AMOR � PRIMEIRA VISTA
DE EDSON ALMEIDA
OS RENDIMENTOS DESTE LIVRO SER�O DESTINADOS A
OBRAS ASSISTENCIAIS DE CENTROS ESP�RITAS.
AMOR � PRIMEIRA VISTA
2003*COPYRIGHT BY EDSON FERREIRA DE ALMEIDA
1A. EDI��O: NOVEMBRO /2003
2A. EDI��O: OUTUBRO /2017
CAPA: DAVID LABRACCIO
FONE: (081) 984-819-221 (Oi)
FONE: (081) 996-542-457 (TIM)
e-mail : david_araujo1975@hotmail.com
REVIS�O: L�CIA TEIXEIRA
REVIS�O DOUTRIN�RIA: DR. ALEXANDRE SALSA
COORDENA��O EDITORIAL: JOS� IDEAL
EDI��O: LUZ IDEAL
133.9 ALMEIDA, EDSON FERREIRA 1947-2011.
RECIFE: LUZ IDEAL, OUTUBRO/2017.
1. ESPIRITISMO 2.ROMANCE ESP�RITA
3.ROMANCE BRASILEIRO
CDD:133.93
�NDICE PARA CAT�LOGO SISTEM�TICO:
1.Romances esp�ritas : Espiritismo 133.93
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. � PROIBIDA A REPRODU��O
TOTAL OU PARCIAL, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO,
SALVO COM AUTORIZA��O DO EDITOR.
AO (�) QUERIDO (A) LEITOR (A)
_________________________
VOTOS DE PAZ!
_________________________
AMOR � PRIMEIRA VISTA TEM NARRATIVA COM NARRADOR
ONISCIENTE EM TERCEIRA PESSOA. TEMOS A IMPRESS�O QUE LEMOS
OS PENSAMENTOS DOS PERSONAGENS.
DEDICAMOS ESTE LIVRO AO ESP�RITO DE CHICO XAVIER.
GRANDE REPRESENTANTE DO ESPIRITISMO NO BRASIL.
DESENCARNADO EM 30 DE JUNHO DE 2002.
PRIMEIRA PARTE � PERDA IRREPAR�VEL
CAP�TULO PRIMEIRO � OS PREPARATIVOS DA
VIAGEM
Os trabalhadores acabaram de amarrar a carga. Seu
Luciano vai em dire��o ao seu caminh�o. Entra na cabina
do ve�culo. Aperta o bot�o da igni��o. O motor come�a a
funcionar. Manobra o caminh�o at� a portaria. Entrega a
nota fiscal ao funcion�rio para carimbar. Enquanto isso
entra An�bal com seu caminh�o para carregar.
� incr�vel como An�bal escapou com vida dum
acidente daquele. Ia transportando combust�vel num
caminh�o-tanque. Chovia muito forte. A estrada estava
escorregadia. O caminh�o de An�bal derrapou na estrada e
come�ou a pegar fogo. As portas da cabina travaram e o
fogo come�ou a se alastrar na bol�ia. An�bal conta que fez
uma prece com tanto fervor a S�o Crist�v�o que logo em
seguida surgiu outro caminhoneiro e percebendo a situa��o
quebrou os vidros da janela e puxou-o para fora da bol�ia.
An�bal escapou com queimaduras leves e agradecido
ao seu santo protetor, participa todo ano da festa do
padroeiro dos motoristas e com ajuda de amigos distribui
cestas b�sicas as fam�lias carentes.
Agora, Alexandre o funcion�rio da portaria devolve a
nota fiscal carimbada e diz:
-Boa viagem, seu Luciano! Vai com Deus e S�o
Crist�v�o te proteja!
-Obrigado
Seu Luciano dobra � direita. Olha para o painel do
caminh�o e v� a foto de S�o Crist�v�o e de sua fam�lia.
Det�m os olhos na foto da fam�lia e v� uma fam�lia feliz
encostada na cabine de seu caminh�o.
Dona Carmem, a esposa de seu Luciano, � uma
senhora atraente de cor moreno-claro, cabelos castanhos
repartido ao meio, caindo em linha reta at� os ombros. �
esquerda de dona Carmem vemos seu Luciano: Um senhor
de bigode e cor moreno-queimado de sol. Ao lado de seu
Luciano, vemos da direita para esquerda a �ltima filha do
casal: Luciana, jovem de dezoito anos, pele bronzeada,
olhos e cabelos castanhos. Ao lado de Luciana vemos
Cristina ou Cris, a filha querida de seu Luciano, mo�a
bonita bem feita de corpo, olhos grandes e pele bronzeada.
A direita de Carmem vemos Joana, mo�a bonita de vinte
anos .
Seu Luciano se questiona: Por que se gosta mais de
um filho do que outro? E ele mesmo responde ap�s refletir
durante algum tempo � porque existe filho mais carinhoso,
amigo, solid�rio e obediente que outro.
Seu Luciano fazia muito gosto que seu primeiro filho
fosse do sexo masculino para seguir sua profiss�o de
caminhoneiro e embora tenha nascido mulher, por que ele
gosta tanto de Cris? Porque ele viu que isso n�o era o mais
importante. O mais importante era vir com sa�de.
Cristina. Cris. Que nome bonito! Ele deu o nome de
Cris em homenagem a S�o Crist�v�o.
Seu Luciano ainda teve dois filhos na esperan�a de ter
um filho homem. Reduz a macha do caminh�o para entrar
no conjunto habitacional onde mora. O Conjunto
Ecum�nico existe h� quinze anos. A primeira etapa �
formada por blocos de apartamentos e a segunda etapa �
formada por casas. O conjunto tem uma pra�a bem
arquitetada onde existem templos e igrejas das v�rias
denomina��es Crist�s e tamb�m algumas igrejas das
religi�es orientais tudo convivendo de maneira harm�nica.
Seu Luciano � de forma��o cat�lica, no entanto tem
simpatia pelo Espiritismo onde por curiosidade certa vez foi
assistir a uma reuni�o esp�rita no Centro Esp�rita Planta O
Bem para Colher o Bem com a filha Joana e visitou o
anexo Imita Jesus para que Tenhamos Um Mundo
Maravilhoso. L�, bel�ssimo trabalho � realizado pelo
m�dium esp�rita Roberto Fran�a. Comentam que a
mediunidade dele � semelhante a de Divaldo Pereira
Franco da Bahia.
Seu Luciano compartilha dos pensamentos: Ningu�m
� autoridade para afirmar que religi�o A � a certa e B �
a errada. Religi�o certa � aquela que visa o bem do
pr�ximo e responde satisfatoriamente nossas
indaga��es e As Religi�es s�o como se fosse uma
escola. Cabe a n�s escolhermos aquela que no nosso
entender nos possibilitar� um melhor aprendizado�.
Seu Luciano est� passando neste momento pela
Avenida Deus � o Criador, principal via de acesso do
Conjunto Ecum�nico. Agora h� um grande fluxo de ve�culo
na avenida. �nibus, caminh�es, t�xis, auto-passeio e moto
trafegam numa velocidade m�dia. De repente, h� poucos
metros de dist�ncia do caminh�o, um menino atravessa �
rua. Seu Luciano d� uma freada brusca. Grita um palavr�o.
O caminh�o d� uma batida de leve no corpo do garoto e o
atira ao asfalto. Logo � formada uma multid�o em redor do
garoto. Seu Luciano desce do caminh�o e comenta com o
primeiro grupo de pessoas que encontra:
-Quando a gente atropela um garoto deste aparece o
pai e a m�e dizendo que a gente � que t� errado. Tava
correndo muito -Um senhor diz a favor de seu Luciano:
-O senhor n�o teve culpa, o garoto viu o caminh�o e
mesmo assim atravessou � rua.
Agora seu Luciano est� mais calmo. Aproxima-se do
garoto e diz:
-Arranhou muito, garoto?
-S� o bra�o e o joelho.
-Vamos pra farm�cia fazer um curativo.
-Precisa n�o, mo�o.
-Pode deixar eu moro aqui perto � diz uma senhora
gorda de bom cora��o.
Seu Luciano estira a m�o com uma c�dula para d� a
mulher:
-N�o se preocupe, eu tenho material. N�o vou gastar
nada.
-Mas...
-Como � o seu nome?
-Luciano.
-Obrigada, seu Luciano.
-Bom, j� que n�o quer. Como � mesmo seu nome?
-Geralda.
-Dona, Geralda, eu moro aqui na Rua Allan Kardec,
precisando qualquer coisa...
-Obrigada.
Entra na cabina do caminh�o, liga o motor:
-Ju�zo, garoto!
PRIMEIRA PARTE � PERDA IRREPAR�VEL
CAP�TULO SEGUNDO � FAM�LIA FELIZ
� final de tarde. Seu Luciano se aproxima de sua
casa. � uma bonita moradia, formada por um amplo terra�o
e uma �rea coberta com espa�o suficiente para estacionar
um caminh�o. Ele buzina chamando a aten��o da fam�lia.
Surge no port�o a filha Joana com seu bonito sorriso.
Joana � esp�rita. Freq�enta o Centro Esp�rita do bairro. Ela
sempre foi uma menina diferente das outras. Sempre teve
pressentimentos que acabavam acontecendo. At� que
conheceu a amiga Andr�a e foi convidada a freq�entar o
Centro Esp�rita dirigido por Roberto Fran�a. Ela n�o tenta
convencer ningu�m de casa a seguir o Espiritismo. Ela diz
que o Espiritismo n�o admite proselitismo. E a convic��o
na Doutrina Esp�rita deve ser de dentro para fora e n�o o
contr�rio.
Seu Luciano estaciona o caminh�o, dirigi-se at� a filha
e dar-lhe um beijo na testa.
-Oi, pai. Que bom que voc� chegou! M�e est�
acabando de preparar a janta. Entra!
Seu Luciano entra na casa, cumprimenta com beijo a
mulher e as filhas: Cris e Luciana e caminha at� o
banheiro. Abre a torneira do chuveiro e recebe o jato de
�gua forte. Acha relaxante a �gua molhando seu corpo.
Imagina que esta ser� a �ltima viagem que far� fora do
Estado. Pretende pegar carga dentro do Estado para ficar
mais tempo com a fam�lia. E esta viagem lhe possibilitar�
pagar a �ltima letra do caminh�o e comprar um auto-
passeio novo. Fecha a torneira do chuveiro.
Quando entra na cozinha v� a mesa posta. H� muitos
pratos na mesa, acompanhado de garfo, faca e
guardanapos. H� tamb�m galetos e bolo:
-Poxa! Que mesa bonita! Devo lembrar que meu
anivers�rio n�o � hoje. Acontece daqui a sete dias.
-N�s sabemos, querido � diz dona Carmem.
-Mas eu combinei com as meninas que j� que n�o vai
ser poss�vel voc� est� aqui na data do seu anivers�rio,
dever�amos comemorar antes.
-Pai, deixa para viajar depois do seu anivers�rio! Eu
estou com maus pressentimentos! � Diz Joana.
-Que maus pressentimentos, filha?
-N�o sei, pai. Alguma coisa me diz que n�o � bom
voc� fazer esta viagem antes de completar anivers�rio.
