordoado por dentro. Eu busquei e busquei, século
depois de século, tentando encontrar algo, alguém para preencher a ferida
ensangüentada que Nyx tinha deixado em minha alma. Quando encontrei ela,
eu não sabia que ela não era real, que ela era uma ilusão criada para me
prender. Eu fui por vontade própria para os braços dela. Você sabia que quando
ela começou a mudar sua forma para barro do qual ela foi feita, ela chorou??


Meu corpo tremeu. Eu sabia do que ele estava falando. Eu vivenciei isso
com ela.


?Sim.? Minha voz era um rouco sussurro. ?Eu lembro.?


Os olhos dele se arregalaram em choque. ?Você lembra? Você tem as
memórias de A-ya??


Eu não queria admitir a extensão da memória de A-ya, mas eu sabia que
não podia mentir. Então eu modelei uma pequena parte da verdade e disse a
ele com palavras apertadas. ?Só uma. Eu só lembro de dissolver. E eu lembrei de
A-ya chorando.?


?Estou feliz por você não se lembrar de mais nada, porque o espírito dela
ficou comigo, preso na escuridão, por um longo tempo. Eu não podia tocar ela,
mas eu podia sentir a presença dela. Eu acho que foi a única coisa que me
manteve são.? Um calafrio passou por seu corpo e eu vi suas mãos começando a
se erguer, como se ele estivesse literalmente tentando afastar a memória. Ele
ficou quieto por um longo tempo. Eu achei que ele tinha terminado de contar o
passado, e estava tentando superar o choque e a descrença na minha mente
para encontrar uma pergunta para fazer a ele quando ele começou a falar de
novo. ?Então A-ya se foi. Foi quando eu comecei a chamar ela. Eu sussurrei
minha vontade de estar livre para o mundo, e então o mundo finalmente me
ouviu.?


?Você não quer dizer que Neferet te ouviu? ?


?É verdade que ela me ouviu, mas não foi apenas a Tsi Sgili que respondeu
meu chamado.?


Eu balancei minha cabeça. ?Você não me chamou na House of Night. Nyx
me Marcou. É por isso que estou aqui.?


?É? Eu devo falar apenas a verdade ou nosso sonho desaparecerá, então
não estou tentando te persuadir fingindo que sei mais do que sei. Só vou dizer o
que eu acredito, e o que eu acredito é que você me ouviu também. Ou pelo
menos a parte de você que uma vez foi A-ya ouviu e reconheceu minha voz.? Ele
hesitou, e então acrescentou, ?Talvez a mão de Nyx estivesse guiando sua
reencarnação. Talvez a deusa mandou você para -?


?Não!? Eu não podia mais ouvir. Meu coração estava batendo com tanta
força que eu pensei que ele ia pular do meu peito. ?Nyx não me mandou para
você, bem como não sou realmente A-ya. Não importa que eu tenha uma
memória aleatória dela. Nessa vida sou uma garota de verdade, com livre
arbítrio e mente própria.?


A expressão dele mudou de novo. Seus olhos suavizaram e ele sorriu com
ternura. ?Eu sei, Zoey, e é por isso que eu tenho lutado tanto com meus
sentimentos por você. Eu acordei da terra querendo a virgem que tinha me
aprisionado, para encontrar uma garota com livro arbítrio lutando contra mim.?


?Porque você está fazendo isso? Porque você soa assim? Você não é esse
cara!? Eu gritei para ele, tentando gritar a terrível e maravilhosa forma como as
palavras dele estavam me fazendo sentir.


?Aconteceu quando eu caí. Eu me vi cair de novo, e nessa visão também
meu coração sendo quebrado de novo. Eu não consegui suportar. Eu jurei a
mim mesmo que se eu pudesse atrair você para mim mais uma vez eu iria te
mostrar a verdade.?


?Se isso realmente é a verdade, então você sabe que você se tornou o mal
que costumava lutar contra.?


Ele desviou o olhar, mas não antes de eu ver vergonha em seus olhos. ?Sim,
eu sei.?


?Eu escolhi um caminho diferente. Eu não posso amar o mal. E essa é a
verdade,? eu disse.


Os olhos dele voltaram instantaneamente para mim. ?E se eu escolher
rejeitar o mal? O que acontece??


As perguntas dele me pegaram desprevenida, então eu falei a primeira coisa
que veio a minha cabeça. ?Você não pode rejeitar o mal, não enquanto estiver
com Neferet.?


?E se eu só sou mal com Neferet? E se a verdade é que se eu estivesse com
você, eu poderia escolher o bem??


?Impossivel.? Eu estava balançando minha cabeça para frente e para trás,
para frente e para trás.


?Porque você chama de impossível? Aconteceu antes. Você sabe porque
você causou a escolha para o bem. O guerreiro que está ligado a você é prova
disso.?


?Não. Essa versão sua não é real. Você não é Stark. Você é um imortal caído,
amante de Neferet. Você estuprou mulheres - fez das pessoas seus escravos -
matou pessoas. Seus filhos quase mataram minha avó. Um deles matou a
professora Anastasia!? Eu me agarrei em todas as coisas negativas que eu pude
e atirei elas contra ele. ?Os calouros e professoras na House of Night
começaram a questionar Nyx por sua causa. Eles ainda estão agindo de forma
errada. Escolha deles ou não, eles estão cheios de medo e ódio e ciúmes, como
você estava com Nyx!?


Ele agiu como se eu não estivesse parada ali gritando com ele. Ele
simplesmente disse, ?Você salvou Stark. Você não pode me salvar também??


?Não!? eu gritei.


E eu sentei na cama.


?Zo, está tudo bem. Estou contigo.? Heath estava ali, limpando o sono dos
seus olhos com sua mão e esfregando minhas costas com a outra.


?Oh, deusa,? eu disse, dando um longo e trêmulo suspiro.


?Qual problema? Pesadelo??


?Yeah, yeah. Estranho pesadelo.? Eu olhei para a cama do outro lado do
quarto. Stevie Rae não tinha se movido. Nala estava aninhada em seu ombro.
Minha gata espirrou para mim. ?Traidora,? eu disse a ela, tentando me forçar a
soar normal de novo.


?Bem, então, volte a dormir. Essa troca de dia pela noite está finalmente
funcionando para mim e eu quero continuar treinando,? Heath disse, abrindo
seus braços para mim deslizar neles de novo.,


?Oh, yeah, sinto muito.? Eu deitei, curvada numa bola que era
assustadoramente similar a uma posição fetal.


?Volte a dormir,? Heath repetiu dando um grande bocejo. ?Tudo está bem.?
Eu fiquei deitada acordada por um longo tempo desejando desesperadamente
que isso fosse verdade.


TRINTA E UM
Zoey


Quando acordamos perto do crepúsculo eu não conseguia suportar pensar
em Kalona e no sonho, então eu me concentrei em Heath. ?Ok, hora de ligar
para seu pai e mãe para que eles possam te dizer para ir pra casa.?


?Você está bem, Z?? Stevie Rae perguntou enquanto secava o cabelo. Ela e
eu tínhamos enfiado coisas na minha mochila enquanto Heath tomava banho,
então nós revezamos em nos aprontar. A pergunta dela me fez perceber que
em todo aquele tempo eu não tinha feito muito mais do que murmurar
respostas monossilábicas para qualquer coisa que ela e Heath diziam.


?Yep, estou bem. Só vou sentir falta de Heath, só isso,? eu menti. Ok, bem,
não era bem uma mentira, porque eu ia sentir falta de Heath enquanto
estivéssemos na Itália, mas não era por isso que eu não estava afim de
conversar.


Kalona era o motivo de eu não estar afim de conversar. Eu temia que se eu
falasse muita coisa o sonho de ontem a noite iria começar a sair pela minha
boca e eu ia contar tudo a Stevie Rae, e eu não queria fazer isso na frente de
Heath. Não, tinha mais do que só isso. Eu não queria contar a ninguém sobre a
nova versão de Kalona que eu vi.


Eu não queria ouvir eles dizerem que era fumaça e espelhos.


O abraço de Heath me fez pular. ?Aw, isso é doce, Zo,? ele disse,
inconsciente a terrível decepção que estava na minha cabeça. ?Mas você não
vai ter que sentir minha falta. Eu tenho um bom pressentimento sobre essa
ligação telefônica.?


Eu balancei minha cabeça para ele. ?De jeito nenhum sua mãe vai deixar
você ir para a Itália comigo.?


?Não com você, talvez. Mas com a sua escola - isso é outra coisa.?


Antes de eu poder dizer qualquer coisa ele pegou seu telefone, e o seu lado
da conversa começou:


?Hey, mãe, sou eu.?


?Yep, estou bem.?


?Yep, ainda estou com Zoey.? Ele pausou então olhou para mim e disse,
?Mamãe te mandou um oi.?


?Diga a ela oi por mim.? Então eu sussurrei: ?Anda logo!?


Ele acenou. ?Hey mãe, falando na Zo, ela e alguns garotos da House of Night
vão para a Itália. Veneza na verdade, bem, mais como uma ilha perto de
Veneza. Você sabe, São Cle-alguma coisa. Onde o Alto Conselho de vampiros se
reúnem e tudo mais. Eu quero saber se posso ir com eles.?


Eu podia ouvir a voz da mãe dele se erguendo e tive que suprimir um
sorriso. Eu sabia que a mãe dele iria surtar.


É claro eu não sabia a carta que Heath tinha na manga.


?Espera aí, mãe. Não tem nada demais. É como aquela viagem que eu
queria fazer com o professor de espanhol no verão passado, mas não pude ir
porque os treinos de futebol estavam começando. Lembra?? Ele acenou para o
que quer que fosse que sua mãe estava dizendo. ?Yeah, é um negócio da escola.
Ficaremos fora 8 dias, como na viagem de espanhol. N a verdade, eu acho que
posso usar meu espanhol porque italianos são, tipo, um primo.? Ele pausou de
novo, e então disse, ?Ok, yeah, isso é legal.?


?Ela disse que eu tenho que pedir pro papai,? ele sussurrou, cobrindo o
telefone com sua mão.


Então eu ouvi uma voz profunda do outro lado da linha, e Heath disse, ?Hey,
pai. Yeah, estou bem.? Ele esperou um pouco enquanto seu pai falava, e então
continuou, ?Yeah, é basicamente isso. É uma viagem escolar. Eu posso fazer
dever de casa online.? Heath sorriu em resposta ao que o pai dele estava
dizendo. ?Mesmo? Eles estão cancelando as aulas pela próxima semana porque


estamos sem energia no bairro? ? Ele ergueu suas sobrancelhas para mim.
?Wow, isso torna essa viagem super conveniente. E, escuta isso pai, já que
vamos viajar pelo jato da House of Night, e ficar em uma ilha com vampiros, não
vai custar nada.?


Eu cerrei os dentes. Eu não podia acreditar que ele estava lidando com seus
pais tão facilmente. É claro, era verdade que mesmo que Nancy e Steve Luck
fossem boas pessoas e bons pais, eles não tinham nenhuma noção sobre coisas
adolescentes. Sério. Heath bebia a anos e eles nunca notaram, nem quando ele
chegava em casa fedendo a vômito e cerveja. Ugh.


?Ótimo, pai! Brigadão!? A exuberância de Heath me fez piscar e me refocar
nele e não no tagarelar da minha mente. ?Yeah, eu vou ligar para vocês todo
dia.? Ele pausou enquanto seu pai dizia algo. ?Oh, eu quase esqueci disso. Ok,
bem, enquanto Zo e o resto se arruma, eu passo em casa e pego meu
passaporte algumas roupas. Diga a mamãe que só devemos levar uma mochila,
para não ficarmos enlouquecendo com bagagem. Ok, te vejo daqui a pouco!
Tchau!? Sorrindo como se estivesse de volta no ensino fundamental e tivesse
acabado de receber um chocolate extra durante a hora do lanche, ele desligou.


?Isso foi doente,? Stevie Rae disse.


?Eu esqueci da viagem de espanhol,? eu disse.


?Eu não. Então parece que preciso ir para casa e pegar meu passaporte e
tudo mais. Te encontro no aeroporto. Não vá sem eu!? Ele me beijou
rapidamente, pegou seu casaco, e saiu do quarto como se quisesse escapar
antes de eu poder dizer a ele de uma vez por todas, que não importa o que os
pais sem noção dele tinham dito, ele não ia.


?Você realmente vai deixar ele ir com vocês?? Stevie Rae disse.


?Yeah,? eu disse apática. ?Eu acho que vou.?


?Bem, ficou feliz. Sem querer ser má nem nada disso, mas acho uma boa
ideia pelo negócio do sangue.?


?Negócio de sangue??


?Z, ele é o humano com quem você teve um Imprint. O sangue dele é super
bom para você. Você vai estar em uma situação perigosa, confrontando Kalona
e Neferet no Alto Conselho, então você pode precisar de um sangue super -bom-
pra-você.?


?Yeah, acho que você está certa.?


?Ok, Z. Qual o problema??


Eu pisquei para ela. ?Como assim??


?Você está agindo como um zumbi. Então me conte sobre o estranho?
sonho que te acordou.?


?Eu achei que você estava dormindo.?


?Era isso que eu queria que você pensasse caso você e Heath quisessem se
agarrar.?


?Com você no quarto? Isso é nojento,? eu disse.


?Verdade, mas eu estava tentando ser educada.?


?Jeesh,? eu disse. ?Nojento. Eu seriamente não faria isso.?


?E eu não vou deixar você mudar de assunto. O sonho - lembra? Me conte.?


Eu suspirei. Stevie Rae era minha melhor amiga, e eu realmente deveria
falar com ela. ?Era sobre Kalona,? eu disse.


?Ele entrou no seu sonho mesmo com você dormindo com Heath??


?Não. Ele não entrou no meu sonho,? eu disse verdadeiramente, embora de
forma evasiva. ?Foi mais como uma visão do que um sonho.?


?Uma visão do que??


?Do passado dele. Muito tempo atrás. Antes dele cair.?


?Cair? De onde??


Eu respirei fundo e contei a verdade. ?Do lado de Nyx. Ele costumava ser
guerreiro dela.?


?Ohminhadeusa!? Ela sentou na cama. ?Tem certeza??


Sim... não... eu não sei! Parecia real, mas não tenho certeza. Eu não sei
como posso ter certeza,? Então minha respiração se prendeu. ?Oh, não.?


?O que??


?Na memória que eu tive de A-ya, ela disse algo sobre Kalona não ser feito
para andar nesse mundo.? Eu engoli e juntei minhas mãos para me impedir de
tremer.


?E ela chamou ele de guerreiro.?


?Uh-oh. Você quer dizer que ela sabia que ele era guerreiro de Nyx antes de
cair??


?Oh, deusa, eu não sei.? Mas eu sabia. No meu coração eu sabia que A -ya
estava tentando confortar Kalona com familiaridade. Ele foi um guerreiro uma
vez; ele iria querer ser um guerreiro de novo.


?Talvez devêssemos falar com Lenobia sobre -? Stevie Rae começou.


?Não! Stevie Rae, prometa que não vai contar a ninguém. Eles já sabem que
eu tive uma memória de estar com Kalona. Acrescente isso a visão de Afrodite,
e eles iriam surtar achando que eu ia perder a cabeça e ficar com ele de novo -
e isso não vai acontecer.? Eu disse como se tivesse falado sério, e eu falei. Eu
não me importei que isso me fez ficar enjoada. Eu não podia estar com Kalona.
Como eu disse a ele, era impossível.


Mas eu não tinha que me preocupar com Stevie Rae me delatando. Ela
estava acenando a cabeça e olhando para mim com olhos cheios de
entendimento. ?Você quer entender ele sozinha, não é??


?Yeah. Parece idiota, não parece??


?Não,? ela disse firmemente. ?Às vezes as coisas simplesmente não são da
conta de ninguém. E algumas coisas que parecem totalmente impossíveis
acabam sendo diferentes do que esperamos.?


?Você realmente acha isso??


?Espero que sim,? ela disse ansiosa. Parecia que Stevie Rae queria dizer algo
mais, mas foi interrompida por uma batida na porta de Afrodite. ?Dá para vocês
se apressarem? Todo mundo já comeu e temos um jato para pegar.?


?Estamos prontas,? Stevie Rae disse, e então jogou a mochila para mim. ?Eu
acho que você deve seguir o que o seu instinto está te dizendo, como Nyx
sempre disse. Claro, você fez besteira no passado. Eu também. Mas nós duas
escolhemos estar no lado de nossa deusa, e é isso o que conta no fim.?


Eu acenei, de repente achando difícil falar.


Stevie Rae me abraçou. ?Você vai fazer a coisa certa. Eu sei que vai,? ela
disse.


Minha risada soava mais como um soluço, e eu disse, ?Yeah, mas depois de
quantos erros??


Ela sorriu para mim. ?A vida é sobre cometer erros. E estou começando a
achar que não seria tão excitante se fosse perfeita.?


?Eu podia fazer um reverência agora mesmo,? eu disse.


Nós estávamos rindo quando saímos para o corredor e nos juntamos a
irritada Afrodite. Eu notei que a mochila? dela era uma Betsey Johnson7, e que
estava tão cheia que se desdobrando.


?Eu acho que isso é trapaça,? eu disse, apontando para a bolsa dela.


?Não estou trapaceando. Estou improvisando.?


?Bolsa bonita,? Stevie Rae disse. ?Eu amo uma Betsey Johnson.?


?Você é country demais para uma Betsey,? Afrodite disse.


?Não sou,? Stevie Rae disse.


?É sim,? Afrodite disse, e complementou com ?Prova A - esses jeans
horríveis. Cordas de amarrar? Sério? Eu tenho duas palavras para você: Up.
Date.?


?Oh, não. Você não acabou de falar mal das minhas cordas...?


Eu deixei as duas discutindo enquanto ia para o refeitório. Na verdade, eu
mal as escutei. Minha mente estava a quilômetros de distância em um telhado
no meio de um sonho.


O refeitório estava cheio, mas bizarramente, muito silencioso enquanto
Afrodite, Stevie Rae, e eu nos juntávamos as Gêmeas, Jack, e Damien, que já
estavam comendo bacon e ovos. Como eu esperava, eu estava atraindo muitos
olhares de quero te matar, especialmente d e uma das mesas cheias de garotas.


?Ignore eles. Eles são idiotas,? Afrodite disse.


?É tão estranho que Kalona ainda esteja mexendo com a cabeça deles, ?
Stevie Rae disse enquanto enchíamos nossos pratos e continuávamos a olhar
sobre nossos ombros para o silencioso e mal humorado refeitório.


?É escolha deles também,? minha boca disse antes de eu poder impedir.


7 http://www.betseyjohnson.com/


?Como assim?? Stevie Rae perguntou.


Eu engoli uns ovos e disse, ?Eu me refiro aos garotos,? - eu pausei e acenei
meu garfo para o resto do salão para dar ênfase - ?os que estão nos olhando
feio e sendo tão insanamente horríveis, estão escolhendo ser assim. Yeah,
Kalona começou, mas eles estão escolhendo seu próprio caminho. ?


A voz de Stevie Rae era suave com entendimento, mas não menos
insistente. ?Isso pode ser verdade, Z, mas você tem que lembrar que está
acontecendo por causa de Kalona - bem, ele junto com Neferet.?


?O que é verdade é que Kalona é uma merda má, e Zoey tem que lidar com
ele de uma vez por todas,? Afrodite disse.


Meus ovos de repente pareciam menos saborosos.


Estávamos todos em uma mesa, comendo e tentando fingir que as pessoas
não estavam nos matando com seu olhar, quando Stark se juntou a nós. Ele
parecia cansado, e quando o olhar dele encontrou o meu, eu reconheci a
tristeza em seus olhos. Eu tinha visto nos olhos de Kalona quando ele falou de
Nyx. Stark acreditava que tinha falhado comigo.


Eu sorri para ele, querendo tirar a preocupação do rosto dele. ?Oi,? eu disse
suavemente.


?Oi,? ele disse.


Então nós percebemos que nossa mesa, assim como o refeitório inteiro,
estava nos olhando e ouvindo.


Stark limpou sua garganta, pegou uma cadeira, baixou sua voz e disse,
?Darius e Lenobia já estão no aeroporto. Eu vou levá-los no Hummer.? Ele olhou
em volta, e eu vi sua expressão relaxar um pouco. ?Então, eu imagino que você
tenha mandado Heath para casa??


?Para pegar seu passaporte,? Stevie Rae afirmou.


É claro que isso causou um pequeno alvoroço em nossa mesa. Eu suspirei e
esperei que a tempestade passasse. Quando todos finalmente calaram a boca,
eu disse, ?Sim, Heath vem conosco. Fim.?


Afrodite ergueu uma sobrancelha loira. ?Bem, suponho que faça sentido
trazer o sanguemóvel com você. Até o Menino Flecha com cara feia tem que
concordar com isso.?


?Eu disse fim? porque não vou falar sobre isso. E não chame Heath de
sanguemóvel.?


?Não é nada educado,? disse Stevie Rae.


?Que se dane,? disse Afrodite, claramente sem pensar, já que as Gêmeas
começaram a dar risadinhas automaticamente.


?Stevie Rae não vem conosco,? eu interrompi a diversão das Gêmeas. ?Isso
quer dizer que quando nós circularmos, Afrodite estará representando espírito.?


Isso calou as Gêmeas. Todos olhavam para Stevie Rae.


?Eles podem não ser salvos,? disse Damien solenemente.


?Eu sei, mas vou tentar mais uma vez.?


?Ei, me faça um favor, sim?? Afrodite disse. ?Poderia por favor não morrer?
De novo. Eu tenho certeza de que seria muito desconfortável para mim.?


?Eu não vou morrer,? Stevie Rae respondeu.


?Prometa que não vai voltar lá sozinha,? disse Jack.


?É uma promessa que você precisa fazer,? concordou Stark.


Eu não disse nada. Eu não estava mais tão convencida quanto ao modo
certo de fazer as coisas. Por sorte, meu silêncio não foi percebido porque,
naquele momento, os calouros vermelhos fizeram sua entrada, e o refeitório


inteiro passou de ficar boquiaberta com relação a nós para ficar boquiaberta e
sussurrando sobre eles.


?Melhor ter certeza de que eles estejam bem,? Stevie Rae falou. Ela
levantou e sorriu para nós.


?Vocês vão se apressar e ajeitar as coisas lá para que possam voltar para
casa aqui.?


Ela me abraçou, sussurrando, ?Você vai fazer a coisa certa.?


?Você também,? eu sussurrei de volta.


Então, ela se afastou e eu assisti ela tomar conta dos calouros vermelhos
(que acenaram para nós quando entraram na fila). Stevie Rae agia tão
normalmente, falando com seus filhos como se eles não tivessem pisado no
refeitório pela primeira vez desde que cada um deles havia morrido, que o
grupo começou a relaxar instantaneamente, ignorando olhares e sussurros.


?Ela é uma boa líder,? eu disse, pensando alto.


?Eu espero que ela não entre em confusão,? Afrodite disse. Eu olhei de
Stevie Rae para ela, e ela encolheu os ombros. ?Algumas pessoas -
especialmente mortos-vivos malignos - não podem ser lideradas.?


?Ela fará a coisa certa.? Eu repeti as palavras de Stevie Rae.


?Sim, mas e eles?? Afrodite perguntou.


Eu não tinha resposta para isso, então eu peguei meus ovos.


?Vocês estão prontas?? Stark finalmente perguntou.


?Estou,? eu disse.


Todos os outros acenaram as cabeças, então pegamos nossas mochilas e
fomos para a porta. Stark e eu estávamos atrás.


?Ei, Zoey.?


A voz de Erik me fez parar. Stark ficou comigo, seus olhos observando meu
ex-namorado.


?Oi, Erik,? eu disse na defensiva.


?Boa sorte,? ele disse.


?Obrigada.? Eu estava surpresa pela sua expressão neutra e falta da escória
de Venus ao seu lado. ?Você vai ficar na escola e ensinar teatro de novo??


?Sim, mas só até conseguirmos um professor novo. Então, se eu não estiver
aqui quando você voltar, eu só quero que saiba que, hm ? - Ele olhou de Stark
para mim, e então encerrou com - ?que eu desejei boa sorte.?


?Oh, ok. Bem, obrigada de novo.?


Ele acenou e saiu da cafeteria caminhando rápido, provavelmente subindo
para o refeitório dos professor es.


?Uh. Isso foi estranho, mas legal da parte dele,? eu disse.


?Ele finge demais.?


?É, eu sei disso, mas estou feliz que ele disse algo legal antes de partirmos.
Eu odeio esse lance desconfortável de ex-namorado.


?Mais uma razão pra estar feliz que não sou tecnicamente seu namorado,?
Stark disse.


O resto do grupo estava bem longe de nós, então tivemos um momento de
privacidade. Eu estava tentando entender se Stark estava perto de falar com
ódio no seu comentário sobre não ser meu namorado ou não quand o ele
perguntou, ?Estava tudo bem noite passada? Você me acordou uma vez. ?


?Tudo estava bem.?


Ele hesitou e então disse, ?Você não mordeu Heath de novo.?


Não foi uma pergunta, mas eu respondi de qualquer jeito, apesar de que
minha voz soou mais azeda do que eu queria. ?Não. Eu estava bem, então não
precisava.?


?Mas eu vou entender se você fizer,? ele disse.


?Podemos não falar disso agora??


?Claro, tudo bem.? Caminhamos mais alguns passos e estávamos quase no
estacionamento, então ele diminuiu a velocidade, nos dando mais um momento
de privacidade. ?Está brava comigo?? ele perguntou.


?Por que eu estaria brava com você? ?


Ele ergueu os ombros. ?Bem, primeiro foram as visões de Afrodite. Ela vê
você em perigo. Perigo sério. Mas ou ela me vê e eu não faço nada, ou ela não
me vê. E agora, Heath vem conosco para a Itália...? Suas palavras sumiram,
fazendo com que ele parecesse frustrado.


?Stark, as visões da Afrodite podem mudar. Fizemos isso várias vezes. Uma
vez, eu mesma fiz. Vamos mudar a do afogamento, também. Aliás, você
provavelmente a mudará. Você não deixará nada de ruim acontecer comigo.?


?Mesmo que eu tenha um problema em sair na luz do sol??


Finalmente, eu entendi uma das razões para que meu risco o incomodasse
tanto - ele achava que podia não conseguir estar lá quando eu precisasse.
?Você vai descobrir como ter certeza de que eu estarei a salvo, mesmo que não
possa estar comigo fisicamente.?
?Você acredita nisso??


?Do fundo do meu coração,? eu disse com sinceridade. ?Não há nenhum
outro vampiro que eu ia querer como meu guerreiro. Eu confio em você.
Sempre.?


Stark parecia ter tido um zilhão de pesos tirados de suas costas. ?É bom
ouvir você dizendo isso.?


Eu parei e olhei diretamente para ele. ?Eu teria dito isso antes, mas pensei
que você já soubesse.


?Eu acho que sim. Aqui.? Stark tocou o peito na região do coração. ?Mas
meus ouvidos precisavam ouvir.?


Eu caminhei até seus braços e afundei meu rosto contra seu pescoço. ?Eu
acredito em você. Sempre,? eu repeti.


?Obrigado, minha senhora,? ele sussurrou enquanto seus braços fortes me
abraçavam apertado.


Eu dei um passo para trás e sorri para ele. De repente, Kalona parecia muito
distânte e Stark preenchia meu presente. ?Vamos dar um jeito em tudo isso, e
depois disso ficaremos juntos - um Guerreiro e sua senhora.?


?É isso que eu quero,? ele disse com firmeza. ?E pro inferno com todo o
resto.?


?Sim. Pro inferno com todo o resto.? Eu me recusava a pensar em Kalona.
Ele era um talvez - um talvez grande, assustador e confuso. Stark era um com
certeza. Eu segurei sua mão e, puxando-o para mim... sempre comigo... em
direção ao Hummer, disse. ?Venha, Guerreiro, vamos para a Itália.?


TRINTA E DOIS
Zoey


?Leva 7 horas para chegar a Veneza,? Lenobia explicou. Ela nos encontrou
no checkpoint vip. ?Quando pousarem, será tarde da noite lá. Tentem dormir o
máximo que conseguirem no avião. O Alto Conselho vai se reunir depois do
anoitecer, e é esperado que vocês estejam alertas.?


?Como Stark vai lidar com o sol?? eu perguntei.


?Eu avisei as necessidades de Stark ao Alto Conselho. Eles me asseguraram
que Stark ficará protegido do sol. Você deve saber que eles estão bem ansiosos
em conhecer ele e extremamente curiosos sobre esse novo tipo de vampiro.?


?Curiosos como em querendo me estudar como um rato de laboratório??
Stark disse.


?Não vamos deixar isso acontecer,? Darius disse.


?Eu acho que devemos manter em mente que o Alto Conselho é formado
pelas sete mais sábias e antigas Alta Sacerdotisas vivas hoje. Elas não se
comportam de forma inumana, e nem são imprudentes,? Lenobia disse.


?Então elas são todas meio como Shekinah?? Jack disse.


?Shekinah era a Vampira Alta Sacerdotiza, então era única, mas cada
membro do conselho é eleito pelo corpo de vampiros, para sua posição. A
posição é delas por 50 anos, e então um novo membro é eleito. Nenhum
membro pode se reeleger. Os membros do conselho são de toda parte, e são
conhecidos por sua sabedoria.?


?O que significa que devem ser inteligentes o bastante para não cair na de
Kalona e Neferet,? eu disse.


?Não é com espertos que temos que nos preocupar,? Afrodite disse. ?É com
a escolha. Tem muitos vampiros espertos da nossa House of Night que ficaram
do lado de Kalona e Neferet.?


?Afrodite tem razão,? Damien disse.


?Então precisamos estar preparados para tudo,? Darius disse.


?Exatamente o que penso,? Stark concordou.


Lenobia acenou solenement e. ?Lembrem-se, o resultado disso pode mudar
o mundo como conhecemos.?


?Bem, merda. Sem pressão nisso,? Afrodite disse.


Lenobia deu a ela um olhar afiado, mas não disse nada. Ao invés disso ela
me surpreendeu olhando para Jack. ?Acredito que você deveria permanecer
aqui,? ela disse a ele.


?Oh, de jeito nenhum! Eu vou onde Damien vai,? Jack disse.


?Onde Damien está indo é perigoso,? Lenobia disse.


?Então vou com ele em dobro!?


?Eu acho que ele deveria ir,? eu disse. ?Ele é parte de nós. Além do mais,?
eu continuei, seguindo meu instinto e sabendo pela sensação de que estava
certa dentro de mim, que estava dando voz a algo que Nyx queria que todos
ouvissem, ?Jack tem uma afinidade.?


?O que? Eu tenho??


Eu sorri para ele. ?Eu acho que você tem. Sua afinidade é com a magia do
mundo moderno - tecnologia.?


Damien sorriu. ?É verdade! Jack entende qualquer coisa de audiovisual ou
computação. Eu só pensei que ele fosse um gênio de informática, mas ele é um
técnico genial da deusa ao quadrado.?


?Ohmeudeus! Quão legal é isso?? Jack disse.


?Então você tem razão, Zoey. Jack deveria ir com você. Nyx deu a ele esse
dom por algum motivo, e esse motivo pode muito bem ser de grande uso para
você.?


?Yeah, e também -? Eu estava me preparando para contar a ela sobre nosso
outro viajante, quando Heath apareceu, sua mochila no ombro.


?Seu consorte vai também?? Lenobia terminou por mim, com uma
sobrancelha erguida para Heath.


?Pode ter certeza!? Heath disse, colocando seu braço ao meu redor. ?Nunca
se sabe quando Zo pode precisar de uma mordida.?


?Ok, Heath, todo mundo sabe disso.? Eu podia sentir minhas bochechas
esquentando e propositalmente mantive meu olhar em Stark.


?Como o consorte da Alta Sacerdotisa, você terá permissão de entrar na
Câmara do Conselho,? Lenobia disse a Heath. ?Mas você não poderá falar.?


?Tem muitas regras sobre como agir na Câmara do Conselho, não tem??
Damien disse.


Meu estômago se retorceu. ?Regras??


?Tem,? Lenobia disse. ?É um antigo sistema designado para prevenir o caos,
ainda sim, para dar chances iguais a quem fala. Você deve seguir as regras, ou
será escoltado para fora da Câmara.?


?Mas eu não sei as regras!?


?É por isso que minha amiga, Erce, Mestra de cavalos para a ilha São
Clemente, vai encontrar você no aeroporto. Ela vai levar vocês para seus
quartos na ilha e relatar a vocês a etiqueta no Conselho.?


?Eu não posso dizer nada??


?Você é incapacitado?? Afrodite perguntou a Heath. ?Foi isso que Lenobia
acabou de te dizer.?


?Eu nem tenho certeza que você terá sequer permissão para entrar na
Câmara do Conselho,? Lenobia disse a Afrodite.


?O que? Mas eu...? As palavras dela morreram. A verdade era que,
tecnicamente, Afrodite era humana. Uma humana anormal, mas ainda sim.


?Erce está requerendo que você esteja presente,? Lenobia continuou.
?Veremos se eles te admitem ou não.?


?Porque vocês não vão indo para o avião? Eu preciso conversar com Lenobia
por um segundo.?


?Vocês partem pelo portão 26,? Lenobia disse. ?Abençoados sejam, e que
Nyx esteja perto de vocês.?


?Abençoado seja!? todo mundo disse, e então foram em direção a
segurança.


?Como estão os calouros feridos?? eu peguntei.


?Muito melhores. Obrigado pelo que fez por eles,? ela disse.


Eu dispensei o agradecimento. ?Só estou feliz por eles estarem melhor. E
quanto a Dragon??


?Em profundo luto.?


?Sinto por isso,? eu disse.


?Derrote Kalona. Impeça Neferet. Isso irá ajudar Dragon.?


Eu ignorei o pânico que crescia dentro de mim e mudei de assunto. ?O que
você vai fazer com os calouros vermelhos??


?Considerei isso, e o que eu acredito que devemos fazer é honrar a vontade
da Alta Sacerdotisa deles. Eu vou falar com Stevie Rae quando voltar para escola
e vamos decidir o que ela acha ser melhor para seu povo.?


Parecia estranho ouvir Lenobia chamar Stevie Rae de Alta Sacerdotisa, mas
um estranho bom. ?Você precisa saber que existem mais calouros vermelhos
além dos que estão com Stevie Rae.?


Lenobia acenou. ?Darius me informou.?


?O que você vai fazer em relação a eles??


?Como os outros, essa decisão deve incluir Stevie Rae. É uma situação difícil.
Não sabemos exatamente o que eles se tornaram - ou não se tornaram.?
Lenobia pôs sua mão no meu ombro. ?Zoey, você não deve permitir o que está
acontecendo aqui te distrair. Se concentre em Kalona e Neferet e no Alto
Conselho. Confie que vou cuidar da House of Night.?


Eu suspirei. ?Ok, eu vou. Ou pelo menos vou tentar.?


Ela sorriu. ?Eu informei o Alto Conselho que consideramos você nossa Alta
Sacerdotisa.?


Eu senti uma pequena onda de choque. ?Sério??


?Sério. Você é, Zoey. Você mereceu. E você está ligada a Nyx de uma forma
que nenhum outro calouro ou vampiro esteve. Continue seguindo a deusa e nos
orgulhe,? ela disse.


?Vou tentar ao máximo.?


?E é isso que pedimos de você. Abençoada seja, Zoey Redbird.?


?Abençoada seja,? eu disse. Então eu segui minha turma até o portão 26,
tentando não pensar muito sobre o fato que de que uma Alta Sacerdotisa de
Nyx não tinha que ficar sonhando com o guerreiro de sua deusa.


?Vovó, oi! Como está se sentindo?


?Oh, Zoeybird! Estou melhor hoje. Eu acho que o fim da tempestade me
fortaleceu. Gelo é lindo, mas apenas em pequenas doses,? disse vovó.


?Hey, você não pense que isso significa que você pode voltar para fazenda
de lavanda. Por favor prometa que você vai deixar a irmã Mary Angela cuidar de
você por um tempo.?


?Oh, não tema, u-we-tsi-a-ge-ya. Eu prefiro a companhia da boa irmã. Você
virá me ver hoje à noite? Como estão as coisas na escola??


?Bem, vovó, é por isso que estou ligando. Estou me aprontando para ir para
Veneza no jato da escola. Kalona e Neferet estão lá, e parece que eles estão
mexendo com o Alto Conselho.?


?Isso é ruim, u-we-tsi-a-ge-ya. Você não vai entrar nessa batalha sozinha,
vai??


?De jeito nenhum, vovó. A turma toda está comigo, além de Heath.?


?Bom. Não se sinta envergonhada de usar a conexão dele com você; é a
ordem natural das coisas.?


Lágrimas queimaram contra minha garganta. O constante amor de vovó,
não importava o quão vampiro-monstrosa minha vida tenha se tornado, era a
fundação para todo meu mundo.? Eu te amo, vovó,? eu falei.


?E eu também te amo, u-we-tsi-a-ge-ya. Não se preocupe com uma velha
mulher. Se foque no que precisa fazer. Estarei aqui quando você ganhar a
batalha.?


?Você soa tão confiante.?


?Tenho confiança em você, u-we-tsi-a-ge-ya, e tenho certeza que você tem
a deusa em seu favor.?


?Vovó, eu tive um sonho muito estranho sobre Kalona.? Eu baixei minha
voz, embora eu tenha me afastado de onde o resto do pessoal estava


esperando no portão para nosso avião estar pronto para embarcarmos. ?Eu vi
que Kalona nem sempre foi mal. Ele costumava ser guerreiro de Nyx.?


Vovó ficou quieta por vários minutos. Finalmente, ela disse, ?isso parece
mais como uma visão do que um sonho.?


Eu podia sentir que ela estava certa. ?Uma visão! Então isso significa que é
verdade??


?Não necessariamente, mas dá mais importância ao que você viu ao invés
de um simples sonho. Parecia verdadeiro??


Eu mordi o lábio, então admiti, ?Sim, parecia que eu estava vendo a
verdade.?


?Lembre de misturar sua sensação com o bom senso. Ouça seu coração,
mente, e alma.?


?Estou tentando.?


?Pese seus sentimentos com lógica e razão. Você não é A-ya. Você é Zoey
Redbird, e você tem livre arbítrio. Caso se torne demais, olhe para seus amigos,
especialmente Heath e Stark. Eles estão conectados com você, também Zoey, e
não com o fantasma de uma antiga virgem Cherokee.?


?Você tem razão, vovó. Eu vou lembrar. Eu sou eu, e isso não vai mudar.?


?Zo! Estamos embarcando!? Heath chamou.


?Eu preciso ir, vovó. Te amo!?


?Eu também de amo, u-we-tsi-a-ge-ya.?


Eu entrei no avião me sentindo renovada pelo amor de minha avó. Ela tinha
razão. Eu precisava balancear o que eu sabia sobre Kalona e o que eu pensava
que talvez soubesse sobre ele.


Minha atitude positiva foi reforçada pelo jato legal que iríamos voar. Era de
primeira classe com enormes assentos de couro até janelas super grossas, que
eu imediatamente abaixei.


?O sol não está lá fora agora, nerd,? Afrodite disse.


?Só estou cuidando disso agora caso eu esqueça? - eu fiz citações no ar ao
redor da palavra - ?de fechar mais tarde.?


?Eu não vou queimar seu guerreiro,? Afrodite disse. ?Então meu guerreiro
teria coisa demais para fazer.?


?Eu nunca estarei muito ocupado para você,? Darius disse, sentando ao lado
dela e erguendo o braço que os separava para que eles pudessem se aninhar.


?Vômito,? Erin disse.


?Indo para o fim do avião para não termos um enjoou ?Afrodinal,? Shaunee
disse.


?Tem serviço de bebida nesse avião?? Damien perguntou.


?Espero que sim. Eu to afim de uma coca,? eu disse, adorando que todos
soavam tão normal quanto eu de repente me sentia.


?Lenobia disse que estaríamos por conta própria nesse vôo, mas aposto que
se você fuçar por aí depois que estivermos no ar, vai encontrar algo p ara
beber,? Darius disse.


?Eu sei onde eles guardam a coca,? Stark disse. ?Esse é o avião que eu voei
para vir de Chicago para cá. Vou pegar assim que decolarmos.? Então ele
gesticulou para o assento vazio perto dele. ?Senta comigo??


?Hey, Zo!? Heath me chamou mais no fundo do avião. ?Eu guardei um lugar
pra você aqui.?


Eu suspirei. ?Quer saber, eu acho que vou sentar aqui sozinha e tentar
dormir. Fuso horário é matador,? eu disse, escolhendo um assento no meio do
caminho entre Heath e Stark.


?Vou tomar Xanax. Eu sei como voar,? Afrodite disse. ?Vou estar pronta pra
ir para as lojas no segundo que pousarmos em Veneza.?


?Lojas?? Shaunee chamou.


?Compras?? Erin disse.


?Talvez devemos nos juntar a Afrodite,? Shaunee disse.


?Excelente ideia, Gêmea,? Erin concordou.


Eu sorri para mim mesma enquanto as Gêmeas se moviam para o assento
na frente de Afrodite, que fez uma careta para elas, mas se lançou r apidamente
numa lista de possibilidade de compras em Veneza.


?Aqui.? Stark me entregou um cobertor e travesseiro. ?Fica frio no avião às
vezes, especialmente quando você está tentando dormir. ?


?Obrigado,? eu disse. Eu queria dizer a ele que eu teria gostado de me
aninhar contra ele, mas que eu não ia gostar de ver como isso faria Heath se
sentir (que agora estava num grande debate com Jack sobre se Computador ou
Macs - da Apple - são melhores).


?Hey, está tudo bem. Eu entendo,? Stark disse, baixando sua voz.


?Você é o melhor guerreiro do mundo.?


Ele sorriu aquele sorriso arrogante que eu gostava tanto e beijou minha
testa. ?Vá dormir. Vou manter uma orelha psíquica em seus sentimentos. Se as
coisas ficarem estranhas, eu te acordo.?


?Estou contando com isso,? eu disse.


Eu me aninhei com o cobertor e travesseiro que meu guerreiro tinha me
trazido, e adormeci quase antes de estarmos no ar.


Se eu sonhei, eu não lembrei de nada.


TRINTA E TRÊS
Stevie Rae


?Eu ainda discordo de você,? disse Lenobia.


?Mas sou eu quem decido, certo?? disse Stevie Rae.


?Sim. Mas eu quero que você reconsidere. Deixe-me ir com você. Ou
mesmo Dragon - ele poderia acompanhá-la.?


?Dragon ainda está muito abatido pela morte de Anastasia, e você está no
comando aqui. Do jeito que as coisas estão, não acho que você devia deixar a
escola agora,? disse Stevie Rae.


?Olha, eu vou ficar bem. Eu os conheço. Eles não vão me machucar, e
mesmo que tenham perdido cada pedaço do que restou de suas mentes e
tentem fazer algo comigo, não podem. Eu vou invocar a terra e derrubar eles ou
coisa assim. Não se preocupe. Eu lidei com eles antes. Dessa vez, tenho a
esperança de convencê-los a voltar comigo. Acho que voltar a escola ajudaria
eles.?


Lenobia acenou com a cabeça em aprovação. ?Isso faz sentido. Traga-os de
volta para onde se sentiram normais pela última vez e talvez eles consigam
recuperar essa sensação.?


?Isso é mais ou menos o que eu pensei.? Stevie Rae parou, e então retomou
com uma voz mansa e triste, ?Eu ainda discuto comigo mesmo às vezes. Há
momentos em que sinto que a escuridão está tão próxima de mim que eu
poderia tocá-la. E eu vejo isso no meu grupo - aqueles que também
encontraram suas humanidades. Nem sempre é fácil para eles. ?


?Talvez você sempre tenha uma escolha. Talvez a linha que separa bem do
mal seja sempre mais tênue para você e seus calouros vermelhos. ?


?Mas isso nos faz maus? Ou inúteis??


?Não, é claro que não.?


?Então você sabe por que eu tenho que voltar ao depósito e falar com essas
crianças de novo. Eu não posso dar as costas para eles. Zoey não deu as costas à
Stark, mesmo que ele tenha me dado um tiro - o que foi um saco e nada legal
da parte dele, a propósito - mas ficou tudo bem no final.?


?Você será uma boa Alta Sacerdotisa, Stevie Rae.?


As bochechas de Stevie Rae ficaram quentes. ?Eu não sou uma Alta
Sacerdotisa. Sou apenas tudo aquilo que eles tem.?


?Não, você é uma Alta Sacerdotisa. Acredite nisso. Acredite em si mesma. ?
Ela sorriu para Stevie Rae. ?Então, quando vai voltar ao depósito??


?Acho que vou ter certeza de que os calouros vermelhos daqui estão em
seus lugares. Sabe como é, arranjar os quartos e conseguir roupas para eles
vestire, e todas essas coisas. Além disso, eles precisam voltar a todas as suas
aulas, o que é um saco porque as turmas mudam a cada semestre. Mas quero
voltar ainda esta noite.?


?Esta noite? Tem certeza de que não prefere esperar até amanhã? Se
estabelecer aqui primeiro??


?Bem, a verdade é que eu não sei se podemos nos estabelecer aqui.?


?Claro que sim. A House of Night é seu lar.?


?Era nosso lar. Agora, nós preferimos descansar sob a terra durante o dia. ?
Stevie Rae deu seu sorriso nervoso. ?Faz parecer que eu devia estar em um
daqueles filmes de terror idiotas, né? ?


?Não, na verdade, faz sentido. Você morreu. Quando isso acontece com
qualquer um de nós, tudo de nossos corpos volta a terra. Quando você
ressuscitou, você manteve uma conexão com a terra que nós não possuímos,?
ela disse. ?É usado como porão e não é particularmente habitável, mas com
algum esforço...?


?Quem sabe,? disse Stevie Rae. ?Vamos ver o que acontece com as crianças
do depósito. Nós realmente gostávamos daquilo ali, e estávamos arrumando
tudo muito bem, também.?


?Eu acho que não há razão pela qual não possamos transportar seus
calouros vermelhos de um lado para outro de ônibus. Crianças humanas fazem
isso todos os dias.?


Stevie Rae sorriu. ?A grande limosine amarela!?


Lenobia riu. ?De qualquer jeito, vamos fazer dar certo com seu grupo. Vocês
são parte de nós e esse é o seu lar.?


?Lar... isso soa bem,? Stevie Rae disse. ?Ok, é melhor eu me preparar para
sair e quero chegar ao depósito antes que feche para o amanhecer.?


?Dê a si mesma bastante tempo. Eu não a quero presa ali, e a previsão para
Oklahoma é de tempo ensolarado. Travis Meyers até disse que pode ficar com
uma temperatura maior que congelante por tempo o bastante para acabar com
todo esse gelo.?


?Trav é meu homem do tempo favorito, e não se preocupe. Eu volto antes
do amanhecer.?


?Perfeito, então você terá tempo para me contar como foi.?


?Virei direto para cá.? Stevie Rae começou a se levantar e então mudou de
ideia. Ela tinha que perguntar - Lenobia acharia uma pergunta totalmente
esquisita - e ela tinha que perguntar.


?Hm, então, os Corvos Escarnecedores foram bem ruins, hein??


A expressão serena de Lenobia mudou para desgosto. ?Eu rezei para Nyx
que tivessem sido banidos desse mundo quando seu pai foi forçado a fugir de
Tulsa.?


?Você ouviu falar neles antes? Quer dizer, antes de terem saído do chão??


Lenobia balançou a cabeça negativamente. ?Não. Não sabia nada sobre
eles. Nunca nem tinha ouvido da lenda Cherokee. Mas eu reconheci algo sobre
eles muito facilmente.?


?Mesmo? O quê??


?Maldade. Eu combati o mal antes, e eles eram apenas mais um de seus
rostos sinistros.?


?Você acha que eles são totalmente malignos? Quer dizer, eles são
parcialmente humanos.?


?Não humanos - parcialmente imortais.?


?Sim, isso que eu quis dizer.?


?E os imortais dos quais eles fazem parte são completamente malignos.?


?Mas e se Kalona nem sempre foi como ele é agora? Ele veio de algum
lugar. Talvez ele fosse bom lá, e se isso for verdade, pode haver algo de bom nos
Corvos Escarnecedores.?


Lenobia estudou Stevie Rae silenciosamente antes de responder. Então, ela
falou baixo, mas com convicção. ?Sacerdotisa, não deixe a compaixão que sente
pelos calouros vermelhos afetar sua percepção sobre o mal. Ele existe em nosso
mundo. Também existe no Outromundo. É tangível lá, assim como é aqui. Há
uma diferença entre uma criança problemática e uma criança criada pelo mal e
nascida do estupro.?


?Isso é basicamente o que a Irmã Mary Angela disse, também.?


?A freira é uma mulher sábia.? Lenobia pausou antes de continuar, ?Stevie
Rae, você sentiu algo que eu dev eria saber??


?Não!? ela disse apressadamente. ?Eu estava só pensando, nada demais.
Sabe, sobre o bem e o mal e as escolhas que fazemos. Então pensei que talvez
alguns dos Corvos Escarnecedores sejam capazes de escolher também.?


?Se eles tinham tal habilidade, eles escolheram o mal há muito tempo,?
Lenobia disse.


?Sim, tenho certeza de que você está certa. Bem, é melhor eu ir. Vou voltar
aqui e ver você antes do amanhecer.?


?Eu estarei esperando por você. Que Nyx esteja convosco, Sacerdotisa. E
abençoada seja.?


?Abençoada seja.? Stevie Rae correu para fora dos estábulos, como se a
distância das palavras que ela disse pudesse afastá-la de sua culpa. O que ela
estava pensando quando falou aquelas coisas sobre Rephaim para Lenobia? Ela
precisava calar a boca e esquecê-lo.


Mas como podia esquecê-lo quando havia a possibilidade de vê-lo de novo
quando voltasse ao depósito?


Ela não devia tê-lo mandado para lá. Ela devia ter pensado em outra coisa.
Ou então, ela deveria ter entregado ele!


Não. Não, era tarde demais para pensar nisso. Agora, tudo que Stevie Rae
podia fazer era controle de danos. Primeiro, contatar os calouros vermelhos.
Depois, lidar com a questão de Rephaim. De novo.


Claro que ele podia nem ser um problema. Os calouros vermelhos podiam
não tê-lo achado. Ele não cheirava a comida, nem estava em um estado que lhe
permitisse atacá-los. Ele devia estar escondido no túnel mais escuro e apertado,
cuidando de seus ferimentos. Ou podia ter morrido. Quem sabe o que pode
acontecer a um Corvo Escarnecedor quando uma infecção ruim aparece?


Stevie Rae suspirou e puxou o telefone do bolso de seu canguru. Rezando
para que o sinal tivesse voltado a funcionar nos túneis, ela mandou uma
mensagem para Nicole.


Preciso ver você esta noite.


Ela não precisou esperar muito pela resposta.


Ocupada. Não volto até o amanhecer.


Ela fez careta para o telefone e respondeu.


Volte antes.


Ela estava começando à regular o passo quando Nicole conseguiu
responder.


Esteja lá às seis.


Stevie Rae quis apertar os dentes. Seis horas era só uma hora e meia antes
do amanhecer. Porcaria! Nicole a irritava tanto. Ela era o maior problema lá
embaixo. O resto das crianças eram só seguidores. Não era legal, mas não era
como ela era. Stevie Rae lembrou de como Nicole tinha sido antes de morrer.
Ela tinha sido uma garota ruim na época, e aquilo não tinha mudado. Na
verdade, tinha piorado. Então, o que Stevie Rae precisava era chegar até Nicole.
Se ela desse as costas para a escuridão, era provável que o resto das crianças a
seguisse.


Ok.


Stevie Rae mandou a mensagem, e então adicionou,


Algo estranho acontecendo?


Ela segurou a respiração, esperando o celular tocar. Nicole contaria caso ela
tivesse encontrado um Corvo Escarnecedor. Provavelmente, ela acharia que
Rephaim não traria problemas, ou então ela o mataria logo de cara, sem pensar
em nada. De qualquer jeito, ela deixaria escapar isso para Stevie Rae - isso a
faria se sentir poderosa e no controle.


Procurando comida. Comida viva. Quer se juntar a nós?


Stevie Rae sabia que não adiantava lembrar Nicole que eles não deviam
comer gente. Não, nem os sem teto ou motoristas ruins (os quais eles gostavam


se seguir e agarrar enquanto estivessem saindo de seus carros). Ela só
respondeu:


Não. Te vejo às seis.
Hahahahahaha


Stevie Rae colocou o telefone de volta no bolso. Ia ser uma noite longa,
especialmente aquela hora e meia entre as seis e o amanhecer.

Rephaim


?Então, esse é o plano, menino-pássaro. Está pronto para isso?? Sem aviso
nem convite, a líder dos calouros vermelhos, Nicole, entrara no quarto de Stevie
Rae, o qual Rephaim tomara para si, chutara a cama para acordá-lo, e então
começou a falar de seu plano para prender Stevie Rae no telhado de um prédio.


?Mesmo se conseguir atrair a vermelha para um telhado perto do nascer do
sol, como pretende mantê-la lá em cima??


?A primeira parte é fácil porque não é qualquer prédio. É esse prédio. Tem
duas torres lá em cima, bonitas e com decoração e outras merdas de quando
esse lugar era alguma coisa. Elas são abertas para o céu porque ele é o t elhado.
Achamos uma grande grade de metal que podemos acorrentar no topo de uma
delas. Não tem como ela sair. Ela é forte, mas de jeito nenhum ela conseguiria
quebrar metal. Além do mais, lá em cima não tem terra que ela possa alcançar.
Ela estará presa, e quando o sol vier ela vai fritar como um hamburguer.?


?Por que ela estaria no telhado, mesmo que seja o desse prédio??


?Isso é ainda mais simples. Ela estará lá porque você a colocará lá.?


Rephaim não falou nada até ser capaz de controlar seu choque, e então
escolheu as palavras com cuidado. ?Você acha que eu posso fazer a Vermelha ir
ao telhado de um prédio perto do amanhecer? Por que eu seria capaz disso?


Não sou forte o bastante para derrotá-la e carregá-la,? ele disse, soando mais
chateado que curioso.


?Você não precisa. Ela te salvou. E ela precisou fazer isso sem contar a
ninguém. Para mim, isso quer dizer que você significa alguma coisa para ela.
Talvez muita coisa.? Nicole zombou da ideia. ?Stevie Rae é patética. Sempre
achando que pode salvar o mundo e toda essa merda. É por isso que ela é
estúpida o bastante para voltar aqui perto do amanhecer. Ela pensa que pode
nos salvar. Bem, nós não queremos ser salvos!? Nicole começou a rir e, quando
a risada tomou conta dela, Rephaim viu a sombra negra de Neferet escorrer de
seus olhos e manchar seu rosto como se ela estivesse ficando histérica.


?Por que ela iria querer salvar vocês??


A pergunta de Rephaim fez Nicole parar de rir como se ele a tivesse
estapeado.


?Quê? você acha que não merecemos salvam ento?? Rápida como um
pensamento invejoso, ela foi até a cama e agarrou seu braço bom pelo pulso.
?Que tal se eu ver o que você pensa??


Ela o encarou enquanto seu braço queimava com o calor da invasão
psíquica, e enquanto esse calor se espalhava pelo seu corpo e alma, Rephaim se
concentrou em uma só coisa: sua raiva.


Nicole largou seu pulso e deu um passo para longe dele. ?Uau,? ela riu sem
jeito, desconfortável. ?Você está puto. Por que isso??


?É porque fui ferido e deixado para trás para lidar com crianças e seus
joguinhossss!?


Nicole voltou a invadir seu espaço pessoal e rosnou, ?Isso não é um
joguinho! Vamos nos livrar de Stevie Rae para que possamos fazer as merdas
que precisamos fazer, do jeito que dissemos a Neferet que faríamos. Então,
você vai ser legal e nos ajudar a prendê-la, ou deixamos você fora disso e vamos
para o Plano B??


Rephaim não hesitou. ?O que você quer que eu faça??


O sorriso de Nicole lhe lembrou o de um lagarto. ?Vamos lhe mostrar as
escadas que levam até a torre - aquela do lado do telhado oposto àquela árvore
estúpida. Não vou arriscar que ela consiga atraí-la para perto dela e usá-la como
escudo. Então, você vai subir naquela torre e esperar. Fique todo detonado,
como se tivéssemos arrastado você até lá depois de lhe dar uma surra e sugado
quase todo o seu sangue. O que é exatamente o que direi a Stevie Rae que
fizemos, mas terei certeza que ela saiba que você está vivo. Por um fio.?


?Ela vai subir para me salvar,? disse Rephaim em uma voz perfeitamente
sem emoção.


?De novo. Sim. Estamos contando com isso. Assim que ela subir a torre,
mantenha-se encolhido. Vamos largar a grade lá em cima e acorrentá-la. O sol
virá. Stevie Rae vai queimar. Então, nós lhe deixaremos sair. Vê, simples.?


?Vai funcionar,? afirmou Rephaim.


?É, e veja só isso. Se você decidir no último segundo que não está conosco,
Kurtis ou Starr vão atirar em você e nós vamos largá -lo na torre de qualquer
jeito. Funciona desse jeito, também. Porque, veja bem, você é o plano A e B.
Você só estará mais morto em um que no outro.?


?Como você disse antes, meu pai ordenou que eu levasse a Vermelha até
ele.?


?É, mas não vejo seu pai em nenhum lugar aqui perto.?


?Não sei por que faz esse jogo comigo. Você já admitiu saber que meu pai
não me abandonou. Ele vai voltar por seu filho preferido. Quando ele fizer, eu
terei a Vermelha para ele.?


?E não tem problema ela estar assada? ?


?O estado de seu corpo não me interessa desde que eu esteja de posse
dele.?


?Bem, você pode ficar com ele. Eu não quero comer ela, então não quero
seu corpo.? Ela inclinou a cabeça para um lado e o avaliou com o olhar. ?Eu vi no
seu cérebro de passarinho e sei que está puto, mas também vi que está
sentindo muita culpa. Por que isso??


?Eu devia estar ao lado do meu pai. Qualquer outra coisa é inaceitável.?


A gargalhada dela não tinha humor. ?Você é o filho de seu pai, não é
mesmo?? Ela começou a passar por baixo do lençol que servia de porta para o
quarto. Enquanto saia, ela falou, ?Durma um pouco. Você tem algumas horas
antes que ela chegue. E, se precisar de qualquer coisa, Kurtis estará lá fora com
sua arma. Ele pegará o que for para você. Apenas fique aqui dentro até eu
chamar. Entendido??


?Sssssim.?


A caloura Vermelha saiu e Rephaim voltou a se acomodar no ninho que
fizera na cama de Stevie Rae. Antes de voltar a mais um sono curativo, seu único
pensamento era o desejo de que a Vermelha tivesse deixado ele morrer debaixo
daquela árvore.


TRINTA E QUATRO
Zoey


Quando pousamos no aeroporto de Veneza eu só estava acordada a um
nano segundo. Eu juro que dormi o tempo todo, e o único sonho que tive foi
sobre eu e um castor dos estranhos comercias do jogo Scrabble (que eu não
jogo) e eu ganhar um zilhão de pares de sapatos dele (e ele nem tem pés). O
sonho foi estranho, inofensivo, e eu dormi como uma criança nas férias de
verão.


A maioria do resto da turma estava limpando lágrimas de seus olhos e
assoprando seus narizes. ?O que diabos aconteceu com todo mundo? ? eu
perguntei a Stark enquanto saíamos pelo nosso portão.


Em alguma hora durante o voou ele foi para o assento na minha frente. Ele
apontou com seu ombro para todos atrás de nós, incluindo Heath, que estava
com os olhos meio enevoados. ?Eles acabaram de ver Milk. Fez todos eles
chorar como bebês.?


?Hey, esse filme é bom. E super triste também,? eu disse.


?Yeah, eu vi quando lançaram, mas queria manter minha masculinidade
calma, então decidi vir pra cá e ler.? Ele ergueu o livro do seu colo, que eu notei
que se chamava Minha Estação Perdida de um cara chamado Pat Conroy.


?Você realmente lê, hein??


?Yep. Realmente leio.?


?Uma estação perdida? Como ele escreveu sobre isso??


?Você realmente quer saber??


?Yeah, é claro que quero,? eu disse.


?Ele escreveu o livro para mostrar que sofrimento pode ser a fonte de
força.?


?Huh,? eu disse, não tão brilhante e nem leitora muito esperta.


?Ele é meu autor favorito,? Stark disse, um pouco timidamente.


?Eu vou ter que dar uma olhada.?


?Ele não escreveu livro para garotas,? Stark disse.


?Esse é um terrível esteriotipo!? eu comecei, e estava pronta para me lançar
numa lição sobre o misogino (uma palavra que aprendi com Damien enquanto
líamos A Carta Escarlate na aula de literatura) ideia de que livros masculinos são
para homens e livros inúteis, fofos e inúteis são para garotas quando o avião
deu uma pequena guinada e parou.


Nós todos meio que ficamos nos olhando, sem ter certeza do que fazer, mas
em apenas um segundo mais ou menos a porta do cockpit se abriu e a co-piloto
vampiro saiu com um sorriso.


?Bem vindos a Veneza,? ela disse. ?Eu sei que pelo menos um de vocês tem
necessidades especiais, então paramos diretamente no nosso hangar privativo.?
Eu podia ouvir as Gêmeas abafando o riso sobre St ark ter ?necessidades
especiais?, mas nós ignoramos elas. ?Erce vai encontrar vocês aqui. Ela vai ser
sua escolta para a Ilha São Clemente. Tenham certeza de levar todas as suas
coisas com vocês, e abençoados sejam.? Então ela se moveu para a porta e, com
alguns flips das alavancas levantadas, abriu o avião. Houve algum barulho, e
então ela disse, ?vocês podem descer.?


?Eu vou primeiro,? eu disse a Stark, que já estava de pé, seu livro guardado
em sua mochila que estava pendurada em seu ombro. ?Eu quero me certificar
que não tem realmente nenhum sol para te fritar.?


Stark ia discutir comigo, mas Darius passou por nós dois com um rápido,
?Fique aqui. Eu vou ver se é seguro.?


?Ele está dando uma de guerreiro,? Afrodite disse, descendo na frente de
todo mundo que ficou com sua bolsa da Betsey Johnson. ?Eu gosto quando ele
fica cheio de testosterona, mas eu queria que ele tivesse lembrado de carregar
minha bolsa.?


?Ele precisa das mãos livres caso tenha que defender você,? Stark disse a
ela, com a parte do ?sua idiota? deixada da frase, mas implícita.


Ela cerrou os olhos para ele, mas Darius apareceu de novo no avião. ?Tudo
está bem.?


Então viramos, como ovelhas, e enchemos a porta.


A vampira parada na beira da escada que levava ao avião era alta e tinha
uma aparência de realeza, e era tão negra quanto Lenobia era bela, mas ela
ainda definitivamente me lembrava uma Mestre de Cavalos. Erce tinha aquele
jeito calmo que Lenobia também tinha. Eu decidi que deve ser algo em relação à
afinidade delas com cavalos. Elas são calmas e sábias porque cavalos, que são os
animais mais legais do mundo, fora gatos, escolhem pessoas que são leves e
inteligentes.


?Eu sou Erce. Merry meet, Zoey.? Os olhos escuros dela me encontraram
instantaneamente, embora eu estivesse descendo as escadas atrás de Stark e
Darius.


?Merry meet,? eu disse a ela.


Então o olhar dela foi para Stark. Eu vi os olhos dela se arregalarem
enquanto ela absorvia as tatuagens vermelhas dele com padrões intrincados de
flechas do lado da lua crescente no meio da testa dele.


?Esse é Stark,? eu disse, precisando quebrar o que estava vindo como um
silêncio constrangedor.


?Merry meet, Stark,? ela disse.


?Merry meet,? ele respondeu automaticamente, embora ele soasse contido.


Eu entendia como ele se sentia, mas estava me acostumando com os
vampiros e calouros encarando minhas tatuagens.


?Stark, eu cuidei para ter certeza que nosso barco tenha cortinas e janelas
escuras, apesar do por do sol ser dentro de uma hora, e ter estado nevado o dia
todo, então o brilho do sol ainda é fraco.?


A voz dela era musical e boa de ouvir, tão boa que eu levei um momento
para ouvir o que ela estava dizendo.


?Barco?? eu disse. ?Como ele vai até o barco??


?Bem, está bem aqui, Zo.? Heath, que estava deslizando escada abaixo com
seus pés para cima e mãos sobre o trilho, apontou seu qu eixo em direção a um
lado do hangar.


Saindo do chão de uma das extremidades do prédio estava uma doca
grande e retangular com uma grande porta que me lembrava uma garagem com
uma saída fechada. Na outra estava um polido aparentemente preto barco de
madeira. A parte de cima frontal era de vidro, e eu podia ver dois altos vampiros
em pé lá na cabine. Atrás deles escadas de madeira polida levavam para baixo
no que devia ser a área de passageiros. Eu disse ?deve ser? porque, mesmo que
tivessem janelas ao longo da lateral do barco, elas eram, realmente,
completamente cobertas.


?Se o sol esta atrás das nuvens, eu posso suportar,? disse Stark.


?Então é verdade que a luz do sol não é simplesmente desconfortável para
você? Ele irá literalmente queimar você?? Eu conseguia ouvir a curiosidade na
voz dela, e isso não soava forçado ou ?oh-meu-deus você é muito estranho?. Ela
soava honestamente preocupada.


?Luz solar direta me mataria,? Stark disse sem enrolação. ?Sol de fundo ou
indireto estaria em algum lugar entre muito perigoso a desconfortável.?


?Interessante,? ela refletiu.


?Eu acho que interessante é um jeito de ver isso. Eu geralmente penso nisso
como irritante e inconveniente,? Stark disse.


?Nós vamos ter tempo para compras antes do encontro com o Alto
Conselho?? Afrodite perguntou.


?Ah, você deve ser Afrodite.?


?Sim, merry meet, que seja. Então podemos ir fazer compras??


?Eu temo que vocês não irão ter tempo. Vai levar meia hora para chegar a
ilha, ai então eu iria acomodar vocês e, mais importante, dar um resumo a vocês
sobre as regras do Conselho. Na verdade, nós temos que ir indo agora.? Ela
começou nos conduzir ao barco.


?Eles vão me deixar falar perante eles, ou eu não sou boa o suficiente agora
que eu sou apenas uma humana?? Afrodite disse.


?A regra sobre humanos não tem nada haver sobre eles não serem bons o
suficiente para falar diante o conselho,? Erce disse enquanto nos movíamos da
parte parecida com uma doca do hangar e embarcávamos no barco, entrando
em um escura e luxuosa cabine. ?Consorte vem há muito tempo sendo
permitidos na câmara do Conselho por causa da importância deles para seus
vampiros.? Ela pausou aí e sorriu para Heath, que era totalmente e obviamente
humano. ?Eles não tem permissão para falar perante o Alto Conselho porque
humanos não tem o que dizer sobre políticas e problemas vampiricos.?

Heath suspirou dramaticamente, se ajeitando perto de mim e, ignorando
Stark, que estava sentado no meu outro lado, colocou seu braço
possessivamente ao redor dos meus ombros.


?Eu irei acotovelar a merda de você se você não abaixar o braço e agir
direito,? eu sussurrei.


Heath sorriu timidamente e tirou seu braço, entretanto ele não se afastou
de mim.


?Então isso significa que eu posso atender a toda poderosa reunião do
Conselho, mas tenho que calar a boca como o doador de sangue ali?? Afrodite
perguntou.


?Para você eles fizeram uma exceção. Você pode atender, e poderá falar,
mas você terá que seguir todas as regras do Conselho.?


?O que significa nada de compras agora,? Afrodite disse.


?É isso mesmo o que significa,? Erce disse.


Eu estava impressionada pela paciência dela. Lenobia teria provavelmente
arrancado a cabeça de Afrodite fora depois da atitude de espertinha dela.


?Poderá todo o resto de nós ir para a reunião do Conselho também? Oh, oi
e merry meet, eu sou Jack,? ele disse.


?Vocês todos estão convidados a reunião perante o Conselho.?


?E sobre Neferet e Kalona? Eles estarão lá também?? eu perguntei.


?Sim, apesar de agora Neferet se ato denominar a encarnação de Nyx, e
Kalona diz que seu nome real é Erebus.?


?Isso é mentira,? eu disse.


O sorriso de Erce era amargo. ?Isso, minha jovem e incomum caloura, é
exatamente o porque você está aqui.?


Nós não dissemos muito mais durante o resto da viajem. O motor do barco
ligou e era alto e muito mais que um pouco desorientador dentro da cabine do
barco. Balançava muito, e eu estava ocupada concentrando em não vomitar
meu estômago.


A velocidade do barco diminuiu, junto com o rolar e balançar na água,
sinalizando nossa chegada na ilha, quando a voz de Darius superou o barulho da
máquina.


?Zoey!?


Ele e Afrodite estavam sentados em um dos assentos duas filas atrás de
mim e eu tive que girar ao redor da minha cadeira para vê-lo. Stark se virou
comigo, então nós dois nos levantamos ao mesmo tempo.


? frodite qu l o pro lem ?? eu orri té ela. Ela estava segurando sua
cabeça com as mãos como se ela estivesse com medo que isso estivesse perto
de explodir. Darius estava observando sem poder fazer nada.


Ele continuava tocando um dos ombros dela, murmurando coisas que eu
não conseguia ouvir para ela, e tentando fazer ela olhar para ele.


?Oh, Deusa! Minha cabeça está me matando. Que merda é essa??


?El est tendo um vis o?? Er e disse vindo por trás de mim.


?Eu não sei. Provavelmente,? eu disse. Eu me ajoelhei em frente a Afrodite
e tentei fazer com que el olh sse p r meus olhos ? frodite, é Zoey. Me diga o
que você esta vendo.?


?Eu estou muito quente Muito quente inferno!? frodite estava dizendo.
Seu rosto tinha se tornado corado e suado, mesmo que estivesse na verdade
fresco no barco. Com olhos esbugalhados e em pânico ela olhou ao redor,
apesar de eu achar que ela não estava vendo o interior do caro pequeno barco.


? frodite, fale comigo! O que a sua visão está mostrando??


Ela olhou para mim então, e eu percebi que os olhos dela estavam claros e o
não dolorosamente cheio de sangue que tinha começado a aparecer com cada
visão dela.


?Eu n o estou vendo n d ? Ela engoliu ar, ainda abanando seu rosto suado.
?N o é um vis o é Stevie R e e o nosso maldito Imprint. Alguma coisa está
acontecendo com ela. Algo muito, muito ruim.?


TRINTA E CINCO
Stevie Rae


Stevie Rae sabia que ela ia morrer, e que dessa vez seria definitivo. Ela
estava assustada, mais do que na vez em que sangrou até a morte nos braços de
Zoey e cercada por seus amigos. Dessa vez era por traição e não um fato
biológico.


A dor em sua cabeça era terrível. Ela tocou cuidadosamente a parte de trás
de sua cabeça. Sua mão voltou encharcada de sangue. Seus pensamentos
estavam confusos. O que havia acontecido? Stevie Rae tentou sentar-se, mas
uma tontura terrível a impediu e, com um gemido, ela vomitou, chorando com a
dor que o movimento causara. Então, ela caiu de lado e rolou para longe do
vômito. Foi aí que seu olhar nublado por lágrimas chegou à grade de metal
acima dela e o céu além daquilo - um céu que estava ficando cada vez menos
cinza e mais azul.


Suas memórias retornaram rapidamente e o pânico fazia com que sua
respiração saísse em arfadas curtas. Eles prenderam ela e o sol estava
nascendo! Mesmo agora, com a grade acima de sua cabeça e a lembrança da
traição fresca em sua memória, Stevie Rae não queria acreditar naquilo.


Outra onda de náusea a tomou e ela fechou os olhos, tentando readquirir o
equilíbrio. Enquanto seus olhos se mantivessem fechados, ela podia controlar a
tontura horrível e seus pensamentos clarearam.


Os calouros vermelhos fizeram isso. Nicole se atrasou para o encontro. Não
que isso fosse chocante, mas Stevie Rae estava irritada e cansada de esperar,
então estava prestes a sair dos túneis vazios e voltar à House of Night quando
Nicole e Starr finalmente surgiram no porão. El as estavam rindo e fazendo
piadas uma com a outra, e era óbvio que tinham acabado de se alimentar - suas
bochechas estavam coradas e seus olhos brilhavam vermelhos com o sangue
fresco. Stevie Rae tentou falar com elas. Na verdade, ela tentou convencê-las a
retornar à House of Night com ela.


As duas calouras vermelhas passaram um tempo longo sendo sarcásticas e
dando desculpas cretinas p r n o ir om el ?N h os v mpiros n o nos
deix m omer por ri e nós dor mos um !? e ? Es ol de Ensino Médio Will
Rogers é no final da rua com a Quinta. Se eu quiser ir à escola, vou até lá -
depois de escurecer - par j nt r ?


Mesmo assim, ela tentou ser séria e lhes dar boas razões para voltar para a
escola, não só porque é seu lar, mas porque há muito sobre ser uma vampira
que elas ainda não sabiam - que nem Stevie Rae sabia. Elas precisavam da
House of Night.


Elas riram dela, a chamaram de velha, e afirmaram que estavam muito bem
no depósito, especialmente agora que o tinham para si.


Foi então que Kurtis entrou no porão, parecendo sem fôlego e animado.
Stevie Rae lembrou-se de ter um mal pressentimento no segundo em que pôs
seus olhos nele. A verdade é que ela nunca gostou daquela criança. Ele era um
fazendeiro de porcos grande e burro de Oklahoma que pensava que mulheres
estavam um passo abaixo dos suínos na escala caipira de valor.


?Beleza, eu achei e mordi ele!? Ele vangloriava-se.


?Aquela coisa? Você só pode estar brincando. Ele tinha um cheiro horrível. ?
Nicole havia dito.


?É, e como você fez para ele ficar quieto enquanto o comia?? Starr
perguntou.


Kurtis limpou a boca com a manga da roupa. Uma mancha de vermelho
surgiu em sua camisa e o cheiro dela atingiu Stevie Rae, chocando -a por
completo. Rephaim! Aquele era o sangue de Rephaim.


?Eu o nocauteei primeiro. Não foi difícil, com aquela asa quebrada e tal. ?


?Do que você está falando?? Stevie Rae vociferou para Kurtis.


Estupidamente, ele piscou para ela. Ela estava prestes a segurá-lo e sacudi-
lo, talvez até abrir a terra para que ela engolisse seu corpo imenso e estúpido,


quando ele finalmente respondeu. ?Estou falando do menino-pássaro. Como
vocês chamam eles, Corvos Escarnecedores? Um deles apareceu aqui.
Estivemos perseguindo ele por todo o depósito. Nikki e Starr cansaram de
procurar ele e foram dar uma mordida nos clientes noturnos do Taco Bell, mas
eu estava com vontade de comer frango. Então, continuei perseguindo ele. Tive
que encurralá-lo no telhado de uma daquelas torres, você sabe, aquela mais
distante, longe da árvore.? Kurtis apontou para cima e para a esquerda. ?Mas eu
peguei ele.?


?Ele tinha um gosto tão ruim quanto o cheiro?? O choque e a curiosidade de
Nicole eram tão óbvios quanto sua repulsa.


Kurtis encolheu seus ombros largos. ?Ei, eu como qualquer coisa. Ou
qualquer um.?


Todos caíram na gargalhada. Menos Stevie Rae.


?Você tem um Corvo Escarnecedor no telhado??


?Sim. Não sei por que diabos ele estava aqui em primeiro lugar. Ainda mais
machucado daquele jeito.? Nicole ergueu uma sobrancelha para ela. ?Pensei
que você tinha dito que era seguro voltar à House of Night porque Neferet e
Kalona se foram. Parece que eles deixaram algumas coisas para trás, hein?
Talvez eles nem tenham realmente ido embora.?


?Eles se foram.? Stevie Rae disse, indo em direção à porta para o porão.


?Então, nenhum de vocês vai voltar para a escola comigo??


Três cabeças acenaram negativamente enquanto os olhos vermelhos
seguiam cada movimento dela.


?E os outros? Onde eles estão? ?


Nicole encolheu os ombros. ?Onde querem estar. Da próxima vez que os vir,
direi a eles que você acha que deviam voltar à escola.?


Kurtis riu alto. ?Ei, essa é ótima! Vamos voltar para a escola! Como se isso
fosse algo que realmente quiséssemos fazer? ?


?Olha, eu preciso ir. Já está quase amanhecendo. Mas eu não terminei de
falar com vocês. E vocês deviam saber que eu posso querer trazer os outros
calouros vermelhos para viver aqui, mesmo que nós sejamos oficialmente parte
da House of Night. E, se isso acontecer, vocês podem ficar conosco e agir direito
ou ir embora.?


?Que tal isso: o que acha de manter os seus calouros viadinhos na escola e
nós ficarmos aqui porque é aqui que vivemos agora,? Kurtis disse.


Stevie Rae parou de caminhar em direção a saída. Como se isso fosse uma
segunda natureza dela, ela sentia que era uma árvore com raízes crescendo
para baixo, para baixo, dentro de uma terra inacreditável. Terra, por favor,
venha a mim. No porão, já subterrâneo e cercado por seu elemento, era fácil
trazer o poder através de seu corpo. Enquanto ela falava, o chão tremeu com a
força de sua irritação. ?Só vou dizer isso mais uma vez. Se eu trouxer os calouros
vermelhos aqui, isso será nosso lar. Se vocês agirem direito, poderão ficar. Se
não, irão sair.? Ela bateu o pé e o depósito inteiro tremeu, fazendo o reboco cair
do teto baixo do depósito. Então, Stevie Rae respirou fundo, se acalmando e
imaginando a energia que chamara saindo de seu corpo e voltando a terra.
Quando ela falou de novo, sua voz soou normal e a terra não tremeu. ?Então,
decidam-se. Eu volto amanhã à noite. Até mais.?


Sem olhar para eles de novo, Stevie Rae correu para fora do porão, através
do labirinto de lixo e caixas de metal espalhadas casualm ente ao redor do piso
que levava ao depósito abandonado às escadas de pedra que iam do
estacionamento no nível das trilhas do trem até o nível da rua do que já fora
uma estação de trem agitada. Ela precisava ser cuidadosa enquanto corria
escada acima. Tinha parado de nevar e o sol aparecera no dia anterior, mas a
noite trouxera temperaturas baixas e quase tudo que derreteu voltou a se
congelar.


Ela chegou na rotatória e na grande entrada coberta que separava o tempo
de Oklahoma dos passageiros de três. Ela olhou mais e mais acima.


O prédio era sinistro de se olhar. Era tudo que se podia dizer dele. Z gostava
de dizer que era algo saído da cidade de Gotham. Stevie Rae achava que era
mais algo como Blade Runner encontrando Terror em Amityville. Não que ela
não se afeiçoa-se pelos túneis abaixo do prédio, mas havia algo no exterior de
pedra e sua mistura estranha de art decó e design maquinal que a assustava.


Claro que parte do sentimento sinistro podia vir do fato de que o céu já
estava mudando de negro para cinza com a vinda do amanhecer. Em
retrospecto, aquilo devia tê-la parado. Ela devia ter dado meia volta, descido as
escadas, entrado no carro que pegara emprestado na escola e dirigido de volta
à House of Night.


Ao invés disso, ela pisou direto em seu d estino e, como Z teria dito, o cocô
atingiu o ventilador.


Ela sabia que haviam escadas circulares dentro da parte principal do
depósito que levavam para cada torre - ela fizera muitas explorações na época
em que viveu ali. Mas de jeito nenhum ela voltaria para aquele prédio dando a
chance de algum calouro vermelho aleatório que não estivesse na cama a visse
- e a questionasse - e descobrisse a verdade.


O Plano B a levou até uma árvore que já foi decorativa algum dia, mas já
havia crescido demais há tempo, com as raízes quebrando o chão de concreto,
expondo terra congelada e a permitindo ficar mais alta do que devia. Sem suas
folhas, Stevie Rae não fazia ideia de que tipo de árvore era aquela, além do fato
de que ela era do tipo alto o bastante para que seus galhos tocassem o teto do
depósito, perto da primeira das duas torres que saiam do teto na parte frontal
do prédio, e isso era o bastante para ela.


Movendo-se rapidamente, Stevie Rae foi até a árvore e pulou para agarrar o
galho mais perto de sua cabeça. Ela subiu o galho escorregadio até chegar ao
centro da árvore. Dalí, ela subiu e subiu, agradecendo silenciosamente a Nyx
por sua força melhorada de vampira vermelha, porque se ela fosse uma caloura
normal, ou mesmo uma vampira, nunca conseguiria fazer aquela subida
traiçoeira.


Quando ela chegou tão alto quanto podia, Stevie Rae juntou suas forças e
pulou para o telhado do prédio. Ela não perdeu tempo olhando para a primeira


torre. O porco tinha dito que Rephaim estava na mais distante da árvore. Ela
correu através do telhado e então subiu a distância curta para que ela pudesse
olhar no espaço circular.


Ele estava ali. Encolhido em um canto, Rephaim estava imóvel e sangrava.


Sem hesitar, Stevie Rae passou as pernas por cima da barreira de pedra e
caiu dentro daquele espaço.


Ele estava encolhido numa bola, seu braço bom embalando o ruim em sua
faixa suja. No canto de baixo de seu braço, ela podia ver que alguém havia
rasgado sua pele, que era obviamente de onde Kurtis se alimentara, embora ele
não tenha se preocupado em fechar o corte, e o cheiro estranho de seu sangue
inumano preenchia a câmara. A bandagem que imobilizou sua asa se soltara,
tornando-se um monte de faixas ensangüentadas caindo sobre seu corpo. Seus
olhos estavam fechados.


?Rephaim, ei, consegue me ouvir??


Ouvindo o som de sua voz, seus olhos se abriram instantaneamente. ?Não!?
ele disse, lutando para se sentar. ?Saia daqui. Eles vão prendê-la...?


Então ela sentiu uma dor horrível na parte de trás da cabeça e lembrava-se
de ter caído na escuridão.


?Stevie Rae, você precisa acordar. Você precisa se mexer.?


Ela finalmente sentiu a mão que sacudia seu ombro e reconheceu a voz de
Rephaim. Ela abriu os olhos cuidadosamente, e o mundo não piscou ou girou,
embora ela pudesse sentir as batidas de seu coração pulsando em sua cabeça.


?Rephaim,? ela disse. ?O que aconteceu??


?Eles me usaram para emboscar você,? ele disse.


?Você queria me emboscar?? Sua náusea estava melhorando, mas a mente
de Stevie Rae parecia em câmera lenta.


?Não. Eu queria ficar sozinho para me recuperar a voltar para meu pai. Eles
não me deram escolha.? Ele levantou, movendo-se rigidamente, inclinado na
cintura por causa da grade de metal que criava um telhado baixo e falso. ?Mexa-
se. Você tem pouco tempo. O sol já está levantando.?


Stevie Rae olhou para o céu e viu as cores do pré-amanhecer que ela
costumara achar lindas. Agora, aquela luz lhe preenchia com terror absoluto.
?Oh, deusa! Me ajude a levantar.?


Rephaim agarrou a mão dela e a puxou de pé, e ela ficou sem firmeza ao
seu lado, inclinada como ele. Respirando fundo, ela ergueu as mãos, agarrou as
grades de metal frio, e empurrou. Ele tremeu um pouco, mas não se moveu.


?Como ele está preso aqui?? ela perguntou.


?Acorrentado. Eles engancharam correntes nas bordas e as prenderam a
qualquer coisa no teto que não pudesse ser puxada para cima.?


Stevie Rae empurrou a grade de novo. De novo ela tremeu, mas ficou no
lugar. Ela estava presa no telhado e o sol estava nascendo! Usando toda a sua
força, ela puxou e empurrou, forçando o metal e tentando empurrá-lo para um
dos lados para que ela pudesse se arrastar para fora. A cada segundo, o céu
ficava mais claro. A pele de Stevie Rae arrepiou-se como um cavalo tentando
espantar uma mosca.


?Quebre o metal,? disse Rephaim com urgência. ?Com a sua força, você
consegue.?


?Eu poderia se estivesse no subterrâneo, ou mesmo pisando na terra,? ela
disse entre respirações pesadas enquanto ela continuava a lutar impotente
contra a cela de metal. ?Mas aqui em cima, num prédio grande e longe do meu
elemento, eu simplesmente não sou forte o bastante.? Ela olhou do céu para os
olhos escarlates dele. ?Você devia se afastar de mim. Eu vou queimar, e não sei
quão grande as chamas serão, mas vai ficar quente aqui dentro. ?


Ela assistiu Rephaim se afastar e, com uma sensação crescente de
desesperança, voltou a lutar contra o metal irremovível. Seus dedos começaram


a chiar e Stevie Rae estava mordendo seu lábio para se impedir de gritar e gritar
e gritar...


?Aqui. O metal é enferrujado e mais fino, mais frágil.?


Stevie Rae encolheu as mãos, automaticamente as colocando sob as axilas
e, inclinada, correu até ele. Ela viu o metal enferrujado e agarrou -o com ambas
as mãos, puxando com todas as forças. Ele entortou um pouco, mas fumaça saía
de suas mãos e pulsos.


?Oh, Deusa!? ela arfou. ?Eu não vou conseguir. Afaste-se, Rephaim, eu já
estou começando a...?


Ao invés de fugir dela, ele se moveu o mais perto que podia, abrindo sua asa
boa para que ela criasse uma sombra. Então ele ergueu seu braço que não
estava ferido e agarrou a grade enferrujada. ?Pense na terra. Concentre-se. Não
pense no sol e no céu. Puxe comigo. Agora!?


Sob a sombra de sua asa, Stevie Rae agarrou a grade em ambos os lados da
mão dele. Ela fechou os olhos e ignorou a queimação nos dedos e a
sensitividade de sua pele que gritava para ela correr! Correr para qualquer
lugar, desde que se afastasse do sol! Ao invés disso, ela pensou na terra, fria e
escura, esperando abaixo dela como uma mãe amorosa. Stevie Rae puxou.


Com um estalo metálico, a grade quebrou, deixando uma abertura grande o
bastante para que somente uma pessoa por vez pudesse passar.


Rephaim se afastou. ?Vá!? Ele disse. ?Rápido.?


No instante em que Stevie Rae perdeu a proteção da asa dele, seu corpo
corou e, literalmente, começou a soltar fumaça. Instintivamente, ela se atirou
no chão e se encolheu em uma bola, tentando proteger o rosto com os braços.
?Não consigo!? ela gritou, congelada pela dor e pelo pânico. ?Eu vou queimar.?


?Você vai queimar se ficar aqui,? ele disse.


Então ele se puxou através da abertura e sumiu. Ele a deixou. Stevie Rae
sabia que ele estava certo. Ela tinha que sair dali, mas ela não podia escapar do


medo paralisante. A dor era demais. Era como se seu sangue fervesse dentro do
corpo. Quando ela pensou que não podia agüentar mais, uma pequena sombra
fria caiu sobre ela.


?Pegue minha mão!?


Com os olhos semicerrados por causa do sol cruel, Stevie Rae olhou para
cima. Rephaim estava ali, agachado na grade, sua asa boa aberta sobre ela,
bloqueando tanto do sol quanto era possível, seu braço bom estendido para ela.


?Agora, Stevie Rae. Venha!?


Ela seguiu sua voz e a frieza de sua asa negra e agarrou sua mão. Ele não
podia puxá-la sozinho. Ela era muito pesada e ele só tinha um braço. Então ela
estendeu a outra mão, agarrou o metal e se puxou para cima.


?Venha até mim. Eu protejo você.? Rephaim abriu mais a asa.


Sem hesitação, Stevie Rae foi ao seu abraço, afundando a cabeça nas penas
de seu peito e passando seus braços ao redor dele. Ele a envolveu com sua asa e
a levantou.


?Me leve até a árvore!?


Então ele estava correndo, balançando e mancando, mas correndo através
do telhado. As costas dos braços de Stevie Rae estavam expostas, assim como
parte de seu pescoço e ombros, e enquanto ele corria ela queimava. Com uma
sensação de desapego, ela se perguntou o que era aquele som terrível em seus
ouvidos, e então percebeu que era sua própria voz. Ela estava gritando de
terror, dor e raiva.


No fim do telhado, ele gritou, ?Segure-se. Eu vou pular na árvore.? O Corvo
Escarnecedor saltou. Seu corpo caiu, girando por causa de sua falta de
equilíbrio, e eles se chocaram contra a árvore.


Adrenalina ajudou Stevie Rae a manter-se presa a ele e, agradecida que seu
corpo fosse tão leve, ela ergueu-o, colocando-se entre Rephaim e a árvore. Com


a casca contra suas costas, ela lhe disse, ?Tente se segurar à árvore enquanto eu
nos mando para baixo.?


Então, eles estavam caindo de novo enquanto a casca áspera arranhava as
costas já feridas e ensangüentadas de Stevie Rae. Ela fechou os olhos e sentiu a
terra, achando-a serena e esperando abaixo dela.


?Terra, venha a mim! Abra e me proteja!?


Houve um som alto de algo se quebrando e o chão na base da árvore se
quebrou bem a tempo de Stevie Rae escorregar para dentro de uma bolsa de
terra escura e fria.


TRINTA E SEIS
Zoey


Quando Afrodite começou a gritar, Zoey sabia que só havia uma coisa a ser
feita. ?Espírito, venha até mim!? ela comandou. Espírito instantaneamente
preencheu ela com sua presença s erena. ?Ajude Afrodite a se acalmar.? Ela
sentiu o elemento deixar ela, e quase imediatamente Afrodite se acalmou
ofegando e soluçando.


?Darius, eu preciso do celular de Lenobia. Agora!?


Darius estava segurando Afrodite em seus braços, mas ele obedeceu Zoey,
tirando seu telefone do bolso de seu jeans e jogando para ela. ?Está na lista de
contatos.?


Forçando sua mão a não tremer, Zoey pegou os contatos e digitou o nome
de Lenobia. Ela respondeu no primeiro toque.


?Darius??


?É a Zoey. Temos uma emergência. Onde está Stevie Rae??


?Ela foi para o depósito tentar conversar com os outros calouros vermelhos.
Eu esperava que ela tivesse voltado, já que está quase amanhecendo.?


?Ela está com problemas.?


?Queimando!? Afrodite soluçou. ?Ela está queimando!?


?Ela está lá fora em algum lugar. Afrodite disse que ela está queimando.?


?Oh, Deusa! Ela sabe de mais alguma coisa? ?


Eu já conseguia ouvir pela mudança na voz de Lenobia que ela já estava se
mexendo.


?Afrodite, da para saber onde Stevie Rae está??


?N-não. Só do lado de fora.?


?Ela não sabe onde ela está, só que está do lado de fora.?


?Eu vou encontrar ela,? Lenobia disse. ?Me ligue se Afrodite puder dizer
mais alguma coisa.?


?Sim, me ligue assim que Stevie Rae estiver segura, ? eu disse, sem ser capaz
de considerar nenhum outro resultado. Lenobia desligou.


?Vamos levar Afrodite para dentro onde possamos lidar com isso melhor, ?
Erce disse. Ela liderou o caminho para fora do barco até um prédio fechado, só
que esse prédio não era como o hangar do aeroporto. Era antigo e feito de
pedra. Eu só tive tempo para ficar aliviada por Stark estar protegido do sol
enquanto Darius carregava Afrodite para fora do barco e nós corríamos com
Erce através de uma brisa.


Stark ficou do meu lado enquanto nós lutávamos para acompanhar Erce.
?Afrodite tem um Imprint com Stevie Rae - ela é a outra vampira vermelha,? eu
expliquei.


Erce acenou, segurando aberta uma enorme porta de madeira e chamando
Darius que carregava Afrodite com ele. ?Lenobia me disse que elas tem um
Imprint.?


?O que você pode fazer para ajudar ela??


Entramos no enorme corredor. Eu tive a impressão de uma incrível e
inacreditável opulência, tetos altos, candelabros, candelabros, candelabros;
então Erce passou com pressa por um corredor, e para dentro de uma sala
lateral. ?Coloque ela na cadeira ali.?


Nós nos amontoamos ao redor da cadeira, observando Afrodite. Erce virou
para mim e numa voz baixa disse, ?Não existe nada que possa ser feito por um
humano quando seu vampiro com Imprint está sofrendo. Ela vai sentir a dor de
Stevie Rae até a crise acabar, ou até morrer.?


?Ela?? eu disse. ?Stevie Rae ou Afrodite??


?Qualquer uma das duas ou as duas. Vampiros podem sobreviver a eventos
que matam seus consortes.?


?Bem, merda,? Heath murmurou.


?Minhas mãos!? Afrodite soluçou. ?Elas estão queimando!?


Eu não consegui mais suportar e fui até ela. Ela ainda estava nos braços de
Darius. O guerreiro estava sentado na cadeira, segurando ela com força e
falando suavemente com ela. Seu rosto estava pálido e negro. Seus olhos
imploravam para que eu o ajudasse. Eu peguei uma mão de Afrodite. Ela parecia
anormalmente quente. ?Você não está queimando. Olhe para mim, Afrodite.
Isso não está acontecendo com você. Está acontecendo com Stevie Rae.?


?Yeah, eu sei como você se sente.? Heath estava ao meu lado, abaixado de
joelhos segurando a outra mão de Afrodite. ?É horrível estar com um Imprint e
então sentir algo ruim acontecendo com seu vampiro. Mas não é você. Parece
que é, mas não é.?


?Isso não é sobre Stevie Rae fazendo com outra pessoa,? Afrodite disse, sua
voz estrangulada trêmula e fraca.


Heath não se intimidou. ?O que acontece não importa. O que importa é que
te machuca. Você tem que lembrar que não é realmente ela, embora pareça
que você está tão ligada a ela que você é parte dela.?


Ele pareceu atingir Afrodite, e ela o encarou. ?Mas eu não queria isso.? Ela
deu um pequeno soluço. ?Eu não queria estar ligada a Stevie Rae, e você quer
isso com Zoey.?


Heath apertou a mão dela, e eu vi ela se segurar nele com tudo que ela
podia. Todo mundo estava observando eles, mas eu acho que fui à única que
me senti como uma forasteira.


?Querendo ou não, é demais às vezes. Você tem que aprender a poupar
uma parte para você. Você tem que saber que você não divide de verdade sua
alma com ela, não importa o que o Imprint diz.?


?É isso!? Afrodite tirou sua mão da minha e cobriu a de Heath. ?Parece que
estou dividindo minha alma. E eu não consigo suportar.?


?Sim, você pode. Só lembre que é uma sensação. Não é real.?


Eu me afastei alguns passos.


?Afrodite, você está segura. Todos estamos aqui com você. ? Damien tocou o
ombro dela. ?Yeah, está tudo bem. E seu cabelo ainda está muito bonito,? Jack
disse.


Eu ouvi Afrodite rir - um pequeno escape da normalidade no meio de uma
incrível turbulência. Então ela disse, ?Espere, de repente melhorou.?


?Bom, porque você não pode morrer,? Shaunee disse.


?Yeah, precisamos da sua experiência em compras,? Erin disse. As Gêmeas
tentaram soar indiferentes e não afetadas, mas era óbvio que elas estavam
preocupadas com Afrodite.


?Afrodite vai ficar bem. Ela vai superar isso,? Stark disse. Ele tinha se movido
para meu lado, como sempre. Ele era uma presença firme ali, uma voz calma na
tempestade.


?Mas o que está acontecendo com Stevie Rae?? eu sussurrei para ele.


Ele colocou seu braço ao meu redor e apertou.


Uma linda vampira com um cabelo ruivo brilhante entrou no quarto,
carregando uma bandeja com gelo, um copo, e várias toalhas dobradas. Ela foi
direto até Erce, que estava parada perto da cadeira. Erce fez menção para que
ela colocasse a bandeja na mesinha mais próxima. Eu notei que a nova vampira
colocou a mão em seu bolso, pegou uma garrafa, e entregou para Erce antes de
sair do quarto tão silenciosa quanto tinha entra do.


Erce tirou uma pílula da garrafa e se aproximou de Afrodite. Eu me movi
antes de perceber o que estava fazendo, e me encontrei agarrando o pulso dela.


?O que você vai dar para ela??


Erce encontrou meu olhar. ?Algo para acalmar ela, para diminuir sua
ansiedade.?


?Mas e se ela perder contato com Stevie Rae por causa disso??


?Prefere dois amigos mortos ao invés de um? Escolha, Alta Sacerdotisa.?


Eu engoli meu tremor de raiva. Eu não queria escolher nenhuma de minhas
amigas!


Mas minha mente entendia que minha melhor amiga estava um oceano e
um continente de distância, e Afrodite morrer com ela era absolutamente
desnecessário. Eu soltei o pulso de Erce.


?Aqui, criança. Tome isso.? Erce deu a Afrodite a pílula e ajudou Darius a
segurar o copo de água gelada em seus lábios. Afrodite engoliu a pílula e bebeu
a água como se tivesse corrido uma maratona.


?Deusa, eu espero que seja Xanax,? ela disse trêmula.


Eu pensei que as coisas estavam melhorando. Afrodite tinha parado de
chorar e minha turma tinha se dispersado para as cadeiras no quarto. Fora
Heath e Stark. Stark estava do meu lado. Heath ainda estava segurando a mão
de Afrodite. Ele e Darius estavam conversando baixo com ela. Então Afrodite
gritou e se afastou dos braços de Heath e Darius, s e curvando em uma posição
fetal.


?Estou queimando!?


Heath olhou para mim. ?Você não pode ajudar ela??


?Estou canalizando espírito. Isso é tudo que posso fazer. Stevie Rae está em
Oklahoma: eu não posso ajudar ela!? Eu praticamente gritei com Heath, minha
frustração se transformando em raiva.


Stark colocou seus braços ao meu redor. ?Está tudo bem. Vai ficar tudo
bem.?


?Eu não sei como,? eu disse. ?Como as duas podem sobreviver a isso??


?Como um cara mal pode se tornar guerreiro de uma Alta Sacerdotisa?? ele
respondeu, e sorriu. ?Nyx - ela tem sua mão nas duas. Confie na nossa deusa.?


Então eu fiquei parada ali, canalizando espírito, observando a agonia de
Afrodite e confiando na deusa.


De repente, Afrodite gritava, se agarrou nas costas, e chorou, ?Se abra e me
proteja!? E então ela caiu, chorando de alivio nos braços de Darius.


Eu me aproximei dela hesitante e me abaixei para poder ver seu rosto.
?Hey, você está bem? Stevie Rae está viva??


O rosto manchado de lágrimas de Afrodite se ergueu para que ela pudesse
me olhar nos olhos. ?Acabou. Ela está em contato com a terra de novo. Ela está
viva.?


?Oh, graças a deusa!? eu disse. Eu toquei o ombro dela levemente. ?Você
também está bem??


?Eu acho que sim. Não. Espere. Eu não sei. Me sinto estranha. Como se
minha pele não estivesse muito certa.?


?A vampira dela foi ferida,? Erce disse em uma voz quase inaudível. ?Stevie
Rae pode estar bem agora, mas algo está terrivelmente errado com ela.?


?Beba isso, amor,? Darius disse, pegando um copo fresco de Erce e
erguendo até os lábios de Afrodite. ?Isso vai ajudar.?


Afrodite bebeu a água. Era uma boa coisa Darius estar ajudando ela a
segurar o copo, porque estava tremendo tanto que não havia como ela se
impedir de derramar água sem ajuda dele. Então ela deitou para trás,
descansando nos braços dele, respirando superficialmente, como se não
pudesse agüentar respirar sem sentir muita dor.


?Estou toda dolorida,? eu ouvi ela sussurrar para Darius.


Eu andei até Erce, peguei o pulso dela, e tirei ela do alcance de Afrodite.
?Não tem um curandeiro vampiro que possa ser enviado?? eu perguntei.


?Ela não é uma vampira, Sacerdotisa,? Erce disse gentilmente. ?Nosso
curandeiro não poderia ajudar ela.?


?Mas ela está assim por causa de um vampiro.?


?Esse é um risco que todo consorte assume. Seu destino está ligado a seu
vampiro. A maior parte dos consorte morre muito antes do vampiro, e isso é
difícil o bastante. Essa situação ocorre menos freqüentemente.?


?Stevie Rae não está morta,? eu sussurrei severamente.


?Ainda não, mas de observar o consorte dela, eu diria que ela está em
grande perigo.?


?Ela é um consorte por engano,? eu murmurei. ?Afrodite não queria que
isso acontecesse. Nem Stevie Rae.?


?Intencionalmente ou não, ainda foi criado,? Erce disse.


?Oh minha deusa!? Afrodite se levantou, se afastando completamente de
Darius. Seu rosto era uma máscara de choque que passou devagar a refletir
primeiro dor e então negação, e então ela tremeu uma vez, tão violentamente
que eu podia ouvir os dentes del a batendo, antes de cobrir seu rosto com suas
mãos e se dissolver em lágrimas de partir o coração.


Darius olhou me suplicando. Me preparando para ouvir que Stevie Rae
estava morta, eu fui até Afrodite e sentei ao lado dela.


?Afrodite?? eu tentei sem sucesso impedir as lágrimas da minha voz. Como
Stevie Rae pode estar morta? O que eu vou fazer agora, a um mundo de
distância dela e complemente fora da minha capacidade? ?Stevie Rae está
morta??


Eu podia ouvir as Gêmeas chorando, e vi Damien colocar Jack em seus
braços. Afrodite ergueu seu rosto de suas mãos, e eu estava chocada por ver
seu velho e sarcástico sorriso brilhar através das lágrimas.


?Morta? Diabos não, ela não está morta. Ela teve um Imprint com outra
pessoa!?


TRINTA E SETE
Stevie Rae


A terra a engoliu, e por um instante pareceu que tudo estaria bem. A
escuridão fria era um alívio para sua pele queimada, e ela gemeu baixo.


?Vermelh ? Stevie R e??


Não foi até ele falar que ela percebeu que ainda estava presa nos braços de
Rephaim. Ela se soltou dele e se afastou, apenas para chorar de dor quando
suas costas tocaram a parede de terra que seu elemento abrira para protegê -la,
e então fechou-se de novo.


?Vo ê est em? E-eu não consigo vê-l ? Reph im disse

?Estou em E ho ? Su voz surpreendeu So v t o fr

t o for do

normal que foi a primeira indicação que, embora ela tivesse escapado do sol,
não escapara de seus efeitos.


?N o onsigo ver n d ? ele disse


?É porque terr se fe hou so re nós p r me proteger do sol ?


?Est mos presos qui?? Su voz n o tinh p ni o m s t m ém n o est v
calma.


?N o eu posso nos tir r d qui qu ndo quiser ? el expli ou Ent o

pens ndo melhor el di ionou ?E em terr

im de nós n o é muito

profunda. Se eu cair morta, você pode cavar para fora facilmente. Como você
est ? Ess s deve doer ?


?Vo ê h que pode morrer?? ele perguntou, ignorando a pergunta sobre
sua asa.


? ho que n o N verd de eu n o sei Eu me sinto esquisit ?

?Esquisit ? Explique isso ?


?Como se n o estivesse re lmente pres o orpo ?


?Seu orpo dói??


Stevie R e pensou nisso e se surpreendeu o des o rir respost ?N o N
verd de n o sinto dor lgum ? Er estr nho no ent nto que su voz fi v
cada vez mais fraca. De repente, a mão dele tocava sua face, descendo por seu
pescoço e braço e...


? i! Vo ê est me m hu ndo ?


?Vo ê se queimou seri mente Posso sentir Vo ê pre is de jud ?


?N o posso s ir d qui ou vou termin r de queim r ? el disse se
perguntando por que a terra parecia girar abaixo dela.


?O que posso f zer p r jud -l ??


?Bem vo ê pode olo r um lenço gr nde por im de mim e me lev r o
n o de s ngue no entro d id de So om p r mim gor ? Stevie R e
ficou deitada ali, achando que nunca sentiu tanta sede em toda a sua vida. Ela
se perguntou, com um senso desapegado de curiosidade, se ela realmente
morreria. Seria uma pena, depois de tudo que Rephaim fez por ela.


?É de s ngue que pre is ??


?S ngue é tudo de que pre iso É o que me f z fun ionar. O que é mais do
que nojento, mas mesmo assim. É a verdade. Atravessar meu coração e esperar
a morte ? El riu meio histeri mente e ent o se re uperou ?Espere isso n o é
engr ç do de verd de ?


?Se n o re e er s ngue vo ê v i morrer??


? ho que poderi ? el disse h ndo difí il se import r t nto


?Ent o se s ngue ir ur -la, tome o meu. Eu lhe devo minha vida. É por
isso que lhe salvei no telhado, mas se você morrer aqui, morrerá sem que minha
dívida esteja paga. Então, se precisa de sangu e e o meu ? ele repetiu


?M s vo ê n o heir em ? el disse


N es urid o ele so v irrit do e ofendido ?=sso foi o que os louros
vermelhos disseram, também. Meu sangue não tem cheiro bom porque eu não
sou a presa de vocês. Eu sou o filho de um imort l N o sou su vítim ?


?Ei eu n o tenho vítim s n o m is ? el protestou fr mente


? verd de se m ntém Eu tenho heiro diferente porque sou diferente
N o n s i pr ser seu lmoço ?


?Eu nun disse que vo ê er ? El queri que voz s íss e cortante e
defensiva. Ao invés disso, estava fraca, e sua cabeça parecia estranhamente
grande, como se fosse cair de seu pescoço a qualquer momento e flutuar
através da terra em direção às nuvens como um balão de aniversário gigante.


?Cheiro om ou n o é sangue. Eu lhe devo minha vida. Então, você vai
e er e v i viver ?


Stevie Rae gritou quando a mão de Rephaim a encontrou de novo e a puxou
contra seu corpo. Ela sentiu a pele de seus braços e ombros queimados se
rasgar e misturar com a terra. Então, ela estava descansando na maciez de suas
penas. Ela suspirou fundo. Não seria tão ruim morrer ali na terra, num ninho de
penas. Desde que ela não se movesse, nem sequer doía muito.


No entanto, ela sentiu Rephaim se mexer. E percebeu que ele passara o bico
através do corte que Kurtis fizera em seu bíceps. Havia parado de sangrar, mas a
nova laceração fez o líquido voltar a escorrer imediatamente, preenchendo o
pequeno bolso de terra com o cheiro grosso do sangue imortal.


Então ele se moveu de novo e, de repente, seu braço sangrento estava
pressionado contra os lábios dela.


?Be ? ele disse sper mente ?Me jude me livr r dess dívid ?


Ela bebeu, no começo de forma automática. Seu sangue era, afinal de
contas, fedorento. Cheirava mal, mal, mal.


Então, ele tocou sua língua. O gosto não era nada que Stevie Rae pudesse
imaginar. Não era como o cheiro dele; não era remotamente similar ao cheiro
dele. Ao invés disso, era uma surpresa incrível, preenchendo sua boca e sua
alma com sua complexidade rica, sua diferença absoluta quanto a qualquer
coisa que ela já tivesse experimentado.


Ela o ouviu silvar, e a mão que estava em sua nuca, guiando-a para o braço,
aumentou seu aperto. Stevie Rae gemeu. Beber do Corvo Escarnecedor não era
uma experiência sexual, mas também não chegava a ser exatamente diferente.
Stevie Rae teve o pensamento fugaz de desejar ter tido algum tipo de
experiência com caras - alem de beijar Dallas no escuro - porque ela não sabia
o que pensar sobre tudo o que estava passando por sua cabeça e emergindo em
seu corpo. Era bom, tão quente e formigante e poderoso, mas nada similar ao
que Dallas lhe fizera sentir.


No entanto, ela gostava. E ali, por um momento breve, Stevie Rae esqueceu
que Rephaim era uma mistura de imortal e besta, criado da violência e da
luxúria. Naquele instante, ela só conhecia o prazer de seu toque e a força de seu
sangue. Foi aí que seu Imprint com Afrodite se desfez e Stevie Rae, primeira
vampira vermelha Alta Sacerdotisa de Nyx, formou Imprint com Rephaim, filho
favorito de um imortal caído.


Foi também nesse momento que ela se soltou de seu aperto e afastou-se
dele. Nenhum dos dois disse nada. O silêncio de seu pequeno quarto de terra só
era interrompido pelo som de suas respirações arfantes.


?Terr pre iso de vo ê de novo ? Stevie R e f lou p r es urid o Su voz
estava normal de novo. Seu corpo doía. Ela podia sentir suas queimaduras e seu
corpo em carne viva, mas o sangue de Rephaim lhe permitiu começar a se
recuperar, e ela entendia bem demais que estivera à beira da morte.


A terra veio a ela, enchendo o local com um cheiro de pasto primaveril.
Stevie Rae apontou para cima, para um ponto tão distante dela mesma quanto


onseguiu ? r pen s um pequeno esp ço o st nte p r deix r luz
entrar, mas não para que eu sej queim d ?


O elemento aceitou. A terra acima deles tremeu, sujeira caindo enquanto
ela se abria, deixando uma pequena fresta de luz solar.


Os olhos de Stevie Rae adaptaram-se quase instantaneamente, então ela
assistiu Rephaim piscar surpreso enquanto tentava se acostumar à luz súbita.
Ele estava sentado perto dela. Estava terrível - ferido e ensangüentado. Sua asa
quebrada havia escapado completamente das ataduras de toalhas que ela havia
feito para ele e estava dependurada em suas costas. Ela soube no instante em
que a visão dela clareou. Aqueles olhos humanos, marcados de vermelho,
acharam os dela.


?Su s est rre ent d de novo ? el disse


Ele grunhiu, e ela percebeu que foi o seu jeito de dizer que concordava com
ela.


?Eu devi rrum -l de novo ? El omeçou se lev nt r e ele ergueu um
mão para pará-la.


?Vo ê n o devi se mexer. Você devia só descansar em sua terra e
re uper r su s forç s ?


?N o est tudo em N o estou em por ento m s estou muito melhor ?
Ela hesitou e então continuou ?N o onsegue per e er isso??


?Por que eu iri ? s p l vr s do Corvo Es rne edor termin r m
subitamente. Stevie Rae viu seus olhos se arregalarem com compreensão.
?Como isso é possível?? ele disse


?N o sei ? el disse lev nt ndo e omeç ndo a desfazer a bagunça de
to lh s o redor dele ?Eu n o h ri possível M s em qui est mos nós e é
isso que temos qui ?


?Um =mprint ? ele disse


?Entre nós ? el disse


Nenhum dos dois disse mais nada.


Quando ela ajeitou a bagunça das bandagens el lhe disse ?Ok eu vou
ajeitar sua asa como ela estava e amarrá-la de novo. Vai doer de novo.
Des ulpe Cl ro que dess vez v i doer em mim t m ém ?


?De verd de?? ele disse


?Bem é Eu meio que sei omo esse negó io de =mprint fun ion j que já
tive uma humana com Imprint por mim. Ela sabia todo o tipo de coisa sobre
mim. Agora, tenho Imprint por você, então parece que vou saber coisas sobre
vo ê in luindo qu ndo vo ê estiver sentindo dor ex ru i nte ?


?Vo ê ind tem =mprint por el ??

Stevie R e s udiu
deix r el legrinh ?


?Deix r el legrinh ??

eç ?N o se foi O que tenho ertez que v i

?É um express o que minh m e ostum v us r Quer dizer que el v i
fi r feliz que n o temos m is o =mprint ?


?E vo ê? Como vo ê fi ??


Stevie R e olhou nos olhos dele e respondeu honest mente ?Estou
completamente confusa com relação a nós, mas nem um pouco triste por não
ter mais o Imprint com Afrodite. Agora, fique firme e deixe-me terminar logo
om isso ? Reph im m nteve-se perfeitamente imóvel enquanto Stevie Rae
recolocava sua asa no lugar. Foi ela quem fez o arfar e as exclamações doloridas.

El quem est v p lid e trêmul qu ndo h vi
Muito ?

do ?Drog s s doem

Reph im olhou p r el

l nç ndo

eç ?Vo ê sentiu n o foi??

?=nfelizmente sim eu senti Foi qu se pior que morrer ? El en ontrou seus
olhos ?V i fi r o ??


?V i s r r ?


?M s?? El sentiu p l vr no fin l d fr se dele


?M s eu n o redito que volt rei vo r ?


O olhar de Stevie Rae manteve-se no dele ?=sso é ruim n o é??


?É ?


?T lvez s re melhor do que vo ê pens Se vo ê volt r House of Night
omigo eu poderi ?


?N o posso ir l ? Ele n o ument r o volume de su voz m s s p l vr s
tinham um sentido de finalidade nelas.


Stevie Rae tentou De novo ?Er isso que eu ostum v pens r m s eu
voltei e eles me eit m Bem lguns deles ?


?N o seri ssim omigo e vo ê s e disso ?

Stevie R e olhou p r

ixo Seus om ros ír m ?Vo ê m tou professor

Anastasia. Ela era legal. Seu p r Dr gon est perdido sem el ?


?Eu fiz o que tive que f zer por meu p i ?


?E ele o desertou ? el disse


?Eu o des pontei ?


?Vo ê qu se morreu!?


?Ele ontinu sendo meu p i ? ele disse lm mente

?Reph im esse =mprint Ele p re e lgum oisa para você? Ou só eu que
tive mud nç ??


?Mud nç ??


?Sim Eu n o senti su dor ntes m s gor eu onsigo N o sei dizer o que
você está pensando, mas eu posso sentir coisas sobre você, como por exemplo
saber onde você está e o que está havendo com você mesmo que você estivesse
muito longe de mim. É estranho. É diferente do que o que tive com Afrodite,
m s est í N o tem n d de diferente om vo ê??


Ele hesitou um longo tempo antes de responder a ela, e ele soava confuso
o f zer isso ?Eu me sinto protegido p r vo ê ?


?Bem ? Stevie R e sorriu ?Vo ê me protegeu de morrer l em im ?


? quilo foi p g mento de um dívid =sso é m is ?


?Como o quê??


?Fi o doente em pens r qu o perto vo ê esteve de morrer ? ele dmitiu
sua voz defensiva e incomodada.


?=sso é tudo??


?N o Sim Eu n o sei! N o estou ostum do isso ? Ele teu no peito
com seu punho.


?Isso o quê??


?Esse sentimento que tenho por vo ê N o sei omo h m -lo ?


?T lvez pudéssemos h m r de miz de??


?=mpossível ?


Stevie Rae sorriu ?Bem eu disse para Zoey que todo aquele negócio que
h v mos impossível pode n o ser t o preto no r n o ?


?N o é preto no r n o m s em e m l Nós dois somos opostos n
l nç de em e m l ?


?N o ho que isso estej gr v do n pedr ? el disse.


? ind sou o filho de meu p i ? ele disse


?Bem me pergunto onde isso nos olo ??


Antes que ele pudesse responder, o som de gritos passou pela rachadura na
terra.


?Stevie R e! Vo ê est í??


?É Leno i ? Stevie R e disse


?Stevie R e!? Outr voz se juntou a da Domadora de Cavalos.


?Merd ! É o Erik Ele s e o minho p r os túneis Se ele heg r qui isso
v i vir r um inferno ?


?Eles v o protegê-l d luz do sol??


?Bem sim eu im gino que sim Eles n o me querem queim ndo ?


?Ent o h me-os té vo ê Vo ê devi ir om eles ? ele disse


Stevie Rae concentrou-se, sacudiu a mão e a pequena abertura no outro
lado do telhado de seu esconderijo tremeu e ficou maior. Stevie Rae apertou
suas costas contra o chão. Então ela colocou as mãos ao r edor da boca e
chamou:


?Leno i ! Erik! Estou qui em ixo!?


Rapidamente, ela se inclinou, apoiando as palmas das mãos na terra do
outro l do de Reph im ?Es ond -o para mim, terra. Não deixe-o ser
des o erto ? Ent o el empurrou e omo gu es p ndo por um ralo, a


sujeira atrás dele foi para trás, deixando um buraco do tamanho de um Corvo
Escarnecedor, para dentro do qual ele se arrastou relutante.

?Stevie R e?? voz de Leno i surgiu im deles perto d

ertur

?Sim estou qui m s n o posso s ir a menos que vocês cubram parte do

h o om um

rr

ou ois ssim ?

?V mos uid r disso pen s fique í em ixo onde vo ê est segur ?

?Vo ê est em? Pre is mos peg r lgo p r vo ê??
perguntou.

voz de Erik

Stevie R e entendeu que o ? lgo? que Erik se referia era um saco ou uma
dúzia de sacos de sangue da geladeira dos túneis, e ela não o queria lá embaixo
de jeito nenhum ?N o! Eu estou em Só pegue lgum ois p r me o rir do
sol ?


?Sem pro lem s Volt mos em um inst nte ?

?N o vou

lug r nenhum ? el respondeu Ent o el voltou-se para

Reph im ?E qu nto vo ê??


?Eu vou me m nter qui es ondido nesse nto Se vo ê n o disser eles
que estou qui eles nun s er o ?

El s udiu

eç ?N o digo gor Cl ro que n o direi a eles que você

est qui em ixo M s onde vo ê v i??


?N o volto os túneis ? ele disse


?Sim isso ert mente n o seri um o idei Ok deixe-me pensar. Assim
que Lenobia e Erik se forem, você poderá sair facilmente. Os calouros vermelhos
não podem sair no sol e é super cedo, então a maioria das pessoas está
dormindo ? El onsiderou su s opções El o queri por perto e n o pen s
porque imaginava que ele precisaria de ajuda para conseguir comida, e as
bandagens estavam terrivelmente sujas, então ele certamente precisaria de
alguém cuidando dele. Stevie Rae também sabia que precisava vigiá -lo. Ele

podia melhorar e ficar mais forte, como ele costumara ser. E então, o que ele
faria?


E havia o pequeno fato do Imprint, que significava que era desconfortável
pensar nele se afastando muito dela. Estranho ela não ter sentido isso por
Afrodite...


?Stevie R e posso senti-los volt ndo ? Reph im disse ?P r onde devo ir??

? h merd hm

em vo ê pre is de lgum lug r qui perto m s que

sirva de esconderijo. E não seria ruim se tivesse uma reputação assustadora que
afastasse as pessoas, ou que pelo menos não achassem tão estranho se
es rr ssem em vo ê de noite ? Seus olhos se rreg l r m e el sorriu p r ele
?H sei! Depois do : lloween Z e turma e eu vamos no tour fantasma de
Tuls Er um d queles rrinhos ntigos e leg is ?


?Stevie R e! Vo ê ontinu em í em ixo?? voz de Erik h mou l de
cima.


?Sim ok ? el gritou de volt

?V mos mont r um

rr

ness

ertur e o redor d rvore. Vai ser

om o st nte p r vo ê??


?Só pre iso de um esp ço me o rindo Eu posso uid r d p rte de s ir ?


?Certo eu viso qu ndo estivermos prontos ? ele disse


Stevie Rae voltou-se p r Reph im ?Ent o é qui que quero heg r
última parada do carrinho foi o Museu Gilcrease. É no norte de Tulsa. Tem uma
casa grande e velha lá no meio completamente desocupada. Eles vivem falando
em reformá-l m s nun junt m o dinheiro Vo ê pode se es onder l ?


? s pesso s n o v o me ver??


?Cl ro que n o! Não se você ficar na casa durante o dia. É uma bagunça -
toda cheia de tábuas e trancada para que os turistas não entrem nela. E aqui
está a melhor parte - é super mal-assombrada! É por isso que estava no tour

fantasma. Parece que o sr. Gilrease, sua segunda esposa e mesmo crianças
fantasmas aparecem lá regularmente, então se alguém ouvir algo estranho - ou
seja, você - eles v o se p vor r e pens r que s o f nt sm s ?


?Espíritos dos mortos ?


Stevie R e ergueu s so r n elh s ?Vo ê n o tem medo deles tem??


?N o Eu os entendo muito em Eu existi omo um espírito por sé ulos ?


?Drog des ulp ! Eu esque i que ?


?Certo Stevie R e! Est mos prontos p r vo ê qui em im ? Leno i
disse.


?T om eu j su o M s é om se f st r ou vo ê v i ir quando eu

ument r p ss gem ? El lev ntou e se proximou m is d

ertur que n o

estava mais deixando pass r muit luz ?Eu vou tir -lo daqui logo. Aí, você vai
para os trilhos de trem. Você vai ver a estrada 244 leste - siga-a. Vai dar em OK
51. Vá para o norte e verá a placa de saída do Museu Gilcrease. A pior parte vai
ter acabado, porque tem várias árvores e outras coisas para se esconder na
estrada. É na estrada que você terá problemas. Mova-se o mais rápido que
conseguir e fique para o lado e na vala. Se você se abaixar, quem vê-lo pode
pens r que é só um p ss ro gig nte ?

Reph im fez um som de desgosto o qu l Stevie R e ignorou ?

s est

no meio do terreno do museu. Esconda-se lá e eu levarei comida e coisas p ara
vo ê m nh de noite ?


Ele hesitou e disse ?n o é s io de su p rte me ver de novo ?


?N d disso foi muito esperto se vo ê pens r nisso ? el disse


?Ent o eu verei m nh j que nenhum de nós p re e ser esperto
enqu nto isso fet r o outro ?


?Ent o t h u e té m nh ?

?Fique segur ? ele disse ?Se vo ê n o fi r eu


em eu redito que

t lvez fosse p z de sentir su perd ? Ele hesitou ness s p l vr s omo se
não soubesse bem como dizê-las.


?É o mesmo p r vo ê ? el disse ntes que el erguesse os r ços p r
rir terr el di ionou ?O rig d por s lv r minh vid Su dívid est
omplet mente quit d ?


?Estr nho omo n o me sinto livre del ? ele disse lm mente


?É ? disse Stevie R e ?Eu sei o que quer dizer ?


E então, com Rephaim encolhido dentro da terra, Stevie Rae convocou seu
elemento, abrindo o teto de sua câmara, e deixou que Lenobia e Erik lhe
libertassem.


Ninguém olhou atrás dela. Ninguém suspeitou. E ninguém viu uma criatura,
meio corvo, meio homem, se arrastando até o Museu Gilcrease p ara esconder-
se entre os espíritos do passado.

TRINTA E OITO
Zoey


?Stevie Rae! Você está mesmo bem?? Eu agarrei o celular, desejando que eu
pudesse me levar de volta a Tulsa e ver com meus próprios olhos que minha
amiga estava viva e bem.


?Z! Você soa preocupada. Não fique! Estou bem. Prometo. Foi um acidente
idiota. Deusa, sou uma nerd.?


?O que aconteceu??


?Bem, eu estava saindo da House of Night. Sou tão idiota. Eu deveria
simplesmente ter ficado lá e esperado até amanh ã para voltar para os túneis.
Mas fui de qualquer forma. E então, escuta essa - eu pensei ter ouvido alguém
no telhado! Então fui para lá porque já estava quase amanhecendo e eu pensei
que um dos calouros vermelhos estivesse preso. Deusa, eu preciso checar
minha audição. Era um gato. Um grande gato gordo ronronando para o telhado.
Eu comecei a partir e, como a total descordenada que sou, eu cai e bati a cabeça
com tanta força que desmaiei. Você não acreditaria na quantidade de sangue.
Totalmente assustador.?


?Você caiu do telhado? Logo antes do amanhecer? ? eu queria passar pelo
telefone e estrangular ela.


?Yeah. Eu sei. Não foi a coisa mais inteligente que já fiz. Especialmente já
que eu acordei e o sol estava brilhando em cima de mim. ?


?Você queimou?? Meu estômago estava enjoado. ?Eu quero dizer, você
ainda, uh, está uma acabada??


?Bem, yeah. Eu comecei a queimar, e provavelmente foi isso que me
acordou. E eu estou bem torrada. Mas poderia estar bem pior. Por sorte, eu tiv e
tempo de correr apara aquela árvore perto do telhado. Lembra??


Eu sabia qual era a árvore. Ela tinha escondido algo que quase me matou.
?Yeah, eu lembro.?


?Então pulei na árvore, deslizei para baixo, e fiz a terra se abrir para fazer
um pequeno buraco para mim. Como se um tornado estivesse vindo e eu
estivesse em um parque para trailers.?


?Foi aí que Lenobia te encontrou??


?Yeah. Lenobia e Erik. Ele foi muito gentil, por sinal. Não que eu ache que
você deveria ficar com ele de novo, mas pensei que você gostaria de saber.?


?Ok, bem. Fico feliz que esteja segura.? Eu pausei, sem ter certeza de como
dizer a parte seguinte. ?Uh, Stevie Rae, foi ruim para Afrodite. Com o Imprint
entre vocês duas e você estar ferida e tudo mais.?


?Realmente sinto muito se machuquei ela.?


?Machucou ela! Está brincando? Pensamos que ela fosse morrer. Ela estava
queimando com você, Stevie Rae.?


?Oh, minha deusa! Eu não sabia.?


?Stevie Rae, espera um segundo.? Eu virei minhas costas para todo mundo
que estava tentando ouvir minha conversa e fui até o incrível corredor.
Candelabros brancos, com velas de verdade, davam uma luz quente para o
estofados creme e dourado, me fazendo sentir como Alice no país das
maravilhas conversando pela toca do coelho de um mundo totalmente
diferente.? Ok, assim é melhor. Menos ouvidos por aqui,? eu continuei.
?Afrodite disse que você estava presa. Ela tinha certeza disso. ?


?Z, eu tropecei e bati minha cabeça. Estou certa que Afrodite sentiu meu
pânico. Eu quero dizer, quando eu acordei estava queimando. Além do mais, caí
sobre um lixo de metal no telhado, e estava presa nele. Estou te dizendo -
quase morri de susto. Ela deve ter sentido isso.?


?Então ninguém te agarrou? Você não estava presa em lugar nenhum??


?Não, Z,? ela riu. ?Isso é loucura. Mas daria uma história melhor do que eu
tropeçar nos meus pés.?


Eu balancei a cabeça ainda incapaz de compreender tudo. ?Foi assustador,
Stevie Rae. Por um tempo pensei que ia perde vocês duas.?


?Tudo está bem. Você não está me perdendo e nem a pé no saco da
Afrodite. Embora eu possa te dizer que não sinto muito por meu Imprint com
ela ter quebrado.?


?Ok, essa é outra parte estranha. Como aconteceu? Seu Imprint não
quebrou nem quando Darius bebeu dela, e você sabe que eles tem uma coisa
entre eles.?


?O melhor que posso pensar é que eu estava perto de morrer do que eu
pensava. Isso deve ter quebrado nosso Imprint. E não era como se quiséssemos
ficar juntas. Talvez o negócio dela com o Darius tenha enfraquecido o Imprint.?


?Não parecia que o Imprint entre vocês estava fraco,? eu disse.


?Bem, ele se foi, então no final das contas, nosso Imprint estava bem
próximo de se quebrar.?


?Pelo que eu estava olhando, não pareceu fácil,? eu disse.


?Bem, pela perspectiva da garota flamejante no sol, eu ainda posso dizer
que aqui também não foi fácil,? ela disse.


Instantaneamente eu me senti mal pela forma que eu estava mandando
perguntas para ela. Ela quase morreu (de vez), e eu estava aqui, querendo saber
det lhes ?:ey sinto muito Eu só est v t o preo up d só isso E foi horrível
ver frodite viven i r su dor ?


?Eu deveri f l r om el ?? Stevie R e perguntou


?Uh não. Pelo menos agora não. Da última vez que eu a vi, Darius estava
carregando ela até uma incrível escada até o que parecia uma suíte totalmente


cara para que ela pudesse dormir por causa das drogas que os vampiros deram
el ?


?Oh deus Eles medi r m el frodite v i gost r disso ?


Nós rimos, e tudo ficou normal entre nós novamente.


?Zoey? O lto Conselho est h m ndo sess o Vo ê deve ir .? voz de
Erce me chamou do corredor.


?Eu tenho que tr lh r ? eu disse


?Ye h eu ouvi :ey eu quero dizer lgo p r vo ê que vo ê pre is
lembrar. Siga seu coração, Z. Mesmo que pareça que todos estão contra você, e
que você possa estar cometendo um enorme erro. Siga o que o seu interior diz
p r vo ê f zer O que onte er por us disso pode te surpreender ? Stevie
Rae disse.


Eu hesitei e ent o disse o que p ss v em minh mente ?E pode s lv r su
vid ?


?Sim ? el respondeu ?Pode ?


?Pre is mos onvers r quando eu for par s ?


?Eu est rei qui ? el disse ? rre ent Z ?


?Eu vou tent r ? eu disse ?T h u Stevie R e Fico feliz por você não estar
mort De novo ?


?Eu t m ém De novo ?


Nós desligamos. Eu respirei fundo, arrumei meus ombros, e me preparei
para encarar o Alto Conselho.


O Alto Conselho se reunia numa antiga catedral que estava perto do lindo
palácio São Clemente. Era óbvio que uma vez tinha sido uma igreja católica, e eu


me perguntei o que irmã Mary Angela pensaria de como os vampiros tinham
mudado ela.


Eles evisceraram o lugar, fora as luminárias enormes que estavam presas
por enormes correntes de bronze presas no teto, parecendo como algo que
deveria ter sido suspenso magicamente por cima das mesas em Hogwarts. Eles
tinha construído assentos circulares em um estilo que lembrava quando estudei
a idade média. No chão de granito, sete cadeiras de mármore esculpidas
estavam lado a lado. Eu pensei que elas eram bonitas, mas elas pareciam que
podia fazer sua traseira adormecer ou congelar.


Os vitrais originais da catedral foram mudados de Jesus ensangüentado na
cruz e vários santos católicos a uma representação de Nyx, os braços erguidos
segurando a lua crescente em suas mãos, um brilhante pentagrama perto dela.
Nas outras janelas eu vi a versão em vitral dos quatro emblemas que
simbolizavam o ano de cada calouro na House of Night. Eu estava olhando ao
redor da catedral, pensando sobre o quão linda as janelas eram, quando notei a
cena diretamente ao lado da imagem de Nyx - e eu senti como se tudo dentro
de mim tivesse congelado.


Era Kalona! Suas asas totalmente abertas, seu corpo bronzeado e
musculoso nu e poderoso. Eu me senti começar a tremer.


Stark pegou meu braço e o envolveu no dele, como se ele fosse um
cavalheiro guiando sua dama por escadas de pedra de um anfiteatro até nosso
acento perto do chão. Mas o toque dele era forte e firme, e ele falou baixo
pen s p r meus ouvidos ?N o é ele É só um ntig represent ç o de
Ere us omo o sím olo de Nyx l ?


?M s p re e o st nte com ele para eles pensarem que Kalona é mesmo
Ere us ? eu sussurrei freneti mente p r St rk


?Eles podem pens r E é por isso que vo ê est qui ? ele murmurou


?Zoey e St rk esses ssentos s o p r vo ê ? Er e pontou p r um m ré
de assentos na frente e do l do d s sete deir s ?O resto de vo ês pode ir
p r fileir l tr s ? El pontou p r D mien Jack, e as Gêmeas cadeiras que


est v m v ri s fileir s tr s de nós dizendo ?Lem rem -se, só podem falar
qu ndo o Conselho re onhe er vo ê ? Erce disse.


?Ye h ye h eu lem ro ? Eu disse Algo sobre Erce estava me irritando. Ok,
ela era amiga de Lenobia, então eu queria gostar dela, mas desde do surto com
Afrodite, ela começou a agir como se fosse minha chefe e dos meus amigos. Eu
insisti que Darius ficasse com Afrodite, então eu basicamente observava sim
dizer muito já que Erce tinha continuado a comentar as regras do Alto Conselho
e O Que Não Fazer.


Ok, um imortal caído é uma ex Alta Sacerdotisa estavam tentando
manipular o Alto Conselho Vampiro. Avisar eles disso não era mais importante
do que ser educado?


É l ro D mien H k e s Gême s todos responder m intimid dos ?oks ?


?Eu vou est r om qui atrás de você, sentado perto de Damien e Jack. Eu
não estou sentindo amor nesse lugar para com os humanos, então eu vou
pro ur r n o h m r tenç o ? :e th disse


Eu vi Stark tro r um longo olh r om ele ?Vo ê uide d s ost s del ? ele

disse :e th enou om

eç ?Eu sempre uid rei d s ost s del ?

?Bom Eu vou fo r em todo o resto ? St rk disse


?Entendi ? :e th disse


E eles não estavam brincando. Eles não estavam sendo sarcásticos ou
testoranados ou excessivamente possessivos tipo de caras. Eles estavam tão
preocupados que eles estavam trabalhando juntos.


Isso me fez muito, muito paranóica


Eu sei que isso é ridículo e imaturo, mas eu senti uma terrível falta da minha
vó. Eu desejei com todas as minhas forças que eu estivesse estirada em sua
casinha lá na fazenda de lavanda em Oklahoma, comendo pipoca que estava
com muita manteiga, assistindo uma maratona de músicas de Rodgers e

Hammersteis, e a pior coisa que eu tinha que me preocupar era como eu
realmente não conseguia entender geometria.


?O lto Conselho V mpiri o!?


?Lem re de lev nt r!? Er e sussurrou so re o om ro dela para mim.


Eu oprimi um rolar de olhos. A grande sala ficou em absoluto silêncio. Eu
levantei com todos os outros, e então observei com admiração enquanto 7 das
mais perfeitas criaturas que eu já tinha visto entraram na sala.


Todos do Alto Conselho eram mulheres, mas isso eu já sabia. Nossa
sociedade é matriarcal, então entendeu-se que o conselho governante seria de
mulheres. Eu sabia que elas eram velhas, mesmo para vampiros, e elas eram.
Claro que você não podia dizer suas idades apenas olhando para elas. Tudo que
se podia dizer era como incrivelmente bonitas e espantosamente poderosas
elas eram. De um lado isso me deu um pouco de prazer de ver a prova que
mesmo que vampiros envelheçam e, eventualmente morram, eles não ficam
horrivelmente parecendo com shar-pei e cheios de rugas. De outro lado, a
sensação de poder que elas transmitiam eram totalmente intimidante. Só de
pensar em falar em frente a elas, sem esquecer os outros severos e silenciosos
vampiros na Catedral, fazia meu estômago querer virar do avesso.


Stark cobriu minha mão com a dele e apertou. Eu segurei apertado a mão
dele, desejando que eu fosse mais velha e mais inteligente e, muito
francamente, uma melhor oradora.


Eu ouvi o som de outra pessoa entrando no salão e me virei para ver
Neferet e Kalona andando confiantemente escada abaixo para preencher dois
lugares vazios na mesma fileira traseira que nós estávamos, só que eles dois
sentaram diretamente em frente ao Alto Conselho. Como se elas tivessem
esperado para eles chegarem, o Conselho sentou, sinalizando para nós que
estava ok para nos sentarmos, também.


Foi difícil não encarar Neferet e Kalona. Ela sempre tinha sido bonita, porém
em apenas poucos dias desde que eu a tinha visto, ela tinha mudado. O ar ao
redor dela parecia vibrar com poder. Ela estava usando um vestido que me
lembrava da antiga Roma, flutuante como uma toga. Isso a fazia parecer uma


rainha. Ao lado dela Kalona estava espetacular. Soa estúpido dizer qu e ele
estava só meio vestido: ele estava com calças pretas - sem camisa - sem
sapatos, mas ele não parecia estúpido. Ele parecia como um deus que tinha
decidido andar na terra. As asas dele se moviam ao seu redor como uma capa.
Eu sabia que os olhos de todos estavam nele, mas quando ele olhou para mim e
nossos olhares se encontraram, o mundo sumiu e havia apenas Kalona e eu.


A memória de nosso último sonho queimou entre nós. Eu vi nele o guerreiro
de Nyx, o incrível ser que tinha ficado ao lado dela e então caído porque ele a
amava demais.


E nos olhos dele e vi vulnerabilidade e uma clara pergunta. Ele queria saber
se eu podia acreditar nele. Em minha mente eu ouvi as palavras dele: E se eu só
sou mal com Neferet? E se a verdade é que se eu estivesse com você, eu
poderia escolher o bem?


Minha mente ouvia as palavras e as rejeita de novo. Meu coração era outra
coisa. Ele tinha tocado meu coração, e mesmo que fosse ter que recusar ele -
fingir que ele não tinha me ganhado - naquele momento eu queria que ele visse
a verdade em meus olhos. Então eu mostrei a ele meu coração e deixei meus
olhos dizerem a ele o que eu sabia que nunca diria.


A resposta de Kalona foi sorrir com tal delicadeza que eu tive que desviar o
olhar rapidamente.


?Zoey?? St rk sussurrou


?Eu estou em ? eu sussurrei de volt utom ti mente


?Fiquei forte N o deixe ele l nç r vo ê ?


Eu acenei. Eu podia sentir as pessoas olhando para mim com mais do que
apenas a curiosidade normal por causa de minhas tatuagens. Eu olhei por cima
do ombro para ver Damien, Jack, e as Gêmeas olhando como idiotas para
Kalona. Então eu vi os olhos de Heath. Ele não estava olhando para Kalona. Ele
estava me encarando, obviamente preocupado. Eu tentei sorrir para ele, mas a
expressão parecia mais com um sorriso culpado.


Então o Membro do Conselho falou, e eu fiquei aliviada por focar minha
atenção nela.


?O lto Conselho est reunido p r um sess o espe i l Eu Du nti ini io
sess o Que Nyx empreste su s edori e orient ç o p r nós ?


?Que Nyx empreste su s edori e orient ç o p r nós ? entoou o resto
do salão.


Durante o relatório de Ence, ela nos contou os nomes dos membros do
Conselho, e descreveu cada uma delas, e por ela eu fiquei sabendo que Duantia
era o membro sênior, então era tarefa dela iniciar a sessão e decidir quando a
sessão deveria terminar. Eu a encarei. Era inacreditável que ela tivesse centenas
de anos, e fora uma intensa confiança e poder que ela emanava, seu único sinal
de idade era que seu grosso cabelo castanho estava matizado de prata.


?Temos m is pergunt s p r Neferet e o ser que se uto pro l m Ere us ?


Eu vi os olhos verdes de Neferet se cerrarem apenas levemente, embora ela
tenha acenado graciosamente para Duantia.


K lon fi ou de pé e reveren iou o Conselho ?Merry Meet de novo ? ele
saudou Duantia e acenou para cada um dos outros seis membros do Conselho.
Várias delas acenaram em resposta.


?Temos pergunt s so re su s origens ? Du nti disse


?É n tur l que tenh ? K lon disse


Sua voz era profunda e rica. Ele soava humilde e razoável e muito, muito
honesto. Eu acho que eu, junto com todo mundo presente, queria ouvir ele,
quer acreditasse ou não no que ele ia dizer.


E então eu fiz algo que era tolo e totalmente infantil. Como uma garotinha
eu fechei meus olhos e rezei mais para Nyx do que já tinha rezado antes na vida.
Por favor, deixe ele falar apenas a verdade. Se ele contar a verdade, talvez
exista esperança para ele.


?Vo ê diz que é Ere us que veio terr ? disse Du nti


Eu ri meus olhos p r ver o sorriso de K lon e respost om ele ?Eu
sou, de fato, um ser imort l ?


?Vo ê é onsorte de Nyx Ere us??


Diga a verdade! Eu gritei na minha mente. Diga a verdade!


?Eu um vez permaneci ao lado de Nyx. Então caí na terra. Agora estou aqui
na -?


?No l do d deus en rn d ? Neferet interrompeu p r d o l do de
Kalona.


?Neferet j s emos seu ponto de vist so re quem é esse imort l ?
Duantia disse. Ela não ergueu sua voz, mas suas palavras eram afiadas, seu tom
l ro ?O que queremos é ouvir m is do próprio imort l ?


?Como qu lquer onsorte f ri eu me urvo minh mestr v mpir ?
Kalona disse, fazendo uma leve reverência a Neferet que deu a ele um sorriso
triunfante que me fez cerrar os dentes.


?Vo ê espera que acreditamos que a encarnação de Erebus nessa terra não
tem vont de própri ??


?Sej n terra ou ao lado de Nyx no reino da deusa, Erebus é devotado a sua
amante, e seu desejo reflete o dela. Eu posso te dizer que eu sei a verdade
dess s p l vr s por experiên i pesso l ? K lon disse


E ele estava falando a verdade. Como guerreiro de Nyx ele tinha
testemunhado a dedicação de Erebus a sua deusa. É claro que o jeito que ele
respondia fazia parecer que ele estava alegando ser Erebus - sem de fato dizer
algo que não fosse verdade.


Mas não é para isso que você rezou para ele fazer? Dizer apenas a verdade?


?Porque vo ê deixou o reino de Nyx?? perguntou outro mem ro do
Conselho, uma que não tinha acenado boas vindas a ele.


?Eu í ? K lon olhou do mem ro do Conselho p r mim e f lou o resto d
sua resposta como se eu e ele estivéssemos sozinhos no s l o ?Eu es olhi p rtir
porque eu não acreditava mais que eu servia bem a minha deusa. A princípio
parecia que eu tinha cometido um terrível erro, e então me ergui da terra para
encontrar um novo reino e uma nova amante. Ultimamente eu comecei a
acreditar que eu poderia, de fato, servir minha deusa de novo, só que dessa vez
tr vés de su represent nte n terr ?


As graciosas sobrancelhas de Duanti se ergueram enquanto ela seguia o
olhar dele, que parou em mim.


Os olhos dela se arregalaram apenas levemente ?Zoey Red ird. O Conselho
te re onhe e ?


TRINTA E NOVE
Zoey


Me sentindo quente e fria ao mesmo tempo, eu arrastei meu olhar de
Kalona e levantei para enfrentar o Conselho. ?Obrigado. Merry meet,? eu disse.


?Merry meet,? Duantia respondeu e então continuou suavemente, ?Nossa
irmã, Lenobia, nos notificou que na ausência de Neferet da House of Night, você
foi nomeada Alta Sacerdotisa; portanto, você representa a vontade deles.?


?É completamente inapropriado um calouro ser nomeado Alta Sacerdotisa,?
Neferet disse. Eu sabia que ela estava totalmente fula, mas ao invés de mostrar,
ela sorria de forma indulgente para mim, como se eu fosse uma criança que foi
pega brincando de se arrumar com as roupas de sua mãe. ?Eu ainda sou a Alta
Sacerdotisa da House of Night de Tulsa.?


?Não se o Conselho da Casa te depôs,? disse Duantia.


?O aparecimento de Erebus e a morte de Shekinah abalou profundamente a
House of Night de Tulsa, especialmente depois de serem seguidas depois da
terrível e trágica morte de dois dos nossos professores pelas mãos dos humanos
locais. Me entristece, mas os membros do Conselho da minha House não estão
pensando direito.?


?Que a House de Tulsa está em crise é inegável. Mesmo assim,
reconhecemos o direito deles de apontar uma nova Alta Sacerdotisa, embora
seja muito incomum para um calouro ser nomeado para essa posição,? Duantia
disse.


?Ela é uma caloura muito incomum,? Kalona disse.


Eu ouvi um sorriso na voz dele.


Eu não pude olhar para ele.


Outro membro do Conselho falou. Seus olhos negros brilhavam e sua voz
era afiada, quase sarcástica. Eu pensei que ela deveria ser Thanatos, a vampira
que tinha assumido o nome grego para morte. ?Interessante você falar em
apoio a ela, Erebus, já que Lenobia diz que Zoey acredita em outra versão de
quem você realmente é.?


?Eu disse que ela é incomum, não infalível,? Kalona disse. Vários outros
membros do Conselho riram, assim como muitos vampiros da audiência, mas
Thanatos não pareceu achar graça. Eu podia sentir Stark endur ecendo ele
sentou perto de mim.


?Então, nos diga, incomum e muito jovem Zoey Redbird, quem você
acredita que nosso imortal alado é??


Minha boca estava tão seca que eu tive que engolir duas vezes antes de
poder falar. E então, quando as palavras finalmente saíram, o que eu disse me
pegou de surpresa, como se meu coração tivesse dito elas sem pedir permissão
da minha mente.


?Eu acredito que ele é muitas coisas diferentes. Eu acho que ele costumava
ser próximo a Nyx, embora ele não seja Erebus.?


?E se ele não é Erebus, quem ele é??


Eu me foquei nos olhos sábios de Duantia e tentei bloquear todo o resto
enquanto falava a verdade. ?O povo da minha avó é Cherokee, e eles tem uma
antiga lenda sobre ele. Eles chamam ele de Kalona. Ele viveu com os Cherokee
depois que ele caiu do reino de Nyx. Eu não acho que ele era quem é naquela
época. Ele fez coisas terríveis as mulheres da tribo. Ele foi pai de monstros.
Minha avó me contou como ele foi preso. Havia até mesmo uma canção que o
povo costumava cantar que contava como ele se libertaria de sua prisão -
direções que Neferet seguiu, e é por isso que ele está aqui agora. Eu acho que
ele está com Neferet porque ele queria ser consorte de uma deusa, e acho que
ele fez a escolha errada. Neferet não é uma deusa. Ela nem é mais uma Alta
Sacerdotisa da deusa.?


Minha proclamação encontrou com exclamações de ultraje e descrença, o
mais alto vindo da própria Neferet.


?Como se atreve! Como se você - uma criança caloura - pode saber o que
eu sou para Nyx??


?Não, Neferet,? eu a encarei do outro lado da Câmera do Conselho. ?Eu não
faço ideia de quem você é para Nyx mais. Eu nem começo a entender o que
você se tornou. Mas eu sei o que você não é. Você não é Alta Sacerdotisa de
Nyx.?


?Porque você acha que me superou!?


?Não, porque você se voltou contra a deusa. Não tem nada a ver comigo, ?
eu disse.


Neferet me ignorou e apelou para o Conselho. ?Ela está apaixonada por
Erebus. Porque eu devo agüentar as invejosas calunias dessa criança??


?Neferet, você deixou claro que é sua intenção ser a próxima Vampira Alta
Sacerdotisa. Se você tiver esse título, você deve ser sábia o bastante para lidar
com todo tipo de controvérsia, mesmo daquelas que envolvem você.? Duantia
olhou de Neferet para Kalona. ?O que você diz sobre o discurso de Zoey??


Eu podia sentir ele olhando para mim, mas mantive meus olhos firmes em
Duantia.


?Eu digo que ela acredita estar falando a verdade. E eu admito que meu
passado foi violento. Nunca aleguei ser infalível também. Mas recentemente
encontrei meu caminho, e nesse caminho está Nyx.?


Não tinha como eu não ouvir a verdade que estava nas palavras dele.
Incapaz de me impedir, meus olhos foram atraídos por ele.


?Minhas experiências são o porqu e de eu querer tanto trazer os caminhos
antigos de volta, onde uma vez vampiros e seus guerreiros andaram na terra,
orgulhosos e fortes, ao invés de se esconder em escolas amontoadas e apenas
deixando nossos jovens do lado de fora dos portões cobrirem suas Marcas,
como se a lua crescente da deusa fosse algo par a se envergonhar. Vampiros são


os filhos de Nyx, e a deusa nunca quis que nenhum de vocês estivesse coberto
na escuridão. Vamos entrar na luz!?


Ele era magnífico. Enquanto ele falava, suas asas tinham começado a se
desdobrar. Sua voz estava cheia de paixão. Todos o encararam. Deslumbrados
por sua beleza e paixão, todos queríamos acreditar em sua palavra.


?E quando vocês estiverem prontos para serem liderados pela Encarnação
de Nyx e seu consorte Erebus, então vamos trazer a vida novamente os
caminhos antigos, para que todos fiquemos orgulhosos e fortes - e não
curvemos nossa cabeça a servidão e preconceito humano, ? Neferet disse,
parecendo gloriosa ao lado dele enquanto envolvia seus braços
possessivamente ao redor dos dele. ?Até lá, escutem a criança choramingar
enquanto Erebus e eu recuperamos Capri daqueles que invadiram nossa antiga
casa por tempo demais.?


?Neferet, o Conselho não vai sancionar uma guerra contra humanos. Você
não pode forçar eles de suas casas na ilha,? Duantia disse.


?Guerra?? Neferet riu, soando chocada e divertida. ?Duantia, eu comprarei
o castelo de Nyx dos humanos que permitiram que ele caísse em desgraça. Se
algum de vocês do Conselho tivesse checado, poderíamos ter recuperado nossa
antiga casa a qualquer hora durante essas duas décadas passadas.? Os olhos
verdes de Neferet passaram ao redor da câmara. Intensos e atraentes em sua
paixão, ela cativou a audiência enquanto falava. ?Foi lá que os vampiros
encontraram a beleza de Pompéia. Foi lá que os vampiros reinaram na Costa
Amalfi, inaugurando séculos de prosperidade com sua sabedoria e
benevolência. É lá, que você encontrará o coração e alma de Nyx e a riqueza da
vida que ela deseja para seu povo. E é lá que vocês vão encontrar Erebus e eu.
Juntem-se a nós se vocês se atrevem a viver de novo!?


Ela virou, em uma roda de seda, e saiu da câmera. Antes de seguir ela,
Kalona fez uma reverência respeitosa ao Conselho, seu punho sobre seu
coração. Então ele olhou para mim e disse, ?Merry meet, merry part, e merry
meet de novo.?


Quando eles saíram da câmara o pandemônio se liberou. Todo mundo falou
ao mesmo tempo, alguns claramente querendo chamar Neferet e Kalona de


volta - alguns indignados por eles terem saído. Ninguém - nenhum vampiro -
falou contra eles. E sempre que seu nome era falado, eles o chamavam de
Erebus.


?Eles acreditam nele,? Stark disse.


Eu acenei.


Ele me deu um olhar afiado. ?Você acredita nele??


Eu abri minha boca, sem ter certeza como ia explicar a meu guerreiro que
não era que eu acreditasse em Kalona, mas que eu estava começando a
acreditar no que uma vez ele tinha sido e podia se tornar de novo. A voz de
Duantia ecoou pela câmara, silenciando a todos. ?Chega! Essa câmera será
esvaziada imediatamente. Não vamos nos desintegrar numa caótica tagarelice.?


Guerreiros pareceram se materializar da multidão, e os ainda animados
vampiros começaram a sair.


?Zoey Redbird, falaremos com você amanhã. Traga seu circulo aqui.
Sabemos que a profeta caloura que virou humana experimentou o trauma de
um Imprint quebrado hoje. Se ela se recuperar o bastante, queremos que ela se
junte ao seu grupo amanhã.?


?Sim senhora,? eu disse.


Stark e eu saímos. Damien nos chamou até um pequeno jardim que era do
lado do caminho principal, onde o resto do pessoal esperava por nós.


?O que aconteceu lá dentro?? Damien não pausou antes de ir direto ao
assunto. ?Soava como se você acreditava nas coisas sobre Kalona cair do lado de
Nyx.?


?Eu tinha que dizer a eles a verdade.? Eu respirei fundo e contei a meu
amigos o resto.


?Kalona me mostrou uma visão do passado, e nela eu vi que ele era
guerreiro de Nyx.?


?O que!? Stark explodiu. ?O guerreiro da deusa? Isso é insano! Eu passei
tempo com ele. Tempo em que ele agiu como é ao meu redor. Eu vi quem ele é
- e ele não é o guerreiro de nossa deusa.?


?Não mais.? Eu tentei manter minha voz calma, mas eu queria gritar com
resposta a Stark. Ele não tinha visto a visão. Como ele podia julgar o que era ou
não verdade? ?Ele escolheu abandonar Nyx. E, yeah, foi um erro. E, yeah, ele fez
coisas terríveis. Eu disse tudo isso.?


?Mas você acredita nele,? Stark disse, os lábios apertados.


?Não! Eu não acredito que ele é Erebus. Eu nunca disse isso. ?


?Não, Zo, mas o que você diz fez parecer que você pode estar no lado dele -
se ele largar Neferet,? Heath disse.


Eu tinha agüentado o bastante. Como sempre, esses caras estavam fazendo
minha cabeça doer. ?Vocês dois poderiam parar de olhar como meus
namorados? Dá para parar com o ciúme e possessão, e tentar seu objetivo
sobre ele??


?Não é ciúmes ou possessão de você, e eu acho que você está enganada se
está começando a acreditar que Kalona é bom,? Damien disse.


?Ele te atingiu, Z,? Shaunee disse.


?O feitiço dele está definitivamente te pegando,? Erin concordou.


?Não, não está! Eu não pulei no time Kalona! Tudo que estou fazendo é
tentando ver a verdade. E se a verdade é que ele costumava estar no lado
certo? Talvez ele possa encontrar o lado certo de novo,? eu disse.


Stark estava balançando sua cabeça. Eu virei para ele. ?Aconteceu com
você, então como diabos você pode ter certeza que não pode acontecer com
ele??


?Ele está usando sua conexão com A-ya para mexer com a sua cabeça.
Pense direito, Zoey.? Os olhos dele me imploraram para escutá-lo.


?É isso que tenho tentado fazer - eu penso claramente e então encontro a
verdade - sem a atitude de todo mundo, incluindo a de A -ya, se metendo.
Como eu fiz por você.?


?Não é a mesma coisa! Eu não fui maligno por séculos. Eu não transformei
toda uma raça em escravos e estuprei suas mulheres,? Stark disse.


?Você ia estuprar Becca se Darius e eu não tivéssemos te impedido! ? As
palavras saíram da minha boca antes do bom senso poder impedir elas.


Stark deu um passo para trás como se eu tivesse batido nele. ?Ele
conseguiu. Ele mexeu com sua cabeça, e com ele nela, não existe espaço para o
seu guerreiro.? Stark virou e se afastou até as sombras.


Eu nem percebi que estava chorando até eu sentir o molhado cair do meu
queixo para minha camiseta. Eu limpei meu rosto com mãos tremulas. Então
olhei para o resto dos meus amigos. ?Quando Stevie Rae voltou, ela era tão
horrível que eu quase não a reconheci. Ela era assustadora e maldosa e ruim.
Muito ruim. Mas não virei minhas costas para ela também. Eu acreditei na
humanidade dela e porque eu não desisti dela, ela voltou,? eu disse.


?Mas, Zoey, Stevie Rae era boa antes de morrer e voltar. Todos sabemos
disso. E se a verdade é que Kalona nunca teve nenhuma deusa e humanidade
para perder? E se a escolha dele sempre foi para o mal?? Damien perguntou
quieto. ?Para você dizer tudo isso, o que ele te mostrou pareceu real, mas você
tem que pelo menos considerar que a visão pode não ter sido nada mais do que
fumaça e espelhos. Ele poderia estar te mostrando a verdade?, mas vestida,
uma versão parcial da verdade.?


?Eu estive considerando isso,? eu disse.


?Como Stark disse, você realmente pensou sobre o fato que a conexão com
que você tem com A-ya, e as memórias que você teve sobre ela, podem estar
atrapalhando seu julgamento? ? Erin perguntou.


Eu acenei, e chorei ainda mais.


Heath pegou minha mão. ?Zo, o filho favorito dele matou Anastasia e quase
matou aqueles outros garotos que o enfrentaram.?


?Eu sei,? eu chorei. Mas e se ele só deixou eles fazerem isso porque Neferet
queria? Eu não disse as palavras em voz alta, mas Heath pareceu ler minha
mente.


?Kalona está tentando te atingir porque é você que tem a força para juntar
todo mundo para banir ele de Tulsa,? Heath disse.


?E a visão de Afrodite mostrou que você é a única que tem a força para
derrotar ele de vez,? Damien falou.


?Parte de você foi feita para causar a destruição dele, ? Shaunee disse.


?E essa mesma parte de você foi feita para amar ele,? Erin disse.


?Você tem que lembrar disso, Zo,? Heath disse.


?Eu acho que você precisa falar com Afrodite,? Damien disse. ?Eu vou
acordar ela, e pegar Darius também. Vamos resolver isso. Você precisa
descrever exatamente o que Kalona te mostrou naquela visão.?


Eu acenei, mas eu sabia que não podia fazer o que eles queriam que eu
fizesse. Eu não podia conversar com Afrodite e Darius. Não quando me sentia
tão sensível.


?Ok, mas preciso de um minuto.? Eu limpei meu rosto com minha manga.
Jack que estava olhando tudo com olhos grandes e preocupados, abriu sua
bolsa masculina e me entregou um Kleenex. ?Obrigada,? eu assoprei.


?Fique com eles. Você provavelmente vai chorar mais, mais tarde,? ele
disse, dando tapinhas no meu ombro.


?Porque vocês não vão até o quarto de Afrodite? Eu vou me recompor e já
vou lá.?


?Não demore muito, ok?? Damien disse.


Eu acenei e meus amigos se afastaram. Eu olhei para Heath. ?Preciso ficar
sozinha.?


?Yeah, foi o que pensei, mas quero te dizer algo.? Ele me pegou pelos meus
dois ombros e me fez olhar para ele. ?Você tem que lutar contra esse
sentimento que você tem por Kalona, e não estou dizendo isso porque estou
com ciúmes ou algo assim. Eu te amo desde que somos garotos. Não vou deixar
você. Não vou virar as costas para você, não importa o que você diga ou faça,
mas Kalona não é como Stevie Rae ou Stark. Ele é imortal. Ele é de outro mundo
completamente diferente, Zo, eu recebo vibrações de eu quero reinar nesse
mundo? dele. Você é a única que pode impedir ele, e tem uma parte dele que
está até conectada com sua alma. Eu entendo isso porque estou conectado a
sua alma também.?


Ficar sozinha com Heath estava me acalmando. Ele era tão familiar. Ele era
minha rocha humana - sempre lá - sempre buscando o que era realmente o
melhor para mim.


?Desculpe por ter te chamado de ciumento possessivo.? Eu funguei e soprei
meu nariz.


Ele sorriu. ?Eu sou, mais ou menos. Mas eu sempre soube que o que você e
eu temos é especial.? Ele virou seu queixo na direção que Stark tinha ido. ?Seu
namorado guerreiro não tem minha confiança.?


?Yeah, bem, ele não tem tanta experiência com Zoey quanto você.?


O sorriso dele aumentou. ?Ninguém tem, baby!?


Eu suspirei e entrei nos seus braços, o abraçando com força. ?Você é como
meu lar para mim, Heath.?


?É isso que eu sempre serei, Zo.? Ele me puxou e beijou suavemente. ?Ok,
vou deixar você sozinha porque você ainda tem ranho e lágrimas. E enquanto


você se limpa, que tal eu ir atrás de Stark, dizer a ele que ele é um nerd
ciumento - talvez até socar ele.?


?Socar ele??


Heath deu de ombros. ?Um bom soco sempre faz um cara se sentir melhor.?


?Uh, não se eles recebem ao invés de dar,? eu disse.


?Tudo bem. Então vou encontrar outra pessoa para socar.? Ele levantou
suas sobrancelhas para mim. ?Porque você obviamente não quer que meu rosto
bonito se estrague.?


?Se você encontrar ele, pode levar ele para o quarto de Afrodite??


?Era isso que eu estava planejando,? ele disse. Então ele bagunçou meu
cabelo. ?Eu te amo, Zo.?


?Eu também te amo, mas eu realmente odeio quando você bagunça meu
cabelo,? eu disse.


Ele sorriu para mim, piscou, e foi atrás de Stark.


Eu estava me sentindo um pouco melhor. Eu sentei no banco, soprei meu
nariz de novo, limpei meus olhos, e encarei a distância. Então eu percebi o que
eu estava encarando e onde eu estava sentada.


Era o banco de um dos meus primeiros sonhos com Kalona. Ele foi
construído em um monte para que dali eu pudesse ver por cima do enorme
muro que circulava a ilha e ver, a distância, a praça iluminada de São Marcos
parecendo um mágico país das maravilhas na noite invernal. Nas minhas costas
estava o Palácio São Clemente, iluminado e brilhante. Ao redor do palácio a
minha direita havia a antiga catedral transformada na Câmara do Alto Conselho.
Toda essa beleza - todo esse poder e grandiosidade ao redor de mim e estive
muito ocupada para vê-la.


Talvez eu tenha me tornado muito ocupada comigo mesma para ver Kalona
também.


Eu sabia o que Afrodite diria. Ela ia dizer que eu estava fazendo a visão ruim
virar realidade.


Talvez ela tivesse razão.


Eu ergui minha cabeça e encarei o céu noturno, tentando ver através das
camadas de nuvens e a lua escondida. E então eu rezei.


?Nyx, preciso de você. Eu acho que estou perdida. Por favor de ajude. Por
favor me mostre algo que vai clarear as coisas para mim. Eu não quero fazer
besteira... de novo...?


QUARENTA
Heath


Heath se perguntou se Zo sabia que ela estava quebrando seu coração. Não
que ele quisesse ficar longe dela. Ele não queria. Na verdade, ele queria mais
dela. O problema era que ele também queria o que era melhor para ela - ele
sempre quis. Desde o ensino fundamental. Ele lembrou do dia que ele se
apaixonou por ela. A mãe dela tinha surtado com ela e levado ela a uma amiga
que trabalhava naqueles salões de beleza. Elas decidiram - a mãe de Zo e sua
amiga - que seria fofo cortar o longo cabelo escuro de Zo. Então no dia seguinte
ela apareceu para a terceira série com um cabelo super curto e meio estranho
todo espetado e com aparência de bagunçado.


Os garotos todos sussurravam e riam dela. Os seus grandes olhos castanhos
eram enormes e assustados, e Heath tinha pensado que ele nunca viu ninguém
tão lindo. Ele disse a ela que gostava do cabelo dela - na frente de todo mundo
no almoço. Ela parecia que ia começar a chorar, então ele carregou a bandeja
dela por ela, e sentou com ela, embora não fosse legal sentar com uma garota.
Naquele dia ela tinha feito algo com seu coração. Ela estava fazendo algo desde
então.


Então, aqui estava ele, indo encontrar um cara que tinha um pedaço do
coração dela porque era o melhor para Zoey. Heath passou os dedos por seu
cabelo. Tudo isso ia acabar algum dia. Algum dia Zoey ia voltar para Tulsa, e
embora a House of Night fosse tomar muito do tempo dela, ela estaria com ele
quando pudesse. Eles iam ver filmes de novo. Ela ia ver ele jogar futebol na OU.
Seria normal de novo, ou tão normal quanto poderia ser.


Ele podia agüentar até lá. Quando essa merda com Kalona fosse ajeitada - e
Zo ia ajeitar, Heath tinha certeza - quando essa merda fosse consertada, seria
melhor. Ele teria sua Zo de volta. Ou pelo menos tanto dela quanto ela podia
dar a ele. E isso seria o bastante.


Heath seguiu o caminho que levava para longe do castelo, ainda indo na
direção que Stark tinha ido. Ele olhou ao redor e não conseguia ver muito da


grande parede de pedra, na sua esquerda, e o estacionamento que era cheio de
sebes que eram quase tão altas quanto ele, a sua direita.


Ele estudou o estacionamento enquanto andava, percebendo que as sebes
criavam um tipo de padrão circular. Ele decidiu que deveria ser um daqueles
antigos caminhos de sebes - um labirinto, ele finalmente lembrou da história da
mitologia grega sobre o Minotauro na ilha de um rei rico, cujo nome ele nunca
conseguia lembrar. Merda, ele não tinha percebido o quão escuro estava até se
afastar das luzes do palácio. Estava quieto aqui também. Tão quieto que ele
podia ouvir o barulho das ondas do outro lado do muro. Heath se perguntou se
ele deveria gritar por Stark, mas decidiu, nah, como Zo, ele não se importava de
um tempo para ele mesmo.


Toda essa coisa com vampiros era muita coisa para absorver, e era normal
ele precisar de tempo para processar. Não que ele não pudesse lidar com Stark
e os outros vampiros. Diabos, ele meio que gostava dos vampiros - e calouros
também. Se chegasse nisso, ele achava que Stark era um cara legal. Era apenas
Kalona que estava fodendo tudo.


Então, como se seu pensamento tivesse trazido o imortal até ele, Heath
ouviu a voz de Kalona passando pela noite vazia, e ele diminuiu a velocidade,
tendo cuidado para não pisar em nenhuma pedra solta no caminho.


?Foi exatamente como planejado,? Kalona estava dizendo.


?Eu odeio evasivas! Não posso suportar que você finja que você não é por
ela.?


Heath reconheceu a voz de Neferet e foi para frente. Se mantendo nas
sombras, ele abraçou o muro, absolutamente silencioso. As vozes estavam
saindo do estacionamento, na frente e a sua direita, e enquanto ele se movia
para frente, havia uma ruptura nas sebes, obviamente uma saída, e dentro do
labirinto Kalona e Neferet ficaram visíveis. O som de água caindo foi o que
mascarou seus passos. Se pressionando contra a parede fria de pedra, ele
observou e escutou.


?Você chama de fingimento. Eu chamo de outro ponto de vista,? Kalona
disse.


?E é por isso que você pode mentir para ela e ainda parecer estar dizendo a
verdade,? Neferet respondeu para ele.


Kalona deu de ombros. ?Zoey quer a verdade - então é a verdade o que eu
dou a ela.?


?Seletiva,? Neferet disse.


?É claro. Mas todos os mortais, vampiros, humanos, ou calouros, não
selecionam suas próprias m emórias??


?Mortais. Você diz isso como se estivesse à parte de nós.?


?Eu sou um imortal, o que me torna diferente. Mesmo de você, embora
seus poderes de Tsi Sgili estejam te transformando em algo perto de uma
imortal.?


?Sim, mas Zoey não é nada perto de um imortal. Eu ainda acredito que
deveríamos matar ela.?


?Você é uma criatura com sede de sangue,? Kalona riu. ?O que você faria,
cortaria a cabeça dela e a empalaria como você fez com os outros dois que se
meteram no seu caminho??


?Não seja ridículo. Eu não vou matar ela do mesmo jeito que fiz com eles.
Seria muito óbvio. Ela poderia simplesmente encontrar um infeliz acidente
quando ela visitar Veneza no dia seguinte.?


O coração de Heath estava batendo tão alto que ele tinha certeza que eles
seriam capaz de ouvir ele. Neferet tinha matado os dois professores de Zoey! E
Kalona sabia e achava que era engraçado. De jeito nenhum Zoey iria acreditar
que ainda havia bem nele se ouvisse isso.


?Não,? Kalona estava dizendo, ?Não teremos que matar Zoey. Logo ela virá
até mim por vontade própria; eu plantei a semente para isso. Tudo que eu
preciso fazer é esperar ela florescer, e então os poderes dela, que são vastos
mesmo que ela seja imortal, estarão a minha disposição. ?


?Nossa disposição,? Neferet corrigiu ele.


Uma das asas negras de Kalona se abriu, acariciando a lateral do corpo de
Neferet e trazendo ela em direção a ele. ?É claro, minha rainha,? ele murmurou
antes de beijá-la.


Heath sentia como se estivesse assistindo vídeo pornô, mas ele estava preso
ali. Ele não podia se mexer. Ele provavelmente precisava ficar até eles estarem
mesmo transando, e então ele podia fugir, ir até Zoey, e dizer a ela tudo que
ouviu.


Mas Neferet surpreendeu ele se afastando de Kalona. ?Não. Você não pode
fazer amor com Zoey em seus sonhos, e então de novo com seus olhos na frente
de todo mundo, e esperar que eu abra meu corpo para você. Eu não serei sua
hoje à noite. Ela é demais entre nós.? Neferet se afastou de Kalona. Até Heath
capturou a beleza dela. Seu grosso cabelo ruivo estava selvagem ao redor dela.
A coisa sedosa que se envolvia ao redor do corpo dela parecia como uma
segunda pele, e os seios dela estavam quase totalmente expostos enquanto ela
respirava com força e rápido. ?Eu sei que não sou imortal, e nem sou Zoey
Redbird, mas meus poderes também são vastos, e você deveria lembrar que eu
matei o último homem que tentou ficar com ela e comigo.? Neferet virou. Com
um aceno de mão ela partiu o sebe na frente dela e passou por ela, deixando
Kalona sozinho e a encarando no luz fraca. Heath estava se aprontando para se
afastar devagar quando a cabeça de Kalona virou e seus olhos âmbares foram
direto para onde ele estava parado.


?Então, pequeno humano, você agora tem uma história para dizer a minha
Zoey,? ele disse.


Heath olhou para os olhos do imortal e sabia de duas coisas além de
qualquer dúvida. Uma é que essa criatura ia matar ele. A segunda era que de
alguma forma ele tinha que mostrar a Zoey a verdade antes de morrer. Heath
não recuou sobre o olhar da criatura. Ao invés disso ele usou a força de vontade
que ele aprendeu a dominar tão bem em um tipo diferente de campo de
batalha - um campo de futebol - e canalizou através do laço de sangue d e seu
Imprint, tentando encontrar o elemento que Zoey tinha a maior afinidade -
espírito. Seu coração e alma gritaram pela noite: Espírito, venha até mim! Me


ajude a mandar uma mensagem para Zo! Diga a ela que ela precisa me
encontrar! Enquanto isso sua voz calmamente disse a Kalona, ?Ela não é sua
Zoey.?


?Ah, mas ela é,? Kalona disse.


Zo! Venha até mim! A alma de Heath gritou. ?Nah, você não conhece minha
garota.?


?A alma da sua garota pertence a mim e eu não vou permitir que Neferet ou
você ou qualquer um mude isso.? Kalona começou a andar em direção a Heath.


Zo! Sou eu, baby! Venha até mim!


?Qual é a expressão que os vampiros usam? ? Kalona disse. ?Eu acredito que
é a curiosidade matou o gato?. Isso parece se aplicar nessa situação.?

Stark


?Eu sou um idiota.? Stark murmurou para si mesmo, enquanto passava pela
grande entrada do palácio.


?Senhor, você precisa de direções?? perguntou um guerreiro que estava do
lado de dentro.


?Yeah, eu preciso saber onde é o quarto de Afrodite. Sabe, a profetiza que
veio conosco hoje? Oh, eu sou Stark. Guerreiro da Alta Sacerdotisa Zoey
Redbird.?


?Sabemos quem você é,? o vampiro disse. Seus olhos se moveram para as
tatuagens vermelhas de Stark. ?É muito fascinante.?


?Yeah, bem, fascinante? não é a palavra que eu uso.?


O guerreiro sorriu. ?Você não está ligado a ela à muito tempo, está??


?Não. Só alguns dias.?


?Melhora - e piora.?


?Obrigado. Eu acho.? Stark soltou um longo suspiro. Embora Zoey o deixasse
louco, ele sabia que ele não podia sair do lado dela nunca mais. Ele era o
guerreiro dela. Seu lugar, não importava o quão duro fosse, era ao lado dela.


O guerreiro riu. ?O quarto que você busca é na ala norte do palácio. Vá a
esquerda aqui, então suba a primeira escadaria a sua direita. No segundo and ar,
todo aquele andar foi dado há seu grupo. Você encontrará seus amigos lá.?


?Obrigado de novo.? Stark encarou a direção que o guerreiro tinha
mandado ele, andando rapidamente. Ele tinha uma sensação atrás da nuca. Ele
odiava quando tinha essa sensação. Significava que algo estava errado, e isso
significava que não era a hora idiota para ele ficar bravo com Zoey.


Só que era muito difícil. Ele sentiu a atração dela por Kalona! Porque diabos
ela não podia ver que aquele cara era mal? Não havia nada nele sobrando para
salvar - provavelmente nunca teve nada que valia a pena salvar dentro dele.


Stark tinha convencido ela que ele tinha razão. E para fazer isso ele teve que
parar de deixar seus sentimentos por ela confundirem sua cabeça. Zoey era
inteligente. Ele tinha conversado com ela. Calmamente. Ela o ouviu. Pela
primeira vez desde que se conheceram, antes de terem qualquer coisa juntos,
ela o escutou. Ele sabia que ele não podia fazer ela ouvir de novo.


Stark subiu as escadas três degraus por vez. A primeira porta a esquerda
estava parcialmente aberta, e ele podia ver um quarto rico que tinha alguns
daqueles sofás que eram muito pequenos e várias cadeiras desconfortáveis -
tudo feito em dourado e creme. Como se isso não fosse ficar sujo? Ele ouviu o
murmúrio de vozes e estava abrindo a porta quando as emoções de Zoey
atingiram ele como um maremoto.


Medo! Raiva! Confusão!


O que estava passando pela cabeça dela era tamanha confusão que ele não
conseguia distinguir nada a não ser os sentimentos básicos.


?Stark? O que foi?? Darius estava na frente dele.


?Zoey!? ele conseguiu falar. ?Ela está com problemas!? E então a força
daquilo fez ele literalmente tremer. Ele teria caído se Darius não tivesse
agarrado ele.


?Se contenha! Onde ela está?? Darius tinha pego ele pelos ombros e estava
chacoalhando ele.


Stark olhou para cima e viu os rostos preocupados de todos os amigos de
Zoey encarando ele. Ele balançou sua cabeça, tentando pensar através do terror
em sua mente ?Eu não posso - eu -?


?Você deve! Não tente pensar. Só deixe seus instintos assumirem. Um
guerreiro sempre pode encontrar sua senhora. Sempre.?


Seu corpo estava tremendo, mas Stark acenou, virou, respirou fundo três
vezes e então disse uma palavra, ?Zoey!?


O nome dela pareceu ecoar no ar ao redor dele. Ele se concentrou nisso -
não no caos na sua mente. Ele pensou apenas, Zoey Redbird, minha senhora.


E como se as palavras tivessem se tornado uma linha, elas começaram a
puxar ele para frente.


Stark correu.


Ele podia sentir Darius e os outros atrás dele. Ele mal viu o olhar de surpresa
no rosto do guerreiro que ele tinha acabado de falar, mas ele ignorou tudo. Ele
só pensou em Zoey e deixou a força do seu juramento atrair ele até ela.


Parecia que ele estava voando. Ele não lembrou de encontrar o caminho
pela labirinto, mas mais tarde ele lembrou de esmagar as pedras sobre seus pés
enquanto ele se afastava em sua velocidade dirigida por seu juramento até
mesmo de Darius.


Ainda sim, ele chegou tarde demais.


Se Stark vivesse centenas de anos ele nunca iria esquecer o que ele viu
quando ele passou pelo canto do caminho para dentro da pequena clareira. A
visão ficaria para sempre queimada em sua alma.


Kalona e Heath estavam mais distantes dele. Os dois estavam parados na
frente da parede exterior que fechava a ilha e a protegia dos olhos dos humanos
venezianos.


Zoey estava perto dele. Só alguns metros de distância, mas como ele, ela
também, estava correndo. Stark observou ela er guer suas mãos. E no mesmo
instante ela comandou, ?Espírito! Venha até mim!?


Kalona ergueu suas mãos também, segurando o rosto de Heath quase como
se estivesse acariciando ele. Então em um movimento duro e impossível de ser
parado, o anjo imortal virou a cabeça de Heath, quebrando seu pescoço e o
matando instantaneamente.


Em uma voz rasgada até sua alma, e tão cheia de angustia que Stark mal
conseguiu reconhecer ela, Zoey gritou, ?Não!? e jogou a bola brilhante de
espírito em Kalona.


Kalona derrubou Heath e virou para encarar ela, sua expressão chocada. O
poder do elemento atingiu ele, o levantando no ar e o jogando por cima do
muro para dentro do oceano onde, com um grito de desespero, as asas
enormes de Kalona o ergueram da água e o carregaram pela fria noite.


Mas Stark não se importou com Kalona ou até mesmo Heath. Foi para Zoey
que ele correu. Ela estava no chão n ão muito longe do corpo de Heath. Ela
estava com o rosto virado para baixo, e Stark sabia a terrível verdade antes de
alcançar ela. Ainda sim, ele caiu de joelhos e a virou gentilmente. Os olhos dela
estavam abertos e fixos, mas vagos.


Fora o contorno da Marca normal dos calouros, todas as suas tatuagens
tinham sumido.


Darius alcançou eles primeiro. Ele caiu ao lado de Zoey, sentindo sua
pulsação.


?Ela está viva,? Darius disse. Então ele processou o que viu e ofegou,
?Deusa! As tatuagens dela.? Ele tocou o rosto de Zoey gentilmente. ?Eu não
entendo.? Balançando sua cabeça em confusão, ele olhou para Heath. ?O garoto
-?


?Ele está morto,? Stark disse, surpreso por sua voz soar tão normal mesmo
quando tudo dentro dele estava gritando.


Afrodite e Damien chegaram.


?Oh, Deusa!? Afrodite disse, se abaixando ao lado da cabeça de Zoey. ?As
tatuagens dela!?


?Zoey!? Damien gritou.


Stark ouviu Jack e as Gêmeas se juntarem a eles. Eles estavam chorando.
Mas tudo o que ele pode fazer foi colocar ela mais apertada contra seus braços
e a segurar. Ele tinha que proteger el a. Ele tinha. Foi a voz de Afrodite que
finalmente penetrou pelo pesar dele e através dele.


?Stark! Temos que levar Zoey de volta para o palácio. Para alguém que
possa ajudar ela. Ela ainda está viva.?


Stark encontrou o olhar de Afrodite. ?O corpo dela respira por enquanto,
mas é só isso.?


?Do que você está falando? Ela ainda está viva,? Afrodite repetiu
teimosamente.


?Zoey viu Kalona matar Heath e ela chamou espírito para tentar impedir ele,
mas ela chegou tarde demais para salvar ele. Como eu cheguei tarde demais
para salvar ela,? mente de St rk tremeu M s em uma voz calma de um
estranho, ele continuou a explicar. ?Quando ela jogou espírito em Kalona, Zoey
sabia que era tarde demais, e sua alma se despedaçou. Eu sei porque estou


ligado a alma dela e eu senti ela se despedaçar. Zoey não está mais aqui. Isso é
apenas uma casca vazia.?


Então James Stark, o guerreiro de Zoey Redbird, baixou sua cabeça e
começou a chorar.


EPÍLOGO
Zoey


Eu dei um longo e contente suspiro. Paz... sério, eu não conseguia me
lembrar de me sentir tão livre de estresse. Deusa, estava um dia lindo. O sol era
incrível - dourado e brilhando no céu de um azul cobertura de bolo de
aniversário que deveria ter machucado meus olhos. Mas não machucou.


O que era meio estranho. Luz do sol brilhante deveria machucar meus
olhos.


Huh.


Oh, bem. Tanto faz.


A campina era totalmente linda. Ela me lembrou de algo. Eu comecei a
tentar lembrar, mas decidi que não queria pensar muito. O dia estava bonito
demais para pensar. Eu só queria sentir o cheiro doce do ar de verão e expirar
toda a tensão idiota que tinha entrado no meu corpo.


A grama estava balançando suavemente ao redor da minha perna, como
penas delicadas.


Penas.


O que havia sobre penas?


?Não. Não vou pensar.? Eu sorri quando as palavras se tornaram visíveis,
criando padrões de brilhos roxos do ar.


Na minha frente havia uma linha de árvores cheias de flores brancas que me
lembravam flocos de neve. O vento passava gentilmente através de seus galhos,
fazendo música no ar que eu também dançava, pulando e fazendo piruetas
através do bosque, respirando profundamente com o cheiro doce das flores.


Eu me perguntei durante alguns segundos onde eu estava, mas não parecia
tão importante. Ou pelo menos não tão importante quando a paz e a música e a
dança.


Então me perguntei como tinha chego aqui. Isso me parou. Ok, bem, não
me parou. Eu só andei mais devagar.


Foi então que ouvi. Era um som de zing, plop! Parecia confortadoramente
familiar, então eu o segui pelo bosque. Mais azul apareceu pelas árvores, dessa
vez me lembrando de um topázio verde azulado. Água.


Com um chorinho de alegria eu saí das árvores até um banco de um lago
incrivelmente claro. Zing, plop!


O som estava vindo de uma pequena curva na margem do rio, então eu a
segui, cantarolando minha música do filme Hairspray suavemente para mim
mesma.


A doca se projetava para o lago, perfeito para pescar. E, certa o bastante,
havia um cara sentado no fim da doca, jogando sua linha com um zing e então
um plop quando ela atingia a água.


Era tão estranho. Eu não sabia quem ele era mas de repente um terrível
pânico se intrometeu no meu maravilhoso e lindo dia. Não! Eu não queria ver
ele! Eu estava balançando minha cabeça e me afastando quando pisei em um
galho e o barulho vez ele virar. O grande sorriso no seu rosto lindo sumiu
quando ele me viu.


?Zoey!?


A voz de Heath conseguiu. Minha memória voltou. A tristeza me derrubou
de joelhos. Ele estava de pé e correndo em minha direção para me pegar nos
olhos enquanto eu caia.


?Mas você não pertence aqui! Você está morto!? Eu chorei de novo no peito
dele.


?Zo, baby, esse é o Outromundo. Não sou eu que não pertenço aqui - é
você.?


A memória me esmagou, me afogando em desespero e escuridão e a
realidade do meu próprio mundo se despedaçou, e tudo ficou preto.

Este é o fim,
por enquanto...

Fiquem ligados para mais aventuras da House of Night em House of
Night 7 - Burned que estará nas livrarias americanas a partir do dia
27 de Maio de 2010!


________


Tradução: Rafaela/Naru-Chan
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=8671253721547740965

Agradecimento especial ao Rafa pelo apoio
moral e físico XD. Rafa, você é meu escravo favorito! E
a Nessa por estar sempre pronta para ajudar!

Revisão: Carla Ferreira
http://www.orkut.com.br/Main#FullProfile?uid=4119344552745363491

Para mais traduções, visite a comunidade do Orkut, Tradução de
Livros: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=25399156

House of Night 1 - Marked
Por P.C. Cast e Kristin Cast


Marked


Para nossa incrível agente, Meredith Bernstein,
que disse as três palavras mágicas:
Vampiro terminando a escola.
Nós amamos você!

UM

Bem quando eu achei que meu dia não podia ficar pior eu vi o cara morto parado
perto do meu armário. Kayla estava falando besteira sem parar na sua tagarelice usual, e
ela nem notou ele. No inicio. Na verdade, agora que eu penso sobre isso, ninguém o
notou até que ele falou, o que é, tragicamente, mas uma evidencia da minha incapacidade
de me ajustar.
"Não, mas Zoey, eu juro por Deus Heath não ficou tão bêbedo depois do jogo. Você
não deveria ser tão dura com ele."
"É," eu disse distraída. "Claro." Então eu tossi. De novo. Eu me sentia como lixo. Eu
devo estar pegando aquilo que o Sr. Wise, meu meio insano professor de biologia chama
de Praga Adolescente.
Se eu morrer, eu escapo do meu teste de geometria amanha? Uma pessoa pode
sonhar.
"Zoey, por favor. Você está ouvindo? Eu acho que ele só tomou tipo quatro - eu não
sei - talvez seis cervejas, e talvez tipo três doses. Mas isso é completamente fora de
questão. Ele provavelmente nem teria tomado nada daquilo se seus pais idiotas não
tivessem feito você ir pra casa logo depois do jogo."
Nós partilhamos um sofrido e longo olhar, em total concordância sobre a última
injustiça cometida contra mim por minha mãe e o meu padrasto perdedor com quem ela
se casou a três longos anos atrás. Então, depois de meio suspiro, K estava de volta a sua
tagarelice.
"E mais, ele estava celebrando. Eu quero dizer nós vencemos o Union!" K balançou
meus ombros e pôs seu rosto perto do meu. "Olá! Seu namorado-"
"Meu quase namorado," eu corrigi ela, tentando não tossir nela.
"Tanto faz. Heath é nosso zagueiro então é claro que ele vai celebrar. Já fazia tipo
um milhão de anos desde que a Broken Arrow derrotou o Union."
"Dezesseis anos." Eu sou péssima em matemática, mas a matemática de K faz a
minha parecer genial.
"De novo, tanto faz. O ponto é, ele estava feliz. Você deveria dar a ele um tempo."
"O ponto é que ele estava bêbado pela quinta vez essa semana. Eu sinto muito, mas
eu não quero sair com um cara cuja maior preocupação na vida mudou de tentar jogar
futebol na faculdade a tentar beber um pacote de cerveja sem vomitar." Eu tive que
pausar para tossir. Eu estava me sentindo um pouco tonta e me forcei a respirar devagar
quando o ataque de tosse parou. Não que a tagarela da K tenha notado.
"Eww! Heath, gordo! Não é um visual que eu queira."
Eu consegui ignorar mais uma vontade de tossir. "E beijar ele é como beijar um pé
ensopado de álcool."
K levantou seu rosto. "Ok, nojento. Pena que ele é tão gostoso." Eu virei os olhos,
sem me incomodar em tentar esconder meu aborrecimento com a típica superficialidade
dela.
"Você é tão mau humorada quando está doente. De qualquer forma, você não tem
idéia do quão cachorro perdido o Heath parecia depois que você o ignorou no almoço. Ele
não podia nem mesmo..."
Então eu o vi. O cara morto. Ok, eu percebi bem rápido que ele não estava
tecnicamente "morto." Ele estava morto vivo. Ou não humano. Tanto faz. Cientistas dizem
uma coisa, pessoas dizem outra, mas o resultado final é o mesmo. Não tinha erro sobre o
que ele era e mesmo que eu não tivesse sentido o poder e as trevas que irradiavam dele,


não tinha jeito que eu podia ignorar a Marca, a safira em forma de lua crescente em sua
testa e a tatuagem adicional que emoldurava seus olhos igualmente azuis.
Diabos, que merda! Ele estava perto do meu armário.
"Zoey, você não está me ouvindo!"
Então o vampiro falou e suas palavras cerimônias cruzaram o espaço entre nós,
perigosas e sedutoras, como sangue misturado com chocolate derretido.
'Zoey Montgomery! A noite escolheu-te; tua morte será teu nascimento. A noite
chama-te; Escuta a doce voz Dela. Teu destino te aguarda na Casa da noite!*" (* House
of Night)
Ele levantou um longo, e branco dedo e apontou para mim. Enquanto minha testa
explodia de dor Kayla abriu sua boca e gritou.
Quando os pontos brancos finalmente saíram dos meus olhos eu olhei pra cima e vi o
rosto sem cor de K me olhar. Como sempre, eu disse a primeira coisa ridícula que veio na
minha mente. "K, seus olhos estão saltados para fora da sua cabeça como um peixe."
"Ele Marcou você. Oh,Zoey! Você tem o contorno daquela coisa na sua testa!" Então
ela pressionou uma mão tremula contra seus lábios brancos, falhando em segurar o choro.
Eu sentei e tossi. Eu tinha uma dor de cabeça que estava me matando, e eu
esfreguei o ponto bem entre minhas sobrancelhas. Ela estava pinicando como se uma
vespa tivesse me mordido e irradiava dor para os meus olhos, até as minhas bochechas.
Eu senti que talvez fosse vomitar.
"Zoey!" K estava realmente chorando agora e tinha que falar entre soluços.
"Oh.Meu.Deus. Aquele cara era um rastreador - um vampiro Rastreador!"
"K." Eu pisquei com força, tentando limpar a dor da minha cabeça. "Pare de chorar.
Você sabe que eu odeio quando você chora." Eu me ergui tentando dar uma palmada
reconfortante nos ombros dela. E ela automaticamente contraiu os músculos, e se afastou
de mim.
Eu não podia acreditar. Ela tinha mesmo se contraído, como se ela tivesse medo de
mim. Ela deve ter visto a magoa nos meus olhos porque ela instantaneamente começou a
tagarelar.
"Oh,Deus, Zoey! O que você vai fazer? Você não pode ir para aquele lugar. Você não
pode ser uma daquelas coisas. Isso não pode estar acontecendo! Com quem eu devo ir a
todos aqueles jogos de futebol?"
Eu notei que durante todo seu discurso ela nem uma vez se aproximou de mim. Eu
me senti doente, e magoada ameaçava começar a chorar. Meus olhos secaram
imediatamente. Eu era boa em esconder lagrimas. Eu deveria ser; eu tive três anos pra
ficar boa nisso.
"Está tudo bem. Eu vou descobrir o que fazer. Provavelmente é algum... algum erro
bizarro," eu menti. Eu não estava realmente falando; eu estava só fazendo palavras
saírem da minha boca. Ainda fazendo careta por causa da dor em minha cabeça, eu
levantei. Olhando ao redor eu senti um pouco de alivio que K e eu eram as únicas no
corredor, então eu tive que segurar o que eu sabia que era uma risada histérica. Se eu
não tivesse completamente enlouquecida por causa da prova de geometria dos infernos
de amanhã, e não tivesse voltado para o meu armário para pegar meus livros para que eu
pudesse tentar obsessivamente (e sem conseguir) estudar hoje a noite, o Rastreador teria
me encontrado parada no lado de fora da escola com mais ou menos 1,300 adolescentes
que iam para o colégio Broken Arrows esperando pelo o que a minha irmã estupidamente
parecia com a Barbie gostava de chamar de "as grandes e amarelas limusines." Eu tenho
um carro, mas ficar com os menos afortunados que tem que andar de ônibus é uma


tradição honrada, sem mencionar que é um jeito excelente de ver quem está dando em
cima de quem. Como era, só tinha mais um garoto parado no corredor - um idiota alto
com dentes problemáticos, que eu não pude, infelizmente, ver muito porque ele estava
parado lá com sua boca aberta me encarando como se eu tivesse dado a luz a porcos
voadores.
Eu tossi de novo, dessa vez realmente forte, tosse nojenta. O idiota fez um som
agudo e correu pelo corredor até a sala da Sra. Day agarrado a uma tabua que ele pôs no
peito. Parece que o clube de xadrez tinha mudado suas reuniões para segundas depois da
aula.
Vampiros jogam xadrez? Teria vampiros CDF's? E que tal lideres de torcida parecidas
com a Barbie? Vampiros tocavam numa banda? Existiam vampiros Emos com aquela
esquisitice de caras usando calças para garotas e aquelas franjas horríveis para cobrir
metade do rosto deles? Ou eles são todos aqueles góticos esquisitos que não gostavam de
tomar muito banho? Eu iria me transformar numa Gótica? Ou pior, num Emo? Eu não
gostava muito de usar preto, pelo menos não exclusivamente, e eu estava não estava
sentindo uma repentina aversão a sabonete ou água, e também não tinha um desejo
obsessivo de mudar meu corte de cabelo e usar muito delineador.
Tudo isso girava na minha mente enquanto eu sentia outra histérica risada tentando
escapar da minha garganta, e eu fiquei quase agradecida quando saiu como uma tosse.
"Zoey? Você está bem?" A voz de Kayla parecia muito alta, como se alguém estivesse
aumentando ela, e ela deu outro passo para longe de mim.
Eu suspirei e senti raiva. Não era como se eu tivesse pedido por isso. K e eu éramos
amigas desde a 3º série, e agora ela estava olhando para mim como se eu tivesse me
transformado em um monstro.
"Kayla, sou só eu. A mesma que eu era dois segundos atrás e duas horas atrás e dois
dias atrás." Eu fiz um gesto frustrante para a minha cabeça dolorida. "Isso não muda
quem eu sou!"
Os olhos de K se encheram de lagrimas de novo, mas, graças a Deus, o telefone dela
começou a cantar "Material Girl" da Madonna. Automaticamente, ela olhou para o
identificador de chamada. Eu podia notar pelo seu olhar que era o seu namorado, Jared.
"Vai nessa," eu disse numa voz chata e cansada. "Vá pra casa com ele." Seu olhar de
alivio foi como um tapa na minha cara.
"Me liga depois?" Ela saiu correndo pelo corredor.
Eu observei ela se apressar até o estacionamento. Eu podia ver que ela tinha seu
telefone amassado em seu ouvido e ela estava falando animada com Jared. Eu tenho
certeza que ela já estava contando pra ele que eu tinha virado um monstro.
O problema, é claro, de me transformar em um monstro era o brilho das minhas
duas opções. Opção numero 1: Eu viro um vampiro, o que é igual a um monstro na mente
humana. Opção número 2: Meu corpo rejeita a Mudança e eu morro. Pra sempre.
Veja a boa noticia é que eu não ia ter que fazer o teste de geometria amanhã. A má
noticia é que eu tinha que me mudar para a House Of Night, um internato em Tulsa,
conhecido pelos meus amigos como a Escola Particular dos Vampiros, onde eu passaria os
próximos 4 anos passando por mudanças físicas bizarras, assim como uma mudança total
e permanente na minha vida. E isso apenas se todo o processo não me matasse.
Ótimo. Eu não queria isso também. Eu só queria tentar ser normal, apesar dos pais
mega conservadores, meu irmão mais novo parecido com um troll, e minha tão perfeita
irmã mais velha. Eu queria passar em geometria. Eu queria manter minhas notas altas


para que eu pudesse ser aceita na faculdade veterinária da OSU e queria sair de Broken
Arrow, Oklahoma.
Mas o principal, eu queria me encaixar - pelo menos na escola. Minha casa era sem
esperança, então tudo que eu tinha eram meus amigos e minha vida longe da minha
família. Agora tudo estava sendo tirado de mim, também. Eu esfreguei minha testa e
então mexi no meu cabeço até que ele cobrisse meus olhos em parte, e, com alguma
sorte, a marca que aparecia em cima deles. Mantendo minha cabeça abaixada, como se
eu estivesse fascinada pela meleca que grudou na minha boca, eu corri em direção a
porta que levava para o estacionamento.
Mas eu parei assim que cheguei lá fora. Pelas janelas lado a lado do eu pude ver
Heath. As garotas se amontoavam perto dele, fazendo pose e virando seus cabelos,
enquanto os caras colocavam em movimentos picapes ridiculamente enormes e tentavam
(e quase falhavam) parecer legais. E eu escolhi aquilo para me sentir atraída? Não, para
ser honesta comigo mesma eu deveria lembrar que Heath costumava ser incrivelmente
doce, e mesmo agora ele tinha seus momentos. Principalmente quando ele estava sóbrio.
Garotas afetadas se viraram pra mim no estacionamento. Ótimo. Kathy Richter, a
maior vadia da escola, estava fingindo beijar Heath. Mesmo de onde eu estava parada era
obvio que ela pensava que dar em cima dele era algum timo de ritual de acasalamento.
Como sempre, sem notar Heath estava só parado lá rindo. Bem, diabos, não iria ficar
melhor. E meu Bug azul VW 1966 estava bem no meio deles. Não. Eu não podia ir até lá.
Eu não podia andar até o meio deles com aquela coisa na minha testa. Eu nunca seria
capaz de ser parte deles de novo. Eu já sabia muito bem o que eu tinha que fazer. Eu
lembrava do último garoto que um Rastreador tinha escolhido na escola.
Começou no inicio do ano escolar ano passado. O Rastreador tinha vindo antes da
aula começar e tinha apontado para o garoto enquanto ele estava andando para seu
primeiro período. Eu não vi o Rastreador, mas eu vi o garoto depois, por só um segundo,
depois que ele derrubou seus livros e saiu correndo do prédio, sua nova Marca brilhado na
sua testa pálida e lagrimas correndo por suas bochechas. Eu nunca esqueci o quão lotados
os corredores estavam aquela manhã, e como todos se afastaram dele como se ele tivesse
a peste negra enquanto ele corria para escapar da escola. Eu tinha sido um dos que se
afastaram dele e o encararam, apesar deu sentir pena dele. Eu só não queria ser rotulada
como a única garota que era amiga daquelas aberrações. Meio irônico agora, não é?
Ao invés de ir para o meu carro eu fui para o restaurante mais próximo, que estava,
graças a Deus, vazio. Havia três bancos - sim, eu chequei cada um duas vezes. Na parede
havia duas pias, e que em cima estavam perdurados dois espelhos de tamanho médio. Do
outro lado da pia o lado oposto da parede era coberto com um grande espelho que tinha
uma prateleira abaixo para colocar maquiagem ou qualquer coisa assim. Eu coloquei
minha bolsa e meu livro de geometria na prateleira, respirei fundo, e em um movimento
levantei minha cabeça e tirei o cabelo do rosto.
Era como olhar para o rosto de um estranho familiar. Sabe, aquela pessoa que você
vê numa multidão e jura que conhece, mas na verdade não conhece? Agora ela era eu - a
estranha familiar.
Ela tinha meus olhos. Tinha aquela mesma cor que nunca consegue decidir se é
verde ou marrom, mas meus olhos nunca foram grandes e redondos. Ou eles eram? Ela
tinha meu cabelo - comprido e reto e quase tão escuro quanto o da minha vó tinha sido
antes dele começar a ficar branco. A estranha tinha minhas bochechas, um longo e forte
nariz, e uma boca larga - mais características da minha vó e dos seus ancestrais
Cherokee. Mas meu rosto nunca foi tão pálido. Ele sempre foi meio azeitonado, uma cor


muita mais escura que qualquer um na minha família. Mas talvez não fosse minha pele
que de repente estava tão branca... talvez só parecesse mais pálida em comparação com
as linhas azul escuro que desenhavam uma lua crescente que estava perfeitamente
posicionada no meio da minha testa. Ou talvez fosse aquela terrível luz fluorescente. Eu
esperava que fosse a luz.
Eu encarei aquela exótica tatuagem. Misturada com minhas feições fortes dos
Cherokee parecia me dar um toque de selvagem... como se eu pertencesse a um tempos
antigos quando o mundo era maior... mais bárbaro.
Desse dia em diante minha vida nunca seria a mesma. E por um momento - só um
instante - eu esqueci do horror de não pertencer a lugar nenhum e senti uma chocante
explosão de prazer, enquanto profundamente dentro de mim o sangue do povo da minha
avó se alegrava.


DOIS

Quando eu percebi que já tinha passado tempo suficiente para todos saírem da
escola, eu pus meu cabelo por cima da minha testa e sai do banheiro, correndo para as
portas que levavam para o estacionamento dos estudantes. Tudo parecia limpo - só tinha
um garoto usando uma daquelas calças com o cós super baixo seriamente nada atraentes
que ficavam quase nas pernas dele. Impedir essa calça de cair enquanto ele andava
parecia exigir sua concentração; ele não me notaria. Eu cerrei meus dentes por causa
daquela calça caída e sai pela porta, me dirigindo para o meu pequeno Bug.
No momento que eu pisei na rua o sol começou a me incomodar. Eu quero dizer, não
era um dia particularmente ensolarado; tinha muitas daquelas nuvens grandes e grossas,
que pareciam tão bonitas em fotos, bloqueando o sol em parte. Mas isso não importava.
Eu tive que apertar meus olhos dolorosamente e levantar minhas mãos enquanto eu fazia
de conta que elas bloqueavam o sol e aquela luz. Eu acho que foi porque eu estava focada
na dor que a luz do sol estava me causando que eu não notei a picape até que ela fez
uma parada barulhenta na minha frente.
"Hey Zo! Você recebeu minha mensagem?"
Oh merda, merda, merda! Era Heath. Eu olhei para cima, olhando para ele através
dos meus dedos como se fosse um daqueles estúpidos filmes de luta. Ele estava sentado
na caçamba aberta da picape do seu amigo Dustin. Por cima do ombro dele eu pude ver
na cabine da picape onde Dustian e seu irmão, Drew, estavam fazendo o que
normalmente fazer - brigando e discutindo sobre só Deus sabe que coisa estúpida de
homens. Graças a Deus, eles estavam me ignorando. Eu olhei de volta para Heath e
suspirei. Ele tinha uma cerveja na mão e um sorriso bobo no rosto. Momentaneamente
esquecendo que eu tinha acabado de ser Marcada e estava destina a me tornar uma
sugadora de sangue excluída e monstruosa, eu olhei para Heath com cara feia.
"Você está bebendo na escola! Você está louco?"
O sorriso bobo dele ficou maior. "Sim eu estou louco, por você, baby!"
Eu balancei a cabeça enquanto virava minhas costas para ele, abrindo a porta do
meu Bug e empurrando meus livros e mochila no banco da passageiro.
"Porque vocês não estão no treino de futebol?" eu disse, ainda mantendo meu rosto
longe dele.
"Você não soube? Temos o dia de folga por causa da surra que demos no Union na
sexta!"
Dustin e Drew, que meio que estavam prestando atenção em Heath e eu afinal de
contas, deram alguns gritos de "Whooo-hooo!" e "Yeah!" de dentro da picape.
"Oh.Uh.Não. Eu devo ter perdido o anuncio. Eu estive ocupada hoje. Você sabe,
super teste de geometria amanha." Eu tentei soar normal e indiferente. E então eu
acrescente, "Além do mais, estou ficando doente."
"Zo, fala a verdade. Você está fula ou algo assim? Tipo, a Kayla disse alguma merda
sobre a festa? Você sabe que eu não te trai."
Huh? Kayla não tinha dito uma palavra sobre Heaht ter me traído. Como uma idiota,
eu esqueci (ok, temporariamente) da minha nova Marca. Minha cabeça virou para que eu
pudesse olhar para ele.
"O que você fez, Heath?"
"Zo, eu? Você sabe que eu não..." mas seu fingimento inocente desapareceu quando
a boca dele abriu de forma nada atraente assim que ele pôs olhos na minha Marca. "O
que -" ele começou a dizer, mas eu o cortei.


"Shh!" eu virei minha cabeça na direção de Dustin e Drew que ainda não sabiam de
nada, e que agora estavam cantando a plenos pulmões uma das musicas do ultimo CD de
Toby Keith.
Os olhos de Heath ainda estavam abertos e chocados, mas ele baixou a voz. "Isso é
algum tipo de maquiagem que você está fazendo para a aula de teatro?"
"Não," eu sussurrei. "Não é."
"Mas você não pode ser Marcada. Estamos saindo."
"Não estamos saindo!" E bem assim meu breve alivio da tosse terminou. Eu
praticamente me dobrei, dando uma seria e nojenta tossida.
"Hey,Zo!" Dustin me chamou da cabine. "Você tem que diminuir os cigarros."
"É, parece que você vai tossir um pulmão ou algo assim," Drew disse.
"Cara! Deixa ela em paz. Você sabe que ela não fuma. Ela é uma vampira."
Ótimo. Maravilhoso. Heath, com a sua usual falta de qualquer coisa parecendo bom
senso, acho que estava me defendendo enquanto gritava com seus amigos, que
instantaneamente colocaram suas cabeças para fora da cabine e olharam para mim como
se eu fosse um experimento cientifico.
"Bem, merda. Zoey é uma aberração fudida!" Drew disse.
As palavras insensíveis de Drew fizeram a raiva que eu estava mantendo em meu
peito desde que Kayla tinha chorado ferver. Ignorando a dor que a luz do sol estava me
causando, eu olhei diretamente para Drew, o olhando nos olhos.
"Cala essa tua boca! Eu tive um péssimo dia e eu não preciso dessa merda vinda de
você." Eu pausei para olhar do agora assustado e silencioso Drew para Dustin e
acrescentei, "Ou de você."
Enquanto mantive contato visual com Dustin eu percebi algo - algo que me chocou e
me fez ficar estranhamente excitada: Dustin parecia assustado. Realmente assustado. Eu
olhei de volta para Drew. Ele parecia assustado, também. Então eu senti. Uma sensação
de formigamento que subiu pela minha pele e fez a minha Marca queimar.
Poder. Eu senti poder.
"Zo? Que diabos?" A voz de Heath quebrou minha atenção e tirou meu olhar dos
irmãos.
"Estamos saindo daqui!" Dustin disse, passando a marcha e pisando no acelerador. A
picape se lançou para frente, fazendo Heath perder o equilíbrio e deslizar, com um
movimento dos braços e a cerveja voando, no asfalto do estacionamento.
Automaticamente, eu corri para a direção dele. "Você está bem?" Heath estava de
quatro, e eu me curvei para ajudar ele a se levantar.
Então eu senti o cheiro. Algo cheirava muito bem - quente e doce e delicioso.
Heath estava usando uma colônia nova? Uma daquelas coisas estranhas cheias de
feromônios que deveriam atrair mulheres como uma grande e engenhosa armadilha de
mosquito? Eu não percebi o quanto estava perto dele até que ele levantou e nossos
corpos estivessem praticamente pressionados juntos. Ele me olhou, seus olhos
questionadores. Eu não me afastei. Eu deveria. Eu teria me afastando antes... mas agora
não. Não hoje.
"Zo?" ele disse suavemente, a voz dele profunda e rouca.
"Você está cheirando muito bem," eu não consegui me impedir de dizer. Meu coração
estava batendo tão alto que eu podia ouvir o eco dele em minhas palpitantes têmporas.
"Zoey, eu senti sua falta. Precisamos voltar. Você sabe que eu te amo." Ele levantou
a mão para tocar no meu rosto e nós dois notamos o sangue que saia da palma da mão
dele. "Ah, merda. Eu acho que-" a voz dele parou quando ele olhou para o meu rosto. Eu


só podia imaginar como eu parecia, com meu rosto todo branco, minha nova Marca feita
com um azul safira, e meus olhos encarando o sangue na mão dele. Eu não podia me
mover; eu não podia olhar para longe.
"Eu quero..." eu sussurrei. "Eu quero..." o que eu queria? Eu não conseguia colocar
em palavras. Não, não era isso. Eu não iria colocar em palavras. Não dizer permitia aquela
explosão de desejo que estava tentando me sugar. E não era porque Heath estava tão
perto. Ele tinha estado perto de mim antes. Bem, estivemos ficando por alguns anos, mas
ele nunca me fez sentir desse jeito - nunca nem perto disso. Eu mordi meus lábios e
gemi.
A picape parou no estacionamento, no nosso lado. Drew saiu e agarrou Heath pela
cintura, e o empurrou de volta para a caçamba.
"Pare com isso! Estou falando com Zoey!"
Heath tentou lutar contra Drew, mas esse cara era o linebacker* (*posição no
futebol americano), e era enorme, então Dustian ajudou e empurrou a porta da picape.
"Deixe ele em paz, sua aberração!" Drew gritou para mim enquanto Dustin acelerava
a picape e aumentava a velocidade.
Eu entrei no meu Bug. Minhas mãos tremiam tanto que eu tive tentar três vez antes
deu ligar o carro.
"Apenas vá para casa. Apenas vá pra casa." Eu disse as palavras de novo e de novo
entre a tosse enquanto eu dirigia. Eu não pensava sobre o que tinha acabado de
acontecer. Eu não podia pensar sobre o que tinha acontecido.
O caminho para casa levou 15 minutos, mas pareceu passar num piscar de olhos.
Rápido demais. Muito rápido eu estava parada na entrada da garagem, tentando me
preparar para a cena que eu conhecia, tão certo quanto um raio seguir um trovão, que
estava esperando para mim lá dentro.
Porque eu fiquei tão ansiosa para chegar aqui? Eu suponho que tecnicamente não
tenha ficado tão ansiosa. Eu suponho que eu só estava fugindo do que tinha acontecido
com Heath.
Não! Eu não ia falar sobre isso agora. E, de qualquer jeito, tinha provavelmente
algum tipo de explicação racional para tudo, uma racional e simples explicação. Dustin e
Drew eram retardados - totalmente imaturos cérebros-de-cerveja. Eu não tinha usado um
novo poder esquisito para intimidar eles. Eles só estavam apavorados porque eu tinha
acabado de ser Marcada. Era isso. Eu quero dizer, pessoas tinham medo de vampiros.
"Mas eu não sou uma vampira," eu disse. Então eu tossi enquanto lembrava do quão
hipnoticamente lindo tinha sido o sangue de Heath, e a onda de desejo que eu senti por
ele. Não por Heath, mas pelo sangue de Heath.
Não! Não! Não! Sangue não era lindo ou desejoso. Eu deveria estar choque. Era isso.
Tinha que ser esse. Eu estava em choque e não estava pensando direito. Ok... ok... sem
pensar, eu toquei na minha testa. Tinha parado de queimar, mas eu ainda me sentia
diferente. Eu tossi um zilhão de vezes. Ótimo. Eu não ia pensar sobre Heath, mas eu não
podia mais negar. Eu me sentia diferente. Minha pele estava ultra sensível. Meu peito
queimava, e mesmo usando meus óculos de sol Maui Jim, meus olhos continuavam a
lacrimejar dolorosamente.
"Estou morrendo..." eu gemi, e então fechei meus lábios. Eu posso estar morrendo.
Eu olhei para a casa que, depois de 3 anos, ainda não parecia um lar. "Supere. Só supere
isso." Pelo menos minha irmã não estaria em casa ainda - treino das lideres de torcida.
Esperançosamente, o troll poderia estar hipnotizando com seu novo vídeo game Delta


Force: Black Hawk Down (um... ew). Eu poderia ter a mamãe para mim. Talvez ela
entendesse... talvez ela soubesse o que fazer...
Ah, diabos! Eu tinha 16 anos, mas eu de repente percebi que eu não queria nada
tanto quanto eu queria minha mãe.
"Por favor deixe ela entender," eu sussurrei com uma simples reza para qualquer que
fosse o deus ou deusa que pudesse estar ouvindo. Como sempre, eu entrei pela garagem.
Eu andei pelo corredor para o meu quarto e joguei meu livro de geometria, bolsa, e
mochila na minha cama. Então eu respirei fundo e fui, um pouco tremula, encontrar
minha mãe.
Ela estava na sala de estar, sentada na ponta do sofá, tomando um copo de café e
lendo "Sopa de galinha para a alma de uma mulher." Ela parecia tão normal, tanto quanto
ela parecia antes. Com exceção que ela costumava ler romances exóticos e usava
maquiagem. Os dois eram coisas que seu novo marido não permitia (que idiota).
"Mãe?"
"Hum?" Ela não olhou para mim.
Eu engoli com força. "Mama." Eu usei o nome que eu costumava chamar ela, antes
dela casar com John. "Eu preciso da sua ajuda."
Eu não sabia se foi o uso inesperado do "Mama" ou algo em minha voz que tocou um
velho pedaço da intuição de mãe que ela ainda tinha em algum lugar dentro dela, mas os
olhos que ela levantou imediatamente do livro eram suaves e cheios de preocupação.
"O que foi, baby-" ela começou, e então suas palavras pareceram congelar em seus
lábios e os olhos dela viram a Marca na minha testa.
"Oh, Deus! O que foi que você fez?"
Meu coração começou a doer de novo. "Mãe, eu não fiz nada. Isso é algo que
aconteceu comigo, não por minha culpa. Isso não é minha culpa."
"Oh, por favor, não!" ela disse como se eu não tivesse pronunciado uma palavra. "O
que o teu pai vai dizer?"
Eu queria gritar "como diabos qualquer um de nós ia saber isso, não vemos ou
ouvimos sobre ele em 14 anos!" mas eu sabia que não faria bem nenhum, e sempre só a
fazia ficar irritada ao lembrar a ela que John não era meu "verdadeiro" pai. Então eu
tentei uma tática diferente - um que eu tinha desistido três anos só atrás.
"Mama, por favor. Você pode só não falar pra ele? Pelo menos por um dia ou dois?
Só mantenha entre nós duas até que... eu não sei... a gente se acostumar ou algo assim."
Eu segurei o fôlego.
"Mas o que eu diria? Nem podemos cobrir isso com maquiagem." Os lábios dela se
curvaram enquanto ela dava um olhar nervoso para a lua crescente.
"Mãe, eu não quis dizer que eu ia ficar aqui enquanto nos acostumamos. Eu tenho
que ir; você sabe disso." Eu pausei enquanto uma enorme tosse fez meu ombro tremer.
"Aquele Rastreador me Marcou. Eu tenho que me mudar para a House of Night ou então
só vou ficar cada vez mais doente." E então morrer, eu tentei dizer a ela com meus olhos.
Eu não podia dizer as palavras. "Eu só quero alguns dias antes de quer que lidar com..."
Eu parei para não ter que dizer o nome dele, dessa vez propositalmente me fazendo
tossir, o que não era difícil.
"O que eu contaria para o teu pai?"
Eu senti uma onda de medo com o pânico na voz dela. Ela não era minha mãe? Ela
não deveria ter as respostas para tudo?
"Só... só diga a ele que eu vou passar os próximos dias na casa de Kayla porque
temos um grande projeto de biologia atrasado."


Eu vi os olhos da minha mãe mudarem. A preocupação sumiu e foi substituída pela
dureza que eu conhecia bem demais.
"Então o que você está dizendo é que você quer que eu minta para ele."
"Não, mãe. O que eu estou dizendo é que eu quero que você, pelo menos uma vez,
coloque minhas necessidades antes das dele. Eu quero que você seja minha mamãe. Me
ajude a fazer as malas e me leve para essa nova escola porque eu estou assustada e
doente e não sei se posso fazer tudo sozinha!" Eu terminei com pressa, respirando com
força e tossindo na mão.
"Eu não estava ciente que parei de ser sua mãe," ela disse friamente.
Ela me fez sentir ainda mais cansada do que Kayla tinha. Eu suspirei. "Eu acho que
esse é o problema, mãe. Você não se importa o suficiente para perceber. Você não se
importa com nada a não ser John desde que você casou com ele."
Os olhos dela se estreitaram para mim. "Eu não sei como você pode ser tão egoísta.
Você não percebe tudo que ele fez para nós? Por causa dele eu me demiti daquele
horrível emprego em Dillards. Por causa dele não temos que nos preocupar com dinheiro
e temos essa grande, e maravilhosa casa. Por causa deles temos segurança e um grande
futuro."
Eu ouvia essas palavras tantas vezes que eu podia recitar elas com ela. Era nessa
parte da não-conversa que eu normalmente me desculpava e voltava para o meu quarto.
Mas hoje eu não podia pedir desculpas. Hoje era diferente. Tudo era diferente.
"Não, mãe. A verdade é que por causa dele você não prestou atenção nos seus filhos
nos últimos 3 anos. Você sabia que sua filha mais velha se tornou uma mimada vadia que
transou com metade do time de futebol? Você sabe que nojento e sanguinário vídeo game
o Kevin mantém escondido de você? Não, é claro que não! Os dois fingem estar felizes e
fingem gostar de John e toda aquele faz de conta da família, então você sorri para eles e
reza por eles e os deixar fazer qualquer coisa. E eu? Você acha que eu sou má porque eu
não finjo - porque eu sou honesta. Quer saber? Eu estou tão cansada da minha vida que
eu estou feliz que o Rastreador me Marcou! Eles chamam aquela escola de vampiros de
House of Night (Casa da noite) mas não pode ser mais escura que essa casa perfeita!"
Antes que eu pudesse começar a chorar ou gritar eu me virei e fui em direção ao meu
quarto, batendo a porta atrás de mim.
"Eu espero que todos se afogue."
Através daquelas paredes muito finas eu podia ouvir ela fazendo uma ligação
histérica para John. Não havia duvidas que ele iria correndo para casa lidar comigo. O
Problema. Ao invés de sentar na cama e chorar como eu estava tentada, eu tirei as
merdas da escola da minha mochila. Como se eu precisasse daquela merda onde eu
estava indo? Eles provavelmente nem tem aulas normais. Eles provavelmente tinham
aulas de como arrancar a garganta das pessoas e... e... e introdução de como ver no
escuro.
Não importava o que minha fez ou não fez, eu não podia ficar aqui. Eu tinha que ir
embora.
Então o que eu precisava levar comigo?
Meu par favorito de jeans, além do que eu já tinha. Um par de camisetas pretas. Eu
quero dizer, o que mais vampiros usam? Além do mais, eles são magros. Eu quase não
levei minha camiseta cor de água, mas todo aquele preto estava me fazendo mais e mais
deprimida... então eu a coloquei. Então eu enfiei dezenas de sutiãs e calcinhas e coisas de
maquiagem dentro de uma necesseir. Eu quase deixei meu bicho de pelúcia, Otis os
peixes (não podia dizer peixe quando tinha dois), no meu travesseiro, mas... bem...


vampira ou não, não podia dormir muito bem sem ele. Então eu o coloquei dentro da
porcaria da mochila.
Então ouvi a batida na porta, e a voz dele me chamando.
"O que?" eu gritei, então comecei a tossir muito.
"Zoey. Sua mãe e eu precisamos falar com você."
Ótimo. Claramente eles não se afogaram.
Eu dei um tapinha em Otis o peixes. "Otis, isso é uma merda." Eu arrumei meu
ombro, tossi de novo, e fui enfrentar o inimigo.


TRÊS

A primeira vista meu padrasto-perdedor, John Heifer, parece ser um cara ok, até
mesmo normal. (Sim, esse é realmente seu sobrenome -e, infelizmente, também é agora
o sobrenome da minha mãe. Ela é a Sra. Heifer. Dá pra acreditar nisso?). Quando ele e
minha mãe começaram a sair eu ouvi alguns dos meus amigos da minha mãe chamar ele
de "bonito" e "charmoso." No começo. É claro que a mãe agora tem todo um novo grupo
de amigos agora, um que o Sr. Bonito e Charmoso acha mais apropriado que o grupo de
divertidas mulheres solteiras que ela costumava sair.
Eu nunca gostei dele. De verdade. Eu não estou dizendo isso agora só porque eu não
o suporto agora. Desde o primeiro dia que eu o conheci eu vi apenas uma coisa -
falsidade. Ele finge ser um cara legal. Ele finge ser um bom marido. Finge até mesmo ser
um bom pai.
Ele parecia como qualquer pai. Ele tem cabelo escuro, pernas magras, e está ficando
mais magro. Os olhos dele são como a alma dele, um limpo, frio de cor marrom.
Eu fui a sala de estar e o encontrei parado perto do sofá. Minha mãe estava parada
perto do fim dele, segurando as mãos dele. Os olhos dela já estavam vermelhos e
marejados. Ótimo. Ela ia bancar a machucada e histeria mãe. É uma atuação que ela faz
bem.
John tinha começado a tentar me espetar com seus olhos, mas minha Marca o
distraiu. O rosto dele se virou em desgosto.
"Fica atrás de mim, Satã!" ele citou no que eu gostava de pensar que era a sua voz
de sermão.
Eu suspirei. "Não é o Satã. É apenas eu."
"Agora não é hora para sarcasmo, Zoey," disse minha mãe.
"Eu cuido disso, querida," disse o padrasto-perdedor, dando tapinhas no ombro dela
antes de virar sua atenção de volta para mim.
"Eu disse a você que seu mal comportamento e sua atitude problemática iriam ter
conseqüências. Eu não estou nem surpreso que isso aconteceu tão cedo."
Eu balancei a cabeça. Eu esperava isso. Eu realmente esperava isso, e ainda sim era
um choque. O mundo inteiro sabia que não havia nada que alguém pudesse fazer para
trazer a Mudança. Todo o "se você é mordida por um vampiro você vai morrer e virar um"
era estritamente fictício. Os cientistas estavam tentando entender o que causa a
seqüência de efeitos físicos que leva ao vampirismo por anos, se eles descobrissem
poderiam conseguir uma cura, ou pelo menos inventar uma vacina. Até agora, não
tiveram sorte. Mas agora meu padrasto-perdedor, John Heifer, tinha de repente
descoberto que comportamento adolescente ruim - especificamente o meu mal
comportamento, o que consistia principalmente numa mentira ocasional, alguns
pensamentos irritados e comentários espertinhos dirigidos principalmente aos meus
parentes, e talvez alguma semi luxuria por Ashton Kutcher (é triste dizer que ele gosta de
mulheres mais velhas) - traziam esse tipo de mudança física no meu corpo. Bem, bem!
Quem diria?
"Isso não é algo que eu causei," eu finalmente consegui dizer. "Isso não foi feito por
minha culpa. Foi feito comigo. Todos os cientistas do planeta concordam com isso."
"Os cientistas não sabem de tudo. Eles não são homens de Deus."
Eu apenas o encarei. Ele era um Ancião das Pessoas de Fé, uma posição que ele era
oh, tão orgulhoso. Era uma das razões do porque mamãe se sentia atraída por ele, e em
um sentido estritamente lógico eu podia entender por que. Ser um Ancião significava que


o homem tinha sucesso. Ele tinha o trabalho certo. Uma boa casa. A família perfeita. Ele
deveria fazer as coisas certas e acreditar no caminho certo. No papel ele deveria ser uma
ótima escolha para ser o novo marido e pai. Pena que o papel não mostra a história toda.
E agora, previsivelmente, ele iria bancar o Ancião e jogar Deus na minha cara. Eu aposto
que minhas novas botas Steve Madden não iriam irritar Deus tanto quanto ele me irritava.
Eu tentei de novo. "Estudamos isso na aula de biologia. É uma reação física que
acontece com alguns dos corpos dos adolescentes enquanto o níveis de hormônios
aumentam." Eu parei, pensando bastante e totalmente orgulhosa de mim mesma por
lembrar de algo que aprendi no semestre passado. "Em certas pessoas os hormônios
dispara algum tipo de ou algo a... a..." eu pensei mais e lembrei: "um DNA viciado se
sobressai, o que começa a Mudança." Eu sorri, não para John, mas porque estava feliz
pela minha habilidade de lembrar coisas de uma unidade que tínhamos acabado a meses.
Eu sabia que o sorriso era um era quando eu vi a mandíbula dele se apertando de maneira
familiar.
"O conhecimento de Deus ultrapassa o da ciência, e é uma blasfêmia você dizer ao
contrario, mocinha."
"Eu nunca disse que cientistas eram mais espertos que Deus!" eu joguei minhas
mãos para cima e tentei segurar uma tosse. "Só estou tentando explicar essa coisa pra
você."
"Eu não preciso ter nada explicado para mim por uma adolescente de 16 anos."
Bem, ele estava usando uma daquelas calças muito ruins e uma camisa horrível.
Claramente ele precisava que algumas coisas fossem explicadas por uma adolescente,
mas eu não achei que fosse a hora certa para mencionar esse infeliz e obvio acidente de
moda.
"Mas John, querido, o que vamos fazer sobre ela? O que os vizinhos vão dizer?" O
rosto dela ficou ainda mais pálido mais do que quando ela tinha dado um pequeno soluço.
"O que as pessoas vão dizer na Reunião no domingo?"
Ele cerrou os olhos quando abri minha boca para responder, e me interrompeu antes
que eu pudesse falar.
"Vamos fazer o que uma família de Deus deveria fazer. Vamos deixar isso na mão de
Deus."
Eles iam me mandar para um converto? Infelizmente, eu tive que lidar com outra
rodada de tosse, então ele continuou falando.
"Também vamos ligar para o Dr. Asher. Ele vai saber o que fazer para acalmar essa
situação."
Maravilhoso. Fabuloso. Ele ia chamar nosso psicólogo de família, o Cara
Inacreditavelmente sem Expressão. Perfeito.
"Linda, ligue para o numero de emergência do Dr. Asher, e eu acho que seria sábio
ativar a árvore de telefone de oração. Se certifique que os outros Anciões saibam que tem
que se reunir aqui."
Minha mãe acenou e começou a levantar, mas as palavras que saíram da minha boca
a fizeram voltar para o sofá.
"O que! Sua resposta é ligar para um psicólogo que não tem idéia de como lidar com
adolescentes e chamar todos aqueles estúpidos Anciões para virem aqui? Como se eles
fossem sequer tentar entender? Não! Você não entende? Eu tenho que ir embora. Hoje a
noite." Eu tossi, de um jeito que fez meu peito doer. "Vê! Isso só vai piorar se eu não ficar
perto dos..." eu hesitei. Porque é tão difícil dizer "vampiros?" Porque soava tão estranho-e


finalmente, - parte de mim admitiu, tão fantástico. "Eu tenho que ir para a House of
Night."
Mamãe pulou, e por um segundo eu achei que ela fosse me salvar. Então John pôs
seus braços ao redor dos ombros dela de forma possessiva. Ela olhou para ele e quando
olhou de volta para mim seus olhos pareciam quase pedir desculpas, mas as palavras
dela, tipicamente, refletiam apenas o que John iria querer que ela dissesse.
"Zoey, certamente não iria doer nada se você passasse a noite em casa?"
"É claro que não iria," John disse para ela. "Tenho certeza que o Dr. Asher vai ver a
necessidade de uma consulta em casa. Com ele aqui ela ficara perfeita." Ele bateu
levemente no ombro dela, fingindo ser atencioso, mas ao invés de doce ele soou fingido.
Eu olhei para ele e para minha mãe. Eles não iam me deixar ir embora. Não hoje a noite,
e talvez nunca, pelo menos até eu ter que ser atendida pelos paramédicos. Eu de repente
entendi que não era só sobre essa Marca ou o fato que a minha vida tinha mudado
completamente. Era sobre controle. Se eles me deixassem ir, de algum jeito eles iriam
perder. No caso da minha mãe, eu gostava de pensar que ela tinha medo de me perder.
Eu sabia que John não queria perder. Ele não gostava de perder sua preciosa autoridade e
a ilusão de que éramos todos uma família feliz. Como mamãe já tinha dito, o que os
vizinhos iam pensar - o que as pessoas iriam pensar na Reunião no domingo? John tinha
que preservar a ilusão, e se isso significasse me deixar muito, muito doente, bem então,
esse era um preço que ele estava disposto a pagar.
Mas eu não estava disposta a pagar isso.
Eu acho que era hora de colocar as coisas nas minhas próprias mãos (afinal de
conta, elas eram bem tratadas).
"Ótimo," eu disse. "Chame o Dr. Asher. Comece a árvore de ligações pelo telefone.
Mas você se importa que eu vá deitar até todos chegarem aqui?" Eu tossi de novo para
fazer média.
"É claro que não, querida," disse mamãe, parecendo obviamente aliviada. "Um
pequeno descanso provavelmente vai fazer você se sentir melhor." Então ela se afastou
do braço possessivo de John. Ela sorriu e então me abraçou. "Você gostaria que eu
pegasse pra você um pouco de remédio pra tosse?"
"Não, estou bem," eu disse, me agarrando a ela só por um segundo desejando com
tanta força que voltássemos a 3 anos atrás e ela ainda fosse minha - ainda estivesse do
meu lado. Então eu respirei fundo e me afastei. "Estou bem," eu repeti.
Ela olhou para mim e acenou, me dizendo que ela sentia muito do único jeito que
podia, com os olhos.
Eu me afastei dela e comecei a voltar para o quaro. Para as minhas costas o meu
padrasto-perdedor disse, "e porque você não faz um favor a todos nós e vê se consegue
achar alguma maquiagem para esconder essa coisa na sua testa?"
Eu nem parei. Eu só continuei andando. E eu não ia chorar.
Eu vou lembrar disso, eu falei a mim mesma com firmeza. Eu vou lembrar do quão
horrível eles fizeram eu me sentir hoje. Então quando eu estiver assustada e sozinha e o
que mais for acontecer comigo, eu vou lembrar que nada poderia ser tão pior quanto ficar
presa aqui. Nada.


QUATRO

Então eu sentei na cama e tossi enquanto ouvia minha mãe fazer uma frenética
ligação para a linha de emergência do nosso psicólogo, seguida por outra igualmente
histérica ligação que iria ativar a árvore de rezas das Pessoas de Fé. Em 30 minutos nossa
casa começou a se encher com mulheres gordas e seus maridos pedofilos de olhos
pequenos. Eles me chamaram para a sala. Minha Marca seria considerada um Problema
Realmente Grande e Embaraçoso, então eles provavelmente me ungiriam com alguma
merda que com certeza ia entupir meus poros e uma espinha enorme antes deles
colocarem suas mãos em mim para rezar. Eles pediram a Deus para me ajudar a parar de
ser uma adolescente tão problemática e um problema para os meus pais. Oh, e o pequeno
problema da minha Marca tinha que ser resolvido também.
Se fosse tão simples. Eu com prazer faria um trato com Deus para ser uma boa
garota versus mudar de escola e espécie. Eu até faria o teste de geometria. Bem, ok.
Talvez não a prova de geometria - mas, ainda sim, não é como se eu tivesse pedido para
ser uma aberração. Essa coisa toda significava que eu iria ter que ir embora. O começo da
vida onde, em algum lugar, eu seria a novata. Algum lugar onde eu não tinha amigos. Eu
pisquei com força, me forçando a não chorar. A escola era o único lugar onde eu me
sentia em casa; meus amigos eram minha família. Eu apertei os pulsos e ergui a cabeça
para não chorar. Um passo de cada vez - vou lidar com isso um passo de cada vez.
Não tinha jeito deu lidar com clones do padrasto-perdedor além do tudo mais. E,
como se as Pessoas da Fé já não fossem ruim o suficiente, a terrível sessão de reza iria
ser seguida por uma igualmente irritante sessão com o Dr. Asher. Ele fazia muitas
perguntas sobre como isso e aquilo me faziam sentir. Então ele falava sobre raiva
adolescente e angustia e sobre como eram normal, mas que eu podia escolher como elas
teriam um impacto na minha vida... blá... blá... e já que isso era uma "emergência" ele
provavelmente iria querer que eu desenhasse algo que representasse minha criança
interior ou qualquer coisa assim.
Eu definitivamente tinha que sair daqui.
Que bom que eu sempre fui a "criança má" e sempre estive preparada para situações
como essa. Ok, eu não estava exatamente pensando sobre fugir de casa para me juntar
aos vampiros quando pus uma chave extra do meu carro de baixo do vaso de flor do lado
de fora da minha janela. Eu só estava considerando que eu poderia querer escapar e ir
para a casa de Kayla. Ou, se eu realmente quisesse ser má eu poderia me encontrar com
Heath no parque e me agarrar com ele. Mas então Heath começou a beber e eu comecei
a me transformar em uma vampira. Às vezes a vida não faz sentido nenhum.
Eu peguei minha mochila, abri a janela, e mais fácil que os sermões chatos do meu
padrasto-perdedor, eu sai pela janela. Eu pus meus óculos de sol e olhei ao redor. Era
apenas 4:30, e não estava escuro ainda, então eu estava feliz que a nossa cerca me
escondia dos nossos vizinhos. Desse lado da casa a outra única janela era do quarto da
minha irmã, e ela estava no treino das lideres de torcida. (O inferno deveria estar
congelando porque pela primeira vez na vida eu estava feliz por minha irmã estar
envolvida no que ela chamava de "esporte de torcer.") Eu derrubei minha mochila
primeiro e então devagar desci pela janela, tomando cuidado para não fazer barulho
quando cheguei ao chão. Eu parei ali por vários minutos, enterrando meu rosto nos braços
para abafar o som da terrível tosse. Então me curvei em direção ao pote onde havia uma
planta de lavanda que a Vovó Redbird me deu, e deixei meus dedos encontrarem a chave
de metal que estava na grama.


O portão nem rangeu quando eu o abri um centímetro a la As panteras. Meu Bug
fofo estava onde sempre ficava - bem enfrente a nossa garagem. O padrasto-perdedor
não me deixava estacionar dentro porque ele disse que seu cortador de grama era mais
importante. (Mais importante que uma vintage VW? Como? Isso nem fazia sentido, droga,
eu acabei de soar como um garoto. Desde quando em importava com a vintage do meu
Bug? Eu devo mesmo estar Mudando.) Eu olhei para os dois lados. Nada. Eu fui para o
meu Bug, entrei, coloquei em ponto morto, e fiquei verdadeiramente agradecida por nossa
entrada ser ridiculamente longe quando meu maravilhoso carro andou silenciosamente e
suavemente pela rua. Dali eu fui para oeste e logo sai da rua das casas grandes e caras.
Eu nem olhei pelo espelho retrovisor.
Eu nem liguei meu telefone celular. Eu não queria falar com ninguém.
Não, isso não era exatamente verdade. Tinha uma pessoa que eu realmente queria
falar. Ela era a única pessoa no mundo que eu tive certeza que não ia olhar para minha
Marca e pensar que eu era um monstro ou uma aberração ou uma pessoa horrível.
Como se meu Bug pudesse ler minha mente ele pareceu virar sozinho na estrada que
levava para Muskogee Turnpike e, eventualmente, para o lugar mais maravilhoso do
mundo - a farmácia da minha Vovó Redbird.
Diferente do caminho da escola para casa, a viagem de uma hora e meia para a casa
da Vovó Redbird pareceu levar uma eternidade. Quando eu finalmente sai da estrada e
entrei na estrada de terra que levava para a casa da Vovó, meu corpo doía ainda mais do
que aquela vez que eles contrataram aquele professor maluco de Ed. Física que pensou
que deveríamos fazer oito circuitos enquanto ela balançava seu chicote para nós e ria. Ok,
então talvez ela não tivesse um chicote, mas ainda sim. Meus músculos doíam pra
caramba. Era quase seis horas e o sol finalmente estava começando a se por, mas meus
olhos ainda doíam. Na verdade, até mesmo a luz do sol fraca fazia minha pele formigar e
ficar estranha. O que me fez ficar feliz foi que era final de Outubro e finalmente tinha
ficado frio o suficiente para eu usar meu casaco da Borg Invason 4D (claro, é um Star
Trek: Next Generation que eu comprei numa viagem a vegar, e eu ocasionalmente na
época era uma grande fã), o que graças a Deus, cobria quase toda a minha pele. Antes de
eu sair do meu Bug eu procurei no banco traseiro meu velho boné para que ele cobrisse
meu rosto do sol.
A casa da minha avó ficava entre campos de flores e era protegido por grandes
carvalhos. Foi construída em 1942 pela pedra crua de Oklahoma, com uma confortável
varanda e janelas muito grandes. Eu amava essa casa. Só em subir os degraus que
levavam para a varanda me fez sentir melhor... segura. Então eu vi o bilhete no lado de
fora da porta. Era fácil reconhecer a letra bonita da Vovó Redbird: Estou no penhasco
pegando flores.
Eu toquei o papel com o suave cheiro de lavanda. Ela sempre sabia quando eu iria
visitar. Quando eu era criança eu achava isso estranho, mas quando fiquei mais velha eu
comecei a apreciar o senso extra que ela tinha. Toda minha vida eu soube que, não
importasse o que, eu poderia contar com a Vovó Redbird. Durante aqueles primeiros
meses horríveis quando mamãe casou com John eu acho que eu teria murchado e morrido
se não fosse para as escapas todo final de semana para a casa da vovó.
Por um segundo eu considerei entrar (Vovó nunca trancava a porta) e esperar por
ela, mas eu precisava ver ela, ter ela me abraçando e me dizer o que minha mãe deveria
dizer.
Não fique com medo... vai ficar tudo bem... eu vou fazer tudo ficar bem. Então ao
invés de entrar eu encontrei o pequeno caminho por entre o penhasco que me permitiria


achar ela e eu o segui, deixando a ponta dos meus dedos passar por entre as plantas mais
perto para que enquanto eu andasse elas liberassem um doce cheiro no ar ao meu redor
como se estivessem me dando boas vindas.
Parecia que fazia anos desde que eu estive aqui, embora eu soubesse que só faziam
4 semanas. John não gostava da vovó. Ele achava que ela era estranha. Eu até o ouvi
dizer a mamãe que a vovó era "uma bruxa que iria ser um problema."
Então um pensamento incrível veio na minha mente enquanto eu parei
completamente. Meus pais não controlavam mais o que eu fazia. Eu nunca mais iria viver
com eles. John não podia mais me dizer o que fazer.
Whoa! Que incrível!
Tão incrível que tive um espasmo de tosse que me fez enrolar os braços ao meu
redor, como se eu estivesse tentando segurar meu peito. Eu precisava encontrar Vovó
Redbird, e eu precisava encontrar ela agora.


CINCO

O caminho para o penhasco sempre foi íngreme, mas eu subi um zilhão de vezes,
com e sem a vovó e eu nunca me senti assim. Não era mais apenas a tosse. Não era mais
os músculos doloridos. Eu estava tonta e meu estomago estava tão ruim que me lembrava
de Meg Ryan naquele filme French Kiss: Segredos do coração depois que ela comeu todo
aquele queijo e teve aquela intolerância a lactose. (Kevin Kline é muito fofo nesse filme -
bem, para um cara velho.)
E meu nariz estava escorrendo, e eu não quero dizer só um pouco. Eu quero dizer,
eu estava limpando o nariz na manga do meu casaco (nojento). Eu não conseguia respirar
sem abrir minha boca, o que me fez tossir mais, e eu não conseguia acreditar no quanto
meu peito doía! Eu tentei lembrar o que é que matava oficialmente quem não completava
a Mudança em um vampiro. Eles tinham ataques cardíacos? Ou era possível que eles
tossissem e seus narizes escorressem até a morte?
Pare de pensar sobre isso!
Eu preciso encontrar Vovó Redbird. Se a vovó não tiver as respostas, ela vai
descobrir. Vovó Redbird entende as pessoas. Ela disse que é porque ela não perdeu
totalmente sua herança Cherokee e o conhecimento tribal de seus ancestrais as Mulher
Sábias que ela carregava no sangue. Até mesmo agora eu sorri ao pensar sobre quando o
rosto da vovó franze toda a vez que o assunto é o padrasto-perdedor (ela é a única adulta
que sabe que eu chamo ele assim). Vovó Redbird disse que é obvio que o sangue das
Mulheres Sábias pulou a filha dela, mas só porque ele foi poupado para me dar uma dose
extra de mágica Cherokke antiga.
Quando era criança eu subi esse caminho segurando a mão da vovó mais vezes do
que eu era capaz de contar. No meio da grama alta e das flores selvagens colocávamos
uma colorida toalha e fazíamos um piquenique enquanto a vovó me contava histórias das
pessoas Cherokee e me ensinava a linguagem misteriosa deles. Enquanto eu andava pelo
caminho aquelas histórias antigas pareciam dar voltas dentro da minha cabeça, como
fumaça de um fogo cerimonial... incluindo a triste história de como as estrelas se
formavam quando um cão era pego roubando milho e a tribo o matava. Enquanto o cão
uivava para sua casa no norte, a comida se espalhava pelo céu e fazia a mágica da Via
Láctea. Ou como o Grande Falcão fez as montanhas e vales com suas asas. E meu
favorito, a história sobre a jovem mulher sol que viveu no leste, e seu irmão, a lua que
vivia a oeste, e o Redbird que era a filha do sol.
"Isso não é estranho? Eu sou uma Redbird e uma filha do sol, mas estou me
tornando um monstro da noite." Eu me ouvi falar em voz alta e estava surpresa por minha
voz soar tão fraca, especialmente quando minhas palavras pareciam ecoar ao meu redor,
como se estivesse sendo vibradas como um tambor.
Tambor...
Pensar na palavra me fazia lembrar dos debates que vovó tinha me levado quando
era pequena, e então, meus pensamentos de algum jeito tomaram vida na memória, e eu
acabei ouvindo o bater dos tambores cerimoniais. Eu olhei ao redor, apertando os olhos
contra a luz mais fraca do dia. Meus olhos estavam atordoados e minha visão estava toda
errada. Não havia vento, mas a sombra das pedras e arvores pareciam estar se
movendo... se esticando... me alcançando.
"Vovó estou com medo..." eu chorei entre uma crise de tosse.
O espírito da terra não precisa ser temido Zoeybird.


"Vovó?" Eu ouvi a voz dela me chamando pelo meu apelido, ou era um daqueles ecos
estranhos vindos da minha memória? "Vovó!" eu chamei de novo, e então fiquei parada
tentando ouvir uma resposta.
Nada. Nada a não ser o vento.
U-no-le... a palavra Cherokee para vento passou pela minha mente como um sonho
meio esquecido.
Vento? Não, espera! Não havia nenhum vento um segundo atrás, mas agora eu tinha
que segurar o chapéu com uma mão e tirar o cabelo que estava sendo jogado
selvagemente para o meu rosto com a outra mão. E então no vento eu os ouvi - o som de
muitas vozes Cherokee cantando junto com os tambores cerimoniais. Através de um véu
de cabelo e lágrimas eu vi fumaça. O cheiro doce de madeira encheu minha boca aberta e
eu senti o gosto das fogueiras dos meus ancestrais. Eu me afoguei, lutando para
recuperar o fôlego.
E então eu os senti. Eles estavam ao meu redor, formas quase visíveis tremulando
como ondas de calor se levantando do asfalto no verão. Eu podia sentir eles se
pressionarem contra mim enquanto se movimentavam com graciosidade, passos intricados
ao redor da imagem da fogueira dos Cherokee.
Se junte a nós, u-we-tsi a-ge-hu-tsa... Se junte a nós, filha...
Fantasmas Cherokee... me afogando nos meus próprios pulmões... e brigando com
meus pais.... minha vida antiga acabada...
Era demais. Eu corri.
Eu suponho que o que eles nos ensinam em biologia sobre a adrenalina tomar conta
durante todo aquele negocio de lutar-ou-lutar é verdade porque embora meu peito
parecesse que iria explodir e parecesse que eu estava tentando respirar debaixo da água,
eu corri pela trilha como se houvesse lojas no shopping dando sapatos de graça.
Procurando por ar eu continuei a subir cada vez mais - lutando para me afastar do
espírito assustador que estava ao meu redor como nevoa, mas ao invés de deixar eles
para trás eu parecia estar correndo cada vez mais para dentro do mundo da fumaça e
sombras. Eu estava morrendo? Era isso que estava acontecendo? Era por isso que eu
podia ver fantasmas? Onde estava a luz branca? Completamente apavorada, eu corri,
jogando meus braços para cima de forma selvagem como se eu pudesse segurar o terror
que estava me perseguindo.
Eu não vi a raiz que estava no meio do caminho. Completamente desorientada eu
tentei me segurar, mas todos os meus reflexos desapareceram. Eu cai com força. A dor na
minha cabeça era afiada, mas durou apenas por um segundo antes da escuridão em
engolir.
Acordar foi estranho. Eu esperei que meu corpo doesse, especialmente meu coração
e peito, mas ao invés da dor eu senti... bem... eu me senti bem. Na verdade, eu me sentia
melhor que bem. Eu não estava tossindo. Meus braços e pernas estavam incrivelmente
leves, e quentes, como se eu tivesse acabo de entrar numa banheira de hidromassagem
em uma noite fria.
Huh?
A surpresa me fez abrir os olhos. Eu estava vendo uma luz, que milagrosamente não
fez meus olhos doerem. Ao invés da luz do sol, isso era mais como a suave luz de uma
vela que parecia estar descendo. Eu sentei, e percebi que estava errada. A luz não estava
descendo, eu estava subindo!
Eu vou para o céu. Bem, isso vai chocar algumas pessoas.


Eu olhei para baixo e vi meu corpo! Eu ou aquilo ou... ou... tanto faz estava deitado
perto da ponta do penhasco. Meu corpo estava bem parado. Minha testa estava cortada e
estava sangrando bastante. O sangue pingava no chão rochoso, fazendo uma trilha de
lagrimas vermelhas caírem no coração do penhasco.
Era incrivelmente estranho olhar para mim mesma. Eu não estava com medo. Mas eu
deveria, não deveria? Isso não significava que eu estava morta? Talvez eu fosse capaz de
ver os fantasmas Cherokee melhor agora. Até essa idéia não me assustava. Na verdade,
ao invés de ter medo era mais como se eu fosse uma observadora, e nada disso pudesse
realmente me tocar. (Que nem aquelas garotas que transam com todo mundo e acham
que não vão ficar grávidas ao pegar uma DST que come seu cérebro e tal. Bem, vamos
ver em 10 anos, não é?)
Eu gostei do jeito que o mundo parecia, brilhante e novo, mas era meu corpo que
continuava a chamar minha atenção. Eu flutuei perto dele. Eu estava respirando rápido e
superficialmente. Bem, meu corpo estava respirando assim, não que não fosse eu. Eu/ela
estava pálida e seus lábios estavam azuis. Hey! Rosto branco, lábios azuis, e sangue
vermelho! Vai dizer que eu não sou patriota?
Eu ri, e percebi o quão incrível era! Eu jurava poder ver minha risada flutuar ao meu
redor como aquelas coisas fofas que você sopra de um dente de leão, só que ao invés de
ser branco era bolo-de-aniversário-de-cobertura-azul. Wow! Quem diria que bater a
cabeça e desmaiar seria tão divertido? Eu me perguntei se isso era como quando alguém
estava alto.
A risada estilo dente de leão sumiu e eu podia ouvir o barulho de água corrente. Eu
me movi mais para perto do meu corpo, percebendo que o que eu pensei que fosse uma
ferida no solo na verdade era uma rachadura estreita. A água parecia estar vindo dali.
Curiosa, eu espiei para baixo, e a brilhante linha prateada de palavras saiu da rocha. Eu
me esforcei para ouvir, e fui recompensada por um fraco, sussurro de um som prateado.
Zoey Redbird... venha até mim...
"Vovó!" Eu gritei para dentro da abertura. Minhas palavras eram púrpura enquanto
enchiam o ar ao meu redor. "É você, Vovó?"
A mistura prateada com o púrpura da minha visível voz, tornaram as palavras em um
brilhante púrpura azulado. Era um pressagio! Um sinal! De alguma forma, como os guias
espirituais do povo Cherokee tinham acreditado por séculos, a Vovó Redbird estava me
dizendo que eu tinha que entrar na rocha.
Sem hesitar, eu entrei na abertura, seguindo a trilha do meu sangue e a memória
prateada dos sussurros da minha avó até que eu cheguei no chão suave de uma espécie
de caverna. No meio do lugar uma pequena corrente de água borbulhava, dando pedaços
visíveis de som, claro e colorido como um vidro. Misturado com a cor escarlate do meu
sangue iluminava a caverna com uma luz fraca que era da cor de folhas secas. Eu queria
sentar perto da água borbulhante e deixar meus dedos tocarem o ar ao redor e brincar
com a textura da musica, mas a voz me chamou de novo.
Zoey Redbird... me siga para o seu destino...
Então eu segui a corrente até o chamado da mulher. A caverna se estreitou até se
tornar um túnel arredondado. Eu segui as curvas, em uma espiral gentil, terminando
bruscamente numa parede que estava cheia de símbolos encravados que pareciam
familiares e alien ao mesmo tempo. Confusa, eu vi a corrente bater na parede e
desaparecer. E agora? Eu deveria seguir?
Eu olhei de volta para o túnel. Nada ali a não ser luzes dançantes. Eu me virei para a
parede e senti um choque elétrico. Whoa! Tinha uma mulher sentada com as pernas


cruzadas na frente da parede! Ela estava usando um vestido branco que estava cheio dos
mesmos símbolos que estavam na parede atrás dela. Ela era fantasticamente bonita, com
um cabelo longo e liso tão preto que parecia ter luzes azuis e púrpuras, como a asa de um
corvo. Os lábios dela se curvaram quando ela falou, enchendo o ar entre nós com o poder
prateado de sua voz.
Tsi-lu-gi U-we-tsi a-ge-hu-tsa. Bem vinda, Filha. Você fez muito bem.
Ela falou em Cherokee, e embora eu não praticasse a língua nos últimos anos eu
entendi as palavras.
"Você não é minha avó!" eu falei, me sentindo constrangida e deslocada enquanto
minhas palavras se juntavam a ela fazendo padrões de brilhantes flores no ar ao nosso
redor.
O sorriso dela era como o sol nascente.
Não, Filha, eu não sou, mas eu conheço Sylvia Redbird muito bem. Eu respirei fundo.
"Estou morta?"
Eu estava com medo dela rir de mim, mas ela não riu. Ao invés disso os olhos negros
dela eram suaves e preocupados.
Não, U-we-tsi a-ge-hu-tsa. Você está longe de estar morta, embora seu espírito
temporariamente tenho sido libertado para andar pelo reino de Nunne 'hi.
"As pessoas de espírito!" Eu olhei ao redor do túnel, tentando ver rostos entre as
sombras.
Sua avó te ensinou bem, u-s-ti Dotsu-wa... pequena Redbird. Você é uma única
mistura do Jeito Antigo e o Novo Mundo - um antigo sangue tribal e o coração dos
estrangeiros.
As palavras dela me fizeram sentir frio e calor ao mesmo tempo. "Quem é você?" eu
perguntei.
Eu sou conhecida por muitos nomes... Changing Woman, Gaea, A'akuluujjusi, Kuan
Yin, Grandmother Spider, e até mesmo Dawn...
Enquanto ela falava cada nome seu rosto era transformado então eu estava tonta
com o poder dela. Ela deve ter entendido, porque ela parou e sorriu para mim, e seu rosto
voltou para a mulher que eu vi primeiro.
Mas você, Zoeybird, minha Filha, pode me chamar pelo nome que seu mundo me
conhece hoje, Nyx.
"Nyx," minha voz era quase um sussurro. "A deusa vampira?"
Na verdade, foram os gregos antigos tocados pela Mudança que me adoraram
primeiro como a mãe que eles procuraram em sua Noite sem fim. Eu fiquei satisfeita de
chamar os descendentes deles de meus filhos a muitos séculos. E, sim, no seu mundo
esses filhos são chamados de vampiros. Aceite o nome, U-we-tsi a-ge-hu-tsa;e você
encontrará seu destino.
Eu podia sentir a Marca queimando na minha testa, e de repente eu queria chorar.
"Eu- eu não entendo. Encontrar meu destino? Eu só quero encontrar um jeito de lidar com
a minha nova vida - de fazer tudo ficar bem. Deusa, eu só quero encontrar meu lugar. Eu
não acho que sou capaz de encontrar meu destino."
O rosto da deusa ficou suave de novo, e quando ela falou a voz dela era como a da
minha mãe, mas mais - como se ela tivesse de algum jeito juntado todo o amor maternal
do mundo em suas palavras.
Acredite em si Zoey Redbird. Eu Marquei você como uma igual. Você será minha
primeira verdadeira U-we-tsi a-ge-hu-tsa vhna-i Sv-no-yi... Filha da noite... nessa época.
Você é especial. Aceite isso sobre si e você ira começar a entender que a um verdadeiro


poder em sua exclusividade. Em você é combinada o mágico sangue de antigas e Sábias
Mulheres e Anciões, assim como um profundo entendimento do mundo moderno.
A deusa levantou e andou graciosamente em minha direção, a voz dela fazendo
símbolos prateados de poder no ar ao nosso redor. Quando ela me alcançou ela limpou as
lagrimas da minha bochecha antes de colocar meu rosto em suas mãos.
Zoey Redbird, Filha da Noite, eu nomeio você meus olhos e ouvidos no mundo hoje,
um mundo onde bem e mal estão lutando para encontrar balanço.
"Mas eu tenho 16 anos! Eu nem consigo fazer baliza! Como eu vou saber ser seus
olhos e ouvidos?"
Ela apenas sorriu serenamente. Você é velha além da sua idade, Zoeybird. Acredite
em você mesma e você encontrara um jeito. Mas lembre-se, a escuridão nem sempre
equivale ao mal, assim como a luz nem sempre trás o bem.
Então a deusa Nyx, a antiga personificação da Noite, se inclinou e me beijo na testa.
E pela terceira vez naquele dia, eu desmaiei.


SEIS

Linda, vê o numem, a nuvem apareceu. Linda, vê a chuva, a chuva cai perto...
As palavras de uma antiga musica flutuavam pela minha mente. Eu devia estar
sonhando com a Vovó Redbird de novo. Me fez sentir quente e segura e feliz, o que era
especialmente bom, já que eu me sentia tão mal ultimamente... só que eu não conseguia
me lembrar exatamente porque. Huh. Estranho.
Quem falou?
A pequena semente ouviu,
Bem encima do caule...
A música da minha avó continuou e eu me curvei de lado, suspirando enquanto
esfregava meu peito contra um travesseiro suave. Infelizmente, mover minha cabeça
causou uma horrível dor nas minhas têmporas, e como uma bala quebrando um vidro,
destruiu meus sentimentos de felicidade enquanto as memórias do dia se apoderavam de
mim.
Eu estava me transformando numa vampira.
Eu tive que fugir de casa.
Eu tive um acidente e algum tipo de experiência quase-morte.
Eu estava me transformando numa vampira. Oh meu Deus.
Cara, minha cabeça dói.
"Zoeybird! Você está acordada, baby?"
Eu pisquei e meus olhos fora de foco clarearam para ver Vovó Redbird sentada numa
cadeira perto da minha cama.
"Vovó!" eu tateei e peguei a mão dela. Minha voz soava tão horrível quanto eu me
sentia. "O que aconteceu? Onde estou?"
"Você está segura, Pequena Ave. Você está segura."
"Minha cabeça dói." Eu senti o lugar onde minha cabeça estava machucada e
dolorida, e meus dedos encontraram os pontos.
"Deveria. Você tirou 10 anos da minha vida tamanho susto que levei." Vovó esfregou
minha mão gentilmente. "Todo aquele sangue..." Ela tremeu, e então balançou a cabeça e
sorriu para mim. "Que tal você me prometer não fazer aquilo de novo?"
"Prometo," eu disse. "Então, você me encontrou..."
"Ensangüentada e inconsciente, Pequena Ave." Vovó afastou o cabelo da minha
testa, seus dedos passando suavemente pela minha Marca. "E tão pálida que a escura lua
crescente parecia brilhar contra a sua pele. Eu sabia que você precisava ser levada para a
House of Night, o que foi exatamente o que eu fiz." Ela riu e o maravilhoso brilho nos seus
olhos a fizeram parecer uma garotinha. "Eu liguei para sua mãe para dizer a ela que eu
estava te levando para a House of Night, e eu tive que fingir que meu celular estava com
uma recepção ruim para poder desligar. Eu temo que ela não esteja feliz com nenhuma de
nós duas."
Eu ri para Vovó Redbird. Há há, mamãe estava braba com ela também.
"Mas, Zoey, o que você estava fazendo na luz do dia? E porque você não me disse
antes que você tinha sido Marcarcada?"
Eu me forcei a sentar, gemendo com a dor na minha cabeça. Mas, graças a Deus,
parecia que eu não estava mais tossindo. Deve ser porque eu finalmente estou aqui - na
House of Night... mas a idéia desapareceu da minha cabeça enquanto processava o que a
Vovó tinha dito.


"Espera, eu não poderia ter te falado antes. O Rastreador veio a escola hoje e me
Marcou. Eu fui para casa primeiro. Eu esperava que a mamãe entendesse e me apoiasse."
Eu parei, lembrando de novo a horrível cena com meus pais. Entendendo completamente,
Vovó apertou minha mão. "Ela e John basicamente me trancaram no meu quarto
enquanto chamavam nosso psicólogo e começavam a árvore de oração."
Vovó fez uma careta.
"Então eu sai pela janela e fui diretamente até você," eu conclui.
"Estou feliz que tenha feito isso, Zoeybird, mas não faz sentido nenhum."
"Eu sei," eu suspirei. "Eu também não consigo acreditar que fui Marcada, também.
Porque eu?"
"Não é isso que eu quis dizer, querida. Eu não estou surpresa por você ter sido
rastreada e Marcada. O sangue dos Redbird sempre teve forte magia; era só uma questão
de tempo até um de nós ser Escolhido. O que eu quis dizer é que não faz sentido você ter
acabado de ser Marcada. A lua crescente não está apenas tracejada. Está completamente
pintada."
"Isso é impossível!"
"Olhe você mesma, U-we-tsi a-ge-hu-tsa." Ela usou a palavra Cherokee para filha, de
repente me lembrando da misteriosa e antiga deusa.
Vovó procurou dentro da sua bolsa por um antigo espelho que ela sempre carregava.
Sem dizer mais nada, ela me entregou. Eu puxei a pequena tampa. Ele abriu para me
mostrar meu reflexo... a estranha familiar... aquela que era eu mas não eu exatamente.
Os olhos dela eram enormes e sua pele muito branca, mas eu mal notei isso. Era a Marca
que eu não conseguia parar de olhar, a Marca que agora era uma lua crescente completa,
pintada perfeitamente com o azul safira da tatuagem dos vampiros. Me sentindo como se
ainda estivesse sonhado, eu levantei a mão e deixei meu dedo tracejar a exótica Marca e
eu pareci sentir os lábios da deusa contra a minha pele de novo.
"O que isso significa?" eu disse, incapaz de olhar para longe da Marca.
"Estavamos esperando que você tivesse a resposta para essa pergunta, Zoey
Redbird."
A voz dela era incrível. Mesmo antes deu olhar para longe do meu reflexo eu saiba
que ela seria única e inacreditável. Eu estava certa. Ela era tão linda quanto uma estrela
de cinema, linda como uma Barbie. Ela tinha olhos amendoados que eram de um
profundo verde. O rosto dela era quase um coração perfeito e a pele tinha aquela
luminosidade que você vê na TV. O cabelo dela era profundamente vermelho - não aquele
vermelho alaranjado ou um vermelho gasto, mas um escuro, e brilhante vermelho que
caiam em ondas pelos ombros dela. O corpo dela era, bem, perfeito. Ela não era magra
como aquelas garotas bizarras que vomitam e ficam morrendo de fome para chegar
naquilo que elas achavam que era chique a la Paris Hilton. (Isso é quente. É, ok, tanto
faz, Paris.) O corpo dessa mulher era perfeito porque ela era forte, mas tinha curvas. E ela
tinha lindos peitos. (Eu queria ter lindos peitos.)
'Hun?" eu disse. Falando em peitos - eu totalmente estava soando como uma.
(boba... he He) *(Em inglês boobs são peitos mas também pode significar bobo.)
A mulher sorriu para mim e mostrou dentes incrivelmente perfeitos e brancos - sem
presas. Oh, eu acho que esqueci de mencionar que além da perfeição dela ela tinha uma
tatuagem de lua crescente no meio da testa, e dali, contornos que me lembravam o
oceano, as ondas emolduravam as sobrancelhas dela, se estendendo até as maças do
rosto.
Ela era uma vampira.


"Eu disse, que estávamos esperando que você nos explicasse porque uma vampira
novata que ainda não Mudou tem a Marca de um ser maduro na testa."
Sem o sorriso e a gentil preocupação na voz dela as palavras poderiam parecer
duras. Ao invés disso, o que ela disse soou preocupado e um pouco confuso.
"Então eu não sou uma vampira?" eu disse.
A risada dela era como musica. "Ainda não, Zoey, mas eu diria que já ter sua Marca
completa é um excelente pressagio."
"Oh... eu... eu... bem, ótimo. Isso é ótimo." Eu balbuciei.
Graças a Deus, Vovó me salvou de uma humilhação total.
"Zoey, essa é a Alta Sacerdotisa da House of Night, Neferet. Ela tem cuidado bem de
você enquanto você estava" - vovó pausou, obviamente não querendo dizer a palavra
inconsciente - "enquanto você estava dormindo."
"Bem Vinda a House of Night, Zoey Redbird," Neferet disse carinhosamente.
Eu olhei para vovó e depois para Neferet. Me sentindo mais do que um pouco
perdida eu gaguejei , "Esse - esse não é meu nome de verdade. Meu sobrenome é
Montgomery."
"É?" Neferet disse, levantando uma das suas pequenas sobrancelhas. "Um beneficio
de começar a vida nova é que você tem a oportunidade de começar de novo - de fazer
escolhas que você não pode fazer antes. Se você pudesse escolher, qual seria seu
verdadeiro nome?"
Eu nem hesitei. "Zoey Redbird."
"Então desse momento em diante, você será Zoey Redbird. Bem vinda a sua nova
vida." Ela estendeu a mão como se quisesse apertar minha mão, e eu automaticamente
ofereci a minha. Mas ao invés de pegar minha mão, ela pegou meu ante braço, o que era
estranho, mas de algum jeito parecia certo.
O toque dela era quente e firme. O sorriso dela dava boas vindas. Ela era incrível e
inspiradora. Na verdade, ela era o que todos os vampiros eram, mais que humana - mais
forte, inteligente, mais talentosa. Parecia que alguém tinha acendido uma luz dentro dela,
o que eu defini como irônico considerando os estereótipos dos vampiros (alguns dos quais
eu sabia que eram a completa verdade): Eles evitam luz do sol, eles são mais poderosos a
noite, eles precisam beber sangue para viver (eca!), e eles adoravam uma deusa que é
conhecida como a personificação da Noite.
"O-obrigado. É um prazer conhecer você," eu disse, tentando realmente parecer
semi-inteligente e normal.
"Como eu estava dizendo para sua avó mais cedo, nunca tivemos uma caloura que
viesse até nós de um jeito tão diferente - inconsciente e com uma Marca completa. Você
consegue lembrar o que aconteceu com você, Zoey?"
Eu abri minha boca para dizer a ela que eu totalmente lembrava - de cair e bater e
cabeça... e me ver como se eu fosse um espírito... seguir as palavras visíveis até a
caverna... e finalmente encontrar a deusa Nyx. Mas antes de eu dizer as palavras eu tive
um estranho sentimento, como se alguém tivesse acabado de me bater no estomago. Foi
claro e especifico, e estava me dizendo para calar a boca.
"Eu - eu realmente não lembro muito-" Eu falei e minha mão chegou no ponto
dolorido onde os pontos se sobressaiam. "Pelo menos não até eu bater a cabeça. Eu
quero dizer, até ai eu lembro de tudo. O Rastreador me Marcou; eu disse aos meus pais e
tive uma briga horrível com eles; então eu fugi para a casa da minha vó. Eu estava me
sentindo realmente mal, então quando eu subi o caminho para o penhasco..." eu lembrava
do resto - de todo o resto - os espíritos, o povo Cherojee, a dança na fogueira. Cala a


boca! O sentimento gritou para mim. "E - eu acho que eu desmaiei porque eu tossi
demais, e bati a cabeça. A próxima coisa que eu lembro é da Vovó Redbird cantando e
então eu acordei aqui." Eu terminei com pressa. Eu queria olhar para longe dos olhos
afiados e verdes dela, mas o mesmo sentimento que estava me ordenando a ficar quieta
também estava claramente me dizendo que eu tinha que manter contato visual com ela,
que eu tinha que tentar com muita vontade não estar escondendo nada dela, embora eu
não tivesse idéia do porque eu estava escondendo qualquer coisa.
"É normal passar por perda de memória com um ferimento na cabeça." Vovó disse,
quebrando o silencio.
Eu podia beijar ela.
"Sim, é claro que é," Neferet disse rapidamente, o rosto dela perdendo aquele jeito
afiado. "Não tema pela saúde de sua neta, Sylvia Redbird. Tudo ficará bem com ela."
Ela falou com vovó de forma respeitosa, e um pouco da tensão que tinha se criado
em mim se acalmou. Se ela gostava da Vovó Redbird, ela deveria ser uma boa pessoa, ou
vampira ou tanto faz. Certo?
"Como tenho certeza que você já sabe, vampiros" - Neferet pausou e sorriu para
mim - "até mesmo vampiros calouros, tem poderes únicos de cura. A cura dela está
acontecendo tão bem que é seguro para ela sair da enfermaria." Ela olhou da vovó para
mim. "Zoey, você gostaria de encontrar sua nova colega de quarto?"
Não. Eu engoli com força e acenei. "Sim."
"Excelente!" Neferet disse. Graças a Deus ela ignorou o fato que eu estava parada ali
parecendo um estúpido gnomo de jardim.
"Você tem certeza que não deveria manter ela aqui outro dia para observação?" Vovó
perguntou.
"Eu entendo sua preocupação, mas eu lhe asseguro os ferimentos físicos de Zoey já
estão curando em um ritmo que você acharia extraordinário."
Ela sorriu para mim de novo e embora eu estivesse assustada e nervosa e estava
surtando eu sorri de volta. Parecia que ela estava realmente feliz por me ver ali. E,
sinceramente, ela me fez pensar que me transformar numa vampira talvez não fosse uma
coisa tão ruim.
"Vovó, estou bem. Verdade. Minha cabeça só dói um pouco, e o resto de mim se
sente melhor." Eu percebi que era verdade. Eu parei de tossir totalmente. Meus músculos
não doíam mais. Eu me sentia perfeitamente normal, com exceção de um pouco de dor de
cabeça.
Então Neferet fez algo que não apenas me surpreendeu, mas me fez
instantaneamente gostar dela - e começar a confiar nela. Ela andou em direção a Vovó e
falou com calma e cuidado.
"Sylvia Redbird, eu dou a você meu juramento solene que a sua neta está segura
aqui. Cada calouro é colocado junto a um mentor adulto. Para assegurar meu juramento
eu serei a mentora de Zoey. E agora você deve a colocar em meus cuidados."
Neferet colocou seu punho por cima do coração e se curvou formalmente para Vovó.
Minha vó hesitou por apenas um segundo antes de responder.
"Eu vou confiar em seu juramento, Neferet, Alta Sacerdotisa de Nyx." Então ela
imitou a ação de Neferet colocando seu próprio punho no coração e se curvando para ela
antes de virar para mim e me abraçar com força. "Me ligue se precisar de mim, Zoeybird.
Eu amo você."
"Eu vou, Vovó. Eu amo você também. E obrigado por me trazer aqui," eu sussurrei,
sentindo o cheiro de lavanda e tentando não chorar.


Ela me beijou gentilmente na bochecha e então com os passos rápidos e confiantes
dela ela saiu do quarto, me deixando sozinha pela primeira vez na minha vida com uma
vampira.
"Bem, Zoey, você está pronta para começar sua nova vida?"
Eu olhei para ela e pensei de novo do quão incrível ela era. Se eu realmente Mudasse
para uma vampira, eu teria a confiança e poder dela, ou era algo que somente uma Alta
Sacerdotisa tem? Por um segundo passou pela minha mente o quão incrível seria ser uma
Alta Sacerdotisa - e então minha sanidade voltou. Eu era só uma garota. Uma garota
confusa e definitivamente não era capaz de ser uma Alta Sacerdotisa. Eu só queria
descobrir como me encaixar aqui, mas Neferet certamente tinha feito o que estava
acontecendo comigo ser um fardo muito mais fácil.
"Sim estou." Eu estava feliz por soar mais confiante do que eu me sentia.


SETE

"Que horas são?"
Estávamos andando por um estreito corredor que se curvava gentilmente. As
paredes eram feitas de uma estranha mistura de pedra negra e tijolos. De vez em quando
as luzes que vinham dos antigos castiçais feitos de ferro se sobressaiam das paredes,
dando um suave brilho amarelo, que graças a Deus, não machucava meus olhos. Não
havia janelas no corredor, e não encontramos mais ninguém (embora eu ficasse olhando
ao redor nervosa, imaginando minha primeira visai de garotos vampiros).
"São quase 4 da manhã... o que significa que as aulas acabaram a quase uma hora,"
Neferet disse, e então ela sorriu para o que eu tenho certeza era uma expressão minha
totalmente chocada.
"As aulas começam as 8 da noite, e acabam as 3 da manhã," ela explicou. "Os
professores estão disponíveis até as 3:30, para dar aos estudantes ajuda extra. O ginásio
sempre fica aberto até o amanhecer, a hora exata você vai sempre saber quando
completar sua Mudança. Até lá o horário da amanhecer é colocado em cada sala de aula,
salas comunitárias, e áreas de encontro, incluindo o salão de jantar, biblioteca, e ginásio.
O Templo de Nyx é, é claro, aberto em qualquer hora, mas rituais formais são feitos duas
vezes por semana depois da aula. O próximo ritual será amanha." Neferet olhou para mim
e o sorriso dela foi mais quente. "Parece muita coisa agora, mas você vai se acostumar
rapidamente. E sua colega de quarto vai ajudar você, assim como eu."
Eu estava me preparando para abrir a boca e perguntar a ela outra pergunta quando
uma bola laranja de pelos correu pelo corredor e sem fazer barulho, pulou nos braços de
Neferet. Eu pulei e fiz um estúpido som de squee - então eu me senti como uma completa
retardada quando vi que a bola de pelo laranja não era um bicho papão ou algo assim,
mas um incrivelmente grande gato.
Neferet riu e acariciou a orelha da bola de pelos. "Zoey, conheça Skylar. Ele
normalmente fica por aqui esperando para se lançar em cima de mim."
"Esse é o maior gato que eu já vi," eu disse, estendendo minha mão para deixar ele
me cheirar.
"Cuidado, ele é um conhecido mordedor."
Antes deu tirar minha mão, Skylar começou a esfregar seu rosto nos meus dedos. Eu
segurei o fôlego.
Neferet jogou seu rosto para o lado, como se estivesse ouvindo as palavras do vento.
"Ele gosta de você, o que definitivamente é raro. Ele não gosta de ninguém a não ser eu.
Ele até mantém os outros gatos longe desse lado do campus. Ele é um terrível valentão,"
ela disse carinhosamente.
Eu cuidadosamente acariciei as orelhas de Skylar como Neferet tinha feito. "Eu gosto
de gatos," eu disse suavemente. "Eu costumava ter um, mas quando minha mãe casou de
novo eu tive que dar ele para os Gatos de Rua para ser adotado. John, o novo marido
dela, não gosta de gatos."
"Eu descobri que o jeito que uma pessoa se sente em relação aos gatos - e o jeito
que eles se sentem em relação a ela ou ela - é um excelente medidor de caráter."
Eu olhei para o gato e encontrei os olhos verdes dela e vi que ela entendia mais
sobre famílias problemáticas do que ela estava dizendo. Me fez sentir conectada a ela, o
meu nível de estresse automaticamente baixou um pouco. "Tem muitos gatos aqui?"
"Sim, tem. Gatos sempre foram aliados dos vampiros."


Ok, na verdade eu já sabia disso. Em História Mundial com o Sr. Shaddox (Mais
conhecido como Puff Shaddy, mas não diga isso a ele) aprendemos que no passado os
gatos foram mortos porque se pensava que eles transformavam pessoas em vampiros.
Yeah, ok, em falar sobre ridículo. Mais evidencias da estupidez da humanidade... a idéia
passou pela minha cabeça, me chocando sobre como eu comecei a pensar tão facilmente
sobre pessoais "normais" como "humanos," e que tinha algo diferente em mim.
"Você acha que eu poderia ter um gato?" eu perguntei.
"Se um escolher você, você pertencerá a ele ou ela."
"Me escolher?"
Neferet sorriu e acariciou Skylar, que fechou os olhos e ronronou alto. "Gatos nos
escolhem; não somos donos deles." Como se estivesse demonstrando que o que disse era
verdade, Skylar pulou dos braços dela, e com um rápido movimento do rabo dele,
desapareceu pelo corredor.
Neferet riu. "Ele é realmente horrível, mas eu o adoro. Eu acho que o adoraria,
mesmo que ele não fosse parte do meu presente dado por Nyx."
"Dom? Skylar é um presente de uma deusa?"
"Sim, de certa forma. Toda Alta Sacerdotisa tem uma afinidade - o que você
provavelmente imagina como poderes especiais - pela deusa. É parte do jeito em que
identificamos uma Alta Sacerdotisa. A afinidade pode ser habilidades cognitivas únicas,
como ler mentes ou ter visões e ser capaz de prever o futuro. Ou a afinidade pode ser do
reino psíquico, como ter uma conexão especial com um dos 4 elementos, ou com os
animais. Eu tenho dois presentes da deusa. Minha afinidade principal é com os gatos; eu
tenho uma conexão com eles que é única, até mesmo para uma vampira. Nyx também me
deu um poder único de cura." Ela sorriu. "E é por isso que eu sei que você está se
curando bem - meu dom me disse."
"Wow, isso é incrível," foi tudo o que pude dizer. Minha cabeça já estava se curando
dos eventos do outro dia.
"Anda. Vamos para o seu quarto. Tenho certeza que você está com fome e cansada.
Jantar começa em" - Neferet colocou sua cabeça de lado como se alguém estivesse
sussurrando o tempo para ela - "uma hora." Ela me deu um sorriso sábio. "Vampiros
sempre sabem que horas são."
"Isso também é legal."
"Isso, minha querida caloura, é só a ponta do iceberg "legal."
Eu esperava que sua analogia não tivesse nada a ver com o tamanho do desastre do
Titanic. Enquanto continuamos andando pelo corredor eu pensei sobre o tempo e tudo
mais, e lembrei da pergunta que eu tinha começado quando Skylar interrompeu minha
linha de pensamento.
"Então, espera. Você disse que as aulas começam as 8? Da noite?" Ok, eu
normalmente não sou tão devagar, mas parte disso era como se ela estivesse falando
grego. Eu estava tendo dificuldades em entender.
"Quando você parar para pensar você vai entender que as aulas serem a noite é uma
questão lógica. É claro que você deve saber que vampiros, adultos e calouros, não
explodem, ou qualquer outra bobagem da ficção, se somos expostos a luz do sol, mas é
desconfortável para nós. A luz do sol não foi difícil pra você agüentar hoje?"
Eu acenei. "Meu Maui Jims nem ajudou muito." Então acrescentei rapidamente, me
sentindo uma idiota de novo, "Uh, Mauiu Jims são óculos de sol."
"Sim, Zoey," Neferet disse pacientemente. "Eu conheço óculos de sol. Muito bem, na
verdade."


"Oh, Deus, sinto muito eu-" eu parei, me perguntando se estava tudo bem dizer
"Deus." Não iria ofender Neferet, a Alta Sacerdotisa que usava a Marca da sua deusa tão
orgulhosamente? Bem, iria ofender Nyx? Oh, Deus. E quanto a dizer "inferno"? Era o meu
xingamento favorito. (Ok, era o único palavrão que eu usava regularmente.) Eu ainda
poderia dizer? As pessoas de Fé pregavam que a os vampiros adoravam a uma deusa
falsa e que eles eram egoístas, criaturas das trevas que não se importavam com nada a
não ser dinheiro e luxuria e beber sangue e que todos certamente iriam ir para o inferno,
então isso não significa que eu devo cuidar como e quando eu uso...
"Zoey."
Eu olhei para cima para encontrar Neferet me estudando com uma expressão
preocupada e percebi que ela provavelmente estava tentando chamar minha atenção
enquanto eu balbuciava dentro da minha cabeça.
"Sinto muito," eu repeti.
Neferet parou. Ela colocou suas mãos em meus ombros e me virou para que eu
pudesse olhar para o rosto dela.
"Zoey, pare de se desculpar. E lembre-se, todos aqui já estiveram onde você esta.
Isso tudo foi novidade para nós algum dia. Todos sabemos como é - o medo da Mudança
- o choque da sua vida ser mudada para algo estranho."
"E não ser capaz de controlar nada disso," eu adicionei silenciosamente.
"Isso também. Não vai ser sempre tão ruim. Quando você for uma vampira madura
sua vida parecerá sua de novo. Você fará suas próprias escolhas; seguir seu próprio
caminho; seguir o caminho que sua alma coração e talento te levarem."
"Se eu me transformar numa vampira madura."
"Você irá, Zoey."
"Como você pode ter tanta certeza?"
Os olhos de Neferet olharam para a Marca na minha testa. "Nyx escolheu você. Para
o que, não sabemos. Mas a Marca dela foi claramente colocada em você. Ela não tocaria
você apenas para te ver falhar."
Eu lembrei das palavras da deusa, Zoey Redbird, Filha da Noite, Eu nomeio você
meus olhos e ouvidos no mundo hoje, um mundo onde bem e mal lutam para encontrar
balanço, e olhei silenciosamente para longe dos olhos de Neferet, desejando
desesperadamente saber porque meu interior ainda estava me dizendo para manter a
boca fechada sobre o meu encontro com a deusa.
"É - é muito para acontecer em um único dia."
"Certamente é, especialmente com um estomago vazio."
Começamos a andar de novo quando o som de um telefone tocando me fez dar um
pulo. Neferet suspirou e sorriu apologeticamente para mim, então ela pegou um pequeno
telefone celular do bolso.
"Neferet," ela disse. Ela ouviu por algum tempo e eu vi a testa dela se enrugar, e os
olhos dela se estreitarem. "Não, você estava certo em me chamar. Eu volto e checo ela."
E ela desligou o telefone. "Eu sinto muito, Zoey. Um dos calouros quebrou a perna
hoje cedo. Parece que ela esta tendo problemas em descansar, e me assegurar que tudo
está bem com ela. Porque você não segue esse corredor pela esquerda até você chegar
na porta principal? Não tem como errar - é grande e feita de madeira bem antiga. Ali tem
um banco de pedra. Você pode esperar lá eu não vou demorar muito."
"Ok, sem problemas." Mas antes deu terminar de falar Neferet já tinha desaparecido
pelo corredor. Eu suspirei. Eu não gostava da idéia de estar sozinha em um lugar cheio de
vampiros e garotos adolescentes. E agora que Neferet tinha ido embora as pequenas luzes


não pareciam tão acolhedoras. Elas pareciam estranhas, jogando fantasmagóricas
sombras contra a velha parede de pedra.
Determinada em não me apavorar, eu comecei a ir devagar na direção que ela tinha
me apontado. Logo eu quase desejei encontrar alguém ( mesmo que fosse um vampiro).
Estava muito silencioso. E assustador. Algumas vezes o corredor ia para a direita, mas
como Neferet me disse, eu me mantive a esquerda. Na verdade, eu também mantive os
olhos na esquerda porque aqueles outros corredores quase não tinham luz.
Infelizmente na próxima virada para a direita eu não evitei de olhar. Ok, o motivo
fazia sentido. Eu ouvi algo.
Para ser mais especifica, eu ouvi uma risada. Era suave, uma risada feminina que por
alguma razão fez o cabelo na minha nuca levantar. Também me fez parar de andar. Eu
olhei pelo corredor e pensei ter visto algum movimento nas sombras.
Zoey... meu nome foi sussurrado pelas sombras.
Eu pisquei surpresa. Eu tinha realmente ouvido meu nome ou estava imaginando
coisas? A voz era quase familiar. Poderia ser Nyx de novo? Era a deusa chamando meu
nome? Com quase tanto medo quanto eu estava intrigada, eu segurei o fôlego e dei
alguns passos em direção ao corredor.
Enquanto eu andava eu vi algo na minha frente que me fez parar e automaticamente
me aproximar da parede. Em um pequeno canto não muito longe de mim haviam duas
pessoas. A principio não conseguia fazer minha mente processar o que eu estava vendo;
então eu rapidamente entendi.
Eu deveria ter saído dali. Eu deveria me afastar silenciosamente e tentar não pensar
no que eu estava vendo. Mas eu não fiz nada disso. Era como se meus pés de repente
tivessem ficado tão pesados que eu não pudesse mover eles. Tudo o que eu podia fazer
era observar.
O homem -e com um pequeno choque adicional eu percebi que ele não era um
homem, e sim um adolescente - não mais que um ano mais velho que eu. Ele estava
parado com suas costas pressionados contra a parede do canto. A cabeça dele estava
virada para trás e ele estava respirando com dificuldade. O rosto dele estava nas sombras,
mas mesmo com ele apenas parcialmente visível eu podia ver o quão lindo ele era. Então
outra pequena risada fez meus olhos irem um pouco mais para baixo.
Ela estava de joelhos na frente dele. Tudo o que eu podia ver dela era o cabelo loiro.
Tinha tanto cabelo que parecia que ela estava usando algum tipo de véu antigo. Então as
mãos dela foram para cima, passando pela choca do cara.
Deus! Minha mente gritou para mim. Sai daí! Eu comecei a ir para trás, e então uma
voz me fez congelar.
"Pare!"
Meus olhos ficaram enormes porque por um segundo eu pensei que ele estava
falando comigo.
"Você realmente não quer que eu pare."
Eu me senti quase tonta de alivio quando ela falou. Ele estava falando com ela, não
eu. Eles nem sabiam que eu estava ali.
"Sim, eu quero." Parecia que ele estava falando as palavras entre os dentes.
"Levanta."
"Você gosta - eu sei que você gosta. Assim como você sabe que ainda me quer."
A voz dela era rouca e estava tentando ser sexy, mas eu também podia ouvir um
pequeno lamento nela. Ela soava quase desesperada. Eu observei os dedos dela se
moverem, e meus olhos se alargaram de espanto, quando ela passou a unha do seu dedo


indicador pela coxa dele. Incrível, o dedo dela cortou o jeans, como uma faca, e uma linha
de sangue fresco apareceu, um vermelho liquido impressionante.
Eu não queria, e me enojava, mas ao ver o sangue minha boca se encheu de saliva.
"Não!" ele surtou, colocando as mãos dele nos ombros dela e tentando afastar ela
dele.
"Oh, parou de fingir?" ela riu de novo, um som sarcástico e maldoso. "Você sabe que
sempre ficaremos juntos." Com a língua dela ela lambeu a linha de sangue.
Eu tremi; contra a minha vontade eu estava completamente impressionada.
"Pare com isso!" Ele ainda estava empurrando os ombros dela. "Eu não quero
machucar você, mas você realmente está começando a me irritar. Porque você não
consegue entender? Não vamos mais fazer isso. Eu não quero você."
"Você me quer! Você sempre me quis!" Ela abriu as calças.
Eu não deveria estar ali. Eu não deveria estar vendo isso. Eu tirei meus olhos da coxa
ensangüentada dele e dei um passo para trás.
Os olhos do cara se ergueram. Ele me viu.
E então algo muito bizarro aconteceu. Eu podia sentir o toque o toque ele pelo
nossos olhos. Eu não conseguia olhar para longe dele. A garota na frente dele pareceu
desaparecer, e tudo que havia no corredor era ele e eu e o doce e lindo cheiro do sangue
dele.
"Você não me quer? Não é o que parece," ela disse com um horrível rugido na voz.
Eu senti minha cabeça começar a tremer para frente e para trás, para trás e para
frente. Ao mesmo tempo ele chorou "Não!" e tentou tirar ela do caminho para que
pudesse vir na minha direção.
Eu tirei meus olhos dele e tropecei para trás.
"Não!" ele disse de novo. Dessa vez eu sabia que ele estava falando comigo e não
com ela. Ela deve ter percebido também, porque com um choro que parecia
desconfortável como o resmungar de um animal selvagem, ela começou a olhar ao redor.
Meu corpo congelou. Ao mesmo tempo eu me virei e corri de volta para o corredor.
Eu esperei que eles viessem atrás de mim, então eu continuei correndo até alcançar
a enorme e antiga porta que Neferet tinha descrito. Então eu fiquei parada ali, inclinada
contra a madeira fria, tentando controlar minha respiração para poder ouvir o som de pés
correndo.
O que eu faria se eles realmente estivessem me procurando? Minha cabeça estava
latejando novamente, e eu me senti fraca e assustada. E completamente, enojada.
Sim, eu estava ciente daquele negocio do sexo oral, eu duvidava que houvesse
algum adolescente na America hoje que não está ciente que a maioria dos adultas acha
que estávamos boquetes como eles costumavam dar armas aos caras (ou mais
apropriadamente idiotas). Ok, isso era bobagem, e sempre me deixava maluca. É claro
tem garotas que acham que é 'legal' dar para os caras assim. Uh, elas estão erradas.
Aqueles com cérebros funcionais sabem que não é legal ser usada assim.
Ok, então eu sabia sobre o negocio do boquete. Eu definitivamente nunca vi um.
Então, o que eu tinha acabado de ver definitivamente me apavorou. Mas o que tinha me
apavorada mais do que uma loira fazendo uma coisa nojenta com ele foi o jeito que eu
respondi ao ver o sangue do cara.
Eu queria lamber também.
E isso simplesmente não é normal.
E então tinha todo o negocio deu dividir aquele estranho olhar com ele. O que tinha
sido isso?


"Zoey, você está bem?"
"Diabos!" eu gritei e dei um pulo. Neferet estava parada atrás de mim me olhando
totalmente confusa.
"Você está se sentindo mal?"
"Eu-eu..." Minha mente voou. De jeito nenhum eu podia contar a ela o que tinha
acabado de ver. "Minha cabeça só dói pra caramba," eu finalmente consegui dizer. E era
verdade. Eu tinha uma horrível dor de cabeça.
Ela franziu cheia de preocupação. "Me deixe ajudar você." Neferet colocou sua mão
suavemente pela linha dos meus pontos na minha testa. Ela fechou os olhos e eu podia
ouvir ela sussurrando algo em uma língua que eu não entendia. Então a mão dela
começou a esquentar e foi como se o calor tivesse se tornado liquido e tivesse sido
absorvido pela minha pele. Eu fechei os olhos e suspirei de alivio quando a dor na minha
cabeça começou a diminuir.
"Melhor?"
"Sim," eu mal sussurrei.
Ela tirou a mão e abriu os olhos. "Isso deve manter a dor longe. Eu não sei porque
de repente voltou com tanta força."
"Eu também não, mas foi embora agora," eu disse rapidamente.
Ela estudou meu silencio um pouco mais e então eu segurei a respiração. Então ela
disse, "Algo chateou você?"
Eu engoli. "Estou um pouco assustada sobre conhecer minha colega de quarto." O
que tecnicamente não era uma mentira. Não era o que tinha me chateado, mas ainda me
assustava.
O sorriso de Neferet era gentil. "Tudo ficará bem, Zoey. Agora me deixe te
apresentar a sua nova vida.
Neferet abriu a porta de madeira e entramos em um grande jardim que era a frente
da escola. Adolescentes usando uniformes que de algum jeito pareciam legais e únicos
embora ainda fossem similares andavam em grupos pequenos pelo jardim e pela calçada.
Eu podia ouvir o som normal das vozes deles enquanto eles conversavam e riam. Eu
continuei olhando deles para a escola, sem ter certeza de qual ficar boba primeiro. Eu
escolhi a escola. Era a menos intimidadora dos dois (e eu estava com medo de ver ele). O
lugar era como algo saído de um sonho estranho. Era o meio da noite, e deveria estar
muito escuro, mas havia uma lua brilhante em cima dos grandes e velhos carvalhos que
fazia sombra em tudo. Luzes alojadas em lustres de cobre seguiam a calçada que se
dirigia paralelamente ao enorme edifício de tijolos vermelhos e rochas pretas. Tinha 3
andares e tinha um telhado estranhamente alto que tinha uma ponta para cima mas
aplanava no topo. Eu podia ver que as pesadas cortinas tinham sido abertas e suaves
luzes amarelas faziam sombras dançar entre os aposentos, dando a estrutura toda um
tom vivo e de boas vindas. Uma torre redonda estava junto ao prédio principal, dando a
ilusão que o lugar era muito mais um castelo - do que uma escola. Eu juro, um fosso iria
parecer se encaixar melhor ali do que uma calçada envolvida por arbustos de azaléias
grossos e um gramado arrumado.
Na frente do prédio principal havia um menor que parecia como uma velha igreja.
Atrás de velhos carvalhos que protegiam o jardim da escola eu podia ver a sombra de
uma enorme pedra que cercava a escola toda. Na frente da igreja havia uma estatua de
mármore de uma mulher que estava usando um longo manto.
"Nyx!" eu gritei.


Neferet levantou a sobrancelha surpresa. "Sim, Zoey. Essa é a estatua da deusa, e o
prédio atrás dela é o templo dela." Ela fez um movimento assinalando que era para mim
andar com ela pela calçada e gesticulou expansivamente para o impressionante campus
que se esticava na nossa frente. "O que é conhecido hoje como a House of Night foi
construída em um estilo neo-frances- normando, com pedras importadas da Europa. Se
originou nos anos 1920 como um monastério Augustine pelas Pessoas de Fé.
Eventualmente foi convertida em Cascia Hall, uma escola preparatória privada para
adolescentes humanos influentes. Quando decidimos que deveríamos abrir uma escola
nossa nessa parte do país, nos o compramos de Cascia Hall 5 anos atrás.
Eu lembrava vagamente do tempo em que esse lugar era uma escola privada- na
verdade o único motivo pelo qual eu pensei sobre isso era porque eu lembrava ter ouvido
as noticias que um bando de garotos que freqüentavam Cascia Hall tinham sido presos
por posse de drogas, e o quão chocados os adultos tinham ficado. Tanto faz. Mas
ninguém ficou chocado por aqueles garotos ricos estarem metidos até o pescoço com
drogas.
"Estou surpresa por eles terem vendido para vocês," eu disse.
A risada dela era baixa e um pouco perigosa. "Ele não queria, mas fizemos ao diretos
arrogante deles uma oferta que ele não podia recusar."
Eu queria perguntar a ela o que ela queria dizer, mas a risada dela me deu um
calafrio. E, além do mais, eu estava ocupada. Eu não conseguia parar de olhar. Ok, a
primeira coisa que eu noite era que todos que tinham uma tatuagem vampirica solida
eram incrivelmente lindos. Eu quero dizer, era totalmente maluco. Sim, eu sabia que
vampiros eram atraentes. Todos sabem disso. Os atores e atrizes mais bem sucedidos no
mundo eram vampiros. Eles também eram bailarinos e músicos, escritores e cantores.
Vampiros dominavam as artes, o que era a razão para eles terem tanto dinheiro - e
também uma das razões (de muitas) para as Pessoas da Fé os considerarem egoístas e
imorais. Mas na verdade, eles só tem inveja porque não são tão bonitos. As Pessoas da Fé
iam ver o filme deles, peças, concertos, compravam seus livros e seus quadros, mas ao
mesmo tempo falavam mal deles e os menosprezavam, e só Deus sabe que eles nunca,
nunca se misturavam com eles. Alô - você pode dizer hipócrita?
De qualquer forma, estar ao redor de tantas pessoas lindas me fez querer me
esconder embaixo de um banco, mesmo que muitos cumprimentassem Neferet e então
sorrissem para mim e me cumprimentassem também. Entre hesitantes respostas eu
passava por entre os garotos que nos rodeavam. Cada um deles acenou respeitosamente
para Neferet. Vários deles se curvaram formalmente para ela e passaram os punhos por
cima dos corações, o que fez Neferet sorrir e se curvar ligeiramente em resposta. Ok, os
garotos não eram tão lindos quanto os adultos. Claro, eles eram bonitos - interessantes
na verdade, com o contorno da lua crescente, e seus uniformes que pareciam muito mais
como designs de uma passarela do que uniformes de escola - mas eles não tinham aquela
brilhosa e nada humana atrativa luz que irradiava de dentro dos adultos vampiros. Uh, eu
notei que, como eu tinha suspeitado, o uniforme deles tinha muito preto (você acha que
um grupo de pessoas tão ligadas em arte iria reconhecer o clichê quando fica andando por
aí com um preto Gótico. Só estou dizendo...). Mas eu suponho que se eu vou ser honesta
eu tenho que admitir que ficava bem neles - a mistura de preto com algumas linhas de
azul escuro, verde esmeralda e um púrpura profundo. Cada uniforme tinha um designe
bordado em dourado ou prata em nos bolsos de seus casacos e blusas. Eu podia perceber
que alguns dos designes eram os mesmos, mas eu não conseguia ver exatamente o que
eram. Além disso, havia uma quantidade muito grande de garotos com cabelos longos.


Sério, as garotas tem cabelos compridos, os caras tem cabelos compridos, os professores
tem cabelos compridos, até os gatos que andavam de vez enquanto na calçada tinham
pelos compridos. Estranho. Que bom que eu me impedi de cortar o cabelo daquele jeito
curto que a Kayla tinha cortado o dela semana passada.
Eu também notei que os adultos e os jovens tinham mais uma coisa em comum - os
olhos deles todos se voltavam com uma curiosidade obvia em direção a minha Marca.
Ótimo. Eu estava começando minha vida nova como uma anomalia, o que era uma merda.


OITO

A parte da House of Night onde ficavam os dormitórios era do outro lado do campus,
então andamos bastante, e Neferet parecia estar caminhando devagar de propósito, me
dando bastante para fazer várias perguntas e admirar feito uma idiota. Não que eu me
importasse. Caminhar pelo enorme "castelo" e aquela aglomeração de prédios, com
Neferet apontando pequenos detalhes sobre o que era aquilo, me deu uma noção do
lugar. Era estranho, mas de um jeito bom. Além do mais, caminhar parecia normal. Na
verdade, por mais estranho que pareça, eu me sentia eu mesma de novo. Eu não estava
tossindo. Meu corpo não doía. Minha cabeça até tinha parado de doer. Eu estava
absolutamente, totalmente não pensando sobre o incidente que eu testemunhei. Eu
estava esquecendo aqui - de propósito. A última coisa que eu precisava era lidar com
eles, uma nova vida e uma estranha Marca. Então, boquete - esquecido.
Profundamente em negação em me disse que se eu não estivesse andando pelo
campus da escola em um estranho horário ao lado de uma vampira eu quase podia fingir
que eu era a mesma de ontem. Quase.
Bem, ok. Talvez nem mesmo quase, mas minha cabeça estava melhor, e eu já estava
pronta para encarar minha colega de quarto quando Neferet abriu a porta.
Lá dentro foi uma surpresa. Eu não tenho certeza o que esperava - talvez que tudo
fosse preto e assustador. Mas era legal, decorado com um azul suave e um antigo
amarelo, com um sofá confortável e várias almofadas suaves grandes o suficiente para
sentar enchendo o quarto com gigantes almofadas parecidas com M&Ms. A suave luz
vinda de vários antigos lustras de cristais fazia o lugar parecer como o castelo de uma
princesa. Nas paredes cor de creme tinha uma grande pintura a óleo, onde havia uma
mulher que parecia exótica e poderosa. Flores recém colhidas, na maioria rosas, estavam
em vasos de cristais na mesa que estava cheia de livros e bolsas e coisas bem de
adolescentes. Eu vi várias TVs de tela plana, e reconheci o som de MTV Mundo Real vindo
de uma delas. Eu olhei para tudo isso rápido, enquanto eu tentava sorrir e aparecer
amigável para as garotas que tinham ficado quietas no segundo que eu entrei no quarto e
agora estava me encarando. Bem, risque isso. Elas não estavam exatamente me
encarando. Elas estavam encarando a Marca na minha testa.
"Senhoritas, essa é Zoey Redbird. Dêem boas vindas a ela pela House of Night."
Por um segundo eu não achei que alguém fosse dizer algo, e eu queria morrer de
mortificação. Então uma garota levantou do meio de um grupo que estava amontoado
perto de uma TV. Ela era uma loira baixa e quase perfeita. Na verdade, ela me lembrava
uma versão mais nova de Sarah Jessica Parker (que eu não gosto, alias - ela é só tão...
tão... irritante e nada naturalmente alegre).
"Olá Zoey. Bem vinda a sua nova casa." A garota parecida com SJP sorriu de forma
quente e genuína, e ela claramente estava se esforçando para manter contato visual ao
invés de encarar minha Marca. Instantaneamente eu me senti mal sobre fazer uma
comparação negativa sobre ela. "Eu sou Afrodite," ela disse.
Afrodite? Ok, talvez eu não tenha sido muito dura na minha comparação. Como
alguém normal poderia escolher Afrodite como seu nome? Por favor. Em falar de ilusão de
grandeza. Eu coloquei um sorriso no rosto, no entanto, e disse um alegre, "Olá Afrodite!"
"Neferet, você gostaria que eu mostrasse a Zoey o quarto dela?"
Neferet hesitou, o que pareceu bem estranho. Ao invés de responder imediatamente
ela só ficou parada ali e olhou nos olhos de Afrodite. Então, assim como tão rapidamente
o silencio tinha começado, o rosto de Neferet se quebrou em um enorme sorriso.


"Obrigado, Afrodite, isso seria ótimo. Eu sou a mentora de Zoey, mas tenho certeza
que ela se sentiria muito mais a vontade se alguém da idade dela mostrasse o caminho
para o quarto dela."
Foi raiva que eu vi passar pelos olhos de Afrodite? Não, eu devo ter imaginado - ou
pelo menos eu teria acreditado que eu tinha imaginado se eu não tivesse aquele estranho
sentimento que me dizia ao contrario. E eu não precisei da minha nova intuição para
perceber que algo estava errado, porque Afrodite riu - e eu reconheci o som da risada.
Me sentindo como se alguém tivesse me socado no estomago eu percebi que essa
garota - Afrodite - era a que eu tinha acabado de ver com o cara no corredor!
Afrodite riu, seguido de um alegre, "É claro que eu fiquei feliz em mostrar o lugar
para ela! Você sabe que estou sempre feliz em te ajudar, Neferet," era falso e frio como
os enormes peitos de Pamela Anderson, mas Neferet apenas acenou em resposta e então
se virou para me olhar.
"Vou deixar você agora, Zoey," Neferet disse, apertando meus ombros. "Afrodite vai
te levar para seu quarto, e sua nova colega de quarto pode te ajudar a se aprontar para o
jantar. Eu te vejo na sala de jantar." Ela sorriu daquele jeito quente e estilo de mãe, e eu
tive a ridícula e infantil vontade de abraçar ela e implorar a ela para não me deixar
sozinha com Afrodite. "Você ficará bem," ela disse, como se pudesse ler minha mente.
"Você verá, Zoeybird. Tudo ficará bem," ela sussurrou, parecendo tanto com a minha vó
que eu tive que piscar com força para não chorar. Então ela deu um rápido tchau para
Afrodite e as outras garotas, e deixou o quarto.
A porta fechou com um abafado som. Oh, diabos... eu só quero ir pra casa!
"Anda Zoey. Os quartos são para esse lado," Afrodite disse. Ela fez um movimento
para que eu fosse com ela para subir as grandes escadas curvas que estavam a nossa
direita. Enquanto subíamos eu tentei ignorar o zunido de vozes que instantaneamente
começou atrás de nós.
Nenhuma de nós falou, e eu me sentia tão desconfortável que eu queria gritar. Ela
tinha me visto no corredor? Bem, eu certamente não ia mencionar isso. Nunca. Até onde
eu sabia nunca tinha acontecido.
Eu limpei a garganta e disse, "O dormitório parece muito bom. Eu quero dizer, é bem
bonito."
Ela me deu um olhar lateral. "É melhor que bom ou realmente bonito; é incrível."
"Oh. Bem. É bom ouvir isso."
Ela riu. O som era totalmente nada agradável - quase uma risada de desprezo - e
subiu pela minha nuca como da primeira vez que eu tinha ouvido.
"É incrível aqui em maior parte por minha causa."
Eu olhei para ela, pensando que ela deveria estar brincado, e encontrei os olhos
azuis frios dela.
"É, você ouviu direito. Esse lugar é legal porque eu sou legal."
Oh. Meu. Deus. Que coisa bizarra para ela dizer. Eu não tinha idéia de como
responder a essa informação bem metida. Eu quero dizer, como se eu precisasse do
estresse de uma briga com a vadia Srta. Acha-que-é-tudo-isso além da mudança de
vida/espécie/escola? E eu ainda não conseguia saber se ela sabia que era eu que estava
no corredor.
Ok. Eu só queria achar um jeito de me encaixar. Eu queria ser capaz de chamar essa
nova escola de lar. Então eu decidi pegar a estrada mais segura e manter a boca fechada.
Nenhuma de nós disse mais nada. A escada levava para um corredor alinhado com
portas. Eu segurei o fôlego quando Afrodite diante de um que estava pintado com um


púrpura bem claro, mas ao invés de bater, ela se virou para me encarar. O rosto perfeito
dela de repente parecia cheio de ódio e frio e definitivamente nada bonito.
"Ok, esse é o negocio, Zoey. Você tem essa estranha Marca, então todos estão
falando sobre você e se perguntando qual o que diabos você tem." Ela virou os olhos
mexeu nas suas perolas dramaticamente, mudando a voz para que parecesse boba e fofa.
"Ooooh! A garota nova tem uma Marca totalmente preenchida! O que isso poderia
significar? Ela é especial? Ela tem poderes fabulosos? Oh meu - oh meu!" Ela derrubou as
mãos da garganta e estreitou os olhos em minha direção. A voz dela ficou tão chata e
maldosa quanto seu rosto. "Fique sabendo como as coisas funcionam. Eu sou a tal por
aqui. As coisas funcionam do meu jeito. Você quer se dar bem aqui, então é melhor se
lembrar disso. Caso contrário, você vai ter muitas merdas."
Ok, ela estava começando a me irritar. "Olha," eu disse. "Eu acabei de chegar aqui.
Eu não estou procurando problemas, e eu não tenho controle sobre o que as pessoas
estão dizendo sobre a minha Marca."
Os olhos dela se estreitaram. Ah, merda. Eu teria mesmo que brigar com essa
garota? Eu nunca estive numa briga em toda a minha vida! Meu estomago se girou e eu
me preparei para me fugir ou o que fosse que me impedisse de apanhar.
E então, tão rapidamente quanto ela tinha ficado assustadora e odiosa, o rosto dela
relaxou em um sorriso e ela se transformou de volta na doce garotinha loira. (Não que eu
tivesse sido enganada.)
"Bom. Só queria saber se a gente tinha se entendido."
Huh? Eu entendi que ela esqueceu de tomar seus remédios, mas foi só isso que eu
entendi.
Afrodite não me deu tempo para dizer nada. Com um ultimo, estranho e quente
sorriso, ela bateu na porta.
"Entre!" falou uma voz alegre com um sotaque Okie* (*de Oklahoma). Afrodite abriu
a porta.
"E aí! Oh meu Deus, entre." Com um enorme sorriso, minha nova colega de quarto,
também loira, se apressou como um pequeno tornado. Mas no instante que ela viu
Afrodite, o sorriso dela sumiu do rosto e ela parou de correr na nossa direção.
"Eu trouxe sua nova colega de quarto." Não teve nada tecnicamente errado com as
palavras de Afrodite, mas o tom dela era odioso e ela estava usando um terrível e falso
sotaque de Oklahoma. "Stevie Rae Johnson, essa é Zoey Redbird. Zoey Radbird, essa é
Stevie Rae Johnson. Pronto agora todas estamos todas aconchegadas como milho na
espiga?"
Eu olhei para Stevie Rae. Ela parecia um pequeno coelho apavorado.
"Obrigado por me trazer até aqui, Afrodite." Eu falei rapidamente, me movendo em
direção a Afrodite, que automaticamente foi para trás, o que a colocou de volta no
corredor. "Vejo você por aí." Eu fechei a porta na cara dela quando o olhar de surpresa
dela estava começando a virar raiva. Então eu me virei para Stevie Rae, que ainda estava
pálida.
"Qual o problema dela?" eu perguntei.
"Ela... ela..."
Embora eu não a conhecesse, eu conseguia perceber que Stevie Rae estava lutando
sobre o quanto ela deveria ou não dizer. Então eu decidi ajudar ela. Eu quero dizer,
iríamos ser colegas de quarto. "Ela é uma vaca!" eu disse.
Os olhos de Stevie Rae ficaram enormes, e então ela riu. "Ela não é muito legal, isso
é verdade."


"Ela precisa de ajuda farmacêutica, isso é verdade," eu acrescentei, fazendo ela rir
ainda mais.
"Eu acho que vamos nos dar bem, Zoey Redbird," ela disse ainda sorrindo. "Bem
vinda a seu novo lar!" Ela deu uma passo para o lado e então fez um gesto com o braço
para mostrar o quarto, como se tivesse me mostrando um palácio.
Eu olhei ao redor e pisquei. Várias vezes. A primeira coisa que eu vi foi o pôster
tamanho real de Kenny Chesney que estava entre as duas camas e o chapéu de cawboy
que estava em uma das cabeceiras - a que também tinha um jeito antigo - parecendo
uma lâmpada com uma base em formato de bota de caubói. Oh, nu uh. Stevie Rae era
uma Okie total!
Então ela me deu um enorme abraço de olá, me lembrando o quanto ela parecia um
filhotinho, com o cabelo encaracolado e o sorriso no rosto. "Zoey, estou feliz que esteja se
sentindo melhor! Eu estava tão preocupada quando ouvi que você tinha se machucado.
Estou realmente feliz que você finalmente esteja aqui."
"Obrigado," eu disse, ainda olhando para o que agora era meu quarto também, e me
sentindo totalmente sobrepujada e prestes a chorar de novo.
"É meio assustador, não é?" Stevie Rae estava me observando com grande e sérios
olhos azuis, que estavam cheios de lagrimas simpatéticas. Eu acenei, sem confiar na
minha voz.
"Eu sei. Eu chorei toda a primeira noite."
Eu engoli minha lagrimas e perguntei, "A quanto tempo você está aqui?"
"Três meses. E, cara, eu fiquei feliz quando eles me contaram que eu iria ter uma
colega de quarto!"
"Você sabia que eu estava vindo?"
Ela acenou vigorosamente. "Oh, sim! Neferet me disse ante ontem que o Rastreador
tinha sentido você e iria te Marcar. Eu pensei que você estaria aqui ontem, mas daí eu
ouvi que você tinha sofrido um acidente e sido levada para a clinica. O que aconteceu?"
Eu suspirei e disse, "eu estava procurando minha avó e cai e bati a cabeça." Eu não
estava tendo o estranho sentimento que me dizia para manter a boca fechada, mas eu
não tinha certeza do quanto dizer a Stevie Rae ainda, e eu fiquei aliviada quando ela
acenou como se entendesse e não fez mais perguntas sobre o acidente - ou mencionou o
fato da minha Marca ser completamente colorida.
"Seus pais surtaram quando viram que você foi Marcada?"
"Totalmente. Os seus não?"
"Na verdade, minha mãe ficou legal. Ela disse que qualquer coisa que me tirasse de
Henrietta era uma coisa boa."
"Henrietta, Oklahoma?" eu perguntei, feliz por mudar para um assunto que não era
sobre mim.
"Infelizmente, sim."
Stevie Rae sentou na cama em frente ao pôster de Kenny Chesney e fez menção
para mim sentar na frente dela. Eu sentei, e então senti um pequeno choque de surpresa
quando percebi que estava sentada do meu acolchoado legal rosa e verde da Ralph
Lauren. Eu olhei para a pequena mesa de carvalho e pisquei. Ali estava o meu irritante, e
feio alarme, meus óculos de nerd, para quando eu estava cansada de usar lentes, e a foto
da vovó e eu no ultimo verão. E na prateleira atrás do computador do meu lado do quarto
eu vi minha coleção de livros Gossip Girls e Bubbles (junto com alguns dos outro favoritos,
Drácula de Bram Stoker - o que era um pouco irônico), alguns CD´s, meu laptop, e - o


meu Deus do céu - meu figurino dos Monsters Inc. Que incrivelmente vergonhoso. Minha
mochila estava no chão perto da minha cama.
"Sua avó trouxe suas coisas para cá. Ela é bem legal," disse Stevie Rae.
"Ela é mais que legal. Ela é brava como o inferno por ter enfrentado minha mãe e o
estúpido marido dela para tirar essas coisas para mim. Eu só consigo imaginar a super
dramática cena que minha mãe fez." Eu suspirei e então balancei a cabeça.
"É, eu acho que tenho sorte. Pelo menos minha mãe ficou tranqüila com tudo isso,"
Stevie Rae apontou para o tracejo da lua crescente na testa. "Mesmo que meu pai tenha
perdido a cabeça, já que eu era sua única filhinha e tudo mais." Ela suspirou e então riu.
"Meus três irmãos acharam que era tão incrível e queriam saber se eu podia ajudar eles a
conseguir garotas vampiras." Ela virou os olhos. "Garotos estúpidos."
"Garotos estúpidos," eu repeti e sorri para ela. Se ela achava que garotos eram
estúpidos ela e eu iríamos nos dar bem.
"Mas agora estou tranqüila com tudo isso. Eu quero dizer, as aulas são estranhas
mas eu gosto delas - especialmente a aula de Tae Kwan Do. Eu meio que gosto de chutar
bundas." Ela sorriu de forma travessa, como um pequeno elfo loiro. "Eu gosto do
uniforme, o que a principio totalmente me chocou. Eu quero dizer, é esperado que alguém
goste de uniformes de escola? Mas podemos acrescentar coisas para fazer eles ficarem
únicos, então eles não parecem uniformes metidos, típicos de escolas. E tem uns caras
seriamente gostosos aqui - mesmo que garotos sejam estúpidos." Os olhos dela
brilharam. "Principalmente estou apenas tão feliz por estar longe de Henrietta que eu não
me importo com as outras coisas, mesmo que Tulsa seja meio assustador por ser tão
grande."
"Tulsa não é assustadora," eu disse automaticamente. Ao contrario de muitos
garotos do subúrbio de Broken Arrow, eu na verdade conhecia Tulsa, graças ao que a
vovó gostava de chamar de "viagem de campo" que eu fazia com ela. "Você só tem que
saber aonde ir. Tem uma grande galeria onde você pode fazer sua própria bijuteria na
cidade baixa na Rua Brady, e do lado disso tem a Lola at the Bowery - ela tem a melhor
sobremesa da cidade. A Rua Cherry também é legal. Não estamos longe de lá agora. Na
verdade, estamos perto do incrível Museo Philbrook e a Utica Square. Tem alguns
excelentes shoppings lá e-"
De repente eu percebi o que eu estava dizendo. Os vampiros adolescentes não
tinham que se misturar com os adolescentes normais? Eu procurei na memória. Não. Eu
nunca vi garotos com luas crescentes andando por Philbrook ou Utica Gap ou a Bananaa
Republic ou a Starbucks. Eu nunca os vi no cinema. Diabos! Eu nunca nem vi um garoto
vampiro até hoje. Então eles nos manteriam trancados aqui por 4 anos? Me sentindo um
pouco sem ar e claustrofóbica eu perguntei, "A gente sai daqui alguma vez?"
"Sim, mas tem todo tipo de regra que você tem que seguir."
"Regras? Como o que?"
"Bem, você não pode usar nenhuma parte do uniforme da escola-" Então ela surtou.
"Merda! Isso me lembrou. Temos que nos apressar. O jantar é em alguns minutos e você
precisa se trocar." Ela pulou e começou a procurar pelo closet que era no meu lado do
quarto, falando comigo por cima dos ombros o tempo todo.
"Neferet mandou entregar algumas roupas aqui ontem a noite. Não se preocupe
como o tamanho ser o certo. De algum jeito eles sempre sabem qual o tamanho antes de
nós verem - é meio bizarro como os vampiros adultos muito mais do que deveriam. De
qualquer forma, não se assuste. Eu falei serio quando disse que os uniformes não são tão


horríveis quanto você imagina que sejam. Você realmente pode adicionar suas próprias
coisas nele - como eu."
Eu olhei para ela. Eu quero dizer, olhei mesmo para ela. Ela estava usando uma
jeans Roper. Você sabe, aquele tipo de jeans de tamanho por idade que são muito
apertadas e não tem bolso traseiro. Como alguém pode achar que não ter bolso e ser
apertado e bonito, eu honestamente nunca entendi. Stevie Rae era totalmente magra, e a
calça até fazia a bunda dela parecer grande. Eu sabia antes de olhar para o pé da garota
o que ela estava usando - botas de cowboy. Eu olhei para baixo e suspirei. Sim. Couro
marrom, salto chato, ponta estreita... botas de cowboy. Enfiado no jeans havia uma blusa
preta com mangas longas que tinha o jeito cara de algo que você acha na Saks ou Neiman
Marcus, versos a barata camiseta transparente que era cara demais da Acercrobie que
tenta fazer parecer que elas não são camisetas de vadia. Quando ela olhou para mim eu vi
que ela tinha dois furos nas orelhas com brincos prateados nelas. Ela virou e tinha em
uma mão uma blusa preta como a que ela estava usando, e um pulôver na outra mão, e
eu decidi que mesmo que o visual country dela não era para mim ela ficava meio fofa com
a mistura de chique com barato.
"Aqui está! Apenas coloque isso por cima dos jeans e você ficará pronta."
A luz da lâmpada de cowboy brilhou contra a bordadura que estava presa no peito
do suéter que ela estava segurando. Eu levantei e peguei as duas roupas, segurando o
suéter para cima para poder ver a frente e as costas. A bordadura prateada tinha a forma
de uma espiral que fazia voltas em um circulo delicado que estava por cima do meu
coração.
"É a nossa marca," Stevie Rae disse.
"Nossa marca?"
"Sim, cada classe - aqui eles chamam de terceiranistas, quartanistas, quintanistas, e
sestonistas - tem sua própria marca. Somos os terceiranistas, então nossa marca é o
labirinto prateado da deusa Nyx."
"O que significa?" eu perguntei, mais para mim mesma do que para ela enquanto
passava o dedo ao redor dos círculos prateados.
"Significa um novo começo enquanto começamos a andar pelo Caminho da Noite e
aprendemos o caminho da deusa e as possibilidades de nossa nova vida."
Eu olhei para ela, surpresa por ela de repente parecer tão seria. Ela riu um pouco
para mim e deu nos ombros. "É uma das primeiras coisas que aprendemos em Sociologia
Vampira 101. Essa é a matéria que Neferet ensina, e com certeza arrasa com as aulas
mais chatas que eu tinha em Henrietta High, o lar das galinhas lutadoras. Ugh. Galinhas
lutadoras! Que tipo de mascote é esse?" Ela balançou a cabeça e virou os olhos enquanto
eu ria. "De qualquer forma, eu ouvi que a Neferet é sua mentora, o que é realmente uma
sorte. Ela dificilmente pega garotos novos, e além de ser a Alta Sacerdotisa, ela é a
professora mais legal por aqui."
O que ela não disse é que eu não tinha só sorte, eu era "especial" com a minha
estranha Marca colorida. O que me lembrou...
"Stevie Rae, porque você não me perguntou sobre a minha Marca? Eu quero dizer,
eu aprecio você não ter me bombardeado com perguntas, mas no caminho até aqui todos
que me viram encararam minha Marca. Afrodite mencionou no segundo que ficamos
sozinhas. Você nem olhou para ela. Por quê?"
Então ela finalmente olhou para minha testa antes de suspirar e me olhar nos olhos.
"Você é minha colega de quarto. Eu achei que você fosse falar o que está acontecendo
com você quando estivesse pronta. Uma coisa que eu aprendi crescendo numa cidade


pequena como Henrietta é que é melhor cuidar da sua vida se você quer que alguém seja
seu amigo. Bem, vamos ser colegas de quarto por 4 anos..." Ela pausou em um suspiro
entre as palavras, com a verdade feia que vamos apenas ser colegas de quarto por 4 anos
se nós duas sobrevivermos a Mudança. Stevie Rae engoliu com força e terminou
rapidamente, "Eu acho que o que estou tentando dizer é que eu quero que a gente seja
amiga."
Eu sorri para ela. Ela parecia tão jovem e esperançosa - tão legal e normal e nem de
perto o que eu imaginei que uma garota vampira seria. Eu senti um pequeno fio de
esperança. Talvez eu conseguisse achar um jeito de me encaixar aqui. "Eu também quero
que sejamos amigas."
"Yaay por isso!" Eu juro que ela parecia um filhotinho feliz de novo. "Mas vamos!
Depressa - não queremos nos atrasar."
Ela me empurrou pela porta que ficava entre os dois armários antes de ir até um
espelho na mesa do computador dela e começar a escovar o cabelo. Eu me apertei para
encontrar um pequeno banheiro, e eu rapidamente tirei minha camiseta BA Tiger e
coloquei a blusa e por cima disso o suéter macio que tinha uma profunda e bonita cor de
púrpura com pequenas linhas pretas atravessando. Eu já estava pronta para voltar ao
quarto para pegar minha mochila para tentar dar um jeito no rosto e cabelo com
maquiagem e tudo mais, quando olhei para o espelho por cima da pia. Meu rosto ainda
estava branco, mas eu tinha perdido a palidez assustadora que tinha antes. Meu cabelo
parecia insano, todo selvagem e despenteado, e eu mal podia ver a linha preta que estava
acima da minha têmpora esquerda. Mas foi a Marca azul safira que chamou minha
atenção. Enquanto eu olhava para ela, cheia de uma beleza exótica, a luz do banheiro
refletiu na bordadura meu prateada que estava por cima do coração. Eu decidi que os dois
símbolos de alguma forma combinavam, embora eles tivessem formas diferentes... cores
diferentes...
Mas eu não combinava com eles? E eu não combinava com esse novo mundo
estranho?
Eu fechei os meus olhos com força e esperei desesperadamente que o que fosse que
iríamos comer no jantar (oh, por favor permita que não esteja envolvido beber sangue)
não fosse descordar do meu já problemático estomago.
"Oh não..." eu sussurrei para mim mesma, "seria bem a minha sorte tem um caso de
diarréia."


NOVE

Ok, a cafeteria era legal - oops, eu quero dizer "salão de jantar," como a placa
prateada do lado de fora da entrada dizia. Não era nada parecido com a cafeteria
monstruosa da SIHS onde a acústica era tão ruim que mesmo eu sentado ao lado de
Kayla eu não podia ouvir o que ela estava falando na metade do tempo. Esse salão era
quente e amigável. As paredes eram feitas da mesma estranha mistura de tijolos e pedras
pretas como o exterior do prédio e o salão estava cheio de enormes mesas de piquenique
de madeira que tinham bancos combinando com assentos acolchoados e com encostos.
Em cada mesa sentavam 6 garotos e irradiando de uma enorme mesa situada no centro
do salão estavam frutas e queijo e carne quase transbordando, e uma taça de cristal que
estava cheia do que parecia ser vinho tinto. (huh? Vinho na escola? O que?) O teto era
baixo e a parede de trás era composta de janelas com uma porta de vidro no centro.
Pesadas cortinas de veludo estavam abertas para que o lado de fora pudesse ser visto era
um lindo jardim com alguns bancos de pedra, alguns caminhos que davam voltas, e
arbustos ornamentais e flores. No meio do jardim havia uma fonte de mármore com água
saindo do topo de algo que parecia muito com um abacaxi. Era bem bonito, especialmente
iluminado pela luz da lua e ocasional luz das lâmpadas.
A maior parte das mesas já estava cheia de adolescentes que falavam e comiam que
olhavam para cima com obvia curiosidade quando Stevie Rae e eu entramos no salão. Eu
respirei fundo e mantive a cabeça erguida. Era melhor dar a eles uma clara visão da Marca
que eles pareciam tão obcecados. Stevie Rae me levou para o lado do salão que tinha a
típica mesa de Buffet para se servir.
"Pra que é a mesa no meio do salão?" eu perguntei quando andamos.
"É uma oferenda simbólica para a deusa Nyx. Tem sempre um lugar colocado na
mesa para ela. Parece meio estranho no começo, mas logo não vai parecer tão estranho e
vai parecer certo também."
Na verdade, não parecia estranho para mim. De certa forma, fazia sentido. A deusa
estava tão viva aqui. A Marca dela estava em todo lugar. A estatua dela estava
orgulhosamente na frente do seu Templo. Eu também estava começando a notar que em
toda a escola haviam pequenas figuras e figurinos que a representavam. A Alta
Sacerdotisa dela era minha mentora, e eu tive que admitir, eu já me sentia conectada a
Nyx. Com um esforço, eu me impedi de tocar a Marca na minha testa. Ao invés disso
peguei uma bandeja e me movi atrás de Stevie Rae na fila.
"Não se preocupe," ela sussurrou para mim. "A comida é muito boa. Eles não fazem
você beber sangue ou comer carne crua ou nada disso."
Aliviada, eu destravei a mandíbula. A maior parte do pessoal já estava comendo,
então a fila era curta, e Stevie Rae e eu pegamos a comida senti minha boca se encher de
água. Massa! Eu senti o cheiro: com alho!
"A coisa toda de que vampiros não suportam alho é bobagem," Stevie Rae estava
dizendo para mim enquanto carregávamos os nossos pratos.
"Ok, e aquela coisa sobre vampiros terem que beber sangue?" eu sussurrei em
resposta.
"Não," ela disse suavemente.
"Não?"
"Não é bobagem."
Ótimo. Maravilhoso. Fantástico. Exatamente o que eu queria ouvir - não.


Tentando não pensar sobre o sangue e o que mais não eu peguei um copo de chá
com Stevie Rae, e então a segui para uma mesa onde dois outros garotos já estavam
conversando animadamente enquanto conversavam. É claro a conversa parou totalmente
quando me juntei a eles, o que não pareceu incomodar Stevie Rae. Enquanto eu deslizava
no banco do lado oposto ao dela ela nos apresentou com seu fanhoso sotaque.
"E aí, gente. Conheçam minha colega de quarto, Zoey Redbird. Zoey, essa é Erin
Bates," ela apontou para uma ridiculamente bonita garota loira sentada no meu lado da
mesa. (Bem, diabos - quantas loiras podiam ter em uma escola? Não tem algum limite?)
Ainda com a sua voz em um tom de 'alias,' ela continuou, fazendo pequenas paradas para
dar ênfase. "Erin é a "bonita." Ela também é divertida e esperta e tem mais sapatos do
que qualquer um que eu conheça."
Erin tirou seus olhos azuis para longe da minha Marca por um tempo longo o
suficiente para dizer "Oi."
"E esse é o simbólico garoto do nosso grupo, Damien Maslin. Mas ele é gay então eu
não acho que ele realmente conta como um cara."
Ao invés de ficar puto com Stevie Rae, Damian parecia sereno e descolado. "Na
verdade, já que eu sou gay eu acho que deveria contar por dois caras ao invés de um. Eu
quero dizer, comigo você tem o ponto de vista masculino e você não tem que se
preocupar comigo querendo tocar seus peitos."
Ele tinha um rosto descansado totalmente limpo de espinhas, e um cabelo marrom
escuro e olhos que me lembravam um filhote de cervo. Na verdade, ele era fofo. Não de
um jeito super feminino que a maioria dos caras são quando decidem sair do armário e
contar a todos o que todo mundo já sabia (bem, todos a não ser seus pais tipicamente
sem noção). Damien não era um estridente cara-garota; ele era apenas um cara fofo com
um belo sorriso. Ele também estava notavelmente tentando não olhar para minha Marca,
o que eu apreciei.
"Bem, talvez você esteja certo. Eu não pensei sobre isso dessa forma," Stevie Rae
disse depois de uma bela mordida em um pão de alho.
"Apenas ignore ela, Zoey. O resto de nós é quase normal," Damien disse. "E estamos
desesperadamente felizes por você finalmente ter chegado aqui. Stevie Rae tem
enlouquecido todo mundo se perguntando como você seria, quando você chegaria aqui-"
"Se você não seria uma daquelas garotas estranhas que cheiram mal e acham que
ser um vampiro significa ver quem pode ser o maior perdedor," Erin interrompeu.
"Ou se perguntando se você seria um deles," Damien disse, passando os olhos pela
mesa a nossa esquerda.
Eu segui o olhar dele e senti os nervos quando reconheci a pessoa de quem ele
estava falando. "Você quer dizer Afrodite?"
"Sim," Damien disse. "E seu metido bando de bajuladores* (*Damien usa uma
palavra que normalmente não é utilizada para se referir a "bajuladores" o que explica a
confusão de Zoey).
"Huh?" Eu pisquei para ele.
Stevie Rae suspirou. "Você vai se acostumar o vocabulário obsessivo de Damien.
Graças a Deus, esse não é um novo mundo então alguns de nós entendem o que ele esta
falando sem precisar de tradução. De novo. Bajulador - um servil lisonjeador." Ela falou
orgulhosa como se estivesse dando uma resposta na aula de inglês.
"Tanto faz. Eles me fazem sentir vontade de vomitar," Erin disse sem tirar os olhos
da massa.
"Eles?" eu perguntei.


voz.


"As Filhas Negras," Stevie Rae disse, e eu notei que ela automaticamente baixou a

"Pense neles como uma fraternidade," Damien disse.
"De bruxas do inferno," Erin disse.
"Hey, gente, acho que não deveríamos falar mal deles para Zoey, Ela pode se dar

com eles."
"Que se foda isso. Elas são bruxas do inferno," Erin disse.
"Cuidado com a boca, Er Bear* (* apelido). Você tem que comer com ela," Damien
disse animado.
Incrivelmente aliviada por nenhum deles gostar de Afrodite, eu já estava me
aprontando para pedir mais explicações quando uma garota chegou, e com uma grande
bufada, deslizou a si e a bandeja ao lado de Stevie Rae. Ela era da cor de um cappuccino
(o tipo que você consegue de uma verdadeira cafeteria e não a nojeira que você pega na
maquina da Quick Trip) e tinha varias curvas com seus lábios cheios e bochechas elevadas
que a faziam parecer uma princesa africana. Ela também tinha um ótimo cabelo. Era
espesso e caia em escuras e brilhantes ondas nos ombros dela. Os olhos dela eram tão
pretos que pareciam não ter pupilas.
"Ok, por favor! Por favor. Alguém," ela apontou para Erin, "se incomodou de me
acordar e me dizer que iríamos jantar?"
"Eu acredito que seja sua colega de quarto, não sua mãe," Erin disse
preguiçosamente.
"Não me faça cortar seu cabelo parecido com da Jessica Simpson no meio na noite,"
a princesa africana disse.
"Na verdade, o jeito certo de frasear isso seria "Não me faça cortar seu cabelo seu
cabelo parecido com da Jessica Simpson no meio do dia." Tecnicamente dia é noite para
nós e a noite seria o dia. O tempo é reverso aqui."
A garota negra estreitou os olhos para ele. "Damien, você está me irritando com essa
merda de vocabulário."
"Shaunee," Stevie Rae interrompeu brutamente. "Minha colega de quarto finalmente
chegou. Essa é Zoey Redbird. Zoey, essa é a colega de Erin, Shaunee Cole."
"Olá," eu disse com a boca cheia de massa quando Shaunee virou seu olhar de Erin
para mim.
"Então, Zoey, qual é a da tua Marca ser colorida? Você ainda é uma caloura, não é?"
Todos na mesa ficaram silenciosamente chocados com a pergunta de Shaunee. Ela olhou
ao redor. "O que? Não finjam que vocês também não estão se perguntando a mesma
coisa."
"Podemos estar, mas também podemos ser educados o suficiente para não
perguntar," Stevie Rae disse firmemente.
"Oh, por favor. Tanto faz." Ela suspirou com o protesto de Stevie Rae. "Isso é muito
importante para isso. Todos querem saber sobre a Marca dela. Não tem tempo para ficar
brincado quando fofoca está envolvida." Shaunee virou para mim. "Então, qual é a da sua
estranha Marca?"
É melhor encarar isso agora. Eu tomei um rápido gole de chá e limpei a garganta. Os
4 estavam me olhando, esperando impacientemente pela minha resposta.
"Bem, eu sou uma caloura. Eu não acho que sou diferente de vocês." Então comentei
sobre algo que estava considerando enquanto todos estavam falando. Eu quero dizer, eu
sabia que teria que responder essa pergunta eventualmente. Eu não sou estúpida -
confusa, talvez, mas não estúpida - e algo me disse que eu precisava dizer algo além da

minha experiência extra corpórea com Nyx. "Eu não sei com certeza porque a Marca está
cheia. Não estava desse jeito quando o Rastreador me Marcou. Mas mais tarde naquele
dia eu tive um acidente. Eu cai e bati a cabeça. Quando acordei a Marca estava assim. Eu
estive pensando, e tudo que eu consegui pensar é que deve ter sido alguma estranha
reação ao acidente. Eu estava inconsciente e perdi muito sangue. Talvez isso tenha feito
algo para acelerar o processo que a escurece. Esse é meu palpite, de qualquer forma."
"Huh," Saunee disse. "Eu estava esperando que fosse algo mais interessante. Algo
bom para fofocar."
"Desculpe," eu murmurei.
"Cuidado, Gêmea," Erin disse para Shaunee, jogando a cabeça em direção as Filhas
Negras. "Você está começando a soar como se devesse se sentar naquela mesa."
O rosto de Shaunee se contorceu. "Eu não estaria nem morta com aquelas vacas."
"Vocês estão confundindo Zoey," Stevie Rae disse.
Damien deu um longo suspiro. "Eu vou explicar, provando mais uma vez o quão
valioso sou para este grupo, com ou sem pênis."
"Eu realmente queria que você não usasse a palavra com P," Stevie Rae disse.
"Especialmente quando estou tentando comer."
"Eu gosto," Erin disse. "Se todos chamassem as coisas do que são seria muito menos
confuso. Por exemplo, você sabe que quando eu tenho que ir ao banheiro eu digo o obvio
- eu tenho urina que precisa sair da minha uretra. Simples. Fácil. Claro."
"Nojento. Repugnante. Grosso," Stevie Rae disse.
"Estou com você Gêmea." Shaunee disse. "Eu quero dizer, se falássemos bastante
sobre coisas como urinar e menstruar, a vida seria muito mais simples."
"Ok. Chega da conversa sobre menstruação enquanto estou comendo massa."
Damien levantou a mão como se pudesse fisicamente parar a conversa. "Eu posso ser
gay, mas tem um numero limitado de coisas que eu posso agüentar." Ele se inclinou na
minha direção e começou sua explicação. "Primeiro, Shaunee e Erin se chamam uma a
outra de Gêmea porque embora elas claramente não sejam parentes - Erin sendo uma
extremamente branca garota de Tulsa, e Shaunee sendo descendente de jamaicanos e da
cor de chocolate de Connecticut -"
"Obrigado pela apreciação a minha pele escura," Shaunee disse.
"Sem problemas," Damien disse, e então continuou com a explicação. "Embora elas
não sejam parentes de sangue elas são muito parecidas."
"É como se elas tivessem sido separadas no nascimento ou algo assim," Stevie Rae
disse.
Ao mesmo tempo Shaunee e Erin se olharam e começaram a rir. Foi então que eu
notei que elas estavam usando a mesma roupa - jaqueta de jeans escura, com lindas asas
douras no bolso, camiseta preta, e calças de cintura baixa. Elas até estavam usando o
mesmo brinco - enormes argolas de ouro.
"E o que a uma pequena diferença de melanina quando uma verdadeira amante de
sapatos está envolvida?" Levantando o pé Shaunne mostrou outro ótimo par de botas - só
que essas eram de couro preto com fivelas prateadas no tornozelo.
"Próxima!" Damien interrompeu, virando os olhos. "As Filhas Negras. A versão
resumida é que elas são um grupo formado pela classe alta que dizem estar responsáveis
pelo espírito escolar."
"Não, a versão resumida é que elas são bruxas do inferno," Shaunee disse.
"Foi exatamente o que eu disse, Gêmea," Erin riu.
"Vocês duas não estão ajudando," Damien disse a elas. "Agora, onde eu estava?"


"Espírito escolar," eu respondi.
"Isso mesmo. Yeah, elas deveriam ser essa incrível organização pró-escola, pró-
vampiros. E também, se assume que o líder delas vai crescer para ser a Alta Sacerdotisa,
então ela deve ser o coração, mente, e espírito da escola - assim como a futura líder da
sociedade vampiresca, etc, etc, blá, blá. Pense no Mérito Nacional Escolar responsável
pela Sociedade de Honra misturada com lideres de torcida e um bando de bichas."
"Hey, isso não é desrespeitoso a sua gayzura chamar eles de um bando de bichas?"
Stevie Rae perguntou.
"Estou usando a palavra como um termo carinhoso," Damien disse.
"E jogadores de futebol - não esqueça que eles são Filhos Negros, também," Erin
disse.
"Uh-huh, Gêmea. É realmente um crime e uma pena que caras tão seriamente
gostosos fiquem presos nessa -"
"E ela está falando isso literalmente," disse Erin com um sorriso travesso.
"A bruxas do inferno," concluiu Shaunee.
"Alô! Como se eu fosse esquecer os caras? Vocês ficam me interrompendo."
As três garotas deram a ele um sorriso de desculpa. Stevie Rae fingiu fechar a boca e
jogar fora a chave. Erin e Shaunee murmuraram "palerma" para ela, mas elas ficaram
quieta para Damien poder terminar.
Eu notei que elas brincavam com a palavra "chupar," me fazendo pensar que a
pequena cena que eu tinha visto não era rara.
"Mas o que as Filhas Negras realmente são é um grupo de vadias metidas que
andam mandando em todo mundo. Elas querem que todos as sigam, que se conforme
com a idéia bizarra delas do que significa se tornar uma vampira. E o mais importante de
tudo, elas odeiam humanos, e se você não se sente da mesma forma elas não querem
nada a ver com você."
"A não ser para te zoar," Stevie Rae acrescentou.
Eu percebi pela expressão dela que ela deveria ter uma experiência própria com a
parte do "zoar," e lembrei o quão pálida e assustada ela parecia quando Afrodite tinha me
mostrado nosso quarto. Eu fiz uma nota mental para lembrar de perguntar a ela mais
tarde sobre o que aconteceu.
"Mas não deixe elas te assustarem," Damien disse. "Só cuide das suas costas e-"
"Olá, Zoey. Bom ver você tão cedo."
Eu não tive problemas em reconhecer a voz dessa vez. Eu decidi que era como mel -
pegajosa e doce demais. Todos na mesa pularam, incluindo eu. Ela estava usando um
suéter como o meu, com exceção que por cima do coração dela estava a silueta prateada
de três deusas iguais, um delas segundo o que parecia um par de tesouras. Ela estava
usando uma saia muito curta, uma meia calça que tinha brilhos prateados, e botas que
iam até os joelhos. Duas garotas estavam atrás dela, vestidas de forma parecida. Uma era
negra, com um cabelo impossivelmente longo (deve ser uma boa extensão), e a outra era
outra loira (que, com uma inspeção mais de perto das sobrancelhas dela, era
provavelmente, eu decidi, tão loira natural quanto eu).
"Olá, Afrodite," eu disse quando todos pareciam chocados demais para falar.
"Espero não estar interrompendo nada," ela disse nada sincera.
"Você não está. Só estávamos discutindo o lixo que precisa ser retirado hoje a noite,"
Erin disse com um enorme sorriso falso.
"Bem, você certamente deve saber tudo sobre isso," ela disse com um olhar de
desprezo, e então virando as costas para Erin propositalmente, que estava apertando os


punhos e parecendo que estava prestes a pular em cima de Afrodite. "Zoey, eu deveria ter
dito algo para você mais cedo, mas eu acho que eu esqueci. Eu queria te dar um convite
para você se juntar as Filhas Negras no nosso privado Ritual de Lua cheia amanha a noite.
Eu sei que é raro para alguém que não está aqui a tempo o bastante participar do ritual
tão rapidamente, mas sua Marca mostra claramente que você é, bem, diferente da
maioria dos calouros." Ela olhou para baixo o nariz perfeito dela em Stevie Rae.
"Eu já falei com Neferet, e ela concorda que seria bom para você se juntar a nós. Eu
te dou os detalhes mais tarde, quando você não estiver tão ocupada com... uh... lixo." Ela
deu ao resto da mesa seu apertado sorriso sarcástico, virando seu longo cabelo enquanto
saia.
"Bruxas do inferno," Shaunee e Erin falaram juntas.


DEZ

"Eu continuo achando que a aquela confiança em excesso eventualmente vai
derrubar Afrodite." Damien disse.
"Excesso de confiança," Stevie Rae explicou, "ter a arrogância de uma deusa."
"Eu na verdade entendi essa," eu disse, ainda encarando Afrodite e seu bando.
"Acabamos de ler Medea* (*peça trágica grega onde sua heroína a bruxa Medea mata o
seus dois filhos para vingar a traição do marido) na aula de Inglês. Foi o que derrubou
Jason."
"Eu adoraria arrancar a arrogância da cabeça dela," Erin disse.
"Eu seguro ela pra você, Gêmea," Shaunee disse.
"Não! Vocês sabem que já conversamos sobre isso antes. A penalidade por brigar é
ruim. Muito ruim. Não vale a pena."
Eu observei Erin e Shaunee empalidecerem ao mesmo tempo e queria perguntar o
que poderia ser tão ruim, mas Stevie Rae continuou falando, dessa vez comigo.
"Apenas tenha cuidado, Zoey. As Filhas Negras, e Afrodite especialmente, podem
parecer ok na maior parte do tempo, e é por isso que elas são perigosas."
Eu balancei a cabeça. "Oh, nu uh. Eu não vou para o negocio da lua cheia delas."
"Eu acho que você precisa," Damien disse suavemente.
"Neferet concordou com isso." Stevie Rae disse enquanto Erin e Shaunee acenavam
em concordância." Isso significa que ela espera que você vá. Você não pode dizer a seu
mentor não."
"Especialmente se seu mentor é Neferet, Alta Sacerdotisa de Nyx," Damien disse.
"Eu não posso só dizer que eu não estou pronta para... pra... o que quer que seja
que eles querem que eu faça, e perguntar a Neferet se eu posso ser - eu não sei, o que
você chamaria - dispensada do negocio da lua cheia delas dessa vez?"
"Bem, você poderia, mas daí Neferet contaria para as Filhas Negras e elas Irão achar
que você tem medo delas."
Eu pensei sobre a enorme merda que já tinha acontecido entre Afrodite e eu em tão
pouco tempo. "Uh, Stevie Rae, eu posso já ter medo delas."
"Nem deixe elas saberem." Stevie Rae olhou para seu prato, tentando esconder o
embaraçamento. "Isso é pior do que enfrentar elas."
"Querida," Damien disse, dando um tapinha na mão de Stevie Rae, "pare de se
culpar por isso."
Stevie Rae deu a Damien um doce, e agradecido sorriso.
Então ela disse para mim, "Apenas vá. Seja forte e vá. Eles não farão nada muito
horrível no ritual. É aqui no campus; elas não se atreveriam."
"Yeah, elas fazem todas as merdas longe daqui, quando é mais difícil para os
vampiros pegarem elas," Shaunee disse. "Por aqui elas fingem ser enjoadamente doces
para ninguém saber como elas realmente são."
"Ninguém a não ser nós," Erin disse, fazendo um gesto com a mão para que incluísse
não apenas nosso pequeno grupo, mas todos no salão também.
"Eu não sei, gente, talvez Zoey realmente se dê bem com um deles," Stevie Rae
disse com nenhum toque de sarcasmo ou inveja.
Eu balancei a cabeça. "Nope. Eu não vou me dar com nenhum deles. Eu não gosto
do tipo deles - o tipo de pessoa que tenta controlar outros e fazer eles serem humilhados
só para se sentir melhor sobre si mesmo. E eu não quero ir para o Ritual da Lua Cheia!"
eu disse firmemente, pensando no meu padrasto e seus colegas, e o quão irônico e o


quão irônico era que eles parecessem ter tanta coisa em comum com esse grupo de
adolescentes que se auto proclamavam filhas de uma deusa.
"Eu iria com você se pudesse - qualquer um de nós iria - mas a não ser que você
seja uma das Filhas Negras, você só pode entrar se for convidada," Stevie Rae disse
tristemente.
"Está tudo bem. Vou lidar com isso." De repente eu não estava mais com fome. Eu
estava muito, muito cansada, e eu realmente queria mudar de assunto. "Então me
explique os diferentes símbolos que usamos aqui. Você me falou sobre o nosso - A espiral
de Nyx. Damien tem uma espiral também, então isso deve significar que ele é..." eu
pausei para lembrar do que Stevie Rae tinha chamado os calouros, "um terceiranista. Mas
Erin e Shaunee tem asas, e Afrodite tem outra coisa."
"Você quer dizer além daquela atitude nojenta?" Erin murmurou.
"Ela quer dizer os três destinos," Damien intercedeu, interrompendo o que quer que
fosse que Shaunee ia acrescentar. "Os três Destinos são crianças de Nyx. Os sestanistas
todos usam o emblema dos Destinos, com Atropos segurando a tesoura para simbolizar o
fim da escola."
"E para algum de nós, o fim da vida," Erin acrescentou tristemente.
Isso fez todos se calarem. Quando eu não agüentava mais o silencio desconfortável
eu limpei minha garganta e disse, "E o que são asas de Erin e Shaunee?"
"As asas de Eros, que o filho de Nyx a semente -"
"Do amor a deusa," Shaunee disse, apertando os lábios.
Damien franziu as sobrancelhas para elas e continuou falando. "As asas douras de
Eros são o símbolo dos quartanistas."
"Porque somos a classe do amor," Erin cantarolou, levantando os braços por cima da
cabeça e remexendo os lábios.
"Na verdade, é porque devemos nos lembrar da capacidade de Nyx amar, e as asas
simbolizam que continuamos seguindo em frente."
"Qual é o símbolo dos quintanistas?" eu perguntei.
"A carruagem dourada de Nyx puxando um rastro de estrelas," Damien disse.
"Eu acho que o símbolo mais bonito," Stevie Rae disse. "Aquelas estrelas brilham
feito louco."
"A carruagem mostra que continuamos na jornada de Nyx. As estrelas representam a
mágica dos dois anos pelos quais já passamos."
"Damien, você é um bom estudante," Erin disse.
"Eu disse que você deveria ter feito ele nos ajudar para o teste de mitologia
humana," Shaunee disse.
"Eu pensei ter dito a você que nós precisávamos da ajuda dele, e -"
"De qualquer forma," Damien gritou por cima da discussão delas, "esses são os
símbolos das classes. Facinho, facinho, na verdade," ele apontou para as Gêmeas que
agora estavam quietas. "Isso é, se você presta atenção na aula ao invés de escrever
bilhetes e encarar os caras que você acha gostosos."
"Você é realmente um puritano, Damien," Shaunee disse.
"Especialmente para um garoto gay." Erin acrescentou.
"Erin, seu cabelo está meio que com frizz hoje. Sem querer ser mal nem nada disso,
mas talvez você devesse considerar mudar de produto. Você não pode ser cuidadosa
demais com esse tipo de coisa. Quando você ver, você vai ficar com pontas duplas."
Os olhos azuis de Erin ficaram enormes e as mãos foram automaticamente para seu
cabelo.


"Oh, não não não. Eu não acredito que você acabou de dizer isso, Damien. Você
sabe o quão louca ela é pelo cabelo." Shaunee começou a inchar como um blowfish* (é
um peixe com um aspecto inflado).
Damien, enquanto isso, apenas sorriu e voltou a comer sua massa - a perfeita
imagem de inocência.
"Uh, gente," Stevie Rae disse rapidamente, levantando e me puxando pelo cotovelo.
"Zoey parece cansada. Todos lembramos como é quando recém chegamos aqui. Vamos
voltar para o nosso quarto. Eu tenho que estudar para o teste de sociologia vampirica,
então provavelmente vou ver vocês só amanhã."
"Ok, nos vemos," Damien disse. "Zoey, foi um prazer conhecer você."
"É, bem vinda ao Colégio Inferno." Erin e Shaunee falaram juntas antes que Stevie
Rae me levasse para o quarto.
"Obrigado. Eu realmente estou cansada," eu disse a Stevie Rae em quando
andávamos pelo corredor que eu estava feliz por reconhecer como aquele que levaria para
a entrada principal do prédio central da escola. Paramos, quando um gato cinza passou
perseguindo um gato menos, na nossa frente.
"Bellzebub! Deixe o Cammy em paz! Damien vai arrancar seu pelo!"
Stevie Rae fez menção de pegar o gato cinza, mas não conseguiu, mas ele parou de
perseguir o menor e ao invés disso saiu pelo corredor de onde ele tinha acabado de
aparecer. Stevie Rae estava com a testa franzida por causa dele.
"Shaunee e Erin precisam ensinar a esse gato alguns modos, ele sempre está
aprontando algo." Ela falou para mim enquanto saiamos do prédio e andávamos na suave
escuridão do pré-amanhecer. "Aquele gatinho pequeno é Cameron e é o gato de Damien.
Bellzbub pertence a Erin e Shaunee; ele escolheu as duas - juntas. Sim. Por mais estranho
que pareça, mas com o devido tempo você será como nós e começar a pensar que elas
realmente devem ser gêmeas."
"Elas parecem legais."
"Oh, elas são ótimas. Eles são brigam bastante, mas são totalmente leais e nunca
vão deixar ninguém falar de você." Ela riu. "Ok, eles podem falar de você, mas isso é
diferente, e não será pelas suas costas."
"E eu realmente gostei de Damien."
"Damien é doce, e realmente esperto. Eu apenas sinto pena dele às vezes."
"Porque?"
"Bem, ele tinha um colega de quarto quando chegou aqui seis meses atrás, mas
quando o cara descobriu que Damien era gay - olá, não é como se ele tivesse tentando
esconder - ele reclamou para Neferet e disse que não teria um colega de quarto bicha."
Eu encarei. Eu não consigo suportar pessoas homofônicas. "E Neferet realmente
agüentou essa atitude?"
"Não, ela deixou claro que aquele garoto - oh, ele mudou o seu nome para Thor
quando chegou aqui" - ela balançou a cabeça e virou os olhos - "vai entender. De
qualquer forma, Neferet disse para aquele Thor que ele estava passando dos limites, e ela
deu a Damien a opção de se mudar para outro quarto ou continuar com Thor. Damien
escolheu se mudar. Eu quero dizer, você não teria escolhido?"
Eu acenei. "Sim. De jeito nenhum ficaria com Thor o homofônico."
"Isso é o que todos pensamos também. Então Damien tem estado num quarto
sozinho desde então."
"Não tem outros garotos gays por aqui?"


Stevie Rae deu nos ombros. "Tem algumas garotas que são lesbicas assumidas, mas
embora alguns deles sejam legais e fique com o resto de nós elas basicamente ficam
juntas. Elas são muito aprofundadas a religião e adoração da deusa e passam muito
tempo no templo de Nyx. E, é claro, tem garotas malucas que acham que é legal ficar
uma com as outras, mas normalmente só quando algum cara gostoso está assistindo."
Eu balancei a cabeça. "Sabe, eu nunca entendi porque as garotas acham que ficar
com outras garotas é um jeito bom te ter um namorado. É de se pensar que seria contra
produtivo."
"Como se eu quisesse um namorado que só me acha quente quando estou beijando
uma garota? Eca."
"E quanto a caras gays?"
Stevie suspirou. "Tem alguns além de Damien, mas eles são na maioria muito
femininos e estranhos para ele. Eu me sinto mal por ele. Eu acho que ele fica bem
solitário. Os pais dele nem escrevem nem nada."
"A coisa toda dos vampiros os assustou?"
"Não, eles não se importaram. Na verdade, não diga nada para Damien porque fere
os sentimentos dele, mas acho que eles ficaram aliviados por ele ter sido Marcado. Eles
não sabiam o que fazer com um filho gay."
"Porque eles tinham que fazer algo? Ele ainda é filho deles. Ele só gosta de caras."
"Bem, eles vivem em Dallas, e o pai dele é muito fã das Pessoas de Fé. Eu acho que
ele é algum tipo de pastou ou algo assim -"
Eu levantei a mão. "Pare. Você não tem que dizer mais uma palavra. Eu totalmente
entendo." E eu entendia. Eu era muito familiarizada com as mentes pequenas, "nosso jeito
é o único certo" das idéias das Pessoas de Fé. Só em pensar nisso me fazia ficar exausta e
depressiva.
Stevie Rae abriu a porta do dormitório. A sala estava vazia com exceção de algumas
garotas que estavam assistindo a reprise de The 70´s Show. Stevie Rae acenou para elas.
"Hey, você quer uma bebida ou algo assim para levar com a gente?"
Eu acenei e a segui passando pela sala até um aposento menor que tinha
refrigeradores, uma grande pia, dois microondas, vários armários, e uma mesa de madeira
muito branca no meio - como uma cozinha, a não ser o fato dessa ser estranhamente
refrigerada e amigável. Tudo era legal e claro. Stevie Rae abriu um dos refrigeradores. Eu
espiei por cima dos ombros dela para ver que estava cheio de vários tipos de bebidas - de
refrigerante a vários sucos e a uma água que tinha um gosto horrível.
"O que você quer?"
"Qualquer refri está bom." Eu disse.
"Isso é pra todos nós," ela disse enquanto me entregava duas cocas diets e pegava
dois sucos para ela.
"Tem frutas e vegetais e coisas assim naqueles outros dois refrigeradores, e carne
para sanduíches no outro. Eles mantém cheio o tempo todo, mas os vampiros são bem
obsessivos por comer direito, então você não vai encontrar saco de batatinhas ou bolinhos
ou coisas assim.
"Nada de chocolates?"
"Sim, tem alguns chocolates bem caros nos armários. Os vampiros dizem que
chocolate em moderação é bom para nós."
Ok, então quem diabos quer comer chocolate em moderação? Em mantive o
pensamento para mim mesma enquanto voltávamos para sala e subíamos para nosso
quarto.


"Então, os, uh, vampiros" - eu meio que me atrapalhei com a palavra - "são fãs de
comer saudavelmente?"
"Bem, sim, mas eu acho que apenas os calouros comem bem. Eu quero dizer, você
não vê vampiros gordos, mas você também não vê eles mastigando uma cebolinha ou
comendo apenas salada. A maior parte deles comem juntos no seu próprio refeitório, e
dizem os rumores que eles comem bem." Ela olhou para mim e baixou a voz. "Eu ouvi
dizer que eles comem muita carne vermelha. Muita carne vermelha crua."
"Eca," eu disse, sem querer pensar no bizarro visual que passou pela minha mente
de Neferet comendo carne crua.
Stevie Rae tremeu, e continuou: "Às vezes o mentor de alguém senta com calouro no
jantar, mas eles normalmente apenas tomam uma taça ou duas de vinho tinto e não
comem conosco."
Stevie Rae abriu a porta do quarto e com um suspiro eu sentei na minha cama e tirei
os sapatos. Deus, eu estava cansada. Esfregando meus pés eu me perguntei do porque os
vampiros adultos não comerem conosco, e então decidi que eu realmente não estava mais
afim de pensar nisso. Eu quero dizer, trazia a minha mente muitas perguntas como, o que
eles realmente estavam comendo? E o que teríamos que comer quando/se nos
tornássemos vampiros adultos? Ugh.
E, parte do meu cérebro sussurrou algo que me fez lembrar da minha reação ao
sangue de Heath ontem. Isso tinha sido apenas ontem? E também a mais recente reação
ao sangue do cara no corredor. Não. Eu definitivamente não queria pensar neles também
- nadinha. Então eu rapidamente me re-foquei na conversa sobre a dieta saudável.
"Ok, eles não se importam particularmente em comer de forma saudável, enquanto
qual é o da grande obsessão?" Eu perguntei a Stevie Rae.
Ela me olhou nos olhos, parecendo preocupada e um pouco assustada.
"Eles querem que a gente coma saudável pela mesma razão que eles nos fazem a
gente se exercitar todo dia - para que nossos corpos fiquem o mais forte possível, porque
se você começa a ficar fraca ou gorda ou doente, esse é o primeiro sinal que o seu corpo
está rejeitando a Mudança."
"E então você morre," eu disse baixo.
"E então você morre," ela concordou.


ONZE

Eu não achei que fosse dormir. Achei que apenas ia ficar deitada ali sentindo
saudades de casa e pensando sobre a virada bizarra que a minha vida tinha tomado.
Flashes perturbadores dos olhos do cara no corredor passaram pela minha mente, mas eu
estava tão cansada que eu não conseguia me focar. Até a personalidade odiosa de
Afrodite era outra coisa que parecia estar me mantendo acordada. Na verdade, minhas
ultimas preocupações antes de não conseguir lembrar de mais nada tinha sido minha
testa. Estava dolorida de novo por causa da Marca e do corte na minha têmpora - ou era
porque eu estava ficando com uma enorme espinha? E meu cabelo iria estar bom para o
meu primeiro dia na escola de vampiros amanha? Mas quando me enrolei
confortavelmente e inalei o cheiro familiar do cobertor e de casa, eu me senti
inesperadamente calma e segura... e eu apaguei.
Eu também não tive um pesadelo. Ao invés disso eu sonhei sobre gatos. Vai
entender. Caras gostosos? Não. Novos poderes legais de vampiros? É claro que não.
Apenas gatos. Tinha um em particular - um pequeno e laranja que tinha pequenas patas
e uma barriga gorda com um olhar que parecia meio marsupial. Ela ficava gritando para
mim com a voz de uma moça e me perguntando por que eu tinha levado tanto tempo
para chegar ali. Então a voz de gato dela mudou para um irritante zunido e eu...
"Zoey, anda! Desliga essa porcaria de alarme!"
"O que-, huh?" Oh, diabos. Eu odeio manhãs. Minha mão falhou em tentar encontrar
o botão para desligar meu irritante despertador.
Eu mencionei que eu sou totalmente, e completamente cega sem minhas lentes? Eu
peguei meus olhos nerds e olhei para o relógio. 18:30, e eu recém estava acordando. Em
falar em bizarro.
"Você quer tomar banho primeiro, ou você quer que eu tome?" Stevie Rae perguntou
sonolenta.
"Eu vou, se você não se importa."
"Eu não..." ela bocejou.
"Ok."
"Mas devemos nos atrasar, porque eu não sei sobre você, mas tenho que comer café
da manhã ou vou sentir que vou morrer de fome antes do almoço."
"Cereal?" eu de repente me animei. Eu seriamente amo cereal, e eu tenho uma
camiseta Eu [coração] CEREAL, para provar. Eu especialmente amo Count Chocula - outra
ironia vampiresca.
"Sim, tem várias daquelas pequenas caixas de cereal e bagels e frutas e ovos cozidos
e tudo mais."
"Vou me apressar." De repente eu estava faminta. "Hey, Stevie Rae, importa o que
eu usar?"
"Não," ela bocejou de novo. "Só pegue um dos suéteres ou jaquetas que eu mostre
seu símbolo de terceiranista e você ficará bem."
Eu não me apressei, embora eu estivesse realmente nervosa sobre parecer descente
e desejei ter horas para fazer e refazer meu cabelo e maquiagem. Eu usei o espelho de
maquiagem de Stevie Rae enquanto ela estava no banho, e decidi que de menos era
melhor que demais. Era estranho como a minha Marca parecia mudar toda atenção do
meu rosto. Eu sempre tive olhos bonitos - grandes e redondos e escuros, com muito
cílios. Tanto que Kayla costumava reclamar sobre o quão injusto era eu ter cílios o
suficiente para três garotas e ela tinha apenas alguns. (Em falar nisso... eu não senti falta


de Kayla, especialmente essa manhã quando estava me arrumando para ir a uma nova
escola sem ela. Talvez eu ligue para ela mais tarde. Ou mande um email. Ou... eu lembrei
do comentário que Heath tinha feito sobre a festa, e decidi que talvez não ligasse.) De
qualquer forma, a Marca de algum jeito fazia meus olhos parecerem ainda maiores e
escuros. Eu os alinhei com uma sombra suavemente preta que tinha pequenos brilhos
prateados. Não muito como aquelas garotas que acham que emplastar de delineador
preto as faz parecer legal. É, certo. Elas parecem guaxinins assustadores. Eu acrescentei
base, um pouco de pó no rosto, e pus um gloss (para esconder o fato que eu estava
nervosamente mordendo os lábios).
Então eu me olhei.
Graças a Deus meu cabelo estava bom, e até mesmo o pico de viúva* (*aquela
ponta do cabelo que fica na testa) não estava toda bagunçada como fica às vezes. Eu
ainda parecia... umm... diferente, mas a mesma.
O efeito que a minha Marca tinha no meu rosto diminuiu. Fez tudo que era étnico
sobre as minhas feições se destacar: a escuridão dos meus olhos, as bochechas altas dos
Cherokke, meu orgulhoso, nariz reto, e até mesmo a cor oliva da minha pele que era
como a da minha avó. A Marca safira da deusa pareceu ter ligado um holofote nessas
feições; tinha exposto a garota Cherokee dentro de mim e permitido que ela brilhasse.
"Seu cabelo está ótimo," Stevie Rae disse quando entrava no quarto secando o
cabelo curto com a toalha. "Eu queria que o meu ficasse direito quando está tão
cumprido. Mas não fica. Ele fica todo frizzado e parece um rabo de cavalo."
"Eu gosto do seu cabelo curto," eu disse, saindo do caminho dela pegando meus
sapatos de rasteirinha estilo sapatilha de balé.
"Yeah, bem, me faz ser uma aberração aqui. Todos tem cabelo cumprido."
"Eu notei, mas não entendi."
"É uma das coisas que acontece enquanto você está Mudando. O cabelo dos
vampiros cresce muito rapidamente, assim como as unhas."
Eu tentei não suspirar e lembrar das unhas de Afrodite passando cortando jeans e
pele.
Graças a Deus, Stevie Rae estava inconsciente a meu pensamento, e continuou
falando.
"Você vai ver. Depois de um tempo você não vai precisar olhar para o símbolo deles
para saber de que ano são. De qualquer forma, você vai aprender tudo sobre isso na aula
de Sociologia Vampira. Oh! Isso me lembrou." Ela catou em alguns papeis na mesa dela
até que encontrou o que estava procurando e me entregou. "Aqui está seu horário. Temos
a terceira e a quinta aula juntas. E cheque a lista de matérias eletivas que você tem para
a segunda aula. Você pode escolher qualquer um deles."
Meu nome estava no topo do horário, impresso com letras grandes, Zoey Redbrid,
entrando como terceiranista, assim como a data, que era de cinco (?!) dias antes do
Rastreador me Marcar.
1º período - Sociologia Vampira 101. Sala. 215. Prof. Neferet.
2º período - Drama 101. No centro de artes. Prof. Nolan
Ou
Desenho 101. Sala. 312. Prof. Doner
Ou
Introdução a musica. Sala 314. Prof. Vento
3º período - Literatura 101. Sala. 214. Prof. Penthesilea
4º período - Esgrima. Ginasio. Prof. D. Lankford


Pausa para o almoço.
5º período - Espanhol 101. Sala. 216. Prof. Germy
6º período - Introdução ao estudo de Equitação Casa de Campo. 215. Prof. Lenobia
"Nada de geometria?" eu percebi, totalmente pasma pelo horário, tentando manter
uma atitude positiva.
"Não, graças a Deus. No próximo semestre vamos ter economia. Mas isso não pode
ser tão ruim."
"Esgrima? Introdução ao estudo de equitação?"
"Eu te disse que eles gostam de nós manter em forma. Esgrima ok, mesmo que seja
difícil. Eu não sou muito boa, mas você faz par com o pessoal mais velho - como se eles
fosse instrutores, e eu só estou dizendo, alguns daqueles garotos são simplesmente
lindos! Eu não estou tendo a aula de equitação esse semestre - eles me colocaram em
Tae Kwan Do. E eu tenho que te dizer, eu adoro!"
"Verdade?" eu disse duvidosamente. Me pergunto como será a aula de equitação?
"Sim. Que eletiva você vai escolher?"
Eu olhei para a lista. "Qual você está tomando?"
"Introdução a Música. O professor Vento é bem legal, e eu, uh..." Stevie Rae
suspirou e corou. "Eu quero ser uma estrela da musica country. Eu quero dizer, Kenny
Chesney, Faith Hill e Shania Twain são vampiras - e isso é apenas três delas. Diabos, Grth
Brooks cresceu aqui em Oklahoma e você sabe que ele é o maior vampiro de todos eles.
Então eu não vejo porque eu também não posso ser."
"Faz perfeito sentido para mim," eu disse. Porque não?
"Você quer ter musica comigo?"
"Isso seria divertido se eu pudesse cantar ou tocar qualquer coisa parecido com um
instrumento. Eu não posso."
"Oh, talvez não então."
"Na verdade, eu estava pensando em ter a aula de teatro. Eu tinha teatro em SIHS, e
era legal. Você sabe alguma coisa sobre a Prof. Nolan?"
"Sim, ela é do Texas e tem um enorme sotaque, mas ela estudou drama em Nova
Iorque e todo mundo gosta dela."
Eu quase ri alto quando Stevie Rae mencionou o sotaque da Prof. Nolan. A garota
era tão fanhosa que parecia um parque de trailers, mas de jeito nenhum eu ia ferir os
sentimentos dela falando isso.
"Bem, então vai ser teatro."
"Ok, pegue seu horário e vamos. Hey," ela disse enquanto nos apressávamos para
sair do quarto e descíamos as escadas, "Talvez você seja a próxima Nicole Kidman!"
Bem, eu acho que ser a próxima Nicole Kidman não seria ruim (não que eu esteja
planejando me casar e então me divorciar de um cara maníaco e baixinho). Agora que
Stevie Rae mencionou, eu dificilmente pensava sobre o meu futuro desde que o
Rastreador tinha jogado a minha vida no caos completo, mas agora que eu estava
pensando eu realmente queria ser uma veterinária.
Um gato obeso preto e branco passou pelas escadas na nossa frente perseguindo o
que parecia o clone dele. Com todos esses gatos você ia pensar que haveria a
necessidade de vampiros veterinários. (hee hee... vampiros veterinários... eu poderia
chamar minha clinica de Vamp Vet, e os anúncios estariam escritos: "Tiramos seu sangue
de graça!")
A cozinha e a sala estavam cheia de garotas comendo e falando e correndo. Eu tentei
responder alguns dos olás que eu estava recebendo quando Stevie Rae me apresentava


para o que parecia uma impossível confusão de garotas e manter minha concentração que
eu mantive para procurar uma caixa de Count Chocula. Quando eu estava começando a
me preocupar, eu encontrei, escondida atrás de várias caixas de Frosted Flakes (que não
seria uma escolha ruim, mas, bem, eles não são de chocolate e eles não tem nenhum
marshmallow gostoso). Stevie Rae serviu uma tigela de Lucky Charms, e sentamos na
mesa da cozinha, comendo rápido.
"E aí, Zoey!"
Aquela voz. Eu sabia quem era antes de ver Stevie Rae baixar a cabeça e encarar a
tigela de cereal.
"Olá, Afrodite," eu disse, tentando soar neutra.
"Caso eu não te veja mais tarde eu queria me certificar que você saiba onde ir hoje a
noite. O Ritual da Lua Cheia das Filhas Negras, vai começar as 4 da manhã, logo depois
do ritual da escola. Você vai perder o jantar, mas não se preocupe com isso. Vamos
alimentar você. Oh, é na sala perto do corredor leste. Eu te encontro perto do Templo de
Nyx antes do ritual da escola para que a gente possa entrar lá dentro, e então posso te
mostrar o caminho para a sala depois."
"Na verdade, eu já prometi a Stevie Rae que eu vou encontrar ela e nós vamos para
o ritual da escola juntas." Eu realmente odeio pessoas insistentes. "Yeah, desculpe por
isso." Eu fiquei feliz por ver que Stevie Rae levantou a cabeça e disse isso.
"Hey, você sabe onde é essa sala, não sabe?" eu perguntei a Stevie Rae na minha
voz mais alegre e sem noção.
"Sim, eu sei."
"Então você pode me mostrar como chegar lá, certo? E isso significa que Afrodite não
tem que se preocupar comigo me perdendo."
"Qualquer coisa que eu puder fazer para ajudar," Stevie Rae disse, soando como
sempre.
"Problema resolvido," eu disse com um grande sorriso para Afrodite.
"Ok. Ótimo. Te vejo as 4 da manhã. Não se atrase." Ela se virou.
"Se ela balançasse mais a bunda do que já está balançando ela vai quebrar alguma
coisa," eu disse.
Stevie Rae roncou e quase derramou leite pelo nariz. Tossindo, ela disse, "Não faça
isso enquanto estou comendo!" Então ela engoliu e sorriu para mim. "Você não deixou ela
mandar em você.
"Nem você." Eu disse dando a ultima colherada do cereal. "Pronta?"
"Pronta. Ok, isso vai ser fácil. Seu primeiro período é do lado do meu primeiro
período. Todas as aulas dos terceiranistas são no mesmo corredor. Anda - eu te mostro a
direção certa e você ficara colocada."
Nós pegamos nossos pratos e os colocamos numa das cinco lava louças, então nos
apressamos para sair na linda escuridão da noite. Droga, era estranho ir para a aula a
noite, mesmo que meu corpo estivesse me dizendo que tudo estava normal. Nós seguimos
a onda de estudantes passando por uma das grandes portas de madeira.
"O corredor dos terceiranistas é por aqui," Stevie Rae disse, me guiando para um
canto e por uma escada.
"Isso é um banheiro?" eu perguntei quando passamos por uma fonte de água situada
entre duas portas.
"Sim," ela disse. "Aqui é a minha aula, e a sua é ao lado. Vejo você depois da aula!"
"Ok, obrigado," eu respondi.


Pelo menos o banheiro era perto. Se eu tivesse um serio caso de diarréia eu não
precisava ir longe.


DOZE

"Zoey! Aqui!"
Eu quase chorei de alivio quando ouvi a voz de Damien e vi suas mãos balançando
para uma mesa vazia perto dele.
"Oi." Eu sentei e sorri agradecida para ele.
"Pronta para o primeiro dia?"
Não.
Eu acenei. "Sim." Eu queria dizer mais, mas então um sino tocou e o som de
conversa morreu quando Neferet entrou na sala. Ela estava usando uma saia longa preta
dividia no lado para mostrar uma bota linda, e um suéter púrpura. Sobre o seio esquerdo,
bordado em prata, estava a imagem da deusa com os braços levantados, colocados na lua
crescente. O cabelo preto dela estava puxado para trás em uma intricada trança. As várias
e delicadas ondas de tatuagem que emolduravam o rosto dela a faziam parecer uma
antiga princesa guerreira. Ela sorriu para nós eu pude perceber que a turma toda estava
tão presa quanto eu pela atenção poderosa dela.
"Boa noite! Eu estava ansiosa para começar essa unidade. Mergulhar na rica
sociologia das Amazonas é um dos meus tópicos favoritos." Ela apontou para mim. "É uma
excelente hora para Zoey Redbird se juntar a nós. Eu sou a mentora de Zoey, então
espero que meus alunos dêem boas vindas a ela. Damien, você pode, por favor, pegar um
livro para Zoey? O armário dela é do lado do seu. Enquanto você explica nosso sistema de
armários para ela eu quero que o resto de vocês pensem sobre as noções pré concebidas
que vocês tem sobre as antigas vampiras guerreiras conhecidas como Amazonas."
O tipo barulho de papel e sussurro de alunos começou quando Damien me levou
para o fim da sala onde estavam os armários. Ele abriu o que tinha o número "12" em
prata. O armário continha prateleiras cheias de livros e suplementos.
"Na House of Night não a armários como os das escolas normais. Aqui, o primeiro
período é nossa sala de preparação e cada um de nós tem um armário. A sala sempre
estará aberta, então se você vier aqui para pegar livros e etc, como se você estivesse indo
para o seu armário. Aqui está o seu livro de sociologia."
Ele me deu um livro grosso com capa de couro com a silueta da deusa estampada na
capa junto com o titulo, Sociologia Vampira 101. Eu peguei o caderno e algumas canetas.
Quando fechei a porta do armário eu hesitei.
"Não tem uma fechadura ou algo assim?"
"Não," Damien baixou a voz. "Eles não precisam de fechaduras aqui. Se alguém
roubar algo, os vampiros vão saber. Eu nem quero pensar com o que aconteceria com
alguém estúpido o bastante para fazer isso."
Nós nos sentamos e eu comecei a escrever sobre a única coisa que eu sabia em
relação as Amazonas - que elas eram mulheres guerreiras que não tinham muita utilidade
para homens - mas minha mente não estava no trabalho. Ao invés disso, eu estava me
perguntando por que Damien, Stevie Rae, e até mesmo Erin e Shaunee surtam sobre se
meter em problemas. Eu quero dizer, eu sou uma boa garota - ok, não perfeita, mas
ainda sim. Eu só tinha ido para detenção uma vez, e não foi minha culpa. Verdade. Algum
garoto idiota me disse para chupar o pau dele. O que eu deveria fazer? Chorar? Rir?
Agüentar? Umm... não... Então ao invés disso eu dei um tapa nele (embora eu prefira a
palavra "esmaguei"), e então fui para a detenção por isso.
De qualquer jeito, detenção não era tão ruim. Eu fiz meu dever de casa e comecei o
novo livro de Gossip Girl. Claramente detenção na House of Night era mais do que ir para


a sala dos professores por 45 minutos de "silencio" depois da aula. Eu tenho que lembrar
de perguntar a Stevie Rae...
"Primeiro, que partes da tradição amazona ainda praticamos na House of Night?"
Neferet perguntou, chamando minha atenção de volta para aula.
Damien levantou a mão. "A reverencia de respeito, com nosso punho por cima do
coração, vem das Amazonas, e também o jeito como apertamos a mão - por segurar o
antebraço."
"Correto, Damien."
Huh. Isso explica o estranho aperto de mão.
"Então, que noções pré concebidas temos sobre as guerreiras amazonas?" ela
perguntou para a turma.
Uma loira que sentava do outro lado da sala disse, "As amazonas eram muito
matriarcais, a lenda tende a adicionar uma camada adicional na história."
"O que você quer dizer com isso?"
"Bem, pessoas - especialmente humanos - pensam que as Amazonas odiavam
homens," disse Damien.
"Exato. E que aprendemos é que só porque uma sociedade é matriarcal, a nossa é,
não significa automaticamente que ela odeia os homens. Até Nyx tem um parceiro, o deus
Erebus, a quem ela é devotada. As amazonas eram únicas, no entanto, porque elas
escolheram ser uma sociedade de vampiras que resolver proteger e lutar sozinha. Como a
maior parte de vocês já sabe, nossa sociedade hoje ainda é matriarcal mas respeitamos e
apreciamos os Filhos da Noite, e os consideramos nossos protetores e parceiros. Agora,
abram seus livros no Capitulo Três e vamos dar uma olhada sobre a maior guerreira
Amazona, Penthesilea, mas tenham cuidado para manter lenda e historia separados na
mente de vocês."
E daí Neferet começou uma das aulas mais legais que eu já tive. Eu não tinha idéia
que uma hora tinha passado; quando o sino tocou foi uma surpresa. Eu tinha acabado de
colocar meu livro de sociologia de volta no armário (ok, eu sei que Damien e Neferet os
chamavam de gabinetes, mas por favor - isso totalmente me lembra dos gabinetes que
costumávamos ter no jardim de infância) quando Neferet chamou meu nome. Eu peguei
meu caderno e uma caneta e fui até a mesa dela.
"Como você está?" ela perguntou, sorrido afetuosamente.
"Estou bem. Estou legal." Eu disse rapidamente.
Ela levantou uma sobrancelha para mim.
"Bem, eu suponho que esteja um pouco nervosa e confusa."
"É claro que você está. É muita coisa pra absorver e mudar de escola sempre é difícil
- muito mais mudar de escola e vida." Ela olhou por cima do meu ombro. "Damien, você
levaria Zoey para a aula de teatro?"
"Claro," Damien disse.
"Zoey, eu vejo você hoje a noite no ritual. Oh, e Afrodite lhe deu um convite oficial
para que você se junte as Filhas Negras na sua cerimônia privada depois?"
"Sim."
"Eu queria checar de novo com você para ter certeza que você se sinta legal sobre
participar. Eu iria, é claro, entender se você não quisesse participar, mas eu encorajo você
a ir; eu quero que você aproveite cada oportunidade aqui, que as Filhas Negras é uma
excelente organização. É um elogio que elas já estejam interessadas em você como um
possível membro."


