Diagnosticada nos anos 70 como portadora de câncer, Susan Sontag, uma das intelectuais mais influentes e polêmicas de nossa época, mergulhou no estudo da doença para compreender suas metáforas em nossa cultura. O resultado dessa reflexão é o ensaio ´Doença como metáfora´, de 1978. No texto, o objetivo é dissipar a névoa de irracionalismo pré-científico que cerca a compreensão dessas doenças e libertar suas vítimas do peso de uma injustificável culpa.
Curiosidades Neste livro, Susan Sontag mostra como as representações sobre duas importantes patologias das sociedades modernas (o câncer e a tuberculose) são produzidas através da literatura ficcional, dos discursos médicos, psiquiátricos e militares que acabam criando e reforçando falsas crenças sobre os processos de adoecimento, associando a eles, sobretudo, um processo fatal de desenlace, de vestíbulo da morte. Para ela, o melhor caminho da volta à saúde é justamente o da resistência a essas representações que não levam em conta o trabalho de cura que ocorre através da inteligência de um corpo que se redescobre a si mesmo. Também é interessante como analisa a presença da retórica da doença no discurso político. Esse livro originalmente compôs diversas conferências realizadas na Universidade de Nova Iorque. Nascida em 1933 em Nova York, Susan Sontag viveu no Arizona e em Los Angeles antes de estudar na Universidade de Chicago e depois em Harvard e Oxford. Ela escreveu romances, ensaios, peças de teatro e roteiros de filmes, assim como ensaios para publicações como The New Yorker, Granta e the New York Review of Books. Grande escritora e intelectual norte-americana, tem dezessete livros publicados numa variada gama de interesses, todos versando sobre ficção ou a cultura moderna. Teceu comentários sobre assuntos tão diferentes quanto a estética fascista, a Aids, a fotografia, o balé e a literatura pornográfica. Foi durante toda a sua vida uma ativista pelos direitos humanos. Esteve presente como correspondente na Guerra do Vietnã, e nos Balcãs, durante as guerras que desmantelaram a antiga Iugoslávia, na maior parte do tempo na cidade sitiada de Sarajevo. Sontag foi uma das primeiras a discordar da política norte-americana pós 11 de setembro de 2001, em um controverso ensaio publicado na revista New Yorker, no qual afirmou que "ataque à civilização" era "bobagem". Também se manifestou favoravelmente à eleição do presidente LULA no seu primeiro mandato presidencial. Ganhou um dos principais prêmios da literatura espanhola (Príncipe de Astúrias). Faleceu de leucemia em 28 de dezembro de 2004. |
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