-Eu tamb�m, filha, gostaria de viajar depois do meu
anivers�rio. Mas � que surgiu esta carga urgente e a
certeza de ganhar muito dinheiro e deixar definitivamente
as viagens pelo Brasil. Eu tenho certeza que esta ser�
minha �ltima viagem!
-Claro, pai. Vai! Esta ser� a �ltima vez que voc� ficar�
muito tempo distante da gente � Diz Cris.
Depois do jantar, seu Luciano pega o caminh�o e p�e-
se na estrada objetivando entregar a carga no menor
tempo poss�vel, para voltar ao conv�vio da fam�lia.
*
O caminh�o de seu Luciano roda na estrada h�
quarenta e duas horas. Durante este per�odo ele tomou
rebite para ag�entar o estado sonolento que sente mais
intenso nesta viagem. Acha que seu organismo se
acostumou com este tipo de �droga�, pois est� sentindo
exaust�o, cansa�o e sono.
Agora entra na Serra de Petr�polis. Esta rodovia
perigosa e cheia de curvas. D� um cochilo no volante e
minutos depois v� um clar�o. Em seguida perde os
sentidos e tem o que se costuma chamar de morte s�bita.
PRIMEIRA PARTE � PERDA IRREPAR�VEL
CAP�TULO TERCEIRO � ESTADO DE CHOQUE
Cris tira o resto de comida do prato com o garfo e vai
despejando-o na lixeira, em cima da pia. Depois abre s�
um pouquinho � torneira, coloca o prato embaixo, derrama
detergente sobre a esponja, molha-a e esfrega-a no prato.
Est� profundamente triste. Hoje faz oito dias da morte do
pai em acidente rodovi�rio. Seu Luciano era caminhoneiro.
Ia entregar uma carga em S�o Paulo quando na perigosa
rodovia Rio - Bahia, no trecho da Serra de Petr�polis,
perdeu o controle do ve�culo e caiu num precip�cio.
Cris viu atrav�s do telejornal um caminh�o precipitar-
se no abismo e incendiar-se. Um cineasta amador ia
passando no momento do sinistro e documentou tudo.
Aquela cena chocou-a no primeiro momento e deprimiu-a
no final da reportagem quando reconheceu a placa do
caminh�o do pai. Agora, Cris sente uma vontade forte de
chorar. Os olhos enchem-se de l�grimas.
Seu Luciano tinha quarenta e nove anos de idade,
embora aparentasse muito mais: o rosto mostrava-se
envelhecido pelas extravag�ncias que cometia.
No vel�rio, Cris teve uma crise de nervos quando viu
dentro do caix�o, aqueles peda�os de carne carbonizada.
Ent�o aquilo que estava vendo reduzido ao tamanho
de um beb�, irreconhec�vel, era seu pai? Ele que em vida
fora um homem alto, bonito, em morte ficava nessa
situa��o? Meu Deus! Por qu�? Cris cai em pranto.
O pai tinha tantos projetos! Pensava em deixar de
viajar pelo Brasil onde muitas vezes passava tr�s meses
fora de casa, comprar um carro passeio e viajar com a
fam�lia pelo interior do Estado.
Dando seq��ncia � angustiosa not�cia, o apresentador
do telejornal informava haver ind�cios de que o acidente
fora provocado por um cochilo do motorista ao volante.
Cris acredita nesta hip�tese. O pr�prio pai j� contara
certa vez que para honrar compromissos, dopava-se.
Chegava h� rodar dois dias para entregar carga perec�vel
em local e hor�rio preestabelecido.
-Acalme-se, minha filha.
Cris volta � realidade e v� diante de si uma mulher de
quarenta e cinco anos. Dona Carmem, sua m�e.
Solu�ando, semblante abatido, revoltada, Cris desabafa:
-Eu n�o entendo Deus! Como � que Deus pode deixar
no mundo pessoas m�s que fazem � guerra, assaltam,
matam e tira as pessoas boas e �teis?
-N�o cabe a n�s, minha filha, discutirmos os des�gnios
de Deus!
-Desde o dia que papai morreu n�o tenho f� em Deus.
N�o tenho �nimo para viver. Sinto-me deprimida, achando
a vida mon�tona, sem sentido.
-� preciso ter f�, minha filha, resigna��o. O Homem
sem Deus n�o � nada. A morte � uma fatalidade que n�o
podemos evitar!
PRIMEIRA PARTE � PERDA IRREPAR�VEL
CAP�TULO QUARTO- NO UMBRAL
Seu Luciano desperta numa regi�o de sombras. Tudo
� confuso em sua mente. Onde est�? O que aconteceu?
Lembra apenas que dirigia seu caminh�o com destino a
S�o Paulo. Estava na Serra de Petr�polis. Agora est� aqui
neste lugar ensombrado.
Nesse instante, seu Luciano v� formas diab�licas. Em
seguida escuta uma gargalhada sinistra. Sente um medo
terr�vel. Cora��o aos saltos. A paisagem neste momento
passa a ficar totalmente escura. Escuta um grito de
loucura. Ser� que h� algum companheiro louco?
Seu Luciano d� um cochilo. � acordado por seres
monstruosos. Depois ouve gritos de suicida! Criminoso!
Agora v� rostos alvares : express�es animalesca.
Ele tem impress�o de ter perdido a id�ia de tempo.
Que dia � hoje? H� quanto tempo estou aqui? Pensa no
lar, na esposa e nas filhas. Pensa de forma mais intensa na
filha querida: Cris. Sente-se amargurado. Deprimido. Ser�
que morreu? J� ouviu a filha Joana dizer que h� pessoas
que morrem e n�o tem consci�ncia que morreu. Ser� que
ele morreu? N�o. Seus pulm�es respiram. Ser� que est�
ficando louco? N�o. Escuta novamente chamarem de
criminoso, suicida. N�o. Tem certeza que n�o suicidou.
Afinal n�o se enforcou, n�o pegou uma arma e atirou em si
mesmo. Deve est� ficando louco! Encontra um espelho no
ch�o. Pega e olha seu rosto. Est� barbudo. Deve ser barba
de doze dias. Agora sente fome. Necessidade de fazer tudo
que fazia quando encarnado. Tem que encontrar um lugar
para fazer estas necessidades fisiol�gicas. Caminha neste
lugar ensombrado na esperan�a de encontrar um banheiro.
Seu Luciano n�o sabe precisar o tempo que anda a
procura de um banheiro e algo para comer. Agora est� bem
forte a fome que sente. Olha a estrada cheia de lama. Tem
uma id�ia. Quem sabe se sugando a lama diminui a sede e
a fome. Decide sugar a lama da estrada.
PRIMEIRA PARTE � PERDA IRRREPAR�VEL
CAP�TULO QUINTO � RETOMANDO A VIDA NORMAL
Decorreram quinze dias da morte de seu Luciano. No
In�cio foi dif�cil para Cris aceitar a morte do pai, pois seu
Luciano teve uma presen�a marcante em sua vida. Mas
com o passar do tempo e a medica��o da m�e de Andr�a,
doutora Ana Carolina, m�dica psiquiatra famosa e os
conselhos da irm� esp�rita Joana, Cris est� mais
conformada com o acontecimento e disposta a ir ao Centro
Esp�rita na esperan�a de receber uma mensagem do pai
falecido.
Deitada na cama, olhando o teto, Cris recorda o dia
em que a m�e fez um bolo na data do seu anivers�rio.
Reuniu suas amiguinhas, p�s um som jovem para as
meninas dan�arem. Cris dan�ava com o pensamento
distante. Muitas vezes errou na �coreografia� e suas
colegas chamaram-lhe aten��o. Cris pensava no pai, seu
Luciano, que lhe prometera uma boneca que a televis�o
anunciava com muita freq��ncia: Brasileirinha.
A boneca tinha caracter�sticas f�sicas dos elementos
formadores da etnia brasileira. A pele era coberta com tinta
avermelhada semelhante � pele de �ndio; os olhos eram
verdes como a maioria das pessoas de cor branca
descendente dos europeus que vivem no sul do Brasil e o
nariz achatado como do negro.
J� passava das oito e meia da noite, ca�a uma chuva
fina e a comemora��o tendia a se acabar. Cris perdera a
esperan�a de seu pai chegar e dar-lhe a boneca. Quando
tudo parecia perdido, surge finalmente na festa seu pai com
um pacote.
-Desculpa, filha. Eu ter feito voc� esperar tanto!
Seu Luciano abra�a a filha, d�-lhe um beijo e
carinhosamente entrega-lhe a boneca t�o almejada.
Agora Cris sai do devaneio e vai se aprontar para ir ao
Centro Esp�rita freq�entado pela irm� Joana e amiga
Andr�a. Lembra que estava indecisa e at� revoltada
quando a irm� e a amiga fizeram o convite, ent�o teve
impress�o de ouvir sua av� dizendo: ��V�, minha neta.
Voc� n�o deve ficar neste estado em que se encontra. Isto
n�o � bom para voc� nem para o esp�rito de seu pai! V�!�
Cris vai. E tem esperan�a de receber uma mensagem
do pai falecido. J� teve conhecimento de muita gente que
foi e recebeu bel�ssimas mensagens de familiares
desencarnados. Por que ela n�o pode receber?
Muitas pessoas descrevem o m�dium Roberto Fran�a
que recebe as mensagens espirituais como um mo�o
bonito e de mediunidade excepcional. Contam que ele
escreve as mensagens com a mesma letra da pessoa
falecida e diz coisas t�o �ntimas que � dif�cil que outra
pessoa que n�o fa�a parte da fam�lia venha saber destes
fatos.
Cris escuta uma batida na porta e responde:
-Pode entrar!
A porta se abre e Cris pode ver Andr�a e a irm�
Joana.
-Cris, como voc� est� elegante, bonita! Parece que vai
se encontrar com o namorado! L� � tudo simples � diz
Andr�a.
-Cris sabe disso. Certa vez ela foi comigo, papai,
mam�e e Luciana para assistir a uma palestra de *Divaldo
Pereira Franco* - Diz Joana.
-�. Realmente eu j� fui. Sei que na Doutrina Esp�rita
n�o acontece desfile de moda, mas eu me sinto muito bem
com esta roupa.
-Vamos nos apressar! Est� quase na hora � Diz
Andr�a.
*Grande m�dium e orador esp�rita. Mant�m uma obra assistencial
bel�ssima: Mans�o do Caminho
PRIMEIRA PARTE � PERDA IRREPAR�VEL
CAP�TULO SEXTO � A REUNI�O EVANG�LICA
Sentada numa cadeira, embaixo do ventilador de teto,
no amplo audit�rio da Casa Esp�rita, Cris � toda aten��o
para os oradores da reuni�o. Inicialmente fala uma senhora
de bonita apar�ncia. Ela faz o ex�rdio. Diz que ultimamente
se fala muito em disco voador, extraterrestre. Tais fatos
comprovam o que disse Jesus no Evangelho. L�:
�N�o se turbe o vosso cora��o. Crede em Deus. Crede
tamb�m em mim. H� muitas moradas na casa de meu pai.
