domingo, 16 de agosto de 2020

{clube-do-e-livro} LANÇAMENTO : A FAMÍLIA CAVALCANTI NO TEMPO DA PRAIEIRA - GENIVALDO CAVALCANTI FORMATO : PDF, EPUB E TXT

Genivaldo Bezerra Cavalcanti

A FAM��LA CAVALCANTI NO TEMPO DA

PRAIEIRA

Carpina - 2010

Genivaldo Bezerra Cavalcanti

A FAM��LIA CAVALCANTI NO TEMPO DA

PRAIEIRA

Professor de Hist��ria, graduado e p��s-

graduado pela UPE (Universidade de

Pernambuco) �� professor da rede p��blica pelo





Estado de Pernambuco.


Carpina - 2010


AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, irm��os, filhos e esposa e em especial a Humberto

��� Bezerra Cavalcanti (Pai) e Maria Jos�� Cavalcanti (M��e).

Pois sem eles n��o poderia ter feito esta obra.





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Dados para cataloga����o:

Cavalcanti, Genivaldo

A Fam��lia Cavalcanti no Tempo da Praeira

Carpina- PE

37 p��ginas

2010

Planejamento Gr��fico e Edi����o:

Capa: Genivaldo Cavalcanti

Digita����o: Ana Quesia

Diagrama����o: Gr��fica Santa In��s

Fotos: Internet

Revis��o: Genivaldo Cavalcante

Impress��o: Gr��fica Santa In��s

Todos os direitos reservados ao autor:

Genivaldo Bezerra Cavalcanti

Av. Santa Cruz, 136 - Bairro S��o Jos�� - Carpina-PE

CEP: 55810-000 - Fone: (81) 8607-3117 / 9655-7364

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SUM��RIO

Introdu����o 07

Cap��tulo I

A Origem dos Cavalcantis em Pernambuco 09

Cap��tulo II

Liberal ou Conservador? 16

Cap��tulo III

A Fam��lia Cavalcanti no Tempo da Praieira 27

Conclus��o 40

Anexo 45

Bibliografia 49





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INTRODU����O

Com o objetivo de mostrar uma das principais fam��lias da hist��ria de

Pernambuco. Os Cavalcantis que tiveram sua origem nos tempos do

colonizador Duarte Coelho e que conseguiram prestigio e poder ao longo do

tempo, gra��as tamb��m ao entrela��amento com outras fam��lias de igual

proje����o. Obteve em Pernambuco um dom��nio jamais igual��vel ou visto em

outras fam��lias.

Buscamos resgatar a hist��ria da fam��lia Cavalcanti em Pernambuco,

localizando especialmente o dom��nio da mesma na d��cada de 40 do s��culo

XIX. Em que ocorreu a Revolu����o Praieira. Revolu����o esta que teve grande

destaque na hist��ria da prov��ncia de Pernambuco.

Os praieiros se tornaram principais advers��rios pol��ticos dos

Cavalcantis que alegavam sua revolta contra o dom��nio desta fam��lia em

Pernambuco. Diziam ainda que o atraso da agricultura na prov��ncia era

devido ao controle das terras nas m��os da fam��lia (Cavalcanti) e de seus





aliados.


Colocamos no primeiro cap��tulo o in��cio do dom��nio dos Cavalcantis

na prov��ncia, o predom��nio, a explora����o e o controle dos latif��ndios.

No segundo cap��tulo tivemos a preocupa����o de resgatar a

interfer��ncia dos Cavalcantis na pol��tica da prov��ncia. Em que seus

membros participavam efetivamente nos partidos conservadores e liberais,

principalmente no conservador. No segundo cap��tulo ressaltamos tamb��m

o controle da economia que era totalmente controlada pelas fam��lias

oligarcais da ��poca. E a forma pela qual a prov��ncia estava sendo

administrada e suas principais realiza����es p��blicas.

Finalmente, no terceiro cap��tulo, apresentamos o desenrolar do

surgimento do partido da Praia e seu conflito, que rapidamente

se transformaria na Revolu����o Praieira.

A Revolu����o Praieira tinha como seu principal objetivo lutar contra o

"cl�� feudal" da fam��lia Cavalcanti e a interfer��ncia dos estrangeiros monopolizando o com��rcio da prov��ncia. Chamamos este cap��tulo de "A

Fam��lia Cavalcanti no tempo da praieira". Colocando por ��ltimo, o fim da

praieira que encerrou em fase de intensa agita����o social iniciada no per��odo

regencial, o que facilitou a concilia����o partid��ria e o tranquilo revezamento

dos partidos liberal e conservador.





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CAP��TULO I

A ORIGEM DA FAM��LIA CAVALCANTI EM PERNAMBUCO

Fam��lia origin��ria da It��lia que se diz ter passado de Fran��a antes do

s��culo XIV. Batista Cavalcanti, ilustre fidalgo de Floren��a, casou com

Francisca Achioli, filha de Zenobio Achioli e de Catarina Delfine. Tiveram

Rodrigo Cavalcanti e Ant��nio Cavalcanti. O primeiro dos filhos passou a

Castela, casando em Madri. Onde deixou gera����o nobre. Ant��nio Cavalcanti

casou e teve Filipe Cavalcanti, que veio homiziado para Portugal.

Por volta de 1535 chegou em Pernambuco Duarte Coelho, trazendo

consigo numerosos auxiliares, entre eles, o seu cunhado Geronimo de

Albuquerque. Nessa ��poca, Pernambuco era capitania que mais se

desenvolvia no Brasil gra��as ao donat��rio Duarte Coelho.

Com este desenvolvimento atraiu in��meros aventureiros que vinham

em busca de riquezas. Dentre eles Felipe Cavalcanti que, de Portugal, veio

para o Brasil (Pernambuco). Aqui chegando casou com a filha "bastarda" de Geronimo de Albuquerque, este, por��m, bravo portugu��s, tipo do

colonizador peninsular, viveu por muito tempo com a filha do cacique Arco

Verde em Olinda, com quem teve v��rios filhos. Desses Catarina de

Albuquerque casou-se com Filipe Cavalcanti dando origem aos cavalcantis

de Albuquerque. De modo que os Cavalcantis passaram a usar as armas

pertencentes dos Albuquerques devido a Geronimo de Albuquerque ilustre

fidalgo. Os Cavalcantis por sua vez estavam na obriga����o, dentro da

her��ldica, de apresentar no escudo de "bastardia".

Os Cavalcantis, com o passar do tempo, foram ganhando papel de

destaque na hist��ria pernambucana gra��as ao entrela��amento, com outras

fam��lias de igual proje����o. Os descendentes foram paulatinamente

apurando a posi����o destacada, exigindo-se em centro de gravita����o da vida regional, integrando a por����o dos bons e melhores, a nata s��cio-econ��mico

da capitania, lideran��a robusta e opulenta, decorr��ncia das pr��prias

condi����es do meio e do tempo. Assim a fam��lia Cavalcanti se tornou um "Cl�� Feudal forte e seus membros com papel de destaque em assuntos pol��ticos

sociais e econ��micos em Pernambuco". (Freire, Gilberto. 1959 p. 39).

Fam��lia numerosa, antiga e rica e cujos membros sempre figuraram

nas posi����es sociais mais vantajosas. Na primeira Legislatura de 1824,

cinco membros dessa fam��lia foram eleitos deputados. Na Segunda e

terceira legislaturas seis Cavalcantis detiveram essa honra popular. Essas

elei����es foram anteriores �� presid��ncia do Sr. Bar��o de Suassuna. E ainda:

esses Cavalcantis, antes da nossa emancipa����o pol��tica, j�� figuravam como

capit��es-mores, tenentes-coron��is e oficiais de ordenan��a e mil��cia e em

todos os cargos de governan��a.

Ali��s, quase n��o se encontra hoje recanto brasileiro onde deixe de

haver um Cavalcanti de boa origem pernambucana e preocupado com a

hist��ria ilustre da fam��lia.

O DOM��NIO

No primeiro quartel do s��culo XVIII, o "Cl�� Feudal" tinha como chefe a curiosa figura de patriarca Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque

conhecido como Coronel Suassuna, nome de um de seus engenhos na mata

sul. Que se tornou um homem rico e poderoso na regi��o, modelo

aperfei��oado de bom "pater fam��lias romano". O coronel Suassuna educara e formara filhos na tradi����o dos ricos senhores de engenho Pernambucanos

que em ��pocas diversas, sacrificaram bens, vida e fam��lia para servirem a

causa nacional. H�� quem diga que o coronel quando mais mo��o participou,





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em 1804, de uma conspira����o que tinha o prop��sito de formar em Pernambuco uma rep��blica independente, por��m o plano ut��pico foi

indultado pelo pr��ncipe Regente e futuro D. Jo��o VI. Amadurecido com a

idade e talvez carregado pelas amarguras que lhe acarretaram tend��ncias

liberalizantes, Suassuna evoluindo cedendo �� influ��ncia das pr��prias

origens aristocratas e enfraquecendo as tend��ncias populistas, educava os

filhos com o objetivo de se integrar na vida social regional. Os quatro filhos do coronel obtiveram nomes de destaques na sociedade.

O desembargador Lu��s Francisco de Paula Cavalcanti e

Albuquerque, Pedro Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque

visconde de Camaragibe, Francisco Ant��nio de Paula Cavalcanti de

Albuquerque Visconde de Suassuna, e Ant��nio Francisco de Paula de

Holanda Cavalcanti de Albuquerque Visconde de Albuquerque. Do s��culo

XVI ao XIX esta fam��lia foi adquirindo terras e t��tulos de nobreza que a tornou uma das mais poderosas de Pernambuco e do Nordeste.

O filho mais velho e mais conhecido do coronel Suassuna, Lufe

Cavalcanti, seria talvez a figura exponencial da irmandade, predestinado

aos mais altos v��os na pol��tica, sobretudo da Prov��ncia de Pernambuco.

Deputado geral desde 1826 a 1837 teve o nome levado para disputar a

reg��ncia Una em abril de 1835, acabando, por��m p��r desistir em favor do

irm��o, o futuro Visconde de Albuquerque.

Pol��ticos do senado teriam dito cidad��o de grandes m��ritos tudo fazia

crer que tinha mais possibilidades de vencer. Por��m seria curta a sua

Carreira pol��tica de Lu��s Cavalcanti, pois faleceu logo depois, em fins da

d��cada de 1830, restando no lugar desta sorte apenas o trio opulento dos





canaviais Pernambucanos.


Copiando o exemplo paterno, os filhos do coronel Suassuna cedo se

integrariam na linha dos justos e poderosos, seriam apontados pela





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sociedade como grandes fidalgos.