"Estou bem sobre ir." Eu forcei minha voz e um sorriso indiferente. Obviamente ela
esperava que eu fosse, e a ultima coisa que eu queria era que Neferet ficasse
desapontada comigo. Além do mais, de jeito nenhum eu iria fazer algo que fizesse a
Afrodite pensar que eu tinha medo dela.
"Muito bem." Neferet disse com entusiasmo. Ela apertou meu braço e eu
automaticamente sorri para ela. "Se você precisar de mim meu escritório é na mesma área
que a enfermaria." Ela olhou para minha testa. "Eu vejo que os pontos dissolveram quase
que completamente. Isso é excelente. Sua cabeça ainda dói?"
Minha cabeça imediatamente se dirigiu para a minha têmpora. Eu só podia sentir o
calombo de um ponto ou outro hoje quando havia pelo menos 10 ontem. Muito, muito
estranho. E, ainda mais estranho, eu não tinha pensado no corte desde hoje de manhã.
Eu também percebi que eu não pensei sobre minha mãe ou Heath ou mesmo a Vovó
Redbird...
"Não," eu disse, percebendo que Neferet e Damien estavam esperando minha
resposta. "Não, minha cabeça não dói nem um pouco."
"Ótimo! Bem, é melhor vocês dois irem. Eu sei que você ama teatro. Eu acho que a
Professora Nolan acabou de começar a trabalhar com monólogos."
Eu estava na metade do corredor, correndo para acompanhar Damien quando eu
percebi.
"Como ela sabia que eu iria fazer Teatro? Eu decidi só hoje de manha."
"Vampiros adultos sabem de mais às vezes," Damien sussurrou. "Risque isso. Adultos
vampiros sabem demais o tempo todo, especialmente quando essa vampira é a Alta
Sacerdotisa."
Devido ao que eu não estava contando a Neferet eu não queria pensar muito sobre
isso.
"Hey, gente!" Stevie Rae disse se aproximando. "Como foi Sociologia Vamp? Vocês
começaram a ver as Amazonas?"
"Foi legal." Eu estava feliz por mudar de assunto dos muito misteriosos vampiros. "Eu
não tinha idéia que elas realmente cortavam seu seio direito para tirar eles do caminho."
"Elas não teriam que fazer isso se fossem tão chatas quanto eu," disse Stevie Rae,
olhando para seu próprio peito.
"Ou eu," disse Damien dramaticamente.
Eu ainda estava rindo quando eles me mostraram a sala de teatro.
A professora Nolan não esvaia poder como Neferet. Ao invés disso ela esvaia energia.
Ela tinha um atlético, mas de algum jeito, corpo em forma de pêra. Seu cabelo moreno
era longo e liso. E Stevie Rae estava certa - ela tinha um sotaque texano muito
carregado.
"Zoey, bem vinda! Sente em qualquer lugar."
Eu disse oi e sentei perto da garota Elizabeth que eu reconheci da aula de Sociologia
Vampira. Ela parecia amigável o suficiente e eu já sabia que ela era esperta. (Nunca é
ruim sentar perto de um garoto esperto.)
"Estávamos para começar a escolher que monologo cada um de vocês vai apresentar
na aula em algum horário semana que vem. Mas primeiro, eu achei que você gostaria de
ver uma demonstração de como um monologo deve ser apresentado, então eu pedi a um
dos nossos talentosos veteranos para passar aqui e recitar um famoso monologo de Otelo,
escrito por antigo escritor de peças vampiro, Shakespeare." A professora Nolan parou e
olhou para a janela na porta. "Aqui está ele."


A porta abriu e oh Jesus Maria do céu eu acredito que meu coração parou de bater.
Eu tenho certeza que minha boca abriu como se eu fosse uma retardada. Ele era o cara
mais lindo que eu já tinha visto. Ele era alto e tinha cabelo escuro que fazia aquela coisa
curvadinha com o cabelo igual ao do Superman. Os olhos dele eram de um azul safira
incrível e...
Oh. Inferno! Inferno! Inferno! Era o cara do corredor.
"Entre, Erik. Como sempre, seu timing para entrar é perfeito. Já estamos prontos
para o seu monologo." Ela virou para a turma. "A maior parte de vocês já conhece o
quintanista, Erik Night, e sabem que ele ganhou a competição mundial de monólogos da
House of Night ano passado, as finais se passaram em Londres. Ele também já está
criando uma confusão em Hollywood assim como na Broadway por sua performance no
semestre passado como Tony na nossa produção de "West Side Story." A turma é sua,
Erik." A professora Nolan disse.
Como se meu corpo de repente estivesse funcionando no modo automático, eu bati
palmas com o resto da turma. Sorrindo e confiante, Erik pisou no pequeno palco que
estava situado no centro da sala arejada.
"Olá. Como vocês estão?"
Ele falou diretamente para mim. Eu quero dizer, diretamente para mim. Eu podia
sentir meu rosto ficando mais quente.
"Monólogos podem parecer intimidantes, mas a chave é ter suas falas decoradas, e
então imaginar que você realmente está atuando com um grupo de atores. Se engane a
pensar que não está sozinho, desse jeito..."
E ele começou o monologo de Otelo. Eu não sei muito sobre a peça, a não ser que é
uma das tragédias de Shakespeare, mas a atuação de Erik era incrível. Ele era um cara
alto, provavelmente tinha pelo menos 1,80m, mas foi quando ele começou a falar que ele
pareceu mais velho e alto e mais poderoso. A voz dele era profunda e ele tinha um
sotaque que eu não reconhecia. Os incríveis olhos dele escureceram e se estreitaram, e
quando ele disse o nome de Desdemona era como se ele estivesse rezando. Era obvio que
ele a amava, mesmo antes dele terminar de falar as linhas:
Ela me ama pelos perigos que eu passei, e eu amo que ela não tenha diminuído eles.
Enquanto ele dizia as duas ultimas falar os olhos dele se prenderam nos meus, e
como tinha acontecido no corredor no dia anterior, pareceu que não havia mais ninguém
na sala - mais ninguém no mundo. Eu senti um calafrio profundo, muito parecido com o
que eu tinha sentido nas duas vezes que tinha sentido o cheiro de sangue desde que fui
Marcada, só que nenhum sangue tinha sido derramado na sala. Só havia Erik. E então ele
sorriu, tocou os lábios nos dedos como se estivesse me mandando um beijo, e fez uma
reverencia. A classe toda aplaudiu feito louca, incluindo eu. Verdade. Eu não consegui
impedir.
"Agora, é assim que se faz," A professora Nolan disse. "Então, tem copias de
monólogos nas prateleiras vermelhas atrás da sala. Cada um de vocês vai pegar vários
livros e começar a procurar por eles. O que vocês estão tentando achar é uma cena que
signifique muito para você - que toque alguma parte da alma de vocês. Eu vou circular e
posso responder qualquer pergunta que vocês tenham sobre os monólogos individuais.
Quando escolherem suas peças, eu vou passar os passos que precisam ser tomados
enquanto vocês se preparam para sua apresentação." Com um sorriso energético e um
aceno, ela disse a nós para começar a procurar pelos zilhões de livros de monologo.
Eu ainda me sentia corada e sem ar, mas levantei com o resto da turma, embora não
conseguisse parar de espiar para Erik por cima dos ombros. Ele estava (infelizmente)


saindo da sala, mas não antes de virar e me pegar olhando para ele. Eu corei (de novo).
Ele encontrou meus olhos e sorriu diretamente para mim (de novo). E então saiu.
"Ele é tão gostoso," alguém sussurrou no meu ouvido. Eu virei, e chocantemente, a
Srta. Estudante Perfeita Elizabeth estava olhando Erik sair e ventilando.
"Ele tem namorada?" eu comentei como uma idiota.
"Só nos meus sonhos," Elizabeth disse. "Na verdade, dizem os rumores que ele e
Afrodite costumavam ficar, mas eu estou aqui a alguns meses e eles já acabaram desde
então. Aqui vamos nós," ela jogou alguns livros de monologo para mim. "Eu sou Elizabeth,
sem sobrenome."
Meu rosto era um ponto de interrogação.
Ela suspirou. "Meu sobrenome era Titswoeth. Você consegue imaginar? Quando
cheguei aqui, algumas semanas atrás e meu mentor explicou que eu podia mudar meu
nome para o que eu quisesse, eu sabia que eu iria me livrar do Titswoeth, mas daí tinha
todo o problema de escolher um novo sobrenome que me estressava demais. Então eu
decidi manter meu nome e não ter um sobrenome." Elizabeth Sem Sobrenome deu nos
ombros.
"Bem, olá," eu disse. Tem alguns garotos muito estranhos por aqui.
"Hey," ela disse quando voltamos para nossas mesas. "Erik estava olhando você."
"Ele estava olhando para todo mundo," eu disse, embora eu pudesse sentir meu
estúpido rosto ficando cada vez mais quente e vermelho.
"Yeah, mas ele realmente estava olhando para você." Ela riu e acrescentou, "Oh, eu
acho que a sua Marca colorida é legal."
"Obrigado." Provavelmente estava muito estranha com meu rosto vermelho.
"Qualquer pergunta sobre escolher um monologo, Zoey?" A professora Nolan
perguntou, me fazendo dar um pulo.
"Não, professora Nolan. Eu já fiz eles antes na aula de teatro de SIHS."
"Muito bom. Me diga se tiver que esclarecer personagens para você." Ela deu um
tapinha no meu braço e continuou se movendo pela sala. Eu abri o primeiro livro e
comecei a virar as paginas, tentando (Sem sucesso) esquecer sobre Erik e me concentrar
no monologo.
Ele estava olhando para mim. Mas por quê? Ele deveria saber que era eu no
corredor. Então que tipo de interesse em mim ele estava mostrando? E eu queria que um
cara gostasse de mim sendo que ele estava sendo chupado por aquela nojenta da
Afrodite? Eu provavelmente não deveria. Eu quero dizer, eu definitivamente não iria
continuar onde ela parou. Ou talvez ele só estivesse curioso pela minha Marca colorida,
como praticamente todos estavam.
Mas não foi isso que pareceu... pareceu que ele estava olhando para mim. E eu
gostei.
Eu olhei para o livro que eu estive ignorando. As paginas estavam abertas no sub
capitulo: Monólogos Dramáticos para Mulheres. O primeiro monologo era "Sempre
Ridícula" por Jose Echegaray.
Bem, diabos. Era provavelmente um sinal.


TREZE

Eu achei o caminho para a aula de Literatura sozinha. Ok, era do lado da aula de
Neferet, mas ainda sim eu me sentia um pouco mais confiante quando não tive que pedir
para ser levada até lá como a idiota garota nova.
"Zoey! Guardamos uma mesa para você!" Stevie Rae gritou no instante que cheguei
na aula. Ela estava sentada ao lado de Damien, e praticamente pulando de excitação. Ela
parecia muito feliz e fofinha de novo, o que me fez sorrir. Eu estava muito feliz por ver
ela. "Então, então, então! Me conte tudo! Como foi a aula de Teatro? Você gostou? Você
gostou da professora Nolan? A tatuagem dela não é legal? Me lembra uma mascara - de
algum tipo."
Damien pegou o braço de Stevie Rae. "Respire e deixe a garota responder."
"Desculpe," ela disse alegre.
"Eu acho que a tatuagem da Nolan é legal," eu disse.
"Você acha?"
"Bem, eu estava distraída."
"O que?" ela disse. Então os olhos dela se estreitaram. "Alguém embaraçou você por
causa da sua Marca? Eu juro que as pessoas são simplesmente grossas."
"Não, não foi isso. Na verdade aquela Elizabeth Sem sobrenome disse que ela achava
legal. Eu estava distraída porque, bem..." eu estava sentindo meu rosto ficar vermelho de
novo, eu decidi que eu ia contar a eles sobre Erik, mas agora que eu comecei a falar eu
me perguntei se deveria dizer algo. Eu deveria contar a elas sobre o corredor?
Damien se animou. "Eu sinto um comentário quente vindo. Anda, Zoey. Você estava
distraída porqueeeeee?" Ele arrastou a palavra numa pergunta.
"Ok, ok. Eu posso resumir em duas palavras: Erik Night."
A boca de Stevie Rae abriu e Damien fez um pequeno desmaio de mentirinha, que
ele teve que disfarçar muito bem porque bem nesse momento o sino tocou e a professora
Pehthesilea entrou.
"Depois!" Stevie Rae sussurrou.
"Absolutamente!" Damien falou.
Eu sorri inocentemente. Eu estava certa que eu ia adorar o fato de que ter
mencionado Erik iam enlouquecer eles por uma hora inteira.
A aula de literatura foi uma experiência. Pra começar, a sala era totalmente diferente
do que eu já vi. Tinha pôsteres bizarramente interessantes e quadros que pareciam ser
originais enchendo cada centímetro da parede. E pendurados do teto haviam sinos de
vento e cristais - muitos deles. A professora Penthesilea (cujo nome eu reconhecia da
Sociologia Vamp como pertencendo a maior guerreira amazona, e a quem todos
chamavam de prof. P) era como algo vinda de um filme (bem, aqueles do canal Sci-Fi).
Ela tinha um cabelo loiro enorme, olhos grandes, e um corpo cheio de curvas que
provavelmente fazia todos os caras babarem (não que seja muito difícil fazer os
adolescentes babarem.) As tatuagens dela eram finas, bonitas com amarras célticas
traçadas pelo rosto dela e pelas bochechas, fazendo elas parecerem altas e dramáticas.
Ela estava usando uma calça de aparência cara e um suéter de cardican da cor musgo que
tinha a mesma figura da deusa bordada por cima do peito dela que Neferet tinha. E, e
agora que eu pensei sobre isso (e não no Erik), eu percebi que a blusa da professora
Nolan, tinha o mesmo desenho da deusa na blusa que ela estava usando também.
Hmmmm...


"Eu nasci em Abril de 1902," a professora Penthesilea disse, instantaneamente
chamando minha atenção. Eu quero dizer, por favor, ela mal parecia ter 30 anos. "Então
eu tinha 10 anos em abril de 1912, e eu lembro da tragédia muito bem. Sobre o que eu
estou falando? Algum de vocês tem alguma idéia?"
Ok, eu sabia exatamente do que ela estava falando, mas não era porque eu era uma
nerd louca por história. Era porque quando eu era mais nova eu achei que estava
apaixonada por Leonardo DiCaprio, e minha mãe comprou a coleção de DVDs inteira dos
filmes dele para meu aniversário de 12 anos. Esse filme em particular eu assisti tantas
vezes que eu ainda tinha memorizado ele (e eu não posso contar quantas vezes eu chorei
quando ele saiu do navio e flutuou para longe como um adorável picolé).
Eu olhei ao redor. Mas ninguém parecia ter idéia, então eu suspirei e levantei a mão.
A Prof. P sorriu e chamou meu nome. "Sim, Srta Redbird."
"O Titanic afundou em abril de 1912. Foi atingido por um iceberg tarde da noite em
um domingo, dia 14, e afundou algumas horas depois no dia 15."
Eu ouvi Damien chupar o ar no meu lado, e o pequeno huh de Stevie Rae. Droga, eu
realmente estava parecendo tão idiota que eles estavam chocados por ouvir eu responder
algo corretamente?
"Eu realmente adoro quando um calouro novo sabe algo?" A professora Penthesilea
disse. "Absolutamente correto, Srta. Redbird. Eu estava vivendo em Chicago na época da
tragédia, e nunca vou esquecer dos anúncios dos jornais com a tragédia. Foi um evento
horrível, especialmente porque a vida de vidas podia ter sido evitada. Também assinalou o
fim de uma época e o começo de outra, assim como também trouxe muitas mudanças
necessárias as leis de navegação. Vamos estudar tudo isso, além os deliciosamente
melodramáticos eventos da noite, na nossa próxima peça em literatura, Uma noite para
Recordar de Walter Lord. Embora Lord não fosse um vampiro - e é realmente uma pena
que ele não fosse," ela acrescentou, "Eu ainda acho o jeito que ele escreveu e como ele
descreveu interessante e muito fácil de ler. Ok, vamos começar! A ultima pessoa em cada
fileira, pegue livros para as pessoas da sua própria fileira a sua do gabinete no fundo da
sala."
Bem, legal! Isso com certeza era mais interessante do que ler Grandes Expectativas
(obs, Estella, quem se importa?!). Eu sentei com Uma noite para Recordar e meu caderno
aberto para fazer, hum, anotações. A professora P começou a ler o capitulo um em voz
alta, e ela era uma boa leitora. Três aulas já tinham quase acabado e eu tinha gostado de
todas. Era possível que uma escola vampira seria mais do que o lugar chato que eu ia
todo dia porque eu precisava e, além disso, onde todos os meus amigos estavam? Não
que todas as aulas de SIHS fossem chatas, mas não estudávamos as Amazonas e Titanic
(com uma professora que estava viva quando ele afundou!).
Eu olhei ao redor para os outros garotos enquanto a professora P lia. Havia cerca de
15 de nós, o que parecia ser a media nas minhas outras aulas também. Todos tinham
seus livros abertos e estavam prestando atenção.
E então meu olho viu algo vermelho e especo do outro lado da sala perto da parte de
trás da sala. Eu falei muito rápido - nem todos os garotos estavam prestando atenção.
Esse tinha a cabeça baixa nos braços e parecia estar dormindo, o que eu sabia por que
seu rosto gordinho e branco-demais estava virado na minha direção. A boca dele estava
aberta, e eu acho que ele estava babando um pouco. Eu me perguntei o que a Prof. P
faria com ele. Ela não parecia o tipo de professora que ficaria tranqüila com alguém
dormindo no fundo da sala, mas ela apenas continuou lendo, intercalando com fatos
interessantes dados de primeira mão sobre o inicio do século XX, o que eu gostei bastante


(eu adorava ouvir sobre as garotas metidas - eu definitivamente teria sido uma garota
metida se eu tivesse vivido nos anos 1920). Não foi até quando estava prestes a tocar que
a Prof. P que a professora deu o próximo capitulo com tarefa, e então nos disse que
podíamos conversar baixo entre nós, que ela agiu como se tivesse acabado de perceber o
garoto que estava dormindo. Ele começou a se mexer, finalmente levantado a cabeça
para mostrar os círculos vermelhos que estava do lado da testa dele e parecia
bizarramente deslocada ao lado da Marca dele.
"Elliott, eu preciso ver você logo," Prof P disse atrás da mesa dela. O garoto demorou
para levantar e então arrastando os pés, arrastando os cadarços desatados, foi até a mesa
dela.
"Sim?"
"Elliott, você está, é claro, reprovando em literatura. Mas o que é mais importante,
você está falhando na vida. Vampiros homens são fortes, honráveis, e únicos. Eles são
nossos guerreiros e protetores a incontáveis gerações. Como você espera passar pela
Mudança e ser um grande guerreiro se você não praticar disciplina necessária até para
ficar em aula?"
Ele deu nos ombros.
A expressão dela endureceu. "Eu vou te dar uma oportunidade de se redimir pelo
zero em participação de aula que você recebeu hoje, você terá que escrever uma redação
sobre o que era importante na America no inicio do século XX. Esse trabalho é para
amanhã."
Sem dizer nada, ele começou a se afastar.
"Elliott," a voz da Prof. P tinha abaixado e, estava cheia de irritação, o que a fez
parecer mais assustadora do que ela pareceu enquanto estava dando aula e lendo. Eu
podia sentir o poder irradiando dela, o que me fez perguntar por que ela precisaria de um
homem protegendo ela. O garoto parou e virou o rosto para ela.
"Eu não liberei você. Qual é sua decisão sobre fazer o trabalho para se redimir pelo
zero?"
O garoto só ficou parado ali sem dizer nada.
"Essa pergunta pede uma resposta, Elliott. Agora!" O ar ao redor dela estalou com o
comando dela, fazendo a pele do meu braço formigar.
Parecendo não ter sido afetado, ele deu nos ombros de novo. "Eu provavelmente não
vou fazer."
"Isso diz algo sobre o seu caráter, Elliott, e isso não é algo bom. Você não está
apenas falhando consigo, mas você está falhando com seu mentor também."
Ele deu nos ombros de novo e sem pensar cutucou o nariz. "O Dragon já sabe quem
eu sou."
O sino tocou e a Prof. P, com um olhar de nojo no rosto, apontou para Elliott sair da
sala. Damien, Stevie Rae, e eu só ficamos levantamos e estávamos começando a ir
embora quando Elliott andou desengonçado por nós, se movendo mais rapidamente do
que eu acreditei ser possível para alguém que parecia tão preguiçoso. Ele deu um
encontrão em Damien, que estava na nossa frente. Damien fez um oops e cambaleou um
pouco.
"Bicha nojenta, sai do caminho," o garoto perdedor disse, empurrando Damien com
seu ombro para poder sair da porta antes dele.
"Eu deveria quebrar a cara desse idiota!" Stevie Rae disse, se apressando para
chegar até Damien, que estava esperando por nós.
Ele balançou a cabeça. "Não se preocupe. Esse garoto Elliott tem sérios problemas."


"Sim, como ter coco no cérebro," eu disse, olhando pelo corredor para as costas do
preguiçoso. O cabelo dele certamente não era atraente.
"Coco no cérebro?" Damien riu e ligou o braço no meu e o outro em Stevie Rae, nos
levando pelo corredor no estilo Mágico de Oz. "É isso que eu gosto na nossa Zoey," ele
disse. "ela tem jeito com a linguagem vulgar."
"Coco não é vulgar," eu disse de forma defensiva.
"Eu acho que esse é o ponto, querida," Stevie Rae riu.
"Oh." Eu ri também, e eu realmente, realmente, gostei como soou quando ele disse
"nossa" Zoey. Como se eu pertencesse... como se eu estivesse em casa.


QUATORZE

Esgrima foi totalmente legal, o que foi uma surpresa. A aula foi feito numa enorme
sala no ginásio que totalmente parecia um estúdio de dança, complete com paredes e teto
cheio de espelhos. Pendurados do telhado de um lado estavam manequins estranhos que
me lembravam um alvo de tiro tri dimensional. Todos chamavam o professor de Lankford
Dragon Lankford, ou apenas de Dragon. Não levei muito tempo para descobrir por que. A
tatuagem dele representava dois dragões cujos corpos de serpente, se embrulhavam na
linha da mandíbula dele. A cabeça deles estava acima das sobrancelhas e a boca deles
estavam abertas, cuspindo fogo na lua crescente. Era incrível e difícil não encarar. Além
do mais, Dragon era o primeiro vampiro adulto que eu via de perto. A principio ele me
confundiu. Eu acho que se você tivesse me perguntado o que eu acharia que era um
vampiro eu teria dito que era o oposto dele. Honestamente, eu tinha o estereótipo do
vampiro estrela de cinema na mente - alto, lindo, perigoso. Você sabe, como Vin Diesel.
De qualquer forma, Dragon é baixo, tem longos cabelos aloirados que ficam presos para
trás em um rabo de cavalo, e (a não ser pelo estilo poderoso da tatuagem de dragão) tem
um rosto fofo com um quente sorriso e só foi quando ele começou a mandar a turma a
fazer os aquecimentos que eu comecei a perceber o poder dele. No segundo que ele
pegou a espada (que eu descobri mais tarde que se chama florete) na tradicional
saudação ele pareceu se tornar outra pessoa - alguém que se movia extremamente
rápido e com graça. Ele fintava e se arremessava e sem esforço fez o resto da turma -
mesmo o pessoal que era bom, como Damien - parecer bonecos. Quando ele terminou de
liderar o aquecimento, o Dragon colocou todos em pares e os fez trabalhar no que ele
chamava de "movimentos padrões." Eu fiquei aliviada quando ele fez Damien e eu sermos
parceiros.
"Zoey, é bom que você tenha se juntado a nós na House of Night," Dragon disse,
apertando minha mão no jeito tradicional das vampiras amazonas. "Damien pode explicar
as diferentes partes do uniforme de esgrima para você, e vou te conseguir um uniforme
para você estudar nos próximos dias. Eu assumo que você nunca praticou esse esporte
antes?"
"Não, eu não estudei," eu disse, e então adicionei nervosa, "mas gosto de aprender.
Eu quero dizer, a idéia de usar uma espada é legal."
Dragon sorriu. "Florete," ele corrigiu, "você estará aprendendo como usar um florete.
É a mais leve dos três tipos de armas que temos aqui, e uma excelente escolha para uma
mulher. Você sabia que esgrima é um dos únicos esportes onde homens e mulheres
podem competir em pé de igualdade?"
"Não," eu disse, instantaneamente intrigada. Que legal não seria chutar a bunda de
um cara nesse esporte?!
"Isso é porque um esgrimista inteligente e concentrado pode com sucesso
compensar por qualquer deficiente que ele ou ela pode ter, e pode ser capaz até de
transformar essa deficiente - como força ou alcance - em uma vantagem. Em outras
palavras, você pode não ser tão forte ou rápida quanto o seu oponente, mas você pode
ser mais esperta ou ser capaz de se concentrar melhor, o que muda a moeda para o seu
favor. Certo, Damien?"
Damien sorriu. "Certo."
"Damien é um dos esgrimistas mais concentrados que eu tive o privilegio de treinar
em décadas, o que faz dele um perigoso oponente."
Eu dei um olhar pelo canto do olho para Damien, que corou com orgulho e prazer.


"Nas próximas semanas eu vou fazer Damien mostrar a você as manobras. Sempre
lembre, esgrima requer habilidade seqüencial e hierárquica por natureza. Se uma dessas
habilidades não é adquirida, outras habilidades serão difíceis para aprender e o esgrimista
estará em permanente e seria desvantagem."
"Ok, eu vou lembrar," eu disse. Dragon deu um sorriso quente de novo antes de sair
para ir trabalhar com os outros alunos.
"O que ele quis dizer é não fique desencorajada ou entediada por ter que fazer os
mesmos exercícios repetidamente."
"Então o que você está dizendo é que você vai ser chato, mas tem um propósito
nisso?"
"Sim. E parte desse propósito será ajudar a levantar essa sua bunda fofa," ele disse
alegre, me dando um tapinha com o lado do florete dele.
Eu bati nele e virei os olhos, mas depois de 20 minutos de ataques e defesas na
posição inicial e me arremessando - de novo e de novo - eu sabia que ele estava certo.
Minha bunda estaria me matando amanha.
Tomamos um rápido banho depois da aula (graças a Deus, havia chuveiros
separados para cada uma das garotas nos vestiários e não tivemos que barbaramente e
tragicamente tomar banho em uma enorme área aberta como se estivéssemos na prisão
ou algo assim) e então me apressei com o resto da multidão para ir ao salão de almoço -
mais conhecido como sala de jantar. E eu falo sério quando disse que me apressei. Eu
estava faminta.
O almoço foi um enorme Buffet de sala sirva-você-mesmo, que inclui tudo desde
salada de atum (eca) até aqueles mini milhos estranhos que são tão confusos, e nem tem
gosto de milho. (O que eles são exatamente? Milho bebê? Milho anão? Milho mutante?) Eu
enchi meu prato e peguei um enorme pedaço do que parecia e cheirava como pão recém
assado, e fui para o lado de Stevie Rae, com Damien logo atrás de mim. Erin e Shaunee já
estavam discutindo sobre o que fazer para a nota do trabalho para a aula de literatura
delas melhorar de nota, embora as duas tivessem recebido 96 como nota.
"Então, Zoey, manda. E quanto a Erik Night?" Stevie Rae perguntou no instante que
deu uma enorme mordida na salada. As palavras de Stevie Rae imediatamente fizeram as
Gêmeas calarem a boca e a atenção da mesa toda estava em mim.
Eu pensei sobre o que eu iria dizer sobre Erik, e decidi que não estava pronta para
contar a todos sobre a cena infeliz do boquete. Então eu apenas disse," ele ficava olhando
para mim." Quando eles franziram a testa para mim eu percebi que com a boca cheia de
salada o que eu realmente disse foi "Ele ficabu olando para mim." Eu engoli e tentei de
novo. "Ele ficava olhando para mim. Na aula de teatro. Foi, sei lá, confuso."
"Defina "olhando para mim," Damien disse.
"Bem, aconteceu no segundo que ele entrou na aula, mas deu pra notar mais
quando ele estava nos dando um exemplo de um monologo. Ele fez aquele negocio de
Otelo, e quando ele disse a fala sobre amor e tal, ele olhou diretamente para mim. Eu
pensei que você só um acidente ou qualquer coisa assim, mas ele olhou para mim antes
de começar o monologo, e depois de novo quando estava saindo da sala." Eu suspirei e
me remexi um pouco, inconfortável com o jeito que eles estavam me olhando. "Esqueça.
Provavelmente foi só parte da atuação."
"Erik Night é o cara mais gostoso da escola toda," Shaunee disse.
"Esqueça isso - ele é o cara mais gostoso desse planeta." Erin disse.
"Ele não é mais gostoso que Kenny Chesney," disse rapidamente Stevie Rae.


"Ok, por favor, da pra parar com a obsessão por country!" Shaunne franziu a testa
para Stevie Rae antes de virar sua atenção de volta para mim. "Não deixe essa
oportunidade passar por você."
"É," Erin disse. "Não deixe."
"Passar por mim? O que eu deveria fazer? Ele nem disse nada para mim."
"Uh, Zoey querida, você sorriu de volta para o rapaz?" Damien perguntou.
Eu pesquise. Eu tinha sorrido de volta? Ah, merda. Eu aposto que não sorri. Eu
aposto que fiquei só sentada ali e o encarei como uma retardada e talvez até tenha
babado. Ok, bem, eu posso não ter babado, mas ainda sim. "Eu não sei," eu disse
percebendo a triste verdade, o que não enganou Damien nem um pouco.
Ele bufou. "Da próxima vez sorria para ele."
"E talvez diga oi," Stevie Rae disse.
"Eu pensei que Erik fosse só um rosto bonito," Shaunee disse.
"E corpo," Erin acrescentou.
"Até que ele chutou Afrodite," Shaunee continuou. "Quando ele fez isso eu percebi
que o garoto pode ter algo na cabeça."
"Nós já sabemos que ele tem algo funcionando embaixo!" Erin disse, levantando as
sobrancelhas.
"Uh-huh!" Shaunee disse, lambendo os lábios como se ela estivesse vendo um
enorme pedaço de chocolate.
"Vocês duas são nojentas," Damien disse.
"Só estamos querendo dizer que ele tem a bunda mais fofa da cidade, Senhor
Padre," Shaunee disse.
"Como se você não tivesse notado," Erin disse.
"Se você começar a falar com Erik isso vai realmente irritar Afrodite." Stevie Rae
disse.
Todos viraram e encararam Stevie Rae como se ela tivesse acabado de abrir o mar
vermelho ou algo assim.
"É verdade," Damien disse.
"Muito verdade," Shaunee disse enquanto Erin acenava.
"Então o rumor é que ele costumava sair com Afrodite," eu disse.
"Sim," Erin disse.
"O rumor é grotesco, mas verdadeiro," Shaunee disse. "O que faz ainda melhor o
fato dele gostar de você!"
"Gente, ele provavelmente só estava olhando para a minha Marca estranha," eu
disse.
"Talvez não. Você é bem fofa, Zoey," Stevie Rae disse com um doce sorriso.
"Ou talvez sua Marca fez ele olhar, e então ele pensou que você era bem fofa e
então ele continuou olhando," Damien disse.
"De qualquer jeito, ele olhando definitivamente vai irritar Afrodite," Shaunee disse.
"O que é uma boa coisa," Erin disse.
Stevie Rae ignorou o comentário delas. "Só esqueça sobre Afrodite e sua Marca e
todas essas coisas. Da próxima vez que ele sorrir para você, diga oi. Só isso."
"Fácil," Shaunee disse.
"Fácil," Erin disse.
"Ok," eu murmurei e voltei para minha salada, desejando desesperadamente que
todo o negocio de Erik Night fosse tão fácil-fácil como elas pensaram que eram.


Uma coisa sobre o almoço na House of Night que era igual ao almoço em SIHS e em
qualquer outra escola era - que acaba rápido demais. E então a aula de espanhol foi um
borrão. A professora Garmy era uma espanhola inquieta. Eu gostei dela imediatamente (as
tatuagens dela pareciam estranhamente como penas, então ela me lembrava um pequeno
pássaro espanhol), mas ela deu a aula toda falando espanhol. A aula toda. Eu
provavelmente deveria mencionar que eu não tenho aula de espanhol desde a 8º serie, e
eu admito que nunca prestei muita atenção nela. Então eu estava bem perdida, mas eu
escrevi o dever e prometi a mim mesma que eu iria estudar o vocabulário. Eu odeio ficar
perdida.
Introdução a equitação foi feita na casa de campo. Era um longo prédio construído
de tijolos perto da parte sul, e que havia junto uma enorme área para cavalgar. O lugar
todo tinha aquele cheiro de cavalo, que misturado com couro formava algo agradável,
embora tu soubesse que parte do "agradável" cheiro era cocô - cocô de cavalo.
Eu fiquei parada nervosa com um pequeno grupo de garotos dentro do curral, onde
uma veterana alta e com rosto duro disse para esperarmos. Só havia cerca de 10 de nós,
e éramos todos terceiranistas. Oh, (ótimo) aquele irritante cabeça de vento do Elliott
estava encostado contra a parede chutando um pouco de serragem no chão. Ele levantou
pó suficiente para fazer a garota parada perto espirrar. Ela deu a ele um olhar irritado e se
afastou. Deus, ele irritava todo mundo? E porque ele não podia usar algum produto (ou
talvez vários produtos) naquele cabelo feio?
O som de cascos tiraram a minha atenção de Elliott e eu olhei para cima em tempo
de ver uma magnífica égua andando no curral galopando total. Ela parou alguns a alguns
centímetros de distancia. Enquanto todos nós observávamos feito idiotas, a cavaleira
desmontou graciosamente. Ela tinha um cabelo grosso que ia até a cintura e era tão loiro
que era quase branco, e olhos que eram de um estranho tom de verde. O corpo dela era
pequeno, e o jeito que ela ficava parada me lembrava aquelas garotas que tomam aulas
de dança obsessivamente para que mesmo quando não estão em bale elas fiquem
paradas como se tivessem algo preso em suas bundas. A tatuagem dela era uma
intrincada série de nós que se entrelaçavam no rosto dela - e na lua crescente eu tinha
certeza que eu podia ver alguns cavalos.
"Boa tarde. Eu sou Lenobia, e esse," ela apontou para a égua e deu ao nosso grupo
um olhar contemplativo antes de terminar a frase, "é um cavalo." A voz dele ecoou contra
as paredes. A égua preta soprou pelo nariz como se estivesse enfatizando as palavras
dela. "E vocês são meu novo grupo de terceiranistas. Cada um de vocês foi escolhido para
minha aula porque acreditamos que vocês podem ter uma aptidão para cavalgar. A
verdade é que menos da metade de vocês vai durar o semestre, e metade dos que
sobrarem vão realmente se desenvolver em um equitador descente. Alguma pergunta?"
Ela fez uma pausa longa o bastante para alguém perguntar algo. "Ótimo. Então me sigam
e vamos começar." Ela se virou e marchou de volta para o estábulo. Nós a seguimos.
Eu queria perguntar quem eram o "nós" que falaram que eu talvez tivesse aptidão
para cavalgar, mas eu estava com medo então não disse nada e apenas segui atrás dela
como todo mundo. Ela parou na frente de uma cocheira vazia onde havia um forcado e
um carrinho de mão. Lenobia se virou para nos olhar.
"Cavalos não são cachorros grandes. E não são o romântico sonho de uma garotinha
que os imagina como seu melhor amigo que sempre estará ao seu lado."
Duas garotas paradas perto de mim se olharam com culpa e Lenobia as encarou com
seus olhos verdes.


"Cavalos são trabalho. Cavalos são dedicação, inteligência, e tempo. Vamos começar
com a parte do trabalho. No final desse corredor vocês vão encontrar botas de borracha.
Escolham um par rapidamente, enquanto pegamos as luvas. Então cada um de vocês vai
pegar uma cocheira e vamos começar a trabalhar."
"Professora Lenobia?" disse uma garota gordinha com um rosto fofo, que levantou a
mão nervosamente.
"Lenobia serve. O nome que eu escolhi em honra da antiga vampira rainha não
precisa de outro titulo."
Eu não fazia idéia de quem era Lenobia, e fiz uma nota mental para pesquisar.
"Continue. Você tem uma pergunta, Amanda?"
"Yeah, uh, sim."
Lenobia levantou uma sobrancelha para a garota.
Amanda engoliu audivelmente. "Vamos trabalhar fazendo o que, profes - eu quero
dizer, Lenobia, senhora?"
"Limpar a cocheira, é claro. O estrume vai no carrinho de mão. Quando ele estiver
cheio vocês podem descarregar o composto área perto do estábulo. Tem serragem fresca
no armário ali perto. Vocês tem 15 minutos. Eu volto em 45 minutos para inspecionar as
cocheiras!"
Todos piscamos para ela.
"Vocês podem começar. Agora."
Nós começamos.
Ok. Verdade. Eu sei que vai parecer estranho, mas eu não me importei de limpar a
cocheira. Eu quero dizer, cocô de cavalo não é tão nojento. Especialmente porque era
obvio que esses estábulos eram limpos a toda hora. Eu peguei as botas de borracha (que
eram grandes galochas de borracha - totalmente feias, mas elas cobriram meu jeans até
os joelhos) e um par de luvas e comecei a trabalhar. Tinha musica tocando por uma
excelente caixa de som - algo que eu tinha certeza que era o ultimo CD da Enya (antes
dela casar com John, mas então ele decidiu que aquilo poderia ser musica de bruxa então
ela desistiu, e é por isso que eu sempre gostei da Enya). Então eu ouvi a música galesa e
juntei o cocô. Não pareceu que muito tempo tinha passado enquanto eu estava jogando
aquilo no carrinho e então enchendo com serragem. Eu estava passando pelo estábulo
quando tive aquele sentimento estranho que alguém estava me observando.
"Bom trabalho, Zoey."
Eu dei um pulo e olhei ao redor para ver Lenobia perto do estábulo. Em uma mão ela
estava segurando uma grande, e macia escova. Na outra ela segurava a corda que guia a
égua.
"Você já fez isso antes," Lenobia disse.
"Minha avó costumava ter um garanhão que eu nomeei de Bunny." Eu disse antes de
perceber o quão estúpido soava. Com as bochechas quente, eu me apressei, "Bem, eu
tinha 10 anos, e a cor dele me lembrava do Pernalonga, então eu comecei a chamar ele
desse jeito e ficou."
Os lábios de Lenobia se curvaram numa pista de um sorriso. "Era a cocheira do
Bunny que você limpava?"
"Sim. Eu gostava de montar nele, e vovó disse que ninguém deveria montar um
cavalo sem antes limpar seu cocheiro." Eu dei nos ombros. "Então eu limpava."
"Sua avó é uma mulher sábia."
Eu acenei.
"E você não se importava de limpar?"


"Não, na verdade não."
"Ótimo. Conheça Persephome," Lenobia acenou com a cabeça para a égua ao lado
dela. "Você acabou de limpar a cocheira dela."
A égua andou na minha direção, colocando o nariz no meu rosto e soprando
gentilmente, o que fez cócegas e me fez rir. Eu acariciei o nariz dela e automaticamente
beikei o quente focinho dela.
"Olá, Persephone, garota linda."
Lenobia acenou em aprovação enquanto a égua e eu nos conhecíamos.
"Só tem mais 5 minutos antes do final da aula, então não é necessário que você
fique mais, mas se você quiser, eu acredito que você ganhou o privilegio de escovar
Persephone."
Surpresa, eu tirei meus olhos do carinho que eu estava fazendo no pescoço do
cavalo.
"Sem problemas, eu fico," eu me ouvi falar.
"Excelente. Você pode devolver a escova no final do corredor quando terminar. Vejo
você amanha, Zoey." Lenobia me deu a escova, deu um tapinha na égua, e nos deixou
sozinhas no estábulo.
Persephone colocou a cabeça no cocho de metal que tinha feno fresco, e começou a
mastigar, enquanto eu a escovava. Eu esqueci do quão relaxante era escovar um cavalo.
Bunny morreu de um repentino e assustador ataque cardíaco dois anos atrás, e vovó ficou
chateada demais para comprar outro cavalo. Ela disse que o "coelho" (que era como ela o
chamava) não podia ser substituído. Então fazia dois anos desde que eu não me
aproximava de um cavalo, mas voltou para mim instantaneamente - tudo. O cheiro, o
calor, o som dos cavalos comendo, e a gentil barulho que a escova fazia quando eu
deslizava pelo pêlo da égua.
Com a ponta da minha atenção em vagamente ouvi a voz de Lenobia, afiada e
irritada, enquanto ele xingava um estudante que eu achei que fosse aquele irritante
cabeça de vento. Eu olhei por cima de Persephone e espiei rapidamente. Certa, o cabeça
de vento estava parado na frente da cocheira dele. Lenobia estava parada ao lado dele,
com as mãos nos lábios. Mesmo de lado eu pude perceber que ela estava furiosa. Aquele
garoto estava numa missão para irritar todos os professores aqui? E o mentor dele era
Dragon? Ok, o cara parecia legal, até ele pegar a espada - eu quero dizer, florete - então
ele mudou de cara legal para mortalmente-perigoso-vampiro-guerreiro.
"Esse cabeça de vento deve estar querendo morrer," eu disse a Persephone quando
voltei a escovar ela. A égua mexeu as orelhas para mim e soprou pelo nariz.
"Sim, eu sabia que você ia concordar. Quer ouvir minha teoria sobre como minha
geração sozinha pode limpar a America de idiotas e vadias?" Ela pareceu receptiva, então
eu comecei meu discurso de não procriação com perdedores...
"Zoey! Você está aí!"
"Oh meu Deus! Stevie Rae! Você quase me matou de susto!" Eu dei um tapinha em
Persephone, que tinha se mexido inquieta.
"Que no mundo você está fazendo?"
Eu mostrei a escova para ela. "O que parece que eu estou fazendo, Stevie Rae,
fazendo as unhas?"
"Pare de brincar. O Ritual da Lua Cheia vai começar em tipo, dois minutos?"
"Ah, diabos!" Eu dei mais um tapinha em Persephone e me apressei para sair do
estábulo.


"Você esqueceu, não foi?" Stevie Rae disse, segurando minha mão e me ajudando a
manter o equilibro enquanto tirava minha botas de borracha e colocava meus sapato
rasteirinha.
"Não," eu menti.
Então eu percebi que eu também tinha esquecido sobre o Ritual das Filhas Negras
depois.
"Ah, diabos!"


QUINZE

Na metade do caminho para o templo de Nyx eu percebi que Stevie Rae estava
quieta além do normal. Eu dava olhares laterais para ela. Ela também estava parecendo
pálida? Eu tive um sentimento bizarro sobre você-está-andando-para-o-seu-túmulo.
"Stevie Rae, algo errado?"
"Yeah, bem, é triste e meio assustador."
"O que? O Ritual da Lua Cheia?" Meu estomago começou a doer.
"Não, você vai gostar disso - ou pelo menos vai gostar desse." Eu sabia o que ela
queria dizer, versos o ritual das Filhas Negras que eu tinha que ir depois, mas eu não
queria falar sobre isso. As próximas palavras de Stevie Rae fizeram todo o negocio das
Filhas Negras parecer pequeno, um problema secundário. "Uma garota morreu faz uma
hora."
"O que? Como?"
"Como todos morrem. Ela não conseguiu passar pela Mudança, e o corpo dela só..."
Stevie Rae pausou, tremendo. "Aconteceu perto do final da aula de Tae Kwan Do. Ela
estava tossindo, como se estivesse sem ar no começo do aquecimento. Eu achei que não
fosse nada. Ou talvez eu achei, mas eu tirei da cabeça."
Stevie Rae me deu um pequeno e triste sorriso, e ela parecia envergonhada de si.
"Tem algum jeito de salvar eles? Depois que, você sabe, eles começam -" eu parei e
fiz um vago e desconfortável gesto.
"Não. Não tem jeito de você ser salvo depois que seu corpo começa a rejeitar a
Mudança."
"Então não se sinta mal por não querer pensar na garota que estava tossindo. Você
não poderia ter feito nada."
"Eu sei. É só que... foi horrível. E Elizabeth era tão querida."
Eu senti um choque em algum lugar no meio do meu corpo. "Elizabeth Sem
Sobrenome? Ela é a garota que morreu?"
Stevie Rae acenou, piscando com força obviamente tentando não morrer.
"Isso é horrível," eu disse, minha voz fraca era quase um sussurro. Eu lembrei o
quão considerável ela tinha sido em relação a minha Marca, e como ela notou que Erik
estava olhando para mim.
"Mas eu acabei de ver ela na aula de Teatro. Ela estava bem."
"É assim que aconteceu. Num segundo o garoto está sentado do teu lado parecendo
perfeitamente normal. No outro..." Stevie Rae tremeu de novo.
"E tudo vai continuar normal? Mesmo que alguém na escola tenha acabado de
morrer?" eu lembrei do ano passado, quando um grupo de calouros da SIHS tinha estado
num acidente de carro num final de semana, e dois deles tinham morrido, conselheiros
extras foram chamados a escola na segunda e todos os eventos atléticos foram
cancelados naquela semana.
"Tudo vai continuar normal. Devemos nos acostumar com a idéia de que isso pode
acontecer com qualquer um. Você vai ver. Todos vão agir como se nada tivesse
acontecido, especialmente os mais velhos. É só os terceiranistas e os amigos de Elizabeth,
como a colega dela, que vão mostrar alguma reação a tudo. Os terceiranistas - somos nós
- devem agir direito e superar. A colega de quarto de Elizabeth e sua melhor amiga
provavelmente vai se isolar por alguns dias, mas então eles esperam que ela supere." Ela
baixou a voz. "Na verdade, eu não acho que os vampiros pensam que nenhum de nós é
real enquanto não fizermos a Mudança."


Eu pensei nisso. Neferet não pareceu me tratar como se eu fosse temporária - ela
até disse que era um excelente sinal minha Marca estar colorida, não que eu estivesse tão
confiante quanto ela em relação ao meu futuro. Mas eu absolutamente não iria dizer nada
que fizesse parecer que Neferet estava me dando tratamento especial. Eu não queria ser a
"esquisita." Eu só queria ser amiga de Stevie Rae e me ajustar no meu novo grupo.
"Isso é realmente horrível," foi tudo o que eu disse.
"É, mas pelo menos se acontece, acontece rápido."
Parte de mim queria saber os detalhes, e parte de mim estava assustada demais
para fazer a pergunta.
Graças a Deus, Shaunee interrompeu antes de eu me fazer perguntar o que eu
estava assustada demais para querer saber.
"Porque vocês demoraram tanto," Shaunee chamou na frente dos degraus do
templo. "Erin e Damien já estão lá dentro guardando um lugar no circulo para nós, mas
você sabe que quando o ritual começa eles não deixam mais ninguém entrar. Depressa!"
Nós nos apressamos, e com Shaunee liderando, entramos no templo. Doce e
esfumaçado incenso me engolfou enquanto entrei na escuridão do Templo de Nyx.
Automaticamente, eu hesitei. Stevie Rae e Shaunee se viraram para mim.
"Está tudo bem. Não tem porque estar nervosa ou com medo." Stevie Rae encontrou
meus olhos e acrescentou, "pelo menos nada lá dentro."
"O Ritual da Lua Cheia é ótimo. Você vai gostar. Oh, quando a vampira traçar o
pentagrama na sua testa e dizem "seja abençoada" você tem que responder "seja
abençoada," Shaunee explicou. "Então nos siga para o seu lugar no circulo." Ela sorriu
segura para mim e correu para entrar no aposento.
"Espera." Eu agarrei a manga de Stevie Rae. "Eu não quero parecer idiota, mas um
pentagrama não é um sinal de maldade ou algo assim?"
"Foi o que eu pensei também, até eu chegar aqui. Mas esse negocio de maldade é o
que as Pessoas de Fé querem que você acredite para que... droga," ela disse dando nos
ombros, "eu nem tenho certeza porque eles querem que as pessoas - bem, humanos
quero dizer - acreditem que é um sinal de maldade. A verdade é que a um zilhão de anos
atrás o pentagrama era um sinal de sabedoria, proteção, perfeição. Coisas boas. É só uma
estrela de cinco pontas. Quatro dessas pontas significam os 4 elementos. A quinta, a que
aponta para cima, é um sinal de espírito. Só isso. Não tem bicho papão aqui."
"Controle." Eu murmurei, feliz por termos uma razão para parar de falar da morte de
Elizabeth.
"Huh?"
"As Pessoas de Fé querem controlar tudo, e parte desse controle é que todos tem
que acreditar na mesma coisa. É por isso que eles querem que as pessoas acreditem que
um pentagrama é um sinal de mal." Eu balancei a cabeça enojada. "Esqueça. Vamos.
Estou mais pronta do que achava. Vamos entrar."
Entramos mais profundamente no salão e eu ouvi água corrente. Passamos por uma
linda fonte, e então a entrada fez uma curva para a esquerda. Em uma entrada de pedra
arqueada estava parada uma vampira que eu não reconheci. Ela estava vestida totalmente
de preto - uma longa saia e uma blusa de manga. A única decoração que ela tinha nela
era a bordado da figura da deusa no peito. O cabelo dela era longo e cor de trigo. Espirais
azul safira irradiavam da lua crescente pelo rosto perfeito dela.
"Essa é Anastasia. Ela ensina a matéria de Feitiços e Rituais. Ela também é a esposa
do Dragon," Stevie Rae sussurrou rapidamente antes dela ir em direção da vampira e
respeitosamente colocar o punho por cima do coração.


Anastasia sorriu e mergulhou o dedo numa tigela de pedra que ela estava segurando.
Então ela tracejou a estrela de cinco pontas na testa de Stevie Rae.
"Abençoada seja, Stevie Rae," ela disse.
"Abençoado seja," Stevie Rae respondeu. Ela me deu um olhar encorajador antes de
desaparecer no salão esfumaçado mais a frente.
Eu respirei fundo e fiz uma decisão consciente te tirar meus pensamentos em relação
a Elizabeth, e dos "e se" da cabeça - pelo menos durante o ritual. Eu me movi
propositalmente no espaço vazio na frente de Anastasia. Imitando Stevie Rae, eu coloquei
meu punho no coração.
A vampira mergulhou o dedo no que agora eu pude ver que era óleo. "Merry meet*
(*alegre encontro), Zoey Redbird, bem vinda a House of Night e a sua nova vida," ela
disse enquanto tracejava o pentagrama na minha testa em cima da minha Marca. "E
abençoada seja."
"Abençoada seja," eu murmurei, surpresa pelo elétrico calafrio que passou pelo meu
corpo quando a estrela foi desenhada na minha testa.
"Entre e junte-se a seus amigos," ela disse gentilmente. "Não tem porque estar
nervosa, eu acredito que a deusa já está cuidando de você."
"O-obrigado," eu disse, me apressando para entrar. Tinha velas em todo lugar.
Enormes e grandes presas do teto em lustres de ferro. Várias velas estavam alinhadas nas
paredes. No templo, os castiçais não tinha luz de lanternas, como no resto da escola. Aqui
eles eram de verdade. Eu sabia que esse lugar costumava ser uma igreja das Pessoas de
Fé dedicada ao St. Augustine, mas não parecia como nenhuma igreja que eu já tinha
visto. Além de ser iluminada apenas por luz de velas, não havia bancos. (E, por sinal, eu
realmente não gosto dos bancos - eles poderiam ser mais desconfortáveis?) Na verdade,
o único móvel no grande salão era uma antiga mesa de madeira situada no centro do que
era parecido com o que tinha no salão de jantar - mas esse não estava cheio de comida e
vinho nem nada disso. Também tinha uma estátua de mármore da deusa, os braços
abertos e parecendo muito com o desenho que os vampiros usavam no peito. Tinha um
enorme candelabro na mesa, com gordas e brancas velas queimando, assim como vários
incensos.
Então meus olhos foram pegos pela chama queimando de um intervalo do chão de
pedra. Ela queimava selvagemente, suas chamas amarelas altas. Era lindo, de um jeito
controlado e perigoso, e eu lembrei do desenho na minha testa. Graças a Deus, Stevie
Rae balançou as mãos chamando minha atenção, antes deu seguir meu impulso de me
aproximar da chama, e então eu notei, me perguntando como eu não tinha visto desde o
inicio, que havia um enorme circulo de pessoas - estudantes e vampiros adultos - se
esticando ao redor das pontas do salão. Me sentindo nervosa e apavorada ao mesmo
tempo, eu fiz meus pés se moverem para tomar meu lugar no circulo ao lado de Stevie
Rae.
"Finalmente," Damien disse baixinho.
"Desculpe o atraso," eu disse.
"Deixe ela em paz. Ela já está nervosa o suficiente," Stevie Rae disse a ele.
"Shhh! Está começando," Shaunee sussurrou.
Quartanistas pareceram se materializar dos cantos escuros do salão para se tornar
uma mulher que fez seu caminho para quatro pontos dentro do circulo, como as quatro
direções de uma bússola. Mais duas pessoas entraram pela porta que eu tinha acabado de
passar. Um deles era um homem alto - bem, risque isso - era um vampiro (todos os
adultos eram vampiros), e, oh meu Deus, ele era quente. Agora, aqui estava um excelente


exemplo de um estereótipo do vampiro lindo, perto e pessoal. Ele tinha mais de 1,80m e
parecia pertencer ao cinema.
"E aí está a única razão do porque estou fazendo a aula de poesia," Shaunee
sussurrou.
"Estou com você nessa, Gêmea," Erin respondeu de forma sonhadora.
"Quem é ele?" eu perguntei a Stevie Rae.
"Loren Blake, o Vampiro Poeta Laureate. Ele é o primeiro poeta masculino em 200
anos. Literalmente," ela sussurrou. "E ele é único com vinte e poucos anos, em anos
verdadeiros, não só na aparência."
Antes deu falar qualquer outra coisa, ele começou a falar a minha boca estava muito
ocupada estando aberta devido ao som da voz dele para mim fazer qualquer coisa a não
ser escutar.
Ela anda na beleza, como a noite
De climas tempestuosos e céus estrelados
Enquanto ele falou ele se moveu devagar em direção ao circulo. Como se a voz dele
fosse musica, a mulher que entrou no salão com ele começou a se balançar, e então ela
dançou graciosamente envolta do circulo vivo.
E o melhor da escuridão e da claridade
Se encontra nela e nos olhos dela...
A mulher que dançava tinha a atenção de todos. Com um choque eu percebi que era
Neferet. Ela estava usando um longo vestido de seda e tinha pequenos cristais em toda
volta, para que a luz das velas pegasse cada um dos movimentos que ela fazia brilhar
como as estrelas que enchiam o céu. Os movimentos dela pareciam trazer a vida as
palavras do velho poema (pelo menos minha mente estava funcionando bem o suficiente
para mim reconhecer o "Ela anda em beleza" do Lord Byron).
Assim dessa forma suave para essa luz gentil
Que o paraíso muitos dias negou.
De algum jeito Neferet e Loren conseguiram terminar no centro do circulo enquanto
ele terminou de recitar. Então Neferet pegou uma taça da mesa e levantou, como se
estivesse oferecendo um brinde ao circulo.
"Bem vindos crianças de Nyx para a celebração da deusa para a lua cheia!"
Os vampiros adultos falaram em coro, "Merry meet."
Neferet sorriu e pôs a taça de volta a na mesa e pegou uma longa e branca vela que
já estava acessa e parada no castiçal. Então ela andou pelo circulo para olhar para uma
vampira que eu não conhecia que estava parada no que deveria ser a ponta do circulo. A
vampira a saudou, a mão em cima do peito, antes de virar para que suas costas estivesse
na frente de Neferet.
"Psst!" Stevie Rae sussurrou. "Todos olhamos para as 4 direções enquanto Neferet
evoca os quatro elementos e lança o circulo de Nyx. Leste e vento vem primeiro."
Então todos, incluindo eu embora eu tenha sido meio devagar, se virou para leste.
Pelo canto do olho eu pude ver que Neferet ergueu os braços por cima da cabeça
enquanto a voz dela passou pelas paredes de pedra do templo.
"Do leste eu invoco o ar e peço que você carregue para esse circulo o dom do
conhecimento que o nosso ritual será preenchido por aprendizado."
No segundo que Neferet começou a invocar eu senti o ar mudar. Se movia ao meu
redor, esvoaçando meu cabelo e enchendo meus ouvidos com o som do vento suspirando
pelas folhas. Eu olhei ao redor, esperando ver que todo mundo tivesse sido pego num
pequeno vendaval, mas não notei o cabelo de mais ninguém se bagunçar. Estranho.


A vampira que estava parada no leste puxou uma vela amarela das dobras do
vestido, e então Neferet a acendeu. A vampira a levantou no ar, e então a colocou, nos
seus pés.
"Vire a direita, pelo fogo," Stevie Rae sussurrou de novo.
Nós viramos e Neferet continuou. "Do sul eu invoco o fogo e peço que a sua luz
nesse círculo dê o dom da força e vontade, para que nosso ritual seja ligado e poderoso."
O vento que estava soprando suavemente contra mim foi substituído pela sensação
de calor. Não era exatamente desconfortável; era mais como a sensação de quando você
mergulha na banheira quente, mas era quente o bastante para me fazer suar um pouco.
Eu olhei para Stevie Rae. A cabeça dela estava levemente erguida e seus olhos estavam
fechados. Não havia sinal de suor no rosto dela. A intensidade do calor de repente
aumentou um pouco, e eu olhei para Neferet. Ela tinha acesso uma enorme vela vermelha
que Penthesilea estava segurando. Então, assim como a vampira do vento tinha feito,
Penthesilea a levantou em oferenda antes de colocar em seus pés.
Dessa vez eu não precisei do aviso de Stevie Rae para virar de novo para o oeste. De
algum jeito, eu sabia para onde eu precisava virar, e que o próximo elemento a ser
invocado seria a água.
"Do oeste eu invoco a água e peço que você limpe esse circulo em compaixão, que a
luz da lua cheia possa ser usada para conceder a cura para nosso grupo assim como
entendimento."
Neferet acendeu a vela azul da vampira que estava virada para oeste. A vampira a
levantou, e a colocou nos pés enquanto o som das ondas enchiam meus ouvidos e o
cheiro salgado de mar enchia meu nariz. Ansiosa, eu completei o circulo virando para o
norte, e sabia que estaria abraçando a terra.
"Do norte eu invoco a terra e peço que você cresça neste circulo o dom da
manifestação, que os desejos e rezas dessa noite sejam frutíferos."
De repente eu podia sentir a suavidade de um gramado nos meus pés, e eu senti o
cheiro da relva e ouvi pássaros cantando. Uma vela verde foi acessa e colocado nos pés
da "terra."
Eu provavelmente deveria ter ficado com medo das estranhas sensações que
passaram por mim, mas elas me encheram com a mais incrível leveza - eu me sentia
bem! Tão bem que quando Neferet olhou para a chama que queimava no centro do salão
e o resto de nós virou para o interior do circulo eu tive que pressionar meus lábios com
força para não rir em voz alta. O poeta lindo de cair morta estava parado perto do fogo e
Neferet e eu podíamos ver que ele estava segurando uma enorme vela púrpura na mão.
"E finalmente, eu invoco o espírito para completar nosso circulo e pedir que você nos
encha de conexão, para que, como seus filhos, possamos prosperar juntos."
Incrivelmente, eu senti meu próprio espírito se levantar, como se houvesse aves de
pássaro flutuando dentro do meu peito, enquanto o poeta acendia a vela pela enorme
chama e então a colocou na mesa. Então Neferet começou a se mover pelo circulo,
falando conosco, encontrando nossos olhos, nos incluindo nas palavras dela.
"Essa é a hora da lua cheia. Todas as coisas se encerram e recomeçam, até mesmo
os filhos de Nyx, os vampiros dela. Mas nessa noite os poderes da vida, da mágica, e da
criação são mais forte - assim como nossa deusa lua. Essa é a hora de construir... de
fazer."
Meu coração estava batendo tão rápido enquanto eu observava Neferet falar, e eu
percebi que ela estava dando um sermão. Esse não era um sermão de adoração, mas ao
fazer isso no circulo fez com que as palavras de Neferet me tocassem como nenhum outro


sermão que eu já tinha visto. Eu olhei ao redor. Talvez fosse o lugar. O salão estava cheio
de incenso e mágica e luzes de velas. Neferet era tudo que uma Alta Sacerdotisa deveria
ser. A beleza dela era uma chama própria, e a voz dela era mágica ao ponto de chamar a
atenção de todos. Ninguém estava deitado dormindo ou escondido jogando joguinhos.
"Essa é a hora quando o véu em que o mundano e a força a beleza do reino da
deusa se juntam. Nessa noite um ira transcender as fronteiras do mundo com facilidade, e
conhecer a beleza e encantamento de Nyx."
Eu podia sentir as palavras dela contra a minha pele e perto da minha garganta. Eu
tremi e a Marca na minha testa de repente pareceu esquentar e formigar. Então o poeta
começou a falar em sua profunda e poderosa voz.
"Essa é a hora de traçar o celestial ser, de virar as cordas do espaço e do tempo para
trazer a Criação. Porque a vida é um circulo assim como é um mistério. Nossa deusa
entende isso, assim como o marido dela, Erebus."
Quando ele falou me senti melhor em relação a morte de Elizabeth. De repente não
parecia tão assustador, tão horrível. Parecia mais parte do mundo natural, um mundo
onde todos temos um lugar.
"Luz... escuridão... dia... noite... vida... está tudo ligado junto pelo espírito e o toque
da deusa. Se mantivermos o balanço e olharmos para a deusa como se pudéssemos a
lançar um feitiço da lua e o adaptar com um tecido de pura substancia mágica para
manter conosco todos os dias das nossas vidas."
"Fechem seus olhos, Crianças de Nyx," Neferet disse "e mandem um secreto desejo
para nossa deusa. Hoje a noite, quando o véu entre os mundos se afinar - quando mágica
estiver no mundano - talvez Nyx faça seu desejo se realizar e te encher com a felicidade
de um sonho realizado."
Mágica! Eles realmente estão rezando por mágica! Iria funcionar - poderia funcionar?
Há realmente mágica no mundo? Eu lembrei do jeito como meu espírito foi capaz de ver
palavras e como a deusa me chamou com a sua voz visível pela caverna e então me
beijou na testa e mudou minha vida para sempre. E como, a apenas alguns momentos
atrás, eu senti o poder de Neferet chamando os elementos. Eu não tinha imaginado - eu
não podia ter imaginado.
Eu fechei os olhos e pensei sobre a mágica que parecia estar me cercando, e então
enviei meu desejo pela noite. Meu desejo secreto é fazer parte... que eu finalmente tenha
encontrado um lar que ninguém poderá tirar de mim.
Apesar do estranho calor na minha Marca, minha cabeça estava leve e eu estava
muito feliz enquanto Neferet pediu para nós abrirmos nossos olhos e, com uma voz que
era poderosa e suave - mulher e guerreira combinados - ela continuou o ritual.
"Essa é a hora da viagem não vista na lua cheia. A hora para ouvir a música não
modificada pelas mãos humanas ou vampiras. É o tempo para união com o vento que nos
carrega" - Neferet curvou sua cabeça levemente para o leste - "e do choque do travam
que imita as fagulhas da primeira vida." Ela virou a cabeça para o sul. "É o tempo para
revelar no eterno mar e na quente chuva que nos acalma, assim como a verde terra que
nos envolve e nos mantém." Ela reconheceu o oeste e o norte virando.
Cada vez que Neferet nomeou um elemento pareceu que um toque de uma doce
eletricidade passou pelo meu corpo.
E então as 4 mulheres que personificaram os elementos moveram-se em direção a
mesa. Com Neferet e Loren, cada um deles levantou uma taça.
"Todos saúdem, a deusa da Noite e a lua cheia!" Neferet disse. "Todos saúdem a
Noite, de quem as nossas bênçãos vem. Nesta noite agradecemos a ti!"


Ainda segurando as taças, as quatro mulher voltaram para seus lugares no circulo.
"No poderoso nome de Nyx," Neferet disse.
"E de Erebus," o poeta acrescentou.
"Nós pedimos do seu sagrado circulo que você nos dê o conhecimento para falar a
linguagem da floresta, para voar com a liberdade de um pássaro, para viver com o poder
e a graça de um felino, e para encontrar êxtase e alegria na vida que mexe com cada
parte de nosso ser. Abençoado seja!"
Eu não conseguia parar de rir. Eu nunca ouvi esse tipo de coisa na igreja antes, e eu
com certeza nunca me senti tão energizada lá também!
Neferet bebeu da taça que ela segurava, e então ela a ofereceu para Loren, que
bebeu e disse "abençoada seja." Imitando a ação deles, as 4 mulheres se moveram
rapidamente pelo circulo, permitindo que cada pessoa, calouro ou adulto, bebesse da
taça. Quando foi minha vez eu estava feliz por ver o rosto familiar de Penthesilea me
oferecer um gole e uma benção. O vinho era vermelho e eu achei que ele fosse amargo,
como o gole que eu tomei do Cabernet da minha mãe uma vez (e definitivamente não
gostei), mas não era. Era doce e apimentado e fez minha cabeça ficar ainda mais leve.
Quando todos tinham tomado um gole, as taças retornaram a mesa.
"Hoje a noite eu quero que cada um de nós passe pelo menos um momento ou dois
sozinho na luz da lua cheia. Deixe a luz refrescar você e te ajudar a lembrar o quão
extraordinário você é... ou que você está se tornando." Ela sorriu para alguns calouros,
incluindo eu. "Se aqueça com sua raridade. Revele sua força. Ficamos separados do
mundo por causa de nossos dons. Nunca esqueçam disso, porque vocês podem ter
certeza que o mundo não esquecera. Agora vamos fechar o circulo e abraçar a noite."
Em ordem reversa, Neferet agradeceu cada elemento e os mandou embora conforme
cada vela era apagada, e quando ela fez isso em senti um pouco de tristeza, como se eu
estivesse dando tchau para um amigo. Então ela completou o ritual dizendo, "esse ritual
terminou. Merry meet e merry part* (*feliz caminhos separados) e merry meet de novo!"
A multidão respondeu: Merry meet e merry part e merry meet de novo!"
E foi isso. Meu primeiro ritual da deusa terminou.
O circulo se separou rapidamente - mais rapidamente do que eu gostaria. Eu queria
ficar ali e pensar sobre as coisas incríveis que eu tinha sentido, especialmente quando os
elementos foram chamados, mas isso era impossível. Eu fui carregada para fora do templo
em uma confusão de conversa. Eu estava feliz por todos estarem tão ocupados
conversando que ninguém notou o quão quieta eu estava; eu não achei que eu podia
explicar para eles o que tinha acabado de acontecer comigo. Diabos! Eu não podia
explicar para mim mesma.
"Hey, você acha que vamos ter comida chinesa de novo hoje a noite? Eu adoraria
que na lua cheia eles servisse aquele gostoso moo goo depois," Shaunee disse. "Sem
mencionar que meu biscoito da sorte disse "você vai fazer um nome para si," o que é bem
legal."
"Eu estou tão faminta que não me importa com o que eles nos alimentem desde que
nos alimentem," Erin disse.
"Eu também," Stevie Rae disse.
"Pela primeira vez concordo totalmente," Damien disse, ligando seus braços com
Stevie Rae e eu. "Vamos comer."
E de repente eu me lembrei. "Uh, gente." Aquele sentimento de formigamento bom
que o ritual tinha me dado sumiu. "Eu não posso ir. Eu tenho que-"


"Somos idiotas." Stevie Rae bateu na própria cabeça forte o bastante para fazer um
som de batida. "Esquecemos totalmente."
"Ah, merda!" Shaunee disse.
"As bruxas do inferno," Erin disse.
"Quer que eu guarde um prato para você ou algo?" Damien perguntou docemente.
"Não. Afrodite disse que vai me alimentar."
"Provavelmente carne crua," Shaunee disse.
"Yeah, de algum pobre garoto que ela pegou na nojenta teia de aranha dela," Erin
disse.
"Com isso ela quer dizer aquela entre as pernas dela," Shaunee explicou.
"Pare, você está assustando Zoey," Stevie Rae disse enquanto ela começava a me
levar em direção a porta. "Eu vou mostrar para ela o caminho, encontro vocês na mesa."
Lá fora eu disse, "Ok, me diga que eles estavam brincando sobre a carne crua."
"Elas estavam brincando?" Stevie Rae disse nada convincente.
"Ótimo. Eu nem gosto quando o bife está mal passado. O que eu vou fazer se eles
realmente tentarem me alimentar com carne crua?" eu recusei a pensar sobre que tipo de
carne crua poderia ter.
"Eu acho que eu tenho uma pastilha em algum lugar na minha bolsa. Você quer?"
Stevie Rae perguntou.
"Sim," eu disse, já me sentindo nauseada.


DEZESSEIS

"É isso." Stevie Rae parou, parecendo desconfortável e apoplética enfrente aos
degraus que levavam um prédio de tijolos situado em uma pequena encosta que aparecia
na parte oriental dos arredores da escola. Enormes carvalhos estavam envoltos na
escuridão dentro da escuridão, então eu mal podia ver os pontos de luz de velas da
entrada. Nenhum fio de luz estava vindo das escuras janelas que eram longas e
arqueadas e pareciam ser feitas de vidro chateado.
"Ok, bem, obrigado pelas pastilhas." Eu tentei parecer brava. "E guarde um lugar
para mim. Isso realmente não pode levar muito tempo. Eu devo terminar isso e me juntar
a vocês para o jantar."
"Não se apresse. Verdade. Você pode encontrar alguém que você gosta e ficar com
ele. Não se preocupe se você encontrar. Eu não vou ficar braba e só vou dizer a Damien e
as Gêmeas que você está fazendo reconhecimento do inimigo."
"Eu não vou me tornar um deles, Stevie Rae."
"Eu acredito em você," ela disse, mas os olhos dela pareciam suspeitosamente
grandes e redondos.
"Eu vejo você logo."
"Ok. Vejo você logo," ela disse, e começou a seguir a calçada em direção ao prédio
principal.
Eu não queria ver ela se afastar - ela parecia toda miserável e um filhotinho abatido.
Ao invés disso eu subi os degraus e disse a mim mesma que isso não seria grande coisa -
nada pior que a vez que a minha irmã Barbie me convenceu a ir campo das lideres de
torcida com ela (eu não sei o que diabos eu tava pensando). Pelo menos esse fiasco não
duraria uma semana. Elas provavelmente fariam outro circulo, o que era bem legal, fariam
alguma reza diferente como Neferet fez, e então jantaríamos. Esse seria minha
oportunidade de sorrir e escapar. Fácil - fácil.
As tochas dos lados da porta de madeira estava acessas por gás e não pelos
candelabros igual era no templo de Nyx. Eu levantei minha mão em direção a pesada
aldrava, mas, com um som que era perturbamente parecido a um suspiro, ela abriu com
meu toque.
"Merry meet, Zoey."
Oh. Meu. Deus. Era Erik. Ele estava vestido todo de preto, e seu cabelo preto e seu
insanamente olhos azuis me lembravam de Clark Kent - bem, ok, sem os óculos nerd e o
cabelo arrumado para trás... então... eu suponho que isso significa que ele na verdade me
lembra (de novo) do Superman - bem, sem a capa ou o colante ou o grande S...
Então a falação na minha cabeça parou quando o dedo dele cheio de olho deslizou
pela minha testa, traçando um pentagrama.
"Abençoado seja," ele disse.
"Abençoado seja," eu respondi, e ficaria eternamente grata por minha voz não ter
grasnado ou ficado grossa ou fina. Ah, cara, ele cheirava tão bem, mas eu não conseguia
identificar qual era esse cheiro. Não era o cheiro de nenhuma das colônias usadas demais
que os caras aplicam galões. Ele cheirava a... ele cheirava a... a floresta a noite logo
depois de chover... algo terreno e limpo e...
"Você pode entrar," ele estava dizendo.
"Oh, uh, obrigado," eu disse brilhantemente. Eu entrei. E então parei. No interior
estava uma enorme sala. As paredes de forma circular estavam envolvidas em veludo
preto, bloqueando totalmente as janelas e a luz do luar. Eu podia ver que por baixo das


pesadas cortinhas haviam estranhas formas, o que começou a me assustar até que eu
percebi que - oláá - essa era uma sala de recreação. Eles devem ter empurrado as TVs e
os games para os lados da sala e os coberto para que tudo parecesse, bem, assustador.
Então minha atenção foi capturada pelo circulo. Estava situado no meio da sala e feito
inteiramente de velas em altos recipientes vermelhos, como as velas de reza que você
pode comprar nas sessões de comida mexicana de uma mercearia que cheiram a rosas e
a senhoras. Deveria ter mais de 100 delas acessas e os garotos estavam parados em um
circulo solto atrás delas conversando e rindo com a luz fantasmática que era manchada
em de vermelho. Todos estavam usando preto e eu notei imediatamente que nenhum
deles estava usando algo bordado com as insígnias correspondente as séries, mas cada
um deles usava uma corrente prateada que brilhava ao redor do pescoço deles com um
estranho símbolo. Parecia duas luas crescentes posicionadas de costas uma pra outra
contra uma lua cheia.
"Aí está você, Zoey!"
A voz de Afrodite passou pela sala logo a frente do corpo dela. Ela estava usando um
longo vestido preto que brilhava devido as contas de onyx, o que estranhamente me
lembrou a versão negra da beleza brilhante de Neferet. Ela usava o mesmo colar que as
outras, mas o dela era maior e tracejado com jóias vermelhas que poderiam ser granada.
O cabelo loiro dela estava preso e caia ao redor dela como um véu dourado. Ela era
totalmente bonita demais.
"Erik, obrigada por fazer a Zoey se sentir bem vinda. Eu assumo daqui." Ela soava
normal, e ela até colocou a ponta do dedo no braço do Erik por um segundo em que os
desenformados poderiam pensar ser um gesto amigável, mas o rosto dela era uma
história totalmente diferente. Era duro e frio, e os olhos dela pareciam tão afiados quanto
os dele. Erik mal olhou para ela, e ele definitivamente se afastou do toque dela. Então ele
me deu um rápido sorriso, sem olhar para Afrodite de novo, e se afastou.
Ótimo. Exatamente o que eu não precisava era me meter no meio de uma horrível
separação. Mas eu não consegui impedir o fato de que meus olhos seguiram os dele pela
sala.
Eu sou idiota. De novo. Eu suspirei.
Afrodite limpou a garganta, e eu tentei (sem sucesso) não parecer que tinha sido
pega fazendo algo que eu não devia. O sorriso maldoso dela disse que havia
absolutamente nenhuma duvida que ela notou meu interesse em Erik (e o interesse dele
em mim). E, de novo, eu me perguntei se ela sabia que tinha sido eu no corredor no dia
anterior.
Bem, não era como se eu pudesse perguntar a ela.
"Você precisa se apressar, mas eu trouxe algo para você se trocar." Afrodite estava
falando rápido enquanto ela fez menção para mim seguir ela para o banheiro feminino.
Ela me jogou um olhar de nojo por cima dos ombros. "Não é como se você pudesse vir a
um ritual das Filhas Negras vestida desse jeito." Quando estávamos no banheiro ela
bruscamente me deu um vestido que estava pendurado em uma divisão e meio que me
empurrou para dentro. "Você pode colocar suas roupas no cabide e carregar eles de volta
com você para o dormitório desse jeito."
Não parecia haver nenhuma discussão com ela e, de qualquer forma, eu já me sentia
como uma estranha mesmo. Estar vestida diferente me fez sentir como se eu tivesse
aparecido para a festa vestida como um pato, mas ninguém me disse que não era uma
festa a fantasia então todo o resto estava usando jeans.


Eu rapidamente tirei as minhas roupas e pus o vestido preto por cima da minha
cabeça, suspirando de alivio quando ele serviu. Ele era simples, mas lisonjeiro. O material
era suave e não marcava. Tinha mangas longas e um busto redondo que mostrava a
maior parte dos meus ombros (que bom que estava usando um sutiã preto). Ao redor do
busto, a ponta da longa manga, e nas borda, que era bem acima do meu joelho, haviam
contas pequenas de um vermelho brilhante. Era bem bonito. Eu coloquei meus sapatos de
volta, pensando, feliz, que um bom par de rasteirinha vai com quase qualquer roupa, e sai
do banheiro.
"Bem, pelo menos serve." Eu disse.
Mas eu notei que Afrodite não estava olhando para o vestido. Ela estava olhando
para a minha Marca, o que me incomodou muito. Ok, minha Marca era colorida - supere
de uma vez! Mas eu não disse nada. Eu quero dizer, isso era a "festa" dela e eu era uma
convidada. Tradução: eu estava totalmente sem ajuda, então é melhor eu ser boazinha.
"Eu vou liderar o ritual, é claro, então eu vou estar muito ocupada para segurar sua
mão."
Ok, eu deveria só manter a boca fechada, mas ela estava me irritando. "Olha,
Afrodite, eu não preciso que você segure minha mão."
Os olhos dela se estreitaram e eu me segurei para outra cena da garota psicopata.
Ao invés disso ela sorriu um sorriso totalmente nada legal que a fez parecer um cão
rabugento. Não que eu estivesse chamando ela de cadela, mas a analogia parece
assustadoramente certa.
"É claro que você não precisa que segurem sua mão. Você só vai passar pelo
pequeno ritual como você passa por tudo o resto. Eu quero dizer, afinal de conta, você é a
nova favorita da Neferet."
Maravilha. Fora dos problemas com Erik e a estranheza da minha Marca, ela estava
com ciúmes por Neferet ser minha mentora.
"Afrodite, eu não acho que sou a favorita de Neferet. Eu sou apenas nova." Eu tentei
soar razoável, e até sorri.
"Tanto faz. Então, está pronta?"
Eu desisti de tentar ser razoável com ela e acenei, desejando que todo esse ritual
fosse rápido e acabasse de uma vez.
"Ótimo. Vamos." Ela me levou para fora do banheiro e para o circulo. Eu reconheci as
duas garotas para qual andamos como as duas "bruxas do inferno" que tinham seguido
ela na cafeteria. Só que ao invés de estar usando uma cara de eu-acabei-de-comer-um-
limão, elas estavam sorrindo amigavelmente para mim.
Não. Eu não iria ser enganada. Mas eu sorri também. Quando em território inimigo é
melhor se misturar e parecer sem noção e/ou idiota.
"Olá, eu sou Enyo," disse a mais alta das duas. Ela era, é claro, loira, mas seu longo,
era mais cor de praia do que dourado. Embora com a luz do candelabro fosse difícil ter
certeza qual clichê tinha uma descrição mais apropriada. E eu ainda não acreditava que
ela fosse uma loira natural.
"Oi," eu disse.
"Eu sou Deino," disse a outra garota. Ela era obviamente uma mistura e tinha uma
linda combinação de uma realmente bonita, café-com-creme pele e um excelente cabelo
encaracolado, que provavelmente nunca teve a coragem de frizzar, não importando a
umidade.
As duas eram estranhamente perfeitas.


"Olá," eu disse de novo. Me sentindo mais do que um pouco claustrofóbica, e me
movi para o espaço que elas criaram.
"Vocês três aproveitem o ritual," Afrodite disse.
"Oh, nós vamos!" Enyo e Deino falaram juntas. Eu virei minha atenção para longe
delas antes do meu melhor julgamento ganhar do meu orgulho e eu me prendi a sala.
Eu tinha uma boa visão da área interna do circulo, e de novo era similar ao templo
de Nyx, mas esse tinha uma cadeira perto a mesa e tinha alguém sentado nela. Bem,
meio que sentado. Na verdade, ele estava atirado na cadeira com um capuz cobrindo a
cabeça.
Bem... hmmm...
De qualquer jeito, a mesa estava envolvida com o mesmo veludo preto das paredes,
e tinha uma estátua da deusa nela, uma tigela de frutas e pão, várias taças, e um jarro. E
uma faca. Eu olhei de novo para ter certeza que estava vendo certo. Sim. Era uma faca -
tinha um cabo e uma longa e curvada lamina que parecia totalmente afiada demais para
ser usada para cortar fruta ou pão. Uma garota que eu pensei ter reconhecido do
dormitório estava acendendo vários incensos que estava no ornamentado suporte para
incenso, na mesa, e totalmente ignorado quem quer que fosse que estava na cadeira.
Droga, o garoto estava dormindo?
Imediatamente o ar começou a se encher de fumaça e eu juro estava meio
esverdeado, meio fantasmagórico, ao redor da sala. Eu esperei que cheirasse doce, como
o incenso no templo de Nyx, mas quando a fumaça chegou até mim e eu respirei era
surpreendentemente amarga. Era meio familiar e eu franzi a testa, tentando descobrir o
que aquilo me lembrava... merda, o que era? Era quase como folha de louro, com um
pouco de cravo da índia. (eu tinha que lembrar de agradecer a Vovó Redbird mais tarde
por me ensinar sobre temperos e seu cheiro.)
Eu cheirei de novo, intrigada, e minha cabeça ficou um pouco tonta. Estranho. Ok, o
incenso era estranho. Pareceu mudar enquanto enchia a sala, como um perfume caro que
muda dependendo da pessoa que o usa. Eu respirei de novo. Sim. Cravo da índia e folha
de louro, mas tinha algo mais; algo que fazia o cheiro terminar parecendo amargo e
diferente... escuro e místico e sedutor e... travesso.
Travesso? Então eu soube.
Bem, diabos! Eles estavam enchendo a sala com maconha misturada com temperos.
Incrível, eu agüentei a pressão por anos e disse não para até as ofertas mais educadas
para experimentar um daquelas coisas nojentas feitas em casa passada ao redor pelas
festas. (Eu quero dizer, por favor. Sequer é sanitário? E porque exatamente eu iria querer
uma droga que iria me fazer querer começar obsessivamente salgadinhos?) E agora ali
estava eu, imersa em maconha. Suspirei. Kayla nunca iria acreditar.
Então, me sentindo paranóica (provavelmente outro efeito colateral da maconha) eu
olhei ao redor do circulo, certa de ter visto um professor que estava pronto para nos atrair
para longe para... para... eu não sei, algo horrível, como os acampamentos que a Maury
envia todos os seus adolescentes problemáticos.
Mas, graças a Deus, diferente do circulo no templo de Nyx, não havia vampiros
adultos aqui, e apenas cerca de 20 adolescentes. Eles estavam falando baixo e agindo
como se o totalmente ilegal incenso de machona não fosse nada demais. (Cabeças de
Maconha.) Tentando respirar devagar, eu virei para a garota a minha direita. Quando em
duvida (pânico), converse bobagens.
"Então... Deino é um, bem, nome diferente. Significa algo especial?"
"Deino significa terrível;" ela disse, sorrindo docemente.


Do meu outro lado a loira alta se animou, "E Enyo significa pronto para a luta."
"Huh," eu disse, tentando ser educada.
"Yeah, Pemphredo, que significa arfar, é quem está acendendo o incenso," explicou
Enyo. "Pegamos os nomes da mitologia grega. Elas eram as três irmãs de Gordon e Scylla.
Diz o mito que elas nasceram como bruxas que dividiam um olho, mas decidimos que era
provavelmente só bobagem propaganda devido a dominação dos homens escrita por
homens humanos que queriam manter as mulheres fortes controladas."
"Verdade?" eu não sabia o que mais dizer. Verdade.
"Sim," Deino disse. "Os homens humanos são uma droga."
"Todos deveriam morrer," Enyo disse.
Com essa idéia amorosa a musica de repente começou, fazendo impossível (graças a
Deus) falar.
Ok, a musica era perturbadora. Tinha uma profunda, e pulsante batida que era
antiga e moderna. Como se alguém tivesse misturado uma daquelas horríveis musicas de
sexo de um tribal ritual de acasalamento. E então, muito mais chocante, Afrodite começou
a dançar pelo circulo. Sim, eu suponho que daria para dizer que ela era gostosa. Eu quero
dizer, ela tinha um bom corpo e se movia como Catherine Zeta Jones em Chicago. Mas de
alguma forma não funcionou para mim. E eu não quero dizer por que eu não sou gay
(embora eu não seja gay). Não funcionou porque pareceu uma imitação pobre da dança
de Neferet "Ela anda em beleza." Se essa musica fosse um poema seria mais como
"Alguma vadia da a bunda."
Durante a dancinha de Afrodite todos estavam, naturalmente, olhando para ela,
então eu olhei ao redor do circulo, fingindo que eu não estava procurando por Erik, até...
oh, merda... eu o encontrei na direção quase oposta a minha. E ele era o único que na
sala que não estava olhando para Afrodite. Ele estava olhando para mim. Antes de
descobrir se eu deveria olhar para o outro lado, sorrir para ele ou acenar ou algo assim
(Damien tinha dito para sorrir para ele, e Damien era um auto proclamado expert em
caras), a musica parou e eu olhei do Erik para Afrodite. Ela estava parada no meio do
circulo na frente da mesa. De propósito, ela pegou uma grande vela púrpura em uma
mão, e a faca na outra. A vela estava acessa, e ela a carregou, segurando na frente dela
como um farol, para o lado do circulo onde eu agora notei estava uma vela amarela entre
as vermelhas. Eu não precisei de nenhum aviso da Terrível ou da Pronta para guerra (eca)
para me virar para o leste. Enquanto o vento passou pelo meu cabelo, pelo canto do olho
eu pude ver que ela tinha acendido a luz amarela e agora ela levantou a faca, desenhando
um pentagrama pelo ar enquanto falou:
Oh ventos de tempestade,
Em nome de Nyx eu chamo a ti para frente,
Lance a benção, eu peço,
Pela mágica que está acontecendo aqui!
Eu admito ela é boa. Embora não tão poderosa quanto Neferet, era obvio que ela
praticou o controle de voz e o som sedoso das palavras dela carregaram fácil. Viramos
para o sul e ela se aproximou de uma grande vela vermelha entre as outras vermelhas, e
eu pude sentir o que eu já estava reconhecendo como o poder do fogo e a mágica passou
pela minha pele.
Oh fogo do trovão, em nome da Nyx eu chamo a ti para frente, traga tempestades e
poder da mágica, eu peço a sua ajuda no feitiço que faço aqui!


Viramos de novo e, junto com Afrodite, eu me senti inesperadamente atraída pela
vela azul que estava entre as vermelhas. Embora tenha me assustado, eu tive que me
impedir de sair do circulo e me juntar a evocação dela pela água.
O correntes de chuva,
em nome de Nyx eu chamo a ti para frente.
Se junte a mim com sua inunda força,
em fazer desse o mais poderoso dos rituais!
O que diabos estava errado comigo? Eu estava suando e invés de me sentir só um
pouco quente, como durante o ritual de mais cedo, a Marca na minha testa estava quente
- muito quente - e eu juro que eu podia ouvir o rugido do mar nos ouvidos. Atordoada,
eu me virei para a direita.
O terra, profunda e úmida,
em nome de Nyx eu chamo a ti para frente,
que eu sinta a própria terra se mover no rugido da tempestade de poder que veio
quando você me ajudou nesse ritual!
Afrodite cortou o ar de novo, e eu pude sentir a palma da minha mão direita
formigar, como se eu sentisse a faca que cortava o ar.
Eu sentia o cheiro de grama cortada e eu ouvi o choro de um curiango, como se
estivesse enrolado invisível no ar ao meu redor. Afrodite se moveu de volta para o centro
do circulo. Colocando a vela púrpura ainda acessa no meio da mesa ela completou o
feitiço.
O espírito, selvagem e livre,
em nome de Nyx eu chamo a ti para frente!
Me responda!
Fique comigo durante esse ritual e me conceda teu poder de deusa!
E de alguma forma eu sabia o que ela ia fazer a seguir. Eu podia ouvir as palavras
dentro da minha mente - dentro do meu espírito. Quando ela ergueu a taça e começou a
andar pelo circulo eu senti as palavras dela, e embora ela não tivesse a pose ou o poder
de Neferet o que ela disse entrou em mim, como se eu estivesse de dentro para fora.
"Esse é o tempo da grandeza da nossa deusa lua. Existe gloria nessa noite. Os
antigos sabiam dos mistérios da noite, e o usavam para ficar mais fortes... e para cortar o
véu entre os mundos e tinham aventuras que hoje apenas sonhamos. Segredo...
mistério... mágica... verdadeira beleza e poder em forma vampirica - sem ser manchada
pelas regras ou leis humanas. Não somos humanos!" Com isso, a voz dela tocou contra as
paredes, como a de Neferet tinha feito antes. "E todos vocês Filhas e Filhos Negros
perguntam hoje a noite se esse rito é o que temos pedido a cada lua cheia desde o ano
passado. Liberte o poder em nós para que, como os felinos selvagens, saibamos a
flexibilidade do nosso animal interior e não sejamos ligados pelas correntes ou jaulas
humanas da ignorância e fraqueza deles."
Afrodite parou bem na minha frente. Eu sabia que eu estava vermelha e respirando
com força, assim como ela. Ela levantou a taça e a ofereceu para mim.
"Beba, Zoey Redbird, e se junte a nós em pedir a Nyx pelo que é nosso por direito de
sangue e corpo e a Marca da nossa grande Mudança - A Marca com a qual ela já te
tocou."
Sim, eu sei. Eu provavelmente deveria dizer não. Mas como? E de repente eu não
queria. Eu definitivamente não gostava ou confiava em Afrodite, mas o que ela estava
dizendo não era basicamente verdade? A reação da minha mãe e padrasto a Marca voltou
com força e claramente na minha memória, junto com o olhar de medo de Kayla e a


repulsão de Drew e Dustin. E como ninguém tinha me chamado, ou nem mesmo me
mandado uma mensagem, desde que eu tinha partido. Eles só me deixaram ser jogada
aqui para lidar com minha nova vida sozinha.
Me deixou triste, mas também me deixava irritada.
Eu peguei a taça de Afrodite e dei um gole grande. Era vinho, mas não tinha o gosto
do vinho do outro ritual. Esse era doce, também, mas tinha um tempero nele que não
tinha o gosto de nada que eu já experimentei antes. Causou uma explosão de sensações
na minha boca que viajaram com um quente e amargo traço pela minha garganta e me
encheu com um desejo tonto de beber mais e mais e mais.
"Abençoada seja," Afrodite disse enquanto pegava a taça de mim, derramando um
pouco do liquido vermelho nos meus dedos. Então ela me deu um apertado e triunfante
sorriso.
"Abençoada seja," eu respondi automaticamente. Ela se dirigiu até Enyo, oferecendo
a taça e eu não consegui me impedir de lamber os dedos para sentir um pouco mais do
gosto do vinho que tinha sido derramado ali. Era muito mais que delicioso. E o cheiro...
era um cheiro familiar... mas pela tontura na minha cabeça eu não consegui me
concentrar o bastante para descobrir o que eu tinha cheirado com esse incrível cheiro
antes.
Quase não levou tempo para Afrodite passar por todo o circulo, dando a cada um,
um gole da taça. Eu a observei de perto, desejando poder ter mais quando ela voltou para
a mesa. Ela levantou a taça de novo.
"Grandiosa e mágica deusa da Noite e da lua cheia, ela que cavalga entre o trovão e
a tempestade, guiando o espírito e os Anciões, linda e incrível, que até os mais antigos
devem obedecer, nos conceda o que é pedido. Nos encha com seu poder e mágica e
força!"
Então ela botou a boca na taça, e eu observei com inveja, enquanto ela bebia até a
ultima gota. Quando ela terminou de beber, a musica começou de novo. Sincronizada com
isso ela voltou para o circulo, dançando e rindo enquanto apagava cada vela e dava adeus
para cada elemento. E de alguma forma, enquanto ela se movia ao redor do circulo,
minha visão ficou toda errada porque o corpo dela piscou e mudou e foi como se eu
estivesse olhando para Neferet de novo - só que ela era mais nova, uma versão crua da
Alta Sacerdotisa.
"Merry meet and merry part e merry meet de novo!" ela finalmente disse. Todos
respondemos enquanto eu pisquei para minha visão clarear e a imagem estranha da
Afrodite-como-Neferet desapareceu, assim como a queimação na minha Marca. Mas eu
ainda sentia o gosto do vinho na língua. Era tão estranho. Eu não gostava de álcool. Sério.
Eu não gosto do gosto. Mas tinha algo nesse vinho que era delicioso além... bem, alem do
melhor chocolate de mundo (eu sei, é difícil acreditar). E eu ainda não consegui descobrir
porque parecia tão familiar.
Então todos começaram a andar e a falar e o circulo se desfez. A iluminação
aumentou o que nos fez piscar devido a luz. Eu olhei para o outro lado do circulo,
tentando ver se Erik ainda estava me olhando, e um movimento na mesa chamou minha
atenção. A pessoa que estava encapuzada e parada durante o ritual estava finalmente se
mexendo. Ele meio que se moveu, estranhamente colocando a si numa posição melhor
para sentar. O capuz da capa preta caiu, e eu estava chocada por ver aquele cabelo
alaranjado e nada atraente e um rosto sardento e branco demais.
Era aquele irritante garoto Elliott! Muito, muito estranho ele estar aqui. Poderia ser
que as Filhas e Filhos Negros o quisessem? Eu olhei ao redor da sala de novo. Sim, como


eu suspeitava, não havia ninguém feio ou parecendo nerd. Todos, e eu digo todos, com
exceção de Elliott eram atraentes. Ele definitivamente não se encaixava.
Ele estava piscando e bocejando e parecia que ele tinha cheirado muito incenso. Ele
levantou a mão para limpar algo no nariz (provavelmente uma meleca que ele gostava de
olhar depois) e eu vi a branca e grossa bandagem que estava envolvendo o pulso dele. O
que...?
Um terrível sentimento se arrastou pela minha espinha. Enyo e Deino estavam
paradas não muito longe de mim, conversando animadamente com a garota chamada
Pemphredo. Eu fui até elas e esperei até haver uma brecha na conversa. Fingindo que
meu estomago não estava tentando se apertar até morrer, eu sorri e acenei na direção de
Elliott.
"O que aquele garoto está fazendo aqui?"
Enyo olhou para Elliott enquanto virava os olhos. "Ele não é nada. Só o refrigerador
que usamos hoje a noite."
"Que perdedor," Deino disse, liberando Elliott com uma cara feia. "Ele é praticamente
humano," Pempheredo disse enojada. "Não é de se admirar que tudo que ela seja bom é
ser um lanchinho."
Meu estomago parecia que ia virar do avesso. "Espera, eu não entendo.
Refrigerador? Lanchinho?"
Deino a Terrível virou seu arrogante olhar para mim. "É assim que chamamos os
humanos - refrigeradores e lanchinhos. Você sabe - café da manha, almoço, e jantar."
"Ou qualquer refeição entre isso," a alegre Enyo praticamente ronronou.
"Eu ainda não-" eu comecei, mas Deino me interrompeu.
"Oh, qualê! Não finja que você não soube dizer o que tinha no vinho, e que você não
amou o gosto."
"Sim, admita, Zoey. Era obvio. Você teria tomado tudo - você queria até mais do que
nós. Vimos você lambendo os dedos," Enyo disse, se inclinando e invadindo meu espaço
pessoal enquanto encarava minha Marca. "Isso deve fazer de você algum tipo de
aberração, não é? De algum jeito você é uma caloura e uma vampira, tudo em um, e você
queria mais do que só uma prova do sangue daquele garoto."
"Sangue?" eu não reconheci minha própria voz. A palavra "aberração" continuou
ecoando na minha cabeça.
"Sim, sangue," Terrível disse.
Eu senti calor e frio ao mesmo tempo e olhei para longe dos rostos conhecidos, para
os olhos de Afrodite. Ela estava parada do outro lado da sala falando com Erik. Nossos
olhos se encontraram e devagar, propositalmente, ela sorriu. Ela estava segurando a taça
de novo, e ela a levantou no mais imperceptível brinde para mim antes de tomar um gole
e virar de costas rindo de algo que Erik disse.
Me mantendo firme, eu dei uma desculpa idiota para a Pronta para Guerra, Terrível,
e Arfar, e andei calmamente para fora da sala. No segundo que eu fechei a porta de
madeira atrás de mim eu corri feito uma maluca cega. Eu não sabia onde estava indo, só
que eu queria ir embora.
Eu bebi sangue - sangue daquele horrível garoto Elliott - e eu gostei! E pior, o
delicioso cheiro tinha sido familiar porque eu tinha sentido ele antes quando as mãos de
Heath estavam sangrando. Não era uma colônia nova que eu tinha me sentido atraída;
tinha sido o sangue dele. E eu senti o cheiro de novo no corredor quando Afrodite tinha
cortado a coxa Erik e eu queria lamber o sangue dele também.
Eu era uma aberração.


Finalmente, eu não consegui respirar e cai na fria pedra da parede da protetora da
escola, procurando por ar e vomitando as tripas para fora.


DEZESSETE

Tremendo, eu limpei minha boca com as costas da minha mão e me afastei do
vomito (eu me recusei a sequer considerar o que eu vomitei e como deveria estar
parecendo) até que eu cheguei a um carvalho gigante que cresceu tão perto da parede
que metade dos galhos dele estavam do outro lado dele. Eu me inclinei contra a árvore,
me concentrando em não ficar enjoada de novo.
O que eu fiz? O que estava acontecendo comigo?
Então em algum lugar nos galhos do carvalho eu ouvi um miado. Ok, não era o
normal e comum miado de gato. Era mais como um irritado "me-eeh-uf-me-eef-uf-ronco."
Eu olhei para cima. Empoleirado no galho que estava batendo contra a parede estava
um pequeno gato laranja. Ela estava me olhando com enormes olhos e definitivamente
parecia decepcionada.
"Como você chegou aqui?"
"Me-uf," ela disse, espirrando, e caminhando pelo galho, claramente tentando se
aproximar de mim.
"Bem, vem aqui gatinho- gatinho- gatinho," eu persuadi.
"Me-eeh-of-ow," ela disse, chegando um pouco mais pra frente com suas pequenas
patinhas.
"Isso aí, vem aqui, garotinha. Mova suas pequenas patinhas pra cá." Sim, eu estava
substituindo eu surtando para me canalizar em salvar o gato, mas a verdade é que eu não
podia pensar sobre o que tinha acontecido. Agora não. Era muito cedo. Muito recente.
Então o gato era uma excelente distração. Além do mais, ela parecia familiar. "Vem aqui
garotinha, anda..." eu continuei a conversa com ela enquanto eu forçava o dedo no duro
tijolo da parede e dava um jeito de me erguer alto o bastante para agarrar a parte mais
baixa do galho em que o gato estava. Então eu fui capaz de usar o galho como um tipo de
corda para subir mais, o tempo todo falando com o gato, enquanto ela continuava a
reclamar para mim.
Finalmente eu cheguei até o alcance dela. Nos olhamos por um longo tempo, e eu
comecei a me perguntar se ela sabia sobre mim. Ela podia perceber que eu provei (e
gostei) sangue? Eu tinha bafo de vomito de sangue? Eu parecia diferente? Eu tinha
ganhado presas? (Ok, a ultima pergunta era ridícula. Vampiros adultos não tem presas,
mas ainda sim.)
Ela "me-eeh-uf-oewd" pra mim de novo, e se moveu um pouco para mais perto. Eu a
alcancei e acariciei o topo da cabeça dela e então as orelhas dela baixaram e ela fechou
os olhos, ronronando.
"Você parece uma leoazinha," eu disse a ela. "Vê como você é muito melhor quando
não está reclamando?" Então eu pisquei surpresa, quando percebi porque ela parecia tão
familiar. "Você estava no meu sonho." E um pouco de felicidade passou pela parede de
enjôo e medo dentro de mim. "Você é minha gata!"
A gata abriu os olhos, bocejou, e espirrou de novo, como se fosse para comentar
porque eu tinha levado tanto tempo para descobrir. Com um grunhido de esforço subi
para sentar na parte larga do topo da parede junto ao galho onde o gato estava. Com um
suspiro de gatinho, ela pulou delicadamente no galho, para o topo da parede, e andou
com suas pequenas patas brancas até mim para pular em meu colo. Não parecia ter nada
para mim fazer a não ser acariciar a cabeça dela um pouco mais. Ela fechou os olhos e
ronronou alto. Eu acariciei o gato e tentei parar o tumulto na minha mente. O ar cheirava
como se pudesse chover, mas a noite estava extraordinariamente quente para o fim de


outubro, e eu coloquei minha cabeça para trás, respirando profundamente e deixando a
luz da lua que aparecia entre as nuvens me acalmar.
Eu olhei para a gata. "Bem, Neferet disse que deveríamos sentar na luz da lua." Eu
olhei para o céu de novo. "Seria melhor se essas estúpidas nuvens fossem embora, mas
ainda sim..."
Eu mal falei as palavras quando um vento repentino passou por mim, de repente
mandando as nuvens embora.
"Bem, obrigado." Eu falei em voz alta para nada em particular. "Esse foi um vento
muito conveniente." A gata resmungou, me lembrando que eu tive a coragem de parar de
coçar as orelhas dela. "Eu acho que vou chamar você de Nala porque você é uma
leozinha." Eu disse a ela, voltando a coçá-la. "Você sabe, garotinha, estou tão feliz por ter
te encontrado hoje; eu realmente precisava que algo bom acontecesse para mim depois
da noite que eu tive. Você não iria acredita-"
Um estranho cheiro passou por mim. Era tão estranho que fez eu parar com o que eu
estava dizendo. O que era isso? Eu cheirei e enruguei o nariz. Era um cheiro seco e velho.
Como uma casa que está fechada por tempo demais, ou algum velho porão assustador.
Não era um cheiro bom, mas também não era nojento a ponto de me deixar enjoada. Era
só errado. Como se não pertencesse ali a noite aberta.
Então eu vi algo pelo canto dos olhos. Eu olhei para baixo da longa parede feita de
tijolos. Parada ali, meio virada para mim como se não tivesse certeza em que lugar ela
queria ir, estava uma garota. A luz do luar, e meus sentidos melhorados para ver no
escuro, me permitiram ver ela embora não houvesse nenhuma luz perto da parede. Eu me
senti ficar tensa. Havia uma daquelas odiosas Filhas da Noite me seguido? De jeito
nenhum eu me sentia a vontade para lidar com mais da merda delas hoje a noite.
Eu devo ter feito o frustrado gemido que estava na minha mente, porque a garota
olhou para cima onde eu estava sentada no topo da parede.
Eu arfei chocada e senti o medo passar por mim.
Era Elizabeth! A Elizabeth Sem Sobrenome que deveria estar morta. Quando ela me
viu, os olhos dela, que eram de um estranho vermelho brilhante, se alargaram e ela fez
um estranho som antes de desaparecer com uma velocidade nada humana pela noite.
No mesmo instante, Nala arqueou as contas e assoviou com tanta ferocidade que o
pequeno corpo dela tremeu.
"Está tudo bem! Está tudo bem!" eu disse de novo e de novo, tentando acalmar a
gata e eu. Nós duas estávamos tremendo e Nala ainda estava ronronando baixo com a
garganta. "Não poderia ser um fantasmas. Não poderia ser. Era só... só... uma estranha
garota. Eu provavelmente a assustei e ela-"
"Zoey! Zoey! É você?"
Eu dei um pulo e quase cai da parede. Foi demais para Nala. Ela deu outro tremendo
assovio e pulou do meu colo para o chão. Completa e absolutamente apavorada, eu
agarrei o galho para me segurar e dar uma olhada na noite.
"Quem-quem é?" Eu chamei pela alta batida do meu coração. E então eu estava cega
pela luz de duas lanternas apontadas para mim.
"É claro que é ela! Como se eu não pudesse reconhecer a voz da minha melhor
amiga? Droga, ela não foi embora a tanto tempo!"
"Kayla?" eu disse, tentando proteger meus olhos do brilho das lanternas com a mão,
que estava tremendo feito louca.
"Bem, eu disse a você que iríamos encontrar ela," a voz de um cara disse. "Você
sempre quer desistir cedo demais."


"Heath?" Talvez eu estivesse sonhando.
"Sim! Whoo-hoo! Te encontramos, baby!" Heath gritou, e mesmo com o horrível
brilho eu podia ver ele se atirando na parede e então começando a subir como um alto,
loiro jogador de futebol macaco.
Inacreditavelmente aliviada por ser ele e não o bicho papão, eu falei para ele,
"Heath! Tenha cuidado. Se você cair você vai quebrar algo." Bem, a não ser que ele caísse
de cabeça - daí ele provavelmente ficaria bem.
"Eu não!" ele disse, se puxando para cima para que ficasse sentado ao meu lado,
sentado na parede. "Hey, Zoey, olha só - olha para mim; eu sou o rei do mundo!" Ele
gritou, jogando os braços, rindo como um bobo, e jogando o cheiro de álcool em mim.
Não era de se admirar que eu me recusei a sair com ele.
"Ok, não a necessidade de para sempre gozar da minha cara pela minha infeliz ex-
queda pelo Leonardo!" eu olhei para ele, me sentindo mais como eu mesma em horas.
"Na verdade, é como a minha ex-queda por você. Só que essa não durou tanto, e você
não fez um bando de filmes piegas, mas legais."
"Hey, você ainda não está irritada com Dustin e Drew está? Esqueça eles! Eles são
retardados." Heath disse, me dando o seu olhar de cachorrinho perdido, que costumava
ser bem fofo quando ele estava na oitava série. Pena que a fofura terminou de funcionar
para ele dois anos atrás. "E, de qualquer forma, viemos até aqui para te salvar."
"O que?" eu balancei a cabeça e ri para ele. "Espera. Desligue essa lanterna. Elas
estão matando meus olhos."
"Se eu desligar não vamos conseguir nos ver," Heath disse.
"Ótimo. Então vire ela para o outro lado. Uh, aponte ela para lá ou algo assim," Eu fiz
um gesto para longe da escola (e de mim). Heath virou a luz que ele estava apontado que
estava apontado pela noite, e Kayla também. Eu fui capaz de soltar minha mão, eu fiquei
feliz por ver que ela parou de tremer, e parei de olhar para os lados. Os olhos de Heath se
alargaram quando ele viu minha Marca.
"Olha só! Está colorida agora! Wow! É como... como... na TV ou algo assim."
Bem, era bom ver que algumas coisas nunca mudam. Heath ainda era o Heath -fofo,
mas não o cara mais brilhante.
"Hey! E quanto a mim? Eu estou aqui também sabe!" Kayla disse. "Alguém me ajude
a chegar até aí, mas tenham cuidado. Deixe eu colocar minha bolsa no chão. Oh, e é
melhor eu tirar esses sapatos. Zoey, você não iria acreditar na promoção que você perdeu
ontem na Bakers. Todos os sapatos de verão deles totalmente em liquidação. Eu quero
dizer, seriamente em liquidação. 70% de desconto. Eu peguei 5 pares para..."
"Ajude ela a subir," eu disse a Heath. "Agora. É o único jeito dela parar de falar."
Sim. Algumas coisas não mudam.
Heath se mexeu até ficar de barriga, e então se inclinou para baixo para oferecer
uma mão para Kayla. Rindo, ela a agarrou e deixou ela a puxar para cima, para o topo da
parede conosco. E foi enquanto ela estava rindo e ele estava erguendo ela que eu vi - o
inconfundível jeito que Kayla ria e olhava e ficava corada com Heath. Eu conhecia tão bem
quanto sabia que nunca seria uma matemática. Kayla gostava de Heath. Ok, não gostava.
Ela gostava de Heath.
De repente o comentário culpado sobre me trair na festa que eu perdi fez perfeito
sentido.
"Então como vai Jared?" eu perguntei bruscamente, parando as risadinhas de K.
"Ok, eu acho," ela disse sem me olhar nos olhos.
"Você acha?"


Ela mexeu os ombros e eu vi que por baixo da jaqueta de couro muito fofa dela eu vi
que ela estava usando a camiseta sem mangas e com rendas que costumávamos chamar
de Camiseta Boob, porque não só mostrava muito a clavícula, mas também era cor de
pele, então parecia que eu estava mostrando mais do que realmente estava.
"Eu não sei. Não conversamos muito nos últimos dias."
Ela ainda não olhava para mim, mas ela olhou para Heath, que parecia sem noção -
mas esse era realmente o único olhar dele. Então minha melhor amiga estava dando em
cima do meu namorado. Agora isso me irritava, e de repente eu desejei que não fosse
uma noite tão agradável e quentinha. Eu queria que estivesse frio e Kayla congelasse seu
super desenvolvidos peitos.
Do norte o vento nos envolveu de repente, viciosamente, trazendo o maior frio.
Tentando não parecer obvia, Kayla puxou a jaqueta mais para perto e riu de novo,
dessa vez de nervosa ao invés de flertando, e eu senti o cheiro de cerveja e algo mais.
Algo que tão recentemente está impresso nos meus sentidos que eu estava surpresa por
não o sentir imediatamente.
"Kayla você andou bebendo e fumando?"
Ela tremeu e piscou para mim como um coelho bem devagar. "Só um pouco. De
cerveja, eu quero dizer. E, bem, um, Heath fumou um baseado pequeno e eu estava
muito, muito assustada para vir aqui, então eu experimentei um pouco."
"Ela precisava de um incentivo," Heath disse, mas ele nunca foi bom com palavras
maiores que duas silabas, então pareceu in-centi-vum.
"Desde quando você começou a fumar maconha?" eu perguntei a Heath.
Ele riu. "Não tem nada demais, Zo. Eu só fumo um baseado de vez enquando. São
mais seguros que cigarros."
Eu realmente odiava quando ele me chamava de Zo.
"Heath," eu tentei soar paciente. "Eles não são mais seguros que cigarros, e mesmo
que sejam isso não diz muito. Cigarros são nojentos e eles matam você. E, seriamente, os
maiores perdedores da escola fumam maconha. Fora o fato que você realmente não pode
se dar ao luxo de perder mais células cerebrais." Eu quase adicionei "ou esperma," mas eu
não queria entrar nesse caminho. Heath definitivamente iria ter a idéia errado se eu
fizesse um comentário referente as partes masculinas dele.
"Nu uh," Kayla disse.
"O que Kayla?"
Ela ainda estava agarrada na jaqueta se protegendo do frio. Os olhos dela mudaram
de coelho devagar demais, para gato puxado pela causa. Eu reconheci a mudança. Ela
fazia isso constantemente com pessoas que ela não considerava parte do seu grupo de
amigos. Costumava me deixar louca e eu iria gritar com ela e dizer que ela não deveria
ser tão má. Agora ela estava fazendo essa merda comigo?
"Eu disse nu uh porque não são só perdedores que fumam - pelo menos não só de
vez enquando. Você conhece aqueles jogadores gostosos que jogam para a Union, Chris
Ford e Brad Higeons? Eu os vi na festa da Katie noite passada. Eles fumam."
"Hey, eles não são tão gostosos," Heath disse.
Kayla o ignorou e continuou falando. "E Morgan fuma às vezes."
"Morgan, a Morgi de Metal?" Sim, eu estava irritada com K, mas fofoca é fofoca.
"Sim. Ela também acabou de fazer um piercing na língua e no" - K parou e falou
baixo "clit." "Você pode imaginar o quanto deve ter doido?"
"O que? Onde ela fez o piercing?" Heath disse.


"Nada," K e eu falamos juntas, por um segundo soando como a melhor amiga
costumava ser.
"Kayla, você está mudando de assunto. De novo. Os jogadores do Union sempre
foram afim de drogas. Olá! Por favor lembre que eles usam esteróides, que é motivo para
ter levado 16 anos para a gente derrotar eles."
"Vai, Tigres! Yeah, chutamos a bunda do Union!" Heath disse. Eu virei meus olhos.
"E Morgan claramente começou a perder a cabeça, que é por isso que ela colocou
um piercing no..." eu olhei para Heath e reconsiderei. "Corpo dela e está fumando. Me
diga alguém normal que está fumando." K pensou por um segundo. "Eu!"
Eu suspirei. "Olha, eu só acho que isso não é muito inteligente."
"Bem, você nem sempre sabe tudo." O olhar odioso voltou no rosto dela.
Eu olhei dela para Heath, e então de volta para ela. "Claramente, você está certa. Eu
não sei tudo."
O olhar maldoso dela virou assustado e depois mudou para maldoso de novo, e de
repente não pude me impedir de comparar ela com Stevie Rae, que, apesar deu conhecer
a apenas alguns dias, eu tinha absoluta, e completa certeza que ela não iria atrás do meu
namorado, sendo ele meu quase ex ou não. Eu também não achava que ela iria fugir de
mim e me tratar como se eu fosse um monstro quando eu mais precisava dela.
"Eu acho que você deveria ir embora," eu disse para Kayla.
"Ótimo," ela disse.
"Provavelmente não é uma boa idéia você voltar, também."
Ela deu empurrou sua jaqueta para que ela abrisse e eu podia ver o fino tecido da
camiseta dela deslizar do ombro dela, deixando claro que ela não estava usando sutiã.
"Tanto faz," ela disse.
"Ajude ela a descer, Heath."
Heath normalmente era muito bom em seguir instruções simples, então ele desceu
Kayla. Ela agarrou a lanterna e olhou para nós.
"Anda, Heath. Estou ficando com frio." Então ela virou e começou a andar em
direção a rua.
"Bem..." Heath disse um pouco constrangido. "Ficou frio de repente."
"Yeah, pode parar agora," eu disse distraída, e não prestei muito atenção quando o
vento parou de repente.
"Hey, uh, Zo. Eu realmente vim aqui salvar você."
"Não."
"Huh?" Heath disse.
"Heath, olhe para minha testa."
"Sim, você tem esse negocio de lua crescente. E está colorido, o que é estranho
porque não estava colorido antes."
"Bem, agora está. Ok, Heath, se concentre. Eu fui Marcada. Isso significa que meu
corpo está passando pela Mudança de se tornar uma vampira."
Os olhos de Heath foram para Marca e viajaram pelo meu corpo. Eu vi que ele
hesitou nos meus seios e então nas minhas pernas, o que me fez perceber que ela estava
descoberta até quase a minha virilha porque minha saia tinha subido quando eu subi no
topo da parede.
"Zo, o que quer que aconteça com seu corpo está bem para mim. Você é seriamente
gostosa. Você sempre foi linda, mas agora você parece uma deusa." Ele sorriu para mim e
tocou minha bochecha gentilmente, me lembrando do porque eu gostei tanto dele por um


longo tempo. Apesar das falhas, Heath podia ser muito doce, e ele sempre me fazia sentir
completamente linda.
"Heath," eu disse suavemente. "Eu sinto muito, mas as coisas mudaram."
"Não comigo." Me pegando completamente de surpresa ele se inclinou para frente,
deslizando a mão por cima do meu joelho e me beijou.
Eu me afastei e agarrei o pulso dele. "Pare Heath! Estou tentado falar com você."
"Que tal você falar e eu beijar?" ele sussurrou.
Eu comecei a dizer não de novo.
E então eu senti.
O pulso dele debaixo dos meus dedos.
Estava batendo com força e rapidamente. Eu juro que eu podia ouvir ele também. E
quando ele se inclinou para me beijar de novo eu pude ver a veia que passava pelo
pescoço dele. Se movia, batendo forte enquanto o sangue era bombeado pelo seu corpo.
Sangue... os lábios dele tocaram o meu e eu lembrei do gosto do sangue na taça. O
sangue estava frio e misturado com vinho, e era de um garoto fraco e perdedor. O sangue
de Heath poderia ser quente e rico... doce... mais doce que o de Elliott o refrigerador...
"Ow! Droga, Zoey. Você me arranhou!" Ele tirou o pulso da minha mão. "Merda, Zo,
você me fez sangrar. Se você não queria que eu beijasse você, você só tinha que dizer."
Ele levou o seu pulso sangrento para a boca e sugou a gota de sangue que estava
ali. Então ele levantou os olhos para os meus, e congelou. Ele tinha sangue nos lábios. Eu
podia sentir o cheiro - era como o vinho, mas melhor, muito melhor. O cheiro me
envolveu e fez o cabelo dos meu braços se arrepiar.
Eu queria provar. Eu queria provar mais do que qualquer coisa na minha vida.
"Eu quero..." eu me ouvi sussurrar numa voz que eu não conhecia. "Sim...," Heath
me respondeu como se estivesse em transe. "Sim... o que você quiser. Eu vou fazer o que
você quiser."
Dessa vez eu me inclinei até ele e toquei minha língua nos lábios dele, tomando a
gota de sangue na minha boca onde explodiu - calor, sensação, e uma onda de prazer
que eu nunca senti.
"Mais," eu disse.
Como se ele tivesse perdido a capacidade de falar e só pudesse acenar, Heath
levantou seu pulso para mim. Mal estava sangrando, e quando eu lambi a pequena linha
escarlate Heath gemeu. O toque da minha língua pareceu fazer algo com o arranhão,
porque instantaneamente começou a derramar sangue, cada vez mais rápido... Minhas
mãos estavam tremendo quando levei o pulso dele para minha boca e pressionei meus
lábios contra a pele quente. Eu tremi e gemi em prazer e-
"Oh meu Deus! O que você está fazendo com ele!" A voz de Kayla foi um grito que
perfurou a nevoa escarlate no meu cérebro. Eu soltei o pulso de Heath como se tivesse
me queimado.
"Se afaste dele!" Kayla estava tremendo. "Deixe ele em paz!" Heath não se moveu.
"Vá," eu disse a ele. "Vá e não volte."
"Não," ele disse, parecendo e soando estranhamente sóbrio.
"Sim, saia daqui."
"Deixe ele ir!" Kayla gritou.
"Kayla, se você não calar a boca eu vou descer aí e chupar até a ultima gota do seu
estúpido corpo de vaca traidora!" Eu falei para ela.
Ela gritou e saiu correndo. Eu me virei para Heath, que ainda estava me olhando.
"Eu não tenho medo de você, Zo."


"Heath, eu tenho medo o suficiente para nós dois."
"Mas eu não me importo com o que você fez. Eu amo você, Zoey. Mas agora do que
nunca."
"Pare!" Eu não queria gritar, mas eu fiz com que ele se encolhesse com o poder que
encheu minhas palavras. Eu engoli com força e acalmei mina força. "Apenas vá. Por favor.
Então, procurando um jeito de fazer ele ir embora eu acrescentei, "Kayla provavelmente
vai chamar a policia agora. Nenhum de nós precisa disso."
"Ok, eu vou. Mas não vou ficar longe." Ele me beijou rapidamente e com força. Eu
senti uma facada de prazer quando senti o gosto de sangue que ainda estava na boca
dele. Então ele desceu pela parede e desapareceu até que tudo que eu pude ver na
escuridão foi o pequeno ponto de luz vindo da lanterna dele, e então, finalmente, nem
isso.
Eu não me permiti pensar. Não ainda. Me movendo metodicamente, como um robô,
eu usei o galho para me segurar e descer. Meus joelhos estavam tremendo tanto que eu
fui capaz de dar apenas alguns passos e afundei no chão, pressionando minhas costas na
antiga casca da árvore. Nala se materializou, pulando em meu colo como se fosse minha
gata a anos ao invés de minutos, e quando meu choro começou ela pulou do meu colo
para o meu peito e pressionou seu rosto quente contra minhas bochechas.
Depois do que pareceu um longo tempo meu choro se tornou um soluço e eu desejei
não ter saído da sala de recreação sem minha bolsa. Eu poderia realmente usar um lenço.
"Hey, parece que você precisa disso."
Nala reclamou e pulei surpresa com a voz, e eu pisquei através das lagrimas para ver
alguém me entregando um lenço. "O-obrigado," eu disse, pegando o lenço e assoando o
nariz.
"Sem problemas," Erik Night disse.


DEZOITO

"Você está bem?"
"Sim, estou bem. Totalmente. Bem." Eu menti.
"Você não parece bem," Erik disse. "Se importa se eu sentar?"
"Não, vá enfrente," eu disse com indiferença. Eu sabia que eu meu nariz estava
vermelho. Meu nariz definitivamente estava escorrendo quando ele chegou, e eu tinha a
suspeita que ele viu pelo menos parte do pesadelo que ocorreu entre Heath e eu. A noite
estava ficando cada vez pior. Eu olhei para ele e decidi, que diabos, eu posso muito bem
continuar com a tendência. "Caso você não tenha percebido, fui eu que viu a pequena
cena entre você e Afrodite no corredor ontem."
Ele nem hesitou. "Eu sei, eu queria que você não tivesse. Eu não quero que você
tenha a idéia errada sobre mim."
"E que idéia seria essa?"
"Que tem mais acontecendo Afrodite e eu do que realmente está."
"Não é da minha conta," eu disse.
Ele deu nos ombros. "Eu só quero que você saiba que eu e ela não estávamos mais
saindo."
Eu quase disse que parecia que Afrodite não sabia disse, mas então eu pensei sobre
o que aconteceu entre Heath e eu, e com um senso de surpresa eu percebi que talvez eu
tenha julgado Erik muito duramente.
"Ok. Vocês não estão saindo," eu disse.
Ele sentou quieto do meu lado por um tempo, e quando ele falou de novo eu achei
que ele soava quase com raiva. "Afrodite não te falou sobre o sangue no vinho."
Ele disse como uma pergunta, mas mesmo assim eu respondi. "Não."
Ele balançou a cabeça e eu vi ele cerrar os dentes. "Ela me disse que ela iria. Ela
disse que te avisou quando você estava trocando suas roupas para que caso você não
estivesse concordando com isso, você não tomasse da taça."
"Ela mentiu."
"Não é uma surpresa muito grande," ele disse.
"Você acha?" eu podia sentir minha própria raiva crescendo dentro de mim. "Essa
coisa toda foi errada. Eu fui pressionada a ir para o ritual das Filhas Negras onde fui
enganada para beber sangue. Então me encontrei com meu quase ex-namorado que só
acontece de ser 100% humano, e ninguém se incomodou de me explicar que o menor
espectro do sangue dele iria me transformas em... em... um monstro." Eu mordi meus
lábios e me segurei na minha raiva para não começar a chorar de novo. Eu também decidi
que não diria nada sobre ter achado que vi o fantasma de Elizabeth - isso era muito
estranho para admitir em uma noite só.
"Ninguém te explicou porque é algo que não deveria começar a afetar você até você
ser um sestanista," ele disse baixinho.
"Huh?" eu voltei a ser incrivelmente articulada.
"Desejar por sangue normalmente não acontece até você ser uma sestanista e ter
quase completado a Mudança. De vez enquando você ouve falar de um quintanista que
tem que lidar com isso mais cedo, mas isso não acontece muito freqüentemente."
"Espera - o que você está dizendo?" Parecia que abelhas estavam zunindo ao redor
da minha mente.


"Você começa a ter aulas sobre desejar sangue e outras coisas que vampiros
maduros tem que lidar durante seu quinto semestre, no seu ultimo ano, é o que a escola
se foca principalmente - nisso e no que você decidir se formar."
"Mas eu sou uma terceiranista - e por pouco quero dizer, eu fui Marcada a dois
dias."
"Sua Marca é diferente; você é diferente," ele disse.
"Eu não quero ser diferente!" Eu percebi que eu estava gritando e controlei minha
voz. "Eu só quero descobrir como passar por isso como todo mundo."
"Tarde demais, Z," ele disse.
"E agora?"
"Eu acho melhor você falar com sua mentora. É Neferet, não?"
"Sim," eu disse miseravelmente.
"Hey, anime-se. Neferet é ótima. Ela mal pega um calouro para ser mentora mais,
então ela deve realmente acreditar em você."
"Eu sei, eu sei. É só que isso me faz sentir..."
Como eu me sentia sobre falar com Neferet sobre o que aconteceu hoje a noite?
Embaraçada. Como se eu tivesse 12 anos de idade de novo e tive que dizer a meu
professor de Ed. Física que eu tinha começado a menstruar e tinha que ir para o meu
armário mudar meu shorts. Eu olhava de lado para Erik. Ali ele estava sentado, lindo e
atraente e perfeito. Diabos. Eu não podia dizer isso a ele. Então ao invés disso eu falei,
"Idiota. Me faz sentir idiota." O que não era exatamente uma mentira, mas me fazia sentir
na maioria, além de embaraçada e idiota, era assustada. Eu não queria que isso fizesse
que fosse impossível eu me encaixar.
"Não se sinta idiota. Na verdade você está bem na nossa frente."
"Então...," eu hesitei, então respirei fundo e continuei, "você gostou do gosto do
sangue na taça hoje a noite?"
"Bem, aqui é o negocio com isso: Meu primeiro Ritual de Lua Cheia com as Filhas
Negras foi quando eu estava no fim de ser terceiranista. Com exceção do "refrigerador"
naquela noite, eu era o único terceiranista lá - como você hoje a noite." Ele deu uma
pequena e humorada risada. "Elas só me convidaram porque eu cheguei a final da
competição de Solilóquio de Shakespeare e iria voar para Londres no dia seguinte." Ele
olhou para mim e parecia envergonhado." Ninguém da House of Night chegou na final em
Londres. Era um negocio grande." Ele balançou a cabeça gozando de si mesmo. "Na
verdade, eu achei que eu fosse um negocio grande. Então as Filhas Negras me
convidaram a me juntar a elas, e eu me juntei. Eu sabia sobre o sangue. Me deram a
oportunidade de recusar. Eu não recusei."
"Mas você gostou?"
Dessa vez ele riu de verdade. "Eu tive ânsia e vomitei as tripas pra fora. Foi a coisa
mais nojenta que eu já experimentei."
Eu gemi. Minha cabeça caiu pra frente e eu pus meu rosto nas mãos. "Você não está
me ajudando."
"Porque você achou que era bom?"
"Melhor que bom," eu disse, meu rosto ainda nas mãos. "Você disse que foi a coisa
mais nojenta que você já provou? Eu achei que foi a mais deliciosa. Bem, a mais deliciosa
até -" eu parei, percebendo o que estava pra dizer.
"Até você provar sangue fresco?" ele perguntou gentilmente.
Eu balancei a cabeça, com medo de falar.


Ele puxou minhas mãos, o que fez meu rosto corar. Então ele pôs os dedos debaixo
do meu queixo e me forçou a olhar direto para ele. "Não fique embaraçada ou com
vergonha. É normal."
"Amar o gosto de sangue não é normal. Não para mim."
"Sim, é. Todos os vampiros tem que lidar com a ânsia por sangue," ele disse.
"Eu não sou uma vampira!"
"Talvez você não seja - ainda. Mas você com certeza não é uma caloura normal, e
não tem nada errado com isso. Você é especial, Zoey, e especial pode ser incrível."
Devagar, ele tirou os dedos do meu queixo e, como ele tinha feito mais cedo,
tracejou a forma de um pentagrama suavemente por cima da minha Marca. Eu gostei do
jeito que os dedos dele pareciam quando ele tocou na minha pele - quente e um pouco
rústico. Eu também gostei de que ter ele perto de mim não começava todas aquelas
estranhas reações que aconteciam quando eu estava perto de Heath. Eu quero dizer, eu
não podia ouvir o sangue de Erik pulsando no seu pulso e no pescoço. Não que eu me
importasse se ele me beijasse...
Diabos! Eu estava me tornando uma vampira vadia? O que vinha a seguir? Poderiam
os machos de qualquer espécie (o que pode incluir Damien) estar seguros ao meu redor?
Talvez eu devesse evitar todos os caras até eu descobrir o que estava acontecendo
comigo e saber como me controlar.
Então lembrei que eu tentei evitar todos, e esse era o motivo deu ter acabado aqui
pra começo de conversa.
"O que você está fazendo aqui, Erik?"
"Eu segui você," ele disse simplesmente.
"Por quê?"
"Eu entendi o que Afrodite tinha aprontado e achei que você precisaria de um amigo.
Você é colega de Stevie Rae, certo?"
Eu acenei.
"Sim, eu pensei em encontrar ela e mandar ela aqui pra você, mas eu não sabia se
você iria querer que ela soubesse sobre..." Ele pausou e fez um vago gesto em direção a
sala de recreação.
"Não! Eu - eu não quero que ela saiba." Eu tropecei nas palavras, e as disse rápido.
"Foi o que eu pensei. Então, é por isso que você está presa aqui comigo." Ele sorriu e
então pareceu meio desconfortável. "Eu realmente não queria ouvir a conversa entre você
e Heath. Sinto muito sobre isso."
Eu me foquei em acariciar Nala. Então, ele viu Heath me beijar, e viu o negocio do
sangue. Deus, que embaraçoso... Então uma idéia passou por mim e eu olhei para ele,
sorrindo ironicamente. "Acho que isso nos deixa quite. Eu também não queria ouvir você e
Afrodite."
Ele sorriu para mim. "Estamos quites. Eu gosto disso."
O sorriso dele fez meu estomago fazer coisas engraçadas. "Eu realmente não teria
voado para baixo e sugado o sangue de Kayla," eu consegui dizer.
Ele riu. (Ele tinha uma ótima risada.) "Eu sei disso. Vampiros não podem voar."
"Mas eu assustei ela," eu disse.
"Pelo que eu vi, ela mereceu." Ele esperou um pouco e depois disse, "Posso te
perguntar algo? É meio pessoal."
"Hey, você me viu beber sangue de uma taça e gostar, vomitar, beijar um cara,
lamber o sangue dele como se fosse um cachorro, e então chorar. E eu vi você recusar
um boquete. Eu acho que eu dou um jeito de responder uma pergunta meio pessoal."


"Ele realmente estava em transe? Ele parecia e soava como se estivesse."
Eu me contorci desconfortavelmente e Nala reclamou para mim até eu voltar a
acariciar ela.
"Pareceu que ele estava," eu finalmente consegui dizer. "Eu não sei se era transe ou
não - e eu totalmente não queria colocar ele sob o meu poder ou nada estranho desse
jeito - mas ele mudou. Eu não sei. Ele estava bebendo e fumando. Ele podia só estar
alto." Eu ouvi a voz de Heath de novo, reaparecendo na minha memória como uma
nevoa: Sim... o que você quiser... eu faço o que você quiser. E eu vi o olhar intenso que
ele me deu. Diabos, eu nem sabia que Heath o Atleta era capaz de tamanha intensidade
(pelo menos fora do campo de futebol). Eu tinha certeza que ele não conseguia soletrar a
palavra (intensidade, não futebol).
"Ele estava assim o tempo todo, ou apenas depois... um... você começou a-"
"Não o tempo todo. Por quê?"
"Bem, isso exclui as duas coisas que poderiam fazer ele agir estranho. Uma - se ele
estivesse alto ele estaria assim o tempo todo. Dois - ele podia estar agindo assim porque
você é bem bonita, e só isso faz um cara parecer que está em transe ao redor de você."
As palavras dele fizeram algo flutuar no meu estomago de novo - algo que nenhum
cara me fez sentir antes. Não que Heath o Jogador, ou Jordon o Preguiçoso, ou Jonathan
o Idiota Garoto de uma Banda (meu histórico de namorados não é longo, mas é colorido).
"Verdade?" eu disse como uma retardada.
"Verdade." Ele sorriu muito tranquilamente.
Como esse cara podia gostar de mim? Eu sou uma sugadora de sangue nerd.
"Mas não é isso, porque ele deve ter notado o quão quente você parecia antes de
você beijar ela, e o que você está dizendo é que ele não parecia em transe até o sangue
entrar na jogada."
(Entrar - hee hee - ele realmente disse entrar.) Eu estava muito ocupada rindo
idiotamente do complexo vocabulário dele para pensar em responder a ele. "Na verdade,
começou quando eu ouvi o sangue dele."
"Hã?"
Ah, merda. Eu não queria dizer isso. Eu limpei minha garganta. "Heath começou a
mudar quando eu ouvi o sangue bombear pelas veias delas."
"Apenas vampiros adultos podem ouvir isso." Ela parou e então, com um rápido
sorriso adicionou, "E Heath soa como o nome de uma estrela gay de uma opera."
"Perto. Ele é a estrela do time de futebol."
Erik acenou e parecia divertido.
"Uh, alias, eu gostei para o que você mudou o seu nome. Night é um sobrenome
muito legal," eu disse, tentando manter minha parte da conversa e dizer algo levemente
insignificante.
Ele sorriu abertamente. "Eu não mudei. Erik Night foi o nome em que eu nasci."
"Oh, bem. Eu gosto." Porque alguém simplesmente não atira em mim?
"Obrigado."
Ele olhou para o relógio e eu pude ver que era quase 6:30 - da manhã, o que
parecia estranho.
"Vai amanhecer logo," ele disse.
Supondo que essa era a deixa para nós seguirmos nossos caminhos separados, eu
comecei a me ajeitar e a segurar Nala melhor para poder levantar, e senti a mão de Erik
por baixo do meu cotovelo, me segurando. Ele me ajudou a levantar e então só ficou
parado ali, tão perto que o rabo de Nala estava passando contra o suéter preto dele.


"Eu te perguntaria se você quer algo para comer, mas o único lugar servindo comida
agora é a sala de recreação, e eu não acho que você quer voltar lá."
"Não, definitivamente não. Mas não estou com fome de qualquer jeito."
O que, eu percebi assim que eu disse, que era uma enorme mentira. Ao mencionar
comida eu percebi que estava com fome.
"Bem, você se importa que eu te leve para o teu dormitório?" ele perguntou.
"Não," eu disse, tentando parecer não falante.
Stevie Rae, Damien, e as Gêmeas iriam totalmente morrer se me vissem com Erik.
Não dissemos nada enquanto começamos a andar, mas não foi um estranho e
desconfortável silencio. Na verdade, foi bom. De vez em quando nossos braços se
tocavam e pensei sobre o quão alto e fofo ele era e o quão eu gostaria que ele segurasse
minha mão.
"Oh," ele disse depois de um tempo, "eu não terminei de responder sua pergunta
antes. Da primeira vez que eu senti o gosto de sangue no ritual das Filhas Negras eu
odiei, mas ficou melhor a cada vez. Eu não posso dizer que acho que é delicioso, mas
ficou melhor. E eu definitivamente gosto do jeito que me faz sentir."
Eu olhei afiadamente para ele. "Tonto e meio e fraco nos joelhos? Como se estivesse
bêbado, mas não estando."
"Sim. Hey, você sabia que é impossível para um vampiro ficar bêbado?" Eu balancei a
cabeça. "É algo sobre a Mudança que acontece no seu metabolismo. É difícil até para
calouros ficarem bêbados."
"Então beber sangue é o jeito que vampiros ficam bêbados?"
Ele deu nos ombros. "Eu suponho que sim. De qualquer forma, beber sangue
humano é proibido para os calouros."
"Então porque ninguém informou aos professores o que Afrodite pretende?"
"Ela não bebe sangue humano."
"Uh, Erik, eu estava lá. Havia definitivamente sangue no vinho e veio daquele garoto
Elliottt." Eu tremi. "E que escolha nojenta."
"Mas ele não é humano," Erik disse.
"Espera - é proibido beber sangue humano," eu disse devagar. (Oh, diabos! Foi o
que eu acabei de fazer.) "Mas não tem problema beber o sangue de outro calouro?"
"Só se for consensual."
"Isso não faz sentido."
"Claro que faz. É normal para nossa ânsia por sangue se desenvolver enquanto
nossos corpos Mudam, então precisamos de uma saída. Calouros curam rapidamente,
então não há perigo de alguém se machucar. E não tem efeitos colaterais, como quando
um vampiro se alimenta de um humano vivo."
O que ele estava dizendo estava batendo na minha cabeça como aquela musica
irritante e muito alta que toca na Wet Seal* (* uma loja), e eu falei a primeira coisa que
eu pude pensar.
"Humano vivo?" eu disse. "Me diga que você não quer dizer versos se alimentar de
um cadáver." Eu estava me sentindo um pouco nauseada de novo.
Ele riu. "Não, significa versos beber sangue colhido dos vampiros doadores de
sangue."
"Nunca ouvi falar."
"A maioria dos humanos não ouviu. Você vai aprender sobre isso até ser uma
quintanista."


Então mais do que ele disse passou pela confusão na minha mente. "O que você quis
dizer sobre efeitos colaterais?"
"Acabamos de aprender em Sociologia Vampira 321. Parece que quando um vampiro
adulto se alimenta de um humano vivo, pode se formar um laço muito forte. Nem sempre
acontece por parte do vampiro, mas o humano se liga muito facilmente. É perigoso para
um humano. Eu quero dizer, pense sobre isso. A perda de sangue não é uma coisa boa.
Então acrescente o fato que vivemos décadas a mais que os humanos, às vezes séculos.
Veja do ponto de vista de um humano; seria uma droga estar totalmente apaixonado por
alguém que parece nunca envelhecer enquanto você fica velho e enrugado e então
morre."
De novo eu pensei sobre o deslumbrado, mas intenso jeito que Heath olhou para
mim, e eu sabia que, não importava o quão difícil fosse, eu tinha que contar tudo a
Neferet.
"Sim, isso seria uma droga," eu disse fracamente.
"Aqui estamos nós."
Eu fiquei surpresa por ver quando ele parou no dormitório das garotas. Eu olhei para
ele.
"Bem, obrigado por me seguir - eu acho," eu disse, com um sorriso seco.
"Hey, qualquer hora que você quiser que alguém se intrometa sem ser convidado, eu
sou o cara para você."
"Vou manter isso em mente," eu disse. "Obrigado." Eu pus Nala no colo e comecei a
abrir a porta.
"Hey, Z," ele chamou.
Eu virei.
"Não devolva o vestido a Afrodite. Por ela ter incluído você no circulo hoje a noite ela
formalmente ofereceu a você uma posição nas Filhas Negras, e é uma tradição que a Alta
Sacerdotisa em treinamento de um presente ao novo membro na primeira noite dele. Eu
não imagino que você queira se juntar, mas você ainda tem o direito de ficar com o
vestido. Especialmente porque você fica muito melhor nele do que ela." Ele se inclinou e
pegou minha mão (a que não estava segurando minha gata), e a virou para que meu
pulso estivesse para cima. Então ele pegou seu dedo e o passou pela veia que estava mais
visível, fazendo meu pulso pular feito louco.
"E você também deveria saber que eu sou o cara pra você se você decidir tomar
mais um pouco de sangue. Mantenha isso em mente também."
Erik se curvou e, ainda me olhando nos olhos, ele levemente mordeu o ponto onde
havia pulso no meu pulso antes de beijar o lugar suavemente. Dessa vez os sentimento de
flutuar no meu estomago foi mais intenso. Os lábios dele ainda estavam em meu pulso e
ele encontrou meus olhos e eu senti um calafrio de desejo passar pelo meu corpo. Eu
sabia que ele podia me sentir tremer. Ele deixou a língua dele passar pelo meu pulso, o
que me fez tremer de novo. Então ele sorriu para mim e se afastou na luz do pré
amanhecer.


DEZENOVE

Meu pulso ainda estava formigando por causa do totalmente inesperado beijo (e
mordida e lambida) de Erik, e eu não tinha certeza se eu podia falar ainda, então fiquei
aliviada por ter apenas algumas garotas na sala, e elas mal olharam para mim antes de
voltarem a assistir America Next Top Model. Eu me apressei até a cozinha, pus Nala no
chão, esperando que ela não fugisse enquanto eu fazia um sanduíche. Ela não fugiu; na
verdade ela me seguiu pela cozinha como um pequeno cachorro laranja, reclamando para
mim com seu estranho não-miado. Eu continuava dizendo a ela "eu sei" e "eu entendo"
porque eu achei que ela estava gritando comigo sobre o quão idiota eu fui hoje a noite, e,
bem, ela estava certa. Sanduíche feito, eu agarrei uma sacola de pretzels (Stevie Rae
estava certa, eu não pude achar nenhuma comida porcaria descente nos armários), uma
coca (eu não me importo que tipo, só que é coca e não é diet-eca), e minha gata, e eu
subimos.
"Zoey! Estava preocupada com você! Me conte tudo." Empoleirada na cama com um
livro, Stevie Rae estava obviamente esperando por mim. Ela estava usando seu pijama
que era estampado com chapéus de cowboy na calça de algodão, e o cabelo curto dela
estava amassado de um lado como se ela tivesse dormido em cima dele. Eu juro que ela
parecia ter uns 12 anos de idade.
"Bem," eu disse brilhantemente. "Parece que temos um animal de estimação." Eu me
virei para que Stevie Rae pudesse ver Nala apertada contra meu quadril. "Aqui, me ajude
antes que eu derrube algo. Se for o gato ela nunca vai parar de reclamar."
"Ela é adorável!" Stevie Rae levantou e se apressou para tentar pegar Nala de mim,
mas a gata se grudou em mim como se alguém fosse matar ela se ela se soltasse, então
Stevie Rae pegou minha comida ao invés e a colocou da cabeceira.
"Hey, esse vestido é incrível."
"Yeah, eu mudei de roupa antes do ritual." O que me lembrou que eu teria que
devolver para Afrodite. Ótimo. Eu não iria ficar com o "presente," embora Erik tenha dito
que eu deveria. De qualquer forma, devolver parecia uma boa hora para "agradecer" ela
por "esquecer" de me avisar sobre o sangue. Bruxa vadia.
"Então... como foi?"
Eu sentei na cama e dei a Nala um pretzel, o que ela prontamente começou a morder
(pelo menos ela parou de reclamar), então dei uma enorme mordida no sanduíche. Sim,
eu estava com fome, mas também estava ganhando tempo. Eu não sabia o que deveria
dizer a Stevie Rae, e o que não deveria. A coisa do sangue era apenas tão confusa -e
nojenta. Ela acharia que eu era horrível? Ela teria medo de mim?
Eu engoli e decidi começar a conversa num tópico seguro. "Erik Night me trouxe
aqui."
"Não brinca!" Ela levantou e caiu na cama como um country Jack-dentro-da-caixa.
"Me conte tudo."
"Ele me beijou," eu disse, enrugando a sobrancelha para ela.
"Você deve estar brincando! Onde? Como? Foi bom?"
"Ele beijou minha mão." Eu decidi rapidamente mentir. Eu não queria explicar todo o
negocio pulso/sangue/veia/mordida. "Foi quando ele disse boa noite. Estávamos em frente
ao dormitório. E sim, foi bom." Eu sorri para ela com a boca cheia do sanduíche.
"Eu aposto que Afrodite cagou cachorrinhos quando você saiu da sala de recreação
com ele."


"Bem, na verdade, eu sai antes dele e ele me alcançou. Eu, huh, fui dar uma volta
perto do muro, que foi onde encontrei Nala," eu cocei a cabeça da gata. Ela se empoleirou
perto de mim, fechando os olhos, e começou a ronronar. "Na verdade, eu acho que ela
me encontrou. De qualquer forma, eu subi no muro porque pensei que ela precisava de
ajuda, e então - e você não vai acreditar nisso - eu vi algo que parecia com o fantasma
de Elizabeth, e então meu quase ex-namorado da SIHS, Heath, e minha ex melhor amiga
apareceram."
"O que? Quem? Devagar. Comece com o fantasma de Elizabeth."
Eu balancei a cabeça e mastiguei. Pelas mordidas no sanduíche eu explique. "Foi
realmente estranho e assustador. Eu estava sentada no muro acariciando Nala, e algo
chamou minha atenção. Eu olhei para baixo e tinha essa garota parada não muito longe
de mim. Ela olhou para mim, e seus olhos vermelhos brilharam, e eu juro que era
Elizabeth."
"De jeito nenhum! Você ficou totalmente apavorada?"
"Totalmente. No segundo que ela me viu ela dei um horrível grito e fugiu."
"Você deve ter ficado apavorada."
"Eu estava, e eu mal tive tempo de pensar quando Heath e Kayla apareceram."
"Como assim? Como eles poderiam estar aqui?"
"Não, não aqui, eles estavam do lado de fora do muro. Eles devem ter me ouvido
tentar acalmar Nala depois que ela completamente surtou com o fantasma de Elizabeth,
porque eles vieram correndo."
"Nala também a viu?"
Eu acenei.
Stevie Rae tremeu. "Então ela deveria realmente estar lá."
"Tem certeza que ela está morta?" Minha voz era quase um sussurro. "Não pode ter
sido algum erro e ela ainda está viva, mas andando pela escola?" Parecia ridículo, mas
não mais ridículo que eu a vendo como um fantasma.
Stevie Rae engoliu com força. "Ela está morta. Eu a vi morrer. Todos na aula viram."
Ela parecia que ia chorar e todo o assunto estava me assustando, então eu mudei
para algo mais leve. "Bem, eu poderia estar errada. Talvez fosse só alguma garota com
olhos estranhos que parecia com ela. Estava escuro, e então Heath e Kayla de repente
apareceram."
"E o que foi isso?"
"Heath disse que eles vieram me 'salvar.'" Eu virei os olhos. "Dá pra imaginar?"
"Eles são idiotas?"
"Aparentemente. Oh, e então Kayla, minha ex melhor amiga, deixou claro que ela
está atrás de Heath!"
Stevie Rae arfou. "Vadia!"
"Nem brinca. De qualquer forma, eu disse a eles para irem embora e não voltar, e
então fiquei chateada, o que fez Erik me achar."
"Awww! Ele foi doce e romântico?"
"Sim, ele foi, mais ou menos. E ele me chamou de Z."
"OOOOh, um apelido é um bom sinal serio."
"Foi o que pensei."
"Então ele te trouxe de volta para o dormitório."
"Sim, ele disse que me levaria para comer algo, mas a única coisa que ainda estava
aberta era a sala de recreação, e eu não queria voltar lá." Ah, merda. Eu soube
imediatamente que não deveria ter dito isso.


"As Filhas Negras foram horríveis?"
Eu olhei para Stevie Rae com seus grandes olhos de cervo, e soube que não podia
contar a ela sobre o negocio de beber sangue. Ainda não.
"Bem, sabe como Neferet foi sexy e bonita e elegante?"
Stevie Rae acenou.
"Afrodite fez basicamente o que Neferet fez, mas ela parecia uma vadia."
"Eu sempre achei que ela era horrível," Stevie Rae disse, balançando a cabeça
enojada.
"Me conte." Eu olhei para Stevie Rae e corpo, "Ontem, logo antes de Neferet me
trazer aqui eu vi Afrodite tentando dar a Erik um boquete."
"Nãoo! Merda, ela é nojenta. Espera, você disse que ela estava tentando. Qual é
disso?"
"Ele estava dizendo não para ela, e a afastando. Ele disse que não a queria mais."
Stevie Rae riu. "Aposto que isso fez ela perder a pouca cabeça que ela já tem."
Eu lembrei como ela estava se jogando em cima dele, mesmo quando ele claramente
estava dizendo não. "Na verdade, eu teria sentido pena dela que ela não fosse tão...
tão..." Eu lutei para achar uma palavra certa.
"Bruxa do inferno?" Stevie Rae disse esperançosa.
"Sim, eu acho que é isso. Ela tem essa atitude, como se fosse o direito dela ser má e
nojenta com quem ela quiser, e todos deveríamos nos curvar e aceitar."
Stevie Rae acenou. "É assim que os amigos dela são também."
"Sim, eu conheci o horrível trio."
"Você quer dizer, Pronta pra Guerra, Terrivel, e Arfar?"
"Exato. O que elas estavam pensando quando escolheram esses nomes horríveis?"
eu disse, jogando pretzels na minha boca.
"Elas estavam pensando exatamente o que todo o grupo delas pensa - que elas são
melhores que todo mundo e intocáveis porque a nojenta Afrodite será a próxima Alta
Sacerdotisa."
Eu falei as próximas palavras enquanto elas passaram como sussurros pela minha
mente. "Eu não acho que Nyx vá permitir isso."
"Como assim? Elas já estão dentro, e Afrodite é a líder das Filhas Negras desde que a
afinidade dela se tornou obvia quando ela era quintanista."
"Qual é a afinidade dela?"
"Ela tem visões, de futuras tragédias," Stevie Rae disse.
"Você acha que ela finge elas?"
"Oh, diabos não! Ela é incrivelmente detalhista. O que eu acho, e Damien e as
gêmeas concordam comigo, é que ela só conta sobre as visões se ela as tiver perto de
pessoas fora do grupinho dela."
"Espera, você está dizendo que ela sabe sobre coisas ruins que vão acontecer em
tempo de impedir elas, mas ela não faz nada?"
"Sim. Semana passada ela teve uma visão no almoço, mas as bruxas se aproximaram
dela a protegendo e a levaram para fora do salão. Se Damien não tivesse se encontrado
com elas porque ele estava atrasado para o almoço, as fazendo se afastar para poder ver
que Afrodite estava tendo uma visão, ninguém iria saber. E um avião cheio de pessoas
provavelmente estariam mortas."
Eu me engasguei com o pretzel. Entre a tosse eu disse, "Um avião cheio de pessoas!
O que diabos?"


"Sim, Damien percebeu que Afrodite estava tendo uma visão, então ele foi buscar
Neferet. Afrodite teve que contar que estava tendo uma visão, que era que ela estava
vendo um jato bater depois da decolagem. A visão dela era tão clara que ela podia
descrever o aeroporto e ler os números na cauda do avião. Neferet levou essa informação
e contatou o aeroporto de Denver. Eles checaram duas vezes o avião e encontraram
algum problema que eles não tinham notado antes, e falaram que se não tivesse sido
arrumado o avião teria caído imediatamente depois da decolagem. Mas eu sei muito bem
que Afrodite não teria dito uma palavra se não tivesse sido pega, em pensar que ela
inventou uma bela desculpa que os amigos dela a levaram para fora do salão porque eles
sabiam que ela tinha que falar com Neferet imediatamente. Totalmente vaca."
Eu comecei a dizer que eu não conseguia acreditar que até Afrodite e suas bruxas
iriam propositalmente permitir a morte de centenas de pessoas, mas então lembrei do
odioso discurso que elas disseram - homens humanos são uma merda... todos deveriam
morrer - e percebi que elas não estavam só falando; elas estavam sendo serias.
"Então porque Afrodite não mentiu para Neferet? Você sabe, falar para ela que era
uma aeroporto diferente ou mudar os números do avião ou algo assim?"
"É quase impossível mentir para vampiros, especialmente quando eles fazem uma
pergunta direta. E, lembre-se, Afrodite quer ser uma Alta Sacerdotisa mais do que
qualquer coisa. Se Neferet acreditar que ela é tão virada quanto é, iria prejudicar
seriamente os planos dela."
"Afrodite não tem que ser uma Alta Sacerdotisa. Ela é egoísta e odiosa, assim como
as amigas dela."
"Sim, bem, Neferet não acha, e ela é a mentora dela."
Eu pisquei surpresa. "Você tem que estar brincando! E ela não vê essa merda que a
Afrodite faz?" Isso não podia estar certo; Neferet era mais inteligente que isso.
Stevie Rae deu nos ombros. "Ela age de forma diferente perto de Neferet."
"Mas ainda sim..."
"E ela tem uma poderosa afinidade, o que tem que significar que Nyx tem planos
especiais para ela."
"Ou ela é um demônio do inferno, e ela consegue seus poderes do lado negro. Olá!
Ninguém viu Star Wars? Era difícil acreditar que Anakin Skywalker iria se virar, e veja o
que aconteceu."
"Uh, Zoey. Isso é tipo, totalmente fictício."
"Ainda sim, faz um bom ponto."
"Bem, tente dizer isso a Neferet."
Eu mastiguei o sanduíche e pensei. Talvez eu devesse. Neferet parecia inteligente
demais para cair nos joguinhos de Afrodite. Ela provavelmente já sabia que algo estava
acontecendo com as bruxas. Talvez tudo que ela precisasse era que alguém se
apresentasse e falasse algo para ela.
"Então, alguém tentou falar para ela sobre Afrodite?" eu perguntei.
"Não que eu saiba."
"Porque não?"
Stevie Rae parecia desconfortável. "Bem, eu acho que seria meio dedo duro. De
qualquer forma, o que diríamos a Neferet? Que achamos que Afrodite pode estar
escondendo suas visões, mas que a única prova que temos é que ela é uma odiosa
vadia?"
Stevie Rae balançou a cabeça. "Não, não consigo ver isso funcionando muito bem
com Neferet. Além do mais, se por algum milagre ela acreditar em nós, o que Neferet


faria? Não é como se ela pudesse expulsar ela da escola para que ela tussa até a morte
nas ruas. Ela ainda estaria aqui com seu bando de bruxas e todos aqueles caras que
fariam qualquer coisa por ela se ela erguesse seus dedos para eles. Eu acho que só não
vale a pena."
Stevie Rae tinha razão, mas ainda sim eu não gostei. Eu realmente, realmente não
gostei.
As coisas poderiam ser diferentes se uma caloura mais poderosa tomasse o lugar de
Afrodite como a líder das Filhas Negras.
Eu dei um pulo me sentindo culpada, e escondi isso tomando um grande gole de
coca. O que eu estava pensando? Eu não tinha fome de poder. Eu não queria ser uma Alta
Sacerdotisa ou ficar no meio da irritante batalha com Afrodite e metade da escola (a parte
mais atraente, dela). Eu só queria encontrar um lugar para mim nessa nova vida, um
lugar que parecesse um lar - um lugar que eu me encaixasse e fosse como o resto do
pessoal.
Então lembrei do choque durante os dois círculos, e como os elementos pareceu
tomar meu corpo, e como eu tive que me forçar a ficar no circulo e não me juntar a
Afrodite enquanto ela falava.
"Stevie Rae, quando um círculo está sendo feito, você sente algo?" eu perguntei
brutamente.
"Como assim?"
"Bem, como quando o fogo é chamado no circulo, você sente calor?"
"Não. Eu quero dizer, eu realmente gosto do negocio do circulo, e às vezes quando
Neferet está rando eu sinto uma onda de energia viajando pelo circulo, mas é só isso."
"Então você nunca sentiu uma brisa quando o vento é chamado, ou sentiu o cheiro
de chuva com a água, ou sentiu a grama nos pés com a terra?"
"Não mesmo. Só uma Alta Sacerdotisa com grandes afinidades com esses elementos
iria -" Ela parou e de repente os olhos dela se alargaram. "Você está dizendo que você
sentiu essas coisas? Qualquer uma dessas coisas?"
Eu me curvei. "Talvez."
"Talvez!" Ela gritou. "Zoey! Você tem idéia do que isso pode significar?"
Eu balancei a cabeça.
"Semana passada na aula da sociologia estávamos estudando sobre a mais famosa
Alta Sacerdotisa da história. Não a uma sacerdotisa com afinidade para os 4 elementos em
centenas de anos."
"Cinco," eu disse miseravelmente.
"Todos os cinco! Você sentiu algo com o espírito também"
"Sim, eu acho que sim."
"Zoey! Isso é incrível. Eu não acho que tenha existido uma sacerdotisa que tenha
sentido os 5 elementos." Ela acenou para a minha Marca. "É isso. Isso significa que você é
diferente, e você realmente é."
"Stevie Rae, isso pode ficar só entre nós por enquanto? Eu quero dizer, nem contar a
Demien e as Gêmeas? Eu só - eu só quero tentar descobrir isso sozinha por um tempo. Eu
acho que tudo está acontecendo rápido demais."
"Mas Zoey, eu-"
"E eu posso estar errada," eu interrompi. "E se eu apenas estivesse excitada e
nervosa porque eu nunca estive em um ritual antes? Você sabe o quão embaraçoso seria
se eu contasse as pessoas, "hey, eu sou a única caloura que já teve uma afinidade com os
5 elementos" e então acabar sendo os nervos?"


Stevie Rae mordeu as bochechas. "Eu não sei, eu ainda acho que você deveria contar
a alguém."
"Sim, então Afrodite e seu bando poderia estar bem ali para ir se acabar que eu
apenas estava imaginando tudo."
Stevie Rae empalideceu. "Oh, cara. Você está totalmente certa. Isso seria horrível. Eu
não vou dizer nada até você estar pronta. Prometo."
A reação dela me lembrou. "Hey, o que Afrodite fez com você?"
Stevie Rae olhou para o colo, colocando as mãos juntas, e encolhendo os ombros
como se ela de repente tivesse tido um calafrio. "Ela me convidou para um ritual. Eu não
estava aqui a muito tempo, só fazia um mês, e eu estava meio excitada que aquele grupo
me queria." Ela balançou a cabeça, ainda não olhando para mim. "Foi idiotice minha, mas
eu não conhecia ninguém muito bem ainda, e eu pensei que talvez ficássemos amigas.
Então eu fui. Mas eles não queriam que eu fosse um deles. Eles queriam que eu fosse um
- um- refrigerador: como se eu não fosse boa para nada a não ser dar sangue para elas.
Elas me fizeram chorar e quando eu disse não elas riram e me expulsaram. Foi assim que
conheci Damien, e Erin e Shaunee. Eles estavam juntos e me viram sair da sala de
recreação, então eles me seguiram e me falaram para mim não me preocupar. Eles são
meus amigos desde então." Ela finalmente olhou para mim. "Eu sinto muito. Eu teria dito
algo antes, mas eu sabia que elas não tentariam fazer isso com você. Você é muito forte,
e Afrodite estava curiosa sobre a sua Marca. Além do mais, você é bonita o suficiente para
ser uma delas."
"Hey, você também é!" Eu me senti enjoada ao pensar que Stevie Rae estava jogada
naquela cadeira como Elliott... sobre beber o sangue de Stevie Rae.
"Não, eu só sou meio fofa. Eu não sou uma delas."
"Eu também não sou!" eu gritei, fazendo Nala acordar e ronronar sem parar para
mim.
"Eu sei que você não é. Não foi o que eu quis dizer. Eu só quis dizer que elas iriam te
querer no grupo delas, então elas não iam tentar te usar desse jeito."
Não, elas conseguiram me enganar e tentaram o máximo me apavorar. Mas por quê?
Espera! Eu sabia o que elas estavam aprontado. Erik disse que a primeira vez que ele
bebeu sangue ele odiou, e vomitou. Eu estava aqui apenas 2 dias. Elas queriam fazer algo
que iria me enojar tanto que eu ficaria assustada para não me aproximar delas ou do
ritual delas.
Elas não queriam que eu fosse parte das Filhas Negras, mas elas também não
queriam contar a Neferet que elas não me queriam. Ao invés disso, elas queriam que eu
me recusasse a me juntar a elas. Por qualquer que fosse a razão, a tirana Afrodite queria
me manter longe das Filhas Negras. Tiranos sempre me irritaram, o que significa,
infelizmente, que eu sabia o que tinha que fazer.
Ah, merda. Eu iria me juntar as Filhas Negras.
"Zoey, você não está com raiva de mim está?" Stevie Rae disse baixinho.
Eu pisquei, tentando limpar a garganta. "É claro que não! Você está certa; Afrodite
não tentou fazer com que eu doasse sangue." Eu joguei o ultimo pedaço do sanduíche na
boca, e mastiguei rápido. "Hey, estou realmente acabada. Você acha que pode me ajudar
a achar uma caixa para Nala para mim poder dormir um pouco?"
Stevie Rae instantaneamente se alegrou, e pulou da cama com sua alegria normal.
"Olha isso." Ela praticamente pulou para o lado do quarto e segurou uma enorme mala
que tinha FELICIA SOUTHERN LOJA DE AGRICULTA, 2616. HARVARD, TULSA escrita com
enormes letras brancas. Daquilo ela colocou no chão uma pequena caixa, uma tigela de


comida e outra de água, uma caixa com comida de gato (com proteção extra), e um saco
de areia.
"Como você sabia?"
"Eu não sabia. Estava na frente da nossa porta quando voltei do jantar." Ela pegou
no fundo da bolsa e puxou um envelope e uma adorável colar de couro rosa que tinha
espinhos em miniatura prateados ao redor.
"Aqui, é pra você."
Ela me entregou o envelope, que agora eu podia ver tinha meu nome escrito,
enquanto ela colocava Nala no seu colar. Dentro, escrita em uma linda letra tinha uma
linha.
Skylar me disse que ela estava vindo. Estava assinado apenas com uma letra: N.


VINTE

Eu teria que falar com Neferet. Eu pensei enquanto Stevie Rae e eu nos
apressávamos para tomar café. Eu não queria falar nada para ela sobre a minha suposta
estranha reação aos elementos - eu quero dizer, eu não estava mentindo para Stevie Rae.
Eu poderia ter imaginado a coisa toda. E se eu contasse para Neferet e ela me fizesse
fazer algum tipo de teste de afinidade estranho (nessa escola, vai saber?) e ela descobrir
que eu não tenho nada a não ser uma bela imaginação? De jeito nenhum eu queria passar
por algo assim. Eu iria manter a boca fechada até saber mais. Eu também não queria dizer
nada para ela sobre eu ter achado que vi o fantasma de Elizabeth. Como se eu quisesse
que Neferet achasse que eu era louca? Neferet era legal, mas ela era uma adulta, e eu
quase podia ouvir o sermão "é só sua imaginação porque você passou por tantas
mudanças" que iria receber se eu admitisse que vi um fantasma. Mas eu precisava falar
com ela sobre o negocio de ânsia por sangue. (Droga - se eu gostava tanto porque a idéia
ainda me deixava enjoada?)
"Você acha que ela vai te seguir até a aula?" Stevie Rae disse, apontado para Nala.
Eu olhei para os meus pés onde a gata estava ronronando contente. "Ela pode?"
"Você quer dizer, se ela tem permissão?"
Eu acenei.
"Sim, gatos podem ir onde quiserem."
"Huh," eu disse, abaixando para coçar o topo da cabeça dela. "Eu acho que ela pode
me seguir o dia todo então."
"Bem, estou feliz por ela ser sua não minha. Eu vi que quando o alarme disparou, ela
é totalmente uma abraçadeira de travesseiros."
Eu ri. "Você está certa. Como uma garotinha dessas pode ter tirado meu próprio
travesseiro eu não sei." Eu dei a ela mais uma coçada. "Vamos. Vamos nos atrasar."
Eu levantei com uma tigela na mão, e quase dei um encontrão em Afrodite. Ela
estava, como sempre, sendo seguida por Terrível e Pronta pra Guerra. Vespa não estava a
vista (talvez ela tenha tomado um banho e derreteu quando a água a tocou - hee hee). O
nojento sorriso de Afrodite me lembrou da piranha que vi no aquário de Jenks quando
minha turma de biologia foi lá ano passado numa saída de campo.
"Olá, Zoey. Deus, você saiu com tanta pressa ontem a noite que não tive chance de
dar tchau. Pena que você não se divertiu. É uma pena, mas as Filhas Negras não são para
todos." Ela olhou para Stevie Rae e deu um sorriso feio.
"Na verdade, eu me diverti ontem a noite, e absolutamente adorei o vestido que você
me deu!" eu disse. "Obrigado pelo convite para me juntar as Filhas Negras. Eu aceito.
Totalmente."
O sorriso felino de Afrodite se achatou. "Verdade?"
Eu ri como se fosse uma idiota sem noção. "Verdade! Quando é a próxima reunião,
ou ritual ou tanto faz - ou eu deveria perguntar a Neferet? Eu vou ver ela essa manhã. Eu
sei que ela vai ficar feliz por saber o quão bem vinda você me fez sentir ontem a noite e
que agora eu sou uma Filha Negra."
Afrodite hesitou por um segundo. Então ela sorriu de novo e imitou meu tom de voz
sem noção perfeitamente. "Sim, eu aposto que Neferet vai ficar feliz de saber que você se
juntou a nós, mas eu sou a líder das Filhas Negras e sei nosso horário de cor, então não
há necessidade para incomodar ela com perguntar bobas. Amanha é a celebração de
Samhain. Use o seu vestido," ela enfatizou a palavra, e meu sorriso aumentou. Eu queria


acertar ela e acertei. "E me encontre no corredor da recreação depois do jantar, 4 da
manhã em ponto."
"Ótimo. Estarei lá."
"Ótimo, que surpresa agradável," ela disse travessamente. Então, seguida por
Terrível e Pronta para guerra (que pareciam vagamente chocadas), as 3 saíram da
cozinha.
"Bruxas do inferno," eu murmurei. Eu olhei para Stevie Rae, que estava me olhando
com uma expressão chocada.
"Você vai se juntar a elas?" ela sussurrou.
"Não é o que você acha. Anda, eu te conto no caminho para a aula." Eu coloquei os
pratos do café da manha na lava louça e levei a muito quieta Stevie Rae, para fora. Nala
nos seguiu, ocasionalmente assobiando para qualquer gato que se atrevesse a andar
perto de mim na calçada. "Estou fazendo reconhecimento do inimigo, como você disse
ontem a noite," eu expliquei.
"Não. Eu não gosto," ela disse, balançando a cabeça com tanta força que fez seu
cabelo curto balançar feito louco.
"Você nunca ouviu falar do ditado 'mantenha seus amigos perto, e seu inimigos mais
perto ainda?' "
"Sim, mas-"
"É tudo que estou fazendo. Afrodite se safa de muita coisa. Ela é maldosa. Ela é
egoísta. Ela não pode ser a próxima Alta Sacerdotisa de Nyx."
Os olhos de Stevie Rae ficaram enormes. "Você vai impedir ela?"
"Bem, eu vou tentar." E enquanto conversávamos eu senti a lua crescente na minha
cabeça formigar.

***

"Obrigado pelas coisas de gato que você conseguiu para Nala," eu disse.
Neferet olhou para longe dos trabalhos que estava corrigindo e sorriu. "Nala - esse é
um bom nome para ela, mas você deveria agradecer Skylar não eu. Foi ele que me disse
que ela estava vindo." Então ela olhou para a bola de pelos laranja que estava
impacientemente passando pelas minhas pernas. "Ela ficou bem próxima a você." Os
olhos dela se ergueram de novo em direção aos meus. "Me diga, Zoey, você já ouviu a
voz dela dentro da sua cabeça, ou sabe exatamente onde ela está, mesmo quando ela
não está no mesmo lugar que você?"
Eu pisquei. Neferet achava que eu pudesse ter uma afinidade com gatos! "Não, eu -
eu não a ouço na minha cabeça. Mas ela reclama para mim bastante. E eu não saberia
dizer se sei onde ela está quando não esta comigo. Ela está sempre comigo."
"Ela é incrível." Neferet curvou o dedo em direção a Nala e disse, "Venha para mim,
criança."
Instantaneamente, Nala pulou na mesa de Neferet, espalhando os papeis por todo
lado.
"Oh, deus, desculpe, Neferet." Eu fui pegar Nala, mas Neferet me impediu. Ela
estava acariciando a cabeça de Nala, e a gata fechou os olhos e ronronou.
"Gatos são sempre bem vindos, e papeis são fáceis de organizar. Agora, o que você
queria realmente falar comigo, Zoeybird?"


Ela usou o apelido que vovó usava para me chamar e fez meu coração doer, e de
repente eu senti falta dela com uma intensidade que me fez piscar para impedir as
lagrimas.
"Você está sentindo falta do seu antiga casa?" Neferet perguntou suavemente.
"Não, na verdade não. Bem, com exceção de vovó, mas eu estive tão ocupada que
acho que só percebi agora," eu disse culpadamente.
"Você não sente falta da sua mãe e pai."
Ela não disse como se fosse uma pergunta, mas eu senti a necessidade de
responder. "Não. Bem, eu não tenho um pai de verdade. Ele nos deixou quando éramos
pequenas. Minha mãe casou novamente 3 anos atrás e, bem..."
"Você pode me dizer. Te dou minha palavra que vou entender," Neferet disse.
"Eu odeio ele!" Eu disse com mais raiva do que esperei sentir. "Desde que ele se
juntou a nossa família," - eu disse a palavra de forma sarcástica - "nada está certo. Minha
mãe mudou totalmente. É como se ela não pudesse mais ser a mulher dele e minha mãe.
Não tem sido meu lar a muito tempo."
"Minha mãe morreu quando eu tinha 10 anos. Meu pai não casou de novo. Ao invés
disso, ele começou a me usar como sua esposa. Desde que eu tinha 10 até Nyx me salvar
me Marcando quando eu tinha 15 anos, ele abusou de mim." Neferet pausou e então o
choque do que ela estava dizendo passou por mim antes dela continuar. "Então você vê,
quando digo que entendo o que é ver sua casa se transformar num lugar insuportável eu
não estou apenas falando superficialmente."
"Isso é horrível." Eu não sabia o que mais dizer.
"Era naquela época. Agora é simplesmente outra memória. Zoey, humanos do nosso
passado, e mesmo do presente e futuro, vão se tornar cada vez menos importantes para
você até que, eventualmente, você não vai sentir quase nada por eles. Você vai entender
isso mais enquanto sua Mudança continua."
Tinha uma frieza na voz dela que me fez sentir estranha, e eu me ouvi dizendo, "eu
não quero parar de me importar com minha avó."
"É claro que você não quer." Ela disse voltando a ser quente e se importando. "É
apenas 9 horas, porque você não liga para ela? Você pode se atrasar para a aula de
teatro; eu vou avisar a professora Nola que você foi liberada."
"Obrigada, eu gostaria disso. Mas não era isso que eu queria falar com você." Eu
respirei fundo. "Eu bebi sangue ontem a noite."
Neferet acenou. "Sim, as Filhas Negras freqüentemente misturam o sangue de um
calouro com o vinho. É algo que os jovens gostam de fazer. Isso te chateou, Zoey?"
"Bem, eu não soube até depois. Então, sim, me chateou."
Neferet franziu a testa. "Não foi ético de Afrodite não te contar antes. Você deveria
ter tido a chance de rejeitar. Eu vou falar com ela."
"Não!" eu disse um pouco rápido demais, e então me forcei a ficar calma. "Não, não
tem necessidade. Eu cuidei disso. Eu também decidi me juntar as Filhas Negras, então
não quero começar parecendo que eu quis colocar Afrodite em problemas."
"Você provavelmente tem razão. Afrodite pode ser bem temperamental, e eu confio
que você possa cuidar de si mesma, Zoey. Nós gostamos de encorajar os calouros a
resolver os problemas que tem entre si sempre que possível." Ela me estudou,
preocupação era obvia no rosto dela. "É normal para a primeira vez que você prova
sangue ser menos que apetitoso. Você saberia disso se estivesse conosco a mais tempo."
"Não é isso. Era - era muito gostoso. Erik me disse que a minha reação foi bem
pouco comum."


As perfeitas sobrancelhas de Neferet se ergueram. "É, de fato. Você também se
sentiu tonta e muito feliz?"
"Os dois," eu disse suavemente.
Neferet olhou para a minha Marca. "Você é única, Zoey Redbird. Bem, eu acho que
seria melhor te tirar dessa sessão de sociologia, e te mover para Sociologia 415."
"Eu preferia que você não fizesse isso," eu disse rapidamente. "Eu já me sinto uma
aberração o suficiente com todos olhando para a minha Marca e observando para ver se
eu faço algo estranho. Se você me mudar de aula com garotos que estão aqui a 3 anos,
eles vão me achar bizarra."
Neferet hesitou, coçando a cabeça de Nala enquanto ela considerava.
"Eu entendo o que você quer dizer, Zoey. Eu não sou uma adolescente a mais de 100
anos, mas vampiros tem longas e precisas memórias, e eu lembro como é passar pela
Mudança." Ela suspirou. "Ok, que tal um compromisso? Eu permito que você fique na
turma dos terceiranistas, mas quero te dar os textos que usamos nas aulas mais
avançadas, e se você concordar em ler um capítulo por semana, e prometer que vai
discutir qualquer pergunta que tiver comigo."
"Feito," eu disse.
"Você sabe, Zoey, enquanto você Muda, você literalmente está se tornando um ser
inteiramente novo. Um vampiro não é humano, embora tenhamos sido humanos. Pode
soar censurável para você agora, mas seu desejo por sangue é tão normal para sua nova
vida quanto o seu desejo por" - ela parou e então sorriu - "coca-cola foi na sua vida
antiga."
"Droga! Você sabe tudo?"
"Nyx me deu dons generosamente. Além da minha afinidade com nossos adoráveis
felinos e habilidade de cura, eu também sou intuitiva."
"Você pode ler minha mente?" eu perguntei nervosa.
"Não exatamente. Mas eu pego partes das coisas. Por exemplo, eu sei que tem outra
coisa que você precisa me contar sobre ontem a noite."
Eu respirei fundo. "Eu fique chateada depois que descobri sobre o sangue, e sai da
sala de recreação. Foi como encontrei Nala. Ela estava na árvore que fica perto do muro
da escola. Eu pensei que ela estava presa ali, então eu subi para pegar ela, e, bem,
enquanto eu estava falando com ela dois garotos da minha antiga escola me
encontraram."
"O que aconteceu?" A mão de Neferet parou; ela não estava mais acariciando Nala, e
eu tinha toda a atenção dela.
"Não foi bom. Eles - eles estavam bêbados, altos." Ok, eu não queria falar isso!
"Eles tentaram machucar você?"
"Não, nada disso. Foi minha ex melhor amiga e meu quase ex-namorado."
Neferet levantou uma sobrancelha de novo.
"Bem, eu parei de sair com ele, mas ainda temos uma coisa um pelo outro.
Ela acenou como se tivesse entendido. "Continue."
"Kayla e eu meio que brigamos. Ela me vê de forma diferente agora e eu acho que
eu também vejo ela de forma diferente. Nenhuma de nós gosta da nossa visão." Enquanto
disse percebi que era verdade. Não era como se K tivesse mudado - na verdade, ela era
exatamente a mesma. Era só que as pequenas coisas que eu ignorava, como a falação
sem parar e seu lado maldoso, estavam agora me irritando pra falar. "De qualquer forma,
ela saiu e me deixou sozinha com Heath." Eu parei ali, sem ter certeza de como dizer o
resto.


Os olhos de Neferet se estreitaram. "Você experimentou uma ânsia pelo sangue
dele."
"Sim," eu sussurrei.
"Você bebeu o sangue dele, Zoey?" A voz dela era afiada.
"Eu só provei uma gota. Eu aranhei ele. Eu não queria, mas quando ouvi o pulso dele
batendo - aquilo me fez arranhar ele.
"Então você não realmente bebeu do ferimento?"
"Eu comecei, mas Kayla voltou e nos interrompeu. Ela estava totalmente apavorada,
e foi como eu consegui fazer Heath ir embora."
"Ele não queria?"
Eu balancei a cabeça. "Não. Ele não queria." Eu senti como se fosse chorar de novo.
"Neferet, eu sinto muito! Eu não queria. Eu nem sabia o que eu estava fazendo até que
Kayla gritou."
"É claro que você não percebeu o que estava acontecendo. Como uma recém
Marcada novata poderia saber sobre ânsia de sangue?" Ela tocou meu braço em um jeito
de mãe para dar segurança. "Você provavelmente não teve um Imprint* (*impressão)
com ele."
"Imprint?"
"É o que freqüentemente acontece quando um vampiro bebe de um humano
diretamente, especialmente se há uma ligação que já estava estabelecida antes de se
beber o sangue. É por isso que é proibido para calouros beberem o sangue de humanos.
Na verdade, é extremamente desencorajado que vampiros adultos se alimentem de
humanos também. Tem uma parte toda de vampiros que acham moralmente errada e
gostariam de tornar ilegal," ela disse.
Eu vi os olhos dela escurecerem enquanto ela falava. A expressão neles de repente
me deixou nervosa e me fez sentir um calafrio. Então Neferet piscou e os olhos dela
voltaram ao normal. Ou eu só tinha imaginado a estranha escuridão?
"Mas essa é uma discussão que deve ser deixada para a aula de sociologia dos
sestanistas."
"O que eu faço sobre Heath?"
"Nada. Me avise se ele tentar de novo. Se ele ligar para você, não atenda. Se ele
começou o imprinting mesmo o som da sua voz ira afetar ele e funcionar como um
sedução para trazer ele até você."
"Parece como algo vindo de Drácula," eu murmurei.
"Não é nada parecido com aquele miserável livro!" Ela surtou. "Stoker difamou os
vampiros, o que causou a nossa gente vários problemas com humanos."
"Eu sinto muito, eu não queria-"
Ela balançou a mão me dispensando. "Não, eu não deveria ter descontado minha
frustração sobre aquele velho e tolo livro em você. E não se preocupe com seu amigo
Heath. Eu tenho certeza que ele ficará bem. Você disse que ele estava fumando e
bebendo? Eu assumo que você quis dizer maconha?"
Eu acenei. "Mas eu não fumo," eu adicionei. "Na verdade, ele também não
costumava e nem Kayla. Eu não entendo o que aconteceu com eles. Eu acho que eles
estão andando com alguns jogadores de futebol drogados do Union, e nenhum deles tem
senso o bastante para dizer não a eles."
"Bem, a reação dele a você pode ter tido mais a ver com o nível de intoxicação que
um possível Imprint." Ela pausou, tirando um bloco de notas da gaveta da mesa, e me
deu um lápis. "Mas só para prevenir, porque você não escreve o nome completo dos seus


amigos e onde eles vivem. Oh, e adicione o nome dos jogadores de futebol do Union
também, se você os conhece."
"Porque você precisa de todos esses nomes?" Eu senti meu coração cair nos meus
pés. "Você não vai ligar para os pais deles, vai?"
Neferet riu. "Claro que não. O mal comportamento dos humanos adolescentes não é
da minha conta. Só pedi para concentrar meus pensamentos no grupo e talvez captar
algum vestígio de um possível Imprint entre eles."
"O que acontece se você captar? O que acontece com Heath?"
"Ele é jovem e o imprint será fraco, então tempo e distancia deve fazer desaparecer
eventualmente. Se ele realmente imprinted totalmente, tem jeito de quebrar." Eu estava
prestes a dizer que talvez ela devesse ir em frente e fazer o que pudesse para quebrar o
imprint quando ela continuou. "Nenhum dos jeitos é agradável."
"Oh, ok."
Eu escrevi os nomes e endereços de Kayla e Heath. Eu não fazia idéia de onde
viviam os jogadores do Union, mas eu lembrei o nome deles. Neferet levantou e foi para o
fundo da sala pegar um grosso livro cujo titulo era Sociologia 415.
"Comece com o capítulo 1 e continue até o fim. Até você ter terminado, vamos
considerar esse seu dever de casa ao invés daquele passado para o restante da turma."
Eu peguei o livro. Era pesado e a capa parecia fria no meu quente e nervoso aperto.
"Se você tiver duvidas, qualquer um, venha me ver imediatamente. Se eu não estiver
aqui vá a meu apartamento no templo de Nyx. Entre na porta da frente e siga as escadas
na direita. Eu sou a única sacerdotisa da escola agora, então o segundo andar todo me
pertence. E não se preocupe em me perturbar. Você é minha caloura - é seu trabalho me
perturbar," ela disse com um quente sorriso.
"Obrigado, Neferet."
"Tente não se preocupar. Nyx tocou você e uma deusa cuida dos seus." Ela me
abraçou. "Agora, vou contar a professora Nolan o que aconteceu com você. Vá em frente
e use o telefone da minha mesa para ligar para sua avó." Ela me abraçou de novo e então
fechou a porta da sala de aula gentilmente atrás de dela e saiu.
Eu sentei na mesa dela e pensei sobre o quão incrível ela era, e o tempo que fazia
desde que minha mãe me abraçava daquele jeito. E por alguma razão, eu comecei a
chorar.


VINTE E UM

"Oi vovó, sou eu."
"Oh! Minha Zoeybird! Você está bem, querida?"
Eu sorri para o telefone e limpei meus olhos. "Estou bem, vovó. Só sinto sua falta."
"Pequena ave, eu também sinto sua falta." Ela parou e então disse, "Sua mãe ligou
para você?"
"Não."
Vovó suspirou. "Bem, querida, talvez ela não queira te incomodar enquanto você
ainda está se ajustando a nova vida. Eu disse a ela que Neferet me explicou que seus dias
e noites estariam virados."
"Obrigado, vovó, mas eu não acho que seja por isso que ela não me ligou."
"Talvez ela tenha tentado e você perdeu a ligação. Eu liguei para seu celular ontem,
mas caiu na caixa postal."
Eu senti uma onda de culpa. Eu não cheguei minha caixa postal. "Eu esqueci de
carregar o telefone. Está no meu quarto. Desculpe por ter perdido a ligação, vovó." Então,
para fazer ela se sentir melhor (e fazer ela parar de falar sobre isso), eu disse, "Vou
checar as mensagens quando voltar para meu quarto. Talvez mamãe tenha ligado."
"Talvez ela tenha, querida. Então, me conte, como é aí?"
"É legal. Eu quero dizer, tem várias coisas que eu gosto. Minhas aulas são legais.
Hey, vovó, estou tendo aula até de esgrima e equitação."
"Isso é maravilhoso! Eu lembro o quanto você gostava do Bunny."
"Eu tenho um gato!"
"Oh, Zoeybird, estou tão feliz. Você sempre amou gatos. Você fez amizades?"
"Sim, minha colega de quarto, Stevie Rae, é ótima. E eu já gosto dos amigos dela
também."
"Então, se você está se saindo também, porque as lagrimas?"
Eu deveria saber que não posso esconder nada da vovó. "É só que... algumas coisas
sobre a Mudança são difíceis de se lidar."
"Você está bem, não está?" Preocupação passou pela voz dela. "Sua cabeça está
bem?"
"Sim, não é nada disso. É-" Eu parei. Eu queria contar a ela; eu queria contar a ela
tanto que eu poderia explodir, mas não sabia como. E eu estava com medo - medo dela
não me amar mais. Eu quero dizer, mamãe deixou de me amar, não deixou? Ou, no
mínimo, mamãe me trocou seu novo marido. Que, de certa forma, era pior do que ela ter
deixado de me amar. O que eu faria se vovó se afastasse de mim também?
"Zoeyburd você sabe que pode me contar qualquer coisa," ela disse gentilmente.
"É difícil, vovó." Eu mordi o lábio para me impedir de chorar.
"Então vamos facilitar. Não tem nada que você possa dizer que faria eu deixar de
amar você. Eu sou sua vovó hoje, amanha, e no ano que vem. Serei sua avó até mesmo
depois que me juntar a nossos ancestrais no mundo espiritual, e de lá ainda vou amar
você, Pequena Ave."
"Eu bebi sangue e eu gostei!" Eu falei.
Sem hesitar, vovó disse, "Bem, querida, não é isso que vampiros fazem?"
"Sim, mas eu não sou uma vampira. Eu sou uma caloura a apenas alguns dias."
"Você é especial, Zoey. Sempre foi. Porque isso deveria mudar agora?"
"Eu não me sinto especial. Eu me sinto uma aberração."


"Então lembre de algo. Você ainda é você. Não importa que você tenha sido
Marcada. Não importa que você está passando pela Mudança. Por dentro, seu espírito
ainda é seu espírito. Por fora você pode parecer um estranho familiar, mas você precisa só
olhar dentro de si para descobrir o que você sabe a 16 anos."
"O estranho familiar...," eu sussurrei. "Como você sabia?"
"Você é minha garota, querida. Você é a filha do meu espírito. Não é difícil entender
o que você deve estar sentido - é muito parecido com o que eu imagino que eu estaria
sentido."
"Obrigado, vovó."
"De nada, U-we-tsi a-ge-hu-tsa."
Eu sorri, amando como soa a palavra Cherokee para filha - tão mágica e especial,
como se fosse um titulo dado a uma deusa. Dado a uma deusa...
"Vovó, tem outra coisa."
"Me conte, Pequena Ave."
"Eu acho que eu sinto os 5 elementos quando o circulo é lançado."
"Se isso é verdade, você tem um grande poder, Zoey. E você sabe que com grande
poder vem uma grande responsabilidade. Nossa família tem uma rica história de Anciões
Tribais, Homens da Medicina, e Mulheres Sábias. Tenha o cuidado, Pequena Ave, de
pensar antes de agir. A deusa não teria te dado poderes especiais para nada. Os use
cuidadosamente, e faz Nyx, assim como os seus ancestrais, olharem para você e
sorrirem."
"Vou fazer meu melhor, vovó."
"É tudo que peço de você, Zoeybird."
"Tem uma garota aqui que também tem poderes especiais, mas ela é horrível. Ela é
implicante e ela mente. Vovó, eu acho... eu acho..." Eu respirei fundo e disse o que estava
batendo na minha mente a manhã toda. "Eu acho que sou mais forte que ela e eu acho
que talvez Nyx me Marcou para tirar ela da posição em que ela esta. Mas - mas isso iria
significar que eu tenho que tomar o lugar dela, e não sei se estou pronta para isso, agora
não. Talvez nunca."
"Siga o que teu espírito te diz, Zoeybird." Ela hesitou, e então disse. "Querida, você
lembra da reza purificadora da nossa gente?"
Eu pensei. Eu não conseguia contar o numero de vezes que eu fui com ela ao
pequeno rio atrás da casa da vovó e a observei se banhar ritualisticamente na água
corrente enquanto falava a reza de purificação. Às vezes eu entrava no rio com ela, e dizia
a reza também. A reza foi apresentada para mim em minha infância, falava da mudança
das estações, e agradecia pela colheita, eu pela preparação do inverno que estava por vir,
assim como o que quer que fosse quando vovó tinha que enfrentar uma decisão difícil. Às
vezes eu não sabia por que ela se purificava e falava a reza. Simplesmente sempre foi
assim.
"Sim," eu disse. "Eu lembro."
"Tem água corrente dentro do campus?"
"Eu não sei, vovó."
"Bem, se não tiver use um galho de reza. Salva e lavanda misturados juntos é
melhor, mas você pode usar pinho fresco se você não tiver outra opção. Você sabe o que
fazer, Zoeybird?"
"Me esfregar, começando pelos pés e indo para cima, frente e costas," eu recitei,
como se eu fosse uma criança de novo e vovó estava me ensinando o caminho da nossa
gente. "E então me virar para o leste e falar a reza da purificação."


"Ótimo, você lembra. Peça para a deusa por ajuda, Zoey. Eu acredito que ela vai
ouvir você. Você pode fazer isso antes do nascer do sol amanha?"
"Acho que sim."
"Eu vou fazer a reza também, e acrescentar a voz da sua avó para pedir a deusa que
guie você."
E de repente eu me senti melhor. Vovó nunca estava errada sobre esse tipo de coisa.
Se ela acreditava que eu ficaria bem, então eu realmente ficaria bem.
"Eu vou fazer a reza de purificação antes do amanhecer. Eu prometo."
"Ótimo, Pequena Ave. Agora é melhor essa velha mulher deixar você ir. Você está no
meio da aula, não está?"
"Sim, estou a caminho da aula de Teatro. E, vovó, você nunca será velha."
"Não enquanto puder ouvir sua jovem voz, Pequena Ave. Eu amo você, U-we-tsi a-
ge-hu-tsa."
"Eu amo você também, vovó."
Falar com vovó tirou um enorme peso do meu coração. Eu ainda estava assustada e
surtando sobre o futuro, e não estava certa sobre a idéia de derrubar Afrodite. Sem
mencionar que eu não tinha idéia do que fazer. Mas eu tinha um plano. Ok, talvez não
fosse um "plano", mas pelo menos era algo para fazer. Eu completaria a reza de
purificação, e então... bem... eu descobriria o que fazer depois.
É, isso vai funcionar. Ou pelo menos foi o que fiquei dizendo a mim mesma na aula.
No almoço eu decidi o lugar para fazer o ritual - debaixo da árvore onde encontrei Nala.
Eu pensei sobre isso enquanto pegava a salada atrás das Gêmeas. Árvores, especialmente
carvalhos, eram sagradas para o povo Cherokee, então essa pareceu ser uma boa
escolha. Além do mais, era isolado e um lugar fácil de chegar. Claro, Heath e Kayla tinham
me encontrado lá, mas eu não estava planejando sentar no topo da parede de novo, e eu
não conseguia imaginar Heath aparecendo no amanhecer dois dias seguidos, tendo ele
imprinted ou não. Eu quero dizer, esse era o cara que dormia até duas da tarde no verão,
todo dia. Era necessário dois despertadores e a mãe dele gritar com ele para o fazer
levantar para ir a aula. O cara não iria levantar até antes do amanhecer de novo.
Provavelmente levaria meses para ele se recuperar de ontem. Não, na verdade, ele
provavelmente saiu de casa e encontrou K (sai de fininho sempre foi fácil para ela, os pais
dela são completamente sem noção), e estiveram acordados a noite toda. O que significa
que ele perdeu aula e provavelmente estaria se fingindo de doente e dormindo nos
próximos dois dias. De qualquer forma, eu não estava preocupada com ele aparecer.
"Você acha que milhos bebês são assustadores? Tem só algo errado sobre o corpo
pequeno deles."
Eu dei um pulo e quase derrubei a concha de molho na vasilha com o liquido branco,
e olhei para os olhos azuis de Erik enquanto ele ria.
"Oh, olá," eu disse. "Você me assustou."
"Z, eu acho que estou fazendo um habito aparecer de fininho pra você."
Eu ri nervosa, muito ciente de que as Gêmeas estavam observando cada movimento
nós fazíamos.
"Você parece que se recuperou de ontem."
"Sim, sem problemas. Estou bem. E dessa vez não estou mentindo."
"E eu fiquei sabendo que você se juntou as Filhas Negras."
Shaunee e Erin sugaram o ar juntas. Eu fui cuidadosa para não olhar para elas.
"Sim."
"Isso é legal. Aquele grupo precisa de sangue novo."


"Você diz "aquele grupo" como se você não pertencesse. Você não é um Filho
Negro?"
"Sim, mas não é o mesmo que ser uma Filha Negra. Nós somos apenas ornamentais.
Meio que o oposto do que é no mundo humano. Todos os caras sabem que só estamos lá
para parecer bem e manter Afrodite divertida."
Eu olhei para ele, lendo algo mais nos olhos dele. "E é isso que você ainda está
fazendo, divertido Afrodite?"
"Como eu disse ontem a noite, não mais, o que é uma das razões do porque eu
realmente não me considero parte do grupo. Eu tenho certeza que elas me expulsariam se
não fosse por aquela coisinha de atuação que eu faço."
"Você quer dizer "pequena" como na Brodway e LA* (*Los Angeles) que já estão
interessados em você."
"É o que eu quis dizer." Ele riu para mim. "Não é real, você sabe. Atuar é fingir. Não
é o que eu realmente sou." Ele se curvou e sussurrou no meu ouvido. "Na verdade, eu
sou um nerd."
"Oh, por favor. Essa cantada funciona para você?"
Ele exagerou um olhar de estar ofendido. "Cantada? Não, Z. Essa não é uma
cantada, e eu posso provar."
"Claro que você pode."
"Eu posso. Venha ver o filme hoje a noite. Vamos assistir meu DVD favorito de todos
os tempos."
"Como isso prova algo?"
"É Star Wars, os originais. Eu sei as falas de todas as partes." Ele se inclinou para
perto e sussurrou de novo. "Eu consigo fazer até as partes do Chewbacaa."
Eu ri. "Você está certo. Você é um nerd."
"Eu disse a você."
Chegamos no fim do Buffet de salada e ele andou comigo até a mesa onde Damien,
Stevie Rae, e as Gêmeas já estavam sentados. E, não, eles não estavam tentado esconder
que eles estavam totalmente nos olhando feito bobos.
"Então, você vai... comigo... hoje a noite?"
Eu consegui ouvir os 4 segurando a respiração. Literalmente.
"Eu gostaria, mas hoje a noite não posso. Eu-uh - já tenho planos."
"Oh. Ok. Bem... da próxima vez. Vejo você por aí." Ele acenou para mesa e se
afastou.
Eu sentei. Eles estavam me encarando. "O que?" eu disse.
"Você perdeu a cabeça," Shaunee disse.
"Meus pensamentos exatos, Gêmea," Erin disse.
"Eu espero que você tenha uma boa razão para dispensar ele," Stevie Rae disse. "É
obvio que você o magoou."
"Você acha que ele me deixaria confortá-lo?" Damien perguntou, ainda olhando
sonhador para Erik.
"Desista," Erin disse.
"Ele não joga no seu time," Shaunee disse.
"Quieta!" Stevie Rae disse. Ela virou para mim e olhou diretamente nos olhos.
"Porque você disse a ele não? O que poderia ser mais importante que um encontro com
ele?"
"Se livrar de Afrodite," eu disse simplesmente.


VINTE E DOIS

"Ela tem razão," Damien disse.
"Ela se juntou as Filhas Negras," Shaunee disse.
"O que!" Damien gritou, a voz dele aumentando 20 oitavas.
"Deixe ela em paz," Stevie Rae disse, instantaneamente vindo em minha defesa. "Ela
está fazendo reconhecimento."
"Reconhecimento, o inferno! Se ela se juntar as Filhas Negras ela está batalhando
com o inimigo a toda," Damien disse.
"Bem, ela se juntou," Shaunee disse.
"Ouvimos ela," Erin disse.
"Olá! Ainda estou aqui," eu disse.
"Então o que você vai fazer?" Damien me perguntou.
"Eu realmente não sei," eu disse.
"É melhor você ter um plano e arranjar um rápido ou aquelas bruxas vão te comer
no almoço," Erin disse.
"Sim," Shaunee disse, comendo sua salada viciosamente para dar efeito.
"Hey! Ela não tem que descobrir sozinha. Ela tem a nós." Stevie Rae cruzou os
braços por cima do peito e olhou para as Gêmeas.
Eu sorri agradecida a Stevie Rae. "Bem, eu meio que tenho uma idéia."
"Ótimo. Nos diga e vamos trabalhar em cima dela," disse Stevie Rae. Todos olharam
com expectativa para mim. Eu suspirei. "Bem. Um..."
Eu comecei hesitante, com medo de soar como uma idiota, e então decidi que era
melhor falar o que estava na minha cabeça desde que falei com vovó, então terminei
apressadamente. "Eu pensei em fazer uma antiga purificação baseado no ritual Cherokee
e pedir a Nyx me ajudar com um plano."
O silencio na mesa pareceu durar para sempre. Então Damien finalmente disse,
"Pedir ajuda para Nyx não é uma má idéia."
"Você é Cherokee?" Shaunee disse.
"Você parece Cherokee," Erin disse.
"Olá! O sobrenome dela é Redbird. Ela é Cherokee," Stevie Rae disse com afinidade.
"Bem, isso é bom," Shaunee disse, mas ela parecia com duvidas.
"Eu apenas acho que Nyx pode realmente me ouvir e - talvez - me dar alguma dica
sobre o que eu deveria fazer sobre a horrível Afrodite." Eu olhei para cada um dos meus
amigos. "Algo dentro de mim diz que é errado deixar ela escapar de toda essa merda que
ela esta fazendo."
"Me deixe contar a eles!" Stevie Rae disse de repente. "Eles não vão contar a
ninguém. Verdade. E vai ajudar se eles souberem."
"O que diabos?" Erin disse.
"Ok, agora você não tem escolha," Shaunee disse, apontando para Stevie Rae com
seu garfo. "Ela sabia que se dissesse isso iríamos te incomodar até você nos dizer do que
diabos ela está falando."
Eu franzi a testa para Stevie Rae, que deu nos ombros e disse, "Desculpe."
Relutantemente, eu baixei a voz e me inclinei para frente. "Prometam que não vão
contar a ninguém."
"Prometemos," eles falaram.
"Eu acho que eu posso sentir os cinco elementos quando o circulo é lençado."
Silêncio. Eles apenas ficaram encarando. Três deles chocados, Stevie Rae presumida.


"Então, vocês ainda acham que ela não pode derrubar Afrodite?" Stevie Rae disse.
"Eu sabia que tinha mais sobre a sua Marca do que cair e bater a cabeça!" Shaunee
disse.
"Wow," Erin disse. "Em falar em fofoca."
"Ninguém pode saber!" eu disse rapidamente.
"Por favor," Shaunee disse. "Só estamos dizendo que algum dia será fofoca."
Damien ignorou as duas. "Eu não acho que existem registros de nenhuma Alta
Sacerdotisa que tenha afinidade com os 5 elementos." A voz de Damien ficou mais
excitada quando ele falou. "Você sabe o que isso significa?" Ele não me deu chance de
responder. "Significa que você potencialmente pode ser a mais possante Alta Sacerdotisa
dos vampiros já conheceram."
"Huh?" eu disse. Possante?
"Forte - poderosa," ele disse impacientemente. "Você pode ser capaz de derrubar
Afrodite!"
"Agora, essa é uma noticia seriamente boa," Erin disse, enquanto Shaunee acenava
entusiasmadamente em concordância.
"Então quando nós vamos fazer o negocio da purificação?" Stevie Rae perguntou.
"Nós?" eu disse.
"Você não vai fazer isso sozinha, Zoey," ela disse.
Eu abri minha boca para protestar - eu quero dizer, eu nem tinha certeza do que eu
iria fazer. Eu não queria ver meus amigos misturados com algo que poderia ser - na
verdade, provavelmente seria - uma bagunça total. Mas Damien não me deu tempo de
dizer não a eles.
"Você precisa de nós," ele disse simplesmente. "Até a mais possante Alta Sacerdotisa
precisa do seu circulo."
"Bem, eu na verdade não pensei sobre fazer um circulo. Eu só vou fazer uma coisa
de reza purificadora."
"Você não pode fazer um circulo e então rezar pela ajuda de Nyx?" Stevie Rae
perguntou.
"Parece lógico," Shaunee disse.
"Além do mais, se você realmente tem uma afinidade para os 5 elementos, você será
capaz de sentir quando lançar seu próprio circulo. Certo, Damien?" Stevie Rae disse.
Todos olharem para o gay sábio do nosso grupo.
"Parece lógico para mim," ele disse.
Eu ainda ia discutir, embora tudo dentro de mim se sentisse feliz e aliviado e
agradecido por meus amigos estarem lá por mim, que eles não iriam me deixar enfrentar
essa incerteza sozinha.
Os valorize; eles são perolas de um grande preço.
A voz familiar flutuou pela minha mente, e eu percebi que não deveria questionar o
novo instinto dentro de mim que pareceu ter nascido quando Nyx beijou minha testa e
mudou permanentemente minha Marca e minha vida.
"Ok, eu vou precisar de um galho de reza." Eles olharam em branco para mim, e eu
expliquei. "É para a parte de purificação do ritual porque não tem água corrente por aqui.
Ou tem?"
"Você quer dizer um rio ou uma corrente ou algo assim?" Stevie Rae perguntou.
"Sim."
"Bem, tem um pequeno rio que passa pelo jardim fora do salão de jantar e
desaparece em algum lugar debaixo da escola," Damien disse.


"Isso não é bom; é muito publico. Vamos precisar de um galho de reza. O que
funciona melhor é lavanda seca e salva misturados juntos, mas se não tiver podemos usar
pinho."
"Eu posso conseguir a salva e a lavanda," Damien disse. "Eles tem esse tipo de coisa
no suplemento da escola para os quintanistas e os sestanistas para a aula de Feitiços e
Rituais. Vou apenas dizer que estou ajudando um estudante mais adiantado pegando um
pouco para ele. O que mais você precisa?"
"Bem, no ritual de purificação vovó sempre agradece as 7 sagradas direções que
povo Cherokee honra: norte, sul, leste, oeste, sol, terra, e a si próprio. Mas eu acho que
quero fazer a reza mais especifica para Nyx." Eu mordi o lábio, pensando.
"Eu acho que isso é inteligente," Shaunee disse.
"Sim," Erin acrescentou. "Quero dizer, Nyx não é aliada do sol. Ela é a Noite."
"Eu acho que você deve seguir seu instinto," Stevie Rae disse.
"Confiar em si mesma é uma das primeiras coisas que uma Alta Sacerdotisa aprende
a fazer," Damien disse.
"Ok, então também vou precisar de uma vela para cada elemento," eu decidi.
"Fácil-fácil," Shaunee disse.
"Sim, o templo nunca está fechado e tem um zilhão de velas do circulo lá."
"Está tudo bem em pegar elas?" Roubar do templo de Nyx definitivamente não
parecia uma boa idéia.
"Está tudo bem desde que você devolva," Damien disse. "O que mais?"
"Só isso." Eu acho. Diabos, eu não tenho certeza. Não é como se eu realmente
soubesse o que estava fazendo.
"Quando e onde?" Damien perguntou.
"Depois do jantar. Cinco horas. E não podemos ir juntos. A última coisa que
precisamos é que Afrodite ou qualquer uma das Filhas Negras pensem que estamos indo
em algum tipo de reunião e ficar curiosa sobre nós. Então vamos nos encontrar no
enorme carvalho no muro oriental." Eu dei um sorriso torto para eles. "É fácil encontrar se
você fingir que você saiu correndo da sala onde as Filhas Negras fazem seu ritual, e você
quer se afastar das bruxas."
"Isso não é necessário fingir muito," Shaunee disse.
Erin bufou.
"Ok, vamos trazer as coisas," Damien disse.
"Sim, vamos trazer as coisas; você trás a potência," Shaunee disse, dando um sorriso
de espertinha para Damien.
"Essa não é a correta forma da palavra, você realmente deveria ler mais. Talvez o
seu vocabulário melhorasse." Damien disse.
"Sua mãe precisa ler mais." Shaunne disse, e então ela e Erin deram risadinhas por
causa da péssima piada "sua mãe."
Eu, estava feliz por eles mudarem de assunto e pude comer minha salada e pensar
com relativa privacidade brigavam. Eu estava mastigando e tentando lembrar as palavras
da reza de purificação quando Nala pulou no banco ao meu lado. Ela olhou para mim com
seus olhos grandes se inclinou na minha direção e começou a ronronar como o motor de
um jato. Eu não sei porque, mas ela me fez sentir melhor. E quando o sino tocou e todos
nos apressamos para aula, cada um dos meus quatro amigos sorriram para mim, me
dando uma secreta piscada, e disse, "Até mais, Z." Eles também me fizeram sentir melhor,
embora a fácil adoção do apelido que Erik me deu fez meu coração doer.


A aula de espanhol voou: uma lição toda de como aprender a dizer que gostamos ou
não de uma coisa. Prof. Garmy estava me quebrando. Ela disse que mudaria nossas vidas.
Me gusta gatos. (Eu gosto de gatos.) Me gusta it de compras. (eu gosto de fazer
compras.) No me gusta cocinar. (Eu não gosto de cozinhar.) No meu gusta levantar el
gato. (Eu não gosto de lavar o gato.) Essas eram as frases favoritas da Prof. Garmy, e
passamos a aula inventando as nossas.
Eu tentei não escrever coisas como me gusta Erik... e no me gusta el bruxa Afrodite.
Ok, el bruxa não é como se diz "bruxa" em espanhol, mas ainda sim. De qualquer forma,
a aula foi divertida e eu na verdade entendi o que estávamos dizendo. A aula de equitação
não passou tão rápido. Estábulos sujos eram bom para pensar - eu repassei de novo e
novo a reza de purificação - mas a hora definitivamente pareceu levar uma hora. Dessa
vez Stevie Rae não precisou ir me pegar. Eu estava muito ansiosa para perder a noção do
tempo. Quando o sino tocou eu estava rapidamente arrumando as coisas, feliz por
Lenobia ter me deixado escovar Persephone de novo, e preocupada porque ela também
que disse que semana que vem eu realmente poderia montar nela. Eu me apressei para
sair do estábulo, desejando que não fosse não tarde no mundo "real." Eu teria amado
ligar para vovó e contar a ela o quão bem estava me saindo com os cavalos.
"Eu sei o que está acontecendo."
Eu juro que quase me engasguei. "Deus, Afrodite! Você não podia dar um avisou ou
algo assim! O que você é, parte aranha? Você quase me mata de susto."
"Qual o problema?" ela disse. "Consciência culpada?"
"Uh, quando você passa de fininho por trás das pessoas, você as assusta. Culpa não
tem nada a ver."
"Então você não está se sentindo culpada?"
"Afrodite, eu não sei do que você está falando."
"Eu sei o que você está planejando para hoje a noite."
"E ainda sim não sei do que você está falando." Ah, merda! Como ela descobriu?
"Todos acham que você é tão fofa e tão inocente e estão tão impressionados pela
sua bizarra Marca. Todos menos eu." Ela virou para me encarar, e paramos no meio da
calçada. Os olhos dela se estreitaram e seu rosto virou até ser assustadoramente feio.
Huh. Eu me perguntei (brevemente) se as Gêmeas perceberam o quão preciso era o
apelido que elas deram para ela. "Não importa que merda você ouviu ele ainda é meu. Ele
sempre será meu."
Meus olhos se alargaram e eu senti uma onda de alivio tão intenso que me fez rir.
Ela estava falando sobre Erik, não sobre a reza de purificação! "Wow, você parece a mãe
do Erik. Ele sabe que você está cuidando dele?"
"Eu parecia com a mãe de Erik quando você me viu chupar o pau dele no corredor?"
Então ela sabia. Tanto faz. Eu suponho que essa conversa fosse inevitável. "Não,
você não parecia a mãe de Erik. Você parecia o que você é - desesperada - com sua
patética tentativa de se jogar para um cara que claramente estava dizendo a você que
não te queria mais."
"Vadia fudida! Ninguém fala comigo assim!"
Ela levantou sua mão e, como um garra, a mexeu para cortar meu rosto. Então eu
senti que o mundo parou, deixando nos duas em um movimento lento. Eu peguei o pulso
dela, a parando com facilidade - com muita facilidade. Era como se ela fosse uma
pequena, e doente criança que tinha ficado irritada, mas que era muito fraca para me
machucar. Eu a segurei por um momento, encarando os olhos odiosos dela.


"Nunca mais tente me bater. Eu não sou um daqueles garotos que você pode
brincar. Entenda isso, e entenda isso agora. Eu não tenho medo de você." Então joguei o
pulso dela para longe de mim, e fiquei totalmente chocada por ver que ela deu vários
passos para trás.
Esfregando o pulso, ela olhou para mim. "Não se incomode em aparecer amanha. Se
considere desconvidada e não mais uma Filha Negra."
"Verdade?" Eu me senti incrivelmente calma. Eu sabia que a carta estava na minha
mão e a puxei. "Então você quer explicar a minha mentora, Alta Sacerdotisa Neferet, a
vampira que teve a idéia que eu me juntasse as Filhas Negras pra começo de conversa,
que você está me expulsando porque você está com inveja que seu ex-namorado gosta de
mim?"
O rosto dela empalideceu.
"Oh, e você pode ter certeza que eu vou estar totalmente e complemente arrasada
quando Neferet me perguntar." Eu funguei e choraminguei como um pequeno choro falso.
"Você sabe como é querer fazer parte de algo e mais ninguém no grupo querer você
ali?" ela resmungou com seus dentes cerrados.
Eu senti meu estomago se contorcer e tive que me forçar a não deixar ela ver que
me atingiu. Sim, eu sabia exatamente como era fazer parte de algo - uma suposta família
- e sentir que ninguém me queria ali, mas Afrodite não ia saber disso. Ao invés eu sorri, e
com uma voz doce disse, "Porque, o que você quer dizer, Afrodite? Erik é parte dos Filhos
Negros e hoje mesmo no almoço ele me disse o quão feliz estava por eu ter me juntado
as Filhas Negras."
"Vá ao ritual. Finja que você é parte das Filhas Negras. Mas é melhor você se lembrar
de algo. Elas são minhas Filhas Negras. Você é a forasteira; a que não é querida. E lembre
disso também, Erik Night e eu temos uma ligação que você nunca vai entender. Ele não é
meu ex nada. Você não ficou para ver o fim do nosso pequeno jogo no corredor. Ele
estava era lá como é agora exatamente onde eu quero que ele esteja. Meu." Então ela
jogou seu enorme e cabelo loiro e se afastou.
Cerca de duas respirações depois Stevie Rae colocou a cabeça para fora de um
enorme carvalho que não era longe da calçada e disse, "Ela foi embora?"
"Graças a Deus." Eu balancei minha cabeça para Stevie Rae. "O que você estava
fazendo ali?"
"Você está brincando? Eu me escondi. Ela me assusta para caramba. Eu estava vindo
me encontrar com você quando vi vocês discutindo. Cara, ela realmente tentou bater em
você!"
"Afrodite tem um sério problema para controlar a raiva." Stevie Rae riu. "Uh, Stevie
Rae, você pode sair ai de atrás agora." Ainda rindo, Stevie Rae praticamente pulou para o
meu lado e ligou seu braço com o meu. "Você realmente a enfrentou!"
"Eu realmente a enfrentei."
"Ela realmente, realmente odeia você."
"Ela realmente, realmente odeia."
"Você sabe o que isso significa?" Stevie Rae disse.
"Sim. Eu não tenho escolha agora. Eu vou ter que derrubar ela."
"Sim."
Mas eu sabia que eu não tinha escolha mesmo antes de Afrodite tentar arrancar meu
olho para fora. Eu não tinha escolha desde que Nyx me Marcou. Enquanto Stevie Rae e eu
andávamos juntas na noite iluminada pelas luzes, as palavras da deusa se repetiram de
novo e de novo na minha cabeça: Você é velha além da sua idade, Zoeybird. Acredite em


você mesma e você encontrara um jeito. Mas lembre-se, a escuridão nem sempre equivale
ao mal, assim como a luz nem sempre trás o bem.


VINTE E TRÊS

"Eu espero que o resto do pessoal possa encotrar," eu disse, olhando ao meu redor
enquanto Stevie Rae e eu esperávamos no enorme carvalho. "Não parecia tão escuro
ontem a noite."
"Não estava. Tem muitas nuvens hoje, então a lua está tendo problemas em nos
iluminar. Mas não se preocupe, a Mudança está fazendo coisas muito boas com a nossa
visão noturna. Droga, eu acho que posso ver tão bem quando Nala." Stevie Rae acariciou
a gata afeiçoadamente na cabeça e Nala fechou os olhos e ronronou. "Eles vão nos
encontrar."
Eu me inclinei contra a árvore e me preocupei. O jantar estava bom - galinha
fervida, arroz temperado, e ervilhas (uma coisa que eu posso dizer desse lugar, eles
podem realmente cozinhar) - yeah, tudo estava ótimo. Até Erik passar na nossa mesa e
disse oi. Ok, não foi realmente um "oi, Z, eu ainda gosto de você". Fui um "oi, Zoey."
Ponto. Sim. Foi isso. Ele pegou a comida dele e estava andando com alguns outros caras
que as Gêmeas chamavam de gostosos. Eu admito que eu nem notei eles. Eu estava
ocupada demais notando Erik. Eles vieram para nossa mesa. Eu olhei para cima e sorri.
Ele encontrou meus olhos por um segundo, e disse, "Oi, Zoey," e continuou passando. E
de repente a galinha não estava tão gostosa.
"Você feriu o ego dele. Seja gentil com ele e ele vai te pedir para sair de novo,"
Stevie Rae disse, trazendo eu e meus pensamentos de volta para o presente de baixo da
árvore.
"Como você sabia que eu estava pensando em Erik?" Eu perguntei. Stevie Rae
acariciou Nala silenciosamente, então eu me abaixei para acariciar a gata no topo da
cabeça antes dela começar a reclamar de novo.
"Porque era isso que eu estava pensando."
"Bem, eu deveria estar pensando sobre o circulo que tenho que lançar, mas nunca
lancei antes na vida, e no ritual de purificação que eu tenho que fazer, e não em um
cara."
"Ele não é um cara: ele é um ótimooo cara," Stevie Rae babou, me fazendo rir.
"Você deve estar pensando em Erik," Damien disse, saindo das sombras do muro.
"Não se preocupe. Eu vi o jeito que ele estava te olhando no almoço. Ele vai te pedir para
sair de novo."
"Sim, vai por ele," Shaunee disse.
"Ele é o nosso expert em Todas As Coisas de Homem," Erin disse enquanto eles se
juntaram embaixo da árvore.
"Verdade," Damien disse.
Antes deles fazerem minha cabeça doer mudei de assunto. "Pegaram as coisas que
precisávamos?"
"Eu tive que misturar a salva seca e misturar com a lavanda. Eu espero que esteja
tudo bem por ter amarrado elas assim." Damien tirou o galho de ervas secas da manga da
jaqueta e me entregou. Era grosso e tinha quase 30 centímetros, e imediatamente eu
senti o cheiro da doce lavanda. Ele prendeu o maço com força junto numa ponta que
parecia mais grossa.
"Está perfeito." Eu sorri para ele.
Ele pareceu aliviado, e então disse, um pouco tímido, "eu usei meu ponto de cruz
para prender."


"Hey, eu já te disse antes que você não deve se sentir envergonhado que você goste
de costurar. Eu acho que é um hobby legal. Além do mais, você é muito bom nisso,"
Stevie Rae disse.
"Eu queria que meu pai achasse isso também," Damien disse.
Eu odiei ouvir a tristeza na voz dele. "Eu queria que você me ensinasse algo. Eu
sempre quis saber como fazer ponto cruz," eu menti, e fiquei feliz de ver o rosto de
Damien se iluminar.
"A qualquer hora, Z," ele disse.
"E quanto as velas?" eu perguntei as Gêmeas.
"Hey, falamos pra você. Fácil..." Shaunee abriu a sua bolsa e pegou uma vela verde,
amarela e azul com seus copos de cor correspondente.
"Fácil." Da bolsa dela Erin tirou a vela vermelha envolvida no mesmo recipiente.
"Ótimo. Ok, vamos ver. Vamos para cá, um pouco longe do tronco, mas perto o
bastante para ficarmos de baixo dos galhos." Eles me seguiram enquanto dei alguns
passos para longe de árvore. Eu olhei para as velas. O que eu deveria fazer? Talvez eu
devesse... e enquanto eu pensava sobre isso, eu soube. Sem parar para me perguntar por
que ou como ou questionar o intuitivo conhecimento que tinham de repente vindo para
mim, eu simplesmente agi. "Vou dar a cada um vocês uma vela. Então, como aconteceu
com os vampiros no Ritual da Lua Cheia de Neferet, vocês vão representar um elemento.
Eu serei o espírito." Erin me deu a vela púrpura. "Eu sou o centro do circulo. O resto de
vocês tomem seus lugares ao meu redor." Sem hesitar eu peguei a vela vermelha de Erin
e entreguei para Shaunee. "Você será o fogo."
"Parece bom para mim. Quero dizer, todos sabem o quanto sou quente."
Ela riu e foi para a parte sul do circulo. A vela verde foi a próxima. Eu me virei para
Stevie Rae. "Você será a terra."
"E verde é minha cor favorita!" ela disse, se movendo feliz do outro lado de Shaunee.
"Erin, você será água."
"Ótimo. Eu costumava gostar de relaxar, o que envolvia nadar quando eu precisa me
acalmar." Erin se moveu para a posição oeste. "Então eu devo ser o ar," Damien disse,
pegando a vela amarela.
"Você é. Seu elemento abre o circulo."
"Como eu queria poder abrir a mente das pessoas," ele disse, se movendo para a
posição leste.
Eu dei um quente sorriso para ele. "Sim. Como isso."
"Ok. E agora?" Stevie Rae perguntou.
"Bem, vamos usar a fumaça do galho para nos purificar." Eu coloquei a vela púrpura
nos meus pés para poder me concentrar no galho de reza. Então virei os olhos. "Bem,
diabos. Alguém lembrou de trazer fósforo ou um isqueiro ou algo assim?"
"Naturalmente," Damien disse, tirando um isqueiro do bolso. "Obrigada, ar," eu
disse.
"Nem esquenta, Alta Sacerdotisa," ele disse.
Eu não disse nada, mas quando ele me chamou assim um calafrio de excitação
passou pelo meu corpo.
"É assim que usamos um galho de reza," eu disse, feliz por minha voz soar mais
calma do que eu me sentia. Eu fiquei na frente de Damien, decidido começar por onde o
circulo começava. Percebendo que eu estava seguindo as lições da minha avó dadas a
mim na infância, eu comecei a explicar o processo para os meus amigos. "Esse ritual serve
para limpar uma pessoa, lugar, ou um objeto de energia negativa, espírito, ou influencia.


A cerimônia envolve queimar plantas sagradas e especiais, então, passar o objeto pela
fumaça, ou passar a fumaça ao redor da pessoa ou lugar. O espírito da planta purifica o
que estiver sendo esfumaçado." Eu sorri para Damien. "Pronto?"
"Afirmativo," ele disse do seu jeito tipicamente Damien.
Eu acendi o galho e deixei o fogo queimar as ervas secas por um tempo, então eu a
assoprei para que tudo que sobrasse fosse uma agradável brasa de fumaça. Então,
começando pelos pés de Damien, eu passei a fumaça pelo corpo dele enquanto
continuava minha explicação sobre a antiga cerimônia.
"É realmente importante lembrar que estamos pedindo para o espírito das plantas
sagradas que estamos usando para nos ajudar, e deveríamos mostrar a elas o devido
respeito reconhecendo o poder delas."
"O que lavanda e salva fazem?" Stevie Rae perguntou do outro lado do circulo.
Enquanto eu esfumaçava o corpo de Damien eu respondi a pergunta de Stevie Rae.
"Salva é usada em muitas das cerimônias tradicionais. Ela retira energias negativas,
espíritos, e influencias. Na verdade, a salva do deserto faz a mesma coisa, mas eu prefiro
a salva branca porque tem um cheiro melhor." Eu cheguei na cabeça de Damien e ri para
ele. "Boa escolha, Damien."
"Às vezes eu acho que sou um pouco intuitivo," Damien disse. Erin e Shaunee
bufaram, mas nós ignoramos elas.
"Ok, vire no sentido do relógio e vou terminar com as suas costas," eu disse a ele.
Ele virou e eu continuei. "Minha avó sempre usa lavanda em todos os seus galhos de reza.
Eu tenho certeza que é parte dos motivos dela ser dona de uma fazenda de lavanda."
"Legal!" Stevie Rae disse.
"Sim, é um lugar incrível." Eu sorri por cima do meu ombro para ela, mas eu
continuei fumegando Damien. "A outra parte do porque ela usa lavanda é porque é capaz
de restaurar o balanço e criar uma atmosfera pacifica. Também atrai energia amorosa e
espíritos positivos." Eu dei uma batidinha no ombro de Damien então ele se virou. "Você
está pronto." Então me movi até Shaunee, que estava representado o elemento de fogo, e
comecei a fumegar ela.
"Espíritos positivos?" Stevie Rae disse, parecendo jovem e assustada. "Eu não sabia
que iríamos chamar mais do que os elementos no circulo."
"Por favor. Apenas, por favor, Stevie Rae." Shaunee disse, franzindo através da
fumaça para Stevie Rae. "Você não pode ser uma vampira e ter medo de fantasmas."
"Espera, Zoey não está falando sobre os espíritos Cherokee? Eles provavelmente não
vão prestar muita atenção para uma cerimônia feita por um bando de vampiros calouros
que não são descendentes de índios que supera a nossa Alta Sacerdotisa Cherokee em 4 a
1," Damien disse.
Eu terminei com Shaunee e me movi para Erin. "Eu não acho que importa tanto o
que somos por fora," eu disse, instantaneamente sentindo a certeza do que eu estava
dizendo. "Eu acho que o que importa é nossa intenção. E meio assim: Afrodite e seu
grupo são umas das mais bonitas, e mais talentosas garotas nessa escola, e as Filhas
Negras deveria ser um clube incrível. Mas ao invés disso, nós a chamamos de bruxas e
elas são basicamente um bando de valentonas e mimadas pirralhas." Me pergunto como
Erik se encaixa nisso? Ele realmente era "tanto faz" em relação ao grupo, como ele me
disse, ou era algo mais profundo que isso, como Afrodite implicou?
"Ou garotos que foram obrigados a participar e estão juntos pacote," Erin disse.
"Exato." Eu mentalmente me repreendi. Agora não era a hora para sonhar acordada
com Erik. Eu terminei de esfumaçar Erin e fui até Stevie Rae. "O que eu quero dizer é que


acho que o espírito dos meus ancestrais podem nos ouvir, como eu acho que o espírito da
salva e da lavanda funcionam em nós. Mas não acho que temos nada para ter medo,
Stevie Rae. A nossa intenção não é chamar eles aqui para chutarmos a bunda de
Afrodite." Eu parei rindo e acrescentei, "embora a garota definitivamente precise de um
bom chute na bunda. E eu não acho que vá haver fantasmas assustadores andando por
aqui hoje a noite," eu disse firmemente, então entreguei o galho para Stevie Rae e disse,
"Ok, agora você faz em mim." Ela começou a imitar minhas ações e eu relaxei com a doce
fumaça famíliar enquanto ela era passada ao meu redor.
"Não vamos pedir a ajuda deles para chutar a bunda dela?" Shaunee definitivamente
parecia desapontada.
"Não. Estamos nos purificando para pedir que Nyx nos guie. Eu não quero bater em
Afrodite." Eu me lembrei o quão bem me senti ao jogar ela pra longe de mim e dizer para
ela pastar. "Bem, ok, eu posso gostar da idéia, mas a verdade é que isso não resolve o
problema das Filhas Negras."
Stevie Rae terminou de me esfumaçar e eu peguei o galho dela e cuidadosamente o
esfreguei no chão. Então voltei para o centro do circulo onde Nala estava enrolada
contente em uma pequena bola de pelos laranja ao lado da vela de espírito. Eu olhei ao
redor para os meus amigos. "É verdade que não gostamos de Afrodite, mas acho
importante não se concentrar em coisas negativas como chutar a bunda dela ou a
expulsar das Filhas Negras. Isso é o que ela faria em nosso lugar. O que queremos é o
que é certo. Mais justiça do que vingança. Somos diferentes dela, e se de alguma forma
formos capazes de tomar o lugar dela nas Filhas Negras, esse grupo será diferente
também."
"Vê, é por isso que você será a Alta Sacerdotisa e Erin e eu seremos sua atraentes
ajudantes. Porque somos superficiais e só queremos arrancar a cabeça de vento dela,"
Shaunee disse enquanto Erin acenava.
"Apenas pensamentos positivos, por favor," Damien disse afiadamente. "Estamos no
meio de um ritual de purificação!"
Antes de Shaunee poder fazer algo além de olhar para Damien, Stevie Rae disse,
"Kay! Estou pensando apenas em coisas positivas, como o quão incrível seria se Zoey
fosse a líder das Filhas Negras!"
"Boa idéia, Stevie Rae," Damien disse. "Estou pensando o mesmo."
"Hey! Esse é meu pensamento feliz também," Erin disse. "Peter Pan* comigo,
Gêmea," (*pra quem não lembra, para voar no mundo de Peter Pan pensamentos felizes
eram necessários).
Ela chamou Shaunee, que parou de olhar com raiva para Damien e disse, "Você sabe
que sempre estou afim de pensamentos felizes. E seria ótimo se Zoey estivesse no
comando das Filhas Negras e no caminho para se transformar numa Alta Sacerdotisa de
verdade."
Alta Sacerdotisa de verdade... Eu imaginei brevemente se era uma coisa boa ou ruim
que essas palavras me faziam sentir que eu estava prestes a vomitar. De novo.
Respirando, eu acendi a vela roxa. "Prontos?" eu perguntei para os 4.
"Prontos!" Eles falaram juntos.
"Ok, peguem seus velas."
Sem hesitar (o que significa que eu também não estava me dando tempo para
amarelar), eu carreguei a vela até Damien. Eu não era experiente e brilhante como
Neferet era, ou sedutora e confiante como Afrodite. Eu era apenas eu. Apenas Zoey - a
estranha familiar que passou de ser uma quase normal estudante do colegial para uma


estranha vampira caloura. Eu respirei fundo. Como vovó diria, tudo o que eu podia fazer
era o meu melhor.
"Ar está em toda parte, então apenas faz sentido que você seja o primeiro elemento
a ser chamado no circulo. Eu peço que você me ouça, ar, e eu o convoco para esse
circulo." Eu acendi a vela amarela de Damien com a minha púrpura e instantaneamente a
chama começou a queimar como louca. Eu observei os olhos de Damien ficarem grandes
e redondos e encarando quando o vento de repente apareceu eu um mini redemoinho ao
redor de nossos corpos, levantando nosso cabelo e passando suavemente contra a nossa
pele.
"É verdade," ele sussurrou, me encarando. "Você pode realmente manifestar os
elementos."
"Bem," eu sussurrei de volta, me sentindo mais leve, "um deles pelo menos. Vamos
tentar dois."
Eu fui até Shaunee. Ela ergueu a vela dela para mim e me fez sorrir quando ela
disse, "estou pronta para o fogo - pode mandar ver!"
"Fogo me lembra das noites frias de inverno e o calor e a segurança da lareira que
esquentava o chalé da minha avó. Eu peço que você me ouça, fogo, e eu te convoco para
este circulo." Eu acendi a vela vermelha e a chama queimou, muito mais brilhante do que
deveria ser possível para uma vela comum. O ar ao redor de Shaunee e eu de repente foi
preenchido com um rico, cheiro de madeira e o calor de uma lareira acessa.
"Wow!" Shaunee exclamou, os olhos escuros dela dançando com o reflexo da
brilhosa chama da vela. "Agora, isso é legal!"
"São dois," eu ouvi Damien dizer.
Erin estava rindo quando tomei meu lugar na frente dela. "Estou pronta para água,"
ela disse rapidamente.
"Água é o alivio do quente verão de Oklahoma. É o incrível oceano que eu realmente
gostaria de ver algum dia, e é a chuva que faz a lavanda crescer. Eu peço que você me
ouça, água, e eu te convoco para este circulo."
Eu acendi a vela azul e senti frio instantaneamente contra a minha pele, assim como
cheiro limpo, e salgado do que só poderia ser o oceano que eu nunca vi.
"Incrivel, muito, muito incrível," Erin disse, respirando fundo o ar do oceano.
"São três," Damien disse.
"Eu não estou mais assustada," Stevie Rae disse quando parei na frente dela.
"Ótimo," eu disse. Então foquei minha mente no quarto elemento, terra. "A terra nos
suporta e nos rodeia. Não seriamos nada sem ela. Eu peço que você me ouça, terra, e eu
te convoco para este circulo." Então acendi a vela verde com facilidade, e de repente
Stevie Rae e eu estamos sobrepujadas pelo doce aroma da grama recém cortada. Eu ouvi
o ruído das folhas do carvalho e olhamos para cima para ver o grande carvalho
literalmente baixando seus galhos até nós como se pudesse nos proteger do perigo.
"Totalmente incrível," Stevie Rae disse.
"Quatro," Damien disse, sua voz cheia de excitação.
Eu andei rapidamente para o centro do circulo e levantei minha vela púrpura.
"O último elemento é o que preenche tudo e todos. Nos faz únicos e respira vida em
tudo. Eu peço que você me ouça, espírito, e eu te convoco para este circulo."
Inacreditavelmente, parecia que de repente eu estava cercada pelos quatro
elementos, que eu estava no meio de um redemoinho feito de ar e fogo, água e terra.
Mas não foi assustador, nenhum pouco. Me encheu de paz, e ao mesmo tempo eu senti a


tempestade de um poder quente e branco e tive que pressionar os lábios com força para
não rir de pura alegria.
"Olhem! Olhem para o circulo!" Damien gritou.
Eu pisquei minha visão clara e instantaneamente senti os 4 elementos se
assentarem, como se fossem gatinhos que brincavam ao meu redor, esperando felizes que
eu os chamasse para bater no barbante e fazer algo. Eu estava sorrindo para eles com a
comparação quando eu vi a luz brilhante que apareceu ao redor da circunferência do
circulo, iluminando Damien, Shaumee, Erin e Stevie Rae. Era brilhante e clara, e a
luminosidade prateada da lua cheia.
"E são cinco," Damien disse.
"Puta merda!" eu disse, muito como um - uma Alta Sacerdotisa, e os 4 riram,
enchendo a noite com o som da felicidade. E eu entendi, pela primeira vez, porque
Neferet e Afrodite tinham dançado durante seus rituais. Eu queria dançar e rir e gritar de
felicidade. Outra hora, eu disse a mim mesma. Hoje a noite havia um trabalho mais sério
a ser feito.
"Ok, eu vou fazer a reza da purificação," eu disse a meus amigos. "E enquanto eu
digo a reza eu vou olhar para cada um dos elementos, um por vez."
"O que você quer que a gente faça?" Stevie Rae perguntou.
"Se concentrem na reza. Concentração. Acredite que o elemento será carregado para
Nyx, e que a deusa ira responder me ajudando a saber o que fazer," eu disse com muito
mais certeza do que eu sentia.
De novo eu olhei para o leste. Damien deu um sorriso de encorajamento para mim. E
eu comecei a recitar a antiga reza de purificação que eu disse tantas vezes com vovó -
com algumas mudanças que decidi mais cedo.
Grande deusa da Noite, cuja voz eu ouço no vento, que respira o ar da vida para
seus filhos. Me ouça; eu preciso da sua força e sabedoria.
Eu parei brevemente e me virei para o sul.
Me deixe andar na beleza, e faça meus olhos contemplarem o vermelho e púrpura
pôr do sol que vem antes da beleza da nossa noite. Faça minhas mãos respirar as coisas
que você fez e meus ouvidos afiados para ouvirem sua voz. Me faça sábia para que eu
possa entender as coisas que você ensinou para as pessoas.
Eu me virei de novo para a direita, e minha voz ficou mais forte enquanto eu entrava
no ritmo da oração.
Me ajude a permanecer calma e forte e a encarar tudo que vier em minha direção.
Me permita aprender a lição que você tem escondido em cada folha e pedra. Me ajude a
procurar pensamentos puros e agir com a intenção de ajudar outros. Me ajude a
encontrar a compaixão sem que a simpatia me sobrepuje.
Eu virei para Stevie Rae, cujos olhos estavam fechados enquanto ela continuava a se
concentrar na mente dela.
Eu procuro força, não para ser mais que os outros, mas para lutar contra meu
grande inimigo, as duvida dentro de mim.
Eu voltei para o centro do circulo e terminei a reza, e pela primeira vez na vida, eu
senti uma onda de sensação enquanto o poder das antigas palavras passavam por mim
pelo que eu esperava que fosse meu coração e alma que estivesse ouvindo a deusa.
Me faça estar sempre pronta para vir até você com mãos limpas e olhos fortes. Para
que quando a vida desaparecer, assim como o pôr do sol que desaparece, meu espírito
possa ir até você sem vergonha.


Tecnicamente, essa era a conclusão da reza Cherokee que vovó me ensinou, mas
senti a necessidade de acrescentar: "E Nyx, eu não entendo porque você me Marcou e
porque você me deu o dom e afinidade com os elementos. Eu nem preciso saber. O que
eu quero pedir é que você me ajude a saber a coisa certa a fazer, e então me de a
coragem para fazê-la." E eu terminei a oração do jeito que eu lembrei que Neferet
completou o ritual dela:
"Abençoada seja!"


VINTE E QUATRO

"Esse foi realmente o mais prodigioso circulo que eu já experimentei!" Damien disse
emocionado depois que o circulo foi fechado e estávamos juntando as velas e o galho de
reza.
"Eu achei que "prodigioso" significasse "grande,"" Shaunee disse.
"Também pode mostrar excitação e se referenciar para algo estupendo e
monumental," Damien disse.
"Pela primeira vez não vou discutir com você," Shaunee disse, surpreendendo todos
menos Erin.
"Yeah, o circulo foi prodigioso," Erin disse.
"Sabe que eu realmente consegui sentir a terra quando Zoey a chamou?" Stevie Rae
disse. "Foi como se de repente eu estivesse cercada por um campo de trigo. Não, foi mais
que ser cercada por isso. Era como se de repente eu fosse parte disso."
"Eu sei exatamente o que você quer dizer. Quando ela chamou a chama foi como se
fogo explodisse dentro de mim," Shaunee disse.
Eu tentei entender o que eu estava sentindo enquanto os quatro conversam juntos
alegremente. Eu estava definitivamente feliz, mas sobrepujada e um pouco mais do que
um pouco confusa. Então era verdade, eu tinha algum tipo de afinidade com os 5
elementos.
Por quê?
Só pra derrubar Afrodite? (O que, por sinal, eu ainda não fazia idéia de como fazer.)
Não, eu acho que não. Porque Nyx iria me conceder um poder tão raro só para poder
chutar a bunda da mimada líder de um grupo?
Ok, as Filhas Negras eram mais do que um conselho estudantil ou tanto faz, mas
ainda sim.
"Zoey, você está bem?"
A voz preocupada de Damien me fez tirar os olhos de Nala, e eu percebi que estava
sentada no meio do que costumava ser o circulo, com meu gato no colo, completamente
envolta e meus próprios pensamentos enquanto acariciava a cabeça dela.
"Oh, sim. Desculpe. Estou bem, só um pouco distraída."
"Deveríamos voltar. Está ficando tarde," Stevie Rae disse.
"Ok. Você está certa," eu disse, e levantei, ainda segurando Nala. Mas não consegui
fazer meus pés os seguirem quando eles começaram a andar de volta para o dormitório.
"Zoey?"
Damien, o primeiro a notar minha hesitação, parou e me chamou, e então meus
outros amigos pararam, e viraram para mim com expressões que variavam de
preocupação a confusão.
"Uh, vocês podem ir na frente? Eu vou ficar aqui um pouco mais."
"Poderíamos ficar com você e -" Damien começou, mas Stevie Rae (abençoado seja o
coração caipira dela) o interrompeu.
"Zoey precisa pensar sozinha. Você não precisaria se você tivesse acabado de
descobrir que você é o único calouro conhecido na história que tem uma afinidade pelos 5
elementos?"
"Eu suponho que sim," Damien disse relutantemente.
"Mas não esqueça que vai amanhecer logo," Erin disse.
Eu sorri os ressegurando. "Não vou. Vou voltar para o dormitório logo."


"Vou fazer um sanduíche pra você e tentar conseguir umas batatinhas para
acompanhar sua coca não dietética. É importante que a Alta Sacerdotisa coma depois que
ela faz um ritual," Stevie Rae disse com um sorriso e um aceno enquanto ela levava os
outros 3 com ela.
Eu agradeci a Stevie Rae enquanto eles desapareciam na escuridão. Então andei até
a árvore e sentei, colocando minhas costas contra o grosso tronco. Eu fechei os olhos e
acariciei Nala. O ronronar dela era normal e familiar e incrivelmente tranqüilizador, e
pareceu me ajudar a me por no chão.
"Ainda sou eu," eu sussurrei para minha gata. "Como vovó disse. Todas as outras
coisas podem mudar, mas a Zoey verdadeira - a que eu tenho sido a 16 anos - ainda é
Zoey."
Talvez se eu repetisse de novo e de novo o suficiente para mim mesma, eu
realmente acreditasse. Eu descansei meu rosto em uma mão e acariciei minha gata com a
outra, e disse a mim mesma que ainda era eu... ainda eu... ainda eu...
"Vê como ela inclina sua bochecha contra a mão dela! O, eu uso uma luva nessa
mão, para poder tocar essa bochecha!"
Nala "me-eeh-uf-owed" reclamando enquanto eu pulei surpresa.
"Parece que eu continuo a te encontrar perto dessa árvore," Erik disse, sorrindo para
mim parecendo bem.
Ele me fez sentir uma agitação no meu estomago, mas hoje a noite ele também me
fez sentir algo mais. Porque exatamente ele continuava me "achando"? E exatamente a
quanto tempo ele estava me vendo?"
"O que você está fazendo aqui, Erik?"
"É bom ver você também. E, sim, eu gostaria de sentar, obrigado," ele disse e
começou a sentar do meu lado.
Eu levantei, fazendo Nala ronronar de novo.
"Na verdade, eu ia voltar para o meu dormitório."
"Hey, não quis me intrometer nem nada. Eu só não consegui me concentrar no dever
de casa então vim dar uma volta. Eu acho que meus pés me trouxeram para cá sem que
eu mandasse neles, porque a próxima coisa que eu vi eu estava aqui do seu lado. Eu
realmente não estou te perseguindo. Juro."
Ele colocou a mão nos bolsos e parecia totalmente embaraçado. Bem, totalmente
fofo e embaraçado, e eu lembrei o quando eu queria dizer sim para ele mais cedo quando
ele me convidou para assistir filmes nerds com ele. E agora aqui estava eu, rejeitando ele
e o fazendo ficar desconfortável de novo. Era de se admirar que o cara sequer falasse
comigo. Claramente, eu estava levando o negocio da Alta Sacerdotisa a serio demais.
"Então que tal me levar de volta para meu dormitório? De novo," eu perguntei.
"Parece bom."
Dessa vez Nala reclamou quando eu tentei carregar ela. Ao invés disso ela trotou
junto conosco enquanto Erik e eu andávamos juntos tão fácil quanto tinha sido antes. Ele
não disse nada por um tempo. Eu queria perguntar a ele sobre Afrodite, ou pelo menos
dizer a ele o que ela me disse sobre ele, mas eu não consegui inventar um bom jeito de
dizer algo que eu provavelmente não deveria perguntar para ele.
"Então o que você estava fazendo aqui a essa hora?" ele perguntou.
"Pensando," eu disse, o que tecnicamente não era uma mentira. Eu estava
pensando. Muito. Antes, durante, e depois do circulo que eu convincentemente não iria
mencionar.
"Oh. Você está preocupada com aquele cara Heath?"


Na verdade, eu não pensei muito em Heath e Kayla desde que falei com Neferet,
mas eu dei nos ombros, sem querer especificar sobre o que eu estava pensando.
"Eu quero dizer, eu acho que é provavelmente difícil terminar com alguém só porque
você foi Marcada," ele disse.
"Eu não terminei com ele porque fui Marcada. Ele e eu basicamente terminamos
antes disso. A Marca só fez ser uma decisão mais final." Eu olhei para Erik e respirei
fundo. "E quanto a você e Afrodite?"
Ele piscou surpreso. "Como assim?"
"Hoje ela me disse que você nunca será o ex dela porque você sempre será dela."
Os olhos dele se estreitaram e ele parecia realmente fulo. "Afrodite tem um sério
problema para dizer a verdade."
"Bem, não que seja da minha conta, mas-"
"É da sua conta," ele disse rapidamente. E então, me chocando totalmente, ele
pegou minha mão. "Pelo menos eu gostaria que você da sua conta."
"Oh," eu disse. "Ok, bem, ok." De novo, eu estava certa que eu o estava
impressionando com minha habilidade de conversação.
"Então você não estava só me evitando hoje a noite; você realmente tinha algo para
fazer?" Ele perguntou devagar.
"Eu não estava evitando você. Só tem..." eu hesitei, sem ter certeza de como diabos
explicar algo que eu tinha certeza que não deveria explicar para ele. "Tem muita coisa
acontecendo comigo agora. Essa Mudança é bem confusa às vezes."
"Melhora," ele disse, apertando minha mão.
"De alguma forma, para mim, eu duvido," eu murmurei.
Ele riu e bateu na minha Marca com seu dedo. "Você está na frente do resto de nós.
Isso é difícil no começo, mas, acredite em mim, vai ficar mais fácil - mesmo para você."
Eu suspirei. "Eu espero que sim." Mas eu duvidava.
Paramos na frente do dormitório, e ele se virou para mim, a voz dele de repente
baixa e séria. "Z, não acredite na merda que a Afrodite diz. Ela e eu não ficamos juntos a
meses."
"Mas vocês costumavam ficar," eu disse.
Ele acenou e o rosto dele parecia cansado.
"Ela não é uma pessoa muito legal, Erik."
"Eu sei disso."
E então eu percebi o que realmente estava me incomodando e decidi, oh, bem, que
diabos, eu só vou dizer.
"Eu não gosto que você tenha ficado com alguém maldoso. Me faz sentir estranha
sobre querer ficar com você." Ele abriu a boca para dizer algo e eu continuei falando, sem
querer ouvir uma desculpa que eu não tinha certeza se devia ou não acreditar. "Obrigado
por me trazer para casa. Fico feliz que você tenha me encontrado de novo."
"Estou feliz por ter te encontrado também," ele disse. "Eu gostaria de te ver de novo,
Z, e não só por acidente."
Eu hesitei. E me perguntei do porque eu estava hesitando. Eu queria ver ele de novo.
Eu precisava esquecer Afrodite. Serio, ela é realmente bonita e ele é um cara. Ele
provavelmente caiu nas feias (e quentes) garras delas antes de saber o que estava
acontecendo. Eu quero dizer, ela realmente meio que me lembrava uma aranha. Eu
deveria ficar feliz por ela não ter arrancado a cabeça dela, a dar ao cara uma chance.
"Ok, que tal eu assistir aqueles DVDs nerds com você no sábado?" Eu disse de
conseguir me convencer a não sair com o cara mais lindo dessa escola.


"É um encontro," ele disse.
Obviamente me dando tempo para me afastar se eu quisesse, Erik devagar se curvou
para me beijar. Os lábios dele eram quentes e ele cheirava muito bem. O beijo foi suave e
bom. Honestamente, me fez querer beijar ele mais. Acabou muito rápido, mas ele não se
afastou de mim. Estávamos parados bem perto um do outro, e eu percebi que tinha posto
minha mão no peito dele. A mão dele estava descansando nos meu ombro. Eu sorri para
ele.
"Estou feliz que você tenha me convidado para sair de novo," eu disse.
"Estou feliz por você finalmente ter dito sim," ele disse.
Então ele me beijou de novo, só que dessa vez ele não hesitou. O beijo se
aprofundou, e meus braços passaram ao redor dos ombros dele. Eu senti, mais do que
ouvi, ele gemeu e enquanto nos beijávamos longamente e com força foi como se ligou um
botão dentro de mim, e um quente e elétrico desejo passou por mim. Era louco e incrível,
e mais do que o beijo de qualquer outro já me fez sentir.
Eu adorava o jeito que meu corpo se encaixava no dele, duro e suave, e eu me
pressionei contra ele, esquecendo sobre Afrodite e o circulo que tinha acabado de lançar o
todo o resto do mundo. Dessa vez quando quebramos o beijo estávamos respirando com
força, e nos encaramos. Quando meus sentidos começaram a voltar eu percebi que eu
estava totalmente esmagada contra ele e eu estava parada ali na frente do dormitório me
agarrando com ele feito uma vadia. Eu comecei a afastar os braços dele.
"Qual o problema? Porque você de repente parece diferente?" ele disse, apertando
seus braços ao meu redor.
"Erik, não sou como Afrodite." Eu me afastei com mais força e ele me soltou.
"Eu sei que você não é. Eu não gostaria de você se fosse igual a ela."
"Não estou falando da minha personalidade. Eu quero dizer ficar parada aqui me
agarrando com você não é um comportamento normal para mim."
"Ok." Ele colocou uma mão em minha direção como se ele quisesse me puxar de
volta para os braços dele, mas então ele pareceu mudar de idéia e a mão dele caiu no
lado dele. "Zoey, você me faz sentir diferente do que qualquer um já tenha feito antes."
Eu senti meu rosto ficar vermelho e eu não soube dizer se era raiva ou
embaraçamento. "Não me idealize, Erik. Eu vi você no corredor com Afrodite. Você
claramente sentiu esse tipo de coisa antes, e mais."
Ele balançou a cabeça e eu vi magoa nos olhos dele. "O que Afrodite me faz sentir é
físico. O que você me faz sentir é tocar meu coração. Eu sei a diferença, Zoey, e eu pensei
que você também sabia."
Eu olhei para ele - para aqueles lindos olhos azuis que pareceram me tocar da
primeira vez que ele me viu. "Eu sinto muito," eu disse suavemente. "Isso foi maldade
minha. Eu sei a diferença."
"Prometa que não vai deixar Afrodite se intrometer entre nós."
"Eu prometo." Me assustou, mas falei sério.
"Ótimo."
Nala se materializou da escuridão e começou a andar pelas minhas pernas e
reclamar. "É melhor levar ela para dentro e colocar ela na cama."
"Ok." Ele sorriu e me deu um rápido beijo. "Vejo você no sábado, Z."
Meus lábios formigaram o caminho todo para meu quarto.


VINTE E CINCO

O outro dia começou com o que olhando para trás uma suspeita normalidade. Stevie
Rae e eu tomamos café da manhã, ainda sussurrando uma boa fofoca sobre o quão
gostoso Erik era e tentando descobrir o que eu iria usar no encontro no sábado. Nem
vimos Afrodite ou as três bruxas, Terrivel, Pronta para guerra e vespa. A aula de
sociologia era tão interessante - saímos das Amazonas para aprender sobre um antigo
festival dos vampiros gregos chamado Correia - que eu parei de pensar sobre ao ritual
das Filhas Negras planejado para mais tarde, e por um tempo eu realmente parei de me
preocupar sobre o que eu iria fazer com Afrodite. A aula de teatro também foi boa. Eu
decidi fazer um dos solilóquio de Kate de O amansar da Víbora (amo essa peça desde que
vi o antigo filme estrelado por Elizabeth Taylor e Richard Burton). Então quando estava
saindo da aula Neferet esbarrou em mim no corredor e perguntou até onde eu tinha ido
com o livro de sociologia avançado. Eu tive que dizer a ela que não tinha lido muito
(Tradução: não li nada) ainda, e eu estava totalmente distraída pelo desapontamento
obvio dela em relação a mim quando corri para a aula de inglês. Eu tinha acabado de
sentar entre Damien e Stevie Rae quando começou a confusão, e tudo parecendo
vagamente a algo normal sobre aquele dia terminou.
Pehthesilea estava lendo "Você vai e eu fico um pouco Capitulo Quatro" de Uma
noite para lembrar. É um livro muito bom, e estávamos todo escutando como sempre, e
então aquele estúpido garoto Elliott começou a tossir. Droga, o garoto era totalmente e
completamente irritante.
Em alguma parte no meio do capitulo e obvia tosse eu comecei a sentir o cheiro de
algo. Era rico e doce, delicioso e sedutor. Automaticamente, eu inalei profundamente,
ainda tentando me concentrar no livro.
A tosse de Elliott ficou pior, e com o resto da turma eu me virei para dar a ele um
olhar seco. Eu quero dizer, por favor. Ele não podia tomar um remédio para tosse ou
beber água ou algo assim?
E então eu vi sangue.
Elliott não estava na sua preguiçosa posição para dormir. Ele estava sentado direito,
olhando para a mão, que estava coberta com sangue fresco. Enquanto eu o observava,
ele tossiu de novo, fazendo um horrível, som molhado que me lembrou do dia em que eu
fui Marcada. Só que quando Elliott tossiu, sangue brilhante e vermelho saiu da boca dele.
"O que-" ele gargarejou.
"Chame Neferet!" Pehtehsilea surtou a ordem enquanto ela abria uma das gavetas da
sua mesa, pegava uma toalha muito bem dobrada, e se movia rapidamente para o lado de
Elliott. O garoto que estava sentado perto da porta saiu correndo.
Em absoluto silencio vimos Penthesilea chegar em Elliott logo a tempo da próxima
tosse de sangue, que ela pegou com a toalha. Ele agarrou com força a toalha no rosto, se
agarrando e cuspindo e vomitando. Quando ele finalmente olhou para cima, lagrimas de
sangue estavam correndo por seu rosto pálido e redondo, e sangue estava escorrendo do
nariz dele como se fosse uma torneira que alguém deixou aberta. Quando ele virou sua
cabeça para olhar para Penthesilea, eu pude ver que tinha uma corrente vermelha saindo
da orelha dele também.
"Não!" Elliott disse com mais emoção do que eu já o vi demonstrar. "Não! Eu não
quero morrer!"
"Sssh," Penthesilea gritou, tirando o cabelo laranja dele do rosto suado. "Sua dor vai
acabar em breve."


"Mas - mas, eu não eu -" Ele começou a protestar de novo, com uma voz irritante
que parecia mais com a dele, e então ele foi interrompido por outra rodada de tosse. Ele
vomitou de novo, dessa vez sangue na já encharcada toalha.
Neferet entrou na sala com dois altos e parecendo muito poderosos homens atrás
dela. Eles carregavam uma maca e um cobertor; Neferet só carregava um vidro cheio de
um liquido cor de leite. Não dois suspiros atrás deles, Dragon Lankford entrou na sala.
"Esse é o mentor dele," Stevie Rae sussurrou baixinho. Eu acenei, lembrando quando
Penthesilea tinha brigado com Elliott por desapontar Dragon.
Neferet deu o frasco que estava segurado para Dragon. Então ela parou atrás de
Elliott. Ela pos as mãos nos ombros dele. Instantaneamente, o vomito e a tosse
diminuíram.
"Beba isso rapidamente, Elliott," Dragon disse a ele. Quando ele começou a
fracamente balançar a cabeça dizendo não, ele acrescentou gentilmente, "vai fazer sua
dor terminar."
"Você - você vai ficar comigo?" Elliott disse.
"É claro," Dragon disse. "Não vou deixar você ficar sozinho nem por um segundo."
"Você vai ligar para minha mãe?" Elliott sussurrou.
"Eu vou."
Elliott fechou os olhos por um segundo, e então, com as mãos tremulas colocou o
frasco nos lábios e bebeu. Neferet acenou para os dois homens, e eles o pegaram e o
deitaram na maca como se ele fosse uma boneca e não um garoto morrendo. Com
Dragon ao lado, eles se apressam para fora da sala. Antes de Neferet os seguir ela virou
para olhar para a chocada turma de terceiranistas.
"Eu poderia dizer que Elliott vai ficar bem - que ele vai se recuperar, mas isso seria
uma mentira." A voz dela era serena, mas cheia de uma controlada força. "A verdade é
que o corpo dele rejeitou a Mudança. Em minutos ele vai morrer a permanente morte e
não ira se transformar em um vampiro maduro. Eu poderia dizer a vocês não se
preocuparem, que não ira acontecer com vocês. Mas isso também seria uma mentira. Em
média, um a cada dez de vocês não vai fazer a Mudança. Alguns calouros morrem cedo
quando são terceiranistas, como Elliott. Alguns de vocês serão mais fortes e durar até o
serem sestanistas, e então vão adoecer e morrer de repente. Eu digo isso a vocês não
para que vivam com medo. Eu digo por duas razões. A primeira, eu quero que saibam que
como sua Alta Sacerdotisa não vou mentir para vocês, mas vou ajudar a facilitar a ida
para o próximo mundo se hora chegar. E segundo, eu quero que vocês vivam como se
lembrassem que podem morrer amanha, porque vocês podem. Então se vocês realmente
morrem seu espirito poderá descansar pacificamente sabendo que deixaram para trás uma
memória honrável. Se você não morrer, então terá feito a fundação para uma longa e rica
vida com integridade." Ela olhou diretamente para os meus olhos e então terminou
dizendo, "eu peço que a benção de Nyx os confortem hoje, e que vocês lembrem que a
morte é uma parte natural da vida, mesmo para a vida de um vampiro. Pois algum dia
todos voltamos para o seio da deusa." Ela fechou a porta atrás dela com um som que
pareceu ecoar infinitamente.
Penthesilea trabalhou rápida e eficientemente. Na verdade ela limpou as manchas de
sangue que mancharam a mesa de Elliott. Quando todas as evidencias do garoto
moribundo desapareceram, ela voltou para a frente da sala e fez um momento de silencio
por Elliott. Então ela pegou o livro e voltou a ler de onde ela parou. Eu tentei prestar
atenção. Eu tentei bloquear a visão de Elliott sangrando pelos olhos e ouvidos e nariz e


boca. E eu também tentei não pensar sobre o fato de que o cheiro delicioso que eu tinha
sentido tinha sido, sem duvidas, o sangue de Elliott saindo do corpo moribundo dele.

***

Eu sei que as coisas deveriam continuar normalmente depois que calouros morrem,
mas aparentemente era raro para dois garotos morrem em um período de tempo tão
curto, e todos ficaram nada naturalmente silenciosas pelo resto do dia. O almoço foi
silencioso e deprimente, e eu notei que a maior parte da comida foi mais remexida do que
comida. As Gêmeas nem incomodaram Damien, o que teria sido uma boa mudança se eu
não soubesse a horrível razão por trás disso. Quando Stevie Rae inventou alguma
desculpa esfarrapada para sair do almoço mais cedo e voltar para o quarto antes do
quinto período começar, eu estava mais que feliz de dizer que iria com ela.
Andamos na calçada na grossa escuridão de outra noite com nuvens. Hoje as luzes
não pareciam alegres e quentes. Ao invés disso elas pareciam frias e não claras o
bastante.
"Ninguém gostava de Elliott, o que de algum jeito eu acho que piora as coisas,"
Stevie Rae disse. "Foi mais fácil com Elizabeth. Pelo menos podíamos honestamente nos
sentir triste por ela ter morrido."
"Eu sei o que você quer dizer. Eu me sinto chateada, mas sei que estou realmente
chateada por ter visto o que pode acontecer conosco e agora não consigo tirar isso da
cabeça, e não chateada porque o garoto morreu."
"Pelo menos foi rápido," ela disse suavemente.
Eu tremi. "Me pergunto se dói."
"Eles te dão algo -aquela coisa branca que Elliott bebeu. Faz parar de doer, mas
deixa você ficar consciente até o final. E Neferet sempre ajuda com a parte de estar
morrendo."
"É assustador não é?" eu disse.
"Sim."
Não falamos nada por um tempo. Então a lua apareceu através das nuvens, pintando
as folhas das arvores com uma levemente prateada, e me lembrou de repente de Afrodite
e do ritual dela.
"Alguma chance de Afrodite cancelar o ritual de Samhain hoje a noite?"
"De jeito nenhum. Os rituais das Filhas Negras nunca são cancelados."
"Bem, diabos," eu disse. Então olhei para Stevie Rae. "Ele foi o refrigerador deles."
Ela me deu um olhar assustado. "Elliott?"
"Sim, foi muito nojento, e ele agiu como se estivesse drogado e estranho. Ele deve
ter começado a rejeitar a Mudança mesmo naquela época." Houve um silencio
desconfortável, e então acrescentei, "eu não quis dizer nada antes para você,
especialmente depois que você me contou sobre... bem... você sabe. Tem certeza que
Afrodite não vai cancelar hoje a noite? Eu quero dizer, com Elizabeth e agora Elliott."
"Não importa. E as Filhas Negras não se importam com os garotos que usam para ser
um refrigerador. Eles apenas vão conseguir outra pessoa."
Ela hesitou. "Zoey, eu estive pensando. Talvez você não devesse ir hoje a noite. Eu
ouvi o que Afrodite disse para você ontem. Ela vai se certificar que ninguém aceite você.
Ela vai ser muito, muito maldosa."
"Eu ficarei bem, Stevie Rae."
"Não, eu tenho um mal pressentimento. Você ainda não tem um plano, tem?"


"Bem, não. Eu ainda estou no estagio de reconhecimento," eu disse, tentando tornar
a conversa mais leve.
"Faça o reconhecimento depois. Hoje foi horrível. Todos estão chateados. Eu acho
que você deveria esperar."
"Eu não posso não aparecer, especialmente depois do que Afrodite disse para mim
ontem. Ela vai achar que pode me intimidar."
Stevie Rae respirou fundo. "Bem, então acho que você deveria me levar com você."
Eu comecei a balançar a cabeça, mas ela continuou falando. "Você é uma Filha Negra
agora. Tecnicamente, você pode convidar as pessoas para o ritual. Então me convide. Eu
vou te dar auxilio."
Eu pensei sobre o negocio de beber sangue e gostar tanto que foi obvio até para
Pronta pra Guerra e Terrível. E eu tentei, e falhei, não pensar sobre o cheiro de sangue -
o de Heath e Erik e Elliott. Stevie Rae iria descobrir algum dia o quanto o sangue me
afetava, mas não seria hoje a noite. Na verdade, se eu pudesse impedir, não seria tão
cedo. Eu não queria me arriscar em perder ela ou as Gêmeas ou Damien - e eu estava
com medo que eu fosse. Sim, eles sabiam que eu era "especial," e eles me aceitaram essa
raridade significa Alta Sacerdotisa para eles, e é algo bom. Minha ânsia por sangue não
era tão boa. Eles aceitariam tão fácil?
"De jeito nenhum, Stevie Rae."
"Mas, Zoey, você não deveria entrar naquele bando de bruxas sozinha."
"Não estarei sozinha. Erik estará lá."
"Sim, mas ele costumava ser o namorado de Afrodite. Quem sabe o quão bom ele
será para te defender se ela agir de forma horrível com você."
"Querida, eu posso cuidar de mim mesma."
"Eu sei, mas -" Ela parou e então me deu um olhar engraçado. "Z, você está
vibrando?"
"Huh? Estou o que?" E então eu ouvi também, e comecei a rir. "É meu celular. Eu
coloquei na minha bolsa depois de carregar ontem a noite." Eu tirei ele da bolsa, olhando
para a hora no display. "Já passa da meia noite, quem diabos..." Abrindo o telefone fiquei
chocada por ver que tinha 15 novas mensagens e 5 ligações perdidas. "Droga, alguém
esteve me ligando e ligando, e eu nem notei." Eu chequei as mensagens de texto antes, e
então meu estomago começou a se apertar enquanto eu as lia.
Zo me liga eu ainda amo vc
Zo me liga p. favor
Tenho q ver vc
Vc e eu
Vc vai ligar?
Eu quero fala com vc Zo!
Me ligue de volta
Eu não precisei ler mais nenhuma delas. Elas eram basicamente a mesma coisa. "Ah,
merda. São todas do Heaht."
"Seu ex?"
Eu suspirei. "Sim."
"O que ele quer?"
"Aparentemente, eu." Relutantemente, eu pus o código para acessar minha caixa de
mensagens, e a voz boba e fofa de Heath me chocou por estar tão alta e animada.


"Zo! Me ligue. Tipo, eu sei que é tarde, mas... espera. Não é tarde para você, mas é
tarde para mim. Mas está tudo bem porque eu não me importo. Eu só quero que você me
ligue. Ok. Então. Tchau. Me liga."
Eu gemi e a deletei. A outra parecia ainda mais maníaca.
"Zoey! Ok. Você precisa me ligar. Verdade. E não fique brava. Hey, eu nem gosto de
Kayla. Ela é chata. Eu ainda amo você, Zo, só você. Então me liga. Não me importa
quando. Eu vou apenas acordar."
"Cara oh cara," Stevie Rae disse, facilmente ouvindo a falação de Heath. "O cara está
obcecado. Não é de se admirar que você chutou ele."
"Sim," eu murmurei, rapidamente deletando a segunda mensagem. A terceira era
muito parecida com as outras duas, só que mais desesperada. Eu baixei o volume e bati o
pé impacientemente enquanto passava pelas 5 mensagens, sem ouvir a não ser para ver
quando eu podia a deletar e ir para a próxima. "Eu preciso ir ver Neferet," eu disse, mais
para mim mesma do que Stevie Rae.
"Por quê? Você precisa impedir ele de te ligar ou algo assim?"
"Não. Sim. Algo assim. Eu só preciso falar com ela sobre, bem, sobre o que eu
deveria fazer." Eu evitei o olhar curioso de Stevie Rae.
"Eu quero dizer, ele já apareceu aqui uma vez. Eu não quero que ele passe aqui de
novo e cause algum problema."
"Oh, sim, é verdade. Será ruim se ele se encontrar com Erik."
"Será horrível. Ok, é melhor eu me apressar e tentar pegar ela antes do quinto
período. Te vejo depois da aula."
Eu não esperei pelo tchau de Stevie Rae, mas sai correndo na direção da sala de
Neferet. Esse dia poderia ficar pior? Elliot morre e eu me sinto atraída pelo sangue dele.
Eu tenho que ir para o ritual de Samhain hoje a noite com um bando de garotas que me
odeiam e querem se certificar de que eu saiba disso, e eu provavelmente imprinted no
meu quase ex-namorado.
Sim. Hoje realmente, realmente está sendo uma merda.


VINTE E SEIS

Se o assovio e ronronar de Skylar não tivesse chamado minha atenção, eu nunca
teria visto Afrodite caida no pequeno canto do corredor da sala de Neferet.
"O que é Skylar?" Eu ergui as mãos cuidadosamente lembrando o que Neferet disse
sobre seu gato ser um mordedor conhecido. Eu também estava sinceramente feliz por
Nala não estar comigo como sempre - Skylar provavelmente comeria minha pobre gata no
almoço. "Gatinho-gatinho," o enorme e laranja Tom me deu um olhar considerado
(provavelmente considerando se iria ou não morder minha mão). Então ele tomou sua
decisão, e se mexeu até a minha direção. Ele se esfregou nas minhas pernas, então ele ao
contra um ótimo assovio antes de desaparecer pelo corredor na direção da sala de
Neferet.
"Qual diabos é o problema dele?" Eu olhei hesitante para o canto, me perguntando o
que faria um gato com Skylar baforar e assoviar, e então senti uma onda de choque. Ela
estava sentada no chão, difícil de ver na sombra embaixo da beirada da estatua de Nyx. A
mão dela estava virada para trás, e os olhos dela estavam virados então só a parte branca
estava aparecendo. Ela quase me matou de susto. Eu me senti congelar, esperando a
qualquer segundo ver o sangue derramando pelo rosto dela. Então ela gemeu e
murmurou algo que eu não consegui entender enquanto os globos oculares dela viravam
pelos olhos vejados dela como se ela estivesse vendo algo. Eu percebi o que deveria estar
acontecendo. Afrodite estava tendo uma visão. Ela provavelmente a sentiu vindo e se
encondeu no conta para que ninguém a visse e pudesse manter a informação sobre morte
e destruição que ela podia impedir, para ela mesma. Vaca. Bruxa.
Bem, eu não iria mais deixar ela escapar com essa merda. Eu me abaixei e agarrei
pelo braço, a levantando. (Deixe-me te dizer, ela é muito mais pesada do que parece.)
"Anda," eu rugi, meio que carregando ela enquanto ela ela se lançava cegamente
para frente comigo. "Vamos dar uma volta pelo corredor e ver que tipo de tragédia você
não queria comentar."
Graças a Deus, o quarto de Neferet não era muito longe. Nós entramos e Neferet
pulou de trás da sua mesa e se apressou em nossa direção.
"Zoey! Afrodite! O que?" Mas assim que ela olhou para Afrodite, o alarme dela
mudou para um calmo entendimento. "Me ajude a colocar ela aqui na minha cadeira. Ela
ficará mais confortável lá."
Levamos Afrodite para enorme cadeira de couro de Neferet, e a deixamos se afundar
nela. Então Neferet se abaixou para o lado dela e pegou a mão dela.
"Afrodite, com a voz da deusa eu te suplico que conte a Sacerdotisa dela o que você
vê." A voz de Neferet era suave, mas que compelida, e eu podia sentir o poder no
comando dela.
As pálpebras de Afrodite imediatamente começaram a se abrir, e ela deu um
profundo suspiro. Então ela as abriu de repente. Os olhos dela pareciam enormes e
vidrados.
"Tanto sangue! Tinha tanto sangue saindo do corpo dele!"
"Quem, Afrodite? Se concentre. Se foque e limpe a visão," Neferet ordenou.
Afrodite deu outro profundo suspiro. "Eles estão mortos! Não. Não. Isso não pode
ser! Não está certo. Não. Não é natural! Eu não entendo... eu não..." Ela piscou os olhos
de novo, e o deslumbre dela pareceu clarear. Ela olhou pela sala, como se não
reconhecesse nada. Os olhos dela tocaram os meus. "Você..." ela disse fracamente. "Você
sabe."


"Sim" eu disse, pensando que eu sabia que ela estava tentado esconder sua visão,
mas tudo que eu disse foi, "eu te encontrei no corredor e -" Neferet ergueu a mão para
me parar.
"Não, ela não terminou. Ela não deveria estar voltando a si tão cedo. A visão ainda é
muito abstrata," Neferet me disse rapidamente, e então abaixou a voz de novo e assumiu
o tom de comando compeledor. "Afrodite, volte. Veja o que é que você testemunhou, e o
que você deve mudar."
Há! Te peguei agora. Eu não pude me impedir de ficar um pouco presunçosa. Afinal
de contas, ela tinha tentado arrancar meu olho ontem.
"O morto..." Ficando cada vez mais difícil de entender, Afrodite murmurou algo que
soava como "Túneis... eles... mataram... alguém... lá... eu... não... eu... não posso..." Ela
estava frenética, e eu quase senti pena dela. Claramente, o que quer que fosse que ela
estivesse vendo estava assustando ela também. Então os olhos dela encontraram Neferet,
e eu vi reconhecimento passar por eles e comecei a relaxar. Ela estava voltando e toda
essa coisa estranha seria esclarecida. E quando pensei nisso, os olhos de Afrodite, que
pareciam estar trancados no de Neferet, se alargaram sem acreditar. Um olhar de terror
passou pelo rosto dela e ela gritou.
Neferet bateu as mãos nos ombros trêmulos de Afrodite. "Acorde!" Ela mal olhou
pelos ombros para me dizer, "Vá agora, Zoey. A visão dela é confusa. A morte de Elliott a
chateou. Eu preciso ter certeza que ela voltou a si novamente."
Eu não precisava ser mandada duas vezes. Com a obsessão de Heath esquecida, eu
sai correndo de lá e fui para a aula de espanhol.
Eu não conseguia me concentrar na aula. Eu continuava repassando a estranha cena
com Neferet e Afrodite de novo e de novo. Ela obviamente estava tendo uma visão sobre
pessoas morrendo, mas pela reação de Neferet não tinha sido uma visão normal (se existe
tal coisa). Stevie Rae tinha dito que as visões de Afrodite eram tão claras que ela pode
direcionar as pessoas para o aeroporto certo e especificar até o avião que iria cair. Ainda
sim hoje, de repente, nada estava claro. Bem, nada a não ser me vendo e dizer aquelas
coisas estranhas, e gritando pra caramba com Neferet. Não fazia sentido. Eu estava quase
ansiosa para ver como ela iria agir essa noite. Quase.
Eu guardei a escova de Persephone e peguei Nala, que estava empoleirada no topo
do cocho do cavalo observando e fazendo seus estranhos me-eeh-uf-ows para mim, e
comecei a devagar voltar para o dormitório. Dessa vez Afrodite não brigou comigo, mas
quando passei pelo canto do carvalho Stevie Rae, Damien, e as Gêmeas estavam
empoleirados juntos conversando muito - que de repente parou quando eu apareci. Todos
eles olharam de forma culpada para mim. Era bem fácil adivinhar sobre o que eles
estavam falando.
"O que?" eu perguntei.
"Estávamos esperando por você," Stevie Rae disse. A felicidade usual dela está
desaparecida.
"Qual o problema com você?" eu perguntei.
"Ela está preocupada com você," Shaunee disse.
"Nós estamos preocupados com você," Erin disse.
"O que está acontecendo com seu ex?" Damien perguntou.
"Ele está incomodando, só isso. Se ele não incomodasse, não seria meu ex." Eu
tentei falar indiferente, sem olhar para nenhum dos olhos dele por muito tempo. (Embora
nunca tenho sido uma boa mentirosa.)
"Achamos que eu deveria ir com você hoje a noite," Stevie Rae disse.


"Na verdade, achamos que nós deveríamos ir com você hoje a noite," Damien
corrigiu.
Eu franzi a testa para eles. De jeito nenhum eu iria querer que todos eles me vissem
beber o sangue do perdedor que eles conseguissem arranjar misturado com o vinho hoje
a noite.
"Não."
"Zoey, foi um péssimo dia. Todos estão estressados. Além do mais, Afrodite está
querendo te pegar. Faz sentido que fiquemos juntos hoje a noite," Damien disse
logicamente.
Sim, era lógico, mas eles não sabiam a história toda. Eu não queria que eles
soubessem a história toda. Ainda. A verdade era, que eu me importava demais com eles.
Eles me fizeram sentir aceita e segura - eles me fizeram sentir como se eu encaixasse
aqui. Eu não podia arriscar perder isso agora, não quando tudo isso ainda era tão novo e
assustador. Então eu fiz o que aprendi a fazer bem demais em casa quando estava
assustada e chateada e não queria que ninguém soubesse - eu fiquei fula e na defensiva.
"Vocês dizem que eu tenho poderes que algum dia vão fazer de mim Alta
Sacerdotisa?" Todos acenaram com vontade e sorriram para mim, o que fez meu coração
se apertar. Eu cerrei os dentes e fiz minha voz soar realmente fria. "Então vocês precisam
ouvir quando eu digo não. Eu não quero vocês lá hoje a noite. Isso é algo que eu tenho
que lidar. Sozinha. E não quero falar mais sobre isso."
E então me afastei deles.
Naturalmente, dentro de meia hora eu me senti culpada por ter sido tão má. Eu
andei de um lado para o outro de baixo do grande carvalho que de alguma forma tinha
virado meu santuário, irritando Nala e desejando que Stevie Rae aparecesse para que eu
pudesse me desculpar. Meus amigos não sabiam por que eu não os queria lá. Eles só
estavam cuidando de mim. Talvez... talvez eles entendessem o negocio do sangue. Erik
pareceu entender. Ok, claro, ele era um quintanista, mas ainda sim. Todos deveríamos
passar por isso. Todos deveríamos desejar sangue - ou morremos. Eu me alegrei um
pouco e acariciei a cabeça de Nala.
"Quando a alternativa é a morte, beber sangue não parece tão ruim. Certo?"
Ela ronronou, então eu aceitei isso como um sim. Eu olhei a hora no relógio. Merda.
Eu tinha que voltar para o dormitório, mudar de roupa, e ir me encontrar com as Filhas
Negras. Com indiferença eu comecei a seguir o muro para trás. Era uma noite com nuvens
de novo, mas não me importei com a escuridão. Na verdade, eu estava começando a
gostar da noite. Eu deveria. Seria meu elemento por um longo tempo. Se eu vivesse.
Como se pudesse ler meu pensamento mórbido, Nala "me-eeh-uf-owed" emburrada para
mim enquanto ela andava ao meu lado.
"Sim, eu sei. Eu não deveria ser tão negativa. Eu vou trabalhar nisso logo depois que
eu -"
O baixo rosno de Nala me surpreendeu. Ela parou. As costas dela estavam arqueadas
e o pelo dela estava erguido, fazendo ela parecer uma gorda bola de pelos, mas os olhos
afiados dela não eram brincadeira, e nem a feroz assovio que saiu da boca dela. "Nala, o
que..."
Um terrível calafrio passou pela minha espinha mesmo antes deu virar para olhar na
direção que minha gata estava encarando. Mais tarde, eu não pude descobrir porque eu
não gritei. Eu lembro da minha boca abrir para buscar ar, mas eu estava absolutamente
silenciosa. Eu parecia estar entorpecida, mas isso era impossível. Se eu estivesse
entorpecida não tem como eu ter ficado tão perfeitamente petrificada.


Elliott estava parado a menos de um metro de distancia de mim na escuridão que
engolia o espaço próximo ao muro. Ele deveria estar indo na mesma direção que Nala e
eu estávamos andando. Então ele ouviu Nala, e meio que se virou na nossa direção. Ela
assoviou de novo para ele e, com um rápido movimento assustado ele se virou para nos
olhar diretamente.
Eu juro que eu não conseguia respirar. Ele era um fantasma - ele tinha que ser, mas
ele parecia solido, tão real. Se eu não tivesse visto o corpo dele rejeitar a Mudança, eu
teria pensando que ele só estava muito pálido e... e... estranho. Ele estava anormalmente
branco, mas tinha mais coisas erradas com ele do que isso. Os olhos dele tinham mudado.
Eles refletiam a pouca luz que tinha e brilhavam em um terrível vermelho rústico, como
sangue seco.
Exatamente do jeito que os olhos do fantasma de Elizabeth brilhavam.
Tinha mais alguma coisa diferente nele também.
O corpo dele parecia estranho - mais magro. Como isso era possível? O cheiro veio
até mim. Velho e seco e deslocado, como um armário que não era aberto a muitos anos
ou um porão assustador. Era o mesmo cheiro que eu notei logo antes de ver Elizabeth.
Nala rugiu e Elliott jogado de um jeito estranho e meio corcunda assoviou de volta
para ela. Então ele juntou os dentes e eu pude ver que ele tinha presas! Ele deu um passo
em direção a Nala como se ele fosse atacar ela. Eu não pensei, eu só reagi.
"Deixe ela em paz e sai daqui!" Me surpreendi como eu soei como se eu não
estivesse fazendo nada mais excitante do que gritar com um cachorro mau, porque eu
totalmente estava apavorada.
A cabeça dele virou na minha direção e o brilho nos olhos dele tocaram os meus pela
primeira vez. Errado! A voz intuitiva dentro de mim que tinha se tornado familiar estava
gritando. Isso é uma abominação!
"Você..." A voz dele era horrível. Era áspera e grossa, como se algo tivesse
machucado a garganta dele. "Eu vou ter você!" E ele começou a vir na minha direção.
O medo me engolfou como um vento amargo.
A batalha de rugidos de Nala rasgou a noite quando ela se jogou contra o fantasma
de Elliott. Em completo choque eu assisti, esperando que a gata atravessasse o ar vazio.
Ao invés disso ela pousou na cocha dele, as garras estendidas, arranhado e ganindo como
um animal 3 vezes do tamanho dela. Ele gritou, agarrou ela pela nuca, e a jogou para
longe. Então, com uma velocidade impossível e força ele literalmente pulou para o topo do
muro, e desapareceu na noite que cercava a escola.
Eu estava tremendo tanto que eu tropecei. "Nala!" Eu chorei. "Onde você está,
garotinha?"
Bufando e rosnando, ela se aproximou de mim, mas os olhos cortantes dela ainda
estavam focados no muro. Eu me arrastei para o lado dela, e com as mãos tremendo a
chequei para me certificar que ela estava inteira. Ela parecia não ter quebrado nada,
então eu a coloquei para cima e comecei a me afastar do muro o mais rápido que eu
pude.
"Está tudo bem. Estamos bem. Ele foi embora. Que garota corajosa você é." Eu
fiquei falando para ela. Ela se empoleirou no meu ombro para poder ver atrás de nós, e
continuou a rosnar.
Quando eu vi a primeira luz, não muito longe da sala de recreação, eu parei e mudei
a posição de Nala para olhar mais perto se ela estava bem. O que eu encontrei fez meu
estomago se apertar com tanta força que eu pensei que fosse vomitar. Nas patas dela
havia sangue. Mas não eram de Nala. E não tinha um cheiro delicioso como outros


sangues que eu tinha cheirado. Ao invés disso carregava o cheiro de um mofado e seco,
velho porão. Eu me forcei a não tentar vomitar enquanto limpava as patas dela na grama.
Então eu a ergui de novo e me apressei pela calçada que levava para o dormitório. Nala
nunca parou de olhar para trás de nós e rosnar.
Stevie Rae, as Gêmeas, e Damien estavam suspeitosamente ausentes do dormitório.
Eles não estavam assistindo TV - não estavam na sala do computador ou na biblioteca, e
também não estavam na cozinha. Eu subi rapidamente pelas escadas, esperando
desesperadamente que pelo menos Stevie Rae estivesse no quarto. Não tive sorte.
Eu sentei na cama, acariciando a ainda distraída Nala. Eu deveria tentar encontrar
meus amigos? Ou deveria apenas ficar aqui?
Stevie Rae iria eventualmente voltar para o quarto. Eu olhei para o relógio do Elvis
dela. Eu tinha cerca de 10 minutos para me trocar e ir para a sala de recreação. Mas como
eu podia seguir com o ritual depois do que tinha acontecido?
O que tinha acontecido?
Um fantasma tentou me atacar. Não. Não estava certo. Como poderia haver um
fantasma que sangra? Mas tinha sido sangue? Não cheirava a sangue. Eu não fazia idéia
do que estava acontecendo.
Eu deveria ir diretamente até Neferet e dizer a ela o que tinha acontecido. Eu deveria
levantar agora e me levar e minha gata surtada para Neferet e contar a ela sobre
Elizabeth na noite passada e agora Elliott hoje a noite. Eu deveria... eu deveria...
Não. Dessa vez não foi um grito dentro de mim. Foi uma certeza. Eu não podia
contar a Neferet, pelo menos não agora.
"Eu tenho que ir para o ritual." Eu disse em voz alta as palavras que estavam
ecoando na minha mente. "Eu tenho que estar nesse ritual."
Enquanto eu colocava o vestido preto e procurava no armário pelo minha rasteirinha
eu me senti ficando muito calma. As coisas aqui não jogavam as mesmas regras do meu
antigo mundo - na minha vida antiga - e era hora deu aceitar isso e começar a me
acostumar.
Eu tinha uma afinidade com os 5 elementos, o que significava que eu tinha sido
presenteada com incríveis poderes por uma antiga deusa. Como vovó me lembrou, grande
poder trás grande responsabilidade. Talvez eu estivesse sendo permitida de ver essas
coisas - por uma razão. Eu não sabia o que isso significa ainda. Na verdade, eu não sabia
muito a não ser os dois pensamentos que estavam clareando na minha mente: eu não
podia contar a Neferet, e eu tinha que ir para o ritual.
Me apressando para a sala de recreação, eu tentei pelo menos pensar positivamente.
Talvez Afrodite não aparecesse hoje a noite, ou estivesse lá, mas esquecesse de me
perseguir.
Acabou, como mandava minha sorte, não ser nenhum dos casos.


VINTE E SETE

"Ótimo vestido, Zoey. Parece com o meu. Oh, espere! Costumava ser meu." Afrodite
riu uma rouca, eu-sou-tão-crescida-e-você-é-só-uma-criança risada. Eu realmente odeio
quando garotas fazem isso. Eu quero dizer, sim, ela é mais velha, mas eu também tenho
peitos.
Eu sorri, propositadamente colocando uma dose extra de sem noção na minha voz e
lançando uma gigantesca mentira, que eu acho que eu fiz muito bem considerando o
quanto eu mentia mal, e tinha acabado de ser atacada por um fantasma, e todos estavam
nos encarando e nos ouvindo.
"Oi, Afrodite! Deus, Eu estava lendo o capitulo do livro de Sociologia 415 que Neferet
me deu sobre o quão importante é para a líder das Filhas Negras fazer todo membro novo
do grupo se sentir bem vindo e aceito. Você deve se sentir orgulhosa por estar se saindo
tão bem nesse trabalho." Quando eu me aproximei um pouco mais perto dela baixei
minha voz para que só ela me ouvisse. "E eu devo dizer você parece melhor do que da
ultima vez que eu te vi." Eu vi ela empalidecer e estava certa de que medo passou pelos
olhos dela. Surpreendentemente, não me fez sentir vitoriosa ou presunçosa. Só me fez
sentir maldosa e superficial e cansada. Eu suspirei. "Desculpe. Eu não deveria ter dito
isso."
O rosto dela ficou duro. "Vai se fuder, aberração," ela assoviou. Então ela riu como
se tivesse feito uma enorme piada (as minhas custas), e se virou de costas para mim, e
com uma odiosa virada de cabelo andou até o meio da sala.
Ok, eu não me sentia mais ruim. Vaca odiosa. Ela ergueu um braço fino, e todos que
estavam rindo para mim viraram sua atenção (graças a Deus) para ela. Hoje a noite ela
estava usando um vestido vermelho de seda que parecia antigo que a servia como se ela
tivesse nascido nele. Eu gostaria de saber da onde ela consegue as roupas dela. Loja das
vadias góticas?
"Um calouro morreu ontem, e outro morreu hoje."
A voz dela era forte e clara, e soava quase com compaixão, o que me surpreendeu.
Por um segundo ela realmente me lembrou Neferet, e eu me perguntei se ela iria dizer
algo profundo como um líder faria.
"Todos conhecíamos os dois. Elizabeth era legal e quieta. Elliott foi nosso refrigerador
pelos últimos vários rituais." Ela sorriu de repente; era selvagem e maldoso, e qualquer
semelhança que ela pudesse ter com Neferet terminou. "Mas eles eram fracos, e vampiros
não precisam de fraqueza em seu grupo." Ela deu nos ombros que estavam cobertos com
a cor escarlate. "Se fossemos humanos chamaríamos da sobrevivência do mais forte.
Graças a deusa não somos humanos, então vamos apenas chamar de Destino, e ficar feliz
que ele não tenha chutado a bunda de nenhum de nós."
Eu fiquei totalmente enojada por ouvir o som da concordância geral. Eu realmente
não conhecia Elizabeth, mas ela foi gentil comigo. Ok, eu admito que não gostava de Elliot
- ninguém gostava. O garoto era irritante e nada atraente (e o fantasma dele ou o que
quer que fosse parecia carregar os traços dele), mas eu não estava feliz por ele ter
morrido. Se eu for a líder das Filhas Negras eu não vou gozar da morte de um calouro,
não importa o quão insignificante ele seja. Eu fiz a promessa a mim mesma, mas também
estava consciente de que a falei como uma reza. Eu espero que Nyx me ouça, e dê sua
aprovação.
"Mas chega de obscuridade e morte," Afrodite estava dizendo. "É Samhain! A noite
em que celebramos o fim da estação da colheita, e, até melhor, é quando lembramos dos


nossos ancestrais - todos os grandes vampiros que viveram e morreram antes de nós." O
tom da voz dela era assustador, como se ela estivesse aproveitando o show que ela
estava fazendo demais, e eu virei os olhos enquanto ela continuou. "É a noite quando o
véu entre a vida e a morte é mais fino e quando os espíritos mais provavelmente vão
andar na terra." Ela parou e olhou ao redor para a audiência, tento o cuidado de me
ignorar (como todo mundo). Eu tive um momento para pensar sobre o que ela disse. Pode
o que tinha acontecido com Elliott ter algo a ver com o véu entre a vida e a morte estar
mais fino, e o fato que ele morreu no dia de Samahain? Eu não tive para pensar mais
porque Afrodite ergueu a voz e gritou, "então o que vamos fazer?"
"Sair!" As Filhas Negras e os Filhos gritaram em resposta. Afrodite riu de forma
sexual demais para ser apropriada, e eu juro que ela se tocou. Ali na frente de todo
mundo. Droga, ela era nojenta.
"Isso mesmo. Escolhemos um lugar incrível para nós essa noite, e temos até mesmo
um refrigerador novo esperando por nós lá com as garotas."
Ugh. Por "garotas" ela queria dizer Pronta para Guerra, Terrível, e Vespa? Eu olhei
rapidamente ao redor da sala. Não as vi em lugar nenhum. Ótimo. Eu só podia imaginar o
que aquelas três mais Afrodite iriam considerar "incrível." E eu não queria pensar no pobre
garoto que tinha de algum jeito sido convencido a ser o refrigerador delas.
E, sim, eu iria ficar totalmente em negação sobre o fato de que minha boca começou
a salivar quando Afrodite mencionou que havia um novo refrigerador esperando por nós, o
que significa que eu iria beber sangue de novo.
"Então vamos sair daqui. E lembrem-se, fiquem quietos. Foquem as mentes em ser
invisíveis, e qualquer humano que ainda estiver acordado simplesmente não nos vera."
Então ela olhou diretamente para mim. "E que Nyx tenha piedade de qualquer um que nos
entregue, porque nós certamente não teremos." Ela sorriu travessamente para o grupo.
"Me sigam, Filhas e Filhos Negros!"
Em pares silenciosos e em pequenos grupos, todos seguiram Afrodite pela porta dos
fundos da sala de recreação. Naturalmente, eles me ignoraram. Eu quase não os segui. Eu
realmente não queria. Quer dizer, eu tive excitação o suficiente por uma noite. Eu deveria
voltar para o dormitório e pedir desculpas a Stevie Rae. Então poderíamos encontrar as
Gêmeas e Damien, e eu poderia contar a eles sobre Elliott (eu pausei considerando se
minhas entranhas diziam me avisavam sobre contar a meus amigos, mas ela ficou queita).
Ok. Então. Eu podia contar a eles. Isso parecia uma idéia melhor do que seguir a vaca da
Afrodite e um grupo de garotos que não me agüentavam. Mas minha intuição, que estava
quieta quando eu pensei sobre falar com meus amigos, de repente se levantou de novo.
Eu tinha que ir ao ritual. Eu suspirei.
"Anda, Z. Você não quer perder o show, quer?"
Erik estava parado perto da porta dos fundos, parecendo o Superman com seus
olhos azuis e sorrindo para mim.
Bem, diabos.
"Você está brincando? Garotas odiosas, um totalmente isolado drama traumático, e a
possibilidade de embaraçamento e derramamento de sangue? O que tem para não amar?
Eu não perderia um minuto disso." Juntos Erik e eu seguimos o grupo pela porta.
Todos estavam andando silenciosamente pelo muro atrás da sala de recreação, que
era muito perto de onde eu vi Elizabeth e Elliott para mim me sentir confortável. E então,
estranhamento, os garotos parecem desaparecer no muro.
"O que -?" eu sussurrei.
"É só um truque. Você vai ver."


Eu vi. Na verdade era uma porta escondida. Como o tipo que você vê em velhos
filmes de assassinato, só que invés de uma porta que vai para a biblioteca fora da lareira
(como em um dos filmes de India Jones - sim, sou nerd), a porta era uma sessão do
grosso, e solido muro da escola. Parte dela abria para fora, deixando um espaço aberto
grande o suficiente para uma pessoa (ou calouro ou vampiro ou possivelmente até mesmo
um estranhamente solido fantasma ou dois) passar. Erik e eu fomos os últimos a
atravessar ela. Eu ouvi um suave whoosh, e olhei para trás em tempo de ver a porta se
fechando sem diferença.
"É automático, como a porta de um carro," Erik sussurrou.
"Huh. Quem sabe sobre isso?"
"Qualquer um que tenha sido uma Filha ou Filho Negro."
"Huh." Eu suspeitava que isso fosse provavelmente a maior parte dos vampiros
adultos. Eu olhei ao redor. Eu não vi ninguém nos observando, ou nos seguindo.
Erik notou meu olhar. "Eles não se importam. É tradição da escola que a gente saia
de fininho para alguns dos rituais. Desde que não façamos nada estúpido, eles fingem que
não sabem o que estamos fazendo." Ele riu. "Funciona bem, eu acho."
"Desde que a gente não faça nada estúpido," eu disse.
"Shush!" Alguém na nossa frente assoviou. Eu fechei a boca e decidi me concentrar
em onde estávamos indo. Era quase 4:30. Uh, ninguém estava acordado. Grande
surpresa. Era estranho estar andando por essa parte realmente legal de Tulsa - uma
vizinhança cheia de mansões construídas por antigo dinheiro do olho - e ninguém nos
notar. Estávamos andando por incríveis jardins e nenhum cachorro estava latindo para
nós. Era como se fossemos sombras... ou fantasmas... A idéia me deu um arrepio. A lua
que antes estava quase toda escondida por causa das nuvens agora estava brilhante um
prata-branco em um céu inesperadamente claro. Eu juro que mesmo antes de ser
Marcada eu poderia ler com essa luz. Era legal, mas isso não me incomodava como me
incomodaria a uma semana atrás. Eu tentei não pensar sobre o que isso significa sobre a
Mudança que estava acontecendo dentro do meu corpo.
Cruzamos a rua, e ainda não havia nenhum som nos jardins. Eu ouvi água corrente
antes de ver a pequena ponte para pedestres. A luz do luar iluminou o caminho como se
alguém tivesse derrubado mercúrio no topo dela. Eu me senti capturada pela beleza, e
automaticamente diminui a velocidade, me lembrando que a noite era o meu dia. Eu
esperava que nunca me acostumasse com a escura majestade disso.
"Anda, Z," sussurrou Erik do outro lado da ponte.
Eu olhei para ele. A silhueta dele contra uma incrível mansão que se esticava até a
colina atrás dele era enorme, terraço, e um lago e um gazebo e fontes de água (essas
pessoas claramente tem dinheiro demais), e ele me lembrava aquelas heróis românticos
de histórias, como... como..., os únicos dois heróis que eu podia pensar eram Superman e
Zorro, e nenhum deles era verdadeiramente históricos. Mas ele parecia muito cavaleiro e
romântico. E então eu registrei em mim exatamente que mansão maravilhosa estávamos
invadindo, e atravessei a ponte correndo até ele.
"Erik," eu sussurrei freneticamente, "esse é o Museu Philbrook! Vamos nos meter em
problemas se eles nos pegarem aqui."
"Eles não vão nos pegar."
Eu tive que lutar para acompanhar ele. Ele estava andando rápido, muito mais
ansioso do que eu para alcansar o silencioso grupo parecido com um fantasma.
"Ok, essa não é a casa de um cara rico. Isso é um museu. Tem guardas 24 horas por
dia aqui."


"Afrodite drogou eles."
"O que!"
"Sssssh. Não os machuca. Eles vão ficar grogues por um tempo e então vão pra casa
e não vão lembrar de nada. Nada demais."
Eu não respondi, mas eu realmente não gostei por ele estar tão "tanto faz" sobre
drogar os seguranças. Simplesmente não parecia certo, embora eu pudesse entender a
necessidade disso. Estavamos invadindo. Não queríamos ser pegos. Então os guardas
precisavam ser drogados. Eu entendi. Eu apenas não gostei, e parecia como outra coisa
que estava começando a mudar sobre as Filhas Negras e sua atitude sagrada. Elas me
lembravam mais e mais das Pessoas da Fé, o que não é uma comparação elogiosa.
Afrodite não é Deus (ou deusa), apesar dela se auto proclamar assim.
Erik parou de andar. Nós nos apressamos para nos juntar ao grupo onde havia se
formado um circulo solto ao redor do gazebo situado no fundo do gentil declívio que
levava para o museu. Era perto do lago ornamental que acabava logo antes do terraço
que levava para o museu começar. Era realmente um lugar incrivelmente lindo. Eu estive
lá duas ou três vezes em viagens de campo, e uma vez, com minha turma de artes, eu fui
até inspirada a desenhar os jardins, embora eu definitivamente não consiga desenhar.
Agora a noite tinha mudado a forma do lugar com bonitos e bem cuidados jardins e fontes
de água de mármore para um mágico mundo de fadas banhado a luz da lua e protegido
por camadas de cinza e preta e azuis da meia noite.
O gazebo em si era incrível. Eu sentei no topo das enormes escadas redondas,
parecidas com um trono, e que você tem que subir por cima. Era feito com colunas
brancas, e o domo era acesso embaixo, para que parecesse algo que você pode encontrar
na Grécia antiga, e então restaurado a sua gloria original e acesso para a noite ver.
Afrodite subiu as escadas e tomou seu lugar no meio do gazebo, o que
imediatamente apagou parte da magia e beleza do lugar. Naturalmente, Pronta para
Guerra, Terrível e Vespa estavam lá também. Outra garota estava ali também, que eu não
reconheci. É claro eu poderia ter visto ela um zilhão de vezes e não lembraria - ela tinha
outro cabelo loiro (embora seu nome provavelmente significasse algo como Maldosa ou
Odiosa). Eles arrumaram uma pequena mesa no meio do gazebo e o enrolaram com uma
capa preta. Eu pude ver que tinha um bando de velas nele, e mais algumas outras coisas,
incluindo uma taça e uma faca. Algum pobre garoto estava caído com a cabeça na mesa.
Uma capa tinha sido colocada ao redor dele, para cobrir o corpo dele, e ele parecia muito
com Elliott na noite que ele foi um refrigerador.
Realmente deve ser preciso muito de um garoto para ter seu sangue drenado para os
rituais de Afrodite, e eu me perguntei se isso tinha algo a ver sobre trazer a morte de
Elliott. Eu bloqueei da minha mente o fato que minha boca estava salivando quando
pensei sobre o sangue do garoto sendo misturado com a taça de vinho. Estranho como
algumas coisas podem totalmente me enojar e me fazer querer demais ao mesmo tempo.
"Eu vou lançar o circulo e chamar o espírito de nossos ancestrais para dançar
conosco," Afrodite disse. Ela falou suavemente, mas a voz dela viajou ao nosso redor
como uma nuvem de veneno. Era assustador pensar sobre fantasmas sendo atraídos pelo
circulo de Afrodite, especialmente depois da minha recente experiência com fantasmas,
mas eu tinha que admitir estar intrigada tanto quanto assustada. Talvez eu tivesse tanta
certeza que precisava estar aqui porque eu tivesse predestina a pegar algumas pistas
sobre Elizabeth e Elliott hoje a noite. Além do mais, esse ritual era obviamente algo que as
Filhas Negras tem feito a um tempo. Não poderia ser assustador ou perigoso. Afrodite
bancou a grande e legal, mas eu tinha o pressentimento que era fingimento. Por debaixo


ela era o que todos os valentões são - insegura e imatura. Também, valentões tendem a
evitar qualquer um mais forte que eles, então era lógico que se Afrodite iria chamar
espíritos no circulo significava que eles eram inocentes, provavelmente bonzinhos. Afrodite
definitivamente não iria trazer um grande, maldoso, e assustador monstro.
Ou nada tão apavorante quanto Elliott tinha se tornado.
Eu comecei a relaxar em dar boas vindas ao que já estava se tornando um familiar,
hum, poder enquanto as 4 Filhas Negras pegavam as velas que correspondiam aos
elementos que elas representavam, e então se moveram para o lugar correto no pequeno
circulo no gazebo. Afrodite invocou o vento, e meu cabelo levantou gentilmente com uma
brisa que só eu podia sentir. Na verdade, apesar de Afrodite e das puxa sacos Filhas
Negras, eu já estava aproveitando o inicio do ritual. E Erik estava parado do meu lado, o
que me ajudou a não me importar se mais ninguém ia falar comigo.
Eu relaxei mais, certa de repente que o futuro não seria ruim. Eu iria fazer as pazes
com meus amigos, iríamos descobrir juntos, o que diabos estava acontecendo com os
estranhos fantasmas, e talvez até conseguir um namorado totalmente gostoso. Tudo
ficaria bem. Eu abri meus olhos e observei Afrodite se mover ao redor do circulo. Cada
elemento passou por mim, e eu me perguntei como Erik podia ficar tão perto de mim e
não notar. Eu até dei uma espiada nele, meio que esperando que ele me encarasse
enquanto os elementos passavam na minha pele, mas, como todos os outros, ele estava
olhando para Afrodite. (O que na verdade era irritante - ele não deveria ficar dando
olhadinhas em mim, também?) Então Afrodite começou o ritual para invocar os espíritos
ancestrais, e até mesmo eu não consegui tirar minha atenção dela. Ela ficou parada na
mesa, segurando uma longa trança de grama seca por cima da chama púrpura, então ele
acendeu rapidamente. Ela deixou que ele queimasse um pouco, e então o assoprou. Ela
acenou gentilmente ao redor dela quando começou a falar, enchendo a área com fumaça
de rebento. Eu cheirei, reconhecendo o cheiro da grama, uma das mais sagradas ervas
cerimôniais porque atrai energia espiritual. Vovó usava frequentimente nas rezas. Então
em franzi e senti uma preocupação. Grama fresca deveria ser usada apenas depois da
salva ser queimada para limpar e purificar a área; se não, poderia atrair qualquer energia
- e "qualquer" nem sempre significa algo bom. Mas era tarde demais para dizer algo,
mesmo se eu pudesse ter impedido a cerimônia. Ela já tinha começado a chamar os
espíritos, e a voz dela tinha tomado um assustador tom de musica que era de alguma
forma intensificado pela fumaça que passava grossamente ao redor dela.
"Eu te saúdo, espíritos ancestrais, e peço que vocês aceitem nossa oferenda de vinho
e sangue para que possam lembrar qual o gosto da vida." Ela levantou a taça, e as forças
de fumaça se prepararam e se irritaram com obvia excitação. "Eu te saúdo, espíritos
ancestrais, e com a proteção do meu circulo eu -"
"Zo! Eu sabia que eu iria te achar se eu tentasse o suficiente!"
A voz de Heath passou pela noite, cortando as palavras de Afrodite.


VINTE E OITO

"Heath! O que diabos você está fazendo aqui!"
"Bem, você não retornou minha ligação." Inconciente de todo o resto do pessoal, ele
me abraçou. Eu não precisei da luz da lua para ver os olhos injetados de sangue dele. "Eu
senti sua falta, Zo!" ele disse, jogando seu bafo de cervaja em mim.
"Heath. Você precisa ir -"
'Não. Deixe ele ficar," Afrodite me interrompeu.
O olhar de Heath passou até ela, e eu imaginei como ela deveria parecer pelos olhos
dele. Ela estava parada na piscina de luz feito pelos pontos de luz do gazebo brilhando
através da doce fumaça da grama, que a iluminava quase como se ela estivesse debaixo
dágua. O vestido vermelho dela se grudou no corpo dela. O cabelo loiro dela era grosso e
pesado pelas costas dela. Os lábios dela estavam juntos em um sorriso maldoso, que eu
tenho certeza Heath entenderia errado acharia que ela estava apenas sendo gentil. Na
verdade, ele provavelmente nem notaria os fantasmas esfumaçados que tinham parado de
pairar ao redor da taça e tinham virado seus olhos negros em direção a ele. Ele também
não notaria que a voz de Afrodite tinha um estranho e vazio som, e que os olhos dela
eram gelados e o encaravam. Diabos, conhecendo Heath ele não notaria nada exceto os
seios dela.
"Legal, uma garota vampira," Heath disse, me provando estar totalmente certa.
"Tire ele daqui." A voz de Erik era apertada de preocupação.
Heath tirou os olhos dos peitos de Afrodite para olhar para Erik. "Quem é você?"
Ah, merda. Eu reconheço esse tom. É o que Heath usa quando está pronto para ter
um ataque de ciúmes. (Outra razão do porque ele é meu ex.)
"Heath, você precisa sair daqui," eu disse.
"Não." Ele deu um passo mais para perto de mim e colocou seus braços
possessivamente ao redor dos meus ombros, mas ele não olhou para mim. Ele continuou
encarando Erik. "Eu vim ver minha namorada, e eu vou ver minha namorada."
Eu ignorei o fato que eu podia sentir o pulso de Heath onde os braços dele estavam
parados nos meus ombros. Ao invés de fazer algo completamente nojento e perturbador,
como morder o pulso dele, eu sai dos braços dele e o empurrei para que ele tivesse que
olhar para mim e não Erik.
"Eu não sou sua namorada."
"Aw, Zo, você está dizendo isso só por dizer."
Eu cerrei os dentes. Deus, ele era tão burro. (Outra razão para ele ser meu ex.)
"Você é idiota?" Erik disse.
"Olha, seu merdinha fudido, eu -" Heath começou a dizer, mas a voz estranha de
Afrodite ecoou até ele.
"Venha até aqui, humano."
Como se nossos olhos fossem imas para a estranha atração dela, Heath, Erik, e eu
(e, para falar a verdade, todos as Filhas e Filhos Negros) olharam para ela. O corpo dela
parecia estranho. Estava pulsando? Como podia? Ela virou sua cabeça e pôs uma mão
pelo corpo dela como um stripper, passando a mãos nos seios e então se movendo para
baixo para esfregar entre as pernas dela. A outra mão dela estava erguia e ela curvou
seus dedos, chamando Heath.
"Venha até mim, humano. Vamos provar você."
Isso era ruim; isso era errado. Algo terrível iria acontecer com Heath se ele fosse até
lá e entrasse no circulo.


Totalmente atraído por ela, Heath se inclinou para frente sem hesitar (ou senso). Eu
agarrei um dos braços dele, e fiquei feliz por ver que Erik agarrou o outro.
"Pare, Heath! Eu quero que você vá embora. Agora. Você não pertence a esse lugar."
Com um esforço, Heath tirou os olhos de Afrodite. Ele puxou o braço do aperto de
Erik e praticamente rugiu para ele. Então ele virou para mim.
"Você está me traindo!"
"Você não consegue ouvir? É impossível eu trair você. Não estamos juntos! Agora sai
da -"
"Se ele recusa nossa convocação, então devemos ir até ele."
Minha cabeça virou para ver o corpo de Afrodite convulsa enquanto a fumaça cinza
entrou nela. Ela fez um barulho que era uma mistura de choro e um grito. Os espíritos,
incluindo aqueles que obviamente estavam possuindo ela, se apressaram para a borda do
circulo, pressionando contra ele em um esforço para se libertar e pegar Heath.
"Pare eles, Afrodite. Se você não parar eles vão matar ele!" Damien gritou quando
ele saiu de trás de uma cerca que emoldurava o lago.
"Damien, o que-" Eu comecei, mas ele balançou a cabeça.
"Não há tempo para explicar," ele me disse rapidamente antes de virar sua atenção
de volta para Afrodite. "Você sabe o que eles são," ele disse a ela. "Você tem que conter
eles no circulo ou ele vai morrer."
Afrodite estava tão pálida que ela mesma parecia um fantasma. Ela se afastou das
formas esfumaçadas que ainda estavam empurrando ela contra o invisível laço no circulo,
até estar pressionada contra a ponta da mesa.
"Eu não vou parar eles. Se eles querem ele, eles podem ter ele. Melhor ele do que eu
- ou qualquer um de nós," Afrodite disse.
"Sim, não queremos nenhuma participação nesse tipo de merda!" disse Terrível antes
de derrubar a vela dela, o que emitiu faíscas e então apagou. Sem outra palavra, ela saiu
do circulo correndo e desceu as escadas do gazebo. As outra três garotas que estavam
personificando os elementos a seguiram, desaparecendo rapidamente na noite e deixando
as velas viradas e apagadas.
Horrizada, eu vi uma das formas cinza começar a passar pelo circulo. A fumaça que
era o corpo espectral dele começou a deslizar pelas escadas, me lembrando de uma cobra
enquanto escorregava na nossa direção. Eu senti as Filhas e Filhos Negros se endurecer e
olhar para mim. Eles estavam nervosamente se afastando, olhares de medo estavam em
seus rostos.
"Agora é com você, Zoey."
"Stevie Rae!"
Ela estava parada nada firme no meio do circulo. Ela jogou longe a capa que a
cobria, e eu podia ver linhas brancas de curativos nos pulsos dela.
"Eu te disse que precisávamos ficar juntos." Ela sorriu fracamente para mim.
"Melhor se apressar," Shaunee disse.
"Esses fantasmas estão matando seu ex de susto," Erin disse.
Eu olhei por cima do meu ombro e vi as Gêmeas paradas ao lado do rosto branco,
boca aberta do Heath, e eu senti um choque de pura felicidade. Eles não tinham me
abandonado! Eu não estava sozinha!
"Vamos fazer isso," eu disse. "Mantenha ele aí," eu disse Erik, que estava me
olhando com obvio choque.
Sem ter que olhar pra trás para me certificar que meus amigos estavam me
seguindo, eu me apressei a subir as escadas para o gazebo cheio de fantasmas. Quando


eu cheguei na fronteira do circulo eu hesitei por um segundo. Os espíritos estavam
devagar dissolvendo através dele, sua atenção completamente focada em Heath. Eu
respirei fundo e entrei dentro da barreira invisível, sentindo um horrível calafrio enquanto
os mortos passavam sem parar contra a minha pele.
"Você não tem direito de estar aqui. Esse é meu circulo," Afrodite disse, se
endireitando o suficiente para dobrar seus lábios para mim e bloquear meu caminho até a
mesa e a vela do espírito, que era a única ainda acessa.
"Era seu circulo. Agora você precisa calar a boca e sair daí," eu disse a ela.
Afrodite estreitou seus olhos para mim.
Ah, merda. Eu realmente não tinha tempo para isso.
"Cabeça de vento, você precisa fazer o que Zoey está dizendo. Eu estou morrendo
para chutar sua bunda a dois anos," Shaunee disse, se movendo para ficar ao meu lado.
"Eu também, bruxa nojenta," Erin disse, indo para o meu outro lado.
Antes das Gêmeas atacarem ela, o grito de Heath cortou a noite. Eu virei. Fumaça
estava subindo pela perna de Heath, deixando longos, e pequenos rasgos na jeans dele
que instantaneamente começaram a pingar sangue. Entrando em pânico, ele estava
chutando e gritando. Erik não tinha fugido, mas estava batendo na nevoa também,
embora sempre que uma parte grudasse nele rasgasse suas roupas e rasgasse sua pele.
"Rápido! Tomem seus lugares," eu gritei antes do sedutor cheiro do sangue deles
pudesse mexer com a minha concentração.
Meus amigos correram para as velas desertas. Rapidamente eles as pegaram e
esperaram nas posições adequadas.
Eu contornei Afrodite, que estava encarando Heath e Erik, com as mãos pressionadas
contra a boca como se fosse para segurar os seus gritos. Eu peguei a vela púrpura e corri
até Damien.
"Vento! Te convoco para esse circulo," eu gritei, tocando a vela púrpura na amarela.
Eu queria chorar de alivio quando o redemoinho familiar de repente passou por nós,
tocando o meu corpo e levantando meu cabelo.
Protegendo a vela púrpura eu corri até Shaunee.
"Fogo! Te convoco para esse circulo!" Calor se juntou ou redemoinho de ar quando
acendi a vela vermelha. Eu não parei, mas continuei me movendo pelo circulo. "Água! Te
convoco para esse circulo!" O mar estava ali, salgado e doce ao mesmo tempo. "Terra! Te
convoco para esse circulo!" Eu toquei as chamas na vela de Stevie Rae, tentando não
recuar devido as bandagens que cobriam os pulsos dela. Ela estava anormalmente pálida,
mas ela friu quando o ar se encheu com o cheiro de grama recém cortada.
Heath gritou de novo, e eu corri de volta para o centro do circulo e levantei a vela
púrpura. "Espirito! Te convoco para esse circulo!" Energia passou por mim. Eu olhei ao
redor pela fronteira do meu circulo e, certa o bastante, eu pude ver o a fita de poder
fazendo sua circunferência. Eu fechei meus olhos por um instante. "Oh, obrigado Nyx!"
Então pus a vela na mesa e agarrei a taça de vinho. Eu me virei para olhar Heath e
Erik e a orda fantasmagórica.
"Aqui está seu sacrifício!" eu gritei, espirrando o liquido da taça em um bagunçado
arco ao meu redor, para que fizesse um circulo cor de sangue no chão do gazebo. "Vocês
não foram chamados aqui para matar. Vocês foram chamados aqui porque é Samhain e
queríamos honrar vocês." Eu derramei mais vinho, tentando com a força ignorar o sedutor
cheiro de sangue fresco misturado com o vinho.
Os fantasmas pararam seu ataque. Eu me foquei neles, sem querer me distrair com o
terror nos olhos de Heath e a dor nos de Erik.


"Preferimos esse quente sangue jovem, Sacerdotisa." As arrepiantes vozes ecoaram
até mim, mandando calafrios na minha pele. Eu juro que eu podia sentir o cheiro da hálito
apodrecido.
Eu engoli com força. "Eu entendo isso, mas essas vidas não são suas para serem
tiradas. Hoje é uma noite de celebração, não para morte."
"E ainda sim escolhemos a morte - ela é mais querida para nós." Risadas
fantasmagóricas flutuaram pelo ar com a fina fumaça da grama, e os espíritos começaram
a atacar Heath de novo.
Eu joguei a taça e levantei minhas mãos. "Então não estou mais pedindo; estou
mandando. Vento, fogo, água, terra, e espírito! Eu comando em nome de Nyx que vocês
fechem esse circulo, colocando de volta aqui os mortos que escaparam. Agora!"
Calor passou pelo meu corpo e passou pelas minhas mãos estendidas. Em uma onda
de um vento salgado que estava quente, uma nevoa verde brilhante passou de mim para
as escadas e passou ao redor de Heath e Erik, fazendo a roupa deles e cabelos voar feito
loucos. O vento mágico pegou as formas esfumaçadas e as arrancou de suas vitimas, e
com um rugido definitivo, os sugou de volta para os limites do meu circulo. De repente eu
estava cercada por formas fantasmagóricas, em que cada um eu podia sentir perigo e
fome pulsando, tão claramente quando eu tinha sentido o sangue de Heath antes.
Afrodite estava empoleirada na cadeira, assustada por causa dos espectros. Um deles foi
contra ela e ela deu um grito agudo, que pareceu animar eles ainda mais, e eles passaram
violentamente ao meu redor.
"Zoey!" Stevie Rae chorou meu nome, a voz dela cheia de medo. Eu vi ela dar um
passo hesitante em minha direção.
"Não!" Damien surtou. "Não quebre o circulo. Eles não podem machucar Zoey - eles
não podem machucar nenhum de nós, o circulo é forte demais. Mas só se não o
quebrarmos."
"Não vamos a lugar nenhum," Shaunee disse.
"Não. Eu gosto daqui," Erin disse, soando um pouco sem ar.
Eu senti a total confiança e lealdade e aceitação como um sexto elemento. Me
encheu de confiança. Eu arrumei minha coluna e olhei para os fantasmas irritados que
serpenteavam.
"Então - não vamos embora. O que significa que vocês tem que ir embora."
Eu apontei para o sangue e vinho derramados. "Peguem seu sacrifício e saiam daqui.
É todo o sangue que vocês terão hoje a noite."
A horda de fantasmas parou. Eu sabia que eu os tinha pego. Eu respirei fundo e
terminei.
"Com o poder dos elementos eu comando a vocês: Vão!"
De repente, como se um gigante invisível tivesse jogado eles no chão, eles
dissolveram no chão encharcado de vinho do gazebo, de alguma forma absorvendo o
liquido cheio de sangue e fazendo todo ele desaparecer.
Eu respirei fundo, aliviada. Automaticamente, me virei para Damien.
"Obrigado, vento. Você pode partir." Ele começou a assoprar sua vela, mas não
precisou, uma pequena baforada de vendo, que foi surpreendentemente dolorida, fez isso
para ele. Damien riu para mim. E então os olhos dele ficaram enormes e redondos.
"Zoey! Sua Marca!"
"O que?" Eu levantei minhas mãos para a minha testa. Ela formigava, assim como
meus ombros e pescoço (o que não é de se admirar, eu sempre fico com problemas no


ombro/pescoço quando fico estressada demais), alem do mais meu corpo todo ainda
estava sentido os efeitos dos poderes dos elementos, então eu não tinha notado.
O olhar chocado dele mudou para um olhar de felicidade. "Termine de fechar o
circulo. Então você pode usar os muitos espelhos de Erin para ver o que aconteceu."
Eu me virei para Shaunee e disse adeus para o fogo.
"Wow... incrível," Shaunee disse, me olhando.
"Hey, como você sabia que eu tenho mais de um espelho na bolsa?" Erin estava
reclamando do outro lado do circulo para Damien quando eu me virei para ela e mandei a
água embora. Os olhos dela ficaram enormes quando ela me viu também.
"Puta Merda!" ela disse.
"Erin, você realmente não deveria xingar em um circulo sagrado. Todos sabemos que
não -" Stevie Rae estava dizendo para ela em seu doce sotaque Okie quando eu me virei
para dizer adeus para a terra, e as palavras dela de repente mudaram quando ela falou,
"Oh, minha deusa!"
Eu suspirei. Diabos, o que foi agora? Eu voltei para a mesa e levantei a vela do
espírito.
"Obrigada, espírito. Você pode partir," eu disse.
"Por quê?" Afrodite levantou tão bruscamente que ela derrubou a cadeira. Como
todos os outros, ela estava me olhando com uma ridícula expressão chocada. "Porque
você? Porque não eu?"
"Afrodite, o que diabos você está falando?"
"Ela está falando sobre isso." Erin me entregou um espelho que ela tirou da sua
chique bolsa de couro que ela sempre carregava nos ombros.
Eu abri e olhei. Primeiro eu não entendi o que estava olhando - era muito estranho,
muito surpreendente. Então, do meu lado, Stevie Rae sussurrou, "É lindo..."
E eu percebi que ela tinha razão. Era lindo. Minha Marca tinha sido incrementada.
Um delicado redemoinho de linhas safiras tatuadas emolduravam meus olhos. Não tão
intrincada e grande como a de um vampiro adulto, mas inédita para um calouro. Eu deixei
meus dedos traçarem o design curvado, pensando que parecia como algo que deveria
decorar o rosto de uma exótica princesa estrangeira... ou talvez a Alta Sacerdotisa de uma
deusa. E eu encarei a mim mesma que não era realmente eu - a estranha que tinha se
tornado mais e mais familiar.
"Isso não é tudo Zoey. Olhe para seus ombros," Damien disse suavemente.
Eu olhei para a linha do pescoço-ombro do meu vestido legal e senti uma onda de
choque passar pelo meu corpo. Meus ombros também estavam tatuados. Passando do
meu pescoço, até os meus ombros e minhas costas, onde tatuagens safira faziam um
padrão serpenteado muito parecido com o do meu rosto, só que as marcas azuis do meu
corpo pareciam ainda mais antigas, ainda mais misteriosas, porque elas se intercalavam
com símbolos parecidos com letras.
Minha boca abriu, mas nenhuma palavra saiu dela.
"Z, ele precisa de ajuda." Erik falou pelo meu choque e olhei por cima dos ombros
para ver ele tropeçando no gazebo, carregando o inconsciente Heath.
"Tanto faz. Deixe ele aí," Afrodite disse. "Alguém vai encontrar ele pela manha.
Precisamos sair daqui antes que os guardas acordem."
Eu virei para ela. "E você pergunta por que não foi você? Talvez porque Nyx esteja
cansada de você ser tão egoísta, mimada, indulgente, odiosa..." eu parei, tão irritada que
eu não conseguia pensar em mais nenhum adjetivo.
"Nojenta!" Erin e Shaunee acrescentaram juntas.


"Sim, uma valentona nojenta." Eu dei um passo para mais perto dela e olhar todo o
rosto dela. "Essa Mudança toda é difícil o suficiente sem alguém como você. A não quer
você quer sejamos sua" - eu olhei para Damien e sorri - "sua bajuladora você nos faz
sentir como se não pertencêssemos aqui - como se fossemos nada. Isso acabou, Afrodite.
O que você fez hoje a noite foi totalmente, e completamente errado. Você quase causou a
morte de Heath. E talvez até a do Erik e quem sabe de quem mais, e foi tudo por causa
do seu egoísmo."
"Não foi minha culpa seu namorado achar você aqui," ela gritou.
"Não, Heath não foi sua culpa, mas essa é a única coisa que não foi sua culpa hoje a
noite. Foi sua culpa que seus chamados amigos não te ajudaram e fizeram o circulo
errado. E foi sua culpa que os espíritos negativos encontraram o circulo para começo de
conversa." Ela parecia confusa, o que me irritou ainda mais. "Salva sua odiosa bruxa! Você
deve usar a salva para limpar energias negativas antes de usar a grama. E não é
surpreendente que você tenha atraído espíritos tão horríveis."
"Sim, porque você é horrível," Stevie Rae disse.
"Você não tem nenhuma merda para dizer, refrigeradora," Afrodite zombou.
"Não!" Eu pus meu dedo no rosto dela. "Essa merda de refrigerador acabou."
"Oh, então agora você não vai fingir que você não anseia pelo gosto de sangue e
ainda mais do que nós?"
Eu olhei para meus amigos. Eles encontraram meus olhos sem se encolher. Damien
sorriu encorajadamente. Stevie Rae acenou para mim. As Gêmeas piscaram. E então eu
percebi que estava sendo uma tola. Eles não iriam me evitar. Eles eram meus amigos; eu
deveria ter confiado neles mais, mesmo que não tenha aprendido a confiar em mim
mesma ainda.
"Bem eventualmente todos vamos ansiar por sangue," eu disse simplesmente. "Ou
vamos morrer. Mas isso não faz de nós monstros, e está na hora das Filhas Negras
pararem de agir assim. Você está acabada, Afrodite. Você não é a mais a líder das Filhas
Negras."
"E eu deveria pensar que agora você é a líder?"
Eu acenei. "Eu sou. Eu não vim para a House of Night pedindo por esses poderes.
Tudo o que eu queria era um lugar para me encaixar. Bem, eu acho que esse é o jeito de
Nyx de responder a minha reza." Eu sorri para meus amigos e eles sorriram para mim.
"Claramente, a deusa tem senso de humor."
"Sua vaca estúpida, você não pode assumir as Filhas Negras. Somente a Alta
Sacerdotisa pode mudar a liderança."
"É conveniente, então, que eu esteja aqui, não é?" Neferet disse.


VINTE E NOVE

Neferet saiu das sombras para o gazebo, movendo-se rapidamente em direção a
Heath e Erik. Primeiro, ela tocou o rosto de Erik e checou as marcas ensangüentadas em
seus braços de onde ele lutou futilmente para tentar tirar os fantasmas de cima de Heath.
Enquanto ela passava suas mãos nos ferimentos dele eu pude ver o sangue secar. Erik
respirou aliviado, como se a dor dele tivesse desaparecido.
"Isso vai curar. Vá a enfermaria quando voltarmos para a escola e vou lhe dar uma
pomada que vai aliviar o dor de seus ferimentos." Ela bateu na bochecha dele e ele ficou
vermelho. "Você mostrou a bravura de um vampiro guerreiro quando você ficou para
proteger o garoto. Estou orgulhosa de você, Erik Night, assim como a deusa."
Eu senti uma onda de prazer na aprovação dela; eu também estava orgulhosa dele.
Então ouvi um murmúrio de concordância ao meu redor e percebi que as Filhas e Filhos
negros tinham retornado e estavam amontoados na escada do gazebo. A quanto tempo
eles estavam assistindo? Neferet virou sua atenção para Heath, e eu esqueci de todo o
resto. Ela levantou a perna rasgada e examinou as marcas ensangüentadas que haviam
nos braços dele. Então ela colocou o rosto pálido e rígido dele em suas mãos e fechou os
olhos. Eu vi o corpo dele endurecer ainda mais e ter uma compulsão, e então ele suspirou
e, como Erik, ele relaxou. Depois de um segundo, ele parecia estar dormindo
pacificamente ao invés de lutando silenciosamente contra a morte. Ainda de joelhos ao
lado dele, Neferet disse, "Ele vai se recuperar, e não vai lembrar de nada dessa noite
exceto que ele ficou bêbado e se perdeu tentando encontrar sua quase ex-namorada." Ela
olhou para mim enquanto disse isso, e os olhos dela eram gentis e cheios de
entendimento.
"Obrigado," eu sussurrei.
Neferet acenou brevemente para mim, antes de levantar e confrontar Afrodite.
"Eu sou responsável pelo o que aconteceu aqui hoje a noite tanto quanto você. Eu
sei do seu egoísmo a anos, mas eu escolhi ignorar, esperando que com o tempo e o toque
da deusa você ficasse mais madura. Eu estava errada." A voz de Neferet tomou uma
qualidade clara e poderosa de uma líder. "Afrodite, eu oficialmente te libero da sua
posição como líder das Filhas e Filhos Negros. Você não é mais uma Alta Sacerdotisa em
treinamento. Você não é diferente que qualquer outro calouro." Com um movimento duro,
Neferet ergueu sua mão, e arrancou o colocar de prata que estava pendurado entre os
peitos de Afrodite.
Afrodite não fez um som, mas o rosto dela estava branco e ela encarava Neferet sem
piscar.
A Alta Sacerdotisa virou de costas para Afrodite e se aproximou de mim. "Zoey
Redbird, eu soube que você era especial no dia que Nyx me deixou ver que você seria
Marcada." Ela sorriu para mim e pos um dedo debaixo do meu queixo, levantando minha
mão para poder olhar melhor minhas novas adições a minha Marca. Então ela passou a
mão no meu cabelo para o lado, para que as tatuagens aparecessem no meu pescoço,
ombros, e costas. Eu ouvi as Filhas e Filhos Negros se afogar quando eles, também, viram
minhas estranhas Marcas. "Extraordinário, realmente extraordinário," ela disse, deixando
suas mãos caírem dos seus lados quando continuou. "Hoje a noite você mostrou a
sabedoria da deusa em escolher te presentear com poderes especiais. Você mereceu sua
posição como Lider das Filhas e Filhos Negros e como Alta Sacerdotisa em treinamento,
através do seus próprios dons dados pela deusa assim como sua compaixão e sabedoria."
Ela me entregou o colar de Afrodite. Pareceu quente e pesado na minha mão. "Use isso


mais sabiamente que a sua antecessora." Então ela fez um gesto realmente incrível.
Neferet, Alta Sacerdotisa de Nyx, me saudou, seu punho por cima do coração, e fez uma
formal reverencia, como o sinal dos vampiros de respeito. Todos ao redor com exceção de
Afrodite a imitaram. Lágrimas borraram minha visão enquanto meus quatro amigos riam
para mim e se curvavam com os outras Filhas e Filhos Negros.
Mas mesmo no centro de uma perfeita felicidade eu senti a sombra da confusão.
Como eu pude ter duvidado que poderia contar qualquer coisa a Neferet?
"Volte para a escola. Eu vou cuidar do que precisa ser feito aqui." Neferet me disse.
Ela me abraçou rapidamente e sussurrou no meu ouvido, "estou muito orgulhosa de você,
Zoeybird." Então ela me deu um pequeno empurrão na direção de meus amigos. "Dêem
boas vindas a nova Líder das Filhas e Filhos Negros!" ela disse.
Damien, Stevie Rae, Shaunee e Erin lideraram a torcida. E então todos me rodearam
e pareceu que eu fui levada do gazebo em uma exuberante onda de risada e
congratulações. Eu acenei e sorri para meus novos "amigos", mas eu não fui enganada.
Silenciosamente lembrei a mim mesma que apenas momentos antes eles estavam
concordando com tudo que Afrodite disse.
Definitivamente eu iria precisar de um tempo para mudar as coisas.
Chegamos na ponte e eu lembrei meus novos protegidos que tínhamos que ser
silenciosos enquanto voltávamos através da escuridão para a escola, e eu fiz um gesto
para que eles fossem na frente. Quando Stevie Rae, Damien, e as Gêmeas começaram a
cruzar a ponte eu sussurrei, "Não, vocês andam comigo."
Rindo tanto que eles pareciam bobos, os quatro pararam perto de mim. Eu encontrei
o alegre olhar de Stevie Rae. "Você não deveria ter se voluntariado para ser um
refrigerador. Eu sei o quanto você estava assustada." O sorriso de Stevie Rae sumiu com a
reprimenda em minha voz.
"Mas se eu não tivesse feito isso, não saberíamos onde o ritual seria, Zoey. Eu fiz
isso para poder avisar Damien, e as Gêmeas que eles deveriam nos encontrar aqui.
Sabíamos que você precisava de nós."
Eu levantei a mão e ela parou de falar, mas ela parecia que iria chorar. Eu sorri
gentilmente para ela. "Você não me deixou terminar. Eu ia dizer que você não deveria ter
feito, mas fico tão feliz que tenha feito!" Eu a abracei, e sorri através das lagrimas para os
outros três. "Obrigado - ficou feliz que todos tenham estado lá."
"Hey, Z, é o que amigos fazem," Damien disse.
"Yep," Shaunee disse.
"Exato," disse Erin.
E eles se fecharam ao meu redor em um enorme e sufocante abraço grupal - que eu
totalmente amei.
"Hey, posso participar?"
Eu olhei para cima para ver Erik parado ali perto.
"Bem, sim, você absolutamente pode," Damien disse alegremente.
Stevie Rae se dissolveu em risadinhas, e Shaunee suspirou e disse, "Desista, Damien.
Time errado, lembra?" Então Erin me tirou do centro do grupo e empurrou em direção a
Erik. "Dê um abraço no cara. Ele tentou salvar seu namorado hoje a noite," ela disse.
"Meu ex-namorado," eu disse rapidamente, pulando nos braços de Erik, mais que um
pouco sobrepujada pela mistura do cheiro que o sangue fresco que ainda estava nele e o
fato de que ele estava, bem, me abraçando. Então, para acrescentar em cima de tudo,
Erik me beijou com tanta força que eu juro que eu pensei que o topo da minha cabeça ia
sair voando.


"Por favor, apenas por favor," eu ouvi Shaunee dizer.
"Arranjem um quarto!" Erin disse.
Damien riu e eu me afastei dos braços de Erik. "Estou faminta," Stevie Rae disse.
"Esse negocio de refrigerador me deixou faminta."
"Bem, vamos pegar algo para você comer então," eu disse.
Meus amigos andaram por cima da ponte e eu ouvi Shaunee irritar Damien sobre se
eles deveriam comer pizza ou sanduíches.
"Se importa se eu andar com você?" Erik perguntou.
"Nah, estou me acostumando," eu disse, sorrindo para ele.
Ele riu e andou na ponte. Então pela escuridão atrás de mim eu ouvi um muito
distinto e muito irritado, "me-eeh-uf-ow!"
"Vá em frente, eu já alcanço vocês," eu disse a Erik e então voltei até as sombras no
gramado de Philbrook. "Nala? Gatinha, gatinha, gatinha...," Eu chamei. E então, uma
distinta bola de pelo saiu dos arbustos, reclamando o tempo todo. Eu me abaixei e a
peguei e ela instantaneamente começou a ronronar. "Bem, garota boba, porque você me
seguiu até aqui, se você não gosta de andar tão longe? Como se você já não tivesse
passado por coisas o suficiente hoje," eu murmurei, mas antes de voltar para a ponte,
Afrodite saiu das sombras e bloqueou meu caminho.
"Você pode ter ganhado hoje, mas isso não acabou," ela me disse. Ela me fez sentir
muito cansada.
"Eu não estava tentando "ganhar" nada. Eu só estava tentando acertar as coisas."
"E é isso que você acha que fez?" Os olhos dela passavam nervosamente para trás e
para frente do caminho que levava ao gazebo, como se alguém tivesse seguindo ela.
"Você realmente não sabe o que aconteceu aqui hoje a noite. Você apenas está sendo
usada - todos estamos. Somos bonecos, é o que todos somos." Ela com raiva limpou o
rosto e eu percebi que ela estava chorando.
"Afrodite, não tem que ser assim entre nós," eu disse suavemente.
"Sim precisa!" Ela surtou. "É o papel que deveríamos interpretar. Você verá... você
verá..." Afrodite começou a se afastar.
Uma idéia apareceu inesperadamente na minha memória. Era Afrodite durante sua
visão. Como se estivesse acontecendo de novo, eu podia ouvir ela dizer, "Eles estão
mortos! Não. Não. Isso não pode ser! Não é certo. Não. Não é natural! Eu não entendo...
eu não... você... você sabe." O grito de terror dela ecoou na minha mente. Eu pensei em
Elizabeth... em Elliott... o fato de que eles tinham aparecido para mim. Muito do que ela
disse fazia sentido.
"Afrodite, espere!" Ela olhou por cima dos ombros para mim. "A visão que você teve
hoje no escritório de Neferet, sobre o que era?"
Devagar ela balançou a cabeça. "É apenas o começo. Vai ficar muito pior." Ela virou
e de repente hesitou. O caminho dela estava bloqueado por cinco garotos - meus amigos.
"Está tudo bem," eu disse a eles. "Deixem ela ir."
Shaunee e Erin abriram espaço. Afrodite levantou a cabeça, virou o cabelo, e passou
por elas como se mandasse no mundo. Eu a observei se afastar, meu estomago se
apertando. Afrodite sabia algo sobre Elizabeth e Elliott, e eventualmente eu teria que
descobrir o que era.
"Hey," Stevie Rae disse.
Eu olhei para minha colega de quarto e minha nova melhor amiga.
"Aconteça o que acontecer, estaremos juntas."


Eu senti o nó no meu estomago se soltar. "Vamos," eu disse. Cercada por meus
amigos, todos fomos para casa.

FIM


House of Night 2 - Betrayed
Por P.C. Cast e Kristin Cast


Betrayed


Gostaríamos de dedicar esse livro para (Tia) Sherry Rowland, amigo e publicista.
Obrigada, Sher, por cuidar de nós. Mesmo quando somos problemáticas e irritantes (e
especialmente quando você nos da um "trato"). Amamos você demais.

UM

"Garota nova. Olha lá," Shaunee disse enquanto deslizava pelo banco que sempre
alegávamos ser nosso para cada refeição servida no salão de janta (tradução: cafeteria de
classe alta).
"Trágico, Gêmea, trágico." A voz de Erin ecoava totalmente a de Shaunee. Ela e
Shaunee tinham algum tipo de ligação psíquica que as fazia bizarramente similar, que é
por isso que o apelido deles era "as Gêmeas," embora Shaumee fosse café-com-leite
Jamaica americano de Connecticut e Erin era branca com cabelo loiro e olhos azuis de
Oklahoma.
"Graças a Deus, ela é colega de quarto de Sarah Freebird." Damien acenou em
direção a garotinha com um cabelo preto que mostrava aquele olhar perdido de garota
nova ao redor do salão, o olhar afiado dele para moda, checando as roupas das duas
garotas - de sapato a brinco - em um olhar rápido. "Claramente o senso de movo dela é
melhor que o de Sarah. Apesar do estresse de ser Marcada e mudar de escola. Talvez ela
seja capaz de ajudar Sarah com a infeliz propensão dela a sapatos horríveis."
"Damien," Shaunee disse. "De novo você está me -"
"- irritando com essa porcaria de vocabulário," Erin terminou por ela.
Damien fungou, parecendo ofendido e superior e mais gay do que ele costuma
parecer (embora ele definitivamente seja gay). "Se o vocabulário de vocês não fosse não
abismal vocês não teriam que carregar um dicionário com vocês para me acompanhar."
As Gêmeas estreitaram seus olhos para ele e sugaram o ar para começar um novo
round, o que, graças a Deus, minha colega de quarto interrompeu. Com seu complicado
sotaque de Oklahoma, Stevie Rae fanhosamente falava as duas definições como se
estivesse dando pistas a uma abelha. "Propenso - é uma intensa preferência natural.
Abismal - absolutamente horrível. Aí. Agora vocês podem parar de reclamar e serem
bonzinhos? Vocês sabem que é quase hora para a visitação dos pais, e não deveríamos
agir como retardados quando eles aparecerem."
"Ah, merda," eu disse. "Eu esqueci totalmente sobre a visita dos pais."
Damien gemeu e colocou a cabeça na mesa, batendo com nela sem ser muito gentil.
"Eu esqueci totalmente também." Nós quatro demos um olhar simpático para ele. Os pais
de Damien não se importaram com ele ser Marcado, se mudar para a House of Night, e
começar a Mudança que, ou iria transformar ele, ou se o seu corpo rejeitasse a mudança,
matá-lo. Eles tem problemas com ele ser gay.
Pelo menos os pais de Damien estavam bem com algo em relação a ele. Minha mãe
e seu marido atual - meu padrasto-perdedor, John Heffer - por outro lado, odeiam
absolutamente tudo em relação a mim.
"Meus pais não vem. Eles vieram mês passado. Esse mês estão ocupados demais."
"Gêmea, mas uma vez provamos nossa gêmisse," Erin disse. "Meus pais me
mandaram um email. Eles também não vem por causa de uma viagem de Ação de Graças
que eles decidiram fazer para o Alaska com minha tia Alane e tio Liar Lloyd. Tanto faz."
Ela riu - aparentemente tão despreocupada quanto Shaunee pela ausência de seus pais.
"Hey, Damien, talvez seus pais também não apareçam," Stevie Rae disse com um
sorriso rápido.
Ele suspirou. "Eles estarão aqui. É o mês do meu aniversário. Eles vão trazer
presentes."
"Isso não parece ruim," eu disse. "Você estava falando sobre precisar de um novo
bloco de desenhos."


"Eles não vão me dar um bloco de desenho," ele disse. "Ano passado pedi um
suporte para moldura* (*aqueles que suportam as telas, enquanto o pintor trabalha). Eles
me deram coisas para acampar e uma assinatura da Sports Illustraded."
"Eca!" disseram Shaunee e Erin juntas enquanto Stevie Rae e eu enrugávamos
nossos narizes e fazíamos barulhos de simpatia.
Claramente querendo mudar de assunto, Damien virou para mim. "Essa será a
primeira visita dos seus pais. O que você espera?"
"Um pesadelo," eu suspirei. "Total, absoluto, e completo pesadelo."
"Zoey? Eu achei que deveria trazer minha nova colega de quarto para conhecer você.
Diana, essa é Zoey Redbird - a líder das Filhas Negras."
Felizes por não ter que falar sobre meus horríveis problemas com os pais, eu olhei
para cima, sorrindo, para o som da voz nervosa de Sarah.
"Wow, é realmente verdade!" a nova garota disse antes que eu pudesse dar oi.
Como sempre ela estava encarando minha testa e corando. "Eu quero dizer, uh...
desculpe. Eu não queria ser rude nem nada..." ela disse, parecendo miserável.
"Está tudo bem. É, é verdade. Minha Marca está completa e tem complementos." Eu
mantive meu sorriso, tentando fazer ela se sentir melhor, embora eu realmente odiasse
parecer a atração principal do show dos bizarros. De novo.
Graças a Céu, Stevie Rae entrou na conversa antes do silencio entre Diana e eu ficar
mais desconfortável.
"Yeah, Z ganhou essa tatuagem de espiral legal no rosto e pelos ombros quando ela
salvou seu ex-namorado de uns fantasmas vampiros apavorantes," Stevie Rae disse
alegremente.
"Foi o que Sarah me disse," Diana disse tentativamente. "É algo tão inacreditável
que, bem, eu uh..."
"Não acreditou?" Damien disse esperançoso.
"Yeah. Desculpe," ela repetiu, inquieta e olhando para as unhas.
"Hey, não se preocupe." Eu dei um quase autentico sorriso. "Parece bem bizarro para
mim às vezes, e eu estava lá."
"E arrasou," Stevie Rae disse.
Eu dei a ela meu olhar você-totalmente-não-está-ajudando, que ela ignorou. Sim, eu
algum dia posso ser a Alta Sacerdotisa deles, mas não sou a chefe dos meus amigos.
"De qualquer forma esse lugar todo pode parecer meio estranho no começo. Vai
melhorar," eu disse para a nova garota.
"Obrigado," ela disse com um genuíno calor.
"Bem, é melhor irmos para que eu possa mostrar a Diana onde o seu quinto período
será," Sarah disse, e então ela totalmente me embaraçou de novo ficando séria e formal e
me saudando do jeito tradicional dos vampiros como um sinal de respeito, punho no
coração e curvou sua cabeça, antes de sair.
"Eu realmente odeio quando eles fazem isso," eu murmurei, cutucando minha salada.
"Eu acho legal," Stevie Rae disse.
"Você merece que te mostrem respeito," Damien disse com a voz de um professor.
"Você é a única terceiranista que já existiu a liderar as Filhas Negras e a única caloura ou
vampira da história que mostrou afinidade com os 5 elementos."
"Aceite, Z," Shaunee disse depois de dar uma mordida na salada enquanto
gesticulava para mim com seu garfo.
"Você é especial." Erin terminou por ela (como sempre).


Um terceiranista é como a House of Night chama um calouro - então um
quarteiranista seria do segundo ano, etc. E, sim, eu sou a única terceiranista a ser líder
das Filhas Negras. Sorte minha.
"Em falar nas Filhas Negras," Shaunee disse. "Você decidiu o que você quer que seja
as novas exigências para ser um membro?"
Eu reprimi a vontade de gritar, Diabos não, eu ainda não consigo acreditar que estou
no comando dessa coisa! Ao invés disso eu balancei a cabeça, e decidi - com o que eu
esperava ser um brilhante golpe - colocar um pouco da pressão neles.
"Não, eu não sei quais devem ser as novas exigências. Na verdade, estava esperando
que vocês me ajudassem. Então, alguma idéia?"
Como eu suspeitava, os quatro ficaram quietos. Eu abri minha boca para agradecer
pelo silencio deles, mas a voz da nossa Alta Sacerdotisa passou pela comunicação interna
da nossa escola. Por um segundo eu fiquei feliz pela interrupção, e então percebi o que
ela estava dizendo e meu estomago começou a se apertar.
"Estudantes e professores, por favor, vão até a recepção. Está na hora da nossa
visita mensal dos pais."
Bem, diabos.

"Stevie Rae! Stevie Rae! Oh meu Deus eu senti sua falta!"
"Mama!" Stevie Rae chorou e voou para os braços da mulher que parecia igual a ela,
só que 22 quilos mais pesada e 20 e tantos anos mais velha.
Damien e eu ficamos parados constrangedoramente dentro do hall, que estava
começando a se encher com pais humanos que pareciam desconfortáveis, alguns irmãos
humanos, um bando de calouros, e vários dos nossos professores vampiros.
"Bem, ali estão meus pais," Damien disse com um suspiro. "É melhor acabar com
isso de uma vez. Vejo você depois."
"Até mais," eu murmurei e observei ele se juntar a duas pessoas totalmente comuns
que estavam carregando um presente embrulhado. A mãe dele deu um rápido abraço e o
pai dele apertou a mão dele com uma exuberante masculinidade. Damien parecia pálido e
estressado.
Eu fui até a longa mesa que passava por uma comprida parede. Estava cheia com
caras bandejas de queijos e sobremesas, e café, chá, e vinho. Eu estou na House of Night
a um mês, e ainda fico um pouco chocada por ver vinho ser servido tanto por aqui. Parte
da razão é simples - a escola tem seu modelo baseado nas Houses of Nights européias.
Aparentemente, na Europa vinho com refeições é como chá e Coca nas refeições aqui -
nada demais. A outra razão é o fato genérico - vampiros não ficam bêbados - calouros
mal podem ficar tontos (pelo menos com álcool - sangue, infelizmente, é outra história).
Então vinho literalmente não é nada demais, embora eu achasse que seria interessante
ver como os pais de Oklahoma iriam reagir a bebida na escola.
"Mama! Você tem que conhecer minha colega de quarto. Lembra que eu te falei
sobre ela? Essa é Zoey Redbird. Zoey essa é minha mãe."
"Olá, Sra. Johnson. É bom conhecer você," eu disse educadamente.
"Oh, Zoey! É tão bom conhecer você! E, oh meu! Sua Marca é tão bonita quanto
Stevie Rae disse que era." Ela me surpreendeu com um suave abraço de mãe e sussurrou,
"estou feliz que você esteja cuidando de Stevie Rae. Me preocupo com ela."
Eu apertei as costas dela e sussurrei, "Sem problemas, Sra. Johnson. Stevie Rae é
minha melhor amiga." E embora fosse totalmente nada realístico, eu de repente desejei


que minha mãe me abraçasse e se preocupasse comigo como a Sra. Johnson se
preocupava com sua filha.
"Mama, você trouxe para mim algum biscoito de chocolate?" Stevie Rae perguntou.
"Sim, querida, eu trouxe, mas acabei de perceber que deixei no carro." A mãe de
Stevie Rae respondeu em com seu sotaque Okie que era idêntico ao da filha. "Porque você
não vem comigo e me ajuda a trazer eles para cá. Eu fiz mais para os seus amigos desta
vez."
Ela sorriu gentilmente para mim. "Você é mais que bem vinda para vir conosco
também, Zoey."
"Zoey."
Eu ouvi minha voz falar como um eco congelado da quente bondade da Sra.
Johnson, e olhei por cima dos ombros dela para ver minha mãe e John entrando no hall.
Meu coração caiu no meu estomago. Ela trouxe ele. Porque diabos ela não veio sozinha e
deixar ser apenas ela para variar? Mas eu sabia a resposta para isso. Ele nunca permitiria.
E ele não permitir significava que ela não faria. Ponto. Fim do assunto. Desde que ela
casou com John Heifer minha mãe não teve que se preocupar com dinheiro. Ela vivia
numa enorme casa em um silencio subúrbio. Ela era voluntaria para o PTA* (*uma
associação americana em que pais cuidam de filhos). Ela fazia varias atividades para a
igreja. Mas durante os 3 anos do seu "perfeito" casamento ela se perdeu completamente.
"Desculpe, Sra. Johnson. Eu vi meus pais, é melhor eu ir."
"Oh, querida, eu adoraria conhecer sua mãe e pai." E, como estivéssemos em
qualquer outro evento de escola, a Sra. Johnson virou, sorrindo, para conhecer meus pais.
Stevie Rae olhou para mim, e eu olhei para ela. Desculpe, eu murmurei para ela. Eu
quero dizer, eu não tinha certeza absoluta que algo mal ia acontecer, mas com meu
padrasto-perdedor se aproximando como se fosse um general cheio de testosterona
liderando a marcha da morte, eu achei que as chances estavam boas para uma cena de
um pesadelo.
Então meu coração saiu do estomago e tudo de repente ficou muito, muito melhor
quando vi a minha pessoa favorita no mundo ao lado de John e seus braços abertos para
mim.
"Vovó!"
Ela me colocou nos seus braços e o doce cheiro de lavanda que sempre estava com
ela, como se ela carregasse os pedaços de sua linda fazenda de lavando em todo lugar
que ela fosse.
"Oh, Zoeybird!" Ela me abraçou com força. "Eu senti sua falta, u-we-tsi a-ge-hu-tsa."
Eu sorri através das lagrimas, adorando o som da familiar palavra Cherokee para filha
- significa segurança e amor e aceitação incondicional. Coisas que eu não sentia em
minha casa nos últimos três anos - coisas que antes deu vir a House of Night eu só
encontrei na fazenda da vovó.
"Eu senti sua falta, também, vovó. Estou tão feliz que você veio!"
"Você deve ser a avó de Zoey," A Sra. Johnson disse quando paramos de nos
abraçar. "É bom conhecer você. Você tem uma garota muito boa."
Vovó sorriu e começou a responder, mas John interrompeu com sua voz superior.
"Bem, na verdade, essa é nossa garota boa que você está elogiando."
Como se fosse um deixa para esposa aparecer, minha mãe finalmente conseguiu
falar. "Sim, somos os pais de Zoey. Eu sou Linda Heffer. Esse é meu marido, John, e
minha mãe, Sylvia Red-" Então, no meio da sua educada apresentação, ela se incomodou
de olhar para mim e a voz dela saiu em um tom surpreso.


Eu fiz meu rosto sorrir, mas eu senti calor e dura, como se estivesse cheia de gesso e
estivesse sentada no sol de verão e fosse quebrar em pedaços se não tomasse cuidado.
"Oi, mãe."
"Pelo amor de Deus, o que você fez com sua Marca?" mamãe disse a palavra Marca
como se falasse a palavra câncer ou pedofilia.
"Ela salvou a vida de um jovem e foi presenteada pela deusa com a afinidade para os
elementos. Em resposta Nyx deu a ela várias Marcas incomuns para um calouro," Neferet
disse com sua suave voz musical enquanto chegava no meio do nosso constrangido
grupo, a mão estendida diretamente para meu padrasto-perdedor. Neferet era o que a
maior parte dos vampiros adultos são, impressionantemente perfeita. Ela era alta, com
longas ondas de um cabelo escuro e brilhante, olhos em forma de amêndoas de um tom
raro de verde musgo. Ela se movimentava com uma graça e confiança que claramente
não era humana, e a pele dela era tão espetacular que parecia que alguém tinha acendido
uma luz dentro dela. Hoje ela estava usando uma saia azul real, com brincos em espiral
(representando o caminho da deusa, mas não era como se meus pais soubessem disso).
Uma prateada forma da deusa com suas mãos erguidas estava bordada por cima do seio
esquerdo dela, como estava em cima de todos os peitos de todos os professores. O
sorriso dela era deslumbrante. "Sr. Heffer, eu sou Neferet, Alta Sacerdotisa da House of
Night, embora possa ser mais fácil se você pensar em mim como uma diretora normal.
Obrigado por vir a noite de visitação dos pais."
Eu percebi que ele pegou a mão dela automaticamente. Eu tenho certeza que ele
teria recusado se ela não tivesse pego ele de surpresa. Ela apertou a mão dele e então
virou para minha mãe.
"Sra. Heffer, é um prazer conhecer a mãe de Zoey. Estamos muito felizes por ela ter
se juntado a House of Night."
"Bem, uh, obrigado!" minha mãe disse, claramente desarmada pela beleza e charme
de Neferet.
Quando Neferet cumprimentou minha vó, o sorriso dela aumentou e se tornou mais
do que apenas educado. Eu notei que elas apertaram as mãos no jeito tradicional dos
vampiros, segurando a ante braço uma da outra.
"Sylvia Redbird, é sempre um prazer ver você."
"Neferet, fico feliz por ver você também, e obrigado por honrar seu juramento de
cuidar de minha neta."
"É um juramento que não é um fardo cumprir. Zoey é uma garota especial." Agora o
sorriso de Neferet me incluiu em seu calor. Então ela virou para Stevie Rae e sua mãe. "E
essa é a colega de quarto de Zoey, Stevie Rae Johnson, e a mãe dela. Eu soube que as
duas são praticamente inseparáveis, e que até a gata de Zoey foi pega por Stevie Rae."
"Sim, é verdade. Ela sentou no meu colo quando eu estava assistindo TV ontem a
noite," Stevie Rae disse rindo. "E Nala não gosta de ninguém a não ser Zoey."
"Gata? Eu não lembro de ninguém dar permissão para Zoey ter um gato," John disse,
me fazendo querer vomitar. Como se alguém tivesse se incomodado de falar comigo, a
não ser vovó, por um mês!
"Você entendeu errado, Sr. Haffer, na House of Night gatos andam livres. Eles
escolhem seus donos, não ao contrario. Zoey não precisava de permissão quando Nala
escolheu ela," Neferet disse suavemente.
John fez um barulho de bufar, que eu fiquei aliviada por ver que todos ignoraram.
Droga, ele é tão idiota.


"Posso oferecer a vocês alguma bebida?" Neferet acenou graciosamente para a
mesa.
"Oh, nossa! Isso me lembra dos biscoitos que eu deixei no carro. Stevie Rae e eu
estávamos indo para lá. Foi bom conhecer todos vocês." Com um rápido abraço em mim e
um aceno para todos os outros, Stevie Rae e sua mãe escaparam, me deixando ali,
embora eu desejasse estar em qualquer outro lugar.
Eu fiquei perto da vovó, passando meus dedos pelos dela enquanto andávamos até a
mesa de bebidas, pensando em quão mais fácil isso seria se apenas ela tivesse vindo me
visitar. Eu dei uma olhada em minha mãe. Um franzir permanente pareceu estar pintado
no rosto dela. Ela estava olhando ao redor para os outros garotos, e mal olhava na minha
direção. Porque vir? Eu queria gritar a ela. Porque parecer que você se importa - sente
minha falta - se é tão obvio que você não sente?
"Vinho, Sylvia? Sr. E Sra. Heffer?" Neferet ofereceu.
"Obrigo, tinto por favor," Vovó disse.
John apertou os lábios em desprazer. "Não. Não bebemos."
Com um esforço sobre humano eu não virei os olhos. Desde quando ele não bebe?
Eu apostaria pelo menos 15 dólares das minhas economias que havia um pacote de
cervejas na geladeira em casa agora mesmo. E minha mãe costumava beber vinho tinto
como vovó. Eu até vi ela jogar um olhar estreito para vovó, um olhar de inveja enquanto
ela aproveitava o rico vinho que Neferet serviu para ela. Mas não, eles não bebem. Pelo
menos não em publico. Hipócritas.
"Então, você estava dizendo que os complementos na Marca de Zoey aconteceram
porque ela fez algo especial?" Vovó apertou minha mão. "Ela me disse que tinha virado
líder das Filhas Negras, mas ela não me contou exatamente o que aconteceu."
Eu me senti ficar tensa de novo. Eu realmente não queria lidar com a cena que iria
acontecer se minha mãe e John descobrissem que o que tinha acontecido era que a ex-
líder das Filhas Negras tinha lançado um circulo na noite de Halloween (Conhecida na
House of Night como Noite de Samhain, a noite em que o véu entre nosso mundo e o dos
espíritos é mais fino), conjurou alguns espíritos de vampiros assustadores, e então perdeu
controle deles, quando meu ex-namorado humano, Heath, apareceu procurando por mim.
E eu não queria que ninguém mencionasse o que apenas algumas pessoas sabiam - que
Heath estava procurando por mim porque eu provei o sangue dele e ele estava ficando
fissionado por mim, algo que humanos fazem facilmente quando se envolvem com
vampiros - mesmo vampiros calouros, para falar a verdade. Então e ex-líder das Filhas
Negras, Afrodite, perdeu totalmente o controle dos fantasmas e eles foram pegar Heath.
Literalmente. Pior - eles também estavam agindo como se quisessem pegar um pedaço
do resto de nós, também, incluindo o totalmente gostoso Erik Night, o vampiro que eu
posso felizmente dizer que não é meu ex-namorado, mas que eu meio que tenho
namorando, então ele é quase meu namorado. De qualquer forma, eu tive que fazer algo,
então com a ajuda de Stevie Rae, Damien, e as Gêmeas, eu lancei meu próprio circulo,
pegando o poder dos cinco elementos: vento, fogo, água, terra, e espírito. Usando minha
afinidade para os elementos, eu consegui banir os fantasmas de volta para onde eles
vivem (ou não vivem?). Quando eles foram embora eu tinha essas tatuagens novas, uma
delicada coleção de redemoinhos safira que emolduravam meu rosto - totalmente raro
para um mero calouro ter - e Marcas combinando intercalando com símbolos parecidos
com runas em meus ombros, algo que nenhum calouro ou vampiro tinha.


Então Afrodite foi exposta como uma péssima líder, fazendo Neferet demitir ela e me
colocar no lugar. Conseqüentemente, eu também estava sendo treinada para ser uma Alta
Sacerdotisa de Nyx, a deusa vampira, que é a personificação da Noite.
Nada disso cairia muito bem para o ultra religioso, ultra julgador mãe e John.
"Bem, ouve um pequeno acidente. O rápido pensamento de Zoey e bravura fizeram
com que ninguém se machucasse, e ao mesmo tempo ela se conectou com a afinidade
especial que ela ganhou de tirar energia dos 5 elementos." O sorriso de Neferet era
orgulho e eu senti uma onda de felicidade com a aprovação dela. "A tatuagem é
simplesmente um sinal da favor que ela encontrou com a deusa."
"O que você está dizendo é uma blasfêmia." John falou com uma rígida e dura voz
que conseguiu soar condescendente e irritada ao mesmo tempo. "Você está colocando a
alma imortal em perigo."
Neferet virou seu olhos cor de musgo para ele. Ela não parecia irritada. Na verdade,
ela parecia estar se divertindo.
"Você deve ser um dos Anciões das Pessoas de Fé."
O peito dele parecido como o de um pássaro se estufou. "Bem, sim, sim eu sou."
"Então vamos chegar a um entendimento rapidamente, Sr. Heffer. Eu não pensaria
em chegar a sua casa, ou a sua igreja, e falar mal de suas crenças, embora eu descorde
profundamente delas. Agora, eu não espero que você adore as nossas. Na verdade, eu
nunca pensaria em te persuadir as minhas crenças, embora eu tenha um profundo
compromisso com minha deusa. Então tudo que eu insisto é que você mostre a mesma
cortesia que eu mostro a você. Quando estiver na minha "casa", você respeita minhas
crenças."
Os olhos de John ficaram maldosas pequenas fendas e eu pude ver sua mandíbula se
apertando e afrouxando.
"Seu jeito de vida e pecaminoso e errado," ele disse ferozmente.
"Diz o homem que admite adorar um Deus calunia o prazer, dá as mulheres papeis
que são um pouco mais do que de servas e éguas, embora sejam a espinha dorsal da sua
igreja, e procura controlar sua adoração através de culpa e medo." Neferet riu
suavemente, mas o som do humor e o não dito perigo nisso fez o cabelo do meu braço se
arrepiar. "Cuidado em como julga os outros; talvez você devesse limpar sua própria casa
primeiro."
O rosto dele corou, John sugou o ar e abriu sua boca para o que eu sabia que seria
um feio sermão do quão certa estão suas crenças e o quão errada estão todas as outras,
mas antes dele poder responder Neferet o cortou. Ela não ergueu a voz, mas de repente
ela estava cheia do poder de uma Alta Sacerdotisa e eu tremi de medo, embora sua ira
não estivesse direcionada para mim.
"Você tem duas escolhas. Você pode visitar a House of Night como um convidado, o
que significa que você vai respeitar nossos costumes e manter seu desprezo e julgamento
para si. Ou você pode ir embora e não voltar. Nunca. Decida agora." As duas ultimas
palavras passam contra a minha pele e eu tive que me forçar a não chorar. Eu notei que
minha mãe estava olhando com olhos abertos e vidrados para Neferet, o rosto dela pálido
como leite. O rosto de John tinha mudado de cor. Os olhos dele se estreitaram e suas
bochechas estavam coradas com um nada atrativo vermelho.
"Linda," ele disse pelos dentes. "Vamos." Então ele olhou para mim com tanto
desgosto e ódio que eu literalmente dei um passo para trás. Eu quero dizer, eu sabia que
ele não gostava de mim, mas até esse momento eu não tinha percebido o quanto. "Esse
lugar é o que você merece. Sua mãe e eu não voltaremos. Você está por sua conta


agora." Ele virou e foi para a porta. Minha mãe hesitou, e por um segundo eu pensei que
ela fosse dizer algo legal - como se ela se desculpasse dele - ou que ela sentisse minha
falta - ou que eu não devesse me preocupar, ela voltaria não importava o que ele
dissesse.
"Zoey, eu não acredito onde você se meteu agora." Ela balançou a cabeça, e como
sempre, seguiu John pra fora do quarto.
"Oh, querida, eu sinto tanto." Vovó estava lá, instantaneamente me abraçando e
sussurrando me ressegurando. "Eu vou voltar, minha pequena ave. Eu prometo. E estou
muito orgulhosa de você!" Ela me segurou pelos ombros e então sorriu através das
lagrimas. "Nossos ancestrais Cherokee estão orgulhosos de você também. Você foi tocada
pela deusa, e você tem a lealdade de bons amigos," ela olhou para Neferet e adicionou, "e
sábios professores. Algum dia você talvez aprenda a perdoar sua mãe. Até lá lembre-se
que você é a filha do meu coração, u-we-tsi a-ge-hu-tsa." Ela me beijou. "Eu devo ir
também. Eu dirigi nosso pequeno carro aqui, e eu vou deixá-lo para você, então devo
voltar com eles." Ela me entregou as chaves do antigo Bug. "Mas lembre-se sempre que
amo você, Zoeybird."
"Eu também te amo vovó," eu disse, e a beijei, abraçando ela com força e respirando
fundo o cheiro dela como se pudesse segurar ela em meus pulmões e exalar ela devagar
pelo próximo mês enquanto sentia a falta dela.
Eu observei ela ir embora, e não percebi que estava chorando até sentir as lagrimas
rolarem do meu rosto até meu pescoço. Eu esqueci que Neferet estava parada ao meu
lado, então pulei um pouco surpresa quando ela me entregou um lenço.
"Eu sinto muito por isso, Zoey," ela disse quietamente.
"Eu não." Eu assoprei o nariz e limpei o rosto antes de olhar para ela. "Obrigado por
enfrentar ele."
"Eu não queria mandar sua mãe embora também."
"Você não mandou. Ela escolheu seguir ele. Assim como ela tem feito a 3 anos." Eu
senti as quentes lagrimas ameaçando voltar na minha garganta e falei quietamente, as
levando embora. "Ela costumava ser diferente. É idiota, eu sei, mas eu continuo
esperando que ela volte a ser o que era antes. Mas nunca acontece. É como se ele tivesse
matado minha mãe e colocado uma estranha no corpo dela."
Neferet pôs um braço ao meu redor. "Eu gostei do que sua avó disse - que talvez
algum dia você possa encontrar a habilidade de perdoar sua mãe."
Eu olhei para a porta pelo qual os três tinham desaparecido. "Esse dia está longe."
Neferet apertou meu ombro simpaticamente.
Eu olhei para ela, tão feliz por ela ainda estar comigo, e eu desejei - pela milésima
vez - que ela fosse minha mãe. Então lembrei o que ela tinha me dito quase um mês
atrás, que a mãe dela tinha morrido quando ela era uma garotinha, e o pai dela abusava
dela, física e mentalmente, até ela ser salva sendo Marcada.
"Você algum dia perdoou seu pai?" eu perguntei tentadamente.
Neferet olhou para mim e piscou várias vezes, como se ela estivesse devagar
voltando de uma memória que a levou para muito, muito longe. "Não. Não eu não o
perdoei, mas quando penso nele agora é como se eu lembrasse da vida de outra pessoa.
As coisas que ele fez comigo ele fez com uma criança humana, não uma Alta Sacerdotisa
e vampira. E para uma Alta Sacerdotisa e vampira ele, como a maioria dos humanos, é
completamente sem importância."


As palavras dela soaram fortes e seguras, mas eu olhei fundo nos seus lindos olhos
verdes e vi o lampejar de algo velho e doloroso e definitivamente não esquecido, e me
perguntei o quão honesta ela estava sendo consigo mesma...


DOIS

Eu fiquei incrivelmente aliviada quando Neferet disse que não havia razão para mim
ficar no salão de recepção. Depois da cena com minha família, eu senti que todos estavam
me olhando. Eu era, afinal de contas, a garota com a Marca bizarra e uma família
pavorosa. Eu peguei o caminho mais curto para sair do salão de recepção - a calçada que
leva para fora em um lindo jardim que as janelas do salão da janta mostravam.
Era um pouco depois da meia noite, o que era - sim - um hora totalmente estranha
para uma visitação dos pais, mas a escola começa as aulas as 20 horas, e termina as 3 da
manha. Na superfície parece fazer mais sentido fazer a visitação dos pais começar as 20
horas, ou mesmo uma hora mais ou menos antes da aula começar, mas Neferet me
explicou que o ponto era os pais aceitarem a Mudança de seus filhos, e entender que dia
e noite sempre seria diferente para eles. Sozinha eu decidi que outra vantagem de fazer a
hora ser inconveniente é que da a muitos pais a desculpa que eles precisam para não vir,
sem precisar dizer a seus filhos, Hey - eu não quero nada a ver com você, agora que está
se transformando num monstro sugador de sangue.
Pena que meus pais não entenderam a deixa.
Eu suspirei e diminui a velocidade, levando tempo seguindo um dos caminhos
através do jardim. Era uma noite fria e clara de novembro. A lua estava quase cheia, e
seu brilho prateado era um bonito contraste com as luminárias a gás que iluminavam o
jardim com seu suave brilho amarelo. Eu podia ouvir a fonte que ficava no meio do
jardim, e automaticamente mudei de direção para ir em direção a ela. Talvez o suave
barulho da água ajudasse meu nível de estresse... e me ajudasse a esquecer.
Quando eu fiz a curva que levava para a fonte eu estava andando devagar, e
sonhando acordada sobre o meu novo quase-namorado, o totalmente delicioso Erik. Ele
estava longe da escola para a competição de monólogos de Shakespeare. Naturalmente,
ele terminou em primeiro na nossa escola, e avançou facilmente pela competição
internacional entre as Houses of Night. Era quinta, e ele só tinha ido na segunda, mas eu
sentia falta dele feito louca e não podia esperar o domingo quando ele supostamente
deveria voltar. Erik era o cara mais gostoso da nossa escola. Diabos, Erik Night pode ser o
cara mais gostoso de qualquer escola. Ele é alto, dark, e lindo - como uma estrela de
cinema das antigas (sem as latentes tendências homossexuais). Ele também era
incrivelmente talentoso. Algum dia em breve ele iria se juntar ao rank de outros vampiros
estrelas de cinema como Matthew McConaughey, James Franco, Jake Gyllenhaal, e Hugh
Jackman (que é totalmente lindo para um cara velho). Além do mais, Erik era realmente
um cara legal - que era só um complemento a sua gostosura.
Então eu admito com ter visões de Erik como Tristan e eu como Isolde (nossa
própria historia de amor apaixonada teria um final feliz), e não notei que haviam outras
pessoas no jardim até que uma voz masculina alta me chocou por ter soando tão maldosa
e enojada.
"Você é um desapontamento após o outro, Afrodite!" eu congelei. Afrodite? "Já foi
ruim o suficiente você ter sido Marcada significasse que você não poderia freqüentar
Chatham Hall, especialmente depois de tudo que eu fiz para me certificar que você fosse
aceita," disse em uma voz fria e delicada.
"Mãe, eu sei. Eu disse que sinto muito."
Ok, eu deveria ir embora. Eu deveria virar e andar rápida e silenciosamente para fora
do jardim. Afrodite era provavelmente a pessoa menos favorita para mim nessa escola. Na
verdade, Afrodite era provavelmente a pessoa menos favorita em qualquer lugar, mas


ouvir de propósito o que era claramente uma cena feia com os pais dela era errado,
errado, errado.
Então eu andei na ponta dos pés alguns centímetros fora do caminho onde pudesse
me esconder mais facilmente atrás de um arbusto de ornamento grande perto da fonte.
Os pais dela estavam parados na frente dela. Bem, a mãe dela estava parado. O pai dela
andava de um lado para o outro.
Cara, os pais dela eram pessoas realmente bonitas. O pai dela era alto e bonito. O
tipo de cara que se manteve em forma, tinha todo o seu cabelo, e dentes realmente muito
bons. Ele estava vestido com um terno escuro que parecia custar um zilhão de dólares. Ele
também parecia estranhamente familiar, e eu tinha certeza que o vi na TV ou algo assim.
A mãe dela era linda. Eu quero dizer, Afrodite era loira e parecia perfeita, e a mãe dela era
mais velha, vestida de forma mais cara, e totalmente crescida versão dela. O suéter dela
era obviamente cashmere, e as perolas dela eram longas e reais. Toda vez que ela
gesticulava com suas mãos um diamante em forma de pêra enorme no seu dedo de
aliança brilhava um luz tão fria e linda como sua voz.
"Você esqueceu que seu pai é o prefeito de Tulsa?" A mãe de Afrodite surtou
viciosamente.
"Não, não, é claro que não, mãe."
A mãe dela não pareceu ouvir. "É uma ladeira e tanto o fato de você estar aqui ao
invés da Costa Leste se preparando para Harvard que era difícil o suficiente, mas nos
consolamos com o fato que vampiros podem conseguir dinheiro e poder e sucesso, e
esperamos que você fosse sucedida nisso" - ela parou e olhou de forma amarga - "de
forma excepcional. E agora ficamos sabendo que você não é mais líder das Filhas Negras
e foi rejeitada como Alta Sacerdotisa em treinamento, o que te faz não ser diferente de
nenhum dos desperdícios que freqüentam essa escola miserável." A mãe de Afrodite
hesitou, como se precisasse se acalmar antes de continuar. Quando ela falou de novo, eu
tive que me esforçar para ouvir ela sussurrar. "O seu comportamento é inaceitável."
"Como sempre, você nos desapontou," o pai dela repetiu.
"Você já disse isso, pai," Afrodite disse, soando como sempre.
Como o bote de uma cobra, a mãe dela bateu no rosto de Afrodite, com tanta força
que a batida de pele contra pele me fez pular e recuar. Eu esperei que Afrodite saísse do
banco pulasse na garganta da mãe (por favor - não chamamos ela de bruxa do inferno
por nada), mas ela não fez isso. Ela só pressionou sua própria palma contra a bochecha e
curvou a cabeça.
"Não chore. Eu já te disse antes, lagrimas significam fraqueza. Pelo menos faça isso
certo e não chore," a mãe dela disse.
Devagar Afrodite levantou sua cabeça e tirou a mão da bochecha. "Eu não queria
desapontar você, mãe. Eu realmente sinto muito."
"Dizer que você sente muito não conserta nada," a mãe dela disse. "O que queremos
saber é o que você vai fazer sobre pegar sua posição de volta."
Nas sombras segurei a respiração.
"Eu - eu não posso fazer nada," Afrodite disse, parecendo sem esperanças e de
repente muito jovem. "Eu fiz besteira. Neferet me pegou. Ela tirou as Filhas Negras de
mim e a deu para outra pessoa. Eu acho que ela está até mesmo considerando me
transferir para outra House of Night."
"Já sabemos disso!" A mãe dela ergueu a voz, juntando as palavras para que elas
parecessem ser feitas de gelo. "Falamos com Neferet antes de ver você. Ela iria transferir
você para outra escola, mas intercedemos. Você permanecerá nessa escola. Também


tentamos falar com ela sobre devolver sua posição, depois de, talvez, um tempo de
restrição ou detenção."
"Oh, mãe, você não fez isso?"
Afrodite soava horrorizada, e eu não podia culpar ela. Eu só podia imaginar que a
impressão que esses frios, pais que fingem-ser-tão-perfeitos deram a nossa Alta
Sacerdotisa. Se Afrodite algum dia já teve a menor chance de ter Neferet de volta em seu
favor, os pais bizarros dela provavelmente arruinaram tudo.
"É claro que fizemos! Você esperava que não fizéssemos nada enquanto você destrói
seu futuro se tornando uma vampira ninguém em indescritivelmente estranha House of
Night?" a mãe dela disse.
"Mais do que você já fez," o pai dela acrescentou.
"Mas não é sobre mim fazer algum tipo de restrição," Afrodite disse, obviamente
tentado controlar sua frustração e ser razoável com eles. "Eu fiz besteira. Muito grande.
Isso é ruim o suficiente, mas tem uma garota aqui cujos poderes são mais fortes que os
meus. Mesmo que Neferet supere o fato de estar irritada comigo, ela não vai me devolver
as Filhas Negras." Então Afrodite disse algo que me chocou totalmente. "A outra garota é
uma líder melhor que eu. Eu percebi isso em Samhain. Ela merece ser a líder das Filhas
Negras. Eu não."
Oh meu Deus. O inferno congelou?
A mãe de Afrodite deu um passo para mais perto dela e eu recuei com ela, certa que
ela fosse bater nela de novo. Mas a mãe dela não bateu nela. Ela se curvou para que seu
lindo rosto estive olhando diretamente para o da filha. De onde eu estava elas pareciam
tanto que era assustador.
"Nunca diga que alguém merece mais do que você. Você é minha filha, e você
sempre ira merecer o melhor." Então ela se ergueu de novo e passou a mão pelo seu
cabelo perfeito, embora eu tivesse certeza que ele não se atreveria a se bagunçar. "Não
conseguimos convencer Neferet a devolver sua posição, então você irá convencer ela."
"Mas, mãe, eu já disse a você -" ela começou, mas o pai dela a cortou.
"Tire a garota nova do caminho, e Neferet estará mais propensa em te devolver sua
posição."
Ah, merda. "A garota nova" era eu.
"Desacredite ela. Faça ela cometer erros, e então se certifique que outra pessoa
conte a Neferet sobre eles e não você. Vai parecer melhor desse jeito." A mãe dela falou,
como se estivesse falando sobre que roupa Afrodite deveria usar amanhã ao invés de
tramar contra mim. Droga, em falar em bruxa do inferno!
"E cuide-se. Seu comportamento tem que ser além de perfeito. Talvez você devesse
ser mais aberta com suas visões, pelo menos por enquanto," o pai dela disse.
"Mas você me disse por anos para manter as visões para mim mesma, que elas eram
a fonte do meu poder."
Eu mal podia acreditar no que estava ouvindo! Um mês atrás Damien me disse que
vários garotos pensavam que Afrodite estava tentado esconder suas visões de Neferet,
mas eles pensavam que era porque ela odiava humanos - e as visões de Afrodite eram
sempre sobre uma futura tragédia onde humanos morriam. Quando ela dividiu suas visões
com Neferet, a Alta Sacerdotisa foi quase sempre capaz de impedir as tragédias de
acontecerem e salvar vidas. Então Afrodite propositalmente manter suas visões para si era
uma das coisas que me fizeram decidir que eu tinha que tomar a posição dela como a
líder das Filhas Negras. Eu não tenho fome de poder. Eu não queria a posição de verdade.
Diabos, eu ainda não tinha certeza do que fazer com ela. Eu apenas sei que Afrodite não


era coisa boa, e que eu tinha que fazer algo para impedir ela. Agora eu estava ouvindo
que uma parte da merda que ela estava fazendo era porque ela deixava seus odiosos pais
mandarem nela! A mãe e pai dela achavam que estava tudo bem em não falar sobre
informações que podiam salvar vidas. E o pai dela era o prefeito de Tulsa! (Não era de se
admirar que ele parecia familiar.) Era tão bizarro que estava fazendo minha cabeça doer.
"As visões não são sua fonte de poder!" O pai dela estava dizendo. "Você nunca
escuta? Eu disse que suas visões poderiam ser usadas para ganhar poder para você,
porque informação sempre é poder. A fonte das suas visões é a Mudança que acontece no
seu corpo. É genética, só isso."
"É para ser um dom de uma deusa," Afrodite disse suavemente.
A risada da mãe dela era fria. "Não seja idiota. Se existi tal coisa como uma deusa,
porque ela daria poderes a você? Você é apenas uma ridícula criança, e uma que está
freqüentemente cometendo erros, e essa sua ultima escapadinha sua mais uma vez
provou isso. Então seja inteligente e mude, Afrodite. Use suas visões para ganhar de volta
confiança, mas aja de forma humilde sobre isso. Você tem que fazer Neferet acreditar que
você sente muito."
Eu quase não ouvi o sussurro de Afrodite, "Eu sinto muito..."
"Esperamos noticias muito melhores mês que vem."
"Sim, mãe."
"Ótimo, agora nos leve de volta para o salão de recepção para que possamos nos
misturar com os outros."
"Posso, por favor, ficar aqui um pouco? Eu realmente não estou me sentindo muito
bem."
"Absolutamente não. O que as pessoas diriam?" A mãe dela disse. "Controle-se. Você
ira nos escoltar de volta para o salão e será graciosa sobre isso. Agora."
Afrodite estava devagar levantando do banco, e com o coração batendo tão rápido
que tive medo que me entregasse, eu voltei rapidamente para o caminho pelo que eu vim
até a bifurcação que me tiraria do jardim. Então eu praticamente sai correndo do jardim.
Eu pensei sobre o que eu ouvi todo o caminho de volta ao dormitório. Eu acreditava
ter pais horríveis, mas eles eram como os pais do "The Brady Bunch*" (*Serie televisiva)
(olá - eu assisti as reprises da Nickelodeon como todo mundo) comparado aos odiosos e
adoradores de poder, pais de Afrodite. Por mais que eu odiasse admitir, o que eu vi hoje a
noite me fez entender porque Afrodite agia como agia. Eu quero dizer, como eu seria se
eu não tivesse o amor e apoio da Vovó Redbird que foi minha espinha dorsal nesses três
últimos anos? E isso era outra coisa também. Minha mãe tinha sido normal. Claro, ela tem
estado estressada e não prestou atenção nas coisas, mas ela foi normal pelos primeiros 13
anos dos meus quase 17 anos de vida. Só foi depois que ela casou com John que ela
mudou. Então eu tive uma boa mãe e uma fantástica avó. E se eu não tivesse? E se tudo
que eu conhecesse fosse tudo que passei nos últimos 3 anos - eu sendo indesejada na
minha própria família?
Eu poderia ter ficado igual Afrodite, e eu ainda poderia deixar meus pais me
controlarem porque esperava desesperadamente ser boa o bastante, deixar eles
orgulhosos o suficiente, para que um dia eles realmente me amassem.
Isso me fez ver Afrodite com olhos totalmente novos, o que não me deixou
particularmente animada.