Se assim n�o fosse, eu v�-lo teria dito, pois vou preparar-
vos o lugar. E depois que eu me for, e vos aparelho lugar
virei outra vez e tomar-vos-ei. Para mim, para que l� onde
estiver estejais tamb�m�.( Jo�o, XIV : 1-3)
Meus irm�os! Meus amigos! Considerando que Deus
� um ser perfeito ser�amos de certo modo tolos se
acredit�ssemos que as diferentes moradas existentes no
espa�o infinito e a cada dia s�o descoberto mais planetas
pelos cientistas teriam sido criados apenas para recrear
nossas vistas.
Deus � perfeito! Logo, tudo tem um fim.
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Esp�rita, com
base nos ensinamentos dos Esp�ritos, classificou os
mundos de modo geral em:
(a) Mundos primitivos � Aqueles onde se verificam as
primeiras encarna��es da alma humana
(b) Mundos de expia��es e provas � Aqueles em que o
mal predomina
(c) Mundos regeneradores � Aqueles onde as almas que
ainda t�m o que expiar adquirem for�as, repousando
das fadigas...
(d) Mundos felizes � Aqueles onde o bem supera o mal.
(e) Mundos celestes ou Divinos � Moradas de Esp�ritos
purificados onde o bem reina
A Terra pertence, portanto � categoria dos mundos de
expia��es e provas, por isso o Homem est� exposto a
tantas mis�rias.
Cris est� gostando do que est� ouvindo. Achando tudo
l�gico. Diz para consigo mesma: A Doutrina Esp�rita �
maravilhosa. Em seguida � feita uma prece e tem in�cio a
segunda parte da Reuni�o.
A irm� que dirige os trabalhos passa a palavra ao
m�dium e orador esp�rita Roberto Fran�a. Bonito rapaz de
olhar cativante. Ele comenta as perguntas 154 e 155 do
Livro dos Esp�ritos sobre a separa��o da alma do corpo.
Ele diz que n�o � dolorosa esta separa��o, o corpo quase
sempre sofre mais durante a vida do que no momento da
morte. Na morte natural, a que sobrev�m pelo esgotamento
dos �rg�os, em conseq��ncia da idade, o homem deixa a
vida sem perceber. � uma l�mpada que se apaga. A
separa��o da alma do corpo em morte natural � gradual.
N�o se escapa como um p�ssaro que se restitua
subitamente a liberdade.
Aqueles dois estados se tocam e se confundem de
sorte que o esp�rito se solta pouco a pouco dos la�os que o
prendiam.
Cris est� fascinada pelo carisma do orador e sentindo
algo que nunca havia sentido antes por outro rapaz.
Na morte tr�gica o esp�rito fica perturbado e na
maioria dos casos n�o tem consci�ncia que desencarnou e
assim sendo, sem condi��es de dar uma mensagem aos
entes queridos.
Ao ouvir isto, Cris fica triste. Ser� que seu pai n�o vai
d� uma mensagem?
PRIMEIRA PARTE � PERDA IRREPAR�VEL
CAP�TULO S�TIMO � A MENSAGEM
Encerrada a reuni�o evang�lica, o audit�rio aguarda a
mensagem dos parentes e amigos que n�o pertencem
mais a esta vida.
O m�dium Roberto Fran�a concentra-se. Depois
come�a a escrever com as duas m�os num gesto
mec�nico e surpreendente. Roberto Fran�a desliza as
m�os pelos pap�is numa velocidade incr�vel.
Conclu�do os trabalhos medi�nicos � pronunciado o
nome completo dos autores das mensagens e perguntado
se existem parentes ou amigos presentes. Em seguida s�o
lidas as mensagens.
-Vamos ler agora a mensagem da av� Let�cia.
�Querida nora Carmem, neta Cris, Joana e Luciana,
aqui presentes:
Com a permiss�o de Deus, nosso Criador, Jesus o
Mestre Divino e a espiritualidade amiga, v�m dar not�cias
minhas e do meu filho Luciano e o testemunho que existe
vida al�m da vida.
Sei que vieram aqui na esperan�a de receber uma
mensagem do esposo e pai Luciano. Infelizmente o
Luciano n�o tem condi��es ainda de dar uma mensagem.
Ele se encontra em estado de perturba��o e n�o tem
consci�ncia de que desencarnou.
Cris, agora quero me dirigir a voc� e dizer que saia
deste estado de des�nimo que se encontra. Estas
lembran�as e este estado de choro que voc� tem
vivenciado nestes dias s�o prejudiciais ao esp�rito de seu
pai. �nimo menina, a vida continua!
Cris lembra quando voc� recebeu o convite para vir ao
Centro Esp�rita? Ficou por instantes indecisa sem saber se
viria ou n�o ao Centro Esp�rita !
Cris recorda quando voc� era pequena e fomos certo
dia ao centro da cidade e encontramos seu pai. Recorda o
que aconteceu?
Cris recorda do acontecido. Ela tinha doze anos. Foi
com a av� para o centro da cidade e l� viu o pai com uma
mulher. A av� chamou seu Luciano � responsabilidade e
pediu para Cris n�o contar nada a sua m�e e assim foi
feito. Cris n�o tem d�vida nenhuma que quem est� dando
esta comunica��o � sua av� Let�cia, pois n�o comentou o
acontecido com ningu�m. Agora ela n�o tem d�vida
nenhuma: � sua av� Let�cia que deu esta mensagem.
SEGUNDA PARTE � ROBERTO FRAN�A O FEN�MENO
CAP�TULO PRIMEIRO � VISITA A INSTITUI��O DE
CARIDADE IMITA JESUS...
Roberto Fran�a dirige seu autom�vel. Ele vai fazer
uma visita � institui��o assistencial que mant�m com o
lucro dos cem livros de mensagens de desencarnados em
acidentes, romances medi�nicos escritos por vultos da
literatura universal e livros instrutivos de Esp�ritos Elevados
que interpretam o Evangelho de Jesus e fatos do cotidiano.
L� distante, uma mo�a atravessa a rua, reduz a
velocidade do ve�culo. Reconhece nela Cris: a mo�a que
olhava muito para ele durante a palestra. Esta garota o
impressionou muito. � como se j� a conhecesse de outra
encarna��o!
Avista a Institui��o �Imita Jesus para que Tenhamos
um Mundo Maravilhoso.� O conjunto de pr�dios que forma
a Institui��o tem cada um deles uma finalidade, entra no
primeiro pr�dio: Crian�a Feliz. Um garotinho aparentando
seis anos, de cor negra, aproxima-se:
-Tio Roberto, voc� trouxe um brinquedo pra mim?
Roberto Fran�a d� um embrulho � crian�a.
Imediatamente ela rasga e v� um lindo carro pl�stico. Feliz
ela o abra�a.
Roberto Fran�a encontrara Benedito abandonado na
frente da Institui��o e cuida como se filho fosse.
Despede-se e segue para o pr�dio do idoso.
Aqui vivem muitos velhos abandonados pelas fam�lias.
Uma velha d� um impulso em sua cadeira de rodas e se
aproxima de Roberto Fran�a. Ela tem o rosto enrugado e a
boca sem dentes.
Roberto Fran�a curva-se um pouco e d� um beijo na
testa de dona Zez�. Ela tem noventa anos, vivia
mendigando numa ponte da cidade. Certo dia foi
atropelada e quebrou as pernas. Nesta �poca Roberto
Fran�a estava acabando de construir o pr�dio do idoso.
Fez o convite. Dona Zez� disse que s� aceitava se ele
arranjasse uma atividade para ela. E assim foi feito. Hoje
ela participa do grupo de velhinhos que fazem lindos
trabalhos de croch�.
Prosseguindo sua visita, entra agora no pr�dio da
produ��o. Aqui s�o ministrados cursos profissionalizantes
para meninos e meninas de rua.
Estes jovens que acabaram de acenar para Roberto
Fran�a passam o dia fazendo cursos profissionalizantes e �
noite, retornam para os seus lares. O que eles produzem �
vendido �s comunidades carentes a pre�os acess�veis as
suas possibilidades.
A Institui��o �Imita Jesus para que Tenhamos um
Mundo Maravilhoso�, conta com uma grande maioria de
volunt�rios: pessoas que d�o de duas a quatro horas de
trabalhos di�rios. M�dicos, psic�logos, psiquiatras,
fisioterapeutas, etc. Executam trabalhos diversos na
Institui��o. O quadro de funcion�rios � formado apenas de
doze pessoas remuneradas pelos servi�os prestados.
SEGUNDA PARTE � ROBERTO FRAN�A O FEN�MENO
CAP�TULO SEGUNDO � AP�S UM MOVIMENTADO DIA
DE TRABALHO
S�o sete horas da noite. Roberto Fran�a acabou de
chegar da reparti��o p�blica onde deu expediente at� uma
da tarde. Janta e vai supervisionar os trabalhos
medi�nicos.
Dirige-se para sala de desobsess�o. � uma sala em
penumbra. Como m�dium vidente que �, observa junto dos
m�diuns as Entidades que se manifestam. V� agora a
Entidade que vem perturbando uma mo�a freq�entadora do
centro e que vive de semblante abatido com �uma
express�o de louca�. Tendo tamb�m a faculdade auditiva,
escuta seu guia espiritual informar que o nome desta mo�a
� B�rbara e inclusive j� esteve internada num hosp�cio. De
acordo com a classifica��o de Allan Kardec, Codificador da
Doutrina Esp�rita estamos diante de um caso de
subjuga��o.
Roberto Fran�a se aproxima do m�dium e doutrinador.
Encara a Entidade que persegue B�rbara. � uma mulher
de quarenta e cinco anos que na encarna��o passada
chamava-se L�dia e vivia muito bem com seu marido. At�
que um dia Alfredo conheceu Janete, dan�arina do teatro
�Salazar� e se apaixonou perdidamente ao ponto de
abandonar a fam�lia que acabou morrendo na mis�ria.
Disse tamb�m que faz um s�culo que persegue os
respons�veis por seu infort�nio. Agora Alfredo � a m�e de
B�rbara e B�rbara � a Janete do passado.
O doutrinador conversa com L�dia tentando convenc�-
la a desistir da vingan�a, mas ela est� irredut�vel em
perdoar aqueles que a infelicitaram na vida passada.
Roberto Fran�a na sua experi�ncia com esp�rito
endurecido, acredita que o doutrinador levar� muitas
sess�es de desobsess�o para poder convencer aquela
Entidade a desistir desta vingan�a que pode perdurar por
muitos anos.
Ao se afastar do doutrinador do obsessor de B�rbara,
Roberto Fran�a lembra que casos como este, de B�rbara,
leva muito tempo para ser resolvido. Inicialmente o m�ximo
que o doutrinador consegue � levar o obsessor a reflex�o.
Durante este per�odo o obsediado sente al�vio, mas para
ficar curado vai ser preciso muita perseveran�a dele e da
fam�lia. O obsessor vai fazer de tudo para que ela
abandone o tratamento. E neste caso de subjuga��o �
preciso que a obsediada continue com seu m�dico, pois
depois de muito tempo de obsess�o � preciso cuidar
tamb�m da mat�ria que foi abalada (corpo f�sico).
Continuando sua supervis�o, v� agora um caso de
obsess�o simples, isto �, esp�ritos familiares ou afins que
se aproximam do m�dium sem maldade e se sentem bem
com isso. Mas o obsediado sente muitas vezes o sintoma
da doen�a que vitimou o obsessor. Outras vezes d�o id�ias
que s�o assimiladas pelos encarnados.