Com todo esse privil��gio Aristocrata na prov��ncia, a fam��lia Cavalcanti

dominava aproximadamente um ter��o dos engenhos de a����car em todo

Pernambuco. O restante das terras pertenciam a outras fam��lias nobres,

como a Rego Barros e Albuquerque Maranh��o.

O dom��nio dos Cavalcantis era grande, por��m grande parte das

propriedades pertencentes a fam��lia n��o era cultivada, tornado-se terras

improdutivas, o restante ficava a merc�� da monocultura da cana-de-a����car.

A EXPLORA����O

Pernambuco, capitania pr��spera dos primeiros s��culos de

coloniza����o com destaque das lutas coloniais. O a����car, sua

principal riqueza, foi o lucro do a����car que deu a Portugal condi����es para

levar adiantes ocupa����o das terras brasileiras.

Os engenhos, apoiados no trabalho escravo, multiplicaram-se em

solo Pernambucano. Era um grande neg��cio, que atraia pessoas de posse





do reino para o Brasil.


Atra��a tamb��m os interesses estrangeiros. Entre 1630 e 1654

Pernambuco foi ocupado pelos holandeses. Os invasores retiraram-se,

"ali��s, foram expulsos", mas consigo levaram as t��cnicas de produzir a����car, que aplicaram nas Antilhas. Com a concorr��ncia do a����car antilhano, a

economia pernambucana come��ou a declinar.

No come��o do s��culo XIX, o Recife j�� era uma cidade importante,

com cerca de 25.000 habitantes e um porto de grande movimento comercial.

Atrav��s dele sa��am as exporta����es de a����car e algod��o e entravam os

produtos estrangeiros de consumo interno.





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A riqueza n��o era a mesma dos velhos tempos, mas Pernambuco

continuava a ser uma das mais importantes prov��ncias do Nordeste, e o

Recife um dos principais centros urbanos do pa��s. Com toda essa

import��ncia e desenvolvimento em Pernambuco levaria a explora����o no

meio agr��rio que fazia a popula����o cada vez mais pobre.

Ant��nio Pedro de Figueiredo retrata objetivamente a situa����o do

nosso meio agr��rio, principalmente nas d��cadas de 30 e 40: "hoje mais de 3/4 da popula����o de nossa prov��ncia se olha concentrada �� beira do mar e

numa profundeza de 10 a 15 l��guas, mas l��, quase com poucas exce����es

todas as terras pertencem a um grande n��mero de grandes propriet��rios que

delas cultivam uma pequena parte e recusam vender o resto.

Da�� 20 ou 30.000 dos nossos com cidad��os, mas porventura, vivem

em terras de quem podem ser despedidos dentro de poucas horas; humildes

vassalos propriet��rios. Neste fato de grande propriedade territorial nestes novos latif��ndios, deparamo-nos a base da feudalidade que mantem

diretamente, sob jugo terr��vel, metade da popula����o da prov��ncia e oprime a outra metade p��r meio de imenso poder que explora a massa de vassalos

obedientes". (Ant��nio Pedro Figueiredo. C. Quintas, Amaro, 1978, p. 11).

Neste texto Ant��nio Pedro Figueiredo deixa bem claro a

explora����o em que a prov��ncia se encontrava na ��poca, uma

explora����o a que ele culpava aos latifundi��rios e ao pr��prio sistema

administrativo da prov��ncia.

A mentalidade retr��grada e mesquinha dos grandes latifundi��rios era

uma das principais causas da fome generalizada das popula����es carentes

de Pernambuco. Uma prov��ncia onde 9/10 das terras dos latif��ndios eram

improdutivas. Por incr��vel que possa parecer, nas terras onde poderiam ser

plantados os mais diferentes g��neros para suprir as necessidades da nossa

popula����o, como mandioca, milho, feij��o, batata doce e outros, os senhores





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latifundi��rios n��o permitiam a planta����o de nada e n��o cediam nem arrendavam as terras.

Os 1/10 restantes, os senhores usavam para a cana-de-a����car,

pastos de pequenas planta����es de mandioca, o suficiente para a

alimenta����o de suas escravarias. A massa camponesa cada vez mais ia

sendo explorada e oprimida pela arrog��ncia da feudalidade. O pr��prio

Partido da Praia acusava unicamente os Cavalcantis como causadores do

desequil��brio reinante em que se encontrava a popula����o.

E quem ousava enfrentar a explora����o dos senhores de terra era

severamente castigado, pois a lei era manipulada pelos latifundi��rios.

Alguns cronista da ��poca costumavam dividir a sociedade em tr��s

classes: a nobreza, o clero e as gentes. A nobreza eram os propriet��rios de terras; o clero eram os padres e bispos, e as gentes, todo o resto da

popula|��o: comerciantes, assalariados, funcion��rios p��blicos, artes��os e

��scravos

Era uma sociedade bem estratificada. N��o permitindo a

interpenetra����o nas suas camadas. Desta maneira n��o s�� a economia, mas

a pol��tica da prov��ncia era controlada pelos latifundi��rios.

Como se isso n��o bastasse como fator da mis��ria social em

Pernambuco, o com��rcio varejista era monopolizado pelos portugueses,

(estes) dotados de privil��gios comerciais, vendiam seus produtos ao pre��o

que melhor lhes conviesse, e o que era pior, n��o admitia-se brasileiro

trabalhar no com��rcio varejista.

Esta situa����o resultava na marginaliza����o das camadas urbanas,

que n��o podiam concorrer com os portugueses, e das camadas rurais

oprimidas e exploradas pelo latif��ndio improdutivo, sem a mesma chance de

se tornarem propriet��rios.

N��o s�� a fam��lia Cavalcanti mantinha o controle das propriedades,





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mas outras fam��lias como a Rego Barros, tinham o dom��nio da posse de terra, principalmente na Zona-da-Mata.

A Zona da Mata era a ��rea mais f��rtil de Pernambuco, devido ao

controle dos latifundi��rios se encontrava em decad��ncia, principalmente por impedir a ado����o de culturas variadas, as terras eram ocupadas apenas com

o cultivo da cana-de-a����car. Isso vazia com que o pre��o dos produtos

usados na alimenta����o subissem por serem trazidos de outros lugares.





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CAP��TULO II

LIBERAL OU CONSERVADOR?

No per��odo de 1837 a 1842, os Rego Barros e os Cavalcanti

governavam Pernambuco como aliados pol��ticos sob a chefia do governador

Francisco do Rego Barros, o famoso Bar��o da Boa Vista. Nomeado

presidente da prov��ncia pelo governo imperial, ele usava sua autoridade

para favorecer os conservadores, que aos poucos foram ocupando a maioria

dos cargos p��blicos.

�� bem verdade que os dois grandes partidos Conservador e Liberal,

que se revezavam na chefia do governo parlamentar. Ambos eram

profundamente ligados ��s elites propriet��rias de terras, n��o havendo grande diferen��a entre eles e seus ideais pol��ticos.

Os Liberais inspiravam-se no liberalismo europeu, mas defendiam a

escravid��o. Principalmente durante o Segundo Reinado o revezamento

pol��tico entre os liberais e conservadores buscava atenuar os conflitos

partid��rios e acentuar a reciprocidade de interesses entre o governo e os





partidos.


O revezamento era conseq����ncia natural num panorama partid��rio

em que os partidos pol��ticos n��o diferenciados entre si, j�� que ambos, como partidos de patronagem defendiam e representavam os interesses dos

grandes propriet��rios rurais. N��o se preocupando com as camadas

inferiores e muito menos com problemas sociais da prov��ncia.

Os irm��os Ant��nio Francisco Cavalcanti de Albuquerque e Francisco

de Paula Cavalcanti Albuquerque que eram do partido Liberal, faziam parte

do minist��rio do Imp��rio, tinham prest��gio na capital do Imp��rio e influ��ncia na prov��ncia de Pernambuco. Desta forma, a fam��lia Cavalcanti mantinha

sua domina����o na pol��tica em Pernambuco.

As camadas populares intermedi��rias sentiam-se como bestas que

carregavam as oligarquias. Com isso, para os Pernambucanos sem fortuna

s�� restavam duas alternativas: ou se deixavam se explorar pelos

estrangeiros nas cidades, ou serem v��timas da gan��ncia dos senhores de

terra do interior. Pois se tornava uma tarefa quase imposs��vel, que um

componente da camada inferior aos oligarcas se integrassem na vida

pol��tica da prov��ncia, e lutassem por melhores condi����es de vida.

O partido Liberal, apesar de tamb��m controlado pelos Cavalcantis;

teve componentes das camadas intermedi��rias que aos poucos come��aram

a ser tornar Liberais radicais e democratas que n��o compactuavam com os

membros do partido Liberal e do Conservador. Estes componentes que

formaram uma fac����o, ou seja, que surgiu no partido Liberal pertencia ��s

camadas intermedi��rias, eram jornalistas, comerciantes e outros

profissionais liberais, estes assumiram a real defesa das massas- .N��o era

uma tarefa f��cil erguer uma fac����o contra o dom��nio dos Cavalcantis na,

prov��ncia, uma vez que, o partido Liberal era liderado por Holanda

Cavalcanti, de tend��ncia moderada.

Em 1842 o pacto entre conservadores e liberais foi rompido.

Aproveitando este rompimento, os liberais radicais formaram um partido

nacional em Pernambuco. Esse novo partido ficaria conhecido depois como

o partido da praia ou partido Praieiro.





OS CAVALCANTIS


A fam��lia Cavalcanti est�� ligada a hist��ria de Pernambuco desde o

tempo do primeiro donat��rio.

Como j�� foi dito anteriormente a fam��lia Cavalcanti, ao longo da





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hist��ria da prov��ncia de Pernambuco, ganhou prest��gio e poder, seus componentes transformaram-se em sin��nimo de dom��nio.

Participando efetivamente da pol��tica da prov��ncia e do imp��rio. Os

componentes da fam��lia Cavalcanti tiveram participa����o em revolu����es

como a de 1817 entre outras. Chegando ao auge de seu poder nas d��cadas

de 20, 30 e 40 do s��culo XIX. Dominava a pol��tica e a economia junto com

outras fam��lias oligarcas. Atrindade Cavalcanti tamb��m se dividiria militando em campos opostos enquanto Pedro Cavalcanti, "o Camaragibe" passaria a integrar a ala conservadora, ou ordeira.

Holanda Cavalcanti se alistava na ala dos liberais, ou Luzias, fazendo

parte de v��rios minist��rios, ap��s a maioridade no chamado "q��inq����nio

liberal" iniciado em 1844.