TRÊS

"Yeah, Zoey, eu entendo o que você está dizendo e tudo mais, mas, alô! Parte do
que você ouviu é que Afrodite vai tentar armar uma para você para que possa te tirar da
liderança das Filhas Negras, então não sinta tanta pena dela," Stevie Rae disse.
"Eu sei - eu sei. Eu não estou ficando toda quente e confusa em relação a ela. Só
estou dizendo que depois de ouvir ela com seus pais psicóticos eu entendo porque ela é
como é."
Estávamos indo para o primeiro período. Bem, na verdade Stevie Rae e eu
estávamos praticamente correndo para o primeiro período. Como sempre, estávamos
quase atrasadas. Eu sabia que não deveria ter comido a segunda tigela de Count Chocula*
(*sucrilhos).
Stevie Rae virou os olhos. "E você diz que eu sou boazinha demais."
"Eu não estou sendo boazinha. Estou sendo compreensiva. Mas entender não muda
o fato de que Afrodite age como uma vadia do inferno."
Stevie Rae fez um barulho de ronco e balançou a cabeça, fazendo seus cachos loiros
balançar como se fosse uma garotinha. O cabelo curto dela era estranho na House of
Night onde todos, até a maioria dos caras, tinham cabelo ridiculamente grosso e
comprido. Ok, meu cabelo sempre foi longo, mas ainda sim - foi realmente estranho
quando eu cheguei aqui e fui bombardeada com cabelo, cabelo e cabelo. Agora fazia
perfeito sentido.
Parte da Mudança física que acontece enquanto viramos vampiros é que o nosso
cabelo e unhas crescem muito rápido. Depois de um pouco de pratica, você pode dizer em
que ano um calouro está sem olhar o Marca ou a sua jaqueta. Vampiros parecem
diferentes de humanos (não é uma diferença ruim - é apenas diferente), então é apenas
lógico que enquanto um calouro passa por mais e mais da Mudança o corpo dele pareça
diferente também.
"Zoey, você não está prestando atenção."
"Huh?"
"Eu disse, não abaixe sua guarda em relação a Afrodite. Sim, ela tem pais terríveis.
Sim, eles estão controlando e manipulando ela. Tanto faz. Ela ainda é odiosa e maldosa e
vingativa. Cuidado com ela."
"Hey, não se preocupe. Eu vou."
"Ok, ótimo. Te vejo no terceiro período."
"Vejo você," eu respondi. Droga, ela se preocupa demais.
Eu me apressei para minha aula e tinha começado a sentar na minha mesa perto de
Damien, que levantou uma sobrancelha para mim e disse, "Outra manhã de duas tigelas?"
quando o sino tocou e Neferet entrou na sala.
Eu sei que é a beira do esquisito (ou talvez até meio bicha, em uma melhor escolha
de palavras) continuar a notar o quão linda uma mulher é quando você também é uma
mulher, mas Neferet é tão linda que é como se ela tivesse a habilidade de focar toda a luz
da sala em si. Ela estava usando um vestido preto simples e botas de lindas de morrer. Ela
estava usando seus brincos prateados e, como sempre, o emblema prateado da deusa
estava no seu peito. Ela não parecia muito com a deusa Nyx - que eu juro ter visto no dia
que fui Marcada - mas ela tem a aura da deusa de força e confiança. Eu só vou admitir.
Eu queria ser ela.
Hoje foi diferente. Ao invés de ensinar a aula toda (e, não, incrivelmente a aula de
Neferet nunca era chata) ela nos deu a tarefa de fazer uma redação sobre a Medusa, que


estávamos estudando a semana toda. Aprendemos que ela na verdade não tinha sido um
monstro que transformava os homens em pedra com o olhar. Ela tinha sido uma famosa
Alta Sacerdotisa vampira cujo dom era uma afinidade, ou conexão especial, com a terra,
que foi provavelmente da onde o mito de "transformar em pedra" saiu. Eu tenho certeza
que se uma Alta Sacerdotisa vampira se irritasse o suficiente e tivesse uma conexão
mágica com a terra (pedras vem da terra), ela poderia facilmente transformar alguém em
granito. Então a tarefa de hoje era escrever uma redação no mito humano e simbolismo, e
o significado por traz da ficticionalização da história de Medusa.
Mas eu estava muito inquieta para escrever. Além do mais, eu tinha o fim de semana
todo para terminar a redação. Eu estava muito mais preocupada com as Filhas Negras. A
lua cheia era no domingo. Era esperado que eu liderasse o ritual das Filhas Negras. Eu
percebi que todos também estavam esperando que eu fizesse o anuncio sobre as
mudanças que eu planejei fazer. Uh, eu precisava ter uma idéia sobre essas mudanças.
Surpreendentemente, eu tinha uma idéia, mas eu precisaria de ajuda.
Eu ignorei o olhar curioso de Damien quando rapidamente reuni minhas coisas e fui
para a mesa de Neferet.
"Problemas, Zoey?" ela perguntou.
"Não. Uh, sim. Bem, na verdade, se você me deixar ir até o media Center* (onde
tem computadores e equipamentos de mídia) pelo resto do período, meu problema será
resolvido." Eu percebi que estava nervosa. Eu só estava na House of Night a um mês, e
eu ainda não tinha certeza sobre o protocolo para ser liberada da aula. Eu quero dizer, só
houve dois garotos no mês todo que ficaram doentes. E eles morreram. Os dois. O corpo
deles rejeitou a Mudança, um aconteceu bem na minha frente na aula de literatura. Foi
totalmente nojento. Mas fora os garotos moribundos ocasionais, estudantes raramente
perdiam as aulas. Neferet estava me observando, e eu lembrei que ela era intuitiva e
provavelmente podia sentir a ridícula conversa na minha cabeça. Eu suspirei. "Coisas das
Filhas Negras. Eu quero bolar algumas idéias novas sobre a liderança."
Ela pareceu contente. "Algo que eu possa te ajudar?"
"Provavelmente, mas eu preciso fazer algumas pesquisas e arrumar minhas idéias
primeiro."
"Muito bem, venha até mim quando estiver pronta. E sinta-se a vontade para passar
o tempo necessário no media Center que você precisar," Neferet disse.
Eu hesitei. "Eu preciso de um passe?"
Ela sorriu. "Eu sou sua mentora e te dei permissão, o que mais você poderia
precisar?"
"Obrigado," eu disse, e sai apressada da aula me sentindo idiota. Eu ficaria tão feliz
quando estivesse na escola a tempo suficiente para saber essas pequenas regras internas.
E, de qualquer forma, eu não sei por que estava tão preocupada. Os corredores estavam
desertos. Diferente da minha antiga escola (South Intermediate High School em Brojen
Arrow, Oklhoma - que é um subúrbio totalmente chato de Tulsa) não havia nenhum
complexo de Napoleão* (*que se achava o maior dos maiores), vice diretores muito
bronzeados com nada melhor para fazer que andar pelos corredores perseguindo garotos.
Eu diminui a velocidade e disse a mim mesma para relaxar - droga, eu estava estressada
demais ultimamente.
A biblioteca era na parte central da área da escola em uma legal sala com vários
andares que tinha sido construída para imitar a torre de um castelo, o que se encaixava
bem com o resto da escola. A coisa toda parecia como algo vinda do passado. Essa
provavelmente era uma das razões que tinha chamado atenção dos vampiros 5 anos


atrás. Nessa época era uma escola preparatória para garotos ricos metidos, mas tinha sido
construída originariamente para ser um monastério para os monges de Santo Augustine
Pessoas de Fé. Eu lembrei disso quando eu perguntei como um escola preparatória tinha
sido tomada pelos vampiros e Neferet me disse que eles fizeram um acordo que eles não
podiam recusar. A memória do tom perigoso da voz dela ainda fazia minha pele se
arrepiar.
"Me-eeh-uf-ow!"
Eu pulei e quase me mijei. "Nala! Você quase me matou de susto!"
Sem preocupação, minha gata se lançou nos meus braços, e eu tive que fazer
malabarismo com o bloco de notas, bolsa, e um pequeno (mas gordinho) gato laranja.
Enquanto Nala reclamava para mim em sua voz mal humorada de velhinha. Ela me
adorava, e ela definitivamente me escolheu para si, mas isso não significa que ela seja
sempre agradável. Eu mudei ela de lado, e abri a porta para o media Center.
Oh - o que Neferet tinha dito ao meu estúpido padrasto-perdedor John era a
verdade. Gatos andam livremente por toda a escola. Eles freqüentemente seguem "Seus"
donos para a aula. Nala, em particular, gostava de me encontrar várias vezes por dia. Ela
insistia que eu coçasse sua cabeça, reclamava um pouco para mim, e então saia pra fazer
o que quer que gatos fizesse com seu tempo livro. (Planejar a dominação mundial?)
"Você precisa de ajuda com ela?" a especialista de media perguntou. Eu tinha
conhecido ela brevemente durante minha semana de orientação, mas lembrei que o nome
dela era Sappho. (Uh, era não era a verdade Sappho - aquela vampira poeta que morreu
mil anos atrás - agora estávamos estudando o trabalho dela na aula de literatura.)
"Não, Sappho, mas obrigado. Nala não gosta de ninguém a não ser eu."
Sappho, uma pequena vampira morena cujas tatuagens eram elaborados símbolos,
Damien me disse que eram hieróglifos gregos, sorriu profundamente para Nala. "Gatos
são criaturas tão interessantes, você não acha?"
Eu coloquei Nala no meu outro ombro enquanto ela reclamava no meu ouvido. "Eles
definitivamente não são cachorros," eu disse.
"Graças a deusa por isso!"
"Você se importa se eu usar um dos computadores?" o media Center era alinhado
com fileiras e fileiras de livros - milhares deles - mas também era um laboratório de
computadores muito legal.
"É claro, sinta-se em casa e sinta-se livre para me chamar se não conseguir
encontrar o que você precisa."
"Obrigado."
Eu peguei um computador que estava numa grande mesa e entrei na internet. Isso
era outra coisa que era diferente da minha antiga escola. Aqui os estudantes não tinham
um login e sites não eram restringidos. Aqui era esperado que os estudantes mostrassem
senso e agissem certo - se eles não agissem não é como se os vampiros, quem eram
quase impossível de mentir, não fossem descobrir. Só em pensar em coisas para mentir
para Neferet fazia meu estomago doer.
Se concentre e pare de brincar. Isso é importante.
Ok, uma idéia estava a milhão na minha cabeça. Era hora de ver se daria certo. Eu
abri o Google e digitei "escolas preparatórias privadas." Zilhões apareceram. Eu comecei a
estreitar a lista. Eu queria exclusivas e superiores escolas (nenhuma daquelas "academias
alternativas" idiotas que estavam apenas segurando a caneta para um futuros criminoso -
ugh). Eu também queria escolas antigas, que estavam por aí a gerações. Eu estava
procurando por algo que tinha passado pelo teste do tempo.


Eu facilmente encontrei Chatham Hall, que era a escola que os pais de Afrodite
tinham jogado na cara dela. Era uma exclusiva escola preparatória da Costa Leste e, cara,
parecia metida. Eu saí do site. Qualquer lugar que os bizarros pais de Afrodite aprovassem
não seria algo que eu queria tomar como modelo. Eu continuei procurando... Exeter...
Andover... Taft ... Miss Porter's (verdade - hee hee - esse é o nome da escola)... Kent...
"Kent. Eu ouvi esse nome antes," eu disse a Nala, que estava empoleirada no topo
da mesa para me observar enquanto cochila. "É em Connecticut - é por isso que é
familiar. É onde Shaunee estava indo antes de ser Marcada." Eu mexi no site, curiosa para
ver onde Shaunee tinha passado a primeira parte do seu ano primeiro ano (ou
terceiranista) ano. Era uma escola bonita - não tinha como negar isso. Metida, claro, mas
tinha algo sobre ela que parecia ser mais bem acolhedora que as outras escolas
preparatórias. Talvez fosse porque eu conhecia Shaunne. Eu continuei mexendo no site -
e de repente sentei direito. "É isso," eu murmurei para mim mesma. "É o tipo de coisa que
eu preciso."
Eu peguei uma caneta e abri o bloco de notas e me ocupei fazendo anotações.
Muitas anotações.
Se Nala não tivesse assoviado em um aviso, eu teria dado um belo pulo quando uma
voz profunda falou atrás de mim.
"Você parece completamente envolvida nisso."
Eu olhei por cima do meu ombro - e congelei. Oh meu Deus.
"Desculpe, eu não queria interromper você. É apenas tão incomum ver um estudante
escrever fervorosamente e a mão, ao contrario do que digitar no computar, que eu pensei
que você pudesse estar escrevendo poesia. Você vê, eu prefiro escrever poesia sem a
mão. O computador é apenas impessoal demais."
Pare de ser tão idiota! Fale com ele! Minha mente gritou para mim. "Eu - uh- não
estou escrevendo poesia." Deus, isso foi brilhante.
"Oh, bem. Não machuca verificar. Foi bom falar com você."
Ele sorriu e se virou e minha boca finalmente conseguiu funcionar um pouco mais
corretamente. "Uh, eu também acho que computadores são impessoais. Eu nunca escrevi
poesia, mas quando eu escrevo algo tão importante para mim eu gosto de fazer isso
assim." Totalmente nerd, eu levantei minha caneta.
"Bem, talvez você devesse tentar escrever poesia. Me parece que você pode ter a
alma de um poeta." Ele ergueu sua mão. "Normalmente a essa hora do dia eu venho dar
uma folga a Sappho. Eu não sou um professor em tempo integral porque só estou na
escola a um ano. Eu só ensino duas aulas, então tenho tempo extra. Eu sou Loren Blake,
Vampiro Poeta Laureate."
Eu peguei o ante braço dele no jeito tradicional de vampiros se cumprimentarem,
tentando não pensar sobre o quão quente o braço dele era, o quão forte ele era, e o quão
sozinhos estávamos no media Center.
"Eu sei," eu disse. Então eu queria cortar minha garganta. Que coisa idiota para
dizer! "O que eu quis dizer é que eu sei quem você é. Você é o primeiro homem poeta
Laureate que eles nomearam em 200 anos." Eu percebi que ainda estava segurando o
braço dele e o soltei. "Eu sou Zoey Redbird."
O sorriso dele fez meu coração bater forte no meu peito. "Eu também sei quem você
é." Os lindos olhos dele, tão escuros que pareciam preto e sem fundo, brilharam
travessamente. "Você é a primeira caloura a ter uma Marca completamente colorida,
assim como a única vampira, caloura ou adulta, a ter uma afinidade pelos 5 elementos. É
bom finalmente conhecer você cara-a-cara. Neferet me falou muito sobre você."


"Ela falou?" Eu estava tão mortificada que minha voz se esganiçou.
"É claro que sim. Ela está incrivelmente orgulhosa de você." Ele acenou para o banco
vazio ao meu lado. "Não quero interromper seu trabalho, mas você se importa se eu
sentar com você um pouco?"
"Yeah, claro. Eu preciso de uma pausa. Eu acho que minha bunda adormeceu." Oh,
Deus, me mate agora.
Ele riu. "Bem, então, você gostaria de ficar de pé enquanto eu sento?"
"Não, eu - uh - vou mudar meu peso." E então vou me jogar da janela.
"Então, se não for muito pessoal, posso perguntar no que você está trabalhando tão
afincamente?"
Ok, eu precisava pensar e falar. Seja normal. Esqueça que ele é facilmente o homem
mais lindo de parar o coração que já esteve perto de mim a minha vida toda. Ele é um
professor na escola. Só outro professor. Só isso. Yeah, certo. Só outro professor que
parecia como o sonho de toda mulher para o Homem Perfeito. E eu digo Homem. Erik é
gostoso e lindo e muito legal. Loren Blake era outro universo. Um totalmente fora dos
limites, e impossivelmente sexy universo que eu não tinha permissão para acessar. Como
se ele me visse como algo mais do que uma garota de qualquer forma. Por favor.
Dezesseis. Ok, quase dezessete, mas ainda sim. Ele provavelmente tem pelo menos 21 ou
algo assim. Ele apenas está sendo gentil. Mais provavelmente ele só quer olhar de perto
minha bizarra Marca. Ele poderia estar fazendo pesquisa sobre um altamente
embaraçosos poema sobre o -
"Zoey? Se você não quer me dizer sobre o que está trabalhando, está tudo bem. Eu
realmente não queria incomodar você."
"Não! Está tudo bem." Eu respirei fundo e me ajeitei. "Desculpe - acho que ainda
estava pensando sobre a minha pesquisa," eu menti, esperando que ele fosse um vampiro
jovem o bastante para não ter o incrível detector de mentira que os professores mais
velhos tinham . Eu continuei rapidamente. "Eu quero mudar as Filhas Negras. Eu acho que
precisa de uma fundação - algumas regras claras e um guia. Não apenas para se juntar,
mas quando você entrar ter certos padrões. Você não deve ter um passe livre para ser um
idiota tanto quanto quiser, e ainda ganhar o privilegio de ser um Filha e Filho Negro." Eu
parei e pude sentir meu rosto ficando quente e vermelho. Do que diabos eu estava
falando? Eu devo parecer uma idiota.
Mas ao invés de rir de mim, ou pior, dizer algo padronizado e ir embora, ele parecia
estar considerando o que eu disse. "Então o que você bolou?" ele perguntou.
"Bem, eu gosto do jeito que essa escola privada Kent lida com seu grupo estudantil.
Olha -" Eu cliquei no link da direita e li do texto. "O conselho Sênior e Sistema Prefeito é
uma parte integral da vida em Kent. Seus alunos são escolhidos como os lideres que
juram serem modelos e lidar com todos os aspectos da vida estudantil em Kent." Eu usei
minha caneta para apontar para a tela do computar. "Vê, tem vários prefeitos diferentes,
e eles são eleitos para cada Conselho anual pelos votos de estudantes e pela equipe, mas
a escolha final é feita diretor - que seria Neferet - e o Prefeito Veterano."
"Que seria você," ele disse.
Eu podia sentir meu rosto ficar quente. De novo. "Yeah. Também diz que todo mês
de maio novos membros do Conselho são "apontados" como possível membros para o
próximo ano escolar, e tem uma enorme cerimônia para celebrar." Eu sorri, e disse, mais
para mim do que para ele, "Parece um novo ritual que Nyx aprovaria." Quando disse as
palavras senti a certeza dentro de mim.
"Eu gostei," Loren disse. "Eu acho que é uma grande idéia."


"Verdade? Você não está apenas dizendo por dizer?"
"Tem algo sobre mim que você deveria saber. Eu não minto."
Eu olhei para os olhos dele. Eles pareciam sem fundo. Ele estava sentado tão perto
de mim que eu podia sentir o calor do corpo dele, o que me fez suprimir um calafrio de
uma repentina onda de um desejo proibido. "Bem, obrigado então," eu disse suavemente.
Me sentindo repentinamente corajosa, eu continuei. "Eu quero que as Filhas Negras
signifiquem mais do que só um grupo social. Eu quero que elas sejam exemplos - que
façam a coisa certa. Então eu pensei que cada um de nós teria que jurar seguir cinco
ideais representando os cinco elementos."
As sobrancelhas dele foram para cima. "O que você tem em mente?"
"As Filhas e Filhos Negros deveriam jurar ser autênticos pelo ar, fieis pelo fogo,
sábios pela água, sensitivo pela terra, e sinceros pelo espírito." Eu terminei sem olhar para
minhas notas. Eu já sabia os cinco ideais de cor. Então eu observei os olhos dele ao invés
disso. Ele não disse nada por um momento. Então, devagar, ele se aproximou e passou
um dedo pela linha continua da minha tatuagem. Eu queria tremer com o toque dele, mas
não podia me mexer.
"Lindo e inteligente e inocente," ele sussurrou. Então a incrível voz dele recitou, "A
melhor parte da beleza é aquela que nenhuma figura pode expressar."
"Sinto muito por interromper, mas eu realmente preciso checar os últimos três livros
dessa série para a professora Anastasia."
A voz de Afrodite quebrou o feitiço entre Loren e eu, assim como quase me deu um
ataque cardíaco. Na verdade, Loren parecia tão abalado quanto eu. Ele tirou as mãos do
meu rosto e andou quietamente para o balcão de checagem. Eu fiquei sentada onde
estava como se tivesse criado raízes na cadeira; tentado parecer tão ocupada escrevendo
mais anotações (que eram na verdade, bem, rabiscos). Eu ouvi Sappho voltar e assumir a
checagem dos livros de Afrodite no lugar de Loren. Eu pude ouvir ele indo embora, e
quase como se não pudesse me impedir, eu me virei e olhei para ele. Ele estava saindo
pela porta e não prestando a menor atenção em mim.
Mas Afrodite estava me olhando diretamente com um sorriso travesso em seus lábios
perfeitos.
Bem, inferno.


QUATRO

Eu queria contar a Stevie Rae sobre o que tinha acontecido com Loren, o sobre
Afrodite nos pegar, mas eu não estava com vontade de contar as noticias para Damien e
as Gêmeas. Não que eles também não fossem meus amigos, mas eu mal tive tempo de
processar o que aconteceu, e a idéia dos três conversando feito loucos me fez me
encolher. Especialmente já que as Gêmeas tinham reorganizado os seus períodos para ir
na aula de poesia de Loren, onde elas livremente entraram para passar uma hora inteira,
todo dia, só para olhar para ele. Elas perderiam a cabeça completamente quando eu
contasse a elas o que tinha acontecido. (Além do mais, algo tinha acontecido? Eu quero
dizer, o cara só tocou meu rosto.)
"O que aconteceu com você?" Stevie Rae perguntou.
A atenção que os quatro estavam focando tentando descobrir se havia um cabelo na
salada de Erin ou se era apenas um daqueles estranhos barbantes de um pedaço de aipo
mudou instantaneamente para mim.
"Nada, estou apenas pensando sobre o Ritual de Lua Cheia no domingo." Eu olhei
para meus amigos. Eles estavam me olhando com olhos que dizia que eles totalmente
acreditavam que eu tinha bolado algo, e não faria papel do boba. Eu queria ter a
confiança deles em mim.
"Então o que você vai fazer? Você decidiu?" Damien perguntou.
"Eu acho que sim. Na verdade, o que vocês acham dessa idéia..." Eu comecei a falar
da idéia do Conselho e do Prefeito, e percebi na metade da explicação que realmente era
um plano muito bom. Eu terminei com os 5 ideais que eram aliados com cada elemento.
Ninguém disse nada. Eu estava começando a me preocupar quando Stevie Rae jogou
seus braços ao meu redor e me abraçou com força.
"Oh, Zoey! Você vai ser uma Alta Sacerdotisa incrível." Damien estavam com os olhos
todos nebuloso e sua voz totalmente adorável. "Eu sinto que estou na Corte de uma
grande rainha."
"Ou você poderia ser uma grande rainha," Shaunee disse.
"Vossa Majestade Damien... hee heee," Erin disse, rindo.
"Gente..." Stevie Rae avisou.
"Desculpe," as Gêmeas falaram juntas.
"Foi só muito difícil resistir," Shaunee disse. "Mas sério, adoramos a idéia."
"Yeah, parece um jeito excelente para manter as bruxas de fora," Erin disse.
"Bem, essa é outra coisa que preciso falar com vocês." Eu respirei fundo. "Eu acho
que sete é um bom número para o Conselho. Assim tem um tamanho descente, e é
impossível haver empate." Eles acenaram. "Então, tudo que eu tenho lido - não só sobre
as Filhas Negras, mas sobre conselhos estudantis em geral - diz que os membros do
Conselho são veteranos. Na verdade o Prefeito Sênior, que seria eu, é um, bem, sênior,
não um calouro."
"Eu gosto do titulo Terceiranista mais. Parece mais velho," Damien disse.
"Independente de como a gente chame, não é normal sermos tão jovens. O que
significa que precisamos de duas pessoas mais velhas no Conselho conosco."
Houve uma pausa, e então Damien disse, "Eu nomeio Erik Night."
Shaunee virou os olhos.
Erin disse, "Ok, quantas vezes vamos ter que explicar isso para você - o garoto não é
do seu time. Ele gosta de peitos e vaginas, não pênis e anu -"


"Pare!" Eu absolutamente não queria entrar nesse assunto. "Eu acho que Erik Night é
uma boa escolha, e não porque ele gosta de mim ou, bem..."
"De partes femininas?" Stevie Rae ofereceu.
"Sim, partes femininas versus partes masculinas. Eu acho que ele tem as qualidades
que estamos procurando. Ele é talentoso, querido, e é um cara legal."
"E ele é lindo..." Erin disse.
"... de cair morto," Shaunne terminou.
"É verdade; ele é. Mas não vamos basear associação com aparência."
Shaunee e Erin franziram, mas não discutiram. Elas não são superficiais de verdade;
elas só são um pouco superficiais.
Eu respirei fundo. "E eu acho que o ultimo membro do Conselho precisa ser um
sênior que fazia parte do grupo interno de Afrodite. Isto é, se alguns deles pedir para se
juntar ao nosso Conselho."
Dessa vez não houve um impressionante silencio. Erin e Shaunee, como sempre,
falaram juntas.
"Uma das bruxas do inferno!"
"De jeito nenhum!"
Damien falou enquanto as Gêmeas procuravam por fôlego para falar de novo. "Eu
não vejo como isso pode ser uma boa idéia." Stevie Rae só parecia chateada e não disse
nada.
Eu levantei minhas mãos, e fiquei satisfeita (e surpresa) por ver que eles realmente
ficaram quietos.
"Eu não assumi as Filhas Negras para começar uma guerra na escola. Eu assumi
porque Afrodite era uma valentona, e tinha que ser parada. Agora que eu estou no
comando das Filhas Negras eu quero que ela seja um grupo o pessoal seja honrado para
participar. E eu não quero dizer só um grupo selecionado, como quando Afrodite era a
líder. As Filhas e Filhos Negros deve ser um grupo difícil entrar e deve ser seletivo. Mas
não porque apenas os amigos da líder atual tiveram a chance de entrar. Eu quero que as
Filhas e Filhos Negros seja algo que todos sintam orgulho, e eu acho que permitindo que
alguém do antigo grupo participe do meu Conselho irá mandar a mensagem certa."
"Ou você vai deixar a cobra entrar no ninho," Damien disse quietamente.
"Me corrija se eu estiver errada, Damien, mas cobras não são aliadas de Nyx?" eu
falei rapidamente, seguindo o sentimento intuitivo que estava batendo em mim. "Elas não
tem uma má reputação porque historicamente elas foram o símbolo do poder feminino, e
os homens queriam tomar esse poder das mulheres e fizeram dele algo nojento e
assustador?"
"Não, você está certa," ele disse relutantemente, "mas isso não significa que deixar
uma pessoa da gang de Afrodite entrar no nosso Conselho seja uma boa idéia."
"Vê, esse é o ponto. Eu não quero que seja nosso Conselho. Eu quero que isso vire
uma tradição na escola. Algo que dure além de nós."
"Então você está querendo dizer que se algum de nós não sobreviver a Mudança,
encontrar uma pessoa nova para as Filhas Negras será como se nós continuássemos a
viver," Stevie Rae disse, e eu vi que ela capturou o interesse do resto deles.
"É exatamente o que eu quero dizer - embora eu não acho que tenha percebido isso
até esse segundo," eu disse com pressa.
"Bem, eu gostei dessa parte, embora não tenha intenção de me afogar em meus
próprios ensangüentados pulmões," Erin disse.
"É claro que você não vai, Gêmea: é um jeito nada atraente de morrer."


"Eu não quero nem pensar sobre não conseguir passar pela Mudança," Damien disse,
"mas se - algo horrível acontecer comigo, eu gostaria que algo sobre mim vivesse aqui na
escola."
"Podemos ter quadros?" Stevie Rae perguntou, e eu notei que de repente ela estava
parecendo pálida demais.
"Quadros?" eu não fazia idéia do que ela estava falando.
"Yeah. Eu acho que devemos ter um quadro ou algo que grave o nome dos... dos...
do que você os chamou?"
"Prefeitos," Damien disse.
"Yeah, Prefeitos. O quadro, ou algo assim, pode ter o nome dos Prefeitos do
Conselho a cada ano, e ficará a mostra para todos verem.
"Yeah," disse Shaunee, aumentando a idéia. "Mas não só um quadro. Precisamos de
algo que seja mais legal que um quadro."
"Algo que seja único - como nós," Erin disse.
"Impressões de mão," Damien disse.
"Huh?" eu perguntei.
"Nossa impressão de mão é única. Se fizermos um gesso com nossas impressões de
mão, e então assinarmos nossos nomes embaixo," Damien disse.
"Como as estrelas em Hollywood!" Stevie Rae disse.
Ok, parece meio brega, o que significa que eu não posso não gostar. A idéia era
como nós - única - legal - e beirando a brega.
"Eu acho que impressões de mão são uma idéia excelente. E sabe qual é o lugar
perfeito para elas?" Eles olharam para mim com alegres e brilhantes olhos, a preocupação
deles com um dos amigos de Afrodite se juntar a nós, assim como o medo constante de
uma morte repentina que sempre carregávamos conosco, temporariamente esquecida. "O
jardim é o lugar perfeito."
O sino tocou, nos chamando de volta para a aula. Eu pedi para Stevie Rae dizer a
nossa professora de espanhol, Proffe Garmy, que eu tive que ir ver Neferet, então vou me
atrasar. Eu realmente queria contar a ela sobre minhas idéias enquanto elas ainda
estavam frescas na minha mente. Eu não iria demorar - só daria a ela a base e ver se ela
gostava da direção em que eu estava indo. Talvez... talvez eu até peça a ela para vir no
Ritual da Lua Cheia no domingo, e esteja lá quando eu anunciar o novo processo de
seleção para associação as Filhas e Filhos Negros. Eu estava pensando sobre o quão
nervosa eu ficaria se Neferet estivesse lá, me observando lançar o circulo e liderar meu
próprio ritual, e estava dizendo a mim mesma que eu tinha que me livrar dos meus
nervos... que era a melhor coisa para as Filhas Negras se Neferet estivesse lá para
mostrar seu apoio em meus novos ideais e -
"Mas foi o que eu vi!" A voz de Afrodite, carregada pela porta aberta da sala de
Neferet, me tirou dos meus pensamentos e me fez parar. Ela soava horrível - totalmente
chateada e talvez até assustada.
"Se sua visão não é melhor que isso, então talvez seja hora de você parar de
compartilhar o que você vê com os outros." A voz de Neferet era gelada, assustadora, fria,
e dura.
"Mas, Neferet, você perguntou! Tudo que eu fiz foi dizer o que eu vi."
Do que Afrodite estava falando? Ah, diabos. Ela podia ter ido correndo contar a
Neferet que ela tinha visto Loren tocar meu rosto? Eu olhei ao redor para o corredor vazio.
Eu deveria sair daqui, mas de jeito nenhum se a bruxa estava falando de mim - mesmo
que parecesse que Neferet não estava acreditando em nada que ela estava dizendo. Então


ao invés de ir embora (como uma garota esperta), eu andei rapidamente e
silenciosamente para o canto escondido perto da porta parcialmente aberta. E então,
pensando rápido, eu tirei um dos meus brincos prateados e o joguei no canto. Eu ia e
vinha da aula de Neferet bastante - não é estranho eu vir procurar um brinco perdido
perto da porta dela.
"Você sabe o que eu quero que você faça?" As palavras de Neferet estavam tão
cheiras de raiva e poder que eu podia eles se espalharem na minha pele. "Eu quero que
você aprenda a não falar de coisas que são questionáveis." Ela disse. Ela estava falando
sobre fofocar sobre Loren e eu?
"Eu - eu só queria que você soubesse." Afrodite começou a chorar, e ela disse as
palavras entre o choro. "Eu pensei que talvez pudesse haver algo que você pudesse fazer
para impedir."
"Talvez seja sábio da sua parte pensar isso por causa das suas ações egoístas no
passado, Nyx está retendo seus poderes de você porque você não é mais a favor dela e o
que você está vendo agora são imagens falsas."
Eu nunca ouvi esse tipo de crueldade que enchia a voz de Neferet. Nem parecia ela,
e me assustou de um jeito que era difícil definir. O dia que eu fui Marcada, eu sofri um
acidente antes de vir para a House of Night. Quando eu estava inconsciente a deusa me
disse que ela tinha um plano especial para mim, e então ela beijou minha testa. Quando
eu acordei minha Marca estava completa. Eu tinha uma poderosa conexão com os
elementos (embora não tenha percebido isso até mais tarde), e também tinha um novo
pressentimento que às vezes me dizia para fazer ou dizer certas coisas - e algumas vezes
me dizia muito claramente para manter minha boca fechada. Agora meu pressentimento
estava me dizendo que a raiva de Neferet estava toda errada, mesmo que fosse uma
resposta a maliciosa fofoca de Afrodite sobre mim.
"Por favor não diga isso, Neferet!" Afrodite chorou. "Por favor não diga que Nyx me
rejeitou!"
"Eu não tenho que te dizer nada. Procure em sua alma. O que está dizendo a você?"
Se Neferet tivesse dito as palavras gentilmente, elas não seriam nada mais que a
sabedoria de um professor, um sacerdotisa, dando a alguém que estava perturbado uma
direção - como procurar dentro de si, e consertar, o problema. Mas a voz de Neferet era
fria e cruel e de desprezo.
"Está - está me dizendo que eu - eu, uh, cometi erros, mas não que a deusa me
odeia."
Afrodite estava chorando tanto que estava ficando cada vez mais difícil entender.
"Então você deveria olhar mais atentamente."
O choro de Afrodite aumentou. Eu não conseguia mais ouvir. Deixando meu brinco,
eu segui meu instinto e sai dali.


CINCO

Meu estomago doeu durante toda a aula de espanhol, tanto que eu até descobri
como perguntar a professor Garmy, "puedo it al baño," e passar tanto tempo no banheiro
que Stevie Rae me seguiu até lá e perguntou qual o problema.
Eu sei que eu estava preocupando ela demais - eu quero dizer, se um calouro
começa a parecer doente, isso tende a significar que ele está morrendo. E eu tenho
certeza que eu parecia horrível. Eu disse a Stevie Rae que eu estava ficando menstruada e
que as cólicas estavam me matando - embora não literalmente. Ela não pareceu
convencida.
Eu fiquei incrivelmente feliz por ir na minha ultima aula da semana, Equitação. Eu
não só adorava a aula, mas sempre me acalmava. Essa semana eu iria galopar com
Persephone, o cavalo que Lenobia (não precisava chamar ela de professora, ela disse que
o nome de uma antiga rainha vampira era o suficiente) tinha designado para mim na
primeira semana de aula, e praticamente mudado a liderança. Eu trabalhei com a linda
égua até nós duas estarmos suando e meu estomago ficar um pouco melhor, então levei
tempo para escovar e limpar ela, sem me importar que o sino tinha assinalado o fim do de
aula meia hora antes deu sair do estábulo. Eu fui guardar a escova, e estava surpresa por
ver Lenobia sentada numa cadeira fora da porta. Ela estava esfregando sabão em pé em
algo que parecia uma limpíssima sela.
Lenobia parecia impressionante, mesmo para uma vampira. Ela tinha um cabelo
incrível que ia até a cintura dela e era tão loiro que era quase branco. Os olhos dela eram
de um estranho tom de cinza, como um céu tempestuoso. Ela era pequena, e andava
como uma bailarina. A tatuagem dela era uma intricada serie de nós que se entrelaçavam
ao redor do rosto dela - dentro dos desenhos de cavalos arrojados e elevados.
"Cavalos podem nos ajudar a resolver nosso problemas," ela disse sem tirar os olhos
da sela.
Eu não tinha certeza do que dizer. Eu gostava de Lenobia. Ok, quando eu comecei a
matéria dela ela me assustava; ela era dura e sarcástica, mas depois que a conheci (e
provei que entendia que os cavalos não eram apenas cachorros grandes), eu comecei a
apreciar ela com sua atitude sem besteiras. Na verdade, ela era minha professora favorita,
perto de Neferet, mas ela e eu nunca falamos nada a não ser cavalos. Então, hesitando,
eu finalmente disse, "Persephone me faz ficar mais calma, mesmo quando não me sinto
calma. Isso faz sentido?"
Ela olhou pra cima e então, seus olhos cinzas se estreitaram com preocupação. "Faz
perfeito sentido." Ela parou, e então acrescentou, "Você recebeu muitas responsabilidades
em um período de tempo muito curto, Zoey."
"Eu não me importo," eu assegurei a ela. "Eu quero dizer, ser a líder das Filhas
Negras é uma honra."
"Geralmente as coisas que nos trazem as maiores honras também podem nos trazer
os maiores problemas." Ela parou de novo e talvez eu estivesse imaginando, mas ela
parecia estar tentando decidir o que dizer ou não. Então ela arrumou a sua já perfeita
coluna ainda mais e continuou. "Neferet é sua mentora, e é o certo que você vá até ela
para conversar, mas as vezes Altas Sacerdotisas podem ser difíceis de conversar. Eu quero
que você saiba que pode vir até mim - para falar de qualquer coisa."
Eu pisquei surpresa. "Obrigado, Lenobia."
"Eu guardo isso para você. Vai lá. Tenho certeza que seus amigos estão se
perguntando o que aconteceu com você." Ela sorriu e pegou as escovas da minha mão. "E


sinta-se livre para vir até o celeiro para visitar Persephone a qualquer hora. Eu percebi
que geralmente cuidar de um cavalo pode fazer o mundo parecer menos complexo."
"Obrigado," eu disse de novo.
Quando deixei o celeiro pude jurar que ela falou suavemente atrás de mim algo que
soou muito como "que Nyx abençoe e cuide de você." Mas isso era simplesmente estranho
demais. É claro, também era estranho ela dizer que eu poderia conversar com ela.
Calouros formam laços especiais com seus mentores - e minha mentora era extra-especial
sendo a Alta Sacerdotisa da escola. Claro, gostávamos de outros vampiros, mas se
tivéssemos um problema que não podíamos resolver sozinhos, levaríamos esse problema
para nosso mentor. Sempre.
A caminhada do estábulo para o dormitório não era comprida, mas eu demorei,
tentando esticar o senso de paz que trabalhar com Persephone me deu. Eu vagueei pela
calçada um pouco, indo em direção as velhas arvores que se alinhavam no lado oriental
do grosso muro que cercava a escola. Eram quase 4 horas (da manhã é claro), e a
escuridão da noite era lindamente acessa pela luz da lua.
Eu esqueci o quanto amava andar perto do muro da escola. Na verdade, eu evitei vir
aqui no ultimo mês. Desde que eu tinha visto - ou pensando ter visto - os dois fantasmas.
"Mee-uf-ow!"
"Merda, Nala! Não me assuste assim." Meu coração estava batendo feito louco
enquanto pus minha gata nos braços e a acariciei enquanto ela reclamava para mim. "Olá
- você poderia ser um fantasma." Nala me olhou e então espirrou no meu rosto, que eu
levei como o comentário dela da possibilidade dela ser um fantasma.
Ok, o primeiro "avistamento" pode ter sido um fantasma. Eu estava aqui no dia que
Elizabeth morreu o mês passado. Ela foi a primeira da morte de dois calouros que
balançaram a escola. Bem, mais precisamente, me balançaram. Como calouros que
poderiam - qualquer um de nós - cair morto a qualquer hora durante os próximos 4 anos
que levava para a Mudança física de humano para vampiro acontecer dentro de nossos
corpos, a escola esperava que nós lidássemos com isso como outro fato da vida de um
calouro. Dizer uma reza ou duas pelo garoto morto. Acender uma vela. Tanto faz. Apenas
supere e vá fazer suas coisas.
Parecia errado para mim, mas talvez fosse porque eu estivesse a apenas um mês na
Mudança e ainda mais acostumada a ser humana do que vampira, ou até mesmo uma
caloura.
Eu suspirei e cocei as orelhas de Nala. De qualquer forma, a noite depois da morte
de Elizabeth eu vi algo que eu pensei ser Elizabeth. Ou o fantasma dela, porque ela
definitivamente estava morta. Então não nada mais do que uma breve visão, e Stevie Rae
e eu conversamos sobre isso sem decidir o que estava acontecendo. A verdade era que
sabíamos bem demais que fantasmas existiam - aqueles que Afrodite conjurou um mês
atrás quase tinham matado meu ex-namorado humano. Então eu posso muito bem ter
visto o fantasma de Elizabeth. É claro eu também posso ter um visto um calouro e, e
porque eu o vi a noite e estava aqui a apenas alguns dias e tinha, nesses poucos dias,
passado por todo tipo de merda inacreditável, eu podia ter imaginado tudo.
Eu fui até o muro e virei para a direita, indo na direção que eventualmente iria me
levar a sala de recreação, e então, virei, para o dormitório das garotas.
"Mas o segundo avistamento definitivamente não foi minha imaginação. Certo, Nala?"
A resposta da gata foi esfregar seu rosto contra o canto do meu pescoço e ronronar como
um cortador de grama. Eu acariciei ela, feliz por ela me seguir. Só de pensar no segundo


fantasma ainda me assustava. Como agora, Nala estava comigo. (A similaridade me fez
olhar ao redor nervosamente e acelerar o passo.)
Não fazia muito depois que o segundo garoto tinha se afogado em seus próprios
pulmões e sangrado até morrer na frente da turma de literatura. Eu tremi, lembrando o
quão horrível tinha sido - especialmente por causa da minha nojenta atração pelo sangue
dele. De qualquer forma, eu vi Elliott morrer. Então mais tarde naquele dia Nala e eu
tínhamos topado com ele (quase literalmente) não muito longe de onde estávamos agora.
Eu pensei que ele era outro fantasma. A principio. Então ele tentou me atacar, e Nala
(minha preciosa gatinha) se lançou em cima dele, o que fez ele pular por cima do muro de
6 metros e desaparecer na noite, deixando Nala e eu totalmente apavoradas.
Especialmente depois que eu notei que minha gata tinha sangue em suas patas. Sangue
de fantasma. O que não fazia sentido nenhum.
Mas eu não tinha mencionado a segunda vez para ninguém. Nem minha melhor
amiga e colega de quarto Stevie Rae, nem minha mentora e Alta Sacerdotisa Neferet, nem
meu totalmente delicioso namorado novo, Erik. Ninguém. Eu queria. Mas então todas as
coisas aconteceram com Afrodite... eu assumi as Filhas Negras... comecei a sair com
Erik... estive extremamente ocupada com a escola... blá, blá, uma coisa levou a outra e
aqui eu estava um mês depois e não tinha dito nada para ninguém. Só em pensar em
contar para alguém agora parecia idiota em minha própria mente. "Hey, Stevie
Rae/Neferet/Damien/Gêmeas/Erik, eu vi o espectro de Elliott mês passado depois que ele
morreu e ele estava muito assustador e quando ele tentou me atacar Nala fez ele sangrar.
Oh, e o corpo dele tinha um cheiro estranho. Acredite em mim. Eu conheço bem o cheiro
de sangue (só outra coisa bizarra sobre mim, a maior parte dos calouros não tem ânsia
por sangue). Só achei melhor mencionar."
Yeah, certo. Eles provavelmente iriam querer me mandar para o vampiro equivalente
a um psicólogo, e oh, cara, isso não me ajudaria a melhorar minha confiança enorme para
liderar as Filhas Negras? Dificilmente não.
Além do mais, conforme mais tempo passava, era mais fácil para mim me convencer
que talvez eu tenha imaginado o encontro com Elliott.
Talvez não fosse Elliott (ou seu fantasma ou tanto faz). Eu não conhecia cada um
dos calouros aqui. Poderia ser outro garoto que tinha um feio, cabelo vermelho, e pele
rechonchuda e muito branca. Claro, eu não tinha visto esse garoto de novo, mas ainda
sim. E quando ao estranho cheiro de sangue. Bem, talvez um calouro tivesse um estranho
cheiro no sangue. Como se eu pudesse ser uma expert em um mês? E também ambos os
"fantasmas" tinha olhos vermelho brilhantes. O que era isso?
A coisa toda estava me dando dor de cabeça.
Ignorando meu assustador sentimento que essa corrente toda de pensamentos
estava me causando, eu comecei a me virar resolutamente do muro (e do assunto dos
fantasmas) quando um movimento foi visto pelo canto do meu olho. Eu congelei. Era uma
forma. Um corpo. Era alguém. A pessoa estava parada de baixo do enorme e antigo
carvalho que eu encontrei Nala no mês passado. As costas dele ou dela estava virada para
mim, e ele ou ela estava encostado contra a arvore, cabeça curvada.
Deus. Ele não tinha me visto. Eu não queria saber quem ou o que era. A verdade era
que eu já tinha estresse suficiente na minha vida. Eu não precisava da adição de
fantasmas de nenhum tipo. (E, eu prometi a mim mesma, dessa vez eu iria contar a
Neferet sobre o estranho fantasma ensangüentado que andava pelos muros da escola. Ela
era mais velha. Ela podia lidar com esse estresse.) O coração batendo tão alto que o som
estava acima do ronronar de Nala, eu devagar e silenciosamente comecei a rapidamente


me afastar, dizendo a mim mesma firmemente que eu nunca iria andar aqui no meio da
noite sozinha de novo. Nunca. O que eu era, mentalmente incapaz? Porque eu não
aprendi da primeira, ou segunda vez?
Então meu pé bateu no meio de um banco seco. Crack! Eu arfei. Nala deu uma alta
reclamação (eu estava sem perceber esmagando ela contra o meu peito.) A cabeça da
figura debaixo da arvore levantou e virou. Eu fiquei tensa me preparando ou para gritar e
fugir de um fantasma maléfico de olhos vermelhos, ou para gritar e lutar contra um
fantasma maléfico de olhos vermelhos. Das duas maneiras um grito definitivamente
estaria envolvido, então eu suguei o ar e- "Zoey? É você?"
A voz era profunda, sexy, e familiar. "Loren?"
"O que você está fazendo aqui?"
Ele não fez movimento nenhum para se aproximar de mim, então por trás da pura
estranha inquietação como se eu não estivesse morta de medo um segundo atrás, eu dei
nos ombros indiferentemente, e me juntei a ele debaixo da arvore. "Oi," eu disse,
tentando parecer adulta. Então eu lembrei que ele tinha me feito uma pergunta e eu
estava feliz por estar escuro o suficiente para meu rosto vermelho não ser totalmente
obvio. "Oh, eu estava voltando dos estábulos e Nala e eu decidimos tomar um caminho
mais cumprido." Um caminho mais cumprido? Eu realmente disse isso?
Eu achei que ele parecia tenso quando andei até ele, mas isso o fez rir e seu rosto
totalmente lindo relaxou. "Um caminho cumprido, huh? Olá de novo, Nala." Ele acariciou o
topo da cabeça dela e ela rudemente, mas tipicamente, resmungou para ele e então pulou
dos meus braços para o chão, se sacudiu, e ainda reclamando, e delicadamente foi para
longe.
"Desculpe. Ela não é muito sociável."
Ele sorriu. "Não se preocupe. Meu gato, Wolverine, me lembra um velho mau
humorado."
"Wolverine?" eu levantei minha sobrancelha.
O sorriso lindo dele ficou todo torto como o de um garoto e, incrivelmente, o deixou
ainda mais lindo. "Yeah, Wolverine. Ele me escolheu como dele quando era terceiranista.
Esse foi o ano que eu era louco pelos X-men."
"Esse nome pode ser o porquê dele ser tão mal humorado."
"Bem, poderia ser pior. Um ano antes eu não podia parar de ver Homem-Aranha. Ele
quase se chamou Aranha ou Peter Parker."
"Claramente, você é um grande fardo para seu gato carregar."
"Wolverine iria definitivamente concordar com você!" Ele riu de novo e eu tentei não
deixar que sua maravilhosa aparência me fizesse rir histericamente como uma
pretendente de uma banda. Eu estava, no momento, realmente flertando com ele! Fique
calma. Não diga ou faça nada idiota.
"Então, o que você está fazendo aqui?" eu perguntei, ignorando minha conversa
interior.
"Escrevendo haiku* (*poema japonês)." Ele levantou a mão e eu notei pela primeira
vez que ele estava segurando um daqueles super caros e legais cadernos de couro para
escritores. "Eu encontro inspiração aqui, sozinho, nas horas antes do amanhecer."
"Oh, Deus! Desculpe. Não queria interromper você. Eu vou apenas me despedir e te
deixar sozinho." Eu acenei (como uma idiota) e comecei a me virar, mas ele pegou meu
pulso com sua mão livre.
"Você não tem que ir. Eu encontro inspiração em mais coisas do que ficar aqui
sozinho."


A mão dele era quente contra meu pulso e me perguntei se ele podia sentir meu
pulso pular.
"Bem, eu não quero incomodar você."
"Não se preocupe. Você não está me incomodando." Ele apertou meu pulso antes de
(infelizmente) me soltar.
"Ok, então. Haiku." O toque dele me deixou ridiculamente frustrada e tentei
recuperar meu bom senso. "Isso é poesia asiática com um formato vertical, certo?"
O sorriso dele me deixou feliz por ter prestado atenção na aula da inglês da Sra.
Wieneckes do ano passado falando sobre poesia.
"Certo. Eu prefiro o formato normal." Ele parou e seu sorriso mudou. Algo sobre isso
fez meu estomago flutuar, e seus escuros e lindos olhos se prenderam aos meus. "Em
falar em inspiração - você poderia me ajudar."
"Claro, eu ficaria feliz," eu disse, feliz por não soar tão sem fôlego quanto me sentia.
Ainda olhando nos meus olhos, ele levantou suas mãos para acariciar meus ombros.
"Nyx Marcou você aí."
Não parecia uma pergunta, mas eu acenei. "Sim."
"Eu gostaria de ver. Se não te deixar desconfortável."
A voz dele passou por mim. A lógica estava me dizendo que ele só estava pedindo
para ver minhas tatuagens porque elas eram bizarramente diferentes, e que ele não
estava de forma alguma dando em cima de mim. Para ele eu deveria parecer nada mais
que uma criança - uma garota - uma caloura com uma estranha Marca e poderes raros.
Isso era o que a lógica estava me dizendo. Mas os olhos dele, a sua voz, o jeito que as
mãos dele ainda estavam nos meus ombros - essas coisas estavam me dizendo algo
completamente diferente.
"Eu mostro pra você."
Eu estava usando minha jaqueta favorita - camurça preta e corte que me servia
perfeitamente. Debaixo disso eu usava uma blusa púrpura. (Sim, é o fim de novembro,
mas eu não sinto o frio que sentia antes de ser Marcada. Nenhum de nós sente.) Eu
comecei a tirar a jaqueta.
"Aqui, me deixe te ajudar."
Ele estava parado muito perto de mim, na frente e no lado. Ele pegou com sua mão
direita o colar da minha jaqueta com seus dedos, e deslizou para baixo dos meus ombros
para ficar embaixo de meus cotovelos.
Loren deveria estar olhando para meu ombro parcialmente nu, olhando
estupidamente para as tatuagens que nem vampiro ou calouro jamais tiveram. Mas ele
não estava. Ele ainda estava olhando para meus olhos. E então de repente algo aconteceu
comigo. Eu parei de me sentir uma boba, nervosa e cdf garota adolescente. O olhar nos
olhos dele tocaram a mulher dentro de mim, acordando ela, e enquanto essa nova eu
acordava eu encontrei a calma e confiança em mim mesma que eu raramente encontrei
antes. Devagar, eu passei o ombro da minha camiseta por cima dos ombros para que se
juntasse a minha jaqueta. Então, ainda olhando ele nos olhos, eu tirei meus longos
cabelos do caminho, levantei meu queixo, e virei ligeiramente meu corpo, dando a ele
uma clara visão das costas dos meus ombros, que agora estava completamente nu a não
ser pela fina linha das costas do meu sutiã.
Ele continuou a olhar nos meus olhos por vários segundos, e eu pude sentir o frio ar
da noite e a caricia da quase lua cheia da pele exposta do meu peito e ombro e costas.
Muito deliberadamente, Loren se moveu para mais perto de mim, segurando meu ante
braço enquanto olhava nas minhas costas e ombros.


"É incrível." A voz dele era tão lenta que era quase um sussurro. Eu senti os ombros
dele ligeiramente traçarem os espirais em labirinto, com exceção das runas exóticas que
ficavam ao redor das espirais, como as minha Marca facial. "Eu nunca vi nada igual a isso.
É como se você fosse uma antiga sacerdotisa que se materializou em nossa época. Somos
abençoados por ter você, Zoey Redbird."
Ele disse meu nome como uma reza. A voz dele misturada com seu toque me vez
tremer.
"Eu sinto muito. Deve estar frio." Gentilmente, mas rapidamente, Loren pegou minha
jaqueta e camiseta.
"Eu não estava tremendo por causa do frio." Eu me ouvi dizer as palavras, e não
consegui decidir se deveria ficar orgulhosa de mim mesma ou chocada com minha
audácia.
"Creme e seda como um
Como eu desejo experimentar e tocar
A lua nos observa."
Os olhos dele nunca deixaram os meus enquanto ele recitava o poema. A voz dele,
que era normalmente tão experiente, tão perfeita, tinha ficado profunda e rouca, como se
tivesse dificuldades de falar. Como se a voz dele tivesse a habilidade de me esquentar, eu
fiquei tão corada que pude sentir meu sangue circulando em um rio pelo meu corpo.
Minhas coxas formigaram e foi difícil recuperar o fôlego. Se ele me beijar eu posso
explodir. A idéia me chocou para falar. "Você acabou de escrever isso?" Dessa vez minha
voz soava tão sem fôlego quanto eu me sentia.
Ele balançou a cabeça levemente, um sorriso mal tocou os lábios dele. "Não. Foi
escrito séculos atrás por um antigo poeta japonês, sobre como a amada dele parecia nua
embaixo da lua."
"É lindo," eu disse.
"Você é linda," ele disse, e acariciou minha bochecha com sua mão. "E hoje a noite
você foi minha inspiração. Obrigado."
Eu pude me sentir me inclinando em direção a ele, e eu juro que o corpo dele
respondeu. Eu posso não ter muita experiência. E, sim, ainda sou virgem. Mas não sou
uma completa idiota (na maior parte do tempo). Eu sei quando um cara está afim de mim.
E esse cara - nesse momento - está definitivamente afim de mim. Eu cobri as mãos dele
com as minhas, e esquecendo sobre tudo, inclusive Erik e o fato de Loren ser um vampiro
adulto e eu ser uma caloura, eu quis que ele me beijasse, quis que ele me tocasse mais.
Nós nos olhamos. Estávamos ambos respirando com dificuldade. Então, no espaço de um
segundo, os olhos dele viraram e mudaram para um escuro e intimo para um escuro e
distante. Ele derrubou sua mão de meu rosto e deu um passo para trás. Eu senti a
desistência dele com um vento frio.
"Foi bom ver você, Zoey. E obrigado de novo por me permitir ver sua Marca." O
sorriso dele era educado e apropriado. Ele me deu um pequeno aceno que quase foi uma
reverencia formal, e então se afastou.
Eu não sabia se deveria gritar de frustração, chorar de vergonha, ou rugir e ficar fula.
Franzindo e murmurando para mim mesma, eu ignorei o fato de minhas mãos estarem
tremendo e marchei de volta para o dormitório. Essa era definitivamente uma emergência
de eu-preciso-da-minha-melhor-amiga.


SEIS

Ainda murmurando para mim mesma sobre homens e mensagens misturadas, eu
entrei na sala do dormitório e surpreendentemente Stevie Rae e as Gêmeas estavam
amontoadas juntas assistindo TV. Claramente, elas estavam esperando por mim. Eu senti
uma incrível onda de alivio. Eu não queria que o mundo todo (tradução - as Gêmeas e/ou
Damien) soubessem o que tinha acontecido, mas eu ia contar a Stevie Rae cada mínimo,
pequeno, detalhe sobre Loren - e deixar ela me ajudar a descobrir o que diabos isso
significava.
"Uh, Stevie Rae, não sei o que fazer sobre nosso, uh, trabalho de sociologia que é
para segunda. Talvez você pudesse me ajudar com ele. Eu quero dizer, não vai levar tanto
tempo e-" eu comecei, mas Stevie Rae me interrompeu sem tirar os olhos da TV.
"Espere, Z, vem aqui. Você tem que ver isso." Ela fez menção em direção a TV. Os
olhos das gêmeas estavam grudados na tela também.
Eu franzi a percebi o quão tensas elas pareciam, fazendo com o que o assunto de
Loren (temporariamente) saísse da minha cabeça. "O que está acontecendo?" Eles
estavam assistindo uma reprise do jornal local da FOX 23. Chera Kimiko, a ancora, estava
falando e algumas fotos familiares do Parque Woodward estavam aparecendo na tela. "É
difícil acreditar que Chera não seja uma vampira. Ela é incrivelmente linda," eu disse
automaticamente.
"Shush e ouça o que ela estava dizendo," Stevie Rae disse.
Ainda surpresa por o quão estranho elas estavam agindo, eu fiquei quieta e escutei.
"Então, para repetir nossa estória principal hoje a noite - a busca continua pelo
adolescente da Union High Chris Ford. O adolescente de 17 anos desapareceu ontem
depois do treino de futebol." A foto na tela era uma foto de Chris usando seu uniforme de
futebol. Eu soltei um pequeno uivo enquanto o nome e o rosto eram registrados na minha
mente.
"Hey - eu conheço ele!"
"É por isso que chamamos você aqui," Stevie Rae disse.
"Equipes de busca estão vasculhando a área entre Utica Squre e Parque Woodward,
que é onde ele foi visto pela ultima vez."
"Isso é muito perto daqui," eu disse.
"Shush!" Shaunee disse.
"Nós sabemos!" Erin disse.
"Até agora não a pistas do porque ele estar na área do Parque Woodward. A mãe de
Chris disse que nem sabia que o filho conhecia o caminho para o parque Woodward, ela
nunca soube que ele foi lá antes. Sra. Ford também disse que ela esperava que ele fosse
para casa logo depois do treino. Ele agora está sumido a mais de 24 horas. Se alguém
tiver informações que possam ajudar a policia a localizar Chris, por favor ligue para o Anti-
Crime. Você pode permanecer anônimo."
Chera foi para outra história e eu descongelei. "Então, você o conhece?" Shaunee
perguntou.
"Yeah, mas não muito bem. Quero dizer, ele é uma das estrelas do time de futebol
da Union e quando eu estava meio que saindo com Heath - vocês sabem o quarterback
do time de Broken Arrow?"
Elas acenaram impacientemente.
"Bem, ele costumava me arrastar para festas com ele, e todos os jogadores se
conheciam, então Chris e seu primo Jon eram um bando deles. Diziam os rumores que


eles se graduou em comprar cerveja e começou a distribuir maconha em reuniões
secretas." Eu olhei para Shaunee, que estava mostrando um incomum interesse na
noticia." E antes de você perguntar, sim, ele é fofo na vida real tanto quanto na foto."
"Uma pena quando algo acontece para um irmão fofo," Shaunne disse, balançando a
cabeça suavemente.
"Uma pena quando algo acontece para qualquer cara fofo - não importa a cor,
Gêmea," Erin disse. "Não devemos discriminar. Beleza é beleza."
"Você está certa, como sempre, Gêmea."
"Eu não gosto de maconha," Stevie Rae se intrometeu. "Cheira mal. Eu tentei uma
vez e me fez tossir até morrer e queimar minha garganta. Além do mais um pouco da erva
caiu na minha boca. Era nojento.
"Nós não fazemos coisas feias," Shaunee disse.
"Yeah, e maconha é feia. Além do mais faz você comer por razão nenhuma. É uma
pena que jogadores de futebol gostosos fazem isso," Erin disse.
"Os faz ser menos gostosos," Shaunee disse.
"Ok, beleza e maconha não são o ponto," eu disse. "Eu tenho um mal
pressentimento sobre esse negocio de desaparecimento."
"Oh, não." Stevie Rae disse.
"Bem merda," Shaunne disse.
"Eu realmente odeio quando ela tem esses pressentimentos," Erin disse.

Tudo o que qualquer uma de nós podia falar era o desaparecimento de Chirs e o
quão bizarro era dele ter sido visto pela ultima vez perto da House of Night. Em
comparação ao garoto estar desaparecido, meu pequeno trauma-drama com Loren
parecia insignificante. Quero dizer, eu ainda queria contar a Stevie Rae sobre isso, mas eu
não conseguia me concentrar o suficiente em nada a não ser o mal pressentimento que
estava me enchendo desde que vi as noticias.
Chris está morto. Eu não queria acreditar. Eu não queria saber. Mas tudo dentro de
mim dizia que o garoto seria encontrado, mas seria encontrado morto.
Encontramos Damien no salão de jantar, e a conversa de todos se centrou em Chris
e teorias sobre o seu desaparecimento, que vinham da insistência das Gêmeas que "que o
gostoso provavelmente teve uma briga com um dos seus pais e saiu bebendo cerveja
barata em algum lugar" para as crenças firmes de Damien que ele poderia ter descoberto
suas homossexuais e tinha fugido para Nova Iorque para realizar seu sonho de ser um
modelo gay.
Eu não tinha uma teoria. Tudo o que eu tinha era um terrível pressentimento, que eu
não estava disposta a contar.
Naturalmente, não pude comer. Meu estomago estava me matando. De novo. "Você
está remexendo sua comida excelente," Damien disse.
"Não estou com fome."
"Foi o que você disse no almoço."
"Ok, bem, estou dizendo de novo!" Eu surtei, e fiquei instantaneamente arrependida
quando Damien pareceu magoado e baixou os olhos para sua gostosa tigela de salada
Vietnamita chamada Bun Cha Gio. As Gêmeas levantaram uma sobrancelha para mim, e
então voltaram a se focar em usar os palitinhos corretamente. Stevie Rae simplesmente
me encarou, com uma preocupação silenciosa em seu rosto.
"Aqui. Eu descobri isso. Eu tenho o pressentimento que é seu."


Afrodite derrubou o brinco prateado no meu prato. Eu olhei para o rosto perfeito
dela. Era estranhamente sem expressão, assim como a voz dela.
"Então, é seu?"
Eu o peguei e automaticamente toquei seu companheiro, que ainda estava na minha
orelha. Eu esqueci que derrubei essa porcaria para poder fingir encontrar ele enquanto
ouvia a conversa de Afrodite e Neferet. Merda. "Sim. Obrigado."
"Não foi nada. Acho que você não é a única que tem sentimento sobre as coisas,
huh?"
Ela se virou e se afastou saindo do salão pelas portas de vidro e indo para o jardim.
Embora estivesse carregando uma bandeja com seu jantar intocado, ela nem parou para
olhar para a mesa onde seus amigos estavam sentados. Eu notei que eles olharam para
ela quando passou, mas então olharam apressadamente para longe. Nenhum deles
encontrou os olhos dela. Afrodite comeu do lado de fora no jardim onde estava comendo
no ultimo mês. Sozinha.
"Ok, ela é estranha," Shaunee disse.
"Yeah, estranha e psicótica e uma bruxa do inferno," Erin disse.
"Seus próprios amigos não querem nada a ver com ela," eu disse.
"Pare de sentir pena dela!" Stevie Rae disse, soando nada caracteristicamente
irritada. "Ela é problema, você não consegue ver isso?"
"Eu não disse que ela não era," eu disse. "Eu apenas comentei que até os amigos
dela viraram suas costas para ela."
"Perdemos algo?" Shaunee perguntou.
Eu abri a boca para dizer a eles sobre o que eu tinha ouvido, e fui silenciada pela voz
de Neferet, "Zoey, espero que não se importe que te afaste dos seus amigos hoje a
noite."
Eu olhei vagarosamente para ela, quase assustada sobre o que eu poderia ver. Quer
dizer, da ultima vez que ouvi a voz dela ela soava incrivelmente odiosa e fria. Meus olhos
se ergueram em direção aos dela. Eles eram um verde lamoso e lindos e seu gentil sorriso
estava começando a parecer preocupado.
"Zoey? Alguma coisa errada?"
"Não! Desculpe. Minha mente estava divagando."
"Eu gostaria que você jantasse comigo hoje a noite."
"Oh, claro. É claro. Sem problemas; eu gostaria disso." Eu percebi que estava
tagarelando, mas não parecia ter nada que eu pudesse fazer. Eu esperei eventualmente
parar. Igual a quando você tem diarréia para sempre - e eventualmente ela para.
"Ótimo." Ela sorriu para meus amigos. "Eu preciso pegar Zoey emprestada, mas a
devolvo em breve."
Os quatro deram a ela seus sorrisos adoradores de herói e rápidas seguranças que
eles estavam tranqüilos.
Eu sei que é ridículo, mas eles me soltarem me fez sentir abandonada e insegura.
Mas isso era idiota. Neferet é minha mentora, e Alta Sacerdotisa de Nyx. Ela é um dos
caras bonzinhos.
Eu olhei por cima do ombro para meu grupo. Eles já estavam conversando. Damien
estava segurando seus palitos, obviamente dando as Gêmeas outra lição de como comer
com eles. Stevie Rae estava demonstrando para ele. Eu senti olhos em mim e olhei deles
para a parede de vidro que separava o salão de jantar do jardim. Sentada sozinha na
noite, Afrodite estava me observando com uma expressão que era quase de pena.


SETE

O salão de jantar dos vampiros não era como uma lanchonete. Era um salão muito
legal que ficava diretamente em cima do salão de jantar dos estudantes. Ele, também,
tinha uma parede com janelas arqueadas. Mesas de ferro forjado e cadeiras estavam
arrumadas na sacada que tinha vista para o jardim abaixo. O resto do salão tinha bom
gosto e decorações extremamente caras com uma variedade de mesas de diferentes
tamanhos, e até mesmo algumas tentas feitas de madeira vermelha. Não havia bandejas
aqui, e nem um Buffet serve-service. Guardanapos de pano, porcelana, e cristais estavam
colocados elegantemente nas mesas, e compridas, velas brancas queimavam alegremente
nos castiçais de cristal. Haviam alguns professores comendo em pequenos grupos
silenciosos. Eles acenaram para Neferet respeitosamente e deram rápidos sorrisos de boas
vindas para mim antes de voltar para suas refeições.
Eu tentei espiar o que eles estavam comendo sem ser obvia, mas tudo que vi foi a
mesma salada Vietnamita que estávamos comendo no andar de baixo, e alguns bolinhos
de primavera que pareciam caros. Não havia sinal de carne crua ou nada que lembrasse
sangue (bem, a não ser o vinho tinto). E, é claro, eu nem precisei me incomodar em olhar
feito uma idiota. Se eles estivessem tomando sangue eu teria sentido o cheiro. Eu era
intimamente familiar com o delicioso cheiro de sangue...
"A noite fria te incomodaria se sentássemos da sacada?" Neferet perguntou.
"Não, acho que não. Eu não sinto o frio como costumava." Eu dei um belo sorriso
para ela, me lembrando que ela era uma intuitiva e que ela provavelmente estava ouvindo
"partes" da minha idiota conversa mental.
"Ótimo, eu preciso jantar na sacada em todas as estações." Ela me levou através das
portas para uma mesa que já estava colocada para dois. Uma serva magicamente
apareceu - obviamente uma vampira pela sua Marca completa e varias pequenas
tatuagens que emolduravam seu rosto em forma de coração, mas ela parecia bem jovem.
"Sim, me traga a salada Bun Cha Gio e um pouco do mesmo vinho tinto de ontem a
noite." Ela parou, e então com um sorriso secreto para mim adicionou, "e por favor traga
a Zoey um copo de qualquer coca que você tiver, desde que não seja diet."
"Obrigado," eu disse a ela.
"Só tente não beber muito desse negocio. Não é bom para você." Ela piscou para
mim, fazendo de sua repreensão uma pequena piada.
Eu ri para ela, feliz por ela lembrar do que eu gostava, e comecei a me sentir mais
relaxada. Essa era Neferet - nossa Alta Sacerdotisa. Ela era minha mentora e minha
amiga e no mês que estive aqui ela nunca foi nada a não ser gentil comigo. Sim, ela soava
assustadora quando ouvi ela com Afrodite, mas Neferet era uma Sacerdotisa poderosa, e
como Stevie Rae continuava a me lembrar, Afrodite era uma valentona egoísta que
merecia estar com problemas. Diabos! Ela provavelmente estava falando mal de mim.
"Se sentindo melhor?" Neferet perguntou.
Eu olhei nos olhos dela. Ela estava me estudando cuidadosamente.
"Yeah, estou."
"Quando ouvi sobre o adolescente humano desaparecido comecei a me preocupar
com você. Esse Chris Ford era seu amigo, não era?"
Nada que ela dissesse deveria me surpreender. Neferet era incrivelmente inteligente
e tinha sido dotada de dons pela deusa. Além disso, ela tinha o sexto sentido que todos os
vampiros tinham, e era mais que provável que ela soubesse literalmente de tudo (ou pelo


menos tudo importante). Provavelmente foi fácil para ela saber que eu tinha minha
própria intuição sobre o desaparecimento de Chris.
"Bem, ele não era realmente meu amigo. Fomos a algumas das mesmas festas, mas
eu não gosto muito de festa, então não o conhecia tão bem."
"Mas algo sobre o desaparecimento dele te chateia."
Eu acenei. "É só um pressentimento que eu tenho. É bobo. Ele provavelmente brigou
com seus pais e seu pai o castigou ou algo assim, então ele fugiu. É mais que provável
que ele já esteja em casa."
"Se você realmente acreditasse nisso não se sentiria tão preocupada." Neferet até a
serva terminar de nos dar nossas bebidas e a comida antes de continuar. "Humanos
acreditaram que vampiros adultos são todos psíquicos. A verdade é que embora muitos de
nós tenhamos os dom da predição e da clarividência, a maior parte da nossa gente
simplesmente aprendeu a ouvir sua intuição - que é algo que a maior parte dos humanos
tem lutado para fazer." O tom dela era como o da sala de aula, e ouvi a ela ansiosa
enquanto jantávamos. "Pense sobre isso, Zoey. Você é uma boa aluna - tenho certeza
que você lembra das suas aulas de história o que historicamente aconteceu com
humanos, especialmente mulheres humanas, quando elas prestam muito atenção em suas
intuição e começam a ouvir "vozes em suas cabeças" ou até mesmo prever o futuro."
"Eles normalmente são associados por ter um pacto com o demônio, ou algo assim,
dependendo de que época é. Em suma eles pagam o inferno por isso." Eu corei porque eu
disse a palavra com I na frente de uma professora, mas ela não pareceu se importar, ela
apenas acenou em concordância comigo.
"Sim, exatamente. Eles até atacavam pessoas santas, como Joana D'Arc. Então veja
que os humanos aprenderam a silenciar seus instintos. Vampiros, por outro lado,
aprenderam a ouvir e ouvir bem a eles. No passado, quando humanos tentavam caçar e
destruir nossa raça, foi o que salvou a vida de muitos de nossos antepassados."
Eu tremi, não querendo pensar sobre o quão dura deve ter sido ser um vampiro 100
anos atrás.
"Oh, você não precisa se preocupar, Zoeybird." Neferet sorriu. Ouvir o apelido de
minha vó para mim me fez sorrir também. "O tempo das fogueiras nunca virão de novo.
Podemos não ser reverenciados como éramos em tempos antigos, mas nunca mais
humanos serão capazes de nos caçar e destruir." Por um momento os olhos dela
brilharam perigosamente. Eu tomei um grande gole da minha coca, não querendo ver
seus olhos assustadores. Quando ela continuou, ela voltou ao seu normal - toda a pista
de perigo tinha sumido da sua voz e ela era apenas minha mentora e amiga. "Então, tudo
o que isso significa é que eu quero me certificar que você ouça seus próprios instintos. Se
você tiver um mal pressentimento sobre alguma situação ou alguém, preste atenção. E, é
claro, se precisar falar comigo, pode vir a qualquer hora."
"Obrigado, Neferet, isso significa muito."
Ela dispensou meu agradecimento. "Isso é o que significa ser uma mentora e Alta
Sacerdotisa - dois papéis que eu completamente espero que você assuma algum dia."
Quando ela falava sobre meu futuro e sobre eu ser uma Alta Sacerdotisa, eu sempre
tinha um sentimento engraçado. Era parcialmente esperança e excitação, e parcialmente
medo.
"Na verdade, fique surpresa por você não ter ido me ver hoje depois que você
terminou na biblioteca. Você não decidiu as novas direções das Filhas Negras?"


"Oh, uh, sim. Eu decidi." Eu me forcei a não pensar sobre o encontro com Loren, e o
meu encontro com Loren do muro... de jeito nenhum eu queria que Neferet e sua intuição
pegasse ago sobre... be... ele.
"Eu sinto sua hesitação, Zoey. Você prefere não dividir o que decidiu comigo?"
"Oh, não! Eu quero dizer, sim. Na verdade, eu fui a sua sala, mas você estava..." eu
falei rapidamente, lembrando da cena que ouvi. Os olhos dela pareceram ver dentro da
minha alma. Eu engoli com força. "Você estava ocupada com Afrodite. Então fui embora."
"Oh, eu vejo. Agora o seu nervosismo ao meu redor faz muito mais sentido." Neferet
suspirou tristemente. "Afrodite... ela se tornou um problema. É uma pena. Como eu disse
em Samhain quando percebi o quão errada ela tinha se tornado, eu me senti parcialmente
responsável pelo comportamento dela e sua transformação na criatura negra que ela
virou. Eu sabia que ela era egoísta, mesmo quando ela se juntou a escola. Eu deveria ter
parado ela mais cedo e ter assumido um pulso firme com ela." O olhar de Neferet pegou o
meu. "O quanto você ouviu hoje?"
Um aviso desceu pela minha espinha. "Não muito," eu disse rapidamente. "Afrodite
estava chorando muito. Eu ouvi você dizer a ela para olhar interiormente. Eu sabia que
você não queria ser interrompida." Eu parei, tendo cuidado para não dizer que isso foi
tudo que eu ouvi - e tendo cuidado de não mentir. E não desviei os olhos dos olhos
afiados dela.
Neferet suspirou de novo e bebeu seu vinho. "Eu normalmente não gosto de falar
sobre um calouro para outro, mas esse é um caso único. Você sabe que o dom dado pela
deusa para Afrodite era de ver eventos desastrosos?"
Eu acenei, percebendo o verbo no passado que ela usou para mencionar a habilidade
de Afrodite.
"Bem, parece que o comportamento de Afrodite fez com que Nyx retirasse o dom
dela. É algo muito incomum. Uma vez que a deusa toca alguém, ela raramente retira o
que ela deu." Neferet encolheu os ombros tristemente. "Mas quem pode saber a mente da
grande deusa da Noite?"
"Deve ser horrível para Afrodite," eu disse, mais pensando alto do que realmente
querendo fazer um comentário.
"Eu aprecio sua compaixão, mas não te contei isso para que você sinta pena de
Afrodite. Ao invés disso, eu te digo para manter sua guarda. As visões de Afrodite não são
mais validas. Ela pode dizer ou fazer coisas que são perturbadoras. Como a líder das
Filhas Negras, será sua responsabilidade se certificar que ela não perturbe o delicado
balanço de harmonia entre nossos calouros. É claro que nós encorajamos vocês a
trabalhar seus problemas entre vocês. Vocês são muito mais do que adolescentes
humanos, e esperamos mais de vocês, mas sinta-se livre para vir até mim se o
comportamento de Afrodite se tornar muito" - ela pausou, como se estivesse
considerando a próxima palavra com cuidado - "instável."
"Eu vou," eu disse, meu estomago começando a doer de novo.
"Ótimo! Agora, porque você não me conta seus planos para seu reinado como a líder
das Filhas Negras."
Eu tirei Afrodite da cabeça e contei meus planos para o Conselho de Prefeitos e as
Filhas Negras. Neferet ouviu cuidadosamente e estava abertamente impressionada pela
minha pesquisa e o que ela chamou de "reorganização lógica."
"Então, o que você quer de mim é que deixe os professores votar nos dois novos
Prefeitos, porque eu concordo com você que você e seus quatro amigos mais que
provaram que merecem e já são um excelente Conselho."


"Sim. O conselho quer nominar Erik Night para a primeira das suas vagas abertas."
Neferet acenou com a cabeça. "Erik é uma escolha sábia. Ele é popular com os
calouros, e tem um excelente futuro. Quem você tem em mente para a ultima posição?"
"Aí é onde o meu Conselho e eu descordamos. Eu acho que precisamos de alguém
mais velho, e eu também acho que essa pessoa deve ser alguém que pertenceu ao circulo
próximo de Afrodite." Neferet levantou as sobrancelhas surpresa. "Bem, incluir um amigo
dela ira reforçar o que eu tenho dito, que eu não vim aqui porque eu tenho sede de poder
e armei para roubar o que era de Afrodite ou nada idiota como isso. Eu só quero fazer a
coisa certa. Eu não queria começar algum tipo de guerra boba. Se um dos amigos dela
estiver no meu Conselho, então o resto deles pode entender que não é sobre mim
passando por cima dela - é sobre algo mais importante que isso."
Neferet considerou pelo que pareceu ser uma eternidade. Finalmente ela disse, "você
sabe que até os amigos dela a abandonaram."
"Eu percebi isso hoje no salão de jantar."
"Então qual é a razão de colocar um ex-amigo dela no Conselho?"
"Não estou convencida que eles sejam seus ex-amigos. Pessoas agem de forma
diferente privadamente do que em publico."
"De novo, concordo com você. Eu já fiz o anuncio para a equipe que no domingo as
Filhas e Filhos Negros irão fazer um Ritual da Lua Cheia e uma reunião especial. Eu espero
que a maior parte dos antigos membros participe - por nenhuma outra razão que a
curiosidade sobre os seus poderes."
Eu engoli em seco e acenei. Eu já estava muito ciente que eu era a atração principal
do circo de aberrações.
"Domingo é a hora certa para você contar as Filhas Negras sobre sua nova visão.
Anunciar que tem uma vaga sobrando para o Conselho, e que deve ser preenchida por um
sestanista. Você e eu vamos olhar as inscrições e decidir quem se encaixa melhor."
Eu franzi. "Mas não quero que seja apenas nossa escolha. Eu quero que a equipe de
professores vote, assim como os estudantes."
"Eles vão," ela disse suavemente. "Então vamos decidir."
Eu queria dizer mais, mas seus olhos verdes ficaram frios; eu não tenho vergonha de
admitir que ela me assusta. Então ao invés de discutir com ela (que era totalmente
impossível) eu tomei um caminho diferente (como vovó diria).
"Eu também quero que as Filhas Negras se envolvam com caridade para a
comunidade."
Dessa vez as sobrancelhas de Neferet desapareceram completamente atrás de seu
cabelo. "Você diz comunidade como em comunidade humana?"
"Sim."
"Você acha que eles vão gostar da sua ajuda? Eles nos evitam. Eles nos detestam.
Eles tem medo de nós."
"Talvez seja porque eles não nos conhecem," eu disse. "Talvez se agirmos mais
como parte de Tulsa, sejamos tratados como parte de Tulsa."
"Você leu sobre o a sociedade negra de Greenwood em 1920? Aqueles afro-
americanos humanos eram parte de Tulsa, e Tulsa os destruiu."
"Não é mais 1920," eu disse. Era difícil olhar nos olhos dela, mas eu sabia,
interiormente, que eu ia fazer a coisa certa. "Neferet, minha intuição está me dizendo que
isso é algo que eu devo fazer."
Eu vi a expressão dela se suavizar. "E eu te disse para seguir sua intuição, não foi?"
Eu acenei.


"Que caridade você vai escolher se envolver - desde que eles realmente permitam
que você se envolva?"
"Oh, eu acho que eles vão nos deixar ajudar eles. Eu decidi contatar os Gatos de Rua
- a caridade que resgata gatos."
Neferet jogou para trás sua cabeça e riu.


OITO

Eu já tinha saído do salão de jantar e estava indo para o dormitório quando eu
percebi que não tinha dito para Neferet sobre os fantasmas, mas de jeito nenhum eu iria
voltar lá para cima e começar o assunto. A conversa que eu já tive com Neferet me deixou
completamente exausta, e apesar do lindo salão de jantar com uma linda vista e cristais e
guardanapos de pano, eu estava ansiosa para sair dali. Eu queria voltar para o dormitório
e contar a Stevie Rae sobre o que aconteceu com Loren e então fazer nada a não ser
vegetar e assistir reprises ruins na TV e tentar esquecer (pelo menos por uma noite) que
eu tinha um terrível sentimento sobre o desaparecimento de Chris e que agora eu era
Muito Importante no comando do grupo estudantil mais importante da escola. Tanto faz.
Eu só quero ser eu por um tempo. Como eu disse a Neferet, Chris provavelmente já
estava a salvo em casa. E tinha muito tempo para todo o resto. Eu suponho que também
tenha que trabalhar no Ritual da Lua Cheia... meu primeiro circulo publico e um ritual
formal. Eu estomago começou a doer. Eu ignorei.
Eu estava na metade do caminho para o dormitório quando lembrei que também
tinha uma redação para entregar segunda para a aula de sociologia. Claro, Neferet tinha
me liberado da maior parte dos trabalhos dos terceiranistas para que eu pudesse me focar
em ler o livro de sociologia mais avançado, mas eu estava tendo muito ser "normal" (O
que quer que fosse isso - olá - sou uma adolescente e uma vampira caloura. Como tudo
isso pode ser normal?), o que significava que eu me certificava de entregar os trabalhos
quando o resto da aula entregava. Então voltei correndo para meu escritório na sala de
aula, onde estava meu armário e todos os meus livros. Também era a sala de Neferet,
mas eu acabei de deixar ela tomando vinho com vários outros professores no andar de
cima. Para variar eu não tinha preocupações sobre ouvir algo horrível.
Como sempre, a porta não estava trancada. Porque ter fechaduras quando você tem
a intuição de um vampiro para assustar os abelhudos ao invés disso? A sala estava escura,
mas não importava. Eu só fui Marcada a um mês, mas eu já via tão bem com ou sem as
luzes. Na verdade, melhor. Luzes muito intensas machucavam meus olhos - luz do sol era
quase insuportável.
Eu hesitei enquanto abria meu armário, percebendo que não via o sol a quase um
mês. Eu nem pensei sobre isso até agora. Huh. Estranho.
Eu estava considerando as bizarrices da minha vida nova quando notei um pedaço de
papel que tinha sido enfiado dentro do meu armário. Ele caiu com a leve brisa que eu criei
quando abri minha porta. Minha mão o segurou, e senti uma onda de choque quando
percebi o que era.
Poesia.
Ou, mais precisamente, um poema. Era curto e a escrita era muito atraente. Eu li e
reli, registrando o que era aquilo. Haiku.
Antiga Rainha desperta
Uma crisálida ainda não formada
Suas asas vão se desdobrar?
Eu deixei meus dedos acariciarem as palavras. Eu sabia quem as tinha escrito. Só
havia uma resposta lógica. Meu coração se apertou quando sussurrei o nome dele,
"Loren..."

"É serio Stevie Rae. Se eu te contar, você tem que jurar que não vai dizer nada a
ninguém. E quando digo ninguém, me refiro especialmente a Damien e as Gêmeas."


"Dang, Zoey, você pode confiar em mim. Eu disse que juro. O que você quer que eu
faça, abra uma veia?"
Eu não disse nada.
"Zoey, você pode realmente confiar em mim. Prometo."
Eu estudei o rosto da minha melhor amiga. Eu precisava conversar com alguém -
alguém que não é um vampiro. Eu procurei dentro de mim, no núcleo do que Neferet
chamava de intuição. Eu me senti certa e confiante me relação a Stevie Rae. Eu me sentia
segura.
"Desculpe. Eu sei que posso confiar em você. É só que... eu não sei." Eu balancei a
cabeça, frustrada com minha própria confusão. "Ok, coisas estranhas aconteceram hoje."
"Você quer dizer mais do que a estranheza original que acontece por aqui?"
"Yeah. Loren Blake foi para a biblioteca hoje enquanto eu estava lá. Ele foi a primeira
pessoa com quem eu falei sobre minha idéia de Conselho de Prefeitos para as Filhas
Negras."
"Loren Blake? Como o vampiro mais lindo que a gente já viu? ness. É melhor eu
sentar." Stevie Rae caiu na cama.
"É o que eu quero dizer."
"Eu não acredito que você não disse nada sobre isso até agora. Você deve estar
morrendo."
"Bem, isso não é tudo. Ele... uh... me tocou. E mais de uma vez. Ok, na verdade eu
vi ele mais uma vez hoje. Sozinho. E eu acho que ele me escreveu um poema."
"O que!"
"Yeah, a principio foi perfeitamente inocente e eu não estava imaginando nada
demais. Na biblioteca só conversamos sobre as idéias que eu tive sobre as Filhas Negras.
Eu não achei que significasse algo. Mas, bem, ele tocou minha Marca."
"Qual?" Stevie Rae perguntou. Os olhos dela eram enormes e redondos e ela parecia
chocada como se fosse explodir.
"A do meu rosto. Naquela vez."
"Como assim naquela vez!"
"Bem, depois que eu terminei de acariciar Persephone eu não estava com pressa
para voltar para o dormitório. Então fui dar uma volta perto do muro oeste. Loren estava
lá."
"Ohmeumaravilhosodeus. O que aconteceu?"
"Eu acho que a gente flertou."
"Você acha!"
"Estávamos rindo e sorrindo um para o outro."
"Parece como flerte para mim. Deus, ele é totalmente lindo."
"Nem me fale. Quando ele sorri eu mal consigo respirar. E olha isso - ele recitou um
poema para mim," eu disse. "Foi um poema que um homem escreveu sobre sua amante
nua por baixo do luar."
"Você tem que estar brincado!" Stevie Rae começou a se arejar com a mão. "Vai logo
a parte interessante."
Eu respirei fundo. "Foi muito confuso. Tudo estava indo muito bem. Como eu disse,
estávamos rindo e conversando. Então ele disse que estava ali sozinho porque é assim
que ele se inspira para escrever haiku -"
"O que é insanamente romântico!"


Eu acenei e continuei. "Eu sei. De qualquer forma, eu disse a ele que eu não queria
atrapalhar a inspiração e incomodar ele, e ele disse que outra coisa que o inspirava que só
a noite. E ele me pediu para ser a inspiração dele."
"Puta merda."
"Exatamente o que eu pensei."
"Naturalmente você disse que ficaria feliz em inspirar ele."
"Naturalmente," eu disse.
"E..." Stevie Rae ficou prontamente ansiosa.
"E ele pediu para ver minha Marca. A dos meus ombros e costas."
"Ele não pediu."
"Ele pediu."
"Cara, eu teria tirado minha camiseta mais rápido do que você pudesse dizer Bubba
ama caminhões!"
Eu ri. "Bem, eu não tirei minha camiseta, mas deslizei minha jaqueta para baixo. Na
verdade, ele me ajudou."
"Você está me dizendo que Loren Blake, Vampiro Poeta Laureate e o homem mais
gostoso, te ajudou a tirar sua jaqueta como um cavalheiro?"
"Yeah. Bem assim." Eu demonstrei colocando minha jaqueta até os cotovelos. "E
então eu não sei exatamente o que deu em mim, mas de repente eu não estava nervosa e
agindo feito idiota. Eu tirei um lado da minha camiseta para ele. Assim." Eu coloquei
minha camiseta para baixo, expondo minhas costas e ombro e uma boa parte do meu seio
(aliviada de novo por estar usando um bom sutiã). "Foi quando ele me tocou. De novo."
"Onde?"
"Ele tracejou a minha Marca nas minhas costas e ombro. Ele disse que eu parecia
como uma antiga rainha vampira e recitou um poema para mim."
"Puta merda," Stevie Rae disse de novo.
Eu cai na cama a olhando e suspirando, colocando de volta minha camiseta. "Yeah,
foi incrível por um tempo. Eu tinha certeza que estávamos conectados. Realmente
conectados. Eu acho que a gente quase se beijou. Na verdade, eu sei que ele queria
também. E então, do nada, ele mudou. Ele ficou todo educado e formal e me agradeceu
por mostrar minha Marca e então eu me afastei."
"Bem, isso não é grande surpresa."
"Com certeza foi para mim. Quero dizer, num segundo ele estava me olhando
diretamente nos olhos e enviando enormes sinais que ele me queira e no outro - nada."
"Zoey, você ainda é uma estudante. Ele é um professor. Essa é uma escola de
vampiros e um mundo diferente da uma escola normal, mas algumas coisas não mudam.
Estudantes são fora de limites para alunos."
Eu mordi o lábio. "Ele só é um professor por meio turno."
Stevie Rae virou os olhos. "Como se isso importasse."
"Não foi só isso que aconteceu. Eu acabei de encontrar esse poema no meu
armário." Eu entreguei a ela o pedaço de papel com o haiku nele.
Stevie Rae sugou o ar. "Ohminhadeusa. Isso é tão romântico que eu podia morrer.
Como? Como ele tocou a Marca em suas costas?"
"Jesseh, como você acha? Com seus dedos. Ele tracejou as linhas." Eu juro que ainda
podia sentir o calor daquele toque.
"Ele recitou um poema de amor para você, tocou sua Marca, e então escreveu outro
poema para você..." Ela suspirou sonhadora. "É como se vocês fossem Romeu e Julieta


com todo esse negocio de amor proibido." Enquanto se abanava dramaticamente ela
parou e sentou direito. "Ah oh, e quando Erik?"
"Como assim, o que tem o Erik?"
"Ele é seu namorado, Zoey."
"Não oficialmente," eu disse timidamente.
"Bem, droga, o que o garoto tem que fazer para tornar "oficial"? Se ajoelhar? Ficou
bem obvio nesse mês que vocês estão saindo."
"Eu sei," eu disse miseravelmente.
"Então você gosta mais do Loren do que do Erik?"
"Não! Sim. Oh, diabos, eu não sei. É como se Loren fosse um mundo diferente. E não
é como se ele e eu realmente possamos sair, ou algo assim." Mas eu não tinha certeza
sobre o algo assim. Loren e eu poderíamos nos ver secretamente? Eu queria?
Como se pudesse ler meus pensamentos Stevie Rae disse, "Você poderia ver Loren
escondida."
"Isso é ridículo. Ele provavelmente nem se sente assim sobre mim." Mas mesmo
quando disse as palavras eu lembrei do calor do corpo dele e o desejo em seus olhos
escuros.
"E se ele se sentir, Z?" Stevie Rae me estudou cuidadosamente. "Você sabe, você é
diferente do resto de nós. Ninguém foi Marcado como você antes. Ninguém teve uma
afinidade pelos cinco elementos. Talvez as mesmas regras não se apliquem a você."
Meu estomago se apertou. Desde que eu cheguei na House of Night eu estive
lutando para me encaixar. E eu realmente queria fazer desse lugar meu novo lar - e ter
amigos que eu considerasse uma família. Eu não queria ser diferente e não queria jogar
por regras diferentes. Eu balancei a cabeça e falei através dos dentes cerrados, "Eu não
quero ser assim, Stevie Rae. Eu só quero ser normal."
"Eu sei," Stevie Rae disse suavemente. "Mas você é diferente. Todos sabem disso.
Além do mais, você não quer que Loren goste de você?"
Eu suspirei. "Eu não estou certa do que eu quero, a não ser que eu não quero que
ninguém descubra sobre Loren e eu."
"Meus lábios estão fechados." Stevie Rae disse, com seu pequeno sotaque Okie,
enquanto imitava fechar seus lábios e jogar a chave fora por cima dos ombros. "Ninguém
vai conseguir uma palavra de mim," ela murmurou através dos lábios meio fechados.
"Diabos! Isso me lembra, Afrodite viu Loren me tocar."
"Aquela bruxa te seguiu até o muro!" Stevie Rae disse.
"Não, não, não. Ninguém me viu lá. Afrodite entrou no mídia Center quando ele
estava tocando meu rosto."
"Ah, merda."
"Ah, merda, está certo. E tem mais. Lembra quando perdi a aula de espanhol porque
eu queria falar com Neferet? Eu não falei com ela. Eu fui até a sala dela e a porta estava
entre aberta, então eu pude escutar o que estava acontecendo lá dentro. Afrodite estava
lá."
"Aquela vadia estava dedurando você!"
"Não tenho certeza. Só ouvi um pouco do que estavam dizendo."
"Aposto que você ficou apavorada quando Neferet foi falar com você no salão de
jantar para que fosse comer com ela."
"Totalmente," eu concordei.


"Não é de se admirar que você estivesse parecendo tão enjoada. Jeesh, tudo faz
sentido agora." Então os olhos dela ficaram maiores. "Afrodite te pôs em problemas com
Neferet?"
"Não. Quando Neferet falou comigo hoje a noite ela disse que as visões de Afrodite
eram falsas porque Nyx retirou o dom dela. Então o que quer que Afrodite tenha contado
a ela, Neferet não acreditou."
"Ótimo." Stevie Rae parecia querer quebrar Afrodite ao meio.
"Não, não é bom. A reação de Neferet foi dura. Ela fez Afrodite chorar. Serio, Stevie
Rae, Afrodite ficou destruída pelo que Neferet disse a ela. Além do mais, Neferet não
parecia como si."
"Zoey, eu não acredito que vamos fazer isso de novo. Você tem que parar de sentir
pena de Afrodite."
"Stevie Rae, você não está entendendo. Isso não é sobre Afrodite, é sobre Neferet.
Ela foi cruel. Mesmo que Afrodite estivesse me dedurando e exagerando o que viu, a
resposta de Neferet foi errada. E estou com um mal pressentimento em relação a isso."
"Você está com um mal pressentimento sobre Neferet?"
"Sim... não... eu não sei. Apenas não é Neferet. É como uma coisa misturada - tudo
vindo ao mesmo tempo. Chris... Loren... Afrodite... Neferet... alguma coisa está errada,
Stevie Rae."
Ela parecia confusa, e eu percebi que precisa de uma analogia Okie para ela
entender. "Sabe como é logo antes de um tornado chegar? Quero dizer, o céu está limpo,
mas o vento começa a se acalmar e mudar de direção. Você sabe que algo está vindo,
mas nem sempre sabe o que. É assim que me sinto agora."
"Como se uma tempestade estivesse vindo?"
"Sim. Uma enorme."
"Então você quer que eu...?"
"Me ajude a cuidar da tempestade."
"Eu posso fazer isso."
"Obrigado."
"Mas primeiro podemos ver filmes? Damien acabou de encomendar Moulin Rouge da
Netflix. Ele está trazendo, e as Gêmeas conseguiram por as mãos em batatinhas que não
são livres de gordura." Ela olhou para seu relógio do Elvis. "Eles provavelmente estão lá
embaixo agora e irritados porque tem que esperar por nós."
Eu amo o fato que eu pude descarregar o que parecia como um terremoto com
Stevie Rae e em um segundo ela podia ser toda "ohminhadeusa" e no outro falar sobre
algo tão simples como batatas e filmes. Ela me fazia sentir normal e adulta e como se
tudo não fosse incrivelmente frustrante. Eu sorri para ela. "Moulin Rouge? Não é o que
tem McGregor nele?"
"Definitivamente. Eu espero que possamos ver a bunda dele."
"Você me convenceu. Vamos. E lembre-se"
"Jeesh! Eu sei, eu sei. Não diga nada sobre nada disso." Ela parou e juntou as
sobrancelhas. "Então me deixe dizer mais uma vez. Loren Blake está afim de você!"
"Terminou?"
"Yeah." Ela riu travessamente.
"Eu espero que alguém tenha me trazido coca."
"Sabe, Z, você é estranha sobre coca."
"Tanto faz, Senhorita Lucky Charms* (*sucrilhos)," eu disse, a empurrando pela
porta.


"Hey, Lucky Charms são bons para você."
"Verdade? Então, me diga, o que são marshmallows - uma fruta ou um vegetal?"
"Ambos. Eles são únicos - como eu."
Eu estava rindo da boba Stevie Rae e me sentindo melhor do que eu tinha me
sentido o dia todo quando descemos as escadas e fomos para a sala do dormitório. As
Gêmeas e Damien tinham sentado em uma grande TV de tela plana, e eles acenaram para
nós. Eu vi que Stevie Rae estava certa, eles estavam com Doritos e os afundando em
molho de cebola (parece nojento, mas é bem gostoso). Meu bom pressentimento ficou
ainda melhor quando Damien me deu um enorme copo de coca.
"Vocês demoraram," ele disse, dando espaço para podermos sentar ao lado dele no
sofá. As Gêmeas, naturalmente, estavam sentadas em duas cadeiras idênticas que
colocaram perto do sofá.
"Desculpe," Stevie Rae disse, e então acrescentou com um sorriso para Erin, "Eu tive
um movimento do estomago."
"Excelente uso das descrições apropriadas, Stevie Rae," Erin disse, parecendo
satisfeita.
"Uhg, coloque o filme," Damien disse.
"Espera, eu tenho o controle," Erin disse.
"Espere!" Eu peguei dela antes dela apertar play. O volume estava no mudo, mas eu
podia ver que a Chera Kimiko do canal Fox 23. O rosto dela parecia triste e serio enquanto
ela falava diretamente para a câmera. Embaixo da tela corria a as palavras "corpo de
adolescente encontrado." "Aumente o volume." Shaunee tirou a TV do mudo.
"Repetindo nossa estória principal dessa manhã: o corpo do jogador de futebol da
Union, Chris Ford, foi descoberto por dois caiaquistas na tarde de sexta. O corpo esbarrou
nas rochas e nos bancos de areia usadas na barragem da área da Rua Vinte e Um no Rio
de Arkansas para criar a nova correnteza para recreação. Fontes nos informaram que o
adolescente morreu devido a perda de sangue associado com múltiplas lacerações, e que
ele pode ter sido espancado por um grande animal. Vamos ter mais informações depois
que o exame do legista for liberado."
Meu estomago, que finalmente tinha começado a se acalmar, se apertou. Eu senti
meu corpo ficar frio. Mas a má noticia não acabou. Os lindos olhos marrons de Chera
olharam seriamente para a câmera enquanto ela continuou.
"No salto desse trágico evento noticias reportam que outro jogador da Union está
desaparecido." A tela mostrou a foto de um cara fofo da Union usando o tradicional
uniforme vermelho e branco. "Brad Higeons foi visto pela ultima vez depois da escola na
sexta na Starbucks na Utica Square onde ele estava postando fotos de Chris. Brad não
apenas era colega de Chris, ele também era seu primo."
"Ohminhadeusa! O time de futebol da Union está caindo feito mosca," Stevie Rae
disse. Ela olhou para mim e vi os olhos dela se alargarem. "Zoey, você está bem? Você
não parece muito bem."
"Eu também o conhecia."
"Isso é estranho," Damien disse.
"Os dois sempre festejavam juntos. Todos os conheciam porque eles eram primos,
embora Chris seja negro e Brad branco."
"Faz perfeito sentido para mim," Shaunee disse.
"Pra mim também, Gêmea," Erin disse.
Eu mal podia ouvir eles pelo zumbido em meus ouvidos. "Eu... eu preciso ir dar uma
volta."


"Eu vou com você," Stevie Rae disse.
"Não, você fica aqui e assiste o filme. Eu só - eu só preciso de ar."
"Tem certeza?"
"Absoluta. Eu não demoro. Eu volto em tempo de ver a bunda de Ewan." Embora eu
quase pudesse sentir o olhar preocupado que Stevie Rae estava me dando (e ouvir as
Gêmeas discutirem com Damien se eles realmente iriam ver a bunda de Ewan), eu sai
apressada do dormitório para a fria noite de novembro.
Cegamente, me afastei do prédio principal da escola, instintivamente indo para a
direção oposta de onde pudesse me encontrar com pessoas. Eu me forcei a continuar me
mexendo e respirando. O que diabos tem de errado comigo? Meu peito está apertado e
meu estomago está tão enjoado que eu tive que engolir com força para não vomitar. O
zumbido nos meus ouvidos parecem ter melhorado, mas não houve alivio da ansiedade
que tinha se apoderado de mim como um pacote. Tudo dentro de mim gritava, algo não
está certo!
Algo não está certo! Algo não está certo!
Enquanto andei gradualmente notei que a noite, que estava limpa, com um céu cheio
de estrelas ajudando a quase lua cheia a iluminar a grossa escuridão, de repente se
encheu de nuvens. A suave brisa legal tinha virado fria, fazendo as folhas secas tremerem
ao meu redor, misturando o cheiro de terra e vento com a escuridão... de alguma forma
isso me acalmou e o tumulto de pensamentos desconexos e a ansiedade diminuíram o
suficiente para mim poder pensar.
Eu fui para os estábulos. Lenobia disse que eu podia escovar Persephone quando eu
precisasse pensar e ficar sozinha. Eu definitivamente preciso disso, e ter uma direção para
ir - e um destino - era uma pequena coisa boa no meio do caos interno.
Os estábulos eram logo a frente, estendendo-se em forma grande e baixa, e minha
respiração começou a vir mais fácil quando eu ouvi o som. A principio eu não soube o que
era. Era muito abafado - muito estranho. Então achei que pudesse ser Nala. Era bem dela
me seguir e reclamar para mim em sua estranha voz de velhinha, até que eu parasse e a
pegasse. Eu olhei ao redor e chamei "gatinha-gatinha" suavemente.
O som ficou mais distinto, mas eu percebi que não era um gato. Um movimento
perto do celeiro pegou meus olhos, e eu vi uma forma que estava sentada no banco perto
da porta da frente. Só havia uma luz ali, e era do lado da porta. O banco era logo ali fora
na ponta do alcance da luz amarela.
Eu me movi de novo, e notei que a forma deveria ser uma pessoa... ou um calouro...
ou um vampiro. Estava sentada, mais meio arqueada, quase dobrada em si. O som
começou de novo. Quanto cheguei mais perto pude ver que era um estranho choro -
como se alguém estivesse sentado ali com dor.
Naturalmente, eu quis correr para a direção oposta, mas eu não podia. Não seria
certo. Além do mais, eu senti - o conhecimento interior que me disse que não podia ir
embora. Que o que quer que estivesse acontecendo no banco era algo que eu tinha que
encarar.
Eu respirei fundo e me aproximei do banco.
"Uh, você está bem?"
"Não!" A palavra era um assustador e explosivo som sussurrado.
"Posso - posso te ajudar?" Eu perguntei, tentando ver nas sombras quem era que
estava sentado ali. Eu pensei ver um cabelo colorido claro, e talvez algumas mãos
cobrindo o rosto...
"A água! A água é tão fria e profunda. Não consigo sair... não consigo sair."


Ela tirou as mãos do rosto e então olhou para mim, mas eu já sabia quem ela era. Eu
reconheci sua voz. E eu também reconhecia o que estava acontecendo com ela. Eu me
forcei a me aproximar com calma. Ela me encarou. O rosto dela estava coberto de
lagrimas.
"Anda, Afrodite. Você está tendo uma visão. Precisamos ir ver Neferet."
"Não!" Ela disse. "Não! Não me leve a ela. Ela não vai me ouvir. Ela - ela não
acredita mais em mim."
Eu lembrei o que Neferet disse mais cedo sobre Nyx ter retirado os dons de Afrodite.
Porque eu deveria me meter com ela? Quem sabia o que estava acontecendo com
Afrodite? Ela provavelmente estava fazendo algum patético plano para chamar atenção, e
eu não tinha tempo para essa merda.
"Ótimo. Vamos dizer que eu também não acredito em você," eu disse a ela. "Fique
aqui e tenha suas visões ou o que for. Eu tenho outras coisas para me preocupar." Eu
virei para ir ao estábulo, e as mãos dela se contorceram, e ela agarrou meu pulso.
"Você tem que ficar!" Ela disse através dos dentes cerrados. Obviamente, ela estava
tendo dificuldades para falar. "Você tem que ouvir a visão!"
"Não, eu não tenho." Eu tirei os dedos dela do meu pulso. "O que quer que esteja
acontecendo, é sobre você - não eu. Lide você com isso." Dessa vez quando virei me
afastei mais rapidamente.
Mas não rápida o bastante. As próximas palavras dela pareceram me cortar ao meio.
"Você tem que me ouvir. Se não sua avó vai morrer."


NOVE

"Do que diabos você está falando!" eu gritei para ela.
Ela estava arfando em estranhos pequenas respirações ofegantes, e os olhos dela
estavam começando a tremer. Mesmo na escuridão eu podia ver o branco deles começar
a aparecer. Eu agarrei os ombros dela e a chacoalhei.
"É o que eu vejo!"
Claramente tentando se controlar ela acenou com um pequeno sacudido. "Eu vou,"
ela disse. "Apenas fique comigo."
Eu sentei ao lado dela no banco e deixei ela agarrar minha mão, sem me importar
que ela estava me apertando com tanta força que eu achei que ela fosse quebrar algo -
sem me importar que ela fosse minha inimiga e alguém que eu nunca iria confiar - sem
me importar com nada a não ser o fato de que vovó pudesse estar em perigo.
"Eu não vou a lugar nenhum," eu disse assustada. Então lembrei como Neferet tinha
estimulado ela. "Me diga o que você vê, Afrodite."
"Água! É horrível... tão marrom e gelada. É tudo uma confusão... não posso - não
posso abrir as portas de Saturno..."
Eu senti um terrível choque. Vovó tinha um Saturno! Ela o comprou porque era um
dos caras ultra seguros que deveriam sobreviver a tudo.
"Mas onde está o carro, Afrodite? Em que água ele está?"
"Rio Arkansas," ela disse. "A ponte - vai cair."
Afrodite chorou, soando aterrorizada. "Eu vi o cara na minha frente cair e bater na
barca. Está em chamas! Aqueles garotinhos... os que estavam tentando fazer motoristas
de caminhões buzinarem quando passavam... eles estavam no carro."
Eu engoli com força. "Ok, qual ponto? Quando?"
O corpo todo de Afrodite ficou tenso. "Eu não consigo sair! Eu não consigo sair! A
água, é..." Ela fez um horrível barulho, que eu juro parecia como se ela estivesse se
afogando, e então ela desmoronou no banco, a mão dela ficando mole na minha.
"Afrodite!" eu chacoalhei ela. "Você tem que acordar. Você tem que me contar o que
viu!"
Devagar, os olhos dela se mexeram. Dessa vez eu não vi o branco dos olhos dela, e
quando ela os abriu eles pareciam normais. Afrodite bruscamente soltou minha mão e
tremendo tirou seu cabelo do rosto. Eu notei que estava úmido, e que ela estava coberta
de suor. Ela piscou mais algumas vezes antes de encontrar meus olhos. O olhar dela era
firme, mas não podia ouvir nada a não ser exaustão na sua expressão ou em sua voz.
"Ótimo, você ficou," ela disse.
"Me conte o que você viu. O que aconteceu com minha avó?"
"A ponte que o carro dela estava caiu e ela caiu no rio e se afogou," ela disse
firmemente.
"Não. Não, isso não vai acontecer. Me diga que ponte. Quando. Como. Eu vou
impedir."
Os lábios de Afrodite se ergueram na sombra de um sorriso. "Oh, quer dizer que
você de repente acredita nas minhas visões?"
Medo por vovó era como uma dor que cozinhava dentro de mim. Eu agarrei o braço
dela e levantei, a levantando comigo. "Vamos."
Ela tentou se soltar, mas estava fraca, e eu a segurei facilmente. "Onde?"
"Para Neferet, é claro. Ela vai resolver essa merda, e você vai falar com ela."


"Não!" ela quase gritou. "Eu não vou deixar. Eu juro que não. Não importa o que, eu
vou dizer que não lembro nada a não ser água e a ponte."
"Neferet vai arrancar isso de você."
"Não ela não vai! Ela vai ser capaz de te dizer que estou mentindo, que estou
escondendo algo, mas ela não será capaz de dizer o que. Se você me levar até ela, sua
avó morre."
Eu me senti tão enjoada que comecei a tremer. "O que você quer, Afrodite? Você
quer ser líder das Filhas Negras de novo? Ótimo. Pegue de volta. Só me conte sobre a
vovó."
Um olhar de pura dor passou no rosto pálido de Afrodite. "Você não pode me
devolver, só Neferet pode."
"Então o que você quer?"
"Eu só quero que você me escute para que saiba que Nyx não me abandonou. Eu
quero que você acredite que minhas visões ainda são reais." Ela encarou meus olhos. A
voz dela era devagar e cansada. "E eu quero que você me deva. Algum dia você será uma
poderosa Alta Sacerdotisa, mais poderosa até que Neferet. Algum dia eu posso precisar de
proteção, e é quando você me dever vai ser útil."
Eu queria dizer que não havia jeito deu proteger ela de Neferet. Agora não - talvez
nunca. E eu não iria querer. Afrodite estava acabada, e eu já testemunhei o quão egoísta
e odiosa ela poderia ser. Eu não queria dever a ela; eu não queria nada a ver com ela.
E eu também não tinha escolha.
"Ótimo. Eu não vou te levar para Neferet. Agora o que você viu?"
"Primeiro me de sua palavra que você ira me dever. E lembre-se, essa não é uma
promessa humana vazia. Quando vampiros dão sua palavra - sejam calouros ou adultos -
é uma obrigação."
"Se você me disser como salvar minha avó eu te dou minha palavra que irei te dever
um favor."
"Da minha escolha," ela disse com malicia.
"Yeah, tanto faz."
"Você tem que dizer o juramento completo."
"Se você me disser como salvar minha avó eu te dou minha palavra que irei te dever
um favor da sua escolha."
"Então está dito; então será feito," ela sussurrou. A voz dela mandou calafrios para
as minhas costas, que eu ignorei.
"Me conte."
"Eu tenho que sentar primeiro," ela disse. De repente, tremendo de novo, ela caiu no
banco.
Eu sentei ao lado dela e esperei impacientemente enquanto ela se ajeitava. Quando
ela começou a falar eu senti como se a onda de horror do que ela estava vendo passasse
por mim, e eu sabia dentro da minha alma que ela estava me dizendo a versão
verdadeira. Se Nyx estava irritada com Afrodite, a deusa não estava mostrando isso hoje a
noite.
"Esta tarde sua avó ira estar em Muskogee Turnpike vindo para Tulsa." Ela parou e
balançou a cabeça para o lado, como se estivesse ouvindo o vento ou algo assim. "Seu
aniversário é mês que vem. Ela vai para a cidade comprar seus presente."
Eu senti uma onda de surpresa. Afrodite estava certa. Meu aniversario é em
dezembro - eu tinha um horrível aniversário no dia 24 de dezembro, então eu nunca
realmente o celebrei. Todos sempre queriam que eu o juntasse com o natal. Mesmo ano


passado, quando estava fazendo 16 anos e deveria ter tido uma enorme festa legal, eu
não fiz nada especial. Era realmente chato... eu me balancei. Agora não era a hora de me
prender as minhas reclamações de aniversário.
"Ok, então ela esta vindo para a cidade esta tarde, e o que acontece?"
Afrodite estreitou os olhos, como se tivesse tentando ver além da escuridão. "É
estranho. Eu normalmente posso dizer por que esses acidentes acontecem - como um
avião que não funciona ou algo assim, mas dessa vez eu estava tão ligada em sua avó,
que não tenho certeza porque a ponte quebra." Ela olhou para mim. "Pode ser porque é a
primeira visão que eu tive quando alguém que eu reconheço morre. Me desligou."
"Ela não vai morrer," eu disse firmemente.
"Então ela não pode estar naquela ponte. Eu lembrei do relógio no painel do carro
ele dizia querem 15:15, então tenho certeza que acontece a tarde."
Automaticamente olhei para meu relógio, eram 6:10. Vai amanhecer em menos de
uma hora (e eu deveria estar indo para cama), o que significa que vovó pode estar
acordando. Eu conhecia o horário dela. Ela acordava perto do amanhecer e ia dar uma
caminhada com a suave luz do sol. Então ela voltava para sua aconchegante cabana e
comia um leve café da manha antes de começar o que quer que fosse que precisasse de
trabalho na fazenda de lavanda. Eu ligaria para ela e me certificaria que ela ficasse em
casa, então ela nem iria se arriscar dirigindo hoje. Ela estaria segura; eu me certificaria
disso. Então outro pensamento passou pela minha mente. Eu olhei para Afrodite.
"O que acontece com as outras pessoas? Eu lembro que você disse algo sobre alguns
garotos em um carro na sua frente, e o carro bate e pega fogo."
"Yeah."
Eu franzi a testa para ela, "Yeah, o que?"
"Yeah, eu estava observando do ponto de vista da sua avó e vi um bando de outros
carros caírem ao meu redor. Aconteceu rápido, então não sei dizer quantos eram."
Ela não disse mais nada, e eu balancei a cabeça enojada. "E quanto a salvar eles?
Você disse que garotinhos morrem!"
Afrodite deu nos ombros. "Eu te disse minha visão foi confusa. Eu não consegui ver
exatamente onde estava, e a única razão que eu sabia quando é, é porque eu vi a data na
colisão da sua avó."
"Então você vai deixar o resto das pessoas morrer?"
"Porque você se importa? Sua avó vai ficar bem."
"Você me enoja, Afrodite. Você se importa com algo a não ser você mesma?"
"Tanto faz, Zoey. Como se você fosse tão perfeita? Eu não ouvi você se importar com
mais ninguém a não ser sua avó."
"É claro que fiquei mais preocupada com ela! Eu a amo! Mas eu também não quero
que mais ninguém morra. E ninguém vai se eu puder impedir. Então, você precisa
descobrir um jeito de me dizer de que ponte estamos falando."
"Eu já te disse - fica em Muskogee Turnpike. Eu não sei dizer qual."
"Pense mais! O que mais você vê?"
Ela suspirou e fechou os olhos. Eu vi o rosto dela enquanto suas sobrancelhas se
enrugavam e ela pareceu se contrair. Com seus olhos ainda fechados ela disse, "Espere,
não. Não é em Turnpike. Eu vi uma placa. É a ponte da I-40 por cima do Rio Arkansas - a
que fica logo na curva de Turnpike perto da Webber Falls." Então ela abriu os olhos. "Você
sabe quando e onde. Não posso te dizer muito mais. Eu acho que algum tipo de barco,
tipo uma barca, bate na ponte, mas é tudo o que eu sei. Eu não vi nada para identificar a
barca. Então, o que você vai fazer para impedir?"


"Eu não sei, mas eu vou," eu murmurei.
"Bem, enquanto você pensa sobre como salvar o mundo, eu vou voltar para o
dormitório e fazer as unhas. Unhas estragadas é algo que eu considero trágico."
"Sabe, ter pais horríveis não é exatamente uma desculpa para não ter coração," eu
disse. Ela se virou e eu a vi parar. As costas dela ficaram realmente arrumadas e quando
ela olhou por cima dos ombros para mim eu pude ver que os olhos dela se estreitaram de
raiva.
"O que você saberia sobre isso?"
"Sobre seus pais? Não muito a não ser que eles controladores e que sua mãe é um
pesadelo. Sobre pais problemáticos em fetal? Muito. Eu vivo com problemas sobre pais
chatos desde que minha mãe casou novamente três anos atrás. É uma merda, mas não é
uma desculpa para ser uma vaca."
"Tente 18 anos de muito mais do que só "problemas sobre pais chatos" e talvez você
comece a entender algo sobre isso. Até lá, você não sabe nada." Então, como a velha
Afrodite que eu conhecia e não podia confiar, ela virou o cabeça e se afastou, e
balançando seu traseiro pequeno como se eu me importasse.
"Problemas. Essa garota tem grandes problemas." Eu sentei no banco e comecei a
remexer na minha bolsa procurando o celular, feliz por o carregar comigo embora fosse
forçada a manter ele no silencioso, sem nem poder vibrar. A razão podia ser resumida em
uma palavra. -Heath. Ele era meu humano quase ex-namorado, e desde que ele e minha
definitivamente ex-melhor amiga, Kayla, tentaram me "resgatar" (que foi o que eles
falaram - idiotas) da House of Night, Heath passou dos limites com o nível da sua
obsessão por mim. É claro, não era realmente culpa dele. Fui eu que experimentei o
sangue dele e comecei todo o negocio do Imprint com ele, mas ainda sim. De qualquer
forma, mesmo que as mensagens dele tenham diminuído para um zilhão (ou seja, mais ou
menos umas 20), por um, ou dois, ou três dias, eu ainda não sentia a vontade de deixar
meu telefone ligado e ser incomodada por ele. E, certa o suficiente, quando o abri haviam
duas ligações perdidas, as duas de Heath. Nenhuma mensagem no entanto, então talvez
ele esteja demonstrando a habilidade de aprender.
Vovó soou sonolenta quando atendeu o telefone, mas assim que percebeu que era
eu ela se alegrou.
"Oh, Zoeybird! É tão bom acordar com sua voz," ela disse.
Eu sorri para o telefone. "Sinto saudades, vovó."
"Eu também sinto sua falta, querida."
"Vovó, a razão pela qual eu liguei é meio estranha, mas você vai ter que confiar em
mim."
"É claro que eu confio em você," ela respondeu sem hesitar. Ela é tão diferente da
minha mãe que às vezes eu me pergunto como elas podem ser parentes.
"Ok, hoje mais tarde você estava planejando ir para Tulsa fazer compras, certo?"
Então houve uma breve pausa, e ela riu. "Suponho que vá ser difícil manter
surpresas de aniversário da minha neta vampira."
"Eu preciso que você faça algo, vovó. Prometa que você não vai a lugar algum hoje.
Não entre no carro. Não dirija para lugar nenhum. Fique em casa e relaxe."
"O que está acontecendo, Zoey?"
Eu hesitei, sem ter certeza do que dizer a ela. Então com aquela sua habilidade de
me entender, ela disse suavemente, "Lembre-se, você pode me contar qualquer coisa,
Zoeybird. Eu acredito em você."


Eu não percebi que estava segurando o fôlego até aquele momento. Soltando o
fôlego eu disse, "A ponte na I-40 que passe pelo Rio Arkansas perto da Webber Falls vai
cair. Você deveria estar nela, e você teria morrido." Eu disse a ultima parte suavemente,
quase sussurrando.
"Oh! Oh, meu! É melhor eu sentar."
"Vovó, você está bem?"
"Eu suponho que esteja agora, mas eu não estaria se você não tivesse me avisado,
que é porque estou me sentindo com uma leve dor de cabeça." Ela deve ter pego uma
revista ou algo assim porque eu pude ouvir ela se ventilando. "Como você descobriu isso?
Você está tendo visões?"
"Não, eu não. É Afrodite."
"A garota que costumava ser líder das Filhas Negras? Eu não achei que vocês duas
fossem amigas."
Eu bufei. "Não somos. Definitivamente não. Mas eu a encontrei tendo uma visão e
ela me disse o que viu."
"E você confia nessa garota?"
"Não, mas confio no poder dela, e eu a vi, vovó. Era como se ela estivesse lá, com
você. Foi horrível. Ela viu a batida, e aqueles garotinhos morreram..." Eu tive que parar
para respirar. A verdade de repente me tocou: minha avó poderia ter morrido hoje.
"Espere, tinha mais pessoas na batida?"
"Yeah, quando a ponte caiu vários carros caem no rio."
"Mas e quanto as outras pessoas?"
"Eu vou cuidar disso também. Você fique em casa."
"Eu não deveria ir para ponte e tentar impedir eles?"
"Não! Fique longe de lá. Eu vou me certificar que ninguém se machuque - eu
prometo. Mas eu tenho que saber que você estará segura," eu disse.
"Ok, querida. Eu acredito em você. Você não tem que se preocupar comigo. Eu vou
ficar segura em casa. Você cuide do que precisar fazer, e se precisar de mim, me ligue. A
qualquer hora."
"Obrigado, vovó. Eu te amo."
"Eu também te amo, u-we-tsi a-ge-hu-tsa."
Depois de desligar eu passei um tempinho sentada ali, me permitindo parar de
tremer, mas apenas por um pouco. Um plano já estava se formando na minha cabeça, e
eu não tinha tempo para surtar. Eu precisava botar meu plano em ação.


DEZ

"Então porque não podemos contar a Neferet sobre essa confusão? Só o que ela tem
que fazer são algumas ligações, como ela fez mês passado quando Afrodite teve uma
visão sobre um avião cair no aeroporto de Denver," Damien disse, tendo cuidado de
manter sua voz baixa. Eu me apressei de volta ao dormitório, juntei meu grupo, e dei a
eles a versão curta da visão de Afrodite.
"Ela me fez prometer que não iria falar para Neferet. As duas estão tendo algum tipo
de estranha briga."
"Já era hora de Neferet começar a ver que vaca ela é," Stevie Rae disse.
"Vaca odiosa," Shaunne disse.
"Bruxa do inferno," Erin concordou.
"Yeah, bem, o que ela é não importa. São as visões dela e as pessoas que estão em
perigo de morrer," eu disse.
"Eu ouvi que as visões dela não são mais creditáveis porque Nyx retirou seu favor em
relação a Afrodite," Damien disse. "Talvez seja por isso que ela te fez prometer não ir a
Neferet, porque isso é algo que ela inventou e ela quer que você surte e faça algo
estranhamente embaraçoso e faça você parecer incompetente, ou se meta em
problemas."
"Eu também pensaria isso se não tivesse visto ela ter a visão. Ela não estava
fingindo, tenho certeza."
"Mas ela está dizendo a verdade toda?" Stevie Rae perguntou.
Eu pensei por um segundo. Afrodite já tinha admitido para mim que ela podia
esconder partes da sua visão de Neferet. O que me faz pensar que ela não está fazendo a
mesma coisa comigo? Então lembrei da brancura em seu rosto, do jeito que ela agarrou
minha mão, e o medo na voz dela enquanto ela se juntava a minha avó na morte. Eu
tremi.
"Ela estava dizendo a verdade," eu disse. "Vocês vão ter que confiar na minha
intuição." Eu olhei para meus quatro amigos. Nenhum deles estava feliz sobre isso, mas
eu sabia que cada um deles confiava em mim e que eu podia contar com eles. "Então, o
negocio é o seguinte, eu já liguei para vovó. Ela não estará na ponte, mas um bando de
pessoas irá. Precisamos descobrir um jeito de salvar essas outras pessoas."
"Afrodite disse que uma barca vai bater na ponte e fazer ela cair?" Damien
perguntou.
Eu acenei.
"Bem, você poderia fingir ser Neferet e fazer o que ela faz, ligar para quem quer que
esteja no comando da barca e dizer a eles que um dos estudantes teve uma visão sobre a
tragédia. As pessoas escutam Neferet; eles tem medo de não ouvir. É um fato bem
conhecido que as informações dela salvam vidas humanas."
"Já pensei sobre isso, mas não vai funcionar porque Afrodite não viu a barca
claramente. Ela nem tem certeza se é uma barca. Então não tem como começar a
contatar alguém. E não posso fingir ser Neferet. É errado. Eu quero dizer, em falar em
pedir para se meter em problemas. Você não pode me dizer que quem quer que eu esteja
falando não vai retornar a ligação com algum tipo de relatório para Neferet. Então o
inferno está a solta."
"Cena horrível," Shaunee disse.
"Yeah, Neferet poderia descobrir que a bruxa teve outra visão, então nossa promessa
de não dizer nada é quebrada," Erin disse.


"Ok, então parar a barca não tem como, e fingir ser Neferet também. Isso deixa
fechar a ponte como nossa única opção," Damien disse.
"Foi o que eu pensei também," Eu disse.
"Ameaça de bomba!" Stevie Rae disse de repente. Todos olhamos para ela.
"Huh?" Erin perguntou.
"Explique," Shaunee disse.
"Ligamos para quem quer que os malucos que fazem ameaças de bomba ligam."
"Na verdade isso poderia funcionar," Damien disse. "Quando tem uma ameaça de
bomba num prédio eles sempre o evacuam. Então é de imaginar que se houver uma
ameaça de bomba na ponte, a ponte seja fechada, pelo menos até descobrirem que a
bomba é falsa."
"Se eu ligar do celular eles não vão saber que sou, vão?" eu perguntei.
"Oh, por favor," Damien disse, balançando a cabeça como se eu fosse uma idiota
completa. "É claro que eles podem rastrear celulares. Isso não é os anos 90."
"Então o que eu faço?"
"Você ainda pode usar um telefone. Mas vai ter que ser um descartável," Damien
explicou.
"Que nem uma câmera descartável?"
"Onde você esteve?" Shaunne perguntou.
"Quem não sabe sobre celulares descartáveis?" Erin disse.
"Eu não sei," Stevie Rae disse.
"Exato," As Gêmeas falaram juntas.
"Aqui" - Damien pegou um Nokia que parecia muito nerd do bolso - "use o meu."
"Porque você tem um descartável?" Eu estudei o telefone. Parecia normal.
"Eu comprei depois que meus pais surtaram por eu ser gay. Até eu ser Marcado e vir
aqui eu senti que eles estavam me castigando para a vida toda. Quero dizer, não que eu
esperasse que eles fossem me trancar num armário ou algo assim, mas eu estava
preparado. Desde então sempre carrego um."
Nenhum de nós sabia o que dizer. É uma droga que os pais de Damien tenham
surtado tanto sobre ele ser gay.
"Obrigado, Damien," eu finalmente disse.
"Sem problemas. Quando você terminar desligue ele e me devolva. Eu vou destruir
ele."
"Ok."
"E se certifique de dizer a eles que a bomba está plantada embaixo das linhas de
água. Assim eles fecham a ponte por tempo o suficiente para mandar os motoristas
pararem."
Eu acenei. "Boa idéia. Vou dizer a eles que a bomba vai explodir as 15:15, que é a
hora exata em que Afrodite disse que marcava o painel do carro da minha vó quando ela
bateu."
"Eu não sei quanto tempo essas coisas levam, mas você provavelmente deveria ligar
lá pelas duas e meia, me parece tempo o suficiente para eles fecharem a ponte, mas não
tempo demais para descobrirem que é uma ameaça falsa, e deixar os carros voltarem a
para a ponte cedo demais," Stevie Rae disse.
"Uh, gente," Shaunee disse. "Pra quem você vai ligar?"
"Diabos, eu não sei." Eu estava sentindo o estresse nos ombros e sabia que eu ficaria
com uma enorme dor de cabeça em breve.
"Pesquise no Google," Erin disse.


"Não," Damien disse rapidamente. "Não queremos nenhum tipo de traço no
computador. Você só precisa ligar para uma filial local dos FBI. Estará na lista telefônica.
Eles vão fazer o que fazem com as ligações dos loucos."
"Como os rastrear e colocar eles na cadeia pelo resto da eternidade," eu murmurei
mau humorada.
"Não, não vão pegar você. Você não está deixando nenhum rastro. Eles não terão
motivo para pensar que é um de nós. Ligue as 14:30. Diga a eles que plantou uma bomba
de baixo da ponte porque..." Damien hesitou.
"Por causa da poluição!" Stevie Rae disse.
"Poluição?" Shaunne disse.
"Eu não acho que deve ser por causa da poluição. Eu acho que deve ser porque você
está cansada da interferência do governo nos setores privados," Erin disse.
Eu pisquei para ela. O que diabos ela disse?
"Excelente ponto, Gêmea," Shaunne disse.
Erin riu. "Eu pareço meu pai. Ele estaria orgulhoso. Bem, não sobre fingir explodir
uma ponte, mas as outras coisas, yeah."
"Entendemos, Gêmea," Shaunee disse.
"Eu ainda acho que deve ser porque você está cansada da poluição. Poluição é um
problema real," Stevie Rae disse teimosamente.
"Ok, que tal eu dizer que é por causa da interferência do governo e da poluição em
nossos rios? Isso seria uma razão para por uma bomba numa ponte." Eles me olharam
com expressões em branco. Eu suspirei. "Por causa da poluição no rio."
"Ohhh," eles disseram.
"Vamos ser terroristas nerds," Stevie Rae disse com uma risada.
"Eu acho que isso é uma coisa boa," Damien disse.
"Então temos um acordo? Eu ligo para o FBI, e mantemos nossa boca fechada sobre
a visão de Afrodite."
Eles acenaram.
"Ótimo. Ok. Eu vou encontrar uma lista telefônica e olhar para o numero do FBI, e
então -"
Um movimento pegou o canto da minha visão, e eu olhei para cima para ver Neferet
escoltando dois homens de ternos no dormitório. Todos ficaram instantaneamente em
silencio, e ouvi um sussurro de "Eles são humanos..." começar a zumbir pelo dormitório.
Então não tive tempo para pensar ou escutar, porque era obvio que Neferet e os dois
homens estavam andando diretamente para mim.
"Ah, Zoey, aí está você." Neferet sorriu para mim com seu calor usual. "Esses
cavalheiros precisam falar com você. Eu acredito que podemos ir para a biblioteca. Isso
não deve levar muito tempo." Neferet gesticulou para os homens e eu seguirmos ela
enquanto saímos da sala (com todos olhando abertamente para nós com caras de bobo)
para o pequeno aposento que chamávamos de biblioteca do dormitório, mas era mais
uma sala de computador com algumas cadeiras confortáveis e algumas prateleiras com
papel. Só haviam duas garotas nos computadores, e com um rápido pedido Neferet se
livrou delas. Elas saíram com pressa, e ela fechou a porta atrás delas, então virou para
nos olhar. Eu olhei para o relógio em cima do computador. Eram 7:06 de uma manhã de
sábado. O que estava acontecendo?


"Zoey, esse é o Detetive Marx" - ela apontou para o mais alto dos dois caras - "e
Detetive Martin da divisão de homicídios do departamento de Policia de Tulsa. Eles
querem te fazer algumas perguntas sobre o garoto humano que foi morto."
"Ok," eu disse, me perguntando que tipo de perguntas eles poderiam querer me
fazer. Diabos, eu não sabia nada. Eu nem o conhecia tão bem.
"Srta. Montgomery," Detetive Marx começou, mas ele foi cortado por Neferet.
"Redbird," ela disse.
"Senhora?"
"Zoey legalmente mudou seu sobrenome para Redbird quando se tornou emancipada
como menor ao entrar nessa escola mês passado. Todos os nossos alunos são legalmente
emancipados. É útil devido a natureza única da nossa escola."
O policial deu um breve aceno. Eu não consegui perceber se ele estava ou não
incomodado, mas acho que do jeito que ele continuou a olhar para Neferet a resposta era
não.
"Srta. Redbird," ele continuou,"recebemos informações que você conhecia Chris Ford
e Brad Higeons. É verdade?"
"Yeah, quero dizer sim," eu corrigi rapidamente. Claramente essa não era uma boa
hora para soar como uma adolescente boba. "Eu conheço... bem, eu conhecia os dois."
"Como assim, conhecia?" Detetive Martin, o policial baixo, disse afiadamente.
"Bem, é que eu não ando mais com adolescentes humanos, mas mesmo antes de ser
Marcada eu não via muito Chirs ou Brad." Eu me perguntei por que ele estava tão tenso,
então percebi que era porque Chris estava morto e Brad estava desaparecido que o jeito
que eu falei no passado provavelmente soou muito mal.
"Quando foi a ultima vez que você viu os dois garotos?" Marx perguntou.
Eu mordi o lábios, tentando lembrar. "Há meses - desde o inicio da temporada de
futebol, e então quando duas ou talvez três festas aconteceram e eles também estavam
lá."
"Então você estava com nenhum deles?"
Eu franzi. "Não. Eu estava meio que saindo com o quarter-back da Broken Arrow. É a
única razão pela qual eu conhecia os caras da Union." Eu sorri, tentando relaxar. "As
pessoas acham que os jogadores da Union odeiam os jogadores da BA. Não é verdade. A
maior parte deles cresceu juntos. Vários deles ainda são amigos."
"Srta. Redbird, você está na House of Night a quanto tempo?" a policial baixo
perguntou como se tentasse ser agradável.
"Zoey está conosco a quase um mês," Neferet respondeu por mim.
"E nesse tempo Chris ou Brad te visitaram?"
Totalmente surpresa, eu disse. "Não!"
"Você está dizendo que humanos adolescentes não te visitam?" Martin fez a pergunta
rapidamente.
Me pegando com a guarda baixa eu balbuciei feito uma idiota e tenho certeza que
parecia completamente culpada. Graças a Deus, Neferet me salvou.
"Dois amigos de Zoey a viram na primeira semana dela aqui, embora eu não acho
que de pra chamar eles de visitas oficiais," ela disse com um suave sorriso adulto,
mirando nos detetives que claramente dizia garotos serão garotos. Eles acenaram e me
encorajaram. "Vá em frente e conte sobre seus dois amigos que acharam que seria
divertido escalar nossos muros."
Os olhos verdes de Neferet se trancaram nos meus. Eu contei a ela tudo sobre Heath
e Kayla subirem o muro com a ridícula idéia de me soltarem. Ou pelo menos essa era a


idéia de Heath. Kayla, minha ex-melhor amiga, só queria que eu visse que ela estava
dando em cima de Heath. Eu disse a Neferet tudo isso, nada mais. Como eu
acidentalmente experimentei o sangue de Heath - até Kayla me pegar e surtar totalmente.
Olhando nos olhos de Neferet eu sabia tanto como se ela tivesse dito as palavras em voz
alta que era para manter o meu pequeno incidente sobre provar sangue para mim
mesma, o que era mais que ok para mim.
"Não foi nada demais, foi um mês atrás. Kayla e Heath acharam que deveria vir aqui
e me soltar." Eu parei balançando a cabeça como achasse que fossem completamente
loucos, e o policial alto soltou, "Kayla e Heat quem?'
"Kayla Robinson e Heath Luck* (*sorte)," eu disse. (Yeah, o sobrenome de Heath
realmente é Luck, mas a única coisa que ele teve sorte particularmente é não pegar uma
DST.) "De qualquer forma, Heath é meio devagar às vezes, e Kayla, bem, Kayla é muito
boa com sapatos e cabelo, mas não muito boa com senso comum. Então eles não
pensaram no "Hey, ela está virando uma vampira e se ela deixar a House of Night ela vai
morrer" problema. Então expliquei a eles que não só eu não queria ir embora, eu não
podia ir embora. E foi isso."
"Nada diferente aconteceu quando você viu seus amigos?"
"Você diz quando voltei para o dormitório?"
"Não. Me deixe refazer a pergunta. Nada aconteceu quando você viu Kayla e Heath?"
Martin disse.
Eu engoli. "Não." O que não era exatamente uma mentira. Aparentemente não é
incomum para calouros sentirem ânsia por sangue. Não deveria ser tão cedo na minha
Mudança, mas minha marca também não deveria ser completa e eu não deveria ter
tatuagens decorativas de um vampiro adulto também. Sem mencionar o fato de que
nenhum calouro ou vampiro tinha sido Marcado nos ombros e costas como eu. Ok, eu não
sou exatamente um calouro normal.
"Você não cortou o garoto e bebeu o sangue dele?" A voz do policial mais baixo era
gelado.
"Não!" Eu chorei.
"Você está acusando Zoey de algo?" Neferet disse, se aproximando de mim.
"Não, senhora. Simplesmente a questionamos para tentar ter uma idéia mais clara da
dinâmica dos amigos de Chris Ford e Brad Higeons. Tem vários aspectos do caso que são
raros e..." O policial baixo continuou enquanto minha mente trabalhava feito louca.
O que está acontecendo? Eu não tinha cortado Heath; eu o arranhei. E eu não tinha
feito de propósito. E "beber" o sangue dele não foi exatamente o que eu fiz - foi mais
uma lambida. Mas como diabos eles sabia tudo sobre isso? Heath não era muito
inteligente, mas eu não acho que ele ia sair contando as pessoas (especialmente não
detetives) que a garota que ele gostava bebia sangue. Não. Heath não teria dito nada,
mas -
E eu soube por que eles estavam me fazendo essas perguntas.
"Tem algo que vocês devem saber sobre Kayla Robinson," eu disse de repente,
interrompendo o fala chata do policial baixo. "Ela me viu beijar Heath. Bem, na verdade
Heath me beijou. Ela gosta dele." Eu olhei de um policial para o outro. "Sabe, ela
realmente gosta de Heath, como em querer namorar ele agora que eu estou fora do
caminho. Então quando ele me viu beijar ele ela ficou fula e começou a gritar comigo. Ok,
eu admito que não fui muito madura. Eu também fiquei fula com ela. Quero dizer, é
errado quando sua melhor amiga vai atrás do seu namorado. De qualquer forma" - eu


fiquei incomodada, como se estivesse embaraçada de admitir o que eu ia contar a eles -
"eu disse algumas coisas maldosas para Kayla e a assustei. Ela surtou e foi embora."
"Que tipo de coisa maldosa?" Detetive Marx perguntou.
Eu suspirei. "Algo do tipo que se ela não fosse embora eu ia voar para fora do muro
e sugar o sangue dela."
"Zoey!" A voz de Neferet era afiada. "Você sabe que isso é inapropriado. Já temos
problemas o suficiente de imagem sem você assustar adolescentes humanos de propósito.
Não é de se admirar que a pobre criança tenha falado com a policia."
"Eu sei. Sinto muito." Embora eu soubesse que Neferet estivesse atuando comigo, eu
ainda tive que me conter para não chorar com o poder da voz dela. Eu olhei para os
detetives. Os dois estavam olhando para Neferet com olhos abertos e vidrados. Huh.
Então, até agora ela só tinha mostrado seu lindo rosto. Eles não faziam idéia do tipo de
poder que estavam lidando.
"E você não viu nenhum dos adolescentes desde então?" o policial alto perguntou
depois de uma pause desconfortável.
"Só mais uma vez, e só foi o Heath, durante o Ritual de Samhain."
"Desculpe, o que?"
"Samhains é o nome antigo para uma noite que você provavelmente conhece como
Halloween," Neferet explicou. Ela voltou a ser incrivelmente linda e gentil, e eu pude
entender porque os policiais pareciam confusos, mas eles devolveram o sorriso dela como
se não tivessem escolha. Conhecendo os poderes de Neferet - eles podem não ter.
"Continue, Zoey," ela me disse.
"Bem, tinha vários de nós e estávamos fazendo o ritual. Tipo uma missa de Igreja ao
ar livrem" eu expliquei. Ok, não tem nada a ver como uma missa de igreja ao ar livre, mas
de jeito nenhum eu ia explicar nosso circulo e chamar os espíritos de vampiros carnívoros
mortos para dois policiais humanos. Eu olhei para Neferet. Ela acenou me encorajando. Eu
respirei fundo e mentalmente editei o que aconteceu e falei. Eu sabia que não importava o
que eu dissesse. Heath não lembrava de nada sobre aquela noite - a noite que ele quase
foi morto por uma orla de antigos vampiros fantasmas. Neferet se certificou que essa
memória fosse permanentemente bloqueada. Tudo o que ele sabia é que ele me
encontrou com um bando de outros garotos e então desmaiou. "De qualquer forma, Heath
atrapalhou o ritual. Foi muito embaraçoso, especialmente por que... bem... ele estava
completamente bêbado."
"Heath estava bêbado?"
Eu acenei. "Sim, ele estava bêbado. Mas eu não quero meter ele em problemas." Eu
já tinha decido não mencionar a infeliz, mas temporária, experimentação com maconha.
"Ele não está com problemas."
"Ótimo. Eu quero dizer, ele não é meu namorado, mas é basicamente um cara legal."
"Não se preocupe com isso, Srta. Redbird, só me diga o que aconteceu."
"Nada na verdade. Ele invadiu nosso ritual, e foi embaraçoso. Eu disse a ele que ele
precisava ir para casa e não voltar, que tínhamos terminado. Ele fez papel de bobo e
desmaiou. Deixamos ele lá, e foi isso."
"Você não o viu desde então?"
"Não."
"Você ouviu falar dele de alguma forma?"
"Yeah, ele liga demais e deixa mensagens irritantes no meu celular. Mas está
melhorando," eu adicionei rapidamente. Eu realmente não queria por ele em problemas.
"Eu acho que ele finalmente está entendendo que terminamos."


O policial alto fez algumas anotações, e então pôs a mão no bolso e pegou uma saco
de plástico que tinha algo dentro.
"E quanto a isso, Srta. Redbird? Você já viu isso antes?"
Ele me entregou o plástico e eu percebi o que estava ali dentro. Era um pingente
prateado com um longo colar de veludo preto. O pingente era da forma de duas luas
crescentes de costas contra a lua cheia incrustado de granada. Era o símbolo triplo da
deusa - mãe, mulher, e senhora. Eu tinha um igual porque era o colar que a líder das
Filhas Negras usava.


ONZE

"Onde você conseguiu isso?" Neferet perguntou. Eu percebi que ela estava tentando
manter a voz controlada, mas havia uma poderosa, ponta raivosa que era impossível
esconder.
"Esse colar foi encontrado perto do corpo de Chris Ford."
Minha boca abriu, mas eu não conseguia dizer nada. Eu sabia que meu rosto tinha
ficado pálido, e meu estomago se apertou dolorosamente.
"Você reconhece o colar, Srta. Redbird?" Detetive Marx repetiu a pergunta.
Eu engoli e limpei a garganta. "Sim. É o pingente da líder das Filhas Negras."
"Filhas Negras?"
"As Filhas e Filhos Negros é uma organização exclusiva da escola, feita para os
melhores estudantes," Neferet disse.
"E você pertence a essa organização?" ele perguntou.
"Eu sou a líder."
"Então você se importaria de mostrar seu colar?"
"Eu - eu não tenho ele comigo. Está no meu quarto." O choque estava começando a
me deixar tonta.
"Cavalheiros, vocês estão acusando Zoey de algo?" Neferet disse. A voz dela era
calma, mas a ameaça de raiva ultrajada que passou por ela pincelou contra a minha pele,
fazendo minha pele formigar e se arrepiar. Eu pude ver pelos olhares nervosos que os
detetives dividiam o que eu senti também.
"Senhora, estávamos simplesmente fazendo perguntas a ela."
"Como ele morreu?" Minha voz era fraca, mas soava incrivelmente alta no tenso
silencio que cercava Neferet.
"De lacerações múltiplas e perda de sangue," Marx disse.
"Alguém o cortou com uma faca ou algo assim?" No noticiário eles falaram que Chris
pode ter sido atacado por um animal, então eu já sabia a resposta da pergunta, mas me
senti obrigada a perguntar.
Marx balançou a cabeça. "Os ferimentos eram nada que uma faca pudesse fazer.
Eram mais como aranho de animais e mordidas."
"O corpo dele foi quase todo drenado de sangue," Martin acrescentou.
"E vocês estão aqui porque parece ser o ataque de um vampiro," Neferet disse mal
humorada.
"Estamos aqui procurando por respostas, senhora," Marx disse.
"Então sugiro que façam um exame de álcool no corpo do humano. Pelo pouco que
eu sei do grupo de adolescentes que o garoto tinha como amigos, eles bebiam bastante.
Ele provavelmente ficou intoxicado e caiu no rio. As lacerações podem ter sido feitas pelas
rochas, ou talvez até animais. Não é incomum que coiotes sejam encontrados perto do rio,
mesmo dos limites da cidade de Tulsa," Neferet disse.
"Sim, senhora. Testes estão sendo feitos no corpo. Mesmo com o sangue drenado,
ainda vai nos dizer muitas coisas."
"Ótimo. Tenho certeza que uma das muitas coisas que vai te dizer é que o garoto
humano era um bêbado, talvez estivesse até alto. Eu acho que vocês deveriam procurar
mais razões que possam ter causado a morte ele ao invés de um ataque de vampiros.
Agora, eu assumo que vocês terminaram aqui?"
"Mais uma pergunta, Srta. Redbird," Detetive Marx perguntou sem olhar para
Neferet. "Onde você estava na quinta feira entre 8 e 10 horas?"


"Da noite?" eu perguntei.
"Sim."
"Estava na escola. Aqui. Em aula."
Martin me deu um olhar surpreso. "Escola? Nessa hora?"
"Talvez você devesse fazer seu próprio dever de casa antes de interrogar meus
alunos. As aulas na House of Night começam as 8 da noite e vão até 3 da manha.
Vampiros sempre preferiram a noite." A ponta de perigo ainda estava na voz de Neferet.
"Zoey estava na aula quando o garoto morreu. Agora terminamos?"
"Por enquanto terminamos Srta. Redbird." Marx virou algumas paginas do bloco de
notas em que esteve escrevendo e acrescentou, "Precisamos falar com Loren Blake."
Eu tentei não reagir ao nome do Loren, mas sei que meu corpo deu um pulo e eu
senti meu rosto esquentar.
"Desculpe, Loren foi embora ontem antes do amanhecer no jato particular da escola.
Ele foi para a Costa Leste para dar apoio aos nossos estudantes que estão na final
concurso de monologo internacional de Shakespeare. Mas eu certamente posso mandar a
ele uma mensagem para ligar a vocês quando voltar no domingo," Neferet disse enquanto
andava em direção a porta, claramente se despedindo dos dois homens.
Mas Marx não se moveu. Ele ainda estava me observando. Devagar ele pegou dentro
do bolso um cartão. Me entregando ele disse, "Se você pensar em algo - qualquer coisa -
que você acredite que possa nos ajudar a encontrar quem fez isso com Chris, me ligue."
Então ele acenou para Neferet. "Obrigado pelo seu tempo, senhora. Voltamos no domingo
para falar com o Sr. Blake."
"Levo vocês a saída," Neferet disse. Ela apertou meus ombros, e andando
rapidamente até os dois detetives, os levou para fora do aposento.
Eu fiquei sentada ali tentado reorganizar meus pensamentos. Neferet mentiu, e não
só por omitir que eu bebi o sangue de Heath e Heath quase ser morto durante o ritual de
Samhain. Ela mentiu sobre Loren. Ele não tinha deixado a escola ontem antes do
amanhecer. No amanhecer ele estava no muro junto comigo.
Eu juntei minhas mãos tentando impedir que elas tremessem.
Eu não fui dormir até as 10 horas (da manhã). Damien, as Gêmeas, e Stevie Rae
queriam saber tudo sobre a visita dos detetives, e dizer a eles que estava tudo bem
comigo. Eu pensei que rever os detalhes pudesse me dar uma idéia do que diabos estava
acontecendo. Eu estava errada. Ninguém conseguiu descobrir porque o colar de liderança
das Filhas Negras estava no corpo de um garoto humano. Sim, eu chequei minhas coisas
e o meu estava seguro na minha caixa de jóias. Erin, Shaunee, e Stevie Rae pensaram
que de alguma forma Afrodite estava por trás dos policiais, pegar o colar e talvez até das
mortes. Damien e eu não tínhamos certeza. Afrodite não agüentava humanos, mas isso
não era a mesma coisa que os seqüestrar e matar um jogador de futebol que não podia
exatamente ser escondido na bolsa dela. Ela definitivamente não saia com humanos. E,
sim, ela costumava ter um colar de liderança das Filhas Negras, mas Neferet tinha pego
dela e me dado na noite em que eu me tornei líder das Filhas e Filhos Negros.
Além do mistério do colar, tudo que podemos descobrir era que "A nojenta vaca da
Kayla" (como as Gêmeas a chamaram) tinha basicamente contado a policia que eu era a
assassina porque ela tinha ciúmes que Heath ainda era louco por mim. Obviamente os
policias não tinham nenhum suspeito de verdade e se apressaram para vir aqui por causa
da palavra de uma adolescente invejosa. É claro meus amigos não sabiam nada sobre o
problema de beber sangue. Eu ainda não consegui me fazer contar que eu bebi (lambi,
tanto faz) o sangue de Heath. Então dei a eles a mesma versão editada que eu dei aos


policiais. As únicas pessoas que sabiam a verdadeira história sobe o sangue (além de
Heath e a A nojenta vaca da Kayla) eram Neferet e Erik. Eu contei a Neferet, e Erik me
encontrou lá depois da minha grande cena com Heath, então ele sabia a verdade. Falando
nisso - eu de repente queria que Erik voltasse logo para a escola. Eu estive tão ocupada
ultimamente que não tive tempo para sentir falta dele, ou pelo menos não tive até o dia
que eu desejei ter alguém que não fosse uma Alta Sacerdotisa que eu pudesse contar o
que estava acontecendo.
Domingo, eu lembrei a mim mesma quando tentei adormecer. Erik voltaria no
domingo. O mesmo dia que Loren voltaria. (Não, eu não conseguia pensar sobre as coisas
que poderiam estar acontecendo entre Loren e eu, e como isso era parte da ocupação que
me impediu de sentir falta de Erik.) E porque diabos os detetives precisam falar com
Loren? Nenhum de nós conseguiu descobrir.
Eu suspirei e tentei relaxar. Eu realmente odeio precisar dormir e não conseguir. Mas
eu não conseguia manter minha mente quieta. Não havia só a confusão com Chris
Ford/Brad Higeons na minha cabeça, mas em breve eu teria que ligar para o FBI e fingir
ser uma terrorista. Acrescente isso ao fato que eu mal pensei sobre o circulo que eu
precisava lançar no Ritual da Lua Cheia que eu deveria liderar, não era de se admirar que
eu tinha uma terrível dor de cabeça devido a tensão.
Eu olhei para o relógio. Eram 10:30. Daqui 4 horas eu precisava levantar e ligar para
o FBI, e então tentar descobrir como passar o dia enquanto eu esperava para saber as
noticias sobre o acidente da ponte (que com sorte eu fosse impedir), e as noticias sobre o
garoto Higeons ser encontrado (com sorte, vivo), e tentar descobrir como liderar o Ritual
da Lua Cheia (com sorte, sem me envergonhar totalmente).
Stevie Rae, que eu juro podia dormir de pé no meio de uma nevasca, roncou
suavemente do outro lado do quarto. Nala estava empoleirada perto da minha cabeça no
meu travesseiro. Mesmo ela parou de reclamar por mim e respirava profundamente em
seu estranho ronco de gato. Eu me preocupei brevemente se deveria checar ela por
alergias. Ela espirrava bastante. Mas eu decidi que só estava obsessivamente aumentando
meu nível de estresse. A gata era tão gorda quando um peru. Quero dizer, a barriga dela
parecia que ela tinha uma bolsa e poderia esconder seu filhote de canguru ali.
Provavelmente era por isso que ela espirrava. Carregar toda essa gordura de gato
provavelmente não era fácil.
Eu fechei os olhos e comecei a contar carneiros. Literalmente. Deveria funcionar.
Certo? Então inventei um campo na cabeça com um portão e tinha pequenas ovelhinhas
brancas que começaram a pular por ele. (Eu acho que esse é o jeito certo de contar as
ovelhinhas. Ovelhinhas... hee hee.) Depois da ovelha numero 56 minha mente começou a
ficar desfocada e eu finalmente dormi e tive um vivido sonho onde eu notei que as
ovelhinhas estavam usando o uniforme de futebol da Union. Eles tinham uma pastora que
os dirigia até o portão onde eles pulavam (que agora parecia um pequeno pasto de
bodes). A eu que flutuava gentilmente por cima da cena das ovelhas parecia um super
herói. Eu não podia ver o rosto da pastora, mas mesmo de costas eu podia ver que ela era
alta e linda. O cabelo castanho dela ia até a cintura. Como se ela pudesse me ver
observando ela, ela se virou na minha direção com seus olhos verdes lodosos e olhou para
mim. Eu ri. É claro que Neferet estava no comando, mesmo que fosse só um sonho. Eu
acenei para ela, mas invés de responder, Neferet estreitou os olhos de um jeito perigoso e
de repente virou. Parecendo um animal selvagem, ela pegou uma ovelha jogadora de
futebol, a ergueu, e em um movimento a quebrou sua garganta com uma força incrível,
rasgou a garganta das unhas cumpridas, colocando seu rosto contra a garganta que


sangrava do animal. A eu que sonhava ficou aterrorizada assim como bizarramente
tentada pelo que Neferet estava fazendo. Eu queria olhar para longe, mas não podia... eu
não ia... então o corpo da ovelha começou a tremer como ondas de calor subindo de um
ponto em ebulição. Eu pisquei e não era mais uma ovelha. Era Chris Ford, e seus olhos
mortos estavam bem abertos, parados e me encarando acusatoriamente.
Eu arfei em horror e tirei meu olhar do sangue, querendo olhar para a paisagem
gloriosa do sonho, mas minha visão ficou presa porque não era mais Neferet que se
alimentava da garganta de Chris. Era Loren Blake, e seus olhos estavam sorrindo para
mim sobre o rio vermelho. Eu não podia olhar para longe. Eu encarei e encarei...
Meu corpo do sonho tremeu quando uma voz familiar passou por mim. Primeiro o
sussurro era tão suave que eu não podia ouvir, mas enquanto Loren bebia a ultima gota
do sangue de Chris as palavras se tornaram audíveis assim como visíveis. Elas dançavam
no ar ao meu redor com uma luz prateada que era tão familiar quanto a voz.
... Lembre-se, escuridão nem sempre trás o mal, assim como luz nem sempre trás o
bem.
Meus olhos abriram e eu sentei, respirando com força. Me sentindo tremer e
levemente enjoada, eu olhei para o relógio. 12:30. Eu dei um gemido. Eu só dormi por
duas horas. Não era de se admirar que eu estivesse me sentindo tão mal. Quietamente eu
fui até o banheiro que eu dividia com Stevie Rae para jogar água no meu rosto e tentar
lavar minha grogues. Pena que lavar o horrível pressentimento do sonho bizarro que eu
tive não era tão fácil.
De jeito nenhum eu ia ser capaz de dormir agora. Eu andei pé por pé até a nossa
janela e espirei para fora. Era um dia cinzento. Baixas nuvens escureciam o sol e a luz, a
garoa constante fazendo tudo parecer borrado. Combinava perfeitamente com meu
humor, e também fazia a luz do sol ser suportável. Quanto tempo fazia desde que eu saia
na luz do sol de qualquer forma? Eu pensei sobre isso e percebi que eu não vi mais do
que um ocasional amanhecer em um bom mês. E de repente eu não podia mais ficar do
lado de dentro. Eu me senti claustrofóbica, como se estivesse presa num tumba, num
caixão.
Eu fui até o banheiro e abri a pequena jarra de vidro em que estava a maquiagem
que escondia completamente a tatuagem dos calouros. Quando cheguei na House Of
Night eu tive um mini ataque de pânico quando percebi que até entrar no terreno da
escola, eu nunca tinha visto um calouro. Nunca. Naturalmente, eu pensei que isso
significasse que os vampiros mantivessem os calouros do lado de dentro dos muros da
escola por 4 anos. Não demorou muito para descobrir a verdade: calouros tinham uma
certa liberdade, mas se eles escolhessem sair dos muros da escola eles precisavam seguir
duas importantes regras, primeiro tinham que cobrir sua Marca e não usar nada que
mostrasse uma das insígnias das turmas.
Segundo (e, para mim, mas importante), quando um calouro entra na House Of
Night, ele ou ela deve ficar próximo de um vampiro adulto. A Mudança de humano para
vampiro é bizarra e complexa - nem mesmo com a ciência de hoje era entendida
completamente. Mas uma coisa era certa sobre a Mudança, se um calouro fosse cortado
do contado com um vampiro adulto, o processo aumentava e o adolescente morria. Toda
vez. Então, podíamos deixar a escola para fazer compras ou algo assim, mas se
ficássemos longe dos vampiros mais de algumas horas nossos corpos iriam começar a
rejeitar o processo e morreríamos. Não é de se admirar que antes deu ser Marcada eu
achei nunca ter visto um calouro. Eu provavelmente tinha visto, mas (a) ele/ela/eles


tinham coberto a Marca, e (b) ele/ela/eles entendiam que não podiam desperdiçar tempo
como um adolescente normal. Eles estavam lá, mas ficariam ocupados e disfarçados.
A razão para o disfarce também fazia sentido. Não era sobre querer se esconder e se
misturar com os humanos e espionar ou algo ridículo que os humanos iriam assumir. A
verdade é que humanos e vampiros coexistem em um estado de paz inquietante. Mostrar
que calouros deixaram a escola e foram fazer compras e ao cinema como qualquer outro
garoto normal era pedir por problemas e exageros. Eu só podia imaginar o que as pessoas
como meu padrasto-perdedor diriam. Provavelmente os vampiros adolescentes estavam
andando em gangues, fazendo qualquer tipo de comportamento pecaminosos de
delinqüentes juvenis. Ele era um idiota. Mas ele não seria o único humano adulto a surtar.
Claramente as regras dos vampiros faziam sentido.
Decidida, eu encarei, escondendo minhas Marcas safiras que mostravam o mundo
em que vivia. Era incrível o quão bem aquelas coisas escondiam as Marcas. Enquanto
minha lua crescente desaparecia, junto com a rede de espirais azuis que emolduravam
meus olhos, eu vi a velha Zoey reaparecer e não estava certa de como eu me sentia sobre
ela. Ok, eu sabia que haviam muitas outras mudanças em mim do que apenas algumas
tatuagens podiam representara, mas a ausência das Marcas de Nyx era chocante. Me deu
um estranho e, inesperado senso de perda.
Olhando para trás, eu deveria ter ouvido a minha hesitação interna, esfregado o
rosto, pego um livro, e ido diretamente para cama.
Invés disso, eu sussurrei, "Você parece bem jovem," para meu reflexo, e pus minha
jeans e um suéter preto. Então eu procurei (silenciosamente - se eu acordasse Stevie Rae
ou Nala de jeito nenhum eu ia poder sair dali sozinha) entre as minhas roupas, até que
encontrei um antigo canguro da Invasão Borg 4D e o coloquei, junto com meu confortável
tênis Puma, e um boné da OSU* (*faculdade de Ohio) na cabeça e com meus óculos de
sol Maui Jim eu estava ponta. Antes de poder (sabiamente) mudar de idéia, eu peguei
minha bolsa e sai de fininho do quarto.
Ninguém estava na sala do dormitório. Eu abri a porta e respirei fundo para me
firmar antes de sair. Todo aquele negocio de vampiro-pega-fogo-se-o-sol-o-toca era uma
mentira ridícula, mas era verdade que a luz do sol causava dor aos vampiros. Como a
caloura que estava estranhamente "avançada" no processo de Mudança, era
definitivamente desconfortável para mim, mas cerrei os dentes e sai para a garoa.
O campus parecia totalmente deserto. Era estranho não passar por um estudante ou
vampiro na calçada que passava por trás do prédio principal (que ainda me lembrava de
um castelo) até o estacionamento. Meu antigo Bug VW 1966* (*sim, isso é um fusca) foi
fácil de encontrar no meio dos caros carros que os vampiros preferiam. Seu motor
confiável bravejou por um segundo, então virou e fez barulho como se fosse novinho.
Eu abri a porta da garagem com o controle que Neferet tinha me dado depois que
vovó trouxe meu carro. O portão de ferro da escola abriu silenciosamente.
Apesar do fato de que até a fraca e enevoada luz do dia incomodava meus olhos e
fez minha pele formigar, meu humor melhorou assim que eu sai dos portões da escola.
Não é que eu odeie a House Of Night nem nada disso. Na verdade, a escola e meus
amigos tinham se tornado minha casa e minha família. Era só que eu precisava fazer algo
mais. Eu precisava me sentir normal de novo - normal como em Zoey - Antes de ser
Marcada, quando a maior preocupação era a prova de geometria e o único "poder" que eu
tinha era a habilidade de encontrar sapatos bonitos em promoção.
Na verdade, compras parecia uma boa idéia. Utica Square era a menos de um
quilometro da rua da House of Night, e eu adorava a loja American Eagle. Meu guarda


roupa tinha, tragicamente, super estocado com roupas escuras como púrpura, preto, e
marinho desde que eu tinha sido Marcada. Um suéter vermelho brilhante era exatamente
o que eu precisava.
Eu estacionei no estacionamento menos usado atrás das lojas em que American
Eagle ficava no meio. As arvores eram grandes, então eu gostei da sombra, junto com o
fato que haviam poucas pessoas no estacionamento. Eu sei que meu reflexo mostrava
uma adolescente normal, mas eu ainda estava Marcada por dentro, e estava mais do que
apenas um pouco nervosa sobre minha primeira viagem a luz do dia no meu antigo
mundo.
Não que eu esperasse me encontrar com alguém que eu conhecesse. Eu era aquela
que meus amigos da escola chamavam de "estranha" e "forasteira" porque eu gostava de
fazer compras nas lojas chiques versus o barulhento, chato, e cheirando a praça de
alimentação - shopping. Vovó Redbird era responsável por meus gostos fora do comum.
Ela costumava chamar de "viagem de campo" quando ela me levava por Tulsa em um dia
divertido de viagem. De jeito nenhum eu ia me encontrar com Kayla e os alunos da
Broken Arrow ou da Utica, e logo o cheiro familiar da American Eagle estava fazendo sua
mágica em mim. Quando eu finalmente paguei o suéter vermelho meu estomago tinha
parado de doer, e apesar do fato de ser o meio do dia e eu não tenha dormido, minha dor
de cabeça também sumiu.
Mas eu estava faminta. Havia uma Starbucks do outro lado da rua da American
Eagle. Era na esquina que emoldurava um bonito jardim no meio da praça. Com o úmido,
e sombrio dia eu aposto que ninguém estaria sentada nas pequenas mesas de ferro na
aberta calçada. Eu podia pedir um cappuccino gostoso, um dos seus enormes muffins de
blueberry* (*fruta), uma copia do Tulsa World* (*jornal), e sentar do lado de forma e
fingir que sou uma colegial.
Parecia um ótimo plano. Eu estava totalmente certa - não havia ninguém sentado
nas mesas de fora, e eu sentei na que estava mais perto de uma enorme arvore de
magnólia colocando a quantidade certa de açúcar no cappuccino enquanto eu mordiscava
meu super muffin.
Eu não lembro quando senti a presença dele. Começou com sutileza, como uma
estranha coceira embaixo da minha pele. Eu me mexi inquieta na cadeira, tentando me
concentrar na pagina de cinema e pensar que talvez eu pudesse convencer Erik a ir numa
sessão no final de semana que vem... mas eu não conseguia prestar atenção nas reviews
dos filmes. A irritante, coceira por baixo da minha pele não desaparecia. Completamente
irritada eu olhei para cima e congelei.
Heath estava parado embaixo de um poste a menos de 450 metros de mim.


DOZE

Heath estava colocando algum tipo de pôster no poste. Eu pude ver o rosto dele
claramente e me surpreendeu o quão bonito ele parecia. Ok, claro, eu o conheço desde a
3º série e o vi ficar fofo para bobo para fofo para gostoso, mas nunca vi essa aparência
nele. Em seu rosto havia um amargo no seu rosto, linhas que não sorriam que o faziam
aparecer muito mais velho que 18 anos. Era como se eu tivesse vendo uma ponta do
homem que ele iria se tornar - e era uma boa ponta. Ele era alto e loiro, com bochechas
altas e um queixo realmente muito forte. Mesmo a distancia eu percebi os cílios grossos
que eram surpreendentemente escuros, e ver as gentis sobrancelhas que o emolduravam.
E então, como se ele pudesse ver meu olhar, os olhos dele saíram do poste e se
trancaram no meu. Eu vi o corpo dele ficar completamente duro, e então um calafrio
passou por ele, como se alguém tivesse jogado um ar gelado contra a sua pele.
Eu deveria ter levantado e entrado na Starbucks, enquanto estava cheio com ondas
de pessoas conversando e rindo, e onde seria impossível para mim e Heath ficarmos
sozinhos. Mas eu não fui. Eu só fiquei sentada ali enquanto ele soltava os pôsteres. Eles
caíram pela calçada como pássaros morrendo enquanto ele andou rapidamente na minha
direção. Ele parou na frente da pequena mesa sem dizer nada pelo que pareceu uma
eternidade. Eu não sabia o que fazer, especialmente porque eu estava inesperadamente
nervosa. Finalmente eu não consegui agüentar mais o silencio.
"Olá, Heath."
O corpo dele tremeu como se alguém tivesse pulado de trás de uma porta e o
matado de susto.
"Merda!" A palavra saiu da boca dele em uma onda de ar. "Você realmente está
aqui!"
Eu me franzi para ele. Ele nunca foi exatamente brilhante, mas mesmo para ele isso
soava bem idiota. "É claro que estou. O que você achou que eu fosse, um fantasma?"
Ele sentou na cadeira na minha frente como se suas pernas não pudessem mais
agüentar ele. "Sim. Não. Eu não sei. É que eu te vejo bastante e você nunca realmente
está lá. Eu achei que essa fosse só outra dessas vezes."
"Heath, do que você está falando?" Eu estreitei meus olhos e cheirei na direção dele.
"Você está bêbado?"
Ele balançou a cabeça.
"Alto?"
"Não. Eu não bebo a um mês. E parei de fumar também."
As palavras pareciam simples, mas eu pisquei e senti como se estivesse tentando ser
razoável com a minha mente. "Você parou de beber?"
"E fumar. Eu parei com tudo. É uma das razões do porque tenho te ligado tanto. Eu
queria que você soubesse que eu mudei."
Eu realmente não sabia o que dizer. "Oh, bem. Eu, uh, estou feliz." Eu sei que eu
soava uma retardada, mas o jeito que os olhos de Heath se focaram nos meus foi quase
uma coisa física. E tinha mais uma coisa. Eu podia sentir o cheiro dele. Não era o cheiro
de colônia, ou um cheiro de homem. Era um profundo, e sedutor cheiro que me lembrava
de calor e luz do luar e sonhos sensuais. Estava vindo dos poros dele e vê fez querer
colocar minha cadeira do outro lado da mesa para ficar mais perto dele.
"Porque você não retornou minhas ligações? Você nem me mandou uma mensagem
de resposta."


Eu pisquei, tentando bloquear a atração que eu estava sentindo por ele e pensar
claramente. "Heath, não tem por que. Não pode ter mais nada entre você e eu," eu disse
razoavelmente.
"Você sabe que tem algo entre nós."
Eu balancei a cabeça e abri a boca para explicar para ele o quão errado ele estava,
mas ele me interrompeu.
"Sua Marca! Sumiu."
Eu odiei o tom excitado dele, e automaticamente respondi, "Você está errado de
novo. Minha Marca não sumiu. Só está coberta para que os humanos estúpidos por aqui
não surtem." Eu ignorei o olhar de magoa que pareceu tomar o seu rosto adulto e o
transformar de volta do garoto bonito que eu costumava ser louca. "Heath," eu suavizei
minha voz. "Minha Marca nunca vai sumir. Ou eu passo pela Mudança para um vampiro,
ou vou morrer nos próximos três anos. Essas são minhas duas opções. Nunca será como
antes. Nunca poderá a ser o que costumava entre nós." Eu parei, e então adicionei
gentilmente, "desculpe."
"Zo, eu entendo. O que eu não entendo é porque isso tem a ver com o fim entre
nós."
"Heath, isso acabou entre nós antes deu ser Marcada, lembra?" eu disse,
exasperada.
Ao invés da sua resposta convencia ele continuou olhando nos meus olhos, e sobre e
serio, disse, "Isso é porque eu estava agindo feito idiota. Você odiava o fato deu estar
sempre bêbado e alto. E você estava certo. Eu estava fazendo merda. Eu parei com isso.
Agora estou focado no futebol e nas minhas notas para poder entrar na OSU." Ele me deu
aquele adorável sorriso de gatoinho que derretia meu coração desde a 3ª série. "É onde a
minha namorada também vai. Ela vai se tornar uma veterinária. Uma vampira veterinária."
"Heath - eu -" eu hesitei, me forçando a engolir o enorme calombo que estava de
repente queimando minha garganta e me fazendo querer chorar. "Eu não sei se ser uma
veterinária é o que eu ainda quero fazer, e mesmo que seja, isso não significa que
possamos ir juntos."
"Você está vendo outra pessoa." Ele não parecia brabo, ele só parecia extremamente
triste. "Eu não lembro muito daquela noite. Eu tentei, mas sempre que eu penso muito
sobre isso, tudo vira um enorme pesadelo que não faz sentido nenhum e eu fico com uma
horrível dor de cabeça."
Eu estava muito parada. Eu sabia que ele estava falando do ritual de Samhain para o
qual ele me seguiu e onde Afrodite tinha perdido o controle dos vampiros fantasmas.
Heath quase tinha morrido. Erik estava lá, e como Neferet disse, ele se provou um
guerreiro quando ficou ao lado de Heath e lutou com os espectros, me dando tempo para
lançar meu próprio circulo e mandar os fantasmas de volta de onde eles tinham fugido. Da
ultima vez que eu vi Heath ele estava inconsciente e sangrando devido as múltiplas
lacerações. Neferet me assegurou que iria curar os ferimentos dele e obscurecer a
memória dele. Claramente, a escuridão tinha ficado fina.
"Heath, não pense nesse noite. Aquilo já acabou e é melhor se-"
"Você estava lá com alguém," ele me interrompeu. "Você esta saindo com ele?"
Eu suspirei. "Sim."
"Me de uma chance para te ter de volta, Zo."
Eu balancei a cabeça, embora as palavras dele tivessem tocado meu coração. "Não,
Heath, é impossível."


"Por quê?" Ele deslizou sua mão pela mesa e a colocou em cima da minha. "Eu não
me importo com o negocio dos vampiros. Você ainda é a Zoey. A mesma Zoey que eu
sempre conheci. A Zoey que foi a primeira garota que eu beijei. A Zoey que me conhece
melhor do que qualquer um no mundo. A Zoey que eu sonho toda noite."
O cheiro dele passou por mim através das mãos dele, quente e delicioso, e eu pude
sentir o pulso dele batendo contra meus dedos. Eu não queria dizer a ele, mas eu
precisava. Eu olhei diretamente nos olhos dele e disse, "A razão pela qual você não me
superou é porque quando provei seu sangue aquela vez no muro da escola eu comecei
um Imprint em você. Então você me quer porque é o que acontece quando um vampiro,
ou aparentemente alguns calouros, bebem sangue de uma vitima humana. Neferet, nossa
Alta Sacerdotisa, disse que você não teve um Imprint completo comigo, e se eu ficar longe
de você vai sumir e você será normal de novo e vai esquecer de mim, então é o que eu
tenho feito." Eu terminei com pressa. Eu sabia que ele provavelmente surtaria e me
chamaria de monstro ou algo assim, mas eu não tinha escolha, e agora que ele sabia ele
podia colocar toda sua perspectiva e -
A risada dele interrompeu minha conversa interior. Ele jogou sua cabeça para trás e
estava rindo com a típica exuberância de Heath, e o familiar, e doce, som bobo daquilo fez
ficar difícil não sorrir para ele.
"O que?" Eu disse, tentando franzir a testa.
"Oh, Zo, você me mata." Ele apertou minha mão. "Eu sou louco por você desde a 8º
série. Como se isso tivesse algo haver sobre você sugar meu sangue?"
"Heath, acredite em mim, começamos o Imprint."
"Estou bem com isso." Ele riu para mim.
"Você também ficara bem comigo vivendo mais do que você por varias centenas de
anos?"
Feito bobo, ele remexeu suas sobrancelhas para mim. "Eu acho que tem coisas
piores do que ter uma gostosa vampira jovem quando eu tiver, tipo, cinqüenta."
Eu virei os olhos. Ele era uma figura. "Heath, não é tão simples. Tem várias coisas
para se considerar."
Ele fez um movimento circular em cima da minha mão. "Você sempre faz as coisas
ficarem muito complicadas. Tem você e eu. É tudo que precisamos considerar."
"Não é tudo o que há, Heath." Uma idéia veio para mim e ergui minhas sobrancelhas
e dei a ele um sorriso inocente. "Falando nisso, como vai minha ex melhor amiga Kayla?"
Totalmente não afetado, ele deu nos ombros. "Eu não sei. Eu mal a vejo mais."
"Porque não?" Isso era estranho. Mesmo que ele não estivesse saindo com Kayla,
eles andam nos mesmos grupos por anos, todos andávamos.
"Não é a mesma coisa. Eu não gosto das coisas que ela diz." Ele olhou para mim.
"Sobre mim?"
Ele acenou.
"O que ela tem dito?" Eu não consegui decidir se eu estava mais magoada ou fula.
"Só coisas." Ele ainda não olhava para mim.
Eu estreitei os olhos percebendo. "Ela acha que eu tenho algo a ver com Chris."
Ele moveu os ombros inquieto. "Não você, ou pelo menos ela não disse você. Ela
acha que são os vampiros no entanto, mas muitas pessoas também."
"Você acha?" eu perguntei suavemente.
Os olhos dele olharam nos meus. "De jeito nenhum! Mas algo ruim está
acontecendo. Alguém está seqüestrando jogadores de futebol. É por isso que eu estava


aqui hoje. Estou colocando pôsteres da foto de Brad. Talvez alguém lembre dele se
arrastado ou algo assim."
"Eu sinto muito sobre Chris." Eu entrelacei meus dedos nos dele. "Eu sei que vocês
eram amigos."
"É uma droga. Não acredito que ele esta morto." Ele engoliu com força, e eu sabia
que ele estava tentando não chorar. "Eu acho que Brad também está morto."
Eu também achava que ele estava, mas eu não podia dizer isso em voz alta. "Talvez
não. Talvez eles o encontrem."
"Yeah, talvez. Hey, o funeral de Chris é na segunda. Você iria comigo?"
"Eu não posso, Heath. Você sabe o que aconteceria se um calouro aparecesse no
funeral de um garoto que as pessoas acham que um vampiro matou?"
"Eu acho que seria ruim."
"Sim, seria. E é o que eu estou tentado fazer você ver. Você e eu juntos - teríamos
que lidar com problemas assim o tempo todo."
"Não quando sairmos da escola, Zo. Então você poderia usar esse negocio que você
tem no rosto agora, e ninguém saberia."
O que ele estava dizendo provavelmente deveria me irritar, mas ele estava tão serio,
tão certo que se eu escondesse minhas tatuagens tudo voltaria a ser como antes. E eu
não podia ficar braba porque eu entendia o que ele queria. Não era o que eu estava
fazendo aqui? Tentar reviver parte da minha antiga vida?
Mas essa não era mais eu, e dentro de mim que eu não queria ser. Eu gostava da
nova Zoey, mesmo que estivesse dizendo adeus para a velha Zoey e não fosse só difícil,
mas um pouco triste também.
"Heath eu não quero esconder minha Marca. Não seria quem eu sou." Eu respirei
fundo e continuei. "EU FUI Marcada especialmente pela deusa, e Nyx me deu alguns
poderes incomuns. Não seria possível para mim fingir que eu sou a humana Zoey de novo,
mesmo que eu quisesse. E, Heath, eu não quero.
Os olhos dele passaram pelo meu rosto. "Ok. Vamos fazer do seu jeito e mandar as
pessoas que não gostarem pro inferno."
"Essa não sou eu, Heath. Eu não -"
"Espere, você não tem que dizer nada agora. Só pense sobre isso. Podemos nos
encontrar aqui de novo em alguns dias." Ele riu. "Eu até venho a noite."
Era muito mais difícil do que eu imaginei dizer a Heath que eu nunca mais o veria de
novo. Na verdade, eu não imaginei que teria que ter essa conversa com ele. Eu pensei
que tínhamos acabado. Sentar aqui com ele parecia estranho - parte normal, parte
impossível. O que na verdade descrevia nossa relação muito bem. Eu suspirei e olhei para
nossas mãos dadas, e dei uma olhada no relógio.
"Oh, merda!" Eu tirei minhas mãos dele e peguei minha bolsa e minha bolsa da
American Eagle. Era 14:15. Eu tinha que fazer a ligação para o FBI em 15 minutos. "Eu
tenho que ir, Heath. Eu estou realmente atrasada para algo na escola. Eu - eu te ligo mais
tarde." Eu comecei a me afastar com pressa e fiquei surpresa por ele vir comigo.
"Não," ele me interrompeu quando comecei a dizer a ele para ir embora. "Te levo até
o carro."
Eu não discuti com ele. Eu conhecia esse tom. Por mais bobo e irritante que Heath
pudesse ser, o seu pai o tinha criado bem. Desde a 3º série ele era um cavalheiro, abrindo
as portas para mim e carregando meus cadernos, mesmo quando os amigos dele o
chamavam de maricas nerd. Me levar até o carro era só algo que Heath fazia. Ponto.


Meu VW estava estacionando sozinho embaixo de uma grande arvore, bem como
quando eu estacionei. Como sempre, ele me passou e abriu minha porta. Eu não pude me
impedir de sorrir para ele. Quero dizer, havia um motivo pelo qual eu gostei do garoto
pelos últimos três anos - ele era realmente doce.
"Obrigado, Heath," eu disse, e fui sentar no banco do passageiro. Eu ia abaixar a
janela e dizer tchau para ele, mas ele já estava dando a volta no carro e em dois
segundos ele estava sentado no lado do passageiro rindo para mim. "Uh, você não pode
vir comigo," eu disse a ele. "E estou com pressa, então não posso te dar uma carona."
"Eu sei. Eu não preciso de carona. Eu tenho minha caminhonete."
"Ok, bem. Então tchau. Te ligo mais tarde."
Ele não se moveu.
"Heath, você tem que -"
"Eu tenho que te mostrar algo, Zo."
"Pode me mostrar rapidamente?" Eu não queria ser maldosa com ele, mas eu
realmente tinha que voltar para escola e fazer aquela ligação. Porque diabos eu não pus o
telefone descartável de Damien na minha bolsa? Eu bati impaciente na direção enquanto
Heath colocava as mãos no bolso da jeans e sentia algo.
"Aqui está. Eu comecei a carregar isso a algumas semanas atrás, só por precaução."
Ele tirou algo que tinha uns 5 centímetros e saiu do bolso dele. Estava enrolado no que
parecia papelão.
"Heath, verdade. Eu preciso ir e você..." Minhas palavras morreram quando o ar saiu
do meu corpo. Ele desenrolou a coisinha. A lamina contrastou com a luz e brilhou
sedutoramente. Eu tentei falar, mas minha boca tinha ficado seca.
"Eu quero que você beba meu sangue, Zoey," ele disse simplesmente.
Um calafrio de um terrível desejo percorreu meu corpo. Eu estava agarrando o
volante com as duas mãos para me impedir de tremer... ou pegar a lamina e cortar sua
doce e quente pele, para que seu delicioso sangue pingasse e pingasse e...
"Não!" eu grite, odiando o jeito que o poder na minha voz o fez se encolher. Eu
engoli e me controlei. "Só guarde isso e saia do meu carro, Heath."
"Eu não tenho medo, Zo."
"Eu tenho!" Eu quase chorei.
"Você não tem que ter medo. É apenas você e eu, como sempre foi."
"Você não sabe o que está fazendo, Heath." Eu nem conseguia olhar para ele. Eu
estava assustada de que se não ficasse eu não seria capaz de dizer não.
"Sim eu sei. Você bebeu um pouco do meu sangue aquela noite. Foi... foi incrível. Eu
não consegui parar de pensar sobre isso."
Eu queria gritar de frustração. Eu não fui capaz de parar de pensar sobre isso
também, não importava o quanto eu pensava. Mas não podia dizer isso a ele. Eu não diria
isso a ele. Ao invés disso, eu finalmente olhei para ele e forcei minhas mãos a relaxarem.
Só de pensar em beber o sangue dele fazia minha pele parecer apertada e quente. "Eu
quero que você vá, Heath. Isso não é certo."
"Eu não me importo com o que as pessoas pensam, Zoey. Eu amo você."
E antes de poder impedir ele, ele levantou a navalha e passou pelo lado do pescoço
dele. Fascinada, eu observei a fina linha de sangue escarlate derramando pelo branco da
pele dele.
E então o cheiro me atingiu - rico e escuro e sedutor. Como chocolate, só que mais
doce e selvagem. Em segundos o pequeno carro estava cheio dele. Me atraiu como nada


que eu tinha experimentando antes. Não era só que eu queria provar aquilo. Eu precisava
provar. Eu tinha que provar.
Eu nem percebi que estava me mexendo até que Heath falou, mas de repente eu
estava inclinada no pequeno espaço entre nossos assentos e o sangue dele me atraiu.
"Sim. Eu quero que você faça isso, Zoey." A voz de Heath soava profunda e rouca,
como se tivesse dificuldade de controlar sua respiração.
"Eu - eu quero provar, Heath."
"Eu sei, querida. Vá em frente," ele sussurrou.
Eu não consegui me parar. Minha língua fez um barulho e eu bebi o sangue do
pescoço dele.


TREZE

O gosto explodiu na minha boca. Quando minha saliva tocou a ferida superficial o
sangue dele começou a fluir mais rapidamente, e com um gemido que eu mal reconheci
como meu, eu abri minha boca e pressionei meus lábios contra a pele dele, lambendo a
deliciosa linha escarlate. Eu senti os braços de Heath passarem ao meu redor enquanto os
meus se envolviam ao redor dos ombros dele para poder segurar ele mais firmemente
contra a minha boca. A cabeça dele foi para trás e eu o ouvi gemer "sim." Uma das mãos
dele segurou minha bunda e a outra foi para debaixo do meu suéter para apertar meu
seio.
O toque dele só fez tudo ficar melhor. Calor viajando através do meu corpo, me
colocando em chamas. Como se outra pessoa estivesse controlando meus movimentos,
minha mão deslizou do ombro de Heaht, pare o seu peito, para esfregar o duro membro
que estava na frente das jeans dele. Eu suguei o pescoço dele. Idéias racionais saíram da
minha mente. Tudo o que eu podia fazer era sentir e provar e tocar. Em algum lugar na
profundeza da minha mente eu sabia que estava reagindo num nível que era quase
animalesco em sua necessidade e ferocidade, mas eu não me importei. Eu queria Heath.
Eu o queria como nada mais que eu queria na vida.
"Oh, Deus, Zo, sim," ele arfou e seus quadris começaram a se mexer junto com a
minha mão.
Alguém bateu na janela do lado do passageiro. "Hey! Vocês não podem ficar se
agarrando aqui!"
A voz do homem passou por mim, cortando o calor que estava crescendo dentro de
mim. Eu vi um deslumbre do uniforme do guarda de segurança, e comecei a me afastar
de Heath, mas ele colocou minha cabeça no lado do seu pescoço e virou seu corpo para
que o guarda, que obviamente estava parado do lado de fora da porta do passageiro, não
pudesse me ver muito bem, e para que o sangue que estava pingando do pescoço de
Heath ficasse complemente escondido.
"Vocês garotos me ouviram!" o cara gritou. "Saiam daqui antes de pegar o nome de
vocês e ligar para seus pais."
"Sem problemas, senhor," Heath gritou naturalmente. Incrivelmente, ele soava
perfeitamente normal, só um pouco sem ar. "Estamos indo embora."
"É melhor. Estou de olho em vocês dois. Droga de adolescentes..." ele murmurou
enquanto ele se afastava.
"Ok, ele está longe o bastante para não conseguir ver o sangue," Heath disse
enquanto relaxou seu aperto em mim.
Instantaneamente eu me afastei, me pressionando contra a porta, o mais longe
possível de Heath que eu pudesse. Com mãos tremulas eu abri minha bolsa e peguei um
lenço entregando para ele, sem o tocar.
"Pressione isso contra o seu pescoço para parar de sangrar."
Ele fez o que eu disse.
Eu abri minha janela, colocando minhas mãos juntas, e respirando o ar puro
profundamente, tentando bloquear o cheiro do sangue de Heath da minha mente.
"Zoey, olha para mim."
"Eu não posso, Heath." Eu engoli as lagrimas que queimavam na minha garganta.
"Por favor vá embora."
"Não até você me olhar e ouvir o que eu tenho para te dizer."


Eu virei a cabeça e olhei para ele. "Como diabos você pode estar tão calmo e
parecendo tão normal?"
Ele ainda estava pressionando o lenço contra o seu pescoço. O rosto dele estava
corado e o cabelo dele estava bagunçado. Ele sorriu para mim, e eu não achei que algum
dia vi alguém que parecia tão adorável.
"Fácil, Zo. Ficar com você é totalmente normal para mim. Você me deixa louco a
anos."
Eu tive a toda a eu-não-estou-pronta-para-transar-com-você conversa com ele
quando tinha quinze anos e ele tinha quase 17. Ele disse naquela época que entendia e
estava disposto a esperar - é claro isso não significa que nós não tenhamos ficado de
forma pesada - mas o que tinha acabado de acontecer no carro foi diferente. Foi mais
quente. Eu sabia que se eu me permitisse continuar a ver ele eu não seria uma virgem por
muito mais tempo, e não porque Heath fosse me pressionar. Seria porque eu não seria
capaz de controlar minha ânsia por sangue. A idéia me assustava tanto quanto me
fascinava. Eu fechei os olhos e esfreguei minha testa. Eu estava ficando com dor de
cabeça. De novo.
"O seu pescoço dói?" eu perguntei, espiando ele através dos meus dedos como se
estivesse vendo um filme de luta idiota.
"Não. Estou bem, Zo. Você não me machucou nem um pouco." Ele se inclinou e
puxou minha mão da frente do meu rosto. "Tudo ficara bem. Pare de se preocupar tanto."
Eu queria acreditar nele. E, de repente eu percebi, que eu também queria ver ele de
novo. Eu suspirei. "Eu vou tentar. Mas eu realmente tenho que ir. Eu não posso me
atrasar de volta para a escola."
Ele pegou minha mão nele. Eu podia sentir o pulsar do sangue dele, e sabia que ele
estava pulsando com meu próprio coração, como se eu e ele tivéssemos ficando
internamente sincronizados. "Me prometa que você vai me ligar," ele disse.
"Eu prometo."
"E você vai me encontrar aqui de novo essa semana."
"Eu não sei quando posso vir. Nessa semana vai ser difícil para mim."
Eu esperei que ele discutisse comigo, mas ele apenas acenou e apertou minha mão.
"Ok, eu entendo. Viver 24 horas por dia na escola é provavelmente uma droga. Que tal
isso: Sexta jogamos contra a Jenks em casa. Você poderia me encontrar na Starbucks
depois do jogo?"
"Talvez."
"Você vai tentar?"
"Sim."
Ele riu e se inclinou para me dar um rápido beijo. "Essa é a minha Zo! Te vejo sexta."
Ele saiu do carro e antes de fechar a porta se abaixou e disse, "Eu amo você, Zo."
Enquanto dirigi para longe eu pude ver ele pelo meu espelho retrovisor. Ele estava
parado no meio do estacionamento, o lenço pressionado contra o seu pescoço, dando
tchau para mim com um aceno.
"Você não tem idéia do que está fazendo, Zoey Redbird," eu disse alto para mim
mesma enquanto o céu cinza se abria e derramava chuva por cima de tudo.
Era 14:35 quando eu entrei de fininho de volta para nosso quarto. O fato deu estar
com o tempo curto foi na verdade bom. Não me deu a chance de pensar demais no que
eu tinha que fazer. Stevie Rae e Nala ainda estavam dormindo. Na verdade, Nala tinha
abandonado minha cama vazia e estava empoleirada ao lado da cabeça de Stevie Rae no
travesseiro dela, o que me fez sorrir. (A gata era uma notaria abraçadora de travesseiros.)


Silenciosamente eu abri a gaveta da minha mesa do computador e agarrei o telefone
descartável de Damien, junto com o pedaço de papel onde escrevi o numero do FBI, e
então fui para o banheiro.
Eu respirei fundo algumas vezes, me acalmando, lembrando do conselho de Damien:
Seja rápida. Soe um pouco irritada, e meio louca, mas não pareça uma adolescente. Eu
disquei o numero. Quando um homem que soou um oficial atendeu, "Federal Bureau of
Investigation.* (*Agência Federal de Investigação) Como posso te ajudar?" Eu baixei a
voz e a deixei afiada, cortando minhas palavras como se tivesse que ter cuidado para me
segurar por causa da quantidade de ódio que estava crescendo entre elas (que é como
Erin, com seu inesperado e bizarro conhecimento policial, descreveu como eu deveria
fingir me sentir). "Eu quero reportar uma bomba." Eu continuei falando, sem dar tempo
para ele me interromper, mas falando devagar e claramente porque eu sabia que nossa
ligação estava sendo gravada. "Meu grupo, Natureza Jihad* (*guerra santa, no islamismo)
(Shaunee inventou esse nome), a plantou abaixo da linha de água em uma das torres de
comando (palavra que Damien inventou) da ponte que cursa o Rio Arkansas na I-40 perto
da Webber Falls. Está armada para explodir as 15:15 (Usar o horário militar foi outra
brilhante idéia de Damien). Estamos assumindo completa responsabilidade por esse ato de
desobediência civil (mais uma contribuição de Erin, embora ela tenha dito que terrorismo
não é um ato de desobediência civil, é... bem... terrorismo, que é definitivamente
diferente) protestando contra o governo a interferência dos Estados Unidos nas nossas
vidas e contra a poluição dos rios americanos. Fique atento porque esse é apenas nosso
primeiro ataque!" Eu desliguei. Então rapidamente virei o pedaço de papel rasgado e
disquei o outro telefone que estava escrito.
"Fox News Tulsa!" disse uma mulher alegre.
Essa parte na verdade foi minha idéia. Eu achei melhor ligar para uma estação de TV
local para termos uma chance melhores de ter a ameaça reportada rapidamente pela
estação, e então podíamos manter um olho nas noticias e talvez saber quando (ou se)
nossa tentativa de fechar a ponte tinha sido um sucesso. Eu respirei fundo e me lancei no
resto do plano.
"Um grupo terrorista conhecia como Natureza Jihad ligou para o FBI com
informações de que eles plantaram uma bomba na ponte da I-40 no Rio Arkansas perto
de Webber Falls. Está armada para explodir as 15:15 hoje." Eu cometi o erro de fazer uma
pausa durante uma fração de segundo, e a mulher, que de repente não parecia feliz,
disse, "Quem é você, senhora, e de onde você conseguiu essa informação?"
"Abaixo a intervenção do governo e a poluição e viva o poder das pessoas!" Eu gritei
e então desliguei. Imediatamente eu desliguei o celular. Então meus joelhos não se
seguravam mais e eu cai na tampa fechada na privada. Eu consegui. Eu realmente
consegui.
Duas batidas soaram contra a porta do banheiro, seguido pelo suave som fanhoso do
sotaque de Stevie Rae.
"Zoey? Você está bem?"
"Yeah," eu disse fracamente. Eu me forcei a levantar e ir até a porta. Eu a abri a a
porta para ver o rosto amassado de Stevie Rae olhando ao redor de mim como um
sonolento coelho.
"Você ligou?" ela sussurrou.
"Yeah, e não temos que sussurrar. É apenas você e eu." Nala bocejou e fiz um mal
humorado mee-uf-ow para mim no meio do travesseiro de Stevie Rae. "E Nala."
"O que aconteceu? Eles falaram algo?"


"Não depois da parte do "Olá FBI." Damien disse que eu não deveria dar a chance
deles falarem, lembra?"
"Você disse a eles que éramos a Natureza Jihad?"
"Stevie Rae. Não somos a Natureza Jihad. Só estamos fingindo ser."
"Bem, eu ouvi você gritando abaixo o governo e a poluição, então pensei... talvez...
na verdade não sei o que eu pensei. Eu acho que só fui pega pelo momento."
Eu virei os olhos. "Stevie Rae, eu só estava fingindo. A moça do canal de noticias
perguntou quem eu era e eu acho que meio que surtei. E, sim, eu disse a eles tudo que
dissemos que eu deveria. Eu espero que funcione." Eu tirei meu canguru e o pendurei nas
costas da cadeira para secar.
Stevie Rae de repente registrou que meu cabelo estava molhado e minha Marca
coberta, algo que eu totalmente esqueci quando me apressei para fazer a ligação. Diabos.
"Você foi em algum lugar?"
"Yeah," eu disse relutantemente. "Eu não consegui dormir, então foi para a American
Eagle na Utica e comprei um suéter novo." Eu apontei para a sacola da American Eagle
jogada no canto.
"Você deveria ter me acordado. Eu teria ido com você."
Se ela não tivesse soado tão magoada eu teria tempo para pensar o quanto eu ia
contar a sobre Heath antes de falar, "eu me encontrei com ex-namorado."
"Ohminhadeusa! Me conte tudo." Ela se jogou na cama, olhos brilhando. Nala
reclamou e pulou do travesseiro dela para o meu. Eu peguei uma toalha e comecei a secar
meu cabelo.
"Foi na Starbucks. Ele estava pendurando pôsteres com a foto de Brad."
"E? O que aconteceu quando ele viu você?"
"Conversamos."
Ela virou os olhos. "Anda - o que mais?"
"Ele parou de beber e ficar alto."
"Isso, isso é forte. Ele beber e fumar não foi o motivo de você parar de ver ele pra
começar?"
"Yeah."
"Hey, e quando a Vadia Kayla e ele?"
"Heath disse que não está vendo ela por causa das merdas que ela diz sobre
vampiros."
"Vê! Estávamos certo sobre ela ser o motivo que aqueles policias estiveram aqui
perguntado de você," Stevie Rae disse.
"É o que parece."
Stevie Rae estava me vendo mais atentamente. "Você ainda gosta dele, não gosta?"
"Não é tão simples."
"Bem, na verdade, parte disso é simples. Quero dizer, se você não gosta dele, é
basicamente isso. Você não verá ele de novo. Simples," Stevie Rae disse logicamente.
"Eu ainda gosto dele," eu admiti.
"Eu sabia!" Ela fez uma pequena dancinha na cama. "Cara, você tem um zilhão de
caras, Z. O que você vai fazer?"
"Eu não faço idéia," eu disse miseravelmente.
"Erik volta da competição de Shakespeare amanhã.
"Eu sei. Neferet disse que Loren foi apoiar Erik e o resto do pessoal daqui, então isso
significa que ele volta amanha também. E eu disse a Heath que o entraria sexta depois do
jogo."


"Você vai contar a Erik sobre ele?"
"Eu não sei."
"Você gosta de Heath mais do que de Erik?"
"Eu não sei."
"E quanto a Loren?"
"Stevie Rae, eu não sei." Eu esfreguei a dor de cabeça que parecia ter se firmando
em mim. "Podemos não falar sobre isso por um tempo - pelo menos até eu descobrir o
que fazer."
"Ok. Vamos." Ela agarrou meu braço.
"Onde?" eu pisquei para ela, totalmente confusa. Ela foi de Heath para Erik para
Loren e então deixou para lá tão rápido.
"Você precisa da sua dose de Count Chocula, e eu preciso dos meus Lucky Charms. E
ambas precisamos ver a CNN e as noticias locais."
Eu comecei a passar pela porta. Nala se esticou, miou mal humoradamente, e então
relutantemente me seguiu. Stevie Rae balançou a cabeça para nós duas.
"Anda vocês duas. Tudo vai parecer melhor depois que você tiver seu Count
Chocula."
"E uma coca," eu disse.
Stevie Rae estragou seu rosto como se ela tivesse de sugar limão. "Para o café da
manha?"
"Eu tenho o pressentimento que esse vai ser um dia de coca."


QUATORZE

Graças a Deus, não tivemos que esperar muito antes de ouvir algo. Stevie Rae, as
Gêmeas, e eu estávamos assistindo o Show do Dr. Phil e exatamente as 15:30 (Stevie Rae
e eu estávamos na segunda tigela e eu na terceira coca) quando a Fox News interrompeu
o programa com uma Reportagem Especial.
"Aqui é Chera Kimiko com noticias inéditas. Soubemos que logo depois das 14:30
desta tarde o filial de Oklahoma do FBI recebeu uma ameaça de bomba de um grupo
terrorista que se auto proclama Natureza Jihad. A Fox News descobriu que o grupo alega
ter plantado uma bomba na ponte da I-40 do Rio Arkansas não muito longe de Webber
Falls. Vamos ao vivo com Hannah Downs para mais noticias."
Nós quatro sentamos muito paradas e assistimos a câmera filmar uma repórter
jovem que estava parada na frente de uma ponte que parecia normal. Bem, era normal
exceto pela horda de homens uniformizados que estavam vasculhando ao redor. Eu
respirei aliviada. A ponte definitivamente estava fechada.
"Obrigado, Chera. Como vocês podem ver a ponte toda foi fechada pelo FBI e a
policia loca, incluindo time ATF de Tulsa. Eles estão fazendo uma profunda busca pela
suposta bomba."
"Hannah, eles já encontraram alguma coisa?" Chera perguntou.
"É muito cedo para dizer, Chera. Eles acabaram de lançar os barcos do FBI."
"Obrigada, Hannah." A câmera voltou para o noticiário. "Vamos te manter informado
nessa história inédita quando tivermos mais informações da suposta bomba, ou do seu
grupo terrorista. Até lá, a FOX retorna você para..."
"Uma ameaça de bomba. Isso foi inteligente."
As palavras foram faladas tão suavemente e eu estava tão concentrada na TV que
levou um segundo para a voz de Afrodite ser registrada por mim. Quando foi eu olhei para
cima rapidamente. Ela estava parada a minha direita, só um pouco atrás do sofá onde
Stevie Rae e eu estávamos sentadas. Eu esperava que o rosto dela estivesse com o sua
usual arrogância, então fiquei surpresa quando ela acenou levemente, de forma quase
respeitosa, para mim.
"O que você quer?" A voz de Stevie Rae era afiada, e eu notei que várias que
estavam ocupadas assistindo TV em seus grupos pararam o que estavam fazendo para
olhar. Mas Afrodite imediatamente mudou sua expressão, ela notou também.
"De um ex-refrigerador? Nada!" ela disse.
Eu senti Stevie Rae se endurecer ao meu lado. Eu sabia que ela odiava ser lembrada
que Afrodite e seu grupo da Filhas Negras usaram o sangue dela no ritual que tinha dado
totalmente errado mês passado. Ser usada como um "refrigerador" não é uma coisa boa -
e ser chamado de um é um insulto.
"Hey, sua bruxa vadia do inferno," Shaunne disse em um tom doce e amigável. "Isso
nos lembra, parece que o novo grupo das Filhas Negras - "
"Que seriamos nós e não você e suas amigas vadias," Erin acrescentou.
"... Tem uma nova vaga para um refrigerador amanha," Shaunee continuou
suavemente.
"Yeah, e já que você não é mais nada, o único jeito de entrar no ritual e ser um
lanche," Erin disse. "Você está aqui para se inscrever para o trabalho?"
"Se você estiver, desculpe. Não tem como dizer por onde você andou e não
gostamos de coisas nojentas," Shaunee disse.
"Vai se fuder, vadia," Afrodite respondeu.


"Nem se você implorar," Shaunee disse.
"Ya ho," Erin terminou.
Stevie Rae só ficou sentada ali, parecendo pálida e chateada. Eu queria bater a
cabeça de todas elas juntas.
"Ok, parem." Todos calaram a boca. Eu olhei para Afrodite. "Nunca mais chame
Stevie Rae de refrigerador de novo." Então me virei para as Gêmeas. "Calouros serem
usados durante nossos rituais é uma das coisas que eu vou cortar, então não precisamos
de um garoto para agir como nosso sacrifício. O que significa que ninguém vai ser um
lanche." Ok, eu não tinha realmente gritado com as Gêmeas, mas elas me deram olhares
idênticos de magoa e choque. Eu suspirei. "Estamos todos no mesmo lado," eu disse
quietamente, me certificando que minha voz não fosse até as garotas que obviamente
estavam escutando. "Então seria bom a gente parar de brigar."
"Não se engane. Não estamos do mesmo lado - nem de perto." Então, com uma
risada que era mais com um resmungo, ela se afastou.
Eu observei ela ir embora e logo antes dela ir para porta da frente ela olhou para
mim, encontrou meus olhos, e piscou.
O que foi isso? Ela parecia quase divertida, como se fossemos amigas e estivéssemos
só brincando. Mas isso não era possível. Era? "Ela me da calafrios," Stevie Rae disse.
"Afrodite tem problemas," eu disse, e as 3 olharam para mim como se eu tivesse
acabado de dizer que Hitler não foi tão mal. "Gente, eu realmente quero que a nova Filhas
Negras seja um grupo que aproxima as pessoas, não um grupo metido e tão exclusivo que
só alguns são escolhidos para se juntar." Eles me encararam. "Foi o aviso dela que salvou
minha avó e várias outras pessoas hoje."
"Ela só te contou porque ela quer algo de você. Ela é odiosa, Zoey. Nunca pense que
ela não é," Erin disse.
"Por favor, não me diga que você está pensando em deixar ela voltar as Filhas
Negras," Stevie Rae disse.
Eu balancei a cabeça. "Não. E mesmo que eu quisesse, o que eu não quero," eu
adicionei rapidamente, "de acordo com nossas novas regras ela não se qualifica como
membro. As Filhas e Filhos Negros tem que manter nossos ideais por seu
comportamento."
Shaunne bufou. "De jeito nenhum a bruxa sabe ser autentica, fiel, sábia, séria, e
sincera sobre nada a não ser seus odiosos planos."
"Para dominação mundial," Erin disse.
"E não ache que elas estão exagerando," Stevie Rae me disse.
"Stevie Rae, ela não é minha amiga. Eu só... eu não sei..." Eu me debati, tentando
transformar as palavras do instinto que tão freqüentemente sussurrava para mim e me
dizia o que fazer, em palavras. "Eu acho que eu sinto pena dela às vezes. E eu também
acho que a entendo um pouco. Afrodite só quer ser aceita, mas ela age da forma errada.
Ela acha que manipulação e mentiras misturadas com controle podem forçar as pessoas a
gostar dela. É o que ela vê em casa, e é o que a faz como é agora."
"Desculpe, Zoey, mas isso é bobagem," Shaunne disse. "Ela é velha demais pra agir
como uma idiota porque ela tem uma mãe problemática."
"Por favor. Só, por favor, com a culpe-a-mamãe-porque-sou-uma-vaca merda," Erin
disse.
"Sem querer ser maldosa nem nada, mas você tem uma mãe problemática também,
Zoey, e você não deixa ela, ou seu padrasto-perdedor, mexer com você," Stevie Rae
disse. "E Damien tem uma mãe que não gosta mais dele porque ele é gay."


"Yeah, e ele não se tornou uma bruxa odiosa e vadia," Shaunne disse. "Na verdade,
ele é o oposto. Ele é tipo... tipo..." Ela pausou, olhando para Erin para ajuda. "Gêmea,
qual é o nome da personagem de Julie Andrews em O som da musica?"
"Maria. E você está certa, Gêmea. Damien é como aquela freira legal. Ele precisa
relaxar um pouco ou ele nunca vai conseguir nada."
"Eu não acredito que vocês estão discutindo minha vida amorosa," Damien disse.
Todos pulamos com culpa e murmuramos, "desculpe."
Ele balançou a cabeça enquanto Stevie Rae e eu dávamos espaço para ele sentar no
nosso lado. "E saibam que eu não quero só "conseguir algo" como vocês tão
nojentamente descreveram. Eu quero uma relação duradoura com alguém que eu
realmente goste, e estou disposto a esperar por isso."
"Já, fräulein," Shaunee sussurrou.
"Maria," Erin murmurou.
Stevie Rae tentou esconder sua risada com uma tosse.
Damien estreitou os olhos para as três. Eu decidi que era minha deixa para falar.
"Funcionou." Eu disse rapidamente. "Eles fecharam a ponte." Eu tirei o celular dele
do meu bolso e o entreguei para ele. Ele chegou para se certificar que estivesse desligado
e acenou.
"Eu sei, eu vi as noticias e vim para cá." Damien olhou para o relógio digital no DVD
que ficava junto com a TV, então ele riu para mim. "São 15:20. Conseguimos."
Nós 5 sorrimos um para o outro. Era verdade; eu estava aliviada, mas eu ainda tinha
um sentimento de preocupação que eu não parecia me livrar que era mais do que apenas
estresse por Heath. Talvez eu precisasse de uma quarta coca.
"Ok, bem, isso foi cuidado. Então porque vocês estão sentadas aqui falando da
minha vida amorosa?" Damien disse.
"Ou da falta dela," Shaunee sussurrou para Erin, que tentou, sem sucesso (com
Stevie Rae) não rir.
As ignorando, Damien levantou e olhou para mim. "Bem, vamos."
"Huh?"
Ele virou os olhos e balançou a cabeça. "Eu tenho que fazer tudo? Você tem uma
performance espiritual amanha, o que significa que temos uma sala de recreação para
transformar. Você achou que Afrodite ia se voluntariar para arrumar as coisas pra você?"
"Acho que não pensei sobre isso." Como se eu tivesse tido tempo?
"Bem, pense agora." Ele pegou minha mão e me levantou. "Temos que trabalhar."
Eu agarrei minha coca e segui Damien até a muito fria, e cheia de nuvens tarde de
sábado. A chuva tinha parado, mas as nuvens estavam ainda mais escuras.
"Parece que vai nevar," eu disse, olhando para o céu lodoso.
"Oh, cara, bem que eu queria. Eu amo neve!" Stevie Rae girou ao redor com seus
braços esticados, parecendo uma garotinha.
"Se mude para Connecticut. Você terá mais neve do que consegue agüentar. Fica
bem cansativo depois de meses e meses de frio e umidade. Por favor. É por isso que nós
pessoas do norte somos tão mal humoradas," Shaunee disse divertida.
"Não me importa o que você diz. Você não pode estragar para mim. Neve é mágica.
Eu acho que faz a terra parecer como um fofo cobertor branco." Ela abriu seus braços e
gritou, "Eu quero neve!"
"Yeah, bem, eu quero aqueles quatrocentos - e- quinze - doláres jeans que eu vi no
catalogo da Victoria´s Secret," Erin disse. "O que prova que nem sempre podemos ter o
que queremos, neve ou jeans legais."


"Ohhhh, Gêmea, talvez entre em liquidação. Essas jeans são bonitas demais para
desistir."
"Então porque você não pega sua jeans favorita e vê se consegue reproduzir a
estampa você mesma? Não pode ser tão difícil, sabe," Damien disse logicamente (e muito
gay).
Eu estava abrindo a boca para concordar com Damien quando o primeiro floco de
neve caiu na minha cabeça. "Hey, Stevie Rae, o seu desejo se tornou realidade. Está
nevando."
Stevie Rae gritou alegremente. "Yeah! Neve mais forte!"
E ela definitivamente foi atendida. Quando chegamos na sala de recreação, grandes
flocos de neve estavam cobrindo tudo. Eu tinha que admitir que Stevie Rae estava certa.
A neve era como um cobertor mágico que cobria a terra. Tornou tudo suave e branco, e
até mesmo Shaunne (da mau humorada, e cheia de neve Connecticut) estava rindo e
tentando pegar os flocos com a língua.
Estávamos todos rindo quando chegamos na sala de recreação. Havia vários garotos
lá dentro. Alguns estavam jogando sinuca, outros vídeo games das antigas maquinas de
árcade. Nossa risada e se escovar para tirar a neve fez vários dele parar o que estavam
fazendo e abrir as cortinas que abrigavam a grande sala da luz do sol.
"Yep!" Stevie Rae gritou o obvio. "Está nevando!"
Eu apenas sorri e fui até a pequena área da cozinha atrás do prédio, com Damien, as
Gêmeas, e a louca por neve Stevie Rae me seguindo. Eu sabia que havia um deposito na
cozinha, e dentro as coisas que as Filhas Negras mantinham para seus rituais. É melhor
começar a arrumar as coisas, e é melhor começar a fingir que eu sei o que diabos estou
fazendo.
Eu ouvi a porta se abrir e então fechar atrás de mim, e estava surpresa por ouvir a
voz de Neferet.
"A neve é bem bonita, não?"
Os garotos parados perto das janelas responderam Neferet com respeitosos acenos.
Eu estava surpresa por me sentir um pouco incomodada, o que eu instantaneamente
reprimi, enquanto parei e virei para cumprimentar minha mentora. Como patinhos, minha
gangue me seguiu.
"Zoey, ótimo. Estou feliz por encontrar você aqui." Neferet falou com uma afeição tão
obvia para mim que o incomodo que eu sentia de repente sumiu. Neferet era mais que
minha mentora. Ela era como uma mãe para mim, e era egoísta da minha parte ficar
irritada por ela vir procurar por mim.
"Olá, Neferet," eu disse de forma acolhedora. "Estávamos nos aprontado para
arrumar a sala para o ritual de amanhã a noite."
"Excelente! Esse era um dos motivos pelo qual eu queria te ver. Se você precisar de
qualquer coisa para o ritual, por favor, não hesite em pedir. E eu definitivamente estarei
aqui amanhã a noite, mas não se preocupe" - ela sorriu para mim de novo - "não vou
ficar para o ritual todo só o tempo suficiente para mostrar meu apoio por sua visão para
as Filhas Negras. E então vou deixar as Filhas e Filhos Negros em suas mãos capazes."
"Obrigado, Neferet," eu disse.
"Agora, a segunda razão pela qual queria encontrar você e seus amigos" - ela dividiu
seu sorriso brilhante com meu grupo - "é que quero apresentar nosso novo estudante
para você." Ela fez uma menção, e um garoto que eu não tinha notado até agora devagar
foi para frente. Ele era fofo, de um jeito estudioso, com cabelo cor de areia e olhos azuis
muito bonitos. Claramente ele era um nerd, mas um nerd adorável em potencial


(tradução: ele toma banho, escova os dentes, ele tem uma pele boa e o cabelo não está
cortado como de um perdedor completo). "Eu gostaria que vocês todos conhecessem Jack
Twist. Jack, essa é minha caloura, Zoey Redbird, líder das Filhas Negras, e seus amigos e
Conselho de Prefeitos, Erin Bates, Shaunee Cole, Stevie Rae Johnson, e Damien Maslin."
Neferet gesticulou apontado para cada um, e "oi" foi dito ao redor. O garoto novo parecia
um pouco nervoso e pálido, mas fora isso ele tinha um sorriso legal e não parecia
socialmente incapaz ou nada disso. Eu estava me perguntando por que Neferet tinha me
procurado para apresentar o garoto quando ela explicou.
"Jack é um poeta e um escritos, e Loren Blake vai ser o mentor dele, mas Loren não
voltará da sua viagem até amanha. Jack também vai ser o colega de quarto de Erik Night.
Como você sabe, Erik também volta só amanha. Então achei que seria bom se vocês cinco
mostrassem a Jack o lugar e se certifiquem que ele se sinta bem vindo e se ajeite aqui."
"É claro, ficaríamos felizes," Eu disse sem hesitar. Nunca é divertido ser o garoto
novo.
"Damien, você pode mostrar a Jack onde é o quarto de Erik, não pode?"
"Claro, sem problemas," Damien disse.
"Eu sabia que podia contar com Zoey e seus amigos." O sorriso de Neferet era
incrível. Parecia iluminar a sala sozinho e me fez ficar de repente orgulhosa que todos os
garotos ao redor estivessem vendo Neferet mostrar um favor tão obvio para nós.
"Lembre-se, se precisar de qualquer coisa amanha, só me avise. Oh, porque é o seu
primeiro ritual eu pedi a cozinha preparar algo especial para você e as Filhas e Filhos
Negros para depois. Deve ser uma linda celebração por você, Zoey."
Eu fiquei sobrepujada pela consideração dela, e não pude me impedir de comparar
com o frio jeito despreocupado que minha mãe me tratava. Diabos, a verdade era que
minha mãe não se importava o bastante para me tratar como alguma coisa mais. Eu a vi
apenas uma vez durante um mês inteiro, e depois da cena idiota que o marido perdedor
tinha feito com Neferet, parecia que eu não iria ver ela de novo tão cedo. Como se eu me
importasse? Não. Não quando tenho bons amigos e uma mentora como Neferet me
apoiando.
"Eu realmente agradeço, Neferet," eu disse, engolindo com força o calombo de
emoções que tinha se construído na minha garganta.
"É meu prazer e o mínimo que posso fazer por minha caloura no seu primeiro Ritual
da Lua Cheia como a líder das Filhas Negras." Ela me deu um rápido abraço, e então saiu
da sala, acenando gentilmente para os garotos que a saudavam respeitosamente.
"Wow," Jack disse. "Ela é realmente incrível."
"Claro que é," eu disse. Então eu ri para meus amigos (e o novato). "Então, prontos
para trabalhar? Temos muitas coisas para arrumar aqui." Eu vi o pobre Jack ficar
completamente perdido. "Damien, é melhor você dar a Jack um rápido resumo do ritual
dos vampiros para ele não ficar perdido." Eu comecei a andar de volta para a cozinha (de
novo), e ouvi Damien começar sua pequena atuação de professor, começando com os
fatos sobre o Ritual da Lua Cheia.
"Uh, Zoey, posso te ajudar?"
Eu olhei por cima do ombro. Drew Partain, um pequeno, e atlético garoto que eu
reconheci porque eu e ele éramos da mesma turma de esgrima (ele é um esgrimista
incrível - tão bom quanto Damien, e isso é algo), estava parado com um grupo de caras
perto da parede com janelas. Ele sorria para mim, mas eu notei que ele ficava olhando
para Stevie Rae. "Tem várias coisas para serem arrumadas. Eu sei por que os rapazes e
eu costumávamos ajudar Afrodite a arrumar a sala."


"Huh," eu ouvi Shaunee dizer. Antes de Erin poder adicionar o tom sarcástico, eu
disse, "Yeah, podemos usar uma ajuda." E então eu testei eles. "Mas meu ritual vai ser
diferente. Damien pode mostrar o que eu quero dizer." Eu esperei pelos olhares
desdenhosos que os caras costumavam jogar em Damien e para alguns outros garotos
gays na escola, mas Drew só deu nos ombros e disse, "tudo bem por mim. Só nos diga o
que fazer." Ele riu e piscou para Stevie Rae, que riu e corou.
"Damien, eles são seus," eu disse.
"Está com certeza congelando em algum lugar," Damien sussurrou, mal movendo os
lábios. Então, em sua voz regular ele disse, "bem, a primeira coisa que Zoey não gosta é
que isso pareça um necrotério com todas as maquinas empurradas na parede e cobertas
com tecido preto. Então vamos ver se conseguimos colocar a maior parte deles na cozinha
e no corredor." O grupo de Drew começou a trabalhar junto com Damien e o novato, e
Damien voltou a sua mini-lição.
"Vamos pegar as velas e as colocar aqui," eu disse ao caras, e fiz menção para as
Gêmeas e Stevie Rae me seguirem.
"Damien morreu e foi direto para o céu de gays," Shaunee disse assim que saímos do
campo de audição.
"Hey, já era hora daqueles garotos pararem de agir como ignorantes e se comportar
como se tivessem algum senso," eu disse.
"Ela não quer dizer isso, embora eu concorde com você," Erin disse. "Ela quis dizer o
Sr. Jack o novato-cara-fofo-e-gay Twist."
"Porque você acha que ele é gay?" Stevie Rae perguntou.
"Stevie Rae, eu juro que você tem que melhorar seus horizontes, garota," Shaunee
disse.
"Ok, eu também estou perdida. Porque você acha que Jack é gay?" eu perguntei.
Shaunee e Erin dividiram um longo olhar de sofrimento, e então Erin explicou, "Jack
Twis é gostoso Jack Gyllenhall o cowboy totalmente gay de Brokeback Mountain."
"E, por favor! Qualquer um que escolha esse nome e parece um nerd fofo desse jeito
é totalmente, e completamente jogando no time de Damien."
"Huh," eu disse.
"Bem, eu vou," Stevie Rae disse. "Você sabe, eu nunca vi esse filme. Não foi para o
Cinema 8 de Henrietta."
"Não diga?" Shaunee disse.
"Por favor. Estou chocada," Erin disse.
"Bem, Stevie Rae. Eu acredito que é hora para um bom DVD mostrando esse
excelente tapa," Shaunee disse.
"Os caras se beijam?"
"Deliciosamente," Shaunee e Erin falaram juntas.
Eu tentei, mas falhei miseravelmente de não rir da expressão no rosto de Stevie Rae.


QUINZE

Estávamos quase terminando de arrumar a sala quando alguém ligou a TV no
noticiário da noite. Nós cinco dividimos olhares rápidos - para o que eles estavam
chamando de "a bomba travessa da Nature Jihad" como história principal. Embora
soubesse que minha ligação não podia ser rastreada, e tenha visto Damien
"acidentalmente" derrubar e esmagar o seu celular, eu só respirei mais facilmente quando
Chera Kimiko repetiu que até agora a policia não tinha pistas sobre a identidade do grupo
terrorista.
Em uma história relacionada ao Rio Arkansas a Fox News reportou que essa tarde
Samuel Johnson, capitão de uma barca de transporte do frio, teve um ataque cardíaco
enquanto pilotava a barca. Foi uma "coincidência de sorte" que o trafego no rio foi
segurado pela policio e os paramédicos estarem tão perto. A vida dele foi salva, e nenhum
dano foi feito a barca ou a ponte.
"Era isso!" Damien disse. "Ele teve um ataque cardíaco e bateu a barca na ponte."
Eu acenei entorpecida. "E isso prova que a visão de Afrodite era verdade."
"Não que isso seja uma boa noticia," Stevie Rae disse.
"Eu acho que é," eu disse. "Desde que Afrodite nos conte sobre as visões dela, pelo
menos podemos levar elas a sério."
Damien balançou a cabeça. "Tem que haver uma razão para Neferet acreditar que
Nyx retirou seu dom de Afrodite. É uma pena não podermos contar a ela sobre isso, então
talvez ela explicasse o que está acontecendo, ou talvez até mudasse de idéia sobre
Afrodite."
"Não, eu dei minha palavra de que não diria nada."
"Se Afrodite realmente estava mudando de bruxa para não bruxa, ela mesma vá falar
com Neferet," Shaunee disse.
"Talvez você devesse falar com ela sobre isso," Erin disse. Stevie Rae fez um barulho
rude.
Eu virei meus olhos para Stevie Rae, mas ela não notou porque Drew estava vindo
até nós e ela estava muito ocupada corando para prestar atenção em mim.
"Que você acha, Zoey?" ele perguntou sem tirar os olhos de Stevie Rae.
Que você tem uma queda pela minha colega de quarto, é o que eu queria dizer, mas
eu achei que ele era meio fofo e Stevie Rae corou claramente mostrando que também
achava, então eu decidi contra mortificar ela. "Parece bom," eu disse.
"Não parece muito ruim daqui também," Shaunee disse, dando um olhar de cima
abaixo para Drew.
"Concordo, Twin," Erin disse, mexendo as sobrancelhas para Drew.
O garoto não notou nenhuma das Gêmeas. Parecia que tudo que ele notava era
Stevie Rae.
"Estou faminto," ele disse.
"Eu, também," Stevie Rae disse.
"Então, que tal algo para comer?" Drew perguntou.
"Ok," Stevie Rae disse rapidamente, então ela pareceu lembrar que todos estávamos
parados ali olhando para ela, e o rosto dela ficou ainda mais corado. "Deus, é hora da
janta. É melhor todos irmos comer algo." Com um nervoso gesto, ela passou seus dedos
pelos seus cabelos e chamou Damien, que estava profundamente engajado numa
conversa com Jack. (Pelo que eu ouvi eles gostavam dos mesmos tipos de livros e


estavam debatendo que Harry Potter é o melhor. Claramente, eles eram nerds parecidos.)
"Damien, vamos comer. Você e Jack não estão com fome?"
Jack e Damien trocaram olhares, e Damien respondeu, "Yeah, estamos indo."
"Ok," Stevie Rae disse, ainda rindo para Drew. "Acho que todos estamos com fome."
Shaunee suspirou, e foi para a porta. "Por favor. O jovem hormônio do amor nessa
sala é o suficiente para me deixar com dor de cabeça."
"Eu sinto como se estou no filme Lifetime. Espere por mim, Gêmea," Erin disse.
"Porque as Gêmeas estão tão cínicas sobre amor?" Perguntou Damien quando ele e
Jack cruzaram a sala para se juntar a nós.
"Elas não estão. Estão apenas brabas porque os últimos caras que saíram com elas
eram chatos," Damien disse.
Como um grupo, saímos para a mágica noite de neve de novembro. Os flocos tinham
mudado e estavam menores, mais ainda estavam caindo aos montes, fazendo a House of
Night parecer ainda mais misteriosa e mais parecida com um castelo do que o usual.
"Yeah, as Gêmeas são duras com os caras. É como se eles tivessem trabalho
dobrado," Stevie Rae disse. Eu notei que ela estava andando bem próxima de Drew e que
ocasionalmente os braços deles se tocavam.
Eu ouvi vários murmúrios de concordância dos caras que estavam ajudando a
arrastar os moveis na sala de recreação. E eu imaginei que seria intimidante para qualquer
cara (vampiro ou humano) sair com uma das Gêmeas.
"Você lembra quando Thor convidou Erin para sair?" disse um dos amigos de Drew,
cujo nome eu acho que é Keith.
"Yeah, ela o chamou de lêmure. Sabe, como os imbecis lêmures daquele filme da
Disney," Stevie Rae disse, rindo.
"E Walter saiu com Shaunee num total de 2 encontros e meio. Então, no meio da
Starbucks, ela o chamou de processador Pentium 3," Damien disse.
Eu dei a ele um olhar totalmente sem entender.
"Z, estamos no Pentium 5 até agora."
"Oh."
"Erin ainda o chama de Devagar McDevarinstain* (*Piadinha referente a Grays
Anatomy) toda vez que o vê," Stevie Rae disse.
"Claramente vai ser necessário dois caras muito especiais para saírem com as
Gêmeas," eu disse.
"Eu acho que existe alguém para todo mundo," Jack disse de repente. Todos viramos
para ele e ele corou. Antes de qualquer um responder a ele eu falei, "Eu concordo com
Jack." Mas descobrir qual deles é a parte difícil, eu adicionei silenciosamente para mim
mesma.
"Totalmente!" Stevie Rae disse com seu jeito alegre e otimista de sempre.
"Absolutamente," Damien disse, piscando para mim. Eu sorri para ele.
"Hey!" Shaunee saiu de trás de uma arvore. "Do que vocês estavam falando?"
"Da sua vida amorosa inexistente!" Damien respondeu alegremente.
"Verdade?" Ela disse.
"Verdade," Damien disse.
"Que tal falar de quanto frio e molhado você está?" Shaunee disse.
Damien franziu. "Huh? Eu não estou."
Erin saiu do outro lado da arvore, com uma bola de neve na mão. "Você ficará!" Ela
gritou, jogando e atingindo Damien no meio do peito.


É claro que a guerra de bola de neve começou. O pessoal correu para se esconder
enquanto juntavam novas bolas de neve e miravam em Shaunee e Erin. Eu comecei a me
afastar.
"Eu disse a você que neve é ótimo!" Stevie Rae disse.
"Bem, então vamos esperar por uma nevasca," Damien gritou, mirando em Erin.
"Muita neve e neve. Muito melhor para disputa de bola de neve!" Ele jogou a bola, mas
Erin era rápida e pulou para se proteger em tempo de não ser atingida bem na cabeça.
"Onde você está indo, Z?" Stevie Rae perguntou de trás do arbusto ornamental. Eu
notei que Drew estava do lado dela, jogando bolas contra Shaunee.
"Para o media Center - eu tenho que ver as palavras para o ritual amanha, então
vou pegar algo para comer e voltar para o dormitório quando acabar." Eu continuei me
afastando cada vez mais rápido. "Odeio perder a diversão, mas..." e eu voltei para dentro,
fechando a porta em tempo de ouvir os três plop plop plop de três bolas de neve contra a
madeira.
Eu não estava só dando uma desculpa para sair da guerra de bola de neve. Amanha
eu teria que lançar um circulo e liderar um ritual que pode ser tão antigo quando a lua.
Eu não sabia o que diabos estava fazendo.
Ok, claro. Eu lancei um circulo com meus amigos um mês atrás como uma pequena
experiência para ver se eu tinha uma afinidade com os elementos, ou se eu estava
maluca. Até eu sentir o poder do vento, fogo, água, terra, e espírito passarem por mim e
meus amigos testemunharem isso, e pus de lado a idéia de estar maluca. Não que eu seja
totalmente cinitica nem nada, mas, por favor. Apenas por favor, (como as Gêmeas
diriam). Ser capaz de sentir o poder dos cinco elementos era bizarro. Eu quero dizer,
minha vida não era um filme dos X-Men (embora eu definitivamente gostaria de passar
um tempo de qualidade com Wolverine).
O media Center estava previsivelmente vazio; era, afinal de contas, sábado a noite.
Só nerds total passavam a noite de sábado no media Center. Sim, eu sabia muito bem o
que isso me fazia. Eu já decidi onde começar a procurar. Eu peguei o catalogo no
computador e procurei por livros antigos de feitiços e rituais, ignorando qualquer um
recentemente publicado. Eu fiquei particularmente atraída pelo titulo Ritos Místicos da Lua
de Cristal por Fiona. Eu mal reconheci o nome dela como uma das Vampiras Poetas
Laureates dos anos 1800 (tinha uma foto legal dela no nosso dormitório). Eu escrevi o
numero do livro e o encontrei numa prateleira obscura, empoeirada e sozinha. Eu pensei
que era um excelente sinal ser um daqueles livros de capa de couro e bem grosso. Eu
queria um fundamento e tradição para que sobre minha liderança as Filhas Negras
soubessem algo mais do que a influencia moderna de Afrodite.
Eu abri meu bloco de notas, e peguei minha caneta favorita, o que me fez pensar
sobre o que Loren tinha dito sobre preferir escrever poesia a mão do que no
computador... e me fez pensar sobre Loren tocando meu rosto... e minhas costas... e a
conexão que passou entre nós. Eu sorri e senti minhas bochechas ficarem quentes, e
então percebi que estava sentada ali rindo e corado como uma retardada por um cara que
era velho demais para mim, e um vampiro. As duas coisas me deixavam nervosa (como
deveriam). Quero dizer, ele era totalmente lindo, mas ele tinha 20 e poucos. O que,
infelizmente, só o fazia ser mais delicioso, especialmente depois da minha breve, mas suja
cena de beber sangue e ficar com Heath.
Eu bati minha caneta contra a pagina em branco. Ok, eu estive beijando e passando
um tempo com Erik. Sim, eu gostava dele. Não, eu não tinha ido muito longe. Uma razão
era que apesar da evidencia ao contrario, eu normalmente não agia feito uma vadia.


Outra razão era que eu ainda estava muito ciente do incidente que eu vi com Afrodite, a
ex namorada de Erik, de joelhos na frente dele tentando dar um boquete, e eu não queria
que houvesse confusão pela parte de Erik de que eu definitivamente não era uma vadia
como Afrodite. (Eu ignorei a memória de mim esfregando o calombo nas calças de Heath.)
Então, eu definitivamente estava atraída por Erik, que todos achavam ser meu namorado
oficial, embora não tenhamos feito muito sobre aquela atração.
Minha mente mudou para Loren. Lá fora com a luz do luar minha pele nua para ele,
Loren me fez sentir como mulher - não uma inexperiente, nervosa garota, que é como eu
tendia a me sentir perto de Erik. Mas quando vi o desejo nos olhos de Loren eu me senti
linda e poderosa e muito, muito sexy. E eu tinha que admitir a mim mesma que eu
gostava muito desse sentimento.
E como diabos Heath se encaixava em tudo isso? Eu me sentia diferente sobre Heath
tanto quanto sobre Erik ou Loren. Heath e eu tínhamos uma história. Nos conhecíamos
desde crianças, e estávamos saindo, indo e voltado, nos últimos anos. Eu sempre me
sentia atraída por Heath, e ficamos muito, mas ele nunca me excitou antes do jeito que
ele excitou quando cortou seu pescoço e me fez beber o sangue dele.
Eu tremi e automaticamente mordi os lábios. Só de pensar nisso me fez sentir quente
e aterrorizada ao mesmo tempo. Eu definitivamente queria ver ele de novo. Mas era
porque eu ainda gostava dele, ou por causa da intensa ânsia de sangue que eu sentia por
ele?
Eu não tinha idéia.
Verdade, eu gostava de Heath a anos. Ele era meio bobo às vezes, mas geralmente
de um jeito fofo. Ele me tratava bem, e eu gostava de sair com ele - pelo menos essas
coisas eram verdade antes dele começar a beber e ficar alto. Então sua bobeira virou
idiotice, e eu parei de confiar nele. Mas ele disse que parou com isso, então isso não
significava que ele voltou a ser o cara que eu gostava tanto? E se fosse, o que diabos eu
deveria fazer sobre (1) Erik, (2) Loren, (3) o fato que beber o sangue de Heath era
completamente contra as regras da House of Night, e (4) eu definitivamente ia beber mais
do sangue dele.
Meu suspiro suou suspeitosamente como um choro. Eu realmente precisava falar
com alguém.
Neferet? De jeito nenhum. Eu não ia contar para um vampiro adulto sobre Loren. Eu
deveria admitir que bebi o sangue de Heath (de novo - suspiro) e provavelmente tinha
intensificado o Imprint entre nós. Mas eu não podia. Pelo menos ainda não. Eu sei que era
egoísta, mas eu não queria me meter em problemas com ela enquanto ainda estava tendo
estabelecer a liderança das Filhas Negras.
Stevie Rae? Ela era minha melhor amiga, e eu queria contar a ela, mas se eu
realmente ia falar com ela então eu teria que admitir que bebi o sangue de Heath. Duas
vezes. E o quanto eu queria beber de novo. Isso não iria assustar ela? Me assustava. Eu
não agüentava imaginar minha melhor amiga olhando para mim como um monstro. Além
do mais, eu não achei que ela fosse entender - não de verdade.
Eu não podia contar a vovó. Ela definitivamente não ia gostar do fato de Loren ter 20
e poucos. E eu não conseguia imaginar falar com ela sobre a parte da luxuria com a ânsia
de sangue.
Ironicamente, eu percebi que a única pessoa que não surtaria sobre a ânsia por
sangue, e definitivamente ia entender sobre a parte da luxuria era - Afrodite. E,
estranhamente, parte de mim queria falar com ela, especialmente depois de descobrir que
as visões dela eram verdadeiras. Eu tinha um pressentimento em relação a Afrodite que


estava me dizendo que tinha muito mais acontecendo com ela que o fato dela poder
definitivamente ser uma vadia odiosa. Ela irritou Neferet - isso era obvio. Mas Neferet
tinha dito a Afrodite, em palavras frias e odiosas, que Nyx tinha retirado seu favor em
relação a ela, e ela deixou claro para mim (e praticamente a escola toda) que as visões de
Afrodite eram falsas. Mas eu tinha prova de que elas não eram. Isso me deu um
assustador pressentimento, mas eu estava começando a imaginar o quanto eu realmente
podia confiar em Neferet.
Forçando meus pensamentos de volta ao Media Center e a pesquisa que eu tinha que
fazer, eu abri o antigo livro de ritual, e um pedaço de papel caiu dele. Eu peguei o papel,
achando que algum garoto tinha deixado notas nele e congelei. Meu nome estava escrito
em cima com uma elegante letra que eu definitivamente conhecia.

Para Zoey.

Atraente Sacerdotisa.

A noite não pode bloquear seu sonho escarlate. Aceite o desejo que chama.

As palavras do poema mandaram um calafrio para mim. O que diabos? Como
alguém, ainda mais Loren que deveria estar na Costa Leste, iria saber que eu ia pegar o
livro!
Minha mão tremia, então larguei papel e devagar reli o poema. Se eu tirasse o fato
de que era incrivelmente romântico que o Vampiro Poeta Laureate estava me escrevendo
poesia e lesse o poema sem estar totalmente surpresa por quão sexy ele era eu percebi
algo tão perturbador quanto o haiku estar aqui pra começo de conversa. A noite não pode
bloquear seu sonho escarlate. Eu estava ficando absolutamente louca, eu essa linha faz
parecer que Loren sabe sobre mim beber sangue? E de repente o poema parecia errado...
perigoso... como um aviso que não estava escrito, e eu comecei a me perguntar sobre o
poeta. E se Loren não tivesse escrito ele? E se foi Afrodite? Eu a ouvi falar com seus pais.
Ela deveria estar trabalhando para me expulsar da liderança das Filhas Negras. Isso seria
parte do plano dela? (Jeesh, "o plano dela." Eu estava começando a soar como uma
história em quadrinhos bem ruim.)
Ok, Afrodite me viu com Loren, mas como ela poderia saber sobre o haiku? E
também, como Afrodite saberia que eu voltaria para o media Center procurar esse antigo
livro em particular? Isso parecia mais como uma estranha parte dos poderes psíquicos que
um vampiro adulto pode ter - embora eu não tivesse idéia de como. Eu quero dizer, eu
nem sabia que ia escolher esse livro até uns minutos atrás.
Nala pulou na mesa do computador, me dando um belo susto. Ela reclamou e se
esfregou contra mim.
"Ok, ok. Vou trabalhar." Mas enquanto pesquisava no velho livro por rituais e feitiços
tradicionais minha mente continuou dando voltas sobre o poema e o sentimento inquieto
que parecia ter permanentemente se alojado dentro de mim.


DEZESSEIS

Eu estava carregando Nala para fora do media Center - a gata estava tão
adormecida que nem se incomodou de reclamar para mim quando eu a peguei. Eu olhei o
relógio e sai do aposento, e não conseguia acreditar que várias horas tinham passado.
Não era de se admirar que minha traseira e meu pescoço estivessem tão duros. Mas ficar
temporariamente desconfortável não importava porque eu descobri o que fazer no Ritual
da Lua Cheia. Foi um enorme peso tirado das minhas costas. Eu ainda estava nervosa, e
não passei muito tempo considerando o fato que quando eu fizesse o ritual eu o faria na
frente de vários adolescentes, cuja maioria provavelmente não estava muito feliz por mim
ter tomado a liderança de Afrodite. Eu só precisava me manter focada no ritual, e lembrar
os incríveis sentimentos que me preenchiam quando eu invocava os 5 elementos. Com
sorte.
Eu abri a pesada porta da escola e entrei num outro mundo. Estava nevando
bastante, e deve ter nevado o tempo todo que estive no media Center. O terreno da
escola estava complemente coberto por um confortável branco. O vento estava
chicoteando e a visibilidade era terrível. As luzes que marcavam o obscuro caminho não
eram muito mais que pontos brilhantes de luz amarela contra a branca escuridão. Eu
provavelmente deveria ter voltado para o prédio e feito meu caminho até o hall da escola
e de lá para o dormitório, ficando do lado de dentro o máximo que pudesse, e então dar
uma rápida corridinha até o dormitório das meninas, mas eu não queria. Eu pensei sobre
como Stevie Rae tinha estado. A neve era realmente mágica. Mudava o mundo, o fazia
mais silencioso, suave, mais misterioso. Como uma caloura, eu já tinha adquirido um
pouco da proteção dos vampiros contra o frio, o que costumava a me assustar. Quero
dizer, me fazia pensar de frias criaturas mortas, que existiam bebendo sangue dos vivos -
totalmente nojento, mesmo que eu ficasse bizarramente atraída pela idéia. Agora eu sabia
mais sobre o que eu estava me tornando, então eu entendia que minha proteção contra o
frio era mais um metabolismo alto que ser uma morta viva. Vampiros não estão mortos.
Eles só Mudam. Eram os humanos que gostavam de provocar os mitos apavorantes sobre
os mortos vivos, o que eu estava começando a achar mais do que um pouco irritante. De
qualquer forma, eu realmente gostei de ser capaz de andar da nevasca sem sentir que ia
congelar. Nala se apertou contra mim, ronronando alto quando enrolei meus braços contra
ela de forma protetora. A neve abafou meus passos e pareceu por um momento que eu
estava sozinha em um mundo onde preto e branco existiam juntos para formar uma cor
única apenas para mim.
Eu só dei alguns passos quando eu suspirei e teria me batido na testa se meus
braços já não estivessem ocupados com minha gata. Eu precisava ir para o deposito de
feitiços e rituais da escola e pegar um pouco de eucalipto. Pelo que eu li no velho livro de
rituais, eucalipto é associado a cura, proteção, e purificação - três coisas que eu achei
importante evocar durante meu primeiro ritual como líder das Filhas Negras. Eu suponho
que pudesse pegar eucalipto amanha, mas eu iria precisar dele amarrado como um corpo
como parte do feitiço que eu estava planejando lançar, e... bem... era provavelmente
inteligente praticar para não derrubar nada durante o ritual ou, pior, de repente descobrir
que o eucalipto não era tão flexível quanto eu esperava e quebrar em pedaços quando eu
tentasse fazer um nó e então eu ficaria vermelha e iria querer me arrastar para fora da
sala de recreação e me amontoar numa posição fetal e chorar...
Eu tirei aquela linda imagem da cabeça, virei, e comecei a fazer o caminho para
voltar ao prédio principal. Foi quando eu vi uma forma. Chamou minha atenção porque


não pertencia ali - e não só porque era incomum outro calouro ser bobo o bastante para
ser pego andando no meio de uma tempestade. O que me pareceu mais estranho era que
aquela pessoa, porque definitivamente não era um gato ou um arbusto, não estava
andando na calçada. Ele estava andando para a sala de recreação, mas estava cortando
caminho pelo gramado. Eu parei e me apertei contra a neve que caia. A pessoa estava
usando uma longa capa escura com um capuz puxado para cima como um chapéu.
Uma vontade de seguir ele me atingiu com tal força que eu perdi o ar. Era quase
como se eu não tivesse vontade própria, e eu sai da calçada e corria atrás da pessoa
misteriosa, que tinha alcançado a ponta da linha de arvores que cresciam junto ao muro.
Meus olhos se alargaram. No instante que a figura entrou nas sombras, quem quer
que fosse, ele ou ela, começou a se mover com uma velocidade nada humana, a capa
caindo atrás selvagemente por causa do vento fazendo ela parecer asas. Vermelho? Eu vi
flashes escarlate contra partes de pele branca? Neve atingiu meu olho e minha visão ficou
borrada, mas eu segurei Nala com mais força e comecei a correr rápido, embora eu
soubesse que estava sendo levada para uma área ao lado leste do muro que tinha a porta
escondida. O mesmo lugar que eu vi os dois fantasmas ou espectros ou o que seja. O
lugar que eu disse a mim mesma que eu não queria ir de novo, muito menos sozinha.
Sim, eu deveria dar meia volta e marchar diretamente para o dormitório.
Naturalmente, eu não fui.
Meu coração estava batendo feito louco e Nala estava resmungando no meu ouvido
quando eu entrei na linha das três arvores e continuei a correr junto ao muro, o tempo
todo pensando o quão absolutamente insano era eu estar aqui fora seguindo o que era
provavelmente algum garoto que estava tentando sair da escola de fininho, e na pior nas
hipóteses um fantasma seriamente assustador.
Eu perdi a pessoa de vista, mas eu sabia que estava me aproximando da porta
escondida, então diminui a velocidade, automaticamente ficando nas sombras mais
profundas e me movendo de arvore em arvore. Estava nevando ainda mais agora, e Nala
e eu estávamos cobertas de branco e eu estava começando a sentir o frio. O que eu estou
fazendo aqui? Não importava o que minha intuição estava me dizendo, minha mente
estava dizendo que eu estava agindo feito louca e que eu precisava me levar (e minha
tremula gata) de volta para o dormitório. Isso não era da minha conta. Talvez um dos
professores estivesse checando... eu não sei... o território para se certificar que algum
calouro maluco (como eu) não estivesse andando pela tempestade.
Ou talvez alguém tivesse se enfiado na escola depois de matar brutalmente Chris
Ford e seqüestrar Brad Higeons, e agora estava fugindo de fininho de novo, e se eu o/a
confrontasse eu seria morta também.
Yeah, certo. Em falar de uma super imaginação.
E então ouvi as vozes.
Eu diminui a velocidade, praticamente andando com a ponta dos pés até que
finalmente os vi. Haviam duas figuras paradas perto da porta escondida que estava
aberta. Eu pisquei com força, tentando ver mais claramente através da cortina branca. A
pessoa mais perto da porta era a que eu estava seguindo, e agora ele não estava
correndo (com uma ridícula velocidade) e eu pude ver que ele estava parado firmemente,
meio abaixado com uma postura meio curvada. Eu troquei minha atenção para a outra
figura, e eu senti o calafrio que estava acariciando minha pele com a neve afundando em
minha alma. Era Neferet.
Ela parecia misteriosa, e poderosa com seu cabelo voando ao redor dela e a neve
cobrindo seu longo vestido preto. Ela estava virada para mim, então pude ver que a


expressão dela era firme, quase irritada, e ela estava falando seriamente com a pessoa de
capa, usando suas mãos expressivamente. Silenciosamente, eu me movi para mais perto,
felizes por estar usando uma roupa preta para me misturar bem com as sombras perto da
parede. Dessa nova posição eu ouvi pedaços do que Neferet estava dizendo.
"... tenha mais cuidado com o que você faz! Eu não vou..." eu ouvi parada, tentando
ouvir através do vento, e percebi que a brisa estava me trazendo mais do que apenas as
palavras de Neferet. Eu podia sentir o cheiro mesmo por cima do cheiro da neve que caia.
Era seco, um cheiro de mofo, estranhamente deslocado nessa noite fria e molhada.
"...muito perigoso," Neferet estava dizendo. "Obedeça ou..." Eu perdi o resto da frase, e
ela parou. A figura de capa respondeu com um estranho gruindo, que era mais animal do
que humano.
Nala, que estava empoleirada de baixo do meu queixo e parecia ter adormecido, de
novo, de repente mexeu a cabeça com rapidez. Eu me abaixei ainda mais atrás das
arvores em cujas sombras eu estava me escondendo enquanto Nala começou a rosnar.
"Shhh," eu sussurrei para ela e tentei a acariciar para que se acalmasse. Ela se
aquietou, mas pude sentir que o pelo nas costas dela tinham levantado e seus olhos se
estreitaram em bolinhas raivosas enquanto ela encarava a pessoa de capa.
"Você prometeu!"
O som gutural da voz do homem misterioso fez minha pele se arrepiar. Eu espiei
atrás da arvore em tempo de ver Neferet levantar a sua mão como se fosse bater nele.
Ele foi se encostar contra o muro, fazendo o capuz cair do seu rosto, e meu estomago se
apertou com tanta força que eu pensei que fosse vomitar.
Era Elliott. O garoto morto cujo "fantasma" tinha atacado Nala e eu mês passado.
Neferet não bateu nele. Ao invés disso ela gesticulou violentamente em direção a
porta escondida. Ela levantou a voz, então tudo o que ela disse foi carregado pelo vento.
"Você não pode mais ter! Dessa vez não está certo. Você não entende tais coisas, e
você não pode me questionar. Agora saia daqui. Se você me desobedecer de novo você
irá sentir minha ira, e a ira de uma deusa é terrível de se contemplar."
Elliott se afastou de Neferet. "Sim, deusa," ele sussurrou.
Era ele; eu sabia que era. Embora sua voz fosse rouca eu reconheci. De alguma
forma Elliott não tinha morrido, e ele não tinha Mudando para um vampiro adulto. Ele era
outra coisa. Algo terrível.
Embora ele fosse nojento, a expressão de Neferet se suavizou. "Eu não desejo ficar
enraivecida com meu filho. Você sabe que é minha grande alegria."
Revoltada, eu observei quando Neferet se inclinou para frente e acariciou o rosto de
Elliott. Os olhos dele começaram a brilhar com aquele cor de sangue antigo, e mesmo a
distancia eu pude ver que o corpo inteiro dele tremia. Elliott era baixo, gordinho, nada
atraente cuja pele muito branca e cabelo ruivo eram estranhos. Ele ainda era essas coisas,
mas agora as pálidas bochechas dele eram magras e seu corpo era arqueado, como se
tivesse se curvado para dentro. Então Neferet teve que se abaixar para beijar os lábios
dele. Totalmente enojada, eu ouvi Elliott gemer de prazer. Ela se ergueu e riu. Era um
som escuro e sedutor.
"Por favor, deusa!" Elliott lastimou.
"Você sabe que não merece."
"Por favor, deusa!" ele repetiu. O corpo dele estava tremendo violentamente.
"Muito bem, mas lembre-se. O que uma deusa dá, ela também pode tirar."
Incapaz de parar de ver, eu vi Neferet levantar seu braço e dobrar sua manga. Então
ela passou a unha no ante braço, deixando uma linha escarlate que imediatamente


começou a pingar sangue. Eu senti a sedução do sangue dela. Quando ela segurou seu
braço, o oferecendo a Elliott, eu me pressionei contra o tronco da arvore, me forçando a
ficar parada e escondida enquanto ele caia de joelhos diante dela, fazendo sons selvagens
e gemidos, e começava a sugar o sangue de Neferet. Eu tirei meus olhos dele para olhar
para Neferet. Ela jogou sua cabeça para trás e seus lábios estavam abertos como se ter o
grotesco Elliott sugando seu sangue fosse uma experiência sensual.
Dentro de mim eu sentia um desejo. Eu queria abrir a pele de alguém e...
Não! Eu me abaixei completamente atrás da arvore. Eu não me tornaria um monstro.
Eu não seria uma aberração. Eu não podia deixar essa coisa me controlar. Devagar e
silenciosamente eu comecei a voltar, me recusando a olhar para os dois de novo.


DEZESSETE

Eu ainda estava me sentindo abalada, confusa, e mais do que um pouco enjoada do
estomago, quando finalmente cheguei no dormitório. Amontoados de garotos estavam
empoleirados na sala assistindo TV e bebendo chocolate quente.Eu peguei uma toalha de
um armário perto da porta e me juntei a Stevie Rae,as Gêmeas, e Damien que estavam
sentados assistindo nosso programa de TV favorito Project Runway, e comecei a secar a
reclamona Nala. Stevie Rae não percebeu que eu estava quieta. Ela estava muito ocupada
falando sobre como a guerra de bola de neve que eu evitei mais cedo tinha virado uma
enorme batalha depois do jantar que durou até alguém jogar uma bola que atingiu uma
janela do escritório de Dragon. Dragon era o que todos chamavam de professor de
esgrima, e ele não é um vampiro que qualquer calouro quer irritar.
"Dragon terminou a guerra de bola de neve." Stevie Rae riu. "Mas foi muito
divertido."
"Yeah, Z, você perdeu uma briga incrível," Erin disse. "Derrubamos Damien e seu
namorado," Shaunee disse.
"Ele não é meu namorado!" Damien disse, mas seu pequeno sorriso pareceu
acrescentar um silencioso "ainda" no fim da frase.
"Tanto..."
"... faz," falaram as Gêmeas.
"Eu acho que ele é fofo," Stevie Rae disse.
"Eu também," Damien disse, ficando corado.
"O que você acha dele, Zoey?" Stevie Rae perguntou.
Eu pisquei para Stevie Rae. Era como se e tivesse dentro de um tanque no meio de
um furacão, e todo mundo estivesse do lado de fora sem noção adorando o maravilhoso
tempo.
"Está tudo bem, Zoey?" Damien disse.
"Damien, você pode me conseguir um pouco de eucalipto?" eu disse bruscamente.
"Eucalipto?"
Eu acenei. "Yeah, alguns cabos, e um pouco de salva também. Eu preciso dos dois
para o ritual de amanha."
"Yeah, sem problemas," Damien disse, me observando mais atentamente.
"Você já sabe o que fazer com o ritual, Z?" Stevie Rae perguntou.
"Eu acho que sim." Eu pausei e respirei fundo. Então encontrei o olhar questionador
de Damien. "Damien, já houve algum caso de um calouro que pareceu morrer, mas mais
tarde foi encontrado vivo?"
Para o credito dele, Damien não surtou e me perguntou se eu fique maluca. Eu pude
sentir que as Gêmeas e Stevie Rae estavam me encarando como se eu tivesse dito que ia
para a versão vampira de Girls Gone Wild* (*um programa de televisão em que garotas
enlouquecem, mostram os peitos e dão pra todo mundo) mas eu as ignorei e continuei
focada em Damien. Todos sabíamos que ele passava horas estudando, e ele lembrava
tudo que lia. Se algum de nós soubesse a resposta para essa bizarra pergunta, seria ele.
"Quando o corpo de um calouro começa a rejeitar a Mudança não tem como parar.
Isso está claro em todos os livros. É também o que Neferet nos disse, Zoey."Eu nunca o vi
soar tão sério. "Qual o problema?"
"Por favor, por favor, por favor, me diga que você não está se sentindo doente!"
Stevie Rae praticamente chorou.
"Não! Nada disso," eu disse rapidamente. "Estou bem. Prometo."


"O que está acontecendo?" Shaunee disse.
"Você está nos assustando," Erin disse.
"Não é minha intenção," eu disse a eles. "Ok, isso vai sair tudo errado, mas eu acho
que vi Elliott."
"Huh!"
"O que!" as Gêmeas falaram juntas.
"Eu não entendo," Damien disse. "Elliott morreu mês passado."
Stevie Rae alargou os olhos. "Como Elizabeth!" ela disse. Antes deu poder dizer algo,
ela falou, uma longa sentença sem respirar, "Mês passado Zoey achou que tinha visto o
fantasma de Elizabeth no muro leste, mas não falamos nada porque não queríamos
assustar vocês."
Eu abri a boca para explicar sobre Elliott - e Neferet. E fechei de novo. Eu deveria ter
percebido antes de dizer uma única paralavra para eles que eu absolutamente não podia
contar sobre Neferet. Vampiros eram todos intuitivos em algum grau. Alta Sacerdotisa
Nefert era incrivelmente intuitiva. Tanto que ela geralmente parecia ser capaz de ler a
mente das pessoas. De jeito nenhum meus amigos podiam andar pela escola que eu a vi
deixar Elliott o vivo morto nojento sugar o sangue dela sem Neferet saber tudo que estava
na mente deles.
O que eu testemunhei hoje a noite eu manteria completamente para mim.
"Zoey?" Stevie Rae pos sua mão no meu braço. "Você pode nos contar." Eu sorri
para ela e desejei com todo o coração que eu pudesse.
"Eu achei ter visto o fantasma de Elizabeth mês passado. E hoje a noite eu vi Elliott,"
eu finalmente disse.
Damien franziu. "Se você viu fantasmas porque me perguntou sobre calouros se
recuperarem da rejeição da Mudança?"
Eu olhei nos olhos do meu amigo e menti. "Porque parecia mais fácil do que acreditar
que eu estava vendo fantasmas - ou pelo menos até eu falar. Então eu soei louca."
"Ver um fantasma teria me apavorado," Shaunee disse.
Erin acenou concordando de forma entusiasmada.
"Foi como com Elizabeth?" Stevie Rae peguntou.
Pelo menos não tinha que mentir sobre isso. "Não. Ele parecia mais real, mas eu vi
os dois no mesmo lugar, perto do muro leste, e os olhos dos dois eram de uma cor
vermelho estranho."
Shuanee tremeu.
"Eu com certeza vou ficar longe do assustador muro leste," Erin disse.
Damien, sempre o estudioso, acariciou o queixo como um professor. "Zoey, talvez
você tenha outra afinidade. Talvez você possa ver calouros mortos."
Eu teria pensado que isso era possível, mesmo que fosse nojento, se não tivesse viso
o suposto fantasma, solido e totalmente real, beber o sangue da minha mentora. Ainda
sim, era uma boa teoria, e um excelente jeito de manter Damien ocupado."Você pode
estar certo," eu disse.
"Ugh," Stevie Rae disse. "Eu espero que não."
"Eu também. Mas você poderia fazer uma pesquisa para mim, Damien?"
"É claro. Eu também vou checar qualquer referencia sobre assombração de
calouros."
"Obrigada, eu agradeço."
"Sabe, eu acho que li algo sobre uma antiga historia grega sobre espíritos de
vampiros que andavam por entre antigas tumbas de..."


Eu não prestei atenção na lição de Damien, mas estava feliz por ver que Stevie Rae e
as Gêmeas estavam mais envolvidas ouvindo as histórias de fantasmas dele e então me
fazendo perguntas mais especificas. Eu odiava mentir para eles, especialmente já que eu
teria gostado de contar tudo a eles. O que eu vi realmente me assustou. Como diabos eu
ia enfrentar Neferet de novo?
Nala esfregou seu rosto contra o meu e então sentou no meu colo. Eu olhei a TV e a
acariciei enquanto Damien continuava sua história sobre antigos vampiros fantasmas. E
então eu percebi o que eu estava vendo e então passei por Stevie Rae para pegar o
controle que estava em cima da mesa ao lado dela, fazendo Nala mee-uf-ow reclamar
incomodada e sair do meu colo. Eu nem tive tempo para acalmar ela, mas rapidamente
aumentei o volume.
Era Chera Kimiko de novo em uma reprise do noticiário da tarde.
"O corpo do segundo adolescente da Union High School, Brad Higeons, foi
encontrado pelo segurança de um museu essa tarde em um riacho que passa pelo terreno
do Museu Philbrook. A causa da morte não foi oficialmente revela ainda, mas fontes
contaram ao Fox News que o garoto morreu de perda de sangue e múltiplas lacerações."
"Não..." eu senti minha cabeça rodar. Tinha um terrível sino nos meus ouvidos.
"Esse é o rio que cruzamos quando fomos para o Philbrook para o Ritual de Samhain
mês passado," Stevie Rae disse.
"É na rua aqui de baixo," Shaunee disse.
"As Filhas Negras costumavam ir até lá escondidas para fazer os rituais," Erin disse.
Então Damien disse o que todos estávamos pensando. "Alguém está tentando fazer
parecer que vampiros estão matando garotos humanos."
"Talvez eles estejam." Eu não queria dizer isso em voz alta, e pressionei meus lábios
fechados, imediatamente sentindo culpa por ter escapado.
"Porque você diria isso, Zoey?" Stevie Rae parecia chocada.
"Eu-eu não sei. Eu realmente não queria," eu gaguejei, sem ter certeza do que eu
quis dizer quando disse isso.
"Você está com medo, só isso," Erin disse.
"É claro que você está. Você conhecia os dois," Shaunee disse. "E além de tudo isso,
você viu um fantasma hoje."
Damien estava me estudando de novo. "Você teve um pressentimento sobre Brad
antes de saber da morte dele, Zoey?" ele perguntou quietamente.
"Sim. Não." Eu suspirei. "Eu achei que ele estava morto assim que ouvi que ele foi
seqüestrado," eu admite.
"Algo especifico veio com o sentimento? Você sabe mais alguma coisa?" Damien
disse.
Como se a pergunta de Damien espetado minha memória, os pedaços de palavras
que ouvi Neferet dizer passaram na minha mente:... muito perigoso... Você não pode ter
mais... Você não pode entender... E você não pode me questionar... Eu senti um terrível
calafrio que não tinha nada a ver com a tempestade lá de fora. "Nada especifico veio com
o pressentimento. Eu tenho que ir para o meu quarto," eu disse, de repente incapaz de
olhar para eles. Eu odiava mentir, e duvidava que eu pudesse continuar mentindo se
ficasse com eles por mais tempo. "Eu tenho que terminar as palavras para o ritual de
amanhã," eu disse com uma desculpa furada. "E eu não dormi muito ontem a noite. Estou
cansada."
"Ok, sem problemas. A gente entende," Damien disse.


Eles estavam tão obviamente preocupados comigo que eu mal pude olhar eles nos
olhos. "Obrigado, gente," eu murmurei e sai da sala. Eu estava na metade das escadas
quando Stevie Rae me alcançou.
"Você se importa que eu volte para o quarto agora também? Eu estou com uma dor
de cabeça. Eu só quero dormir. Eu não vou te incomodar enquanto você estuda nem
nada."
"Não, eu não me importo," eu disse rapidamente. Eu olhei para ela. Ela parecia
mesmo um pouco pálida. Stevie Rae era tão sensível que mesmo que ela não conhecesse
Chris ou Brad, a morte deles claramente estavam chateando ela. Eu pus meus braços ao
redor dela e apertei quando passamos pela nossa porta. "Hey, tudo vai ficar bem."
"Yeah, eu sei. Só estou cansada." Ela olhou para mim, mas ela não parecia tão alegre
como o usual.
Não falamos muito enquanto colocamos nosso pijama. Nala entrou pela porta de
gatos, pulou na minha cama, e estava dormindo quase tão rápido quando Stevie Rae, o
que foi um alivio porque eu não tinha que fingir escrever as palavras para o ritual que eu
já tinha terminado. Tinha outra coisa que eu precisava fazer, e eu não queria explicar
nenhuma parte disso para ninguém, nem minha melhor amiga.


DEZOITO

Meu livro de Sociologia Vampira 415 estava exatamente onde eu o deixei na
prateleira de livros em cima da mesa do meu computador. Era um livro de nível de um
sênior ou, como chamavam aqui, sestanista. Neferet o tinha me dado logo depois que eu
cheguei quando foi obvio que a Mudança acontecendo no meu corpo estava agindo num
ritmo diferente do que dos calouros normais. Ela queria me tirar da aula de sociologia dos
terceiranistas e me mudar para a aula mais avançada, mas eu consegui convencer ela do
contrario, dizendo que eu já era diferente o bastante, eu não precisava de mais nada para
fazer de mim uma aberração maior do que o resto do pessoal aqui. Nosso compromisso
era que eu iria ler o livro do nível 415, capitulo por capitulo, e fazer perguntas a ela.
Ok, bem, eu queria fazer isso, mas houveram tantas coisas (assumir as Filhas
Negras, namorar Erik, trabalhos regulares, e coisas assim), e eu fiz um pouco menos do
que olhar para meu livro na prateleira.
Com um suspiro que soava quase tão cansado quanto eu me sentia, eu levei o livro
para a cama e me ajeitei com uma montanha de travesseiros. Apesar dos horríveis
eventos do dia, eu tive que lutar para manter meus olhos abertos enquanto eu olhava o
índice e achava o que eu estava procurando: ânsia por sangue. Haviam várias paginas
depois da palavra, então marquei o índice, virando a primeira pagina listada, e comecei a
ler. Primeiro eram coisas que eu já tinha descoberto sozinha: quando um calouro entra
mais afundo na Mudança, desenvolve o gosto por sangue. Beber sangue passa de ser algo
horrível para algo delicioso. Quando um calouro está bem avançado no processo da
Mudança, ela pode detectar o cheiro de sangue a distancia. Por causa de mudanças no
metabolismo, drogas e álcool tem menos efeito nos calouros, e enquanto esses efeitos
dissipam, eles iram descobrir que os efeitos de beber sangue aumentam.
"Não é brincadeira," eu disse. Mesmo beber sangue de calouros misturados com
vinho tinha me dado um incrível barato. Beber o sangue de Heath foi como fogo
explodindo deliciosamente em mim. Eu pulei a leitura. Eu já sabia sobre essas coisas de
ser gostoso. Então meus olhos viram uma nova linha, e eu parei na pagina.

SEXUALIDADE E ÂNSIA POR SANGUE

Embora a freqüência de necessidade dependa da idade, sexo, e força geral do
vampiro, adultos precisam periodicamente se alimentar de sangue humano para
permanecerem saudáveis e sãos. É, por tanto, lógico que a evolução, e nosso adorada
deusa, Nyx, tenha se assegurando que o processo de beber sangue seja prazeroso, tanto
para o vampiro quanto para o humano doador. Como já aprendemos, a saliva do vampiro
age como um anti coagulante para o sangue humano. A saliva de um vampiro também
aumenta as endorfinas enquanto o sangue é bebido, o que simula a zona de prazer do
cérebro, tanto humana quanto vampiro, e pode até mesmo simular um orgasmo.

Eu pisquei e esfreguei minha mão no rosto. Bem, diabos! Não era de se admirar que
eu tenha tido uma reação tão vadia ao Heath. Ficar excitada enquanto bebia sangue está
programado nos meus genes que estão Mudando. Fascinada, eu continuei a ler.

Quanto mais velho o vampiro, mais endorfinas são liberadas durante o processo de
beber sangue, e mais intensas são a experiência de prazer para o humano e o vampiro.


Vampiros especularam durante séculos que o frenesi de beber sangue é o motivo
principal dos humanos terem difamado nossa raça. Humanos se sentem ameaçados pela
nossa habilidade de trazer a eles um prazer tão intenso durante um ato considerado
perigoso e horrível, então eles nos rotularam como predadores. A verdade, é claro, é que
vampiros podem controlar sua ânsia por sangue, então a poucos danos físicos para o
humano doador. O perigo está no Imprint que freqüentemente ocorre durante o ritual de
beber sangue.

Completamente enojada, eu virei para a próxima sessão.

IMPRINTING

Um imprint entre um vampiro e um humano não ocorre toda vez que um vampiro se
alimenta. Muitos estudos foram realizados para tentar detectar exatamente do porque
alguns humanos Imprint e alguns não, mas existem vários fatores determinantes, como
ligação emocional, relação entre humano e vampiro pré-Mudado, idade, orientação sexual,
e freqüência que se bebe o sangue, não há como prever com certeza vai ou não Imprint
em um vampiro.

O texto continuou falando sobre como vampiros devem ter cuidado quando bebem
de um doador vivo, versus pegar sangue dos bancos de sangue, que é um negocio
altamente secreto e pouquíssimos humanos estão cientes de que ele existe
(aparentemente esses humanos são muito bem pagos pelo seu silencio). O livro de
sociologia franzia em beber sangue dos humanos e havia vários avisos sobre o quão
perigos era ter um Imprint com um humano, e como não só o humano estaria
emocionalmente ligado ao vampiro, mas o vampiro também está ligado ao humano. Isso
me fez sentar direito. Com um enjôo no estomago eu li sobre como uma vez que o
Imprint acontece o vampiro pode sentir as emoções do humano, e em alguns casos pode
também/ou rastrear o humano. Então o texto saiu pela tangente falando como Bram
Stoker teve um Imprint com uma Alta Sacerdotisa vampira, mas que ele não entendia o
comprometimento dela com Nyx que vinha antes do laço deles, e em uma onda de raiva
ciumenta a traiu ao exagerar os aspectos negativos de um Imprint com seu famoso livro.
Drácula.
"Huh. Eu não fazia idéia," eu disse. Ironicamente, Drácula era um dos meus livros
favoritos desde que o li quando tinha 13 anos. Eu pulei o resto da sessão até que veio a
parte que eu mordi o lábio enquanto lia devagar.

CALOURO - IMPRINT VAMPIRO

Como discutido no capitulo anterior, devido a possibilidade de Imprint, calouros são
proibidos de beber sangue de humanos doadores, mas eles podem experimentar entre si.
Foi comprovado que calouros não podem ter um Imprint entre si. No entanto, é possível
que um vampiro adulto tenha um Imprint com um calouro. Isso leva a complicações
emocionais e físicas quando o calouro completa a Mudança que normalmente não são
benéficas para nenhum dos vampiros; por tanto, beber sangue entre um calouro e um
vampiro adulto é estritamente proibido.


Eu balancei a cabeça, aterrorizada de novo por ter visto sangue sendo bebido entre
Neferet e Elliott. Deixando de lado o fato de Elliott estar morto, o que ainda me confundia,
Neferet era uma poderosa Alta Sacerdotisa. Não tinha como ela deixar um calouro beber
dela (mesmo um morto).
Teve um capitulo sobre como quebrar um Imprint, que eu comecei a ler, mas era
muito deprimente. Aparentemente envolvia a ajuda de uma poderosa Alta Sacerdotisa,
muita dor física, especialmente por parte do humano, e mesmo assim o humano e o
vampiro tinham que ter cuidado para ficar longe um do outro ou o Imprint poderia
retornar.
Eu de repente me senti super fadigada. Quanto tempo fazia desde que eu realmente
tinha dormido? Mais de um dia. Eu olhei para o relógio. Eram 6:10. Iria começar a
amanhecer em breve. Me sentindo dura e velha eu levantei e pus o livro de volta na
prateleira. Então abri um lado das pesadas cortinas que cobriram completamente a janela
e bloqueavam a luz de fora. Ainda estava nevando, e a luz hesitante do pré amanhecer o
mundo parecia inocente e sonhador. Era difícil imaginar que coisas tão horríveis como
adolescentes sendo mortos e calouros mortos sendo reanimados pudesse acontecer lá
fora. Eu fechei os olhos e inclinei minha cabeça contra a vidraça legal. Eu não queria
pensar em nenhuma dessas coisas agora. Eu estava tão cansada... tão confusa... tão
incapaz de bolar a resposta que eu precisava.
Minha mente adormecida vagou. Eu queria deitar, mas a janela legal era boa contra
a minha testa. Erik voltaria em menos de um dia. O pensamento me deu tanto dor de
prazer e de culpa, o que, é claro, me fez pensar em Heath.
Eu provavelmente Imprinted nele. A idéia me assustava, mas também me seduzia.
Seria tão horrível ficar emocionalmente e fisicamente ligada a um Heath sóbrio? Antes de
conhecer Erik (ou Loren) minha resposta definitivamente seria não, não seria horrível.
Agora não era o horror que me preocupava. Era o fato deu ter que esconder a relação de
todos. É claro que eu podia mentir... a idéia passou como uma fumaça venenosa na minha
mente super estressada. Neferet e até mesmo Erik que eu fui posta numa situação um
mês atrás em que eu bebi o sangue de Heath - antes de saber qualquer coisa sobre ânsia
de sangue e Imprint. Eu podia fingir que eu Imprint nele lá. Eu já tinha mencionado a
possibilidade para Neferet. Talvez eu pudesse arranjar um jeito de continuar vendo tanto
Heath quanto Erik...
Eu sabia que meus pensamentos eram errados. Eu sabia que ver os dois era
desonesto tanto com Erik quando com Heath, mas eu estava tão dividida! Eu realmente
estava começando a gostar de Erik, além do mais ele vivia no meu mundo e entendia os
problemas da Mudança e de abraçar uma vida totalmente nova. Pensar sobre terminar
com ele fazia meu coração doer.
Mas pensar sobre não ver Heath de novo, nunca provar o sangue dele de novo... me
fez sentir como se eu estivesse tendo um ataque de pânico. Eu suspirei de novo. Se isso
era ruim para mim, provavelmente era um zilhão de vezes pior para Heath. Afinal de
contas, faz um mês desde que o vi, e todo esse tempo ele tem carregado uma lamina em
seu bolso só caso me encontrasse. Ele parou de beber e fumar por causa do que tinha
acontecido conosco. E ele estaria ansioso para se cortar e me deixar beber seu sangue.
Lembrando, eu tremi, e não por causa da frieza da janela, na qual eu ainda pressionava
minha testa. Desejo me fez tremer. O livro de Soc tinha descrito as razões por trás da
ânsia por sangue em palavras lógicas e imparciais que nem começavam a representar a
verdade.


Beber o sangue de Heath era incrivelmente excitante. Algo que eu queria fazer de
novo e de novo. Logo. Agora, na verdade. Eu mordi meu lábio para me impedir de gemer
enquanto pensava em Heath - a dureza do corpo dele e o incrível gosto do seu sangue.
E de repente enquanto parte da minha mente levantou, como uma seqüência tirada
de uma grande história. Eu podia sentir aquela parte de mim procurando... caçando...
rastreando... até que chegou em um quarto escuro e pairou em cima de uma cama. Eu
suguei o ar. Heath!
Ele estava deitado de costas. O cabelo loiro dele estava desarrumado, o fazendo
parecer um garotinho. Ok, qualquer um poderia achar que ele era totalmente lindo. Quero
dizer, vampiros eram conhecidos por serem incrivelmente lindos e charmosos, e até
mesmo um vampiro iria admitir que Heath tinha uma alta pontuação na escala deles de
beleza.
Como se ele pudesse sentir minha presença, ele se agitou no sono, virando sua
cabeça e chutando para longe o cobertor que o cobria. Ele estava nu a não ser por uma
boxer azul que tinha sapos verdes gordos. A visão deles me fez sorrir. Mas o sorriso
congelou no meu rosto quando eu notei que eu agora podia ver a linha rosa que passava
ao lado do pescoço dele.
Foi onde ele se cortou com a lamina e fez eu sugar o sangue dele. Eu quase podia
sentir o gosto de novo - o calor e a riqueza, como chocolate derretido, só que um zilhão
de vezes melhor.
Incapaz de me impedir, eu gemi, e no mesmo instante Heath gemeu no seu sono.
"Zoey..." ele murmurou sonhador, e se mexeu inquieto de novo.
"Oh, Heath," eu sussurrei. "Eu não sei o que fazer sobre nós." Eu sabia muito bem o
que eu queria fazer. Eu queria ignorar minha exaustão, entrar no meu carro, dirigir até a
casa de Heath, entrar pela janela do quarto dele (não é como se eu não tivesse feito isso
antes), abrir a ferida recém fechada em seu pescoço, e deixar o doce sangue dele passar
por minha boca enquanto eu pressionava meu corpo contra o dele e fazia amor pela
primeira vez na vida.
"Zoey!" Dessa vez os olhos de Heath abriram. Ele gemeu de novo e sua mão foi para
o duro calombo em suas cuecas e ele começou a -
Meus olhos abriram e eu estava de volta em meu quarto com minha testa
pressionada contra a janela, respirando com dificuldade.
Meu telefone tocou uma musica que dizia que eu tinha recebido uma mensagem.
Minhas mãos tremiam enquanto eu o abria e lia: Eu te senti aqui. Prometa me encontrar
na sexta.
Eu respirei fonte e respondi a Heath com duas palavras que fizeram meu estomago
pular de excitação: Eu prometo.
Eu fechei o telefone e o desliguei. Então, forçando para longe a imagem de Heath
com seu corte no pescoço, quente e desejoso, obviamente me querendo tanto quanto eu
o queria, eu sai da janela e fui para cama. Inacreditavelmente, meu relógio me dizia que
agora eram 8:27. Eu estive parada na janela por mais de duas horas! Não era de se
surpreender que meu corpo estivesse tão duro e dolorido. Eu fiz uma nota mental para
pesquisar mais sobre o Imprint e a conexão entre humano e vampiro na próxima vez que
fosse para o media Center (que era melhor ser cedo). Antes deu desligar o abajur eu olhei
para Stevie Rae. Ela estava virada de lado, suas costas para mim, mas sua respiração
profunda me disse que ela ainda estava dormindo. Bem, pelo menos meus amigos não
sabiam o quão viciada por sangue e excitada eu estava me tornando.
Eu queria Heath.


Eu precisava de Erik.
Eu estava intrigada por Loren.
Eu não fazia idéia do que eu ia fazer com a bagunça que minha vida tinha se
tornado.
Eu esmaguei meu travesseiro numa bola. Eu estava tão cansada que eu sentia que
alguém tinha me drogado, mas minha mente não se calava. Quando acordasse ia ver Erik
de novo e provavelmente Loren. Eu tinha que encarar Neferet. Eu iria fazer meu primeiro
ritual para um grupo de garotos que provavelmente ficaram felizes por me ver falhar, ou
pelo menos me envergonhar miseravelmente, e sempre havia a possibilidade das duas
coisas aconteceram. Então tinha a estranheza de saber que eu vi o que só poderia ser o
fantasma de Elliott se comportando de um jeito nada de fantasma. Sem mencionar outro
adolescente humano que estava morto e parecia cada vez que um vampiro tinha algo a
ver com isso.
Eu fechei os olhos e disse ao meu corpo para relaxar e minha mente para se
concentrar em algo agradável, como... como... o quão linda a neve era...
Devagar, a exaustão tomou conta e finalmente, agradecida, eu cai em um sono
profundo.


DEZENOVE

Alguém batendo na porta me acordou do sonho sobre gatos e flocos de neve.
"Zoey! Stevie Rae! Você vão se atrasar!" A voz de Shaunee parecia abafada, mas
urgente pela porta, como um alarme irritante coberto por uma toalha.
"Ok, ok, estou indo," eu respondi enquanto tentava me livrar das cobertas com Nala
reclamando alto. Eu olhei para meu alarme, que eu não me incomodei de programar para
tocar. Quero dizer, não era como se fosse um dia de aula e eu normalmente não dormia
mais de 8 ou 9 hora e -
"Diabos!" Eu pisquei. Claramente, eram 22:59. Eu dormi mais de 12 horas? Eu
tropecei até a porta, parando para balançar a perna de Stevie Rae.
"Mumph," ela murmurou adormecida.
Eu abri a porta. Shaunee estava olhando para mim.
"Por favor, em ficar dormindo a droga do dia todo! Vocês duas tem que parar de ficar
acordadas até tarde se não conseguem levantar. Erik vai se apresentar em meia hora."
"Ah, diabos!" Eu esfreguei o rosto, tentando me forçar a acordar. "Eu esqueci disso."
Shaunee virou os olhos. "É melhor você se apressar e se vestir. E colocar muita
maquiagem nesse rosto pálido e fazer algo sobre esse seu cabelo. O namorado tem
procurado por você."
"Ok, ok. Merda! Estou indo. Eu encontro você e Erin -"
Shaunee levantou a mão, me cortando. "Por favor. Sempre te cobrimos. Erin está no
auditório guardado lugares na primeira fileira enquanto falamos."
"É você, mamãe? Eu não quero ir para escola hoje..." Stevie Rae murmurou,
claramente não estando acordado.
Shaunee bufou.
"Vamos nos apressar. Vocês só guardem lugares para nós." Eu fechei a porta e corri
até Stevie Rae. "Acorde!" Eu chacoalhei o ombro dela. Ela fez um barulho e franziu para
mim.
"Huh?"
"Stevie Rae, são 22 horas. Dormimos de mais e estamos ridiculamente atrasadas."
"Huh?"
"Só acorde de uma vez!" Eu surtei, descontando minha frustração por ter dormido
demais nela.
"O que-" Ela olhou para o relógio, e então pareceu finalmente entender.
"Ohminhadeusa! Estamos atrasadas."
Eu virei os olhos. "É o que eu estou tentando te dizer. Eu vou vestir algo e mexer no
cabelo e fazer a maquiagem. É melhor você ir para o chuveiro. Você parece terrível."
"Ok." Ela se arrastou para o banheiro.
Eu pus uma jeans e um suéter preto, e então fui fazer cabelo e maquiagem. Eu não
conseguia acreditar que tinha totalmente esquecido o fato de que Erik iria se apresentar
seu monologo Shakesperiano que ele levou na competição. Na verdade, eu não estava
preocupada com a colocação dele, o que não era da etiqueta de uma boa namorada. É
claro não era como se eu não tivesse outras coisas na cabeça, mas ainda sim. Todos
pensavam que eu era uma garota de sorte que tinha pego Erik depois que ele escapou da
nojenta teia de aranha de Afrodite (e por teia quero dizer virilha). Diabos, eu achava que
tinha sorte de tê-lo, algo que era difícil lembrar quando eu estava sugando o sangue de
Heath e flertando com Loren.


"Desculpe por dormir demais, Z." Stevie Rae saiu do banheiro numa onda de vapor, a
toalha enrolada em seu cabelo loiro curto. Ela estava vestida muito parecida comigo, e ela
ainda devia estar meio adormecida porque ela parecia pálida e cansada. Ela deu um
enorme bocejo e se esticou como um gato.
"Não, é minha culpa." Eu me senti mal pelo jeito que eu surtei com ela. "Eu deveria
saber que com o pouco que eu tenho dormido eu deveria ligar o alarme." Eu suponho que
não deveria estar surpresa por Stevie Rae não estar dormindo muito também. Ela é minha
melhor amiga e definitivamente sabe quando eu estou super estressada. Provavelmente
nós duas precisávamos de um bom, longo sono como de um coma.
"Eu fico pronta num segundo. Eu só vou por um rímel e um gloss. Meu cabelo seca
em dois segundos," Stevie Rae disse.
Saímos em cinco minutos. Não havia tempo para o café da manha, saímos com
pressa do quarto e praticamente corremos até o auditório. Sentamos nos lugares que Erin
tinha guardado para nós assim que as luzes se apagaram, anunciando que havia 2
minutos antes do inicio do programa começar, e para as pessoas tomarem seus lugares.
"Erik ficou aqui esperando por você até um segundo atrás," Damien disse. Eu estava
feliz por ver que ele estava sentado do lado de Jack. Os dois realmente faziam um bom
casal.
"Ele está brabo?" eu perguntei.
"Eu diria que confuso é uma descrição melhor," Shaunee disse.
"Ou preocupado. Ele parece preocupado também," Erin acrescentou.
Eu suspirei. "Você não falou que dormi demais?"
"Daí a razão do porque ele estar preocupado," Shaunne disse.
"Eu contei a ele sobre a morte dos seus dois amigos. Erik entende que tem sido difícil
para você, e é por isso que ele está preocupado," Damien disse, franzindo para Shaunee e
Erin.
"Só estou dizendo; Z, Erik é muito gostoso para ser deixado de lado," Erin disse.
"Concordo, Gêmea," Shaunee disse.
"Eu não -" eu falei, mas as luzes me cortaram de novo.
A professora de teatro, Professora Nolan, foi para o palco e passou um tempo
explicando a importância dos atores serem treinados nos clássicos, e falou sobre o quão
prestigioso era a competição de monólogos de Shakespeare que era para vampiros ao
redor do mundo. Ela nos lembrou que cada uma das 25 House of Night espalhadas pelo
mundo mandaram seus 5 competidores mais fortes, o que significa que era um total de
125 talentosos calouros que estavam competindo entre si.
"Jeesh, eu não fazia idéia que Erik tinha que competir contra tantas pessoas," eu
sussurrei para Stevie Rae.
"Erik provavelmente arrasou. Ele é incrível," Stevie Rae respondeu. Então ela bocejou
de novo e tossiu.
Eu franzi para ela. Ela parecia acabada. Como ela ainda podia estar cansada?
"Desculpe." Ela sorriu com vergonha. "Eu tenho um sapo na garganta."
"Shhh!" As Gêmeas falaram juntas.
Eu voltei minha atenção de volta para a Prof. Nolan.
"O resultado da competição foi liberado hoje, quando todos os nossos estudantes
voltaram para suas escolas. Eu irei anunciar a colocação de cada um dos nossos 5
finalistas e os apresentar. Cada uma vai apresentar seu monologo da competição. Eu não
posso começar a dizer a vocês como estou orgulhosa do nosso time. Cada um deles fez
um trabalho excepcional." A prof. Nolan brilho de alegria. Então ela apresentou o primeiro


a se apresentar, uma garota chamada Kaci Crump. Ela era uma quartanista que eu não
conhecia muito bem porque no dormitório ela era quieta, embora ela parecesse ser legal.
Eu não achava que ela fosse membro das Filhas Negras, e fiz uma nota mental de mandar
um convite para ela se juntar. A prof. Nolan anunciou tinha ficado na posição 52 na
competição com seu monologo de Beatrice de Muito Barulho por Nada.
Eu achei que ela era boa, mas foi ultrapassada pela próxima, Cassie Kramme, uma
quintanista que ficou na colocação 25. Ela apresentou o famoso discurso de Portia de O
mercador de Veneza que começa com, "A qualidade da misericórdia não está estendida..."
eu reconheci porque eu o escolhi como o monologo que eu memorizei no meu ano de
novata na SIHS. Uh, a atuação de Cassie definitivamente arrasou. Eu também achava que
ela não era membro das Filhas Negras. Huh. Parece que Afrodite não queria muita
competição para ser a rainha do drama. Grande surpresa.
O próximo era um garoto que eu conhecia porque ele era amigo de Erik. Cole Clifton
era alto, loiro, e totalmente lindo. Ele terminou em 22º com sua tradução do discurso
"mas suave, que luz que por entre as janelas quebra..." de Romeu. Ok, ele era muito
bom. Muito, muito bom. Eu ouvi Shaunee e Erin (especialmente Shaunee) fazerem muitos
barulhos apreciativos, e a salva de palmas foi furiosa quando ele terminou. Huh... vou
falar com Erik sobre arranjar Shaunee com Cole. Em minha opinião mais garotos brancos
deveriam namorar garotas negras. Era bom para expandir o horizonte deles
(especialmente com os garotos de Oklahoma).
Em falar de mulher de cor - a próxima a se apresentar foi Deino. Ela era uma
mistura caia morto de cabelo-lindo-de-morrer e uma pele de um leve chocolate. Ela
também fazia parte do circulo interior de Afrodite, ou costumava ser. Eu fui apresentada a
ela no Ritual de Lua Cheia de Afrodite. Daino era uma das três melhores amigas de
Afrodite. Elas se renomearam como as três irmãs mitológicas de Gorgon and Scylla: Deino,
Enyo, Pempheredo. Tradução, os nomes significam Terrível, Pronta para Guerra e Vespa.
Os nomes definitivamente se encaixavam. Elas eram odiosas, e vacas egoístas que
tinham fugido de Afrodite durante o Ritual de Samhain, e até onde eu podia ver, não
tinham se falado desde então. Ok, Afrodite tinha feito merda, e ela definitivamente era de
ser temida, mas eu podia fazer merda e ser uma vadia e eu não acho que Stevie Rae, as
Gêmeas, ou Damien iriam se afastar de mim. Ficar fulos comigo - sim, definitivamente.
Dizer que perdi a cabeça - é claro. Mas se afastar - de jeito nenhum.
Professora Nolan apresentou Daino, dizendo que ela terminou num incrível 11º, e
então Deino começou o monologo da morte de Cleopatra. Eu tenho que admitir ela era
boa. Muito boa. Vendo ela eu fiquei tão deslumbrada com o talento dela que comecei a
me perguntar o quanto do odioso comportamento dela tinha sido influencia de Afrodite.
Desde que eu assumi as Filhas Negras nenhum dos amigos próximos de Afrodite causou
nenhum problema. Na verdade, agora que eu pensei sobre isso, eu percebi que Terrível,
Pronta para Guerra e Vespa estavam sendo discretas. Huh. Bem, eu disse que queria
incluir alguém do circulo de Afrodite em meu Conselho de Prefeitos. Talvez Deino fosse a
escolha certa. Eu posso perguntar a Erik sobre ela. Com Afrodite fora do poder eu poderia
dar a chance a Deino (assim como sinceramente desejar que o nome dela não fosse tão
perturbador).
Eu ainda estava considerando como contar a meus amigos (que também eram meus
Prefeitos) que eu estava pensando em convidar Terrível para nosso Conselho quando a
Prof. Nola retornou para o palco e esperou pela audiência se aquietar. Quando ela
começou a falar seus olhos brilharam de excitação e pareciam prontos para explodir. Eu
senti um pouco de adrenalina passar por mim. Erik tinha terminado entre os 10 primeiros!


"Erik Night é o ultimo a se apresentar. Ele tem um incrível talento desde o dia em
que foi Marcada 3 anos atrás. Eu estou orgulhosa de ser sua professora e mentora," ela
disse, brilhando. "Por favor, dêem a ele uma boas vindas de herói que ele merece por ter
tirado primeiro lugar na Competição Internacional de Monólogos de Shakespeare!"
O auditório explodiu quando Erik entrou, sorrindo, no palco. Eu mal podia respirar.
Como eu posso ter esquecido o qual lindo ele é? Alto - mais alto que Cole - cabelos
pretos com um adorável corte de Superman, e olhos azuis tão brilhantes que eram como
olhar para o céu no verão. Como os outros que se apresentaram, ele estava vestido de
preto, com a insígnia de quintanista de Nyx no seu peito do lado esquerdo como a única
coisa que quebrava a cor escura. E, vou te contar, ele fazia o preto parecer bom.
Ele andou até o centro, parou, sorriu diretamente (e obviamente) nos meus olhos, e
piscou para mim. Ele era tão gostoso que eu achei que fosse morrer. Então ele curvou a
cabeça e quando voltou ele não era o velho Erik Night de 18 anos, vampiro calouro,
quintanista na House of Night, mais. De alguma forma, na frente dos meus olhos, ele se
tornou o guerreiro Moorish que estava tendo explicar para um salão cheio de incrédulos o
quanto a princesa Venetian tinha se apaixonado por ele, e ele por ela.
"O pai dela me ama; freqüentemente me convida;
Ainda questiona a história da minha vida
De ano a ano, as batalhas, cercos, fortunas
Que eu passei."
Eu não podia tirar os olhos dele, assim como ninguém no auditório enquanto ele se
transformou em Othello. Eu também não consegui me impedir de comparar ele com
Heath. Do seu jeito, Heath era tão talentoso e sucedido quanto Erik. Ele era um
quarterback do Broken Arrow, com uma futura faculdade incrível e talvez ate mesmo
futebol profissional no seu futuro. Heath era um líder. Erik era um líder. Eu cresci vendo
Heath jogar bola, tinha ficado orgulhosa dele, e tinha torcido por ele. Mas nunca fiquei
aterrada com o talento dele como eu ficava pelo de Erik. E a única vez que Heath me fez
sentir como eu não pudesse respirar foi quando ele cortou sua pele e ofereceu seu sangue
para mim.
Erik pausou seu monologo, e se moveu mais para frente até estar parado na ponta
do palco, tão perto que se eu levantasse eu poderia tocar ele. Então ele olhou nos meus
olhos e completou o discurso de Othello para mim, como se fosse a ausente Desdemona
enquanto ele falou:
"Ela deseja que não tivesse ouvido, ainda sim ela deseja
O paraíso que fez tal homem; ela me apavora,
E me deseja, se eu tivesse um amigo que a deseja,
Eu deveria ensinar a ele como contar minha história,
E isso a cortejaria.
Com essa dica eu digo:
Ela me amou devido aos perigos que passei,
E eu amo que ela não os menospreze."
Erik tocou seus dedos em seus lábios, então estendeu sua mão para mim como se
fosse para oferecer um beijo formal, e então pressionou seus dedos em cima do coração e
se curvou. A audiência irrompeu em de pé aplausos. Stevie Rae ficou feliz do meu lado,
limpando as lagrimas e rindo.
"Isso foi tão romântico que eu quase fiz xixi nas calças," ela gritou.
"Eu também!" eu ri.


E então a Prof. Nolan voltou para o palco, terminando as apresentação e
direcionando todos para a recepção com vinho e queijo que estava arrumada no lobby.
"Vem, Z," Erin disse, agarrando uma das minhas mãos.
"Yeah, vamos ficar com você porque aquele amigo de Erik que interpretou Romeu é
incrivelmente gostoso," Shaunee disse quando agarrou minha outra mão. As Gêmeas
começaram a passar pela multidão, gritando com os garotos que andavam devagar como
buzinas um pequeno barco. Eu olhei sem poder fazer nada para Damien e Stevie Rae.
Claramente eles teriam que se virar. As Gêmeas eram uma força além do controle.
Nós disparamos para a ponta da multidão tentando sair do auditório como três rolhas
vindo a superfície. E de repente Erik estava ali, entrando no lobby pela entrada dos atores.
Nossos olhos se encontraram e ele instantaneamente parou de falar com Cole e foi direto
na minha direção.
"Mmm, mmm, mmm. Ele é totalmente ótimoooo," Shaunee murmurou.
"Como sempre, estamos em completo acordo, Gêmea," Erin suspirou sonhadora.
Eu não podia fazer nada a não ser ficar ali e sorrir como uma idiota enquanto Erik
nos alcançava. Com uma faísca muito travessa nos olhos ele pegou minha mão, a beijou,
e então fez uma reverencia e proclamou em sua voz de ator que foi carregada ao redor do
salão, "Olá, minha doce Desdemona."
Eu senti minhas bochechas ficarem quentes, e eu ri. Ele estava me colocando em
seus braços, mas de uma forma muito adequada para o publico quando eu ouvi uma
odiosa risada familiar. Afrodite, parecendo incrível em sua saia curta, botas de cano longo,
e um suéter esquivo, estava rindo enquanto (na verdade, ela rebolava mais do que
andava - quero dizer, a garota podia balançar a bunda) passava por nós. Por cima do
ombro de Erik eu encontrei os olhos dela e, com uma voz suave que teria soado amigável
se não estivesse saindo da boca dela ela disse, "se ele está te chamando de Desdemona,
então sugiro que você tenha cuidado. Se sequer parecer que você está traindo ele, ele vai
te estrangular na sua cama. Mas você nunca trairia ele, trairia?" Então ela virou seu longo,
e perfeito cabelo loiro e se afastou.
Ninguém disse nada por um segundo, então as Gêmeas, ao mesmo tempo, falaram,
"Problemas. Ela tem problemas," e então todo mundo riu.
Todos menos eu. Tudo o que eu podia pensar era o fato de que ela tinha visto Loren
e eu no media Center, e que definitivamente podia parecer que eu estava traindo Erik. Ela
estava me avisando que ia contar a Erik? Ok, eu não estava preocupada com ele me
estrangulando na minha cama, mas ele acreditaria nela? E também, Afrodite muito-
perfeita aparição me lembrou que eu estava usando um jeans amassado e um suéter
colocado com pressa. Meu cabelo e maquiagem definitivamente pareceram melhores. Na
verdade, eu acho que ainda tenho a marca de um travesseiro na bochecha.
"Não deixe ela te atingir," Erik disse gentilmente.
Eu olhei para ele. Ele estava segurando minha mão e sorrindo para mim. Eu
mentalmente me chacoalhei. "Não se preocupe, ela não vai," eu disse brilhantemente. "De
qualquer forma, quem se importa com ela? Você ganhou a competição! Isso é incrível,
Erik. Estou orgulhosa de você!" Eu abracei ele, adorando o cheiro limpo dele e o como a
altura dele me fazia sentir pequena e delicada. E então nosso pequeno bolso de
privacidade desapareceu conforme mais e mais pessoas saíam do auditório.
"Erik, é tão legal que você ganhou!" Erin disse. "Mas não é nenhuma surpresa. Você
definitivamente arrasa no palco."
"Totalmente. Assim como o amigo ali." Shaunee acenou com o queixo em direção de
Cole. "Ele é um Romeo ótimo."


Erik riu. "Vou dizer a ele o que você disse."
"Você também pode dizer a ele que se ele quiser uma açúcar marrom como sua
Julieta ele não precisa olhar mais longe do que bem aqui." Ela apontou para si e mexeu
nos lábios.
"Gêmea, se Julieta fosse negra eu não acredito que as coisas tivessem tido um final
tão ruim entre ela e Romeo. Quero dizer, nós teríamos mostrado mais senso do que beber
aquela poção para dormir e passar por todo o drama só por causa de um problema com
os pais."
"Exatamente," Shaunne disse.
Nenhum de nós disse o obvio - que Erin, com seu cabelo loiro e olhos azuis,
definitivamente NÃO ERA NEGRA. Estamos muito acostumados com ela e Shaunee serem
tão parecidas para questionar a estranheza delas.
"Erik, você foi incrível!" Damien se apressou com Jack o seguindo logo atrás.
"Parabéns," Jack disse envergonhado, com definitivamente com entusiasmo.
Erik sorriu para eles. "Obrigado, gente. Hey, Jack. Estava muito nervoso antes da
apresentação para dizer que estou feliz que esteja aqui. Serei um bom colega de quarto."
O rosto fofo de Jack se iluminou, e eu apertei a mão de Erik. Essa era um das razões
do porque eu gostava tanto dele. Além de ser lindo e alto, Erik era um cara autentico.
Havia muitos caras na posição dele (ridiculamente popular) que teriam ou ignorado esse
colega de quarto terceiranista, ou, pior, ficaria visivelmente fulo por ter que dividir um
quarto com um "bicha." Erik não era assim, e eu não pude impedir de o comparar com
Heath, que provavelmente teria surtado por ter que dividir um quarto com um garoto gay.
Não que Heath odiasse ou algo assim, mas ele era um adolescente Okie típico, que tende
a ter uma mente pequena sobre homofobia. O que me fez perceber que nunca perguntei
a Erik de onde ele era. Jeesh, eu era uma namorada horrível.
"Você me ouviu, Zoey?"
"Huh?" A pergunta de Damien calou minha tagarelice interior, mas não, eu não o
ouvi.
"Olá! Terra para Zoey! Eu perguntei se você percebeu que horas são. Você lembra
que o Ritual da Lua Cheia começa a meia noite?"
Eu olhei para o relógio na parede. "Ah, diabos!" Era 23:05. Eu ainda precisava trocar
de roupa e então ir até o salão de recreação, acender as velas do circulo, me certificar que
as 5 velas dos elementos estivesse no lugar, e ver a mesa da deusa. "Erik, sinto muito,
mas tenho que ir. Tem um milhão de coisas para fazer antes do ritual começar." Eu fiz
contato com visual com cada um dos meus amigos. "Vocês tem que vir comigo," Eles
acenaram como a cabeça de uma boneca. Eu me virei para Erik. "Você vai no ritual, não
vai?"
"Sim. E isso me lembra. Eu te comprei algo em Nova Iorque. Peraí só um segundo,
que eu vou pegar."
Ele se apressou de volta para a entrada dos atores no auditório.
"Eu juro que ele é bom demais para ser verdade, "Erin disse.
"Vamos esperar que o amigo dele seja como ele," Shaunee disse, mandando um
sorriso de flerte para Cole, que eu notei que ele respondeu.
"Damien, você pegou o eucalipto e salva para mim?" Eu já estava me sentindo
nervosa. Diabos! Eu deveria ter comido. Meu estomago estava vazio como uma caverna
só esperando para se apertar.
"Não se preocupe, Z. Eu peguei o eucalipto e até o atei junto com a salva para você,"
Damien disse.


"Tudo será perfeito, você vai ver," Stevie Rae disse. "Yeah, você não precisa ficar
nervosa," Shaunee disse.
"Estaremos lá com você," Erin disse.
Eu sorri para eles, incrivelmente feliz por eles serem meus amigos. E então Erik
voltou. Ele me entregou uma caixa branca que ele estava carregando. Eu hesitei antes de
ouvir o que Shaunee disse, "Z, se você não abrir, abro eu."
"Pode ter certeza." Erin disse.
Ansiosa, eu tirei o laço decorativo que o mantinha fechado, e abri a tampa, e arfei
(junto com todo mundo que estava perto para ver). Dentro da caixa estava o vestido mais
lindo que eu já vi. Era preto, mas tecido num material com pequenas particular metálicas
de prata, para que sempre que a luz o tocasse, ele brilhasse e reluzisse como as estrelas
da noite.
"Erik, isso é lindo." Eu soei engasgada porque eu estava tentando não fazer papel de
boba e começar a chorar.
"Eu queria que você tivesse algo especial para o seu primeiro ritual como líder das
Filhas Negras," ele disse.
Nos abraçamos de novo antes dos meus amigos e eu termos que nos apressar até o
salão de recreação. Eu apertei o vestido contra o meu peito e tentei não pensar sobre o
fato de que enquanto Erik estava me comprando um presente incrível eu estive ou
sugando o sangue de Heath ou flertando com Loren. E enquanto eu tentava não pensar
nisso, eu tentei ignorar a voz culpada dentro da minha cabeça que ficava dizendo, de
novo e de novo, Você não merece ele... você não merece ele.... você não merece ele...


VINTE

"Shaunee, Erin, e Stevie Rae - vocês começam a acender as velas. Damien, se você
colocar as velas coloridas em posição vou me certificar que tudo esteja pronto na mesa da
Nyx."
"Fácil -" Shaunee disse
"Fácil," Erin completou.
"Japonês," Stevie Rae acrescentou, fazendo as Gêmeas virarem os olhos.
"As velas de elementos ainda estão no deposito?" Damien perguntou.
"Yep," eu respondi enquanto ia para a cozinha. Eu estava feliz por já ter arrumado
uma grande travessa de frutas, queijos, e carnes para a mesa de Nyx. Eu precisava
apenas pegar uma garrafa de vinho do refrigerador, e arrumar o arranjo na mesa
colocada no centro de um enorme circulo feito de velas brancas. A mesa tinha uma taça
ornamentada peça, assim como uma linda estatueta da deusa, junto com, um elegante
isqueiro, e a vela que representava espírito, o último elemento que eu ia chamar no
circulo. A mesa simbolizava a riqueza das bênçãos que Nyx da a seus filhos, vampiros e
calouros. Eu gostei de arrumar a mesa da deusa. Me deixou calma, algo que eu precisava
muito essa noite. Eu arranjei a comida e o vinho, e repassei na mente as palavras para o
ritual que eu ia usar - olhar para o relógio e meu estômago se apertou - 15 minutos.
Calouros já estavam começando a vir na sala de recreação, mas estão sendo submissos e
esperam nos cantos da grande sala em grupos enquanto eles observam as Gêmeas e
Stevie Rae acender as velas brancas que estavam na circunferência do circulo. Talvez eu
não fosse a única nervosa por causa de hoje a noite. Era uma grande mudança liderar as
Filhas Negras. Afrodite era a líder a 2 anos, e nesse tempo o grupo se tornou faccioso e
esnobe, onde calouros que não faziam "parte" da multidão eram gozados.
Bem, as coisas mudaram hoje a noite.
Eu olhei para meus amigos. Todos nos apresamos para mudar de roupa antes de vir
para a sala de recreação, e todos tinham escolhido usar preto para manter o tema do
incrível vestido que Erik me deu. Eu me olhei um zilhão de vezes. O vestido era simples,
mas perfeito. Tinha uma gola redonda que era baixa, mas não baixo do estilo vadio do
vestido que Afrodite usou no seu ritual. Era de manga comprida e marcava meu corpo até
a cintura, e dali caia em grandes ondas até o chão. As partículas prateadas reluziam com
a luz sempre que eu me mexia. O que também reluzia sempre que eu me mexia era o
colar prateado ao redor do meu pescoço. Cada Filha e Filho Negro tinha um colar similar,
com duas exceções - minhas três luas tinham granada incrustada, e o meu era o colar
que foi exatamente o mesmo colar que foi encontrado no corpo de um adolescente
humano. Ok, não era exatamente o meu colar que tinha sido encontrado. Era como o
meu. Exatamente igual ao meu.
Não. Eu não ia pensar em coisas negativas hoje a noite. Eu iria me concentrar
apenas em coisas boas, e em me preparar para liderar meu primeiro ritual publico.
Damien voltou para a sala principal com uma grande travessa em que ele balançava as 4
velas que representavam cada elemento: amarelo para ar, vermelho para o fogo, azul
para água, e verde para terra. Eu já tinha posto a vela púrpura para o espírito em cima da
mesa de Nyx. Eu sorri e pensei em qual maravilhosos meus amigos pareciam, vestidos de
maneira chique em preto com seus colares prateados das Filhas Negras. Stevie Rae já
tinha tomado seu lugar no circulo onde a terra deveria ficar. Damien entregou a ela a vela
verde. Eu estava observando eles, então não houve erro no que eu vi. Quando Stevie Rae
tocou sua vela, os olhos dela se alargaram e ela deixou escapar um estranho som que era


uma mistura entre um grito e um engasgo. Damien deu um passo tão apressado que ele
teve que equilibrar as outras velas para impedir elas de cair.
"Você sentiu?" A voz de Stevie Rae soava estranha, apresada e amplificada.
Damien parecia abalado, mas ele acenou e disse, "Yeah, e eu também senti o
cheiro."
Os dois viraram para olhar para mim.
"Uh, Zoey, você pode vir aqui um segundo?" Damien perguntou. Ele soava normal de
novo, e se eu não tivesse vendo o que tinha acontecido entre os dois eu teria achado que
nada demais estava acontecendo a não ser que talvez eles precisassem de ajuda com as
velas.
Mas eu tinha visto, que foi o porquê deu não ter gritado no centro do circulo para
perguntar o que eles queriam. Ao invés disso eu me apressei até eles e mantive a voz
baixa. "O que está acontecendo?"
"Conte a ela," Damien disse para Stevie Rae.
Ainda com os olhos bem espantados, assustada, e mais do que um pouco pálida,
Stevie Rae disse, "Você consegue sentir o cheiro?"
Eu franzi. "Cheiro? O que -" E então eu senti o cheiro - grama recém cortada, mel, e
algo mais que eu juro me lembrava o cheiro da terra recém lavrada na fazenda da vovó.
"Eu sinto," eu disse hesitantemente, me sentindo confusa. "Mas eu não chamei a
terra para o circulo." Minha afinidade, ou poder, dada por Nyx me dava a habilidade de
materializar os 5 elementos. Mesmo depois de um mês, eu não tinha certeza do que
envolvia todo aquele poder, mas uma coisa que eu sabia era que quando eu lançava um
circulo e chamava cada um dos elementos, todos se manifestavam de forma física. O
vento me envolvia quando eu chamava o ar. Fogo fazia minha pele brilhar de calor (e,
francamente, me fazia suar). Eu podia sentir a frieza do mar quando eu evocava a água. E
quando eu chamava a terra para o circulo eu sentia o cheiro de coisas da terra e até
mesmo grama de baixo dos meus pés (mesmo usando sapatos, o que era realmente
estranho).
Mas, como eu disse, eu não tinha começado a lançar o circulo, então não tinha
chamado nenhum elemento, ainda sim Stevie Rae, Damien, e eu estávamos claramente
sentindo o cheiro de coisas da terra.
Então Damien sugou o ar e o rosto dele se tornou um enorme sorriso. "Stevie Rae
tem uma afinidade pela terra!"
"Huh?" eu disse brilhantemente.
"De jeito nenhum," Stevie Rae disse.
"Tente isso," Damien continuou, sua excitação crescendo a cada segundo. "Feche
seus olhos, Stevie Rae, e pense sobre a terra." Ele olhou para mim. "Você não pense."
"Ok," eu disse rapidamente. A excitação dele era contagiosa. Seria fantástico se
Stevie Rae tivesse uma afinidade pela terra. Ter a afinidade com um elemento era um
poderoso dom dado por Nyx, e eu definitivamente iria amar se minha melhor amiga fosse
abençoada dessa forma por nossa deusa.
"Ok." Stevie Rae soava sem fôlego, mas ela fechou os olhos.
"O que está acontecendo?" Erin disse.
"Porque ela está de olhos fechados?" Shaunee disse. Então ela cheirou o ar. "E
porque está cheirando a feno por aqui? Stevie Rae, eu juro que se você estiver usando
algum perfume rústico eu vou bater em você."
"Shhh!" Damien pôs o dedo nos lábios e a mando se calar. "Achamos que Stevie Rae
pode ter desenvolvido uma afinidade pela terra."


Shaunee piscou. "Nuh uh!"
"Huh," Erin disse.
"Eu não consigo me concentrar com vocês falando," Stevie Rae disse, abrindo os
olhos e encarando as Gêmeas.
"Desculpe," elas murmuram.
"Tente de novo," eu a encorajei.
Ela acenou. Então ela fechou os olhos e se enrugou se concentrado enquanto
pensava sobre a terra. Eu não pensei sobre isso, o que foi difícil porque em alguns
segundos o ar estava cheio com o cheiro de grama recém cortada, e flores, e eu até podia
ouvir pássaros cantando feito loucos e -
"Ohmeudeus! Stevie Rae tem uma afinidade pela terra!" eu gritei. Os olhos de Stevie
Rae se abriram e ela cobriu a boca com as duas mãos, parecendo chocada e excitada.
"Stevie Rae, isso é incrível!" Damien disse, e em um segundo todos nós estávamos
dando os parabéns e abraçando ela enquanto ela chorava lagrimas de alegria.
E então aconteceu. Eu tive um dos meus pressentimentos. E dessa vez (graças a
Deus) era um bom.
"Damien, Shaunne, Erin - eu quero que vocês tomem seus lugares no circulo." Eles
me deram olhares questionadores, mas devem ter reconhecido meu tom de voz porque
instantaneamente fizeram o que eu pedi. Eu não era a chefe deles exatamente, mas meus
amigos respeitavam que eu estava treinando para algum dia ser a Alta Sacerdotisa, então
eles obedientemente foram para seus lugares no circulo que eu tinha apontado para cada
um deles quando só éramos nos cinco, e eu estava lançando um circulo para tentar
descobrir se eu realmente tinha uma afinidade, ou se só tinha pouco senso e uma bela
imaginação.
Quando eles tomaram seus lugares eu olhei ao redor para os garotos que já estavam
na sala de recreação. Eu definitivamente ia precisar da ajuda de fora. Então Erik entrou na
sala com Jack, e eu ri e fiz menção para eles virem até mim.
"O que foi, Z? Você parece que vai explodir," Erik disse, e então ele baixou a voz, e
no meu ouvido disse, "E você está linda nesse vestido tanto quanto achei que ficaria."
"Obrigada, eu o adoro!" Então eu dei um rápido giro que era meio de flerte com Erik,
e parcialmente pura felicidade pelo que eu tinha quase certeza que ia acontecer. "Jack,
você, por favor, pode ir até Damien pegar a bandeja de velas que ele está segurando e
trazer elas aqui no meio do circulo?"
"Yep," Jack disse e correu para fazer o que eu pedi. Ok, ele não correu de verdade,
mas foi bem alegrinho.
"O que está acontecendo?" Erik perguntou.
"Você vai ver." Eu ri, mal capaz de suprimir minha excitação.
Quando Jack voltou com as velas eu pus a bandeja na mesa de Nyx. Eu me
concentrei por um segundo, e decidi que meus instintos diziam que fogo era a escolha
certa. Então eu peguei a vela vermelha e a entreguei a Erik. "Ok, eu preciso que você
entregue essa vela para Shaunee."
Erik enrugou a testa. "Só levar até ela?"
"Yeah. Entregue para ela e preste atenção."
"No que?"
"Eu prefiro não dizer."
Ele deu nos ombros e me deu um olhar que dizia que mesmo que ele me achasse
gostosa ele também achava que eu tinha perdido a cabeça, mas ele fez o que eu pedi e


andou até Shaunee que estava parada na parte sul do circulo - a área que eu chamava do
elemento do fogo. Ele parou na frente dela. Shaunee olhou para mim.
"Pegue a vela dele," eu falei para ela, me concentrado em quão lindo Erik parecia
para não pensar em fogo.
Shaunee deu nos ombros. "Ok," ela disse.
Ela pegou a vela vermelha de Erik. Eu estava observando ela atentamente, mas não
era necessário. O que aconteceu foi tão obvio que vários garotos parados ao redor do lado
de fora do circulo arfaram com Shaunee. No instante que a mão dela tocou a vela houve
um barulho de whooosh. Seu longo cabelo preto começou a levantar e a se quebrar como
se estivesse cheio de eletricidade estática, e sua linda pele chocolate brilhou como se
tivesse sido acessa por dentor.
"Eu sabia!" eu disse, praticamente pulando pra cima e pra baixo de excitação.
Shaunee olhou para seu corpo brilhando e encontrou meus olhos. "Eu estou fazendo
isso, não estou?"
"Você está!"
"Eu tenho uma afinidade pelo fogo!"
"Sim, você tem!" Eu gritei feliz.
Eu ouvi vários oohs e ahhs de todos parados na multidão, mas eu não tinha tempo
para eles agora. Seguindo meu instinto eu apontei para Erik voltar para o centro do
circulo, o que ele fez com um enorme sorriso no rosto.
"Essa pode ser a coisa mais legal que eu já vi," ele disse.
"Só espere. Se eu estiver certa, e eu acho que estou, tem mais." Eu dei a ele a vela
azul. "Agora leve essa para Erin."
"Seu desejo é uma ordem," ele disse com uma reverencia. Se mais alguém se
curvasse daquele jeito em publico teria parecido idiota. Erik parecia super quente - parte
cavalheiro, parte pirata bad boy. Eu estava pensando sobre o quão gostoso Erik era
quando Erin e Shaunee fizeram dois guinchos gêmeos de felicidade quase ao mesmo
tempo.
"Olhe para o chão!" Erin estava apontando para o chão de azulejo da sala de
recreação. Em uma área circular ao redor dela estava se ondulando e parecia estar se
enrolando contra os pés dela, embora nada realmente estivesse molhado, fazendo parecer
que Erin estava parada no meio de uma costa oceânica fantasma. Então ela me olhou com
seus olhos azuis que brilhavam. "Oh, Z! Água é minha afinidade!"
Eu ri para ela. "Sim, é!"
Erik voltou para mim. Dessa vez eu nem tive que pedir para ele pegar a vela
amarela.
"Damien, certo?" ele disse.
"Totalmente certo."
Ele foi até Damien, que estava parado na parte leste do circulo onde o elemento do
ar deveria se manifestar. Erik ofereceu a vela amarela para Damien. Damien não a tocou.
Ao invés disso, ele olhou para mim por cima de Erik. O garoto parecia assustado.
"Está tudo bem, vá em frente e pegue," eu disse a ele.
"Tem certeza que vai ficar tudo bem?" Ele olhou nervoso ao redor para o que agora
era uma enorme multidão de calouros que assistiam com expectativa.
Eu sabia o que estava errado. Damien estava com medo de falhar, que ele não
receberia a mágica que estava acontecendo com as garotas. Na aula de sociologia
aprendemos que é incomum um dom tão forte como uma afinidade por um elemento ser
dada a um homem. Nyx dava dons a homens com uma força excepcional, e a afinidade


deles normalmente tem a ver com o físico, como Dragon, nosso instrutor de esgrima, que
tinha o dom de uma excepcional rapidez e uma visão precisa. Ar era definitivamente uma
afinidade feminina, e não seria nada menor que incrível para Nyx dar o dom a Damien da
afinidade com o ar. Mas eu tinha um calmo sentimento de felicidade dentro de mim. Eu
acenei para Damien e tentei passar minha confiança para ele. "Tenho certeza. Ficarei
ocupada pensando no quão fofo Erik é enquanto você chama o ar," eu disse.
Enquanto Erik ria por cima do ombro para mim Damien respirou fundo, e parecendo
como se tivesse que agarrar uma bomba, ele pegou a vela de Erik.
"Soberbo! Glorioso! Fantastico!" Damien usava seu vocabulário enquanto seu cabelo
marrom levantava e suas roubas voavam pelo vendo repentino que o cercou. Quando ele
me olhou de novo lagrimas de felicidade estavam caindo pelas bochechas dele. "Nyx me
deu um dom. Eu," ele anunciou cuidadosamente, e eu sabia o que ele estava dizendo
naquela palavra - que ele percebeu que Nyx o achava digno mesmo que seus pais não
achassem, e mesmo que na maior parte da sua vida as pessoas tenham gozado dele
porque ele gosta de caras. Eu tive que piscar com força para me impedir de chorar feito
bebê.
"Sim, você," eu disse firmemente.
"Seus amigos são espetaculares, Zoey." A voz de Neferet foi carregada pelo barulho
de excitação dos garotos que agora estavam indo em direção aos 4 novos talentos
descobertos.
A Alta Sacerdotisa estava parada dentro da entrada do salão de recreação, e eu me
perguntei a quanto tempo ela estava ali. Eu pude ver que haviam alguns professores com
ela, mas eles estavam nas sombras da porta e era difícil dizer quem eram exatamente.
Ok. Você pode fazer isso. Você pode encarar ela. Eu engoli com força e forcei meus
pensamentos a se focarem em meus amigos e o milagre que tinha acabado de acontecer
com eles.
"Sim, meus amigos são espetaculares!" Eu concordei entusiasmada.
Neferet acenou. "É o certo que Nyx, com sua sabedoria, tenha te dado um dom, uma
caloura com poderes tão incomuns, e para um grupo de amigos que também são
abençoados com poderes impressionantes." Ela dramaticamente ergueu os braços. "Eu
prevejo que esse grupo de calouros ira fazer história. Nunca antes tanto foi dado para
tantos ao mesmo tempo e lugar." O sorriso dela incluiu todos nós e ela realmente parecia
uma mãe amorosa. Eu teria sido pega como todos os outros pelo seu calor e beleza se
não tivesse sido pela visão da fina linha vermelha no seu corte que ainda estava se
curando que estava em seu antebraço. Eu tremi e forcei meus olhos e pensamentos da
evidencia de que o que eu tinha testemunhado definitivamente não tinha sido um
fragmento da minha imaginação.
Uma boa coisa, também, porque Neferet virou sua atenção para mim.
"Zoey, eu acredito que essa é a hora perfeita para anunciar seu plano para as Filhas
e Filhos Negros." Eu abri minha boca para começar a explicar o que eu tinha em mente
(embora eu tenha planejado anunciar as mudanças que eu queria fazer depois de lançar o
circulo e dar aos 'velhos' membros algumas provas de que eu tinha recebido um dom de
Nyx), mas ninguém prestou atenção em mim. A atenção de todos estavam em Neferet
enquanto ela entrou na sala e parou não muito longe de Shaunne para que a
manifestação da minha amiga do fogo acendesse a Alta Sacerdotisa como um holofote
feito de chamas. Com a mesma poderosa e sedutora voz que ela usava durante os rituais,
Neferet falou. Só que dessa vez ela estava usando minhas palavras - minhas idéias.


"Está na hora das Filhas Negras ter uma fundação. Foi decidido que Zoey Redbird ira
começar uma era e uma nova tradição com sua liderança. Ela ira formar um Conselho de
Prefeitos, composto por vários calouros, no qual ela seria a líder. Os outros membros do
conselho serão Shaunee Cole, Erin Bates, Stevie Rae Johnson, Damien Maslin, e Erik
Night. Haverá mas um Prefeito a ser escolhido do antigo circulo de amizade de Afrodite
para representar meu desejo por união entre os calouros."
O desejo dela? Eu cerrei os dentes e tentei encontrar meu lugar feliz enquanto
Neferet parou para deixar morrer os sons gerais de felicidade (que incluíram as Gêmeas,
Stevie Rae, Damien, Erik, e Jack, batendo palmas). Jessh. Ela estava fazendo parecer que
ela era responsável pelas idéias que eu pesquisei por semanas!
"O Conselho de Prefeitos será responsabilidade do novo grupo de Filhas e Filhos
Negros, que inclui ter certeza de que desse dia em diante os membros terão de seguir as
seguintes idéias: eles devem ser autênticos pelo ar; eles devem ser fieis pelo fogo; eles
devem ser sábios pela água; eles devem ser empáticos pela terra; e eles devem ser
sinceros pelo espírito. Se as Filhas e Filhos negros não seguirem esses novos ideais, será
responsabilidade os Prefeitos do Conselho decidir uma penalidade, que pode incluir
expulsão do grupo." Ela parou de novo, e eu percebi o quão sérios e prestando atenção
todos estavam, que era a reação que eu esperava para quando eu fizesse esse anuncio
durante o Ritual da Lua Cheia. "Eu também decidi que nossos calouros devem se envolver
mais na comunidade. Afinal de contas, ignorância gera medo e ódio. Então eu quero que
as Filhas e Filhos Negros comecem a trabalhar com caridade local. Depois de muita
consideração eu decidi que a organização perfeita seria os Gatos de Rua, o resgate para
gatos de rua."
Houve risadas por causa disso, que foi a reação que Neferet teve quando eu disse a
ela minha decisão para fazer as Filhas Negras se envolverem com caridade. Eu não
conseguia acreditar que Neferet estava pegando o credito por tudo que eu tinha dito a ela
na noite no jantar.
"Eu vou deixar vocês agora. Esse é o ritual de Zoey, e só estou aqui para mostrar
meu apoio para meus calouros talentosos." Ela me deu um sorriso gentil, que eu me fiz
retornar. "Mas primeiro eu tenho um presente para o novo Prefeito do Conselho." Ela
bateu as mãos e 5 vampiros homens que eu nunca vi antes saíram das sombras da
entrada. Eles estavam carregando o que parecia um grosso azulejo retangular que devia
ter 30 centímetros de largura e uns 10 centímetros de espessura. Eles o colocaram no
chão perto dos pés dela e desapareceram pela porta. Eu encarei as coisas. Eram de uma
cor creme e pareciam estar molhados. Eu não fazia idéia do que eram. A risada de Neferet
passou ao nosso redor, fazendo meus dentes cerrarem. Mais ninguém achava que ela
soava totalmente protetora?
"Zoey, estou chocada por não reconhecer sua própria idéia!"
"Eu - não. Eu não sei o que são," eu disse.
"São quadrados de cimento molhado. Eu lembrei que você me disse que queria que
cada membro do Conselho de Prefeitos tivesse uma impressão de sua mão para que a
impressão seja preservada para sempre. Hoje seis ou sete membros do novo Conselho
podem fazer isso."
Eu pisquei para ela. Ótimo. Ela finalmente me deu o credito por algo, e isso era idéia
de Damien. "Obrigado pelo presente," eu disse, e então adicionei rapidamente, "E foi idéia
de Damien fazer as impressões das mãos, não minha."
O sorriso dela era cegante, e então ela virou para Damien e eu não tive que olhar
para ele para saber que ele estava praticamente pulando de prazer. "E que idéia incrível


Damien." Então ela se dirigiu a sala toda de novo. "Eu estou satisfeita por Nyx ter dotado
esse grupo tão completamente. E eu digo bênçãos para todos vocês, boa noite!" Ela foi
para o chão com uma graciosa cortesia. Então, pelas palmas dos calouros, ela se ergueu e
fez uma magnífica saída com a saia esvoaçando.
O que me deixou parada no meio do circulo me sentindo estar super arrumada e com
nenhum lugar para ir.


VINTE E UM

Demorou uma eternidade para todo mundo sentar para o ritual começar,
especialmente porque eu não podia mostrar como eu realmente estava me sentindo - que
era fula. Não só ninguém ia entender, mas também não acreditaria no que eu estava
começando a ver: que tinha algo negro e errado sobre Neferet. E porque alguém iria
entender ou acreditar em mim? Eu era, afinal de contas, só uma garota. Não importava
que poderes Nyx tinha me dado eu totalmente não estava na mesma liga que a Alta
Sacerdotisa. Além disso, ninguém além de mim testemunhou os pequenos pedaços que
estavam se juntando para fazer uma terrível figura.
Afrodite iria me entender e acreditar em mim. Eu odiava que essa idéia fosse
verdade.
"Zoey, me diga quando estiver pronta para começar a musica," Jack falou do canto
de trás da sala de recreação onde estava o equipamento de áudio. Apararentemente era
bom com eletrônicos, então instantaneamente dei a ele a incumbência de cuidar da
musica para o ritual.
"Ok, só um segundo. Que tal eu acenar para você quando estiver pronta?"
"Ótimo por mim!" ele disse com um sorriso.
Eu dei alguns passos para trás, percebendo que, ironicamente, eu estava parada
quase exatamente onde Neferet tinha estado não muito tempo atrás. Eu tentei limpar
minha mente da confusão e negatividade que eu estava cercada. Meus olhos viajaram ao
redor do circulo. Tinha uma boa quantidade de gente presente - na verdade mais do que
esperei que aparecesse. Eles tinham se aquietado, embora ainda tivesse um ar de
excitação na sala. As velas brancas em suas vasilhas altas iluminavam o circulo em uma
limpa e brilhosa luz. Eu podia ver meus quatro amigos parados em suas posições,
esperando com expectativa para mim começar o ritual. Eu me foquei neles e no incrível
dom que eles tinham recebido, e me aprontei para acenar a Jack.
"Eu pensei em voluntariar meus serviços para você."
A voz profunda de Loren me fez pular e fazer um barulho extremamente nada
atraente. Ele estava parado atrás de mim na entrada.
"Merda, Loren! Você me assustou tanto que eu quase me mijei!" Eu disse antes de
poder controlar minha boca de nerd. Mas eu estava falando a verdade, Loren me fez
quase desmaiar de medo.
Aparentemente ele não se importou com a minha incapacidade de controlar minha
boca. Ele me deu um longo sorriso sexy. "Eu pensei que você sabia que eu estava aqui."
"Não. Eu estava um pouco distraída."
"Estressada, eu aposto." Ele tocou meu braço em um gesto que provavelmente
parecia inocente. Sabe, amigável e profissional dando apoio. Mas parecia carinho, um
carinho muito quente. O sorriso escondido dele me fez imaginar sobre a intuição dos
vampiros. Se ele pudesse ler qualquer parte da minha mente eu iria morrer. "Bem, estou
aqui para ajudar o seu estresse."
Ele estava brincando? Só a visão dele me fez perder a cabeça. Livre de estresse perto
de Loren Blake? Dificilmente.
"Verdade? Como você vai fazer isso?" eu perguntei com a sombra de um sorriso de
flerte, muito ciente que a sala toda estava nos observando e que a sala toda incluía meu
namorado.
"Eu farei para você o que faço para Neferet."


O silencio passou entre nós enquanto minha mente imaginava exatamente o que ele
fazia para Neferet. Graças a Deus, ele não me deixou pensar muito.
"Toda Alta Sacerdotisa tem um poeta que recita antigos versos para evocar a
presença de uma Musa quando ela entra no ritual. Hoje, estou me oferecendo para recitar
para um Alta Sacerdotisa em treinamento muito especial. Além do mais acredito que tem
alguns mal entendidos que temos que esclarecer."
Ele cruzou o seu punho no coração em um gesto de respeito que as pessoas
geralmente usam quando complementam Neferet. Diferente de uma confiante e legal Alta
Sacerdotisa, e muito como uma nerd, eu só fiquei parada ali olhando para ele. Quero
dizer, eu não fazia idéia do que ele estava falando. Mal entendidos? Como se alguém
acreditasse que eu soubesse o que diabos eu estava fazendo?
"Mas preciso da sua permissão," ele continuou. "Eu não quero me intrometer no seu
ritual."
"Oh, não!" Então eu percebi que ele deveria achar que meu silencio e então meu oh,
significasse não, e eu me segurei. "O que eu quero dizer é que não, você definitivamente
não está se intrometendo, e sim, eu aceito sua oferta. Graciosamente," eu acrescentei, me
perguntando como eu me senti adulta e sexy perto desse homem.
O sorriso dele me fez querer derreter numa piscina aos pés dele. "Excelente. Quando
estiver pronta, me diga e vou começar a introdução." Ele olhou para onde Jack estava
rindo para nós. "Se importa se eu falar com o seu assistente sobre a breve mudança de
planos?"
"Não," eu disse, me sentindo surreal. Quando Loren passou por mim o braço dele
tocou o meu intimamente. Eu estava imaginando o flerte que estava acontecendo entre
nós? Eu olhei para o circulo e vi que todos estavam me encarando. Relutantemente, eu
encontrei Erik onde ele estava parado perto de Stevie Rae. Ele sorriu para mim e piscou.
Ok, não parecia que Erik tinha notado nada errado com o comportamento de Loren em
relação a mim. Eu olhei para Shaunee e Erin. Elas estavam seguindo Loren com olhos de
fome. Elas devem ter sentido eu olhar para elas, porque elas conseguiram tirar os olhos
da bunda de Loren. Elas balançaram suas sobrancelhas para mim e riram. Elas também,
estavam agindo completamente normal.
Era só eu que estava agindo estranha sobre Loren.
"Se controle!" Eu disse a mim mesma. Concentre-se... concentre-se... concentre-se...
"Zoey, estou pronto quando você estiver." Loren se moveu para perto de mim.
Eu respirei fundo me acalmando e levantei a cabeça. "Estou pronta."
Os olhos escuros dele seguraram os meus. "Lembre-se, confie nos seus instintos. Nyx
fala com o coração de suas sacerdotisas." Então ele deu alguns passos na sala.
"É uma noite para alegria!" A voz de Loren não era só expressiva, mas também era
um comando. Ele tinha a mesma habilidade de Erik para cativar a sala usando apenas sua
voz. Todos instantaneamente silenciaram, esperando ansioso por suas próximas palavras.
"Mas devemos saber que a alegria desta noite é encontrada apenas nos dons que Nyx tão
visivelmente permitiu que se manifestassem aqui. Uma parte da alegria de hoje a noite
nasceu duas noites atrás quando nossa líder decidiu sobre o futuro que ela queria para as
Filhas e Filhos Negros."
Eu me senti uma onda de surpresa. Eu acho que mais ninguém sabia o que ele
estava dizendo - que eu, e não Neferet, tinha criado a idéia para os novos padrões das
Filhas Negras, mas eu gostei da tentativa dele de acertar as coisas.
"Em celebração de Zoey Redbird, e sua nova visão para as Filhas Negras, estou
honrado para abrir seu primeiro ritual como a Prefeita Principal e Alta Sacerdotisa em


treinamento com um poema clássico sobre alegria de ser um recém nascido, que foi
escrito por meu chara de sobrenome o poeta William Blake." Loren olhou para mim e
murmurou, Sua vez! Então ele acenou para Jack, que rapidamente ligou o som do
equipamento.
O mágico som da musica de Enya "Aldebaran" encheu a sala. Eu engoli meu
nervosismo, e comecei a andar para frente, fazendo um caminho do lado de fora do
circulo, como eu vi Neferet e Afrodite fazerem no ritual que elas lideraram. Como elas
tinham feito, eu me movi com a musica, fazendo pequenos giros e movimentos de dança.
Eu estava surtando sobre essa parte do ritual - quero dizer, eu não sou desajeitada, mas
eu também não sou a Sra. Lider de Torcida/Esquadrão pompom. Graças a Deus, foi muito
mais fácil do que eu achei que seria. Eu escolhi essa musica em particular porque é linda,
com uma boa batida, e porque eu fiz uma pesquisa no Google por Aldebaran e descobri
que era uma estrela gigante - e eu pensei que uma musica que celebrava uma noite
estrelada era apropriado. Era uma boa escolha, porque parecia que a musica me
carregava, movendo meu corpo graciosamente pela sala e superando meu nervosismo e
estranheza. Quando a voz de Loren começou a recitar o poema, ele, também, ecoou no
som da musica, como o meu corpo estava fazendo, e eu senti como se estivéssemos
fazendo mágica juntos.
"Eu não tenho nome,
Eu tenho dois dias.
Do que devo te chamar?
Eu sou um ser feliz,
Alegria é meu nome.
Doce alegria te sucede!"
As palavras do poema me animaram. Enquanto me movi em direção ao centro do
circulo eu senti como se estivesse literalmente personificando a emoção.
"Linda alegria!
Doce alegria de dois dias de idade,
Doce alegria eu te chamo;
Vós faz sorrir..."
Ecoando as palavras do poema, eu sorri, amando o senso de mágica e mistério que
pareceu me preencher junto com a musica e a voz de Loren.
"Eu canto o tempo - Doce alegria te sucede!"
De alguma forma o time do Loren foi perfeito, e seu poema terminou quando
alcancei a mesa de Nyx no meio do circulo. Eu só estava um pouco sem ar enquanto
sorria ao redor do circulo e dizia, "Bem vindos ao primeiro Ritual da Lua Cheia das novas
Filhas e Filhos Negros!"
"Merry meet!" todos responderam automaticamente.
Sem me dar a oportunidade de hesitar, eu peguei o isqueiro ornamentado e me movi
propositalmente até Damien. Ar era o primeiro elemento a ser chamado no circulo, assim
como o ultimo a partir quando o circulo era fechado. Eu podia sentir a excitação de
Damien e expectativa como se fossem uma força física.
Eu sorri para ele, engolindo com força para limpar a secura da minha garganta.
Quando eu falei eu tentei projetar minha voz como Neferet. Eu não tenho certeza se fiz
um bom trabalho. Vamos apenas dizer que fiquei feliz pelo circulo ser relativamente
pequeno e a sala estar silenciosa.
"Eu chamo o elemento do ar para nosso circulo, e eu peço que ele nos guarde com
seus ventos. Venha para mim, ar!"


Eu toquei o isqueiro na vela de Damien e ela se acendeu, embora eu e ele
estivéssemos de repente parados no meio de um vendaval que levantou nosso cabeço e
passou brincando no meu lindo vestido. Damien riu e sussurrou, "Desculpe, é tudo novo
para mim que é difícil para mim não ser um pouco exuberante."
"Eu entendo completamente," eu sussurrei em resposta. Então eu me virei para a
direita e fui até Shaunee, que estava parecendo anormalmente seria, como se estivesse se
aprontando para fazer uma prova de matemática. "Relaxe," eu sussurrei, tentando não
mover os lábios.
Ela acenou, ainda parecendo assustada.
"Eu chamo o elemento do fogo para nosso circulo e peço que queime brilhantemente
aqui com a luz da força e da paixão, trazendo guarda e nos cuidando. Venha até mim,
fogo!"
Eu comecei a tocar o isqueiro na vela vermelha de Shaunee, mas antes deu chegar
até lá ela se acendeu com uma luz branca que levantou e passou pela jarra que a
segurava.
"Oopsie," Shaunne murmurou.
Eu tive que morder a bochecha para não rir, e me movi rapidamente para a minha
direita onde Erin estava esperando com sua vela azul diante dela como se fosse um
pássaro que voaria para longe se ela não o segurasse.
"Eu chamo a água para esse circulo e peço que você nos guarde com seu oceano de
mistério e magestade, e nos nutra como sua chuva faz para a grama e as arvores. Venha
até mim, água!"
Eu acendi a vela de Erin, e foi a coisa mais estranha. Eu juro que foi como se eu
repente fosse transportada para o meio de uma costa ou um lago. Eu podia sentir o cheiro
da água e podia sentir ela contra a minha pele, embora eu soubesse que estivesse no
meio de uma sala e não podia estar perto de água.
"Acho que deveria diminuir um pouquinho," Erin disse suavemente.
"Nah," eu sussurrei. Então fui até Stevie Rae. Eu achei que ela parecia meio pálida,
mas ela tinha um grande sorriso no rosto quando me movi para o espaço perto dela.
"Estou pronta!" ela disse, tão alto que os garotos parados perto de nós riram
suavemente.
"Ótimo," eu disse. "Então eu chamo a terra para o circulo, e peço que você nos
guarde com sua força de pedra e a riqueza que enche seus campos. Venha para mim,
terra!" Eu acendi a vela verde e fui lavada pelo cheiro da campina - cercada por canto de
pássaros e flores.
"É tão legal!" Stevie Rae disse.
"Assim como isso." A voz de Erik me surpreendeu quando olhei para ele e ele
apontou o circulo. Confusa, eu segui a mão dele para ver um lindo fio de luz conectar
todos os meus quatro amigos - as quatro personificações dos elementos - e fazendo uma
ligação de poder em cada vela que já tinha acesso a circunferência.
"Como foi com nós sozinhos, só que mais forte." Stevie Rae sussurrou as palavras,
mas eu pude ver pelo olhar de assombro de Erik que ele a ouviu. Eu acho que tinha
algumas explicações para fazer, mas agora definitivamente não era hora para me
preocupar com isso.
Eu me movi rapidamente de volta a mesa de Nyx no centro do circulo para completar
o ritual. Eu olhei para a vela púrpura que estava na mesa.
"Finalmente, eu chamo o espírito para o nosso circulo e peço que você se junte a nós
trazendo sabedoria e verdade com você, para que as Filhas e Filhos Negros sejam


guardados pela integridade. Venha até mim, espírito!" Eu acendi a vela. Eu brilhei ainda
mais do que Shaunne, e o espaço ao meu redor foi preenchido com o cheiro e sons de
todos os quatro elementos. Eles me preencheram, me fazendo sentir mais forte, calma e
firme, enquanto me energizavam. Com mãos firmes eu peguei o galho de eucalipto e
salva. Eu o acendi com a vela espiritual, deixei queimar por um tempo, e então o soprei
para que a fragrância para que a fumaça viesse em ondas ao meu redor. Então eu olhei
para o circulo e comecei meu discurso. Eu estava preocupada com o que ia fazer já que
Neferet tinha aparecido e literalmente roubado grande parte do que eu planejava dizer.
Mas agora, no meio do circulo lançado, cheia do poder dos 5 elementos, minha confiança
tinha sido restaurada enquanto criava o que dizer na minha cabeça.
Eu passei o galho ao meu redor, enquanto andava pelo circulo, encontrando os olhos
dos garotos tentado fazer todos se sentirem bem vindos.
"Hoje e quero mudar as coisas do tipo desde o tipo de incenso que queimamos, até o
abuso de nossos colegas de aula."
Eu falei devagar, deixando minhas palavras e a fumaça se misturarem ao grupo que
ouvido. Todos eles sabiam que na liderança de Afrodite o incenso usado durante o ritual
das Filhas Negras tinha sido misturado com maconha, assim como sabiam que Afrodite
adorava sangrar um pobre garoto que eles chamavam de "refrigerador" e "lanchinho" e
misturar seu sangue com o vinho que todos bebiam. Nenhum dos dois ia acontecer desde
que eu fosse a líder.
"Eu escolhi queimar o eucalipto e a salva hoje a noite por causa das propriedades
que as ervas contem. Por séculos o eucalipto tem sido usado pelos índios americanos para
cura, proteção e purificação, assim como eles usam a salva para repelir espíritos
negativos, energias e influencias. Hoje a noite eu peço que os cinco elementos de mais
poder a essas ervas aumente a energia delas."
De repente o ar ao meu redor se moveu, atraindo a fumaça do galho em ondulações
e ondas carregados pelo circulo como se uma mão gigante tivesse passado pela corrente
de ar. Os calouros no circulo murmuraram de medo, e eu mandei um agradecida e
silenciosa reza para Nyx, agradecendo a ela por permitir que o poder dos elementos se
manifestasse tão claramente.
Quando o circulo se aquietou de novo eu continuei.
"A lua cheia é um tempo mágico quando o véu entre o conhecido e o desconhecido é
fino, e podem até ser levantadas. Isso é misterioso e maravilhoso, mas hoje a noite eu
quero me focar em outro aspecto da lua cheia - essa é uma excelente hora para
completar, ou terminar as coisas. O que eu quero terminar hoje a noite e a antiga má
reputação das Filhas e Filhos Negros. Como essa linda lua cheia que parte de nós
terminou, e um novo tempo começa."
Eu continuei andando me movendo ao redor do circulo na direção do relógio.
Escolhendo minhas palavras com cuidado, eu disse, "Daqui por diante as Filhas e Filhos
Negros será um grupo cheio de integridade e propósito, e eu acredito que os calouros que
Nyx escolheu para terem afinidades representando os ideais do nosso novo grupo." Eu
sorri para Damien. "Meu amigo Damien é a pessoa mais autentica que eu conheço,
mesmo que ser verdadeiro consigo mesmo seja uma coisa difícil de fazer. Ele representa
bem o ar." O vento ao redor de Damien aumentou quando ele sorriu para mim.
Eu me virei para Shaunne. "Minha amiga Shaunee é a pessoa mais fiel que eu
conheço. Se ela estiver do seu lado, ela estará lá estando você errado ou certo - se você
estiver errado ela vai te falar, mas ela não vai te abandonar. Ela representa o fogo bem."
A pele mocha de Shaunee brilhava e seu corpo brilhava como chama.


Eu fui para Erin. "Minha amiga Erinlinda às vezes engana as pessoas para que
pensem que ela tem um oitimo cabelo, mas nenhum cérebro. Isso não é verdade. Ela é
uma das pessoas mais sábias que eu conheço, e Nyx provou que ela olha para o interior
quando escolheu Erin. Ela representa a água bem." Quando eu passei por ela eu podia
ouvir o som das ondas na costa.
Eu parei na frente de Stevie Rae. Ela estava parecendo cansada, com olheiras na
pele pálida embaixo dos olhos, o que fazia sentido. Obviamente, ela estava se
preocupando demais sobre mim - como sempre. "Minha amiga Stevie Rae sempre sabe
quando estou feliz ou triste, estressada ou relaxada. Ela se preocupa comigo; ela se
preocupa com todos os seus amigos, às vezes ela é empática e eu estou feliz por saber
que ela tem a terra da onde ela pode tirar força. Ela representa a terra bem."
Eu sorri para Stevie Rae, e ela sorriu para mim, piscando com tanta força para não
chorar. Então andei para o centro do circulo quando soltei o galho com a fumaça e peguei
a vela púrpura.
"Eu não sou perfeita, e não fingir ser. O que eu prometo eu sinceramente quero o
melhor para as Filhas e Filhos Negros, e para todos os calouros da House of Night."
Eu estava me aprontado para dizer que eu esperava representar o espirito bem
quando a voz de Erik passou pelo circulo.
"Ela representa o espírito bem!" Meus quatro amigos concordaram em voz alta, e eu
fiquei satisfeita (e mais do que um pouco surpresa) por ouvir os outros calouros
concordarem com eles.


VINTE E DOIS

Quando eu comecei a falar de novo todos se calaram. "Cada um de vocês que
acredita que podemos melhorar os ideais das Filhas e Filhos Negros, e ira tentar o máximo
para ser autentico, fiel, sábio, compreensivo, e sincero - pode continuar sua ligação com o
grupo. Mas quero que saibam que novos calouros vão se juntar a nós, e eles não serão
julgados pela aparência ou por quem é seu melhor amigo. Tomem sua decisão, e falem
comigo ou outro Prefeito para nos informar se você vai ficar no grupo." Eu pus os olhos
em alguns dos antigos valentões de Afrodite e acrescentei, "não vamos colocar o passado
contra você. Como você age daqui por diante é o que conta." Algumas garotas olharam
para o outro lado de forma culpada, e alguns outros estavam tentando não chorar. Eu
fiquei especialmente feliz por ver Deino encontrar meu olhar firme e acenar tristemente -
talvez ela não fosse tão "terrível" afinal de contas.
Eu soltei a vela púrpura e peguei a grande taça cerimonial cheia de vinho tinto. "E
agora vamos beber em celebração a lua cheia, e a um fim que leva a um novo começo."
Enquanto andei pelo circulo oferecendo vinho para cada calouro, eu recitei a reza do
Ritual da Lua Cheia que eu encontrei no velho Ritos Místicos e a Lua de Cristal por Fiona,
a vampira poeta Laureate do inicio dos 1800.
"Leve luz da lua
Misterio da profunda terra
Poder da água que flui
Calor da chama que queima
Em nome de Nyx te chamamos!"
Eu me foquei nas palavras do lindo antigo poema, e sinceramente esperei que hoje a
noite fosse realmente o inicio de algo especial.
"Curando o doente
Corrigindo o errado
Limpando a impuridade
Desejando a verdade
Em nome de Nyx te chamamos!
E pedimos e conosco você seja abençoada!"
Eu bebi o resto do vinho e coloquei a taça na mesa. Em ordem reversa, eu agradeci a
cada um dos elementos e os mandei de volta enquanto virei para Stevie Rae, Erin,
Shaunee, e finalmente Damien que apagaram suas velas. Então completei o ritual
dizendo, "Esse Rito da Lua Cheia acabou. Merry meet and merry part and merry meet
again!"
Os calouros responderam, "Merry meet and merry part and merry meet again!"
E foi isso. Meu primeiro ritual como líder das Filhas Negras acabou.
Eu estava na verdade me sentindo um pouco vazia e quase triste - sabe, como o
desapontamento que você tem quando está esperando pelas férias, e então chega e você
percebe que não tem nada pra fazer agora que não tem aula. Bem, honestamente eu só
tinha um segundo para me sentir assim antes dos meus amigos virem até a mim, todos
falando ao mesmo tempo sobre as impressões de mão e o cimento secando rápido
demais.
"Por favor. Deixe minha Gêmea chamar um pouco de agora para encharcar o
cimento porque ele teve a coragem de secar antes de marcamos nossas mãos," Shaunee
disse.


Erin acenou. "É para isso que estou aqui, Gêmea. Isso e ser um incrível exemplo de
senso de moda."
"Os dois são muito importantes, Gêmea."
Damien deu uma grande e exagerada virada de olhos.
"Gente, vamos apenas fazer a impressão e sair daqui. Meu estomago está meio
doendo e estou com um dor de cabeça de matar," Stevie Rae disse.
Eu acenei em completo entendimento com Stevie Rae. Acordamos tão tarde que não
tivemos de comer nada. Eu também estava faminta. E eu provavelmente teria uma dor de
cabeça devido a privação do café também se eu não comesse e bebesse algo logo.
"Eu concordo com Stevie Rae. Vamos nos apressar e fazer nossas impressões de
mãos, e então podemos nos divertir na outra sala com comida."
"Neferet pediu as cozinheiras fazem algo especial. Eu enfiei a cabeça lá mais cedo e
parecia tudo muito gostoso," Damien disse.
"Bem, então vamos. Parem de enrolar," Stevie Rae reclamou enquanto quase
tropeçava por cima do cimento.
"Qual o problema com ela?" Damien sussurrou.
"Claramente ela está tendo problemas de TPM," Shaunee disse.
"Yeah, eu notei antes que ela estava meio pálida e inchada, mas eu não queria ser
maldosa e dizer algo," Erin disse.
"Vamos apenas fazer as marcas e comer," eu disse, pegando meu próprio quadrado
de cimento, feliz por Erik ter escolhido o que estava do meu lado. "Um, eu pus peguei
toalhas da cozinha para vocês limparem as mãos quando terminarem," disse Jack, que
estava parecendo muito fofo e nervoso segurando um bando de toalhas brancas. Eu sorri
para ele.
"Isso é muito gentil da sua parte, Jack. Ok, vamos fazer isso!"
Me aproximando eu percebi que o cimento tinha sido jogado no que parecia moldes
de carbono, e achei que seria fácil tirar o carbono quando o cimento secasse. Eu ainda
gostava da idéia de Damien de colocar nossas impressões no jardim do lado de fora do
salão de jantar - como uma estranha calçada.
O cimento definitivamente ainda estava molhado, e havia muitas risadas acontecendo
quando fizemos nossas impressões e usamos os galhos que Jack pegou (o garoto
certamente era útil) para escrever nossos nomes.
Enquanto estávamos limpando nossas mãos com as toalhas e olhando nosso
trabalho, Erik se inclinou perto de mim e disse, "Estou realmente feliz por Neferet ter me
escolhido como Prefeito do Conselho."
Eu mantive a boca fechada e acenei. Se eu contasse a ele que na verdade eu tinha o
escolhido, com Damien, Stevie Rae, e as Gêmeas concordando, eu provavelmente jogaria
o ar diretamente na vela dele. Neferet era grande. E não machucaria ninguém (exceto
meu ego) deixar ele pensar que foi ela que o escolheu. Eu estava pronta para mudar de
assunto e chamar todos para ir a outra sala com comida quando ouvi um estranho som a
minha direita. Quando eu percebi que som era aquele eu senti meu coração se apertar.
Stevie Rae estava tossindo.
Damien foi diretamente para minha direita. Então vieram as Gêmeas. Stevie Rae
tinha escolhido um bloco de cimento bem no canto a direita, perto da entrada da sala com
comida. Vários garotos já estavam comendo, mas alguns deles ficaram para nos ver
marcar nossas mãos e falar, então haviam várias outras pessoas entre Stevie Rae e eu,
mas eu pude ver que ela ainda estava de joelhos na frente do seu bloco de cimento. Ela
deve ter sentido meus olhos porque ela sentou nos calcanhares e olhou para mim. Eu


pude ouvir ela limpar a garganta. Ela me deu um sorriso cansado e eu vi ela se encolher e
dizer as palavras, sapo na garganta. Então eu lembrei o que ela tinha dito durante as
apresentações de monólogos. Ela estava tossindo lá também.
Sem olhar para ele eu disse a Erik, "Vá chamar Neferet. Rápido!"
Eu levantei e comecei a me mover em direção a ela. Stevie Rae já tinha feito sua
impressão e assinado, e estava limpando as mãos na toalha. Antes deu poder chegar até
ela um som de uma tosse dolorida saiu dela. Os ombros dela tremeram. Ela tinha a toalha
pressionada contra a boca.
Então eu senti o cheiro, e foi como se eu tivesse batido numa parede invisível. O
cheiro de sangue passou por mim, sedutor, atraente, e horrível. Eu parei e fechei os
olhos. Talvez se eu ficasse bem parada e não abrisse os olhos eu pudesse me convencer
que isso era só um sonho ruim, que eu podia acordar em algumas horas, ainda nervosa
sobre o Ritual da Lua Cheia, com Nala roncando pacificamente no meu travesseiro e
Stevie Rae roncando tão pacificamente quanto na cama ao meu lado.
Eu senti um braço se colocar ao meu redor, eu ainda sim não me mexi.
"Ela precisa de você, Zoey." A voz de Damien tremeu só um pouco. Eu abri meus
olhos e o encarei. Ele já estava chorando.
"Eu não acho que posso fazer isso."
Ele segurou meu ombro com força. "Sim, você pode. Você precisa."
"Zoey!" Stevie Rae chorou.
Sem outro pensamento, eu me soltei de Damien e corri para minha melhor amiga.
Ela estava de joelhos apertando a toalha encharcada de sangue no peito. Ela tossiu e
vomitou de novo, e mais sangue saiu da boca e nariz dela.
"Pegue mais toalhas!" Eu disse a Erin, que estava sentada com o rosto branco do
lado de Stevie Rae. Então eu me encolhi na frente de Stevie Rae. "Vai ficar tudo bem. Eu
prometo. Vai ficar tudo bem."
Stevie Rae estava chorando, e suas lagrimas eram manchadas de vermelho. Ela
balançou a cabeça. "Não vai. Não pode ser. Estou morrendo." A voz dela era fraca e
gaguejada enquanto ela tentava falar através da hemorragia em seus pulmões e garganta.
"Eu vou ficar com você. Eu não vou deixar você ficar sozinha," eu disse.
Ela pegou minha mão e eu estava chocada por ver o quão fria ela estava. "Estou com
medo, Z."
"Eu sei, eu também estou com medo. Mas vamos passar por isso juntas. Eu
prometo."
Erin me entregou uma pilha de toalhas. Eu tirei a toalha encharcada de sangue das
mãos de Stevie Rae, e comecei a limpar o rosto e boca dela com uma limpa, mas ela
continuou a tossir de novo e eu não consegui acompanhar. Tinha sangue demais. E agora
Stevie Rae estava tremendo tanto que ela não conseguia segurar a toalha. Com um choro,
eu pus as mãos dela no meu colo e enrolei meus braços ao redor dela, e como se ela
fosse uma criança de novo, eu comecei a balançar ela, dizendo a ela de novo e de novo
que tudo ficaria bem, que eu não iria deixar ela.
"Zoey, isso pode ajudar." Eu esqueci que haviam outras pessoas na sala, então a voz
de Damien me surpreendeu. Eu olhei para cima e vi que ele estava segurado a vela verde
que representava a terra. Então de algum jeito, a onda de medo desapareceu, meus
instintos assumiram e eu me senti muito calma.
"Vem aqui, Damien. Segure a vela perto dela."
Damien caiu de joelhos, e inconsciente da piscina de sangue que nos cercava e nos
encharcava, ele ficou próximo de Stevie Rae, segurando a vela na frente do rosto dela. Eu


me senti mais calma, então eu vi Erin e Shaunee se ajoelharem do meu lado, e eu tirei
força da presença delas.
"Stevie Rae, abra seus olhos, querida," eu disse suavemente.
Com um horrível suspiro, os olhos de Stevie Rae se abriram. A parte branca dos
olhos dela estava totalmente vermelha e mais lagrimas rosas caíram pelas bochechas sem
cor dela, mas seus olhos viram a vela, e se mantiveram ali.
"Eu chamo o elemento terra para nós agora." Minha voz ficou mais forte e mais alta
enquanto eu falava. "E eu peço que a terra esteja com essa caloura especial, Stevie Rae
Johnson, que foi dotada com a afinidade pelo emento. A terra é nossa casa - nossa
provedora - e é para a terra que algum dia voltaremos. Hoje eu pelo que a terra segure e
conforte Stevie Rae, e faça ela voltar para casa pacificamente."
Com uma onda de ar todos nós de repente fomos envolvidos pelos cheiros e sons de
um pomar. Eu senti o cheiro de maças e feno, e ouvi o cantarolar de pássaros e o zunido
de abelhas.
Os lábios avermelhados de Stevie Rae se apertaram. Os olhos dela nunca deixaram a
vela verde, mas ela sussurro, "eu não estou mais com medo, Z."
Então eu ouvi a porta da frente abrir e Neferet estava abaixada ao meu lado. Ela
começou a mover Damien e as Gêmeas para fora do caminho e pegou os braços de Stevie
Rae.
Minha voz explodiu na sala com seu poder, e eu vi até Neferet se afastar surpresa.
"Não! Vamos ficar com ela. Ela precisa do seu elemento e precisa de nós."
"Muito bem," Neferet disse. "Já está quase no final de qualquer forma. Me ajude a
dar isso para ela beber para que possa ser sem dor."
Eu ia pegar o frasco cheio de um liquido branco quando Stevie Rae falou
surpreendentemente claro. "Eu não preciso. Desde que a terra veio aqui eu não estou
mais com dor."
"É claro que não há, criança." Neferet tocou a bochecha ensangüentada de Stevie
Rae e eu senti o corpo dela relaxar e parar de tremer completamente. Então a Alta
Sacerdotisa olhou para cima. "Ajude Zoey a colocar ela na maca. Mantenham-se juntas.
Vamos para a enfermaria." Neferet me disse.
Eu acenei. Mãos fortes pegaram Stevie Rae e eu, e em segundos eu fui colocada na
maca com Stevie Rae nos meus braços. Cercada por Damien, Shaunee, Erin, e Erik, fomos
carregados para dentro da noite. Mais tarde, eu lembrei de tantas coisas estranhas sobre
a viagem da sala de recreação até a enfermaria - como estava nevando muito, mas
pareceu que nenhum floco nos tocou. E parecia quieto demais, como se a terra estivesse
se segurando porque ela já estava lamentando. Eu continuei sussurrando para Stevie Rae,
dizendo a ela que tudo ficaria bem, e que não tinha nada para se ter medo. Eu lembro
dela se inclinando e vomitando sangue do lado da maca e como as gotas escarlates
pareciam contra a neve branca que caia.
Então estávamos dentro da enfermaria, e fomos levantadas da maca e colocadas na
cama. Neferet gesticulou para meus amigos se aproximarem. Damien foi para o lado de
Stevie Rae. Ele ainda estava segurando a vela verde acessa, e ele a levantou para que se
ela abrisse os olhos dele, Stevie Rae pudesse ver. Eu respirei fundo. O ar ao nosso redor
estava cheio do cheiro de maças e pássaros cantando.
Então Stevie Rae abriu os olhos. Ela piscou algumas vezes, parecendo confusa, então
ela olhou para mim e sorriu.
"Você vai dizer a minha mãe e ao meu pai que eu os amo?" Eu podia entender ela,
mas ela soava fraca, e a voz dela estava cheia de um terrível exaustão.


"É claro que eu vou," eu disse rapidamente.
"E faz outra coisa para mim?"
"Qualquer coisa."
"Você não tem uma mãe ou um pai de verdade, então você diria a minha mãe que é
filha dela agora? Eu acho que eu me preocuparia menos se eu soubesse que vocês tem
uma a outra."
Lagrimas estavam rolando pelas minha bochechas e eu tive que respirar várias vezes
antes de responder ela. "Não se preocupe com nada. Vou dizer a eles."
Os olhos dela brilharam e ela sorriu de novo. "Ótimo. Mamãe vai fazer biscoitos de
chocolate para você." Com um esforço obvio, ela abriu os olhos de novo olhou para
Damien, Shauneee, e Erin, "Fique com Zoey. Não deixem os separarem."
"Não se preocupe," Damien sussurrou através das lagrimas.
"Vamos cuidar dela para você," Shaunee conseguiu dizer. Erin estava apertando a
mão de Shaunee e chorando muito, mas ela acenou em concordância e sorriu para Stevie
Rae.
"Ótimo," Stevie Rae disse. Então ela fechou os olhos. "Z, eu acho que vou dormir um
pouco agora, ok?"
"Ok, querida," eu disse.
Os olhos dela se abriram mais uma vez e ela olhou para mim. "Você vai ficar
comigo?"
Eu a abracei. "Eu não vou a lugar nenhum. Apenas descanse. Estaremos aqui com
você."
"Ok..." ela disse suavemente.
Stevie Rae fechou os olhos. Ela respirou com dificuldade mais algumas vezes.
Então eu senti ela ficar completamente mole nos meus braços e ela não respirou
mais. Os lábios dela se abriram só um pouco, como se ela estivesse sorrindo. Sangue saia
da sua boca, olhos, nariz, ouvidos, mas eu não conseguia sentir o cheiro. Tudo que eu
podia sentir era o cheiro da terra. Então, como uma onda de vento, a vela verde apagou,
e minha melhor amiga morreu.


VINTE E TRÊS

"Zoey, querida, você tem que soltar ela."
A voz de Damien não foi realmente registrada na minha mente. Quero dizer, eu
podia ouvir as palavras, mas era como se ele estivesse falando uma estranha língua
estrangeira. Nada fazia sentido.
"Zoey, porque você não vem com a gente agora?"
Essa era Shaunne. Erin não devia ter falado junto? Eu mal formei um pensamento
quando eu ouvi, "Yeah, Zoey, você precisa ver com a gente." Oh, aí está Erin.
"Ela está em choque. Falem com calma para tentar fazer ela soltar o corpo de Stevie
Rae," Neferet disse.
O corpo de Stevie Rae. As palavras ecoaram estranhamente na minha mente. Eu
estava segurando algo. Eu sabia disso. Mas meus olhos estavam fechados e eu estava
com muito, muito frio. Eu não queria abrir eles, e eu nunca mais queria ficar quente.
"Eu tenho uma idéia." A voz de Damien rolou na minha mente como a bola de uma
maquina de pinball. "Não temos velas e nem um circulo sagrado, mas não é como se Nyx
não esteja aqui. Vamos ajudar nossos elementos para ajudar ela. Eu vou primeiro."
Eu senti uma mão segurar a minha, e então eu ouvi Damien murmurar algo sobre o
vento carregar para longe o cheiro de morte e desespero. O vento passou ao meu redor, e
eu tremi.
"Eu vou agora. Ela parece estar com frio." Era Shaunee. Outra coisa tocou meu braço
e depois de algumas palavras que eu não entendi, eu me senti cercada de calor, como se
estivesse parada muito perto de uma lareira.
"Minha vez," Erin disse. "Eu chamo a água e peço que você lave dos meus amigos e
da futura Alta Sacerdotisa a tristeza e a dor que ela está sentindo. Eu sei que nem tudo
pode ir embora agora, mas você pode, por favor, levar o bastante para que ela possa
suportar continuar?" As palavras dela se registraram mais claramente na minha mente,
mas eu ainda não queria abrir meus olhos.
"Ainda tem mais um elemento no circulo."
Eu fiquei surpresa por ouvir Erik. Parte de mim queria abrir meus olhos para poder
olhar para ele, mas o resto de mim, muito de mim, se recusou a se mexer.
"Mas Zoey sempre manifesta o espírito," Damien disse.
"Agora Zoey não pode manifestar nada sozinha. Vamos dar a ela uma ajuda." Duas
mãos fortes tocaram meus ombros, junto com as outras mão que seguravam meus
braços. "Eu não tenho afinidade por essas coisas, mas me importo com o que acontece
com Zoey, e ela foi dotada com uma afinidade pelos cinco elementos," Erik disse. "Então
eu, junto com todos os seus amigos, pedimos que o elemento de espírito ajude a acordá-
la para poder superar a morte da sua melhor amiga."
Como um choque elétrico, meu corpo de repente foi atingido, preenchido com um
incrível senso de noção. Contra meus olhos fechados eu vi o rosto sorridente de Stevie
Rae. Não estava cheio de sangue e pálido, como estava da ultima vez que ela sorriu para
mim. A imagem que eu vi era da saudável e feliz Stevie Rae, e ela estava andando até a
linda mulher familiar enquanto ria de alegria.
Nyx, eu pensei, Stevie Rae está sendo abraçada pela deusa.
E então abri meus olhos.
"Zoey! Você voltou para nós!" Damien chorou.
"Z, você precisa soltar Stevie Rae agora," Erik disse tristemente.


Eu olhei para Damien e para Erik. Então meus olhos foram para Shaunee e Erin. Os
meus quatro amigos estavam me tocando, e todos estavam chorando. Então eu percebi
no que estava segurando. Devagar, eu olhei para baixo.
Stevie Rae parecia pacifica. Ela estava muito pálida, e seus lábios estavam ficando
azuis, mas seus olhos estavam fechados e seu rosto relaxado, embora estivesse coberto
de sangue. O sangue não estava mais pingando dos orifícios dela, e parte da minha mente
percebeu que ela tinha um cheiro errado - estragado, velho, morto. Quase como mofo.
"Z," Erik disse. "Você tem que soltar ela."
Eu encontrei os olhos dele. "Mas eu disse a ela que ficaria com ela." Minha voz soava
estranha e arranhada.
"Você ficou. Você ficou com ela o tempo todo. Ela se foi agora, não tem mais nada
que você possa fazer."
"Por favor, Zoey," Damien disse.
"Neferet precisa limpar ela para que fique bem para a mãe dela a ver," Shaunee
disse.
"Você sabe que ela não iria que a mãe e o pai a vissem coberta de sangue," Erin
disse.
"Ok, mas... mas eu não sei como deixar ela ir." Minha voz se rachou e eu senti novas
lagrimas caírem pelas minhas bochechas.
"Eu vou pegar ela de você, Zoeybird." Neferet deixou os braços para cima, como se
estivesse pronta para receber um bebê que eu estava segurando. Ela parecia tão triste e
linda e forte - tão familiar - que eu esqueci todas as perguntar que eu tinha sobre ela e
simplesmente acenei e devagar me inclinei para frente. Neferet deslizou seus braços
debaixo do corpo de Stevie Rae e o afastou de mim. Ela mudou seu aperto em Stevie Rae,
e então virou e colocou ela na cama vazia ao lado da minha.
Eu olhei para mim mesma. Meu vestido preto estava encharcado de sangue que já
estava endurecendo e secando. As partículas prateadas tentaram brilhar com a luz da
sala, mas ao invés da luz pura que eles davam antes, agora elas brilhavam com um tom
de cobre. Eu não podia continuar olhando para eles. Eu tinha que me mexer. Eu tinha que
sair dali e tirar esse vestido. Eu pus meus pés do lado da cama e tentei levantar, mas a
sala rodou ao meu redor. Então mãos fortes dos meus amigos estavam de volta nos meus
braços, e eu me senti ancorada a terra através do calor deles.
"Levem ela de volta para o quarto. Tirem esse vestido dela e a limpem. Então se
certifiquem que ela vá para cama e a mantenham quente e quieta." Neferet estava
falando sobre mim como se eu não estivesse ali, mas eu não me importei. Eu não queria
estar ali. Eu não queria nada disso. "Dêem isso para ela beber antes de ir para cama. Vai
ajudar ela dormir sem ter pesadelos." Eu senti as mãos suaves de Neferet na minha
bochecha. O calor que passou do corpo dela para mim foi um choque, e eu
instintiavamente me afastei. "Fique bem, Zoeybird," Neferet disse gentilmente. "Te dou
minha palavra que você ira se recuperar disso." Eu não olhei para ela mas eu sabia que
ela tinha virado sua atenção de volta para meus amigos. "Levem ela para o dormitório
agora."
Eu estava me movendo para frente. Erik estava do meu lado com sua mão segura
debaixo do meu cotovelo, Damien estava na minha esquerda, me segurando com força
também. As Gêmeas estavam atrás perto de nós. Ninguém falou enquanto eles me
levavam para fora da sala. Eu olhei de volta para ver o corpo sem vida de Stevie Rae na
cama. Quase parecia que ela estava dormindo, mas eu sabia mais. Eu sabia que ela
estava morta.


Nós cinco deixamos a enfermaria e entramos na noite gelada. Eu tremi, e paramos
por tempo suficiente para Erik tirar sua jaqueta e colocar envolta dos meus ombros. Eu
gostei do cheiro, e tentei pensar nisso e não nos calouros apressados que passavam e
como sempre que nos aproximávamos de cada um deles, estivessem em grupos ou
sozinhos, eles saiam da calçada, curvavam a cabeça, e silenciosamente colocavam seu
punho direito em seus corações.
Chegamos no dormitório no que pareceu ser segundos. Quando entramos na sala
principal as garotas que estavam assistindo TV e sentadas em grupos se calaram
completamente. Eu não olhei para nenhuma delas. Eu só deixei Erik e Damien me guiarem
para as escadas, mas antes de chegarmos lá Afrodite estava bloqueando o caminho. Eu
pisquei com força para focar o rosto dela. Ela parecia cansada.
"Sinto muito pela morte de Stevie Rae. Eu não queria que ela morresse," Afrodite
disse.
"Não diga merda nenhuma para nós, vadia fudida!" Shaunee resmungou. Ela e Erin
foram para frente, parecendo querer quebrar a cara de Afrodite.
"Não, espera," eu me fiz dizer, e elas hesitaram. "Eu preciso falar com Afrodite."
Meus amigos olharam para mim como se eu tivesse perdido a cabeça, mas eu sai dos
braços que estavam me segurando e dei alguns passos trêmulos para longe do meu
grupo. Afrodite hesitou, e então ela me seguiu.
"Você sabia o que ia acontecer com Stevie Rae?" eu perguntei, mantendo a voz
baixa. "Você teve uma visão sobre ela?"
Afrodite balançou a cabeça devagar. "Não. Só tinha um pressentimento. Eu sabia que
algo terrível ia acontecer hoje a noite."
"Eu também os tenho," eu disse suavemente.
"Pressentimento sobre coisas ou pessoas?"
Eu acenei.
"São mais difíceis que minhas visões - não tão específicos. Você teve um
pressentimento sobre Stevie Rae?" ela perguntou.
"Não. Eu não fazia idéia, embora agora eu possa olhar para trás e ver sinais de que
algo estava errado com ela."
Afrodite encontrou meus olhos. "Você não poderia ter impedido. Você não poderia ter
salvado ela. Nyx não queria que você soubesse por que não havia nada que você pudesse
fazer."
"Como você sabe? Neferet diz que Nyx abandonou você," eu disse. Eu sabia que
estava propositalmente sendo cruel. Eu não me importei. Eu queria que ela sofresse tanto
quanto eu.
Ainda me olhando diretamente nos olhos, Afrodite disse, "Neferet mente." Ela
começou a se afastar, mas mudou de idéia e voltou. "E não beba o que ela te deu," ela
disse. Então ela saiu da sala.
Erik, Damien, e as Gêmeas estavam comigo em um segundo. "Não ouça ao que
aquela bruxa diz a você," Shaunee bufou de raiva. "Se ela disse algo ruim sobre Stevie
Rae vamos quebrar a cara dela," Erin disse.
"Não. Não foi nada disso. Ela só disse que sente muito, só isso."
"Porque você queria falar com ela?" Erik perguntou. Ele e Damien estavam me
segurando de novo, e agora estavam me levando escada acima.
"Eu queria saber se ela teve uma visão sobre a morte de Stevie Rae," eu disse.
"Mas Neferet deixou claro que Nyx virou as costas para Afrodite," Damien disse.


"Eu queria perguntar mesmo assim." Eu ia comentar que Afrodite estava certa sobre
o acidente que quase aconteceu com minha avó, mas eu não podia dizer nada na frente
de Erik. Chegamos na porta do meu quarto - nosso quarto - Stevie Rae e meu, e eu
parei. Erik abriu a porta para mim entrar.
"Não!" eu arfei. "Eles levaram as coisas dela! Eles não podem fazer isso!" Tudo que
era de Stevie Rae tinha sumido - da lâmpada de cowboy até seu pôster de Kenny
Chesney, ao relógio de Elvis. As prateleiras por cima da mesa de computar dela estavam
vazias. O computador dela sumiu. Eu sabia que se olhasse seu armário, todas as roupas
dela também teriam sumido.
Erik pôs seus braços ao meu redor. "É o que eles sempre fazem. Não se preocupe,
eles não jogaram fora as coisas dela. Só tiraram daqui para não deixar você triste. Se tem
algo dela que você queira, e a família dela não se importar, eles vão dar para você."
Eu não sabia o que dizer. Eu não queria as coisas de Stevie Rae. Eu queria Stevie
Rae.
"Zoey, você realmente precisa tirar essas roupas e ir tomar um banho quente,"
Damien disse gentilmente.
"Ok," eu disse.
"Enquanto você está no banho vamos pegar algo pra você comer," Shaunee disse.
"Não estou com fome."
"Você precisa comer. Vamos pegar algo simples, como sopa. Ok?" Erin disse. Ela
parecia tão chateada, e estava tão obviamente tentando fazer algo, qualquer coisa, para
me fazer sentir melhor que eu acenei. Além do mais, eu estava cansada demais para
discutir com alguém. "Ok."
"Eu ficaria, mas já passa do toque de recolher e eu não posso ficar do dormitório das
garotas," Erik disse.
"Está tudo bem. Eu entendo."
"Eu queria ficar também, mas bem, não sou uma garota de verdade," Damien disse.
Eu sabia que ele estava tentando me fazer sorrir, então fiz meus lábios se mexerem. Eu
imaginei que eu parecia um daqueles assustadores e tristes palhaços que tinham um
sorriso pintado no rosto junto com uma lagrima.
Erik me abraçou, e Damien também. E então eles saíram.
"Você precisa que alguma de nós fique enquanto você toma banho?" Shaunee
perguntou.
"Não, estou bem."
"Ok. Bem..." Shaunee parecia que ia chorar de novo.
"Já voltamos." Erin pegou a mão de Shaunee e elas saíram do quarto, fechando a
porta suavemente, com um click final.
Eu me mexi cuidadosamente, como se alguém tivesse me "ligado," mas tinha
colocado na velocidade baixa. Eu tirei meu vestido, sutiã, e calcinha e a coloquei numa
cesta com um plástico que ficava no canto de nosso - eu quero dizer, meu - quarto. Eu
fechei o plástico e coloquei perto da porta. Eu sabia que as Gêmeas iam jogar fora para
mim. Eu fui para o banheiro e queria ir direto para o chuveiro, mas meu reflexo me pegou
e eu parei, me olhando. Eu tinha me transformado numa estranha familiar de novo. Eu
parecia horrível. Eu estava pálida, e tinha olheiras. As tatuagens no meu rosto, costas, e
ombros sobressaiam, o contraste safira com o branco da minha pele e as manchas de
sangue que cobriam meu corpo. Meus olhos pareciam enormes e negros. Eu não tinha
tirado o colar das Filhas Negras. O prateado da corrente e o cobre da grana transluziu
com a luz.


"Por quê?" eu sussurrei. "Porque você deixou Stevie Rae morrer?"
Eu não esperava uma resposta, e nenhuma veio. Então eu fui para o chuveiro e
fiquei parada ali por um longo tempo, deixando minhas lagrimas se misturarem com a
água e o sangue ser levado pelo ralo.


VINTE E QUATRO

Quando eu sai do banheiro Shaunee e Erin estavam sentadas na cama de Stevie Rae.
Havia uma bandeja entre elas com uma tigela de sopa, algumas bolachas, e uma lata de
coca, normal. Elas estavam falando em voz baixa, mas assim que entrei no quarto elas se
calaram.
Eu suspirei e sentei na minha cama. "Se vocês começarem a agir anormalmente ao
meu redor eu não vou ser capaz de suportar."
"Desculpe," elas murmuraram juntas, olhando com timidez uma para a outra. Então
Shaunee me entregou a bandeja. Eu olhei para comida como se não conseguisse lembrar
o que fazer com ela.
"Você precisa começar para poder tomar o negocio que a Neferet nos deu para dar a
você," Erin disse.
"Além do mais, pode fazer você se sentir melhor," Shaunee disse.
"Eu não acho que algum dia vou me sentir melhor."
Os olhos de Erin se encheram de lágrimas que rolaram pelas bochechas dela. "Não
diga isso, Zoey. Se você nunca mais se sentir melhor isso vai significar que nenhum de
nós vai se sentir também."
"Você tem que tentar, Zoey. Stevie Rae ficaria irritada se você não tentasse,"
Shaunee disse, através das lagrimas.
"Você está certa. Ela ficaria." Eu peguei a colher e comecei a remexer a sopa. Era de
galinha, e fez um caminho familiar e quente pela minha garganta, expandindo no meu
corpo e espantando alguns dos terríveis calafrios que eu estava sentindo.
"E quando ela ficava irritada aquele terrível sotaque saía de controle," Shaunee disse.
Isso fez Erin e eu sorrirmos.
"Bem seja boaaazinhaa," Erin falou fanhosa, repetindo as palavras que Steve Rae
disse as Gêmeas um zilhão de vezes.
Nós sorrimos com isso, e a sopa começou a parecer mais fácil de engolir. Na metade
da tigela, eu tive um pensamento repentino. "Eles não vão fazer um funeral nem nada
disso para ela, vão?"
As Gêmeas balançaram a cabeça. "Não," Shaunee disse. "Eles nunca fazem," Erin
disse.
"Bem, Gêmea, eu acho que alguns dos pais fazem, mas isso é na cidade natal deles."
"Verdade, Gêmea," Erin disse. "Mas eu não acho que ninguém daqui vai viajar
para..." ela parou, pensando. "Qual o nome daquela cidadezinha rústica de onde Stevie
Rae veio?"
"Henrietta," eu disse. "Lar das Galinhas Lutadoras."
"Galinhas Lutadoras?" as Gêmeas falaram juntas.
Eu acenei. "Deixava Stevie Rae maluca. Mesmo com sua rusticidade ela não achava
legal ser uma Galinha Lutadora."
"Galinhas lutam?" Shaunee perguntou.
Erin deu nos ombros. "Como eu vou saber, Gêmea?"
"Eu achava que só galos brigam," eu disse. Nós todas nos olhamos e falamos,
"Galos!"* (a palavra em inglês para galo é cocks, o que também significa pênis) e então
começamos a rir, que rapidamente foi misturado com lagrimas. "Stevie Rae teria achado
isso hilário," eu disse quando recuperei o fôlego.
"Vai realmente ficar tudo bem, Zoey?" Shaunee perguntou.
"Vai?" Erin ecoou.