Agora s�o vinte e um hora e trinta minutos. O trabalho
chega ao fim. Ap�s a ora��o final os irm�os se
congratulam pelo sucesso do trabalho e se despedem.
Roberto Fran�a vai para o pr�dio dormit�rio.
SEGUNDA PARTE � ROBERTO FRAN�A O FEN�MENO
CAP�TULO TERCEIRO � CONTATO COM O GUIA
ESPIRITUAL
Roberto Fran�a entra no escrit�rio e v� seu guia
espiritual : � uma linda mulher aparentando quarenta anos.
Escuta-a dizer que veio dar continuidade a psicografia do
livro � Mulher Malvada�. Este livro conta a hist�ria de
Malvina, rica�a mulher do s�culo passado que maltratava
escravos.
O m�dium senta � mesa de trabalho. Graciliana, seu
guia espiritual, est� com uma prancheta na m�o com v�rias
folhas presas pelo suporte. Roberto Fran�a abre a
escrivaninha e pega v�rias folhas de papel, coloca no seu
lado direito, p�e a m�o esquerda na testa e concentra-se.
Como sempre acontece sua m�o desliza pelo papel num
gesto mec�nico e retoma o trabalho de psicografia.
Ele fica psicografando durante horas. Duas horas da
manh� acaba o trabalho. Apesar de ter ficado muito tempo
trabalhando, n�o sente cansa�o f�sico. Daqui � pouco vai
dormir um pouco, depois estudar o Evangelho para dar
palestra � noite no Centro Esp�rita. Na pr�xima semana,
digitar� o livro que em seguida, entregar� � editora.
Roberto Fran�a sente uma paz interior. Livro
conclu�do, uma bonita mensagem recebida e a certeza de
que levar� os leitores � reflex�o da vida e a se
conscientizarem da lei de causa e efeito. Adormece.
TERCEIRA PARTE � NO PLANO ESPIRITUAL
CAP�TULO PRIMEIRO � AINDA SEU LUCIANO NO
UMBRAL
Seu Luciano est� vivendo uma rotina ruim. A vida est�
sendo tediosa. As situa��es se repetem. Este lugar de
paisagem �mida e escura o faz pensar no purgat�rio. Ser�
que est� no purgat�rio? Amargurado faz uma prece a
Deus: - Meu Deus! Estou me sentindo cansado,
estressado. Achando a vida sem sentido. Me ajuda pai do
c�u. Liberta-me deste lugar ruim.
Assim que acaba de fazer esta s�plica surgi diante de
si uma equipe socorrista. Um dos membros, um senhor
muito calvo diz:
_Tenha f�, meu filho! N�o perca a esperan�a da vida!
O Criador n�o te desampara!
De repente surge alvo len�ol e uma maca
improvisada. Seu Luciano � deitado na maca e se v�
transportado diante de um muro alto, coberto de trepadeira
florida. O port�o se abre e seu Luciano tem impress�o de
est� entrando numa cidade. Ao sinal do senhor calvo os
condutores dep�em a maca improvisada. Percebe est�
diante de um edif�cio com apar�ncia de um hospital.
TERCEIRA PARTE � NO PLANO ESPIRITUAL
CAP�TULO SEGUNDO � NO HOSPITAL
Deitado na cama alta do hospital espiritual. Seu
Luciano observa o quarto onde est�. � um quarto simples,
tendo como utens�lios um arm�rio, uma mesinha e uma
cadeira. Achando tudo estranho que tem vivenciado desde
que sofreu o acidente. Pergunta:
-Onde estou? Quem s�o voc�s?
-Entre pessoas amigas. Na col�nia espiritual Viver
Feliz � responde o senhor calvo.
-Sim. O irm�o Luciano desencarnou. N�o pertence
mais ao n�mero de encarnado no mundo.
Ele se desespera e come�a a chorar.
-N�o chore, irm�o. Agora voc� est� na verdadeira
vida. A vida espiritual.
Depois de alguns minutos, mais calmo, escuta o
senhor calvo dizer:
-Respondendo a sua segunda pergunta. Meu nome �
Gabriel.
Este Gabriel pode n�o ser o anjo descrito na B�blia.
No entanto tem uma fisionomia serena.
-E estes dois companheiros ao meu lado s�o o
Leonardo e o Augusto.
O Augusto � um senhor aparentando quarenta e cinco
anos e o Leonardo � um jovem de rosto simp�tico.
-N�s somos do Minist�rio do Aux�lio e fazemos parte
da equipe socorrista que resgata desencarnados � Diz
Augusto.
A porta do quarto � aberta, entra dois senhores
trajados de branco. Gabriel apresenta:
-Este aqui � o m�dico Carlos Alberto e este outro � o
enfermeiro Nivaldo. Tendo a fun��o de assistente e
visitador dos servi�os de sa�de.
O m�dico Carlos Alberto ausculta seu Luciano e logo
em seguida sai do quarto acompanhado de Gabriel e seus
auxiliares.
Algum tempo depois, surge uma servente empurrando
um carrinho. Seu Luciano � servido de caldo reconfortante
e uma �gua muito fresca que aparenta ter flu�do Divino.
Depois de se alimentar, come�a a recordar dos maus
momentos vividos quando estava no Umbral e teve de
sugar a lama da estrada.
TERCEIRA PARTE � NO PLANO ESPIRITUAL
CAP�TULO TERCEIRO � TIRANDO D�VIDAS
Alguns dias s�o decorridos. Seu Luciano se acha
�ntimo de Nivaldo. Este jovem de express�o am�vel.
-Valdo. Confesso que estou muito confuso. Quando
estava naquele lugar ensombrado...
-Desculpa, Luciano, eu cortar seu racioc�nio para
esclarecer que aquele lugar ensombrado chama-se
Umbral. Umbral � uma esp�cie de Zona Purgatorial onde
s�o deixados res�duos mentais. O Umbral come�a na
Crosta Terrestre e est� localizado acima da cidade onde
n�s vivemos na Terra.
-Valdo, outra d�vida que eu tenho � o porqu� dos
seres do Umbral me chamar de suicida, criminoso.
-Luciano, voc� tinha algum v�cio quando estava na
Terra?
-Bebia um pouco e fumava.
-Pois � isso, meu irm�o. Os v�cios foram �s raz�es de
o chamarem assim. Luciano, a pessoa que fuma em
especial ela prejudica a si e aos outros que s�o fumantes
passivos. O fumante abrevia seus dias. Por exemplo, se
um fumante tivesse previsto para viver setenta anos e
devido as doen�a do cigarro desencarnasse aos cinq�enta
e cinco anos ele teria de passar obrigatoriamente quinze
anos no Umbral. Pois as pessoas que agem assim s�o
suicidas inconscientes e passam a ser criminosas quando
n�o respeitam o direito das pessoas que n�o fumam
envenenando a sa�de destas pessoas. Neste caso a pena
delas s�o maiores e s�o atormentadas muitas vezes pelos
esp�ritos das pessoas que prejudicaram.
-Valdo, outra coisa que acho estranho � o fato do
esp�rito ainda precisar se alimentar!
-Realmente, Luciano, o esp�rito n�o precisa se
alimentar. Acontece que quando desencarnamos
habituados que fomos ao alimento levamos algum tempo
at� o perisp�rito se adaptar a nova situa��o.
-Valdo, eu pensava tamb�m que quando a gente
morresse logo encontrasse os pais, parentes e os amigos
que morreram antes.
-Antes de qualquer coisa, Luciano prefira dizer
desencarnar. Pois esta palavra d� uma id�ia exata da sua
situa��o atual. N�s sa�mos da carne quando morremos e
encarnamos quando nascemos. E sobre a sua pergunta
devo dizer que encontros podem acontecer. Mas n�o s�o
comuns! Depende do merecimento de cada um.
-Valdo, minha m�e n�o veio me visitar ainda! Quer
dizer � por que n�o tive merecimento?
_Verdade. Mas sua m�e nunca deixou de interceder
por voc� durante os anos que ficou no Umbral.
-Valdo. Onde vive minha m�e? Quando ela vem me
ver?
-Luciano, sua m�e vive aqui mesmo na col�nia
espiritual Viver Feliz. Ela trabalha no Minist�rio do
Esclarecimento e breve vir� visit�-lo.
Luciano boceja. Nivaldo percebe que � hora de ir
embora.
-Luciano, at� amanh�. E antes que voc� me pergunte
o sono ainda � importante para a maioria dos rec�m-
desencarnados. Bom sono!
TERCEIRA PARTE � NO PLANO ESPIRITUAL
CAP�TULO QUARTO � VISITA MATERNA
Seu Luciano levanta da cama e vai at� a janela do
quarto hospitalar. Contempla a bel�ssima paisagem
externa: Uma murada com um port�o de entrada e um
bonito passeio ladeado por flores de diversos tipos : rosa -
a rainha das flores, jasmim esta flor de excelente perfume,
entre outras, as quais acostumado a ver na Terra. Nunca
imaginara que ap�s a morte do corpo pudesse ver quadro
t�o belo. Est� encantado!
Algum tempo depois tem a sensa��o de est� sendo
observado. Olha para tr�s e para sua surpresa v� sua m�e:
Dona Let�cia, uma senhora com apar�ncia de sessenta
anos, cabelos curtos a mesma semelhan�a que tinha antes
de desencarnar. Parece que o tempo estacionou para ela.
Dona Let�cia vem se aproximando de seu filho com os
bra�os abertos. Abra�am-se. � um abra�o carinhoso.
-Meu filho!
-Mam�e!
Os olhos de seu Luciano enchem-se de l�grimas.
Beija a m�e na face e percebe tamb�m l�grimas de
emo��o caindo dos olhos da m�e. Lembra da inf�ncia, da
adolesc�ncia e das dificuldades vividas. Sua m�e sempre
tinha uma palavra de encorajamento nos momentos de
des�nimo e conforto nos momentos de tristeza.
-Vamos, filho. Pare de chorar! � Disse dona Let�cia.
Em seguida, conduziu o filho at� a cama, sentou-se ao
lado e disse:
-Deita, meu filho. Est� ainda fraco!
Seu Luciano olhou mais uma vez para sua m�e e
percebeu coisas que n�o havia percebido antes. Dona
Let�cia estava com vestido com tons verde, c�pia perfeita
da veste que usava um dia antes de seu Luciano fazer o
exame para tirar carta de habilita��o. Neste dia, estava
preocupado e sua m�e encorajou-lhe e ele at� se
surpreendeu com o bom exame feito.
_Mam�e, porque n�o viesse me v� antes? Buscar-me
no Umbral?
_Porque filho, n�o tivesse merecimento! Fosse suicida
inconsciente!
Ele recorda os ensinamentos das religi�es tradicionais
onde n�o � permitido missa, ora��es aos suicidas por ter
infringido a Lei de Deus. P�ra as reflex�es e pergunta:
_Mam�e, mudando de assunto. Como vai minha
fam�lia?
_Est�o todos bem. Todos agora s�o esp�ritas!
_� mesmo!
_�. No princ�pio a Cris sofreu muito, vivia deprimida.