Quanto a Francisco Cavalcanti, "o Suassuna", adotaria por algum tempo, uma linha de Zigui Zague. De come��o acompanharia Holanda

Cavalcanti, formando a ala liberal, ocupando a pasta da guerra no minist��rio de 24 de julho. Mas, passado o comich��o liberalizante, mudou de rumos,

passando a atuar no bloco conservador, acompanhando Camaragibe.

N��o se pode deixar de mencionar a figura de Holanda Cavalcanti, de

quem Joaquim Nabuco tra��aria este perfil "um estadista do Imp��rio", sobre quem ele colocaria.

"uma das figuras origin��rias de nossa hist��ria, dessas que se

encravavam na lembran��a do povo, que rev�� nelas, porque sua

originalidade n��o �� outra coisa sen��o a espontaneidade dos instintos e

impulsos populares. Dele ficou, apenas, a tradi����o de sua rigorosa

probidade, de sua franqueza rude e de sua naturalidade extrema".

Holanda Cavalcanti f o i c a n d i d a t o a Regente U n o em 1835, p e r d e n d o para o Padre Feij�� 18

(Joaquim Nabuco c. Carneiro Edison - 1960 p. 23)

Algumas de suas frases no Senado ficaram proverbiais. "Ele possu��a,

um grau not��vel, um esp��rito esplendor, o mais raro de todos em pol��tica, de justi��a: era um combatente ativo e desinteressado do direito, onde quer que reconhecesse e tinha as mais vistas conciliadoras. O que n��o se alia sempre com o car��ter inflex��vel, como era o dele. Com tudo isto, uma boa f��

excessiva, que constitui para o pol��tico um defeito incur��vel de ingenuidade.

N��o era um homem de poderosas faculdades de ilustra����o, mais de uma

penetra����o aguda e grande lucidez de ju��zo, en��rgico e intenso, leal e

sincero, honrado e patriota, tudo isto em grau pouco comum.

De uma simplicidade r��stica e ao mesmo tempo, fidalga. Em uma

palavra, a combina����o da antiga nobreza territorial de Pernambuco com

esp��rito republicano, �� velha moda, romana de 1831 - Cavalcanti, se pode

assim defini-lo, nascido e criado nos engenhos do Norte." (Joaquim Nabuco c. Carneiro, Edison 1960 p. 23).

Com este depoimento Joaquim Nabuco deixa claro a sua admira����o

por Holanda Cavalcanti, que era um dos mais c��lebres componentes do





Partido Liberal.


Com a ren��ncia de Feij��, deixou uma vaga na Reg��ncia Una, em que

Holanda Cavalcanti disputaria o posto, perdendo, por��m, para Ara��jo Lima,

que o mesmo Holanda Cavalcanti, segundo teria obtido em Pernambuco "a

maioria dos votos dos cavalcantis", isto ��, de Pedro Cavalcanti, Visconde de Camaragibe e de Francisco Cavalcanti, Visconde de Suassuna, registro,

entretanto, cuja proced��ncia a figura indiscut��vel.

De fato, segundo mostra a ata de apura����o do pleito, na sess��o de 05

de outubro de 1838, do senado, Holanda Cavalcanti recebeu, nos treze

col��gios eleitorais pernambucanos. 285 sufr��gios, contra 183 do principal

antagonista, n��o parecendo razo��vel admitir que faturasse tamanho ��xito





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sem o apoio do poderoso "cl��-regional".

Quando Holanda Cavalcanti discursava em 14 de agosto de 1847,

que a demiss��o de Francisco Cavalcanti Visconde de Suassuna da vice-

presid��ncia da prov��ncia n��o afetara o prest��gio, da fam��lia, porque,

acentuava:

"se meu irm��o tem alguma influ��ncia, n��o �� ela devida �� vice-

presid��ncia, permita-me este pequeno amor pr��prio".

E n��o percebendo bem a r��plica do presidente do conselho - "pois ��

afortunado" - o desabafo orgulhoso "�� outra coisa mais do que fortuna, �� categoria moral, que �� superior �� categoria pol��tica", pois "a pol��tica passa e a moral fica".

Isso deixa claro a influ��ncia do Cavalcantismo no ponto de vista

econ��mico e social. E que n��o precisariam de ter altos cargos na pol��tica da prov��ncia para obter o poder e prest��gio.

Al��m da "categoria moral" de que gozavam na prov��ncia, os

���Cavalcantis e aliados contavam com respaldo de peso a cobertura de

Holanda Cavalcanti, que era um dos mais not��veis desta fam��lia e da ala dos liberais no plano nacional, seria natural e compreens��vel, levado a proteger os interesses da fam��lia e dos amigos.

Holanda Cavalcanti adotaria, na pol��tica no Recife, linha de

modera����o e equil��brio, evitando a radicaliza����o, quase sempre perigosa e

contradit��ria. Seu pensamento seria at�� ut��pico, pois pensava em um

partido equidistante dos Praieiros e dos Guabirus tipo de uma pol��tica de





amaciamento.


Se ver com isto, que os Cavalcantis em Pernambuco n��o dependiam

exclusivamente, de um partido para estar no poder, n��o importava se era os

Conservadores ou os liberais liderados por Chichorro da Gama na

presid��ncia, pois os Cavalcantis continuavam com prest��gio e poder na





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prov��ncia.

O pouco tempo em que os liberais ficaram na presid��ncia da

prov��ncia em nada afetaria o poder da fam��lia Cavalcanti.

Chichorro da Gama assumiu a presid��ncia em 1845 e em 1847 foi

demitido e o governo foi entregue a Souza Teixeira, que demitiu em massa

funcion��rios praieiros. O gabinete de Paulo Souza nomeou para substituir

Souza Teixeira primeiro Peres da Mota, liberal moderado, ficando alguns

dias. Quem o sucedeu foi Domingos Malaquias, que tamb��m ficara pouco

tempo no cargo, em que mostrava homem sem coragem de enfrentar a ira de

seus advers��rios.

A Praia, ��nico partido de oposi����o que podemos dizer cada vez mais

se desagradava com a situa����o pol��tica, e se preparava para uma

resist��ncia contra os conservadores e em especial a fam��lia Cavalcanti.

Que com a sa��da de presidentes liberais ou .conservadores

continuavam em cargos p��blicos na prov��ncia. Em 1848 quem estava a

frente da prov��ncia da C��mara Municipal do Recife era Manoel Joaquim do

Rego e Albuquerque, um conservador e aliado dos Cavalcantis, outro

personagem que n��o sa��a do cen��rio na pol��tica da prov��ncia era o Visconde





deAlbuquerque.


Por outro lado, entre abril e dezembro de 1848, exceto Chichorro da

Gama, baiano, que exercera o cargo por tr��s anos; a prov��ncia de

Pernambuco teve seis presidentes, na maioria, n��o pernambucanos.

Enquanto os Cavalcantis ficavam na frente dos cargos e muitas vezes

comandando o cen��rio pol��tico por tr��s do palco.





O CONTROLE DA ECONOMIA


Economicamente, a prov��ncia de Pernambuco estava dominada por





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uma feudalidade. Certos n��meros de ricos propriet��rios, que reduzia �� mis��ria as popula����es rurais e, indiretamente as urbanas. Uma das

conseq����ncias, era que a popula����o de camponeses pobres migrava para a

cidade, l�� chegando n��o tendo onde trabalhar, caiam na marginaliza����o.

O engenheiro franc��s Vauthier espantava-se em 1841 com as

dimens��es de uma dessas propriedades pequena dist��ncia do Recife da

��poca.

Ant��nio Pedro de Figueiredo, na sua revista "o progresso", publicada at�� pouco antes da Insurrei����o Praieira, atribu��a �� grande propriedade rural

"a impunidade dos crimes, os esc��ndalos das elei����es, assim como o vagar com que caminha a nossa prov��ncia na senda de toda esp��cie de progresso"

(Ant��nio Pedro Figueiredo e Carneiro, Edson 1960, p. 18) Parecia-lhe que

podia .dividir a prov��ncia economicamente em tr��s zonas: uma do sert��o,

praticamente fora de cogita����o devido �� dist��ncia em que se encontrava da

capitai; outra a regi��o central, arruinada pela destrui����o da mata e pela seca ocasionada por ela; e finalmente, a zona do litoral, numa profundidade m��dia de 10 a 15 l��guas a zona da cana-de-a����car, onde se acomodava mais de

tr��s quartos da popula����o.

Esta era a zona mais importante da prov��ncia, a zona onde fortemente

exercia a press��o econ��mica dos grandes latifundi��rios. N��o se achavam

terras boas para se comprar, nessa faixa litor��nea, pois todas as terras eram de propriedades da fam��lia latifundi��ria. E apesar disso, nove d��cimos das





terras estavam incultas.


Ant��nio Pedro notava que nos engenhos, exceto os canaviais, as

matas, os campos de pastagem e as planta����es de mandioca para os

escravos, grandes extens��es de terras, encontravam-se abandonadas,

podendo ser utilizadas para outras culturas. E esses terrenos se fossem

aproveitados, poderiam fornecer com abund��ncia feij��o, farinha, milho para





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toda a popula����o da prov��ncia e outras prov��ncias vizinhas, e se poderia at�� exportar, uma vez que Pernambuco importava quase tudo.

Assim, a grande propriedade, aliada �� monocultura, entravava o

progresso das prov��ncias. E o resultado era que a popula����o ou migrava

para as cidades ou ficava sendo explorada e passando necessidade.





Aumentando o empobrecimento geral.


Os latif��ndios, ligados por la��os de amizade ou de fam��lia, facilmente

criavam oligarquias locais, que reduziam a nada os esfor��os do governo

especialmente nas regi��es mais afastadas da capital.

As mais importantes destas fam��lias eram o Rego Barros e a

Cavalcanti, grandes latifundi��rios. O chefe dessa ditadura familiar era

Francisco do Rego Barros, bar��o, depois conde de Boa Vista, ex-presidente

da prov��ncia de Pernambuco e mais tarde senador do Imp��rio. Os membros

da fam��lia Cavalcanti e Rego Barros eram donos de engenhos t��o grandes

que se transformaram em munic��pio, como o engenho paulista.

A explora����o econ��mica transformava-se naturalmente, em

domina����o pol��tica. Eis porque Ant��nio Pedro propunha:

"Matai o d e s p o t i s m o na pessoa da grande propriedade t e r r i t o r i a l " .