"Eu acho que sim," eu disse.
"Como?" Shaunee perguntou.
"Eu realmente não sei. Acho que vamos ter que levar um dia por vez."
Surpreendentemente eu terminei minha sopa. Eu me sentia melhor - mais quente,
mais normal. Eu também estava incrivelmente cansada. As Gêmeas devem ter notado
meus olhos ficando pesados, porque Erin pegou minha bandeja. Shaunee me entrou um
pequeno frasco com um liquido leitoso.
"Neferet disse que você deveria beber isso, que vai te ajudar a dormir sem ter
pesadelos."
"Obrigado." Eu peguei dela, mas não bebi. Ela e Erin só ficaram ali olhando para
mim. "Eu vou tomar num minuto. Depois que eu for para o banheiro. Só deixe minha coca
aí caso tenha um gosto ruim."
Isso pareceu satisfazer elas. Antes de saírem Shaunee disse, "Zoey, podemos fazer
mais alguma coisa por você?"
"Não, obrigado."
"Nos ligue se precisar de qualquer coisa, certo?" Erin disse. "Prometemos a Stevie
Rae..." a voz dela morreu e Shaunee terminou por ela, "Nós prometemos que cuidaríamos
de você, e nós cumprimos nossas promessas."
"Eu ligo," eu disse.
"Ok," elas falaram. "Noite..."
"Noite," eu falei para a porta fechada.
Assim que elas saíram eu derramei o liquido cremoso na pia e joguei o frasco fora.
Então eu estava sozinha. Eu olhei para o meu relógio, 6 horas. Era incrível como as
coisas podiam mudar em apenas algumas horas. Eu tentei não pensar, mas os flashes da
morte de Stevie Rae continuaram a brincar na minha mente, como se fosse um filme de
terror grudado dentro dos meus olhos. Eu pulei quando meu celular tocou, e chequei o
identificador de chamadas. Era o número da minha avó! Alivio passou por mim. Eu abri o
telefone e lutei para não começar a chorar.
"Estou tão feliz por você ter ligado, vovó!"
"Pequena Ave, eu tive um sonho com você. Está tudo bem?" O tom de preocupação
dela me disse que ela já sabia que não estava, o que não me surpreendeu. A minha vida
toda minha avó e eu tivemos uma ligação.
"Não. Nada está certo," eu sussurrei e comecei a chorar de novo. "Vovó, Stevie Rae
morreu hoje a noite."
"Oh, Zoey! Eu sinto tanto!"
"Ela morreu nos meus braços, vovó, minutos depois de Nyx dar a ela a afinidade com
a terra."
"Deve ter sido um grande conforto para ela que você tenha estado lá no final." Eu
pude ouvir que vovó também estava chorando agora.
"Todos estavamos com ela, todos os meus amigos."
"E Nyx devia estar com ela também."
"Sim," minha voz ficou presa num soluço. "Eu acho que a deusa estava, mas eu não
entendo, vovó. Não faz sentido Nyx dar um dom a Stevie Rae, e então deixar ela morrer."
"Morte nunca faz sentido quando acontece com os jovens. Mas eu acredito que sua
deusa estava perto de Stevie Rae, mesmo com a sua morte acontecendo tão cedo, e
agora ela esta descansando pacificamente com Nyx."
"Eu espero que sim."


"Eu queria poder visitar você, mas com toda essa neve as estradas estão impossíveis.
Que tal eu jejuar e rezar por Stevie Rae hoje?"
"Obrigada, vovó. Eu sei que ela iria gostar."
"E, querida, você tem que superar isso."
"Como, vovó?"
"Honrando a memória dela vivendo a vida que ela ficaria orgulhosa por você viver.
Viva por ela também."
"É difícil, vovó, especialmente quando os vampiros querem que a gente esqueça de
quem morreu. Eles tratam isso como paralelepípedos, algo para parar um pouquinho, e
então continuar."
"Eu não quero contradizer sua Alta Sacerdotisa, ou nenhum dos vampiros adultos,
mas isso parece uma visão míope. A morte é mais difícil se, se torna desconhecida."
"É o que eu acho. Na verdade, é o que Stevie Rae também achava." Então eu tive
uma idéia, junto com o pressentimento de que era a coisa certa a fazer. "Eu posso mudar
isso. Com ou sem permissão, eu vou me certificar de que a morte de Stevie Rae seja
honrada. Ela vai ser mais do que só um paralelepípedo."
"Não se meta em problemas, querida."
"Vovó, eu sou a caloura mais poderosa da história dos vampiros. Eu acho que eu
posso me meter em problemas por algo que eu sinto que está errado."
Vovó pausou, e então disse, "Eu acho que você pode estar certa sobre isso,
Zoeybird."
"Eu amo você, vovó."
"Eu também te amo, u-we-tsi a-ge-hu-tsa." A palavra Cherokee para filha me fez
sentir amada e segura. "E agora eu quero que você tente dormir. Saiba que estarei
orando por você, e pedindo ao espírito de nossos ancestrais para cuidar e confortar você."
"Obrigada, vovó. Tchau."
"Tchau, Zoeybird."
Eu fechei o telefone suavemente. Eu me sentia melhor agora que tinha falado com
vovó. Antes parecia haver um grande e invisível peso pressionando o meu peito. Agora
que parte disso estava fora era mais fácil respirar. Eu comecei a deitar, e Nala entrou pela
porta de gato, pulou na minha cama, e instantemente começou a me-uf-ow-ing para mim.
Eu a acariciei e disse o quão feliz eu estava por ver ela ali, e então ela olhou para a cama
vazia de Stevie Rae. Ela sempre ria da rabugice de Nala, e dizia que ela soava como uma
mulher velha, mas ela tinha amado a gata tanto quanto eu. Lagrimas saíram dos meus
olhos e eu me perguntei se havia um limite de quanto algum poderia chorar. Então meu
telefone tremeu me dizendo que eu tinha uma nova mensagem. Eu esfreguei os olhos e
abri o telefone.
Vc está bem? Algo estah errado.
Era Heath. Bem, pelo menos agora não havia duvidas de que eu e ele estávamos
ligados por um Imprint. E o que diabos eu ia fazer sobre isso eu não tinha idéia.
Dia ruim. Minha melhor amiga morreu. Eu respondi para ele.
Demorou tanto tempo que eu não achei que ele fosse responder. Então meu telefone
finalmente vibrou de novo.
Meus amigos morreram também.
Eu fechei os olhos. Como posso ter esquecido que dois amigos de Heath tinham
recentemente sido mortos?
Desculpe. Eu respondi.
Eu tb. Vc quer que eu vah te ver?


O instantâneo e poderoso sim! que passou pelo meu corpo me surpreendeu, mas eu
suponho que não deveria. Seria maravilhoso ficar nos braços de Heath... na sedução
escarlate do sangue de Heath...
Não, eu digitei rapidamente, minhas mãos tremendo. Você tem aula.
Nuh uh DIA DE NEVE!
Eu sorri, e passei um doce segundo ou dois desejando poder voltar para o tempo
quando um dia de neve significa um mini-feriado vagabundeando pela neve com meus
amigos, e então indo assistir filmes alugados e comer pizza. Meu celular vidrou de novo,
quebrando minha fantasia.
Vou te fazer sentir melhor sexta
Eu suspirei. Eu esqueci completamente que tinha prometido a Heath encontrar ele
depois do jogo na sexta. Eu não deveria encontrar ele. Na verdade, eu deveria ir até
Neferet e confessar tudo sobre Heath e fazer ela me ajudar a consertar as coisas.
Neferet mente. A voz de Afrodite passou pela minha mente. Não. Eu não podia ir até
Neferet, e por mais razões do que apenas o aviso de Afrodite. Algo parecia errado em
relação a Neferet. Eu não podia confiar nela. Meu telefone vibrou.
Zo?
Eu suspirei. Eu estava tão cansada que estava ficando difícil se concentrar. Eu
comecei a responder e dizer a Heath que eu não podia encontrar ele, não importava o
quanto eu gostaria. Eu até apertei o N o à e o O. Então eu parei, apaguei tudo, e digitei:
OK.
Que diabos. Eu sentia que minha vida estava tão descosturada quanto a borda de
uma saia antiga. Eu não queria dizer não a Heath, e me preocupar com nosso Imprint era
só uma das muitas coisas para me preocupar agora.
OK! Veio sua rápida resposta.
Eu suspirei de novo, desliguei o telefone, e sentei pesadamente na cama, acariciando
Nala, olhando para o nada, e desejando desesperadamente poder voltar o relógio em um
dia... ou talvez até um ano... Eventualmente eu notei que, por qualquer que fosse a razão,
os vampiros que pegaram as coisas de Stevie Rae tinham esquecido o antigo, acolchoado
feito a mão que ela mantinha na sua cama. Eu pus Nala no meu travesseiro e levantei,
tirando o acolchoado da cama de Stevie Rae. Então Nala e eu nos aconchegamos por cima
dele.
Eu senti como se cada molécula do meu corpo estivesse cansada, mas eu não podia
dormir. Eu acho que eu sentia falta dos suaves roncos de Stevie Rae e da sensação de
não estar sozinha. Uma tristeza se apoderou de mim e era tão profunda que eu pensei
que iria me afogar nela.
Duas batidas suaves na minha porta. E então ela se abriu devagar. Eu meio que
sentei para ver Shaunee e Erin, as duas de pijama e pantufas, agarradas a seus
travesseiros e cobertores.
"Podemos dormir com você?" Erin perguntou.
"Não queríamos ficar sozinhas," Shaunee disse.
"Yeah, e achamos que você também não iria querer ficar sozinha," Erin terminou.
"Vocês têm razão. Eu não quero." Eu engoli mais lagrimas. "Entrem."
Elas entraram, com apenas uma pequena hesitação, subiram na cama de Stevie Rae.
O enorme gato cinza delas, Bellzebub, subiu com elas. Nala levantou sua cabeça do
travesseiro para olhar para ele, e então, como se ele estivesse muito abaixo do nível de
rainha dela para ela notar, ela se aconchegou e foi dormir.


Eu estava me preparando para dormir quando outra suave batida veio a porta. Dessa
vez ela não abriu, então eu disse, "Quem é?"
"Eu."
Shaunee, Erin, e eu piscamos uma para a outra. Então eu corri até a porta e a abri
para encontrar Damien parado no corredor usando pijamas de flanela com ursos rosa
como estampa. Ele parecia meio úmido, e flocos de neve não derretidos estavam em seu
cabelo. Ele estava carregando um saco de dormir e um travesseiro. Eu agarrei o braço
dele e o coloquei rapidamente para dentro do quarto. O gato gordinho dele, Cameron,
entrou com ele.
"O que você está fazendo aqui, Damien? Você sabe que vai ter muitos problemas se
for pegou aqui."
"Yeah, já passou muito tempo do toque de recolher," Erin disse.
"Você pode estar aqui para nos desvirginar," Shaunee disse. Então ela e Erin olharam
uma para a outra e começaram a rir, o que me fez sorrir. Era estranho ter um sentimento
feliz no meio de tamanha tristeza, que foi provavelmente o motivo para a risada das
Gêmeas e meu sorriso desaparecem rapidamente.
"Stevie Rae não iria querer que deixássemos de ser felizes," Damien disse no silencio
desconfortável. Então ele andou para o meio do quarto espalhou seu saco de dormir no
chão entre as camas. "E estou aqui porque precisamos ficar juntos. Não porque eu quero
pegar nenhuma de vocês, mesmo que todas ainda sejam virgens, embora eu tenha
apreciado o seu vocabulário."
Erin e Shaunee bufaram, mas pareciam mais divertidas do que ofendidas, e eu fiz
uma nota para fazer a eles perguntas sobre sexo mais tarde.
"Bem, fico feliz que você tenha vindo, mas vamos ter vários problemas tirando você
daqui quando todos estiverem comendo o café e se apressando antes da aula," eu disse,
tentando bolar planos de fuga na mente.
"Oh, não se preocupe com isso. Os vampiros falaram que a aula está cancelada hoje
por causa da neve. Ninguém vai se apressar para ir a lugar nenhum. Eu só vou sair com
vocês."
"Cancelada? Quer dizer que não teríamos que acordar, se vestir, e descer antes de
descobrir que não haveria aula? Isso é uma droga," eu disse.
Eu podia ver o sorriso na voz de Damien. "Eles anunciaram na estação de radio local
como as escolas normais fazem. Mas você e Stevie Rae escutam as noticias enquanto
você pega..." Damien parou, e eu percebi que ele começou a fazer a pergunta como se
Stevie Rae ainda estivesse viva.
"Não," eu disse rapidamente, tentando encobrir o engano dele. "Nós costumávamos
ouvir musica country. E sempre me fazia me apressar e me vestir rapidamente para fugir."
Meus amigos riram suavemente. Eu esperei até todos se calarem de novo, e então disse,
"Eu não vou esquecer ela, e não vou fingir que a morte dela não significa nada para mim."
"Nem eu," Damien disse.
"Eu também não," Shaunee disse.
"Idem, Gêmea," Erin disse.
Depois de um tempo eu disse, "Eu não achei que isso podia acontecer com um
calouro que ganhou uma afinidade de Nyx. Eu - eu achei que isso não aconteceria."
"Não é garantido que alguém sobreviva a mudança, nem mesmo aqueles que
receberam dons da deusa," Damien disse quietamente.
"Isso só significa que temos que ficar juntos," Erin disse.
"É o único jeito de passarmos por isso," Shaunee disse.


"É o que faremos então - ficarmos juntos," eu disse finalmente.
"E prometer que se o pior acontecer, e mais alguém de nós não consiga, os outros
não permitiram que ele seja esquecido."
"Prometemos," meus três amigos disseram solenemente.
Todos olhamos para biaxo. O quarto não parecia mais tão solitário, e antes de dormir
eu sussurrei, "Obrigado por não me deixar ficar sozinha..." e não tinha certeza se estava
agradecendo a meus amigos, minha deusa, ou a Stevie Rae.


VINTE E CINCO

Estava nevando no meu sonho. Primeiro eu achei que isso era legal. Quero dizer, era
realmente lindo... parecia o mundo parecer a Disney e ser perfeito, como se nada ruim
pudesse acontecer, ou se acontecesse fosse apenas temporário, porque todos sabem que
a Disney é a favor do felizes para sempre...
Eu andei devagar, sem sentir o frio. Parecia ser logo antes do amanhecer, mas era
difícil dizer com o céu todo enevoado e cinza. Eu coloquei a cabeça para trás e olhei para
como a neve se amontoava nos galhos de velho carvalho, e fazia o muro leste parecer
suave, e menos imponente.
O muro leste.
No meu sonho eu hesitei quando percebi onde estava. Então eu vi as figuras,
encapuzadas e com capa, paradas num grupo de quatro pessoas na frete na porta
escondida do muro.
Não! Eu disse para a eu do sonho, Eu não quero estar aqui. Não tão cedo depois da
morte de Stevie Rae. Depois da ultima vez que dois calouros morreram eu vi seus
fantasmas ou espíritos ou corpos mortos vivos ou o que quer que eles fossem. Mesmo que
eu tivesse recebido o dom de ver os mortos de Nyx. Chega era chega! Eu não queria -
A menor figura de capa virou e minha discussão interna saiu da minha mente. Era
Stevie Rae! Só que não era ela. Ela parecia muito pálida e magra. E tinha outra coisa
sobre ela. Eu encarei, e minha hesitação inicial foi sobrepujada pela terrível necessidade
que eu tinha de entender. Quero dizer, se realmente fosse Stevie Rae, então eu não
precisava ter medo dela. Mesmo estranhamente mudada pela morte, ela ainda era minha
melhor amiga. Não era? Eu não pude me impedir de ir para frente até ficar parada a
apenas 30 centímetros de distancia do grupo. Eu segurei o fôlego, esperando que eles se
virassem para mim, mas ninguém me notou. No meu mundo de sonho era como se eu
fosse invisível para eles. Então me aproximei ainda mais, incapaz de tirar os olhos de
Stevie Rae. Ela parecia terrível - frenética - e ela continua a se mexer inquieta, passando
os olhos ao redor como se estivesse extremamente nervosa ou com muito medo.
"Não deveríamos estar aqui. Deveríamos ir embora."
Eu pulei ao ouvir o som da voz de Stevie Rae. Ela ainda tinha o sotaque Okie, mas
nada mais era reconhecível. O tom era grosso, faltando qualquer emoção a não ser um
nervosismo animalesco.
"Você não é nossa donaaaa," uma das outras figuras de capa disse, cerrando os
dentes para Stevie Rae. Oh, ugh! Era aquela criatura Elliott. Embora o corpo dele
estivesse estranhamente encurvado, ele parou perto dela de forma agressiva. Os olhos
dele começaram a brilhar com o vermelho sujo. Eu estava com medo por ela, mas ela não
deixou ele a intimdar, ao invés disso Stevie Rae cerrou os próprios dentes, o olhar dela
queimava em um vermelho escarlate, e ela deu um feio resmungo. Então ela disse para
ele, "A terra responde a você? Não!" Ela andou para frente, e Elliott automaticamente deu
vários passos para trás. "E até responder, você vai me obedecer! Isso é o que ela disse."
Elliott fez uma estranha reverencia servil que as outras duas figuras de capa
imitaram. Então Stevie Rae apontou para a porta escondida. "Agora, vão rapidamente."
Mas antes de qualquer um deles se mover eu ouvi uma voz familiar do outro lado do
muro.
"Hey, algum de vocês conhece Zoey Redbird? Eu preciso dizer a ela que estou aqui
e-"


A voz de Heath se quebrou quando as quatro criaturas, com uma super velocidade,
saíram pela porta atrás dele.
"Não! Parem! O que diabos vocês vão fazer?" eu gritei. Meu coração estava batendo
tão forte que doía enquanto eu corria para a porta em tempo de ver eles agarrando
Heath. Eu ouvi Stevie Rae dizer, "Ele nos viu. Agora ele vem com a gente."
"Mas ela disse mais nenhum!" Elliott gritou enquanto mantinha o aperto em Heath
que se debatia.
"Ele nos viu!" Stevie Rae repetiu. "Então ele vem conosco até ela dizer o que fazer
com ele!"
Eles não discutiram com ela, e com uma força sobre humana o arrastaram para
longe. A neve pareceu engolir os gritos dele.
Eu sentei de repente na cama, respirando com força, suando e tremendo. Nala
ronronou. Eu olhei para o quarto e me senti momentaneamente em pânico. Eu estava
sozinha! Eu tinha sonhado com tudo que tinha acontecido ontem? Eu olhei para a cama
vazia de Stevie Rae, e pela falta de todas as coisas dela no quarto. Não. Eu não sonhei.
Minha melhor amiga estava morta. Eu deixei o peso da tristeza se apoderar de mim, e eu
sabia que eu iria carregar ele comigo por um longo tempo.
Mas as Gêmeas e Damien não tinham dormido aqui? Ainda grogue, eu esfreguei os
olhos e olhei para o relógio. 17 horas. Eu devo ter adormecido entre 6:30 e 7. Sheesh, eu
definitivamente dormi o bastante. Eu levantei, fui para a janela, e espiei para fora.
Incrivelmente, ainda estava nevando, e embora fosse cedo, os postes de luz estavam
iluminando a noite e brilhando com pequenas aureolas de neve. Calouros estavam
fazendo coisas típicas de garotos - fazendo bonecos de neve e guerra de bola de neve. Eu
vi alguém que achei ser aquela Cassie Kramme a garota que tinha se saído tão bem na
competição de monologo fazendo anjos de neve com outras garotas. Stevie Rae teria
adorado. Ela teria me feito acordar horas atrás e teria me feito ir com ela no meio de toda
a diversão (se eu quisesse ou não). Pensar sobre isso, me fazia não saber se eu queria
chorar ou sorrir.
"Z? Você está acordada?" Shaunee deu uma tentativa atrás da porta entre aberta.
Eu fiz menção para ela entrar. "Onde vocês foram?"
"Levantamos a algumas horas. Estavamos vendo uns filmes. Quer vir com a gente?
Erik e Cole, aquele amigo totalmente ótttttiiimooo dele, vão vir." Então ela olhou ao redor
culpada, como se lembrasse que Stevie Rae tinha partido e pedisse desculpa por agir de
forma tão normal. Algo dentro de mim me fez falar.
"Shaunee, temos que continuar. Temos que sair e ser felizes e viver nossas vidas.
Nada é garantido, a morte de Stevie Rae prova isso. Não podemos desperdiçar o tempo
que foi nos dado. Quando eu disse que ia me certificar de que ela fosse lembrada, eu não
quis dizer que iríamos ficar tristes para sempre. Eu quis dizer que lembraria da felicidade
que ela trouxe para nós, e manter o sorriso dela perto do meu coração. Sempre."
"Sempre," Shaunee concordou.
"Se você me der um segundo eu vou por uma jeans e encontro vocês lá embaixo."
"Ok," ela disse com um sorriso.
Quando Shaunee saiu, uma parte da minha atuação feliz diminuiu. Eu falei sério
sobre o que disse a ela, mas a parte de agir é que seria difícil. Além do mais, eu estava
tendo dificuldades para esquecer o pesadelo. Eu sabia que era só um sonho, mas ainda
me incomodava. Era como se eu pudesse ouvir os ecos dos gritos de Heath no opressivo
silencio do meu quarto. Me movendo automaticamente, eu vesti minha jeans mais
confortável e camiseta mais quente que eu comprei da loja da escola algumas semanas


atrás. Por cima do meu coração eu tinha a insígnia de Nyx parada com as mãos erguidas
na lua, e de alguma forma me fez sentir melhor. Eu escovei o cabelo e olhei meu reflexo
no espelho. Eu parecia um cocô. Então eu coloquei uma base nas minhas olheiras, um
rimel e um gloss que cheirava a morango. Me sentindo mais pronta para encarar o
mundo, eu desci.
E parei no fim da escada. A cena era familiar, e ainda sim completamente mudada.
Garotas amontuadas perto das TVs. Elas deveriam estar conversando, e estavam, mas
definitivamente era suave. Meu grupo de amigos estava sentado perto da TV que mais
gostávamos: as Gêmeas em suas cadeiras combinando, Damien e Jack (muito
aconchegados) estavam sentados no chão perto do sofá, Erik estava no sofá, e eu fiquei
surpresa por ver que seu ótttttiiimooo amigo, Cole, pegou uma cadeira e estava sentado
entre as Gêmeas. Eu senti meus lábios se erguerem. Ou ele era muito corajoso ou ele era
um idiota. Todos estavam conversando suavemente, e definitivamente não estavam
prestando atenção no Retorno da Mumia, que estava passando na TV. Então, a não ser
por duas coisas, era uma cena perfeitamente familiar. Primeiro, eles estavam sendo muito
quietos. Segundo, Stevie Rae deveria estar sentada no sofá com seus pés pra cima e
dizendo a todos para ficarem quietos para poder ver o filme.
Eu engoli as lagrimas, sentindo minha garganta queimar. Eu tinha que continuar. Nós
tínhamos que continuar.
"Oi, gente," eu disse, tentando soar normal.
Dessa vez não houve um silencio desconfortável com a minha presença. Ao invés
disso houve um desconfortável todos-falando-ao-mesmo-tempo.
"Oi, Z!"
"Zoey!"
"E aí, Z!"
Eu consegui não virar os olhos quando sentei do lado de Erik. Ele pos seus braços ao
meu redor e apertou, o que me fez sentir estranhamente melhor, mas culpada. Melhor -
porque ele era totalmente doce e gostoso e eu ainda estava surpresa por ele parecer
gostar tanto de mim. Culpada - bem, isso poderia ser resumido em uma palavra: Heath.
"Ótimo! Agora que Z está aqui podemos começar a maratona," Erik disse.
"Você a nerdtona," Shaunee disse com uma bufada.
"É o final de semana que poderíamos chamar de semana nerd," Erin disse.
"Me deixe adivinhar." Eu olhei para Erik. "Você trouxe os DVDs."
"Sim eu trouxe!"
O resto do grupo gemeu em uma dor exagerada.
"O que significa que vamos assistir, Star Wars," eu disse.
"De novo," o amigo dele, Cole, murmurou.
Shaunee arqueeou uma sobrancelha perfeita para Coe. "Você está dizendo que não é
um grande fã de Star Wars?"
Ele sorriu para Shaunee, e mesmo da onde eu estava sentada eu podia ver o brilho
de flerte nos olhos dele. "Assistir a versão mais longa com os cortes do diretor de Star
Wars pela milésima vez não é o motivo deu ter vindo aqui. Eu sou seu fã, mas não do
Darth ou do Chew-bacca."
"Você está dizendo que a Princessa Leia serve pra você?" Shaunee respondeu.
"Não, sou mais colorido que isso," ele disse, se inclinando na direção dela. "Eu
também não estou aqui por que sou fã de Star Wars," Jack disse, dando a Damien um
olhar adorável.
Erin riu. "Bem, sabemos que a Princessa Leia não serve pra você."


"Graças a Deus," Damien disse.
"Eu queria que Stevie Rae estivesse aqui," Erik disse. "Ela estaria toda, Gente, vocês
não estão sendo muito legaaaisss."
As palavras de Erik fizeram todos se calarem. Eu olhei para ele e vi que ele corou,
como se tivesse percebido o que disse só depois que falou. Eu sorri e descansei minha
cabeça no ombro dele.
"Você está certo. Stevie Rae estaria nos xingando como uma mãe."
"E então ela faria pipoca e diria para a gente dividir bem," Damien disse. "Embora ela
fosse dizer gentilmente."
"Eu gostava do jeito que Stevie Rae avacalhava a língua inglesa," Shaunee disse.
"Yeah, ela transformava em uma palavra Okie, "Erin disse.
Todos sorrimos uns para os outros, e eu senti um pouco de calor começar a surgir no
meu peito. É assim que começa - era assim que íamos lembrar de Stevie Rae - com
sorrisos e amor.
"Uh, posso sentar com vocês?"
Eu olhei para cima e vi o fofo Drew Partain parado nervosamente na ponta do nosso
grupo. Ele parecia pálido e triste, e seus olhos estavam vermelhos como se tivesse
chorado. Eu lembrei do jeito que ele tinha olhado para Stevie Rae, e senti uma pontada de
simpatia por ele.
"Claro!" Eu disse gentilmente. "Pegue uma cadeira." Então uma idéia me fez
acrescentar, "Tem espaço perto de Erin."
Os olhos azuis de Erin se alargaram um pouco, mas ela se recuperou rapidamente.
"Yeah, pegue uma cadeira, Drew. Mas fique avisado, estamos assistindo Star Wars."
"Tudo bem por mim," Drew disse, dando a Erin um hesitante sorriso.
"Baixo, mas fofo," eu ouvi Shaunee sussurrar para Erin, e eu acredito que vi Erin
corar.
"Hey, eu vou fazer pipoca. Além do mais, eu preciso da minha -"
"Coca!" Damien, as Gêmeas, e Erik falaram juntos.
Eu me desembaracei dos braços de Erik e fui para a cozinha, me sentindo mais leve
desde que Stevie Rae começou a tossir. Tudo ficaria bem. A House of Night era minha
casa. Meus amigos eram minha família. Eu seguiria meu conselho e levaria um dia por vez
- um problema por vez. Eu iria descobrir um jeito de resolver meus problemas com
namorado. Eu faria meu melhor para evitar Neferet (sem ficar obvio demais que eu estava
a evitando) até descobrir o que estava acontecendo com ela e o Elliott não morto (que era
o suficiente para dar a qualquer um pesadelos - não era de se admirar que eu tenha tido
um sonho tão terrível sobre Stevie Rae e Heath).
Eu pus um saco de pipoca com mantega extra em cada um dos nossos quatro
microondas e peguei enormes tigelas enquanto elas começavam a estourar. Talvez eu
devesse lançar outro circulo privado e pedir a Nyx por ajuda e entendimento para o
problema no nojento do Elliott. Meu estomago se apertou quando percebi que eu estaria
sem Stevie Rae. Como eu ia lidar com substituir ela? Isso me fez sentir enjoada, mas tinha
que ser feito. Se não agora, para o meu ritual privado, eu teria que encontrar alguém
antes do próximo Ritual da Lua Cheia. Eu fechei meus olhos contra a dor de sentir
saudades de Stevie Rae e da realidade de continuar sem ela. Por favor, me mostre o que
fazer, eu rezei silenciosamente para Nyx.
"Zoey, você precisa vir para a sala."
Meus olhos saltaram abertamente quando a voz de Erik passou por mim. O olhar no
rosto dele fez minha adrenalina subir e passar pelo meu corpo. "O que está acontecendo?"


"Só vem aqui." Ele pegou minha mão e me tirou com pressa da cozinha. "É o
noticiário."
Embora a sala estivesse cheia de gente, tinha ficado completamente silenciosa.
Todos estavam olhando para a TV, onde Chera Kimiko estava olhando para a câmera e
falando solenemente.
"... a polícia esta avisando o publico para não entrar em pânico, embora esse seja o
terceiro adolescente a desaparecer. Eles estão investigando, e asseguraram ao Fox News
que tem várias pistas viáveis. Para repetir esse blotem especial, um adolescente da
Broken Arrow, outro jogador de futebol, está desaparecido. Seu nome é Heath Luck."
Meus joelhos não mais me sustentavam, e eu teria caído se Erik não tivesse passado
seus braços ao redor da minha cintura e me ajudado a chegar até o sofá. Eu senti que
não conseguia recuperar o fôlego enquanto Chera continuou:
"A caminhonete de Heath foi encontrada do lado de fora da House of Night, mas a
Alta Sacerdotisa, Neferet, assegurou a policia que ele não entrou na escola, e que ele não
foi visto por ninguem lá. É claro a muita especulação sobre o desaparecimento dele,
especialmente desde que o relatório do legista para a causa da morte dos outros dois
garotos seqüestrados foi perda de sangue devido a muitas mordidas e lacerações. E
embora seja verdade que vampiros não mortem quando pegam o sangue de humanos, as
lacerações são consistentes com a de um vampiro se alimentado. É importante
lembrarmos ao publico que vampiros tem um contrato legal com humanos de não se
alimentar de nenhum humano sendo contra a vontade dele. Teremos mais dessa historia
as 10 horas, e é claro quando mais noticias estiverem disponíveis..."
"Alguem pegue uma tigela, eu vou vomitar!" Eu consegui gritar por cima do zunido
na minha cabeça. Uma tigela foi posta em minhas mãos e eu vomitei as tripas para fora
dentro dela.


VINTE E SEIS

"Aqui, Zoey, vai te ajudar se você passar isso pela boca." Cega eu peguei o que quer
que fosse que Erin me entregou, aliviada quando vi que era só água fria. Eu gospi na
nojenta de vomito.
"Ugh, tire isso daqui," eu disse, suprindo minha ânsia quando senti o cheiro do
vomito. Eu queria cobrir o rosto com as mãos e começar a chorar, mas eu sabia que a
sala toda estava olhando para mim, então eu devagar ajeitei os ombros e coloquei meu
cabelo atrás das orelhas. Eu não tinha o luxo de me dissolver em um ataque de pânico.
Minha mente já estava processando as coisas que eu precisava fazer - tinha que fazer.
Por Heath, ele era o que importava agora, não eu, e não minha necessidade para esteria.
"Eu tenho que ver Neferet," eu disse segura e levantei, surpresa de ver o quão firme meus
joelhos tinham se ficado.
"Eu vou com você," Erik disse.
"Obrigado, mas primeiro eu preciso escovar os dentes e colocar um sapato." (eu
tinha colocado só um par de meias grossas quando desci para ver TV.) Eu sorri para Erik.
"Eu vou correndo até o meu quarto e já volto." Eu pude sentir as Gêmeas se aprontando
para me seguir. "Ficarei bem. Só me dêem um segundo." Então virei e corri subindo as
escadas.
Eu não parei no meu quarto, mas continuei indo pelo corredor, virei a direita, e parei
na frente do número 124. Eu levantei meu punho, mas não tinha batido quando a porta
abriu.
"Eu pensei que seria você." Afrodite me deu um olhar frio, mas deu um passo para o
lado. "Entre."
Eu entrei, surpresa pelas cores bonitas do interior do quarto. Eu acho que esperei
que ele fosse escuro e assustador, como um preto.
"Você tem um flúor? Eu acabei de vomitar e seriamente me enojei."
Ela apontou com o queixo para o armário de remédios em cima da pia. "Ali. O copo
na pia está limpo."
Eu lavei minha boca, aproveitando a oportunidade para organizar meus
pensamentos. Quando terminei virei para olhar para ela. Decidindo não perder tempo com
merda, eu fui direto ao ponto. "Como você sabe se uma visão é real ou só um sonho?"
Ela sentou em uma das camas e colocou seu longo e perfeito cabelo para trás. "É um
sentimento dentro de você. Visões nunca são fáceis ou confortáveis ou flores enroladas
como nos filmes. Visões são uma merda. Pelo menos as reais. Basicamente, se te faz
sentir que nem merda, provavelmente é real e não só um sonho." Os olhos azuis dela
olharam para mim cuidadosamente. "Então, você está tendo visões?"
"Eu pensei ter tido um sono a noite passada, um pesadelo na verdade. Hoje eu acho
que era uma visão."
Afrodite virou os lábios apenas um pouco. "Bem, isso é uma merda para você."
Eu mudei de assunto. "O que está acontecendo com Neferet?" O rosto de Afrodite
ficou cuidadosamente em branco.
"Como assim?"
"Eu acho que você sabe exatamente do que estou falando. Tem algo errado com ela.
Eu quero saber o que."
"Você é a protegida dela. A favorita dela. A nova garota de ouro dela. Você acha que
eu vou dizer alguma merda para você? Eu posso ser loira, mas eu definitivamente não sou
idiota."


"Se é assim que você realmente se sente, porque você me alertou sobre beber o
remédio que ela me deu?"
Afrodite olhou para o outro lado. "Minha primeira colega de quarto morreu seis
meses depois que cheguei aqui. Eu tomei o remédio. Ele - ele me afetou. Por um longe
tempo."
"Como assim? Como afetou você?"
"Fez me sentir engraçada, desapegada. Parou minhas visões. Não permanentemente,
só por algumas semanas. E então foi difícil para mim lembrar até como ela parecia."
Afrodite parou. "Venus. O nome dela era Venus Davis." Os olhos dela encontraram os
meus novamente. "Ela foi a razão pela qual escolhi meu novo nome como Afrodite.
Éramos melhores amigas e achamos que era legal." Os olhos dela estavam cheios de
tristeza. "Eu me fiz lembrar de Venus, e eu achei que você iria querer lembrar de Stevie
Rae."
"Eu quero. Eu vou. Obrigado."
"Você deveria ir. Não será bom para nenhuma de nós se souberem que você está
aqui falando comigo," Afrodite disse.
Eu percebi que ela provavelmente estava certa, e eu me virei para a porta. A voz
dela me parou.
"Ela faz você pensar que ela é boa, mas ela não é. Nem tudo que é luz é bom, e nem
tudo que é escuridão é sempre ruim."
Escuridão nem sempre equivale ao mal, assim como a luz nem sempre trás o bem.
As palavras que Nyx tinha dito para mim no dia que fui Marcada estavam espelhadas no
aviso de Afrodite.
"Em outras palavras, tenha cuidado perto de Neferet e não confie nela," eu disse.
"Yeah, mas eu não disse isso."
"Disse o que? Nem estamos tendo essa conversa." Eu fechei a porta atrás de mim e
corri para meu quarto onde lavei meu rosto e escovei os dentes, coloquei um sapato, e
então corri para a sala.
"Pronta?" Erik perguntou.
"Vamos também," Damien disse, incluindo as Gêmeas, Jack, e Drew.
Eu comecei a dizer para eles não, mas não consegui fazer a palavra sair. A verdade
era que eu estava feliz por eles estarem aqui, felizes por eles obviamente sentirem a
necessidade para juntar forças ao meu redor e me proteger. Eu me preocupei por muito
tempo que meus poderes extras e minha estranha Marca escolhi pela deusa fosse me
rotular como uma aberração e eu não me encaixasse, não teria nenhum amigo. Mas o
oposto parecia estar acontecendo.
"Ok, vamos." Fomos para a porta. Eu não tinha certeza absoluta do que eu ia dizer a
Neferet. Tudo o que eu sabia é que eu não podia continuar a manter a boca fechada, e
que eu tinha o terrível pressentimento de que meu "sonho" tinha sido uma visão, e que
tinha mais sobre os "espíritos" que eu andava vendo do que apenas fantasmas. Mas acima
de tudo, eu tinha medo que eles tivessem levado Heath. O que isso dizia sobre o que
Stevie Rae tinha se tornado fez meu interior tremer, mas não mudava o fato de que Heath
estava desaparecido, e que eu achava que sabia quem tinha levado ele (se não o que
tinha levado ele).
Não tínhamos chegado na porta ainda quando ela abriu e Neferet escorreu para
dentro da sala com uma onda do cheiro de neve no ar. Ela era seguida pelos Detetives
Marx e Marin. Eles estavam usando jaquetas azuis que estavam fechadas até o queixo
deles. O chapéu deles estava coberto com a neve branca e seus narizes estavam


vermelhos. Neferet, como sempre, parecia perfeitamente posicionada, perfeitamente
limpa, e perfeitamente no controle.
"Ah, Zoey, bom. Isso me poupa de ter que te procurar. Os dois detetives tem duas
noticias ruins, e eles também gostariam de falar com você por um segundo."
Eu nem olhei para Neferet, e eu pude sentir ela endurecer enquanto eu respondia
diretamente para os detetives. "Eu já ouvi as noticias sobre o desaparecimento de Heath.
Se tiver qualquer coisa que eu puder fazer para ajudar, eu farei."
"Podemos usar a biblioteca de novo?" Detetive Marx perguntou.
"É claro," Neferet disse suavemente.
Eu comecei a seguir Neferet e os Detetives para a biblioteca, mas eu parei e olhei
para Erik.
"Estaremos aqui," ele disse.
"Todos nós," Damien disse.
Eu acenei. Me sentindo melhor, eu fui para a biblioteca. Eu mal entrei no aposento
quando o Detetive Martin começou a me interrogar.
"Zoey, você pode me dizer onde estava entre as 6:30 e 8:30 dessa manha?"
Eu acenei. "Eu estava lá em cima no meu quarto. Perto dessa hora estava falando no
telefone com a minha avó, e então Heath e eu trocamos mensagens algumas vezes." Eu
peguei meu celular de dentro das jeans. "Eu não deletei as mensagens. Você pode ver se
quiser."
"Você não tem que dar a ele seu telefone, Zoey," Neferet disse. Eu me fiz sorrir para
ela.
"Está tudo bem. Eu não me importo."
Detetive Martin pegou meu telefone e começou a passar pelo arquivo de mensagens,
copiando algumas mensagens. "Você viu Heath essa manhã?" Detetive Marx perguntou.
"Não. Ele perguntou se podia vir me ver, mas eu disse não para ele."
"Aqui diz que você estava planejando ver ele na sexta," Detetive Martin disse.
Eu podia sentir os olhos afiados de Neferet em mim. Eu respirei fundo. O único jeito
deu fazer isso era me manter o mais perto da verdade que eu pudesse.
"Yeah, eu ia sair com ele sexta depois do jogo."
"Zoey, você sabe que existem regras estritas sobre continuar a sair com humanos da
sua vida passada." Eu notei, pela primeira vez, o nojo que enchia a voz dela quando ela
disse humanos.
"Eu sei. Sinto muito." De novo, eu disse a verdade, só omitindo o fato do Imprint, e o
detalhe do eu-não-confio-mais-em-você. "É só que Heath e eu temos tanta história juntos
que é difícil parar de falar com ele completamente, embora eu soubesse que eu preciso.
Eu achei melhor encontrar com ele e dizer na cara dele, de uma vez por todas, que não
podíamos mais nos ver. Eu teria contado a você, mas eu queria cuidar disso sozinha."
"Então, você não o viu hoje de manha?" Detetive Marx repetiu.
"Não. Depois que terminamos com as mensagens eu fui dormir."
"Alguém pode testemunhar que você ficou no seu quarto o tempo todo?" Detetive
Martin perguntou, me entregando meu telefone."
A voz de Neferet era gelada. "Cavalheiros, eu já expliquei a vocês a terrível
experiencia que Zoey passou ontem. A colega de quarto dela morreu. Então, como alguém
pode testemunhar onde ela estava se -"
"Um, com licença, Neferet, mas na verdade eu não estava dormindo sozinha. Minhas
amigas Shaunee e Erin não queriam ficar sozinhas, então vieram para meu quarto e


dormiram comigo." Eu não comentei sobre Damien. Não tinha porque meter ele em
problemas.
"Oh, isso foi gentil da parte delas," Neferet disse gentilmente, mudando do modo
vampira assustadora para mãe preocupada. Eu tentei não pensar sobre o quão não
enganada eu estava por ela.
"Você tem alguma idéia de onde Heath pode estar?" perguntou o Detetive Marx (eu
ainda gostava mais dele).
"Não. A caminhonete dele foi encontrada não muito longe do muro da escola, mas a
neve está caindo tanto que qualquer rastro de onde ele pode ter estado foi
completamente coberto."
"Bem, eu acho que invés de perder tempo interrogando minha caloura, a policia
deveria passar mais tempo procurando o adolescente na sarjeta," Neferet disse em um
tom improvisado que me fez querer gritar.
"Senhora?" Marx disse.
"Me parece claro o que aconteceu. O garoto estava tentando ver Zoey, de novo. E só
foi no mês passado que ele e aquela namorada dele subiram nos nossos muros dizendo
que iam resgatar ela da escola." Neferet acenou a mão dispensando." Ele estava bêbado e
alto, ele provavelmente estava bêbado e alto nessa manha também. A neve foi muito para
ele, e ele provavelmente caiu na sarjeta em algum lugar. Não é ai onde os bêbados
normalmente terminam?"
"Senhora, ele é um adolescente, não um bêbado. E seus pais e amigos dizem que ele
não bebe a mais de um mês."
A suave risada de Neferet deixou obvio o quanto ela não acreditava nele.
Surpreendentemente, Marx ignorou ela e me estudou com cuidado. "Como é, Zoey? Vocês
dois saíram durante alguns anos, certo? Você consegue pensar em algum lugar para onde
ele possa ter ido?"
"Não por aqui. Se a caminhonete dele estivesse sumida na estrada Grove Oak em BA
eu poderia dizer a você em que festa ele estava." Eu não quis dizer isso como uma piada,
especialmente depois do que Neferet falou sobre Heath, mas o detetive pareceria estar
tentando não sorrir, o que de repente o fez parecer gentil, e mais aberto. Antes de mudar
de idéia, eu falei, "mas eu tive um sonho estranho essa manhã que pode não ser um
sonho e sim algum tipo de visão sobre Heath."
No silencio a voz de Neferet soou cortante e dura. "Zoey, você nunca antes
demonstrou uma afinidade para visões ou profecias."
"Eu sei." Eu propositalmente me fiz soar insegura e um pouco assustada (a parte do
assustada não era exatamente um fingimento). "Mas é muito estranho eu ter sonhado
com Heath perto do muro leste, e ele ser pego lá."
"O que pegou ele, Zoey?" A voz de Detetive Marx era urgente. Ele definitivamente
estava me levando a serio.
"Eu não sei." O que definitivamente não era uma mentira. "Eu não sei se eram
calouros ou vampiros. Em meu sonho 4 pessoas de capa o arrastavam para longe."
"Você viu para onde eles foram?"
"Não, eu acordei gritando pelo Heath." Eu não tive que fingir as lagrimas que
encheram meus olhos. "Talvez você devesse procurar tudo perto da escola. Tem algo lá,
algo pegando adolescentes, mas não é nós."
"É claro que não é nós." Neferet se aproximou de mim e colocou um braço ao meu
redor, dando tapinhas em meu ombro e fazendo sons suaves de mãe. "Cavalheiros, eu


acho que Zoey já fez mais do que o suficiente para um dia só. Porque eu não apresento
vocês a Shaunee e Erin, que, eu tenho certeza, vão colaborar como álibi dela."
Álibi. A palavra parecia fria.
"Se você lembrar de mais alguma coisa, ou tiver outros sonhos estranhos, por favor
não hesite em me contatar, qualquer hora dia ou noite," Detetive Marx disse.
Essa era a segunda vez que ele dava seu cartão - ele certamente era persistente. Eu
peguei o cartão dele e o agradeci. Então enquanto Neferet o guiava pra fora da biblioteca
o Detetive Marx hesitou e voltou até mim.
"Minha irmã gêmea foi Marcada e Mudou 15 anos atrás," ele disse suavemente. "Ela
e eu ainda somos próximos, embora ela devesse esquecer sua família humana. Então
quando eu digo que você pode me ligar a qualquer hora, e me contar qualquer coisa, você
pode acreditar em mim. Você também pode confiar em mim."
"Detetive Marx?" Neferet parou na porta.
"Só estou agradecendo Zoey de novo, e dizendo a ela como sinto pela colega de
quarto dela," ele disse suavemente enquanto ele caminhava pelo aposento.
Eu fiquei onde eu estava, tentando organizar meus pensamentos. A irmã de Marx era
uma vampira? Bem, isso não era tão bizarro. O que era bizarro era que ele ainda a amava.
Talvez eu pudesse confiar nele.
A porta fechou e eu pulei surpresa. Neferet estava parada de costas, me observando
com cuidado.
"Você Imprint no Heath?"
Eu tive um instante de frio e branco pânico. Ela ia ser capaz de me ler. Eu estava me
engando. Não tinha como eu ser párea para a Alta Sacerdotisa. Então eu senti uma onda
de uma brisa impossível... o calor de um fogo invisível... o frescura da chuva de
primavera.... a doçura verde de uma campina fértil... e o poderosa força preenchendo
meu espírito. Com uma nova confiança eu olhei para os olhos de Neferet.
"Mas você disse que eu não tive um Imprint. Você me disse que o que aconteceu
com ele e comigo no muro não foi o suficiente para um Imprint." Eu me certifiquei que
minha voz soasse confusa e chateada.
Os ombros dela relaxaram quase imperceptivelmente. "Eu não acho que você teve
um Imprint com ele. Então, você está dizendo que não esteve com ele desde então? Você
não se alimentou dele de novo?"
"De novo!" Eu me deixei soar chocada enquanto sentia o perturbador, e ainda sim
sedutor pensamento de me alimentar de Heath. "Mas eu realmente não me alimentei dele
daquela vez, me alimentei?"
"Não, não, é claro que não," Neferet me garantiu. "O que você fez foi muito
insignificante, de fato. É só que seus sonhos me fizeram imaginar se você esteve com seu
namorado de novo."
"Ex-namorado," eu disse quase automaticamente. "Não. Mas ele tem me ligado e
mandado várias mensagens ultimamente, então achei que seria melhor encontrar ele e
tentar fazer ele entender, de uma vez por todas, que não podemos mais nos ver. Sinto
muito. Eu deveria ter contado a você, mas eu queria resolver isso sozinha. Quero dizer, eu
me meti nessa confusão. Eu deveria ser capaz de sair dela."
"Bem, eu elogio seu senso de responsabilidade, mas não acho sábio fazer os
detetives pensarem que seu sonho pode ter sido uma visão."
"É que parecia tão real," eu disse.
"Tenho certeza que sim. Zoey, você tomou o remédio que eu te pedir para tomar
ontem a noite?"


"Você diz aquela coisa leitosa? Yeah, Shaunee me deu." E ela tinha dado, mas eu
joguei aquela merda no ralo da pia.
Neferet parecia ainda mais relaxada. "Ótimo. Se você continuar tento sonhos
perturbadores, venha até mim e vou te dar uma mistura mais forte. Isso deveria manter
os pesadelos longe de você, mas eu claramente subestimei a dosagem que você precisa."
A dosagem não foi tudo que ela subestimou.
Eu sorri. "Obrigado, Neferet. Eu agradeço por isso."
"Bem, você deve voltar a seus amigos agora. Eles protegem muito você, e tenho
certeza que estão preocupados."
Eu acenei e fui com ela até a sala, tomando cuidado para não mostrar meu nojo
quando ela me abraçou na frente de todos e disse tchau com o calor de uma mãe. Na
verdade, ela era exatamente como uma mãe, mais especificamente minha mãe, Linda
Heffer. A mulher tinha me traído por um homem e se importava mais consigo e com as
aparências do que comigo. A similaridade entre Neferet e Linda estavam se tornando cada
vez mais claras.


VINTE E SETE

Nos reunimos no nosso pequeno grupo depois que eles saíram, e não falamos muito
enquanto a sala voltava ao normal. Eu notei uma mudança no local. O DVD de Star Wars
foi esquecido, pelo menos essa noite.
"Você está bem?" Erik finalmente perguntou suavemente. Ele pos seus braços ao
meu redor e eu me aninhei contra ele.
"Yeah, eu acho que sim."
"Os policias tinham noticias sobre Heath?" Damien perguntou.
"Nada mais do que já ouvimos," eu disse. "Ou se eles tem, não me falaram."
"Podemos fazer alguma coisa?" Shaunee perguntou.
Eu balancei a cabeça. "Vamos apenas assistir o canal local e ver o que o jornal das
10 tem a dizer."
Eles murmuram oks e todos sentaram para assistir a marota de reprises de Will and
Grace enquanto esperávamos pelo noticiário. Eu olhei para a TV, e pensei sobre Heath. Eu
tinha um mal pressentimento sobre ele? Definitivamente. Mas era o mesmo
pressentimento que eu tive sobre Chris Ford e Brad Higeons? Não, eu acho que não. Eu
não sabia como explicar. Meu instinto dizia que Heath estava em perigo, mas não dizia
que ele estava morto. Ainda.
Quanto mais eu pensava em Heath, mais inquieta eu ficava. Quando o noticiário local
começou eu mal consegui ficar sentada vendo a história de como uma nevasca inesperada
fez com que Tulsa e a área ao redor ficasse completamente branca. Eu fiquei inquieta
enquanto assistíamos as imagens das estradas, sinistramente vazias e parecendo quase
como um pós-meteoro-ou-guarra-nuclear.
Não havia nada novo sobre Heath a não ser um relatório de como o tempo estava
dificultando as buscas.
"Eu tenho que ir." As palavras saíram da minha boca e eu estava de pé antes da
minha mente lembrar que eu não fazia idéia de onde eu iria e como chegar lá.
"Ir onde, Z?" Erin perguntou.
Minha mente se debateu e se deu conta de uma coisa - uma pequena ilha de
contentamento em um mundo que tinha ficado estressante e confuso e louco.
"Eu vou para os estábulos." Erik parecia tão vazio quanto todo mundo. "Lenobia disse
que eu podia escovar Persephone sempre que eu quisesse." Eu movi meus ombros.
"Escovar ela me faz ficar calma, e agora eu podia usar um pouco de calma."
"Bem, ok. Eu gosto de cavalos. Vamos escovar Persephone," Erik disse.
"Eu preciso ficar sozinha." As palavras soaram tão mais duras do que eu queria que
eu sentei perto dele e deslizei minha mão na dele. "Eu sinto muito. Eu só preciso de
tempo para pensar, e isso é algo que eu tenho que fazer sozinha."
Os olhos azuis dele pareciam tristes, mas ele me deu um pequeno sorriso. "Que tal
eu te levar até o estábulo, e então voltar até aqui e cuidar das noticias para você
enquanto você pensa?"
"Eu gostaria disso."
Eu odiei o olhar de preocupação no rosto dos meus amigos, mas eu não podia fazer
muito para ressegurar eles. Erik e eu não nos incomodados de usar casacos. O estábulo
não era muito longe. O frio não teria chance de nos incomodar.
"Essa neve é incrível," Erik disse depois que andamos um pouco pela calçada.
Alguem tinha tentado tirar ela, porque estava menos profunda na calçada que nos


arredores, mas a neve estava caindo tanto que quem limpou não conseguiu acompanhar e
a neve já estava no nosso calcanhar.
"Eu lembro que estava nevando assim quando eu estava na sexta ou sétima série.
Foi durante o feriado de natal e foi uma droga não perdermos aula."
Erik deu uma vaga resposta, típica de um cara, e então andamos em silencio.
Normalmente, nosso silencio não era constrangedor, mas esse parecia estranho. Eu não
sabia o que dizer - como consertar as coisas.
Erik limpou a garganta. "Você ainda gosta dele, não? Quero dizer, mais do que
apenas um ex-namorado."
"Sim." Erik merecia a verdade, e eu estava cheia de mentiras.
Chegamos na porta do estábulo, e paramos perto das luzes. A entrada nos protegeu
da maior parte da neve, e parecia que estávamos parados numa bolha dentro de um
globo de neve.
"E quanto a mim?" Erik perguntou.
Eu olhei para ele. "Eu também gosto de você. Erik, eu queria poder consertar isso,
fazer todas as coisas ruins desaparecerem, mas não posso. E eu não vou mentir para você
sobre Heath. Eu acho que tive um Imprint com ele."
Eu vi surpresa nos olhos de Erik. "Daquela única vez no muro? Z, eu estava lá, e você
mal provou o sangue dele. Ele só não quer perder você, é por isso que está tão obcecado.
Não que eu o culpe," ele acrescentou com um sorriso torto.
"Eu o vi de novo."
"Huh?"
"Foi a alguns dias atrás. Eu não consegui dormir, então fui para a Starbucks na Utica
Square sozinha. Ele estava lá colocando pôsteres de Brad. Eu não queria ver ele, e se eu
soubesse que ele estaria lá eu não teria ido. Eu te prometo isso, Erik."
"Mas você o viu."
Eu acenei.
"E você se alimentou dele?"
"Só - só meio que aconteceu. Eu tentei negar, mas ele se cortou. De propósito. E eu
não consegui me parar." Eu mantivesse meu olhar honesto no dele, pedindo a ele que
entendesse. Agora que eu estava confrontado a possibilidade de Erik e eu terminarmos,
eu percebi o quanto eu não queria que isso acontecesse, o que definitivamente não
ajudou na minha confusão ou no meu nível de estresse porque eu ainda me importava
com Heath. "Eu sinto muito, Erik. Eu não pedi que isso acontecesse, mas aconteceu, e
agora tem coisas entre Heath e eu, e eu não tenho certeza sobre o que vou fazer sobre
isso."
Ele suspirou profundamente e tirou um pouco de neve do meu cabelo. "Ok, bem,
tem algo entre você e eu também. E algum dia, se nós conseguirmos passar pela porcaria
da Mudança, seremos iguais. Eu não vou me tornar um velho enrugado e morrer décadas
antes de você. Estar comigo não será algo que outros vampiros vão fofocar sobre, e
humanos irão te odiar por isso. Será normal. Será o certo." Então as mãos dele estavam
atrás do meu pescoço e ele estava me puxando para perto dele. Ele me beijou com força.
Ela tinha um gosto frio e doce. Meus braços foram para os ombros dele e eu o beijei de
volta. A principio eu só queria fazer a dor que eu causei a ele desaparecer. Então nosso
beijo se aprofundou, e pressionamos nossos corpos juntos. Eu não estava sobrepujada por
uma cega ânsia por sangue por ele, como o que aconteceu entre Heath e eu, mas eu
gostava do jeito que o beijo de Erik me fazia sentir, um gentil calor e leve. Diabos, no final


das contas eu gostava dele. Muito. Além do mais, ele tinha razão. Ele e eu seriamos o
certo juntos. Heath e eu não.
O beijo terminou com nós dois respirando com dificuldade. Eu coloquei a bochecha
de Erik na minha mão. "Eu realmente sinto muito."
Erik virou a cabeça e beijou minha mão. "Vamos superar isso."
"Eu espero que sim," eu sussurrei, mais para mim do que para ele. Então me afastei
dele e pus minha mão na velha maçaneta. "Obrigada por me trazer até aqui. Eu não sei
quando eu volto. Você não deve esperar por mim." Eu comecei a abrir a porta.
"Z, se você realmente teve um Imprint com Heath você pode ser capaz de achar ele,"
Erik disse. Eu parei e me virei para Erik. Ele parecia cansado e infeliz, mas ele não hesitou
para explicar. "Enquanto estiver escovando a égua, pense em Heath. Chame por ele. Se
ele for capaz ele vira até você. Se não e seu Imprint for forte o bastante, você pode ter
uma idéia de onde ele está."
"Obrigado, Erik."
Ele sorriu, mas não parecia feliz. "Até mais, Z." Ele se afastou e a neve o engoliu.
O cheiro do feno misturado com o limpo cheiro de cavalo seco, contrastava
dramaticamente com a fria neve do lado de fora. O estábulo estava turvamente iluminado
por alguns lâmpadas. Os cavalos estavam fazendo barulhos sonolentos de mastigação.
Alguns deles estavam assoprando pelo nariz, o que parecia um pouco como ronco. Eu
olhei ao redor procurando por Lenobia enquanto tirava a neve da minha camiseta e cabelo
e me movia para pegar a escova, mas era bem obvio que, com exceção dos cavalos, eu
estava sozinha.
Ótimo. Eu precisava pensar, e não explicar o que eu estava fazendo ali no meio de
uma tempestade de neve no meio da noite.
Ok, eu disse a Erik a verdade sobre Heath e ele não terminou comigo. É claro,
dependendo do que acontecesse com Heath, ele ainda podia me largar. Como essas
garotas vadias saem com uma dúzia de caras ao mesmo tempo? Dois era exaustivo. A
memória do sorriso sexy de Loren e incrível voz passou por minha mente cheia de culpa.
Eu mordi o lábio e peguei a escova e um pente. Na verdade, eu meio que estava vendo
três caras, o que era insano. Eu decidi então que já tinha problemas o suficiente sem
acrescentar o estranho flerte que pode ou não estar acontecendo entre Loren e eu na
mistura. Só de pensar em Erik descobrindo que mostrei toda aquela pele para Loren... Eu
tremi. Me fez querer me chutar. De agora em diante eu iria evitar Loren, e se não pudesse
evitar ele eu o trataria como qualquer outro professor, o que significa nada de flerte.
Agora eu só precisava descobrir o que fazer com Erik e Heath.
Eu abri o estábulo de Persephone e disse a ela o quão bonita e doce ela era, quando
ela me deu um sonolento e surpreso ronco e se lambeu meu rosto depois que eu a beijei
suavemente no nariz. Ela suspirou e ficou parada com três patas quando eu comecei a
escovar ela.
Ok, de jeito nenhum eu podia descobrir nada sobre sair com Erik e Heath até Heath
estar seguro. (Eu me recusei a considerar que ele poderia nunca ficar seguro - nunca ser
encontrado vivo.) Eu comecei a aquietar a tagarelice e mistura e confusão que estava na
minha mente. Na verdade, eu não precisava que Erik me dissesse que eu poderia ser
capaz de encontrar Heath. Essa possibilidade era uma das muitas que estavam me
deixando tão inquieta hoje a noite. A verdade covarde, era que eu estava com medo -
medo do que eu poderia encontrar e do que eu poderia não encontrar, e com medo de
não ser forte o bastante para lidar com isso. A morte de Stevie Rae me deixou quebrada,
e eu não tinha certeza se eu podia salvar alguém.


Mas não era como se eu tivesse escolha.
Então... pensando em Heath... eu comecei lembrando que fofo que ela era no
primeiro grau. Na terceira série o cabelo dele era bem mais loiro do que agora, e ela tinha
tipo um zilhão de redemoinhos. Que costumavam ficar na cabeça dele como um ninho de
pato. A terceira série foi quando ele me disse pela primeira vez que ele me amava e algum
dia ia casar comigo. Eu estava na segunda série, e eu não levei ele a sério. Quero dizer,
eu era quase dois anos mais nova, mas era quase 30 centímetros mais alta. Ele era fofo,
mas também era um garoto, o que significa que ele era irritante.
Ok, então ele podia ainda ser irritante, mas ele cresceu e estufou. Em algum lugar no
meio da terceira série e o primeiro ano eu comecei a levar ele a sério. Eu lembrei da
primeira vez que ele realmente me beijou, e o jeito excitado e feliz que ele me fez sentir.
Eu lembrei o quão quente e doce ele era, e como ele me fazia sentir linda, mesmo quando
eu estava terrivelmente gripada e meu nariz vermelho. E como ele era um cavalheiro.
Heath abria portas e carregava meus livros desde que tinha nove anos.
Então eu pensei sobre a ultima vez que eu o vi. Ele tinha tanta certeza que
pertencíamos juntos e tão sem medo de mim que ele se cortou e ofereceu seu sangue
para mim. Eu fechei meus olhos e me inclinei contra a suave costela de Persephone,
pensando em Heath e deixando as memórias dele passar por minhas pálpebras como uma
tela de cinema. Então as imagens do nosso passado mudaram e eu tive um vago senso de
escuridão e umidade e o frio - e medo se apoderando de mim. Eu arfei, mantendo meus
olhos ligeiramente fechados. Eu queria me focar nele, como eu tinha naquela vez em que
de alguma forma eu o vi no seu quarto, mas essa conexão entre nós era diferente. Era
menos clara, mais cheia de emoções obscuras do que desejo. Eu me concentrei mais, e fiz
o que Erik disse para mim fazer. Eu chamei Heath.
Em voz alta, assim como tudo dentro de mim, e disse, "Heath, venha até mim. Estou
chamando você, Heath. Eu quero que você venha até mim agora. Onde você estiver, saia
daí e venha até mim!"
Nada. Não houve resposta. Nenhum resultado. Nenhum sendo a não ser um
profundo e frio medo. Eu chamei de novo. "Heath! Venha até mim!" Dessa vez eu senti
uma onda de frustração, seguida por desespero. Mas não tive nenhuma imagem dele. Eu
sabia que ele não podia vir até mim, mas eu não sabia onde ele estava.
Porque eu fui capaz de ver ele muito mais fácil antes? Como eu tinha feito? Eu
estava pensando em Heath como agora. Eu estava pensando sobre...
Sobre o que eu estava pensando? Então senti meu peito ficar quente quando percebi
o que tinha me atraído pra ele antes. Eu não estava pensando sobre o quão fofo ele era
quando garoto ou o quão bonita ele me fazia sentir. Eu estava pensando sobre beber o
sangue dele... me alimentar dele... e a ânsia por sangue que isso causou.
Ok, então...
Eu respirei fundo e pensei no sangue de Heath. Era um desejo líquido, quente e
grosso e elétrico. Fez meu corpo ganhar vida em lugares que só tinham começado a se
excitar antes. E esses lugares estavam famintos. Eu queria beber o doce sangue de Heath
enquanto ele satisfazia meu desejo pelo toque dele, o corpo dele, o seu gosto...
A desconjunta imagem que eu tinha da escuridão se clareou com tal brutalidade que
foi um choque. Ainda estava escuro, mas não era problema nenhum para minha visão
noturna. A principio eu não entendi o que estava vendo. O lugar era estranho. Era mais
como uma pequena alcova numa caverna ou um túnel do que uma sala. As paredes eram
redondas e úmidas. Havia alguma luz, mas estava vindo de uma turva e suave lanterna
que estava pendura em um gancho rústico. Todo o resto era uma escuridão completa. O


que eu achei que era uma pilha de roupas sujas se moveu e lamentou. Dessa vez não era
como se eu tivesse vendo através de um fio. Era como se eu estivesse flutuando, e
quando eu reconheci o lamento o meu corpo que pairava foi até ele.
Ele estava curvado em um colchão manchado. Suas mãos e joelhos estavam presos
com fita adesiva e ele estava sangrando de vários ferimentos em seus braços e pescoço.
"Heath!" Minha voz não era audível, mas ele virou minha cabeça como se eu tivesse
gritado para ele.
"Zoey? É você?" E então os olhos dele se alargaram e ele sentou direito, olhando
ansiosamente ao redor. "Saia daqui, Zoey! Eles são loucos. Eles vão matar você como
mataram Chris e Brad." Então ele começou a lutar, tentando desesperadamente rasgar a
fita, embora tudo que estivesse acontecendo era ele fazer seus pulsos sangrarem.
"Heath, pare! Está tudo bem - estou bem. Eu não estou aqui, não de verdade." Ele
parou de lutar e virou os olhos ao redor como se estivesse tentado me ver.
"Mas eu posso ouvir você."
"Dentro da sua cabeça. É onde você me ouve, Heath. É porque você e eu tivemos
um Imprint e agora estamos ligado."
Inesperadamente, Heath riu. "Isso é legal, Zo."
Eu virei os olhos mentalmente. "Ok, Heath se concentre. Onde você está?"
"Você não vai acreditar nisso, Zo, mas estou debaixo de Tulsa."
"O que isso significa, Heath?"
"Lembra da aula de história do Shaddox? Ele nos contou sobre os túneis que foram
cavados de baixo de Tulsa no século 20 por causa daquela coisa nada de álcool."
"Proibição," eu disse.
"Yeah, isso. Eu estou em um deles."
Eu não soube o que dizer por um segundo. Eu vagamente lembrava de aprender
sobre os túneis na aula de história, e fiquei surpresa por Heath - que não era exatamente
um aluno excelente - lembrasse disso.
Como se ele entendesse minha hesitação ele riu e disse, "Era sobre esconder bebida.
Eu achei legal."
Depois de outra virada de olhos mental eu disse, "Só me diga como chegar aí,
Heath."
Ele balançou a cabeça bruscamente e um olhar muito familiar de teimosia de
assentou no rosto dele. "De jeito nenhum. Eles vão matar você. Vá chamar a policia e
peça a eles mandarem o time da SWAT ou algo assim."
Isso era exatamente o que eu queria fazer. Eu queria pegar o cartão do Detetive
Marx do meu bolso, ligar para ele, e fazer ele salvar o dia.
Infelizmente, eu não podia.
"Quem são "eles"?" eu perguntei.
"Huh?"
"As pessoas que pegaram você? Quem são eles?"
"Não são pessoas, e não são vampiros embora bebam sangue, mas não são como
você, Zo. Eles são -" ele parou de repente. "Eles são outra coisa. Algo errado."
"Eles tem bebido seu sangue?" A idéia me deixava furiosa numa intensidade que eu
estava tendo dificuldades de controlar minhas emoções. Eu queria rasgar alguém e gritar,
Ele pertence a mim! Eu me forcei a respirar fundo várias vezes enquanto ele respondia.
"Yeah, eles tem." Heath riu. "Mas eles reclamam muito sobre isso. Eles dizem que
meu sangue não tem um bom gosto. Eu acho que a razão principal é porque ainda estou
vivo." Então ele engoliu com força e o rosto dele ficou um tom mais pálido. "Não é como


quando você bebe meu sangue, Zo. Isso é bom. O que eles fazem é - é nojento. Eles são
nojentos."
"Tem quantos deles?" Eu disse através dos dentes cerrados.
"Eu não tenho certeza. É tão escuro aqui e eles sempre vem em grupos estranhos,
todos juntos como se tivessem medo de ficarem sozinhos. Bem, a não ser por três deles.
Um se chama Elliott, uma se chama Venus - que é completamente estranho - e a outra
se chama Stevie Rae."
Meu estomago deu um nó. "Stevie Rae tem um cabelo loiro?"
"Yeah. Ela que está no comando."
Heath comprovou meus medos. Eu não podia chamar a policia.
"Ok, Heath. Eu vou sair daqui. Me diga como encontrar o túnel."
"Você vai chamar a policia?"
"Sim," eu menti.
"Não. Você está mentindo."
"Eu não estou!"
"Zo, eu sei que você está mentindo. Eu posso sentir. É essa coisa de ligação." Ele riu.
"Heath. Eu não posso chamar a policia."
"Então não vou te dizer onde estou."
Ecoando pelo fim do túnel veio um agito que me lembrou o som de um experimento
com ratos no laboratório de ciências enquanto eles corriam pelo labirinto que nós
construímos na aula de biologia. O riso de Heath sumiu, assim como a cor que tinha
retornado as suas bochechas enquanto conversávamos.
"Heath não temos tempo para isso." Ele começou a balançar a cabeça. "Me escute!
Eu tenho poderes especiais. Aqueles -" Eu hesitei, sem ter certeza do que chamar o grupo
de criaturas que de alguma forma incluía minha melhor amiga morta. "Aquelas coisas não
vão ser capazes de me machucar."
Heath não disse nada, mas ele não parecia convencido e o som parecido com o de
ratos estava ficando mais alto.
"Você disse que sabe que estou mentindo por causa da nossa ligação. Você tem que
ser capaz de perceber o que eu estou dizendo a verdade." Ele parecia prestes a falar
besteira, então acrescentei, "Pense mais. Você disse que lembra um pouco da noite que
você me encontrou em Philbrook. Eu te salvei aquela noite, Heath. Nada de policia. Nem
vampiros adultos. Eu salvei você, e eu posso fazer de novo." Eu estava feliz por soar mais
certa do que eu me sentia. "Me diga onde você está."
Ele pensou um pouco, e eu estava pronta para gritar com ele (de novo) quando ele
finalmente disse, "Você sabe onde é o velho deposito no centro?"
"Yeah, você pode ver ele de Centro de Artes onde fomos ver Fantasma no meu
aniversário, ano passado, certo?"
"Yeah. Eles me prenderam num porão. Eles passaram por algo que parece uma porta
trancada. É velha e rústica, mas leva para cima. O túnel começa da rede de drenagem de
lá."
"Ótimo, eu -"
"Espere, isso não é tudo. Tem vários túneis. São mais como cavernas. Não é como
eu imaginei que fossem na aula de história. Eles são escuros e molhados e nojentos.
Pegue o da direita, e então continue virando a direita. Estou no fim de um desses."
"Ok. Eu vou estar aí assim que puder."
"Tenha cuidado, Zo."
"Eu vou. Fique seguro."


"Vou tentar." O assobio foi acrescento por barulhos de pessoas correndo. "Mas você
provavelmente deveria se apressar."


VINTE E OITO

Eu abri meus olhos e estava de volta no estábulo com Persephone. Eu estava
respirando com força e suando, e a égua estava me tocando com seu nariz e fazendo
suaves relinchos preocupados. Minhas mãos tremiam enquanto eu acariciava sua cabeça e
esfregava seu pescoço, dizendo a ela que tudo ficaria bem, embora eu tivesse certeza de
que não ficaria.
O velho deposito no centro era a uns 9 ou 10 quilômetros de distancia, em uma parte
escura e desusada da cidade debaixo de uma grande e assustadora ponte que ligava uma
parte da cidade com a outra. Costuma ser muito usada, com um pedágio e passageiros de
trem indo e vindo sem parar. Mas nas ultimas décadas todo o trafego de passageiros
parou (eu sabia por que vovó me levou numa viagem de trem no meu aniversário de treze
anos, e tivemos que ir de carro até a cidade de Oklahoma para pegar o trem lá) e o
sistema de trens definitivamente tinha definhado. Em circunstancias normais, levaria
apenas alguns minutos para ir da House of Night até o deposito.
Hoje eu não estava lidando com circunstâncias normais.
O noticiário das 10 horas disse que as estradas estavam bloqueadas, e isso tinha sido
a - eu olhei meu relógio e pisquei surpresa - a duas horas atrás. Eu não podia perder
tempo aqui. Eu suponho que podia andar, mas a urgência estava me dizendo que isso não
era bom o bastante.
"Pegue o cavalo."
Persephone e eu nos assustamos com o som da voz de Afrodite. Ela estava inclinada
contra a porta do estábulo parecendo pálida e desgostosa.
"Você está horrível," eu disse.
Ela quase sorriu. "Visões são uma droga."
"Você viu Heath?" Meu estomago se apertou de novo. Afrodite não tinha visões de
felicidade e luz. Ela via morte e destruição. Sempre.
"Sim."
"E?"
"E se você não pegar esse cavalo e ir até onde ele está, Heath vai morrer." Ela
parou, encontrando meus olhos. "Isso é, a não ser que você não acredite em mim."
"Eu acredito em você." Eu disse sem hesitação.
"Então saia daqui."
Ela entrou no estábulo e me entrou um freio que eu não notei que ela estava
segurando. Enquanto eu o colocava em Persephone, Afrodite desapareceu para voltar com
uma sela e um pelego. Silenciosamente, o colocamos em Persephone, que parecia sentir
nossa intensidade porque estava completamente parada. Quando ela estava pronta eu
tirei ela do estábulo.
"Chame seus amigos primeiro," Afrodite disse.
"Huh?"
"Você não pode derrotar aquelas coisas sozinha."
"Mas como eles vão comigo?" Meu estomago doía, eu estava tão assustada que
minhas mãos tremiam, e eu estava tendo problemas para entender o que diabos Afrodite
estava dizendo.
"Eles não podem ir com você, mas ainda podem te ajudar."
"Afrodite, eu não tenho tempo para charadas. O que diabos você quer dizer?"
"Merda, eu não sei!" Ela parecia tão frustrada quando eu. "Eu só sei que eles podem
ajudar você."


Eu abri meu celular e, seguindo meus instinto e fazendo uma reza silenciosa pelo
guia de Nyx, eu digitei o número de Shaunee. Ela atendeu na primeira chamada.
"O que foi, Zoey?"
"Eu preciso que você Erin e Damien vão para algum lugar juntos e chamem seus
elementos, como fizeram por Stevie Rae."
"Sem problemas. Você vai se encontrar conosco?"
"Não. Eu vou buscar o Heath." Para o credito dela, Shaunee hesitou apenas por um
segundo ou dois, e então disse, "Ok. O que podemos fazer?"
"Só fiquem juntos, manifestem seus elementos, e pensem em mim." Eu estava
ficando muito boa em soar calma mesmo quando achava que minha cabeça podia
explodir.
"Zoey, tenha cuidado."
"Eu vou. Não se preocupe." Yeah, eu vou me preocupar o suficiente para nós duas.
"Erik não vai gostar disso."
"Eu sei. Diga a ele... diga a ele... diga que eu, uh, falo com ele quando voltar." Eu
não fazia idéia do que mais eu podia dizer.
"Ok, eu vou dizer a ele."
"Obrigado, Shaunee. Vejo você mais tarde," eu disse e desliguei. Então olhei para
Afrodite. "O que são aquelas criaturas?"
"Eu não sei."
"Hoje foi a segunda visão que tive sobre eles. Da primeira vez eu vi os outros dois
caras sendo mortos." Afrodite tirou seu cabelo loiro do rosto.
Instantaneamente eu fiquei fula. "E você não disse nada sobre isso porque eles são
apenas humanos adolescentes e não valem a pena?"
Os olhos de Afrodite brilharam com raiva. "Eu contei a Neferet. Eu contei tudo a ela -
sobre os garotos humanos - sobre aquelas coisas - tudo. Foi quando ela começou a dizer
que minhas visões eram falsas."
Eu sabia que ela estava dizendo a verdade, assim como eu sabia que havia algo
negro sobre Neferet.
"Desculpe," eu disse curtamente. "Eu não sabia."
"Tanto faz," ela disse. "Você precisa sair daqui ou seu namorado vai morrer."
"Ex-namorado," eu disse.
"De novo eu digo tanto faz. Aqui, eu te dou um apoio."
Eu deixei ela me elevar até a sela.
"Leve isso com você." Afrodite me entregou um grosso, cobertor de cavalo feito de
lã. Antes de poder protestar ela disse, "Não é pra você. Ela vai precisar."
Eu enrolei o cobertor ao meu redor, tomando conforto em seu cheiro da cavalo. Eu
segui enquanto Afrodite abriu a porta do estábulo. Ar gelado e neve entraram em um
pequeno tornado, me fazendo tremer, embora fosse mais pelos nervos e apreensão do
que pelo frio.
"Stevie Rae é um deles," Afrodite disse.
Eu olhei para ela, mas ela estava olhando para a noite. "Eu sei," eu disse.
"Ela não é quem costumava ser."
"Eu sei," eu repeti, embora dizer as palavras em voz alta machucasse o meu coração.
"Obrigado por isso, Afrodite."
Ela olhou para mim e a expressão dela era chata e impossível de ler. "Não comece a
agir como se fossemos amigas nem nada disso," ela disse.
"Não iria pensar nisso," eu disse.


"Quero dizer, definitivamente não somos amigas."
"Não, definitivamente não." Eu tenho certeza que a vi tentando não sorrir.
"Desde que tenhamos isso em mente," Afrodite disse. "Oh," ela acrescentou.
"Lembre-se de colocar silencio e escuridão em seu redor para que os humanos tenham
dificuldade de te ver quando estiver indo para lá. Você não tem tempo para ser parada."
"Eu vou. Obrigada por me lembrar," eu disse.
"Ok, bem, boa sorte," Afrodite disse.
Eu peguei as rédeas, respirei fundo, e então apertei minhas coxas, fazendo
Persephone ir.
Eu entrei num mundo que era feito inteiramente de escuridão branca. Branca
definitivamente era a descrição certa para isso. A neve tinha mudado de grandes e
amigáveis flocos para afiados pedaços de neve e gelo. O vento era firme, fazendo a neve
cair de lado. Eu pus o cobertor por cima da minha cabeça para ficar parcialmente
protegida da neve e me inclinei para frente, chutando Persephome em um rápido trote.
Rápido! Minha mente gritava para mim. Heath precisa de você!
Eu cortei caminho pelo estacionamento e fui por trás do terreno da escola. Os poucos
carros ainda na escola estavam cobertos de neve, e os postes de luz que brilhavam perto
deles os fazia parecer besouros em uma porta de tela. Eu apertei o botão para abrir o
portão. Eu tentei abrir tudo, mas uma corrente de neve entrou e Persephone e eu mal
tivemos espaço para nos apertar para sair por ele. Eu virei ela para direita e fiquei parada
por um momento debaixo da coberta de carvalhos que emolduravam as terras da escola.
"Somos silenciosos... fantasmas... ninguém pode nos ver. Ninguém pode nos ouvir."
Eu murmurei contra o vento, e fique chocada quando a area ao meu redor ficou parada.
Com uma idéia repentina eu continuei. "Vento, seja calmo perto de mim. Fogo, esquente
meu caminho. Água, acalme a neve em meu caminho. Terra, me proteja quando puder. E
espírito, me ajude a não ceder aos meus medos." As palavras mal saíram da minha boca
quando vi um pequeno flash de energia ao meu redor. Persephone roucou e se agitou um
pouco para o lado. E enquanto ela se movia uma pequena bolha de serenidade se movia
com ela. Sim, ainda estava nevando e a noite ainda era fria e assustadora, mas eu estava
cheia de calma e cercada por elementos protetores. Eu curvei minha cabeça e sussurrei,
"Obrigado, Nyx, pelos grandes dons que você me deu." Silenciosamente eu acrescentei
que eu esperava merecer por eles.
"Vamos pegar Heath," eu disse a Persephone. Ela se balançou contra o chão
facilmente e eu fiquei maravilhada por ver que a neve e gelo pareciam voar atrás dos seus
cascos enquanto nós magicamente corríamos pela noite sob os olhos cuidadosos da deusa
que era, a própria personificação da Noite.
Minha jornada foi surpreendentemente rápida. Nós descemos a Utica Street até
chegarmos na saída da via expressa do Broken Arrow. Barricadas estavam acessas com
luzes que piscavam avisando que a via expressa estava fechada. Eu me encontrei sorrindo
enquanto guiava Persephone ordenadamente ao redor das barricadas até a estrada
deserta. Então eu conduzi a égua e ela galopou até o centro. Eu me agarrei nela, inclinada
perto do pescoço dela. Com o cobertor nos cobrindo eu imaginei que parecia uma heroína
em um antigo romance histórico, e desejei estar galopando para uma festa com alguém
que meu pai o rei, havia decidido que era impróprio ao invés de me dirigir ao inferno.
Eu dirigi Persephone até a saída que nos levaria até ao Centro de Artes e ao velho
deposito além dele. Eu não vi ninguém entre o centro e a estrada, mas agora eu via
ocasionais acumulações de sem tetos perto da estação de ônibus e notei um ocasional
carro policial aqui e ali. Somos silenciosos... fantasmas... ninguém pode nos ver. Ninguém


pode nos ouvir. Eu continuei a reza na minha mente. Ninguém sequer olhou na nossa
direção. Era como se realmente tivéssemos virado fantasmas, o que não era uma idéia
que eu achava muito reconfortante.
Eu diminui a velocidade de Persephone quando passamos pelo Centro de Artes e
trotamos por cima da ponte que atravessava por um confuso e intrincado trilhos que
ficavam lado-a-lado. Quando chegamos no centro da ponte eu parei Persephone e olhei
para baixo para o deposito abandonado que estava abaixo de nós escuro e silencioso.
Graças a Sra. Brown, minha ex-professora na South Intermediate High School, eu sabia
que aquele costumava ser um lindo prédio de arte que havia sido abandonado e
eventualmente saqueado quando os trens pararam de funcionar. Agora parecia como algo
que deveria estar em Gotham City nos quadrinhos do Batman. (Sim, eu sei. Eu sou uma
nerd.) Ele tinha aquelas enormes janelas arqueadas que me lembravam de dentes entre
duas torrer que parecia perfeitamente um castelo assombrando.
"E temos que descer lá," eu disse a Persephone. Ela estava respirando com força
devido a nossa corrida, mas ela não parecia particularmente preocupada, o que eu esperei
ser um bom sinal. Sabe, animais serem capaz de sentir coisas ruins e tudo mais.
Terminamos de cruzar a ponte e eu encontrei a pequena estrada que levava para
baixo até o deposito. O nível da pista estava escuro. Muito escuro. Isso deveria ter me
incomodado, mas com minha excelente visão noturna, não incomodou. A verdade é que
eu estava completamente apavorando enquanto Persephone andava até o prédio e eu
comecei a circular devagar, procurando pela entrada do porão que Heath tinha descrito.
Não levou muito tempo para encontrar o portão enferrujado que parecia ser uma
barreira. Eu não me permiti hesitar e pensar sobre o quão completamente apavorada eu
estava. Eu desci de Persephone e a deixei na entrada coberta para que ficasse protegida
do vento e da maior parte da neve. Eu amarrei suas redias, coloquei o cobertor extra em
cima dela, e passei o máximo de tempo que pude acariciando ela e dizendo a ela o quão
corajosa, e doce ela era e que eu voltava logo. Eu estava trabalhando com aquele negocio
de que se você diz uma coisa por tempo suficiente ela vira realidade. Me afastar de
Persephone foi difícil. Eu acho que não percebi o quão reconfortante era a presença dela.
Eu poderia ter usado um pouco daquele conforto enquanto eu estava parada na frente do
portão de ferro e tentava espiar na escuridão além dele.
Eu não podia ver nada a não ser a forma indistinta de um enorme e escuro quarto. O
porão do assustador e infelizmente-não-abandonado prédio. Ótimo. Heath está lá
embaixo, eu me lembrei, pegando a ponta do portão, e o puxando. Ele abriu facilmente, o
que era uma evidencia do quão freqüentemente ele era usado. De novo, ótimo.
O porão não era tão horrível quanto achei que seria. Faixas de luz fraca entravam
entre a as janelas fechadas e eu podia claramente ver que pessoas sem teto deveriam
estar usando o quarto. Na verdade, tinha varias coisas deixadas deles: enormes caixas,
cobertores sujos, até um carrinho de supermercado (quem sabe como eles conseguiram
colocar isso aqui?). Mas, estranhamente, nenhum sem teto estava presente. Era como
uma cidade fantasma de sem tetos, o que era estranho considerando o tempo. Hoje não
seria a noite perfeita para se recolher ao calor e abrigo desse porão, versos tentar
encontrar algum lugar quente e seco nas ruas ou se apertar? E estava nevando a dias.
Então, realisticamente, esse quarto deveria estar lotado de pessoas que tinham trazido as
caixas e as coisas aqui.
É claro que se assustadores criaturas estavam usando o porão o deserto de pessoas
sem teto fazia muito mais sentido.
Não pense sobre isso. Encontre o portão para a drenagem e encontre Heath.


O portão não foi difícil de achar. Eu só fui para o escuro e nojento canto do quarto, e
tinha uma grade de metal no chão. Sim. Bem no canto. No chão. Nunca, em um zilhão de
anos eu sequer teria considerado tocar a nojenta coisa, muito menos a levantar e descer.
Naturalmente, era o que eu tinha que fazer.
O portão se abriu tão facilmente quando a 'barreira' do lado de fora, me dizendo (de
novo) que eu não era a única pessoa/calouro/humano criatura que tinha passado por aqui
recentemente. Tinha uma coisa de ferro e couro que eu tive que descer, provavelmente
cerca de 3 metros. Então eu cai no chão do túnel. E era exatamente o que isso era - um
grande, e úmido túnel de esgoto. Oh, estava escuro também. Muito escuro. Eu fiquei
parada ali um pouco deixando a visão noturna se acostumar com a densa escuridão, mas
eu não podia só ficar parada ali por muito tempo. A necessidade de encontrar Heath era
como uma coceira abaixo da minha pele. Ela me estimulava.
"Mantenha-se a direita," eu sussurrei. Então eu calei a boca porque até aquele
pequeno som ecoou ao meu redor. Eu virei para a direita e comecei a andar o mais rápido
possível.
Heath estava dizendo a verdade. Havia vários túneis. Eles circulavam de novo e de
novo, me lembrando de vermes se enterrando no chão. Primeiro eu vim mais evidencias
de que pessoas sem teto tinham estado aqui também. Mais depois de algumas viradas
para a direita, as caixas e lixo espalhado e cobertores parou. Não havia nada a não ser
umidade e escuridão. Os túneis deixaram de ser suaves e redondos e tão civilizados
quanto eu imaginava que túneis bem feitos poderiam ser para absoluto lixo. O lado das
paredes pareciam ter sido cavados por gnomos de Tolkien* (*J. R. R. Tolkien, escreveu o
senhor dois anéis) muito, muito bêbados (de novo, eu sou uma nerd). Estava frio
também, mas eu não sentia.
Eu me mantive na direita, esperando que Heath soubesse do que estava falando. Eu
pensei sobre parar tempo o bastante para me concentrar no sangue dele para que eu
pudesse me ligar ao nosso Imprint de novo, mas a urgência que eu sentia não me deixava
parar. Eu.Tinha. Que. Encontrar. Heath.
Eu senti o cheiro deles antes de ouvir o assovio e o murmúrio antes de os ver. Era
aquele mofado, e antigo cheiro que eu notei toda vez que via um deles no muro. Eu
percebi que era o cheiro da morte, e me perguntei como não o reconheci mais cedo.
Então a escuridão para qual eu estava acostumada cedeu em uma fraca, e vacilante
luz. Eu parei para me focar. Você pode fazer isso, Z. Você foi Escolhida pela nossa deusa.
Você chutou a bunda de vampiros fantasmas. Isso é algo que você definitivamente pode
lidar.
Eu ainda estava tentando me "focar" (AKA, me convencendo a ser corajosa) quando
Heath gritou. Então não houve mais tempo para se focar e conversas internas. Eu corri
em direção ao grito de Heath. Ok, eu provavelmente deveria explicar que vampiros são
mais fortes e rápidos que humanos, e embora eu fosse só uma caloura, eu sou uma
caloura muito estranha. Então quando eu digo corri - eu quero dizer me mover
incrivelmente rápido - rápida e silenciosamente. Eu os encontrei no que deve ter sido
segundos, mas pareceu horas. Eles estavam na pequena alcova no final do túnel. A
lanterna que eu notei antes estava pendurada em um ferro enferrujado, jogando a
sombra deles grotescamente contra as grosseira paredes curvadas. Eles formaram um
semi circulo ao redor de Heath. Ele estava parado no colchão sujo e suas costas estavam
pressionadas contra a parede. De alguma forma ele arrancou a fita adesiva dos
tornozelos, mas seus pulsos ainda estavam grudados juntos. Ele tinha um novo corte em
seu braço direito e o cheiro do sangue dele era chamativo e sedutor.


E esse foi meu ultimo estimo. Heath pertencia a mim - apesar da minha confusão
sobre o negocio do sangue, e apesar dos meus sentimentos por Erik. Heath era meu e
mais ninguém ira nunca, nunca se alimentar do que era meu.
Eu entrei no circulo das criaturas como se fosse uma bola de boliche e eles fossem
pinos sem cérebro, e me movi para o lado.
"Zo!" Ele parecia delirantemente feliz por um segundo, e então, como um cara, ele
tentou me empurrar para três dele. "Cuidado! Os dentes e garras deles são muito
afiados." Ele acrescentou num sussurro, "Você realmente não trouxe o esquadrão da
SWAT?"
Foi fácil impedir ele de me empurrar para qualquer lugar. Quero dizer, ele é fofo e
tudo mais, mas ele é só humano. Eu dei um tapinha nas suas mãos amarradas onde ele
se agarrou no meu braço e sorri para ele, e com um movimento da minha unha eu cortei
a fita que segurava os pulsos dele. Os olhos dele se alargaram quando ele separou suas
mãos.
Eu ri para ele. Meu medo desapareceu. Agora eu só estava incrivelmente fula. "O que
eu trouxe é melhor que um esquadrão da SWAT. Só fique atrás de mim e assista."
Eu empurrei Heath para a parede e dei um passo na frente dele enquanto virei para
encarar o circulo fechado de...
Eesh! Eles eram as coisas mais nojentas que eu já vi. Tinha provavelmente uma
dúzia deles. Seus rostos eram brancos e magros. Seus olhos brilhavam com sujo
vermelho. Eles resmungaram e assobiaram para mim e eu vi que os dentes deles eram
pontudos e suas unhas! Ugh! Suas unhas eram tão longe e amarelas e pareciam
perigosas.
"É sóóó um calouro," assoviou um deles. "A Marca não faz dela uma vampira. Fazzz
dela uma aberração."
Eu olhei para quem estava falando. "Elliott!"
"Eu eraaa. Eu não sou o Elliott que você conhecia mais." Como uma cobra a cabeça
dele foi para frente e para trás enquanto ele falou. Então os olhos brilhantes dele se
achataram e ele curvou os lábios. "Eu mossstrrooo o que eu quero dizer..."
Ele começou a se mover na minha direção com um passo longo e feral. As outras
criaturas se mexeram, ganhando coragem dele.
"Cuidado, Zo, eles estão vinda para nós," Heath disse, tentando entrar na minha
frente.
"Não eles não vem," eu disse. Eu fechei meus olhos por um segundo e me centrei,
pensando no poder e no calor da chama - como ele podia limpar assim como destruir - e
eu pensei em Shaunee. "Venha até mim, chama!" Minhas palmas começaram a ficar
quentes. Eu abri os olhos e ergui minhas mãos, que agora estavam brilhando com uma
chama amarela.
"Fique aí, Elliott! Você era um saco quando estava vivo, e a morte não mudou nada."
Elliott se afastou da luz que eu estava produzindo. Eu dei um passo para frente, pronta
para dizer a Heath para me seguir para sairmos dali, mas a voz dela me fez congelar.
"Você está errada, Zoey. A morte muda as coisas." A multidão de criaturas se
separou e deixou Stevie Rae passar.


VINTE E NOVE

A chama em minha palma emitiu faíscas e desapareceu quando o choque quebrou
minha concentração. "Stevie Rae!" Eu comecei a dar um passo em direção a ela, mas a
verdade da aparência dela me atingiu e senti meu corpo ficar frio e duro. Ela parecia
terrível - pior do que no meu sonho visão. Não era tanto sua pálida magreza e o horrível
cheiro errado que saia dela e a fazia parecer mudada. Era a expressão dela. Viva, Stevie
Rae era a pessoa mais gentil que eu conheci. Mas agora, o que quer que ela fosse -
morta, morta viva, bizarramente ressucitada - ela estava diferente. Os olhos dela eram
cruéis e chatos. O rosto dela não tinha expressão nenhuma a não ser uma, e aquela
emoção era ódio.
"Stevie Rae, o que aconteceu com você?"
"Eu morri." A voz dela era uma virada e mal formada sombra do que algum dia havia
sido. Ela ainda tinha seu sotaque Okie, mas a suave delicadeza que a preenchia tinha
sumido completamente. Ela soava como um lixo maldoso.
"Você é um fantasma?"
"Um fantasma?" A risada dela era um desprezo. "Não, eu não sou porcaria de
fantasma nenhum."
Eu engoli e senti uma tonta onda de esperança. "Então você está viva?"
Ela curvou os lábios em um sorriso sarcástico que parecia tão errado no rosto dela
que fez meu físico adoecer. "Você diz que eu estou viva, mas eu digo que não é tão
simples. Mas também, não sou tão simples como costumava ser."
Bem, pelo menos ela não tinha assoviado para mim como aquele Elliott tinha. Stevie
Rae estava viva. Eu me segurei com força naquele milagre, engolindo meu medo e
repulsão, e me mexendo tão rapidamente que ela não teve tempo de se afastar (ou me
morder, ou o que fosse), eu a segurei dela, ignorando o horrível cheiro dela, e a abracei
forte. "Estou tão feliz que você não esteja morta!" Eu sussurrei para ela.
Era como abraçar um pedaço grande de pedra. Ela não se afastou de mim. Ela não
me mordeu. Ela não reagiu, mas as criaturas ao nosso redor reagiram. Eu podia ouvir eles
sussurrando e assoviando. Eu soltei ela e me afastei.
"Não me toque de novo," ela disse.
"Stevie Rae, tem algum lugar em que possamos conversar? Eu preciso levar Heath
para casa, mas eu posso voltar e encontrar você. Ou talvez você possa voltar para a
escola comigo?"
"Você não entende nada, entende?"
"Eu entendo que algo ruim aconteceu com você, mas você ainda é minha melhor
amiga, então podemos dar um jeito nisso."
"Zoey, você não vai a lugar nenhum."
"Ótimo," eu propositalmente fingi que entendi errado a ameaça dela. "Eu acho que
podemos conversar aqui, mas, bem..." Eu olhei para as nojentas criaturas. "Não é muito
privado, e também é nojento aqui embaixo."
"Sóóóóóó mate eles!" Elliott resmungou atrás de Stevie Rae.
"Cale a boca, Elliott!" Stevie Rae e eu surtamos ao mesmo tempo. Os olhos dela
encontraram os meus e eu juro que vi algo que era mais do que apenas raiva e crueldade.
"Você sabe que eles não podem viver agora que nosssss virraaam," Elliott disse. As
outras criaturas ficaram inquietas, fazendo diabólicos barulhinhos de concordância.


Então uma garota saiu do bando de criaturas. Ela obviamente costuma ser linda.
Mesmo agora havia uma assustadora sedução nela. Ela era alta e loira, e se movia mais
graciosamente que os outros. Mas quando olhei nos olhos vermelhos dela só vi maldade.
"Se você não pode fazer, eu faço. Eu pego o macho primeiro. Eu não me importo que
o sangue dele tenha sido manchado por um Imprinte. Ele ainda é quente e vivo," ela
disse, e ela pareceu dançar em direção a Heath.
Eu parei na frente dele, bloqueando o caminho dela. "Toque ele e você morre. De
novo," eu disse.
Stevie Rae interrompeu a risada assoviada dela.
"Volte com os outros, Venus. Você não ataca até eu mandar."
Venus. O nome remexeu minha memória. "Venus Davis?" eu disse.
A loira bonita estreitou seus olhos pra mim. "Como você me conhece, caloura?"
"Ela sabe várias coisas," Heath disse, parando perto de mim. Ele estava usando o
que eu costumava chamar de sua voz de jogador. Ele soava durão e irritado e totalmente
pronto para uma luta. "E eu estou cheio de todos você criaturas fudidas."
"Porque isso está falando?" Stevie Rae cuspiu.
Eu suspirei e virei os olhos. Eu concordo com Heath - eu estava totalmente cheia de
toda essa assustadora estranheza. Era hora de nós sairmos dali, e também era hora da
minha melhor amiga começar a agir como a pessoa do qual eu vi o deslumbre em seus
olhos. "Ele não é isso. Ele é o Heath. Lembra, Stevie Rae? Meu ex-namorado?"
"Zo. Não sou seu ex-namorado. Sou seu namorado."
"Heath. Eu te disse antes que isso entre nós não pode funcionar."
"Anda, Zo, a gente teve um Imprint. Isso significa você e eu, baby!" Ele riu para mim
como se estivéssemos no meio do baile de formatura ao invés do meio de um grupo de
criaturas mortas vivas que queriam nos comer.
"Isso foi um acidente, e vamos ter que falar sobre isso, mas essa definitivamente não
é hora."
"Oh, Zo, você sabe que me ama." O sorriso de Heath não diminuiu nem um pouco.
"Heath, você é o cara mais teimoso que eu já conheci." Ele piscou para mim e eu não
consegui me impedir de sorrir para ele. "Ótimo. Eu amo você."
"O que estáááá acontecendo..." a nojenta criatura Elliott assoviou. O resto das
horríveis coisas que nos cercavam se moviam inquietas, e Venus deu um passo mais perto
de Heath. Eu me forcei a não tremer ou gritar ou o que fosse. Ao invés disso, uma
estranha calma se apoderou de mim. Eu olhei para Stevie Rae, e de repente eu sabia o
que precisava dizer. Eu pus minhas mãos nos quadris e a encarei.
"Diga a ele," eu disse. "Diga a todos eles."
"Dizer o que?" Ela estreitou os olhos vermelhos perigosamente.
"Diga a eles o que está acontecendo aqui. Você sabe. Eu sei que você sabe."
O rosto de Stevie Rae se contorceu, e as palavras soaram como se estivessem sendo
violentamente tiradas da garganta dela.
"Humanidade! Eles estão mostrando a humanidade deles." As criaturas reclamaram
como se água benta tivesse sido jogada neles (e, por favor, esse é um clichê tão nada
verdadeiro sobre vampiros).
"Fraqueza! É por isso que somos mais fortes que eles." Venus curvou os lábios.
"Porque é uma fraqueza que não temos mais."
Eu ignorei Venus. Eu ignorei Elliott. Diabos, eu ignorei todos eles e olhei para Stevie
Rae, forçando ela a encontrar meus olhos, e me forçando a não olhar para longe ou me
esquivar dos seus olhos vermelhos e brilhantes.


"Besteira," eu disse.
"Ela está certa," Stevie Rae disse. A voz dela era mais fria do que maldosa. "Quando
morremos, a nossa humanidade morreu junto."
"Isso pode ser verdade com eles, mas não acredito que seja verdade com você," eu
disse.
"Você não sabe nada sobre isso, Zoey," Stevie Rae disse.
"Eu não preciso. Eu conheço você, conheço nossa deusa, e isso é tudo que preciso
saber.
"Ela não é mais minha deusa."
"Verdade, assim como sua mãe não é mais sua mãe?" Eu sabia que tinha acertado
um nervo quando eu a vi se curvar como se tivesse com uma dor física.
"Eu não tenho uma mãe. Eu não sou mais humana."
"Grande coisa. Tecnicamente, eu também não sou mais humana. Eu estou no meio
da Mudança, o que me faz um pouco disso e muito daquilo. Diabos, o único que ainda é
humano aqui é Heath."
"Não que eu seja contra sua não humanidade," Heath disse.
Eu suspirei. "Heath, não humanidade não é uma palavra. É desumanidade."
"Zo, eu não sou burro. Você sabe disso. Só estou cunhando a palavra."
"Cunhando?" Ele realmente tinha dito isso?
Ele acenou. "Eu aprendi na aula de inglês de Dickson. Tem a ver com..." ele pausou,
e eu juro que até as criaturas estavam ouvindo com expectativa. "Poesia."
Apesar da horrível situação eu ri. "Heath, você realmente tem estudado!"
"Eu te disse." Ele riu, parecendo completamente adorável.
"Chega!" A voz de Stevie Rae ecoou ao redor das paredes do túnel. "Eu cansei
disso." Ela virou suas costas para Heath e eu, nos ignorando completamente. "Eles nos
viram. Eles sabem demais. Eles tem que morrer. Matem eles." E ela se afastou.
Dessa vez Heath não tentou se colocar me colocar atrás dele. Ao invés disso ele se
mexeu ao redor, me pegando completamente de guarda baixa, cuidando para que eu
caísse de bunda no nojento colchão com um oofh. Então ele virou para o circulo que se
fechava de criaturas mortas vivas com suas pernas plantadas e seus lábios largamente
separados e suas mãos fechadas em punho quando ele deu seu grito de Tigre do Broken
Arrow.
"Mandem ver, aberrações!"
Ok, não é que eu não aprecie a masculinidade de Heath. Mas o garoto estava muito
acima do seu fofo cabelo loiro. Eu levantei e me centrei.
"Fogo, eu preciso de você de novo!" Dessa vez eu gritei as palavras com o comando
de uma Alta Sacerdotisa. Chamas criaram vida nas minhas palmas das mãos e eu levantei
meus braços. Eu teria gostado de ter tido tempo para estudar o fogo que eu chamei - era
legal que ele queimasse em mim, e não a mim, mas não havia tempo para isso. "Mexa-se,
Heath."
Ele olhou por cima dos ombros, e seus olhos ficaram enormes e redondos. "Zo?"
"Estou bem. Só anda!"
Ele saiu do meu caminhos enquanto, queimando, eu andei para frente. As criaturas
se afastaram de mim, mesmo que suas mãos tentassem pegar Heath.
"Parem!" Eu gritei. "Se afastem e deixem ele em paz. Heath e eu vamos sair daqui.
Agora. Se vocês tentarem nos impedir, eu vou matar vocês, e eu tenho o pressentimento
que desta vez, vai ser para sempre." Ok, eu realmente, realmente não queria matar
ninguém. O que eu queria fazer era tirar Heath daqui, e encontrar Stevie Rae e fazer ela


explicar para mim como calouros que deveriam estar mortos poderiam estar andando com
péssimas atitudes, olhos brilhantes, e cheirando a mofo e pó.
No canto da minha visão eu vi um movimento. Eu me virei em tempo para ver uma
das criaturas se lançar em Heath. Eu levantei meu braço e joguei o fogo nela como se
estivesse jogando uma bola. Quando ela gritou e pegou fogo eu a reconheci e tive que
lutar com para não ficar enjoada. Era Elizabeth Sem Sobrenome - a garota gentil que
tinha morrido mês passado. Agora o corpo que estava se queimando dela estava jogado
no chão, cheirando a carne estragada e decadência, o que foi tudo o que sobrou da sua
concha sem vida.
"Vento e chuva! Eu chamo vocês," eu chorei, e quando o ar começou a surgir e se
encher com o cheiro de chuva, eu vi um deslumbre de Damien e Erin sentados de pernas
cruzadas perto de Shaunee. Seus olhos estavam fechados em concentração e eles
estavam segurando velas da cor de seus elementos. Eu apontei meu dedo em chamas
para o corpo que queimava de Elizabeth e ele foi lavado de repente por uma onda de
chuva, então uma brisa fria levou para longe a fumaça, a levantando acima de nossas
cabeças, e a carregando para fora do túnel até a noite.
Eu olhei para as criaturas de novo. "É o que eu vou fazer com qualquer um de vocês
que tentar nos impedir." Eu fiz menção para Heath andar na minha frente, e eu o segui,
me afastando das criaturas.
Eles nos seguiram. Eu nem sempre conseguia ver eles enquanto voltamos pelo
escuro túnel, mas eu podia ouvir seus pés e seus abafados resmungos. Foi aí que eu
comecei a sentir a exaustão. Era como se eu fosse um celular que não tinha sido
carregado a um tempo, e alguém estava falando comigo a tempo demais. Eu deixei o fogo
que seguia meus braços apagar a não ser pela vacilante chama da minha mão direita. De
jeito nenhum Heath ia poder ver para sair daqui, e eu ainda estava atrás dele, mantendo
os olhos em um ataque das criaturas. Depois de passar por dois desdobramentos do túnel
eu pedi para Heath parar.
"Devemos nos apressar, Zo. Eu sei que você tem esse negocio de poder, mas tem
muitos deles - mais do que tinham lá atrás. Eu não sei de quantos você consegue lidar."
Ele tocou meu rosto. "Sem querer ser mal nem nada, mas você parece horrível."
Eu me sentia como cocô também, mas não queria mencionar. "Eu tenho uma idéia."
Tinhamos acabado de passar por uma curva onde o tunel se estreitava até eu poder tocar
os dois lados só esticando os braços. Eu andei até a parte mais estreita da curva. Heath
começou a me seguir, mas eu disse a ele, "Fique aí," e apontei para mais longe do túnel
no caminho que estavamos indo. Ele franziu, mas fez o que eu disse a ele.
Eu virei minhas costas para Heath e me concentrei. Erguendo os braços, eu pensei
nos campos lavrados, e as lindas campinas de Oklahoma cheia de feno não cortado. Eu
pensei sobre a terra e pensei sobre como estava pisando nela... cercada por ela...
"Terra! Eu te chamo!" Quando ergui meus braços uma visão de Stevie Rae passou
pelos meus olhos fechados. Ela não era quem costumava ser - doce e se concentrando
com força numa vela verde acessa. Ela estava curvada no canto do escuro túnel. O rosto
dela era magro e branco enquanto seus olhos brilhavam na cor escarlate. Mas seu rosto
não era uma parodia sem emoção dela mesma ou uma mascara cruel. Ela estava
chorando abertamente, sua expressão cheia de desespero. É um começo, eu pensei.
Então, com uma rápida e poderosa emoção eu baixei meus braços quando comandei,
"Feche!" Na frente e atrás de mim, pedaços de terra e pedras começaram a cair do teto. A
principio era só uma corrente de seixos, mas logo houve uma mini avalanche que
rapidamente afogou os assovios irritados das criaturas presas.


Uma onda de fraqueza passou por mim e eu balancei para trás.
"Te peguei, Zo." Os braços fortes de Heath estavam ao meu redor e eu me permiti
descansar contra ele. Vários dos cortes dele tinham aumentando durante nossa fuga, e o
perfeito cheiro do sangue dele fez cócegas contra meus sentidos.
"Eles não estão realmente presos, sabe," eu disse suavemente, tentando manter
minha mente longe do quanto eu queria lamber a linha de sangue que estava escorrendo
no pescoço dele. "Passamos por alguns outros túneis. Tenho certeza que eles vão ser
capaz de encontrar a saída eventualmente."
"Está tudo bem, Zo." Heath manteve os braços ao meu redor, mas se afastou o
bastante para olhar nos meus olhos. "Eu sei o que você precisa. Eu posso sentir. Se você
se alimentar de mim não vai se sentir tão fraca." Ele sorriu, e os olhos azuis dele
escureceram. "Está tudo bem," ele repetiu. "Eu quero."
"Heath, você passou por coisas demais. Quem sabe quanto sangue você já perdeu?
Eu beber mais não é uma boa idéia." Eu estava dizendo não, mas minha voz tremeu de
desejo.
"Você está brincando? Um enorme e forte jogador de futebol como eu? Eu tenho
muito sangue extra," Heath provocou. Então a expressão dele ficou séria. "Por você, eu
tenho qualquer coisa extra." Enquanto ele olhava nos meus olhos, ele passou um dos
dedos no corte da sua bochecha e esfregou o sangue no seu lábio. Então ele se curvou
para me beijar.
Eu experimentei a doçura do seu sangue e como ele dissolveu na minha boca e
mandou uma onda de um ardente prazer e energia pelo meu corpo. Heath tirou seus
lábios dos meus e me guiou até o corte no pescoço dele. Quando minha língua contorceu-
se e o tocou, ele gemeu e pressionou meus lábios mais perto dele. Eu fechei os olhos e
comecei a lamber -
"Me mate!" A voz de Stevie Rae quebrou o feitiço o sangue de Heath.


TRINTA

Meu rosto se avermelhou de embaraço enquanto eu saída dos braços de Heath,
limpando a boca e respirando com força. Stevie Rae estava parada no túnel só a alguns
metros de nós. Lágrimas escorriam de suas bochechas e seu rosto estava virado em
desespero.
"Me mate," ela repetiu em um soluço.
"Não." Eu balancei a cabeça e dei um passo em direção a ela, mas ela se afastou de
mim, levantando sua mão como se quisesse me parar. Eu parei e respirei fundo, tentando
me colocar sob controle. "Volte para a House of Night comigo. Vamos descobrir como isso
aconteceu. Vai ficar tudo bem, Stevie Rae, eu prometo. Tudo o que importa é que você
está viva."
Stevie Rae começou a tremer as mãos quando comecei a falar. "Eu não estou
realmente viva, eu não posso voltar lá."
"É claro que você está viva. Está andando e falando."
"Eu não sou mais eu. Eu morri, e parte de mim - a melhor parte de mim - ainda está
morta, assim como é para o resto de nós." Ela gesticulou de volta para a caverna.
"Você não parece com eles," eu disse firmemente.
"Eu sou mais como eles do que como você." O olhar dela mudou de mim para Heath,
que estava parado quieto ao meu lado. "Você não iria acreditar nas coisas horríveis que
passam pela minha cabeça. Eu poderia matar ele sem pensar duas vezes. Eu já teria feito,
se o sangue dele não tivesse mudado devido ao Imprint com você."
"Talvez não seja só isso, Stevie Rae. Talvez você não tenha matado ele porque você
não queria," eu disse.
Os olhos dela encontraram os meus de novo. "Não. Eu queria matar ele. Ainda
quero."
"O resto deles mataram Brad e Chris," Heath disse. "E isso foi minha culpa."
"Heath, agora não é a hora -" eu comecei, mas ele me cortou.
"Não, precisamos deixar isso claro, Zoey. Aquelas coisas agarraram Brad e Chris
porque eles estavam perto da House of Night, e isso é minha culpa porque eu disse a eles
o quão quente você é." Ele me deu um olhar apologético. "Desculpe, Zo." Então a
expressão dele endureceu e ele disse, "Você deveria matar ela. Você deveria matar todos
eles. Desde que eles estejam vivos, as pessoas estarão em perigo."
"Ele está certo," Stevie Rae disse.
"E como matar você e o resto dele resolve isso? Mais de vocês não vão aparecer?" Eu
me decidi e fechei o espaço entre Stevie Rae e eu. Ela parecia querer ir embora, mas
minhas palavras a impediram. "Como isso aconteceu? O que te fez ficar assim?"
O rosto dela se contorceu de angustia. "Eu não sei como. Só sei quem."
"Então quem fez isso?"
Ela abriu a boca para me responder, com um movimento tão rápido que o corpo dela
virou um borrão, ela de repente estava assustada contra o lado do túnel.
"Ela está vindo!"
"O que? Quem?" eu me abaixei ao lado dela.
"Saia daqui! Rápido. Provavelmente ainda tem tempo para você fugir." Então Stevie
Rae se estendeu e pos minha mão na dela. A pele dela era fria, mas seu aperto era forte.
"Ela vai te matar se te ver - você e ele. Você sabe demais. Ela pode te matar mesmo
assim, mas será mais difícil para ela fazer isso, se você voltar para a House of Night."
"De quem você está falando, Stevie Rae?"


"Neferet."
O nome passou por mim mesmo enquanto eu balançava a cabeça em negação e
sentia a verdade se aprofundar em mim.
"Neferet fez isso com você, com todos vocês?"
"Sim. Agora saia daqui, Zoey!"
Eu podia sentir o terror dela e sabia que ela estava certa. Se Heath e eu não
fossemos embora, nós iríamos morrer.
"Eu não vou desistir de você, Stevie Rae. Use seu elemento. Você ainda tem uma
conexão com a terra, eu posso sentir. Então use seu elemento para ficar forte. Eu vou
voltar por você, e de alguma forma vamos resolver isso - vamos fazer ficar tudo bem. Eu
prometo." Então eu abracei ela, e depois de apenas uma pequena hesitação, ela me
abraçou também. "Vamos, Heath." Eu agarrei a mão dele para poder guiar ele
rapidamente pelo túnel escuro. A luz na minha palma tinha apagado quando eu chamei a
terra, e de jeito nenhum eu ia me arriscar em confiar nele. Pode guiar ela a nós. Enquanto
eu corria pelo túnel eu ouvi o sussurro de Stevie Era
"Por favor, não esqueça de mim..." Nos seguir.
Heath e eu corremos. A onda de energia do sangue que ele tinha me dado não durou
muito tempo, quando chegamos na escada de metal que levava para a grade do porão, eu
queria cair e dormir por dias. Heath estava se apressando na escada e para entrar no
porão, mas eu o fiz esperar. Respirando com força, eu me inclinei contra o lado do túnel e
buscando meu celular no bolso da minha calça, junto com o cartão do Detetive Marx. Eu
abri o telefone e eu juro que meu coração não bateu até as barras começarem a ficar
verdes.
"Você pode me ouvir agora?" Heath disse, rindo para mim.
"Sssh!" Eu disse a ele, mas sorrindo em resposta. Então digitei o numero do detetive.
"Aqui é Marx," a profunda voz respondeu no segundo toque.
"Detetive Marx, aqui é Zoey Redbird. Eu só tenho um segundo para falar, então
tenho que desligar. Eu encontrei Heath Luck. Estamos no porão do deposito de Tulsa, e
precisamos de ajuda."
"Agüentem firme. Eu estarei ai em breve!"
Um barulho de baixo fez eu cortar a conexão e desligar o telefone. Eu pressionei meu
dedo nos lábios quando Heath começou a falar. Heath pos seus braços ao meu redor, e
tentamos não respirar. Então ouvi o coo-coo de um pomba e o agito de asas.
"Eu acho que é só uma ave," Heath sussurrou. "Eu vou olhar."
Eu estava muito cansada para discutir com ele, além do mais Marx estava a caminho
e eu estava cheia do túnel úmido e nojento. "Cuidado," eu sussurrei para ele.
Heath acenou e apertou meu ombro, então subiu a escada. Devagar e com cuidado
ele ergueu a grade de metal, colocando a cabeça para fora e espiando ao redor. Logo ele
desceu e fez uma menção para mim subir e pegar a mão dele. "É só um pombo. Vem."
Cansada, eu subi com ele e deixei ele me puxar para o porão. Sentamos no canto
perto da grade por vários longos minutos, ouvindo atentamente. Finalmente, eu sussurrei,
"Vamos sair e esperar por Marx lá." Heath já tinha começado a tremer, mas eu lembrei do
cobertor que Afrodite tinha me feito trazer. Além do mais, eu prefiro arriscar com o tempo
do que ficar nesse porão assustador.
"Eu odeio aqui também. É como uma droga de tumba," Heath disse suavemente
entre o ranger dos dentes.
Com a mão na mão dele, andamos pelo porão, passando pela forte luz acinzentada
que refletiva o mundo de fora. Estávamos na porta de ferro quando eu ouvi o distante


barulho da sirene da policia. A terrível tensão em meu corpo tinha começado a relaxar
quando a voz de Neferet veio das sombras.
"Eu deveria saber que você estaria aqui."
O corpo de Heath pulou surpreso e eu apertei minha mão na mão quente dele.
Quando viramos para olhar para ela, eu estava me centrando e podia sentir o poder dos
elementos começarem a tremer o ar ao meu redor. Eu respirei fundo e cuidadosamente
limpei minha mente.
"Oh, Neferet! Estou tão feliz por ver você!" Eu apertei a mão de Heath mais uma vez
antes de soltar, tentando telegrafar concorde com o que quer que eu diga, através do
toque. Então eu corri, soluçando até a os braços da Alta Sacerdotisa. "Como você me
achou? O Detetive Marx te ligou?"
Eu podia ver indecisão nos olhos dela enquanto Neferet suavemente se afastavam
dos meus braços. "Detetive Marx?"
"Yeah." Eu funguei e limpei meu nariz na manga, me forçando a emitir alivio e
confiança nela.
"É ele vindo agora mesmo." O som da sirene estava muito próximo, e eu pude ouvir
que estava junto de pelo menos mais dois carros. "Obrigado por me encontrar!" Eu disse
emocionada. "Foi tão terrível. Eu pensei que as pessoas de rua maluca iam matar nós
dois." Eu me movi até Heath e peguei a mão dele de novo. Ele estava olhando para
Neferet, parecendo muito como se estivesse em choque. Eu percebi que ele
provavelmente estava lembrando partes da única outra vez que ele viu a Alta Sacerdotisa
- a noite que os vampiros fantasmas quase o tinham matado - e imaginei que a mente
dele estava muito apavorada para Neferet sentir o que estava acontecendo dentro da
cabeça dele. Uma boa coisa.
As portas do carro estavam batendo e pés pesados estavam andando na neve.
"Zoey, Heath..." Neferet se moveu rapidamente até nós. Ela levantou suas mãos, que
brilhavam de forma estranha, com uma luz vermelha, de repente me lembrando de coisas
mortas vivas. Antes deu poder correr ou gritar ou até respirar, ela agarrou nossos ombros.
Eu senti Heath ficar rígido enquanto dor passava pelo meu corpo. Explodiu na minha
mente e meus joelhos teriam cedido se as mãos não estivem me segurando firme. "Você
não ira lembrar de nada!" As palavras ecoaram pela minha mente cheia de agonia, e
então só ouve escuridão.


TRINTA E UM

Eu estava em uma linda campina que era no meio do que parecia ser uma densa
floresta. Uma quente e suave brisa estava soprando o cheiro de lilás para mim. Uma
corrente passou pela campina, é água cristalizada borbulhando musicalmente por cima de
suaves pedras.
"Zoey? Você pode me ouvir, Zoey?" Uma voz masculina insistente se intrometeu no
meu sonho.
Eu franzi e tentei ignorar ele. Eu não queria acordar, mas meu espírito se
movimentava. Eu preciso acordar. Eu preciso lembrar. Ela precisa que eu lembre.
Mas quem é ela?
"Zoey..." Dessa vez a voz estava dentro do um sonho e eu podia ver meu nome
pintado contra o céu azul de primavera. A voz era de mulher... um familiar... mágico...
fantástico. "Zoey..."
Eu olhei ao redor da claridade e encontrei a deusa sentada do lado do riacho,
graciosamente empoleirada na pedra suave de Oklahoma com seus pés descalços
brincando com a água.
"Nyx!" Eu chorei. "Estou morta?" Minhas palavras brilharam ao meu redor.
A deusa sorriu. "Você vai me perguntar isso toda vez que eu te visitar, Zoey
Redbird?"
"Não, eu, uh, desculpe." Minhas palavras eram rosas, provavelmente corando junto
com minhas bochechas.
"Não se desculpe, minha filha. Você fez muito bem. Estou satisfeita com você. Agora,
é hora de você acordar. E eu também gostaria que você se lembrasse que os elementos
podem restaurar assim como destruir."
Eu comecei a agradecer a ela, embora eu não tivesse idéia do que ela estava
falando, mas o balanço dos meus ombros e uma repentina corrente de ar frio me
interrompeu. Eu abri meus olhos.
Neve caia ao meu redor. O Detetive Marx estava abaixado perto de mim,
chacoalhando meus ombros. Com a estranha nevoa na minha mente, só encontrei uma
palavra. "Heath?" Eu resmunguei.
Marx virou seu queixo para a direita e eu virei minha cabeça para ver o corpo parado
de Heath sendo colocado numa ambulância.
"Ele está..." eu não pude terminar.
"Ele está bem, só batido. Ele perdeu muito sangue e já estão dando algo a ele para a
dor."
"Batido?" Eu estava lutando para fazer tudo ter sentido. "O que aconteceu com
Heath?"
"Multiplas lacerações, assim como aqueles outros garotos. Foi bom que você o
encontrou e me chamou antes dele sangrar até morrer." Ele apertou meu ombro. Um
paramédico tentava mover Marx para o lado, mas ele disse, "Eu cuido dela. Ela só
precisava voltar para a House of Night e ficará bem."
Eu vi o paramédico me dar um olhar que claramente dizia aberração, mas as fortes
mãos do Detetive Marx estavam me ajudando a sentar e seu corpo alto bloqueou minha
visão do paramédico que resmungava.
"Você pode andar até o meu carro?" Marx perguntou.
Eu acenei. Meu corpo estava se sentindo melhor, mas minha mente ainda estava
toda amassada. O "carro" de Marx era um enorme caminhão com rodas gigantes e grades


de estrada. Ele me ajudou a entrar no banco da frente, que estava quente e confortável,
mas antes de fechar a porta eu de repente lembrei de outra coisa, mesmo que o esforço
tivesse feito minha cabeça parecer que ia se abrir. "Persephone! Ela está bem?"
Marx parecia confuso por um segundo, então sorriu. "A égua?"
Eu acenei.
"Ela está bem. Um oficial está levando ela até o estábulo da policia no centro até as
estradas estarem limpas o bastante para pegar um trailer e levar ela de volta a House of
Night." O sorriso dele aumentou. "Parece que você é mais corajosa que a força policial de
Tulsa. Nenhum deles se voluntariou para galopar ela de volta."
Eu descansei minha cabeça contra o assento enquanto ele começou a dirigir e
navegar vagarosamente através da corrente de neve para longe do deposito. Deveria
haver pelo menos 10 carros da policia, junto com um caminhão de bombeiros e duas
ambulâncias estacionados com luzes vermelhas e azuis e brancas contra a vazia noite
gelada.
"O que aconteceu aqui hoje a noite, Zoey?"
Eu pensei, e tive que apertar meus olhos contra a dor repentina na minha cabeça.
"Eu não lembro," eu consegui dizer através da dor nas minhas têmporas. Eu podia sentir o
afiado olhar dele em mim. Eu encontrei os olhos do detetive e lembrei dele me contar
sobre sua irmã gêmea, a vampira que ainda o amava. Ele disse que eu podia confiar nele,
e eu acreditava nele. "Algo está errado," eu admiti. "Minha memória está confusa."
"Ok," ele disse devagar. "Comece com a ultima coisa que você consegue lembrar
facilmente."
"Eu estava escovando Persephone e de repente eu sabia onde Heath estava, e que
ele ia morrer se eu não fosse pegar ele."
"Vocês dois tiveram um Imprint?" Minha surpresa deve ter sido fácil de ler, porque
ele sorriu e continuou. "Minha irmã e eu conversamos, e eu tenho estado curioso sobre
coisas de vampiros, especialmente logo depois que ela Mudou." Ele deu nos ombros,
como se não fosse grande coisa um humano saber todo tipo de informação dos vampiros.
"Somos Gêmeos, então estamos acostumados a dividir tudo. Uma mudança de espécie
não fez muita diferença para nós." Ele olhei para mim de lado. "Vocês tiveram um Imprint,
não é?"
"Yeah, Heath e eu tivemos um Imprint. Foi assim que eu soube onde ele estava." Eu
deixei de fora as coisas sobre Afrodite. De jeito nenhum eu ia explicar todo o as-visões-
dela-são-reais-mas-Neferet-tem-estado...
"Ah!" Dessa vez eu me afoguei em voz anta devido a agonia dentro da minha
cabeça.
"Profundas e calmas respirações," Marx disse, me dando olhares preocupados
sempre que podia tirar os olhos da estrada. "Eu disse sempre que fosse fácil de lembrar."
"Não, está tudo bem. Estou bem. Eu quero fazer isso."
Ele ainda parecia preocupado, mas continuou a me interrogar. "Certo, você sabia que
Heath estava com problemas, e sabia onde estava. Então, porque você não me ligou e me
disse para ir ao deposito?"
Eu tentei lembrar e a dor passou pela minha cabeça, mas junto com a dor veio raiva.
Algo tinha acontecido a minha mente. Alguém tinha mexido com a minha mente. Tudo
isso me irritou. Eu esfreguei minhas têmporas e cerrei meus dentes contra a dor.
"Talvez devêssemos parar um pouco."
"Não! Só me deixe pensar," eu disse. Eu podia me lembrar do estábulo e de Afrodite.
Eu podia lembrar que Heath precisava de mim, e a selvagem volta na neve com


Persephone até o porão do deposito. Mas quando eu tentei lembrar além do porão a
agonia que passou pela minha cabeça se tornou demais para mim.
"Zoey!" A preocupação do Detetive Marx penetrou através da dor.
"Alguma coisa mexeu com a minha mente." Eu limpei as lagrimas que eu não percebi
estarem rolando pelo meu rosto.
"Pedaços da sua memória sumiram."
Não parecia uma pergunta, mas eu acenei mesmo assim.
Ele ficou quieto por um tempo. Parecia que ele estava se concentrando na estrada
deserta e cheia de neve, mas eu achei que sabia mais, e as próximas palavras dele me
disseram que eu estava certa.
"Minha irmã" - ele sorriu e olhou para mim - "o nome dela é Anne, me avisou uma
vez que se eu irritasse uma Alta Sacerdotisa eu poderia me meter em problemas sérios
porque elas tem como apagar coisas, e o que ela quis dizer por "coisas" é a memória das
pessoas." Ele olhou para a estrada de novo, e dessa vez o sorriso dele sumiu. "Então, eu
acho que a pergunta é: o que você fez para irritar a Alta Sacerdotisa?"
"Eu não sei. Eu..." Minha voz morreu quando pensei sobre o que ele tinha dito. Eu
não tentei lembrar o que aconteceu. Ao invés disso, eu deixei minha mente viajar
preguiçosamente mais para trás... para Afrodite e o fato de que Nyx ainda a estava
abençoando ela com visões, embora Neferet tivesse espalhado que as visões dela eram
falsas... até o pequeno, quase imperceptível senso de algo errado que cresceu como um
fungo ao redor de Neferet, até o culminante domingo a noite e quando ela minou as
decisões que eu fiz para as Filhas Negras... até a horrível cena que eu testemunhei entre
Neferet e... e... eu me segurei contra o calor que estava começando a pulsar na minha
cabeça e, junto com flashes de dor perfurante, lembrei da criatura que Elliott tinha se
tornado, se alimentando do sangue da Alta Sacerdotisa.
"Pare o caminhão!" Eu gritei.
"Estamos quase na escola, Zoey."
"Agora! Eu vou vomitar."
Ele parou do lado da estrada vazia. Eu abri a porta e caia na rua de neve, começando
a me abaixar, e vomitar minhas tripas no banco de neve. O Detetive Marx estava ao meu
lado, colocando meu cabelo para trás e parecendo muito como um pai quando me disse
para respirar e que tudo ficaria bem. Eu busquei por ar e finalmente levantei. Ele me
entregou um lenço, um daqueles antigos de linho que estava dobrando em um limpo
quadrado.
"Obrigado." Eu tentei devolver para ele depois de limpar meu rosto e assoprar meu
nariz, mas ele sorriu e disse, "Fique com ele."
Eu fique parada ali, só respirando e deixando a batida na minha cabeça sumir
enquanto olhava para um calmo de neve intocada até alguns carvalhos distantes que
cresciam perto de um muro de pedra e tijolos. E com uma onda de surpresa, eu percebi
onde estavamos.
"É o muro leste da escola," eu disse.
"Yeah, pensei em te trazer pelas portas dos fundos - te dar mais tempo para se
acalmar, e talvez restaurar um pouco da sua memória."
Restaurar... O que tinha essa palavra? Tentativamente, eu pensei com força,
tentando lembrar enquanto eu me segurava contra a dor que eu tinha certeza que viria.
Mas ela não veio, e na minha memória veio a visão de uma linda campina, e as sábias
palavra da minha deusa... os elementos podem restauras assim como destruir.
E então entendi o que precisava fazer.


"Detetive Marx, eu preciso de um minuto aqui, ok?"
"Sozinha?" ele perguntou.
Eu acenei.
"Eu estarei no caminhão, olhando você. Se precisar, chame."
Eu sorri em agradecimento, mas antes dele virar para entrar no caminhão eu estava
andando até os carvalhos. Eu não precisava ficar embaixo deles - ficar no terreno da
escola, mas ficar perto deles me ajudava a me concentrar. Quando eu estava perto o
bastante para ver seus galhos entrelaçados como velhos amigos, eu parei e fechei os
olhos.
"Vento, eu te chamo até mim e dessa vez eu peço que você limpe qualquer mancha
escura que tocou minha mente." Eu senti uma rajada de frio, como se eu estivesse sendo
pega pelo meu furação pessoal, mas ele não estava se pressionando contra o meu corpo.
Estava enchendo minha mente. Eu mantive meus olhos fortemente fechados e bloqueei a
dor de cabeça que estava voltado a minhas têmporas. "Fogo, eu te chamo e peço que
você queime da minha mente qualquer escuridão que a tenha tocado." Calor encheu
minha mente, só que não era como a quente corrente que eu senti antes. Ao invés disso
era um bom calor, como uma calefação. "Água, eu te chamo e peço que você lave da
minha mente a escuridão que a tocou." Frio entrou no calor, acalmando o que estava
super aquecido e trazendo um alivio incrível. "Terra, eu te chamo e peço que sua força
nutritiva pegue da minha mente a escuridão que a tocou." Da sola dos meus pés, onde eu
estava firmemente conectada a terra, foi como se uma torneira tivesse se aberto e eu
imaginei ela derramando a escuridão para fora do meu corpo para ser consumida pela
força e bondade da terra. "E, espírito, eu peço que você cure o que a escuridão destruiu
da minha mente, e restaure minha memória!" Algo se quebrou em mim e um sensação
quente e branca passou pelas minhas costa, me derrubando com força de joelhos.
"Zoey! Zoey! Meu Deus, você está bem?"
Mais uma vez as mãos fortes do Detetive Marx estavam chacoalhando meus ombros
e ele estava me ajudando perto de mim. Dessa vez meus olhos se abriram facilmente e eu
sorri para o resto dele.
"Mais do que bem. Eu lembro de tudo."


TRINTA E DOIS

"Tem certeza que tem que ser assim?" Detetive Marx perguntou pelo que parecia a
zilionesima vez.
"Yep." Eu acenei desgastadamente. "Tem que ser assim." Eu estava tão cansada que
eu pensei que eu podia pegar no sono bem ali no caminhão mostro da policia. Mas eu
sabia que eu não podia. Essa noite ainda não tinha acabado. Meu trabalho ainda não
estava acabado.
O detetive suspirou, e eu sorri para ele.
"Você vai ter que confiar em mim," eu disse, soando muito como ele dita me falado
mais cedo.
"Eu não gosto disso," ele disse.
"Eu sei, e sinto muito. Mas eu te disse tudo que eu posso."
"Que algum sem teto é responsável por Heath e os outros dois garotos?" Ele
balançou a cabeça. "Parece errado para mim."
"Você tem certeza que não está só um pouquinho psíquico?" Eu sorri, cansada, para
ele.
"Se eu fosse, eu seria capaz de descobrir o que parece errado." Ele balançou a
cabeça de novo. "Explique esse - o que aconteceu com a sua memória?"
Eu já tinha pensando na resposta para isso. "Foi o trauma de hoje a noite. Me fez
bloquear o que aconteceu. E então minha afinidade pelos cinco elementos me ajudou a
superar o bloqueio e eu lembrei."
"É por isso que você estava com tanta dor?"
Eu dei nos ombros. "Eu acho que sim. Já sumiu de qualquer jeito."
"Olha, Zoey, tenho certeza que tem mais acontecendo aqui do que você está me
dizendo. Eu quero que você saiba que realmente pode confiar em mim," ele disse.
"Eu sei disso." Eu acreditava nele, mas eu também sabia que havia alguns segredos
que eu não podia partilhar. Não com esse detetive muito bom. E nem com ninguém.
"Você não tem que lidar com isso sozinha. Eu posso ajudar você. Você é só uma
garota - só uma adolescente." Ele soava totalmente exasperado.
Eu encontrei os olhos dele firme. "Não, eu sou uma caloura que é a líder das Filhas
Negras e Alta Sacerdotisa em treinamento. Acredite em mim, isso é muito mais do que
apenas uma adolescente. Eu te dou meu juramento, e você sabe pela sua irmã que meu
juramento me obriga. Eu prometo que te disse tudo o que posso, e que se mais garotos
desaparecerem, eu acredito que posso encontrar eles para você." O que eu não disse é
que eu não tinha 100% de certeza de como eu ia fazer isso, mas a promessa parecia
certa, então eu sabia que Nyx iria me ajudar a mantê-la. Não que fosse fácil. Mas eu não
podia trair a presença de Stevie Rae, o que significava que ninguém podia saber sobre as
criaturas, ou pelo menos, não até Stevie Rae estar a salvo.
Marx suspirou de novo, e eu pude ver que ele estava murmurando para si mesmo
enquanto ele parou para me ajudar a descer do seu caminhão. Mas logo antes dele abrir a
porta para o prédio principal Marx (irritantemente) me descabelou e disse, "Certo, vamos
fazer isso do seu jeito. É claro, não é como se eu tivesse escolha."
Ele estava certo. Ele não tinha escolha.
Eu entrei no prédio antes dele e fui instantaneamente engolfado pelo calor e os
cheiros familiares de incenso e óleo, e das suaves luzes que brilhavam como ansiosos e
saudosos amigos.
Falando nisso...


"Zoey!" Eu ouvi as Gêmeas gritarem juntas, e então eu estava sendo imprensada no
meio delas enquanto elas me abraçavam e choravam e gritavam comigo por preocupar
elas e falavam sem parar sobre serem capazes de sentir quando eu usei os elementos.
Damien não estava muito atrás delas. Então eu estava nos braços fortes de Erik enquanto
ele me abraçava e sussurrava sobre o quão assustado ele estava por mim e o quão feliz
ele estava por tudo estar bem. Eu me permiti descansar nos braços dele e retornei o seu
abraço. Mais tarde, eu iria ver o que fazer sobre Heath e ele. Agora eu estava cansada
demais, e de qualquer forma, eu precisava guardar minhas forças e lidar com -
"Zoey, você nos deu um belo susto."
Eu saí dos braços de Erik e virei para olhar Neferet.
"Sinto muito. Eu não queria chatear vocês," eu disse, e era verdade. Eu não queria
preocupar ou chatear ou assustar ninguém.
"Bem, eu suponho que não houve nenhum mal feito. Estamos apenas felizes por
você estar segura em casa." Ela sorriu para mim com aquele incrível sorriso dela que
parecia tão cheio de amor e luz e bondade, e embora eu soubesse o que aquele sorriso
escondia, eu senti meu coração se apertar e desejei desesperadamente estar errada, que
Neferet era tão maravilhosa quanto eu costumava achar que ela era.
Escuridão nem sempre trás o mal, assim como a luz nem sempre trás o bem. As
palavras da deusa ecoaram na minha mente, me dando força.
"Bem, Zoey é definitivamente nossa heroína," Detetive Marx disse. "Se ela não
estivesse ligada aquele garoto, ela nunca teria nos ligado a tempo de salvar ele."
"Sim, bem, esse é um pequeno problema que ela e eu teremos que discutir mais
tarde." Ela me deu um olhar severo, mas seu tom de me disse que eu não estava com
muitos problemas.
Se eles soubessem.
"Detetive, você pegou a pessoa que estava pegando os garotos?" Neferet continuou.
"Não, ele escapou antes de chegarmos, mas tem várias evidencias de que alguém
estivesse vivendo no deposito, na verdade parecia que ele estava sendo usado como
algum tipo de QG. Eu acho que será fácil encontrar provas de que os outros dois garotos
foram mortos por alguém que estava tentando fazer parecer que vampiros estavam
levando adolescentes. E agora, embora Heath não lembre de muita coisa por causa do
trauma, Zoey nos deu uma boa descrição do homem. É só uma questão de tempo antes
de nós o pegarmos."
Eu fui a única que viu surpresa passar pelos olhos de Neferet?
"Isso é maravilhoso!" Neferet disse.
"Yeah." Eu encontrei os olhos da Alta Sacerdotisa. "Eu contei muito ao Detetive Marx.
Minha memória é muito boa."
"Estou orgulhosa de você, Zoeybird!" Neferet veio até mim e pos seus braços ao meu
redor, me abraçando de perto. Tão perto que apenas eu ouvi o que ela sussurrou no meu
ouvido, "Se você falar contra mim eu vou me certificar de que nenhum humano ou calouro
ou vampiro acredite em você."
Eu não me afastei dela. Eu não reagi de forma alguma. Mas quando ela me soltou,
em dei meu golpe final - o único plano desde que a sensação quente e branca tinha
passado pela pele das minhas costas.
"Neferet, você, por favor, poderia olhar nas minhas costas?"
Meus amigos estavam conversando entre si, claramente rindo de alivio que sentiram
desde que os chamei enquanto o Detetive Marx e eu conversávamos do lado de fora da
escola e pedia a eles para me encontrarem dentro do prédio principal, e para se certificar


que Neferet também estivesse lá. Agora meu estranho pedido, que eu me certifiquei de
pedir em voz alta e claramente, os calou. Na verdade, todos na sala, incluindo o Detetive
Marx, estavam olhando para mim imaginando se talvez eu tenha batido a cabeça ou algo
assim durante minhas aventuras e um pouco do meu cérebro vazou para fora.
"É importante," eu disse, rindo para Neferet como se estivesse escondendo um
presente embaixo da minha camiseta.
"Zoey, eu não tenho certeza do que - " Neferet começou, o tom dela cuidadosamente
dividido entre preocupação e embaraçamento.
Eu dei um suspiro exagerado. "Jeesh, só olhe." E antes de qualquer um me impedir,
em me virei para que minhas costas estivesse os encarando, e levantei a ponta da minha
camiseta (tento cuidado para manter a parte da frente coberta).
Eu realmente não estava preocupada de estar errada, mas os barulhos de surpresa e
exclamações de felicidade dos meus amigos foram um alivio de se ouvir.
"Z! Sua Marca se espalhou." Erik riu e tocou as novas tatuagens dapele das minhas
costas.
"Wow, isso é incrível," Shaunee disse.
"Totalmente legal," Erin disse.
"Espetacular," Damien disse. "É o mesmo labirinto de suas outras Marcas."
"Yeah, com os símbolos de runa espaçados entre espirais," Erik disse.
Eu acho que eu fui a única que notou que Neferet não disse nada.
Eu soltei minha camiseta. Eu estava seriamente ansiosa para chegar a um espelho
para poder ver o que eu só era capaz de sentir.
"Parabéns, Zoey. Eu imagino que isso significa que você continua a espalhar sua
bondade," Detetive Marx disse.
Eu sorri para ele. "Obrigado. Obrigado por tudo hoje a noite."
Nossos olhos se encontraram e ele piscou. Então ele se virou para Neferet. "É melhor
eu ir, senhora. Tem muito trabalho a ser feito ainda. Além do mais, eu imagino que Zoey
está ansiosa para ir para cama. Boa noite a todos." Ele tocou seu chapéu, sorriu para mim
de novo, e saiu.
"Estou realmente cansada." Eu olhei para Neferet. "Se estiver tudo bem, gostaria de
ir para cama."
"Sim, querida," ela disse suavemente. "Isso está bem."
"E também eu gostaria de dar uma passada no Templo de Nyx no caminho para o
dormitório, se estiver tudo bem para você," eu disse.
"Você realmente tem muita coisa para agradecer a Nyx. Parar no templo dela é uma
boa idéia."
"Vamos com você, Z," Shaunee disse.
"Yeah, Nyx estava com todos nós hoje a noite," Erin disse.
Damien e Erik fizeram sons de concordância, mas eu não olhei para nenhum dos
meus amigos. Eu mantive contato visual com Neferet e disse, "Eu vou agradecer Nyx, mas
tem outra razão do porque eu ira até o templo." Eu não esperei que para ela me
questionar, mas continuei seriamente, "Eu vou acender uma vela da terra para Stevie Rae.
Eu prometi a ela que não a esqueceria."
Meus amigos estavam murmurando suaves palavras de concordância, mas eu
mantive minha atenção focada em Neferet enquanto eu devagar e deliberadamente
andava até ela.


"Boa noite, Neferet," eu disse e dessa vez eu a abracei, e a coloquei mais perto de
mim e sussurrei, "Humanos e calouros e vampiros não precisam acreditar em mim porque
Nyx acredita. Isso não acabou entre nós."
Eu me afastei dos braços de Neferet e virei minhas costas para ela. Juntos, meus
amigos e eu saímos e cruzamos a curta distancia até o Templo de Nyx. Finalmente tinha
parado de nevar, e a lua estava aparecendo entre acúmulos de nuvens que pareciam ser
feitas de seda. Eu parei da linda estatua de mármore da deusa que ficava na frente do
templo dela.
"Aqui," eu disse firmemente.
"Zo?" Erin disse questionadoramente.
"Eu quero por uma vela para Stevie Rae aqui, nos pés de Nyx."
"Eu vou pegar para você," Erik disse. Ele apertou minha mão e entrou no Templo de
Nyx.
"Você está certa," Shaunee disse.
"Yeah, Stevie Rae ira gostar que fosse acessa aqui," Erin disse.
"É mais perto da terra," Damien disse.
"E é mais perto de Stevie Rae," eu disse suavamente.
Erik voltou e me entregou a vela verde, junto com o isqueiro ritualístico. Seguindo
meus instintos, eu acendi a vela e a coloquei nos pés de Nyx.
"Estou lembrando de você, Stevie Rae. Assim como eu prometi," eu disse.
"Eu também," disse Damien.
"Eu também," disse Shaunee.
"Digo o mesmo," disse Erin.
"Eu também estou lembrando," disse Erik.
O cheiro de grama de campina de repente cercou a estatua de Nyx, fazendo meus
amigos sorrirem enquanto choravam. Antes de nos afastarmos eu fechei meus olhos e
sussurrei uma reza que era uma promessa que eu senti profundamente na minha alma.
Eu vou voltar por você, Stevie Rae.

FIM

House of Night - 03 - Chosen
Por P.C. Cast e Kristin Cast


Chosen


Esse é para todos que nos mandaram email querendo
mais e mais de Zoey e sua gangue. Nós ouvimos vocês!


UM

"Yep, eu tenho um aniversário horrível," eu disse a minha gata, Nala. (Ok, na
verdade ela não é minha gata e sim sou a pessoa dela. Você sabe como é com gatos: Eles
não tem donos, eles tem empregados. Um gato que eu ignoro.)
De qualquer jeito, eu continuo falando com a gata como se ela estivesse pendurada
em cada palavra minha, o que tããããão não é o caso. "Já faz 17 anos de um aniversário
chato do dia 24 de dezembro. Eu estou completamente acostumada. Não tem nada
demais." Eu sabia que estava dizendo as palavras só pra me convencer. Nala "mee-uf-
owed" para mim em sua voz mal humorada de uma mulher velha e então sentou para
sentar suas partes privadas, claramente entendendo que eu estava cheia.
"Aqui é o negocio," eu continuei quando terminei de passar um pouco de delineador
nos meus olhos. (e eu digo um pouco passar-delineador-até-parecer-um-guaxinin
definitivamente não é para mim. Na verdade, não é pra ninguém.) "Eu vou ganhar vários
presentes de bom grado que não são presentes de aniversario de verdade - são coisas
com temas de Natal porque as pessoas tentam esmagar meu aniversario com o natal, e
isso não funciona." Eu encontrei os olhos verdes no espelho. "Mas vamos fingir e fingir
que está tudo bem com os presentes nerds porque as pessoas não entendem que elas
não podem juntar um aniversario com natal. Pelo menos não com sucesso."
Nala espirrou.
"Exatamente como me sinto, mas seremos boazinhas porque é pior dizer alguma
coisa. Então ganho presentes horríveis e todo mundo fica chateado e as coisas ficam
estranhas." Nala não parecia convencida, então foquei minha atenção no meu reflexo. Por
um segundo eu pensei ter exagerado no delineador, mas eu olhei mais perto e percebi
que estava fazendo meus olhos ficarem tão grandes e escuros não era do meu delineador.
Embora já fizesse dois meses desde que eu fui Marcada e virei uma vampira, a tatuagem
em forma de lua crescente entre meus olhos e elaborados e os fios de tatuagens
entrelaçadas que emolduravam meu rosto ainda tinham a habilidade de me surpreender.
Eu tracejei uma das linhas espirais com meu dedo. Então quase inconsciente eu abaixei o
a já baixa gola do meu suéter para baixo e expus meu ombro esquerdo. Com uma virada
da minha cabeça eu joguei para trás meu cabelo escuro para que o raro padrão de
tatuagens que começava na base do meu pescoço e se espalhavam por meus ombros até
o lado da minha espinha até a parte baixa das minhas costas. Como sempre, a visão de
minhas tatuagens me dava um choque elétrico que me deixava em parte excitada e em
parte com medo.
"Você não é como todo mundo," eu sussurrei para meu reflexo. Então limpei minha
garganta em uma voz muito faceira. "E está tudo bem não ser como todo mundo." Eu
virei os olhos para mim mesma. "Tanto faz." Eu olhei por cima da minha cabeça, meio
surpresa por não ser visível. Quero dizer, eu definitivamente podia sentir a enorme nuvem
negra que me seguia desde o último mês. "Diabos, estou surpresa por não estar chovendo
aqui. E isso não seria ótimo para o meu cabelo?" Eu sarcasticamente disse para o meu
reflexo. Então suspirei e peguei um envelope que estava na minha mesa, A FAMÍLIA
HEFFER estava escrito com linhas douradas contra o brilhante endereço de resposta. "Em
falar em depressivo..." eu murmurei.
Nala espirrou de novo.
"Você está certa. É melhor acabar com isso." Eu relutantemente abri meu envelope e
puxei o cartão. "Ah, diabos. É pior do que eu pensei." Havia uma enorme cruz de madeira
na frente do cartão. No meio da cruz (com um prego ensangüentado) tinha um velho


papel. Escrito (em sangue, é claro) estavam as palavras: Ele É a razão para a temporada.
Dentro do cartão estava escrito (com letras vermelhas, é claro): FELIZ NATAL. Abaixo
disso, com a letra da minha mãe, dizia: Eu espero que você lembre da sua família durante
essa época abençoada do ano. Feliz Aniversário, Com amor, Mamãe e Papai.
"Isso é tão típico," eu disse a Nala. Meu estomago doeu. "E ele não é meu pai." Eu
rasguei o cartão em dois e o joguei no lixo, e então levantei olhando para os pedaços. "Se
meus pais não vão me ignorar, eles estão me insultando. Eu prefiro ser ignorada."
A batida na minha porta me fez pular.
"Zoey, todos querem saber onde você está." A voz de Damien passou facilmente
pela porta.
"Espera - estou quase pronta," eu gritei, me balancei mentalmente, e olhei mais uma
vez meu reflexo, decidindo, com uma ponta defensiva, deixar meu ombro nu. "Minhas
Marcas não são como as de todo mundo. É melhor dar as pessoas algo para olhar
enquanto conversam." Eu murmurei.
Então suspirei. Eu normalmente não sou tão mal humorada. Mas meu péssimo
aniversário, meus péssimos pais...
Não. Eu não podia continuar mentindo para mim mesma.
"Queria que Stevie Rae estivesse aqui," eu sussurrei.
E era isso, o que tinha feito eu me afastar dos meus amigos (incluindo meus
namorados - os dois) durante o mês e personificando uma grande, carregada, e nojenta
nuvem de chuva. Eu sentia falta da minha melhor amiga e ex colega de quarto, que todos
tinham visto morrer um mês atrás, mas quem eu sabia que tinha virado uma criatura
morta viva da noite. Não importa o quão melodramática e um péssimo filme isso soa. A
verdade era que agora, Stevie Rae deveria estar lá embaixo se ocupando com os detalhes
bobos do meu aniversario chato, e agora ela estava andando em algum lugar nos velhos
túneis de baixo de Tulsa, conspirando com suas criaturas amigas nojentas que eram
realmente maldosos, assim como definitivamente fedidas.
"Uh, Z? Você está bem aí?" A voz de Damien chamou de novo, interrompendo minha
tagarelice mental. Eu levantei Nala que reclamava, virando as costas para o terrível cartão
de natal-aniversário dos meus pais, e corri para a porta, quase atropelando Damien que
parecia preocupado.
"Desculpe... desculpe..." eu murmurei. Ele parou do meu lado, dando pequenos e
rápidos olhares de lado.
"Eu nunca conheci ninguém antes que não fica excitado com seu aniversário,"
Damien disse.
Eu soltei Nala e dei nos ombros, tentando sorrir. "Só estão praticando para quando
estiver velha - tipo com 30 - e precisar mentir sobre minha idade."
Damien parou e virou seu rosto para mim. "Okayyyyy." Ele arrastou a palavra.
"Todos sabemos que vampiros de 30 anos ainda parecem ter 20 e definitivamente são
quentes. Na verdade vampiros de 130 anos ainda parecem ter 20 e são definitivamente
bonitos. Então mentir sobre sua idade não é um problema. O que está acontecendo com
você?"
Enquanto hesitei, tentando descobrir o que podia ou não dizer para Damien, ele
levantou uma sobrancelha, e a voz de professor dele disse, "Você sabe o quão sensíveis
minha gente são para emoções, então é melhor você desistir e me contar a verdade."
Eu suspirei de novo. "Vocês gays são incrivelmente intuitivos."
"Somos nós: homos - poucos, orgulhosos, e super sensíveis."
"Homo não é um termo pejorativo?"


"Não se for usado por um homo. Mas você está enrolando e isso não está
funcionando para você." Ele pôs as mãos nos quadris e bateu o pé.
Eu sorri para ele, mas sabia que a expressão não chegou nos meus olhos. Com uma
intensidade que me surpreendeu, de repente, eu desesperadamente queria contar a
verdade ao Damien.
"Eu sinto falta de Stevie Rae," eu disse antes de poder me parar.
Ele não hesitou. "Eu sei." Os olhos dele pareciam suspeitosamente úmidos.
E foi isso. Como se uma represa tivesse se quebrado dentro de mim as palavras
começaram a sair. "Ela deveria estar aqui! Ela estaria correndo como uma mulher louca
colocando decorações de aniversario e provavelmente assando um bolo sozinha."
"Um bolo realmente horrível," Damien disse com um pequeno fungo.
"Yeah, mas uma das receitas favoritas de sua mãe," eu dei o meu melhor sotaque
Okie exagerado enquanto imitava a voz country de Stevie Rae, o que me fez sorrir pelas
lagrimas, e eu pensei o quão estranho era agora que eu estava deixando Damien ver o
quão magoada eu me sentia - e enquanto me sentia desse jeito - meu sorriso chegou nos
meus olhos.
"E as Gêmeas e eu ficaríamos fulas porque ela teria insistido que todos usássemos
aqueles chapéus de aniversários pontudos com um elástico que pinica seu queixo." Ele
tremeu em um horror não tão fingido. "Deus, eles são tão feios."
Eu ri e senti um pouco do aperto no meu peito se soltar. "Tem algo sobre Stevie Rae
que me faz sentir bem." Eu não percebi que usei o verbo no presente até que o sorriso de
Damien vacilou.
"Yeah, ela era ótima," ele disse, com uma ênfase extra na palavra era enquanto
olhava para mim como se estivesse preocupado com minha sanidade. Se ele apenas
soubesse toda a verdade. Se eu pudesse contar a ele. Mas eu não podia. Se eu contasse,
isso iria levar Stevie Rae ou eu, ou nós duas, a morte. Pra sempre dessa vez.
Então, ao invés disso, eu agarrei o braço do meu amigo obviamente preocupado e
comecei a puxar ele em direção as escadas que levariam até a sala do dormitório das
garotas e meus amigos que esperavam (e seus presentes nerds).
"Vamos. Estou sentindo a necessidade de abrir presentes," eu menti
entusiasticamente.
"Ohmeudeus! Não posso esperar para você abrir o meu!" Damien disse. "Eu procurei
por ele toda a vida!"
Eu sorri e acenei apropriadamente enquanto Damien falava sobre sua Busca ao
Presente Perfeito. Normalmente ele não é tão gay. Não que o fabuloso Damien Maslin não
seja gay. Ele totalmente é. Mas ele também é alto, com cabelo marrom, grandes olhos
que o fazem parecer um excelente material para namorado (o que ele é - se você é um
cara). Ele não é um gay, mas faça o garoto falar sobre compras e ele definitivamente
mostra algumas tendências femininas. Não que eu não goste disso sobre ele. Eu acho que
ele parece fofo quando ele fala da importância de comprar bons sapatos, e agora a
tagarelice dele era suave. Estava me ajudando a me aprontar para os péssimos presente
que (infelizmente) esperavam por mim.
Pena que não podia me ajudar a enfrentar o que realmente estava me incomodando.
Ainda falando sobre sua Busca de Compras, Damien me guiou até a sala do
dormitório. Eu acenei para várias ondas de garotas empoleiras perto das TVs enquanto
íamos até o pequeno aposento que servia como laboratório de computador e biblioteca.
Damien abriu a porta e meus amigos começaram um coro totalmente desafinado de
"Parabéns pra você." Eu ouvi Nala assoviar e dando um olhar de lado eu a vi se afastar da


porta e sair trotando pelo corredor. Covarde, eu pensei, embora eu desejasse poder
escapar com ela.
A música acabou (graças a Deus), minha turma me cercou.
"Feliz-feliz" falaram as Gêmeas juntas. Ok - elas não são geneticamente gêmeas.
Erin Bates é uma garota bem branca de Tulsa e Shaunee Cole a uma adorável garota cor
de caramelo descendente de Jamaica que cresceu em Connecticut, mas as duas são tão
bizarramente parecidas que o tom de pele e região não faz diferença nenhuma. Elas são
gêmeas de aulas, o que é muito mais perto do que biologicamente.
"Feliz Aniversário, Z," disse uma profunda e sexy voz que eu conhecia muito, muito
bem. Eu sai do sanduíche de gêmeas e andei até os braços do meu namorado, Erik. Bem,
tecnicamente, Erik era um dos meus dois namorados, mas o outro Heath, era um
adolescente humano que eu namorei antes de ser Marcada e eu não deveria estar saindo
com ele agora, mas eu meio que acidentalmente suguei o sangue dele e agora tínhamos
Imprint então ele era meu namorado como conseqüência. Sim, era confuso. Sim, faz Erik
ficar brabo. Sim, eu esperava que ele me largasse a qualquer dia por causa disso.
"Obrigado," eu murmurei olhando para ele e ficando presa de novo nos seus incríveis
olhos. Erik era alto e bonito, com um cabelo escuro parecido com o de Superman e olhos
incrivelmente azuis. Eu relaxei nos braços deles, algo que eu não tinha me permitido
durante o último mês, e temporariamente me deliciei com seu cheiro delicioso e com
senso de segurança que eu sentia quando estava perto dele. Ele encontrou meu olhar e,
como nos filmes, por um segundo tudo sumiu e era apenas nós dois. Quando eu não sai
dos braços dele o sorriso dele era devagar e um pouco surpreso, o que fez meu coração
doer. Eu estava fazendo ele passar por muita coisa ultimamente - e ele nem entendia
porque. Impulsivamente, eu me ergui na ponta dos pés e o beijei, para a alegria geral dos
meus amigos.
"Hey, Erik, porque você não espalha um pouco desse açúcar de aniversário ao
redor?" Shaunee balançou as sobrancelhas para meu sorridente namorado.
"Yeah, doce coisa," Erin disse, em uma típica imitação gêmea da sobrancelha
balançada de Shaunee. "Que tal um beijo por aqui."
Eu virei os olhos para as Gêmeas. "Uh, não é o aniversário dele. Você só pode beijar
o aniversariante."
"Droga," Shaunee disse. "Eu te adoro, Z, mas não quero te beijar."
"Apenas, por favor, com beijo de pessoas do mesmo sexo," Erin disse, então ela riu
para Damien (que estava olhando adoravelmente para Erik). "Eu deixo isso para Damien."
"Huh?" Damien disse, claramente prestando mais atenção na beleza de Erik do que
nas Gêmeas.
"De novo, nós dizemos -" Shaunee começou.
"Time errado!" e Erin terminou.
Erik de uma risada natural, deu um soco do braço de Damien bem masculino, e
disse, "Hey, se eu decidir algum dia mudar de time, você será o primeiro a saber." (Outra
razão do porque eu o adoro. Ele é super legal e popular, mas ele aceita as pessoas por
quem são e nunca fica com uma atitude pra cima delas.)
"Uh, eu espero ser a primeira a saber se você mudar de time," eu disse.
Erik riu e me abraçou, sussurrando, "Não é algo que você deve se preocupar," no
meu ouvido.
Enquanto eu seriamente considerava dar outro beijo em Erik, um mini furacão na
forma do namorado de Damien, Jack Twist, entrou no aposento.


"Yea! Ela não abriu os presentes ainda. Feliz aniversário, Zoey!" Jack jogou os braços
ao nosso redor (sim, Damien e eu) e nos deu um forte abraço.
"Eu disse que você precisava se apressar," Damien disse, enquanto nos afastávamos.
"Eu sei, mas eu tinha que me certificar de que ficasse bem embrulhado," Jack disse.
Com um embrulho que só um homem gay pode fazer, ele pegou na sua bolsa
masculina uma caixa enrolada em uma folhal vermelho com uma brilhante tigela verde
que era tão grande que praticamente engolia o pacote. "Eu mesmo fiz a tigela."
"Jack é muito bom com artesanato," Erik disse. "Ele só não é bom em limpar a
sujeira."
"Desculpe," Jack disse suavemente. "Eu prometo limpar tudo depois da festa."
Erik e Jack eram colegas de quarto, provando o quanto Erik era legal. Ele é um
quintanista (em língua normal ele está no segundo ano) e ele também é o cara facilmente
mais popular da escola. Jack é um terceiranista (um calouro), o garoto novo, fofo, mas
meio nerd, e definitivamente gay. Erik podia ter feito um escândalo por ficado como
colega de um bicha e podia ter deixado de ser seu colega de quarto, e fazer da vida de
Jack um inferno na House of Night. Ao invés disso ele o colou embaixo da asa e o trata
como um irmãozinho, um tratamento estendido a Damien, que estava oficialmente saindo
com Jack a duas semanas e meia, hoje. (Todos sabemos disso porque Damien é
ridiculamente romântico e ele celebra o aniversário de duas semanas e meia assim como
celebra os semanais. Sim, faz o resto de nós rir. De um bom jeito.)
"Olá! Em falar de presente!" Shaunee disse.
"Yeah, traga a caixa com a tigela aqui para a mesa de presentes e deixe Zoey a
abrir," Erin disse.
Eu ouvi Jack sussurrar para Damien, "caixa com tigela?" e peguei o olhar de ajuda de
Damien, enquanto ele assegurava Jack, "Não, está perfeito!"
"Eu vou levar para a mesa e abrir primeiro." Eu tirei o pacote dele, me apressando
até a mesa, e comecei a tirar a tigela verde brilhante da folha vermelha dizendo, "Eu acho
que vou guardar essa tigela é tão legal."
Damien me deu uma piscada agradecida. Eu ouvi Erik e Shaunee relinchar e eu
consegui chutar um deles, o que calou os dois. Colocando a tigela de lado eu desenrolei e
abri a pequena caixa e tirei...
Oh, jeesh.
"Um globo de neve," eu disse, tentando soar feliz. "Com um boneco de neve dentro."
Ok, um globo com um boneco de neve não é um presente de aniversário. É uma
decoração de natal. Uma patética decoração de natal.
"Yeah! Yeah! E ouça isso ele toca musica!" Jack disse, praticamente pulando de
excitação quando pegou o globo de mim e apertou um botão na base para que "Frosty the
Snowmand" começasse a tocar em notas dolorosas e baratas.
"Obrigado, Jack. É muito bonito," eu menti.
"Fico feliz que tenha gostado," Jack disse. "É meio que um tema para o seu
aniversário." Então ele passou seus olhos em Erik e Damien. Os três riram uns para os
outros como pequenos garotos travessos.
Eu plantei um sorriso no meu rosto. "Oh, bem, ótimo. Então é melhor abrir o
próximo presente."
"O meu é o próximo!" Damien me entregou uma longa, e leve caixa.
Com um sorriso no lugar, eu comecei a abrir a caixa, embora não pudesse deixar de
desejar que pudesse me transformar numa gata assoviar e sair correndo do aposento.


DOIS

"Oooh, é lindo!" eu passei minha mão em cima do dobrado material do cachecol.
Chocada por ter ganhado um presente legal.
"É cashmere," Damien disse feliz.
Eu tirei da caixa, feliz por ser uma chique, cor de creme ao invés de presentes
vermelho e verde que eu normalmente ganhava. Então eu congelei, percebendo que
fiquei animada cedo demais.
"Vê o boneco de neve costurado nas pontas?" Damien disse. "Não são adoráveis?"
"Yep, adoráveis," eu disse. Claro - para o natal eles são adoráveis. Para um presente
de aniversario, nem tanto.
"Ok, nós somos as próximas," Shaunee disse, me entregando uma grande caixa
embrulhada num papel verde natal.
"E não seguimos o tema do boneco de neve," Erin disse, franzindo para Damien.
"Yeah, ninguém nos contou," Shaunee também franziu para Damien.
"Está tudo bem!" eu disse um pouco rápido e entusiasmada demais, e então rasguei
o pacote. Dentro havia uma bota de couro preto que seriam incrivelmente chiques, e
legais, e fabulosas... se não fosse pelas árvores de Natal, completa com enfeites vermelho
e dourado, que estava colocada no lado de cada bota. Isso. Só. Pode. Ser. Usado. No.
Natal. O que faz dela definitivamente um presente chato.
"Oh, obrigado." Eu tentei me emocionar. "Ela é muito fofa."
"Levou uma eternidade para encontrar," Erin disse.
"Yeah, botas lisas não dariam para a Srta. Nasceu-dia-24," Shaunee disse.
"Não, de fato. Botas de couro preto lisas nunca servem," eu disse, sentindo vontade
de chorar.
"Hey, ainda tem mais um presente."
A voz de Erik me tirou do buraco negro da minha depressão de presentes de natal-
aniversário. "Oh, algo mais?" e eu esperei que só eu tivesse escutado o tom que dizia,
"Oh, outro trágico não-presente presente?"
"Yeah, mais outra coisa." Quase bobo, ele me entregou uma caixa bem pequena de
forma retangular. "Eu realmente espero que você goste."
Eu olhei para a casa antes de a pegar e quase deu um grito de surpresa feliz. Erik
estava segurando um presente embrulhado em prata e dourado com um adesivo de uma
joalheria no meio. (Eu juro que ouvi um coro de "Aleluia" crescendo em algum lugar no
fundo.)
"É da Moody´s*"!" (*joalheria) Eu soava sem ar, mas não pude me impedir.
"Eu espero que você goste," Erik repetiu, erguendo a mão e oferecendo a pequena
caixa prata e dourada como um brilhante tesouro.
Eu rasguei o adorável pacote e expus uma caixa preta de veludo. Veludo. Eu juro.
Veludo de verdade. Eu mordi o lábio para me impedir de rir, segurei o fôlego, e a abri.
A primeira coisa que eu vi foi uma corrente de platina. Sem fala devido a felicidade
meus olhos seguiram a corrente até as lindas perolas que estavam aninhadas no veludo.
Veludo! Platina! Perolas! Eu suguei o ar para poder começar meu
ohmeudeusobrigadoErikvocêéomelhornamoradodomundo quando percebi que as perolas
tinham uma forma estranha. Elas eram defeituosas? A fabulosa e exclusiva joalheria
Moody teria roubado meu namorado? E então eu percebi o que estava vendo.
As perolas tinham a forma de um boneco de neve.


"Você gostou?" Erik perguntou. "Quando eu vi, gritou Aniversário da Zoey para mim,
e eu tive que comprar pra você."
"Yeah. Eu gostei. É, uh, único." Eu disse.
"Foi Erik que criou o tema de boneco de neve!" Jack disse feliz.
"Bem, não era realmente um tema," Erik disse, as bochechas ficando um pouco
rosas. "Eu só achei que seria diferente, e não como aqueles tipos corações que todo
mundo ganha."
"Yep, corações e coisas assim seria um típico presente de aniversário. Quem iria
querer isso?" eu disse.
"Me deixe colocar em você." Erik disse.
Não tinha nada mais para fazer a não ser tirar meu cabelo do caminho e deixar Erik
se aproximar para pegar a delicada corrente ao redor do meu pescoço. Eu podia sentir o
boneco de neve pendurado de forma pesado e nojentamente festiva em meu pescoço.
"É fofo," Shaunee disse.
"E bem caro," Erin disse. As duas Gêmeas deram os mesmos acenos de aprovação.
"Combina com meu cachecol perfeitamente," Damien disse.
"E com meu globo de neve!" Jack acrescentou.
"É definitivamente um tema natalino de aniversário," Erik disse, dando as Gêmeas
um tímido olhar, que ele responderam com olhares de perdão.
"Sim, sim, é certamente um tema de Natal," eu disse, colocando os dedos no boneco
de neve de perolas. Então eu dei a todos um sorriso muito brilhante. "Obrigado, gente. Eu
realmente aprecio todo o tempo e esforço que levou para vocês acharem presentes tão
especiais. Eu falo sério." E eu falei sério. Eu posso não gostar dos presentes, mas a
intenção por trás deles é totalmente diferente.
Meus amigos absolutamente sem noção, todos se aproximaram e demos um
estranho abraço grupal que nos fez rir. Então a porta abriu e a luz do corredor iluminou
um cabelo muito grande e loiro.
"Aqui."
Graças a Deus, meus reflexos transformando-em-vampiro eram muito bons, e eu
peguei a caixa que ela me jogou.
"Correspondência chegou para você enquanto estava aqui com seus amigos nerd,"
ela disse.
"Vá embora, Afrodite, sua bruxa," Shaunee disse.
"Antes de jogarmos neve em você e você derreter," Erin acrescentou.
"Tanto faz," Afrodite disse. Ela começou a se afastar, mas parou e me deu um
grande e inocente sorriso antes de dizer, "Bonito colar de boneco de neve." Nossos olhos
se encontram e eu juro que ela piscou para mim antes de fazer seu cabelo esvoaçar, com
sua risada flutuando no ar como uma neblina.
"Ela é totalmente vaca," Damien disse.
"Era de se imaginar que ela tivesse aprendido sua lição quando você tomou as Filhas
Negras dela, e Neferet proclamar que a deusa retirou seus dons de Afrodite," Erik disse.
"Mas a garota nunca vai mudar."
Eu olhei afiadamente para ele. Assim diz Erik Night, o ex-namorado dela. Eu não
precisei dizer as palavras em voz alta. Eu sabia pelo jeito de Erik dele olhar rapidamente
para longe de mim que era fácil ler isso em meus olhos.
"Não deixe ela estragar seu aniversario, Z," Shaunee disse.
"Ignore a bruxa odiosa. Todo mundo ignora," Erin disse.


Erin estava certa. Desde que o egoísmo de Afrodite tinha feito ela ser publicamente
expulsa da liderança das Filhas Negras, o grupo mais prestigioso da escola, assim como da
posição de sacerdotisa em treinamento e líder das Filhas Negras tinha sido dada a mim,
ela perdeu sua posição de mais popular e poderosa caloura. Nossa Alta Sacerdotisa,
Neferet, que também é minha mentora, deixou claro que nossa deusa, Nyx, retirou seu
favor em relação a Afrodite. Basicamente, Afrodite era evitada onde antes ela era
colocada num pedestal de popularidade e adoração.
Infelizmente, eu sabia que tinha mais na história do que todo mundo acreditava.
Afrodite tinha usado visões, que claramente não tinham sido tiradas dela, para salvar
minha avó assim como Heath, meu namorado humano. Claro, ela foi vaca e egoísta
durante o salvamento, mas ainda sim. Heath e vovó estavam vivos, e boa parte do credito
por isso ia para Afrodite.
Além do mais, recentemente eu descobri que Neferet, nossa Alta Sacerdotisa - minha
mentora, a vampira mais admirada da escola - não era o que ela fingia ser. Na verdade,
eu estava começando a acreditar que Neferet era provavelmente era tão maldosa quanto
poderosa.
Escuridão nem sempre equivale ao mal, assim como luz nem sempre trás o bem. As
palavras que Nyx disse para mim no dia que fui Marcada passaram por minha mente,
resumindo o problema com Neferet. Ela não era o que parecia ser.
E eu não podia contar a ninguém - ou pelo menos não para alguém vivo (o que me
deixa com minha melhor amiga morta viva que eu não consegui falar durante o mês).
Graças a Deus, eu também não tinha falado com Neferet no último mês. Ela foi embora
para um retiro na Europa e só iria voltar no Ano Novo. Eu achei que ia descobrir um plano
sobre como lidar com ela quando ela voltar. Até agora meu plano consistia apenas nisso:
bolar um plano. O que não era fácil. Merda.
"Hey, o que tem no pacote?" Jack disse, me tirando do meu pesadelo mental de
volta para minha festa de aniversario horrível.
Todos olhamos para o pacote marrom que eu ainda estava segurando.
"Eu não sei," eu disse.
"Eu aposto que é outro presente de aniversário!" Jack gritou. "Abra!"
"Oh, cara..." eu disse. Mas quando meus amigos me deram olhares confusos eu
fique muito ocupada abrindo a caixa. Dentro da caixa havia outra caixa, essa enrolada em
um lindo papel cor de lavanda.
"É outro presente de aniversário!" Jack gritou.
"Me pergunto de quem é?" Damien perguntou.
Eu estava imaginando a mesma coisa, e pensando que o papel me lembrava da
vovó, que vivia numa incrível fazenda de lavanda. Mas porque ela me enviaria um
presente pelo correio quando eu ia encontrar ela mais tarde?
Eu descobri uma suave caixa branca, que eu abri. Dentro havia outra, caixa branca
muito menos colocada por cima de vários lenços de lavanda. A curiosidade me matando,
eu tirei a pequena caixa do ninho de lenços de lavanda. Vários pedaços do papel
grudaram devido a eletricidade* (*igual quando você esfrega uma caneta e os
papeizinhos se grudam nela) no fundo e dos lados da caixa livre, e os tirei antes de abrir.
Enquanto eles flutuaram para a mesa eu espiei dentro da caixa e suguei o ar em choque.
Na "cama" de algodão branco havia o mais lindo bracelete de prata que eu já vi. Eu o
peguei, fazendo barulhinhos devido ao brilhantes pingentinhos.
Havia estrelas do mar e conchas e cavalos marinhos, e cada um deles eram
separados por adoráveis pequenos corações de prata.


"É absolutamente perfeito!" eu disse, balançando meu pulso. "Eu me pergunto quem
pode ter me mandado isso?" Rindo, eu virei meu pulso para cima e para baixo, deixando
as luzes que eram tão suaves em nosso olhos sensíveis de calouros tocar a prata polida e
faze um reflexo. "Deve ter sido vovó, mas isso é estranho porque eu vou encontrar ela
daqui...,' e eu percebi que todos estavam em um silencio totalmente, absolutamente
desconfortável.
Eu olhei para o meu pulso e depois para meus amigos. Suas expressões passavam
por choque (Damien) a irritação (as Gêmeas) para raiva (Erik).
"O que?"
"Aqui," Erik disse, me entregando um cartão que deve ter caído fora da caixa junto
com os lenços.
"Oh," eu disse, instantaneamente reconhecendo a letra. Oh, diabos! Era do Heath.
Mais conhecido como namorado numero 2. Enquanto eu li a curta nota eu senti meu rosto
ficar cada vez mais vermelho e eu sabia que estava numa cor totalmente nada atraente de
vermelho brilhante.

Zo - FELIZ ANIVERSÁRIO! Eu sei o quanto você odeia aqueles horríveis presentes
que tentam juntar o seu aniversário com o natal, então te mandei algo que eu sei que
você vai gostar. Hey! Não tem nada a ver com natal! Duh! Estou odiando essa estúpida
Ilha e as férias chatas com meus pais e estou contado os dias até poder ficar com você de
novo. Te vejo no dia 26! Eu te amo!

Heath.

"Oh," eu repeti como uma total retardada. "É, uh, do Heath." Eu queria poder
desaparecer.
"Por favor. Apenas, por favor. Porque você não disse a alguém que não gosta de
presentes de aniversário que tem a ver com Natal?" Shaunee disse em seu jeito direto.
"Yeah, tudo que você tinha que fazer era dizer algo," Erin disse.
"Uh," eu disse sucintamente.
"Pensamos que o tema do boneco de neve era uma idéia fofa, mas não é se você
odeia coisas de natal," Damien disse.
"Eu não odeio coisas de natal," eu consegui dizer.
"Eu gosto de globos de neve," Jack disse suavemente, parecendo prestes a chorar.
"A parte da neve me faz feliz."
"Parece que Heath sabe mais do que você gosta do que nós." A voz de Erik era chata
e sem emoção, mas seus olhos eram negros e magoados, o que fez meu estomago se
apertar.
"Não, Erik, não é assim," eu disse rapidamente, dando um passo em direção a ele.
Ele se afastou como se eu tivesse alguma terrível doença que ele podia pegar, e de
repente eu fiquei fula. Não era minha culpa Heath me conhecer desde a terceira série e
ter descoberto o problema com presentes de natal-aniversário anos atrás. Ok, sim, ele
sabia coisas sobre mim que o resto deles não sabia. Não havia nada estranho nisso! O
cara estava na minha vida a 7 anos. Erik e Damien, as Gêmeas e Jack estavam na minha
vida a dois meses - ou menos. Como isso é minha culpa?
Propositalmente, eu olhei para o meu relógio de forma que todos pudessem ver. "Eu
deveria me encontrar com vovó na Starbucks em 15 minutos. É melhor não me atrasar."
Eu andei até a porta, mas parei antes de sair da biblioteca. Eu virei e olhei para meus


amigos. "Eu não queria magoar ninguém. Eu sinto muito se o bilhete de Heath fez vocês
se sentirem mal - mas isso não é minha culpa. E eu contei a alguém que eu não gosto
quando as pessoas juntam meu aniversario com o natal - eu contei para Stevie Rae."


TRÊS

A Starbucks na Utica Square, o legal shopping ao ar livre que era logo na rua
debaixo da House of Night, estava muito mais cheia do que achei que estaria. Quero
dizer, era uma rara noite quente de inverno, mas também era 24 de dezembro, e quase 9
da noite. É de se imaginar que as pessoas estariam em casa se preparando para visões de
bombons e uma coisa qualquer, e não procurando por café.
Não, eu disse a mim mesma firmemente, eu não vou estar de mal humor para falar
com vovó. Eu mal a vejo, e não vou estragar o pouco tempo que temos juntas. Além do
mais, vovó sabia do fato de que presentes de aniversario natalinos são totalmente chatos.
Ela sempre me compra algo tão único e maravilhoso quanto ela.
"Zoey! Estou aqui!
Na parte mais distante da Starbucks na área da calçada eu podia ver os braços da
vovó acenando para mim. Dessa vez não tive que plantar um sorriso falso. A onda de
felicidade de ver ela sempre me trazia um sorriso autentico e eu estava me esquivando na
multidão para me apressar até ela.
"Oh, Zoeybird! Eu senti sua falta, U-we-tsi-a-ge-ya!" A palavra Cherokee para palavra
se enrolou ao meu redor, junto com os braços quentes e familiares de vovó, que tinham o
doce, e suave cheiro de lavanda e de casa. Eu me segurei nela, absorvendo amor,
segurança e aceitação.
"Eu senti sua falta, vovó."
Ela me apertou mais uma vez e então me afastou um pouco. "Me deixe olhar para
você. Sim, eu posso perceber que tem 17 anos. Você parece tão mais madura, e eu acho
que um pouco mais alta do que quando você tinha 16."
Eu ri. "Oh, vovó, você sabe que eu não estou diferente."
"É claro que está. Idade sempre acrescenta beleza e força para um certo tipo de
mulher - e você é esse tipo."
"E você também, vovó. Você está ótima!" Eu não estava só dizendo por dizer. Vovó
tinha um zilhão de anos - pelo menos uns 50 e poucos - mas ela parecia muito jovem para
mim. Ok, não muito jovem como uma mulher vampira que parece ter vinte e poucos
quando tem 50 e poucos (ou cento e cinqüenta e poucos). Avó era uma adorável humana
jovem com seu grosso cabelo prateado e seus gentis olhos marrons.
"Eu queria que você não tivesse que cobrir suas adoráveis tatuagens aqui." Os dedos
de vovó descansaram brevemente na minha bochecha onde passei a concentrada
maquiagem que calouros tinham que usar sempre que saíssem do campus da House of
Night. Sim, humanos sabiam que vampiros existem - vampiros adultos não se escondiam.
Mas as regras para calouros eram diferentes. Eu suponho que faça sentido - adolescentes
nem sempre lidam bem com conflitos - e os humanos tendem a ter conflitos com
vampiros.
"É assim que funciona. Regras são regras, vovó," eu dei nos ombros.
"Você não cobriu as lindas Marcas no seu pescoço e ombros, cobriu?"
"Não, é por isso que estou usando essa jaqueta." Eu olhei ao redor para me certificar
de que ninguém estava olhando para nós, então afastei meu cabelo e abaixei o ombro da
minha jaqueta para que as linhas safiras do meu pescoço e ombros ficasse visível.
"Oh, Zoeybird, é mágico," vovó disse suavemente, "estou tão orgulhosa pela deusa
ter Escolhido você como especial e tenha te Marcado de forma tão única."
Ela me abraçou de novo, e eu me segurei nela, incrivelmente feliz por ter ela em
minha vida. Ela me aceitava pelo que eu era. Não importava para ela que eu estava


virando uma vampira. Não importava para ela que eu já estava experimentando ânsia por
sangue e que eu tinha o poder de manifestar os cinco elementos: ar, fogo, água, terra, e
espírito. Para vovó, eu era sua verdadeira u-we-tsi-a-ge-ya, a filha do seu coração, e todo
o resto que vinha comigo era só coisas secundarias. Era estranho e maravilhoso que ela e
eu pudéssemos ser tão intimas e tão parecidas quando sua filha verdadeira, minha mãe,
era tão completamente diferente.
"Aí está você. O transito estava horrível. Eu odeio deixar Broken Arrow e lutar pra
chegar a Tulsa durante o movimento do feriado."
Como se meus pensamentos de alguma forma tragicamente a tivessem conjurado, a
voz da minha mãe jogou água fria na minha felicidade. Vovó e eu nos soltamos para ver
minha mãe parada perto da nossa mesa, segurando uma caixa retangular de padaria e um
presente embrulhado.
"Mamãe?"
"Linda?"
Vovó e eu falamos juntas. Não foi surpresa vovó parecer tão chocada quanto eu pelo
aparecimento repentino da minha mãe. Vovó nunca teria convidado minha mãe sem me
dizer. Nós duas tínhamos a mesma imagem da minha mãe. Ela nos fazia triste. E nós
desejávamos que ela mudasse. Mas sabíamos que ela provavelmente não mudaria.
"Não fiquem tão surpresas. Como se eu não fosse aparecer para a celebração do
aniversario da minha própria filha?"
"Mas, Linda, quando falei com você semana passada você disse que ia mandar o
presente de aniversario de Zoey pelo correio." Vovó disse, parecendo tão incomodada
quanto eu me sentia.
"Isso foi antes de você dizer que ia encontrar ela aqui." Minha mãe disse a vovó,
então ela franziu para mim. "Não é como se Zoey tivesse me convidado, mas estou
acostumada a ter uma filha que não me considera."
"Mãe, você não fala comigo a um mês. Como eu poderia convidar você pra qualquer
lugar?" Eu tentei manter meu tom neutro. Eu realmente não queria que a visita de vovó
deteriorasse em uma enorme cena dramática, mas minha mãe não tinha dito 10 frases e
já estava me irritando. A não ser pelo estúpido cartão de natal-aniversário que ela me
mandou, a única comunicação que eu tive com minha mãe foi quando ela e seu horrível
marido, o padrasto-perdedor, tinham vindo para a visitação dos pais na House of Night
um mês atrás. E foi um pesadelo. O padrasto-perdedor, que era um ancião da Igreja das
Pessoas da Fé, foi como sempre um mente pequena, julgador, teimoso e tinha terminado
basicamente sendo expulso e avisado para nunca mais voltar. Como sempre, minha mãe
tinha ido junto com ele como uma boa esposa submissa.
"Você recebeu meu cartão?" O tom amargo da minha mãe começou a afetar meu
olhar firme.
"Sim, mãe. Recebi."
"Vê, eu estive pensando em você."
"Ok, mãe."
"Sabe, você poderia ligar para sua mãe de vez enquando," ela disse um pouco
chorosa.
Eu suspirei. "Desculpe, mãe. A escola tem estado uma loucura com as provas de fim
de semestre tudo mais."
"Espero que você esteja tirando boas notas naquela escola."
"Estou, mãe." Ela me fez sentir triste e sozinha e com raiva ao mesmo tempo.


"Bem, ótimo." Minha mãe limpou suas lagrimas e começou a mexer no pacote que
ela trouxe. Com uma voz obviamente forçada de alegria ela disse, "Anda, vamos sentar.
Zoey, você entra na Starbucks e pega algo pra gente beber em um minuto. É uma boa
coisa sua avó ter me convidado. Como sempre, mais ninguém pensou em trazer um bolo."
Nós sentamos e minha mãe lutou com a fita adesiva na caixa da padaria. Enquanto
ela estava ocupada, vovó e eu dividimos um olhar de completo entendimento. Eu sabia
que ela não tinha convidado minha mãe, e ela sabia que eu absolutamente odiava bolo de
aniversario. Especialmente do tipo barato e super açucarado que minha mãe sempre
pedia.
Com uma horrível fascinação geralmente reservada para olhar para acidentes de
carro eu vi mamãe abrir a caixa da padaria e revelar um pequeno bolo quadrado com
apenas uma camada. O genérico Feliz Aniversário estava escrito em vermelho, que
combinava com os copos-de-leite em cada canto. Açúcar cristalizado cobria o negocio
todo.
"Não parece bom? Bonito e natalino," mamãe disse enquanto tentava tirar o adesivo
de metade do preço da caixa. Então ela congelou e olhou para mim com olhos bem
abertos. "Mas você não celebra mais natal, celebra?"
Vovó explicou antes que eu. "Linda, Yule era celebrado muito antes do natal.
Pessoas antigas decoravam árvores de natal," ela disse a palavra com uma intonação
levemente sarcástica, "a centenas de anos. Foram os cristão que adaptaram suas
tradições dos Pagãos, não ao contrario. Na verdade, a Igreja escolheu o dia 25 de
dezembro para a data do nascimento de Jesus para que coincidisse com a data de Yule.
Se você lembrar, o tempo todo que você estava crescendo passávamos manteiga de
amendoim, pendurávamos maças e pipoca e amoras juntas, e decorávamos uma árvore
do lado de fora que sempre era chamada de árvore Yule, junto com nossa árvore de natal
do lado de dentro." Vovó deu um sorriso meio triste, meio confuso, para sua filha antes de
se virar para mim. "Então vocês decoraram as árvores no campus?"
Eu acenei. "Yeah, elas estão incríveis, e as aves e os esquilos estão completamente
loucos também."
"Bem, porque você não abre nossos presentes, então podemos comer bolo e tomar
café?" Minha mãe disse, agindo como se vovó e eu não tivéssemos falado.
Vovó falou polidamente. "Sim, eu estava ansiosa para te dar isso já faz um mês." Ela
se inclinou e tirou dois presentes do lado dela da mesa. Um era grande e tentador com
brilhantes e coloridos (e definitivamente não natalino) papel de embrulho. O outro era do
tamanho de um livro e estava coberto por um papel creme que você encontra em uma
boutique chique. "Abra esse primeiro." Vovó empurrou o maior presente para mim e eu
ansiosamente o desembrulhei para encontrar a mágica da minha infância embaixo dele.
"Oh, vovó! Muito obrigado!" eu pressionei meu rosto no brilhante lavanda que ela
plantou em um vaso púrpura e inalei. O aroma da incrível erva trouxe lembranças dos
verões preguiçosos e os dias de piquenique com vovó. "É perfeito," eu disse.
"Eu tive que correr na estufa para que ela florescesse para você. Oh, e você vai
precisar disso." Vovó me deu uma grande sacola. "Tem uma lâmpada para crescimento e
um suporte para você ter certeza que ela receba luz suficiente sem ter que abrir as
cortinas do seu quarto e machucar seus olhos."
Eu ri para ela. "Você pensa em tudo." Eu olhei para minha mãe, e vi que ela tinha
aquele olhar em branco no rosto que eu sabia significava que ela queria estar em outro
lugar. Eu queria perguntar por que ela se incomodou em vir, mas dor fechou minha


garganta, o que me surpreendeu. Eu pensei ter crescido alem da habilidade dela de me
magoar. Parece que na verdade ter 17 anos não é ser tão velha quanto eu imaginava.
"Aqui, Zoeybird, eu te comprei outra coisa," vovó disse, me entregando o presente
embrulhando com o papel chique. Eu pude ver que ela começou a notar o silencio de
pedra a minha mãe e, como sempre, ela estava tentando me recompensar por sua filha.
Eu engoli o nó na minha garganta e desembrulhei o presente que revelou um livro
com capa de couro que era obviamente antigo e sujo. Então notei o titulo e arfei.
"'Drácula' Você me comprou uma antiga edição de Drácula!"
"Olhe para a pagina dos direitos autorais, querida," vovó disse, os olhos brilhante de
deleite.
Eu virei a pagina de publicação e não podia acreditar no que vi. "Ohmeudeus! É a
primeira edição!"
Vovó riu feliz. "Vire algumas paginas." Eu virei, e encontrei a assinatura de Stoker
embaixo da pagina do titulo datado de janeiro, 1899.
"É uma primeira edição autografada! Deve ter custado um zilhão de dólares!" Eu
joguei meus braços para cima e abracei vovó.
"Na verdade, eu encontrei numa velha livraria que estava falindo. Foi uma barganha.
Só é a primeira edição da publicação americana de Stoker."
"É legal muito além do possível, vovó! Muito obrigado."
"Bem, eu sei o quanto você gosta dessa assustadora antiga história, e devido aos
recentes eventos eu achei que seria ironicamente engraçado para você ter uma edição
autografada," vovó disse.
"Você sabia que Bram Stoker teve um Imprint com uma vampira, e que é por isso
que ele escreveu o livro?" eu disse enquanto com-muito-cuidado virava as paginas do
grosso livro, observando as velhas ilustrações, que eram, de fato, assustadoras.
"Eu não fazia idéia que Stoker teve uma relação com uma vampira," vovó disse.
"Eu não chamaria ser mordido por uma vampira e então ser colocado sob um feitiço
de relação," minha mãe disse.
Minha avó e eu olhamos para ela. Eu suspirei. "Mãe, é muito possível para um
vampiro e um humano terem uma relação. Isso é o que é o Imprint." Bem, também tinha
a ver com ânsia por sangue e um serio desejo, junto com um link psíquico que podia ser
desconcertante, tudo pelo qual eu conhecia por minha própria experiência com Heath.
Mas eu não ia mencionar isso para minha mãe.
Minha mãe tremeu como se algo nojento tivesse passado seus dedos pela espinha
dela. "Parece nojento para mim."
"Mãe. Você não entende que só existem duas escolhas bem especificas para o meu
futuro? Uma seria eu me tornar a coisa que você diz ser nojenta. A outra é que nos
próximos quatro anos eu vou morrer." Eu não queria entrar nisso com ela, mas a atitude
dela estava me irritando seriamente. "Então você prefere me ver morta ou uma vampira
adulta?"
"Nenhum dos dois, é claro," ela disse.
"Linda," vovó pôs uma mão na minha perna debaixo da mesa e apertou. "O que
Zoey está dizendo é que você precisa aceitar ela e seu novo futuro, e que sua atitude está
magoando ela."
"Minha atitude!" eu pensei que minha mãe ia começar com uma das suas tiradas
sobre "porque você está sempre me enchendo", mas ao invés disso ela me surpreendeu
por respirar fundo e então me olhar diretamente nos olhos. "Eu não quero te magoar,
Zoey."


Por um segundo ela parecia como antigamente, como a mãe que ela era antes de
casar com John Haffer e virar a Perfeita Esposa da Igreja, e eu senti meu coração se
apertar. "Mas você me magoa, mãe." Eu me ouvi dizer.
"Desculpe," ela disse. Então ela estendeu sua mão até mim.
"Que tal tentarmos essa coisa de aniversário de novo?"
Eu pus minha mão na dela, me sentindo cuidadosamente esperançosa. Talvez parte
da minha antiga mãe estivesse dentro dela. Quero dizer, ela veio sozinha, sem o padrasto-
perdedor, o que era bem perto de um milagre. Eu apertei a mão dela e sorri. "Parece bom
para mim."
"Bem, então, você deveria abrir seu presente e vamos comer bolo," Minha mãe
disse, deslizando a caixa que estava perto do ainda intocado bolo.
"Ok!" Eu tentei manter um entusiasmo na minha vó, embora o presente estivesse
enrolado com um papel coberto de uma cena nativa verde. Meu sorriso se manteve até
que reconheci a capa branca de couro e as letras douradas. Com meu coração afundando
no estomago, eu virei o livro e li: O mundo sagrado, Edição das Pessoas da Fé escrito com
a letra cursiva dourada na capa. Outro brilho excessivo chamou minha atenção. Na parte
de baixo da capa estava escrito, A Família Heffer. Havia um marcador de texto de veludo
vermelho com uma franja dourada presa dentro das primeiras paginas do livro e, tentando
conseguir tempo para pensar em algo para dizer a não ser "esse é um presente
maravilhoso," eu deixei as paginas abrirem ali. Então eu pisquei, esperando que o que eu
estava lendo fosse só um truque do meu olho. Não. Estava realmente ali. O livro abriu na
árvore da família. No terceiro dorso do lado esquerdo escrito no que eu facilmente
reconheci com a letra do meu padrasto-perdedor, o nome da minha mãe LINDA HEFFER
foi acrescentado. Uma linha tido sido desenhada para ligar ela a JOHN HEFFER, com a
data do casamento deles do lado, embaixo do nome deles, escrito como se tivéssemos
nascido deles, estavam os nomes do meu irmão, minha irmã, e eu.
Ok, meu pai biológico, Paul Montgomey, nos abandonou quando eu era só uma
criança e tinha desaparecido da face da terra. De vez enquando uma pateticamente
pequena pensão chegava dele sem endereço para devolução, mas fora esses raros
instantes, ele não era parte da nossa vida a 10 anos. Sim, ele era um péssimo pai. Mas ele
era meu pai, e John Heffer, que eu seriamente odiava, não era.
Eu olhei da falsa árvore genealógica para os olhos da minha mãe. Minha voz soava
surpreendentemente firme, até mesmo calma, mas dentro de mim eu era uma bagunça
de emoções. "O que você estava pensando quando decidiu me dar esse presente?"
Ela pareceu incomodada com minha pergunta. "Estávamos pensando que você
gostaria de saber que ainda é parte dessa família."
"Mas eu não sou. Eu não sou a um longo tempo, antes até de ser Marcada. Você
sabe disso e eu sei disso e John sabe disso."
"Seu pai certamente não-"
Eu levantei minha mão para cortar ela. "Não! John Heffer não é meu pai. Ele é seu
marido, e isso é tudo que ele é. Sua escolha - não minha. Isso é tudo que ele sempre foi."
As palavras que estavam saindo de dentro de mim desde quando minha mãe apareceu
saíram e uma hemorragia de raiva passou pelo meu corpo. "Esse é o negocio, mãe.
Quando você comprou meu presente você deveria estar escolhendo algo que achasse que
eu ia gostar, não algo que seu marido queria que enfiar na minha goela abaixo."
"Você não sabe o que está falando, mocinha," minha mãe disse. Então ela olhou
para vovó. "Ela puxou essa atitude de você."


Minha avó ergueu uma sobrancelha prateada para a filha e disse, "Obrigado, Linda,
essa pode ter sido a coisa mais gentil que você já me disse."
"Onde ele está?" Eu perguntei a minha mãe.
"Quem?"
"John. Onde ele está? Você não veio aqui por mim. Você veio aqui porque ele queria
que você me fizesse sentir mal, e isso não é algo que ele iria perder. Então onde ele
está?"
"Eu não sei do que você está falando." Os olhos dela passaram ao redor de forma
culpada, e eu sabia que tinha adivinhado certo.
Eu levantei e chamei da calçada. "John! Apareça, apareça, de onde estiver!"
Certa, um homem saiu do balcão que estava no lado oposto da calçada perto da
entrada da Starbucks. Eu o estudei enquanto ele andava até nós, tentando entender o
que minha mãe tinha visto nele. Ele era um cara totalmente nada espetacular. Altura
média - cabelo escuro e ficando cinza - um queixo fraco - ombros estreitos - pernas finas.
Não era até você olhar nos olhos dele que você via algo raro, e então o que se revelava
era uma ausência de calor. Eu sempre achei estranho um cara tão frio e sem alma falar
sobre religião.
Ele alcançou nossa mesa e começou a abrir a boca, mas antes de falar eu joguei
meu "presente" nele.
"Fique com ele. Não é minha família nem minhas crenças," eu disse, olhando para
ele com sinceridade nos olhos.
"Então você está escolhendo o mal e a escuridão," ele disse.
"Não, estou escolhendo uma deusa amorosa que me Marcou como igual e me deu
poderes especiais. Eu escolho um caminho diferente do seu. É só isso."
"Como eu disse, você escolhe o mal." Ele pôs as mãos nos ombros da minha mãe,
como se ela precisasse do apoio dele para ser capaz de ficar sentada ali. Ela cobriu as
mãos dele com as dela e fez sons de fungo.
Eu o ignorei e me centrei nela.
"Mãe, por favor, não faça isso de novo. Se você me aceitar, e realmente quiser me
ver, então ligue e nos encontraremos. Mas fingir que quer me ver por que John te diz o
que fazer para me magoar não é bom para nenhuma de nós."
"É bom para uma esposa ser submissa a seu marido," John disse.
Eu pensei em mencionar sobre o quanto chauvinista e machista e errado ele soava,
mas ao invés disso eu decidi não desperdiçar saliva e disse, "John vai pro inferno."
"Eu queria que você desse as costas para o mal," minha mãe disse, chorando
suavemente.
Minha avó falou. A voz dela era triste, mas firme. "Linda é uma infelicidade que você
tenha encontrado e então caído completamente no sistema de crenças que insiste que
diferente significa mal."
"O que sua filha encontrou é Deus, não graças a você." John surtou.
"Não. Minha filha encontrou você, e é triste, mas verdade, que ela nunca gostou de
pensar por si. Agora você está pensado por ela. Mas aqui está um pequeno pensamento
independente que Zoey e eu gostaríamos de deixar com você," vovó continuou falando
enquanto pegou a lavanda e a primeira edição de Drácula, e então pegou meu cotovelo e
me levantou. "Aqui é a América, e isso significa que você não tem o direito de pensar pelo
resto de nós. Linda, eu concordo com Zoey. Se você encontrar algum senso na sua cabeça
e quiser nos ver porque nos ama como te amamos, então me ligue. Se não, eu não quero


mais ouvir falar de você." Vovó pausou e balançou a cabeça enojada para John. "E você,
eu não quero mais ouvir falar de você, não importa o que."
Enquanto nos afastávamos, a voz de John foi até nós, afiada e cortada com ódio e
raiva. "Oh, você vai ouvir de mim de novo. As duas vão. Há muitas pessoas boas,
decentes e tementes a Deus que estão cansadas de tolerar o mal de vocês, que acreditam
que chega é chega. Não iremos viver lado a lado com adoradores da escuridão por muito
mais tempo. Marque minhas palavras... espere e verão... e dessa vez vão se
arrepender..."
Graças a Deus, logo estávamos além do alcance da voz dele. Eu senti que ia chorar
até perceber o que minha doce e velha avó estava murmurando para si mesma.
"Aquele homem é uma droga de um cocô de macaco."
"Vovó!" eu disse.
"Oh, Zoeybird, eu chamei o marido da sua mãe de droga de cocô de macaco em voz
alta?"
"Sim, vovó, você chamou."
Ela olhou para mim, e seus olhos escuros brilharam. "Ótimo."


QUATRO

Vovó tentou salvar o resto da celebração do meu aniversário. Andamos pela Utica
Square até o Restaurante Stonehorse, onde decidimos comer um bolo de aniversário
descente. O que significa que vovó tomou duas taças de vinho tinto e eu tomei uma coca
com um enorme, e grudento pedaço de bolo do diabo. (Sim, nós gostamos da ironia.)
Vovó não tentou fabricar alguma porcaria de desculpa sobre a minha mãe não ter
falado sério... ela vai dar a volta por cima... só dê a ela tempo... blá... blá... blá. Vovó foi
muito mais pratica e muito mais legal que isso.
"Sua mãe é uma mulher fraca que só consegue encontrar identidade através de um
homem," ela disse enquanto tomava um gole de vinho. "Infelizmente, ela escolheu um
péssimo homem."
"Ela nunca vai mudar, vai?"
Vovó tocou minha bochecha gentilmente. "Ela pode, mas eu honestamente duvido.
Zoeybird."
"Eu gosto que você não minta pra mim, vó," eu disse.
"Mentir não conserta as coisas. Nem facilita as coisas, pelo menos não a longo prazo.
Melhor falar a verdade e então limpar uma honesta confusão."
Eu suspirei.
"Querida, você tem uma confusão que precisa limpar?" Vovó perguntou.
"Yeah, mas infelizmente não é uma honesta." Eu dei a vovó um sorriso
envergonhado e contei a ela sobre a minha desastrosa festa de aniversário.
"Sabe, você vai ter que dar um jeito nesse problema com namorado. Heath e Erik
não vão agüentar um ao outro por muito tempo." Ela levantou seus dedos, medindo um
centímetro junto a palavra "muito tempo."
"Eu vou, mas Heath esteve no hospital por quase uma semana depois de todo o
problema do serial killer que eu o salvei, e então seus pais o levaram para as Ilhas
Cayman para as férias de Natal. Eu não o vejo a um mês. Então não tive chance para
resolver os problemas sobre Heath e Erik." Eu me concentrei em raspar o fundo do prato
ao invés de olhar para vovó. O "todo o problema do serial killer" era mentira. Eu salvei
Heath, mas não foi de algum humano maluco. Eu o salvei de um grupo de criaturas que
minha melhor amiga, a morta viva Stevie Rae, foi (e provavelmente ainda é) a líder. Mas
eu não podia contar a vovó isso. Eu não podia contar a ninguém, porque atrás disso
estava a Alta Sacerdotisa da House of Night, minha mentora, Neferet, e ela psíquica
demais para o meu próprio bem. Ela parece não conseguir ler minha mente, pelo menos
não muito bem, mas se eu conto a alguém - ela lê a mente dele - e ficamos com muitos
problemas.
Em falar em estresse.
"Talvez você devesse ir pra casa e resolver," vovó disse. Então, quando ela viu meu
olhar assustado ela acrescentou, "Quero dizer, resolver seus problemas com presente de
natal-aniversário, com Heath e Erik."
"Oh, ótimo. Yeah, eu deveria fazer isso." Eu parei, pensando sobre o que ela tinha
dito. "Sabe, ele realmente se transformou em casa."
"Eu sei." Ela sorriu. "Estou feliz por você. Você está encontrando seu lugar, Zoeybird,
e estou orgulhosa de você."
Vovó me levou até onde eu estacionei o antigo VW Fusca, e me abraçou dando
tchau. Eu a agradeci por seus grandes presentes de novo, e nenhuma de nós mencionou
minha mãe. Isso é algo que não faz bem nenhum comentar. Eu disse a vovó que eu ia


voltar para a House of Night para consertar as coisas com meus amigos, e falei sério. Mas
ao invés disso eu descobri dirigindo para o centro. De novo.
No último mês toda a noite que eu podia dar uma desculpa esfarrapada para sair
sozinha, eu andei assombrando as ruas do centro de Tulsa. Assombrando... eu bufei para
mim mesma. Essa era uma excelente palavra para usar em minha busca por minha
melhor amiga, Stevie Rae, que morreu a um mês atrás, e se tornou uma morta viva.
Sim, era tão estranho quanto soa.
Calouros morrem. Todos sabemos disso. Eu testemunhei a morte de dois dos três
que morreram desde que estive na House of Night. Ok, então todos sabíamos que
podíamos morrer. O que ninguém sabia era que os últimos três calouros que morreram
foram ressuscitados, ou reviveram, ou... diabos! Eu suponho que um jeito fácil de
descrever é que eles se transformaram nos estereotipo dos vampiros: vivos mortos que
são monstros que sugam sangue sem humanidade. E todos cheiram mal, também.
Eu sabia por que tinha tido o asas para ver o que primeiro eu achei que fosse o
fantasma dos dois calouros que morreram. Então adolescentes humanos começaram a ser
mortos, e parecia que alguém estava tentando fazer parecer que um vampiro era o
assassino. Isso foi uma droga, especialmente porque eu conhecia os dois primeiros
garotos que foram mortos, e a atenção da policia se voltou para mim por um tempo. O
que foi ainda pior era que Heath foi o terceiro humano a ser seqüestrado.
Bem, eu não podia deixar ele ser morto. Além do mais, nós meio que acidentalmente
tivemos um Imprint. Com a ajuda de Afrodite eu descobri como seguir o Imprint até
Heath. A policia achou que eu resgatei um bem acabado Heath de um humano serial
killer.
O que eu realmente tinha descoberto?
Minha amiga morta viva e seus nojentos seguidores. Eu tirei Heath de lá (o "lá" eram
os velhos túneis proibidos no centro, embaixo do abandonado deposito de Tulsa) e
confrontei Stevie Rae. Ou o que sobrou dela.
Vê, um problema era que eu não acreditava que toda a humanidade dela tinha sido
destruída, como parecia ter acontecido com os outros mortos vivos e muito nojentos ex-
calouros que estavam tentando se alimentar de Heath.
O segundo problema era Neferet. Stevie Rae me disse que ela era a responsável por
aquilo. Eu sabia que era verdade porque Neferet colocou um horrível feitiço em Heath e
eu logo depois da policia aparecer. Ele deveria nos fazer esquecer tudo que tinha
acontecido nos túneis. Eu acho que funcionou com Heath. Só funcionou comigo
temporariamente. Eu usei o poder dos cinco elementos para quebrar o feitiço em mim.
Então, resumindo. Desde então eu estava preocupada com o que diabos eu ia fazer
sobre: um, Stevie Rae; dois, Neferet; três, Heath. Pode parecer que nenhuma das minhas
preocupações esteve por perto no último mês, mas não ajudou.
"Certo," eu disse em voz alta, "é meu aniversário, e que aniversario de merda ele foi,
até mesmo para mim. Então, Nyx, só vou pedir para você um favor de aniversário. Eu
quero encontrar Stevie Rae." Eu adicionei com pressa ,"por favor." (Como Damien teria
me lembrado, quando falar com a deusa é melhor ser educada.)
Eu não esperava nenhum tipo de resposta, então quando as palavras abaixe sua
janela, continuou indo ao redor da minha mente, eu pensei que eram as letras de uma
musica do radio. Mas meu radio não estava ligado, e as palavras não tinham nenhuma
musica com elas - além do mais, elas estavam dentro da minha cabeça e não saindo do
meu radio.
Me sentindo mais do que um pouco nervosa em abaixei minha janela.


Esteve raramente quente a semana toda. Hoje o pico foi 15 graus, o que era
estranho para o dezembro, mas era Oklahoma, e estranho era só outra palavra para o
tempo de Oklahoma. Ainda sim, era perto da meia noite e a noite definitivamente esfriava.
Não que me incomodasse. Vampiros adultos não sentem o frio na mesma intensidade que
os humanos. Não, não é porque eles são pedaços frios e mortos de carne reanimada
(eesh, mais pode ser o que Stevie Rae é). É porque o metabolismo deles é muito diferente
dos humanos. Como uma caloura, especialmente que é mais avançada que a maior parte
dos garotos que foram marcados a apenas dois meses, minha resistência para o frio já era
muito melhor que de garotos humanos. Então o ar frio entrando no meu Fusca não me
incomodou, o que foi estranho porque de repente eu comecei a espirrar e me sentir meio
assustada.
Uhg, o que era esse cheiro? Era como um porão com fungos e salada de ovo que
não foi refrigerada rápido o bastante e sujeira tudo misturado junto para fazer um nojento
perfume que era nojentamente familiar.
"Ah, diabos!" Eu percebi o que estava sentindo e passei meu Fusca por um beco
para estacionar um pouco ao norte da estação de ônibus do centro. Mal demorei para
fechar minha janela e fechar a porta (eu morreria se minha primeira edição de Drácula
fosse roubada) antes de sair do carro e correr para calçada onde fiquei bem parada e
cheirei o ar. Eu senti o cheiro imediatamente. Uhg. Era horrível demais para ignorar. Era
muito horrível para ignorar. Ainda cheirando como um cão retardado, eu comecei a seguir
meu nariz pela calçada para longe das confortáveis luzes da estação de ônibus.
Eu a encontrei em um beco. Primeiro eu achei que ela estava inclinada por cima de
uma enorme sacola cheia de lixo e meu coração se apertou. Eu tinha que tirar ela desse
tipo de vida - eu tinha que descobrir um jeito de manter ela segura até essa coisa horrível
que aconteceu com ela ser consertada. Ou ela precisa morrer de uma vez por todas. Não!
Eu fechei minha mente para esse tipo de pensamento. Eu vi Stevie Rae morrer uma vez.
Eu não ia fazer isso de novo.
Mas antes de poder chegar até ela e a envolver em meus braços (enquanto segurava
a respiração) e dizer a ela que tudo ficaria bem, o lixo se gemeu e se mexeu e eu percebi
que Stevie Rae não estava cavando dentro de um lixo, ela estava mordendo um sem teto
no pescoço!
"Oh, deus! Jessh, dá pra parar!"
Com uma velocidade nada humana, Stevie Rae virou. O sem teto caiu no chão, mas
Stevie Rae se manteve segurando um dos pulsos sujos dele. Os dentes cerrados e olhos
brilhando em um tom muito assustador de vermelho ela assoviou para mim. Eu estava
enojada demais para ficar assustada ou até mesmo surtar. Além do mais, eu acabei de ter
um terrível aniversario e as pessoas, mesmo a minha melhor amiga morta viva, estavam
me irritando.
"Stevie Rae, sou eu. Da pra parar com essa merda. Além do mais, é um ridículo
clichê vampiro."
Ela não disse nada por um segundo, e eu tive o terrível pensamento de que ela
poderia de alguma forma ter deteriorado no mês desde que eu a vi, a um ponto em que
ela praticamente igual ao resto deles - bestial e inalcançável. Meu estomago deu uma
virada dolorosa, mas eu encontrei os olhos vermelhos dela e virei os meus. "E, por favor,
você está fedendo. Não tem chuveiros na Terra Assustadora dos Mortos Vivos?"
Stevie Rae franziu, o que foi uma melhora, porque os lábios dela cobriram seus
dentes. "Vá embora, Zoey."


A voz dela era fria e chata, fazendo o que costumava ser um doce sotaque Okie soar
como rouco, mas ela disse meu nome, o que era todo o encorajamento que eu precisava.
"Não vou a lugar nenhum até conversarmos. Então solte o sem teto - eesh, Stevie
Rae, ela provavelmente tem piolho e quem sabe o que mais - e vamos conversar."
"Se você quer conversar vai ter que esperar eu terminar de comer." Stevie Rae
colocou sua cabeça de lado em um movimento que parecia de um inseto. "Eu não lembro
que você teve um Imprint com seu pequeno brinquedinho humano? Me parece que você
também gosta de sangue. Quer se juntar a mim?" Ela sorriu e lambeu as presas.
"Ok, nojento, apenas nojento! E para sua informação Heath não é meu
brinquedinho. Ele é meu namorado, ou um deles pelo menos. Eu suguei o sangue dele por
acidente. Eu ia te contar, mas você morreu. Então, não. Eu não quero morder essa
pessoa. Eu nem sei onde ela andou." Eu dei a pobre, mulher com olhos bem abertos e
cabelo desarrumado um fraco sorriso. "Uh, sem ofensa, senhora."
"Ótimo. Mais para mim." Stevie Rae começou a se curvar de volta para a garganta
da mulher.
"Pare!"
Ela olhou por cima dos ombros pra mim. "Como eu disse, vá embora, Zoey. Você não
pertence aqui."
"Nem você," eu disse.
"Isso é só uma das muitas coisas em que você está errada."
Quando ela virou de volta para a mulher, que agora estava chorando e repetindo
"por favor, oh por favor" de novo e de novo, eu dei alguns passos para frente e levantei
minhas mãos por cima da cabeça. "Eu disse para soltar ela."
A resposta de Stevie Rae foi assoviar e abrir sua boca para sugar o pescoço da
mulher. Eu fechei meus olhos e rapidamente me concentrei. "Ar, venha até mim!" eu
comandei. Eu circulei uma mão na minha frente, imaginando um mini-tornado. Eu abri
meus olhos quando virei meu pulso e joguei poder do ar em direção a chorosa sem teto.
Exatamente como eu tinha imaginado, o ar a cercou, e mal tocou em um fio de cabelo de
Stevie Rae, pegando a vitima dela e carregando ela pelo beco, a soltando apenas quando
ela chegou em segurança para o poste de luz. "Obrigado, ar," eu murmurei, e senti a brisa
passar pelo meu rosto carinhosamente antes de desaparecer.
"Você está ficando boa nisso."
Eu virei para Stevie Rae. Ela estava me observando com uma expressão obviamente
alerta, como se ela achasse que eu ia conjurar outro tornado e prender ela dentro dele.
Eu dei nos ombros. "Estive praticando. Tem a ver com controle e concentração. Você
saberia disso se também estivesse praticando."
Um flash de dor passou pelo rosto magro de Stevie Rae tão rapidamente que eu me
perguntei se eu realmente o tinha visto ou apenas imaginado. "Os elementos não tem
nada a ver comigo agora."
"Isso é bobagem, Stevie Rae. Você tem uma afinidade pela terra. Você tinha antes
de morrer, ou algo assim," eu pensei sobre o quão estranho era falar para a Stevie Rae
morta viva sobre estar morta. "Esse tipo de coisa não desaparece. Além do mais, lembra
dos túneis? Você ainda tem uma afinidade com eles."
Stevie Rae balançou a cabeça e seus cachos curtos e loiros, os que não estavam
grudados e sujos, balançaram, me lembrando de como ela costumava parecer.
"Desapareceu. Quando eu morri e junto com ela a minha parte humana. Você precisa
aceitar isso e seguir em frente. Eu segui."


"Eu nunca vou aceitar isso. Você é minha melhor amiga. Eu não vou seguir em
frente."
De repente Stevie Rae fez um horrível som feral, e seus olhos brilharam de um
vermelho sangue. "Eu pareço sua melhor amiga?"
Eu ignorei o jeito que me coração estava batendo no meu peito. Ela estava certa. O
que ela se tornou não tinha nada a ver com a Stevie Rae que eu conheci. Mas eu não ia
acreditar que ela tinha desaparecido por completo. Eu vi deslumbres da minha melhor
amiga nos túneis e isso significava que eu não ia desistir dela. Eu queria chorar, mas ao
invés disso eu me segurei e forcei minha voz a soar normal.
"Bem, diabos, não, você não parece com a Stevie Rae. Quanto tempo faz desde que
você lavou o cabelo? E o que você está usando?" Eu apontei para as calças de ginástica e
camiseta muito grande que estavam cobertas por um longo, nojento casaco preto como
um daqueles que os bizarros garotos góticos gostam de usar mesmo quando está 50
graus do lado de fora. "Eu não iria parecer como eu se também estivesse vestida assim."
Eu suspirei e dei alguns passo em direção a ela. "Porque você não vem comigo? Eu te levo
escondida para o dormitório. Vai ser fácil - não tem praticamente ninguém lá. Neferet não
está lá," eu acrescentei, e então me apressei (eu duvidava que qualquer um de nós
quisesse falar sobre Neferet ali - diabos, que algum dia iríamos querer falar dela). "A
maior parte dos professores estão de férias e o pessoal esta fazendo viagens rápidas para
ver suas famílias. Absolutamente nada está acontecendo. Nem seremos incomodadas por
Damien e as Gêmeas e Erik porque eles estão fulos comigo. Então você pode ir junto,
tomar um banho, e vou te conseguir algumas roupas de verdade, então podemos
conversar." Eu estava olhando nos olhos nela, então eu vi a saudade que os encheu. Só
durou um instante, mas eu sabia que estavam ali. Então ela olhou rapidamente para
longe.
"Eu não posso ir com você. Eu preciso me alimentar."
"Não tem problema. Vou conseguir algo para você comer na cozinha do dormitório.
Hey, eu aposto que posso encontrar uma tigela de Lucky Charms," eu sorri. "Lembra, eles
são magicamente deliciosos - e tem absolutamente nenhum valor nutricional."
"Como se Count Chocula tivesse?"
Meu sorriso aumentou aliviado quando Stevie Rae retomou nossa antiga discussão
sobre quais dos nossos cereais favoritos eram o melhor. "Count Chocula tem chocolate.
Cacau é uma planta. É saudável."
Os olhos de Stevie Rae encontraram os meus. Os dela não estavam mais brilhando
em vermelho, e ela também não estava tentando esconder as lagrimas que os estavam
enchendo e caindo nas suas bochechas. Eu automaticamente me mexi para abraçar ela,
mas ela se afastou.
"Não! Eu não quero que você me toque, Zoey, Eu não sou quem costumava ser.
Estou suja e nojenta."
"Então volte para a escola comigo e se limpe!" Eu implorei. "Vamos dar um jeito
nisso - eu prometo."
Stevie Rae balançou a cabeça tristemente e limpou as lagrimas. "Não tem como dar
um jeito nisso. Quando digo que estou suja e nojenta não digo do lado de fora. O que
você vê no meu exterior não é metade do nojento que eu sou do lado de dentro. Zoey, eu
tenho que me alimentar. Isso não é comer cereais ou sanduíches e beber coca. Eu preciso
de sangue. Sangue humano. Se não -" Ela parou e vi o terrível tremor que se moveu pelo
corpo dela. "Se não, a dor vai me consumir, da fome que queima e eu não vou agüentar.
E você precisa entender que eu quero me alimentar. Eu quero abrir as gargantas de


humanos e beber o quente sangue tão cheio de terror e raiva e dor que me faz ficar
tonta." Ela parou de novo, dessa vez respirando com força.
"Você não pode realmente querer matar as pessoas, Stevie Rae."
"Você está errada, eu quero."
"Você diz isso, mas eu sei que ainda tem partes da minha melhor amiga dentro de
você, e Stevie Rae não ficaria confortável batendo num filhote, muito menos matando
alguém." Eu me apressei quando ela abriu a boca para discordar de mim. "E se eu te
conseguir sangue humano para que não tenha que matar ninguém?"
Naquele tom sem emoção ela disse, "Eu gosto de matar."
"Você também gosta de ficar imunda e fedendo e parecer nojenta?" eu surtei.
"Eu não me importo mais com o que eu pareço."
"Verdade? E se eu te dissesse que posso te conseguir sua jeans Roper, botas de
cowboy, e uma camiseta boa de manga cumprida que é muito bem passada?" Eu vi uma
faísca nos olhos dela e sabia que tinha conseguido tocar a antiga Stevie Rae. Minha mente
se apressou, tentando bolar a coisa certa para dizer enquanto eu ainda tinha uma parte
dela ouvindo. "Então esse é o negocio. Me encontre amanha a meia noite - não, espere.
Amanha é sábado. De jeito nenhum as coisas vão estar calmas o bastante pra mim sair.
Então as 3 da manha no gazebo do Philbrook." Eu parei um segundo para rir para ela.
"Você lembra daquele lugar, certo?" É claro que eu sabia que ela definitivamente
lembraria onde era. Ela esteve lá comigo antes, só que aquela noite ela estava tentando
me salvar, e não ao contrario.
"Sim. Eu lembro." Ela disse as palavras com a mesma voz fria e chata.
"Ok, então me encontre lá. Eu vou ter sua roupa comigo e também sangue. Você
pode comer, ou beber, ou o que seja, e mudar de roupa. Então podemos começar a dar
um jeito nisso." Eu acrescentei para mim mesma que eu também teria sabão e shampoo e
iria conjurar água para a garota se lavar. Eesh, ela tinha um cheiro tão ruim quanto a sua
aparência. "Ok?"
"Não tem por que."
"Você pode, por favor, me deixar decidir isso? Além do mais, eu não te contei o
horror do meu aniversário ainda. Vovó e eu tivemos uma horrível cena com minha mãe e
o padrasto-perdedor. Vovó chamou o meu padrasto-perdedor de cocô de macaco."
Uma risada saiu de Stevie Rae o som tão parecido com o que ela costuma ser que
minha visão ficou borrada com lagrimas e eu tive que piscar freneticamente para afastá-
las.
"Por favor, vá," eu disse, minha voz rouca com as emoções. "Eu sinto tanto a sua
falta."
"Eu vou," Stevie Rae disse. "Mas você vai se arrepender."


CINCO

Com esse aviso não tão positivo, Stevie Rae virou e andou para trás do beco,
desaparecendo na escuridão da noite. Muito mais devagar, eu voltei para o meu Fusca. Eu
estava triste e inquieta e tinha que pensar demais para voltar diretamente para escola,
então ao invés disso, eu fui até o IHOP* (*restaurante) 24 horas que era no sul de Tulsa
na Rua 27, pedi um milk shake de chocolate grande e panquecas de chocolate, e pensei
enquanto comia algo para aliviar o estresse.
Acho que tudo foi bem com Stevie Rae. Quero dizer, ela concordou em me encontrar
amanha. E ela não tentou me morder, o que foi um bônus. É claro, todo aquele tentar-
comer-a-mulher-sem-teto foi altamente perturbador, assim como o jeito totalmente
nojento que ela parecia e cheirava. Mas debaixo daquela odiosa loucura da garota morta
viva exterior eu juro que ainda podia sentir minha Stevie Rae, minha melhor amiga. Eu ia
segurar firme nisso e ver se eu podia trazer ela de volta para a luz. Obvio, falando de
forma figurativa. Eu acho que a luz a incomoda mais do que a mim ou outro vampiro
adulto. O que é compreensível. Os vampiros nojentos mortos vivos eram definitivamente o
estereotipo dos vampiros. Eu me pergunto se ela pegaria fogo se a luz do sol a tocasse.
Merda. Isso definitivamente seria ruim, especialmente já que vamos nos encontrar as 3 da
manha, que é só algumas horas antes do amanhecer. Merda de novo.
Como se me preocupar com luz do sol e coisas assim não fosse ruim o bastante, eu
tinha que começar a pensar no que fazer quando todos os professores (Neferet em
particular) voltassem para a escola num futuro próximo, e o fato de que eu tinha que
manter o conhecimento de que Stevie Rae era uma viva morta versus o morta morta de
todo mundo. Não. Eu ia me preocupar com isso depois que Stevie Rae estivesse limpa e
num lugar seguro. Eu tinha acabado de dar um pequeno passo de baby e esperava que
Nyx, que claramente me levou até Stevie Rae, fosse me dar uma ajuda para resolver isso.
Quando eu voltei para escola já estava quase amanhecendo. O estacionamento da
escola estava quase deserto, e eu não encontrei ninguém enquanto andava devagar do
lado do prédio parecido com um castelo que era a House of Night. O dormitório das
garotas era do lado oposto do campus, mas eu ainda não estava com pressa. Além do
mais, eu tinha algo pra fazer antes e voltar para o dormitório e mais provavelmente me
encontrar com um dos meus amigos desgostosos. (Ugh, eu realmente, realmente odeio
meus aniversários.)
O prédio ficava na frente do prédio principal da House of Night, era feito da mesma
estranha mistura de velhos tijolos e pedras que o resto da escola, mas ele era menor e
redondo, e na frente dele havia uma estatua de mármore da nossa deusa, Nyx, com seus
braços para cima como se suas mãos estivessem tocando a lua. Eu parei olhando para a
deusa. Os antigos postes de luz que iluminavam o campus não machucavam nossos olhos.
Eles criavam uma suave e quente luz que brilhava como uma carinhosa e brilhante viva na
estatua de Nyx.
Me sentindo mais do que apenas um pouco medo da deusa, eu soltei minha lavanda
e o Drácula (gentilmente), e então comecei a procurar perto da grama na base da estatua
de Nyx, até encontrar a alta vela verde que tinha caído de lado. Eu a arrumei, e então
fechei os olhos e me concentrei, me focando no calor e na beleza da chamas de luz e
como uma vela podia lançar luz o suficiente para mudar toda a atmosfera de um quarto
escuro.
"Eu chamo a chama - luz para mim, por favor," eu sussurrei.


Eu ouvi a fraca explosão e senti uma onda de calor contra meu rosto. Quando abri
meus olhos, eu vi que a vela verde, que representa o elemento da terra, estava
queimando alegremente. Eu sorri de satisfação. Eu não estava exagerando para Stevie
Rae. Eu estive praticando chamar os elementos durante o mês, e estava ficando muito
boa nisso. (não que meus poderes dados pela deusa me ajudassem a tranqüilizar os
sentimentos magoados dos meus amigos, mas ainda sim.)
Eu coloquei a vela acessa nos pés de Nyx. Invés de curvar a cabeça, eu ergui a
cabeça para que meu rosto ficasse aberto e olhasse para a majestade do céu da noite.
Então rezei para minha deusa, mas eu admito que o jeito que eu rezei parecia mais com
uma conversa. Isso não era só porque eu sou desrespeitosa com Nyx. É só como eu sou.
Do primeiro dia que eu fui Marcada e a deusa apareceu para mim, eu me senti próxima a
ela - como se ela fosse realmente cuidadosa com o que acontece na minha vida, versus
ser um deus sem nome no alto que olha para mim com um franzido e um caderno em que
preenche um passe para o inferno.
"Nyx, obrigado por me ajuda hoje. Estou confusa e acho a situação com Stevie Rae
completamente estranha, mas sei que se você me ajudar - nos ajudar - podemos superar
isso. Cuide dela, por favor, e me ajude a saber o que fazer. Eu sei que você me Marcou e
me deu poderes especiais por um motivo, e estou começando a achar que a razão tem
algo a ver com Stevie Rae. Eu não vou mentir para você; isso me assusta. Mas você sabia
que maricas eu era quando me escolheu," eu sorri para o céu. Durante minha primeira
conversa com Nyx eu disse a ela que não podia ser Marcada como especial por ela porque
eu não sabia nem fazer baliza. Isso não pareceu importar para ela, e eu esperava que
ainda não importasse, "De qualquer forma, eu só queria acender isso para Stevie Rae para
simbolizar o fato que eu não vou esquecer dela, e não vou me afastar do que preciso
fazer, não importa o quanto sem noção eu tenha dos detalhes."
Eu planejava me sentar ali por um tempo e esperar que talvez eu recebesse outro
sussurro na minha mente que pudesse me dar uma idéia de como lidar com o encontrar
Stevie Rae amanha. Então eu ainda estava sentada na frente de estatua de Nyx e olhando
para o céu quando a voz de Erik me deu um baita susto.
"A morte de Stevie Rae realmente te abalou, não é?"
Eu dei um pulo e dei um grito nada atraente. "Jeesh, Erik! Você me assustou a tanto
que eu quase me mijei. Não apareça assim."
"Ótimo. Desculpe. Eu não deveria ter te incomodado. Até depois." Ele começou a se
afastar.
"Espere, eu não quero que você vá. Você só me surpreendeu. Da próxima vez faça
um barulho ou tussa ou algo. Ok?"
Ele parou de andar virou para mim. O rosto dele estava cauteloso, mas ele me deu
um leve aceno e disse, "Ok."
Eu levantei e sorri o que eu esperava ser um sorrio encorajador. Fora a amiga morta
viva, e o namorado Imprinted, eu realmente gostava de Erik e definitivamente não queria
terminar com ele. "Na verdade, estou feliz por você estar aqui. Eu precisava me desculpar
pelo que aconteceu antes."
Erik fez um gesto brusco com sua mão. "Não se preocupe, e você não tem que usar
o colar de boneco de neve, ou você pode devolver e trocar. Ou algo assim. Eu tenho o
recibo."
Minhas mãos tocaram o boneco de neve. Agora que eu podia perder ele (e Erik) e de
repente percebi que ele era meio fofo. (Erik era mais do que meio fofo.) "Não! Eu não
quero devolver." Eu parei e me segurei para não soar maluca e desesperada. "Ok, esse é


o negocio. Tem uma distinta possibilidade que eu possa ser um pouco super sensível
sobre todo o negocio de aniversário-natal. Eu realmente deveria ter contado a vocês como
eu me sentia, mas eu tive péssimos aniversários por tanto tempo que eu acho que nem
pensei. Ou pelo menos até hoje. E então era tarde demais. Eu não ia dizer nada e vocês
nem saberiam se não fosse pelo bilhete de Heath."
Eu lembrei que ainda estava usando o lindo bracelete de Heath no meu pulso então
eu coloquei minha mão para baixo e pressionei contra o lado, desejando que os adoráveis
pequenos corações parassem de fazer barulhinhos. Então acrescentei, "Alem do mais,
você tem razão. Stevie Rae realmente me abalou." Então fechei a boca porque percebi
que eu tinha (de novo) falado sobre a suposta morte de Stevie Rae como se ela ainda
estivesse viva, ou no caso dela, eu suponho, eu deveria dizer não morta. E, é claro, eu
estava tagarelando como uma maluca desesperada que eu estava tentado aparentar não
ser.
Os olhos azuis de Erik pareceram olhar dentro de mim. "As coisas seriam mais fáceis
para você se eu me afastasse e te deixasse sozinha por um tempo?"
"Não!" Ele realmente estava fazendo meu estomago doer. "Definitivamente não seria
mais fácil se você se afastasse."
"Você simplesmente não está aqui desde que Stevie Rae morreu. Eu posso entender
se você precisar de um pouco de espaço."
"Erik a verdade é que não é só Stevie Rae. Tem outras coisas acontecendo comigo
que são muito difíceis de explicar."
Ele se aproximou e me pegou minha mão, entrelaçando seus dedos no meu. "Você
pode me contar? Eu sou muito bom em consertar coisas. Talvez eu pudesse ajudar."
Eu olhei nos olhos dele e queria tanto falar a verdade para ele sobre Stevie Rae e
Neferet e até mesmo Heath que eu podia me sentir balançar em direção a ele. Erik fechou
o espaço que sobrava entre nós e eu deslizei para seus braços com um suspiro. Ele
sempre cheirava tão bem e incrivelmente forte e sólido.
Eu descansei minha bochecha contra o peito dele, "Você está brincando, é claro que
é bom em resolver problemas. Você é bom em tudo. Na verdade, você é
assustadoramente perfeito."
Eu senti o peito dele se estufar quando ele riu. "Você diz como se isso fosse uma
coisa ruim."
"Não é uma coisa ruim - é uma coisa intimidadora," eu murmurei.
"Intimidadora!" Ele se afastou para poder olhar para mim. "Você tem que estar
brincando!" Ele riu de novo.
Eu franzi para ele. "Porque você está rindo de mim?"
Ele me abraçou e disse, "Z, você tem idéia de como é namorar a garota que é a
caloura mais poderosa da história dos vampiros?"
"Não, eu não namoro garotas." Não que tenha algo errado com lésbicas.
Ele pôs meu queixo em sua mão e levantou meu rosto. "Você pode ser assustadora,
Z. Você controla elementos, todos eles. Em falar em uma namorada que não deve ficar
fula com você."
"Oh, por favor! Não seja bobo. Eu nunca surtei com você." Eu não comentei que
andava surtando com as pessoas. Mas especificamente com pessoas mortas vivas. Bem, e
sai ex-namorada, Afrodite (que é quase tão odiosa e irritante quanto as pessoas mortas
vivas.) mas provavelmente é uma boa idéia não mencionar eles.
"Só estou dizendo que você não precisa se sentir intimidado por ninguém. Você é
incrível, Zoey. Você não sabe disso?"


"Acho que não. As coisas tem sido meio enevoadas ultimamente."
Erik se afastou de novo e olhou para mim. "Então me deixe te ajudar a esclarecer
para você."
Eu me senti nadando em seus olhos azuis. Talvez eu pudesse contar a ele. Erik era
um quintanista, e estava no meio do seu terceiro ano na House of Night. Ele tinha quase
19 anos e é um ator incrivelmente talentoso. (Ele também pode cantar.) Se qualquer
calouro pudesse guardar um segredo seria ele. Mas quando abri minha boca para contar a
ele a verdade sobre a Stevie Rae morta viva eu senti um terrível aperto no estomago e
isso fez as palavras congelarem na minha garganta. Era aquele sentimento de novo.
Aquele pressentimento que eu tinha e me dizia para manter a boca fechada ou correr feito
louca ou algo só para respirar e pensar. Agora estava me dizendo para em um jeito
impossível para ignorar que eu precisava manter minha boca fechada, o que as próximas
palavras de Erik reforçaram.
"Hey, eu sei que você prefere falar com Neferet, mas ela só volta daqui uma semana
mais ou menos. Eu podia substituir ela até lá."
Neferet era a única pessoa ou vampiro que eu não poderia conversar. Diabos,
Neferet e sua loucura eram a razão deu não poder falar com meus amigos ou Erik sobre
Stevie Rae.
"Obrigado, Erik." Automaticamente eu comecei a me afastar dos braços dele. "Mas
eu tenho que fazer isso sozinha."
Ele me soltou tão de repente que eu quase cai para trás. "É ele, não é?"
"Ele?"
"Aquele cara humano. Heath. Seu antigo namorado. Ele volta em dois dias e é por
isso que você está agindo de forma estranha."
"Eu não estou agindo de forma estranha. Pelo menos não tão estranha."
"Então porque você não me deixa te tocar?"
"Do que você está falando? Eu deixo você me tocar. Eu acabei de abraçar você."
"Por 2 segundos. Então você se afastou, como você tem feito a um tempo. Olha, se
eu fiz algo errado você precisa me dizer e-"
"Você não fez nada errado!"
Erik não disse nada por vários segundos, e quando ele falou ele soava mais velho do
que quase 19 anos e mais do que um pouco triste. "Eu não posso competir com um
Imprint. Eu sei disso. E eu não estou tentando. Eu só achei que você e eu tínhamos algo
especial. Bom pelo menos mais do que uma coisa biológica que você tem com um
humano. Você e eu somos iguais, e você e Heath não. Pelo menos não mais."
"Erik, você não está competindo com Heath."
"Eu pesquisei sobre o Imprint. Tem a ver com sexo."
Eu podia sentir meu rosto ficando quente. É claro que ele tinha razão, Imprint era
sexual porque o ato de beber sangue de um humano liga o mesmo receptor no cérebro de
um vampiro e no de um humano que é ligado durante um orgasmo. Não que eu queira
discutir isso com Erik. Então ao invés disso eu decidi manter os fatos superficiais e não me
aprofundar no assunto. "É sobre sangue, não sexo."
Ele me deu um olhar que dizia que ele tinha (infelizmente) dito a verdade. Ele
pesquisou.
Naturalmente, eu fiquei na defensiva. "Eu ainda sou virgem, Erik, e não estou pronta
para mudar isso."
"Eu não disse que você-"


"Parece que você está me confundido com sua última namorada," eu interrompi. "A
que eu vi de joelhos na frente de você tentando te dar outro boquete." Ok, não era justo
da minha parte comentar sobre o nojento incidente que eu acidentalmente testemunhei
entre Afrodite e ele. Eu nem conheci Erik ali, mas no momento começar uma briga com
ele parecia muito mais fácil do que falar sobre a ânsia de sangue que eu definitivamente
sentia sobre Heath.
"Eu não estou te confundindo com Afrodite," ele disse entre os dentes cerrados.
"Bem, talvez isso não seja sobre eu agir estranho. Talvez isso seja sobre você querer
mais do que eu posso te dar no momento."
"Isso não é verdade, Zoey. Você sabe muito bem que eu não te pressiono em
relação a sexo. Eu não quero alguém como Afrodite. Eu quero você. Mas eu quero ser
capaz de te tocar sem você se afastar de mim como se eu fosse um leproso."
Eu ando fazendo isso? Merda. Eu provavelmente ando. Eu respirei fundo. Brigar
assim com Erik era idiota, e eu ia acabar perdendo ele se eu não descobrisse um jeito dele
se aproximar de mim sem deixar ele saber coisas que ele poderia acidentalmente contar a
Neferet. Eu olhei para o chão, tentando descobrir o que eu podia ou não dizer. "Eu não
acho que você é um leproso. Eu acho que você é o cara mais gostoso da escola."
Eu ouvi Erik suspirar. "Bem, você já disse que não sai com garotas, então isso
deveria significar que você deveria gostar quando eu toco você."
Eu olhei para ele. "Significa. Eu gosto." Então eu decidi que eu ia contar para ele a
verdade. Ou pelo menos o máximo da verdade que eu pudesse. "É só difícil deixar você se
aproximar de mim quando estou lidando com, bem, coisas." Oh, ótimo. Eu chamei de
coisas. Eu sou uma retardada. Porque o cara ainda gosta de mim?
"Z, essas coisas tem a ver com descobrir como lidar com seus poderes?"
"Yeah." Ok, isso era basicamente uma mentira, mas não totalmente. Todas as coisas
(AKA, Stevie Rae, Neferet, Heath) tinham acontecido comigo por causa dos meus poderes
e eu estava tendo que lidar com isso, embora claramente eu não estivesse fazendo um
bom trabalho. Eu senti como se devesse cruzar meus dedos atrás das minhas costas, mas
fiquei com medo de Erik notar.
Ele deu um passo em minha direção. "Então as coisas não é que você odeia quando
te toco?"
"Odiar que você me toque definitivamente não é as coisas. Definitivamente não.
Definitivamente." Eu dei um passo em direção a ele.
Ele sorriu e de repente seus braços estavam ao meu redor, só que dessa vez ele se
curvou para me beijar. Ele tinha um gosto tão bom quanto seu cheiro, então o beijo foi
bom e em algum lugar no meio dele eu percebi a quanto tempo Erik e eu não tínhamos
uma boa ficada. Eu quero dizer, eu não sou nenhuma vadia como Afrodite, mas também
não sou freira. E eu não estava mentindo quando disse a Erik que eu gostava que ele me
tocasse. Eu deslizei meus braços em nos ombros largos dele, me inclinando nele ainda
mais. Não nos encaixávamos bem. Ele é muito alto, mas eu gosto disso. Ele me faz sentir
baixa e garota e protegida, e eu gosto disso também. Eu deixei meus dedos brincarem
com a nuca dele onde o cabelo negro dele começava grosso e um pouco cacheado.
Minhas unhas provocaram a suave pele ali, e eu senti ele tremer e ouvi o pequeno gemido
na garganta dele.
"Você é tão boa," ele sussurrou contra meus lábios.
"E você também," eu sussurrei em resposta. E então num impulso (um impulso
vadio) eu tirei a mão dele das minhas costas e movi para cima para que ele tocasse meu
seio. Ele gemeu de novo e o beijo dele ficou mais forte e profundo. Ele deslizou sua mão


por cima e por baixo do meu suéter, e então subiu de novo para colocar sua mão em meu
seio, nu com exceção do meu sutiã.
Ok, eu vou admitir, eu gostei dele tocar meu peito. Foi bom. Eu me senti
especialmente bem por estar provando a Erik que eu não o tinha rejeitado. Eu me mexi
para ele sentir melhor e de alguma forma esse pequeno e inocente (bem, semi-inocente)
movimento fez nossas bocas escorregarem e meu dente mordeu seu lábio.
O gosto do sangue dele me atingiu com tanta força que eu arfei contra a boca dele.
Era rico e quente e indescritivelmente salgado doce. Eu sei que soa nojento, mas eu não
pude impedir minha resposta instantânea. Eu pus a mão no rosto de Erik e coloquei o
lábio dele dentro da minha boca. Eu lambi levemente, o que fez o sangue sair mais
rápido.
"Sim, vá em frente. Beba," Erik disse, a voz dele rouca e sua respiração ficando cada
vez mais rápida.
Esse foi todo o encorajamento que eu precisava. Eu suguei o lábio dele para minha
boca, experimentando o incrível e mágico sangue dele. Não era como o sangue de Heath,
Não me deu um prazer tão intenso que era quase doloroso, quase descontrolado. O
sangue de Erik não era a explosão de paixão quente que o de Heath era. O sangue de Erik
era como uma pequena fogueira de acampamento, algo quente e firme e forte. Enchia
meu corpo com uma chama que derramava um liquido de prazer até meus dedos dos pés,
e me fez querer mais - mais de Erik mais do sangue dele.
"Uh-hum!"
O som de uma garganta sendo conspicuamente (e altamente) sendo limpa fez Erik e
eu nos afastarmos como se tivéssemos sendo eletrocutados. Eu vi os olhos de Erik se
alargarem quando ele olhou atrás de mim, e então vi o sorriso dele, o que fez ele parecer
um garotinha sendo pego com sua mão em um pote de biscoitos (aparentemente meu
pote de biscoitos).
"Desculpe, professor Blake. Pensamos que estávamos sozinhos."


SEIS

Oh.Meu.Deus. Eu queria morrer. Eu queria morrer e virar pó e ter a brisa me levando
para qualquer lugar desde que eu ficasse longe. Ao invés disso eu me virei. Certa, Loren
Blake, Vampiro poeta Laureate e o homem mais bonito que eu conheço no universo,
estava parado ali com um sorriso em seu rosto classicamente lindo.
"Oh, uh, oi," eu disse, e porque isso não soava idiota o bastante eu acrescentei,
"Você estava na Europa."
"Eu estava. Voltei essa tarde."
"Então como foi a Europa?" Calmo e controlado, Erik colocou um braço relaxado ao
redor dos meus ombros.
O sorriso de Loren ficou maior e ele olhou do Erik para mim. "Não tão amigável
quanto aqui."
Erik, que parecia estar se divertindo, riu suavemente. "Bem, não é onde você vai, é
quem você conhece."
Loren ergueu uma sobrancelha perfeita. "Obviamente."
"É o aniversário de Zoey. Só estávamos fazendo o negocio do beijo de aniversário,"
Erik disse. "Você sabe que Z e eu estamos saindo."
Eu olhei de Erik para Loren. A testosterona era quase visível no ar entre os dois.
Jeesh, eles estavam agindo totalmente como homens. Especialmente Erik. Eu juro que
não ficaria surpresa se ele me derrubasse e ficasse me arrastando pelos cabelos. O que
não era uma imagem atraente.
"Sim, eu ouvi falar que vocês dois estavam saindo," Loren disse. O sorriso dele
parecia estranho - meio sarcástico e quase um desdém. Então ele apontou para o meu
lábio. "Você tem um pouco de sangue ai, Zoey. É melhor limpar." Meu rosto se inflamou.
"Oh, e feliz aniversário." Ele virou e foi para calçada logo alcançando uma sessão da
escola que mantinha os quartos dos professores.
"Eu não sei o que é mais embaraçoso," eu disse depois de lamber o sangue do meu
lábio e arrumar o meu suéter.
Erik deu nos ombros e riu.
Eu dei um tapa na bochecha dele antes de pegar minha planta e meu livro. "Eu não
sei por que você acha isso tão engraçado," eu disse quando comecei a marchar para o
dormitório. Naturalmente, ele me seguiu.
"Só estávamos nos beijando, Z."
"Você estava apenas beijando. Eu estava sugando seu sangue." Eu olhei de lado
para ele. "Oh, e tem o pequeno a sua-mão-embaixo-da-minha-camiseta detalhe. Melhor
não esquecer disso."
Ele pegou a planta de lavanda e segurou a minha mão. "Eu não vou esquecer disso,
Z."
Eu não tinha uma mão livre para bater nele de novo, então eu me conformei com
um olhar, "É embaraçoso. Eu não acredito que Loren nos viu."
"É apenas Blake, ele nem é um professor integral."
"É embaraçoso," eu repeti, desejando que meu rosto esfriasse. Eu também queria
sugar mais o sangue do Erik, mas eu não ia mencionar isso.
"Não é embaraçoso. Estou feliz por ele ter nos visto," Erik disse presunçoso.
"Você está feliz? Desde quando ficar publicamente te excita?" Ótimo. Erik era um
cara maluco e eu estava descobrindo isso agora.


"Ficar publicamente não me excita, mas ainda estou feliz por Blake ter nos visto."
Toda a diversão tinha sumido da voz de Erik, e o sorriso dele se tornou amargo. "Eu não
gosto do jeito que ele olha para você."
Meu estomago se apertou. "Como assim? Como ele olha para mim?"
"Como se você não fosse um estudante e ele um professor." Ele pausou. "Então você
não notou?"
"Erik, acho que você está louco." Eu cuidadosamente não respondi a pergunta.
"Loren não olha para mim como nada." Meu coração estava batendo como se pudesse sair
do meu peito. Diabos, sim, eu notei como Loren olha para mim! Notei até demais. Eu até
falei para Stevie Rae sobre isso. Mas com tudo que aconteceu ultimamente, alem de Loren
ter ido embora a quase um mês, eu tinha me convencido que tinha imaginado a maior
parte do que tinha acontecido entre nós.
"Você o chamou de Loren," Erik disse.
"Yeah, como você disse, ele não é um professor de verdade."
"Eu não o chamo de Loren."
"Erik, ele me ajudou com a pesquisa para as novas regras das Filhas Negras." Isso
era mais um exagero do que uma mentira. Eu estava pesquisando, Loren estava lá. Nós
conversamos. Então ele tocou meu rosto. Definitivamente não pensando sobre isso eu me
apressei, "Além do mais, ele perguntou sobre as minhas tatuagens." E ele tinha. De baixo
da lua cheia e eu despi minhas costas para ele poder ver elas... e tocar elas... e deixar
elas inspirarem a poesia dele. Eu me afastei desse pensamento também, e terminei com,
"Então eu meio que o conheço."
Erik rosnou.
Minha mente parecia um bando de gerbils* (*eh uma espécie de rato) estavam
andando em rodinhas dentro de mim, mas eu fiz minha voz soar leve e brincando. "Erik,
você tem ciúmes de Loren?"
"Não." Erik olhou para mim, olhou para longe, e então encontrou meus olhos de
novo. "Sim. Ok, talvez."
"Não tenha. Não tem porque você ter ciúmes. Não tem nada acontecendo entre eu e
ele. Prometo." Eu bati meu ombro no dele. E naquele momento eu falei serio. Era
estressante o bastante o que eu ia fazer com o Heath e o imprint. A última coisa que eu
precisa era um caso secreto que era ainda mais fora dos limites do que meu ex-namorado
humano. (Infelizmente, parecia que a última coisa que eu precisava era normalmente a
primeira coisa que eu tinha.)
"Ele apenas é estranho para mim," Erik disse.
Paramos na frente do dormitório das garotas e, ainda segurando a mão dele, eu virei
para ele e pisquei os olhos inocentemente. "Então você sentiu o Loren também?"
Ele olhou com raiva. "Nem mesmo vagamente possível." Ele me puxou para ele e pôs
seus braços ao meu redor. "Desculpe por surtar sobre Blake, eu sei que não tem nada
acontecendo entre vocês dois. Eu acho que estava sendo ciumento e idiota."
"Você não é idiota, e eu não me importo que sinta ciúmes. Pelo menos um
pouquinho."
"Você sabe que eu sou louco por você, Z," Ele disse enquanto se curvava e
acariciava minha orelha. "Queria que não fosse tão tarde."
Eu tremi. "Eu, também." Mas eu podia ver o céu começar a clarear por cima dos
ombros dele. Além do mais, eu estava exausta. Entre o meu namorado, minha mãe e o
padrasto perdedor, e minha amiga morta viva, eu realmente precisava de um tempo para


pensar e uma boa noite (ou em meu dia, dias) de sono. Mais isso não me impediu de
acariciar Erik também.
Ele me beijou no topo da cabeça e me manteve próximo, "Hey, você já sabe quem
vai representar a terra durante o ritual da Lua Cheia?"
"Não, ainda não," eu disse. Merda. O Ritual da Lua Cheia era daqui duas noites e eu
estive evitando pensar nisso. Substituir Stevie Rae seria horrível o bastante se ela
estivesse morta morta. Saber que ela era uma morta viva e andava nos becos fedidos e
nos túneis nojentos fazia substituir ela deprimente. Sem mencionar errado.
"Você sabe que eu faço isso. Você só tem que pedir."
Eu virei minha cabeça para cima e olhei para ele. Ele era do Conselho dos Prefeitos,
junto com as Gêmeas, Damien, e, é claro, eu. Eu era a Prefeita Sênior embora eu
tecnicamente fosse uma novata e não sênior. Stevie Rae também era parte do conselho.
E, não, eu não tinha decidido quem ia substituir ela. Na verdade, eu tinha que Sapatear
ou escolher dois estudantes para o conselho e eu não tinha pensando nisso também.
Deus, eu estava estressada. Eu respirei fundo. "Você, por favor, poderia representar a
terra no circulo para o nosso ritual da Lua Cheia?"
"Sem problemas, Z. Mas você não acha uma boa idéia fazermos um circulo de
pratica antes? Com todos vocês tendo uma afinidade pelos elementos, ou no seu caso
pelos 5 elementos, é melhor se certificar que tudo vai dar certo quando um cara sem dons
aparece."
"Você não é exatamente sem dons."
"Bem, eu não estava falando da minha habilidade super dotada de beijar."
Eu virei os olhos. "Nem eu."
Ele me puxou mais para perto para que meu corpo ficasse moldado contra o dele.
"Acho que preciso te mostrar mais do meu talento."
Eu ri e ele me beijou. Eu ainda podia sentir um pouco do gosto do sangue no lábio
dele, o que fez o beijo ser ainda mais doce.
"Suponho que vocês dois tenham feito as pazes," Erin disse.
"Parece mais uma ficada do que fazer as pazes, Gêmea," Shaunee disse.
Dessa vez Erik e eu não nos afastamos. Nós apenas suspiramos.
"Não existe privacidade nessa escola," Erik murmurou.
"Olá! Vocês estavam sugando o rosto um do outro a vista de todo mundo," Erin
disse.
"Eu acho que é meio fofo," Jack disse.
"Isso porque você é doce," Damien disse, passando seu braço ao redor de Jack
enquanto desciam as enormes escadas do dormitório.
"Gêmea, eu posso vomitar. Que tal você?" Shaunee disse.
"Definitivamente. Como um projétil," Erin disse.
"Então essa coisa de amor de pombinhos deixa as duas enjoadas, huh?" Erik
perguntou com um brilho maligno nos olhos. Eu me perguntei o que estava acontecendo.
"Super nauseadas," Erin disse.
"Idem," Shaunee concordou.
"Então vocês não estariam interessadas no que Cole e T.J queriam passar para
vocês?"
"Cole Clifton?" Shaunee disse.
"T.J Hawkins?" Erin disse.
"Sim e Sim," Erik disse.
Eu observei Shaunee e Erin instantaneamente mudarem suas atitudes negativas.


"Cole é tão booommmm," Shaunee praticamente ronronou. "Aquele cabelo loiro e
aqueles lindos olhos azuis me fazem querer bater nele."
"T.J." - Erin desmaiou dramaticamente - "Aquele garoto pode cantar, E ele é alto...
Oohm ele é maravilhoso."
"Todo esse drama significa que vocês realmente estão interessados em um
relacionamento?" Damien perguntou com presunção.
"Sim, Rainha Damien," Shaunee disse, enquanto Erin estreitava os olhos para ele e
acenava.
"Então você tinha algo pra dizer para as Gêmeas de Cole e T.J.?" Eu perguntei a Erik
antes de Damien poder responder as Gêmeas, o que me fez sentir falta de Stevie Rae pela
zilionessima vez. Ela mantinha a paz melhor que eu.
"Só que achamos que seria legal se Shaunee e Erin e você" - ele apertou meus
ombros - "fossem no IMAX amanha com a gente."
"Nós como em você, Cole e T.J?" Shaunee perguntou.
"Yep. Oh, e Damien e Jack também estão convidados."
"O que vamos ver?" Jack perguntou.
Erik pausou para um efeitos dramático, então disse, "300 está passando de novo
como um especial de férias do IMAX."
Damien riu. "Estamos nessa."
"Nós também." Shaunee disse, enquanto Erin acenava tão vigorosamente em
concordância que o cabelo loiro dela balançou ao redor, fazendo ela parecer uma líder de
torcida maluca.
"Sabe, 300 pode ser um filme perfeito. Tem algo nele para todo mundo," eu disse.
"Homens fortes pra quem gosta disso. E peitos de garotas para quem gosta disso. Além
do mais muita ação, quem não gosta disso?"
"E é uma exibição a meia noite do IMAX pra quem não gosta do sol," Erik disse.
"Beira a perfeição," Damien disse.
"Verdade," disseram as Gêmeas juntas.
Eu só fiquei parada ali com um sorriso. Eu era louca por eles. Cada um dos cinco. Eu
ainda sentia falta de Stevie Rae constantemente, mas pela primeira vez em um mês eu
estava sentindo como mim mesma - contente, até feliz.
"Então é um encontro?" Erik perguntou.
Todos falaram seus sim's juntos.
"Melhor voltar para nosso dormitório. Não quero ser pego no território sagrado das
garotas depois do toque de recolher," ele provocou.
"Yeah, é melhor a gente ir," Damien disse.
"Hey Zoey, feliz aniversario," Jack disse.
Jeesh, ele é um garoto doce. Eu ri para ele, "Obrigado, querido." Então olhei para o
resto dos meus amigos. "Eu sinto muito por ter sido uma chata mais cedo. Eu realmente
gostei dos meus presentes."
"O que significa que você vai usar eles?" Shaunee disse com seus olhos estreitados e
afiados para mim.
"Yeah, você vai usar aquelas lindas botas que nós gastamos 295,52 dólares?" Erin
acrescentou.
Eu engoli. As famílias de Erin e Shaunee tinham dinheiro. Eu, por outro lado, não
estava acostumada a ser dona de botas de 300 dólares. Na verdade, agora que eu percebi
o quão caras elas eram eu estava começando a gostar delas mais e mais. "Sim. Eu irei
usar aquelas ótimaaasss botas." Eu imitei Shaunee.


"A manta de cashmere não foi exatamente barata também," Damien disse rindo. "Eu
mencionei que é cashmere? 100%."
"Mais vezes do que podemos contar," Erin murmurou.
"Eu adoro meu negocio de cashmere," eu assegurei a ele.
Jack estava franzindo e olhando para os pés. "Meu globo de neve não foi tão caro."
"Mas é fofo, e seguiu o tema do boneco de neve, combinando perfeitamente com
meu colar de boneco de neve, que eu nunca vou tirar." Eu sorri para Erik.
"Mesmo no verão?" ele perguntou.
"Mesmo no verão," eu disse.
Erik suspirou, "Obrigado Z." E me beijou suavemente.
"Estou sentindo meu enjôo crescer de novo," Shaunee disse.
"Vomitando um pouco na minha boca," Erin disse.
Erik me abraçou mais uma vez antes de alcançar Jack e Damien, que já estavam se
afastando. Por cima dos ombros ele chamou, "Então eu digo a Cole e T.J que vocês duas
não gostam do negocio de se beijar."
"Faça e matamos você," Shaunee disse docemente.
"Você estará morto como uma rocha," Erin disse, tão doce quanto.
Eu ri junto com a risada que desaparecia de Erik enquanto pegava meu vaso de
lavanda, enquanto abraçava o livro de Drácula no peito, e entrava no dormitório com
minhas amigas. E eu comecei a achar que eu podia bolar uma solução para o problema
com Stevie Rae e todos podermos ficar juntos de novo.
Infelizmente, essa idéia se provou ser tão ingênua quanto era impossível.


SETE

Sábado à noite (o que é nosso sábado de manhã) é normalmente a hora pra
preguiça. As garotas ficam no dormitório usando pijama e pantufas, descabeladas,
sonolentas comendo uma tigela de cereais ou pipoca fria e vendo as reprises em
diferentes TVs na sala do dormitório. Então não é surpreendente que Shaunee e Erin me
derem um confuso e grogue franzido quando peguei uma barra de granola e uma lata de
coca e aparecer entre seus olhares e a TV.
"O que?" Erin disse.
"Z, porque você está tão acordada?" Shaunee disse.
"Yeah, não é saudável ser tão feliz de manhã cedo," Erin disse.
"Exato, Gêmea. Cada pessoa tem uma quantidade de felicidade. Se ela usa tudo tão
cedo, então acaba e de noite a pessoa fica mau humorada," Shaunee disse.
"Não estou animada. Estou ocupada." Graças a Deus, isso parou com a lição delas.
"Eu vou a biblioteca pesquisar sobre umas coisas do ritual." Isso não era uma mentira.
Elas só assumiram que era sobre o Ritual da Lua Cheia quando na verdade eu estava
falando sobre um ritual para fazer a pobre Stevie Rae morta viva voltar a vida. "Enquanto
faço isso, eu quero que vocês encontrem Damien e Erik e digam a eles que vamos nos
encontrar na árvore perto do muro as -" Eu olhei para meu relógio. "São 17:30 agora. Eu
devo acabar a pesquisa até as 19. Então que tal as 19:30?"
"Ok," as Gêmeas falaram.
"Mas porque vamos nos encontrar?" Erin disse.
"Oh, desculpe. Erik vai representar a terra amanha."
Eu engoli e de repente fiquei com um nó na garganta. As Gêmeas pareciam
igualmente tristes. Claramente, nenhuma de nós realmente tinha superado Stevie Rae,
mesmo aqueles que acreditavam que ela estava morta. "Erik achou que seria uma boa
idéia praticar um circulo antes do ritual. Vocês sabem, já que todos temos afinidades por
elementos e ele não. Eu também achei que é uma boa idéia."
"Yeah... parece uma boa..." as Gêmeas murmuraram.
"Stevie Rae não ia querer que estragássemos o ritual porque sentimos falta dela." Eu
disse. "É melhor agirmos certo e não passarmos vergonha." Meu sotaque fez as Gêmeas
sorrirem.
"Estaremos lá, Z," Shaunee disse.
"Ótimo, então todos vamos ver 300 depois disso," eu disse.
Elas se olharam.
"Oh, e vocês duas podem se certificar de que as velas elementares estejam lá?"
"Pode deixar, Z," Erin disse.
"Brigada gente,"
"Hey, Z," Shaunee chamou do outro lado da sala quando eu estava quase na porta.
Eu pausei e olhei para eles.
"Bonitas botas," Erin disse.
Eu ri e descobri uma bota. Eu estava usando jeans, mas eles eram o tipo que da pra
dobrar para cima até os joelhos, o que significa que todos podiam ver claramente as
brilhantes árvores de natal que adornavam os lados de cada bota. Eu também estava
usando o cachecol de Damien, que realmente era macio como um sonho de cashmere.
Algumas garotas sentadas no sofá perto da porta fizeram barulhos como se achassem que
as botas fossem fofos também, e eu vi as Gêmeas trocar um olhar de eu te disse.


"Obrigado, as Gêmeas me deram de aniversario." Eu disse, alto o bastante para
Shaunee e Erin ouvirem. Elas me jogaram beijinhos quando fui para a porta.
Eu mordi minha barra de grano e fui para o media Center no prédio principal da
escola. Surpreendentemente, eu estava me sentindo bem sobre o Ritual da Lua Cheia.
Claro, seria estranho não ter Stevie Rae representando a terra, mas eu estaria cercada por
meus amigos. Ainda éramos nós, mesmo que um de nós faltasse.
A escola estava ainda mais deserta hoje do que tem estado no último mês, o que faz
sentindo. Era natal, e embora calouros tivessem que manter contato com os vampiros
adultos, podíamos ficar fora do campus por até um dia. (Tem um tipo de feromônio
vampiro secreta que semi-controla as Mudanças físicas que acontece dentro de nós e nos
permite completar a mudança para vampiros adultos, ou pelo menos para alguns de nós.
O resto morre.) Então vários alunos estão passando o natal com seus familiares humanos.
Como eu esperava, a biblioteca estava deserta. Eu não precisava me preocupar em
ficar presa e alarmada como em uma típica escola. Vampiros, com seus poderes físicos e
psíquicos não precisavam de trancas pra ter segurança. Na verdade, eu nem tinha certeza
no que eles faziam quando calouro fazia algo tipicamente adolescente e idiota. Diziam os
rumores que o vampiro cafajeste seria banido (hee-hee "cafajeste," essa é uma das
palavras do vocabulário de Damien) por vários períodos de tempo.
O que significa que o garoto pode realmente ficar doente - tipo afogar em seus
próprios tecidos enquanto eles se desintegram e você morre.
De qualquer forma, é melhor não irritar os vampiros. Naturalmente, eu fiquei inimiga
da mais poderosa Alta Sacerdotisa da nossa escola. Às vezes ser eu era bom - como
quando Erik estava me beijando ou quando estava com meus amigos - mas acima de
tudo, ser eu era uma bola de estresse e angustia.
Eu procurei os velhos livros mofados na sessão de metafísica da biblioteca (como
você provavelmente pode imaginar, nessa biblioteca em particular era uma grande
sessão). Eu estava indo devagar porque decidi não usar o catalogo do computador para
pesquisar. A última coisa que eu precisava era deixar algum traço eletrônico do que eu
estava procurando: Zoey Redbird está tentando encontrar informações sobre calouros que
morreram e foram reanimados como sugadores de sangue demoníacos pela Alta
Sacerdotisa que é uma maluca maldosa que tem um Plano Mestre desconhecido! Não. Até
eu sabia que isso não era uma boa idéia.
Eu estava ali a mais de uma hora e estava ficando frustrada por meus passos de
tartaruga. Eu realmente queria poder pedir a ajuda de Damien. O garoto não só era mais
esperto e mais rápido na leitura, ele também era muito bom em pesquisa. Eu estava
segurando Rituais para Cura de Corpo e Espírito e tentando pegar uma copia da prateleira
de cima de um livro com capa de couro e uma sujeira tão velha quanto o titulo do livro
Combatendo o Mal com Feitiços e Rituais, quando um braço forte levantou e o pegou
facilmente. Eu virei e quase bati em Loren Blake.
"Combatendo o Mal, huh? Interessante escolha de leitura."
A proximidade dele não estava ajudando meus nervos. "Você me conhece" (ele na
verdade não conhecia). "Eu gosto de estar preparada."
As sobrancelhas dele se enrugaram em confusão. "Você está esperando algum
ataque do mal?"
"Não!" Eu disse rápido demais. Então eu ri, tentando um tom fresco, e cuidadoso
(fresco, hee-hee), mas tenho certeza que ele saiu totalmente falso. "Bem, alguns meses
atrás ninguém esperava que Afrodite perdesse o controle de um bando de vampiros


fantasmas sugadores de sangue e ela perdeu. Então, eu achei, você sabe, melhor prevenir
do que remediar." Deus, sou uma idiota.
"Suponho que faça sentido. Você não está se preparando para nada especifico?"
Eu vaguei nos olhos afiados e interessados dele. "Não," eu disse relaxada. "Só
tentando fazer um bom trabalho como a líder das Filhas Negras."
Ele olhou para os livros de rituais que eu estava segurando. "Você sabe que esses
livros são apenas para vampiros adultos, não sabe? Quando um calouro fica doente só
existe, infelizmente, uma razão por trás disso. O corpo dele está rejeitando a Mudança e
ele vai morrer." Então ele acrescentou numa voz gentil, "Você não está se sentindo
doente, está?"
"Oh, Deus, não!" eu disse apressadamente. "Estou bem. É só que, bem -" eu hesitei,
procurando uma desculpa. Com um inspiração repentina eu disse, "É embaraçoso admitir,
mas achei melhor fazer um estudo mais aprofundado para quando me tornar uma Alta
Sacerdotisa."
Loren sorriu. "Porque você ficaria envergonhada de admitir isso? Eu não achei que
você seria como uma daquelas mulheres total que acham que ler e ser bem educada é
embaraçoso."
Eu senti minhas bochechas a começarem a ficarem quentes - ele me chamou de
"mulher," que era muito melhor que me chamar de caloura ou garota. Ele sempre me
fazia sentir tão adulta, tão mulher. "Oh, não, não é isso. É embaraçoso porque soa meio
arrogante assumir que eu algum dia vou ser uma Alta Sacerdotisa."
"Eu acho que essa suposição é um bom senso e a sua confiança é justificável." Ele
deu um sorriso quente e eu juro que podia sentir o calor contra a minha a pele. "Eu
sempre me senti atraído por mulheres confiantes."
Deus, ele fez meus dedos dos pés formigarem.
"Você não tem idéia de quão especial é, tem, Zoey? Você é única. Não é como o
resto dos calouros. Você é uma deusa entre aqueles que pensam que são semi-deuses."
Quando a mão dele passou pelo lado do meu rosto, tocando as tatuagens que
emolduravam meus olhos, eu achei que fosse derreter entre as prateleiras. "Eu jurei te ser
leal, e pensei em ti brilhante. Cuja arte é tão negra quanto o inferno, e tão escura quanto
a noite."
"De quem é esse?" O toque dele fez meu corpo formigar e eu ficar tonta, mas eu
consegui reconhecer o profundo ritmo que a voz incrível dele assumia quando ele estava
recitando poesia.
"Shakespeare," ele murmurou e o polegar dele acariciou suavemente as linhas da
tatuagem que decoravam minhas bochechas. "É um dos sonetos que ele escreveu para a
Lady Negra, que era o amor verdadeiro dele. Nós sabemos, é claro, que ele era um
vampiro. Mas acreditamos que o verdadeiro amor da vida dele era uma jovem garota que
foi Marcada e que morreu como uma caloura sem completar a Mudança."
"Eu achei que vampiros adultos não devem ter relações com calouros." Estávamos
tão próximos que eu não tive que falar muito além de um sussurro para ele me ouvir.
"Não deveríamos. É altamente impróprio. Mas às vezes existe uma atração que
acontece entre duas pessoas que transcende o laço vampiro-calouro, assim como o
problema da idade. Você acredita nesse tipo de atração, Zoey?"
Ele está falando de nós! Estávamos nos olhando nos olhos, e eu me senti perdida
neles. As tatuagens dele eram um padrão intricando de linhas que davam a impressão de
raios, e eram perfeitas com seus olhos e cabelos escuros. Ele era tão insanamente bonito
e tão mais velho que ele me fazia sentir ao mesmo tempo incrivelmente atraída por ele e


morta de medo de estar lidando com algo muito alem do que eu já experimentei que
facilmente podia fugir de controle. Mas a atração estava lá - e se ele estivesse certo,
definitivamente transcendia o laço vampiro-calouro. Tanto que Erik notou como Loren olha
para mim.
Erik... a culpa passou por mim. Ele ia morrer se visse o que estava acontecendo
entre Loren e eu. Um pequeno pensamento maldoso passou pela minha mente, Erik não
está aqui para ver, e eu respirei fundo, e me ouvi dizer, "Sim. Eu acredito nesse tipo de
atração. E você?"
"Eu não sei." O sorriso dele era triste. O que o fez parecer de repente muito jovem e
bonito e tão vulnerável que minha culpa por Erik evaporou. Eu queria pegar Loren nos
braços e dizer a ele que tudo ficaria bem. Eu estava juntando coragem para me aproximar
ainda mais dele quando as próximas palavras me surpreenderam tanto quando me fez
esquecer do sorriso pequeno-garoto-perdido. "Eu voltei ontem porque sabia que era seu
aniversário."
Eu pisquei surpresa. "Você sabia?"
Ele acenou, ainda acariciando minha bochecha com seu dedo. "Eu estava procurando
por você quando te encontrei com Erik." Os olhos dele escureceram e a voz dele ficou
profunda e dura. "Eu não gostei de ver ele com as mãos em cima de você."
Eu hesitei, sem ter certeza de como responder isso. Eu estava super embaraçada por
ele ter visto Erik e eu ficando. Ainda sim, embora o que estávamos fazendo tinha sido
embaraçoso por ter sido pega, não fizemos nada muito errado. Erik era, afinal de contas,
meu namorado, e o que ele e eu fazíamos juntos não era da conta de Loren. Mas olhando
nos olhos dele eu percebi que eu talvez quisesse que fosse da conta de Loren.
Como se ele pudesse ler minha mente ele tirou a mão do meu rosto e olhou para
longe de mim. "Eu sei. Eu não tenho direito de ficar com raiva de você por estar com Erik.
Não é da minha conta."
Devagar, eu toquei o queixo dele, virando o rosto dele de volta para que pudesse ver
meus olhos. "Você quer que seja da sua conta?"
"Mais do que posso dizer a você," ele disse. Então ele soltou o livro - que ainda
estava segurando - e emoldurou meu rosto em suas mãos, para que seu polegar ficasse
próximo do meu lábio e seus dedos tocassem meu cabelo. "Eu acredito que seja minha
vez para um beijo de aniversário."
Ele reivindicou minha boca e ao mesmo tempo eu senti como se ele tivesse
reivindicado meu corpo e alma. Ok, Erik beijava bem. E eu beijo Heath desde que eu
estava na terceira serie e ele na quarta, então o beijo de Heath era familiar e bom. Loren
era um homem. Quando ele me beijou não houve nenhuma da hesitação desconfortável
que eu estava acostumada. Os lábios e língua dele me disseram que ele sabia exatamente
o que ele queria e também como conseguir. E uma estranha, e mágica coisa aconteceu
comigo. Eu não era mais apenas uma garota quando eu o beijei de volta. Eu era uma
mulher, madura e poderosa, e eu sabia o que eu queria e como conseguir também.
Quando o beijo terminou nós dois estávamos respirando com dificuldade. Loren
ainda segurava meu rosto, e ele se afastou apenas o suficiente para que pudéssemos nos
olhar nos olhos de novo.
"Eu não deveria ter feito isso," ele disse.
"Eu sei," eu disse, mas isso não me impediu de olhar para ele. Eu ainda estava
segurando os livros estúpidos de rituais e feitiços com uma mão, mas a outra estava no
peito dele. Devagar eu espalhei meus dedos para que eles pudessem deslizar no pescoço


dele que estava com a camisa desabotoada e tocar sua pele nua. Ele tremeu e eu senti o
tremor dentro de mim.
"Isso vai complicar as coisas," ele disse.
"Eu sei," eu repeti.
"Mas eu não quero parar."
"Nem eu," eu disse.
"Ninguém pode saber sobre nós. Pelo menos ainda não."
"Ok." Eu acenei, sem ter certeza do que havia para saber, mas entendendo que a
idéia dele me pedir para sair escondido com ele fez um estranho nó se formar no meu
estomago.
Ele me beijou de novo. Dessa vez os lábios dele foram doces e quentes e muito,
muito gentis, e eu senti o estranho nó se dissolver "Eu quase esqueci," ele sussurrou
contra meus lábios. "Eu tenho algo para você." Ele me deu outro beijo rápido e buscou
algo no bolso da sua jaqueta preta. Sorrindo, ele tirou uma pequena caixa de jóias
dourada. Me entregando ele disse, "Feliz Aniversario, Zoey."
Meu coração estava batendo pesado ridiculamente no meu peito enquanto eu abria a
porta - e arfava. "OhmeuDeus! São incríveis!" Brincos de diamante brilhavam para mim
como um lindo sonho. Eles não eram enormes e berrantes, mas pequenos e delicados e
tão claros e brilhantes que quase machucavam meus olhos. Por um instante eu vi o doce
sorriso de Erik quando ele me deu o colar do boneco de neve, e então ouvi a voz da vovó
na minha consciência me dizendo que eu não podia aceitar um presente tão caro de um
homem, mas a voz de Loren me tirou a imagem de Erik junto com o aviso da minha vó.
"Eu os vi e eles me lembraram de você - perfeitos e requintados e fogosos."
"Oh, Loren! Eu nunca tive nada tão bonito." Eu me inclinei nele, levantando minha
cabeça, e ele se abaixou e pôs seus braços ao meu redor e me beijou até que eu achei
que o topo da minha cabeça fosse explodir.
"Vá em frente, coloque eles," Loren sussurrou para mim enquanto eu ainda estava
tentando respirar depois do nosso beijo.
Eu não coloquei nenhum brinco quando levantei, então só levou um segundo para
colocar eles nas minhas orelhas.
"Tem um velho espelho no canto. Vá olhar para ele." Nós colocamos os livros de
volta na prateleira e Loren pegou minha mão, me guiando do aconchegante canto do
media Center para o grande, e muito estofado sofá e as duas camisetas combinando. Na
parede atrás deles, havia um grande e obviamente antigo, espelho. Loren parou atrás de
mim com suas mãos nos meus ombros para que nós dois pudéssemos refletir no espelho.
Eu coloquei meu cabelo atrás das minhas orelhas e virei minha cabeça de lado a lado para
que a luz tocasse na faceta dos diamantes e os fizesse brilhar.
"Eles são lindos," eu disse.
Loren apertou meus ombros e me puxou para perto dele. "Sim, você é," ele disse.
Então, ainda me olhando pelo espelho, ele se curvou para tocar o nariz em um dos
nódulos decorados de diamantes da minha orelha e sussurrou, "eu acho que você já
estudou o bastante por um dia. Volte para o meu quarto comigo."
Eu vi meus olhos ficarem pesados quando ele me beijou no pescoço, seguindo o
caminho das minhas tatuagens até meus ombros. Então eu percebi o que ele estava
realmente pedindo e uma onda de medo passou pelo meu corpo. Ele queria que eu fosse
para o quarto dele para a gente transar! Eu não queria fazer isso! Ok, bem, talvez eu
quisesse. Em teoria pelo menos. Mas realmente perder minha virgindade com esse
incrivelmente, gostoso e experiente, homem - agora? Hoje? Eu busquei ar e sai


estranhamente dos braços dele. "Eu - eu não posso." Enquanto minha mente buscava
outra coisa que eu pudesse dizer que não soasse juvenil e idiota, o grande relógio que
ficava atrás do sofá começou a tocar os sete sinos e eu senti uma onda de alivio. "Eu não
posso porque fiz planos para encontrar Shaunee e Erin e o resto dos Prefeitos do Conselho
as 19:15 para praticarmos para o ritual de amanha a noite."
Loren sorriu. "Você é uma líder aplicada das Filhas Negras, não é? Então vai ter que
ser outra hora." Ele se moveu até mim, e eu achei que fossemos nos beijar de novo. Ao
invés disso ele tocou meu rosto, brevemente acariciando minhas tatuagens. O toque dele
me fez tremer e ficar sem ar. "Se você mudar de idéia estarei no loft dos poetas. Você
sabe onde é?"
Eu acenei, ainda achando difícil falar. Todos sabiam que o Poeta Laureate tinha todo
o terceiro andar do prédio dos professores para ele. Mais de uma vez eu ouvi as Gêmeas
fantasiando sobre se enrolarem como presentes gigantes e se entregarem para o loft
(como elas chamavam).
"Ótimo. Você deve saber que estarei pensando em você, mesmo que decida não ir
acabar com meu sofrimento."
Ele já tinha virado e estava se afastando, quando encontrei minha voz. "Mas eu
realmente não posso ir, então quando vou te ver de novo?"
Ele olhou por cima dos ombros para mim, sorrindo daquele jeito sexy e sábio. "Não
se preocupe, minha pequena Alta Sacerdotisa, eu vou até você."
Quando ele foi embora eu sentei no sofá. Minhas pernas pareciam borracha e meu
coração estava batendo com tanta força que doía. Tremendo, eu toquei um dos brincos de
diamante. Eles eram frios, diferente do boneco de neve de perolas que descansava
acusatoriamente nos meu pescoço e o bracelete de prata que estava no meu pulso. Eles
eram quentes. Eu pus meu rosto em minhas mãos e disse miseravelmente, "eu acho que
estou virando uma vadia."


OITO

Todos já estavam lá quando eu cheguei. Até mesmo Nala. Eu juro que ela olhou para
mim com olhos que diziam que ela sabia exatamente o que tinha acontecido na biblioteca.
Então ela disse um mal humorado "mee-uf-ow!" na minha direção, espirrou, e se afastou.
Deus, estou tão feliz por ela não poder falar.
De repente os braços de Erik estavam ao meu redor. Ele me beijou rapidamente e
me abraçou quando sussurrava no meu ouvido, "Eu passei o dia todo ansioso para te ver."
"Bem, eu estava na biblioteca." Eu percebi que meu tom era muito brusco e odioso
(em outras palavras, culpado) quando ele se afastou de mim e me deu um doce, mas
confuso sorriso.
"Yeah, foi o que as Gêmeas nos falaram."
Eu olhei nos olhos dele, me sentindo como cocô. Como eu pude arriscar perder ele?
Eu nunca deveria ter deixado Loren me beijar. Eu sabia que era errado e-
"Hey, Z, bonito colar," Damien disse, puxando uma das pontas com o boneco de
neve e interrompendo minha culpa mental.
"Obrigado, meu amigo me deu," eu tentei provocar, mas sabia que tinha soado toda
estranha e provocativa.
"Por esse comentário ela quis dizer o namorado dela que é um cara," Shaunee disse,
me dando um virada de olhos.
"Yeah, não se estresse Jack," Erin disse. "Damien não está mudando de times."
"Você não deveria estar dizendo para mim não me estressar?" Erik perguntou
divertido.
"Não, querido," Erin disse.
"Se Z largar você pela Rainha Damien estaremos aqui para ajudar você a lidar com
sua dor." Shaunee disse. Então as Gêmeas deram uma batidinha improvisada e riram para
Erik. Apesar da culpa que eu estava sentido, as duas me fizeram rir, e eu cobri os olhos de
Erik.
Damien franziu para as Gêmeas e limpou a garganta. "Vocês duas são incorrigíveis."
"Gêmea, eu esqueci, o que incorrigível significa?" Shaunee disse.
"Eu acredito que significa que somos mais sexys e quentes do que a orda das
corrigíveis," Erin disse, ainda batendo e rindo.
"Vocês duas são bobas, o que significa que tem pouco senso," Damien disse, mas
mesmo ele não pode se impedir de rir, especialmente quando a risada de Jack se juntou e
riu. "De qualquer forma," ele continuou. "Eu quase fui para biblioteca, mas daí Jack e eu
nos envolvemos assistindo a reprise de Will and Grace e eu perdi noção do tempo. Da
próxima vez que quiser pesquisar, me avise, e eu vou ficar feliz em ajudar."
"Ele é uma traça," Jack disse, dando nos ombros de forma divertida.
Damien corou. As Gêmeas fizeram barulhos de engasgo. Erik riu. Eu queria vomitar.
"Oh, sem problemas. Eu só estava procurando por umas, uh, coisas," eu disse.
"Mais coisas de novo?" Erik riu para mim.
Eu odeie que ele parecesse tão compreensivo e me apoiasse. Se ele soubesse que as
coisas que eu estava pesquisando era ficar com Loren Blake... Oh, Deus. Não. Ele nunca,
nunca poderia descobrir.
E, sim, eu percebi o quando insignificante e vadia era de a não muito tempo atrás eu
estar sugando a cara de Loren e me sentindo quente e formigando por ele, mas agora eu
estava praticamente estava sufocando numa onda de culpa.
Claramente eu precisava de terapia.


"Então trouxeram as velas?" eu perguntei as Gêmeas, resolvendo de uma vez por
todas pensar na bagunça com Loren depois.
"É claro," Erin disse.
"Por favor. Foi fácil-fácil," Shaunee disse. "Até colocamos ela em seus lugares
certos." Ela apontou para trás de nós para uma boa área debaixo do carvalho. Eu podia
ver as quatro velas representando os elementos nos lugares, com a quinta vela,
representando o espírito, no meio do circulo.
"Eu trouxe os fósforos," Jack disse entusiasmado.
"Ok. Bem. Vamos nessa," eu disse. Nós cinco fomos para nossas velas. Damien me
surpreendeu ficando um pouco para trás e sussurrando, "Se você quer que Jack saia, só
me diga e eu falo para ele."
"Não," eu disse automaticamente, e então minha mente alcançou minha boca e eu
acrescentei, "Não, Damien. Está tudo bem ele estar aqui. Ele é parte de nós. Ele
pertence."
Damien me deu um sorriso agradecido e fez menção a Jack para que ele trouxesse
os fósforos. Ele me entregou no meio do circulo.
"Eu ia pegar um isqueiro, mas dai eu pensei sobre isso e não parecia certo." Ele
explicou muito sério. "Eu acho que é melhor usar madeira de verdade. Sabe, fósforos de
verdade. Um isqueiro é muito frio e moderno para um ritual ancestral. Então trouxe
esses."
Ele me entregou uma coisa longa e cilíndrica. Quando eu só olhei para ele como um,
bem, ponto de interrogação, ele tirou a parte de cima e me entregou a parte de baixo.
"Vê, longos e totalmente chiques fósforos de lareiras. Eu consegui eles com a reitora do
nosso dormitório. Você sabe, para lareiras."
Eu peguei os fósforos dele. Eles eram longos e grandes com uma cor violeta e
pontas vermelhas. "São perfeitos," eu disse, feliz por deixar alguém feliz. "Se certifique de
trazer eles amanha para o ritual. Eu uso eles ao invés do isqueiro."
"Ótimo!" ele disse e então, dando um sorriso de satisfação para Damien, ele correu
para sair do circulo e sentar confortavelmente debaixo da árvore, se recostado contra o
tronco do carvalho.
"Ok, estão prontos?'
Meus três amigos e namorado (graças a Deus só havia um namorado presente)
falaram junto seus "sim's."
"Vamos só passar o básico e não deixar isso tudo complicado e envolvente. Vocês
ficam nos lugares certos com o resto das Filhas e Filhos Negros. Então Jack vai ligar a
musica e eu entro, como no mês passado."
"O professor Blake vai recitar um poema de novo?" Damien perguntou.
"Oh, baby, eu espero que sim." Shaunee disse.
"Aquele vampiro é tão boooommmm que ele quase faz a poesia ser interessante,"
Erin disse.
"Não!" eu surtei. Então quando todos me deram olhares estranhos (eu assumi que
todos estavam me dando olhos estranhos - as Gêmeas e Damien fizeram, eu evitei olhar
para Erik). Eu continuei numa voz menos louca, "eu quero dizer, eu não acho que ele vai
recitar nada. Eu não falei com ele sobre isso, mas tanto faz," eu disse de forma
despreocupada, e então continuei com pressa. "Então eu me mexo rapidamente para o
meio do circulo com a musica, com ou sem poesia, até chegar no centro. Eu vou lançar o
circulo, pedir para Nyx abençoar todos nós especificamente do inicio do ano novo, passar


o vinho ao redor, então fechar o circulo e todos podemos comer." Eu olhei para Damien,
"Você cuidou da comida, certo?"
"Yep, o chefe voltou das férias de inverno, e ela decidimos o menu ontem. Vamos ter
Chili de um zilhão de jeitos diferentes. E," ele acrescentou em uma voz que dizia que ele
estava sendo totalmente nojento, "vamos ter também, cerveja importada."
"Parece bom," eu sorri em apreciação para ele. Sim, parecia estranho e vagamente
ilegal que menores vão beber cerveja em um evento da escola. A verdade é que devido a
Mudança física que acontece dentro dos nossos corpos, álcool não nos afeta mais - ou
pelo menos não o suficiente para nos fazer agir como adolescentes típicos (em outras
palavras, não vamos ficar bêbados e usar isso como desculpa para transar).
"Hey, Z, você não vai anunciar do no ritual que está comandando para o Conselho
dos Prefeitos esse ano?" Erik perguntou.
"Você tem razão. Eu esqueci que precisava fazer isso," Eu suspirei. "Então, sim,
antes de fechar o circulo eu vou anunciar os dois garotos escolhidos."
"E quem são eles?" Damien perguntou.
"Eu, uh, ainda não escolhi dois. Vou fazer minha decisão final hoje a noite," eu
menti. Na verdade, eu não tinha tido idéia de nenhum nome ainda. Eu nem pensei nisso
desde que um dos dois estaria substituindo Stevie Rae no conselho. Então eu lembrei que
deveria deixar meu Conselho atual me ajudar a decidir que novos garotos íamos escolher.
"Uh, gente. Eu acho que amanha antes do ritual podemos nos encontrar e decidir os
nomes."
"Hey, Z, não se estresse," Erik disse. "Só escolha dois. Vamos aceitar eles."
Eu senti uma enorme onda de alivio. "Tem certeza?"
Meus amigos falaram juntos um "ok" e "para mim parece bom." Cada um deles,
claramente tendo total confiança em mim. Ugh.
"Ok, ótimo. Então, vocês estão tranqüilos com a ordem do ritual?" eu perguntei.
Eles acenaram.
"Ok. Vamos praticar o circulo." Como sempre, não importava o estresse e besteiras
que estivessem acontecendo na minha vida. Quando eu lançava o circulo e chamava os 5
elementos dos quais eu tinha uma ligação, ou afinidade, a sensação de excitação e prazer
que meu dom de dava (graças a Deus) sobrepujava todo o resto. Eu tirei um longo fósforo
e o passei contra o papel lixa do fundo do cilindro. Ele acendeu e eu disse, "eu chamo o ar
para o nosso circulo. Nós respiramos contigo nossos primeiras respirações, então é o certo
que você seja o primeiro elemento a ser chamado. Venha até nós, ar!" Eu toquei o fósforo
na vela amarela que Damien segurava e a acendi, e ela continuou acessa, mesmo com o
enorme vento que circulava Damien e eu como se estivéssemos no centro de um mini-
tornado.
Damien e eu rimos um para o outro. "Eu acho que nunca vou superar o quão incrível
isso é," ele disse suavemente.
"Eu também não," eu disse, e apaguei o fósforo.
Então me movi na direção do relógio, ao redor do circulo para Shaunee e sua vela
vermelha. Eu podia ouvir Shaunee sussurrando algo que eu reconheci, enquanto pegava o
próximo fósforo, como uma antiga musica de Jim Morrison, "Acenda meu Fogo." Eu sorri
para ela. "Fogo nos aquece com sua chama apaixonada. Eu chamo o fogo para o nosso
circulo!" Como sempre, eu mal tive que acender a vela de Shaunee. Ela acendeu
instantaneamente, passando luz e calor contra nossas peles.
"Eu não poderia ter ficado mais quente se estivesse no fogo," Shaunee disse.
"Bem, Nyx com certeza te deu o elemento certo," eu disse a ela.


Então eu fui até Erin, que estava praticamente vibrando de excitação. Meu fósforo
ainda estava acesso, então eu simplesmente sorri e disse a Erin, "Água é o balanço
perfeito com a chama, assim como Erin é a Gêmea perfeita para Shaunee. Eu chamo a
água para o nosso circulo!" Eu toquei o fósforo na vela azul e fui instantaneamente
engolfada pelo cheiro e som do mar. Eu juro que podia sentir o calor, da água tropical
tocando nas minhas pernas, esfriando o que o fogo tinha acabado de esquentar.
"Eu realmente amo água," Erin disse feliz.
Então respirei fundo me fortificando, me certificando que meu rosto ficasse com um
calmo sorriso, e andei até onde Erik estava parado na cabeça do circulo e segurando a
vela verde que representava o quarto elemento que era terra.
"Está pronto?" eu perguntei a ele.
Erik parecia um pouco pálido, mas acenou e a voz dele era forte quando ele disse,
"Sim. Estou pronto."
Eu levantei o fósforo que ainda queimava e "Ouch! Merda!" me sentindo como uma
retardada e não como uma Alta Sacerdotisa em treinamento e a única caloura que já tinha
sentindo uma afinidade com os 5 elementos, eu derrubei o fósforo que eu deixei queimar
demais e queimei o dedo. Eu olhei com timidez para Erik e para o resto. "Desculpa,
gente."
Eles deram nos ombros devido a minha natureza nerd natural. Eu estava me virando
de volta para Erik e buscando no cilindro o próximo fósforo quando o que eu vi - ou
melhor, o que eu não vi - se registrou na minha mente.
Não havia um rastro de luz entre Damien, Shaunee, e Erin. Suas velas estavam
acessas. Os elementos manifestados. Mas a conexão que sentíamos desde de nosso
primeiro circulo juntos, que era tão poderoso como visível e lindo, construído de luz,
estava faltando. Sem ter certeza do que fazer, eu mandei um apelo silencioso para Nyx.
"Por favor, deusa, me mostre o que fazer para reformar o circulo sem Stevie Rae!" Então
acendi o fósforo e olhei de forma encorajadora para Erik.
"Terra que nos suporta e nutre. Como o quarto elemento eu te chamo para o nosso
circulo!"
Eu peguei o longo fósforo e o encostei na vela verde. A reação de Erik foi
instantânea. Ele chorou de dor enquanto a vela verde voava da mão dele para longe do
circulo até uma sombra grossa da árvore. Erik estava esfregando sua mão e murmurando
algo sobre se sentir como se tivesse sido picado, ao mesmo tempo que um xingamento
estava vindo da escuridão enquanto alguém que estava, aparentemente, muito irritado,
vinha em nossa direção.
"Merda! Ouch! Droga! O que -"
Afrodite emergiu da escuridão segurando a vela verde apagada e esfregando uma
marca vermelha que estava na testa que já estava se enchendo.
"Oh, maravilha. Eu deveria ter descoberto. Me dizem para vir aqui na" - ela parou,
olhou ao redor das árvores e grama, então enrugou o nariz perfeito - "selvagem cercado
por natureza, e o que eu encontro alem de insetos e sujeira? A orda de nerdes jogando
merdas em mim," ela disse.
"Eu só queria ter pensando nisso," Erin disse com doçura.
"Afrodite, você é uma vadia odiosa do inferno," Shaunee disse tão docemente
quanto.
"Nerds, não falem comigo."
Ignorado a briga delas eu disse, "quem te disse para vir aqui?"
Afrodite me olhou nos olhos. "Nyx," ela disse.


"Por favor!"
"Tanto faz!"
"Dificilmente!"
Damien e as Gêmeas todas falaram juntas. Eu notei que Erik estava suspeitosamente
silencioso. Eu levantei uma mão. "Chega!" Eu surtei e eles calaram a boca.
"Porque Nyx te disse para vir aqui?" eu perguntei a Afrodite.
Ainda me olhando nos olhos, ela se aproximou de mim. Mal olhando para Erik ela
disse "Saia do caminho, ex-namorado fracassado." Me surpreendendo, Erik saiu do
caminho dela para que ela pudesse tomar o lugar da terra. "Chame a terra e acenda, e
você vai ver," Afrodite disse.
Antes de alguém poder protestar eu segui meu instinto, já sabendo pela premonição
que ela estava me dando o que estava para acontecer. "Terra que nos suporta e nutre.
Como o quarto elemento eu chamo a terra para nosso circulo!" Eu repeti e toquei meu
fósforo na vela verde. Ela acendeu instantaneamente, cercando Afrodite e eu com o cheiro
e sons de uma campina toda florida no verão.
Afrodite falou suavemente. "Nyx decidiu que eu precisava de mais merda na minha
já horrível vida. Então agora eu tenho uma afinidade pela terra. É irônico o bastante para
você?"


NOVE

"Oh, de jeito nenhum!" Shaunee gritou.
"Idem, Gêmea! Só que foda de jeito nenhum!" Erin disse.
"Eu não consigo acreditar que isso está certo," Damien disse.
"Acredite," eu disse, minhas costas ainda para o resto do circulo enquanto ainda
encarava Afrodite. Antes dos meus amigos poderem surtar mais eu acrescentei, "Olhem
para o circulo." Eu não precisava olhar. Eu já sabia o que ia ver, e quando arfaram isso
me disse que eu estava certa. Ainda sim, eu me virei devagar, aterrada pela beleza e
poder do fio de luz que ligava os quatro juntos.
"Ela está dizendo a verdade. Nyx a mandou aqui. Afrodite tem uma afinidade pela
terra."
Chocados em silencio, meus amigos só encararam quando eu me movi para o centro
do circulo e peguei a vela púrpura. "Espírito o que nos faz únicos, o que nos da coragem e
força, e é o que vive quando nossos corpos não vivem mais. Venha até mim, espírito!" Eu
fui engolfada pelos quatro elementos quando espírito passou por mim, me enchendo de
paz e alegria. Eu andei pelo circulo, encontrando o olhar confuso e chateado dos meus
amigos, tentando ajudar eles a entender algo que eu nem entendia direito, mas o que eu
podia sentir era que, de fato, essa era a vontade de Nyx.
"Eu não finjo entender Nyx. A deusa trabalha por caminhos misteriosos e às vezes
ela pede coisas difíceis de nós. Isso é uma daquelas coisas difíceis. Precisamos estar em
acordo sobre deixar Afrodite entrar, ou -" eu hesitei, sem saber como terminar. Tentamos
fazer o circulo com outra pessoa, e Erik não recebeu permissão para representar a terra.
Talvez fosse apenas Erik que deusa não quisesse representando a terra, mas eu achava
difícil de acreditar isso. Erik não só era um cara legal ele já era um membro do nosso
Conselho, mas eu tinha o pressentimento que o problema não era Nyx não querer Erik. O
problema era que Nyx queria especificamente Afrodite. Eu suspirei e continuei. "Ou eu
suponho que possamos continuar procurando alguém e ver que mais ninguém pode
manifestar a terra." Eu olhei para longe do circulo e encarei os olhos de Erik. "Mas eu não
acho que Erik é o problema." Ele sorriu para mim, mas foi apenas um movimento que a
boca dele fez; o sorriso não alcançou seus olhos ou seu rosto.
"Eu acho que temos que fazer o Nyx quer que façamos. Mesmo não gostando,"
Damien disse.
"Shaunee?" eu virei para ela. "Qual seu voto?"
Shaunee e Erin dividiram um olhar e eu juro, por mais estranho que soe, eu quase
podia ver palavras voando pelo ar entre elas.
"Vamos deixar a vadia se juntar ao circulo," Shaunee disse.
"Mas apenas porque Nyx quer," Erin disse.
"Yeah, mas queremos que seja registrado que não entendemos o que Nyx quer,"
Shaunee acrescentou, com Erin acenando em concordância.
"Eles podem continuar me chamando de bruxa?" Afrodite disse.
"Você está respirando?" Shaunee perguntou.
"Se estiver respirando ainda é uma bruxa," Erin disse.
"Que é do que vamos chamar você," Shaunee terminou.
"Não," eu disse firmemente. As Gêmeas viraram seus olhares para mim. "Vocês não
tem que gostar dela. Vocês não tem nem que gostar que Nyx queira ela. Mas se
aceitarmos Afrodite, então nós aceitamos ela. Isso significa que chamar ela por nomes
tem que parar." As Gêmeas sugaram o ar, obviamente se preparando para discutir


comigo, então eu acrescentei com pressa, "Olhem dentro de si, especialmente agora
quando estão manifestando seu elemento. O que sua consciência está dizendo?"
Então segurei o fôlego e esperei.
As Gêmeas pausaram.
"Yeah, ok," Erin disse infeliz.
"Entendemos seu ponto. Só não gostamos," Shaunee disse.
"E quanto a ela? Então paramos de chamar ela de vadia, mas ela ainda pode agir
como uma?" Erin disse.
"Agora Erin tem razão," Damien disse.
Eu olhei para Afrodite. Pela expressão dela ela estava entediada, mas eu pude ver
que ela continuava respirando fundo, como se não pudesse sentir o bastante o cheiro da
campina que a terra tinha manifestado ao redor dela. De vez enquanto eu notei que ela
passava os dedos para baixo ao redor dela como se estivesse passando pela grama.
Claramente, ela não estava tão inafetada pelo que tinha acabado de acontecer como
fingia estar.
"Afrodite vai fazer o mesmo que vocês duas. Ela vai procurar em sua consciência e
fazer a coisa certa."
Afrodite parecia estar zombando como se estivesse procurando por algo que pudesse
estar escondido na noite. Então ela deu nos ombros.
"Oops. Parece que eu não tenho uma consciência."
"Pare!" eu surtei, e a energia que eu evoquei com o circulo passou entre Afrodite e
eu, passando perigosamente ao redor do corpo dela. O poder aumentou minha voz,
fazendo os olhos azuis aumentarem em surpresa e medo. "Aqui não. Não nesse circulo.
Você não ira mentir e fingir. Decida agora. Você também tem escolha. Eu sei que você
ignorou Nyx antes. Você pode escolher ignorar ela de novo. Mas se escolher ficar e fazer a
vontade da deusa, não ira fazer isso com mentiras e ódio."
Eu pensei que ela ia quebrar o circulo e se afastar. Eu quase desejei que ela fizesse
isso. Seria mais fácil não ter ninguém representando a terra. Eu podia só acender a vela
verde sozinha e a colocar no chão. Tanto faz. Mas Afrodite me surpreendeu, e isso era
apenas a primeira de muitas surpresas que Nyx tinha guardado para mim.
"Ótimo. Eu fico."
"Ótimo," eu disse. Eu olhei para meus amigos. "Ótimo?"
"Yeah, ótimo," eles resmungaram.
"Ótimo. Então temos nosso circulo," eu disse.
Antes de outra coisa bizarra acontecer eu me movi na direção oposta do relógio,
dando tchau para cada elemento. A linha prateada de poder desapareceu, deixando para
trás o cheiro do oceano e flores selvagens numa brisa quente. Ninguém disse nada, e o
silencio constrangedor cresceu até eu começar a sentir pena de Afrodite. É claro, e, a
abriu a boca e, como sempre, destruiu qualquer pena que alguém pudesse sentir dela.
"Não se preocupe. Eu vou deixar vocês para que possam voltar para suas reunião de
Dungeons and Dragons* (*um RPG) ou algo assim ," Afrodite desprezou.
"Hey, não jogamos Dungeons and Dragons!" Jack disse.
"Anda, temos tempo de ir buscar algo de comer antes do filme começar," Damien
disse, e o grupo todo completamente ignorou Afrodite quando começaram a se afastar,
conversando entre si sobre o quão bons os Espartanos eram e como dessa vez enquanto
assistiam 300 eles iriam contar quantos vampiros atores estavam nele.
Eles já estavam a vários passos de distancia quando Erik notou que eu não estava
com eles.


"Zoey?" ele chamou. A turma parou e olhou para mim, obviamente surpresos por ver
Afrodite e eu ainda paradas no circulo desfeito. "Você não vem?" A voz dele era
cuidadosamente neutra, mas eu podia ver sua mandíbula se endurecendo com uma
mistura do que podia ser irritação e preocupação.
"Vão vocês na frente. Eu encontro vocês no cinema. Eu preciso falar com Afrodite."
Eu esperei que Afrodite fizesse um comentário espertinho, mas ela não fez. Eu dei
um olhar lateral para ela e vi que ela estava olhando para escuridão sem prestar atenção
em mim ou nos meus amigos.
"Mas, Z, você vai perder as panquecas de chocolate," Jack disse.
Eu sorri para ele. "Está tudo bem. Eu comi um pouco a noite passada - sendo meu
aniversario e tudo mais."
"Elas precisam conversar, então vamos," Erik disse.
Eu não gostei de como ele falou - quase como se ele não se importasse - mas antes
de poder dizer algo mais ele estava se afastando. Merda. Eu definitivamente ia ter que
ficar com ele.
"Erik gosta das coisas do jeito dele. Ele também gosta de uma namorada que o
coloque em primeiro lugar. Suponho que você ainda esteja descobrindo isso," Afrodite
disse.
"Eu não vou falar sobre Erik com você. Eu só quero saber sobre o que Nyx te
mostrou da vontade dela."
"Você já não deveria saber sobre a vontade de Nyx, blá, blá, tanto faz? Você não é
escolhida?"
"Afrodite, eu já estou com uma horrível dor de cabeça. Eu gostaria de estar com
meus amigos comendo panquecas. Então eu queria ir ver 300 com meu namorado. Então
eu já estou cansada da atuação eu-sou-uma-vadia-total-o-tempo-todo. O negocio é esse -
só responda a pergunta e nós duas podemos ir fazer o que queremos." Eu estava
esfregando minha testa. A última coisa que eu esperava era a bomba que ela de repente
jogou.
"Você está falando mesmo é que é pra responder a pergunta para que possa ir
encontrar a criatura que Stevie Rae virou, não é?"
Eu senti como se a cor tivesse sido drenada do meu rosto. "Do que diabos você está
falando Afrodite?"
"Vamos andar," ela disse e começou a andar de lado do enorme muro de pedra da
fronteira da escola.
"Afrodite, não." Eu agarrei o braço dela. "Me diga o que você sabe."
"Olha, é difícil para mim ficar quieta quando acabei de ter uma visão, e a que eu
tive e que me fez vir até aqui não foi uma visão normal." Afrodite se libertou de mim e
passou a mão pela sobrancelha como se tivesse uma dor de cabeça também. Eu notei que
as mãos dela estavam tremendo - na verdade o corpo dela estava tremendo e ela parecia
anormalmente pálida.
"Está certo. Vamos andar."
Ela não disse nada por um tempo, e eu tive que lutar para não agarrar ela e balançar
ela até me contar como ela sabia sobre Stevie Rae. Quando ela finalmente começou a
falar, ela não olhou para mim e parecia estar falando mais para a noite do que para mim.
"Minhas visões tem mudado. Começou com aquela que eu tive quando aqueles
humanos foram mortos. Eu costumava poder ver as coisas como se fosse uma
observadora. Eu via o que acontecia mas não era tocada por isso. Tudo e todos eram
claros, fácil de entender. Com aqueles garotos foi diferente. Eu não estava mais


deslocada. Eu era um deles. Eu podia me sentir sendo morta com ele." Ela parou e deu
nos ombros. "Eu também não podia ver as coisas claramente. As coisas ficaram um
enorme emaranhado de pânico e medo e emoções malucas. Eu tenho flashes de coisas
que não consigo identificar ou entender, como quando eu te contei o que tinha que fazer
para tirar Heath daqueles túneis ou ele morria. Mas na maior parte eu surto e fico
confusa, e depois me sinto horrível." Afrodite olhou para mim como se estivesse
lembrando agora quem ela realmente era. "Como foi quando tive a visão da sua avó se
afogando. Eu era a sua avó, e foi sorte ter pego deslumbres da ponte e saber onde ela
caiu na água."
Eu acenei. "Eu lembro que você não podia me contar muito. Eu pensei que era mais
porque você não queria me contar mais do que podia."
O sorriso dela era sarcástico. "Sim, eu sei. Não que eu me importe com o que você
pensou."
"Só fale sobre a parte com Stevie Rae." Deus, ela era irritante.
"Eu não tinha uma visão a um mês. O que foi uma boa coisa, já que meus pais
insistiram que eu visitasse durante as férias de inverno. Frequentemente."
O olhar dela dizia que visitar seus pais não era exatamente uma coisa boa, o que eu
já sabia. Na última visitação dos pais eu meio que acidentalmente assisti uma horrível
cena entre Afrodite e seus pais. O pai dela o prefeito de Tulsa. Sua mãe podia ser o Satã.
Basicamente, eles faziam meus pais parecerem os pais de Brady* (*serie da TV) (sim, eu
sou uma nerd que assisti as reprises da Nickelodeon),
"Eu tive uma cena de aniversario com meus pais ontem."
"Seu padrasto é um dos malucos das Pessoas de Fé, não é?"
"Totalmente. Minha avó o chamou de coco de macaco."
Isso a fez rir. Eu digo realmente rir. Eu observei ela, maravilhada pela transformação
no rosto dela de frio e bonito para quente e lindo.
"Yep. Eu também odeio meus pais," eu disse.
"Quem não odeia," ela disse.
"Stevie Rae não odiava dos dela. Ou pelo menos não odiava antes..." Minha voz
morreu e tive que lutar contra a vontade de não explodir em lágrimas embaraçosas.
"Então essa parte da visão já aconteceu. Stevie Rae já virou um monstro."
"Ela não é um monstro! Ela só está diferente do que costumava ser."
Afrodite levantou uma sobrancelha perfeita. "Eu diria que poderia ser um
melhoramento se não tivesse visto o que ela se tornou."
"Só me diga o que você viu."
"Eu vi vampiros sendo mortos. Horrível." Afrodite tinha parado para engolir, como se
estivesse tentando com força não vomitar.
"Por Stevie Rae?" Eu guinchei.
"Não. Essa foi uma visão diferente."
"Ok, estou confusa."
"Tente ter a merda das visões, ou pelo menos essas visões novas que eu tenho tido.
Confusão é do que elas são. E dor. E medo elas são uma droga."
"Então Stevie Rae não estava na que os vampiros morreram?"
Ela balançou a cabeça. "Não, mas as duas pareciam não estar juntas." Afrodite
suspirou. "Eu vi Stevie Rae. Ela estava horrível. Suja e magra e seus olhos brilhavam de
um vermelho estranho. E você não ia acreditar no que ela estava vestindo. Quero dizer,
não que ela fosse uma Miss de Senso Fashion, mas ainda sim."
"Yeah, yeah, eu entendi. Então você a viu morta viva."


"É o que ela é, não é. Ela se transformou em algum horrível clichê vampiro, No
monstro que os humanos tem nos chamado a séculos."
"Nem todos os humanos. Sabe, você realmente precisa superar sua péssima atitude
sobre os humanos. Costumávamos ser um," eu disse.
"Tanto faz. Eu costumava ser apaixonada por Sean William Scott, também. Em falar
em notícias velhas." Ela virou os cabelos para as costas. "De qualquer forma, eu vi Stevie
Rea quando morreu. De novo. Dessa vez pra sempre. E sabia que se a visão se tornasse
verdade de alguma forma ia significar a morte dos vampiros e vi o que realmente
aconteceu. Então temos que descobrir um jeito de salvar Stevie Rae porque Nyx está
seriamente nada feliz com o fato de vários vampiros serem mortos."
"Como Stevie Rae morre?"
"Neferet mata ela. Ela empurra Stevie Rae diretamente na luz do sol e ela pega
fogo."


DEZ

"Merda. Então ela realmente não pode lidar com a luz do sol," eu disse.
"Você já não sabia disso?" Afrodite disse.
"Não tem sido fácil falar com Stevie Rae desde que ela, bem, morreu."
"Mas você a viu e falou com ela?"
Eu parei de andar e fiquei na frente de Afrodite para que ela tivesse que me olhar.
"Olha, você não pode contar a ninguém sobre Stevie Rae."
"Sério? Eu achei que devia colocar no papel da escola."
"Estou falando serio, Afrodite."
"Não me trate como uma idiota. Se alguém além de nós souber sobre Stevie Rae,
Neferet vai saber. Ela estava fadada a isso já que ela pode ler a mente de praticamente
todo mundo. Bem, com exceção da gente."
"Ela também não pode ler sua mente?"
O sorriso de Afrodite era de satisfação e mais do que um pouco odioso. "Ela nunca
foi capaz. Como você acha que eu me safei de tanta merda por tanto tempo?"
"Que maravilha." Eu lembrei distintamente que terrível vaca Afrodite tinha sido como
a líder das Filhas Negras. Na verdade, desde o momento que eu encontrei Afrodite ela foi
egoísta e maldosa e odiosa. Sim, as visões dela me ajudaram a salvar minha avó e Heath,
mas ela deixou claro que ela não se importava em salvar nenhum deles, e só me ajudou
porque ela ganhou algo com isso. Eu estreitei os olhos para ela. "Ok, Você vai ter que
explicar porque está se incomodando em me dizer tudo isso. O que você ganha?"
Afrodite aumentou os olhos em uma zombação inocente e usou um sotaque do sul
ridículo, "Porque, o que você quer dizer? Estou ajudando você porque você e seus amigos
sempre foram tão doces comigo."
"Pare com a merda, Afrodite."
A expressão dela mudou e sua voz voltou ao normal.
"Vamos apenas dizer que eu tenho que me retratar."
"Com Stevie Rae?"
"Com Nyx." Ela olhou para longe mim. "Você provavelmente não vai entender isso,
sendo toda poderosa com seus novos dons de Nyx e basicamente sendo a Miss Perfeita,
mas quando você tiver seus dons por um tempo vai poder descobrir que não é sempre
fácil fazer a coisa certa. Outras coisas - pessoas - entram no caminho. Você vai cometer
erros." Afrodite ridicularizou. "Bem, talvez você não cometa. Mas eu cometi. Eu posso não
estar nem ai por você ou Stevie Rae ou ninguém na escola, mas eu me importo com Nyx."
A voz dela balbuciou. "Eu sei o que é acreditar que a deusa se virou contra mim e não
quero sentir isso de novo."
Eu toquei o braço dela. "Mas Nyx não se virou contra você. Essas foram apenas
mentiras que Neferet contou para que ninguém acreditasse em suas visões. Você sabe
que Neferet está por trás do que aconteceu com Stevie Rae não sabe?"
"Eu sei desde a visão, em que eu vi Heath morrendo." Ela forçou uma pequena
risada. "Que bom que ela não pode ler nossas mentes. Eu não sei o que ela faria com um
calouro que sabe o quão horrível ela é."
"Ela sabe que eu sei."
"Você tem que estar brincando!"
"Bem, ela sabe que eu cai na dela." Eu hesitei, e então pensei, que diabos. Estranho
o bastante, estava parecendo que Afrodite (AKA, a bruxa do inferno) era a única pessoa
na terra que eu podia falar. "Neferet tentou apagar minha memória na noite que eu salvei


Heath daqueles garotos mortos vivos. Funcionou por um tempo, mas eu soube
imediatamente que tinha algo errado. Eu usei o poder dos cinco elementos para curar
minha memória, e, bem, eu meio que deixei Neferet saber que eu lembrava o que tinha
acontecido."
"Você meio que deixou ela saber?"
Eu fiquei inquieta. "Bem, ela me ameaçou. Disse que ninguém ia acreditar em mim
se eu falasse contra ela. E, uh, me deixou irritada. Então eu disse a ela que não importava
se nenhum vampiro ou calouro acreditasse em mim, porque Nyx acredita."
Afrodite sorriu. "Aposto que isso a irritou."
"Yeah, eu suponho que sim." Na verdade me deixava um pouco enjoada pensar no
quanto Neferet provavelmente estava irritada. "Mas ela partiu logo depois para as férias
de inverno. Eu não a vi desde então."
"Ela volta logo."
"Eu sei."
"Você está assustada?" Afrodite perguntou.
"Totalmente," eu disse.
"Eu não te culpo. Ok, eu sei isso de certeza por causa das minhas visões. Temos que
levar Stevie Rae para algum lugar seguro e para longe do resto daquelas coisas. E temos
que fazer isso agora. Antes de Neferet voltar. Tem alguma conexão entre os dois. Eu não
entendi, mas eu sei que está ali, e eu sei que é errado." Afrodite fez uma cara como se
tivesse provado algo ruim. "Na verdade o negocio todo dos monstros mortos vivos está
toda errada. Em falar em criaturas nojentas."
"Stevie Rae é diferente do resto deles."
Afrodite me deu um olhar que dizia que ela definitivamente não acredita em mim.
"Pense nisso. Porque Nyx daria a um calouro um dom tão poderoso como uma
afinidade pela terra e então a deixaria morrer. E depois reviver." Eu parei, lutando sobre
como fazer ela entender. "Eu acho que a conexão dela com a terra é a razão do porque
Stevie Rae manteve parte da sua humanidade, e eu realmente acreditaria nosso se eu -
eu quero dizer, nós, se nós pudermos ajudar ela a achar o resto da humanidade dela. Ou
talvez a gente encontre um jeito de curar ela. De transformar ela de volta em um calouro
ou talvez até em uma vampira completa. E talvez se Stevie Rae for consertada, isso
signifique que haja uma chance para o resto deles também."
"Então você tem idéia de como consertar ela?"
"Não. Nem idéia." Então eu ri. "Mas agora eu tenho uma caloura poderosa que tem
visões e afinidade com a terra me ajudando."
"Ótimo. Isso me faz sentir muito melhor."
Eu não queria admitir para Afrodite, mas a verdade era que ser capaz de falar com
ela sobre Stevie Rae e ter ela me ajudando a descobrir o que deveríamos fazer me fazia
sentir melhor. Muito melhor.
"De qualquer forma," Afrodite estava dizendo, "como você vai encontrar Stevie Rae?"
Ela curvou os lábios. "Não me diga que você espera que eu rasteje naqueles túneis
nojentos com você."
"Na verdade, Stevie Rae disse que iria se encontrar comigo no gazebo do Philbrook
hoje a noite as 3 horas."
"Ela vai aparecer?"
Eu mordi o lábio. "Eu vou dar roupas para ela, então acho que sim."
Afrodite balançou a cabeça. "Então ela morreu, volta como morta viva, e ainda não
tem nenhum senso de moda."


"Aparentemente."
"Agora isso sim é triste."
"Yeah." Eu suspirei. Eu amo Stevie Rae, mas até eu tenho que admitir que ela tem
um péssimo gosto por roupas.
"Então, onde você vai levar ela depois de dar as roupas?"
Eu não achei que devia mencionar que gostaria de levar ela direto para a banheira.
"Eu não sei. Eu não pensei muito além das roupas e, uh, sangue."
"Sangue!"
"Ela precisa. Sangue humano. Ou ela fica maluca."
"Ela já não é louca?"
"Não! Ela só tem problemas."
"Problemas?"
"Muitos problemas," eu disse firmemente.
"Ok. Tanto faz. Você tem que decidir aonde vai levar ela. Ela não pode ficar com o
resto daquelas coisas. Isso não vai ajudar ela," Afrodite disse.
"Eu ia tentar falar com ela para voltar aqui. Eu achei que podia esconder ela com
facilidade enquanto a maior parte dos vampiros não está aqui."
"Você não pode trazer ela aqui." Afrodite ficou pálida. "É aqui que ela morre. De
novo."
"Merda! Então não sei o que diabos vou fazer," eu admiti.
"Eu suponho que você poderia levar ela para minha antiga casa," Afrodite disse.
"Yeah, certo. Seus pais são tão compreensivos e tudo mais. Parece uma ótima idéia,
Afrodite."
Ela virou os olhos. "Meus pais não estão. Eles saíram mais cedo para uma viagem de
esqui de três semanas. Além do mais, ela não vai ficar dentro da casa. Meus pais vivem
numa daquelas antigas mansões na rua do Philbrook. Eles tem um apartamento na
garagem que costumava ser o aposento dos servos. Não é mais usada a não ser quando
vovó vem visitar, e minha mãe só a jogou num daqueles chiques, de alta segurança e
altamente caras casas de repouso, então não precisamos nos preocupar com isso. Ainda
sim, tudo no apartamento deve funcionar - você sabe, eletricidade e água e tudo mais.
"Você acha que ela vai ficar bem lá?"
Afrodite deu nos ombros. "Ela vai ficar mais segura do que aqui."
"Certo. Então ela vai para lá."
"Ela vai ficar bem com isso."
"Yeah," eu menti. "Eu digo a ela que a geladeira vai estar cheia de sangue." Eu
suspirei. "Embora eu não faça idéia de como vou conseguir uma taça de sangue, muito
menos uma geladeira cheia."
"Está na cozinha."
"Na sua casa?" Agora eu estava totalmente confusa.
"Não, jeesh, fique comigo. Eles tem sangue aqui. Em uma em enorme geladeira de
aço na cozinha. Para os vampiros. Carregamentos frescos chegam todo dia dos humanos
doadores. Todos os estudantes mais velhos sabem sobre isso. Conseguimos para usar em
alguns dos rituais."
"Isso vai funcionar, especialmente desde que quase não tem mais ninguém aqui. Eu
devo ser capaz de entrar na cozinha e pegar sangue sem ser pega." Eu franzi. "Por favor,
me diga que está em algum jarro ou algo igualmente perturbador."


Ok, embora eu realmente, realmente gostasse de beber sangue, eu ainda ficava
completamente enojada pela idéia de beber sangue. Eu sei, eu preciso de terapia. De
novo.
"Está em uma bolsa, como nos hospitais. Nada para se estressar."
Até ai viramos automaticamente para a direita e estávamos indo de volta para o
dormitório.
"Você tem que ir comigo," eu disse bruscamente.
"Para a cozinha?"
"Não, para onde está Stevie Rae. Você tem que nos mostrar a casa e como entrar no
apartamento e tudo mais."
"Ela não vai querer me ver," Afrodite disse.
"Eu sei, mas ela vai ter que superar. Ela sabe que suas visões salvaram minha avó.
Quando eu falar para ela que você teve uma visão sobre ela, ela vai ter que acreditar." Eu
estava feliz por soar tão certa. Eu definitivamente não me sentia certa. "Mas pode ser
melhor você se esconder e esperar até eu falar com ela antes dela ver você."
"Olha, estou tentando fazer a coisa certa aqui, mas eu não vou me esconder duma
garota que costumava ser usada como uma refrigeradora."
"Não chame ela assim!" Eu surtei. "Você já pensou que grande parte do seu
problema e do porque de tantas coisas ruins acontecerem com você não é por causa de
Neferet e tudo que ela está tramando, mas o fato de você ter uma atitude tão nojenta e
vadia?"
As sobrancelhas de Afrodite se ergueram e ela colocou a cabeça de lado, o que a fez
parecer um pássaro loiro. "Yeah, eu pensei nisso, mas não sou como você. Eu não sou
positiva e a Miss Simpatia. Me diz algo. Você acha que as pessoas são basicamente boas,
não acha?"
A pergunta dela me surpreendeu, mas eu dei nos ombros e acenei. "Yeah, eu acho
que sim."
"Eu não. Eu acho que a maior parte das pessoas, e eu estou falando de vampiros ou
humanos, são merdas. Elas fingem. Elas fingem ser boazinhas, mas estão a um passo de
mostrar sua verdadeira face."
"Esse é um jeito deprimente de passar pela vida," eu disse.
"Você chama de deprimente. Eu chamo de realista."
"Como você confia em alguém?"
Afrodite olhou para mim. "Eu não confio. Parece mais fácil. Você vai descobrir." Ela
encontrou meus olhos de novo e eu não podia ler a estranha expressão neles. "O poder
muda as pessoas."
"Eu não vou mudar." Eu ia dizer mais, mas daí pensei sobre o fato de que apenas
alguns meses atrás se alguém tivesse me dito que eu ficaria com um homem adulto
enquanto eu tinha não um mas dois namorados eu diria de jeito nenhum. Então isso não
significa que eu mudei?
Afrodite sorriu como se pudesse ler minha mente. "Eu não estava falando sobre
você. Eu estava falando das pessoas ao seu redor."
"Oh," eu disse. "Afrodite, sem querer ser má nem nada, mas eu entendo meus
amigos mais do que você."
"Veremos. Falando nisso - você não deveria ir ao cinema e encontrar seus amigos
agora?"
Eu suspirei. "Yeah, mas eu não posso ir. Eu tenho que ir pegar o sangue para Stevie
Rae, juntar suas roupas, e também quero passar no Wal-Mart* (*loja de departamento) e


comprar um celular. Eu acho que será uma boa idéia dar a Stevie Rae para poder me
ligar."
"Ótimo. Porque você não pega do lado de fora da porta escondida no muro leste as
2:30? Isso nos dá muito tempo para chegar a Philbrook antes de Stevie Rae."
"Parece bom. Só preciso ir até meu quarto, pegar umas roupas de Stevie Rae e
minha bolsa, então saiu daqui."
"Ok, vamos para o dormitório primeiro."
"Huh?" eu disse.
Afrodite me deu um olhar que dizia que ela achava que eu era uma retardada. "Você
não quer que as pessoas me vejam com você. Elas vão achar que somos amigas ou algo
ridículo assim."
"Afrodite, eu não me importo com o que as pessoas acham."
Ela virou os olhos. "Eu me importo." Então ela foi na minha frente para o dormitório.
"Hey!" Eu chamei. Ela olhou por cima dos ombros. "Obrigado por me ajudar."
Afrodite franziu. "Nem diga nada. E eu falei serio. Não. Diga. Nada. Jeesh."
Balançando a cabeça, ela se apressou para o dormitório.


ONZE

Eu encontrei o medalhão de coração quando estava mexendo nas roupas de Stevie
Rae. Eu estava com ela na noite que ela morreu, e quando eu voltei para nosso quarto o
esquadrão de limpeza vampiro (ou seja como for que eles se chamem) já tinha estado
aqui e pego todas as coisas de Stevie Rae. Eu fiquei fula. Realmente fula. E insisti que eles
devolvessem algumas das coisas dela de volta porque eu queria ter coisas para me
lembrar dela. Então Anastásia, a professora que ensina feitiços e rituais (ela é muito gentil
e casada com Dragon Lankford, o professor de esgrima) me levou para um deposito
bizarro onde eu coloquei algumas das coisas de Stevie Rae numa mala e então eu joguei
tudo de volta onde costumava ser o armário dela. Eu lembro que Anastásia foi gentil
comigo, mas ela também claramente desaprovou eu ter pego algumas coisas de Stevie
Rae.
Quando um calouro morre, os vampiros esperam que a gente esqueça e siga em
frente. Ponto.
Bem, eu não acho que isso é certo. Eu não ia esquecer minha melhor amiga, mesmo
antes de descobrir que ela virou uma morta viva.
De qualquer forma, eu tinha pego as jeans dela quando algo saiu do bolso dela. Era
um envelope que estava escrito ZOEY do lado de fora com a letra de Stevie Rae. Meu
estomago doeu enquanto eu o abri. Dentro havia um cartão de aniversário - um daqueles
bobos com uma foto de um gato (que parecia Nala) usando um daqueles chapéus de
aniversários pontudos e um olhar carrancudo. Dentro dizia FELIZ ANIVERSÁRIO, OU ALGO
ASSIM, COMO SE EU ME IMPORTASSE EU SOU UM GATO. Stevie Rae desenhou um
enorme coração e escreveu TE AMO! STEVIE RAE E A NALA RABUGENTA. No fundo do
envelope havia uma corrente de prata. Eu a ergui para encontrar um delicado medalhão
de coração na corrente. Minhas mãos tremiam enquanto eu abria o medalhão. Uma foto
dobrada muitas vezes caiu. Eu a abri com cuidado, e com um pequeno soluço, reconheci a
foto que eu tinha tirado de nós duas (segurando a câmera, esmagando nossos rostos
juntos, e pressionando o botão pra tirar a foto).
Limpando os olhos, eu dobrei a foto de volta e a coloquei no medalhão colocando a
corrente envolta do meu pescoço. Era uma corrente curta então o coração ficou logo
abaixo da minha garganta.
De alguma forma, encontrar o colar me fez sentir forte, e também pegar o sangue
da cozinha foi mais fácil do que eu achei que seria. Ao invés da minha bolsa normal - a
pequena de marca que eu encontrei numa loja em Utica Square ano passado (é feita de
pele falsa pink, totalmente legal), eu peguei minha enorme bolsa - a que eu gostava de
usar como uma bolsa de livros quando estava no ginásio no Broken Arrow, antes de ser
Marcada e minha vida explodir. De qualquer forma, a bolsa era grande o bastante para
carregar alguém gordo (se ele fosse baixo), então foi fácil colocar a jeans Roper, uma
camiseta, as botas de cowboy pretas (ugh), e algumas outras coisas e ainda deixar espaço
para cinco bolsas de sangue. Sim, elas eram nojentas. Sim, eu queria enfiar um canudinho
e chupar como se fosse uma caixa de suco. Sim, eu sou nojenta.
A cafeteria estava fechada, assim como a cozinha, e completamente deserta. Mas
como tudo na escola, não estava trancada. Eu entrei e sai da cozinha facilmente,
segurando minha bolsa cheia de sangue com cuidado enquanto tentava parecer
indiferente e não culpada. (Eu realmente não sou boa com o roubo).
Eu estava preocupada em ver Loren (Que eu realmente, realmente estava tentando
esquecer, mas não tanto para mim tirar os brincos de diamante, mas ainda sim), mas a


única pessoa que eu vi foi um terceiranista chamado Ian Bowser. Ele era nerd e magro,
mas ele também era meio engraçado. Eu tinha aula de teatro com ele e ele era
hilariamente apaixonado pela nossa professora de teatro, professora Nolan. Na verdade,
ele estava procurando pela professora Nolan quando ele literalmente deu um encontrão
em mim no caminho da cafeteria.
"Oh, Zoey, desculpe!" Ian me deu uma pequena e nervosa saudação de respeito,
com o punho em cima do coração. "Eu - eu não queria te atropelar."
"Sem problemas," eu disse. Eu odiava quando alguém ficava nervoso e assustado
perto de mim como se achassem que eu pudesse transformar eles em algo vil. Por favor.
É a House of Night, não Hogwarts. (Sim, eu li os livros de Potter e adorei os filmes. Sim, é
mais prova de que eu sou uma nerd.)
"Você não viu a professora Nolan, viu?"
"Não. Eu nem sabia que ela tinha voltado das férias," eu disse.
"Yeah, ela voltou ontem. Tínhamos um encontro trinta minutos atrás." Ele riu e ficou
corado. "Eu realmente quero chegar na final da competição de Monólogos de Shakespeare
ano que vem, então eu pedi a ela para ser minha tutora."
"Oh, isso é legal." Pobre garoto. Ele nunca chegaria na final de um belo concurso de
Shakespeare se a voz dele não parece de se afinar.
"Se você vir a professora Nolan pode dizer a ela que eu estou procurando por ela?"
"Pode deixar," eu disse. Ian saiu apressado. Eu segurei minha bolsa e fui
diretamente para o estacionamento e então para o Wal-Mart.
Comprei o celular (com sabonete, escova de dentes, e um CD Kenny Chesney) e foi
fácil. O que não foi fácil foi lidar com a ligação para o Erik.
"Zoey? Onde você está?"
"Ainda na escola," eu disse. O que não era literalmente uma mentira. Nessa hora eu
estava parada no lado da estrada perto do lugar no muro leste onde havia a porta secreta
que levava para fora da escola. Eu digo "secreta" porque vários calouros e provavelmente
todos os vampiros sabiam sobre ela. Era uma tradição escolar não comentada que
calouros saíssem da escola para um ritual e por algum mal comportamento de vez
enquando.
"Ainda na escola?" ele parecia irritado. "Mas o filme quase acabou."
"Eu sei. Desculpe."
"Você está bem? Você sabe que deve ignorar as merdas que Afrodite disse."
"Yeah, eu sei. Mas ela não disse nada sobre você." Ou pelo menos quase nada. "Eu
só estou muito estressada agora e só preciso pensar um pouco sobre umas coisas."
"Coisas de novo." Ele não soava feliz.
"Eu realmente sinto muito, Erik."
"Ok, yeah. Sem problemas. Eu te vejo amanha ou algo assim. Bye." E ele desligou.
"Merda," eu disse para o telefone mudo.
Afrodite bateu na janela do lado do passageiro o que me vez pular e dar um gritinho.
Eu desliguei o telefone e me inclinei para destrancar a porta para ela.
"Aposto que ele está puto," ela disse.
"Você tem um ouvido bizarramente bom?"
"Nah, só uma bizarramente boa habilidade de entender as coisas. Além do mais eu
conheço nosso garoto Erik. Você deu um bolo nele hoje. Ele está puto."
"Ok, primeiro, ele não é nosso garoto. Ele é meu garoto. Segundo, eu não dei o bolo
nele. Terceiro, eu não vou falar de Erik com você, Senhorita Boquete."


Ao invés de assoviar e cuspir em mim como achei que ela faria, Afrodite riu. "Ok.
Tanto faz. E não derrube nada antes de tentar, Senhorita Santinha."
"Ok, eew." Eu disse. "Mudando de assunto. Eu tenho uma idéia de como lidar com o
negocio de Stevie Rae. Eu também não acho que você deveria se esconder. Então me
mostre como chegar na casa dos seus pais. Eu vou te largar lá e então vou pegar Stevie
Rae."
"Quer que eu vá embora antes de voltar com ela?"
Eu já tinha pensado nisso. Era tentador, mas a verdade era que estava parecendo
cada vez mais que Afrodite e eu iríamos ter que trabalhar juntas para arrumar Stevie Rae.
Então minha melhor amiga morta viva teria que se acostumar em ter Afrodite por perto.
Além do mais, eu já estava fazendo coisas escondidas demais. Eu não conseguia mais
lidar com esconder coisas para a garota que eu estava escondendo de todo mundo. Se
isso faz sentido.
"Não. Stevie Rae vai ter que aprender a lidar contigo." Eu olhei para Afrodite quando
cheguei na sinaleira e acrescentei alegre, "Ou talvez ela nos faça um favor e coma você."
"É tão legal você sempre pensar no lado bom das coisas," Afrodite disse
sarcasticamente. "Ok, vire a direita aqui. Quando chegar em Peoria, vire a esquerda e
desça algumas quadras até você ver uma enorme placa que aponta para a virada de
Philbrook."
Eu fiz o que ela disse. Nós não ficamos tagarelando, mas não foi estranho e
constrangedor. Era estranho o quão fácil era estar com Afrodite. Eu quero dizer, não que
ela não continuasse sendo uma vaca, mas eu estava meio que gostando dela. Ou talvez
esse fosse só outro sinal que eu precisava considerar terapia seriamente, e eu me
perguntei se Prozac ou Lexapro ou algum outro adorável antidepressivo funcionaria em
um calouro.
Na placa de Philbrook eu virei a esquerda e Afrodite disse, "Ok, estamos quase lá. É
a casa 50 da direita. Não entre na primeira entrada, entre na segunda. Essa vai por trás
da casa na garagem do apartamento."
Nós entramos e tudo o que eu pude fazer era balançar a cabeça. "É aqui que você
vive?"
"Costumava viver," ela disse.
"É uma P mansão!" E uma legal. Parecia algo que eu imaginava que caras ricos que
vivam na Itália tivessem.
"Era uma puta prisão. Ainda é." Eu ia dizer algo semi-profudno sobre ela estar livre
agora que ela foi Marcada e era uma menor antecipada e ela podia dizer aos pais para se
mandarem (como eu tinha feito), mas o próximo comentário espertinho dela me fez
esquecer a coisa legal que eu ia dizer. "E é realmente muito irritante você ser muito pura
para xingar. Dizer fuder não vai matar você. Não vai nem significar que você não é
virgem."
"Eu xingo. Eu digo merda e droga. Muito." E porque eu de repente senti a
necessidade de defender minhas preferências por não-xingamentos?
"Tanto faz," ela disse, claramente rindo de mim.
"E não tem nada errado em ser virgem. É melhor que ser uma vadia."
Afrodite ainda estava rindo. "Você tem muito a aprender, Z." Ela apontou para o
prédio que parecia uma miniatura da mansão. "Passe atrás dali. Tem uma entrada de trás
para o apartamento o seu carro fica atrás da rua."


Eu parei atrás da garagem totalmente legal e sai do meu Fusca. Afrodite usou sua
chave para destrancar a porta, que abriu para uma escadaria. Eu segui ela até o
apartamento.
"Jeesh, os servos devem ter vivido muito bem antigamente," eu murmurei, olhando
ao redor para o escuro e brilhante chão de madeira, os moveis de couro, e a brilhante
cozinha. Não havia várias coisas para decorar, mas havia varias velas e alguns vasos que
pareciam caros. Eu podia ver que o quarto e o banheiro ficavam no fim do apartamento, e
consegui espiar para ver uma enorme cama com um pufe confortável e travesseiros. Meu
palpite era que o banheiro fosse melhor do que o banheiro principal dos meus pais.
"Você acha que está bom?" Afrodite perguntou.
Eu fui para uma das janelas. "Cortinas grossas - isso é bom."
"Persianas também. Vê, podemos fechar elas daqui." Afrodite demonstrou.
Eu acenei para a TV de tela plana. "Net?"
"É claro," ela disse. "Tem vários DVD´s por aqui também."
"Perfeito," eu disse, indo até a cozinha. "Só vou colocar todos os sacos de sangue
aqui, e então ir até Stevie Rae."
"Ótimo. Eu vou assistir as reprises de Real World," Afrodite disse.
"Ótimo," eu disse. Mas ao invés de ir embora, eu limpei minha garganta inquieta.
Afrodite olhou por cima da TV. "O que?"
"Stevie Rae não parece e não age como costumava."
"Verdade? Eu não teria idéia sobre isso se tu não tivesse me avisado. Eu quero dizer,
a maior parte das pessoas que morre e dai volta a vida como um monstro sugador de
sangue parece e age totalmente sã."
"Estou falando sério."
"Zoey, eu vi Stevie Rae e algumas das outras criaturas em minhas visões. Eles são
nojentos. Ponto, o fim."
"É pior quando você os vê ao vivo."
"Nenhuma surpresa nisso," ela disse.
"Eu quero que você não diga nada para Stevie Rae," eu disse.
"Você diz sobre ela estar morta e tudo mais? Ou sobre ela ser nojenta?"
"Nenhum dos dois. Eu não quero assustar ela. Eu também não quero ela pulando em
você e arrancando sua garganta. Eu quero dizer, eu acho que provavelmente poderia
parar ela mas não tenho 100% de certeza. E fora o fato de que seria nojento e difícil de
explicar, eu realmente odeio pensar no que todo aquele sangue faria com esse
apartamento legal."
"Que doce você."
"Hey, Afrodite, que tal você tentar algo novo. Tente ser legal," eu disse.
"Que tal eu só não dizer nada."
"Isso também funciona." Eu fui para a porta. "Eu vou tentar trazer ela aqui logo."
"Hey," Afrodite me chamou. "Ela realmente podia arrancar minha garganta?"
"Absolutamente," eu disse, e então fechei a porta atrás de mim.


DOZE

Eu sabia que Stevie Rae tinha chegado no gazebo antes de mim. Eu não podia ver
ela, mas podia sentir o cheiro dela. Eesh. Serio, eesh. Eu esperava que um banho e um
xampu ajudasse com o cheiro, mas eu meio que duvidava. Afinal de conta, ela estava,
bem, morta.
"Stevie Rae, eu sei que você está aqui em algum ligar." Eu chamei o mais
quietamente que pude. Ok, vampiros tem a habilidade de se movimentar silenciosamente
e criar tipo uma bolha de invisibilidade ao redor deles. Calouros também tem essa
habilidade. Só não é tão completa. Já que eu sou uma estranha e talentosa caloura, eu
posso me mover quase tão bem e não ser vista por ninguém que pode estar espiando pela
janela as 3 da manha, como um guarda de segurança do museu. Então eu estava bem
confiante em relação a minha de não ser vista no semi-escuro, terrenos do museu, mas eu
não fazia idéia se podia estender minha habilidade para Stevie Rae. Em outras palavras,
eu precisava pegar ela, e tirar ela dali.
"Sai daí. Eu tenho suas roupas e um pouco de sangue e o último CD do Kenny
Chesney." Eu adicionei a última parte como uma chantagem. Stevie Rae era ridiculamente
caidinha por Kenny Chesney. Não, eu também não entendo.
"O sangue!" Uma voz que poderia ser de Stevie Rae se ela estivesse com um
péssimo resfriado e tivesse perdido a cabeça assoviou de trás dos arbustos na base do
gazebo.
Eu fui até atrás do gazebo passando pela grossa (e molhada) folhagem. "Stevie
Rae?"
Olhos brilhando de um tom horrivelmente vermelho, ela tropeçou para fora dos
arbustos e se lançou na minha direção. "Me dê o sangue!"
OhmeuDues, ela parecia uma pessoa absolutamente maluca. Rapidamente eu abri
minha bolsa, peguei a bolsa de sangue, e a entreguei para ela. "Peraí um segundo, eu
tenho uma tesoura aqui em algum lugar e eu-"
Com um rangido de dentes bem nojento, Stevie Rae abriu a pequena bolsa com seus
dentes (uh, presas é mais provavelmente), abriu a bolsa, e engoliu o sangue. Quando ela
secou a bolsa ela a jogou no chão. Ela estava respirando como se tivesse acabado de
correr em uma corrida quando finalmente olhou para mim.
"Não é bonito, é?"
Eu sorri e tentei o máximo ignorar o quão horrizada eu realmente estava. "Bem,
minha avó sempre diz que a gramática correta e bons medos nos fazem mais atraente,
então talvez você queira parar com o "não é bonito" e dizer 'por favor' da próxima vez."
"Eu preciso de mais sangue."
"Eu te consegui mais 4 bolsas. Estão no refrigerador no lugar que você vai ficar.
Você quer mudar de roupa aqui, ou esperar até tomar banho? É mais para baixo."
"Do que você está falando? Só me da as roupas e o sangue."
Os olhos dela não eram mais tão vermelhos brilhantes, mas ela ainda parecia
maldosa e louca. Ela estava ainda mais magra e pálida do que da noite anterior. Eu
respirei fundo. "Isso tem que parar, Stevie Rae."
"Isso é como eu sou agora. Isso não vai mudar. Eu não vou mudar." Ela apontou
para a lua crescente na testa. "Ela nunca se preenchera e eu sempre estarei morta."
Eu olhei para as linhas da lua crescente. Estava sumindo? Eu achei que
definitivamente parecia estar mais clara, ou no mínimo menos distinta, o que não podia
ser bom. Isso me abalou. "Você não está morta" era tudo que eu podia pensar para dizer.


"Eu me sinto morta."
"Ok, bem, você parece morta. Quando eu me pareço uma droga normalmente
também me sinto uma droga. Talvez essa seja parte do motivo para você se sentir mal."
Eu peguei na minha bolsa uma das botas de cowboy. "Veja o que eu trouxe para você."
"Sapatos não podem consertar o mundo" Esse era um assunto que Stevie Rae e as
Gêmeas sempre discutiram, e a voz dela tinha uma dica da antiga exasperação.
"Não é o que as Gêmeas diriam."
O tom familiar da voz dela mudou para uma voz sem expressão e fria. "O que as
Gêmeas diriam se elas me vissem agora?"
Eu encarei os olhos vermelhos de Stevie Rae. "Elas diriam que você precisa de um
banho e checar sua atitude, mas elas também ficariam incrivelmente felizes por você estar
viva."
"Eu não estou viva. É o que eu fico tentando fazer você entender."
"Stevie Rae, eu não vou entender isso porque você fica falando e falando. Eu não
acho que você é morta - eu acho que você está mudada. Não como em Mudada em uma
vampira adulta. Você fez outro tipo de Mudança, e eu acho que é mais difícil da que está
acontecendo comigo. É por isso que você está passando por isso. Você pode, por favor,
me dar uma chance de te ajudar? Você pode só tentar acreditar que tudo vai ficar bem?"
"Eu não sei como você pode ter certeza disso," ela disse.
Eu dei a ela a resposta que eu sentia no fundo da minha alma, e sabia no momento
que eu disse que era a coisa certa a dizer. "Eu tenho certeza que você vai ficar bem
porque eu tenho certeza que Nyx ainda ama você e ela deixou isso acontecer por uma
razão."
A esperança que passou nos olhos de Stevie Rae foi quase doloroso de ver. "Você
realmente acredita que Nyx não desistiu de mim?"
"Nyx não desistiu e nem eu vou." Eu ignorei o cheiro dela e dei um duro abraço, que
ela não retornou, mas ela também não se afastou ou tentou me morder no pescoço,
então achei que estava fazendo progresso. "Anda. O lugar que eu encontrei para você
ficar é logo abaixo."
Eu comecei a andar, acreditando que ela ia me seguir, que ela fez logo depois de
uma leve hesitação. Passamos pelo gramado do museu e entramos em Rockford, a rua
que passa na frente dele. 27, a rua da mansão da Afrodite (bem, era a casa dos pais
malucos dela) passa pela direto em Rockdord. Me sentindo mais do que apenas um pouco
sonhadora, eu andei no meio da rua na escuridão, me concentrando em me esconder
silenciosa e invisível, com Stevie Rae seguido logo atrás de mim. Estava escuro e parecia
sobrenatural silencioso. Eu olhei pelos galhos de inverno das antigas árvores que se
alinhavam na rua. Eu deveria ser capaz de ver uma quase lua cheia, mas as nuvens
estavam a tapando, obscurecendo tudo menos um brilho distinto de branco onde a nuvem
deveria estar. Tinha ficado frio, e eu estava feliz por meu metabolismo em mudança me
proteger do vento. Eu imaginei se a mudança de temperatura incomodava Stevie Rae, e
eu ia perguntar a ela quando ela de repente falou.
"Neferet não vai gostar disso."
"Disso?"
"Deu ficar com você ao invés dos outros." Stevie Rae parecia bem agitada e estava
puxando as mãos uma na outra.
"Relaxe, Neferet não vai saber que você está comigo, pelo menos até eu ficar pronta
até ela saber," eu disse.
"Ela vai saber assim que voltar e eu não estiver com os outros."


"Não, ela só vai saber que você sumiu. Qualquer coisa pode ter acontecido com
você." Então uma idéia me atingiu que eu parei como se tivesse atingido uma árvore.
"Stevie Rae! Você não tem que ficar perto de um vampiro adulto para ficar bem!"
"Huh?"
"Isso prova que você Mudou! Você não está tossindo e morrendo!"
"Zoey, eu já fiz isso."
"Não não não! Não é o que eu quis dizer." Eu peguei o braço dela, ignorando o fato
que ela imediatamente se afastou do meu aperto e deu um passo para longe de mim.
"Você pode existir sem os vampiros. Só outro vampiro adulto pode fazer isso. Então é
como eu disse. Você Mudou, é só um tipo diferente de Mudança!"
"E isso é algo bom?"
"Yep!" Eu não tinha tanta certeza quanto soava, mas eu estava determinada a
continuar a positiva com Stevie Rae. Além do mais, ela não está parecendo bem. Eu quero
dizer, ainda mais não tão bem quando ela normalmente parece. "Qual o seu problema?"
"Eu preciso de sangue!" Ela passou sua mão tremula na sujeira do rosto dela. "A
pequena bolsa não foi o suficiente. Você me impediu de me alimentar ontem, então não
me alimento desde anti ontem. É - é ruim quando não me alimento." Ela baixou a cabeça
de forma estranha, como se estivesse ouvindo uma voz no vento. "Eu posso ouvir o
sangue passando pelas veias deles."
"Veia de quem?" Eu estava tão intrigada quando enojada.
Ela fez um gesto abrangente com seus braços que era tão feral quanto gracioso.
"Dos humanos dormindo ao nosso redor." A voz dela tinha caído para um sussurro. Havia
algo no tom que me fez querer me aproximar dela, embora os olhos dela tivessem voltado
a brilhar vermelho de novo e ela cheirasse tão mal que me fazia querer vomitar. "Um
deles esta acordado." Ela apontou para a enorme malsão a direita de onde paramos; "É
uma garota... uma adolescente.... ela está sozinha do quarto..."
A voz de Stevie Rae era sedutora. Meu coração começou a bater com força no meu
peito. "Como você sabe disso?" eu sussurrei.
Ela virou os olhos para mim. "Tem tanta coisa que eu sei. Eu sei sobre sua ânsia por
sangue. Eu posso sentir o cheiro. Não tem porque você mão ceder a ela. Poderíamos
entrar na casa. Ir até a garota no quarto e pegar ela juntas. Eu divido com você, Zoey."
Por um segundo eu fiquei perdida na obsessão que esquentou os olhos de Stevie
Rae, e na minha própria necessidade. Eu não experimentava sangue humano desde que
experimentei o sangue de Heath um mês atrás. A memória daquele único e maravilhoso
gole passou por meu corpo como um segredo atormentando meu corpo. Completamente
mesmerizada, eu vi Stevie Rae que estava me pegando em sua linda escuridão, e sua
profundidade.
"Eu posso te mostrar como entrar na casa. Eu posso sentir os jeitos secretos. Você
pode fazer a garota me convidar para entrar - eu não posso entrar na casa de alguém a
não ser que me convidem primeiro. Mas quando eu entrar..." Stevie Rae riu.
Foi a risada dela que me fez voltar a normal. Stevie Rae costumava ter a melhor
risada. Era feliz e jovem e inocentemente apaixonada pela vida. Agora o que saia da boca
dela era um maldoso e distorcido eco daquela antiga alegria.
"O apartamento é a duas casas de distancia. Tem sangue na geladeira." Eu virei e
comecei a andar rapidamente pela rua.
"Não é quente e não é fresco." Ela soava fula, mas ela estava me seguindo de novo.
"É fresco o bastante, e tem um microondas. Você pode esquentar ele."


Ela não disse mais nada, e chegamos na mansão em apenas alguns minutos. Eu
levei ela pela garagem do apartamento, abri a porta de fora, e entrou. Eu estava subindo
quando percebi que Stevie Rae não estava atrás de mim. Voltando rapidamente para a
porta eu a vi parada do lado de fora na escuridão. Tudo que era visível dela era o
vermelho dos olhos dela.
"Você tem que me convidar a entrar," ela disse.
"Oh, desculpe." O que ela disse antes não se registrou em mim, e agora senti uma
onda de choque com essa prova da diferença de alma em Stevie Rae. "Uh, entre," eu
disse rapidamente.
Stevie Rae deu um passo para frente e bateu numa barreira invisível. Ela deu um
grito de dor, que se transformou num resmungo. Os olhos dela brilharam para mim.
"Suponho que seu plano não tenha funcionado. Eu não posso entrar."
"Eu achei que você tinha dito que só precisava ser convidada."
"Por alguém que vive na casa. Você não vive aqui."
Abaixo de mim, a voz fria e educada de Afrodite (soando incontavelmente como a da
mãe dela) falou. "Eu vivo aqui. Entre."
Stevie Rae entrou sem problemas. Ela começou a subir pela escada e tinha quase me
alcançado quando ela deve ter registrado a voz de Afrodite. Eu vi o rosto dela mudar de
sem expressão para olhos acessos e perigosos.
"Você me trouxe para a casa dela!" Stevie Rae estava falando comigo, mas
encarando Afrodite.
"Sim, e porque é bem fácil de explicar." Eu considerei agarrar ela caso ela surtasse,
então lembrei como estranhamente forte ela se tornou, então comecei a me centrar, me
perguntando se minha habilidade com o vento seria capaz de fechar a porta antes dela
poder fugir.
"Como você pode explicar! Você sabe que odeio Afrodite." Então ela olhou para mim.
"Eu morro e agora ela é sua amiga?"
Eu estava abrindo minha boca para assegurar Stevie Rae que Afrodite e eu não
tínhamos virado amigas exatamente quando a voz arrogante de Afrodite me interrompeu.
"Cai na real. Zoey e eu não somos amigas. A sua pequena herda de nerds ainda está
intacta. A única razão do porque eu estou envolvida é porque Nyx tem um senso de
humor totalmente bizarro. Então entre ou sai daqui. Como se eu me importasse..." A voz
dela morreu quando ela voltou para o apartamento.
"Você confia em mim?" eu perguntei a Stevie Rae.
Ela olhou para mim pelo que pareceu muito tempo antes de responder. "Sim."
"Então entre." Eu continuei subindo a escada quando Stevie Rae me seguiu
relutantemente atrás.
Afrodite estava rindo no fingindo assistir MTV. Quando entramos na sala ela enrugou
o nariz e disse, "Que cheiro nojento é esse? Parece que algo morreu e-" ela olhou para
cima e viu Stevie Rae. Os olhos dela se alargaram. "Esquece." Ela apontou para a ponta
do apartamento. "Banheiro é para lá."
Eu entreguei a Stevie Rae minha bolsa. "Aqui está. Vamos conversar quando você
voltar."
"Sangue primeiro," Stevie Rae disse.
"Vá em frente e eu levo uma bolsa para você." Stevie Rae estava olhando para
Afrodite, que estava olhando para a TV. "Traga duas," ela praticamente assoviou.
"Tudo bem. Eu levo duas."


Sem outra palavra, Stevie Rae saiu da sala. Eu a observei caminhar pelo corredor de
um jeito selvagem.
"Olá! Nojento, asqueroso, e totalmente perturbador," Afrodite sussurrou. "Como se
você não pudesse ter me avisado."
"Eu tentei. Você achou que sabia de tudo. Lembra?" Eu sussurrei de volta. Então fui
para a cozinha e peguei as duas bolsas de sangue. "Você também disse que seria gentil."
Eu bati na porta do banheiro. Stevie Rae não disse nada, então eu abri devagar e
espiei. Ela estava segurando as jeans, camiseta, e botas, e estava parada ali, no meio do
ótimo banheiro, olhando as roupas. Ela estava parcialmente virada para longe de mim,
então eu não podia ter certeza, mas eu achei que ela poderia estar chorando.
"Eu te trouxe sangue," eu disse suavemente.
Stevie Rae se balançou, esfregou a mão no rosto, e então jogou as roupas e botas
no na pia de mármore. Ela estendeu a mão pelas bolsa. Eu dei elas para ela, junto com
uma tesoura que peguei da cozinha.
"Precisa de ajuda para encontrar algo?" eu perguntei.
Stevie Rae balançou a cabeça. Sem olhar para mim ela disse, "Você está esperando
aqui porque está curiosa para saber como eu fico nua ou porque você quer um pouco de
sangue?"
"Nenhum dos dois." Eu mantive minha voz perfeitamente normal, me recusando a
ficar com irritada com ela como ela claramente estava querendo. "Eu vou estar na sala.
Você pode jogar suas antigas roupas no corredor e eu vou jogar elas fora para você." Eu
fechei a porta do banheiro firmemente atrás de mim.
Afrodite estava balançando a cabeça para mim quando eu voltei para ela. "Você acha
que pode arrumar aquilo?"
"Mantenha sua voz baixa!" Eu sussurrei. Então sentei com força do lado oposto do
sofá. "E, não, eu não acho que eu posso arrumar ela. Eu acho que Nyx pode arrumar ela."
Afrodite deu nos ombros. "Ela cheira tão mal quanto parece."
"Estou tão ciente disso quanto ela está."
"Só estou dizendo, ugh."
"Diga o que quiser, só não diga para Stevie Rae."
"Então para o registro eu só quero dizer que a garota não parece segura para mim,"
Afrodite disse, levantando a mão como se tivesse fazendo um juramento. "Eu tenho duas
palavras para ela: bomba relógio. Eu acho que ela ia assustar até sua horda de nerds."
"Eu realmente queria que você parasse de chamar ela assim," eu disse. Deus, eu
estava exausta.
"Você tem amigos finais de semana nerds," ela disse.
"Huh?" eu não tinha idéia do que ela estava falando.
"Tem finais de semana quando que você e sua gangue se juntam para assistir
maratonas dos filmes de Star Wars e Senhor dos Anéis."
"Yeah, e?"
Afrodite me deu uma melodramática virada de olhos. "Você não está entendendo o
quão nerd isso é e prova o meu ponto. Vocês são definitivamente uma horda de nerds."
Eu ouvi a porta do banheiro abrir e fechar, então não me incomodei de dizer a
Afrodite que, sim, de fato, eu sabia o quão nerds esses filmes eram, mas que nerd
também podia ser divertido, especialmente quando você está agindo como nerd junto com
seus amigos e comendo pico e falando sobre o quão totalmente gostosos são Anakin e
Aragon (eu meio que gosto do Legolas também, mas as Gêmeas dizem que ele é muito
gay. Damien, é claro, adora ele.). Eu peguei uma lixeira debaixo da pia da cozinha e


joguei as roupas nojentas de Stevie Rae nela, amarrando e abrindo a porta do
apartamento e então jogando pelas escadas.
"Vil," Afrodite disse.
Eu sentei no sofá, ignorei ela e encarei, sem ver realmente, a TV.
"Não vamos falar sobre aquilo." Afrodite apontou o queixo em direção ao banheiro.
"Stevie Rae é ela, não aquilo."
"Ela cheira como um aquilo."
"E não. Não vamos falar sobre ela até ela se juntar a nós," eu disse firmemente.


TREZE

Me recusando a fofocar com Afrodite sobre Stevie Rae, eu voltei a olhar a TV, mas
depois de um tempo eu não consegui ficar parada, então levantei e fui de janela em
janela fechando as cortinas e persianas. Isso não levou muito tempo, então fui para a
cozinha e comecei a mexer nos armários. Eu já havia notado que a geladeira tinha uma
caixa de Perrier* (*água), duas garrafas de vinho branco, e alguns pedaços daquele
queijo importado caro, que tem cheiro de pé. Havia carne e peixe no frezeer e gelo, mas
era isso. Os armários tinham várias coisas neles, mas era comida de gente rica. Você
sabe, latas importadas de peixe que ainda tem cabeça, mostras defumadas (eesh), outras
carnes estranhas e coisas cortadas, e longas caixas de algo chamado bolacha d'água. Não
havia uma lata de coca decente.
"Vamos ter que ir para o supermercado," eu disse.
"Você pode manter a Fedida trancada no quarto, tudo o que você tem que fazer é
entrar na conta online com o Petty Foods* (*especie de super online). Clique no que
quiser da loja. Eles entregam e meus pais pagam."
"Eles não vão surtar quando virem a conta?"
"Nem vão notar," ela disse. "O banco paga diretamente. Não tem nada demais,"
"Verdade?" Eu estava surpresa por pessoas realmente viverem assim. "Vocês são
ricos."
Afrodite deu nos ombros. "Yeah. Tanto faz."
Stevie Rae limpou a garganta e Afrodite e eu pulamos. Ver ela fez meu coração se
apertar com força. O cabelo curto dela estava molhado, e estava no rosto dela em curvas
familiares. Os olhos dela ainda eram vermelhos e seu rosto ainda era pálido, mas estava
limpo. As roupas dela estavam grandes, mas ela parecia Stevie Rae de novo.
"Oi," eu disse suavemente. "Se sente melhor?"
Ela parecia desconfortável, mas acenou.
"Você está com um cheiro melhor," Afrodite disse.
Eu olhei para ela.
"O que? Isso foi gentil."
Eu suspirei e dei a ela um obvio olhar de você não está ajudando. "Ok, que tal
falarmos sobre bolar um plano? Quero dizer, eu sei que Stevie Rae tem, uh, problemas
únicos, mas eu não tenho certeza do que você acha que pode ser feito sobre eles. Ela está
morta. Ou morta viva." Ela olhou para Stevie Rae. "Ok, eu não estou realmente tentando
ser maldosa, mas -"
"Não é maldosa. É apenas a verdade." Stevie Rae interrompeu ela. "Mas não finja
que você se importa agora mais com meus sentimentos do que você sentia antes."
"Eu estava tentando ser gentil," Afrodite disse, soando o oposto do gentil.
"Tente mais," eu disse. Então, "Sente-se Stevie Rae." Ela sentou na cadeira de couro
do lado do sofá. Eu ignorei minha dor de cabeça e sentei no sofá. "Ok, aqui está o que eu
sei." Eu juntei as pontas dos meus dedos. "Primeiro, Stevie Rae não tem mais que viver
perto de vampiros adultos, então isso significa que ela completou a Mudança." Afrodite
começou a abrir a boca então me apressei. "Segundo, ela precisa de sangue, mais do que
vampiros adultos normais." Eu olhei de Afrodite para Stevie Rae. "Alguma de vocês duas
sabe se vampiros adultos ficam loucos se não beberem sangue regularmente?"
"Na aula de Sociologia Vampira Avançada aprendemos que adultos precisam beber
sangue regularmente para ficarem saudáveis. Isso vale para mente e corpo." Afrodite deu
nos ombros. "Neferet é a professora dessa matéria, e ela nunca disse nada sobre


vampiros ficarem loucos se não beberem sangue. Mas isso pode ser uma das coisas que
eles só nos dizem quando completamos a Mudança."
"Eu não sabia nada disso até eu morrer," Stevie Rae disse.
"Pode ser sangue de qualquer mamífero, ou precisa ser humano?"
"Humano."
Eu perguntei a Stevie Rae, mas ela e Afrodite responderam ao mesmo tempo.
"Ok, bem, além de ter que beber sangue e não precisar ficar perto de vampiros
adultos, Stevie Rae não pode entrar em casas sem ser convidada."
"Por alguém que vive nela," Stevie Rae acrescentou. "Mas não tem nada demais."
"Como assim?" Eu perguntei.
Stevie Rae virou seu olhar vermelho para mim. "Eu posso obrigar humanos a fazer
coisas que eles não querem."
Com um esforço, eu não tremi.
"Isso não é um choque," Afrodite disse. "Vários vampiros adultos tem forte
personalidade e podem ser muito persuasivos com humanos. É uma das razões deles
terem tanto medo de nós. Você deveria saber disso, Zoey."
"Huh?"
Afrodite ergueu uma sobrancelha. "Você sofreu um Imprint com seu namorado
humano. O quão difícil foi persuadir ela a deixar você chupar ele. Ela pausou, e sorriu
travessamente. "O sangue, quero dizer."
Eu ignorei o comentário vadio. "Ok, Stevie Rae também tem isso com os vampiros
também. Mas vampiros não tem que ser convidados para a casa de alguém, tem?"
"Nunca ouvi falar de algo assim," Afrodite disse.
"É porque eu não tenho alma," Stevie Rae disse numa voz sem qualquer emoção.
"Você não é sem alma," eu disse automaticamente.
"Você está errada. Eu morri e Neferet descobriu um jeito de trazer meu corpo de
volta, mas ela não trouxe minha humanidade de volta também. Minha alma ainda está
morta."
Eu nem agüentei pensar na possibilidade de que isso pudesse ser possível, e abri a
boca para discutir com ela, mas Afrodite foi mais rápida.
"Isso faz sentido. É o do porque você não conseguir entrar na casa de uma pessoa
viva sem ser convidada. É também provavelmente o porquê de você pegar fogo se o sol te
atingir. Sem alma - não agüenta a luz."
"Como você sabe disso?" Stevie Rae perguntou.
"Eu tenho visões, lembra?"
"Eu pensei que Nyx tinha te abandonado e tirado suas visões," Stevie Rae disse
cruelmente.
"Isso é o que Neferet quer que as pessoas acreditem porque Afrodite teve visões
sobre ela - e sobre você," eu disse prontamente. "Mas Nyx não abandonou ela e nem
você."
"Então porque você está ajudando Zoey?" Stevie Rae jogou a pergunta em Afrodite.
"E não diga aquela merda sobre Nyx ter senso de humor. Qual é a verdadeira razão?"
Afrodite zombou. "Porque estou ajudando não é da sua conta."
Stevie Rae levantou e se moveu pela sala tão rápido que seus movimentos foram um
borrão. Antes deu poder piscar ela tinha colocado as mãos ao redor da garganta de
Afrodite e pressionado seu rosto perto do dela. "Você está errada. É da minha conta,
também, porque estou aqui. Lembra, você me convidou?"


"Stevie Rae, solta ela." Eu mantive a voz calma, mas meu pulso estava batendo feito
louco. Stevie Rae parecia e soava mais do que apenas um pouco maluca.
"Eu nunca gostei dela, Zoey. Você sabe disso. Eu te disse um zilhão de vezes que ela
não era legal e que você deveria ficar longe dela. Eu não sei por que não deveria quebrar
o pescoço dela."
Eu estava começando a me preocupar com o quão esbugalhados os olhos de
Afrodite pareciam e o quão vermelho seus olhos estavam ficando. Ela lutou contra Stevie
Rae, mas era como alguém tentando se soltar de um grande e maldoso adulto. Me ajude
a passar por Stevie Rae. Eu mandei uma reza silenciosa para a deusa quando comecei a
me concentrar para poder usar os poderes dos elementos para mim. Então palavras foram
sussurradas na minha mente e eu rapidamente as repeti.
"Você não deveria quebrar o pescoço dela porque você não é um monstro."
Ela não soltou Afrodite, mas Stevie Rae virou sua cabeça para poder olhar para mim.
"Como você sabe disso?"
Eu não hesitei, "Porque acredito em nossa deusa, e acredito na parte de você que
ainda é minha melhor amiga."
Stevie Rae soltou Afrodite, que começou a tossir e a esfregar o pescoço.
"Diga que sente muito," eu disse a Stevie Rae. Os olhos vermelhos dela me
perfuraram, mas eu levantei o queixo e a encarei. "Diga que sente muito para Afrodite,"
eu repeti.
"Eu não sinto muito," Stevie Rae disse quando andou (numa velocidade normal) de
volta para sua cadeira.
"Nyx deu a Afrodite uma afinidade pela terra," eu disse bruscamente. O corpo de
Stevie Rae virou como se eu tivesse batido nela. "Então atacando ela você está na
verdade atacando Nyx."
"Nyx está deixando ela assumir meu lugar!"
"Não. Nyx está deixando ela ajudar você. Eu não posso descobrir isso sozinha, Stevie
Rae. Eu não posso deixar nenhum dos meus amigos saberem sobre isso porque se eu
fizer vai ser uma questão de tempo antes de Neferet descobrir tudo que eles sabem, e
embora eu não sabia muita coisa, eu acredito que Neferet se tornou má. Então
basicamente somos nós contra uma poderosa Alta Sacerdotisa. Afrodite é a única caloura
além de mim cuja mente Neferet não pode ler. Precisamos de ajuda."
Stevie Rae estreitou os olhos para Afrodite, que ainda estava esfregando o pescoço e
respirando com força. "Eu ainda quero saber por que ela se incomoda em nos ajudar. Ela
nunca gostou de nenhuma de nós. Ela é uma mentirosa e uma vaca total."
"Reparação," Afrodite conseguiu dizer.
"O que?" Stevie Rae disse.
Afrodite olhou para ela. A voz dela era áspera, mas ela definitivamente estava
recuperando o fôlego e passou de ficar assustada para ficar fula. "Qual o problema? A
palavra é muito grande para você? R-E-P-A-R-A-Ç-Ã-O." Ela soletrou. "Significa que eu
tenho que compensar algumas coisas que fiz. Muita coisa, na verdade. Então tenho que
fazer o que não fiz antes - que é seguir a vontade de Nyx." Ela parou e limpou a garganta,
e fez uma careta de dor. "Não, eu não gosto tanto quanto você. E, quer saber, você ainda
está fedendo e suas roupas country são idiotas."
"Afrodite respondeu sua pergunta," eu disse a Stevie Rae. "Ela podia ter sido mais
gentil, mas você acabou de tentar sufocar ela até a morte. Agora se desculpe a ela." Eu
encarei Stevie Rae enquanto silenciosamente chamei a energia do espírito para mim. Eu vi
Stevie Rae recuar, e ela finalmente olhou para longe.


"Desculpe," ela murmurou.
"Eu não consegui ouvir ela," Afrodite disse.
"E eu não agüento vocês duas agindo como dois bebezões!" eu surtei. "Stevie Rae,
se desculpe a ela como uma pessoa normal ao invés de uma pirralha mimada."
"Eu sinto muito," Stevie Rae disse, franzindo para Afrodite.
"Ok, olha," eu disse. "Precisamos de algum tipo de trégua entre nós. Eu não posso
ter medo de virar de costas e vocês duas tentarem se matar."
"Ela não poderia me matar," Stevie Rae disse, virando os lábios de forma nada
atraente.
"Porque você já está morta ou porque eu não me aproximaria o bastante do seu
fedor para chutar sua bunda?" Afrodite perguntou em uma voz doce.
"É exatamente isso ao que estou me referindo!" Eu gritei. "Parem! Se não pudermos
nos dar bem, como diabos vamos descobrir um jeito de enfrentar Neferet e resolver o que
aconteceu com Stevie Rae?"
"Temos que enfrentar Neferet?" Afrodite disse.
"Porque temos que enfrentar ela?" Stevie Rae disse.
"Porque ela é uma fudida maldosa!" Eu gritei.
"Yeah, e você não foi atingida por um raio ou derreteu nem nada fudido desse tipo,"
Afrodite disse alegremente.
"Isso não pareceu certo saindo da sua boca, Z," Stevie Rae disse.
Eu não pude me impedir de sorrir para Stevie Rae. Ela de repente parecia e soava
mais como ela e eu senti uma enorme onda de esperança. Ela ainda estava ali. Eu só
tinha que descobrir um jeito de fazer ela entrar em contando com o seu -
"É isso!" Eu sentei mais na frente excitada.
"Você xingar? Eu não acho, Z. Não é você," Stevie Rae disse.
"Eu acho que você estava certa quando disse que sua alma está sumida, Stevie Rae.
Ou pelo menos parte dela está sumida."
"Você faz parecer que é uma coisa boa, o que eu não entendo," Afrodite disse.
"Eu odeio concordar com ela, mas sim, eu perder a alma é algo bom?" Stevie Rae
disse.
"Porque é assim que eu vou consertar você!" Elas só me olharam, com olhos de
boba. Eu virei os olhos. "Tudo que temos que fazer é descobrir um jeito de colocar sua
alma inteira no seu corpo. Você pode voltar a ser como era. Claramente, você completou
uma Mudança que não é exatamente normal."
"Claramente," Afrodite murmurou.
"Mas com uma alma curada você tem sua humanidade de volta - você volta ao
normal. E isso é o que realmente importa. Todas essas outras coisas," eu fiz um gesto
abstrato em direção a ela. "Você sabe, seus olhos estranhos e todo o negocio de beber-
sangue-ou-ficar-louca, podem ser lidadas se você voltar a ao normal."
"Isso é mais uma daquelas merdas o-lado-de-dentro-é-mais-importante que o de
fora?" Afrodite disse.
"É, e Afrodite você está me irritando com a sua atitude tão negativa," eu disse.
"Eu acho que seu grupo precisa de alguém pessimista," ela disse, parecendo meio
feliz.
"Você não é parte do grupo dela," Stevie Rae disse.
"No momento nem você, Fedida," Afrodite respondeu.
"Bruxa odiosa! Nunca -"


"CHEGA!" Eu virei minhas mãos para as duas enquanto me concentrava no fato das
duas precisarem apanhar. O vento obedeceu e elas sentaram de volta quando uma
pequena e concentrada ventania ficava atrás delas. "Ok, pare agora," eu disse
rapidamente. O vento imediatamente parou. "Uh, desculpa. Perdi a calma."
Afrodite imediatamente começou a passar os dedos pelos cabelos completamente
descabelados. "Eu acho que você perdeu a droga da cabeça," Afrodite reclamou.
Pessoalmente, eu achei que ela podia ter razão, mas eu não queria admitir. Eu olhei
para o relógio e fiquei chocada por ver que eram 7 da manha. Não era de se admirar que
eu estivesse tão cansada. "Olhem, vocês duas. Estamos cansadas. Vamos dormir um
pouco e nos encontrar aqui depois do Ritual da Lua Cheia. Eu vou pesquisar mais e ver se
descubro algo sobre almas perdidas ou quebradas e como consertar elas." Pelo menos eu
tinha algo para me concentrar agora, ao invés de buscar livremente na biblioteca. Bem,
isso quando eu não estava me agarrando com Loren. Ah, diabos. Eu esqueci dele.
"Parece um plano para mim. Estou pronta para sair daqui." Afrodite levantou. "Meus
pais só voltam daqui 3 semanas então você não precisa se preocupar com eles voltarem
para casa. Tem jardineiros que vem aqui duas vezes por semana, mas isso é durante o dia
e - oh, yeah - você vai pegar fogo se sair durante o dia, então eles verem você não deve
ser um problema também. A empregada normalmente aparece uma vez por semana
quando meus pais não estão, para manter a casa perfeita, mas ela só vem aqui quando
minha vó está visitando, então isso também não é problema."
"Wow, ela é realmente rica," Stevie Rae disse para mim.
"Aparentemente," eu disse.
"Você tem net?" Stevie Rae perguntou a Afrodite.
"É claro," ela disse.
"Legal," Stevie Rae disse, parecendo mais feliz desde que tinha morrido.
"Ok, então, vamos sair daqui," eu disse, me juntando a Afrodite na porta. "Oh,
Stevie Rae, eu te comprei um celular. Está na bolsa. Se precisar de algo, me ligue. Eu vou
lembrar de manter ele comigo e ligado." Eu pausei, me sentindo estranhamente incerta
sobre deixar ela.
"Vá. Eu te vejo depois," Stevie Rae disse. "Você não precisa se preocupar comigo. Eu
já estou morta. O que mais pode dar errado?"
"Ela tem razão," Afrodite disse.
"Ok, bem. Eu entendi," eu disse. Eu não quis dizer que achava que ela também tinha
razão. Isso parecia pedir por problemas. Eu quero dizer, ela era morta viva, e isso era
muito ruim. Mas haviam outras coisas que podiam dar errado também. A idéia me deu um
calafrio na espinha, o que, infelizmente, eu ignorei e continuei imaginando o futuro. Eu
não tinha idéia do horror que estava prestes a acontecer.


QUATORZE

"Me deixa na porta escondida no muro. Eu ainda acho que não é uma boa idéia as
pessoas acharem que estamos andando juntas," Afrodite disse.
Eu virei a direita na rua Peoria e me dirigi de volta a escola. "Estou surpresa por você
se importar tanto com o que as acham."
"Eu não me importo. Eu me importo com o que a Neferet descobre. Se ela achar que
nós duas somos amigas, ou apenas não somos inimigas, ela vai descobrir que
compartilhamos informações sobre ela."
"E isso seria muito ruim," eu terminei por ela.
"Definitivamente," ela disse.
"Mas ela vai nos ver juntas de vez enquando porque você ira evocar a terra nos
meus círculos."
Afrodite me encarou. "Não, eu não vou."
"É claro que vai."
"Não, eu não vou."
"Afrodite, Nyx te deu uma afinidade com a terra. Você pertence ao circulo. A não ser
que você queira ignorar a vontade de Nyx." Eu não acrescentei a palavra "de novo", mas
pareceu permanecer ficar no ar conosco.
"Eu já disse que vou fazer a vontade de Nyx," ela disse através dos dentes cerrados.
"O que significa que você vai fazer parte do Ritual da Lua Cheia hoje a noite," eu
disse.
"Isso vai ser um pouco difícil, já que eu não sou mais membro das Filhas Negras."
Merda. Eu esqueci disso.
"Bem, então, você vai ter que voltar para as Filhas Negras." Ela começou a dizer
algo. Eu levantei a voz e falei mais alto que ela. "O que significa que você vai ter que jurar
seguir nossas regras."
"Idiotas," ela murmurei.
"Você está fazendo aquela coisa com péssima atitude novo," eu disse. "Então, você
vai jurar?"
Eu pude ver que ela estava mordendo os lábios. Eu esperei se ninguém dizer nada e
continuei dirigindo. Isso era algo que Afrodite ia ter que decidir sozinha. Ela disse que
queria reparar as merdas que fez e seguir a vontade da deusa. Mas querer algo e fazer
são duas coisas bem diferentes. Afrodite tem sido egoísta e maldosa por muito tempo. As
vezes eu podia ver uma faísca de mudança nela, mas a maior parte das vezes eu só via a
garota que as Gêmeas chamavam de Bruxa do Inferno.
"Yeah, tanto faz."
"Como assim."
"Eu disse sim. Eu vou jurar obedecer suas regras idiotas."
"Afrodite, parte do juramento significa que você não acredita que as regras são
idiotas."
"Não, não tem nada no juramento que diz que não posso achar as regras idiotas. Só
diz que eu tenho que ser autentica pelo ar, fiel pelo fogo, sábia pela água, empática pela
terra, e sincera pelo espírito. Então sou autentica dizendo que as regras são idiotas."
"Se é isso que você acha, porque as memorizou?"
"Conheça teu inimigo," ela citou.
"Quem disse isso, afinal?"


Ela deu nos ombros. "Alguém antigamente. O "teu" deixa claro que foi alguém
velho."
Eu achei que ela estava falando cocô, mas não quis dizer nada (especialmente já que
ela goza de mim por dizer cocô ao invés da palavra com m).
"Ok, aqui está." Eu encostei. Graças a Deus, as nuvens que apareciam de
madrugada tinham se multiplicado, e a manhã estava escura e emburrada. Tudo que
Afrodite tinha que fazer era cruzar o pequeno gramado que ficava entre a grama e o muro
que cercava a escola, passar pela porta escondida, e então seguir a calçada até o
dormitório. Como as Gêmeas diriam, fácil-fácil. Eu olhei para o céu, considerando se
deveria pedir para o vento trazer mais nuvens para deixar ainda mais escuro, mas eu olhei
para o rosto de Afrodite e decidi que não, ela podia lidar com a luz do sol. "Então, você
estará no ritual hoje a noite, certo?" eu perguntei, imaginando do porque estar levando
tanto tempo para ela sair do carro.
"Yeah, estarei lá."
Ela soava distraída. Tanto faz. A garota era apenas estranha às vezes.
"Ok, te vejo mais tarde," eu disse.
"Yeah, te vejo mais tarde," ela murmurou, abrindo a porta e (finalmente) saindo do
carro. Mas antes dela fechar a porta, ela se curvou e disse, "Algo parece errado. Você
também não está sentindo?"
EU pensei. "Eu não sei. Eu estou me sentindo meio inquieta e estressada, mas isso
pode ser por causa da morte da minha melhor amiga - ou melhor morta viva." Então olhei
mais perto para ela. "Você está ficando pronta para ter uma visão?"
"Eu não sei. Eu nunca sei dizer quando vou ter uma. Mas eu tenho pressentimentos
sobre as coisas às vezes e não tenho uma visão."
Ela parecia muito pálida e até um pouco suada (o que definitivamente não era
normal para Afrodite). "Talvez você devesse voltar para o carro. Provavelmente não tem
ninguém acordado para nos ver entrar juntas de qualquer forma." Afrodite era uma chata,
mas ver como as visões a faziam ficar indefesa e doente eu realmente não gostava da
idéia de deixar ela ficar na luz do sol sozinha quando uma atingisse ela.
Ela se balançou, me lembrando de um gato saindo na chuva. "Vou ficar bem. Eu
provavelmente só estou imaginando coisa. Vejo você hoje a noite."
Eu vi ela se apressar até o muro de pedra e tijolos que cercavam o terreno da
escola. Enormes e antigos carvalhos se alinhavam no muro, fazendo sobras que de
repente pareciam sinistras. Jeesh, agora eu estava imaginando coisa? Eu tinha a mão no
volante e estava mudando a marcha para poder me aproximar quando Afrodite gritou.
Às vezes eu não penso. Meu corpo assume e eu apenas ajo. Essa foi uma dessas
horas. Eu sai do carro e estava correndo até Afrodite antes de poder pensar. Quando
cheguei até ela, eu soube duas coisas ao mesmo tempo. Uma era que algo tinha um
cheiro maravilhoso, meio familiar. O que quer que fosse, era um cheiro que estava na
área como uma deliciosa nevoa e eu automaticamente respirei fundo. A segunda coisa é
que Afrodite estava curvada, vomitando e chorando ao mesmo tempo, o que não foi muito
agradável de se ver. Eu estava muito ocupada olhando para ela e tentando descobrir o
que estava acontecendo e distraída pelo maravilhoso cheiro para notar. A principio.
"Zoey!" Afrodite chorou, ainda vomitando, "Chame alguém! Rápido!"
"O que foi - uma visão? Qual problema?" Eu peguei ela nos ombros e tentei dar
apoio a ela enquanto ela continuava a vomitar.
"Não! Atrás de mim! Contra o muro..." Ela ficou ânsia, mas não teve tempo para
vomitar. "É tão horrível."