Precisou de rem�dio para retomar a vida normal. E para
conform�-la o Ministro do Esclarecimento me deu
permiss�o e atrav�s da mediunidade de Roberto Fran�a
dei uma mensagem, informando que voc� estava bem,
apenas estava perturbado, n�o podia dar mensagem e
revelei acontecimentos particulares para ela ter certeza da
autenticidade da comunica��o.
_E ela como reagiu?
_Muito bem. Abra�ou o Espiritismo. Hoje faz
campanha do quilo, visitas a hospitais, colabora com a
sopa e na distribui��o de enxovais as gr�vidas carentes. E
at� namora o Roberto Fran�a. Lembra dele?
_Claro. � um �timo rapaz. � o fundador do Centro
Esp�rita onde Joana freq�enta. Inclusive j� assisti a
algumas de suas palestras. E a Carmem,Mam�e?
_Sua esposa est� bem. Aceitou com naturalidade esta
fatalidade da vida que � a desencarna��o.
_Mam�e, me conta uma coisa: Ela j� casou
novamente?
No mesmo instante que formulou a pergunta seu
Luciano ficou esperando uma resposta negativa. Afinal, era
homem de forma��o machista e sentiria uma grande dor se
viesse, a saber, que sua esposa Carmem estava nos
bra�os de outro homem.
_Filho, no momento sua esposa ainda est� vi�va. Mas
percebo ela bastante rec�proca a um senhor que vem
cortejando-a.
Esta not�cia desapontou seu Luciano. Ele queria que
sua esposa continuasse vi�va.
Percebendo o desapontamento do filho dona Let�cia
disse:
_Filho, n�o vejo motivo para voc� ficar triste. Carmem
foi uma excelente esposa e fiel at� sua morte. Ela � uma
mulher jovem ainda com filhos criados e breve casados.
Precisa de um companheiro para envelhecer junto.
Seu Luciano reflete por algum tempo e conclui. Sua
m�e est� certa. Afinal a vida continua. Carmem merece
refazer sua vida e encontrar um homem que a fa�a feliz.
_E as meninas, Joana e Luciana?
_Est�o bem, tamb�m. Elas t�m namorado.
_� mam�e. Pelo que a senhora est� me dizendo em
tr�s anos mudaram muita coisa na minha fam�lia.
_� verdade, filho.
_Mam�e, e o papai, como vai?
_Seu pai est� bem. Trabalha no Minist�rio do Aux�lio e
assim que tiver um tempinho vem v�-lo.
Seu Luciano recorda de seu pai: Aquela figura
simp�tica, solid�ria e religiosa. Acompanhava sempre a
esposa a missa e participava de campanha de caridade �s
comunidades carentes.
_Mam�e, quais as tarefas de papai no Minist�rio do
Aux�lio?
_Filho, o Minist�rio do Aux�lio � respons�vel por
atender doentes, ouvir rogativas, selecionar preces e
organizar turmas de socorro.
_E a senhora, mam�e, trabalha?
_Trabalho, filho. Para o Criador � de fundamental
import�ncia o trabalho. Seria tediosa uma vida
contemplativa sem atividade! Seu Luciano analisa durante
alguns segundos as palavras materna. Ele mesmo ficava
impaciente, angustiado quando n�o tinha trabalho.
Conheceu colegas que se aposentaram, ficaram ociosos e
morreram cedo. Seu Luciano volta a realidade e ouve:
_Meu trabalho filho � no Minist�rio do Esclarecimento.
Sou um das magnetizadoras do Minist�rio. L� � poss�vel
saber quem fomos na encarna��o passada!
_Mam�e, quer dizer que existe mesmo reencarna��o?
_Existe, filho.
_E porque as religi�es tradicionais n�o falam em
reencarna��o?
_Filho, *�As Religi�es s�o interpreta��es dos
Homens das Leis de Deus�. O importante � seguirmos a
Doutrina de Jesus e a evolu��o espiritual acontecer�
independente de sermos � crente� da religi�o A ou B.
J� decorreram mais de quatro horas desta
conversa��o bastante esclarecedora. Sua m�e, dona
Let�cia levanta-se da cadeira e diz:
_Bem, filho. J� t� na hora de ir. Mas antes quero te
fazer um convite. Estou com uns b�nus horas sobrando e
gostaria de lev�-lo ao teatro.
_B�nus horas?! Teatro?!
_� filho. B�nus horas � o correspondente ao dinheiro
entre os reencarnados e aqui na col�nia Espiritual Viver
Feliz. Tem tudo que existe nas cidades terrenas. A vida
material � uma c�pia imperfeita da vida espiritual.
*Frase do escritor Jos� Ideal
TERCEIRA PARTE � NO PLANO ESPIRITUAL
CAP�TULO QUINTO � A VISITA PATERNA E O TEATRO
O doutor Carlos Alberto acabou de sair. Seu Luciano
recebeu alta. Foram algumas semanas de interna��o no
hospital espiritual.
Agora seu Luciano aguarda com ansiedade a chegada
dos pais que ficaram de lev�-lo at� sua nova moradia
De repente a porta se abre e aquele bonito casal vai
entrando no quarto hospitalar. Seu Cl�vis � daquelas
criaturas que simpatizamos � primeira vista.
_Meu filho! Que bom te ver!
Seu Luciano abra�a os pais e � abra�ado.
Depois de conversarem um pouco sobre o passado,
seu Cl�vis pega alguns pertences do seu filho e saem �
rua.
Seu Luciano fica impressionado com tudo que v�:
Bonita avenida com bel�ssimo passeio no meio,
ornamentada por lindas palmeiras na altura de um metro e
meio.
O ar respir�vel � puro, podem-se ver muitas Entidades
indo na mesma dire��o deles e outros fazendo o percurso
contr�rio. H� tamb�m Entidades pensativas e outras
endere�ando olhares acolhedores. Neste instante, passam
diante de v�rios edif�cios. H� placas em cada um deles.
Neste momento, pode-se ver o Minist�rio do Aux�lio.
_� aqui que seu pai trabalha - Diz dona Let�cia.
_Eu queria um dia entrar neste pr�dio, papai.
_Qualquer dia entraremos juntos, filho!
Seguem mais um pouco e agora passam na frente do
Minist�rio do Esclarecimento.
_� aqui que a senhora trabalha, n�o �, mam�e?
_� verdade, filho.
_Qualquer dia, tamb�m eu gostaria de conhecer seu
local de trabalho, mam�e!
_N�o vai faltar oportunidade, filho!
Neste instante, ao contemplar os v�rios edif�cios, fica
admirado com o que est� vendo: � uma c�pia perfeita da
Terra!
Agora seu Luciano olha para o c�u e v� aves
cruzando os ares.
Neste momento, param diante de uma condu��o
coletiva de apar�ncia funicular suspensa do solo a uma
altura m�dia de cinco metros.
_Isto � o aer�bus _ Diz sua m�e.
O transporte desce at� eles como se fosse um
elevador. Muitas pessoas saem do seu interior.
Seu Luciano, a m�e e o pai entram no aer�bus. A
parte interna desta condu��o � confort�vel. Os tr�s sentam
em confort�veis poltronas. Olhando procura identificar o
condutor do ve�culo. Dona Let�cia percebe a curiosidade do
filho e esclarece:
_Os aer�bus que circulam na col�nia n�o h�
necessidade de condutores. Apenas aqueles que transitam
fora da col�nia. Vamos encontrar uma Entidade
conduzindo.
Seu Luciano est� fazendo uma viagem tranq�ila. Sem
solavancos os quais estava acostumado a sentir quando
dirigia seu caminh�o na estrada. Percebe que a parada �
feita com um aperto do bot�o nas esta��es.
Neste instante, dona Let�cia aperta o bot�o e diz:
_Chegamos!
Seu Luciano e os pais atravessam dois quarteir�es e
chegam numa casa sem muros, um passeio ladeado de
jardins. O perfume no ar � agrad�vel. Dona Let�cia diz:
_Pronto. Chegamos, meu filho. Seja bem vindo ao
novo lar!
Seu Luciano entra na sala de estar e observa os
m�veis semelhantes aos terrestres. Dois sof�s de tr�s
lugares, uma estante com livros e um aparelho semelhante
a televis�o.
_Venha, filho _ Diz dona Let�cia se dirigindo para um
quarto. Abre a porta do guarda-roupa e entrega uma
camisa parecida com a que ele tinha quando em vida e
adorava vest�-la.
_Fant�stico, mam�e como conseguiu trazer esta
camisa at� aqui.
_Esta roupa � plasmada, filho.
_Plasmada?!
_Plasmar � a capacidade que n�s temos de
mentalizar e conseguir fazer qualquer coisa igual ao que
era na Terra. Mas para quem n�o sabe plasmar pode pegar
nas f�bricas da col�nia.
Seu Cl�vis observa o filho admirado e diz:
_Filho, voc� ainda vai ficar muito maravilhado com o
que ainda ver� aqui na nossa col�nia.
Os tr�s se aprontam e seguem para o teatro. Seu
Cl�vis vai at� a bilheteria d� o b�nus horas ao bilheteiro e
em seguida entram no teatro e ficam num camarote frontal.
A pe�a encenada � � H� Dois Mil Anos de Emmanuel�(1).
Seu Luciano fica atento ao desenrolar do espet�culo.
O in�cio � o senador romano Publio Lentulus e seu amigo
Flam�nio Severus conversando num amplo terra�o.
Seu Luciano est� envolvido com a pe�a teatral e o
encontro do senador Publio Lentulus com Jesus. �
emocionante a cena. Terminado o espet�culo dona Let�cia
diz:
_Gostou, filho?
_Muito mam�e.
_Com certeza vai gostar da pe�a da pr�xima semana:
�Violetas na Janela�(2) � Diz seu Cl�vis.
_Esta, o Luciano vai chorar � Diz dona Let�cia.
1. Psicografado por Chico Xavier.
2.Violetas na Janela � um livro de Patr�cia,
psicografado por Vera L�cia Marinzeck de Carvalho. J�
foram vendidos mais de oitocentos mil exemplares.
TERCEIRA PARTE � NO PLANO ESPIRITUAL
CAP�TULO SEXTO � VISITA AO MINIST�RIO DO
ESCLARECIMENTO
Hoje est� fazendo mais de quatro anos que seu
Luciano desencarnou. Durante este tempo ele participou de
cursos, assistiu aos v�rios espet�culos teatrais que foi
convidado, palestras e estagiou em v�rios minist�rios da
col�nia espiritual, por�m n�o recebeu ainda autoriza��o
para ler anota��es particulares de suas exist�ncias
passadas.
Ap�s seu Luciano refletir sobre tudo isso, a m�e dele
se aproxima e diz:
_Filho, tenho boas not�cias para voc�. Finalmente, o
Ministro Assis, respons�vel pelo Minist�rio do
Esclarecimento autorizou voc� a ler as anota��es referente
� sua reencarna��o passada, abrangendo o per�odo de
duzentos e cinq�enta anos.
_S� duzentos e cinq�enta anos, mam�e?!
_� filho. Duzentos e cinq�enta anos � a m�dia de uma
encarna��o para outra.
_Mam�e, quer dizer que a cada duzentos e cinq�enta
anos temos uma nova encarna��o?
_N�o , filho. Isto � conforme j� falei uma m�dia. H�
esp�ritos que reencarnam com intervalos de meses, anos,
por�m a m�dia � de duzentos e cinq�enta anos.