Esmagado no campo sob a prepot��ncia dos latifundi��rios, o homem

do campo sofria, nas cidades, a explora����o dos comerciantes estrangeiros,

especialmente portugueses, que monopolizavam o com��rcio a retalho. Se

houvesse no Recife 6.000 casas de com��rcio, todos de estrangeiros, com

caixeiros portugueses, em m��dia dava um resultado a exist��ncia de 18.000

portugueses que exclu��am os brasileiros da profiss��o.

Para explicar, sem d��vida a influ��ncia do "cavalcantismo" sob o ponto de vista econ��mico e social n��o lhe assegurando, entretanto,





23


necessariamente, o cen��rio pol��tico, facilitado, era certo, pela posi����o excepcional resultante do seu status na comunidade, mas de nenhum modo,

decorr��ncia e fatal imperiosa. �� que nem sempre o prest��gio pol��tico se liga umbilicalmente �� riqueza ou �� nobreza aristocr��tica. Usuais e corriqueiros ou casos de lideran��a marcantes exercidas por homens do povo, os

carism��ticos condutores de massas, sugestivo o exemplo t��pico da praia,

algum tempo empolgando quase toda a prov��ncia, nada o bastante a for��a

social e econ��mica dos advers��rios.

A economia pernambucana era praticamente controlada por v��rias

fam��lias especialmente pela fam��lia Cavalcanti. Todo produto que ia ou vinha, ou seja, importa����es ou exporta����es na prov��ncia eram controladas pelas

oligarquias, at�� mesmo os produtos que eram para o pr��prio consumo

interno eram controlados pelos senhores latifundi��rios.

Na Zona Urbana a situa����o se agravava mais ainda. Todo o com��rcio

era monopolizado pelos portugueses os quais tinham prest��gio ao lado das

oligarquias latifundi��rias. Desta forma, a popula����o ia se revoltando, pois a prov��ncia na ��poca colonial era o centro econ��mico do Brasil. J�� no s��culo

XIX havia se transformado em uma regi��o pobre economicamente,

dependente da reprodu����o do capital de outras regi��es.

A POL��TICA ADMINISTRATIVA

Os governos de Francisco de Paula Cavalcanti Albuquerque e

Vicente Tomaz P. de Figueiredo Camargo, de 1835 at�� 1837, haviam

conseguido consolidar a paz interna da prov��ncia restaurando o equil��brio

agro-industrial, incentivando o desenvolvimento do com��rcio, abrindo

caminho para o governo altamente benem��rito e progressista de Francisco

de Regos Barros, que administrou de 1837 a 1844, dando a Pernambuco





24


mais ��nfase, import��ncia a moderniza����o a capital da prov��ncia.

Francisco Rego Barros, tendo morado dois anos em Paris, o que

influenciou bastante suas id��ias e seus modos de governar cercou-se de

t��cnicos franceses e alem��es e procurou realizar um trabalho de

moderniza����o em Recife.

Para dirigir as reformas, nomeou Louis Vauthier, engenheiro franc��s

de alto n��vel.

Foram feitas estradas ligando o Recife ao interior, construiu o Teatro

Santa Izabel, transformando o pr��dio do Er��rio P��blico no Pal��cio

Presidencial, atualmente conhecido como Pal��cio do Campo das Princesas.

Reconstruiu as velhas pontes de madeira e da Boa Vista, foram abertas

in��meras pra��as. O Recife passou por grandes mudan��as, que melhoraram

os servi��os urbanos e a paisagem da cidade.

No Campo do Er��rio ( hoje Pra��a da Rep��blica), foram constru��dos o

Teatro de Pernambuco, que depois viria a ser chamado de teatro de Santa Isabel. E das velhas ru��nas do Pal��cio de Friburgo. do tempo de Mauricio de Nassau, foi constru��do um importante pal��cio para a sede do governo,.

Pal��cio do Campo das Princesas, que �� o mesmo de hoje, com algumas

reformas ocorridas durante o tempo. O velho convento dos padres da extinta

ordem de S. Felipe Nery, foi remodelado e transformado no edif��cio da

Alf��ndega, abrindo-se atr��s, atrav��s das demoli����es, uma nova e larga rua;

foi levantada uma ponte p��nsil sobre o rio Capibaribe em Caxang��, que foi a primeira do g��nero constru��da no Brasil, foi constru��do um extenso cais no

ancoradouro do porto. Fez-se estabelecer o servi��o de abastecimento de

��gua pot��vel para o Recife. Incentivou-se o desenvolvimento da cultura, das artes, da especializa����o mec��nica e liberal, do ensino p��blico e das letras.

Instalou-se na prov��ncia o tribunal de com��rcio, Incentivou Rego-Barros a

cria����o de uma Associa����o Comercial para Pernambuco. O que se





25


concretizou em 1839, pois j�� havia no Recife setenta e cinco feiras grossistas explorando o mais variado com��rcio, e onde se notava a

predomin��ncia do elemento estrangeiro. Ou seja, 71,3% do total,

predominando nesta porcentagem o negociante ingl��s com 32%, ou seja.

vinte e dois estabelecimentos.

Os portugueses apenas exploravam dez estabelecimentos de

atacado, pois se dedicavam mais venda a varejo, ao pequeno com��rcio de

secos e molhados, ou lojinhas de miudezas.

Os brasileiros tinham vinte e tr��s estabelecimentos. As obras

realizadas por Francisco Rego Barros foram in��meras na prov��ncia e sempre

contando com a ajuda da poderosa fam��lia Cavalcanti. Consolidou-se um

predom��nio, dominando a maior parte da prov��ncia diretamente ou atrav��s

d�� parentes e correligion��rios.

Mas, os opositores do Bar��o n��o aceitavam as reformas

modernizadoras. Condenavam a vinda de tecidos estrangeiros, dizendo que

eles custavam caro e ocupavam o lugar dos brasileiros, prejudicando a m��o-

de-obra nacional. Afirmavam que esses lugares podiam ser ocupados por

brasileiros.

Al��m disso, responsabilizavam o governo do Bar��o juntos com

senhores latifundi��rios de controlar e explorar a massa camponesa. J�� na

��rea urbana, os comerciantes se revoltavam com a pol��tica empreendida

pelo Bar��o de s�� dar emprego a balconistas portugueses, deixando os

brasileiros sem trabalho atrav��s de violentos editoriais em seu jornal. Os

praieiros dominavam esta situa����o e difundiram a nacionaliza����o da m��o-

de-obra livre. Com estes v��rios problemas na prov��ncia de Pernambuco

faziam renascer os velhos ��dios e intrigas antilusitanos.





26


C A P �� T U L O I I I

A FAM��LIA CAVALCANTI NO T E M P O DA PRAIEIRA

Em 1844, caiu o minist��rio conservador no Rio de Janeiro, sendo

substitu��do por um Minist��rio Liberai. O partido da Praia viu nessa mudan��a

da pol��tica nacional a oportunidade de derrubar a lideran��a dos

conservadores em Pernambuco e aumentar sua participa����o no governo

provincial.

A tarefa n��o era simples. O Partido Liberal em Pernambuco era

liderado por Holanda Cavalcanti, de tend��ncia moderada. Era um grupo

ativo, de muita influ��ncia, que tinha tamb��m suas ambi����es pol��ticas.

Procurando atender aos dois grupos, o da fam��lia Cavalcanti e o dos

Praieiros, em maio de 1844 o governo Imperial nomeou JoaquihrMarcetino

de Brito, Presidente da prov��ncia de Pernambuco.

O partido da praia n��o perdeu tempo, aproximou-se rapidamente de

Joaquim Marcelino e aumentaram a press��o para que ele demitisse do

governo os partid��rios do Bar��o da Boa Vista, e ao mesmo tempo, trataram

de se aproximar do novo minist��rio no governo imperial, destacando as

origens liberais que os uniam.

Os partid��rios da praia sabiam que s�� havia um modo de se

fortalecerem e participarem da administra����o pol��tica do novo governo

provincial era isolar seus advers��rios conservadores, denunciar sua

corrup����o, afast��-los dos cargos p��blicos desta forma enfraquec��ndo-o

junto ��s autoridades do imp��rio.

Em 1848, por��m a pol��tica voltou a acirrar os ��nimos, afetando a

��poca de prosperidade iniciada intensamente por Rego Barros, Naquele ano

se verificou uma rebeli��o, que se intitulou Revolu����o Praieira.

Pernambuco forneceu ao imp��rio a ��ltima nota violenta da sua hist��ria. Do mesmo modo que imaginaram em 1710. a era dos movimentos

armados na defesa de sua soberania, ia encerrar dentro do s��culo XIX,

embora no cen��rio diferente das lutas entre partidos pol��ticos, o ciclo das suas agita����es sociais e politicas.

Aqueda do cen��rio politico do partido liberal e ascens��o ao poder dos

conservadores provocou na prov��ncia o desencadear de uma luta que trouxe

a tona o germe das agita����es sociais.

O jornal Di��rio Novo, ��rg��o que difundia os interesses da fac����o

liberal, foi impresso em uma tipografia localizada na Rua da Praia, passou a ser aquela luta apelidada de Praieira, que logo depois se tornaria uma das

mais conhecidas e de grande import��ncia hist��rica e social para





Pernambuco.


Joaquim Nabuco foi feliz ao dizer que n��o se pode deixar de

reconhecer no movimento praieiro a for��a de um furac��o popular violento,

brusco, sem rumo, espont��neo, capaz de elitizar e refluir, empolgar e

retroceder, o comportamento social dos pernambucanos.

Na verdade �� que o grupo dos praieiros constitu��a em sua grande

maioria o povo pernambucano. Os que n��o se manifestavam popularmente,

aceitavam suas id��ias discretamente, pois temiam as conseq����ncias de

serem descobertos perante as autoridades oligarcas.

Havia em 1848 em Pernambuco aut��nticos excessos de liberdade e

de contrapartida, tamb��m os abusos de autoridade, tudo isso caracterizando

a pr��pria democracia imperial brasileira de meados do s��culo XIX.

() nome praieira �� derivado da Rua da Praia no Recife, local da sede do Jornal Di��rio Novo. porta voz dos liberais locais. Esta rua fica pr��xima ao mercado de S��o Jos��.

28

A imensa documenta����o condensada de jornais da ��poca, a grande remessa dos folhetos, jornalecos e pasquins est��o nos arquivos e

bibliotecas para esclarecer que o movimento revolucion��rio pernambucano,

conhecido como Revolu����o Praieira. Foi este movimento sem sombra de

d��vidas o reflexo de um ajustamento social, que explorava o desequil��brio e o contraste entre as duas grandes fac����es pol��ticas da d��cada de 40 do

s��culo XIX Os causadores chamados de guabirus de esp��rito aristocr��tico e

reacion��rio, dos homens ricos, grandes senhores latifundi��rios; e os liberais conhecidos como praieiros, de id��ias evolucionistas, de cultura empregada

eram homens simples, modestos e intelectuais das classes mais

humilhadas. A Praia foi sem d��vida um movimento que obteve um grande

n��mero de integrantes, em que as camadas inferiores viam neste

movimento a oportunidade de obter melhores condi����es de vida.