Eu não queria, mas meus olhos automaticamente olharam para cima atrás dela nas
sombras do muro da escola.
Foi a coisa mais horrível que eu já vi. A principio minha mente nem registrou o que
viu. Mais tarde eu pensei que provavelmente era um mecanismo de defesa. Infelizmente,
não durou muito. Eu pisquei e olhei por entre a escuridão. Algo parecia manchado, e
molhado e-
E eu sabia o que era aquele doce e sedutor cheiro era. Eu lutei contra a vontade de
cair de joelhos e vomitar ao lado de Afrodite. Eu senti o cheiro de sangue. Não era o
cheiro ordinário de sangue humano, que já era muito delicioso. O que eu estava sentindo
o cheiro era do sangue derramado de um vampiro adulto.
O corpo dela estava pregado grotescamente em uma cruz de madeira que estava
parada contra o muro. Eles não pregaram só os pulsos e tornozelos dela. Eles também
passaram uma grossa estaca de madeira no coração dela. Havia algum tipo de papel por
cima do coração dela, preso num lugar perto da grotesca estaca. Eu podia ver que havia
algo escrito nela, mas meus olhos não se focaram bem o bastante ara ver o que estava
escrito nele.
Eles também cortaram a cabeça dela, a cabeça da professora Nolan. Eu sabia que
era ela porque eles colocaram a cabeça dela numa estaca de madeira do lado do corpo
dela. O longo cabelo preto dela se mexia suavemente contra a brisa, parecendo
obscenamente gracioso. A boca dela estava aberta em uma terrível careta, mas os olhos
dela estavam fechados.
Eu agarrei o cotovelo de Afrodite e fiz ela levantar. "Anda! Temos que chamar
ajuda."
Se apoiando uma na outra, voltamos para o meu carro. Eu não sei como consegui
ligar o Fusca e me afastar.
"Eu - eu - eu acho que eu vou vomitar de novo." Os dentes de Afrodite batiam tanto
que ela mal podia falar.
"Não, você não vai." Eu não podia acreditar no quão calma eu soava. "Respire. Se
concentre. Tire forças da terra." Eu percebi que eu estava automaticamente fazendo o que
eu disse para ela fazer, só que no meu caso eu estava tirando força dos cinco elementos.
"Você está bem," eu disse a ela com a energia canalizado do vento, fogo, água, terra, e
espírito para manter longe a histeria e o choque a qual eu queria ceder. "Estamos bem."
"Estamos bem... estamos bem..." Afrodite continuou repetindo. Ela estava tremendo
tanto que eu peguei o canguro que eu mantinha no banco de trás. "Coloque isso ao seu
redor. Estamos quase lá."
"Mas todos foram embora! A quem você vai contar?"
"Nem todo mundo foi embora." Minha mente trabalhou. "Lenobia nunca deixa os
cavalos sozinhos por muito tempo. Ela provavelmente está aqui. "E então arfei para a
escuridão. "E eu vi Loren Blake ontem. Ele vai saber o que fazer."
"Ok... ok..." Afrodite murmurou.
"Me escute Afrodite," eu disse firmemente. Ela virou os olhos bem apertos e
chocados para mim. "Eles vão querer saber por que estávamos juntas, e especialmente eu
estava te largando tão perto do muro."
"O que diremos?"
"Eu não estava com você e eu não estava te largando. Eu fui visitar minha avó. Você
estava..." eu pausei, tentando forçar minha mente atordoada a pensar. "Você estava em
casa. Eu vi você voltando para a escola e te dei uma carona. Quando passamos pelo muro
você sentiu que algo estava errado e paramos para olhar. Foi assim que achamos ela."


"Ok. Ok. Eu posso dizer isso."
"Você vai lembrar?"
Ela respirou fundo. "Eu vou lembrar."
Eu não me incomodei em parar numa vaga direito. Eu parei o mais perto possível do
prédio principal que tinha a residência dos professores. Eu esperei o suficiente para pegar
Afrodite de novo, e juntas corremos pela calçada até a antiga porta de madeira do prédio
que parecia um castelo. Silenciosamente agradecendo a deusa pela política de não trancar
as portas, eu abri a porta e entrei junto com Afrodite.
E eu me encontrei com Neferet.
"Neferet! Você tem que vir! Por favor! É horrível!" Eu chorei e me joguei nos braços
dela. Eu não pude me impedir. Minha mente sabia que ela tinha feito coisas horríveis, mas
a um mês atrás Neferet era uma mãe para mim. Não, na verdade, ela se tornou a mãe
que eu queria ter, e eu meu pânico ver ela mandou uma onda de alivio pelo meu corpo.
"Zoey? Afrodite?"
Afrodite caiu contra a parede ao nosso lado e eu podia ouvir ela chorando. Eu
percebi que eu comecei a chorar tanto que se não fosse pelos braços fortes de Neferet ao
meu redor eu provavelmente não seria capaz de me manter de pé. A Alta Sacerdotisa me
segurou gentilmente, mas firme longe de mim para poder olhar meu rosto. "Fale comigo,
Zoey. O que aconteceu?"
Eu tremi mais. Eu curvei a cabeça e cerrei os dentes, tentando me concentrar de
novo e retirar força o suficiente dos elementos para poder falar.
"Eu ouvi algo e-" Eu reconheci nossa professora de equitação, Lenobia, uma voz
clara se aproximado no corredor de nós. "Pela deusa!" Do canto do olho eu vi que ela se
apressou até Afrodite e estava tentado dar apoio ao corpo fraco dela.
"Neferet? Qual o problema?"
Minha mente se quebrou quando ouvi a voz familiar e vi Loren, o cabelo todo
bagunçado como se ele estivesse dormindo, vindo da escadaria que levava pra o loft dele
enquanto ele colocava um moletom da House of Night. Meu olhar se trancou no dele e de
alguma forma eu consegui encontrar força para falar.
"É a professora Nola," eu disse, e me perguntei o quão clara e forte minha voz suava
quando senti meu corpo se quebrando em pequenos pedaços. "Ela está perto da porta
escondida no muro leste. Alguém matou ela."


QUINZE

Tudo aconteceu rápido depois disso, mas para mim pareceu estar acontecendo com
outra pessoa que temporariamente tinha tomado meu corpo. Neferet imediatamente
assumiu. Ela ajudou Afrodite e eu e decidiu (infelizmente) que eu era a única forte o
bastante para voltar com eles até o corpo. Ela chamou Dragon Lankford, que apareceu
armado. Eu ouvi Neferet chegando com Dragon sobre quais guardiões tinham voltado das
férias. Pareceu que segundos depois dois altos, e musculosos vampiros apareceram. Eu os
reconheci vagamente. Tinha sempre vampiros adultos indo e vindo para a escola. Eu
aprendi cedo que a sociedade vampira era matriarcal, o que significa que as mulheres
mandam. Mas não significa que vampiros homens não são respeitados. Eles são. É só que
os dons deles são mais físicos e o das mulheres são mais intelectuais e intuitivos. Para
resumir, vampiros homens são incríveis guerreiros e protetores. Aqueles dois mais Dragon
e Loren me fizeram sentir um zilhão de vezes mais segura.
Isso não significa que eu estava ansiosa para levar eles até o corpo da professora
Nolan. Entramos num SUV da escola e voltamos pelo caminho que eu tinha seguido até a
escola. Com a mão tremula eu apontei para o ponto onde eu tinha parado do lado da rua.
Dragon estacionou a SUV.
"Eu estava passando por aqui quando Afrodite disse que sentia algo errado," Eu
comecei nossa em enorme mentira. "Não podíamos ver muito daqui." Meus olhos
passaram pela parte escura da área perto da porta escondida. "Eu me senti estranha
também, então decidimos ver o que estava errado." Eu respirei fundo. "Eu acho que
pensei que havia um garoto que estava tentando voltar para o dormitório, mas não podia
encontrar a porta." Eu engoli claramente a aperto na garganta. "Então nos aproximamos
do muro e pudemos ver que tinha algo ali. Algo terrível. E - e eu senti o cheiro de sangue.
Quando percebemos o que era - que era a professora Nolan - fomos direto para vocês."
"Você pode ir lá de novo, ou prefere ficar aqui e esperar por nós?" A voz de Neferet
era gentil e compreensiva, e eu desejei com tudo dentro de mim que ela ainda fosse um
dos caras do bem.
"Eu não quero ficar sozinha," eu disse.
"Então você vem comigo," ela disse. "Os guerreiros vão nos proteger. Você não tem
nada a temer, Zoey."
Eu acenei e fui para a SUV. Os dois guerreiros, Dragon e Loren, protegeram Neferet
e eu. Pareceu levar só alguns segundos para atravessar a grama e poder cheirar - ver o
corpo crucificado. Eu senti meus joelhos tremerem quando o horror do que havia sido
feito a ela se registrou nos meus sentidos já chocados.
"Oh, graciosa deusa!" Neferet arfou. Ela se moveu para frente até alcançar a cabeça
estacada. Eu vi ela acariciar o cabelo da professora Nolan e então colocar a mão na testa
da mulher morta. "Encontre paz, minha amiga. Descanse nas campinas com nossa deusa.
É lá que todos nós, um dia, iremos nos encontrar de novo."
Quando senti meus joelhos cederem eu senti mãos fortes me segurando pelo
cotovelo.
"Você está bem. Você vai superar isso."
Eu olhei para cima para Loren e tive que piscar com força para me focar nele. Ele
continuou me segurando, mas tirou de um dos bolsos um daqueles antigos canivetes. Foi
quando eu notei que estava chorando.
"Loren, leve Zoey de volta para o dormitório. Ela não pode fazer mais nada aqui.
Assim que ela estiver bem protegida, eu vou chamar a policia humana," Neferet disse, e


virou seu olhar para Dragon. "Chame os outros guerreiros para cá agora." Dragon abriu o
celular e começou a fazer ligações. Então Neferet virou sua atenção para mim. "Eu sei que
isso foi uma coisa terrível para você ver, mas estou orgulhosa que você tenha sido tão
forte para passar por isso."
Eu não consegui fazer minha voz funcionar, então apenas acenei.
"Vamos para casa, Zoey." Loren murmurou.
Enquanto Loren me ajudava a voltar para a SUV uma chuva fria começou a cair
suavemente ao redor de nós. Eu olhei para trás por cima dos ombros e vi que estava
lavando o sangue da professora Nolan como se a própria deusa estivesse chorando a
perda dela.
Em todo caminho de volta para a escola Loren ficou falando comigo. Eu não lembro
o que ele dizia. Eu só sei que ele estava me dizendo que tudo ia ficar bem naquela voz
linda e rica. Eu podia sentir ela se envolver ao meu redor tentando me manter quente. Ele
estacionou e me levou pela escola, ainda segurando meu braço com força. Quando ele
deu a volta que nos levava para o salão de jantar ao invés do dormitório eu olhei
questionadoramente para ele.
"Você precisa comer e beber algo. Então você precisa dormir. Eu vou me certificar
que você tenha os dois primeiros antes da segunda." Ele pausou e sorriu tristemente.
"Embora você pareça estar pronta para desmaiar."
"Eu não estou com fome," eu disse.
"Eu sei, mas comer vai fazer você se sentir melhor." As mãos dele deslizaram do
meu cotovelo para segurar a minha mão. "Me deixe cozinhar para você, Zoey."
Eu deixei ele me levar até a cozinha. A mão dele era quente e forte, e eu percebi que
ela estava começando a soltar a forte dormência que tinha se apossado de mim.
"Você pode cozinhar?" eu perguntei a ele, me agarrando a qualquer assunto que não
fosse morte e horror.
"Sim, mas não bem," ele riu, parecendo como um lindo garotinho.
"Isso não parece muito promissor," eu disse. Eu me senti sorrir, mas parecia um
sorriso duro e constrangedor, como se eu tivesse esquecido como sorrir.
"Não se preocupe, vou ser gentil com você." Ele me puxou para um banco no canto
da cozinha e pegou uma longa faca que estava no centro da enorme cozinha. "Senta," ele
ordenou.
Eu fiz o que ele disse, aliviada por não ter mais que ficar de pé. Ele virou para os
armários e começou a tirar coisas deles e andou até a geladeira (mas não a que eles
mantinham o sangue.)
"Aqui, beba isso. Devagar."
Eu pisquei surpresa para a enorme taça de sangue. "Eu não gosto -"
"Você vai gostar desse vinho." Os olhos negros dele seguraram os meus. "Confie em
mim e beba."
Eu fiz o que ele me disse. O gosto explodiu em minha língua, mandando faíscas de
calor pelo meu corpo. "Tem sangue nele!" eu arfei.
"Tem." Ele estava fazendo um sanduíche e nem olhou para mim. "É como vampiros
bebem vinho - misturado com sangue." Ele olhou para cima e então encontrou meus
olhos. "Se você não gosta do sangue, eu pego outra coisa para você beber."
"Não, está tudo bem. Eu bebo esse," eu dei outro gole, me forçando a não beber
tudo de uma vez.
"Eu tive o pressentimento que você não teria problemas com ele."


Meus olhos encontraram os dele. "Porque você achou isso?" Eu podia sentir minha
força assim como meu senso voltando para mim enquanto o maravilhoso sangue parecia
se espalhar no meu corpo.
Ele continuou fazendo o sanduíche e deu nos ombros. "Você teve um Imprint com
um garoto humano, não teve? Foi como você foi capaz de encontrar e resgatar ele do
serial killer."
"Yeah."
Quando eu não disse mais nada ele olhou para mim e sorriu. "Foi o que eu pensei.
Às vezes a gente tem um Imprint acidental."
"Calouros não. Nem deveríamos beber sangue humano," eu disse.
O sorriso de Loren era quente e cheio de apreciação. "Você não é uma caloura
normal, então as regras normais não se aplicam a você." O olhar dele segurou o meu e
parecia que ele estava falando de muito mais coisas do que beber acidentalmente sangue
humano.
Ele me fez sentir frio e calor - assustada, mas totalmente adulta e sexy - tudo ao
mesmo tempo.
Eu mantive minha boca fechada e voltei a beber o sangue com vinho. (Eu sei que
soa completamente nojento, mas era delicioso.)
"Aqui, come isso." Ele passou o prato para mim que tinha um sanduíche de presunto
e queijo que ele tinha feito por mim. "Espera, você precisa de um pouco disso também."
Ele procurou num armário até que fez um pequeno "ahha!" e me entregou um grande
saco de Doritos com sabor queijo.
Eu sorri. Dessa vez minha boca pareceu mais natural fazendo isso. "Doritos! Isso é
perfeito" Eu dei uma enorme mordida e eu percebi que estava faminta. "Você sabe, eles
não gostam que calouros comam comida porcaria como essa."
"Como eu disse" - Loren deu um sorriso devagar e sexy para mim de novo - "você
não é como o resto dos calouros. E acontece que eu acredito que algumas regras são
feitas para serem quebradas." Os olhos dele passaram dos meus olhos para os brincos de
diamante que estavam na minha orelha.
Eu senti meu rosto ficando quente, então eu voltei a prestar atenção na comida,
olhando apenas de vez enquando para ele. Loren não fez um sanduíche para ele, mas
serviu uma taça de vinho que estava bebendo devagar enquanto me observava comer. Eu
estava me aprontando para dizer a ele que ele estava me deixando nervosa quando ele
finalmente disse algo.
"Desde quando você e Afrodite são amigas?"
"Não somos," eu disse dando uma mordida no sanduíche (que estava muito bom -
então ele é ridiculamente lindo, sexy, inteligente, e sabe cozinhar!). "Eu estava voltando
pra a escola e vi ela andando." Eu levantei um ombro se tivesse cansado dela. "Eu achei
que era parte do meu trabalho como a líder das Filhas Negras ser gentil, mesmo para ela.
Então eu dei a ela uma carona."
"Estou um pouco surpreso por ela ter aceito a sua carona. Vocês duas não são
inimigas juradas?"
"Tanto faz! Inimigas juradas? Eu nem penso nela." Eu queria poder contar a Loren a
verdade sobre Afrodite. Na verdade, eu odiava mentir (eu não sou muito boa nisso,
embora eu pareça estar melhorando com a prática). Mas mesmo quando pensei em contar
a verdade a Loren, eu tive o pressentimento que eu não deveria dizer nada para ele.
Então eu sorri e mordi meu sanduíche e basicamente tentei me focar no fato de estar me
sentindo menos como a Noite dos Mortos Vivos.


O que me lembrou da professora Nolan. Eu soltei o sanduíche meio comido e bebi
mais vinho.
"Loren, quem pode ter feito aquilo com a professora Nolan?"
A expressão do lindo rosto dele escureceu. "Eu acho que a citação deixa bem obvio."
"Citação?"
"Você não viu o que estava escrito no papel que eles empalaram nela?"
Eu balancei a cabeça, me sentindo fraca de novo. "Eu sei que tinha algo escrito no
papel, mas não olhei o suficiente para poder ler."
"Dizia, "Não permitirás que viva uma feiticeira. Êxodo 22:18." E ARREPENDA-SE foi
escrito varias vezes."
Algo passou pela minha memória e senti uma queimação começar dentro de mim
que não tinha nada a ver com o sangue no meu vinho. "As Pessoas de Fé."
"É o que parece." Loren balançou a cabeça. "Eu me pergunto o que as sacerdotisas
estavam pensando quando decidiram comprar esse lugar para instalar a House of Night
aqui. Parece que estavam pedindo por problemas. Tem poucas partes do país onde as
pessoas tem a mente tão pequena e falam sobre o que chamam de suas crenças
religiosas." Ele balançou a cabeça e parecia realmente irritado. "Embora eu não entenda
adorar um deus que denigra as mulheres e cuja 'Verdadeira crença' parece não aceitar
qualquer um que acredite no que eles acreditam."
"Nem todos são assim em Oklahoma," eu disse firmemente. "Tem também um forte
sistema de crenças Nativo Americanas, e muitas pessoas normais que não caem na
estúpida crença das Pessoas da Fé."
"Independentemente, são as Pessoas da Fé que tem mais voz."
"Só porque eles tem a maior boca não significa que eles estejam certos."
Ele riu e seu rosto relaxou. "Você está se sentindo melhor."
"Yeah, eu acho que sim." Eu bocejei.
"Melhor, mas exausta, eu aposto," ele disse. "Hora de ir para o seu dormitório de
volta para cama. Você precisa descansar e se preparar para o que está por vir."
Eu senti uma onda de medo no meu estomago, e desejei não ter comido tanto
salgadinho. "O que vai acontecer?"
"Já faz décadas desde que houve um ataque aberto dos humanos aos vampiros. Isso
muda as coisas."
Eu podia sentir o medo se expandido. "Muda as coisas? Como?"
Loren me olhou nos olhos. "Não iremos sofrer um insulto sem devolver o insulto." A
expressão dele era dura, e de repente ele parecia mais guerreiro do que poeta, mais
vampiro do que humano. Ele parecia poderoso e perigoso e exótico e mais do que um
pouco assustador. Ok, honestamente ele era a coisa mais gostosa que eu já tinha visto.
Então, como se tivesse percebido que disse demais, ele sorriu e andou para ficar
perto de mim. "Mas você não precisa se preocupar com nada disso. Em 24 horas a escola
ficara cheia da elite de vampiros guerreiros, os Filhos do Erebus. Nenhum humano
fanático ira nos tocar de novo."
Eu franzi, me preocupando com as conseqüências de aumentar a segurança. Como
diabos eu ia sair sozinha com uma bolsa de sangue para Stevie Rae com um zilhão de
guerreiros cheio de testosterona andando por ai e sendo super protetores?
"Hey, você ficara segura. Eu prometo." Loren pegou meu queixo e levantou meu
rosto.
Nervosa antecipação fez minha respiração ficar mais rápida e meu estomago flutuar.
Eu tentei tirar ele da minha mente, tentei não pensar no beijo dele e do jeito que o meu


sangue batia quando ele olhava para mim, mas a verdade era que mesmo sabendo o
quanto machucaria Erik estar com Loren, e com o estresse de Stevie Rae e Afrodite e o
horror do que tinha acontecido com a professora Nolan, eu ainda podia sentir os lábios
dele nos meus. Eu queria que ele me beijasse de novo e de novo.
"Eu acredito em você." Eu sussurrei. Naquele momento, eu juro que teria acreditado
em qualquer coisa que ele me dissesse.
"Estou feliz em ver que você está usando meus brincos."
Antes de poder dizer qualquer coisa, ele se curvou e me beijou, um beijo longo e
profundo. A língua dele encontrou a minha e eu podia sentir o vinho e uma sedutora pista
de sangue na boca dele. Depois do que pareceu ser muito tempo ele tirou sua boca da
minha. Os olhos dele estavam escuros e ele respirava com dificuldade.
"Eu preciso levar você de volta ao dormitório antes que tente te manter ao meu lado
para sempre," ele disse.
Eu usei todo o brilhantismo da minha mente para conseguir dizer, "Ok."
Ele pegou meu braço de novo, como ele tinha me apoiado quando chegamos aqui.
Dessa fez o toque dele era quente e intimo. Nossos corpos se tocavam enquanto
andávamos pela manhã até o dormitório das garotas. Ele me fez subir as escadas e abriu
a porta. A grande sala estava deserta. Eu olhei para o relógio e mal podia acreditar que já
passava das 9 da manhã.
Loren ergueu minha mão rapidamente para sua boca, a beijando antes de soltar. "Mil
vezes boa noite. Mil vezes o pior, a te querer a luz. Amor passa por amor assim como
garotos passam por seus livros, mas amor por amor, passa pela escola com um olhar
pesado."
Eu mal reconheci as falar de Romeo e Julieta. Ele estava dizendo que me amava?
Meu rosto corou com o nervosismo e excitação.
"Tchau," eu disse suavemente. "Obrigado por cuidar de mim."
"Foi um prazer, minha senhora," ele disse. "Adieu." Ele se curvou para mim,
colocando o punho por cima do coração da forma respeitosa que os vampiros faziam uma
saudação de um guerreiro a uma Alta Sacerdotisa, e então ele foi embora.
Em uma onda de choque e me sentindo leve pelo beijo que Loren, eu praticamente
tropecei nas escadas enquanto ia para meu quarto. Eu pensei em ir ver Afrodite, mas eu
estava na beira de uma exaustão total e só havia uma coisa que eu tinha energia o
suficiente para fazer antes de desmaiar. Primeiro, eu busquei no lixo as duas metades do
horrível cartão de aniversario que minha mãe e meu padrasto-perdedor me mandaram.
Eu senti uma onda de enjôo no estomago quando juntei as duas metades e vi que
lembrava certo. Era uma cruz com um bilhete nela. Sim. Eu lembrei mais cedo com o que
tinham feito a professora Nolan.
Antes de poder mudar de idéia, eu tirei meu celular, e respirando fundo, disquei o
numero. Minha mãe atendeu no terceiro toque.
"Alô! É uma linda manha!" ela disse alegre. Claramente ela não tinha visto o
identificador de chamada.
"Mãe, sou eu."
Como esperado, o tom dela mudou instantaneamente. "Zoey? O que aconteceu
agora?"
Eu estava cansada demais para brincar dos nossos joguinhos de mãe e filha como
sempre.
"Onde John estava ontem a noite?"
"Como assim, Zoey?"


"Mãe, eu não tenho tempo para essa porcaria. Só me diga. Depois que vocês dois
saíram da Utica Square, o que vocês fizeram?"
"Eu não acho que gosto do seu tom, mocinha."
Eu segurei a vontade de gritar de frustração. "Mãe, isso é importante. Muito
importante. Como em vida ou morte."
"Você é sempre tão dramática," ela disse. Então deu uma pequena risada nervosa e
falsa. "Seu pai veio para casa comigo, é claro. Assistimos um jogo de futebol na TV e
fomos dormir."
"Que horas ele saiu para o trabalho de manhã?"
"Que pergunta boba! Ele saiu cerca de uma hora e meia atrás, como sempre. Zoey,
do que isso se trata?"
Eu hesitei. Eu podia contar a ela? O que Neferet tinha dito sobre chamar a policia?
Certamente o que tinha acontecido com a professora Nolan ia sair em todos os jornais
mais tarde. Mas ainda não. Não agora. E eu sabia muito bem que não podia confiar em
minha mãe para manter nada em segredo.
"Zoey? Você não vai me responder?"
"Só apenas assista o noticiário. Você vai saber do que se trata," eu disse.
"O que você fez?" Eu percebi que ela não parecia preocupada ou chateada, apenas
resignada.
"Nada. Não fui eu. É melhor você olhar mais perto de casa para quem fez o que. E
lembre-se, eu não vivo mais na sua casa."
A voz dela se tornou amarga. "É verdade. Você certamente não vive. Eu nem sei por
que você está ligando para cá. Você e sua odiosa avó não disseram que não iam mais
falar comigo?"
"Sua mãe não é odiosa," eu disse automaticamente.
"Ela é para mim!" Minha mãe surtou.
"Esquece. Você tem razão. Eu não deveria ter ligado. Tenha uma boa vida mãe," Eu
disse, e então desliguei.
Minha mãe estava certa sobre uma coisa. Eu nunca deveria ter ligado para ela. O
cartão foi provavelmente apenas uma coincidência. Quero dizer só tem cerca de um zilhão
de lojas especializadas em religião em Tulsa e Broken Arrow. Todos eles tem esses cartão
idiotas. E todos parecem a mesma coisa - ou patos e ondas lavando as pegadas de areia
na praia, ou uma cruz e sangue e unhas. Necessariamente não significa nada. Significa?
Minha mente sentiu a tontura quando o meu estomago ficou enjoado. Eu precisava
pensar, e não podia pensar enquanto estivesse tão cansada. Eu ia dormir e então tentar
descobrir o que deveria fazer. Ao invés de jogar o cartão fora, eu coloquei os dois pedaços
na minha gaveta. Então tirei minhas roupas e coloquei meu pijama confortável. Nala já
estava roncando no meu travesseiro. Eu deitei perto dela, fechei os olhos, forcei minha
mente a se clarear da horrível imagem e perguntas não faladas, e ao invés disso me
concentrei na minha gata roncando até que finalmente cai no sono exausta.


DEZESSEIS

Eu soube o segundo que Heath voltou para a cidade porque ele interrompeu meu
sonho. Eu estava deitada no sol (vê, claramente um sonho) em uma grande bóia que
flutuava num enorme lago no meio do espírito (vai saber?), quando de repente tudo
desapareceu e eu ouvi a voz familiar de Heath passar pelo meu crânio.
"Zo!"
Meus olhos abriram. Nala estava me encarando com olhos verdes mal humorados.
"Nala? Você ouviu algo?"
A gata "mee-uf-owed," espirrou, levantou tempo o suficiente para andar ao redor e
ao redor varias vezes, então deitou e voltou a dormir de novo.
"Você realmente não esta ajudando," eu disse.
Ela me ignorou.
Eu olhei para o relógio e gemi, eram 7 da noite. Jeesh, eu dormi 8 oras mas meus
olhos eram como lixa. Ugh, O que eu tinha que fazer hoje?
Então eu lembrei da professora Nolan e da conversa com a minha mãe e meu
estomago se apertou.
Eu deveria contar a alguém as minhas suspeitas? Como Loren tinha dito, as Pessoas
de Fé já tinham sido implicadas no assassinato pelo horrível bilhete que deixaram. Então,
eu realmente precisava dizer algo sobre o fato de que eu não ficaria surpresa se meu
padrasto-perdedor estivesse envolvido? Minha mãe deixou claro para mim que ele estava
em casa ontem a noite, e essa manha. Pelo menos, foi o que ela disse.
Ela poderia estar mentindo?
Um calafrio passou pelo meu corpo. É claro que ela podia. Ela faria qualquer coisa
por aquele homem nojento. Ela já tinha provado que tinha virado as costas para mim. Mas
se ela estava mentindo, e eu dedurasse ela, eu seria responsável pelo que acontecesse a
ela. Eu odiava John Heffer, mas eu odiava ele o bastante para fazer minha mãe cair com
ele?
Eu tinha vontade de vomitar.
"Se o padrasto-perdedor está ligado com o assassinato, a polícia vai descobrir. Se
isso acontecer, nada vai acontecer por minha causa." Eu disse as palavras em voz alta,
deixando minha voz me acalmar, "Espere e veja o que acontece." Eu não podia fazer isso.
Eu simplesmente não podia. Ela era horrível, mas era minha mãe, e eu ainda lembrava de
quando ela costumava me amar.
Então eu não ia fazer nada a não ser tentar tirar minha mãe e meu padrasto-
perdedor da minha mente. Ponto. Eu falo serio.
Enquanto eu estava tentando me convencer que tinha feito a escolha certa, eu
lembrei do que mais ia acontecer hoje. O Ritual de Lua Cheia das Filhas Negras. Meu
coração se afundou no meu estomago. Normalmente, eu estaria excitada e um pouco
nervosa. Hoje eu só estava estressada. Acima de tudo, ter Afrodite se juntando ao circulo
não ia ser algo popular. Tanto faz. Meus amigos iam ter que lidar com isso. Eu suspirei.
Minha vida era uma droga. Além do mais, eu estava provavelmente deprimida. Pessoas
deprimidas não dormem tipo, sempre? Eu fechei meus olhos, cedendo ao meu auto
diagnostico e estava quase adormecendo quando "Zoey baby!" gritou na minha mente
quando meu alarme começou a tocar. Alarme? Era final de semana. Eu não tinha ligado o
alarme.


Meu celular estava fazendo barulho que fazia quando eu recebia uma mensagem de
texto. De mal humor, eu abri o celular. Ao invés de encontrar uma mensagem, encontrei
4.
Zo! Voltei!
Zoey preciso ver vc!
Ainda te amo
Zo? Me liga.
"Heath." Eu suspirei e sentei na cama. "Merda. Isso só está ficando cada vez pior." O
que diabos eu ia fazer sobre ele?
Ele e eu tivemos um Imprint a mais de um mês atrás. Ele também foi provado pelos
nojentos amigos mortos vivos de Stevie Rae e quase foi morto. Eu banquei a cavalaria (ou
no mínimo a Tempestade dos X-Men) e resgatei ele, mas antes de podermos escapar,
Neferet apareceu e tirou nossas memórias. Por causa dos meus dons com Nyx, eu
recuperei minha memória. Eu não fazia idéia se Heath lembrava de alguma coisa.
Ok, claramente ele lembra do Imprint. Ou de que ainda estamos saindo. Embora nós
realmente não estejamos. Eu suspirei de novo. Como eu me sentia em relação a Heath?
Ele é meu ex, meu atual, namorado desde a terceira serie e ele na quarta serie. Graças a
Deus, quase estávamos saindo de novo quando ele decidiu ter uma profunda relação com
uma cerveja. Eu com certeza não quero um namorado bêbado, então eu larguei ele,
embora ele não tivesse entendido porque eu o larguei. Nem ser Marcada e me mudar para
a House of Night fez ele entender que tínhamos acabado.
Eu acho que eu sugar o sangue dele e ficar com ele provavelmente não ajudou ele a
perceber que a gente terminou.
Jeesh, estou virando uma vadia.
Pela zilhionezima vez eu queria ter alguém para poder conversar sobre meus
problemas com garotos. Na verdade, com Loren eu deveria dizer meu problema com
garotos-homens. Eu esfreguei minha testa e tentei colocar meu cabelo no lugar.
Ok, eu realmente preciso tomar uma decisão e me acertar de novo.
1. Eu gosto de Heath. Eu posso até amar ele. E a ânsia por sangue dele era muito
quente, embora eu não deva beber o sangue dele. Eu queria terminar com ele? Não. Eu
deveria terminar com ele? Definitivamente.
2. Eu gosto de Erik. Eu gosto muito dele. Ele é inteligente e divertido e um cara
legal. Ele é o mais fofo e popular calouro dessa escola. E, como ele me lembrou mais de
uma vez, ele e eu tínhamos muito em comum. Eu queria terminar com ele? Não. Eu
deveria terminar com ele? Bem, só se eu continuar traindo ele com o cara numero 1 e o
cara numero 3.
3. Eu gosto de Loren. Ele existe num universo totalmente diferente de Erik e Heath.
Ele.é.um.homem. Um vampiro adulto, com todo o poder que a posição dele trazia. Ele
sabia coisas que eu só estava começando a adivinhar. Ele me fazia sentir como alguém
que ninguém nunca conseguiu me fazer sentir antes; ele me faz sentir uma mulher de
verdade. Eu queria terminar com ele? Não. Eu deveria terminar com ele? Não apenas sim,
com diabos sim.
Então era obvio o que eu deveria fazer. Eu precisava terminar com Heath (pra valer
dessa vez), continuar saindo com Erik, e (como se tivesse algum senso) nunca, nunca
ficar sozinha com Loren Blake de novo.
Além do mais, com todas as merdas acontecendo na minha vida - como em minha
melhor amiga morta viva, tentar lidar com Afrodite, que todos os meus amigos odeiam, e


o horror do que tinha acontecido com a professora Nolan - eu realmente não tinha tempo
ou a energia para lidar com o drama de namoros.
Sem mencionar o fato de que não estou acostumada a me sentir uma vadia. Não era
um pressentimento que eu particularmente gosto. (Embora o estilo de vida parece ter
vindo com um boas jóias.)
Então tomei uma decisão, e dessa vez era uma que precisa de ação. Ação imediata.
Eu abri meu celular e mandei uma mensagem para Heath.
Precisamos conversar
A resposta dele foi quase instantânea. Eu praticamente podia ver o fofo sorriso dele.
Sim! Hj?
Eu mordi o lábio enquanto pensava nisso. Antes de tomar uma decisão eu abri a
janela e espirei. O dia tinha começado nublado e frio. Ótimo. Isso significa menos chances
de pessoas andando na rua, especialmente já que já está noite. Eu estava pensando onde
deveríamos nos encontrar quando meu telefone vibrou de novo.
Eu posso ir ateh vc.
NÃO.
Eu respondi rapidamente. A última coisa que eu precisava era para o fofo, sem
noção e totalmente Imprint Heath aparecer na House Of Night. Mas onde eu podia
encontrar ele? Fugir provavelmente não seria fácil, já que uma professora nossa tinha sido
morta. Meu telefone vibrou. Eu suspirei.
Onde?
Merda. Onde? Então eu me dei conta que conhecia o lugar perfeito. Eu sorri e
respondi para Heath.
Starbucks em 1 hora.
Ok!
Agora tudo que eu precisava fazer era descobrir como realmente terminar com
Heath. Ou pelo menos descobrir um jeito de manter ele a distancia até o Imprint sumir.
Se sumir. Certamente ia sumir.
Eu fui até o banheiro e lavei o rosto com água fria, tentando acordar. Sem sentir
vontade de responder um batalhão de perguntas de para onde eu estava indo, eu joguei
na minha bolsa a maquiagem que esconde as marcas que os calouros são obrigados a
usar sempre que saem da escola para se misturar com o pessoal local (o que nos faz
parecer cientistas fazendo estudos de campo enquanto tentamos nos misturar com a
população alien). Eu suponho que eu realmente não precisava olhar para janela para ver
como estava o tempo. Meu longo cabelo escuro estava extra maluco hoje, o que só podia
significar chuva e umidade. De propósito peguei roupas nada sexys, decidindo por um top
preto, meu canguro nerd da Invasão Borg 4D, e meu jeans mais confortável. Mantendo
em mente que eu precisava passar na cozinha e pegar uma lata de coca - cheia de cafeína
e açúcar - eu abri a porta para ver Afrodite parada com a mão para cima pronta para
bater.
"Olá," eu disse.
"Hey," ela olhou pelo corredor todo.
"Entra," eu dei um passo para o lado e fechei a porta atrás de nós. "Eu tenho pressa,
no entanto. Vou encontrar alguém fora do campus."
"É parte do motivo do porque estou aqui. Eles não estão deixando ninguém sair."
"Eles?"
"Os vampiros e seus guerreiros."
"Os guerreiros já estão aqui?"


Afrodite acenou. "Vários Filhos de Erebus. Eles são muito bons de se olhar - eu digo,
realmente e seriamente gostosos - mas eles definitivamente vão nos atrapalhar."
E então eu percebi o que ela estava dizendo. "Ah, droga. Stevie Rae."
"Ela vai ficar sem sangue amanha. Isso é, se ela já não estiver sem. Ela é uma
porquinha tomando aqueles sacos de sangue," Afrodite disse com um sorriso.
"Eu vou ligar para ela e dizer para ela economizar, mas vamos ter que levar mais
para ela. Logo. Droga!" eu disse de novo. "Eu realmente preciso ir nesse, uh,
compromisso."
"Então Heath voltou para a cidade?"
Eu franzi para ela. "Talvez."
"Oh, por favor. Seu rosto é totalmente fácil de ler." Então ela ergueu uma das suas
sobrancelhas perfeitas. "Aposto que Erik não sabe sobre esse compromisso."
Mantendo em mente que Afrodite é a ex-namorado da Erik, e não importa o quão
amigáveis eu e ela podemos estar parecendo eu sabia que ela ia pular na primeira
oportunidade para ter Erik de volta, eu dei nos ombros de forma relaxada. "Erik vai saber
assim que eu voltar. Eu vou terminar com Heath. Não que isso seja da sua conta."
"Eu soube que quebrar um laço por Imprint é quase impossível," ela disse.
"Isso num Imprint com um vampiro adulto. É diferente para calouros." Pelo menos
era o que eu esperava. "Além do mais, ainda não é da sua conta."
"Ok. Sem problemas. Não é da minha conta que você precisa sair do campus, então
não tem porque te contar como sair daqui."
"Afrodite não tenho tempo para joguinhos."
"Ótimo," ela começou a virar e eu entrei na frente dela. "Você está sendo uma vaca.
De novo," eu disse.
"E você está quase xingando. De novo," ela disse.
Eu cruzei o braço e bati o pé.
Afrodite virou os olhos. "Ok, tanto faz. Você pode sair se for para a parte do muro
que fica nos estábulos, a sessão que é perto do pequeno pasto. Tem um bosque no fim e
uma árvore que foi dividida por um raio alguns anos atrás. Ela está inclinada contra o
muro. Por ela ter sido dividida fica fácil subir. Pular de cima do muro não é grande coisa."
"Como você volta para o campus? Tem uma árvore do outro lado também?"
Ela me deu um sorriso maldoso. "Não, mas alguém deixou convenientemente
amarrada no galho. Subir de volta pelo muro não é difícil, mas é péssimo para as unhas."
"Ok, Entendi. Agora tudo que tenho que fazer é descobrir como tirar mais sangue da
cozinha." Eu estava falando mais comigo mesma do que com Afrodite. "Eu só tenho o
suficiente para me encontrar com Heath, ir até Stevie Rae, e voltar aqui para o ritual."
"Você tem menos tempo que isso. Neferet vai fazer um ritual da Lua Cheia próprio e
ela quer todos lá," Afrodite disse.
"Porcamiseria! Eu pensei que Neferet não ia fazer um ritual esse mês por causa das
férias de inverno."
"As férias de inverno foram oficialmente canceladas. Todos os vampiros e calouros
receberam ordens para voltar ao campus imediatamente. E porcamiseria não é uma
palavra de verdade."
Eu ignorei o comentário dela sobre o meu não xingamento. "As férias foram
canceladas por causa do que aconteceu com a professora Nolan?"
Afrodite acenou. "Foi realmente horrível, não foi?"
"Yeah."
"Porque você não vomitou?"


Eu dei nos ombros desconfortavelmente. "Eu acho que estava muito apavorada para
vomitar."
"Eu queria não ter vomitado," Afrodite disse.
Eu olhei para meu relógio. Eram quase oito. Eu ia ter que sair dali rapidamente para
poder voltar a tempo. "Eu preciso ir." Eu já estava me sentindo enjoada por ter que
descobrir um jeito de tirar sangue daqui da provavelmente cheia cozinha.
"Aqui." Afrodite me entregou uma bolsa que ela estava carregando nos ombros.
"Leve isso para Stevie Rae."
A bolsa estava cheia de bolsas de sangue. Eu pisquei surpresa. "Como você
conseguiu?"
"Eu não consegui dormir, e achei que os vampiros iam chamar muita ajuda por causa
do que aconteceu com a professora Nolan, o que significa que a cozinha ia ficar ocupada
de novo. Então achei melhor fazer uma rápida viagem para o suprimento de sangue antes
de pegar mais. Eu mantive na minha mini geladeira no meu quarto."
"Você tem uma mini geladeira." Droga. Eu realmente queria ter uma mini geladeira.
Ela me deu um olhar muito Afrodite enquanto olhava para baixo com seu nariz
empinado para mim. "É um dos privilégios de ser uma veterana."
"Bem, obrigado. Foi muito gentil da sua parte pegar isso para Stevie Rae."
O olhar dela se aprofundou. "Olha, eu não estava sendo gentil. Eu só não quero que
Stevie Rae passe fome e coma os empregados dos meus pais. Como mamãe diz, bons
empregados ilegais são difíceis de achar."
"Você é um amor, Afrodite."
"Nem mencione." Ela virou e abriu a porta, olhando pelo corredor para ver se não
havia ninguém por perto. Então ela olhou para mim. "E eu falei serio: Não mencione."
"Eu te vejo no Ritual das Filhas Negras. Não esqueça."
"Infelizmente, eu não esqueci. E mais triste ainda, eu estarei lá."
Então ela saiu com pressa do meu quarto e desapareceu no corredor. "Problemas,"
eu murmurei enquanto sai do meu quarto e ia para o lado oposto do corredor. "A garota
tem problemas."


DEZESSETE

Erik ia ficar muito bravo comigo. As Gêmeas estavam sentadas em suas cadeiras
favoritas assistindo Homem Aranha 3 quando me apressei para a cozinha pegando minha
lata de coca e a bolsa cheia de sangue.
"Puta merda, Z, você está bem?" Shaunee perguntou, parecendo meio assustada e
meio surtada.
"Ouvimos sobre você e a bruxa -" Erin pausou e então relutantemente se corrigiu,
"digo, você e Afrodite encontrarem a professora Nolan. Deve ter sido horrível."
"Yeah, foi bem ruim." Eu me fiz sorrir de forma segura e então não fiz parecer que
estava louca para sair da sala.
"Eu não consigo acreditar que isso realmente aconteceu," Erin disse.
"Eu sei. Simplesmente não parece real," Shaunee disse.
"É real. Ela está morta," eu disse solenemente.
"Você tem certeza que está bem?" Shaunee perguntou.
"Estávamos preocupadas com você," Erin acrescentou.
"Estou bem. Prometo." Minhas entranhas reviraram. Shaunee, Erin, Damien, e Erik
eram meus melhores amigos, e eu odiava mentir para eles, mesmo que eu estivesse
apenas omitindo informações. Nos dois meses que estou na House of Night nos tornamos
uma família, então eles não estão fingindo. Elas estão genuinamente preocupadas comigo.
E enquanto eu estava ali tentando descobrir o que eu podia ou não dizer para eles, uma
horrível premonição tremeu na minha pele. E se eles descobrissem sobre as coisas que eu
estava escondendo deles e se virassem contra mim? E se eles parassem de ser minha
família? Só de pensar nessa horrível possibilidade me deixou toda agitada e em pânico por
dentro. Antes de poder amarelar, e confessar tudo, e me jogar aos pés delas enquanto
implorava pelo entendimento e para não ficarem com raiva de mim, eu disse, "Eu tenho
que ir ver Heath."
"Heath?" Shaunee parecia confusa.
"O ex-namorado humano dela, Gêmea. Lembra?" Erin disse.
"Oh, yeah, o gostosinho loiro que quase foi comido por vampiros fantasmas dois
meses atrás, e então quase foi morto pelas nojentas pessoas de rua que viraram serial
Killers mês passado," Shaunee disse.
"Você sabe, Z, você pega pesado com seu ex-namorado," Erin disse.
"Yeah, é ruim ser ele," eu disse, me movendo casualmente em direção a porta. "Eu
tenho que ir, gente."
"Eles não estão deixando ninguém sair do campus," Erin disse.
"Eu sei, mas eu, um, bem..." eu hesitei, e então me senti ridícula pela hesitação. Eu
não podia dizer as Gêmeas sobre Stevie Rae ou Loren, mas eu com certeza podia dizer a
eles algo tipicamente adolescente tipo sair da escola. "Eu sei uma saída secreta para fora
do campus."
"Muito bem, Z!" Shaunee disse feliz. "Vamos totalmente usar suas habilidades
superiores para sair da escola durante as provas finais essa primavera, quando
deveríamos estar estudando."
"Por favor." Erin virou os olhos. "Como se tivéssemos que estudar. Especialmente
quando tem uma liquidação de sapatos." Então ela ergueu a sobrancelha e acrescentou,
"Uh, Z. O que falamos para o seu namorado?"
"Namorado?"


"O seu namorado, Erik, eu são tão booommmm Night." Erin me deu um olhar que
dizia que ela achava que eu tinha perdido a cabeça.
"Olá. Terra para Zoey. Tem certeza que está bem?" Shaunee disse.
"Yeah, yeah. Estou bem. Desculpa. Porque vocês tem que dizer qualquer coisa pra o
Erik?"
"Porque ele nos disse para dizer a você para ligar para ele no instante que você
acordasse. Ele está muito preocupado com você," Shaunee disse.
"Sem duvidas se ele não ouvir logo de você ele vai acampar aqui," Erin disse.
"Ooooh, Gêmea!" Os olhos dela se alargaram e ela curvou os lábios num sorriso sexy.
"Você acha que o gostoso vai trazer dois amigos quentes?"
Shaunee jogou o cabelo para trás. "É definitivamente uma possibilidade, Gêmea. T.J
e Cole são amigos dele e é uma época muito estressante."
"Você está certa, Gêmea. E todos sabemos que durante tempos estressantes amigos
devem ficar juntos."
Em perfeita concordância as Gêmeas viraram para mim. "Vá em frente e faça o que
precisa com o ex-namorado," Erin disse.
"Yeah, nós te cobrimos. Vamos esperar Erik aparecer e dizer a ele que é muito
assustador para nós ficarmos sozinhas," Shaunee disse.
"Definitivamente precisamos de proteção," Erin disse. "O que significa que vamos ter
que ir pegar os amigos dele e esperar você voltar do seu encontro."
"Parece um plano. Ok, mas não digam a ele que eu sai do campus. Ele vai surtar. Só
sejam vagas, como se eu estivesse falando com Neferet ou algo assim."
"Tanto faz. Te cobrimos. Mas, falando em sair do campus, tem certeza que é
seguro?" Shaunee disse. "Não estamos esquecendo completamente o fato de que está
assustador por aqui no momento."
"Yeah, você não pode terminar com seu namorado humano depois, tipo depois de
pegarem o maluco que decapitou e crucificou a professora Nolan?" Erin perguntou.
"É algo que eu tenho que fazer agora. Você sabe, com o Imprint não é exatamente
fácil terminar."
"Drama," Erin disse.
"Muito drama." Shaunee acrescentou em solene concordância.
"Yeah, e quanto mais durar, pior vai ser. Eu quero dizer, Heath acabou de voltar
para a cidade e já está me mandando 10 mil mensagens." As Gêmeas me deram olhares
simpáticos. "Então, até depois. Eu volto em tempo de me trocar antes do ritual de
Neferet." Eu me afastei rápido enquanto as Gêmeas falavam "te vemos mais tarde" para
mim.
Eu me apressei para a porta e me encontrei com o que pareceu uma enorme
montanha masculina. Mãos impossivelmente fortes me seguraram antes deu cair. Eu olhei
para cima (e mais e mais para cima) para um homem parecendo uma rocha, com um
rosto incrivelmente bonito. E então pisquei surpresa. Ele definitivamente era um vampiro
adulto (com tatuagens muito legais), embora ele não parecesse muito mais velho que eu.
Mas, nossa, ele é muito alto!
"Cuidado, caloura," a montanha que tinha se vestido de preto disse. Então a
expressão dele mudou. "Você é Zoey Redbird."
"Yeah, eu sou Zoey."
Me soltando, ele deu um passo para trás e pressionou o punho por cima do coração
e me saudou. "Merry met. É um prazer conhecer a caloura ao qual Nyx deu tantos dons."


Me sentindo constrangida e boba, eu retornei a saudação. "Prazer em conhecer você
também. E você é?"
"Darius, um Filho de Erebus," ele disse, se curvando formalmente e dizendo como se
fosse um titulo e não apenas uma descrição.
"Você é um dos caras chamados pelo que aconteceu com a professora Nola?" Minha
voz morreu um pouco, o que ele claramente notou.
"Hey," ele disse, parecendo ainda mais jovem, e ainda sim, de alguma forma,
incrivelmente poderoso, "Você não deveria se preocupar, Zoey. Os Filhos de Erebus vão
proteger a escola de Nyx até o nosso último fôlego."
O jeito como ele disse isso me fez minha pele formigar. Ele era enorme e forte e
muito, muito serio. Eu não podia imaginar nada nem ninguém que podia passar por ele,
muito menos fazer ele respirar pela última vez. "O-obrigado," eu murmurei.
"Meus irmãos guerreiros estão todos no território da escola. Você pode descansar
segura, pequena sacerdotisa," ele sorriu para mim. Pequena sacerdotisa? Por favor. O
garoto tinha que ter Mudado apenas recentemente.
"Oh, ótimo. Uh, eu vou." Eu comecei a descer os degraus. "Eu só vou para os, uh,
estábulos, visitar minha égua. Persephone. Foi um prazer te conhecer. Estou feliz que
você esteja aqui," eu acrescentei, dando a ele um ridículo aceno e então correndo para a
calçada em direção ao estábulo. Eu podia sentir os olhos dele me seguindo.
Droga. Isso não é bom. Eu me pergunto o que diabos eu ia fazer. Como eu vou sair
daqui com essas montanhas de guerreiros (não importando o quão fofos e jovens eles
sejam) por todo lado? Não que importe o quão jovem e fofo ele seja. Como se eu tivesse
tempo para outro possível namorado? Absolutamente não. Sem mencionar que a
gostosura dele não deixa menos montanhoso. Jeesh, e eu estava uma confusão e tinha
uma péssima dor de cabeça.
E então eu ouvi uma suave voz na mente, me dizendo para pensar... fique calma...
As palavras passaram pela minha mente freneticamente. Automaticamente eu
comecei a diminuir a velocidade. Eu respirei fundo, me permitindo pensar e relaxar. Eu
preciso me acalmar... ficar firme... pensar e -
E bem assim veio até mim. Eu sabia o que precisava fazer. Nas sombras entre os
dois postes de luz eu sai silenciosamente da calçada e decidi andar entre os enormes
carvalhos, só que quando cheguei na primeira árvore eu parei na sombra, fechei os olhos,
e me concentrei. Então, como tinha feito antes, eu chamei o silencio e invisível para mim,
me protegendo me fazendo ficar dura como um tumulo (eu brevemente esperei que a
metáfora era por mim ser muito imaginativa e não ser algum tipo de pressagio
assustador).
Eu sou perfeitamente silenciosa... ninguém pode me ver... ninguém pode me ouvir...
eu sou como a nevoa... sonhos... espírito...
Eu podia sentir a presença dos Filhos de Erebus, mas eu não olhei ao redor. Eu não
permiti minha concentração ser minada. Eu me movi como um sussurro ou um segredo,
indetectável e escondida em camadas de silêncio e neblina, nevoa e mágica. Meu corpo
tremeu. Parecia que eu estava flutuando, e quando olhei para mim mesma eu só vi
sombras entre uma nevoa na escuridão. Isso deve ser o que Bran Stoker descreveu em
Drácula. Ao invés de me atrapalhar, a idéia firmou minha concentração e eu me senti ficar
ainda menos substancial. Me movendo como num sonho, eu encontrei a árvore e subi por
seu tronco quebrado e encontrei o grosso galho que ficava contra a parede.
Bem como Afrodite tinha dito, havia uma corda amarrada ao redor do galho que
parecia uma cobra. Ainda me movendo em silencio, com movimentos de um sonho, eu me


firmei no topo do muro. Então, seguindo os instintos que saiam do núcleo da minha alma
até meu corpo, eu ergui meus braços e sussurrei, "Venha até mim ar e espírito. Como a
nevoa da meia noite, me carregue pela terra."
Eu não tive que pular do muro. O vento se moveu ao meu redor, erguendo meu
corpo, que tinha sido transformado em um espírito sem substancia, e me flutuou até a
grama do outro lado do muro. Por um segundo o senso de maravilha que me encheu me
fez esquecer sobre a professora assassinada, problemas de namorados, e o estresse da
minha vida em geral. Com os braços ainda erguidos, eu me virei, adorando o sentimento
do vento e poder contra minha pele transparente. Era como se eu tivesse virado parte da
noite. Mal tocando o chão eu me movi pela grama até chegar na calçada da rua Utica até
a Utica Square. Eu estava me sentindo tão incrível que eu quase esqueci de parar e
colocar a maquiagem para esconder as tatuagens. Relutantemente, eu parei para pegar a
maquiagem e o espelho que estava na bolsa. Meu reflexo me fez parar de respirar. Eu
parecia iridescente. Minha pele brilhava com cores perolizadas como uma miragem. Meu
cabelo escuro se levantava suavemente ao meu redor, flutuando com a brisa que soprava
ao meu redor. Eu não parecia humana e não parecia uma vampira. Eu parecia um novo
tipo de ser, nascida da noite e abençoada pelos elementos.
O que Loren disse sobre mim na biblioteca? Algo sobre eu ser uma deusa entre
semi-deuses. O jeito que eu parecia agora me fez pensar que ele podia estar certo sobre
algo. O poder passou por mim, e meu cabelo levantou do meu ombro. Eu juro que podia
sentir as tatuagens queimando como um delírio no meu pescoço e costas. Talvez Loren
estivesse certo sobre muitas coisas - sobre nós dois sermos amantes nas estrelas. Talvez
depois de terminar com Heath eu devesse me afastar de Erik também. A idéia de deixar
Erik me fez perder o fôlego, mas isso era esperado. Eu não era sem coração - eu
realmente gostava dele. Mas a morte da professora Nolan não provou que nunca se sabe
o que pode acontecer? A vida, mesmo para vampiros, pode ser muito curta. Talvez eu
devesse ficar com Loren - talvez essa fosse a coisa certa a se fazer. Eu continuei olhando
para meu reflexo mágico.
Afinal de contas, eu realmente não era como outros calouros.
Isso era algo que eu deveria aceitar a parar de lugar contra isso ou me sentir
assustada.
E se eu não era como outros calouros, então não era lógico que eu precisava ficar
com alguém especial - algum outro calouro que eu fosse capaz de ficar?
Mas Erik se importa com você, e eu me importo com ele. Eu não estou sendo justa
com Erik... ou com Heath... Loren é um adulto... ele deveria ser um professor... então
talvez não devêssemos ficar juntos escondidos...
Eu ignorei a culpa que passou pela minha consciência. E silenciosamente ordenei que
o vento e a nevoa e a escuridão levantasse para que eu pudesse me materializar
completamente e poder cobrir minhas intricadas tatuagens. E então, levantando meu
queixo e endireitando as costas, eu andei pela caçada até a Utica Square, para a
Starbucks, e Heath, ainda sem ter 100% de certeza sobre o que diabos eu ia fazer.
Eu fiquei no lado escuro da calçada onde havia poucos postes de luz e andei
devagar, tentando descobrir o que dizer a Heath e fazer ele entender que ele e eu não
podíamos mais nos ver. Eu estava a alguns metros de distancia da praça quando eu o vi
vindo em minha direção. Na verdade, eu senti ele antes. Como se ele estivesse na minha
pele que eu não podia alcançar para coçar. E numa compulsão abstrata eu me movi para
frente, procurando por alguém que eu conhecia e queria, mas não sabia como encontrar.
E então a compulsão passou de abstrata para definitiva - de subconsciente insistente para


exigente. Então eu o vi. Heath. Ele estava vindo me encontrar. Nos vimos ao mesmo
tempo. Ele estava andando do lado oposto da rua e estava debaixo de um poste. Eu podia
ver os olhos dele brilharem e seu sorriso aumentar. Instantaneamente, ele começou a
correr a cruzou a rua (eu notei que ele não olhou para nenhum dos olhos e eu estava feliz
pelo péssimo tempo estar mantendo o trânsito mínimo - o garoto poderia ter sido
atropelado por um carro).
Os braços dele estavam ao meu redor e a respiração dele fez cócegas na minha
orelha. "Zoey! Oh, baby, eu realmente senti sua falta!"
Eu odiei notar que meu corpo respondeu a ele instantaneamente. Ele tinha cheiro de
lar - uma versão sexy, e gostosa de casa - mas era um lar. Antes de poder derreter nos
braços dele eu me afastei, de repente ciente do quão escuro e isolado, até intimo, estava
nesse lado da calçada.
"Heath, você deveria esperar por mim na Starbucks." Yeah, no pequeno pátio da
área da calçada estaria cheio de gente e definitivamente não seria intimo.
Ele deu nos ombros e riu. "Eu estava, mas quando senti você chegando eu não
consegui mais ficar sentado." Os olhos dele brilharam adoravelmente e suas mãos
acariciavam a minha bochecha enquanto acrescentou, "Nós tivemos um Imprint, lembra?
É você e eu, baby."
Eu me senti dar um passo para trás para que ele não invadisse mais meu espaço
pessoal. "É sobre isso que preciso falar com você. Então vamos para a Starbucks e pegar
dois cafés e conversar." Em publico. Onde não ficaria tão tentada a tirar ele da calçada e
levar a um beco e afundar meus dentes em seu doce pescoço e -
"Não posso," ele disse, rindo de novo.
"Não pode?" Eu balancei a cabeça, tentando me livrar do semi-nojenta (ok,
provavelmente não era semi) cena que tinha começado a se formar na minha (vadia)
imaginação.
"Não podemos, porque Kayla e o esquadrão de vadias estão no Starbucks."
"Esquadrão de vadias?"
"Yeah, é assim que eu Josh e Travis chamamos Kayla e Whitney e Lindsey e Chelsea
e Paige."
"Oh, ugh. Desde quando Kayla começou a andar com aquelas vadias odiosas?"
"Desde que você foi Marcada."
Então eu estreitei os olhos para ele. "E porque Kayla e seus novos amigos
escolheram essa noite em particular para estar na Starbucks? E porque nessa Starbucks
ao invés de uma em Broken Arrow que é muito mais perto de onde vivemos?"
Heath ergueu a mão como se estivesse cercado. "Eu não fiz de propósito!"
"Fez o que, Heath?" Jeesh, o garoto era um idiota às vezes.
"Eu não sabia que elas iam sair da Gap logo quando eu estava começando a
encostar na Starbucks. Eu não as vi até que elas me viram. Era muito tarde daí."
"Bem isso explica o desejo repentino delas por cafeína. Estou surpresa que elas não
te seguiram pela calçada." Ok, sim. Eu lembrava que eu deveria terminar com ele, mas
ainda me irritava pensar que Kayla estava dando em cima dele.
"Então você não quer ver elas, quer?"
"Não, diabos não." Eu disse.
"Achei que não. Bem, que tal eu te acompanhar de volta para escola então." Ele se
aproximou de mim. "Eu lembro quando conversamos no muro alguns meses atrás. Aquilo
foi bom."


Eu lembrava também. Especialmente porque foi a primeira vez que eu provei o
sangue dele. Eu tremi. E então me recompus. Eu realmente precisava controlar essa ânsia
por sangue. "Heath," eu disse firmemente. "Você não pode ir comigo na escola. Você não
viu o noticiário? Algum humano idiota matou um vampiro. Agora o lugar virou um
acampamento do exercito. Eu tive que fugir para vir ver você, e não posso demorar."
"Oh, yeah. Eu ouvi sobre isso." Ele pegou minha mão. "Você está bem? Você
conhecia o vampiro que foi morto?"
"Sim, eu conhecia ela. Ela era minha professora de teatro. E não, eu não estou bem.
É uma das razões das quais eu precisava falar com você." Eu me decidi. "Anda. Vamos
andar pela rua e ir até o Parque Woodward. Podemos conversar lá." Além do mais, era um
parque publico, no meio do centro de Tulsa, não podia ser muito privado. Pelo menos era
o que eu esperava.
"Tudo bem por mim," Heath disse feliz.
Ele se recusou a largar minha mão, então começamos a descer a rua juntos como
fazíamos desde o ensino fundamental. Só tínhamos nos afastado uns poucos quando uma
voz passou por mim e eu tentei não pensar no fato que o pulso dele estava pressionado
contra o meu e eu podia sentir nossos pulsos batendo juntos.
"Zo, o que aconteceu nos túneis?"
Eu dei a ele um afiado olhar de lado. "O que você lembra?"
"Na maior parte escuridão, e você?"
"Como assim?"
"Eu não lembro como cheguei lá, mas lembro de dentes e olhos vermelhos que
brilhavam." Ele apertou minha mão. "E eu não me refiro a seus dentes, Zo. Além do mais,
seus olhos não brilham. Eles cintilam."
"Eles cintilam?"
"Totalmente. Especialmente quando você está bebendo meu sangue." Ele diminuiu a
velocidade para que quase parássemos quando ergueu minha mão até os lábios dele e a
beijou. "Você sabe que é muito bom quando você bebe de mim, não sabe?"
A voz de Heath ficou profunda e rouca, e os lábios dele pareciam fogo contra a
minha pele. Eu queria me inclinar nele e me perder nele e afundar meus dentes nele e...


DEZOITO

"Heath, se concentre." Eu canalizei o calor que estava passando pelo meu corpo em
uma onda. "Os túneis. Você deveria estar me dizendo o que você lembra."
"Oh, yeah." Ele riu com seu sorriso doce de bad-boy. "Eu não lembro de muita coisa,
é por isso que estou te perguntando. Só de dentes e garras e olhos e tal, e de você. É
como um pesadelo. Bem, a não ser pela parte com você. Essa parte é leal. Hey, Z, você
me resgatou?"
Eu virei meus olhos e comecei a andar de novo, arrastando ele comigo. "Sim eu te
resgatei, nerd."
"Do que?"
"Jeesh, você não lê os jornais? A história estava na pagina dois." Tinha sido uma
adorável, mas ficcional artigo, onde eles citaram o Detetive Marx e seu muito breve
relatório.
"Yeah, mas não dizia muita coisa. Então o que aconteceu de verdade?"
Eu mordi o lábio e minha mente voou. Ele não lembrava quase nada sobre Stevie
Rae e seu bando de amigos mortos vivos. E, de repente, eu percebi, que precisava ficar
desse jeito. O quanto menos Heath soubesse sobre o que tinha acontecido, menores as
chances de Neferet pensar nele de novo o que resultaria numa terceira limpeza de mente,
o que não seria uma boa coisa. Além do mais, o garoto precisava continuar sua vida. Sua
vida humana. E parar de ficar obcecado comigo e coisas de vampiros.
"Não foi muito mais do que os papeis diziam. Eu não sei quem era o cara, só um
louco da rua. O mesmo cara que matou Chris e Brad. Eu te encontrei e usei meu poder
com os elementos para te soltar dele, mas você estava bem ruim. Ele, uh, te cortou e tal.
É provavelmente por isso que você tem essas estranhas memória, quando você lembra de
qualquer coisa." Era minha vez de dar nos ombros. "Eu não me preocuparia com isso, ou
nem pensaria nisso se fosse você. Não tem nada demais." Ele começou a dizer outra
coisa, mas chegamos na entrada do parque e eu apontei para um banco abaixo de um
carvalho. "Que tal sentar ali?"
"O que você disser, Zo." Ele colocou os braços ao meu redor e andamos até o banco.
Quando sentamos eu consegui sair do braço dele e angular meu corpo em direção a
ele para que meus joelhos fossem um tipo de barreira para ele não se aproximar de mim.
Eu respirei fundo e me fiz encontrar os olhos de Heath. Eu posso fazer isso. Eu posso
fazer isso.
"Heath, você e eu não podemos mais nos ver."
A testa dele se enrugou. Ele parecia estar tentando descobrir a resposta de um
complexo problema de matemática. "Porque você diria algo assim Zo? É claro que
podemos nos ver de novo."
"Não. Não é bom para você. Temos que terminar." Eu me apressei quando ele
começou a protestar. "Eu sei que parece difícil não me ver, mas isso é porque tivemos um
Imprint, Heath. Verdade. Eu estive pesquisando. Se não nos virmos mais nosso Imprint
vai sumir." Isso não era exatamente verdade. O texto só dizia que às vezes um Imprint
iria diminuir devido a não exposição. Bem, eu estava contando com algo funcionar dessa
vez. "Você vai ficar bem. Você vai esquecer de mim e voltar a ser normal."
Enquanto eu falava a expressão de Heath ficou cada vez mais seria e o corpo dele
começou a ficar muito duro. Eu sabia por que podia sentir o coração batendo dele, e até
isso tinha diminuído. Quando ele falou soava velho. Muito velho. Como se tivesse vivido
mil anos e soubesse coisas que eu só podia adivinhar.


"Eu não vou esquecer de você. Nem se estiver morto. E isso é normal para mim.
Amar você é o meu normal."
"Você não me ama. Você só teve um Imprint comigo," eu disse.
"Mentira!" ele gritou. "Não me diga que eu não te amo. Eu te amo desde que tinha 9
anos de idade. O Imprint é só outra parte do que tem acontecido entre nós desde que
somos crianças."
"Esse negocio do Imprint tem que terminar," eu disse calmamente, encontrando o
olhar dele.
"Por quê? Eu te disse que é bom para mim. E você sabe que pertencemos juntos,
Zo. Você tem que acreditar em mim."
Os olhos dele me imploraram e eu senti minhas entranhas se contorcerem. Ele
estava certo sobre tanta coisa. Tem sido nós dois por tanto tempo - e se eu não tivesse
sido Marcada, nós provavelmente teríamos ido para a faculdade juntos e nos casado
depois da formatura. Teríamos filhos e vividos no subúrbio e comprado um cachorro.
Iríamos brigar de vez enquando, na maior parte porque ele é tão obcecado por esportes,
então faríamos as pazes e ele me traria flores e um ursinho de pelúcia, como temos feito
desde que éramos adolescentes.
Mas eu fui Marcada e minha antiga vida morreu o dia que a nova Zoey nasceu.
Quanto mais eu penso nisso, mais eu sei que terminar com Heath era a coisa certa a
fazer. Comigo ele nunca seria mais do que meu energético, e o doce Heath, o amor da
minha infância, merece mais que isso. Eu percebi o que eu tinha que fazer e como fazer.
"Heath, a verdade é que não é tão bom para mim quanto é para você." Minha voz
era fria e sem emoção. "Não é mais você e eu. Eu tenho namorado. Um namorado de
verdade. Ele gosta de mim. Ele é como eu. Ele não é humano. É ele que eu quero agora."
Eu não tinha certeza se estava falando de Erik ou Loren, mas estava certa da dor que vi
nos olhos de Heath.
"Se eu tiver que dividir você, eu vou." A voz dele caiu para quase um suspiro, e ele
olhou para longe de mim como se estivesse muito embaraçado para me olhar nos olhos.
"Eu vou fazer o que for preciso para não perder você."
Isso fez algo dentro de mim se quebrar, mas eu ri de Heath. "Escute você! Você soa
patético. Você sabe como são os homens vampiros?"
"Não." A voz dele ficou mais forte e ele encontrou meus olhos de novo. "Não, eu não
sei como eles são. Eu tenho certeza que eles podem fazer todo tipo de coisa legal. Eles
provavelmente são grandes e malvados e tudo isso. Mas eu sei de uma coisa que eles não
podem fazer. Eles não podem fazer isso."
Em um movimento tão rápido que eu não entendi o que ele estava fazendo até ser
tarde demais, Heath tirou uma navalha do bolso do jeans e cortou uma longa e profunda
linha do lado do pescoço dele. Eu soube imediatamente que ele não tinha acertado uma
artéria nem nada disso. O corte não o mataria, mas estava derramando sangue - quente,
doce, e frescos pingos de sangue escorriam no pescoço dele até os ombros. E era o
sangue de Heath! Um cheiro que eu tive um Imprint para desejar acima dos outros. A
doçura dele me cobriu, acariciando a minha pele com uma quente insistência.
Eu não podia me segurar. Eu me inclinei para frente. Heath colocou a cabeça de
lado, esticando seu pescoço para que todo o lindo corte ficasse exposto.
"Faça a dor sumir, Zoey, para nós dois. Beba de mim e pare a queimação antes que
eu não consiga mais suportar."


A dor dele. Eu estava causando dor a ele. Eu li sobre isso no livro avançado de
sociologia. Avisava sobre o perigo do Imprint e como o laço de sangue pode ficar tão
próximo que não beber do humano pode causar dor a ele.
Então eu ia beber dele... só mais uma vez... só para parar a dor...
Eu me inclinei mais para frente e pus minhas mãos nos ombros dele. Quando minha
língua alcançou e lambeu a linha vermelha do pescoço dele, meu corpo tremia.
"Oh, Zoey, sim!" Heath gemeu. "Você está refrescando. Sim, chegue mais perto
baby, Tome mais."
Ele passou sua mão no meu cabelo e pressionou minha boca contra seu pescoço e
eu bebi dele. O sangue dele foi uma explosão. Não apenas na minha boca, mas pelo meu
corpo. Eu li todo o porquê e como sobre a reação física que acontece entre um humano e
um vampiro quando a ânsia por sangue os consume. Era simples. Algo que Nyx nos deu
para que ambos pudessem sentir prazer em um ato que poderia, ao contrario, ser brutal e
mortal. Mas meras palavras em um livro sem sentimentos nem começava a descrever o
que estava acontecendo dentro de nossos corpos enquanto eu bebia do pescoço
ensangüentado de Heath. Eu sentei de pernas abertas, pressionando a minha parte mais
privada contra a dureza dele. As mãos dele deixaram meu cabelo para segurar meus
quadris e ele me esfregou contra ele com ritmo enquanto ele gemia e ofegava e
sussurrava para mim não parar. E eu não queria parar. Eu não queria parar nunca. Meu
corpo estava queimando, assim como o dele. Só que minha dor era doce, quente,
deliciosa. Eu sabia que Heath estava certo. Erik era como eu e eu me importava com ele.
Loren era um homem real e poderoso e incrivelmente misterioso. Mas nenhum deles podia
fazer isso por mim. Nenhum deles me fazia sentir assim... querer desse jeito... desejo de
pegar assim...
"Yeah, vadia! Cavalga nele! Faça ele se machucar tão booooommm!"
"Esse pequeno garoto branco não tem nada para você. Vamos te dar algo que você
vai sentir de verdade!"
O aperto de Heath no meu quadril mudou e ele estava tentando afastar meu corpo
das vozes para que ele pudesse me proteger, mas a raiva que surgiu em mim estava
aumentando. Minha fúria era impossível de ignorar e minha resposta foi imediata. Eu
levantei meu rosto do pescoço dele. Dois caras negros estavam a apenas alguns metros
de distancia e estavam se aproximando de nós. Eles estavam usando aquelas calças de
cintura bem baixa ridículas, casacos enormes e quando eu cerrei os dentes para ele e
assoviei, a expressão deles mudou de desdém para descrença.
"Se afastem de nós ou eu mato vocês." Eu resmunguei para eles com uma voz tão
poderosa que eu nem reconheci como minha.
"Ela é uma fudida de uma sugadora de sangue vadia!" O mais baixo dos dois falou.
O outro cara bufou. "Nah, a vaca não tem tatuagem. Mas se ela quer algo para
sugar, eu vou dar a ela."
"Yeah, primeiro você e depois eu. O namoradinho dela pode assistir e ver como se
faz." Com uma risada maldosa, eles começaram a andar em direção a nós.
Ainda sentada de pernas abertas em cima de Heath, eu levantei meu braço por cima
da minha cabeça. Com a outra eu esfreguei as costas da minha mão pela minha testa e
pelo meu rosto, limpando a maquiagem que escondia minha identidade. Eles tropeçaram e
pararam. E então ambos os meus braços estavam por cima da minha cabeça. Foi fácil me
concentrar. Cheia com o sangue fresco de Heath, eu me senti poderosa e forte e muito,
muito irritada.


"Vento, venha até mim," eu comandei. Minha cabeça começou a se erguer com a
brisa que passava agitada ao meu redor. "Assopre eles diabos para fora daqui!" Eu atirei
minhas mãos em direção aos dois homens, deixando minha raiva explodir com minhas
palavras. O vento obedeceu instantaneamente, acertando eles com tanta força que eles
foram varridos, gritando e xingando, e empurrados para longe de mim. Eu assisti com um
tipo de fascinação deslocada enquanto o vento derrubou os dois homens no chão no meio
da rua 27.
Eu nem recuei quando uma caminhonete atingiu eles.
"Zoey, o que você fez!"
Eu olhei para Heath. O pescoço dele ainda estava sangrando e o rosto dele pálido, os
olhos bem apertados em choque.
"Eles iam machucar você." Agora que eu tirei a raiva de mim estava me sentindo
estranha, meio atordoada e confusa.
"Você matou eles?" A voz dele soava toda errada, assustada e acusadora.
Eu franzi para ele. "Não. Tudo o que fiz foi mandar eles para longe de nós. A
caminhonete fez o resto. E de qualquer forma, eles podem não estar mortos." Eu olhei
para a rua, a caminhonete parou de forma barulhenta. Outros carros também pararam, e
eu podia ouvir pessoas gritando. "E o hospital Saint John é a menos de um quilometro
daqui." Sirenes começaram a tocar não muito longe. "Vê, a ambulância já está vindo. Eles
provavelmente vão ficar bem."
Heath me tirou do colo dele e me afastou dele, pressionando a manga do suéter
contra o corte do pescoço. "Você tem que ir embora. Vai haver policias aqui logo. Eles não
podem te encontrar aqui."
"Heath?" Eu levei minha mão em direção a ele, mas a derrubei quando ele se
esquivou de mim. O atordoamento estava sumindo e eu comecei a tremer. Meu Deus, o
que eu tinha acabado de fazer? "Você está com medo de mim?"
Devagar, ele se aproximou, pegando minha mão e me puxando para mais perto dele
para poder me abraçar. "Eu não estou com medo de você. Estou com medo por você. Se
as pessoas descobrirem as coisas que você pode fazer, eu - eu não sei o que pode
acontecer." Ele se afastou um pouco, sem tirar os braços do meu redor, mas me olhando
nos olhos. "Você está mudando, Zoey. E eu não tenho certeza do que você está se
tornando."
Meus olhos se encheram de lagrimas. "Estou me tornando uma vampira, Heath. É
nisso que estou Mudando."
Ele tocou minha bochecha, e então usou seu polegar pra limpar o resto da
maquiagem para que minha Marca ficasse completamente visível. Heath se curvou para
beijar a lua crescente no meio da minha testa. "Estou bem sobre você se tornar uma
vampira, Zo. Mas eu quero que você lembre que ainda é a Zoey. Minha Zoey. E minha
Zoey não é maldosa."
"Eu não podia deixar eles machucarem você," eu sussurrei, tremendo de verdade
agora e percebendo o quão fria e horrível eu tinha acabado de ser. Eu posso ter acabado
de causar a morte de dois homens.
"Hey, olhe para mim Zo." Heath pôs seu queixo em minha mão e me forçou a olhar
ele nos olhos. "Eu sou enorme. Um ótimo quarterback numa escola top. E estão me
oferecendo uma bolsa para a faculdade. Você pode por favor lembrar que eu posso me
cuidar?" Ele soltou meu queixo e tocou minha bochecha de novo. A voz dele era tão seria
e adulta que ele de repente me lembrou estranhamente do pai dele. "Quando eu estava
longe com meus pais, eu li um pouco sobre a deusa vampira Nyx. Zo, tem muitas coisas


escritas sobre vampiros, mas não encontrei nada que dizia que sua deusa é maldosa. Eu
acho que você deveria manter isso em mente. Nyx te deu vários poderes, e eu não acho
que ela gostaria que você os usasse da forma errada." Os olhos dele olharam por cima
dos meus ombros para a distante rua e a horrível cena que estava acontecendo ali. "Você
não deve ser má, Zo. Não importa o que acontecer."
"Quando você cresceu tanto?'
Ele sorriu. "Dois meses atrás." Heath beijou meus lábios suavemente, e então
levantou, me erguendo. "Você tem que sair daqui. Eu vou voltar por onde viemos. Você
provavelmente deveria cortar caminho pelo jardim de rosas e voltar para a escola. Se
aqueles caras não estão mortos eles vão falar, e isso não vai ser bom para a House of
Night."
Eu acenei. "Ok, yeah. Eu vou voltar para a escola." Então eu suspirei. "Eu deveria
terminar com você."
O sorriso dele virou uma risada. "Não vai acontecer, Zo. É você e eu baby!" Ele me
beijou bem e com força, e me deu um pequeno empurrão na direção do Jardim de Rosas
de Tulsa, que fazia fronteira com o Parque Woodward. "Me liga e vamos nos encontrar
semana que vem. Ok?"
"Ok," eu murmurei.
Ele começou a voltar para poder me ver partir. Eu me virei e me dirigi ao jardim de
rosas. Eu chamei a nevoa e a noite, mágica e escuridão me cobriram.
"Wow! Legal, Zo!" Eu ouvi ele atrás de mim. "Eu te amo, baby!"
"Eu também te amo, Heath." Eu não virei, mas sussurrei para o vento e deixei ele
carregar minha voz até ele.


DEZENOVE

Sim, eu estava seriamente perturbada. Não apenas eu não tinha terminado com
Heath, mas eu provavelmente tinha deixado nosso Imprint ainda mais forte. Além do
mais, eu posso ter causado a morte de dois homens. Eu tremi, me sentindo mais do que
apenas um pouco enjoada. O que diabos tinha acontecido comigo? Eu bebi o sangue de
Heath e estava sentindo o tesão (jeesh, eu estou me tornando uma vadia total), e então
aqueles homens começaram a mexer com a gente e foi como se algo dentro de mim
mudou de Zoey normal para Maluca Assassina Vampira Zoey. Foi isso que aconteceu?
Vampiros surtam quando humanos que tiveram um Imprint são ameaçados?
Eu lembrei o quão fula eu fiquei nos túneis com os "amigos" de Stevie Rae (não que
ela fosse amiguinha daqueles garotos mortos vivos) tinham atacado Heath. Ok, eu fui
violenta, mas não tinha sentindo uma vontade poderosa de rasgar o rosto deles! Só de
lembrar da raiva que passou por mim quando os dois homens começaram a vir até nós
(Heath) para dar a nós (Heath) dificuldade era o suficiente para fazer minhas mãos
começarem a tremer de novo.
Claramente tinha muitas coisas de vampiros que eu não sabia. Diabos, eu tenho feito
anotações e memorizado alguns dos capítulos sobre Imprint e ânsia de sangue, mas eu
estava começando a ver que havia varias coisas do tão educacional livro tinha deixado de
fora. Eu precisava de um vampiro adulto. Felizmente, eu conhecia um que com certeza
ficaria feliz de ser voluntário para ser meu professor.
Eu tenho certeza que tem muitas coisas que ele ficaria feliz de me ensinar.
Eu pensei nessas coisas, o que foi fácil de fazer quando eu estava cheia do delicioso
e sexy sangue de Heath. Meu corpo ainda estava formigando com o calor e poder e
sensações que eu sabia que não conhecia, mas eu desejava mais. Muito mais.
Não havia como negar que Loren e eu tínhamos algo. Era diferente do que eu e
Heath tínhamos, diferente até do que Erik e eu tínhamos. Droga. Eu tenho coisas de mais
acontecendo na minha vida.
Basicamente, eu flutuei para o apartamento dos pais de Afrodite meio excitada, e
cheia de poder, ainda sim confusa e tão distraída por, bem, sexo que eu nem pensei no
fato que parecia não haver nada mais do que nevoa e escuridão até eu estar parada no
meio da sala do apartamento observando Stevie Rae olhar com olhos vermelhos e
molhados a TV e fungar. Eu olhei para a TV e percebi que ela estava assistindo um filme.
Parecia com aquele sobre a mãe que sabia que estava morrendo de alguma doença
horrível e tinha que correr contra o tempo (e comercias) para encontrar uma nova família
para seu zilhão de filhos.
"Em falar em deprimente," eu disse.
A cabeça de Stevie Rae virou enquanto ela tomava uma posição feral de defesa
depois de pular atrás do sofá de onde ela assoviou e rosnou para mim.
"Ah, merda!" Eu instantaneamente afastei a escuridão e tudo mais, para ficar sólida,
e visível de novo. "Desculpe, Stevie Rae. Eu esqueci que dei uma de Bram Stoker."
Ela olhou por cima do sofá para mim, olhos brilhando e presas expostas, mas ela
parou de assoviar.
"Uh, relaxe. Sou apenas eu." Eu levantei a bolsa e balancei o sangue para que ele
fizesse um barulho nojento. "Sua refeição sobre rodas."
Ela levantou e cerrou os olhos. "Você não deveria fazer isso."
Eu levantei minhas sobrancelhas para ela. "Você não deveria fazer isso. Fazer o que?
Trazer seu sangue ou me tornar nevoa e escuridão."


Stevie Rae arrancou a bolsa que eu estava balançando na direção dela. "Me pegar de
surpresa. Eu posso ser perigosa."
Eu suspirei e sentei no sofá, tentando ignorar o fato que ela já estava rasgando uma
bolsa de sangue. "Se você me comer, do jeito que a minha vida é uma droga agora, você
me faria um favor."
"Yeah. Eu aposto. Eu lembro o quão difícil é ficar viva. Cheia de drama de namoro e
ohminhadeusa, o que eu deveria usar para aula. Realmente horrível, diferente do estresse
de estar morta e morta viva, mas ainda me sentindo morta." Stevie Rae falou em um tom
frio e sarcástico que era totalmente diferente do jeito que ela costumava soar, o que de
repente me irritou para caramba. Como se eu não tivesse estresse na minha vida só
porque eu não estava morta? Ou morta viva? Ou algo assim.
"A professora Nolan foi morta ontem a noite. Parece que alguém das Pessoas de Fé
crucificou ela e decapitou ela e deixou o corpo dela perto da porta escondida do portão
leste com um adorável bilhete sobre não poder haver uma bruxa viva. Eu acho que meu
padrasto-perdedor pode estar envolvido, mas não posso dizer mais nada porque minha
mãe esta acobertando ele, e se eu delatar ele ela provavelmente vai pra cadeia para
sempre. Eu acabei de sugar o sangue de Heath e fui interrompida por dois otários que eu
acho que matei acidentalmente, e Loren Blake e eu estávamos ficando. Então, como foi o
seu dia?"
A velha Stevie Rae pulou dentro dos olhos vermelhos. "Ohminhadeusa," ela disse.
"Yeah."
"Você tem ficado com Loren Blake?" Como sempre, Stevie Rae ficou excitada com a
fofoca poderosa. "Como que foi?"
Eu suspirei e vi ela pegar outra bolsa de sangue. "Foi incrível. Eu sei que isso vai
soar ridículo, mas eu acho que podemos realmente ter algo juntos."
"Assim como Romeu e Julieta," ela disse entre goles.
"Uh, Stevie Rae, vamos usar uma analogia diferente, ok? R&J não terminou muito
bem."
"Eu aposto que ele tem um gosto bom," ela disse.
"Huh?"
"O sangue dele."
"Eu não saberia."
"Ainda," ela disse, e pegou outro saco de sangue.
"Falando nisso. É melhor você diminuir a beberagem de sangue. Neferet chamou os
Vampiros Filhos de Erebus e está muito difícil de sair da escola agora. Eu não tenho
certeza se vou ser capaz de voltar aqui com mais sangue."
Um calafrio passou pelo corpo de Stevie Rae. Ela parecia quase normal, mas nas
minhas palavras a expressão dela se achatou e os olhos dela se arredondaram.
"Eu não posso aguentar muito tempo."
Ela falou numa voz tão baixa e contida que eu quase não ouvi ela.
"Isso é algo importante, Stevie Rae? Eu quero dizer, você não pode só fazer um
racionamento ou algo assim?"
"Não é assim! Eu posso me sentir me perdendo... mais e mais a cada dia... a cada
hora."
"O que é se perder?"
"Minha humanidade!" Ela praticamente chorou.


"Mas, querida," eu me aproximei e coloquei meus braços ao redor dela, ignorando o
jeito estranho que ela cheirava e o fato que o corpo dela estava tão duro quanto uma
pedra. "Você está melhor. Estou aqui agora. Vamos dar um jeito nisso."
Stevie Rae me olhou nos olhos. "Agora, eu posso sentir o seu pulso. Eu sei cada vez
que eu seu coração bate. Tem algo dentro de mim que está gritando para abrir sua
garganta e tomar seu sangue. E é algo que está ficando mais forte." Ela se afastou de
mim, se movendo para se pressionar contra o sofá. "Eu posso colocar o rosto da antiga
Stevie Rae, mas é apenas parte do monstro em mim. Eu só faço isso para poder te caçar."
Eu respirei fundo e me recusei a desviar o olhar. "Ok, eu sei que parte disso pode ser
verdade. Mas eu não acredito em tudo, e eu não quero acreditar em tudo. Sua
humanidade ainda está aí, dentro de você. Yeah, pode estar ficando fraca, mas ainda está
aí. Isso significa que ainda somos melhores amigas. Além do mais, pense nisso. Você não
tem que me caçar. Olá - estou bem aqui. Não exatamente escondida."
"Eu acho que você está em perigo estando comigo," ela sussurrou.
Eu sorri. "Sou mais durona do que você acha, Stevie Rae." Me movendo devagar
para não assustar ela, em pus minha mão sobre a dela. "Tire poder da terra. Eu acredito
que você é diferente do resto dos, uh -" eu parei, tentando descobrir um jeito de chamar
eles.
"Nojentos garotos mortos vivos?" Stevie Rae sugeriu.
"Yeah. Você é diferente dos nojentos garotos mortos vivos porque você tem uma
afinidade com a terra. Se agarre nisso e ele vai te ajudar a lutar com o que quer que seja
que está dentro de você."
"Escuridão... é tudo escuridão dentro de mim," ela disse.
"Não é tudo escuridão. A terra está aí, também."
"Ok... ok..." ela ofegou. "A terra. Eu lembro. Eu vou tentar."
"Você pode suportar isso, Stevie Rae. Você pode suportar isso."
"Me ajude," ela disse, de repente apertando minha mão tão forte que eu quase
chorei. "Por favor, Zoey, me ajude."
"Eu vou. Eu prometo."
"Logo. Tem que ser logo."
"Será. Eu prometo," eu repeti, sem ter idéia de como manter minha promessa.
"O que você vai fazer?" Stevie Rae perguntou, olhos se trancando desesperadamente
nos meus.
Eu disse a única coisa que veio na minha mente. "Eu vou lançar um circulo e pedir a
ajuda de Nyx."
Stevie Rae piscou. "Só isso?"
"Bem, nosso circulo é poderoso e Nyx é uma deusa. O que mais você precisa?" Eu
soava mais segura do que eu me sentia.
"Você quer que eu represente a terra de novo?" A voz dela tremeu.
"Não. Sim." Eu parei culpada, me perguntando o que eu deveria fazer em relação a
Afrodite. Ficou claro quando ela manifestou a terra que ela deveria se juntar ao nosso
circulo. Mas Stevie Rae surtaria se ela descobrisse que o seu lugar foi substituído por
alguém que ela considerava sua inimiga? Além do mais, ninguém a não ser Afrodite sabia
sobre Stevie Rae, e é assim que eu preciso manter até estar pronta para Neferet saber
sobre ela. Problemas. Eu definitivamente tinha problemas. "Uh, eu não tenho certeza. Me
deixe pensar sobre isso, ok?"
A expressão de Stevie Rae mudou de novo. Agora ela parecia quebrada, e derrotada.
"Você não quer que eu faça mais parte do seu circulo."


"Não é isso! É só que você precisa ser curada, então vai ser melhor se você estiver
no centro do circulo comigo ao invés de ficar no lugar normal." Eu suspirei e balancei a
cabeça. "Eu preciso fazer mais pesquisa."
"Faça rápido, ok?"
"Eu vou. E você tem que prometer que vai tomar o sangue com calma e ficar aqui e
se concentrar na sua conexão com a terra," eu disse.
"Ok. Eu vou tentar."
Eu apertei a mão dela e então e então me soltei do aperto dela. "Desculpe, eu
preciso ir. Neferet vai fazer um ritual especial para a professora Nolan, então eu tenho o
ritual da Lua Cheia." E eu ia ter que ir na biblioteca de novo e catar algum ritual que
pudesse ajudar Stevie Rae. E eu não fazia idéia do que fazer em relação ao Loren. E Erik
provavelmente ia ficar bravo comigo por sair. E eu não tinha terminado com Heath. Jeesh,
minha cabeça dói. De novo.
"Já faz um mês."
"Huh?" eu estava parada, e distraída com meu pensamento sobre tudo que eu tinha
que lidar.
"Eu morri durante o ritual da Lua Cheia, e isso foi um mês atrás."
Isso chamou minha atenção. "É verdade. Já faz um mês. Eu me pergunto..."
"Se isso pode significar algo? Se hoje a noite pode ser a noite certa para consertar o
que aconteceu comigo?"
"Não! O lugar está cheio de guerreiros. Eles te pegariam com certeza."
"Talvez eles devessem," ela disse devagar. "Talvez todos devessem saber sobre
mim."
Eu esfreguei a cabeça, tentando entender o que eu estava pressentindo. Eu estive
tentando manter Stevie Rae em segredo a tanto tempo que eu não sabia dizer se eu
deveria manter ela escondida, ou se o que eu estava sentindo era apenas ecos e confusão
(e provavelmente algum desespero e depressão também).
"Eu não sei sobre isso. Eu - eu preciso de um pouco mais de tempo, ok?"
Stevie Rae deu nos ombros. "Ok. Mas eu não acho que tem o suficiente de mim para
durar mais um mês."
"Eu sei. Vou me apressar." Eu disse estupidamente. Eu me curvei e abracei ela
rapidamente. "Tchau. Não se preocupe. Eu volto logo. Prometo."
"Se você descobrir, só me mande uma mensagem ou algo assim e eu vou. Ok?"
"Ok." Eu virei para a porta. "Eu te amo, Stevie Rae. Não esqueça disso. Ainda
seremos amigas."
Ela não disse nada, mas acenou, parecendo fria. Eu chamei a noite e a nevoa e
mágica e sai na escuridão.


VINTE

Naturalmente, eu fui pega voltando para o campus. Eu já tinha flutuado de volta
para o muro. (Sim, literalmente flutuado, que foi muito legal para expressar em palavras.)
Eu estava voltando para o dormitório com o que eu considerei uma excelente velocidade
quando eu praticamente dei um encontrão neles - um grupo de vampiros e vetenados
protegidos por pelo menos uma dúzia de guerreiros montanhas (eu vi as Gêmeas e
Damien no grupo, então Afrodite tinha razão, Neferet tinha incluído meu Conselho de
Prefeitos). Eu congelei, voltei para as sombras do grande carvalho, e segurei o fôlego,
esperando que meu novo poder descoberto de invisibilidade (ou talvez nevoa-bilidade seja
um jeito melhor de descrever) me permitisse continuar sem ser vista. Infelizmente,
enquanto eu observava, Neferet parou, o que fez o grupo todo parar. Ela virou a cabeça e
eu juro que ela cheirou o ar como um cachorro. Então os olhos dela foram para a minha
árvore - o lugar onde eu estava escondida - e pareceu me alcançar. E bem assim eu perdi
a minha concentração. Minha pele tremeu e eu sabia que estava completamente visível de
novo.
"Oh, Zoey! Aí está você. Eu estava perguntando a seus amigos" - ela pausou tempo
suficiente para das as Gêmeas, Damien e (eek!) Erik um dos incríveis sorrisos dela - "onde
você poderia ter ido." Ela trocou o sorriso por uma perfeita aparência de preocupação
maternal. "Agora não é a hora para andar sozinha."
"Desculpe. Eu, uh, eu precisava..." eu parei, muito ciente que todos os olhos
estavam em mim.
"Ela precisava ficar sozinha antes dos rituais," Shaunee disse, dando um passa a
frente e colocando o braço ao meu redor.
"Yeah, ela sempre precisa ficar sozinha antes dos rituais. É um negocio da Zoey,"
Erin disse, se movendo para meu outro lado e pegando meu outro braço.
"Yep, nos chamamos de TSZ - Tempo Sozinho da Zoey," Damien disse, indo para
trás de mim para colocar as mãos nos meus ombros. "Essa é a nossa Z."
Eu tive que lutar para não começar a chorar. Meus amigos eram os melhores. É
claro, Neferet provavelmente sabia que eles estavam mentindo, mas eles fizeram isso de
um jeito que pareceu que eu só estava fazendo travessuras de adolescentes (aka, fugindo
para terminar com meu namorado) versus uma enorme, e assustadora travessura (Aka,
escondendo minha melhor amiga morta viva).
"Bem, eu quero que você se assegure de limitar seu tempo sozinha no futuro,"
Neferet disse em um tom de repreensão.
"Eu vou. Desculpe." Eu murmurei.
"E agora, vamos para o ritual." Independente, Neferet saiu com o grupo, fazendo os
guerreiros se apressarem para irem com ela e deixando eu e meus amigos na poeira
figurativa.
É claro, nós seguimos ela. O que mais podíamos fazer?
"Então, você fez a sujeira?" Shaunee sussurrou.
"Huh?" Eu pisquei chocada para ela. Como ela sabia que eu tinha dado uma de vadia
com Heath. Dava pra ver? Deus, eu ia morrer se desse pra ver!
Erin virou os olhos. "Heath. Terminar. Você com ele," ela sussurrou.
"Oh, isso. Bem, eu, uh -"
"Eu estava preocupado com você hoje." Erik se aproximou e quase tirou Shaunee do
lugar dela perto de mim. Eu esperei que as Gêmeas reclamassem para ele, mas ao invés
disso elas ergueram as sobrancelhas para nós e ficaram para trás com Damien. Eu ouvi


Shaunee murmurar, "Ele é tão boommmm." Jeesh, eles podiam encarar Neferet, mas a
gostosura de Erik era completamente diferente.
"Desculpa," eu disse hostilmente, me sentindo culpada sobre o quão bom foi quando
ele pegou minha mão. "Eu não queria preocupar você. Eu só tinha, bem, coisas."
Erik riu e entrelaçou os dedos nos meus. "Eu queria que você tivesse se livrado dele
- eu digo, dessa coisa em particular."
Eu mandei olhares afiados por cima dos ombros para as Gêmeas, que tentaram
parecem inocentes. "Traidoras!" eu murmurei.
"Não fique brava com elas. Eu usei minha injusta vantagem para driblar ela com suas
fraquezas."
"Sapatos?"
"Algo melhor que isso, pelo menos pelo presente momento. T.J e Cole."
"Isso foi muito esperto da sua parte," eu disse.
"E nada difícil de conseguir. T.J e Cole acham que as Gêmeas são sexys," Erik disse,
usando seu excelente sotaque escocês e provando, de novo, que nerd para filmes ele era
(alô - Austin Powers).
"T.J e Cole chamaram as Gêmeas de muito sexys com esse horrível sotaque?"
Ele apertou minha mão brincando. "Meu sotaque não foi horrível."
"Você tem razão. Não foi." Eu sorri para seus profundos olhos azuis e me perguntei
onde como eu tinha chego numa posição em que eu trai ele com duas pessoas.
"Você está bem hoje, Zoey?"
Eu sabia pelas nossas mãos dadas que Erik podia sentir o choque que passou pelo
meu corpo com o som da voz de Loren.
"Estou bem. Obrigado," eu disse.
"Você dormiu bem ontem a noite? Eu imaginei como você lidou depois que eu sai do
dormitório." Loren deu a Erik o que foi obviamente um sorriso de eu-sou-muito-mais-
velho-que-você e explicou, "Zoey passou por um belo choque ontem."
"Yeah, eu sei." Erik atirou as palavras. Eu podia sentir a tensão entre eles e me
perguntei um pouco freneticamente se mais alguém podia notar. Quando eu ouvi Shaunee
sussurrar, "Droga, garota!" E Ein "Um-hum!" Eu tive que me forçar a não gemer.
Claramente todo mundo (tradução: as Gêmeas) notaram.
Então chegamos a um grupo de adultos que agora estavam parados perto do que eu
percebi ser a porta escondida do muro leste. Ignorando a potencialmente explosiva
situação com o namorado eu me coloquei bem no meio, e disse, "Hey! Porque paramos
aqui?"
"Neferet vai oferecer uma reza para o espírito da professora Nolan, e também lançar
um feitiço protetor ao redor da escola." Loren disse. A voz dele soava muito amigável e os
olhos dele pareciam quentes de mais e se trancaram nos meus. Deus, ele era lindo. Eu
lembrei como os lábios dele pareciam contra os meus e...
E então eu percebi o que ele tinha acabado de dizer.
"Mas o sangue dela e tudo mais ainda não estão..." Eu parei indefesa, fazendo um
gesto vago para a área gramada do outro lado do muro, a horrível área gramada onde o
sangue da professora Nolan tinha sido derramado ontem.
"Não, não se preocupe. Neferet limpou," Loren disse gentilmente
Por um segundo eu pensei que ele fosse me tocar bem ali na frente de todos. Eu
senti Erik ficar tenso, como se ele também estivesse esperando isso, então a voz solene,
mas poderosa de Neferet atravessou nosso pequeno drama, chamando a atenção de
todos para ela.


"Vamos passar pela porta para o lado da atrocidade. Fazer um uma posição
crescente do lado da estatua da nossa adorada deusa, que eu coloquei no lugar exato
onde o corpo da professora Nolan foi descoberto. Eu peço que centrem seus corações e
mentes em mandar energias positivas para a nossa irmã caída enquanto seu espírito se
liberta para ir até Nyx. Calouros," o olhar dela passou por nós, "Eu quero que cada um vá
até a vela que representa seu elemento." Os olhos de Neferet eram bondosos, a voz
gentil. "Eu sei que é incomum usar calouros em um ritual adulto, mas nunca antes a
House of Night teve tantas jovens pessoas extraordinárias de uma só vez, e eu acredito
que é apenas o certo que eu use suas afinidades para acrescentar poder para o que eu
peço a Nyx." Eu podia praticamente sentir Damien e as Gêmeas vibrando de excitação.
"Vocês podem fazer isso por mim, por nós, calouros?"
Damien e as Gêmeas acenaram feito louco. Os olhos verdes de Neferet passaram
para mim. Eu acenei uma vez. A Alta Sacertodisa sorriu, e eu me perguntei se mais
alguém podia ver através da beleza exterior dela, a pessoa fria e calculista.
Parecendo satisfeita, Neferet virou e passou pela porta seguida de perto pelo resto
de nós. Eu me preparei para algo horrível, ou pelo menos algum sangue, mas Loren
estava certo. A área que estava totalmente horrível ontem tinha sido completamente
limpa, e eu me perguntei brevemente como os policias de Tulsa tinham reunido as
evidencias, e então me balancei. Certamente Neferet tinha esperado eles fazem seu
trabalho antes de limpar tudo. Não tinha?
No ponto onde tinha estado o corpo da professora Nolan agora havia uma linda
estatua e que parecia ter sido feita de onyx. As mãos dela estavam erguidas. E nelas ela
segurava uma vela verde simbolizando a terra. Damien e as Gêmeas se moveram para
ficar atrás de suas velas que representavam seus elementos. Eu não queria, mas tomei
meu lugar na vela púrpura que simbolizava espírito. Eu podia ver que os guerreiros se
espalharam ao nosso redor. Com as costas para nosso grupo eles olharam para noite,
preparados e alertas.
Sem qualquer teatro usual (que sempre era legal de ver), Neferet andou até Damien,
que estava segurando a vela amarela nervosamente, e ergueu o isqueiro cerimonial.
"Ele nós enche e nos dá vida. Eu chamo o vento para o nosso circulo." A voz de
Neferet era forte e clara, obviamente aumentada pelo poder da Alta Sacerdotisa. Ela tocou
o isqueiro na vela e instantaneamente o vento passou ao redor de Damien e ela. As costas
de Neferet estavam para mim, então eu não podia ver o rosto dela, mas o sorriso de
Damien era enorme. Eu tentei não ficar de mal humor. O circulo sagrado não era o lugar
certo para mim ficar fula, mas eu não podia me impedir de ficar irritada. Porque eu era a
única que podia ver a falsidade de Neferet?
Ela se moveu até Shaunee. "Ele é quente e nos auxilia. Eu chamo o fogo para o
nosso circulo." E como eu tinha experimentado varias vezes antes, a vela vermelha de
Shaunee pegou fogo antes do isqueiro a tocar. O sorriso de Shaunee era quase tão
brilhante quanto seu elemento.
Neferet seguiu o circulo até Erin. "Ele nos acalma e limpa. Eu chamo a água para o
nosso circulo." Quando a vela foi acessa eu ouvi as ondas a distancia e senti o cheiro do
mar salgado na brisa da noite.
Eu observei cuidadosamente enquanto Neferet se moveu para ficar diante da estatua
de Nyx e da vela verde. A Alta Sacerdotisa curvou a cabeça. "A caloura que personificava
esse elemento pereceu, e é o certo que a posição da terra fique vazia hoje a noite, e que
fique no ponto onde o corpo da nossa adorável Patrícia Nolan recentemente descansou.
Ele nos sustenta. É de onde nascemos e de onde, algum dia, retornaremos. Eu chamo a


terra para o nosso circulo." Neferet acendeu a vela verde, e embora queimasse forte eu
não senti nem um pouquinho do cheiro de campinas ou flores selvagens.
Então Neferet parou na minha frente. Eu não sei que tipo de expressão ela mostrou
para Damien e as Gêmeas, mas para mim o rosto dela era forte e firme, e incrivelmente
bonito. Ela me lembrava uma das antigas guerreiras amazonas, e eu quase esqueci que
ela era perigosa.
"É nossa essência. Eu chamo o espírito para o nosso circulo." Neferet acendeu minha
vela púrpura e eu senti minha alma se acender com um formigamento passando por mim.
A Alta Sacerdotisa não parou para dividir nenhum tipo de olhar especial comigo, ao invés
disso ela começou a multidão. Andando dentro do circulo, fazendo contado visual com os
vampiros que nos cercavam, ela foi direto ao ponto. "Não acontece a mais de cem anos -
não tão abertamente - não tão brutalmente. Humanos mataram um de nós. Nesse caso
eles acordaram não um gigante adormecido, mas provocaram um leopardo que eles
acreditam foi manchado." A voz de Neferet aumentou, poderosa com a raiva. "Ela não
está manchada!" Os cabelos do meu braço se ergueram. Neferet era incrível. Como
alguém tão abençoado por Nyx tinha ficado tão má como eu sabia que ela tinha virado?
"Eles acreditam que nossas presas não mais funcionam e que nossas garras foram
removidas como um gato gordo. De novo, eles estão errados." Ela ergueu os braços acima
da cabeça. "Desse circulo sagrado, lançado no lugar do assassinato, chamamos nossa
deusa, Nyx, a linda personificação da Noite. Pedimos que ela de boas vindas a Patrica
Nolan no seu seio, embora seja décadas cedo demais para ela ter partido. Também
pedimos a Nyx que lance sua raiva, com a doçura de sua fúria divina, para nos dar um
feitiço de proteção para que não sejamos pegos na teia dos humanos assassinos."
Enquanto ela falava o feitiço de Neferet voltou para a estátua de Nyx.
"Nos proteja com a noite;
Acima de toda essa escuridão que nos deleitamos."
Quando ela virou o rosto para a multidão eu vi que agora ela segurava uma pequena
faca com uma curva na lamina parecendo muito afiada.
"Ao redor desse circulo nós pedimos.
Que a cortina de Nyx seja lançada."
Com uma mão ela ergueu a faca. Com a outra ela fez formas intricadas no ar que ao
redor dela ficou brilhoso e semi-substancial enquanto ela continuava o encantamento.
"Todos que entrarem ou saírem eu devo detectar,
Vampiros, calouros, humanos, tudo será checado.
Se mal for querido
A minha vontade ele deve se curvar."
Então em um rápido e feroz gesto, Neferet cortou seu pulso, tão profundamente que
o sangue dela instantaneamente começou a pingar, vermelho e rico, quente e delicioso. O
cheiro passou por mim, automaticamente fazendo minha boca salivar. Com uma forte
determinação, a Alta Sacerdotisa andou pela circunferência do circulo para que o sangue
dela caísse ao nosso redor em um arco escarlate na grama que recentemente tinha sido
encharcada com o sangue da professora Nolan. Finalmente ela voltou para a estátua de
Nyx. Neferet ergueu seu rosto para a noite e completou o feitiço.
"Meu sangue te amarra,
Então um grão será."
Eu juro que o ar da noite passou ao nosso redor, por um segundo eu podia ver algo
se assentar nos muros da escola, como uma escura e transparente cortina. Ela fez um
feitiço que vai dizer a ela não só se algo perigoso entrar na escola, mas quando mais


alguém tentar sair. Eu tive que morder a parte de dentro da minha bochecha para me
impedir de gemer. De jeito nenhum a cortina da nossa deusa ia ser enganada pelo meu
pequeno truque a la Bram Stoker. Como diabos eu vou escapar para levar sangue para
Stevie Rae?
Completamente preocupada com meu próprio drama, eu mal notei quando Neferet
fechou o circulo. Desajeitosamente, eu deixei a maré de pessoas me carregar de volta
pela porta. Eu só voltei ao normal quando a voz profunda de Loren soou surpresa no meu
ouvido.
"Eu te encontro na sala de recreação daqui um tempo." Eu olhei para ele. Meu rosto
deveria ser um ponto de interrogação porque ele acrescentou, "Seu Ritual de Lua Cheia.
Eu sou seu poeta hoje a noite para a abertura do seu circulo, lembra?"
Antes deu poder dizer qualquer coisa a voz de Shaunee passou, "Sempre estamos
ansiosas para ouvir você recitar poesia, professor Blake."
"Yeah, não iríamos perder. Nem mesmo por uma liquidação de sapatos na Saks,"
Erin acrescentou, olhos brilhando.
"Então vejo vocês lá," Loren disse, os olhos dele nunca deixando meu rosto. Ele
sorriu, me deu uma pequena reverencia, e se apressou para longe.
"De-li-ci-o-soo" Erin disse.
"Idem, Gêmea." Shaunee disse.
"Eu acho que ele nojento."
Olhamos para trás para ver Erik encarando as costas de Loren.
"Oh, de jeito nenhum!" Shaunee disse.
"O delicioso Loren Blake está apenas sendo amigável," Erin disse, virando os olhos
para Erik como se ele fosse maluco.
"Olá! Não vire o psicótico e ciumento namorado em cima da Z," Shaunee disse.
"Uh, eu tenho que trocar de roupa," eu disse, sem querer sequer comentar o óbvio
ciúmes de Erik. "Vocês poderia ir para a sala de recreação e se certificar que tudo ficará
pronto? Eu vou correr para o dormitório e volto num segundo."
"Sem problemas," as Gêmeas falaram juntas.
"Vamos cuidar das coisas de último minuto," Damien disse.
Erik não disse nada. Eu sorri rapidamente e, eu esperei, que não fosse um sorriso
culpado, e sai pela calçada em direção ao dormitório. Eu podia sentir olhos em mim e
sabia com um terrível sentimento que eu ia ter que fazer algo sobre Erik e Loren (e
Heath). Mas o que diabos eu ia fazer?
Eu era louca por Heath. E o sangue dele.
Erik era um cara incrível que eu realmente, realmente gostava.
Loren era completamente delicioso.
Jeesh, eu sou uma droga.


VINTE E UM

Eu estava tentando me convencer que esse ritual ia ser rápido. Eu só ia chamar um
rápido circulo, oferecer uma reza a professora Nolan, e anunciar que Afrodite ia voltar
para as Filhas Negras (que ficaria obvio depois que ela aparecesse com uma afinidade
pela terra), e então dizer que por causa do estresse que a escola estava lidando eu decidi
não escolher nenhum novo Prefeito para o Conselho até o fim do ano escolar. Realmente
deve ser um ritual fácil, eu disse para o nó no meu estomago de novo e de novo. Nada
como mês passado quando Stevie Rae morreu. Nada de ruim podia acontecer hoje a
noite. Vestida e o mais pronta quanto eu ia ser, eu abri a porta para encontrar Afrodite
parada ali.
"Respire fundo, ok?" ela disse, saindo do meu caminho. "Olá! Eles tem que esperar
por nós."
"Afrodite, ninguém nunca te contou que é rude manter as pessoas esperando?" eu
disse enquanto desci rapidamente, praticamente pulando os dois últimos degraus da
escada, e sai com pressa do dormitório com Afrodite lutando para ficar comigo. Eu acenei
para Darius, que tinha tomado sua posição do lado de fora, e ele me saudou.
"Você sabe, esses guerreiros são realmente vampiros totalmente quentes," Afrodite
disse, virando o pescoço para olhar uma última vez para Darius. Então ela sorriu para mim
e disse na sua voz metida de garota rica, "e não, ninguém nunca me disse que é rude
manter as pessoas esperando. Eu fui criada para fazer as pessoas esperando. Até onde é
problema da minha mãe, o sol espera por ela antes de nascer e se põe.
Eu virei os olhos.
"Então como foi o ritual com Neferet?"
"Fabuloso. Ela colocou uma cortina de proteção ao redor da escola. Ninguém entra
ou sai sem ela saber. Não podia ser melhor. Oh, isso é, a não ser que sejamos nós."
Embora não houvesse ninguém ao nosso redor, Afrodite abaixou a voz. "Ela ainda
esta inalando as bolsas de sangue?"
"Ela mal está se agüentando. Temos que fazer algo logo."
"Eu não sei o que diabos você acha que vamos fazer," Afrodite disse. "É você que
tem mega poderes. Eu só estou dando a volta junto." Ela pausou e baixou a voz ainda
mais. "Além do mais, eu não sei o que você espera fazer. Ela é nojenta e mais do que
apenas um pouco assustadora."
"Ela é minha melhor amiga," eu sussurrei ferozmente.
"Não. Ela costumava ser sua melhor amiga. Agora ela é uma assustadora garota
morta viva que bebe sangue como coca."
"Ela ainda é minha melhor amiga," eu repeti teimosamente.
"Ótimo. Tanto faz. Então cure ela."
"Ok, não é tão simples."
"Com você sabe? Você tentou?"
E eu parei totalmente. "O que você acabou de dizer?"
Afrodite ergueu uma sobrancelha para mim, deu nos ombros, e parecia totalmente
entediada. "Algo como, você tentou?"
"Putz! Podia ser assim tão fácil? Quero dizer, eu estivesse procurando por um feitiço
ou ritual ou a....a....algo especifico e incrível e totalmente mágico, e talvez tudo o que a
gente precise é que Nyx cure ela." E eu parei ali me deliciando com meu momento
ohmeudeus, e ouvi a voz de Nyx ecoar na minha mente, repetindo o que a deusa tinha
me dito um mês atrás logo antes deu usar meus poderes elementares para quebrar a


barreira que Neferet colocou na minha memória. Eu quero te lembrar que os elementos
podem restaurar tanto quanto destruir.
"Putz? Você disse putz? Você sabe esse é outro quase xingamento. Estou começando
a me preocupar com sua terrível boca limpa."
Me sentindo de repente feliz e esperançosa que nem Afrodite podia me irritar, eu ri.
"Anda! Se preocupe com minha boca mais tarde." Eu comecei a andar de novo, quase me
arrastando pela calçada.
Tinha outro guerreiro parado do lado de fora do salão de recreação, um enorme
vampiro negro que parecia ser um lutador profissional. Afrodite fez um pequeno som de
ronronar para ele, e ele deu a ele a ela um sorriso sexy, mas ainda sim de alguma forma,
um sorriso de guerreiro. Ela ficou para trás para flertar mais.
"Não se atrase!" Eu assoviei para ela.
"Relaxe a calcinha. Eu já vou." Ela acenou para mim ir embora e me deu um olhar
que parecia me lembrar que era melhor eu e ela não sermos vistas juntas. Eu dei a ela um
pequeno aceno e continuei.
"Z! Ai está você." Jack apareceu com Damien logo atrás dele.
"Desculpe. Eu me apressei o máximo que pude," eu disse.
Damien sorriu. "Sem problemas. Tudo está pronto para você." O sorriso dele sumiu
um pouco. "Bem, a não ser Afrodite. Ela não está a vista."
"Eu vi ela. Ela está vindo. Vá em frente e tome seu lugar."
Damien acenou. Ele voltou para o circulo e Jack foi para o som (o garoto é um gênio
qualquer tipo de equipamento eletrônico).
"Quando estiver pronta, só me diga," ele chamou.
Eu sorri para ele, e então olhei para o circulo. As Gêmeas acenaram para mim dos
seus lugares no sul e no oeste. Erik estava parado próximo do ponto vazio atrás da vela
da terra. Ele pegou meus olhos e piscou para mim. Eu sorri, mas me perguntei por que ele
estava parado tão próximo se ele sabia que Afrodite ia ficar ali.
Falando nisso... irritada por ela ter conseguido me fazer esperar por ela, eu olhei
para a porta em tempo de ver Afrodite entrar na sala. Eu a vi hesitar, embora o rosto dela
tenha ficado meio pálido enquanto olhava para o circulo das Filhas e Filhos Negros. Então
ela ergueu o queixo e jogou para trás seu cabelo loiro, e ignorando a todos, ela foi até a
parte norte do circulo para ficar parada atrás da vela verde. Quando o pessoal a viu, foi
como se alguém tivesse pressionado o botão mudo. Ninguém disse nada por alguns
segundos, e então baixos sussurros começaram. Afrodite só ficou parada ali, atrás da vela,
parecendo calma e linda e muito metida.
"É melhor começar isso antes de haver um motim."
Dessa vez eu não pulei com a voz de Loren, vindo atrás de mim. Eu virei, para que
as pessoas (Erik) não pudessem ver o que eu tinha certeza que era uma olhar
inapropriado para o publico no meu rosto e sorri para ele.
"Estou pronta quando estiver," eu disse.
"E ela deveria estar aqui?" Loren apontou seu queixo em direção a Afrodite.
"Infelizmente, sim." Eu disse.
"Isso vai ser interessante."
"Essa sou eu e minha interessante vida. Como em aquele-carro-velhaco-não-é-
interessante."
Loren riu. "Quebre a perna."
"Para mim isso aconteceria literalmente." Eu suspirei, ajeitando meu rosto, e virei
para olhar para o circulo. "Estou pronta," eu disse.


"Eu vou seguir a musica. Você começa a dançar até o centro enquanto eu recito o
poema," Loren disse.
Eu acenei e me concentrei na minha respiração e em me acalmar. Quando a musica
começou, o circulo de sussurros ficou complementem mudo. Todos os olhos foram para
mim. Eu não reconheci a musica, mas a batida era firme, rítmica, sonora, me lembrando
uma pulsação. Meu corpo automaticamente sentiu e eu comecei a me mover do lado de
fora do circulo.
A voz de Loren complementou a musica perfeitamente.
"Eu tenho sido conhecido da noite.
Eu tenho andado na chuva - e voltado na chuva..."
As palavras do velho poema deram o humor perfeitamente, de alguma forma
conjurando imagens de outras linhagens quando comecei a ficar confortal na minha
viagem solitária para longe do campus.
"Eu olhei para a triste cidade.
Eu passei pelo vigia do coração
E derrubei meus olhos, sem querer explicar."
Eu quase podia sentir a escuridão de ontem a noite e como ela parecia varrer minha
pele. E eu conheci de novo o senso que eu pertencia mais a isso do que ao mundo
humano que me cercava. Enquanto me movia no circulo, eu tremi e ouvi o pequeno
barulho de surpresa, enquanto soube que a nevoa e a mágica tinha tomado meu corpo.
"E mais ainda um misterioso peso,
Um relógio de luminária contra o céu
Proclamando o tempo nem do certo nem do errado.
Eu tenho sido conhecido da noite."
A voz de Loren morreu e eu dei mais uma volta, mandando para longe o senso de
nevoa e magia, para ficar completamente visível. Ainda preenchida pela mágica da noite,
eu peguei o isqueiro ritualístico da mesa no centro do circulo e percebi que talvez pela
primeira vez eu me sentia como uma verdadeira Alta Sacerdotisa de Nyx, afundada na
mágica da deusa e completa com os poderes dela. Todo o estresse que eu estava lidando
foi lavado pela onda de felicidade. Eu andei levemente para parar na frente de Damien.
Ele sorriu e sussurrou, "Aquilo foi muito legal!"
Eu sorri para ele e ergui o isqueiro. As palavras que vieram instintivamente para a
minha mente tem de ter vindo de Nyx. Eu definitivamente nunca fui tão poética. "Suave
vento que sussurra do longínquo, saudações para ti. Pelo nome de Nyx eu te chamo para
soprar claro e fresco e livre, e te chamo aqui para mim!" Eu toquei o isqueiro na vela
amarela de Damien e fui instantaneamente cercada por um doce e carinhoso vento.
Eu me apressei até Shaunee e a vela vermelha dela. Decidindo continuar com o
sentido especial de magia que eu estava sentindo, eu comecei a invocação sem erguer o
isqueiro. "Quente fogo despertado do longínquo, com o calor que trás a vida, pelo nome
de Nyx, saudações para ti, e te chamo aqui para mim!" Eu virei meus dedos no pavio, e
ele começou uma linda chama. Shaunee e eu rimos uma para a outra antes deu seguir o
circulo até Erin.
"Águas legais dos lagos e riachos do longínquo, saudações para ti. Pelo nome de Nyx
manifeste para que possamos ver, enquanto eu te chamo para mim!" Eu toquei o isqueiro
na vela azul de Erin e adorei como os garotos parados pertos dela arfaram e riram
enquanto a água que era visível, mas não realmente os tocava, passava pelos pés de Erin.
"Fácil-fácil," Erin sussurrou.


Eu ri e movi para parar na frente de Afrodite e a vela verde dela. A gentil risada e
feliz sussurro que estava passando pelo grupo comigo se aquietou. O rosto de Afrodite era
uma mascara sem emoção. Era apenas nos olhos dela que eu podia ver o medo nervoso,
e me perguntei como um segundo atrás ela estava escondendo suas emoções.
Conhecendo os pais horríveis dela, eu achei que era a um longo tempo.
"Vai ficar tudo bem," eu sussurrei quase sem mover meus lábios."
"Eu posso vomitar," ela sussurrou em resposta.
"Nah!" eu ri. E então ergui minha voz e falei as lindas palavras que estavam
flutuando pela minha mente. "Terras do longínquo e lugares selvagens da terra,
saudações para ti. Acorde do seu mais profundo sono para trazer a ligação e a beleza e a
estabilidade. Em nome de Nyx eu chamo a terra para mim!" Eu acendi a vela de Afrodite e
o fresco, rico cheiro de grama cortada encheu completamente a sala de recreação. O som
dos pássaros cantando nos cercou. Lírios fizeram o ar ficar tão doce que era como um
perfume mais leve e perfeito. Eu encontrei os olhos brilhantes de Afrodite, e então virei
para sorrir para o resto do circulo. Todos estavam olhando para Afrodite, chocados e em
silencio absoluto.
"Sim" eu disse simplesmente, cortando todas as perguntas que eu sabiam que
estavam voando a milhão na cabeça deles, e (quem sabe) colocando um fim nas duvidas
deles. Eles podem não gostar dela - eles podem não confiar nela - mas tem que aceitar o
fato de que Nyx a abençoou.
"Afrodite foi abençoada com uma afinidade pelo elemento da terra." Então eu fui
para o centro do circulo e peguei minha vela púrpura. "Espírito me preencha com a
mágica e a noite, sussurrando a alma da deusa, amiga e estranha, misteriosa e conhecida,
pelo nome de Nyx eu te chamo aqui para mim!" Minha vela se acendeu, e eu fiquei bem
parada enquanto o familiar cacofonia dos cinco elementos me preenchiam, corpo e alma.
Era tão incrível que quase esqueci de respirar.
Quando me firmei de novo, eu acendi o galho de eucalipto e salva secos, e então
soprei, respirando profundamente as ervas e me concentrando nas propriedades que o
povo da minha avó tinha estimado a elas - eucalipto era para cura, proteção, e
purificação, e a salva era por sua habilidade de tirar espíritos e energias e influencias
negativas. Com a fumaça picante passando ao meu redor, eu olhei para frente e comecei
a falar, consciente de que todos os olhos estavam em mim e que eu era o fio prateado
que era tão visível ao redor do meu circulo. "Merry Meet!" eu disse, e o grupo respondeu
com "Merry meet," Eu podia sentir minha tensão começar a relaxar enquanto me dirigia a
eles. "Vocês todos sabem agora que ontem a professora Nolan foi morta. Foi tão horrível
quando verdade quanto os rumores falaram. Agora eu gostaria de pedir que vocês se
juntassem a mim pedindo a Nyx acalme o espírito dela e também nos acalme." Eu pausei
e olhei para Erik. "Eu não estou aqui a muito tempo, mas eu sei que muitos de vocês
eram próximos da professora Nolan." Erik tentou filmar, mas a obvia tristeza dele não
deixou os lábios dele virarem, e ele piscou com força para impedir as lagrimas que
estavam fazendo os olhos azuis dele brilharem e liquido cair pelas bochechas dele. "Ela
era uma boa professora, e uma boa pessoa. Vamos sentir falta dela. Vamos mandar ao
espírito dela uma última benção." O pessoal respondeu automaticamente com um grito de
"Abençoada Seja!"
Eu parei para deixar todo mundo se aquietar, e então continuei, "Eu sei que eu
deveria anunciar quem foi escolhido para nosso Conselho de Prefeitos, mas devido a tudo
que aconteceu nesse mês passado eu decidi esperar até o fim do ano escolar, e então o
Conselho e eu vamos passar vários nomes para vocês votarem. Até lá decidi acrescentar


automaticamente mais um calouro em nosso Conselho." Eu tive cuidado para falar como
um "alias," como se eu não tivesse dizendo algo que a maior parte deles ia achar uma
idéia completamente insana. "Como vocês viram, Afrodite recebeu uma afinidade com a
terra. Como Stevie Rae, isso da a ela uma posição no nosso Conselho. E também, como
Stevie Rae, ela concordou em jurar as novas regras das Filhas Negras." Eu virei para
poder olhar nos olhos de Afrodite, e fiquei aliviada por ver que ela me deu um sorriso
apertado e nervoso, e então acenou uma vez. Então, sem dar tempo de deixar eles
começarem a falar entre si, eu peguei a taça de vinho tinto de Nyx e comecei a evocação
oficial da reza da Lua Cheia.
"De novo esse mês temos que encontrar que com a lua cheia temos que enfrentar
um novo começo. Mês passado foi a nova ordem das Filhas e Filhos Negros. Esse mês é
um novo membro do Conselho, e a tristeza da morte de uma professora. Eu sou líder de
vocês a apenas um mês, mas eu já sei que eu -" Eu parei e me corrigi. "Eu digo que nós
podemos confiar em Nyx para nos amar e ficar conosco, mesmo quando coisas muito
horríveis acontecem." Eu ergui a taça e passei pelo circulo, recitando o lindo poema que
eu tinha memorizado um mês antes.
"O ar com a luz da lua
Mistério da profundeza da terra
Poder da água que flutua
Calor da chama que queima
Pelo nome de Nyx nos te chamamos!"
Eu oferecia a cada calouro um gole de vinho, acenando enquanto eles sorriam para
mim. Eu me concentrei tentando parecer alguém que eles podem contar - alguém que
eles podem confiar.
"Curando os doentes
Corrigindo o errado
Limpando a impureza
Desejando a verdade
Em nome de Nyx te chamamos!"
Eu estava feliz por eles murmurarem "abençoado seja" depois de beberem, e eles
não pareciam prontos para fazer um motim.
"Visão de gato
Audição de golfinho
Velocidade de cobra
Mistério da fênix
Em nome de Nyx te chamamos
E pedimos que conosco abençoado seja!"
Eu oferecia a Afrodite o último gole antes de mim, e quase não a ouvi sussurrar,
"Bom trabalho, Zoey," antes de dar um gole e me entregar a taça de volta, dizendo o
padrão "abençoado seja" alto o bastante para todos ouvirem.
Me sentindo aliviada e orgulhosa de mim mesma. Eu bebi o resto do vinho e pus a
taça de volta na mesa. Em ordem reversa, eu agradeci a cada elemento e os mandei
embora, enquanto Afrodite, Erin, Shaunee, e Damien apagavam suas velas. Então eu
completei o ritual dizendo. "Esse Ritual da Lua Cheia terminou. Merry meet e merry part e
merry meet de novo!"
Os calouros ecoaram, "Merry meet e merry part e merry meet de novo!"
Eu lembro que estava rindo como uma idiota quando Erik chorou de dor e caiu de
joelhos.


VINTE E DOIS

Diferente de quando Stevie Rae estava morrendo, eu não tive um segundo de
dormência ou hesitação.
"Não!" Eu gritei, correndo até Erik e caindo de joelhos ao lado dele. Ele estava de
quatro, gemendo de dor, com a cabeça quase tocando o chão. Eu não podia ver o rosto
dele, mas eu podia ver que suor - ou talvez até sangue, embora eu não sentisse nenhum
cheiro ainda - já estavam encharcando a camiseta dele. Eu sabia o que ia acontecer:
sangue ia sair dos olhos dele, nariz, boca, e ele literalmente ia se afogar nos próprios
fluidos. E, sim, ia ser tão horrível quanto soava. Nada podia impedir. Nada podia mudar
isso. Tudo o que eu podia fazer era estar ali por ele e esperar que de alguma forma ele
ficasse igual Stevie Rae e conseguisse manter parte da sua humanidade.
Eu pus minha mão no ombro tremulo dele. Calor irradiou da camiseta dele, como se
o corpo dele estivesse queimando de dentro para fora. Eu olhei ao redor freneticamente
buscando ajuda. Como sempre, Damien estava onde eu precisava. "Pegue uma toalha e
chame Neferet," eu disse. Damien saiu com Jack atrás dele.
Eu virei para Erik, mas antes de poder colocar ele nos meus braços a voz de Afrodite
o som dos gemidos da multidão assustada.
"Zoey, ele não está morrendo." Eu olhei para ela, sem entender o que ela estava
dizendo. Ela pegou meu braço e me afastou de Erik. Eu comecei a lutar, mas as próximas
palavras passaram por mim e me fizeram congelar. "Me escute! Ele não está morrendo.
Ele está Mudando."
De repente Erik gritou, o corpo dele se curvou como se algo dentro do peito dele
estivesse tentando se libertar. As mãos dele estavam pressionadas contra os seu rosto. Ele
ainda estava tremendo violentamente. Claramente, ele estava com dor e algo grande
estava acontecendo com ele. Mas não havia sangue.
Afrodite estava certa. Erik estava Mudando para um vampiro adulto.
Jack passou por mim e jogou várias toalhas na minha mão. Eu olhei para ele. O
garoto estava chorando tanto que ele estava se afogando em si mesmo. Eu levantei e o
abracei.
"Ele não está morrendo. Ele está Mudando," Minha voz soava estranha - rouca e
dura - enquanto eu repetia as palavras de Afrodite.
Então Neferet entrou na sala com Damien e vários outros guerreiros logo atrás dela.
Ela correu até Erik. Eu observei o rosto dela de perto, e senti uma onda de alivio quando a
expressão tensa e preocupada dela mudou instantaneamente para alegria. Neferet caiu
graciosamente ao lado dele. Murmurando algo tão suavemente que eu não ouvi as
palavras, ela gentilmente tocou o ombro dele. O corpo dele tremeu violentamente mais
uma vez, e então ele começou a relaxar. O horrível tremor dele parou, e então ele
começou a gemer. Devagar o corpo de Erik saiu da sua posição e ele se levantou. A
cabeça dele ainda estava curvada em direção ao chão, então eu não podia ver o rosto
dele.
Neferet sussurrou algo mais para ele e ele acenou em resposta. Então ela levantou e
virou para nós. O sorriso dela era incrível, completamente cheio de alegria e uma beleza
quase cegante. "Se alegrem calouros! Erik Night completou a Mudança. Levante, Erik, e
me segue para o seu ritual de purificação e o inicio da sua nova vida!"
Erik levantou e ergueu a cabeça. Eu arfei junto com todo mundo. O rosto dela era
iluminado. Parecia que alguém tinha acendido algo dentro dele. Ele era lindo antes, mas
agora tudo estava intensificado. Os olhos dele estavam mais azuis, o cabelo grosso dele


estava selvagem e preto e perigoso, ele até parecia mais alto. E a Marca dele estava
completa. A lua crescente safira está cheia. E emoldurando os olhos dele, junto com as
sobrancelhas e pelas bochechas bem definidas, havia um padrão de nós entrelaçados que
formavam a forma de uma mascara, me lembrando instantaneamente da linda Marca da
professora Nolan. Eu me senti tonta com a firmeza disso.
O olhar de Erik tocou o meu por um segundo. Os lábios dele tremeram e ele sorriu
um sorriso especial apenas para mim. Eu achei que meu coração ia parar. Então ele
ergueu seus braços por cima da cabeça e disse numa voz cheia de poder e alegria, "Eu
Mudei!"
Todos comeram a gritar, embora ninguém a não ser Neferet e os outros vampiros se
aproximar dele. Então eles saíram da sala de recreação com um barulho de excitação e
alegria.
Eu só fiquei ali. Eu me sentia atordoada e chocada e mais do que apenas um pouco
doente.
"Eles vão levar ele para ser ungido na cerimônia da deusa," Afrodite disse. Ela estava
parada ao meu lado e a voz dela soava tão fria quanto de repente eu me senti. "Calouros
não sabem exatamente o que acontece durante essa unção. É um segredo de vampiros, e
eles não permitem que seja revelado." Ela deu nos ombros. "Tanto faz. Suponho que
vamos descobrir um dia."
"Ou morrer," eu disse através dos lábios dormente.
"Ou morrer," ela concordou. Então ela olhou para mim. "Você está bem?"
"Yeah. Ótima," eu disse automaticamente.
"Hey, Z! Isso não foi legal?" Jack disse.
"Cara, foi incrível. Eu ainda estou cambaleando!" Damien franziu para si mesmo com
seu enorme vocabulário.
"Oh, baby! Agora Erik Night se juntou aos outros lindos vampiros como Brandon
Routh, Josh Hartnett, e Jack Gyllenhaal."
"E Loren Blake, Gêmea. Não deixe a beleza dele de fora," Erin disse.
"Nem ia pensar nisso, Gêmea," Shaunee disse.
"É totalmente legal que o namorado de Z é um vampiro. Eu digo, um real," Jack
disse.
Damien respirou fundo para dizer algo mais e então fechou a boca e parecia
desconfortável.
"O que?" eu disse.
"Bem, é só que... uh... bem..." Ele hesitou.
"Deus, o que? Fala duma vez!" Eu surtei.
Ele se esquivou com meu tom, me fazendo sentir uma idiota, mas me respondeu.
"Bem, eu não sei muito, mas quando um calouro passa pela Mudança ele deixa a House of
Night e começa sua vida como um vampiro adulto."
"O namorado de Zoey vai partir?" Jack disse.
"Relação a longa distancia, Z," Erin disse rapidamente.
"Yeah, vocês dois vão dar um jeito. Fácil-Fácil," Shaunee disse. Eu olhei das Gêmeas
para Damien para Jack, e finalmente Afrodite.
"Uma droga," ela disse. "Pelo menos para você." Afrodite ergueu a sobrancelha e
deu nos ombros. "Me deixa feliz por ele ter me chutado." Então ela jogou o cabelo para
trás e foi até a comida que estava servida na outra sala.
"Se eu não posso chamar ela de vadia do inferno, podemos chamar ela de vaca?"
Shaunee perguntou.


"Vaca odiosa seria minha escolha, Gêmea," Erin disse.
"Bem, ela está errada," Damien disse teimosamente. "Erik ainda é seu namorado,
mesmo que ele tenha passe a fazer coisas de vampiros."
Todos estavam olhando para mim, então tentei sorrir para eles. "Yeah, eu sei. Está
tudo bem. É só que - tem muito para absorver, só isso. Vamos comer alguma coisa."
Antes deles poderem me confortar mais, eu fui até a sala com comida com eles seguindo
atrás de mim como patinhos.
Pareceu levar uma eternidade as Filhas e Filhos Negros comerem e saírem, mas
quando eu olhei para o relógio eu percebi que eles tinham comido rapidamente e foram
embora cedo. Eles estavam muito excitados falando de Erik, e eu acenei e fiz barulhos
para respostas semi-apropriadas, tentando esconder o quão atordoada e errada eu me
sentia. Eu suponho que todos irem embora cedo foi uma prova de quão ruim eu me sai.
Finalmente eu percebi que os únicos que restavam eram Jack e Damien e as Gêmeas. Eles
estavam quietos jogando os restos fora e empacotando o lixo.
"Uh, gente, eu faço isso," Eu disse.
"Nós estamos quase terminado, Z," Damien disse. "Verdade, tudo o que resta para
guardar são as coisas na mesa de Nyx no meio do circulo."
"Eu faço isso," eu disse, tentando (e falhando pelo olhar deles) ser indiferente.
"Z, está tudo -"
Eu levantei a mão e cortei Damien. "Estou cansada. E meio assustada em relação ao
Erik. E, honestamente, eu preciso de um tempo sozinha." Eu não queria soar uma vaca
total, mas eu estava indo além do ponto que eu podia continuar a manter um olhar feliz
no rosto e continuar a fingir que eu não estava abalada com tudo acontecendo. E eu
prefiro que meus amigos pensem que eu estou com TPM do que eu estar pronta para
desmoronar. Eles lidam com as coisas. Eu realmente, realmente não queria que eles
soubessem que eu não estava lidando com as coisas. "Gente, vocês poderiam me dar um
tempo. Por favor?"
"Sem problemas," As Gêmeas falaram juntas. "Até depois, Z."
"Está certo. Eu, uh, vejo você mais tarde também." Damien disse.
"Tchau, Z," Jack disse.
Eu esperei até a porta fechar atrás de mim antes de andar devagar até o outro lado
e usar o estúdio de dança e yoga. Tinha vários colchões suaves no canto e eu afundei
neles. Minhas mãos estavam tremendo quando eu peguei meu telefone.
Vc tah bem?
Eu digitei e enviei para o celular que eu comprei para Stevie Rae. Pareceu uma
eternidade até ela responder.
To lgl
Agüente firme - eu respondi.
Depressa - ela respondeu.
Eu sei
Eu fechei meu telefone, me inclinando contra a parede, e, sentindo como se o
mundo todo estivesse sendo pressionado contra meus ombros. Eu comecei a chorar.
Eu chorei e tremi e tremi e chorei enquanto abraçava minhas pernas com tanta força
no meu peito e me balançava para frente e para trás. Eu sabia o que estava errado
comigo. Eu estava surpresa por mais ninguém, nenhum dos meus amigos, descobrirem.
Eu achei que Erik estava morrendo, e eu lembrei da noite em que Stevie Rae morreu
nos meus braços. Tudo estava acontecendo de novo - o sangue, a tristeza, e horror. Ela
me cegou completamente. Eu quero dizer, eu pensei que tudo que tinha acontecido com


Stevie Rae estava acontecendo de novo. Afinal de contas, ela não estava realmente
morta.
Eu estive me enganando.
Eu estava chorando tanto que eu não sabia que ele estava ali até ele tocar meu
ombro. Eu olhei para cima, limpando as lagrimas dos olhos, tentando pensar em algo
reassegurante para dizer para qualquer que fosse o amigo que tinha voltado por mim.
"Eu pude sentir que você precisava de mim," Loren disse.
Chorando eu me aninhei nos braços dele. Ele sentou ao meu lado, me colocando no
seu colo. Me segurando com força ele murmurou palavras doces, me dizendo que tudo
ficaria bem e como ele nunca ia me soltar. Quando eu finalmente me controlei e apenas
soluçava ao invés de chorar, Loren me entregou um dos seus lenços.
"Obrigado," eu murmurei enquanto assoprava o nariz e limpava o rosto. Eu tentei
não me olhar no espelho das paredes ao nosso redor, mas não pude impedir de ter um
deslumbre dos meus olhos inchados e meu nariz vermelho. "Oh, que ótimo. Eu pareço
uma merda."
Loren riu e me mexeu no colo dele para poder olhar para mim. Ele gentilmente
colocou meu cabelo para trás. "Você parece uma deusa que ficou entristecida e estressada
e que está sofrendo."
Eu senti uma pequena risada histeria borbulhar em algum lugar dentro do meu peito.
"Eu não acho que deusas tem meleca no nariz."
Ele sorriu. "Oh, eu não teria muita certeza sobre isso." Então a expressão dele
sossegou. "Quando Erik Mudou você achou que ele estava morrendo, não foi?"
Eu acenei, com medo de que se eu falasse algo eu começasse a chorar de novo.
A mandíbula de Loren se prendeu e se soltou. "Eu disse a Afrodite varias vezes que
todos os calouros, e não só os quintanistas e sextanistas, devem saber como a Mudança
se manifesta no estagio final para que não fiquem assustados quando eles
testemunharem."
"Dói tanto quanto parece?"
"É doloroso, mas é uma boa dor - se isso faz sentido. Pense nisso como músculos
doloridos depois que você malha. Eles doem, mas não é uma dor ruim."
"Parece muito mais do que músculos doloridos," eu disse.
"Não é tão ruim - mais chocante do que doloroso na verdade. As sensações passam
pelo seu corpo e tudo fica hipersensível." As mãos dele acariciaram o meu rosto e seus
dedos passam devagar pelas linhas da minha Marca. "Você mesma vai experimentar
algum dia."
"Eu espero que sim."
Nenhum de nós disse nada por um segundo, embora ele tenha continuado a
acariciar meu rosto e tracejar as decorações da minha Marca do lado do meu pescoço. O
toque dele fez meu corpo relaxar e formigar ao mesmo tempo.
"Mas algo mais está te chateando não é?" Loren falou gentilmente. A voz dele era
profunda e musical e hipnoticamente linda. "É mais do que apenas a Mudança de Erik
trazer a você a memória da sua amiga morta."
Quando eu não disse nada, ele se inclinou para frente e me beijou na testa, tocando
seus lábios suavemente na lua crescente. Eu tremi.
"Você pode falar comigo, Zoey. Já tem tanta coisa entre nós que você tem que saber
que pode confiar em mim."
Os lábios dele acariciaram os meus. Seria muito bom contar a Loren sobre Stevie
Rae. Ele podia me ajudar, e só Deus sabe o quanto eu precisava da ajuda dele.


Especialmente agora que eu meio que decidi que Stevie Rae pode ser curada se eu pedir a
Nyx, o que, é claro, significa que vai haver um circulo envolvido, e isso significa pegar
Damien, as Gêmeas, Afrodite, e eu e levar até Stevie Rae ou trazer Stevie Rae até nós. O
feitiço protetor de Neferet não ia ajudar nisso, mas talvez Loren soubesse de algum
segredo de vampiro para contornar isso. Eu tentei ouvir meus pressentimentos - tentei
decidir se meus instintos ainda estavam gritando para mim manter a boca fechada - mas
tudo o que eu pude sentir foram as mãos e lábios de Loren.
"Fale comigo," ele sussurrou contra a minha boca.
"Eu- eu quero..." Eu sussurrei sem fôlego. "Mas é muito complicado."
"Me deixe te ajudar, amor. Juntos não existe nada que não possamos fazer." Ele me
beijou mais e foi mais quente.
Eu queria contar a ele, mas minha cabeça estava girando e era difícil para mim
pensar, muito menos falar.
"Eu vou te mostrar o quanto podemos dividir... o quão completamente juntos
podemos ficar," ele disse.
Loren pegou a mão que estava passando no meu cabelo e ergue a camisa, os botões
abriram, expondo o peito dele. Então ele passou a unha devagar em seu peito, deixando
para trás uma linha escarlate perfeita. O cheiro do sangue dele passou por mim.
"Beba," ele disse.
Eu não pude me impedir. Eu baixei meu peito no peito dele e provei. O sangue dele
passou por mim. Era diferente do de Heath - não tão quente, não tão rico. Mas era mais
poderoso. Ele passou dentro de mim, junto com um desejo que era vermelho e urgente.
Eu me movi contra o corpo dele, querendo mais e mais.
"Agora é a minha vez. Eu tenho que provar você!" Loren disse.
Antes deu poder perceber o que ele estava fazendo ele puxou meu vestido. Eu não
tive tempo para surtar pelo fato que ele estava me vendo com nada a não ser sutiã e
calcinha porque ele passou sua unha e cortou o meu seio. Eu arfei com a afiada dor, e
então os lábios dele estavam em mim e ele estava bebendo meu sangue e a dor foi
substituída por ondas de um incrível prazer tão intensa que tudo o que eu pude fazer foi
gemer. Loren tirou suas roupas, enquanto bebia de mim, e eu o ajudei. Tudo o que eu
sabia era o que eu tinha que fazer com ele. Tudo era calor e sensações e desejo. A mãos
dele e boca estavam em toda parte e ainda sim eu não conseguia ter o bastante dele.
Então aconteceu. O batimento cardíaco dele estava na minha pele e eu podia sentir
meu pulso batendo com o dele. Eu podia sentir a paixão dele junto com a minha e ouvir o
desejo dele rugindo dentro do meu coração. E então, em algum lugar no fundo da minha
mente confusa eu ouvi Heath gritar, "Zoey! Não!"
Meu corpo de afastou dos braços de Loren. "Ssh," ele sussurrou. "Está tudo bem. É
melhor desse jeito, amor, muito melhor. Ter um Imprint com um humano é muito difícil -
tem muitas ramificações."
Minha respiração estava ficando mais rápida e difícil. "Está quebrada? Meu Imprint
com Heath foi quebrado?"
"Foi. Nosso Imprint o substituiu." Ele virou para eu ficar debaixo do corpo dele.
"Agora vamos terminar. Me deixe fazer amor com você, amor."
"Sim," eu sussurrei. Meus lábios encontraram o peito de Loren de novo, e eu bebi
dele, Loren fez amor comigo até nosso mundo explodir em sangue e paixão.


VINTE E TRÊS

Eu estava deitada em cima de Loren em uma deliciosa neblina de sensações. As
mãos dele acariciavam minhas costas, acariciando de novo e de novo as linhas das minhas
tatuagens.
"Suas tatuagens são lindas. Como você," Loren disse.
Eu suspirei feliz e me aninhei contra ele. Virando a cabeça, eu fiquei impressionada
pelo nosso reflexo nos espelhos do estúdio. Estávamos nus e havia manchas de sangue
em ambos os nossos corpos, que estavam apertados juntos intimamente, meu longo
cabelo preto parcialmente nos cobrindo. O bordado das minhas tatuagens parecia exótico
se esticando do meu rosto, pescoço até a curva da minha espinha, nas costas. A fina
película de suor no meu corpo me fazia minhas tatuagens brilharem.
Loren tinha razão. Eu era linda. E ele estava certo sobre nós. Não importava que ele
era mais velho e um vampiro completo (e um professor da minha escola). O que tínhamos
juntos ia além de tudo isso. O que tínhamos era especial. Mais especial do que o que eu
sentia por Erik. Mais especial do que o que eu sentia por Heath.
Heath...
O dormente e satisfeito sentimento me deixou como se alguém tivesse jogado água
fria em minha pele. Meu olhar foi do nosso reflexo para o rosto de Loren. Ele estava me
observando com um sorriso. Deus, ele era tão lindo que eu não conseguia acreditar que
ele era meu. Então eu mentalmente me chacoalhei, e fiz a pergunta da qual eu precisava
de uma resposta. "Loren, é realmente verdade que meu Imprint com Heath se quebrou?"
"Sim, é verdade," ele disse. "Você e eu tivemos um Imprint, e isso cortou o seu link
com o garoto humano."
"Mas eu li o livro de Sociologia, e diz o quão doloroso e difícil é quebrar um Imprint
entre um vampiro e um humano. Eu não sei pode ter acontecido tão facilmente, e não
dizia nada sobre um Imprint quebrar o outro."
O suave sorriso dele cresceu e ele me deu um doce e suave beijo.
"Você vai aprender que tem muita coisa que livros não ensinam sobre ser um
vampiro."
Isso me fez sentir jovem e estúpida e mais do que um pouco embaraçada, o que ele
instantaneamente percebeu.
"Hey, eu não quis dizer nada. Eu lembro o quão confuso é não entender de verdade
no que você realmente está Mudando. Está tudo bem. Acontece com todos nós. E agora
você tem a mim para te ajudar."
"Eu não gosto de não saber," eu disse, relaxando de novo nos braços dele.
"Eu sei. Então um Imprint se quebra da seguinte forma. Você e o humano tinham
um laço, mas você não é uma vampira. Você não completou sua Mudança." Ela pausou e
então acrescentou um firme "Ainda. Então não foi um Imprint completo. Quando você e
eu dividimos sangue, esse laço sobrepujou o menor." O sorriso dele ficou sexy. "Porque
eu sou um vampiro."
"Machucou Heath?"
Loren deu nos ombros. "Provavelmente, mas a dor não dura. E a longo termo é
melhor desse jeito. O mundo vampiro todo, em breve será aberto a você, Zoey. Você será
uma Alta Sacerdotisa extra-ordinária. Não haverá lugar para um humano nesse mundo."
"Eu sei que você tem razão," eu disse, tentando resolver tudo na minha mente e
lembrar o quão certa eu estive mais cedo que eu tinha que terminar com Heath. Era
realmente uma boa coisa eu ficar com Loren ter quebrado o Imprint com Heath. Era mais


fácil desse jeito - para nós dois. Outra idéia me fez dizer, "É uma boa coisa eu não ter tido
um Imprint com você e Heath ao mesmo tempo."
"Isso seria impossível. Nyx fez isso de uma forma que só se possa ter um Imprint por
vez. É pra impedir que exista um exercito de homens com um Imprint."
Eu fiquei surpresa tanto pelo tom sarcástico quanto pelo que ele tinha acabado de
dizer. "Eu nunca ia pensar em fazer isso," eu disse.
Loren riu suavemente. "Tem muitos vampiros que iriam."
"Você iria?"
"É claro que não." Ele me beijou de novo e acrescentou, "Além do mais, estou mais
que feliz com nosso Imprint. Eu não preciso de outros."
As palavras dele me alegraram. Ele era meu e eu era dele! Então o rosto de Erik
apareceu nos meus olhos e a alegria sumiu.
"O que é?" ele disse.
"Erik," eu sussurrei.
"Você pertence a mim!" A voz de Loren era rouca, enquanto os lábios dele me
beijavam possessivamente, fazendo meu sangue ferver.
"Sim," foi tudo que eu pude dizer quando o beijo acabou. Ele era como uma maré
que eu não podia lutar contra, e eu deixei ele varrer Erik para longe de mim. "Eu pertenço
a você."
Os braços de Loren se apertaram contra mim, e ele me ergueu gentilmente mexendo
o corpo dele para poder me olhar nos olhos. "Você pode me contar agora?"
"Contar o que?" Embora eu tenho feito a pergunta eu sabia o que ele queria ouvir.
"Me contar o que te chateia tanto."
Ignorando o repentino aperto no meu estomago eu tomei uma decisão. Depois do
que tinha acontecido entre nós, eu tenho que confiar em Loren.
"Stevie Rae não morreu. Pelo menos não do jeito que a gente pensa nela morta. Ela
esta viva, embora seja diferente. E ela não é a única caloura a sobreviver a essa suposta
morte. Tem vários deles, mas eles não são como ela. Stevie Rae conseguiu manter sua
humanidade. Eles não."
Eu senti o corpo dele ficar tenso e esperava que ele me dissesse que eu estava
morta, mas tudo que ele disse foi, "Como assim? Explique tudo para mim, Zoey."
Então eu expliquei. Eu contei a Loren tudo - dos "fantasmas" que eu vi até o fato
deles não serem realmente fantasmas, até o horror dos garotos mortos vivos matarem os
jogadores de futebol do Union, e como eu salvei Heath. Finalmente, eu contei a ele sobre
Stevie Rae. Tudo sobre ela.
"Então ela está esperando no apartamento de Afrodite agora?" ele disse.
Eu acenei. "Yeah, ela precisa de sangue todo dia. Ela não está segurando sua
humanidade muito bem. Se ela não tiver sangue, eu tenho medo que ela vai ficar como
eles." Eu tremi e os braços dele se apertou ao meu redor.
"Eles são tão ruins?" ele disse.
"Você não pode imaginar. Eles não são humanos e nem vampiros. É como se eles
tivessem se transformado em todos os estereótipos que são mais horríveis sobre vampiros
e humanos. Eles não tem alma, Loren." Eu procurei os olhos dele. "E não tem como se
consertar eles, mas a afinidade de Stevie Rae com a terra fez possível ela manter parte da
alma, mesmo que não esteja completa. Eu realmente acho que posso fazer algo por Stevie
Rae."
"Você pode?"


A idéia passou pela minha mente era meio estranho ele soar chocado sobre curar
Stevie Rae, mas não teve problemas em aceitar que os garotos mortos vivos existiam.
"Bem, yeah. Eu posso estar errada, mas acredito que só preciso usar o poder dos
elementos. Você sabe," eu pausei e mudei meu peso, me perguntando se estava ficando
pesada, "Eu tenho uma conexão especial com os cinco elementos. Eu aposto que é só isso
que eu preciso usar."
"Pode funcionar. Mas você deve manter em mente que você está invocando magia
poderosa, e sempre há um custo associado com isso." Ele falou devagar, como se
estivesse considerando o que dizer cuidadosamente antes de falar (diferente de como eu
normalmente soltava as coisas e ficava embaraçada mais tarde). "Zoey, como essa coisa
terrível aconteceu com Stevie Rae e os outros calouros? Quem ou o que é responsável por
isso?"
Eu comecei a dizer o nome dela quando Não fale o nome dela entrou na minha
mente. Ok, as palavras em si não me atingiram, mas eu sabia o que de repente estava me
fazendo sentir que eu ia vomitar. Então percebi com uma pequena surpresa que eu não
tinha admitido tudo para Loren. Quando contei sobre a noite que eu resgatei Heath dos
garotos mortos vivos e encontrei Stevie Rae, eu não mencionei Neferet. Eu não pensei
nisso. Eu não tinha feito de propósito, mas havia outra parte da historia que eu não contei
para ele.
Nyx. Tinha que ter sido a deusa trabalhando no meu subconsciente. Ela não queria
que Loren soubesse sobre Neferet. Ela estava tentando proteger ele? Provavelmente...
"Zoey, qual o problema?"
"Oh, nada. Só estou pensando. Não," eu disse, "Eu - eu não sei como aconteceu,
mas queria saber. Eu queria poder descobrir," eu disse rapidamente.
"Stevie Rae não sabe?"
Avisos tocaram no meu estomago de novo. "Ela não está se comunicando muito bem
agora. Por quê? Você ouviu algo assim acontecer antes?"
"Não, nada assim." Ele passou a mão suavemente pelas minhas costas. "Eu apenas
pensei que se você soubesse como tinha acontecido, isso podia te ajudar a consertar."
Eu olhei nos olhos dele, desejando que o enjoo no meu estômago desaparecesse.
"Você não pode contar a ninguém sobre isso, Loren. Ninguém, nem mesmo Neferet." Eu
tentei dar uma de Alta Sacerdotisa e ser firme, mas minha voz se quebrou.
"Você não precisa se preocupar, amor! É claro que não vou contar a ninguém."
Loren me segurou perto e acariciou minhas costas. "Mas quem mais sabe além de você e
eu?"
"Ninguém," a mentira automática me chocou.
"E quanto a Afrodite? Você disse que está usando o apartamento dela para esconder
Stevie Rae, certo?"
"Afrodite não sabe. Eu ouvi ela falando para alguns garotos que os pais dela
viajaram até o final de inverno. Ela estava dizendo que eles deveriam usar o apartamento
para uma festa, mas, bem, todos ficaram fulos com Afrodite, então ninguém deu bola. É
assim que eu sabia como o apartamento estava vazio, então levei Stevie Rae para lá." Eu
não queria conscientemente não dizer a ele sobre Afrodite, mas parecia que minha boca já
tinha feito a decisão por mim. Eu mentalmente cruzei os dedos, esperando que ele não
pudesse saber o que eu estava mentindo.
"Ok, é provavelmente melhor assim. Zoey, você disse que Stevie Rae não é ela
mesma, e não pode se comunicar muito bem. Como você fala com ela?"


"Bem, ela pode falar, mas ela está confusa e... e..." Eu pensei tentando descobrir
como explicar sem dizer mais do que devia, "e às vezes mais animal do que como
humana," eu disse estupidamente. "Eu a vi hoje mais cedo antes do ritual de Neferet."
Eu podia sentir ele acenar. "Você estava vindo de lá."
"Yeah." Eu decidi não mencionar Heath. Só de pensar nele me fazia sentir culpada.
Nosso Imprint tinha terminado, mas ao invés de ficar aliviada eu me sentia estranhamente
vazia.
"Mas como você sabe que ela ainda está no apartamento de Afrodite e bem agora?"
Distraída, eu disse, "Huh? Oh, eu dei a ela um celular. Eu posso ligar para ela. Eu
chequei um tempinho atrás." Eu fui pegar o telefone, que tinha caído do bolso do meu
vestido e estava no chão parto do nosso colchão. Então eu tirei Heath da minha mente e
me foquei mais no problema imediato. "Eu posso precisar te pedir por ajuda."
"Me peça qualquer coisa," ele disse, gentilmente colocando meu cabelo para trás.
"Eu vou precisar ou que Stevie Rae venha para cá, ou levar a turma até ela."
"A turma?"
"Você sabe, Damien e as Gêmeas e Afrodite, para podermos lançar um circulo. Eu
tenho o pressentimento que eu preciso acrescentar a força que eles trazer com seus
elementos para ajudar Stevie Rae."
"Mas você disse que eles não sabem sobre Stevie Rae," ele disse.
"Eles não sabem. Eu tenho que contar a eles, mas vou esperar até logo antes de
tentar consertar as coisas com Stevie Rae." Deus, que coisa idiota de se falar. Eu suspirei
e balancei a cabeça, "Eu definitivamente não estou ansiosa para contar a eles," eu disse
miseravelmente, me referindo as coisas de Stevie Rae e o quão fulos meus amigos iam
ficar sabendo o que eu estive escondendo coisas importantes deles.
"Então você e Afrodite são amigas?"
Loren fez a pergunta de um jeito despreocupado, com um sorriso e com um leve
puxão no meu cabelo, mas como Heath, nosso Imprint nos ligava e eu podia sentir a
tensão escondida. Ele se importava muito mais com a minha resposta do que ele estava
deixando transparecer. Isso me preocupava, e não só porque eu de novo estava
pressentindo que não deveria dizer a verdade.
Então eu tentei imitar o tom dele de "tanto faz." "Nah, Afrodite é horrível. É apenas
por uma razão - totalmente não entendida por Damien as Gêmeas e eu - Nyx deu a ela a
afinidade pela terra. O circulo não funciona tão bem sem ela, então ela está ali. Não é
como se a gente esteja andando juntas nem nada disso."
"Ótimo. Pelo que eu ouvi Afrodite tem sérios problemas. Você não deveria confiar
nela."
"Eu não confio." E quando eu disse, eu percebi que eu confiava sim em Afrodite.
Talvez até mais do que confiava em Loren, com quem eu tinha acabado de perder minha
virgindade e tinha acabado de ter um Imprint. Ótimo. Minha sorte.
"Hey, relaxe. Eu posso notar que você está chateada." Loren acariciou minha
bochecha e eu automaticamente me inclinei na mão dele. Sempre que ele me tocava eu
me sentia incrível. "Estou aqui agora. Vamos dar um jeito nisso. Um passo de cada vez."
Eu queria lembrar a ele que Stevie Rae não tinha muito tempo, mas os lábios dele
estavam no meu de novo e tudo o que eu podia pensar era o quão bom era ter ele contra
meu corpo... que eu podia sentir o pulso dele se acelerando... que meu coração estava
batendo junto com o dele. Nossos beijos se aprofundaram e a mão dele desceu pelo meu
corpo. Eu me apertei contra ele, pensando sobre calor e sangue e nada mais a não ser
Loren... Loren... Loren -


Um estranho barulho de sufocação quebrou a neblina de calor que estava me
engolfando. Sonhando, eu virei minha cabeça enquanto Loren beijava minha garganta
nua, e uma onda de horror passou pelo meu corpo.
Erik estava parado no corredor com um olhar de descrença em seu novo rosto
Marcado.
"Erik, eu -" eu me inclinei para frente, pegando meu vestido e tentando me cobrir
com ele. Quando eu me virei não me preocupei com Erik me ver nua. Com um rápido
movimento, Loren se moveu para minha frente, me protegendo com o corpo dele.
"Você está interrompendo," A voz linda de Loren era profunda com uma violência
suprimida. O poder nela se pressionou contra minha pele nua, me fazendo arfar de
surpresa.
"Yeah, eu posso ver isso," Erik disse. Sem outra palavra ele se afastou.
"Ohmeudeus! Ohmeudeus! Eu não acredito que isso aconteceu!" Eu pus meu rosto
corado nas mãos.
Os braços de Loren estavam ao meu redor e a voz dele era tão suave quanto o
toque dele. "Baby, está tudo bem. Ele ia ter que saber de nós algum dia."
"Mas não assim," eu chorei. "Erik descobrir assim é muito horrível para palavras." Eu
ergui meu rosto e olhei para ele. "E agora todos vão saber. Isso não pode ser bem, Loren!
Você é um professor e eu uma caloura. Não tem regras contra isso? Sem mencionar que
não tivemos um Imprint." Então outro terrível pensamento me atingiu e eu comecei a
tremer. E se eu fosse expulsa das Filhas Negras por estar com Loren?
"Zoey, amor, me ouça." Loren pôs as mãos nos meus ombros e me balançou
gentilmente. "Erik não vai dizer nada a ninguém."
"Yeah, ele vai! Você viu o olhar dele. De jeito nenhum ele vai manter em segredo por
mim." De jeito nenhum ele vai fazer alguma coisa para mim de novo.
"Ele vai manter a boca fechada porque eu vou dizer a ele para manter fechada."
A expressão de preocupação de Loren mudou, e ele de repente estava parecendo
tão perigoso quanto soou quando ele disse a Erik que ele estava nos interrompendo. Eu
senti uma onda de medo, e me perguntei se havia mais sobre Loren do que ele estava me
mostrando.
"Não machuque ele," eu sussurrei, ignorando as lagrimas que caiam pelas minhas
bochechas.
"Ah, baby, não se preocupe. Eu não vou machucar ele. Eu só vou ter uma
conversinha com ele." Ele me pegou nos braços, e embora meu corpo, meu coração, e a
minha essência queriam ficar perto dele, eu me forcei a me afastar. "Eu preciso ir," eu
disse.
"Yeah, ok. Eu também deveria ir."
Quando ele me entregou minhas roupas e nos vestimos, eu disse a mim mesma que
ele estava apenas se afastando com pressa porque ele precisava encontrar Erik, mas
pensar em me separar de Loren fez meu estomago parecer que tinha algo fervendo
dentro do meu corpo. O corte em cima do meu seio onde ele tinha provado meu sangue
doeu. E além disso, meu corpo estava mais dolorido em lugares privados do que nunca,
nunca tinham estado antes. Eu olhei para a parede de espelhos. Meus olhos estavam
inchados e vermelhos. Meu rosto estava manchado e meu nariz rosa. Meu cabelo estava
uma bagunça. Eu parecia uma droga, o que não era surpreendente, porque eu me sentia
uma droga.
Loren pegou minha mão e andamos pelo corredor vazio. Na porta ele me beijou de
novo antes de a abrir.


"Você parece cansada," ele disse.
"Eu estou." Eu olhei para o relógio, chocada por ver que era apenas duas e meia da
manha. Parecia que varias noites haviam passado no espaço de algumas horas.
"Vá para cama, amor," ele disse. "Ficaremos juntos amanha de novo."
"Como? Quando?"
Ele sorriu e acariciou minha bochecha, tracejando o caminho da minha tatuagem.
"Não se preocupe. Não ficaremos muito tempo separados. Eu vou até você depois de nós
dois dormimos um pouco." O toque dele era quente contra a minha pele. Com vontade
própria meu corpo se inclinou em direção a ele e os dedos dele tracejaram intimamente o
meu pescoço enquanto ele recitava:
"Eu acordo de um sonho teu
Na primeira doce noite de sono,
Quando os ventos passam fracos,
E as estrelas brilham forte,
Eu acordo de um sonho teu,
E o espírito nos meus pés
Me levou - quem sabe como? -
Para uma janela, doce!"
O toque dele me fez tremer e as palavras dele fizeram meu coração acelerar e minha
cabeça ficar tonta. "Você escreveu isso?" Eu sussurrei enquanto ele beijava meu pescoço.
"Não, Shelley escreveu. Difícil acreditar que ele não era um vampiro, não é?"
"Uh-uhu," eu disse, sem, escutar.
Loren sorriu e me abraçou. "Eu venho amanha. Eu prometo."
Andamos juntos, mas nos separamos assim que ele foi na direção do dormitório
masculino e eu andei devagar até meu próprio dormitório. Não havia muitos calouros e
vampiros ao redor, e eu estava feliz. Eu não queria me encontrar com ninguém. Era uma
noite escura e enevoada e os antigos postes de luz mal tocaram a escuridão ao meu
redor. Eu não me importei, no entanto. Eu queria ficar coberta pela noite. De alguma
forma ela acalmava o nervosismo que ficar fisicamente separada de Loren causava.
Eu não era mais virgem.
O fato de atingiu com uma estranha tontura. As coisas tinham acontecido tão rápido
que eu mal tive tempo para pensar, mas eu fiz. Cara, eu precisava falar com Stevie Rae -
mesma a versão morta viva de Stevie Rae iria querer ouvir isso. Eu parecia diferente?
Não, isso era idiota. Todos sabem que não dá pra saber só olhando para alguém. Pelo
menos não normalmente. Bem, eu não sou exatamente uma adolescente normal (se é
que existe tal coisa). É melhor eu olhar no espelho antes de voltar para o meu quarto.
Eu tinha virado na calçada que ia para a frente do meu dormitório, e estava me
preparando para o que ia dizer a meus amigos, que provavelmente estava assistindo
filmes ou algo assim. Eu não podia contar a eles sobre Loren e eu, é claro, mas eu
precisava inventar uma história sobre meu termino com Erik. Ou talvez não. Loren ia falar
com ele, então Erik provavelmente não ia dizer muito para ninguém. Eu podia dizer que
tivemos que terminar por causa da Mudança dele, e deixar nisso. Ninguém ficaria surpreso
se eu ficasse muito chateada para falar nisso. Sim, era isso que eu ia fazer.
De repente uma das sombras de baixo de uma árvore mudou e ele parou na minha
frente.
"Porque, Zoey?" Erik disse.


VINTE E QUATRO

Meu corpo parecia congelado enquanto eu olhava para Erik. A Marca dele ainda era
uma surpresa. Era única e incrível e fazia ele parecer ainda mais bonito.
"Porque, Zoey?" Ele repetiu quando eu fiquei parada ali enquanto olhava para ele
como uma idiota.
"Eu sinto muito Erik!" Eu consegui dizer. "Eu não queria magoar você. Eu não queria
que você descobrisse daquele jeito."
"Yeah," ele disse friamente. "Descobrir que minha namorada, que tem bancado a
inocente comigo, é na verdade uma vadia que não vai ter problema se você for, eu não
sei, anunciar no jornal da escola. Yeah, isso teria sido muito melhor."
Eu me afastei devido ao tom de ódio que ele usou. "Eu não sou uma vadia."
"Me parece que você estava fazendo uma boa imitação de uma. E eu sabia!" ele
gritou. "Eu sabia que tinha algo acontecendo entre vocês dois! Mas eu também fui muito
idiota em acreditar quando você me disse que não era verdade." A risada dele foi
completamente sem humor. "Deus, eu sou um idiota."
"Erik, não queríamos que isso acontecesse, mas Loren e eu estamos apaixonados.
Tentamos ficar longe um do outros, mas não conseguimos."
"Você tem que ta brincando! Você realmente acredita que aquele idiota está
apaixonado por você?"
"Ele me ama."
Erik balançou a cabeça e riu sem humor de novo. "Se você acredita nisso, então
você é mais idiota do que eu. Ele está te usando, Zoey. Só tem uma coisa que um cara
como ele quer de uma garota como você, e ele conseguiu. Quando ele tiver o bastante,
ele vai largar você e seguir em frente."
"Isso não é verdade," eu disse.
Ele continuou falando como se eu não tivesse dito nada. "Droga, estou feliz por sair
daqui amanha, embora eu gostaria de ficar aqui quando eu pudesse dizer eu-te-disse
quando Loren te largar."
"Você não sabe do que está falando, Erik."
"Você sabe, você pode ter razão." Ele disse em uma voz fria e dura que o fez soar
um estranho. "Eu com certeza não sabia o que eu estava dizendo toda a vez que você e
eu saímos e toda vez que eu dizia a todos o quão incrível você é e o quão feliz eu estava
quando você estava comigo. Eu realmente achei que estava apaixonado por você."
Meu estomago virou. Eu senti como se as palavras dele estavam esfaqueando meu
coração. "Eu também achei que estava me apaixonando por você," eu disse suavemente,
piscando com força para não chorar.
"Mentira!" ele gritou. Ele soou maldoso embora pudesse ver lagrimas nos olhos dele.
"Pare de jogar comigo. E você acha que Afrodite é uma vadia odiosa? Você a faz parecer
uma fudida de um anjo."
Ele começou a se afastar de mim. "Erik, espere. Eu não quero que termine assim
com a gente," eu disse, sentindo as lagrimas caírem pelas minhas bochechas.
"Pare de chorar! Isso é o que você queria. Isso foi o que você e Blake planejaram!"
"Não! Eu não planejei isso."
Erik balançou a cabeça para frente e para trás, piscando com força. "Me deixe em
paz. Acabou. Eu nunca mais quero te ver." Então ele praticamente correu para longe de
mim.


Meu peito estava apertado e quente e eu não podia parar de chorar. Meus pés
começaram a se mover, me carregando para o único lugar que eu podia ir - para a única
pessoa que eu queria ver. De alguma forma no meu caminho ao loft dos poetas eu me
recompus. Ok, não totalmente, mas pelo menos eu parecia normal o suficiente para
impedir qualquer um que andasse até mim (como dois vampiros guerreiros e alguns
calouros) parasse e perguntasse o que estava acontecendo. Eu consegui parar de chorar.
Eu passei meus dedos pelo meu cabeço e o coloquei para frente dos meus ombros para
que ele cobrisse parcialmente meu rosto.
Eu não hesitei quando cheguei no prédio dos empregados da escola. Eu só respirei
fundo e rezei silenciosamente para que ninguém me visse.
Assim que eu entrei eu percebi que não deveria me preocupar tanto em ser vista.
Aqui não era como um dormitório. Não havia uma enorme sala no lugar em que os
vampiros assistiam TV como calouros. Era só um corredor enorme com chão de pedra,
que tinha portas fechadas. As escadas eram na minha direita e eu subi com pressa por
elas. Eu sabia que Loren podia não ter voltado para o quarto dele ainda.
Ele ainda podia estar procurando por Erik. Mas tudo bem. Eu ia me aconchegar na
cama dele e esperar. Desse jeito eu podia ficar próxima dele de novo. Meu corpo parecia
duro e nada familiar enquanto eu saia da escadaria e andava pelo ultimo andar e ia até a
enorme porta de madeira não muito longe de mim.
Enquanto eu me aproximava eu podia ver que a porta estava entre aberta, e eu ouvi
a voz de Loren lá de dentro. Ele estava rindo. O som passou contra a minha pele, lavando
a dor e a tristeza que a cena com Erik tinha causado. Eu estava certa por vir até ele. Eu
podia quase sentir os braços dele ao meu redor. Loren ia me segurar e me chamar de
"amor" e "baby" e me dizer que tudo ia ficar bem. O toque dele ia limpar a dor por Erik e
as coisas terríveis que ele tinha dito e fazer eu parar de me sentir quebrada. Eu pus
minhas mãos na porta para poder abrir ela e ir até ele.
Então ela riu, baixo e musical e quase sedutor, e meu mundo parou.
Era Neferet. Ela estava ali com Loren. Não havia como confundir o som - aquela
linda e atraente risada. A voz de Neferet era tão distinta quanto a de Loren. Quando a
risada parou, as palavras dela saíram, deslizando pela abertura da porta como uma nevoa
de veneno.
"Você fez muito bem, meu querido. Agora eu sei o que ela sabe, e tudo está saindo
perfeito. Será uma coisa simples continuar a isolar ela. Eu só espero que o papel que você
tem que fazer não seja muito desagradável para você." A voz de Neferet era provocadora,
mas havia um pouco de dureza também.
"Ela é fácil de lidar. Um presente brilhoso aqui, um elogio ali, e você tem amor
verdadeiro e um bom sacrifico para o bem da decepção e hormônios." Loren riu de novo.
"Garotas jovens são tão ridículas - tão previsivelmente fáceis."
Eu senti como se as palavras dele estivessem perfurando minha pele em cem lugares
diferentes, mas eu me fiz me mover em silencio para frente para poder espiar entre a
porta aberta. Eu vi um enorme quarto cheio de moveis de couro e varias velas acessar.
Meus olhos foram atraídos imediatamente para a peça principal do quarto - a enorme
cama de ferro no meio do quarto. Loren estava deitado de costas, em cima de um zilhão
de travesseiros. Ele estava completamente nu.
Neferet estava usando um longo vestido vermelho que se ajustava no corpo perfeito
dela e tinha um decote baixo para mostrar a parte de cima dos seios dela. Ela se movia
para frente e para trás enquanto falava, deixando seus longos dedos passar pela moldura
de ferro da cama de Loren.


"Mantenha ela ocupada. Eu vou me certificar que os amiguinhos dela a abandonem.
Ela é poderosa, mas ela nunca será capaz de dominar os seus dons se ela não tiver
amigos para ajudar ela a manter a cabeça direito enquanto ela esta correndo atrás de
você." Neferet pausou e colocou o dedo abaixo do queixo. "Sabe, estou surpresa pelo
Imprint no entanto." Eu vi o corpo de Loren se mexer. Neferet sorriu. "Você achou que eu
não seria capaz de sentir o cheiro em você? Você fede com o cheiro do sangue dela, e o
sangue dela fede ao seu."
"Eu não sei como aconteceu," Loren disse rapidamente, a obvia irritação na voz dele
afundou o meu coração e eu me senti despedaçar. "Eu acho que eu subestimei minhas
habilidades de atuação. Só estou feliz por não haver nada real entre nós - fora a confusão
de emoções e o lado que se forma com um verdadeiro Imprint." Ele riu.
"Como o que ela tinha com aquele garoto humano. Ele deve ter experimentado
muita dor quando a ligação se quebrou. Estranho ela poder ter tido um Imprint tão forte
com ele antes de Mudar."
"Mais prova do poder dela!" Neferet disse. "Embora seja muito ridículo lidar com ela
para ser a Escolhida. E não finja reclamar que ela teve um Imprint com você. Você e eu
sabemos que só faz o sexo ser mais prazeroso para você."
"Bem, eu posso te dizer que foi muito inconveniente você ter mandado o galante Erik
para encontrar a namoradinha tão rápido. Você não poderia ter me dado mais alguns
minutos para terminar?"
"Eu posso te dar todo o tempo que quiser. Na verdade, eu posso sair agora mesmo
para você encontrar sua adolescente cachorrinha e terminar."
Loren sentou. Se inclinando ele pegou o pulso de Neferet. "Anda, baby, Você sabe
que eu não queria ela de verdade. Não fique com raiva de mim, amor."
Neferet facilmente se afastou dele, mas o gesto era mais provocador do que com
raiva. "Eu não estou com raiva. Estou satisfeita. O seu Imprint quebrou a ligação entre o
garoto humano e deixou Zoey ainda mais sozinha. E não é como o seu Imprint fosse
permanente. Ele vai dissolver quando ela Mudar, ou morrer," ela terminou com uma
pequena risada maldosa. "Mas você prefere que não dissolva? Talvez você decida que
prefere juventude e inocência a mim?"
"Nunca, amor! Eu nunca quis ninguém como quero você." Loren disse. "Me deixe te
mostrar, baby. Me deixe te mostrar." Ele se moveu rapidamente para o fim da cama e
colocou ela nos braços dele. Eu vi as mãos dele passarem pelo corpo dela, da mesma
forma como ele tinha me tocado antes.
Eu pressionei minha mão contra minha boca para não chorar alto.
Neferet virou nos braços de Loren e arcou as costas contra ele enquanto as mãos
dele continuavam a se mover por todo o corpo dela. Ela estava olhando para a porta. Os
olhos dela estavam fechados e os lábios entre abertos. Ela gemeu de prazer e os olhos
dela abriram devagar, quase sonolentos. E então Neferet olhou diretamente para mim.
Eu virei, corri pelas escadas, e sai do prédio. Eu queria continuar correndo. Para
qualquer lugar que fosse longe, muito longe, mas meu corpo me traiu. Eu só consegui dar
alguns passos para longe da porta. Eu consegui ir para as sombras da cerca viva antes de
me curvar e vomitar.
Quando eu parei com a ânsia eu comecei a andar. Minha mente não estava
funcionando direito. Eu estava desorientada com a terrível onda de pensamentos. Eu
estava pensando demais e tudo o que eu podia sentir era dor.
A dor me disse que Erik tinha razão, mas ele subestimou Loren. Ele achou que Loren
só estava me usando para transar. A verdade era que Loren nunca me quis. Ele só me


usou porque a mulher que ele queria fez ele fazer isso. Eu não era nem um objeto sexual
para ele. Eu era uma inconveniência. Ele só me tocou e me disse aquelas coisas... todas
aquelas coisas lindas porque ele estava atuando um papel dado por Neferet. Para ele eu
era menos que nada.
Prendendo o choro, eu arranquei os brincos de diamante na minha orelha, e
chorando joguei eles para longe de mim.
"Droga, Zoey. Se você estava cansado desses diamantes, você podia ter dito algo.
Eu tenho alguns brincos de perola que teriam combinado perfeitamente com o colar de
boneco de neve que Erik te deu de aniversario, e eu teria trocado com você."
Eu virei devagar, como se meu corpo pudesse se despedaçar se eu me movesse
rápido demais. Afrodite estava saindo da calçada que levava para o salão de jantar.
Ela estava carregando uma estranha fruta em uma mão e uma garrafa de Corona*
(*cerveja de fruta...eca) na outra.
"O que? Eu gosto de manga," ela disse. "Nunca tem no dormitório, mas na cozinha
dos vampiros é cheio disso. Como se eles fossem sentir falta de uma bebida aqui e ali?"
Quando eu não disse nada, ela continuou, "Ok, ok, eu sei que cerveja é meio brega, mas
eu gosto. Hey, me faça um favor e não conte a minha mãe. Ela surtaria."
Então eu vi os olhos dela se alargarem e ela olhou bem para mim.
"Putz, Zoey! Você está horrível. O que aconteceu com você?"
"Nada. Me deixa em paz," eu disse, mal reconhecendo minha própria voz.
"Ok, tanto faz. Vá fazer o que tem que fazer e eu vou cuidar da minha vida," ela
disse, e então ela se afastou com pressa.
Eu estava só. Como Neferet tinha dito, todos eles estavam me deixando. E eu
merecia.
Eu causei uma dor terrível a Heath. Eu magoei Erik, e dei minha virgindade a
mentiras.
Como Loren tinha conseguido isso? Eu sacrifiquei amor verdadeiro por hormônios.
Não era de se admirar que ele fosse um Poeta Laureate. Ele definitivamente tinha
jeito com as palavras.
E de repente eu tinha que correr. Eu não sabia onde eu estava indo. Eu sabia que eu
tinha que me mexer e rápido ou minha mente ia explodir. Eu não parei até não conseguir
mais respirar, e então parei contra o tronco de uma antiga arvore e arfei.
"Zoey? É você?"
Eu olhei para cima, pisquei através da nevoa da minha miséria para vier Darius,
jovem, e quente guerreiro montanhoso. Ele estava parado no topo do muro que cercava a
escola, e estava me observando com curiosidade.
"Está tudo bem com você?" ele perguntou com o estranho e meio arcaico jeito que
guerreiros parecem falar.
"Sim," eu consegui dizer. "Eu só queria dar uma volta."
"Você não está andando," ele disse logicamente.
"É só um jeito de falar," eu encontrei os olhos dele e decidi que estava cansada de
mentir. "Eu senti que minha cabeça ia explodir, então eu corri o máximo que eu pude. Foi
aqui que eu acabei."
Darius acenou devagar. "É um lugar de poder. Não estou surpreso por ter sido
atraída até aqui."
"Aqui?" eu pisquei e olhei ao redor. E então - ohmeudeus - percebi exatamente onde
estava. "Esse é o muro leste perto da porta escondida."


"Sim, Sacerdotisa, mesmo os sensos bárbaros dos humanos podem sentir o poder
por isso deixaram o corpo da professora Nolan aqui." Ele fez menção por cima dos ombros
para o lugar onde Afrodite e eu tínhamos encontrado a professora Nolan. Eu também
encontrei Nala aqui (ou melhor, ela me encontrou), e onde lancei meu primeiro circulo, vi
pela primeira vez o que acabou sendo os garotos mortos vivos, e onde eu chamei os
elementos que quebraram a parede da minha memória que Neferet tinha colocado na
minha mente.
Realmente era um lugar de poder. Eu não conseguia acreditar que não tinha
percebido antes. É claro estive muito ocupada com Heath e Erik e especialmente Loren.
Neferet estava certa, em pensei enojada. Eu era ridiculamente fácil de manipular.
"Darius, você acha que pode me deixar sozinha aqui um pouco? Eu - eu gostaria de
rezar, e estou esperando que Nyx me de uma resposta se ouvir bem."
"E isso será mais fácil se você fizer sozinha," ele disse.
Eu acenei, sem ter certeza se eu podia continuar a fazer minha voz de importar.
"Eu permitirei sua privacidade, Sacerdotisa. Mas não vá muito longe daqui. Lembre-
se que Neferet lançou um feitiço pelo perímetro, então se você cruzar a linha do feitiço,
em um segundo será cercada pelos Filhos de Erebus." Ele sorriu gentilmente. "E isso não
iria ajudar na sua concentração para a reza, minha senhora."
"Eu vou lembrar." Eu tentei não me curvar quando ele me chamou de Sacerdotisa e
senhora. De jeito nenhum eu merecia o titulo.
Com um movimento apressado e fluido, ele pulou do topo do enorme muro,
pousando de pé. Então ele me saudou com o pulso em cima do coração, se curvou
levemente, e desapareceu sem fazer barulho pela noite.
E então minhas pernas decidiram que não iam mais me suportar. Eu senti com força
na grama na base do carvalho familiar, coloquei meus joelhos no peito, enrolei meu braço
ao redor deles, e comecei a chorar, silenciosamente e firmemente.
Eu estava incrivelmente arrependida. Como eu podia ter sido tão estúpida? Como eu
podia ter caído nas mentiras de Loren? Eu realmente tinha acreditado nele. E agora eu
não só tinha perdido a virgindade com ele, mas tinha tido um Imprint, o que me fazia uma
idiota duas vezes.
Eu queria minha avó. Com um pequeno soluço afogado, eu peguei no meu vestido
meu celular. Eu ia contar tudo a vovó. Ia ser horrível e embaraçoso, mas eu sabia que ela
não ia me deixar ou me julgar. Vovó não iria parar de me amar.
Mas meu celular não estava ali. Então eu lembrei que tinha caído do meu bolso
quando eu fiquei nua com Loren. Eu devo ter esquecido de pegar. Não é de se imaginar?
Eu fechei os olhos e deixei minha cabeça descansar contra a raiz da arvore.
"Mee-ug-ow!"
O nariz molhado e quente de Nala cutucou minha bochecha. Sem abrir meus olhos
eu abri meus braços para ela poder pular no meu colo. Ela colocou as patinhas da frente
nos meus ombros e pressionou seu rosto no meu pescoço, ronronando furiosamente,
como se o som pudesse me forçar a me sentir melhor.
"Oh, Nala, eu fiz tanta porcaria." Eu segurei minha gata e deixei o choro fazer meus
ombros tremerem.


VINTE E CINCO

Quando eu ouvi o som de passos se aproximando eu achei que deveria ser Darius
voltando para me checar. Eu tentei me controlar, limpando o rosto com minha manga e
tentando parar de chorar.
"Ah, merda, Afrodite, você estava certa. Ela parece uma merda," Shaunee disse.
Eu olhei para cima para ver as Gêmeas se aproximando de mim com Afrodite e
Damien logo atrás.
"Z, você tem meleca no rosto," Erin me disse, então ela balançou a cabeça e disse a
Shaunee, "Infelizmente, eu, também, devo dizer que Afrodite tinha razão."
"Te disse," Afrodite disse convencida.
"Eu não acho que é particularmente apropriado dar louvor a Afrodite por ela estar
certa que tem algo seriamente errado com Zoey."
"Damien, eu realmente queria," Erin começou.
"Que você parasse com esse vocabulário de dicionário de merda," Shaunee terminou
por ela.
"As duas podem cessar e desistir, e talvez comprar um dicionário?" Damien disse.
Eu sei que é estranho, mas eles brigando parecia maravilhoso.
"Vocês fazem um patético esquadrão de resgate," Afrodite disse. "Aqui." Ela me
entregou uma bola de (espero) lenço limpo. "Eu sou mais madura do que vocês três, e
isso é uma pena."
Damien bufou de raiva e moveu as Gêmeas para fora do caminho para sentar ao
meu lado. Eu assoei o nariz e limpei o rosto antes de poder olhar para ele.
"Algo ruim aconteceu, não é?" ele disse.
Eu acenei.
"Bem, merda. Mais alguém está morto?" Erin disse.
"Não." Minha voz quebrou e eu limpei a garganta e comecei de novo.
Dessa vez eu soava asfixiada, mas um pouco mais como eu. "Não, ninguém está
morto. Não é nada disso."
"Vá em frente e nós conte," Damien disse, batendo levemente no meu ombro.
"Yeah, você sabe que tem pouca coisa que não podemos lidar juntos," Shaunee
disse.
"Idem, Gêmea." Erin disse.
"Eu posso vomitar devido a nerdisse disso," Afrodite disse.
"Cala a boca!" As Gêmeas falaram juntas.
Eu olhei para cada um dos meus amigos. Por mais que eu não quisesse, eu tinha que
contar a eles sobre Loren. Eu também tinha que contar sobre Stevie Rae. E eu tinha que
fazer antes do que Neferet disse se tornasse realidade - antes das minhas mentiras e
segredos irritassem todos tanto que eu perdesse deles.
"Eu fiz porcaria e compliquei as coisas, e não foi muito bonito," eu disse.
"Oh, tipo com a Afrodite?" Erin disse.
"Sem problemas. Estamos nos acostumando com isso," Shaunee disse.
"Morram Gêmeas nerds," Afrodite disse.
"Se vocês três calarem a boca, Zoey pode explicar qual o problema," Damien disse
com uma exagerada paciência.
"Desculpe," as Gêmeas murmuram.
Afrodite só virou os olhos.


Eu respirei fundo e abri a boca para começar a horrível historia quando a voz
animada de Jack me interrompeu.
"Ok! Eu encontrei ele!"
Jack olhou ao redor. O doce sorriso dele sumiu um pouco quando ele me viu,
provando que eu realmente deveria parecer tão ruim quanto me sentia. Então ele correu
para o lado de Damien, deixando Erik parado sozinho olhando para mim.
"Vá em frente, querida," Damien disse, batendo no meu ombro de novo. "Estamos
todos aqui agora. Nos diga qual o problema."
Eu não podia falar. Tudo o que eu podia fazer era olhar para Erik. O rosto dele era
bonito, era uma mascara ilegível. Ou pelo menos era ilegível até ele começar a falar,
então a expressão em branco dele mudou para nojo. A voz profunda e expressiva dele era
um desprezo.
"Você quer contar a eles, querida, ou eu devo?"
Eu queria dizer algo. Eu queria dizer a ele para parar - para me perdoar - que ele
estava certo e eu estava tão errada que estava me fazendo ficar doente. Mas a única
coisa que saiu da minha boca foi um não sussurrado, tão suave que eu acho que nem
Damien me ouviu. Logo eu percebi que não ia importar nem se eu gritasse. Erik tinha
vindo ali para se vingar de mim, e nada ia impedir ele.
"Ótimo. Eu conto a eles." Erik olhou para cada um dos meus amigos. "Nossa
pequena Zoey tem estado fudendo com Loren Blake."
"O que!" As Gêmeas falaram juntas.
"Impossível," Damien disse.
"Nu-uh," Jack disse.
Afrodite não disse nada.
"É verdade. Eu os vi. Hoje. Na sala de recreação. Você sabe, quando todos acharam
que ela estava tão-chateada porque eu Mudei? Yeah, Zoey, eu vi o quão chateada você
estava. Tão chateada que você teve que sugar o sangue de Blake e montar nele como um
cavalo."
"Loren Blake?" Shaunee disse, soando petrificada.
"O Sr. Delicioso? O cara que temos falado em comer como se ele fosse uma barra de
chocolate o semestre todo?" Imitando o tom de sua gêmea, Erin me deu um olhar
chocado e petrificado. "Você deve ter achado que éramos completamente patéticas."
"Yeah, porque você não disse algo?" Shaunee disse.
"Porque se Zoey tivesse contado a você o quão apaixonado eles estão, vocês
poderiam não achar legal ela me usar e fingir que estávamos juntos para poder dar umas
escapadas com Blake. E de qualquer forma, ela provavelmente gostava de rir de vocês
duas." Erik disse cruelmente.
"Eu não estava usando você," eu disse a Erik, me surpreendendo com o quão forte
minha voz de repente parecia. "E eu nunca ri de vocês duas, prometo," eu disse as
Gêmeas.
"É, e seu mundo é algo que elas podem confiar," Erik disse. "Ela é uma vadia
mentirosa. Ela usou todos vocês como ela me usou."
"Ok, hora de você calar a boca," Afrodite disse.
Erik riu. "Oh, isso é perfeito. Uma vadia defendendo a outra."
Os olhos de Afrodite se estreitaram e ela ergueu a mão direita. Os galhos do
carvalho que estavam mais próximos de Erik varreram em direção a ele e eu ouvi o som
da madeira se quebrando. "Você não quer mais me irritar," ela disse. "Você diz se
importar tanto com Zoey, mas você se virou contra ela como um retardado porque ela


machucou seu pequeno ego. E eu posso verificar para as massas que ele é pequeno. Você
fez o que queria, agora é hora de você ir embora."
Os olhos brilhantes e azuis de Erik viraram para mim, e por um segundo eu achei ter
visto o velho Erik neles - o cara legal que estava apaixonado por mim - mas então a dor
na expressão dele tirou a ultima gentileza dele. "Por mim tudo bem. Estou fora daqui," ele
disse antes de ir embora.
Eu olhei para Afrodite, "Obrigado," eu disse.
"Sem problemas. Eu sei o que é fazer uma merda legal e ver as pessoas ficarem
contra você para sempre."
"Você realmente esteve com o professor Blake?" Damien perguntou.
Eu acenei.
"Puta," Shaunee disse.
"Merda," Erin disse.
"Ele é realmente, realmente bonito," Jack disse.
Eu respirei fundo e falei, "Loren Blake é o mais filho da puta que eu já conheci."
"Wow, você xingou." Afrodite disse.
"Então ele estava apenas te usando para sexo?" Damien disse. Ele voltou a dar
tapinhas no meu ombro.
"Não exatamente." Eu parei e passei minha mão no rosto como se eu pudesse de
repente me fazer dizer a coisa certa. Era hora de contar a eles sobre Stevie Rae. Eu queria
ter a chance de praticar o que ia dizer. Eu olhei para ver Afrodite me observando e fiquei
ridiculamente feliz por ela estar ali. Pelo menos ela podia me apoiar e talvez ajudar
Damien e as Gêmeas a entender.
Então um estranho som veio de algum lugar atrás de mim. Eu não tinha certeza que
tinha ouvido algo até que Damien olhou por cima dos meus ombros e disse, "O que é
isso?"
"É porta escondida," Afrodite disse. "Está abrindo."
Uma terrível premonição passou pela minha espinha. Eu estava levantando, fazendo
Nala reclamar alto e as Gêmeas me deram olhares mau humorados de confusão quando a
voz de Stevie Rae saiu pelo outro lado da porta.
"Zoey? Sou eu."
Eu me dirigi a porta esconda gritando, "Não, Stevie Rae! Fique no -"
E, franzindo para mim, Stevie Rae entrou pela porta escondida no muro que cercava
a escola. "Zoey? Eu -" Ela começou a dizer, então ela notou todos que estavam atrás de
mim, e congelou.
No chão ao meu lado Nala uivou, e com as costas arqueadas ela começou a correr
até Stevie Rae, assoviando e babando como uma gata maluca. Graças a Deus, meus
reflexos de caloura me permitiram agarrar ela antes dela me passar. "Nala, não! É apenas
Stevie Rae," eu disse, lutando contra o ataque de loucura dela e tentando não ser
arranhada nem mordida. Stevie Rae tinha se afastado e estava curvada de forma
defensiva nas sombras do muro. Tudo que eu podia ver claramente dela eram os olhos
vermelhos brilhantes.
"Stevie Rae?" Damien soava estrangulado.
Com um comando de "Se comporte, Nala" eu larguei minha gata para poder me
concentrar nos meus amigos, mas antes deu virar para olhar para eles eu fui até Stevie
Rae. Ela não correu de mim, mas ela definitivamente parecia capaz de fugir a qualquer
segundo. E ela também parecia uma merda. O rosto dela estava magro e pálido. Ela não
tinha penteado o cabelo e ele parecia um emaranhado de nó. Na verdade, a única coisa


brilhante e saudável nela eram os assustadores olhos vermelhos - e eu já sabia que isso
não era um bom sinal.
"Como você está?" Eu perguntei numa voz calma e baixa.
"Nada bem." Ela disse. Os olhos dela olhavam por cima dos meus ombros, e ela se
contraiu. "É difícil ver eles de novo, especialmente quando eu sinto que estou me
perdendo."
"Você não vai se perder," eu disse firmemente. "Se segure. Eles não sabem sobre
você."
"Você não contou a eles?" Parecia que eu tinha batido em Stevie Rae.
"Longa história," eu disse rapidamente. "Hey, porque você está aqui?"
A testa dela se enrugou. "Porque você me mandou uma mensagem e me disse para
te encontrar aqui."
Eu fechei meus olhos e senti a nova onda de dor. Loren. Ele pegou meu telefone. Ele
mandou a mensagem para Stevie Rae. Ou mais precisamente, Neferet provavelmente
tinha digitado. Ela não sabia que eu estava aqui, mas ela sabia - graças a Loren - que eu
não tinha contado a meus amigos sobre Stevie Rae. Ela também sabia que Loren não
tinha intenção de se certificar que Erik não contasse a ninguém sobre nós. Ela sabia que
ele ia enlouquecer e contar ao mundo (ou pelo menos a meus amigos) sobre Loren e eu,
e que o segredo ia vazar. Stevie Rae ser descoberta no campus seria outro segredo meu
descoberto. Eu quase podia ouvir meus amigos pensando:
Como podemos confiar em Zoey de novo? E eu senti me afastando ainda mais deles.
Dois pontos para Neferet. Zero pontos para Zoey.
Eu peguei a mão sem vontade de Stevie Rae, e embora eu tivesse que puxar com
força, comecei a andar com ela até onde Damien, as Gêmeas, Jack, e Afrodite estavam
parados - quatro de cinco olhando para Stevie Rae com a boca aberta. É melhor acabar
com isso antes de sermos atrapalhadas por vampiros guerreiros e a escola toda descobrir
tudo e minha vida explodir.
"Stevie Rae não está morta," eu disse a eles.
"Yeah, eu estou," Stevie Rae disse.
Eu suspirei. "Stevie Rae. Não vamos discutir isso de novo. Você está andando e
falando. E você é feita de carne," eu juntei nossas mãos demonstrando. "Então você não
está morta."
Em algum lugar no meio da minha discussão com Stevie Rae choros se registraram.
Eram as Gêmeas. Elas estavam paradas olhando para Stevie Rae, mas estavam se
agarrando e balbuciando feito bebês. Eu comecei a dizer algo a elas, mas Damien me
interrompeu.
"Como?" O rosto dele estava branco, completamente drenado de cor. Ele dei um
passo hesitante para frente. "Como isso é possível?"
"Eu morri," A voz de Stevie Rae era tão pálida e sem vida como o rosto de Damien.
"Então acordei assim, o que, como você já pode notar, não é como eu costumava ser."
"Você tem um cheiro engraçado," Jack disse.
Stevie Rae virou os olhos brilhantes para ele. "E você cheira a jantar."
"Pare!" Eu puxei a mão de Stevie Rae. "Eles são seu amigos você não deveria estar
assustando eles."
Ela soltou a mão do meu aperto. "É o que eu tenho tentando te dizer todo esse
tempo, Zoey. Eles não são meus amigos. Você não é minha amiga. Agora não. Não depois
do que aconteceu comigo. Eu sei que você acha que pode consertar isso, mas a única
razão deu ter vindo aqui hoje foi para te dizer que tem que acabar agora. Então, de uma


vez por todas, ou me conserta, ou me deixa em paz e me deixa terminar de me tornar a
coisa ruim que eu já deveria ser."
"Não temos tempo para isso. Neferet colocou um feitiço no perímetro da escola para
saber se qualquer humano, vampiro ou calouro vem e sai daqui. Você cruzou o perímetro,
então a qualquer segundo os filhos de Erebus vão aparecer. Eu acho que você deve ir. Eu
vou até você o mais rápido que puder, e podemos terminar isso."
"Hey, Zoey. Eu odeio de contradizer, já que hoje você está cheia de merdas, mas eu
não acho que os guerreiros vão vir porque Neferet não sabe que Stevie Rae está aqui,"
Afrodite disse.
"Huh?" eu disse.
"Afrodite tem razão," Damien disse devagar, como se o cérebro dele estivesse
começando a trabalhar de novo. "Neferet lançou um feitiço no perímetro para dizer a ela
se qualquer humano, calouro ou vampiro aparecer. Stevie Rae não é nada disso, então o
feitiço não vai funcionar nela."
"Porque ela está aqui?" Stevie Rae disse, apontando os olhos vermelhos para
Afrodite.
Afrodite virou os olhos, mas eu notei que ela deu vários passos para trás para haver
mais espaço entre ela e Stevie Rae.
E então as Gêmeas de repente ficaram na frente de Stevie Rae. Shaunee e Erin
ainda estavam chorando, mas quietas agora, como se nem estivessem cientes disso.
"Você está viva," Shaunee disse.
"Sentimos tanto a sua falta," Erin disse.
Elas jogaram seus braços ao redor de Stevie Rae, que ficou parada sem se mexer,
como uma estatua. Em alguma parte no meio do abraço Damien se juntou a elas.
Stevie Rae não se soltou. Ela não jogou os braços ao redor deles. Ela fechou os olhos
e ficou perfeitamente parada. Eu vi uma lagrima de sangue sair pelos olhos dela e rolar
pelas bochechas.


VINTE E SEIS

"Você tem que me deixar ir, agora." A voz de Stevie Rae era rouca e cansada e
soava totalmente diferente dela. Então tinha que ser o efeito do desejo. Damien e as
Gêmeas instantaneamente pararam de abraçar ela.
"Você realmente tem um cheiro engraçado," Shaunee disse, tentando sorrir.
"Yeah, sem querer ser maldosa nem nada," Erin dise.
"Mas não nos importamos," Damien acrescentou.
"Hey, horda de nerds que ainda estão vivos," Afrodite chamou de onde ela tinha ido
embaixo no enorme carvalho. "Eu sugiro que vocês se afastem da garota morta viva. Ela
morde."
"Você morde!" Shaunee surtou.
"Vadia!" Erin disse.
"Ela está dizendo a verdade," Stevie Rea disse. Então ela olhou para Damien e para
as Gêmeas e então para mim. "Explique a eles."
"Stevie Rae tem um problema com sangue. Ela precisa dele. Ou ela fica meio mau
humorada."
Embaixo da arvore Afrodite bufou.
"Conte a eles a verdade," Stevie Rae disse.
Eu suspirei em resignação e dei a eles o resumo da história. "Ela e um bando de
calouros que morreram voltaram a vida assim. Foram eles que mataram os jogadores do
Union mês passado. E eles quase mataram Heath. Resgatando Heath foi como eu descobri
sobre Stevie Rae. Só que ela é diferente deles. Ela ainda tem humanidade."
"Mas ela está sumindo," Afrodite disse.
Eu franzi para ela. "Yeah, podemos dizer isso. Então o que precisamos fazer é curar
Stevie Rae para que ela possa ser como costumava."
As Gêmeas e Damien ficaram quietas pelo que pareceu muito tempo. E então
Damien disse, "Você sabe disso a um mês e não disse nada para nós?"
"Você nos deixou pensar que Stevie Rae estava morta," Shaunee disse.
"Você agiu como se ela estivesse morta, "Erin disse.
"Idiotas! Ela não podia contar a vocês. Vocês não fazem idéia do tipo de força
estamos enfrentando aqui," Afrodite disse.
"Você soa como um filme ruim de ficção cientifica," Shaunee disse.
"Yeah, não vamos cair nessa, vaca," Erin disse.
"Você sabe disso a um mês e não contou a nós." Dessa vez Damien não falou como
uma pergunta.
"Afrodite tem razão," eu disse. "Eu não podia contar a vocês sobre ela. Tem
circunstancias atenuantes." Ainda tem. Era melhor para eles não saberem que Neferet
está por trás de tudo, mesmo que eles me odeiem.
"Eu não me importo com o que Afrodite diz. Somos seus amigos. Seus melhores
amigos. Você deveria ter nos contado," Damien disse.
"Circunstancias atenuantes?" Erin disse. "Parece que Afrodite de repente faz parte
dessas circunstancias."
"Haviam circunstancias atenuantes quando você manteve Loren em segredo?"
Shaunee disse. A voz dela era cautelosa. Os olhos escuros dela cerram para mim
cautelosamente.
Eu não sabia o que dizer. Eu podia sentir eles se afastando de mim, e a pior parte de
tudo era que eu sabia que eu merecia que eles virassem as costas para mim.


"Como podemos confiar em você se você mantêm essas coisas em segredo?" Como
sempre, Damien resumiu os sentimentos de todos em uma frase simples.
"Eu sabia que isso era uma má idéia," Stevie Rae disse. "Vou sair daqui."
"O que? Você tem pessoas para comer - lugares para aterrorizar?" Afrodite disse.
Stevie Rae virou e rosnou para ela. "Talvez eu devesse ficar com você, vadia."
"Jeesh, relaxe. Foi só uma pergunta." Afrodite tentou soar indiferente, mas eu podia
ver medo nos olhos dela.
Eu agarrei a mão de Stevie Rae e segurei com força quando ela tentou se afastar.
Ignorando ela, eu olhei para Damien e as Gêmeas. "Vocês vão me ajudar a curar ela
ou não?"
Depois de uma pequena hesitação Damien disse, "Vou te ajudar, mas não confio
mais em você."
"Idem," falaram as Gêmeas juntas.
Meu estomago se apertou numa bola de enjôo e eu queria cair de joelhos bem ali e
implorar a eles, não parem de ser meus amigos - não parem de confiar em mim! Mas eu
não fiz. Eu não podia. Afinal de contas, eles tinham razão. Ao invés disso eu acenei e
disse, "Vamos lançar o circulo e curar ela."
"Não temos velas," Damien disse.
"Eu posso correr e pegar," Jack disse. Ele nem olhou para mim e falou diretamente
com Damien.
"Não. Não temos tempo para isso," eu disse. "Não precisamos de velas. Temos a
habilidade de manifestar elementos. Velas são cerimoniais." Eu pausei e acrescentei, "Mas
eu acho que você deveria ir, Jack. Eu não tenho certeza do que vai acontecer e não quero
arriscar que você se machuque."
"O-oh," ele disse. Ele pôs as mãos no bolso e se afastou devagar.
"Parece que hoje fazemos uma cerimônia longe," Damien disse, me dando um olhar
duro.
"Yeah, hoje a noite fazemos muita coisa de fora." Shaunee disse me olhando, mas
eu senti que os olhos dela eram de uma estranha. Erin acenou em silencio concordando
completamente com ela.
Eu cerrei os dentes para me impedir de gritar de dor e tristeza e medo. Meus amigos
eram tudo que eu tinha. Se eu perder eles, como vou sobreviver? Como vou enfrentar
Neferet? Como vou encarar Loren? Como vou lidar com a perda de Heath e Erik?
E então eu lembrei de algo que eu li num dos antigos livros que eu estive
pesquisando quando estava tentando descobrir algo para ajudar Stevie Rae. Uma citação
de uma das antigas Altas Sacerdotisas amazonas que foi escrito de baixo da linda foto
dela.
Ela dizia, "Ser Escolhida por nossa deusa é tanto dor quanto privilegio."
Eu estava começando a entender o que a antiga sacerdotisa de Nyx quis dizer.
"Vamos fazer isso ou não?" Afrodite chamou de baixo da arvore.
Eu me recompus. "Sim, vamos. Caminho norte." Eu apontei para a árvore de
Afrodite. "Tomem seus lugares," Ainda segurando o pulso de Stevie Rae, eu andei para o
centro do circulo que estava se formando ao meu redor.
"Se você não me soltar, eu não posso ir para a posição da terra," Stevie Rae disse.
Eu encarei os olhos vermelhos dela, tentando ver algum traço da minha melhor
amiga, mas apenas outra olhar frio me encarava.
"Você não vai ser a terra. Você vai ficar no centro comigo,"


"Então quem vai completar o circulo? Jack não está, e de qualquer forma ele não é
exatamente -" Ela parou quando os olhos dele foram para a posição de cima do circulo e
viu Afrodite parada ali. "Não!" Stevie Rae assoviou. "Ela não!"
"Oh, pare!" Eu gritei, fazendo os elementos mexer o ar ao meu redor em uma
resposta de raiva e frustração. "Afrodite vai assumir como a terra. Eu sinto muito se você
não gosta. Eu sinto que você não goste dela. Eu sinto muito mais do que você parece
saber. Você só vai ter que lidar com isso, bem como eu estou lidando. Agora fique ai
quieta e me deixe ver se posso fazer isso funcionar."
Eu sabia que todos estavam me olhado. As Gêmeas e Damien com olhos acusadores
de estranhos, Stevie Rae com raiva e o que eu sabia que era verdadeiro ódio,
independente se fosse apenas dirigido a Afrodite, ou Afrodite e eu, eu não tinha certeza.
Eu olhei rapidamente para Afrodite. Ela estava parada na posição norte e observava Stevie
Rae com olhos cuidadosos.
Ótimo. Como se essa atmosfera fosse boa para adorar uma deusa? Eu fechei meus
olhos e respirei fundo varias vezes, para me concentrar. Nyx, eu sei que eu fiz besteira,
mas, por favor, fique comigo e meus amigos. Curar Stevie Rae é mais importante do que
esse drama que está acontecendo entre nós. Neferet quer me separar de todos para que
eu também me separe de você. Mas eu não vou parar de depender de você... de acreditar
em você... nunca.
Então eu abri meus olhos e andei resolutamente até Damien. Ele normalmente me
da um sorriso fofo. Hoje a noite ele encontrou meus olhos firmes, mas não havia nada de
doce ou amigável nele.
"Como Alta Sacerdotisa em treinamento para nossa grande deusa Nyx, eu uso o
poder dela e a autoridade dela para chamar ao meu circulo o primeiro elemento, vento!"
Eu falei com uma voz forte e firme, erguendo meus braços por cima da cabeça quando
disse o nome do elemento, e fiquei incrivelmente aliviada quando uma poderosa onda de
ar passou ao redor de Damien e eu, levantando nosso cabelo e fazendo nossas roupas
baterem. Eu virei para a direita e fui até Shaunee.
Eu não esperei ela me dar boas vindas, e ela não o fez. Ela me observou
silenciosamente com olhos cautelosos e escuros. Eu afastei o desespero que a rejeição me
fez sentir e evoquei o fogo.
"Como Alta Sacerdotisa em treinamento para nossa grande deusa Nyx, eu uso o
poder dela e a autoridade dela para chamar ao meu circulo o segundo elemento, fogo!"
Eu mal parei para sentir a onda de calor que passou contra minha pele, mas me
movi rapidamente até Erin, que estava silenciosa e afastada.
"Como Alta Sacerdotisa em treinamento para nossa grande deusa Nyx, eu uso o
poder dela e a autoridade dela para chamar ao meu circulo o terceiro elemento, água!"
Eu virei minhas costas ao cheiro do mar e fui até Afrodite. Ela encontrou meu olhar
firme e sorriu para mim.
"É horrível ter seus amigos com raiva de você, não é?" Ela disse quieta, para apenas
eu poder ouvir.
"Yeah," eu sussurrei em resposta. "E eu sinto muito por ter algo a ver com seus
amigos ficarem fulos com você."
"Nah," ela balançou a cabeça. "Não foi você. Foram minhas escolhas idiotas. Assim
como foram suas escolhas idiotas que te trouxeram para essa confusão."
"Obrigado por me lembrar," eu disse.
"Eu só estou aqui para ajudar," Afrodite disse. "Melhor se apressar com isso. A
assustadora Stevie Rae está se perdendo."


Eu não tive que olhar por cima do ombro para saber que Afrodite tinha razão. Eu
podia sentir a inquietação de Stevie Rae aumentar. Era como se ela estivesse se
apertando e estivesse pronta ou para se partir ou para sair de controle.
"Como Alta Sacerdotisa em treinamento para nossa grande deusa Nyx, eu uso o
poder dela e a autoridade dela para chamar ao meu circulo o quarto elemento ao meu
circulo, terra!"
O limpo e suave cheiro da campina de primavera passou por Afrodite e eu. Eu ainda
estava sentindo o cheiro quando virei para ir até o centro do circulo e completar ele
chamando o espírito quando Stevie Rae se quebrou.
"Não!" A palavra foi quase um irreconhecível rugido de loucura e raiva e desespero.
"Ela não pode ser a terra! Eu sou a terra! É tudo que restou de mim! Eu não vou deixar
ela levar embora!"
Com uma enorme rapidez, Stevie Rae se atirou em direção a Afrodite.
"Não! Stevie Rae, pare!" Eu disse, tentando tirar Stevie Rae dela, mas era como se
eu estivesse tentando mover uma coluna de mármore. Ela era muito forte. Afrodite tinha
razão. Stevie Rae não era humana ou caloura ou vampira. Ela era algo mais - e esse mais
significa perigosa. Ela estava segurando Afrodite numa horrível parodia de um abraço. Eu
vi o afiado brilho das presas dela e então Afrodite gritou enquanto Stevie Rae afundava
seus dentes no pescoço dela.
"Me ajude a tirar ela!" Eu gritei olhando desesperadamente para Damien e as
Gêmeas enquanto tentava afastar Stevie Rae de Afrodite.
"Não posso!" Damien chorou. "Não posso me mexer."
"A gente também não pode!" Shaunee disse.
Os três firam presos em seus lugares por causa de seus elementos. Damien estava
sendo pressionado no chão por um vento furioso. Shaunee estava cercada por uma jaula
de fogo. Erin estava numa piscina de água.
"Você tem que terminar o circulo!" Damien gritou por cima do vento. "Todos os
elementos podem te ajudar. Só tem um jeito de você salvar ela."
Eu corri para o centro do circulo. Erguendo meus braços por cima da minha cabeça
eu completei "Como Alta Sacerdotisa em treinamento para nossa grande deusa Nyx, eu
uso o poder dela e a autoridade dela para chamar ao meu circulo o quinto e final
elemento, espírito!"
Poder passou por mim. Eu cerrei os dentes e tentei controlar o tremor no meu corpo.
O grito de Afrodite estava ficando cada vez mais fraco, mas eu não podia pensar nisso. Eu
fechei meus olhos para poder me concentrar. Então eu falei as palavras dadas pela deusa
que surgiram na minha mente, como a doce resposta certa da reza para a deusa. Minha
voz era magnificamente mágica. Eu sentia as palavras se materializarem, brilhando, no ar
ao meu redor.
"Vento mande para longe o que foi manchado
Fogo queime a escuridão do ódio
Água limpe as intenções malignas
Terra nutra a alma dela abatendo a escuridão
Espírito preencha ela para que a morte em que ela está seja emancipada!"
Como se eu estivesse jogando uma bola, eu virei para Stevie Era jogando o poder
que eu senti entre a minhas mãos. Naquele momento e senti uma dor familiar de algo
sendo tirado da base da minha espinha e ao redor da minha cintura. Meu gritou ecoou o
de Stevie Rae.


Eu abri meus olhos para ter uma visão bizarra. Afrodite tinha caído no chão devido
ao ataque de Stevie Rae. As costas de Stevie Rae estavam para mim, então eu só podia
ver o rosto de Afrodite. A principio eu não entendi o que estava acontecendo. Elas
estavam cercadas por uma bola brilhosa de poder feita dos cinco elementos. As duas
garotas ficavam entrando e saindo de foco enquanto o poder rolava ao redor delas.
Mas eu podia ver que Stevie Rae não estava mais segurando Afrodite. Agora era
Afrodite que estava agarrando Stevie Rae e forçando ela a continuar a beber do ferimento
no pescoço dela. Stevie Rae ainda estava bebendo o sangue dela, mas ela estava lutando
para parar - tentando se afastar.
Eu corri para tentar separar elas de novo, mas quando eu atingi a bolha de poder foi
como se eu estivesse passando por uma porta de vidro. Eu não podia passar por ela, e eu
não fazia idéia de como abrir.
"Afrodite! Solte ela! Ela está tentando parar antes de matar você!" eu gritei.
Os olhos de Afrodite encontraram os meus. Os lábios dela não se moveram, mas eu
ouvi a voz dela claramente dentro da minha cabeça. "Não. É assim que eu vou me redimir
por tudo que eu fiz. Dessa vez eu fui Escolhida. Lembre-se, eu fiz esse sacrifício
livremente."
Então os olhos de Afrodite viraram e as mãos e corpo dela ficaram moles enquanto a
respiração passava entre o sorriso livre dela com um longo suspiro. Com um choro
terrível, Stevie Rae finalmente se afastou, caindo no chão ao lado do corpo de Afrodite. A
bolha de poder quebrou e desapareceu no nada. Eu sabia que o circulo também tinha se
quebrado. Eu podia sentir a ausência dos elementos. Eu não sabia o que fazer. Eu não
parecia ser capaz de me mover.
Então Stevie Rae olhou para mim. Ela estava chorando lagrimas rosas e os olhos
dela ainda eram de uma cor estranha e vermelha. Mas o rosto dela tinha voltado ao
normal.
Mesmo antes dela falar eu sabia que o quer que fosse que Neferet tinha liberado
nela que a fez andar e falar morta, tinha sido curado.
"Eu matei ela! Eu - eu tentei parar! Ela não me soltou, e eu não consegui me
afastar! Oh, Zoey, eu sinto muito!" ela chorou.
Eu tropecei até ela, a voz de Loren na minha cabeça. Você deve manter em mente
que você vai evocar uma poderosa magia, e sempre há um custo associado a isso.
"Não foi sua culpa, Stevie Rae." Eu disse a ela. "Você não -"
"O rosto dela!" A voz de Damien veio atrás de mim. "Olhe para a Marca dela."
Eu pisquei, sem entender, e então arfei. Eu estava tão ocupada olhando nos olhos
dela, tão ocupada vendo a antiga Stevie Rae, que eu não notei o obvio. A lua crescente
tinha sido restaurada no centro da testa dela e estava preenchida. Um lindo padrão de
tatuagens formando flores, e graciosos caules se enrolavam ao redor emoldurando os
olhos dela e se esticando até as bochechas dela.
Mas as tatuagens dela não eram de um safira vampiro. Elas eram brilhantes e
escarlates de sangue novo.
"O que vocês estão olhando?" Stevie Rae disse.
"A-aqui," Erin buscou na bolsa e tirou um espelho, o entregando a Stevie Rae.
"Ohminhadeusa!" Stevie Rae gritou. "O que isso significa?"
"Significa que você está curada. Você Mudou. Mas você Mudou para um novo tipo de
vampiro," Afrodite disse, lutando para sentar.


VINTE E SETE

"Puta merda!" Shaunee gritou e deu um passo para trás, se agarrando no braço de
Erin para não cair.
"Você estava morta!" Erin disse.
"Eu não acho que estava," Afrodite disse, esfregando a testa com uma mão e
tocando a marca de mordida com a outra. "Ouch! Droga, você me machucou."
"Eu realmente, realmente sinto muito, Afrodite." Stevie Rae disse. "Eu quero dizer,
eu não gosto de você, mas eu com certeza não ia te morder. Ou pelo menos agora eu não
ia."
"Yeah, yeah, tanto faz." Afrodite disse. "Não se preocupe. É tudo parte do plano de
Nyx, por mais inconveniente e doloso que possa ser." Ela recuou de novo devido a dor no
pescoço. "Deus, alguém tem um Band-Aid?"
"Eu tenho algum lenço em algum lugar. Perai que eu vou ver se posso encontrar,"
Erin disse, mexendo na bolsa de novo.
"Tente encontrar um limpo para ela, Gêmea. Afrodite já tem estresse o bastante
para lidar sem uma horrível infecção."
"Gee, isso seria gentil da parte de vocês duas," Afrodite disse. Ela olhou para as
Gêmeas com um semi sorriso no rosto, e eu olhei para ela.
Meu estomago caiu em algum lugar nos meus tornozelos.
"Sumiu!" Eu arfei.
"Oh merda! Zoey está certa," Damien disse, encarando Afrodite.
"O que?" Afrodite disse? "O que sumiu?"
"Ah-oh," Shaunee disse.
"Yep, sumiu," Erin disse quando entregou um lenço para Afrodite.
"Do que diabos vocês estão falando agora?" Afrodite disse.
"Aqui. Use isso." Stevie Rae passou um espelho para ela. "Olhe para o seu rosto."
Afrodite suspirou, claramente irritada. "Ok, agora eu pareço uma merda. Olá! Stevie
Rae acabou de me morder. Aqui tem uma noticia: Nem eu posso parecer perfeita o tempo
todo, especialmente quando -" Assim que ela se focou no espelho e olhou bem para o
reflexo no rosto, as palavras de Afrodite terminaram como se alguém tivesse apertado o
botão dela de PARE DE FALAR. Com uma mão tremula ela tocou o topo do meio da testa
onde a Marca de Nyx tinha estado. "Sumiu." A voz dela era um rouco sussurro. "Como
pode ter sumido?"
"Eu nunca, nunca ouvi sobre nada disso acontecer antes. Em nenhum livro - em
lugar nenhum," Damien disse. "Uma vez que você é Marcada você não pode ser
desmarcada."
"É como Stevie Rae foi curada." Afrodite soava deslumbrada, e ela continuava
tocando o ponto vazio no meio da testa. "Nyx tirou de mim e deu para Stevie Rae." Um
horrível calafrio passou pelo corpo de Afrodite. "E agora eu não sou nada mais do que
uma humana normal." Ela se ergueu, derrubando o espelho. "Eu tenho que ir embora. Eu
não pertenço mais aqui." Ela começou a se afastar em direção a porta escondida, com os
olhos bem abertos e vidrados.
"Espera, Afrodite," eu disse, correndo atrás dela. "Talvez você não seja humana de
novo. Talvez isso seja algo estranho que vai sumir daqui um dia ou dois, e sua Marca
volte."
"Não! Minha Marca sumiu. Eu sei. Só - só me deixe em paz!" Ela correu pela porta
chorando.


No segundo que Afrodite passou pelo perímetro da escola o ar se cortou e houve um
barulho distinto de algo quebrando como se algo grande tivesse caído e quebrado.
Stevie Rae agarrou meu braço. "Você fica aqui. Eu vou atrás dela."
"Mas você -"
"Não, estou bem agora." Stevie Rae sorriu aquele sorriso cheio de vida dela. "Você
me consertou, Z. Não se preocupe. Eu fiz isso acontecer com Afrodite. Eu vou encontrar
ela e me certificar que ela fique bem. Então eu volto para você."
Eu ouvi barulhos a distancia, como se algo grande estivesse se movendo
rapidamente.
"São os guerreiros. Eles sabem que a escola foi invadida." Damien disse.
"Vá!" Eu disse a Stevie Rae. "Eu te ligo." Então acrescentei. "Eu não vou te mandar
mensagem. Nunca. Se você receber uma mensagem não vai ser de mim."
"Ok super-mega-entendido, eu vou lembrar," Stevie Rae disse e então sorriu para
nós quatro. "Vejo vocês logo!" Ela passou pela porta, que se fechou atrás dela. Eu notei
que o aviso não fez absolutamente nada quando ela passou e me perguntei brevemente o
que diabos isso significava.
"Então o que estamos fazendo aqui?" Damien perguntou.
"Estamos aqui porque Erik largou Zoey," Shaunee disse.
"Yeah, ela está chateada," Erin disse.
"Não digam a eles sobre Afrodite ou Stevie Rae," eu disse.
Meus amigos olharam para mim como se eu tivesse acabado de dizer Talvez não
devêssemos contar a nossos pais sobre aquele episodio com a cerveja.
"Não brinca?" Shaunee disse sarcasticamente.
"Vamos contar tudo," Erin disse.
"Yeah, porque não se pode confiar na gente para manter segredo," Damien disse.
Bem, merda. Eles definitivamente ainda estão com raiva.
"Então quem quebrou a barreira?" Damien perguntou. Eu notei que ele não olhou
para mim, mas fez a pergunta diretamente as Gêmeas.
"Afrodite, quem mais?" Erin disse.
Antes deu poder protestar, Shaunee acrescentou, "Yeah, não vamos dizer nada
sobre o desaparecimento da Marca dela. Vamos apenas dizer que ela veio até com a
gente e se irritou com o choro de Zoey."
"E auto piedade," Erin acrescentou.
"E mentiras. Então ela foi embora. Tipicamente como Afrodite," Damien terminou.
"Ela pode se meter em problemas," eu disse.
"Yeah, bem, conseqüências é uma merda," Shaunee disse.
"Uma merda que com certeza está seguindo algumas pessoas bem de perto," Erin
disse, me dando um olhar afiado.
Então vários guerreiros, liderados por Darius, apareceram. Com as armas prontas
eles pareciam assustadores e prontos para chutar bundas (potencialmente as nossas).
"Quem quebrou o perímetro?" Darius praticamente jogou a pergunta.
"Afrodite!" Nós quatro dissemos juntos.
Darius fez um rápido gesto para os dois guerreiros. "Encontrem ela," ele disse. Então
ele virou para nós, "A Alta Sacerdotisa foi chamada numa assembléia para a escola. Vocês
precisam ir para o auditório. Eu escolto vocês para lá."
Docilmente, seguimos Darius. Eu tentei pegar o olhar de Damien, mas ele não olhava
para mim. Nem o das Gêmeas. Era como se eu tivesse andando com estranhos. Pior, na


verdade. Estranhos podem pelo menos sorrir e dizer oi. Definitivamente não houve sorriso
ou oi acontecendo entre meus amigos.
Demos apenas alguns passos quando a primeira dor me atingiu. Era como se alguém
estivesse me dando uma invisível facada no meu estomago. Eu tinha certeza que ia ficar
enjoada, e eu me dobrei, gemendo.
"Zoey? Qual o problema?" Damien disse.
"Eu não sei. Eu -" Eu não consegui mais falar, e ao mesmo tempo tudo ao meu redor
ficou ultra-focado. A dor no meu estomago pareceu se apertar, e eu sabia que guerreiros
estavam me cercando, mesmo quando peguei a mão de Damien. Embora eu soubesse
que ele ainda estava fulo, ele me segurou com força, e eu podia ouvir ele me dizendo que
tudo ia ficar bem.
A dor se espalhou do meu estomago para meu coração. Eu estava morrendo? Eu não
estava tossindo sangue. Eu podia estar tendo um ataque cardíaco? Era como se eu tivesse
presa no pesadelo de alguém onde eu estava sendo torturada por facas invisíveis e mãos
invisíveis.
A dor que queimava de repente no meu pescoço foi demais, e tudo estava
começando a ficar preto ao redor da minha visão. Eu sabia que eu estava caindo, mas a
dor era insuportável. Não havia nada que eu pudesse fazer... eu estava morrendo. Mãos
fortes me pegaram e me levantaram, e eu estava vagamente ciente que Darius me
carregava.
Então houve um terrível rasgo dentro de mim. Eu gritei de novo e de novo. Eu senti
como se meu coração estivesse sendo arrancado do meu corpo vivo. E quando eu sabia
que não ia mais agüentar, ela parou. Tão bruscamente quanto a dor começou, ela sumiu,
me deixando ofegando e suada, mas perfeitamente bem.
"Espera. Parou. Estou bem," eu disse.
"Minha senhora, você estava com uma dor horrível e você deve ser levada a
enfermaria," Darius disse.
"Ok, Não." Eu estava feliz por ver minha voz ficar completamente normal. Eu lutei
contra os braços super musculosos de Darius. "Me solta. Eu falei sério. Estou bem."
Relutantemente, Darius parou e me colocou gentilmente de pé. Eu me senti como
uma experiência cientifica quando as Gêmeas, Damien e os outros guerreiros ficavam
olhando para mim.
"Estou bem," eu disse firmemente. "Eu não sei o que aconteceu, mas acabou.
Verdade."
"Você deveria ir para a enfermaria. Depois que a Alta Sacerdotisa terminar com o
discurso ela vai te checar," Darius disse.
"Não. Absolutamente não," eu disse. "Ela está ocupada. Ela não precisa se preocupar
com uma estranha cólica ou algo assim que fez meu... uh... estomago doer."
Darius não parecia convencido.
Eu ergui meu queixo e engoli cada gota do meu orgulho. "Eu tenho gases. Muitos.
Pergunta a meus amigos."
Darius virou para as Gêmeas e Damien.
"Yep, ela é a garota dos gases," Shaunee disse.
"Senhorita Fedida, é como chamamos ela," Erin disse.
"Ela realmente é extraordinariamente flatulenta," Damien acrescentou.
Ok, eu sei que a tropa não tina me ajudado porque tudo estava perdoado e nós
éramos melhores amigos de novo. Eles simplesmente pegaram uma excelente
oportunidade para me embaraçar.


Deus, eu tenho uma terrível dor de cabeça.
"Gases, minha senhora?" Darius disse, os lábios dele tremendo.
Eu dei nos ombros e tive problemas para não corar, "Gases," eu confirmei. "Podemos
só ir para o auditório? Estou me sentindo muito melhor."
"Como quiser, minha senhora," Darius me saudou.
Mudamos de direção e fomos para o auditório de novo.
"O que foi aquilo?" Damien sussurrou, vindo para perto de mim.
"Não faço idéia," Eu respondi.
"Nem idéia," Shaunee disse quieta.
"Ou você sabe e não quer nos dizer," Erin murmurou.
Eu não podia dizer nada. Eu só balancei a cabeça triste. Eu fiz isso. Yeah, eu tinha
bons motivos, pelo menos para parte disso. Mas a verdade é que eu estava mentindo para
meus amigos a tempo demais.
Como Shaunee disse, conseqüências são uma merda, e como Erin tinha observado,
ela definitivamente estava me seguindo. Ninguém falou comigo no resto do caminho para
o auditório. Quando entramos na porta da frente, Jack se juntou a nós. Ele nem olhava
para mim. Todos sentamos juntos, mas ninguém falou comigo. Ninguém. As Gêmeas
falaram entre si como sempre, claramente vasculhando o auditório em busca de T.J e
Cole, que as viram primeiro e correram para sentar ao lado delas. Eles fizeram aquele
flerte que normalmente era quase nojento para me fazer querer desistir de namorar para
sempre. Como se eu tivesse escolha.
Eu estava atrás de todos, então fiquei sentada na ultima poltrona da ultima fileira.
Damien estava na minha frente com o resto da turma. Eu podia ouvir ele
sussurrando para Jack e contando a ele o que tinha acontecido com Afrodite e Stevie Rae.
Nenhum deles disse nada para mim, ou sequer virou para me olhar.
Todos estavam ficando inquietos, e parecia que estávamos esperando para sempre.
Eu me perguntei do que diabos Neferet estava aprontado. Eu quero dizer, ela
chamou essa enorme reunião. Praticamente toda a escola estava ali e eu me sentia
incrivelmente, e miseravelmente sozinha. Eu olhei ao redor para ver se Erik estava
olhando para mim de algum lugar do salão, mas eu não vi ele em lugar nenhum. Eu vi o
pobre pequeno Ian Bowser, que estava sentado nas fileiras da frente, olhos vermelhos e
parecendo que tinha acabado de perder o melhor amigo. Eu definitivamente sabia como
ele se sentia.
Finalmente ouve um murmúrio da multidão e Neferet entrou no auditório. Ela estava
sendo seguida por vários professores, incluindo Dragon Lankford e Lenobia; e cercada por
Filhos de Erebus ela fez para o palco. Todos ficaram em silencio e atentos.
Ela não perdeu tempo, foi direto ao tempo. "Temos vivido em paz com os humanos a
muito tempo, embora eles tenham nos insultado e maltratado a décadas. Eles invejam
nosso talento e beleza - nossa saúde e poder. E a inveja deles tem crescido e se
transformado em ódio. Agora esse ódio mudou para uma violência perpetuada contra nós
pelas pessoas que se chamam de religiosas e corretas." A risada dela era fria e linda. "Que
abominação."
Eu tinha que admitir que ela era muito boa. Ela hipnotizou a multidão. Se ela não
fosse uma Alta Sacerdotisa ela seria uma ótima atriz.
"É verdade que existem muito mais humanos do que vampiros, mas devido a nossos
números menores eles nos subestimam. Mas eu prometo isso: se eles assassinarem
apenas mais um dos nossos irmãos ou irmãs, eu vou declarar guerra contra eles." Ela teve
que esperar até os guerreiros terminarem de torcer silenciosamente antes de poder


continuar, mas ela não pareceu se importar. "Não será uma guerra aberta, mas será
mortal e -"
As portas do auditório abriram enquanto Darius e outros dois guerreiros entraram no
salão, interrompendo Neferet. Com o resto de nós, ela se silenciou e observou os homens
vampiros se aproximarem. Eu achei que Darius parecia estranho. Não pálido, mas plástico.
Como se o rosto dele tivesse virado uma mascara viva.
Neferet saiu do microfone e se inclinou para ele poder sussurrar para ela as noticias.
Quando ele terminou ela ficou parada muito dura, quase como se estivesse se
recompondo devido a terrível dor. Então ela se mexeu e limpou a garganta com uma mão.
Dragon parou ao lado dela para firmar, mas a sacerdotisa negou a ajuda dele.
Devagar ela voltou para o microfone e a voz como a da morte ela disse, "O corpo de
Loren Blake, nosso amado Vampiro Poeta Laureate, foi encontrado pregado no nosso
portão."
Eu podia sentir Damien e as Gêmeas me olhando. Eu pressionei minha mão contra
minha boca para segurar meu choro de horror, como eu tinha feito quando eu vi Loren e
Neferet juntos.
"Foi isso que aconteceu com você," Damien sussurrou, o rosto dele ficou quase cinza
de tão pálido. "Você teve um Imprint com ele, não teve?"
Eu só podia acenar. Toda a minha atenção estava focada em Neferet, que continuou
a falar. "Loren foi estripado e decapitado. Como a professora Nolan, eles pregaram uma
escritura no corpo dele. Esse do livro de Ezequiel. Dizia, Livra-se de todas as coisas
detestáveis disto e todas as abominações desde então, ARREPENDA-SE." Ela pausou e
curvou a cabeça parecendo estar rezando para se reerguer. Então ela se ajeitou,
erguendo o rosto, e a raiva dela era tão brilhante e gloriosa que vez meu coração bater
mais rápido.
"Como eu estava dizendo antes dessa trágica noticia, não será uma guerra aberta,
mas será mortal e seremos vitoriosos. Talvez seja hora dos vampiros tomarem seus
lugares nesse mundo, e o lugar apropriado não é ser subjugado por humanos!"
Eu sabia que eu ia vomitar, então eu corri do auditório, felizes por meu lugares sem
no fim da ultima fileira. Eu sabia que meus amigos não iriam me seguir. Eles ainda
ficariam lá dentro, torcendo com todo mundo. E eu estaria ali fora, tento minhas
estranhas se revirando porque eu sabia com a minha alma que uma guerra com humanos
era errada. Essa não era a vontade de Nyx.
Eu arfei, respirando fundo e tentando parar de tremer. Ok, eu posso saber que
guerra não é a vontade de nossa deusa, mas o que eu ia fazer sobre isso? Eu era só uma
garota - e minhas ações recentes provaram que eu não era muito esperta. Nyx
provavelmente estava com raiva de mim também. Ela deveria.
E então eu lembrei da dor familiar que passou pela minha cintura. Eu olhei ao redor,
me certificando que estava sozinha, então eu ergui a borda do meu vestido para poder ver
minha pele. Elas estavam ali! Minhas lindas Marcas tinham aparecido ao redor da minha
cintura. Eu fechei meus olhos. Oh obrigado, Nyx! Obrigado por não me abandonar!
Eu me inclinei contra a parede do auditório e chorei. Eu chorei por Afrodite e Heath,
Erik e Stevie Rae. Eu chorei por Loren. Chorei principalmente por Loren. A morte
dele me abalou. Minha mente sabia que ele não me amava. Que ele tinha me usado
porque Neferet queria que ele se aproximasse de mim, mas isso não parecia importar para
a minha alma. Eu senti a perda dele como se ele tivesse sido arrancado do meu coração.
Eu sabia que tinha algo errado sobre a morte dele, e o errado era mais do que ser


assassinado por fanáticos religiosos. E esses fanáticos podiam ser relacionados a mim.
Meu padrasto podia ter causado a morte de Loren.
A morte dele... Loren está morto...
E me atingiu. Eu não sei quanto tempo fiquei inclinada contra a parede do auditório
e chorei e tremi. Eu só sabia que estava sentindo a morte da garota que eu costumava ser
assim como a de Loren.
"É sua culpa." A voz de Neferet me cortou. Eu olhei para cima, limpando meu rosto
com minha manga, para ver ela parada ali, com os olhos vermelhos, mas sem lagrimas.
Ela me deixou doente.
"Todos pensam que você não está chorando porque você é corajosa e forte," eu
disse. "Mas eu sei que você não está chorando porque você não tem coração. Você não é
capaz de se importar o bastante para chorar."
"Você está errada. Eu o amava, e ele me adorava. Mas você já sabe disso, não é?
Você nos viu como a pequena cobra que você é," ela disse. Neferet olhou rapidamente por
cima dos ombros para as portas e levantou o dedo para mim, como se estivesse dizendo
que precisa de um minuto. Eu podia ver que os guerreiros que estavam para indo até ela
pararam e viraram as costas contra as portas; obviamente o trabalho deles era impedir
que alguém nos interrompe-se. Então Neferet virou de novo para mim. "Loren está morto
por sua causa. Ele podia sentir o quão chateada você estava, e quando o perímetro foi
quebrado ele achou que era você correndo da pequena cena que eu orquestrei entre você
e o pobre e chocado Erik." Ela disse numa voz sarcástica. "Loren foi procurar você. E
porque ele estava te procurando, Loren foi morto."
Eu balancei minha cabeça, deixando minha raiva e nojo se afogar na dor e medo.
"Você fez tudo isso. Você sabe. Eu sei. E, mas importante, Nyx sabe."
Neferet riu. "Você usou o nome da deusa antes quando me ameaçou, e no entanto
aqui estou, uma poderosa Alta Sacerdotisa, e ai estava você, uma boba e estúpida caloura
que foi abandonada por seus amigos."
Eu engoli com força. Ela estava certa. Ela era tudo aquilo, e eu era nada. Eu fiz
escolhas estúpidas, e por causa disso quebrei a confiança dos meus amigos. E ela ainda
estava, muito, no comando. Eu sabia no meu coração que Neferet estava escondendo mal
e ódio, mas eu podia olhar para ela ver. Ela era linda e brilhante e poderosa. Ela parecia a
imagem perfeita de uma Alta Sacerdotisa e alguém Escolhido pela deusa. Como eu achei
que podia enfrentar ela?
Então eu senti o vento mudando, o calor dos dias de verão, a doce frieza da costa do
mar, a selvagem e vasta terra, e a força do meu espírito. A nova evidencia do favor de
Nyx passou ao meu redor da minha cintura enquanto as palavras da deusa passaram pela
minha memória: Lembre-se, escuridão nem sempre equivale ao mal, assim como luz nem
sempre trás o bem.
Eu arrumei as costas. Me focando nos cinco elementos eu ergui as mãos, palmas
para cima, e sem tocar Neferet, eu empurrei.
A Alta Sacerdotisa foi jogada para trás, cambaleando, perdeu o equilíbrio, e caiu de
bunda. Quando vários guerreiros saíram do auditório para ajudar ela a levantar, eu me
curvei, fingindo estar me certificando que ela estava bem, e sussurrei, "Você pode querer
reconsiderar em me irritar, velha mulher."
"Isso não acabou entre nós," ela assoviou.
"Pela primeira vez, eu concordo totalmente com você,"
Então eu me afastei dela e deixei os guerreiros e o resto dos calouros e vampiros
que estavam saindo do auditório e se colocando ao redor dela. Eu podia ouvir ela dizendo


a eles que ela tinha quebrado um salto e tropeçado - e que tudo estava bem - e então a
multidão suspirou.
Eu não esperei as Gêmeas e Damien saírem para me ignorarem. Eu virei minhas
costas para todos eles e fui em direção ao meu dormitório. Eu dei alguns passos quando
Erik saiu das sombras do auditório. Os olhos dele estavam bem abertos e chocados, e ele
parecia abatido e pálido. Claramente, ele tinha testemunhado a cena toda entre Neferet e
eu. Eu ergui meu queixo e encontrei o familiar olhos azuis dele.
"Yeah, tem mais acontecendo do que você achou," eu disse.
Ele balançou a cabeça, mas mais em surpresa do que em descrença. "Neferet... ela -
ela..." ele lutou, olhando por cima dos meus ombros para a multidão que ainda cercava a
Alta Sacerdotisa.
"Ela é uma vaca do mal? São essas as palavras que você está procurando? Yeah, ela
é." Foi bom dizer isso. Me senti especialmente bem ao dizer para Erik. Eu queria explicar
mais para ele, mas as próximas palavras dele me impediram.
"Isso não muda o que você fez."
Eu de repente não sentia, nada a não ser muito, muito cansada. "Eu sei disso Erik."
Sem outra palavra eu me afastei.
O amanhecer estava clareando o céu, dando a escuridão o tom pastel do amanhecer.
Eu respirei profundamente, respirando o frio do novo dia. O confronto com Neferet e
Erik me deixou estranhamente pacifica e meus pensamentos facilmente se organizaram
em duas novas colunas.
Pelo lado positivo: Um, minha melhor amiga não era mais um monstro louco por
sangue morto vivo. É claro, eu não tinha certeza do que ela era, ou, por sinal, onde ela
estava. Dois, eu não tinha mais três namorados para brigar. Três, eu não tinha um
Imprint com ninguém, que era uma boa coisa. Quatro, Afrodite não estava morta. Cinco,
eu disse a meus amigos varias coisas que eu queria conta a eles a muito tempo. Seis, eu
não era mais virgem.
Pelo lado negativo: Um, eu não era mais virgem. Dois, eu não tinha mais namorado.
Nenhum. Três, eu posso ter causado a morte do Vampiro Poeta Laureate, se é que não
tinha sido causada por alguém da minha família. Quatro, Afrodite era humana, e estava
claramente apavorada. Cinco, a maior parte dos meus amigos estavam fulos comigo e não
confiavam em mim. Seis, eu não tinha parado de mentir a eles porque eu não contei a
verdade sobre Neferet. Sete, estava presa no meio de uma guerra entre vampiros (que eu
não era uma ainda) e humanos (que eu não era mais). E, para nosso grande vencedor,
oito, a mais poderosa Alta Sacerdotisa do nosso tempo era minha inimiga jurada.
"Mee-uf-ow!" A voz mau humorada de Nala me deu um aviso suficiente para abrir
meus braços logo antes dela pular em cima de mim.
Eu acariciei ela. "Algum dia você vai pular cedo demais e cair de bunda." Eu sorri
lembrando, "Como o que aconteceu com Neferet."
Nala ronronou e esfregou o rosto contra o meu.
"Bem, Nala, parece que estou no meio de uma profunda merda. O negativo na
minha vida totalmente sobrepuja o positivo, e sabe o que é estranho? Eu estou
começando a me acostumar." Nala continuou se esfregando, e eu beijei ela em cima da
pequena mancha branca em cima do nariz. "Coisas difíceis estão por vir, mas eu acredito
honestamente que Nyx me Escolheu, o que significa que ela estará comigo." Nala fez um
barulho de uma velha mulher, e eu me corrigi. "Eu digo, nós. Nyx estará conosco."


Eu mudei Nala nos meus braços para poder abrir a porta do dormitório. "É claro, Nyx
me escolher fez eu duvidar da habilidade dela de fazer escolher," eu murmurei, meio
brincando.
Acredite em si, Filha, e fique pronta para o que está por vir.
Eu uivei quando a voz de deusa flutuou pela minha mente.
Ótimo. Fique pronta para o que esta por vir não parece muito bom. Eu olhei para
Nala e suspirei.
"Lembra quando achamos que eu ter um aniversário horrível era nosso maior
problema?"
Nala espirrou no meu rosto, me fazendo rir quando eu disse "eew" e corria para meu
quarto, indo até a caixa de lenços que eu mantinha na cabeceira.
Como sempre, Nala resumiu minha vida perfeitamente: meio engraçada, meio
nojenta, e mais do que um pouco confusa.

FIM

House of Night - 04 - Untamed
Por P.C. Cast e Kristin Cast


Untamed


Esse é para os estudantes, passado e atual,
da South Intermediate High School em Broken Arrow,
Oklahoma. Obrigado pelo entusiasmo, senso de humor,
e apoio a essa serie. SIHS é a melhor!
E também a todas as moças do Tulsa Gatos de rua.
Elas não são freiras, mas se qualificam como santas
Para gatos!


UM

A caw! caw! caw! O estúpido galo continuou a noite toda. (Bem, mas precisamente,
o dia todo - porque, sabe, eu sou uma vampira caloura e temos todo aquele negocio do
dia e noite serem virados.) De qualquer forma, eu não dormi nada ontem a noite/dia. Mas
dormir mal é atualmente a coisa mais fácil de se lidar, já que a vida é uma droga quando
seus amigos estão bravos com você. Eu devo saber. Eu sou Zoey Redbird, atualmente a
nada disputada Rainha da Terra de Fazer Meus Amigos Ficarem Fulos.
Persephone, a grande égua que eu podia considerar como minha enquanto viver na
House of Night, mexeu a cabeça e acariciou minha bochecha. Eu beije o nariz dela
suavemente e acariciei o pescoço. Cuidar de Persephone sempre me ajuda a pensar e a
me sentir melhor. E eu definitivamente preciso de ajuda com as duas coisas.
"Ok, então, eu consegui evitar o Grande Confronto por dois dias, mas isso não pode
continuar," eu disse a égua. "Sim, eu sei que eles estão na cafeteria agora, jantando
enquanto andam juntos como amiguinhos e me deixam totalmente de fora."
Persephone bufou e voltou a mastigar feno.
"Yeah, eu acho que eles estão sendo idiotas também. Claro, eu menti para eles, mas
foi quase uma omissão. E, yeah, eu não disse algumas coisas para eles. Mas para o
próprio bem deles." Eu suspirei. Bem, o negocio sobre Stevie Rae ser morta viva foi para o
bem deles. As coisas sobre eu ter algo com Loren Blake - Vampiro Poeta Laureate e
professor da House of Night - bem, isso foi para o meu próprio bem. "Mas ainda sim."
Persephone virou a orelha para me ouvir. "Eles estão julgando demais."
Persephone bufou de novo. Eu suspirei de novo. Droga. Eu não podia mais os evitar.
Depois de dar um ultimo tapinha na égua, eu andei devagar para fora do estábulo
dela e guardei o almofaçar* (*para escovar cavalos com uma escova de ferro) e as
escovas para a crina/rabo que eu estava usando na ultima hora. Eu respirei fundo o cheiro
do couro e cavalo, deixando a mistura acalmar meus nervos. Vendo meu reflexo na janela,
eu automaticamente passei meus dedos pelo meu cabelo escuro, tentando fazer parecer
que eu não estava tão mal. Eu fui Marcada como uma caloura vampira e me mudei para a
House of Night a apenas dois meses, mas meu cabelo já era notavelmente mais grosso e
comprido. E um cabelo super bom é uma das muitas mudanças acontecendo comigo.
Algumas delas eram invisíveis - como o fato que eu tenho uma afinidade com os cinco
elementos. Algumas eram muito mais visíveis - como as tatuagens únicas que
emolduravam meu rosto em intricados e exóticos círculos, diferente de qualquer outro
calouro e vampiro adulto, o design de cor safira se espalhava pelo meu pescoço e ombros,
pela minha espinha, e mais recentemente, se ia até a minha cintura, um fato que ninguém
a não ser minha gata, Nala, ou nossa deusa Nyx, e eu sabia.
A quem eu posso mostrar?
"Bem, ontem você tinha não um, mas três namorados," eu disse a mim com os
cabelos negros e com um meio sorriso cínico que estava refletida no vidro. "Mas você
consertou isso, não foi? Hoje não apenas você não tem nenhum namorado, mas ninguém
nunca mais vai confiar em você de novo, por pelo menos, eu não sei, um trilhão de anos
mais ou menos." Bem, a não ser Afrodite, que também surtou e fugiu dois dias atrás
porque de repente ela pode ter voltado a ser humana, e Stevie Rae, que foi correr atrás
da apavorada e re-humana Afrodite porque pode ser culpa dela o problema de calouro-
para-humano e eu lancei o circulo e transformei ela de uma garota bizarra e morta viva
para uma estranha-vampira-com-tatuagens-vermelhas-mas-que-voltou-a-si. "Seja como


for," eu disse a mim mesma em voz alta, "você conseguiu fazer porcaria com todos que
apareceram na sua vida. Muito bem, pra você!"
Meu lábio estava começando a tremer e eu senti as lagrimas encherem meus olhos.
Não. Chorar não vai ajudar. Eu quero dizer, serio, se fizesse, então eu e meus amigos
teríamos nos beijado (bem, não literalmente) e feito as passes dias atrás. Eu ia ter que
encarar eles e tentar acertar as coisas.
A fria noite de dezembro estava legal e um pouco enevoada. As luzes na calçada que
iam dos estábulos e o campo até de volta ao prédio principal de escola brilhavam com as
pequenas luzes amarelas, parecendo lindas e de um antigo mundo. Na verdade, o campus
todo da House of Night era lindo, e sempre me fazia pensar que era algo que pertencia a
lenda do Rei Arthur mais do que ao século vinte. Eu amo isso aqui, eu me lembrei. É meu
lar. É onde eu pertenço. Eu vou consertar tudo com meus amigos, e tudo ficara bem.
Eu estava mordendo meu lábio e me preocupando sobre como eu ia acertar as coisas
com meus amigos quando meu estresse mental foi interrompido por um estranho barulho
de asas batendo que encheu o ar ao meu redor. Algo sobre o som mandou um calafrio
para a minha espinha. Eu olhei para cima. Não havia nada acima de mim a não ser
escuridão e os galhos nus dos enormes carvalhos que se alinhavam a calçada. Eu tremi,
tendo um momento de andando-por-cima-do-meu-tumulo enquanto a noite passou de
suave e enevoada para escura e malévola.
Espera aí - escura e malévola? Bem, isso é bobo! O que eu ouvi foi provavelmente
nada mais sinistro do que o vento passando pelas árvores. Jeesh, eu estou
enlouquecendo.
Balançando a cabeça para mim mesma, eu continuei andando, mas dei apenas
alguns passos quando aconteceu de novo. O estranho barulho de asas batendo acima de
mim fez o ar, que parecia 10 graus mais frio, passar selvagemente contra a minha pele.
Eu automaticamente ergui uma mão, imaginando morcegos e aranhas e todo tipo de
coisas assustadoras.
Meus dedos passaram pelo nada, mas era um nada frio, e uma dor gelada passou
pela minha mão. Completamente apavorada, eu uivei e abracei minha mão no meu peito.
Por um segundo eu não sabia o que fazer, e meu corpo ficou atordoado com medo. As
batidas estavam ficando mais altas e o frio mais intenso quando eu finalmente consegui
me mexer. Abaixando a cabeça, eu fiz a única coisa que podia. Eu corri para a porta mais
perto para a escola.
Depois de entrar, eu fechei a grossa porta de madeira atrás de mim, ofegando, virei
para espiar pela pequena janela. A noite se deslocou e flutuou diante dos meus olhos,
como uma tinta preta jogada no papel. Ainda sim, o terrível sentimento de medo gelado
continuou em mim. O que estava acontecendo? Quase sem perceber o que eu estava
fazendo, eu sussurrei, "Fogo, venha até mim. Eu preciso do seu calor."
Instantaneamente o elemento respondeu, enchendo o ar ao meu redor com o calor
do fogo. Ainda olhando pela pequena janela, eu pressionei minhas palmas contra a
madeira da porta. "Lá fora," eu murmurei. "Mande seu calor para lá também." Com uma
onda de calor, o elemento se moveu, através da porta, e passou pela noite. Ouve um som
de assovio, como vapor erguendo de gelo seco. A nevoa rolou, grossa e ensopada, me
dando um senso de vertigem que me deixou um pouco nauseada, e a estranha escuridão
começou a evaporar. Então o calor afastou completamente o frio, e tão de repente como
tinha começado, a noite de novo voltou a ficar quieta e familiar.
O que acabou de acontecer?


Minha mão picada chamou minha atenção. Eu a olhei. Pelas costas da minha mão
haviam machucados vermelhos, como se algo com garras, ou unhas, tivesse arranhado
minha carne. Eu esfreguei as marcas que pareciam ser feitas com raiva, que queimavam
como uma queimadura.
Então o sentimento me atingiu com força, duramente, e me sobrepujando - e eu
sabia com meu sexto sentido dado pela deusa que eu não deveria estar aqui sozinha. A
escuridão que manchou a noite - o fantasmagórico algo que tinha me perseguido e picado
minha mão - me encheu com um terrível sentindo estranho e pela primeira vez em muito
tempo, eu estava realmente com medo. Não por meus amigos. Não por minha avó ou
meu ex-namorado humano, ou pela minha mãe estranha. Eu estava com medo por mim.
Eu não apenas queria a companhia dos meus amigos; eu precisava deles.
Ainda esfregando minha mão, eu fiz minhas pernas se moverem e sabia alem de
qualquer duvida que eu preferia encarar a magoa e desapontamento dos meus amigos do
que o que quer que fosse a coisa negra que estava esperando por mim escondida na
noite.
Eu me revoltei por um segundo fora da porta aberta do cheio "salão de jantar" (AKA
cafeteria da escola) observando os outros garotos conversando facilmente e felizes entre
si, e fiquei quase sobrepujada com o repentino desejo de ser só outra caloura - sem ter
habilidades extraordinárias ou a responsabilidade que vinha junto com essas habilidades.
Por um segundo eu quis tanto ser normal que foi difícil para mim respirar.
Então senti a suave brisa do vento contra a minha pele que parecia aquecida pelo
calor de uma chama invisível. Eu senti o cheiro do oceano, embora não houvesse
definitivamente nenhum oceano perto de Tulsa, Oklahoma. Eu ouvi pássaros cantando e
senti o cheiro da grama recém cortada. E meu espírito se encheu de uma alegria
silenciosa quando reconheci meus poderosos dons dados pela deusa com a afinidade para
cada um dos cinco elementos: ar, fogo, água, terra, e espírito.
Eu não era normal. Eu não era como ninguém, calouro ou vampiro, e era errado da
minha parte desejar o contrario. E como parte do meu não normal estava me dizendo que
eu tinha que entrar e tentar fazer as pazes com meus amigos. Eu arrumei minhas costas e
olhei ao redor do salão com olhos que estavam limpos de alto piedade, e eu facilmente
encontrei meu grupo especial sentados juntos.
Eu respirei fundo e caminhei rapidamente pela cafeteria, dando um pequeno aceno e
um sorriso para quem disse oi para mim. Eu notei que todos pareciam estar reagindo a
mim com sua mistura usual de respeito e cuidado, o que significa que meus amigos não
estavam falando nada sobre a minha confusão. Também significa que Neferet não tinha
começado seu ataque aberto contra mim. Ainda.
Eu peguei uma rápida salada e uma coca. Então, segurando minha bandeja com uma
firmeza anormal que estava deixando meus dedos brancos, eu marchei diretamente para
nosso banco e sentei normalmente ao lado de Damien.
Quando eu sentei, ninguém olhou para mim, mas a conversa deles morreu
instantaneamente, o que é algo que eu odeio. Eu quero dizer, o que é mais horrível do
que chegar no seu grupo de supostamente-melhores-amigos e ver todos eles se calarem
para você saber com certeza que todos estavam falando de você? Ugh.
"Oi," eu disse ao invés de sair correndo ou começar a chorar como eu queria.
Ninguém disse nada.
"Então, e aí?" eu dirigi a pergunta diretamente para Damien, sabendo que meu
amigo gay era naturalmente o link mais fraco da corrente não-fale-com-Zoey.


Infelizmente, foram as Gêmeas que responderam e não o gay, e por tanto mais
sensível e educado, Damien.
"Nenhum merda, certo, Gêmea?" disse Shaunee.
"É isso mesmo, Gêmea, nenhuma merda. Porque não podemos ser confiáveis para
saber merda nenhuma," Erin disse. "Gêmea, você sabia que nós somos totalmente
inconfiáveis."
"Não até recentemente eu não sabia, Gêmea. E você?" Shaunee disse.
"Não sabia até recentemente também," Erin terminou.
Ok, as Gêmeas não são Gêmeas de verdade. Shaunee Cole é uma americana com
descendência jamaicana de cor caramelo que cresceu na costa Leste. Erin Bates é uma
linda loira que nasceu em Tulsa. As duas se encontraram depois de serem Marcadas e se
mudarem para a House of Night. Elas se ligaram instantaneamente - e como genética e
geográfica nunca existiram. Elas literalmente terminam as frases uma das outras. E nesse
momento elas estão olhando para mim com aquele olhar gêmeo de raiva e suspeita.
Deus, elas me cansam.
Elas também me deixam irritadas. Sim, eu escondi coisas delas. Sim, eu menti para
elas. Mas eu precisava. Bem, quase precisava. E o comportamento gêmeo delas de raiva
estava me irritando.
"Obrigado pelo amável comentário. E agora eu vou tentar perguntar isso a alguém
que não tem que responder em uma versão stereo da odiosa Blair de Gossip Girl." Eu virei
minha atenção para longe delas e olhei diretamente para Damien, embora eu pudesse
ouvir as Gêmeas sugando o ar e se aprontando para dizer algo e eu estava esperando que
eles algum dia fossem se arrepender. "Então, eu acho que o que eu realmente quero
perguntar quando disse "e aí," e se você notou algum assustador e fantasmagórico bater
de assas do lado de fora ultimamente. Notou?"
Damien é alto e realmente fofo com uma excelente estrutura óssea e cujos olhos
marrons são normalmente quentes e expressivos, mas estavam, nesse momento,
cuidados e mais do que um pouco frios. "Um bater de asas fantasmagórico?" ele disse.
"Desculpe, não faço idéia do que você está falando."
Meu coração se apertou ao estranho tom de voz dele, mas eu disse a mim mesma
que pelo menos ele respondeu minha pergunta. "No caminho para cá, algo meio que me
atacou. Eu não consegui ver nada, mas era frio e machucou minha mão." Eu ergui minha
mão para mostrar a ele - e não havia machucado nenhum.
Ótimo.
Shaunee e Erin bufaram juntas. Damien só parecia muito, muito triste. Eu estava
abrindo minha boca para explicar que havia um machucado ali alguns minutos atrás,
quando Jack se aproximou.
"Oh, oi! Desculpe estou atrasado, mas quando pus minha camisa encontrei uma
enorme mancha no lado da frente. Da pra acreditar?" Jack disse enquanto corria com uma
bandeja de comida e sentava no seu lugar ao lado de Damien.
"Uma mancha? Não naquele adorável Armani de manga comprida que eu te dei de
natal, né?" Damien disse, se mexendo para dar espaço para seu namorado.
"Ohmeudeus, não! Eu nunca derramei nada nele. Eu só amo e -" As palavras dele
morreram quando os olhos dele passaram de Damien para mim. Ele engoliu em seco. "Oh,
uh. Oi, Zoey."
"Oi, Jack," eu disse, sorrindo para ele. Jack e Damien estavam juntos. Olá. Eles são
gays. Meus amigos e eu, junto com qualquer um que não tem a mente pequena e é
critico, não tem problemas com isso.


"Eu não estava esperando ver você," Jack disse. "Eu achei que você ainda está...
uh... bem..." ele parou, parecendo desconfortável e corando.
"Você achou que eu ainda estava escondida no meu quarto?" eu ajudei.
Ele acenou.
"Não," eu disse firmemente, "eu terminei com isso."
"Bem, ta-na-hora" Erin começou, mas antes de Shaunee poder continuar, uma risada
sexy vindo da porta atrás de nós fez todos virarem para olhar.
Afrodite entrou no salão, rindo enquanto piscava para Darius, um dos mais novos e
gostosos Guerreiros Filhos de Erebus, que protegem a House of Night, e virou o cabelo de
forma excelente. A garota sempre foi boa em multi-tarefas, mas fiquei totalmente chocada
sobre o quão despreocupada e legal ela parecia. Apenas dois dias atrás ela quase morreu
e surtou porque a lua crescente - que aparece na testa dos calouros, os Marcando quando
eles começam a Mudança que ou ia transformar em um vampiro ou matar - tinha
desaparecido do rosto dela.
O que significa que de alguma forma ela voltou a ser humana.


DOIS

Ok, eu achei que ela tinha voltado a ser humana, mas mesmo de onde eu estava
sentada eu podia ver que a Marca de Afrodite tinha voltado. Os olhos azuis frios dela
varreram a cafeteria enquanto dava as pessoas que assistia um olhar metido antes de
voltar sua atenção de volta a Darius e deixava a mão dela repousar no peito do guerreiro.
"Foi tão gentil da sua parte me trazer até o salão de jantar. Você tem razão. Eu
deveria ter tirado dois dias para cortar minhas férias. Com toda essa loucura acontecendo
por aqui, é melhor ficar no campus onde posso ser protegida. E já que você disse que vai
ficar na porta do nosso dormitório, isso é definitivamente o lugar mais seguro e atraente
para ficar." Ela praticamente jogou nele. Jeesh, ela era uma vadia. Se eu não estivesse tão
surpresa em ver ela, eu teria rido mais apropriadamente. Alto, e obviamente.
"E eu devo voltar para meu posto lá. Boa noite, minha senhora," Darius disse. Ele
deu uma reverencia afiada, o que o fez parecer com um daqueles românticos e lindos
cavalheiros, fora o cavalo e a brilhante armadura, de antigamente. "É um prazer servir
você." Ele sorriu para Afrodite mais uma vez antes de virar e sair da cafeteria.
"E eu aposto que seria um prazer servir você," Afrodite disse em sua voz mais
nojenta assim que ele saiu de vista. Então ela virou para o salão que a encarava
silenciosa. Ela ergueu uma sobrancelha e deu a todos aquele olhar de desprezo. "O que?
Parece que vocês nunca viram nada lindo antes. Diabos, eu só sai por alguns dias. A
memória fraca de vocês deveria ser melhor que vocês. Lembra? Eu sou a linda vadia que
todos vocês odeiam." Quando ninguém disse nada, ela virou os olhos. "Oh, tanto faz." Ela
foi até onde estava a salada e começou a encher seu prato quando o barulho finalmente
começou e todos fizeram barulhos rudes quando voltaram para sua comida.
Para os desinformados, eu tenho certeza que Afrodite parecia como sempre. Mas eu
podia ver o quão nervosa e tensa ela estava. Diabos, eu entendia exatamente como ela se
sentia - eu mesma tinha passado por isso. Na verdade, eu estava no meio dessa situação
com ela.
"Eu achei que ela tinha voltado a ser humana," Damien disse para todos nós. "Mas a
Marca dela voltou."
"Nyx sempre é misteriosa," eu disse, tentando soar mais como uma Alta Sacerdotisa
em treinamento.
"Eu acho que o caminho de Nyx é outra palavra com M, Gêmea," Erin disse. "Você
pode adivinhar?"
"Muito confusa?" Shaunee disse.
"Exato," Erin disse.
"Essa é a palavra," Damien disse.
"Oh, não seja tão metido," Shaunee disse a ele. "Além do mais, o ponto é que
Afrodite é uma vadia, e estavamos esperando que Nyx tivesse largado ela quando a Marca
desapareceu."
"Mais do que meio esperando, Gêmea," Erin disse.
Todos encaravam Afrodite. Eu tentei forçar a salada garganta abaixo. Vê, esse é o
problema: Afrodite costumava ser muito popular, poderosa, e uma caloura nojenta da
House of Night. Desde que ela cruzou o caminho da Alta Sacerdotisa, Neferet, e foi
totalmente afastada, ela foi reduzida a simplesmente a maior vaca da House of Night.
É claro, estranhamente (e típico o bastante para mim), ela e eu meio que,
acidentalmente nos tornamos amigas - ou pelo menos, aliadas. Não que a gente queira
que as massas saibam disso. Ainda sim, estive preocupada com ela quando ela


desapareceu, embora Stevie Rae a tenha perseguido. Eu quero dizer, eu não sei de
nenhuma das duas em dois dias.
Naturalmente, meus outros amigos - Damien, Jack, e as Gêmeas - a odiavam. Então
dizer que eles estavam chocados e não muito confortáveis quando Afrodite andou
diretamente para nós e sentou ao meu lado é não exagerar quase tanto quando aquele
cavalheiros do filme do Indiana Jones dizer "ele escolheu mal" quando o cara malvado
pega a taça errada e bebe e o corpo dele desintegra.
"Encarar não é educado, mesmo alguém tão linda quanto eu," Afrodite disse antes de
morder a salada.
"O que diabos você está fazendo, Afrodite?" Erin perguntou.
Afrodite engoliu e então piscou com um falso ar de inocente para Erin. "Comendo,
retardada." Ela disse suavemente.
"Essa é uma zona longe de vadias," Shaunee dise, finalmente recuperando a
habilidade de falar.
"Yeah, ela está montada aqui," Erin disse, apontando para a placa de mentira atrás
do banco.
"Eu odeio repetir um sentimento que eu disse antes, mas nesse caso vou fazer uma
exceção. Então de novo eu digo: Morram Gêmeas Nerds."
"É isso," Erin disse, mal sendo capaz de manter a voz baixa. "Gêmea e eu vamos
quebrar a sua Marca no seu rosto."
"Yeah, talvez eu ajude dessa vez," Shaunee disse.
"Parem." Eu disse. Quando as Gêmeas viraram seus olhares furiosos para mim, eu
senti meu estomago se apertar. Elas me odiavam tanto para me olharem desse jeito? Fez
o meu coração doer ao pensar nisso, mas eu ergui meu queixo e as encarei. Se eu
completasse a Mudança como vampira, eu algum dia seria uma Alta Sacerdotisa, e isso
significa que é melhor elas me ouvirem. "Já passamos por isso. Afrodite é parte das Filhas
Negras agora. Ela também é parte do nosso circulo, já que tem uma afinidade com a
terra." Eu hesitei, me perguntando se ela ainda tinha uma afinidade, ou se ela a tinha
perdido quando foi de caloura para humana e então, aparentemente, voltado a ser
caloura, mas tudo era muito confuso, então continuei. "Vocês sabem que concordamos
em aceitar ela nessa posição, sem xingamentos e lembranças de ódio."
As Gêmeas não falaram nada, mas a voz de Damien, soando sem emoção. Veio do
meu outro lado. "Concordamos com isso, mas não concordamos em ser amigos dela."
"Eu não disse que queria ser amiga de vocês," Afrodite disse.
"Idem, vadia!" As Gêmeas falaram juntas.
"Tanto faz," Afrodite disse, fazendo parecer que ia pegar a bandeja e sair.
Eu abri minha boca para dizer a Afrodite para sentar e mandar as Gêmeas calarem a
boca quando um bizarro barulho ecoou pelo corredor até as portas abertas da cafeteria.
"O que -?" eu comecei, mas não terminei a pergunta pelo menos até uma dúzia de
gatos entrarem na cafeteria, assoviando e babando feito loucos.
Ok, na House of Night, tem gatos em todos os lugares. Literalmente. Eles nos
seguem, dormem com a gente, e no caso da minha gata, Nala, reclamam bastante para o
calouro da sua escolha. Na aula de Sociologia Vampira, uma das primeiras coisas que
aprendemos é que os gatos a muito tempo são familiares dos vampiros. Isso significa que
estamos acostumados a ter gatos em todos os lugares. Mas eu nunca os vi tão malucos.
O enorme gato cinza das Gêmeas, Beelzebub, pulou entre elas. Ele estava duas
vezes do seu tamanho, e ele encarava a porta aberta com olhos âmbares cheios de raiva.
"Beelzebub, baby, qual o problema?" Erin tentou acariciar ele.


Nala pulou no meu colo. Ela colocou as patinhas nos meus ombros e me deu um
rosno assustador de gato maluco, enquanto ela, também, encarava a porta e para o
barulho caótico que vinha do corredor.
"Hey," Jack disse. "Eu conheço esse som."
E me atingiu ao mesmo tempo. "É um cão latindo," eu disse.
Então algo que lembrava um enorme urso amarelo mais do que um cachorro entrou
na cafeteria. O cachorro-urso era seguido por um garoto que era seguido por vários
professores parecendo cansados, incluindo nosso professor de esgrima, Dragon Lankford,
e nossa professora de eqüestre, Lenobia, assim como vários guerreiros Filhos de Erebus.
"Te peguei," o garoto gritou assim que pegou o cachorro e parou não muito longe de
nós enquanto ele olhava ao redor, colocava a coleira na besta (que eu notei era de couro
rosa com pregos ao prateados ao redor), e colocava a guia nela. No instante que a coleira
foi presa, o urso parou de latir, sentou no chão, e encarou, ofegando, para o garoto.
"Yeah, ótimo. Agora você age certo," eu ouvi ele murmurar para o obviamente feliz
cachorro.
Embora ele tivesse parado de latir, os gatos na cafeteria definitivamente não tinham
parado de surtar. Havia tanto som de assovios, que parecia que ar saia dum tubo de ar.
"Você vê, James, era o que eu estava tentando explicar para você mais cedo,"
Dragon Lankford disse enquanto começava a franzir para o cachorro. "Esse animal não
pode ficar na House of Night."
"É Stark, e não James," o garoto disse. "E como eu estava tentando explicara você
antes - o cachorro tem que ficar comigo. É como é. Se você me quer - você também tem
que ter ela."
Eu decidi que o novo cachorro garoto tinha um jeito diferente. Não era como se ele
estivesse sendo abertamente rude e desrespeitoso a Dragon, mas ele também não estava
falando com ele com respeito, e algum medo, que era o que acontecia quando um recém
Marcado calouro falava com um vampiro. Eu olhei a frente da camiseta do Pink Floyd Não
havia nenhuma insígnia de ano ali, então eu não fazia idéia de que ano ele estava ou a
quanto tempo ele tinha sido Marcado.
"Stark," Lenobia estava dizendo, obviamente tentando ser razoável com o garoto,
"não é possível integrar um cachorro no campus. Você pode ver o quanto ele chateia os
gatos."
"Eles vão se acostumar com ele. Eles se acostumaram na House of Night de Chicago.
Ela normalmente se comporta e não os persegue, mas o gato cinza pediu quando assovio
e tentou arranhar ela."
"Uh, oh," Damien perguntou.
Eu não precisa olhar - eu podia sentir as Gêmeas bufando.
"Minha deusa, pra que todo esse barulho?" Neferet entrou no salão, parecendo linda
e poderosa e completamente em controle.
Eu vi os olhos do garoto novo se alargarem enquanto ele absorvia a beleza dela. Era
tãããããããoooo irritante que todos ficassem automaticamente idiotas quando olhavam pela
primeira vez para a nossa Alta Sacerdotisa e minha inimiga, Neferet.
"Neferet, desculpe pela interrupção." Dragon colocou o pulso por cima do coração e
se curvou respeitosamente para a Alta Sacerdotisa. "Esse é meu novo calouro. Ele chegou
recentemente."
"Isso explica como o calouro chegou aqui. Não explica como isso chegou aqui."
Neferet apontou para o cachorro.


"Ela está comigo," o garoto disse. Quando Neferet virou seus olhos para ele, ele
imitou a saudação de se curvou como Dragon. Quando ele se ajeitou, fiquei chocada por
ver que ele deu a Neferet um sorriso que parecia mais do que um pouco convencido. "Ela
é a minha versão de um gato."
"Verdade?" Neferet levantou uma sobrancelha. "E ainda sim ela parece
estranhamente como um urso."
Há! Então eu não estava simplesmente exagerando na minha descrição.
"Bem, Sacerdotisa, ela é uma labradora, mas você não é a primeira pessoa a dizer
que ela parece um urso. Olha isso," Não acreditando, eu observei quando o garoto virou
completamente as costas para Neferet e disse o ao cachorro, "Me dá cinco, Duquesa." O
cachorro obedientemente ergue a bata e bateu na mão de Stark. "Boa garota!" ele disse,
coçando as orelhas dela.
Ok, eu tinha que admitir. Era um truque legal.
Ele voltou sua atenção a Neferet. "Mas cachorro ou urso, ela e eu estamos juntos
desde que fui Marcado quatro anos atrás, então isso a faz um gato o bastante para mim."
"Um labrador?" Neferet andou ao redor do cachorro o estudando. "Ela é muito
grande."
"Bem, yeah, Duquesa sempre foi uma garota grande, Sacerdotisa."
"Duque? Esse é o nome dela?"
O garoto acenou e riu, e embora ele fosse um sestanista, eu de novo estava surpresa
com o quão fácil ele falava com os vampiros adultos, especialmente uma poderosa Alta
Sacerdotisa. "É apelido para Duquesa."
Neferet olhou para o cachorro e para o garoto, e os olhos dela se estreitaram. "Qual
seu nome, criança?"
"Stark," ele disse.
Eu me perguntei se mais alguém viu a mandíbula dela cerrar.
"James Stark?" Neferet disse.
"Alguns meses atrás larguei meu primeiro nome. É apenas Stark," ele disse.
Ela ignorou ele e virou para Dragon. "Ele é o aluno transferido que estávamos
esperando da House of Night de Chicago?"
"Sim, Sacerdotisa," Dragon disse.
Quando Neferet olhou de volta para Stark, eu vi os lábios dela se erguerem num
sorriso calculado. "Eu ouvi bastante sobre você, Stark. Você e eu teremos uma longa
conversa em breve." Ainda estudando o calouro, Neferet falou com Dragon. "Se certifique
que Stark tenha acesso 24 horas a qualquer equipamento de arco e flecha que ele possa
querer."
Eu vi o corpo de Stark tremer. Obviamente Neferet viu também, porque o sorriso
dela aumentou e ela disse, "É claro, as noticias do seu talento te precedem, Stark. Você
não deve parar de praticar só porque mudou de escola."
Pela primeira vez Stark parecia inquieto. Na verdade, ele parecia mais do que
inquieto. Ao mencionar arco e flecha, a expressão de Stark se transformou de fofa e um
pouco sarcástica para fria e quase maldosa.
"Eu disse a eles quando eles me transferiram, que eu parei de competir." A voz de
Stark era rasa, e as palavras dele mal foram carregadas pela nossa mesa. "Mudar de
escola não muda isso."
"Competir? Você diz aquela competição de Arco e Flecha entre as Houses of Night?"
A risada de Neferet me arrepiou. "Importa pouco para mim se você compete ou não.
Lembre-se, eu sou a porta voz de Nyx aqui, e o que eu digo é que é importante você não


desperdiçar seu talento dado pela deusa. Nunca se sabe quando Nyx pode chamar você -
e não vai ser para uma competição boba."
Meu estomago virou. Eu sabia do que Neferet estava falando, sobre a guerra contra
os humanos. Mas Stark, sem ter noção, só pareceu aliviado sem ter que competir de
novo, e a expressão dele voltou a ser indiferente e um pouco convencida.
"Sem problemas. Eu não me importo de praticar, Sacerdotisa," ele disse.
"Neferet, qual é o seu desejo em relação ao, uh, cachorro?" Dragon disse.
Neferet pausou por um momento; então se abaixou graciosamente na frente do
labrador amarelo. As enormes orelhas do cachorro foram para frente. Ela ergueu o nariz
vermelho, cheirando com curiosidade obvia a mão erguida de Neferet. Na minha frente.
Beelzebub assoviou ameaçador. Nala rosnou baixo. Os olhos de Neferet se ergueram e
encontraram os meus.
Eu tentei manter meu rosto sem expressão, mas não sei o quão bem me sai. Eu não
vejo Neferet a dois dias quando ela me seguiu para fora do auditório depois que ela
anunciou que a guerra entre humanos e vampiros que ela queria começar devido ao
assassinato de Loren. Naturalmente, nós conversamos. Ela era a amante de Loren. E eu
também, mas isso não tinha sido sem conseqüência. Loren não me amava. Neferet tinha
armado tudo entre Loren e eu, e ela sabia que eu sabia que ela tinha feito isso. Ela
também sabia que eu sabia que Nyx não aprovava as coisas que ela estava fazendo.
Basicamente, ela machucou seriamente meu coração, e eu odiava Neferet quase
tanto quando a temia. Eu esperei que nada disso se mostrasse no meu resto enquanto
nossa Alta Sacerdotisa ia até nossa mesa. Com um gesto de mão, ela fez Stark e o
cachorro seguirem atrás dela. O gato das Gêmeas deu mais um assovio antes de fugir. Eu
freneticamente acariciei Nala, esperando que ela não perdesse a cabeça enquanto o
cachorro se aproximava. Neferet parou quando chegou na nossa mesa. Os olhos dela
passaram rapidamente de mim para Afrodite antes de irem até Damien.
"Estou feliz que você esteja aqui, Damien. Eu gostaria que você mostrasse a Stark o
quarto dele, e o ajudasse a não se perder no campus."
"Eu ficaria feliz, Neferet," Damien disse rapidamente, com os olhos brilhando quando
Neferet deu a ele um sorriso enorme de agradecimento.
"Dragon vai te ajudar com os detalhes," ela disse. Então os olhos verdes dela se
moveram para mim. Eu me segurei. "E Zoey, esse é Stark. Stark, essa é Zoey Redbird, a
líder das Filhas Negras."
Ele e eu acenamos um para o outro.
"Zoey, como você é a Alta Sacerdotisa em treinamento, eu vou deixar o problema do
cachorro de Stark com você. Eu confio que uma das muitas habilidades que Nyx deu a
você te ajudara a acostumar Duquesa em nossa escola." Os olhos frios dela nunca
deixaram os meus. Eles contavam uma história completamente diferente do que a doce
voz dela. Eles diziam, lembre-se que eu estou no comando aqui e você é apenas uma
criança.
Eu propositalmente quebrei o contato visual com ela e dei a Stark um sorriso
apertado.
"Vou ficar feliz em ajudar seu cachorro a se encaixar."
"Excelente," Neferet disse. "Oh, e Zoey, Damien, Shaunee, e Erin." Ela sorriu para
meus amigos, e meus amigos riram para ela como bobos. Ela ignorou Jack e Afrodite
completamente. "Eu chamei uma reunião especial do Conselho para hoje a noite as
10:30." Ela olhou para seu relógio. "São quase 10 horas agora, então vocês precisam
terminar de comer porque eu espero que os Prefeitos estejam lá também."


"Vamos!" Eles falaram como ridículos passarinhos.
"Oh, Neferet, isso me lembra," eu disse, erguendo a voz para passar pelo salão.
"Afrodite se juntou a nós. Já que ela recebeu um dom de Nyx, uma afinidade pela terra,
todos concordamos que ela também deve ser uma Prefeita do Conselho," Eu segurei o
fôlego, esperando que meus amigos me ajudassem.
Graças a Deus, a não ser o baixo rugido de Nala para Duquesa, ninguém disse nada.
"Como Afrodite pode ser uma Prefeita? Ela não é mais membro das Filhas Negras." A
voz de Neferet ficou fria.
Eu irradiei inocência. "Eu esqueci de te dizer? Eu sinto muito, Neferet! Deve ter sido
por causa de todas as coisas horríveis que aconteceram recentemente. Afrodite voltou as
Filhas Negras. Ela jurou para mim, e para Nyx, seguir nosso código de conduta, e eu
permiti que ela voltasse. Quero dizer, eu achei que era o que você queria - fazer ela voltar
a nossa deusa."
"É isso mesmo." Afrodite soava subjugada de uma maneira nada característica. "Eu
concordei com as novas regras. Eu quero me redimir pelos erros do passado."
Eu sabia que Neferet ia parecer maldosa e rancorosa se ela publicamente rejeitasse
Afrodite depois dela deixar óbvio que queria mudar. E Neferet se importava com as
aparências.
A Alta Sacerdotisa sorriu para todos, sem olhar para Afrodite ou eu. "O quão
generoso por parte de Zoey é aceitar Afrodite de volta no seio das Filhas Negras,
especialmente quando ela se responsabiliza pela conduta de Afrodite. Mas nossa Zoey
parece estar confortável tendo muitas responsabilidades." Então ela olhou para mim, e o
ódio no olhar dela me fez parar de respirar. "Tenha cuidado para não cair devido a tanta
pressão, Zoey querida." Então, como se tivesse ligado um botão, o rosto dela se encheu
de doçura e luz de novo, que ela emitiu para o garoto novo.
"Bem vindo a House of Night, Stark."


TRÊS

"Bem, uh, você está com fome?" eu perguntei a Stark depois que Neferet e o resto
dos vampiros saíram da cafeteria.
"Yeah, acho que sim," ele disse.
"Se você se apressar, pode comer com a gente, e então Damien pode te mostrar
onde será seu quarto antes de irmos para a Reunião do Conselho," eu disse.
"Eu acho que seu cachorro é bonito," Jack disse, passando ao redor de Damien para
olhar melhor a Duquesa. "Eu quero dizer, ela é grande, mas ainda sim muito bonita. Ela
não morde, morte?"
"Não se você não a morder primeiro," Stark disse.
"Oh, eew," Jack disse. "Eu ia ter pelo de cachorro na boca e isso seria nojento."
"Stark, esse é Jack. Ele é o namorado de Damien." Eu decidi fazer as apresentações
e passar pelo possível Oh, não! Ele é um bixa! Problema de uma vez.
"Oi," Jack disse com um doce sorriso.
"Yeah, oi," Stark disse. Não foi um oi cheio de calor, mas ele não parecia estar
emitindo nenhuma vibração homofobica.
"E essas são Erin e Shaunee." Eu apontei para cada uma delas. "Elas também
respondem a Gêmeas, o que vai fazer sentido depois de você as conhecer por tipo, 5
minutos."
"Hey, e aí," Shaunee disse, dando a ele um olhar obvio.
"Idem," Erin disse, dando a ele um olhar idêntico.
"Essa é Afrodite," eu disse.
O sorriso sarcástico dele voltou. "Então você é a deusa do amor. Eu ouvi falar muito
sobre você."
Afrodite estava olhando para Stark com uma estranha intensidade que não parecia
ser de flerte, mas quando ele falou com ela, ela automaticamente virou o cabelo
espetacularmente e disse, "Olá. Eu gosto quando sou reconhecida."
O sorriso dele aumentou e ficou ainda mais sarcástico quando ele deu a ela uma
pequena risada. "Seria difícil não te reconhecer - o nome é bem óbvio."
Eu observei enquanto o olhar intenso de Afrodite instantaneamente se dissipou e foi
substituído por uma expressão muito mais familiar de desdém, mas antes dela poder
verbalmente acabar com o garoto, Damien falou. "Stark, vou te mostrar onde estão as
bandejas." Ele levantou e parou na frente de Duquesa, parecendo mais do que um pouco
confuso.
"Não se preocupe," Stark disse. "Ela vai ficar ai. Desde que os gatos não façam nada
idiota."
O olhar dele passou para Nala, que era a única gata perto de Duquesa. Nala não
começou rosnar de novo, mas estava empoleirada no meu colo, olhando para o cachorro
sem piscar, e eu podia sentir a tensão no corpo dela.
"Nala vai se comportar," eu disse, esperando que ela se comportasse. Eu realmente
não tinha controle pela minha gata. Diabos, quem tem controle por qualquer gato?
"Está certo, então." Ele me deu um rápido aceno antes de dizer ao cachorro,
"Duquesa, fica!" Certo o bastante, quando ele seguiu Damien para a fila, Duquesa ficou.
"Sabe, cachorros são muito parecidos com gatos," Jack disse, olhando para Duquesa
como se ela fosse uma experiência cientifica.
"É porque eles ofegam," Erin disse.


"E são mais flatulentos do que os gatos, Gêmea," Shaunee disse. "Minha mãe tem
aqueles enormes poodles, e eles são umas criaturas cheias de gases."
"Ok, bem, isso realmente não foi divertido," Afrodite disse. "Estou saindo fora."
"Você não quer ficar e fazer olhinhos para o garoto novo?" Shaunee perguntou numa
voz gentil demais.
"Yeah, ele parece gostar demais de você," Erin disse docemente.
"Eu deixo o novato para vocês duas, o que é o certo, já que ele gosta tanto de
cachorros. Zoey, passe no meu quarto quando você terminar com a horda de nerds. Eu
preciso falar com você sobre algo antes da Reunião do Conselho." E então com uma
virada de cabelo e um olhar de desprezo as Gêmeas, ela saiu da cafeteria.
"Ela não é tão ruim quanto finge ser," eu disse as Gêmeas. Elas me deram um olhar
de descrença e eu dei nos ombros. "É que ela finge muito ser má."
"Bem, dizemos, por favor, só por favor, para a atitude horrível dela," Erin disse.
"Afrodite nos faz entender porque as mulheres afogam seus bebês," Shaunee disse.
"Só tentem dar a Afrodite uma chance," eu disse. "Ela vai começar a parar com essa
porcaria que ela faz. Vocês vão ver. Ela pode ser gentil às vezes."
As Gêmeas não falaram nada por alguns segundos, então se olharam, e ao mesmo
tempo balançaram as cabeças e viraram os olhos. Eu suspirei de novo.
"Mas num tópico muito mais importante," Erin disse.
"Yeah, o novo gostozinho," Shaunee disse.
"Olha a bunda dele," Erin disse.
"Eu queria que ele colocasse aquela jeans dele um pouco mais para baixo para poder
olhar melhor," Shaunee disse.
"Gêmea, calças baixas são horríveis. É tão gangue clichê anos 1990. Gostosos só
devem dizer não a ele," Erin disse.
"Ainda sim queria ver a bunda dele, Gêmea," Shaunee disse. Então ela olhou para
mim e sorriu. Era uma versão reservada de sua antiga eu, um sorriso amigável, mas pelo
menos não é o sarcástico tom que ela tem me dado nos últimos dias. "Então, o que você
acha? Ele é gostoso Christian Bale, ou só Tobey Maguire?"
Eu queria começar a chorar de felicidade e gritar, Yeah! Vocês estão começando a
falar comigo de novo! Mas ao invés disso eu agir como se tivesse algum senso e me juntei
as Gêmeas avaliando o garoto novo.
"Ok, então elas tem razão. Stark é fofo. Ele tem um tamanho médio, não é alto como
um quarterback* (*posição no futebol americano) como meu ex-namorado, Heath, ou
incrivelmente lindo estilo Superman como meu calouro-transformado-em-vampiro ex-
namorado, Erik. Mas ele também não era baixo. Na verdade, ele era da altura de Damien.
Ele era meio magro, mas eu podia ver músculos pela camiseta dele, e os braços dele eram
definitivamente gostosos. Ele era fofo, com um cabelo bagunçado de garoto, grandes
olhos marrons, e um bom sorriso. Então, dissecado em partes separadas, Stark era um
cara legal. Enquanto eu observava ele, eu percebi que o que passava ele de médio para
gostoso era a intensidade e confiança dele. Ele se movia como se o que fizesse fosse
deliberado, mas essa deliberação estava cheia de sarcasmo. Era como se ele fosse parte
do mundo, ao mesmo tempo que ele estava virando.
E, sim, é estranho eu ter entendido isso sobre ele tão rápido.
"Eu acho que ele é definitivamente fofo," eu disse.
"Ohmeudeus! Eu acabei de perceber quem é ele!" Jack arfou.
"Conta," Shaunee disse.
"Ele é James Stark!" Jack disse.


"Não brinca," Erin disse, virando os olhos. "Jack, já sabemos disso."
"Não, não, não. Você não entende. Ele é James Stark o melhor arqueiro do mundo!
Você não lembra ter lido sobre ele? Ele arrasou nos Jogos de Verão ano passado. Gente,
ele compete contra vampiros adultos, na verdade Filhos de Erebus, e ele acaba com eles.
Ele é uma estrela..." Jack terminou com um sonhador suspiro.
"Bem, merda! Me bate e me chama de idiota, Gêmea. Jack tem razão!" Erin disse.
"Eu sabia que a gostosura dele tinha grandes proporções," Shaunee disse.
"Wow," eu disse.
"Gêmea, eu vou tentar gostar desse cachorro," Erin disse.
"É claro que vai, Gêmea," Shaunee disse.
Naturalmente, nós quatro estávamos olhando para Stark como completos idiotas
quando Damien e ele voltaram para a mesa.
"O que?" ele disse, a boca cheia de sanduíche. Ele olhou de nós para a Duquesa. "Ela
fez algo enquanto eu não estava? Ela gosta de lamber os dedos."
"Eesh, isso é -" Erin começou, mas calou a boca quando Shaunee a chutou de baixo
da mesa.
"Não, Duquesa foi uma dama perfeita enquanto você não estava," Shaunee disse,
dando a Stark uma risada muito, muito amigável a Stark.
"Bom," Stark disse. Quando todos continuaram a encarar ele, ele se mexeu
desconfortável na cadeira. Como se fosse sua deixa, Duquesa se moveu para se inclinar
contra a perna dela e olhou amorosamente para ele. Eu o vi relaxar e ele
automaticamente se pôs a acariciar as orelhas dela.
"Eu lembro de ouvir falar de você ter derrotado todos aqueles vampiros no arco e
flecha!" Jack disse; então apertou os lábios e se calou corando.
Stark não tirou os olhos do prato. Ele só deu nos ombros. "Yeah, sou um bom
arqueiro."
"Você é aquele calouro?" Damien disse, só agora entendendo. "Bom em arco e
flecha? Você é um arqueiro incrível!"
Stark olhou para cima. "Tanto faz. É só algo que eu sou bom desde que fui
Marcado." Os olhos dele foram de Damien para mim. "Falando em calouros famosos, eu
vejo que o rumor sobre suas Marcas extras são verdadeiras."
"É verdade." Eu realmente odiava esses primeiros encontros. Me deixava muito
desconfortável quando eu conhecia alguém e eles viam como uma super caloura e não a
Zoey de verdade.
Então eu entendi. O que eu estava sentindo provavelmente era muito parecido com o
que Stark sentia.
Eu perguntei a primeira coisa que eu podia pensar para mudar do assunto "especial"
que eu e ele estávamos metidos. "Você gosta de cavalos?"
"Cavalos?" O sorriso sarcástico voltou.
"Yeah, bem, você parece ser um amante de animais," eu disse, passando meu queixo
em direção ao cachorro dele.
"Yeah, eu acho que gosto de cavalos. Eu gosto da maioria dos animais. A não ser
gatos."
"A não ser gatos!" Jack gritou.
Stark deu nos ombros de novo. "Eu nunca gostei deles. Eles são chatos de mais para
o meu gosto."
Eu ouvi as duas Gêmeas bufarem.


"Gatos são criaturas independentes," Damien começou. Eu ouvi o jeito de professor
dele e sabia que eu tinha conseguido mudar de assunto. "Todos sabemos, é claro, que
eles são adorados em muitas culturas antigas do mundo, mas você sabia que eles também
- ?"
"Uh, gente, desculpe interromper," eu disse, levantando e mudando meu aperto em
Nala para não derrubar ela em cima das costas de Duquesa. "Mas eu tenho que ver o que
Afrodite quer antes da Reunião do Conselho. Eu vejo vocês lá, ok?"
"Yeah, ok."
"Eu suponho."
"Tanto faz."
Pelo menos eu tive um tchau.
Eu dei a Stark um sorriso amigável. "Foi um prazer de conhecer. Se precisar de algo
para Duquesa, só me diga. Tem uma boa loja não muito longe daqui. Eles tem muita coisa
para gatos, mas aposto que tem coisas para cachorro também."
"Eu te digo," ele disse.
E então, enquanto Damien tresumia em sua ótima aula sobre gatos, Stark me deu
uma rápida piscada e um aceno que claramente dizia que ele gostou do jeito que mudei
de assunto. Eu pisquei de volta para ele e estava a caminho da porta antes de perceber
que estava rindo como uma idiota ao pensar sobre o fato que a ultima vez que eu estive
do lado de fora algo me atacou.
Eu estava parada na frente da enorme porta de madeira como uma estudante com
necessidades especiais quando um grupo de guerreiros Filhos de Erebus desceram as
escadas que levavam para o salão de jantar dos empregados no segundo andar.
"Sacerdotisa," vários deles disseram quando me viram, e o grupo todo pausou para
me dar uma reverencia respeitosa, com as mãos no punho em cima dos peitos
musculosos.
Eu devolvi a saudação nervosamente.
"Oh, uh, obrigado," eu disse, e então com uma inspiração repentina acrescentei,
"estava me perguntando se um de vocês podia me levar de volta ao dormitório e talvez
me dar uma lista do nome dos guerreiros que foram designados a proteger o dormitório
das garotas. Eu acho que o pessoal vai se sentir mais em casa se eu souber seus nomes."
"Isso é muita consideração da sua parte, minha senhora," disse o guerreiro mais
velho, que ainda estava segurando a porta para mim. "Eu ficaria feliz em te dar uma lista
de nomes."
Eu sorri e agradeci para ele. No caminho ao dormitório das garotas, ele conversou
cautelosamente sobre os guerreiros que foram designados a nos proteger enquanto eu
acenava e fazia os barulhos apropriados e tentava olhar para o quieto céu da noite.
Nada passou para resfriar o ar, mas eu não podia me livrar do assustador
pressentimento que algo ou alguém estava me observando.


QUATRO

Eu mal tinha tocado na minha maçaneta quando a porta foi aberta e Afrodite me
agarrou pelo pulso. "Dá pra por a bunda aqui? Merda, você é tão devagar quanto aqueles
garotos gordos, Zoey." Ela me puxou para o quarto e bateu a porta firmemente atrás de
nós.
"Eu não sou devagar, e você tem um diabo de explicações pra fazer," eu disse.
"Como você chegou aqui? Onde está Stevie Rae? Quando a sua Marca voltou? O que -?"
Minhas perguntas foram cortadas por uma alta, e insistente batida vindo da minha janela.
"Primeiro de tudo, você é uma idiota. É a House of Night e não a Escola Publica de
Tulsa. Ninguém tranca suas portas, então eu entrei no seu quarto. Segundo, Stevie Rae
está ali." Afrodite passou por mime correu até a janela. Eu só fiquei parada ali olhando
para ela enquanto ela abria as cortinas e começava a destrancar a janela pesada. Ela me
deu um olhar de irritação por cima dos ombros. "Olá! Uma ajudinha seria bom."
Confusa, eu me juntei a ela na janela. Foi preciso nós duas para abrir ela. Eu olhei do
ultimo andar ao antigo prédio de pedra que parecia mais um castelo do que um
dormitório. A noite de dezembro ainda estava fria e sombria, e agora estava preparada
para chover. Eu podia ver o muro leste através da escuridão e das árvores. Eu tive um
calafrio, mas calouros raramente sentem frio, e não era o tempo que estava me fazendo
tremer. Foi um deslumbre do muro leste - um lugar de poder e desordem. Ao meu lado,
Afrodite suspirou e se inclinou para frente para poder espiar pela janela. "Pare de brincar
e entra aqui. Você vai ser pega, e mais importante, a umidade vai frizzar meu cabelo."
Quando a cabeça de Stevie Rae apareceu, eu quase me mijei.
"Oi, Z!" ela disse alegre. "Da uma olhada na minha nova ultra legal habilidade de
escalada."
"Ohmeudeus.Entra.Aqui." Afrodite passou pela janela aberta, pegou uma das mãos
de Stevie Rae, e a puxou. Como se ela fosse um balão, Stevie Rae parou no meu quarto.
Afrodite rapidamente fechou a janela e as cortinas.
Eu fechei minha boca aberta, mas continuei a olhar Stevie Rae enquanto ela se
levantava, limpando as jeans e colocando a camiseta de manga cumprida para dentro da
calça.
"Stevie Rae," eu finalmente consegui dizer. "Você escalou o lado de fora do
dormitório?"
"Yep!" Ela disse com um sorriso para mim, acenando a cabeça fazendo o cabelo
curto dela se balançar como uma líder de torcida maluca. "Legal, huh? É como se eu fosse
parte do prédio de pedra, e eu fiquei sem peso, e, bem, aqui estou." Ela ergueu as mãos.
"Como o Drácula," eu disse, e sabia que tinha tido meu pensamento em voz alta
quando Stevie Rae franziu e disse, "O que é como o Drácula?"
Eu sentei pesado na ponta da minha cama. "É o livro, Drácula, o antigo de Bram
Stoker," eu expliquei, "Jonathan Harker diz que viu Drácula subindo pelo lado do castelo."
"Oh, yeah, eu posso fazer isso. Quando você diz "como Drácula," eu pensei que eu
parecia como o Drácula - assustadora e pálida com um péssimo corte de cabelo e aquelas
longas e nojentas unhas. Não foi isso que você quis dizer, foi?"
"Não, você está ótima, na verdade." Eu definitivamente estava dizendo a verdade.
Stevie Rae parecia ótima, especialmente comparado a quando ela estava parecendo (e
cheirando) mês passado. Ela parecia como a Stevie Rae de novo, antes do corpo da minha
melhor amiga rejeitar a Mudança e ela morrer a quase exatamente um mês atrás, e
então, de alguma forma, voltar dos mortos. Mas ela estava diferente - quebrada. A


humanidade dela foi quase completamente perdida, e ela não era a única garota a que
isso tinha acontecido. Havia um bando de nojentos garotos mortos vivos andando pelos
túneis proibidos debaixo de Tulsa perto do deposito abandonado. Stevie Rae quase virou
um deles - eu digo, odiosa, e perigosa. A afinidade dela com o elemento da terra fui tudo
que a ajudou a se manter, mas não foi o suficiente. Ela estava caindo. Então, com a ajuda
de Afrodite (que também recebeu uma afinidade pela terra), eu lancei um circulo e pedi a
Nyx para curar Stevie Rae.
E a deusa tinha, mas durante o processo de cura, pareceu que Afrodite tinha que
morrer para salvar a humanidade de Stevie Rae. Graças a deus, isso não foi verdade. Ao
invés de morrer, a Marca de Afrodite desapareceu enquanto a Marca de Stevie Rae
milagrosamente se coloriu e expandiu, mostrando que ela completou a Mudança para uma
vampira. Mas para acrescentar uma confusão geral, a tatuagem de Stevie Rae não tinha
aparecido na cor tradicional de safira, a Marca de todos os adultos são dessa cor. A Marca
de Stevie Rae é escarlate - a cor de sangue.
"Uh, olá. Terra para Zoey. Alguém em casa?" A voz de Afrodite cortou minha
tagarelice mental. "Melhor checar. Ela está surtando."
Eu pisquei. Embora eu estivesse rindo para Stevie Rae, eu não a estava vendo. Ela
estava parada no meio do quarto - o que costumava ser nosso quarto um mês atrás,
quando a morte dela mudou tudo completamente para sempre - olhando ao redor com
enormes lagrimas.
"Oh, querida, desculpe," eu corri até ela e a abracei. "Deve ser difícil para você voltar
aqui." Ela parecia dura e estranha nos meus braços, e eu me afastei um pouco para poder
olhar para ela.
A expressão no rosto dela gelou meu sangue. As lagrimas foram substituídas por
raiva. Eu me perguntei por um instante porque a raiva dela parecia familiar - Stevie Rae
estava realmente fula. E então eu percebi o que estava reconhecendo. Stevie Rae parecia
como antes deu lançar o circulo e receber sua humanidade de volta. Eu me afastei dela.
"Stevie Rae? Qual o problema?"
"Onde estão minhas coisas?" A voz dela, como o rosto, era maldosa.
"Querida," eu disse gentilmente. "Os vampiros levam as coisas dos calouros quando
eles, uh, morrem."
Stevie Rae virou os olhos estreitos para mim. "Eu não estou morta."
Afrodite se moveu para ficar ao meu lado. "Hey, não fica maluca com a gente. Os
vampiros acham que você está morta, lembra?"
"Mas não se preocupe," eu disse rapidamente. "Eu fiz eles me devolverem várias
coisas suas. E eu sei onde o resto está. Eu posso pegar de volta se você quiser."
E bem assim, a maldade desapareceu e eu estava olhando para minha melhor amiga
de novo. "Até minha lâmpada feita de uma bota de cowboy?"
"Até isso," eu disse, sorrindo para ela. Diabos, eu também ficaria fula, se alguém
pegasse minhas coisas.
Afrodite disse, "Era de se imaginar que se alguém morre seu senso de moda horrível
fosse mudar. Mas não. Seu mal gosto continua imortal."
"Afrodite," Stevie Rae disse firmemente a ela, "você deveria ser mais gentil."
"E eu digo tanto faz para você e seu jeito Mary Poppins de ver a vida," Afrodite disse.
"Mary Poppins era britânica. O que significa que ela não era do campo," Stevie Rae
disse de mau humor.


Stevie Rae soava tanto como a antiga ela que eu dei um grito de felicidade e joguei
meus braços ao redor dela de novo. "Estou tão feliz em ver você! Você realmente está
bem agora, não é?"
"Meio diferente, mas ok," Stevie Rae disse, também me abraçando.
Eu senti uma incrível onda de alivio que se afogou quando ela disse "meio diferente."
Eu acho que estava tão feliz em ver ela, inteira de novo, que eu tive que manter esse
conhecimento seguro e especial dentro de mim por um tempo, e essa necessidade não me
deixou considerar que havia algum problema com Stevie Rae. Além do mais, eu lembrei
de outra coisa. "Espera aí," eu disse de repente. "como vocês voltaram ao campus sem os
guerreiros ficarem malucos?"
"Zoey, você realmente tem que começar a prestar atenção nas coisas que acontecem
ao seu redor," Afrodite disse. "Eu entrei pela porta da frente. O alarme não tocou, o que
eu acho que faz sentido. Eu digo, eu recebi a mesma notificação da escola no meu celular
sobre as férias de inverno terem acabado assim como todos que estavam longe do
campus. Neferet teve que liberar o alarme ou esse lugar ia ficar insano de se lidar com o
alarme tocando sempre que um estudante aparecer, sem mencionar um zilhão dos
deliciosos Filhos de Erebus que estavam chegando aqui como gostosos presentes para
todos os estudantes."
"Você não quer dizer que todos os alarmes iam fazer Neferet ficar mais insana do
que ela já é?"
"Sim, Neferet é definitivamente uma maluca," Afrodite disse, por um instante
concordando completamente com Stevie Rae. "De qualquer forma, o alarme está
desligado, até para humanos."
"Huh? Até para humanos? Como você sabe disso?" Eu perguntei.
Afrodite suspirou, e com um estranho movimento em câmera lenta, ela ergueu a
mão e passou pela testa, fazendo as linhas da lua crescente se mancharem.
Eu arfei. "Oh, deus, Afrodite! Você é..." Minhas palavra foram jogadas enquanto
minha boca se recusava a dizer.
"Humana," Afrodite me ajudou, com uma voz fria.
"Como? Eu digo, tem certeza?"
"Tenho certeza. Muita certeza," ela disse.
"Uh, Afrodite, embora você seja humana, você definitivamente não é uma humana
normal," Stevie Rae disse.
"Como assim?" Eu perguntei.
Afrodite deu nos ombros. "Não significa merda nenhuma para mim."
Stevie Rae suspirou. "Sabe, você tem sorte em ter se transformado em humana e
não num garoto de madeira, porque com toda essa mentira, seu nariz ia ficar um
quilometro mais longo."
Afrodite chacoalhou a cabeça enojada. "De novo com a analogia a filmes. Eu não sei
por que eu simplesmente não morri e fui pro inferno. Pelo menos eu não seria
bombardeada com a Disney lá."
"Dá pra me dizer o que diabos ta acontecendo?" eu disse.
"Melhor explicar a ela. Ela está quase xingando," Afrodite disse.
"Você é tão odiosa. Eu devia ter te comido quando eu estava morta," Stevie Rae
disse.
"Você deveria ter comido sua mãe quando estava morta," Afrodite disse, agindo
como se ela achasse que era negra. "Não é de se admirar que Zoey precise de uma ajuda
nova. Você é uma dor no traseiro total."


"Zoey não precisa de uma nova ajuda!" Stevie Rae gritou, virando para Afrodite e
dando um passo em direção a ela. Por um instante, eu achei ter visto os olhos azuis dela
brilharem com o horrível vermelho que iluminava os olhos de Stevie Rae quando ela
estava morta viva e fora de controle.
Sentindo como se minha cabeça fosse explodir, eu me meti entre elas. "Afrodite,
pare de mexer com Stevie Rae!"
"Então é melhor você checar sua amiga." Afrodite foi até o espelho em cima da
minha pia, pegou um lenço, e começou a limpar o que sobrou da lua crescente na testa
dela. Eu notei que por todo aquele tom despreocupado, as mãos dela estavam tremendo.
Eu virei de volta a Stevie Rae, cujos olhos mais uma vez estavam de um familiar azul.
"Desculpe, ZX," ela disse, sorrindo como se estivesse culpado. "Eu acho que dois dias
com Afrodite está me irritando."
Afrodite bufou e eu olhei para ela. "Só não comecem de novo," eu disse.
"Ótimo, tanto faz." Nossos olhos se encontraram pelo espelho, e eu tenho quase
certeza que vi medo no olhar de Afrodite. Então ela voltou a arrumar seu rosto.
Me sentindo confusa, eu tentei voltar a onde a conversa tinha ficado estranha.
"Então, qual é o negocio de você dizer que Afrodite não é normal? E eu não me refiro a
atitude horrível dela," eu disse com pressa.
"Fácil-Fácil," Stevie Rae disse. "Afrodite ainda tem visões, e as visões dela não são
normais para humanos." Ela deu a Afrodite aquele olhar de "aí." "Vá em frente. Conte a
Zoey."
Afrodite virou do espelho e sentou no banco que estava perto dela. Ela ignorou
Stevie Rae e disse, "Yeah, eu ainda tenho minhas visões. Uma bosta. A única coisa que eu
não gostava em ser uma caloura é a única coisa que eu ainda tenho agora que voltei a ser
uma humana estúpida de novo."
Eu olhei para Afrodite mais de perto, vendo através da atuação dela de "sou tudo
isso" que ela gostava de fazer. Ela estava pálida, e havia olheiras nos olhos cheios de
maquiagem dela. Sim, ela estava definitivamente parecendo como a garota que tinha
passado por um bando de porcaria, e uma delas podia ser as cansativas visões dela. Não
era de se admirar que ela estava sendo uma vaca; eu era uma idiota por não notar antes.
"O que você viu na visão?" eu perguntei a ela.
Afrodite me encarou firme por um momento e deixou a parede de arrogância que ela
gostava de colocar ao redor dela como um escudo. Uma terrível sombra cruzou o lindo
rosto dela, e as mãos dela tremiam enquanto ela a erguia para colocar o cabelo loiro dela
atrás da orelha.
"Eu vi vampiros matando humanos e humanos matando vampiros. Eu vi o mundo
cheio de violência e ódio e escuridão. E na escuridão eu vi criaturas tão horríveis, que não
sei dizer o que eram. Eu - eu nem consigo continuar a olhar para eles. Eu vi o fim de
tudo." A voz de Afrodite era tão assombrada quanto o rosto dela.
"Conte o resto," Stevie Rae disse quando Afrodite pausou, e eu estava surpresa pela
repentina gentileza na voz dela. "Diga a ela porque isso estava acontecendo."
Quando Afrodite falou, eu senti as palavras dela como se fossem pedaços de vidro
que ela esmagou na minha cabeça.
"Eu vi que tudo isso estava acontecendo porque você morreu, Zoey. A sua morte faz
isso acontecer."


CINCO

"Ah, diabos," eu disse, então meus joelhos cederam e eu tive que me sentar na
cama. Meus ouvidos tinham um estranho som neles, e foi difícil para mim respirar.
"Você sabe que isso não significa que vai se tornar realidade com certeza," Stevie
Rae disse, dando tapinhas no meu ombro. "Quero dizer, Afrodite viu a sua avó, Heath, e
até eu morrer. Bem, eu digo morrer da segunda vez. E nada disso aconteceu. Então
podemos impedir." Ela olhou para Afrodite. "Certo?"
Afrodite se mexeu inquieta.
"Ah, diabos," eu disse a segunda vez. Então me forcei a superar o medo que estava
alojado na minha garganta. "Tem algo diferente sobre a visão que você teve de mim, não
tem?"
"Pode ser porque eu sou humana," ela disse devagar. "É a única visão que eu tive
desde que voltei a ser humana, então, yeah, não parece ser muito errado ela ser diferente
das que eu tive quando era caloura."
"Mas?" eu disse.
Ela deu nos ombros e encontrou meus olhos. "Mas ela realmente foi diferente."
"Como?"
"Bem, foi mais confusa - mais emocional - mais misturado. E eu literalmente não
entendi uma parte dela. Eu quero dizer, eu não reconheci as coisas horríveis que estavam
observando pela a escuridão."
"Observando?" eu tremi. "Isso não parece bom."
"Não foi. Eu estava vendo sombras dentro de sombras dentro da escuridão. Era
como se fantasmas estivessem voltando a ser coisas vivas, mas as coisas que eles
estavam voltando a ser eram muito horríveis para se olhar."
"Quer dizer tipo não humano ou vampiro?"
"Yeah, foi o que eu quis dizer."
Automaticamente eu esfreguei minha mão, e uma onda de medo passou pelo meu
corpo. "Ah, diabos."
"O que?" Stevie Rae disse.
"Hoje a noite tinha algo que, bem, meio que me atacou quando estava saindo dos
estábulos e indo a cafeteria. Foi algum tipo de sombra fria que saiu da escuridão."
"Isso não pode ser bom," Stevie Rae disse.
"Você estava sozinha?" Afrodite perguntou, a voz soando dura.
"Sim," eu disse.
"Ok, esse é o problema," Afrodite disse.
"Por quê? O que mais você viu na sua visão?"
"Bem, você morre de dois jeitos diferentes, o que é algo que eu nunca vi antes."
"D - dois jeitos diferentes?" Estava ficando cada vez pior.
"Talvez devêssemos esperar um pouco e ver se Afrodite tem outra visão que deixe as
coisas mais claras antes de falar sobre isso," Stevie Rae disse, sentando perto de mim na
cama.
Eu não tirei os olhos de Afrodite, e vi um reflexo do que eu já sabia. "Quando eu
ignoro as visões, elas se tornam verdade. Sempre," Afrodite disse finalmente.
"Eu acho que parte dela já pode estar acontecendo," eu disse. Meus lábios pareciam
frios e duros, e meu estomago doía.
"Você não vai morrer!" Stevie Rae chorou, parecendo chateada e totalmente como
minha melhor amiga de novo.


Eu passei meu braço ao redor de Stevie Rae. "Vá em frente, Afrodite. Me conte."
"Foi uma visão forte, cheia de imagens poderosas, mas foi totalmente confuso.
Talvez porque eu estava sentindo e vendo do seu ponto de vista." Afrodite pausou,
engolindo com força. "Eu vi você morrer de duas formas. A primeira você morre. A água
estava fria e escura. Oh, e fedia."
"Fedia? Como um daqueles lagos de Oklahoma?" Eu disse, curiosa apesar do horror
de falar sobre a minha morte.
Afrodite balançou a cabeça. "Não, tenho quase 100% de certeza que não foi em
Oklahoma. Era água demais. É difícil explicar como posso ter certeza, mas parecia grande
e profundo demais para ser um lago." Afrodite pausou de novo, pensando. Os olhos dela
se alargaram. "Eu lembro outra coisa sobre a visão. Tinha algo perto da água que parecia
como um palácio de verdade em uma ilha própria, o que significa dinheiro, e
provavelmente européia, e não uma versão brega da classe media de um oohh-eu-tenho-
dinheiro-vamos-comprar-um-castelo."
"Você é uma metida, Afrodite," Stevie Rae disse.
"Obrigada," Afrodite disse.
"Ele me mata?" Eu senti que ia vomitar.
"Quem é Stark?" Stevie Rae perguntou, pegando minha mão.
"Garoto novo que chegou hoje transferido da House of Night de Chicago." Eu disse.
"Ele me mata?" eu repeti a pergunta a Afrodite.
"Eu acho que não. Eu não olhei ele direito, estava escuro. Mas pareceu, mesmo no
ultimo deslumbre que você teve dele, que você se sentia segura com ele." Ela ergueu uma
sobrancelha para mim. "Parece que você vai superar aquela confusão do
Erik/Heath/Loren."
"Eu sinto muito sobre isso. Afrodite me contou o que aconteceu," Stevie Rae disse.
Eu abri a boca para agradecer a Stevie Rae, então percebi que Afrodite e ela não
sabiam a profundidade da confusão de Erik/Heath/Loren. Elas estavam longe da escola, e
a media humana não tinha reportado nada sobre a morte de Loren Blake. Eu respirei
fundo. Eu quase preferia ouvir sobre minha morte do que falar sobre isso.
"Loren morreu," eu disse.
"O que?"
"Como?"
Eu olhei para Afrodite. "Dois dias atrás. Foi como a professora Nolan. Loren foi
decapitado e crucificado e pregado na frente do portão da escola com um bilhete que
citava um verso bíblico sobre ele ser detestavelmente empalado." Eu falei rápido, sem
querer experimentar o gosto das palavras na minha boca.
"Oh não!" Afrodite ficou branca e sentou do lado de Stevie Rae na cama.
"Zoey, isso é tão horrível," Stevie Rae disse. Eu podia ouvir as lagrimas na voz dela
enquanto ela passava um braço ao meu redor. "É como Romeu e Julieta."
"Não!" Então porque a palavra saiu mais afiada do que eu pretendia, eu virei para
Stevie Rae e sorri. "Não," eu repeti numa voz mais sã. "Ele nunca me amou. Loren me
usou."
"Para sexo? Ah, Z, isso é horrível," Stevie Rae disse.
"Infelizmente, não, embora eu tenha feito uma confusão e transado com ele. Loren
estava me usando por Neferet. Ela disse a ele para vir até mim. Ela era a amante de
verdade dele." Eu fiz carreta, lembrando da cena de cortar o coração que eu testemunhei
entre Loren e Neferet. Eles estavam rindo de mim. Eu dei a Loren meu coração e meu
corpo e, através do nosso Imprint, um pedaço da minha alma. E ele estava rindo de mim.


"Peraí. Volta um pouco. Você disse que Neferet fez Loren ir para você?" Afrodite
disse. "Porque ela faria isso se eles fossem amantes?"
"Neferet me queria sozinha." Meu coração congelou enquanto os pedaços do quebra
cabeça se juntavam.
"Huh? Isso não faz sentido. Porque Loren agir como se fosse seu namorado te
deixaria sozinha?" Stevie Rae perguntou.
"Simples." Afrodite disse. "Zoey tinha que fugir para ver Loren, já que ele é era um
professor e tudo mais. Meu palpite é que ela não disse a ninguém da horda de nerds que
ela estava agindo como uma má estudante com o professor Blake. Meu palpite é também
que Neferet tem algo serio a ver com o nosso garoto Erik encontrar Zoey fazendo aquilo
com alguém que definitivamente não era ele."
"Uh, estou bem aqui. Você não tem que falar sobre mim como se eu tivesse saído do
quarto."
Afrodite bufou. "Se meus palpites estão certos, eu digo que seu bom senso saiu do
quarto."
"Você adivinhou certo," eu admiti relutante. "Neferet se certificou que Erik me
encontrasse com Loren."
"Droga! Não é de se admirar que ele estivesse tão fulo," Afrodite disse.
"O que? Quando?" Stevie Rae disse.
Eu suspirei. "Erik me pegou com Loren. Ele surtou. Então eu descobri que Loren
estava com Neferet e que ele não se importava comigo, embora a gente tivesse tido um
Imprint."
"Imprint! Merda!" Afrodite disse.
"Então eu surtei," eu ignorei Afrodite. Eu já estava cheia. Eu definitivamente não
queria reviver os detalhes. "Eu chorando quando Afrodite, as Gêmeas, Damien, Jack, e -"
"Oh, merda, e Erik. Foi quando te encontramos de baixo da árvore," Afrodite
interrompeu.
Eu suspirei de novo, percebendo que não podia ignorar ela. "Yeah. E Erik anunciou
as noticias sobre Loren e eu para todo mundo."
"No que eu poderia chamar de um jeito muito maldoso," Afrodite disse.
"Droga," Stevie Rae disse. "Deve ter sido muito horrível para Afrodite dizer que foi
maldoso."
"Foi. Horrível o bastante para os amigos dela acharem que ela dormir com Loren foi
um tapa no rosto deles. Então seguindo a bomba de Erik de "Zoey é uma vadia" e "Zoey
tem escondido o segredo de Stevie Rae morta viva," e você tem um bando de nerds
totalmente fulos que não vão confiar em Zoey de novo."
"O que significa que Zoey está sozinha, exatamente como Neferet planejou," eu
terminei por ela, achando perturbador ser tão fácil falar sobre mim na terceira pessoa.
"Essa foi a segunda morte que eu vi para você," Afrodite disse. "Você estava
completamente sozinha. Não houve ultimo deslumbre de um garoto bonito ou da horda de
nerds. Sua solidão foi a imagem sobrepujada que eu tive na segunda visão."
"O que me mata?"
"Bem, essa parte fica confusa de novo. Eu tenho uma imagem de Neferet como uma
ameaça a você, mas a visão fica confusa e estranha quando você é realmente atacada. Eu
sei que isso vai soar bizarro, mas no ultimo momento eu vi algo negro flutuando até
você."
"Como um fantasma ou algo assim?" Eu engoli com força.


"Não. Na verdade não. Se o cabelo de Neferet fosse preto, eu diria que era o cabelo
dela passando ao redor de você em um enorme vento, como se ela estivesse atrás de
você. Você está sozinha e realmente, realmente assustada. Você tenta chamar ajuda, mas
ninguém te responde e você fica tão apavorada que congela e não luta. Ela, ou o que
quer que seja, te alcança e de alguma forma, usando escuridão e uma garra, corta sua
garganta. É tão afiada, que corta seu pescoço e separa sua cabeça do corpo," Afrodite dá
nos ombros e acrescenta, "O que, caso esteja se perguntando, sangra. Muito."
"Nojento, Afrodite! Você tem que entrar nos detalhes?" Stevie Rae disse, colocando
os braços de volta ao meu redor.
"Não, está tudo bem," eu disse rapidamente. "Afrodite tem que dar todos os detalhes
que puder lembrar - como ela fez quando ela viu as visões sobre as mortes da vovó e
Heath. É o único jeito de sabermos como mudar as coisas. Então, o que mais você viu
sobre a minha segunda morte?" Eu perguntei a Afrodite.
"Só que você chama ajuda, mas nada acontece. Todos te ignoram," Afrodite disse.
"Eu estava assustada hoje quando o que quer que fosse que veio até mim me
atacou. Tão assustada que por um segundo eu congelei e não soube o que fazer," eu
disse, me sentindo tremula só de lembrar.
"Neferet pode ter algo a ver com o que te aconteceu mais cedo?" Stevie Rae
perguntou.
Eu dei nos ombros. "Eu não sei. Eu não vi nada a não ser uma assustadora
escuridão."
"Assustadora escuridão foi tudo que eu vi também. Por mais que eu odeie dizer, você
tem que se certificar que a horda de nerds não fique mais fula com você, porque você
ficar sem amigos não é uma coisa boa," Afrodite disse.
"Mais fácil falar do que fazer," eu disse.
"Eu não vejo porque," Stevie Rae disse. "Só conte a eles a verdade sobre Neferet
estar atrás do Loren e você, e diga que não pode dizer nada sobre mim ser morta viva
quando eu estava morta porque Neferet iria..." As palavras de Stevie Rae morreram
quando ela percebeu o que estava dizendo.
"Yeah, isso é brilhante. Diga a eles que Neferet é uma vadia do mal que está por trás
de fazer vários garotos mortos vivos e assim que algum deles entrar na distancia de um
pensamento de Neferet, toda a merda vai acontecer. O que significa que nossa maldosa
vaca de Sacerdotisa não vai só saber o que sabemos, mas provavelmente vai fazer algo
muito ruim com seus amiguinhos." Afrodite pausou e bateu no queixo. "Huh, pensando
bem, uma parte desse cenário não parece tão ruim."
"Hey," Stevie Rae disse. "Damien e as Gêmeas e Jack já sabem que algo que vai
meter eles em grandes problemas com Neferet. Eles sabem sobre mim."
"Ah, diabos," eu disse.
"Bem, merda," Afrodite disse. "Eu esqueci totalmente sobre o detalhe de Stevie Rae
não está morta. Me perguntou porque Neferet não arrancou isso dos seus amigos e já não
surtou sobre isso?"
"Ela está muito ocupada tramando uma guerra," eu disse. Quando Afrodite e Stevie
Rae piscaram confusas para mim, eu percebi que Loren não era a única noticia que elas
não sabiam. "Quando Neferet soube do assassinato de Loren, ela declarou guerra contra
os humanos. Não uma guerra aberta, é claro. Ela quer que seja uma horrível guerra estilo
terrorismo. Deus, ela é tão nojenta. Eu não sei por que todos não conseguem ver."


"Sangue e entranhas com humanos? Huh. Isso é interessante. Acho que os Filhos de
Erebus devem ser nossa arma de destruição em massa," Afrodite disse. "Yum, estamos
numa péssima situação."
"Como você pode estar tão tanto faz sobre isso?" Stevie Rae disse, saindo da cama.
"Primeiro de tudo, eu realmente não gosto muito de humanos." Afrodite levantou
para impedir Stevie Rae de falar, "Ok, yeah, eu sei. Eu sou humana agora. O que me faz
dizer ugh. Segundo, Zoey está viva e bem, então não estou particularmente assustada
com essa pequena guerra."
"Do que diabos você está falando, Afrodite?" Eu disse.
Afrodite virou os olhos. "Dá pra você me acompanhar? Olá - faz perfeito sentido
agora. Minha visão era sobre uma guerra entre humanos e vampiros e algum monstro
nojento. Na verdade, foram eles que provavelmente te atacaram e podem muito bem ser
amiguinhos de Neferet que não conhecemos." Ela pausou, parecendo temporariamente
confusa, então deu nos ombros e continuou, "Mas, tanto faz. Com sorte não vamos ter
que descobrir o que são, porque a guerra só acontece depois de você ser morta.
Tragicamente e grotescamente, eu devo dizer. De qualquer forma, acho que se te
mantermos viva, vamos impedir a guerra de acontecer."
Stevie Rae respirou fundo. "Você tem razão, Afrodite." Ela virou para mim. "Temos
que te manter viva, Zoey. Não apenas porque te amamos muito, mas porque você tem
que salvar o mundo."
"Oh, ótimo. Eu devo salvar o mundo?" Tudo que eu podia pensar era, e eu
costumava me estressar com geometria.
Ah, diabos.


SEIS

"Yep, você tem que salvar o mundo, Z, mas estaremos lá com você," Stevie Rae
disse, sentando na mesa de novo ao meu lado.
"Não, nerd. Eu vou estar com ela. Você precisa sair daqui até descobrirmos o que
dizer ao resto da horda de nerds sobre você e seus amigos desafiadores de higiene,"
Afrodite disse.
Stevie Rae franziu para Afrodite.
"Huh? Amigos?" eu disse.
"Eles passaram por muita coisa, Afrodite. Tudo o que eu digo é que tomar banho não
é muito importante quando você está morto. Ou é um morto vivo," Stevie Rae disse.
"Além do mais, você sabe que eles estão melhor agora e estão usando as coisas que você
comprou para eles."
"Ok, vocês vão ter que voltar. De que amigos você -?" E então eu parei quando
percebi de quem elas deviam estar falando. "Stevie Rae, não me diga que você ainda está
andando com aqueles garotos nojentos dos túneis."
"Você não entende, Zoey."
"Tradução: Sim Zoey, ainda estou andando com aqueles rejeitados nojentos dos
túneis." Afrodite disse, imitando o sotaque Okie de Stevie Rae.
"Pare," eu disse a Afrodite automaticamente antes de virar para Stevie Rae. "Não, eu
não entendo. Me faça entender."
Stevie Era respirou fundo. "Bem, eu acho que isso" - ela apontou para as tatuagens
escarlates - "significa que eu preciso ficar perto do resto deles para ajudar eles a
completar a Mudança, também."
"O resto daqueles garotos mortos vivos tem tatuagens vermelhas como você?"
Ela deu nos ombros e parecia desconfortável. "Bem, mais ou menos. Eu sou a única
com tatuagens completas, o que acho que significa que eu Mudei. Mas as linhas da lua
crescente na testa deles agora ficaram vermelhas. Eles ainda são calouros. Eles só, bem,
são um tipo diferente de calouros."
Wow! Eu sentei ali, sem fala, tentando absorver o que Stevie Rae estava dizendo. Era
incrível que agora havia um novo tipo de calouros, o que, é claro, significa que existe um
tipo novo de vampiros adultos, e por um segundo isso me excitou. O que também significa
que todos que foram Marcados iam passar por algum tipo de Mudança, então mais
nenhum calouro ia morrer! Ou pelo menos não permanentemente. Eles só se transformam
em calouros vermelhos. O que quer que isso signifique.
Então lembrei do quão horríveis aqueles garotos eram. Eles mataram adolescentes.
De forma horrível. Eles tentaram matar Heath. Fui eu que o salvei. Diabos, eles teriam me
matado se eu não tivesse usado minha afinidade com os cinco elementos para nos salvar.
Eu também lembrei do flash de vermelho que eu vi nos olhos de Stevie Rae mais
cedo e da avareza que parecia tão deslocada no rosto dela, mas vendo ela agora, soando
e agindo como si mesma, era fácil me convencer que eu estava errada - que eu imaginei
e exagerei no que eu vi.
Eu mentalmente me chacoalhei e disse, "Mas Stevie Rae, aqueles outros garotos são
horríveis."
Afrodite fez uma cara feia. "Eles ainda são horríveis e vivem num lugar nojento. E,
sim, eles ainda são muito grossos."
"Eles não estão fora de controle como costumavam ser, mas eles também não são o
que podemos chamar de normal," Stevie Rae disse.


"Eles são garotos nojentos, é isso que eles são," Afrodite disse. "Como crianças
ruivas adotadas."
"Yeah, alguns deles tem problemas e não são exatamente populares, mas e daí?"
"Só estou dizendo que seria mais fácil descobrir o que vamos fazer com você se só
tivéssemos que lidar com você."
"Nem sempre é pelo que é mais fácil. Eu não me importo com o que temos que
fazer, ou o que eu tenho que fazer. Eu não vou deixar Neferet usar aqueles garotos,"
Stevie Rae disse a ela firmemente.
E o que Stevie Rae disse me ligou. Eu tremi horrizada enquanto um pressentimento
me dizia meu terrível novo pensamento. "Oh meu Deus! É por isso que Neferet fez o que
precisava fazer para trazer de volta os calouros mortos. Ela quer usar eles na guerra
contra os humanos."
"Mas, Z, os garotos são mortos vivos a um tempo agora, e a professora Nolan e
Loren foram mortos, então Neferet só declarou guerra agora," Stevie Rae disse.
Eu não disse nada. Eu não podia. O que eu estava pensando era muito horrível para
falar em voz alta. Eu tinha medo que se eu falasse as palavras elas se transformasse em
pequenas armas, e se colocadas juntas, destruíram a todos nós.
"O que é?" Afrodite estava me observando de perto.
"Nada," eu tirei as palavras da minha mente para que elas fossem suportáveis. "É só
que essa coisa toda me faz pensar que Neferet tem esperado haver uma razão para lutar
contra os humanos a muito tempo. Eu realmente não ficaria surpresa se ela criou os
garotos mortos vivos como seu exercito particular. Eu a vi com Elliot não muito depois
dele estar supostamente morto. Era nojento o quanto de controle ela tinha sobre ele." Eu
tremi, lembrando claramente como Neferet tinha ordenado a Elliot e como ele se curvou e
passou na frente dela, e então provando o sangue dela de um jeito nojento e sexual
demais. Ver aquilo foi completamente nojento.
"É por isso que eu tenho que voltar para eles," Stevie Rae disse. "Eles precisam de
mim para cuidar deles e mostrar que eles também podem mudar. Quando Neferet
descobrir sobre a diferença na Marca deles, ela vai tentar controlar e manter eles - bem,
vamos apenas dizer, não muito legais. Eu acho que eles podem ficar bem de novo, como
eu estou bem de novo."
"E aqueles que nunca ficarem bem? Lembra daquele garoto Elliot que Zoey acabou
de falar? Ele era um perdedor ao vivo e ele é um perdedor morto vivo. Ele ainda vai ser
um perdedor se conseguir Mudar para um vermelho tanto faz." Afrodite deu um suspiro
exagerado de sofrimento quando Stevie Rae olhou para ela. "O ponto é que estou
tentando fazer é que eles não são normais. Talvez não haja nada para salvar deles."
"Afrodite, você não pode escolher quem merece escolher quem pode ser salvo e
quem não pode. Eu posso ter sido bem normal antes de morrer, mas eu não sou
exatamente normal agora," Stevie Rae disse. "E eu mereci ser salva!"
"Nyx," eu disse, fazendo as duas virar e olhar para mim confusas. "Nyx escolhe quem
pode ser salvo. Não eu, nem Stevie Rae, e nem você, Afrodite."
"Acho que esqueci de Nyx," Afrodite disse, virando seu rosto para longe de nós para
esconder a dor em seus olhos. "Não é como se a deusa tivesse muito a ver com uma
garota humana de qualquer forma."
"Isso não é verdade," eu disse. "As mãos de Nyx ainda estão em você, Afrodite. A
deusa está trabalhando muito aqui. Se ela não se importasse com você, ela teria tirado
suas visões quando ela tomou sua Marca." Enquanto eu falava, eu tive o pressentimento


que eu tinha frequentemente quando eu tinha certeza que o que eu estava falando era
verdade. Afrodite era um saco, mas por alguma razão, ela é importante para nossa deusa.
Os olhos de Afrodite encontraram os meus. "Você está chutando, ou você sabe
disso?"
"Eu sei." Eu continuei a olhar ela nos olhos firme.
"Promete?" ela disse.
"Prometo."
"Bom, isso foi gentil e tudo mais, Afrodite," Stevie Rae disse, "mas você deve manter
em mente que você não é exatamente normal também."
"Mas eu sou muito atraente, e eu não ando em túneis nojentos e mostro os dentes
para as visitas."
"Que trás outro ponto. Porque você foi para os túneis?" Eu perguntei para Afrodite.
Ela virou os olhos. "Porque a senhora K 95.5 FM ali tinha que dar uma de cowboy e
me seguir."
"Bem, você surtou quando sua Marca desapareceu, e diferente de algumas pessoas,
eu não sou uma bruxa cheia da grana. Além do mais, pode ter sido minha culpa você
perder sua Marca e foi a coisa certa a se fazer me certificar que você estava bem," disse
Stevie Rae.
"Você me mordeu, nerd," Afrodite disse. "É claro que foi sua culpa."
"Eu já disse que sinto muito por isso."
"Uh, gente, vocês poderiam, por favor, não fugir do assunto?"
"Ok. Eu fui para os estúpidos túneis porque a sua estúpida amiguinha ia queimar viva
se fosse pega pelo sol."
"Mas porque você ficou longe por dois dias?"
Afrodite parecia desconfortável. "Levou dois dias para mim decidir se eu deveria
voltar. Além disso, eu tive que ajudar Stevie Rae a comprar algumas coisas para os túneis
e os malucos de lá. Até eu não podia ir embora e deixar eles serem" - ela parou e tremeu
delicadamente para dar efeito - "serem ecaaa."
"Não estamos acostumados a ter visitas ainda," Stevie Rae disse.
"Você diz, exceto as pessoas que seus amigos gostam de comer?" Afrodite disse.
"Stevie Rae, você não pode deixar eles comerem as pessoas. Nem pessoas de rua,"
eu acrescentei.
"Eu sei. Essa é outra razão do porque eu preciso voltar para eles."
"Você precisa levar empregadas e um bom decorador com você," Afrodite murmurou.
"Eu te ofereceria os empregados dos meus pais, mas seus amigos podem comer eles, e
como minha mãe diria, bons empregados ilegais são difíceis de se achar."
"Eu não vou deixar aqueles garotos comerem mais as pessoas, e estou trabalhando
para organizar os túneis," Stevie Rae disse defensivelmente.
Eu lembrei do jeito assustador escuro e nojento que aqueles túneis eram. "Stevie
Rae, não tem outro lugar para você e seus, uh, calouros vermelhos ficarem?"
"Não!" Ela disse rapidamente, e então ela sorriu se desculpando. "Vê, é que ficar de
baixo da terra parece o certo, para mim e eles. Precisamos ficar dentro da terra." Ela
passou seus olhos para Afrodite, que estava enrugando o nariz para Stevie Rae e fazendo
uma cara de nojo. "Sim, eu sei que isso não é normal, mas eu já disse que não sou
normal!"
"Uh, Stevie Rae," eu disse. "Eu concordo totalmente com você sobre o negocio de
não haver nada errado em ser diferente. Eu quero dizer, olhe para mim." Eu passei
minhas mãos pelas minhas muitas tatuagens, que decididamente não eram normais. "Eu


sou a Rainha da Terra do Anormal, mas talvez você devesse explicar o que você quer
dizer com não ser normal."
"Isso vai ser bom," Afrodite disse.
"Ok, bem, eu ainda não sei tudo sobre mim mesma ainda. Eu só estou viva e Mudada
a dois dias, mas eu tenho algumas habilidades que eu acho que vampiros adultos não
tem."
"Tipo...," eu disse quando ela sentou e mordeu o lábio.
"Como virar parte das pedras que eu fiz quando subi para seu dormitório. Mas eu
pode ser que eu consiga fazer isso devido a minha habilidade com a terra."
Eu acenei com minha cabeça, considerando. "Faz sentido. Eu descobri que posso
chamar os elementos para mim e posso mais ou menos desaparecer enquanto me
transformo em nevoa e vento e tudo mais."
Stevie Rae se alegrou. "Oh, yeah! Eu lembro de você praticamente invisível aquela
vez."
"Yep. Então talvez ter essa habilidade não seja tão anormal. Talvez todos os
vampiros com afinidades a um elemento possam fazer algo assim."
"Merda, eu acabei de pensar! Vocês duas tem habilidades legais. Eu tenho chatas
visões," Afrodite disse.
"Isso pode ser porque você é chata," Stevie Rae disse.
"O que mais?" Eu disse antes delas começarem a brigar de novo.
"Eu vou pegar fogo se for para o sol."
"Ainda? Tem certeza?" Eu já sabia que o sol era um problema quando ela estava
morta viva.
"Sim, certeza," Afrodite disse. "Lembra, foi por isso que tivemos que ir para aqueles
túneis nojentos. O sol estava nascendo. Estávamos no centro. Stevie Rae surtou."
"Eu sabia que algo ruim ia acontecer se ficássemos lá em cima," Stevie Rae disse.
"então eu não surtei de verdade, eu só estava muito preocupada."
"Yeah, bem, você e eu vamos ter que concordar em discordar sabre suas mudanças
de humor. Eu digo que você totalmente surtou depois que seu braço recebeu um pouco
de luz. Olha isso, Z." Afrodite apontou para o braço direito de Stevie Rae.
Stevie Rae relutantemente ergueu o braço e puxou a manga da blusa. Eu podia ver
uma mancha de pele vermelha no antebraço e cotovelo dela, como se ela tivesse tipo uma
seria queimadura de sol.
"Não parece tão ruim. Um pouco de protetor solar, sombra, e um boné e você vai
ficar bem," eu disse.
"Uh, não." Afrodite falou de novo. "Você deveria ter visto antes dela beber sangue. O
braço dela estava seriamente nada atraente e tostado. Beber sangue fez ela passar de
uma queimadura de terceiro grau para uma queimadura chata, mas quem sabe o que
diabos pode acontecer se o corpo dela todo for fritado."
"Stevie Rae, querida, me deixe esclarecer que eu não estou julgado, mas você não
comeu uma pessoa de rua nem nada disso depois que você pegou fogo, comeu?"
Stevie Rae balançou a cabeça para frente e para trás com tanta força, que os cabelos
dela se balançaram feito loucos. "Nuh-uh. No caminho para os túneis, eu fiz um pequeno
desvio e peguei emprestado um pouco de sangue do banco de sangue da Cruz Vermelha."
"Emprestado significa devolver quando terminar," Afrodite disse. "E a não ser você vá
ser a primeira vampira bulemica, eu não acho que você vai devolver o sangue." Ela deu a
Stevie Rae um olhar metido. "Então, na verdade, você roubou. O que trás a sua outra
habilidade nova. Essa eu testemunhei. Mais de uma vez, na verdade. E, sim, foi


perturbador. Ela controla bizarramente bem a mente dos humanos. Por favor note que a
parte chave do que eu acabei de dizer é a palavra bizarra."
"Terminou?" Stevie Rae perguntou.
"Provavelmente não, mas você pode continuar," Afrodite disse.
Stevie Rae franziu para ela, então continuou a me explicar. "Afrodite tem razão. É
como se eu pudesse entrar na mente humana e fazer coisas."
"Coisas?"
Stevie Rae deu nos ombros. "Coisas que fazem eles virem até mim, ou esquecer que
me viram. Não tenho certeza do que mais. Eu podia fazer isso mais ou menos antes de
Mudar, mas nada como eu posso fazer agora, e realmente não estou confortável com o
controle de mente. Só parece tão, eu não sei, maldoso."
Afrodite bufou.
"Ok, o que mais? Você ainda precisa de convite para entrar na casa de alguém?" E
então respondi minha própria pergunta. "Espera, isso deve ter mudado, porque eu não te
convidei a entrar, e aqui está você. Não que eu não fosse te convidar. Eu definitivamente
te convidaria," eu acrescentei rapidamente.
"Eu não sei quanto a essa. Eu entrei na Cruz Vermelha tranqüilo."
"Você quis dizer que entrou logo depois que controlou a mente daquela técnica de
laboratório para destrancar a porta para você." Afrodite disse.
Stevie Rae corou. "Eu não machuquei ela nem nada, e ela não vai lembrar de nada."
"Mas ela não te convidou a entrar?" eu perguntei.
"Não, mas a Cruz Vermelha é um prédio publico, e parece diferente para mim. Oh,
eu não acho que você tem que me convidar pra entrar, Z. Eu costumava viver aqui,
lembra?"
Eu sorri para ela. "Eu lembro."
"Se vocês vão começar a dar as mãos e cantar, eu vou me dar licença para não
começar a vomitar," Afrodite disse.
"Não dá pra usar um pouco de controle mental e fazer ela parar duma vez?" eu
perguntei.
"Não. Eu tentei. Tem algo no cérebro dela que me impede."
"É a minha inteligência superior," Afrodite disse.
"Pare mais sua chatice superior," eu disse. "Continue, Stevie Rae."
"Me deixe ver, o que mais..." Ela pensou por alguns segundos, então disse, "Sou
muito mais forte do que costumava ser."
"Vampiros normais são fortes também." Eu disse. Então eu lembrei que ela teve que
parar pelo sangue. "Então, você ainda precisa de sangue?"
"Yep, mas se eu não tiver, eu não acho que vou ficar louca como antes. Eu não gosto
de ficar sem, mas não acho que vou virar um monstro sugador de sangue."
"Mas ela não tem certeza," Afrodite disse.
"Eu odeio quando ela está certa, mas ela está certa," Stevie Rae disse. "Tem tanta
coisa que eu não sei sobre o tipo de vampiro que eu Mudei que é mais do que um pouco
assustador."
"Não se preocupe. Temos muito tempo para descobrir isso."
Stevie Rae sorriu e deu nos ombros. "Bem, vocês tem que descobrir isso sozinhas
porque eu tenho eu ir." Me surpreendendo, ela começou a ir para a janela.
"Espera. Temos muito mais para conversar. E com o anuncio que as férias de inverno
terminaram, vai haver muitos calouros e vampiros aqui de novo, sem mencionar os Filhos
de Erebus e a guerra contra os humanos para lidar se eu tentar sair do campus para ver


você, então não sei quando vou poder te ver de novo." Eu estava começando a me sentir
um pouco sem ar devido as muitas coisas que eu tinha pra fazer.
"Não se preocupe, Z. Eu ainda tenho o celular que você me deu. Só ligue, e eu posso
vir aqui a qualquer hora."
"Você diz a qualquer hora antes do sol nascer," Afrodite disse, me ajudando a abrir a
janela para Stevie Rae.
"Yeah, foi isso que eu quis dizer." Stevie Rae olhou para Afrodite. "Você sabe que
pode vir comigo se não quiser ficar aqui e fingir."
Eu pisquei para minha amiga surpresa. Não era como se ela pudesse suportar
Afrodite, mas ela estava, oferecendo a ela um lugar para ficar, e usando um tom gentil de
voz para isso, o que era exatamente como a Stevie Rae que eu conheço e amo - e eu me
senti uma droga por que em algum lugar no fundo da minha mente eu a imaginei agindo
como uma morta viva e desumana de novo.
"Verdade, você pode vir comigo," Stevie Rae repetiu, e quando Afrodite não disse
nada, ela disse algo que pareceu muito estranho para mim. "Eu sei como é fingir. Você
não terá que fazer isso nos túneis."
Eu esperei que Afrodite fizesse uma cara feia para ela e fizesse um comentário sobre
calouros vermelhos e má higiene, mas o que ela disse me surpreendeu mais do que a
oferta de Stevie Rae.
"Eu tenho que ficar aqui e fingir que eu ainda sou uma caloura. Eu não vou deixar
Zoey sozinha, e eu não confio no garoto gay e nas Gêmeas Nerds para serem
companheiras agora. Mas obrigado, Stevie Rae."
Eu sorri para Afrodite. "Vê, você pode ser gentil quando tenta."
"Eu não estou sendo gentil. Estou sendo pratica. Um mundo cheio de guerra não é
atraente. Sabe, com todo o suor e luta e matando uns aos outros. Não é conducente a um
bom cabelo ou unhas bem feitas."
"Afrodite," eu disse cuidadosamente, "Ser gentil não é uma coisa ruim."
"Assim diz a Rainha da Terra do Anormal," Afrodite respondeu.
"O que significa que ela é uma rainha para você, Garota da Visão," Stevie Rae disse.
Então ela me deu um rápido abraço. "Tchau, Z. Te vejo logo. Prometo."
Eu a abracei, amando que ela parecia e cheira e soava como sua antiga eu. "Ok, mas
eu queria que você não tivesse que partir."
"Vai ficar tudo bem. Você vai ver. Isso tudo vai funcionar." Então ela passou pela
janela. Eu a observei começar a descer pelo lado do dormitório. Ela parecia
assustadoramente como um inseto até o corpo dela se ondular e praticamente
desaparecer. Na verdade, se eu não soubesse que ela estava ali, eu não iria ver.
"É como se ela fosse um daqueles lagartos que podem mudar de cor e o corpo deles
combina com seus arredores," Afrodite disse.
"Camaleões," eu disse. "É assim que eles se chamam."
"Tem certeza? Lagartixa parece muitos mais com a Stevie Rae para mim."
Eu franzi para ela. "Tenho certeza. Pare de ser uma espertinha e me ajude a fechar a
janela."
Com a janela fechada eu fechei as cortinas de novo, suspirei e balancei a cabeça.
Mais para mim do que para ela, e disse, "Então o que vamos fazer?"
Afrodite começou a procurar pela bolsa que ela usava como uma decoração por cima
dos ombros. "Eu não sei, mas vou usar esse ridículo lápis delineador para desenhar minha
Marca de novo. Da pra acreditar que achei esse tom na Target?" Ela deu nos ombros.


"Tipo, quem ia usar isso? De qualquer forma, eu vou arrumar isso, então vamos para a
estúpida reunião que Neferet convocou."
"Eu quero dizer, o que vamos fazer sobre todas essas coisas de vida ou morte que
vão acontecer?"
"Eu não sei! Eu não quero isso." Ela apontou para a Marca falsa. "Eu não quero nada
disso. Eu só quero ser o que eu era antes de você aparecer aqui e o inferno começar. Eu
quero ser popular e poderosa e namorar o cara mais gostoso da escola. Agora eu não sou
nada disso, e eu sou uma humana que tem visões assustadoras e não sei o que fazer
sobre nada disso."
Eu não disse nada por um segundo, pensando sobre o fato deu ser a causa de
Afrodite perder a popularidade, o poder, e o namorado. Quando eu finalmente falei, eu
me surpreendi dizendo exatamente o que estava na minha cabeça.
"Você deve me odiar."
Ela me encarou por muito tempo. "Eu odiava," ela disse devagar. "Mas agora eu
principalmente me odeio."
"Não," eu disse.
"E porque diabos eu não deveria me odiar? Todos me odeiam." As palavras dela
soavam afiadas e maldosas, mas os olhos dela estavam cheios de lagrimas.
"Lembra as coisas ruins que você disse para mim não muito tempo atrás quando
você achou que eu era tão perfeita?"
Um pequeno sorriso apareceu nos lábios dela. "Você tem que me lembrar. Eu te
disse muitas coisas ruins."
"Bem, dessa vez em particular você disse algo sobre o fato que o poder muda as
pessoas e os faz fazer porcaria."
"Oh, yeah. Está voltando para mim agora. Eu disse que o poder muda as pessoas,
mas estava falando das pessoas ao teu redor."
"Bem, você estava certa sobre eles e sobre mim, e eu entendo isso agora. Eu
também entendi muitas coisas estúpidas que você fez," eu sorri e acrescentei, "não todas
as coisas estúpidas que você fez, mas muitas delas. Porque agora eu fiz minha parte de
coisas estúpidas, e eu acho que não parei de fazer coisas idiotas - por mais deprimente
que isso seja."
"Deprimente, mas verdade," ela disse. "Oh, e por sinal, em enquanto estamos
falando sobre poder mudar as pessoas, você precisa lembrar disso quando estiver lidando
com Stevie Rae."
"Como assim?"
"Exatamente o que eu disse. Ela mudou."
"Você vai ter que fazer mais que isso," eu disse, me sentindo enjoada.
"Não finja que você não notou algo estranho nela," Afrodite disse.
"Ela passou por muita coisa," eu justifiquei.
"Exatamente meu ponto. Ela passou por muita coisa, e isso mudou ela."
"Você nunca gostou de Stevie Rae, então não espero que você de repente comece a
se dar bem com ela, mas não vou ouvir sua merda sobre ela - especialmente depois que
ela acabou de te oferecer a ir com ela para não ter que ficar aqui e fingir ser algo que
você não é." Eu estava tentando ficar muito fula, e não sabia dizer se eu estava fazendo
isso porque o que Afrodite estava dizendo era horrível e errado, ou porque o que ela
estava dizendo era assustadoramente verdade e eu não queria encarar isso.
"Você pensou que talvez ela queira que eu vá com ela porque Stevie Rae não quer
que eu passe algum tempo com você?"


"Isso é idiota. Porque ela ia se importar? Ela é minha melhor amiga, não meu
namorado."
"Porque ela sabe que eu vi através da atuação dela e que eu ia te contar sobre o
problema dela. A verdade é que ela não é o que costumava ser. Eu não tenho certeza do
que ela é agora, e eu acho que ela também não sabe disso, mas ela com certeza não é a
boazinha Stevie Rae que costumava ser."
"Eu sei que ela não é exatamente como costumava ser." Eu surtei. "Como ela
poderia? Ela morreu, Afrodite! Nos meus braços. Lembra? E eu sou uma amiga boa o
bastante para não virar as costas para ela porque passar por algo que muda a sua vida
realmente a mudou."
Afrodite ficou parada ali e me encarou muito tempo sem dizer nada - tanto que meu
estomago começou a doer de novo. Finalmente ela ergueu um ombro. "Ótimo. Acredite no
que quiser. Espero que você tenha razão."
"Estou certa, e não quero mais falar sobre isso," eu disse, me sentindo
estranhamente abalada.
"Ótimo," ela repetiu. "Parei de falar sobre isso."
"Ótimo. Então termine de desenhar sua Marca e vamos para a reunião."
"Juntas?"
"Yep."
"Você não se importa que as pessoas saibam que não nos odiamos?" ela disse.
"Bem, veja desse jeito: Pessoas, especialmente meus amigos, vão estar pensando
muitas coisas não-tão-gentis sobre a possibilidade de você e eu de repente nos tornamos
amigas."
Os olhos de Afrodite se alargaram. "O que vai impedir o cérebro pequeno deles de
pensar sobre Stevie Rae."
"Meus amigos não tem cérebro pequeno."
"Tanto faz."
"Mas, sim, Damien e as Gêmeas vão ficar ocupados pensando em coisas irritadas
sobre você, o que definitivamente vai manter a mente deles ocupadas caso Neferet esteja
ouvindo," eu disse.
"Parece o começo de um plano para mim," ela disse.
"Infelizmente, é tudo o que eu tenho para um plano."
"Bem, pelo menos você é consistente em não saber o que diabos está fazendo."
"É tão bom você olhar o melhor das coisas."
"Qualquer coisa que eu possa fazer para ajudar," Afrodite disse.
Quando ela terminou sua Marca falsa, fomos para a porta. E logo antes deu abrir, eu
olhei para ela. "Oh, e eu também não te odeio." Eu disse. "Na verdade, estou começando
a gostar de você."
Afrodite me deu seu melhor olhar de desprezo e disse, "Vê, isso é o que eu quis dizer
sobre você ser consistente sobre não saber o que diabos você está fazendo."
Eu estava rindo quando abri a porta e dei um encontrão em Damien, Jack e as
Gêmeas.


SETE

"Queremos falar com você, Z," Damien disse.
"E estamos felizes por ver que ela está indo embora," Shaunee disse, apontando para
Afrodite.
"Yeah, não deixe a porta te bater na bunda enquanto sai," Erin disse.
Eu vi a magoa que passou no rosto de Afrodite. "Ótimo. Estou saindo fora," ela disse.
"Afrodite, você não vai a lugar nenhum," eu tive que esperar as Gêmeas fazerem
seus sons de descrença antes de continuar. "Nyx está trabalhando forte na vida de
Afrodite. Você confia no julgamento de Nyx?" Eu perguntei, olhando para meus amigos.
"Sim, é claro que sim," Damien falou por todos eles.
"Então vão ter que aceitar que Afrodite é uma de nós," eu disse.
Então houve uma longa pausa em que as Gêmeas, Jack, e Damien dividiram olhares,
e então Damien finalmente disse, "Eu suponho que realmente a gente tenha que admitir
que Afrodite é especial para Nyx, mas a verdade é que nenhum de nós confia nela."
"Eu confio nela," eu disse. Ok, talvez eu não confiasse nela 100%, mas Nyx estava
trabalhando nela.
"O que é irônico, porque temos problema de confiança com você," Shaunee disse.
"Horda de nerds, vocês não fazem sentido," Afrodite disse. "Sem pestanejar vocês
estão todos Oh, sim! Confiamos em Nyx! E no outro minuto vocês dizem que tem
problema de confiança com Zoey. Zoey é A caloura. Ninguém - vampiro ou calouro - teve
tantos dons feitos por Nyx. Dá pra fazer sentido?" Afrodite virou os olhos.
"Afrodite pode ter razão," Damien disse através do silencio.
"Não brinca?" Afrodite disse sarcasticamente. "Aqui tem outra noticia para a horda de
nerds - minha ultima visão é de Zoey sendo morta e o mundo sendo jogado no caos total
por causa disso. E adivinhem quem é responsável pelo assassinato da suposta amiga de
vocês?" Ela pausou, erguendo uma sobrancelha para Damien e as Gêmeas antes de
responder sua própria pergunta. "Todos vocês. Zoey é morta porque vocês viraram suas
costas para ela."
"Ela teve uma visão da sua morte?" Damien perguntou. O rosto dele ficou
repentinamente branco.
"Yeah, duas vezes na verdade. Mas as visões são bem confusas. Ela viu do meu
ponto de vista, o que foi meio ruim. De qualquer forma, eu só tenho que ficar longe da
água e -" minhas palavras morreram quando eu quase disse Neferet. Graças a Deus,
Afrodite assumiu.
"- Ela tem que ficar longe da água, e ela não pode ficar isolada," ela disse. "O que
significa que vocês vão ter que se beijar e fazer as pazes. Mas façam enquanto eu não
estou olhando, porque definitivamente vai me deixar enjoada."
"Você nos irritou, Z," Shaunee disse, parecendo quase tão pálida quanto Damien.
"Mas não queremos que você morra," Erin terminou, parecendo igualmente
chateada.
"Eu vou morrer se você morrer," Jack disse, fungando. Então ele pegou a mão de
Damien.
"Bem, então, vocês vão ter que superar e serem o bando de amiguinhos de novo,"
Afrodite disse.
"Desde quando você se importa se Z vive ou morre?" Damien perguntou.
"Desde que estou trabalhando para Nyx, e não para mim mesma. E Nyx dá bola para
Zoey; portanto, eu dou bola para Zoey. E é uma boa coisa. Vocês deveriam ser os


melhores amigos dela, e um segredo ou dois e um estúpido mal entendido faz vocês
largarem ela de mão." Afrodite olhou para mim e bufou, "Diabos, Zoey, com amigos como
esses, é uma boa coisa não termos inimigos."
Damien virou para Afrodite, balançando a cabeça e parecendo mais magoado do que
com raiva. "O que realmente me confunde sobre isso é que está perfeitamente claro que
você está escondendo coisas de nós e contando para ela."
"Oh, por favor, garoto gay. Não vem com essa para cima de mim e tome seu lugar
ao lado de Zoey. É simples o porquê dela me contar coisas. Vampiros não podem ler
minha mente."
Damien piscou surpreso. Então, com olhos bem abertos entendendo, ele olhou para
mim. "Eles não podem ler sua mente também, podem?"
"Não, não podem."
"Oh, merda!" Shaunee disse. "Quer dizer que nós contar algo é como contar a
todos?"
"Não pode ser tão fácil para vampiros lerem a mente dos calouros, Z," Erin disse. "Se
fosse, muitos garotos iam ficar encrencados o tempo todo."
"Espera, eles ignoram coisas como calouros saindo do campus e tudo mais," Damien
disse devagar, como se ele estivesse somando 2 + 2 enquanto falava. "Os vampiros não
se importam sobre pequenas regras quebras e coisas típicas de adolescentes, então eles
não ouvem tudo o tempo todo."
"Mas se eles acharem que tem algo acontecendo e que é mais do que uma ou outra
regra quebrada, e tivessem uma idéia sobre um certo grupo de calouros que podem saber
algo," eu disse.
"Eles vão focar seus pensamentos nesse grupo de calouros," Damien concluiu por
mim. "Você realmente não pode nos contar certas coisas!"
"Droga," Shaunee disse.
"Muito péssimo," Erin disse.
"Levou tempo hein," Afrodite disse.
Damien a ignorou. "Isso tem algo a ver com Stevie Rae, não é?"
Eu acenei.
"Hey, falando nisso," Shaunee disse.
"O que aconteceu com ela?" Erin perguntou.
"Nada aconteceu com ela," Afrodite disse. "Ela me encontrou. Eu voltei ao normal
quando a minha Marca voltou, e então eu voltei para cá."
"E para onde ela foi?" Damien perguntou.
"Eu pareço uma babá? Como diabos eu devo saber onde sua amiguinha vai? Tudo o
que ela disse era que tinha que ir porque tinha problemas. Como se isso fosse um
choque."
"Você vai ter problemas com meu punho no seu rosto se você começar a falar mal de
Stevie Rae," Shaunee disse.
"Eu seguro ela para você, Gêmea," Erin disse.
"Vocês duas dividem um cérebro?" Afrodite disse.
"Oh.Meu.Deus!Chega!" Eu gritei. "Eu posso morrer. Duas vezes. Alguma coisa
estranha e fantasmagórica me atacou hoje, e agora estou me sentindo fudidamente
assustada sobre isso. Eu não tenho certeza de que merda está acontecendo com Stevie
Rae, e Neferet nos chamou para uma reunião do Conselho provavelmente para começar
os planos sobre a guerra - uma guerra que totalmente não é a coisa certa a fazer. E
vocês não param de brigar? Vocês estão me dando dor de cabeça e me irritando."


"É melhor ouvir ela. Eu contei dois palavrões e um quase palavrão no discurso dela.
Ela está falando serio," Afrodite disse.
Eu vi as Gêmeas realmente sorrirem. Jeesh. Porque eu não xingar é algo demais?
"Ok, Vamos tentar nos dar bem," Damien disse.
"Por Zoey," Jack disse, me dando um doce sorriso.
"Por Zoey," as Gêmeas falaram juntas.
Meu coração se apertou enquanto eu olhava para meus amigos. Eles iam cuidar da
minha retaguarda. Não importa o que - eles ficariam do meu lado.
"Obrigado, gente," eu disse, limpando as lagrimas.
"Abraço grupal!" Jack disse.
"Ah, diabos não," Afrodite disse.
"Essa é uma coisa que podemos concordar com Afrodite," Erin disse.
"Yeah, hora de ir," Shaunee disse.
"Ah oh, Damien, temos que ir também. Você disse a Stark que iríamos checar se ele
estava bem instalado antes da reunião," Jack disse.
"Oh, é verdade," Damien disse. "Tchau, Z. Te vejo logo."
Ele e Jack seguiram as Gêmeas para fora do meu quarto. Me dando tchau, eles
encheram o corredor, então começaram a conversar sobre o quão lindo Stark era, me
deixando com Afrodite.
"Então, meus amigos não são tão ruins, huh?" eu disse;
Afrodite virou seu olhar frio para mim. "Seus amigos são nerds," ela disse.
Eu ri e dei nos ombros. "Então isso te faz uma nerd."
"Era o que eu temia," ela disse. "Falando em mim estar no inferno - venha ao meu
quarto. Tem algo que você tem que me ajudar a descobrir antes da Reunião do
Conselho."
Eu dei nos ombros. "Tudo bem." Na verdade, eu estava me sentindo muito bem.
Meus amigos estavam falando comigo de novo, e parece que todos tem uma chance de se
dar bem. "Hey," eu disse enquanto andava pelo corredor até o quarto de Afrodite. "Você
notou que as Gêmeas falaram algo gentil para você antes de saírem?"
"As Gêmeas são simbióticas, e eu espero que muito em breve as leve para fazer uma
experiência cientifica nelas."
"Essa atitude não ajuda," eu disse.
"Podemos só nos focar no que é importante?"
"Tipo?"
"Eu, é claro, e no que eu preciso da sua ajuda." Afrodite abriu a porta do seu quarto,
e entramos no que eu gosto de pensar que é o palácio dela. Eu quero dizer, jeesh, o lugar
parece que foi decorado pelo Guia do Design de Gossip Girl - se existe tal coisa. O que,
infelizmente, provavelmente tem. (Não que eu não adore Gossip Girl!)
"Afrodite, alguém te disse que você pode ter um desvio de personalidade?"
"Vários psicólogos bem pagos. Como se eu me importasse." Afrodite andou pelo
quarto e abriu a porta do seu armário pintado a mão (e provavelmente uma antiguidade
muito cara) que ficava na frente da cama dela talhada a mão (com certeza uma
antiguidade muita cara). Enquanto ela mexia nele, ela disse, "Oh, por sinal, você tem que
fazer um jeito para o Conselho achar tudo bem para você, e tragicamente, eu e - por
mais que eu odeie dizer - sua horda de nerds também, sairmos do campus."
"Huh?"


Afrodite suspirou e virou seu rosto para mim. "Dá pra me acompanhar? Temos que
ser capazes de sair e entrar para descobrir o que diabos vamos fazer com Stevie Rae e os
amigos nojentos dela."
"Eu já te disse que não vou deixar você falar assim sobre Stevie Rae. Nada está
acontecendo com ela."
"Isso será discutido, mas já que você se recusa discutir isso agora, estou falando
sobre os nojentos com quem ela anda. E se você estiver certa e Neferet queira usar eles
contra os humanos? Não que eu particularmente goste de humanos, mas eu
definitivamente não gosto de uma guerra. Então acho que você precisa checar isso."
"Eu? Porque eu? E porque eu tenho que descobrir um jeito para nos tirar da escola?"
"Porque você é uma super caloura. Eu só uma ajudante muito mais atraente. Oh, e a
sua horda de nerds são seus servos."
"Ótimo," eu disse.
"Hey, não se estresse sobre isso. Você vai pensar em algo. Você sempre pensa."
Eu pisquei surpresa para ela. "Sua confiança em mim é chocante." E eu não estava
brincando. Quero dizer, ela realmente parecia achar que eu podia descobrir toda essa
bagunça.
"Eu deveria." Ela virou voltando a procurar algo no armário. "Eu sei mais do que
qualquer um que recebeu um dom de Nyx. Você é poderosa, blá, blá, tanto faz. Então
você vai descobrir. Finalmente! Deus, eu queria que houvesse uma empregada aqui. Eu
nunca consigo achar nada quando eu me forço a limpar sozinha." Afrodite emergiu com
uma vela verde dentro de um vidro bonito de cristal e um isqueiro chique.
"Você precisa que eu te ajude a descobrir algo sobre a vela?"
"Não, gênia. Algo que eu realmente me pergunto sobre a escolha de Nyx." Ela me
entrou o isqueiro. "Eu quero que você me ajude a descobrir se eu perdi minha afinidade
com a terra."


OITO

Eu olhei da vela verde para Afrodite. O rosto dela estava pálido e os lábios dela
estavam comprimidos em uma fina linha. "Você não tentou evocar a terra desde que
perdeu sua Marca?" eu perguntei gentilmente.
Ela balançou a cabeça e continuou a parecer enjoada.
"Ok, bem, você tem razão. Eu posso te ajudar a descobrir. Eu provavelmente deveria
lançar um circulo."
"Foi o que eu pensei." Afrodite deu um abalado suspiro. "Vamos acabar com isso."
Ela andou até a parede que ficava do lado oposto da cama dela. Ela ficou parada ali
segurando a vela. "Aqui é o norte."
"Esta certo." Eu fui decidida parar na frente de Afrodite. Virada para o leste, eu
fechei meus olhos e me concentrei. "Enche nossos pulmões e nos da vida. Eu chamo a ar
para o meu circulo." Mesmo sem a vela amarela representando o elemento - e sem a
afinidade de Damien com o ar - eu senti a resposta instantânea do elemento enquanto
uma suave brisa acariciava meu corpo.
Eu abri meus olhos e virei para a direita, me movendo na direção do relógio, ao redor
do circulo até o sul, onde eu parei. "Ele nos aquece e nos mantém seguros e quentes. Eu
chamo o fogo para o meu circulo." Eu sorri enquanto o ar ao meu redor se esquentava
com o segundo elemento.
Me movendo para minha direita de novo, eu parei perto do oeste. "Ele nos lava e nos
afoga. Eu chamo a água para o meu circulo." Imediatamente eu senti as ondas invisíveis
contra as minhas pernas. Sorrindo, eu me movi para parar na frente de Afrodite.
"Pronta?" eu perguntei a ela.
Ela acenou e fechou os olhos e ergueu a vela verde que representava o elemento
dela.
"Ela nos sustenta e nos cerca. Eu chamo a terra para o meu circulo." Eu acendi o
isqueiro e ergui a chama até a vela.
"Ow, merda!" Afrodite chorou. Ela derrubou a vela como se ela tivesse sido picada.
Ela se despedaçou no chão de madeira aos pés dela. Quando os olhos dela se ergueram
da bagunça, eu vi que eles estavam cheios de lagrimas. "Eu perdi." A voz dela era um
pouco mais do que um sussurro enquanto as lagrimas caiam pelas bochechas dela. "Nyx
tirou de mim. Eu sabia que ela ia fazer isso. Eu sabia que não era boa o bastante para ela
me dar um dom como uma afinidade por algo tão incrível como o elemento terra."
"Eu não acredito que foi isso que aconteceu," eu disse.
"Mas você viu. Eu não sou mais a terra. Nyx não me deixa representar o elemento,"
ela chorou.
"Eu não quis dizer que você ainda tem uma afinidade pela terra. O que eu quis dizer
é que eu não acho que Nyx tirou de você porque você não é digna."
"Mas eu não sou," Afrodite disse de forma quebrada.
"Eu não acredito nisso. Aqui, me deixe te mostrar."
Eu dei um pequeno passo para trás. Dessa vez sem a vela de Afrodite, eu disse, "ela
nos sustenta e nos cerca. Eu chamo a terra para o meu circulo."
O cheiro e o som da campina instantaneamente me cercou. Tentou ignorar o fato de
que o que eu estava fazendo fez Afrodite chorar ainda mais, eu fui até o centro do meu
invisível circulo e chamei o ultimo dos cinco elementos para mim. "É o que somos antes de
nascer, o que eventualmente voltaremos a ser. Eu chamo o espírito para o meu circulo."
Minha alma cantou comigo enquanto o ultimo elemento me preenchia.


Segurando firme o poder que sempre vinha até mim quando eu evocava os
elementos, eu ergui meus braços por cima da cabeça. Eu ergui minha cabeça, vendo não
o teto em cima de mim, mas imaginando através da escuridão no céu da noite
incomparável. E eu rezei - não do jeito que minha mãe e o marido dela, o padrasto-
perdedor, faziam, cheia de falsa humildade e com muitos améns decorativos e tudo mais.
Eu não mudei quem era enquanto rezava. Eu rezei para deusa como se eu estivesse
falando com minha vó ou minha melhor amiga.
Eu gostava de acreditar que Nyx gosta da minha honestidade.
"Nyx, desse lugar de poder que você me deu, eu peço que ouça minha reza. Afrodite
perdeu muito, e eu não acho que é porque você não se importa mais com ela. Eu acho
que tem outra coisa acontecendo aqui, e eu realmente gostaria que você dissesse a ela
que ainda está com ela - não importa o que."
Nada aconteceu. Eu respirei fundo e me concentrei de novo. Eu ouvi a voz de Nyx
antes. Eu digo, às vezes ela realmente fala comigo. Às vezes eu só tenho
pressentimentos. Qualquer um dos dois seria bom agora, eu acrescentei essa parte
silenciosamente a minha reza. Então tentei me concentrar mais. Eu fechei meus olhos e
ouvi tanto que eu estava apertando os olhos e segurando o fôlego. Na verdade, eu estava
ouvindo tanto, que eu quase não ouvi o chocado arfar de Afrodite.
Eu abri meus olhos, e minha boca se abriu.
Flutuando entre Afrodite e eu estava a brilhante imagem prateada de uma linda
mulher. Mais tarde, quando Afrodite e eu tentamos descrever uma a outra exatamente
como ela parecia, percebemos que não conseguíamos lembrar nenhum detalhe a não ser
que nós duas disséssemos que ela parecia como se o espírito de repente tivesse ficado
visível - o que não é uma descrição.
"Nyx!" Eu disse.
A deusa sorriu para mim, e eu achei que meu coração ia bater para fora do peito de
tanta felicidade. "Saudações, minha u-we-tsi-a-ge-y" ela disse, usando a palavra Cherokee
para "filha," como minha avó geralmente fazia. "Você estava certa em me chamar. Você
deveria seguir seus instintos com mais freqüência, Zoey. Ele nunca vai te levar para o
caminho errado."
Então ela virou para Afrodite, que, chorando, caiu no chão diante da deusa.
"Não chore, minha preciosa criança." Nyx ergueu suas mãos delicadas para tocar ela,
e como um lindo sonho que ganhou substancia, ela acariciou a bochecha de Afrodite.
"Me perdoe, Nyx!" Ela chorou. "Eu fiz tantas coisas idiotas, e cometi tantos erros. Eu
sinto muito por tudo. De verdade. Eu não te culpo por tirar minha Marca e minha
afinidade com a terra. Eu sei que não mereço nenhuma delas."
"Filha, você entendeu errado. Eu não removi sua Marca. Foi a força da sua
humanidade que a retirou, assim como a força da sua humanidade foi o que salvou Stevie
Rae. Goste ou não, você sempre será mais sublime humano do que qualquer outra coisa,
o que é parte do motivo para eu te amar tão profundamente. Mas não acredite que você é
apenas humana agora, minha criança. Você é mais que isso, mas exatamente o que isso
significa, você deve descobrir - e escolher - sozinha." A deusa pegou a mão de Afrodite e
a ergueu do chão. "Eu quero que você entenda que a afinidade com a terra nunca foi sua,
filha. Você simplesmente a protegeu para Stevie Rae. Vê, a terra não podia
verdadeiramente viver com ela até que a humanidade dela fosse restaurada. Foi você em
quem confiei para manter esse precioso dom protegido, assim como você foi o vaso pelo
qual a humanidade de Stevie Rae retornou para ela."
"Então você não está me punindo?" Afrodite disse.


"Não, filha. Você se puniu o bastante sozinha sem precisar de mim," Nyx disse
gentilmente.
"E você não me odeia?" Afrodite sussurrou.
O sorriso de Nyx era radiante e triste. "Como eu já disse, eu te amo, Afrodite. Eu
sempre amarei."
Dessa vez eu soube que as lagrimas que caiam no rosto de Afrodite eram lágrimas
de felicidade.
"Vocês duas tem uma longa estrada a percorrer. A maior parte vão viajar juntas.
Dependendo uma da outra. Ouçam seus instintos. Confiem na voz firme dentro de vocês."
A deusa virou para mim. "U-we-tsi-a-ge-ya, tem um grande perigo se aproximando."
"Eu sei. Você não pode querer essa guerra."
"Eu não quero, filha. Embora não seja esse o perigo do qual eu falo."
"Mas se você não quer a guerra, porque não para ela? Neferet tem que te ouvir! Ela
tem que fazer o que você manda!" eu disse, sem ter certeza do porque me sentia tão
frenética, especialmente com o olhar sereno da deusa em mim.
Ao invés de me responder, Nyx fez uma pergunta. "Você sabe qual é o maior dom
que eu dei aos meus filhos?"
Eu pensei muito, mas minha mente parecia ser um emaranhado de palavras cruzadas
de pensamentos e fragmentos da verdade.
A voz de Afrodite parecia forte e clara. "Livre arbítrio."
Nyx sorriu. "Exatamente, Afrodite. E quando eu dou um dom, eu nunca o retiro. O
dom se torna a pessoa, e se eu me intrometesse e exigisse obediência, especialmente
retirando as afinidades, eu destruiria a pessoa."
"Mas talvez Neferet te ouvisse se você falasse com ela como está falando com a
gente. Ela é sua Alta Sacerdotisa," eu disse. "Ela deveria ouvir você."
"Me entristece, mas Neferet escolheu não mais me ouvir. Esse é o perigo do qual eu
me referi a você. A mente de Neferet está virada para outra voz, uma que tem sussurrado
para ela a muito tempo. Eu esperei que o amor dela por mim fosse afastar a outra, mas
isso não aconteceu. Zoey, Afrodite é inteligente sobre muitas coisas. Quando ela disse que
o poder muda, ela estava certa. O poder sempre muda quem o possui e aqueles que
estão perto dele, embora acreditar que ele sempre corrompe as pessoas seja muito
simplista."
Enquanto ela falava, eu notei que ondas brilhosas começaram a passar ao redor do
corpo de Nyx, como nevoa se erguendo dos campos, e a imagem dela estava ficando cada
vez mais difícil de se ver.
"Espera! Não vá ainda," eu chorei. "Eu tenho tantas perguntas."
"A vida vai revelar a você as escolhas que você terá de fazer para responder essas
perguntas," ela disse.
"Mas você disse que Neferet está ouvindo a voz de outra pessoa. Isso significa que
ela não é mais sua Alta Sacerdotisa?"
"Neferet saiu do meu caminho e escolheu o caos." A imagem da deusa se balançou.
"Mas lembre-se, o que eu dei eu nunca tiro. Então não subestime o poder de Neferet. O
ódio que ela está tentando acordar é uma força poderosa."
"Isso me assusta, Nyx. Eu - eu sempre estou errando," eu gaguejei. "Especialmente
ultimamente."
A deusa sorriu de novo. "Sua imperfeição é parte do seu poder. Procure na terra
força, e nas histórias do povo da sua avó respostas."


"Seria mais seguro se você me dissesse o que eu preciso saber e o que fazer," eu
disse.
"Como em tudo minha filha, você deve encontrar seu próprio caminho, e através
dessa descoberta, você ira decidi o que cada criança da terra vai ter que decidir - escolher
entre caos ou amor."
"Às vezes caos e amor parecem a mesma coisa," Afrodite disse. Eu pude ver que ela
estava tentando ser respeitosa, mas havia uma clara quantidade de expectativa na voz
dela.
Nyx não pareceu se importar com o comentário dela. A deusa simplesmente acenou
e disse, "De fato, mas quando você olha mais profundamente, consegue ver que embora
caos e amor sejam poderosos e sedutores, eles também são tão diferentes quanto a luz
da lua e a luz do sol. Lembre-se... eu nunca estou longe do coração de vocês, minhas
preciosas filhas."
Com um flash de luz prateada final, a deusa desapareceu.


NOVE

"Bem, droga. Caos e amor são o mesmo, mas não são. Neferet ainda tem seus
poderes, e ela não está mais ouvindo Nyx. Oh, e ela está tentando acordar algo perigoso.
O que isso significa? É um acordar abstrato como, "acordar" o perigo na forma de uma
guerra contra os humanos, ou ela está literalmente tentado acordar algo horrível e
assustador que pode comer a todos nós? Como aquela coisa assustadora que me
arranhou antes, o que eu nem tive a chance de perguntar para ela. Droga de novo!" Eu
fiquei tagarelando enquanto Afrodite e eu corríamos para fora do dormitório feminino.
Infelizmente, parecia que íamos nos atrasar para a Reunião do Conselho.
"Não olhe para mim. Eu tenho mistérios meus o bastante para resolver. Eu sou
humana, mas não sou? O que isso significa? E como minha humana pode ser tão grande e
forte - se eu nem gosto de humanos?" Afrodite suspirou e afofou o cabelo. "Merda, meu
cabelo está uma bagunça." Ela virou o rosto para mim. "Dá para perceber que eu estava
chorando?"
"Pela zilionesima vez, não. Você está bem."
"Merda. Eu sabia. Eu estou horrível."
"Afrodite! Eu acabei de dizer que você está bem."
"Yeah, bem, bem está ótimo para a maior parte das pessoas. Para mim é terrível."
"Ok, nossa deusa, a imortal Nyx, acabou de se manifestar e falar com a gente e você
está pensando como você se parece?" Eu balancei a cabeça. Isso é incrivelmente
superficial, até para Afrodite.
"Yeah, isso é incrível. Nyx é incrível. Eu nunca disse que ela não era. Então qual é o
seu ponto?"
"Meu ponto é que depois de experimentar uma visita da nossa deusa, você devia, eu
não sei, talvez se importar com algo mais importante do que o seu já perfeito cabelo," eu
disse, completamente exasperada. Era ela com quem eu deveria batalhar em uma
perigosa batalhe que ia balançar o mundo com um perigoso mal? Jeesh, Nyx é
absolutamente e totalmente misteriosa. Em falar em anuncio.
"Nyx sabe exatamente quem eu sou e ela me ama. Essa é quem eu sou." Ela passou
a mão ao seu redor. "Então, você realmente acha que meu cabelo é perfeito?"
"É tão perfeito quanto a sua atitude chata e superficial," eu disse.
"Oh, ótimo. Ok, já me sinto melhor."
Eu franzi para ela, mas não disse mais nada enquanto corríamos pela escada até a
sala do Conselho que era oposta a biblioteca. Eu nunca estive nessa sala antes, mas eu
espiava lá para dentro frequentemente. Quando estava vazia, a porta ficava raramente
fechada, e as milhares de vezes que eu ia e saia da biblioteca, eu não podia me impedir
de olhar e ficar surpresa com a enorme e linda mesa redonda que ficava no meio da sala.
Serio, eu até perguntei a Damien se aquela mesa redonda podia ser A Mesa Redonda, do
Rei Arthur e de Camelot. Ele disse que achava que não, mas não tinha certeza.
Hoje a sala do Conselho não estava vazia. Estava cheia de vampiros e Filhos de
Erebus e, é claro, os poucos calouros que eram do Conselho de Prefeitos. Graças a Deus,
entramos enquanto Darius estava fechado a porta e se posicionando, alto e musculoso, ao
lado dela. Afrodite deu a ele um enorme sorriso flertando, e eu reprimi um suspiro quando
os olhos dele brilharam em resposta. Ela tentou ficar atrás para falar com ele. Mas eu
agarrei o braço dela e praticamente a arrastei até as duas cadeiras vazias ao lado de
Damien.
"Obrigado por nós guardar um lugar," eu sussurrei para ele.