_E por que ele n�o permitiu que eu lesse quinhentos
anos. Provavelmente, eu estaria tomando conhecimento do
que aconteceu comigo em duas encarna��es, sim?
_Ele me falou que voc� seria incapaz de suportar as
lembran�as correspondentes a outras �pocas. _ Pausa.
_Vamos, _ Diz dona Let�cia, e em seguida leva o filho
at� a Se��o de Arquivo. Pega uma pasta e l�: Luciano
Bezerra, depois vem a data de encarna��o, a cidade e a
data da desencarna��o.
Seu Luciano passa horas lendo as anota��es.
Percebe que as leituras s�o apenas informativas, situando
lugares onde viveu, com quem conviveu e as situa��es que
enfrentou. Terminada a leitura conversa com a m�e.
_Mam�e, eu n�o me lembro de nada que tenha lido
haja acontecido comigo.
_� assim mesmo, filho. Como voc� deve ter percebido
a leitura � apenas um relato da exist�ncia passada. � como
se voc� tivesse lendo um romance. A partir de agora voc�
vai ler este romance, ou melhor, mem�rias, durante dois
anos, sem preju�zo de sua tarefa no Minist�rio da Col�nia.
Em seguida ser� dada orienta��o de como voc� entrar�
nos dom�nios emocionais das recorda��es.
Agora s�o decorridos seis anos da desencarna��o de
seu Lu-
ciano. Nesse tempo, ele trabalhou, leu o �Livro de Sua
Vida�,por�m,hoje, finalmente, chegou o dia dele ficar no
dom�nio consciente de tudo que leu. E neste momento ele
est� se dirigindo at� os magnetizadores do Minist�rio do
Esclarecimento. Entra numa sala. Os esp�ritos t�cnico no
assunto aplicam passes no c�rebro de seu Luciano,
despertando energias adormecidas. � incr�vel. Seu Luciano
est� entrando nos dom�nios dos acontecimentos lidos. �
como se de repente se lembrasse de fases de sua vida;
inf�ncia, adolesc�ncia e a fase adulta.
-Mam�e, eu estou lembrando agora dum
acontecimento muito.
marcante da minha vida passada. Eu empurrava pessoas
de cima de torres. Essas pessoas eram inimigas minhas.
Imediatamente a mente de seu Luciano vai
relacionando fatos e conduzindo a conclus�es. Na
encarna��o passada ele foi uma pessoa que arremessava
inimigos de lugares altos. Ser� que o fato de ter empurrado
pessoas do alto levou Deus a castig�-lo, dando a ele nesta
�ltima encarna��o uma morte violenta, num precip�cio?
-Mam�e, esta morte violenta que tive foi um castigo de
Deus pelo que fiz no passado?
-N�o, filho. Deus n�o castiga ningu�m. O Criador
legislou, entre outras, A Lei de Causa e Efeito. E tudo que
fazemos tem conseq��ncia e para que n�o venhamos a
sofrer bastante no futuro devemos pensar �duas vezes�
sobre tudo que devemos fazer. O fato de voc� ter
empurrado pessoas do alto de edif�cios no passado n�o
necessariamente o conduziria a ter na pr�xima encarna��o
uma morte violenta. Voc� poderia ter pago sua �d�vida�
sendo funcion�rio da aeron�utica ou avia��o civil, pilotando
avi�es. Fazendo muita caridade. Pois o bem que n�s
fazemos pode nos livrar de provas dif�cies. Conta-se nos
meios esp�ritas a hist�ria de um homem bom, oper�rio de
uma f�brica. Certo dia, este homem perdeu uma m�o numa
m�quina. Ent�o, todos achavam Deus injusto, pois aquele
homem t�o bom n�o merecia ter sido v�tima desta
desgra�a. Um irm�o esp�rita consultou a espiritualidade
amiga e esta respondeu que aquele homem encarnara com
a possibilidade de perder um bra�o, mas como fora um
homem bom foi atenuada sua prova vindo a perder apenas
a m�o. Devemos fazer sempre a caridade e seguir as
instru��es dos esp�ritos:� Fora da Caridade n�o H�
Salva��o".
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO PRIMEIRO � ALMA G�MEA
Vinte e uma horas e cinq�enta minutos. Cris acaba de
chegar do Centro Esp�rita. Deita na cama, tenta conciliar o
sono. Vira para um lado, vira para outro e parece que o
sono n�o quer vir. Sente que a cada dia que passa est�
mais apaixonada por Roberto Fran�a. Foram cinco anos de
ESDE - Estudo Sistem�tico da Doutrina Esp�rita. Tendo-
o como um dos monitores do curso, serviu-lhe mais para
estreitar os la�os de amizade e concluir que aquela
primeira atra��o, aquilo diferente que sentiu na primeira
vez que o viu � o que se costuma chamar de Amor �
Primeira Vista.
Ser� que isto de Amor � Primeira Vista � o amor de
v�rias encarna��es? Quem ter� sido ela na �ltima
encarna��o? E ele?
Muita gente costuma chamar este amor que se une
em v�rias encarna��es de alma g�mea ou a outra metade
da laranja. � equ�voco. Tendo em vista que o esp�rito �
indivis�vel. Na realidade o que acontece � a uni�o de
esp�ritos afins, esp�ritos que gostam de estar ao lado do
outro nas encarna��es. Cris passa muito tempo com estes
pensamentos, at� que adormece.
Inglaterra. � um convento do s�culo XV. Nesta
encarna��o Cris � Irm� Elizabeth.Traja um h�bito de freira.
Cuida de uma crian�a rec�m-nascida do sexo masculino. �
seu filho. S� a madre superiora e o pai da crian�a o padre
Charles sabem desta hist�ria. O fato � que os dois
religiosos se envolveram e a crian�a foi concebida.
Irm� Elizabeth passou muitos dias se autoflagelando
at� que um dia a madre superiora desconfiou que a Irm�
Elizabeth n�o estava engordando como dizia e sim estava
gr�vida. Botou a religiosa contra a parede e esta
confessou. A madre superiora chamou o padre Charles e
combinaram que para n�o denegrir a imagem da Igreja, o
melhor a fazer seria afastar a Irm� Elizabeth do Convento
por algum tempo at� a crian�a nascer. Depois
abandonariam a crian�a na porta do convento e assim a
Irm� Elizabeth teria seu filho junto de si e as Irm�s da
congrega��o religiosa e os fi�is da igreja, nada saberiam. E
assim foi feito.
Hoje est� fazendo quinze dias que a crian�a nasceu.
Irm� Elizabeth coloca a crian�a no ber�o, quando chega o
padre Charles que � o Roberto Fran�a da encarna��o atual
e decidem colocar o nome de Charles.
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO SEGUNDO � CRIS SER� O AMOR DA
MINHA VIDA?
Roberto Fran�a encontra-se no escrit�rio. Tenta fazer
o roteiro da palestra que dar� hoje � noite no Centro
Esp�rita. N�o consegue se concentrar no que faz. Seus
pensamentos divagam. Pensa em Cris. Por que esta garota
de vinte e poucos anos o fascina tanto? Nesta madrugada
sonhou que se encontrava com ela e ambos iam para uma
sala e l� viam na tela rememorativa a �ltima encarna��o
dos dois no s�culo XV, num convento. Eles devem ser
esp�ritos afins que costumam encarnar e se unir
freq�entemente ao longo das encarna��es.
Roberto Fran�a questiona-se. Ser� que deve ser
celibat�rio na encarna��o atual? Chico Xavier e Divaldo
Pereira Franco optaram por este estado civil. Ser� que
deve seguir o exemplo destes dois grandes esp�ritas?
Est� indeciso. Faz uma prece a Jesus, o Governador
da Terra. Instantes depois sente a presen�a de Graciliana,
seu guia espiritual.
Se as pessoas soubessem a import�ncia da prece,
com certeza, ser�amos um mundo melhor. Jesus n�o
podendo vir, manda seus ministros e ningu�m deixar� de
ser atendido.
Tendo a faculdade medi�nica auditiva, Roberto Fran�a
escuta a voz de Graciliana:
-Roberto, voc� deve aceitar a Cris como sua esposa.
Ambos contrataram este casamento na espiritualidade e
t�m uma grande miss�o de divulgar a Doutrina Esp�rita no
mundo atrav�s de palestras e livros.
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO TERCEIRO � ROBERTO FRAN�A SER� O
AMOR DA MINHA VIDA?
Cris senta � mesa para estudar um ponto de
Psicologia. Ler uma coisa. Em seguida o pensamento
sobrevoa. Pensa em Roberto Fran�a. Ontem � noite teve
um sonho muito confuso. Viu-se num h�bito de freira e
Roberto Fran�a com batina de padre. Meu Deus, que este
sonho significa?
Cris sente-se apaixonada por Roberto Fran�a. Ser�
Roberto Fran�a o homem de sua vida? Ser� que este
relacionamento tem futuro?
Cris uma garota muito experiente estudante de
Psicologia, boa observadora do comportamento humano e
com grande bagagem de conhecimento esp�rita conclui sim
para pergunta que fez a si mesma.
No passado, o relacionamento com tend�ncia a dar
certo era o seguinte: Opostos se atraem. Hoje nosso
Planeta est� deixando pouco a pouco de ser um mundo de
expia��es e provas, para ser um mundo regenerador.
Agora a tend�ncia do relacionamento certo � aquele
baseado na homogeneidade. Bom, ambos s�o esp�ritas,
p�de observar que as diferen�as dela para ele s�o
pequenas coisas que ela n�o faz, mas admira e tem
vontade de no futuro fazer.
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO QUARTO � CONFRATERNIZA��O DO ESDE
� ESTUDO SISTEM�TICO DA DOUTRINA ESP�RITA
Hoje � dia catorze de dezembro. Dia de
confraterniza��o do ESDE. Todas as turmas do curso
est�o reunidas nesta sala. Conversam num tom de voz que
n�o chega a perturbar. Gilda, vice-coordenadora do curso,
distribui uma mensagem com uma numera��o no topo do
folheto. Colegas conversam, comentam da import�ncia do
ESDE em suas vidas. Armando, um dos monitores, e
Sandra a coordenadora do curso tiram livros de sacolas
pl�sticas e p�em-nos sobre a mesa. H� outra mesa com
salgadinhos, bolos e refrigerantes. Roberto Fran�a e Cris
trocam id�ias. H� no ar um clima de paz proporcionada por
este ambiente agrad�vel.
Agora tem in�cio uma pequena reuni�o. Sandra,
coordenadora do curso, cumprimenta todas as turmas do
ESDE e parabeniza a Turma K a de Cris que est�
concluindo o curso hoje. Sandra fala da import�ncia da
unifica��o do conhecimento esp�rita. Em seguida � feita
uma prece. Depois fala Roberto Fran�a, presidente da
Institui��o. Agora tem in�cio o amigo secreto, por
coincid�ncia, Roberto Fran�a tira Cris. Ambos se
cumprimentam com beijo na face.
Cris � toda felicidade. Ganhou o livro que pediu no
amigo secreto : � Nos Bastidores da Obsess�o� de Manoel
Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Pereira
Franco.
Outro sorteado desta vez � Roberto Fran�a. Cris fica
alegre. Roberto Fran�a ganha o livro : � Paulo e Estev�o de
Emmanuel� psicografado por Chico Xavier.