A QUEST��O SOCIAL EM PERNAMBUCO

A situa����o dos artistas nacionais era outra quest��o que agitava a

prov��ncia, pois reproduzia, em plano mais limitado, a situa����o reinante no

com��rcio a retalho.

Em 1843 Borges da Fonseca havia levantado a quest��o, declarando

que os artes��os brasileiros j�� n��o podem tirar o mesquinho lucro da m��o-de-

obra, porque os estrangeiros enchiam o mercado com artigos mais baratos

inclusive telha, tijolo e cal.

Em 1845, o Di��rio Novo, numa s��rie de artigos, demonstrava que a

riqueza nacional seria desenvolvida se o governo brasileiro deixasse de

comprar produtos estrangeiros e passasse a fabricar esses mesmos

artefatos em nosso territ��rio. Por��m, n��o era o que acontecia, compr��vamos

muito ao estrangeiro e al��m de pagar altos sal��rios que podiam ser pagos





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aos nacionais, isto retardava a nossa economia.

Na verdade, um dos objetivos b��sicos dos praieiros era ajustar a

administra����o a seus interesses. Era preciso, no entender da Praia, n��o

perder essa oportunidade para aprofundar as den��ncias anteriores,

mostrando a liga����o dos baronistas com a corrup����o e tr��fico de escravos.

Os baroneiros q u e r i a m se tornar ainda mais poderosos

estabelecendo sua popularidade e influ��ncia para al��m de Pernambuco,

com o objetivo de fortalecer seu movimento.

Foram instaurados v��rios processos contra os baronistas. para

provar sua participa����o em atos ilegais na sociedade e mostrar o mau uso

que havia feito do servi��o p��blico. Foi uma vingan��a bem planejada, que

atingiu figuras de prest��gio entre os conservadores. Alguns foram acusados

de pertencerem a quadrilhas de traficantes de escravos, outros de serem

assaltantes e ladr��es de cavalos ou ainda de terem praticado viol��ncia e

assassinatos. O grupo mais atacado pelos praieiros sem d��vida foram os da

fam��lia Cavalcanti, e se n��o fossem a eles mesmos, seriam as pessoas ou

parentes ligados a fam��lia Cavalcanti Tais processos eram explorados pela

imprensa praieira, sobretudo pelo Di��rio Novo, agora ��rg��o oficial do

governo provincial

Em resumo, a prov��ncia estava dividida naturalmente em dois

campos: Os dos exploradores e dos explorados, o dos opressores e o dos

oprimidos. Essa divis��o era vista t��o claramente pela sociedade

pernambucana, que saiu na ��poca um quadro popular em que Pereira da

Costa atribuiu ao deputado Geronimo Vilela de Castro Tavares.





30


"Quem viver em Pernambuco

Pode estar desenganado,

Que ou h�� de ser Cavalcanti

Ou h�� de ser cavalgado".

No trocadilho, resultante de um jogo de palavras Cavalcanti ou

cavalgado, os Cavalcantis s��o aqueles que cavalgam ou montam, e

cavalgado o que �� montado. Isto explica tudo que pertencia ao grupo que

feliz levava uma vida aben��oada usufru��da de todas as regalias, enquanto ao

outro grupo sobrava a conforma����o de serem explorados.

Os Cavalcantis formavam o partido conservador, que o juiz Nabuco

de Ara��jo declarava "composto da maior parte dos homens grado (not��veis)

e ricos da provincia" e que Figueira de Melo dizia integrado por "todos os propriet��rios, negociantes e capitalistas; todas as classes ilustradas, tjodos os primeiros empregados da prov��ncia".

Entre os cavalgados contavam-se gr��ficos, ouvires, funileiros,

barbeiros, alfaiates, seleiros, cocheiros, lavradores, negros libertos,

pequenos funcion��rios, elementos de todas as camadas da popula����o,

cujos interesses coincidiam, no momento hist��rico, com os interesses da

burguesia revolucion��ria

A sociedade da prov��ncia caminhava para uma revolu����o social,

diante desses tais acontecimentos, era quase imposs��vel de n��o acontecer a

revolu����o Praieira.





A PRAIA LUTA PELO PODER


A tens��o politica aumentava, apesar dos esfor��os conciliadores de

Marcelino Os partid��rios do bar��o da Boa Vista respondiam aos ataques





31


dos praieiros por meio de artigos de jornal e procuravam ampliar sua atua����o dentro do novo governo. Tentaram at�� alterar os resultados das elei����es de

juiz-de-paz no Recife, em agosto de 1844, nas quais haviam sido derrotados

pelos praieiros.

Chegaram acusar de fraude o governo de Joaquim Marcelino.

Os praieiros mesmo assim n��o se intimidaram e come��aram a pedir

ao governo a demiss��o de todos os funcion��rios baronistas.

Na verdade, um grupo denunciava e ao mesmo tempo era

denunciado pelo grupo que denunciou. Era dif��cil saberquem n��o se valia de

fraude, suborno e viol��ncia para conquistar o poder.

Assumindo o governo da prov��ncia a 11 de julho de 1845, ficando no

governo provincial at�� 19 de abril de 1847, o conselheiro Ant��nio Pinto

Chichorro da Gama, senador pelo Rio de Janeiro, e um dos mais

proeminentes chefes da fac����o liberal, cuidara, como dizem not��cias da

��poca '"de fortalec��-la por todos os modos, entregando aos correligion��rios todos os empregos p��blicos e at�� distribuindo-lhes em abund��ncia armas e

muni����es". Uma amea��a a futuras alternativas pol��ticas.

Chichorro da Gama seguiu o mesmo caminho de favorecimento do

grupo da Praia. Enquanto os partid��rios do Bar��o da Boa Vista estavam com

os dias contados no governo e a fam��lia Cavalcanti ia perdendo espa��o no

seu autoritarismo.

A pol��tica de demiss��es, t��o sonhado pelo partido da praia, foi

concretizada conforme a denuncia do jornal conservador "O Lidador", em poucos dias foram demitidos mais de seiscentos funcion��rios p��blicos. O

Lidador defendia o Bar��o da Boa Vista afirmando que em sete anos ele havia

demitido apenas 32 funcion��rios.

Tinha se revertido os pap��is, os acusadores se transformaram em

acusados, e os conservadores estavam agora na oposi����o.





32


Diz Rocha Pombo, que o governo de Ch��chorro da Gama "assinala o pleno dom��nio da praia".

Mesmo dado devido desconto �� indigna����o dos partidos, quando a

viol��ncia parte do advers��rio, a sua presid��ncia foi em Pernambuco, como a

de Aureliano no Rio de Janeiro: a invers��o de tudo que existia oficialmente. ��

primeira vista, fala contra ele o fato de que grande parte dos tumultos que lhe imputa, ele as fez ou as deixou de praticar, quando tratava de ser fazer

eleger, duas vezes, senador e uma vez deputado da prov��ncia que

administrava.

Al��m de excessos de toda a ordem, criou esse homem no Recife uma

tal atmosfera de terror, que grande parte da popula����o n��o podia mais viver

ali em seguran��a.

Cont��nuas desordens pelas ruas alarmavam a cidade, e ningu��m

mais que n��o fosse autoridades se arriscaria a sair certas horas.

A desordem chegou a tal forma que durante tr��s noites. 8, 9 e 10 de

dezembro de 1847 por exemplo, bandos de arruaceiros espalharam-se

pelas ruas de Recife, e as autoridades n��o moviam uma palha para evitar ou

punir, espancando quantos portugueses encontrassem pelas ruas,

apedrejando as casas dos conservadores e portugueses ricos, cometendo

quantas confus��es quisessem.

Estava caracterizado o imp��rio ostensivo da praia, da revolta popular

explorada pelos liberais, contra os estrangeiros, contra os homens de

dinheiro e principalmente contra o "Cavalcantismo" Da�� era f��cil imaginar como os conservadores estavam tensos e aflitos com a situa����o, por��m

tinham a expectativa de algum dia voltar ao poder, para se vingar dos

humilhantes ultrajes.

Sentiu-se que em toda a prov��ncia de Pernambuco algo de muito

grave iria ocorrer Pois n��o aceitariam os liberais as condi����es em que





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estavam sendo h�� anos anteriores. Eles j�� tinham avan��ado demais com suas ideias, de modificara prov��ncia

A pretens��o da Praia era terminar com a explora����o dos portugueses

no comercio do Recife, e desertar o conservadorismo do Cavalcantismo e

seus aliados na prov��ncia. Pode-se dizer que a fam��lia Cavalcanti junto com a

fam��lia Rego Barros eram advers��rios muito dif��ceis de se derrubar, o

poderio destes era muito grande e suas influ��ncias iam al��m de

Pernambuco

Por��m a praia n��o se intimidaria Continuava com a sua escalada aos

seus objetivos na prov��ncia, mesmo perdendo posi����o de mando. Quando

neles lutavam pela implanta����o, de um sistema pol��tico-social altamente

avan��ado para a ��poca, revolucion��rio mesmo s�� lhes restavam o uso da

for��a, e incentivar as camadas inferiores a participar de movimento com a

promo����o de uma revolu����o, que seria, portanto a ultima revolu����o social do

imp��rio na prov��ncia de Pernambuco

Haveria sem d��vida, certa demagogia eleitoreira na conduta da Praia,

colocando todo seu ��dio �� Fam��lia Cavalcanti e aos estrangeiros.

A REVOLU����O

A situa����o pol��tica e social era grave em Pernambuco no ano de 1848.

marcado pelo destino a ser o ano das grandes agita����es no mundo. D. Pedro

II demitiu Paulo de Souza e Melo da chefia do gabinete liberal de 31 de maio

Fez voltar ao governo, os conservadores, com o Visconde de Olinda Pedro

de Ara��jo Lima. que subiu ao poder a 29 de setembro. Com a sa��da de Paulo

de Souza e Melo descera do poder o elemento politico que sustentava a

Praia na prov��ncia de Pernambuco

J�� reinava em Pernambuco uma s��ria confus��o administrativa, pois

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entre a sa��da de Chichorro da Gama em abril de 1848 e a posse de Herculano Pena. em curto per��odo de menos de um ano, quatro pessoas

Manoel de Souza Teixeira, Vicente Peres da Mota, Domingos Malaquias de

Aguiar e Ant��nio da Costa Pinto. Estiveram no governo, havendo se

verificado elei����es para senador, enquanto se confundiam as demiss��es e

as nomea����es para cargos p��blicos.

Com a queda do Gabinete Liberal, estava caracterizado francamente

um movimento de protesto contra a pol��tica reacion��ria do Gabinete

Conservador ainda cheio de prote����es e salamaleques para os





portugueses.


O povo na grande maioria, lutava incentivado pela imprensa praieira,

onde se encontravam excelentes jornalistas. Acreditavam que os dois

principais inimigos que os impediam a melhorar de vida e a mudar o

comportamento de uma sociedade a que eram explorados na prov��ncia,

eram: os portugueses, que monopolizavam o com��rcio a varejo e os

senhores de engenhos como os poderosos Cavalcantis e os Rego Barros.

que tinham o dom��nio das terras nos interiores e o controle da politica





provincial.


A Revolu����o Praieira foi teoricamente feita na base desses dois





elementos.


A fam��lia Cavalcanti, como j�� foi dito antes, constituia-se como a mais

poderosa fam��lia na prov��ncia e tinha chegado ao m��ximo do dom��nio nas

d��cadasde20. 30 e 40 do s��culo XIX.

A esta fam��lia, e a Rego Barros os praieiros atribu��am o

enfraquecimento da economia pernambucana, deixando a prov��ncia em

total atraso em seu desenvolvimento econ��mico.

Diante desses aspectos rurais e urbanos, nasce a Revolu����o Praieira

que se principiou como quase todas as revolu����es em Pernambuco, foi uma

35

grande rea����o em ato de desespero que se juntou ��s aspira����es das camadas inferiores. E o pretexto para eclos��o da luta foi a queda do

minist��rio liberal no Rio de Janeiro em 1848 e a nomea����o de um presidente

conservador em Pernambuco

A Revolu����o contra o governo da Prov��ncia iniciou-se em Olinda, a 7

de novembro de 1848. sob o comando do general Jos�� In��cio de Abreu e

Lima do capit��o de artilharia Pedro Ivo Veloso da Silveira, do deputado

liberal Joaquim Nunes Machado e do militante da ala radical do Partido

Liberai. Ant��nio Borges da Fonseca

Contou com a participa����o das camadas populares, o movimento

espalhou-se rapidamente por toda a Zona da Mata de Pernambuco e seus

lideres resolveram invadir o Recife em fevereiro de 1849.

A sua primeira batalha foi travada no povoado de Maricota

(atualmente cidade de Abreu e Lima).

Um de seus lideres o Borges da Fonseca publicou um manifesto ao

mundo onde tornava p��blico diante deste manifesto as reivindica����es que o

movimento exigia como extin����o do sistema de recrutamento militar,

extin����o do poder moderador, voto livre e universal a nacionaliza����o do

com��rcio, reformas sociais, econ��micas e liberdade de imprensa.

Vale a pena salientar que o movimento praieiro n��o se preocupou em

momento algum com o fim da escravid��o, pelo menos n��o se encontrou

registros que provasse o contr��rio.

Os primeiros combates no Recife foram favor��veis aos rebeldes,

porem depois da morte em combate de um de seus lideres Nunes Machado,

eles n��o conseguiram resistir ��s for��as militares oficiais.

Derrotados na capital, os rebeldes, sob o comando de Pedro Ivo e

Borges da Fonseca deslocaram a resist��ncia para o interior

Os senhores de engenho representados pela fam��lia Cavalcanti n��o

36

t i n h a m s�� p o d e r e c o n �� m i c o e politico, m a s t a m b �� m militar.

T o r n a v a - s e dif��cil desafi��-los, d e v i d o a for��a de s u a s mil��cias p a r t i c u l a r e s , f o r m a d a s e n t r e s e u s i n �� m e r o s a g r e g a d o s e d e p e n d e n t e s . D u r a n t e a r e v o l u �� �� o os e n g e n h o s f u n c i o n a r a m c o m o v e r d a d e i r o s quart��is. Muitos s e n h o r e s de e n g e n h o a p r o v e i t a r a m o c o n f r o n t o a r m a d o para realizar v i n g a n �� a s p e s s o a i s e e l i m i n a r velhos a d v e r s �� r i o s . Muito antes da Praieira, a for��a das armas e a viol��ncia j�� faziam parte da disputa politica entre os senhores de engenho da prov��ncia.

Adiadas com o objetivo de acalmar os ��nimos. N��o houve resultado que

atendesse aos interesses praieiros, empurrando at�� os praieiros mais

moderados, a revolta armada.

A not��cia da revolu����o chegou logo ao Rio de Janeiro, provocando

impacto e preocupa����o na corte. O Governo imperial, tomou v��rias

medidas, refor��ando as tropas de Pernambuco, e colocou Manoel Vieira

Tosta para substituir Herculano Pena como presidente da prov��ncia de

Pernambuco.

No dia 14 de fevereiro de 1849, depois de passarem por Goiana sem

dificuldades, as for��as praieiras do Norte sofreram um s��rio abalo: um

violento combate no engenho Pau-Amareio. saiu ferido o praieiro Jo��o

Roma. As tropas do Governo tomaram ainda grande parte da muni����o e

parte do arquivo dos rebeldes.

Esse documento que foi capturado iria fortalecer bastante ao

processo policial chefiado por Figueira de Melo. Nesses documentos

estavam provas escritas da participa����o de muitas pessoas na revolu����o. O

praieiro Jo��o Roma morreu dias depois por causa dos ferimentos. Jo��o

Roma era bastante importante para a revolu����o e com sua morte

aumentaram as deser����es, abatendo ainda mais o ��nimo dos praieiros.

O ex��rcito rebelde estava se destro��ando. Pequenos ��xitos eram

37

logo amea��ados pela presen��a do ex��rcito que sempre estava concentrado nos engenhos. As tropas governistas ampliaram o cerco aos revoltosos.

Os revoltosos j�� tinham ido ate Areia, cidade na Para��ba, em busca de

mais componentes para seu movimento. O movimento tentou invadir o

Recife e tinha como objetivo principal conquistar o pal��cio da presid��ncia,

mas as tropas foram obrigadas a retroceder, pois foram vencidas pela

artilharia e pela cavalaria dos advers��rios.

A revolu����o ia cada vez mais perdendo espa��o na prov��ncia, o

movimento sofreu grande perda com a pris��o de Borges da Fonseca no

interior da Para��ba.

Depois de abril de 1850. quando a maioria dos combatentes se

renderam Pedro Ivo continuou resistindo nas matas de ��gua Preta,

negociou-se mais tarde sua rendi����o e ida para o Rio de Janeiro, onde ficou

preso na fortaleza de Santa Cruz. O Governo Imperial ofereceu-lhe anistia, desde que aceitasse permanecer dez anos no Par��. mais ele n��o aceitou.

Com ajuda de amigos, conseguiu fugir da pris��o no dia 20 de abril de 1851.

permaneceu algum tempo no Vale do Para��ba, at�� embarcar para a Europa

no barco italiano Ves��vio. Morreu no meio da viajem. N��o se sabe ao certo o

que provocou a sua morte, o cad��ver foi atirado ao mar no dia 3 de mar��o de

1852

��� Com o fim da Praieira encerrou-se a fase de intensa agita����o social

no Per��odo Imperial, o que facilitou a concilia����o partid��ria e o tranq��ilo

revezamento dos partidos liberais e conservadores no comando do poder no

Rio de Janeiro. Na prov��ncia de Pernambuco tudo ia voltando como era

antes da revolu����o As fam��lias Cavalcanti e Rego Barros voltavam ao pleno

poder oligarco na explora����o das camadas inferiores, n��o podendo afirmar

que todos os Cavalcantis em Pernambuco eram apreciadores da explora����o

da massa popular.

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O objetivo mais importante foi sempre a luta pelo poder entre grupos pol��ticos rivais, no qual n��o se media as conseq����ncias para alcan��ar seus

objetivos, tanto do lado dos senhores de engenho representados pelos

Cavalcantis e do pr��prio partido da Praia, que em momento algum a luta

contra a escravid��o foi defendida. O que realmente preocupou os praias

foram as viol��ncias que eles praticaram contra os Cavalcantis e outros

aristocratas de engenho praticadas por Chichorro da Gama quando estava

na presid��ncia da prov��ncia In��meros engenhos destru��dos e pessoas

pagaram com a vida uma luta que eles n��o come��aram

39

CONCLUS��O

Abordamos neste trabalho a origem da fam��lia Cavalcanti em

Pernambuco, que se tornou uma das mais famosas na hist��ria, no decorrer

dos s��culos, gra��as muitas vezes ao entrela��amento com outras fam��lias de

igual proje����o

Os membros da fam��lia Cavalcanti na sua maioria acumulavam t��tulos

de nobreza e cada vez mais obtinham papel de destaque na pol��tica da

prov��ncia de

Por��m, este poder politico e econ��mico dos Cavalcantis em

Pernambuco gerava descontentamento nas camadas m��dias e pobres.

Uma vez que. este mesmo dom��nio abrangia um ter��o das terras da

prov��ncia,, que na maioria encontravam-se improdutivas, gerando desta

forma a mis��ria para as classes inferiores.

No campo a situa����o encontrava-se cada vez pior sob a explora����o

dos Cavalcantis. Enquanto na cidade os componentes da classe m��dia

atribu��am aos Cavalcantis o atraso econ��mico da prov��ncia.

Outro problema que afligia a classe m��dia urbana era o controle da

fam��lia comandada pelos componentes da fam��lia Cavalcanti que estavam

situados nos dois partidos pol��ticos Conservador e Liberal.

Encontrava-se tamb��m nesta ��poca outro problema grave, que era o

com��rcio do Recife monopolizado pelos portugueses.

Podemos observar que a situa����o na prov��ncia de Pernambuco

caminhava para um confronto entre dois grupos um que se achava

explorado no qual estavam os camponeses e os componentes da classe

m��dia urbana que eram exclu��dos da participa����o politica e econ��mica; e

outro grupo composto pelos propriet��rios de terras e os portugueses que

controlavam o com��rcio.

40

Estava montado, desta forma, o cen��rio para uma guerra civil na prov��ncia. Em que surgia neste momento um grupo vindo do interior da

classe m��dia urbana com solu����es para resolver os problemas da prov��ncia,

com o nome de Praieiros que se tornaria o Partido da Praia.

No ambiente de explora����o em que se encontravam a popula����o da

prov��ncia, o partido da praia surgia com promessas para solucionar todos os problemas sociais. O povo simples da ��poca se apegaria a qualquer grupo

pol��tico que prometesse tirar-lhes da situa����o em que se encontravam.

O interessante �� que o partido da Praia tentou de todas as maneiras

conquistar o poder pol��tico, fazendo oposi����o aos conservadores e

colocando como causadores da situa����o de pobreza em que si encontrava a

prov��ncia a fam��lia Cavalcanti, que sem d��vida eram seus principais

advers��rios.

O partido da Praia n��o conseguiu seus objetivos atrav��s dos meios

pol��ticos, e para piorar a situa����o, os Conservadores, em 1848. voltavam a

dominar a presid��ncia da prov��ncia. Os praieiros achavam que s�� por uma

luta armada era poss��vel conquistar o poder na prov��ncia, derrotando seus

principais advers��rios a fam��lia Cavalcanti.

Desta forma os praieiros atribu��am a sua revolu����o exclusivamente

ao poder exercido pela fam��lia Cavalcanti e seus aliados na prov��ncia, que





entravam o progresso em Pernambuco.


Por��m, n��o podendo deixar de mencionar que na verdade a

Revolu����o Praieira foi atribu��da pela conquista do poder na prov��ncia. Pois.

em momento algum, o movimento dos praieiros se preocupou com o fim da

escravid��o e a participa����o da classe pobre na prov��ncia.

"A Fam��lia Cavalcanti no Tempo da Praieira" �� uma an��lise que

mostra a luta de dois grupos, os Praieiros representados pela classe m��dia

urbana e os Conservadores representados pela fam��lia Cavalcanti e outras

41

fam��lias oligarcas. Esses dois grupos tinham como fator principal dominar o poder na prov��ncia.

Nesta revolu����o in��meros engenhos foram destru��dos e pessoas que

n��o apoiavam nenhum dos grupos pagaram com a pr��pria vida, uma luta

que n��o come��aram.

A revolu����o praieira n��o s�� foi o mais sangrento de todos os

movimentos revolucion��rios que explodiu em Pernambuco, mais tamb��m foi

o de maiores reivindica����es sociais. Atribuindo seu ��dio �� fam��lia Cavalcanti e aos estrangeiros.

Vale ressaltar que apenas alguns praieiros eram a favor do fim da

monarquia e a proclama����o da rep��blica.

No in��cio de quase todas as revolu����es o lado negativo e acusador

tornam-se o desejo de vingan��a que domina os ideais de justi��a e liberdade.

As revolu����es come��am sempre contra aqueles que est��o exercendo o

poder. A fam��lia Cavalcanti n��o fugiu desta regra.





42


FATOS E DATAS IMPORTANTES

1840 - Maioridade de Dom Pedre!

1842 - Funda����o do Partido da Praia

1844 - Fim do governo do Bar��o da Boa Vista, o Partido Liberal assumiu o

governo do imp��rio.

1847 - Agosto: Demiss��o de Francisco Cavalcanti da vice-presid��ncia da

prov��ncia.

1848 -Abril: Demiss��o de Chichorro da Gama.

Junho: Aumenta a tens��o entre brasileiros e portugueses, se manifesta a

lusofobia, v��rios portugueses s��o mortos.

Outubro: Herculano Pena, representando os interesses dos

Conservadores, toma posse como presidente da prov��ncia.

Novembro: Almeida Guedes e Jo��o Paulo Ferreira parte de Olinda, iniciando





o conflito.


Dezembro: Vieira Tosta assume como presidente da prov��ncia.

1849 - Janeiro: �� lan��ado o manifesto ao mundo, tem muita repercuss��o.

Fevereiro: Combate decisivo no Recife d�� a primeira vit��ria ��s for��as do

governo, com a morte de Nunes Machado.

Mar��o: For��as governistas prendem Borges da Fonseca.

Abril: Os praieiros rendem-se, restando Pedro Ivo ��ltimo L��der praieiro.

1850 - Setembro: �� assinada a Lei Eus��bio de Queiroz.





43


Dezembro: Pris��o de Pedro Ivo.

1851- Abril: Pedro Ivo foge da cadeia.

Novembro: Concess��o de anistia geral aos praieiros, j�� impossibilitados de





retornar as lutas anteriores.


1852- Mar��o: Pedro Ivo morre na viagem de fuga para Europa, seu cad��ver

�� atirado ao mar.





44




Governantes do per��odo imperial de Pernambuco de

1 8 2 2 - 1 8 8 9

n��

Nome

inicio do mandato

f i m d o mandato

observa����es

1

Afonso de Albuquerque

15 de setembro de

Maranh��o

1823

Francisco Pais Barreto

Junta dos Matutos,

presidida Afonso de

Albuquerque Maranh��o,

Francisco de Paula Cavalcanti

que renunciou

e Albuquerque

Manuel In��cio Bezerra de Melo

2

Francisco Pais Barreto

15 de setembro

13 de dezembro de

Marqu��s de Recife

de 1823

3

1823

3

Manuel de Carvalho Pais de

Presidente da Junta

Andrade

Provis��ria, vindo a ser

13 de dezembro

eleito em 8 de ianeiro de

de 1823

1824 Proclamou a

Confedera����o do Equador

(2 de julho de 1824)

4

Francisco Pais Barreto

Marau��s de Recife'

5

Francisco de Lima e Silva

12 de setembro

25 de maio de 1825

Bar��o de Barra Grande

de 1824

6

Jos�� Carlos Mairink da Silva

25 de maio de

12 de abril de1826





5


Ferr��o

1825

7

Francisco de Paula Cavalcanti

30 de janeiro de

12 de abril de 1826

Visconde de Suassuna

e Albuquerque

1827

8

Joaquim Jos�� Pinheiro de

15 de fevereiro

11 de outubro de

Conde de Montserrate ��

Vasconcelos

de 1830

1831

9

Francisco de Carvalho Pais

11 de outubro de

4 de setembro de

1831

1832

10

Francisco de Paula Cavalcanti

28 de fevereiro de

20 de maio de 1832

Visconde de Suassuna

e Albuquerque

1832

11

Bernardo Lu��s Ferreira

4 de setembro de

14 de novembro de

Vice-presidente em

Portugal

1832

1832

exerc��cio

12

Manuel Zeferino dos Santos

14 de novembro

28 de setembro de

Visconde de Suassuna

de 1832

1833

13

F��lix Jos�� Tavares de Lyra

28 de setembro

6 de dezembro de

de 1835

1835

Francisco de Paula de Almeida

6 de dezembro de

15 de janeiro cie

1 4

e Albuquerque

1835

1834

15

Joaquim Jos�� de Miranda

15 de janeiro de

4 de junho de 1834

1834

16

Manuel de Carvalho Pais de

4 de junho de

11 de abril de 1835

Andrade

1834

17

Vicente Tomaz Pires de

11 de abril de

1 de junho de 1835

o

Figueiredo

1835

18

Francisco de Paula Cavalcanti

1 de junho de

o

1 de fevereiro de

0

Visconde de Suassuna

e Albuquerque

1835

1837

Assumiu a presid��ncia do triunvirato remanescente da Junta dos Matutos, renunciando logo ap��s.

Nomeado pelo Imperador em 1 de abril de 1824, n��o chegou a tomar posse, havendo sido 4

anulada sua nomea����o pelo Imperador em 24 de abril de 1824

Nomeado pelo imperador, em substitui����o ao anterior decreto que nomeava Francisco Pais 5

Barreto (1824), apenas veio a tomar posse em maio de 1825.





45


19

Vicente Tomaz Pires de

11 de fevereiro de

2 de dezembro de

Figueiredo de Camargo

1837

1837

20

Francisco do Rego Barros

2 de dezembro de

5 de abril de 1838

Conde da Boa Vista

1837

21

Francisco de Paula Cavalcanti

12 de abril de

30 de outubro de

Visconde de Suass una

e Albuquerque

1838

1838

22

Francisco do Rego Barras

30 de outubro de

15 de outubro de

Conde da Boa Vista

1838

1840

23

Tom��s Antonio Maciel

15 de outubro de

3 de novembro de

Monteiro

1840

1840

24

Francisco do Rego Barros

3 de novembro de

3 de abril de 1841

1840

25

Manuel de Sousa Teixeira

3 de abril de 1840

3 de abril de 1841

26

Francisco do Rego Barros

7 de dezembro de

13 de abril de 1844

1841

27

Pedro Francisco de Paula

13 de abril de

12 de maio de 1844

Cavalcanti de Albuquerque

1844

28

Isidro Francisco de Paula

12 de maio de

4 de junho de 1844

Mesquita e Silva

1844

29

Joaquim Marcelino de Brito

4 de junho de

9 de outubro de

1844

1844

30

Tom��s Xavier Garcia de

9 de outubro de

6 de junho de 1845

Almeida

1844

31

Manuel de Sousa Teixeira

6 de junho de

11 de julho de 1845

1845

32

Ant��nio Pinto Chich orro da

11 de julho de

26 de abril de 1848

Gama

1845

33

Vicente Pires da Mota

26 de abril de

17 de junho de 1848

1848

Domingos Malaquias de Aguiar

15 de julho de 1848

Bar��o de Cimbres

17 de junho de

Pires Ferreira

Interinamente (vice

1848

pr��sident e da Prov��ncia)

Ant��nio da Costa Pinto

15 de julho de

17 de outubro de

1848

1848

Herculano Ferreira Pena

17 de outubro de

25 de dezembro de

1848

1848

Manuel Vieira Tosta

25 de dezembro

2 de julho de 1849

Marqu��s de MuritJba

de 1848

34

Hon��rio H ermeto Cam��ra

8 de maio de 1850

2 de julho de 1849

Marqu��s de Paran��

Le��o

Jos�� Idefonso de Sousa

16 de junho de 1851

8 de maio de 1850

2 Visconde de Jaguari

Ramos

o

35

V��tor de Oliveira

16 de junho de

9 de mar��o de 1852

1851

���

Francisco Ant��nio Ribe ira

9 de mar��o de

25 de abril de 1853

1852

36

Jos�� Bento da Cunha

25 de abril de

28 de maio de 1856

Visconde de Bom

Figueiredo.

1855

Conselho

S��rgio Teixeira de Macedo

28 de maio de

8 de abril de 1857

Interinamente (2 vice

o

1856

presidente da Prov��nci a)

Joaquim Pires Machado

14 de outubro de

Interinamente (3�� vice

8 de abril de 1857

Portela

1857

presidente da Prov��ncia)

37

Benevenuto Augusto

14 de outubro de

6 de dezembro de

Magalh��es Taques

1857

1858

38

Manuel Felizardo de Sousa e

6 de deze moro de

27 de janeira de

Melo

1858

1859

39

Jos�� Ant��nio Saraiva

27 de janeiro de

20 de abril de 1859

Conselheiro Saraiva

1859

40

Pedra Francisco de Paula e

15 de outubro de

20 de abril de

Holanda Cavalcanti de

1859

Visconde de Albuquerque

1859

Albuquerque

41

Luis Barbalho Moniz Fi��za

15 de outubro de

30 de abril de 1860

Bar��o de Monjard��m

1859

42

Ambr��sio Leit��o da Cunha

30 de abril de

6 de abril de 1861

Bar��o de Marmore

1860

Joaquim Pires Machado

6 de abni de 1361

29 de abril de 1861

Visconde de S��o Lu��s do





46


Portela

Maranh��o

Joaquim Pires Machado

20 de mar��o de

30 de abril de 1862

Interinamente ( 2 vice-

o

Portela

1862

presidente da Prov��ncia)

43

Ant��nio Marcelino Nunes

29 de abril de

20 de mar��o de

Visconde de S��o Lu��s do

Gon��alves

1861

1862

Maranh��o

Joaquim Pires Machado

20 de mar��o de

30 de abril de 1862

Interinamente (2�� vice-

Portela

1862

presidente da Prov��ncia)

44

Manuel Francisco Correia

20 de abril de

2 de outubro de

1862

1862

45

Jo��o Silveira de Sousa

2 de outubro de

15 de janeiro de

1862

1864

46

Domingos de Sousa Le��o

13 de janeiro de

1�� de dezembro de

Bar��o de Vila Bela

1864

1864

47

Anselmo Francisco Peretti

1 d e dezembro

25 de janeiro de

o

de 1864

1865

48

Ant��nio Borges Leal Castelo

25 de janeiro de

25 de julho de 1865

Branco

1865

49

Manuel Tom��s Rodrigues

25 de junho de

12 de agosto de

Bar��o de Rio Formoso

Campelo

1865

1865

50

Jo��o Lustoso da Cunha

12 de agosto de

6 de mar��o de 1866

2 Marqu��s de Paranagu��

Paranagu��

o

1865

51

Manuel Clementino Carneiro

6 de mar��o de

5 de novembro de

da Cunha

1866

1866

52

Francisco de Paula da Silveira

5 de novembro de

24 de abril de 1867

Lobo

1866

Ab��lio Jos�� Tavares da Silva

25 de abril de

10 de maio de 1867

1867

53

Domingos de Sousa Le��o

10 de maio de

23 de julho de 1868

Bar��o de Vila Bela

1867

Quintino Jos�� de Miranda

23 de julho de

28 de julho de 1868

1868

Francisco de Assis Pereira

28 de julho de

23 de agosto de

Rocha

1868

1868

54

Br��s Carneiro Nogueira da

23 de agosto de

11 de abril de 1869

Conde de B*5pendi

Costa e Gama

1868

Manuel do Nascimento

11 de abril de

5 de novembro de

Machado Portela

1869

1869

55

Frederico de Almeida e

5 de novembro de

16 de abril de 1870

Albuquerque

1869

56

Francisco de Assis Pereira

16 de abril de

10 de novembro de

Rocha

1870

1870

57

Diogo Velho Cavalcanti de

10 de novembro

3 de maio de 1871

Visconde de Cavalcanti

Albuquerque

de 1870

Manuel do Nascimento

27 de outubro de

3 de maio de 1871

Machado Portela

1871

58

Jo��o Jos�� de Oliveira

27 de outubro de

26 de abril de 1872

Junqueira

1871

-

Manuel do Nascimento

26 de abril de

10 de junho de 1872

Machado Portela

1872

-

Francisco de Faria Lemos

10 de junho de

5 de novembro de

1872

1872

59

Henrique Pereira de Lucena

5 de novembro de

10 de maio de 1875

Bar��o de Lucena

1872

60

Jo��o Pedro Carvalho de

10 de maio de

1 de maio de 1876

o

Morais

1875

61

Manuel Clementino Carneiro

1 de maio de

o

15 de novembro de

da Cunha

1876

1877

62

Francisco de Assis Oliveira

15 de novembro

15 de fevereiro de

Maciel

de 1877

1878

63

Adelino Ant��nio de Luna Freire

15 de fevereiro de

20 de maio de 1878

1878

64

Adolfo de Barros Cavalcanti de

20 de maio de

18 de setembro de

Albuquerque Lacerda

1878

1879

"

Adelino Ant��nio de Luna Freire

18 de setembro

20 de dezembro de

de 1879

1879





47


65

Louren��o Cavalcanti de

29 de dezembro

9 de abril de 1880

Albuquerque

de 1879

"

Adelino Ant��nio de Luna

28 de junho de 1880

9 de abril de 1880

Freire

66

Franklin Am��rico de Meneses

28 de junho de

1 de abril de 1881

Bar��o de Loreto

D��ria

1880

67

Jos�� Ant��nio de Sousa Lima

1 de abril de

o

17 de dezembro de

Bar��o de Sousa Lima

1881

1881

66

Ant��nio Epaminondas de

17 de dezembro

11 de mar��o de

Bar��o de Contendas

Barros Correia

de 1881

1882

69

Jos�� Liberato Barroso

11 de maio de

11 de setembro de

1882

1882

70

Ant��nio Epaminondas de

15 de setembro

17 de novembro de

Bar��o de Contendas

Barros Correia

de 1882

1882

71

Francisco Maria Sodr�� Pereira

17 de novembro

25 de abril de 1883

de 1882

72

Ant��nio Epaminondas de

25 de abril de

26 de julho de 1883

Bar��o de Contendas

Barros Correia

1883

73

Jos�� Manuel de Freitas

26 de julho de

20 de setembro de

1883

1884

74

Sancho de Barros Pimentel

20 de setembro

26 de janeiro de

de 1881

1885

"

Augusto de Sousa Le��o

26 de janeiro de

8 de abril de 1885

Bar��o de Calar��

1885

75

Jo��o Rodrigues Chaves

7 de setembro de

8 de abril de 1885

1885

"

Lu��s Correia de Queiroz Barros

7 de setembro de

27 de outubro de

1885

1885

76

Jos�� Fernandes da Costa

27 de outubro de

30 de mar��o de

Pereira J��nior

1885

1886

"

TJrt��cio Joaquim de Sousa Le��o

30 de mar��o de

10 de novembro de

Bar��o de Sousa Le��o

1886

1886

77

Recio Vicente de Azevedo

10 de novembro

27 de outubro de





j


de 1886


1887

���

In��cio Joaquim de Sousa Le��o

27 de outubro de

7 de novembro de

Bar��o de Sousa Le��o

1887

1887

78

Manuel Eufr��sio Correia

7 de novembro de

4 de fevereiro de

Faleceu no cargo

1887

1888

"

In��cio Joaquim de Sousa

4 de fevereiro de

16 de abril de 1888

Bar��o de Sousa Le��o

1888

79

Joaquim Jos�� de Oliveira

16 de abril de

3 de janeiro de 1889

Andrade

1888

80

Inoc��ncia Marques de Ara��jo

3 de janeiro de

Junho de 1889

Bar��o de Ara��jo G��is

G��is J��nior

1889

-

In��cio Joaquim de Sousa Le��o

Junho de 1889

7 de junho de 1889

Bar��o de Sousa Le��o

*

Augusto de Sousa Le��o

7 de junho de

17 de junho de 1889

Bar��o de Calar��

1889

81

Manuel Alves de Ara��jo

17 de junho de

14 de novembro de

1889

1889

���

Sigsmundo Ant��nio Gon��alves

14 de novembro

15 de novembro de

de 1889

1889





48


BIBLIOGRAFIA

CARNEIRO, Edison. A insurrei����o Pernambucana (1848-1849). Rio de

Janeiro, Conquista, 1960.

FREIRE, Gilberto. O velho F��lix e suas mem��rias de um Cavalcanti: Rio

de Janeiro, Jos�� Ol��mpio, 1959.

GAMA, Jos�� Bernardo Fernandes: Mem��rias hist��ricas da prov��ncia de

Pernambuco. Recife, Secret��rio da Justi��a, Arquivo p��blico estadual, 1977.





V. 1 e2.


GUERRA, Fl��vio. Hist��ria de Pernambuco. 3 Edi����o, Raiz Ltda, 1984.





a


JABOAT��O, Frei Ant��nio Mario. Cat��logo das principais fam��lias que

procederam dos Cavalcanti e Albuquerque S. N.T.

MELO, Jer��nimo Martiniano Figueira. Autor do inqu��rito da revolu����o

Bras��lia. Senado Federal Unb 1979.

PESSOA, de Melo. Urbano Vitalino. Aprecia����o da Revolta Praieira em

Pernambuco. Bras��lia Senado Federal - Unb, 1978.

QUINTAS, Amaro. O sentido social da revolu����o praieira. 6 Edi����o,





a


Recife. Massangana, Funda����o Joaquim Nabuco, 1978.

REZENDE, Ant��nio Paulo. A revolu����o praieira. S��o Paulo, ��tica, 1995.

49

SANTOS. M��rio M��rcio. Nascimento Feitosa e a Revolu����o de

1848. Recife, Universit��ria. 1978

SILVIA. Francisco de Assis. Hist��ria do Brasil: Col��nia, Imp��rio,

Rep��blica. S��o Paulo. Moderna, 1992.

50









O Grupo Bons Amigos e o Grupo Só Livros com Sinopses têm o prazer de lançar hoje mais uma obra digital  no formato txt , pdf e epub para atender aos deficientes visuais.   

A Família Cavalcanti No Tempo da Praieira - Genivaldo Cavalcanti

Livro doado por Bezerra e digitalizado por Fernando Santos
Sinopse:
Através de pesquisa histórica o autor nos apresenta a família Cavalcanti no tempo da Praieira

Lançamento    Só Livros com sinopses e Grupo Bons Amigos:

)https://groups.google.com/forum/#!forum/solivroscomsinopses  


Blog:



Este e-book representa uma contribuição do grupo Bons Amigos e Só livros com sinopses  para aqueles que necessitam de obras digitais como é o caso dos deficientes visuais 

e como forma de acesso e divulgação para todos. 
É vedado o uso deste arquivo para auferir direta ou indiretamente benefícios financeiros. 
 Lembre-se de valorizar e reconhecer o trabalho do autor adquirindo suas obras.

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