"Sem problemas," ele respondeu, me dando seu sorriso familiar. Ele me acalmou e
me ajudou com os nervos.
Eu olhei ao redor da mesa. Afrodite e eu estávamos sentadas a direita de Damien. Ao
lado de Afrodite estava Lenobia, a professora de equitação. Ela estava conversando com
Dragon e Anastancia Lankford, que estavam ao lado dela. Na esquerda de Damien
estavam as Gêmeas. Elas me deram balanços de cabeça iguais, e tentaram parecer
indiferentes, mas eu podia ver que elas se sentiam tão nervosas e deslocadas quanto eu.
Eu sabia que o Conselho era formado pelos mais poderosos membros da equipe da escola,
mas junto com os professores, vários outros pareciam familiares embora eu nunca os
tenha visto em aula e não fazia idéia de onde diabos eles ficavam, eram os Filhos de
Erebus, incluindo um enorme cara que tinha sentado perto da porta. Ele era a maior
pessoa, humana ou vampiro, que eu já tinha visto. Eu estava tentando não encarar ele e
perguntar a Damien, o Sr. Rei das Regras, se os guerreiros realmente eram permitidos na
Reunião do Conselho, quando Afrodite se inclinou e sussurrou, "Aquele é Ate, o Líder dos
Filhos de Erebus. Darius me disse que ele estava vindo hoje. Ele é enorme, não é?"
Antes deu poder responder que ele parecia muito mais como vários caras enormes, a
porta da sala abriu e Neferet entrou.
Eu percebi que algo estava errado mesmo antes de ver a mulher que entrou na sala
depois dela. O rosto público de Neferet normalmente era perfeito - ela é mais do que a
personificação da calma. Mas isso estava abalando Neferet. As lindas feições dela
pareciam de alguma forma apertadas, como se ela estivesse lutando para se controlar, e a
luta a estivesse esticando. Ela deu alguns passos para dentro da sala e então se moveu
para o lado para podermos ver a vampira que entrou na sala atrás dela.
Quando eles a viram, o choque que passou pelos vampiros foi imediato e óbvio. Os
Filhos de Erebus foram os primeiros a levantar, mas o Conselho os seguiu de perto. Junto
com todo mundo, Damien, as Gêmeas, Afrodite, e eu, também levantamos,
automaticamente imitando a saudação de respeito dos vampiros com o punho em cima do
coração e curvamos a cabeça.
Ok, eu admito que eu espiei para poder olhar a nova vampira. Ela era alta e magra.
A cor dela era de uma rica e bem polida madeira escura, e como mogno, era lisa e sem
falhas, manchada apenas pelas intrincadas tatuagem safiras, que eram, incrivelmente, da
forma de linhas curvadas da figura de deusa que todos os professores usavam bordada
em seus bolsos acima de peito. As figuras femininas eram iguais, seus corpos se esticando
até as bochechas dela e do lado do rosto. Os braços estavam erguidos, as mãos abertas
para segurar a lua crescente no meio da testa dela. O cabelo dela era impossivelmente
longo. Passava muito além da cintura dela, em uma onda pesada e brilhante seda preta.
Ela tinha olhos escuros grandes que eram amendoados, um longo e reto nariz, e lábios
cheios. Ela tinha a postura de uma rainha, com o queixo erguido e o olhar firme enquanto
varria a sala. Foi apenas quando o olhar parou brevemente em mim e eu senti a força
dela que eu percebi que ela era algo que eu nunca tinha visto em um vampiro antes - ela
era velha. Não que ela tivesse rugas, como uma velha humana teria. Essa vampira parecia
ter uns 40 anos, o que é traduzido como antiga para um vampiro. Mas não eram rugas
que a faziam parecer velha. Era um senso de idade e dignidade que eram como uma jóia
cara que decorava o corpo dela.
"Merry meet." Ela tinha um sotaque que eu desconhecia. Parecia do Oriente Médio,
mas não. Britânico, mas não. Basicamente, fazia a voz dela ser tão rica quanto a pele. Ela
preencheu a sala.
Todos nós respondemos automaticamente. "Merry meet."


Então ela sorriu, e a repentina semelhança entre ela e Nyx, que tinha acabado de
sorrir para mim momentos antes, fez meus joelhos tremerem, então eu fiquei aliviada
quando ela fez menção para todos nós sentarmos.
"Ela me lembra Nyx," Afrodite sussurrou para mim.
Aliviada por não estar imaginando coisas, eu acenei. Não houve tempo para mais
nada porque Neferet tinha se recomposto o bastante para falar.
"Eu estava, como todos vocês estavam, surpresa e honrada pela rara visita sem ser
programada de Shekinah a nossa House of Night."
Eu ouvi Damien respirar de forma tremula e dei a ele um enorme olhar de pergunta.
Como sempre o Sr. Estudioso, tinha um papel e um lápis bem apontado que ele segurava
pronto para poder, é claro, fazer anotações. Ele rapidamente escreveu algumas palavras
bem grande para eu poder ler: SHAKINAH = ALTA SACERDOTISA DE TODOS OS
VAMPIROS.
Ohmeudeus. Não é de se admirar que Neferet esteja apavorada.
Shekinah continuou a sorrir serenamente enquanto ela fazia menção para Neferet
sentar. Neferet curvou a cabeça num gesto que eu tinha certeza era para parecer
respeitoso, mas para mim o movimento parecia duro, uma ação de respeito forçada. Ela
sentou, ainda se mantendo com uma estranha rigidez. Shekinah continuou de pé
enquanto começou a falar.
"Se essa fosse uma visita normal, eu iria, é claro, anunciar apropriadamente a minha
chegada e teria permitido que se preparassem. Isso está longe de ser uma visita normal,
o que é o certo porque esta está longe de ser uma Reunião do Conselho normal. É rara o
bastante para admitir Filhos de Erebus, mas eu entendo que a presença deles aqui é
necessária nessa hora de tumulto e perigo. Mas ainda mais raro, tem a presença de
calouros."
"Eles estão aqui porque -"
Shekinah ergueu a mão, instantaneamente cortando a explicação de Neferet.
Eu não sabia o que me assustava mais - o poder e presença parecida como uma
deusa de Shekinah, ou o fato de Neferet calar a boca tão facilmente.
Os olhos escuros de Shekinah foram das Gêmea para Damien, Afrodite, e então
finalmente pararam em mim. "Você é Zoey Redbird," ela disse.
Eu limpei minha garganta e tentei não me incomodar com o olhar direto dela. "Sim,
senhora."
"Então esses quatro devem ser os calouros que receberam afinidades com o ar, fogo,
água, e terra."
"Sim, senhora, eles são," eu disse.
Ela acenou. "Eu entendo agora porque vocês foram incluídos aqui." Shekinah abaixou
a cabeça para que os olhos dela espetassem Neferet. "Você deseja usar o poder deles."
Eu me endureci ao mesmo tempo que Neferet se endureceu, embora por uma razão
diferente. Shekinah sabia o que eu apenas estava começando a suspeitar - que Neferet
estava abusando de seu poder e instigava uma guerra entre humanos e vampiros?
Neferet falou afiadamente, parando com todo o fingimento de cordialidade. "Eu
desejo usar a vantagem que a deusa nos deus para manter nosso povo seguro." Os outros
vampiros do Conselho de remexeram nos assentos claramente desconfortáveis pela obvia
falta de respeito dela.
"Ah, e é exatamente por isso que estou aqui." Completamente calma com a atitude
de Neferet, Shekinah virou seu olhar para os Membros do Conselho. "Foi afortunado eu
estar fazendo uma visita não anunciada para a House of Night de Chicago quando fiquei


sabendo da tragédia. Se eu estivesse em casa em Veneza, as noticias teriam vindo até
mim tarde demais para mim agir, e mortes não poderiam ser impedidas."
"Impedidas, Sacerdotisa?" Lenobia falou. Eu olhei para ela e vi a amante de cavalos
parecer muito mais relaxada que Neferet. O tom dela era quente, embora respeitoso.
"Lenobia, minha querida. É adorável ver você de novo," Shekinah disse
familiarmente.
"É sempre uma alegria ver você, Sacerdotisa." Lenobia curvou a cabeça, fazendo o
cabelo prata-loiro dela ir para frente como um véu delicado. "Mas, eu acho que falo por
todo o Conselho quando digo que estou confusa. Patricia Nolan e Loren Blake estão
mortos. Se você se referiu a impedir a morte deles, você está atrasada."
"Eu estou, de fato," Shekinah disse. "E a morte deles entristece meu coração, mas
não estou atrasada para impedir mais mortes." Ela pausou e então disse devagar e
distintivamente, "Não haverá uma guerra entre humanos e vampiros."
Neferet levantou, quase derrubando a cadeira. "Não haverá guerra? Então
deixaremos assassinos impunes por seus crimes hediondos contra nós?"
Eu podia mais sentir do que ver a tenção que surgiu entre nos Filhos de Erebus
enquanto eles imitaram o choque de Neferet.
"Você chamou a policia, Neferet?" Shekinah perguntou em um tom suave de
conversa, mas eu senti o poder passar pela minha pela e perturbar algo dentro de mim.
"Chamar a polícia humana e pedir a eles para pegarem o assassino humano para o
julgarem numa corte humana? Não, eu não chamei."
"E você tem tanta certeza que não ira encontrar justiça que está disposta a começar
uma guerra."
Os olhos de Neferet se estreitaram e ela encarou Shekinah, mas não disse nada em
resposta. No horrível silencio, eu pensei no Detetive Marx, o policial que me ajudou
quando Heath foi seqüestrado pelos arrepiantes garotos mortos vivos. Ele foi incrível. Ele
sabia que eu tinha inventado a historia sobre uma pessoa de rua seqüestrar Heath e
matar os dois outros humanos, e ele confiou em mim o bastante para acreditar quando eu
expliquei que o perigo tinha acabado, e me cobriu o tempo todo. O Detetive Marx tinha
explicado que a sua irmã gêmea passou pela Mudança, e ele ficou perto dela, então ele
definitivamente não odiava vampiros. Ele era um detetive de homicídios sênior - eu sabia
que ele faria tudo que pudesse para descobrir quem estava matando vampiros. E ele não
podia ser o único em Tulsa que era verdadeiro e honesto em Tulsa.
"Zoey Redbird, o que você sabe sobre isso?"
A pergunta de Shekinah foi um choque. Como se ela tivesse puxado uma corda
estranha dentro de mim para me fazer falar, eu disse, "eu conheço um honesto policial
humano."
Shekinah sorriu aquele sorriso parecido com o de Nyx de novo, e meus nervos se
acalmaram um pouco. "Eu acho que todos conhecemos, ou pelo menos eu achei que
todos conhecíamos até que a noticia dessa declaração de guerra saiu - sem sequer uma
tentativa de deixar que a policia cuide dos seus."
"Você não vê o quão impossível isso soa?" Os olhos cor de lodo de Neferet estavam
brilhando. "A policia cuidar dos seus, como se eles pudessem!"
"Eles cuidaram, muitas vezes através das décadas. Você sabe disso, Neferet." As
palavras calmas de Shekinah contrastaram dramaticamente com as palavras de raiva de
Neferet.
"Eles a mataram, eles mataram Loren." A voz de Neferet era quase um assovio.


Shekinah gentilmente tocou o braço de Neferet. "Você está muito próxima a isso.
Você não consegue pensar racionalmente."
Neferet se afastou do que toque dela. "Eu sou a única que está pensando
racionalmente!" ela surtou. "Humanos passaram sem ser punidos por seus atos tempo
demais."
"Neferet, pouco tempo passou desde esses assassinatos, e você não deu aos
humanos a oportunidade de tentar punir os seus. Ao invés disso você instantaneamente
julga todos eles de desonestos. Nem todos os humanos são, apesar do seu histórico
pessoal."
Quando Shekinah falou, eu lembrei do que Neferet tinha me dito, que a Marca dela
tinha sido sua salvação porque o pai dela abusava dela a anos. Ela foi Marcada a quase
100 anos. Loren tinha sido morto a dois dias. A professora Nolan foi morta um dia antes
disso. Era obvio para mim que o assassinato deles não era o único "ato selvagem" que
Neferet estava falando. Parecia que Shekinah tinha chegado a uma conclusão similar.
"Alta Sacerdotisa Neferet, é minha conclusão que o seu julgamento no assunto
dessas mortes está comprometido. Seu amor por nossa irmã e irmão caídos, e desejo de
retribuição, atrapalha seu julgamento. Sua declaração de guerra foi rejeitada pelo
Conselho de Nyx."
"Assim do nada!" A raiva de Neferet passou de apaixonada para firme e pequena. Eu
estava mega feliz por Shekinah ser o foco dessa raiva porque Neferet era assustadora.
"Você não está pensando claramente, você nem percebeu que o Conselho de Nyx
nunca toma decisões precipitadas. Eles pesam a situação cuidadosamente, embora a
noticia da sua declaração de guerra não ter vindo de você, como deveria," ela disse. "Você
sabe, minha irmã, que algo dessa magnitude deveria se apresentado antes ao Conselho
de Nyx para ser levado em consideração."
"Não havia tempo," Neferet surtou.
"Sempre há tempo para sabedoria!" Os olhos de Shekinah brilharam, e eu tive que
lutar contra a vontade de me agarrar no assento. Eu pensava que Neferet era
assustadora? Shekinah fazia ela parecer uma pirralha mimada. Shekinah fechou os olhos
brevemente e respirou fundo, se acalmando antes de continuar falando em um tom suave
e de entendimento. "Nem o Conselho de Nyx nem eu ignoramos o fato que o assassinato
de dois dos nossos é repreensível, mas guerra é improvável. Vivemos em paz com os
humanos a mais de dois séculos. Não vamos quebrar essa paz devido a duas ações
obscenas de alguns fanáticos religiosos."
"Se ignorarmos o que está acontecendo aqui em Tulsa, então serão os tempos da
fogueira de novo. Lembre-se que as atrocidades de Salem também começaram por causa
do que você chamou de alguns fanáticos religiosos."
"Eu lembro bem. Eu nasci um pouco antes de um século depois dessa época negra.
Estamos mais poderosos agora do que éramos no século 17. E o mundo mudou, Neferet.
Superstição foi substituída por ciência. Humanos são mais razoáveis agora."
"O que vai ser preciso para fazer você e o todo-poderoso Conselho de Nyx ver que
não temos escolha a não ser revidar?"
"Seria necessário uma mudança no pensamento do mundo, e eu rezo para Nyx que
isso nunca aconteça," Shekinah disse solenemente.
Os olhos de Neferet passaram ao redor da sala até encontrarem o Líder dos Filhos de
Erebus. "Você e os Filhos vão ficar parados enquanto os humanos nos matam um por
um?" A voz dela era um frio desafio.


"Eu vivo para proteger, e nenhum Filho de Erebus ira permitir nenhum protegido seu
ser ferido. Vamos proteger você e essa escola. Mas, Neferet, não vamos ficar contra o
julgamento do Conselho," Até disse solenemente em uma voz profunda e forte.
"Sacerdotisa, o que você está sugerindo - que Ate deveria seguir seu desejo do que
o Conselho - é injusto da sua parte." O tom de Shekinah não era mais de entendimento.
O olhar dela estava fixo em Neferet, e os olhos dela se estreitaram.
Neferet não disse nada por muito tempo, e então um tremor passou pelo corpo dela.
Os ombros dela caíram e ela pareceu envelhecer diante dos meus olhos.
"Me perdoe," ela disse suavemente. "Shekinah, você tem razão. Estou muita próxima
disso. Eu amava Patricia e Loren. E não estou pensando claramente. Eu devo... eu
preciso... por favor, com licença," ela finalmente conseguiu dizer. E então, parecendo
distraída, ela saiu com pressa da sala do Conselho.


DEZ

Ninguém falou pelo que pareceu ser muito tempo, mas provavelmente foi apenas
alguns tensos segundos. Ver que Neferet se perdeu foi completamente bizarro, e embora
eu soubesse que ela tinha dado as costas para Nyx e estava planejando algo realmente
ruim, me chocou ver alguém tão poderoso desmoronar tão completamente.
Ela estava louca? Era isso que estava acontecendo com ela? Podia ser a "escuridão"
que Nyx me avisou sobre a escuridão dentro da mente louca de Neferet?
"Sua Alta Sacerdotisa passou por coisas terríveis nos últimos dias," Shekinah estava
dizendo. "Eu não desculpo a falta de julgamento dela, mas eu entendo. O tempo ira curar
as feridas dela, assim como as ações da policia local." Os olhos dela foram para o enorme
guerreiro. "Ate, gostaria que você levasse os detetives pelo local da investigação. Eu
entendo o quanto das evidencias foi destruído, mas talvez a ciência moderna ainda possa
descobrir algo." Ate acenou solenemente, enquanto ela virava seu olhar para mim. "Zoey,
qual é o nome do detetive humano honesto que você conhece?"
"Kevin Marx," eu disse.
"Ele será contatado," Ate disse.
Shekinah sorriu em aprovação. Então ela continuou, "Quanto ao resto de nós vai
ser..." Ela pausou, e o sorriso angelical dela se alargou. "Sim, eu digo nós porque eu
decidi permanecer aqui, pelo menos até Neferet se recompor."
Eu olhei rapidamente ao redor da mesa, tentando absorver a reação dos professores
ao inesperado anuncio de Shekinah. Eu vi expressões que passavam de surpresa a prazer.
Eu acredito que meu rosto era um dos que demonstrava prazer. Eu quero dizer, o quão
maluca Neferet podia agir com a líder de todas as sacerdotisas aqui?
"Eu acho que é importante, e o Conselho de Nyx concorda comigo, que vamos tentar
manter a escola o mais normal possível. O que significa que as aulas voltam amanha."
Vários professores pareciam desconfortáveis, mas foi Lenobia que falou de novo.
"Sacerdotisa, estamos todos ansiosos que as aulas recomecem, mas estão faltando
dois instrutores importantes."
"De fato, e está é outra razão do porque planejo continuar aqui, pelo menos por um
tempo. Eu vou assumir as aulas de poesia de Loren Blake."
Eu não precisei olhar para as Gêmeas que odeiam poesia para saber o quão duro
estava o franzido delas. Eu estava na verdade tentando não sorrir quando as próximas
palavras de Shekinah me cortaram.
"E eu tive sorte o bastante de pegar Erik Night no aeroporto. Eu sei que não é
comum ter um vampiro recém Mudado dando aulas tão cedo, mas é apenas temporário e
estamos trabalhando em circunstancias extenuantes. Além do mais, os calouros conhecem
Erik. Ele será uma boa transição para eles devido a amada professora Nolan."
Ohmeudeus, Erik vai voltar e eu estou fazendo uma aula que ele vai ensinar. Eu não
sabia se queria me alegrar ou vomitar, então me contentei com silencio e um estomago
chateado.
"Quanto ao feitiço de barreira que Neferet lançou ao redor da escola - ele não
retornara. Embora eu concorde com a ação imediata dela de o lançar - afinal de contas,
havia poucos Filhos de Erebus presentes e um assassinato tinha acabado de ser cometido
- essas ações de emergência não são mais apropriadas. Selar a escola seria declarar um
estado de sitio, e isso é algo que definitivamente eu desejo evitar. E, é claro, estamos
totalmente protegidos pelos Filhos de Erebus." Ela acenou para Ate, que devolveu o gesto
com uma reverencia de reconhecimento. "Apesar de tudo, eu gostaria que nossas vidas


voltassem ao mais normal possível. Aqueles que tem laços com a comunidade humana,
devem exercer essas relações. Lembre-se da lição que nossos ancestrais aprenderam com
seu sangue precioso: Medo e inveja criam a isolação e a ignorância."
Ok, eu não sei o que diabos se apoderou de mim, mas de repente eu tive uma idéia,
e como se tivesse vida própria, minha mão se ergueu por cima da minha cabeça como se
eu achasse que estávamos no meio da sala de aula e nós (minha mão boca e não o meu
cérebro) tivéssemos descoberto uma brilhante resposta.
"Zoey, você tem algo a acrescentar?" Shekinah perguntou.
Oh, diabos não! É o que eu deveria ter dito. Ao invés disso minha boca falou,
"Sacerdotisa, eu estava me perguntando se seria uma boa hora para implementar uma
idéia que eu tive de ter as Filhas Negras envolvidas com a caridade humana local."
"Continue. Estou intrigada, mocinha."
Eu engoli em seco. "Bem, eu pensei que as Filhas Negras podiam contactar as
pessoas que cuidam dos Gatos de Rua. É, uh, um abrigo de caridade para gatos sem casa.
Eu, bem, eu achei que seria bom se misturar com a comunidade humana," eu terminei
idiotamente.
O sorriso de Shekinah era luminoso. "Um abrigo de caridade para gatos - que
perfeito! Sim, Zoey, eu acho que é uma idéia excelente. Amanhã você será dispensada
das suas aulas mais cedo para começar seu contato com as pessoas do Gatos de Rua."
"Sacerdotisa, eu devo insistir que calouros não viagem pela comunidade sozinhos,"
Ate disse rapidamente. "Não até sabermos exatamente quem é responsável pelos crimes
contra a nossa gente."
"Mas os humanos não saberão que somos calouros," Afrodite disse.
Os olhos de todos foram para ela, e eu vi ela arrumar a coluna e erguer o queixo.
"E você é?" Shekinah perguntou.
"Meu nome é Afrodite, Sacerdotisa," ela disse.
Eu observei Shekinah de perto, esperando para ver uma reação que dizia que ela
sabia sobre os rumores que Neferet tinha espalhado sobre Afrodite - que Nyx tinha virado
suas costas para ela e tirado seus poderes, etc, etc, mas a expressão de curiosidade da
sacerdotisa não mudou. Ela simplesmente disse, "Qual é a sua afinidade, Afrodite?"
Eu congelei. Droga! Ela não tinha mais uma afinidade!
"Terra é o elemento que Nyx me deu," Afrodite disse. "Mas meu maior dom dado
pela deusa é minha habilidade para ter visões de futuros perigos."
Shekinah acenou. "Esta certo, eu ouvi falar sobre as suas visões, Afrodite. O que
você tem a dizer?"
Uma onda de alivio passou por mim. Afrodite tinha respondido a pergunta sobre
afinidade, e graças ao jeito que ela falou, não foi uma mentira exatamente.
"Eu só estava pensando que os humanos não sabem quando saímos da escola de
qualquer forma, porque cobrimos nossas Marcas. As únicas pessoas que saberiam que um
bando de calouros são voluntários para ajudar os Gatos de Rua seriam as pessoas dos
Gatos de Rua, e qual a chance deles estarem envolvidos nos assassinatos?" Ela parou e
deu nos ombros. "Então devemos estar seguros."
"Ela tem razão, Ate," Shekinah disse.
"Eu ainda acredito que calouros devem ser protegidos por um guerreiro," Ate disse
teimosamente.
"Isso iria chamar atenção para nós," Afrodite disse.
"Não se o guerreiro também cobrir sua Marca," Darius disse.


Dessa vez todos viraram para olhar para Darius, que ainda estava parado como uma
montanha muito muscular e atraente perto da porta.
"E qual seu nome, Guerreiro?"
"Darius, Sacerdotisa." Ele ergueu a mão por cima do coração e fez uma reverencia.
"Então, Darius, você está dizendo que estaria disposto a cobrir sua Marca?" Shekinah
disse. Eu me senti tão surpresa quanto ela soou. Calouros tem que cobrir suas Marcas
para sair da escola - era uma regra da House of Night. E faz sentido. Honestamente,
adolescentes podem agir de forma estúpida às vezes (especialmente garotos), e não seria
uma boa coisa um bando de calouros (garotos principalmente) serem alvos de garotos
humanos (ou é claro - pais super protetores). Mas quando um Calouro passa pela
Mudança e sua Marca se preenche e expande, de jeito nenhum ele vai cobrir ela. Era
sobre orgulha e solidariedade e ser adulto. Mas aqui estava Darius, claramente jovem e
não Marcado a muito tempo, sendo voluntario a fazer algo que a maior parte dos
vampiros, especialmente caras vampiros, normalmente diriam não.
Darius fechou o punho por cima do coração de novo e saudou Shekinah.
"Sacerdotisa, eu cobriria minha Marca para poder acompanhar os calouros e os manter a
salvo. Eu sou um Filho de Erebus, e a proteção do meu povo é mais importante do que
um orgulho tolo."
Os lábios de Shekinah se curvaram levemente enquanto ela virava para Ate. "O que
você diz ao pedido do seu guerreiro?"
A resposta do vampiro veio sem hesitação, "Eu digo que isso é algo que podemos
aprender dos jovens."
"Então está certo. Zoey, você ira se apresentar nos Gatos de Rua amanha, mas
quero que escolha um calouro para ir com você. Trabalhar em pares é uma boa idéia
agora. Darius, você os acompanha com sua Marca disfarçada."
Todos fizemos pequenas reverencias para ela.
"E agora, se não há mais pedidos" - ela pausou, e os olhos dela foram de Lenobia
para Afrodite, Darius, e finalmente, eu - "ou comentários, eu vou terminar essa Reunião
do Conselho. Eu irei fazer um Ritual de Limpeza na escola nos próximos dias. Eu senti
pesar e medo quando adentrei nesses muros hoje a noite, e só a benção de Nyx pode
erguer tamanho peso." Vários membros do Conselho acenaram concordando. "Zoey, antes
de você sair amanha, eu gostaria que você fosse até mim e me diga quem vai se juntar a
você."
"Eu vou," eu disse.
"Eu desejo a todos que sejam abençoados," ela disse formalmente.
"Abençoados seja," respondemos.
Shekinah sorriu de novo. Com um leve movimento de mão, ela gesticulou para
Lenobia e Ate seguirem ela, e os três saíram da sala.
"Wow," Damien disse, parecendo mais do que um pouco sonhador. "Shekinah! Isso
foi realmente inesperado, e ela é mais resplendorosa do que eu imaginei. Quero dizer, eu
queria dizer algo, mas eu fiquei completamente confuso."
Estávamos no corredor esperando a sala de esvaziar de Membros do Conselho e
guerreiros, então Damien mal falou em um sussurro excitado.
"Damien, pela primeira vez não vamos brigar com você sobre o seu chato
vocabulário," Shaunee disse.
"Yeah, porque é necessário palavras grandes para descrever Shekinah," Erin disse.
"Mais tarde," Afrodite disse para mim depois de virar os olhos para as Gêmeas.
"Vamos ver se eu posso fazer uma pequena confusão com Darius."


"Huh?" eu disse.
"Esse não é o uso correto da palavra," Damien disse a ela.
"Yeah, mas você estava pensando em outra palavra," Erin disse.
"Mas começa com um T, o que provavelmente te confundiu," Shaunee disse.
"Divisoras de Cérebro e Garoto Vocabulário - eu digo um enorme tanto faz para
vocês." Ela começou a andar pelo corredor na direção que Darius tinha tomado. "Oh, e eu
também digo não fiquem com inveja e fulos quando Zoey contar a vocês que sou eu
quem ela vai levar amanha," Afrodite disse, me dando O olhar, o que claramente significa
que existe uma razão dela ter que ir comigo. Então ela jogou o cabelo para trás e se
afastou.
"Odeio ela," Erin disse.
"Idem, Gêmea," Shaunee disse.
Eu suspirei. Minha avó diria que eu estava dando um passo para frente e dois para
trás na situação de fazer meus amigos gostarem de Afrodite. Eu só digo que eles estão
me dando dor de cabeça.
"Ela é uma chata, mas eu acho que você via levar ela com você para os Gatos de
Rua amanha," Damien disse.
"Yeah, você achou certo," eu disse relutantemente. Eu realmente não queria irritar
meus amigos de novo, mas mesmo sem saber as razões de Afrodite querer ir comigo, só
fazia sentido. Talvez ela tivesse um plano para se livrar de Darius e encontrar Stevie Rae.
"Você podia nos ter dito antes sobre o negocio psíquico," Damien disse enquanto
começamos a sair do prédio principal e ir para o dormitório.
"Yeah, você provavelmente tem razão, mas eu achei que quanto menos falasse sobre
isso, menos vocês pensam nisso e nas razões do porque não estou dizendo nada para
vocês," eu disse.
"Faz sentido agora," Shaunee disse.
"Yeah, entendemos agora," Erin disse.
"Estou feliz que você não esteja simplesmente escondendo coisas de nós," Jack
disse.
"Mas você ainda deveria ter nos contado sobre Loren," Erin disse.
"Na verdade, quando você terminar de sentir o pesar e tudo mais, ainda queremos
saber sobre os detalhes com Loren," Shaunee disse.
Eu ergui minhas sobrancelhas para os olhares de curiosidade delas. "Não contem
com isso," eu disse.
Elas franziram.
"Deem para garota um pouco de privacidade," Damien disse. "O negocio com Loren
foi muito traumático para ela, com o Imprint e a perda de virgindade e Erik!"
A parte "Erik" do mini sermão de Damien saiu muito esganiçado. Eu abri minha boca
para perguntar qual o problema com ele quando notei que os olhos dele tinham ficado
enormes e redondos e estavam fixados em cima do meu ombro atrás de mim, onde eu
ouvi um som distinto de uma porta lateral do prédio principal se fechando. Com um
terrível aperto no estomago, eu, junto com as Gêmeas e Jack, viramos para ver Erik
emergindo da ala da escola que tínhamos acabado de passar, onde que, é claro, ficava a
sala de teatro.
"Olá, Damien, Jack." Ele deu a Jack, seu ex colega de quarto, um quente sorriso, e
eu podia ver o garoto quase pulando de prazer quando ele devolveu um grande olá.


Meu estomago, naturalmente, tentou se revirar quando eu lembrei de uma das
muitas razões do porque eu gostava de Erik. Ele era popular e lindo, mas ele também era
um cara legal.
"Shaunee, Erin," Erik continuou, acenando para elas. As Gêmeas sorriram, batendo
os cilhos, e disseram oi juntas. Pelo menos, ele olhou para mim. "Olá, Zoey." A voz dele
mudou do tom fácil e amigável que ele usou com todo mundo. Mas ele não soava com
ódio. Ao invés disso ele parecia frio e educado. Eu achei que era uma melhora, mas então
lembrei do quão bom ator ele era.
"Oi," eu não consegui dizer mais nada. Eu não sou uma particularmente boa atriz, e
fiquei com medo de minha voz soar tão tremula quanto meu coração sentia.
"Acabamos de saber que você vai ensinar a aula de teatro," Damien disse.
"Yeah, me deixa um pouco desconfortável, mas Shekinah pediu, e não é possível
dizer não para ela," ele disse.
"Eu acho que a professora Nolan ficaria feliz por você assumir," eu falei antes de
conseguir fazer minha boca ficar quieta.
Erik olhou para mim. Os olhos azuis dele não tinham expressão nenhuma, o que
parecia completamente errado. Aqueles mesmo olhos tinham me mostrado felicidade e
paixão e calou e até mesmo o começo do amor. Então eles me mostraram magoa e raiva.
E agora eles não me mostravam nada? Como isso podia ser possível?
"Você ganhou uma afinidade nova?" O tom dele não era de ódio, mas as palavras
dele definitivamente eram fria, "Você consegue falar com os mortos agora?"
Eu senti meu rosto ficar quente. "N-não," eu disse. "Eu apenas... bem, eu achei que
a professora Nolan gostaria que você estivesse ali pelos estudantes dela."
Ele abriu a boca, e eu vi algo maldoso brilhar nos olhos dele, mas ao invés de falar
ele tirou os olhos de mim e olhou para a escuridão. A mandíbula dele se cerrou e ele
passou a mão pelos cabelos em um gesto que eu reconheci que ele fazia sempre que se
sentia confuso.
"Eu espero que ela goste que eu esteja aqui. Ela sempre foi minha professora
favorita," ele finalmente disse sem me olhar.
"Erik, vamos ser colegas de quarto de novo?" Jack perguntou tentadoramente
através do silencio desconfortável que aumentava.
Erik respirou fundo e deu a Jack um rápido e fácil sorriso. "Não, desculpe. Eles me
colocaram no prédio dos professores."
"Oh, é verdade. Eu fico esquecendo que você passou pela Mudança," Jack disse com
uma risada nervosa.
"Yeah, às vezes eu mesmo quase esqueço," Erik disse. "Na verdade, é melhor eu ir
para meu quarto novo - eu tenho caixas para abrir e planos de aula pra fazer. Vejo vocês
depois." Ela pausou, e então os olhos dele grudaram nos meus, "Tchau, Zoey."
Tchau. Meus lábios se moveram, mas nenhum som saiu.
"Tchau, Erik!" Todos falaram quando ele virou e andou rapidamente para longe de
nós e voltou para a parte dos professores da escola.


ONZE

Meus amigos tagarelavam sobre nada em particular enquanto andamos o resto do
caminho até o dormitório. Todos ignoraram propositalmente o fato de termos acabado de
nos encontrar com meu ex-namorado e que foi realmente constrangedor, e uma cena
horrível. Ou pelo menos foi para mim.
Eu odeio me sentir assim. Fui eu que fiz Erik terminar comigo, mas eu sinto falta
dele. Muito. E eu ainda gosto dele. Muito. Claro, ele estava agindo como um chato agora,
mas ele me pegou fazendo sexo com outro homem - bom, outro vampiro, na verdade.
Como se isso importasse. De qualquer forma, fui eu que fiz essa confusão e foi
incrivelmente frustrante não poder consertar isso, porque eu ainda me importo com Erik.
"O que você acha dele, Z?"
"Dele?" Erik? Diabos, eu acho que ele é incrível e frustrante e... e eu percebi que
Damien não estava me perguntando sobre Erik quando ele franziu e me deu um olhar de
se liga. "Huh?" Eu disse brilhantemente.
Damien suspirou. "O novo garoto. Stark. O que você acha dele?"
Eu dei nos ombros. "Ele parece legal."
"Legal e gostoso," Shaunee disse.
"Bem do jeito que a gente gosta," Erin terminou.
"Você passou mais tempo com ele do que nós. O que você acha dele?" Eu perguntei
a Damien, ignorando as Gêmeas.
"Ele é legal. Mas parece distante. Eu suponho que não ajuda ele não poder ter um
colega de quarto por causa da Duquesa. Você sabe, aquele cachorro é realmente grande,"
Damien disse.
"Ele é novo, gente. Todos sabemos como isso é. Talvez ele lide com isso agindo
distante," eu disse.
"É estranho um garoto com tamanho talento não estar disposto a usar ele," Damien
disse.
"Pode ser mais do que isso," eu disse, pensando sobre o quão legal e confiante Stark
agiu quando estava enfrentando os vampiros por causa do cachorro, mas então aquela
indiferença mudou quando Neferet fez ele pensar que ela queria usar o talento dele para
competir. Ele ficou estranho, talvez assustado. "Às vezes ter poderes incomuns pode ser
assustador." Eu falei mais para mim mesma do que para Damien, mas ele sorriu para mim
e bateu seu ombro no meu.
"Acho que você sabe como é ser diferente," ele disse.
"Acho que eu sei." Eu sorri para ele, tentando melhorar o humor péssimo que eu
fiquei depois de encontrar com Erik.
O celular de Shaunee tocou, e ela recebeu uma mensagem de texto, e ela tirou seu
iPhone.
"Oooh, Gêmea! É o Sr. Tão boooomm, Cole Clifton. Ele e T.J querem saber se
estamos a fim de uma maratona dos filmes de Bourne no dormitório dos garotos,"
Shaunee disse.
"Gêmea, eu nasci pronta para uma maratona de Bourne," Erin disse. Então as
Gêmeas riram e fizeram uma batida de mãos que fez todos nós virar os olhos.
"Oh, e vocês também estão convidados," Shaunee disse para Damien, Jack, e eu.
"Legal," Jack disse. "Eu nunca vi o ultimo. Como é o nome?"
"O ultimato Bourne," Damien disse imediatamente.


"Isso." Jack pegou a mão dele. "Você é inteligente sobre filmes! Você conhece
todos."
Damien corou. "Bem não todos. Eu gosto mais dos antigos clássicos. Quando havia
verdadeiras estrelas de cinema neles, como Gary Cooper e Jimmy Stewart e James Dean.
Hoje tem tantos atores que são -" Então as palavras dele pararam abruptamente.
"O que é?" Jack disse.
"James Stark," ele disse.
"O que tem ele?" Eu perguntei.
"James Stark é o nome do personagem de James Dean no velho filme, Rebelde sem
Causa. Eu sabia que o nome dele era familiar, mas eu achei que era só porque ele era
famoso."
"Gêmea, você viu esse filme?" Erin perguntou a Shaunee.
"Não, Gêmea. Não posso dizer que vi."
"Huh," eu disse. Eu vi esse filme - com Damien, é claro - e me perguntei se o nome
era dele antes de ser Marcado. Ou ele tinha, como muitos garotos, decidido um novo
nome quando a vida de calouro dele começou. Se foi, isso diz algo bem interessante sobre
a personalidade dele.
"Então, você está vem, Z?" A voz de Damien penetrou minha tagarelice interna.
Eu olhei para ver quatro pares de olhares me encararem de forma questionadora.
"Vem?"
"Jeesh, terra para Zoey! Você vem com a gente ao dormitório dos garotos assistir os
filmes de Bourne?" Erin disse.
Eu respondi automaticamente. "Oh, isso. Não." Eu estava feliz por meus amigos não
estarem mais fulos comigo, mas eu não estava com vontade de sair. Na verdade, eu me
sentia meio machucada e diferente de mim mesma por dentro. Em alguns dias, eu tive um
Imprint e perdi minha virgindade com um homem/vampiro que não me amava, e então
ele foi horrivelmente morto. Eu quebrei o namorado do meu coração. Dos dois. Uma
guerra quase começou e então terminou. Mais ou menos. Minha melhor amiga não era
mais uma morta viva, mas ela não era uma caloura "normal" e nem uma vampira, e nem
os garotos que viviam com ela. Mas eu não podia contar isso a meus amigos, e a ninguém
que não fosse Afrodite, sobre os estranhos calouros vermelhos, porque é melhor Neferet
não saber o que eu sei. E agora Erik, um dos meus dois namorados de coração partido, ia
ser meu professor de Teatro - como se ele voltar a House of Night não ser drama o
bastante. "Não," eu repeti mais firmemente. "Eu acho que vou checar Persephone." Ok,
eu percebei que eu estive no estábulo não a muito tempo atrás, mas eu definitivamente
podia usar a presença quieta e quente dela.
"Tem certeza?" Damien perguntou. "Nós realmente queríamos que você viesse com a
gente."
O resto dos meus amigos acenaram e sorriram, acabando com a ultima onda de
medo que tinha se congelado no meu estomago desde que eles tinham ficado irritados
comigo.
"Obrigado, gente. Mas não estou no humor para sair hoje a noite," eu disse.
"Ok," disse Erin.
"Ok," disse Shaunee.
"Te vejo mais tarde," Jack disse.
Eu achei que Damien ia me dar o seu típico abraço de tchau, mas ao invés disso ele
disse a Jack, "vão indo na frente, e eu alcanço vocês. Eu vou levar Z até os estábulos."
"Boa idéia," Jack disse. "Eu vou preparar uma pipoca para você."


Damien sorriu. "Me guarda um lugar, também?"
Jack também sorriu e deu a ele um rápido e doce beijo. "Sempre."
Então as Gêmeas e Jack saíram numa direção, e Damien e eu fomo para a posição
contraria. Espero que esse não fosse o pressagio de para onde nossas vidas estavam indo.
"Você realmente não precisa me levar até o estábulo," eu disse. "Não é tão longe."
"Você não disse mais cedo que algo te atacou e machucou sua mão quando estava
saindo dos estábulos e indo para a cafeteria?"
Eu ergui uma sobrancelha. "Eu achei que você não tinha acreditado em mim."
"Bem, vamos dizer que a visão de Afrodite me converteu. Então quando você acabar
de se comunicar com seu cavalo, me ligue. Jack e eu vamos fingir que somos muito mais
másculos do que somos e viremos escoltar você de volta."
"Oh, por favor. Você não é o que eu chamo de estridente e feliz de mais."
"Bem, eu não sou, mas Jack é."
Nós rimos. Eu estava considerando discutir com ele sobre todo o Zoey-precisa-de-
escolta quando um abutre começou a grasnar. Na verdade, agora que eu estava acordada
e ouvindo, o grasnado parecia muito mais com um estranho grasnado, mas não era
menos irritante.
Não, talvez irritante não seja a palavra certa. Assustador. Assustador é a palavra
exata.
"Você ouviu isso, não foi?" eu disse.
"O corvo? Yeah."
"Corvo? Eu achei que era um abutre."
"Não, eu acho que não. Se eu lembro correto um abutre grasna, mas o choro de um
corvo é mais como um coaxo." Damien pausou, e o estranho coaxou mais algumas vezes.
Parecia perto, e a horrível voz fez eu me arrepiar. "Yep, definitivamente um corvo."
"Eu não gosto. E porque ele esta fazendo tanto barulho? É inverno - não pode estar
acasalando, pode? Além do mais, é noite. Ele não deveria estar dormindo?" Eu olhei para
a escuridão enquanto eu falava, mas não vi nenhum pássaro idiota, o que não era tão
estranho. Eu quero dizer, eles são pretos como a noite. Mas esse corvo pareceu encher o
ar ao meu redor, e algo sobre o chamado dele fez minha pele tremer.
"Eu realmente não sei muito sobre os hábitos deles." Damien pausou, e olhou
cuidadosamente param mim. "Porque isso está te incomodando tanto?"
"Eu ouvi bater de asas antes, quando o que quer que fosse me atacou. E parece tão
assustador. Você não consegue sentir?"
"Não."
Eu suspirei e pensei que ele fosse me dizer que talvez eu precisasse lidar com o
estresse e minha imaginação, mas ele me surpreendeu dizendo, "Mas você é mais intuitiva
do que eu. Então se você diz que o pássaro parece errado, eu acredito em você."
"Você acredita?" Estávamos perto dos estábulos, e eu parei e virei para ele.
O sorriso dele era cheio de calor e familiar. "É claro que sim. Eu acredito em você,
Zoey."
"Ainda?" eu perguntei.
"Ainda," ele disse firmemente. "E eu vou proteger sua retaguarda."
E bem assim o corvo parou de fazer barulho e o assustador sentimento parou.
Eu tive que limpar a garganta e piscar com força antes de conseguir dizer, "Obrigado,
Damien."
Então a voz mau humorada de senhora de Nala "mee-uf-owed" para mim enquanto
minha gatinha laranja gorda saia da escuridão para se esfregar nas pernas de Damien.


"E ai, garotinha," ele disse, dando uma coçada no queixo dela. "Parece que ela está
aqui para assumir o dever de cuidar da Zoey."
"Yep, eu acho que você definitivamente foi substituído," eu disse.
"Se você precisar de mim quando quiser voltar, só me ligue. Eu realmente não me
importo," ele disse enquanto me abraçava com força.
"Obrigada," eu disse de novo.
"Sem problemas, Z." Ele sorriu mais uma vez e então cantarolando "Seasons of Love"
do Rent, ele desapareceu pela calçada.
Eu ainda estava sorrindo quando abri a porta que levava até os estábulos. Misturado
com o cheiro de feno e cavalo que já estava vindo dos estábulos na minha direita, e
aliviada por saber que meus amigos não estavam mais com raiva de mim, eu já podia me
sentir relaxar. Estresse - jeesh! Eu realmente preciso fazer um ioga ou algo assim
(provavelmente mais algo assim do que ioga). Se eu continuar com essa tensão, é
provável que eu desenvolva uma ulcera. Ou pior, rugas.
Eu estava virando para a direita e tinha a mão na porta do estábulo quando eu ouvi
um estranho thwap! Seguindo por uma abafada pancada. O barulho estava vindo da
minha esquerda. Eu olhei para o lado e vi a porta para o campo aberta. Outro thap! E
uma batida e eu fiquei curiosa, e tipicamente, ao invés de mostrar algum senso e ir para o
estábulo como eu pretendia, eu fui até o campo.
Ok, o campo é basicamente um campo de futebol que não é um campo de futebol a
não ser pelo campo e pela pista ao redor dele. Dentro o pessoal joga futebol e faz
corridas. (Eu não participo disso, mas eu sei como o lugar funciona, em teoria.) Ele é
coberto para que os calouros não tenham de lidar com o sol, e luzes o ilumina para não
incomodar nossos olhos. Hoje a noite a maior parte das luzes não estava acessa, então foi
o próximo som de thwap! que chamou minha atenção do outro lado do campo.
Stark estava parado virado de costas para mim, arco na mão, encarando um dos
alvos que tinham cores diferentes para cada área de alvo. O centro vermelho desse alvo
em particular foi atingido por uma estranha flecha grossa. Eu dei uma olhada, mas num
pude ver através da fraca luz, e o alvo estava muito longe de onde Stark estava parado, o
que significa que estava muito, muito longe de onde eu estava parada.
Nala deu um pequeno ronronado, e eu notei que uma pilha loira de coisas ao lado de
Stark era Duquesa toda espalhada, aparentemente dormido aos pés dele.
"E ela é um cão de guarda," eu sussurrei para Nala.
Stark passou a mão na testa, como se estivesse limpando o suor do rosto e remexeu
os ombros, os relaxando. Mesmo a distancia, ele parecia confiante e forte. Ele parecia
muito mais intenso que os outros caras da House of Night. Diabos, ele era mais intenso do
que adolescente humanos em geral, e eu não podia deixar de achar isso intrigante. Eu
estava parada ali, tentando descobrir uma escala de beleza para comparar ele, quando ele
pegou outra flecha do coldre aos pés dele, virou de lado, ergueu o arco, e num rápido
movimento, soltou a flecha e o thwap! e lançou outra flecha, que saiu como uma bala
diretamente no centro do alvo. Bam!
Com uma arfada de surpresa, eu percebi porque a flecha no centro do alvo parecia
tão estranha. Não era apenas uma flecha. Eram várias flechas que tinham sido atingidas
uma em cima da outra. Toda flecha que ele lançou atingiu o centro da flecha que ele já
tinha acertado. Chocada, meus olhos voltaram a Stark, que ainda estava parado em sua
forma de arqueiro. E eu percebi qual era a escala de beleza para ele: A escala do Gostoso
Bad Boy.


Ah, oh. Como se eu precisasse achar que um bad boy era intrigante? Diabos, eu não
precisa achar que nenhum garoto era intrigante no momento. Eu deveria afastar os caras.
Totalmente. Eu estava começando a virar para poder sair de fininho quando a voz dele me
impediu.
"Eu sei que você está ai," Stark disse sem nem olhar para mim.
Como se fosse a deixa dela, Duquesa levantou, bocejou, e andou feliz até mim, rabo
balançando enquanto me dava um latido de "oi." Nala arcou as costas, mas não assoviou,
e ela permitiu que o labrador cheirasse ela um pouco antes de espirrar no rosto dela.
"Oi," eu disse para os dois enquanto acariciava a orelha de Duquesa.
Stark virou em minha direção. Ele estava usando o seu quase sorriso convencido. Eu
estava começando a entender que essa expressão provavelmente era o normal dele. Eu
notei que ele parecia mais pálido do que estava no jantar. Ser o garoto novo é difícil, e
tende a te cansar - mesmo que você seja um gostoso bad boy.
"Eu estava indo para o estábulo e ouvi algo aqui. Eu não queria te interromper."
Ele deu nos ombros e começou a dizer algo, e então ele parou e limpou a garganta,
como se não falasse a muito tempo. Ele deu uma seca meia tosse e finalmente disse,
"Sem problemas. Na verdade estou feliz que esteja aqui. Me poupa de ter que te
procurar."
"Oh, você precisa de algo para Duquesa?"
"Nah, ela está bem. Eu trouxe varias coisas dela comigo. Na verdade eu queria falar
com você."
Não. Eu absolutamente não estava insanamente curiosa ou lisonjeada por ele dizer
que queria falar comigo. Muito calmamente e despreocupada, e disse, "Então, o que você
quer?"
Ao invés de responder, ele me fez uma pergunta. "Essas suas Marcas especiais
significam que você realmente tem uma afinidade com os cinco elementos?"
"Yeah," eu disse, tentando não cerrar os dentes. Eu realmente odeio ser interrogada
sobre meus dons por garotos novos. Eles tendem ou a me adorar feito uma heroína ou me
tratar como se eu fosse uma bomba que pode explodir neles a qualquer segundo. De
qualquer forma eu fico super desconfortável e isso definitivamente não é lisonjeiro ou
intrigante.
"Havia uma sacerdotisa na minha antiga House of Night em Chicago que tinha uma
afinidade pelo fogo. Ela podia fazer as coisas queimarem. Você pode usar os cinco
elementos assim?"
"Eu não posso fazer a água queimar nem nada bizarro assim." Eu evitei responder a
pergunta dele diretamente.
Ele franziu e balançou a cabeça, passando a mão na testa de novo. Eu tentei não
notar que era meio que um suor sexy. "Eu não estou perguntando se você pode virar os
elementos. Só preciso saber se você é poderosa o bastante para controlar eles."
Isso tirou minha atenção da fofura dele. "Ok, olha. Eu sei que você é novo, mas isso
não é da sua conta."
"O que significa que você deve ser bem poderosa."
Eu estreitei meus olhos para ele. "De novo, não é da sua conta. Se você precisar de
algo que é da sua conta, como pedir algo para o cachorro, venha me procurar. Fora isso,
estou indo."
"Espera." Ele deu um passo na minha direção. "Parece que estou sendo um
espertinho, mas eu tenho uma boa razão para perguntar sobre isso."


Ele perdeu o semi-sorriso sarcástico, e ele parecia estar me dando uma obsessiva
expressão de vamos-ver-o-quão-estranha-Zoey-realmente-é. Ele parecia como um fofo e
pálido garoto novo que precisava saber de algo seriamente.
"Ótimo. Sim. Sou bem poderosa."
"E você pode controlar elementos. Tipo, se algo ruim acontecer, você pode proteger
as pessoas que você gosta?"
"Ok, chega," eu disse. "Você está ameaçando eu e meus amigos?"
"Oh, merda não!" Ele disse rapidamente, erguendo a mão, palmas abertas, como se
estivesse se rendendo. É claro, era difícil não notar que na outra mão ele estava
segurando um arco com o que ele estava atirando flechas uma em cima da outra e
acertando bem no alvo. "Não estou ameaçando ninguém. Eu não expliquei direito. O
negocio é o seguinte - eu quero que você saiba sobre meu dom."
Ele disse a palavra dom tão desconfortavelmente que eu ergui uma sobrancelha e
repeti. "Dom?"
"É assim que é chamado, ou pelo menos é assim que as pessoas chamam. É porque
eu sou tão bom com isso." Ele lançou o queixo em direção ao arco nos pés dele.
Eu não disse nada, mas ergui as sobrancelhas para ele e esperei (impacientemente)
ele continuar.
"Meu dom é que eu não posso errar," ele finalmente disse.
"Não pode errar? E daí? Porque isso tem a ver com minha afinidade com os
elementos?"
Ele balançou a cabeça de novo. "Você não entende. Eu sempre atinjo meu alvo, mas
isso não significa que meu alvo é sempre aquilo que estou mirando."
"Você não está fazendo sentido, Stark."
"Eu sei, eu sei. Eu disse não sou bom nisso." Ele passou a mão pelo cabelo, o que fez
ele levantar como o rabo de Duquesa. "O melhor jeito de explicar é dar um exemplo. Você
já ouviu falar dum vampiro chamado William Chidsey?"
Eu balancei a cabeça. "Não, mas isso não deve te chocar. Eu só fui Marcada a alguns
meses. Eu não sou exatamente atualizada na política vampira."
"Will não era um político. Ele era um arqueiro. Por quase duzentos anos, ele foi o
melhor arqueiro do campeonato dos vampiros."
"O que significa o mundo todo, porque os vampiros são os melhores arqueiros que
existem," eu disse.
"Yeah." Ele acenou. "De qualquer forma, Will vendeu todo mundo por quase
duzentos anos. Pelo menos até seis meses atrás foi isso que ele fez."
Eu pensei por um segundo. "Seis meses atrás era verão. Foi quando tivemos a
versão vampira das olimpíadas, certo?"
"Yeah, eles chamam de Jogos de Verão."
"Ok, então esse Will é muito bom no arco e flecha. Parece que você também é. Você
o conhece bem?"
"Conhecia. Ele esta morto. Mas sim. Eu o conhecia muito bem." Stark pausou e então
acrescentou. "Ele era meu mentor e melhor amigo."
"Oh, desculpe," eu disse constrangida.
"Eu também. Fui eu que o matei."


DOZE

"Você acabou de dizer que matou ele?" Eu tinha certeza que ouvi errado.
"Yeah, foi o que eu disse. Eu fiz isso por causa do meu dom." A voz de Stark soava
fria, como se o que ele disse não fosse nada demais, mas os olhos dele diziam outra coisa.
A dor neles era tão obvia que eu tive que desviar o olhar. Como se a dor fosse tão obvia
para Duquesa, a labradora trotou de mim para o mestre dela e sentou ao lado dele, se
inclinando contra ele, encarando ele com adoração, e reclamando suavemente.
Automaticamente, Stark abaixou e acariciou a cabeça dela suavemente enquanto falava.
"Aconteceu durante os Jogos de Verão. Foi logo antes da final. Will e eu estavamos na
liderança, então era certo que a medalha de ouro e de prata iam ser nossas." Ele não
olhou para mim enquanto falava. Ao invés disso ele encarava o arco dele, e a mãos dele
continuou na cabeça de Duquesa. Estranhamente, Nala andou até ele e começou a se
esfregar na perna dele (a que Duquesa não estava encostada) enquanto ela ronronava
como um cortador de grama. Stark continuou falando. "Estavamos mirando nos alvos de
pratica. Eles são áreas longas, e estreitas divididas por linhas brancas. Will estava na
minha direita. Eu lembro de pegar meu arco e estar mais concentrado do que algum dia
eu já tive. Eu realmente queria ganhar." Ele pausou de novo, e balançou a cabeça. A boca
dele se torceu em uma auto-zombação. "Isso era o que mais me importava. A medalha de
ouro. Então eu mirei e pensei, Não importa o que, eu quero que atinja a marca e bater
Will. Eu atirei a flecha, vendo o alvo com meus olhos, mas imaginando vencer Will." Stark
abaixou a cabeça, e respirou profundamente. "A flecha foi direto para o alvo na minha
mente. Mas atingiu Will no coração e o matou instantaneamente."
Eu senti minha cabeça se balançar para frente e para trás. "Mas como isso pode ter
acontecido? Ele estava perto do alvo?"
"Ele não estava nem perto. Ele estava parado a não mais que 10 passos a minha
direita. Estavamos separados apenas pela linha branca. Eu estava virado para frente
quando mirei e atirei, mas isso não importou. A flecha foi direto para o peito dele." Ele riu
com a dor que a memoria ainda causa a ele. "Foi tão rápido, tudo é um borrão. Então eu
vi o sangue dele se espalhar pela linha branca que nos separava, e ele estava morto."
"Mas Stark, talvez não tenha sido você. Talvez tenha sido alguma mágica estranha."
"Foi o que eu pensei, ou pelo menos era o que eu esperava. Então eu tentei meu
dom."
Meu estomago se apertou. "Você matou outra pessoa?"
"Não! Eu testei em coisas que não estavam vivas. Como um trem de carga que
costumava passar pela nossa escola todo dia mais ou menos no mesmo horário. Sabe, um
daqueles antigos, com uma engrenagem preta e grande e aquelas cabines vermelhas. Eles
ainda passam bastante por Chicago. Eu imprimi uma figura na cabine e coloquei num alvo
na escola. Eu pensei sobre atingir a cabine e atirei."
"E?" Eu me estimulei quando ele não disse nada.
"A flecha desapareceu. Mas só temporariamente. Eu a encontrei no outro dia eu a
encontrei quando esperei nos trilhos. Estava enfiada dentro da cabine real."
"Puxa vida!" eu disse.
"Agora você entende." Ele andou até mim para me olhar mais de perto. Os olhos
dele capturaram os meus com aquela intensidade única dele. "É por isso que tive que te
contar sobre mim, e é por isso que eu preciso saber se você é forte o bastante para
proteger as pessoas que você gosta."
Meus estomago, já se apertando, virou do avesso. "O que você vai fazer?"


"Nada!" ele gritou, fazendo Duquesa reclamar de novo e Nala parar o seu
ronronado/esfregão e o encarar. Ele limpou a garganta e fez um esforço obvio para se
recompor. "Eu não pretendo fazer nada. Mas eu não pretendia matar Will, e eu matei."
"Você não sabia sobre os seus poderes, agora você sabe."
"Eu suspeitava," ele disse suavemente.
"Oh," foi tudo que eu pude dizer.
"Yeah," ele disse, pressionando os lábios antes de continuar. "Yeah, eu sabia que
tinha algo estranho sobre meu dom. Eu devia ter ouvido meus instintos. Eu devia ter
tomado mais cuidado, mas eu não ouvi e não tomei cuidado, e Will está morto. Então eu
queria que você soubesse a verdade sobre mim caso eu faça besteira de novo."
"Espera aí! Se eu entendi o que você está dizendo, só você pode saber no que você
realmente está mirando porque acontece dentro da sua mente."
Ele fez uma careta sarcástica. "É de se imaginar isso, mas não é assim que funciona.
Uma vez eu achei que era perfeitamente seguro eu treinar um pouco. Eu fui para o
parque perto da House of Night. Não havia ninguém por perto para me distrair; eu me
certifiquei disso. Encontrei um enorme carvalho e armei um alvo na frente do que eu
decidi ser o centro da árvore."
Ele me olhou como se esperasse uma resposta, então eu acenei. "Você quer dizer o
centro do tronco?"
"Exato! Foi nisso que eu achei que estava mirando - algo que era o centro da árvore.
Mas você sabe como é chamado o centro da árvore às vezes?"
"Não, eu realmente não sei muito sobre árvores," eu disse idiotamente.
"Nem eu sabia. Eu pesquisei depois. Os antigos vampiros, com uma afinidade com a
terra, chamam o centro da árvore de coração. Eles acreditavam que às vezes animais, ou
até pessoas, podiam representar o coração de uma árvore em particular. Então eu atirei,
pensando sobre acertar o centro ou o coração da árvore." Ele não disse mais nada; ele só
encarou o arco.
"O que você matou?" eu perguntei suavemente. Sem pensar, eu ergui minha mão e
a descansei no ombro dele. Eu nem tenho certeza do porque o toquei. Talvez seja porque
ele parecia precisar do toque de uma pessoa. E talvez seja porque, apesar dele admitir ser
perigoso, eu ainda me sentia atraída a ela.
Ele cobriu minha mão com a dele, e os ombros dele caíram. "Uma coruja," ele disse.
"A flecha atravessou o peito dela. Ela foi perfurada no parte de cima dentro dos galhos do
carvalho. Ela gritou até cair no chão."
"A coruja era o coração da árvore," eu sussurrei, lutando contra a insana necessidade
de colocar ele nos meus braços para confortar ele.
"Yeah, e eu a matei." Ele olhou para cima e encontrou meus olhos. Eu pensei nunca
ter visto um olhar tão assombrado pelo arrependimento, e enquanto os dois animais o
confortavam e pelo menos por Nala, agiam mais intuitivamente do que o normal, na
minha cabeça se passou a idéia de que Stark pode ter mais dons do que atingir o que
quer que ele mire, mas eu usei o senso e não disse nada. Como se ele precisasse de mais
dons para se preocupar? Stark continuou falando. "Vê? Eu sou perigoso, mesmo quando
não quero."
"Eu acho que eu vejo sim," eu disse cuidadosamente, ainda tentando acalmar ele
com meu toque. "Talvez você devesse largar seu arco e flecha, pelo menos até você
controlar esse seu dom."
"Isso é o que eu deveria fazer. Eu sei disso. Mas se eu não praticar - se eu me
afastar e tentar esquecer - é como se parte de mim estivesse sendo arrancada. Eu posso


sentir algo dentro de mim morrendo." Ele soltou a mão dele da minha e deu um passo
para trás para não me tocar mais. "Você deve saber essa parte também; eu sou um
covarde porque não suporto a dor."
"Não te faz um covarde querer evitar a dor," eu disse rapidamente, seguindo a voz
que sussurrou na minha mente. "Te faz humano."
"Calouros não são humanos," ele disse.
"Na verdade, não tenho certeza disso. Eu acho que a melhor parte de todos é
humana, sejam calouros ou vampiros."
"Você é sempre tão otimista?"
Eu ri. "Oh, diabos não!"
O sorriso dele era menos sarcástico e mais real dessa vez. "Você não me faz pensar
em Debbie Downer, mas eu não te conheço a tanto tempo."
Eu ri para ele. "Eu não sou exatamente tão pessimista, ou pelo menos não
costumava ser." Meu sorriso sumiu. "Acho que dá para dizer que recentemente não estou
tão segura como sempre."
"O que aconteceu recentemente?"
Eu balancei minha cabeça. "Mais coisas do que eu posso contar."
Ele encontrou meus olhos, e eu estava surpresa por ver entendimento neles. Então
ele me surpreendeu ainda mais se aproximando de novo e tirando o cabelo do meu rosto.
"Eu sou um bom ouvinte se você precisar falar. As vezes a opinião de alguém de fora
pode ser uma coisa boa."
"Você não prefere não ser alguém de fora?" eu perguntei, tentando não ser
sobrepujada pela proximidade do corpo dele e o quão fácil parecia para ele se aproximar
de mim e debaixo da minha pele.
Ele deu nos ombros, e o sorriso dele ficou sarcástico. "É mais fácil desse jeito. É uma
das razões de não ter ficado fulo por ter que me mudar da minha House of Night."
"Eu queria te perguntar sobre isso." Eu pausei. Fingindo que eu precisava de espaço
para pensar, eu me afastei um pouco dele enquanto minha mente passava sobre o quão
atraente ele era para sobre como formular essa pergunta sem fazer ele pensar o que ele
não deveria pensar, especialmente perto de Neferet. "Você se importa se eu te perguntar
algo sobre você vir aqui?"
"Você pode me perguntar qualquer coisa, Zoey."
Ele olhou para cima e encontrou os olhos marrons dele e eu vi mais no que ele disse
do que apenas as simples palavras. "Ok. Bem, eles não te moveram por causa do que
aconteceu com Will?"
"Eu acho que sim. Eu não tenho certeza. Todos os vampiros da minha antiga escola
diriam que foi o pedido da Alta Sacerdotisa daqui que fez eu ser transferido. Acontece as
vezes quando um calouro tem um dom especial que outra escola pode precisar ou
querer." A risada dele foi sem humor. "Eu sei por fato que a nossa House of Night estava
tentando roubar o grande ator de vocês, qual o nome dele? Erik Night?"
"Yeah, Erik Night é o nome dele. Ele não é mais um calouro. Ele passou pela
Mudança." Eu seriamente não queria pensar em Erik quando estava me sentindo tão
atraída por Stark.
"Oh, huh. De qualquer forma, sua House não o liberou, e ele não queria ir embora.
Minha House não lutou para me manter. E eu não tinha razão para ficar. Enquanto
quando eu descobri que Tulsa me queria, eu disse que não ia competir de novo, não
importava o que. Não pareceu fazer diferença, porque eles ainda me quiseram, então aqui


estou." O sarcasmo na expressão dele sumiu, e por um segundo ele só parecia doce e
gentil e inseguro. "Estou começando a achar muito bom Tulsa ter me querido tanto."
"Yeah." Eu sorri, totalmente balançada por estar me sentindo tão conectada a ele.
"Estou começando a ficar muito feliz por Tulsa te querer, também." Então minha mente
absorveu tudo que ele disse, e uma terrível premonição passou por mim. Eu tive que
limpar a garganta antes de perguntar a próxima pergunta. "Todos os vampiros sabem
como Will morreu?"
Dor passou pelos olhos dele de novo, e fiquei arrependida de ter perguntado.
"Provavelmente. Todos os vampiros da minha antiga escola sabiam, e você sabe como
eles são - é difícil manter algo escondido deles."
"Yeah, eu sei como eles são," eu disse suavemente.
"Hey, eu peguei uma estranha vibração entre você e Neferet?"
Eu pisquei surpresa. "Uh, como assim?"
"Eu só senti tensão entre vocês duas. Tem algo que eu deveria saber sobre ela?"
"Ela é poderosa," eu disse cuidadosamente.
"Yeah, eu peguei isso. Todas as Altas Sacerdotisas são poderosas."
Eu pausei. "E que tal eu dizer que ela também não é exatamente o que parece ser, e
que você deve tomar cuidado perto dela, e deixar assim no momento. Oh, e ela é muito
intuitiva - praticamente psíquica."
"Bom saber. Vou tomar cuidado."
Decidindo me afastar antes desse garoto novo, que parecia intenso e confiante, mas
por outro lado parecia obviamente vulnerável e completamente fascinante para mim que
me fazia querer esquecer que eu jurei nunca mais transar. Transar!? Eu quis dizer caras.
Eu jurei nunca mais me aproximar de caras. E sexo. Com eles. Oh, jeesh. "É melhor eu ir.
Eu tenho um cavalo para escovar," eu disse.
"É melhor não manter um animal esperando - eles podem ser bem exigentes." Ele
sorriu para Duquesa e acariciou as orelhas dela. Quando eu comecei a ir embora, ele
agarrou meu pulso e deixou a mão deslizar para que os dedos dele se entrelaçassem aos
meus. "Hey," ele disse suavemente. "Obrigado por não surtar pelo que acabei de te dizer."
Eu sorri para ele. "Infelizmente, com o tipo de semana que estou tendo, seu
estranho dom parece quase normal."
"Infelizmente, é bom ouvir isso." Então ele ergueu minha mão e a beijou. Assim do
nada. Como se ele beijasse a mão das garotas todos os dias. Eu não sabia o que dizer.
Qual o protocolo quando um cara beija a sua mão? É pra dizer obrigado? Eu meio que
queria o beijar também, e estava pensando sobre o como eu não deveria estar pensando
nisso e olhando para os olhos dele quando ele disse, "Você vai contar a todo mundo sobre
mim?"
'Você quer que eu conte?"
"Não, a não ser que precise."
"Então não vou contar a não ser que precise," eu disse.
"Obrigado, Zoey," ele disse. Ele apertou minha mão, sorriu, e me soltou.
Eu fiquei parada ali por um segundo o observando pegar o arco e andar até onde as
flechas estavam. Sem olhar para mim de novo, ele pegou uma flecha, suspirou, e a deixou
voar livre até o alvo de novo. Serio, ele era totalmente misterioso e sexy, e eu estava
caindo fora. Eu virei, me dizendo que eu realmente precisa controlar meus hormônios, e
estava quase na porta quando eu ouvi a primeira tosse dele. Eu congelei, esperando que
se eu pausasse por um segundo, ele fosse limpar a garganta como antes e o próximo som
que eu fosse ouvir seria o barulho da flecha atingindo o alvo.


Stark tossiu de novo. Dessa vez eu pude ouvir o liquido na garganta dele. E então o
cheiro me atingiu - o lindo, e terrível cheiro de sangue fresco. Eu cerrei meus dentes
contra meu nojento desejo.
Eu não queria virar. Eu queria correr até o prédio, chamar alguém para ajudar ele, e
nunca, nunca voltar. Eu não queria testemunhar o que eu sabia que eu ia acontecer.
"Zoey!" Meu nome estava cheio de liquido e medo quando saiu da boca dele.
Eu me forcei a virar.
Stark já tinha caído de joelhos. Ele estava curvado, e eu podia ver que ele estava
vomitando sangue fresco na suave e areia doura no campo. Duquesa reclamava
terrivelmente, e embora ele estivesse sufocando no sangue, Stark pos uma mão no
cachorro. Eu podia ouvir ele sussurrando para ela entre as tosses que tudo ficaria bem.
Eu corri de volta até ele.
Ele caiu quando eu o alcancei, e eu só fui capaz de o agarrar e o colocar no meu
colo. Eu tirei o casaco dele, a rasgando no meio par que ele ficasse só de camiseta e
jeans. Eu usei o casaco para limpar o sangue que estava saindo dos olhos, nariz e boca.
"Não! Eu não quero que isso aconteça agora." Ele pausou, tossindo mais sangue do
que eu continuei a limpar. "Eu acabei de te encontrar - eu não quero te abandonar tão
cedo."
"Eu te peguei. Você não está sozinho." Eu tentei soar calma e relaxada, mas eu
estava sendo quebrada por dentro. Por favor não o leve! Por favor o salve! Minha mente
gritava.
"Ótimo," ele arfou, e tossiu de novo, mandando novos riachos de sangue pelo nariz e
boca. "Estou feliz por ser você. Se isso tem que acontecer, estou feliz que você esteja aqui
comigo."
"Sssh," eu disse. "Eu vou chamar ajuda." Eu fechei meus olhos e fiz a primeira coisa
que apareceu na minha cabeça. Eu chamei Damien. Pensando muito sobre vento e a doce
e linda brisa do verão, eu de repente senti um quente e questionador vento contra o meu
rosto. Chame Damien aqui e faça ele trazer ajuda! Eu comandei o vento. Ele passou ao
meu redor, como um tornado, uma vez, e então desapareceu.
"Zoey!" Stark chamou meu nome e então tossiu de novo e de novo.
"Não fale. Guarde suas forças," eu disse, segurando ele com força com um braço e
tirando o cabelo molhado gentilmente do rosto dele com minha mão livre.
"Você está chorando," ele disse. "Não chore."
"Eu - eu não posso evitar," eu disse.
"Eu deveria ter beijado mais do que a sua mão... eu achei que tinha tempo," ele
sussurrou entre ofego liquido das respirações. "... muito tarde agora."
Eu olhei nos olhos dele e esqueci completamente do resto do mundo. Naquele
momento, tudo o que eu sabia era que segurava Stark nos braços, e eu ia o perder muito,
muito em breve.
"Não é tarde demais," eu disse a ele. Eu me curvei e pressionei meus lábios nos dele.
Os braços de Stark passaram ao meu redor, ainda fortes o bastante para me segurar com
força. Minhas lagrimas se misturaram com o sangue dele, e o beijo foi absolutamente
maravilhoso e terrível e acabou rápido demais.
Ele separou os lábios dele dos meus, virou a cabeça, e tossiu o sangue da vida dele
no chão.
"Shhh," eu gritei enquanto as lagrimas caiam pelo meu rosto. Eu segurei ele perto de
mim e murmurei, "Estou aqui. Eu te peguel."


Duquesa reclamou penosamente e deitou ao lado do dono, olhando com um medo
obvio o rosto ensangüentado dele. "Zoey, me ouça antes deu ir."
"Ok, ok. Não se preocupe. Estou te ouvindo."
"Me prometa duas coisas," ele disse fracamente. Ele tossiu e teve que se inclinar
para longe de mim de novo. Eu segurei os ombros dele, e quando ele deitou nos meus
braços e ele estava tremendo e tão branco, que ele parecia quase transparente.
"Sim, qualquer coisa," eu disse.
Uma mão ensangüentada tocou minha bochecha. "Prometa que não vai me
esquecer."
"Eu prometo," eu disse, virando minha bochecha na mão dele. A polegar dele
tremendo tentou limpar minhas lagrimas, o que me fez chorar ainda mais. "Eu não
poderia te esquecer."
"E prometa que vai cuidar da Duquesa."
"Um cachorro? Mas eu -"
"Prometa!" a voz dele de repente estava cheia da força. "Não deixe eles a enviarem
para estranhos. Pelo menos ela conhece você e sabe que eu me importo com ela."
"Ok! Sim, eu prometo. Não se preocupe," eu disse.
Stark pareceu se dobrar com minha ultima promessa. "Obrigada. Eu só queria que
nós..." A voz dele parou e ele fechou os olhos. Ele virou a cabeça no meu colo e pos as
mãos ao redor da minha cintura. Lagrimas vermelhas silenciosamente lavaram o rosto
dele, e ele ficou duro. A única parte dele que ainda se movia era o peito dele enquanto ele
tentava respirar apesar do sangue que enchia os pulmões dele.
Então eu lembrei e senti uma onda de esperança. Mesmo que eu estivesse errada,
Stark tinha que saber.
"Stark, me ouça." Ele não mostrou sinal nenhum de estar me ouvindo, então eu
balancei os ombros dele. "Stark!"
Os olhos dele entre abriram.
"Você pode me ouvir?"
O aceno de Stark mal foi perceptível. Os lábios ensangüentados dele se ergueram no
fantasmas do sarcástico e arrogante sorriso dele. "Me beije de novo, Zoey," ele sussurrou.
"Você tem que me ouvir." Eu abaixei minha cabeça para poder falar no ouvido dele.
"Esse pode não ser o seu fim. Nessa House of Night, calouros morrem, e então eles
nascem com outro tipo de Mudança."
Os olhos dele abriram ainda mais. "Eu - eu posso não morrer?"
"Não para sempre. Calouros tem voltado. Minha melhor amiga voltou."
"Mantenha Duquesa segura para mim. Se eu puder, eu volto por ela, e por você -" As
palavras dele passaram pela hemorragia de sangue vermelho que saia da boca, nariz,
olhos, e lagrimas dele.
Ele não pode mais falar, e tudo o que eu pude fazer foi segurar ele nos meus abraços
enquanto a vida dele era drenada. Foi quando ele estava respirando pela ultima vez que
Damien, seguido por Dragon Lankford, Afrodite, e as Gêmeas, entraram no campo.


TREZE

Afrodite me alcançou primeiro. Ela me ajudou a levantar enquanto o corpo de Stark
caiu pesadamente do meu colo. "Tem sangue na sua boca," ela sussurrou, me dando um
lenço que ela tirou da bolsa.
Eu limpei minha boca e meus olhos, logo antes de Damien me alcançar.
"Só venha com a gente. Vamos te levar de volta para o dormitório para trocar de
roupa," Damien disse. Ele se moveu para o meu lado, pegando meu cotovelo firme na
mão dele. Afrodite estava do meu outro lado e segurava meu outro cotovelo. As Gêmeas
estavam com os braços entre suas cinturas, tentando não chorar.
Alguns dos Filhos de Erebus chegaram com uma maca e um cobertor. Afrodite e
Damien estavam tentando me afastar, mas eu resisti. Ao invés disso eu observei,
chorando silenciosamente enquanto os guerreiros silenciosamente pegavam o corpo
encharcado de Stark e o deitavam na maca. Então eles o cobriram com o cobertor,
cobrindo o rosto dele.
Foi então que Duquesa ergue a cabeça e começou a uivar.
O som era horrível. Duquesa encheu a noite encharcada de sangue com um pesar e
solidão e perda. As Gêmeas imediatamente começaram a chorar. Eu ouvi Afrodite dizer,
"Oh, deusa, isso é tão terrível." Damien sussurrou, "Pobre garota...," e então ele, também,
começou a chorar suavemente. Nala se aproximou do cachorro e estava a observando
com grandes olhos tristes como se ela não tivesse certeza do que fazer.
Eu também não sabia o que fazer. Eu me sentia estranhamente atordoada, embora
eu não pudesse parar de chorar, mas eu estava me aprontando para me soltar dos meus
amigos e ir até Duquesa para descobrir o impossível, quando Jack apareceu no meio do
campo. Ele parou. A boca aberta em choque. Uma mão foi para a garganta dela, e a outra
pressionou a boca dele, tentando não arfar em horror. Ele olhou para o corpo tapado na
maca, e para areia ensangüentada, para o cachorro em luto. Fungando, Damien apertou
meu braço e então me soltou para ir até o namorado quando Jack, ignorando tudo e
todos, correu até Duquesa e caiu de joelhos ao lado dela.
"Oh, querida! Meu coração está quebrado por você!" ele disse ao cachorro.
Duquesa parou de uivar e olhar durante muito tempo firmemente para Jack. Eu não
sabia que cachorros podiam chorar, mas eu juro que Duquesa estava chorando. Lagrimas
estavam deixando rastros molhados pelos cantos dos olhos dela até o rosto e focinho.
Jack também estava chorando, mas a voz dele parecia doce e firme quando ele disse
a Duquesa, "se você vier comigo, eu não vou te deixar ficar sozinha."
O grande labrador loiro deu um passo para frente devagar, como se tivesse
envelhecido décadas nos últimos minutos, e deitou a cabeça no ombro de Jack.
Através das minhas lagrias, eu vi Dragon Lankford tocar as costas de Jack
gentilmente. "Leve ela para o quarto. Eu vou ligar para o veterinário e pegar algo que vai
ajudar ela a dormir. Fique perto dela - ela está sofrendo tanto quanto um gato sofre
quando perde seu vampiro. Ela é uma garota leal," Dragon continuou tristemente. "A
perda dele será difícil para ela."
"Eu - eu vou ficar ela," Jack disse, limpando o rosto com uma mão e acariciando
Duquesa com a outra. Então Jack passou os dois braços ao redor do pescoço do grande
cachorro enquanto os guerreiros carregavam o corpo de Stark pelo campo.
Só foi quando eles saíram que Neferet apareceu. Ela estava corada e sem ar. "Oh,
não! Quem foi?"
"O novo calouro, James Stark," Dragon disse.


Neferet se moveu até a maca e dobrou o cobertor. Todos estavam olhando para
Stark, mas eu não podia me fazer olhar o rosto morto dele, então eu não tirei os olhos de
Neferet. Eu fui a única que vi a onda de triunfo e pura e nojenta alegria que irradiava do
rosto dela. Então ela respirou fundo e voltou a ser uma preocupada Alta Sacerdotisa, triste
pela perda de um calouro.
Eu achei que ia vomitar.
"Leve ele para o necrotério. Eu vou cuidar que ele seja atendido propriamente,"
Neferet disse. Sem olhar para mim, ela disse, "Zoey, se certifique que o cachorro do
garoto seja bem cuidado." Então ele fez menção que os guerreiros continuassem e a
seguissem para fora.
Por um segundo eu não pude falar. O jeito sem coração que ela agiu com a morte de
Stark me atingiu com força. Eu acho que uma pequena parte de mim, especialmente
numa hora como essa quando algo horrível acaba de acontecer, ainda deseja que ela seja
a mulher que eu acreditava que ela fosse quando eu a encontrei pela primeira vez - a
mãe que iria me amar pelo que eu era.
Eu os vi levar o corpo de Stark e limpei minhas lagrimas com as costas da minha
mão. Haviam pessoas que precisavam de mim. Pessoas a quem eu fiz promessas. Era
hora deu encarar o fato de que Neferet tinha ficado má e parar de ser tão fraca.
Eu virei para Damien. "Fique perto de Jack hoje a noite. Ele precisa da sua ajuda
mais do que eu preciso."
"Você vai ficar bem?" Damien me perguntou.
"Eu cuido dela," Afrodite disse.
"Nós também," as Gêmeas falaram juntas.
Damien acenou, me abraçou com força, e então foi até Jack. Ele se abaixou perto do
namorado e do cachorro, e hesitando a principio, e então com mais confiança e calor,
começou a acariciar Duquesa.
"Você está toda ensangüentada, sabia?" Afrodite disse, tirando minha atenção da
cena de cortar o coração em que Damien e Jack tentavam confortar o cachorro de Stark.
Eu olhei para baixo. Eu parei de sentir o cheiro de sangue depois que beijei Stark. Eu
tirei isso da cabeça para que a doçura disso não me deixasse louca, e fiquei surpresa de
ver que minhas roupas estavam escuras e grudadas com o sangue dele.
"Eu preciso tirar essas roupas," eu disse, soando muito mais abalada do que eu
queria. "Eu preciso de um banho."
"Anda. Eu vou te deixar visitar meu SPA," Afrodite disse.
"Spa?" eu perguntei estupidamente, sem ser capaz de perceber o que diabos ela
estava dizendo. Stark tinha acabado de morrer nos meus braços e ela queria que eu fosse
a um SPA?"
"Você não sabia que eu refiz o chuveiro do meu quarto?"
"Talvez Z queira tomar banho no próprio quarto," Shaunee disse.
"Yeah, talvez ela queira as próprias coisas perto dela," Erin disse.
"Yeah, bem, talvez ela não queira lembrar que da ultima vez que ela tomou banho
para limpar sangue, sozinha, no quarto dela, foi depois que a melhor amiga dela morreu
nos braços dela," Afrodite disse. E então ela acrescentou, "Alem do mais, eu tenho certeza

que

ela

não

tem

um

chuveiro

Vichy*

(*http://www.heronisland.com/images/heron/hrn_conferences_4lg.jpg) no quarto dela,
porque o meu é o único no campus."
"Chuveiro Vichy?" eu disse, me sentindo um pouco como se estivesse tendo um
pesadelo.

Shaunee suspirou. "É como um pedaço do céu."
Erin deu a Afrodite um olhar apreciativo. "Você tem um no próprio banheiro?"
"Parte de ser muito rica e muito, muito mimada," Afrodite disse.
"Uh, Z," Erin disse devagar, movendo seu olhar de Afrodite para mim. "Talvez você
devesse ir para o SPA dela. Um chuveiro Vichy é um jeito excelente de aliviar o estresse."
Shaunee limpou as lagrimas. "E todos sabemos que você tem um estresse para lidar
hoje a noite."
"Ok, yeah. Eu vou até o quarto de Afrodite me limpar." Eu me movi duramente pela
porta e andei entre Afrodite e as Gêmeas.
Eu senti o beijo de Stark nos lábios todo o caminho de volta ao dormitório quando o
barulho de corvos encheu a noite.
Um chuveiro Vichy acabou sendo quatro cabeças grande de chuveiro (duas do teto e
duas dos lados do chuveiro de mármore de Afrodite) que jogavam um zilhão de água
quente por meu corpo ao mesmo tempo. Eu fiquei parada ali e deixei elas passarem pelo
meu corpo e levar o sangue de Stark de mim. Eu vi a água passar de vermelho para rosa
para limpa, e algo sobre a ausência do sangue dele me fez começar a chorar de novo.
Parece ridículo porque eu só o conheci por um breve tempo, mas eu senti a ausência
de Stark como um buraco no meu coração. Como pode ser? Como eu posso sentir tanta
falta dele quando eu não o conheci de verdade? Ou talvez eu já o conhecesse - talvez
exista algo que acontece entre algumas pessoas em um nível que vai além do tempo e do
que a sociedade acha apropriado. Talvez o que aconteceu entre Stark e eu naqueles
poucos minutos no campo foi o suficiente para nossas almas se reconhecerem.
Almas gêmeas? Isso é possível?
Quando minha cabeça doía de tanto chorar e minhas lagrimas finalmente se
acabaram, eu sai do banho. Afrodite tinha um grande robe pendurado na porta do
banheiro, que eu coloquei antes de sair no quarto dela. Nada surpreendente, as Gêmeas
saíram do quarto dela.
"Aqui, beba isso," Afrodite me deu uma taça de vinho tinto.
Eu balancei a cabeça. "Obrigado, mas eu realmente não gosto de álcool."
"Só beba. É mais do que apenas vinho."
"Oh..." eu peguei e tomei com vontade, como se eu achasse que fosse explodir. E
explodiu - dentro do meu corpo. "Tem sangue nele." Eu não soava acusadora. Ela sabia
que eu já sabia o que o comentário "mais do que vinho" significava.
"Vai te ajudar a se sentir melhor," Afrodite disse. "E isso também." Na mesa ela me
apontou para um caixa aberta onde havia um enorme e gorduroso cheeseburger e batatas
fritas grandes com uma garrafa de coca cola - cheia de cafeteira e açúcar, esperando.
Eu bebi o resto do vinho com sangue e, me surpreendendo com quanta fome eu
sentia, comecei a comer o hambúrguer. "Como você sabia que eu adoro esse
cheeseburger?"
"Todos amam esses hamburguês. Eles são horríveis para você, então achei que você
estava precisando de um."
"Obrigado," eu disse com a boca cheia.
Afrodite sorriu para mim, delicadamente pegando uma batata frita do meu prato, e
então sentando na cama. Ela me deixou comer por um tempo e então, em uma voz que
era hesitante, ela perguntou, "Então, você o beijou antes dele morrer?"
Eu não podia olhar para ela, e o hamburguer de repente tinha gosto de papelão.
"Yeah, eu o beijei."
"Você está bem?"


"Não," eu disse suavemente. "Algo aconteceu entre nós..." Minha voz morreu quando
não consegui encontrar as palavras.
"O que você vai fazer em relação a ele?"
Eu então a olhei. "Ele está morto. Não tem nada -" eu parei. Como eu posso ter
esquecido? É claro que Stark estar morto não era necessariamente o fim das coisas, não
nessa House of Night, não ultimamente. E então eu lembrei do resto. "Eu contei a ele," e
disse.
"Sobre?"
"Que pode não ser o fim para ele. Antes dele morrer, eu disse a ele que ultimamente
calouros tem morrido e voltado dos mortos e passado por outra Mudança."
"O que significa que se ele voltar, um dos primeiros pensamentos dele será sobre
você, e o fato de que você disse a ele que pode não ser o fim de tudo. Vamos esperar que
Neferet não esteja ali para ouvir."
Meu estomago se apertou, parcialmente com esperança, parcialmente com medo.
"Bem, o que eu deveria ter feito? Deixar ele morrer nos meus braços sem dizer nada para
ele?"
Ela suspirou. "Eu não sei. Provavelmente não. Você se importa com ele, não?"
"Yeah, eu me importo. Eu não sei por quê. Eu quero dizer, claro ele é, uh, quero
dizer era um cara lindo. Mas ele me contou coisas antes de morrer e nós meio que nos
conectamos." Eu tentei lembrar o que exatamente Stark tinha me contado, mas estava
tudo uma confusão com o beijo e ver ele sangrar até morrer. Eu tremi e tomei um enorme
gole de coca.
"Então, o que você vai fazer sobre ele?" ela continuou.
"Afrodite, eu não sei! Eu deveria ir até o necrotério e pedir aos Filhos de Erebus para
entrar e sentar com Stark até ele talvez voltar a vida?" Quando eu disse, eu percebi que
era exatamente isso que eu queria fazer.
"Essa provavelmente não é uma boa idéia," ela disse.
"Não sabemos o que acontece, o quão rápido, ou se vai acontecer." Ela pausou
pensando. "Espera, você disse que viu Stark numa das visões da minha morte, certo?"
"Yeah."
"Então o que havia no rosto dele? Uma lua crescente azul, uma lua vermelha, ou
tatuagens completas e vermelhas?"
Ela hesitou. "Eu não sei."
"Como você pode não saber? Você disse que o reconheceu da sua visão."
"Eu reconheci. Eu lembro dos olhos dele e da boca."
"Não fale dele desse jeito," e surtei.
Ela realmente parecia estar se sentindo culpada. "Desculpe, eu não quis dizer isso.
Ele realmente te afetou, não é?"
"Sim. Ele me afetou. Então tente lembrar como ele parecia na sua visão."
Ela mordeu o labio. "Eu não lembro. Eu só tive um rápido deslumbre dele."
Meu coração estava batendo com tanta força, e minha cabeça estava tão tonta da
repentina onda de esperança que passou por mim. "Mas isso significa que ele não está
realmente morto. Ou pelo menos não morto para sempre. Você o viu numa visão do
futuro, então ele tem que estar no meu futuro. Ele vai voltar!"
"Não necessariamente," ela disse gentilmente. "Zoey, o futuro é fluido - está sempre
mudando. Eu quero dizer, eu vi você morrer duas vezes. Uma vez sozinha porque você
estava isolada dos seus amigos. Bem, eles voltaram a ser sua Horda de Nerds." Ela
pausou e acrescentou, "Desculpe. Eu sei que você passou por um bando de merda hoje a


noite. Eu não quis soar tão maldosa. Mas o negocio é o seguinte. Por causa dos nerds -
eu quero dizer, porque você não está mais isolada, a visão de Zoey-sendo-morta-sozinha
provavelmente é nula e vazia. Vê, o futuro muda. Quando eu tive a visão com Stark ele
podia ainda estar vivo. Esse pode ser um desafio agora."
"Mas não necessariamente?"
"Não necessariamente," ela concordou relutantemente. "Mas não fique cheia de
esperança. Eu sou apenas a Garota Visão, não uma expert em coisas como calouros
voltarem a vida."
"O que precisamos é de uma expert no negocio do morto/morto vivo." Eu tentei não
soar muito esperançosa, mas percebi pelo jeito triste que Afrodite olhou para mim que eu
não estava escondendo muita coisa dela.
"Yeah, bem, eu odeio dizer isso, mas você tem razão. Você precisa falar com Stevie
Rae."
"Eu vou voltar para o meu quarto e ligar a ela e pedir para nos encontrar nos Gatos
de Rua amanha. Você acha que pode manter Darius ocupada enquanto eu falo com ela?"
"Oh, por favor. Eu vou fazer mais do que apenas manter ele ocupado. Eu vou o
manter TOTALMENTE ocupado." Ela ronronou a palavra.
"Ugh. Tanto faz. Eu só não quero ouvir e nem ver." Me sentindo um pouquinho mais
otimista, eu agarrei minha coca.
"Nenhum problema nisso. Eu vou ficar feliz de manter isso privativo."
"De novo eu digo ugh." Eu fui até a porta. "Hey, como você se livrou das Gêmeas
hoje a noite? Eu vou ter que fazer controle da danos amanha?"
"Simples. Eu disse a elas que se elas ficassem iríamos fazer a unha dos pés uma das
outras, e que eu era a primeira."
"Yeah, eu entendi porque elas fugiram."
De repente Afrodite ficou seria. "Zoey, eu falei serio. Não fique muito esperançosa
em relação a Stark. Você sabe que mesmo que ele volte, ele pode não ser o mesmo.
Stevie Rae diz que os calouros vermelhos estão melhor agora, e eles estão, mas eles
também não estão normais, e nem ela."
"Eu sei de tudo isso, Afrodite, mas eu ainda digo que Stevie Rae está bem."
"E eu ainda digo que vamos ter que concordar e discordar sobre isso. Eu só quero
que você tenha cuidado. Stark não -"
"Não!" Eu ergui minha mão e a cortei. "Me deixe ter um pouco de esperança. Eu
quero acreditar que pode haver uma chance para ele."
Afrodite acenou devagar. "Eu sei que você quer, e é isso que me preocupa."
"Estou cansada demais para continuar falando nisso," eu disse.
"Ok, eu entendo. Só pense no que eu disse." Eu comecei a abrir a porta, e ela
acrescentou, "Você quer ficar aqui hoje a noite? Você não ia ficar sozinha."
"Nah, mas obrigado. E eu não estou realmente sozinha num dormitório cheio de
calouros." Com a mão na maçaneta, eu olhei por cima dos ombros para Afrodite.
"Obrigado por cuidar de mim. Eu me sinto melhor. Muito melhor."
Ela despencou meu agradecimento e parecia embaraçada. Então soando mais como
ela mesma ela disse, "Não se preocupe. Só acho que quando você for rainha, vai me
dever."
Stevie Rae não atendeu. Ele foi direto para a caixa postal dela. Eu não deixei
mensagem. O que eu podia dizer, "Oi, Stevie Rae. É a Zoey. Hey, um calouro acabou de
sangrar até a morte nos meus braços hoje a noite, e eu quero saber o que acontece
agora? Ele vai voltar como um monstro sugador de sangue morto vivo, ou ele vai ser meio


estranho como você diz que seus calouros são, ou ele vai continuar morto? Eu gostaria de
saber porque apesar deu ter acabado de conhecer ele, eu realmente gostei dele. Ok,
então me liga!" Uh, não. Isso não ia funcionar.
Eu sentei pesadamente na minha cama e tinha começado a desejar que Nala
aparecesse quando minha gata abriu a porta, e com um mau humorado "mee-uf-owed"
passou pelo quarto, pulou na minha cama, e se aninhou no meu peito, pressionando o
rosto contra o meu pescoço e ronronando feito louca.
"Estou realmente, realmente feliz por ver você." Eu acariciei as orelhas dela e a beijei
acima do nariz. "Como está Duquesa?" Ela piscou para mim, espirrou, e então pressionou
a cabeça contra mim e ronronou um pouco mais. Eu assumi que isso significa que o
cachorro estava sendo bem cuidado por Jack e Damien.
Me sentindo melhor agora que Nala tinha começado sua mágica de ronronar comigo,
eu tentei me perder no livro que eu estava lendo. Troca de Tinta, por minha atual
escritora vampira favorita, Melissa Marr, mas nem as histórias dela podiam me fazer não
pensar.
O que estava pensando? Em Stark, é claro. Eu toquei meus lábios, ainda sentindo o
beijo dele ali. O que havia de errado comigo? Porque eu estava deixando Stark me afetar
tanto? Ok, sim. Ele morreu nos meus braços e isso foi horrível, realmente horrível. Mas
havia mais do que isso acontecendo entre nós, ou pelo menos eu achei que poderia haver.
Eu fechei meus olhos e suspirei. Eu não precisa gostar de outro cara. Eu não tinha
superado Erik ou Heath.
Ok, a verdade é que eu não superei Loren.
Não, eu não estava apaixonada por Loren. O que eu não tinha superado era a dor
que ele me causou. Meu coração ainda dói, e eu não estava pronta para deixar outro cara
entrar.
Eu lembro de Stark pegando minha mão e entrelaçando seus dedos ao meu redor e
do jeito que os lábios dele pareciam contra a minha pele.
"Droga. Eu acho que ninguém disse ao meu coração que eu não estou pronta para
outro cara," eu sussurrei.
E se Stark realmente voltar?
Pior - e se ele não voltar?
Eu estava cansada de perder as pessoas. Uma lagrima caiu através dos meus olhos
fechados e eu a limpei. Eu me curvei de lado e pressionei meu rosto contra a suavidade
de Nala. Eu estava só cansada. Foi um dia terrível. Amanha não seria tão ruim. Amanha
eu ia falar com Stevie Rae, e ela ia me ajudar a fazer sentido no que ia acontecer com
Stark.
Mas eu não consegui dormir. Minha mente continuou dando voltas, se focando nos
meus erros e nas pessoas que eu magoei. Stark tinha morrido como alguma penalidade
por eu ter magoado Erik e Heath?
Não! Minha mente racional me disse. Isso é ridículo! Nyx não trabalha assim. Mais
minha consciência culpada sussurrou coisas mais negras. Você não pode magoar as
pessoas tanto quanto magoou Erik e Heath sem uma resposta.
Pare! Eu disse a mim mesma. Além do mais, Erik não parecia tão devastado hoje. Na
verdade ele parecia um idiota, e não alguém cujo coração estava partido.
Não, isso não estava certo. Erik e eu estavamos nos apaixonando quando eu fiz
besteira com Loren. O que eu esperava que Erik fizesse - andasse chorando e me
implorasse para voltar para ele? Diabos não. Eu o magoei, e ele não estava sendo um
idiota - ele estava tentando proteger o coração dele de mim.


Eu não precisava ver Heath para saber que o coração dele também estava partido.
Eu o conhecia bem o bastante para saber exatamente o quanto eu o tinha magoado. Ele
foi parte da minha vida desde que a gente se gostou no ensino fundamental . Ele sempre
estava lá - da fase de amor infantil para namorado/namorada do ensino fundamental,
para "sair" no ensino médio, e finalmente, mais recentemente, para o você-teve-um-
imprint-com-ele-e-suga-o-sangue-dele. Isso é um jeito gentil de dizer que o Imprint e
beber o sangue humano dispara os receptores de sexo no cérebro dos calouros e dos
humanos, então eu estive pensando em fazer mais com Heath do que só beber o sangue
dele. Sim, eu sei que isso parece muito vadio, mas pelo menos estou sendo honesta
comigo mesma.
Então. Heath e eu tivemos um Imprint, mas quando eu transei com Loren e tive um
Imprint com ele durante o ato (ainda é estranho pensar que eu não sou mais virgem - tão
estranho quanto perturbador e meio assustador), o que quebrou meu Imprint com Heath.
Dolorosamente e horrivelmente, se o que Loren tinha me dito era verdade. E eu não fiquei
mais sabendo de Heath desde então.
E Stark achou que era um covarde por querer evitar dor? Comparado a mim, eu
definitivamente digo difícilmente. Eu me pergunto se a conexão que Stark e eu sentimos
teria durado se ele descobrisse as coisas que eu fiz no passado. Eu quero dizer, ele foi
bem honesto comigo, mas eu não tinha contado a ele nada sobre mim.
E tinha muita coisa para contar. Sem mencionar muitas pontas soltas.
Eu estive evitando Heath porque eu o magoei. E, desde que eu estava sendo honesta
comigo mesma, eu tinha que admitir que outra parte do porque eu estar evitando Heath
tinha muito a ver com o fato deu estar com medo da reação dele comigo.
Heath era nada se ele não fosse confiável. Eu podia depender do fato de que ele era
louco por mim. Eu podia depender do gato dele ser meu namorado (as vezes eu querendo
ou não) desde a terceira serie. Eu podia depender do fato de que ele sempre esteve ali
por mim.
De repente eu percebi que eu precisava de Heath. Hoje eu me senti machucada e
abatida e confusa, e eu precisava saber que eu não tinha perdido todos eles... que um
deles realmente me amava, mesmo que eu não merecesse.
Meu celular estava carregando no meu bidê. Eu o abri rapidamente mandei uma
mensagem para ele antes de mudar de idéia.
Cmo vc estah?
Eu comecei simples, com uma pequena mensagem. Quando ele responder, se ele
responde, eu parto daí.
Eu me aconcheguei com Nala e tentei dormir.
Depois do que pareceu ser uma eternidade, eu olhei as horas. Eram quase 8:30 da
manhã. Ok, então Heath estava dormindo. Ele ainda estava no feriado de inverno, e se ele
não tinha que levantar e ir para a escola, ele dormia até meio dia. Literalmente. Então ele
está dormindo, eu repeti teimosamente para mim mesma.
Isso não teria importado antes, minha mente disse. Antes ele teria me respondido
um segundo depois e me implorado para encontrar com ele. Heath nunca teria dormido
depois de uma mensagem minha.
Talvez eu devesse ligar para ele.
E ouvir ele me dizer que ele não quer me ver de novo? Eu mordi o lábio e me senti
enjoada. Não. Não, eu não podia fazer isso. Não depois do que aconteceu hoje a noite. Eu
não podia suportar ouvir ele dizer coisas maldosas para mim. As ler seria ruim o bastante.
Se ele responder.


Aconchegada com Nala, eu tentei me concentrar no ronronar dela e tirar minha
atenção do silencio do meu celular.
Amanha, eu disse a mim mesma quando comecei a adormecer. Se eu não ficar
sabendo de Heath até amanha, eu ligo para ele.
Logo antes deu adormecer, eu juro que ouvi o som de um corvo do lado de fora da
minha janela.


QUATORZE

Eu não precisei ligar meu alarme para despertar as 5 da tarde (que na verdade é
minha manhã - lembre-se, o dia e noite de um calouro é virado, e nossa escola começa as
20 horas e termina as 3 da manha). Eu estava deitada bem acordada, acariciando Nala e
tentando não pensar sobre Stark ou Heath ou Erik quando meu alarme tocou.
Totalmente grogue eu tropecei pelo meu quarto, coloquei uma jeans e um suéter
preto. Eu me olhei no espelho. Ok, só ugh. Eu tinha que ter dormido ontem - as minhas
olheiras estão com olheiras.
Nala tinha acabado de curvar as costas e assobiar para a porta quando alguém
bateu.
"Zoey! Dá pra se apressar?"
Eu abri a porta e vi uma Afrodite descontente vestida com uma saia muito curta (e
muito bonita), um pulôver púrpura, e umas botas pretas lindas de morrer. Ela estava
batendo o pé com irritação.
"O que?" eu disse.
"Eu sei que já te disse isso antes, mas você é devagar como uma pessoa gorda de
muleta," ela disse.
"Afrodite, você é maldosa. Eu sei que já te disse isso antes também," eu disse,
tentando parar com a grogues e de alguma forma me despertar. "E eu não sou devagar,
estou pronta," eu finalmente disse.
"Não, não está. Sua Marca não está coberta."
"Ah, jeesh. Esqueci disso -" Meus olhos automaticamente foram para a testa dela,
que estava completamente limpa da Marca de um calouro.
"Yeah, uma das poucas vantagens de fingir que sou uma caloura é que eu não tenho
que me apressar para cobrir minha Marca quando eu saiu do campus." O tom de Afrodite
era impertinente mas eu podia ver a magoa nos olhos dela.
"Hey, lembre-se do que Nyx disse. Você ainda é especial para ela."
Afrodite virou os olhos. "Yeah, especial. Tanto faz. Dá pra se apressar? Darius está
esperando, e você ainda tem que contar a Shekinah que eu vou com você."
"E eu preciso da minha tigela de cereal," eu disse enquanto passava a maquiagem
por cima da minha Marca.
"Não tem tempo," Afrodite disse enquanto corríamos pelas escadas. "Temos que ir
até os Gatos de Rua antes dos humanos idiotas fecharem a loja e voltem para suas
ridículas casas de classe media."
"Você é uma humana estúpida," eu sussurrei.
"Eu sou uma humana especial," ela me corrigiu, em uma voz igualmente baixa, e ela
continuou. "Quando Stevie Rae vai nos encontrar? Não vai ter problema se nos atrasarmos
um pouco, certo?"
"Ah, droga!" eu sussurrei. "Eu não consegui falar com ela ontem."
"Não estou surpresa. O sinal de celular é horrível naqueles túneis. Eu vou bolar uma
desculpa para Darius do porque do seu atraso. Ligue de novo. Dessa vez vamos esperar
que ela atenda."
"Eu sei, eu sei," eu disse.
"Hey, Z!" Shaunee chamou quando Afrodite e eu passamos pela cozinha.
"Como você está se sentindo essa manhã? Melhor?" Erin perguntou.


"Eu estou - obrigada, gurias." Eu disse, sorrindo para elas. As Gêmeas eram alem de
alegres. Era necessário mais do que uma mostra de morte para as assustar por muito
tempo.
"Excelente. Temos a sua caixa de Count Chocula bem aqui," Erin disse.
"Hey, Gêmeas Nerds, vocês duas querem me fazer uma pedicure hoje a noite?
Podemos fazer uma grande conexão da horda de nerds com o enorme calo que eu tenho
no meu pé direito." Afrodite ergueu a bota e fingiu que ia abrir ela.
"Temos o seu café da manhã pronto também, Afrodite," Erin dise.
"Yeah, conseguimos uma boa tigela de Count Vadiula," Shaunee disse.
"Vocês duas não são tão engraçadas. Zoey, eu vou pegar Darius e te encontramos
no estacionamento. Se apresse." Ela virou o cabelo para trás e saiu apressada.
"Odiamos ela," Erin e Shaunee falaram juntas.
"Eu sei," eu suspirei. "Mas ela realmente foi gentil ontem."
"Provavelmente porque ela tem desordem de personalidade," Erin disse.
"Yeah, eu acho que ela é uma daquelas pessoas com dupla personalidade," Shaunee
disse. "Hey, talvez ela seja internada logo!"
"Excelente idéia, Gêmea. Eu gosto que você sempre olhe para o melhor lado," Erin
disse.
"Aqui, Z. Coma o seu cereal," Shaunee disse.
Eu suspirei na caixa do meu cereal favorito. "Eu não tenho tempo para comer. Tenho
que ir até os Gatos de Rua e começar nosso trabalho comunitário."
"Você deveria conversar com eles sobre fazer um mercado de pulgas* (*vários
vendedores se reúnem para comercializar diversas coisas)," Erin disse.
"Yeah. Precisamos limpar nossos armários para a mudança de estação, e é melhor
vender nossas coisas antigas para dar espaço para novas," Shaunee disse.
"Essa não é uma má idéia. Além do mais, os Gatos de Rua podem fazer as vendas do
lado de dentro e o sol não iria nos incomodar," eu disse.
"Gêmea, vamos lá ver nossos sapatos," Shaunee disse.
"Vamos, Gêmea," Erin disse. "Eu fiquei sabendo que tons metálicos são o top para a
próxima estação."
Eu deixei o dormitorio enquanto as Gêmeas estavam conversando sobre compras de
novos sapatos e roupas.
O Filho de Erebus que estava parado do lado de fora não era Darius, mas era
igualmente grande e parecia mal, e ele me deu uma rapida saudação de respeito. Eu a
retornei e corri pela calçada em direção ao prédio principal, acenando ois para os calouros
que iam e vinham. Abrindo meu celular, eu digitei o numero do celular de Stevie Rae.
Graças a Deus, dessa vez ela atendeu no primeiro toque.
"Hey, Zoey!"
"Oh, graças a Deus." Eu não disse o nome dela, mas mantive a voz baixa. "Eu tentei
te ligar mais cedo, mas você não atendeu."
"Desculpe, Z. A recepção aqui nos túneis é uma droga."
Eu suspirei. Temos que fazer algo sobre isso, mas agora eu não tenho tempo para
pensar no que fazer. "Bem, esquece. Você pode me encontrar nos Gatos de Rua daqui a
pouco? É importante."
"Gatos de Rua? Onde fica isso?"
"É na 16 com a Sheridan naquele prédio de tijolos. Atrás da Cozinha do Charlie. Você
pode ir lá?"


"Yeah, eu acho. Eu vou ter que pegar o ônibus, então posso levar um tempo. Espera,
você não me da uma carona?"
Eu abri minha boca para explicar porque eu não podia dar a carona e porque era tão
importante falar com ela hoje, quando ouvi o barulho de um grito seguido por uma risada
do lado dela do telefone.
"Uh, Zoey. Preciso ir," Stevie Rae disse.
"Stevie Rae, o que está acontecendo?"
"Nada," ela disse rapidamente.
"Stevie Rae -." Eu comecei, mas ela me cortou.
"Eles não estão comendo ninguém. Verdade. Mas tenho que me certificar que o
entregador de pizza não lembre muito dessa entrega. Te vejo nos Gatos de Rua - tchau!"
E ela desligou. Eu fechei o telefone (e desejei poder fechar meus olhos me colocar
em uma posição fetal e ir dormir). Ao invés disso eu entrei pelas grandes portas de
madeira parecidas com a de um castelo da entrada principal da House of Night. Nós não
temos o que podemos chamar de sala do diretor, mas temos uma área administrada por
uma atraente vampira jovem chamada Sra. Taylor. Ela na verdade não é uma secretaria,
mas uma assistente de Nyx. Damien explicou para mim que parte do treinamento de
sacerdotisa dela era ajudar a House of Night - por isso o fato dela poder ser encontrada
ocupada atendendo telefones, fazendo Xerox, e correndo atrás de professores quando não
estava na capela para os rituais e coisas assim.
"Olá, Zoey," ela disse com um doce sorriso.
"Oi, Sra. Taylor. Eu deveria falar para a Shekinah quem vai comigo aos Gatos de
Rua, mas não faço idéia de onde ela está."
"Oh, ela fez a sala do Conselho o escritório dela enquanto não está ensinando. E já
que o primeiro período não começou ainda, ela está lá agora."
"Obrigado," eu disse e corri pelo corredor para a esquerda e então subi as escadas
circulares que levavam para a biblioteca e a sala do Conselho do outro lado. Eu não tinha
certeza se eu devia só entrar ou não, e estava erguendo a mão para bater quando a voz
de Shekinah chamou, "Você pode entrar, Zoey."
Jeesh, vampiros são tão assustadores com o seu estranho nós-sabemos-quem-vai-
ligar-antes-dele-ligar. Eu endireitei os ombros e entrei.
Shekinah estava usando um vestido preto que parecia ser feito de veludo, com a
insígnia prateada de Nyx, a silueta de uma mulher com os braços erguidos pegando a lua,
bordado no peito dela. Ela sorriu para mim e eu fui atingida pela exótica beleza dela e o
senso de idade e sabedoria que a cercava.
"Merrey meet, Zoey," ela disse.
"Merrey meet," eu respondi automaticamente.
"Como você está hoje? Eu soube do jovem calouro que morreu ontem a noite e que
você testemunhou o falecimento dele."
Eu engoli. "Sim, eu estava com Stark quando ele morreu. E estou tão bem quanto
possível hoje."
"Você ainda quer visitar os Gatos de Rua? Eu sei que pode ser uma difícil primeira
reunião."
"Eu sei, mas eu ainda quero ir. Ajuda me manter ocupada."
"Muito bem. Você se conhece melhor."
"Eu gostaria de levar Afrodite comigo, se estiver tudo bem por você."
"Ela é a caloura com a afinidade com a terra, não é?"


Eu dei um rápido e nervoso aceno e disse, "terra é a afinidade que Nyx deu a ela."
Ok, bem, eu não estava tecnicamente mentindo.
"Terra é uma influencia calmante. Normalmente aqueles com uma afinidade por ela
são pé no chão e confiáveis. Você fez uma excelente escolha sobre quem ira te
acompanhar hoje, jovem sacerdotisa."
Eu tentei não parecer culpada. Afrodite pé no chão e confiável? Como as Gêmeas
diriam, por favor, só, por favor. "Bem, ela e Darius estão me esperando, então é melhor
eu ir."
"Só um segundo." Shekinah olhou para o papel que segurava na mão e o passou
para mim. "Aqui está seu novo horário de aula. Com minha aprovação, Neferet te
transferiu da primeira aula de Sociologia Vampira para as aulas de um sestanista." Ela
olhou para a minha estranha Marca, já completa embora eu ainda seja uma caloura. E é
claro, nenhum vampiro ou calouro teve as tatuagens expandidas que eu tenho no
pescoço, ombros, costas e cintura. Shekinah não podia ver essas, mas o olhar conhecedor
dela dizia que ela sabia que elas estavam ali. "Você está muito desenvolvida para ficar
numa aula tão simples de sociologia. Eu tenho o pressentimento, e sua Alta Sacerdotisa
concorda, que você vai precisar saber mais detalhes sobre a vida vampira do que
normalmente um terceiranista precisa."
"Sim, senhora," foi tudo que eu consegui dizer.
"Te colocar numa aula avançada alterou seu horário. Eu me certifiquei que você seja
dispensada das aulas até depois do almoço. Só se certifique de voltar nesse horário, e ir
para as aulas certas."
"Ok, eu vou. Oh, você poderia fazer Afrodite ser liberada também?"
"Já fiz isso," ela disse.
Eu engoli com força. "Bem, obrigado. Eu quero dizer, muito obrigada." Como sempre,
o super conhecimento dos vampiros me deixou extremamente nervosa. "Um, eu estava
pensando em sugerir para os Gatos de Rua que as Filhas Negras vão patrocinar um
mercado de pulgas, e o dinheiro iria para eles. Você acha que está tudo bem?"
"Eu acho que é uma excelente idéia. Tenho certeza que as Filhas e Filhos Negros vão
ter uns itens interessantes para vender."
Eu pensei no enorme quantidade de sapatos de marca das Gêmeas, na coleção de
bonecos do Star Wars de Erik (quem sabe - ele pode ter crescido agora que é um vampiro
"adulto"), e na obsessão de Damien por colares, e tive que concordar com ela. "Yeah,
interessante é um bom jeito de descrever as coisas."
"Estou te dando autonomia para decidir como quer proceder com o seu trabalho de
caridade. Eu concordo com você que mais interação com a população local é uma boa
ideia. Eu já comecei a trabalhar com a policia local sobre os assassinatos, e concordo com
eles que parece ser o trabalho de um pequeno e muito perturbado grupo de humanos. Eu
tenho minhas duvidas sobre permitir que você interaja com humanos agora, mas acredito
que o bem na sua ideia supera os riscos."
"Eu também."
"E você ficara bem protegida na companhia de Darius."
"Yeah, ele me lembra uma montanha," eu disse sem pensar, então corei por minha
descrição imbecil.
Mas Shekinah sorriu. "Ele, de fato, lembra uma montanha."
"Ok, bem, eu te informo sobre como foi com os Gatos de Rua."
"Por favor, me de um relatório amanha. Falando em amanha, eu decidi chamar um
Ritual de Ano novo especial em que vou me focar na limpeza de energias negativas na


escola. Depois da morte dos dois professores e agora esse pobre calouro, o território
precisa de uma poderosa limpeza. Eu ouvi que você tem conhecimento de rituais de
limpeza, já que foi criada com o conhecimento da sua herança Nativo Americana."
"Sim!" Eu não consegui esconder a surpresa na minha voz. "Minha avó segue os
ensinamentos dos Cherokee."
"Ótimo. Então conto com você e com seu grupo de muito dotados amigos para fazer
o ritual de limpeza. Amanha é ano novo, então vamos fazer o ritual no inicio da meia
noite. Vamos fazer a limpeza perto do muro leste."
"No muro leste? Mas lá é onde..." eu parei, me sentindo enjoada.
"Sim, é onde o corpo da professora Nolan foi encontrado. É também um lugar de
grande poder, e aquele deve ser o foco da nossa limpeza."
"Não foi isso que Neferet fez quando fez o ritual dela lá?" Neferet tinha feito um tipo
de funeral para a professora Nolan no lugar que o corpo dela foi encontrado. Aquele
também foi o lugar onde Neferet lançou um poderoso feitiço ao redor da escola e que a
informou sempre que alguém entrava ou saia da House of Night.
"Limpeza e proteção são duas coisas bem diferentes, Zoey. Neferet estava se
focando em proteção naquela vez, o que foi uma resposta admirável para tal tragédia.
Houve tempo para nossa mente clarear agora, e é hora de buscar o futuro. Para isso,
vamos precisar de uma limpeza. Você entende?"
"Eu acho que sim," eu disse.
"Espero ansiosa pelo seu circulo," ela disse.
"Eu também," eu menti.
"Seja vigilante e sábia hoje, Zoey."
"Farei meu melhor," eu disse. Eu dei uma saudação de respeito a ela e uma pequena
reverencia quando sai.
Então eu tinha que liderar um ritual de limpeza para a escola toda amanha - sem o
elemento da terra - embora todos acreditem que Afrodite ainda tem uma afinidade com a
terra. Bem, todos acreditam que Afrodite ainda é uma caloura também. Oh, jeesh. Eu
estou com sérios problemas. De novo.


QUINZE

Tentando não surtar totalmente sobre o ritual de limpeza, eu olhei meu horário
enquanto corria até o estacionamento. Bem, Shekinah estava certa - me trocar para uma
aula de sociologia mais avançada mexeu totalmente com meu horário, misturando as
minhas primeiras quatro aulas e movendo Teatro do segundo período para o quinto, logo
antes da única aula que ficou no mesmo horário, Equitação.
"Ótimo," eu murmurei para mim mesma. "Então além de um ritual totalmente
atrapalhado, eu tenho a aula com Erik para esperar." Eu estava tentando impedir meu
estomago vazio de virar do avesso quando eu vi Afrodite e Darius parados perto de um
Lexus preto muito legal. Ok, na verdade eu vi o enorme e muscular Darius. Afrodite estava
parada na sombra dele, batendo os olhos para ele.
"Desculpe por demorar," eu disse e sentei no banco traseiro do carro. Afrodite, que
deslizou graciosamente do lado do passageiro, disse, "Hey, sem problemas. Não se
estresse."
Eu virei os olhos. Agora está tudo bem se atrasar? Jeesh, ela é tão transparente.
"Uh, Afrodite," e disse docemente enquanto Darius dirigia para fora da escola. "Se
certifique de marcar seu calendário para meia noite amanha."
"O que?" Ela olhou por cima do ombro de uma forma que claramente dizia que ela
queria que eu desaparecesse para ela ficar sozinha com Darius.
"Amanha - meia noite - você - eu - Damien - as Gêmeas - grande ritual com um
circulo para limpeza na frente da escola toda."
Os olhos dela ficaram enormes e redondos e ela ficou vidrada. "Isso vai ser -," ela
começou, soando sem ar e semi-histerica.
"Divertido!" Eu disse a palavra antes dela poder dizer algo como um desastre total.
"Estou ansioso por isso," Darius disse, sorrindo docemente para Afrodite. "O poder
do seu circulo é único."
Eu podia ver Afrodite se ajeitando para que quando ela retornou o sorriso de Darius,
ela soasse flertando (e meio vadia) quando disse, "Bem, único é definitivamente um jeito
de descrever."
"Eu nunca vi tantos calouros dotados de poderosos dons," Darius disse.
"Querido, você não tem ideia do tão dotada eu sou," ela disse, se inclinando até ele e
rindo suavemente.
Yeah, eu pensei enquanto estava sentada ali e mordendo a parte de dentro da minha
bochecha e quase sangrando enquanto Afrodite flertava de forma ultrajante e um pouco
nauseante com Darius, ele e todo mundo - exceto Afrodite e Stevie Rae - ninguém tem
ideia do que realmente está acontecendo com a gente. Diabos, não que nós três sabemos
exatamente o que está acontecendo, muito menos o que vamos fazer quando eu tiver que
lançar um circulo sem um dos cinco elementos. Eu lembrei do que aconteceu quando
Afrodite tentou invocar a terra no quarto dela, e eu sabia que seria mais do que obvio a
qualquer um vendo que ela não tinha mais uma afinidade com a terra. E como vamos
explicar isso?
Damien e as Gêmeas provavelmente ficariam fulos comigo de novo por esconder isso
deles. Ótimo.
O que eu precisava era de uma enorme distração durante o ciruclo para ninguém
notar a o detalhe da falta de afinidade. Ok, não. O que eu realmente preciso são de férias.
Ou um Advil* (*analgésico) extra forte.


Eu procurei na minha bolsa pelo Advil, mas não consegui encontrar nenhum - é
claro, drogas não funcionam em calouros muito bem, então provavelmente não vai ajudar
com a minha dor de cabeça. Não parecia que eu ia conseguir uma distração também. O
que parecia era que eu ia conseguir o típico para mim - mais problemas e estresse e
provavelmente uma boa dose de diarréia.
Darius não teve problemas em encontrar os Gatos de Rua. O prédio era
aconchegante e quadrado construído de tijolos com grandes janelas lotadas de coisas de
gatos. Eu fiz uma nota mental de pegar algo para Nala da loja de presentes. Minha gata é
mal humorada o bastante sem ela achar que eu estou traindo ela (tradução: eu ia cheirar
a milhões de gatos) e nem comprar um presente para ela.
Darius abriu a porta para mim e Afrodite, e entramos na parte da loja bem iluminada
do prédio. Sim, nós três usávamos óculos de sol, mas as luzes ainda incomodavam nossos
olhos. Eu olhei para recém humana de novo Afrodite. Bem, elas incomodavam pelo menos
dois pares de olhos.
"Bem vindos aos Gatos de Rua. É a primeira visita de vocês?"
Eu olhei de Afrodite para a -
Freira?!
Eu pisquei surpresa e senti a necessidade de esfregar os olhos. A freira sorriu para
mim de onde estava sentada atrás do balcão, os olhos profundos e marrons dela pareciam
vivos e brilhavam no rosto palido que era obviamente velho mas surpreendentemente
suave e emoldurado por um chapéu preto de freira.
"Mocinha?" ela disse para mim, o sorriso dela sem sumir.
"Oh, uh, sim. Eu quero dizer, sim. É nossa primeira visita aos Gatos de Rua," eu disse
nada brilhantemente. Minha mente estava voando. O que uma freira estava fazendo aqui?
Da minha visão lateral, eu vi outras vestimentas pretas e percebi que haviam mais freiras
no corredor da loja. Freiras? Haviam varias delas? Elas não iriam surtar quando
descobrissem que vampiros calouros queriam fazer caridade para os Gatos de Rua?
"Bem, excelente. Sempre damos boas vindas a quem visita pela primeira vez. O que
os Gatos de Rua podem fazer por você?"
"Eu não sabia que as Irmãs Beneditas estavam envolvidas com os Gatos de Rua,"
Afrodite me surpreendeu dizendo.
"Porque, sim. Estamos controlando os Gatos de Rua a dois anos. Gatos são criaturas
muito espirituais, você não acha?"
Afrodite bufou. "Espirituais? Eles são mortos por serem familiares de bruxas e ligados
com o demônio. Se um preto cruza o seu caminho, as pessoas acham que dá azar. É isso
o que você quer dizer com espiritual?"
Eu queria socar ela por ter soado tão desrespeitosa, mas a freira não refutou. "Você
não acha que isso é porque gatos sempre estiveram perto das mulheres? Especialmente
aquelas consideradas mulheres sábias pelo publico em geral? Então, naturalmente, em
uma sociedade predominantemente dominada por homens, um certo tipo de pessoas iria
ver coisas sinistras sobre eles."
Eu senti o olhar surpreso de Afrodite. "Sim, é o que eu acho. Estou surpresa que
você também ache, no entanto." Ela disse honestamente. Eu notei que Darius parou de
fingir comprar e estava ouvindo a conversa com interesse.
"Mocinha, só porque eu uso um habito, não significa que eu não penso ou tenho
idéias próprias. E eu posso garantir a você que eu tenho muito mais problemas com a
dominação masculina do que você." O sorriso dela fez as palavras menos duras do que
seriam sem ele.


"Habito! É assim que se chama," eu ouvi minha estúpida boca falar, e então me senti
corar.
"Sim, é assim que se chama."
"Desculpe. Eu nunca - eu nunca encontrei uma freira antes," e disse, e corei ainda
mais.
"Isso não é uma surpresa. Não tem muitas de nós. Eu sou a Irmã Mary Angela,
diretora do nosso convento e administradora do Gatos de Rua." Ela virou o sorriso para
Afrodite. "Você reconheceu nossa ordem porque é católica, criança?"
Afrodite deu uma pequena risada. "Eu definitivamente não sou católica. Mas sou a
filha de Charles LaFonte."
Irmã Mary Angela acenou em entendimento. "Ah, nosso prefeito. Então, é claro, você
sabe do trabalho de caridade da nossa ordem." Então as sobrancelhas dela se ergueram
quando ela percebeu o que mais significava Afrodite ser a única filha do prefeito de Tulsa.
"Você é uma vampira caloura."
Ela não soou muito assustada, mas eu decidi que era uma boa hora de avisar a freira
que Satan estava na loja. Eu respirei fundo e apertei a mão para ele não tremer, e disse
com pressa: "Sim, Afrodite é uma caloura e eu sou Zoey Redbird, vampira caloura e Lider
das Filhas Negras."
Então eu esperei por uma explosão que não aconteceu.
A Irmã Mary Angela levou um tempo para responder. Então ela apertou minha mão
firmemente. "Saudações Zoey Redbird." Ela olhou cuidadosamente de Afrodite para mim e
então para Darius, para quem ela ergueu uma sobrancelha e disse, "Você parece ser bem
maduro para ser um calouro."
Ele acenou com a cabeça em uma pequena e respeitosa reverencia. "Você é
observadora, Sacerdotisa. Eu sou um vampiro adulto, um Filho de Erebus."
Oh, ótimo. Ele chamou ela de sacerdotisa. De novo esperei um surto que não
aconteceu.
"Ah, entendo. Você é o acompanhante das calouras." Ela virou sua atenção de volta
para mim. "O que significa que vocês duas devem ser importantes jovens para precisar de
tal atenção."
"Bem, como eu disse, eu sou a Lider das Filhas Negras e -"
"Somos importantes," Afrodite me interrompeu de novo, "mas essa não é a única
razão de Darius estar conosco. Dois vampiros foram encontrados assassinados nos últimos
dias, e nossa Alta Sacerdotisa não nos deixou sair ser proteção."
Eu dei um olhar de Afrodite de O que diabos. Eu realmente não estava gostando dela
falar demais.
"Dois vampiros foram mortos? Ouvi apenas sobre um assassinato."
"Nosso Poeta Laureate foi morto três dias atrás." Eu não consegui dizer o nome dele.
Irmã Mary Angela parecia chateada. "São noticias horriveis. Eu irei colocar ele na
nossa lista de reza."
"Você rezaria por um vampiro?" A pergunta pareceu escapar da minha boca sem
avisar, e eu me senti corar de novo.
"É claro que sim, assim como as minhas irmãs."
"Desculpe. Eu não quero ser rude, mas você não acha que todos os vampiros são
demônios do inferno porque adoramos uma deusa?" eu perguntei.
"Criança, o que eu acredito é que sua Nyx é só outra encarnação da nossa
Abençoada Mãe, Maria. Eu também acredito devotamente em Mateus 7:1, que diz "Não
julgues, e não será julgado."


"Pena que as Pessoas de Fé não acreditam nisso como você," eu disse.
"Alguns acreditam, criança. Tente não colocar eles no mesmo saco. Lembre-se que a
parte do não julgues vale pelos dois lados. Agora, o que os Gatos de Rua podem fazer
pela House of Night?"
Minha mente ainda estava tento problemas em absorver o gato que essa freira
estava totalmente ok com vampiros, mas eu mentalmente me chacoalhei o bastante para
dizer, "Como a Lider das Filhas Negras, eu achei que seria uma boa ideia nos envolvermos
na caridade da comunidade local."
O sorriso quente da Irmã Mary Angela voltou. "E, naturalmente, você pensou em
resgate de gatos."
Eu devolvi o sorriso dela. "Sim! A verdade é que, eu não fui Marcada a muito tempo,
e eu acho que é estranho que mesmo que nossa escola esteja no meio de Tulsa, sermos
tão isolados da escola. Só não parece certo para mim." Ela era bem fácil de conversar, e
eu me encontrei me abrindo para ela. "Foi isso que me trouxe -"
Eu vi o franzido de Afrodite com a minha visão lateral e rapidamente acrescentei,
"nós - foi o que nos trouxe aqui. Achamos que seria legal se fossemos voluntarias para
ajudar com os gatos, e também levantar dinheiro para os Gatos de Rua. Talvez podemos
patrocinar um mercado de pulgas e dar a vocês o dinheiro que arrecadarmos."
"Sempre precisamos de dinheiro e voluntarios experientes. Você é dona de um gato,
Zoey?"
Meu sorriso aumento. "Na verdade Nala é minha dona, e ela te diria isso se estivesse
aqui."
"Você, de fato, tem um gato," ela disse. "E quanto a você, guerreiro?"
"Nefertiti, a mais linda do mundo, me escolheu como dela seis anos atrás," Darius
disse.
"E você?"
Afrodite parecia querer inquieta, e eu de repente percebi que eu nunca tinha visto
um gato com ela.
"Não. Eu não tenho um," Afrodite disse. Quando nós três olhamos para ela, ela deu
nos ombros desconfortável. "Eu não sei porque, mas nenhum gato me escolheu."
"Você não gosta deles?" a freira perguntou.
"Eu gosto deles, eu acho. Só parece que eles não gostam de mim," Afrodite admitiu.
"Huh," eu disse com uma suprimida diversão, e ela olhou para mim.
"Está tudo bem," Irmã Mary Angela disse suavemente. "Ainda podemos colocar uma
voluntaria para trabalhar."
Jeesh, a freira não estava brincando sobre nos colocar para trabalhar. Eu disse a ela
que tínhamos tempo para dar a ela algumas horas mais ou menos, antes de termos que
voltar para a escola, e ela começou a bater o chicote. Afrodite automaticamente fez par
com Darius, claramente gostando da parte dela no plano de "manter o guerreiro ocupado
para que Zoey possa conversar com Stevie Rae" (que ainda não tinha aparecido), e a Irmã
Mary Angela mandou os dois para a sala de gatos para limpar caixas de areia e escovar
gatos com as duas outras freiras, Irmã Bianca e Irmã Fatima, a quem Irmã Mary Angela
apresentou para nós três num jeito muito "por sinal," como se fosse totalmente normal
calouros e vampiros (com Marcas cobertas) serem voluntários na comunidade. Eu não
aprendo devagar, então quando eu parei de achar que as freiras iam surtar, e percebi que
aquelas mulheres eram um tipo totalmente diferente dos "religiosos" que meu horrível
padrasto-perdedor e do Povo da Fé sociopata. (Sim, obrigado a Damien pelo meu
aumento de vocabulário.)


Infelizmente, Irmã Mary Angela me mandou fazer um inventario do inferno.
Aparentemente as freiras tinham recebido um grande carregamento de brinquedos de
gatos - um GRANDE carregamento, tipo varias caixas de mais de duzentos ratos de
borracha, e brinquedos de gato - e Irmã Mary Angela me pediu para catalogar cada um
separadamente (e irritantemente felizes) brinquedos no sistema do computador. Oh, e ela
também me ensinou como usar o sistema do computador para registrar dinheiro, e então
ela me deu um firme, "Vamos ficar abertos até mais tarde hoje, e você está encarregada
da loja," e desapareceu na sala que ficava ao lado da loja e pelo corredor de onde
estavam os gatos que esperavam ser adotados.
Ok, não foi como se ela realmente tivesse me deixado encarregada. Eu podia ver
Irmã Mary Angela pela enorme janela de vidro que tomava o espaço da parede do lado da
loja, o que significa que ela também pode me ver. Sim, ela era mega ocupada, fazendo
ligações e outras coisas importantes, mas eu sentia os olhos dela em mim
freqüentemente.
Ainda sim, eu tenho que admitir que eu achei legal que a Irmã Mary Angela - uma
mulher que supostamente deveria estar casada com Deus - nos aceitar tanto. Me fez
perguntar se eu realmente estava, para usar as palavras da freira, incorretamente
colocando todos no mesmo saco (a não ser o pessoal que acreditava em Nyx). Eu não
gosto muito de admitir quando estou errada, especialmente já que tive que admitir muito
isso ultimamente, mas essa mulher definitivamente me deu algo para pensar.
Então eu estava ponderando muito profundamente sobre coisas religiosas do que o
meu normal, e literalmente até os cotovelos com coisas de gatos quando a porta abriu e
Stevie Rae entrou.
Nós nos olhamos. Eu não posso dizer o que incrível é ver minha melhor amiga não
estar morta. Nem mesmo morta viva. Ela parecia como a minha Stevie Rae de novo com o
cabelo loiro curto, as sardas, e o jeans Roper familiar com uma camiseta com botões
(infelizmente). Sim, eu amo a garota. Não, ela não tem um bom senso se moda. E não, eu
não ia deixar Afrodite me fazer duvidar da minha amiga.
"Z! Ohminhadeusa, eu senti sua falta! Hey, você ouviu as novidades?" Ela disse com
pressa com o adorável sotaque Okie.
"Novidades?"
"Yeah, sobre o -"
Mas ela foi interrompida por uma batida na janela do escritório da Irmã Mary Angela.
As sobrancelhas da freira estavam erguidas de forma questionadora. Eu apontei para
Stevie Rae e fiz com a boca um "minha amiga." A freira desenhou uma lua crescente de
brincadeira no meio da testa com o dedo e apontou para Stevie Rae (que estava olhando
para Irma Mary Angela com a boca aberta). Eu acenei vigorosamente. A freira me deu um
rápido aceno, sorriu, e acenou dando boas vidas a Stevie Rae, e então voltou para sua
ligação.
"Zoey!" Stevie Rae sussurrou. "Aquela é uma freira."
"Sim," eu disse numa voz normal. "Eu sei. Irmã Mary Angela administra esse lugar.
Tem mais duas freiras na sala de gatos com Afrodite e um Filho de Erebus que ela esta
mantendo ocupado com um nojento flerte."
"Bleck! Afrodite e o flerte dela são nojentos. Mas, mais importante, freiras?" Stevie
Rae piscou confusa. "E elas sabem que somos calouros e tudo mais?"
Eu adivinhei que ela estava se referindo a si mesma com o comentário do tudo mais,
então acenei. (Bem, eu certamente não eu tentar explicar as freiras sobre vampiros
vermelhos.) "Sim, aparentemente elas estão tranqüilas com a gente porque elas acham


que Nyx é só outra forma da Virgem Maria. Além do mais parece que freiras não devem
julgar os outros."
"Bem, eu gosto da parte do não julgar, mas Nyx como a virgem Maria?
Ohminhadeusa, é a coisa mais estranha que eu já ouvi."
"O que faz disso uma coisa muito estranha, porque eu imagino que quando você
morre e virar morta viva você ouve algumas coisas bem estranhas," eu disse.
Stevie Rae acenou solenemente e disse, "Tão estranho que, como meu pai diria,
derruba o falcão do vagão de carne."
Eu balancei a cabeça, ri, e joguei meus braços ao redor dela. "Stevie Rae, sua louca,
eu senti sua falta!"


DEZESSEIS

Nosso abraço foi interrompido por uma irritante risada de Afrodite no corredor da
sala onde ficavam os gatos. Stevie Rae e eu viramos os olhos juntas.
"O que você disse que está fazendo lá trás, e com quem?"
Eu suspirei. "Só podemos sair do campus com um acompanhante dos Filhos de
Erebus, então esse guerreiro chamado Darius -"
"Ele deve ser gostoso se Afrodite está dando tanto em cima dele."
"Yeah, ele definitivamente é gostoso. De qualquer forma, Darius disse que iria nos
escoltar. Ela disse que ia manter ele ocupado para podermos conversar."
"Aposto que isso é um problema para ela," Stevie Rae disse sarcasticamente.
"Por favor - todos sabemos que ela é meio vadia," eu disse.
"Meio?"
"Estou tentando ser gentil," eu disse.
"Oh, certo. Ok. Eu, também. Então ela está mantendo esse guerreiro gostoso
ocupado para a gente poder conversar."
"Yeah, e -"
Mais duas batidas na janela fizeram Stevie Rae e eu olharmos para a Irmã Mary
Angela, que disse, "Menos conversa - mais trabalho!" alto o bastante para a gente ouvir
através do vidro.
Stevie Rae e eu acenemos abertamente como se tivéssemos medo dela. (uh, quem
não tem medo de freiras?)
"Vá até as caixas e pegue todos aqueles ratos cinza e rosa - cheios de erva de gato
- e me dá. Eu vou continuar fazendo o inventario," eu disse, segurando o estranho
aparato parecido com uma arma que a freira tinha me ensinado a usar. "Vamos conversar
enquanto eu conto brinquedos de gato."
"Tudo bem." Stevie Rae começou a mexer na grande caixa marrom da UPS* (*é tipo
um sedex)
"Então o que você estava dizendo antes sobre novidades?" eu perguntei, passando o
rato que ela me entregou como se estivesse jogando um daqueles antigos jogos árcade.
"Oh, yeah! Você não vai acreditar! Kenny Chesney vai vir fazer um show na nova
área BOK!"
Eu olhei para ela. E olhei mais. E então um pouco mais. Sem dizer nada.
"O que? Você sabe que eu amo Kenny Chesney."
"Stevie Rae," eu finalmente consegui dizer. "Com todas as porcarias que estão
acontecendo, eu não sei como você arranja tempo para alimentar sua obsessão com
musica country nerd."
"Retire isso, Z. Ele não é nerd."
"Ótimo. Eu retiro. Você é a nerd."
"Ótimo," ela disse. "Mas quando eu descobrir como conseguir acesso a internet lá
nos túneis para comprar os ingressos, não me peça um."
Eu balancei a cabeça para ela. "Computadores? Nos túneis?"
"Freiras? No Gatos de Rua?" ela respondeu.
Eu respirei fundo. "Ok, você fez seu ponto. As coisas estão estranhas agora. Vamos
recomeçar. Como você tem estado? Senti sua falta."
O franzido de Stevie foi imediatamente substituído por um sorriso bobo. "Estou bem.
E você? Oh, e eu também senti muito a sua falta."


"Ando confusa e estressada," eu disse. "Me dá alguns daqueles brinquedos de pena
púrpuro. Eu acho que acabamos com o rato cinza e rosa."
"Bem, tem muitas penas púrpuras, então vamos ficar aqui um tempo." Ela começou
a me dar os grandes e bizarros brinquedos. (Eu definitivamente não ia pegar um desses
para Nala - ela provavelmente ia inchar como um daqueles peixes baiacu.) "Então, que
tipo de confusão e estresse? As coisas normais ou as novas e melhoradas coisas?"
"Novas e melhoradas, é claro." Eu encontrei os olhos de Stevie Rae e, mantendo a
voz baixa, eu disse, "Ontem a noite um calouro chamado Stark morreu nos meus braços."
Eu pausei enquanto Stevie Rae recuava, como se o que eu tivesse acabado de dizer a
tivesse machucado fisicamente. Mas eu tinha que continuar. "Você faz idéia se ele vai
voltar?"
Stevie Rae não disse nada por um tempo, e eu deixei ela organizar os pensamentos
enquanto me entregava brinquedos dos gatos. Finalmente ela olhou para cima e
encontrou meus olhos de novo. "Eu queria poder te dizer que ele vai voltar - que ele vai
ficar bem. Mas eu não sei."
"Quanto tempo leva para saber?"
Ela balançou a cabeça, parecendo muito frustrada. "Eu não sei! Eu não consigo
lembrar. Naquela época, os dias não importavam para mim."
"O que você lembra?" eu perguntei gentilmente.
"Eu lembro de acordar e estar com fome - tanta fome, Zoey. Foi terrível. Eu
precisava de sangue. Ela estava lá, ela me deu." Stevie Rae fez carreta para a memória.
"Dela. Eu me alimentei do pulso dela quando eu acordei."
"Neferet?" eu sussurrei o nome.
Stevie Era acenou.
"Onde você estava?"
"Num terrível necrotério. Você sabe, é do lado da escola perto do muro sul e dos
pinheiros. Tem aquele negocio da cremação."
Eu estremeci. Eu sabia sobre o negocio da cremação. Todos sabem disso. É para
onde supostamente o corpo de Stevie Rae foi.
"E daí o que aconteceu? Quero dizer, depois que você se alimentou?"
"Ela me levou para os túneis com o resto dos garotos. Ela costumava nos visitar
bastante. Às vezes ela até levava pessoas de rua para a gente comer." Stevie Rae desviou
o olhar, mas não antes deu ver a dor e a culpa que encheram os olhos dela. Ela era uma
alma tão doce - uma garota tão boa - lembrar como era quando ela estava perdendo a
humanidade deve ser horrível para ela. "É duro para mim pensar sobre isso, Zoey. E é
ainda mais difícil falar sobre isso."
"Eu sei, desculpe, mas é importante. Eu preciso saber o que acontece se Stark
voltou."
Stevie Rae olhou para os meus olhos, e de repente a voz dela parecia estranha. "Eu
não sei o que vai acontecer. Às vezes nem eu sei o que vai acontecer comigo."
"Mas você está diferente agora. Você Mudou."
A expressão dela se endureceu, e eu vi raiva nos olhos de Stevie Rae. "Yeah, eu
Mudei, mas não é tão simples quanto o que acontece com vampiros normais. Eu ainda
tenho que escolher minha humanidade, e às vezes essa escolha não é tão preto-e-branco
como você acha que seria." O olhar dela se afiou. "Você disse que o nome do garoto
morto é Stark? Eu não lembro de ninguém com esse nome."
"Ele era novo. Ele foi transferido da House of Night em Chicago."
"Como ele era antes de morrer?"


"Stark era um garoto legal," eu disse automaticamente, e então parei, percebendo
que eu não sabia realmente que tipo de cara ele era, e pela primeira vez eu me perguntei
se a atração que eu sentia por ele manchou o jeito que eu o via. Ele admitiu matar o
mentor dele - como eu podia ter deixado isso de lado tão facilmente?
"Zoey? O que é?"
"Eu estava começando a gostar dele. Realmente gostar dele, mas eu não o conhecia
muito bem," eu finalmente disse, de repente relutante em contar tudo sobre Stark a
Stevie Rae.
A expressão dela se suavizou, e ela parecia minha melhor amiga de novo. "Se você
gosta dele, você vai ter que ir ao necrotério e tirar ele de lá. O mantenha em algum lugar
por alguns dias, e veja se ele volta. Se ele voltar, ele vai sentir fome e provavelmente
estar um pouco louco quando acordar. Você vai ter que alimentar ele, Zoey."
Eu passei minha mão tremula pela testa, tirando o cabelo do rosto. "Ok... ok... eu
dou um jeito. Eu só tenho que dar um jeito."
"Se ele acordar, traga ele para mim. Ele pode ficar com a gente," Stevie Rae disse.
"Ok," eu repeti, me sentindo sobrepujada. "Não tem muita coisa acontecendo na
House of Night agora. É diferente de antes."
"Diferente como? Me conte, e talvez eu possa te ajudar."
"Bem, para uma coisa, Shekinah apareceu na House of Night."
"Esse nome parece familiar. Como ela fosse importante ou algo assim."
"Ela é muito importante, tipo a líder de todas as Alta Sacerdotisas. E ela acabou com
Neferet na frente do Conselho."
"Nossa, eu queria ter visto isso."
"Yeah, foi ótimo, mas meio assustador também. Quero dizer, se Shekinah tem poder
o bastante para colocar Neferet no lugar dela - bem, isso é assustador."
Stevie Rae acenou. "Então o que Shekinah disse?"
"Você sabe que Neferet fechou a escola, embora tenha terminado com o feriado de
inverno e feito todos voltar."
"Yeah." Stevie Rae acenou de novo.
"Shakinah reabriu a escola." Eu me inclinei mais perto de Stevie Rae e baixei ainda
mais minha voz enquanto continuei. "E ela cancelou a guerra."
"Ooooh! Eu sei que isso irritou Neferet," Stevie Rae respondeu.
"Absolutamente. Shekinah parece ser legal, ou pelo menos até onde eu sei dizer. Mas
você entende o que eu disse sobre ela ser assustadoramente poderosa?"
"Yeah, mas também parece que você pode ter alguém do seu lado que é mais
importante que Neferet. Ela parou a guerra, o que é uma boa coisa."
"É uma boa coisa, mas Shekinah também quer fazer um ritual de limpeza na escola.
Eu vou fazer o ritual. Eu com meu grupo de super dotas calouros. Você sabe: As Gêmeas.
Água e fogo - Damien, que é o Sr. Ar - e, em cima de tudo, Afrodite com a terra, é claro."
"Uh-oh," Stevie Rae disse. "Uhm, Zoey, Afrodite ainda tem uma afinidade com a
terra?"
"Absolutamente não," eu disse.
"Ela pode fingir?"
"Absolutamente não."
"Ela tentou?'
"Yep. A vela verde voou da mão dela. Ela não é apenas menos a terra, ela é menos a
terra ao quadrado.


"Droga, isso é uma porcaria. Eu realmente queria ajudar." Então ela se alegrou.
"Hey! Talvez eu possa! E se eu entrar de fininho no ritual e ficar atrás de Afrodite? Eu
aposto que se você se concentrar quando chamar a terra, e eu me concentrar na terra ao
mesmo tempo, a vela vai se acender e tudo vai parecer normal."
Eu abri a boca para dizer obrigado, mas não obrigado - seria muito fácil ela ser pega
e todos descobrirem sobre ela. Mas então eu fechei a boca. O que exatamente seria tão
ruim sobre Stevie Rae ser encontrada? Não ser pega entrando de fininho no ritual, é claro,
mas apenas descoberta. O quente e familiar sentimento dentro de mim me disse que eu
estava no caminho certo (para variar).
"Algo assim pode funcionar."
"Verdade? Você quer me esconder? Ok, só me diga quando e onde."
"E se eu não te escondesse? E se você se mostrasse?"
"Zoey, eu amo Damien e tudo mais, mas não sou gay. Eu quero dizer, eu sei que não
tenho um namorado oficial a muito tempo, mas eu ainda me sinto meio quente e
formigando quando penso sobre o quão fofo Drew Partain é. Você lembra como ele
gostava de mim antes deu morrer e ficar louca?"
"Ok, primeiro - sim. Eu lembro que Drew gostava de você. Segundo, você não está
morta e louca mais, então ele provavelmente ainda ia gostar de você - se ele soubesse
que você está viva. O que me trás para o meu terceiro ponto: Quando eu disse se
mostrar, eu não me referi a você ser gay. Eu quis dizer mostrar você." Eu fiz um pequeno
movimento em direção a tatuagem vermelha no rosto dela que ela cuidadosamente
escondeu antes de sair em publico.
Stevie Rae olhou para mim por um tempo, parecendo chocada. Quando ela
finalmente falou, a voz dela soava estrangulada. "Mas eles não podem saber sobre mim."
"Porque não?" eu perguntei calmamente.
"Porque se eles descobrirem sobre mim, eles vão descobrir os outros."
"E?"
"Isso seria ruim," ela disse.
"Por quê?"
"Zoey. Como eu disse antes, eles não são calouros normais."
"Stevie Rae, que diferença faz?"
Ela piscou para mim. "Você não entende. Eles não são normais, eu não sou normal."
Eu olhei para ela por muito tempo, considerando o que eu sabia - que Stevie Rae
recebeu a humanidade dela de volta, e que eu meio que suspeitava e não queria admirar
- que embora ela tivesse a humanidade dela de volta, ela ainda tinha lados negros dentro
dela que eu não podia entender.
Eu sabia que tinha que tomar uma decisão. Ou eu confiava nela, ou não. E quando
se tratava disso, essa era uma decisão fácil de fazer.
"Eu sei que você não é exatamente como costumava ser, mas confio em você. Eu
acredito na sua humanidade, e sempre vou acreditar."
Stevie Rae parecia prestes a chorar. "Tem certeza?"
"Totalmente."
Ela respirou fundo. "Ok, então qual seu plano?"
"Bem, eu não pensei sobre isso, mas me parece que os vampiros e calouros
deveriam saber sobre você e o resto, especialmente agora que um calouro morreu. Não
sabemos tudo que queríamos sobre isso, mas temos certeza que Neferet de alguma forma
cria vocês, ou pelo menos abre uma porta estranha para vocês serem criados, certo?"


"Eu acho que sim. A verdade é, eu ainda me preocupo que os calouros possam ser
controlados, ou pelo menos influenciados por ela, embora eles sejam diferentes agora e
ela nos deixou em paz."
"Então não faz sentido que é ruim Neferet ser a única vampira adulta a saber sobre
vocês? Especialmente se ela pode ter algum tipo de controle sobre você? Especialmente
agora que pode haver um novo calouro vermelho pronto para acordar?" E então outra
idéia me atingiu. "Stark tem um dom. Ele nunca erra o que mira com o arco e flecha. E eu
digo nunca."
"Ela com certeza ira querer usar ele," Stevie Rae disse. "Antes da minha Mudança,
ela com certeza estava usando os outros, ou pelo menos tentando." Ela parecia
apologética. "Eu sinto muito por não poder lembrar das coisas que aconteceram antes deu
Mudar, e o resto do pessoal diz que a memória deles não é muito boa também. Eu só
posso adivinhar a maior parte das coisas."
"Bem, pelo pouco que eu vi, era obvio que Neferet não ia fazer nada bom."
"Nenhuma surpresa nisso, Z," ela disse.
"Eu sei. Mas isso nos traz de volta sobre os outros vampiros saberem sobre vocês. Se
vocês aparecerem, será mais difícil Neferet usar vocês para o plano de dominar o mundo
dela."
"Ela tem um plano assim?"
"Eu não sei. Soa como algo que ela pode planejar."
"Verdade," Stevie Rae disse.
"Então? O que você acha?"
Ela não respondeu por um tempo, e eu mantive a boca fechada e deixei ela pensar.
Isso era importante. Até onde a gente sabia, Stevie Rae e os calouros vermelhos eram
algo que nunca existiu antes. Se Stark não morresse, se ele acordasse como um calouro
vermelho, Stevie Rae seria a primeira da nova raça de vampiros, e ser a primeira em algo
é uma seria responsabilidade. Eu definitivamente sabia disso.
"Eu acho que você pode ter razão," ela finalmente disse em uma voz que era mal
mais alta que um sussurro. "Mas estou assustada. E se os vampiros normais acharem que
somos aberrações?"
"Você não é uma aberração," eu disse mais convincentemente do que eu me sentia.
"Eu não vou deixar nada acontecer com você ou eles."
"Promete?"
"Prometo. Além do mais, é uma questão de ser a hora perfeita. Sherinah é mais
poderosa que Neferet, e tem vários guerreiros Filhos de Erebus pela escola."
"E como isso me ajuda?"
"Se Neferet surtar, eles podem lidar com ela."
"Zoey, eu não quero que você use isso como desculpa para pegar Neferet
abertamente," Stevie Rae disse, parecendo de repente pálida.
As palavras dela me deram uma onda de choque. "Eu não estou!" eu disse muito
alto, então continuei numa voz mais baixa. "Eu não iria te usar assim."
"Eu não quis dizer que você fez isso de propósito para pegar Neferet. Eu só quis dizer
que eu não acho esperto você, ou qualquer um de nós, ser contrario a ela tão
abertamente, e eu não acho que importa tanto que os Filhos de Erebus e Shekinah
estarem aqui. Tem algo mais acontecendo com Neferet do que a loucura normal. Eu sei
dentro de mim. Eu não posso lembrar do que eu sei, mas ela é perigosa. Realmente,
realmente perigosa. Algo básico foi mudado nela, e essa mudança não é uma boa coisa."
"Eu queria que você conseguisse lembrar o que aconteceu com você."


Stevie Rae fez uma carreta. "Eu também, às vezes. E às vezes eu realmente,
realmente fico feliz por não poder. O que aconteceu comigo não foi bom, Zoey."
"Eu sei," eu disse solenemente.
Contamos brinquedos de gatos silenciosamente por um tempo, as duas perdidas em
pensamentos de morte e escuridão. Eu não podia me impedir de pensar sobre o quão
horrível foi quando Stevie Rae morreu nos meus braços - e então como foi um pesadelo a
luta que foi quando ela estava morta viva e lutando para não perder a humanidade
completamente. Eu olhei para ela e vi que ela estava mordendo o lábio nervosamente
enquanto pegava mais brinquedos de pena púrpura na caixa. Ela parecia assustada e
jovem e, apesar dos poderes e responsabilidades dela, muito vulnerável.
"Hey," eu disse suavemente. "Vai ficar tudo bem. Eu prometo. Nyx tem que estar
trabalhando nisso."
"O que significa que a deusa está do nosso lado?"
"Exato. Então amanha a meia noite vamos fazer o ritual de limpeza no muro leste."
Eu não precisei acrescentar que era um lugar de poder assim como um lugar de morte.
"Acha que pode entrar no campus e ficar por perto até eu chamar a terra para o circulo?"
"Yeah," ela disse relutantemente, claramente 100% concordando comigo ainda.
"Então se eu for, você acha eu deveria trazer os outros comigo?"
"Você decide sobre isso. Se você acha que trazer eles é melhor, então sou a favor."
"Eu tenho que pensar. E tenho que falar com eles."
"Ok, sem problemas. Eu confio no seu julgamento em você decidir vir e se decidir
trazer os calouros."
Ela sorriu para mim. "É muito bom ouvir você dizer isso, Z."
"Eu falei serio." Então - porque embora ela tivesse sorrido para mim, ela ainda
parecesse preocupada e indecisão sobre o que fazer - eu temporariamente mudei de
assunto enquanto ela pensava sobre isso. "Hey, quer saber um pouco mais sobre meu
novo e melhorado estresse?"
"Definitivamente."
"Quando acabarmos aqui, eu tenho que voltar para aula, e já que meu horário
mudou esse semestre, eu tenho que ir para a aula de teatro hoje, que vai ser ensinada
pelo sempre popular, que me odeia, novo professor na House of Night: Erik Night."
"Uh-oh," Stevie Rae disse.
"Yeah, eu não estou exatamente esperando um 10."
"Mas tem um jeito dele te dar um 10," ela disse, rindo travessamente.
"Nem começa. Eu parei com os ex. Acabada. Fim. Eu aprendi minha lição. Além do
mais, é realmente nojento você dizer para mim trocar sexo por um 10."
"Não, Z. Eu não estava falando sobre você transar com Erik por um 10. Eu estava
falando sobre você dar a ele um grande bordado vermelho 10 por sua camiseta."
"Huh?" eu disse, sem noção como sempre.
Ela suspirou. "Como em Na Carta Escarlate. A heroína tem que usar na camiseta dela
porque ela faz besteira. Você precisa ler mais, Zoey."
"Oh, yeah. E obrigado pela linda analogia. Me fez sentir tão bem melhor."
"Não fique brava." Ela jogou um brinquedo de penas em mim. "Estava só brincando."
Eu ainda estava franzindo para ela quando o celular dela tocou. Stevie Rae olhou
para o numero e suspirou. Ela olhou rapidamente para Irmã Mary Angela, cuja cabeça
estava na frente do computador, e então respondeu. "Hey, Venus, e aí?" Ela soava
propositalmente animada. Houve uma pausa enquanto ela ouvia, no qual a felicidade dela
sumiu. "Não! Eu te disse que ia voltar logo e daí íamos conseguir algo para comer." Outra


pausa - mais franzidos - e ela disse, meio que se afastando de mim e baixando a voz,
"Não! Eu disse que íamos conseguir algo para comer e não alguém para comer. Vocês se
comportem. Eu volto daqui a pouco. Tchau."
Stevie Rae virou com um falso sorriso no rosto preocupado dela. "Então, o que você
estava dizendo?"
"Stevie Rae, por favor, me diga que eles não estão comendo uma pessoa."


DEZESSETE

"É claro que eles não estão comendo pessoas!" Stevie Rae colocou a quantidade
apropriada de choque na voz - tanto que vimos Irmã Mary Angela levantar do computador
e virar um franzido na nossa direção.
Nós acenamos e sorrimos e levantamos brinquedos de gatos. Ela nos deu um longo
olhar, mas logo o rosto dela se suavizou em um quente sorriso, e ela voltou sua atenção
de volta para o computador.
"Stevie Rae, o que realmente está acontecendo com aqueles garotos?" Eu sussurrei e
contei mais monstruosidades de pena púrpuras no inventario.
Ela deu nos ombros de forma despreocupada demais. "Eles só estão com fome. Só
isso. Você conhece adolescentes - estão sempre com fome."
"O que significa que eles estão jantando da onde?"
"Entregadores de pizza na maior parte," ela disse.
"Eles estão comendo entregadores de pizza?" eu sussurrei freneticamente.
"Não! Nós ligamos pelo celular e damos um endereço de um dos prédios perto do
deposito e da entrada dos túneis. A gente diz que estamos trabalhando no PAC ou que
vivemos em Lofts do Tribunal, e então esperamos pelo entregador de pizza." Ela hesitou.
"E?" eu disse impaciente.
"Então encontramos o entregador a caminho dos prédios pegamos as pizzas e eu
faço ele esquecer que nos viu e ele volta a fazer suas coisas e nós comemos pizza e não o
cara," ela disse com pressa.
"Vocês estão comendo pizza?"
"Bem, yeah, mas é melhor que comer o entregador, não é?"
"Uh, yeah," eu disse, virando os olhos para ela. "E você também está roubando
sangue do banco de sangue no centro?"
"De novo, melhor que comer o entregador," ela disse.
"Vê, essa é outra razão para a gente ter que mostrar você."
"Porque estamos roubando pizza e sangue? Temos que contar aos vampiros? Quero
dizer, eu acho que temos problemas o bastante para lidar sem mencionar essas
indiscrições menores."
"Não, não porque você está roubando, mas porque vocês não tem dinheiro e
nenhum jeito legal," eu disse, dando um olhar duro, "para cuidarem de si mesmos."
"Me faz desejar que Afrodite voltasse comigo. Ela tem muita grana e mais do que um
cartão de ouro," Stevie Rae murmurou.
"Daí você ia ter que agüentar ela," eu disse.
Stevie Rae franziu. "Eu realmente queria poder mexer com a cabeça dela como eu
faço com o entregador de pizza. Eu daria a ela uma boa dose de "seja gentil," e iríamos
viver felizes para sempre."
"Stevie Rae, você não pode continuar a viver naqueles túneis."
"Eu gosto dos túneis," ela disse teimosamente.
"Eles são nojentos e úmidos e sujos," eu disse.
"Eles estão melhor agora do que da ultima vez que você os viu, e vão ficar muito
melhor se a gente consertar eles um pouco mais."
Eu a encarei.
"Ok, talvez mais do que um pouco."
"Tanto faz. Meu ponto é, você precisa de dinheiro e do poder e proteção da escola
atrás de você."


Os olhos de Stevie Rae encontraram os meus firmemente, e de repente ela parecia
muito mais velha e madura do que eu jamais a tinha visto parecer antes. "O dinheiro o
poder e a proteção da escola não ajudaram a professora Nolan ou Loren Blake ou nem
aquele garoto Stark."
Eu não sabia o que dizer. Ela tinha razão, mas eu ainda tinha o sentimento que as
pessoas - especialmente os vampiros - precisavam saber que calouros vermelhos
existiam. Eu suspirei. "Ok, eu sei que não é um plano 100% bom, mas eu honestamente
acredito que todos precisam saber sobre vocês."
"Honestamente, como em um daqueles pressentimentos de eu preciso fazer isso
dado por Nyx?"
"Yep," eu disse.
O suspiro dela foi muito mais profundo e cheio de mais preocupação e estresse do
que o meu. (Jeesh, quem iria saber que isso podia acontecer?) "Então está certo. Estarei
lá amanha. Estou contando com você para consertar tudo, Zoey."
"Eu vou." Silenciosamente mandei uma curta reza para Nyx: Estou contando com
você como ela conta comigo...
Stevie Rae e eu terminamos o inventario de brinquedos de gatos bem quando eu
olhei para o relógio e percebi que iríamos nos atrasar para ir para escola se não
corrêssemos feito loucos. E é claro, Stevie Rae tinha que voltar para o grupo de calouros
antes deles cometerem mais do que roubo de pizza. Então dissemos tchau rapidamente, e
eu repeti que a veria no dia seguinte. Ela parecia um pouco pálida, mas me deu um
abraço e prometeu estar lá. Então eu enfiei minha cabeça no escritório da Irmã Mary
Angela.
"Com licença, senhora." Eu tinha certeza do que chamar uma freira quando estava
sendo ultra respeitosa por precisar chamar a atenção dela enquanto ela estava distraída
no que parecia mensagens instantâneas* (*MSN) no laptop.
O senhora pareceu funcionar bem, porque ela olhou para mim com um quente
sorriso. "Terminou com o inventario, Zoey?"
"Sim, e precisamos voltar para escola."
A Irmã Mary Angela olhou para o relógio, e os olhos dela se alargaram de surpresa.
"Meu deus! Eu não fazia idéia que era tão tarde. E eu esqueço que o dia de vocês é
virado."
Eu acenei. "Deve parecer uma hora estranha para você."
"Eu só penso em você como um ser noturno - como nossos amados felinos. Você
sabe que eles também preferem a noite. O que me lembra, o que você acha de
estendermos nossas horas no sábado a noite para que você possa ser voluntaria nesse
dia?"
"Isso parece ótimo. Eu vou falar com nossa sacerdotisa para me certificar, e eu ligo
para você. Oh, e você quer que eu vá em frente com a idéia do mercado de pulgas?"
"Sim. Eu vou falar com os reitores da nossa igreja, e depois de uma breve discussão,
eles vão concordar que a idéia é boa."
Eu notei o endurecimento na voz dela e o jeito que eu arrumei minhas costas ficou
ainda mais reto. "Nem todo mundo não tem problemas com calouros, huh?" eu disse.
O olhar dela era quente. "Isso não é para você se preocupar, Zoey. Eu geralmente
esqueço meu caminho e estou acostumada a cortar as ervas daninhas e outras barreiras
do caminho."
Eu senti meus olhos ficarem enormes e não duvidei nem por um minuto que essa
freira durona pode não ter dito isso apenas figurativamente. E parte do que ela disse me


fez perguntar, "quando você disse que tinha que checar com os reitores da sua igreja,
você diz que eles são da sua igreja, ou de outras?"
"Eles são não da nossa ordem, o que não é exatamente uma igreja, porque nossa
congregação é formada de Irmãs Beneditas. Os reitores da Igreja de quem eu falo são
vários lideres das igrejas locais."
"Como as Pessoas da Fé?"
Ela franziu. "Sim. As Pessoas da Fé tem uma grande representação na nossa
diretoria, o que reflete no tamanho da congregação deles."
"Aposto que eles são ervas daninhas para se cortar," eu murmurei.
"Me perdoe, Zoey. Eu não entendi," ela disse, os olhos dela se apertavam
travessamente com um sorriso que ela estava tentando (sem sucesso) esconder.
"Oh, nada. Eu só estava pensando alto."
"Um terrível habito, e um em que você pode se meter em problemas se não tomar
cuidado," ela disse, sorrindo completamente.
"E eu não sei," eu disse. "Então você tem certeza que o mercado de pulgas vai sair?
Você sabe, se for muito estresse, podemos descobrir outro jeito de -"
A irmã Mary Angela ergueu a mão me calando. Ela simplesmente disse, "Fale com a
sua Alta Sacerdotisa e veja que dia mês que vem seria bom para sua escola fazer o
mercado de pulgas. Nós iremos nos acomodar no horário de vocês."
"Ok, legal," eu disse, me sentindo orgulhosa de mim mesma por o quão bem minha
idéia de serviços comunitários estava funcionando. "É melhor eu pegar Afrodite e irmos.
Fomos liberadas apenas da primeira parte das nossas aulas hoje, e precisamos voltar."
"Eu acredito que seus amigos terminaram a um tempo, mas eles estavam bem -" ela
pausou os olhos dela brilhando de novo. "distraídos."
"Huh?" eu estava me sentindo meio chocada. Era legal Irmã Mary Angela não surtar
sobre calouros e vampiros em geral, mas ela achar tão divertido o nojento flerte de
Afrodite com Darius era liberal de mais - até para mim.
Obviamente a freira deve ter adivinhado o que eu estava pensando pelo olhar dela,
porque ela riu, me virou pelos ombros, e me deu um gentil empurrão para fora do
escritório dela e em direção do canil dos gatos. "Vai lá - você vai ver o que eu quis dizer,"
ela disse.
Totalmente confusa, eu andei pelo curto corredor até a sala que mantinha os gatos
para adoção. Não havia freiras por perto, mas (certamente) Afrodite e Darius estavam
sentados no "playground dos gatos," apertados juntos como amantes com as costas
viradas para mim. Eles estavam fazendo algo (ugh) com as mãos. Na verdade, parecia
que eles estavam fazendo muita coisa com as mãos (duplo ugh). Eu limpei a garganta
dramaticamente. Ao invés de darem um pulo e se separarem, Darius olhou por cima dos
ombros para mim e sorriu - Afrodite (a vadia) nem virou para ver quem tinha acabado de
pegar os dois na lata. Jeesh, podia ter sido uma freira a entrar na sala ou a mãe de
alguém.
"Uh, eu odeio interromper essa ceninha relaxante, mas precisamos ir," eu disse
sarcasticamente.
Com um grande suspiro, Afrodite finalmente virou dizendo, "Ok. Vamos. Mas eu vou
levar ela com a gente." E eu vi o que ela e Darius estavam fazendo com as mãos.
"É um gato!" eu disse.
Afrodite virou os olhos. "Não brinca? Imagine só - tem um gato nos Gatos de Rua."
"É um gato feio," eu continuei.


"Não chame ela assim." Afrodite foi instantaneamente defensiva e lutou para levantar
segurando o enorme gato com os braços. Pegando o cotovelo dela, Darius se certificou
que Afrodite não caísse de bunda. "Ela não é feia. Ela é única, e tenho certeza que bem
cara."
"Ela é um gato dos Gatos de Rua," eu disse. "Ela só custa a taxa de adoção, como o
resto deles."
Afrodite acariciou a gata distraidamente, e ele fechou os olhos e sentou com o rosto
totalmente amassado e começou a ronronar, dando batidas de vez enquando, como uma
engrenagem quebrada, o que provavelmente significa que ela estava com uma bola de
pelo. Afrodite ignorou o barulho e sorriu amavelmente para a gata. "Malévola é
claramente uma Persa* (*http://www.world4pets.com/catbreeds/persian.jpg) pura que
acabou nessas circunstancias porque é a única sobrevivente de uma terrível tragédia."
Afrodite enrugou o nariz, e o olhar dela passou pelas jaulas onde estavam os gatos. "Ela
definitivamente não pertence a um lugar tão comum."
"Você disse que o nome dela é Malévola? Esse não é o nome da bruxa em A bela
Adormecida?"
"Sim, e Malévola é muito mais interessante do que a doce, e boazinha Princesa
Aurora. Além do mais, eu gosto do nome. É poderoso."
Eu hesitantemente fui para frente para acariciar a enorme bola de pelos brancos.
Malévola abriu os olhos e rosnou ameaçadoramente para mim. "A palavra raiz de Malévola
é malevolência," eu disse, tirando minha mão do alcance da pata dela.
"Sim, e malevolência é uma palavra poderosa," Afrodite disse, fazendo barulhos de
beijo para a besta.
"Ela não tem garras?" eu perguntei.
"Não," Afrodite disse feliz. "Ela poderia arrancar um olho com essas patinhas dela."
"Que lindo," eu disse.
"Eu acho que ela é adorável e única e linda como a nova senhora dela," Darius disse.
Eu notei que quando ele acariciou Malévola, a gata estreitou os olhos para ele, mas não
rosnou.
"E eu acho que seu julgamento está danificado. Mas tanto faz. Vamos. Estou faminta.
Eu não tomei café, e já perdemos o almoço, então vamos ter que pegar algo no caminho
para a escola."
"Eu vou pegar as coisas de Malévola," Darius disse, indo para o lado da sala pegar
uma bolsa pequena que tinha escrito Para seu Novo Gatinho com uma letra cursiva do
lado.
"Você já pagou por ela?" eu perguntei.
"Ela absolutamente pagou," disse Irmã Mary Angela da porta. Eu notei que ela andou
cuidadosamente ao redor de Afrodite e Malévola, ficando fora do alcance de patas. "É
maravilhoso as duas terem se encontrado assim."
"Quer dizer que mais ninguém podia tocar a gata?" eu perguntei.
"Ninguém," Irmã Mary Angela disse com um sorriso. "Pelo menos não até a adorável
Afrodite entrar na porta do nosso canil. Irmã Bianca e Irmã Fatima disseram que não foi
nada menos que um milagre Malévola aceitar Afrodite imediatamente."
Afrodite deu um sorriso 100% autentico, e isso a fez parecer jovem e linda de
morrer. "Ela estava esperando por mim," ela disse.
"Sim," a freira concordou. "Ela estava, de fato. Vocês duas combinam." Então ela
olhou para mim e Darius, incluindo nós todos nas próximas palavras dela. "Eu acho que os
Gatos de Rua e a House of Night combinam também. Eu sinto ótimas coisas para nós no


futuro." Então ela ergueu a mão direita por cima de nós e disse, "Vão sobre os cuidados
da sua Abençoada Mãe."
Nós murmuramos nossos agradecimentos a Irmã Mary Angela. Eu tive a estranha
vontade de abraçar ela, mas a roupa dela - o vestido/robe preto e branco - não parecia
bom para abraços. Então ao invés disso eu deu um exuberante sorriso e acenei enquanto
saímos do prédio.
"Você está sorrindo e acenando feito uma boba," Afrodite disse enquanto ela
esperava Darius abrir a porta dela e ajudar ela e o rabo que se debatia, com o rosto chato
Malévola no banco da frente do Lexus.
"Eu estava sendo educada. Além do mais, eu gosto dela," eu disse, abrindo minha
própria porta. Eu deslizei no banco traseiro e depois de colocar o cinto e olhar para cima
para ver os olhos de Malévola, que estava se esticando no peito de Afrodite e por cima
dos ombros para poder me encarar. "Uh, Afrodite, você não deveria colocar ela num
carregador de gatos ou algo assim?"
"Oh meu deus! Você é maldosa e odiosa ou o que? É claro que ela não anda em um
carregador de gatos." Afrodite acariciou a besta dela, fazendo pelo branco flutuar ao
nosso redor como um nojento chuveiro de pelo de gato.
"Jeesh, esquece. Eu só estava pensando na segurança da gata," eu menti. Na
verdade eu estava pensando na minha segurança. Malévola parecia que ia adorar ter Zoey
para jantar. O que me lembrou. "Hey, estou faminta," eu disse a Darius quando ele ligou o
carro. "Temos que parar em algum lugar rapidamente para mim comer algo."
"Por mim tudo bem. O que você quer?" ele disse.
Eu olhei para o horário no painel do carro. Incrivelmente, eram mais de 11 da noite.
"Bem, a hora vai definitivamente limiar o que está aberto." Eu ouvi Afrodite murmurar
algo sobre "humanos-idiotas-que-vão-pra-cama-cedo" para Malévola, o que eu ignorei. Eu
olhei ao redor, tentando lembrar os lugares decentes de Fast Food (que são, Taco Bueno
e Arby contra McDonalds e Wendy) que eram perto. E então um adorável e familiar aroma
passou pela janela aberta do Lexus até mim. Minha boca já tinha começado a salivar
quando eu vi uma placa grande e amarela. "Oh, yum! Vamos para a Cozinha do Charlie!"
"É horrivelmente engordurado," Afrodite disse.
"Isso é parte do sabor. Heath e eu costumávamos comer o tempo todo. É cheio dos
básicos grupos alimentares: gordura, batata amassada, e coca."
"Você é nojenta," Afrodite disse.
"Eu pago," eu disse.
"Fechado," ela disse.


DEZOITO

Darius se voluntariou para ficar no carro cuidando de Malévola enquanto Afrodite e
eu pegávamos algo para comer, o que eu achei que era muito além do dever dele.
"Ele é bom demais para você," eu disse a Afrodite. Mesmo sendo tão tarde, Charlie
estava cheio, e parecendo um rebanho, nós nos juntamos com o resto da horda de
animais, finalmente entrando na fila atrás de uma mulher obesa que tinha horríveis dentes
e uma cara careca que cheira a pé.
"É claro que ele é bom demais para mim," Afrodite disse.
Eu pisquei surpresa pelo o que ela disse, "Desculpa? Eu não te ouvi direito."
Afrodite fez uma cara feia. "Você acha que eu não sei que sou horrível com meus
namorados? Por favor - eu sou egoísta, não idiota. Darius provavelmente vai se encher de
mim em alguns meses. Eu vou dar um pé na bunda dele antes dele me largar, mas pelo
menos vai ser divertido até lá."
"Você já pensou em ser gentil e não fazer as suas merdas de sempre?"
Afrodite encontrou meus olhos. "Na verdade, eu estive pensando sobre isso e posso
considerar mudar as coisas com Darius." Ela pausou e acrescentou. "Ela me escolheu."
"Ela quem?"
"Malévola."
"Bem, yeah, ela te escolheu. Ela é sua gata. Como Nala me escolheu e o gato de
Darius, qualquer que seja o nome dela... uh..."
"Nefertiti," Afrodite disse.
"Yeah, Nefertiti, ela escolheu ele. Então qual o problema? Acontece sempre. Gatos
escolhem seus calouros, ou às vezes os seus vampiros. Na maior parte cada vampiro
eventualmente tem um e -"
E de repente eu percebi porque a gata escolher ela deu tamanho impacto em
Afrodite.
"Me faz pertencer," ela disse quietamente. "De alguma forma eu ainda sou parte do
tudo," - ela pausou, falando tão baixo, que eu tive que me inclinar para ouvir - "eu ainda
sou parte dos vampiros. Eu não sou uma completa forasteira."
"Você não poderia ser uma forasteira," eu respondi. "Você é parte das Filhas Negras.
Você é parte da escola. E mais importante, você é parte de Nyx."
"Mas desde que isso aconteceu" - ela passou a mão pela testa onde ela não precisou
de maquiagem para cobrir a Marca que já não estava mais ali - "desde que isso
aconteceu, eu não senti que era parte de algo. Mas Malévola mudou isso."
"Huh," eu disse, mais do que um pouco apegada a sinceridade de Afrodite.
Então ela se balançou, deus nos ombros, e - parecendo muito mais como a Afrodite
que eu conhecia e não agüentava - disse, "Tanto faz. Minha vida ainda é uma droga. E
depois de eu comer essa porcaria engordurada com você, eu provavelmente vou quebrar.
"Hey, um pouco de gordura é bom para o cabelo e unhas. Tipo vitamina E." Eu bati
no ombro dela. "Eu até vou pedir para você."
"Eu não posso comer algo diet?"
"Por favor. Não tem nada diet em Charlie."
"Eles tem coca diet," ela disse.
Eu fiz careta para o tamanho 34 perfeito dela. "Não para você."
Já que realmente era fast food, eu não levei muito tempo para pedir, e Afrodite e eu
encontramos uma mesa semi-limpa e começamos a devorar nosso engorduradas galinhas
fritas e fritas. Agora, não entenda errado. Mesmo que eu esteja devorando galinha e fritas


porque precisamos voltar para a escola e seria rude deixar Darius como babá da gata do
inferno de Afrodite por muito tempo, eu aproveitei cada mordida. Eu quero dizer, depois
de alguns meses de comida realmente nutritiva, e excelente da House of Night, minhas
papilas gustativas precisam de uma boa dose de algo nojentamente delicioso e nada bom
para mim. Yum. Serio.
"Então," eu disse entre mordidas. "Stevie Rae e eu conversamos."
"Yeah, eu achei ter ouvido o sotaque dela da outra sala." Afrodite disse pegando
delicadamente uma perna de galinha e enrugou o nariz para mim quando eu acrescentei
sal nas já totalmente salgadas fritas. "Você vai inchar como um peixe morto."
"Se eu inchar, eu vou apenas usar malhas enquanto eu elimino tudo pela urina." Eu
ri e dei outra mordida no frango.
Ela deu nos ombros. "Você é tão nojenta. Não acredito que somos amigas, o que
prova minha crise de personalidade. De qualquer forma - quais as novidades com Stevie
Rae e o zoológico de animais?"
"Bem, a gente não falou muito sobre ela ou os outros," eu disse, sem querer falar a
Afrodite que Stevie Rae admitiu não ser ela mesma.
"Então já que vocês não falaram muito sobre os loucos, meu palpite é que vocês
falaram sobre Stark."
"Yeah. E não é bom."
"Bem, não. O garoto está morto. Ou possivelmente morto vivo. Seja como for não é
bom. O que Stevie Rae disse sobre o tempo para ele voltar? Ou a gente espera até ele
começar a feder e descobrir que ele não vai acordar."
"Não fale sobre ele assim!"
"Desculpe, eu esqueço que você teve algo por ele. O que Stevie Rae disse?"
"Infelizmente, ela não pode me dar detalhes. A memória dela de tudo que aconteceu
antes dela Mudar está bem ruim. O melhor conselho dela é roubar o corpo dele e ver se
ele acorda, e se ele acordar vai precisar ser alimentado imediatamente."
"Alimentado? Como em hambúrguer e fritas, ou alimentado com uma veia aberta?"
"O segundo palpite é o certo."
"Oh, ugh. Eu sei que você gosta de sugar sangue, mas ainda é nojento para mim."
"Também é nojento para mim, mas não tem como negar o poder disso," eu admiti
desconfortável.
Ela me deu um longo olhar de contemplação. "O livro de Sociologia diz que é muito
como sexo. Talvez melhor."
Eu dei nos ombros.
"Você vai ter que fazer melhor que isso. Eu quero detalhes."
"Ok. Yeah. É muito como sexo."
Os olhos dela se alargaram. "É bom?"
"Sim. Mas o que acontece por causa disso nem sempre é bom." Eu pensei em Heath
e decidi que definitivamente era hora de mudar de assunto. "De qualquer forma, eu devo
descobrir um jeito de pegar o corpo talvez-temporariamente-morto de Stark e o esconder
em algum lugar que possamos, em teoria, observar ele pra ver se ele acorda. Daí nós o
alimentamos -"
"Uh, você não quer dizer você alimenta ele? Eu digo um grande de jeito nenhum
sobre ter alguma coisa a ver com aquele garoto me morder."
"Sim, eu quis dizer eu alimento ele." Um fato que era mais do que um pouco
atraente para mim, embora eu definitivamente não ia discutir isso com Afrodite. "Eu não
faço idéia de como roubar ele ou o esconder."


"Bem, vai ser difícil mover ele, especialmente já que estou assumindo que Neferet
está mantendo os olhos nele."
"Você assumi certo - ou pelo menos é isso que Stevie Rae disse." Eu tomei um
grande cole de coca.
"Me parece que você precisa de uma câmera babá," ela disse.
"Huh?"
"Você sabe, uma daquelas câmeras escondidas que mães ricas usam para ver seus
preciosos bebês enquanto estão no clube bebendo Martini às 11 da manhã."
"Afrodite, você é de um mundo totalmente diferente."
"Obrigado," ela disse. "Serio, uma câmera babá funcionaria. Eu posso comprar uma
na RadioShack. Aquele garoto Jack não é bom com equipamentos eletrônicos?"
"Yeah," eu disse.
"Ele podia instalar uma no necrotério, e você podia manter um monitor no seu
quarto. Diabos, eu podia até comprar o tipo que vem com um monitor portátil, para você
manter ele com você."
"Verdade?"
"Totalmente."
"Excelente! Estava me assustando mais do que eu posso dizer pensar em colocar
Stark no meu armário."
"Uh, nojento." Nós mastigamos felizes por um tempo, e então Afrodite disse, "Então
o que mais a caipira disse?"
"Na verdade, falamos sobre você," eu disse presumidamente.
"Eu?" Afrodite estreitou os olhos.
"Bem, honestamente, só um pouco. Na maior parte falamos sobre ela assumir a
posição da terra durante o ritual de limpeza amanha."
"Você diz se tipo ela se esconder atrás de mim e tentar parecer que eu evoquei a
terra, mas na verdade ela fazer?"
"Uh, não. Não exatamente. Eu quero dizer você dar espaço e deixar Stevie Rae tomar
o lugar dela no circulo."
"Na frente de todo mundo?"
"Yep."
"Você está brincando, né?"
"Não."
"E ela vai fazer?"
"Yep," eu disse com mais confiança do que eu sentia.
Afrodite mastigou por um tempo, e então acenou de vagar. "Ok, eu entendo. Você
está contando com Shekinah para te salvar."
"Nos salvar na verdade. O que inclui você, eu, Stevie Rae, os calouros vermelhos, e
Stark - se ele for um morto vivo. Eu acho que se todos souberem sobre eles, será difícil
Neferet usar eles para seus planos malignos."
"Parece bem filme B*." (*filmes com baixo orçamento e atores nada famosos)
"Pode soar patético assim, mas não é. Estou falando serio. É melhor todos falarmos.
Neferet é assustadora. Ela tentou começar uma guerra com humanos, e eu não acho que
ela vai parar de tentar. Além do mais," eu adicionei hesitando, "eu tenho um mal
pressentimento."
"Merda. Que tipo de mal pressentimento?"
"Bem, honestamente, eu estive tentando ignorar, mas eu estou com um mal
pressentimento sobre Neferet desde que Nyx apareceu para nós."


"Zoey, fala sério. Você tem um mal pressentimento sobre Neferet a meses."
Eu balancei a cabeça. "Não assim. Isso é algo diferente. Algo pior. E Stevie Rae
também sente." Eu hesitei de novo, e então acrescentei, "e depois do que pulou em mim
ontem a noite tem me assustado."
"À noite?"
"À noite," eu repeti.
"Zoey, somos criaturas da noite. Como a noite pode te assustar?"
"Eu não sei! Tudo o que eu sei é que parece que alguém está me observando. O que
você sente?"
Afrodite suspirou. "Sobre?"
"Sobre a noite ou Neferet ou o que for! Só me diga se você notou alguma vibração
negativa."
"Eu não sei. Eu não tenho pensado sobre vibrações. Estive ocupada com meus
próprios problemas."
Eu mantive minha mão ocupada com frango e fritas para que elas não tentassem
estrangular ela. "Bem, porque você não passa mais tempo pensando sobre isso? Eu quero
dizer, é um pouco importante." Eu baixei a voz, embora todos estivessem ocupados
comendo sua própria gordura para prestar atenção na gente. "Você teve aquelas visões
sobre eu ser morta. Duas visões, e pelo menos uma dela envolve Neferet."
"Yeah, e isso pode contar para o seu novo mal pressentimento sobre ela." Ela fez
uma citação para as palavras mal sentimento. "E eu dizer a você que eu vi sua morte
pode ajudar o seu fator para estar assustada."
"Parece mais do que isso para mim. Muitas coisas aconteceram comigo nos últimos
meses, e até recentemente eu nunca senti medo. Eu quero dizer honestamente, medo de
me fazer querer chorar. Eu -" minhas palavras se quebraram quando uma risada familiar
me fez olhar para a entrada do salão de jantar. E todo o ar pareceu sair do meu corpo,
como se alguém tivesse me dado um soco no estomago.
Ele estava carregando uma bandeja cheia da comida combo favorita dele (o numero
3, com fritas extra-grandes), junto com uma refeição de criança. Você sabe, uma daquelas
refeições que garotas compram quando estão num encontro para parecer que não comem
muito, e então voltam para casa e assaltam a geladeira quando estão sozinhas. A garota
com ele não carregava nada, mas ela estava colocando a mão no bolso da frente dele
(bolso! da frente!), brincando tentando tirar umas notas dele. Mas ele sente muitas
cócegas, que é o do porque, embora ele estivesse de modo não naturalmente pálido e
tivesse olheiras nos olhos, ele estava rindo como um idiota enquanto ela sorria um sorriso
de flerte para ele.
"Qual o problema?" Afrodite disse.
Quando eu só fiquei sentada ali e não consegui responder, ela se remexeu na cadeira
para poder ver o que eu estava encarando.
"Hey, aquele não é, qual o nome dele? O seu namorado humano?"
"Heath," eu disse, mal capaz de sussurrar a palavra.
Deveria ser impossível. Estávamos do outro lado da sala e ele não podia ter me
ouvido, mas no momento que o nome dele saiu dos meus lábios, a cabeça dele se virou e
os olhos dele encontraram os meus instantaneamente. Eu vi a risada dele morrer. O corpo
dele se endureceu - realmente se endureceu - como se quando ele me viu eu tivesse
causado a ele dor física. A garota do lado dele parou de brincar com o bolso dele. Ela
seguiu a direção que ele estava olhando, me viu, e os olhos dela se alargaram. Heath
olhou rapidamente de mim para ela, e eu vi ele dizer, "preciso falar com ela." A garota


acenou solenemente, pegou a bandeja, e foi para a mesa que era o mais longe de mim
possível. Então Heath andou devagar até mim.
"Olá, Zoey," ele disse com uma voz tão contida, que ele soava um estranho.
"Oi," eu disse. Meus lábios pareciam congelados e meu rosto parecia quente e frio ao
mesmo tempo.
"Então você está bem? Você não está machucada nem nada disso?" ele disse com
uma quieta intensidade que o fez parecer muito mais velho do que 18 anos.
"Estou bem," eu consegui dizer.
Ele soltou muito ar como se estivesse segurando o fôlego a dias, tirou o seu olhar de
mim, e então começou a olhar o nada, como se ele não agüentasse me ver. Logo ele
pareceu se recuperar e voltou para mim. "Algo aconteceu na outra noite -," ele começou,
mas parou quando olhou significativamente para Afrodite.
"Oh, uh, Heath, essa é minha, uh, minha amiga da, da, uh, House of Night, Afrodite,"
eu disse, mal sendo capaz de fazer minha voz funcionar.
Heath olhou de Afrodite para mim questionadoramente.
Quando eu não disse nada, Afrodite suspirou, e no tom sarcástico dela disse, "O que
Zoey quer dizer é que sim, está tudo bem em falar sobre Imprints e coisas assim na
minha frente." Ela pausou, e ergueu uma sobrancelha para mim. Quando eu ainda não
disse nada, ela falou, "Ele pode falar na minha frente. Não é, Zoey?" Quando eu não
consegui me fazer falar, ela deu nos ombros e continuou, "a não ser que você queira falar
com ele sozinha. Por mim está tudo bem. Vou esperar no carro e -"
"Não! Você pode ficar. Heath, você pode falar na frente de Afrodite." Eu finalmente
consegui dizer através da dor que se formou na minha garganta.
Heath acenou e olhou rapidamente para longe de mim, mas não antes deu ver uma
onda de dor e desapontamento que de alguma forma eram uma sombra nos olhos
marrom deles.
Ok, eu sabia que ele queria falar comigo sozinha.
Mas eu não podia. Eu não podia ficar sozinha com ele enquanto ele me magoava.
Ainda não. Não tão cedo depois de perder Loren e Erik e Stark. Eu não podia suportar
ouvir ele me dizer o quanto ele me odiava e agora o quanto ele se sentia arrependido por
termos ficado juntos. Ele não podia dizer tudo isso na frente de Afrodite. Eu conhecia
Heath. Sim, ele vai terminar comigo, mas (diferente de Erik) ele não ia me xingar
publicamente e fazer uma cena. A mãe e o pai de Heath o criaram bem. Ele era um
cavalheiro, 100%, e sempre seria.
Quando ele olhou de novo para mim, a expressão dele era cuidadosamente vazia.
"Ok. Como eu estava dizendo. Algo aconteceu na outra noite. Eu acho que o Imprint entre
nós quebrou."
Eu consegui acenar.
"Então desapareceu. Para sempre?"
"Sim. Desapareceu para sempre."
"Como?" ele perguntou.
Eu respirei fundo e disse, "quebrou quando eu tive um Imprint com outra pessoa."
Ele estava olhando para mim com a cabeça meio curvada um pouco, e quando eu
falei, o rosto dele foi para o lado como se eu tivesse batido nele. "Você esteve com outro
humano?"
"Não!"
Ele cerrou os dentes antes de dizer, "então com o calouro que você me contou?
Aquele tal de Erik?"


"Não," eu disse suavemente.
Dessa vez ele não desviou o olhar - não fez uma tentativa de esconder a dor nos
olhos dele e na voz. "Tem outra pessoa? Outro além do cara que você já me contou?"
Eu abri minha boca para dizer a ele que tinha havia outra pessoa, mas que não havia
mais, e que eu cometi um enorme erro, mas ele não me deixou falar.
"Você fez com ele."
Heath não disse como uma pergunta, mas eu acenei mesmo assim. Ele já sabia - ele
tinha que saber. Nosso Imprint tinha sido forte, e mesmo que ele não tivesse sentido o
que estava acontecendo com Loren e eu através dele, ele teria adivinhado que algo
grande tinha acontecido para quebrar o laço que nós dividíamos.
"Como você pode, Zo? Como você pode fazer isso comigo? Com a gente?"
"Desculpe, Heath. Eu nunca quis te magoar. Eu só -"
"Não!" Ele ergueu a mão como se pudesse parar minhas palavras. "Não quis me
machucar uma mentira. Eu te amei desde de o fundamental. Você ficar com outra pessoa
me machuca. Não tem como não machucar."
"Você está com outra pessoa hoje a noite." As palavras frias de Afrodite pareceram
cortar o ar entre nós três.
Os olhos de Heath passaram para ela. "Eu deixei uma amiga me convencer de sair de
casa pela primeira vez em dias. Uma amiga," ele repetiu. Então ele virou para mim, e eu
notei de novo o quão pálido e doente ele parecia. "É Casey Young. Lembra dela? Ela
costumava ser sua amiga também."
Eu olhei para a mesa onde Casey estava sentada sozinha, parecendo mais do que um
pouco desconfortável. Eu nem notei que era ela quando eles entraram. Agora eu
reconheci o cabelo grosso, os olhos cor de mel, e as fofas sardas. Heath tinha razão - ela
tinha sido minha amiga. Não minha melhor amiga, como Kayla, mas nós andávamos
juntas. Heath sempre a tratou como uma irmã. Ela gostava dele, mas eu nunca senti a
vibração de eu-quero-roubar-seu-namorado como eu senti tanto da minha suposta melhor
amiga Kayla. Casey viu eu olhar para ela, e hesitantemente, ergueu a mão e acenou
tristemente. Eu consegui dar um pequeno aceno de volta.
"Você sabe o que acontece com um humano quando o Imprint se quebra?" As
palavras de Heath chamaram minha atenção de volta para ele. Ele não soava frio ou triste
mais. A voz dele era afiada, como se ele cortasse cada palavra da alma dele.
"Isso - isso causa dor no humano," eu disse.
"Dor? Isso é pouco. Zoey, primeiro eu achei que você tinha morrido. E quando eu
pensei isso, eu desejei morrer também. Eu acho que parte de mim morreu ai."
"Heath," eu sussurrei o nome dele, horrorizada pelo que eu tinha causado. "Eu sint-"
Mas ele não terminou. "Mas eu soube que você não estava morta porque eu podia
sentir parte do que estava acontecendo com você." Ele fez uma carreta. "Uma parte do
que ele estava fazendo você sentir. Então eu não soube nada a não ser que minha alma
tinha um buraco no lugar em que você tinha estado. Eu ainda sinto como se houvesse
uma parte de mim faltando. Uma grande parte de mim. Dói o tempo todo. Todo dia." Ele
fechou os olhos contra a dor e balançou a cabeça. "Você nem me ligou."
"Eu queria," eu disse miseravelmente.
"Oh, espere. Você me mandou uma mensagem essa manha. Muito obrigado por
isso," ele disse sarcasticamente.
"Heath, eu queria falar com você. Eu só não podia. Eu estava..." eu pausei, tentando
descobrir como podia explicar Loren para ele em apenas algumas frases. Mas não havia


como explicar. Não assim. Não aqui. Então ao invés disso eu só disse, "eu estava errada.
Desculpe."
Ele balançou a cabeça de novo. "Desculpe isso não é bom o bastante, Zo. Não dessa
vez. Não sobre isso. Você sabe quando você dizia que eu só te amava e te queria tanto
por causa do nosso Imprint?"
"Sim." Eu me segurei para ele me dizer a verdade - que ele nunca esteve realmente
apaixonado por mim e nunca realmente me quis, e que ele estava feliz por se livrar de
mim e do nosso estúpido Imprint.
"Eu te falei que você estava errada. Você ainda está errada. Eu me apaixonei por
você na terceira serie. Eu te amei sempre. Eu te amo e te quero agora; eu provavelmente
sempre amarei." Os olhos de Heath estavam cheios de lagrimas. "Mas eu nunca mais
quero te ver. Amar você dói demais, Zoey."
Heath andou devagar até Casey. Quando ele voltou para a mesa, ela disse algo tão
suave que eu não consegui ouvir. Ele acenou, e então, sem olhar para mim, Casey passou
os braços dela ao redor dele e os dois deixaram a comida parada na mesa e Heath saiu da
minha vida.


DEZENOVE

Eu não disse nada enquanto Afrodite agarrou meu braço, me ergueu, e me levou
para fora da Cozinha do Charlie. Darius olhou para nós e saiu do carro em um nano
segundo.
"Onde está o perigo!" ele surtou.
Afrodite balançou a cabeça. "Nenhum perigo - drama de ex-namorado. Vamos só
sair daqui."
Darius fez um gemido enquanto voltava para o carro. Afrodite me empurrou no
banco traseiro. Eu não soube que estava chorando até que Afrodite, segurando uma mal
humorada Malévola, me passou um lenço através do banco.
"Você está toda imprestável e sua maquiagem está escorrendo seriamente," ela
disse.
"Obrigado," eu murmurei, e assoprei o nariz.
"Ela está bem?" Darius perguntou, olhando pelo espelho retrovisor para mim.
"Ela vai ficar bem. Merdas de ex-namorado normalmente é uma droga. O que
aconteceu com ela lá definitivamente não é normal e, bem, isso é uma droga
duplamente."
"Não fale sobre mim como se eu não estivesse aqui." Eu funguei e enxuguei os
olhos.
"Então vai ficar tudo bem?" Darius repetiu, dessa vez falando comigo.
"Se ela disser não, você vai voltar e matar aquele garoto idiota?" Afrodite perguntou.
Uma risada saiu da minha surpresa boca. "Eu não quero ele morto, eu vou ficar
bem."
Afrodite deu nos ombros. "Faça como quiser, mas eu acho que o garoto precisa ser
morto." Então ela bateu no braço de Darius e apontou para uma loja em que estávamos
nos aproximando. "Querido, você pode parar aqui para eu poder ir no RadioShack? Meu
estúpido iPod Touch está com problemas, e eu quero comprar um novo."
"Tudo bem por você?" Darius me perguntou.
"Sem problemas. Eu preciso de tempo para me recompor antes de voltar para a
escola. Mas, uh, você pode ficar no carro comigo?"
"É claro, Sacerdotisa." O sorriso gentil de Darius refletido no espelho retrovisor me
fez sentir culpada.
"Eu volto em dois segundos. Segure Malévola para mim." Afrodite jogou o enorme
gato em Darius e praticamente correu para RadioShack.
Depois de arrumar a besta de Afrodite, Darius olhou por cima do banco para mim.
"Eu poderia falar com o garoto se você quiser."
"Não, mas obrigado." Eu assoprei o nariz e limpei o rosto. "Ele tem todo direito de
estar bravo. Eu fiz besteira."
"Humanos que se envolvem com vampiros podem ser sensíveis demais," Darius
disse, obviamente escolhendo as palavras com cuidado. "Um humano ser consorte de um
vampiro, especialmente uma poderosa Alta Sacerdotisa, é um caminho difícil."
"Eu não sou uma vampira e nem uma Alta Sacerdotisa," eu disse, me sentindo
sobrepujada. "Eu sou só uma caloura."
Darius hesitou, obviamente se perguntando o quão ele podia dizer para mim. Foi só
quando Afrodite voltou para o carro, segurando o pacote falso do iPod Touch, que ele
finalmente falou.


"Zoey, você deveria manter em mente que Altas Sacerdotisas não nascem do dia
para noite. Elas começam seu caminho mesmo quando são calouras. O poder delas cresce
cedo. Seu poder está crescendo, Sacerdotisa. Você é muito além de uma caloura normal e
você sempre será. Então suas ações terão um profundo afeto em outros."
"Você sabe, eu só estou começando a lidar com todo esse "wow sou tão diferente," e
agora eu sinto que estou me afogando nisso."
Afrodite recolocou Malévola de volta no colo dela e então virou no banco para poder
me olhar nos olhos. "Yeah, ser extra-especial não é tão incrível como a gente acha que é,
huh?"
Eu esperei que ela me dissesse um dos sarcásticos e nojentos "eu te disse", mas ao
invés disso os olhos dela eram cheios de entendimento.
"Você está sendo gentil," eu disse.
"Isso porque você é uma má influencia em mim," ela disse. "Mas eu vou tentar olhar
pelo lado positivo."
"Lado positivo?"
"O lado positivo é que quase todo mundo acha que eu ainda sou uma terrível vadia
do inferno," ela disse, sorrindo feliz e acariciando a gata dela.
"Eu acho que você é espetacular," Darius disse, acariciando Malévola, que começou a
ronronar.
"E você está absolutamente certo." Ela se inclinou e, esmagando a gata que
reclamava entre eles, o beijou fazendo muito barulho na bochecha.
Eu fiz barulhos de risada e fingi vomitar no meu lenço, mas eu sorri quando Afrodite
piscou para mim, e me senti um pouco melhor. Pelo menos acabou, eu disse a mim
mesma. Erik me odeia. Stark está morto, ou morto vivo, e eu vou ajudar ele a ir para o
subsolo. É isso. Então depois do horrível confronto com Heath, eu definitivamente vou
parar com os namorados, por um longo tempo.
Naturalmente eu estava atrasada para aula de teatro. Mudando meu horário, eu fui
colocada numa aula de teatro mais avançada, o que estava tudo bem. Eu estava em
Teatro II na Escola Secundaria South Intermediate quando fui Marcada, e eu gosto de
teatro (no palco, não fora dele). Ok, isso não significa que eu seja uma atriz muito boa,
mas eu tento. É claro, mudar de horário me fez ir para aula com uma nova turma. Eu
parei na porta, tentando saber onde sentar e realmente, realmente não querendo
interromper Erik (Professor Night?) no meio do discurso dele sobre peças de Sheakespear.
"Só sente em qualquer lugar, Zoey." Erik falou sem olhar na minha direção. A voz
dele era rápida e profissional e até um pouco chata. Em outras palavras, ele soa
exatamente como qualquer outro professor. Não, eu não tenho idéia como ele sabia que
eu estava na porta.
Eu corri pela sala e sentei na primeira mesa vazia que eu encontrei. Infelizmente era
na frente. Eu acenei para Becca Adams, que estava sentada a minha direita. Ela acenou
de volta, mas estava claramente distraída pela necessidade encarar Erik. Eu não conhecia
Becca muito bem. Ela era loira e bonita, como o normal para um calouro na House of
Night (parece haver 5 loiras para cada pessoa "normal"), e ela recentemente se juntou as
Filhas Negras. Eu acho que me lembro de ver ela andar com alguns dos amigos antigos de
Afrodite, mas eu não tinha nenhuma opinião particular sobre ela. É claro, ela levantar a
cabeça ao redor e babar em Erik não estava exatamente me agradando.
Não! Erik não é mais meu namorado. Eu não posso ficar fula com outra garota por ir
atrás dele. Eu tenho que ignorar. Talvez eu até tente ser amiga dela e mostrar a todos
que eu o superei. Yeah, eu só vou -


"Oi, Z!"
Um muito loiro, muito fofo, e muito alto Cole Clifton, que estava saindo com Shaunee
(o que também significa que ele é muito corajoso), sussurrou animadamente para mim,
quebrando minha tagarelice interior. "Oi," eu disse, dando a ele um enorme sorriso.
"Oh, hey, isso é excelente. Obrigado por se voluntariar, Zoey."
"Huh?" eu pisquei para Erik.
O sorriso dele era frio. Os olhos dele eram um azul gelado. "Você estava falando,
então eu assumi que isso significa que você está se voluntariando para ler comigo uma
improvisação de Shakespeare.
Eu engoli. "Oh. Bem. Eu -" Eu comecei a tentar implorar a não fazer o que diabos
que seja uma improvisação de Shakespeare, mas quando o riso frio dele ficou zombador,
como se estive esperando que eu amarelasse como uma abobada, eu mudei de idéia. Erik
Night não ia me embaraçar e me gozar o semestre todo. Então eu limpei a garganta e me
ajeitei na minha cadeira. "Eu adoraria ser voluntaria."
A onda rápida de surpresa que alargou aqueles lindos olhos azuis me deram um
instante de diversão. Esse instante evaporou assim que ele disse, "Ótimo. Então venha
aqui e pegue uma copia da sua cena."
Ah, droga, droga, droga!
"Muito bem." Erik e eu paramos no palco e olhamos para a turma de teatro. "Como
eu estava explicando antes de Zoey chegar tarde e me interromper, improvisação com
Shakespeare é um grande jeito de exercitar suas habilidades de caracterização. É
incomum, sim, porque Shakespeare normalmente não é improvisado. Os atores falam o
mais perto possível as palavras, e é por isso que mudar uma famosa cena pode ser
interessante." Ele apontou para o roteiro que eu segurava nervosa com minha mão suada.
"Esse é o começo da cena entre Otelo e Desdemona -"
"Vamos fazer Otelo?" eu surtei, sentindo meu estomago se apertar e ficar nauseada.
Foi o monologo de Otelo que Erik recitou para mim com os olhos e uma voz de amor na
frente da escola toda.
"Sim." Os olhos dele encontraram os meus. "Você tem um problema com isso?"
Sim! "Não," eu menti, "só fiquei curiosa, só isso." Oh, Deus! Ele ia me fazer melhorar
uma das cenas de amor em Otelo? Eu não sabia dizer se meu estomago estava ficando
mais enjoado a cada segundo porque eu queria isso ou porque eu não queria.
"Ótimo. Então você conhece a história da peça, certo?"
Eu acenei. É claro que eu conhecia. Otelo, o Mouro (AKA um cara negro), casou com
Desdemona (uma garota extremamente branca). Eles estavam muito apaixonados até que
Iago, um cara invejoso de Otelo, decidiu fazer parecer que Desdemona estava traindo
Otelo. Otelo acabou estrangulando Desdemona. Até a morte.
Ah, merda.
"Ótimo," ele repetiu. "Então a cena que vamos melhorar é o fim da peça. Otelo vai
confrontar Desdemona. Vamos começar lendo as falas de verdade. Eu as copiei num script
para nós. Quando eu perguntar se você rezou, essa é sua deixa para improvisar. Tente
ficar próxima a trama, mas faça ela funcionar na linguagem de hoje. Entendeu?"
Infelizmente, eu entendi, "Sim."
"Muito bem. Vamos começar."
E então, como eu assisti muitas vezes antes, Erik Night entrou no personagem e de
alguma forma se tornou o personagem. Ele virou para não ter mais que me olhar e
começou a dizer as falas de Otelo. Eu notei que ele largou o script e tinha decorada as
falas:


Esta é a causa, minha alma;
Não vo-la nomearei, castas estrelas
Esta é a causa! Não quero verter sangue,
nem ferir-lhe a epiderme ainda mais branca do que neve...

Eu juro que ele mudou fisicamente, e embora eu pudesse sentir meus nervos e a
mortificação que crescia dentro de mim porque eu sabia que isso estava fadado a se
tornar um muito publico, e muito embaraçosa cena, eu podia apreciar o talento dele.
Então ele virou para mim e eu mal pude pensar além da batida do meu coração
quando ele pegou meus ombros com as mãos.

... de onde o fogo
trazer de Prometeu, para dar nova luz à tua chama. Se tua rosa colher,
é-me impossível o vital crescimento restituir-lhe,
Vou aspirá-la no próprio galho.

Então, me chacoalhando, Erik se curvou e beijou meus lábios. O beijo dele foi grosso
e carinhoso - apaixonado com raiva e traição, mas ainda sim parecia que ele não queria
afastar os lábios dele dos meus. Ele me deixou sem fôlego. Ele me deixou nauseada. Ele
fez minha cabeça girar.
Eu tããããooooo quero ser a namorada dele de novo!
Eu me ajeitei enquanto ele falava as falas que eram a deixa para o começo das
minhas.

Chorar preciso lágrimas impiedosas; é celeste meu sofrimento,
pois castiga ao que ama. Vai acordar.

"Quem está aí? Otelo?" Eu olhei do papel para Erik, piscando meu olho e tentado
parecer como se o beijo dele tivesse acabado de me acordar.
"Sim, Desdemona."
Oh, jeesh! Eu não podia acreditar em qual era minha próxima fala! Eu engoli, o que
me fez soar sem ar. "Não vindes para o leito, meu senhor?"
"Desdemona, rezastes esta noite?"
O rosto bonito de Erik ficou todo tenso e assustado, e eu juro que se não fosse uma
atuação eu teria ficado assustada. "Oh, decerto, senhor," Eu li as duas ultimas falas do
roteiro rapidamente.
"Ótimo. Você vai precisar de uma alma limpa para o que vai acontecer com você hoje
a noite!" ele improvisou, ainda parecendo Otelo que tinha sido levado a um insano
ciúmes.
"Qual o problema? Eu não faço idéia do que você está falando." Improvisar não é tão
difícil. Eu esqueci sobre a turma e todos que observavam. Tudo o que eu via era Erik
como Otelo, e eu sabia do medo e desolação de Desdemona em pensar perder ele.
"Pense mais!" ele falou entre os dentes cerrados. "Se não tem nada pelo que você se
arrepende, você precisa pedir perdão agora. Nada será o mesmo para você de novo, não
depois do que vai acontecer hoje a noite."
Os dedos dele estavam se afundando nos meus ombros com tanta força que eu sabia
que ia deixar marcas, mas eu não recuei. Eu só continuei a encarar aqueles olhos que eu


conhecia tão bem, tentando encontrar o Erik neles que eu esperava que ainda se
importasse comigo quando meu esquecido script caiu das minhas mãos.
"Mas eu não sei o que você quer que eu diga!" eu chorei, tentando lembrar que
Desdemona não era eu. Ela não era culpada de nada.
"A verdade!" ele disse, os olhos dele parecendo selvagens. "Eu quero que você
admita o quanto você me traiu!"
"Mas eu não trai!" Eu podia sentir lagrimas saindo dos meus olhos. "Não no meu
coração. Eu nunca trai você no meu coração."
O Otelo de Erik fez tudo sair da minha mente - Heath, Stark, Loren. Só havia ele e
eu e a necessidade de fazer ele entender que eu não queria trair ele. Que eu ainda não
queria trair ele.
"Então seu coração é algo negro e frio, porque você absolutamente me traiu."
As mãos dele começaram a passar dos meus ombros para o meu pescoço, e eu sabia
que ele podia sentir meu pulso batendo como um frenético passarinho. "Não! As coisas
que eu fiz foram erros! Eu quebrei meu próprio coração, não apenas uma vez, mas três."
"Então você quebrou o meu junto com o seu?" Os dedos dele se fecharam no meu
pescoço, e eu podia ver que haviam lagrimas nos olhos dele também.
"Não, meu senhor," eu disse, tentando manter alguma parte de Desdemona. "Eu só
quero que você me perdoe e -"
"Perdoar você!" ele gritou, me interrompendo. "Como eu deveria fazer isso? Eu te
amei, e você me traiu com outro cara."
Eu balancei a cabeça. "Foi tudo mentira."
"Você está admitindo que você fez nada a não ser mentir para mim?" Os dedos dele
se apertaram ao redor do meu pescoço.
Eu arfei. "Não! Não foi isso que eu quis dizer. Você entendeu tudo errado. O que eu
tive com ele foi a mentira. Ele era a mentira. Você esteve sempre certo sobre ele."
"Tarde demais," ele disse travessamente. "Você percebeu tarde demais."
"Não tem que ser tarde demais. Me perdoe e me de outra chance. Não deixe a gente
terminar assim."
Eu vi varias emoções passarem pelo rosto de Erik. Eu podia facilmente ver raiva e até
ódio, mas também havia tristeza e talvez, só talvez, o que parecia ser esperança
esperando silenciosamente no quente céu de verão dos olhos azuis dele.
Então de repente a tristeza e esperança sumiram da expressão dele. "Não! Você age
como uma vadia, então agora você terá a recompensa de uma vadia."
Com um olhar maluco, ele pareceu ficar ainda mais alto até que ele se elevou por
cima de mim. Ele deu um passo mais para perto, tirando uma mão da minha garganta
para poder usar aquele braço para me segurar com força contra ele. A outra mão dele era
grande o bastante que alcançava quase todo o redor do meu pescoço. Quando ele
apertou nossos corpos foram pressionados juntos, e eu senti uma onda de um desejo
selvagem por ele. Eu sabia que era errado. Eu sabia que era estranho, mas meu coração
estava batendo com mais do que medo e nervos. Eu encarei os olhos dele, sentindo o
terror de Desdemona junto com nossa própria paixão, e eu sabia pela dureza do corpo
dele que ele estava sentindo a mesma coisa. Ele era Otelo - louco com ciúmes e raiva,
mas ele também era Erik - o cara que estava se apaixonando por mim e que ficou tão
magoado quando ele me encontrou com outro cara.
O rosto dele estava tão próximo ao meu que eu podia sentir a respiração dele contra
a minha pele. O cheiro dele era familiar, e foi essa familiaridade que me fez decidir. Ao
invés de me afastar dele ou continuar com o improviso e "desmaiar" nos braços dele para


fingir estar morta, eu envolvi meus braços ao redor dele e o puxei para mim, terminando
a curta distancia entre nossos lábios.
Eu o beijei com tudo dentro de mim. Eu pus toda a minha dor e pesar e paixão e
amor por ele nesse beijo, e a boca dele se abriu embaixo da minha, encontrando minha
paixão com paixão, dor com dor, e amor com amor.
E então o estúpido sino tocou.


VINTE

Oh.Meu.Deus. O sino tocando foi como o alarme de incêndio. Erik se afastou de mim,
e a turma começou um coro de "Whooo-Hoo!" e "É assim que se faz!" Eu teria caído se
Erik não tivesse continuado a segurar minha mão.
"Faça uma reverencia," ele disse. "Sorria."
Eu fiz o que ele disse, de alguma forma fazendo uma reverencia e me forçando a
sorrir como se meu mundo não tivesse acabado de explodir. Enquanto o pessoal saia, Erik
falou com sua voz de professor de novo.
"Ok, lembrem-se de dar uma olhada em Julio Cesar. Amanha vamos improvisar
desse. E vocês fizeram um bom trabalho hoje."
Quando o ultimo garoto saiu pela porta, eu disse, "Erik, temos que conversar."
Ele soltou minha mão como se ela tivesse queimado ele. "É melhor você ir. Você não
quer se atrasar para a próxima aula também." Então ele virou e foi até o escritório da aula
de teatro, fechando a porta com uma enorme batida atrás dele.
EU mordi meu lábio com força para não começar a chorar enquanto eu saia da sala
de teatro, o rosto corado de humilhação. O que diabos tinha acabado de acontecer? Bem,
eu sei uma coisa com certeza, mesmo que fosse só uma coisa, era que Erik Night ainda
estava interessado em mim. Claro, o interesse dele podia estar focado na maior parte em
querer me estrangular. Mas ainda sim. Pelo menos ele não foi todo frio e sem sentimentos
ou algo assim sobre mim como ele tentou fingir que era. Meus lábios estavam doloridos
devido a intensidade do nosso beijo. Eu ergui minha mão, passando um dedo pelo meu
lábio inferior gentilmente.
Eu comecei a andar, sem olhar para os calouros que passavam por mim a caminho
da aula, e não prestei atenção de para onde eu estava indo até que o ouvi o barulho de
um corvo vir dos galhos de uma árvore perto da calçada.
Com um calafrio eu parei bruscamente e olhei para a árvore. Enquanto eu observava,
a noite se ondulou e desdobrou, como cera sendo derramada de uma vela preta. Tinha
algo - algo sobre o que quer que fosse que estava na árvore que fez meus joelhos ficarem
fracos e meu estomago doer.
Desde quando eu me tornei uma vitima - uma garotinha assustada?
"Quem é você!" eu gritei para a noite. "O que você quer?" Eu endireitei os ombros,
decidindo que estava cheia do jogo de esconde-esconde. Eu posso estar com o coração
partido sobre Heath e confusa sobre Stark, e eu posso não poder fazer nada sobre a
confusão com Erik, mas eu podia fazer algo sobre isso. Eu ia andar até aquelas árvores e
chamar o vento para derrubar o que quer que fosse que estava me observando para eu
poder chutar a bunda dele. Eu estava cansada de me sentir estranha e com medo e
totalmente diferente de mim mesma, e -
Antes deu dar um passo para fora da calçada, Darius pareceu materializar ao meu
lado. Jeesh, para um cara enorme, ele com certeza pode se mover assustadoramente
rápido e silenciosamente.
"Zoey, você precisa vir comigo," ele disse.
"O que está acontecendo?"
"É Afrodite."
Meu estomago se apertou com tanta força, que eu achei que fosse vomitar. "Ela não
está morrendo, está?"
"Não, mas ela precisa de você. Agora."


Ele não precisou dizer mais nada. O estresse no rosto dele e o tom de voz
mortalmente serio dizia tudo. Ela não estava morrendo, então Afrodite deveria estar tendo
uma visão.
"Ok, estou indo." E eu comecei a correr em direção ao dormitório, tentando
acompanhar Darius.
O guerreiro parou por um segundo, me dando um olhar tão intenso, que me fez
querer me contorcer. "Você confia em mim?" ele perguntou bruscamente.
Eu acenei.
"Então relaxe e acredite que está segura comigo."
"Ok." Eu não fazia idéia do que ele estava falando, mas eu não protestei quando ele
agarrou meu braço.
"Lembre-se, fique relaxada," ele disse.
Eu abri minha boca para repetir o ok (e talvez virar os olhos para ele), quando todo o
ar foi tirado dos meus pulmões quando Darius correu para frente, de alguma forma me
levando com ele. Foi a coisa mais bizarra que eu já experimentei, o que é dizer algo,
porque eu já tive várias experiências bizarras nos últimos meses. Mas isso era como estar
numa daquelas calçadas do aeroporto, só que a "calçada" era a aura de Darius ou algo
assim, e o movimento estava acontecendo tão rápido que o mundo ao redor era um
borrão.
Estávamos no dormitório das garotas em alguns segundos, e eu não estou
exagerando.
"Puxa vida! Como você fez isso?" Eu estava ofegando um pouco, e assim que ele me
soltou, eu comecei a tirar meu cabelo do rosto. Era como se eu tivesse dado uma volta
supersônica numa Harley* (*moto).
"Os Filhos de Erebus são guerreiros com vastas habilidades," ele disse cultamente.
"Huh. Não brinca?" Eu ia dizer que ele também soava como se devesse estar no
Senhor dos Anéis, mas eu não queria ser rude.
"Ela está no quarto," ele disse, meio que me empurrando pelas escadas até o
dormitório enquanto ele pegava a dianteira e abria a porta. "Ela me disse para te chamar
imediatamente."
"Bem, você certamente fez isso," eu disse por cima dos ombros. "Oh, você pode
encontrar Lenobia e dizer a ela porque não estou na aula?"
"É claro, Sacerdotisa," ele disse. Então ele desapareceu de novo. Jeesh. Eu me
apressei para o dormitório, ainda me sentindo meio cansada. A sala estava vazia - todos
(a não ser Afrodite e eu) estavam em aula, então eu pude correr pelas escadas e ir até o
quarto de Afrodite sem ter que responder várias perguntas das garotas curiosas demais.
Eu bati duas vezes na porta de Afrodite antes de abrir.
A única luz do quarto estava vindo de uma pequena vela. Afrodite estava sentada na
cama com os joelhos no peito, os cotovelos em cima dos joelhos, e o rosto dela enterrado
nas mãos. Malévola estava empoleirada em uma bola branca fofa ao lado dela. A gata
olhou para mim quando eu entrei no quarto e rosnou suavemente.
"Hey, você está bem?" eu perguntei.
O corpo dela tremeu, e com o que era obviamente um enorme esforço, ela ergueu a
cabeça e abriu os olhos.
"Oh meu Deus! O que aconteceu!" Eu corri até ela, acendendo o abajur Tiffany que
estava na cabeceira. Quando Malévola começou a assobiar em aviso pra mim, eu disse a
besta, "Tente e eu te jogo da janela e chamo a chuva para te encharcar."


"Malévola está tudo bem. Zoey é odiosa, mas não vai me machucar," ela disse
cansadamente.
A gata rosnou de novo, mas voltou a ser uma bola de pelos. Eu voltei minha atenção
para Afrodite. Os olhos dela estavam injetados de sangue - era tão ruim que o branco dos
olhos estava totalmente vermelho. Não rosa ou inflamado como se ela fosse alérgica a
pólen e tivesse caminhado num campo deles. Eles estavam vermelho. Como em sangue.
Como em sangue enchendo os olhos dela e os manchado de escarlate.
"Essa foi realmente ruim." Ela soava horrível. A voz dela estava tremula, e o rosto
dela estava assustadoramente branco. "V-você pode pegar uma garrafa da minha água de
Fiji na geladeira?"
Eu corri até o mini bar e peguei a garrafa de água. Então eu entrei no banheiro, onde
peguei um pano bordado a ouro. (Jeesh, ela é tão rica!) Eu rapidamente joguei um pouco
de água fria nele antes de correr até ela.
"Beba um pouco disso, e então feche os olhos e coloque isso no rosto."
"Eu estou terrível, não é?"
"Yep."
Ela deu vários goles da garrafa de água como se estivesse morrendo de sede, então
pôs o gelado e molhado pano por cima dos olhos e se inclinou nos travesseiros de marca
dela com um exausto suspiro. Malévola me observou com olhos maldosos de gato, que eu
ignorei.
"Seus olhos já fizeram isso antes?"
"Você diz doerem para caramba?"
Eu hesitei e decidi contar a ela. Não era como se Afrodite evitasse espelhos. Ela iria
ver sozinha em breve. "Eu quero dizer ficarem completamente vermelhos feito sangue."
Eu vi o pequeno empurrão de surpresa que o corpo dela, e ela começou a pegar o
pano, mas a mão dela parou e voltou para a cama e os ombros dela desmoronaram. "Não
foi atoa que Darius surtou e correu para pegar você como se cachorros assassinos
estivesse correndo atrás dele."
"Tenho certeza que vai passar. Você provavelmente deveria manter os olhos
fechados por um tempo."
Ela suspirou dramaticamente. "Vai realmente me irritar se essas visões começarem a
me deixar feia."
"Afrodite," eu disse, tentando manter o sorriso fora da minha voz, "Você é bonita
demais para ficar feia. Ou pelo menos foi isso que você disse a todos nós um zilhão de
vezes."
"Você tem razão. Mesmo com olhos vermelhos, eu sou mais bonita que qualquer um.
Obrigada por me lembrar. Isso só mostra o quão estressante essa droga de visão está me
deixando para eu sequer considerar me preocupar com isso."
"Em falar cocô de visão. Você quer me contar sobre essa?"
"Você sabe, você realmente não iria derreter nem nada disso se xingasse um pouco.
Minha deusa, falar cocô é muito idiota.
"Dá pra ficar no assunto?"
"Tudo bem. Mas não me culpe quando as pessoas te falem que voa soa irritante. Na
minha mesa tem um pedaço de papel com um poema escrito. Você vê?"
Eu fui até a cara mesa dela, e certa, havia um pedaço de papel sozinho contra a
mesa de madeira. Eu o peguei. "Eu vejo," eu disse.
"Bom. Você deve ler ele, e eu espero que você entenda o que significa. Eu nunca sei
sacar poesia. É uma merda chata."


Ela deu ênfase da parte da merda. Eu ignorei ela e me concentrei no poema. Assim
que eu olhei para ele, minha pele começou a formigar e calafrios ergueram os pelinhos
dos meus braços como se um frio vento tivesse passado por mim.
"Você escreveu isso?"
"Oh, é, claro. Eu nem gostava do Dr. Seuss quando eu era criança. De jeito nenhum
eu ia escrever esse poema."
"Eu não me referi a você compor ele. Eu quis dizer você fisicamente escreveu isso?"
"Você está ficando burra? Sim, Zoey. Eu escrevi o poema que eu vi na minha horrível
e muito dolorosa visão. Não, eu não o compus. Eu o copiei. Satisfeita?"
Eu olhei para ela deitada nos travesseiros no meio da super cara cama como o pano
bordado a ouro por cima do rosto e uma mão acariciando a horrível gata dela e balancei a
cabeça irritada. Ela parecia um zilhão por cento como uma diva vadia. "Sabe, eu podia te
sufocar com seu travesseiro e ninguém ia sentir sua falta. Quando te achassem, essa
odiosa gata teria te comido e todas as evidencias do meu crime."
"Malévola não me comeria. Ela te comeria se você tentasse qualquer coisa. Além do
mais, Darius iria sentir minha falta. Só leia a porcaria do poema e me diga o que significa."
"Você é a Garota das Visões. Você deveria saber o que significa." Eu virei minha
atenção de volta para o poema. O que tinha sobre a escrita que estava me fazendo sentir
tão estranha?
"Isso mesmo, eu tenho visões. Eu não as interpreto. Eu só sou um oráculo muito
atraente. Você é a Alta Sacerdotisa em treinamento, lembra? Então descubra você."
"Está bem - está bem. Me deixe ler em voz alta. As vezes ajuda fazer um poema
ficar compreensivo quando você consegue ouvir ele."
"Tanto faz. Só vamos para a parte do descobrir."
Eu limpei a garganta e comecei a ler.

Antigo dormindo, esperando acordar
Quando o poder da terra sangra num vermelho sagrado
A marca padece verdadeira; a Rainha Tsi Sgili arquitetará
Ele será lavado da cama que o enterra

Através da mão da morte ele é liberto
Terrível beleza, monstruosa visão
Governados novamente eles serão
Mulheres ajoelhar-se-ão ante sua vontade sombria

A música de Kalona soa doce
Enquanto nós morremos com a fria onda

Quando eu terminei eu pausei, tentando entender o que isso significa e tentando
descobrir porque ele me deixou tão assustada.
"É assustador, não é?" Afrodite disse. "Quero dizer, definitivamente não é amor e
rosas e felizes para sempre."
"Definitivamente não é isso. Ok, vamos ver. O que é o poder da terra, e quando ele
sangra vermelho?"
"Não faço idéia."


"Hum." Eu cerrei os dentes pensando. "Bem, a terra pode parecer estar sangrando
quando alguém é morto e tem sangue no chão. E talvez a parte do poder venha do que
quer que seja que é morto. Como uma pessoa poderosa."
"Ou um vampiro poderoso. É como quando encontrei o corpo da professora Nolan."
O tom de espertinha na voz de Afrodite foi subjugado pela memória. "A terra parecia estar
sangrando."
"Yeah, você tem razão. Então pode ter algo a ver com essa Rainha Tsi Sgili morrer
ou ser morta porque uma rainha é definitivamente uma pessoa poderosa."
"Quem diabos é essa Rainha Tsi tanto faz?"
"Parece familiar para mim. O nome parece Cherokee. Eu me pergunto se pode ser -"
Minhas palavras se quebraram com meu arfar de choque e de repente eu sabia por que a
escrita me fez sentir tão estranha.
"O que?" Afrodite sentou de novo, tirando o pano do rosto e apertando os olhos para
mim. "Qual problema?"
"Essa escrita," eu disse através dos lábios que tinham ficado frios. "Essa é a letra da
minha avó."


VINTE E UM

"A letra da sua avó?" Afrodite disse. "Tem certeza?"
"Positiva."
"Mas isso é impossível. Eu escrevi a porcaria a apenas alguns minutos."
"Olha, eu fui praticamente transportada aqui por Darius, e isso deveria ser
impossível, mas eu definitivamente fiz isso."
"Sim, nerd, já que não existe tal coisa a não ser em Star Trek."
"Você reconhece a referencia do meio de transporte. Você é uma nerd também." Eu
disse presumidamente.
"Não, eu só estou rodeada de amigos nerds."
"Olha, eu tenho certeza que essa é a letra da minha vó, mas espera. Eu tenho uma
carta dela no meu quarto. Eu vou pegar. Talvez você tenha razão..." Eu ergui minhas
sobrancelhas para ela e acrescentei, "... para variar, e ele só me lembra a letra dela." Eu
comecei a correr para o meu quarto, mas pensando bem eu parei para mostrar o poema
para Afrodite. "Essa é sua letra normal?"
Ela pegou o papel da minha mão e piscou várias vezes para clarear a visão. Eu vi o
choque passar pelo rosto dela e sabia o que ela ia dizer antes de dizer. "Bem, merda! Essa
com certezaaaa não é minha letra."
"Eu já volto."
Eu tentei não pensar demais no que estava acontecendo enquanto eu corria pelo
corredor até o meu quarto, abria a porta, e recebi o "mee-uf-ow!" de surpresa de Nala
quando interrompi o sono de beleza dela.
Eu só levei um segundo para pegar o ultimo que vovó tinha me mandado. Ela estava
na minha mesa (uma versão muito mais barata que a de Afrodite). Na frente havia uma
figura de três freiras sorrindo (freiras!). Embaixo delas estava escrito, A BOA NOTICIA É
QUE ESTAMOS REZANDO POR VOCÊ. Virando o cartão havia uma continuação, A MÁ
NOTÍCIA É QUE SÓ TEM TRÊS DE NÓS. Eu ainda estava rindo quando voltei para o quarto
de Afrodite, enquanto imaginava se Irmã Mary Angela ia achar o cartão engraçado ou um
insulto. Eu apostei em engraçado, e fiz uma nota mental para perguntar para ela uma
hora dessas.
Afrodite já estava com a mão para fora quando voltei para o quarto dela. "Ok, me
deixa eu ver." Eu dei a ela o cartão e olhei para ela enquanto ela segurava a curta nota
que vovó tinha me escrito. Então ela segurou o papel que tinha o poema do lado dele e
ficou olhando de um para o outro, comparando a letra.
"Isso é muito estranho!" Afrodite disse, balançando a cabeça para as caligrafias
similares. "Eu juro que escrevi esse poema 5 minutos atrás, mas essa definitivamente é a
letra da sua avó e não minha. "Ela olhou para mim. O rosto dela estava ultra branco em
comparação com os horríveis olhos vermelhos. "É melhor ligar para ela."
"Yeah, eu vou. Primeiro eu quero saber tudo que você lembra sobre a visão."
"Tudo bem por você se eu fechar os olhos e colocar o pano de volta no rosto
enquanto conversamos?"
"Yeah, e eu vou pegar água fresca. Falando nisso, beba um pouco mais da sua
garrafa. Você parece, bem, mal."
"Não é de se admirar. Eu me sinto mal." Ela bebeu o resto da água de Fiji enquanto
em molhava o pano de novo. Depois deu dobrar ele o entregar para ela, ela deitou e se
ajeitou nos travesseiros de novo, distraidamente acariciando Malévola. "Eu queria saber
sobre o que é isso," ela disse.


"Eu acho que eu sei."
"Não brinca? Você descobriu o poema?"
"Não, não quis dizer isso. Eu acho que isso é sobre o mal pressentimento que Stevie
Rae e eu estamos sentindo em relação a Neferet. Ela está aprontando algo - algo muito
pior do que o normal. Eu acho que ela estava aprontando quando o que Loren foi morto."
"Eu não me ficaria surpresa se você estivesse certa, mas eu tenho que te dizer
Neferet não teve nenhum papel na minha visão."
"Então me explique."
"Bem, foi meio que estranhamente claro diferente do tipo das visões que eu tenho
tido ultimamente. Era um bonito dia de verão. Eu não sei dizer quem eu era, mas tinha
uma mulher sentada no meio de um campo ou, não, era mais como um pasto ou algo
assim. Eu podia ver um pequeno penhasco não muito longe, e eu podia ouvir água de
uma corrente ou um pequeno rio perto. De qualquer forma, a mulher estava sentada em
um grande e branco acolchoado. Eu lembro de pensar que não era muito inteligente da
parte da mulher ter um acolchoado branco no chão daquele jeito. Ia ficar todo
manchado."
"Não fica." Eu falei através da dormência e do frio. "Ele é feito de algodão, e lava
fácil."
"Então você conhece o que estou descrevendo?"
"É o acolchoado da vovó."
"Então devia ser sua avó que estava segurando o poema. Eu não vi o rosto dela. Na
verdade eu não vi muito dela. Ela estava sentada com as pernas cruzadas, e era como se
eu estivesse parada atrás dela, espiando por cima do ombro dela. Só que, quando eu vi o
poema, tudo saiu da minha visão e eu só me foquei nele."
"Porque você o copiou?"
Ela deu nos ombros. "Não sei. Eu só precisava, só isso. Então eu o escrevi enquanto
ainda estava tendo a visão. Então eu sai dela, procurei por Darius, pedi para ele te
chamar, e então eu acho que eu desmaiei."
"É isso?"
"O quem mais você quer? Eu copiei toda a porcaria do poema."
"Mas suas visões normalmente são avisos sobre coisas realmente ruins que vão
acontecer. Então onde está o aviso?"
"Não teve um. Na verdade, eu não tive nenhum mal pressentimento. Só havia o
poema. O campo era bem legal - quer dizer por ser da natureza. Como eu disse, era um
bonito dia de verão. Tudo parecia bem e feliz até eu sair da visão e minha cabeça e olhos
doíam pra caramba."
"Bem, eu tenho mal pressentimentos o bastante para nós duas," eu disse, tirando
meu telefone da bolsa. Eu olhei para a hora. Quase três da manha. Droga! Vovó ia estar
dormindo. Eu também percebi que perdi todas as minhas aulas hoje a não ser por aquela
cena publica com Erik na aula de teatro. Ótimo. Eu suspirei. Eu sabia que vovó ia ser
compreensiva - eu só esperava que meus professores também fossem.
Ela atendeu no primeiro toque.
"Oh, Zoeybird! Estou tão feliz por você ter ligado."
"Vovó, desculpe ligar tão tarde. Eu sei que você estava dormindo, e eu odeio te
acordar," eu disse.
"Não, u-we-tsi-a-ge-ya, eu não estava dormindo. Eu acordei horas atrás por causa de
um sonho com você, e estive acordada e rezando desde então."


A palavra Cherokee familiar para "filha" me fez sentir amada e segura, e de repente
eu desejei tanto que a fazenda de lavanda dela não fosse a uma hora e meia de Tulsa. Eu
queria poder ver ela agora e deixar ela me abraçar e me dizer que tudo ficaria bem, como
ela costumava fazer quando eu era pequena e ficava com ela depois que a minha mãe
casou com meu padrasto-perdedor e virou uma ultra-religiosa versão da Esposa de
Stepford.
Mas eu não era mais pequena, e vovó não podia me abraçar e espantar meus
problemas. Eu estava me tornando uma Alta Sacerdotisa, e pessoas dependiam de mim.
Nyx tinha me escolhido, e eu tinha que aprender a ser forte.
"Querida? O que é? O que aconteceu?"
"Está tudo bem, vovó; estou bem," Eu a assegurei rapidamente, odiando ouvir a
preocupação na voz dela. "É só que Afrodite teve outra visão, e tem algo a ver com você."
"Estou em perigo de novo?"
Eu não pude me impedir de sorrir. Ela soava preocupada e chateada quando achou
que algo estava errado comigo, mas quando era apenas ela que podia estar em perigo,
ela soava durona e pronta para dominar o mundo. Eu realmente amo minha vó!
"Não, eu acho que não," eu disse.
"Eu também acho que não," Afrodite disse.
"Afrodite disse que você não está em perigo. Pelo menos não nesse instante."
"Bem, isso é bom," vovó disse, soando muito "alias."
"Isso definitivamente é bom. Mas, vovó, o negocio é que eu realmente não entendo
sobre o que foi a visão de Afrodite dessa vez. Normalmente tem um aviso. Dessa vez ela
te viu segurando um pedaço de papel com um poema nele, e ela sentiu que precisava
copiar o poema." Eu não mencionei a parte sobre ela copiar a letra da vovó. Isso parecia
acrescentar uma coisa super estranha no que já era muito estranho. "Então ela copiou,
mas não faz sentido para nenhuma de nós."
"Bem, talvez você devesse ler o poema para mim. Talvez eu reconheça."
"Yeah, foi o que eu pensei. Ok, aqui vai." Suspirando Afrodite me entregou o pedaço
de papel com o poema nele. Eu peguei da mão dela e comecei a ler:

Antigo dormindo, esperando acordar
Quando o poder da terra sangra num vermelho sagrado
A marca padece verdadeira; a Rainha Tsi Sgili arquitetará

Aqui vovó me parou. "Se pronuncia t-sis-gi-li," ela disse, com uma ênfase especial na
ultima palavra. A voz dela soava estrangulada e ela falou quase como um sussurro.
"Você está bem, vovó?"
"Continue lendo, u-we-tsi-a-ge-ya," ela mandou, soando mais como ela mesma. Eu
continuei lendo, repetindo a ultima linha com a pronuncia certa:

A marca padece verdadeira; a Rainha Tsi Sgili arquitetará
Ele será lavado da cama que o enterra

Através da mão da morte ele é liberto
Terrível beleza, monstruosa visão
Governados novamente eles serão
Mulheres ajoelhar-se-ão ante sua vontade sombria


A música de Kalona soa doce
Enquanto nós morremos com a fria onda

Vovó arfou e chorou, "Oh Grande Espírito nos proteja!"
"Vovó! O que foi?"
"Primeiro a Tsi Sgili e agora Kalona. Isso é ruim, Zoey. Isso é muito, muito ruim."
O medo dela estava totalmente me assustando. "O que é Tsi Sgili e Kalona? Porque é
tão ruim?"
"Ela conhece o poema?" Afrodite perguntou, sentando e tirando o pano do rosto. Eu
notei que os olhos dela estavam começando a parecer mais normais e o rosto dela tinha
um pouco mais de cor.
"Vovó, você se importa se eu colocar no viva voz?"
"Não, é claro que não, Zoeybird."
Eu pressionei o botão do viva voz e coloquei ele na cama ao lado de Afrodite. "Ok,
você está no viva voz agora, vovó. Estamos apenas eu e Afrodite aqui."
"Afrodite e eu," ela automaticamente me corrigu.
Eu virei meus olhos para ela. "Desculpe, vovó, Afrodite e eu."
"Sra. Redbird, você reconhece o poema?" Afrodite perguntou.
"Querida, me chame de Vovó. E, não, eu não o reconheço, como se tivesse lido ele
antes. Mas eu ouvi ele, ou pelo menos ouvi sobre o mito, passado de geração em geração
pelo nosso povo."
"Porque você surtou sobre a parte do Tsi Sgili e Kalona?" eu perguntei.
"Eles são demônios Cherokee. Espíritos malignos do pior tipo." Vovó hesitou, e eu
podia ver ela mexendo em algo. "Zoey, eu vou acender a panela de ervas antes de
continuarmos falando sobre essas criaturas. Estou usando salva e lavanda. Vou assoprar a
fumaça com um pena enquanto falamos. Zoeybird, sugiro que você faça o mesmo."
Eu senti uma onda de surpresa. Fazer fumaça era usado em rituais dos Cherokee a
mais de centenas de anos - especialmente quando limpeza, purificação, e proteção eram
necessários. Vovó se esfumaçava e se limpava regularmente - eu cresci acreditando que
era só um jeito de honrar o Grande Espirito e manter meu próprio espírito limpo. Mas
nunca na minha viva vovó sentiu a necessidade de fazer isso devido a menção de alguém
ou alguma coisa.
"Zoey, você deveria fazer isso agora," vovó disse afiadamente.


VINTE E DOIS

Como sempre, quando vovó me dizia para fazer algo, eu fazia. "Ok, yeah. Eu vou. Eu
tenho um galho no meu quarto. Eu vou pegar." Eu dei um olhar para Afrodite e ela
acenou, me enxotando em direção a porta com a mão tremula.
"Quais ervas?" Vovó perguntou.
"Salva branca e lavanda. É as que eu mantenho na minha gaveta," eu disse.
"Ótimo, ótimo. Isso é bom. É pessoal para você, mas a mágica não foi liberada ainda.
Bom."
Eu voltei para o quarto de Afrodite.
"Eu tenho a parte da panela coberta," Afrodite disse, me entrando uma tigela que
estava decorada com uvas tridimensionais e uma videira que decorava toda ela. Era
absolutamente linda e parecia cara e velha. Ela deu nos ombros. "Yeah, é cara."
Eu virei os olhos para ela. "Ok, eu tenho a tigela, vovó."
"Você tem uma pena? De um pássaro pacifico, como um pombo, ou um pássaro
protetor, como um falcão ou uma águia seriam melhor."
"Uh, vovó, não. Eu não tenho nenhuma pena." Eu olhei questionadoramente para
Afrodite.
"Eu também não tenho," ela disse.
"Não importa, podemos fazer sem. Está pronta, Zoeybird?"
Eu acenei o pequeno galho com as ervas até o fogo se espalhar e a fumaça começar
a se erguer. Então eu coloquei na tigela e a coloquei entre nós. "Estou pronta. Esta
esfumaçando perfeitamente."
"Passe ela ao redor de você. Garotas, as duas precisam se concentrar em proteção e
espíritos protetores. Pense na deusa de vocês e no quanto ela ama vocês."
Fizemos o que vovó disse. Nós duas passamos a fumaça gentilmente ao nosso redor
com nossas mãos enquanto inalávamos devagar.
Malévola espirrou, rosnou, e pulou da cama para desaparecer no banheiro de
Afrodite. Eu não posso dizer o quanto eu sinto que ela tenha saído.
"Agora mantenha a panela perto enquanto me ouve com muita atenção." Vovó disse.
Eu ouvi ela respirar fundo a fumaça antes de começar, "Primeiro você deveria saber que
Tsi Sgili são bruxas Cherokee, mas não se engane pelo titulo "bruxa." Elas não seguem os
caminhos lindos e pacificos das Wicca. E nem são sábias sacerdotisas que você conhece e
respeita que servem Nyx. Uma Tsi Sgili vive como uma rejeitada, separada da sua tribo.
Elas são más, completamente. O prazer delas é matar; elas se alegram com a morte. Eles
tem poderes mágicos garantidos pela dor e medo de suas vitimas. Eles se alimentam da
morte. Eles podem torturar e matar com o ane li sgi."
"Não sei o que isso significa, vovó."
"Significa que são poderosos psiquicamente e podem matar com a mente."
Afrodite olhou para mim. Nossos olhos se encontraram e eu percebi que estavamos
pensando a mesma coisa: Neferet é uma poderosa psíquica.
"Quem é rainha de quem o poema fala?" Afrodite perguntou.
"Não conheço nenhuma rainha Tsi Sgili. Eles são seres solitários e não tem
hierarquia. Mas eu não sou uma autoridade para falar sobre eles."
"Então Kalona é um Tsi Sgili?" eu perguntei.
"Não. Kalona é pior. Muito pior. Os Tsi Sgili são maus e perigosos, mas são humanos
e podem ser lidados como qualquer humano pode." Vovó pausou, e eu podia ouvir ela
respirando mais a fumaça. Quando vovó começou a falar de novo, a voz dela abaixou,


como se ela estivesse preocupada em ser ouvida. Ela não soava exatamente assustada.
Ela suava cautelosa. Cautelosa e muito, muito séria.
"Kalona é o pai dos Corvos Escarnecedores e ele não é humano. Podemos chamar ele
e seus filhos de demônios, mas isso não é muito certo. Acho que o melhor jeito que eu
posso descrever Kalona é que ele é um anjo."
Um frio calafrio passou pelo meu corpo quando vovó disse a palavra Corvos
Escarnecedores; então eu percebi o que mais ela disse, e pisquei surpresa. "Um anjo?
Como na bíblia?"
"Eles não deveriam ser bons?" Afrodite perguntou.
"Eles devem ser. Mantenha em mente que a tradição cristã diz que Lucifer era o mais
brilhante e lindo anjo, mas ele caiu."
"É mesmo. Esqueci disso," Afrodite disse. "Então esse Kalona era um anjo que caiu e
virou mal?"
"De certa forma. Em tempos antigos, anjos andavam na terra e procriavam com
humanos. Muitas pessoas tem historias para descrever essa época. A bíblia chama de
Nefilim * (*http://pt.wikipedia.org/wiki/Nefilim). Os gregos e os romanos chamam de
Deuses do Olímpio. Mas seja como for que eles são chamados, de todas as histórias
existem dois pontos: Primeiro, que eles são lindos e poderosos. Segundo, eles acasalam
com humanos."
"Faz sentido," Afrodite disse. "Se eles são tão lindos, é claro que as mulheres querem
estar com eles."
"Bem, eles são seres excepcionais. As pessoas Cherokee contam sobre um anjo em
particular, lindo além de qualquer comparação. Ele tem asas da cor da noite, e podia
mudar de forma em uma criatura que parece um enorme corvo. A principio nosso povo
deu boas vindas a ele como um bom visitante. Cantamos musicas para ele e dançamos
por ele. Nossa colheita teve sucesso. Nossas mulheres eram férteis. Mas gradualmente
tudo mudou. Eu não sei porque. As histórias são muito antigas. Muitas foram perdidas
pelo tempo. Meu palpite é que é difícil ter uma boa vida entre nós, não importa o quão
lindo ele seja."
"A música que eu lembro que minha vó cantava conta que Kalona mudou quando ele
começou a mentir para as virgens da nossa tribo. A história conta que depois da primeira
vez que ele cruzou com uma virgem, ele ficou obcecado. Ele precisava ter mulheres - ele
as deseja constantemente, e ele também as odiava por causarem a ele a luxuria e a
necessidade que ele sentia por elas."
Afrodite fez uma careta. "Eu aposto que ele que sentia a luxuria, não elas. Ninguém
quer um cara que é um mulherengo, não importa o quão gostoso ele seja."
"Você tem razão, Afrodite. A música da minha avó dizia que as virgens viravam seus
rostos para ele, e foi aí que ele virou um monstro. Ele usou o poder divino dele para
governar nossos homens enquanto ele sujava nossas mulheres. E nesse tempo o ódio dele
por mulheres cresceu com uma intensidade que era muito assustadora por causa da
obsessão dele por elas. Eu ouvi uma velha Sábia Mulher falar uma vez, e ela disse que
para Kalona as mulheres Cherokee eram água e ar e comida - a vida dele, embora ele
odiasse precisar delas tão desesperadamente." Ela pausou de novo, e eu pude facilmente
ver o olhar de nojo no rosto dela que estava espelhado na voz enquanto ela continuava a
história.
"As mulheres que ele estuprou engravidaram, mas a maior parte delas deu a luz a
coisas mortas, irreconhecíveis crianças de qualquer espécie. Mas de vez enquando, um


dos filhos dele sobrevivia, embora claramente não fosse humano. As histórias dizem que
os filhos de Kalona são corvos, com os olhos e membros de um homem."
"Eeeewww, o corpo de um corvo e as pernas e olhos de um homem? Isso é nojento,"
Afrodite disse.
Um calafrio passou por mim. "Eu estive ouvindo corvos, muitos deles. Eu acho que
um deles tentou me atacar. Eu bati nele, e ele arranhou minha mão."
"O que! Quando?" Vovó surtou.
"Eu estive ouvindo eles a noite. Eu achei que era estranho eles fazerem tanto
barulho. E... e então ontem a noite algo que eu não conseguia ver bateu asas perto de
mim, como um horrível pássaro invisível. Eu bati nele e então corri para dentro da escola
e chamei o fogo para fazer o frio ir embora."
"E funcionou? O fogo o espantou?" vovó disse.
"Yeah, mas eu sinto olhos em mim desde então."
"Corvos Escarnecedores," a voz de vovó era dura como aço. "O que você está
lidando são espiritos dos filhos demônios de Kalona."
"Eu também tenho escutado eles," Afrodite disse, parecendo pálida de novo. "Na
verdade estive pensando o quão irritante eles tem sido nas ultimas noites."
"Desde que a professora Nolan foi morta," eu disse.
"Eu acho que foi aí que eu comecei a notar também. Ohmeudeus, Vovó! Eles podem
ter algo a ver com a morte da professora Nolan e de Loren?"
"Não, eu acho que não. Os Corvos Escarnecedores perderam sua forma física. Eles só
tem seus espíritos sobrando e podem fazer pouco mal a não ser para aqueles que estão
perto da morte. O quão mal eles machucaram sua mão, querida?"
Automaticamente eu olhei para minha mão sem marcas. "Não muito. O arranhão
desapareceu alguns minutos depois."
Vovó hesitou antes de dizer, "Eu nunca ouvi falar de Corvos Escarnecedores serem
capazes de machucar uma pessoa jovem. Eles são travessos - espíritos negros que tem
prazer em irritar os vivos e atormentar aqueles prestes a morrer. Eu não acredito que eles
podem causar a morte de um vampiro saudável, mas eles podem ter sido atraídos a
House of Night pela morte desses vampiros, e de alguma forma ter ficados mais fortes por
causa deles. Cuidado. Eles são criaturas terríveis, e a presença deles sempre é um mal
pressagio."
Enquanto vovó falava meus olhos se alargaram e voltaram para o poema. De novo e
de novo em fiquei lendo a linha Através da mão da morte ele é liberto.
"O que aconteceu com Kalona?" eu perguntei bruscamente.
"Foi a insaciável luxuria dele por mulheres que eventualmente o destruiu. Os
guerreiros da tribo tentaram por anos sobrepujar ele. Eles simplesmente não conseguiam.
Ele era uma criatura de mito e magia, e só mito e magia podia derrotar ele."
"Então o que aconteceu?" Afrodite disse.
"A Ghigua chamaram um conselho secreto de Mulheres Sábias de todas as tribos."
"O que é Ghigua?" eu perguntei.
"É o nome Cherokee para Mulher Amada da nossa tribo. Ela é uma Mulher Sábia com
dons, uma diplomata, e geralmente muito próxima do Grande Espirito. Cada tribo escolhe
uma, e ela serve no conselho de mulheres."
"Basicamente são Alta Sacerdotisas?" eu perguntei.
"Sim, essa é uma boa maneira de pensar nelas. Então Ghigua juntos as Mulheres
Sábias, e elas se encontraram num lugar secreto onde Kalona não poderia as ouvir - uma
caverna na terra."


"Porque ele não podia ouvir elas lá?" Afrodite perguntou.
"Kalona tem uma aversão a terra. Ele é uma criatura do céu, que é onde ele
pertence."
"Bem, porque o Grande Espirito ou algo assim não o fez voltar para onde ele
pertencia?" eu disse.
"Livre Arbitrio," vovó disse. "Kalona era livre para escolher seu caminho, assim como
você e Afrodite são livres para escolher o de vocês."
"Livre arbítrio as vezes é uma droga," eu disse.
Vovó riu com um som feliz e familiar e eu relaxei um pouco. "De fato as vezes ele é
uma droga, u-we-tsi-a-ge-ya. Mas nesse caso, o livre arbítrio das Ghigua é o que salvou
nossa gente."
"O que elas fizeram?" Afrodite disse.
"Usaram a mágica das mulheres para criar uma virgem tão linda, que seria
impossível Kalona resistir."
"Criaram uma garota? Você quer dizer que elas fizeram algum tipo de transformação
mágica em alguém?"
"Não, u-we-tsi-a-ge-ya, eu quis dizer criaram uma virgem. A Ghigua que era a que
tinha mais dons criou o corpo de uma virgem do barro, e criou um rosto que era lindo
além da comparação. A Ghigua criou a mais bem dotada de todas as tribos ela tinha
longos cabelos negros que caiam em ondas ao redor da fina cintura dela. A Ghigua
desenhou um vestido para ela que era branco como a lua cheia, e todas as mulheres o
decoraram com conchas e contas e penas. A Ghigua que era a mais a dotada com os pés
deu a ela longas pernas e a dotou de velocidade. E a Ghigua que era conhecida como a
mais talentosa cantora de todas as tribos sussurrou doces palavras para ela, dando a ela a
mais agradável de todas as vozes."
"Cada uma das Ghigua cortaram suas palmas e usaram seu próprio sangue como
tinta para desenhar no corpo dela símbolos de poder representando o Sete Sagrado:
norte, sul, leste, oeste, acima, abaixo, e espírito. Então elas juntaram as mãos na linda
figura, e usando seus poderes combinados, deram vida a ela."
"Você tem que estar brincando, vovó! As mulheres fizeram o que era basicamente
uma boneca ganhar vida?" eu disse.
"É o que a história conta," ela disse. "Mocinha, porque isso é mais difícil acreditar do
que uma garota que pode chamar os cinco elementos?"
"Huh," eu disse, me sentindo corar com repreensão dela. "Eu acho que você tem
razão."
"Claro que ela tem razão. Agora fique quieta e deixe ela contar o resto da história,"
Afrodite disse.
"Desculpe vovó," eu murmurei.
"Você deve lembrar que mágica é real, Zoeybird," vovó disse. "É perigoso esquecer
isso."
"Eu vou lembrar," eu assegurei a ela, pensando sobre o quão irônico era eu poder
duvidar do poder da magica.
"Então, continuando," vovó disse, me fazendo voltar minha atenção de volta para a
história. "As mulheres Ghigua deram vida a ela e colocaram um propósito na mulher que
elas chamaram de A-ya."
"Hey, eu conheço essa palavra. Significa "eu"," eu disse.
"Muito bom, u-we-tsi-a-ge-ya. Eles a chamaram de A-ya porque ela tinha um pedaço
de cada uma delas dentro dela - ela era, para cara mulher Ghigua, eu."


"Isso é bem legal, na verdade," Afrodite disse.
"As Ghigua não contaram a ninguém sobre A-ya - nem a seus maridos ou filhos,
filhos, ou pais. No amanhecer seguinte, eles a levaram para fora da caverna em um lugar
perto de uma corrente onde Kalona ia toda manha para se banhar, sempre sussurrando
para ela o que ela deveria fazer."
"Então foi lá, sentada no caminho no sol da manha, trançando o cabeço e cantando a
musica de uma virgem, que Kalona a viu, e - como as mulheres sabiam que ele faria - ele
ficou instantaneamente obcecado em possuir ela. A-ya fez o que ela foi criada para fazer.
Ela correu de Kalona com a mágica velocidade. Kalona a seguiu. Na feroz necessidade
dele para a ter, ele mal hesitou na boca da caverna na qual ela desapareceu, e ele não viu
que as mulheres Ghigua o seguiram, nem ele ouviu o encantamento mágico delas."
"Kalona pegou A-ya nas profundezas de terra. Ao invés de gritar e lutar contra ele, a
mais lindas das virgens deu boas vindas a ele com braços suaves e um corpo convidativo.
Mas no instante em que ele a penetrou, aquele suave, e convidativo corpo voltou a ser o
que tinha sido antes - terra e espírito de mulheres. Os braços e pernas dela se tornaram
barro que o seguraram, o espírito dela a areia movediça que o prendeu, enquanto as
Mulheres Ghigua chamavam a Mãe da Terra para selar a caverna, prendendo Kalona no
abraço eterno de A-ya. E ele ainda está lá até hoje, firmemente seguro no seio da terra."
Eu pisquei, como se estivesse emergindo depois de um longo e profundo mergulho, e
meus olhos passaram pelo poema ao lado da cama e ao vaso de lavanda. "Mas e quanto
ao poema?"
"Bem, a prisão de Kalona não foi o fim da história. No momento que o tumulo dele
foi selado, cada uma das crianças dele, os terríveis Corvos Escarnecedores, começaram a
cantar uma musica com uma voz humana que prometia que Kalona algum dia retornaria,
e descreveram a horrível vingança que ele faria contra os seres humanos, especialmente
mulheres. Hoje os detalhes da musica dos Corvos Escarnecedores estão basicamente
perdidas. Até minha avó sabia apenas partes do que dizia, e eram apenas palavras
sussurras pela avó dela. Poucas pessoas quiseram lembrar da música. Elas achavam que
daria azar se aprofundar em tamanho horror, embora o suficiente sobreviveu para ser
passado de mãe para filha para eu poder te contar sobre o Tsi Sgili e a terra que sangra,
e como o pai deles uma pessoa terrivelmente linda iria se erguer novamente." Vovó
hesitou enquanto Afrodite e eu encarávamos o poema horrorizadas. Finalmente ela disse,
"Eu tenho medo que o poema da sua visão seja a musica que os corvos cantaram. E eu
acho que é um aviso de que Kalona está prestes a retornar."


VINTE E TRÊS

"É um aviso," Afrodite disse solenemente. "Todas as minhas visões são avisos de
tragédias que podem acontecer. Essa não foi diferente."
"Eu acho que você tem razão," Eu disse para Afrodite e vovó.
"E as visões de Afrodite são avisos que, se prestarmos atenção, podemos impedir
que as coisas terríveis aconteçam?" Vovó disse.
Afrodite parecia em duvida, então eu respondi por ela, fazendo minha voz soar muito
mais certa do que eu me sentia. "Sim, elas são. A visão dela salvou você, vovó."
"E várias outras pessoas que teriam morrido na ponte aquele dia também," vovó
disse.
"Tudo que tivemos que fazer foi descobrir como impedir o acidente de acontecer do
jeito que ela viu, então isso é tudo que temos que fazer com o aviso também," eu disse.
"Eu concordo, Zoey. Afrodite é um vaso de Nyx, e a deusa claramente está
avisando."
"Ela também claramente quer que você nos ajude," Afrodite disse. "Foi você que eu
vi lendo o poema." Ela hesitou, olhando para mim, e eu acenei, entendendo o que mais
ele queria dizer para vovó. "Quando eu copiei o poema, saiu com a sua letra."
Eu ouvi o pequeno arfar de surpresa. "Você tem certeza?"
"Yeah," eu disse. "Até peguei uma das suas cartas para chegar. Definitivamente é a
sua letra."
"Então eu devo concordar que Nyx quer eu tenha um papel nisso," vovó disse.
"Isso não é surpreendente," eu disse. "Você é a única Mulher Ghigua."
"Oh, querida! Eu não sou uma Mulher Ghigua. Isso é algo que uma tribo toda vota, e
além do mais, não existe uma mulher Ghigua a gerações."
"Bem, você tem meu voto," Afrodite disse.
"E o meu," eu disse. "E eu aposto que do Damien e as Gêmeas. Além do mais, nós
somos meio que uma tribo própria."
Vovó riu. "Bem, eu não iria discutir com a tribo."
"Você deveria vir aqui," Afrodite disse de repente.
Eu olhei para ela surpresa, e ela acenou a cabeça devagar, muito seria. Eu ouvi meus
instintos e eu soube com cada batida do meu coração que Afrodite estava certa.
"Oh, Afrodite, obrigado, mas não. Eu realmente não gosto de sair da minha fazenda
de lavanda. Vamos apenas conversar no telefone e mandar mensagens enquanto
descobrimos isso."
"Vovó, você confia em mim?" eu disse.
"É claro que confio em você, filha," ela disse sem hesitar.
"Você precisa vir aqui," eu disse simplesmente.
O telefone ficou silencioso, e eu quase podia ouvir vovó pensando. "Eu vou pegar
apenas algumas coisas," ela finalmente disse.
"Traga um pouco daquelas penas," Afrodite disse. "Eu aposto que vamos ter que
fazer mais fumaça."
"Eu vou, criança," vovó disse.
"Venha agora, vovó." Eu odiava o senso de urgência que eu estava sentindo.
"Hoje à noite, Zoeybird? Não posso esperar até o amanhecer?"
"Hoje à noite." Como se fosse para pontuar o meu pedido pelo telefone, Afrodite e
eu ouvimos assustador som de um profundo e bizarro choro de um corvo. Foi tão alto,
que podia estar na quente e limpa sala dela. "Vovó! Você está bem?"


"Eles são espíritos, u-we-tsi-a-ge-ya. Eles não podem me fazer mal algum a não ser
que eu esteja próxima da morte, e eu posso te assegurar - não estou nem perto de
morrer," ela disse firmemente.
Eu lembrei do medo que eles traziam com eles e do calafrio que se ergueu na minha
mão, e não estava certa dela estar 100% convencida sobre isso. "Só se apresse, vovó.
Vou me sentir muito melhor quando você estiver aqui," eu disse.
"Eu também," Afrodite disse.
"Estarei com você em duas horas. Eu te amo, Zoeybird."
"Eu também te amo."
Eu estava pronta para desligar quando vovó disse, "e eu também te amo, Afrodite.
Essa pode ser a segunda vez que você salva a minha vida."
"Tchau. Vejo você logo," Afrodite disse.
Eu desliguei e fiquei surpresa pelos olhos de Afrodite, que agora estavam quase
completamente azuis de novo, tinham se enchido de lagrimas e ela estava corada. Ela
sentiu eu a observar deu nos ombros e limpou os olhos, parecendo desconfortável. "O
que? Então eu meio que gosto da sua avó. Isso é um crime?"
"Sabe, estou começando a achar que algum lugar dentro de você existe uma Afrodite
boa."
"Bem, não fique toda alegrinha e entusiasmada. Assim que eu encontrar ela, eu vou
afogar ela na banheira."
Eu só ri para ela.
"Você não acha que precisa ir? Você tem muitas coisas pra fazer."
"Huh?" eu disse.
Ela suspirou. "Você tem que encontrar a horda de nerds, informar a elas sobre o
poema e tudo mais, e descobrir onde sua avó vai ficar, o que significa que você vai
precisar da aprovação da Shekinah, já que eu aposto que você não quer uma conversinha
com Neferet, e ainda tem a câmera babá que você tem que pedir para Jack instalar no
necrotério. Boa sorte com isso."
"Merda, você tem razão. Enquanto eu faço tudo isso, o que você vai fazer?"
"Eu vou estar aqui descansando para ficar pronta para colocar os super poderes do
meu cérebro para trabalhar no quebra cabeça do poema."
"Então você vai dormir?"
"Basicamente. Hey, se anime. Conseguimos matar um dia todo de aula," ela disse.
"Você conseguiu matar um dia todo de aula. Eu consegui ir para a aula que meu ex-
namorado está ensinando em tempo de ter uma desconfortável e mais do que
embaraçosa improvisação de uma cena com ele na frente da turma toda."
"Oooohh! Eu quero saber de tudo!"
"Vai esperar sentada," eu disse por cima dos ombros quando fui para a porta.
Damien e as Gêmeas não foram difíceis de encontrar. Eles estavam no andar de
baixo, comendo pretzels e batatinhas. (Ugh! É uma droga vampiros fazerem a gente
comer coisas saudáveis.) Ficou obvio quando todos calaram a boca quando me viram e
então começaram a falar ao mesmo tempo que eles estavam fofocando sobre mim.
"Oh, querida. Ficamos sabendo sobre Erik e a aula de teatro," Damien disse, me
dando uma batidinha simpática no meu braço.
"Yeah, mas não ouvimos o bastante sobre isso," Shaunee disse.
"É a gente definitivamente precisa de detalhes dos envolvidos," Erin disse.
"Você é a envolvida," Shaunee terminou.


Eu suspirei. "Nós fizemos uma improvisação. Ele me beijou. A turma enlouqueceu.
Todos saíram quando o sino tocou. Eu fiquei. Ele me ignorou. O fim."
"Oh, nuh-uh. Você não vai se safar com só esses detalhes," Erin disse.
"Yeah, nós conseguimos mais detalhes com Becca. Você sabe, Gêmea, eu acredito
que aquela garota gosta do Erik," Shaunee disse.
"É mesmo, Gêmea? Devemos arrancar os olhos dela pela Z?" Erin disse. "Eu não faço
isso a um bom tempo."
"Vocês são tão banais," Damien disse. "Erik e Zoey terminaram, lembra?"
"Yeah, bem, seu vocabulário é uma droga," Erin disse.
"Exato," Shaunee disse.
"Nossa senhora! Dá pra vocês pararem de brigar? Nós temos muita coisa
acontecendo o que faz minha patética vida amorosa parecer ainda mais ridícula do que ela
já é. Agora eu vou pegar uma coca e tentar como o inferno achar uma batatinha de
verdade na cozinha. Enquanto eu faço isso, levantem as bundas subam e me encontrem
no quarto de Afrodite. Temos mais coisas pra conversar."
"Coisas?" Damien disse. "Que tipo de coisa?"
"As mesmas velhas e assustadoras coisas, que são um risco de vida, e sobre o fim do
mundo que estamos tão acostumados," eu disse.
Damien e as Gêmeas piscaram para mim por alguns segundos; então os três
murmuram, "Ok, legal. Estamos nessa."
"Oh, e Damien," eu disse. "Chame o Jack. Ele é parte disso também."
Damien parecia surpreso e então feliz, e então um pouco triste. "Z, está tudo bem
trazer Duquesa? A cadela não o tira de vista."
"Yeah, ela pode vir. Mas avise ele que Afrodite tem uma gata, e a gata é uma
estranha e peluda clone de Afrodite."
"Oh, ewwwww," as Gêmeas falaram.
Balançando a cabeça, eu desapareci na cozinha, determinada a não deixar nenhum
deles me dar uma dor de cabeça.

"Ohmeudeus, eu acho que vou desmaiar," Jack se imitou de desmaiar enquanto ele
parecia muito, muito pálido e continuava olhando para a janela. Duquesa, que estava
estufada no quarto de Afrodite no meio de todos nós e do gato dela, inclinado contra ele e
reclamando. Jack foi o primeiro a falar depois de um longo silencio que se seguiu depois
que Afrodite e eu falamos sobre a visão dela, o poema, a história da vovó sobre o Tsi
Sgili, Corvos escarnecedores, e Kalona.
"Ok, essa é a historia mais assustadora que eu já ouvi." Shaunee soava quase sem
ar. "Eu juro que é mais assustadora do que todos os filmes do sexta feira 13 juntos."
"Ohmeudeus, Gêmea. Sexta feira 13 quatro me assustou pra caramba," Erin disse.
"Mas você tem razão. Essas coisas sobre Kalona são muito mais assustadoras. E eu acho
que é uma boa idéia chamar a sua avó aqui, Z."
"Idem, Gêmea." Shaunee disse.
"Oh, Z!" Jack chorou, acariciando as orelhas de Duquesa freneticamente. "Só de
pensar nesses corvos nojentos com a sua doce avó sentada ali no meio da casa naquela
fazendo de lavanda me dá arrepios."
"Muito bom," Afrodite disse. "Como se Zoey já não estivesse assustada o bastante
sem vocês três sentido a necessidade de torcer a faca no estomago dela."
"Oh, jeesh! Desculpa, Zoey!" Jack instantaneamente disse, segurando Damien com
uma mão e acariciando Duquesa com a outra. Ele parecia que ia chorar.


Eu esperei que as Gêmeas bufassem e assoviassem para Afrodite como sempre, mas
ao invés disso elas trocaram um olhar e viraram para mim.
"Desculpa, Z," Erin disse.
"Yeah, a vadia - digo, Afrodite - está certa. Nós deveríamos ter assustado você
sobre sua avó," Shaunee disse.
"Droga. As Gêmeas Nerds acabaram de dizer algo bom sobre mim?" Afrodite
pressionou a mão contra a testa e fingia desmaiar.
"Se te faz sentir melhor," Shaunee disse.
"Ainda odiamos você," Erin terminou.
"Uh, por favor, podemos lembrar que Duquesa só passou por coisas o suficientes nos
últimos dias?" Me curvando na frente do grande labrador, eu coloquei o rosto dela entre
as minhas mãos. Os olhos dela eram calmos e sábios, como se ela já entendesse muito
mais do que nós. "Você é uma garota melhor que nós, não é?"
Duquesa lambeu meu rosto, e eu sorri. Ela me lembrava do Stark - o vivo, e
respirando, e confiante Stark - e eu senti uma onda de esperança de que talvez ele
voltasse por seu cachorro (e por mim). Mesmo que ele fosse só fazer minha vida ficar
mais complexa, de alguma forma isso me faz sentir que as coisas não são tão
assustadoras quanto eu acho que são. Então Damien quebrou minha ilusão.
"Me deixe ver o poema." Típico para o Sr. Estudioso, ele foi logo ao ponto, cortando
uma boa parte do drama.
Me sentindo aliviada por ter outro cérebro pra desvendar ele, eu levantei e entreguei
para ele o poema.
"Primeiro, você sabe que chamar de poema está errado," Damien disse.
"Vovó chamou de música," eu disse.
"Também não é isso. Ou pelo menos na minha opinião não é."
Eu tinha muito respeito pela opinião de Damien, especialmente em algo vagamente
acadêmico, então eu disse, "se não é um poema ou uma música, o que é então?"
"É uma profecia," ele disse.
"Bem, merda! Ele tem razão," Afrodite disse.
"Infelizmente, tenho que concordar," Shaunee disse.
"Puxa vida que porcaria de confusão com a linguagem. Sim é definitivamente uma
profecia," Erin disse.
"Profecia, como em O senhor dos Anéis sobre o retorno do rei?" Jack disse.
Damien sorriu para ele. "Sim, exatamente assim."
Então todos olharam para mim. "Para mim parece certo," eu disse idiotamente.
"Certo. Vamos trabalhar em decifrar ela." Damien estudou a profecia. "Ok, então,
está escrito num esquema abab cdcd esquema de ritmo, quebrando em três estrofes."
"Isso é importante?" eu perguntei. "Quero dizer, estamos chamando de profecia ao
invés de um poema, então a gente se importa com esse negocio de abab?"
"Bem, não tenho 100% de certeza, mas está escrito numa forma poética, então meu
palpite é que devemos usar as regras da poesia para decifrar ele."
"Ok, parece lógico," eu disse.
"Estrofes poéticas são sinônimos a parágrafos em prosa - cada um contém um
assunto, embora tenha que se encaixar no todo."
"Esse é meu garoto!" Jack disse, rindo e abraçando Duquesa.
"Droga, o garoto é inteligente," Shaunee disse.
"Um serio nerd," Erin disse.
"Só estou vendo ele me dar uma dor de cabeça," Afrodite disse.


"O que significa que precisamos olhar para cada estrofe separadamente primeiro," eu
disse. "Certo?"
"Não vai doer," Damien disse.
"Leia em voz alta," Afrodite disse. "Foi mais fácil entender quando Zoey leu em voz
alta."
Ele clareou a garganta e leu a primeira estrofe com uma excelente voz de leitura.

Antigo dormindo, esperando acordar
Quando o poder da terra sangra num vermelho sagrado
A marca padece verdadeira; a Rainha Tsi Sgili arquitetará
Ele será lavado da cama que o enterra

"Bem, é obvio que o antigo a quem está se referindo é Kalona," Damien disse.
"E Afrodite e eu já decidimos que a terra sangrando pode ser de alguém ser morto,
como a professora Nolan." Eu pausei e engoli. Eu deveria ter acrescentado Loren, mas eu
não conseguia me fazer dizer o nome dele.
"Quando eu encontrei ela, foi - havia muito sangue por cima da grama - ele não
tinha se afundado então parecia como se a terra estivesse sangrando." A voz de Afrodite
era abatida com a memória.
"Yeah, definitivamente pode ser descrito como a terra sangrando," eu concordei. "E
se a pessoa ou vampiro que for morta é poderosa, isso encaixaria na referencia ao poder."
"Ok, isso funciona, especialmente quando você acrescenta as próximas duas linhas.
Obviamente essa Rainha Tsi Sgili orquestra a coisa toda." Damien parou e enrugou a
testa, então acrescentou, "Sabe, pode ser um truque. Tsi Sgili orquestra, ou faz o que
está para acontecer, mas e o poderoso sangue dela que faz a terra sangrar e ser lavado
da cama dele."
"Ugh, nojento," Shaunee disse.
"Então quem é a Rainha Tsi Sgili?" Erin perguntou.
"Não temos certeza. Vovó não faz idéia. Na verdade, ela não sabe muito sobre os Tsi
Sgili, a não ser que são perigosos e se alimentam da morte," eu disse.
"Está bem, então devemos manter os olhos abertos para uma rainha em potencial,"
Damien disse.
"Embora não façamos idéia de quem ela possa ser?" Shaunee disse.
"Nós temos idéia sim," Erin disse. "A vó de Zoey disse que Tsi Sgili se alimentam da
morte, então tem que ser alguém que fica mais forte depois que alguém morre."
"E a vó de Zoey também disse que os Tsi Sgili usam algo chamado... uh... ane li -
era isso, Zoey?" Afrodite disse.
"Ane li sgi," eu disse. "Significa que são fortes psíquicos." Eu respirei fundo e
continuei. "Eu acho que todos conhecemos um vampiro em particular que se encaixa
nessa descrição."
"Neferet," Damien sussurrou.
"Ok, todos sabemos que ela não é o que parece ser," Erin disse.
"Mas isso significa que ela é do mal e pode ser uma possível Tsi Sgili?" Shaunee
disse.
Afrodite e eu nos olhamos. Eu tomei uma decisão e acenei.
"Ela escolheu um caminho diferente do de Nyx," Afrodite disse.
As Gêmeas arfaram. Jack abraçou Duquesa, e eu juro que ele fez um som canino de
reclamação.


"Tem certeza?" Damien disse, a voz dele um pouco tremula.
"Sim. Temos certeza," eu disse.
"Então tem grandes chances de Neferet ser a rainha da qual a profecia se refere."
Eu senti meu estomago revirar enquanto mais pedaços do quebra cabeça se
encaixavam. "Neferet está diferente desde as mortes da professora Nolan e de Loren."
"Oh, deusa! Você está dizendo que ela teve algo a ver com aquelas mortes
horríveis?" Jack arfou.
"Eu não sei se ela teve algo a ver com eles, ou se ela só se aproveitou de efeito
deles," eu disse. Então eu lembrei da cena que eu testemunhei entre Loren e Neferet logo
depois dele ser morto. Eles eram amantes - era tão obvio. E ele estava apaixonado por
ela, mas ela fez ele me usar - usar o amante dela para me seduzir e então ter um Imprint
comigo. Como ela podia amar ele e o mandar fazer isso?
E se a versão dela para amor fosse tão distorcida quanto ela tinha se tornado? Isso
significa que ela podia assassinar alguém que ela amava?
"Mas pensamos que as Pessoas de Fé tinham algo a ver com essas mortes," Shaunee
estava dizendo.
"Talvez seja isso que a rainha Tsi Sigili quer que a gente pense," Damien disse,
evitando o uso do nome de Neferet, o que eu achei que era inteligente.
"Você tem razão. Primeiro esses assassinatos, então Afrodite tem algumas visões
uma logo depois da outra sobre eu ser morta - e Neferet está definitivamente envolvida
em pelo menos uma delas, e então aparece outra visão sobre essa profecia? É muita
coincidência. Talvez devesse parecer um crime de ódio religioso," eu disse, pensando
sobre o as freiras legais que eu tinha encontrado e sobre como elas fizeram eu repensar
sobre acreditar que todos os cristãos tem mente pequenas e são uns idiotas com quem
acreditar em algo diferente deles.
"Quando na verdade foi um crime de poder," Afrodite disse. "Porque Neferet quer
que Kalona se levante."
"Uh, vamos apenas chamar ela de rainha por agora, ok?" eu disse rapidamente.
Todos acenaram - Afrodite deu nos ombros. "Tudo bem por mim."
"Espera, a profecia pode significa que a morte da rainha torne possível a ascensão de
Kalona. Vamos apenas dizer que a gente conhece essa rainha, e se ela for quem a gente
está pensando, não tem jeito dela se sacrificar para alguém reinar," Damien disse.
"Talvez ela só conheça parte da profecia. Quero dizer, vovó disse que ninguém
escreveu a musica dos Corvos Escarnecedores - que só partes são lembradas, então
basicamente ele está perdido a zilhões de anos."
"Uh-oh," Afrodite disse.
Todos olhamos para ela. "O que?" Eu disse.
"Ok, eu posso estar errada, mas e se Kalona estiver de alguma forma falando do
tumulo dele ou seja lá como você quiser chamar? Ele está lá a muito tempo. E se a terra
que o está segurando está se soltando? Ele é imortal. Talvez ele consiga entrar na mente
das pessoas. Nyx pode fazer. Ela pode sussurrar coisas para nós. E se ele também
puder?"
"Sussurros! Foi o que a Nyx disse - que Neferet estava ouvindo os sussurros de outra
pessoa." Eu tremi com a ideia e tive um pressentimento que me disse que estávamos no
caminho certo.
"Seria lógico que as pessoas cujas mentes ele pode alcançar mais fácil sejam aquelas
que estão abertas a morte e ao mal," Damien disse.
"Como as Tsi Sgili," Erin disse.


"Especialmente a rainha deles," Shaunee disse.
"Ah, droga," eu disse.


VINTE E QUATRO

"Ok, vamos passar para a próxima estrofe," Damien disse. Então ele leu:

Através da mão da morte ele é liberto
Terrível beleza, monstruosa visão
Governados novamente eles serão
Mulheres ajoelhar-se-ão ante sua vontade sombria

"Então, é claro, as duas linhas no final concluem." Damien terminou de ler:

A música de Kalona soa doce
Enquanto nós morremos com a fria onda

"Infelizmente, a maior parte não é difícil de entender," Erin disse. Fizemos uma
careta para ela. "Ok, eu admito - sobre protesto - que eu de fato aprendi algo no ultimo
semestre sobre poesia. Então me processe. De qualquer forma, a não ser pela primeira
linha, o que está sendo dito é que ele vai começar a estuprar e roubas mulheres de novo
quando estiver livre."
"Mas é como ele se liberta que é descrito na primeira linha," Damien disse. "Através
da mão da morte, e se mantivermos a primeira estrofe em mente, essa mão vai causar
algo sangrento e ruim, e vai fazer o chão sangrar."
"Yeah, e na primeira estrofe parece que a pessoa que vai fazer o chão sangrar é a
Rainha Tsi Sgili. Se ela é quem achamos, isso não parece certo. Ela não está morta," eu
disse.
"Não poderia ser apenas simbolismo? Porque como algo que já está morto pode fazer
algo sangrar? Não faz sentido, que é outra razão para eu nunca gostar de poesia,"
Afrodite disse. "Além do mais, vamos dizer que tudo depende de uma pessoa e essa Tsi
Sgili está morta e ela sangra - pessoas mortas não sangram. Ou pelo menos não muito
tempo depois que morreram."
"Oh! Oh, não!" Eu de repente sabia o que significava a profecia, e eu senti na cama
enquanto meus joelhos tremiam.
"Zoey? O que é?" Damien perguntou, me abanando com o pedaço de papel.
"Se você vomitar na minha cama, eu te mato," Afrodite disse.
Eu ignorei Afrodite e agarrei o braço de Damien. "É Stevie Rae - ela estava morta, e
agora ela está viva. Ela sangra. Ela sangra bastante. Além do mais ela tem poderes
psíquicos, junto com vários outros poderes da terra. E se ela for a rainha?"
"E ela tem uma tatuagem vermelha. Como na história sobre a garota que as Ghigua
fizeram para Kalona," Erin disse.
"Isso definitivamente é uma conexão," Shaunee disse.
"Stevie Rae! Ohmeudeus! Stevie Rae!" Jack disse, parecendo ainda mais pálido.
"Eu sei, querido, eu sei. É muita coisa para absorver," Damien disse.
Afrodite encontrou meus olhos. "Eu tenho que concordar com a teoria de que pode
ser Stevie Rae."
"Mas não. Stevie Rae era horrível quando estava perdendo a humanidade," Damien
disse devagar, pensando em voz alta. "Mas ela Mudou, e agora ela voltou a si. Eu não
acho que ela pode ser a rainha Tsi Sgili, porque Stevie Rae definitivamente não é má."


Afrodite me deu um olhar duro, e disse, "Olha, Stevie Rae não é a mesma que
costumava ser."
"O que é lógico porque ela passou por muita coisa," eu disse rapidamente. Não
importa o que, eu não ia acreditar que Stevie Rae era má. Diferente, sim. Mas má, de jeito
nenhum. Então eu tive outro pensamento. "Sabe, faz mais sentido um daqueles outros
garotos nojentos ser o Tsi Sgili. Quero dizer, você até disse que eles ainda estão -" eu
parei, finalmente percebendo que Afrodite estava fazendo um pequeno gesto de Corta!
Enquanto Damien e as Gêmeas me olhavam de boca aberta.
"Uh, yeah. Finalmente lembrou que nem todo mundo sabe sobre os outros garotos?"
Afrodite disse. Então ela virou os olhos para o olhar de descrença dos meus amigos.
"Bem, oopsie. Hey, eu vou deixar Zoey lidar com essa. Vá em frente, explique sobre os
bizarros para os nerds, Z."
Ah, droga. Eu esqueci que eles não sabem sobre os calouros vermelhos.
Eu decidi ser firme. Só dizer a verdade toda e nada a não ser a verdade e acabar
com isso. E se todo o resto falhasse, eu sempre podia chorar.
"Ok. Lembram dos outros garotos mortos?"
Eles acenaram meio duros para mim.
"O nojento Elliot e Elizabeth Sem Sobrenome, e bem, alguns outros garotos
também?"
Eles acenaram de novo.
"Eles não morreram. Eles fizeram o que Stevie Rae fez - só que, bem, de forma
diferente. É bem constrangedor explicar." Eu hesitei, tentando encontrar as palavras
certas. "Mas eles basicamente ainda estão vivos, e as luas crescentes azuis deles
mudaram e ficaram vermelhas e eles vivem nos túneis com Stevie Rae."
Estranho o bastante, foi o doce Jack que me salvou. "Quer dizer que isso é mais
aquelas coisas que você não podia nos contar porque você não queria que a gente
acidentalmente pensasse sobre isso e ter Neferet, que não é uma das mocinhas, ouvindo
nossa mente e descobrindo o que você sabe?"
"Jack, eu podia te beijar," Eu disse.
"Oh, hee hee!" Jack riu, esfregando a orelha de Duquesa.
Então olhei dele para meus outros amigos. As Gêmeas e Damien iriam descontar
outra onda de mentiras tão facilmente? Eu vi os três dividir um longo olhar.
Damien falou primeiro. "Neferet está por trás desses garotos mortos vivos, não
está?"
Eu hesitei, querendo poupar eles da verdade o máximo possível.
"Sim." Afrodite tirou a escolha de mim. "Neferet definitivamente está por trás deles.
É por isso que Zoey não queria contar a vocês sobre os outros garotos. Neferet é
perigosa, e ela queria manter vocês seguros." Ela pausou e olhou para mim. "Mas é muito
tarde agora. Eles tem que saber."
"Yeah," eu disse devagar. "Todos vocês tem que saber."
"Ótimo," disse Damien resolutamente. Ele pegou a mão de Jack que não estava
acariciando Duquesa. "Está na hora de sabermos tudo. Estamos prontos e não estamos
assustados."
"Pelo menos não muito," Jack disse.
"Yeah, você sabe o quanto adoramos uma fofoca boa," Erin disse.
"E isso é uma ótima fofoca," Shaunee disse.
"Gêmeas Nerds, vocês não podem contar a ninguém sobre a fofoca," Afrodite disse,
claramente enojada.


"Oh, por favor, sabemos disso," Shaunee disse.
"Yeah, agora a gente não pode, mas no futuro, essa vai ser uma ótima fofoca," Erin
disse.
"Está certo." Damien interrompeu. "Nos conte, Zoey."
Eu respirei fundo e contei tudo para eles. Sobre a primeira vez que eu pensei ter
visto "fantasmas," que tinha sido com aquele nojento Elliot e Elizabeth Sem Sobrenome
(que eu tive que botar fogo e fazer realmente, realmente morrer para tirar Heath dos
túneis) quando estavam mortos vivos. Eu contei a eles sobre os túneis e o que aconteceu
quando eu resgatei Heath. Eu contei sobre Stevie Rae, tudo sobre ela. Eu até disse a eles
que Stark poderia voltar como morto vivo.
Quando eu terminei, houve um longo silencio chocado dos meus amigos.
"Wow," Jack disse. Ele olhou para Afrodite. "Então você é a única a quem ela pode
contar essas coisas porque por alguma razão vampiros não podem ler sua mente?"
"Sim," ela disse. Eu podia ver que Afrodite se ergueu e colocou aquele olhar frio e
maldoso por cima dela o que significa que ela estava se preparando para eles se virarem
contra ela - dizer a ela que agora que eles sabiam tudo ela não era mais necessária.
"Isso deve ter sido difícil, especialmente quando estávamos sendo tão maus com
você," Jack disse.
Afrodite piscou surpresa.
"Yeah," Damien disse. "Desculpe sobre algumas coisas que eu disse. Você estava
sendo uma boa amiga para Zoey, mesmo quando a gente não estava."
"Idem," disse Shaunee.
"Infelizmente, idem aqui também," disse Erin.
Afrodite parecia chocada. Eu sorri e dei a ela uma rápida piscada. Eu não disse em
voz alta, mas definitivamente parecia que ela estava entrando na horda de nerds.
"Então, agora que vocês sabem tudo, temos muito trabalho a fazer," eu disse. Eu
tinha atenção de todos. "Como Stevie Rae disse, temos que nos certificar que se Stark
acordar, ele não vai fazer o que Neferet espera que ele faça."
"Ugh," Shaunee disse.
"Isso é nojento, porque ele é tão bom," Erin disse.
"Ele pode ainda ser bom," Jack disse. Então ele arfou e cobriu as orelhas de
Duquesa. "Se você vai falar sobre ele eu acho que só deveríamos chamar ele de J.S. ou
soletrar o nome dele. Você sabe, em respeito a Duquesa."
Eu olhei para os olhos marrons de Duquesa. Por um momento eu fiquei presa ali, e
eu juro que eu vi dor e perda e uma profunda gentileza sem limites.
"Ok, vamos apenas usar as iniciais," eu disse, aliviada porque talvez se eu só usasse
as iniciais de Stark, eu não pensaria sobre ser realmente ele que estávamos discutindo, e
então não pudesse lembrar no quanto nos conectamos antes dele morrer.
"Então, ao invés de tentar raptar, uh, o corpo de J.S e o esconder no armário de Z ou
algo assim, eu, é claro, eu tive uma idéia muito melhor." Afrodite pausou para ter certeza
que tinha atenção de todos. "Eu comprei uma câmera babá."
"Oh, legal!" Jack disse. "Eu vi isso no Dr. Phil outro dia. Deus, é horrível. Alguma
horrível e, devo dizer, gorda e má vestida babá foi pega por uma maltrando uma pobre
criancinha."
"Então você conhece elas?" Afrodite disse.
"Yep," ele disse.
"Bom. Você precisa ir até o necrotério. Instalar a câmera, e então trazer o monitor
remoto para Zoey. Acha que consegue?" Afrodite disse.


Jack empalideceu. "O necrotério? Como em onde eles mantém os corpos?"
"Não pense desse jeito," eu disse rapidamente. "J.S pode só estar dormindo, só que
sem a parte de respirar."
"Oh," Jack disse, parecendo totalmente não convencido.
"Você consegue?" Eu perguntei, aliviada por não saber nada sobre eletrônicos e isso
não poder ser meu trabalho.
"Sim. Eu posso. Prometo," Jack disse firmemente, passando um braço ao redor do
pescoço de Duquesa.
"Bom, então esse problema está resolvido." Pelo menos até ele acordar, se ele
acordar, mas eu estava esperando ter alguns dias antes de ter que lidar com as
conseqüências disso. Na verdade, era difícil para mim pensar sobre Stark, então eu
rapidamente mudei de assunto. "Precisamos voltar para a profecia. Estou realmente
preocupada sobre a linha que diz "Através da mão da morte" esteja falando sobre Stevie
Rae."
"Eu ainda não acho que Stevie Rae estaria envolvida em erguer um anjo caído,"
Damien disse.
"Mas tem mais daquele novo tipo de vampiro, certo?" Jack perguntou.
"Bem, na verdade não mais vampiros," eu expliquei. "Stevie Rae é a única que
completou a Mudança. Mas tem vários calouros."
"Eu acho que faz mais sentido ser um deles," Damien disse.
"Yeah, Stevie Rae não vai se misturar com um cara mal," Erin disse.
"Não, sem chance," Shaunee concordou.
Afrodite só olhou para mim. Ela e eu não falamos nada.
"Mas Zoey disse que os outros garotos são, bem, nojentos," Jack disse.
"Eles são," Afrodite disse. "Eles são como" - ela pausou, e então os olhos dela se
acenderam - "eles são como trabalhadores de colarinho azul. Eesh."
"Afrodite, não tem anda errado com trabalhadores de colarinho azul," eu disse,
completamente exasperada.
"Huh? Eu ouço as palavras, mas elas não fazem sentido."
Eu virei os olhos. "Ok, a verdade é que, os calouros vermelhos podem ser nojentos
apenas no estranho mundo de Afrodite. Eu não vi nenhum deles desde que Stevie Rae
mudou, e ela me disse que eles estão sobre controle e tem a humanidade deles de volta,
então vou tentar não julgar ainda."
"Bem, sejam eles muito nojentos ou só alunos- estereotipados da Gossip Girl, eu
acho que precisamos manter o olho neles," Damien disse. "Precisamos saber o que eles
estão fazendo. Com quem eles estão falando. O que estão pensando. Se soubermos tudo
isso, também vamos saber se o cara demônio está tentando conectar um deles para usar
para esses meios nefandos.
"Nef - o que?" Shaunee disse.
"andos - quem?" Erin disse.
"Significa maldoso ao extremo," Jack sussurrou para as Gêmeas.
"Bem, então é uma boa coisa Stevie Rae e os calouros vermelhos virem ao ritual
amanha," eu anunciei.
Meus amigos ficaram boquiabertos.
Eu olhei para Afrodite. Ela suspirou. "Eu não tenho mais uma afinidade com a terra,"
ela admitiu. Então ela passou as costas da mão na testa, borrando a lua crescente safira
falsa que ela desenhou ali. "Eu não sou mais uma caloura. Eu sou humana de novo."


"Bem, ela não é exatamente uma humana normal," eu acrescente. "Ela ainda tem
visões, o que é obvio pela profecia que ela copiou para nós. Ela também é muito
importante para Nyx." Eu sorri para Afrodite. "Foi o que eu ouvi a deusa dizer."
"Ok, isso é muito bizarro!" Jack disse.
"É totalmente estranho* (*em inglês a palavra é queer, que também pode significar
homossexual)," Shaunee disse.
"E ela não se refere ao sentido de gay," Erin acrescentou.
"Então, como Stevie Rae e os calouros vermelhos, Afrodite é algo que nunca
aconteceu antes," Damien disse pensativo.
"É o que parece," eu disse.
"As coisas estão mudando," Damien disse devagar. "A ordem do mundo está sendo
mudada para algo novo."
Um calafrio passou por mim. "Isso é bom ou ruim?"
"Eu acho que não podemos saber ainda," ele disse. "Mas acho que vamos saber em
breve."
"É assustador," Jack disse.
Eu olhei para meus amigos. Todos eles pareciam assustados e inseguros, e eu sabia
que assim não dava. Tínhamos que ser forte. Tínhamos que ficar juntos e acreditar um
nos outros.
"Eu não acho que é assustador." Quando eu comecei a dizer, era uma enorme
mentira. Mas quanto mais eu falava, mas eu comecei a acreditar. "Mudança pode ser
estranha, ou até bizarra." Eu ri para Damien e Jack, e eles sorriram hesitantemente para
mim. "Mas mudança tem que acontecer para as coisas crescerem - para nós crescermos.
Hey, se não fosse por essa mudança, Stevie Rae estaria morta. Eu lembro disso quando
estou me sentido sobrepujada. Além do mais" - eu olhei para cada um deles - "nós temos
uns aos outros. E mudança não é tão ruim quando você não está sozinho."
O olhar deles de crescente confiança me fez pensar que, algum dia, eu poderia me
tornar uma decente Alta Sacerdotisa.
"Então qual é o plano?" Damien perguntou.
"Bem, vocês e Jack tem que instalar a câmera no necrotério. Acha que vocês podem
fazer isso sem serem pegos?" Eu disse.
"Eu acho que podemos criar uma distração," Jack disse devagar, olhando de
Duquesa para Malévola, que tinha passado a "Reunião" toda rosnando nada
amigavelmente para o cachorro do banheiro. "Se pudermos contar com a ajuda de
Afrodite."
"Tudo bem. Mas se minha gata comer esse cachorro, eu não quero nem saber,
mesmo se S-t-a-r-k acordar e ficar bravo sobre o porquê do focinho do labrador dele ter
sido despedaçado."
"Uh, tente fazer só uma distração, não um banho de sangue," eu disse.
"Feito," Damien e Jack falaram juntos.
"Eu vou procurar Shekinah e dizer a ela que minha avó está vindo visitar, e que ela
precisa ficar no quarto de hospedes," eu disse.
"E nós vamos ficar longe de Neferet," Erin disse.
"Idem," Shaunee disse. "E isso deveria ser idem para todos nós a não ser Z e
Afrodite."
Eu estava abrindo a boca para concordar quando Afrodite deu um grito de "Não!" e
chocou a todos nós.


"Como assim não? Temos que ficar longe de Neferet. Se ela começar a ouvir nossas
mentes, ela vai saber que sabemos sobre Stevie Rae e os outros garotos. E se ela
realmente for a Rainha do Tsi Sgili, ela será avisada que sabemos sobre ela, os Corvos
Escarnecedores, e até Kalona," Damien disse soando totalmente exasperado.
"Espera um segundo. Me diga porque você acha que eles não devem evitar Neferet,"
eu perguntei a Afrodite.
"Simples. Se a horda de nerds evitar ela, Neferet com certeza começar a ouvir o
pensamento deles. Ela vai ouvir bastante e com força e profundamente. Mas e se Damien
e Jack e as Gêmeas Nerds agirem como sempre, sem ter noção de nada? E se eles não
evitarem ela, e sim talvez até dizer oi para ela, fazer perguntas sobre dever de casa, e
inventar reclamações sobre comida ser saudável demais?"
"Nós realmente não teríamos que inventar essa," Jack disse.
"Exato, e enquanto eles estão ao redor de Neferet, vamos dizer que Jack não está
pensando em nada a não ser sobre quão estressante é tentar lidar com um cachorro triste
o tempo todo. Damien está pensando sobre dever de casa e quão fofo são os olhos de
Jack. E as Gêmeas estão pensando em passar na liquidação de fim da estação da Saks,
que é semana que vem por sinal."
"De jeito nenhum! Já vai começar!" Shaunee disse.
"Eu sabia. Eu sabia que ia ser cedo esse ano. Com aquela estúpida tempestade de
neve que tivemos, eles tiverem aumentado a liquidação, então mudou as datas da
liquidação," Erin disse.
"Trágico, Gêmea, só trágico," Shaunee disse.
"Vê, se os nerds e bizarros começarem a agir como cabeças ocas como Neferet
realmente, no fundo, acredita que eles são, ela não vai olhar mais profundamente,"
Afrodite disse.
"Você realmente acredita que Neferet acha que somos cabeças ocas?" Damien disse.
"Neferet constantemente me subestima. Faz sentido ela subestimar vocês também,"
eu disse.
"Se isso é verdade, temos uma enorme vantagem," Damien disse.
"Até ela perceber que está enganada," Afrodite disse.
"Bem, vamos esperar que isso leve um tempo," eu disse. "Ok, eu vou procurar
Shekinah. Daqui por diante, eu acho que devemos ficar juntos o máximo possível. Eu sei
que vovó disse que os Corvos Escarnecedores são apenas espíritos, mas tenho quase
100% de certeza que um deles me atacou ontem - e doeu. Além do mais, eu tenho um
sentimento assustador sobre eles. Ela também disse que eles podem machucar pessoas
mais velhas que estão próximas da morte. Bem, e se Kalona está ficando mais forte, e
eles também estão ficando mais fortes? E se eles puderem machucar as pessoas que não
são tão velhas e não estão tão próximas da morte?"
"Você está me assustando," Jack disse.
"Bom," eu disse. "Se você está assustado, vai tomar mais cuidado."
"Eu não quero estar assustado enquanto eu entro de fininho num necrotério," Jack
disse.
"Lembre-se, ele pode estar só dormindo," Damien disse. Ele pôs os braços ao redor
de Jack. "Vamos levar Duquesa de volta para meu quarto e bolar um plano para
distração." Ele olhou para Afrodite. "Você vem com a gente, não é?"
Ela suspirou. "Você vai usar minha gata."
Não era uma pergunta, mas os dois garotos acenaram e riram.
"Bem, então eu vou com você. Vou deixar Malévola aqui até a estarmos prontos."


"Definitivamente," Damien disse.
Eu olhei para as Gêmeas. "Eu não preciso dizer para vocês ficarem juntas, preciso?"
"Não," Erin disse.
"Hey, e se juntarmos mais coisas para esses galhos de fumaça," Shaunee disse.
"Boa idéia. Esfumaçar todos os nossos quartos não vai machucar," eu disse.
"Tudo," Shaunee disse.
"Bem," Erin disse.
"Mas esperem nisso," Jack disse. "Vocês podem ser capaz de ajudar no nosso plano
de distração também."
"Você sabe que Beelzebub não é gentil," Shaunee disse.
Jack riu e acenou. "Exatamente do porque ser tão perfeito."
"Pobre Duquesa," Erin disse.
"Hey, o que você vai fazer, Z?" Jack perguntou.
"Ver Shekinah e perguntar sobre vovó ficar aqui." Eu olhei para o relógio. "Na
verdade, ela deve chegar logo."
"Ok, todos sabemos o que fazer. Então vamos fazer," Damien disse.
Todos fomos para a porta, Afrodite ficou para trás. "Hey, eu encontro você aqui logo.
Parece que você e eu vamos ficar juntas por um tempo."
Eu sorri para ela. "Você está numa porcaria de situação, não é?"
Ela virou os olhos, tirou um espelho da bolsa, e redesenhando a falsa tatuagem, e
enquanto eu a seguia até a porta, eu ouvi ela murmurando, "Yeah... yeah... yeah...
estúpida visão que causa olhos vermelhos, amigos nerds, antigo mal... eu mal consigo
esperar pra ver o que acontece em seguir..."


VINTE E CINCO

Andando pela calçada que saia do dormitório das garotas até o prédio principal, eu
decidi que não seria inteligente ver Shekinah tensa e estressada, então eu respirei fundo
várias vezes para me acalmar, organizar meus pensamentos, e disse a mim mesma para
relaxar a apreciar a beleza, da noite quente fora de estação. As luzes faziam sombras
bonitas contra as árvores de inverno e os arbustos, e havia um suave vento soprando o
cheiro de canela e terra das folhas caídas que formavam um carpete no chão. Grupos de
garotos andavam entre os prédios, na maior parte indo para os dormitórios perto da onde
ficava a cafeteria da escola. Eles andavam e riam juntos. Vários deles deram olá para
mim, e muitos deles me saudaram com respeito. Apesar dos problemas que eu estava
enfrentando, eu percebi que estava me sentindo otimista. Eu não estava sozinha nisso.
Meus amigos estavam comigo, e pela primeira vez em muito tempo, eles sabiam tudo. Eu
não estava mentindo ou sendo evasiva. Eu estava dizendo a verdade e estava realmente,
realmente feliz por isso.
Nala pareceu nas sombras e pulou em mim dando um, "mee-uf-owing" e olhar de
repreensivo. Com uma breve pausa, ela se empoleirou nos meus braços e eu tive que
fazer malabarismo para pegar ela.
"Hey! Você pode me dar um aviso antes, sabe!" eu disse, mas então beijei a mancha
branca em cima do nariz dela e acariciei as orelhas dela. Andamos pela calçada, nos
afastando da parte cheia de garotos para uma sessão mais quieta onde ficava a biblioteca
e a sala dos professores. A noite estava realmente bonita, um céu limpo de Oklahoma
cheio de estrelas. Nala colocou a cabeça dela contra meu ombro e estava ronronando
contente quando eu senti o corpo todo dela ficar tenso.
"Nala? Qual o problema com -?"
E eu ouvi. Um único corvo fazendo um barulho que soava estar tão perto que eu
deveria ser capaz de ver ele através das sombras da árvore mais perto. O choro dele foi
tomado por outro, e então outro e outro. Esse simples som era aterrorizante. Eu entendi
porque eles se chamavam corvos escarnecedores, porque mesmo que eles possam
facilmente ser confundidos com pássaros normais, se você ouvir com um pouco mais de
atenção, você ouve o suspeito chamado mundano do eco de morte e medo e loucura. A
brisa que estava quente e cheirando docemente foi substituída por um gelado nada, como
se eu tivesse entrado num mausoléu. Meu sangue ficou frio.
O assovio de Nala foi longo e ameaçador, encarando por cima dos meus ombros para
a escuridão que cercava os grandes carvalhos que normalmente eram tão familiares e
acolhedores. Não hoje à noite. Hoje à noite eles abrigavam monstros. Eu
automaticamente comecei a andar mais rápido, olhando ao redor freneticamente
procurando garotos que um momento atrás pareciam estar me cercando. Mas Nala e eu
tínhamos entrado num canto da calçada, e estávamos totalmente sozinhas com a noite e
tudo que nos cercava.
Os corvos choraram de novo. O som fez o cabelo do meu braço e da minha nuca se
levantarem. Nala rosnou baixo e assoviou de novo. Asas bateram ao meu redor, tão perto,
que eu podia sentir o frio vento que elas estavam deslocando. Eu senti o cheiro. Eles
fediam a carne podre e pus. Um cheiro que era mortal, e asquerosamente doce. Eu senti o
gosto amargo do medo na minha garganta.
Mais corvos grasnando encheram a noite, e agora eu podia ver a escuridão entre a
escuridão das sombras. Eu vi um deslumbre de algo brilhante, afiado em forma de
gancho. Como eles podiam ter bicos que brilhavam grotescamente na suavidade da luz se


eles eram apenas espíritos? Como espíritos podiam ter o cheiro da morte e decadência? E
se eles não eram apenas espíritos mais, o que isso significa?
Eu parei, insegura se deveria correr ou voltar. E enquanto eu fiquei parada ali, eu
congelei com pânico e indecisão, a escuridão na árvore mais próxima tremeu e se lançou
em mim. Meu coração estava batendo dolorosamente, e eu estava com tanto medo que
eu estava ficando entorpecida de medo. Tudo o que eu podia fazer era ofegar de terror
enquanto eu ficava mais perto. As horríveis asas se mostrando congelavam e deixavam o
ar pútrido, e vieram para mim. Eu podia ver - eu podia ver os olhos de homem no
mutante rosto de uma ave... e braços... os braços de um homem com distorcidas e
grotescas mãos que tinham a forma de ásperas e sujas garras. A criatura abriu o bico em
forma de gancho e gritou para mim, a língua em formato de garfo estendida.
"Não!" eu chorei, tropeçando para trás, segurando firme meu gato assoviando. "Vá
embora!" eu virei e corri.
Ele me alcançou. Eu podia sentir as horríveis mãos frias se prendendo no meu
ombro. Eu gritei e derrubei Nala, que estava abaixada nos meus pés, encarando a
criatura. As horríveis asas dele abriram nos meus dois lados, me segurando ali. Eu senti
elas se inclinarem nas minhas costas em um abraço escarnecedor. A cabeça dele estava
por cima do meu ombro para que o bico dele ficasse ao redor do meu pescoço,
descansando contra o lugar onde meu pulso batia freneticamente em minha garganta. Eu
fiquei ali, e o bico se abriu o suficiente para deixar a fina língua de garfo sair e provar meu
pescoço, como se estivesse me saboreando antes de me devorar.
Eu fiquei congelada de medo. Eu sabia que ele ia abrir minha garganta. A visão de
Afrodite ia se tornar realidade, só que um demônio ia me matar e não Neferet! Não! Oh
deusa, não! Minha mente gritou. Espírito! Encontre alguém para me ajudar!
"Zoey?" A voz de Damien era repentina em um vento que me cercava.
"Damien, me ajude..." eu consegui dizer em um sussurro.
"Salve Zoey!" Damien gritou.
Uma violenta rajada de vento bateu a criatura nas minhas costas, mas a coisa ainda
foi capaz de deslizar seu bico pela minha garganta. Eu cai de joelho, minhas mãos foram
para meu pescoço intocado, esperando sentir o sangue sendo derramado quente e
espesso, mas não havia nada ali a não ser uma linha cortada que doía para caramba.
O som de asas batendo se reagrupando atrás de mim me fez ficar de pé e olhar ao
redor. Mas dessa vez o vendo que passava suavemente contra a minha pele não era frio e
cheira a morte. Era familiar e cheio da força da amizade de Damien. O conhecimento de
que eu não estava sozinha - que meus amigos não tinham me abandonado - cortou o
medo paralisante que tinha incapacitado meus pensamentos como a espada da deusa, e
minha mente congelada começou a trabalhar de novo. Espíritos ou monstruosos pássaros
ou companheiros dos desejos malucos de Neferet - não importava. Eu conhecia algo que
ia lidar com essas coisas.
Eu rapidamente me orientei, olhando para a direção que eu sabia que era o leste.
Então eu ergui minhas duas mãos por cima da cabeça, fechei os olhos, e bloqueei os
chamados daqueles horríveis pássaros. "Vento! Assopre com força - assopre duramente -
assopre verdadeiramente - e mostre a essas criaturas o que é atacar alguém que é
devota da deusa!" Eu joguei minhas mãos em direção as criaturas que tinham tomado a
noite. Eu vi a que estava mais perto - a que tinha tentando cortar minha garganta, ser
pega primeira na ventania. O vento a levou para longe e a jogou contra o muro de pedra
que passava no território da escola. Ele se dobrou e então pareceu dissolver no chão,
desaparecendo completamente.


"Todos eles!" eu gritei, meu medo levantou poder e urgência a minha voz. "Assopre
todos para longe!" Eu passei minhas mãos para fora de novo e fiquei contente quando os
chamados das criaturas que estavam nas árvores se tornaram gritos de pânico e então
eles morreram completamente. Quando eu soube que eles tinham ido embora, eu deixei
meus braços tremendo caírem dos meus lados. "No nome da deusa, Nyx, eu te agradeço,
vendo. Eu te libero, e, por favor, diga a Damien que estou bem agora. Estou ok."
Mas antes do vento me deixar, ele encontrou meu rosto, me acariciou brevemente, e
então eu estava cheia com mais do que a presença de Damien. Na brisa demorada de
repente havia um distinto calor que me lembrou de Shaunee com seu tempero e chiado,
assim como o cheiro da chuva de primavera, que tinha que ter sido enviada por Erin. Os
três elementos dos meus amigos se juntaram, e o vento se tornou uma brisa curadora que
circulou ao redor do meu pescoço como um cachecol, suavizando o ferimento deixando
pelo Corvo Escarnecedor. Quando a dor ao redor da minha garganta sumiu
completamente, o vento gentilmente foi para longe, levando consigo o calor do fogo e o
poder curador da água, deixando só a paz da noite e o silêncio.
Eu ergui minha mão, deixando meus dedos passar pela minha garganta. Nada. Não
havia nenhum arranhão ali. Eu fechei meus olhos e mandei um silencioso obrigado por
meus amigos para Nyx. Com a ajuda deles, eu superei uma das visões que Afrodite teve
da minha morte. Uma já foi... falta uma...
Eu peguei Nala e, segurando ela próxima de mim, corri pela calçada, tentando parar
com a tremedeira do meu corpo.
Eu estava me sentindo abatida e ultra sensível, e quando eu tive um pressentimento
de que realmente não deveria ser vista aqui agora, eu chamei o espírito para mim e entrei
silenciosamente no prédio da escola, me jogando uma capa de silencio e sombras. Então
eu andei pelos quase desertos corredores da escola indetectável. Era estranho eu fazer
isso dentro do prédio da escola, e me fez sentir deslocada, como se eu estivesse
escondendo não apenas meu corpo, mas meus pensamentos também, e eu gradualmente
fiz meu caminho até a sala com conselho, o medo e o triunfo que ainda tremiam dentro
de mim suavizaram e eu comecei a respirar com mais facilidade.
Embora não fosse Neferet que literalmente havia tentado cortar minha garganta, eu
soube dentro de mim que o que eu tinha acabado de evitar não foi minha morte, ou pelo
menos o sinal dela. Se Damien ainda estivesse bravo comigo, eu não acho que ele teria
afastado o terror que os Corvos Escarnecedores passaram para mim e ter alcançado o
elemento para proteção. E embora Neferet não estivesse segurando a lamina no meu
pescoço, eu não conseguia me impedir de pensar que de alguma forma ela tinha tentado
fazer isso acontecer.
Eu ainda estava assustada? Diabos sim!
Mas eu também estava respirando mais ou menos normal. (Ok, eu estava atualmente
invisível, mas ainda sim.) Eu poderia derrotar um Corvo Escarnecedor de novo? Na forma
atual deles parte espírito, parte corpo, sim - com a ajuda dos meus amigos e dos
elementos.
Eu poderia derrotar eles se eles tivessem uma forma completa e viessem até mim
com todos os seus poderes?
Eu tremi. Só a idéia disso me aterrorizava.
Então eu fiz o que qualquer pessoa razoável faria - eu decidi pensar sobre isso mais
tarde. Eu me agarrei no pedaço da citação que estava surgindo na minha mente, basta ao
dia o seu próprio mal, e eu afundei na adorável Terra da Negação, enquanto mantinha
minha mente ocupada tentando prestar atenção para onde eu estava indo.


Sem fazer qualquer som, eu flutuei pelas escadas até a sala do Conselho, do outro
lado da biblioteca, onde achei que provavelmente ia encontrar Shekinah. Não foi até eu
chegar no corredor fora da sala dela que eu ouvi uma voz familiar-demais, e eu estava
muito, muito feliz por seguir meus instintos e me esconder.
"Então você admiti sentir também? Esse senso de que algo não está certo?"
"Sim, Neferet. Eu admito que estou sentido que tem algo errado nessa escola, mas
se você se lembra, eu fui firmemente contra comprar esse campos dos monges de Cascia
Hall cinco anos atrás."
"Nós precisávamos de uma House of Night nessa parte do país," Neferet insistiu.
"E foi esse o argumento que venceu o Conselho e os convenceu a abrir essa House
of Night. Eu não concordei naquela época, e não concordo agora. As mortes recentes
simplesmente provam que não deveríamos estar aqui."
"Os recentes assassinatos provam que a nossa presença aqui é mais necessária aqui
e no mundo todo!" Neferet surtou. Eu a ouvi respirar fundo, como se ela estivesse
trabalhando duro para se controlar. Quando ela falou de novo, a voz dela era muito mais
subjugada. "Esse mal pressentimento do qual eu falo - não é todo devido aos recentes
problemas da escola. É diferente, mais malévolo, e cresceu nos últimos meses."
Houve uma longa pausa antes de Shekinah responder. "Eu senti algo malévolo aqui,
mas não posso nomear ele. Ele parece escondido, embora seja algo que eu não ache
familiar."
"Eu acho que posso nomear ele," Neferet disse.
"O que você suspeita?"
"Eu fui levada a acreditar que esse mal está escondido, abrigado, na aparência de
uma criança, e é por isso que é tão difícil expor ele," Neferet disse.
"Eu não entendi o que você está dizendo, Neferet. Você está dizendo que um dos
calouros está escondendo o mal?"
"Eu não quero dizer, mas eu fui levada a acreditar que sim." A voz de Neferet era
cheia de tristeza, como se o que ela estava dizendo fosse difícil de admitir, ela estava
quase chorando.
Eu sabia que era um fingimento.
"De novo eu te pergunto, do que você suspeita?"
"Não é do que, mas de quem. Shekinah, irmã, é penoso dizer, mas o profundo mal
que estive sentindo, que você também está sentindo, começou a crescer e se intensificar
quando um estudante entrou nessa House of Night." Ela pausou, e embora eu soubesse o
que ela ia dizer, foi um choque realmente ouvir ela falando as palavras. "Temo que Zoey
Redbird esteja escondendo um terrível segredo."
"Zoey! Mas ela é mais talentosa caloura da história. Não apenas nenhum outro
calouro já dominou o poder dos cinco elementos, mas nenhum outro calouro foi cercado
por tantos companheiros dotados. Cada um dos amigos próximos dela pode manifestar
um elemento. Como ela pode ter tantos dons e esconder o mal?" Shekinah disse.
"Eu não sei!" A voz de Neferet se quebrou, e eu percebi que ela estava chorando.
"Eu sou a mentora dela. Você consegue imaginar o quanto me dói sequer pensar que
nessas coisas, muito mais dizer em voz alta?"
"Que evidencia você tem por sua crença?" Shekinah perguntou, e fique feliz por ouvir
que ela não soava particularmente convencida que Neferet tinha algo.
"Um garoto adolescente que costumava ser amante dela quase foi morto por
espíritos que ela conjurou dias depois de ser Marcada."


Eu pisquei chocada. Heath e eu éramos amantes? Dificilmente! Neferet sabia disso. E
eu também não tinha conjurado aqueles espíritos malignos - Afrodite tinha. Sim, eles
quase comeram Heath - bem, e também Erik - mas com a ajuda de Stevie Rae, Damien,
e as Gêmeas, eu os impedi.
"Então não um mês depois, mais dois garotos adolescentes, de novo dois humanos
que eram, vamos apenas dizer íntimos dela, foram seqüestrados e brutalmente
assassinados - todo o sangue drenado. Um terceiro garoto, outro humano perto dela foi
levado também. A comunidade estava frenética, e foi aí que Zoey resgatou o garoto."
Oh.Minha.Deusa! Neferet estava distorcendo tudo e mentindo para caramba! Foram
aqueles nojentos garotos mortos vivos que tinham matado os dois jogadores de futebol,
com quem eu definitivamente não era intima. Sim, eu salvei Heath (de novo - suspiro),
mas eu salvei ele dos nojentos e sugadores de sangue dos companheiros (não que eu
esteja dizendo que tem algo errado nisso) dela!
"O que mais?" Shekinah disse. Eu estava feliz por ouvir que a voz dela continuou
calma e ela ainda não soava convencida que Neferet estava certa sobre mim.
"Essa ultima parte é difícil de admitir, mas Zoey era especial para Patricia Nolan. Ela
passou bastante tempo com ela antes dela ser assassinada."
Minha cabeça estava zunindo. Claro, eu gostava da professora Nolan, e eu acho que
ela também gostava de mim, mas eu definitivamente não era especial para ela, e também
não tinha passado tempo extra com ela.
E então eu soube do que mais ela ia me acusar, embora fosse difícil acreditar.
"E eu tenho razões para acreditar que Zoey se tornou amante de Loren Blake logo
antes dele, também, ser assassinado. Na verdade, eu tenho certeza que os dois tiveram
um Imprint." Neferet parou, soluçando tristemente.
"Porque você não reportou nada disso para o Conselho?" Shekinah perguntou
firmemente.
"O que eu deveria dizer? Eu acho que a mais talentosa caloura de todos os tempos
se aliou ao mal? Como eu podia acusar uma garota tão jovem com nada além de
coincidências, suposições, e um pressentimento?"
Bem, era exatamente o que ela está fazendo agora!
"Mas Neferet, se um calouro se envolve com um professor, é o dever da Alta
Sacerdotisa parar isso, e reportar para o Conselho."
"Eu sei!" Eu podia ouvir que Neferet ainda estava chorando. "Eu estava errada. Eu
deveria ter dito algo. Talvez se eu tivesse, a morte dele pudesse ter sido impedida."
Houve uma longa pausa, e então Shekinah disse, "Você e Loren eram amantes, não
eram?"
"Sim!" Neferet chorou.
"Você percebe que sua relação com Loren pode estar atrapalhando seu julgamento
de Zoey?"
"Sim." Eu ouvi ela "ventilando" (vomito!) e tentando se ajeitar. "Que é outra razão
porque deu ter hesitado ao contar para alguém sobre minhas suspeitas."
"Você olhou na mente dela?" Shakinah perguntou.
Eu tremi enquanto esperei Neferet responder.
"Eu tentei. Eu não posso ler a mente dela."
"E os amigos dela? Os outros calouros com afinidades especiais?"
Droga! Droga! Droga!
"Eu olho para eles periodicamente. Não encontrei nada perturbador. Ainda."


Eu ouvi Shekinah suspirar. "É bom eu ficar aqui o resto do semestre. Eu também,
vou observar e ouvir os redor de Zoey e dos outros calouros. Sempre existe uma chance,
e uma muito boa, que Zoey possa parecer no meio desses eventos porque ela é, de fato,
uma muito poderosa e dotada jovem mulher. Ela pode não estar causando os eventos,
mas sim ser colocada ali por Nyx para ajudar a batalhar contra o mal que ela não está
fazendo."
"Eu sinceramente espero que sim," Neferet disse.
Ela é uma mentirosa!
"Mas vamos observar ela. De perto," Shekinah disse.
"Tenha cuidado com os favores que ela pede," Neferet disse.
Huh? Favores? Eu nunca pedi nenhum favor a Neferet! E então, com um choque, eu
percebi o que Neferet estava fazendo. Ela estava me atrapalhando para mim ter que pedir
para vovó vir visitar e ficar aqui no campos. Vadia!
E com um choque de entendimento eu fiquei com um medo doente. Como Neferet
sabia que vovó estava vindo?
De repente, uma onda de comoção do lado de fora parou a resposta de Shekinah. Eu
estava ouvindo do corredor, então foi fácil para mim ir até a cortina de uma das enormes
janelas. Porque era noite, as cortinhas estavam abertas e eu olhei para o campo do
colégio. O que eu vi fez eu pressionar minha mão contra a minha boca para não começar
a gargalhar.
Duquesa estava latindo enquanto ela perseguia uma rabugenta, assobiando, e
gritante bola de pelos brancos, Malévola. Afrodite estava perseguindo o cachorro, gritando
para ela "Vem! Fica! Se comporte, droga!" Damien estava logo atrás dela, batendo os
braços e gritando, "Duquesa! Vem!" E de repente o gato das Gêmeas, o enorme e muito
metido Beelzebubu, se juntou a perseguição, só que ele estava perseguindo Duquesa.
"Ohmeudeus! Beelzebub! Querido!" Shaunee correu, gritando a plenos pulmões.
"Beelzebub! Duquesa! Parem!" Erin gritou, logo atrás de sua Gêmea.
Darius de repente apareceu no corredor, e eu fui para trás das cortinas, sem ter
certeza se eu seria detectada por ele. Aparentemente ele não me notou, nem mais nada,
porque ele entrou na sala do Conselho. Eu espiei por entre as cortinas e pude ouvir ele
dizer a Neferet que ela precisava ir para a grama da escola - que havia uma "alteração."
Então Neferet estava saindo com pressa da sala e pelo corredor, seguindo Darius até a
loucura do cachorro-latindo, o gato-uivando, e dos garotos-gritando.
Eu notei que nisso tudo eu não tinha visto nem o cabelo de Jack.
Em falar em uma excelente distração!


VINTE E SEIS

De novo eu ouvi meus instintos, e ao invés de libertar meu espírito escondido do lado
da sala do Conselho, eu me movi rapidamente pelo corredor, fazendo meu caminho de
volta até estar na ponta das escadas. Então eu tirei meu encobrimento, agradecendo ao
espírito, e voltei a subir pelas escadas completamente visível e dizendo a mim mesma,
fique calma... fique normal... Neferet é uma mentirosa e Shekinah é muito, muito sábia...
Fora da sala do Conselho, eu pausei e bati na porta duas vezes.
"Você pode entrar, Zoey!" Shekinah disse.
Eu tentei não me perguntar se ela sabia que eu estava do lado de fora antes.
Colocando um sorriso no rosto, eu entrei na sala. Eu coloquei meu punho por cima do
coração e fiz uma reverencia respeitosa. "Merry meet, Shekinah."
"Merry meet, Zoey Redbird." Ela disse. Eu não notei nada estranho na voz dela.
"Então, como foi sua primeira visita aos Gatos de Rua?"
Eu ri. "Você sabia que os Gatos de Rua são controlados pelas freiras Beneditas?"
Ela sorriu para mim. "Não, embora eu esperasse que a caridade fosse controlada por
mulheres. Mulheres tem uma forte conexão com gatos. As boas irmãs foram abertas ao
seu trabalho voluntario?"
"Definitivamente. Elas foram muito gentis. Oh, e Afrodite adotou uma gata enquanto
estávamos lá, embora Malévola ter adotado Afrodite seja uma descrição mais precisa do
que aconteceu."
"Malévola? Esse é um estranho nome."
"Yeah, mas combina com ela. Todo aquele barulho que estava vindo de fora." Eu
apontei minha cabeça na direção do corredor e para frente da escola. Nós duas ouvimos
para poder ouvir um cão latindo, um gato miando, e os garotos gritando. "Eu acho que
você vai descobrir que tem a ver com Malévola."
"Então o que você está dizendo é que as freiras tiveram que agradecer duplamente.
Pelo trabalho voluntário e pela ajuda para se livrarem desse felino muito difícil?"
"Sim, é exatamente o que estou dizendo. Oh, e Irmã Mary Angela me perguntou se
eu podia checar com você sobre a data do mercado de pulgas. Ela disse que ela vai fazer
o horário dela através do nosso. Além disso, eles vão ficar abertos até mais tarde nos
sábados a noite para que a gente possa ser voluntários uma vez por semana."
"Isso parece ótimo. Vou me encontrar com Neferet e falaremos sobre uma data que
seja melhor para a escola." Shekinah pausou por um momento, e então acrescentou,
"Zoey, Neferet é sua mentora, não é?"
Eu ouvi sinos de aviso na minha cabeça, mas me forcei a relaxar. Eu ia responder a
Shekinah da forma mais honesta que eu pudesse a tudo que ela me perguntasse. Eu não
tinha feito nada errado!
"Sim. Neferet é minha mentora."
"E você é próxima a Neferet?"
"Costumava ser. Éramos muito próximas quando eu cheguei. Na verdade, minha mãe
não é próxima de mim a vários anos, e eu meio que sentia que Neferet era a mãe que eu
queria ter," eu disse verdadeiramente.
"Mas isso mudou?" ela perguntou gentilmente.
"Sim," eu disse.
"E por quê?"
Eu hesitei, escolhendo minhas palavras com cuidado. Eu queria dizer o máximo
possível da verdade para Shekinah, e por um instante eu considerei contar a ela tudo - a


verdade toda sobre Stevie Rae e a profecia e do que tínhamos medo que acontecesse,
mas meus instintos me falaram que eu não deveria revelar nada. Shekinah saberia a
verdade amanha. Até lá, eu não queria que Neferet tivesse qualquer pista sobre o que ia
acontecer - sobre o fato de que ela ia ter que enfrentar o que ela fez, e o que ela estava
se tornando.
"Não tenho muita certeza," eu disse.
"Qual seu melhor palpite?"
"Bem, eu acho que ela mudou ultimamente, e não tenho certeza do por que. Uma
parte pode ser devido a umas coisas pessoais que aconteceram entre a gente. Mas eu
prefiro não falar disso, se estiver tudo bem por você."
"É claro. Eu entendo sua necessidade de manter coisas privadas para si mesma. Mas,
Zoey, você deve saber que estou aqui se você precisar conversar. Embora faça muito
tempo, eu lembro muito bem o que é ser uma caloura poderosa e sentir como se
estivesse carregando tantas responsabilidades que o fardo delas as vezes parece demais
para suportar."
"Yeah," eu disse, de repente tendo que lutar com as lagrimas. "É exatamente assim
que parece às vezes."
O leal sorriso dela era quente e gentil. "Vai melhorar. Eu te prometo isso."
"Eu realmente espero que sim," eu disse. "Oh, e falando em deixar as coisas
melhores - minha avó gostaria de vir para uma visita. Ela e eu somos muito próximas. Eu
ia passar um pouco do feriado de inverno com ela, mas, bem, você sabe que o feriado foi
cancelado. Então vovó disse que ela gostaria de vir aqui passar um tempo comigo. Você
acha que teria problemas se ela ficasse na escola?"
Shekinah me estudou cuidadosamente. "Tem quartos de hospede no prédio dos
professores, mas acredito que estejam todos preenchidos agora devido a minha visita e
aos Filhos de Erebus."
"Ela poderia ficar no meu quarto comigo? Minha colega de quarto, Stevie Rae,
morreu mês passado, e eu não tenho uma nova, então eu tenho uma cama vazia e tudo
mais."
"Eu suponho que eu não veja nenhum mal nisso. Se sua vó estiver confortável em
estar cercada por tantos calouros."
Eu ri. "Vovó gosta de adolescentes. Além do mais, ela conhece vários dos meus
amigos, e eles todos gostam dela."
"Então vou falar aos Filhos de Erebus, assim como Neferet, que você tem permissão
para sua avó visitar e ficar no seu quarto. Zoey, você sabe que pedir por um favor
especial nem sempre é sábio, mesmo que você tenha habilidades especiais."
Eu olhei Shekinah nos olhos firmemente. "Esse é o primeiro favor que eu peço desde
que cheguei na House of Night." E então eu pensei sobre isso e então me corrigi. "Não,
espera. Foi o segundo. O primeiro favor que eu pedi foi para ficar com algumas coisas da
minha colega de quarto depois que ela morreu."
Shekinah acenou devagar, e eu esperei o máximo que pude que ela tivesse
acreditado em mim. Eu queria gritar: cheque com os outros professores! Eles sabem que
eu não peço tratamento especial! Mas eu não podia dizer nada que fizesse Shekinah
acreditar que eu ouvi a conversa dela com Neferet.
"Bem, ótimo. Então você está no caminho certo. Dons da nossa deusa não significam
privilégios - eles significam responsabilidade."
"Eu entendo isso," eu disse firmemente.


"Eu acredito que sim," Ela disse. "Agora, eu tenho certeza que você tem dever de
casa para fazer e um ritual para se preparar para liderar amanha, então vou te dar boa
noite e espero que você seja abençoada," ela disse.
"Abençoada seja." Eu saudei ela formalmente de novo, fiz uma reverencia, e sai da
sala.
As coisas realmente não saíram tão ruins. Claro, Neferet estava mentindo para
caramba sobre mim e era claramente uma vadia do inferno, mas eu já sabia disso.
Shekinah não era idiota, e ela certamente não iria ser feita de boba por Neferet (como
Loren tinha sido, minha mente sussurrou). Vovó estava a caminho da escola, e ela ia ficar
comigo enquanto eu descubro todo esse negocio da profecia. Meus amigos finalmente
sabem tudo, então eu não tinha que constantemente dar desculpas e ser evasiva com
eles, e eles estavam me protegendo, embora só de pensar nos Corvos Escarnecedores me
assustasse completamente. Mas eu podia lidar com a parte assustadora com meus amigos
do meu lado. E amanha todos saberiam sobre Stevie Rae e os calouros vermelhos, e
Neferet iria perder o poder do segredo. Então talvez Stark não estivesse realmente morto,
e voltasse. As coisas realmente estão parecendo boas! Eu estava abrindo a porta do
prédio principal e rindo como uma boba quando dei de cara com Erik.
"Oh, desculpe eu não estava olhado -" ele começou, automaticamente me segurando
antes dele perceber quem ele quase derrubou. "Oh," ele repetiu, dessa vez com uma voz
muito menos gentil. "É você."
Eu tirei meu braço da mão dele e dei um passo para trás, tirando meu cabelo do
rosto. Olhando para os olhos azuis e frios dele era como mergulhar na água fria - e eu já
tinha tido o bastante de água fria jogada no meu rosto por ele.
"Olha, eu preciso de te dizer algo." Eu me movi para a frente dele, bloqueando o
caminho dele até o prédio.
"Então diga."
"Você gostou de me beijar hoje. Você gostou muito."
O sorriso dele era de zombação e muito bem ensaiado. "Yeah, e daí? Eu nunca disse
que não gosto de beijar você. O problema é que muitos caras gostam de beijar você."
Eu me senti corar. "Não se atreva a falar comigo assim!"
"Porque não? É verdade. Você estava beijando seu namorado humano. Você estava
me beijando. E você estava beijando Blake. Até onde eu sei, isso são muitos caras."
"Desde quando você se tornou tão idiota? Você sabia sobre Heath. Eu nunca tentei
esconder ele de você. Você sabia que era difícil para mim já que eu tinha um Imprint com
ele e me importava com você ao mesmo tempo."
"Yeah, e quanto a Blake? Explique isso."
"Loren foi um erro!" eu gritei, finalmente perdendo o controle. Eu estava cansada de
Erik me julgar por algo que eu já estava me remoendo a mais tempo do que podia dizer.
"Você estava certo. Ele estava me usando. Mas não era para sexo - esse foi só o jeito que
ele conseguiu para me fazer acreditar que ele me amava. Você ouviu a cena entre Neferet
e eu. Você sabe que tem mais acontecendo aqui do que todos pensam. Neferet mandou
Loren, o amante dela, me seduzir - me fazer acreditar que ele me amava porque eu sou
especial." Eu pausei, limpando com raiva as lagrimas que de alguma forma encheram
meus olhos. "Mas na verdade ele estava atrás de mim para eu poder irritar todos os meus
amigos e ficar sozinha e magoada e distraída para meus poderes não significarem mais
nada. E teria funcionado se Afrodite não tivesse me apoiado. Você com certeza não se
importou em me dar uma chance para explicar."
Erik passou a mão pelo cabelo preto dele. "Eu vi ele fazer amor com você."


"Quer saber o que você viu, Erik? Você viu ele me usar. Você me viu cometer o maior
erro da minha vida. Pelo menos até agora. Foi isso o que você viu."
"Eu sei e eu sinto muito. Mas eu acho que não tivemos muito juntos se não podemos
aprender a perdoar um ao outro por essa bagunça."
"Você acha que precisa me perdoar?"
Ele começou a parecer um idiota de novo. Eu definitivamente tinha tido o bastante
do idiota Erik. Meus olhos se estreitaram e eu surtei, "Yeah! Eu preciso perdoar você. Você
disse que se importava comigo, mas você me chamou de vadia. Você me envergonhou na
frente de todos os meus amigos. Você me envergonhou na frente de uma turma toda. E
você fez tudo isso porque só sabia parte da história, Erik! Então, yeah, você não é
totalmente santo nessa coisa toda também!"
Erin piscou surpreso com minha explosão. "Eu não sabia que só tinha parte da
história."
"Talvez da próxima vez você devesse pensar antes de explodir sem saber a história
toda."
"Então você me odeia agora?" ele disse.
"Não. Eu não te odeio. Eu sinto sua falta."
Nós nos olhamos, nenhum de nós sabendo o que fazer a partir daí.
"Eu também sinto sua falta," ele finalmente disse.
Meu coração parou de bater por um segundo.
"Talvez possamos conversar de novo," eu disse. "Eu quero dizer, sem a parte da
gritaria."
Ele olhou para mim por um longo, longo tempo. Eu tentei ler os olhos dele, mas eles
só refletiam a minha própria confusão.
Meu telefone tocou, e eu o tirei do meu bolso. Era vovó. "Oh, desculpe. É minha vó,"
eu disse a Erik. Então eu abri o celular. "Oi, vovó, você chegou?" eu acenei enquanto ele
me dizia que ela tinha acabado de parar no estacionamento. "Ok, te encontro aí em
alguns minutos. Mal posso esperar pra te ver! Tchau!"
"Sua avó está aqui?" Erik perguntou.
"Yeah." Eu ainda estava sorrindo. "Ela veio ficar um tempo. Você sabe, já que o
feriado de inverno foi curto e tudo mais."
"Oh, yeah. Isso faz sentido. Ok, eu acho, que te vejo por ai."
"Uh, quer me levar até o estacionamento? Vovó disse que ela está trazendo umas
coisas, o que significa que ela provavelmente trouxe uma enorme mala e 10 pequenas, e
ela definitivamente vai precisar de um vampiro adulto carregando para ela, já que eu sou
só uma caloura pequena."
Eu segurei o fôlego, achando que tinha feito besteira (de novo) e passei dos limites
muito cedo com ele. E, certa o bastante, o olhar cuidadoso estava de volta nos olhos dele.
Foi exatamente aí que um vampiro Filho de Erebus apareceu na porta atrás de mim.
"Desculpe," Erik disse para ele. "Essa é Zoey Redbird. Uma convidada dela acabou de
chegar. Você está disponível para ajudar a trazer a bagagem?"
O guerreiro me saudou respeitosamente. "Eu sou Stephan, e será um prazer ajudar
você, jovem Sacerdotisa."
Eu me fiz sorrir e disse obrigado. Então eu olhei para Erik. "Então, te vejo mais
tarde?" eu disse.
"É claro. Você está na minha aula." Ele me saudou e então entrou no prédio.
O estacionamento era depois de uma volta ao redor do prédio principal. Então,
graças a Deus, eu não tive que caminhar muito tempo em um silêncio desconfortável com


o guerreiro. Vovó acenou para mim do estacionamento bem lotado. Eu acenei em
resposta, e Stephan e eu fomos até ela.
"Wow, tem vários vampiros aqui," eu disse, olhando para os desconhecidos carros.
"Muitos Filhos de Erebus foram chamados para essa House of Night," Stephan disse.
Eu acenei pensativa.
Eu podia sentir os olhos dele em mim. "Sacerdotisa, você não precisa temer sua
segurança," ele disse com uma quieta autoridade.
Eu sorri para ele e pensei, se apenas você soubesse, mas não disse nada.
"Zoey! Oh, querida! Aqui está você." Vovó me enrolou nos braços dela, e eu a
abracei com força, sentido o cheiro familiar de lavanda e de casa.
"Vovó, estou tão feliz que você esteja aqui!"
"Eu também, querida. Eu também." Ela me apertou com força.
Stephan fez uma reverencia respeitosa para vovó antes de juntar a bagagem dela.
"Vovó, você está planejando ficar um ano?" eu perguntei, jogando uma risada por
cima dos ombros pra enorme quantidade de bagagem.
"Bem, querida, devemos sempre estar preparados para tudo." Vovó Redbird enrolou
os braços ao redor dos meus, e começamos a andar pela calçada que levava para o
dormitório das garotas, com Stephan nos seguindo atrás de nós.
Logo ela colocou a cabeça dela perto da minha e sussurrou, "a escola está
completamente cercada."
Eu senti uma onda de medo. "Pelo que?"
"Corvos." Ela disse a palavra como se tivesse um gosto ruim na boca. "Estão todos
ao redor do território, mas nenhum deles está dentro dos muros da escola."
"Isso é porque eu os afastei," eu disse.
"É mesmo?" ela sussurrou. "Muito bem, Zoeybird!"
"Eles me assustam, vovó," eu respondi sussurrando. "Eu acho que eles estão
ganhando o corpo deles de volta."
"Eu sei, querida. Eu sei."
Tremendo, nos abraçamos com força enquanto corríamos para meu quarto. A noite
parecia observar nos andarmos.


VINTE E SETE

Não surpreendentemente, todos estavam no meu quarto.
"Vovó Redbird!" Damien chorou, e correu até os braços dela. Houve uma agitação
quando ele apresentou Jack para ela, as Gêmeas dando olá, e finalmente, Afrodite,
parecendo desconfortável, mas feliz, dando um bem apertado, e muito sincero abraço em
Vovó. Durante a comoção, Damien e as Gêmeas olharam para mim.
"Z, você está bem?" Damien perguntou numa voz baixa.
"Yeah, estávamos preocupados," Shaunee disse.
"Alguma merda assustadora está acontecendo," Erin disse.
"Estou bem." Eu dei um olhar furtivo para onde Jack estava conversando sobre algo
com vovó sobre o quanto ele adorava lavanda. "Por causa da ajuda de vocês, estou bem."
"Estamos aqui por você, Z. Você não está nisso sozinha," Damien disse.
"Idem," disseram as Gêmeas juntas.
"Zoey? Isso é um cachorro?" Vovó tinha acabado de notar o calombo de pelo loiro
esticando no fim da minha cama que se mexeu e fez todos os gatos no quarto assoviarem
ao mesmo tempo.
"Yep, vovó. É um cachorro. É uma longa história."
"A quem ela pertence?" Vovó perguntou, dando a Duquesa uma tentativa de esfregar
a cabeça.
"Bem, eu. Pelo menos temporariamente," Jack disse.
"Talvez essa seja uma boa hora para explicar para sua avó sobre Stevie Rae e todos
os outros," Afrodite disse.
"Stevie Rae? Oh, querida. Você ainda está sofrendo com a perda dela?"
"Não exatamente, vovó," eu disse devagar. "Realmente tem muito para explicar."
"Então é melhor começar. Algo me diz que estamos ficando sem o luxo de ter
tempo," vovó disse.
"Primeiro, você deveria saber que não te contei tudo isso, porque Neferet está
envolvida - de um mal jeito. E ela tem muitos poderes psíquicos. Então o que quer que te
conte, ela pode ser capaz de captar no seu cérebro, e isso não é bom," eu disse.
Vovó pensou sobre isso enquanto pegava a cadeira da minha escrivaninha, e
sentava. "Jack, querido," ela disse. "Eu realmente gostaria de um copo de água. Você
acha que consegue um pouco para mim?"
"Eu tenho água Fiki na minha geladeira no meu quarto," Afrodite disse.
"Isso seria ótimo," vovó disse.
"Vá em frente e pega para ela. Mas não toque nada mais," Afrodite disse.
"Nem mesmo o seu -"
"Nem ele."
Jack ficou azedo, mas ele correu para pegar água para vovó.
"Então, eu suponho que todos vocês sabem o que Zoey vai me contar?" Vovó
perguntou para o grupo em geral quando Jack voltou.
Eles acenaram, com os olhos enormes e parecendo filhotinhos de pássaros.
"E como vocês estão mantendo Neferet fora da mente de vocês?"
"Bem, é só uma teoria agora, mas achamos que devemos nos concentrar em coisas
superficiais, bobas e de adolescentes," Damien disse.
"Como liquidações de sapato e algo assim," Erin explicou.
"Yeah, algo assim sendo caras bonitos e estresse de dever da casa," Shaunee
acrescentou.


"Então ela não vai achar melhor em olhar mais profundamente," eu terminei. "Mas
Neferet nos subestima. Eu não acho que ela vai cometer o mesmo erro com você, vovó.
Ela já sabe que você segue o caminho dos Cherokee - que você está em contato com o
espírito da terra. Ela pode olhar mais profundamente em você não importa o que esteja
passando pela sua mente."
"Então vou ter que limpar minha mente e praticar meditação que eu estive usando
desde que era uma garotinha." O sorriso de vovó era confiante. "Ela não pode se forçar a
entrar na minha mente, não se eu a bloquear primeiro."
"E se ela for a Rainha Tsi Sgili?"
O sorriso de vovó sumiu. "Você realmente acredita nisso, u-we-tsi-a-ge-ya?"
"Achamos que ela pode ser," eu disse.
"Então todos estão em perigo. Você deve me contar tudo."
E então eu contei - com a ajuda de Afrodite, Damien, as Gêmeas, e Jack, contamos
tudo para vovó, embora eu devo admitir ter disfarçado a parte sobre Stevie Rae não ser
totalmente ela mesma. Afrodite me olhou durante essa parte, mas não disse nada.
Enquanto ouvia tudo, vovó se enrugou cada vez mais. Eu também dei a todos
detalhes sobre o ataque do Corvo Escarnecedor. Finalmente eu conclui e explique a ela
sobre como a morte de Stark pode não ser permanente, e como Stevie Rae e Afrodite e
eu tínhamos decidido que, por mais mórbido e perturbador que isso possa parecer, que
precisávamos manter um olho no, bem, cadáver dele.
"Então Jack deveria ter instalar a câmera no necrotério," eu disse. "Você conseguiu,
Jack? Eu vi uma parte da sua tática de distração." Eu dei a Duquesa um sorriso e
esfreguei as orelhas dela. Ela deu um suave latido e lambeu meu rosto. Malévola e
Beelzebub, que estavam enrolados juntos perto da porta (parece que gatos odiosos
atraem um aos outros - quem diria?) ergueram as cabeças e assoviaram juntos. Nala, que
estava dormindo no meu travesseiro, mal abriu os olhos.
"Oh, yeah, com toda essa excitação eu quase esqueci!" Jack deu um pulo e foi até
onde ele tinha deixado a bolsa de homem - ou "mochila" como ele gosta de chamar - no
chão perto da porta. Ele a trouxe com ele e tirou uma estranha, mini Tv. Ele mexeu com
alguns botões e então, com um sorriso de vitoria, me entregou. "Voilà! Aqui está o seu -
esperamos - belo adormecido."
Todos se juntaram, espiando por cima do meu ombro. Me segurando, eu pressionei o
botão de ligar. Certo a bastante, a pequena tela mostrava uma imagem preto e branco de
uma pequena sala com um grande negócio parecendo um forno no fim dela, várias
prateleiras de metal alinhadas pela parede visível, e uma única mesa de metal (do
tamanho de um corpo), em que estava deitado um humano coberto por um lençol.
"Icky," as Gêmeas falaram.
"Nada agradável," Afrodite disse.
"Talvez devêssemos desligar enquanto o c-ã-o está aqui," Jack disse.
Eu era totalmente a favor de desligar, não gostando do sentimento de espionar os
mortos.
"Esse é o corpo do garoto?" vovó perguntou, parecendo meio pálida.
Jack acenou. "Yep. Eu tive que olhar por baixo do lençol para me certificar." Os olhos
dele ficaram tristes, e ele começou a acariciar Duquesa um pouco freneticamente. A
grande labradora deitou a cabeça no colo dele e suspirou, o que pareceu acalmar ele
porque Jack também suspirou, e abraçou a cachorra antes de dizer, "eu só, você sabe,
estou fingindo que ele está morto."
"Ele parecia morto?" eu tive que perguntar.


Jack acenou de novo. Ele pressionou os lábios juntos e não disse mais nada.
"Você está fazendo a coisa certa," vovó proclamou firmemente. "O poder de Neferet
tem muito a ver com segredo. Ela é vista como uma poderosa sacerdotisa de Nyx - uma
força do bem. Ela está se escondendo por trás da mascara por um bom tempo agora, e
isso a permitiu liberdade para fazer tais coisas, se você estiver certa sobre a extensão
dela, então são atrocidades."
"Você concorda que mostrar Stevie Rae e os calouros vermelhos amanha é o que
devemos fazer?" eu perguntei.
"Eu concordo. Se segredos são aliados do mal, então vamos trazer conhecimento."
"Ok!" eu disse.
"Ok!" todos falaram.
E então Jack bocejou. "Oopsie! Desculpe. Eu não estou entediado nem anda," ele
disse.
"É claro que não está, mas já quase o amanhecer. Você teve um dia exaustivo," vovó
disse. "Talvez todos devêssemos dormir? Além do mais, não passou do toque de recolher
para garotos estarem no dormitório das garotas?"
"Uh-oh! Totalmente esquecemos disso. Como se precisássemos de uma droga
detenção para se preocupar além de todo o resto!" Jack disse. Então, parecendo um
pouco decepcionado, ele acrescentou, "Desculpe, Vovó. Eu não quis dizer droga."
Vovó sorriu para ele e deu tapinhas na bochecha dele. "Nenhum mal feito, querido.
Agora, para cama."
Não surpreendentemente, todos respondemos instantaneamente ao comando de
mãe de vovó. Jack e Damien levantaram com Duquesa atrás.
"Hey," eu chamei antes deles saírem pela porta. "Duquesa não teve problemas por
ser parte da distração, teve?"
Damien balançou a cabeça. "Não. Nós culpamos Malévola, e esse gato estava agindo
tão loucamente, que ninguém achou que fosse Duquesa."
"Minha gata não é maluca," Afrodite disse. "Ela só é uma ótima atriz."
As Gêmeas foram a seguir, abraçando vovó e pegando Beelzebub que estava
dormindo. "Vejo vocês no café da manha," elas falaram.
Elas deixaram vovó e eu sozinhas com Afrodite, Malévola, e uma Nala totalmente
adormecida.
"Bem, eu acho que deveria ir também," Afrodite disse. "Amanha vai ser muito
importante."
"Talvez você devesse dormir aqui hoje a noite," eu disse.
Afrodite ergueu uma perfeita sobrancelha e me deu um olhar de desdenho.
Eu virei os olhos. "Você é tão mimada. Você pode dormir na minha cama. Eu uso um
saco de dormir."
"Afrodite já ficou no seu quarto antes?" Vovó perguntou.
Afrodite bufou. "Dificilmente. Vovó, se você vir meu quarto, você vai saber por que
prefiro ficar lá."
"Além do mais, Afrodite tem uma reputação de ser uma vadia odiosa. Ela não dorme
no quarto de outras pessoas," eu falhei em mencionar que ela talvez dormisse no quarto
de caras - isso definitivamente seria muita informação para vovó.
"Obrigada," Afrodite disse.
"Se ela ficar no seu quarto, especialmente já que eu suponho que Shekinah contou a
Neferet que estou aqui, isso não seria um comportamento estranho para ela?"
"Sim," eu admiti relutantemente.


"Seria mais do que estranho - seria bizarro," Afrodite disse.
"Então você deve voltar para o seu quarto para não darmos ainda mais razão para
Neferet olhar ainda mais de perto do que ela já olha," vovó disse. "Mas você não ira
dormir desprotegida." Vovó levantou um pouco dura e foi até a pilha de malas. Ela
começou a procurar algo na bolsa azul que ela gostava de chamar de "bolsa para noite."
Primeiro ela tirou um lindo apanhador de sonhos. Era um circulo enrolado com couro
que cordas da cor lavanda que formavam uma teia dentro, e no centro da teia havia uma
pedra turquesa, a pedra azul como o céu de tirar o fôlego. As penas que estavam
penduradas em três iras dos lados e da ponta eram cinzas de uma pomba. Vovó entregou
o apanhador de sonhos para Afrodite.
"É lindo!" ela disse. "Verdade. Eu absolutamente adorei."
"Estou feliz que tenha gostado, criança. Eu sei que muitas pessoas acreditaram que
apanhadores de sonho não fazem nada mais do que filtrar bons sonhos - ou talvez nem
isso. Eu fiz vários deles, eu entrelacei o poder de proteção da turquesa no centro de cada
um deles, eu pensei sobre a necessidade de filtrar mais do que pesadelos da nossas vidas.
Pegue isso e pendure na sua janela. Que os espíritos pretejam sua alma adormecida do
mal."
"Obrigado, vovó," Afrodite disse sinceramente.
"E mais uma coisa." Vovó virou de volta para a mala, procurando por um tempo, e
então pegou uma vela que era branca. "Acenda isso na sua cabeceira enquanto dorme. Eu
falei palavras protetoras em cima dela na ultima lua cheia e deixei os raios da lua cheia
encharcarem ela."
"Esteve um pouco obsessiva com proteção ultimamente, vovó?" eu perguntei com
uma risada. Depois de 17 anos, eu estava acostumada com o estranho jeito de vovó saber
coisas que ela não devia - como quando convidados estavam vindo, ou um tornado se
formando (muito antes de Doppler 8* (*aparelho que informa sobre formação de
tornados) ser inventado) - ou, nesse caso, quando íamos precisar de proteção.
"É sempre sábio ter cuidado, u-we-tsi-a-ge-ya." Ela botou o rosto de Afrodite entre
suas mãos e beijou de leve a testa dela. "Durma bem, pequena filha, e que seus sonhos
sejam felizes."
Eu vi Afrodite piscar os olhos com força e sabia que ela estava lutando para não
chorar. "Noite," ela disse. Acenando para mim, ela saiu do quarto.
Vovó não disse por um tempo; ela só olhou pensativa para a porta fechada.
Finalmente ela disse, "Não acredito que aquela garota nunca conheceu o calor do amor de
uma mãe."
"Você está certa, vovó," eu disse. "Ela costumava ser horrível, ninguém suportava
ela, especialmente eu, mas eu acho que a maior parte era fingimento. Não que ela seja
perfeita. Ela é muito mimada e superficial, e às vezes ela pode ser muito odiosa, mas
ela..." eu parei, tentando descrever Afrodite com palavras.
"Ela é sua amiga," vovó terminou por mim.
"Sabe, você é bizarramente perto da perfeição," eu disse a ela.
Vovó sorriu com travessura. "Eu sei. Mal de família. Agora, me ajude a pendurar
nosso apanhador de sonhos e acender nossa vela da lua - então você precisa dormir."
"Você também não vai dormir? Eu te acordei no meio da noite, e você disse que já
estava de pé a horas."
"Oj, eu vou dormir um pouco, mas tenho planos. Eu não venho para a cidade com
muita freqüência, e enquanto minha família vampira dorme, eu vou fazer umas compras e
vou ter um adorável almoço em Chalkbord* (*restaurante)."


"Yum! Eu não vou lá desde a última vez que a gente foi."
"Bem, cabeça de vento, eu te digo se é tão bom quanto lembramos, e então talvez
no próximo dia de chuva, você e eu podemos visitar juntas."
"Então você comer lá vai ser só um reconhecimento para se certificar que ele não
ficou ruim?" Eu pus a cadeira perto da janela e procurei um lugar para pendurar o
apanhador de sonhos que vovó tinha me dado.
"Exatamente. Querida, o que você quer fazer com a babá câmera?" Vovó ergueu
uma das tevezinhas. Embora estivesse desligada, ela a segurou com cuidado, como se
pudesse ser uma bomba.
Eu suspirei. "Afrodite me disse que tem áudio junto. Você consegue ver o botão para
som?"
"Sim, acredito que seja essa." Vovó pressionou o botão, e uma luz verde se acendeu.
"Ok, bem, porque não deixamos apenas com áudio, sem o vídeo? Eu vou por na
minha cabeceira. Se houver algum tumulto, eu vou ser capaz de ouvir."
"Muito melhor do que ver o morto a noite toda," Vovó disse fazendo uma careta
enquanto colocava a pequena tela na minha cabeceira. Então ela olhou para mim.
"Querida, porque você não abre a cortinas por um segundo e pendura o apanhador de
sonhos perto da janela? Estamos protegendo de fora para dentro - não de dentro para
fora."
"Oh, ok."
Eu usei as duas mãos para abrir a cortina. Elas abriram, e eu senti uma facada de
medo quando olhei diretamente para o rosto horrível de um gigante pássaro preto com
terríveis olhos brilhantes vermelhos com formato de um homem. A criatura estava presa
ao lado de fora da minha janela com braços e pernas que eram humanos. O perigoso bico
em forma de gancho se abriu, mostrando uma língua em forma de garfo. A coisa soltou
um suave "Crooo-ak" que soava zombador e ameaçador ao mesmo tempo.
Eu não consegui me mexer. Eu estava congelada pelos olhos vermelhos - humanos
num rosto de um terrível pássaro - uma criatura que existia apenas porque um antigo
mal. Eu podia sentir pontas frias nos meus ombros onde uma daquelas criaturas tinha se
pegado mais cedo. Eu lembrei do toque da nojenta língua e da dor que o bico tinha
causado quando tentou cortar minha garganta.
Enquanto Nala começou a assoviar e rosnar, vovó correu para o meu lado. Eu podia
ver o reflexo dela no vidro da janela. "Chame o vento para mim, Zoey!" ela mandou.
"Vento! Venha até mim - minha avó precisa de você," eu chorei, ainda presa no
olhar monstruoso do Corvo Escarnecedor.
Eu senti o vento passar inquieto embaixo e do meu lado, onde Vovó estava.
"U-no-le!" Vovó chamou. "Carregue isso com meu aviso para a besta." Eu vi vovó
erguer as mãos e assoprar o que estava na palma dela direto para a criatura que estava
enrolada do outro lado da janela. "Ahiyaá A-s-gi-na!" ela disse.
O vento, conjurado por mim, mas comando por minha vó, a Mulher Ghigua, se jogou
o pó azul que ela tinha na palma das mãos e o passou através da pequena abertura entre
o vidro da janela. O vento passou a poeira ao redor do Corvo Escarnecedor para ficar
preso no tufão de poeira brilhante. A besta com olhos tão humanos reclamou enquanto as
faíscas o cercava e então, enquanto o vento circulava ferozmente, pressionando o pó no
corpo da criatura, um terrível grito saiu do bico aberto, e numa batida de asas, ele
desapareceu.
"Mande embora o vento, u-we-tsi-a-ge-ya ," Vovó disse enquanto pegava minha mão
para me firmar.


"O-obrigado vento. Eu te libero," eu disse abatida.
"Obrigado, u-no-le," vovó murmurou. Então ela disse, "O apanhador de sonhos - se
certifique de pendurar ele."
Com mãos tremulas, eu o pendurei ao redor da parte de dentro da cortina e a fechei
as cortinhas. Então vovó me ajudou a sair da cadeira. Fazendo Nala levantar, nós três nos
enrolamos juntas enquanto tremíamos e tremíamos e tremíamos.
"Acabou... acabou agora...," vovó continuou murmurando.
Eu não percebi que nós duas estávamos chorando até que vovó me deu um ultimo
apertão e foi procurar um lenço. Eu afundei na cama, acariciando Nala.
"Obrigado," eu disse, limpando o rosto e assoprando o nariz. "Devemos ligar para os
outros?" eu perguntei.
"Se você ligar, o quão assustados eles vão ficar?"
"Aterrorizados," eu disse.
"Então eu acho que faria mais bem você chamar o vento de novo. Você pode enviar
um enorme tufão ao redor dos dormitórios para que se algum deles estiver do lado de
fora, seja mandado para longe?"
"Yeah, mas eu acho que deveria parar de tremer primeiro."
Vovó sorriu e tirou o cabelo do meu rosto. "Você fez bem, u-we-tsi-a-ge-ya."
"Eu me apavorei e congelei, bem como aconteceu da ultima vez!"
"Não, você encontrou o olhar do demônio sem se acovardar e conseguiu conjurar o
vento e o fazer me obedecer," ela disse.
"Só porque você me disse pra fazer isso."
"Mas da próxima vez não será porque eu te disse. Da próxima vez você será mais
forte e fará o que precisa sozinha."
"O que era aquele pó azul?"
"Turquesa esmagada. Vou te dar um pote. É uma poderosa pedra protetora."
"Você tem o bastante para dar aos outros também?"
"Não, mas vou por na minha lista de compras. Eu posso pegar umas pedras
turquesas e as amassar com um pilão para transformar em pó. Isso vai me dar algo
construtivo pra fazer enquanto você dorme."
"O que foi que você disse?" eu perguntei.
"Ahiya'a A-s-gi-na, significa vá embora, demônio."
"E u-no-le é vento?"
"Sim, querida."
"Vovó, ele tinha forma física, ou era só um espírito?"
"Eu acho que um pouco dos dois. Mas é muito próximo da forma física."
"O que significa que Kalona está ficando forte," eu disse.
"Eu acredito que sim."
"É assustador, vovó."
Vovó me colocou em seus braços e acariciou minha cabeça como ela costumava
fazer quando eu era uma garotinha. "Não tema, u-we-tsi-a-ge-ya. O pai dos demônios ira
descobrir que as mulheres de hoje não são tão fáceis de subjugar."
"Você arrasou, vovó."
Ela sorriu. "Sim, filha, nós certamente arrasamos."


VINTE E OITO

Com vovó observando com aprovação, eu chamei o vento de volta e o mandei passar
ao redor do campus, especialmente me focando nos dormitórios. Ouvimos
cuidadosamente para o som dos demônios gritando, mas tudo que ouvimos foi o som do
vento. Então, exausta, eu coloquei meu pijama e finalmente fui para cama. Vovó acendeu
a vela protetora da lua cheia para nós, também, e eu me aconcheguei com Nala, gostando
do som de vovó escovando o longo cabelo prateado enquanto ela passava pelos rituais
noturnos normais.
Eu estava pegando no sono quando a voz dela me pegou. "U-we-tsi-a-ge-ya, eu
quero que você me prometa algo."
"Ok, vovó," eu disse adormecidamente.
"Não importa o que aconteça, eu quero que você prometa que vai lembrar que
Kalona não deve se erguer. Nada e ninguém é mais importante que isso."
Uma pequena preocupação me fez despertar completamente. "Como assim?"
"Exatamente o que eu disse. Não deixe nada te distrair do seu propósito."
"Você soa como se não fosse estar aqui para me manter forte," eu disse, sentindo
uma onda de pânico começar no meu peito.
Vovó foi até mim e sentou na ponta da minha cama. "Eu pretendo estar por perto
por muito tempo, querida, você sabe disso. Mas eu ainda quero que você prometa. Pense
nisso como em ajudar uma velha senhora a dormir bem."
Eu franzi para ela. "Você não é uma velha senhora."
"Prometa," ela insistiu.
"Eu prometo. Agora prometa que não vai deixar nada acontecer com você," eu disse.
"Vou fazer meu melhor: prometo," ela disse com um sorriso. "Vire sua cabeça, e vou
escovar seu cabelo enquanto você adormece. Vai te dar bons sonhos."
Com um suspiro eu virei de lado e cai no sono com o adorado toque da minha vó e o
suave murmúrio da canção de ninar Cherokee.
Primeiro eu achei que o som abafado estava vindo da câmera, e não muito acordada,
eu sentei e peguei a pequena telinha. Segurando o fôlego, eu liguei o vídeo, e então dei
um suspiro de alivio quando a mesa solitária apareceu inalterada, ainda com um
ocupante. Eu desliguei o vídeo e olhei para a cama vazia, mas bem feita de vovó. Eu sorri
enquanto olhei ao redor do quarto. Na verdade, vovó tinha feito uma limpeza antes de
sair para o seu dia de compras e almoço. Eu olhei para Nala, que piscou para mim
sonolenta.
"Desculpe. Deve ter sido a minha exagerada imaginação que me fez ouvir coisas." A
vela da lua cheia ainda estava queimando, embora estivesse definitivamente menor do
que estava quando eu adormeci. Eu olhei para o relógio e sorri. Eram apenas duas da
tarde. Eu tinha várias horas de um bom sono antes de ter que acordar. Eu deitei e puxei
meu edredom até meu pescoço.
Vozes abafadas, dessa vez acompanhadas por várias suaves batidas na minha porta
definitivamente não eram minha imaginação. Nala deu um sonolento mee-uh-ow, o que
eu não pude deixar de concordar.
"Se as Gêmeas quiserem ir para a liquidação de sapatos, eu vou estrangular elas," eu
disse a minha gata, que parecia alegre com a perspectiva. Então eu tirei o sono da minha
garganta e grite, "Yeah! Entre."


Quando a porta abriu, eu estava surpresa por ver Shekinah parada ali, junto com
Afrodite e Neferet. E Afrodite estava chorando. Eu sentei rapidamente, tirando meu cabelo
do rosto. "O que foi?"
As três entraram no meu quarto. Afrodite andou até mim e sentou na cama ao meu
lado. Eu olhei dela para Shekinah e finalmente para Neferet. Eu não podia ler nada a não
ser tristeza nos olhos delas, mas eu continuei a encarar Neferet, desejando poder ver
além da atuação dela - desejando que todos pudessem.
"O que foi?" eu repeti.
"Criança," Shekinah começou em uma triste e gentil voz. "É a sua avó."
"Vovó! Onde ela está?" Meu estomago se apertou quando ninguém disse nada. Eu
agarrei a mão de Afrodite. "Me diga!"
"Ela esteve num acidente de carro. Um bem ruim. Ela perdeu controle quando estava
andando pela rua Principal porque... porque um enorme pássaro preto voou pela janela
dela. O carro dela saiu da estrada e bateu num poste de luz." Lagrimas estavam caindo
pelo rosto de Afrodite, mas a voz dela era firme. "Ela está na UTI do hospital St. John."
Eu não pude dizer nada por um segundo. Eu só fiquei olhando para a cama vazia da
minha vó e o pequeno travesseiro cheio de lavanda colocado ali. Vovó sempre se cercava
pelo cheiro de lavanda.
"Ela ia ao Chalkboard para almoçar. Ela me disse ontem a noite antes -" eu parei,
lembrando como vovó e eu estávamos conversando sobre ela ir almoçar no Chalkboard
logo antes deu abrir a cortina e encontrar o horrível Corvo Escarnecedor. Ele deveria estar
ouvindo, e iria saber exatamente onde vovó iria hoje. Então ele tinha ido para lá para tirar
ela da estrada e causar o acidente.
"Antes do que?" Para um observador desavisado, a voz de Neferet teria soado
preocupada - como uma amiga e mentora. Mas quando eu olhei nos olhos esmeralda
dela, eu vi o frio calculo de um inimigo.
"Antes da gente ir para cama." Eu estava tentando não mostrar o quanto Neferet me
enojava - o quão vilã e virada eu sabia que ela era. "É assim que eu sei que ela ia dirigir
hoje. Ela disse o que ia fazer hoje enquanto eu dormia." Eu tirei os olhos de Neferet e falei
com Shekinah. "Eu preciso ir ver ela."
"É claro que sim, criança," Shekinah disse. "Darius está esperando com um carro."
"Eu posso ir com ela?" Afrodite perguntou.
"Você já perdeu muitas aulas ontem, e eu não -"
"Por favor," Eu interrompi Neferet, falando diretamente com Shekinah. "Eu não quero
ficar sozinha."
"Você não concorda que família é mais importante que aulas?" Shekinah disse a
Neferet.
Neferet hesitou por apenas um segundo. "Sim, é claro que sim. Só estou preocupada
com Afrodite ficar para trás."
"Eu vou fazer meu dever no hospital. Eu não vou me atrasar." Afrodite deu a Neferet
um grande sorriso que era tão falso quando os seios de Pamela Anderson.
"Então está decidido. Afrodite ira acompanhar Zoey até o hospital, e Darius ira cuidar
das duas. Leve o tempo que precisar, Zoey. E se certifique de me dizer se tem algo que a
escola possa fazer por sua avó," Shekinah disse gentilmente.
"Obrigado."
Eu nem olhei para Neferet quando as duas saíram do meu quarto.


"Vadia Fudida!" Afrodite disse, olhando para a porta fechada. "Como se ela algum dia
estivesse preocupada sobre eu ficar para trás em algo! Ela só odeia que nós duas sejamos
amigas."
Ok... ok. Eu tenho que pensar. Eu tenho que ir ver vovó, mas tenho que pensar e me
certificar que tudo esteja pronto aqui, antes. Eu tenho que lembrar da minha promessa
com vovó.
Eu limpei as lagrimas do meu rosto com as costas da minha mão e corri até meu
armário, tirando uma jeans e um moletom. "Neferet odeia que sejamos amigas porque ela
não pode entrar nas nossas mentes. Mas ela pode entrar nas de Damien, Jack, e as
Gêmeas, e eu te prometo que ela vai xeretar hoje."
"Temos que avisar eles," Afrodite disse.
Eu acenei. "Sim, temos. A câmera não pega no St. John, pega?"
"Provavelmente não. Eu acho que o alcance é só alguns quilômetros."
"Então enquanto me visto, leve ela para o quarto das Gêmeas. Conta a elas o que
aconteceu, e também diga a elas para avisar Damien e Jack sobre Neferet." Então eu
respirei fundo e acrescentei, "Ontem a noite, havia um Corvo Escarnecedor na minha
janela."
"Oh minha deusa!"
"Foi horrível." Eu tremi. "Vovó soprou turquesa nele, e o vento a ajudou, e isso o fez
desaparecer, mas eu não sei a quanto tempo ele estava nos ouvindo."
"Foi isso que você começou a dizer. O corvo Escarnecedor sabia que sua avó ia para
Chalkboard."
"Ele causou o acidente," eu disse.
"Ele ou Neferet," ela disse.
"Ou os dois juntos." Eu fui para minha cabeceira e peguei meu monitor da câmera
babá. "Entregue isso para as Gêmeas. Espera." Eu a parei antes dela sair do quarto. Eu fui
até a bolsa azul da minha vó e procurei no compartimento que ela tinha deixado aberto.
Certa o bastante, dentro a havia um bolso escondido. Eu o abri e olhei duas vezes, e
então, satisfeita, entreguei para Afrodite. "Isso é mais pó de turquesa. Faça as Gêmeas
dividirem com Damien e Jack. Diga a elas que é uma poderosa proteção, mas não temos
muito."
Ela acenou. "Entendi."
"Depressa. Eu vou estar pronta quando você voltar."
"Zoey, ela vai ficar bem. Eles falaram que ela está na UTI, mas ela estava de cinto e
ela ainda está viva."
"Ela tem que ficar bem," eu disse a Afrodite quando meus olhos se encheram de
lagrimas de novo. "Eu não sei que vou fazer se ela não ficar bem."
A curta viagem ao hospital St. John foi silenciosa. Era, é claro, um dia odiosamente
ensolarado. Então, embora todos estivéssemos de óculos de sol e o Lexus tivesse janelas
escuras, foi desconfortável para todos nós. (Bem, nós sendo Darius e eu - Afrodite parecia
estar tendo dificuldades de não abrir a janela e assar no sol.) Darius nos largou na
entrada e disse que ia estacionar o carro e nos encontrar na UTI.
Embora eu não tenha passado muito tempo dentro de um hospital, o cheiro pareceu
ativar uma memória, e uma que não era positiva. Eu realmente odeio o cheiro de anti-
séptico-que-cobre-o-senso-das-doenças. Afrodite e eu paramos na mesa de informações,
e uma simpática senhora em um avental salmão nos disse onde era a UTI.
Ok, foi muito assustador na UTI. Nós hesitamos, sem ter certeza se podíamos passar
pela porta que dizia UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVA em vermelho. Então eu


lembrei que a minha avó estava ali, e eu marchei segura através das portas intimidadores
para dentro da Cidade Assustadora.
"Não olhe," Afrodite sussurrou quando comecei a tropeçar porque meus olhos
automaticamente estavam sendo atraídos pelas paredes de vidro onde ficavam os quartos
dos pacientes. Serio. As paredes dos quartos não eram nem paredes. Eram janelas - para
que todos pudessem olhar as pessoas velhas morrendo usando pinico e tudo mais. "Só
continue andando até a estação das enfermeiras. Elas devem te falar sobre a sua avó."
"Como você sabe tanto sobre isso?" Eu sussurrei.
"Meu pai teve uma overdose duas vezes e acabou aqui."
Eu dei a ela um olhar chocado. "Verdade?"
Ela deu nos ombros. "Você não teria uma overdose se fosse casada com minha
mãe?"
Eu suponho que sim, mas achei que era melhor dizer não. Além do mais, tínhamos
chegado na estação das enfermeiras.
"Como posso ajudar?" disse a loira que estava dura como tijolo.
"Estou aqui para ver minha avó, Sylvia Redbird."
"E você é?"
"Zoey Redbird," eu disse.
A enfermeira checou a ficha, e então sorriu para mim. "Você está listada como o
contato de emergência. Só um segundo. O doutor está com ela agora. Se você esperar na
sala familiar que é no fim do corredor, eu vou avisar ele que você está aqui."
"Posso ver ela?"
"Claro que pode, mas o doutor precisa terminar de examinar ela primeiro."
"Ok. Vou estar esperando." Depois de dar apenas alguns passos, eu parei. "Ela não
está sozinha, está?"
"Não, é por isso que os quartos tem janelas como paredes. Nenhum dos pacientes na
UTI ficam sozinhos."
Bom, espiar por uma janela não ia ser o bastante para o que estava acontecendo
com vovó. "Só se certifique que o médico me chame imediatamente, ok?"
"É claro."
Afrodite e eu fomos para a sala familiar, que era quase tão estéril e assustadora
quanto o resto da UTI.
"Eu não gosto." Eu não consegui sentar, então eu andava para frente e para trás na
frente de um horrível sofá.
"Ela precisa de mais proteção do que enfermeiras olhando através de uma janela de
vez enquanto," Afrodite disse.
"Mesmo antes do que aconteceu recentemente, os Corvos Escarnecedores tinham a
habilidade de mexer com pessoas velhas que estão a beira da morte. Vovó é velha, e ela -
ela..." Eu tropecei nas palavras, sem ser capaz de dizer a assustadora verdade.
"Ela está ferida," Afrodite disse firmemente. "Só isso. Ela está ferida. Mas você tem
razão. Ela está vulnerável agora."
"Você acha que eles deixariam eu ligar para os Homens da Medicina por ela?"
"Você conhece um?"
"Bem, mais ou menos. Tem esse cara velho, John Whitehorse, que é um amigo da
vovó a muito tempo. Ela me disse que ele é um Ancião. O numero dele provavelmente
está no celular da vovó. Eu tenho certeza que ele conhece um Homem da Medicina."
"Não vai doer tentar achar um," Afrodite disse.
"Como ela está?" Darius perguntou quando entrou na sala familiar.


"Não sabemos ainda. Estamos esperando o medico. Estávamos conversando sobre
talvez ligar para um amigo da Vovó Redbird para chamar um Homem da Medicina aqui
para ficar com ela."
"Não seria mais fácil só pedir para Neferet vir? Ela é nossa Alta Sacerdotisa e
também uma Curadora."
"Não!" Afrodite e eu falamos ao mesmo tempo.
Darius franziu, mas a entrada do doutor nós salvou de ter que explicar mais para o
guerreiro.
"Zoey Redbird?"
Eu virei para o alto e magro homem e ergui minha mão. "Eu sou Zoey."
Ele a pegou e apertou solenemente. O aperto dele era firme, e as mãos eram fortes
e suaves. "Eu sou Dr. Ruffing. Estive cuidando da sua avó."
"Como ela está?" Eu estava surpresa por soar tão normal, porque minha garganta
parecia estar obstruída de medo.
"Vamos sentar aqui," ele disse.
"Eu prefiro ficar de pé," eu disse. Depois tentei dar a ele um sorriso de desculpas.
"Estou nervosa demais para sentar."
O sorriso dele foi mais sucedido, e estava feliz por ver tanta bondade no rosto dele.
"Muito bem. Sua avó sofreu um serio acidente de carro. Ela tem ferimentos na cabeça, e o
braço direito dela está quebrado em três lugares. O cinto feriu o peito dela, e os airbags
explodindo queimaram o rosto dela, mas os dois salvaram a vida dela."
"Ela vai ficar bem?" Eu estava achando difícil falar acima de um sussurro.
"As chances dela são boas, mas saberemos mais nas próximas vinte e quatro horas,"
Dr. Ruffing disse.
"Ela está acordada?"
"Não. Eu a coloquei em coma induzido para que -"
"Coma!" Eu me senti oscilar. Eu de repente estava corada e com calor, e havia
espectros brilhantes nas pontas da minha visão. Então Darius me segurou pelo cotovelo, e
ele estava me guiando para meu assento.
"Só respire devagar. Concentre-se em respirar." Dr. Ruffing estava acocado na minha
frente, e ele tinha meu pulso entre os grandes dedos dele, tomando minha pulsação.
"Desculpe, desculpe. Estou bem," eu disse, limpando o suor do da minha testa. "É só
que um coma parece terrível."
"Na verdade não é tão ruim. Eu a coloquei em coma induzido para dar uma chance
do cérebro dela se curar," Dr. Ruffing disse. "Com sorte, vamos ser capazes de controlar o
inchaço assim."
"E se não der pra controlar o inchaço?"
Ele deu tapinhas no meu joelho antes de levantar. "Vamos só dar um passo de cada
vez - um problema por vez."
"Eu posso ver ela?"
"Sim, mas ela precisa de silencio." Ele começou a ir até a ala dos pacientes.
"Afrodite pode vir comigo?"
"Só um por vez agora," ele disse.
"Está tudo bem," Afrodite disse. "Estaremos aqui esperando por você. Lembre-se -
não fique assustada. Não importa o que, ela ainda é sua avó."
Eu acenei, mordendo o interior da minha bochecha para não chorar.


Eu segui o Dr. Ruffing até um quarto de vidro não muito longe da estação das
enfermeiras. Ele pausou do lado de fora. O doutor olhou para mim. "Ela vai estar ligada a
varias maquinas e tubos. Eles parecem pior do que são."
"Ela está respirando sozinha?"
"Sim, e o batimento cardíaco é bom e firme. Está pronta?"
Eu acenei, e ele abriu a porta para mim. Quando eu entrei no quarto, eu ouvi o som
distintamente assustador de asas de pássaros.
"Você ouviu isso?" Eu sussurrei para o doutor.
"Ouviu o que?"
Eu olhei para os olhos completamente ingênuos dele e soube além de qualquer
duvida que ele não tinha ouvido o som das asas dos Corvos Escarnecedores.
"Nada, desculpe."
Ele tocou meu ombro. "É muito para absorver, mas sua avó está saudável e forte. Ela
tem uma excelente chance."
Eu andei devagar até o lado da cama dela. Vovó parecia tão pequena e frágil que eu
não consegui impedir as lagrimas de saírem dos meus olhos e caírem pelas minhas
bochechas. O rosto dela estava terrivelmente machucado e queimado. O lábio dela estava
partido, e ela tinha pontos nele e em outro lugar no queixo dela. A maior parte da cabeça
dela estava coberta de ataduras. O braço direito estava completamente preso num grosso
gesso que tinha um estranho parafuso de metal saindo dele.
"Você tem alguma pergunta que eu possa responder?" Dr. Ruffing perguntou
suavemente.
"Sim," eu disse sem hesitar e sem tirar os olhos do rosto da minha avó. "Minha vó é
Cherokee, e eu sei que ela se sentiria melhor se eu chamasse um Homem da Medicina."
Eu tirei meu olhar do rosto quebrado de vovó e olhei para o médico. "Eu não quero ser
desrespeitosa com você, e não é pela parte da medicina. É para a parte espiritual."
"Bem, eu suponho que você poderia, mas não até mais tarde, quando ela sair da
UTI."
Eu tive que controlar a urgência de gritar para ele, É porque ela está na UTI que ela
precisa do Homem da Medicina!
O Dr. Ruffing continuou a falar baixo, mas ele soou muito sincero. "Você tem que
entender que esse é um hospital católico, e nós só permitimos aqueles -"
"Católico?" eu interrompi, sentindo uma onda de alivio. "Então você vai permitir que
uma freira fique com a minha avó."
"Bem, sim, é claro. Freiras e padres freqüentemente visitam nossos pacientes."
Eu sorri. "Excelente. Eu conheço a freira perfeita."
"Bom, bem, tem outra pergunta que eu possa responder?"
"Yeah, você poderia me dizer onde fica o telefone?"