Agora todos componentes da festa v�o aos �comes e
bebes�. Roberto Fran�a, Cris e os demais dos grupos tiram
fotos. Conversam.
Final de festa. Roberto Fran�a oferece uma carona a
Cris.
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO QUINTO � IN�CIO DE NAMORO
O auto-passeio percorre uma bonita avenida
arborizada. No final h� um sem�foro. Roberto Fran�a p�ra.
O sinal de tr�nsito abre e ele dobra � direita. A rua est�
meio deserta. Cris e Roberto Fran�a sentem vontade de
falar, mas est�o sem saber como come�ar o di�logo.
Finalmente ele quebra o sil�ncio.
_Sabe Cris, eu estou muito feliz com o Movimento
Esp�rita. Gra�as a Deus e aos divulgadores, muitas
pessoas j� sabem distinguir o que � Espiritismo e outras
denomina��es baseados no mediunismo.
_Realmente Roberto, eu mesma quando era pequena
pensava que o Espiritismo era coisa do Diabo. Hoje eu
paro para pensar e percebo que este ensinamento era
massificado pelos fan�ticos religiosos. N�s que n�o
t�nhamos o senso cr�tico e esta f� raciocinada que o
Espiritismo desenvolve, aceit�vamos cegamente muitos
absurdos.
O ve�culo chega � casa de Cris. Roberto Fran�a p�ra,
abre a porta e rapidamente corre e abre tamb�m a porta do
lado de Cris como faziam os cavalheiros antigamente. Cris
fica lisonjeada com este ato t�o gentil. Desce do carro.
-Obrigada, Roberto.
Os olhos de ambos se encontram e � como falassem
do amor rec�proco que sentem um pelo outro. Beijam-se. �
um beijo apaixonado.
-Cris, eu te amo!
-Eu tamb�m, Roberto. Desde o primeiro momento que
o vi. Senti algo que nunca antes tinha sentido por pessoa
nenhuma, nesta vida.
Tornam-se a beijar apaixonadamente. O c�u colabora
para este bonito momento. Est� estrelado e com uma
bonita lua cheia.
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO SEXTO � �O AMOR � LINDO�
Cris e Roberto Fran�a est�o sentados � mesa, sob um
guarda-sol numa barraca a beira-mar. � ver�o. H� muitos
coqueiros na praia. O clima � agrad�vel. A areia da praia �
branquinha. Muitos banhistas tomam banho de mar.
Algumas mulheres est�o deitadas sobre a toalha tomando
bronzeado. � antes das dez da manh� e � pr�prio tanto ao
bronzeado como ao banho em crian�as. Diferente da
maioria das pessoas que bebem cervejas, eles tomam
refrigerantes e conversam:
_Sabe Cris, eu gosto muito de admirar o mar, ele me
transmite uma energia que me faz sentir muito bem.
-Eu tamb�m Roberto. A praia me faz lembrar com
muita saudade do meu pai. Era bem transparente o carinho
que ele tinha por mim. A Luciana minha irm� menor, tinha
muitos ci�mes disto. Quando v�nhamos � praia, meu pai
costumava me botar no ombro, eu ficava em p� e dava
mergulho. Outras vezes encontr�vamos barcos de
pescadores. Ele me botava nestes barcos e eu
mergulhava. Era muito bom tudo aquilo.
Os olhos de Cris se enchem de l�grimas.
_N�o chore Cris! Seu pai est� bem vivo. Enquanto
voc� falava eu o vi ao seu lado.
-Verdade?!
_Claro, Cris! Por que eu mentiria? Seu Luciano � um
homem que aparenta ter quarenta e nove anos, de bigode,
um rosto que lembra voc�.
_Estou arrepiada. � isso mesmo, Roberto.
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO S�TIMO � DESVENDANDO O MISTERIOSO
ROBERTO FRAN�A.
O vento conduz uma mecha de cabelo para os olhos
de Cris. Crian�as se vestem para ir embora. As mo�as que
se bronzeavam, erguem-se. Cris tira a mecha de cabelo
dos olhos e diz:
_Agora Roberto, fale de voc�!
_Cris, a hist�ria da minha vida n�o � nada
interessante.
_N�o enrola, Roberto. Fala! Eu quero saber sobre sua
vida!
_Bem, Cris, eu tenho dois irm�os e tr�s irm�s. Muito
cedo, fiquei �rf�o de m�e. Tinha sete anos quando ela
morreu. No mesmo dia conversei com ela.
_Voc� n�o tinha medo de conversar com sua m�e
falecida?
_N�o. Para mim era muito natural. Depois meu pai
casou com uma mulher maravilhosa que � esp�rita e
esclareceu para todos que eu era m�dium vidente. Passei
a freq�entar uma Casa Esp�rita bem orientada, at� que
resolvi fundar o Centro Esp�rita: �Planta o Bem para Colher
o Bem� onde tive a felicidade de conhecer voc� e o anexo
assistencial:�Imita Jesus para que Tenhamos um Mundo
Maravilhoso�.
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO OITAVO � UMA DAS MUITAS VIAGENS
O t�xi roda no asfalto. O motorista, um senhor
aparentando cinq�enta anos, est� com as m�os firmes no
volante, olhando atento a estrada. Cris observa mais uma
vez o perfil deste homem e recorda o pai. Como gostaria
que seu Luciano estivesse participando deste momento
importante de sua vida. Casou. Tem convic��o �ntima que
com o homem de sua vida: Roberto Fran�a.
Gostaria que tivesse sido uma cerim�nia simples, mas
devido a Roberto Fran�a ser um m�dium conhecido n�o
puderam impedir o ass�dio da imprensa e mesmo da
comunidade esp�rita.
O taxista p�ra num sem�foro vermelho. Uma senhora
aparentando sessenta anos atravessa � avenida.
Roberto Fran�a lembra da m�e. Gostaria muito que
ela fosse encarnada e participasse desta sua alegria.
De repente surge na cadeira da frente ao lado do
motorista de t�xi, a m�e de Roberto Fran�a. A mesma
mulher de rosto jovem que se apresenta a ele desde os
sete anos.
-M�e, que satisfa��o em v�-la aqui conosco.
Conversam. Cris como n�o tem vid�ncia e audi�ncia
n�o v� e nem escuta o que a sogra desencarnada diz.
Apenas escuta a voz do marido. O taxista olha de lado
desconfiado.
Possivelmente, se n�o conhecesse Roberto Fran�a,
estaria pensando que tinha como passageiro uma mulher e
um louco.
Ele se despede da m�e. O t�xi vai chegando no
aeroporto. O taxista estaciona o ve�culo. Roberto Fran�a
paga ao taxista que lhe deseja uma boa viagem.
Abra�ados, Cris e Roberto Fran�a dirigem ao port�o
internacional. Ele est� muito feliz, porque tem a seu lado a
mulher amada e vai divulgar a Doutrina Esp�rita em
Portugal em mais um Congresso Internacional de
Espiritismo.
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO NONO � VISITA � FAM�LIA
Seu Luciano desceu do aer�bus e o condutor
prossegue a viagem com os companheiros que tamb�m
ir�o visitar �s suas fam�lias.
Olhando para casa onde viveu a �ltima exist�ncia,
observa pequenas mudan�as. Por exemplo, a fachada da
casa, antes era amarela, agora � verde. A garagem onde
antigamente estacionava seu caminh�o hoje � ocupado por
dois ve�culos auto-passeio. Entra na casa. Alguns m�veis
mudaram de posi��o, outros s�o novos. Encontra dona
Carmem no quarto se aprontando para sair. Aproxima-se
dela e pergunta aonde vai.
Dona Carmem n�o registra a pergunta de seu Luciano
auditivamente, mas subjetivamente quando passou a
pensar no que far� nesta noite.
De repente, num ato involunt�rio ao fechar a porta do
guarda-roupa bate num porta-j�ias que cai espatifando-se
no ch�o.
Seu Luciano deixa dona Carmem apanhando os
peda�os de biscuit e vai at� a garagem onde est� sua filha
Joana se preparando para entrar no carro. Aproxima-se da
filha e procede da mesma forma como procedeu com dona
Carmem. Formula as seguintes perguntas: Como est�o
Luciana e Cris? Como vai voc�, filha?
Joana n�o escuta as perguntas com os ouvidos
materiais e sim com os espirituais. Imediatamente come�a
a responder em forma de lembran�as. A irm� Luciana est�
bem. Foi ao cursinho. Cris casou com Roberto Fran�a h�
dois meses atr�s e j� voltaram da lua de mel. E ela, Joana,
est� bem, tamb�m. Desenvolve a mediunidade no Centro
Esp�rita.
Repentinamente, Joana come�a a lembrar do pai. Faz
um pouco mais de seis anos que o pai desencarnou. Ser�
que ele veio visitar a fam�lia? Dizem os Esp�ritos que
quando lembramos de pessoas desencarnadas elas est�o
perto de n�s.
_Mam�e, a pouco eu pensava no papai � Diz Joana.
_Eu tamb�m, filha. Tive impress�o que seu pai estava
dentro de casa.
Seu Luciano acomoda-se no estofado do ve�culo e fica
ouvindo a conversa entre Joana e dona Carmem.
Joana fala � m�e sobre o seu curso universit�rio:
Assistente Social. Diz que n�o poderia ter escolhido melhor
profiss�o a quem tem como objetivo principal a ajuda aos
semelhantes.
Dona Carmem est� insegura sobre o relacionamento
com o pretendente. Ser� que � certo, depois de mais de
seis anos de viuvez refazer a vida? A filha Joana diz sim. E
lembra que o pai desencarnou, mas a vida n�o p�ra. Agora
todos os passageiros do ve�culo v�em a fachada do Centro
Esp�rita: �Imita Jesus para que Tenhamos um Mundo
Maravilhoso�.
Imitar Jesus n�o significa vestir camisol�o e deixar os
cabelos crescerem. Seguir Jesus � seguir seus
ensinamentos: �Amando a Deus sobre todas as coisas e ao
pr�ximo como a si mesmo.�
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO D�CIMO � MAIS UMA MENSAGEM
Quando seu Luciano, dona Carmem e sua filha Joana
descem do carro j� encontram um bom n�mero de pessoas
se dirigindo para o audit�rio onde vai ocorrer a reuni�o
evang�lica.
Joana esta m�dium de pressentimento que est�
inclu�da na variedade de m�diuns inspirados. Caminha com
a m�e quando de repente uma id�ia lhe surge � mente:
�Seu pai vai d� uma comunica��o daqui � pouco�. Encara a
m�e e diz:
_Mam�e! Papai vai d� uma mensagem, hoje!
-Ser� mesmo, filha?
-Tenho certeza, mam�e!
Depois de alguns minutos o audit�rio encontra-se
totalmente ocupado. Seu Luciano observa que o n�mero de
desencarnados � maior que o n�mero de encarnados. E a
diferen�a do encarnado para o desencarnado � o cord�o
flu�dico que o primeiro possui.
Tem in�cio a reuni�o evang�lica. O tema escolhido
pelo orador da noite � reencarna��o. Com tom de voz
agrad�vel este senhor aparentando cinq�enta anos e uma
fisionomia serena diz que a reencarna��o � um fato
comprovado por in�meros pesquisadores. Ilustra a palestra
contando o caso de uma crian�a que descreveu o local de
sua encarna��o passada, citando o nome dos pais e o
modo como desencarnou.
Os pesquisadores checaram as informa��es e
constataram que a crian�a havia dito a verdade.
Encerrada a reuni�o evang�lica Roberto Fran�a fica
sozinho na tribuna e concentra-se. Imediatamente come�a
a receber as mensagens. A primeira mensagem � de um
desencarnado em acidente de moto. Ele fala que est� bem
e cita particularidade da fam�lia.
Enquanto observa o m�dium Roberto Fran�a,
aproxima-se de seu Luciano um esp�rito desencarnado.
Seu nome � Daniel. � o dirigente espiritual da reuni�o. Ele
diz que Roberto Fran�a � uns dos poucos m�diuns no
Brasil que recebe comunica��o de esp�ritos desencarnados
em acidentes ou situa��es inesperadas. Tais
comunica��es s�o muito importantes, pois consola,
conforta os pais desesperados com morte brusca dos
filhos.
Outro m�dium que ficou bastante conhecido neste tipo
de comunica��o foi o mineiro Chico Xavier. Francisco
C�ndido Xavier com quatrocentos e doze livros publicados
sobre temas variados. Imposs�vel um escritor conseguir tal
feito. Em determinado momento da conversa, Daniel diz:
_Luciano, prepare uma mensagem para dar aos seus
familiares encarnados!
_Eu?!
_Sim. Voc� mesmo!
Seu Luciano pensa um pouco e em seguida escreve a
mensagem. Depois com a prancheta na m�o vai para junto
do m�dium Roberto Fran�a e dita a seguinte mensagem:
�Querida Carmem, filha Joana e todos aqui presentes:
Sei que h� muito tempo esperam uma mensagem
minha. Por�m, s� agora tenho condi��es de faz�-lo. Eu
estou bem. Encontrei todos aqueles que me antecederam:
Papai, mam�e, meus av�s e alguns amigos.
Carmem, hoje visitei aquela que foi minha moradia
terrena. Notei voc� muito nervosa com a possibilidade de
refazer sua vida e quando percebeu minha presen�a em
esp�rito, acabou quebrando um biscuit. Digo-lhe que se
sinta � vontade para decidir sua vida. Voc� � uma mulher
livre. Analise se esta pessoa vale seu amor e em caso
afirmativo n�o hesite. Decida.
Dona Carmem olha para Roberto Fran�a e conclui: A
comunica��o � autentica, pois o epis�dio do biscuit n�o
havia comentado com ningu�m e t�o pouco o receio de
refazer sua vida.
Quero agora deixar o recado as minhas filhas Joana,
Luciana e Cris. Estou muito feliz por voc�s serem as
criaturas maravilhosas que s�o e ter escolhido a Doutrina
Esp�rita para seu crescimento espiritual.
Luciano.�
QUARTA PARTE � EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAP�TULO D�CIMO PRIMEIRO � A DESPEDIDA
Dona Let�cia torna a olhar mais uma vez a fachada do
edif�cio onde fica o Minist�rio do Esclarecimento. Bons
momentos viveu neste Minist�rio. S�bias orienta��es
recebeu do Ministro Assis. Muito esp�rito p�de ajudar
,esclarecer. L�grimas v�m aos olhos de dona Let�cia.
Como gostaria de continuar fazendo este trabalho aqui.
Mas o dever lhe chama. � hora de reencarnar. Resgatar
d�bito do passado.
No ano trinta da nossa era. Dona Let�cia foi um
�feiticeiro�. Tinha uma mediunidade excepcional. Fazia
consultas por dinheiro. Prejudicou muita gente e agora vai
voltar novamente com a mediunidade de prova. Ela tem
pedido muito a espiritualidade , seus amigos espirituais
daqui do Plano Espiritual vibrem, aconselhem, para que
desta vez n�o venha a fracassar nas provas.
Seus futuros pais s�o dois empregados do com�rcio
portugu�s. Eles vivem dificuldades financeiras e dona
Let�cia breve num corpo de um homem ser� tentada a
cobrar pelo dom da mediunidade.
Dona Let�cia amanh� iniciar� visita a esp�ritos que
tiveram provas semelhantes e podem lhe ajudar com suas
experi�ncias. Ergue a cabe�a.
-Mam�e! Vai dar tudo certo ! �Diz seu Luciano.
_Let�cia tenha certeza que desta vez vencer� todos
obst�culos que possam surgir na sua vida _ Diz seu marido
tamb�m desencarnado.
FIM
GOSTOU DE LER O LIVRO AMOR � PRIMEIRA
VISTA DE EDSON ALMEIDA?
EXPRESSE SUA OPINI�O ESCREVENDO PARA O E-
mail:
bezerra.divulga@gmail.com SUA OPINI�O E
MUITO IMPORTANTE. SEJA SINCERO!
QUESTION�RIO:
1) O LIVRO TEM VEROSSIMILAN�A COM A
REALIDADE ESP�RITA?
2) GOSTOU DA PSICOLOGIA DOS
PERSONAGENS ?
3) IDENTIFICOU-SE COM OS PERSONAGENS
ACHANDO SEMELHAN�A COM VOC� OU
ALGU�M QUE CONHECE?
4) GOSTOU DO ESTILO ONISCIENTE (TEMOS
IMPRESS�O QUE LEMOS OS
PENSAMENTOS DOS PERSONAGENS) DO
AUTOR ?
DIVULGUE ESTE LIVRO. "A MAIOR CARIDADE
QUE SE PODE FAZER � A DIVULGA��O DA
DOUTRINA ESP�RITA." EMMANUEL
APROVEITAMOS ESTE ESPA�O AQUI, PARA
REGISTRAR OS E-MAILS RECEBIDOS QUE
SINTETIZAM O PENSAMENTO DA OBRA.
1)Gostei muito do livro AMOR � PRIMEIRA VISTA. � um
livro de f�cil leitura. Ideal para toda pessoa que quer ter
conhecimento esp�rita de forma clara e objetiva.
CARLOS DA SILVA- JARDIM S�O PAULO � RECIFE-PE.
2)Tocou-me profundamente aquele cap�tulo sobre o cigarro.
Desta vez vou parar de fumar !
JANA�NA � RIO GRANDE � RIO GRANDE DO SUL
3)Perdi meu filho h� pouco tempo, v�tima de acidente
automobil�stico. Confesso que foi muito confortador ler a
hist�ria de seu Luciano.
S�LVIA � PETR�POLIS � RIO DE JANEIRO
4)Foi muito esclarecedor o cap�tulo sobre almas g�meas.
S�NIA � S�O PAULO- CAPITAL
5)Tenho uma amiga que tem pressentimentos como Joana, a
filha do seu Luciano.
CRISTINA-ARACAJU-SERGIPE
6)Que livro interessante ! Li num f�lego s�.
WALTER-JO�O PESSOA- PARA�BA
7)Eu pensava que toda pessoa que recebia esp�rito era esp�rita
PAULO-FAZENDA NOVA-PERNAMBUCO.
8)Foi muito importante distinguir Espiritismo das outras
religi�es baseadas no mediunismo.
ADELSON �BAIRRO NOVO � OLINDA-PE
9)Fiquei envolvida com aquele cap�tulo que narra D. Carmem
respondendo as perguntas de seu Luciano desencarnado.
JOSEANE-FLORIAN�POLIS-STA CATARINA
10)Achei interessante saber como funciona um processo de
obsess�o, atrav�s da narrativa de B�rbara.
LEANDRO-CURITIBA � PARAN�
11)Sou cat�lica, mas gosto muito de ler obras esp�ritas. Fiquei
bastante envolvida pela narrativa.
CONCEI��O- FORTALEZA-CEAR�
12)Admiro muito os esp�ritas com seus trabalhos de amor,
caridade e solidariedade. E como simpatizante da doutrina,
n�o deixo de ler as boas obras esp�ritas.
ROS�NGELA-MANAUS-AMAZONAS
13)Este livro me ensinou a distinguir amor � primeira vista de
paix�o.
FERNANDA �BEL�M-PAR�
14)Eu tinha muita curiosidade de conhecer um vidente. A
narrativa foi t�o envolvente que parecia que eu estava frente a
frente com o Roberto Fran�a.
CARMEM-BELO HORIZONTE-MINAS GERAIS
15)Dei AMOR � PRIMEIRA VISTA a uma amiga que
perdeu um ente querido. Ela adorou!
ANA-VIT�RIA-ESP�RITO SANTO.
16)Gostei deste livro. Recomendo para todos aqueles que
buscam a paz espiritual.
ISAAC-PEIXINHOS-OLINDA-PERNAMBUCO.
17)Em 15 de abril de 2014 20:44, Maria da Penha Rocha de
Sousa
Acabei de ler o livro "Amor � primeira vista e quero d�
minha opini�o sobre ele.
Gostei muito. Eu sou leitora ass�dua de livros esp�ritas.
Respondendo �s perguntas que foram feitas, a� v�o as
respostas.
Pergunta 1)Gostou de ler o livro Amor � Primeira Vista
R=sim. Gostei muito
2)Voc� se identificou com os personagens do livro ?
R= Sim. Identifiquei-me
3)Voc� vivenciou algum fato narrados no livro?
R=Sim
Quero agradecer a voc�s a oportunidade de ler livro on line
Que Deus os ilumine sempre.
Um abra�o
Maria da penha
___________x______
FRASES PARA REFLETIR:
DIVULGUE ESTE LIVRO. "A MAIOR CARIDADE
QUE SE PODE FAZER � A DIVULGA��O DA
DOUTRINA ESP�RITA." EMMANUEL
�AS RELIGI�ES S�O INTERPRETA��ES DOS HOMENS
DAS LEIS DE DEUS. JOS� IDEAL�
�AS RELIGI�ES S�O COMO SE FOSSE UMA ESCOLA.
CABE A N�S ESCOLHERMOS AQUELA QUE NO NOSSO
ENTENDER NOS POSSIBILITAR� UM MELHOR
APRENDIZADO. JOS� IDEAL�
�TUDO QUE � BOM E ENGRANDECE O HOMEM DEVE
SER DIVULGADO. PENSE NISSO! ASSIM
CONSTRUIREMOS UM MUNDO MELHOR. JOS�
IDEAL�.
PERNAMBUCO, 08 DE OUTUBRO DE 2017.
De: Bons Amigos lançamentos
O Grupo Bons Amigos em parceria com Só Livros com Sinopse ,lança mais uma obra nos formatos : Pdf,txt, epub ,mobi e azw3
Nascido em 1947 em Recife. Adolescente entrou na Marinha e serviu até os quarenta e um ano de idade.Quando entrou para reserva. Depois passou a fazer trabalhos nas casas espíritas Faleceu em julho de 2011 aos 63 anos de idade vítima de um câncer de pulmão. Participou também do Grupo Bons Amigos na condição de moderador.
É vedado o uso deste arquivo para auferir direta ou indiretamente benefícios financeiros.
Lembre-se de valorizar e reconhecer o trabalho do autor adquirindo suas obras .
Livros:
http://bezerralivroseoutros.blogspot.com/
Áudios diversos:
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Boas Leituras e obrigado por participar do nosso grupo.
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