VINTE E NOVE

Eu não sei quantas horas passaram. Eu mandei Darius e Afrodite de volta para a
escola - sob protesto - mas Afrodite sabia que eu precisava dela para se certificar de que
tudo estava bem lá, então eu não teria me preocupar enquanto estava aqui, me
preocupando com vovó, e lembrar isso a ela finalmente fez ela ir embora. E eu prometi a
Darius que não sairia do hospital a não ser que eu chamasse uma carona para ele,
embora a escola fosse a menos de um quilometro de distancia, e seria mega-fácil eu
voltar a pé.
O tempo passa estranhamente na UTI. Não havia uma janela para o lado de fora e, a
não pelos instrumentos de ficção cientifica e batidas e cliques das maquinas do hospital, o
quarto era escuro e quieto. Eu imaginei que era como esperar no quarto da morte, o que
totalmente me assustou. Mas eu não podia deixar vovó. Eu não podia deixar ela, não a
não ser que alguém pronto para batalhar com demônios tomasse meu lugar. Então eu
sentei e esperei e continuei olhando o corpo adormecido dela enquanto lutava para se
curar.
Eu estava sentada ali, segurando a mão dela e suavemente cantando as palavras de
uma canção Cherokee que ela gostava de cantar para mim quando Irmã Mary Angela
finalmente entrou no quarto.
Ela olhou para mim, olhou para minha avó, e então abriu os braços. Eu corri até os
braços dela, reprimindo meu choro contra o suave material do habito dela.
"Shh, agora. Tudo ficará bem, criança. Ela está na mão da nossa Senhora agora," ela
murmurou enquanto dava tapinhas nas minhas costas.
Quando eu finalmente consegui falar, eu olhei para ela e pensei que nunca tinha
ficado tão feliz por ver alguém na minha vida. "Muito obrigado por vir, Irmã."
"Fiquei honrada por você me chamar, e sinto muito por demorado tanto para chegar
aqui. Eu tive que apagar algumas fogueiras antes de sair do mosteiro," ela disse. Ainda
mantendo um braço ao meu redor, ela andou até o lado de vovó.
"Está tudo bem. Só estou feliz que você esteja aqui agora. Irmã Mary Angela, essa é
minha vó, Sylvia Redbird," eu disse em uma voz meio estrangulada. "Ela tem sido minha
mãe e pai. Eu a amo muito."
"Ela deve ser uma mulher bem especial para ter uma neta tão devotada."
Eu olhei rapidamente para Irmã Mary Angela. "Esse hospital não sabe que sou uma
caloura."
"Não deveria importar o que você é," a freira disse firmemente. "Se você ou seu
familiar precisa de companhia e cuidado, eles devem prover isso."
"Nem sempre funciona assim," eu disse.
Os olhos sábios dela me estudaram. "Infelizmente, eu devo concordar com você."
"Então você me ajudará sem dizer a eles quem eu sou?"
"Eu vou," ela disse.
"Bom, porque vovó e eu precisamos da sua ajuda."
"O que eu posso fazer?"
Eu olhei para vovó. Ela parecia estar descansando pacificamente como ela tinha
estado desde que eu havia sentado ao lado dela. Eu não ouvi mais asas de pássaro, e não
senti nenhuma premonição do mal. E ainda sim eu estava relutante em deixar ela sozinha,
mesmo que fosse apenas por alguns minutos.
"Zoey?"


Eu olhei para os sábios e gentis olhos dessa incrível freira e contei a ela a verdade.
"Eu preciso falar com você, e eu não quero fazer aqui, onde podemos ser interrompidas
ou ouvidas, mas estou assustada por deixar minha avó sozinha e sem proteção."
Ela me olhou calmamente, nem um pouco perturbada por minha estranheza. Então
ela colocou a mão num dos bolsos da frente do volumoso habito preto e tirou uma linda e
detalhada estatueta da Virgem Maria.
"Iria acalmar sua mente se eu deixasse Nossa Senhora aqui com sua avó enquanto
você e eu conversamos?"
Eu acenei. "Eu acho que iria, Irmã," eu disse, tentando não analisar do porque eu
ficar tão segura por um ícone da mãe do cristianismo que uma freira tinha trazido consigo.
Eu só tinha um pressentimento que estava dizendo que eu podia confiar na freira e na
"mágica" que ela carregava.
Irmã Mary Angela colocou a pequena estatua da Maria na cabeceira de vovó. Então
ela curvou a cabeça e juntou as mãos. Eu podia ver ela movendo os lábios, mas as
palavras dela eram tão suaves que eu não podia as ouvir. A freira fez o sinal da cruz,
beijou seus dedos, e tocou a estatua de leve, e então ela e eu saímos do quarto de vovó.
"Ainda é dia do lado de fora?" eu perguntei.
Ela olhou para mim surpresa. "Não é dia a horas, Zoey. São 10 da noite."
Eu esfreguei meu rosto. Eu estava exausta. "Você se importa de andar lá fora um
pouco comigo? Eu tenho que te contar muitas coisas complexas, e vai ser mais fácil se eu
puder sentir o ar da noite me cercando."
"Está uma adorável noite fresca. Ficaria feliz por dar uma volta com você."
Nós andamos pelo labirinto de St. John e finalmente saímos pelo lado leste, do lado
da rua Utica e da linda fonte de cachoeira do outro lado da rua no canto da Vinte e um
com a Utica.
"Quer andar até a fonte?" eu perguntei.
"Lidere o caminho, Zoey," Irmã Mary Angela disse com um sorriso.
Não conversamos enquanto andávamos. Eu olhei ao nosso redor, cuidado imagens
de pássaros distorcidos escondidos nas sombras, ouvindo os sons que passavam muito
facilmente por simples corvos. Mas não havia nada. A única coisa que eu senti na noite ao
nosso redor foi espera. E eu não sabia se esse era um bom ou um mal sinal.
Havia um banco perto da fonte. Ele ficava na frente da estatua de mármore de Maria
cercada por cordeiros e pastores que decoravam a parte sudeste do hospital. Também
havia uma bonita estatua de Maria totalmente colorida, usando a famosa manta azul,
dentro da emergência. Estranho como eu não notei quantas estatuas haviam de Maria por
aqui até agora.
Eu fiquei sentada no banco por um tempo, só descansando na brisa silenciosa da
noite, quando eu respirei fundo e virei no banco para poder olhar para Irmã Mary Angela.
"Irmã, você acredita em demônios?" Eu decidi ir direto ao assunto. Não havia porque
enrolar. Além do mais, eu não tinha o tempo ou a paciência para isso.
Ela ergueu as sobrancelhas cinza. "Demônios? Bem, sim, eu acredito. Demônios e a
igreja católica tem uma longa e turbulenta história."
Então ela só olhou firmemente para mim, esperando como se fosse minha vez. Essa
era uma das coisas que eu mais gostava na Irmã Mary Angela. Ela não era um daqueles
adultos que acham que é seu trabalho terminar uma frase por você. Ela também não era
um daqueles adultos que não agüentava ficar quieto e esperar enquanto um garoto coloca
os pensamentos em ordem.
"Você já conheceu algum pessoalmente?"


"Não um real, não. Eu tive alguns contatos próximos, mas todos eles acabaram
sendo ou pessoas muito doentes ou pessoas muito desonestas."
"E que tal anjos?"
"Se eu acredito ou conheço algum?"
"Os dois," eu disse.
"Sim e não, nessa ordem. Embora eu prefira encontrar um anjo do que um demônio,
se fosse minha escolha."
"Não tenha tanta certeza."
"Zoey?"
"A palavra Nefilim soa familiar para você?"
"Sim, são referencias no Antigo Testamento. Alguns teológicos assumem que Golias
era um Nefilim, ou o filho de um."
"E golias não era um cara bom, certo?"
"Não de acordo ao Velho Testamento."
"Ok, bem, eu preciso contar uma história sobre outro Nefilim. Ele também não era
um cara bom. É uma história que vem do povo da minha avó."
"O povo dela?"
"Ela é Cherokee."
"Oh, então prossiga, Zoey. Eu gosto dos contos Nativo Americanos."
"Bem, segure sua felicidade. Essa não é uma historia para dormir." Então eu contei
uma versão abreviada do que vovó tinha me dito sobre Kalona, os Tsi Sgili, e os Corvos
Escarnecedores.
Eu terminei a história com a prisão de Kalona e a música perdida dos Corvos
Escarnecedores que profetizaram que o pai deles retornaria. Irma Mary Angela não disse
nada por vários minutos. Quando ela falou, foi estranho o quanto ela ecoou a minha
primeira reação a história.
"As mulheres fizeram o que era um pouco mais do que uma mulher de barro ganhar
vida?"
Eu sorri. "Foi o que eu disse para vovó quando ela me contou a história."
"E como ela respondeu?"
Eu podia ver pela expressão serena no rosto dela que ela esperava que eu risse e
falasse que vovó tinha explicado que era um conto de fadas, ou talvez uma alegoria
religiosa. Ao invés disso eu contei a ela a verdade.
"Vovó me lembrou que mágica existe. E que os ancestrais dela, que são meus
ancestrais também, não são menos acreditáveis do que uma garota que pode convocar os
cinco elementos."
"Você está dizendo que esse é o seu dom e é por isso que você é tão importante a
ponto de precisar um guerreiro te escoltar aos Gatos de Rua?" Irmã Mary Angela disse.
Eu podia ver nos olhos dela que ela não queria me chamar de mentirosa e quebrar
nossa amizade recém formada, mas ela não acreditava em mim. Então eu levantei dei um
breve passo para longe do banco para ficar fora da luz abrasiva do poste de luz. Eu fechei
meus olhos e respirei profundamente o frio ar da noite. Eu não tive que pensar muito para
encontrar o leste. Ele veio para mim naturalmente. Eu virei para o St. John, que era do
outro lado da rua e na direção do leste de onde eu estava. Eu abri meus olhos, e sorrindo
eu disse, "Vento, você respondeu meu chamado freqüentemente nos últimos dias. Eu
honro você por sua lealdade e peço que você me responda mais uma vez. Venha até mim,
vento!"


Não havia virtualmente nenhuma brisa na noite, mas no momento que eu invoquei o
primeiro elemento, uma doce e provocadora brisa começou a passar por mim. Irmã Mary
Angela estava perto o bastante para sentir o vento me obedecer. Ela teve que colocar
uma mão na touca para que ela não saísse voando da cabeça dela. Eu ergui minhas
sobrancelhas para o olhar surpreso dela. Então virei a minha direita, olhando para o sul.
"Fogo, a noite está fria e, como sempre, precisamos da sua proteção e calor. Venha
até mim, fogo!"
O frio vento de repente ficou morno, até quente. Eu podia ouvir o som de uma
lareira me cercando, e pareceu que Irmã Mary Angela e eu estávamos prontas para assar
salsichas numa noite quente de verão.
"Meu Deus!" eu a ouvi arfar.
Eu sorri e virei para a minha direita de novo. "Água, precisamos da sua limpeza e a
alivio que o calor do fogo trás. Venha até mim, água!"
Eu fiquei mais do que um pouco aliviada quando senti o calor instantaneamente
parar com o cheiro e toque de uma chuva de primavera. Minha pele não se molhou, mas
deveria. Era como estar no meio de uma tempestade e ser lavada, esfriada, e renovada.
Irmã Mary Angela ergueu o rosto para o céu e abriu a boca, como se ela achasse que
podia pegar uma gota de chuva.
Eu continuei a minha direita. "Terra, eu sempre me sinto próxima a você. Você nutre
e protege. Venha até mim, terra!"
A chuva de primavera se metaforizou em um recém cortado campo de feno. A chuva
que esfriou a brisa agora estava cheia do cheiro de alfafa e sol e o som feliz de crianças
brincando.
Eu olhei para a freira. Ela ainda estava sentada no banco, mas ela tirou a touca para
que o curto cabeço cinza soprasse ao redor do rosto dela e ela riu e respirou
profundamente a brisa de verão, fazendo ela parecer uma bonita criança de novo.
Ela sentiu meu olhar nela e encontrou meus olhos logo antes deu erguer meus
braços por cima da minha cabeça. "É o espírito que nos une, e o espírito que nos faz
únicos. Venha até mim, espírito!"
Como sempre uma familiar sensação da minha alma sendo erguida me pegou e me
encheu enquanto o espírito respondia meu chamado.
"Oh!" o arfar da Irmã Mary Angela não soou assustado ou irritado. Soava apavorado.
Eu observei a freira curvar a cabeça e pressionar o rosário que ela usava no pescoço no
coração.
"Obrigado, espírito, terra, água, fogo, e vento. Vocês podem partir com meu
agradecimento. Eu aprecio vocês!" Eu disse, jogando meus braços abertos para os
elementos que me circulavam brincando e então desapareceram na noite.
Devagar, eu voltei para o banco e sentei ao lado da Irmã Mary Angela, que estava
alisando o cabeço e recolocando a touca. Finalmente ela olhou para mim.
"Eu suspeitava a muito tempo."
Não era isso que eu esperava que ela dissesse. "Você suspeitava que eu podia
controlar elementos?"
Ela riu. "Não, criança. Eu suspeitava que o mundo está cheio de poderes não vistos."
"Sem ofensa, mas é estranho ouvir uma freira dizer isso."
"Verdade? Eu não acho que é tão estranho quando você lembra que eu estou casada
com o que em essência um espírito." Ela hesitou, então continuou, "E eu tenho sentido as
ondas desses poderes -"
"Elementos," eu interrompi. "Eles são os cinco elementos."


"Eu me corrijo. Eu tenho sentido a ondas desses elementos freqüentemente antes no
nosso mosteiro. Diz a lenda que o mosteiro foi construído num antigo lugar de poder.
Você vê, Zoey Redbird, caloura Sacerdotisa, o que você me mostrou hoje é mais uma
validação do que um choque."
"Huh, bem, é bom ouvir isso."
"Então, você estava explicando como as Mulheres Ghigua criaram uma virgem do
barro para prender o anjo caído, e os Corvos Escarnecedores cantaram uma canção sobre
o retorno deles, e eles se transformaram em espíritos? Então o que acontece?"
Eu ri para o jeito "alias" que ela falou antes da minha expressão ficar séria de novo.
"Aparentemente nada aconteceu por muitos anos - como mil anos ou algo assim. Então,
alguns dias atrás, eu comecei a ouvir o que eu achei que era corvos fazendo barulhos
odiosamente na noite."
"Você não acha que eles são corvos?"
"Eu sei que não são. Primeiro, cacarejar não é o que eles fazem - eles grasnam."
Ela acenou. "Urubus cacarejam. Corvos grasnam."
Eu acenei. "Foi o que eu recentemente aprendi. Segundo, não só eu fui ataca por
dois deles, mas eu vi um ontem a noite. Ele estava ouvindo na minha janela enquanto
vovó e eu estávamos dizendo que ela iria vir para cá enquanto eu dormia. Foi enquanto
ela estava dirigindo que ela teve esse estranho, e quase fatal, "acidente"." Eu fiz aspas no
ar quando falei acidente. "Testemunhas dizem que o que causou foi um enorme pássaro
preto voando diretamente para o carro dela."
"Mãe de Deus! Porque um Corvo Escarnecedor estava atrás da sua avó?"
"Eu acho que ele estava atrás dela para me atingir e se certificar que ela não nos
ajude mais do que já ajudou."
"Ajudar você e quem mais com o que?"
"Me ajudar e meus amigos calouros. A maior parte deles tem afinidades singulares
com os elementos, e um dos meus amigos tem visões que avisam sobre coisas ruins que
vão acontecer - normalmente morte e destruição, você sabe, coisas normais para uma
visão."
"Essa seria Afrodite, a adorável mocinha que - graças a Deus - adotou Malévola
ontem?"
Eu ri. "Yeah, essa é a Garota da Visão. E não, nenhum de nós está muito feliz com a
adoção de Malévola." Irmã Mary Angela riu, e eu continuei. "De qualquer forma, Afrodite
viu o que achamos que a profecia dos Corvos Escarnecedores na ultima visão, e ela a
escreveu."
O rosto de Irmã Mary Angela ficou pálido. "E a profecia prevê o retorno de Kalona?"
"Sim, o que aparentemente está acontecendo agora."
"Oh, Maria!" ela perdeu o fôlego, fazendo o sinal da cruz.
"É por isso que preciso da sua ajuda," eu disse.
"Como posso ajudar em impedir a profecia de se tornar realidade? Eu sei algumas
coisas sobre os Nepilim, mas nada especifico sobre as lendas Cherokee."
"Não, eu acho que descobrimos a maior parte, e hoje a noite vamos começar
algumas coisas que vão prejudicar a habilidade da profecia se cumprir completamente. O
que eu preciso que você me ajude é com vovó. Veja bem, os Corvos Escarnecedores
estavam certos. Mexendo com ela, eles mexem comigo. Eu não vou deixar ela sozinha
para eles a atormentarem. O pessoal em St. John não vai chamar um Homem da Medicina
porque eles não gostam de coisas pagãs. Então eu preciso de alguém que é
espiritualmente poderoso, e que acredita em mim."


"Então é aí que eu entro," ela disse.
"Sim. Você vai me ajudar? Você vai ficar com minha avó e a proteger dos Corvos
Escarnecedores enquanto eu tento mandar a profecia de volta para milhares de anos
atrás?"
"Eu adoraria." Ela levantou e começou a andar firmemente pela calçada. Ela olhou
para trás para mim. "O que? Você achou que teria que conjurar o vento para me empurrar
de volta para lá?"
Eu ri e atravessei a rua com ela. Dessa fez quando ela parou diante da estatua de
Maria diante da sala de espera, curvando a cabeça e sussurrando uma breve reza, eu não
esperei impaciente. Dessa vez eu olhei para a estatua da Virgem, notando pela primeira
vez a bondade no rosto dela e a sabedoria nos olhos dela. E enquanto Irmã Mary Angela
estava de joelhos, eu sussurrei, "Fogo, preciso de você." Quando senti o calor crescer ao
meu redor, eu o coloquei na minha mão e então passei minha mão por uma das velas que
estava, apagada, no pé da estatua. Instantaneamente, junto com mais meia dúzia, elas se
acenderam. "Obrigado, fogo. Você pode ir brincar agora," eu disse.
A Irmã Mary Angela não disse nada; ela só pegou uma das velas acessas e olhou
para mim com expectativa. Quando eu não disse nada, ela falou, "Você tem 25 centavos?"
"Yeah, eu acho que sim." Eu afundei minha mão no bolso da minha jeans e tirei o
troco que eu recebi da maquina de coca mais cedo. Havia duas de 25 centavos, duas de
10, e uma de cinco centavos. Sem tem certeza do que ela queria que eu fizesse, eu
entreguei o troco para ela.
Ela sorriu e disse, "Bom, coloque tudo no lugar dessa vela, e vamos subir."
Eu fiz o que ela mandou e então andamos de volta para o quarto da vovó enquanto
ela protegia a vela com a mão.
O barulho de asas não nos saudou quando entramos no quarto da minha avó. E não
haviam sombras negras que passavam repentinamente pela minha visão. Irmã Mary
Angela foi para a estatua de Maria e colocou a vela na frente dela; então ela sentou na
cadeira que eu estava usando para ficar sentada o dia todo e tirou o rosário do pescoço
dela. Sem olhar para mim, ela disse, "Não é melhor você ir, criança? Você tem sua própria
batalha para travar."
"Yeah, eu tenho." Eu corri para o lado da cama da vovó. Ela não se moveu, mas eu
tentei acreditar que a cor dela parecia um pouco mais saudável e que o coração dela
ainda batia forte. Eu beijei a testa dela e sussurrei, "Eu amo você, vovó. Eu volto logo. Até
lá, Irmã Mary Angela vai ficar com você. Ela não vai deixar os Corvos Escarnecedores
levarem você."
Então eu me virei para a freira que parecia tão serena e de outro mundo sentada na
cadeira do hospital, segurando o rosário na pequena luz da vela que fazia sombra nela e
na deusa dela. Eu estava abrindo a boca para agradecer quando ela falou primeiro.
"Não precisa me agradecer, criança. É meu trabalho."
"Sentar com os doentes é seu trabalho?"
"Ajudar o bem a manter o mal longe é meu trabalho."
"Estou feliz por você ser bom nele," eu disse.
"Como eu."
Eu me curvei e a beijei suavemente, e ela sorriu. Mas havia mais uma coisa que eu
precisava dizer antes de sair. "Irmã, se eu não fizer... se meus amigos e eu não
impedirmos Kalona de se reerguer, vai ser ruim para as pessoas ao redor daqui,
especialmente mulheres. Você precisa ir para algum lugar subterrâneo. Você conhece


algum lugar, como um porão ou uma adega ou até uma caverna, que você possa ir
rapidamente e ficar por um tempo?"
Ela acenou. "Debaixo do nosso mosteiro tem uma enorme adega que foi usada para
muitas coisas. Incluindo esconder bebida ilegal nos anos 20, se podemos acreditar em
antigas histórias."
"Bem, é para onde você deve ir. Pegue as outras freiras - diabos, leve todo o Gatos
de Rua também. Só vá para o subterrâneo. Kalona odeia a terra, e ele não vai seguir você
para lá."
"Eu entendi, mas vou acreditar que você será vitoriosa."
"Eu espero que você tenha razão, mas prometa que você vai para o subterrâneo se
eu não for, e que você ira levar vovó com você." Eu olhei nos olhos dela, esperando que
ela me lembrasse que levar uma mulher ferida para fora da UTI e levar para uma adega
não seria fácil.
Ao invés disso ela sorriu serenamente. "Você tem minha palavra."
Eu pisquei surpresa para ela.
"Você achou que era a única que podia fazer mágica?" A sobrancelha da freira se
ergueu para mim. "Pessoas raramente questionam as ações de uma freira."
"Huh. Bem, ótimo. Ok, então, eu tenho o seu celular. Mantenha ele próximo. Eu te
ligo assim que puder."
"Não se preocupe com sua avó ou eu. Mulheres velhas sabem cuidar de si."
Eu beijei a bochecha dela de novo. "Irmã, você é exatamente como minha avó.
Vocês duas nunca serão velhas."


TRINTA

Eu não queria esperar por Darius quando eu podia praticamente andar uma curta
distancia até a escola no tempo que levaria para ele pegar o carro, ligar, e dirigir até o
hospital, mas eu não consegui me fazer ir. A noite tinha passado de amigável para
assustadora, um inimigo elusivo. Enquanto eu esperava por ele, eu disquei o numero de
Stevie Rae.
Mas ela não atendeu. Nem tocou, caiu direto na caixa postal. E de novo eu imaginei
que tipo de mensagem eu deveria deixar. Oi, Stevie Rae, grande profecia e antigo mal que
eu quero conversar sobre isso com você antes de você entrar no meio do meu ritual hoje
a noite, mas acho que falo com você depois. De alguma forma eu achei que não seria
muito esperto. Então enquanto eu esperava por Darius, eu me briguei comigo mesma por
não ligar para Stevie Rae antes, mas o acidente de vovó me consumiu.
Que exatamente o que os Corvos Escarnecedores pretendiam.
O Lexus preto de Darius parou na entrada da emergência, e ele abriu a porta para
mim.
"Como está sua avó?"
"Não houve mudança, o que o doutor diz ser uma boa coisa. Irmã Mary Angela está
com ela hoje a noite, então eu posso ir liderar o ritual de limpeza."
Darius acenou e deu a volta com o carro para podermos fazer a curta distancia de
volta para a escola. "Irmã Mary Angela é uma poderosa sacerdotisa. Ela teria sido uma
excelente vampira."
Eu sorri. "Vou dizer a ela isso. Algo aconteceu na escola hoje que eu deveria saber?"
"Houve alguma conversa sobre adiar o ritual quando a noticia sobre o acidente da
sua avó se espalhou."
"Oh, não! Não devemos fazer isso," eu disse rapidamente. "É muito importante para
adiar."
Ele me deu um olhar curioso, mas só disse, "É o que Neferet disse. Ela convenceu
Shekinah a seguir o horário de hoje."
"É mesmo?" eu meditei em voz alta, me perguntando do porque ser tão importante
para Neferet que eu continuasse com o ritual hoje a noite. Talvez ela tenha tido uma
insinuação de que Afrodite perdeu sua afinidade com a terra e está ansiosa para ver o que
ela espera ser uma grande vergonha para mim. Bem, Neferet iria ter uma grande surpresa
se era isso que ela esperava.
"Mas você tem pouco tempo," Darius disse, olhando para o relógio digital no painel.
"Mal tem tempo para trocar de roupa e ir para o muro leste."
"Não tem problema. Sou ótima sobre pressão," eu menti.
"Bem, eu acredito que Afrodite e o resto do grupo tem tudo preparado para você."
Eu acenei e sorri para ele. "Afrodite, huh?"
Ele sorriu de volta. "Sim, Afrodite."
Ele estacionou perto da calçada, e Darius desceu para abrir a porta para mim.
"Obrigado, namorado," eu provoquei. "Te vejo no ritual."
"Não perderia por nada no mundo," ele disse.
"OhmeuDeus! A sua vó está bem? Fiquei tão chateado quando eu soube!" Jack
entrou como um pequeno tornado gay no meu quarto, praticamente me sufocando com
um exuberante abraço. Duquesa se apertou comigo, balançando o rabo e me dando umas
boas vindas caninas.


"Yeah, ficamos realmente assustados sobre sua vó," Damien disse, aparecendo atrás
de Jack e Duquesa e esperando sua vez para me abraçar. "Eu acendi uma vela de lavanda
por ela e mantive acessa o dia todo."
"Vovó ia gostar disso," eu disse.
"Então, quais as noticias? Ela vai ficar bem?" Erin perguntou.
"Yeah, Afrodite não nos contou nada," Shaunee disse.
"Eu disse tudo que eu sabia," Afrodite disse, seguindo todos para dentro do meu
quarto. "E isso é que não dá pra saber com certeza, só daqui mais um menos um dia."
"Isso ainda é tudo que sabemos," eu disse. "Mas parece bom ela não estar
piorando."
"Foi realmente um Corvo Escarnecedor que causou o acidente?" Jack perguntou.
"Tenho certeza. Havia um no quarto dela quando cheguei lá."
"Tem certeza que deveria deixa ela sozinha? Quero dizer, eles não podem machucar
ela?" Jack disse.
"Tenho certeza que podem, mas ela não está sozinha. Lembra da freira que Afrodite
eu contamos a vocês que comanda os Gatos de Rua? Ela está lá com ela, e ela não vai
deixar nada acontecer com vovó."
"Freiras me assustam," Erin disse.
"Elas me assustam, com certeza. Eu passei cinco anos numa escola católica privada,
e eu posso prometer que elas são umas mulheres maldosaaaaas," Shaunee disse.
"Irmã Mary Angela definitivamente pode cuidar de si mesma," Afrodite disse.
"E qualquer Corvo Escarnecedor que tente mexer com vovó," eu disse.
"Então a freira sabe sobre os Corvos Escarnecedores?" Damien perguntou.
"Ela sabe de tudo - a profecia tudo. Eu tive que contar a ela para ela saber por que é
tão importante não deixar vovó sozinha." Eu pausei, e decidi admitir tudo. "Além do mais,
eu confio nela. Eu sinto uma grande força do bem saindo dela. Na verdade, ela me lembra
muito a vovó."
"Além disso, ela acha que Nyx é só outra versão da Virgem Maria, o que significa que
ela não nos vê como maus que vieram direto do inferno," Afrodite acrescentou.
"Isso é interessante," Damien disse. "Eu gostaria de conhecer ela - assim que essa
loucura do Kalona estiver resolvida."
"Oh, falando em loucura. Vocês tem mantinho um olho na câmera babá?" eu
perguntei.
Jack acenou e deu uma batida da mochila dele. "Yep, eu tenho, e tudo ainda está,
bem, mortalmente silencioso." Ele riu e colocou a mão na boca. "Desculpe! Eu não quer
soar desrespeitoso com o m-o-r-t-o," ele soletrou.
"Querido, está tudo bem," Damien colocou um braço ao redor dele. "Humor ajuda
nesse tipo de situação. E você fica muito fofo quando ri."
"Ok, antes deu ficar enjoada e talvez vomitar no meu lindo vestido novo, podemos
repassar o plano para o ritual e então ir? Se atrasar hoje não vai ser uma boa coisa,"
Afrodite disse.
"Yeah, você tem razão. Devemos ir indo. Mas vocês realmente estão bonitos," eu
disse, olhando para todos eles. "Somos um grupo bonito."
Todos sorriram e fizeram uma reverencia, uma saudação, e então deram voltinhas.
Tinha sido idéia das Gêmeas que todos usassem roupas novas para esse ritual de limpeza.
É para simbolizar o ano novo e renovação da um ritual de limpeza precisava de coisas
novas. Eu achei que isso era muito "novo", mas estive muito ocupada para me importar.
Então enquanto eu estava ao lado da vovó, as Gêmeas foram às compras. (eu não


perguntei como elas mataram aula - algumas coisas são melhores quando você não tem
detalhes.) Estávamos todos usando preto, mas cada roupa era diferente. O vestido de
Afrodite era de veludo preto, com uma linha do pescoço arredonda e uma saia totalmente
curta. Parecia matador com as botas pretas dela. Meu palpite era que ela ia com seu lema
de Não importa o que aconteça, se você está bonita, tudo fica melhor. Damien e Jack
estavam usando roupas de garoto pretas. Eu não sei nada sobre roupas de garotos, mas
eles definitivamente estavam fofos. As Gêmeas estavam usando saias pretas e aquelas
túnicas pretas que eu não sei se são bonitas ou se dão visual de mulher grávida. É claro
eu nunca mencionei isso para as Gêmeas. Eu estava usando um novo vestido que Erin
tinha escolhido para mim. Era preto, mas tinha pequenas contas vermelhas ao redor da
linha do pescoço e longas mangas, assim como um balanço da saia que terminava logo
abaixo dos meus joelhos. Ele me servia perfeitamente, e eu sabia que quando erguesse
meus braços para evocar os elementos, a luz da lua ia brilhar como sangue nas contas de
decoração. Em outras palavras, seria muito legal.
É claro, todos estávamos usando nosso pingente de três luas das Filhas e Filhos
Negros. O meu era feito com uma pedra vermelha que brilhava como meu vestido.
Eu ri para meus amigos, me sentindo orgulhosa e confiante. Vovó estava nas
excelentes mãos de Irmã Mary Angela. Meus amigos estavam ao meu lado - dessa vez
sem segredos entre nós. O ritual iria correr bem, e Stevie Rae e os calouros vermelhos
iriam ser expostos, o que significa que Neferet não será mais capaz de esconder, ela
admitindo o papel dela na existência deles ou não. Erik meio que começou a falar comigo
de novo. E, falando em caras, eu estou me sentindo esperançosa sobre Stark voltar como
morto vivo. Dessa vez um garoto voltar dos mortos seria testemunhado por Shekinah. E
eu não ia me preocupar com a possibilidade de ficar interessada em dois caras ao mesmo
tempo (de novo). Ou pelo menos não ia me preocupar com isso agora.
Basicamente, eu estava me sentindo bem e pronta para derrubar qualquer estúpido
antigo mal que tentasse mexer com a gente.
"Ok, então o ritual vai ser basicamente como sempre. Eu vou entrar com a musica
que Jack tocar."
Jack acenou entusiasmado. "Estou pronto! A melhor parte da trilha sonora de
Memórias de uma Gueixa misturado com outra coisa é o que você vai entrar. Mas vou te
surpreender com a "outra coisa."
Eu franzi para ele. Como se eu precisasse de uma surpresa hoje a noite?
"Não se preocupe," Damien disse. "Você vai gostar."
Eu suspirei. Era tarde demais para mudar o que quer que fosse agora mesmo. "Então
eu vou lançar o circulo evocando os elementos. Afrodite, vamos nos certificar que você
fique na frente do enorme carvalho no muro leste."
"Já cuidamos disso, Z," Erin disse.
"Yeah, arrumamos as velas e a mesa do ritual quando Jack e Damien fizeram o
negocio do áudio. Então colocamos a vela de terra perto da árvore."
"Uh, vocês não viram Stevie Rae, viram?"
"Não," as Gêmeas, Damien, e Jack falaram.
Eu suspirei de novo. É melhor ela aparecer.
"Não se preocupe. Ela vai estar lá," Damien disse.
Afrodite e eu trocamos um rápido olhar. "Eu espero que sim," eu disse. "Ou eu não
sei o que diabos vamos fazer quando a vela da terra voar das suas mãos quando eu tentar
evocar ela."


"Afrodite pode sempre colocar a vela no chão enquanto você acende e interpreta
uma dança da terra," Jack disse.
Afrodite virou os olhos, mas eu disse, "Vamos considerar esse o plano B que a gente
espera que nunca aconteça. Então quando Stevie Rae aparecer e todos os elementos
foram invocados no circulo, eu vou fazer algum tipo de anuncio geral sobre os calouros
vermelhos e como o aparecimento deles deve limpar os segredos da escola."
"Esse é um ponto excelente para se fazer," Damien disse.
"Obrigado," eu disse. "E estou esperando precisarmos dar muitas explicações depois
do ritual, então vou ser bem rápida."
"Então nós vemos Neferet cair," Afrodite disse.
"Se ela foi a Rainha Tsi Sgili, como achamos que ela pode ser, ela vai estar ocupada
demais tentando fugir já que Shekinah vai ficar muito irritada e ela vai estar muito
ocupada para tentar cumprir a profecia de Kalona," eu disse. E se a pior coisa acontecer, e
a Rainha Tsi Sgili for Stevie Rae ou um dos garotos dela, eu confio em Shekinah e Nyx
para lidarem com isso. Em voz alta acrescentei, "Damien, mantenha os olhos abertos para
Corvos Escarnecedores. Se você achar que viu um, ou até ouviu um, mande ele para
longe com o vento."
"Pode deixar," Damien disse.
"Estão prontos?" Perguntei a meus amigos.
"Sim!" Eles gritaram.
Então todos saímos correndo do dormitório, com confiança em nossos corações, e
fomos direto para nossos últimos momentos de inocência.


TRINTA E UM

Pareceu que a escola toda já estava lá esperando por nós. Posicionando as velas, as
Gêmeas já tinham preparado o palco, então calouros e vampiros fizeram um enorme
circulo ao redor da área, com o grande carvalho servindo com o ponto principal e cabeça
do circulo que logo seria lançado.
Eu estava feliz por ver todos os Filhos de Erebus. Os guerreiros estavam situados em
toda a extensão do circulo, mas eles também mantiveram suas posições no topo do
grande muro que cercava a escola. Eu sabia que isso provavelmente seria uma droga para
Stevie Rae e os calouros vermelhos poderem entrar na escola, mas entre os Corvos
Escarnecedores, Kalona, e quem quer que estivesse matando vampiros - eles me faziam
sentir segura.
Jack e eu ficamos de lado enquanto Damien, as Gêmeas, e Afrodite tomavam seus
lugares nas velas coloridas representando o elementos deles. Se eu ficasse na ponta dos
pés, eu poderia ver a mesa de Nyx que ficava no meio do circulo. Hoje a noite eu imaginei
que ela teria frutas e vegetais, como seria o apropriado para o inverno, junto com a taça
ritual com vinho, e eu achei ter visto alguém parado perto da mesa, mas tinha tantas
pessoas no caminho que eu não podia ter certeza.
"Merry meet!" Shekinah me saudou.
"Merry meet." Eu sorri e a saudei.
"Como está sua avó?"
"Está se agüentando," eu disse.
"Eu considerei cancelar o ritual, ou pelo menos adiar, mas Neferet estava determina
dizendo que deveríamos continuar como o planejado. Ela parece acreditar que seria
importante para você."
Eu fixei minha expressão para parecer interessada, mas neutra sobre o que ela disse.
"Bem, eu acho que o ritual é importante, e eu não gostaria de ser a causa para o
cancelamento dele," eu disse. Eu olhei ao redor. Estranho a própria Neferet não estar aqui
para falar comigo. Eu tinha certeza que a única razão para ela insistir com isso hoje a
noite era porque ela sabia que eu estaria magoada e distraída com o acidente de vovó.
"Onde está Neferet?" eu perguntei.
Shekinah olhou atrás dela, e então eu vi ela franzir e olhar rapidamente na multidão.
"Ela estava logo atrás de mim. Estranho eu não conseguir encontrar ela agora..."
"Ela provavelmente já está no circulo." Eu esperei que meu rosto não mostrasse todo
o aviso que os sinos começaram a dar dentro da minha cabeça. Eu olhei para onde Jack
estava com o equipamento de áudio. "Bem, eu deveria começar."
"Oh, eu quase esqueci de mencionar isso. Na verdade eu esperava que Neferet te
falasse." Shakinah pausou e olhou ao redor procurando Neferet de novo. "Não importa, eu
posso te falar. Neferet mencionou que você nunca fez um ritual de limpeza tão grande
antes e que talvez você não soubesse, porque você é uma caloura tão nova, que durante
um ritual desse tipo você deve misturar sangue de um vampiro com o vinho de sacrifício
que você vai oferecer para os elementos."
"O que?" Eu não podia ter ouvido certo.
"Sim, é bem simples na verdade. Erik Night se ofereceu não apenas para te chamar
para o circulo, assumindo o lugar do pobre Loren Blake, mas Erik também tomara o lugar
tradicional como o acompanhante da sacerdotisa e oferecer o sangue dele para você como
sacrifício. Eu fiquei sabendo que ele é um excelente ator, então ele vai se sair muito bem
hoje a noite. Só siga a deixa dela."


"Essa era a surpresa da qual eu estava falando!" Jack disse, aparecendo atrás de
Shekinah. "Bem, a parte sobre Erik te chamar para o circulo, eu quis dizer. A parte do
sangue é só tanto faz." Diz o garoto que é jovem o bastante para não ser afetado
profundamente por sangue como, vamos dizer, eu sou. "Não é legal Erik ser voluntario!"
"Oh, yeah, legal," foi tudo que eu consegui me fazer dizer.
"Eu devo tomar meu lugar agora," Shekinah disse. "Abençoado seja."
Eu murmurei "Abençoado seja" para ela, então virei para Jack.
"Jack," eu sussurrei violentamente. "Erik tomar o lugar de Loren hoje não é o que eu
chamo de uma boa surpresa!"
Jack franziu. "Damien e eu achamos que seria. Isso só mostra que vocês podem
talvez tentar conversar."
"Não na frente de toda escola!"
"Oh. Um. Eu não pensei dessa forma." Os lábios de Jack começaram a tremer.
"Desculpe. Se eu soubesse que você ia ficar brava, teria te contado imediatamente."
Eu passei a mão pela minha testa, tirando meu cabelo do rosto. A única coisa que eu
precisava era que Jack começasse a chorar. Não, a ultima coisa que eu precisava era ter
que encarar era o seriamente gostoso Erik e seu delicioso sangue na frente da escola
toda! Ok, ok, só respire... você passou por situações mais embaraçosas que essa.
"Zoey?" Jack fungou.
"Jack, está tudo bem. Verdade. Eu só estava, bem, surpresa. Que o intuito da
surpresa. Vou ficar bem agora."
"O-ok. Tem certeza? Está pronta?"
"Sim e sim," eu disse antes de poder gritar e correr na direção oposta. "Comece a
musica para mim."
"Arrase, Z!" ele disse, e correu para o equipamento de áudio, começando o inicio da
musica.
Eu fechei meus olhos e comecei a respirar fundo para ajudar a clarear minha mente
e me preparar para chamar os elementos no circulo - e por causa da surpresa de Erik,
totalmente esqueci de pedir para Jack checar a câmera.
Como sempre, eu estava uma bola de nervos até eu olhar o circulo e a musica me
encher. Hoje a noite a trilha sonora de Memórias de Uma Gueixa era sedutora e linda. Eu
ergui meus braços e deixei meu corpo de mexer graciosamente ao som da orquestra.
Então a voz de Erik se juntou a música e a noite, criando mágica.

Sob as brilhantes estrelas,
Sob a brilhante lua,
Quando a noite curar as cicatrizes
Da tarde que queima...

As palavras do poema me preencheram, carregadas pela voz de Erik. Eu curvei
minha cabeça e deixei meu cabelo cair ao meu redor enquanto eu me movia devagar até
o circulo, enquanto as palavras se juntavam a música e a dança e a mágica.

... e então, eu digo a você,
Eu odeio possuir seu coração,
Quando o dia quente passa por ele
Oferto ao ódio que parta...


Eu me movi ao redor do circulo, adorando a perfeição do poema que Erik estava
recitando. Parecia tão certo, e eu sabia disso antes, quando Loren me chamava para o
circulo, ele usou essa oportunidade para me seduzir e encantar. Ele não tinha pensado
sobre o que ritual significa para mim, ou o resto dos calouros, ou até Nyx. Os motivos de
Loren sempre foram egoístas. Eu podia ver isso tão facilmente agora que me perguntei
como ele me enganou tão completamente. Erik não gostava dele tanto quanto a lua não
gostava do sol. O poema que ele escolheu era sobre perdão e cura, e embora fosse bom
pensar que ele queria dizer parte dele para mim, eu sabia que o primeiro pensamento
dele foi sobre o que seria melhor para a escola e os garotos que estavam tentando se
curar da morte dos dois professores.

O dia decepcionante,
Esteja errado ou não, ou como,
Algumas vezes passa longe,
Acabou agora.
Esqueça, perdoe, as cicatrizes,
E o sono te encontrara em breve
Sob as brilhantes estrelas,
Sob a brilhante lua.

O poema acabou quando eu me juntei a Erik no meio do circulo na frente da mesa
de Nyx. Eu olhei para ele. Ele era alto e lindo vestido de preto, que complementava o
cabelo escuro dele e intensifica os seus olhos azuis.
"Olá, Sacerdotisa," ele disse suavemente.
"Olá, Consorte," eu respondi.
Ele me saudou formalmente, tocando o punho direito perto do coração; então ele
virou para a mesa. Quando ele virou de volta para mim, ele estava segurando a taça
ornamentada de Nyx numa mão, e uma faca cerimonial na outra. Ok, por "cerimonial" eu
não me refiro de brinquedo. Era afiada, muito afiada, mas também era linda e estava
entalhada com palavras e símbolos que eram sagrados para Nyx.
"Você vai precisar disso," ele disse, me entregando a faca.
Eu a peguei, perturbada por ver como a luz da lua refletia na lamina, sem ter idéia
do que fazer a seguir. Graças a Deus, a musica ainda estava tocando e a horda de
pessoas que assistia estava se balançando gentilmente com a linda melodia da Gueixa. Em
outras palavras, eles estavam nos vendo, mas apenas com uma leve antecipação, e
enquanto mantivéssemos nossas vozes baixas, eles não poderiam nos ouvir. Eu olhei para
Damien, e ele remexeu as sobrancelhas para mim e piscou. Eu tirei meus olhos dele
rápido.
"Zoey? Você está bem"? Erik sussurrou. "Você sabe que não vai me machucar
muito."
"Não vai?"
"Você não fez isso antes, fez?"
Eu balancei minha cabeça.
Ele tocou minha bochecha por só um segundo. "Eu fico esquecendo que você é nova
em tudo isso. Está certo, é fácil. Eu vou erguer minha mão direita, palma para cima, por
cima da taça." Ele ergueu a taça, que ele já tinha passado para a mão esquerda. Eu podia
sentir o cheiro do vinho tinto que preenchia quase toda ela. "Você ergue a adaga por cima
da cabeça, saúda as quatro direções com ela, então corta minha palma."


"Corta!" eu engoli em seco.
Ele sorriu. "Corta, talha, tanto faz. Só passe a lamina pela parte mais grossa de baixo
do polegar. Ela é bem afiada, então vai fazer o trabalho por você. Eu vou virar minha mão
e enquanto você me agradece em nome de Nyx por meu sacrifício por ela, um pouco do
meu sangue vai cair no vinho. Depois de um tempo eu fecho a mão, e você pega a taça e
leva até Damien para poder começar a lançar o circulo. Hoje você dá a cada um dos
representantes dos elementos um gole do vinho, ritualisticamente limpando os elementos
antes de fazer a limpeza de toda a escola. Entendeu?"
"Yeah," eu disse abatida.
"Melhor começar então. Não se preocupe. Você vai se sair bem," ele disse.
Eu acenei, e ergui a adaga por cima da minha cabeça. "Vento! Fogo! Água! Terra! Eu
saúdo vocês!" Eu disse, virando a lamina de lesta para sul, oeste, e norte enquanto
chamava o nome de cada elemento. Meus nervos começaram a baixar quando eu já podia
sentir o poder dos elementos passarem por mim, ansiosos para responder meu chamado.
Enquanto eu ainda podia sentir o eco da minha saudação, eu abaixei a adaga. Eu
pressionei a ponta dela contra a base do polegar de Erik, que ele segurou firme para mim,
e então com um movimento rápido, deslizei a lamina afiada pela palma dele, exatamente
onde ele me disse para cortar.
O cheiro do sangue dele me atingiu imediatamente, quente e escuro e
indescritivelmente delicioso. Travada eu observei as gotas, como rubis, e então Erik virou
a mão dele para que elas pudessem cair do vinho. Eu olhei nos olhos azuis dele.
"Em nome de Nyx, eu te agradeço por seu sacrifício hoje a noite e por seu amor e
lealdade. Você é abençoado por Nyx e amado pela Sacerdotisa dela." E então eu me
curvei e gentilmente beijei as costas da mão ensangüentada dele.
Quando eu encontrei os olhos dele de novo, eu vi que eles estavam mais brilhantes
que o normal, e eu achei que o rosto dele estava frágil, a expressão intimidada, mas eu
não sabia dizer se ele só estava agindo como parte do consorte de Nyx, ou se ele
realmente está experimentando aqueles sentimentos que ele estava me mostrando. Ele
colocou a mão em punho e me saudou de novo dizendo, "Eu sou agora, e sempre serei,
leal a Nyx e a Alta Sacerdotisa dela."
Então não havia mais tempo para mim me perguntar se ele estava falando sobre
mim, ou se ela estava atuando com o resto do papel dele. Eu tinha um trabalho para
fazer. Então peguei minha taça de sangue com vinho e andei até parar na frente de
Damien. Ele ergueu a vela amarela e sorriu para mim.
"Vento, você é tão querido para mim e familiar como o ar da vida. Hoje eu preciso da
sua força para limpar o ar estagnado de morte e medo de nós. Eu peço que você venha
até mim, vento!" Esse ritual era um pouco diferente, e Damien que tinha obviamente mais
informações do que eu, então ele estava pronto para o isqueiro tocar a vela dele. No
momento que ela se acendeu, fomos cercados por um mini-tornado de um vento
totalmente controlado. Damien e eu rimos um para o outro, então eu ergui a taça para
que ele pudesse tomar um gole.
Eu me movi na direção do relógio, ao redor do circulo até Shaunee, que já estava
segurando a vela vermelha e sorrindo ansiosa.
"Fogo, você esquenta e limpa. Hoje eu preciso do seu poder de limpeza para queimar
a escuridão dos nossos corações. Venha até mim, fogo!" Como sempre, ninguém precisou
tocar a vela de Shaunee para ela se acender, ela pegava fogo com uma chama glorioso
sozinha enquanto éramos preenchidas pelo calor e luz do calor do fogo. Eu ergui a taça
para Shaunee, e ela tomou um gole.


Do fogo eu me movi para água e Erin segurando a vela azul dela.
"Água, vamos até você sujos e nos erguemos de você limpos. Hoje eu peço que você
nos lave de qualquer coisa que queira nos manchar. Venha até mim, água!" Erin acendeu
a vela, e eu juro que podia ouvir o barulho das ondas contra a praia e sentir o frio do
orvalho contra minha pele. Eu ergui a taça para Erin, e depois de um gole, ela sussurrou,
"Boa sorte, Z."
Eu acenei e me movi segura para Afrodite, que estava pálida e tensa enquanto
segurava a vela verde que ela sabia que ia voar da mão dela se tentássemos chamar a
terra. "Onde ela está?" eu sussurrei, mal movendo meus lábios.
Afrodite deu nos ombros nervosamente.
Eu fechei meus olhos e rezei. Deusa, estou contando com você para fazer isso
funcionar. Ou pelo menos se eu fizer papel de boba, pelo menos consiga me tirar dessa.
De novo. Quando eu abri meus olhos, eu estava decidida. As coisas realmente não iam
mudar se Stevie Rae não aparecesse. Eu ia contar a todos de qualquer forma. Alguns iam
acreditar em mim sem prova. Alguns não. Eu ia arriscar. Eu sabia que estava dizendo a
verdade, e meus amigos também.
Então ao invés de começar minha invocação a terra, eu pisquei para Afrodite e
sussurrei, "Bem, aqui vamos nós," e virei para olhar o circulo e os olhares de
questionadores da multidão.
"Eu precisava invocar a terra a seguir. Todos sabemos disso. Mas tem um problema.
Vocês todos viram que Nyx deu a Afrodite uma afinidade com a terra. E ela tinha. Mas
acontece que foi apenas um dom temporário que Afrodite estava guardando mantendo ele
seguro para quem realmente representa a terra, Stevie Rae."
Assim que eu disse o nome dela, houve um movimento no grande carvalho e os
galhos que estavam em cima de nossas cabeças se mexeram, e então Stevie Rae caiu
graciosamente de um galho em cima de nós.
"Droga, Z, parece que você demorou para me alcançar," ela disse. Então ela andou
até o lugar de Afrodite e pegou a vela verde dela. "Obrigada por manter meu lugar
quente."
"Fico feliz que tenha conseguido vir," Afrodite disse, dando um passo para o lado
para que Stevie Rae pudesse tomar seu lugar.
Stevie Rae tomou o lugar da terra, virou, e tirando os cachos loiros do rosto, rindo
para todos enquanto o intricado padrão de videiras e pássaros e flores que faziam as
tatuagens escarlates dela ficarem tão claras quanto o sorriso dela. "Ok, agora você pode
invocar a terra."


TRINTA E DOIS

Naturalmente uma confusão se instalou. Filhos de Erebus gritaram e começaram a ir
até o circulo. Vampiros estavam chorando em choque, e eu juro que uma garota começou
a gritar.
"Ah, oh," eu ouvi Stevie Rae sussurrar, "Melhor consertar isso, Z."
Eu virei para olhar para Stevie Rae. Sem tempo para gentilezas, eu disse, "Terra,
venha até mim!" Por um segundo eu quis surtar porque eu não tinha isqueiro e nem
Stevie Rae, mas Afrodite, fria como nunca, se inclinou, e acendeu o isqueiro que ela
segurava, e acendeu a vela. O cheiro e sons de uma campina no verão instantaneamente
nos cercou. "Aqui, tome um gole." Eu ergui a taça, e Stevie Rae deu um grande gole. Eu
franzi um pouco para ela.
"O que?" Ela sussurrou. "Erik tem um gosto bom."
Eu virei os olhos para ela e voltei para o centro do circulo, onde Erik estava olhando
de boca aberta para Stevie Rae. Eu ergui um braço por cima da minha cabeça. "Espírito!
Venha até mim," eu disse sem tempo para um preâmbulo. Enquanto meu espírito
acordava dentro de mim, eu peguei o isqueiro cerimonial da mesa de Nyx e acendi a vela
púrpura que estava ali. Então eu, também, tomei um enorme gole do vinho com sangue.
E que incrível sensação! Stevie Rae tinha razão, Erik era gostoso, mas eu já sabia
disso. Cheia com o regojizo do vinho misturado com sangue e do espírito, eu caminhei
rápido. Eu não poderia estar mais orgulhosa dos meus amigos. Todos ficaram nos seus
lugares no circulo, erguendo suas velas e mantendo o controle de seus elementos para
que nosso circulo ficasse forte e inquebrável. Caminhando ao redor da circunferência com
o cordão brilhante no circulo que eu tinha acabado de lançar, eu ergui minha voz e
comecei a gritar sobre o pandemônio que nos cercava.
"House of Night, me escute!" Todos ficaram em silencio quando ouviram o poder da
deusa aumentou minha voz. Eu quase fiquei em silencio também, por mais chocante que
isso possa ser. Ao invés disso eu limpei minha garganta e comecei de novo, dessa vez não
tendo que dar um grito para a horda de pessoas. "Stevie Rae não morreu. Ela passou por
outro tipo de Mudança. Foi difícil para ela, e quase custou a humanidade de Stevie Rae,
mas ela superou, e agora ela é um novo tipo de vampiro." Eu caminhei devagar dentro do
circulo, tentando olhar o máximo de olhos possíveis para poder explicar. "Mas Nyx nunca a
abandonou. Como vocês podem ver, ela ainda tem sua afinidade com a terra, um dom
dado por ela, e então dado a ela de novo por Nyx."
"Eu não entendo. Essa criança era uma caloura que morreu e então foi
ressuscitada?" Shekinah tinha dado um passo para frente e estava parada perto de Stevie
Rae, encarando ela com força.
Antes deu poder responder, Stevie Rae falou. "Sim, senhora. Eu morri. Mas então eu
voltei, e quando voltei, eu não era mais a mesma. Eu me perdi, ou pelo menos quase me
perdi, mas Zoey, Damien, Shaunee, Erin, e especificamente Afrodite, me ajudaram a me
encontrar de novo, e quando me encontrei, eu também passei pela Mudança para um tipo
diferente de vampiro." Ela apontou para as lindas tatuagens vermelhas.
Afrodite deu um passo para frente, entrando no fio prateado que circulava nosso
circulo como um. Eu esperava ver ela ser jogada ou perder o equilíbrio e ir para trás ou
algo terrível, mas ao invés disso o fio se soltou, deixando ela andar até mim. Quando ela
se juntou a mim, eu pude ver que o corpo dela estava alinhado com a mesma linha
prateada do nosso circulo.


"Quando Stevie Rae Mudou, eu também mudei." Afrodite ergueu a mão e com um
rápido movimento, ela limpou a lua crescente que estava desenhada ali. Eu ouvi várias
pessoas arfando e ela continuou. "Nyx me Mudou para uma humana, mas eu sou um novo
tipo de humana, como Stevie Rae é um novo tipo de vampiro. Eu sou uma humana que
também foi abençoada por Nyx. Eu ainda tenho o dom das visões que Nyx me deu
quando eu era uma caloura. A deusa não virou seu rosto para longe de mim." Afrodite
ergueu sua cabeça orgulhosa e olhou para a House of Night, como se estivesse
desafiando qualquer um a falar mal dela.
"Então temos um novo tipo de vampiro e um novo tipo de humano," eu disse. Eu
olhei para Stevie Rae e ela riu e acenou. "E também temos um novo tipo de calouro."
Assim que eu terminei de falar, o carvalho pareceu chover calouros. Eu fiz uma nota
mental de perguntar a Stevie Rae como diabos ela conseguiu esconder todos aqueles
garotos ali, porque eu facilmente contei meia dúzia deles. Eu reconheci Venus, que eu
sabia que tinha sido colega de quarto de Afrodite, e me perguntei brevemente se as duas
já tinham conversado. Eu também vi Elliot, que eu juro que ainda não ia gostar. Eles
estavam todos parados ali, dentro do circulo, espalhados do lado de Stevie Rae parecendo
mais do que um pouco nervosos, com suas brilhantes luas crescentes muito visíveis em
suas testas.
Eu podia ouvir alguns dos garotos fora do circulo chorando e chamando o nome dos
calouros vermelhos que eles reconheciam como os colegas de quarto mortos e amigos, e
eu senti por eles. Eu sabia o que era pensar que sua amiga estava morta, e então ver eles
andando e falando e respirando de novo.
"Eles não estão mortos," eu disse firmemente. "Eles são um novo tipo de calouros -
um novo tipo de pessoa. Mas eles não nossa gente, e está na hora de encontrarmos um
lugar para eles conosco e aprender do porque Nyx ter trazido eles de volta para nós."
"Mentiras!" A palavra foi grito, tão alto que eu quase podia sentir um zunido nos
ouvidos. Houve um murmúrio na multidão, então as pessoas perto da parte sul do circulo
se dividiram para deixar Neferet passar.
Ela parecia como uma deusa da vingança, e até eu fiquei sem fala pela beleza dela.
Os suaves ombros brancos estavam exposto por um lindo vestido preto de seda que
modelava o corpo gracioso dela. O grosso cabelo dela estava solto, caindo em ondas até a
fina cintura dela. Os olhos verdes dela brilhavam - os lábios dela eram de um profundo
vermelho como sangue fresco.
"Você nos pede para aceitar essa perversão da natureza como algo que a deusa fez?"
ela falou numa linda e modulada voz. "Essas criaturas estão mortas. Elas devem morrer
de novo."
A raiva que passou por mim quebrou o magnetismo dela. "Você deve saber sobre
essas criaturas, como você as chamou." Eu ergui os ombros e a encarei. Eu posso não ter
a bem treinada voz dela, ou a incrível beleza, mas eu tinha a verdade e tinha minha
deusa. "Você tentou usar eles. Você tentou distorcer eles. Foi você que os manteve
prisioneiros até que através de nós Nyx curou e os libertou."
Os olhos dela se abriram num perfeito olhar de surpresa. "Você me culpa por essas
monstruosidades?"
"Hey, eu e meus amigos não somos monstros!" veio a voz de Stevie Rae atrás de
mim.
"Silencio, besta!" Neferet ordenou. "Chega!" Neferet virou para olhar para a
multidão. "Hoje a noite eu descobri outra criatura que Zoey e o povo dela trouxe dos
mortos." Ela se curvou e pegou algo que estava nos pés dela, e o jogou no circulo. Eu


reconheci a mochila de Jack, aberta com o monitor da câmera babá e a própria câmera
expostos (que deveria estar escondida segura no necrotério). Os olhos de Neferet
passaram pela multidão até eles encontrarem ele; então ela surtou, "Jack! Você nega que
Zoey fez você plantar isso no necrotério, onde você mirou no corpo do recém falecido
James Stark, para que ela pudesse observar quando os feitiços dela o trariam de volta?"
"Não. Sim. Não foi assim," Jack disse. Duquesa, que estava pressionada contra as
pernas dela reclamou penosamente.
"Deixe ele em paz!" Damien gritou do lugar dele do circulo.
Neferet olhou para ele. "Então você continua cego por ela? Você continua a seguir
ela e não Nyx?"
Antes dele poder responder, Afrodite falou do meu lado. "Hey, Neferet. Onde está a
insígnia da nossa deusa?"
Neferet olhou de Damien para Afrodite, e os olhos dela se estreitaram em fúria. Mas
todos agora olhavam para Neferet e notaram o que Afrodite tinha dito - que o lindo
vestido de Neferet não tinha o símbolo de Nyx no peito. E então eu notei outra coisa. Ela
estava usando um pendente que eu nunca vi antes. Eu pisquei, sem ter certeza se eu
estava vendo corretamente, mas então, yep, eu decidi, tinha certeza do que era.
Pendurado numa corrente dourada ao redor do pescoço dela estavam asas - grandes,
negras, asas de corvos talhadas em onyx.
"O que é isso no seu pescoço?" eu perguntei.
A mão de Neferet foi automaticamente acariciar as asas pretas que estavam
penduradas entre os seios dela. "São asas de Erebus, o consorte de Nyx."
"Um, desculpe, mas, não, elas não são," Damien disse. "Asas de Erebus são feitas de
ouro. Nunca são pretas. Você mesma nos ensinou isso na aula de Sociologia Vampira."
"Eu cansei dessas conversas sem significado," Neferet surtou. "É hora dessa pequena
charada chegar ao fim."
"Sabe, eu acho que essa é uma idéia excelente," eu disse.
Eu tinha começado a procurar na multidão tentado encontrar Shekinah quando
Neferet deu um passo para o lado, apontando seus dedos para uma forma que pareceu se
materializar atrás dela. "Venha até mim e mostre o que eles criaram hoje a noite."
O uivo de agonia de Duquesa e as reclamações que se seguiram ficaram para sempre
impressos em minha mente com meu primeiro vislumbre do novo Stark. Ele se moveu
para frente como um fantasma. A pele dele estava pálida, e os olhos dele eram vermelhos
da cor de sangue velho. A lua crescente em sua testa também era vermelha, como a dos
calouros que preenchiam meu circulo, mas ele era diferente deles. A coisa que Stark tinha
se tornado ficou parado ao lado de Neferet, furioso, loucura em seus olhos. Olhando para
ele, eu senti que ia vomitar.
"Stark!" Eu queria chamar o nome dele alto e forte, mas quando saiu da minha boca
foi um pouco mais do que um sussurro quebrado.
Ainda sim ele virou o rosto na minha direção. Eu vi a cor de sangue nos olhos dele
sumir, e por um momento eu pensei ter visto um deslumbre do garoto que eu conhecia.
"Zzzzzoey..." ele disse meu nome como um assovio, mas me deu uma onda
instantânea de esperança.
Eu dei um passo em direção a ele. "Sim, Stark, sou eu," eu disse, tentando com força
não chorar.
"Dddddddissse que eu ia voltar para você," ele murmurou.
Eu sorri através das lagrimas que encheram meus olhos e me movi cada vez mais
perto para onde ele estava parado do lado de fora do circulo. Eu tinha aberto minha boca


para dizer que tudo ficaria bem, que de alguma forma íamos achar um jeito de fazer tudo
ficar bem, mas de repente Afrodite estava ao meu lado. Ela agarrou meu pulso, me
puxando para longe da beira do circulo.
"Não vá até ele," ela sussurrou. "Neferet está armando para você."
Eu queria chacoalhar ela, especialmente quando a voz de Shekinah veio do outro
lado do circulo. "O que foi feito com essa criança é bem horrível. Zoey, eu devo insistir
que você feche esse ritual pela noite. Vamos levar o calouro lá dentro, e chamar o
Conselho de Nyx para vir julgar esses eventos."
Eu podia sentir os calouros vermelhos ainda inquietos nas minhas costas, tirando
minha atenção de Stark. Eu virei e encontrei os olhos de Stevie Rae. "Está tudo bem. Essa
é Shekinah. Ela saberá a diferença entre mentiras e a verdade."
"Eu sei a diferença entre mentiras e verdade, e eu carrego um julgamento que é
muito maior que algum Conselho distante." Eu ouvi Neferet falar e virei para a encarar de
novo.
"Você foi descoberta!" Eu gritei para ela. "Eu não fiz isso com Stark, ou com os
outros calouros vermelhos. Você fez, e agora você vai ter que enfrentar o que fez."
O sorriso de Neferet era mais uma careta. "E ainda sim a criatura chama o seu
nome."
"Zzzzoey," Stark chamou de novo.
Eu olhei para ele, tentando ver o cara que eu conheci no rosto assombrado dele.
"Stark, eu sinto muito por isso ter acontecido com você."
"Zoey Redbird!" A voz de Shekinah era um chicote. "Feche o circulo agora. Esses
eventos devem ser avaliados por aqueles cujo julgamento podem ser confiáveis. E eu vou
levar esse pobre calouro para o meu cuidado."
Por alguma razão, o comando de Shekinah fez Neferet começar a rir.
"Eu tenho um mal pressentimento sobre isso," Afrodite disse, me puxando de volta
para o meio do circulo.
"Eu também," Stevie Rae disse da posição norte dela no circulo.
"Não feche o circulo," Afrodite disse.
Então no meio de tudo, a voz de Neferet foi sussurrada até mim, Não feche o circulo
e você parecerá culpada. Feche e fique vulnerável. Qual você escolhe?
Eu encontrei os olhos de Neferet do outro lado do circulo. "Eu escolho o poder do
meu circulo e a verdade," eu disse.
O sorriso dela era vitorioso. Ela virou para Stark. "Vire para a marca da verdade - o
que vai fazer a terra sangrar. Agora!" Neferet ordenou para ele. Eu vi ele pausar, como se
estivesse lutando contra si mesmo. "Faça o que eu mandei, e eu concederei o desejo do
seu coração." Neferet sussurrou as palavras no ouvido de Stark, mas eu ouvi as palavras
saírem dos lábios rubi dela. O efeito que elas tiveram nele foi instantâneo. Os olhos de
Stark brilharam vermelhos e com a rapidez de uma cobra, ele ergueu o arco que eu não
notei que ele segurava do lado, colocou uma flecha, e atirou. Cortando o ar como uma
linha mortal, ela atingiu Stevie Rae no centro do peito dela com tamanha força que se as
penas escuras do final da flecha se enterraram nela.
Stevie Rae arfou e caiu no chão, se curvando. Eu gritei e corri até ela. Eu podia ouvir
Afrodite gritando para Damien e as Gêmeas não quebrarem o circulo, e eu
silenciosamente abençoei ela por sua cabeça fria. Eu alcancei Stevie Rae e cai no chão ao
lado dela. Ela estava respirando dolorosamente, e a cabeça dela estava curvada.
"Stevie Rae! Oh, deusa não! Stevie Rae!"


Devagar ela ergueu a cabeça e olhou para mim. Sangue estava saindo do peito dela
- mais sangue do que eu pensei que uma pessoa poderia ter. Estava ensopando o chão
ao redor dela, que era caloso devido as raízes do grande carvalho. O sangue me
hipnotizou. Não porque o cheiro era doce e embriagante, mas porque eu percebi o que
parecia. Parecia que a terra na base do grande carvalho estava sangrando.
Eu olhei por cima dos ombros para Neferet, que ficou parada sorrindo com triunfo do
lado de fora do meu circulo. Stark tinha caído de joelhos ao lado dela, e estava me
olhando com olhos que não eram mais vermelhos, mas agora estavam cheios de terror.
"Neferet, você é a monstruosidade, não Stevie Rae!" Eu gritei.
Meu nome não é mais Neferet. Dessa noite em diante me chame de Rainha Tsi Sgili.
As palavras foram faladas dentro da minha mente como se Neferet as tivesse sussurrando
no meu ouvido.
"Não!" eu chorei, e então a noite explodiu.


TRINTA E TRÊS

O chão embaixo dos meus pés. Ensopado com o sangue de Stevie Rae, começou a
tremer, a se abrir como se não fosse mais terra solida mas de repente tivesse virado
água. Através dos choros de pânico, eu ouvi a voz de Afrodite de novo, tão calma como se
ela estivesse apenas gritando com Damien e as Gêmeas sobre as escolhas de moda deles.
"Nos mova, mas não quebre o circulo!"
"Zoey." Stevie Rae arfou meu nome. Ela olhou para mim com olhos cheios de dor.
"Escute Afrodite. Não quebre o circulo. Não importa o que!"
"Mas você está -"
"Não! Eu não estou morrendo. Eu prometo. Ele só tomou meu sangue, não minha
vida. Não quebre o circulo." Eu acenei, e levantei. Erik e Venus estavam mais perto de
mim. "Fiquem um em cada lado de Stevie Rae. Ajudem ela a levantar. Ajudem ela a
segurar a vela, e não importa o que, não deixem apagar e não deixem o circulo se
quebrar."
Venus parecia abatida, mas ela acenou e moveu Stevie Rae. Erik, com o rosto branco
de choque, só me encarou.
"Faça sua escolha agora," eu disse. "Ou você está com a gente ou com Neferet e o
resto deles."
Erik não hesitou. "Eu fiz minha escolha quando fui voluntario para ser seu consorte
hoje a noite. Estou com você."
Então ele correu para ir ajudar Venus a levantar Stevie Rae.
Tropeçando pelo chão instável, eu fui até a mesa de Nyx e peguei a vela púrpura
logo antes de cair e apagar. Agarrando ela perto de mim, eu virei minha atenção para
Damien e as Gêmeas. Eles estavam seguindo as instruções calmas de Afrodite e, no meio
dos gritos e do caos que havia do lado de fora do nosso circulo, eles estavam andando
devagar juntos, diminuindo a circunferência do fio prateado em direção a Stevie Rae, até
que todos nós, Damien, as Gêmeas, Afrodite, Erik, os calouros vermelhos, e eu nos
amontoamos juntos ao redor de Stevie Rae.
"Comecem a mover ela para longe da árvore," Afrodite disse. "Todos nós, sem
quebrar o circulo. Precisamos ir para a porta escondida no muro. Agora."
Eu encarei Afrodite, e ela acenou solenemente. "Eu sei o que vai acontecer a seguir,
e não vai ser bom."
"Então vamos sair daqui," eu disse.
Começamos a andar como um grupo, dando passos pequenos na terra quebrada,
tendo um ultra cuidado com Stevie Rae e as velas e tentando manter o circulo. É de se
imaginar que calouros e vampiros estariam em nosso caminho. Era de se imaginar que
pelo menos Shekinah teria dito algo para nós, mas parecia existir uma estranha bolha de
serenidade em um mundo repentino lavado em sangue e pânico e caos. Estávamos nos
mantendo longe das árvores, seguindo o muro, devagar e cuidadosamente fazendo
progresso. Eu notei que a grama embaixo dos nossos pés estava lisa e completamente
seca com o sangue de Stevie Rae quando a terrível risada de Neferet chegou até mim.
O carvalho, com um terrível som de corte, se rasgou em dois. Eu estava andando de
costas, ajudando a levar Stevie Rae que estava na frente, então eu tinha uma clara visão
da árvore quando ela se partiu. De baixo do meio da árvore destruída uma criatura surgiu.
Primeiro o que eu vi foram asas negras que complemente cobriam algo. Então ele saiu do
carvalho destruído, endireitou o corpo e desdobrou suas asas da cor da noite.


"Oh, deusa!" o choro saiu de mim no meu primeiro deslumbre de Kalona. Ele era a
coisa mais linda que eu já tinha visto. A pele dele era lisa e complemente ilesa, e era
dourada com o que parecia o beijo dos raios do sol. O cabelo dele era tão negro quanto as
asas, e caia solto ao redor dos ombros dele, fazendo ele parecer um antigo guerreiro. O
rosto dele - como eu posso descrever completamente o lindo rosto dele? Era com uma
escultura que tinha ganhado vida, e fazia até o mortal mais lindo, seja ele humano ou
vampiro, parecer uma boba e falha tentativa de imitar a gloria dele. Os olhos dele eram
âmbar, tão perfeitos, que eram quase dourados. Eu me encontrei querendo me perder
neles. Aqueles olhos me chamavam... eles me chamavam...
Eu parei, e eu juro que eu podia ter quebrado o circulo ali mesmo para poder correr
de volta e cair nos pés dele, se ele não tivesse erguido os lindos braços e chamado numa
voz que era profunda e rica e cheia de poder, "Levantem comigo, filhos!"
Corvos Escarnecedores saíram do buraco no chão e encheram a noite, e foi o medo
que me encheu ao ver aquelas terríveis criaturas familiares que se dissipou pelo meu
corpo que quebrou o feitiço de beleza que Kalona tinha lançado em mim. Eles clamaram e
circularam ao redor de seu pai, que riu e ergueu seus braços mais alto para que as asas
deles pudessem acariciar ele.
"Temos que sair daqui!" Afrodite assoviou.
"Sim, agora! Depressa," eu disse, voltando totalmente ao normal. O chão não estava
mais tremendo, então fomos capazes de andar mais rápido. Eu ainda estava me movendo
de costas, então eu observei com um horror fascinado enquanto Neferet se aproximava do
anjo recém libertado. Ela parou diante dele e deu uma graciosa cortesia.
Ele inclinou a cabeça, os olhos dele brilhando de luxuria enquanto ele olhava para
ela. "Minha Rainha," ele disse.
"Meu Consorte," ela disse. Então ela virou para olhar para a multidão que tinha
parado de correr em pânico e agora olhavam com fascinação para Kalona.
"Esse é Erebus, que finalmente veio para a terra!" Neferet proclamou. "Curvem-se ao
Consorte de Nyx, e nosso novo senhor na terra."
Muitos que observavam na multidão, especialmente os calouros, instantaneamente
caíram de joelhos. Eu olhei para Stark, mas ele não me viu. Eu vi Shekinah começando a
andar, a expressão dela fixada com um profundo franzido. Enquanto ela andava, muitos
Filhos de Erebus se juntaram a ela, parecendo alerta, mas eu não sabia dizer se eles
estavam indo questionar Kalona, como Shekinah obviamente ia fazer, ou se eles estavam
pensando em proteger ele da Alta Sacerdotisa. Antes de Shekinah poder passar pela
multidão e confrontar o anjo, Neferet ergueu a mão e vez um breve movimento com o
pulso. Foi um gesto tão pequeno e insignificante que se eu não tivesse olhando para ele,
não teria notado.
Os olhos de Shekinah ficaram selvagens, ela arfou, segurou o pescoço, e caiu no
chão. Os Filhos de Erebus correram até o corpo dela.
Foi nesse momento que tirei meu celular do bolso e liguei para Irmã Angela.
"Zoey?" ela atendeu no primeiro toque.
"Sai dai. Saia agora," eu disse.
"Eu entendi." Ela soava calma.
"Leve vovó! Você tem que levar vovó com você!"
"É claro que vou. Cuide de você e do seu povo. Eu vou cuidar dela."
"Eu ligo quando puder." E desliguei.
Quando olhei para cima do meu telefone eu vi que Neferet tinha voltado sua atenção
para nós.


"Chegamos!" Afrodite disse. "Abra a porcaria da porta agora!"
"Já está aberta," disse uma voz familiar. Eu olhei por trás de mim para o muro e vi
Darius parado do lado de uma porta aberta que parecia estar aparecendo magicamente
no muro de tijolos. E, com uma onda de alivio, eu vi que Jack estava parado do lado do
guerreiro, girando os olhos, mas inteiro com Duquesa do lado.
"Se você está conosco, está contra eles," eu disse a Darius, apontando meu queixo
em direção a House of Night e aos Filhos de Erebus que encheram o campo da escola e
que não estavam fazendo nenhum ataque contra Kalona.
"Eu fiz minha escolha," disse o guerreiro.
"Podemos, por favor, sair daqui? Ela está olhando para nós!" Jack disse.
"Zoey! Você tem que nos comprar um pouco de tempo," Afrodite disse. "Use os
elementos - todos eles. Nos proteja."
Eu acenei e fechei meus olhos, me concentrando. Vagamente no fundo da minha
mente eu sabia que Afrodite estava ordenando os calouros vermelhos e dizendo para
ficarem perto, dentro do circulo, mesmo que ele ficasse esmagando e não tivesse mais
uma forma de um circulo enquanto nós passávamos pela porta escondida. Mas havia só
uma parte minha ali. O resto de mim estava comandando o vento, fogo, água, terra, e
espírito para nos cobrir, nos proteger, para nos tirar do campo de visão de Neferet.
Enquanto eles me obedeciam, eu senti minha força ser drenada como nunca tinha sentido
antes. É claro eu nunca tentei comandar os cinco elementos de uma vez para fazer um
trabalho tão poderoso por mim - eu sentia como se minha mente, minha vontade,
estavam tentando correr uma maratona.
Eu cerrei os dentes e continuei firme. Os elementos passaram abaixo e ao nosso
redor. Eu podia ouvir o vento e o cheio do oceano enquanto uma forte brisa passava ao
nosso redor. Então um trovão passou pelo repentino céu cheio de nuvens e com um
crack! Um trovão deslizou para baixo, atingindo uma árvore alguns metros de nós. A
árvore pareceu se entender enquanto a terra se aumentava, e quando abri meus olhos
enquanto um dos calouros vermelhos me guiava de costas pela porta escondida eu vi
nosso pequeno grupo complemente protegido pela fúria dos elementos. No meio do caos,
eu vi um maravilhoso som de "mee-uf-ow!" e olhei para a porta escondida para ver Nala
sentada no chão do lado de fora da escola na liderança de vários gatos, incluindo a
horrível e com uma aparência muito enganadora Malévola, que estava perto do odioso
Beelzebub das Gêmeas.
Eu tive um ultimo deslumbre de Neferet enquanto ela olhava selvagemente ao redor,
claramente não querendo acreditar que de alguma forma tínhamos escapado dela. E
então a porta se fechou, nos selando para fora da House of Night.
"Ok, reformem o circulo. Se aperte. Gêmeas! Vocês estão muito próximas. Vocês
estão deixando um lado solto. Gatos! Parem de assoviar para Duquesa. Não temos tempo
para isso." Afrodite estava dando ordens como um sargento.
"Os túneis." A voz fraca de Stevie Rae pareceu cortar a noite.
Eu olhei para ela. Ela não conseguia ficar de pé. Erik a ergueu nos braços, e ele
estava segurando ela como um bebê, tomando cuidado para não tocar a flecha que ainda
está enfiada nas costas dela. O rosto dela estava completamente branco a não ser pelas
tatuagens vermelhas.
"Temos que ir para os túneis. Ficaremos seguros lá," ela disse.
"Stevie Rae tem razão. Ele não ira nos seguir lá, e nem Neferet irá," Afrodite disse.
"Que túneis?" Darius perguntou.


"Ficam abaixo da cidade, lugares velhos e proibidos. A entrada é no deposito no
centro," eu disse.
"O deposito. Isso é a alguns quilômetros de distancia, no coração da cidade," ele
disse. "Como vamos -" As palavras dele se quebraram quando ele ouviu um terrível grito
vindo do lado de dentro da House of Night. Bolas de fogo estavam florescendo no céu
como terríveis e mortais flores.
"O que está acontecendo?" Jack perguntou, se movendo mais para perto de Damien.
"São os Corvos Escarnecedores. Eles tem seu corpo de volta, e estão com fome.
Estão se alimentando de humanos," Afrodite disse.
"Eles podem usar fogo?" Shaunee perguntou, parecendo irritada.
"Eles podem," Afrodite disse.
"Diabos que eles podem!" Shaunee começou a erguer os braços, e eu senti calor
passando no ar ao redor de nós.
"Não!" Afrodite gritou. "Você não pode chamar atenção para nós. Não hoje. Se você
fizer, estamos acabados."
"Você viu isso?" Eu perguntei.
Ela acenou. "Tudo isso e mais. Aqueles que não foram para o subterrâneo serão a
presa deles."
"Então temos que ir para os túneis," eu disse.
"Como?" um dos calouros vermelhos que eu não reconheci perguntou. Ela soava
jovem e com muito medo.
Eu me segurei, já estava exausta por manipular os cinco elementos com tamanha
extensão. Eu não queria que eles soubessem que eu estava tão drenada quanto me
sentia. Eles tinham que acreditar que eu era forte e segura e estava no controle. Eu
respirei fundo. "Não se preocupe. Eu sei como andar sem ser vista. Eu já fiz isso antes."
Eu sorri para Stevie Rae. "Nós já fizemos isso antes." Olhei para Afrodite. "Não é mesmo?"
Stevie Rae conseguiu acenar fracamente.
"Yep, com certeza," disse Afrodite.
"Então qual o plano?" Damien perguntou.
"Yeah, vamos trabalhar," Erin disse.
"Idem. Estou ficando com câimbras por ficar tão perto de todo mundo," Shaunee
murmurou, obviamente ainda irritada por não poder lutar.
"Esse é o plano. Vamos nos tornar uma nevoa e sombra, noite e escuridão. Não
existimos. Ninguém pode nos ver. Nós somos a noite e a noite é a gente." Enquanto eu
explicava, eu senti o calafrio familiar do meu corpo e vi os calouros vermelhos arfarem e
sabia quando eles olhavam para mim, que estavam vendo nada a não ser nevoa coberta
com escuridão, escondida nas sombras. Eu pensei que era estranho ser tão fácil me
misturar com a noite agora que eu estava tão cansada... era como se eu pudesse sumir e
finalmente dormir...
"Zoey!" A voz de Erik quebrou meu perigoso transe.
"Estou bem! Estou bem," eu disse rapidamente. "Agora vocês façam. Concentrem-se.
Não é diferente de quando vocês costumavam sair da House of Night para ver namorados
ou ir até o rituais fora do campus, só que vocês tem que se concentrar ainda mais. Vocês
conseguem. Vocês são nevoa e sombra. Ninguém pode ver vocês. Ninguém pode ouvir
vocês. Só existe a noite aqui, e vocês são parte da noite."
Eu vi meu grupo tremer e começar a dissolver. Não estava perfeito, e Duquesa ainda
era tão solida como um grande labrador - diferente dos nossos gatos ela não podia se


misturar com a noite - mas o garoto com quem ela estava próxima era um pouco mais do
que uma sombra.
"Agora vamos. Fiquem juntos. Deem as mãos. Não deixem nada atrapalhar a
concentração de vocês. Darius, lidere," eu disse.
Nós andamos no que tinha se tornado uma cidade de pesadelos vivos. Eu me
perguntei mais tarde como conseguimos, e percebi a resposta mesmo enquanto me
perguntava do por que. Conseguimos porque a mão de Nyx estava em nós. Nos movemos
na sombra dela. Cobertos com o poder dela nos tornamos a noite, embora o resto da
noite tivesse se tornado loucura.
Os Corvos Escarnecedores estavam em todo lugar. Era logo depois da meia noite do
ano novo, e as criaturas podiam escolher os humanos bêbados que celebravam e estavam
juntos em clubes e restaurantes e mansões velhas porque eles ouviram o fogo das
criaturas não humanas, pensando que a cidade tinha bolado fogos de artifício, e correram
para ver o show. Eu me perguntei com horror quantos deles tinham olhado para o céu
apenas para ter seu ultimo suspiro de horror olhando para olhos vermelhos de homens
olhando para eles com rostos monstruosos.
Antes de alcançarmos o ponto entre Cincinnati e a Treze eu comecei a ouvir a policia
e sirenes de bombeiros, junto com tiros, o que me fez dar um sorriso. Isso era Oklahoma,
e nós Okies amávamos nossas armas. Yep, nós exercitamos nosso direito da Segunda
Emenda* (direito de portar armas) com orgulho e vigor. Eu queria ter idéia de se armas
modernas poderiam fazer diferença com criaturas nascidas de magia e mito, e sabia que
não ia ter que imaginar isso por muito tempo. Logo todos iríamos descobrir.
A uma quadra do deposito abandonado de Tulsa, começou a chover uma fria e
miserável que nos gelou até os ossos, mas ajudou a esconder nosso grupo ainda mais dos
olhos que sondavam - sendo eles humanos ou bestas.
Corremos para o porão do deposito abandonado, entrando facilmente pela grade
metal aberta que parecia uma barreira. Assim que a escuridão do portão nos engoliu,
demos um suspiro aliviado.
"Ok, agora podemos fechar o circulo."
"Obrigado espírito, você pode partir." Eu comecei. Eu virei para Stevie Rae, ainda nos
braços de Erik. "Sou agradecida a você, terra, você pode partir." Erin estava a minha
esquerda, e eu sorri através da escuridão para ela. "Água, você se saiu bem hoje. Você
pode partir." Ainda virando na minha esquerda, eu encontrei Shaunee. "Fogo, obrigado,
por favor, parta." Então eu fechei o circulo com o elemento que eu o abri. "Vento, você
tem minha gratidão como sempre. Você pode partir." E com um pequeno estouro, o fio
prateado que nos ligava, desapareceu.
Eu cerrei os dentes contra a exaustão que ameaçava me sobrepujar, e eu acho que
teria caído se Darius não tivesse agarrado meu braço para firmar meus joelhos fracos.
"Vamos descer. Ainda não estamos completamente seguros," Afrodite disse.
Todos nos movemos para parte de trás do porão na entrada que eu sabia que
escondia um sistema de túneis. Voltar nesses túneis era uma experiência tão surreal como
a noite tinha se tornado. A ultima vez que estive aqui foi no meio de uma nevasca. Eu
estava lutando para salvar Heath de Stevie Rae e um bando de calouros que eu agora
lutava para salvar.
Heath!
"Zoey, vem," Erik disse quando eu hesitei. Ele passou Stevie Rae para Darius, para
que ele e eu fossemos os últimos do grupo a descer.
"Tenho que fazer duas ligações primeiro. Não tem recepção lá embaixo."


"Então seja rápida," ele disse. "Eu vou dizer a eles que você está indo."
"Obrigado." Eu sorri carinhosamente para ele. "Vou me apressar."
Ele me deu um acenou e então desapareceu pelas escadas de ferro que levavam
para os túneis.
Eu fiquei surpresa quando Heath atendeu ao primeiro toque. "O que você quer,
Zoey?"
"Me escute, Heath, eu tenho que ser rápida. Algo terrível foi solto na House of Night.
Vai ser ruim, muito ruim. Eu não sei por quanto tempo porque eu não sei como impedir.
Mas o único jeito de você ficar seguro é se você for para o subterrâneo. Ele não gosta de
terra. Você entendeu?"
"Sim," ele disse.
"Você acredita em mim?"
Ele nem hesitou. "Sim."
Eu suspirei aliviada. "Pegue sua família e quem mais você gosta e vá para o
subterrâneo. A casa do seu avô não tem um grande porão?"
"Yeah, podemos ir para lá."
"Bom, te ligo de novo quando puder."
"Zoey, você vai ficar segura também?"
Meu coração se apertou. "Eu vou.
"Onde?"
"Nos velhos túneis debaixo do deposito," eu disse.
"Mas eles são perigosos!"
"Não, não - não é mais assim. Não se preocupe. Fique a salvo também. Ok?"
"Ok," ele disse.
Eu desliguei antes de dizer algo que nós dois íamos lamentar. Então eu disquei o
segundo numero que eu precisava ligar. Minha mãe não atendeu. O telefone caiu na caixa
postal depois de alguns toques. Eu ouvi a voz animada dela dizer, "Aqui é a residência dos
Heffer, nós amamos e tememos o Senhor e te desejamos um dia abençoado. Nos deixe
uma mensagem. Amém!" Eu virei meus olhos e quando o bip veio eu disse, "Mãe, você vai
achar que Satã foi solto na terra, e pela primeira vez você está muito perto da verdade.
Isso é ruim, e o único jeito de ficar segura dele é ir para o subterrâneo, como um porão
ou caverna. Vá para o porão da igreja e fique lá. Ok? Eu te amo, mãe, e me certifiquei
que vovó também fique segura, ela está no -" O serviço de mensagens me cortou. Eu
suspirei e esperei que ela fosse, pela primeira vez em muito tempo, me ouvir. Então segui
todos para os túneis.
Meu grupo estava esperando por mim perto da entrada. Eu vi luzes pelo túnel que se
esticava, escuro e intimidador na nossa frente.
"Eu mandei os calouros vermelhos na frente para acender as luzes e tudo mais,"
Afrodite disse, então ela olhou para Stevie Rae. "O "tudo mais" é catar uns cobertores e
roupas secas."
"Ótimo. Isso é bom." Eu me forcei a pensar através da exaustão. Eles já tinham
acendido algumas lanternas a óleo, do tipo antigo que pode ser carregado, e colocado em
ganchos no nível dos olhos, então era fácil ver a expressão dos meus amigos quando
olharam para mim. A mesma coisa que estava em todos os rostos, até no de Afrodite. Eles
estavam com medo.
Por favor, Nyx, eu mandei uma silenciosa e fervorosa reza, me de a força e me ajude
a dizer isso da maneira certa porque como começamos aqui ser o primeiro passo de como
vamos viver aqui. Por favor, não me deixe fazer besteira.


Eu não recebi uma resposta em palavras, mas senti uma onda de calor e amor e
confiança que fez meu coração parar e me encheu com força.
"Yeah, isso é ruim," eu comecei. "Não tem como negar. Somos jovens. Estamos
sozinhos. Estamos machucados. Neferet e Kalona são poderosos e, até onde eu sei, eles
podem ter todos os calouros e vampiros do lado deles. Mas temos algo que eles não tem.
Temos amor e verdade e uns aos outros. Também temos Nyx. Ela Marcou cada um de
nós, e de um jeito especial, nos Escolheu, também. Nunca houve um grupo como nós -
somos completamente novos." Eu pausei, tentando olhar todos nos olhos e sorrir
confiante para eles. Na minha pausa, Darius falou.
"Sacerdotisa, esse mal não é nada que eu já tenha sentido antes," ele disse. "Nada
que eu tenha ouvido falar antes. É uma coisa indomada que tem ódio. Quando saiu da
terra, eu senti como se o mal tivesse renascido."
"Você o reconheceu, Darius. Muitos dos outros guerreiros não reconheceram. Eu vi a
reação deles. Eles não pegaram suas armas ou saíram de lá, como nós."
"Talvez um guerreiro mais corajoso tivesse ficado," ele disse.
"Mentira!" Afrodite disse. "Um guerreiro estúpido teria ficado. Você está aqui
conosco, e agora tem a chance de lutar. Até onde sabemos aqueles outros guerreiros ou
caíram pela porcaria daqueles pássaros, ou estão sob um feitiço como o resto dos
calouros."
"Yeah," disse Jack. "Estamos aqui porque tem algo diferente sobre nós."
"Algo especial," Damien disse.
"Muito especial," Shaunee disse.
"Estou com você nessa, Gêmea." Erin disse.
"Somos tão especiais, que quando olhamos nos ônibus, tem fotos do nosso grupo
lá." Stevie Rae disse, soando fraca, mas definitivamente viva.
"Está certo. Então que fazemos agora?" Erik disse.
Todos olharam para mim. Eu olhei para eles.
"Bem, uh, vamos fazer um plano," eu disse.
"Um plano?" Erik disse. "Só isso?"
"Não. Vamos fazer um plano, e então vamos descobrir como tomar a escola de volta.
Juntos." Eu pus minha mão no meio deles, como uma nerd jogadora de algum time.
"Vocês estão comigo?"
Afrodite virou os olhos, mas a mão dela foi a primeira a cobrir a minha. "Yeah, estou
dentro," ela disse.
"E eu." Disse Damien.
"Eu também," disse Jack.
"Idem," falaram as Gêmeas juntas.
"Estou dentro também," disse Stevie Rae.
"Não perderia por nada no mundo," disse Erik, colocando a mão dele no topo da
pilha e sorrindo para mim.
"Muito bem, então," eu disse. "Vamos pegar eles!" E enquanto todos eles gritavam
em resposta, eu senti um incrível formigar se espalhar na ponta dos meus dedos e cobrir
a palma das minhas mãos, e eu sabia que quando a tirasse da pilha de mãos eu
encontraria novas tatuagens intrincadas decorando a palmas das minhas mãos, como se
eu fosse uma exótica antiga sacerdotisa que foi Marcada com henna como especial para a
deusa. Então, mesmo no meio de toda a loucura e exaustão e o caos que ia mudar nossas
vidas, eu estava repleta de paz e um doce conhecimento de que eu estava trilhando o
caminho que minha deusa queria que eu tomasse.


Não que esse caminho fosse suave e limpo. Mas ainda sim, era meu caminho, e
como eu, estava fadado a ser único.

FIM

House of Night - 05 - Hunted
Por P.C. Cast e Kristin Cast


Hunted


UM

O sonho começou com o som de asas. Em retrospectiva eu percebeu que eu deveria
saber que isso era um mal sinal, com os Corvos Escarnecedores livres e tudo mais, mas no
meu sonho era só um barulho de fundo, como o barulho das fans torcendo ou quando a
TV está ligada no QVC.*
(*é um canal americano, tipo Shoptime)

No meu sonho eu estava parada no meio de uma linda campina. Era noite, mas
havia uma enorme lua cheia pairando logo acima das árvores que emolduravam a
campina. Ela lançava uma luz azul prateada forte o bastante para fazer sombras e fez
tudo parecer como se estivesse debaixo da água, uma impressão que era fortificada pela
gentil brisa soprando suavemente a grama contra minhas pernas nuas em curvas e voltas
como ondas batendo suavemente contra a costa. Esse mesmo vento estava erguendo
meu grosso cabelo preto de cima dos meus ombros nus e parecia seda flutuando contra a
minha pele.
Pernas nuas? Ombros nus?
Eu olhei para baixo e soltei um gritinho de surpresa. Eu estava usando um mini-
vestido de camurça seriamente curto. O topo dele era cortado em um V, costas e frente,
então ele não ficava nos ombros, deixando muita pele visível. O vestido em si era incrível.
Era branco e decorado com penas, franjas, e conchas e parecia brilhar na luz do luar.
Todo ele estava bordado com designs intricados que eram impossivelmente lindos.
Minha imaginação é tão legal!
O vestido atiçou uma memória, mas eu a ignorei. Eu não queria pensar muito - eu
estava sonhando! Ao invés de ponderar sobre momentos de déjà vu eu dancei
graciosamente pela campina, me perguntando se Zac Efron ou até Johnny Depp iam de
repente aparecer e flertar comigo.
Eu olhei ao redor enquanto eu fazia voltas e oscilei com o vento e através dele eu vi
sombras se batendo e se movendo estranhamente com as massivas árvores. Eu parei e
estava tentando dar uma olhada mais de perto no que estava acontecendo na escuridão.
Me conhecendo e meus estranhos sonhos, eu criei garrafas de coca penduradas nas
árvores como frutas bizarras, só esperando para eu recolhe-las.
Foi então que ele apareceu.
Na ponta da campina, dentro das sombras das árvores, um forma se materializou. Eu
podia ver o corpo dele porque a luz do luar pegou as suaves, e nuas linhas da pele dele.
Nuas?
Eu parei. Minha imaginação tinha perdido a cabeça? Eu não a favor de ficar
saltitando ao redor de uma campina com um cara nu, mesmo que ele fosse o
incrivelmente misterioso Sr. Johnny Deep.
"Você hesita, meu amor?"
Ao som da voz dele um calafrio passou pelo meu corpo, e a terrível, risada
zombadora foi sussurrada pelas folhas das árvores. "Quem é você?" Eu fiquei feliz por
minha voz no sonho não me trair com o medo que eu estava sentindo.
A risada dele era profunda e linda como a voz dele, e era assustador. Ela ecoou
pelos galhos das árvores até ficar quase visível no ar ao meu redor.
"Você finge não me conhecer?"
A voz dele passou contra o meu corpo, fazendo eu me arrepiar.


"Yeah, eu sei. Eu te inventei. Esse é o meu sonho. Você é uma mistura de Zac e
Johnny." Eu hesitei, espiando para ele. Eu falei de forma despreocupada embora meu
coração estivesse batendo feito louco porque já era obvio que esse cara não era uma
mistura desses dois atores. "Bem, talvez você seja o Superman ou o Príncipe Encantado,"
eu disse, procurando qualquer coisa menos a verdade.
"Eu não sou um fragmento da sua imaginação. Você me conhece. Sua alma me
conhece."
Eu não havia movido meus pés, mas mes corpo estava vagarosamente sendo atraído
em direção a ele, como se a voz dele me puxasse. Eu o alcancei e olhei para cima e para
cima...
Era Kalona. Eu o reconheci pelas primeiras palavras que ele havia falado. Eu só não
queria admitir para mim mesma. Como eu podia ter um sonho com ele?
Pesadelo - isso tem que ser um pesadelo e não um sonho.
O corpo dele estava nu, mas não era completamente substancial. A forma dele se
movimentava e mudava junto com a brisa. Atrás dele, nas escuras sombras verdes das
árvores, eu podia ver as sombras fantasmagóricas dos filhos deles, os Corvos
Escarnecedores, enquanto eles se prendiam nos galhos com as mãos e pés de homens e
me encaravam com olhos de homem e com o rosto mutante de aves.
"Você ainda alega não me conhecer?"
Os olhos dele eram pretos - um céu sem estrelas. Eles pareciam a coisa mais
substancial dele. Isso e a voz líquida dele. Embora isso seja um pesadelo, ainda é meu. Eu
posso só acordar! Eu quero acordar! Eu quero acordar!
Mas eu não acordei. Eu não podia. Eu não estava em controle. Kalona estava. Ele
construiu esse sonho, essa escura campina, e de alguma forma me trouxe aqui, fechando
a porta da realidade atrás de nós.
"O que você quer?" Eu disse as palavras rapidamente para que ele não ouvisse
minha voz tremendo.
"Você sabe o que eu quero, meu amor. Eu quero você."
"Eu não sou seu amor."
"É claro que é." Ele se moveu dessa vez, ficando tão perto de mim que eu podia
sentir o calafrio que veio do corpo não substancial dele. "Minh A-ya."
A-ya era o nome da virgem que as Cherokke Mulheres Sábias tinham criado para
prender ele séculos atrás. Pânico passou por mim. "Eu não sou A-ya!"
"Você comanda os elementos," a voz dele era cuidadosa, horrível e maravilhosa,
compelida e aterrorizante.
"Dons da minha Deusa," eu disse.
"Uma vez você comandava os elementos. Você era feita deles. Criada pra me amar."
As massivas asas escuras dele se mexeram e levantaram. Batendo para frente
suavemente, elas me enrolaram num abraço espectral que era frio e congelado.
"Não! Você deve ter me confundido com outra pessoa. Eu não sou A-ya."
"Você está errada, meu amor. Eu sinto ela em você."
As asas dele se pressionaram contra meu corpo, me arrastando mais para perto dele.
Embora a forma física dele fosse semi-substancial, eu podia sentir ele. As asas dele eram
suaves. Geladas contra o calor do meu corpo. As linhas do corpo dele eram uma fria
nevoa. Queimou minha pele, mandando correntes elétricas através de mim, me
esquentando com um desejo que eu não queria sentir mais era incapaz de resistir.
A risada dele era sedutora. Eu queria me afogar nela. Eu me inclinei para frente,
fechando meus olhos e arfando alto enquanto as crianças do espírito dele passavam


contra meus seios, me enviando sensações que eram dolorosas, mas deliciosamente
eróticas em lugares do meu corpo que me fizeram sentir descontrolada.
"Você gosta da dor. Te trás prazer." As asas dele ficaram mais insistentes, o corpo
dele mais duro e o frio e mais apaixonadamente doloroso enquanto ele se pressionava
contra mim. "Se renda a mim." A voz dele, já linda, era incrivelmente sedutora enquanto
ele ficou estimulado. "Eu passei séculos nos seus braços. Dessa vez nosso juntar será
controlado por mim, e você ira se alegrar com o prazer que posso te trazer. Seja meu
amor, verdadeiramente, em corpo assim como em alma e te darei o mundo!"
O significa das palavras dele penetraram através da neblina de dor e prazer como luz
do sol queimando o orvalho. Eu encontrei minha vontade de novo, e tropecei para fora do
abraço das asas dele. Os rebentos de fumaça gelada e negra passavam pelo meu corpo,
se aderindo... tocando... acariciando...
Eu me chacoalhei como um gato irritado saindo da chuva e a escura nevoa deslizou
do meu corpo. "Não! Eu não sou seu amor. Eu não sou A-ya. E eu nunca vou me voltar
contra Nyx!"
Quando eu falei o nome de Nyx, o pesadelo se despedaçou. Eu sentei na cama,
tremendo e ofegando. Stevie Rae estava dormindo ao meu lado, mas Nala estava bem
acordada. Ela estava rosnando suavemente. As costas dela estavam arqueadas, o corpo
totalmente inchado, e ela estava encarando no ar acima de mim.
"Ah, diabos!" Eu tremi e sai da cama, virando e olhando para cima, esperando ver
Kalona pairando como um gigante morcego por cima de nós.
Nada. Não havia nada ali.
Eu peguei Nala e sentei na cama. Com as mãos trêmulas eu a acariciei. "Foi só um
sonho ruim... foi só um sonho ruim... foi só um sonho ruim," eu disse a ela, mas eu sabia
que era uma mentira. Kalona era real, e de alguma forma ele foi capaz de me alcançar no
meu sonho.


DOIS

Ok, então Kalona pode entrar nos seus sonhos, mas você está acordada agora, então
se recomponha, eu disse a mim mesma firmemente, enquanto eu acariciava minha gata
Nala, e deixava o familiar ronronado da minha gata me acalmar. Stevie Rae se remexeu
enquanto dormia e murmurou algo que eu não pude ouvir. Então, ainda dormindo, ela
sorriu por dentro. Eu olhei para ela, feliz por ela estar tendo melhor sorte com os sonhos
dela. Gentilmente, eu puxei a coberta pela qual ela tinha entrado e suspirei aliviada,
quando não vi sangue saindo pelas bandagens que cobriam o ferimento da flecha que a
tinha perfurado. Ela se mexeu de novo, desta vez, os olhos de Stevie Rae se abriram, ela
parecia confusa, por um segundo, mas então ela sorriu, sonolenta, para mim.
"Como você está se sentindo?" eu perguntei.
"Estou bem," ela disse, grogue. "Não se preocupe tanto."
"É um pouco difícil não me preocupar, quando minha melhor amiga fica morrendo."
Eu disse, sorrindo de volta para ela.
"Eu não morri desta vez, eu só... quase morri."
"Meus nervos estão me dizendo, para te dizer que para eles não tem muita diferença
nesse 'quase' para eles."
"Diga a seus nervos para ficarem quietos e irem dormir." Stevie Rae disse, fechando
os olhos e puxando de volta o cobertor para cima dela. "Estou bem." Ela repetiu. "Todos
vamos ficar bem."
E então a respiração dela se aprofundou, e eu juro, em menos tempo do que levou
para eu piscar, ela estava dormindo.
Eu voltei para cama, tentando ficar confortável. Nala se ajeitou entre Stevie Rae e eu
e me deu um descontente mee-uf-owed, que significa que ela queria que eu relaxasse e
fosse dormir. Dormir? E possivelmente sonhar de novo? Hã, não. Dificilmente. Ao invés
disso, eu fiquei de olho na respiração de Stevie Rae e acariciei Nala distraidamente. Era
tão estranho o quão normal tudo parecia aqui, nessa pequena bolha de paz que fizemos.
Olhando para a adormecida Stevie Rae, eu achei quase impossível acreditar que a apenas
algumas horas atrás ela tinha uma flecha no peito, e tivemos que fugir da House of Night
enquanto o caos dividia nosso mundo. Estou disposta a me deixar dormir, meus
pensamentos exaustos dão voltas, repetindo os eventos da noite. E enquanto eu passava
por eles, eu fiquei surpresa por qualquer um de nós ter sobrevivido. Eu lembrei que Stevie
Rae tinha, incrivelmente, me pedido para pegar um papel e uma caneta, porque ela achou
que seria uma boa hora para fazer uma lista das coisas que iríamos precisar levar para os
túneis, para termos os suprimentos certos para caso tivéssemos que ficar escondidos por
um tempo. Ela me pediu isso, em uma voz totalmente calma, enquanto ela estava sentada
na minha frente, com uma flecha presa no peito. Eu lembro de olhar para ela, ficar muito
enjoada, e então desviando o olhar, e dizer, "Stevie Rae, não tenho muita certeza que
essa seja uma boa hora pra ficar fazendo listas."
"Ouch, isso não doeu mais do que ter um daquelas rosetas presas na bota." Stevie
Rae tinha sugado o ar e hesitado, mas ainda tinha conseguido sorrir por cima do ombro
para Darius, que tinha rasgado a parte de trás da camiseta dela para expor a flecha que
estava saindo pelo meio das costas dela. "Desculpe, eu não quis dizer que é sua culpa por
doer. Qual você disse que era seu nome mesmo?"
"Eu sou Darius, sacerdotisa."
"Ele é um guerreiro, filho de Erebus." Afrodite tinha acrescentado, dando a ele um
surpreendentemente doce sorriso. Eu descrevo como surpreendentemente doce, porque


Afrodite normalmente é egoísta, mimada, odiosa e meio difícil de tolerar, embora eu
esteja começando a gostar dela. Em outras palavras, ela definitivamente não é doce. Mas
estava ficando cada vez mais claro que ela realmente tinha uma queda por Darius. Daí o
porquê da doçura incomum.
"Por favor, a origem de guerreiro dele é obvia. Ele parece uma montanha," Shaunee
disse, dando a Darius um olhar apreciativo cheio de segundas intenções.
"Uma montanha totalmente quente," Erin ecoou e fez barulhos de beijos para Darius.
"Ele está comprometido, gêmeas bizarras, então vão brincar umas com as outras,"
Afrodite automaticamente falou para elas. Mas para mim pareceu que ela não insultou de
coração, na verdade, agora que eu estava pensando de novo nisso, ela soava quase
gentil. E por sinal, Erin e Shaunee são gêmeas de alma, não gêmeas biológicas, já que
Erin é uma loira de olhos azuis de Oklahoma e Shaunee é uma descendente jamaicana de
cor que veio do leste. Mas a genética não importa com elas, elas poderiam muito bem ter
sido separadas ao nascimento e então voltado a se encontrar por causa do radar dos
gêmeos.
"Oh, yeah. Obrigado por nos lembrar que nossos namorados não estão aqui,"
Shaunee disse.
"Porque eles provavelmente estão sendo comidos por aberrações pássaros-homens,"
Erin disse.
"Hey, animem-se. A avó de Zoey não disse que os corvos escarnecedores de fato
comiam as pessoas, ela disse que eles só os pegavam com seus enormes bicos e os
jogavam contra uma parede ou algo assim. De novo e de novo até cada osso no corpo
deles estar quebrado." Afrodite disse as gêmeas com um iluminado sorriso forçado.
"Hun, Afrodite... eu não acho que você esteja ajudando." Eu disse.
Embora ela tivesse razão. Na verdade, por mais assustador que soasse, ela e as
Gêmeas, ambas podiam ter razão. Eu não queria pensar nisso por muito tempo, então eu
voltei minha atenção de volta para minha melhor amiga ferida. Ela parecia horrível. Pálida,
suada, e coberta de sangue.
"Stevie Rae, você não acha que precisamos te levar a um..."
"Eu peguei, eu peguei..." Nesse momento Jack tinha entrado correndo na pequena
área lateral do túnel, que tinha sido transformada no quarto de Stevie Rae, seguido de
perto pelo labrador amarelo que raramente tirava o garoto de vista. Ele estava corado e
carregava algo que parecia uma maleta branca, que tinha uma cruz vermelha desenhada
nela.
"Estava bem onde você disse que estaria, Stevie Rae. Naquele lugar meio cozinha-
túnel."
"E assim que eu recuperar o fôlego, vou te contar o quão agradavelmente surpreso
eu fiquei quando eu descobri as geladeiras e microondas que funcionam." Damien disse,
seguindo Jack para dentro do quarto, respirando com fortemente, e dramaticamente se
segurando de lado.
"Você tem que explicar para mim como você conseguiu trazer tudo isso para cá,
incluindo a eletricidade para fazer eles funcionarem." Damien pausou, viu a camiseta
rasgada e ensanguentada de Stevie Rae, e a flecha que ainda saia das costas dela, e as
bochechas rosas dele ficaram brancas, "você vai ter que explicar depois que você curada e
não de Brochette*."
*É tipo comida assada em um espetinho.
"No que?" Shaunee disse.
"Cara, o que?" Erin disse.


"É Frances para algo sendo assado em espeto. Normalmente comida. Então só
porque vamos todos ficar loucos e deixar as o mal colher os frutos da guerra." Ele ergueu
as sobrancelhas para as gêmeas enquanto ele deliberadamente citava Shakespeare,
obviamente esperando que elas reconhecessem, o que obviamente elas não
reconheceram. "Não desculpa, vocabulário preguiçoso."
Então ele virou de volta para Darius. "Oh, eu achei isso naquela não tão limpa pilha
de ferramentas." E levantou o que pareciam ser tesouras gigantes. "Traga os alicates e o
kit de primeiros socorros aqui." Darius disse numa voz toda ocupada.
"O que você vai fazer com os alicates?" Jack perguntou.
"Eu vou cortar a ponta da flecha para poder tirar através ela pelo resto do corpo da
sacerdotisa. Então ela poderá começar a se curar." Darius disse simplesmente.
Jack arfou e caiu para trás nos braços de Damien, que colocou um braço ao redor
dele. Duquesa, a labradora amarela que tinha ficado completamente apegada a Jack,
(desde que o dono original dela, um calouro chamado James Stark tinha morrido, e então
voltado a vida, e atirado uma flecha em Stevie Rae, como parte de uma trama diabólica,
para soltar Kalona, um horrível anjo caído, sim, olhando para trás, eu vejo que é
complexo, e um pouco confuso, mas isso é típico para tramas diabólicas) reclamava e se
inclinava contra a perna dele. Oh, Jack e Damien são um casal. O que significa que eles
são adolescentes gays, alô acontece. Mais frequentemente do que é esperado. Espera,
risca isso. Acontece mais frequentemente do que os pais esperam.
"Damien, talvez você e Jack pudessem voltar para aquela cozinha que encontraram,
e ver se conseguem algo para nós comermos?" Eu disse, tentando pensar em coisas para
eles fazerem, que não incluísse eles encarando Stevie Rae. "Eu aposto que todos vamos
nos sentir melhor se comermos algo."
"Eu provavelmente vou vomitar." Stevie Rae disse. "Isso é, a não ser que seja
sangue." Ela tentou dar nos ombros apologeticamente, mas parou com o movimento
arfando e ficou ainda mais branca do que o seus traços já pálidos.
"Yeah, eu também não estou com fome," Shaunee disse, olhando para a flecha que
estava atravessando as costas de Stevie Rae, com o mesmo tipo de fascinação que fazia
as pessoas se amontoarem em acidentes de carro.
"Digo o mesmo Gêmea," Erin disse. Ela estava olhando para qualquer lugar, menos
Stevie Rae. Eu estava começando a abrir a boca para dizer que eu não me importava se
eles estavam com fome ou não, eu só queria manter elas ocupadas e longe de Stevie Rae
por um tempo, quando Erik Night entrou no quarto.
"Peguei." Ele disse.
Ele estava carregando um radio realmente velho, era uma daquelas coisas que
antigamente costumavam de chamar toca fitas, nos anos 80. Sem olhar para Stevie Rae,
ele o colocou na mesa na frente dela e Darius e começou a lutar com a gigante antena,
esperando captar algo aqui em baixo.
"Onde está Venus?" Stevie Rae perguntou a Erik. Era obvio que doía para ela falar e
a voz dela estava tremula.
Erik olhou para a entrada redonda do quarto, onde havia um cobertor que servia
como porta, que estava vazia.
"Ela estava logo atrás de mim, eu achei que ela ia entrar aqui e..." Então ele olhou
para Stevie Rae, e as palavras dele morreram. "Oh, cara, isso deve realmente doer." Ele
disse suavemente.
"Você parece mal, Stevie Rae."


Ela tentou, e falhou, sorrir para ele. "Bem, eu já me senti melhor. Fico feliz por
Venus ter te ajudado com o toca-fitas, às vezes a gente consegue captar algumas das
estações de radio aqui embaixo."
"Yeah, foi o que Venus disse." Erik disse vagamente.
Ele estava encarando a flecha saindo das costas de Stevie Rae. Mesmo através da
minha preocupação com ela, eu comecei a pensar sobre a ausência de Venus, e tentar
para caramba lembrar como ela parecia. Da ultima vez que eu tinha dado uma boa olhada
nos calouros vermelhos, eles não eram vermelhos ainda. O que significa que a linha da lua
crescente na testa deles não era vermelha ainda, era safira como a de todos os calouros
são quando são marcados. Mas esses calouros morreram. E então voltaram a vida, e se
transformaram em monstros sugadores de sangue, até Stevie Rae passar por um tipo de
Mudança, de alguma forma a humanidade de Afrodite, quem sabia que ela tinha alguma,
misturada com o poder dos cinco elementos, que eu posso controlar, e voialá, Stevie Rae
recuperou sua humanidade, junto com algumas lindas tatuagens de um vampiro adulto
que parecem como videiras e flores emoldurando o rosto dela, mas ao invés da tatuagem
ser azul escuro, ela tinha se tornado vermelha, vermelha como na cor de sangue fresco.
Quando isso aconteceu com Stevie Rae, todas as tatuagens dos calouros mortos vivos
tinham ficado vermelhas também. E eles recuperaram a humanidade deles de volta, em
teoria. Eu realmente não tinha ficado ao redor deles, ou de Stevie Rae, o bastante para
ter certeza que tudo estava 100% com eles. Oh, e Afrodite tinha perdido a Marca dela,
totalmente. Então, ela supostamente é humana de novo, embora ela ainda tenha visões.
Tudo isso explica porque a ultima vez que eu passei algum tempo com Venus, ela parecia
mais do que nojenta, já que ela estava de uma forma nojentamente morta viva. Mas
agora que ela tinha sido consertada, pelo menos de certa forma, e eu sabia que ela
andava com Afrodite antes dela morrer, ou virar morta viva, o que significa, que ela tinha
que ser totalmente linda, porque Afrodite não acredita em amigas feias.
Ok, antes deu soar como uma aberração ciumenta, me deixe explicar, Erik Night é
gostoso de morrer, de um jeito tipo Superman-Clark Kent, e para continuar com a
analogia de super herói, ele também é muito talentoso e sinceramente um cara legal. Ou
vampiro. Recentemente mudando vampiro. Ele também é meu namorado, ou, ex-
namorado. Recente ex-namorado. Infelizmente, isso significa que eu vou ter ciúmes de
qualquer um, mesmo uma bizarra caloura vermelha que pode chamar muita atenção dele.
Demais. De qualquer forma, a voz ocupada de Darius, graças a Deus interrompeu minha
tagarelice interior.
"O radio pode esperar. Agora Stevie Rae precisa de cuidados. Ela vai precisar de uma
camiseta limpa e sangue, assim que eu terminar com isso."
Darius falou enquanto colocava o kit de primeiros socorros na cabeceira de Stevie
Rae o abria e tirava gaze, e álcool e umas coisas assustadoras. Isso definitivamente fez
todos se calarem.
"Vocês sabem que amo vocês como pão branco, não sabem?" Stevie Rae disse,
dando a nós um breve sorriso. Meus amigos e eu acenamos de boa vontade. "Ok, então
vocês não vão entender errado se eu dizer que todos vocês menos Zoey, tem que
encontrar algo para se manterem ocupados, enquanto Darius arranca essa flecha do meu
peito."
"Todos menos eu? Não, não, não, porque você quer que eu fique?"
Eu vi humor nos olhos cheios de dor de Stevie Rae.
"Porque você é nossa sacerdotisa, Z. Você tem que ficar e ajudar Darius. Além do
mais você já me viu para baixo antes. O quão pior isso pode ser?"


Então ela pausou, e os olhos dela se alargaram enquanto ela encarava as palmas das
minha mãos ainda erguidas e falou, "puxa vida, Z. Olhe para suas mãos."
Eu virei minhas mãos para ver o que diabos ela estava falando, e senti meus
próprios olhos se alargarem. Tatuagens. Espalhadas pelas minhas palmas. O mesmo lindo
padrão cheio de voltas que decorava meu rosto e pescoço, e se espalhava pela minha
espinha e ao redor da minha cintura. Como eu podia ter esquecido? Eu senti o calor
familiar de algo queimando enquanto nós fugíamos para a segurança dos túneis. Eu
percebi então, o que aquela queimação significava. A minha deusa, Nyx, a personificação
da noite, tinha me Marcado de novo, como exclusivamente dela. Isso me afastava, de
novo, de todos os outros calouros e vampiros do mundo. Nenhum outro calouro tinha uma
Marca completa e expandida. Isso só acontece quando o calouro passa pela mudança, e
então o contorno da lua crescente na testa se preenche e se expande numa única e rara
tatuagem que se emoldura o rosto. Proclamando para o mundo que ele ou ela era um
vampiro. Então, meu rosto proclamava que eu era uma vampira. Mas meu corpo dizia que
eu ainda era uma caloura, e o resto das minhas tatuagens, bem, isso era algo que nunca
tinha acontecido antes. Nem para um calouro, nem para um vampiro. E mesmo agora, eu
não tinha 100% de certeza do que isso significava.
"Uau, Z. Elas são incríveis." A voz de Damien veio do meu lado. Hesitando, ele tocou
minha palma, eu olhei das minhas mãos para os olhos marrons dele, procurando por
qualquer traço de mudança do jeito que ele me via. Eu procurei por sinais de adoração de
um herói, ou nervosismo, ou ainda pior... medo. Mas o que eu vi foi apenas Damien, meu
amigo, e o calor do sorriso dele,
"Eu senti acontecendo antes, quando descemos aqui, eu acho que só esqueci." Eu
disse.
"Essa é nossa Z," Jack disse, "só ela pode esquecer algo que é praticamente um
milagre."
"Mais do que praticamente," Shaunee disse.
"Mas é um milagre Zoey, e eles acontecem basicamente o tempo todo," Erin disse.
"Eu não consigo manter uma tatuagem, e ela está coberta delas. Vai entender." Mas
o sorriso tirou a aspereza das palavras dela.
"Eles todos são a marca do favoritismo de nossa deusa, mostrando que você está, de
fato, viajando pelo caminho que ela escolheu para você. Você é nossa Alta Sacerdotisa,"
Darius falou solenemente. "A que Nyx escolheu. E Sacerdotisa, preciso de seu auxilio com
Stevie Rae."
"Ah, diabos." Eu murmurei mordendo o lábio nervosamente, e fechando as mãos em
punhos, escondendo minhas exóticas tatuagens novas.
"Ah, pelo amos de Deus, eu fico e ajudo." Afrodite marchou até onde Stevie Rae
estava sentada na ponta da cama. "Sangue e dor não me incomodam, desde que não
sejam meu."
"Eu devo levar isso mais perto da entra dos túneis, provavelmente vou conseguir
mais recepção lá," Erik disse. E sem sequer olhar para mim, ou falar algo sobre minhas
novas tatuagens, ele desapareceu através da porta coberta.
"Sabe, eu acho que comida realmente foi uma boa idéia," Damien disse. Pegando a
mão de Jack e começando a seguir Erik para fora do quarto.
"Yeah, Damien e eu somos gays, isso significa que somos garantidamente bons
cozinheiros," Jack disse.
"Estamos com eles," Shaunee disse.


"Yeah, não estamos tão convencidas com a genética de cozinha gay, é melhor
supervisarmos," Erin disse.
"O sangue, não esqueça do sangue. Misture com vinho se você tiver, ela vai precisar
para se recuperar." Darius disse.
"Uma das geladeiras está cheia de sangue, chame a Venus," Stevie Rae disse.
Fazendo careta de novo enquanto Darius pegou um algodão com álcool e começou a
limpar o sangue das costas dela, da pele ao redor do buraco da flecha. "Ela gosta de
vinho, diga o que precisa e ela vai pegar para você."
As Gêmeas hesitaram, se olhando, Erin falou pelas duas. "Stevie Rae, os garotos
vermelhos estão realmente bem? Quero dizer, esses são os garotos que mataram os
jogadores de futebol humanos, e agarraram o namorado humano de Z, não são?"
"Ex-namorado," eu disse.
Mas elas me ignoraram. "Venus acabou de ajudar Erik e Afrodite ficou aqui por dois
dias. Ela ainda está inteira." Stevie Rae disse.
"Yeah, mas Erik é um grande e saudável vampiro. Seria difícil morder ele," Shaunee
disse.
"Embora ele seja definitivamente gostoso," Erin disse.
"Verdade, Gêmea," as duas me deram um dar nos ombros apoplético antes de
continuarem.
"E Afrodite é tão nojenta que ninguém iria querer morder ela. Mas somos pedaço de
baunilha e chocolate. Tentamos até o mais gentil monstro sugador de sangue." Erin disse.
"Suas mãe são um monstro sugador de sangue," Afrodite disse com um sorriso.
"Se vocês não pararem de frescura, eu vou morder vocês," Stevie Rae disse, então
hesitou de novo e fez barulhos ofegantes enquanto tentava respirar através da dor.
"Gente, vocês estão fazendo ela se machucar. E estão me dando dor de cabeça." Eu
disse rapidamente, ficando cada vez mais preocupada sobre o quão mal Stevie Rae
parecia a cada segundo. "Stevie Rae diz que os calouros vermelhos estão bem, acabamos
de fugir do inverno sendo solto na House of Night e eles não tentaram comer nenhum de
nós no caminho para cá. Então sejam boazinhas e vão encontrar Venus como Stevie Rae
disse."
"Z, isso não é muita coisa em favor deles." Damien disse, "Estávamos fugindo por
nossas vidas, ninguém teve tempo para comer ninguém."
"Stevie Rae, de uma vez por todas, os calouros vermelhos são seguros?" Eu
perguntei.
"Eu realmente queria que vocês se concentrassem em serem mais gentis e
aceitassem eles, vocês sabem que não é culpa deles eles terem morrido e virado mortos
vivos."
"Vê, eles estão bem," eu disse.
Foi só mais tarde que eu percebi que Stevie Rae nunca de fato respondeu minha
pergunta, sobre os calouros vermelhos serem de fato seguros.
"Tudo bem, mas estamos considerando Stevie Rae responsável," Shaunee disse.
"Yeah, se um deles tentar pular em nós, vamos conversar com ela sobre isso quando
ela melhorar," Erin disse.
"Sangue e vinho, agora," Darius disse. "Menos conversa, mas deveres."
Todos eles saíram do quarto, me deixando com Darius, Afrodite, e minha melhor
amiga, atualmente em Brochette. Diabos.


TRÊS

"Serio Darius, não podemos fazer isso de outro jeito? Algum outro tipo mais parecido
com o de um hospital, em um hospital com médicos e área de espera, para amigos
esperarem, enquanto a... a..." eu fiz um gesto de semi-pânico em direção a flecha
atravessada no corpo de Stevie Rae. "... enquanto a coisa é consertada?"
"Pode haver um jeito melhor, mas não sob essas condições. Eu tenho suprimentos
limitados aqui em baixo, e se você parar um pouco para pensar, Sacerdotisa, eu não
acredito que você queira que qualquer um de nós vá lá para cima, para um dos hospitais
da cidade, hoje a noite." Darius disse.
Eu mordi meus lábios, pensando que ele tinha razão, mas ainda tentando bolar
alguma alternativa menos horrível. "Não, eu não vou voltar lá pra cima! Não só Kalona
está livre, junto com os totalmente nojentos bebês pássaros dele, mas eu não posso ser
pega lá em cima quando o sol nascer, e eu tenho o pressentimento que o nascer do sol
não está tão distante. Eu não acho que poderia sobreviver, não quando eu já estou
machucada desse jeito. Z, você simplesmente vai ter que fazer." Disse Stevie Rae.
"Você quer que eu puxe a flecha enquanto você a segura?" Afrodite perguntou.
"Não, assistir provavelmente vai ser pior do que ajuda." Eu disse.
"Eu farei meu melhor pra não gritar alto demais," Stevie Rae disse.
Ela tinha falado sério. O que fez meu coração se apertar, bem como fez agora,
quando pensei nisso. "Querida, grite o quanto quiser. Diabos eu grito junto com você," Eu
olhei para Darius. "Estou pronta quando você estiver."
"Eu vou quebrar a ponta da flecha que ainda está saindo do peito dela. Quando eu
fizer isso, você pega isso," Ela me entregou a gaze que estava molhada com álcool, "e
pressiona contra a ponta cortada. Quando eu tiver a frente da flecha bem segura, eu vou
te dizer para empurrar. Empurre com força, enquanto eu puxo. Ela deve sair com muita
facilidade."
"Mas pode doer só um pouco?" Stevie Rae disse, soando fraca.
"Sacerdotisa," Darius descansou sua grande mão no ombro dela, "isso vai doer bem
mais do que um pouco."
"É por isso que eu estou aqui," Afrodite disse. "Eu vou estar te segurando para você
não ficar se mexendo, enquanto se contorce de dor, e estraga o plano de Darius." Ela
hesitou, e então acrescentou, "mas você precisa saber, que se ficar toda louca de agonia,
e me morder, de novo, eu vou te quebrar."
"Afrodite, eu não vou te morder de novo." Stevie Rae disse.
"Vamos só acabar com isso." Eu disse.
Antes de Darius rasgar o que tinha sobrado da camiseta de Stevie Rae, ele disse,
"Sacerdotisa eu vou ter que expor seus seios."
"Bem, eu estava pensando nisso enquanto você trabalhava nas minhas costas. Mas
você é meio que um médico, não é?"
"Todos os Filhos de Erebus são treinados no campo médico, para podermos ajudar
nossos irmãos feridos." Ele relaxou a expressão dura dele por um momento e sorriu para
Stevie Rae. "Então, sim, você pode pensar em mim como um médico."
"Então estou tranquila sobre você ver meus peitos. Médicos são treinados para não
se importar com esse tipo de coisa."
"Vamos esperar que esse treinamento não tenha sido tão profissional," Afrodite
murmurou.


Darius deu a ela uma rápida piscadela. Eu fiz um som de vomito. O que fez Stevie
Rae rir e então ofegar, quando o movimento causou a ela dor. Ela tentou sorrir me dando
segurança, mas ela estava pálida e abatida demais para conseguir. Foi então que eu
realmente comecei a me preocupar. De volta na House of Night o morto vivo Stark, seguiu
as porcarias das ordens de Neferet e atirou em Stevie Rae. Sangue tinha saído do corpo
dela em um ritmo alarmante, tanto que fez o chão ao redor dela parecer que estava
sangrando. O que, cumpriu a profecia idiota para libertar o idiota anjo caído, Kalona, do
seu aprisionamento de zilhões de anos na terra. Stevie Rae parecia como se todo o
sangue no corpo dela, tivesse sido deixado no chão. E mesmo que ela tenha se saído
muito bem até agora. Até andando e falando e na maior parte consciente, ela
rapidamente estava desaparecendo em um nada fantasmagórico na frente dos nossos
olhos.
"Pronta Zoey?" Darius perguntou, me fazendo pular.
Medo fez eu bater meus dentes com tanta força que eu mal consegui gaguejar,
"Yeah."
"Stevie Rae," ele disse gentilmente. "Você está pronta?"
"Como nunca estarei, eu acho. Mas eu posso te dizer que eu queria que coisas assim
parecem de acontecer comigo."
"Afrodite," ele olhou para ela em seguida.
Afrodite se moveu, para que ficasse ajoelhada no chão e pegou os dois braços de
Stevie Rae num forte aperto. "Tente não se mexer muito." Ela disse a Stevie Rae. "Farei
meu melhor."
"No três." Darius disse. Com o alicate pronto para cortar a ponta da flecha. "Um...
dois... três!"
E então tudo aconteceu tão rápido, ele cortou a ponta da flecha como se tivesse
quebrado um pequeno galho. "Cubra!" Ele gritou para mim.
E eu pressionei a gaze contra os centímetros da flecha que ainda saiam da frente do
peito de Stevie Rae, emoldurado contra os... peitos dela. Enquanto ele se movia para trás
dela. Os olhos de Stevie Rae estavam apertados e fechados e ela respirava em pequenos
e ofegantes arfadas de ar e suor estava encharcando o rosto dela.
"De novo no três, só que dessa vez você empurra a ponta da flecha." Darius disse.
Eu queria parar tudo e gritar, Não! Vamos só parar tudo e arriscar levar ela a um
hospital! Mas Darius já tinha começado a contar.
"Um... dois... três!"
Eu empurrei contra a dura e recém cortada ponta da flecha, enquanto Darius se
segurando com uma mão contra o ombro de Stevie Rae, puxou a flecha do corpo dela
com um horrível som. Stevie Rae gritou, e eu também, e Afrodite também. E então Stevie
Rae caiu nos meus braços. "Mantenha a gaze pressionada contra a ferida." Darius rápida e
eficientemente limpou o novo ferimento exposto nas costas de Stevie Rae. Eu lembro de
repetir de novo e de novo, Está tudo bem, acabou, tudo acabou agora. Olhando para trás,
eu lembrei que Afrodite e eu ambas estávamos chorando. A cabeça de Stevie Rae estava
pressionada contra o meu ombro, então eu não conseguia ver o rosto dela, mas eu podia
sentir algo molhado descendo pela minha camiseta, quando Darius ergueu ela gentilmente
e a deitou na cama, para poder cuidar do ferimento de entrada, eu senti uma onda de
puro medo passar por mim. Eu nunca tinha visto ninguém parecer tão pálido como Stevie
Rae. Ninguém que ainda estivesse vivo, pelo menos.
Os olhos dela estavam fechados, mas lagrimas vermelhas fizeram um horrível rastro
pelas bochechas dela, o leve rosa em contraste com uma cor de pele quase transparente.


"Stevie Rae, você está bem?" Eu podia ver o peito dela subindo e descendo, mas ela
não tinha aberto os olhos e não estava fazendo nenhum barulho.
"Eu... ainda... estou... aqui." Ela sussurrou as palavras com longas pausas entre elas.
"Mas... meio que... flutuando... acima de todos vocês."
"Ela não está sangrando." Afrodite disse numa voz baixa.
"Ela não tem mais nada sobrando para sangrar." Darius disse enquanto prendia a
gaze no peito dela. "A flecha não penetrou o coração dela." Eu disse. "O objetivo não era
matá-la, era fazer ela sangrar."
"Temos sorte, de fato, que o calouro tenha errado." Darius disse.
As palavras dele ainda deram voltar dentro da minha cabeça, porque eu sabia que
nenhum do resto deles sabia. Que era impossível para Stark errar. O dom dele, que Nyx
tinha dado, era que a mira dele era sempre certeira. Que ele sempre acertava o que quer
que ele tivesse mirado. Mesmo que às vezes, isso tivesse horríveis consequências. Nossa
deusa tinha pessoalmente dito a mim que uma vez que ela dá um dom, ela nunca o retira.
Então, mesmo que Stark tenha morrido, e então voltado como uma versão distorcida dele
mesmo, ele ainda teria acertado o coração dela, e matado Stevie Rae, se essa fosse a
intenção dele. Então isso significava que havia sobrado mais humanidade em Stark do que
parecia haver?
Ele tinha chamado meu nome. Ele tinha me reconhecido. Eu tremi, revivendo a
química que tinha brilhado entre nós logo antes dele morrer. "Sacerdotisa, você não me
ouviu?" Darius e Afrodite estavam me encarando.
"Oh, desculpe, desculpe, eu estava distraída por..." eu não queria explicar que eu
estava pensando no cara que quase tinha matado minha melhor amiga. Eu ainda não
queria explicar isso.
"Sacerdotisa, eu estava dizendo que se Stevie Rae não tomar sangue, essa ferida,
embora não tenha atingido o coração dela, pode muito bem matar ela." O guerreiro
balançou a cabeça enquanto examinava Stevie Rae. "Embora eu não possa garantir que
ela vai sarar. Ela é um novo tipo de vampiro. E eu não sei como o corpo dela vai reagir.
Mas se ela fosse um dos meus irmãos guerreiros, eu estaria muito preocupado."
Eu tinha respirado fundo e me preparado, antes de dizer. "Ok, bem, esqueça esperar
pelas Gêmeas e o banco de sangue móvel. Me morda." Eu disse a Stevie Rae.
Os olhos dela se abriram, e ela de alguma forma, conseguiu dar um fraco sorriso.
"Sangue humano, Z." Ela disse antes de fechar os olhos dela de novo.
"Ela provavelmente tem razão, sangue humano sempre tem um efeito mais poderoso
que o de calouros ou até sangue de vampiro."
"Woh, então, eu vou correr e buscar as Gêmeas." Eu disse. Embora eu não fizesse
ideia de para onde eu deveria correr.
"Sangue fresco vai funcionar melhor do que aqueles que estão na geladeira." Darius
disse. Ele nem sequer tinha olhado para Afrodite, mas ela definitivamente tinha recebido a
mensagem.
"Oh, pelo amor de deus, eu devo deixar ela me morder... de novo?" Eu pisquei, sem
ter certeza do que dizer, graças a Deus, Darius veio me resgatar.
"Se pergunte o que sua deusa gostaria que você fizesse." Ele disse.
"Oh, merda, esse negocio de ser um dos bonzinhos é realmente, realmente uma
droga.* Literalmente."
(*A expressão que Afrodite usa em inglês é sux, que pode ser traduzido também
como sugar... Dae o porque dela dizer logo em seguida, "literalmente.")


Ela suspirou, levantou, e puxou para trás a manga do vestido preto de veludo dela.
Segurando o pulso na frente do rosto de Stevie Rae, ela disse, "Tudo bem, vá em frente...
me morda. Mas você me deve muito, de novo! E eu não sei porque sou eu que fico
salvando sua vida, eu quero dizer, eu nem..."
As palavras dela foram interrompidas com o grito de dor. Ainda é meio perturbador
pensar no que aconteceu em seguida. Quando Stevie Rae agarrou o braço de Afrodite, eu
vi a toda a expressão dela mudar. Ela instantaneamente foi da minha doce amiga a uma
vazia estranha. Os olhos dela brilharam num horrível vermelho escuro e com um
assustador assovio ela deu uma baita mordida no pulso de Afrodite. Então o grito de
Afrodite se transformou num perturbador gemido sensual. E os olhos dela se fecharam
enquanto a boca de Stevie Rae se lançava contra ela, perfurando a pele com facilidade, e
fazendo o sangue quente e pulsante fluir, enquanto minha melhor amiga sugava com
ânsia e engolia como uma predadora.
Ok, sim, foi perturbador e nojento. Mas também foi, estranhamente erótico, eu sei
que era bom. Tinha que ser. É assim que vampiros são feitos. Mesmo ser mordido por um
calouro vai fazer o mordido, o humano, e o que morde, o calouro, ambos experimentarem
uma onda muito real de intenso prazer sexual. É como sobrevivemos.
Os velhos mitos sobre vampiros rasgando gargantas e pegando as vitimas a força é
basicamente uma mentira descarada. Bem, a não ser que alguém irrite muito um vampiro.
E então mesmo com sua garganta sendo rasgada, o mordido provavelmente iria gostar.
De qualquer forma, somos o que somos. E ao observar o que estava acontecendo com
Stevie Rae e Afrodite, era claro que os vampiros vermelhos definitivamente tinham todo
aquele fenômeno de prazer. Eu quero dizer, Afrodite tinha até se curvado sugestivamente
em Darius, que envolveu os braços ao redor dela e se curvou para beijá-la, enquanto
Stevie Rae sugava o pulso dela.
O beijo entre o guerreiro e Afrodite tinha tanta química que eu podia quase ver
faíscas voando. Darius a segurou com cuidado para não fazer Stevie Rae rasgar o pulso
dela. Afrodite envolveu seu braço livre ao redor dele e se deu para ele com uma abertura
que mostrava exatamente o quanto ela confiava nele. Eu me senti culpada de olhar.
Embora houvesse uma inegável beleza sexy ao que estava acontecendo entre eles.
"Ok, constrangedor! Sério, podia ter passado minha vida inteira sem ter visto isso."
Eu desviei os olhos de Stevie Rae e cia, para ver as Gêmeas paradas dentro da
porta/cobertor. Erin estava segurando o que obviamente eram bolsas de sangue, Shaunee
estava segurando uma garrafa do que parecia ser vinho tinto e uma taça. Como em na
típica variedade para cozinha em que mãe servia o chá gelado. Duquesa passou por elas e
entrou no quarto com Jack perto atrás dela.
"Oh meu Deus! Ação garota-garota enquanto um cara recebe os benefícios?" Jack
disse. "Interessante pensar que alguns caras realmente acham isso excitante." Damien
tinha entrado no quarto e estava segurando uma bolsa de papel e olhando para Stevie
Rae, Afrodite e Darius como se estivesse assistindo um experimento cientifico. Darius
conseguiu quebrar o beijo, puxando Afrodite para perto dele e a segurando com força
contra o peito dele.
"Sacerdotisa, essa cena vai humilhar ela." Ele me disse numa baixa e urgente voz. Eu
não me incomodei em tentar descobrir sobre quem ele estava falando, Afrodite ou Stevie
Rae. Antes dele terminar a frase, eu já estava me movendo em direção as Gêmeas.
"Eu fico com isso." Eu disse, agarrando as bolsas de sangue de Erin. Totalmente
distraindo a atenção dele da cena na cama, eu rasguei a bolsa com os dentes, como se


fosse um pacote de skittles.* Me certificando de ter uma boa quantidade de sangue na
boca.
(* http://druglaw.typepad.com/photos/uncategorized/2007/05/08/skittles.jpg )
"Segure a taça para mim." Eu disse a Shaunee. Ela fez o que eu mandei, embora ela
estivesse me dando um olhar de ewww. Sem prestar atenção nela, eu servi a maior parte
do sangue na taça, me certificando de lamber os dedos sugando os espirros de vermelho
que caíram neles. Deliberadamente eu tomei o que sobrou da bolsa antes de deixar o
resto de lado.
Então eu peguei a taça de sangue dela. "Agora o vinho." Eu disse. A garrafa já tinha
sido aberta, então tudo que Shaunee teve que fazer foi tirar a rolha. Eu ergui a taça. Eu
servi cerca de 3/4 em sangue. Então não demorou muito para acrescentar o vinho e encher
a taça.
"Obrigado," eu disse virando e marchando de volta para a cama. Com um
movimento eu puxei o braço de Afrodite, tirando ela do surpreendentemente gentil aperto
de Stevie Rae. Eu discretamente parei na frente dela, bloqueando a vista do corpo na
maior parte nu, da minha melhor amiga, das massas - AKA, as Gêmeas, Damien, e Jack -
Stevie Rae olhou para mim. Os olhos dela brilhando, e os lábios curvados para trás, para
expor afiados dentes cheios de sangue. Embora eu tenha ficado chocada com o quão
monstruosa ela parecia, eu mantive minha voz calma e até acrescentei um toque de
irritação nela.
"Ok, já chega. Tente isso agora." Stevie Rae rosnou para mim. Estranhamente o
bastante, Afrodite fez um som que ecoou o que Stevie Rae fez. WTF* eu queria virar para
Afrodite para ver o que estava acontecendo com ela, mas eu sabia que era melhor ficar
focada na minha melhor amiga. Que estava rosnando para mim.
(*hahaha quem não usa isso (e é alien) é em siglas literalmente What The Fuck ou
seja uma tradução literal fica estranha, mas é um palavrão tipo "Que porra é essa")
"Eu disse, Já chega." Eu surtei, numa voz baixa o bastante que eu esperava que não
pudesse ser ouvida por mais ninguém. "Se recomponha, Stevie Rae, você já teve o
bastante com Afrodite, beba isso... agora."
Eu distintivamente separei as palavras, e empurrei a taça na mão dela. Uma
mudança se apossou do rosto dela, e ela piscou e pareceu desfocada, eu guiei a taça aos
lábios dela, e assim que o cheiro a atingiu, ela estava engolindo. Ela estava bebendo com
ânsia, então eu me permiti olhar para Afrodite. Ainda nos braços de Darius, ela parecia
bem. E mais do que um pouco deslumbrada. E ela estava encarando Stevie Rae com os
olhos bem abertos. Eu senti uma onda de intranquilidade descendo pela minha espinha,
que acabou sendo uma premonição das estranhezas que estavam por vir. Mas então voltei
minha atenção aos meus amigos, "Damien," eu disse com a voz afiada, "Stevie Rae
precisa de uma camiseta você pode encontrar uma pra ela?"
"A cesta de roupas, tem camisetas limpas nela." Stevie Rae disse entre goles. Ela
soava e parecia mais como ela mesma de novo, com uma mão tremula ela apontou para
uma pilha de coisas, Damien acenou e saiu.
"Deixe-me ver seu pulso." Darius disse para Afrodite. Sem falar, ela virou as costas
para Jack e as Gêmeas, e deu o braço para Darius. Então eu fui a única que realmente viu
o que ele fez. O guerreiro ergueu o pulso dela para a boca, e sem tirar os olhos dela dos
dela, fez com que sua língua passasse pelas marcas de mordida que ainda estavam
pingando escarlate. A respiração dela aumentou, e eu vi que ela estava tremendo, mas no
momento que a língua dele tocou o ferimento, ele começou a se fechar. Eu estava


observando de perto, então eu não perdi quando os olhos de Darius se alargaram em
surpresa.
"Oh, merda." Afrodite disse suavemente para ele. "É verdade, não é?"
"É verdade." Ele respondeu a ela numa voz baixa, só para ela.
"Merda." Afrodite repetiu, parecendo chateada.
Darius sorriu, e eu vi uma definitiva onda de divertimento nos olhos dele. Então ele
beijou o pulso dela gentilmente e disse "não importa, não nos afetara."
"Promete?" Ela sussurrou.
"Eu te dou minha palavra. Você fez bem minha beleza. Seu sangue salvou a vida
dela."
Por um momento eu vi a expressão desprotegida de Afrodite, ela balançou a cabeça
levemente, e o sorriso dela estava cheio de uma honesta curiosidade, mais do que um
pouco de sarcasmo.
"E porque diabos eu tenho que ficar salvando o traseiro de Stevie Rae, eu não sei.
Tudo o que eu posso dizer é que eu costumo ser realmente, realmente má então... eu
tenho uma incrível quantidade de merda para me redimir."
Ela limpou a garganta e passou a mão tremendo pela testa. "Você precisa de algo
para beber?" Me perguntando do que diabos os dois estavam falando, mas sem querer
perguntar, porque eles obviamente não queriam que o quarto todo soubesse.
"Sim," Stevie Rae me surpreendeu, respondendo por ela.
"Aqui está a camiseta," Damien disse. Ele se aproximou da cama, viu que Stevie Rae
que tinha passado de beber de guti-guti a tomar coles da taça, estava parcialmente nua, e
desviou os olhos.
"Obrigado," eu dei a ele um rápido sorriso, peguei a camiseta dele e joguei para
Stevie Rae. Então olhei de volta para as Gêmeas, o sangue que eu tinha tomado tinha
começado a trabalhar em meu corpo. E a exaustão que tinha se apoderado de mim
quando eu tive que usar os cinco elementos para que pudéssemos fugir da House of
Night, finalmente tinham diminuído o bastante para mim pensar de novo.
"Ok, gente tragam o vinho e o sangue. Vocês tem outra taça para Afrodite?" Antes
que eles puderem responder, Afrodite falou, "Ah, nada de sangue para mim. Eu tenho
uma palavra para isso. Nojento. Mas eu aceito a bebida. "
"Nós não trouxemos outra taça, ela vai ter que tomar no bico como uma camponesa"
Erin disse.
"Sinto muito, mais ou menos" Shaunee disse nada sincera, entregando para Afrodite
a garrafa.
"Então, como humana você pode explicar para nós como é ter seu sangue sugado
por um vampiro?"
"Yeah, nós todos queremos saber, porque você parecia que estava gostando. E não
sabíamos que você pendia pra esse lado." Erin disse.
"Vocês partilhadoras de cérebro não prestam atenção das aulas de sociologia
vampira?" Afrodite disse antes de tirar a rolha e beber.
"Bem eu li a parte de fisiologia do livro de calouros," Damien disse.
"A saliva de um vampiro tem anticoagulantes, coagulantes, e enzimas que agem nas
zonas de prazer do cérebro. Dos humanos e vampiros. Sabe Afrodite tem razão, vocês
duas realmente deveriam prestar mais atenção na aula. A escola é pra ser mais do que
um evento social." Ele terminou enquanto Jack acenava entusiasmadamente.


"Sabe, Gêmeas, com tudo que está acontecendo, a liberdade um anjo caído do mal,
e a House of Night entrado em Modo Pânico, pode não haver aula por um tempo."
Shaunee disse.
"Excelente ponto, Gêmea." Erin disse. "O que significa que não precisamos aguentar
as aulas da rainha Damien por um tempo."
"Então podíamos, eu não sei, derrubar ele e arrancar o cabelo dele?" Shaunee disse.
"Parece divertido," Erin disse.
"Ótimo, estou bebendo vinho barato de uma garrafa, a Srta. Adolescente Country
Vampira, acabou de me morder, de novo, e agora eu vou ser testemunha a uma briga da
horda de nerds."
Soando muito mais como seu jeito de vaca, ela suspirou dramaticamente e foi para a
ponta da cama, perto de Darius. "Bem, pelo menos ser humana significa que eu
provavelmente posso ficar bêbada. Talvez eu possa ficar assim pelos próximos 10 anos
mais ou menos."
"Eu não tenho vinho o bastante para isso." Todos olhamos para cima enquanto a
caloura vermelha entrava no quarto. Seguida por vários outros que se amontoavam atrás
dela nas sombras. "E isso não é vinho tinto barato! Eu não lido com nada barato."
Todo mundo voltou sua atenção para a caloura vermelha enquanto ela falava, mas
eu estava observando a briga de Afrodite com as Gêmeas, e estava me aprontando para
me intrometer e mandar todo mundo calar a boca, então eu vi o breve flash do que
parecia uma mistura de vergonha e desconforto cruzar o rosto de Afrodite antes dela
recuperar a expressão e dizer legalmente, "Horda de nerds, essa é Vênus, Gêmeas nerds
e Damien, vocês devem lembrar da minha melhor amiga que morreu cerca de 6 meses
atrás."
"Na verdade, parece que as noticias da minha morte foram prematuras." Disse Vênus
suavemente.
E então algo totalmente bizarro aconteceu. Vênus pausou e cheirou o ar. Eu quero
dizer, ela literalmente levantou o queixo e respirou várias vezes rápida e afiadamente na
direção de Afrodite. Os calouros vermelhos que ainda se amontoaram atrás dela seguiram
a liderança dela, e eu vi eles cheirarem o ar também. Então os olhos azuis de Vênus se
alargaram, e numa voz muito divertida, ela disse. "Ora, ora, ora... que interessante."
"Vênus, não..." Stevie Rae começou, mas Afrodite a cortou. "Não, não importa, é
melhor todo mundo saber."
Com um sorriso maldoso, a loira continuou. "Eu só ia dizer o qual interessante é
Stevie Rae e Afrodite terem um Imprint."


QUATRO

Eu tive que cerrar a mandíbula pra não arfar junto com as Gêmeas.
"Oh meu Deus, um Imprint? Verdade?" Jack falou.
Afrodite deu nos ombros. "Aparentemente."
Eu achei que ela parecia normal demais, e ela estava totalmente evitando sequer
olhar na direção de Stevie Rae. Mas eu acho que todo mundo no quarto foi enganado pela
atitude de "tanto faz" dela.
"Bem, me bate e me chame de baby," Shaunee disse.
"Faça disse um espancamento duplo, Gêmea," Erin disse.
E então as duas começaram a rir semi-histericamente.
"Eu acho que é interessante," Damien disse assim que pode ser ouvido depois da
risada das Gêmeas.
"Eu também," Jack disse, em um jeito muito "Oh meu Deus."
"Parece que o carma finalmente alcançou Afrodite," Vênus disse com um sorriso que
fez a beleza dela parecer reptiliana.
"Vênus, Afrodite acabou de salvar minha vida. E realmente não está certo você ser
má com ela," Stevie Rae disse.
Afrodite finalmente olhou para Stevie Rae. "Não comece a fazer isso."
"Fazer o que?" Stevie Rae perguntou.
"Me defender. Nós podemos de algum jeito fudido ter tido um Imprint, e isso é ruim
o bastante, mas NÃO vá ficar toda amiguinha comigo." Ela disse devagar, e
distintivamente.
"Você ser odiosa não vai mudar isso." Stevie Rae disse.
"Olha, eu sou vou fingir que isso nunca aconteceu."
A onda de risadas vindo das Gêmeas, fez Afrodite olhar para elas. "Gêmeas nerds eu
vou descobrir um jeito de matar vocês enquanto dormem, se não pararem de rir de mim."
Naturalmente as Gêmeas começaram a rir ainda mais. Virando as costas para elas,
Afrodite me encarou.
"Então, como eu estava dizendo antes de ser rudemente interrompida, vezes 10,
Vênus pé no saco, essa é Zoey. A super caloura que eu tenho certeza que você tanto
ouviu falar. E Darius, o Guerreiro Filho de Erebus com quem você não vai ficar por aí, e
Jack com quem você também não vai ficar por aí, mas na maior parte porque ele é gay
como uma padaria francesa. A outra metade dele é Damien, o cara que está me
encarando como um experimento cientifico fudido, e você deve saber que as Gêmeas são
as cabeças que estão rindo ali."
Eu podia sentir os olhos de Vênus em mim, então eu dei um jeito de tirar o olhar de
Imprint com Stevie Rae de Afrodite, para olhar para ela. Certa o bastante, ela estava me
encarando com uma expressão intensa que me deixou instantaneamente na defensiva. Eu
ainda estava tentando decidir se a minha reação negativa a Vênus era porque ela era,
obviamente, uma vadia, já que estava andando pelos túneis com Erik, ou porque eu tinha
um mau pressentimento sobre os calouros vermelhos em geral, quando ela falou.
"Zoey, e eu já nos conhecemos. Mas não foi oficial. Parece que da ultima vez que eu
a vi, ela estava tentando nos matar."
Eu pus a mão no quadril e encontrei os frios olhos azuis dela que me encaravam.
"Enquanto estamos fazendo uma viagem pela Terra das Lembranças, você pode querer
lembrar que eu não estava tentando matar ninguém, eu estava tentando salvar um garoto


humano. Vocês estavam tentando comer. Ao contrario de você eu prefiro muito mais
panquecas de chocolate do que jogadores de futebol."
"Isso não faz a garota que você matou menos morta." Vênus disse enquanto os
calouros atrás dela se mexiam agressivamente.
"Z, você matou alguém"? Jack perguntou.
Eu abri minha boca para responder, mas Vênus me passou na frente. "Ela matou.
Elizabeth sem Sobrenome."
"Eu precisei." Eu disse simplesmente. Falando com Jack e ignorando Vênus e os
calouros vermelhos, embora algo sobre eles tenha feito os cabelos da minha nuca se
levantarem.
"Eles não iam deixar Heath e eu sairmos daqui com vida." E voltei minha atenção de
volta para Vênus. Ela tinha uma beleza gelada. Vênus estava insinuante e sexy em uma
calça jeans de marca apertada e uma simples camiseta sem manga preta que tinha um
crânio feito com brilhos nela. O cabelo dela era longo e grosso e de um tipo de loiro que
parecia dourado. Em outras palavras, ela definitivamente era atrativa o bastante para
andar com Afrodite, o que é dizer algo, porque Afrodite é totalmente linda. E, como
Afrodite costumava ser, Vênus era obviamente uma vadia odiosa, e provavelmente tinha
sido antes de morrer e voltar a vida. Eu estreitei meus olhos para ela.
"Olha, eu disse a vocês para se afastarem e nos deixar sair daqui. Vocês não saíram.
Eu fiz o que precisava para proteger alguém que eu gosto - e todos vocês deveriam saber
que eu faria de novo." Meus olhos passaram de Vênus para os calouros atrás dela
enquanto eu reprimia a vontade de chamar alguns elementos e ter vento e fogo dar um
pouco de força na minha ameaça.
Vênus me encarou.
"Ok, gente todos temos que nos dar bem. Vocês lembram que todo o mundo exterior
pode estar contra nós, ou pelo menos cheio de assustadores bichos papões?" Stevie Rae
soava cansada mas ela mesma. Ela sentou, ajeitando a camiseta das Dixie Chicks* e
devagar se inclinando contra os travesseiros que Darius tinha colocado atrás dela. "Então,
com o Tim Gunn de Project Runway** diria, vamos fazer funcionar."
(*Banda country)
(** Reality Show em que os participantes brigam para produzir as melhores roupas e
serem considerados os melhos estilistas. No Brasil o programa passa no canal
People+Arts.)

"Ohhhh, eu amo esse show," Jack jorrou.
Eu ouvi alguns dos calouros vermelhos murmurarem em concordância e decidi que
Stevie Rae podia ter razão sobre um dos muitos argumentos sobre TV: Reality Shows
podem fazer o mundo ser um lugar melhor e trazer paz a humanidade.
"Fazer funcionar soa bem para mim." Mesmo com meu alarme interno ainda me
avisando que nem tudo era doçura e luz com os calouros vermelhos, eu sorri para Stevie
Rae, que sorriu para mim. Ok, ela obviamente acreditava que podíamos encontrar um
jeito de nos dar bem. Então talvez meu sistema de alarme estivesse disparando
simplesmente porque Vênus era uma vadia odiosa, e não porque ela e o resto deles eram
o mal encarnado.
"Bom. Então, primeiro, por favor, posso ter um refil desse sangue e vinho? Pesado
na parte do sangue." Ela ergueu a taça vazia em direção as Gêmeas, que graciosamente
se moveram mais para perto da cama de Stevie Rae e se afastando do grupo de calouros
vermelhos. Eu notei que Damien e Jack, com Duquesa ao lado dele, também tinham


conseguido ir para onde eu estava parada. "Obrigado," ela disse quando Erin pegou a
taça. "E tem uma tesoura na gaveta ali então você não tem que abrir com os dentes." Ela
me deu uma pequena virada de olhos. Enquanto Erin e Shaunee estavam ocupadas
pegando mais sangue e vinho para Stevie Rae, ela estudou o pequeno grupo de calouros
vermelhos. "Olha, já falamos sobre isso. Vocês sabem que temos que ser gentis com Zoey
e o resto dos garotos." Ela olhou para Darius e sorriu. "Bem, garotos e vampiros, isso é."
"Hey, com licença gente. Eu preciso passar."
Eu me ericei automaticamente enquanto Erik passava pela multidão na porta. Se
alguém (Vênus) tentasse morder ele, alguém (eu) ia começar a porrada. Ponto.
Ignorando a tensão no quarto, Darius disse, "O que o radio informa sobre os
acontecimentos no mundo superior?"
Erik balançou a cabeça. "Eu não consigo sintonizar nada. Eu até fui para o porão.
Nada a não ser estática. Não consegui fazer meu celular funcionar também. Mas eu ouvi
um monte de trovões e pude ver flash de massivos raios. Ainda estava chovendo, embora
estivesse ficando mais frio, o que significava que iria virar gelo. Além do mais, o vento
batia feito louco. Eu não sei dizer se o tempo é natural, ou se Kalona e aqueles pássaros
estão causando isso. De qualquer forma isso provavelmente é o que está fazendo as
rádios e a estação de celular não funcionar. Eu achei que você gostaria de saber, então eu
desci."
Eu vi os olhos dele passarem de Darius para Stevie Rae já sem a flecha e ele sorriu.
"Você parece melhor."
"Afrodite salvou ela deixando Stevie Rae beber o sangue dela," Shaunee disse, e
então riu.
"Yeah, e agora as duas tem um Imprint," Erin terminou com pressa, e então se
juntou a Shaunee rindo.
"Wow, você está brincando. Né?" ele disse, soando totalmente chocado.
"Não, elas não estão brincando." Vênus disse suavemente.
"Huh. Bem. Isso é interessante." Eu vi os lábios de Erik se curvarem enquanto ele
encarava Afrodite. Ela totalmente o ignorou e continuou bebendo direto do bico da garrafa
de vinho que ela segurava na mão. Ele reprimiu uma grande risada com uma tosse, e
então os olhos dele se acenderam em Vênus. Ele acenou, do jeito normalmente fácil e
popular dele. "Olá de novo, Vênus."
"Erik," ela disse, com um sorriso feral que me fez querer esmagar ela feito um
inseto.
"Afrodite estava certa em começar as apresentações," Stevie Rae disse, e antes de
Afrodite poder, ela continuou, "E não, não estou dizendo isso porque tivemos um Imprint."
"Eu realmente gostaria que vocês parassem de falar sobre isso," Afrodite murmurou.
Stevie Rae continuou como se não tivesse ouvido ela. "Eu acho que ser educado é
realmente uma boa ideia, e apresentações são sempre educadas. Todos vocês conhecem
Vênus," ela disse, e então continuou rapidamente. "Então eu vou começar com Elliott."
Um garoto de cabelo vermelho deu um passo para frente. Ok, morrer e voltar a vida
não tinha melhorado o garoto nem um pouco. Ele ainda era gordinho e palido com uma
bola de frizz colorida um cabelo despenteado saindo de lugares estranhos da cabeça dele.
"Sou Elliott," ele dissse.
Todos acenaram para ele. "O próximp é Montoya," Stevie Rae disse.
Um baixo garoto espanico parecia seriamente legal com as calças frouxas e seus
muitos piercings acenou a cabeça, mandando o grosso cabelo escuro pro rosto. "Oi," ele
disse com só um toque de um sotaque surpreendentemente fofo, e um quente sorriso. "E


aquela é Shannon Compton." Stevie Rae disse o primeiro e ultimo nome juntos, então
soou como ShannonCompton.
"ShannonCompton? Hey, você não leu a peça 'Os monologos da Vagina' ano passado
na apresentação da escola?" Damien perguntou.
O rosto bonito dela se iluminou. "Yeah, aquela era eu."
"Eu lembro porque eu só amo 'Os monólogos da Vagina'. Ele é tão poderoso,"
Damien disse. "E então logo depois do show você... u..." A voz dele morreu e ele ficou
incomodado.
"Eu morri?" ShannonCompton acrescentou tentando ajudar.
"Yeah, exatamente," Damien disse.
"Oh, deus, isso é uma pena," Jack disse.
Afrodite suspirou. "Ela não está mais morta, idiotas."
"E essa é Sophie." Stevie Rae disse rapidamente, franzido para Afrodite, que já
estava soando embriagada. Uma morena alta deu um pequeno passo a frente e nos deu
um sorriso tentativamente amigável. "Oi," ela disse.
Nós acenamos e demos olá. Eu na verdade já estava me sentindo melhor sobre os
calouros vermelhos agora que eles estavam se tornando indivíduos - e não indivíduos que
estavam tentando nos fazer em picadinho. Ou pelo menos naquele momento eles não
estavam.
"Dallas é o próximo." Stevie Rae apontou para um garoto parado atrás de Vênus. Ao
som do nome dele ele meio que andou desengonçado ao redor dela e murmurou o que
soou como uma versão de oi. Ele seria totalmente esquecível se não fosse pelo rápida
inteligência nos olhos dele e o sorriso meio de flerte que ele jogou para Stevie Rae. Hum,
eu pensei, será que algo está acontecendo aí? "Dallas nasceu em Houston, o que todos
achamos estranho e confuso," Stevie Rae estava dizendo.
O garoto deu nos ombros. "É uma historia nojenta que meu pai me contou sobre ele
e minha mãe me fazerem em Dallas. Eu nunca quis os detalhes."
"Ugh, sexo dos pais," Shaunee disse.
"Completamente nojento," Erin concordou.
Eu podia ver uma pequena risada passar pelo grupo de calouros vermelhos devido
ao comentário das Gêmeas, fazendo a tensão que havia entre os nossos dois grupos
começar a se soltar.
"O próximo é Anthony, que todos chamam de Ant*."
(*Ant no inglês também significa formiga.)
Ant acenou para nós e disse oi. Bem, era obvio porque todos chamavam ele de Ant.
Ele era um daqueles garotinhos. Você sabe, aqueles que parecem, como, 10 anos de
idade quando na realidade tem 14 e já deveriam ter passado pela puberdade. Então,
como se tivesse providenciado o maior contraste possível, Stevie Rae foi para o próximo
garoto. "Esse é Johnny B."
Johnny B era alto e forte. Ele me lembrava Heath com o corpo atlético e a confiança
fácil com que ele se mantinha. "Hey," ele disse, mostrando os dentes brancos e
obviamente checando as Gêmeas, que ergueram as sobrancelhas e os checaram também.
"A próxima é Gerarty. Ela é a melhor artista que eu já conheci. Ela começou a
decorar partes dos túneis. Vai ficar muito legal quando ela terminar." Stevie Rae apontou
para outra loira, só que Gerarty não era alta e parecida com uma Barbie. Ela era bonita,
mas o cabelo loiro dela era mais lavado do que platinun, e cortado no estilo anos 70. Ela
acenou para nós e parecia desconfortável.
"E por fim, mas não menos importante é Kramisha."


Uma garota negra saiu do grupo. Era um testemunho do quão distraída eu estava
com Vênus e Afrodite e Stevie Rae eu não ter notado ela antes. Ela estava usando uma
camiseta amarela de corte baixo para mostrar o topo do sutiã e uma jeans de cintura alta
que estava ajustada com um cinto de couro que combinava com as botas douradas. O
cabelo dela estava cortado geometricamente em uma curto na cabeça dela, e metade
estava pintado de laranja.
"Vamos deixar claro desde agora que não vou dividir minha cama com ninguem,"
Kramisha disse, acenando a cabeça ao redor e parecendo entediada e irritada ao mesmo
tempo.
"Kramisha, eu te disse um zilhão de vezes, não faça um problema de algo que não é
um problema," Stevie Rae disse.
"Eu só quero ser clara sobre mim mesma," Kramisha disse.
"Tudo bem. Você está clara." Stevie Rae pausou e olhou para mim com expectativa.
"Ok, esse é o meu grupo."
"E esses são a extensão dos calouros vermelhos?" Darius perguntou antes deu poder
começar minhas apresentações.
Stevie Rae mordeu o lado de dentro da bochecha e não encontrou os olhos de
Darius. "Yeah, esses são todos os meus calouros vermelhos."
Ah oh, esse é o olhar de eu-não-estou-contando-toda-a-verdade. Eu sabia, mas
quando ela encontrou meus olhos, ela tão claramente me implorou para não dizer nada
que eu decidi manter a boca a fechada e pegar a história toda quando não fossemos o
foco de atenção de todos.
Mas eu deixar de lado o questionamento a Stevie Rae não deixou de lado o
pressentimento que tinha voltado, sinos de alarme tocando dentro da minha cabeça, alto
e claro, com a evasão dela. Tinha definitivamente algo acontecendo com os calouros
vermelhos, e eu não acho que esse algo fosse ser bom.
Eu limpei minha garganta. "Bem, eu sou Zoey Redbird." Eu tentei soar educada e
normal numa situação em que eu não sentia nenhum dos dois.
"Eu contei a vocês tudo sobre Zoey. Ela tem uma afinidade com os cinco elementos,
e é através dos poderes dela que eu fui capaz de Mudar e todos termos nossa
humanidade de volta," Stevie Rae disse. Eu notei que ela estava olhando diretamente para
Vênus.
"Bem, não foi só através de mim que isso aconteceu. Meus amigos tiveram muito a
ver com isso também." Eu acenei para Afrodite, que ainda estava bebendo direto do
gargalo. "Vocês obviamente conhecem Afrodite. Ela é humana agora, mas vamos apenas
dizer que ela não é normal," Eu disse, completamente evitando o assunto do recém
Imprint dela com Stevie Rae.
Afrodite bufou mas não disse nada.
"Essas são Erin e Shaunee, as Gêmeas. Erin tem uma afinidade com a água,
Shaunee com o fogo." As Gêmeas acenaram e falaram oi.
"Damien e Jack são um casal," eu disse. "Damien tem uma afinidade com o ar. Jack
é o nosso cara do audiovisual."
"Oi," Damien disse.
"Olá," Jack disse. Ele ergueu a bolsa que ele ainda estava carregando. "Eu fiz
sanduíches. Alguém está com fome?"
"Alguém pode explicar porque tem um cachorro aqui?" Vênus disse, ignorando
totalmente o ato amigável de Jack.


"Ela está aqui porque é minha," Jack disse. "Ela fica comigo." Ele se abaixou e
acariciou as orelhas suaves de Duquesa.
"Duquesa fica com Jack," eu disse firmemente, dando a Vênus um olhar duro e
pensando que eu podia felizmente estrangular ela com a coleira de Duquesa antes de
continuar as apresentações. "E esse é Erik Night."
"Eu lembro de você da aula de teatro," Shannonconpton disse, as bochechas ficando
rosas. "Você é realmente famoso."
"Oi, Shannon." Erik sorriu facilmente para ela. "Bom ver você de novo."
"Eu lembro de você também. Você estava com Afrodite," Vênus disse.
"Não mais," Afrodite disse rapidamente, dando um olhar a Darius.
"Obviamente. Você não é mais uma calouro," Vênus disse em uma voz sedosa que
soava interessada demais. "Quando você Mudou?"
"Apenas alguns dias atrás." Ele disse. "Eu estava a caminho de uma academia de
atores européia quando Shekinah pediu que eu assumisse o lugar da Professora Nolan
temporariamente na House of Night."
"Wow, eu sabia que aquela Alta Sacerdotisa parecia familiar. Era mesmo a
Shekinah!" Shannoncompton disse. "Eu vi ela logo antes dela começar a andar em direção
ao cara com as asas e -" Ela parou de falar e mordeu o lábio de forma preocupada.
"E ela foi morta por Neferet," eu terminei por ela.
"Ela foi? Você tem certeza?" Darius perguntou.
"Ela está morta e eu vi Neferet fazer isso. Eu acho que ela a matou com a mente,"
Eu disse.
"Rainha Tsi Sgili," Damien murmurou. "É verdade então."
"Eu preciso de tudo isso explicado para mim," Darius disse diretamente.
"E esse é nosso guerreiro Filho de Erebus, Darius," eu disse.
"Ele tem razão," Stevie Rae disse. "Precisamos que seja explicado para nós o que
aconteceu hoje a noite."
"Não apenas os acontecimentos de hoje," Darius disse. O olhar dele descansou no
grupo de calouros incomuns. "Eu preciso de informação se vou proteger você. Eu devo
saber tudo que tem acontecido."
"De acordo," eu disse, feliz alem das palavras que tivéssemos um experiente Filho de
Erebus no nosso grupo.
"Poderíamos comer e conversar," Jack disse. Quando eu olhei para ele, ele me deu
um enorme sorriso. "Sempre ajuda comer junto. Uma refeição faz as coisas melhores."
"A não ser que você seja a refeição," Eu ouvi Afrodite murmurar.
"Jack tem razão," Stevie Rae disse. "Porque todos nós não pegamos alguns dos ovos
que temos na cozinha e umas batatinhas e algo assim. Vamos comer a conversar."
"Algo assim seria mais sangue?" Vênus disse.
"Sim, seria," Stevie Rae disse de forma "alias," claramente não querendo fazer nada
demais sobre a questão do sangue.
"Tudo bem. Eu vou pegar mais," Vênus disse.
"Hey, enquanto você está pegando o sangue, pega outra garrafa de vinho para
mim," Afrodite disse.
"Você sabe que eu não gosto de caridade, então você vai me pagar," Vênus disse.
"Eu lembro," Afrodite disse. "E você deve lembrar que eu sempre pago minhas
dividas."
"Yeah, era assim que costumava ser, mas parece que você mudou," ela disse.
"Não brinca? Quer dizer que você acabou de notar que eu virei humana?"


"Não era disso que eu estava falando. Então só recoloque o vinho," ela acrescentou
antes de sair do quarto.
"Hey, vocês não eram colegas de quarto?" Stevie Rae perguntou a Afrodite.
Afrodite ignorou Stevie Rae e eu tive a vontade de chacoalhar ela e gritar. Não falar
com ela ou não olhar para ela não vai quebrar seu Imprint com ela.
"Sim, elas eram," Erik disse pelo ar morto, me lembrando que porque ele e Afrodite
tinham estado juntos, ele conhecia a colega de quarto dela, talvez bem demais.
"Yeah, bem, as coisas mudam." Afrodite encontrou a voz dela.
"As pessoas mudam," eu disse, puxando meu olhar de Erik.
Afrodite encontrou meus olhos. Os lábios dela se curvaram num triste e sarcástico
sorriso. "E isso é verdade demais," ela disse.


CINCO

"Então nós temos p.b. e j., bologna e queijo americano processado fatiado." Jack
falou a parte do 'queijo americano processado fatiado' como se ele estivesse nos
oferecendo relutantemente vermes e lama. "E a preparação do meu pessoal gourmet*
Top Chef**: maionese, manteiga de amendoim, e alface no pão de trigo."
(* Gourmet é um conhecedor de comidas.)
(** Top Chef é um reality show norte-americano no qual chefs de cozinha são
julgados.)
"Okay, Jack. Horrível." Shaunee disse.
"Você perdeu a sua maldita cabeça?" Erin disse.
"Gay branco é estranho," disse Kramisha, bloqueando um dos bologna e sanduíches
de queijo.
As gêmeas acenaram e murmuraram "yep" assim que Kramisha se juntou a elas
perto de uma caixa de ovos.
Jack olhou mortalmente ofendido "Acho que está bom, e vocês deveriam tentar
experimentar as coisas antes de desrespeitar elas."
"Eu vou tentar uma delas" disse Shannon Compton docemente.
"Obrigado" Jack sorriu largamente e entregou um sanduíche embrulhado num papel
toalha.
Houve o ruído de uma grande quantidade de papel assim que todos nós enchendo o
quarto da Stevie Rae, pegamos sanduíches, e passamos sacos de batatas fritas. Fiquei
surpreendida ao ver a quantidade de comida e batatas fritas e coca (yaay para coca!).
Fez uma estranha, surreal mistura com as garrafas de vinho tinto e bolsas de sangue
que estavam sendo partilhados. Eu sentei na cama com Afrodite e Darius e Stevie Rae,
que estava parecendo melhor e melhor. Por um segundo, com os sons normais de
crianças comendo e conversando, era fácil de imaginar que estávamos apenas em uma
espécie de suja construção na House of Night e esquecer que estávamos em um túnel
embaixo da cidade e que todas as nossas vidas estavam em um processo de nunca mais
ser a mesma. Por um segundo, nós não éramos nada, apenas um grupo de crianças,
alguns amigos, alguns não, e nós estávamos apenas ficando juntos.
"Diga-me o que sabe da criatura que veio da terra e os pássaro que o seguiram." As
palavras de Darius fizeram o todo apenas-ficando-juntos cair como um castelo de cartas.?
Jcrate.
"Infelizmente, não sabemos muito sobre ele como eu gostaria que soubéssemos, e
que nós sabemos é o que veio da minha avó." Eu engoli o aperto na garganta que a
menção dele causou. "Vovó está em coma, então ela não pode nos ajudar agora".
"Oh, Z! Eu sinto muito! O que aconteceu? "Stevie Rae chorou, tocando o meu braço.
"A versão oficial é que ela estava em um acidente de carro. A verdade é que o
acidente foi causado por um Corvo Escarnecedor porque ela sabia também muito sobre
eles", Eu disse.
"Corvos Escarnecedores - esses são os seres que saíram da terra depois que o
homem com asas apareceu?" Darius disse.
Eu acenei. "Eles são seus filhos - o que aconteceu depois de ele ter estuprado as
mulheres do povo da minha avó a mais de mil anos. Quando Kalona saiu da terra seus
corpos foram devolvidos a eles."
"E você sabe essas coisas porque elas são criaturas da lenda Cherokee?" Darius
disse.


"Na verdade, sabemos estas coisas, porque na visão que Afrodite teve uns dias atrás
ela estava mostrando que o que descobrimos era uma profecia sobre a volta de Kalona.
Ela foi escrita com a letra da minha avó, então nós ligamos para ela - falamos para ela
sobre isso. Ela reconheceu as referências e veio para a House of Night nos ajudar." Eu
pausei, firmando minha voz. "Que é o porquê dos Corvos Escarnecedores atacarem ela."
"Eu realmente desejo que nós tivéssemos essa profecia," Damien falou. "Eu gostaria
de dar mais uma olhada nela agora que Kalona está efetivamente livre."
"É fácil", Afrodite disse. Ela tomou uma longa golada de sua garrafa de vinho,
soluçou um pouco e, em seguida, recitou:

Antigo dormindo, esperando ascensão
Quando poder da terra sangra um sagrado vermelho
A marca atinge a verdade: Rainha Tsi Sgili se erguera
Ela será lavada do tumulo em que ele descansa.
Através da mão da morte ele está livre
Terrível beleza, sinal monstruoso
Reinar de novo eles irão
Mulheres se ajoelharem parente a escuridão dele
A musica de Kalona é um som doce
Enquanto somos massacrados com uma fria excitação.

"Wow! Bem feito, você!" Jack falou, batendo suas mãos.
Afrodite inclinou sua cabeça regiamente e disse, "Obrigada... Obrigada... Não é
nada. Sério." E ela se voltou para o seu vinho.
Eu fiz uma nota mental para manter um olho em sua bebida. Ok, yeah, ela tinha
passado através de um monte de stress ultimamente, e ser mordido-duas-vezes-por
Stevie-Rae e, bizarramente suficiente, Imprinting com ela não poderia ser particularmente
bom para seus nervos, mas a última coisa que precisávamos era a Garota Visão se tornar
na Garota Visão Bêbada.
Darius acenou pensativamente. "Kalona é o antigo dormindo, mas isso não explica o
tipo de ser que ele é."
"A vovó disse que a maneira mais fácil para descrever ele é pensar nele como um
anjo caído, um ser imortal que andava na terra, em tempos antigos. Parece que havia um
monte de coisas que mostrava na mitologia de muitas culturas, como a Grécia Antiga e do
Antigo Testamento."
"Yeah, de férias do céu ou tanto faz, eles decidiram que mulheres eram quentes, e
então eles acasalaram com elas", disse Afrodite, engolindo suas palavras um pouco.
"Acasalaram - que é uma irritante maneira de dizer que eles fu-"
"Obrigada, Afrodite. Eu pego daqui," Eu disse. Fiquei feliz que ela tinha parado em
seu cumprido silêncio, mas não estava tão certa de que seu sarcasmo bêbado era muito
melhor. Quietamente Damien me entregou um sanduíche e acenei para Afrodite. Passei o
sanduíche para ela dizendo-lhe, "comer qualquer coisa." Então eu peguei o fio da história.
"Então Kalona começou ficando com mulheres Cherokee e se tornou bizarramente
viciado em sexo. As mulheres o rejeitaram e ele começou a estuprar elas e a escravizar os
homens da tribo. Um grupo de sábias mulheres chamado Ghigua fizeram uma virgem da
terra para pegar ele."
"Huh?" Stevie Rae disse. "Você quer dizer como uma boneca de lama?"


"Yeah, simplesmente a mais atraente. Cada uma das mulheres deu a boneca um
dom especial, então deram vida a ela e a chamaram de A-ya. Kalona quis A-ya, e ela fugiu
dele, conduzindo-o para o fundo de uma caverna. Ele a seguiu dentro da caverna, embora
ele normalmente evitava tudo o que era subterrâneo, e é onde elas conseguiram prender
ele."
"É por isso que você nos trouxe aqui, para estes túneis", Darius disse.
Eu acenei.
"Então nós estamos pensando em Kalona como um perigo imortal e os Corvos
Escarnecedores como seus servos. Quem é a outra criatura mencionada na profecia e
também por Damien, a Rainha Tsi Sgili?" Darius disse.
"De acordo com vovó, a Tsi Sgili eram bruxas Cherokee realmente horríveis. Não
pense nas legais Wiccans ou sacerdotisas. Elas não são boas, eram mais como demônios,
na verdade, exceto que elas são mortais e conhecidas pelas suas habilidades psíquicas,
especialmente a capacidade de matar com suas mentes", eu disse. "Neferet é a rainha
que a profecia estava falando."
"Mas Neferet anunciou para a House of Night que Kalona é Erebus na terra, e seu
consorte, como se ela tivesse se tornado a encarnação literal de Nyx," Darius falou
devagar, como se ele estivesse raciocinando em voz alta.
"Ela está mentindo. Sério, ela foi dissuadida por Nyx", eu disse. "Eu soube isso por
um tempo, mas agir abertamente contra ela tem sido muito próximo do impossível. Quero
dizer, olha o que aconteceu à noite. Todo mundo viu Stevie Rae e os calouros vermelhos e
não ligaram pra ela. Exceto por Shekinah, eles abertamente sem pestanejar depois que
ela ordenou Stark 'to sz l hoot'" [o texto em inglês veio com erro de digitação, então eu
não sei o que ela queria dizer ali e a frase ficou sem sentido]
"Que é a razão pela qual ela transferiu Stark da House of Night de Chigago para a de
Tulsa," Damien disse. Quando ele apenas pareceu confuso para todos, ele explicou.
"Stark é James Stark, o calouro que ganhou a medalha de ouro dos Jogos de Verão
no arco. Neferet queria ele aqui então ela pode usá-lo para atingir Stevie Rae."
"Faz sentido", disse Afrodite. "Nós já sabemos que Neferet tem alguma coisa para
fazer com os calouros morto-vivos. É óbvio que ela queria usá-lo, e seu plano funcionou,
porque ele é definitivamente morto-vivo e sob seu controle." Ela parecia satisfeita com
seus poderes de dedução e abriu a garrafa de vinho para uma outra longa bebida.
"Acho que sou apenas sortuda, sua mira não estava tão boa, agora que ele morreu e
depois voltou," Stevie Rae disse.
"Não é isso" A minha boca falou antes que eu pudesse me calar. "Ele errou o seu
coração de propósito."
"O que você quer dizer?" Stevie Rae perguntou.
"Antes de Stark morrer, ele me contou sobre seu dom de Nyx. Ele nunca erra. Ele
não pode. Ele sempre acerta a marca que ele mira."
"Então, se ele não matou Stevie Rae de propósito, isso deve significar que ele não
está totalmente sob a influência da Neferet," Damien disse.
"Ele disse seu nome", disse Erik. Seus penetrantes olhos azuis pareciam ver
profundamente dentro de mim. "Eu me lembro disso distintamente. Antes dele acertar
Stevie Rae ele definitivamente reconheceu você. Ele mesmo disse que voltou por você."
"Eu estava com ele quando ele morreu," Eu disse, voltando para o olhar
questionador de Erik e tentando não parecer tão culpada quanto eu me sentia por ser
atraída ainda por um outro cara além dele. "Antes dele morrer eu disse para Stark que


calouros na nossa House of Night estavam voltando dos mortos. Isso é o que ele estava
falando."
"Bem, havia obviamente uma ligação entre vocês dois", Darius disse. "E isso
provavelmente salvou a vida de Stevie Rae".
"Mas Stark definitivamente não era ele mesmo," eu disse, olhando para longe de
Erik. Tinha sido apenas há alguns dias que eu beijei Stark e ele tinha morrido nos meus
braços, mas parecia como se muito tempo tivesse passado. "Ele estava, obviamente, sob
a influência de Neferet, mesmo se estivesse tentando resistir a ela."
"Yeah, é como se ela tivesse colocado um feitiço sobre ele, ou algo assim," disse
Jack.
"Aguenta aí, isso me lembra uma coisa," Damien disse. "Eu definitivamente notei
como quase todos agiram intimidados e ainda um pouco desorientado quando Kalona
apareceu."
Vênus bufou, soando muito parecida como Afrodite em seus mais sarcásticos (e
menos atraente). "Todos exceto nós." Ela fez um gesto que abrangeu todos os calouros
vermelhos. "Sabíamos que ele era mal e totalmente cheio de tretas a partir do segundo
vimos ele."
"Como?" Eu perguntei abruptamente. "Como é que vocês souberam? Todos os
outros calouros, bem, exceto nós, realmente caiu de joelhos com a visão dele. Mesmo os
guerreiros filhos de Erebus não se moveram contra ele." Eu me senti atraída por ele,
também, mas eu não queria admitir isso na frente de Vênus.
Vênus encolheu os ombros. "Foi apenas óbvio. 'YeaVus ws wh'[não faço idéia do que
ela queria dizer de novo =/], ele era quente e tudo mais, mas qual é! Ele explodiu do solo
depois de Stevie Rae sangrar por todo ele."
Eu observei ela de perto, pensando que talvez a razão pela qual ela reconheceu o
mal de Kalona era porque ela era muito familiarizada com o mal.
"Olha, ele tinha asas. Isso não está certo", Kramisha acrescentado, fragmentando a
minha atenção. "Minha mãe me disse para não confiar em nenhum menino branco,
mesmo um lindo. Estou pensando 'um lindo menino branco com asas saindo da terra em
uma bagunça de sangue e coisas como feios rabos pássaro é o problema em dobro'."
"Ela tem um ponto," disse Jack, esquecendo, obviamente, que ele era um bonito
garoto branco.
"Eu tenho que compartilhar uma coisa", disse Damien. Nós conseguimos tirar nossa
atenção de Kramisha para ele. "Se eu não estivesse no meio de um círculo completo,
cercado por vocês com Afrodite gritando para nós para ficarmos juntos e sair de lá, eu
poderia ter caído de joelhos, também."
Senti uma ponta de inquietação. "E vocês?" Perguntei às gêmeas.
"Ele era quente", disse Shaunee.
"Certamente", disse Erin. Ela olhou Shaunee. Sua gêmea acenou, então ela
continuou, "Ele já teria pegado a nós, também. Se Afrodite não tivesse ficado gritando
desatraentemente para nós mantermos o círculo juntos, ainda poderíamos estar lá, no
meio dessa bagunça".
"O que não seria bom", disse Shaunee.
"Isso é tudo que estou dizendo," Kramisha acrescentou.
"Mais uma vez eu salvei membros da horda de nerds", Afrodite desprezou.
"Apenas coma seu sanduíche", Eu disse a ela. Então me virei para Erik. "E você? Ele
fez você querer...? "Minha voz morreu, eu não sabia como falar isso.


"Ficar e adorar ele?" Erik completou, e eu acenou. "Bem, eu senti o seu poder. Mas,
lembre-se, eu já sabia que algo estava errado com Neferet. Se ela estava com ele, eu
percebi que eu não queria nada com ele. Então eu apenas me manti focado em outras
coisas."
Nossos olhos se encontraram e se detiveram. Claro, Erik sabia que não estava tudo
certo com Neferet, porque ele me viu confrontá-la. Ponto, então ele tinha percebido que
eu só enganei ele e estava com o Vamp poeta Laureate, Loren Blake, porque Neferet tinha
mandado ele me seduzir e me isolar dos meus amigos.
"Então os calouros vermelhos não são afetados por Kalona como os calouros normais
são", Darius estava dizendo. "Embora pareça que os calouros comuns podem controlar o
efeito que tem sobre eles, se preciso. E o que Erik estava descrevendo, juntamente com a
minha reação a ele, me diz que talvez vampiros são menos suscetíveis a ele do que
calouros." Ele pausa e olhou para Jack. "Você quis ficar e adorar Kalona?"
Jack sacudiu sua cabeça. "Nope. Mas eu realmente não olhei muito para ele. Quero
dizer, eu estava muito preocupado com Stevie Rae, e então eu só estava pensando em
ficar com Damien. Então, Duquesa estava perturbada com S-T-A-R-K." Ele soletrou o
nome enquanto ele acariciava Duquesa. "E eu tinha que cuidar dela".
"Por que você não foi afetado por ele?" Perguntei a Darius.
Eu vi seus olhos voar para Afrodite, que estava embriagada mordendo um
sanduíche.
"Eu tinha outras coisas em minha mente." Ele pausou. "Entretanto eu senti sua
atração. E lembre-se, eu estou em uma posição ligeiramente diferente da dos meus
irmãos guerreiros. Nenhum deles foi tão íntimo com o seu grupo. Quando um Filho de
Erebus assume uma tarefa de proteção, tal como eu fiz quando comecei a escoltar você e
Afrodite, torna-se um forte vínculo". Ele me deu um sorriso caloroso. "Muitas vezes uma
alta sacerdotisa é protegida pelo mesmo grupo de guerreiros por toda sua vida. Não é por
acaso que estamos com o nome do consorte fiel de nossa Deusa, Erebus."
Eu sorria de volta para ele e esperava que Afrodite não fosse uma vaca e quebrasse
seu honroso coração.
"O que você acha que está acontecendo lá agora?" Jack perguntou subitamente.
Todos olharam para o curvado teto do pequeno quarto no túnel, e eu sabia que eu
não era a única feliz com a espessura da camada de terra entre nós e "lá em cima."
"Não sei", eu disse, usando a verdadeira resposta ao invés de uma coisa sem
sentido, como eu tenho certeza que tudo vai ficar bem. Eu achei difícil, escolhendo
cuidadosamente minhas palavras. "Sabemos que um antigo imortal está livre do
aprisionamento da terra. Sabemos que ele traz com ele criaturas que são como demônios,
e que da última vez que ele andou na terra, ele violou as mulheres e fez dos homens seus
escravos. Sabemos que a nossa Alta Sacerdotisa e talvez até os que deixamos na House of
Night têm, bem, por falta de uma melhor descrição, passaram para o lado negro."
Dentro da pausa do silêncio que se seguiu a minhas palavras Erik disse, "Uma
analogia com Star Wars sempre funciona."
Eu sorri largamente para ele, então calmamente eu continuei. "O que não sabemos é
o quanto de danos Kalona e os Corvos Escarnecedores têm feito na comunidade. Erik
disse que havia algum tipo de tempestade elétrica em curso juntamente com chuva e
gelo, mas que talvez não tenha sido causado por meios sobrenaturais. Esta é Oklahoma, e
o tempo pode ser totalmente bizarro".
"Ooooooo-klahoma! Casa dos 'dustnadoes'[não achei tradução] e das tempestades
de gelo que chutam os traseiros", disse Afrodite.


Eu abafei um suspiro e ignorei a Garota Visão Bêbada Imprinted. "Mas então,
novamente, sobre o lado 'o que nós sabemos' é o fato de que nós estamos muito seguros
aqui. Temos comida e abrigo e outras coisas." Pelo menos eu esperava que nós
estivéssemos bem aqui. Eu bati de leve na cama, que realmente tinha alguma graciosa
linha verde luz nela. "Hei, falando do 'e outras coisas.' Como é que vocês obter essas
coisas aqui embaixo?" Eu perguntei a Stevie Rae. "Não que eu estou tentando ser ruim,
mas esta cama e sua mesa e geladeira e outras coisas é uma séria melhoria dos trapos
sujos e outras grosserias que vi aqui há um mês ou algo assim."
Ela me deu seu lindo sorriso Stevie Rae e disse, "Isso é sobretudo graças a Afrodite".
"Afrodite?" Eu perguntei, levantando minha sobrancelha e olhando para ela
juntamente com todos os outros.
"O que posso dizer? Eu me tornei o pôster de criança para faça-bem feitores. Graças
a Deus eu sou atraente", disse Afrodite e então arrotou como um cara. "Oops, scusa," ela
murmurou.
"Scusa?" disse Jack.
"Italiano, idiota", disse Afrodite. "Amplie seus horizontes gay".
"Então o que é que Afrodite tem a ver com as coisas que você tem aqui?" Eu
interrompi o que iria ser tornar certamente uma séria discussão.
"Ela comprou isto. Na verdade, foi idéia dela, "Stevie Rae disse.
"Scusa?" Eu disse, nem tentando abafar o meu sorriso.
"Eu fiquei aqui por dois dias. Você esperava que eu vivesse em um casebre? Não,
dificilmente. Tenha cartões de crédito, vá decorar. Penso que isso está no topo da minha
família, juntamente com um martini seco", disse ela. "Existe Pottery Barn* na Utica
Square descendo a rua. Eles entregam. Então Home Depot**, que também não é longe
daqui, embora eu não tinha conhecimento disso até que um dos malucos vermelhos me
iluminou porque eu não faço compras em lojas de decoração. "
(* Loja de móveis tipo a Tok&Stok aqui no Brasil)
(** Outra loja de decoração)
"Eles não são malucos", disse Stevie Rae.
"Oh, me morda," disse Afrodite.
"Ela já fez", disse Vênus.
Afrodite deu um confuso olhar penetrante na sua direção, mas antes que ela
pudesse dar uma bêbada resposta, o garoto chamado Dallas disse: "Eu sabia que a Home
Depot estava lá." Meus amigos e eu olhamos para ele. Ele encolheu os ombros "Eu sou
bom em construir coisas."
"Home Depot e Pottery Barn entregam aqui em baixo?" Erik disse.
"Bem, não tecnicamente", disse Stevie Rae. "Mas eles entregam ao Tribuna Lofts que
estão praticamente na porta ao lado. E com um pouco de, hum, persuasão amigável
trouxeram as coisas aqui e depois esqueceram totalmente, uma vez que deixaram. Então,
ta-da! Novos itens".
"Eu ainda não entendo. Como os seres humanos poderiam ter sido persuadidos a
virem aqui?" Darius disse.
Eu suspirei. "Algo que você deve saber sobre os vampiros vermelhos"
"E calouros vermelhos, também, só não é tão forte com eles", Stevie Rae me
interrompeu.
"E calouros vermelhos", eu corrigi. "Eles têm uma coisa de controle da mente que
eles podem fazer com os humanos."


"Isso soa muito mais fraco do que o que é," Stevie Rae assegurou Darius
rapidamente.
"Eu só tirei a memórias dos caras da entrega. Eu não controlei a mente dele. Nós
não vamos utilizar os nossos poderes para ser odiosos e todas as coisas." Ela deu ao
grupo de calouros vermelhos uma olhada. "Certo?"
O grupo murmurou "Certo", mas eu notei que Vênus não disse nada, e Kramisha
olhou ao redor da sala culposamente.
"Eles podem controlar as mentes dos seres humanos. Eles não podem suportar a luz
solar diretamente. Os seus poderes de recuperação são excelentes. Eles precisam ficar
perto da terra para se sentir realmente confortáveis", disse Darius. "Estou deixando mais
alguma coisa de fora?"
"Sim", disse Afrodite. "Eles mordem."


SEIS

"Eh isso... to te dano o fora," eu disse a Afrodite enquanto os calouros vermelhos
começaram um alvoroço de riso.
"Afrodite já era louca mesmo quando não bebia e antes do imprint," Kramisha disse.
"Nós todos usamos, embora."
"Mas, sim," eu continuei, respondendo a Darius com os risos em massa.
"Todas aquelas coisas são verdadeiras sobre os calouros vermelhos."
"E um vampiro vermelho." Stevie Rae soou cansada, mas orgulhosa. "Oh, e eu posso
dizer que o nascer do sol vai ser em" - pausou, levantando sua cabeça como se estivesse
escutando grilos "sessenta e três minutos há."
"Todos os vampiros adultos sabem quando o sol se levanta," Darius disse.
"Eu aposto que isso não deixa todos os vampiros com sono como eu." Stevie Rae
interrompeu suas palavras com um grande bocejo.
"Não., não deixa geralmente," Darius disse. "Bem, deixa-me sonolento na verdade,"
disse.
"Especialmente hoje, que eu aposto tem o alguma coisa a fazer com essa flecha
estúpida que costumava a estar colada em mim." Desde que Stevie Rae a tinha
mencionado, eu comecei a me sentir esgotada de novo já que o sangue que bebi já
estava saindo do meu sistema.
Eu olhei ao redor em nosso grupo misturado de vermelho e azul e vi círculos escuros
sob os olhos e bocejos. Kalona e os problemas na house of night navegaram em minha
mente, assim como o sentimento cada vez mais forte que os calouros vermelhos não eram
normais, mas eu estava muito cansada para tratar disso agora. Percebendo que eu
poderia estourar em pedaços, eu limpei minha garganta, reforcei, e disse, "Acho que
todos sabem que estamos com sono? Nós estamos meio que seguros aqui, e não há
realmente nada que qualquer um de nós possa fazer sobre o que está acontecendo lá em
cima enquanto estamos cansados e praticamente dormindo em pé."
"Concordo," Darius disse. "Mas eu acho que devemos nos revezar nas entradas do
túnel se você aprovar, Sacerdotisa, apenas no caso..."
"Yeah, isso é provavelmente certo," eu disse. "Stevie Rae, onde estão todas as
outras entradas aos túneis além desse através do depósito?"
"Z, eu pensei que você soubesse que há os túneis que conectam a um grupo dos
edifícios velhos da parte baixa," Stevie Rae disse. "Esta seção é parte desse sistema."
"Mas ninguém vem para aqui e usa estes túneis particulares exceto se você souber
de alguém, sabe?"
"Bem, não., não esta parte deles, porque todos pensam que são velhos e
desagradáveis e abandonados."
"Poderia ser porque são velhos e nojentos e abandonados," Afrodite sussurrou
sarcàsticamente. Eu observei que tinha ignorado o fato de que eu a daria um fora e tinha
começado a segunda garrafa de vinho.
"Isso não é verdade. Não são nojentos e abandonados," Kramisha falou acima,
olhando de sobrancelhas franzidas para Afrodite. "Nós estamos aqui e nós que decoramos.
Você deve saber por que nós usamos seu cartão do ouro não-tem-limite para comprar o
material."
"Você usou a gramática incorreta ao mesmo tempo? O que me diz agora?" Afrodite
disse enquanto esbarrava em Kramisha de volta para perto de Darius.


"Olha, eu sei que você acabou de voltar a ser humana e ainda teve um imprint com
Stevie Rae, para não mencionar que você esta totalmente um lixo, por isso eu não vou
usar minhas habilidades superiores de caloura vermelha para chutar o seu traseiro magro,
mas se você falar de mim outra vez eu vou esquecer de ser tão gentil," Kramisha disse.
"Podemos nos focar nos caras maus, que poderiam estar tentando comer agente ao
invés de uns aos outros?" Eu disse cansadamente. "Stevie Rae, os outros túneis conectam
a estes?"
"Yeah, mas são selados, é o que pelo menos deveria ser todos os outros."
"Há somente uma entrada desta seção dos túneis ao público?" Darius perguntou.
"Apenas uma que eu saiba. E ela foi bloqueada por algumas portas metálicas muito
grossas. Como esta tudo? Já encontraram alguma coisa? "Stevie Rae disse.
"Bem, talvez", disse Ant.
"Talvez?" Stevie Rae disse.
"Eu estava explorando e achei algo, mas a abertura dele era pequena, mesmo para
mim, eu não entrei nela. Eu quero dizer dei a volta e uma vasculhada com uma pá, ou,
melhor ainda, com os músculos de Johnny B, mas eu não tenho ainda."
Johnny B sorriu e flexionou os músculos para nós. Eu ignorei ele, mas as gêmeos
encararam encantadas.
"Então, basicamente, o que vocês estão dizendo é que, além da entrada do deposito,
há uma que nenhum de nós sabe ao certo que liga estes túneis para o outro?" Eu disse.
"Soa direito", disse Stevie Rae.
"Então, eu aconselho colocar dois guardas, Sacerdotisa," Darius disse. "Um na
entrada do deposito e um na entrada do túnel para o outro sistema."
"Certo, isso parece uma boa idéia", disse.
"Eu vou ficar com o primeiro turno na entrada do deposito", disse Darius. "Erik, você
deve assumir meu lugar lá. É o nosso lugar mais vulnerável, assim os vampiros adultos
devem vigiá-lo."
Erik acenou. "Concordo."
"Jack e eu vamos ficar com o primeiro turno da guarda na entrada semi-selada que
da no centro dos túneis", disse Damien. "Ou seja, se estiver tudo bem para vocês".
"Sim, poderíamos fazer alguns menus e anotar algumas coisas que precisamos para
a cozinha," disse Jack.
"Parece bom," eu disse, sorrindo para Jack e Damien.
"Eu concordo. Shaunee e Erin, vocês poderiam fazer o turno depois deles?" Darius
disse as gêmeas.
"Tudo bem com agente", disse Erin.
"Bom. Acho que é sensato não utilizarmos os calouros vermelhos para guardar as
entradas durante o dia, "Darius disse.
"Ei, podemos meter porrada," Johnny B falou, olhando todos os punhos e cheio de
testosterona.
"Não é isso", disse, adivinhando o que Darius disse significava.
"Precisamos deixar vocês dormirem durante o dia para que vocês possam ficar de
guarda durante a noite quando vocês estão mais fortes. O que significa que, esperamos,
que vocês vão ser mais fortes do que as criaturas que podem vir contra nós."
O que eu não disse foi que, mesmo se Darius não tivesse falado por causa do
problema com a luz do dia dos calouros vermelhos, eu teria dito alguma coisa. Eu não
quero ser "protegida" por Stevie Rae's miniaturas até que eu me sinta segura sobre eles.


"Oh, bem. Sim. Nós podemos fazer isso. Eu acho legal proteger uma sacerdotisa e
seu grupo", disse Johnny B, dando uma pretensiosa piscada.
Eu rolei os olhos. Que um calouro vermelho não estava em questão, a última coisa
que eu precisava era mais uma cara como jogador, no futebol que é a minha vida. Meus
olhos deslizaram para o Erik e eu tive que forçar para não parecer culpada. Sim, ele
estava me observando. Ótimo. Ele tinha me ignorado desde de que tínhamos chegado ao
túneis e sempre escolheu o instante quando alguma outra pessoa estava agindo para
olhar para mim.
Jack levantou a mão como um bom aluno. "Hum, pergunta..."
"Sim, Jack," eu disse.
"Onde é que vamos dormir?"
"Boa pergunta." Eu virei para Stevie Rae. "Onde é que vamos dormir?"
Johnny B falou até Stevie Rae poderia responder.
"Para que conste, estou disposto a partilhar a minha cama. Meu coração é maior do
que da Kramisha."
"Não é o seu coração que você deseja compartilhar, "Kramisha disse.
"Não fique brava, baby!" Johnny B disse, tentando (sem sucesso) parecer serio.
Kramisha rolou seus olhos para ele. "Você É louco".
"Bem, nós temos alguns sacos de dormir", Stevie Rae quebrou o centro, e soava a
beira de adormecer.
"Venus, poderia mostrar a Zoey e o resto das crianças onde eles estão? Acho que
todos podem dormir no quarto que quiser." Ela pausou e sorriu cansada para Kramisha.
"Exceto Kramisha não divide sua cama".
"Mas você pode ficar no meu quarto. Tudo bem por mim ", disse Kramisha. "Só não
na cama."
"Todos vocês tem quartos agora?" Eu não poderia manter a surpresa da minha voz.
Isto foi tão diferente da primeira vez que estive aqui embaixo.
Antes, as crianças mal poderiam ser chamadas de humanóides, e os túneis eram
escuros e sujos e assustadores. Agora, a sala em que estávamos era aconchegante,
iluminada por velas e lanternas cintilando petróleo, bem como o mobiliário confortável,
obviamente, novo, e até tinha bonitinhas roupas e travesseiros nas camas. Tudo parecia
tão normal. Eu estava imaginando que havia coisas estranhas acontecendo com eles,
porque eu estava com um maldito cansaço que Eu dificilmente poderia pensar?
"Qualquer um de nós, que queria ter seu próprio quarto fez um. Eles realmente não
foram difíceis para arrumar. Nesta parte do túnel há uns lotes sem saída pequenos.
Transformamos eles em verdadeiras salas. Definitivamente eu tenho o meu quarto."
Ela sorriu para Erik. Eu tinha que me lembrar que provavelmente não era ético se eu
evocasse o fogo e mandar ele queimar todos os cabelos de cima da redonda-cabeça dela.
"Este é provavelmente o lugar que a maior parte das bebidas alcoólicas foram
escondidas e contrabandeadas durante a proibição", disse Damien.
"É lógico, porque esse túneis estão próximo a linha do trem e seria fácil trazer
mercadorias para dentro e fora de noite. Isso é tão legal e romântico!" Jack suspirou.
"Quero dizer, toda a coisa e 1920 traficantes e gângsteres".
Damien sorriu alegremente para Jack.
"Na verdade, a proibição durou até 1957, em Tulsa."
"Bem, não importa. Isso não é tão romântico. Isso soa mais como a coisa gay que
tem na bíblia." Ele riu.
"Gay! Hee Hee."


"Você é engraçado e bonitinho. É por isso que eu te amo ", disse Damien, Jack
beijou Damien na boca e acariciou Duquesa que descansava feliz.
"Ok, barf," Afrodite disse.
"Ah, e tenho mais uma pergunta," disse Jack, franzindo para Afrodite.
Quando ele começou a colocar a mãos para cima, eu disse: "Sim, Jack. O que é
isso?"
"Onde nos banheiramos*?"
(* Jack diz potty que quer dizer banheira mais no contexto mostra que ele fala
realmente errado achei melhor colocar assim, por causa do deboche)
"Banheiramos? Ele acabou de dizer realmente banheiramos?" Afrodite riu até que ela
engasgou. Ignoramos ela.
"Isso é fácil", disse Stevie Rae com um gigante bocejo. "Venus, poderia mostrar para
eles?"
"Você tem uma banheiro com banheira?" O quê? já estava a canalização nos túneis?
Venus jogou um olhar de acho-que-você-não-sabe-de-tudo para mim.
"Banheiros, de verdade. Com chuveiros.
"Chuveiros de água quente?" Jack disse com entusiasmo.
"Claro. Nós não somos bárbaros", disse Venus.
"Como?" Eu disse.
"Eles estão no prédio do deposito acima de nós", disse Stevie Rae. "Fizemos uma
exploração no edifício. É totalmente fechado, por isso não pode entrar em um, com
exceção da entrada do porão, por isso, controla quem vem e vai."
"E nós não deixamos qualquer um dentro," Vênus adicionou, olhando um pouco
perigoso.
Ok, honestamente, eu estava gostando dela, cada vez menos a cada segundo. E
desta vez não teve nada a ver com ela babar em cima de Erik.
"Exclusssssivo. Meu tipo do lugar," Afrodite disse, então ela soluçou.
"Tanto faz" - Stevie Rae rolou os olhos para Afrodite. "Fomos verificar o deposito e
encontramos dois vestiários um de homem e outro de mulher deveriam ser para os
empregados do deposito Há ainda um ginásio la em cima, também. Dallas fez o resto."
Ela se jogou para trás em seus travesseiro, dando a Dallas um olhar vai-logo-
comece-a-dizer-o-que-você-fez. Dallas deu ombros, mas seu sorriso disse que ele tinha
feito algo novo.
"Eu apenas encontrei a conexão principal de água ao depósito e abri. Todas as
tubulações estão ainda boas."
"Isso não é tudo que você fez," Stevie Rae disse. Ele sorriu para ela outra vez e eu
peguei uma coisa entre eles. Hmmmm-humm; Eu fiz uma nota mental para
definitivamente colher de Stevie Rae mais tarde.
"Bem, eu também descobri como girar a eletricidade. Isso trouxe a água quente
novamente e, em seguida, Afrodite com o cartão de crédito nós temos as extra-longas
extensões e tal que eu coloquei para o antigo sistema de iluminação do túnel. Um pouco
de trabalho aqui e ali, e nós temos água quente e eletricidade de lá para cá."
"Uau", disse Jack. "Isso é muito legal".
"Impressionante", Damien acordou. Dallas manteve apenas seu sorriso.
"Então você pretende utilizar as instalações ou não?" Vênus disse. Pensei que ela
pareceu irritada, ou talvez "cruel" era um termo melhor para descrever.
"Yeah!" Jack disse alegremente. "Eu poderia usar definitivamente uma ducha quente
antes de ir para o dever."


"Uh, qual é o nível dos produtos para cuidar dos cabelos aqui em baixo?" Shaunee
perguntou.
"Ah, menina. Foi a primeira coisa que eu cuidei depois que eu tive meu sentido de
volta. Não se preocupe. Eu te ajudarei com isso," Kramisha disse, levantou-se e limpou as
migalhas de sujeiras de seus jeans e braços.
"Excelente", disse Erin. "vamos nessa."
Eu desabei para trás quando todos saíram do quarto de Stevie Rae. "Ei, Z, você quer
ser minha colega de quarto novamente?" Stevie Rae parecia exausta, mas ela era sua
velha sorridente amiga de novo.
"Absolutamente", disse. Nossos olhares deslizaram para Afrodite, que ainda estava
empoleirada no fim cama, semi-inclinada contra Darius.
"Afrodite, vá arranjar um saco de dormir. Você pode dormir com nós, aqui também,"
Stevie Rae disse.
"Ok, olha. Não tem nenhuma maldita forma de dormir com você", disse ela, tentando
dificilmente escolher suas palavras. "Nosso Imprint não é esse tipo de Imprint. E mesmo
se eu fosse gay, que eu não sou, você não é meu tipo."
"Afrodite, eu não estava jogando uma cantada em você. Isso é estúpido", disse
Stevie Rae.
"Estou deixando você saber. Eu também estou deixando você saber que eu assim
que descobrir como, vou quebrar esse maldito imprint na primeira oportunidade."
Stevie Rae suspirou. "Não faca algo que vai ferir ou machucar alguma de nós. Eu já
tive o suficiente com coisas ruins."
"Por enquanto".
Eu ouvia conversa delas, com muito interesse. Quer dizer, eu tive um imprint com
meu namorado humano, Heath, então eu sabia algumas coisas sobre estar ligado a um
ser humano através da magia do sangue. Eu também sabia algumas coisas sobre quebrar
imprint, e pode ser muito doloroso.
"Zoey, é demais pedir que você pare olhar desse jeito pra mim!" Afrodite estourou as
palavras para fora, fazendo eu pular culpada.
"Eu não estou te encarando," Eu menti.
"O que não. Só para."
"Uma imprint não é nada que se envergonhar, minha beleza", disse Darius,
colocando seu braço em torno de Afrodite suavemente.
"É estranho, porém," Stevie Rae disse. Darius sorriu gentilmente para ela.
"Existem muitos tipos de imprint."
"Bem, o nosso é só a bebida não tipo beber-seu-sangue-e-fazer-sexo-com-você.",
disse Afrodite.
"Claro que não", Darius beijou sua testa.
"O Que significa que você pode dormir aqui sem se preocupar com nada", disse
Stevie Rae.
"E digo outra vez, inferno não. Além disso, eu vou com Darius. Vou estar de plantão
com ele", disse Afrodite decisivamente, levantando sua segunda garrafa meia vazia de
vinho em um estanho brinde de saudação.
"Darius tem que guardar à entrada do túnel. Ele não precisa ficar tomando conta de
uma bêbada atrás dele", Stevie Rae disse ela.
"Eu. vou. Indo. Com. Darius, "Afrodite repetiu insistentemente e lentamente demais.


"Ela pode vir comigo", Darius disse, numa mal sucedida tentativa de esconder um
sorriso. "Vou pegar um saco de dormir para ela. Não creio que ela será muito problema, e
quero mantê-la perto de mim."
"Não será muito problema? "Eu disse.
Stevie Rae e eu levantamos as nossas testa para ele. Juro suas altas, fortes
bochechas tinha ficado cor de rosa.
"Ele deve estar pensando em outra Afrodite. Uma que não conhecemos", disse
Stevie Rae.
"Vamos", disse Afrodite, batendo os pés. "Eu sei onde eles guardam os estúpidos
sacos de dormir. Basta ignorá-los."
Ela deu-nos uma hilariante tentativa de uma carranca, que virou outro horrível
soluço, agarrou a mão de Darius, e marchou para fora da sala enquanto Stevie Rae e eu
riamos.
Antes de cobrir-se com o cobertor, Darius falou sobre o ombro a Erik, que eu tinha
quase esquecido que estava na sala. Quase.
"Erik, vá dormir um pouco. Eu acordarei você para o segundo turno."
"Parece bom. Eu vou ser..." Erik hesitou.
"O quarto de Dallas fica no túnel ao lado. Eu aposto que ele não se importará se
você dormir com ele", disse Stevie Rae.
"Ok, é onde eu vou", disse Erik.
Darius inclinou-se. "Sacerdotisa, poderia verificar o curativo na ferida de Stevie Rae?
Se eles precisam ser trocados."
"Se eles precisarem ser trocados, eu posso fazer isso," Eu interrompi. Inferno, eu já
ajudei a empurrar uma flecha através do peito dela. Eu poderia certamente trocar um
Band-Aid, sem assustar.
"Bem, se você precisar de mim, simplesmente mande um calouro," O guerreiro foi
cortada como Afrodite segurando duro o suficiente a mão para puxar-lo do quarto. Então
ela colocou a cabeça para trás através da porta.
"Boa noite. Não se preocupe com nós." E ela desapareceu.
"Antes ele do que eu."
Eu ouvi Erik sussurrar enquanto ele prestava atenção no lugar. Eu não fiz nenhuma
tentativa de esconder o meu sorriso. Fiquei satisfeita por Erik não estar ainda interessado
em Afrodite. Erik encontrou os meus olhos. E lentamente ele sorriu também.


SETE

"Não, vocês dois vão em frente. Junte-se com os outros. Estou indo dormir", Stevie
Rae disse virando para o lado, movendo delicadamente.
Houve um irritado "mee-UF-ow" e uma gordinha bola laranja de pêlo entrou para no
quarto e pulou em cima da cama de Stevie Rae.
"Nala!" Stevie Rae acariciou a parte de cima da cabeça da gata. "Ei, eu estava com
saudades."
Nala espirrou no rosto de Stevie Rae e, em seguida, fez três rotações sobre o
travesseiro ao lado de sua cabeça, acomodou, e começou o seu ronronar motor. Stevie
Rae e eu sorrimos uma para a outra.
Ok- NOTA ESPECIAL: o labrador amarelo de Jack, Duquessa, é uma anomalia. Stark
trouxe ela quando foi transferidos para a nossa escola da House of Night de Chicago. Aí
ele morreu. Jack adotou ela. Então ele meio que virou morto-vivo, mas era óbvio que ele
não e ele próprio, porque a primeira coisa que ele fez foi disparar uma flecha em Stevie
Rae. Daí o fato de Duquesa estar ainda com Jack. Mais acho que o garoto está realmente
se apegando a ela. Enfim, quando o nosso grupo fugiu da House of Night, os nossos
gatos, mais Duquesa, nos seguirão. Então, vendo que estava Nala confortavelmente
trouxe um, acolhedor toque para o quarto de Stevie Rae e eu.
"Você e Erik vão. Tomar banho ou não," Stevie Rae repetiu com sono enquanto
acariciava Nala. "Nala e eu vamos descansar mais um pouco. Ah, você pode alcançar eles,
se você sair, vire à esquerda e, em seguida, mantém à sua direita. A entrada para o
deposito é, na sala onde nós mantemos os freezers".
"Ei, Darius disse que eu deveria verificar seu curativo," lembrou ela.
"Mais tarde", ela bocejou duramente. "Eles estão bem."
"Ok, se você diz que esta bem." Tentei não mostrar o alívio que senti. De jeito
nenhum existia um jeito de ser comparada com uma enfermeira.
"Vai dormir. Vou estar de volta em pouco tempo," eu disse. Eu juro que ela estava
fora antes de eu e Erik sair do coberto xadrez. Nós virado para a nossa esquerda e
caminhamos sem dizer nada por um pequeno caminho. Os túneis já eram menos
assustadores desde a ultima vez que eu estive aqui, não que eles sejam acolhedores,
brilhantes e animadores. A cada metro haviam lanternas na autora dos olhos ligadas por
uma trilha de ferro pregada nas paredes, mas a umidade estava em todo lugar. Nós não
tínhamos ido muito longe, quando eu percebi algo pelo canto dos meus olhos e eu parei,
procurando entre as sombras e as lanternas.
"O que foi?" Erik perguntou suavemente. Meu estomago se apertando de medo.
"Eu não sei, eu-" Minhas palavras foram cortadas quando algo explodiu para fora da
escuridão vindo na minha direção. Eu abri a boca para gritar, imaginando selvagens
calouros vermelhos ou, pior, os horríveis corvos Escarnecedores. Mas Erik colocou o braço
ao redor de mim e me puxou para fora do caminho de meia dúzia de morcegos, que
passaram vibrando perto.
"Eles estão com tanto medo de você como você esta deles", ele disse, tirando seus
braços de torno de mim assim que as criaturas passaram por nós. Eu respirei fundo, na
tentativa de forçar o meu coração de se acalmar.
"Ok, não existe nenhuma maneira deles estarem com mais medo de mim do que eu
deles. Eesh, morcegos são ratos com asas."
Ele sorriu enquanto começamos a andar novamente.
"Eu achava que pombos eram ratos com asas".


"Morcego, pombos, corvos eu não me importo com distinções agora. Qualquer coisa
escondida que faz barulho e, voa não é legal para mim."
"Eu vejo o seu ponto", disse ele, sorrindo. Seu sorriso não ajudou a acalmar o meu
batimento cardíaco, e como estávamos perto, eu juro que ainda podia sentir o calor de
seu braço em volta do meu ombro. Em mais alguns metros chegamos a um ponto do
túnel que foi tão surpreendente como foi encantador.
Erik e eu paramos e olhamos fixamente.
"Uau, isso é muitoooo legal", eu disse.
"yeah, uau", Erik concordou comigo.
"Esse deve ser o trabalho daquela menina Gerarty. Stevie Rae apresentou ela como
sendo um artista que tem sido decorando os túneis?"
"Sim, mas eu não esperava nada isso." Esquecendo os morcegos, tracei meus dedos
sobre o padrão complexo maravilhoso formados flores e corações e pássaros e todos os
tipos de redemoinhos, todos ligados tornando um mágico e brilhante mosaico que dava
vida para esta pequena secção do assustador, e claustrofóbico túnel.
"As pessoas, seres humanos e vampiros, teriam que pagar uma fortuna para ter uma
arte como esta." Erik não acrescentou, se o mundo pudesse saber sobre os calouros e
vampiros vermelhos, mas o pensamento não dito ficou pairando no ar entre nós.
"Esperança, nós temos", eu disse. "Seria ótimo se os calouros vermelhos se
tornassem conhecidos pelo mundo." mas, eu pensei, se estivessem no começo, talvez a
minha persistente dúvida sobre seus poderes e as suas tendências poderiam ser mais
facilmente resolvidas.
"De qualquer forma, eu acho vampiros e os humanos deveriam ter melhores
relacionamentos", acrescentei.
"Como você e seu namorado humano?" Ele fez a pergunta silenciosamente, sem
nenhum sarcasmo. Eu segurei seu olhar firme.
"Não estou com Heath mais."
"Tem certeza?"
"Eu tenho certeza", eu disse.
"Certo. Bom." Isso foi tudo que ele disse, e começamos a andar novamente,
silenciosos e perdidos em nossos próprios pensamentos. Não muito tempo depois que o
túnel ligeiramente curvava para a direita, que era o caminho que devíamos seguir, mas na
nossa esquerda, havia uma saída arqueada coberta com outro cobertor. Que era preto de
veludo falso decorado com uma pôster do Elvis e uma fita branca.
"Deve ser o quarto de Dallas", eu sugeri.
Erik hesitou por um momento, então ele abriu um pouco a cortina preta e espiamos,
não era muito grande, e Dallas não tinha uma cama, apenas um par de colchões
empilhados em cima uns dos outros no chão, mas ele tinha uma colcha vermelho brilhante
e varias almofadas que combinavam (tinha uma grande bola sob o colchão, que eu
presumi que era Dallas dormindo), uma tabela que tinha um monte de coisas escritas que
a luz não deixava eu ver, e um par de versos, cadeiras de grão preto. Curvados sobre a
parede da cama era um cartaz de... eu encarei aquilo, tentando ver...
"Jessica Alba em Sin City. O garoto tem bom gosto. Ela é uma atriz mega quente",
disse Erik em um sussurro, para não acordar Dallas. Eu franzi para ele e puxei a cortina do
Elvis fechando a abertura.
"O quê? Não é no meu quarto", ele disse.
"Vamos apenas continuar andando", eu disse, e começamos a andar novamente.


"Ei", disse ele depois de alguns minutos de um silencio mortal no ar. "Te devo um
grande obrigado."
"Eu? Por quê?"
Eu olhei mais para ele. Encontrando seus olhos.
"Por me salvar de ficar lá em cima, no meio dessa bagunça."
"Eu não salvei você de ficar lá. Você veio junto com a gente por vontade própria."
Ele balançou a cabeça.
"Não, eu tenho certeza que você me salvou, porque sem você eu não acho que eu
teria tido qualquer vontade."
Ele parou e tocou meu braço, gentilmente me colocando de forma que eu ficasse de
frente para ele. Olhei para cima em seus olhos azuis brilhantes, que eram destacados por
suas tatuagens de vampiro adulto, um intrincado padrão que parecia uma máscara,
tornando o seu totalmente e deslumbrante rosto de Clark Kent-Superman incrivelmente
quente. Erik era mais que super gostoso. Erik era talentoso e honestamente um cara legal.
Eu odiava que tínhamos terminado. Eu odiava que eu era a única culpada disso. Apesar de
tudo o que tinha acontecido, eu queria ser a namorada dele novamente. Eu queria que ele
confia-se em mim novamente. Perdi ele de uma forma muito ruim...
"Eu realmente sinto saudades!" Eu percebi que eu soltei as palavras que eu estava
pensando quando os olhos dele brilharam e seus lábios sexy curvaram num sorriso.
"Estou bem aqui." Eu podia sentir o calor que subia do meu corpo e passava pelo
meu pescoço e enchia o meu rosto, e eu sabia que meu rosto estava brilhando, um
vermelho que não era nada atraente.
"Bem, você estar aqui não é o que eu quero dizer," eu disse rouca. Seu sorriso se
alargado.
"Vocês não quer saber como você me salvou?"
"Sim, claro." Eu queria ventilar o meu rosto para que ele não chegasse muito longe
da cor de uma beterraba.
"Você me salvou, porque, em vez de ser hipnotizado pelo poder de Kalona, eu estava
pensando em você."
"Você foi?"
"Você sabe como estava incrível quando você lançou o círculo?"
Eu balancei a minha cabeça, capturada pelo brilho em seus olhos azuis. Eu não
conseguia respirar. Eu não queria fazer nada que possa estragar o que estava
acontecendo entre nós.
"Você foi incrível, bela, poderosa e confiante. Você era tudo que poderia pensar
naquele momento."
"Eu cortei sua mão" foi tudo que eu consegui fazer minha boca dizer.
"Você tinha que fazer. Fazia parte do ritual." Ele levantou a mão e ele virou a palma
para que eu pudesse ver a linha fina que estava na parte grossa embaixo do polegar. Eu
tracejei meu dedo na linha rosa.
"Eu odeio machucá-lo." Ele pegou minha mão na sua e entrelaçou de modo que as
minhas exóticas tatuagens azul safira ficassem a mostra. Então, como eu tinha acabado
de fazer, ele passou os dedos tracejando as marcas na minha pele. Eu tremi, mas não
puxei meu braço.
"Eu não senti nenhuma dor quando você me cortou. Tudo que eu senti era você. O
calor do seu corpo. O seu cheiro. O jeito que sinto você nos meus braços. É por isso que a
criatura não me enfeitiçou. É por isso que eu não acredito na Neferet. Você me salvou,
Zoey."


"Mesmo depois de tudo o que aconteceu entre nós, você pode dizer isso?" Meus
olhos estavam enchendo com lágrimas, e eu tive que piscar rápido para mantê-las
afastadas. Eu vi que Erik deu um profundo suspiro. Ele parecia que era um mergulhador
se preparando para saltar na água de um, perigoso precipício. Então, em uma bufada, ele
disse:
"Eu te amo, Z. Tudo o que aconteceu entre nós, não mudou, mesmo que eu queria
que mudasse." Ele segurou meu rosto entre suas mãos. "Eu não poderia ser enganado por
Neferet ou hipnotizado por Kalona porque eu sou um completo idiota por você,
hipnotizado pelo o que eu sinto por você. Eu ainda quero estar com você, Zoey, se você
dizer sim".
"Sim", sussurrei sem nenhuma hesitação. Ele curvou fazendo seus lábios
encontrarem os meus. Eu abri minha boca e aceitei o beijo familiar dele. Seu sabor era o
mesmo, seu toque foi o mesmo. Eu passei minhas mãos para cima sobre o largo ombro
dele me pressionando mais para perto dele, não sendo capaz de acreditar que ele tinha
acabado de me perdoar que ele ainda me queria e que ele ainda me amava.
"Zoey", ele sussurrou contra os meus lábios. "Eu tenho saudades de você." Então,
ele me beijou novamente, e eu juro que ele me deixou tonta. Foi diferente, dos beijos de
antes dele ser um vampiro adulto antes perder minha virgindade com outro homem.
Agora, como ele sabia que era um segredo, mas eu estava sobre ele. Eu senti o seu
gemer mais do que eu ouvi, e então eu também senti a dura frieza da parede do túnel
contra a minhas costas quando ele me virou e me prensou contra ela. Uma de suas mãos,
desceu pela minha costa, e me pressionou mais firme nele. A outra eu senti deslizando do
lado do meu corpo, pelo meu vestido cerimonial passando a mão atrás da minha coxa ate
que encontrou a abertura, em seguida, seus dedos foram percorrendo o caminho para
cima dela, quente contra a frieza do meu corpo nu.
Corpo nu? Apoiados contra a parede de um túnel? Se pegando no escuro?
E de tudo que eu poderia pensar o pior veio a minha mente: Será que Erik pensa,
que porque eu fiz sexo (uma vez!), Que agora era estação aberta de caça a Zoey? Ah,
merda! Eu não ia fazer isso. Não aqui. Não assim. Inferno, eu nem sabia se eu estava
pronta para fazer isso novamente. A um tempo e eu tinha tido relações sexuais que
terminou desastrosamente e tinha sido o maior erro da minha vida. Era definitivamente
não, me transformando numa espécie de ninja ho! Empurrei contra o peito de Erik e puxei
minha boca da sua. Ele não pareceu se importar. Na verdade, ele quase não parecia que
estava ali. Ele só manteve sua mão contra mim, e moveu os lábios para o meu pescoço.
"Merda; Erik, por favor, pare," eu disse ofegando.
"Umm, é tão bom o seu gosto."
Ele parecia tão sexy que me transtornou e por um momento e não tinha certeza do
que realmente eu queria. Quero dizer, eu quero estar com ele novamente, e ele estava
totalmente quente e familiar... e eu tinha apenas começado a relaxar com ele quando eu
capturei algo sobre o ombro dele. Medo se apoderou de mim quando percebi que a coisa
tinha os olhos brilhantes de um vermelho intenso, um mar de escuridão que parecia como
uma nevoa um fantasma feito de nada mais que escuridão.
"Erik! Pare. Agora."
Eu bati os punhos no peito dele e ele tropeçou meio passo para trás. Meu coração
batendo voando, mudei rapidamente de posição de modo que eu ficasse na frente dele e
do que eu tinha visto atrás dele. Não havia olhos vermelhos brilhantes para mim, mas eu
juro que vi um na escura e preta escuridão. Piscando e focado meus olhos, a neblina
desapareceu, deixando nada, alem de Erik, eu e um escuro, silencioso túnel. De repente,


a partir da direção oposta, ouvi um barulho de sapatos contra concreto que me fez
respirar profundamente, preparando para chamar um lamento para combater essa nova
ameaça sem rosto, quando Kramisha caminho delicadamente saindo das sombras. Ela a
Erik um logo, considerando olhar e disse.
"Boyyyy, você está trabalhando aqui no túnel? Maldição! Você tem algum senso."
Erik virou-se para ela colocando os braços ao redor de mim. Eu não precisava olhar
para cima para saber que ele tinha um simples sorriso em seu rosto. Erik era
definitivamente um bom ator. O cara que ele estava mostrando para Kramisha estava sob
controle, com apenas o sexy jeito que ele consegue ter, quando-começa-a-atuar.
"Olá, Kramisha", ele falou suavemente.
Por outro lado. Eu mal conseguia disfarçar, e muito menos falar. Eu sabia que a
minha cara estava da cor de uma beterraba vermelha e ela olhou meus lábios
machucados e úmido. Inferno, eles provavelmente pareciam machucados e úmidos.
"Kramisha, você viu alguma coisa ali no túnel?" Eu apontei com o queixo a direção
das sombras atrás de nós e consegui apenas uma respiração e um som de uma semi-
estrela-porno.
"Não, menina, eu só vi você e seu garoto em uma sucção de rosto aqui", disse
Kramisha rapidamente.
Me perguntei se talvez ela não tenha respondido um pouco depressa demais.
"Aww! Erik e Z estão fazendo as pazes? Isso é tão doce!"
Aparentemente do nada, Jack se materializou atrás de Kramisha, e Duquesa
fungando e abanando a seu lado.
"Z, não enlouqueça. Você provavelmente só viu vários desses morcegos", disse Erik,
apertando o meu ombro como se estivesse me avisando antes de responder para Jack.
"Olá, Jack. Eu pensei que você estaria aproveitando de um bom chuveiro agora".
"Ele vai, mas ele veio para me ajudar a conseguir algumas toalhas e outras coisas",
disse Kramisha.
"E, sim, não há dúvida que existem morcegos aqui. Eles não se mentem com nós, se
não se meter com eles."
Então, ela bocejou e fez um sério e impressionante alongamento que a fez parecer
uma longo e magro gato preto.
"Já que vocês dois estão aqui, parem com esse agarramento e ajude Jack a levar as
coisas para o banheiro enquanto eu vou ter o meu sono de beleza?"
"Sem problemas. Ficaríamos felizes em ajudar", eu disse, recuperando minha voz e
me sentindo uma idiota por deixar estúpidos morcegos fazerem meus nervos saltarem de
mim. Jeesh, acho que realmente preciso dormir um pouco.
"Eu e Erik estávamos apenas indo para o banheiro."
Kramisha deu-nos uma longa e lenta olhar que não foi porque ela estava com sono.
"Uh-huh. Eu sei como você estava indo 'para o banheiro'."
Eu senti corar novamente. Ela virou, e eu pensei que ela estava indo para
(Curiosamente) a parte direita do túnel, mas em vez disso ela desapareceu. Então eu ouvi
um barulho e cintilantes lanternas iluminando uma parte do túnel, só um pouco menor do
que o quarto Dallas. Kramisha pendurou a lanterna sobre na parede, em seguida, olhou
por cima de seu ombro para nós.
"Bom? O que está esperando?"
"Ah, sim, esta bem ", eu disse.
Jack, Duquesa, Erik, e eu fomos para o lado de Kramisha e olhamos para dentro do
quarto. Ela realmente tinha prateleiras feitas de cimento nas paredes e arrumadas como


um armário. Eu olhei para as pilhas de toalhas arrumadas perfeitamente, isso é estranho,
um grande puff que Duquessa estava lambendo.
"Esse cão esta limpo?" Kramisha perguntou.
"Damien diz que um cachorro tem a boca mais limpa que um humano," disse Jack,
acariciando o grande labrador na cabeça.
"Nós não somos humanos", disse Kramisha. "Então, você poderia manter a grande
boca dessa coisa longe dos meus pertences?"
"Ótimo. Mas tente se lembrar que ela tem passado por muitos traumas e seus
sentimentos são fáceis de machucar."
Enquanto Jack e Duquesa foram para um canto e ele começou a ter uma seria
conversa de como ela tinha que manter seu nariz longe das coisas dos outros, eu olhei
encarei a pilha de material.
"Huh. Quem trouxe tudo isso para aqui?"
"Afrodite", disse Kramisha como ela com os braços cheios toalhas de pano. "Ela
pagou por isso. Ou a sua mãe em forma de carta de ouro fez. Você não acredita todas as
coisas que você pode encomendar da Pottery Barn, se você tem crédito ilimitado. Isso me
fez decidir de uma vez por todas sobre o futuro da minha carreira."
"Sério? O que você quer fazer?" Jack perguntou. Duquesa educadamente sentou ao
lado dele, ele ocupou os braços para fora para ser preenchido com toalhas e roupões.
"Eu vou ser uma atriz. Uma dessas muito ricas. Com um cartão de ouro ilimitado.
Você sabe se pessoas te tratam diferente quando você tem algum credito?"
"Sim, eu acho. Tenho visto as pessoas das lojas beijarem as gêmeas" Jack disse. "A
família delas tem dinheiro, também." Ele sussurrou a última parte como se fosse um
grande segredo, que não era. Todos sabiam que as gêmeas tinham pais eram ricos. Ok,
não como Afrodite é rica, mas ainda. Elas compraram botas de presente no meu
aniversario que custaram US $ 400. Isso é definitivamente rica para mim.
"Bem. Eu decidi que eu gosto de pessoas me beijando. Então eu vou buscar
algumas. Ok, isso é bastante coisa. Vamos lá. Eu vou voltar com vocês, mas quando
chegar ao meu quarto, eu vou desmaiar. Jack, você pode encontrar o caminho de volta
para o banheiro, não pode?"
"Sim", disse ele.
Caminhamos pelo túnel, seguindo as curvas da direita. A próxima porta que vimos foi
coberto com uma fita de seda roxa.
"Este aqui é o meu quarto". Kramisha me viu olhando para o incrível material que
aparece como uma porta, e ela sorriu.
"É uma cortina de Pier One. Eles não entregam, mas quando você tem um cartão
ouro ilimitado já sabe né."
"É uma cor bonita",eu disse, pensando como imbecil era ficar imaginando feios
monstros em cada sombra, quando o local foi decorado com Pier One.
"Obrigado. Gosto de me algumas cores. É uma parte importante da decoração. Quer
ver meu quarto?"
"Sim", eu disse.
"Definitivamente," disse Jack. Kramisha olhou a Duquesa e de volta para Jack.
"Ela esta bem treinada?" perguntou a Jack.
"Claro. Ela é uma perfeita dama." ele respondeu
"É melhor que ela seja", Kramisha franziu, então ela puxou a cortina para o lado e
fez um gracioso movimento com a mão livre.
"Você pode entrar no meu espaço." Kramisha disse.


O quarto era cerca de duas vezes o tamanho do quarto de Stevie Rae. Ela tinha duas
lanternas e uma dúzia de perfumadas velas acesas, o que dá a ao ambiente o cheiro com
pitada de citros. Ela, obviamente, tinha pintado recentemente as paredes com uma cor cal
brilhante. Seu mobiliário era de madeira escura cama, cômoda, penteadeira, e estante.
Ela não tinha nenhuma cadeira, mas empilhados em torno do quarto tinham
enormes almofadas de cetim em negrito roxo e pink, o que combinava com as roupas de
sua cama. Em cima dela havia meia dúzia de livros, abertos e com marcadores de
paginas, o que significa que ela estava lendo todos ao mesmo tempo, não sei como. Notei
que, juntamente com os livros na estante, tinham etiquetas nas prateleiras. Kramisha
notado que eu estava observando.
"Biblioteca Central da cidade. Eles ficam abertos realmente ate tarde nos fim de
semana."
"Eu não conheço nenhuma biblioteca que permite que você fique com o livro muito
tempo," disse Jack.
Kramisha pareceu desconfortável. "Eles não. Tecnicamente não. Não é, mas o que
eu posso fazer nessa situação e mexer um pouco na mente deles. Eu vou devolver assim
que eu puder sair para comprar os meus", acrescentou.
Eu suspirei e acrescentei "roubam a biblioteca" à lista de coisas na minha cabeça que
os calouros vermelhos precisavam ser encorajados a parar de fazer, e como eu fiz a
adição mental Eu também preciso. Kramisha parecia definitivamente culpada sobre roubar
a biblioteca. Será que um garoto que tinha ainda tendências a fazer monstruosidades se
preocuparia com um roubo mesquinho? Não, não, com certeza não, eu disse, vagueando
automaticamente para a cama para ler alguns dos títulos. Tinha uma grande cópia de as
obras completas de Shakespeare, bem como um livro de capa dura ilustrado de Jane Eyre,
que foi empilhado em cima de um livro chamado The Silver Metal Lover por Tanith Lee.
tinha também um livro de capa dura edição do Dragão, durante o voo por Anne McCaffrey
deitada ao lado Thug-A-Licious, Candy Licker, e o G-Spot por um autor cujo nome foi
escrito como Noire. Estes três livros estavam abertos com as suas folhas extremamente a
vista, procurando segurar a curiosidade.
Totalmente curiosa, eu coloquei as toalhas sobre a colcha da cama cor-de-rosa-
brilhante e, peguei Thug-A-Licious*, e comecei a ler a página aberta. Juro minhas retinas
começaram a gravar com o calor da cena.
(*http://www.amazon.com/Thug-Licious-Noire/dp/0345486919 )
"Livro pornô. Eu gosto desses", Erik disse sobre o meu ombro.
"Hum, são para algumas pesquisas". Kramisha disse rapidamente tirando os livros da
minha mão, deu a Erik um bom olhar.
"E pelo que eu vi lá fora, você não precisa nenhuma ajuda." Senti meu rosto
esquentar novamente e suspirei.
"Ei, poesia", eu ouvi dizer Jack. Ficando feliz pela distração, Olhei para cima para ver
Jack apontando vários cartazes limpamente quente coladas na parede verde de Kramisha.
Eles estavam cheios de poesia, todos escritos na mesma forma em diferentes cores de
marcadores fluorescentes.
"Você gostou?" Kramisha disse.
"Sim, é ótimo. Gosto muito de poesia, "disse Jack.
"Veja. Eu escrevi eles", Kramisha disse.
"Você está brincando? Cara, eu pensei que eles eram tirados de um livro ou algo
assim. Você é realmente boa," disse Jack.


"Obrigado, eu te disse que eu vou ser um autora. Uma famosa, rica e com um cartão
de ouro sem limites."
Eu ouvi vagamente Erik aderir a discussão. Toda a minha atenção incidiu sobre se
tinha tornado um pequeno poema que foi escrito em preto sobre um cartaz vermelho-
sangue.
"Você escreveu esse, também?" Eu perguntei, não me importando se interrompia a
discussão deles de qual autor era melhor Robert Frost ou Emily Dickinson.
"Escrevi todos eles", ela disse. "Eu sempre gostei de escrever, mas desde que eu fui
marcada comecei a escrever mais e mais. Eles simplesmente vem na minha mente. E eu
escrevo. Sinto que posso escrever mais do que poemas. Gosto deles e tudo mais, mas
poetas, eles não fazem muito dinheiro. Olha, eu pesquisei carreiras na Biblioteca Central,
também, porque, você sabe, é ficar aberto até mais tarde. De qualquer forma, eles não
fazem-poetas..."
"Kramisha" eu corte ela: "quando você escreveu esse?" Eu senti meu estomago
engraçado e minha boca seca.
"Escrevi todos eles nos últimos dias. Sabe, uma vez que Stevie Rae trouxe nossa
humanidade de volta. Antes eu não achava nada muito bom exceto comer humanos".
Ela sorriu exageradamente e levantou um ombro.
"Então, você escreveu esse, em preto nos dias atrás?". Eu apontei para o poema.

Sombras nas sombras
Ele observa através
dos sonhos
Asas pretas como a África
Corpo forte como pedra
Cansados de esperar
Os corvos chamam.

Jack ofegou enquanto lia pela primeira vez.
"Oh, Deusa!" Eu ouvi Erik dizer sob a sua respiração quando ele, também, leu o
poema.
"Isso é fácil. É o último eu escrevi ele ontem..." Suas palavras fugiram quando ela
percebeu a nossa reação. "Merda! Isso é sobre ele!"


OITO

"O que fez você escrever isso?" Eu perguntei, ainda encarando as negras palavras.
Kramisha sentou pesadamente em sua cama, de repente parecendo quase tão
exausta como Stevie Rae. Ela estava balançando sua cabeça para frente e para trás, para
frente e para trás, fazendo seu cabelo laranja e preto dançar contra sua suave bochecha.
"Apenas veio para mim, como todas as coisas que eu escrevo. As coisas só entram na
minha cabeça, e então eu escrevo tudo."
"O que você acha que isso significa?" Jack perguntou, dando tapinhas em seu braço
suavemente, muito parecido como quando ele afagava Duquesa (ela estava enrolada em
seus pés).
"Eu não pensei realmente sobre isso. Vem para mim. Eu escrevo. Isso é tudo." Ela
pausou, olhando para o pôster, então rapidamente afastou o olhar, como se o que ela viu
a assustou.
"Todos estes poemas foram escritos depois que Stevie Rae mudou?" Eu passei minha
atenção para os outros poemas. Havia vários haiku.

Olhos observando sempre
Sombras em sombras esperaram
Uma pluma negra cai
Primeiro aceitou, amou
Depois, traiu - cuspiu na cara
Vingança doce como dots

"Doce, abençoada Nyx". A voz chocada de Erik veio de trás de mim, mantendo baixa
para só os meus ouvidos ouvirem. "Eles são todos sobre ele."
"O que significa 'doce como dots'?" Jack estava perguntando a Kramisha.
"Você sabe - dippin' dots*. Eu amo alguns dippin' dots," disse ela.
(* dippin' dots é um sorvete)
Erik e eu nos movemos em torno do quarto de Kramisha. Quanto mais eu lia, mais
apertado ficava o nó no meu estômago.

Eles fizeram
Errado
Como tinta de uma caneta estragada
Jogado fora por causa de outra pessoa
Usado
Mas ele voltou
Vestido de noite
Bem como um rei
Com a sua rainha
O errado
Fez certo
Tão certo

"Kramisha, o que você estava a pensando quando escreveu este?" Eu perguntei para
ela, apontando para o último que eu tinha lido.


Ela encolheu o ombro novamente. "Eu acho que pensei sobre como nós estávamos
fora da House of Night, mas não deveríamos estar. Quer dizer, eu sei que é melhor para
nós embaixo da terra, mas simplesmente não parece certo que só Neferet saiba sobre
nós. Ela é um tipo errado de Alta Sacerdotisa".
"Kramisha, você me faria um favor e copiaria todos estes poemas?"
"Você acha que eu estraguei, não é?"
"Não. Eu não acho que você estragou tudo," eu garanti a ela, esperando que eu
estivesse sendo corretamente orientada pelos meus instintos e não estava só caçando
morcegos na escuridão novamente. "Acho que você recebeu um dom de Nyx. Eu só quero
ter certeza de que nós estamos usando o dom da maneira certa."
"Acho que ela é material de Vamp Poeta Laureate, e uma grande melhoria sobre o
nosso último", disse Erik.
Eu olhei para ele bruscamente, e ele encolheu os ombros e deu um largo sorriso.
"Foi só um pensamento, só isso."
Ok, mesmo que pensar em Loren me fez desconfortável, especialmente quando tinha
sido Erik quem o lembrou, senti a certeza de que ele estava falando, no fundo das minhas
entranhas, que disse mais sobre a verdadeira natureza de Kramisha do que minha exausta
suposição e minha aparentemente ativa imaginação estavam me falando. Nyx,
obviamente, tinha a sua mão sobre essa criança. Diabos. Eu sou a única Alta Sacerdotisa
que temos. Posso fazer uma proclamação. "Kramisha, vou fazer de você o nosso primeiro
Poeta Laureate."
"O queeeee?! Você está brincando? Você está brincando, não está?"
"Não estou brincando. Nós somos um novo tipo de vampiro. Nós somos um novo
civilizado grupo de vampiros, e isso significa que precisamos de um Poeta Laureate. E é
você."
"Ei, eu concordo com você em tudo, Z, mas o conselho não tem que votar em um
novo Poeta Laureate?" Disse Jack.
"Sim, e eu tenho o meu Conselho aqui comigo." Percebi que Jack tinha falado sobre
o Conselho de Nyx, Shekinah tinha sido aquela que governou os vampiros.
Mas eu tinha um Conselho também, um Conselho de Prefeitos, reconhecido pela
escola, composto por mim, Erik, as gêmeas, Damien, Afrodite, e Stevie Rae.
"Kramisha tem o meu voto", disse Erik.
"Veja, é praticamente oficial," eu disse.
"Sim!" Jack animou.
"É uma idéia maluca, mas eu gosto dela". Kramisha sorriu radiante.
"Então, escreva estes poemas para mim antes de ir dormir, ok?"
"Sim, eu posso fazer isso."
"Vamos lá, Jack. Nossa poeta Laureate precisa do seu sono", disse Erik. "Hey,
parabéns, Kramisha".
"Yeah, parabéns!" Jack disse, dando a Kramisha um abraço.
"Vocês todos vão agora. Eu tenho trabalho a fazer. Então eu tenho que pegar o meu
descanso. Um poeta Laureate tem que parecer o seu melhor", Kramisha disse
afetadamente, terminando com um par de versos.
Erik e eu acompanhamos Jack e Duquesa para fora do quarto de Kramisha e para
baixo do túnel.
"Esse poema era realmente sobre Kalona?" Disse Jack.
"Eu acho que todos eles eram", Eu disse. "E Você?" Eu perguntei a Erik.
Ele acenou severamente.


"OhmeuDeus! O que isso quer dizer?" Disse Jack.
"Eu não tenho uma pista. Nyx está trabalhando, entretanto. Eu posso sentir isso. A
profecia veio a nós em forma poema. Agora isso? Não pode ser uma coincidência."
"Se isso é o trabalho da Deusa, então deve haver alguma forma que podemos utilizá-
lo para nos ajudar", disse Erik.
"Yeah, isso é o que eu penso, também."
"Só temos que descobrir como", disse Erik.
"Isso vai pegar alguém com mais cérebro do que eu", eu disse.
Houve uma curta pausa, e então os três falaram juntos, "Damien".
Fantasmagóricas sombras, morcegos, e as minhas preocupações com os calouros
vermelhos foram temporariamente esquecidos, eu me apressei para baixo do túnel com
Erik e Jack.
"A porta para o depósito dá aqui." Jack nos levou através da surpreendentemente
acolhedora cozinha para uma sala lateral, que era obviamente uma despensa, mas eu
aposto que costumava ser armazenados lá mais líquidos do que os sacos de batatas fritas
e caixas de cereais agora mantidos. Ao longo de toda uma parede, enrolados habilmente,
empilhado lado a lado e em cima uns dos outros, estava um monte de sacos de dormir e
almofadas.
"Então é assim o caminho para o depósito?" Eu apontei para uma escada de madeira
de puxar para baixo no canto do armário de armazenamento que levava a uma porta
aberta.
"Sim, é assim." Jack disse.
Jack foi primeiro e eu o segui, colocando minha cabeça para dentro do edifício
supostamente abandonado. A minha primeira impressão foi de trevas e de poeiras,
fragmentada em poucos minutos pelo que parecia ser um efeito de luz estroboscópica de
flashes subitamente brilhantes vazando através da embarcação de janelas e portas.
Quando ouvi o estrondo do trovão, eu entendi e lembrei o que Erik tinha dito sobre uma
grande tempestade em curso, o que não seria incomum para Tulsa, mesmo no início de
janeiro.
Mas este não era um dia normal, e eu não podia ajudar, mas acredito que isto
também não era uma normal tempestade.
Antes de fazer qualquer observação em torno, eu puxei meu celular da minha bolsa.
Eu o abri. Sem serviço.
"O meu não tem funcionado, tampouco. Não desde que chegamos aqui", disse Erik.
"O meu está carregando na cozinha, mas eu sei que Damien verificou o dele quando
nós estivemos aqui, e o dele não tinha nenhum sinal, também".
"Você sabe que mau tempo pode derrubar as torres", Erik disse em resposta para o
que eu tenho certeza que era a minha repugnante expressão preocupada. "Se lembra se
uma grande tempestade a um mês ou algo assim? Meu celular não funcionou por três dias
inteiros."
"Obrigado por tentar me fazer sentir melhor, mas eu só... só não acredito que este é
um fenômeno natural."
"Sim", disse ele calmamente. "Eu sei".
Dei um profundo suspiro. Bem, natural ou não, íamos ter que lidar com ele, e agora
ali não era uma maldição de coisa que poderíamos fazer sobre o nosso isolamento aqui.
Houve uma tempestade feroz lá fora, e nós não estavam preparados para enfrentá-la
ainda.


Então as primeiras coisas primeiro. Eu enquadrei meus ombros e olhei ao redor. Nós
deveríamos entrar em uma pequena sala que tinha uma meia parede, e, em seguida, o
caixa do banco - como janelas cortadas na verdadeira parede, completo com bares
manchados de lata na parte da frente. Eu decidi rapidamente que deveria ser o ticket de
depósito. De lá nós entramos em uma enorme sala. O chão era em mármore e ainda
parecia liso e como manteiga na escuridão. As paredes eram estranhas, entretanto. Todas
meio ásperas e vazia a partir do chão até cerca de um pé ou até acima da minha cabeça,
e então começava a decoração. Elas estavam borradas por poeira e tempo e desatenção,
e haviam teias de aranhas penduradas por todo lado (eesh, primeiro morcegos e agora
aranhas!), mas as velhas e vibrantes cores da Art Deco ainda eram visíveis, contando
histórias dos mosaicos desenhados, nativos americanos, penas de chapéis, cavalos, couro,
e adornos.
Eu olhei ao redor para a corroída beleza, e achei que isso poderia fazer uma grande
escola. Era grande e tinha o mesmo tipo de graça que os muitos edifícios do centro de
Tulsa tinham, graças ao aumento rápido do petróleo e ao estilo Art Deco 1920. Perdida no
pensamento do que poderia ser um dia, eu andei por todo o saguão vazio, olhando,
percebendo corredores que continuavam para fora desta grande sala, conduzindo a
outros, me perguntando se não houvesse o suficiente deles para várias salas de aula. Nós
pegamos um desses corredores e ele acabou numa grande porta de vidro duplo. Jack
balançou sua cabeça para elas. "Esse é o ginásio." Todos nós olhamos através do tempo -
do vidro sujo.
Na fraca luz eu pude apenas ver pontos distantes das formas que pareciam ser
grandes bestas dormindo de um mundo morto. "E ali é a porta para o vestiário dos
rapazes." Jack apontou para uma porta fechada à direita do ginásio. "E há a das
meninas."
"Ok, bem, eu estou indo para atacar os chuveiros", eu disse, minha voz falhando.
"Erik, você e Jack fariam com que Damien soubesse sobre os poemas de Kramisha?
Pergunte para ele se ele pode falar comigo sobre isso, eu vou estar no quarto da Stevie
Rae, esperançosamente completamente adormecida, por pelo menos algumas horas. Se
puder esperar, nós todos vamos nos reunir e tentar descobrir o que aquilo queria dizer
depois de nós descansarmos." Eu levei as toalhas e roupões. Eu deveria estar tão
emaranhada e assim eu poderia acabar com a minha cara de sono.
"Você precisa de descanso, Z. Nem mesmo você pode passar por tudo isso e se
manter funcionando sem dormir", disse Erik.
"Yeah, se Damien não estivesse ficando acordado comigo, eu ficaria assustado de
cair no sono na hora do dever", disse Jack, e bocejou pontuando.
"As Gêmeas assumirão para você em breve". Eu sorri para Jack. "Só esperem até
então." Meu sorriso aumentando para incluir Erik. "Eu vou ver vocês em breve. Ambos
vocês."
Comecei a me afastar e Erik tocou no meu braço me parando. "Hey, estamos juntos
novamente. Não estamos?"
Encontrei os olhos de Erik e vi sua vulnerabilidade através do seu sorriso que tentava
me passar uma confiança que ele não sentia. Ele não iria entender se eu dissesse que
precisava falar com ele sobre, bem, sexo, antes de eu aceitar voltar para junto dele. Isso
machucaria seu ego, bem como o seu coração e então eu estaria de volta onde eu estava
antes, me chutando por ser a causa de nós estarmos separados.
Então, eu simplesmente disse, "Sim, estamos juntos novamente."


A doce vulnerabilidade foi refletida no beijo que ele curvou para colocar em meus
lábios. Ele não era uma tentativa, exigente, nós-vamos-fazer-sexo-agora beijo. Era um
caloroso, gentil, eu-estou-tão-feliz-que-estamos-juntos-de-novo beijo, e ele me derreteu
completamente. "Vai dormir. Eu vou ver você em breve", ele sussurrou. Ele beijou minha
testa rapidamente e, em seguida, ele e Jack desapareceram através da porta do vestiário
dos rapazes.
Eu fiquei lá por um tempo, apenas olhando para a porta fechada e pensando. Eu
estava errada sobre a mudança em Erik? Eu tinha entendido mal o que estava por trás de
sua paixão no túnel? Afinal, ele não era mais um calouro. Ele estava completamente
mudado, um vampiro adulto. Isso faz dele um homem, mesmo que ele ainda tivesse
dezenove, tal como a menos de uma semana atrás, antes da sua mudança.
Talvez o aumento da tensão sexual entre nós era natural, e não apenas porque ele
pensava que eu era uma vadia, agora que eu tinha perdido minha virgindade. Erik era um
homem, eu repetia o pensamento para mim. Eu já sabia desde o desastre com Loren
Blake que estar com um homem era diferente de estar com um menino ou um calouro.
Erik era um vampiro totalmente mudado, tal como Loren tinha sido. O pensamento enviou
impulsos nervosos através do meu corpo. "Como Loren" não era particularmente uma boa
analogia. Mas definitivamente Erik não era Loren! Erik nunca tinha me usado ou mentido
para mim. Erik foi mudado, mas ele ainda era o Erik que eu conhecia e talvez o mesmo
amor. Eu realmente não deveria estar me estressando com preocupações sobre isso. A
coisa do sexo em si iria funcionar.
Quero dizer, em comparação com um antigo imortal vindo atrás de nós, Neferet
tendo a escola em suas garras do mal, eu assustada sobre se existe ou não algo bizarro
acontecendo com os calouros vermelhos, vovó em coma, e os malvados Corvos
Escarnecedores espalhando devastação em Tulsa, quer sim quer não Erik tentaria me
pressionar para fazer sexo com ele e seria um intervalo do estresse ou, pelo menos, umas
férias do estresse. Não seria?
"Z! Aí está você. Você vai vir?" Erin colocou a sua cabeça para fora da porta do
vestiário das meninas. Havia uma enorme nuvem de vapor flutuando em volta por trás
dela, e eu podia ver que ela estava usando apenas o seu sutiã e calcinha (combinando,
claro, da Victoria's Secret).
Com um esforço coloquei Erik para fora da minha mente. "Desculpe... desculpe,
estou chegando," eu disse e me apressei para o vestiário.


NOVE

Ok, tomar banho com um grupo de meninas que possui afinidades com a água e
com o fogo foi uma experiência e tanto! Que passou de embaraçosa para interessante e
engaçada. Primeiro, foi embaraçosa porque, bem, apesar de todas serem garotas, não
estava exatamente bem com a idéia de chuveiros comunitários (aqueles que nem nas
prisões ;D). Que eram horrivelmente constrangedor. Havia cerca de meia dúzia de
chuveiros (que eram todos brilhantemente novos que foram instalados por Kramisha ou
Dallas, ou ambos, com a ajuda de Afrodite e seu maravilhoso cartão de ouro). Cada um
deles tinha boxe que os separam um do lado do outro. Não, não tinha nenhuma porta ou
cortinha ou qualquer outra coisa. Na verdade, havia trilhos no topo de cada um que eu
deduzi que foram usados para por cortinas em algum dia, mas isto deve ter sido há muito
tempo atrás. Ah, as bancas para os banheiros não tinham portas, mesmo que não
queríamos ficar trancadas nelas. Então era inevitável e muito constrangedor que eu teria
que ficar pelada na frente das meninas. Mas todas eram mulheres, mulheres hetero, assim
nos não estávamos realmente interessadas nos peitos uma das outras, não importando o
quão difícil é para os garotos entenderem isso, Assim a parte incomoda não durou muito
tempo. Ok, todo o vestiário estava preenchido com uma densa neblina de vapor, o que dá
a ilusão de privacidade. Depois que eu escolhi o meu boxe de chuveiro, escolhi alguns dos
produtos da bela coleção de produtos para banho e cabelo, e comecei a me ensaboar, o
chuveiro soltou um jato de água muito forte e quente. E pareceu muito estanho. E quando
eu falo "muito estranho" era o que estava acontecendo, porque todos os chuveiros,
mesmo os desocupados, estavam atirando jatos de água quente, causando uma tensa e
quente nevoa, quase tão espessa como fumaça. Humm...
"Hei!" Eu levantei minha cabeça sobre o Box tentando ver as gêmeas em seus
chuveiros.
"Vocês estão fazendo alguma coisa com a água?"
"Hun?" Shaunee disse, tirando a espuma do xampu de seus olhos. "O quê?"
"Isto," Eu balancei meus braços fazendo a espessa neblina crescer em torno de mim
sonhadoramente. "Tudo isso não parece que está acontecendo sem alguma ajuda de
certos indivíduos que sabem manipular fogo e água."
"Nós? Miss Fogo e Miss Água?" Erin disse.
Eu mal podia ver o topo da sua brilhante loira cabeça através do vapor.
"O que ela quer dizer, Gêmea? Você sabe que nossa Z é implicante e que não
poderíamos usar nossas afinidades que a deusa nos deu para algo tão egoísta, como
tornar banho, quente, com uma nevoa densa com cheiro doce para relaxar depois do dia
mais horripilante que nós passamos", disse Shaunee como se fosse uma bela inocente.
"Será que estamos fazendo, Gêmea?" Erin perguntou.
"Estamos absolutamente chocadas, gêmea," Shaunee disse.
"De vergonha, gêmea. De vergonha", disse Erin com uma serenidade meio estranha.
E então as gêmeas se derramaram em risos. Eu rolei meus olhos para elas, mas
percebi que Shaunee tinha sido direita. A névoa era doce com cheiro. Que me fez lembrar
da chuva de Primavera, cheio de aromas das novas flores e grama, e estava morna não, a
água estava quente, como um preguiçoso dia de verão na praia. A verdade voltou para
sala quando ela foi iluminada por flashes de relâmpagos da tempestade que se agravava
lá fora e, apesar do barulho do trovão ser exageradamente alto, a atmosfera que as
gêmeas tinham criado foi completamente relaxante. Então aqui a parte interessante
começou, eu decidi th4 t = "0%">(não faço a mínima idéia do que seja essa palavra =/)


"Hei, não é vocês que estão fazendo isso no vestiário?" Perguntei enquanto
enxaguava o meu cabelo.
"Nop", disse Shaunee feliz.
"Nada". Erin sorriu. Eu sorri de volta para elas.
"É bom ser uma garota."
"Yeah, alem de estarmos com a bunda de fora estamos nessas tendas de cavalo",
disse Erin.
Eu sorri. "Tendas de cavalos. Acho que é só isso que incomoda vocês".
"Incomoda! A gente?" Erin disse.
"Oh não, não é só isso que incomoda agente", disse Shaunee.
"Levem!" Erin gritou, apontando suas mãos em mim, jogando água por todos os
lados. Claro que não doeu serio, eu ri ainda mais.
"Vou esquentar ela um pouco, gêmea!" Shaunee disse, mexendo os dedos, e minha
pele começou a ficar muito, muito quente. Tanto que o vapor do meu box duplicou. Entre
as risadas eu sussurrei:
"Vento, venha a mim", e imediatamente eu senti a brisa de poder ao meu redor.
Agitando meus dedos na nevoa que se moveu comigo, eu disse, "Vento, mande tudo de
volta para as gêmeas!".
Então eu pressionei meus lábios e assoprei delicadamente na direção delas. Com um
poderoso whoosh a névoa e o calor e a água circularam em volta de mim, duas vezes, e
então avançou diretamente nas gêmeas, que gritaram e riram tento ir para trás. Claro que
não poderia vencer. Quer dizer, vamos lá! Eu posso chamar todos os cinco elementos,
mas foi uma hilariante versão de luta de água contra água que deixamos todas nós
encharcada e sem fôlego de tanto rir. Nós finalmente fizermos uma trégua. Ok, mais
precisamente, eu fiz as gêmeas gritar, "Nos rendemos! Rendemos-nos!" Várias vezes, e
então eu gentilmente aceitei a sua rendição. Foi maravilhoso nos secar com macias
toalhas me sentindo limpa e sonolenta.
Nós estendemos nossas roupas ao redor do Box e chamamos água transformando
em nevoa, mais uma vez para vaporizá-las, e então eu chamei o ar e o fogo para secá-las.
Então nos três nos vestimos e descemos para os túneis, ignorando o crack-e-boom que
vinha lá de fora, segura no fato de que nós estávamos rodeados pela terra e protegido por
vampiros adultos que não deixariam ninguém vir para cima de nós.
Eu diria que Stevie Rae estava morta quando voltei para o quarto, mas o
pensamento me assustou. Ela tinha sido morta, ou quase morta, muitas vezes para os
meus nervos. Eu admito que eu congelei olhando fixamente para ela ate ter certeza de
que ela estava respirando e ir para o outro lado da cama e entrar debaixo das cobertas.
Nala colocou a cabeça para cima e espirrou para mim, claramente descontente por
ser incomodada, mas ela se arrastou sonolenta ate mim e se enrolou no meu travesseiro,
descansando sua pata branca em mim ANK. Eu sorri para ela e, limpa e confortável e
muito, muito cansada, dormi imediatamente. Então eu tive esse sonho horrível, que me
trouxe de volta à hora atual.
Eu esperava reproduzir tudo o que tinha acontecido no passado horas mais tarde e
esperava que contar carneirinhos iria ajudar a ter lindos sonhos e um bom sono. Mas isso
não deu certo. Estava muito preocupada com Kalona e o que eu ia fazer a respeito disso.
Meu celular estava na mesa de cabeceira e eu virei ele para cima, verificando a hora: 2:05
P.M ótimo, eu tive somente três horas de sono. Não me admirava sentir que tinha areia
nos meus olhos. Coca-cola. Eu preciso de uma coca-cola cheia de açúcar e cafeína. Eu
chequei Stevie Rae novamente antes de deixar o quarto, desta vez tendo o cuidado de


não acordá-la. Ela estava enrolada com o cobertor de lado, roncando suavemente e
olhando para ela parecia que ela tinha doze anos. Era difícil imaginar ela com olhos
vermelhos sangue, olhando perigosamente, e sugando Afrodite com tanta intensidade que
acabaram tendo um imprint. Eu suspirei, sentindo como se o mundo inteiro estava sobre
mim. Como é que eu ia supostamente lidar com tudo isso, especialmente quando os
mocinhos, pareciam mais os bandidos, e os bandidos eram tão... Tão... Imagens de Stark
e Kalona passaram por minha mente, fazendo-me sentir terrivelmente confusa e tensa.
Não, eu disse firmemente, eu beijei Stark quando ele estava morrendo. Ele era um
garoto diferente antes Neferet controlar ele, mas agora ela tem controle sobre ele e você
tem que lembrar disso. Você dividiu um pesadelo com Kalona. Porem. Isso é tudo que
tenho. O fato de que, no meu pesadelo Kalona tivesse insistido que eu era A-ya era
apenas louco. Não era verdade.
Além disso, eu era eu, e A-ya tinha sido, assim, sujeira ate que as mulheres Ghigua
tinham dado vida e presentes especiais para ela. Devo parecer com ela, que é tão
estranho, eu pensei. Ou talvez ele me chamou de A-ya só para mexer com a minha
cabeça. Isso parecia mais do que possível, especialmente se ele Neferet tivesse dito coisas
sobre mim. Nala tinha resolvido voltar para baixo no travesseiro ao lado de Stevie Rae
rosnado novamente e foi com ela fechou os olhos. Obviamente ela não teve pesadelo
sobre monstros ocultos porque Nala teria se assustado. Ainda bem, pelo menos, uma
coisa boa, eu acariciei a cabeça de Stevie Rae mais ela nem abriu os olhos, e então passei
através da porta/cobertor para o corredor. Os túneis estavam absolutamente silenciosos.
Fiquei satisfeita pelo fato de que o petróleo ainda mantinha as luzes acesas; a escuridão,
e eu não éramos exatamente boas amigas. Eu também admito que, apesar de eu ter
mantido um olho atento sobre as sombras entre as luzes de morcegos e outros objetos,
eu me senti meio que tranquilizada no subterrâneo, melhor do que em qualquer lugar
aberto, iluminado pela lua prados ou árvores com sombras fantasmagóricas empoleiradas.
Eu tremi. Não. Não pense nisso. No caminho para a cozinha eu parei na porta de
Kramisha e espiei calmamente lá dentro eu reconheci sua cabeça no meio de varias
almofadas rosa e o cobertor roxo. As gêmeas estavam dormindo em sacos de dormir com
seu odioso gato, Belzebu, enrolado em cima da almofada entre eles.
Eu fechei a porta/coberto discretamente, não querendo acordar as gêmeas antes do
relógio. Na verdade, eu deveria pegar a minha coca-cola e aliviar Damien e Jack e deixar
as gêmeas dormirem. Eu definitivamente não queria dormir por um bom tempo, como
anos. Ok, só estou brincando. Sem sorte.
Ninguém estava na cozinha. O único som era pequeno e acolhedor que vinha de um
dos refrigeradores. Quando abri o primeiro eu fiquei em choque. O refrigerador estava
entupido com bolsas de sangue. Sério. E, naturalmente, eu comecei a babar. E bati a
porta fechando ela. Mas não aguentei e abri novamente. Relutante, Peguei uma bolsa. Eu
não dormi bem. Eu estava sob grande estresse. Um estúpido e imortal anjo caído estava
atrás de mim e me chamava pelo nome de uma mulher morta que era um monte de
barro. Se vamos enfrentá-lo, eu precisava mais do que uma lata de coca para chegar ate
o fim do dia. Achei que a tesoura na gaveta embaixo do balcão de cozinha e, antes que eu
pudesse me sentir muito culpada, abri a bolsa e bebi. Eu sei, eu sei. Beber sangue de uma
bolsa como se fosse uma caixa de suco fazia um som completamente desagradável, mas
estava delicioso. Não tinha gosto de sangue, ou pelo menos não do sangue com gosto de
ferro, meio salgado que era antes de eu ser marcada. Era delicioso e eletrizante, como
beber raros potes de mel misturado com vinho (se você gosta de vinho) misturado com
Red Bull (com o sabor muito melhor). Eu podia sentir sua propagação através do meu


corpo, me dar uma dose de energia que eu o afastei facilmente o terror do meu pesadelo.
Eu amassei a bolsa vazia e joguei na lata de lixo no canto de sala. Então eu peguei uma
lata de coca-cola e um saco de Doritos queijo nacho. Quero dizer, meu hálito já cheirava a
sangue. Poderia muito bem ter Doritos para o café da manhã. Então eu percebi:
Um, eu não sei onde estavam Damien e Jack, e dois, eu realmente precisava ligar
para a Irmã Maria Ângela e descobrir como a vovó estava. Sim, eu sei que parece
estranho que eu estava falando com uma freira. Parece estranho, mesmo depois de eu
confiar a freira à vida da minha avó. Literalmente. Mas todas as duvidas pararam no
momento em que Conheci Irmã Maria Ângela, líder das Irmãs Beneditinas de Tulsa.
Além de fazer coisas de freira (orando e mais nada), Irmã Maria Ângela e as freiras
do mosteiro cuidavam dos Gatos de Rua, que é como eu a conheci. Eu tinha decidido que
os calouros da House of Night tinham que participar mais da comunidade. Quer dizer, a
House of Night é em Tulsa ha cinco anos, mas era como se fosse uma pequena ilha do
nosso próprio mundo. Todas as pessoas com algum senso sabem que isolamento e
ignorância são iguais a prejuízo - Olá, eu li Martin Luther King Jr. a "Carta de Birmingham
Jail" no início do meu segundo ano. Enfim, com dois dos professores vampiros sendo
brutalmente assassinados, Shekinah tinha concordado com a minha idéia de ajudar a
comunidade fazendo caridade, se eu estivesse bem protegida. Que foi assim que Darius
tinha ficado tão envolvido comigo e meu grupo. Então, eu tinha escolhido os Gatos de
Rua, bem, porque com todos aqueles gatos na House of Night, apenas fazia sentido. Irmã
Maria Ângela, e eu nos demos bem na primeira vez que nos conhecemos. Ela é forte e
espiritual, e sábia e não julga. Ela ainda pensa que Nyx é apenas uma outra versão da
Virgem Maria (e Maria é super importante para as Irmãs Beneditinas). Então eu acho que
você poderia dizer Irmã Maria Ângela e eu se tornamos amigas, e quando a vovó foi
atacada por corvos escarnecedores e acabou no hospital St. Johns, em coma, foi para a
Irmã Maria Ângela que eu liguei para ficar com ela e proteger ela para que os corvos
escarnecedores não a machucassem. Quando todo o inferno foi solto na House of Night e
Neferet matou Shekinah e Stark atirou em Stevie Rae, Kalona se libertou, e os corvos
escarnecedores recuperaram seus corpos, foi Irmã Maria Ângela, que tem deixado vovó
em segurança. Ou, pelo menos em teoria era para vovó, e o resto das Irmãs, estarem no
subsolo. Eu não tinha falado com ela desde a noite passada, pouco antes do serviço de
celular ser cortado.
Então, por ordem do que era mais importância, eu precisava falar com a Irmã Maria
Ângela assim que o meu telefone voltasse a trabalhando novamente e, em seguida, saber
aonde Damien e Jack estavam para poder substituir eles. Percebi que eu poderia matar
dois coelhos com um tiro só, eu voltei pelo caminho que tinha vindo no túnel, indo para a
entrada encontrar Darius. Ele deve saber como chegar aos meninos, e provavelmente eu
conseguiria sinal no celular fora do túnel, a menos que o mundo tinha sofrido um pós-
apocalipse e celular estava fora de serviço para sempre. Felizmente, como estava cheia de
sangue já podia sentir-me otimista, e mesmo com a possibilidade nojenta (e pouco
atraente) do mundo estar parecendo com EU SOU A LENDA* eu não ia me desesperar.
Uma coisa de cada vez. Eu apenas tinha que fazer coisa de cada vez. Primeiro, descobrir
como estava vovó. Então substituir Damien e Jack. Então pensar sobre o que fazer com o
meu pesadelo horrível.
Me lembrei da voz do anjo negro e da fudida forma que ele me fez sentir dor e
prazer quando ele me tocou e oferecendo seu amor. Eu limpei minha mente daqueles
tipos de pensamentos. Dor não era um descrição definitivamente. O que eu tinha sentido
no que era apenas um sonho, um sonho, e pela definição de "sonho" (ou pesadelo)


significava que não era real. E eu definitivamente não era o amor de Kalona. Foi então
que eu percebi que alguns nervos estavam pulsando no meu corpo, e que não tinha nada
a ver com Kalona. Enquanto eu estava pensando sobre ele eu subconscientemente estava
ignorando os avisos que o meu corpo estava dando. Meu coração tinha acelerado
novamente. Meu estômago embrulhado. Eu tive a nítida e assustadora sensação de que
eu estava sendo vigiada. Eu girei ao redor, à espera de ver - pelo menos - morcegos
voando sujamente ao redor. Mas não havia nada exceto o morto silêncio de um lugar
deserto, as lanternas iluminavam atrás de mim.
"Você está absolutamente em pânico", eu disse em voz alta para mim.
Como se minhas palavras haviam causado, a lanterna perto de mim apagou. o
tremor tomou conta de mim, e eu segurei no trilho que tinha sido soldado na parede do
túnel, mantendo os olhos abertos para qualquer coisa que possa ser mais do que a minha
imaginação. E eu continuei caminhando apoiada nos trilhos do túnel em direção a saída do
deposito. Levante com alívio ao ver o fim do túnel, segurando minha lata de coca-cola em
uma mão e meu pequeno almoço um saco de doritos em outra. Eu tinha apenas
começado a subir, quando apareceu um braço forte de um homem em cima de mim,
assustada empurrei o troco longe de mim.
"Aqui, me dê a coca-cola e o saco. Você vai cair de bunda se tentar segurar eles e
subir na escada." Meu olhar voou até ver Erik baixo sorrindo para mim. Eu engoli
rapidamente e dei um ousado "Obrigado!" dei a coca e o salgadinho, fazendo meu
caminho mais fácil pela escada. A entrada estava vários graus mais frio do que os túneis,
o que foi bom para a minha cara de pânico.
"Eu gosto de ainda conseguir te fazer corar", disse Erik, acariciando minha bochecha
quente. Eu quase falei que eu estava assustada por sombras e coisas invisíveis lá em
baixo nos túneis, mas eu já poderia imaginar ele rindo e falando que era morcegos
novamente. E se eu estava só ultra-sensível por causa do sonho? Será que eu realmente
quero falar com Erik, ou alguém, sobre Kalona? Não. Em vez eu disse:
"Está frio aqui, e você sabe que eu odeio quando eu coro".
"Sim, a temperatura caiu como louco nas últimas horas. Deve estar uma bagunça
gelada lá fora. Sabe, acho que você fica adorável com essas bochechas rosadas."
"Você e minha avó são as duas únicas pessoas no mundo que acham isso," eu disse,
sorrindo para ele.
"Bem, isso me deixa em boa companhia." Erik sussurrou, enquanto eu olhava em
torno da caverna. Tudo estava tranquilo por aqui, também, mas não tranquilo e
assustador como os estúpidos túneis. Erik tinha me puxado perto de uma cadeira junto a
entrada para a parte de baixo e ao lado de duas lanternas de petróleo (queimando
brilhantemente), uma garrafa pela metade de Mountain Dew (eesh!), E, surpresa,
surpresa, com Drácula de Bram Stoker um marcador preso em torno do meio. Eu franzi
para ele.
"O quê? Roubei de Kramisha." Ele estava sorrindo culpadamente lindo, o que fez
dele parecer um garoto adorável.
"Então, eu admito. Tive curiosidade sobre o livro, desde que você me disse há pouco
que ele é um dos seus favoritos. Estou apenas no meio, por isso não me conte o que
acontece no final."
Eu sorri para ele, lisonjeada que ele estava lendo Drácula apenas por minha causa.
"Oh, por favor," eu soltei. "Você sabe como o livro termina. Todo mundo sabe como
o livro termina."


Eu realmente gostava que Erik era esse grande, alto, quente, estudioso cara que lê
todos os tipos de livros e antigos filmes Star Wars. Meu sorriso ficou mais amplo.
"Entãoooo, você esta gostando dele?"
"Sim, estou. Mesmo eu realmente não esperava". Seu sorriso se intensificou. "Quero
dizer, vamos lá. É uma historia velha, com esses vampiros que parecem monstros e Mina."
Minha mente pensou instantaneamente em Neferet, a quem eu considerava um
monstro, com um belo disfarce, e por responder minhas duvidas sobre os calouros
vermelhos, mas eu puxei esses pensamentos para longe, não querendo invadir com
escuridão este momento com Erik.
Voltando sobre Drácula, eu disse: "Bem, sim, Drácula é supostamente um mostro e
tudo mais, mas eu sempre sinto pena dele."
"Você sente pena dele?" Erik foi obviamente surpreendido. "Z, ele é pura maldade".
"Eu sei, mas ele adora Mina. Como pode algo que é pura maldade saber amar?"
"Ei, eu não estou tão longe, não cheguei nessa parte ainda! Não faça eu te calar."
Eu rolei meus olhos para ele. "Erik, você tem que saber que Drácula vai encontrar
Mina. Ele morde ela e ela começa a mudar. É através da Mina de que o Conde começa a
mudar e, eventualmente..."
"Pare!" Erik disse, rindo e me agarrou e cobriu minha boca. "Eu não estava
brincando. Eu não quero que você me conte como a historia termina." Minha boca estava
coberta por sua mão, mas ele sabia por meus olhos que estava sorrindo para ele.
"Se eu tirar a minha mão, você promete se comportar?" Eu acenei. Lentamente, ele
descobriu a minha boca, mas ele não saiu de perto de mim. E era muito agradável estar
perto dele. Ele estava se abaixando para perto de mim, com um pequeno sorriso ainda
aparecendo nos cantos da sua boca. Pensei em como ele era quente e como eu estava
feliz que nós estávamos juntos novamente, e eu disse:
"Quer que eu te diga como eu queria que o livro acabasse?" Suas sobrancelhas
levantaram. "Como você queria? O que significa você não vai dizer como realmente acaba
o livro?"
"Com o meu coração." Automaticamente, acariciei meu coração. Nós estávamos
conversando tão perto que a palma da minha mão encostou no seu peito.
"Diga-me." Sua voz saiu profundamente intima.
"Eu gostaria que Drácula não deixasse que outros atrapalhassem ele e Mina. Ele
deveria ter mordido Mina, transformá-la como ele, e então levado ela embora para que
pudessem ficar juntos para sempre, e viverem felizes para sempre".
"Porque ele são iguais e pertencem um ao outro ", ele disse. Olhei para cima para os
surpreendentes olhos azuis de Erik e percebi que todo o sarcasmo tinha sumido.
"Sim, mesmo que coisas ruins aconteceram no seu passado. Eles deviam ter
perdoado um ao outro e esquecerem as coisas ruins, acho que poderiam ter."
"Eu sei o que eles poderiam ter. Acho que quando duas pessoas se preocupam com
si o suficiente, tudo pode ser perdoado".
Obvio que Erik e eu não estávamos falando de personagens fictícios de um antigo
livro. Nós estávamos falando sobre nós mesmos, dando uma nova chance para cada um
tentar fazer dar certo novamente. Eu tive que perdoar Erik por ter sido tão terrível comigo
depois que ele me pegou com Loren. E ele tinha sido horrível, mas a verdade é que eu
tinha machucado Erik muito mais do que ele podia me machucar, e não apenas com
Loren. Quando eu comecei a namorar Erik, eu ainda tinha um relacionamento com Heath,
meu namorado humano. Tinha chateado muito Erik que eu saia com ele e Heath, ao
mesmo tempo, mas ele acreditava que eu clareasse meus pensamentos e finalmente


perceber que Heath era uma parte do meu velho mundo, a minha velha vida, e que ele
não se encaixa em meu futuro como Erik se encaixava. E Erik tinha um ponto. Agora que
o Imprint com Heath tinha sido quebrado, o que eu sabia ao certo porque ele e eu
tínhamos tido uma cena muito feia quando eu encontrei ele a uns dias atrás na Cozinha
do Charlie (de todos os lugares). Meu erro ridículo em ter relações sexuais com Loren
tinha tido um efeito dominó mexendo com tudo na minha vida. Uma grande bagunça e foi
muito doloroso o jeito que tinha quebrado meu Imprint com Heath, e ele deixou claro que
não quer me ver nunca mais. Claro, eu avisei Heath sobre os corvos escarnecedores e
Kalona estar solto, disse a ele para pegar sua família e levar para segurança, mas foi mais
entre Heath e eu, como se tivesse sido acabado entre mim e Loren (mesmo antes de ele
ter sido morto), o que é realmente como devia ser.
Continuei a olhar Erik. "Então você gosta minha versão de Drácula?"
"Eu gosto de como termina dois são vampiros e vivem felizes para sempre, depois,
sobretudo porque se importam um com o outro e estão disposto a passar por cima dos
erros do passado." Ainda sorrindo Erik curvou para me beijar.
Seus lábios eram suaves e quentes, e ele tinha gosto de Doritos e Mountain Dew,
que não foi tão desagradável como eu poderia pensar. Seu braço passou ao meu redor, e
ele puxou para mais perto, aprofundando o beijo. É bom sentir-se em seus braços. Que
bom que de primeira eu consegui sintonizar os alarmes de toque na minha parte racional
que estavam gritando que Erik deslizava a mão a caminho da minha bunda. Mas quando
ele me pressionado duramente contra ele, encochando intimamente em mim, a nevoa
quente dentro de mim começou a cessar. Eu gostava quando ele me tocava. Mas o que eu
não gostei foi a sensação de seu toque tinha de repente se tornado muito agressivo,
muito insistente, muito ela é minha, muito eu quero que ela, e muito eu vou ter ela agora.
Ele deve ter me sentido enrijecer por que ele me empurrou para trás, me deu um sorriso
simples e, em seguida, disse:
"Então, o que você está fazendo aqui?" Eu pisquei, desorientada no jeito que ele
mudou. Eu dei um passo para longe dele e peguei minha coca-cola que tinha deixado na
cadeira, tomando um grande gole e reunindo força. Finalmente consegui dizer:
"Oh, eu, uh, queria conversar com Darius e ver se o meu celular iria funcionar." eu
procurei em meu bolso, em seguida, me alegrei como uma idiota. Olhe isso, eu podia ver
três barras iluminadas
"Sim! Parece que funciona!"
"Bem, a chuva parou de ser gelo a muito tempo, e eu não ouvi nenhum trovão por
enquanto, de qualquer modo. Se não tivermos outra onda dessa loucura meteorológica,
ele pode funcionar normalmente de novo. Pode ser um bom sinal."
"É, eu também acho, vou tentar ligar para Irmã Maria Ângela, nesse segundo e ver
como vovó esta." Minhas palavras saíram mais fáceis. Eu estudei Erik enquanto falávamos.
Ele parecia tão legal e normal, apenas a sua habitual boa cara-normal. Será que eu estava
exagerando sobre seu beijo? Será que o que aconteceu com Loren me deixou muito
sensível? Percebendo que havia um ar mortal entre nós Erik começou me olhar de forma
questionadora, eu disse rapidamente,
"Então, onde esta Darius?"
"Eu liberei ele mais cedo. Acordei e não consegui voltar a dormir, e eu percebi que
ele vai precisar do descanso extra, pois ele é basicamente todo o nosso exército".
"Achou que Afrodite estava bêbada?"
"Ela estava muito. Darius tirou ela daqui. Ela vai ter uma ressaca assassina quando
ela acordar."


Ele parecia satisfeito com o assunto. "Ele estava indo dormir no quarto de Dallas. Ele
não foi ha muito tempo, talvez você não vai precisar acordá-lo. "
"Bem, realmente eu só queria saber o caminho para Damien e Jack. Eu não consigo
dormir, dai, então eu pensei que eu poderia ocupar o lugar deles ao invés das gêmeas."
"Oh, isso é fácil. Posso dizer como encontrá-los. Eles não estão muito longe da
entrada dentro do depósito que entramos antes."
"Bom, eu realmente não quero incomodar Darius se ele estiver realmente
descansando. Você está certo. O nosso exército precisa dormir um pouco." Eu pausei e
acrescentei, em um tom não-me-importo-muito, "Ei, você não percebeu nada, hum,
estranho nos túneis no caminho até aqui, não é?"
"Nada. Estranho? Como o quê?"
Eu não quis dizer escuridão, porque, bem, eles são túneis serem escuros não era
estranho. Mas, como eu já imaginava, eu podia ouvir Erik lembrando do quanto os
morcegos tinham me assustado. Então eu falei, "Tal como as lanternas de repente
apagar." Ele franziu e balançou a cabeça dele.
"Nope, mas isto é muito estranho. Estou certo de que os calouros vermelhos
reabastecem sempre o petróleo das lanternas, e gostaria de acreditar que os
acontecimentos recentes tem colaborado para você achar isso. "
"Sim, isso faz sentido." E fazia. Então, só por esse pequeno momento deixei uma
sensação de alívio que até então eu sabia que lá no fundo, não era real, e sorri para Erik.
Ele sorriu de volta pra mim e lá estávamos nós, sorrindo um para o outro. Eu lembrei que
Erik tinha sido realmente um grande namorado. Eu era feliz quando estávamos juntos. Eu
estava feliz que ainda estávamos juntos, ou não? Eu só não podia ficar feliz e não deixar
que as coisas boas que estavam acontecendo entre nós ficarem confusas, porque eu
estava ficando assustada de que ele pudesse querer mais de mim do que eu poderia dar
para ele agora? Mais no fundo da minha mente veio a memória do beijo que Stark e eu
partilhamos e a visita de Kalona no meu pesadelo e como ele me fez sentir coisas que
nenhum homem jamais chegou perto de me fazer sentir. Eu levantei tão abruptamente
que quase fiz a cadeira cair.
"Eu tenho que ligar para a Irmã Maria Ângela!" Erik me deu um olhar estranho, mas
apenas disse: "Ok, vá um pouco para frente, mas não fique muito perto da porta. Se tiver
alguém vigiando do lado de fora eu não quero ver." Acenei e dei o que eu esperava que
não fosse um sorriso culpado. Então, eu andei um pouco para frente do deposito, que, eu
notei, também não era tão nojento agora como tinha sido da ultima vez que eu estive
aqui. Stevie Rae e seu grupo haviam feito, obviamente, um mutirão de limpeza e jogou
fora aquele monte de lixo que as pessoas de rua deixaram. E, felizmente, não cheira a
urina mais, que foi uma ótima melhora. Eu pressionado o numero da Irmã Maria Ângela e
mentalmente cruzei os dedos para que chamasse... vamos lá... e então ele realmente
tocou, uma, duas, três vezes... Meu estômago já estava começando a doer, quando ela
atendeu. A ligação era realmente péssima, mas pelo menos eu pude entender ela.
"Oh, Zoey! Estou tão feliz que você ligou", disse Irmã Maria Ângela.
"Irmã, você está bem? É a vovó?"
"Ela está bem... tudo bem. Estamos..." Ela foi definitivamente corada agora.
"Irmã, eu não posso te ouvir muito bem. Onde você está? Vovó está consciente?"
"Grande... é consciente. Estamos sob o mosteiro, mas..." ficou estático e então de
repente eu pude ouvi-la claramente.
"Tem mexido com o clima, Zoey?"
"Eu? Não! E quanto a vovó? Vocês estão seguros no subsolo do mosteiro?"


"... Muito. Não se preocupe, nós..." E a linha foi cortada.
"Inferno! Esta ligação não esclareceu tanto!" Eu percorri a curta distancia com
frustrada e tentei ligar de novo. Nada. Eu insisti, mas continuava a aparecer na tela
chamada perdida. Tentei várias m vezes antes de ver, não foi só o sinal dela que estava
ruim, mas o meu telefone estava preste a morrer.
"Inferno!" Repeti.
"O que ela disse?" Erik tinha vindo atrás de mim.
"Não muito, porque eu perdi a conexão e não consegui ligar de volta. Mas eu
consegui entender que ela e vovó estão bem e que estão no monastério. Eu ainda acho
que ela está finalmente consciente."
"Isso é realmente uma boa notícia! Não se preocupe, tudo vai ficar bem. As freiras e
sua avó estão no subterrâneo, certo?" Eu acenei, senti que estava muito perto de soltar
estúpidas lagrimas que eram mais de frustração do que de medo por vovó. Eu confiava
plenamente na Irmã Maria Ângela, por isso, se ela disse que Vovó estava bem, então eu
acreditava nela.
"É difícil não saber o que está acontecendo. Não apenas com a vovó, mas com tudo
lá fora." Eu apontei meu polegar para cima. Erik chegou mais perto, e as suas mãos
quente descansaram sobre mim. Ele me virou para que ficasse de frente para ele, em
seguida, com o seu polegar suavemente ele tracejou as novas tatuagens que estavam na
minha palma.
"Ei, vamos passar por isso. Nyx está trabalhando aqui, lembra? Basta olhar para suas
mãos para ver a prova de seu favor. Sim, o nosso grupo é pequeno, mas somos fortes e
sabemos que estamos no lado certo." Só então meu telefone avisou que eu tinha uma
mensagem de texto.
"Ah, bom. Talvez é da Irmã Maria Ângela." Eu peguei meu celular e abri para ver a
mensagem, mas eu realmente não acreditei no que eu estava vendo.
Todos os calouros e vampiros devem voltar para a House of Night imediatamente.
"Diabos, o que é isso?" Eu disse, ainda olhando para a tela do telefone.
"Deixe-me ver", disse Erik. Eu peguei o telefone para que ele pudesse ler. Ele negou
lentamente, como se o texto confirmasse algo que ele já tinha pensado.
"É Neferet. E embora seja uma daquelas mensagens enviadas para todos da lista, eu
aposto que ela esta se referindo especialmente a nos".
"Você tem certeza que é ela? "eu perguntei
"Sim, eu reconheço o número".
"Ela deu o número do telefone dela para você?" Tentei não soar tão irritada como eu
estava, mas duvido que foi bem sucedida.
Erik falou. "Sim, ela me deu antes de ir para a Europa. Disse que se eu precisasse de
qualquer coisa poderia ligar para ela." Eu suspirei. Erik sorriu.
"Você está com ciúmes?"
"Não!" Eu menti. "Ela é tão vadia e manipuladora que me deixa louca".
"Bem, ela definitivamente não esta agradando Kalona".
"Sim, isso é, certeza, e nós não vamos voltar para a House of Night. Pelo menos não
agora."
"Eu acho que você está certa sobre isso. Precisamos saber mais sobre o que esta
acontecendo, antes de fazer a nossa próxima jogada. Além disso, se seus instintos estão
lhe dizendo que precisamos ficar longe da escola, então isso é o que devíamos fazer."
Olhei para ele. Ele sorriu para mim e ele tirou meu cabelo do rosto delicadamente.
Seus olhos eram quentes e gentis, não sexo selvagem e possessivos. Jeesh, eu tinha que


conseguir controlar eu mesma. Erik me fez sentir segura. Ele acreditava no que ele estava
dizendo. Ele acreditava em mim.
"Obrigado", Eu disse. "Obrigado por ainda acreditar em mim."
"Eu sempre acreditei em você, Zoey", disse ele. "Sempre."
Erik me enrolou sobre seus braços e me beijou. A porta para fora do deposito foi
aberta, deixando no escuro à luz de uma tarde tempestuosa e um vento de ar frio. Erik
girou, me empurrando para trás dele. Senti meu coração acelerar numa corrida de medo.
"Vá para baixo! Chame Darius!" Erik gritou enquanto se movia para frente para
encara a silhueta de uma figura que estava na frente do mundo exterior. Eu tinha
começado a correr de volta para a escada para os túneis quando a voz de Heath me
congelou.
"Ei, Zo, é você?"


DEZ

"Heath!" Eu corri em direção a ele, praticamente gritando meu alivio por ser ele e
não um aterrorizante Corvo Escarnecedor ou pior, um antigo imortal com olhos como o
céu da noite e uma voz como um segredo proibido.
"Heath?" Erik não soava nem de perto tão feliz. Ele agarrou meu braço para eu
poder correr e passar por ele. Ele franziu, ainda conseguindo ficar protetoramente na
minha frente. "Você quer dizer o seu namorado humano?"
"Ex-namorado," Heath e eu falamos ao mesmo tempo.
"Hey, você não é aquele cara Erik? O calouro ex-namorado de Zo?" Heath disse. Ele
ignorou os três degraus que levavam até o porão e os pulou para baixo, parecendo cada
centímetro (e eu de fato me refiro ao pelo menos a 1,80 m de altura com um meio
encaracolado cabelo loiro-marrom e os olhos mais fofos e covinhas de um cara que eu já
vi) do quarterback* estrela que ele era. Sim, eu admito livremente, meu namorado do
colégio era um clichê, mas pelo menos ele era adorável.
(*Posição no campo para jogar futebol americano.)
"Namorado." A voz de Erik era dura. "Não ex. Bem como vampiro, não calouro."
"Oh. Eu diria parabéns sobre fazer as pazes com Zo e não se afogar no próprio
sangue, mas isso seria bobagem porque eu não estaria falando sério. Sabe o que isso
significa, cara?" Ele falou enquanto andava ao redor de Erik para soltar meu pulso, mas
antes dele poder me puxar para um grande abraço ele olhou para baixo e viu minhas
novas tatuagens cobrindo minhas palmas. "Whoa! Agora isso é incrivelmente legal! Então,
sua deusa ainda está cuidando de você?"
"Yeah, ela está," eu disse.
"Fico feliz," ele disse e me puxou para o abraço que eu estava esperando. "Droga,
estava preocupado com você!" Então ele me pôs um pouco para trás e me analisou. "Você
está inteira?"
"Estou bem," eu disse, um pouco sem fôlego. Eu quero dizer, da ultima vez que eu vi
Heath ele tinha terminado comigo. Além do mais, eu pude sentir o cheiro dele quando ele
me abraçou e ele tinha um cheiro horrível. Como uma mistura de lar com minha infância
misturado com algo que era delicioso e excitante e estava me chamando em toda parte
onde a pele dele tocou a minha. Eu sabia o que estava me chamando - o sangue dele. E
isso mexeu com mais do que só a minha cabeça.
"Excelente." Heath soltou meu pulso e eu dei um rápido meio passo em direção a
Erik. Eu vi um flash de dor nos olhos de Heath, mas esteve ali apenas por um segundo
antes dele rir despreocupado e dar nos ombros como se o abraço não tivesse sido nada
demais porque eu e ele éramos apenas amigos agora. "Yeah, bem, eu achei que você
estava bem. Eu quero dizer, eu pensei que mesmo que aquela coisa com o sangue entre
nós tenha se quebrado, eu ainda saberia se algo acontecesse com você." Ele disse as
palavras "coisa com o sangue" com uma ênfase sexy que fez Erik se mexer do meu lado.
"Mas eu precisava ver por mim mesmo. Além do mais, eu queria de perguntar que porra
foi aquela estranha ligação ontem a noite?"
"Ligação?" Erik disse. Os olhos dele estavam cautelosos quando ele olhou para mim.
"Sim, ligação." Eu ergui meu queixo. Erik podia ser meu namorado de novo, mas de
jeito nenhum eu ia aguentar ele ficar todo possessivo e insanamente ciumento. Uma ideia
passou pela minha mente de que talvez Erik não fosse capaz de realmente confiar em
mim depois do que tinha acontecido entre nós, e eu teria que aguentar um pouco de
ciúmes obsessivo. Eu meio que merecia. Mas eu disse numa voz fria, "eu liguei para Heath


para avisar ele sobre os Corvos Escarnecedores e dizer a ele levar a família para algum
lugar seguro. Ele e eu não estamos mais juntos, mas isso não significa que eu queira que
algo ruim aconteça com ele."
"Corvos Escarnecedores?" Heath perguntou.
"O que está acontecendo lá fora?" Erik perguntou, a voz dele toda de negócios.
"Acontecendo? Como assim? Como a incrível tempestade que está acontecendo
desde a meia noite, e que se transformou numa confusão de gelo, ou a merda da gangue
que aconteceu? E o que são Corvos Escarnecedores?"
"Merda de gangue? Como assim?" Erik surtou.
"Não. Não vou dizer merda nenhuma até você responder minha pergunta."
"Corvos Escarnecedores são criaturas parecidas com demônios das lendas
Cherokee," eu respondi. "Até a meia noite de ontem, eles eram apenas espíritos, mas tudo
mudou quando o papai deles, um imortal chamado Kalona, se libertou de sua prisão na
terra, e agora ele está fazendo do seu novo endereço a House of Night de Tulsa."
"Você realmente acha uma boa ideia contar a ele isso?" Erik disse.
"Hey, porque você não deixa Zoey decidir o que ela quer contar para mim e o que
ela não quer contar?" Heath disse como se estivesse morrendo de vontade de socar Erik.
Erik o enfrentou. "Você é um humano," ele disse a palavra como se fosse uma DST.
"Você não consegue lidar com as mesmas coisas que nós podemos. Tente lembrar que eu
tive que te ajudar a salvar seu estúpido traseiro humano de um bando de vampiros
fantasmas só alguns meses atrás."
"Zoey me salvou, não você! E eu tenho lidado com Zoey por cerca de um milhão de
anos mais do que você a conhece."
"Yeah? Quantas vezes o seu estúpido traseiro humano a colocou em perigo desde
que ela foi Marcada?"
Isso fez Heath se calar. "Olha, eu não a estou colocando em perigo vindo aqui. Eu só
queria me certificar que ela estava bem. Eu tentei ligar algumas vezes, mas o serviço de
celular está horrível."
"Heath, não é eu estar em perigo por você estar aqui que me preocupa. É você estar
em perigo," eu disse, dando a um olhar duro de você-deveria-ficar-quieto-agora para Erik.
"Yeah, eu já sei sobre aqueles horríveis calouros que tentaram me comer da ultima
vez que eu estive aqui? Eu não lembro muito bem o que aconteceu, mas eu lembrei o
bastante para trazer isso." Ele pôs a mão no bolso do Carhartt e tirou uma arma preta que
parecia perigosa. "É do meu pai," ele disse orgulhosamente. "Eu tenho até um pente extra
comigo. Eu achei que se eles tentarem me comer de novo, eu poderia atirar no que quer
que você não conseguisse pegar."
"Heath, não me diga que você estava carregando uma arma carregada no bolso," eu
disse.
"Zo, o gatilho de segurança estava armado e a primeira bala do cartucho está vazia.
Eu não sou um idiota completo."
Erik riu sarcasticamente. Heath estreitou os olhos para ele.
Eu falei rapidamente pelo ar cheio de testosterona antes que eles começassem a
brigar. "Os calouros não comem mais pessoas, Heath, então você não vai atirar em
ninguém. Quando eu disse que estava preocupada sobre você estar seguro, eu me refiro
dos Corvos Escarnecedores."
"E ela respondeu sua pergunta. Agora diga o que é aquilo sobra a gangue?"
Heath deu nos ombros. "Está em todos os noticiários. É claro, a eletricidade fica indo
e voltando e a estúpida TV a cabo está fora do ar o dia todo, junto com sinal de celular.


Mas eles falaram que uma gangue ficou maluca ontem a noite, algum tipo de Iniciação de
Ano Novo. Chera Kimino do Fox News chamou de banho de sangue. A policia respondeu
tarde por causa da tempestade. Algumas pessoas foram mortas no centro, o que assustou
todo mundo porque o centro não é exatamente uma central de gangues, então um bando
de ricos brancos perdeu a cabeça. Da ultima vez que eu vi o noticiário eles estavam
gritando sobre chamar a Guarda Nacional, embora a policia esteja dizendo que tudo está
sob controle." Ele pausou e eu podia praticamente ver as engrenagens na cabeça dele
funcionando. "Hey, centro! É onde a House Of Night é." Heath olhou de mim para Erik e
então voltou para mim. "Então não é uma merda de gangue. São aqueles corvos."
"Brilhante," Erik murmurou.
"Sim, realmente são os Corvos Escarnecedores. Eles começaram a atacar quando
estávamos fugindo da House of Night." Eu disse antes que ele ou Erik pudessem se
provocar mais. "O noticiário não disse nada sobre estranhas criaturas atacando os
humanos?"
"Nope. Eles falaram que uma gangue atacou as pessoas. Matou algumas delas
cortando suas gargantas. É isso que os Corvos Escarnecedores fazem?"
Eu lembrei de como um tinha me atacado na House of Night, quase fazendo se
realizar uma das duas visões da morte que Afrodite tinha visto, quando ele tentou me
cortar pela garganta - e isso foi ante deles conseguirem seus corpos físicos de volta. Eu
tremi. "Yeah, isso parece ser o que eles fazem, mas eu realmente não sei muito sobre
eles. Vovó sabe mais, mas eles fizeram ela ter um acidente de carro."
"Ah, Zo, Vovó esteve num acidente? Merda! Desculpe. Ela está bem?" Heath estava
genuinamente chateado. Ele era um favorito de Vovó e tinha ido para a fazenda de
lavanda dela comigo mais vezes do que eu podia contar.
"Ela vai ficar bem. Ela tem que ficar," eu disse firmemente. "As freiras Benedicte
estão cuidando dela num porão sobre a abadia delas lá na Lewis com a Vinte-e-um."
"Porão? Freiras? Huh? Ela não deveria estar no hospital?"
"Ela estava antes de Kalona reacender e os Corvos Escarnecedores ganharem seus
horríveis parte-humano, parte-corvo corpos de volta."
O rosto dele fez uma careta. "Parte humana, parte pássaro? Isso soa assustador."
"É pior do que você pode imaginar, e eles são grandes também. E maus. Ok, Heath,
você tem que me ouvir. Kalona é imortal, um anjo caído."
"Por "caído" você quer dizer que ele não é mais um cara legal e não flutua por ai
com assas tocando uma harpa?"
"Ele tem asas. Grandes e pretas," Erik disse. "Mas ele não é um cara legal, e tudo
que sabemos sobre ele diz que ele sempre foi mal."
"Não, ele não foi." Ok, minha boca disse isso, mas eu realmente não queria falar.
Os dois olharam para mim. Eu sorri nervosamente.
"Bem, uh, de acordo com minha vó, Kalona costumava ser um anjo, então eu acho
que eu apenas imaginei que ele costumava ser um cara bom. Eu quero dizer, a muito
tempo atrás."
"Eu acho que nós só deveríamos assumir que ele é mal. Totalmente mal," Erik disse.
"Varias pessoas foram machucadas ontem a noite. Eu não sei quantas foram mortas,
mas foi ruim. Se esse Kalona está por trás disso, eu diria que ele é mal," Heath disse.
"Ok, yeah, bem, vocês provavelmente tem razão," eu disse. Qual diabos era o
problema comigo? Eu sabia melhor do que qualquer um o quão mal Kalona era! Eu senti o
poder negro dele. Eu sabia que Neferet estava misturada com ele, tão misturada com ele
que ela tinha decidido virar as costas a Nyx.


Ok, tudo que definitivamente podia ser soletrado era M-A-L.
"Perai. Eu quase esqueci disso." Erik correu de volta para sua cadeira e Heath e eu
seguimos ele. Das sombras ao lado, ele tirou um enorme radio-cassete-CD. "Deixe-me ver
se eu consigo algo." Ele mexeu com os enormes botões cinzas, e logo um cheio de
estática canal 8 tocava. O narrador estava todo serio e falando rápido.
"Para repetir nosso boletim especial da violência de gangues no centro de Tulsa
ontem a noite, a policia de Tulsa reiterou que a cidade está segura e o problema está sob
controle. Para citar o chefe de policia, 'foi um ritual de iniciação por uma nova gangue que
se chama Escarnecedores. Líderes da gangue foram presos e as ruas do centro de Tulsa
estão, mas uma vez, seguras para os cidadãos.' O narrador continuou, 'É claro Tulsa, e as
áreas ao redor, estão num sério aviso de tempestade até amanha. Então sugerimos que
você não viagem a não ser que seja uma situação de emergência, nós esperamos pelo
menos mais meio metro de chuva misturada com gelo o que vai dificultar os esforços para
restaurar a energia perdida ontem a noite. Fiquem ligados para mais novidades no
noticiário das 5 horas daqui meia hora. Nós temos mais um anuncio: Todos os
empregados da House of Night e alunos foram chamados para voltar a escola devido ao
péssimo tempo. De novo, todos os empregados e alunos da House of Night foram
requeridos a voltar a escola. Fiquem ligados para novidades. Voltamos para nossa
programação normal."
"Não havia gangue nenhuma no centro ontem a noite," eu disse. "Essa é a coisa
mais ridícula que eu já ouvi!"
"Ela consertou. Ela manipulou a empresa e provavelmente o publico também," Erik
disse, parecendo desgostoso.
"Em o 'ela' ele se refere aquela Alta Sacerdotisa que mexeu com a minha mente?"
Heath me perguntou.
"Não," Erik disse.
"Sim," eu disse ao mesmo tempo. Eu franzi para Erik. "Ele precisa saber a verdade
para se proteger."
"Quanto menos ele souber, melhor para ele," Erik insistiu.
"Não, veja, foi isso que eu pensei antes, e foi por isso que todos ficaram tão bravos
comigo. É também por isso que eu cometi alguns incríveis erros." Eu olhei de Erik para
Heath. "Se eu não tivesse mantido tantos segredos e tivesse confiado nos meus amigos
para se cuidarem, eu poderia ter conversado mais e feito menos besteiras."
Erik suspirou. "Ok, eu vejo seu ponto." Ele olhou para Heath. "O nome dela é
Neferet. Ela é a Alta Sacerdotisa da House of Night. Ela é poderosa. Muito poderosa. E ela
é psíquica."
"Yeah, eu já sei que ela pode fazer coisas com a mente. Foi assim que ela mexeu
comigo. Ela me fez esquecer as coisas que tinham acontecido. E eu só comecei a
lembrar."
"Isso faz sua cabeça doer?" Eu perguntei ele, lembrando da dor que eu tive que lidar
quando eu quebrei os bloqueios na memória que Neferet tinha posto na minha mente.
"Yeah. Dói, mas está ficando melhor." Ele sorriu com seu familiar e complacente
sorriso e meu coração se apertou.
"Neferet também é um tipo de rainha para Kalona," Erik continuou.
"Então ela é totalmente má noticia," Heath disse.
"Má noticia e perigosa. Não esqueça disso," eu disse. "E também, Kalona não
aguenta ficar no subterrâneo. Ele não conseguia antes de ser aprisionado na terra pela


mulher Cherokee, e agora que ele escapou, meu palpite é que ele vai ter ainda mais
cuidado com a terra. Então lembre-se, você está seguro no subsolo."
"E quanto aos Corvos Escarnecedores?"
Eu balancei minha cabeça. "Nós não sabemos. Nenhum veio aqui, mas isso não
significa muito." Eu pensei na escuridão dos túneis abaixo e o mau pressentimento que
estava me dando, mas eu não sabia o que diabos eu era de verdade. Calouros vermelhos?
Corvos Escarnecedores? Algum outro tipo de coisa que Kalona estava mandando contra
nós? Ou era simplesmente minha imaginação? A única coisa que eu sabia com certeza era
que eu soava como um idiota lobo choroso tagarelando sobre um monte de talvez, o que
significa, por enquanto, que eu iria manter a boca fechada.
"Bem, é sábado, e não temos aula porque as férias de inverno são até quarta, e se
essa tempestade de gelo for tão forte quanto eles estão dizendo que vai ser, podemos
não ter aula a semana toda," Heath estava dizendo. "Deve ser fácil me manter seguro,
mesmo que os Corvos Escarnecedores ataquem de novo e os ataques deles passarem do
centro da cidade para o Broken Arrow."
Meu estomago parecia vazio. "E eles podem. Neferet sabe que eu sou de Broken
Arrow, e ela sabe que ainda existem pessoas que eu me importo lá."
"Então ela pode mandar Corvos Escarnecedores para Broken Arrow só para mexer
com você?" Heath disse.
Eu acenei. "Especialmente quando meu grupo e eu ignorarmos o chamado para
voltar para a escola."
"Mas espere, Zo. Você tem que estar no território da escolha com um bando de
vampiros ou você e todo o resto de calouros vão ficar doentes, certo?"
"Estou aqui,'"Erik disse. "E também outro vampiro adulto. Sem mencionar Stevie
Rae."
"Ela não é toda nojenta e morta viva?" Heath disse.
"Não mais," eu disse. "Ela Mudou em um tipo diferente de vampiro, um com
tatuagens vermelhas. Assim como todos os nojentos calouros que tentaram comer você -
bem, eles são calouros vermelhos agora, e não são mais tão nojentos."
"Huh," Heath disse. "Bem, estou feliz que sua amiga esteja bem."
"Eu também," eu sorri.
"Então três vampiros adultos são um bastante para impedir que vocês fiquem
doentes?" Heath perguntou.
"Vão ter que ser. Heath, você precisa ir," Erik disse bruscamente.
Heath e eu olhamos para ele. Eu percebi que eu estava rindo bastante para Heath e
realmente gostando por eu e ele conversarmos de novo.
"A tempestade de gelo," Erik continuou. "Não é inteligente da parte dele ficar preso
aqui, e é isso que vai acontecer se ele continuar aqui quando o sol se por," Erik pausou e
então disse, "O que vai acontecer em meia hora. Quanto tempo levou para vir de Broken
Arrow até aqui?"
Heath franziu. "Quase duas horas. A estrada está ruim."
Só deveria ter levado a ele meia hora para chegar a esse lugar. Erik tinha razão.
Heath tinha que ir pra casa. Não apenas não fazíamos ideia do tamanho do perigo que ele
poderia estar devido a Kalona, mas eu não tinha 100% de certeza que Heath poderia ficar
seguro em volta dos calouros vermelhos. Além das minhas perguntas sobre eles, a
verdade era que não importava o que eles eram agora, Heath era 100% humano, com
muito yummy, fresco, quente, sexy, e pulsante sangue (eu ignorei o fato da minha boca
estar salivando só de pensar nisso), e eu não tinha ideia de qual era o limite deles.


"Erik tem razão, Heath. Você não pode ficar preso lá fora a noite, especialmente tão
perto do cetro. Além do gelo, não sabemos qual é a dos Corvos Escarnecedores."
Heath olhou para mim como se eu e ele estivéssemos completamente sozinhos.
"Você está preocupada comigo."
Minha garganta parecia seca. Essa não era uma conversa que eu queria ter na frente
de Erik. "É claro que eu me preocupo com você. Você é meu amigo a muito tempo." Eu
podia sentir os olhos de Erik em mim. Eu me forcei a não parecer culpada e acrescentei,
"Amigos se preocupam com amigos."
O sorriso de Heath foi devagar e intimo. "Amigos. Certo."
"Hora de você ir," Erik soava fulo.
Sem olhar para Erik, Heath disse, "Eu vou quando Z me falar para ir."
"É hora de você ir, Heath," eu disse rapidamente.
Os olhos de Heath ficaram trancados nos meus por várias batidas de coração. "Tudo
bem. Tanto faz." Ele disse. Então ele virou para Erik. "Então você é um vampiro de
verdade agora, huh?"
"Sim."
Heath olhou para ele de cima a baixo. Os dois estavam perto da mesma altura. Erik
era mais alto, mas Heath era o mais forte dos dois. Ainda sim, os dois pareciam poder se
cuidar em uma luta. Em me senti ficar tensa. Heath ia socar Erik?
"As pessoas dizem que vampiros machos protegem suas sacerdotisas. Isso está
certo?"
"Está certo," Erik disse.
"Bom. Então eu espero que você se certifique que Zoey continue segura."
"Nada vai acontecer com ela enquanto eu viver," Erik disse.
"Se certifique que não aconteça." A voz de Heath tinha perdido todo o encanto, e a
tranquilidade com que ele normalmente falava. Tinha ficado dura e perigosa. "Porque se
algo acontecer a ela, eu vou encontrar você, e vampiro ou não, eu vou quebrar a sua
cara."


ONZE

Eu me movi rapidamente, me colocando entre os dois. "Chega!" Eu gritei. "Eu já
tenho preocupações demais agora sem ter que tirar os dois um de cima do outro. Jeesh,
em falar em imaturidade." Os dois continuaram a se olhar por cima da minha cabeça. "Eu
disse, chega!" E eu bati no peito deles. Isso fez os dois piscarem e voltem sua atenção
para mim. Agora era minha vez de ficar furiosa. "Sabe, vocês dois são ridículos com suas
provocações e sua merda de testosterona. Eu quero dizer, eu podia invocar os elementos
e chutar a bunda dos dois."
Heath arrastou os pés e pareceu envergonhado. Então ele riu para mim, como um
fofo garotinho cuja mãe tinha acabado de gritar com ele. "Desculpe, Zo. Eu esqueço que
você tem um super poder."
"Yeah, desculpe." Erik disse. "Eu sei que não tenho que me preocupar com você e
ele." E ele terminou com um sorriso afetado para Heath.
Heath olhou para mim como se ele esperasse que eu falasse algo como bem, na
verdade você precisa se preocupar Erik porque eu ainda gosto de Heath, mas eu não o fiz.
Eu não podia. Não importava o que estava acontecendo entre Erik e eu, Heath era parte
do meu antigo mundo, e ele se encaixa melhor no meu passado do que no meu presente
ou futuro. Heath sendo 100% humano significa que ele era 100% mais vulnerável a ser
seriamente ferido se alguém nos atacasse.
"Ok, estou saindo fora," Heath disse pelo silencio constrangedor. Ele virou e
começou a andar em direção a porta do lado de fora e estava quase lá quando parou e
olhou de volta para mim.
"Mas primeiro eu realmente preciso falar com você, Zo. Sozinha."
"Eu não vou a lugar nenhum," Erik disse.
"Ninguém pediu pra você," Heath disse. "Zo, você pode sair comigo por um minuto?"
"Diabos, não," Erik disse, se movendo em minha direção possessivamente. "Ela não
vai a lugar nenhum com você."
Eu estava franzindo para Erik, e prestes a dizer a ele que ele realmente não era meu
dono, quando ele fez algo que totalmente e completamente me irritou. Ele agarrou meu
pulso e me puxou em direção a ele, embora eu não tivesse dado um passo para seguir
Heath.
Um reflexo automático fez eu arrancar meu pulso do aperto dele.
Os olhos azuis dele se estreitaram para mim. Naquele instante ele parecia louco e
maldoso, e parecia mais estranho do que meu namorado.
"Você não vai a lugar nenhum com ele," ele repetiu para mim.
Meu temperamento inflamou. Eu não aguento ser mandada. Era um das razões para
minha mãe e seu novo marido e eu nunca nos darmos. No seu núcleo, o Padrasto-
perdedor não era nada mais do que um grande ditador. De repente eu estava vendo essa
mesma atitude refletida no Erik. Eu sabia que quebraria meu coração depois, mas ali
minha raiva estava tão quente que nenhuma outra emoção pode refrear minha reação.
Eu não falei alto. Eu não gritei e bati nele como eu queria. Ao invés disso, tudo que
eu fiz foi balançar minha cabeça e dizer com a minha voz mais fria, "Erik, chega. Só
porque voltamos não significa que você pode mandar em mim."
"Que tal significar que você não me traia de novo com seu namorado humano?" Erik
surtou.
Eu arfei e dei um passo para longe dele como se ele tivesse me batido. "Porque
diabos você acha que pode falar comigo assim?" Meu estomago se apertou com tanta


força que eu pensei que ia ficar doente, mas eu ignorei, encontrando o olhar raivoso de
Erik com um olhar firme meu. "Como sua namorado, você acabou de me irritar. Como sua
Alta Sacerdotisa, você acaba de me insultar. E como alguém com cérebro, você fez eu me
perguntar se você perdeu o juízo. O que você acha que eu vou fazer em um minuto que
eu fique sozinha com Heath lá fora no estacionamento durante uma tempestade de neve?
Deitar e deixar ele transar comigo bem ali no cimento? Esse realmente é o tipo de garota
que você acha que eu sou?"
Erik não disse nada; ele só continuou a me olhar.
No elétrico silencio a risada de Heath foi super gozadora. "Hey, Erik, me deixe te dar
um pequeno conselho sobre nossa Zo. Ela realmente, realmente, realmente, não gosta
quando você tentar dizer a ela o que fazer. E ela é assim desde, uh, eu não sei, a terceira
série. Eu quero dizer, mesmo antes dela ganhar o poder de vampiro da deusa dela, ela
odiava receber ordens." Heath estendeu a mão para mim. "Então você pode ir lá fora
comigo por só um segundo para podermos conversar sem audiência?"
"Sim, sim, eu vou. Eu acho que preciso de ar fresco," eu disse. Ignorando o olhar
irritado de Erik e a mão estendida de Heath, eu pisei pela grade de metal que marida
muito mais fechada e segura do que era e com um empurrão irritado a coloquei de lado e
sai na horrível noite de inverno. O ar frio e molhado parecia bom no meu rosto, e eu
respirei fundo, tentando me acalmar e não gritar de frustração com Erik no céu cinza da
noite.
Primeiramente pensei que estava chovendo, mas rapidamente percebi que era mais
como se o céu estivesse cuspindo pequenos pedaços de gelo. Não estava caindo grossa,
mas era constante e a área de estacionamento, os trilhos do trem e o lado da velha
construção da estação já estavam começando a ficar com a estranha e mágica aparência
de serem cobertas por gelo.
"Meu caminhão está logo ali" Heath apontou para onde seu caminhão estava parado,
no topo do estacionamento deserto, debaixo de uma árvore que havia obviamente sido
plantada um dia como um ornamento, perto da calçada que circundava a estação. Anos
sendo ignorada e sem ser podada haviam realmente feito falta, porém, e em vez de
encaixar-se perfeitamente em sua abertura circular no cimento, a árvore havia crescido
muito maior do que deveria e suas raízes haviam quebrado a calçada em volta. Suas
partes lisas e enregeladas agitavam-se precariamente perto da construção de granito;
algumas na realidade jaziam no telhado. Apenas olhando para a árvore me fazia encolher.
Se acumulássemos mais gelo, a pobre e velha coisa provavelmente se quebraria em
inúmeros pedaços.
"Aqui" Heath ergueu um lado de seu casaco acima de minha cabeça. "Venha para o
meu caminhão para podermos conversar sobre esta bagunça."
Eu dei uma olhada na paisagem cinza e encharcada. Nada parecia assustador ou
estranho - como um meio-homem, grotescamente um meio-pássaro. Estava apenas
molhado e frio e vazio.
"Ok. É" eu falei, e deixei Heath me guiar até seu caminhão. Eu provavelmente não
deveria ter deixado ele segurar seu casaco sobre mim e trazer-me para perto de si
enquanto eu me segurava nele para evitar cair no chão enregelado, mas me pareceu tão
familiar e fácil ficar com ele que eu nem mesmo hesitei. Vamos encarar, Heath está na
minha vida desde o primário. Eu estava literalmente mais confortável com ele do que com
qualquer outra pessoa no mundo, com exceção de minha avó. Não importa o que
estivesse acontecendo, ou não acontecendo, Heath era como uma família para mim. Na
realidade, ele é melhor do que boa parte da minha família. Era tão difícil imaginar em


tratá-lo tão formalmente, como se fosse um estranho. Afinal, Heath foi meu amigo antes
de ele se tornar meu namorado. Mas ele nunca poderá ser apenas meu amigo outra vez;
sempre haverá mais entre nós do que isso, sussurrou minha consciência, mas eu a
ignorei.
Nós chegamos a seu caminhão e Heath abriu a porta para mim, o interior cheirando
a uma mistura ímpar e familiar de Heath e Armor All. (Heath é maníaco por limpeza em
seu caminhão; eu juro que você poderia comer os assentos.) Em vez de escorregar para
dentro, eu hesitei. Sentar perto dele na cabine de seu caminhão era muito íntimo, muito
remanescente dos anos em que fui sua namorada. Então, ao invés, eu deslizei um pouco
longe dele e meio que sentei, meio que deitei no final do assento do passageiro,
suficientemente longe da chuva fria para ficar semi-seca. Heath deu-me um sorriso triste,
como se ele entendesse que eu fazia o meu melhor para resistir em ficar com ele
novamente e se inclinou contra a parte de dentro da porta aberta.
"Está bem, o que você não queria falar comigo?"
"Eu não gosto que você esteja aqui. Eu não me lembro de nada, mas eu lembro o
suficiente para saber que aqueles túneis lá embaixo são péssima notícia. Eu sei que você
disse que aquelas crianças mortas-vivas mudaram, mas eu ainda não gosto que você fique
lá embaixo com elas. Não parece seguro." Ele disse, olhando sério e preocupado.
"Bem, eu não te culpo por achar que é nojento lá embaixo, mas realmente mudou.
Os garotos estão diferentes também. Eles tem a humanidade deles de volta. Além do
mais, é o lugar mais seguro para nós agora."
Heath estudou meu rosto por um longo tempo, então ele soltou um pesado suspiro.
"É você que é a sacerdotisa e coisas assim, então você sabe o que está fazendo. Só
parece estranho para mim. Tem certeza que você não pode voltar a House of Night?
Talvez esse anjo caído não seja tão mal quanto você acha."
"Não, Heath, ele é mal. Só confie em mim. E os Corvos Escarnecedores são
seriamente perigosos. Não é seguro voltar a escola. Você não viu quando ele voltou
saindo do chão. É como se ele pudesse ter colocado um feitiço nos calouros e vampiros. E
é realmente assustador. Você já sabe o quão poderosa Neferet é. Bem, eu acho que
Kalona é ainda mais poderoso que ela."
"Isso é ruim," Heath concordou.
"Yeah."
Heath acenou e não disse nada. Ele só olhou para mim. Eu olhei de volta pra ele, e
de alguma forma fui pega pelos olhos marrons doces dele. Eu estava sentada ali em
silencio a um tempo, só olhando para os olhos dele, quando eu comecei a ficar
intensamente ciente dele. Eu podia sentir o cheiro de Heath. Era o gostoso, cheiro de
sabonete de Heath que eu tinha crescido cheirando. Ele estava parado perto o bastante
de mim para eu poder sentir o calor do corpo dele.
Devagar, sem dizer uma palavra, Heath pegou minha mão e a virou para poder olhar
para as intrincadas tatuagens que a decoravam. Ele tracejou os padrões com um dos
dedos.
"É realmente incrível que isso tenha acontecido com você," ele disse suavemente,
ainda estudando minha mão.
"Algumas vezes quando estou acordando de manha eu esqueço que você foi
Marcada e que está na House of Night, e a primeira coisa que eu penso é o quanto eu
espero saber que você vai no jogo na Sexta, me ver jogar. Ou que eu mal posso esperar
para ver você antes da escola pegando sua coca e o Donuts diário." Ele olhou da minha
mão para os meus olhos. "E então eu acordo completamente e lembro que você não


estará para essas coisas. Que não era tão ruim quando estávamos com um Imprint,
porque eu ainda sentia como se eu tivesse uma chance, que eu ainda tinha parte de você.
Mas agora isso se foi."
Heath fez o meu interior tremer. "Desculpe, Heath. Eu - eu só não sei o que mais
dizer. Eu não posso mudar nada disso."
"Sim, você pode." Heath ergueu minha mão e pressionou minha palma contra a
camisa preta do time de futebol do Broken Arrow os Tigers, bem em cima do coração
dele. "Você pode sentir ele batendo?" ele sussurrou.
Eu acenei. Eu podia sentir o batimento cardíaco dele, forte e firme, e um pouco
rápido. Ele me lembrava do incrivelmente delicioso sangue que estava pulsando pelas
veias dele e o quão bom seria só dar uma pequena mordida nele... e agora o batimento
do meu coração estava batendo juntamente com o dele.
"Da ultima vez que te vi, eu disse que doía demais te amar. Mas eu estava errado
sobre isso. A verdade é que dói demais não te amar," Heath disse.
"Heath, não. Não podemos." Minha voz estava rouca enquanto eu tentava vencer o
desejo que eu estava sentindo por ele.
"É claro que podemos, baby. Somos bons em estar juntos. Temos muita pratica
nisso." Heath deu um passo mais para perto de mim. Ele pegou um dedo da minha mão
que estava no peito dele e passou levemente o polegar por cima da minha unha. "É
verdade que suas unhas são fortes o bastante para rasgar a pele?"
Eu acenei. Eu sabia que eu deveria me afastar e voltar aos túneis e a vida que
esperava por mim lá, mas eu não conseguia. Heath era também um ávida que eu
esperava e certo ou errado era quase impossível para mim me afastar dele agora.
Heath pegou meu dedo e ergueu para que minha unha estivesse pressionada de leve
contra o lugar onde o pescoço dele tinha uma curva até o ombro.
"Me corte, Zo. Beba meu sangue de novo." A voz dele era profunda e rouca com
desejo. "Já estamos conectados. Sempre seremos conectados. Então coloque o Imprint de
volta entre nós onde ele pertence."
Ele pressionou minha unha mais forte contra o pescoço dele. Nós dois estamos
respirando com mais dificuldade agora. Quando minha unha perfurou a pele, fazendo um
pequeno arranhão no pescoço dele, eu observei, maravilhada, enquanto um maravilhoso
filete escarlate se espalhava contra a palidez da pele dele.
O cheiro me atingiu então, o incrivelmente familiar cheiro do sangue de Heath. O
sangue que eu tinha uma vez tinha um Imprint como meu. Nada pode se comparar ao
cheiro de sangue humano fresco, nem outro calouro nem mesmo o sangue de um
vampiro adulto é tão chamativo, tão hipnoticamente desejável. Eu me senti me inclinar em
direção a ele.
"Sim, baby, sim. Beba de mim, Zo. Lembra o quão bom é?" Heath sussurrou
enquanto a mão dele na minha cintura me puxava mais para perto dele.
Eu não podia só provar um pouco? E daí se eu Imprint de novo com Heath? Diabos,
é claro, que iríamos Imprinted. E isso não é tão ruim. Eu adorava ter um Imprint com ele.
Ele também tinha gostado, até -
Até eu quebrar o Imprint junto com o coração dele e possivelmente fazer um dano
irreparável a alma dele.
Eu empurrei ele para longe e me afastei para longe da caminhonete, passando
rapidamente ao redor de Heath. A chuva gelada na verdade foi boa contra o meu rosto,
esfriando minha ânsia por sangue.


"Eu preciso voltar, Heath," eu disse, tentando com força voltar a respirar
normalmente e controlar meu coração que estava disparado. "Você também tem que
voltar, para onde você pertence. E não é aqui."
"Zoey, qual o problema?" Ele deu um passo na minha direção, e eu dei um passo
para longe dele. "O que eu fiz?"
"Nada. É - é, não é você, Heath." Eu tirei meu cabelo molhado do rosto. "Você é
ótimo. Você sempre foi ótimo, e eu te amo. É por isso que isso não pode acontecer entre
nós de novo. Ter um Imprint comigo não é bom para você, especialmente não agora."
"Porque você não deixa eu me preocupar se é bom pra mim ou não?"
"Porque você não pensa direito quando se trata de você e eu!" Eu gritei. "Lembra o
quão doloso foi quando nosso Imprint se quebrou? Lembra como você disse que fez você
se sentir como se quisesse morrer?"
"Então não o quebre de novo."
"Não é tão simples. Minha vida não é mais tão simples."
"Talvez você esteja fazendo tudo ficar complicado demais. Aí está você. Aqui estou
eu. Nós nos amamos, e temos nos amado desde crianças, então deveríamos estar juntos.
O fim," ele disse.
"Eu não preciso de uma garantia se eu tiver você."
"Mas é por isso. Você não me tem, Heath. Você não pode. Não mais." Eu balancei
minha cabeça e ergui minha mão para impedir ele quanto ele começou a dizer outra coisa.
"Não! Eu não posso fazer isso agora. Eu só quero que você entre na caminhonete volte
para a Broken Arrow. Eu vou voltar lá para baixo. Para minha gente e para meu namorado
vampiro."
"Oh, por favor! Você e aquele vampiro idiota? De jeito nenhum você vai aguentar a
merda dele, Zo."
"Isso não é só sobre Erik e eu. A verdade é que você e eu não pode acontecer,
Heath. Você precisa esquecer de mim e seguir com a sua vida. Sua vida humana." Eu virei
minhas costas a ele e me fiz me afastar. Quando eu ouvi ele me seguir, eu não olhei para
trás. Eu só gritei, "Não! Eu quero que você vá embora, Heath, e eu não quero que você
volte. Nunca mais."
Eu segurei o fôlego e ouvi os passos pararem. Eu ainda não olhei para ele. Eu tinha
medo que se eu o fizesse, eu virasse, corresse de volta para ele, e me jogasse nos braços
dele.
Eu estava quase na estranha grade de metal quando eu ouvi o primeiro coaxo. O
som me parou como se eu tivesse batido numa parede de tijolos. Eu virei. Heath estava
parado na chuva congelante de baixo das árvores alguns centímetros de distancia da
caminhonete. Eu mal olhei para ele. Meus olhos foram direto para um galho escuro da
arvore coberta de neve.
Entre as sombras dos galhos nus a escuridão se mexeu. Me lembrava de algo, e eu
pisquei, encarando e tentando lembrar onde eu tinha visto algo assim antes. Então a
imagem mexeu... mudou... e eu arfei quando ela se tornou mais visível. Neferet! Ela
estava em um grosso galho que se inclinava contra o telhado do deposito. Os olhos dela
brilhavam carmesim e o cabelo dela esvoaçava feito louco, como se ela tivesse sido pega
num repentino vendaval.
Neferet sorriu para mim. A expressão dela era tão puramente má que eu me senti
congelar no lugar.
Então, enquanto eu encarava horrorizada, a imagem dela mudou de novo, se
movimentou, e onde a imagem da Alta Sacerdotisa tinha estado, agora havia um enorme


Corvo Escarnecedor. A coisa que estava empoleirada do lado do telhado do deposito não
era humana e não era animal. Era uma terrível mistura mutante dos dois. E estava me
encarando com olhos da cor de sangue e da forma dos de um homem. Os braços e pernas
humanos estavam nus, parecendo vil e pervertidas emergindo do corpo do gigante corvo.
Eu podia ver a língua bifurcada e a saliva que pingava com fome daquele horrível papo.
"Zoey, o que está acontecendo?" Heath disse. E antes que eu pudesse impedir ele,
ele seguiu meu olhar, olhando para os membros gelados que descansavam contra o
telhado do deposito. "Que porra é essa?" Mas enquanto eu vi a realização do que a
criatura deveria ser cruzar o rosto dele, o pássaro virou os olhos vermelhos de Heath para
mim.
"Zzzzoooey?" Ele disse meu nome, a voz soando errada e chata e incrivelmente não
humana. "Estivemossss procurandddooo por você."
Meu corpo parecia estar congelado. Minha mente estava gritando dentro da minha
cabeça eles tem procurando por mim! Mas nada saiu da minha boca - nenhum aviso para
Heath. Nem mesmo o grito de garota que encheu minha garganta.
"Meu pai vai ficar muitoooo conteeenteeee quando eu apresentarrr você para ele," O
Escarnecedor assoviou, espalhando as asas como se estivesse se preparando para voar e
me agarrar.
"Eu tenho que dizer "diabos não" para esse seu pequeno plano," Heath gritou.


DOZE

Eu tirei meu olhar horrorizado do Corvo Escarnecedor para ver Heath parado apenas
alguns metros na minha frente. Ele tinha a arma que ele estava segurando antes diante
dele, apontando diretamente para a criatura na arvore.
"Humano fraco!" e coisa gritou, "Você quer iiiimpedir um Antigo?"
E então tudo aconteceu em fast-forward.* A criatura explodiu da arvore ao mesmo
tempo que meu corpo derreteu e foi para frente. Eu vi Heath apertar o gatlho e ouvi os
barulhos da arma, mas o Corvo Escarnecedor estava se movendo com uma velocidade
inumana. Ele se esquivou, e o lugar onde Heath estava mirando estava vazio no mesmo
instante antes da bala cortar o ar, se encravando na arvore.
Enquanto a coisa voava em direção a Heath, eu vi as unhas se curvando em garras e
eu lembrei como, mesmo na forma de espírito, uma criatura como essa tinha quase
cortado meu pescoço. Agora os Corvos Escarnecedores tinham seu corpo de volta e eu
sabia que a não ser que eu fizesse algo rápido, esse iria matar Heath.
Com um grito eu dei voz ao meu medo e raiva enquanto eu me lancei em Heath,
jogando ele de lado um minuto antes do Corvo Escarnecedor alcançar ele, para que a
criatura me atingisse ao invés dele. Eu não senti nenhuma dor aí, só uma estranha
pressão contra a minha pele, começando no topo do meu ombro esquerdo e cortando
através até a parte mais alta do meu peito, acima dos meus seios, até o meu ombro
direito. A força do golpe me jogou para trás em um meio circulo para que eu ainda
estivesse encarando o Corvo Escarnecedor enquanto ele passava voando por nós e então
pousava no chão com terríveis pernas humanas.
Os olhos cor de sangue dele se alargaram quando ele olhou para mim. "Não!" ele
chorou em uma voz em uma voz que não podia pertencer a um ser são. "Ele querrrr você
viva!"
"Zoey! Oh, Deus, Zoey! Venha para trás de mim!" Heath estava gritando enquanto
ele tentava levantar, mas ele escorregou no pavimento cheio de gelo que de alguma
forma tinha ficado vermelho. Ele caiu com força.
Eu olhei para ele e pensei em quão estranho era que mesmo ele estando perto de
mim ele soasse como se estivesse gritando através de um longo túnel.
Eu não entendi porque, mas meus joelhos cederam e eu cai no pavimento. O horrível
barulho das asas do corvo escarnecedor me fizeram olhar de volta para criatura. Certo o
bastante a coisa tinha erguido as asas. Obviamente ia vir pra cima de mim. Eu ergui
minha mão, que parecia pesada e quente, e quando olhei para ela fiquei chocada por ver
que estava ensopada de sangue. Sangue? É isso que está espalhado por todo pavimento?
Isso é estranho. Com um dar nos ombros mental, eu desconsiderei o sangue e gritei
"Vento, venha até mim!"
Pelo menos eu pensei que tinha gritado. O que realmente saiu da minha boca mal foi
um sussurro. Graças a Deus, o vento é um bom ouvinte porque o ar instantaneamente
começou a circular ao meu redor.
"Mantenha aquela coisa no chão," eu disse. O vento instantaneamente obedeceu, e
um adorável mini-tornado engolfou o grotesco homem pássaro, fazendo as asas dele se
tornarem inúteis. Com um terrível grito a coisa bateu as inúteis asas contra ele e começou
a andar com dificuldade em direção a mim, abaixando a cabeça mutante contra o vento.
"Zoey! Merda, Zoey!" Heath de repente estava ao meu lado. O braço forte dele ao
meu redor, o que foi muito bom porque eu estava pensando que eu ia cair pra trás.


Eu sorri para ele, me perguntando por que ele estava chorando. "Só um segundo.
Tenho que terminar com aquela coisa." Estranhamente, eu virei minha atenção de volta
ao homem-pássaro. "Fogo, eu preciso de você." O calor estava lá, esquentando o ar ao
meu redor. Então eu usei o dedo da mão ensanguentada que eu ainda estava mantendo
ereto e apontei para a coisa que estava se aproximando cada vez mais de Heath e eu.
"Queime," eu comandei.
O calor que estava me cercando mudou de temperatura, indo de um calor gentil a
uma coluna de chama consumadora. Ela seguiu a direção em que eu apontava e da minha
vontade, que lavrou o Corvo Escarnecedor, o engolfando numa chama amarela. O ar
estava cheio com um horrível cheiro de carne assada e penas queimadas. Eu achei que
pudesse vomitar.
"Oh, ugh. Fogo, obrigado. Vento, antes de você partir, você poderia, por favor, levar
pra longe esse cheiro nojento?" Era tão estranho que eu pensar que estava dizendo essas
coisas realmente alto, mas minha voz na verdade estava saindo tão fraca quanto um
sussurro. Os elementos obedeceram mesmo assim, o que foi bom, porque a onda de
tontura doentia passou por mim e eu estava de repente caindo contra Heath, incapaz de
continuar a me manter direita.
Eu tentei entender o que havia de errado comigo, mas meus pensamentos estavam
todos atordoados, e por alguma razão saber exatamente o que estava acontecendo não
parecia muito importante.
A distancia eu ouvi o barulho de passos correndo, e então eu estava olhando para
cima para o rosto abatido e cheio de lagrimas de Heath enquanto ele gritava, "Socorro!
Estamos aqui! Zoey precisa de ajuda!"
E então a próxima coisa que eu vi foi o rosto de Erik, que se juntou ao de Heath.
Tudo o que eu conseguia pensar era, oh, ótimo, eles vão começar a rosnar um para o
outro de novo. Mas eles não o fizeram. Na verdade, a reação de Erik quando ele olhou
para mim fez eu começar a me preocupar um pouco, de um jeito deslocado, e vago.
"Merda!" ele disse, e o rosto dele ficou realmente pálido. Sem dizer outra palavra
Erik rasgou a camisa (que era o Polo preto legal de manga comprida que ele estava
usando no nosso ultimo ritual), fazendo os botões saltarem por todo lugar. Eu pisquei
surpresa, pensando que ele parecia realmente bem só nessa camisa. Eu quero dizer, serio,
ele tem um corpo gostoso. Ele baixou do meu outro lado.
"Desculpe, isso provavelmente vai doer." Erik dobrou a camisa e pressionou contra o
meu peito.
Dor passou por mim nesse instante, e eu ofeguei.
"Oh, Deusa! Desculpe, Z, desculpe!" Erik ficou dizendo de novo e de novo.
Eu olhei para baixo para ver o que estava me machucando daquele jeito e fiquei
chocada para ver que meu corpo todo estava encharcado de sangue.
"O q - que-" eu tentei formular uma pergunta, mas a dor misturando com um forte
sentimento de dormência que continuava a aumentar fez falar ser difícil.
"Temos que levar ela até Darius. Ele vai saber o que fazer," Erik disse.
"Eu carrego ela. Só lidere até esse Darius, Heath disse.
Erik acenou. "Vamos!"
Heath olhou para mim. "Eu vou ter que mover você, Z. Só aguente firme, ok?"
Eu tentei acenar. Mas o movimento terminou com outra arfada quando Heath me
levantou e, me agarrando com força como se eu fosse uma criança super crescida, ele
correu, escorregando e deslizando atrás de Erik.


A viagem de volta para os túneis foi um pesadelo que eu nunca vou esquecer. Heath
correu atrás de Erik em direção ao porão. Quando eles chegaram na escada de metal que
levava para o sistema de túneis, eles pausaram só por um segundo.
"Eu entrego ela para você," Heath disse.
Erik acenou e desapareceu pelo buraco. Heath andou até a beira. "Desculpe, baby,"
ele disse. "EU sei que isso deve ser horrível para você." Então ele me beijou de leve na
testa antes de se agachar e de alguma forma me passar para Erik, que estava parado
abaixo de nós.
Eu digo "de alguma forma" porque eu estava ocupada gritando de dor e não estava
realmente prestando atenção a logística do que realmente estava acontecendo.
A próxima coisa que eu vi era Heath que caiu levemente no chão do túnel e Erik me
entregando de volta para ele.
"Eu vou correr na frente e encontrar Darius. Você continua seguindo o túnel
principal. Não pegue nenhuma das viradas. Fique onde é melhor iluminada e eu vou voltar
até você com Darius."
"Quem é Darius?" Heath disse, mas ele estava falando com o ar. Erik já tinha saído
correndo.
"Ele é muito mais rápido do que achei que ele fosse," eu tentei dizer, mas um fraco
bolo de palavras foi tudo que foi sussurrado pela minha boca. E eu notei a lanterna que eu
tinha certeza que tinha apagado antes de eu subir para o porão estava acessa de novo.
"Isso é estranho," era o que eu queria dizer. Ao invés disso, eu mal me ouvi murmurar
algo que soava como "Isssoooo é etranoooo" por cima do barulho do meu coração nos
meus ouvidos.
"Shhhh," Heath me acalmou enquanto andava o mais rapidamente que ele podia
sem me balançar tanto que eu quisesse gritar de novo. "Você fique comigo, Zo. Não feche
seus olhos. Continue me olhando. Continue comigo." Heath continuou falando e falando, o
que era realmente irritante porque meu peito doía demais e tudo que eu queria fazer era
fechar meus olhos e ir dormir.
"Preciso descansar," eu murmurei.
"Não! Não tem descanso! Hey, vamos fingir que estamos no filme do Titanic que
você costumava assistir de novo e de novo. Você sabe, aquele com o Leonardo DiIdiotio."
"DiCaprio," eu sussurrei, irritada com o fato que depois de todos esses anos Heath
ainda tinha ciúmes de que quando eu era criança eu tinha uma queda por Leonardo. Ou
como eu gostava de chamar ele, "meu namorado Leo."
"Tanto faz," ele disse. "Lembra que como você dizia que se fosse Rose você nunca
teria deixado ele ir? Ok, bem, vamos fazer uma pequena encenação. Eu sou o DiCapri e
você é a Rose. Você tem que manter os olhos abertos e no meu rosto, ou você vai ter que
me deixar ir e eu vou virar um enorme e gay Picolé."
"Nerd," eu disse.
Heath sorriu. "Só nunca me deixe ir, Rose. Ok?"
Ok, era uma encenação idiota, mas eu admito que me viciou. Estava me deixando
louca desde a primeira vez que eu vi esse filme (e chorei pra caramba - e eu me refiro a
um daqueles horríveis choros com ombros se movendo e tudo). A idiota da Rose diz que
nunca vai deixar ele ir, mas então ela o faz. E porque ela não poderia ter ido para o lado e
ter deixado Leo/Jack subir naquela tabua com ela? Havia bastante espaço. Então
enquanto minha atordoada mente funcionava nisso sobre aquela cena de partir coração
de um dos meus filmes favoritos, Heath me segurou com força em seus braços e correu.


Ele tinha acabado de seguir uma curva gentil no túnel quando Erik nos achou. Darius
estava atrás dele. Heath parou e foi então que eu percebi o quão difícil ele estava
respirando. Huh. Eu me perguntei abstratamente se eu deveria estar envergonhada por
ser tão pesada.
Darius deu uma olhada para mim e começou a dar ordens a Erik.
"Eu vou levar ela para o quarto de Stevie Rae. Eu vou chegar lá muito antes de você,
mas vou precisar que esse humano se junte a mim lá, então mostre a ele onde ir. Então
você pegar as Gêmeas e Damien. Acorde Afrodite. Podemos precisar dela também."
Darius virou para Heath. "Eu vou pegar Zoey."
Heath hesitou. Eu podia ver que ele não queria me soltar. O olhar de pedra de
Darius se suavizou. "Não tenha medo. Eu sou um Filho de Erebus e te dou meu juramento
que eu sempre protegerei ela."
Relutantemente Heath me transferiu para os braços fortes de Darius. O guerreiro
olhou com desgosto para mim. "Eu vou me mover rápido. Lembre-se de confiar em mim."
Eu acenei fracamente, e embora eu soubesse o que vinha a seguir, eu ainda estava
surpresa quando Darius disparou, se movendo com uma velocidade que fez as paredes do
túnel virarem um borrão e minha cabeça girar. Eu já tinha experimentando a incrível
habilidade de Darius de praticamente se teletransportar de um lugar para outro, e não foi
uma experiência menor de tirar o fôlego da segunda vez.
Pareceu que apenas um segundo havia passando quando Darius parou bruscamente
na porta de cobertor da entrada do quarto de Stevie Rae. Ele entrou. Stevie Rae estava
sentada, esfregando os olhos e olhando com sono para nós. Então a boca dela se abriu
em choque e ela saiu da cama.
"Zoey! O que aconteceu?"
"Corvo Escarnecedor," Darius disse. "Tire aquelas coisas da mesa."
Stevie Rae derrubou as coisas da mesa. Stevie Rae derrubou as coisas da mesa que
ficava no fim da cama dela. Eu queria protestar que ela realmente não precisava fazer
tamanha bagunça. Eu quero dizer, eu tinha certeza que ela tinha quebrado um copo ou
dois e mandou um bando de DVDs voando pelo quarto, mas não apenas minha voz não
estava funcionando direito, mas eu estava realmente ocupada tentando não desmaiar
devido a terrível dor que estava passando pela parte de cima do meu corpo enquanto
Darius me colocava na mesa.
"O que podemos fazer? O que podemos fazer?" Stevie Rae repetiu a pergunta. Eu
achei que ela parecia como uma pequena garotinha perdida e notei que ela também
estava chorando.
"Pegue a mão dela. Fale com ela. Mantenha ela consciente," Darius disse. E então
ele virou e começou a jogar as coisas para fora do kit de primeiros socorros.
"Zoey, você consegue me ouvir?" Eu podia sentir que Stevie Rae tinha segurado
minha mão, mas só um pouco.
Levou o que parecia um esforço sobre-humano, mas eu sussurrei, "Yeah."
Stevie Rae segurou minha mão com mais força. "Você vai ficar bem. Ok? Nada pode
acontecer com você, porque eu não sei o que eu vou fazer -" A voz dela pegou um soluço,
e então ela disse, "Você não pode morrer porque você sempre acreditou no melhor de
mim, então eu tentei ser o que você acreditava que eu era. Sem você, bem, eu tenho
medo que o bom em mim morra, também, e eu vou ceder a escuridão. Além do mais, tem
tantas coisas que eu ainda preciso contar a você. Coisas importantes."
Eu queria dizer a ela não ser boba, que ela não estava fazendo sentido e que eu não
ia a lugar algum, mas através da dor e da dormência eu estava começando a sentir algo


estranho. O único jeito que eu posso descrever é como um senso de algo errado. O que
quer que tenha acontecido, o que quer que fosse que estivesse acontecendo comigo, essa
era a fonte do algo errado. E esse novo sentimento, mas do que o sangue - mais do que o
medo no rosto dos meus amigos - estava me dizendo que algo estava tão errado comigo
que eu podia, de fato, ir a algum lugar.
E foi então que a dor começou a diminuir, e eu decidi que se era sim que era morrer,
então era melhor do que viver e doer pra caramba.
Heath entrou no quarto, e foi direto até mim, e tomou minha outra mão. Ele mal
olhou para Stevie Rae. Ao invés disso, ele tirou o cabelo do meu rosto.
"Como você está, baby? Ainda aguentando?"
Eu tentei sorrir, mas ele parecia tão distante que eu não consegui fazer a mudança
na minha expressão alcançar ele.
As Gêmeas entraram no quarto com Kramisha perto atrás delas.
"Oh, não!" Erin parou vários centímetros de distancia de onde eu estava e
pressionou a mão contra a boca.
"Zoey?" Eu achei que Shaunee parecia confusa. Então ela piscou várias vezes, o
olhar dela viajou pelo meu corpo, e ela começou a chorar.
"Isso não parece bom," Kramisha disse. "Nenhum pouco bom." Ela pausou e então
os olhos dela foram de mim para Heath, cuja atenção estava tão focada em mim que eu
juro que ele nem notaria o gigante elefante branco em tutu dançando no quarto. "Esse
não é o humano que esteve aqui antes?"
Eu não sei por que, mas a não ser por meu próprio corpo, que não parecia pertencer
mais a mim, eu tinha uma incrível ciência do que estava acontecendo ao meu redor. As
Gêmeas estavam dando as mãos e chorando tanto que muco estava saindo pelos narizes
delas. Darius ainda estava mexendo no kit de primeiros socorros. Stevie Rae estava dando
batidinhas na minha mão e tentando (sem sucesso) não chorar. Heath esta sussurrando
frases bobas do Titanic para mim. Em outras palavras, todos estavam focados em mim - a
não ser Kramisha. Ela estava olhando famintamente para Heath. Pequenos sinos de
alarme começaram a tocar em minha mente e eu tentei lutar para recobrar ciência do
meu corpo. Eu precisava avisar Heath a ficar com a guarda alta. Eu precisa dizer a ele que
ele deixasse esse lugar antes que algo ruim acontecesse com ele.
"Heath," eu consegui sussurrar.
"Estou aqui, baby. Eu não vou a lugar nenhum."
Eu virei os olhos mentalmente. Heath e os heróicos dele eram fofo e tudo mais, mas
eu tinha medo que isso fosse fazer ele ser comido pelos calouros vermelhos de Stevie
Rae.
"Hey, você não é o humano que esteve aqui embaixo antes? O que Zoey veio atrás?"
Kramisha tinha se movido mais para perto de Heath. Os olhos dela tinham tomado uma
coloração vermelha o que era um gigante sinal de aviso. Eu era a única que podia ver o
perigo no jeito intenso que ela estava olhando ele?
"Darius!" Eu finalmente ofeguei.
Graças a Deus, o guerreiro olhou para cima. Eu passei meus olhos dela para onde
Kramisha estava praticamente babando em Heath e vi entendimento passar pelo rosto de
Darius.
"Kramisha. Deixe o quarto. Agora," Darius surtou.
Ela hesitou, e então arrastou o olhar para longe de Heath e olhou diretamente para
mim. Vá! Eu murmurei as palavras. Os olhos dela não mudaram, mas Kramisha acenou
uma vez e saiu silenciosamente do quarto.


Foi enquanto que Afrodite jogou o cobertor/porta para o lado e fez sua grande
entrada. Parecendo seriamente como cocô, ela entrou no quarto.
"Merda, esse Imprint é um pé no saco! Stevie Rae, você pode se ajeitar e manter
sua merda emocional sob controle e mostrar só um pouco de respeito por aqueles que
ainda podem ter ressacas que matariam a maioria -" Ela finalmente conseguiu focar sua
visão embaçada o bastante para de fato me ver. O rosto dele, já pálido e de olhos vazios,
ficou ainda mais branco e parecia um tom doente de branco. "Oh, Deusa! Zoey!" Ela
começou a balançar a cabeça pra frente e para trás, enquanto corria até mim. "Não, Zoey.
Não. Eu não vi isso." Ela estava andando seriamente até mim. "Eu nunca vi isso. Você
superou a primeira visão da morte que eu tive. A próxima não deveria ser você ser
cortada de novo. A próxima era você supostamente se afogando. Não! Isso não está
certo!"
Eu tentei dizer algo, mas ela já tinha se virado para Heath.
"Você! Que porra você está fazendo aqui?"
"Eu - eu vim ver se ela estava bem," Heath gaguejou, obviamente assustado com a
intensidade dela.
Afrodite balançou a cabeça de novo. "Não. Você não deveria estar aqui. Isso não
está certo." Ela pausou e os olhos dela se estreitaram para Heath. "Você causou isso, não
foi?"
Eu vi os olhos de Heath se encherem de lágrimas. "Yeah, eu acho que causei," ele
disse.


TREZE

Damien, Jack, e Erik correram para dentro do quarto, seguidos de perto por
Duquesa. Jack olhou para mim uma vez, gritou como uma garota, e desmaiou. Damien o
pegou a tempo de impedir ele de cair e bater a cabeça no chão. Ele o deitou na cama de
Stevie Rae enquanto a pobre e confusa Labradora reclamava e olhava com grandes olhos
marrons preocupados de Jack para Damien e eu, e então de volta para Jack. Damien se
juntou a todos, incluindo Erik, que estavam se amontoando ao meu redor. Darius
atravessou o grupo com dificuldade, separando garotos como se ele fosse um vampiro
Moises e todos os calouros o Mar Vermelho.
"Eles precisam lançar um circulo e focar o poder de cura dos elementos na Zoey,"
Darius disse a Afrodite.
Ela acenou, tocou minha testa gentilmente, e então começou a dar ordens aos meus
amigos.
"Horda de nerds! Tomem seus lugares. Vamos lançar esse circulo."
Shanee e Erin a olhar vaziamente. Damien, a voz dele tremula devido as lagrimas,
disse, "eu - eu não sei que direção é o leste."
Stevie Rae apertou minha mão de novo antes de soltar. "Eu sei. Eu sempre sei onde
o norte é, então eu mostro a você onde o leste é também," ela disse a Damien.
"Façam um circulo ao redor da mesa," Darius disse. "E me dê o lençol daquela
cama."
Damien agarrou o lençol da cama de Stevie Rae, murmurou a um acordado e
choroso Jack que tudo ia ficar bem. Ele entregou o lençol para Darius.
"Fique comigo, Sacerdotisa," ele me disse. Ele olhou para Heath e Erik. "Continuem
falando com ela, os dois."
Erik pegou a mão que Stevie Rae tinha soltado. "Estou aqui, Z." Ele entrelaçou os
dedos dele com os meus. "Você tem que sobreviver a isso. Precisamos de você." Ele
pausou e os lindos olhos azuis dele estavam em mim. "Eu preciso de você, e eu sinto
muito sobre as coisas de antes."
Então Heath ergueu minha outra mão até os lábios dele, me beijando suavemente.
"Hey, Zo, eu te contei que eu não tomo uma bebida a dois meses?"
Era seriamente estranha eu ter os dois dos meus caras ali. Eu estava feliz por eles
não estarem brigando, mas eu entendi que isso poderia não ser particularmente uma boa
coisa porque isso significava que eu estava machucada ainda mais do que eu tinha
imaginado.
"Isso é bom, huh? Eu parei totalmente de beber," Heath disse.
Eu tentei sorrir para ele. Era bom. A razão que eu tinha terminado com Heath logo
antes de ser Marcada era ele beber. Tinha saído totalmente de controle, e -
Darius puxou a camisa de Erik do meu peito e rapidamente rasgou a parte de cima
do meu vestido pela metade então eu senti o vento frio dos túneis contra minha pele
encharcada de sangue.
"Minha Deusa, não!" Erik falou.
"Ah, merda!" Heath estava balançando a cabeça para frente e para trás. "Isso é
ruim. Realmente ruim. Ninguém pode viver com -"
"Nenhum humano pode viver com esse tipo de ferimento, mas ela não é humana e
eu não vou deixar ela morrer." Darius interrompeu Heath enquanto ele (graças a Deus)
cobria meus seios nus com o lençol.


Eu cometi o erro de olhar para baixo. Talvez fosse uma boa coisa eu não ter energia
para gritar. Havia uma longa laceração que ia da parte de cima do meu ombro esquerdo,
pelo meu peito alguns centímetros acima dos meus seios, e não terminava até cortar a
pele do meu ombro direito. O corte era profundo e irregular. As pontas da minha pele
ondulavam doentiamente repartidas, mostrando mais músculos e gordura e camadas de
pele do que eu queria ver. Sangue derramava por todo o terrível ferimento, mas não tanto
sangue quanto eu esperaria. Era porque estava terminando? Diabos! Provavelmente era
porque estava terminando! Minha respiração começou a sair em histéricas e pequenas
arfadas.
"Zoey, olhe para mim," Erik disse. Quando eu continuei olhando para baixo para a
ferida que Darius estava pressionando grosas gazes, Erik tomou meu queixo gentilmente
nas mãos e virou meu rosto para cima, me forçando a olhar para ele. "Você vai ficar bem.
Você deve ficar bem."
"Yeah, Zo. Só não olhe," Heath disse. "Você sabe, como você dizia sempre que eu
me machucava jogando futebol. Você costumava dizer, 'só não olhe e não vai doer
tanto'."
Erik soltou meu queixo e eu consegui acenar. Se eu fosse capaz de falar eu teria dito
aos dois Diabos não, eu não vou olhar de novo! Eu já tinha me assustado o bastante. Não
era necessário repetir a dose.
"Lancem o circulo," Darius disse.
"Estamos prontos," Damien disse.
Eu olhei ao redor (definitivamente evitando olhar para baixo de novo) para ver que
Damien, Stevie Rae, e as Gêmeas tinham tomado suas posições no circulo ao nosso redor.
"Então o lancem!" Darius surtou.
Houve uma pausa na qual Erin finalmente falou. "Mas Zoey sempre lança os círculos.
Nós nunca o fizemos."
"Eu faço." Afrodite entrou no circulo e marchou até Damien. Damien deu a ela um
olhar que até eu podia ver que estava cheio de duvidas. "Você não tem que ser um
calouro ou vampiro para lançar um circulo. Tudo o que você precisa ser é apegada a Nyx.
E eu sou apegada a Nyx," ela disse firmemente. "Mas eu preciso que vocês me apóiem
nisso. Vocês apóiam?"
Damien pausou tempo o bastante para olhar para mim. Com um esforço que
pareceu levar o resto da minha força, eu acenei para ele. Ele sorriu para mim e acenou de
volta.
"Estou atrás de você," Damien disse a Afrodite.
Afrodite olhou dele para as Gêmeas. "Estamos com você também." Erin falou pelas
duas.
Finalmente ela virou para Stevie Rae, que limpou os olhos, me mandou um grande e
confiante sorriso, e então disse a Afrodite, "Você salvou minha vida duas vezes. Estou
confiando que você possa fazer o mesmo por Zoey."
Eu vi o rosto de Afrodite corar, o queixo dela erguido, e os ombros retos e sabia que
pela primeira vez em muito tempo ela se sentia aceita como parte do grupo.
"Ok, vamos fazer isso," Afrodite disse. "É o primeiro elemento, o que todos
abraçamos do nosso primeiro batimento cardíaco ao ultimo. Eu te chamo para o circulo
vento!" Certa o bastante, eu vi uma pequena brisa erguer o cabelo de Afrodite e Damien,
e com um olhar de alivio obvio, ela se moveu na direção do relógio até Shaunee.
E então eu parei de prestar atenção - ou melhor, minha atenção começou a se
estreitar, ficando toda cinza, uma visão como a de um túnel pelas bordas.


"Zoey, você ainda está conosco?" Darius perguntou enquanto ele pressionava mais
gaze contra o meu peito.
Eu não conseguia responder ele. Minha cabeça parecia realmente leve, mas o resto
do meu corpo incrivelmente pesado, como se algum idiota tivesse estacionando um
caminhão em cima de mim.
"Z?" Erik estava dizendo. "Z, olhe para mim!"
"Zoey? Baby?" Heath parecia que estava prestes a chorar.
Ok, eu realmente queria dizer algo para fazer eles se sentirem melhor, mas era
impossível. Eu não conseguia mais fazer meu corpo funcionar. Era como se eu tivesse me
transformado num espectador distante em um jogo que estava acontecendo ao meu
redor. Eu podia observar, mas não jogar.
"Todos os elementos a não ser espírito foram invocados," Afrodite disse. Ela estava
parada perto de Darius. "Esse é o elemento que Zoey sempre personifica, e eu me senti
estranha chamando ele no lugar dela."
"Chame," Darius disse. Ele olhou para de mim para olhar ao redor do circulo aos
meus amigos. "Concentrem o poder dos seus elementos em Zoey. Pensem sobre encher
ela com força e calor e vida."
Vagamente eu ouvi Afrodite evocando espírito, embora eu não tenha sentido a
presença que eu sempre sentia. Eu brevemente senti um distante calor e por um segundo
eu também senti o cheiro de chuva e grama recém cortada, mas isso desapareceu
rapidamente enquanto o cinza emoldurando minha visão se tornava cada vez mais grosso.
"Você é o humano cujo Zoey teve um Imprint?" Eu ouvi Darius falando com Heath.
Eu ouvi, mas não consegui me importar muito com o que eles estavam dizendo.
"Sim," Heath disse.
"Bom. Seu sangue vai ser melhor que o de Afrodite para ela."
"Essa é a melhor noticia que eu ouço a séculos," Afrodite murmurou, limpando os
olhos com as costas da mão.
"Você está disposto a permitir que Zoey beba de você?"
"É claro!" Heath disse. "Só me diga o que eu preciso fazer."
"Sente aqui. Segure a cabeça dela no seu colo. Me de seu braço," Darius disse a
Heath.
Heath levantou no fim da mesa, e com a ajuda de Erik e Darius minha cabeça logo
estava descansando contra a quente coxa dele, como se ele fosse um travesseiro vivo.
Heath ergueu o braço e Darius o segurou firme. Minha mente estava muito confusa para
fazer sentido no que ele estavam fazendo até Darius passar por trás dele e pegar uma
faca/tesoura/abridor de lata do kit de primeiros socorros, abrir a parte da faca, e
pressionar a lamina contra a suave pele da parte de dentro do braço musculoso de Heath.
O cheiro do sangue dele passou por mim como uma deliciosa neblina.
"Pressione contra a boca dela," Darius disse. "Faça ela beber."
"Anda, baby. Tome um pouco disso. Vai te ajudar a melhorar."
Ok, minha mente racional sabia que Erik estava parado bem ali ao meu lado
observando junto com todos os meus melhores amigos. Sob circunstancias normais, eu
nunca teria feito o que fiz a seguir, não importava o quão delicioso e incrível o sangue de
Heath cheirava.
Mas eu não estava atualmente experimentando nada que nem de perto lembrasse
circunstancias normais. Então quando Heath pressionou seu braço sangrando contra meus
lábios, eu abri minha boca, enfiei meus dentes profundamente nele, e comecei a sugar.


Heath gemeu e envolveu seu outro braço ao meu redor, pressionando seu rosto no
meu cabelo enquanto eu bebia dele. O mundo imediatamente se estreitou para que
houvesse apenas Heath eu e o sangue dele explodiu no meu corpo. Com aquele primeiro
gole, ciência voltou ao meu peito, e com ele uma dor tão intensa que eu teria tirado
minha boca da pele dele se ele não tivesse me apertado ainda mais e sussurrado no meu
ouvido, "Não! Você não pode parar. Se eu posso aguentar, então você também pode, Zo."
Vê, eu sabia que eu não estava fazendo ele se sentir um incrível prazer que se
alimentar de um humano causava normalmente, tanto para vitima quanto ao vampiro.
Nós timos Imprinted de novo. Mesmo na má forma que eu estava eu podia ver isso. Toda
a ciência de Heath me preencheu junto com o sangue dele, e estamos ligados juntos pelo
tecido mágico que era a necessidade e atração entre humano e vampiro, costurados
juntos em uma única peça por um antigo laço que era o Imprint. Mas eu não estava só
bebendo dele. Eu estava sentindo o frenesi que era o instinto de sobrevivência, e pela
nossa conexão Heath estava sentindo minha dor e minha necessidade, tudo que eu estava
atordoada demais quando meu corpo estava em um choque quase fatal. Mas o sangue
dele mudou isso. Tinha me revitalizado, e fazendo isso, ele tinha me arrancada do estado
de choque quase fatal e me jogado direto na horrível dor de perceber que eu estava perto
da morte.
Eu choraminguei, ainda me alimentando dele, mas estava me sentindo miserável
porque eu sabia o que estava fazendo ele sentir.
É claro, ele sabia o que eu estava sentindo também, e o quão arrependida eu estava
por fazer ele sentir dor.
"Está tudo bem, baby. Está tudo bem. Não é tão ruim, verdade," ele sussurrou no
meu ouvido através dos dentes cerrados contra a intensa mistura de dor e desejo.
Eu não sei quanto tempo passou quando eu percebi isso, embora o corte no meu
peito doesse pra caramba, meu corpo estava quente, e eu podia sentir uma suave brisa
me acariciando e ela carregava o cheiro de chuva de primavera e de uma campina. Meu
espírito, também, parecia revigorado, e eu sabia que o sangue de Heath tinha me
energizado o bastante para que agora eu fosse capaz de aceitar o poder de cura dos
alimentos que confortavam minha alma enquanto tranquilizavam meu corpo.
E ao mesmo tempo eu percebi que Heath tinha parado de falar comigo. Eu abri meus
olhos e olhei para cima. Ele estava meio que caído por cima de mim, mas estava sendo
segurado pelo firme aperto de Darius no ombro dele. Os olhos dele estavam fechados e o
rosto pálido.
Eu instantaneamente tirei minha boca do braço dele. "Heath!" Eu tinha matado ele?
Em pânico, eu tentei sentar, mas a dor passando pelo meu corpo me impediu.
"O humano está bem, Sacerdotisa," Darius disse. "Estanque o ferimento no braço
dele para que ele não perca mais sangue."
Automaticamente eu passei minha língua sobre o estreito ferimento no braço de
Heath e o mais profundo que eu fiz quando eu o mordi enquanto pensava Cure... não
sangue mais, e quando eu me afastei dessa vez eu vi que o ferimento da faca, assim
como as marcas dos meus dentes, tinham sumida e tinham parado de sangrar
completamente.
"Você pode fechar o circulo," Darius disse a Afrodite, que estava me observando com
uma curiosidade disfarçada.
Vê, eu queria dizer a ela, tem muitos tipos de Imprint. O que eu tenho com Heath
definitivamente não é o mesmo que você tem com Stevie Rae. Mas eu não consegui
invocar a energia para dizer as palavras. Na verdade, eu estava esperando pelos zilhões


de pergunta que eu tinha certeza que ela teria para mim. E então antes dela virar para
Stevie Rae para começar a agradecer e mandar de volta os elementos, eu vi Afrodite
mandar a Darius um sorriso sexy cheio de promessas, e eu lembrei que o primeiro Imprint
que eu dividi com Heath tinha sido quebrado quando eu transei com Loren, e eu percebi
que era Darius quem ia responder todas as perguntas dela. Com aquele sorriso intimo que
ele deu a ela em resposta, eu estava supondo que ele ia gostar daquele tipo de pergunta
bemmmmm mais do que eu.
Ok, nojento.
Enquanto uma Afrodite sorridente fechava o circulo, Darius virou de volta para Heath
e eu.
"Erik, me ajude a mover ele para a cama," Darius disse.
Um Erik com o rosto duro feito pedra ergueu minha cabeça para fora do colo de
Heath. Ele e Darius o carregam pela curta distancia até a cama e deitaram o corpo duro
dele no ponto que recentemente tinha sido de Jack (que estava observando, os olhos
largos, do lado do quarto enquanto acariciava maniacamente Duquesa de novo e de
novo).
"Vá pegar algo rápido para comer e beber. Oh, e encontre mais do vinho de Vênus,"
Darius disse a Jack. "Mas diga aos calouros vermelhos para ficarem longe," ele
acrescentou antes de Jack acenar e sair com Duquesa logo atrás dele.
"Eles não vão atacar Heath," Stevie Rae disse. Ela veio até mim e pegou minha mão.
"Especialmente agora que ele teve um Imprint com Zoey de novo. O sangue dele tem um
cheiro errado."
"Eu não tenho tempo para testar se eles vão ou não, não agora," Darius disse. Ele
voltou da cama e começou a inspecionar o ferimento de novo. "Bom. Ele parou de sangrar
completamente."
"Eu acho que aceito sua palavra nessa. Eu realmente não quero olhar de novo." Eu
estava contente o bastante por ter minha voz de volta, mesmo que soasse fraca e mais do
que um pouco abatida. "Obrigado, gente, pelo circulo," eu disse a meus amigos, que
sorriram para mim e começaram a andar até a mesa.
"Não!" Darius ergueu a mão, parando a multidão. "Eu preciso de espaço pra
trabalhar. Afrodite, encontre mais daquelas ataduras naquele kit e traga elas pra mim."
"Hey, eu terminei de quase morrer?" eu perguntei ao guerreiro.
Dariu olhou do meu ferimento e encontrou meus olhos, e eu vi um alivio que me
disse exatamente o quão perto eu tinha estado de não conseguir.
"Você terminou de quase morrer." Ele pausou, claramente prestes a dizer mais.
"Mas?" eu estimulei.
"Não tem mais nisso," Stevie Era disse rapidamente. "Você terminou de morrer.
Ponto."
Eu não desviei o olhar pra longe de Darius, e ele finalmente me alertou. "Mas você
precisa de mais ajuda do que eu posso te dar se você vai se recuperar completamente."
"Como assim, mais ajuda?" Afrodite perguntou enquanto se movia para o lado de
Darius, com um monte de estranhos Band-Ainds na mão.
Darius suspirou. "O ferimento de Zoey é severo. O sangue humano salvou a vida
dela substituindo o sangue que ela perdeu e a fortalecendo o bastante para ela ser capaz
de aceitar a energia dos elementos, mas nem mesmo Zoey pode se recuperar de tamanho
ferimento sozinha. Ela ainda é apenas uma caloura, embora mesmo que ela fosse uma
vampira completamente Mudada, um ferimento desses seria difícil de se recuperar."
"Mas ela parece melhor agora, e ela está falando com a gente," Damien disse.


"Yeah, eu não sinto como se não estivesse realmente aqui mais," eu disse.
Darius acenou. "Isso tudo é bom, mas a verdade é que você precisa de muitos
pontos para que a ferida possa fechar e curar."
"E quanto a esses?" Afrodite ergueu o pacote de Band-Aid. "Eu pensei que era por
isso que você precisava deles."
"Esses são apenas temporários. Ela precisa de pontos de verdade."
"Então me costure." Eu tentei soar o mais bravo que eu podia, embora a ideia de
Darius costurando minha carne me fez querer vomitar ou chorar, ou os dois.
"Não tem kit de sutura aqui," Darius disse.
"Não podemos conseguir?" Erik perguntou. Eu notei que enquanto ele falava, ele
estava olhando para qualquer lugar menos eu. "Eu poderia pegar a caminhonete de Heath
e ir até a farmácia em St. John e Stevie Rae podia controlar a mente de um doutor lá.
Traríamos de volta o que você precisa, e você poderia costurar ela."
"Yeah, podemos fazer isso. Eu posso até pegar o doutor se você quiser e trazer ele
aqui, e então limpar a memória dele e o devolver," Stevie Rae disse.
"Ok, Stevie Rae, essa é uma boa oferta," eu disse, mais do que um pouco
perturbada por ela estar falando sobre sequestrar e fazer lavagem cerebral. "Mas eu
realmente não acho que essa seja uma boa ideia."
"Não é tão simples resolver o problema," Darius disse.
"Então explique para que fique simples," Heath disse, se levantando com os
cotovelos e parecendo completamente lixo embora ela tenha sorrido docemente para
mim.
"Zoey precisa mais do que os cuidados de um médico. Zoey precisa estar ao redor de
vampiros adultos para que o dano no corpo dela não seja fatal."
"Espera aí. Eu achei que você tinha dito que eu terminei de morrer," eu disse.
"Você terminou de quase morrer desse ferimento em particular, mas se você não for
para perto de vários vampiros, e eu quero dizer mais de um ou dois ou três de nós, o
dano causado ao seu corpo vai acabar com suas reservas de força e você vai rejeitar a
Mudança." Darius pausou, deixando o que ele estava dizendo ser absorvido por todos nós.
"Você vai morrer disso. Você pode voltar para nós como Stevie Rae e o resto dos calouros
vermelhos fizeram, mas você pode não voltar."
"Ou você pode voltar como aquele idiota do Stark e ser um idiota que começa a nos
atacar," Afrodite disse.
"Então você realmente não tem escolha," Darius disse. "Temos que levar você de
volta para a House of Night."
"Bem, diabos," eu disse.


QUATORZE

"Mas ela não pode voltar! Kalona está lá," Erin disse.
"Sem mencionar os Corvos Escarnecedores," Shaunee disse.
"Um deles fez isso com ela," Erik disse. "Certo, Heath?"
"Yeah, a coisa era nojenta," Heath disse. Ele estava bebendo coca de uma lata que
Jack tinha entregue a ele enquanto ele enfiava Doritos no rosto. Eu estava feliz por ver
que ele parecia bem melhor, quase completamente como ele mesmo, o que prova que
Doritos e coca são realmente comidas saudáveis.
"Então eles vão só atacar de novo, então levar ela lá não vai realmente salvar Zoey.
Só vai permitir que eles terminem de matar ela," Erik disse.
"Bem, talvez não," eu admiti relutantemente. "O Corvo Escarnecedor não me atacou,
ou pelo menos, não de propósito. Ele ia atacar Heath e eu meio que me meti na frente."
Eu dei a Heath um sorri de forma apologética a Heath. "Na verdade, ele surtou quando
me machucou."
"Porque disse que o pai dele estava procurando por você," Heath acrescentou. "Eu
lembro. Ele surtou mesmo logo depois que te cortou. Zoey, baby, desculpe eu quase fiz
você ser morta."
"Porra eu não te disse!" Afrodite praticamente rosnou para Heath."O que aconteceu
foi sua culpa! Você não deveria ter vindo aqui!"
"Whoa, Afrodite, espera," eu disse. Eu comecei a levantar minha mão para fazer
movimentos para ela se acalmar, mas Darius me lançou um olhar de "fique quieta".Além
do mais, realmente doía quando eu me movia muito. Então eu me conformei com palavras
e nenhum movimento de mãos, o que foi meio estranho. "Você ficou culpando Heath
antes. Qual problema?"
Ela olhou para mim e eu juro que ela ficou incomodada. Afrodite realmente ficou
incomodada.
Eu franzi para ela. "Qual o problema, Afrodite?"
Quando ela não disse nada, Stevie Rae suspirou e disse, "Porque ela é a Garota-
Visão que sabe tudo, e dessa vez ela estava no escuro."
"Não entre na minha cabeça desse jeito!" Afrodite gritou para Stevie Rae.
"Então responda a pergunta da Z. Ela se sente muito mal para ter que arrancar de
você," Stevie Rae disse.
Afrodite virou as costas para Stevie Rae. "É só que eu esperava que receber um
aviso se você vai morrer, só isso."
"Huh?" eu disse, falando por todos nós que estavam a encarando com rostos cheios
de duvida.
Ela virou os olhos. "Olá! Eu tive duas visões da sua morte, então é apenas lógico
assumir que se você vai ficar grotescamente perto de morrer, eu saber alguma coisa sobre
isso, isso é tudo. Mas Nyx não me avisou com nenhum tipo de visão, então eu acho que o
Jogador Joe ali fez besteira porque a deusa não esperava que ele viesse pra cá onde ele
não deveria estar." Ela franziu para Heath e balançou a cabeça enojada. "Eu quero dizer,
anda logo! Você tem necessidades especiais, serviços especiais ou o que? Você não foi
quase morto aqui uma vez?"
"Yeah, mas Zo me salvou, por isso achei que ela ia dar uma de heroi se coisas ruins
acontecesse novamente, e tudo ficaria bem", disse Heath. Então ele mudou de bonita,
para uma patética expressão como se alguém tivesse esquecido seu aniversário. "Mas eu
não achei que seria o motivo de Zoey quase ser morta".


"E dizem que jogadores de futebol não são brilhantes. Como você chegou a isso?
"Afrodite disse sarcasticamente.
"Tudo bem, já chega", eu disse. "Heath, você nao quase me matou. O estúpido
corvo escarnecedor quase me matou. Você acha que eu estava disposta a ir com ele?
Inferno, não!"
"Mas eu," ele começou. E eu cortei ele. "Heath, se você não estivesse lá eles
eventualmente arrancariam minha cabeça lá fora. Aquele nojento pássaro disse que eles
estavam me procurando, o que significa que mais cedo ou mais tarde eles teriam me
encontrado e eu teria que lutar com eles. Ponto, final. E, Afrodite, só porque você tem
visões não significa que você sabe tudo. Às vezes, coisas acontecem mesmo que você não
possa prever. Se acostume com isso e pare de ser tão odiosa. Além disso, não se trata
apenas dos corvos escarnecedores. Antes de me atacar, ele olhou como se fosse Neferet",
terminei apressadamente.
"O quê?" Damien disse. "Como é que poderia ter parecido Neferet?"
"Eu não tenho a menor idéia, mas eu prometo, quando eu olhei ela estava lá. Ela
sorriu um terrível e assustador sorriso para mim. Eu pisquei, e então ela não estava lá e
havia um corvo escarnecedor em seu lugar. Mas como eu não sei."Eu sabia que havia algo
mais que eu precisava se lembrar sobre o que tinha acontecido, mas a minha mente foi
preenchida com um sensação de dor e eu cai para baixo, totalmente esgotada.
"Temos que levá-la de volta para a House of Night", disse Darius.
"E ela ir direito para Neferet? Isso não soa inteligente", disse Heath.
"No entanto, ela tem que ir para lá."
Olhei para cima para Darius. "Não há outra maneira?"
"Não, se quiser viver", disse ele.
"Então, Zoey tem que voltar para a escola", disse Damien.
"Ah, ótimo! Então, os corvos escarnecedores e Neferet tem ela exatamente a onde
querem!" Afrodite gritou.
Olhei e vi Afrodite e vi ela sair do odioso comportamento que ela usava como
armadura para os sinceros e preocupantes sentimentos que ela tinha sobre mim.
Basicamente, ela estava com medo. Eu não poderia realmente culpar dela. Eu estava
assustada, também, por mim, por meus amigos. Caramba, eu estava com medo danado
por todo o mundo.
"Eles me querem lá, mas eles querem eu viva", eu disse solenemente.
"Isso significa, antes de fazer qualquer outra coisa, eles vão ter certeza que estou
curada."
"Você se lembra que a curandeira da House of Night é Neferet? "Damien disse.
"Claro que eu lembro," eu disse irritada. "Estou apenas contando que Kalona quer
que eu viva mais do que ela me quer morta."
"Mas e se ela fizer algo terrivel com você depois que estiver curada?" Afrodite disse.
"Então, vocês terão que vir e me tirar de lá", eu disse.
"Uh, Zoey," Damien disse. "Parece que você pensa que está indo lá sozinha. Você
não está".
"Sim, de maneira nenhuma", disse Erin.
"Não vamos deixá-la fora de nossa vista", disse Shaunee.
"Onde quer que você vá, nos iremos lá," disse Jack.
"Esta certo. Estamos juntos nesta ", disse Stevie Rae. "Lembre-se da única coisa que
era a mesma sobre sua morte em ambas as visões de Afrodite tinha de você foi o fato de
que você estava sozinha. Portanto, não vamos deixar, você sozinha. "


A voz de Erik passou entre nos. "Nós não podemos ir todos junto com ela".
"Olha, Erik," Afrodite disse. "Nós ja sabemos que você o Sr. Ciúmes provavelmente
não esta bem em ver a sua namorada sugar outro cara, mas isso é algo que você vai
aprender a lidar sozinho."
Erik ignorou completamente ela. Em vez disso, ele encontrou os meus olhos e vi que
ele estava, mais uma vez, mexendo no seu saco de truques e puxou o caráter de um
estranho. Quando eu estudei ele, eu não vi absolutamente nenhum vestígio de que o cara
me queria mal e que seu amor tinha se tornado um pouco assustador. Eu não encontrei
nenhum vestígio de um Neanderthal, possessivo que queria chutar a bunda de Heath e
me prender em seus braços. Ele foi capaz de cobrir todas essas versões de si próprio e
suas emoções tão eficaz que eu estava começando a me perguntar o que diabos era o
real Erik.
"Stevie Rae não pode voltar com você. Se ela for, quem vai ficar aqui para controlar
os calouros vermelhos? Afrodite não pode voltar com você. Ela é apenas um ser humano,
mesmo eu gostando da ideia de algo comer ela, eu imagino que você e Nyx
provavelmente querem manter ela perto."
"Antes de mais merda, ele falar, é preciso saber que eu vou voltar com você, não
importa o que", disse Heath.
Erik nem mesmo piscou. "Yeah, e você vai ter seu estúpido traseiro humano
chutado, provavelmente vai ser morto, ainda mais rápido do que seria Afrodite. E junto
com você, provavelmente vai fazer Zoey morrer e desta vez realmente. Zoey tem que
voltar, porque ela vai morrer se não o fizer. Darius é o único que deve voltar com ela.
Mais alguém estará correndo um grande risco. Com certeza eles podem ser capturados na
House of Nigth. Talvez eles podem até serem mortos."
Como é habitual, a sala explodiu como meus amigos gritaram suas próprias opiniões
sobre a emotiva proclamação de Erik.
"Galera... gente..." Eu tentei falar sobre eles, mas não tinha mais energia.
"Silêncio!" Darius comandou, e todos se calaram finalmente.
"Obrigado", eu disse a ele, então eu olhei para os meus amigos. "Acho que Erik tem
razão. Quem vai voltar comigo estará em risco, e não quero perder vocês."
"Mas vocês cinco não são mais fortes quando estão juntos?" Heath perguntou.
"Sim, somos," Damien respondeu.
Heath acenou. "Isso é o que eu pensava. Portanto, não deve aqueles que tem
alguma coisa especial com os elementos ir com Zoey?"
"Uma afinidade com um elemento," Damien explicou. "Isso é o que ele é chamado. E
eu concordo com Heath. O círculo deve ficar completo."
"Não pode", disse Darius. "Stevie Rae tem de ficar aqui com os calouros vermelhos.
Se ela estiver presa no campus ou, pior, morta, não temos nenhum jeito de saber se a
presença de Erik, como um Vampiro adulto, será suficiente para mantê-los saudáveis e
sob controle. Em caso de que somente Zoey e eu fomos os únicos que notamos, deixe-me
dizer a todos que Kramisha olhou como se ela estivesse tendo problemas se controlar
sozinha perto de Heath. O efeito cascata que pode ser causada por Stevie Rae estar
ausente pode ser desastrosos. Assim, o círculo não pode ficar completo."
"Espere, talvez seja possível", disse Afrodite.
"O que você quer dizer?" Eu perguntei a ela.
"Bem, eu não posso representar a terra mais. Essa afinidade foi dado de volta para
Stevie Rae, quando ela mudou, e a um tempo eu tentei evocar ela, o elemento estava
chateado e voou de mim."


Eu acenei, lembrando como tinha sido desconcertante para Afrodite acreditar que
Nyx não a tinha abandonado, que ela realmente não tinha. Mas, ainda, a menina era
definitivamente incapaz de evocar terra de novo.
"Mas," Afrodite continuou, "Zoey podem evocar a terra, como ela pode evocar
qualquer um dos cinco elementos. Certo?"
Eu acenei novamente. "Correto".
"E eu posso so invocar o espírito sem nenhum problema. Então, e se nos
mudássemos de posições? Zoey personifica a terra e eu chamo o espírito. Funcionou a
pouco tempo atrás. Penso que, enquanto Zoey estiver centrando o espírito para ajudar na
minha direção, não há razão para que não funcione novamente."
"Ela tem um ponto, o que torna o círculo completo sem mim", disse Stevie Rae.
"Por mais que eu queira ficar com você, Darius tem razão. Eu não posso ter a chance
de que eu não posso voltar aqui para os meus calouros."
"Você está esquecendo tudo o resto a outra razão que você não pode voltar com
Zoey," Darius disse. "Neferet, e talvez mesmo Kalona, pode ler suas mentes. O que
significa tudo o que você sabe sobre os calouros vermelhos e este refúgio seguro, eles vão
saber, também."
"Ah, gente, eu tenho uma idéia," falou Heath. "Ok, eu realmente não sei muito sobre
essas coisas, então eu posso estar totalmente errado, mas cada um de vocês não pode
ser ajudado por um elemento que, eu sei,pode ser criado algum tipo de bloqueio em torno
de sua cabeça?"
Eu pisquei surpresa para Heart e, em seguida, sorri. "Pode ser algo. O que você
acha, Damien?"
Damien parecia animado. "Eu penso que todos fomos idiotas de não pensarmos isso
nós mesmo." Ele sorriu para Heath. "Muito bom, você!"
Heath suspirou e olhou adoravelmente. "Sem problema. Às vezes é preciso alguém
de fora para perceber coisas".
"Você realmente acredita que poderiam funcionar?" Perguntou Darius.
"Deveria", disse Damien. "Ou pelo menos é conveniente, para aqueles de nós que
têm uma real afinidade para um elemento. As Gêmeas e eu ja chamamos nossos
elementos para nos proteger como escudo antes. Não deve ser difícil pedir para eles
colocarem barreiras ao redor de nossas mentes." Ele hesitou e olhou de relance para
Afrodite. "Mas você pode fazer? Você realmente não têm uma afinidade com o espírito,
não é? Não estou querendo dizer, mas apenas porque você pode ficar no lugar da Zoey e
evocar o elemento dentro de um círculo, não significa que você é realmente capaz de
trabalhar na sua própria mente."
"Eu não tenho que conjurar o espírito para proteger minha mente", disse Afrodite.
"Neferet não foi capaz de ler a minha mente desde o dia em que fui marcada, como ela
não foi capaz de ler Zoey. E tenho de dizer que estou ficando cansada dessa merda de
vocês, porque eu sou um humano de novo!"
"Ok, você está certo sobre a parte da leitura da mente. Desculpe por isso", disse
Damien. "Mas eu acho que deveríamos saber ao certo se irá realmente funcionar o espírito
de Afrodite, antes de voltar para a House of Night".
"Sim, Afrodite," disse Jack. "Não estamos julgando por você ser humana e tudo
mais. Só precisamos saber se o seu espírito funciona."
Tive um súbito pensamento. "Realmente não importa se Afrodite pode conjurar o
elemento exterior de um círculo sagrado, porque eu posso. Espírito", eu disse
suavemente, "venha a mim." Tão facilmente como respirar, o elemento evocado veio e eu


senti a sua maravilhosa presença. "Agora vá para Afrodite. Proteger e servir ela." Eu
joguei meus dedos em sua direção, e se senti espírito se afastando de mim. Um instante
depois Aphrodite e seus belos olhos azuis alargaram e ela sorriu.
"Ei! Ele funciona", disse ela.
"Quanto tempo você pode mantê-lo?" Erik perguntou. Irritada com a total falta de
emoção na voz dele, eu bati, "Enquanto eu precisar."
"Assim, o círculo permanece intacto", disse Damien.
"Sim, vamos todos com Z de volta para a escola", disse Erin.
"Juntos. Os todos os cinco", disse Shaunee.
"Eu me sinto como um idiota do Mouseketeers*", disse Afrodite, mas ela estava
sorrindo.
(* menbros do club do mickey)
"Nós estamos acertados, então," Darius disse. "Vocês cinco e eu vamos voltar. Stevie
Rae, Erik, Jack e Heath ficar aqui."
"Claro que não, ele não ficar aqui", disse Erik, finalmente mostrando alguma
emoção.
"Cara, você não tem nada a dizer sobre isso. De qualquer forma, eu não estou
hospedado. Estou indo com Zoey."
"Você não pode, Heath. É muito perigoso", eu disse.
"Afrodite é humana e se ela pode ir. Então, eu posso", disse ele teimosamente.
"Garoto futebol burro, em primeiro lugar, eu posso ser humana, mas eu também sou
especial, para eu ir. Segundo, você não pode ir porque você pode ser usado para pegar
Zoey. Você está imprint com ela novamente. Eles te machucam, machucam Zoey. Então,
por favor, mostre algum senso e leve seu traseiro de volta para o subúrbio."
"Ah. Eu não tinha pensado nisso dessa maneira", disse Heath.
"Você tem que ir para casa, Heath. Nos falaremos mais tarde depois das coisas
serem resolvidas."
"Não posso ficar aqui, onde estou perto de você? Então, se você precisar de mim
você pode chegar mais rápido."
Eu queria dizer "sim", mesmo com Erik olhando todo eu vou-enfrentar e mesmo
sabendo que a melhor coisa para Heath era nunca mais o ver novamente. O nosso imprint
era incrivelmente forte, ainda mais do que ele tinha sido a primeira vez. Eu podia sentir
ele, tão perto e doce e familiar, e embora eu sabia que era errado e sabia que eu não
devia, queria mantê-lo ao meu lado. Mas depois me lembrei como Kramisha tinha olhado
para ele, como ela queria pular em cima dele. Eu sabia que o seu sangue teria um sabor
estranho a qualquer outra pessoa calouro ou Vampiro porque tínhamos um imprint, mas
eu não podia ter a certeza de que iria impedi-los de ficar longe dele. Basta pensar em
alguém beber de Heath me fez sentir muito irritada.
"Não, Heath," Insisti. "Você tem que ir para casa. Não é seguro para você aqui."
"Eu não me importo se eu estou seguro ou não. Eu me importo de estar com você",
disse Heath.
"Eu sei, mas me importa se você é seguro ou não. Então, vá para casa. Vou
telefonar logo que possível."
"Ok, mas eu vou estar de volta aqui se você não ligar", disse ele.
"Quer que eu faça ele ir embora?" Stevie Rae perguntou. "Os túneis podem ser um
bastante confuso se você não estiver familiarizado com eles. "Além disso, eu posso parar a
qualquer calouro que tenha em mente tirar um pedaço dele". O pensamento estava lá,
mas não disse que entre nós.


"Ok, obrigado, Stevie Rae," eu disse.
"Erik, segure Zoey para cima. Afrodite, terminar de colocar esse curativo nela. É
melhor eu ir lá fora com Heath, também", disse Darius. "O Corvo escarnecedor estava na
árvore acima do seu caminhão, podem empoleirar no telhado do depósito", disse Darius.
"Eu vou estar vigilante, Sacerdotisa," Darius disse. "Vamos, rapaz. Você precisa ir para
casa."
"Nós vamos estar de volta em um segundo, Z," Stevie Rae disse.
Em vez de seguir Darius e Stevie Rae saindo do quarto, Heath veio até mim. Ele
segurou meu rosto com sua mão e sorriu. "Fique segura, ok, Zo?"
"Eu vou tentar. Você, também, "eu disse. "E, Heath, obrigado por salvar minha vida".
"A qualquer hora, Zoey. E quero dizer isso. Quando quiser."
Então, como se estivéssemos sozinhos, e não no meio de um quarto com os meus
amigos (e namorado) observando nós, Heath curvou e me beijou. Ele tinha gosto de
Doritos coca-cola e Heath. Em meio a tudo isso eu poderia cheirar ele. Não ele, o cheiro
distinto do seu sangue que foi imprint exclusivamente comigo e, por isso, literalmente era
o mais fascinante, e delicioso cheiro sobre esta terra.
"Eu te amo, baby", ele sussurrou.
Ele me beijou mais uma vez. Como ele estivesse acenado para seus amigos. "Vejo
vocês por aí," ele disse. Fiquei surpresa quando Jack e Damien falaram tchau e as gêmeas
jogaram beijinhos fazendo barulhos para ele. Quero dizer, Heath é bonitinho. Totalmente
lindo. Mas antes deles passar para fora pelo cobertor/porta ele olhou de voltar a Erik, que
estava ao meu lado.
"Ei, cara, eu vou pessoalmente atrás de você se alguma coisa machucar ela."
Então, Erik deu a Heath um forcado e charmoso, sorriso torto. "Ah, isso é sobre você
fazer totalmente o meu trabalho mais fácil se você chegar perto dela quando eu não
estiver por perto?"
Rindo para si mesmo, Heath finalmente deixou o quarto. Afrodite riu, e tentou cobrir
com uma tosse.
"Ex-namorado não tem um jeito próprio", disse Shaunee.
"Sim, ele tem, gêmea", disse Erin. "Sem mencionar um lindo traseiro."
"Uh, jeito, quem?" Disse Jack.


QUINZE

As gêmeas sussurraram precipitadas desculpas, quando Erik pareceu culpado. Erik,
parecia que era uma estatua de pedra, disse a Afrodite, "Aqui, eu vou levantar ela um
pouco e você pode colocar o curativo em torno dela."
"Tudo bem por mim", disse Afrodite.
Então, sem encontrar os meus olhos, Erik passou as mãos pelos meus ombros e
gentilmente levantou o meu corpo da mesa. Enquanto eu cerrava meus dentes de dor e
Afrodite colocava o curativo torno de mim, eu perguntava o que diabos eu ia fazer com
Erik e Heath. Erik e eu estávamos supostamente juntos de novo, mas após a cena no
deposito eu não estava cem por cento certa de que estávamos juntos. Quer dizer, ele
disse que me amava, que foi muito bom, mas amor significa se tornar todo possessivo e
ciumento? E mais que isso, será que o que tínhamos é realmente forte para tolerar outro
imprint com Heath, especialmente agora que isso não era apenas uma idéia abstrata?
Agora que ele viu Heath e eu juntos, teria alguma forma de eu e Erik ficarmos juntos?
Olhei para cima para ele como ele me pegou tão cuidadosamente. Senti o olhar dele sobre
os meus, seus olhos azuis olhando para mim.
Ele não parecia como um homem de pedra mais. Ele só olhou triste. Realmente,
realmente triste. Eu ainda queria ser a namorada de Erik? Quanto mais tempo eu olhei
nos olhos dele, mais eu pensei que talvez eu quisesse. Então, onde é que isso colocava
Heath? De volta com dois namorados como era antes de Loren me enganar e tirar minha
virgindade. Tinha sido um incômodo triângulo amoroso, e estava muito pior agora. Mas
que diabos eu ia fazer? A verdade era que eu gostava tanto deles. Deus, estou cansado de
ser eu. Quando Afrodite terminou o curativo, Erik pediu para Jack pegar um travesseiro da
cama, em seguida, ele colocou cuidadosamente em baixo da minha cabeça e ombros o
traveseiro confortavelmente.
"Vocês devem se preparar para sair," disse Erik à gêmeas, Damien, e Afrodite. "Eu
vou apostar que Darius vai não vai querer ninguém atrasando se vamos levar Zoey para a
House of Night imediatamente."
"Isso significa que temos que pegar nossas bolsas no quarto Kramisha", disse
Shaunee.
"Como eu esqueceria minha bolsa resistente da nova temporada de inverno da ED,
Gêmea?" Erin disse.
"Claro que não, gêmea. Estou só dizendo..." A sua voz sumiu enquanto saia do
quarto.
"Eu quero ir com vocês," disse Jack, olhando perto das lágrimas.
"Eu quero que você venha, também," Darius disse. "Mas é muito perigoso. Você tem
que ficar aqui com Erik e Stevie Rae até sabemos exatamente contra o que estamos
lutando".
"Minha mente entende isso, mas meu coração diz outra coisa, "disse Jack, colocando
sua cabeça contra o ombro de Damien. "É só... só..." Jack respirou profundamente e
terminou num soluço, "Não é justo que eu não possa ir!"
"Estamos indo mais voltaremos para os túneis", disse Damien, colocando o braço em
torno de Jack. "Apenas ouça o que Darius disse tudo bem." Então Damien acompanhou
um relutante Jack para fora do quarto, juntamente com uma Duquesa que rastejava
tristemente atrás dele.
"Eu estou indo pegar o meu gato", disse Afrodite. "Vou ver se eu posso encontrar
sua pequena criatura laranja, também."


"Você não acha que devíamos deixar os gatos aqui?", Perguntei. Afrodite levantou
sua loira sobrancelha para mim.
"Desde quando gatos fazem o que mandamos?"
Eu suspirei. "Você está certa. Eles provavelmente vão nos seguir, em seguida, se
reclamar por anos se deixarmos eles para trás".
"Diga Darius que já volto." Afrodite disse e desapareceu atrás do cobertor.
Isso deixou Erik e eu sozinhos. Sem olhar para mim, ele começou a mover em
direção à porta dizendo: "Eu estou indo para-"
"Erik, não vá. podemos conversar um segundo?"
Ele parou, e virou para mim. Ele abaixou a cabeça e seu ombros caíram. Ele parecia
completamente derrotado. "Erik, por favor..." Ele levantou e eu vi, havia lágrimas em seus
olhos.
"Estou tão chateado e não sei o que diabos fazer! E o que é pior é que este", ele
pausou, apontando para o grande curativo que tinha no meu peito, "é realmente minha
culpa".
"Sua culpa?"
"Se eu não tivesse sido um possessivo imbecil no deposito, você não teria saído com
Heath. Você mandou ele embora, mas eu tive que estragar as coisas e te chatear, assim
você saiu lá com ele."
Ele passou a mão pelo meu grosso cabelo escuro.
"Só que Heath me deixa louco de ciúmes! Ele te conhece, desde que eram duas
crianças. Eu apenas-" Ele hesitou e cerrou o maxilar. "Eu só não quero perder você de
novo, por isso, agi como um idiota, e não só você quase morreu, e eu te perdi de novo!"
Eu pisquei com o que ele disse. Então ele não estava agindo como um homem de pedra e
estava louco comigo. Ele estava escondendo suas emoções, porque ele pensava que tudo
foi culpa dele. Jeesh Eu não tinha a menor idéia. Eu levantei a minha mão para ele.
"Erik, venha aqui." Lentamente, ele veio até mim e segurou a minha mão.
"Eu agiu como um idiota", ele disse.
"Yeah, você agiu. Mas eu devia ter mostrado um pouco de senso e não ter ido para
fora com Heath." Erik me olhou por um longo tempo antes dele falar.
"Foi difícil ver você com ele. Ver você bebendo dele."
"Eu queria que tivesse sido de outra forma," eu disse. Eu não desejava isso, e não
apenas porque tinha sido desconfortável para Erik assistir. Eu amava Heath, mas eu tinha
feito a decisão de não estar com ele novamente, para não imprint com ele novamente. Eu
sabia que era a melhor coisa para nós os dois, especialmente para Heath, era estar fora
da minha vida, e isso era o que eu havia planejado. Infelizmente, a minha vida raramente
acontece de acordo com meus planos. Suspirei e tentei colocar em palavras o que eu
estava sentindo.
"Eu não posso deixar de amar o Heath. Ele tem sido parte da minha vida por um
longo período de tempo, e agora que estamos imprinted novamente, ele literalmente
carrega parte de mim com ele, embora eu não quisesse que isso fosse assim."
"Eu não sei quanto do seu namorado humano eu posso aguentar", disse Erik.
Eu continuei a segurar firme o olhar de Erik. Não sabendo como possivelmente eu
estava, mas eu estava muito cansada. Eu guardaria isso para mais tarde, depois que eu
tivesse mais tempo e energia para pensar bem nas coisas. Em vez disso eu disse,
"Ele não é meu namorado. Ele é o homem que eu tive um imprint. Há uma grande
diferença".


"Consorte", disse Erik amargamente. "É chamado um humano imprited com uma Alta
Sacerdotisa de consorte. Muitas delas têm um. Muitas vezes, elas têm mais de um." Eu
pisquei de surpresa. Eu não tinha chegado a essa parte do meu livro de Sociologia
Vampira. Quero dizer, era esse tipo de coisa que não tinha no livro dos calouros? Acho
que teria de ler a maldita coisa com mais cuidado. Eu lembro Darius falou algo de como
era difícil para um humano se envolver com uma Alta Sacerdotisa no dia em que Heath e
eu tivemos nossa cena oficial de rompimento, e Darius definitivamente tinha utilizado a
palavra "consorte" para os humanos.
"Hã. Hum. Isso quer dizer que um vampiro com uma Alta Sacerdotisa não é, uh,
consorte?"
"Companheiro", disse ele calmamente. "Se É um humano que tem um imprint com
uma alta Sacerdotisa, ele é chamado de consorte. Se É um Vampiro, ele é chamado de
companheiro da Alta Sacerdotisa. E não. Isso significa que ela não pode ter os dois."
Isso parecia uma boa notícia para mim. É evidente que não foi tão boa notícia para
Erik, mas pelo menos eu estava começando a acreditar que outras sacerdotisas tinham
passado por este tipo de estresse de namoro antes. Talvez eu possa ler mais ou discutir o
assunto com Darius depois que o fim-de-mundo for resolvido. Por o enquanto eu decidi
colocar um Band-Aid sobre o assunto e limpar as consequências mais tarde. Se houve um
mais tarde.
"Ok, Erik. Eu não sei o que vou fazer com Heath. É tudo um pouco demais para mim
lidar com o assunto agora em cima de todo o resto. Inferno, eu não sei o que fazer com
você, quer".
"Estamos juntos", disse Erik suavemente. "E eu quero ficar com você." Eu abria a
boca para dizer a ele que eu realmente não estava totalmente certa de que isso era a
melhor idéia, mas Erik curvou e beijou meus lábios suavemente, silenciando meu
comentário. Então, alguém limpou a garganta e olhamos para a entrada para ver Heath
parado ali, parecendo pálido e chateado.
"Heath! O que você esta fazendo aqui?" Eu odiava como minha voz saiu histérica e
culpada imaginando o quanto ele ouviu.
"Darius falou para eu dizer que as estradas estão muito ruins. Não tem jeito de eu
voltar para B.A. á noite. Ele e Stevie Rae foram procurar algo de quatro rodas, para que
ele possa levar você e o resto dos calouros de volta para a House of Night". Ele pausou.
Eu conhecia o tom que só ouvi ele usar poucas vezes. Ele soava seriamente chateado,
mas estava magoado. A última vez que ele falou com esse tom foi quando ele me disse
que eu tinha matado metade da alma dele, quando eu tive relações sexuais com Loren e
acabei quebrando o nosso imprint.
"Ei, continuem. Imaginem que eu não estou aqui, assim como vocês estavam
fazendo antes. Não significa que vim interromper os dois".
"Heath", eu comecei, mas Afrodite, seguido por um bando de gatos, incluindo a
minha gata Nala e o seu odioso persa branco, corretamente chamada de maléfica,
entraram na sala.
"Constrangedor. Falando nisso," Afrodite acrescentou, olhando seriamente de Heath
para mim e Erik. Eu suspirei e percebi que a minha cabeça estava começando a doer
quase tanto como o corte em todo o meu peito. Em seguida, as gêmeas e Kramisha
entraram no quarto, também.
"Ah, oh," Shaunee disse.
"O que o ex-namorado esta fazendo aqui?" Erin disse.
"As estradas estão muito ruins. Heath não pode ir para casa," eu disse.


"Então isso significa que ele vai ficar aqui?" Kramisha perguntou, dando um longo
olhar a Heath.
"Ele vai ter que ficar. Ele vai estar mais seguro aqui do que na House of Night", eu
disse, mantendo um olho em Kramisha e adicionando silenciosamente a mim mesmo que
eu não estava convencida de que ele estaria seguro aqui também.
"Ele e eu tivemos um imprint novamente", acrescentei para ter certeza. Kramisha
pressionando seus lábios disse. "Eu sei disso. Consigo cheirar no sangue dele. Ele não é
bom para mais nada agora exceto para ser seu garoto brinquedo."
"Ele não-" eu comecei, mas Heath aumentou a voz me cortando.
"Não, a moça esta certa. Isso é tudo que eu sou para você," Heath disse sem
rodeios.
"Heath. Isso não é o que eu acho de você," eu disse.
"Yeah, bem, ela não precisa dizer nada. Eu sou o seu doador de sangue, e é só isso."
Ele virou indo para longe de mim e eu o vi pegar uma garrafa de vinho que alguém havia
deixado perto da cama e tomar um grande gole. Damien, um Jack com olhos inchados, e
Duquesa (fazendo todos os gatos exceto Nala chiarem como loucos criaturas) entraram no
quarto.
"Ei, Heath," disse Jack. "Eu pensei que você estava á caminho de casa." 00 [# p
(não tenho a mínima ideia do que isso seria)
"Eu não posso voltar para casa. Parece que estou preso aqui com você na parte
deixada, atrás de pilhas. "Jack franziu, perto de cair em lágrimas novamente.
"Damien, não esta me deixando para trás. Não realmente. Eu-Eu não posso ir com
ele agora nesse momento."
"Isso é verdade. Nós estaremos juntos o mais depressa possível", disse Damien,
colocando seu braço em torno de Jack.
"Ok, eu odeio a interromper todo esse romance gay-boy, mas eu escrevi mais alguns
poemas quando levantei e pensei que era melhor você vê-los", disse Kramisha. Isso
quebrou a minha confusão sobre o que fazer com Heath e Erik.
"Você está certa. Eu preciso vê-los", eu disse. "Damien, Jack teve alguma
oportunidade de explicar para você sobre os poemas de Kramisha?"
"Sim. Eu até tenho uma cópia dos poemas que Jack fez antes de Kramisha dormir e
lemos enquanto estávamos de guarda," Damien disse.
"O que diabos vocês estão falando?" Afrodite disse.
"Quando você estava bêbada e toda desordenada, Z descobriu poesia escrita nas
paredes do quarto, Afrodite", disse Erin.
"Escrito por Kramisha, mas quase todos pareciam ser sobre Kalona, que é totalmente
estranho", disse Shaunee.
"É como se ela estivesse canalizando resumo de imagens sobre ele", disse Damien.
"Acho que os poemas no quarto dela foram feitos para chamar nossa atenção oque
significa que temos que verificar tudo o que Kramisha escreve."
"Oh, ótimo. Isso é tudo que precisamos. Mais poesia dramática e desgraça", disse
Afrodite.
"Bem, falando nisso, aqui tem duas novas." Kramisha tentou me dar um par de
papeis onde estavam escritos os poemas, mas ao mover meus braços fez com que eu
sugasse o ar com dor.
"Aqui." Erik suavemente pegou os documentos dela. Então ele trouxe para mim e
segurou de modo que Damien, as gêmeas, Afrodite, Jack, e eu podiam ler, ao mesmo
tempo. A primeira era desconcertante:


O que uma vez o ligou
ira fazer ele fugir
num lugar de cinco poderes - junte os cinco;
Noite
Espirito
sangue
Humanidade
Terra
Juntos não para conquistar,
mas para superar.
A noite trás o espírito.
Sangue liga a humanidade
e a terra completa.

"Isso faz minha cabeça doer. Quero dizer, mais do que já esta. Eu não posso te dizer
o quanto eu odeio poesia", disse Afrodite.
"Você tem alguma idéia sobre isto?" Perguntei a Damien.
"Acho que esta nos dando instruções de como podemos fazer Kalona fugir, ou
correr", disse ele.
"Sabemos o que 'fugir' significa, Sr. vocab", disse Erin.
"É muito triste que ele diz fugir e nao matar ele", disse Jack.
"Kalona não pode ser morto", eu disse, falando as palavras automaticamente. "Ele é
imortal. Ele pode ser preso. Ele pode ser afugentado, embora minha mente nem sonha o
que poderia fazê-lo correr. Mas ele não pode ser morto."
"Os cinco poderes juntos, em um local de poder, que acontece," disse Jack.
"Onde é, e o que elas são", eu disse.
"Eles são pessoas que representam cada uma dessas coisas. Ou, pelo menos, seria o
meu primeiro palpite. Veja como eles estão capitalizados? Isso normalmente significa que
eles são nomes próprios, ou nomes," Damien disse.
"Eles são nomes", disse Kramisha.
"Você sabe alguma coisa sobre isso? Pode dizer quem são?" Damien perguntou.
Kramisha sacudiu a cabeça, olhando frustradamente. "Não. É só que você disse que eles
poderiam ser pessoas, eu sabia que você tinha razão".
"Vamos ver o proximo? "Damien disse. "Talvez ele possa ajudar esse fazer sentido."
Eu virei a minha atenção para a outra folha de papel. O novo poema não era grande, mas
fez a minha pele se arrepiar.

Ela volta
Através do sangue por sangue
Ela retorna
Cortada profundamente agora
Como eu
Humanidade a Salva
Ela ira me salvar?

"O que você estava pensando quando você escreveu isso?" Perguntei para Kramisha.


"Nada. Eu estava mal acordada. Eu só escrevi as palavras que viram na minha
mente."
"Eu não gosto dele", disse Erik.
"Bem, isso não nos ajudar com os outros poemas, com certeza. Na verdade, acho
que ele (& rsq1awl esta escrito isso mais acredito que signifique q o poema é sobre ela).
"Mas quem está falando? Quem é esse "eu" que está perguntando se eu vou salvar
ele ou ela?" Eu estava me sentindo mais fraca e mais fraca a cada momento, e o a minha
ferida estava pulsando junto com a batida do coração.
"Pode ser Kalona", disse Afrodite. "É que o primeiro poema é sobre ele".
"Sim, mas não temos certeza se Kalona jamais teve qualquer humanidade nele a
perder", disse Damien. Eu cuidadosamente mantive minha boca fechada, apesar de o meu
primeiro impulso foi de dizer que eu penso que Kalona não tinha sido sempre como era
agora.
"Por outro lado," Damien continuou, "nós sabemos que Neferet não segue mais Nyx,
o que também pode significar que ela está perdida e sozinha, sem sua humanidade. Pode
ser referente a Neferet".
"Ugh", disse Erin.
"Ela tem perdido definitivamente a sua maldita cabeça", Shaunee disse.
"Na verdade, faz mais sentido se é o novo garoto morto-vivo falando?" Erik disse
lentamente.
"Você pode estar certo", disse Damien. Eu podia ver praticamente as engrenagens
trabalhando em sua mente. "O cortada profundamente agora / Como eu" parte poderia
ser metáfora para a morte dele. A ferida de Zoey foi definitivamente mortal, e ambos tem
que voltar para a House of Night por sangue."
"E a humanidade está em falta. Assim como o resto dos calouros vermelhos", disse
Afrodite.
"Ei, eu não sei sobre o que você esta falando. estou cheia de humanidade", disse
Kramisha, claramente ofendida.
"Mas você não tem sua humanidade logo quando volta, não é?" Damien disse. Sua
voz era tão clínica que Kramisha pareceu instantaneamente imperturbável.
"Não. Você esta certo. Eu não sentia merda nenhuma quando eu acordei. Nenhum
de nós sentia."
"Parece um bom palpite sobre o que significa o segundo", disse Damien. "E porque
nós temos Kramisha do nosso lado, seu dom com as palavras faz olharmos para um futuro
possível. O primeiro poema... não sei. Vou pensar nisso. O que precisamos é de tempo
para juntarmos ideias o que, não temos agora. Mas isto é muito inconsequente. Devemos
ainda apreciar Kramisha."
"Ei, não é um problema", disse Kramisha. "É tudo parte do que uma boa poeta
laureate faz."
"O que?" Afrodite disse. Kramisha fixou um olhar desafiador sobre Afrodite.
"Zoey me nomeou o novo Vampiro poeta laureate."
Afrodite abriu a sua boca, mas eu impedi ela de falar. "Na verdade, vamos ter um
voto rápido do meu Conselho de Prefeitos sobre se Kramisha deve ser a nossa nova poeta
laureate." Olhei Damien. "Qual é o seu voto?"
"Sim, definitivamente," Damien disse.
"Eu digo definitivamente sim, também," Shaunee disse, "Certo. Somos
completamente a favor a uma fêmea poeta laureate", disse Erin.
"Eu já dei o meu voto, sim", disse Erik.


Estão todos olhamos para Afrodite. "Sim, sim, tanto faz", disse ela.
"E eu posso garantir que o voto de Stevie Rae vai ser "sim", também", eu disse.
"Portanto, é oficial." Todo mundo sorriu para Kramisha que parecia totalmente satisfeita
com ela.
"Ok, então, para resumir," Damien disse,
"Temos muito que entender o primeiro poema de Kramisha e ver o que faria Kalona
a ser forçado a fugir, apesar de não ter realmente uma boa compreensão das informações
prestadas no poema. O segundo diz que Zoey retorna para a House of Night e poderia
salvar Stark." Erik disse.
"Sim, isso é o que parece." eu entreguei os pedaços de papel que estavam os
poemas escritos para Afrodite. "Poderia colocar em minha bolsa, por favor?" Ela acenou
dobrado eles ordenadamente, e colocando na minha linda bolsa pequena. "Eu gostaria
que esses poemas chegassem com mais instruções," eu disse.
"Eu acho que você deveria começar a dar uma especial atenção aos Stark," Damien
disse.
"Ou, pelo menos, ela deveria estar de guarda em torno dele", disse Erik. "O poema
faz menção a ser cortada, e pode ser mais do que uma metáfora poética." Escutei Damien
semi-acordada e olhei para longe e encontrei um olhar penetrante a direita do Erik de
Heath com tristes olhos castanhos.
"Deixe-me adivinhar. Stark é o outro cara, não é ele? "Heath disse. Quando eu não
respondi, ele deu um longe gole da garrafa de vinho.
"Bem, uh, sim, Heath," disse Jack, sentado ao lado de Heath na cama e olhar e
olhando culpado. "Stark é um jovem que, acho eu, se tornou uma amigo de Zoey antes de
morrer e depois quando não morreu. Ele era um garoto novo, então não chegamos a
conhecê-lo bem".
"Mas você sabia coisa que nós não. Como o seu dom de Nyx era que ele nunca
errava qualquer algo que quisesse, certo?" Damien disse.
"Sim. Eu sabia coisas sobre ele que ninguém mais sabia, exceto Neferet e os
professores", eu disse, tentando não olhar para Heath empanturrar-se da garrafa de vinho
e evitando o olhar afiado de Erik.
"Eu não sabia sobre o seu dom, e eu sou um professor", disse Erik. Fechei os olhos e
deitei fortemente no travesseiro.
"Então, talvez, foi mais uma informação que Neferet manteve para si mesma," eu
disse cansadamente.
"Então, por que ele iria falar sobre algo que era super secreto?" Erik disse.
Irritada por ele soar como se estivesse me interrogando, eu não disse nada, e contra
os meus olhos fechados. Eu facilmente eu pude recordar a imagem de Stark lindo,
sorrindo confiante e como eu senti uma súbita ligação com ele e ainda o beijo que dei
nele quando estava morrendo em meus braços.
Bem, isto é: Como meus amigos, assim, todos eles, exceto para o meu "consorte" e
o meu possível "companheiro" -sussurrando desculpas, eu mantive os meus olhos
fechados e imaginando o quão eu queria me curar desse mal, porque parecia, mais uma
vez, que eu estava em uma "situação", que envolvia três garotos. E eu nem sequer
contava com Kalona. Bem, inferno...


DEZESSEIS

Grata, por Stevie Rae aparecer acabando com todas as especulações sobre Stark.
"Ok. Erik vai levar Zoey. O resto de vocês fiquem perto. Darius esta esperando lá em
cima no estacionamento," Stevie Rae disse.
"Mas não cabe todos no caminhão de Heath", eu falei, forçando minha pálpebras
pesadas a abrir.
"Você não precisa se preocupar. Encontramos algo que vai funcionar melhor", Stevie
Rae disse.
Antes eu pudesse perguntar algo ela se apressou. "E Darius disse Z que você deve
morder Heath novamente pegar um pouco de sangue antes de você ir para fora. Ele disse
que você deve estar ficando realmente fraca agora."
"Esta tudo bem. Estou bem. Vamos apenas ir," eu disse rapidamente. Sim, eu me
sentia como se fosse um cocô. Não, eu não quero morder Heath novamente. Bem, não
significa que eu realmente não quero. Eu quis dizer que eu realmente não acho que eu
deveria, especialmente com ele tão chateado comigo.
"Apenas faça", disse Heath. De repente ele estava lá ao meu lado, ainda segurando
o frasco do vinho em uma mão. Ele nem sequer olhou para mim. Em vez disso ele centrou
a sua atenção sobre Erik.
"Então, me corte". Levantou o seu braço para Erik.
"Você esta bem com isso", disse Erik.
"Não. Eu não estou bem com isso", eu continuei a protestar.
Em um rápido movimento Erik cortou Heath no antebraço, e o cheiro do seu sangue
me pegou. Fechei os olhos contra a força do desejo e a necessidade que sentia cada vez
que eu respirava. Eu estava puxada suavemente e, em seguida, Heath e sua forte, quente
coxa era novamente meu travesseiro. Ele colocou seu braço em volta de mim, para que
seu braço cortado ficasse debaixo do meu nariz. Eu abri meus olhos, em seguida, e
ignorando a necessidade de que estava gritando no meu corpo, eu olhei para Heath. Ele
estava olhando todo o quarto, não. "Heath", eu falei.
"Eu não posso tirar nada de você que não esta disposto a dar." Ele olhou para baixo
em mim e eu vi várias emoções cruzar seu rosto expressivo, a principal de todas foi uma
terrível tristeza. Em uma voz que soa quase tão cansado como eu me sentia, ele disse,
"Não há nada que eu não estou disposto a dar para você, Zo. Quando você vai entender
isso? Estou pensei que você iria me deixar com um pouco de orgulho." Suas palavras
quebrarem meu coração.
"Eu amo você, Heath. Você sabe disso." Sua expressão dissolveu em um pequeno
sorriso." É bom ouvir você dizer isso." Então ele olhou de mim para Erik. "Você ouviu isso,
Vamp? Ela me ama. E lembre-se que não importa o quão grande e ruim você pensa que
é, você nunca será capaz de fazer isso por ela." Heath levantou o braço para que o
sangrento corte que Erik havia feito ficasse pressionada contra meus lábios.
"Sim, eu vejo o que você pode fazer por ela. Eu poderia ter de aturar isso, mas eu
não tenho que você jogue na minha cara." Irritadamente colocando o coberto para o lado,
Erik deixou o quarto.
"Não pense nele", Heath disse suavemente, acariciando meu cabelo. "Só beba de
mim e pense em ficar bem." Eu olhei da porta de entrada para o olhar doce de Heath e
com um pequeno gemido eu cedi a necessidade que rasgava dentro de mim. Tomei dele,
sugando energia e vida, paixão e desejo, juntamente com o seu sangue. Fechei os olhos
novamente, desta vez devido à intensidade do sentimento que Heath me deu. Ouvi Heath


gemer e senti ele se apertar em torno de mim, pressionando seu braço mais firmemente
contra os meus lábios e sussurrando coisas doces para mim que não eram inteiramente
compreensível. Minha cabeça estava rodando no momento em que alguém puxou Heath
do braço da minha mão. Me senti mais forte, apesar do meu ferimento queimar como se
houvesse um incêndio em meu peito. Mas eu também estava me sentindo tonta e
estranha e grogue.
"Ei, ela não parece bem," disse Kramisha.
"Mas sinto mais melhor. Ou será que é melhor? Como é isso, Damien-Shamien?" Eu
pausei e e ri, que machucou meu peito e tive que apertar meus lábios apertados juntos
para parar.
"O que há de errado com ela?" Jack perguntou.
"Há definitivamente algo anormal acontecendo", disse Damien.
"Eu sei o que há de errado com ela", disse Stevie Rae. "Ela está bêbada".
"Nuhuh! Eu nem gosto de beber, "eu disse, e então arrotei suavemente. "Oh,
oopsie".
"O namorado esta bêbado. E ela bebeu do namorado," Shaunee disse.
"Então, o que significa que Z esta bêbada, também", disse Erin. Ela tinha um
desastrado e pesado Heath entre elas e elas estavam ajudando ele a chegar a cama.
"Ei, eu não estou bêbado. No entanto," disse Heath. Então ele desabou sobre a
cama.
"Eu não sabia vampiros poderiam ficar bêbados se beber sangue de humanos que
estão", disse Afrodite. "Isso é realmente interessante." Ela entregou a minha bolsa
enquanto ela me estudava como se eu fosse um espécime sob um microscópio.
"Você acha que seria interessante se você tivesse comido uma beberrona e tivesse
uma ressaca horrível e, em seguida, arrotar vinho barato durante dias", disse Stevie Rae.
"Tudo o que posso dizer sobre isso é nojento."
Afrodite, as gêmeas, Damien, Jack e eu encaramos todos ela. Finalmente tive a
oportunidade de dizer, "Stevie Rae. Por favor, não coma mais nenhuma pessoa. É
realmente per-per-perturbador," Eu sussurrei.
"Ela certamente não vai comer outra beberrona. A primeira provou ser realmente
mal, & rdqu sa specimu (não tenha ideia do que isso significa de novo); Então;" Kramisha
disse.
"Kramisha! Zoey não faço mais isso. Ninguém está comendo ninguém mais. Eu só
estava usando uma vez que foi há muito tempo como um exemplo do por que eu sei que
Heath está bêbado deixou ela bebada". Stevie Rae apertou meu braço. "Então não se
preocupe, ok? Nós vamos ficar bem aqui, e por isso as pessoas da rua. Não interessam
mais a nós. Você apenas começou bem".
"Ah, yeah." Eu rolei meus olhos para Stevie Rae. "Eu não vou me preocupar sobre
isso."
"Ei, você tem a minha promessa. Não comer pessoas durante a sua ausência. "Stevie
Rae olhou solene e pretendia fazer um X sobre o seu coração. "com o meu coração eu
prefiro morrer."
Prefere morrer! Jeesh, eu realmente esperava que nenhum de nós teria que morrer.
Novamente. E, assim eu fui capaz de pensar no meio do nevoeiro que o vinho fez na
minha mente, e eu sabia o que eu tinha que fazer. E dei a Afrodite um alegre sorriso.
"Hey, afro! Por que vocês não vão se juntar lá fora com Darius? Tenho que dar a Stevie
Rae um número de telefone, então eu vou para lá".


"Certo. Nós vamos encontrá-lo lá fora. E não me chame nunca mais de afro
novamente." Com um huff, Afrodite levou as gêmeas, Damien, Jack, e um bando de
irritados gatos para fora do quarto. Como saíram da sala, Erik voltou e parou Cruzando os
braços, ele silenciosamente encostou na parede e me olhou. Eu usei a minha embriaguez
como um pretexto para ignorá-lo.
"Ei, você poderia tentar se concentrar? Quer que eu adicione um número no meu
telefone?" Stevie Rae disse.
"Não", eu disse teimosamente. "Tenho que anotar."
"Ok, ok," ela disse rapidamente, obviamente imitando um bêbado.
Ela estava procurando algo em que eu pudesse escrever quando Kramisha apareceu
sobre ela e entregou um pedaço de papel e uma caneta. "Aqui está algo para você
escrever." Olhando absolutamente confusa, Stevie Rae sacudiu a cabeça dela para mim.
"Z, tem certeza que você não pode simplesmente dizer."
"Não!" Eu gritei.
"Ok, aqui, não têm um grande espaço." Stevie Rae escorregou o papel e caneta em
minhas mãos.
Eu podia sentir Erik, que veio para o estande mais perto de minha mesa, me
observando. Eu dei-lhe uma carranca intoxicada. "Não de uma olhadinha no que eu
escrever!"
"Tudo bem, tudo bem!" Ele levantou suas mãos para cima e caminhou ate onde
estava Kramisha.
Eu podia ouvir os dois conversando sobre como eu ficava pateta quando estava
bêbada. Era muito difícil se concentrar através da ridícula bebedeira que Heath tinha
passado para mim, mas a dor o movimento de minhas mãos causou me ajudaram a ficar
sóbria. Eu escrevi o numero de telefone celular da Irmã Maria Angela, em seguida,
rapidamente escrevi Plano B: esteja pronta para levar todos para a abadia, mas não diga.
Ninguém sabendo = Neferet não saber onde estão. "Ok, aqui." Stevie Rae tentou tomar o
papel da minha mão, mas puxei antes, o que a fez olhar para cima de mim com
curiosidade. Encontrei seus olhos, tentando manter meu olhar mais sóbrio possível,
quando eu sussurrou: "Se eu disser para você mova-se, você se move!" Seu olhar desceu
à nota que eu tinha escrito, e eu vi os olhos dela aumentar. Ela olhou rapidamente até
mim e depois acenou quase imperceptível. Aliviada, eu fechei os olhos e cedi a tontura.
"Tudo feito com o seu número de telefone secreto?" Erik disse.
"yep", Stevie Rae andou para trás. "Logo que eu colocar isso no meu celular, eu vou
destruir as provas."
"Ou talvez se auto-destrua", Heath sussurrou da cama.
Eu abri meus olhos e olhei para ele. "Ei!"
"O quê?", ele disse.
"Obrigado, novamente," eu disse.
Heath sussurrou. "Não é grande coisa."
"Sim, é muita coisa, "eu disse. "Fique seguro, ok?"
"Será que isso interessa?" Ele perguntou.
"Sim, interessa. Mas da próxima vez eu realmente desejo que você não esteja
bêbado." Eu arrotei novamente e, em seguida, quando o movimento fez eu machucar o
meu peito.
"Eu vou tentar não esquecer disso," ele disse, levantando a garrafa de vinho de volta
para os lábios.


Eu suspirei, disse para Stevie Rae, "Tirem-me daqui", e fechei os olhos, agarrando a
minha bolsa e os dois poemas indecifráveis junto a mim.
"Se isso é o que você diz, Erik," Stevie Rae disse
Erik foi subitamente para o meu lado. "Isso vai doer, e eu estou arrependido, mas
você realmente precisa voltar para a House of Night."
"Eu sei. Então eu são vou fechar meus olhos e tentar fingir que estou em outro
lugar, ok?"
"Parece uma boa idéia", disse Erik.
"Eu vou ficar aqui com você, também, Z," Stevie Rae disse.
"Não. Fique com Heath," eu disse rapidamente. "Se você deixar alguém comer ele,
eu vou ficar muito brava. Isso significa".
"Estou aqui", Kramisha disse, "e eu ouvi isso. Eu não vou comer o seu namorado. Ele
não tem um gosto bom não mais".
"Não é o que a Zo diz!" Heath falou e levantou a sua garrafa quase vazia como se
estivesse brindando para nós.
Eu ignorei ambos e mantive os olhos sobre Stevie Rae. "Não se preocupe. Heath vai
ficar bem. Eu vou cuidar dele." Stevie Rae me abraçou e beijou a minha bochecha. "Fique
segura", disse ela.
"Lembre-se do que eu escrevi", eu sussurrei. Ela acenou. "Ok, vamos embora", eu
disse para Erik, e mantive meus olhos fechados apertado. Erik levantou-me tão
suavemente como ele poderia, mas a dor que passava através do meu corpo estava tão
horrível que eu não podia nem gritar.
Eu continuei com meus olhos fechados e tentei respirar devagar enquanto Erik se
apressava passando o túnel comigo em seus braços, murmurando que tudo iria ficar
bem... Que ficaríamos juntos em breve... Quando chegamos à escada de ferro que
levaram ao deposito, Erik disse: "Sinto muito, mas isto vai doer muito. Aguenta firme,
porém, Z. Estamos quase chegando."
Então, ele transferiu o seu domínio sobre mim e levantou-me a Darius, que foi,
descendo para mim. Isso foi quando eu desmaiei. Infelizmente, eu acordei com uma
chuva e um vento congelante que passou pelo meu rosto.
"Ssh, não luta. Você só vai piorar", disse Darius.
Eu estava em seus braços. Erik estava caminhando ao seu lado, olhando preocupado
com os olhos enquanto nós fazíamos o nosso caminho em direção a um enorme Hummer
preto que estava em marcha lenta sem carga no estacionamento. Jack estava em pé ao
lado da porta aberta para a grande traseira.
Eu podia ver Afrodite no assento do passageiro e as gêmeas, juntamente com um
bando de gatos no lado distante da traseira. Damien estava sentado na porta aberta.
"Deslize e me ajude a estabelecer ela ai", disse Darius.
Eles transferiram-me para algum banco traseiro do jipe, colocando minha cabeça no
colo do Damien. Infelizmente eu não desmaiei novamente. Antes de Darius fechar a porta,
Erik acariciou o meu tornozelo. "Você tem que ficar bem, ok?" Erik disse. Eu mal falei um
fraco "Ok".
Quando Darius fechou a porta e pulou para o acento do condutor e acelerou, eu fiz
uma decisão consciente de evitar toda a Erik-Heath questão até a minha vida ficar mais
calma, e eu poderia lidar com as duas coisas. Eu admito que naquele momento eu deixei
os dois para trás com um culpado sentimento de alivio.
A maior parte do trajeto de volta foi tão escuro e silencioso como Tulsa tinha se
tornado varrida de gelo. Darius tinha um trabalho enorme para manter o Hummer sobre


as folhas de gelo que tinham tomado as ruas, Afrodite só de vez em quando comentava
sobre uma parte caída na sua frente ou de um caminho que deve tomar. Damien, tenso e
atônico, agarrando segura no colo dele, e as gêmeas estavam, para variar, não estavam
tagarelando uma com a outra. Fechei os olhos, tentando controlar as tonturas e a dor.
Uma sensação de entorpecimento preocupantemente familiar tinha começado a
percorrer lentamente em todo o meu corpo novamente. Desta vez, reconhecei que,
embora, eu sabia o quão perigoso seria eu dormir, não importa quão repousante e
obrigado pareceu. Desta vez eu sabia que o entorpecimento era um disfarce para a morte
me obrigando a respirar profundamente, embora cada vez que eu fazia a dor dominava
todo meu corpo.
A dor era boa. Se me machuca, significa que não estava morta. Eu abri meus olhos e
limpei minha garganta, voltando a falar comigo mesma.
Minha bebedeira de sangue-vinho tinha passado o que significava que eu me sentia
esgotada e consumida pela dor.
"Temos que lembrar que onde estamos indo. Não é a antiga House of Night. Não é a
nossa casa", eu falei. Carregando a minha voz, mas soou rouca e estranha. "Além de
manter os nossos elementos mais perto de nós, penso que a coisa mais inteligente que
podemos fazer é tentar se manter o mais próximo possível da verdade, sempre que fomos
questionados sobre qualquer coisa."
"É lógico", disse Damien. "Se eles sentirem que estamos dizendo a verdade, eles
podem ser menos propensos a sentir necessidade de vasculhar mais as nossas mentes".
"Especialmente se as nossas mentes estão protegidas pelos elementos", disse Erin.
"Podemos muito bem despistar-los com a nossa suposta ignorância, e Neferet irá
subestimar nós novamente", disse Shaunee.
"Então, estamos voltando por causa da mensagem de texto que foi enviada pela
escola chamando todos de volta", disse Damien.
"E porque Zoey foi ferida." acrescentou Afrodite. "Sim, e a única razão que saímos foi
porque estávamos com medo".
"E isso é a pura verdade", disse Erin.
"Totalmente", Shaunee acrescentou.
"Basta lembrar: Dizer a verdade, quando possível, e manter a guarda," eu disse.
"Nossa Alta sacerdotisa está certa. Estamos entrando no campo do inimigo, e não
podemos dar ao luxo de se quer esquecer isso, e mostrar a verdade do nosso retorno",
disse Darius.
"Tenho a sensação de que não seríamos tentados a esquecer", disse Afrodite
lentamente.
"Que tipo de sentimento você quer dizer?", eu Perguntei.
"Acho que todo o nosso mundo mudou", Afrodite falou. "Não, eu sei que mudou.
Quanto mais nos aproximamos da escola, mais eu sinto que algo esta errado." Ela se
inclinou e olho para mim. "Você pode sentir isso?"
Eu balancei minha cabeça ligeiramente.
"Eu não posso sentir qualquer coisa, exceto o corte no meu peito."
"Eu posso sentir isso", disse Damien. "É como se todos os cabelos na parte de trás
do meu pescoço estão em pé."
"Correto", Shaunee disse.
"Meu estômago esta péssimo," disse Erin.
Dei outra profunda respiração e pisquei firme, concentrando-se em ficar consciente.


"É Nyx. Ela está avisando com esses sentimentos. Lembre-se do efeito da aparência
que Kalona tinha sobre os outros calouros?" Afrodite acenou. "Zoey esta certa. Nyx esta
fazendo com que nos sintamos um lixo para não ceder a essa cara. Temos que lutar
contra ele mais do que nunca, para não sermos enfeitiçados como os outros calouros."
"Nós não podemos ir para o lado negro", disse Damien firmemente.
Darius atravessou o cruzamento da Utica com a 21º Street.
"A Utica Square parece realmente assustadora totalmente escura", disse Erin.
"Sinistra e horrível e errada", disse Shaunee.
"Não há energia em nenhum lugar", disse Darius. "Ate o hospital St. John não tem
praticamente nenhuma luz, os geradores mal funcionam." Darius continuou descendo a
Utica e ouvi Damien suspirar. "É estranho, o caminho é a única coisa em Tulsa ainda
iluminada."
Eu sabia que a House of Night, finalmente, entrar em vista. "Me levante. Preciso vê-
la", eu disse a Damien.
Ele me levantou o mais suavemente que ele poderia, mas eu tinha que travar os
dentes para não gritar. E então a visão bizarra da House of Night temporariamente me fez
esquecer a dor. Foi incendiada com óleo cintilando luzes, iluminando a enorme estrutura
tipo castelo.
O gelo cobria tudo, e tinham chamas iluminavam as paredes de pedra, fazendo com
que parecesse encantadoras, como se fosse uma jóia. Darius procurou no seu bolso e
tirou um controle. Ele apontou para portão da escola feito de fero e apertou, e com um
som de rangido o portão começou a abrir, o movimento enviou cacos de gelo para baixo
da entrada.
"Parece um castelo de um desses antigos, terríveis contos de fadas onde tudo foi
colocado sob um feitiço e congelado em gelo", Afrodite disse. "No interior, uma princesa,
foi envenenada por uma bruxa e ela está mal à espera de ser resgatado por seu belo
príncipe."
Eu olhei para o meu lar que agora parecia um lugar estranho e disse: "Vamos apenas
lembrar que há sempre um terrível dragão que guardava a princesa."
"Sim, uma coisa horrível, como um Balrog*," Damien disse. "Tal como em O Senhor
dos Anéis".
(*Balrog: um tipo de demônio parecido com um dragão mais possuem chifres.)
"Acho que o demônio de referência é mais preciso do que seria desejável que seja,"
Darius disse.
"O que é isso?", eu Perguntei. Incapaz de apontar, eu levantei meu queixo em
direção à frente e à esquerda de nós. Mas eu não tinha necessidade de dizer nada. Em
segundo o que tinha feito o movimento era óbvio para todos nós quando o Hummer foi
cercado. Em um piscar de olhos a noite acima de nós foi coberta por Corvos
escarnecedores que ficaram rodeando. Então, por trás deles um enorme, guerreiro que eu
não reconheci entrou no meio deles, com um olhar sinistro e perigoso.
"Isso seria um dos meus irmãos, um filho de Erebus, de pé, lado a lado com os
nossos inimigos", disse Darius suavemente.
"Que faz os Filhos de Erebus nossos inimigos, também," eu disse.
"Sacerdotisa, pelo menos quando você estiver referindo-se a esses guerreiros, estou
arrependido de ter de concordar com você," Darius disse.


DEZESSETE

Darius foi o primeiro a sair do veiculo. O rosto dele estava arrumado em linhas sem
expressão para que ele parecesse forte e confiante, mas totalmente ilegível. Ele ignorou
os Corvos Escarnecedores, que estavam encarando ele com seus terríveis olhos, e se
dirigiu ao guerreiro no centro do grupo.
"Saudações, Aristos," Darius disse. Embora ele tenha colocado o punho sobre o
coração em uma rápida saudação, eu notei que Darius não fez uma reverencia. "Eu tenho
vários calouros, incluindo uma jovem sacerdotisa, comigo. A sacerdotisa foi severamente
ferida e precisa de atenção medica imediata."
Antes de Aristos poder responder, o maior dos Corvos Escarnecedores pos a cabeça
de lado e disse, "Qual sacerdotisa retorna a House of Night?"
Mesmo dentro do Hummer eu tremi ouvindo a voz da criatura. Essa soava mais
humana que a do que tinha me atacado, mas isso a fazia ainda mais assustadora.
Devagar e deliberadamente Darius mudou sua atenção de Aristos para a horrível
criatura que não era nem pássaro nem homem, mas uma mistura mutante dos dois.
"Criatura, eu não conheço você."
O corvo Escarnecedor estreitou seus olhos vermelhos para Darius. "Filho dos
homens, você pode me chamar de Rephaim."
Darius não piscou. "Eu ainda não conheço você."
"Você irá me conhecer," Rephaim assoviou, abrindo seu bico para que eu pudesse
ver dentro da sua moela.
Darius ignorou a criatura e se dirigiu a Aristos de novo. "Eu tenho uma sacerdotisa
que foi muito ferida e vários calouros que precisam descansar. Você ira nos permitir
passar?"
"É Zoey Redbird? Você a tem com você?" Aristos perguntou.
Cada um dos Corvos Escarnecedores reagiu ao meu nome. Cada um deles virou sua
atenção de Darius para o nosso Hummer. Asas batendo e membros anormais se
retorcendo com uma energia subjugada, as coisas encaravam. Eu nunca fiquei tão feliz
por ter janelas tingidas na minha vida.
"É." A resposta de Darius foi junta. "Você nos deixara passar?" ele repetiu.
"É claro," Aristos disse. "Todos os calouros receberam ordens para voltar ao
campus." Ele gesticulou em direção aos prédios da escola. O movimento brevemente
permitiu que o lado do pescoço dele fosse iluminado pelos postes de luz mais próximos, e
eu vi uma pequena linha vermelha na pele dele, como se o pescoço dele recentemente
tivesse sido ferido.
Darius acenou de forma sintética. "Eu vou carregar a sacerdotisa até a enfermaria.
Ela não pode andar."
Darius tinha começado a voltar para o veiculo quando Rephaim disse, "A Vermelha
está com você?"
Darius olhou de volta para ele. "Eu não sei que você quer dizer com A Vermelha," ele
disse suavemente.
Em um instante Rephaim tinha espalhado suas massivas asas pretas e pulado no
capo do Hummer. O barulho do metal cedendo sob o peso dele foi escondido pelos
assobios coletivos dos gatos agitados. Rephaim perfurou o metal, as mãos humanas
curvadas em garras, se curvando para cima de Darius. "Não minta para mim, filllllho dos
homens! Você sabe que eu falo da vampira vermelha!" Enquanto o temperamento dele
explodia, a voz dele se tornava menos humana.


"Fiquem prontos para chamar seus elementos," eu disse, tentando ignorar a dor e
falar clara e calmamente, embora eu me sentisse tão fraca que eu não tinha certeza que
eu pudesse chamar Espírito para Afrodite, muito menos controlar e dirigir o resto deles.
"Se aquela coisa atacar Darius, jogamos tudo que temos, puxamos Darius para cá, e
saímos dirigindo feito loucos."
Mas Darius não pareceu perturbado. Ele olhou friamente para a criatura. "Você se
refere a sacerdotisa vermelha Stevie Rae?"
"Simmmm!" O mundo era um enorme assovio.
"Ela não está comigo. Eu só tenho calouros azuis aqui. E a sacerdotisa entre eles que
precisa de cuidado imediato - como eu já expliquei." Darius continuou a encarar
calmamente a coisa que parecia ter saido de um pesadelo. "Pela ultima vez, você vai nos
permitir passar ou não?"
"Passeeeee, é claroooooo," a criatura assoviou. Ela não saiu do Hummer, mas se
inclinou para trás para que Darius pudesse abrir a porta do motorista.
"Venha por aqui. Agora." Darius fez menção para que Afrodite deslizasse pelo banco,
e ergueu a mão para ela poder pegar. "Fique perto," eu ouvi ele murmurar para ela e vi
ela acenar a cabeça rapidamente. Se mantendo grudada ao lado de Darius, ela se moveu
com ele até minha porta. Ele se inclinou para dentro, encontrando nossos olhos. "Vocês
estão prontos?" ele perguntou quietamente. A pergunta era cheia com tanto mais do que
aquelas simples palavras.
"Sim," Damien e as Gêmeas falaram juntas.
"Pronta," eu disse.
"De novo, fiquem perto," ele sussurrou. Darius e Damien conseguiram me mover
dolosamente até os braços do guerreiro. Encarando silenciosamente para os Corvos
Escarnecedores, todos os gatos no veiculo saíram e pareceram derreter em sombras
geladas. Eu suspirei aliviada quando nenhuma das criaturas atacou minha Nala. Por favor,
deixe os gatos ficarem seguros, eu mandei um silencioso apelo para Nyx. Eu senti mais do
que vi Afrodite, Damien, e as Gêmeas cercarem Darius e eu, e então, como se fossemos
um ser, nos movemos do Hummer para os terrenos da escola.
Os Corvos Escarnecedores, incluindo Rephaim, tomaram os céus enquanto Aristos
nos levava pela curta distancia do primeiro prédio do campus, onde ficava o alojamento
dos professores e a enfermaria.
Enquanto Darius me carregava pelas portas de madeira arqueadas que sempre me
lembravam de algo que deveria ficar atrás de um fosse e do que num prédio familiar, eu
pensei sobre como fazia apenas um pouco mais de dois meses que eu tinha chegado aqui
e tinha sido levada inconsciente para enfermaria, para acordar sem ter ideia do meu
futuro. Era estranho eu estar quase exatamente na mesma posição de novo.
Eu olhei para o rosto dos meus amigos. Todos pareciam calmos e confiantes. Era só
porque eu os conhecia tão bem que eu reconheci o medo na linha apertada da boca de
Afrodite, e que as mãos de Damien, fechadas em punhos dos lados, escondia o medo
deles. As Gêmeas andavam a minha direita, tão perto que o ombro de Shaunee tocava o
de Erin, que por sua vez tocava contra Darius - como se através do toque eles pudessem
ganhar coragem.
Darius virou no corredor familiar, e porque ele estava me carregando, eu senti a
tensão no corpo dele e sabia antes dela falar que ele a tinha visto. Eu ergui minha cabeça
pesada do ombro dele em tempo de ver Neferet parada na frente da porta da enfermaria.
Ela estava linda em um longo vestido preto colado ao corpo, feito de um material que
brilhava e mostrava deslumbres de um profundo roxo quando ela se movia. O cabelo


escuro dela caia grossamente e em ondas até a cintura dela, e os olhos verdes brilhavam
de emoção.
"Ah, então o prodígio retorna?" A voz dela era melódica e um pouco divertida.
Instantaneamente eu tirei meus olhos dela e sussurrei freneticamente, "Seus
elementos!" eu só me preocupei por uma batida do coração sobre não eles não ouvirem
ou entenderem, porque quase imediatamente eu senti a luz do vento quente e senti o
cheiro de uma chuva de primavera. Embora Neferet não pudesse ler a mente de Afrodite,
eu murmurei, "Espírito, eu preciso de você," eu senti a agitação em mim enquanto os
elementos respondiam. Antes deu mudar de ideia e de forma egoísta me fortificar com
espírito, eu mandei, "Vá para Afrodite," e eu vó o afiado do fluxo do coração dela
enquanto o elemento a preenchia. Certa de que meus amigos estavam tão protegidos
quanto podiam estar, eu voltei minha atenção para nossa corrompida Alta Sacerdotisa. Eu
abri minha boca para comentar a ironia dela usar uma comparação bíblica, quando uma
porta alguns metros no fundo do corredor, onde Neferet estava, se abriu e ele saiu dela.
Darius parou tão bruscamente que eu senti como se ele tivesse chegado ao fim de
uma corda.
"Oh!' Shaunee aspirou.
"Merrrrrrrda!" Erin disse em um longo suspiro.
"Não olhe para os olhos dele!" Eu ouvi Afrodite sussurrar. "Encarem o peito dele ao
invés."
"Não é uma coisa difícil de fazer," Damien disse suavemente.
"Fiquem fortes," Darius disse.
E então o tempo pareceu suspenso.
Fique forte, eu disse a mim mesma. Fique forte. Mas eu não me sentia forte. Eu me
sentia exausta e machucada e completamente derrotada. Neferet me intimidava. Ela era
simplesmente tão perfeita e poderosa. Kalona me fez perceber minha insignificância. Os
dois juntos me definhavam, e minha cabeça girou tontamente com uma cacofonia de
pensamentos. Eu era só uma garota. Diabos, eu nem era uma vampira completa ainda.
Como eu podia esperar me opor a esses dois incríveis seres? E eu realmente queria lutar
com Kalona? Sabíamos com 100% de certeza que ele era do mal? Eu pisquei, clareando
minha visão embaraçada e o encarei. Ele absolutamente não parecia maligno. Kalona
estava usando uma calça que parecia ser feita do mesma pele de veado marrom que os
mocaccinos são feitos. Os pés dele estavam nus, e o peito dele também. Soa idiota dizer -
que ele estava parado no corredor semi-nu - mas eu não me senti idiota. Pareceu certo.
Era só que ele era tão incrível! A pele dele estava completamente livre de qualquer
mancha e era um bronzeado dourada que garotas brancas tentam, mas sempre falham
em conseguir nas camas bronzeadoras. O cabelo dele era grosso e preto. Era longo mão
não ridiculamente Fabio longo. Era só meio bagunçado e tinha uma fofa onda. Quanto
mais eu olhava, mas eu podia imaginar passar meus dedos por entre ele. Sem prestar
atenção no aviso de Afrodite, eu olhei diretamente para os olhos dele e senti uma choque
passar por mim enquanto os olhos dele se alargavam em reconhecimento, e aquele
choque pareceu passar diminuir ainda mais da minha quase não existente força. Eu
afundei nos braços de Darius, tão fracamente que eu mal pude manter a cabeça erguida.
"Ela está ferida!" A voz de Kalona foi levada através do corredor. Até Neferet se
contraiu. "Porque ela não está sendo atendida?"
Eu ouvi o som enjoativo de asas batendo, e então Rephaim saiu do quarto onde
Kalona tinha acabado de estar. Eu tremi enquanto percebi que o Corvo Escarnecedor deve


ter voado até a janela e então entrado. Não existe nenhum lugar acima do subsolo que
essas coisas horríveis não consigam entrar?
"Pai, eu ordenei o guerreiro que levasse a sacerdotisa para a enfermaria para que ela
seja bem atendida." A voz nada natural de Rephaim soava ainda mais obscena depois de
ter ouvido a voz majestosa de Kalona.
"Oh, mentira!" Complemente chocada, eu comecei a abrir a boca para falar com
Afrodite, que estava dando ao Corvo Escarnecedor seu melhor ataque de vadia. Ela jogou
para trás seu cabelo e continuou, "O garoto pássaro nos manteve lá fora na chuva
congelante enquanto ele reclamava sobre A Vermelha isso A Vermelha aquilo. Darius
trouxe Zoey aqui apesar da ajuda dele." Afrodite citou no ar a palavra "ajuda"
Houve um enorme silencio no corredor, e então Kalona jogou sua cabeça linda para
trás e riu. "Eu tinha esquecido o quão divertidas as mulheres podem ser." Com um
gracioso movimento de mão ele gesticulou para Darius. "Traga a jovem sacerdotisa aqui
para que ela possa ser tratada."
Eu podia sentir relutância na tensão do corpo de Darius, mas ele fez o que Kalona
ordenou, com meus amigos ao lado dele. Nós alcançamos Neferet na porta da enfermaria
ao mesmo tempo que Kalona.
"Seu dever terminou aqui, Guerreiro,' Kalona disse a Darius."Neferet e eu iremos
tratar ela agora." E o anjo caído abriu seus braços como se esperasse que Darius me
entregasse a ele. Com aquele movimento as enormes asas de corvo que até agora tinham
estado bem fechadas nas costas dele, se entre abriram.
Eu queria me esticar e tocar aquelas asas e eu estava feliz por estar tão fraca que só
podia olhar.
"Meu dever não terminou," A voz de Darius estava tão tensa quanto o corpo dele.
"Eu jurei cuidar dessa jovem sacerdotisa e eu devo permanecer ao lado dela."
"Eu também vou ficar," Afrodite disse.
"E eu também." Damien soava pequeno e abatido, mas eu vi os punhos dele se
fecharem firmemente dos lados dele.
"Nós também," Erin disse, e Shaunee acenou amedrontadamente.
Foi a vez de Neferet de rir. "Certamente vocês não pensam que podem ficar com
Zoey enquanto eu a examino?" A diversão na voz dela desapareceu. "Parem de ser
ridículos! Darius, leve ela até aquele quarto e a deixe na cama. Se insiste, você pode
esperar aqui no corredor por ela, embora pela sua aparência, a escolha mais sabia seja
você comer e se refrescar. Afinal de contas, você trouxe Zoey para casa, onde ela está
segura, então você completou sua tarefa. O resto de vocês vai voltar para o dormitório. A
parte humana da cidade está paralisada por uma simples tempestade, mas não somos
humanos. A vida continua para nós, o que significa que a escola continua." Ela pausou e
deu a Afrodite um olhar tão cheio de ódio que contorceu o rosto dela em algo que era
muito duro e frio para conter sequer um pequeno traço de beleza. "Mas você agora é
humana, não é, Afrodite?"
"Eu sou," Afrodite disse. O rosto dela estava pálido, mas ele ergueu o queixo e
encontrou o olhar frigido de Neferet.
"Então você pertence lá fora." Neferet fez um vago gesto para longe de nós.
"Não, ela não pertence," eu disse. Me concentrar em Neferet tinha quebrado o feitiço
que encarar Kalona tinha se lançado em mim. Eu mal reconheci minha própria voz. Soava
como um sussurro, fraco como de uma velha mulher, mas Neferet não teve problemas em
me ouvir, e ela voltou sua atenção de Afrodite para mim. "Afrodite ainda tem visões de


Nyx. Ela pertence aqui," eu consegui dizer, embora eu tenha piscado rapidamente porque
pontos cinzas ficavam mexendo com a minha visão.
"Visões?" A voz profunda de Kalona cortou o ar entre nós. Dessa vez eu me recusei a
olhar para ele, embora ele estivesse parado tão perto que eu podia sentir o estranho
calafrio que veio do corpo dele. "Que tipo de visões?"
"Avisos de futuros desastres," Afrodite falou.
"Interessante." Ele arrastou a palavra. "Neferet, minha Rainha, você não me disse
que tinha uma profetiza na House of Night." Antes de Neferet poder falar, ele continuou,
"Excelente, excelente. Uma profetiza pode ser muito útil."
"Mas ela não é uma caloura, e nem uma vampira, e portanto não pertence a House
of Night. Então eu digo que ela deve ir embora." A voz de Neferet tinha um estranho tom
que eu não reconheci a principio, e então eu pisquei ainda mais e minha visão clareou o
bastante para mim olhar bem a linguagem corporal dela - ela estava pendurada em
Kalona - e eu percebi com um pouco de choque que Neferet estava de fato fazendo beiço.
Então, impressionada, eu observei Kalona erguer a mão e acariciar a bochecha de
Neferet, passando sua palma pela curva do longo e suave pescoço dela, continuando a
acariciar os ombros dela, e finalmente descendo até as costas dela. Neferet tremeu com o
toque dele e os olhos dela dilataram, como se o toque dela a tivesse deixado alta.
"Minha Rainha, certamente uma profetiza será de utilidade para nós," ele disse.
Ainda o encarando, Neferet acenou.
"Você fica, pequena profetiza," Kalona disse a Afrodite.
"Sim," ela disse firmemente. "Eu fico. Eu fico com Zoey."
Ok, eu livremente admito que Afrodite estava me surpreendendo. Eu quero dizer,
sim, eu estava seriamente ferida e provavelmente em sério choque, então eu posso culpar
meu estado mental e físico alterado nisso e esperar que seja algum estranho efeito
hipnótico que o anjo caído estava tendo em mim, porque eu posso muito bem estar
morrendo. Mas obviamente todos estavam sendo afetados por Kalona em algum grau.
Todos a não ser Afrodite. Ela soava totalmente como seu jeito vadio normal. Eu
simplesmente não entendia.
"Profetiza," Kalona disse. "Você disse que da avisos de futuros desastres?"
"Sim," Afrodite disse.
"Me diga, o que você vê no futuro se levarmos Zoey para longe nesse momento?"
"Eu não tive uma visão, mas eu sei que Zoey precisa estar aqui. Ela foi gravemente
ferida," Afrodite disse.
"Então me deixe lhe assegurar que eu, também, sou conhecido por profetizar."
Kalona falou. A voz dele, que tinha sido tão deliciosa e profunda, que eu honestamente
queria nada a além de me curvar e o ouvir para sempre, tinha começado a mudar. Com
sutileza, no começo, eu senti uma mudança no timbre. Enquanto ele continuava a falar
com Afrodite, minha carne começou a se arrastar de medo. O obvio descontentamento
dele era refletido na voz dele, até que até mesmo Darius deu um vacilante passo para
longe dele. "E em meu juramento eu te digo que se você não fizer o que mando, essa
sacerdotisa não vivera outra noite. Nos deixe agora!"
As palavras de Kalona crepitaram pelo meu corpo, causando meus já tontos sentidos
vacilarem. Eu me segurei nos ombros de Darius. "Só façam o que ele disse," eu disse a
Afrodite, pausando para tentar recuperar o fôlego. "Ele tem razão. Eu não vou durar muito
se eu não receber ajuda."
"De a sacerdotisa para mim. Eu não vou pedir de novo," disse Kalona, erguendo seus
braços para me pegar de novo.


Afrodite hesitou por apenas um momento, e então ela se esticou e agarrou minha
mão. "Estaremos aqui quando você melhorar." Ela apertou minha mão e eu de repente
senti a onda do Espírito voltar para o meu corpo.
Eu queria dizer a ela não, ela precisava manter o elemento - ela precisava da
proteção dele - mas Afrodite já tinha virado para Damien e dado a ele um empurrão em
minha direção, dizendo, "diga tchau a Zoey, e dê a ela seus mais fortes - desejos de
melhora."
Eu vi Damien olhar rapidamente para Afrodite, que acenou levemente. Então ele
agarrou minha mão e apertou também. "Fique bem, Z," ele disse, e quando ele soltou
minha mão eu pude sentir uma doce brisa ao meu redor.
"Vocês também," Afrodite disse as Gêmeas.
Shaunee pegou uma mão, e Erin a outra. "Estamos torcendo por você, Z," Erin disse,
e então eles viraram para longe, e eu fui deixada com o calor do verão e a frescura de
uma chuva de limpeza.
"Chega de sentimentalismo. Eu vou pegar ela agora." E antes que eu pudesse
respirar outra vez Kalona tinha me tirado de Darius. Pressionada contra o peito nu dele eu
fechei os olhos e tentei reunir a força dos elementos enquanto eu tremia com o
maravilhoso calor frio do corpo dele.
"Eu vou esperar aqui." Eu ouvi Darius dizer antes da porta se fechar com uma batida
doentia de finalidade, fechando meus amigos para fora e me deixando sozinha com meu
inimigo, um anjo caído, e as monstruosas criaturas pássaros que a antiga luxuria dele
tinha criado.
Então eu fiz algo que eu só tinha feito duas vezes na minha vida inteira. Eu desmaiei.


DEZOITO

A primeira coisa que eu percebi que eu comecei a recuperar a consciência de que era
que os incômodos lençóis da cama da enfermaria estavam frios contra a minha pele nua,
o que significava que eu não tinha nenhuma roupa.
A segunda coisa que eu percebi foi que tudo dentro de mim me dizia para manter
meus olhos fechados e continuar respirando profundamente. Em outras palavras, eu
precisava fingir que estava ainda desmaiada.
Permanecendo o mais parada possível, eu tentei tomar inventário do meu corpo. Ok,
a longa e desagradável ferida no meu peito estava doendo consideravelmente menos do
que estava quando eu desmaiei. Eu procurei ao redor com meus sentidos (exceto olhos,
claro), e podia sentir e cheirar a persistente presença de espírito, o ar, água e fogo. Os
elementos não foram plenamente manifestados era evidente, mas eles estavam lá em
torno de mim, me acalmando e fortalecendo - e me deixando preocupada como o inferno
por meus amigos. Volte para os outros! Eu ordenei aos elementos silenciosamente, e senti
a sua relutante partida. Todos à exceção de espírito. Eu queria abrir e revirar meus olhos.
Em vez mais difícil me concentrar. Espírito, vá para Afrodite. Fique perto dela. Quase
imediatamente eu senti a ausência do elemento poderoso. Devo ter feito um movimento
involuntário na partida de espírito, porque de algum lugar perto de meus pés Neferet
falou.
"Ela mexeu. Não duvido que ela irá recuperar a consciência em breve". Houve uma
pausa, e eu podia ouvir o seu movimento, como se ela estivesse se aproximando
enquanto falava. "Eu continuo a dizer que eu não deveria ter curado ela. A morte de Zoey
poderia ter sido facilmente explicada. Ela estava quase morta quando ela chegou aqui."
"Se o que você me disse é verdade e ela tem domínio sobre todos os cinco dos
elementos, ela é muito forte para permitirmos que morra," Kalona disse. Pareceu que ele
também estava de pé perto do final da minha cama.
"O que eu disse a você é a verdade", Neferet disse. "Ela controla os elementos."
"Então nós podemos usá-la. Porque não incluí-la na nossa nova visão do futuro?
Tendo sua lealdade iria ameaçar qualquer membro do Conselho que não sucumbisse a
mim."
Nova visão do futuro? Ameaçando o Conselho? Tal como no Conselho Superior de
Vampiros? Macacos me mordam!
A resposta de Neferet foi calma e confiante. "Nós não precisamos dela, meu amor.
Nosso plano terá êxito. Zoey nunca usaria seu poder para nós mesmo. Ela também é
completamente enfeitiçada pela sua Deusa."
"Ah, mas isso pode mudar". Sua voz profunda era como chocolate derretido. Ainda
que minha mente estava correndo com a notícia que entreovi, meu corpo foi enfeitiçado
pela voz dele, só de ouvi-lo já era prazeroso. "Eu lembro de uma outra sacerdotisa cujo
afeto com a Deusa foi quebrado."
"Ela é jovem e não é sábia o suficiente para permitir que seus olhos se abram a
possibilidades mais intrigante, como os meus estão." As suas vozes eram tão próximas
entre si que eu sabia que ela deveria estar em seus braços. "Tudo o que Zoey poderá ser
para nós é outro inimigo. Acredito que o dia virá quando você ou eu vamos ter que matá-
la."
Kalona estalou a língua. "Você é uma criatura tão deliciosamente sanguinária. Se a
Jovem Sacerdotisa não for um benefício para nós, então é claro que ela deve,


eventualmente, ser eliminada. Até então eu vou ver o que posso fazer quanto a quebrar
os grilhões que a prendem."
"Não. Eu quero que você fique longe dela!" Neferet repreendeu.
"Você faria bem em lembrar quem é mestre aqui. Não vou ser governado ou
comandado ou preso, nunca mais. E eu não sou seu impotente Deusa. O que eu dou eu
tiro se estiver descontente!" A suavidade sexy tinha ido embora da voz de Kalona, e um
frio terrível a tinhasubstituído.
"Não fique zangado." Neferet foi instantaneamente arrependido. "É só que eu não
posso suportar a dividi-lo."
"Então, não me desagrade!" Ele gritou, mas a raiva já foi sumindo de sua voz.
"Vem comigo para fora desta sala, e eu prometo que não vou desagradá-lo," Neferet
disse bajulando. Eu podia ouvir os nojentos e úmidos sons deles se beijando. Os gemidos
sem fôlego de Neferest eram suficientes para me fazer engasgar.
Após muitos totalmente desagradáveis sons, Kalona finalmente disse, "Vá para o
nosso quarto. Prepare-se para mim. Eu vou daqui há pouco tempo."
Eu quase poderia ouvir o guincho de 'Não venha comigo agora!' de Neferest através
da sala, mas ela me surpreendeu, dizendo: "Venha até mim logo, meu anjo negro" em
uma doce, abafada voz. Depois houve o farfalhar de suas roupas, bem como a abertura e
o fechamento de uma porta.
Ela está realmente manipulando ele. Me pergunto se Kalona sabia. Certamente um
ser imortal seria sensato para os jogos da mente (bem, e do corpo, também, muito eesh)
de uma Alta Sacerdotisa vampira. Então me lembrei da imagem espectral de Neferet que
eu havia vislumbrado no armazém. Como ela tinha feito isso? Talvez voltando para o lado
negro tenha lhe dado diferentes poderes, talvez ela não é apenas uma caída Alta
Sacerdotisa Vampira. Quem sabe o que significa ser rainha da ETI Sgili realmente
significa? Este novo pensamento me aterrorizou.
Um barulho proximo á minha cama interrompeu meus horríveis pensamentos. Eu
queria segurar minha respiração, mas sabia que eu tinha que continuar fazendo lentas,
profundas e iguais respirações. Eu juro que podia sentir os olhos de Kalona em mim e
fiquei incrivelmente feliz que o lençol tivesse sido puxado modestamente ao longo de
meus seios e enrolado apertado em volta do meu corpo.
Eu senti o familiar arrepio vindo de seu corpo. Kalona deveria estar perto de mim.
Ele provavelmente estava de pé junto a minha cama. Ouvi o sussurro ameaçador de
penas e poderia imaginar ele abrindo suas lindas asas pretas. Ele poderia estar se
preparando para me puxar para seus braços novamente e enrola-luz em torno de mim,
como no meu sonho.
E era isso. Não importa o que meus instintos estavam gritando para mim, eu não
conseguia manter meus olhos fechados por mais tempo. Claro que eu estava indo ser
olhando para seu incrivelmente perfeito rosto. Eu abri meus olhos. Olhando para mim
encontrava-se as mutantes formas de Rephaim. O Corvo Escarnecedor estava sobre mim,
seu rosto terrível de pássaro apenas polegadas do meu. Seu bico estava aberto e sua
língua foi se agitando em minha direção.
Minha reação foi imediata e automática, e várias coisas aconteceram de uma só vez.
Soltando meu mais penetrante grito feminino, eu apertei o lençol contra o meu peito e fui
para trás tão rápido que me joguei contra a cabeceira da cama. Quando eu fiz isso, o
nojento Corvo Escarnecedor sibilou e abriu suas asas, parecendo que ele estava pronto
para se lançar sobre mim, e a porta foi violentamente aberta. Darius correu para o quarto,
deu uma olhada na criatura maléfica pairando sobre mim, e com um movimento que era


tão gracioso como era letal, alcançou a faca no coldre dentro de sua jaqueta de couro,
puxou-a e atirou. A lâmina atingiu Rephaim em seu peito. A criatura sibilou e cambaleou,
agarrando o cabo incrustado de pérola faca.
"Você ousou atacar o meu filho!" Kalona demorou apenas dois passos para alcançar
Darius. Com a força de um deus, ele agarrou o guerreiro pela garganta e o tirou do chão.
Kalona era tão alto, seus braços tão longos e musculaosos, que ele foi capaz de bater com
Darius contra o teto da sala. Ele segurou Darius lá enquanto as pernas do guerreiro
chutavam violentamente seus punhos batiam sem efeito contra os braços maciços de
Kalona.
"Pára com isso! Não machuque ele!" Arrancando a mim mesma para fora da cama eu
vacilando até os dois, não percebendo até ficar sobre meus pés o quanto fraca eu estava.
As asas pretas de Kalona estavam abertas, e eu tinha me desviar delas para chegar até
Darius. Eu não sei o que eu pensei que eu ia fazer quando eu levantei da cama. Mesmo se
tivesse como eu mesma e não estivesse drenada de energia e eu seria nenhum páreo
para este ser imortal, e agora, que eu estava gritando com ele e batendo na lateral do
corpo dele. Eu poderia dizer que era menos perturbadora para ele do que um mosquito
irritante teria sido. Mas uma coisa aconteceu. Enquanto eu olhava para Kalona, eu vi seus
olhos laranja chamejantes e como os seus dentes estavam expostos em um sorriso
selvagem, e eu entendi que ele estava gostando de estrangular Darius lentamente até a
morte.
Naquele momento a verdadeira face Kalona foi revelada a mim. Ele não era um herói
mal entendido que estava à espera de amor para trazer o seu lado bom. Kalona não tinha
um lado bom. Se ele tinha sido sempre assim ou não, não era importante. O que ele tinha
se tornado - o que ele era agora - era malvado. O feitiço que ele havia colocado em mim
quebrou como um sonho feito de vidro. Esperava desesperadamente que ele estivesse
muito quebrado para nunca mais poder ser colado novamente.
Respirando fundo, levantei minhas mãos, palmas para fora e não me importando que
o lençol caiu longe do meu corpo, deixando-me parada lá nua. Então eu usei a última das
minhas forças para evocar, "Vento e fogo, venham a mim. Preciso de vocês".
Instantaneamente eu senti a presença de dois elementos, e para além da sua presença eu
podia sentir Damien e Shaunee e tive uma breve visão dos dois deles concentrados com
os olhos fechados como combinado, acrescentando as suas vontades para reforçar os
seus elementos. Essa explosão poder era tudo que eu precisava. Eu estreitei os olhos e
coloquei tudo que eu tinha no meu comando. "Faça que o cara alado saia de cima de
Darius!" Eu joguei minhas mãos para Kalona, focalizando os elementos em movimento e,
ao mesmo tempo pensando como fogo e vento tinham me salvado de confronto bem
apertado com os Corvos Escarnecedores, então usá-los contra o seu pai deveria funcionar
também.
O efeito do sopro de ar quente foi imediato. Pegou as asas estendidas de Kalona e
jogou-o para cima e para trás, então houve um som estranho quando o ar aquecido tocou
sua pele nua, formando névoa no ar ao seu redor.
Darius havia caído fortemente no chão, mas ele estava buscando por ar enquanto ele
tentava se levantar, colocando o seu corpo entre Kalona, Rephaim, e eu. Eu não poderia
fazer muito mais do que tentar controlar a minha respiração e piscar duro para limpar um
pouco as estranhas manchas brilhantes da minha visão. Fogo e vento tinham
desaparecido, deixando-me apenas capaz de ficar no meu pé.
Um movimento no canto dos meus olhos me chamou a atenção e eu olhei para a
porta aberta. Eu engasguei de surpresa enquanto Stark corria para a sala, o seu arco já


armado com uma flecha de aparência mortal. Ele levantou-a para mirar em Darius, e
então hesitou, balançou a cabeça dele se tentasse limpá-la, e olhou para mim.
À primeira vista do que eu senti uma maravilhosa de felicidade. Ele parecia si mesmo
novamente! Seus olhos não estavam brilhando vermelho. Ele não parecia louco e não
estava esquelético. Então eu percebi que eu estava completamente nua enquanto nós nos
olhávamos. Peguei o lençol amontoado aos meus pés e o coloquei depressa em torno de
mim, no estilo de uma toalha de banho. Mesmo no meio da grande confusão e do stress
que estava acontecendo em torno de mim, eu poderia dizer que o meu rosto estava em
chamas vermelhas com o embaraço. Eu devia ter dito alguma coisa, qualquer coisa para
ele, e em vez disso a minha mente congelou pelo fato de que ele tinha acabado de ter me
visto completamente nua.
Recuperando sua compostura mais cedo do que eu, Stark novamente levantou o seu
arco, encaixando a seta e mirando-a em Darius.
"Stark! Não atire nele!" Eu chorei. Não me incomodei em de tentar bloquear a sua
mira em Darius. Se Stark tirasse, ele não iria errar, não importa o que eu fizesse. Ele não
podia errar. Diferente de Kalona, minha deusa não retirava um dom uma vez que o tinha
concedido.
"Se você está pensando em matar a pessoa me atirou pela sala, é a sacerdotisa a
quem seta irá acertar e não ao guerreiro", disse Kalona. Ele tinha conseguido se equilibrar
e parecia perfeitamente normal. Sua expressão era calma, mas a pele do seu peito nu
parecia corada e meio estranha, como se ele de repente tivesse pego uma queimadura
solar. Pequenas linhas de vapor ainda estavam preguiçosamente elevando-se da sua pele
exposta, apesar de ambos os elementos terem saído da sala. "E não é a sacerdotisa que
eu quero morta. É o guerreiro."
Antes de Stark pudesse disparar sua seta mortal, eu virei para Kalona, implorando a
ele, "Darius estava apenas me protegendo. Foi um Corvo Escarnecedor quem fez isso." Eu
chamava a atenção para a longa ferida em todo o meu peito que já não era nojentamente
aberto, mas sim um uma linha vermelha dentada e com aparência 'zangada'. "Quando
Darius me ouviu gritar e viu Rephaim inclinado sobre mim, foi apenas lógico para ele
assumir que eu estava sendo atacada novamente." Kalona tinha levantado uma mão para
o Stark segurar o tiro. Com a atenção do anjo caído completamente em mim, eu
continuei, "Darius fez um juramento de me proteger. Ele estava apenas fazendo seu
trabalho. Por favor, não o mate por isso."
Eu segurei minha respiração durante um longo instante. Kalona olhou pra mim, e eu
olhei de volta para ele. O estranho, hipnótico fascínio que eu sentia por ele não havia
retornado. Não que ele não era totalmente o homem mais lindo que eu já vi. Ele era
definitivamente. Então eu comecei a sentir um princípio de surpresa enquanto eu
compreendia exatamente o que eu via enquanto o encarava.
Kalona tinha ficado mais jovem.
Quando ele apareceu pela primeira vez de sua prisão na terra, ele era total e
completamente bonito, mas ele também era um homem. Bem, um que era anormalmente
grande e tinha enormes asas pretas, mas ainda assim, um homem. Ele tinha uma
aparência sem idade, aparecendo em qualquer lugar entre trinta e cinquenta anos. Mas
isso tinha mudado. Se eu tivesse que adivinhar a idade dele, eu diria que ele tinha cerca
de dezoito. Definitivamente não mais de vinte e um.
Ele tinha a idade ideal para mim...


Finalmente Kalona retirou seu olhar de mim e lentamente virou-se para Rephaim,
que estava agachado no canto da sala, as suas terríveis mãos humanas pressionadas em
volta da faca que ainda se projetava do seu peito de pássaro.
"É verdade, meu filho? Foi um dos meus filhos quem causou a ferida da
sacerdotisa?"
"Eu não tenho como saber, Pai. Nem todas as sentinelas voltaram", falou Rephaim
entre curtas e arquejantes respirações.
"É verdade", disse Darius.
"É claro que você diria isso guerreiro" disse Kalona.
"Dou-lhe a minha palavra como um filho de Erebus que eu estou lhe dizendo
verdade", disse Darius. "E você viu a ferida de Zoey. Certamente você a reconhece uma
lesão feita pelas garras de um de seus próprios filhos."
Fiquei contente de ver que não estava todo inchado Darius e pronto para continuar a
luta, como uma adolescente idiota teria estado (Olá, Heath e Erik!), E então eu entendi.
Darius ainda tentava me proteger. Se Kalona soubesse que um Corvo Escarnecedor tinha
quase me matado, sem saber o lado da história sobre ter sido um acidente, então talvez
ele não me deixasse ficar sozinha com um deles, e, melhor ainda, avisar seus filhos para
ficar longe de mim. Ou seja, se Kalona ainda me quisesse viva.
Então eu algo balbuciou em minha mente avisando que Kalona estava fechando o
espaço entre nós. Eu ficava muito parada, olhando diretamente para seu peito nu
enquanto ele me alcançava, parando apenas alguns centímetros antes de me tocar.
Lentamente, com um dedo ele traçou o caminho da minha cicatriz sem realmente tocar
minha pele, mas ainda assim eu podia sentir o frio que vinha de seu corpo. Eu tinha
fechado fortemente meus dentes para me impedir tanto de tremer e pular para trás
quanto para me impedir de olhar para cima e para seus olhos, me inclinando só o
suficiente para que seu dedo frio tocasse minha pele aquecida.
"É a marca de um dos meus filhos", disse ele. "Stark, desta vez não mate o
guerreiro." Eu tinha acabado de dar um longo suspiro de alívio quando Kalona
acrescentou, "Claro, não posso permitir que ele machuque meu amado filho, sem
repreensão. Mas eu prefiro repreender a ele eu mesmo."
A voz de Kalona tão calma, para falar a verdade, que eu realmente não entendi o
significado de suas palavras, até que, como uma cobra, ele atacou. O guerreiro só teve
tempo para começar a tomar uma atitude defensiva quando Kalona rodou, puxou a faca
do tórax de Rephaim e, em um movimento passou a lâmina para baixo ao longo do rosto
e Darius.
Darius cambaleou pelo golpe e, em seguida, caiu com o sangue voava á minha volta,
uma chuva pesada e escarlate na pequena sala. Gritei e tentei me aproximar dele, mas
Kalona mantinha sua mão fria fechada em volta do meu pulso, me puxando contra ele.
Olhei para o imortal, sentindo sua raiva e horror que aparecia através de seu horrível
encanto.
E eu não estava encantada ele! Sua mágica não funcionou para mim! Jovem e
inumanamente lindo como ele era, eu ainda o vi como um perigoso inimigo. Ele deve ter
visto o triunfo nos meus olhos, porque de repente sua expressão mudou de guerreira para
um lento sorriso de conhecimento. Ele se curvou até meus ouvidos e sussurrou , "Lembre-
se, minha pequena A-ya, o guerreiro pode protegê-la de todos os outros exceto de mim.
Nem mesmo o poder de seus elementos pode me impedir de reclamar o que acabará por
ser meu outra vez." Então ele pressionou os lábios contra os meus e o selvagem gosto
dele era como uma nevasca apressando através do meu corpo, entorpecimento minha


resistência e congelando minha alma com um desejo proibido que me sufocou. Seu beijo
me fez esquecer tudo e todos - Stark, Darius, e até mesmo Erik e Heath foram apagados
de minha mente.
Ele me libertou e minhas pernas não me sustentaram. Eu me agachei para o chão
enquanto ele deixava quarto, rindo, com o seu filho favorito ferido se arrastando atrás
dele.


DEZENOVE

Eu estava soluçando enquanto me arrastava até Darius. Eu tinha acabado de
alcançá-lo quando ouvi um som terrível vindo da direção da porta. Olhei para cima para
ver Stark. Ele tinha o seu arco em uma mão. A outra estava apertando a moldura de
madeira tão apertada que os nós de seus dedos ficaram brancos e eu juro que podia ver
seus dedos fazer entalhes na madeira. Seus olhos estavam em chamas vermelhas e ele se
dobrando ligeiramente, como se seu estômago estivesse causando-lhe dor.
"Stark? O que foi?" Eu passei as costas da minha mão em meus olhos, tentando
limpar as lágrimas de minha visão.
"O sangue... não posso aguentar... tenho que..." Ele falou arquejos e, como se
contra a sua vontade, ele deu um hesitante passo para dentro da sala.
No chão ao meu lado, Darius estava de joelhos. Ele agarrou a faca do chão onde
Kalona a havia jogado e enfrentou Stark. "Você deveria saber que eu só compartilho o
meu sangue com aqueles que eu convidei para me provar", a voz de Darius era firme e
forte. Se eu não tivesse olhado para ele eu nunca teria adivinhado que um rio de sangue
descia pelo seu rosto de um terrível ferimento de faca. "E eu não lhe fiz tal convite rapaz.
Afaste-se antes que o que aconteceu aqui se torne pior."
Havia uma luta sendo travada dentro de Stark que foi refletida por todo o seu corpo.
Desde o vermelho brilhante dos seus flamejantes olhos aos selvagens trejeito de lábios à
corda bamba irradiada a partir de tensão que ele, parecia que ele estava à beira de uma
explosão.
Mas o negócio é o seguinte: Eu tinha tido o suficiente. Dizer a minha reação ao beijo
de Kalona tinha me assustado era o eufemismo ano. Meu corpo ainda doía. Minha cabeça
estava tonta. Eu estava tão fraca que eu não acho que eu ia ganhar uma queda-de-braço
contra, bem, Jack. Agora Darius foi ferido, e eu não tinha a menor idéia do quão grave.
Sério, você poderia enfiar um garfo em mim e dizer que eu já tinha tido muito com todo
esse estresse.
"Stark, só dê o fora daqui!" Eu sussurrei para ele, satisfeita por a minha voz soar
muito mais forte do que eu me sentia. "Eu não quero acabar com a sua raça com o fogo,
mas se você der mais um passo para essa sala, eu juro que vou queimar a sua bunda."
Aquilo chegou até ele. Os olhos vermelhos de Stark se prenderam em mim. Ele
parecia chateado e perigoso. Havia uma escuridão que o rodeava como uma aura,
tornando os seus olhos vermelhos como chamas. Eu estava satisfeita pelo fato do lençol
estava seguro em volta do meu corpo, e levantei meus braços, mantendo-os para cima e
preparados. "Não me teste agora. Eu prometo que você não vai gostar se eu perder o
meu temperamento."
Stark piscou um par de vezes para mim, como ele estava a tentar limpar a sua visão.
O escarlate de seus olhos desbotou, a escuridão no ar em torno dele dissipando-se, e ele
colocou uma mão tremendo em seu rosto. "Zoey, eu-" ele começou, soando quase
normal. Darius saiu de sua posição defensiva, dando um passo mais perto de mim. Stark
rosnou para ele - como se ele fosse mais animal do que humano - girou sobre seus
calcanhares, e saiu correndo da sala.
De alguma forma eu consegui me arrastar até a porta para fechá-la e, em seguida,
arrastei uma cadeira de perto da cabeceira para colocá-la sob a maçaneta da porta, como
eu vi as pessoas fazem nos filmes, antes que eu voltasse a Darius.
"Estou feliz que você está do meu lado, Sacerdotisa", ele disse.


"Sim, essa sou eu. Sou destemida". Tentei fingir que não estava perto de passar por
soar como Christian Project Runway. Eu tinha a certeza de que Darius não conhecia
Project Runway como um projeto de ciência, mas isso o fez engasgar um pouco enquanto
nós ajudamos um ao outro a chegar na cama, onde se sentamos pesadamente e eu fiquei
ao lado dele, concentrando-me em não me balançar como se estivesse bêbada, o que,
infelizmente, eu não estava mais.
"Deve haver um kit de primeiros socorros no armário ali." Ele foi até o longo armário
de aço inoxidável que se estendia ao longo da parede. Havia também uma pia construída
nele e vários itens hospitalares com aparência assustadora (eles eram afiados e muito aço
inoxidável) guardados organizadamente em bandejas e coisas assim perto da pia.
Eu ignorei as coisas afiadas e comecei a abrir gavetas e armários, quando eu notei
minhas mãos estavam tremendo como loucas.
"Zoey," Darius chamou, e eu olhei por cima do ombro para ele. Ele parecia terrível. O
lado esquerdo do seu rosto era uma bagunça sangrenta. O talho começava de sua
têmpora, fazendo todo o caminho até sua mandíbula, bagunçando com o desenho
geométrico de sua tatuagem. Mas seus olhos sorriam para mim quando ele disse: "Eu vou
ficar bem. Isto é pouco mais do que um arranhão."
"Bem, é um grande arranhão", disse.
"Eu acho que ele vai incomodar Afrodite", ele disse.
"Huh?"
Ele começou a sorrir, mas a tentativa acabou com uma careta quando o movimento
causou mais derramamento do sangue pela ferida. Ele apontou para o rosto dele. "Ela não
vai gostar da cicatriz."
Quando eu tinha reunido um monte curativos, álcool, toalhas, gaze e outras coisas,
eu voltei para ele. "Se ela disser algo sobre isso eu acabo com ela. Depois de eu ter
descansado." Eu observava o horrível "arranhão", ignorando o delicioso aroma de seu
sangue e engoli com força para me impedir de vomitar.
Ok, sim, isso soa como uma total contradição: o fato de que eu amo o sabor e o
cheiro do sangue, mas vê-lo se derramando para fora do corpo de um amigo me deixa
enojada. Espere, não. Talvez não seja uma contradição, porque, Olá! Eu não como os
meus amigos! Pensei sobre Heath e decidi alterar o meu pensamento: eu não como meus
amigos, em circunstâncias normais, a não ser que me dêem a sua permissão.
"Eu posso limpar isso", disse Darius, tentando alcançar o frasco de álcool que eu
segurava fortemente em minha mão.
"Não", eu disse, então repeti mais firmemente, agitando minha cabeça para tentar
apagar a tontura. "Não, isso é ridículo. Você está machucado, eu vou fazer isso. Basta me
dizer o que eu preciso fazer." Eu fiz uma pausa antes de eu continuar, "Darius, temos que
sair daqui."
"Eu sei", ele disse solenemente.
"Você não sabe de tudo. Eu entreouvi Kalona e Neferet falando. Disseram que eles
estavam planejando algum tipo de um novo futuro, e então disse que iria envolver
'balançar o Conselho'."
Os olhos de Darius se abriram com o choque. "O Conselho de Nyx? Como no
Conselho Superior dos Vampiros?"
"Eu não sei! Eles não disseram mais nada sobre isso. Acho que estar falando sobre o
Conselho aqui da House of Night".
Ele estudou o meu rosto. "Mas você não acredita que é a isso que eles estão se
referindo?"


Eu sacudi a cabeça lentamente.
"Doce Nyx! Isso não pode acontecer!"
Eu amarrei a cara, desejando que o meu intestino não estivesse discordando com
ele. "Eu temo que aja um jeito de que possa ocorrer. Kalona é poderoso, e ele tem essa
mágica encantar-as-pessoas-por-ele acontecendo. Veja, o principal objetivo é que não
podemos ficar presos sob controle da Neferet enquanto ela e o homem pássaro coloquem
os seus planos em movimento, seja ele qual for." Na verdade, eu estava com medo que
eles já haviam colocado seus nojentos planos em movimento, mas dizer isso em voz alta
parecia um feitiço que se tornaria realidade. "Então, a gente só concerta você, agarra
Afrodite, as Gêmeos, e Damien, e voltar para os túneis?" Me sentia perigosamente perto
de explodir em lágrimas. "Eu sou tudo melhor, e penso vale a pena arriscar me afogar em
meu próprio sangue para dar o fora daqui."
"Concordo, acredito que Neferet te curou o suficiente para que você não corra o
perigo de rejeitar a Mudança, mesmo se você não estiver rodeada de vampiros adultos".
"Você está bem o suficiente para sair?"
"Eu disse que estou bem, e eu estava falando a verdade. Vamos começar a limpar
isso, em seguida, vamos deixar este lugar."
"Eu gosto mais dos túneis." Eu me surpreendi por admitir em voz alta o que eu tinha
pensando, mas Darius balançou a cabeça solenemente em acordo. "É porque se sente
segura, e é definitivamente deixou de ser seguro aqui", disse ele.
"Você notou algo de diferente em Neferet?" Perguntei.
"Se você quer dizer se eu percebi que o poder da Sacerdotisa parece ter aumentado,
sim, eu notei."
"Ótimo. Eu só queria que eu estivesse imaginando coisas" eu murmurei.
"Seus instintos são bons, e eles vem te avisando sobre Neferet faz algum tempo."
Ele fez uma pausa. "O poder hipnótico de Kalona é incomum. Eu nunca senti nada assim
antes."
"Sim", eu disse, limpando o sangue de seu rosto. "Mas eu acho que eu quebrei
qualquer encanto que ele tivesse sobre mim" Eu me recuso a admitir, até para mim, que,
embora o efeito hipnótico tinha ido embora, eu ainda tinha tido uma forte reação ao seu
beijo. "Ei, Kalona não parecia diferente para você?"
"Diferente? Como assim?"
"Mais jovem, como ele não fosse mais velho do que você." Eu achava que Darius
estava em algum lugar entre seus vinte anos, ou pelo menos assim parecia para mim.
Darius me lançou um longo e especulativo olhar "Não, Kalona parecia o mesmo da
primeira vez que eu o vi, sem idade, mas não de uma forma que poderia ser confundido
com um adolescente. Talvez ele tenha a capacidade de alterar sua aparência para agradar
você."
Eu queria negar, e então me lembrei de como ele me chamou antes de me beijar.
Era o mesmo nome que ele havia me chamado em meu pesadelo. A minha resposta a ele
foi quase automática, como se a minha alma o reconhecesse, sussurrou minha mente
sussurrou traiçoeiramente. Um terrível medo mandou um calafrio através do meu corpo,
causando a pequenos pêlos nos braços e na parte de trás do meu pescoço se arrepiarem
"Ele me chamou de A-ya", eu disse.
"O nome soa familiar. O que significa isso?"
"É o nome da mulher criada pelas mulheres Ghigua para prender Kalona."
Darius suspirou profundamente. "Bem, pelo menos agora sabemos por que ele quer
tanto proteger você. Ele acha que você é a mulher que ele amava".


"Acho que era mais obsessão do que amor", eu disse rapidamente, não querendo
nem mesmo considerar a idéia de Kalona poderia ter amado A-ya. "Além disso, é preciso
lembrar que A-ya o prendeu, fazendo com que ele ficasse aprisionado na terra por mais
de mil anos."
Darius acenou com a cabeça. "Então o desejo dele por você pode facilmente se
tornar violência."
Meu estômago apertou. "Na verdade, a razão pela qual ele poderia me querer seria
apenas se vingar de A-ya. Quero dizer, não sei o que ele está realmente planejando fazer
comigo. Tudo o que Neferet queria era me matar, mas ele a impediu dizendo que
poderiam utilizar meus poderes."
"Mas você nunca desistiria de Nyx por ele" Darius disse.
"E quando ele perceber isso eu não posso imaginar que ele me mantenha por perto."
"Ele vai ver você como um poderoso inimigo, um que poderia encontrar uma forma o
apanhar em armadilha novamente", disse Darius.
"Ok, então me explique como concertar você e, em seguida, vamos encontrar os
outros e nos mandar daqui."
Darius me guiou através de uma limpeza muito nojenta de corte, durante a qual eu
tive que derramar álcool em seu corte para, como ele disse, lavar qualquer infecção que
possa ter sido causada pelo sangue do Corvo Escarnecedor. Eu tinha esquecido totalmente
de que a faca que havia cortado Darius havia estado enfiada no peito de Rephaim e que
definitivamente haveria o sangue daquele nojento homem pássaro por toda a faca. Então
Eu limpei o corte e, em seguida, Darius me ajudou a achar esse estranho, mas maneiro
negócio chamado Dermabond, mais conhecido como pontos líquidos, que eu coloquei em
uma linha abaixo do comprimento do seu corte, prensando os lados da ferida em
conjunto, e, ta-da! exceto para um grande ainda-não-cicatrizado corte, Darius disse que
ele estava bom como novo. Eu estava apenas um pouco mais cética, mas (como ele me
lembrou) eu realmente não era uma enfermeira credível para começo de conversa.
Então eu comecei a vasculhar os armários atrás de roupas, eu não iria e lugar
nenhum com um lençol ao redor do meu corpo. Ok, você não iria acreditar que o
grosseiro, fino como papel e sem costas "vestido" de hospital (por favor, eles não eram
verdadeiros vestidos) que achamos em uma gaveta. Por que os hospitais gostam de vestir
você com esses horríveis vestidos que além de tudo revelam partes de seu corpo que uma
pessoa gostaria de esconder quando você já se sente horrível? Simplesmente não faz
sentido. Enfim, nós finalmente encontramos um par de calças verdes de hospital que eram
muito grandes para mim, mas tanto faz. Elas eram melhores do estar firmemente
embrulhada em um lençol. Eu completei o meu visual com botas. Perguntei ao Darius se
ele havia visto a minha bolsa e ele falou que ainda deveria estar no Hummer.
Provavelmente fui um pouco superficial, mas eu gastei poucos minutos pensando que, se
a minha bolsa estivesse perdida eu teria que obter uma nova carteira de motorista e
celular, e me perguntei se eu saberia exatamente o número da cor do lindo brilho labial
Ulta que eu teria que repor.
Algum tempo depois de eu ter colocado a roupa (enquanto Darius estava de costas)
e começar a me preocupar com a falta da minha bolsa, eu percebi que estava sentada na
cama olhando para o espaço e quase dormindo.
"Como você está se sentindo?" Darius perguntou. "Você parece..." Suas palavras
sumiram, como ele estivesse se impedindo de falar "uma merda" ou "horrível".
"Eu pareço cansada?" Eu ofereci.
Ele acenou. "Você parece".


"Bem, isso não é tão surpreendente, porque estou cansada. Realmente cansada."
"Talvez devêssemos esperar e-"
"Não!" Eu interrompi. "Eu falava sério quando disse que queria sair daqui. Além
disso, não há nenhuma maneira de que eu realmente possa dormir enquanto nós estamos
aqui. Eu não me sinto segura".
"De acordo", disse Darius. "Vocês não estão seguros. Nenhum de nós está seguro."
Não foi preciso falar nada para que entrássemos em acordo. Nós não estaríamos
seguros mesmo se conseguíssemos sair da House of Night, mas era melhor para a nossa
moral se nenhum de nós falasse isso.
"Muito bem, vamos buscar os outros," eu disse.
Eu chequei o relógio na parede antes que nós saíssemos do quarto e percebi que era
um pouco depois das 4h00 Foi um choque ver quanto tempo havia se passado,
especialmente porque eu deveria ter dormido por várias horas e não me sentia nem um
pouco descansada. Se as coisas estavam normais na House of Night, as aulas dos calouros
deveriam ter terminado. "Ei," eu disse Darius, "é hora do jantar. Eles devem estar na
cafeteira."
Ele concordou, levantou-se da cadeira e abriu a porta lentamente.
"Corredor do vazio", ele murmurou.
Enquanto ele foi espreitar o corredor, eu fiquei olhando para ele. Então, em vez de
seguir ele para fora da sala, eu o agarrei pela manga e o puxei de volta. Ele me deu um
olhar interrogativo.
"Uh, Darius, eu acho que nós realmente precisamos de mudar de roupas antes de
fazer uma grande entrada no meio do refeitório, ou mesmo no meu dormitório. Quero
dizer, você está mais do que um pouco ensanguentado, e eu estou vestindo o que parece
um grande saco para lixo verde. Nós não somos exatamente imperceptíveis".
Darius olhou para si mesmo, vendo o sangue seco, que havia manchado toda a sua
camisa e paletó. O sangue, mais o recém-fechado corte em seu rosto, mais o meu
uniforme de hospital pareciam igualmente suspeitos, uma conclusão a qual Darius chegou
facilmente.
"Vamos ir pelas escadas até o próximo andar. Lá é onde os filhos de Erebus estão
alojados. Vou me trocar e então levar você rapidamente ao seu dormitório para que você
possa se livrar dessas." Ele indicou minha roupa. "Se nós tivermos a sorte de encontrar
Afrodite e as Gêmeas no dormitório e só teremos que achar Damien fora e, em seguida,
sair de fininho da escola."
"Parece bom. Nunca pensei que você me ouvir dizer que eu estava ansiosa para
voltar aos túneis, mas agora eu sinto como se fosse o melhor lugar para estar", disse.
Darius grunhiu o que eu presumi que fosse um jeito masculino para concordar
comigo, e eu acompanhei ele para o corredor, o que realmente estava deserto. Foi apenas
um curto caminho para a escadaria. okay, em apenas alguns passo que parecia um voo,
eu estava apoiada fortemente nos braços de Darius. Eu poderia dizer pelo brilho
preocupado nos olhos dele que ele estava seriamente considerando me carregar e teria
feito isso (apesar de meus protestos), se não tivéssemos chegado naquele momento.
"Então," eu disse entre suspiros, "é sempre tão tranquilo aqui em cima?"
"Não", disse Darius carrancudo. "Não é." Passamos um espaço comum que tinha
uma geladeira, uma grande televisão de tela plana, alguns confortáveis sofás, e um monte
de coisas como pesos livres, um alvo, e uma mesa de bilhar. É, também, estava deserta.
Seu rosto em conjunto ilegível linhas, Darius me levou a uma das muitas portas que
abriam para fora do salão.


O quarto dele era tudo o que eu imaginava que o quarto de um Filho de Erebus seria
- simples e limpo, sem muitos enfeites. Ele tinha alguns troféus por vencer competição de
arremesso de faxa, e uma coleção inteira de livros capa dura de Christopher Moore, mas
nenhuma foto emoldurada de amigos ou família, e a única arte nas paredes era uma
paisagem de Oklahoma, o que provavelmente veio com o quarto. Oh, ele também tinha
uma mini-geladeira como a de Afrodite, o que me irritou bastante. Será que todos têm
uma geladeira exceto eu? Jeesh. Havia uma grande janela com uma vista panorâmica - eu
me perguntava o porquê. Puxei para trás um canto da cortina e olhei para fora de modo
que Darius poderia mudar suas roupas sem fazer com que uma ciumenta Afrodite
desmembrasse um de nós ou a ambos.
Deveria ser um momento ocupado. As aulas haviam acabado e as crianças deveriam
ter vindo da acadêmica da escola para os dormitórios, sala, refeitório, e resumo só
passeando e sendo adolescentes. Invés disso, eu vi somente duas pessoas fazendo o seu
melhor para não cair se apressando na calçada indo de um prédio para o outro.
E mesmo que minha intuição dissesse que era mais do que parecia eu queria culpar
o clima pela quietude mórbida da escola. O céu escuro ainda derramava a chuva gelada, e
apesar do isolamento causado pela tempestade, fiquei encantada com a forma com que o
brilhante revestimento de água congelada fez tudo parecer mágico. Árvores cediam sob o
peso cristalino que sepultava seus ramos. O suave amarelo das luzes a gás tremeluzia
pelas paredes e calçadas lisas. A coisa mais legal era a grama congelada. Estava arrepiada
como brilhantes espinhos por todos os cantos, reluzindo quando a luz a atingia da maneira
certa, fazendo com que o chão parecesse um campo de diamantes.
"Uau", eu disse, mais para mim do que Darius, "Sei que a tempestade de gelo é
chateação, mas é realmente bonita. Faz com que tudo pareça diferente."
Darius estava colocando um moletom sobre uma camisa limpa enquanto se juntava a
mim na janela. Sua carranca disse que via mais a parte chata da tempestades do que o
gelo mágico dela.
"Não vejo uma sentinela", disse ele, e eu percebi que a sua carranca não tinha sido
dirigida apenas no gelo, mas também aos limites dos muros, que podíamos ver a partir de
sua janela "Deveríamos ser capazes de ver, pelo menos, dois ou três dos meus irmãos
guerreiros, mas não há uma." Então eu o senti se retesar.
"O que foi?"
"Eu falei muito rápido, e você estava certa. Este é um mundo diferente. Existem
sentinelas fixadas. Eles não são apenas os meus irmãos." Ele apontou para uma mancha
na parede à nossa direita que se curvava por trás do templo de Nyx que se situava logo
na frente do prédio em que estávamos. Ali, entre as sombras de um antigo carvalho e a
parte de trás do templo, a escuridão se quebrou para revelar o contorno distorcido de um
Corvo Escarnecedor agachado na parede.
"E lá."
Darius fez sinal para um ponto do outro lado na parede. Eu tinha ignorado porque
nada mais natural do que mais um pouco de trevas nesta noite tempestuosa, mas quando
eu olhei fixamente, e, também, me movi rapidamente, revelando uma outra terrível
criatura homem pássaro.
"Eles estão em todos os lugares," eu disse. "Como é que vamos sair daqui?"
"Você pode nos disfarçar com os elementos, como você fez antes?"
"Eu não sei. Estou tão cansada, e me sinto estranha. Meu corte esta melhor, mas é
como se eu estivesse sendo drenada."


Então, meu estômago afundou ainda mais então percebi outra coisa. "Depois que eu
usei fogo e o vento para tirar Kalona de você, eu não tive que liberar os elementos. Eles
só não estavam mais lá. E isso nunca aconteceu antes. Eles sempre circulam ao meu
redor ate que eu os deixo partir".
"Você esta esgotada. A capacidade de conjurar e controlar os elementos é o seu
dom, mas ela não vem sem um preço. Você é jovem e saudável, assim, em circunstâncias
normais, provavelmente você dificilmente percebe o dreno que provoca em você."
"Eu já fiquei assim muitas vezes, mas nenhuma nunca foi igual essa."
"Você nunca esteve perto da morte antes. Adicione isso o fato de que você não ter
tido tempo para descansar e recuperar, e aquela combinação perigosa."
"Em outras palavras, podemos não ser capazes de contar comigo para sairmos
daqui", eu disse.
"Por que não te chamamos de Plano C, e nós de F. Só precisarmos arranjar os
Planos A e B."
"Eu prefiro ser o Plano Z," Eu sorri.
"Bem, isso vai ajudar, mesmo que seja apenas uma correção temporária." Ele foi
para o mini-geladeira e puxou o que parecia ser duas garrafas de água, apenas os frascos
porque o liquido espesso que a preenchia eu conhecia muito bem. Ele me entregou uma.
"Bebe."
Eu bebi enquanto franzia para ele. "Você tem garrafas de água com sangue em sua
geladeira?" Ele levantou suas sobrancelhas para mim, então contornou com o dedo o
corte que esticou puxando todo lado de baixo do seu rosto. Finalmente ele disse,
"Eu sou um Vampiro, Zoey. Você será uma em breve. Para nós ter sangue humano
em garrafas é o mesmo que ter água engarrafada. Só existe um consumo de muito mais
sangue." Ele levantou o frasco para mim e, em seguida, ele drenou tudo.
Eu bloqueei a minha mente e fiz o mesmo. Como sempre, o sangue bateu no meu
sistema como uma explosão, dando um pontapé de energia e fazendo me sentir muito
mais viva e invencível. Minha cabeça ceçou a tontura, e achei que a dor que irradiava da
minha ferida diminuiu,me deixando dar um grande, profunda, e sem-dor respiração.
"Melhor?" Darius disse.
"Totalmente", eu disse.
"Vamos colocar algumas roupas de verdade e encontrarmos os outros, enquanto
esta bebida dura. Isto me faz pensar." Ele volta para a geladeira, agarrou outra garrafa de
sangue, e jogou para mim. "Coloque nos eu bolso. Beber sangue e dormir não irá
substituir o tempo que seu corpo necessita para curar-se, mas vai manter você em pé. Ou
pelo menos eu espero que sim."
Eu coloquei a garrafa em um dos grandes bolsões da minha folgada e larga calça.
Darius prendeu sua faca no cinto de couro, agarrou um casaco de couro limpo, e eu e ele
deixamos o quarto, apressando para baixo da escada, e caminhamos até a porta do prédio
tudo sem ver ninguém. Eu senti mal, mas eu não quero pausa para falar sobre isso. Eu
não queria fazer ou dizer algo que poderia nos manter lá, mesmo por um segundo mais
do que tínhamos ficado. Quando Darius chegou a porta da frente do prédio, eu hesitei.
"Eu não acho que é muito inteligente os corvos escarnecedores verem que eu estou
melhor e andando pra cima e pra baixo". Eu deixei a minha voz baixa, embora não
houvesse nada visíveis à nossa volta.
"Você está provavelmente certa", disse ele. "Você consegue controlar?"
"Bem, na verdade, o dormitório não é muito longe. Além disso, o clima já é
desagradável. Vou só chamar algumas nevoas e aumentar a chuva. Isso deve fazer um


bom trabalho em esconder a gente. Lembre-se de pensar que você é feito de nada, mas
que espírito. Tente imaginar se misturando com a tempestade. Isso geralmente faz com
que seja mais fácil para mim".
"Farei. Estou pronto quando estiver."
Dei um profundo suspiro, agradecida que meu peito estava quase totalmente livre de
dor, e concentrado. "A água, fogo e espírito, eu preciso de vocês", eu disse.
Eu abri um dos meus braços, como se estivesse recebendo um abraço de um amigo,
e colocando a outra enrolada no braço de Darius. Imediatamente eu senti o aumento dos
três elementos passar por mim, esperei, Darius, também.
"Espírito, peço-vos que encubra... nós... vamos nos esconder mistura com a noite.
Água, enche o ar que nos rodeia, banhar-se e esconde nós. Fogo, eu preciso de você um
pouco, apenas o suficiente para aquecer o gelo."
Eu tinha razão sobre uma coisa: o tempo estava desagradável. Eu definitivamente
gostava mais da vista de fora do que a de dentro do quente e seco edifício. Ele tinha sido
ruim antes, mas como os elementos respondeu ao meu comando da tempestade
aumentaram em intensidade.
Eu procurei ao nosso redor, tentando descobrir se algum corvo escarnecedor nos
tinha notado, mas os elementos estavam trabalhando bem juntos, Darius e eu
caminhamos e eu me sentia no meio de um globo de neve mais a neve onde a neve tinha
virado gelo. O gelo e o vento eram tão ruins que eu teria caído direto de bunda se Darius
não tivesse os reflexos de um gato e de algum modo conseguiu manter tanto em nossos
pés. Me lembrei que, como eu e ele caminhávamos rapidamente, mas cuidadosamente as
congeladas calçada, envolta em uma névoa que havia explodido súbita tudo à nossa volta,
cabeças curvadas contra o ataque gelada, eu não vi um único gato. Ok, sim, o tempo
estava horrível, principalmente depois que eu estraguei mais ele, e os gatos não gostam
de nada molhada, mas eu não lembro uma vez no mês que eu vivi na House of Night
andando em qualquer lugar no campus e não vendo, pelo menos, um jovem gato
perseguindo um outro.
"Não há gatos por ai," eu disse.
Darius acenou. "Eu já reparei."
"O que isso significa?"
"Problemas", disse ele.
Mas eu não tive tempo para pensar sobre o que a ausência de gatos pode significar
(e de se preocupar se a minha Nala estava bem). Eu já estava sentindo a fuga de energia.
Eu tive que concentrar toda a minha força e concentração para manter tudo funcionando
sussurrei vai vento, fogo e água. "Nós somos a noite, deixe o espírito da noite nos cobrir...
nos... proteja com névoa, vento, e deixando os olhos maus não nos verem..."
Estávamos quase no dormitório quando ouvi a voz de uma menina. Eu não poderia
entende o que ela estava dizendo, mas o alto, nervoso tom definitivamente dizia que algo
estava errado. A tensão no braço de Darius, e da forma como ele estava reconhecendo o
perigo, tentando ver através da bolha elementar que nos rodeada, me disse que ele ia
ouvi-la, também. Quando estávamos mais perto do dormitório, a voz ficou mais clara e
mais alta, e as palavras começaram a fazer sentido.
"Não, é sério! Eu só quero voltar para o meu quarto," a voz da menina assustada
disse.
"Você pode voltar. Depois que eu estiver terminado com você."
Eu congelei, Darius me puxou parando reconhecendo a voz do cara antes da menina
responde-lo.


"Pode ser mais tarde, Stark? Então talvez possamos-"
Suas palavras foram abruptamente cortadas. Ouvi um pequeno grito, que terminou
em um suspiro e, em seguida, houve um terrível som molhado, e os gemidos começaram.


VINTE

Darius estava a frente, me puxando pelo braço. Demos uma pequena parada na
entrada do dormitório das meninas. Havia escadas largas, emolduradas com as paredes,
na altura da cintura, excelente para sentar e flertar com seu namorado depois que ele
andou com você ate a porta antes de te dar um beijo de boa noite.
O que Stark estava fazendo era uma gozação torcida de beijo de boa noite que
geralmente acontecia ali. Ele estava segurando uma garota em que poderia ter sido um
abraço, se não fosse evidente que, poucos segundos antes os dentes deles tinham se
afundado no pescoço dela, e estava tentando fugir dele. Vi, horrorizada, como Stark,
percebendo à nossa presença, continuou o seu ataque a ela. Não importava que a garota
estava agora certamente gemendo sexualmente. Quero dizer, todos nós sabemos o que
acontece quando um vampiro morde alguém: Os receptores sexuais de ambos da "vítima"
(e, neste caso, ela é definitivamente sua vítima!) E o vampiro são estimulados. Ela estava
sentindo fisicamente os sentimentos, mas a largura, dos olhos aterrorizados, e à rigidez do
seu corpo tornou evidente que ela ia lutar com ele se podia. Stark estava bebendo em
goles enormes de sua garganta. Seus gemidos eram selvagens e da mão que não foi
segurá-la apertado contra o seu corpo estava desastrada na saia da menina, levantando-a
para que ele pudesse colocar entre suas pernas e de...
"Liberte-a!" Darius comandou, puxando o braço dele do meu aperto e saindo da
nevoa e noite que estávamos escondidos. Stark deixou cair a menina como eu não tinha
pensado ele não deu mais nenhum enorme gole. Ela choramingou mexendo suas mãos e
joelhos para longe dele para Darius. Darius jogou um lenço que antigamente ele puxou do
bolso dele pra mim e disse: "Ajuda ela."
Então, ele ficou como uma montanha muscular entre a histérica menina e eu e Stark.
Eu me agachei para baixo, percebendo com surpresa que a garota era Becca Adams, uma
loura bonita que antigamente costumava ter uma quedinha por Erik. Como eu assisti
Darius enfrentar Stark, entreguei o lenço para Becca e sussurrei palavras acolhedoras para
ela.
"Você parece manter sempre no meu caminho", disse Stark.
Seus olhos brilhavam ainda vermelho, e havia sangue em sua boca que ele limpou
com a palma de sua mão. Mais uma vez, eu podia ver uma escuridão pulsante em torno
dele. Não era totalmente visível, mas mais uma sombra dentro de uma sombra que se
tivesse deslocado para dentro e para fora da minha visão, algo que realmente foi visto
mais fácil quando eu não estava olhando para ele.
E então me bateu. Eu sabia onde eu notei esse estranho líquido escuro antes. Estava
na sombra dos túneis, e depois novamente no vislumbre da forma espectral da Neferet
que virou o Corvo Escarnecedor, que quase me matou! Com mais esta súbita visão
Reconheci mais essa escuridão. Eu tinha certeza que tinha estado presente, pulsante
como uma sombra que vivem em torno de Stevie Rae antes dela mudar, só então os meus
olhos e mente havia registrado apenas a luta e angustia da minha melhor amiga, e eu
tinha pensado que a escuridão que se apoderou dela era apenas interna.
Deusa, eu fui uma idiota! Oprimida, tentei fazer sentido deste novo conhecimento
enquanto Darius confrontava Stark.
"Talvez ninguém tenha explicado a você que Vampiros machos não abusam do sexo
feminino, sejam elas humanas, Vampiras, ou calouras." Darius falou calmamente, como se
estivesse tendo uma conversa normal com um amigo.


"Eu não sou um Vampiro". Stark apontou para o contorno da lua crescente em
vermelho na sua testa
"Esse é um detalhe inconsequente. quo "; xmWe"(não sei o que significa todos os
ebooks que estão na net estão com os mesmo erros de digitação,desculpe)- Darius fez
sinal de si mesmo para Stark "não abusar do sexo feminino. Nunca. A Deusa nos ensinou
melhor".
Stark sorriu, mas o gesto faltava qualquer verdadeiro humor. "Acho que você vai
descobrir que as regras mudaram por aqui."
"Bem, rapaz, eu acho que você verá que alguns de nós têm normas escritas aqui"-
Darius apontou para o seu coração, "e há regras escritas não estão sujeitos à evolução
pelos caprichos daqueles em torno de nós".
O rosto de Stark endureceu. Ele andou para trás e liberou o arco que estava preso
em um cinto e puxou ele. Então, ele puxou uma flecha da aljava que eu assumi que era
uma bolsa de homem pendurada sobre seus ombros (Eu sabia que não; Stark não é
exatamente um cara tipo bolsa de homem).
Ele colocou a seta no arco e disse: "Eu acho que eu vou ter certeza que você nunca
estará no meu caminho novamente."
"Não!" Eu levantei e fui para o lado de Darius, meu coração batendo como um louco.
"Que diabos aconteceu com você, Stark?"
"Eu morri!" ele Gritou, seu rosto torcendo com a raiva e a fantasmagórica escuridão
enrolada em torno dele. Agora que era visível para mim, me perguntei como eu nunca
poderia ter esquecido dela. Ignorando a sobra mal, eu continuei a enfrentá-lo.
"Eu sei disso!" Eu gritei. "Eu estava lá, lembra?" Isso fez ele pausar. Se curvando um
pouco para baixo. Eu levei isso como um bom sinal, e continuei. "Você disse que ia voltar
por Duquesa e por mim." Quando eu disse o nome do seu cão, dor passou em toda a sua
face, e de repente ele olhou e parecia fraco e jovem. Mas a expressão durou apenas um
instante. Eu pisquei e ele voltou a ser perigoso e sarcástico, porém seus olhos tinham
parado com o vermelho brilhante.
"Sim, estou de volta. Mas as coisas são diferentes agora. E mudanças maiores estão
chegando". Dando a Darius olhar de total repúdio. "Todos os que acreditam na mesma
merda que você não significa mais nada. Fará você fraco, e quando você estiver fraco
você morre."
Darius agitou sua cabeça. "Honrar o caminho da Deusa nunca é fraqueza".
"Sim, bem, eu não tenho visto muito de qualquer deusa passando por aqui, Você
tem?"
"Sim, eu absolutamente tenho", eu falei acima. "Eu vi Nyx. Ela apareceu lá" Apontei
para o dormitório de meninas "apenas um par de dias atrás".
Stark me olhou em silêncio por um longo tempo. Eu pesquisei seu rosto, tentando
encontrar algum indício de que o cara que eu senti uma conexão quem eu beijei-direita
antes dele morrer nos meus braços. Mas tudo que eu pude ver foi um imprevisível
estranho, e acima de tudo na minha mente foi o conhecimento que se der um tiro com o
arco ele nunca era o que ele mira. E de repente me lembrei. Ele não tinha matado Stevie
Rae. O fato de que ela estava viva provou que ele não pretendia matá-la. Então, talvez
houvesse alguma parte do velho Stark dentro dele.
"Stevie Rae esta bem, de qualquer forma," eu disse.
"Isso não é nada para mim", disse ele.
Eu franzi. "Achei que você queria saber, sendo que foi sua flecha que acertou ela
não mortalmente".


"Eu estava fazendo o que me disseram para fazer. O patrão disse para fazer sangrar;
e fiz sangrar."
"Neferet? Ela é quem está controlando você?" Perguntei. Seus olhos chamejaram.
"Ninguém me controla!"
"Sua sede está controlando você," Darius disse.
"Se você não estavam sob seu controle, você não teria tomado a força desse
calouro".
"Sim? Você acha que sim? Bem, você está errado. Ora, eu gosto da minha sede! Eu
gosto de fazer o que sempre eu quero com essa menina. É hora vampiros pararem de
estar em volta. Nós somos mais espertos, mais forte, melhor do que seres humanos.
Devemos estar no comando, não eles!"
"Esta jovem não é humana." A voz de Darius era como uma lamina pura, lembrei
que ele não era um cara tipo irmão mais velho, ele era um filho de Erebus e um dos mais
poderosos guerreiros vivo.
"Eu estava sedento e não tinha um humano útil", disse Stark.
"Zoey, leve a garota para o dormitório". Darius não tirou seus olhos fora Stark. "Ela é
feita servindo sua conveniência."
Eu me apressei sobre Becca ajudando ela a ficar de pé. Ela estava um pouco
hesitante, mas capaz de andar. Quando chegamos em Darius, ele avançou com a gente,
sempre mantendo-se entre nós e Stark. Assim como nós estávamos passando por ele,
Stark falou irritado com uma intensidade que enviou um calafrio em volta do meu
pescoço.
"Você sabe, tudo o que tenho a fazer é pensar em matar-lo e atirar esta seta. Onde
quer que você esteja, você está morto."
"Se assim é, então vou ser morto", disse Darius como um fato. "E você vai ser um
monstro."
"Eu não me importo de ser um monstro!"
"E não me importo de morrer pela minha Alta Sacerdotisa e encontra, finalmente, a
minha deusa", disse Darius.
"Se você machucá-lo, eu vou atrás de você com tudo o que tenho", eu disse a Stark.
Stark olhou para mim e seus lábios inclinaram em um fantasma, do bonitinho, sorriso
confiante que ele costumava ter. "Você provou um pouco do mostro em você mesma, não
é, Zoey?"
Eu não acho que valia um desagradável comentário como resposta, e obviamente
nem Darius. Ele continuou vigiando-nos por Stark, abrindo a porta do dormitório e
ajudando Becca entrar. Mas, em vez de seguir com ela, eu parei. Minha intuição dizia que
tinha algo que deveria fazer, e tanto quanto eu gostaria de ignorar a minha intuição, eu
sabia que eu não devia.
"Eu já volto," eu disse a Darius. Eu pude ver que ele estava indo para argumentar
comigo, mas eu apertei a minha cabeça e disse: "Confiem em mim. Só preciso de um
segundo."
"Eu vou estar aqui dentro perto da porta," Darius disse, jogou a Stark um olhar duro
e, em seguida, entrou no dormitório.
Eu enfrentei Stark. Eu sabia que eu estava tendo uma chance com o que eu ia dizer
para ele, mas eu pensei lembrando do poema de Kramisha e da linha que disse:
"humanidade a salva / Ela irá me salvar?" Eu tinha pelo menos que tentar.
"Jack esta cuidando da Duquesa," eu disse sem qualquer problema. Vi que flashs de
dor nos olhos dele novamente, mas sua voz não foi tocado por ele.


"E dai?"
"E dai, eu estou apenas dizendo que seu cachorro está bem. Ela teve um tempo
muito difícil, mas ela está bem."
"Eu não sou quem eu costumava ser, por isso ela não é mais minha cachorra." Desta
vez eu ouvi um requebro em sua voz, que me deu suficiente esperança e eu dei um passo
em direção a ele.
"Ei, a grande coisa sobre cães é que eles dão amor incondicional. Duquesa não se
importa quem você é agora. Ela vai ainda amar você".
"Você não sabe o que você está falando", disse ele.
"Sim, eu sei. Eu passei um tempo com seu cachorro. Ela tem um grande coração."
"Eu não estava falando sobre ela. Eu estava falando de mim".
"Bem, eu passei algum tempo com os calouros vermelhos, também. Sem contar que
a primeira vampira vermelha adulta é minha melhor amiga. Stevie Rae é diferente do que
ela costumava ser, mas eu ainda amo ela," eu disse. "Talvez se você passar algum tempo
com Stevie Rae e o resto dos calouros vermelhos poderia, não sei, você se encontrar
novamente. Eles têm." Eu disse isso com muito mais confiança do que eu sentia. Afinal,
eu tinha vislumbrado fragmentos da escuridão circulando Stark escondidas nesses túneis,
em torno desses calouros vermelhos, mas eu não poderia deixar de crer que seria melhor
tirá-lo daqui, onde o mal parecia ir e vir tão facilmente.
"Claro", disse ele muito rapidamente. "Por que você não me leva a essa Stevie Rae
consertada e eu vou ver o que acontece?"
"Claro," eu disse tão rapidamente. "Por que você não deixa o seu arco e flechas aqui
e mostra-me como sair fora do campus sem que os pássaro malucos saibam e eu faço
isso?" Sua expressão endureceu e ele era um estranho novamente.
"Eu não vou a lugar nenhum sem o meu arco, e não deixo o campus sem eles
saberem."
"Então, parece que não irá ver Stevie Rae," eu disse.
"Eu não preciso de você para me mostrar onde esta Stevie Rae. Ela sabe tudo sobre
seu esconderijo. Quando ela quiser sua amiga, ela irá pegar com ela. Se eu fosse você, eu
esperaria ver Stevie Rae muito mais cedo do que você imaginava que veria."
Aviso, sinos estavam tocando como um alarme de incêndio em minha mente, e eu
definitivamente não tinha que perguntar quem era "ela" que Stark estava falando. Mas em
vez de mostrar o quão assustada estava com o que Stark falou, eu sorri e disse
calmamente:
"Não há uma forma disso acontecer. Estou bem aqui, e Stevie Rae esta bem segura
onde ela esta porque ela se mudou. Não é grande coisa. Além disso, é sempre muito bom
vê-la, por isso, se ela aparecer aqui, vai ser legal".
"Sim, tanto faz. Não é grande coisa. E eu estou bem onde estou."
Ele parecia longe de mim, fora para o nevoeiro que estava gelado passando
preguiçosamente em torno de nós.
"Não entendo por que você se importa, de qualquer forma."
E de repente eu sabia exatamente o que dizer. "Vou manter apenas minha
promessas para você."
"O que você quer dizer?"
"Você me pediu para prometer-lhe duas coisas antes de morrer. Um deles foi não
esquecer você, e eu não esqueci. A outra era para cuidar da Duquesa, e eu estou
deixando você saber que eu tenho a certeza que ela está bem."


"Você pode dizer a esse garoto Jack que Duquesa agora é o seu cão. Diga a ele..."
Ainda não olhando para mim, ele deu uma pausa e uma forte respiração. "Diga a ele que
ela é um bom cão e para cuidar dela".
Continuando a seguir a minha intuição, eu cruzei a poucos metros entre nós e
coloquei minha mão sobre seu ombro, quase exatamente como eu havia feito na noite em
que morreu.
"Você sabe que não importa o que você disser ou que você fazer para ela, Duquesa
irá sempre pertencer a você. Quando morreu, ela chorou. Eu estava lá. Eu vi ela. Eu não
esqueço. Não vou esquecer nunca."
Ele não olhou para mim, mas ele deixou sua cabeça cair lentamente para baixo e
colocou sua mão sobre a minha. Nós ficamos lá desse jeito. Tocando, mas sem dizer
nada. Tentava ver o seu rosto com cuidado, para ver a transformação. Quando ele
pressionou a mão sobre minha, ele deu uma longa e lenta respiração, e seu rosto relaxou.
A última pista do vermelho deixou os olhos dele, bem como a estranha, sombria escuridão
evaporou. Quando ele finalmente olhou para mim, ele era o garoto que tinha sido, quando
estava em meus braços, ouvi ele dizer que ele ia voltar.
"E se não há nada deixado em mim para amar?" Ele Perguntou em uma voz tão
baixa que se eu não tivesse tão quieta eu não teria ouvido dele.
"Eu acho que você ainda pode escolher o que você é, ou pelo menos o que você está
se tornando. Stevie Rae escolheu a sua humanidade ao invés do monstro. Acho você
também pode."
Sei o que fiz depois foi estúpido. Não estou certa, porque fiz isso. Quer dizer, eu já
havia questões pendentes com Erik e Heath. A última coisa que eu precisava era outro
menino complicando na minha vida, mas, naquele momento, havia apenas Stark e eu, e
ele era novamente o cara que tinha se agonizado pelo dom que Nyx tinha dado porque ele
tinha acidentalmente causado a morte do seu mentor, o cara que tinha sido horrorizado
com o pensamento de matar ninguém. O cara que eu senti uma imediata e profunda
ligação que eu pensei que talvez só lá estavam realmente tal coisa como almas gêmeas, e
que tinha considerado, pelo menos por alguns breves momentos, que ele poderia ser
minha. Isso é tudo que eu estava pensando quando eu pulei em seus braços.
Quando ele curvou hesitantemente e pressionou seus lábios nos meus, eu fechei os
olhos e beijei suavemente e docemente. Ele beijou de volta, segurando-me tão
suavemente que era como se ele pensasse que eu poderia quebrar. Então eu senti ele
endurecer e ele puxou para longe, tendo um rápido retrocesso. Eu tinha certeza que vi
lágrimas em seus olhos antes que ele gritou.
"Você deveria ter me esquecido!" Stark pegou seu arco e apressadamente sumiu na
noite tempestuosa. Quando ele tinha ido embora eu ficava olhando atrás dele, me
perguntando o que diabos estava errado comigo. Como eu poderia ter beijado um cara
que estava minutos antes atacando alguém? Como poderia sentir uma ligação com
alguém que poderia ser mais monstro do que homem? Talvez eu nem sabia mais de mim.
Eu não sabia o que eu estava ficando. Eu estremeci. A fria umidade da noite parecia ter
passado através de minhas roupas para a minha pele e ossos. E me senti cansada.
Realmente, muito cansada.
"Obrigado, fogo, ar e a água", sussurrei escutando os elementos. "Vocês saíram bem
a noite. Vocês podem ir agora."
A nevoa e o frio passaram por mim mais uma vez e, em seguida, foram para longe,
deixando-me a sós com a noite e as tempestades em minha confusão. Cansada eu andei
de volta ao dormitório, desejando que poderia entrar, tomar uma ducha quente, e


espatifar na minha cama para dormir durante vários dias. Naturalmente, o meu desejo
não era um comando da...


VINTE E UM

Eu mal toquei a porta quando Darius abriu ela para mim. Seu olhar afiado me fez
pensar que ele tinha assistido a cena entre Stark e eu, e eu sinceramente não esperava
que ele tinha.
"Damien e as gêmeas estão alí", foi tudo que ele disse, acenando para eu segui-lo na
sala central do dormitório.
"Primeiro eu preciso que você me empreste seu telefone celular," eu disse.
Ele não hesitou e nem fez perguntas irritantes de pra quem eu ia ligar e por que. Ele
simplesmente me deu seu telefone e, em seguida, ele caminhou em frente de mim na sala
comum. Eu disquei o numero de Stevie Rae e prendi minha respiração quando ele
chamou. Quando ela respondeu Parecia que ela estava falando em uma lata, mas pelo
menos eu podia ouvi-la.
"Ei, sou eu", eu disse.
"Z! Oi, estou contente de ouvir a sua voz! Você está bem?"
"Sim, eu estou melhor."
"Sim! Então, o que está acontecendo com-"
"Vou contar a você tudo mais tarde," Eu cortei ela. "Agora você tem que me ouvir."
"Okay", disse ela.
"Faça o que eu te disse para fazer."
Houve uma pausa e então ela disse, "O que você me disse na nota?"
"Sim. Você está sendo vigiada nos túneis. Algo está aí com você."
Esperei ouvi-la respirar com calma ou dificuldade, mas tudo indicava que ela estava
calma.
"Ok, eu entendo."
Continuei rapidamente. "Há uma boa chance dos pássaros irem atrás de você, se
você sair do túnel em qualquer parte eles vão estar vigiando você, por isso você tem que
ter muito, muito cuidado."
"Não se preocupe, Z. Venho fazendo umas passagens secretas desde que você me
passou essa nota. Acho que todo mundo pode chegar lá sem ser visto."
"Ligue primeiro para a Irmã Maria Ângela e diga a ela que você esta indo. Diga que
eu estou indo, também, assim que possível. Mas não diga para os calouros vermelhos
onde vocês estão indo por quanto tempo você conseguir. Você entende?"
"Sim".
"Ok. Dá um abraço na vovó por mim."
"Vou dar", disse ela. "E não vou deixar ninguém dizer para ela algo sobre o seu
acidente. Vai apenas estressar ela."
"Obrigado", disse. "Heath esta bem?"
"Totalmente. Eu disse para não se preocupar com ele. Seus dois namorados estão
bem."
Eu suspirei, desejando que ela pudesse se corrigir e dizer que eu só tinha um
namorado.
"Bom, estou feliz que eles estão seguros. Oh, Afrodite esta segura, também",
acrescentei, sentindo meia estranha com isso, mas desde que eu pensava sobre imprint
com humanos, talvez Stevie Rae gostaria de saber sobre ela, também.
Seu riso era alegre e familiar. "Oh, Z, sei que Afrodite esta bem. Eu seria capaz de
dizer imediatamente se alguma coisa acontecer com ela. É estranho, mas é verdade."
"Ok, bom. Eu acho. Olá, eu tenho que ir. E você, também."


"Você quer que eu tire todos daqui ate anoitecer?"
"Agora," eu disse firmemente.
"Irei", disse ela. "Vejo você em breve, Z."
"Lembre-se muito, muito cuidado."
"Não se preocupe comigo. Tenho alguns truques na manga."
"Você vai precisar deles. tchau", eu disse, desliguei a ligação. Foi um alívio saber que
Stevie Rae estava indo com os calouros vermelhos para onde estavam as Irmãs
Beneditinas. Eu tinha de acreditar que a escuridão que eu senti começaram a pairar em
torno dos túneis não faria tão bem na caverna de um bando de freiras. Tive também que
acreditar que Stevie Rae poderia levar todos os calouros lá sem ser capturada pelos
corvos escarnecedores. Se nós tivermos sorte, poderíamos se reunir e reagrupar e tentar
descobrir o que diabos nós poderíamos fazer sobre Kalona e Neferet. E gostaria de
perguntar para Stevie Rae sobre as sombras negras. Infelizmente, tinha um sentimento
que ela sabe muito mais do que eu sobre isso.
Entrei na sala comum. Normalmente, depois da escola teria sido uma loucura com
calouros pendurados, assistindo uma das várias televisões de tela plana. Cadeiras
confortáveis e sofás foram agrupados ao redor da sala, e as crianças devem ter enchido
como eles relaxado após um longo dia escolar.
Hoje não tinha muitos calouros, e aqueles que estavam sentados ao redor estavam
desconfortáveis. Parte do que poderia ser porque o cabo tinha sido nocauteado pela
tempestade, mas a House of Night tinha alguns grandes geradores, e as crianças
deveriam estar assistindo DVD quero dizer, Olá! Quase todos tinham NetFlix. Mas as
poucas crianças que estavam presentes estavam amontoados juntos, falando pouco acima
de um sussurro.
Automaticamente eu olhei para a área onde os meus amigos e eu gostava de se
reunir e fiquei aliviada em ver Damien e as gêmeas. Eles tinham Becca no meio deles, e
eu presumi que eles estavam confortando a menina e mantê-la de rebentar em lágrimas
histéricas. Quando eu cheguei mais perto, eu percebi que eu estava muito errada.
"Realmente, estou bem. Não é grande coisa", Becca foi insistindo em uma voz que
não estava abalada e assustada mais, mas de repente tinha mudado para soar
extremamente irritada.
"Não é grande coisa!" Shaunee disse. "Claro que foi um grande negócio."
"O cara atacou você," disse Erin.
"Não foi exatamente assim," Becca disse, acenando as mãos. "Nós estávamos
apenas se pegando por perto. Mas, Stark é realmente quente."
Erin aspirou. "Sim, eu costumo encontrar muitos estupradores quente."
Becca franziu e estreitou os olhos. "Stark é quente, e você está com inveja que ele
não quer você".
"Não me quer?" Erin disse incrédula. "Não quer dizer, não quer me incomodar? Por
que você esta dando desculpas por ele?"
"O que diabos está errado com você, Becca?" Shaunee disse. "Nenhum homem deve
forçar se-"
"Sobre você," Damien falou cima. "Você sabe, Becca esta certa. Stark é um cara
quente." As gêmeas olharam em choque para ele, e ele apressou em dizer. "Se Becca diz
que eles estavam apenas se pegando por perto, quem somos nós para julgar?"
Foi então que Darius e eu entramos no circulo um pouco agitado. "O que está
acontecendo? Você está bem?" Perguntei a Becca.


"Totalmente bem". Ela disse lançando as gêmeas um olhar gélido, ela ficou em pé.
"Na verdade, eu estou com fome, então eu vou encontrar alguma coisa para comer.
Desculpe eu ter dado um susto em vocês lá fora. Ate mais tarde." Ela se distanciou
apressada.
"Que diabos aconteceu?" Perguntei em voz baixa.
"A mesma coisa que aconteceu em todo este maldito-"
"Lá em cima!" Darius comandou, calando Erin.
Eu fiquei meio-espantada ao ver meus amigos obedecendo Darius. Estávamos saindo
da sala, ignorando os curiosos que foram discretamente sentando ao redor. No caminho
até a escadaria, Darius disse, "Afrodite esta no quarto dela?"
"Sim, ela disse que ela estava cansada", disse Shaunee.
"Ela é provavelmente esta pendurada de cabeça pra baixo no seu habitual lustre,"
disse Erin. Ela sorriu sobre seu ombro para Darius e acrescentou, "Falando de Afrodite, ela
vai parir uma ninhada bem grande de gatinhos quando ela ver que você estragou todo o
seu lindo rosto."
"Sim, e se você precisar de conforto de seu rompimento amoroso, você pode
experimentar um pouco de café Moca aqui", disse Shaunee, levantando suas sobrancelhas
para ele.
"Ou uma deliciosa baunilha aqui," Erin flertou.
Darius com normalmente sorriu e apenas disse, "Eu vou manter isso em mente."
Pensei que as gêmeas estavam tendo as suas vidas em suas mãos, e eu tinha a
maldita certeza que eu não ia ficar entre elas e Afrodite se ela descobrir que elas estavam
flertando com seu homem, mas eu estava muito cansada para dizer algo.
"Você sabe aquele pulôver caxemira azul que você viu na Saks?" Damien perguntou
a Erin.
"Sim, o que tem ele?"
"Eu compro ele se Afrodite não enlouquecer por dar em cima do homem dela", disse
Damien.
"Ela é apenas uma humana agora", disse Erin.
"Sim, nós juntas podemos acabar com ela", disse Shaunee, então ela explodiu beijos
para Darius. "Lembre-se, garoto guerreiro".
Darius riu e eu rolei meus olhos. Estamos passando pelo meu quarto quando minha
porta foi aberta e Afrodite falou, "Eu estou aqui."
Estamos todos paramos e entramos no meu quarto. "Afrodite, o que está fazendo
aqui"
"OhmeuDeus! Que diabos aconteceu com o seu rosto?" Não prestando atenção em
mais ninguém, Afrodite correu para Darius e começou a rodopiar suas mãos ao redor da
ferida muito fina esticada para baixo ao lado do seu rosto. "Está bem? Raios, parece
horrível! Dói?" Ela puxou as mangas para trás em sua camisa, expondo a recém-cicatriz da
mordida de Stevie Rae os dentes tinha sumido. "Você precisa me morder? Vá em frente.
Eu não me importo."
Darius pegou suas mãos, ele fez ansiosos movimentos, e disse calmamente: "Estou
bem, minha beleza. É, mas um arranhão."
"Como aconteceu?" Afrodite soou perto das lágrimas quando ela puxou Darius sobre
as mãos e levou para a cama sobressalente que costumava ser de Stevie Rae.
"Minha beleza! Tudo está bem", ele repetiu, puxando-a em seu colo e segurando
perto dele.


Ele disse um monte de outras coisas para ela, também, mas eu tinha parado de
ouvir. Eu estava muito ocupada olhando
"Cameron! Aí está você, querida! Estava tão preocupado com você." Damien falou foi
para o chão e começou a acariciar sua gata loira.
"Belzebu, onde diabos você estava?" Shaunee gritou para a odiosa cinza criatura que
tinha escolhido as duas gêmeas como sua.
"Não imaginei que você estava perseguindo maléfica, e certeza absoluta que se você
está aqui ela esta também," disse Erin.
"Certamente," eu disse, vendo Nala enrolada na minha cama. Olhei em volta do meu
quarto, vendo o relógio marcando oito e oito!- e os Gatos que estavam pendurados lá
fora. "O que esta acontecendo com todos os gatos?"
"É por isso que estou aqui", disse Afrodite, virando suavemente e acariciando Darius
voltando para os braços dele. "Malévola agia muito estranha. Ela ficava entrando e saindo
pela sua porta de gatos e achei muito estranho." Afrodite pausou e soprou um beijo para
a horrível branca cara-de-lobo que dizia ser seu gato. "Então eu finalmente segui ela. Ela
me levou para seu quarto. Eu entrei e encontrei todos esses gatos. Então eu ouvi vocês
na sala." Ela virou seus belos olhos azuis para as gêmeas. "Eu ouvi tudo o que você disse
no salão, e não pensem nem por um instante, apenas porque eu virei humana, isso não
significa que não posso alegremente chutar os seus traseiros combinados."
"Mas o que todos estes gatos estão fazendo aqui?" Eu disse rapidamente antes que
as gêmeas começassem uma mini-guerra.
"Olá, Nefertiti!" Darius chamou, e uma elegante chita fêmea pulou em cima da cama
ao lado dele e começou a vento em torno de seu corpo.
"Eles são os nossos gatos," Damien disse, ainda acariciando Cameron. "Lembra
quando fugimos daqui ontem? Eles estavam todos fora da escola esperando por nós." ele
disse olhando pra mim. "Será que estamos saindo de novo?"
"Espero que sim", eu disse. "Mas espere". Eu era ainda via gatos demais. "Todos os
nossos gatos estão aqui, mas o que dizer daquele grande ali, e daquele creme perto
dele?"
"Essa gato grande é do Dragon Lankford," Damien disse. "Seu nome é Shadowfax".
Dragon Lankford, que quase todos os chamados de Dragon, é o nosso professor e
esgrima é um mestre com a lâmina. Damien foi um talentoso esgrimista, então não é
surpreendente que ele reconheceu o gato de Dragon.
"Ei, eu acho que essa meia branca é Guinevere, o gato da Professor Anastasia," disse
Erin.
"Você está certa, gêmea," Shaunee disse. "Ela está sempre pendurada na mesa da
sala de Truques e Rituais."
"Que tal aquele?" Eu apontava para um familiar siamês cujo corpo era prata-branco
de luar, com delicados cinza espalhados pela orelha e rosto. Então eu percebi porque é
que ela parecia familiar e respondi à minha própria pergunta. "Essa é da Professor
Lenobia. Eu não sei o nome dela, mas eu vi ela seguindo a professora pelos estábulos."
"Então, deixe-me ver se entendi: Todos os nossos gatos, mais gatos que pertencem
ao Dragon, sua esposa, e Professora Lenobia, são subitamente amontuados no quarto de
Zoey," Darius disse.
"Porque eles estão aqui?" Erin perguntou.
Eu respondi sua pergunta com a minha própria. "Vocês viram qualquer outro gato
hoje? Quero dizer, enquanto você estava na sala de aula e na hora do almoço, indo e
vindo do dormitório e aula para aula, você viu algum gato?"


"Não", disseram as gêmeas juntas.
"Eu não," Damien responde mais lentamente.
"Não nenhum", disse Afrodite.
"E você já reparou que não viram um gato entre a enfermaria e os dormitórios,"
Darius disse.
"Eu achava que era ruim, então, eu ainda acho que é ruim", eu disse.
"Porque todos os gatos exceto estes desapareceram?" Damien perguntou.
"Os gatos odeiam os homens-pássaros," eu disse. "Sempre que Nala estava comigo e
tinha um por perto, ela ficava totalmente assustada."
"Não, há mais que isso. Se fosse apenas por odiá-los, em seguida, todos os gatos
iam se esconder, e não apenas esses especialmente iam estar por aqui", disse Afrodite.
"Pode ser isso", disse Damien. "Há algo de especial nestes gatos".
"Ok, eu odeio a ser uma cadela, ou talvez eu não odeie, mas de qualquer maneira,
nós podemos esquecer dos malditos gatos por um segundo? Eu quero saber quem diabos
fez isso com o rosto do meu homem", disse Afrodite.
"Kalona," eu disse, quando era óbvio que Darius estava muito envolvido em sorrir,
com o "meu" título que tinha concebido a Afrodite e ele.
"Eu tinha medo que fosse ele," Damien disse. "Como isso aconteceu?
"Darius atacou Rephaim:" Eu expliquei, "que irritou Kalona. Ele não deixou Stark
matá-lo, mas o corte era a forma de punir Darius por ter machucado seu filho preferido."
"Que Merda, Stark!" Shaunee disse.
"Ele é realmente má notícia. Ele e os malvados homens-pássaros vão fazer o inferno
que quiserem," disse Erin.
"E ninguém faz nada sobre isso", Shaunee acabado.
"É como a coisa que você assistiu com Becca," Damien disse.
"Falando nisso" Shaunee disse. "Qual foi o negócio com você concordar com que
com aquele treco oh, não é grande coisa, porque Stark é taaaaaaão quente! Foi
desagradável."
"Você não vai entender. Becca esta do seu lado. Tanto quanto eu posso dizer, Stark
e as aves e Kalona podem fazer o que quiser, e não existem repercussões para as suas
ações."
"É pior do que nenhuma repercussão", disse Afrodite. Ainda dentro dos braços de
Darius, que tinha chegado sozinha juntos. "É como o feitiço que Kalona jogou em todos, o
feitiço de alguma maneira se estende a Stark e as aves."
"É por isso que eu concordei com Becca e simplesmente deixei ela ir embora. Não é
uma boa idéia chamar a atenção para o fato de que somos os únicos que não estamos no
Fã Clube de Kalona", disse Damien.
"E Neferet, não esqueça dela", disse Afrodite.
"Ela está com ele, mas não acho que ela está sob o seu feitiço," eu disse. "Eu ouvi
eles conversarem enquanto pensavam que eu estava desmaiada, e ela não concordou
com ele. Ele foi muito mau e assustador com ela, e ela parecia ter ficado mais calma, mas
o que ela realmente fez foi apenas mudar a sua tática. Ela está manipulando ele, e eu não
posso dizer se ele sabe ou não. E ela está mudando, também."
"Mudar? Que quer dizer com isso?" Damien perguntou.
"Seu poder é diferente do que costumava ser", disse Darius.
Eu concordei. "É como se um interruptor foi acionado dentro dela, e é um tipo
diferente de poder."


"Magia negra", disse Afrodite. Estão todos olharam para ela. "Seu poder não é
baseado em Neferet não mais. Claro, ela continua usando os dons que nossa Deusa deu
ela, mas ela está canalizando energia a partir de algum outro lugar, também. Alguns de
vocês sentiram fora da enfermaria também?"
Houve um longo silêncio e, em seguida, Damien falou. "Acho que estávamos muito
ocupados lutando contra a atração de Kalona."
"É apavorante", disse Erin.
"Completamente", Shaunee acordou.
"Bem, agora nós sabemos. Neferet ainda é mais uma ameaça do que ela sempre foi.
Eles falaram quando eles pensaram que eu estava desmaiada. Neferet e Kalona estão
planejando um novo futuro, e isso tem algo a ver com a assunção do Conselho", eu disse,
desejando que pudesse rastejar na cama e puxar as cobertas sobre a minha cabeça.
"Ohminhadeusa! O Conselho Superior?" Afrodite disse
"Eu não sei ao certo, mas isso é do que eu tenho medo. Também estou com medo
dela ter dado o seu novo poder habilidades especiais". Eu pausei. Eu não queria perder o
bom senso e falar coisas antes de perguntar para Stevie Rae, mas eles não precisam ser
avisados, eu escolhi minhas palavras com cuidado. "Acho que Neferet pode se projetar,
através de influencia, ou talvez manipulando, sombras."
"Isso é ruim", disse Damien.
"Significa que temos de estar em guarda," disse Erin.
"Muito em guarda", Shaunee acordou.
Darius concordou. "Lembre-se sempre: Neferet é nosso inimigo, Kalona é nosso
inimigo, e a maioria dos outros calouros são nossos inimigos também." Seu olhar afiado
passou de garoto para garoto. "O que se passa com o resto dos professores?" Darius
perguntou. "Todos participaram de aulas, hoje, não é mesmo? Como eles estavam
agindo?"
"Sim, fomos a aula, que foi estranho", disse Shaunee.
"Era como assistir Stepford High School*," disse Erin.
(*serie de TV)
"Parece que os professores estão encantados com Kalona, também", disse Damien.
"Claro, não posso dizer, com certeza. Nós não ficamos sozinhos com os professores."
"Não só? O que você quer dizer?" Eu disse.
"Quero dizer aquelas coisas estão por toda parte pássaro indo e vindo das aulas, e
até mesmo na sala de aula."
"Você está brincando?" Um arrepio de repente passou em volta de todo o meu
corpo, com o pensamente dessas terríveis mutações da natureza circulando livremente
entre eles com se fossem calouros e aqui pertencesse!
"Eles não estão brincando. Eles estão por toda parte. É como Invasão do Body
Snatchers* merda", disse Afrodite. "Os bons rapazes têm a mesma aparência do lado de
fora, mas são atarraxado no interior, e os corvos escarnecedores são os malditos
estrangeiros."
"E os filhos de Érebus? Estarão apoiando eles?" Darius perguntou.
"Eu não vi um guerreiro desde Aristos escoltando nós no campus", disse Damien. "E
vocês?"
As Gêmeas e Afrodite balançaram a cabeça em um não.
"Este não é tão bom", eu disse. Eu friccionei minha testa quando uma onda de
esgotamento me engolia. O que vamos fazer? Quem eram os nossos amigos? E como o
inferno vamos sair da House of Night e que eu só podia esperar segurança?


VINTE E DOIS

"Zoey? Você está bem?"
Olhei para cima para os olhos castanhos de Damiem. Antes que eu pudesse
responder, Darius falou.
"Ela não esta. Zoey deve dormir; ela deve descansar, para restaurar a sua força."
"Como esta a sua desagradável, feia, e enorme ferida?" Erin perguntou.
"Não parece que você está sangrando através dessa encantadora roupa de Hospital,
por isso, eu assumo que esta cicatrizando direito", disse Shaunee.
"Estou melhor, mas eu estou tendo um problema com a minha força ela esta
sumindo. É como se eu fosse um telefone celular descarregado".
"Você precisa descansar", Darius repetiu. "Seu ferimento foi quase fatal.
Recuperação leva tempo."
"Nós não temos tempo!" Eu gritei frustrada. "Precisamos o inferno sair daqui se
afastar de Kalona até que possamos descobrir como podemos vencê-lo."
"Sair daqui não vai ser tão fácil como foi na última vez," Damien disse.
Afrodite roncou. "Como se isso fosse fácil!"
"Ele esta ciente que estamos contra ele agora", prosseguiu Damien. "Os Corvos
escarnecedores estão por toda parte. Na ultima noite eles estavam atacando pessoas ao
acaso. Foi Confusão, Maciça, o que, nos ajudou a escapar. Hoje eles estão bem
organizados e em guarda por todos os lados."
"Vi eles em torno do perímetro. Ele duplicou os guardas que tínhamos antes", disse
Darius.
"Mas não há nenhum deles fora do dormitório, como você costumava ficar", eu disse
a ele.
"É porque eles não se importam se estamos seguros. Só cuidado para que não
deixamos a escola", disse Damien.
"Por quê?" Perguntei cansada, esfregando minha têmpora onde minha cabeça estava
começando a doer.
"O que eles estão planejando necessita apenas de isolamento", disse Darius.
"Eles não tem muitos pontos, tendo apenas tomado essa house of Night, versus
tentar alguma coisa com o Conselho Superior?" Afrodite disse.
Ela me perguntou, mas quando eu não podia dar a resposta tranquilizadora que ela
estava esperando, obviamente, Darius falou.
"Talvez, mas é muito cedo para saber."
"Bem, a tempestade de gelo esta ajudando com essa coisa de isolamento. Pode esta
por todos os lados. O serviço de celular esta impossível. Exceto por poucos lugares que
estão funcionando com geradores, Tulsa esta no escuro", disse Damien.
"Pergunto se o Conselho Superior de Nyx sabe que Shekinah está morta", disse
Darius.
Olhei para Damien. "O que acontece quando a Alta Sacerdotisa de todos os Vampiros
morre?"
Damien franziu de tanto pensar. "Bem, se bem me lembro da aula de sociologia
vampira, o Conselho de Nyx se reúne e elege uma nova Alta Sacerdotisa. Isso só acontece
uma vez em cada três ou cinco cem anos. Uma vez eleita, uma alta Sacerdotisa reina por
toda sua vida. A eleição é um grande negócio, especialmente como este terá de ser".
Eu olhei para cima. "Não faz sentido que o Conselho de Nyx estaria muitooo
interessados em como Shekinah de repente caiu morta?"


Damien acenou. "Eu digo definitivamente."
"Então isso possa ser uma razão importante para Kalona querer manter a nossa
House of Night isolada. Ele não quer a atenção do Conselho Superior", disse Afrodite.
"Ou ele deseja a sua atenção, como em apresentar Neferet como a nova Alta
Sacerdotisa de todos os vampiros, mas estão aumentando seu poder, para que possam ter
a certeza dos votos do Conselho."
Houve um silêncio mortal na sala com todos olhando com horror pra mim.
"Nós não podemos permitir que isso aconteça", Darius finalmente falou.
"Nós não", eu disse bem, esperando que eles de algum modo suportasse minha
declaração. "Ei, Kalona continua dizendo que ele é Erebus na terra?" Eu perguntei.
"Sim," disse Erin.
"E mesmo que soa estúpido, toda mundo acredita nele," Shaunee disse.
"Você realmente viu Kalona hoje?" Perguntei a Shaunee. "Quero dizer, com exceção
de quando nós chegamos aqui primeiro?"
Ela balançou a cabeça, "Nope."
Eu olhei para ela e depois para Erin.
"Digo. Eu não quero vê-lo", disse ela.
"Não vê-lo", disse Damien.
"Nem eu, e tive boas oportunidades", disse Afrodite.
"Sim, mas você pode ser a única," eu disse lentamente. Olhei das gêmeas para
Damien. "Já disse que tem algum tipo de porcaria que ele usa em todos. Ele ainda
trabalha em nós, ou, pelo menos, a não ser que olharmos para os olhos dele e vais ser
uma luta muito difícil, e estamos prontos para ele. Não sabia que ele estava mal. inferno,
quase vi Darius sufocar até à morte para que eu parasse e fosse pra cima dele."
"Aquele desgraçado sufocou você?" Afrodite disse. "Puxa vida, que porra! Oh, e orda
de nerds, no caso de você não perceberem, pela primeira vez, veja só: eu não estou no
mínimo, pouco afetada pelo Macaco alado e aquela merda que estabelece em vocês. Eu
não gosto dele. De todos."
"Isso é verdade," eu disse. "Percebemos que hoje cedo. Você realmente não se
sentiu atraído por ele como todos."
"O que isso significa? Ele é um velho fanfarrão. E ele nunca se vesti adequadamente.
E eu realmente não gosto de aves. Quero dizer, a gripe aviaria e supostamente uma
maneira pouco atrativa para morrer. Então, não. Ele é nada para mim."
"Eu me pergunto por que as coisas dele não funcionam em você?" Eu mencionei em
voz alta.
"Porque ela é AA-normal?" Shaunee disse.
"Um grave aberração de pele humana em um vestido?" Erin acrescentou.
"Ou porque eu sou extremamente intuitiva, e vejo através da seus besteira? Ah, isso
significa que vejo através de vocês, também," disse Afrodite.
"Ela pode ter alguma razão nisso", disse Damien, soando animado. "Nós todos
sentimos o seu poder, mas podemos resistir, ao contrário dos outros calouros, certo?"
Nós acenamos.
"Bem, em relação a isso nossa intuição nos diz sobre a física atração por ele, muito
mais do que os outros calouros. Talvez a nossa habilidade extra-sensorial nos dão o poder
de resistir ao feitiço de Kalona".
"Os calouros vermelhos disseram que não foram atraídos, assim como Afrodite," eu
disse. "E todos eles têm habilidades psíquicas".


"Isso parece lógico, é o que acontece com os calouros, mas o que se passa com os
vampiros adultos?" Darius disse.
"Não será que as habilidades psíquicas variam, tal como a nossas fazem?" Afrodite
disse. "Claro, todos os calouros dizem que os vampiros podem fazer coisas com a mente,
mas não é verdade, não é?"
"Não, não é verdade, embora muitos de nós somos altamente intuitivos," Darius
disse.
"São?" Eu perguntei.
Darius sorriu. "Somente quando se trata de proteger aqueles que jurei defender".
"Mas isso significa que há algo especialmente intuitivo sobre você," Damien disse,
ainda soando animado. "Ok, então quais os outros vampiros a nesta House of Night são
os mais intuitivos?"
"Neferet", disse todos nós juntos.
"Nós já sabemos disso. Ela fez a sua decisão por Kalona, por isso não vou contar ela
agora. Quem mais?"
"Damien! Eu acho que sei algo!" Eu disse. Todos olharam pra mim, mas eu estava
olhando para os gatos extra no quarto.
E, como por costume, Damien já sabia o que era. "Dragon, a Professora Anastasia, e
a Professora Lenobia! eles que eu considero como os mais intuitivos depois de Neferet".
"Não é coincidência que os seus gatos estão aqui conosco", disse Darius.
"Eles são um sinal, foi enviado para nós, deixando saber que estamos no caminho
certo", disse Damien.
"Então, essa é a segunda razão que não podemos sair daqui à noite", disse.
"A segunda razão?" Afrodite disse.
"A primeira é que não há nenhuma maneira de eu poder controlar os elementos por
tempo suficiente para manter todos os corvos escarnecedores cegos e eu estou muito
cansada. E a segunda é se o Dragon e Professora Anastasia e Professora Lenobia podem
realmente ver através do feitiço de Kalona, então talvez eles possam nos ajudar a livrar-se
dele."
"O mundo está desmoronando. Isto prova para nos apressarmos um pouco", disse
Afrodite.
"O mundo se desmoronar não é uma desculpa para ocupar maus hábitos", eu disse,
calmamente como a minha avó.
"Então, ficamos de acordo: Nós ficaremos aqui mais um dia. Zoey, você precisa
dormir. Amanhã vocês todos assistem aulas, como faria normalmente," Darius disse.
"Sim, concordo," eu disse. "Damien, você consegue ficar sozinho com Dragon tempo
suficiente para ver se ele pode estar do nosso lado?"
"Eu deveria ser capaz de vedação durante a minha aula amanhã."
"Quem tem aula com a professora Anastasia de Truques e Rituais?"
As gêmeas levantaram as mãos como bons alunos.
"Vocês podem verificar ela também?"
"Definitivamente," disse Erin.
"Com certeza", disse Shaunee.
"Eu vou falar com Lenobia," eu disse.
"E Darius e eu iremos verificar onde os guardas desagradáveis corvos
escarnecedores estão de prontidão ao redor dos muros", disse Afrodite.
"Tenha cuidado", eu disse a ela.
"Ela vai ter", disse Darius.


"Acho que não importa o que aconteça, devemos ir amanhã. Ficar aqui mais tempo
do que o absolutamente necessário considero errado," eu disse.
"Concordo. Se a sua força estará de volta", disse Darius.
"É melhor", eu disse.
Houve uma pausa e, em seguida, Darius disse solenemente, "Quando escapar,
Kalona vira atrás de você. Ele vai caçar você até que ele te encontre."
"Como você sabe ao certo?" Afrodite disse.
"Diga a eles o que ele te chama," Darius disse para mim.
Eu suspirei. "Ele me chama de A-YA."
"Oh!" Erin disse.
"Merda!" Shaunee terminou.
"Agora essas são noticias realmente ruins", disse Damien.
"Ele realmente acredita que você é a virgem das mulheres Ghigua utilizada como
armadilha para ele mais de mil anos atrás?" Afrodite disse.
"Aparentemente".
"Você acha que iria ajudar se você disse a ele que você não é mais virgem?" Afrodite
abriu um sorriso confiante.
Eu rolei os olhos para ela e depois, porque Afrodite fez uma sutil menção do meu
estado não-virgem inadvertidamente fez meus pensamentos voltarem para os homens da
minha vida, acrescentei, "Ei, me pergunto por que razão Stark esta tão sob o feitiço de
Kalona. Ele tem um grande dom de Nyx, e antes de morrer ele parecia muito intuitivo."
"Stark é um absoluto idiota", disse Shaunee.
"Sim, entre o que ouvimos dos outros calouros, e sobre o que se passou com a
Becca, podemos dizer definitivamente que ele é seriamente má notícia", disse Erin.
"Morrer e, em seguida, não estar morto poderiam ter mudado, mas o meu voto é
que ele era um idiota antes de morrer e continua sendo depois de não estar morto", disse
Afrodite. "Temos todos de ficar longe, muito longe dele. Acho que a sua maldade esta
ligada diretamente com Kalona e Neferet".
"Sim, ele é como um Corvo escarnecedor sem asas," disse Erin.
"Eesh," Shaunee terminou.
Eu não disse nada. Acabei me lembrando e sentia muito cansada e realmente
culpada. Eu o beijei. Novamente. E os meus amigos todos pensavam que ele era um
monstro, obviamente porque ele era um monstro. E se ele é tão mau, que se parece com
um é sério, como o inferno poderia achar que há algo de bom dentro dele?
"Ok, Z tem que dormir", disse Damien, levantando com Cameron ainda em seus
braços. "Sabemos o que vamos fazer, então vamos fazê-lo e, em seguida, sair daqui."
Damien me abraçou. "Esqueça do poema de Kramisha", ele sussurrou. "Você não pode
salvar a todos, especialmente se ele não quiser ser salvo."
Eu abracei de volta, mas não disse nada.
"Voltar aos túneis soa bom para mim. Temos todos de estar longe deste lugar."
Damien sorriu para mim e, infelizmente, deixou o quarto com as gêmeas, que se
despediram, também, como o seu gato saindo depois delas.
"Vamos". Afrodite tomou a mão de Darius e puxou fora da cama. "Você não vai
voltar para o seu quarto à noite."
"Eu não vou?" disse ele, sorrindo calorosamente para ela.
"Não, você não vai. Parece que esta em falta os filhos de Erebus por aqui, então vou
manter os meus olhos, e algumas outras partes do meu corpo, em você."
"Vomitar", eu disse, mas eu não podia deixar de sorrir.


"Você simplesmente durma," disse Afrodite. "Você precisa ter todas as suas forças
para lidar com o cara bagunça esperando por você. Tenho a sensação de Erik e Heath vai
ser um grande trabalho para quem controlam os elementos."
"Ei, obrigado, Afrodite", eu disse sarcasticamente.
"Não agradeça. Eu só estou aqui para ajudar."
"Boa noite, Sacerdotisa. Desejo que tenhas um bom sono," Darius disse logo antes
que Afrodite puxasse ele para fora da sala. O último dos gatos seguiu ele, deixando
sozinha (finalmente) com a minha Nala.
Eu suspirei e peguei em meu bolso a garrafa de sangue escondida lá. Eu apertei
como se fosse um daqueles yummy frios da Starbucks bebidas engarrafadas e abatidas. O
sangue difundiu através do meu corpo quente, mas ele não me deu a arrancada elétrica
que era de costume. Eu só estava muito esgotada. Eu arrastei ate a cama, tiranto a
estuporada roupa de hospital, e procurando em volta na minha gaveta a minha camisa
favorita (aquelas com todos os símbolos do Batman sobre ela) e um velho mini shorts.
Mesmo antes de eu colocar a camisa eu peguei um vislumbre de mim no espelho e
congelei.
Essa era realmente eu? Parecia que tinha muito mais de dezessete. Todas as minhas
tatuagens eram visíveis, e eram como o único sinal de vida no meu corpo de cadáver. Eu
estava tão pálida! E os círculos debaixo dos meus olhos estavam realmente assustadores.
Lentamente Deixei o meu olhar à deriva para baixo para verificar a minha ferida. Foi
horrível, e assim muito maléfico! Quero dizer, ele esticou todo o caminho de ombro a
ombro. Não, não foi tinha aberto os pontos mais hediondos como uma boca, mas era
serrilhada, enrugada cristalmente vermelha que fez a ferida de Darius de faca nada
parecido com o que ele gostava de lhe chamar.
Apalpei suavemente a ferida e tracejei a forma como ela foi ferida. Será que ficara
sempre presente, uma cicatriz? Ok, eu percebo que era extremamente idiota, mas eu
queria chorar. Não é porque todos os diabos estavam contra nós. Não porque Neferet
tinha virado mega-perigosa. Não porque ela e Kalona poderiam muito bem me exterminar,
o equilíbrio do bem e do mal no mundo conhecido. Não porque eu era uma bagunça
confundida sobre Erik e Heath e Stark. Mas porque eu estava para ter uma maciça cicatriz
feia, e eu provavelmente nunca será capaz de usar um tomara que caia novamente. E que
dizer se eu nunca deixar ninguém me ver, assim, nua de novo? Quero dizer, eu tive uma
má experiência, mas certamente que algum dia eu iria estar em um grande
relacionamento e eu quero que ele me veja nua. Certo? Eu olhei para meu corpo, parando
na cicatriz e abafei um soluço. Errado.
Ok, eu seriamente necessitava parar de pensar sobre isso, e eu estava para encerrar
definitivamente a olhar para mim nua. Ele apenas não pode ser bom para mim. Inferno!
Provavelmente não era bom para ninguém!
Eu apressadamente puxei a camisa sobre a minha cabeça e murmurei, "Afrodite
deve estar certa sobre mim. Juro que eu não vou fazer isso de novo".
Nala estava esperando por mim na minha cama em seu lugar habitual no meu
travesseiro. Eu deslizei sobre os lençóis e me enrolei com eles, amai como ela virou contra
mim e o seu ronronar motor. Acho que deveria ter medo de adormecer, com a última
visita de Kalona no meu sonho, mas eu estava muito cansada para pensar, muito cansada
para me importar. Eu apenas fechei os olhos e fiquei grata a escuridão.
Quando o sonho começou, não era um pasto, e por isso, estupidamente, fiquei
imediatamente aliviada e relaxada. Eu estiva em uma incrivelmente bela ilha, olhando para
fora através de uma lagoa em um horizonte que parecia familiar, embora eu soubesse que


eu nunca estive lá antes. A água tinha um peixinho, salgado cheiro. Havia uma
profundidade e uma riqueza, uma sensação de amplidão que reconheci como pertencente
ao oceano, embora eu nunca tenha ido até à costa. O sol estava no seu esplendor e o céu
estava iluminado com um brilho forte que me lembrou das folhas de outono. Eu estava
sentada em um banco de mármore cor marrom. Foi intricadamente esculpidos com
videiras e flores e senti que ela pertencia a um outro tempo e lugar. Corri o meu lado bom
em toda a volta dele, que ainda estava quente a partir do dia úmido. Foi como se eu
realmente estivesse lá, e não sonhando com tudo. Eu olhei por cima do ombro, e os meus
olhos se alargaram. Uau! Atrás de mim tinha um belo palácio com portas e janelas de
arco, todas as cortinas brancas, pilares incríveis como de noiva, como lustres lindos
através da janelas e na luxuosa entrada.
Foi o suficiente para levar o meu fôlego, e fiquei muito satisfeita com a minha cabeça
para fazer tudo, mas eu também estava confusa. Tudo parecia tão real. E tão familiar. Por
quê?
Eu virei meu rosto de volta para a vista da lagoa, olhando através de uma catedral
cúpulas e poucos barcos e muitas outras coisas incríveis que não há nenhuma maneira
que eu poderia ter imaginado tudo sobre o meu próprio sonho. A suave brisa da noite
estava saindo da água, trazendo distintamente ricos aromas da água escura. Eu respirava
profundamente, desfrutando a umidade do mesmo. Claro, algumas pessoas poderiam
dizer que era meio fedido, mas eu não penso assim, eu estava -
Macacos me mordam! Um terrível sentimento de medo passou por todos os pelos do
meu corpo. Eu sabia o porquê parecia familiar.
Afrodite havia descrito este lugar para mim há poucos dias. Não em detalhes. Ela
não tinha sido capaz de se lembrar de tudo, mas o que ela tinha sido capaz de dizer tinha
feito uma distinta e inquietante impressão. Tanto é assim que eu reconheci a água e o
palácio e os antigos objetos.
Este é o lugar que Afrodite tinha vislumbrado na segunda visão que tinha tido da
minha morte.


VINTE E TRÊS

"Aí está você. Dessa vez você me trouxe a um lugar de sua escolha, ao invés de eu
chamar você."
Kalona entrou em vista ao lado do banco de mármore, como se ele tivesse se
materializado em pleno ar. Eu não disse nada. Eu estava muito ocupada tentado controlar
o batimento em pânico do meu coração.
"Sua Deusa é bem estranha," ele disse em um tom amigável e de conversa depois
que ele me sentou no banco. "Eu posso sentir o perigo nesse lugar por você. Me
surpreende que ela permita que você fique aqui, especialmente porque ela deve saber que
você me chamaria para você. Eu imagino que ela acredita estar avisando você, te
preparando, mas ela está confundindo minhas intenções. Eu pretendo ressuscitar o
passado, e para fazer isso, o presente deve morrer." Ele pausou, e com um gesto de
contemplação gesticulou em direção da riqueza da costa da água para longe de nós.
"Tudo isso não significa nada para mim."
Eu não fazia ideia do que ele estava falando e quando finalmente encontrei minha
voz, tudo que eu consegui dizer foi um brilhante, "Eu não te chamei para mim."
"É claro que chamou." Ele estava intimo e flertando, como se fosse meu namorado e
eu estivesse sendo meio tímida sobre admitir o quanto eu gostava dele.
"Não," eu falei sem olhar para ele. "Eu não te chamei para mim," eu repeti. "E eu
não faço ideia do que você está falando."
"Meu reflexo não é importante. Tudo ficará claro com o tempo. Mas, A-ya, se você
não me chamou, então explique como me juntei a seu sonho."
Me preparando contra a atração que eu já sentia vinda do som da voz dele, eu virei
minha cabeça para olhar para ele. Ele era jovem de novo, e parecia ter 18 ou 19 anos. Ele
estava usando jeans que eram confortavelmente soltas e tinha aquele sexy, esse-é-meu-
jeans-favorito-porque-cabe-em-mim-perfeitamente visual. E era isso. Ele não usava
sapatos ou camisa. As asas dele eram milagrosas. Elas eram do preto de um céu sem
estrelas e brilhavam na luz fraca com uma beleza sedosa própria. A pele bronzeada sem
falhas dele parecia se acender. O corpo dele era além do inacreditável. Era como o rosto
dele - tão lindo, tão perfeito, que é impossível descrever.
Com um profundo senso de choque eu percebi que era como a aparência de Nyx
tinha parecido para Afrodite e eu. Ela tinha sido tão doutro mundo em sua beleza que
fomos incapazes de descrevê-la. E, por alguma razão, a similaridade entre Kalona e Nyx
me deixou incrivelmente triste, triste pelo que uma vez ele pode ter sido e para o que ele
se tornou.
"O que é, A-ya? O que a fez parecer como se quisesse chorar?"
Eu comecei a escolher e a pegar minhas palavras com cuidado e então parei. Se esse
era meu sonho - se trazer Kalona para mim era algo que eu estava fazendo - então eu ia
ser honesta. Então eu falei a verdade.
"Estou triste porque não acho que você sempre foi o que é agora."
Kalona ficou incrivelmente parado. Parecia que a perfeição nas feições dele haviam
se solidificado e transformado ele na estatua de um deus.
No sonho me senti inconsciente do tempo, então pode ter passado um segundo ou
um século antes dele responder. "E o que você faria se soubesse que eu nem sempre fui o
que sou agora, minha A-ya? Você me salvaria ou você me sepultaria?"


Eu encarei os olhos luminosamente âmbares dele e tentei ver a alma dele. "Eu não
sei," eu disse honestamente. "Eu não acho que conseguiria fazer nenhum dos dois sem
ajuda sua."
Kalona riu. O som dançou pela minha pele. Me fez querer jogar minha cabeça para
trás e abrir meus braços e abraçar a beleza dele. "Eu acho que você está correta," ele
disse, sorrindo nos meus olhos.
Eu desviei o olhar primeiro, encarando o oceano e tentando esquecer o quão
incrivelmente sedutor ele era.
"Eu gosto desse lugar." Eu podia ouvir o sorriso na voz dele. "Eu sinto poder - um
poder antigo. Não é de se admirar que elas tenham escolhido vir aqui. Me lembra o lugar
de poder no qual eu me reergui dentro da House of Night, embora o elemento da terra
não seja forte aqui. Isso é confortável para mim. É agradável."
Eu me foquei na única coisa que ele tinha dito que eu podia de fato compreender.
"Eu acho que não é surpresa você estar mais confortável numa ilha. Já que você não
gosta muito da terra."
"Só tem uma coisa que eu gosto sobre a terra, e isso é descansar em seus braços,
embora seu abraço tenha durado tempo demais mesmo para minha grande capacidade
para prazer."
Eu olhei para ele de novo. Ele ainda estava sorrindo gentilmente para mim. "Você
tem que saber que eu não sou realmente A-ya."
O sorriso dele não diminuiu. "Não, eu não sei disso." Devagar, ele se estendeu e
passou uma longa mecha do meu cabeço entre seus dedos. Olhando nos meus olhos, ele
deixou o meu cabelo deslizar na palma dele.
"Eu não poderia ser ela," eu disse um pouco abatida. "Eu não estava na terra
quando você se libertou. Eu vivo na terra pelos últimos 17 anos."
Ele continuou acariciando meu cabelo enquanto me respondia, "A-ya se foi a séculos,
dissolvida novamente na terra em que a formou. Você é simplesmente ela, renascida
através da filha do homem. É por isso que você é diferente dos outros."
"Isso não pode ser verdade. Não sou ela. Eu não te conhecia quando você se
reergueu." Eu disse.
"Tem certeza que não me conhecia?" Eu podia sentir o frio da pele dele irradiando
pelo meu corpo, e eu queria me inclinar nele. Meu coração estava batendo com força de
novo, só que dessa vez não era de medo. Eu queria estar perto desse anjo caído mais do
que eu já havia querido qualquer coisa na minha vida. O desejo que eu sentia por ele era
ainda maior que o do sangue Imprinted de Heath. Como seria provar o sangue de Kalona?
A ideia me fez tremer com um delicioso e proibido impulso. "Você sente também," ele
murmurou. "Você foi feita para mim; você pertence a mim."
As palavras dele cortaram meu desejo. Eu levantei e virei até o fim do banco,
colocando um braço de mármore dele entre nós. "Não. Eu não pertenço a você. Eu não
pertenço a ninguém a não ser a mim mesma e Nyx."
"Você sempre fala naquela deusa miserável!" A sedutora intimidade evaporou da voz
dele, e ele era mais uma vez o frio anjo sem moral cujo temperamento mudava num
segundo e que podia matar com um pouco mais do que um pensamento. "Porque você
insiste em ser leal a ela? Ela não está aqui." Ele abriu os braços e as magníficas asas dele
se espalharam como uma capa viva. "Quando você mais precisa dela, ela se afasta de
você e deixa você cometer seus erros."
"Se chama livre arbítrio," eu disse.


"E o que tem de tão maravilhoso no livre arbítrio? Humanos o utilizam mal
eternamente. A vida pode ser tão mais feliz sem ele."
Eu balancei minha cabeça. "Mas eu não seria mais eu mesma sem ele. Eu seria uma
marionete."
"Não você. Eu não tirarei sua vontade." O rosto dele mudou instantaneamente,
voltando para o anjo amoroso, o ser que era tão lindo que era fácil entender porque
alguém poderia jogar fora seu livre arbítrio só para ficar perto dele.
Graças a Deus, esse alguém não era eu.
"O único jeito de você fazer eu te amar seria tirar meu livre arbítrio e me ordenar a
ficar com você, como se eu fosse sua escrava." Eu me segurei para a explosão que eu
achei que minhas palavras iriam causar, mas ele não gritou ou pulou do banco ou deu
qualquer tipo de surto. Ao invés disso ele simplesmente disse, "Então seremos inimigos,
você e eu."
Ele não falou como uma pergunta, então eu decidi que era melhor não responder
ele. Ao invés disso eu perguntei, "Kalona, o que você quer?"
"Você, é claro, minha A-ya."
Eu balancei minha cabeça e impacientemente deixei de lado a resposta dele. "Não,
eu não me referi a isso. Eu quero dizer, porque você está aqui pra começo de conversa?
Você não é mortal. Você... bem..." eu pausei, sem tem certeza do quanto eu podia forçar
com segurança, e então finalmente decidi arriscar; ele já tinha dito que iríamos ser
inimigos. "Você caiu, certo? Do, eu não sei, algum lugar em que muitos mortais chamam
de paraíso." Eu pausei de novo, esperando por algum tipo de resposta dele.
Kalona acenou levemente. "Eu cai."
"De propósito?"
Ele pareceu vagamente divertido. "Sim, foi minha escolha que me trouxe aqui."
"Bem, porque você fez isso? O que você quer?"
Outra mudança se apoderou das feições dele. Ele queimava com um brilho que só
poderia ser imortal. Kalona levantou, abriu os braços enquanto suas asas se desdobravam,
se espalhando ao redor dele com uma magnitude que fez ser difícil para mim olhar para
ele e impossível para mim não olhar.
"Tudo!" ele falou com a voz de um deus. "Eu quero tudo!"
E então ele estava ali diante de mim, um anjo brilhante - não caído, só
miraculosamente aqui, ao alcance. Mortal o bastante para tocar, mas lindo demais para
ser qualquer coisa a não ser um deus.
"Tem certeza que não poderia me amar?" Ele me puxou para os braços dele. As asas
dele foram para baixo e se dobraram em mim em sua suave escuridão, um cobertor que
estava em contradição direta do maravilhoso, e doloso calafrio do corpo dele que eu
estava começando a conhecer tão bem. Ele se curvou, e devagar, como se estivesse
dando tempo para mim me afastar, trouxe sua boca até a minha.
Quando nossos lábios se encontraram, o beijo queimou com calor através do meu
corpo. Eu me senti cai. O corpo dele, a alma dele, era tudo que eu conhecia. Eu queria me
pressionar nele, ter ele se prendendo em mim. A pergunta não era, se eu poderia amar
ele, mas como eu podia não amar ele? Uma eternidade abraçando ele - possuindo ele -
amando ele - não poderia ser o suficiente.
Uma eternidade abraçando ele...
A ideia se espalhou através de mim. Aya, tinha sido criada para amar ele e o abraçar
pela eternidade.
Oh, deusa! Minha mente chorou, eu sou realmente A-ya?


Não. Eu não podia ser. Eu não podia me permitir ser!
Eu o empurrei. Nosso abraço tinha sido uma rendição tão completa e apaixonada
que minha repentina rejeição o pegou de surpresa. Ele tropeçou para trás, me deixando
escorregar do abraço duplo dos braços e asas dele.
"Não!" Eu estava balançando minha cabeça para frente e para trás como uma
mulher louca. "Eu não sou ela! Eu sou Zoey Redbird, e se eu amar alguém, será porque
ele vale a pena amar, e não porque eu sou um pedaço de terra que foi trazido a vida."
Os olhos âmbares dele se estreitaram enquanto raiva cruzava seu rosto. Ele começou
a andar em direção a mim.
"Não!" eu gritei.

Eu fui acordada com um choque aos sons de Nala assoviando como louca e alguém
sentado do lado da minha cama, tentando se defender contra meus braços que se
debatiam.
"Zoey! Está tudo bem. Acorde! Ow! Merda!" O cara disse quando meu punho se
conectou com a bochecha dele.
"Fique longe de mim!" eu chorei.
Ele prendeu meus dois pulsos com uma das mãos. "Se controle!" Então ele se
estendeu e acendeu meu abajur.
Eu pisquei para o cara que estava sentando na minha cama esfregando a bochecha.
"Stark, o que diabos você está fazendo no meu quarto?"


VINTE E QUATRO

"Eu estava andando aí fora no corredor e ouvi o seu gato miar e chiar, e então você
começou a gritar. Eu pensei que você estava em perigo." Stark olhou firmemente para
minha janela. "Pensei que talvez um Corvo escarnecedor tinha chegado aqui. Eu
realmente odeio gatos, você sabe. Enfim, é por isso que eu entrei aqui"
"Você estava passando pelo corredor do meu quarto, ás" Eu olhei no meu relógio.
"Ao meio-dia?"
Ele sorriu, e os seus lábios formaram um confiante sorriso de que eu gostei muito.
"Bem, eu acho que era mais do que coincidência planejada."
"Você pode me soltar agora," eu disse.
Relutantemente, o seu aperto no meu pulso relaxou, mas ele realmente não me
soltou. Eu tive que puxar minhas mãos dele.
"Isso deve ter sido um pesadelo horrível", disse ele.
"Sim, foi." eu escorei para que eu me inclinasse contra a cabeceira da minha cama.
Nala tinha saído do travesseiro e estava enrolado ao meu lado.
"Então, o que foi aquilo?"
Eu ignorei a pergunta e disse, "O que você esta fazendo aqui?"
"Eu te disse. Ouvi um barulho e entrei."
"Não, eu quero dizer por que é que você estava fora da minha porta para começar?
E, é meio-dia. Todos os calouros vermelhos não se dão bem com a luz solar e eles
geralmente estão dormindo agora."
"Sim, eu podia dormir, mas que nunca. E não há sol lá fora. Tudo é cinza e gelado."
"Jeesh, a tempestade de gelo ainda está lá fora?"
"Sim, outra frente fria está se movendo hoje. Seria péssimo ser um homem tentando
lidar com esta bagunça sem todos os geradores e outras coisas que esta escola tem."
O que ele disse fez-me perguntar se as freiras tinham um gerador em sua capela. Eu
realmente precisava falar com a Irmã Maria Angela. Falar com ela? Inferno, eu precisava ir
para lá. Eu perdi a minha avó, e eu estava gravemente doente de sentir como se eu
estivesse em perigo o tempo todo. Inacreditavelmente cansada, eu suspirei. Quanto
tempo tinha dormido? Eu contei na minha cabeça cerca de cinco horas. Ugh. E que
maioria do tempo foi gasto em um estranho sonho com Kalona num lugar, que poderia ser
tudo menos repousante.
"Ei, você está cansada", disse Stark.
"Você não respondeu à minha pergunta. Porque você veio aqui? Eu quero dizer lá
fora."
Ele olhou para mim e deu um longo suspiro. Então ele disse: "Eu precisava ver
você."
"Por quê?"
Seus olhos castanhos encontraram os meus. Eles pareciam tão grandes como
quando Stark estava pra morrer que era desconcertante. Nesse momento os olhos dele
eram normais, e não havia pulsos assustador escuridão sombras em torno dele. Apenas as
linhas vermelhas da sua tatuagem lembrou que ele era diferente dos calouros que me
disse os seus segredos e pediu ajuda na casa de campo apenas algumas noites atrás.
"Eles vão fazer você me odiar", ele bufou.
"Quem eles? E ninguém vai fazer eu sentir nada." Assim como eu disse, uma foto
minha em Kalona abraçados passou pela minha mente, mas eu propositadamente coloquei
a toda-imagem-demais gráfica distância.


"Todos Eles", disse ele. "Eles vão dizer que sou um monstro, e você vai acreditar
neles."
Eu continuei olhando para ele, silenciosamente e de forma constante. Ele foi o
primeiro a olhar para o outro lado.
"Tenho de pensar que talvez você está fazendo coisas como mordendo Becca e
pendurar em torno Kalona com o Eu-nao-preciso-de-nada-acerto-tudo Arco preso à sua
volta e pronto para atirar um pouco disso poderia ter algo a ver com levar eles a pensar
que você não é mais um cara legal", eu disse.
"Você sempre diz exatamente o que você está pensando?"
"Bem, não, mas eu tento ser honesta. Olha, estou muito cansada, e eu tive um
sonho horrível. As coisas que estão acontecendo aqui não são boas. Eu não sei o que
fazer; estou confusa sobre um monte de coisas. E você ate mim. Eu não ia te ligar e dizer,
'Hei, Stark, por que você não passa em meu quarto?' Então eu realmente não estou com
vontade de jogar."
"Eu não estou aqui como espião", disse ele.
"Não creio que essa parte é o que é realmente importa", eu disse.
"Eu vim aqui porque você me faz sentir", ele bufou tudo em um grande suspiro.
"Eu faço você sentir o que?"
"Só sinto." Ele disse esfregando uma mão em toda a sua testa como se ele poderia
ter uma dor de cabeça. "Desde que eu morri e depois voltei, é se uma parte minha ficou
morta. Eu não sou capaz de sentir alguma coisa. Ou pelo menos não são nada boas." Ele
estava falando devagar, cortando frases, como se o que dizia era duro para ele dizer. "Ok,
sim, eu sinto algo. Especialmente quando eu não tiver sangue recentemente. Mas isso não
é realmente um sentindo. É apenas uma reação. Sabe-comer, dormir, viver, morrer. É
automático". Ele olhou distante e longe de mim. "É automático para mim para ter o que
quero. Como a vez com a menina".
"Becca". A minha voz era fria. "O nome dela é Rebecca."
"Ok, então o nome dela é Rebecca."
Sua expressão tinha endurecido. Ele não parecia assustador e com olhos vermelhos,
mas ele parecia um completo idiota, e eu estava cansada o suficiente para que isso
realmente me irritasse.
"Você atacou ela. Você obrigou ela. Olha, é bem simples. Se você não quer que as
pessoas dizem coisas ruins sobre você, então você precisa parar de fazer coisas ruins", eu
disse.
Seus olhos brilharam e vi uma luz vermelha em suas profundezas. "Ela teria gostado
daquilo. Se você e o guerreiro tivessem chegado cinco minutos depois, você deve tê-la
visto em cima de mim."
"Você está brincando? Você realmente acha que controlar mente é preliminares?"
"Ela estava chateada quando você a viu lá dentro? Ou ela estava falando sobre como
eu sou quente e como ela queria eu?" Stark soltou as perguntas para mim.
"E você acha que faz o que você fez legal? Você mexeu com sua mente para levá-la
a querer ficar com você. Por qualquer definição do que uma violação, e é errado."
"Você me beijou logo após isso, e eu não teve que mexer com a sua cabeça!"
"Sim, bem, eu tenho tido alguns seriamente questionável gosto para caras
ultimamente. Mas posso prometer que agora não tenho absolutamente nenhuma vontade
de cair em seu braços sozinha."


Ele foi abruptamente, empurrado para longe da minha cama. "Eu não sei o que
diabos estou fazendo aqui. Eu sou o que sou, e nada pode mudar isso." Totalmente
chateado, ele começou ir em direção à porta.
"Você pode mudar isso."
Eu disse as palavras suavemente, mas elas pareciam similar no ar entre nós e
envolver Stark, fazendo ele parar. Ele só ficou lá por um tempo, punhos fechados ao seu
lado, cabeça ligeiramente curvada como se ele estivesse lutando com ele mesmo. Com a
sua volta ainda para mim ele disse, "Entende, é isso. Mas eu; Veja, isso é o que eu quero
dizer. Quando você diz coisas assim para mim, você me faz sentir eu mesmo novo."
"Talvez isso é porque eu sou a única pessoa a dizer a verdade agora." Como eu falei,
eu tive um dos meus sentimentos profundos que me avisou que eu estava dizendo as
palavras que Nyx queria que eu falasse. Dei um longo suspiro e tentei me concentrar, e
mesmo que eu estava cansada e machucada e confusa sobre muitas coisas, eu
acompanhei a discussão, que tinham sido desvendadas dentro de mim e tentando
costurar o pano da humanidade de Stark.
"Eu não acho que você é um monstro, mas eu também não acho que você é um cara
legal. Vejo que você é, e eu acredito no que você poderia escolher ser. Stark, o que você
não entendeu? Kalona, Neferet te mantém assim, porque você está sendo usado. Se você
não quiser se transformar em uma criatura de sua criação, então você vai ter que escolher
uma forma diferente e lutar contra eles, e contra as trevas que rodeiam você". Eu
suspirava, procurando as palavras certas. "Não vê, o mal vai ganhar se as pessoas boas
não fazem nada." Devo ter atingido um nervo de Stark, porque ele lentamente virou o
rosto para mim.
"Mas eu não sou uma boa pessoa."
"Você era um bom homem antes de tudo isso. Eu sei que você era. Eu não esqueci,
como eu te prometi. Você pode ser um bom cara de novo."
"Quando eu ouço você dizer, eu quase acredito."
"Acreditar é o primeiro passo. Trabalhar sobre ele é o segundo." Eu pausei, e ele não
disse nada, então me enchi o ar morto com algumas das tagalerices que estava passando
através da minha mente. "Você já parou para pensar por que nós nos aproximamos
muito?"
Seu sorriso era completamente Bad Boy. "Sim, eu pensei que era porque você é tão
quente."
Eu tentei, sem sucesso, não sorrir de volta para ele. "Bem, sim, quero dizer, para
além disso."
Ele sorriu. "Você está é quente o suficiente para mim."
"Obrigado, eu acho. Mas isso não é exatamente o que eu quis dizer. Estava
pensando que tem alguma coisa a ver com Nyx e você sendo importante para ela."
Stark desfez o sorriso instantaneamente. "A Deusa não poderia desejar nada comigo.
Não mais."
"Eu acho que você ficaria surpreso. Lembra-se de Afrodite?"
Ele acenou. "Sim, um pouco. Ela é aquela pintosa que realmente acha que é uma
deusa amor."
"Isso é Afrodite. Ela e Nyx são assim." Eu cruzei os dedos.
"Tem certeza?"
"Totalmente", eu disse, e não podia parar o enorme bocejo que chegou. "Desculpe.
Eu não tive muito sono ultimamente. Entre o estresse acontecendo por aqui, me
machucar, e alguns seriamente pesadelos, dormir não é muito simpático pra mim."


"Posso te perguntar uma coisa sobre os seus sonhos?"
Eu sorri e acenei com sono.
"Tem visto Kalona neles?"
Eu pisquei instantaneamente de surpresa para ele. "Por que você pergunta isso?"
"Ele faz isso. Entra nos sonhos do povo."
"Ele tem estado em seus sonhos?"
"Não, eu não, mas eu tenho escutado as calouras falar, e ele tem entrado
definitivamente em seus sonhos, só que elas gostaram muito mais do que você."
Pensei sobre como sexy Kalona poderia ser, e quão fácil seria para mim a ceder a
sua aparência hipnótica. "Sim, eu vou apenas apostar que eles o façam."
"Eu quero te dizer uma coisa, mas eu não quero que você ache que eu estou
fazendo isso só para que eu possa ficar com você", disse ele.
"O que é?" Ele estava olhando maciçamente incomodado, como se aquilo que ele
estava prestes a dizer o deixava realmente nervoso.
"É difícil para ele entrar em seus sonhos se você não está dormindo sozinha."
Eu olhei duro para ele. Ele estava certo. Parecia uma coisa que um cara faria até
chegar em uma garota na cama (agarrada no lençol).
"Eu não estava dormindo sozinha na primeira vez que aconteceu", disse.
"Você estava com uma cara?"
Senti minhas bochechas começar a ficar quente. "Não. Eu estava com minha amiga
de quarto."
"Tem que ser um cara. É como se ele não quisesse competir ou algo assim."
"Stark, isso soa como conversa fiada".
Ele sorriu. "E 'conversa fiada' é realmente uma palavra?"
"É a minha palavra", eu disse. "E como o diabo que você sabe sobre este pequeno
detalhe de Kalona?"
"Ele fala muito em torno de mim. É quase como se não notasse que estou lá às
vezes. Ouvi Rephaim e ele falar sobre os sonhos. Kalona disse que estava pensando em
colocar Corvos escarnecedores nos dormitórios das meninas e dos meninos para mantê-
los separados, mas ele decidiu que ele não iria, porque ele realmente não estava tendo
um problema com o controle dos calouros com ou sem estarem em seus sonhos."
"Merda", eu disse. "E sobre os professores? Estão todos sob o seu controle,
também?"
"Aparentemente. Pelo menos nenhum deles levantou-se contra ele ou Neferet".
Stark esperava para começar a ficar com o meu interrogatório defensiva, mas ele
não parecia que mentia e estava falando comigo como se não fosse grande coisas falar
sobre essas informações. Então eu decidi ver o quanto eu poderia descobrir. "O que
aconteceu com os Filhos de Erebus? Eu vi um quando cheguei no campus, mas ainda nem
sequer o vi de novo."
"Não há muitos deles aqui", disse Stark.
"O que você quer dizer?"
"Quero dizer um monte deles estão mortos. Quando Shekinah caiu, Ate assustado
liderou um ataque contra Kalona, embora eu não acho que foi Kalona quem matou."
"Ele não. Neferet matou Shekinah". disse a Stark
"Huh. Bem, isso clareia que. Neferet é uma vadia vingativa."
"Eu pensei que você era um de seus seguidores".
"Não."
"Tem certeza?"


"Sim".
"Ela sabe disso?" Eu perguntei.
"Não", disse ele. "Lembro de algo que você disse bem antes de eu morrer. Você
tentou avisar de ter cuidado em volta de Neferet".
"Sim, lembro disso, também."
"Bem, você tinha razão."
"Stark, ela está mudando, não é? Eu quero dizer que ela não é apenas uma mulher
interessada em ser a Alta Sacerdotisa de todos os vampiros", disse.
"Ela não é normal, isso é certeza. Seus poderes são bizarros. Juro que ela pode
espiar pessoas Kalona melhor que puder." Ele parecia longe de mim, e quando ele
conheceu meus olhos novamente, o seu foi ensombrado por uma alma-profunda tristeza.
"Eu desejaria que você estivesse estado lá, em vez de Neferet".
"Você Lembra?" Eu perguntei, embora o aperto no meu intestino me disse que eu
sabia exatamente aquilo que ele quis dizer.
"Você via meu corpo, não vigiava você? Com essa coisa de câmera."
"Sim", eu disse suavemente. "Jack instalou. Eu não queria te deixar sozinho e essa
foi a melhor maneira que eu poderia pensar em manter um olho em você. Então, minha
avó estava no acidente e as coisas ficaram loucas... Me desculpe."
"Sinto muito, também. Teria saído diferente se tivesse sido você, em vez de ela me
abriu os olhos para ver."
Eu queria perguntar sobre o que exatamente aconteceu com toda a morrer e nao-
estar-morto coisa, bem como a questão sobre Neferet ele ainda, mas o seu rosto foi
fechado e os olhos dele estavam cheios de dor.
"Veja", disse ele, abruptamente mudando o tema, "você quer dormir um pouco.
Estou cansado, também. E se nós dormimos juntos? Só dormimos juntos. Prometo que
não vou tentar alguma coisa."
"Eu não penso assim," eu disse.
"Você prefere ter Kalona aparecendo em seus sonhos de novo?"
"Não, mas eu, bem, eu, hum, não acho que você dormir comigo é uma boa idéia."
Sua expressão ficou dura e fria de novo, mas eu podia ver a dor que ainda estava
em seus olhos. "Porque você não acha que eu vou manter a minha promessa".
"Não, porque não quero que ninguém saiba que você está aqui", eu disse
honestamente.
"Eu vou sair antes que alguém perceba", disse ele calmamente.
E de repente eu sabia que minha resposta para o que ele poderia ser depositados
sobre ele na luta pela sua humanidade. As últimas duas linhas do poema de Kramisha
ecoou pela minha mente: "A humanidade guarda dela / Ela vai me salvar?" Eu sabia que
eu tinha de fazer.
"Ok, tudo bem. Mas você realmente tem que sair daqui antes que alguém te veja".
eu disse sorrindo
Seus olhos ampliaram em surpresa e, em seguida, os lábios inclinaram-se no seu
arrogante Bad Boy sorriso. "Você quis dizer isso?"
"Infelizmente, sim. Agora vem aqui porque estou prestes a adormecer no meio de
falar com você."
"Legal! Você não precisa falar duas vezes. Eu sou um monstro, e não um idiota." Ele
mudou rapidamente de volta para a cama.
Eu esbarrei, acordando Nala, que chateada com ele. Assoviou, e foi para o final da
cama, fez três círculos rápido, e eu juro que ela estava a dormir novamente antes de sua


cabeça deitar sobre suas patas. Eu olhei para ela depois para Stark e apressadamente
joguei meu braço todo o seu lado da cama antes que ele pudesse entrar.
"O quê?" disse ele.
"Primeiro você tem que tirar esse arco e flecha da cintura, que praticamente esta
grudada nas suas costas."
"Ah, ok." Ele puxou sobre a cabeça a fita de couro que segurava a aljava de flechas
e tirou o arco deixando cair no chão do lado da cama. Quando eu ainda não mexi o meu
braço, ele disse: "E agora?"
"Vocês não vai deitar na minha cama com os seus sapatos em."
"Crap. Desculpe", ele murmurou, dando início a sua calça. Então ele olhou para baixo
para mim. "Quer que eu tire mais alguma coisa fora?"
Eu amarrei minha cara para ele. Como se ele já não estava suficientemente quente
já na sua camisa preta, o seu jeans, e o seu sorriso arrogante? Mas nunca que eu ia dizer
isso. "Não. Você não pode tirar qualquer outra coisa fora. Jeesh, basta deita aqui. Estou
seriamente cansada."
Quando ele mergulhou na cama ao lado de mim, eu percebi o quão pequena minha
cama ficava quando eu estava partilhando com uma cara. Eu tinha que me lembrar que
eu realmente estava cansada e que todo o ponto de Stark dormir comigo, para mim, era
obter algum descanso.
"Desligue a luz, pra mim?" Perguntei, mais soando mais cansada do que me sentia.
Ele foi e bateu no interruptor e a luz desligou.
"Então, você acha que vai estar para a aula amanhã?" ele perguntou.
"Sim, eu suponho." Então, porque eu realmente não quero falar sobre a razão pela
qual eu poderia estar indo para a aula tão pouco tempo após me machucar e eu estava
mal, acrescentei: "E eu tenho que lembrar de olhar na Hummer que Darius nos trouxe
aqui. Acho que deixei minha bolsa nela. Ou pelo menos eu espero que sim, porque ter
perdido minha bolsa é realmente uma merda."
"Agora isso me assusta", disse Stark.
"O que assusta você?"
"Essas bolsas. Ou, pelo menos, todas as coisas estranhas que vocês mantém as
pessoas dentro delas."
"Como pessoas? Jeesh. Somos meninas, bolsas só tem coisas de garotas." eu disse
com o seu tom de assustado me fazendo rir.
"Não há apenas coisas nessas bolsas", disse ele. E eu juro que senti ele tremer.
Eu ri em voz alta, desta vez. "Minha avó dizia que você é um dilema."
"Isso é bom ou ruim?" ele perguntou.
"Um enigma é algo que é inexplicável, ainda pouco complexo. Por exemplo, você
está aqui presente macho, perigoso, cara guerreiro, que não pode errar alguma coisa em
que ele atira, mas você está totalmente assustado por bolsas de garotas? É como se fosse
minhas aranhas".
Ele franziu. "Minhas aranhas? O que é que isso quer dizer?"
"Bem, não gosto de aranhas. De todas." Eu tremi como ele acabou de fazer.
"Ah, entendi. Sim, bolsas são as minhas aranhas. Realmente as grandes aranhas
podem abrir e elas estão cheias com um ninho de bebês aranhas."
"Ok! Ok! Você está totalmente me assustando. Vamos mudar de assunto."
"Parece bom para mim. Então... acho que você tem que estar em contacto com
quem você está dormindo para que isso realmente funcione." Sua voz soa muito íntima
percebendo o "perigo" ao meu lado.


"Sim, claro". Meu estômago parecia que tinha asas, e não apenas porque estávamos
falando de aranhas.
Seu suspiro era pesado e longo sofrimento. "Estou lhe dizendo a verdade. Porque
você acha que vai mantê-lo afastado se você só estiver dormindo com mais um no
quarto? Você tem de ser convincente. Um garoto e uma garota. Acho que um cara com
outro funciona, também, se forem como Damien e seu namorado. Ou até mesmo uma
menina e uma menina se fossem assim." Ele pausa. "Eu acho que eu estou tagarelando".
"Eu acho que você esta, também." Na verdade, falar demais era o que eu
geralmente fazia quando estava nervosa, e foi um alivio saber que quando as pessoas
estavam nervosas acontecia o mesmo.
"Você realmente não precisa ter medo de mim. Eu não vou te machucar."
"Porque você sabe que eu posso chutar seu traseiro com os elementos?"
"Porque me importo com você", disse ele. "Você estava começando a cuidar de mim,
não? Eu quero dizer antes de tudo isto acontecer comigo."
"Sim". Por um lado, certamente, em seguida, foi cerca de uma excelente
oportunidade para me referir ao fato de que Erik e eu estávamos juntos novamente. E
talvez até dizer algo sobre Heath. (Ou talvez não.) Por outro lado, eu estava tentando
corrigir a humanidade do garoto, ou a falta dela, e isso provavelmente não iria ajudar se
eu dissesse: Oi, eu vou dormir com você e agir como se eu se preocupasse com você, mas
Eu tenho um namorado. Ou dois. E além de tudo isso, eu precisava começar a ser honesta
comigo mesma. Erik que parecia tão perfeito para mim, ele é que todos achavam que eu
deveria ficar. Então por que eu sempre gostei de outros caras também, e isso é mesmo
antes de ele começar a ser o incrível todo possessivo? Não foi apenas Heath que eu
gostava, mas Loren e, em seguida, Stark. A única coisa que eu podia pensar era que algo
deve estar faltando com Erik, ou então, eu só estava se transformando em uma
desagradável Vadia. Quero dizer, realmente. Eu não sinto como uma desagradável vadia.
Me sentia como uma menina que gostava mais do que um cara.
Ele se mexeu na cama vindo para meu lado e eu me segurei para não pular, quando
eu senti o braço dele levantar. "Venha cá. Você pode colocar a cabeça no meu peito e
dormir. Vou mantê-la segura. Eu prometo."
O problema com Erik saiu da minha mente, e o que eu poderia fazer bem-Quer dizer,
eu já estava lá? Na cama com um garoto indo pra perto dele. Ele pôs o braço sobre mim e
eu tentei relaxar contra o seu lado com a cabeça um pouco descansada no seu peito.
Fiquei pensando se ele estava confortável. Eu era muito pesada? Eu estava muito próxima
a ele? Ou não o suficiente?
Depois, ele levantou a mão dele e colocou na minha cabeça. Inicialmente eu pensei
que ele estava tentando mover a minha cabeça (porque era muito pesada), ou talvez até
me estrangular ou qualquer coisa assim. Então ela me surpreendeu quando ele começou
acariciar o meu cabelo como se eu fosse um cavalo assustado.
"Você tem um cabelo muito bonito. Eu disse antes de eu morrer, ou eu acho que
disse?"
"Você deve ter apenas pensado," eu disse.
"Gostaria de lhe dizer que você estava muito quente hoje quando eu te vi nua, mas
que provavelmente não seria adequado, sendo que estamos na cama juntos, mas não
fazendo nada."
"Não", eu forcei, ficando pronta para sair de seus braços. "Não seria apropriado."
Seu peito levantou em um grande suspiro. "Calma, certo?"
"Então, não falar sobre ter me visto nua."


"Ok". Ele acariciou o meu cabelo em silêncio por um tempo, então ele disse, "Esse
corvo escarnecedor te machucou muito."
Não era uma pergunta, mas ainda eu disse, "Sim".
"Kalona não quer machucá-la, então ele vai fazer alguma coisa com ele quando
voltar."
"Ele não vai voltar. Eu o matei. queimei ele", eu disse simplesmente.
"Bom", disse ele. "Zoey, poderia me fazer mais uma promessa?"
"Suponho que sim, mas você não parece cem por cento satisfeito quanto a manter a
minha promessa a você."
"Eu vou ser feliz se você mantiver essa."
"O que é desta vez?"
"Promete que se me tornar um verdadeiro monstro como eles, você vai me queimar,
também."
"Essa é uma promessa que não me deixa muito confortável em cumpri-la", eu disse.
"Bem, pense sobre isso porque se é uma promessa, você terá de cumprir."
Ficamos calados novamente. O único som no meu quarto era do ronco macio do pé
da minha cama que vinha de Nala, e o constante bater do coração de Stark em meu
ouvido. Ele continuou acariciando meus cabelos, e não demorou muito pra começar a
sentir minhas pálpebras realmente pesadas. Mas antes de adormecer tinha mais uma
coisa que eu queria que ele ouvisse.
"Você faria algo para mim?" Perguntei com sono.
"Eu acho que não deixaria de fazer nada pra você", disse Stark.
"Pare de se chamar de monstro."
Sua mão parou por um momento. Eu senti os lábios deles se deslocando na minha
testa. "Vai dormir agora. Vou assistir você dormir."
Eu comecei dormir enquanto ele ainda estava lentamente acariciando meu cabelo.
Kalona não entrou nenhuma vez nos meus sonhos.


VINTE E CINCO

Stark tinha ido embora quando eu acordei. Me sentindo maravilhosamente refeita e
faminta, me espreguicei e bocejei, quando eu encontrei a seta deitado no travesseiro ao
meu lado. Ele estava quebrada no meio, o que imediatamente chamou a minha atenção.
Quero dizer, sou de uma cidade chamada Broken Arrow (Flecha Quebrada). Eu sei o que
significa uma flecha partida ao meio - paz, um fiz para o combate. Havia uma nota
dobrada debaixo da flecha com o meu nome escrito. Eu a abri e li: "Eu te observei
enquanto dormia e você parecia em completa paz. Gostaria de poder sentir isso. Quem
me dera poder fechar os olhos e me sentir em paz. Mas não posso. Não consigo sentir
nada se eu não estou com você, e mesmo assim tudo o que posso fazer é desejar algo
que eu acho que nunca poderei ter, pelo menos não agora. Então eu deixei isso e a minha
paz com você. Stark."
"O que diabos significa isso?" Perguntei a Nala.
Meu gato grunhiu um "mee-UF-devidos" pra mim, saltou da minha cama, e saltitou
para sua tigela de comida. Ela olhou para trás de mim, rosnado como uma louca.
"Ok, sim, eu sei. Eu estou com fome, também." Eu alimentei minha gata, pensando
em Stark enquanto eu me vestia para o que eu tinha certeza que seria um estranho dia
escolar. "Hoje vamos sair daqui", eu disse firmemente ao meu reflexo depois que eu
arrumava o meu cabelo.
Eu corri para a cozinha a tempo de agarrar o meu cereal favorito, Count Chocula, e
me juntar às gêmeas, que tinham suas cabeças juntas, sussurrando com um olhar irritado.
"Ei, meninas", disse, sentado ao lado delas me servindo de uma grande vasilha do
chocolate delicioso. "e aí?"
Mantendo a sua voz baixa de um jeito que só eu pudesse ouvir, Erin disse, "Você vai
ver o que se passa quando você sentar aqui por apenas alguns minutos."
"Sim, observe as pessoas", sussurrou Shaunee.
"Okayyyyy," eu disse lentamente, acrescentando leite aos meus cereais e
observando as crianças em torno de nós com o que eu esperava ser absoluta indiferença.
De primeira eu realmente não notei nada. As meninas estavam ocupadas agarrando
barras de proteína ou cereais ou alguma guloseima favorita. E então eu percebi que não
era o que eu estava vendo que era estranho, era o que eu não estava. Não havia
nenhuma das típicas brincadeiras acontecendo. Ninguém estava falando de meninos.
Ninguém se queixava de não ter feito seu dever de casa. Na verdade, ninguém estava
falando quase nada. Elas estavam apenas mastigando e respiração e sorrindo. Muito.
Eu dei às Gêmeas um WTF ( What The Fuck = Que porcaria é essa?) olhar.
"Pessoas bizarras", Erin sussurrou para mim enquanto Shaunee acenava com a
cabeça.
"Quase tão chato como o canalha Stark," Erin sussurrou.
Tentei não soar culpada quando disse, "Stark? O que tem ele?"
"Ele andou por aqui, enquanto você ainda estava lá em cima. Como se ele fosse
dono do lugar e não se importasse se alguém sabia sobre ele estar estuprando alguma
pobre garota.", Shaunee disse, ainda mantendo a sua voz baixa.
"Sim, você deve ter visto Becca. Ela saltitava atrás dele como um cachorrinho" disse
Erin.
"E o que ele fez?" Eu perguntei, segurando a minha respiração.
"Foi patético. Ele mal olhou para ela," Shaunee disse.
"Falar sobre ser usada e depois jogada fora como um trapo ranho", disse Erin.


Eu estava tentando descobrir o que eu poderia dizer que me daria mais informações
sobre o que Stark tinha ou não tinha feito, sem deixar as gêmeas saber que eu me
importava, e eu pensei que eu deveria talvez tentar dizer um algo para defender o Stark,
quando os olhos de Erin ficaram selvagens enquanto ela olhava para algo atrás de mim.
"Bem, falar do maldito diabo," disse Shaunee em sua melhor voz de menininha
irritante.
"Literalmente," Erin acrescentou.
"Mesa errada", disse Shaunee. "Suas admiradoras estão todas ali e ali." Ela acenou
sua mão ao redor da sala, para as outras garotas que tinham parado de comer e olhavam
por trás de mim também. "Não aqui."
Eu girei na minha cadeira para olhar para Stark. Nossos olhos se encontraram.
Tenho certeza que os meus olhos estavam grandes e assustados. Os seus eram profundos
e quentes, e eu poderia quase ouvir a pergunta que ele estava me fazendo com ele.
Ignorando todas as outras pessoas na sala, eu disse: "Olá, Stark." Tive o cuidado
para não fazer a minha voz muito amigável ou gelada. Eu apenas disse oi para ele como
eu faria com qualquer outro garoto.
"Você parece melhor do que a última vez que te vi", disse ele.
Eu podia sentir minhas bochechas ficando quentes. A última vez que ele tinha me
visto nós estávamos juntos na cama. Enquanto eu ainda estava olhando nos olhos dele e
tentando descobrir o que diabos eu poderia dizer a ele na frente de todos, Erin falou.
"Grande surpresa que ela está melhor do que quando estava mastigando Becca a
noite passada."
"Sim, ver aquilo seria o suficiente para fazer qualquer um ficar meio abalado."
Stark desviou seu olhar do meu. Eu vi seus olhos piscarem em um perigoso escarlate
enquanto ele encarou as Gêmeas. "Estou falando com Zoey, não com qualquer uma de
vocês. Então fiquem de fora."
Havia algo na sua voz que estava profundamente assustador. Ele não gritou. Sua
expressão estava praticamente inalterada. Em vez disso, ele irradiava uma terrível
sensação de serpente, furioso, mortal e a beira de um ataque. Olhei para ele mais de
perto e vi uma ondulação no ar ao seu redor, como ondas de calor que se elevavam de
um asfalto quente no verão. Não sei se as Gêmeas também viram, mas definitivamente
sentiram algo. Ambas empalideceram, mas eu quase não notei. Era em Stark que eu
estava concentrada. Vendo as mudanças dele eu me lembrei de Stevie Rae - antes de ela
ter recuperado a sua humanidade.
Era por isso que eu me importava tanto com Stark? Porque eu vi Stevie Rae lutar
com os mesmo impulsos escuros e ganhar, e eu queria acreditar que ele também poderia
ganhar?
Eu lidava com ele, mas se Stevie Rae me ensinou uma coisa com certeza foi que um
jovem nessa posição poderia ser uma criatura muito perigosa.
Mantendo a minha voz completamente calma, eu disse, "O que você queria me dizer,
Stark?"
Eu vi a luta em seu rosto enquanto o garoto lutava com o monstro que claramente
queria pular na mesa e comer as Gêmeas. Finalmente ele transferiu o seu olhar de volta
para mim. Seus olhos brilhavam ainda ligeiramente vermelhos quando ele disse, "Eu
realmente não tenho nada a dizer. Eu encontrei isso. É seu, não é?" Ele levantou a mão e,
pendurada nela, estava a minha bolsa.


Eu olhei dele para a bolsa e da bolsa para ele novamente. Me lembrei que ele disse
sobre ter medo de bolsas como eu tenho medo de aranhas. Quando olhei nos olhos dele
novamente, eu estava sorrindo.
"Obrigado, é minha." Eu peguei minha bolsa dele, mas quando nossas mãos
esbarraram eu disse, "Um cara me disse uma vez que bolsas femininas o lembravam de
aranhas."
Os olhos vermelhos se acenderam como se tivesse ligado um interruptor A aura
terrível que o cercava tinha ido embora. Um de seus dedos se enrolou no meu, me
segurando por um instante. Então ele soltou a bolsa e minha mão.
"Aranhas? Tem certeza de que ouviu bem?"
"Tenho certeza. Obrigado novamente por encontrar isso."
Ele girou, e marchou para fora da sala.
Logo que ele tinha ido embora, todos os calouros exceto as gêmeas e eu começaram
a sussurrar entusiasmados sobre como Stark era quente. Eu comi meu cereal em silêncio.
"Ok, ele está para lá de assustador", disse Shaunee.
"Era assim que Stevie Rae quando ela mudou?" Erin perguntou.
Eu acenei. "Sim, basicamente." Eu baixei a minha voz e acrescentei, "Vocês viram
algo ao redor dele? Como uma estranha sombra negra extra?"
"Não, eu estava muito ocupada pensando que ele ia me comer para olhar em volta
dele", disse Erin.
"Exato", disse Shaunee. "Então é por isso que ele não assusta você, porque ele é
como Stevie Rae era antes de mudar?"
Eu levantei um dos meus ombros e utilizei o pretexto de uma boca estava cheia de
Count Chocula para não dizer muito.
"Ei, sério, eu sei o que o poema da Kramisha disse e tudo mais" disse Erin. "Mas tem
que tomar cuidado ao redor dele. Ele é má notícia."
"Além disso, o poema poderia não ser sobre ele", disse Shaunee.
"Meninas, vamos realmente ter que falar sobre isso agora?" Eu disse após engolir.
"Não, ele tem nenhuma importância para nós", disse Shaunee rapidamente.
"Exato", disse Erin, em seguida acrescentou: "Você vai verificar para ter a certeza
que ele não roubou suas coisas?"
"Sim, tanto faz." Eu abri minha bola e olhei para ela, fazendo um, inventário em voz
alta "Celular, brilho labial... ... ... Dinheiro, óculos de sol, carteira com, sim, todo o meu
dinheiro e minha carteira de motorista... e-" Eu me interrompi ao achar um bilhete, uma
flecha quebrada no meio desenhado sobre ela. Abaixo da seta haviam as palavras:
Obrigado pela noite passada.
"O quê? Você achou algo que ele roubou?" Erin perguntou, tentando olhar para a
minha bolsa por cima da mesa.
"Não, apenas Kleenex usados nojentos. Gostaria que ele tivesse jogado fora."
"Bem, eu continuo a dizer que ele é um idiota," Erin rosnou.
Eu acenei e fiz alguns sons de concordância enquanto terminava o meu cereal
evitando não pensar sobre a mão quente de Stark nos meus cabelos.
Minhas aulas, como o meu professor espanhol, professor Garmy, diria, se ele não
tivesse se transformado e um pequeno professor zumbi, não foi boa para mim. E a pior
parte foi, se você tirasse os nojentos Corvos Escarnecedores, que pareciam estar em todo
o lado, eu poderia ter quase convencido a mim mesma de que tudo estava normal. Mas
quase pode ser realmente uma grande palavra.


Não ajuda que o meu horário tinha sido alterado esse semestre, a fim de que eu
tivesse todas as classes com diferentes crianças, nenhuma delas sendo Damien e as
gêmeas. Afrodite não estava em lugar nenhum o que me fazia ficar preocupada de ela e
Darius terem sido comidos por Corvos Escarnecedores, mas, conhecendo Afrodite, eles
provavelmente estariam no quarto dela brincando de médico.
Foi com esse pensamento nojento que eu escorreguei para uma mesa para a minha
primeira aula, que era agora Literatura 205. Oh, quando Shekinah tinha movido todas as
minhas aulas de modo que eu pudesse estar em um nível avançado de Sociologia
Vampírica, tinha esquecido de avisar que o rearranjo tinha me jogado direto em um nível
mais avançado da minha aula de Espanhol. Então, meu estômago doía enquanto eu
esperava pela Professora Penthasilea, mais conhecida como Prof.ª P.
Eu não deveria ter me preocupado. Professora P estava lá. Ela estava linda, com
uma aparência artística e independente. Mas ela agiu como uma vampira completamente
diferente. Professora P, de longe, a melhor professora que eu tinha a esperança de
encontrar, começou a passar planilhas de gramática. É. Eu olhei para a meia dúzia de
páginas, xerocadas frente e trás, que ela queria que completas.
A folha de trabalho correram o campo de vírgulas atadas e continuidades até
complexas sentenças diagramadas (sério).
Ok, alguns garotos - bem, eu acho que a maioria das pessoas se tem um nível de
educação de escola publica - não ficaria chocado com a tarefa. Mas essa era a Professora
P na House of Night! Uma coisa que eu posso dizer pela Casa Infernal (como os garotos
humanos chamam) é que as aulas não são chatas. E mesmo entre os professores
totalmente não chatos, Penthasilea se destaca. Ela me cativou nos primeiros 60 segundos
do primeiro dia que eu frequentei a aula dela ao dizer que iríamos ler Uma noite para
Lembrar de Walter Lord, um livro sobre o naufrágio do Titanic. Isso era legal o bastante,
mas acrescente a isso o fato de que a Prof P na verdade estava vivendo em Chicago
quando o navio afundou, e ela lembra vários incríveis detalhes sobre não só as pessoas no
navio mas também a como a vida era no inicio dos anos 1900, e você tem uma excelente
aula.
Eu desviei o olhar da minha tarefa totalmente chata para onde ela estava sentada
em sua mesa, em completo estupor, encarando com o rosto de pedra a tela do
computador. O carisma dela em aula hoje definitivamente cairia na escala de porcaria da
South Intermediate High School e mais ou menos no nível da Sra. Foster, que
constantemente recebia o premio para Pior Professora de Inglês, e era chamada de
Rainha das Folhas de trabalho ou Umpa Lumpa*, dependendo se ela estava usando seu
muumuu** azul M&M ou não.
(*São aqueles caras que trabalham em fabricas vestidos de laranja.)
(** Vestido estilo havaiano.)
Professora Penthasilea definitivamente tinha sido mudada para uma pessoa cocô.
A aula de espanhol foi a próxima. Não apenas Espanhol II era insanamente difícil
para mim (diabos, espanhol I tinha sido muito difícil para mim!), mas a professora Garmy
tinha se transformado numa não professora. O que antes da aula havia imersão, o que
significa que basicamente toda a conversa era em espanhol e não em inglês, agora ela
andava pela sala nervosamente, ajudando o pessoal a escrever a descrição da figura que
ela colocou no Smart Board de um bando de gatos, er, gatos se pendurando num
barbante, um, hilo - ou algo assim. (Eu seriamente não tenho muitas habilidades com o
espanhol). As tatuagens de vampiro dela pareciam penas, e ela me lembrava um pouco


um pássaro espanhol antes. Agora ela parecia como um pardal neurótico, indo de garoto
em garoto e se preparando para ter um ataque de nervos.
Professora cocô número dois.
Mas eu teria escolhido ficar na confusa aula de espanhol da professora Garmy o dia
todo se me impedisse de ir para minha terceira aula, Sociologia Vampira Avançada,
ensinada por - você adivinhou - Neferet.
Desde o primeiro dia na House of Night, eu resisti em ser colocada no nível avançado
de Sociologia Vampira. A princípio foi porque eu queria me encaixar. Eu não queria ser
conhecida como uma estranha terceiranista (ou caloura) que tinha sido colocada numa
aula de sestanista (ou sênior) porque ela era tão "especial." Eu quero dizer, vômito.
Bem, eu não tinha levado muito para descobrir que não tinha como eu me misturar.
Desde então eu tenho aprendido a lidar com meus dons e responsabilidades (e
vergonhas) que vem com eles. Mas não importa o quanto eu tenha dito a mim mesma
que a aula de Sociologia Vampira é só outra aula, eu ainda estava incrivelmente nervosa
sobre ir.
É claro, saber que Neferet seria a professora não ajudou.
Eu entrei, encontrei uma mesa que ficava no fundo da aula, e comecei a me
acocorar no meu assento, tentando personificar um daqueles garotos preguiçosos que
dormem a vida toda, e que acordam só para ir para outra turma, deixando um rastro de
bocejos e pontos rosas brilhantes na testa.
Minha personificação preguiçosa poderia ter funcionado se Neferet tivesse se tornado
uma professora cocô. Infelizmente, ela não tinha. Neferet estava brilhando com poder e
pelo que pareceria aqueles menos informados como felicidade. Eu reconheci o brilho.
Neferet era como uma aranha inchada, irradiando sua vitoria sob a cabeça de todos que
ela tinha cortado, se deleitada por contemplar mais carnificina.
Como uma nota de rodapé: Darius ficaria realmente satisfeito com minha retenção
de palavras que ele esteve usando ao meu redor.
Além do fato dela parecer uma aranha para mim, eu notei que Neferet, de novo, não
estava usando a insígnia de Nyx, o bordado prateado com as mãos dela erguidas
colocando em copo a lua. Ao invés disso, ela estava usando uma corrente dourada em que
estavam penduradas asas encravadas com uma pedra preta. Eu me perguntei, não pela
primeira vez, porque ninguém parecia notar que ela estava totalmente distorcida. Eu
também me perguntei porque ninguém notou o jeito em que ela irradiava uma energia
negra que preenchia o espaço ao redor dela como o ar logo antes de uma tempestade de
raios.
"A aula de hoje vai ser focada em um aspecto de habilidade que apenas um vampiro,
ou as vezes um calouro avançado, pode usar. Então vocês não vão precisar dos Livros de
Calouros no momento, a não ser que vocês queiram fazer notas adicionais na sessão de
fisiologia. Por favor abram seus livros na pagina 426, que é o capitulo sobre
encobrimento." Neferet tinha atenção da turma facilmente. Ela andava para trás e para
frente na frente da sala, parecendo real e tipicamente linda em um longo vestido preto
adornado com um fio dourado que parecia como metal líquido. O cabelo dela estava
puxado para trás, e os adoráveis cachos dele escapavam para moldurar o rosto lindo dela.
A voz dela era refinada e fácil de se ouvir.
Ela absolutamente me apavora.
"Então, eu quero que vocês leiam esse capitulo por conta própria. Sua tarefa será
documentar em um jornal todos os seus sonhos pelos próximos cinco dias. Geralmente
desejos secretos assim como habilidades surgem em nossos sonhos. Antes de irem


dormir, eu quero que se concentrem na leitura e pensem sobre o que encobrimento
significa para você. Que segredos obscuros vocês mantém escondido do mundo? Onde
iriam se ninguém pudesse encontrar você? O que fariam se ninguém pudesse ver você?"
Ela pausou, olhando para cada aluno enquanto falava. Alguns sorriram para ela
timidamente. Outros desviaram o olhar quase de forma culpada. Em tudo, a aula mostrou
mais animação que as outras tinham sido.
"Brittney, querida, você pode ler em voz alta a sessão na pagina 432 sobre
cobertura?"
Brittney, uma morena baixa, acenou, virou as paginas, e começou a ler:
COBERTURA: A maior parte dos calouros é familiar com a inerente habilidade que
eles tem de acobertar sua presença aos estrangeiros, ou seja, humanos. É uma tradição
dos calouros sair do campus para fazer rituais sob os olhos da comunidade humana. Mas
esse é apenas uma pequena prova de habilidade que um vampiro maduro pode
comandar. Mesmo aqueles sem afinidade podem chamar a noite neles e esconder seus
movimentos dos inadequados sensos de um humano típico.
Aqui Neferet interrompeu. "Parte do que vocês vão aprender nesse capitulo é que
qualquer vampiro pode se mover furtivamente entre humanos, uma habilidade que é bem
útil porque humanos tendem a ser muito críticos sobre nossas atividades."
Eu estava franzindo para o texto, pensando que eu não podia ser a única caloura a
notar o preconceito de Neferet contra os humanos, quando a voz dela me fez a virar a
cabeça.
"Zoey. Que bom você se juntar a uma aula que é mais apropriada a suas
habilidades."
Eu olhei devagar para cima nos olhos verdes frigidos e tentei soar como qualquer
outro calouro. "Obrigado. Eu sempre gostei de Sociologia Vampira."
Ela sorriu, e de repente me lembrou da criatura em Alien, que parecia totalmente
bizarra com Signouney Weaver e o alien totalmente assustador que comia pessoas.
"Excelente. Porque você não lê em voz alta o ultimo parágrafo nessa pagina?"
Feliz por ter uma desculpa para desviar do rosto dela, eu olhei para baixo para meu
livro, encontrei o parágrafo e li:
Calouros devem notar que se encobrir pode ser exigir muito de sua força. É
necessário grandes poderes de concentração para chamar e manter a noite por qualquer
período prolongado de tempo. É também importante entender que se ocultar tem suas
limitação. Assim como as seguintes:
1- É uma pratica que drena e pode causar uma exaustão excessiva.
2- Se ocultar só funciona em coisas orgânicas, que é o porque de ser mais fácil de
ser feito estando nu.
3- Tentar encobrir itens como carros ou motos ou até bicicletas é um exercício de
futilidade.
4- Como todas as habilidades, se ocultar exige um preço. Para alguns esse preço
será uma fadiga e dor de cabeça. Para outros será muito pior.
Eu cheguei no fim da pagina e olhei de volta para ela.
"Isso é o bastante, Zoey. Então, me diga, o que você acabou de aprender?" Os olhos
dela se enterraram nos meus.
Bem, na verdade, eu acabei de aprender que meus amigos e eu não iríamos escapar
da House of Night usando o Hummer a não ser que de alguma forma a gente consiga
permissão para sair do campus. Eu não disse isso, no entanto. Ao invés disso, eu tentei


parecer estudiosa e disse, "Que carros e casas e coisas assim não podem ser ocultadas de
humanos."
"Ou vampiros," ela acrescentou em uma voz firme que os desinformados podem
pensar que é preocupada e professoril. "Não esqueça nunca que outros vampiros irão ver
através do ocultamente de coisas inorgânicas também."
"Eu vou lembrar," eu disse solenemente. E eu iria.


VINTE E SEIS

Tive aula de esgrima antes do almoço e não poderia estar mais feliz. Ok, bem, isso é
um exagero. Eu poderia estar mais feliz se os meus amigos e eu estivessemos cerca umas
milhas de distância da House of night, Neferet e Kalona. Desde que não parecia muito
possível, especialmente após a aula de sociologia Vampírica e Neferet deu uma palestra
anti-camuflagem, estou feliz por estar descansada Dragon concordou que eu estava muito
cansada para fazer mais do que sentar e assistir aulas.
Na verdade eu não estava me sentindo mal em tudo, e quando eu peguei meu
espelho da minha bolsa para colocar um brilho labial, fiquei aliviada eu não tinha perdido,
eu não acho que eu parecia assim tão mau, como antes. Então Dragon me permitiu sentar
e ficar fora da aula, juntamente com o fato de que o seu gato foi um dos que tinham
aparecido no meu quarto como um indício peludo, tinha que manter um olho em nosso
professor de esgrima.
À primeira vista Dragon parecia se outro dos meus enigmas. Primeiro de tudo, ele é
baixo. Em segundo lugar, ele é bonitinho. Muito fofo. Tal como um cara que você escolhe
para levar-á-casa dos seu pais e fazer cookies e poderia até ajudar sua filha em uma
emergência. Em um mundo onde os homens vampiros são guerreiros e protetores, um
baixo, bonitinho cara normalmente não recebe muita atenção. Mas toda sua personalidade
muda quando ele pega sua espada, ou, como ele deseja corrigir-me, seu florete. Então ele
vira letal. Suas características endurecem. Ele não crescia e ficava mais alto, que seria
apenas bobo (assim como impossível), okay ele; não precisa ser mais alto. Ele é
literalmente tão rápido que a sua espada parecia um vulto brilhoso com todo o seu próprio
poder.
Eu assisti Dragon dar a aulas os exercícios. Os calouros não pareciam tão
empolgados na aula de esgrima. Mas essa foi, provavelmente, porque tratou de atividade
física, não coisas mentais. Prestei mais atenção e reparei que, embora a turma concluía o
desenvolvimento físico proposto, não era fácil ridicularizar ou desarmar o adversário. Todo
mundo estava em missão, que era estranho como o inferno. Quer dizer, vamos enfrentá-
lo. Mantendo um ginásio cheio de adolescentes que estavam treinando e deixar tudo em
suas mãos a tarefa é quase impossível.
Eu estava olhando em um grupo de rapazes que normalmente teria ouvido uma par
de repreensões do Dragon, juntamente com lembretes para prestar atenção e não agir
como idiotas (na House of Night professores podem chamar calouros de idiotas quando
eles agem como idiotas porque o idiota não pode fazer com que as crianças voltem pra
casa pra chamarem pra mamãe, daí há muito menos comportamentos idiotas na House of
Night do que na maioria das escolas públicas), quando Dragon se intensificou entre mim e
a minha linha de visão. Eu pisquei e incentivando para ele.
Lentamente e distintamente ele piscou pra mim antes de voltar a atenção para a
aula.
Então eu percebi um enorme e peludo vindo até sentar ao meu lado e lamber uma
de suas patas monstruosas.
"Olá, Shadowfax". Ele arranhou sua cabeça e senti mais esperança do que eu tinha
desde quando o corvo escarnecedor tinha quase me matado.
Mesmo que a escola tivesse virado um pesadelo e o perigo nos rodeava, no almoço
senti um oásis de familiaridade. Carreguei o meu favorito, espaguete e coca-cola, e me
juntei com Damien e as gêmeas na nossa mesa.


"Bem, o que é que vocês descobriram?" Eu sussurrei entre grandes mordidas na
massas com Marinara e queijo.
"Você está bem melhor", disse Damien, sua voz definitivamente não éra um
sussurro.
"Eu me sinto melhor", disse, dando-lhe um olhar WTF*.
(*que seria what this fuck= que porra é essa rssrr).
"Eu estou pensando que realmente precisamos revisar os nossos conteúdos para o
teste na próxima semana", disse Damien alto, abrindo o seu caderno e cada vez mais
pronto a tirar um lápis número dois.
As gêmeas gemeram. Eu franzi para ele. Ele tinha virado contra nós?
"Yeah, só porque as coisas vão mudar por aqui, não significa que você pode permitir
que seus graus diminuam", disse ele.
"Damien, você é uma dor no rabo", disse Shaunee.
"Pior. Está uma maldita dor no rabo com um estúpido vocabulário de merda, e eu-"
Damien mergulhou o bloco de notas de modo que pudéssemos ler o que ele tinha
escrito uma lista de palavras.
C.E em todas as janelas. Sua audição é excelente.
As Gêmeas e eu demos uma rápida olhada, então suspirei e disse: "Ótimo, Damien.
tanto faz. Iremos estudar o estúpido vocabulário com você. Mas eu concordo com as
gêmeas disseram sobre você ser uma dor."
"Tudo bem. Vamos começar com 'falador'." Ele apontou o seu lápis na palavra.
Shaunee franziu. "Isso não é algo fora de Star Trek"?
"Soa bem para mim," disse Erin.
Damien lhes deu um olhar de desgosto Eu sabia que ele não teve de agir para fazê-
lo. "Não, simples, isto é o que ela significa." Escreveu: Dragon está do nosso lado. "Então,
Erin, por que não tentar a próxima palavra, 'sensual'?"
"Oooh, eu sei o que significa essa", disse Shaunee, agarrando o lápis de Damien
antes que ele pudesse passá-lo para Erin. Ao lado de 'sensual' ela rapidamente escreveu:
meu! Depois, mais abaixo na página, ela escreveu: Anastasia é 2.
"Você sabe que eu considero o uso de texto errado horrível", disse Damien.
"Eu não ligo", Shaunee disse.
"Mesmo se soubéssemos o que 'gauche' significava", disse Erin.
"Eu vou tomar a palavra seguinte," eu disse. Ignorando a próxima palavra que
estava no texto, escrevi: Nós temos que sair daqui à noite, mas não podemos usar o
Hummer. Não podemos encobrir ele. Eu pausei, mordi meu lábio, e, em seguida,
acrescentei, temos que ser cuidadosos. Não sabem que vamos tentar sair. "Acho que eu
não sei o que isso significa a próxima depois de tudo. Pode ajudar, Damien?"
"Não há problema." Damien escreveu: Temos que sair daqui rápido. Antes que eles
possam parar nós.
"Ok, espere. Vou tentar a próxima palavra. Deixa-me pensar por um segundo."
Comemos todos em silencio enquanto eu pensava, mas não sobre a palavra
"omnipresentes" (sério, eu poderia ter pensado nisso para sempre, e não sabia o que
significava).
Precisávamos sair do campus, sob o meu disfarce, o mais rapidamente possível.
Neferet estava esperando para tentar nos conter; ela tinha deixado isso bem claro. Isto
significava que tinha de estar a ouvir a nossas conversas, e não apenas através dos
Corvos escarnecedores mas dentro da mente de Damien e das gêmeas e ela estava perto
de descobrir tudo com o seu poder psíquico. Novamente, eu pensei como eu estava


aliviada que só eu, e Stevie Rae sabíamos realmente que iríamos para as Irmãs Beneditas,
em vez dos túneis do depósito. Graças ao meu bilhete e -
"É isso!"
As Gêmeas e Damien olharam para mim. Eu sorri para eles. "Eu lembrei do que é."
omnipresente "meio!" Eu menti. "E eu tenho uma idéia sobre como estudar. Estou indo
para escrever definições para algumas das palavras em pedaços de papel. Vou dar a cada
um de vocês, o que vocês vão ter que estudar e aprender. Quando você aprender a
palavra, dá de volta para mim, e eu vou lhe dar uma outra. Vai ser um pouco como
cartões de recado".
"Você perdeu a sua maldita cabeça?" Shaunee disse.
"Não", disse Damien pensando. "É uma boa idéia. Vai ser divertido."
Eu estava rasgando tiras de papel e escrevendo furiosamente sobre eles: Comece a
estudá-los. Depois dobrar cuidadosamente cada um, eu disse: "Basta pensar sobre as
definições que já passou. Não ler a palavra, ate o final da sexta aula. Quero dizer isso". Eu
pegarei? Cada um deles com a sua "palavra".
"Ok, ok, nós entendemos," disse Erin, colocando a nota em seu bolso do jeans.
"Sim, tanto faz. Vocês dois estão se tornando professores. E isso não é um elogio",
disse Shaunee, pegando o seu pedaço de papel.
"Basta lembrar, não devolvam ate o sinal", eu disse.
"Nós entendemos", disse Damien. "E quando o fizermos, talvez devêssemos chamar
nossos elementos individuais para nós, só para nos ajudar a concentrar?"
"Sim!" Eu disse, sorrindo em agradecimento a Damien.
"Falando nisso". Shaunee agarrou a folha de papel que tinha sido escrita. "Eu estou
indo para o banheiro das senhoras e vou aproveitar e estudar o meu papel com meu
elemento." Ela olhou por um longo tempo para mim, e eu acenei, entendendo que ela ia
chamar o fogo e destruir as prova do nosso "planos", que foi uma grande palavra que eu
realmente sabia o significado.
"Eu vou com você, gêmea. Poderá ter a minha, er, ajuda." Erin se apressou atrás
dela.
"Pelo menos não temos que se preocupar com a iluminação da escola ou Shaunee
incendiando o banheiro," Damien sussurrou.
"Caramba, estou faminta!" Afrodite olhou em baixo e sentou próximo a mim. Sua
bandeja estava carregada com espaguete. Ela estava linda, como de costume, mas um
pouco atrasada. O cabelo dela, que ela normalmente usava solto e fluindo em torno dos
os ombros, foi puxado para trás no que poderia ter sido um chique, e bonito rabo de
cavalo, mas agora parecia realmente confuso.
"Você está bem?" Eu sussurrei, lançando um olhar para a janela e dando a Afrodite o
que eu esperava ser um tente-desfarçar-que-podem-nos-ouvir olhar.
Afrodite seguiu a minha linha de visão, acenou ligeiramente e, em seguida,
sussurrou de volta, "Eu estou bem. Darius é rápido!"
Desde que eu entendia o guerreiro tinha provavelmente levando ela em uma de suas
super corridas. Eu brevemente lamentei que ele não poderia levar todos nós daqui, um de
cada vez, mas apresentei uma versão alterada do pensamento, talvez ele poderia levar
um ou mesmo dois calouros em uma emergência.
"Eles estão por toda a parte por aqui", disse Afrodite tão baixo que quase não ouvi.
"Ao redor do perímetro?" Damien sussurrou.


Afrodite acenou, espaguete espirrou em seu rosto. "Eles estão pelo campus,
também," disse ela entre mordidas, cuidando para manter sua voz baixa, "mas o seu foco
é, obviamente, sobre a entrada ou saída de alguém sem sua permissão."
"Bem, nós estamos indo definitivamente, sem sua permissão," eu disse. Olhei para
Damien. "Você tem que ir para que eu possa falar com Afrodite. Você entendeu?"
Ele começou a olhar chateado por um segundo, e então eu vi, nos olhos dele quando
ele lembrava que podia falar livremente à Afrodite sem se preocupar que Neferet poderia
entrar em sua mente e achar o que eu disse.
"Eu compreendo", disse ele. "Então eu acho que você verá..." Sua voz falhou
parecendo uma pergunta
"Basta ir estudar a nota que eu te dei, ok?"
Ele sorriu. "Ok".
"Nota?" Afrodite disse depois que ele tinha ido embora.
"É simplesmente uma maneira que eu estou fazendo eles saberem pra onde estamos
indo após a escola sem eles saberem antecipadamente. Talvez é uma surpresa para eles,
vai demorar um pouco para Neferet saber o que estamos fazendo."
"E é hoje vamos sair daqui?"
"Espero que sim", eu sussurrei. Me inclinado mais perto de Afrodite, cuidando para
não colocar nossas cabeças juntas para os corvos escarnecedores suspeitarem de nós.
Pelo menos eles não poderiam entrar em nossas cabeças. "Vou aos estábulos com Darius
rapidamente quando acabar as aulas. Dragon e Anastásia estão conosco. Então, estou
esperando que significa que as pistas dos gatos estão certas, e Lenobia está do nosso
lado, também."
"O que significa que ela pode nos ajudar a sair daqui pelo lado fraco da parede dos
estábulos?"
"Sim. Ok, não diga a ninguém sobre essa parte, nem sequer Darius. Você jura?"
"Sim, sim, tanto faz. Atravessa meu coração e espero poder-"
"Basta dizer que você diga que não vai falar que já esta bom pra mim", disse, não
querendo ouvir falar da esperança de morrer sair de sua boca.
"Não vou dizer. Portanto, o que é?"
"Não vamos voltar para os túneis do deposito quando deixamos aqui.
Estamos indo para as Irmãs Beneditas".
Seu olhar em mim foi acentuado e forma mais inteligente do que a maioria das
pessoas lhe deu crédito para estar. "Você realmente acha que é uma boa idéia?"
"Eu confio na Irmã Maria Ângela, e eu tenho um mau pressentimento sobre os
túneis."
"Ah, merda. Odeio quando você diz isso."
"Inferno, eu também não gosto disso! Mas eu sentia uma escuridão lá que eu tenho
visto muito."
"Neferet," sussurrou Afrodite.
"Eu tenho medo que sim." Falei devagar, pensando em voz alta. "E eu penso que a
influência das freiras podem repelir ela. Mas, Irmã Maria Ângela disse que havia um lugar
de poder lá na abadia, algo que fez o meu controle sobre os elementos não tão
surpreendente para ela. Eu acho que ela chamou de Gruta da Maria". Quando eu falei eu
senti dentro um sentimento de Nyx me dizendo que estava satisfeita com as escolhas eu
estava fazendo. "Talvez nós podemos usar o poder dessa coisa lá, como nós utilizamos o
poder ao longo do muro leste antes. Pelo menos, poderia me ajudar a nos manter
camuflada".


"Gruta da Maria? Soa como algo que deve ser no oceano e não em Tulsa. Olhe, só
tenha em mente que o local de poder do muro leste foi usado para o mal tanto quanto
para o bem", disse ela. "E o que dizer de Stevie Rae e suas aberrações? Sem mencionar
seus namorados?"
"Eles vão estar lá. Ou pelo menos eu espero que assim aconteça. Os corvos estavam
vigiando ela."
"Bem, posso dizer de estar ao seu redor dois dias que ela é muito engenhosa, e
alguns desses recursos não são tão bonitos." Ela pausado e se ajeitou
desconfortavelmente.
"O que é isso?" Eu perguntei.
"Olha, se eu te dizer, eu quero que você prometa que vai acreditar em mim."
"Tudo bem. Prometo. Agora o que é?"
"Bem, falando da sua melhor-amiga-pra-sempre, ridículo e seu saco de truques
lembrou-me de alguma coisa. Algo que eu descobri depois que ela e eu, bem, você sabe."
"Imprinted?" Eu disse, tentando (sem sucesso) não rir.
"Não é engraçado, espertinha", ela disse. "É ridículo. Enfim, lembro quando você
estava falando com Stevie Rae sobre a extensão dos túneis e outras coisas?"
Pensei. "Sim, eu me lembro." Então, meu estômago afundou quando eu repeti a
cena em minha mente e eu realmente não lembro como Stevie Rae tinha parecido
desconfortável quando perguntei a ela sobre outros calouros vermelhos, e eu encarei
Afrodite e ouvir o que tinha para dizer.
"Ela mentiu para você."
Tive uma sensação quando Afrodite disse mesmo, sabendo, não fez ouvir se tornar
mais fácil. "Exatamente o que é que ela mentiu?"
"Então você acredita em mim?"
Eu suspirei. "Infelizmente, sim. Você teve um imprint com ela. Isso significa que você
está perto dela, de uma forma que ninguém mais esteja. Meu imprint com Heath me
ensinou isso."
"Ok, olha. Eu não quero fazer "Simpática" com Stevie Rae".
Eu rolei meus olhos. "Eu não disse nesse sentido, você é idiota. Existem diferentes
tipos de sentimentos. Meu vínculo com Heath é muito físico, mas fui atraída por ele
durante anos. Uh, eu posso assumir que eu tenho razão quando digo que você nunca foi
atraída por Stevie Rae?"
"Diabos, sim, você pode assumir isso," Afrodite disse secamente.
"Tanto de você ter habilidades psíquicas. É apenas lógico que o seu vínculo seria
mental, não físico", eu disse.
"Sim, bom. Fico feliz que você percebe. E isso é como eu sei que ela estava
mentindo para você, quando ela disse que os calouros vermelhos apresentados são os
únicos que existem. Existem mais. Ela conhece, e ela tem contato com eles."
"E você está absolutamente certa disso?"
"Total e absolutamente", disse ela.
"Bem, eu não posso se preocupar com isso agora, mas definitivamente explica
algumas das trevas que senti lá embaixo. É o mesmo que cercava a aura de Stevie Rae,
mas vai ter que esperar até que saiamos daqui," eu disse, sentindo chateada e aborrecida
que a minha melhor amiga tinha que mentir para mim.
"Odeio ser aquela a te contar, mas Stevie Rae tem mais segredos do que Paris Hilton
tem bolsas. Pelo lado bom, eu estou apostando que ela mentiu para você não se


preocupar, com os malucos, e os seus namorados tornarem comida, ou rapazes a
passarinho."
"Espero que sim." Eu mencionei suspirando no meu guardanapo.
"Ei," ela disse suavemente. "Tente não deixar que essa coisa com Stevie Rae mentir
pra você te deixe abatida. Ela guarda segredos, mas posso também dizer que ela se
preocupa muito. Sei também que ela escolheu o bem, não importa o quão difícil é para ela
às vezes."
"Eu sei disso. Penso que Stevie Rae deve ter um motivo para não me dizer coisas.
Quero dizer, não é como se eu nunca mantive segredos dos meus amigos antes." Sim, Eu
adicionei silenciosamente a mim mesmo. E você estragou tudo por causa do tempo que
guardou, também.
"Ok, isso não é apenas sobre Stevie Rae e o que ela esta escondendo que esta te
desanimando." Então ela levantou as sobrancelhas e ela continuou a me estudar. "Ah,
entendi. Namorado. Você está tendo problemas. Ou devo dizer namorados problemas?"
"Infelizmente, o plural parece ser a forma correta da palavra," Eu murmurei.
"Erik e eu costumava ter uma coisa, mas você sabe que ao longo do caminho. Você
pode falar comigo, se necessário."
Eu olhei para ela e novamente pensei como irônico é que ela estava certa. Eu
poderia falar com ela.
"Não tenho certeza que se quero estar com Erik," Eu soltei.
Os olhos dela se alargaram so um pouco mais, mas sua voz permaneceu normal.
"Ele está pressionando você sobre sexo?"
Eu suspirei. "Sim, não. talvez. Mas não é só isso." Eu inclinei para frente e baixei a
minha voz. "Afrodite, ele chegou a ser mega-ciumento e possessivo com você?"
Ela enrolou seus lábios e falou num sarcástico tom. "Ele tentou. eu não tinha que
tolerar ciúmes e mentiras." Então ela pausou e num tom mais sério acrescentou, "Nem
você deveria, Z."
"Eu sei, e eu não tenho." Eu suspirei. "Tenho muito para lidar com esta bagunça
quando acabar."
"Sério. Tem uma bagunça para lidar quando essa bagunça acabar." Ela comeu outro
pedaço de espaguete.
"Bem, vamos tentar conseguir acabar com esta bagunça, em seguida, para que eu
possa voltar para o meu ridículo drama pessoal. Diz a Darius estar pronto para algumas
coisas ruins que podem vim a noite. Como ele disse, Kalona não vai ficar feliz quando sair
daqui. "
"Não, ele disse Kalona não vai ser feliz quando você sair daqui. Ele realmente tem
uma coisa por você."
"Eu sei, e gostaria que ele deseja obter apenas sobre ela," eu disse.
"Ei, você já pensou mais alguma coisa sobre aquele primeiro poema que Kramisha
lhe deu antes que nós saíssemos dos túneis? Parecia que era uma fórmula para se livrar
de Kalona".
"Bem, se é uma fórmula, eu não entendi." Eu não queria admitir que Afrodite que eu
não tinha pensado em tudo sobre o poema de Kramisha, ou pelo menos não sobre o de
Kalona. Eu estava completamente distraída pelo segundo poema, e pela possibilidade de
Stark e sua humanidade sendo devolvida a ele. E essa realização fez o meu estômago
firmar. E se o Stark foi me distrair de propósito? E se ele estava sendo um ator, quando
nós dois estávamos sozinhos, para que eu ficasse muito envolvida com ele para descobrir
o outro poema ou qualquer outra coisa, como uma maneira de sair da House of Night?


"Ok, claramente, você esta pensando nos seus problemas. E eu acho que pode
resumir-se os seus problemas em uma palavra," Afrodite disse.
Olhei para os olhos dela e dissemos a palavra juntas. "Garotos".
Ela respirou, e falou um pouco histérica e um pouco grogue. "Vamos só espero que
um dia tudo isso vá embora e seu maior problema será dramas com meninos." Ela hesitou
e, depois, acrescentou, "Eu espero que você não está ainda pensando em Stark."
Eu engasguei e dei uma enorme mordida de espaguete.
"Olha, eu fiz algumas perguntas por aí, e o menino está errado. Ponto, final. Esquece
ele."
Eu engoli, mastiguei um pouco mais, e engolido novamente. Afrodite ainda estava
me estudando.
"O poema pode não ter sequer sido sobre ele", disse ela.
"Eu sei", eu disse.
"Você? E, olha, você precisa se concentrar no inferno de nos tirar daqui, e se livrar
de Kalona-ou, pelo menos, perseguir nos. Descobrir isso agora. Preocupa-se por Stark e
Erik e Heath e mesmo Stevie Rae mais tarde."
"Sim, eu sei", eu disse. "Vou pensar em todas elas mais tarde."
"Sim, certo. Ainda me lembro como se fosse hoje a noite que o Stark morreu. Ele
estava com você. Mas você tem que lembrar que o Stark esta por aqui, ele está agindo
como todos, e usando basicamente as meninas e jogandoas de lado depois que ele fode
com as suas mentes, ainda mais os seus corpos, não é o cara que morreu em seus
braços."
"E se ele é o cara, mas ele só precisa de atenção como Stevie Rae fez?"
"Bem, eu posso prometer que eu não estou dando um outro pedaço da minha
humanidade para salvar o seu rabo. Merda, Zoey, Erik é uma aposta melhor do que Stark!
Está ouvindo?"
"Tenho ouvido você." Dei um profundo suspiro. "Ok, vou esquecer todos os rapazes
e agora concentrar em desaparecer, em seguida, desaparecer com Kalona, também."
"Boa. Você pode lidar com questões de meninos mais tarde".
"Ok", eu disse.
"E você pode lidar com questões melhor amiga mais tarde."
"Ok", eu disse.
"Ok", disse ela.
Nós voltamos a comer. Eu ia dizer que eu havia dito. Eu ia lidar com todas as minhas
questões pessoais. Posterior. Realmente. Ou pelo menos foi o que eu disse a mim
mesma...


VINTE E SETE

Eu estava pensando que a aula de Teatro não seria um grande negócio. Um dos
professores poderia provavelmente substituir as aulas de Erik, que assumiu
temporariamente o lugar da Professora Nolan depois que tinha sido morta. Sentei na mesa
atrás de Becca, com uma sensação de déjà-vu, e uma parte de mim esperava ver Erik
chateado me chamando na frente da turma para tentar seduzir ou me humilhar.
"Oh, Meu Deus! Ele não esta comigo! Mesmo que eu gostaria muitoooo que ele
estivesse!"
Becca falou com um tom exclamativo chamando minha atenção de estar descontente
com Erik. Ela estava falando em pouco animada para uma garota que eu reconheci com
uma quintanista que se chamava Cassie. Eu sabia quem ela era, porque ela ficou com o
vigésimo quinto lugar no Concurso Nacional dos monólogos de Shakespeare que Erik tinha
vencido, e todos os calouros de teatro andam um com o outro. Hoje, porém, ela não
estava agindo como uma heroína Shakespeariana. Ela estava agindo como uma dor-no-
traseiro irritante menina.
"Bem, ele não estava comigo, também. Mas posso te dizer, uma vez que ele me
mordeu fiquei louca para que ele me sugue de novo", disse Cassie e, em seguida,
dissolvida em risos. Novamente.
"Quem é que vocês estão falando?" Eu perguntei, apesar de eu ter certeza que eu já
sabia.
"Stark, naturalmente. Ele é apenas o cara mais quente da House of Night. Bem, se
você não contar Kalona," Becca disse.
"CFD ambos," disse Cassie.
"CFD?" Eu perguntei.
"Completamente Fofos Demais," Becca disse.
Depois eu percebi que eu deveria ter mantido minha boca fechada. Quer dizer, eu
estava tentando conversar com o que parecia lavagem cerebral feita nas pessoas, mas eu
não poderia ficar de fora, e sim, eu sabia que a minha irritação veio de um sentimento de
ciúme totalmente inadequado.
"Uh, desculpe, Becca," eu disse, apelando sobre o sarcasmo. "Mas não foi
recentemente que Darius e eu salvamos seu traseiro de ser violado e pelo Oooh! O cara
mais quente da House of Night? Então você estava assustada e tremendo".
Chocada com a minha explosão, Becca abriu, fechou, e abriu a sua boca novamente,
me lembrando de um peixe.
"Você está com inveja." Cassie não olhou ou soou chocada, ela parecia uma vadia
odiosa. "Erik sumiu. Loren Blake esta morto. Então agora você não tem o mais quente
dois rapazes da escola sobre a sua pequena teia."
Eu senti meu rosto esquentar. Neferet tinha dito sobre Loren e eu para todos? Eu
não sabia o que dizer, Becca, não me dê uma chance de falar mesmo assim.
"Sim, só porque você é alta e poderosa com todos os elementos não significa que
você pode ter qualquer homem que quiser." Becca estava falando com o mesmo jeito
odioso que tinha dado a Damien e as gêmeas, quando eles tentaram falar com bom senso
em sua última noite. "O resto de nós pode realmente ter uma chance, de vez em quando,
também."
Eu apertei o meu desejo de pular em cima dela e fui pela razão. "Becca, você não
está pensando claramente. Ontem à noite, quando Darius e eu ficamos entre ti e Stark,


ele estava forçando a deixá-lo sugar seu sangue, e ele também estava à beira de violar
você." Odeio dizer isso. Eu odiava especialmente sabendo que era verdade.
"Eu não lembro dessa jeito", disse Becca. "Lembro-me de gostar da sucção, e teria
gostado do resto que acontece com as garotas que Stark suga. Você flagrou algo muito
bom que não tinha nada a ver com você."
"Você se lembra como Stark mexeu com sua mente."
Becca e Cassie riram, causando grande quantidade de olhos transformar em nossa
direção.
"A próxima coisa que você vai dizer é que Kalona brinca com as nossas mentes,
também, e é por isso que pensamos que ele é tão quente", disse Cassie.
"Você está realmente dizendo que você não pode dizer que duas coisas estão
diferentes por aqui desde Kalona eclodiu da terra?"
"Sim. Então? Ele é o consorte de Nyx encarnado. Sua presença é obrigado a fazer
coisas diferentes", disse Cassie.
"E é claro que ele saiu da terra. A Terra é um dos elementos de Nyx. Como você não
sabe disso?" Becca disse, rolando os olhos dela a Cassie.
Eu só abri a boca para tentar explicar que ele escapou da terra, não por ela ter
nascido, quando a porta foi aberta para a sala de aula e Kalona entrou.
Houve um suspiro cumulativo de todas as mulheres menos eu. E, para ser
completamente honesta, eu queria suspirar e tive que lutar em conjunto para parar a
minha vontade. Ele estava tão absolutamente deslumbrante. Hoje ele estava vestindo
calças pretas e uma camisa de botão que foi jeitosamente, desabotoada, suficientemente
aberta e que sempre que se movia eu podia ver o flash do se bronzeado e seu músculo
peitoral. Alguém tinha cortado a parte de trás da camisa, porque o seu magnífico corpo
estava saindo suas assas pretas e pairando a sua volta. Seus longos cabelos escuros foi
solto sobre seus ombros, fazendo-o parecer, apesar da sua roupa moderna, como um
deus antigo.
Eu queria perguntar a Becca ou Cassie quantos anos ele parecia ter para elas,
porque para mim ele parecia novamente ter apenas dezoito ou dezenove, no nobre de sua
juventude e força, e não muito antiga e misteriosa de estar fora do meu alcance.
Não! Escute a si mesmo! A próxima coisa que você sabe que vai ser e vazia e
controlada como Becca e Cassie e o resto deles. Pensa! Ele é o teu inimigo. Não se
esqueça disso. Forçando-me a olhar para além da sua beleza física e hipnótico fascínio
que ele irradiava, eu percebi que ele tinha começado a falar enquanto eu gritava comigo
mesma.
"Dito isto, eu pensei que poderia ajudar essa aula, pois parece que vocês estão
sendo duros com seu instrutor."
A classe caíram em risos apreciativos e acolhedores.
Eu levantei minha mão. Seus olhos âmbar ampliou em surpresa, e então ele sorriu e
disse, "Como é delicioso que a minha primeira pergunta vem do mais especial de todos os
calouros. Sim, Zoey, o que posso responder?"
"Com você, dando aula de teatro eu só estava me perguntando se isso significa que
você espera ser o que Erik Night passou a ser por algum tempo?" Ok, eu não queria
perguntar uma pergunta, mas meu instinto me tinha feito levantar minha mão, tal como
os meus instintos estavam a dizer o que dizer. Eu sabia que insultar ele com o fato de que
Erik tinha fugido era perigoso, mas eu estava fazendo de uma forma que eu esperava que
não iria dar a ele um motivo de pura raiva. Eu apenas não estava com a certeza de que eu
queria ser isca de um imortal.


Kalona não parecia ter sido atingindo. "Acredito que Erik Night pode voltar para a
House of Night mais cedo do que alguns possam pensar. Mas, infelizmente, eu ouvi dizer
que ele não poderia estar em qualquer forma de retomar as suas funções como professor,
ou como qualquer outra coisa durante muito tempo." Seu sorriso ficou mais quente e mais
íntimo, e eu podia sentir Becca e Cassie e o resto das meninas na sala atirando perigosos
olhares de inveja sobre mim. Percebi com uma terrível sensação de medo e descrença de
que as meninas não tinha ouvido nada realmente o que Kalona tinha dito. Eles não
podiam compreender que ele tinha acabado de ameaçar Erik e disse que ele estava
voltando, provavelmente só longe de ser rebocado aqui em um saco. Todos eles ouviram
foi o som da sua bela voz. Todos eles sabiam era que ele estava dando toda a sua ateção
a mim.
"Agora, doce Zoey, ou, como gosto de pensar em você, A-ya, vou te dar a honra de
escolher o trabalho que nos devemos estudar primeiro. Fique certa! A classe inteira deve
respeitar a sua escolha. E sei que vou trabalhar, o que você escolher." ele parou para via
a meu lado na sala. Eu estava na segunda fileira, atrás de Becca, e eu juro que podia vê-
la tremer com a sua proximidade. "Talvez eu vou te dar um papel a desempenhar no
nosso pequeno drama."
Eu encarei ele, meu coração martelando tão violentamente no meu peito que eu
tinha certeza que ele podia ouvir. Ele estar tão perto foi difícil pra mim. Fez lembrar dos
meus sonhos, quando ele veio a mim e me pegou em seus braços. Eu podia sentir o frio
que radiava de seu corpo... envolvido em torno de mim... fazendo-me sentir atraída para
a manta de ébano dessas asas...
Ele vai machucar Erik! Eu agarrei a esse pensamento e sentiu o delicioso encanto
resvalar de mim. Não importa o que estava acontecendo entre Erik e eu, eu não estava
prestes a ser fria com que nada aconteça com ele.
"Eu sei o trabalho perfeito para nós fazermos." Fiquei orgulhosa de que minha voz
era calma e forte.
Seu sorriso era puro, sensual alegria. "Estou intrigado! Qual é a sua escolha?"
"Medea", eu disse sem hesitar. "Antiga tragédia grega que se passa em um
momento em que os deuses ainda andavam a terra. É sobre o que acontece quando um
homem tem muita arrogância."
"Ah, sim, arrogância. Quando um homem apresenta olímpica arrogância." Sua voz
era ainda profunda e sedutora, mas eu podia ver a raiva que tinha começado a gravar em
seus olhos. "Eu acho que você vai achar que a arrogância só se aplica quando você lida
com mortais, e não os próprios deuses".
"Então você não quer fazer o trabalho?" Eu disse com exagerada inocência.
"Pelo contrário, eu acredito que a peça vai ser divertida. Talvez eu ache que você
deve dramatizar Medea si mesmo." Ele quebrou contato comigo e reorientou o seu
carisma na classe. "Estudo para trabalhar esta noite. Iremos começar agindo amanhã.
Bem, meus filhos. Aguardo cada um de vocês novamente." Ele virou-se e, como a forma
abrupta como ele entrou na sala, ele saiu.
Não houve silêncio absoluto para aquilo que parecia muito tempo. Finalmente, para
qualquer um e todos eu disse, "Bem, acho que vou tentar encontrar alguns exemplares de
Medéia." Fui para cima e ao fundo da sala. Mas nem mesmo o som de abertura e
fechamento dos armários e arquivos de lata velha que contem montes de scripts poderiam
cobrir os sussurros que chovia ao meu redor.
"Por que ela deveria ser notada por ele?"
"Não é justo!"


"Se esta é Nyx sendo misteriosa e, em seguida, estou farta dessa maldita".
"Sim, é papo furado. Se você não estiver Zoey Redbird, então você não está a merda
com Nyx".
"Nyx dá sempre quem ela quer. A Deusa não deixar nada para o resto de nós."
E sobre eles murmúrios, sonoridade mais e mais furiosas. Os caras estavam mesmo
enfeitiçados. Aparentemente fiz um útil bode expiatório para o que tinha de ser uma
enorme quantidade de raiva e inveja que já deve ter tido para Kalona, mas não foram
autorizados a levar para fora sobre ele porque ele estava brincando com as suas mentes.
O que foi mais do que óbvio era que Kalona foi metodicamente derrubar o amor dos
calouros para Nyx, e ele estava a usar-me para ajudá-lo. Eles não puderam ver o amor e a
honra e a força da sua Deusa não mais porque a presença física de Kalona estava
bloqueando seu ponto de vista, como o sol escurece o brilho da lua durante um eclipse
lunar.
Achei os scripts de Medéia e fui ate a secretaria e Becca. Quando ela franziu para
mim, eu disse, "Aqui. entregue isso." Então, sem outra palavra, saí da sala.
Quando eu sai andei pela calçado me encostando contra as escorregadias paredes de
pedra e tijolos que estavam cobertas de gelo que compunham os edifícios da House of
Night e o muro que rodeia o campus. Eu estava tremendo. Com a sensação que Kalona
tinha virado uma classe inteira contra mim. Eles não tinham se importado que eu tinha,
obviamente, não babar sobre ele como todo mundo. Eles não tinha sequer notado que eu
estava chateada com ele. Todas as crianças que tinham sido hipnotizada pela sua beleza e
ele tinha que me dar atenção especial, antes e acima de qualquer uma delas.
E eles me odiavam por isso.
Mas foi muito mais do que eles me odiar. O mais assustador, mais inacreditável parte
dela, é que eles tinham começado a odiar Nyx.
"Eu tenho que tirá-lo daqui." Falei as palavras em voz alta, tornando-as um
juramento. "Não importa o quê, Kalona vai deixar esta House of Night".
Eu caminhava lentamente em direção aos estábulos, e não apenas porque eu tinha
deixado a minha última aula cedo para que eu tivesse tempo para matar antes da sexta
aula começar. Andei devagar porque eu estava prestes a escorregar e cair de bunda se eu
não fosse muito cuidadosa. Minha sorte eu quebrar alguma coisa e têr de lidar com um
elenco ou dois, juntamente com tudo o resto.
Alguém tinha colocado uma mistura de sal e areia sobre a calçada, mas teve pouco
efeito sobre uma tempestade que só mantinham mais. Onda após onda de congelamento
chuva caia, fazendo com que o mundo parecesse com um bolo gigante com cristais de
gelo. Ainda era bonita, mas, em um estranho, fantasmagórico jeito. Como eu escorreguei
e deslizei e lutei tive que atravessar os poucos metros para os estábulos, eu percebi que
como seis de nós íamos conseguir sair daqui, para não mencionar as milhas ou algo assim
que teríamos que percorrer para chegar na abadia Benedita na esquina da Lewis com a
Vigésima primeira.
Eu queria sentar no meio do frio, molhado ou escorregadio bagunça e chorar. Como
eu ia fazer para nos tirar daqui? Precisava do Hummer, mas eu não podia encobrir-lo. Isso
deixou apenas escapar a pé, o que não foi suficientemente rápido em circunstâncias
normais. Durante uma tempestade de gelo que revestido as ruas e calçadas do centro
Tulsa com gelo e escuridão, não foi apenas lenta, mas impossível.
Eu estava quase na entrada do estábulo quando ouvi o Corvo Escarnecedor partir
dos ramos do enorme carvalho velho que ficava fora do edifício. Minha primeira reação foi
a de escorregar e deslizar rapidamente para a porta e entrar. Eu realmente comecei a


pressa e, em seguida, minha raiva me alcançou. Eu parei, chamei um profundo suspiro
para mim mesmo, e ignorei o pássaro a coisa éra terrível com olhos humanos olhando
para mim e causando meus cabelos da nunca se arrepiarem.
"Fogo, eu preciso de você", eu sussurrei, enviando o meu pensamento para o sul,
para a direção que pertencia a esse elemento. Quase instantaneamente senti o calor
escovar contra a minha pele, e houve uma espera, a ouvir a qualidade do ar em torno de
mim. Eu virei e olhei para dentro dos ramos congelados do velho carvalho.
Em vez de um Corvo Escarnecedor, uma terrível, imagem espectral de Neferet estava
no meio da arvore. Ela irradiava trevas e mal. Não havia nenhuma brisa, mas o seu cabelo
comprido flutuava em torno dela, como se tivessem vida própria. Seus olhos brilhavam um
desagradável escarlate, mais ferrugem do que vermelha. Seu corpo estava semi-
transparente; irradiando da sua pele com uma luz celeste.
Eu incidi sobre uma coisa que permitiu que o meu terror para descongelar o
suficiente para mim falar o seu corpo parecia transparente, então ela realmente não
estava lá.
"Não tem coisas mais importantes a fazer do que espiar?" Fiquei satisfeita pela
minha voz não tremer. Eu até levantei o meu queixo e franzi para ela.
"Você e eu temos questões pendentes". Sua boca não se moveu, mas eu ouvi a voz
dela ecoar no ar que rodeava.
Eu incorporei uma dos jeitos esnobe de Afrodite. "Ok, talvez você não tem nada
melhor para fazer do que espiar. Eu, por outro lado, estou muito ocupada para ser
incomodada por você."
"Mais uma vez, você precisa de uma lição de respeitar os mais velhos." Como eu
assisti, ela começou a sorrir, e sua larga, linda boca esticou e esticou e esticou até que,
com um som horrível, explodiu em aranhas escancarando em ruptura imagens de
centenas e centenas de borbulhante, multicoloridas criaturas.
Eu aspirei o ar para um grande grito, e já tinha começado a ir para trás, quando ouvi
um bater das asas e um Corvo escarnecedor parando na forquilha da árvore. Eu pisquei,
esperando para ser superado com aranhas, mas elas pareciam dissolver e, em seguida,
para misturar a noite e desaparecem. Havia apenas a árvore, o Corvo escarnecedor, e
meu medo persistente.
"Zzzzzoey", a criatura sussurrou meu nome. É evidente que este era um dos corvos
escarnecedores cuja capacidade de falar não era quase tão refinada como a de Rephaim.
"Você cheiraaaa como o verrraao". Ele abriu seu bico escuro e eu vi a bifurcada língua que
foi para fora avidamente, como se estivesse degustando o meu perfume.
Certo. Chega era suficiente. Neferet tinha me feito passar medo com aquelas coisa,
meu. E agora isto... este... pássaro homem estava a tentar me intimidar, também? Ah.
Inferno. Não.
"Muito bem, estou enjoada e cansada de vocês malucos e da forma como você e seu
pai e a desagradável Neferet acha que pode ter mais que tudo."
"Pai dizzzeer, encontrar Zzzzzoey, e acho Zzzzzoey. dizzzeer Pai, cuidado Zzzzzoey.
Eu observo Zzzzzoey".
"Não. Não. Não! Se eu quisesse uma dor-no-trasseiro de pai a me vigiar e me
acompanhar, eu apelo ao meu Padastro-perdedor. Então, para você, seu pai, o resto do
seus pássaro irmãos, e até mesmo a Neferet, digo: Tire. Seus. Olhos. Da. Minha. Volta!"
Eu levantei as minhas mãos com fogo para ele. Ele grunhiu e decolou, saindo
erraticamente e voando para fora da árvore e longe de mim tão rápido como ele podia ir
embora, deixando para trás o perfume de suas penas e o silêncio.


"Você sabe, não é inteligente mexer com eles", disse uma voz. "Eles são
normalmente desagradáveis. Depois de irritar as suas penas que já são difíceis deles
obter, juntamente".
Eu virei de volta para a estabilidade do edifício para ver Stark de pé na porta aberta.


VINTE E OITO

"Veja, essa é uma das diferenças entre você e eu. Quer ficar com eles. Eu não.
Portanto, não me importo se me chatear com eles." Eu disse a Stark. Eu canalizei o que
restava do meu medo e transformei em raiva. "E você sabe o quê? Agora mesmo eu
realmente não quero ouvir mais nada sobre isso." Ainda soando irritada, acrescentei,
"Você viu essa?"
"Essa? Você quer dizer o Corvo escarnecedor?"
"Quero dizer as nojentas aranhas."
Ele olhou surpreso. "Havia aranhas na árvore? A sério?"
Eu traguei uma longa e frustrada respiração. "Ultimamente, tenho certeza que não
posso dizer o que há de verdade e o que acontece aqui."
"Eu vi o que você estava muito irritada e arremessou o fogo como se fosse uma bola
de praia".
Eu vi os olhos dele viajar para as minhas mãos e percebi que não só estavam
agitadas, mas elas ainda estavam brilhando com a aura das chamas. Dei uma profunda,
respiração para acalmar o tremor. Então, em uma voz muito mais calma, eu disse,
"Obrigado, fogo. Pode ir agora. Oh, espere. Primeiro, você pode se livrar desse gelo para
mim?" apontei minha mão brilhando para o caminho, e como uma linda miniatura de bola
de fogo, o fogo saiu das minha mão, e alegremente foi para a camada de gelo, derretendo
deixando, muito úmidos. Mas, pelo menos, não era escorregadio. "Obrigado, fogo!" falei e
as chamas morreram dos meus dedos e foram para o sul.
Eu andei através da água e gelo e olhei tropecei passado Stark, que estava olhando
para mim. "O quê?" Eu disse. "Eu estava cansada de quase cair e quebrando a minha
bunda".
"Você é realmente uma coisa, você sabe." Ele falou fazendo seu arrogante, lindo
sorriso bad boy, e antes que eu pudesse piscar, ele puxou em seus braços e me beijou.
Não foi uma copia, intrusiva do beijo cheio de possessão e nem efeito positivo que venho
enfrentando com Erik. Stark deu o beijo mais doce de um ponto de interrogação, que eu
respondi com um definitivo ponto de exclamação.
Claro, eu deveria ter ficado irritada. Eu devia ter empurrado ele embora e tirado ele
fora ao invés de beijá-lo de volta (com entusiasmo). Eu gostaria de poder dizer que a
minha semi-ho-ish reação foi porque eu tinha tanta tensão e medo na minha vida
ultimamente que eu precisava fugir, e seus braços era a mais fácil escapatória disponível,
que implicaria na verdade eu não era totalmente responsável pelo fato de que eu estava
com a cara sugando Stark ali na porta de entrada para os estábulos.
A verdade é menos lisonjeira, e ainda continua a ser a verdade. Eu não estava
beijando por causa do stress, ou por medo, ou fugir, ou devido a qualquer coisa, exceto o
fato de que eu queria beijá-lo. Eu gosto dele. Realmente, realmente gosto dele. Eu não sei
o que eu ia fazer sobre ele. Eu não sabia onde ele iria caber na minha vida, ou mesmo
como ele iria caber na minha vida, especialmente se eu tinha vergonha de admitir os
meus sentimentos por ele em público. Eu só podia imaginar a confusão que causaria entre
os meus amigos. Sem mencionar o zilhão de meninas que ficariam loucas...
E pensando no zilhão de meninas que Stark tinha mordido e outras coisas finalmente
foi um banho de água fria em mim e eu consegui parar de beijá-lo. Eu dei-lhe um
empurrão para que ele saísse do caminho. Eu me apresei no terreno, olhando ao redor e
então culposamente dei um suspiro de alívio que nós éramos os únicos que estavam na
aula.


Havia um pouco do lado da área do campo um quarto, muito parecido com a sala
que ficava nos estábulos. Era onde os arcos e flechas e alvos e equipamentos esportivos e
tal eram guardados. Eu olhei Stark incrédula, fechou a porta, e deu alguns passos.
Quando ele me deu esse olhar, sexy do sorriso dele, e começou a vir perto de mim,
levantei a minha mão em guarda.
"Não. Você fica lá e eu vou ficar aqui. Temos que falar e isso não vai acontecer se
você estiver perto de mim", eu disse.
"Porque você não pode manter as suas mãos de mim?"
"Oh, por favor. Estou conseguindo manter minha mãos longe de você. Eu não sou
um das suas meninas robô."
"Meninas robô?"
"Você sabe que, a partir de invasão do corpo. É assim que eu penso das garotas que
você morde e bagunça com as suas mentes para que elas fiquem todas 'Oooh, Stark, ele é
tão quente! Ohmeudeus, ohmeudeus, ohmeudeus!' É muito chato. E, a propósito, se você
tentar qualquer porcaria comigo, eu prometo que vou chamar todos os cinco elementos e
vamos chutar o seu traseiro. Conte com isso."
"Eu não tentarei fazer isso com você, mas isso não é dizendo que eu não gostaria de
provar você. Eu gostaria totalmente." Sua voz tinha um timbre sexy novamente, e ele
começou a chegar mais perto de mim.
"Não! Eu estou falando serio sobre você ficar por ai."
"Ok! Ok! Você e suas confusões amarradas?"
Eu estreitei os meus olhos para ele. "Minhas confusões não estão amarradas. Todo o
diabo aconteceu e foi solto a nosso redor, no caso de você não ter notado. A House of
Night está sob o controle de alguma coisa que está perto de um demônio. Neferet tem se
transformado em algo que é provavelmente muito pior do que um demônio. Meus amigos
e eu não estamos seguros. Não tenho a menor idéia de como fazer o que eu preciso fazer
para começar a arrumar essa bagunça, e pra começar estou caída por um cara que tem
atacados as meninas no campus e utilizados controle de mente sobre elas."
"Você está apaixonado por mim?"
"Sim, ótimo, não é? Eu já tenho um namorado Vampiro e um humano que eu tive
um imprint. Como diria minha avó, o meu cartão de dança é mais do que completo."
"Eu posso cuidar do namorado." Automaticamente Stark colocou a mão no arco que
estava nas costa dele.
"Claro que não, você não vai cuidar dele!" Eu gritei. "Coloque isso na sua cabeça:
Seu arco e flecha não é resposta para os seus problemas. Deve ser sua última opção e
não deve nunca, jamais ser usada contra uma outra pessoa, homem ou Vampiro. Só para
você saber disso."
Seu rosto endureceu. "Você sabe o que aconteceu comigo. Eu não vou pedir
desculpas para o que se tornou a minha natureza."
"Sua natureza? Você quer dizer a sua natureza de matar pessoas, ou a sua natureza
puto?"
"Quero dizer-me!" Ele bateu seu punho contra o seu peito. "É o que eu sou agora."
"Ok, você precisa me ouvir de uma vez por todas, porque eu não vou ficar repetindo
isso. Pegue uma maldita pista! Todos temos coisas ruins dentro de nós, e todos nós
podemos optar em ser ruins ou combatê-las."
"Essa não é a mesma coisa que-"
"Cale a boca e me escute!" Minha raiva explodiu próximo de nós. "Não é a mesma
coisa para qualquer um de nós. Para algumas pessoas, a única coisa que têm de lutar com


eles perdendo o sono ou a hora para a escola. Para outras pessoas, é difícil deixar de usar
drogas como ir para desintoxicação e ficar limpo ou para simplesmente desistir e continuar
usando. Para você talvez seja ainda mais difícil, como a luta para a sua humanidade ou às
trevas e ser um monstro. Mas é ainda uma escolha. Sua escolha."
Ficamos lá olhando um para o outro. Eu não sabia o que dizer. Eu não poderia fazer
a escolha certa para ele, e de repente eu compreendi que eu não iria manter oculto e
voltar a vê-lo. Se ele não poderia ser o tipo de cara que eu teria orgulho ficar em público,
o que ele fazia eu sentir em particular, não significa nada. E isso era algo que ele
precisava saber.
"O que aconteceu ontem à noite não vai acontecer novamente. Não gosto disso." A
raiva foi drenada para fora da minha voz e me acalmou. Eu soei calma e triste como se
fosse um poço.
"Como você pode dizer isso, quando você acabou de dizer que estava apaixonada
por mim?"
"Stark, o que estou lhe dizendo é que não vou ficar com você, se eu tenho que
esconder o fato de que estamos juntos."
"Devido a esses namorados?"
"Por causa de você. Erik afeta-nos, também. Eu me importo com ele. E a última
coisa que quero fazer é machucá-lo, mas seria estúpido da minha parte ficar com ele e
desejar estar com você, ou qualquer outra pessoa , incluindo o homem com quem tive um
imprint. Então você precisa entender Erik não poderia impedir-me de estar com você."
"Você realmente tem sentimentos por mim, não é?"
"Eu tenho, mas posso prometer que não vou ser a sua namorada se estou
envergonhada de estar com você na frente dos meus amigos. Você não pode se portar
errado na frente dos outros e certo perto de mim. O que você realmente faz e age na
maior parte do tempo. Eu sei que ainda a algo bom em ti, mas que acaba por ser tomado
pela escuridão que está lá também, e eu não vou ficar por perto para ver isso acontecer."
Ele parecia longe de mim. "Eu sabia que era como você se sentiu antes, mas eu não
acho que iria incomodar muito de ouvir dizer isso. Eu não sei se posso fazer a escolha
certa. Quando estou com você, eu sinto como se posso. Você é tão forte, e você é tão
boa."
Eu dei um grande suspiro. "Eu não sou tão boa. E muito menos tão forte.
Infelizmente, eu provavelmente sou uma medrosa. E você foi o forte ontem à noite, não
eu."
Ele olhou os meus olhos novamente. "Está bem. Posso senti-la. Tu és boa no fundo
no teu coração, onde conta."
"Espero que eu seja. Eu tento ser."
"Então, isso para mim, por favor." Ele encerrou os poucos metros entre nós antes
que eu pudesse detê-lo novamente. Na primeira ele não tocou em mim. Ele só se manteve
olhando nos meus olhos. "Você não completou a mudança, mas até mesmo os Filhos de
Erebus chamam você de Sacerdotisa." Aí ele desceu a um joelho, e olhando para cima, ele
colocou sua mão direita sobre o coração.
"O que você está fazendo?"
"Estou me comprometendo a você. Os guerreiros ter feito isso prometem, corpo,
coração e alma, para proteger as suas Altas Sacerdotisa. Eu sei que sou apenas um jovem
ainda, mas creio que qualificam como guerreiro já".


"Bem, eu sou apenas um jovem ainda, também, por isso tudo bem." Minha voz
tremeu, e eu tive que piscar rapidamente para limpar as lágrimas que foram acumulando
nos meus olhos.
"Você aceita o meu compromisso, minha senhora?"
"Stark, você entende o que você está fazendo?" Eu conhecia o juramente de um
guerreiro para a Alta Sacerdotisa, e é um juramento que estaria vinculado a eles a vida
inteira, e era muitas vezes mais difícil de quebrar do que um imprint.
"Eu quero. Eu estou fazendo uma escolha. A escolha certa. Estou escolhendo bem
sobre o mal, a luz sobre as trevas. Eu escolho a minha humanidade. Você aceita a minha
promessa, minha senhora?" ele repetiu.
"Sim, Stark, eu aceito. E, em nome de Nyx eu agradeço o seu juramento com a
Deusa, assim como minha, porque estará servindo a mim para servi-la."
O ar que nos rodeia soprou e houve um flash de luz brilhante. Stark gritou e pareceu
pregar sobre si mesmo, caindo em meus pés com um gemido.
Fiquei de joelhos ao lado dele, puxando seus ombros, tentando ver o que estava
errado. "Stark! O que aconteceu? Estás-"
Com um belo olhar de choro ele olhou para mim. Lágrimas estavam correndo
livremente do seu rosto, mas o seu sorriso estava radiante. Então eu pisquei e percebi o
que eu estava vendo. Sua lua crescente tinha sido preenchida e expandida. Duas flechas
enfrentavam a lua crescente. Ele foi decorado com símbolos intrincados que parecia
brilhar com a sua nova cor escarlate contra o branco de sua pele.
"Ah, Stark!" Eu tracei suavemente a tatuagem que mostrava que ele era o segundo
vampiro adulto vermelho. "É linda!"
"Eu mudei, não foi?"
Eu acenei, transbordando e as lágrimas dos meus olhos caíram pelas minhas
bochechas. E então eu estava em seus braços, beijando-o, e as nossas lágrimas
misturadas juntas, enquanto nos riamos e chorávamos se realizando juntos.
O sino que sinalizou o fim da quinta hora nos fez saltar. Ele ajudou-me a ficar de pé,
sorrindo, limpou as lágrimas das minhas bochechas e dele próprio. Então realidade furou
minha felicidade, e eu percebi tudo o que tinha que ir junto com esta nova e
surpreendente mudança.
"Stark, quando um jovem Muda, existe algum tipo de ritual que tem de passar."
"Você sabe o ritual?"
"Não, só vampiros sabem." Então eu tive um pensamento. "Você tem que ir ao
Dragon Lankford".
"O Professor de Esgrima?"
"Sim. Ele está do nosso lado. Diz que te mandei para ele. Diz que você prometeu
seus serviços como guerreiro. Ele vai saber o que fazer com você."
"Ok, vou fazer."
"Mas não deixe ninguém ver que você mudou." Eu não sei por que era importante
para mim, mas eu sabia que ele precisava manter escondido ate chegar a Dragon. Olhei
ao redor da sala de armazenamento até que encontrei uma boné da PAC, que coloquei na
cabeça de Stark. Com um pouco mais de procura achei uma toalha, que eu e coloquei
enrolado em volta do seu pescoço. "Coloca" disse colocando a toalha no lugar "e
mantenha esta aba para baixo. Você não parece muito estranho. Quero dizer, há uma
tempestade de gelo lá fora. Basta ir ao Dragon sem ser visto."
Ele acenou. "O que você vai fazer?"


"Eu vou fazer um plano para sairmos daqui. Dragon e sua mulher estão conosco, e
eu acho que a Professora, Lenobia, esta, também. Então volte aqui o mais depressa
possível."
"Zoey, não espere por mim. Afasta-te aqui. Vai para longe, muito longe."
"E quanto a você?"
"Eu posso ir e vir quando eu quero. Vou encontrar-te, não se preocupe. Meu corpo
não vai estar com você o tempo todo, mas você sempre terá o meu coração. Eu sou o seu
guerreiro, lembra?"
Eu sorriu e toquei sua bochecha. "Eu nunca vou esquecer. Eu prometo. Eu sou a sua
Alta Sacerdotisa e você prometeu-te a mim. Isso significa que você tem o meu coração,
também."
"Então, nos vamos para um lugar seguro. Um coração é uma coisa difícil de viver
sem. Eu deveria saber. Tentei", disse ele.
"Mas não vai mais", eu disse.
"Nunca mais", ele concordou.
Stark beijou-me com tanta doçura que ele tomou o meu fôlego. Então ele deu um
passo para trás, duro sua mão sobre o coração, e cedeu oficialmente a mim. "Eu vou ver
você em breve, minha senhora."
"Tenha cuidado", eu disse.
"E se eu não tomar cuidado, vou ser rápido." Ele atirou o seu sorriso confiante e saiu
para fora da porta.
Quando ele tinha ido embora eu fechei os olhos, apertei minha mão sobre o meu
coração, e curvei a cabeça. "Nyx", eu sussurrei: "Eu disse a verdade. Ele tem o meu
coração. Eu não sei como isso vai virar, mas eu peço que você mantenha os meus
guerreiros seguros e muito obrigado por dar-lhe a coragem de fazer a escolha pelo bem".
Nyx não apareceu subitamente ante mim, e eu não tinha esperado por ela. Mas eu
sinto um breve, e ouvi o silencio no ar em torno de mim, e isso era suficiente. Eu sabia
que a Deusa estava com a mão em Stark. Protegendo... reforçando ele... oh, e você
poderia me ajudar descobrir o que eu vou fazer com ele... Rezei silenciosamente até que
tocou o sino do sexto período.
"Ok, Zoey," Disse a mim mesma. "Vamos sair deste lugar."


VINTE E NOVE

Quando eu corri para os estábulos atrasada, Lenobia me deu um olhar frio e disse,
"Zoey, você tem muito trabalho". Ela jogou uma forquilha e apontou para Persephone.
Eu murmurei minhas desculpas e meu "Sim, minha senhora, agora, minha senhora"
e me apressei para a baia da égua que considerava minha enquanto estivesse na House of
Night. Persephone bufou uma saudação para mim e eu fui direto para a cabeça dela,
acariciá-la e beijá-la seu focinho e sua cara de veludo, e basicamente dizendo que ela era
a mais bonita, mais inteligente, o melhor cavalo do universo. Ela lambeu minha bochecha,
explodiu na minha cara, e pareceu concordar com a minha opinião.
"Ela te ama, você sabe. A égua já me disse isso."
Eu virei para ver Lenobia parada no interior da porta do estábulo, inclinada contra a
parede. Eu às vezes esqueço como ela é excepcionalmente bela, por isso em momentos
como este, quando eu olho para ela, eu ficava realmente surpresa. Ela tem fortes traços
desenhados delicadamente. Seu cabelo branco e cinza-ardósia, seus olhos cinzas é a coisa
mais marcante nela, bem, exceto pela tatuagem incrível que parecem cavalos que marcam
ela como vampira. Ela estava vestindo seu traje habitual de uma camisa branca e calças
justas de equitação e botas inglesas de equitação. Exceto pelas tatuagens e do bordado
prata da deusa bordado sobre o coração dela, ela parecia ser algo que deveria estar em
um chique anuncio da Calvin Klein.
"Você pode realmente falar com eles?" Eu falei meia suspeita, mas Lenobia nunca
tinha sido tão brusca quanto a sua capacidade até agora.
"Não em palavras. Cavalos se comunicam com sentimentos. Eles são apaixonados,
leal seres com o coração grande o suficiente para segurar o mundo."
"Eu sempre pensei assim, também," eu disse suavemente, beijando Persephone na
testa.
"Zoey, Kalona deve ser morto? não é".
A indelicadeza da sua afirmação me chocou, rapidamente e eu olhei ao redor,
preocupado que os corvos escarnecedores estavam ocultos por perto, como estavam em
todos os meus outros ramos.
Lenobia sacudiu a cabeça e acenei afastado meus receios. "Cavalos detestam os
corvos tanto como gatos, se ganhar um ódio de um cavalo é mais perigoso do que um
felino. Nenhuma das criaturas abomináveis pássaro vai se atreve a entrar no meu
estábulo."
"E a outro calouro?" Perguntei suavemente.
"Elas estão totalmente ocupados demais com exercício de cavalos que tem sido
acumulados por dias devido a essa tempestade sobre nós. Portanto, repito, Kalona devem
ser morto."
"Ele não pode ser morto. Ele é imortal". Minha frustração por este lamentável fato
mostrou claramente na minha voz.
Lenobia endireitou as costas e os longos, espessos cabelos entraram num ritmo
quando ela começou a andar de um lado para outro. "Mas temos de derrotá-lo. Ele atrai
nosso povo afastado-os de Nyx".
"Eu sei. Eu fiquei aqui nem se quer um dia inteiro e já posso ver como as coisas
estão ruins. Neferet está atrás de tudo isso, também." Eu segurei minha respiração,
esperando para ver se Lenobia ficaria cegamente fiel a ela ou se ela iria ver a verdade da
sua Alta Sacerdotisa.


"Neferet é pior do que qualquer uma delas", disse ela amargamente. "Ela que
deveria ser mais fiel à Nyx tem traído ela totalmente."
"Ela não é o que ela costumava ser", eu disse. "Ela é tornou-se algo que está
centrada no mal."
Lenobia acenou com a cabeça. "Sim, alguns de nós já teve medo disso. Estou
envergonhada de dizer que esperamos pra ver com outros olhos o outro lado em vez de
enfrentar Neferet quando ela começou a se comportar estranhamente. Eu já não
considero ela a serviço de Nyx. Planejo dar minha lealdade para uma nova Alta
Sacerdotisa", ela terminou, dando-me um olhar insinuante.
"Não sou!" Eu praticamente escarrei. "Eu nem sequer Mudei ainda."
"Você foi marcado e escolhida pela nossa Deusa. Isso é suficiente para mim.
Também é suficiente para o Dragon e Anastasia."
"E sobre os outros professores? Algum deles estão conosco, também?"
Uma terrível tristeza atravessou seu rosto. "Não. Todos os outros estão cegos pelo
Kalona".
"Por que não você?"
Ela levou um tempo para responder. "Não sei por que ele não me cega, como ele
tem feito a maioria dos outros. Dragon, Anastasia e eu temos falado sobre isso, mesmo
que apenas por alguns instantes. Nós sentimos o seu fascínio, mas uma parte de nós é
capaz de permanecer não tocada por ele o suficiente para sermos capazes de vê-lo,
realmente vê-lo e reconhecê-lo como a criatura destruidora que ele é. Não há nenhuma
dúvida em nossas mentes que você deve encontrar uma maneira de derrotá-lo, Zoey. "
Me senti terrível e indefesa e sem fôlego e malditamente muito jovem. Eu queria
juntar meus braços em volta e gritar, eu tenho dezessete! Eu não posso salvar o mundo,
não posso sequer fazer baliza!
E então, uma doce, cheio de amor brisa acariciou meu rosto. Foi aquecida pelo sol e
verão úmido como orvalho ao amanhecer, e meu espírito levantou para responder.
"Você não é simplesmente uma inexperiente. Ouve dentro de ti, criança, e sabemos
que sempre que ainda, pequena voz leva você, vamos seguir", disse Lenobia em uma voz
que me lembrou da minha Deusa.
Suas palavras misturadas com os elementos em volta de mim, e de repente meus
olhos se arregalaram. Como eu poderia ter esquecido?
"O poema!" Eu soltei, corri para onde eu deixei a minha bolsa pendurada na porta da
baia de Persephone. "Um dos calouros vermelho escreve poesia profética. Ela me deu um
que tinha a ver com Kalona antes de virmos para cá."
Lenobia assistiu-me com curiosidade eu pesquisando através da minha bolsa.
"Aqui está!" estava dobrado junto com o poema que deveria ser sobre Stark. Peguei
o outro poema e fui ate ela.
"Ok... ok... Isto é que é. Isto diz como fazer Kalona fugir. Isso é... só poesia escrita
em código ou algo assim."
"Deixe-me lê-lo, também. Talvez eu possa ajudar a lançar luz sobre isso".
Eu segurei o poema de modo que permitisse que ela veja, e ela leu em voz alta
enquanto acompanhava as palavras as palavras.

Que uma vez o ligou
Ira fazer ele fugir
Num local de cinco poderes -junte os cinco
Noite


Espírito
Sangue
Humanidade
Terra
Juntos não para conquistar
mais para superar
A Noite leva o Espírito
Sangue liga Humanidade
E a Terra completa.

"Quando Kalona subiu da terra, ele não estava sendo renascido, como Neferet tentou
fazer todos acreditarem, que ele era?" Lenobia disse, ainda estudando o poema.
"Não. Ele foi preso há mais de mil anos", Eu disse.
"Por quem?"
"Pelos ancestrais Cherokee da Minha avó."
"Isto parece explicar que o que o povo da sua avó fez não irá funcionar da mesma
forma novamente. Desta vez ele vai fugir. E isso é bom o suficiente para mim. Temos que
nos livrar dele antes que ele completamente destrua os laços de todos com Nyx". Ela
olhou para mim do poema. "Como é que as pessoas Cherokee prenderem ele na terra?"
Eu dei a uma longa rajada de ar, desejando com todo o meu coração que vovó
estivesse aqui e poderia me livrar disso. "Eu-eu não sei tanto quanto eu deveria sobre
ele!" Eu chorei.
"Ssh," Lenobia disse, tocando o meu braço como se eu estivesse em ponto de ficar
nervosa. "Peraí, eu tenho uma idéia."
Ela sai apressada da baia e voltou com uma, macia, escova, que ela entregou para
mim. Então ela deixou a Baia de novo e voltou carregando um fardo de palha. Colocá-lo
contra a parede interior. Confortavelmente inclinada para trás, ela puxou uma longa peça
de ouro palha e deu ao cavalo.
"Agora, escove sua égua e pense em voz alta. Nós vamos encontrar a resposta entre
nós três."
"Bem", eu comecei escovando Persephone no pescoço. "Vovó me disse que as
mulheres Ghigua, uh, essas são Mulheres Sabias, de várias tribos se uniram e criaram
uma Virgem de terra, feita especialmente para atrair Kalona em uma caverna onde ele foi
preso."
"Peraí, você disse que essas mulheres juntas criaram uma virgem?"
"Sim, eu sei que parece meio louco, mas eu prometo que é o que aconteceu."
"Não, eu não duvido da veracidade do que a sua avó relatou. Estou só imaginando
quantas mulheres estavam juntas."
"Não sei. Vovó me disse que A-ya era uma arma, e cada uma delas lhe deu um
presente especial."
"A-ya? Esse era o nome dado a virgem?"
Eu acenei e, em seguida, olhava para a égua. "Kalona diz que sou ela."
Lenobia sugou uma chocada respiração. "Então você é o instrumento através do qual
ele vai ser derrotado novamente."
"Sim, mas não derrotado, apenas afugentado", eu disse automaticamente, e então
meu instinto fez as palavras saírem da minha boca e eu sabia que o que eu disse era
verdade. "Trata-se de mim. Desta vez ele não pode ser preso porque ele está esperando


isso. Mas posso fazê-lo fugir." Falei mais do que para a mim mesma do que para
Persephone ou Lenobia.
"Mas tu não és apenas um instrumento dessa vez. A nossa Deusa te deu o livre
arbítrio. Você escolheu o bem, e o bem é o que vai fazer Kalona fugir." Lenobia falou com
uma confiança que foi infecciosa.
"Espere, o que é essa parte de cinco?"
Lenobia apoiou o poema na bancada da baia. "Ela diz que 'Num lugar de cinco
poderes - junte os cinco'. E então ele nomeia as cinco: Noite, Espírito, Sangue,
Humanidade, Terra."
"Eles são pessoas", eu disse, sentindo uma corrente de excitação. "Damien disse, é
por isso que eles estão ligados, porque o poema está falando de pessoas que simbolizam
as cinco coisas. E... e eu aposto que se vovó estivesse aqui, ela ia dizer que havia cinco
mulheres Ghigua que se uniram e criaram A-ya."
"Será que ela sente triste a deusa, no fundo da sua alma? A Deusa falou para você?"
Eu e o meu coração sorriram juntos. "Não! Ela se sente bem."
"O lugar mais óbvio de poder estar aqui na House of Night", disse ela.
"Não!" Falei com mais ênfase do que eu pretendia, causando a Persephone ficar
nervosa. Eu acariciei e escovei ela para se acalmar e numa voz mais razoável eu disse,
"Não, no interior da escola o lugar de poder foi manchado por ele. Foi o seu poder junto
com o de Neferet e o sangue de Stevie Rae que libertou ele" Eu sorri, percebendo a
verdade do que eu disse. "Stevie Rae, eu teria pensado que ela iria representar a terra.
Quero dizer, essa é a sua afinidade e tudo, mas ela não é a terra: ela é sangue!"
Lenobia sorriu e acenou. "Muito bom. Um a menos. Agora você já tem um nome e o
lugar."
"E o lugar," Eu murmurei.
"Sim, o lugar", ela concordou. "Bem, um local de energia que também esta ligado ao
espírito. Como Avalon, a antiga ilha da deusa, está ligada ao espírito dela. Mesmo cristãos
senti a força de atração de poder do local e, uma vez acabou sendo construída uma
capela ali."
"O quê?" Eu passei pela égua entusiasmada e parei de frente com Lenobia. "O que
você diria sobre uma abadia da Deusa?"
"Bem, não é Avalon literalmente deste mundo, embora seja um lugar de grande
potência. Cristãos sentiram e construíram uma capela dedicada a Maria lá."
"Oh, Lenobia, Deve ser isto!" Tive a piscar duro para limpar as lágrimas de alívio dos
meus olhos. Então eu ri. "E ele é perfeito! O lugar do poder é a vigésima-primeira com a
Lewis, a abadia das freiras Beneditas."
Os olhos de Lenobia se arregalaram, em seguida, ela sorriu. "Nossa deusa é sábia.
Agora, tudo que você precisa fazer é descobrir quem são os outros quatro, e levar todos
lá. O resto do poema narra como eles se juntam..." Ela pausou. e leu:

A Noite leva ao Espírito
Sangue liga a Humanidade
E a Terra completa.

"O sangue esta lá, ou pelo menos eu espero que ela esteja", eu disse. "Eu disse a
Stevie Rae para ir para a Abadia com os calouros vermelhos quando descobri que Kalona
ia pega-la."
"Por que você mandou ela pra lá?"


Meu sorriso foi tão grande Eu juro que quase rachou um lábio. "Porque é onde está
o Espírito! Espírito é a líder das freiras, Irmã Maria Angela. Ela salvou minha avó dos
Corvos Escarnecedores, e ela tem cuidado dela."
"Uma freira? Para representar Espíritos antigos e conquistar um anjo caído? Tem
certeza, Zoey?"
"Não basta conquistar-expulsar nos dar tempo suficiente para se reagrupar e
descobrir como se livrar dele permanentemente. E, sim, eu tenho certeza."
Lenobia hesitou apenas um instante, então ela acenou. "Então você identificou
sangue e Espírito. Pense. Quem tem a Terra, Noite, e Humanidade escondidos dentro
dela?"
Voltei a atenção a Persephone, e então eu ri e fiquei com vontade de bater na minha
cabeça. "Afrodite. Ela tem de ser humanidade, apesar de a maior parte do tempo ela não
ter isso."
"Eu vou levar a sua palavra para ela," Lenobia disse causalmente.
"Ok, então, só Noite e Terra estão sem pessoas." Eu me apressei. "Como eu disse
antes, o meu primeiro palpite de terra teria sido Stevie Rae, por causa da sua afinidade.
Mas sei que no meu coração ela é o sangue. Terra... terra..." Eu suspirei novamente.
"Poderia ser Anastasia? Seu dom para feitiços e rituais é muitas vezes aterrado na
terra."
Eu pensei sobre isso, e infelizmente não senti o alerta que me disse que eu tinha a
resposta certa. "Não, não é ela."
"Talvez nós estamos nos focando nas pessoas erradas. Espírito veio de fora da
House of Night, que é algo que eu não teria esperado. Talvez Terra, também."
"Bem, vale a pena considerar quando você olha por esse lado."
"O que uma pessoa inexperiente poderia simbolizar um Vampiro ou a Terra?"
"Acho que as pessoas que eu tenha conhecido que estão mais perto da terra são as
pessoas da minha avó. Os Cherokee, sempre respeitam a terra, versus usar e abusar
propriedades dela. A cosmo visão dos povos tradicionais Cherokee é muito diferente do
mundo de hoje." E então eu de repente fechei minha boca e repousei minha testa contra
Persephone, sussurrando um pequeno agradecimento a Nyx.
"Você sabe quem é, não é?"
Olhei para cima, sorrindo. "É a minha avó. Ela é a Terra".
"Perfeito!" Lenobia concordou. "Então, você tem todos eles!"
"Não Noite. Eu ainda não descobri quem," Eu parei percebendo no olhar de Lenobia
que ela já sabia.
"Veja mais profundo, Zoey Redbird, e eu acredito que você vai descobrir quem Nyx
optou para personificar a Noite".
"Não eu", sussurrei.
"Claro que é você", disse Lenobia. "O poema afirma perfeitamente, 'Noite leva ao
Espírito.' Nenhum de nós teria nunca olhado para a abadia benedita ou umas das
sacerdotisas de lá para preencher o conteúdo do poema, mas quem nos levou direto para
ela."
"Eu," eu disse um pouco estanha.
"Escute o seu coração. Está bem?"
Chamei um profundo suspiro e procurei dentro de mim. Sim, ele estava lá, eu sabia
que o sentimento veio da minha deusa, o sentimento que me disse que eu tinha
começado certo. Olhei Lenobia nos seus sábios olhos cinzas. "Eu estou bem," eu disse
firmemente.


"Então, nós precisamos que você leve Afrodite para a Abadia das Irmãs".
"Todos nós", eu disse automaticamente. "Tem que ser Darius, as gêmeas, Damien, e
Afrodite. Se algo der errado, eu tenho que ter o meu círculo junto. Pois, minha recepção
aqui não tem sido grande e, se acabar com Kalona vai tiras os calouros e professores da
sua obsessão, eu não acho que vou estar voltando para a escola em breve. E,
evidentemente, temos ainda de lidar com Neferet; Vou precisar de muita ajuda para tudo
isso."
Lenobia amarrou a cara ligeiramente, mas acenou. "Eu compreendo, e embora não
acho, estou de acordo com você."
"Você deve vir com a gente, você e o Dragon e Anastasia. A House of Night não é
lugar para você agora."
"A House of Night é a nossa casa", disse ela.
Conheci os olhos dela. "Às vezes as pessoas mais próximas a você trairia você e sua
casa não é um lugar que você pode ser mais feliz. É difícil, mas é verdade."
"É muito boa e sabia para a sua idade, Sacerdotisa".
"Sim, bem, eu sou um produto de um divórcio e separação. Quem sabia que viria a
calhar?"
Nós estávamos rindo juntos quando a campainha tocou, sinalizando o fim da jornada
escolar. Lenobia foi sobre os pés dela em um instante. "Devemos mandar mensagens para
seus amigos. Eles podem nos encontrar aqui. É, pelo menos, seguro dos ouvidos e os
olhos dos Corvos Escarnecedores".
"Já está feito", disse. "Eles vão estar todos aqui, em pouco tempo."
"Se você Neferet perceber uma reunião aqui, vai ser mal para nós."
"Eu sei", foi o que eu disse; Ah, inferno, foi o que pensei.


TRINTA E UM

"Esse é um plano maluco," Afrodite disse.
"Mas pode funcionar," Darius disse.
"Eu gosto. É meio romântico, com os cavalos e tudo mais. Além do mais, é o melhor
plano que temos," Damien disse.
"É o único plano que temos," eu disse. Enquanto Lenobia erguia as sobrancelhas eu
rapidamente acrescentei, "mas eu também gosto."
"Quanto menos cavalos você pegar, mais fácil vai ser para você fugir sem ser
notada. Eu sugiro que vocês cavalguem em duplas," Lenobia disse.
"Definitivamente tem algo mais escondido que seis," Erin disse.
"Mas como vamos montar Dragon e Anastasia em um?" eu disse. "Definitivamente
não podemos ir andando até a sala de Anastasia. E eu não quero que a gente se separe."
As sobrancelhas de Lenobia subiram de novo. "Eu não sei se você ouviu isso, mas
tem algo que muitos de nós usam, se chama celular. Acredite ou não, Dragon e Anastasia
tem um cada um."
"Oh," eu disse, me sentindo uma retardada.
Afrodite virou os olhos para mim.
"Eu vou ligar para eles o os informar sobre a parte deles no plano. Os que estão
usando saia - precisam se trocar. Zoey pode mostrar a vocês onde estão as roupas extras
de montaria que eu mantenho no deposito. Peguem qualquer coisa lá que vocês possam
precisar," Lenobia disse enquanto corria em direção ao escritório dela.
"Eu vou dizer a Dragon que a distração começa em 30 minutos."
"Trinta minutos!" Meu estomago se apertou.
"Isso deve dar tempo o bastante para vocês se trocarem e colocarem os freios nos
cavalos. Vocês não podem usar selas. Seria muito obvio." Lenobia desapareceu no
escritório enquanto Damien dizia, "Sem sela? Eu acho que vou vomitar."
"Se junte a multidão," eu disse. "Andem," eu disse a Afrodite e as Gêmeas, "Vocês
precisam se trocar. E quem diabos usa salto alto numa tempestade de gelo?"
"São botas," Afrodite disse. "E botas são apropriadas para o inverno."
"Botas de 15 centímetros não são bons sapatos para o inverno," eu disse, as guiando
até o deposito onde estavam as roupas.
"Fashion-defeituosa nerd," Afrodite murmurou.
"Concordo," Shaunee disse.
"Para variar," Erin acrescentou.
Eu agarrei três freios e balancei a cabeça para meus amigos. "Só troquem de roupa.
Tem botas de montaria nesse armário. Se beneficiem em usar."
"Se beneficiem?" Eu ouvi Shaunee dizer enquanto marchávamos para fora do
deposito.
"Amiga você tem andado demais com a Rainha Damien," Erin disse.
Eu bati a porta.
Eu não tinha certeza de qual os outros dois cavalos Lenobia iria escolher para ir
conosco, mas eu sabia que Persephone iria me carregar, então eu me apressei em direção
aos estábulos. Darius tinha andado até as janelas altas do estábulo e estava ocupado
colocando feno em cada uma delas. Obviamente ele iria nos dar um tempo com o tempo e
os Corvos Escarnecedores.
"Uh, Z, posso dar uma palavrinha com você?" Damien disse.


"Claro, entre," Eu voltei do estábulo de Persephone, agarrei o almofaçar* e comecei
a escovar a égua rapidamente.
(*escova de ferro de cavalos.)
Damien permaneceu na porta. "O negocio é o seguinte - eu não cavalgo."
"Bem, não tem problema. Eu faço a parte difícil. Você só senta atrás de mim e se
segura."
"E se eu cair? Eu tenho certeza que ela é um perfeito animal legal." Ele mandou um
pequeno aceno de olá para Persephone, que ainda estava feliz mastigando feno e sem
prestar atenção em Damien. "Mas ela também é grande. Realmente grande. Enorme na
verdade."
"Damien, estamos prestes a fugir da escola, fugir por nossas vidas, e então banir um
antigo imortal e uma vampira Alta Sacerdotisa que virou má, e você está se estressando
sobre andar de carona comigo num cavalo?"
"Sem sela. Andar sem sela com você em um cavalo," ele disse. Então acenou. "Sim,
sim, estou me estressando com isso."
Eu comecei a rir e tive que me inclinar contra Persephone porque eu estava me
machucando. Ok, aqui vai uma lição de vida que eu realmente tenho aprendido: se você
tem bons amigos, não importa o quanto a vida esteja uma droga, eles podem fazer você
rir.
Enquanto isso, Damien estava franzindo para mim. "Só para você saber, eu vou
contar a Jack que você esteve rindo de mim, e ele vai ficar bravo com você. Isso significa
que da próxima vez que eu comprar um presente pra você, ele vai atacar e não vai
supervisionar com seu gosto por papel de embrulho."
"Jessh, isso é meio duro," eu disse, mas então comecei a rir de novo.
"Da pra vocês ficarem sérios! Temos uma guerra para ganhar e um mundo para
salvar." Afrodite estava parada com as mãos nos quadris fora do estábulo de Persephone.
Ela estava usando a camiseta preta de marca (com o dourado JUICY* transversalmente
aos seus seios) e as calças emprestadas enfiadas nas botas de montaria. Sem salto.
Nenhum.
(*Loja de roupas.)
Eu dei uma olhada nela e comecei a rir de novo. Então eu vi as Gêmeas, que
estavam paradas atrás dela. As duas usavam camisetas Dolce & Gabbana (provavelmente
da Saks Fifth Avenue ou Miss Jackson, jeesh). Seus traseiros estavam acomodados em
uma leggis de spandex de montaria (hee he), enfiado em botas inglesas de montaria.
Era impagável. Dessa vez Damien se juntou a minha histeria.
"Eu odeio os dois," Afrodite disse.
"Amiga, estamos descobrindo que temos cada vez mais coisas em comum com
você," Erin disse a Afrodite.
"Idem," Shaunee disse, olhando para Damien e eu.
Infelizmente, as palavras de Lenobia jogaram uma água fria em minha diversão.
"Eu falei com Anastasia. Tudo pronto, embora Dragon tenha ficado temporariamente
indisponível. Ele estava lidando com um raro caso de Mudança vampira. Me falaram para
dizer a Zoey que Stark chegou e foi tratado."
"Ela disse Stark?" Damien perguntou.
"Huh?" as Gêmeas falaram.
"Oh, merda," Afrodite disse.
"O tempo ainda está ruim, e eu posso ver olhos nas árvores. Eu acho que o plano
deles é nos agarrar enquanto saímos dos estábulos. É melhor irmos," Darius enquanto


voltava para o grupo. Ele pausou quando viu todos me encarando. "Obviamente eu perdi
algo."
"Sim, e Zoey ia nos contar tudo," Damien disse.
Eu mordi meu lábio e olhei de amigo para amigo. Bem, diabos. "Ok, o negocio é o
seguinte. Stark Mudou. Ele é o segundo vampiro vermelho que já existiu."
"Oh-meu-Deus-do-céu," Erin disse. "Ele ainda é um idiota."
"Yeah, e porque você saberia qualquer merda sobre ele Mudar?" Shaunee disse.
"Você tem que parar de pensar nele como se ele fosse Stevie Rae. Eles são muito
diferentes," Damien disse, mais gentilmente que os outros.
"Ela o ama," Afrodite soltou.
"Afrodite!" Eu gritei.
"Bem, alguém tinha que avisar os nerds sobre sua patética paixão por ele," Afrodite
disse.
"Você não está me ajudando," eu disse.
"Espere. Volta a fita. Zoey ama Stark? Essa é a coisa mais idiota que eu já ouvi na
vida," Erin disse.
"Bem, a não ser pela aquela coisa de lei sobre carteira de motorista gradual em
Oklahoma, Gêmea. Vamos falar sério. Essa é a coisa mais idiota que nós ouvimos nas
nossas vidas," Shaunee disse.
"Verdade. Fora isso. E, Afrodite, a gente diz: Você. Perdeu. A. Cabeça," Erin disse.
"De novo," Shaunee terminou.
Todos olharam para mim.
"Eu acho que o negocio de carteira de motorista gradual é idiota também," eu falei
idiotamente.
"Vê! Eu disse!" Afrodite disse. "Ela tem um negócio sério por Stark."
"Seria merda," Erin disse.
"Eu nunca acreditaria nisso," Shaunee disse.
"Deixe ela explicar!" Damien gritou.
Todos ficaram muitos quietos.
Eu limpei a garganta.
"Ok. Bem. Lembra do poema?" Todos os meus amigos estreitaram os olhos para
mim, o que eu não achei ser muito justo. Mas continuei mesmo assim. "Dizia que eu
deveria salvar a humanidade dele? E eu o fiz. Eu acho. Eu espero."
"Sacerdotisa, pegamos ele abusando de uma caloura. Como você pode perdoar
isso?" Darius disse.
"Eu não perdoo. Me deixa enjoada. Mas eu lembro quando Stevie Rae estava lutando
para manter sua humanidade, e ela era horrível." Eu olhei para Afrodite. "Você sabe do
que estou falando."
"Yeah, e não tenho 100% de certeza que você pode confiar nela hoje. E eu digo isso
como a humana em que ela teve um Imprint."
Eu esperei que as Gêmeas e Damien a xingassem, mas eles ficaram quietos.
Finalmente eu virei para Darius. "Stark me deu o Juramento de Guerreiro dele."
"O Julgamento de Guerreiro! E você o aceitou?" Darius disse.
"Eu aceitei. Foi logo depois que ele Mudou."
Darius suspirou profundamente. "Então Stark esta ligado a você até que você o
libere do seu juramento."
"Eu acho que isso o fez Mudar," eu disse. "Eu acho que com os calouros vermelhos
sua Mudança tem algo a ver com a escolha entre o bem e o mal."


"Por se jurar a você, Stark escolheu o bem," Darius disse.
Eu sorri. "Eu gosto de pensar que sim."
"Então isso significa que ele não é mais um retardado?" Erin disse.
"Eu pensei que você tinha chamado ele de idiota," Shaunee disse.
"Gêmea, é a mesma coisa," Erin disse.
"Significa que eu confio nele," eu disse. "E eu gostaria que vocês dessem a ele a
chance."
"Dar a pessoa errada uma chance agora pode nos matar," Darius disse.
Eu respirei fundo. "Eu sei."
"Um vampiro recém Mudado precisa ser isolado no Templo de Nyx. Dragon me
assegurou que Stark está seguro lá." Lenobia olhou para seu relógio. "Temos exatamente
10 minutos. Podemos lidar com coisas mais importantes e deixar o problema de confiança
em Stark para uma melhor hora?"
"Definitivamente," eu disse. "O que falta fazer?" Tudo que eu podia esperar era que
Dragon realmente tivesse o recém Mudado Stark seguro trancando no Templo de Nyx, e
que nós de fato mandar Kalona para fora daqui, nos livrando também de Neferet, para
que tenhamos de lidar com o problema de confiança nele em uma melhor hora.
Nós rapidamente colocamos freios em dois outros cavalos, apropriadamente
chamados de Hope* e Destiny**. Então a parte difícil do nosso plano começou.
(*Em português, Esperança.)
(** Em português, Destino.)
"Eu ainda acho que não é seguro," Darius disse, parecendo como uma nuvem de
trovão.
"Eu preciso fazer isso. Stevie Rae não está aqui, e eu sou a coisa mais próxima que
temos a uma afinidade pura com a terra," eu disse.
"Não soa tão difícil," Afrodite disse, tentando ser razoável com o guerreiro irado.
"Tudo que Zoey tem que fazer é ir até o muro, dizer as árvores que já estão esmagadas a
se esmagarem mais, e então sair daqui despercebida."
"Eu levo ela lá," Darius disse teimosamente.
"Com sua mega-rapides seria perfeito," eu disse. "Por sinal, estou pronta."
"Como eu vou saber que você conseguiu e que é a minha vez no plano?" Lenobia me
perguntou.
"Eu vou mandar o espírito para você. Se você sentir um choque de algo bom, você
saberá que estamos bem e que é hora de dizer Shaunee para ficar pronta para soltar o
fogo."
"Mas ela deve lembrar que apenas os pés dos cavalos devem lançar fogo," Lenobia
disse, dando a Shaunee um olhar severo.
"Eu sei! Nem é difícil. Só cuidem do que vocês tem que fazer. Destiny e eu estamos
fazendo amizade." Shaunee virou de volta para a grande égua que iria carregar ela e Erin,
e continuou a conversar com o cavalo enquanto Erin a acariciava e falava sobre cubos de
açúcar e algo chamado Jazzy Apple.*
(*É um tipo de chá.)
"Só a mantenha segura e volte aqui para mim," Afrodite disse. Ela beijou Darius na
boca e então andou até Hope para ajudar Lenobia a terminar de colocar o ultimo freio na
égua.
"Bem, Sacerdotisa, vamos?" Darius disse.
Eu acenei e deixei ele me erguer em seus braços. Darius deu um passo para a fria e
tempestuosa noite, e então tudo ao meu redor virou um borrão enquanto ele se movia


meio que diagonalmente através da parte de trás até o grande muro que cercava a escola
que tinha um grande carvalho deitado sobre ele. De alguma forma em um dos últimos
desastres de inverno de Tulsa, a arvore sucumbiu e caiu. Mais ou menos. Diziam
(Afrodite) que sob circunstâncias normais era um lugar excelente para sair do campus sem
ser detectado, e eu sabia por experiência pessoal que ela tinha razão.
Hoje não estamos lidando com circunstâncias normais.
Darius parou rápido mesmo ao lado da arvore caída, me empurrou para baixo dela, e
sussurrou, "Fique ai até eu ter certeza que é seguro." E ele saiu.
Então eu me abaixei debaixo da arvore e pensei sobre o quão molhado e frio estava
e sobre como caras chatos são. Então eu vi um horrível barulho de asas batendo, e eu
decide levantar - rapidamente.
Eu emergi do lado da arvore em tempo de ver Darius agarrando um Corvo
Escarnecedor pelas asas, o empurrando para o chão, e então cortar a garganta dele.
Eu desviei o olhar rapidamente.
"Zoey, anda. Não temos tempo."
Tentando ignorar o cadáver do Corvo Escarnecedor, eu corri até a parte de cima da
arvore. Eu coloquei minha mão nela e fechei os olhos. Me concentrando, eu procurei meu
norte interior - o lado da terra - e então invoquei, "Terra, preciso de você. Por favor venha
para mim." Na nevoa de uma tempestade de gelo, em pleno inverno, eu fui de repente,
miraculosamente, cercada pelo cheiro de uma campina de primavera... calor... uma arvore
de mimosa em pleno florescer. Eu curvei minha cabeça graciosamente e continuei. "O que
eu preciso que você faça é difícil, e eu não pediria de você a não ser que fosse uma
emergência." Eu respirei fundo, e me foquei na arvore sob minha palma. "Caia," eu
comandei. "Me desculpe, mas eu preciso pedir que você caia." A pele da arvore tremeu
sob minha mão, tão violentamente que eu cai para trás, e com um crack que eu juro
poder ouvir um grito de morte com ele, o velho carvalho caiu, batendo contra o já
enfraquecido muro, mandando blocos de pedra e tijolos para baixo, e criando uma
abertura na barreira que cercava a escola, uma abertura que pareceria lógica para nós
tentarmos escapar através.
Eu estava respirando com força e me sentindo mais do que um pouco fraca, mas eu
automaticamente mandei espírito para Lenobia saber que eu tinha sido bem sucedida.
Então eu me levantei, comovida pela arvore caída, e pus as duas mãos no tronco.
"Obrigado, terra." Então eu de repente pensei em algo para acrescentar, "Vá para Stevie
Rae. Diga a ela que estamos indo. Diga a ela para ficar pronta." Eu senti o senso usual
que eu recebia quando eu comandava um elemento a fazer algo. "Vá em frente, terra.
Obrigado de novo por me ajudar, e eu realmente sinto muito por ter que machucar a
arvore."
"Devemos retornar para o estabulo." Darius foi até mim e me ergueu em seus
braços. "Você fez bem, Sacerdotisa," ele disse.
Eu pus minha cabeça para baixo nos ombros amigáveis dele, e eu só soube que
estava chorando porque eu podia ver os rastros molhados na jaqueta dele. "Vamos sair
daqui."


TRINTA E DOIS

Os três cavalos assustados estavam esperando por nós. Erin e Shaunee já estavam
montadas em Destiny. Shaunee estava "dirigindo." Ela tinha tido aulas de Caçador/Pular
na escola preparatória particular dela antes dela ser Marcada, então ela se proclamou
"uma quase medíocre cavaleira." Afrodite e Damien estavam parados perto de Persephone
e Hope. Damien parecia prestes a vomitar a qualquer instante.
"Eu senti espírito me tocar e assumi que vocês foram bem," Lenobia disse enquanto
ela passava por nós e começava a checar novamente os cavalos.
"O muro foi quebrado, mas eu fui forçado a matar um Corvo Escarnecedor. Tenho
certeza que ele será descoberto em breve," Darius disse.
"Na verdade, isso é bom. Vai nos dar mais credencial sobre a ideia de que vocês vão
tentar escapar pelo muro quebrado," Lenobia disse. "Hora de montar. Shaunee, você está
pronta?"
"Eu nasci pronta," Shaunee disse.
"Muito bem, e quanto a você, Erin?"
Erin acenou. "Idem. Estou pronta."
"Damien?"
Ele respondeu Lenobia, mas ele falou comigo, "Estou assustado."
Eu corri para o lado dele e tomei a mão dele. "Estou assustada também. Mas é muito
menos assustador se eu lembrar que estamos juntos."
"Mesmo que estejamos juntos num cavalo?"
Eu sorri. "Mesmo assim. Além do mais, Persephone é uma lady perfeita." Eu tomei a
mão de Damien e a pressionei contra a graciosa curva do pescoço da égua.
"Ooooh, ela é suave e quente," ele disse.
"Aqui, eu te dou uma ajuda," Lenobia disse, se curvando ao nosso lado e oferecendo
a Damien um pé fazendo um berço com as mãos.
Com um longo e sofrido suspiro ele pôs os joelhos nas mãos dela e tentou (sem
sucesso) reprimir um gritinho muito gay enquanto ela o empurrava para as costas de
Persephone.
Antes de Lenobia me ajudar a subir ela pôs as mãos nos meus ombros e tentou olhar
nos meus olhos. "Siga seu coração e seu instinto, e você não fará nada errado. Faça ele
fugir, Sacerdotisa."
"Farei meu melhor," eu disse.
"É por isso que tenho tanta fé em você," ela disse.
Assim que estávamos todos montados, Lenobia nos levou até a porta que se abriam
para o curral. Mais cedo Lenobia tinha discretamente aberto o portão para fora do curral.
Agora nada estava entre nós e o mundo de fora a não ser muito gelo, os portões da frente
da escola, vários Corvos Escarnecedores, o paizinho deles, e uma maluca ex-Alta
Sacerdotisa.
Como vocês podem muito bem imaginar, eu estava bem preocupada sobre ter um
serio caso de diarréia nervosa. Graças a Deus, eu não tinha tempo de sobra o bastante
pra dar a meu corpo muita ideia.
Lenobia abriu as portas. Ela já tinha apagado as luzes nessa parte do estábulo, para
que não ficássemos com a silhueta a mostra. Nós espiamos a escuridão gelada,
imaginando a tempestade que está para vir.
"Eu vou te dar apenas alguns minutos para chamar os elementos," Lenobia disse. "O
repentino aumento de intensidade na tempestade é a deixa de Anastasia para começar


um feitiço de confusão do outro lado do campus, e não se esqueça que Dragon se colocou
no portão da frente. Ele vai cortar os Corvos Escarnecedores que estão lá assim que ele
ouvir cascos se aproximando. Shaunee, quando estiver pronta, coloque o estábulo em
chamas. Quando eu vir as chamas, eu vou libertar o resto dos cavalos. Eles já sabem que
eles devem correr pela escola e criar o máximo de destruição possível."
Shaunee acenou. "Eu entendi."
"Então refoque as chamas nos cascos dos cavalos." Lenobia pausou e reiterou, "eu
quero dizer as patas dos sapatos em seus cascos. Eu vou dizer a Persephone quando ir. O
resto de vocês só precisa se segurar e seguir a liderança dela." Ela deu tapinhas
carinhosos na minha égua. Então ela olhou para mim, "Merry meet e merry party, e merry
meet de novo,* Alta Sacerdotisa." ela disse. Com a mão em punho sob o coração, ela me
reverenciou.
(*Pra quem não lembra Merry é feliz. Então seria Feliz encontro e feliz partida e feliz
encontro de novo, a tradução da frase.)
"Brilhantes bênçãos para você, Lenobia," eu disse. Enquanto ela começou a andar
rapidamente para longe, eu a chamei, "Lenobia, por favor, reconsidere sair daqui. Se eu
não me livrar de Kalona, você e Dragon e Anastasia tem que ir para o subsolo - os túneis
debaixo do deposito, a abadia, ou até mesmo o porão de um dos prédios do centro. Essa
é realmente a única chance que vocês vão ter de estarem seguros."
Lenobia pausou e olhou por cima do ombro para mim. O sorriso dela era sereno e
sábio. "Mas, Sacerdotisa, você vai ter sucesso." E ela correu para longe.
"Jeesh, ela é teimosa," Shaunee disse.
"Vamos apenas nos certificar que ela tenha razão," eu disse. "Ok, estão prontos?"
Meus amigos acenaram. Eu respirei fundo e me concentrei. Estávamos apontando para o
norte, então eu virei Persephone para a direita para que estivéssemos olhando para o
leste. Não havia tempo para palavras floridas ou música inspiradora; só havia tempo para
ação. Rapidamente eu invoquei cada um dos elementos, sentindo meus nervos se
firmarem enquanto eles preenchiam o ar e criavam um circulo brilhante que nos ligava.
Quando espírito cresceu em mim, eu não pude me impedir de rir em voz alta.
Ainda rindo, eu disse, "Damien, Erin, coloquem seus elementos para funcionar!"
Eu senti Damien erguer suas mãos atrás de mim, e vi Erin fazer o mesmo. Eu podia
ouvir Damien sussurrando palavras para o ar, pedindo para o vento gelado soprava, se
arremessava e brigava, tudo ao redor de nós. Eu sabia que Erin estava pedindo algo
similar para a água - comandando que ela aumentasse a chuva e inundasse o mundo ao
nosso redor.
Eu me segurei para ajudar eles a canalizar e controlar seus elementos para que
pudéssemos (em teoria) nos mover dentro de uma pequena bolha de redemoinho de
elementos.
Os elementos responderam instantaneamente. Olhamos para fora para ver a noite
na nossa frente irromper em uma tempestade que provavelmente deixava Doppler 8* no
chinelo.
(*Um furação)
"Ok," eu gritei sobre o vento. "É a vez do fogo."
Shaunee ergueu os braços, jogou sua cabeça para trás, e como se estivesse jogando
basquete, jogou o fogo que estava entre as palmas dela no vazio, e cheio de palha
estábulo que Lenobia tinha dito a ela para destruir. O estábulo explodiu em chamas
furiosas.
"Agora os cascos dos cavalos," eu gritei.


Ela acenou. "Me ajude a acompanhar."
"Eu vou, não se preocupe."
Shaunee apontou para o casco dos cavalos. "Aqueça os pés deles!" ela gritou.
Persephone bufou. A cabeça dela se curvou, e enquanto o pó do estábulo começava
a virar fumaça sob os pés dela.
"Oh, cara... precisamos sair daqui antes que as patas deles queimem tudo," Damien
disse. Ele estava me apertando com tanta força que era um pouco difícil para mim
respirar, mas eu não quis dizer nada que pudesse fazer ele cair na calçada.
Eu estava pensando que nós realmente podíamos incendiar a serragem quando eu
ouvi um enorme barulho atrás de nós que eu sabia que deveria ser Lenobia soltando os
cavalos que corriam para a parte principal do campus, como se estivessem malucos
devido ao estábulo em chamas. Persephone jogou sua cabeça e bufou. Eu senti os
músculos dela tremerem e só tive tempo o bastante para segurar com força com minhas
coxas e gritar para Damien, "Segure firme! Aqui vamos nós!" E então a égua se lançou
para fora dos estábulos e para a enfurecida noite.
Os três cavalos, lado a lado, galoparam através do curral e através do portão que
Lonobia tinha deixado aberto. Eles viraram com força para a esquerda, circulando ao redor
da parte de trás do prédio principal, e mais cedo do que eu imaginaria possível, havia
vapor e nevoa se erguendo em ondas ao redor de nós enquanto os telhados quentes
encontravam o gelo que cobria o asfalto do estacionamento.
Atrás de nós eu podia ouvir os gritos de cavalos apavorados e o terrível choro dos
Corvos Escarnecedores. Eu cerrei os dentes e esperei que as éguas de Lenobia estivessem
derrubando vários homem pássaros.
Persephone bufou de novo contra a escorregadia estrada que levava a entrada da
escola.
"Oh, deusa! Olhe!" Damien gritou. Ele apontou por cima do meu ombro para frente
para a esquerda na linha de árvores que emolduravam o gramado. Dragon estava lá
lutando com três Corvos Escarnecedores. A lamina dele era um borrão prateado enquanto
ele atacava, se defendia e virava. Quando ficamos a vista, os homens pássaros tentaram
passar sua atenção para nós, mas Dragon redobrou seu ataque, espetando um deles
instantaneamente e fazendo os outros dois virarem, assoviando, de volta para ele.
"Vão!" ele gritou enquanto passávamos por ele galopando, "e que Nyx os abençoe!"
O portão estava aberto, Dragon tinha feito isso eu tinha certeza. Nós passamos por
ele, viramos para direita, e galopamos pela gelada e deserta Utica Street.
Na luz da rua Twenty-First, que não estava funcionando, viramos os cavalos para a
direita, posicionando eles no meio da rua, e os conduzimos.
O centro de Tulsa tinha se tornado fantasmagórico e gelado. Se eu não estivesse
concentrada e não tivesse absoluta certeza que nossos cavalos estavam galopando pela
Rua Twent-first, eu teria pensando que estávamos perdidos em um pós-apocalíptico
mundo gelado. Não havia nada nem um pouco familiar ao meu redor. Nenhuma luz.
Nenhum carro se movendo. Nenhuma pessoa. Frio e escuridão e escuridão em todo lugar.
As lindas árvores antigas do centro estavam cercadas por tanto gelo que muitas delas
tinham literalmente partido no meio. As linhas de energia estavam caídas, serpenteando
pelas ruas como víboras malucas. Os cavalos não prestaram atenção a elas. Eles pularam
sobre galhos e linhas, seus cascos em chamas passando pelo gelo fazendo faíscas contra
o pavimento.


E então, contra a fraca luz e os telhados e o assobio de chamas no gelo, eu ouvi o
terrível bater de asas e o choro do primeiro e então outro e então outro Corvo
Escarnecedor.
"Darius," eu gritei. "Corvos Escarnecedores!"
Ele olhou para trás de nós, e acenou com desgosto. Então ele fez algo que me
chocou completamente. Da jaqueta dele ele tirou uma arma preta. Eu nunca vi nenhum
Filho de Erebus carregar nenhuma arma moderna, e parecia completamente deslocada na
mão dele. Ele disse algo para Afrodite, que estava pressionada contra as costas dele. Ela
deslizou para o lado um pouco, permitindo que ele virasse. Ele ergueu a arma, mirou, e
deu metade de um total de 12 tiros. O som era ensurdecedor na noite congelada, mas
nem metade tão estranho do que o seguiu - os gritos de Corvos Escarnecedores feridos e
os thud! e batidas! De corpos que caiam do céu.
"Lá!" Shaunee gritou, apontando para nossa frente e para a direita. "Eu vejo
chamas!"
A princípio eu não vi nada, e então através de várias árvores cobertas de gelo eu vi
um sinal de um primeiro e então outra e então outra luz de vela dando boas vindas. O que
era isso? Era a abadia das freiras Beneditas? Visivelmente era terrível, e tudo era tão
desorientador e escuro, que eu não sabia dizer se era a abadia ou só uma daquelas casas
que servem de escritório para cirurgiões plásticos que se alinhavam nessa parte da rua.
Se concentre! Se é um lugar de poder, então eu devo ser capaz de sentir.
Eu respirei fundo e busquei meus instintos, e eu senti - a inconfundível atração que
vinha do poder da combinação de espírito e terra.
"É isso!" eu gritei. "Essa é abadia!"
Puxamos a cabeça dos cavalos para a direita e saímos da rua, através de uma vala, e
então a um terrapleno pontilhado com árvores. Os cavalos tiveram que devagar desviar
dos troncos caídos, e das linhas de energia, e então aparecemos através das árvores na
claridade. Diretamente na nossa frente havia um enorme carvalho. Seus galhos mais
baixos estavam cheios de pequenas jaulas de vidro que mantinham velas acessas. Havia
um toldo atrás das árvores, e alem dele eu só podia ver a forma de um prédio de tijolos
que era a abadia das freiras Beneditas, ou pelo menos eu podia ver suas janelas, porque
haviam velas alinhadas em cada uma delas.
"Ok, vocês podem parar com os elementos agora e deixar as coisas se acalmar." As
Gêmeas e Damien sussurraram para seus elementos, e a louca tempestade começou a se
acalmar em uma fria noite.
"Whoa!" eu chamei, e nossas obedientes e leais éguas pararam diante de uma figura
com um habito preto e um véu.
"Olá, criança. Me falaram que você estava vindo," ela disse, sorrindo para mi,.
Eu deslizei das costas de Persephone e me joguei nos braços dela. "Irmã Mary
Angela! Estou tão feliz em ver você!"
"Como eu estou feliz em ver você também," ela disse. "Mas, criança, talvez
devêssemos adiar nossos olás até lidarmos com as criaturas negras que estão enchendo
as árvores atrás de você."
Eu virei em tempo de ver uma dúzia de Corvos Escarnecedores pousando nas
árvores. A não ser pelo som da asas deles eles foram absolutamente silenciosos, e os
olhos vermelhos dele brilhavam como se eles fossem demônios vigilantes.
"Bem, diabos!" eu disse.


TRINTA E TRÊS

"Olha o nome," Disse irmã Mary Angela serenamente.
Darius já tinha desmontado e estava ajudando Afrodite e as Gêmeas a descer.
Damien não tinha esperado por ajuda, mas desmontou quase tão rápido quanto eu,
estava parado perto de mim.
"Sacerdotisa," Darius se dirigiu a Irmã Mary Angela "você, por acaso, não mantém
armas de fogo na abadia, mantém?"
A risada dela soava completamente deslocada, mas ainda sim reconfortante. "Oh,
guerreiro, é claro que não."
"Não há o bastante de nós para lutar com eles, mas temos o circulo," Darius disse
enquanto estudava as árvores cheias de aves. "Se você ficar nele, estará segura."
Darius tinha razão, é claro. Nosso circulo estava intacto. Embora estranhamente fora
de centro, o fio prateado que nos ligava juntos ainda brilhava entre nós.
"Eu vou correr de volta para a House of Night e trazer ajuda," Darius disse.
Eu ouvi a frustração na voz dele. Que ajuda ele ia trazer? Eu não tinha visto nenhum
dos irmãos guerreiros dele desde que entramos no território da escola. Dragon era ótimo
com uma espada, mas mesmo ele não seria capaz de lutar com os Corvos Escarnecedores.
As árvores que faziam fronteira com a rua Twenty-first lateralmente a abadia estavam
cheias de formas negras. Já gemendo debaixo do gelo abundante, o peso adicional dos
Corvos Escarnecedores era mais estresse do que qualquer um deles pudesse aguentar, e
o barulho dos membros de quebrando era tão terrível quanto o barulho dos corvos.
"Hey, eu ouvi que vocês precisam de ajuda."
Na minha vida toda, eu nunca tinha ficado tão feliz por ouvir qualquer voz quanto eu
fiquei no momento que ouvi o sotaque de Stevie Rae. Eu a abracei com força, sem me
importar com os segredos que ela estava mantendo de mim, na alegria de ver ela segura.
Dando um suspiro de alivio, eu vi os calouros vermelhos saírem da escuridão atrás dela.
"Eles são nojentos!" Kramisha disse, fazendo careta para os Corvos Escarnecedores.
"Vamos chutar o traseiro deles," Johnny B disse, parecendo cheio de testosterona e
músculos.
"Eles são mesmo nojentos, mas não estão fazendo nada a não ser nos observar,"
disse uma voz familiar.
"Erik!" eu gritei. Sorrindo, Stevie Rae me soltou, e Erik me puxou em seus braços
fortes.
Houve um borrão a minha direita e Jack se jogou em Damien.
Eu olhei para Erik, e mesmo no meio da confusão que estávamos, eu desejei poder
ser simples e fácil entre nós dois. Naquele instante eu desejei que pudesse ser só Erik e
eu, ao invés de Erik e Stark e Kalona e Heath...
"Heath?" eu perguntei, saindo do abraço dele.
Erik suspirou e jogou o queixo de volta para o prédio da abadia. "Ele está lá. Ele está
bem."
Eu sorri um pouco tímida e não sabia o que dizer.
"Zoey, Kalona estará aqui em breve. A razão para os Corvos Escarnecedores não
atacarem é porque não estamos tentando mais fugir. Eles só estão observando por ele.
Não esqueça o que você tem que fazer," a voz de Darius quebrou o momento
constrangedor entre Erik e eu.
Eu acenei e virei para a Irmã Mary Angela. "Kalona vai nos seguir pra cá. Lembra
que eu disse que ele é imortal?"


"Um anjo caído," ela disse, acenando.
"E lembra o que eu disse sobre nossa Alta Sacerdotisa? Bem, ela com certeza virou
má, e tenho certeza que ela estará com ele. Eles são igualmente perigosos."
"Eu entendo."
"Então, ele não pode ser morto, mas eu acho que sei como afastar ele daqui, e com
sorte, Neferet ira com ele. Mas preciso da sua ajuda."
"O que eu tiver é seu," Mary Angela disse.
"Bom. O que eu preciso é você," eu disse a ela, então eu virei para Stevie Rae. "E
você."
Afrodite foi para o meu lado. "E eu," ela disse.
"E eu vou precisar da vovó. Eu sei que vai ser difícil para ela, mas eu preciso dela
aqui, ou pelo menos onde for o centro desse poder que eu sinto ao nosso redor."
"Kramisha, criança, você poderia pegar a avó de Zoey?"
"Sim, senhora," Kramisha disse, e se afastou com pressa.
"A Gruta de Maria é a semente de nosso poder." Irmã Mary Angela apontou para trás
de mim para o lado onde quer que fosse que estávamos parados - um lugar que estava
entre nós, a noroeste de um recém cortado gramado, e um bosque de árvores.
Eu virei para ver para o que ela estava apontando e arfei em surpresa, me
perguntando como eu não notei antes. Era o maior santuário que eu já tinha visto. Era
feito de pedaços grandes de pedra de areia de Oklahoma. Cada pedra tinha sido escolhida
cuidadosamente para caber contra seu vizinho. Era na forma de tigela, me lembrando de
figuras que eu tinha visto de um famoso teatro ao ar livre. Havia um banco parado dentro
dele, assim como varias rochas passando pela curvas dentro de vários lugares, e cada
superfície disponível estava coberta com velas, para que o santuário inteiro brilhasse com
a luz de velas e o gelo. Enquanto eu andava em direção dele, eu olhei para o topo
graciosamente arqueado, que se esticava vários centímetros acima da minha cabeça, e
suguei o ar. Ali, perto da parte mais alta da estrutura, havia a estatua mais linda de Maria
que eu já tinha visto. O rosto dela estava sereno numa reza, quase sorrindo enquanto ela
olhava para cima. E aos pés dela várias rosas torcidas ao redor dela como se tivessem
dado a luz a ela. Eu estudei o rosto de Maria e senti meu coração dar uma pequena batida
gaguejada. Eu reconhecia essa Maria. Como eu não reconheceria? Ela apareceu para mim
dias antes em forma da minha deusa.
"Eu posso sentir o poder desse lugar," Afrodite disse.
"Wow, a estatua de Maria é realmente, realmente bonita," Jack disse. Ele e Damien
estavam de mãos dadas e olhando para cima.
"Olhe a calçada - é perfeita," Stevie Rae disse.
Eu olhei para baixo. A calçada que levava de onde tínhamos deixado os cavalos
mudou quando eu alcancei a frente do santuário. Aqui ficava maior e formava um circulo.
Eu sorri para Stevie Rae. "É definitivamente perfeito."
"O que você precisa que a gente faça, Zoey?" Irmã Mary Angela perguntou, mas
antes deu poder responder, o barulho de motor chamou a atenção de todos de volta para
as árvores cheias de pássaros e a estrada além.
Com um medo crescente, eu observei o grande Hummer preto, aquele com que eu
tinha sido levada de volta a escola, sair da estrada. Acelerando seu motor, o veiculo se
lançou numa vala, então para o lado e fez seu caminho através dar árvores, fazendo os
Corvos Escarnecedores baterem suas asas e grasnando em um frenesi de encorajamento.
"Irmã, fique perto de mim," eu disse. "Afrodite, Stevie Rae, eu preciso de vocês ao
meu lado também."


"Estamos aqui," Afrodite disse enquanto Erik e Darius saiam do caminho e as duas se
moviam para se posicionar ao meu lado.
"Eu preciso de vovó," eu disse.
"Ela está vindo. Não tema." Irmã Mary Angela disse.
Finalmente, o Hummer parou, tão perto dos cavalos que eles bufaram e se
afastaram até eles estarem parados debaixo da rua. As portas do veiculo se abriram, e
Kalona e Neferet saíram juntos. Ela estava usando só preto - um vestido de seda com um
decote que mergulhava para expor o pingente de asas de onyx descansando entre os
seios dela. Uma aura negra pulsou ao redor dela, fazendo o cabelo grosso dela se erguer
e se mover ao redor dos ombros dela.
"Puta merda," Afrodite sussurrou.
"Yeah, eu sei," eu disse amargamente.
Kalona parou do lado dela. Ele estava usando calças pretas e mais nada. Enquanto
ele se afastava do Hummer com Neferet, as asas dele se abriram um pouco, mostrando
apenas um pouco de sua magnitude.
"Oh, abençoada Maria!" Ao meu lado Irma Mary Angela arfou.
"Não olhe para os olhos dele!" Eu sussurrei para ela. "Ele pode ter um efeito
hipnótico nas pessoas. Não deixe ele te afetar."
Ela hesitou, estudando o homem com asas, e então disse, "Ele não me seduz, mas
eu sinto pena dele. Ele certamente caiu."
"Que idade ele parece ter para você?" eu não consegui me impedir de perguntar a
ela.
"Antigo. Mais velho que a terra."
Eu não tive tempo para dizer a ela que ele parecia ter 18 para mim; foi nesse
momento que o motorista saiu do Hummer e se juntou a Kalona e Neferet. O motorista
era Stark. Os olhos dele encontraram os meus instantaneamente, e embora muito
levemente, ele curvou sua cabeça para mim.
Eu ouvi o rápido ofegar de surpresa de Stevie Rae e o movimento dos calouros
vermelhos atrás de nós.
"Aquele é o garoto que atirou em mim não é?" ela disse.
"Sim," eu disse.
"Ele Mudou," Stevie Rae disse. "Ele é um vampiro vermelho."
"Ele também é a porra de um rato," Afrodite murmurou, então rapidamente
acrescentou, "Desculpe, Irmã."
"Não confie nele, Zoey." A voz de Darius veio diretamente atrás de mim. "Você viu
onde ele se aliou."
"Darius," Eu disse firmemente, sem virar para olhar para ele. "Você precisa confiar
em mim, e isso significa confiar no meu julgamento."
"As vezes seu julgamento é errado," Erin disse.
"Não quando estou ouvindo Nyx," eu disse.
"Você está ouvindo agora?" Shaunee disse.
Eu encarei Stark, tentando ver qualquer traço de escuridão ao redor dele. Não havia
nada - só Stark e o jeito que os olhos dele encontravam os meus firmemente. "Eu estou
absolutamente ouvindo Nyx. Agora, formem o circulo ao redor de nós." Instantaneamente
as Gêmeas e Damien se moveram para fora da multidão atrás de mim. Damien andou
para a parte leste do cimentando o circulo. Eu senti mais do que vi Shaunee se mover
para um lugar atrás de mim, e Erin se situar na minha esquerda. Por um segundo eu
fiquei preocupada em ter que sair de onde estavam Afrodite, Stevie Rae, e Irmã Mary


Angela e tomar o lugar da terra, mas então eu percebi que a Gruta de Maria estava
firmemente posicionada no norte, e que a linda faixa prateada que ligava nosso circulo
agora a incluía.
"Você não pode manter o circulo para sempre," Kalona disse enquanto andava
devagar em direção ao nosso pequeno grupo. "Eu, por outro lado, posso manter minha
perseguição para sempre."
"Meus calouros," Neferet disse, andando ao lado de Kalona e, a não ser pela
escuridão que estava ao redor dela, ela parecia linda e serena e muito como uma
sacerdotisa. "Vocês deixaram que a busca desvirtuada de Zoey por poder os colocar em
uma situação de cocô, mas não é tarde demais para vocês. Vocês precisam simplesmente
renunciar ela, fechar o circulo, e serão aceitados de volta no seio de sua Alta Sacerdotisa."
"Se não houvesse uma freira aqui, eu diria o que você pode fazer com o seu nojento
seio," Afrodite disse.
"Não foi Zoey que se voltou contra Nyx," Erin disse.
"Yeah, todos sabemos que foi você. É só que a Zoey foi a primeira a saber," Shaunee
disse.
"Veem como as palavras malignas dela mancharam seu julgamento?" Neferet soava
triste e muito razoável.
"E o que manchou meu julgamento?" Irmã Mary Angela falou do meu lado. "Eu mal
conheço essa criança. As palavras dela não poderiam me manipular, não poderiam me
fazer imaginar a escuridão que eu sinto sendo irradiada de você."
A calma expressão de Neferet se quebrou enquanto ela avaliava a freira. "Mulher
humana, você é uma tola! É claro que você sente escuridão vinda de mim. Minha deusa é
a personificação da noite!"
A serenidade da Irmã Angela não era uma mascara, então a expressão dela não
mudou. Ela simplesmente disse, "Não, eu sou familiarizada com Nyx, e embora ela seja a
personificação da Noite, ela não se mistura com escuridão. Seja honesta, Sacerdotisa, e
admita que você rompeu com sua deusa por essa criatura." A freira tinha acenado em
direção a Kalona, fazendo as dobras escuras de seu habito ondularem graciosamente.
"Nephilium, eu reconheço você. E pelo nome de Nossa Senhora eu falo palavras que você
já conhece: Você deveria sair desse lugar e voltar para o lugar de onde você caiu. Se
arrependa, e talvez você ainda seja permitido a conhecer a eternidade no paraíso."
"Não fale com ele, mulher!" Neferet gritou, toda a falsa serenidade desaparecida.
"Ele é um deus que veio para terra. Você deveria se ajoelhar aos pés dele!"
A risada de Kalona foi terrível, e fez os Corvos Escarnecedores assoviarem enquanto
se moviam inquietos ao redor de nós. "Senhoras, não briguem por nós. Eu sou um deus!
Tem o bastante de mim para dividir." Ele falou em resposta a Neferet e Irmã Mary Angela,
mas os olhos âmbares dele olhavam diretamente para mim.
"Eu nunca estarei com você," eu disse a ele, ignorando todos ao redor de nós.
"Minha escolha sempre será pela minha deusa, e você é o oposto de tudo que ela
representa."
"Não presuma -" Neferet começou, mas Kalona ergueu uma mão e cortou as
palavras dela.
"A-ya, você me julga mal. Olhe mais profundamente dentro de si para a virgem que
foi criada para me amar."
Algo atrás de mim se mexeu na multidão e eu senti um pequeno puxão que me disse
que nosso circulo tinha sido cruzado, o que só podia acontecer se a própria deusa


permitisse alguém a passar. Eu queria olhar para trás e ver quem havia se juntado a nós,
mas eu não conseguia tirar os olhos do olhar hipnótico de Kalona.
Então a mão dela deslizou na minha e o amor quebrou o feitiço de Kalona. Com um
choro de felicidade eu olhei para baixo e vi vovó sentada numa cadeira de rodas que
Heath tinha empurrado até mim. Ela parecia como se tivesse passado por uma guerra. O
braço dela estava num gesso, e a cabeça dela estava com uma bandagem. O rosto dela
ainda estava inchado e machucado, mas o sorriso dela ainda era o mesmo, assim como o
doce som da voz dela.
"Eu ouvi que você precisa de mim, minha u-we-tsi-a-ge-ya?"
Eu apertei a mão dela. "Vovó, eu sempre preciso de você!"
Eu olhei de volta para Heath, que sorriu para mim. "Chute a bunda dele para fora
daqui, Zo," ele disse; ele se moveu de volta para se juntar a Erik e Darius.
Vovó, enquanto isso, tinha de alguma forma se levantado. Ela deu dois passos
devagar para frente, encarando as árvores e os Corvos Escarnecedores ao redor.
"Oh, filhos das mães das minhas mães!" ela chorou e a voz dela foi carregada como
a sonora batida de um tambor tribal pela noite. "O que você permitiu que ele te tornasse?
Você não sente o sangue da sua mãe? Você não consegue o coração deles quebrando por
você?"
Espantada, eu observei vários dos Corvos Escarnecedores viraram suas cabeças,
como se fossem incapazes de encarar minha avó. Em outros o brilho vermelho começou a
morrer em seus olhos, e eu reconheci dor e confusão em suas profundidades humanas.
"Fique quieta, Ani Yunwiya!" A voz de Kalona rugiu ao nosso redor.
Eu sabia que vovó reconhecia o antigo nome das pessoas Cherokee. Devagar, ela
virou sua atenção ao ser alado. "Eu vejo você, Antigo. Você nunca vai aprender? As
mulheres tem que novamente se juntar para derrotar você?"
"Não dessa vez, Ghigua. Você não vai achar tão fácil me prender dessa vez."
"Talvez dessa vez simplesmente possamos esperar por você mesmo se prender.
Somos um povo muito paciente, e você já fez isso antes," vovó disse.
"Mas essa A-ya é diferente," Kalona disse. "A alma dela me chama nos sonhos dela.
Não demorara muito antes que o corpo dela me chame, também, e então eu a possuirei."
"Não," eu disse firmemente. "Pensar que você pode me possuir, como um pedaço de
propriedade é o seu primeiro erro," eu finalmente admiti em voz alta, e encontrei uma
surpreendente força em minha honestidade. "Mas como você disse, eu sou uma A-ya
diferente. Eu tenho livre arbítrio, e minha vontade não é me entregar a escuridão. Então,
o negocio é o seguinte: Parta agora. Leve Neferet e os Corvos Escarnecedores e vá a
algum lugar longínquo onde você possa viver em paz e não ferir mais ninguém."
"Ou?" ele perguntou, parecendo estar se divertindo.
"Ou eu vou, como meu consorte humano disse, chutar sua bunda para fora daqui,"
eu disse firmemente.
O jeito dele de diversão cresceu e virou um sorriso. "A-ya, eu não acredito que vou
sair desse lugar. Eu gosto muito de Tulsa."
"Lembre-se que você mesmo trouxe isso para si," eu disse. Então e falei para as
mulheres me cercando. "O poema diz: Juntas não para conquistar, ao invés para superar.
Eu sou Noite. Eu te levo para Irma Mary Angela - ela é o Espírito." Eu ergui minha mão
esquerda e Irma Mary Angela a segurou firmemente. "Stevie Rae você é Sangue. Afrodite,
você é Humanidade."
Stevie Rae andou até Irmã Mary Angela, e tomou a outra mão da freira, e então ela
olhou para Afrodite, que acenou e apertou a mão entendida.


"O que eles estão falando?" A voz de Neferet veio de mais perto de onde ela estava
antes. Eu olhei para cima para ver que ela estava se movendo rapidamente em nossa
direção.
"A-ya! Que tolice é essa?" Kalona não soava mais divertido, e ele, também, estava se
aproximando do nosso circulo.
"E a Terra completa." Eu ergui minha mão para vovó.
"Não deixe a Ghigua se juntar a elas!" Kalona gritou.
"Stark! Mate-a," Neferet comandou.
"Não A-ya!" Kalona gritou. "Mate a velha Ghigua."
Eu segurei o fôlego e encontrei os olhos de Stark enquanto Neferet disse, "Mate
Zoey. Sem erro dessa vez. Mire no coração dela!" Enquanto ela falava, escuridão deslizava
das sombras ao redor dela. Se esticando até Stark, eu observei elas o envolverem ao
redor dos tornozelos dele e se movendo pelo corpo. Eu vi claramente a luta que estava
acontecendo com Stark. O poder negro de Neferet ainda podia afetar ele. Meu estomago
se apertou. O juramento de Guerreiro dele para mim seria o bastante para quebrar aquele
aperto? Eu queria confiar nele. Eu decidi confiar nele. Isso tinha sido um erro idiota?
"Não!" Kalona rosnou. "Não mate-a!"
"Eu não vou te dividir!" Neferet gritou. O cabelo dela se movia ao redor dela, e ela
parecia crescer enquanto eu observava. Eu estava certa por acreditar que ela não era
mais o que havia sido, nem em corpo nem em alma. Ela girou de Kalona para Stark. "Com
o poder pelo qual te acordei, eu comando que atinja seu alvo. Atire em Zoey no coração!"
Eu estava encarando Stark, tentando fazer ele escolher o bem - continuar
escolhendo o bem e virar contra a escuridão de Neferet, então eu vi o momento exato que
ele entendeu como sair. Como se eu e ele estivéssemos de volta no pequeno quarto na
casa do campo de novo, eu me ouvi dizer a ele, Você tem meu coração... e a resposta
dele: Então é melhor nós dois ficarmos seguros. Um coração é uma coisa difícil de se viver
sem...
"É por isso que não vou errar." Stark falou através da distancia gelada para mim
como se eu e ele estivéssemos sozinhos. As sombras que tinham agarrado o corpo dele
foram instantaneamente lavadas dele enquanto ele tomava sua decisão.
E com uma onda de pânico eu entendi o que ele ia fazer.
Mirando diretamente em mim, ele atirou.
Enquanto ele soltava a flecha, eu falei, "Ar, fogo, água, terra, espírito! Me ouçam!
Não deixem aquela flecha tocar ele!" Eu lancei meu poder em direção a Stark, canalizando
os cinco elementos. A flecha fez uma estranha virada, e de repente não estava indo em
minha direção, mas voltando rapidamente em direção a Stark. Ela estava a centímetros do
peito dele quando os elementos a explodiram, desintegrando-a com tamanha força que
Stark foi atirado para trás e caiu se dobrou, mas não se espetou no chão.
"Sua vadia!" Neferet gritou. "Você não vai ganhar isso!"
Ignorando ela, eu ergui minha mão para vovó. "E terra completa," eu repeti.
Ela tomou minha mão na dela e, juntas, enfrentamos a investida de Kalona e
Neferet.
"Não os amaldiçoe." A voz da Irmã Mary Angela era tão serena que parecia de outro
mundo. "Ele é familiar demais com escuridão e raiva e maldições."
"Uma benção," Stevie Rae disse.
"Yeah, pessoas que são cheias de ódio não sabem como lidar com amor," Afrodite
disse, encontrando meus olhos brevemente e sorrindo.
"Abençoe ele, vovó. Vamos nos juntar a você," eu disse.


Então a voz forte da minha avó saiu, amplificada com o poder do espírito e sangue,
noite e terra, todos juntos através da humanidade de amor.
"Kalona, meu u-do," ela usou a palavra Cherokee para "irmão." "Essa é minha
benção a você." Vovó começou a recitar uma antiga benção Cherokee tão familiar para
mim que as palavras eram como vir para casa. "Que o calor dos ventos do Céu soprem
suavemente no seu caminho para casa."
Vovó continuou. "E o Grande Espírito abençoe todos que entrem lá..."
Dessa vez, enquanto repetíamos a benção, Damien e as Gêmeas recitaram conosco.
A voz de vovó permaneceu forte e firme. "Que nosso moccasins façam rastros de
felicidade em muitas neves..."
Quando nossas vozes se ergueram para repetir as palavras de vovó, todos dentro do
circulo se juntaram a nós. A benção até mesmo ecoou através de nós, e eu sabia que as
freiras Beneditas tinham deixado seu santuário para acrescentar sua reza a nossa.
Enquanto vovó falava a ultima linha do poema, a voz dela foi preenchida com
tamanho amor e calor e completa alegria, que trouxe lágrimas aos meus olhos. "E que o
arco-íris sempre toque seus ombros..."
Então sob o som de todas as nossas vozes juntas em benção, em ouvi o choro
agonizante de Kalona. Ele tinha parado a apenas alguns centímetros de mim. Neferet
estava ao lado dele, o rosto lindo dela retorcido em ódio. Ele estendeu uma mão para
mim.
"Porque, A-ya?" ele disse.
Eu olhei os olhos incrivelmente âmbares dele e o bani com a verdade. "Porque eu
escolho amor."
Uma luz cegante, feita do fio prateado brilhante que ligava nosso circulo, passou de
mim e foi ao redor de Kalona e Neferet. Eu observei enquanto laço começou a se apertar.
Eu sabia que o fio prateado não era feito apenas de elementos, mas também estava
fortalecido pela Noite e Espírito, Sangue e Humanidade, e fundado na terra.
Com um terrível choro, Kalona foi para trás. Neferet se agarrou nele. A escuridão
que pulsava dela se retorceu e padeceu enquanto ela encolhia em agonia. Embora ele
nunca tenha afastado o olhar do meu olhar, ele envolveu os braços ao redor de Neferet,
desdobrando suas fortes, asas da cor da noite, e se ergueu no céu. Ele pairou ali por um
momento, antes de bater, como um chicote, e então, ergueu o homem com asas e a Alta
Sacerdotisa caída para cima até eles desaparecerem nas nuvens com os Corvos
Escarnecedores gritando e o seguindo.
No instante que ele desapareceu de vista, eu senti uma familiar queimação se
espalhar no meu peito, e eu sabia que da próxima vez que eu me olhasse no espelho, eu
iria ver outra Marca da minha deusa, embora essa fosse estar misturada com cicatrizes, e
uma profunda dor de partir o coração.


DEPOIS

Nenhum de nós disse nada pelo que pareceu um longo tempo. Então, me movendo
automaticamente, eu agradeci os elementos, fechando o circulo. Atordoadamente, eu
ajudei vovó a voltar para a cadeira de rodas. Irmã Mary Angela começou a cuidar de
todos, falando sobre o quão molhados e com frio e cansados deveríamos estar, e levando
todos em direção a abadia, onde ela prometeu que chocolate quente e roupas secas nos
aguardavam.
"Os cavalos," eu disse.
"Já foram cuidados." Irmã Mary Angela acenou em direção a duas freiras que eu
reconheci do trabalho voluntário nos Gatos de Rua como a Irmã Bianca e a Irmã Fatima,
que estavam levando os três cavalos para um pequeno prédio lateral que agora era uma
casa verde, mas tinha uma pesada fundação de pedra que fazia parecer que antigamente
poderia ter sido um estábulo.
Eu acenei, me sentindo incrivelmente exausta, e chamei Darius. Então, seguida de
perto por ele, Erik, e Heath, eu andei em direção ao corpo parado de Stark.
Ele tinha crumpled no chão ao lado do Hummer e estava claramente iluminado pelas
luzes do veiculo. A camisa tinha sido queimada do peito dele, e havia a marca
ensanguentada de uma flecha quebrada sob o coração dele. O ferimento parecia terrível.
Não apenas estava esfolado e sangrando, mas também estava machucada, como se um
pedaço quente de ferro tivesse batido nele. Eu tinha razão. Ele não estava respirando.
Mas assim que eu toquei nele, ele respirou fundo, tossiu, e abriu os olhos enquanto fazia
uma cara de dor.
"Hey," eu disse suavemente, sorrindo através das minhas lagrimas e silenciosamente
agradecendo a Nyx por esse milagre. "Você está realmente bem?"
Ele olhou para o peito dele. "Queimadura estranha, mas alem de me sentir como se
tivesse sido atropelado pelos cinco elementos, eu acho que estou bem."
"Você me assustou," eu disse.
"Eu me assustei," ele disse.
"Guerreiro quando você se compromete em servir uma Alta Sacerdotisa, o objetivo
não é assustar ela até morrer, mas a proteger da morte," Darius disse enquanto oferecia
uma mão para Stark.
Stark a pegou, e levanto, devagar e com dor. "Bem," ele disse com um sorriso
arrogante que eu amava tanto, "servir essa senhora pode ser causa para todo um livro
novo de regras a ser escrito."
"Você está dizendo isso para nós?" Erik disse.
"Yeah, não é algo que a gente já não saiba," Heath disse.
"Bem, diabos," eu disse, balançando minha cabeça para todos os meus garotos.
"Zoeybird! Olhe para cima!" minha avó me chamou. Eu olhei para cima e respirei um
profundo e desejosos suspiro.
As nuvens tinham dissipado completamente, deixando o céu claro para expor uma
brilhante lua crescente que brilhava tanto que levou para longe qualquer confusão ou
tristeza que Kalona havia plantado em meu coração.
Irmã Mary Angela se juntou a mim. Ela, também, estava olhando para cima, mas o
rosto dela estava virando para a estatua de Maria, em que a lua tinha lançado um único e
lindo brilho de luz.
"Não acabou com ele ou ela ainda, sabe," ela disse suavemente, apenas para meus
ouvidos.


"Eu sei," eu disse. "Mas o que quer que aconteça, minha deusa estará comigo."
"Assim como seus amigos, criança. Assim como seus amigos."

FIM

    viva, segue em anexo os livros da série casa da noite volume 1 ao 6... peço desde ja desculpa    caso a formatação não esteja grande coisa pois do pdf converti para word, e visto que era iligível no word tive que converter para txt....
Mãoesc-abraçPM.gif


__________ Informação do ESET Smart Security, versão da vacina 4988 (20100331) __________

A mensagem foi verificada pelo ESET Smart Security.

http://www.eset.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário