pelos direitos da crian��a.
Nossos fornecedores uniram-se a n��s e n��o
utilizam m��o-de-obra infantil ou trabalho
irregular de adolescentes.
Levanta-te e Anda...
Copyright by �� Petit Editora e Distribuidora Ltda., 2007
1-11-07-6.000
Dire����o editorial: Fl��vio M a c h a d o
Assistente editorial: D i r c e Yukie Y a m a m o t o
Chefe de arte: M a r e i o da Silva B a r r e t o
C a p a e diagrama����o: R i c a r d o B r i t o
Revis��o: M a r e i a N u n e s
Auxiliar de revis��o: A d r i a n a M a r i a C l �� u d i o
Fotolito da capa e impress��o: S E R M O G R A F - A r t e s G r �� f i c a s e Editora L t d a .
Dados Internacionais de Cataloga����o na Publica����o (CIP)
(C��mara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Pinto, Cenyra.
Levanta-te e anda... / Cenyra Pinto. - S��o Paulo : Petit, 2007.
I S B N 9 7 8 - 8 5 - 7 2 5 3 - 1 5 8 - 0
1. Atitude (Psicologia) 2. Auto-ajuda - T��cnicas 3. Conduta
de vida 4. Espiritismo 5. Realiza����o pessoal I. T��tulo.
07-8171 C D D : 133.901
��ndices para cat��logo sistem��tico:
1. Auto-ajuda : Espiritismo 133.901
Direitos autorais reservados.
�� proibida a reprodu����o total ou parcial, de qualquer forma
ou por qualquer meio, salvo com autoriza����o da Editora.
(Lei nQ 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.)
Tradu����es somente com autoriza����o por escrito da Editora.
Impresso no Brasil, na primavera de 2 0 0 7 .
Prezado leitor (a),
Caso encontre neste livro alguma parte que acredita que vai interessar ou mesmo ajudar outras pessoas e decida distribu��-la por meio da internet ou outro meio, nunca deixe de mencionar a fonte, pois assim estar�� preservando os direitos do autor e conseq��entemente contribuindo para uma ��tima divulga����o do livro.
Cenyra Pinto
E d i t o r a
R u a A t u a �� , 3 8 3 / 3 8 9 - V i l a E s p e r a n �� a / P e n h a C E P 0 3 6 4 6 - 0 0 0 - S �� o P a u l o - S P
F o n e : ( O x x l l ) 6 6 8 4 - 6 0 0 0
E n d e r e �� o p a r a c o r r e s p o n d �� n c i a :
C a i x a P o s t a l 6 7 5 4 5 ��� A g . A l m e i d a L i m a 0 3 1 0 2 - 9 7 0 - S �� o P a u l o - S P
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RECEBI SEU LIVRO LEVANTA-TE E ANDA..., ESCRITO POR SUAS
m��os operosas de seareira do bem, sob a inspira����o do
amigo espiritual Jacy, p��ginas que me proporcionaram
horas de muito estudo e consola����o.
Pe��o aos nossos benfeitores espirituais acompanharem
suas tarefas de mission��ria do nosso ideal amparan-
do-lhe o cora����o, em todos os seus passos.
Envia-lhe um afetuoso abra��o, seu irm��o reconhecido,
Chico Xavier
DEDICAT��RIA
V
A QUERIDA LEDA AMARAL, LEDINHA, A HOMENAGEM DE
esp��rito, de quem muito recebeu em est��mulos do seu
nobre cora����o.
Ao meu prezado esposo e companheiro de
tantos anos, qui���� da eternidade, dedico este modesto
livro, pelo muito que lhe devo.
Ao meu filho, nora e netos, com todo o carinho,
ofere��o a heran��a que consegui amealhar nos cofres
da minha alma, pedindo a Deus que essas escassas
moedas venham a se valorizar mais nas suas m��os.
AGRADECIMENTOS
�� FRATERNIDADE BRANCA UNIVERSAL, QUE ENVIA SEUS
mensageiros, instrutores e protetores, onde e quando
a presen��a da luz se fizer necess��ria, o meu reconheci-
mento pelo muito que me veio ��s m��os.
Ao meu estimado guia espiritual Jacy e aos
demais amigos da espiritualidade, que, expressamente,
me trouxeram muitas das mensagens deste livro, mi-
nha gratid��o pela assist��ncia permanente, em todos os
momentos da minha vida, mostrando-me sempre as
li����es nela contidas e ensinando-me a viv��-las dentro
das minhas possibilidades.
Eis que, mescladas ��s p��ginas psicografadas,
v��o outras vividas ou percebidas por mim, no dia-a-
dia, sempre inspiradas por eles.
9
Cenyra Pinto
E se aos amigos leitores n��o ofere��o sen��o
li����es singelas, tenho a certeza de que lhes dei opor-
tunidade de colaborar na ajuda ��s obras assistenciais,
a que se destina o produto da vendagem deste livro.
Que um sincero desejo de paz una todos os
cora����es.
autora
10
SUM��RIO
Pref��cio 15
Apresenta����o 19
Exorta����o 23
"Levanta-te e anda..." 26
Desperta! 29
Procura te encontrar 32
Conquista-te a ti mesmo 36
Educa a tua mente 39
N��o te impacientes 43
Apazigua teu esp��rito 45
Torna-te grande! 48
Se perseveras, vencer��s 50
Viver e aprender sempre 54
11
Cenyra Pinto
"Nem s�� de p��o vive o homem" 56
Luta interna 59
A conquista do sil��ncio 63
Amanh�� ser�� outro dia 66
Tudo te pertence 69
Nunca estamos s��s 72
Paz de consci��ncia 74
Que a lei se cumpra 78
Rever��ncia �� cruz 81
"Paz na Terra" - Aos homens, boa vontade 84
Conselho amigo 89
Paci��ncia 94
Toler��ncia 100
Quem n��o deve n��o teme 105
Avante! 108
Hei de vencer 1 1 1
Dar! 1 1 4
Servir 1 1 7
Verdadeiro servi��o 122
12
Levanta-te e anda..
"A cada um segundo as suas obras" 125
"Bendito seja o que vem em nome do Senhor!" 129
Alegria 1 3 2
Serenidade 135
A miss��o da mulher 137
Semente de amor 139
Simplifica tua vida 142
Nosso relic��rio 145
O lugar do belo 148
Ren��ncia 1 5 1
Ajudar 156
A vida - grande mestra 160
"N��o julgues..." 163
"Homem de pouca f��" 166
Covardia 170
Advert��ncia 172
Cada um �� o que �� 176
A prova de resist��ncia 179
"N��o atirem p��rolas aos porcos" 182
13
Cenyra Pinto
Aprender sempre 185
Sejamos compreensivos 188
Des��nimo 1 9 1
Procura compreender 194
"Eu sou o caminho" 197
F�� 201
Coragem 203
Cautela! 207
N��o cries fantasmas 209
Tudo �� natural 2 1 1
Aceita����o consciente 214
Pesquisando em sil��ncio 217
Trabalho 220
14
PREF��CIO
MINHA QUERIDA AMIGA CENYRA PINTO INCUMBIU-ME DA
tarefa que muito me distingue - a de ler e apreciar
os originais deste seu livro. Procuro desincumbir-me
desse dever com a responsabilidade que o assunto
exige. Para mim n��o �� f��cil a conviv��ncia com as
coisas sagradas.
N��o estamos apresentando obra de cunho li-
ter��rio, que deva ser examinada pela plasticidade da
linguagem, pela t��cnica empregada ou pelos valores
de cria����o. Este livro n��o visa a tais prop��sitos, n��o
disputa lugares. Objetiva outro fim. Sob esse aspecto
�� que cresce de vulto. A linguagem �� mansa, simples,
humana e espiritual. Os ensinamentos que vamos en-
contrar s��o, para muitos, a ��gua viva que a ing��nua
samaritana desconhecia.
J 5
Cenyra Pinto
E sempre assim; os grandes ensinamentos, por
descerem ao n��vel comum de nossa compreens��o, s��o
tidos como f��ceis, quando n��o vulgares, repetidos. O
sol tamb��m se repete sempre e sempre �� novo. �� dife-
rente o claro fulgor de sua alegria construtiva.
Coisas sagradas s��o as daqueles que se associam
a Deus e o tomam por testemunho e companheiro de
todos os atos. No sil��ncio do reino interno, sabem dis-
cernir o que �� de cima, o que �� de baixo e vivem a alegria
submissa de ser a vontade de Deus, conscientemente.
Nessas mensagens h�� clar��es de luz.
Se voc�� luta para despertar e compreender mais,
leia, releia, medite e ensaie aplicar as solu����es amigas
que lhe est��o sendo oferecidas. N��o h�� um plano em
que se situe o desenrolar dos cap��tulos.
Os assuntos nasceram das li����es do cotidiano.
Como s��o ��teis! Eu acredito na percep����o daqueles a
quem foram dirigidas. Sentir��o o poder do que lhes foi co-
municado. Um instante de pausa, talvez de abatimento,
e, por fim, a vontade de retomar �� luta pela renova����o de
si mesmo. Renovar-se �� renovar tudo. E doar-se a tudo e
a todos como a grande fonte doa incessantemente.
16
Levanta-te e anda..
A contribui����o que estas p��ginas ter��o ao traba-
lho do bem �� ineg��vel. A autora, inspirada, explora um
lastro de intui����es, que p��e a servi��o do ser humano.
Oxal�� sua responsabilidade na tarefa de esclarecimento
continue crescendo e se efetuando com amor. Que a
sua ��rvore benfazeja nos proporcione novos frutos.
For��o os gonzos dourados. As portas j�� se abrem.
Entrem. Sejam felizes. Que a paz esponte em todos os
cora����es.
Fernando J o r g e U c h �� a
17
APRESENTA����O
IN��TIL ME PARECE MAIS UMA APRESENTA����O DO LIVRO L E -
vanta-te e anda..., de Cenyra Pinto. Entretanto, fui soli-citada a dizer algo sobre esta pequena j��ia, filigranada
pelas suaves m��os da querida irm��, que nos oferece
preciosos vasos de ��gua viva, cujo conte��do tanto
nos poder�� tornar mais suave a sede.
A grandiosidade de uma obra n��o se mede
somente pelo seu aspecto ou forma, mas principal-
mente pela qualidade da mat��ria nela contida. E essa
�� de primeir��ssima, quer em espiritualismo, quer em
��tica. E Cenyra nos exemplifica em cada p��gina que
escreve, pois sua vida �� um reflexo vivo de suas pr��-
prias convic����es.
Livros deste teor podem elevar as almas e con-
duzir a humanidade ao caminho da perfei����o. A par
19
Cenyra Pinto
de ensinamentos esot��ricos, vemos sadias normas de
moral crist��, que nos convidam a percorrer as estradas
palmilhadas pelos mestres e a nos sentirmos irm��os
de todos os homens, o que equivale a dizer: o c��u
desceu �� Terra...
Seu livro ��, pois, um c��ntico come��ado no re-
cesso de seu cora����o e trazido a lume pela sua pena.
Nos arquivos astrais j�� se achava impressa
toda essa fonte de beleza que refresca e apazigua a
alma, e a irm�� - canal maravilhoso que �� - n��o teve
dificuldade em capt��-la. Esta obra �� como as linfas
cristalinas que correm das altas vertentes e desse-
dentam os habitantes do vale! Assim, estou certa,
todos encontraremos nestas p��ginas a do��ura que
ameniza os cora����es aflitos.
�� uma exuberante flora����o das sementes que
os mestres espalham a m��os-cheias sobre o planeta
Terra e que alguns privilegiados t��m o poder de reco-
lh��-las, agasalh��-las e dar-lhes terreno apropriado.
Rendo, portanto, meu preito de profunda
admira����o �� autora pelas inspiradas revela����es, que
com tanta ternura deposita em nossas m��os, e reco-
20
Levanta-te e anda.
mendo a sua leitura a todos os que t��m "fome e sede"
de amor universal.
M a r i a P a u l a de Carvalho
21
EXORTA����O
SENHOR, A CAMINHADA �� LONGA E AS FOR��AS S��O POUCAS,
por isso �� que eu Te exorto, Te clamo e imploro.
D��-me for��as, Senhor, para eu me vencer! D��-
me for��as, porque a compreens��o que come��a a des-
pertar do meu eu me faz lutar para p��-la em pr��tica.
Como �� dif��cil, Senhor, executar as Tuas or-
dens! Como �� dif��cil desvencilharmo-nos dos gri-
lh��es que nos prendem h�� tantos s��culos! E, agora,
como os sentimos fortes, queremos nos libertar!
Quando tudo nos sorri, quando a vida corre
sem atropelos, sentimos que somos capazes de grandes
feitos e que estamos a caminho da evolu����o. Basta,
todavia, uma nuvem toldar o c��u de nossa felicidade
para cair por terra a hipot��tica fortaleza.
23
Cenyra Pinto
N��o praticamos aquilo que ensinamos aos
outros. Somos mestres da causa alheia, alentando
e advertindo o que sofre, pretendendo ensinar-lhe
como se deve conduzir diante de tal ou qual situa����o,
mas na hora em que somos atingidos pela desventura,
vai-se toda a nossa pretensa teoria... E por isso que eu
Te invoco, Senhor.
N��o �� preciso o sofrimento atroz: basta uma
pequena sombra ainda na borda do horizonte para
nos fazer pressentir a dor, e todo o nosso ser freme
de espanto.
Eis por que, Senhor, eu Te suplico: d��-me for-
��as para eu me vencer! Nenhum inimigo fora de mim
existe, eu bem sei. Quando a minha f�� for suficiente,
n��o existir��o para mim nem temores nem apreens��es...
eu saberei olhar de frente, com serenidade, aquilo que
hoje s�� em pensar me apavora.
Reconhe��o meus pontos fracos e gra��as a Ti,
Senhor, come��o a despertar. A compreens��o de Tuas
leis me abre novos horizontes. Vejo agora mais claro,
por��m, aparentemente, n��o sa�� do mesmo lugar. Estou
tra��ando os planos para depois os executar.
24
Levanta-te e anda.
Tu, Mestre, em quem confio de todo o cora����o,
de quem tenho recebido as mais carinhosas e ardentes
provas de amparo na minha vida, que me derrama a di-
vina luz, que me deixa antever as belezas que aguardam
a todos no final da jornada, agora que eu sei o valor
de tudo o que me cerca, que come��o a ver aquilo que
eu apenas mirava de longe, eu Te rogo: Ampara-me,
d��-me for��as para que me levante destemeroso e me
aventure a caminhar junto de Ti.
25
"LEVANTA-TE E ANDA..."
"LEVANTA-TE E ANDA...". SUBLIMES PALAVRAS DO DIVINO
Mestre dirigidas a L��zaro.
Foi necess��rio, todavia, que algu��m retirasse a
pedra que cerrava a sepultura, para que L��zaro pudesse
se levantar.
"Levanta-te e anda...". E L��zaro levantou-se e
caminhou em dire����o ao Mestre.
Assim devemos deixar que se processe em
nossa alma. A pedra que separa a criatura do seu Cria-
dor s�� a pr��pria criatura pode, deve e tem de retir��-la
para ent��o poder ressuscitar dos mortos e caminhar
para a vida eterna.
s
E trabalho do homem retirar a pedra da sepul-
tura e do Cristo ordenar ao morto que ressuscite e ande,
desse Cristo que mora dentro dos cora����es...
26
Levanta-te e anda.
Enquanto a pedra n��o for retirada, n��o haver��
ressurrei����o. Enquanto n��o houver ressurrei����o, n��o
haver�� vida.
Mergulhado na escurid��o do t��mulo, o homem
sente-se intranquilo, insatisfeito, muito embora seja esse
t��mulo feito do mais caro material, mais requintado e
mais rico.
O homem achar-se-�� intranquilo, movimen-
tando-se ora por um motivo, ora por outro; revolver-
se-��, sem saber que posi����o tomar, pois �� muito limi-
tado o espa��o de uma sepultura!
Um dia, afinal, come��a a perceber que est��
preso, sujeito a um fosso escuro e limitado, e ent��o
procura se erguer e investigar o porqu�� de semelhante
situa����o. Percebe que sobre seu t��mulo h�� urna grande
pedra. Grita, urra, blasfema, chora, mas ningu��m o
ouvir��, pois grande parte da humanidade est�� surda
aos rumores que lhe perturbam os prazeres.
Eis que, cansado, debatendo-se nas trevas, re-
conhece que suas for��as se extinguem e que s�� sere-
nando o seu esp��rito poder�� encontrar o modo de sair
dessa pris��o! Entra dentro de si e come��a a meditar.
27
Cenyra Pinto
Surgem os porqu��s. Finalmente reconhece que
a pedra sobre a sepultura �� feita das suas imperfei����es
e que, se transmutar esse material grosseiro, aos pou-
cos ele se transformar�� em algo sutil e leve. Ent��o, o
Mestre surgir�� �� sua frente e ordenar�� tamb��m, como
h�� mil��nios, j�� fizera:
"Levanta-te e anda." E ele ressuscitar�� dos
mortos e subir�� ao seu c��u interior. �� a ressurrei����o!
28
DESPERTA!
"Desperta tu que dormes, e levanta-te
dentre os mortos, e Cristo te esclarecer��"
(Ef��sios, 5:15).
DESPERTA, HOMEM!
Desperta desse sono em que vives mergulhado!
Desperta para a vida!
Desperta e procura te encontrar, t��o longe es-
t��s de ti mesmo!
E dizes que vives! E dizes que amas!
Quem dorme n��o vive, vegeta apenas.
Em teus sonhos, queres encontrar os outros
homens e assim vais te distanciando de ti mesmo.
Oh! Homem! como desperdi��as o teu tempo
com o teu sono, com teus sonhos!
2 9
Cenyra Pinto
Tu n��o vives, como pensas, tu n��o ��s quem te
julgas, tu nem sabes quem tu ��s, porque n��o indagaste
ainda:
"Quem sou?"
"De onde venho?"
"E para onde vou?"
N��o! N��o queres despertar para a vida, porque
n��o te interessa a realidade, porque ela te apavora,
porque ��s covarde.
Nada sabes, homem, e te julgas um s��bio.
Teus olhos enxergam e nada v��em.
Teus p��s andam, mas tu n��o caminhas.
Teus l��bios articulam sons e tu nada dizes.
Teus ouvidos escutam, mas tu n��o sabes ouvir.
Tuas m��os gesticulam e se movimentam, mas
tu n��o trabalhas!...
A vida �� luz e tu vives nas trevas; �� amor e tu
o deturpas, tornando a maior beleza em repugnante
sensualismo; �� verdade e tu preferes a mentira; �� jus-
ti��a e tu ��s injusto...
Entretanto, seria t��o simples, t��o belo, t��o di-
vino, se quisesses despertar para te encontrares... ap��s
30
Levanta-te e anda...
os primeiros choques, as primeiras experi��ncias, as
primeiras gotas de fel, verias que valeu a pena, porque
s�� �� homem, realmente, aquele que vive a vida verda-
deira, aquele que ��, enfim, respons��vel pelos seus atos,
e que sabe encontrar na vida a felicidade de viver.
Que importam as gl��rias, se elas s��o ef��meras?
Que importam os tesouros acumulados, se eles
se dissipam?
Que importa a beleza exterior, se ela se esvai?
Tudo �� maravilhoso e fabulosamente bom para
quem vive no amor - o amor a����o, o amor fraternidade,
o amor ess��ncia!
Tudo �� t��o belo para o homem desperto; para
aquele que se encontrou a si mesmo... e segue a vida
sem preconceitos e sem vaidade, ajudando a despertar
seus irm��os que ainda dormem, que ainda sonham e
vivem em pesadelos.
Desperta, homem! Desperta!
31
PROCURA TE ENCONTRAR
POR QUE TE ISOLAS, MEU IRM��O? POR QUE PROCURAS TE
afastar de teus irm��os de jornada? Por qu��? Tens medo
de seu conv��vio?
Meu irm��o! A antipatia, a preven����o que se
sente pelas criaturas �� demonstra����o de falta de con-
fian��a em n��s mesmos.
De que tens medo? Por que julgas teus ir-
m��os t��o mal? H�� de tudo na Terra, irm��o, n��o te
iludas. Quando te isolas, na realidade, foges de ti
mesmo, porque s�� poder��s te achar quando em con-
tato com teus semelhantes. Em cada criatura h�� um
pouco de ti mesmo, e ao fugires dos outros, est��s
fugindo de ti...
Encontramos quase sempre peda��os de n��s
pelo caminho. Esses peda��os esparsos nem sempre
32
Levanta-te e anda.
t��m bom aspecto. Ao encontr��-los, temos o dever de
retoc��-los, de buril��-los para que, ao serem incorpo-
rados ao todo, possam ser ��teis.
Vemos refletido sempre o nosso eu nas demais
criaturas. As coisas feias ou belas que avistamos s��o
apenas o nosso reflexo.
"Quando teu olho for puro, todo teu corpo ser��
iluminado".
Pensar��s que muitos erros, muitas falhas que
tens presenciado nos outros tu n��o as tenhas, por isso
n��o podes conceber o reflexo do teu eu. O erro e a
falha moral n��o valem pelo que representam em si. Tu
�� que lhes d��s o reflexo de tua consci��ncia, o valor e a
extens��o de tua capacidade de compreens��o.
Se n��o chegares a saber o porqu�� da vida, n��o
ter��s toler��ncia e julgar��s teus irm��os sem piedade.
Dar��s ��s suas faltas o nome vulgar que tua consci��ncia,
ainda nua de conhecimentos, te ditar��. Eis, pois, teu
reflexo na falta de teu irm��o. Tu espelhas na tua alma
aquilo que teus olhos v��em.
Quando se alcan��a a compreens��o, n��o se tem
mais decep����es, n��o se encontra motivo de espanto,
33
Cenyra Pinto
nem expans��es de exagerado entusiasmo. A serenidade
��, ent��o, a companheira do s��bio.
Procura conquistar-te, meu irm��o. S�� mais teu
amigo. Reconhece que ��s igual a teus irm��os, que eles
n��o t��m nada contra ti e que, portanto, teu lugar ��
junto deles, para assim poderes encontrar a harmonia
interna.
N��o leves a mal a ironia, n��o te magoes com
a ingratid��o, n��o te exasperes com o atrevimento;
antes, procura, no conv��vio com eles, descobrir-lhes a
causa disso para evitares incorrer nas mesmas faltas e
ajudares a corrigi-las.
Se fugires, n��o poder��s enfrentar a ti mesmo,
porque, n��o te esque��as, esses inimigos, representados
pelas imperfei����es, s�� existem em nossa imagina����o,
quando os alimentamos. Eles, por si s��s, n��o viveriam.
S��o parasitas que precisam de seiva alheia para se nu-
trirem. Uma vez que passares a te importar e te preo-
cupar com as qualidades dos frutos que queres produzir,
passar��s a buscar o adubo apropriado para fortalecer
mais a ��rvore, e os frutos se multiplicar��o. A ramagem
se espalhar�� em abund��ncia e as plantas parasitas n��o
34
Levanta-te e anda..
encontrar��o mais galhos para se enroscarem e passa-
r��o a se desagregar, tombando ao solo, servindo para
alimentar a pr��pria ��rvore a que tentaram, antes, su-
focar com seus ramos daninhos e usurpadores. V��, pois,
que "nada se perde, tudo se transforma"1.
Ningu��m �� melhor que tu, nem pior. A vai-
dade, a conduta irregular e outros defeitos que observas
nos demais est��o na raz��o direta de tua capacidade de
observa����o.
Se passares a te misturar com a multid��o,
dando-lhe amor em troca do pior que ela possa te
dar, estar��s dando seiva de vida �� grande ��rvore da
vida, para que, com isso, ela possa se fortalecer e
transformar as plantas parasitas em alimento que a
ajudar�� na prolifera����o.
Que a paz seja contigo e que, de hoje em diante,
possas te unir a teus irm��os de jornada para o grande
trabalho da regenera����o humana...
1. A l u s �� o �� Lei de C o n s e r v a �� �� o da Mat��ria, formulada pelo qu��mico franc��s Lavoisier, c o n s i d e r a d o o fundador da q u �� m i c a m o d e r n a . ( N o t a do Editor) 3 5
CONQ��ISTA-TE A TI MESMO
CONQUISTA O MUNDO SE TE APRAZ, MAS O MUNDO S�� TE
dar�� o que do mundo ��, n��o te esque��as disso. Ter��s
poder, honrarias e teu nome ser�� pronunciado com ad-
mira����o pelos teus irm��os e te sentir��s vitorioso. Mas
se n��o aliares aos predicados mundanos a compreens��o
da verdadeira conquista, ser��s v��tima de tua ambi����o
cega e desmedida, de teu orgulho, da tua vaidade.
Conquista o mundo, se te apraz, goza dos bens
terrenos, desfruta de tudo o que possa causar inveja aos
menos afortunados e aos despretensiosos. Conquista,
luta pela posse de tudo, mas... aguarda o dia do ju��zo!
Se s�� possu��res bens materiais, desprezando o maior
bem, a ��nica fortuna verdadeira, a qual "o ladr��o n��o
chega nem a tra��a r��i"2, tem cuidado!
2. Lucas, 12: 33. (N.E.)
36
Levanta-te e anda..
Conquista a Terra, e ela ser�� tua at�� que, farta
de te saciar, ela te pe��a conta de tudo e tenhas de pagar
com juros o que o mundo te deu.
Por��m, realiza, sobretudo, a conquista mais gran-
diosa da Terra, meu irm��o: conquista-te a ti mesmo.
S�� dono de ti. S�� dono de tuas emo����es e sensa����es e
ent��o ser��s dono do verdadeiro tesouro. Ser��s domi-
nador, em vez de seres dominado.
Ent��o n��o sentir��s necessidade de honrarias
e gl��rias, riquezas e poderes temporais, porque ser��s
dono do ser ideal, que �� o homem que se supera, que
se vence, que se conquista.
E ser��s um senhor, embora vestido de escravo.
E ser��s um comandante, embora marchando como
soldado. E ser��s um rei, embora vivas num casebre e
te cubras de andrajos.
O homem que corre apenas em busca dos bens
terrenos �� ainda a crian��a que se ilude com fantoches
s
e brinquedos. Coisas pueris! E o ser ainda envolto nas
nuvens da ilus��o e que sofre, grita e gargalha como de-
mente, sujeito ��s circunst��ncias da vida. Suas rea����es
s��o temperamentais. Suas atitudes s��o sofisticadas. Sua
3 7
Cenyra Pinto
palavra �� oca, embora seu vocabul��rio seja imponente
e culto. Suas m��os se movem em gestos teatrais, mas
n��o trabalham...
Esse homem, sendo rico e poderoso, �� um ver-
dadeiro paradoxo. Ora alegre e feliz, ora triste e desgra-
��ado, porque �� v��tima de cada momento. Conquista-te
a ti mesmo, irm��o, e ter��s conquistado o mundo.
3 8
EDUCA A TUA MENTE
N��O PENSES NA QUEDA QUE LEVASTE. PROCURA APRENDER
a andar com mais cuidado e olhar onde pisas. V��
apenas a li����o que cada experi��ncia deixou ao passares
por ela. Se mantiveres na tua mente, como num filme,
as cenas desagrad��veis ou mesmo as mais agrad��veis,
visto que o tempo passa, perder��s a oportunidade de
atentar em outras cenas que se apresentarem em se-
q����ncia das anteriores.
Faz como o disc��pulo que n��o papagueia, que
n��o repete as li����es palavra por palavra, mas que ret��m
a ess��ncia do que ouviu, leu ou viu e repete com as
suas pr��prias palavras apenas aquilo que entendeu,
que deduziu. Eis a�� a melhor maneira de gravar algo
e educar a mente.
39
Cenyra Pinto
Se estiveres atento, saber��s tirar proveito de
tudo o que a vida te apresentar. E ser��s, assim, capaz
de transmitir algo naturalmente, sem afeta����o, porque
n��o decoraste as passagens nem as palavras, mas as
compreendeste e sentiste.
Palavras n��o convencem ningu��m se n��o fo
rem naturais, despretensiosas e ditas com convic����o.
Para aquele que decora, basta esquecer uma palavra
ou uma frase para se perder no meio da disserta����o.
Tudo porque n��o penetrou na ess��ncia.
Recordar, portanto, cenas e palavras que fo-
ram vistas e ouvidas �� amarrar-se ao passado sem ne-
nhum proveito. As impress��es deixadas pelo passado
devem ser filtradas, aproveitando-se somente o sumo
puro, para reunir-se ao que apurarmos no presente,
como prepara����o do futuro.
Guardar objetos antigos como recorda����o ��
fanatismo. �� ocupar espa��o que poderia ser ocupado por
coisas utiliz��veis. Imagine-se uma casa cheia de velharias
sentimentais! Como ficaria o progresso? Desprezado?!
N��o! A vida �� para ser conquistada. Ela vem
em bruto, em inv��lucro estranho ��s vezes, mas n��o
40
Levanta-te e anda.
viremos as costas nem nos amarguremos quando esses
inv��lucros forem feios e diferentes do que gostar��amos
de receber. Desatemo-los e vejamos realmente do que
se trata, procurando, com a melhor boa vontade, dar-
lhes agrad��vel aspecto para que deles possamos fazer
bom uso. Com esse gesto, daremos um belo exemplo e
agradaremos aos mestres que est��o incumbidos de nos
assistir e instruir.
Aprender na escola da vida �� n��o fugir das li-
����es para n��o se atemorizar na hora das provas. Se a
mat��ria �� dif��cil, n��o devemos nos desesperar. Ao con-
tr��rio: fa��amos um apelo aos nossos mentores espiri-
tuais para que eles nos d��em for��a e orienta����o, a fim
de que possamos fazer boa prova. Nunca pe��amos que
nos livrem da prova que nos compete, porque n��o h��
suborno nos planos de luz. A lei �� para todos. "A cada
um segundo as suas obras"3. Repito sempre essas pala-
vras do Mestre, porque as acho sempre oportunas.
O ideal �� que nossa consci��ncia n��o nos acuse
de maldades, de injusti��as e outras atitudes negativas.
3. Pedro, 1: 17. (N.E.)
41
Cenyra Pinto
Somos ainda produtos da Terra e, at�� sublimar a ma-
t��ria que carregamos por s��culos e s��culos, muito te-
remos de lutar.
O esp��rito se responsabiliza por uma determi-
nada por����o de barro e, como oleiro consciente que
��, vai, em cada encarna����o, procurando melhorar o
aspecto e a contextura de sua obra at�� conseguir apre-
sentar algo digno de figurar entre as obras-primas do
Alto, na grande colet��nea dos mestres, pois teremos
de chegar a ser tamb��m mestres.
42
NAO TE IMPACIENTES
N��O TE IMPACIENTES, NUNCA! O MOTIVO MAIS S��RIO N��O
�� o bastante para te impacientares, se realmente tens o
olhar voltado para o Alto. N��o h��, na realidade, coisa al-
guma no mundo que mere��a a nossa impaci��ncia. Tudo
o que acontece, sendo necess��rio acontecer, �� motivo
de estudo, de pesquisas, e n��o de impaci��ncia.
Se tudo te persegue na vida, se aquilo com que
sempre sonhaste ainda n��o se concretizou, se a teu lado
vivem pessoas ��s quais ainda n��o conseguiste te ajustar,
luta, mas lembra-te de que o mal est�� em ti mesmo e,
se te impacientares, ser�� contra ti mesmo que deves
te dirigir.
No dia em que conheceres a ti pr��prio, no dia
em que conseguires te harmonizar contigo mesmo, ver��s
harmonia em todos e em tudo o que te cerca, porque
43
Cenyra Pinto
ter��s aprendido a ver com alcance, com compreens��o
e nada te ser�� uma pedra no caminho. Eis a verdade
m��xima da vida: �� dentro de ti mesmo que deves pro-
curar a causa que te leva, freq��entemente, a te irritar,
te impacientar e exigir demais daqueles que de ti se
aproximam.
Queres, muitas vezes, que teus desejos preva-
le��am sobre os alheios e que tuas opini��es sejam as
��nicas a serem respeitadas, al��m de julgares que se-
rias capaz de remover todas as pedras do teu caminho,
de consertar as falhas de todo o mundo, quando as
falhas est��o justamente no teu modo err��neo de ver
o pr��ximo.
A capacidade, o grau de consci��ncia, as ex-
peri��ncias s��o individuais, portanto, n��o podemos ser
todos talhados pelo mesmo molde.
Cada um deve procurar se ajustar ��queles a
quem o destino colocou no seu caminho pela com-
preens��o e n��o por imposi����o. N��o h�� obriga����o cum-
prida quando n��o existe a compreens��o; sem esta, n��o
h�� toler��ncia; sem toler��ncia, n��o h�� paci��ncia; sem
paci��ncia, nada de bom se conseguir�� na vida!
44
APAZIGUA TEU ESP��RITO
HAVENDO OU N��O RAZ��O PARA PROFERIRES CRUELDADES
contra teus irm��os, guarda-te de o fazeres. Fecha teus
l��bios, reprime as palavras insensatas e amargas, ferinas
e vingadoras, e procura recolher-te ao teu santu��rio
interno lembrando das palavras do Mestre: "Antes de
colocares a oferenda no altar, volta, reconcilia-te com
teu irm��o..."4.
Tu, que almejas galgar os degraus da evolu����o
espiritual, jamais dever��s deixar que a tua mente con-
serve pensamentos negros, ditados pelo cora����o cheio
do veneno da indigna����o. Tu te indignaste? Como ��
poss��vel que ainda te deixes arrastar por esse inimigo
tentador - o ��dio?
4. Mateus, 5: 23 e 24. (N.E.)
45
Cenyra Pinto
N��o digas que a indigna����o tem alguma jus-
tificativa, porque eu te repito que n��o h�� justificativa
para esse sentimento.
A criatura equilibrada deve serenar seus ��ni-
mos e manter-se sempre �� altura de resolver qualquer
situa����o, usando a parte sublime da mente, que com-
preende a proced��ncia dos insultos, das injusti��as, das
ingratid��es. Essa parte deve tomar a frente nessas
situa����es e agir com dignidade, mas sem indigna����o.
Quando se compreende a raz��o pela qual aqui
viemos, n��o h�� mais justificativa para certas atitudes,
certos sentimentos, pensamentos ou palavras.
Aquele que nos dirige uma ofensa �� nosso
irm��o, queiramos ou n��o. Que importa saber sua p��-
tria, seus antecedentes, suas prerrogativas? E sendo
assim, por que permitirmos que um analfabeto espiri-
tual, embora at�� com um diploma de filosofia, leve-nos
ao abismo, ao inferno da indigna����o?
E haver�� mesmo raz��o para nos julgarmos su-
periores a algu��m, quer por nascimento, posi����o so-
cial, cor, quer por outra diferen��a de condi����o? Ser��
um rei superior a um s��dito diante do Pai?
46
Levanta-te e anda..
Se tu te ofendes pela ofensa, �� porque menos-
prezas o que te ofende. Ent��o, irm��o, ��s muito mais
analfabeto do que aquele que teve a coragem de se
dirigir a ti ofensivamente.
Apazigua teu esp��rito e reflete bem. N��o h��,
em hip��tese alguma, raz��o para nos indignarmos e es-
perarmos uma ocasi��o para rebater ou levar o irm��o
ofensivo ao banco do r��u. Aprende com ele a ter co-
ragem no bem, como ele teve no mal, e dar��s uma
bela li����o de rela����es humanas e fraternas.
47
TORNA-TE GRANDE!
CRESCE! TORNA-TE GRANDE!FAZE-TE T��O PODEROSO, T��O
forte, que nenhuma for��a seja capaz de te derrubar!
Fortalece-te na f��, alimenta-te de trabalho
produtivo, repousa na esperan��a e segue o caminho
do amor!
Se amares, a toler��ncia ser�� teu lema.
Se amares, saber��s perdoar, ter��s paci��ncia de
trabalhar para recuperar aqueles que te apedrejarem.
Nesse trabalho te fortalecer��s e surgir��o de
todos os lados obreiros da mesma obra, que te insu-
flar��o coragem para prosseguires.
A f�� �� a certeza de que a vida �� o motivo da
nossa liga����o �� mat��ria para experi��ncias novas e que
s�� no conv��vio com outras vidas poderemos lapidar a
48
Levanta-te e anda..
pedra bruta que temos dentro da alma, que nos impul-
sionar�� para a frente, para a eleva����o.
Agiganta-te ante tua pr��pria vista. Cresce
para ti mesmo, sem pretender nem desejar que outros
vejam e se admirem da tua altura e da tua serenidade.
Cresce assim nessa desenvoltura espiritual que faz
pequeno aquele que �� realmente grande.
N��o fa��as quest��o de aparentar o teu desen-
volvimento. A a����o, o trabalho cont��nuo n��o deixam
tempo para narcisismo, nem para se receber lisonjas
fr��volas.
Trabalha para crescer.
Torna-te grande!
Assim ver��s Deus...
4 9
SE PERSEVERAS, VENCER��S
A LUTA �� ��RDUA NO CAMPO DA VIDA. INIMIGOS SORRA-
teiros nos espreitam e as ciladas est��o �� nossa frente:
em cada passo que damos, em cada minuto que passa,
em cada pulsar do nosso cora����o, pois em tudo o que
vemos e sentimos, existe uma porta que est�� aberta
para o precip��cio, para o abismo.
Ent��o, dir��s: a vida �� uma urdidura maligna
do destino com o ��nico fim de nos perder! Mas assim
n��o ��. Tudo o que acabamos de figurar t��o tr��gica e
assustadoramente �� o s��mbolo daquilo que, estando em
n��s t��o integrado, n��o percebemos, e por isso mesmo
vamos nos deixando arrastar para o abismo, sem ne-
nhuma rea����o para evitarmos a queda fatal.
Os instintos, que se acham integrados no nosso
sangue, pulsam com o nosso cora����o, entram e saem
5 0
Levanta-te e anda..
na nossa respira����o, pela lei da atra����o e da repul-
s��o. N��o nos podemos esquivar de dar e receber da
mesma moeda, porque cada um recebe valor igual ao
que deu.
Se ao sair o alento do peito, sai com ele amor,
de volta trar�� ele esse mesmo amor, fortalecido pela
uni��o que faz a for��a. Assim agindo e pensando, n��o
ter��s de recear os inimigos nem as ciladas, tampouco
os precip��cios, porque ser��s luz e a luz conquista as
trevas.
Os inimigos e todo esse cortejo de acidentes
desagrad��veis a que est��o sujeitos os homens imprevi-
dentes, indiferentes ou irreverentes n��o existem para
aqueles que cr��em numa for��a inteligente e suprema
e que se sabem parte dessa for��a. Nada receie aquele
que sabe ver Deus nas menores e mais insignificantes
coisas, como nas mais grandiosas.
Aquele que considera a l��grima e o sorriso
como igualmente necess��rios �� evolu����o, aquele que
n��o se oculta nem foge �� luta dos instintos e que os
deseja sublimar sabe que esses instintos s��o a base da
cruz ou a terra em que ela est�� plantada.
51
Cenyra Pinto
Essa cruz eleva-se para o alto, mas precisa pe-
netrar na Terra para ir buscar mat��ria grosseira a ser
utilizada para o servi��o da evolu����o.
N��o h��, em verdade, nada ruim nem inferior e
sim coisas em estado primitivo, que s�� pela boa vontade
e perseveran��a do homem poder��o vir a sublimar-se e
subir ao centro da cruz no qual est�� a rosa para expan-
dir-se em b��n����os de luz.
Persevera, pois, amigo irm��o. N��o te irrites
com as irrever��ncias. N��o te desanimes quando, ap��s
lutares e julgares terminada a luta e conquistada a vi-
t��ria, o inimigo surgir de novo - revestido de nova
apar��ncia e com armas diferentes - e contra ti investir
com maior viol��ncia. Isso vem para provar que n��o se
pode cessar a luta at�� a consuma����o dos s��culos.
Sublimando um tipo de for��a, dominar��s essa
for��a. Por��m, outras se apresentar��o mais perigosas
para que as conquistes, e assim, uma ap��s outra sur-
gir�� em nossos caminhos. N��o haveria progresso se a
luta paralisasse. Seria o fim. E o fim n��o existe.
Os que j�� sabem que est��o a servi��o s��o justa-
mente os que s��o chamados a atender incumb��ncias
52
Levanta-te e anda..
pesadas e dif��ceis, pois muito se espera e se precisa
desses servidores.
Para o leigo, para o materialista, essa disser-
ta����o �� louca ou fantasiada demais. Mas a nossa fi-
nalidade n��o �� falar ��s pedras mortas... Dirigimo-nos
aos irm��os que comungam conosco e conosco est��o
no af�� de evoluir e de conquistar a vit��ria do esp��rito
sobre a mat��ria para, em dias vindouros, podermos ser
��teis realmente nessa imensa obra de regenera����o...
Persevera, pois, e vencer��s.
53
VIVER E APRENDER SEMPRE
SE A VIDA FOSSE UM FARDO INTOLER��VEL, COMO SE DIZ POR
a��, n��o seria t��o disputada das garras da morte, pois,
vermo-nos livres de algo que nos incomoda, �� o nosso
desejo.
Entretanto, n��o h�� quem n��o lute desespera-
damente para conseguir mais dias de vida. Como se
concebe lutar para obter aquilo que nos �� t��o penoso,
t��o intoler��vel?! Eterno paradoxo...
A vida �� um fardo que carregamos prazerosa-
mente - desde que esteja cheio de tudo que a nossa
fantasia imagine - e com desprazer quando cont��m
coisas tristes e desagrad��veis.
Como poder��amos tirar proveito desta passa-
gem terrena se n��o conhec��ssemos o verso e o reverso
54
Levanta-te e anda.
da vida? Como poder��amos sorrir �� alegria se n��o co-
nhec��ssemos a l��grima de dor?
�� preciso saber que a vida n��o �� aquilo que
quer��amos que ela fosse, mas o que �� preciso ser. N��o
�� um fardo dif��cil de se carregar quando compreende-
mos que ela �� a ��nica oportunidade que temos para
nos reabilitarmos. Para, nas horas amargas, desenvol-
vermos em n��s a resigna����o e a paci��ncia; al��m de
cultivarmos a f�� e saber, ent��o, dar valor ao primeiro
raio de sol, ap��s tremenda tempestade.
"Quem passou pela vida em brancas nuvens...".
Poemeto simples, que encerra a grande verdade da vida:
"foi espectro de homem, n��o foi homem. S�� passou
pela vida; n��o viveu".
S�� a dor �� capaz de elevar o esp��rito ��s regi��es
mais altas do infinito em busca de um lenitivo. E a alma
em prece �� qualquer coisa de divino. N��o blasfemes,
chamando a vida de "fardo intoler��vel". Bendize essa
passagem pela Terra e procura tirar dela todo o proveito
espiritual para que, ao transpor as fronteiras do invis��vel,
possas te sentir liberto das atra����es terrenas e estar pre-
parado para recome��ar nova tarefa mais edificante.
55
"NEM S�� DE P��O VIVE O HOMEM"
N��O VACILES EM PRATICAR O BEM. SEJA QUEM FOR QUE TE
solicite um favor, n��o lhe recuses, a n��o ser que te seja
absolutamente imposs��vel.
E preciso estares atento ��s necessidades alheias
e n��o esperares um convite para auxiliar naquilo que es-
tiver a teu alcance. "Nem s�� de p��o vive o homem."5
Se teus recursos financeiros forem escassos, n��o
�� justificativa para ficares inativo, pois possuis dons
preciosos com que poder��s servir sem despender um
centavo: s��o os dons do cora����o. Um olhar, um sorriso,
uma palavra acolhedora, amiga, confortadora repre-
sentam uma boa parcela, que poder��s distribuir a m��os-
cheias, vendo cada dia mais acrescido o teu tesouro.
5. D e u t e r o n �� m i o , 8: 3. (N.E.)
56
Levanta-te e anda..
Todas as criaturas, no momento, est��o vivendo
dramas pungentes. O ciclone da dor est�� varrendo os
quatro cantos do universo. E cada um �� levado por esse
vento assustador a situa����es duras, dif��ceis, quando n��o
desesperadoras.
Eis que aquele que j�� possui os conhecimentos
que faz de um mendigo milion��rio n��o deve ocult��-los,
mas distribu��-los amorosamente pelo caminho. N��o te
recuses, pois, a servir quem quer que seja. Todos s��o
teus irm��os e precisam de ti, como precisas de todos.
A vida �� eterna colabora����o.
N��o tranques egoisticamente os dons preciosos
com que a divina sabedoria te agraciou. ��s portador
de preciosos tesouros e �� tempo de distribu��-los. "E que
s��o esses tesouros?", perguntar��s.
O dom da palavra, a bondade do cora����o, o
discernimento da raz��o; o equil��brio que esse conjunto
forma representa nos tempos que correm um tesouro
de inestim��vel valor. Ent��o, n��o podes guard��-lo se ele
j�� n��o te pertence.
Acumulaste-o pelos s��culos afora, com l��gri-
mas e sacrif��cios, n��o para ficar oculto "sob o alqueire", 5 7
Cenyra Pinto
mas para que seu resplendor se espalhe e infiltre em
todos os que passarem por ti.
Nas horas angustiantes da vida, a melhor d��-
diva �� a presen��a amiga, a palavra consoladora, o olhar
compreensivo e as atitudes bondosas e edificantes.
E tu, que tanto almejas galgar mais um degrau
na escalada para os altos planos, mais do que ningu��m
precisas estar atento a qualquer ru��do, para veres e sen-
tires de onde vem e o que significa. E ent��o agir��s segui-
damente de acordo com as necessidades do momento.
Assim, compreender��s que muito poder��s cola-
borar ao ajudar a alimentar os famintos da alma e perce-
ber��s que, realmente, "nem s�� de p��o vive o homem".
58
LUTA INTERNA
NADA �� MAIS IMPORTANTE NA VIDA QUE A PR��PRIA VIDA.
Viv��-la �� sabedoria. Interpret��-la �� a grande
ci��ncia.
Na pr��tica, a dificuldade de exprimir o que a
teoria ensina �� a chave do "Abre-te, S��samo". Muitos
s��o os que ensinam, explicam com abund��ncia de de-
talhes a beleza dos ensinamentos que a vida oferece.
Poucos s��o os que, na hora de viver essas explica����es
t��o profundas, realmente as p��em em execu����o.
Descrever uma batalha, mostrando os pontos
estrat��gicos, o dever de se mostrar valente e cora-
joso, disciplinado e vigilante, �� realmente digno de
admira����o, mas ouvir o soar das trombetas chamando
ao campo de luta, ver frente a frente o inimigo, de-
frontar com mil perip��cias, ouvir o troar dos canh��es
5 9
Cenyra Pinto
e sentir o corpo transpassado de proj��teis �� a reali-
dade a que os teoristas nem sempre resistem. E, n��o
raro, dep��em as armas e fogem espavoridos, ante o
horror da batalha.
Eis que, amigo irm��o, aquele que se alistou no
grande batalh��o n��o pode mais retroceder como um
covarde. Seu dever o chama e ele obedece. N��o pensa
em depositar as armas, porque sente que s�� ser�� vito-
rioso se lutar at�� o fim.
N��o me refiro, �� claro, �� guerra de sangue,
�� guerra propriamente dita, mas ��quela mais cruel,
a que se processa na alma humana, quando se v�� a
bra��os com os mais graves problemas que a vida possa
oferecer... Essa guerra leva o indiv��duo �� loucura, ao
destino ou ao dom��nio total, �� vit��ria sem precedentes
- a vit��ria do bem contra o mal. O mal!... Como se
existisse o mal!...
Nossos sentidos desorientados e in��beis v��em
trevas em lugares nos quais a luz est�� oculta e a�� se
apavoram. Afasta o que impede a claridade, e a treva
se dissipa, como por encanto. "H�� males que v��m para
o bem!"
60
Levanta-te e anda.
Todos os supostos males s��o os gritos selvagens
da alma do troglodita, que ainda tem os seus ecos no
nosso mundo interior. Acalmar esses gritos, at�� tor-
n��-los murm��rios cariciosos, �� o dever do homem que
quer se sublimar.
O af�� de suavizar essa voz, cujos gritos s��o de
vingan��a, revolta, indigna����o, arrog��ncia, vaidade e
outros ditames ainda selvagens, �� a guerra que deve-
mos travar sem descanso.
O que vem de fora, provocando esses gritos
desesperados, n��o poder�� mais encontrar eco naquele
que j�� se dominou, que j�� se venceu.
Luta, irm��o, para que nada tenha o poder de
te atemorizar, te decepcionar e te levar ao desespero.
Luta para conquistares a tranq��ilidade interna, a se-
renidade, que n��o se corrompe ainda que afrontada,
injuriada, apedrejada e deturpada.
Nessa luta, nesse ardor de te libertares dos
��nicos inimigos reais - teus instintos ainda selva-
gens -, poder��s dizer que a tua vida �� importante,
porque pensas seriamente nela, com o prop��sito de
sublim��-la. E pensa:
61
Cenyra Pinto
O que hoje nos �� t��o pesado,
Dif��cil de carregar,
Amanh�� pode ser pluma,
A nos acariciar.
62
A CONQUISTA DO SILENCIO
QUANDO EM N��S SE FIZER SIL��NCIO, ALCAN��AREMOS A
serenidade.
A serenidade �� o repouso, a liberta����o, a re-
compensa. A serenidade �� a paz, a harmonia interna.
Como conquist��-la?
Lutando at�� vencer os desejos.
Desejar algo �� estar na depend��ncia, �� estar
preocupado, �� ser ainda escravo.
Quando cessa o desejo, j�� n��o h�� mais motivo
de luta. J�� vencemos todos os inimigos. J�� nos con-
quistamos. Podemos dar a ordem de comando a n��s
mesmos, como quem move uma pluma sem esfor��o,
porque sabemos manejar as armas. Seremos, portanto,
senhores e n��o servos.
63
Cenyra Pinto
A simplicidade, e desse modo a naturalidade,
ter�� em n��s suas representantes diretas. Seremos o
prot��tipo, sem, todavia, nem de longe entulharmos a
nossa mente com essa preocupa����o de comando, de
dom��nio, de superioridade.
Compreenderemos que n��o estamos fazendo
nada demais e nem sentimos o que estamos fazendo.
N��o prestaremos aten����o nem �� lisonja, nem �� cr��tica,
nem �� censura. Apenas cumpriremos o nosso dever,
como seres humanos, integrados j�� na realiza����o do
nosso eu real.
Eis que hoje, quando percebo em mim, ainda,
tend��ncias a certas inferioridades, eu me rejubilo por j��
poder perceb��-las. Seria pior se eu ainda permanecesse
cego sem ter, sequer, no����o da exist��ncia da luz.
Como poderia lutar pela posse de algo, se isso
n��o existisse para minha compreens��o? Assim, com o
firme prop��sito de alcan��ar a serenidade em dias vin-
douros, hoje luto, obediente ��quela m��xima do Cristo:
"Vigiai e orai"6. Estou pouco a pouco me desvendando
6. M a t e u s , 26: 4 1 . (N.E.)
64
Levanta-te e anda..
a meus pr��prios olhos e espero que cada pedacinho
encontrado em mim em mau estado eu possa corri'
gi-lo, buril��-lo e torn��-lo, enfim, em condi����es de
obedecer ao comando.
E quando se fizer sil��ncio em meu ��ntimo,
quando eu souber, em sil��ncio, realizar os ensina-
mentos do Mestre, alcan��arei a serenidade, porque
estarei realizado.
65
AMANH�� SER�� OUTRO DIA
QUALQUER QUE SEJA A TUA ATIVIDADE NA TERRA, N��O TE
envergonhes nem te orgulhes de ser ela humilde ou
elevada. Lembra-te de que s�� tem valor a ess��ncia, e
n��o a apar��ncia.
Teu m��rito n��o est�� na natureza da tua ati-
vidade, mas na maneira como a desempenhas. Se ��s
construtor ou servente, que importa? O importante
�� que te compenetres do teu trabalho, executando-o
com crit��rio e procurando melhor��-lo cada vez mais.
O exemplo �� muito mais valioso que a palavra.
N��o te importes com a classifica����o que te
derem, com elogios ou cr��ticas desfavor��veis. Apenas
deves importar-te com a tua conduta, a tua consci��n-
cia. Nem te entriste��as quando outro menos eficiente,
menos criterioso, passar a tua frente, conquistando o
66
Levanta-te e anda.
lugar que deveria ser teu. S�� tu te podes graduar ou
censurar, se j�� est��s apto a te conheceres e saberes a
que te destinas. E sabes bem que "o teu vai a teu dono", mais hoje, mais amanh��.
Teus irm��os de jornada terrena n��o t��m todos o
mesmo ponto de vista. Muitos ainda nem usam a vista;
vivem ��s cegas, se atropelando mutuamente, por n��o
enxergarem o lugar que pisam nem o que est��o fazendo,
julgando, cada um, ter direitos que o outro n��o tem.
Para esses, ainda n��o �� poss��vel essa orienta����o.
Antes eles ter��o de se engalfinhar at�� que, nessa luta,
se rasgue o v��u que lhes obscurece a vista.
N��o conv��m caminhar ��s cegas. Quando se
abrem os olhos e se divisam as coisas com as suas
formas verdadeiras, admite-se que a vida terrena �� a
mais bela oportunidade que o esp��rito encarnado pode
conceber. Ent��o, come��a-se a movimentar, a devastar
a estrada, divisando mais e mais as belezas, que a ce-
gueira da ignor��ncia ocultava.
S��bio n��o �� o que possui muitos diplomas ou
o que discorre lindamente sobre qualquer assunto,
mas aquele que encarna seu papel com consci��ncia e
67
Cenyra Pinto
caminha ao sol ou �� chuva, quer no frio quer no calor,
quer no vento quer na calmaria, levando consigo a
paz, a serenidade.
Tudo �� belo!
Sorri feliz dentro da vida
e a vida te sorrir��.
"Amanh�� ser�� outro dia"!
68
TUDO TE PERTENCE
N��O TE ACANHES DE PEDIR QUANDO REALMENTE PRECI-
sares. Em verdade, nada se pede e nada se d��; en-
trosa-se, re��ne-se, aproxima-se o que est�� disperso,
t��o-somente �� espera de ser unido.
N��o h��, pois, nenhum motivo para orgulho
em dar ou humilha����o em pedir. N��o dever��amos
pensar que algu��m �� propriet��rio de alguma coisa e
que tem o direito de reter aquilo que vem ��s suas m��os
para ser distribu��do. Seria paralisar a cadeia magn��fica
de amor universal e socorro m��tuo.
No ato de pedir algo ou favor, o ser est�� traba-
lhando, desenvolvendo a confian��a em si, a servi��o da
transmuta����o. Quando ocupamos algu��m na hora
em que realmente precisamos ou n��o podemos de
forma alguma executar sozinhos uma tarefa, estamos
69
Cenyra Pinto
transformando o orgulho, a vaidade e, ao mesmo tempo,
dando oportunidade a esse algu��m de colaborar co-
nosco na grande obra.
Se a pessoa se recusar, �� que n��o est�� ainda ca-
pacitada para o servi��o. N��o devemos recuar, amua-
dos ou desanimados, quando isso acontecer. Teremos,
nessa ocasi��o, mais uma oportunidade de transmutar
dentro de n��s o ressentimento, o despeito ou a re-
volta, em compreens��o, toler��ncia e paci��ncia. Outros
companheiros de labuta surgir��o de alguma parte e
vir��o colaborar conosco. A vida �� um jogo de eterna
coopera����o.
Ningu��m pede e ningu��m d��, tudo �� de todos e
h�� de tudo para todos. Nessa atitude, portanto, pode-
remos desenvolver em n��s grandes possibilidades para
grandes realiza����es.
Ponhamos de lado o receio de parecermos im-
portunos ou inoportunos. Pensemos que um cirurgi��o
s�� opera cercado de auxiliares para poder, no menor
espa��o de tempo poss��vel e com a m��xima efici��ncia,
realizar a cirurgia. Somos, ��s vezes, cirurgi��es e ��s
vezes auxiliares.
70
Levanta-te e anda..
O valor do trabalho n��o est�� na categoria de
quem o executa, mas sim no amor que impulsiona
aquilo que executamos. Irmanemo-nos, pois, e traba-
lhemos em conjunto, porque tudo �� de todos e tudo
obedece a uma s�� finalidade: a integra����o no todo.
71
NUNCA ESTAMOS SOS
N��O TE ESQUE��AS, IRM��O AMIGO, QUE POR ONDE ANDARES
n��o estar��s s��, embora a solid��o se te afigure uma rea-
lidade. Nem te esque��as que teu eterno companheiro
n��o te abandona um s�� instante, estejas onde estiveres,
fa��as o que fizeres. Lembra-te, entretanto, que ele,
esse companheiro silencioso, discreto e am��vel, est��
atento a teus menores pensamentos, e que teus gestos,
por impercept��veis que sejam, s��o assistidos, analisados
e gravados por ele.
V�� como procedes, por onde andas, o que
pensas, pois jamais iludir��s a esse amigo que nunca se
separa de ti. Ele, um dia, quando daqui partires para
outras regi��es, apresentar-se-�� ante teus olhos invi-
s��veis, j�� livres da venda que a mat��ria p��s �� tua frente,
e tu o poder��s reconhecer, enfim!
72
Levanta-te e anda..
Sentir-te-��s feliz e te rejubilar��s em reconhe-
c��-lo, se agires bem na Terra. E te contorcer��s de remor-
sos, de arrependimento e de vergonha, se agiste mal.
Se queres despertar em paz e sentir a beleza e
a alegria deste encontro com o grande amigo e com-
panheiro, em tua ��ltima viagem, quando acordares do
outro lado da vida, meu irm��o, pratica o preceito do
Mestre: "Vigiai e orai".
Esse conselho, cremos, �� o mais adequado para
quem ainda n��o percebe que tem em si mesmo um
guardi��o, um vigilante atento que um dia lhe desven-
dar�� cena por cena toda a sua passagem pela Terra.
Procura, pois, seguir um caminho reto; faze um
apelo �� miseric��rdia divina para que, nas lutas, nos em-
bates da vida, n��o te desnorteies, n��o te desorientes ou
desesperes e que a compreens��o e a sabedoria sejam teus
auxiliares mais pr��ximos nesta escala para a evolu����o.
Teu vigia, teu companheiro invis��vel, �� a tua
consci��ncia, o teu Deus, meu irm��o. E o Eu divino,
em ti. Respeita essa presen��a como se a visses viva diante
de teus olhos, e teu caminho ser�� claro e tua cami-
nhada suave.
73
PAZ DE CONSCI��NCIA
OBSERVA, IRM��O AMIGO, SE EST��S EM PAZ COM A TUA CONS-
ci��ncia. Essa �� a advert��ncia que tem sido e ser�� feita
em todos os tempos e a todos aqueles que se filiam
a uma escola, cuja finalidade �� colocar o homem no
caminho. Paz de consci��ncia! Essa paz, t��o sonhada,
t��o ansiosamente desejada, meu irm��o, �� o produto de
permanente esfor��o no sentido de nos desvencilharmos
de tantos la��os que nos v��m amarrando desde o prin-
c��pio dos princ��pios.
H�� criaturas que nos d��o a impress��o de serem
donas dessa paz. T��o reto nos parece o seu proceder,
tanta solicitude vemos em suas maneiras, tanta no����o
de responsabilidade nos d��o seus menores atos, que che-
gamos ��s vezes a tomar tais criaturas como modelos e
74
Levanta-te e anda..
desejamos nos aproximar delas, para aprendermos, tam-
b��m, a conquistar esses mesmos dons t��o apreci��veis.
Mas eis que, ao nos fazermos seus ��ntimos, nos
decepcionamos! S��o mascarados, embu��ados em vestes
filigranadas de ouro! Todas aquelas atitudes quase
sublimadas s��o t��o-somente para uso externo. Seu ��n-
timo ��, n��o raras vezes, mais negro do que a mais negra
noite sem lua! Sua alma �� feita de sombra...
Os atos praticados junto daqueles que os des��g-
nios colocaram sob sua guarda s��o frios, premeditados
ou perversos e revoltantes. As atitudes gentis que
essas pessoas dispensam aos demais s��o pura encena-
����o estudada para causar boa impress��o. O altru��smo,
sua maneira generosa de obsequiar, de ser a primeira a
fazer doa����es, algumas vezes al��m de suas posses, s��o
desmentidas pela usura dentro do seu lar. E quantas
vezes esse lar �� mantido pelos esfor��os sobre-humanos
de um c��njuge fiel e dedicado!
O modo cort��s com os de fora �� a m��scara da
mentira que este ser retira ao transpor os portais de sua
casa, desse pequeno mundo onde deveria haver amor,
solicitude, bondade e carinho! E no lar precisamente
75
Cenyra Pinto
que se revela tal qual �� na realidade: tira a m��scara e se
apresenta ao natural.
Meu irm��o: pensa bem em tudo isso; examina
a tua consci��ncia. V�� se podes dizer, lealmente: "Estou
no caminho certo"? Estou me esfor��ando para tomar
posse dessa paz interna, t��o desejada por todos? Luto
e lutarei para me libertar das minhas fraquezas, das
minhas inferioridades? Estou convicto de poder esperar
obter, com a ajuda de Deus e dos mestres, essa paz em
meu cora����o?
Aonde fores levar��s contigo tua consci��ncia.
V��, pois, por onde andas e o que fazes, porque ela es-
tar�� sempre presente, e se tens a liberdade de realizar
tudo o que quiseres, sabes tamb��m que responder��s
por tudo o que fizeres.
Se queres realmente conquistar a paz, a felici-
dade firme e duradoura, n��o te esque��as, meu irm��o,
que tudo deve come��ar de dentro para fora: que o teu
lar deve ser, para ti, um templo. Deves adorn��-lo com
as flores de tua amabilidade, de teu respeito, pois s��
se �� feliz fazendo-se felizes ��queles que nos rodeiam e
que de n��s dependem...
76
Levanta-te e anda..
Faze tudo isso sem ostenta����o, sem exageros,
pois o excesso ��, em geral, prejudicial. S�� equilibrado
e sensato em todos os teus atos. S�� tamb��m amigo,
sincero e acolhedor e procura ser teu pr��prio amigo,
dignificando todos os teus atos e palavras.
Mira em sil��ncio o teu cora����o; ele �� como
todos os cora����es, o templo de Deus vivo. N��o mas-
cares teus atos, porque n��o conseguir��s enganar a ti
mesmo, e um dia ser��s chamado para dar conta de tudo
o que praticares... E ent��o poder�� haver "ranger de
dentes", quando te defrontares com tuas v��timas, no
outro lado da vida.
Todos os que palmilhamos este plano terreno
somos sujeitos a toda sorte de tenta����es. Cumpre-nos,
orando e vigiando, delas nos livrar. Que a luz bendita
se fa��a em todos os esp��ritos e que as rosas flores��am
em suas cruzes.
7 7
QUE A LEI SE CUMPRA
N��O DEVEMOS CONCEDER A COISA ALGUMA O PODER DE
nos preocupar. Nossa f�� deve ser t��o grande, t��o forte,
que n��o permita que outra for��a a sobrepuje. N��o esta
f�� sentimental que leva a criatura a fazer pedidos e
prometer tudo a Deus e aos santos, sem muitas vezes
cumprir com as suas promessas.
Refiro-me a outro tipo de f��, a qual, para ser
sentida, �� preciso, antes de mais nada, voltar um pouco
e nos reportarmos ao princ��pio de tudo o que foi criado,
para chegar at�� o Incriado, origem de todas as coisas.
A f�� piegas nos torna choramingos, infantis,
capazes de tudo prometer, em troca daquilo que pe-
dimos em dado momento.
N��o concebemos maior infantilidade que a
de fazer trocas de d��divas com aqueles que j�� est��o
78
Levanta-te e anda.
em n��vel t��o alto e perderam o contato com as coisas
materiais.
N��s nada damos, em geral, sem esperar re-
compensa. Mas eles, os que j�� se superaram a ponto
de n��o precisarem mais voltar ao nosso plano para
viver a nossa vida, esses n��o se vendem mais!
Devemos aprender, antes de tudo, a conhecer
o grande poder que nos foi conferido - o poder da f��
- e dele nos utilizarmos sempre, dirigindo-o freq��en-
temente para sua fonte de origem.
Sabemos que existem seres sublimes designados
para determinados setores de trabalho aqui no nosso
plano. Por��m, eles cumprem a lei, obedecem a seus
superiores hier��rquicos que, por sua vez, cumprem
ordens do Senhor dos Mundos.
Tudo obedece a uma cadeia de princ��pios, e
fora desses princ��pios tudo �� pueril e sem raz��o de ser.
Portanto, n��o h�� raz��o para preocupa����es!
Se nossa mente aceitar convictamente a infa-
libilidade de Deus e suas leis e se cumprirmos da me-
lhor forma poss��vel seus mandamentos, n��o teremos,
em absoluto, motivo para nos preocuparmos com
79
Cenyra Pinto
nada, porque perceberemos que tudo o que acontece
est�� absolutamente certo.
Cabe-nos, criaturas ainda viventes da Terra,
apenas fazer a parte que nos compete, o mais bem-
feito poss��vel; o resto n��o nos deve preocupar, porque
n��o est�� ao nosso alcance e s�� compete ao Senhor
Supremo. Essa f�� �� a ��nica que tem sua raz��o de ser.
Cumpramos o nosso dever, obede��amos ��s leis
da Terra e do C��u e deixemos que a lei se cumpra,
porque cumprir-se-�� sempre bem.
80
REVER��NCIA �� CRUZ
COM UMA DE TUAS M��OS, REVERENCIAS A CRUZ; COM A
outra, esmagas os teus irm��os. Com uma constr��is, com
a outra destr��is. Com a m��o direita, acaricias; com a
esquerda, esbofeteias. Quanta coisa boa, ��tima mesmo,
�� feita e dentro em pouco �� destru��da e seus destro��os
sapateados.
A criatura humana �� misto de Deus e de de-
m��nio. �� como a Terra, com suas noites c��lidas, suas
manh��s amenas e seus furac��es e tempestades. A
alegria e a dor, o amor e o ��dio s��o as manifesta����es
de Deus e do dem��nio, respectivamente. Se n��o se-
pararmos os autores da dor e da alegria, do amor e
do ��dio, poderemos destruir a f�� que as almas simples
acalentam.
81
Cenyra Pinto
Se dissermos que n��o existe absolutamente
nada real que n��o seja amor e que todas as outras ma-
nifesta����es de vida s��o como o malho e o ferro - um
batendo no outro para o aperfei��oar -, talvez n��o nos
d��em cr��dito.
O malho representa as paix��es terrenas per-
seguindo o homem at�� a consuma����o dos s��culos.
Em si, o malho n��o �� mau: �� simplesmente L��cifer
em a����o. Est�� a servi��o do mestre executando a sua
pobre tarefa.
A princ��pio, o homem se deixa amoldar para
se tornar belo e superior aos demais. A idade �� o seu
condutor. Quando, afinal, ele chega aonde a vaidade
o levou e se envergonha de sua pequenez, pois reco-
nhece o rid��culo do exibicionismo.
Ent��o, possuidor de conhecimentos v��rios que
a vaidade lhe outorgou, ele se dirige para o seu ver-
dadeiro setor de trabalho, empulhando ferramentas
diferentes das que usava at�� ent��o.
Mudando de indument��ria e tirando a m��s-
cara, ele continua sendo o mesmo homem, por��m,
com a alma ressuscitada dos destro��os do outro que
82
Levanta-te e anda..
deixou para tr��s. E a�� �� que se processa a sua inicia����o
no caminho que o levar�� �� supera����o. Ergue-te e ca-
minha! Esse �� o lema.
Aprende a ter sobre o teu peito, em sinal de
obedi��ncia, uma de tuas m��os enquanto ajudares, en-
quanto beneficiares teus irm��os. N��o deixes que teu
lado esquerdo se dirija para a vaidade, com pretens��o
de seres um Deus, s�� porque esbanjas tuas migalhas!
Assim n��o esmagar��s teus irm��os com uma das m��os,
enquanto a outra reverencia a cruz!
83
"PAZ NA TERRA" -
AOS HOMENS, BOA VONTADE
VENCE PRIMEIRAMENTE OS INIMIGOS QUE TE TORTURAM
antes de desejares a paz. N��o h�� paz sem antes ter ha-
vido guerra. Nem vit��ria sem luta. N��o se conquistam
louros sem se ter lutado e vencido.
Paz �� a companheira ideal da criatura. Mas di-
ficilmente �� conquistada, porque queremos possu��-la
sem merec��-la.
N��o h�� guerra mais nobre e edificante do que
a que se trava para a obten����o da paz interna, ��nica e
verdadeira. N��o derramamos sangue nessa guerra, mas,
simbolicamente, em cada encontro com os inimigos,
em cada investida, em cada pedacinho de terreno que
conquistamos - as almas das criaturas -, espargimos
84
Levanta-te e anda.
sangue em borbot��es e os olhos, muitas vezes reflexos
amigos das confid��ncias da alma, deixam cair torrentes
de l��grimas e lavam o solo da alma tinta de sangue. A
alma �� o corpo de desejos, a outra forma de express��o
do corpo f��sico; ela �� sempre atra��da por elementos
designados para tentar o homem fraco e inexperiente,
como o homem forte e cheio de conhecimentos...
O corpo, mat��ria neutra, vai para onde o le-
varem, por isso o homem fraco cai mais rapidamente
que o que j�� conseguiu se conquistar. O corpo �� um
ve��culo, cujo cocheiro �� a mente.
A mente consciente, com as r��deas nas m��os,
dirige esse carro, o corpo f��sico. Come��a a guerra: a
mente consciente ou superior, quando devidamente
adestrada e bem equipada, faz, aos poucos, prisioneiros
os inimigos que servem ao corpo de desejos e, �� pro-
por����o que os captura, educa, disciplina, at�� que eles
passam a se incorporar ao ex��rcito da luz. Da�� a sen-
ten��a "nada se perde, tudo se transforma", enunciada
pelo qu��mico Lavoisier.
Nunca, em verdade, esses elementos foram ini-
migos do homem; sendo dementais, eles agem como
85
Cenyra Pinto
ordena a sua rudimentar consci��ncia. No entanto, uma
vez capturados e esclarecidos, passam a sua for��a para
o lado oposto de sua atividade e come��am a colaborar
com a obra divina.
Se, porventura, essa mente superior habita
ainda recentemente nesse ve��culo humano, sente-se
insegura, impotente e obediente �� lei do livre-arb��trio,
n��o pode impedir que o corpo de desejos lhe roube
as r��deas e possivelmente cometer�� pela vida afora
verdadeiros desatinos.
Uma vez esse ve��culo tombando j�� para n��o
mais se erguer, essa alma procura insatisfeita outro ve��-
culo para se alojar, at�� lhe ser designado outro mais
conveniente.
Perambula no espa��o, atingindo os encarnados
e agindo sobre eles, cujas mentes igualmente desa-
tentas n��o percebem a aproxima����o do inimigo, dei-
xando-o, desse modo, dominar-lhes a mente. E o caso
das obsess��es.
Amigo irm��o em Cristo! Observa bem tudo o
que se aproximar de ti. N��o com olhos desconfiados
e medrosos, mas bem abertos e conscientes para que,
86
Levanta-te e anda..
sempre que aparecer um estranho, um desses elementos
negativos, a mente seja acolhida, educada e trazida ao
seu verdadeiro lugar.
Inclina����es seculares, tend��ncias que v��m de
ancestrais e que se inocularam no sangue por provas
c��rmicas, n��o s��o, como muitos pensam, imposs��veis
de serem transformadas.
A paci��ncia de se estudar a si mesmo, a vigi-
l��ncia constante, o cuidado com os menores gestos e
pensamentos s��o o que pouco fazemos, por isso somos
levados aos trancos e barrancos pelas estradas obscuras
e inseguras da vida.
Jamais algu��m conhecer��, nem desfrutar�� da
verdadeira paz enquanto n��o descortinar dentro de
si todos os recantos para, nessa inspe����o, ver o que se
oculta nas trevas para fazer a luz divina.
Isso, meu amigo irm��o, �� uma guerra! Uma
guerra encarni��ada, de vida ou morte. Pois a vida e
a morte s��o justamente os opostos. O nascimento se
processa depois do aniquilamento ou morte de algo
que cede seu lugar ao que vem. O amor sucede ao
��dio. Mas enquanto existir o ��dio, o amor n��o nasce.
87
Cenyra Pinto
Morram, pois, todos os elementos destruidores
da evolu����o, nessa guerra que te estimulo a iniciar para
que teus opostos possam nascer, viver e se renovar na
grande escalada da evolu����o.
"Paz na Terra"7 - aos homens, boa vontade.
7. Lucas, 2: 14. (N.E.)
88
CONSELHO AMIGO
O COMPORTAMENTO DAS CRIATURAS NA TERRA �� OBSER-
vado, analisado e condenado ou elogiado. O homem,
usando apenas a percep����o externa, n��o tendo ainda
a capacidade de penetrar no ��mago das coisas, cos-
tuma julgar pelas apar��ncias. Nisso consiste todo o
sofrimento, toda a dor que a humanidade sente. Nada
h�� mais insignificante que os atos de uma criatura.
Jamais algu��m demonstra, por atos, aquilo que
est�� se realizando no seu mundo interior. E note-se,
n��o o faz propositadamente, com o prop��sito de iludir
ningu��m. A pr��pria criatura que d�� vaz��o ao seu es-
tado d'alma n��o se d�� conta de que a manifesta����o,
ou seja, a exterioriza����o por atos, �� absolutamente
diferente do seu processo interno.
8 9
Cenyra Pinto
E um processo ou um fen��meno que ningu��m
se interessa em observar. Por isso, Cristo disse: "Quando
tiverdes ouvidos de ouvir e olhos de ver..."8.
O homem se satisfaz com o que seus olhos e
ouvidos materiais lhe transmitem. N��o se preocupa
com o que se esconde atr��s dos atos ou da causa que
produziu o efeito. Por isso vai por a�� atirando fora
o que seria de grande valor para a sua evolu����o e
guardando os res��duos, ou seja, o que o perturba e o
faz sofrer.
O sofrimento s�� existe para aquele que con-
serva no seu mundo interior detritos, coisas pernicio-
sas, portanto anti-higi��nicas para o seu Eu divino.
A verdade ��: raro �� aquele que p��ra para ob-
servar esses pequenos detalhes e se interessa real-
mente em solucionar os seus problemas usando a sua
mente superior. E assim vai atirando sobre os demais
o seu desapontamento, a sua insatisfa����o, a sua inca-
pacidade de compreens��o, culpando a todos de tudo
o que lhe acontece de mal.
8. D e u t e r o n �� m i o , 29: 3. (N.E.)
90
Levanta-te e anda..
O mal �� apenas o produto da incapacidade de
assimila����o daquilo que transformaria a vida terrena
num campo de concentra����o de for��as positivas a
servi��o do bem.
P��ra um pouco tuas atividades e pensa comigo:
quem sou eu? Por que fui colocado entre as pessoas
que comp��em a minha fam��lia? Por que essas pessoas,
as mais queridas para mim, voltam-se contra mim e
tentam me amesquinhar?
Ent��o, tu ter��s como resposta: eu sou um esp��-
rito, de passagem pela esfera terrena, com a finalidade
de aprender. Aqueles que ora s��o meus parentes car-
nais s��o outros tantos esp��ritos, igualmente em apren-
dizado na Terra. N��o me querem ferir nem me ames-
quinhar. Est��o executando o seu trabalho.
Talvez alguns sejam escultores que, para apri-
morar a sua est��tua, tenham de usar instrumentos
pesados e cortantes que, empregados por suas m��os,
ferem muito mais que pelas m��os de estranhos. Mas se
eles est��o pr��ximos de n��s, a sua incumb��ncia, embora
espinhosa, tem de ser executada. Fazem uma experi��n-
cia neles pr��prios e n��s teremos de compreender que o
91
Cenyra Pinto
sentimentalismo deve ser o nosso ponto fraco e por isso
eles tiveram de aceitar esse trabalho dif��cil de, ao ser-
virem de exemplo, ajudar a modelar a nossa est��tua.
Aceit��-los, pois, e am��-los como colaborado-
res da nossa obra na Terra �� uma forma de libert��-los
dessa incumb��ncia desagrad��vel; e a n��s mesmos es-
taremos ajudando, aprendendo a li����o da paci��ncia e
toler��ncia e sublimaremos a nossa est��tua de barro,
que um dia se aperfei��oar�� e ter�� asas. At�� esse dia,
tenhamos f�� e coragem e oremos juntos para que n��o
caiamos em tenta����o.
Tudo �� belo para os olhos que sabem ver e os
ouvidos que sabem ouvir. Transformar tudo, com a va-
rinha m��gica do amor, por onde passarmos, �� o segredo
da felicidade eterna.
N��o ouses perdoar. Tu n��o tens nada para per-
doar. Ningu��m te fez mal algum. E tu mesmo que est��s
fechando os olhos e os ouvidos de tua alma para n��o
veres nem ouvires, e de olhos e ouvidos cerrados, tudo
se deforma para ti.
Abre os olhos, agu��a os ouvidos e percebe o
que est�� a tua volta. V�� a beleza de tudo o que te cerca.
92
Levanta-te e anda..
V�� quanta grandeza existe nas almas que te rodeiam.
Ama-as e procura sacudir essa nuvem pessimista e ne-
gativa que est�� tentando envolver-te. Tu trazes uma
miss��o �� qual outros seres espirituais est��o ligados e
que n��o pode ser interrompida. N��o permitas que as
apar��ncias turvem tua f��.
V�� naqueles que te p��em �� prova, que querem
ajudar a aprimorar tua est��tua, o amigo benfazejo e co-
rajoso que se permitiu fechar as comportas do pr��prio
desejo de ser bom, para exibir aquilo que ele usa, apa-
rentemente contra ti, por necessidade do momento.
Aguarda e persevera. Se ouvires as minhas pa-
lavras, o meu conselho amigo, e puseres em pr��tica
esses preceitos, ser��s, em breve, convocado para tra-
balhos de alta relev��ncia.
J�� me alonguei demais e espero que, dentro de
pouco tempo, eu venha felicitar-te pelo teu "retorno
�� casa paterna", mais forte, mais consciente, mais
eficiente e transbordante de f��.
93
PACI��NCIA
APARENTEMENTE TUDO OCORRE SEMPRE DA MESMA FORMA,
uma vez que n��o haja nenhum acidente estranho, ne-
nhuma modifica����o vis��vel no dia-a-dia. Mas �� apenas
aparente essa rotina, porque a modifica����o se faz per-
manente a cada instante.
N��o se repelem os fatos, como possa parecer,
sempre os mesmos, embora, na forma, na apresenta����o
sejam id��nticos. Tudo se modifica continuamente. N��o
imaginamos quanta transforma����o se opera no nosso
cotidiano, com todos os fatos repetidos, com a mono-
tonia da vida.
A monotonia �� resultante dessa repeti����o de
fatos sem nenhuma mudan��a que traga uma sensa����o
nova, um novo aspecto na vida.
94
Levanta-te e anda..
Eu digo n��s porque, embora j�� me encontre em
outro setor de experi��ncia, fora da esfera terrena, me
sinto uno com meus irm��os e ainda sujeito ��s mesmas
falhas, aos mesmos enganos, uma vez que a evolu����o
n��o p��ra. Quando vencemos uma etapa, come��amos
outra e as dificuldades de adapta����o continuam.
Agora, permite-me, leitor, falar de mim, n��o
para me exibir como um esp��cimen diferente, mas
para trazer um pouco de mim mesmo, das minhas in��-
meras experi��ncias.
Todas as ��pocas t��m seus altos e baixos, seus
pr��s e contras. N��o h�� ��poca privilegiada, porque tudo
est�� dentro de um plano que se desenvolve normal e
ininterruptamente.
A experi��ncia mais extraordin��ria que me foi
concedida realizar, a qual mais l��grimas de sangue me
fez derramar, foi no setor da paci��ncia. Sempre me jul-
gava tolerante, paciente. Jamais poderia admitir que
abrigasse em meu ser esses sentimentos t��o condena-
dos por mim. Isso porque raramente nos conhecemos.
Pois bem. Sofri muito, porque sempre quis ser
juiz, palmat��ria do mundo. N��o concebia um deslize,
95
Cenyra Pinto
n��o admitia uma mentira, e as criaturas que n��o par-
tilhavam do meu ponto de vista, eu as acusava sem
piedade e as perseguia quanto podia.
Ent��o, quando algo me prejudicava injusta-
mente, eu n��o tinha piedade, n��o tinha m��os a medir.
Na minha indigna����o, n��o deixava impune o erro de
algu��m contra mim.
Assim caminhava eu, cheio de emp��fia, de vai-
dade e desejo de mando, quando a vida me atirou de
cima do pedestal e eu me vi, em uma de minhas en-
carna����es, como o mais vil dos homens, arrastando-me
pesadamente no meio do loda��al de todos os v��cios que
eu acusara e apedrejara. A lembran��a n��o acompanha
a criatura pelas vidas sucessivas, por isso n��o me po-
deria imaginar um rei destronado.
Sofri todas as persegui����es e castigos que a
minha in��pcia havia impingido aos meus irm��os de
jornada terrena. As dores e as afli����es s��o as melhores
amigas e, ao lado delas, atravessamos as trevas para
ver a luz.
Foi atravessando esse p��ntano, empurrado, es-
corra��ado, perseguido, que compreendi e senti pela
96
Levanta-te e anda.
primeira vez o Deus vivo, atuando em tudo o que existe.
N��o foi assim sem mais nem menos que isso se deu.
Havia eu sido levado �� pris��o por furto, brigas e bebe-
deiras. Apanhei muito e fui atirado ao fundo da cela.
Quando ca�� l�� como um trapo, um companheiro
de infort��nio me amparou e sorriu para mim, com
simpatia e bondade. Estranhei que aquele homem,
largado numa cela infecta, sorrisse daquele jeito para
mim, um p��ria da sorte. Ele compreendeu a minha
estranheza e disse:
"N��o te admires de me ver sorrir para ti, mes-
mo estando eu aqui como um trapo. Tenho aprendido
muito, n��o s�� aqui neste cub��culo mas pela vida afora.
Venho de boa fam��lia, que tudo me deu para
eu ser um grande homem, na concep����o deles. No
entanto, preferi perambular pelo mundo, n��o por va-
diagem, mas para aprender o que os livros n��o me
poderiam ensinar. Vi de tudo e aqui estou porque fui
apanhado dormindo num banco de jardim. Amanh��,
talvez, ou hoje ainda, me mandem embora, mas antes
de ir-me, quero deixar-te uma ��nica advert��ncia: n��o
culpes os homens do mal que te acontece.
97
Cenyra Pinto
Procura reconhecer que andas num caminho
escuro e regenera-te, pois pressinto que tua alma est��
prestes a deixar este inv��lucro, j�� t��o castigado pelos
v��cios. As pancadas, os maus-tratos, a vida decadente
que levas t��m te tirado a faculdade de raciocinar.
Tem paci��ncia com as provas a que a vida te
submete e sabe que poder��s ainda ser feliz, mesmo
aqui neste c��rcere, se come��ares agora mesmo a pen-
sar na raz��o de ser da vida e perguntar a ti mesmo por
que tens rolado como uma bola e ter��s a resposta.
Depois, arma-te de paci��ncia, suporta as conse-
q����ncias de teus erros; procura dentro de ti a centelha
divina, alimenta-te com a f�� na tua reabilita����o.
Todo tempo �� tempo. E quando outro compa-
nheiro for atirado aqui como tu o foste, recebe-o como
eu te recebi e d��-lhe do que te estou dando e em breve
poder��s ser feliz, mesmo nas mais duras provas."
Desse dia em diante, comecei a minha esca-
lada de ascens��o. E a palavra paci��ncia ficou gravada
em minha mente, e aquela intoler��ncia passada foi
se diluindo �� propor����o que eu vencia o orgulho e
a vaidade.
98
Levanta-te e anda..
Hoje, sou um dos adeptos da paci��ncia, acre-
ditando que a compreens��o da vida nos ensina que
n��o temos o direito de julgar ningu��m e que devemos
suportar consciente e pacientemente as imperfei����es
dos nossos irm��os menos esclarecidos.
Bendita seja a paci��ncia!
99
TOLERNCIA
�� TOLERNCIA! A T �� ONDE PENETRAM AS TUAS RA��ZES?
Onde te estendes?
Qual a tua trajet��ria?
Como em tudo na vida, deves te expressar com
equil��brio.
N��o podes dominar todo o terreno, porque ou-
tras plantas precisam tamb��m germinar junto de ti...
Se te seguirmos na tua trajet��ria infinita, como
acudiremos e recuperaremos aqueles que, apoiados e
acobertados por tua frondosa copa, estacionam como-
damente, absorvendo o n��ctar da tua seiva?
Quando destro��adas as vidas, os desgra��ados
clamam contra ti porque acolhes os seus algozes.
At�� onde, toler��ncia, devemos te acompanhar se ��s,
100
Levanta-te e anda.
justamente, a alcova que esconde, convidativa, os trans-
viados do caminho!
Sob a tua cobertura, o mal prossegue sua trilha.
Com a tua prote����o, aquele que n��o conhece os direitos
alheios e as leis divinas sente-se �� vontade e at�� incen-
tivado a prosseguir numa vida dissoluta, acarretando,
n��o raras vezes, dores e desespero pelo mundo afora.
Como usar-te, afinal, toler��ncia? At�� onde le-
var��s, com a tua suposta prote����o, todos os r��probos
da vida?
*
* *
Humanidade louca e desenfreada! N��o ma-
cules os sentimentos mais sublimes que possu��s com a
tua incompreens��o.
O que denominas de toler��ncia, humanidade
cega? Por que abusas dos voc��bulos, em vez de buscar
a ess��ncia das coisas, na fonte de onde tudo prov��m?
N��o nos conhecendo, n��o nos sentindo, nem
percebendo os sentimentos palpitarem vivos dentro
do peito, como poderemos conhec��-los e sobre eles
nos expressarmos?
101
Cenyra Pinto
Por que viver indagando ��s cegas, confabulan-
do, armazenando novidades, se nada de ��til pretendes
realizar em prol dos irm��os de quem te ocupas?
Compraz-te em salientar os fatos com deta-
lhes e, por isso, te afastas da causa que introduz os
efeitos.
Jamais te aproximar��s, assim, da fonte eterna,
nem beber��s da ��gua viva se te entregares a essa esp��-
cie de trabalho, qual seja o de conspirar inutilmente.
Permite que cada coisa aparentemente fique
onde est��, que ela mesma sair�� no seu devido tempo.
Poder��s, sem embargo, auxiliar a recolocar cada coisa
no seu devido lugar, mas, para tanto, �� preciso cultivar
a serenidade, produto da compreens��o.
Deixa os voc��bulos ficarem nos dicion��rios,
entra no teu cora����o e l�� encontrar��s todos os signifi-
cados, todos os substantivos, todos os adjetivos apro-
priados a cada coisa e aprender��s tamb��m a maneira
como deves te conduzir perante a tua consci��ncia e o
teu Deus interno.
Fazes quest��o de apar��ncias. Queres resulta-
dos imediatos e assim estragas uma bela ocasi��o de
102
Levanta-te e anda..
realiza����o eficiente e construtiva, desviando tua aten-
����o para o efeito e esquecendo-te da causa.
Presta aten����o: �� a toler��ncia que te faz cruzar
os bra��os ante os erros dos teus semelhantes, quando
podias ajud��-los? E ela que igualmente te permite per-
manecer em erro e te faz encolher os ombros em pre-
sen��a da adversidade que atinge teus irm��os da Terra?
E ela que te fecha os olhos diante da grandeza de certos
atos, perante a beleza de certas situa����es, ante as atitu-
des altru��stas de irm��os que j�� se conduzem melhor do
que tu? E ela que te concita �� maledic��ncia, a tantos
outros atos que censuras nos outros, mas n��o em ti?
N��o, meu irm��o. Isso �� covardia, �� inveja, �� de-
samor. Se n��o tens capacidade de sentir o belo, mesmo
nas coisas feias, n��o menciones voc��bulos cujo alcance
ignoras.
"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei"9
- assim disse Jesus. N��o necessitar��s empregar termos
apropriados para cada ato, porque teus atos ter��o a ex-
press��o adequada ��s tuas verdadeiras manifesta����es.
9. J o �� o , 15: 12. (N.E.)
103
Cenyra Pinto
E que um dia n��o te perturbes mais com os
significados, nem indagues mais para que lugar te levam
os sentimentos, porque teu discernimento te orientar��
diretamente.
104
QUEM N��O DEVE N��O TEME
SE A NOSSA CONSCI��NCIA ESTIVER EM PAZ, TODAS AS CA-
l��nias e todas as injusti��as n��o poder��o nos atingir.
Sentiremo-nos como algu��m que, usando roupa im-
perme��vel, a lama que se lhe atiraram em cima resva-
lar��, deixando as vestes intactas. No entanto, as m��os
que atiraram essa lama n��o se livrar��o de ficar sujas
e malcheirosas.
Pobres m��os que, esquecendo a sua verda-
deira miss��o, comprazem-se em desvirtuar o dom di-
vino que o Senhor lhes concedeu. Ajudemos a limpar
essas m��os e ensinemo-lhes outra ocupa����o mais no-
bre, mais bela.
N��o lhes retribuamos com a mesma lama, pois
assim de nada serviria estarmos revestidos de mat��-
ria imperme��vel externamente, ou seja, apenas pelo
105
Cenyra Pinto
verniz da boa educa����o. N��o basta sermos educados e
corretos, mas tamb��m bons e compreensivos.
O mundo em que vivemos n��o comporta de
bom grado atitudes dessa natureza. E covarde para
o mundo aquele que desafia a ofensa com a n��o
resist��ncia.
Mas deixemos o mundo dos mortos e viva-
mos no mundo dos vivos. Os mortos s��o aqueles cuja
alma est�� sepultada nesse turbilh��o de paix��es mes-
quinhas. Deixemo-los at�� que eles pr��prios se sintam
desassossegados e apavorados com os fantasmas de
suas a����es e pensamentos.
N��o os desprezemos, nem ironizemos a sua
ignor��ncia. Sejamos complacentes como se f��ramos
enfermeiros ou m��dicos e tiv��ssemos de lidar com
doentes mentais. A camisa-de-for��a n��o ser�� empre-
gada para reprimi-los. Eles mesmos se incumbir��o de
vestir-se mutuamente.
Quando se sentirem perdidos, chamar��o por
n��s e receber��o o tratamento adequado a cada caso.
At�� l��, mentalizemos amor e complac��ncia para todos
os que, iludidos pela vaidade, tentarem se antepor ��
106
Levanta-te e anda..
nossa frente, armados da maledic��ncia, do ego��smo e
outras armas que eles sabem manejar com maestria.
Portanto, caminhemos como irm��os em Cristo,
atravessando as encruzilhadas sem nos determos para
indagar por que nos perseguem.
E um dia, n��s teremos a chave de todas as por-
tas e penetraremos no nosso templo interno, levando
a l��mpada acesa do amor que tudo d�� e nada pede.
107
AVANTE!
N��O DESISTAS NUNCA DA LUTA, MESMO QUE TEU ADVER-
s��rio pare��a estar ganhando, tuas provis��es escasseando
e o terreno falseando.
N��o desistas! Mesmo que surja qualquer es-
p��cie de imprevisto, que pare��as estar irremediavel-
mente perdido. Prossegue sem desalento, sem des��-
nimo, porque todos os obst��culos desaparecer��o ��
medida que confiares na possibilidade de ser vitorioso,
de ainda vencer.
Quando a luta se mostra mais encarni��ada, te-
mos a prova de que o inimigo est�� apelando para todas
as suas reservas por nos acharem persistentes e firmes.
Avante! Mais um impulso, mais uma investida
e teremos rompido o bloqueio e nos veremos do outro
lado, exaustos, mas vitoriosos.
108
Levanta-te e anda..
A luta que travas �� uma dessas que aniquilam,
que prostram um regimento inteiro se n��o tiver um
comandante de fibra. Mas tu n��o ��s fraco. Sabes
bem o que queres, conheces as manhas do inimigo
e suas for��as; logo, n��o deves te entregar vencido.
Precisas vencer.
Aproxima-se o fim do combate. O inimigo de-
sesperado, j�� sem muni����es, apresenta o seu ��ltimo
estratagema. Parece que ele est�� com tudo a seu favor,
tal o furor de seus ataques. Mas sabes que isso significa
o ��ltimo alento, o desespero de causa.
Ag��enta mais um pouco. Arregimenta tuas
for��as de reserva, nutre-te bem e d�� o golpe final.
Assim, breve nos reuniremos para festejarmos mais
essa vit��ria, que ser�� mais uma, apenas, numa s��rie
intermin��vel de vit��rias que vir��o.
Feliz aquele que n��o se importa com os ga-
l��es e sim com as realiza����es! Feliz aquele que n��o
espera as condecora����es dos homens, mas sim a re-
compensa de haver-se conquistado, no combate tra-
vado no seu interior, subindo decididamente no seu
pr��prio conceito, e estando qualificado a receber
109
Cenyra Pinto
novas incumb��ncias cada vez mais dif��ceis, por��m
de maior m��rito.
Que Deus seja teu estandarte! A tua arma, o
teu ideal! E que o teu destino seja a perfei����o!
110
HEI DE VENCER
NADA ME IMPEDIR�� DE CAMINHAR, EMBORA TODOS OS
obst��culos se anteponham �� minha frente; embora as
encruzilhadas sejam confusas e in��meros os precip��-
cios. Nada, afirmo, poder�� me retardar na caminhada,
porque eu quero e hei de vencer!
Hei de vencer todas as armadilhas, que, para
me porem em prova, surjam sob todos os aspectos e
todos os disfarces. Quando se quer realmente alguma
coisa, os empecilhos s��o at�� incentivos, provoca����es ��
nossa capacidade, paci��ncia e perseveran��a.
S�� desanima e desiste aquele que n��o sabe
querer e n��o sabe o que quer. Sempre foi e ser�� eter-
namente rodeada de armadilhas, de ciladas, a vida
terrena, n��o fosse esse planeta o das oportunidades, a
escalada, o meio pelo qual se chegar�� a um fim.
111
Centra Pinto
Sabendo de antem��o que n��o permitiremos de
forma alguma que algo nos embargue os passos, embora
muitas vezes exaustos e desanimados tombemos, essa
queda ser�� somente por instantes, porque n��o podemos
admitir em nossa perspectiva vis��es t��tricas, nem assus-
tadoras. E esses momentos, �� propor����o que os formos
superando, ir��o se distanciando, distanciando, at��
desaparecerem por completo.
N��o h�� nada capaz de vencer aquele que se
considera invenc��vel. E essa for��a, essa invencibili-
dade, s�� se obt��m pela f��, pela certeza da exist��ncia
de um Ser Supremo que, dirigindo todos os planos, n��o
excluiu o nosso; e se a evolu����o n��o p��ra e nem retro-
cede, n��s tamb��m n��o paramos nem retrocedemos,
sen��o ilusoriamente.
Uma vez conscientes dessa verdade, por que
temer, por que nos acovardar, por que n��o marchar
triunfantes, embora pare��amos perder terreno?
Todos temos conhecimento de que n��o per-
demos nunca, embora tudo se destrua e caia a nossos
p��s. Toda luta �� a����o e toda a����o �� movimento sempre
compensador.
112
Levanta-te e anda.
N��o h�� derrota, n��o h�� fracasso, n��o h�� pre-
ju��zo. H�� sempre triunfo quando se sai em campo para
se lutar por um ideal nobre.
Nada temo, nada existe nem existir�� com o
poder de me impedir os passos, nem de me desviar da
minha rota. Hei de vencer!
113
DAR!
DAR N��O �� S�� DISTRIBUIR. DAR N��O �� ESTENDER A M��O E
deixar em outra m��o um ��bolo ou um objeto. Dar �� en-
tregar a alma inteira numa palavra amiga, num sorriso,
num olhar, numa prece.
Dar �� atender ��s necessidades do corpo, mas,
antes, preparar o estado da alma.
Dar ��, enfim, expandir-se em amor e caridade.
Dar �� perdoar, �� esquecer as ofensas, �� acudir
aos que sofrem.
Dar �� compartilhar do sofrimento alheio como
se o faria nas horas de festas e alegrias. Dar �� ser vi-
bra����o e espalhar b��n����os.
Dar �� unir-se ao todo e com ele unificar-se
para o bem. Eis o verdadeiro sentido desse pequenino
voc��bulo.
114
Levanta-te e anda..
Compreend��-lo e interpret��-lo �� sabedoria.
Vem do Alto a ordem: "Dai de gra��a o que de
gra��a recebestes"10. Pessoas h�� que vieram com a miss��o
de cumprir essa ordem suprema. Feliz aquele que, rece-
bendo essa ordem, prontifica-se a p��-la em execu����o.
Esquece de ti que j�� tens luz e lembra-te dos
cegos de esp��rito, dos doentes do corpo e, ainda mais,
dos que ainda n��o encontraram o caminho na estrada
da vida. Tu que vieste para dar, d�� a m��os-cheias. N��o
reserves nada para ti, sen��o as sobras, e ter��s a mais
farta recompensa.
Um gemido, um grito de ang��stia, um passo
para o abismo, uma blasf��mia, e deves estar pronto a
acudir, para amparar a queda, para salvar do naufr��-
gio a alma que est�� prestes a se afogar no desespero, e
assim trabalhando, incans��veis para a causa do Cristo,
estar��s conquistando a palma da vit��ria que receber��s
das m��os do Mestre Supremo.
�� dif��cil atravessar uma estrada pedregosa e
cheia de espinhos, mas se conseguirmos isso veremos
10. M a t e u s , 10: 8. (N.E.)
115
Cenyra Pinto
que o outro lado dela �� t��o divino, t��o maravilhoso,
que valeu o sacrif��cio.
D��-me a m��o amiga, e caminhemos juntos
por essa estrada. Os espinhos apenas te arranhar��o,
as rochas duras n��o te tocar��o os p��s porque o bem
tem asas e voa. Curaremos, ampararemos, consola-
remos um ao outro e, juntos para a finalidade m��-
xima da vida, chegaremos ao outro lado da estrada
e contemplaremos a luz bendita do crep��sculo da
suprema gl��ria.
Gl��ria a Deus!
116
SERVIR
PARA SERVIR, S�� �� PRECISO QUERER SERVIR.
Quem n��o pode servir?
Tu, por que ��s pobre?
E tu, por que ��s doente?
E tu, ainda, por que teus afazeres
ou teus deveres sociais n��o te permitem?
E tu, por que algu��m a teu lado te impede?
*
* *
Tu n��o serves, irm��o, porque n��o queres servir,
porque teu cora����o �� ��rido, porque o gemido do teu
semelhante n��o chega ao teu cora����o, porque te fazes
cego, mudo e surdo por comodismo, por conveni��ncia.
Hoje te retrais para n��o servires, amanh�� cho-
rar��s as oportunidades perdidas e tamb��m por n��o seres
117
Cenyra Pinto
ouvido, nem visto nem sentido na tua dor, no teu de-
sespero, quando tamb��m precisares de quem te sirva.
Servir �� amar, �� dar-se num sorriso, num aperto
de m��o, numa palavra amiga e compreensiva. �� ser leal,
justo, e n��o infiel a ponto de contaminar a vida da-
queles que j�� levam consigo seu farnel envenenado.
E, enfim, estar atento a todos os momentos da
vida para, em qualquer setor, em qualquer situa����o,
estar apto a ser o elemento de paz, de conc��rdia, de
harmonia.
Teu tempo, irm��o, deve ser melhor aproveitado.
Deves come��ar a descascar esse fruto precioso, cuja
casca o impede de ser conhecido e aproveitado. Teu co-
ra����o �� esse fruto - nutritivo delicado e macio, por��m
envolto ainda por uma casca grosseira, ��spera e feia.
Afasta essa casca e usa esse fruto para ali-
mentar a vida de um animal de forma humana. Sua
fun����o verdadeira foi anulada, e seu conte��do inu-
tilizado. Es respons��vel por esse fruto, cuja raiz se
aloja no c��rebro, de onde parte o alimento para ele.
Trabalha para que essa raiz se abaste��a no seio
da terra m��e, por��m vai buscar seu alimento na beleza
118
Levanta-te e anda..
que essa matriz maravilhosa tem e n��o nos seus esgo-
tos, nos seus detritos.
Sabes qual �� o significado dessa alegoria? A
Terra �� tua nutriz; ela te deu a mat��ria e a alimenta, mas
tem as suas impurezas, ou seja, material ainda grosseiro
em potencial, cujo aspecto ��, para os leigos, repelente;
al��m de seu campo magn��tico ser negativo.
A Terra, portanto, d��-nos o material em bruto,
em ess��ncia; filtr��-lo �� trabalhar na alquimia que trans-
forma o metal grosseiro em ouro puro. �� preparar o
"elixir de amor", o n��ctar sublime da vida eterna.
E hora de enfrentares esse trabalho. Como des-
bravador ind��mito, deves ser o caminhante que tomou
conhecimento de onde pisa e para onde se destina.
Teu cora����o deve ser a tua meta. �� o fruto
ainda envolto em grossa e ��spera casca. �� o casulo
que oculta a linda borboleta. Mais um impulso e ele
ser�� desembara��ado dessa feia casca e ser�� o alimento
apetitoso e nutritivo com que te alimentar��s e dar��s
a m��os-cheias a todos os transeuntes que passarem
por ti, para que eles sintam que, tamb��m como tu,
podem ser ricos de amor.
119
Cenyra Pinto
Teu trabalho �� apenas for��ar essa casca e reti-
r��-la de uma vez. Ent��o saber��s o que de maravilhoso
possuis sem que ainda soubesses. E a ��nica parte ainda
em bruto que apresentas, por isso usas o amor de forma
rudimentar, superficial e incompleta.
N��o basta para o adepto ao caminho da luz
amar apenas aos seus familiares e a uns e outros afins.
Essa �� ainda uma forma ego��sta de amor. S�� recebe o
t��tulo de adepto aquele que j�� sabe servir a qualquer
um, a qualquer hora, em qualquer lugar e situa����o.
Que s�� tem ouvidos, olhos e boca para o bem e cujas
m��os n��o se cansam de produzir as mais variadas e
preciosas prendas para dar em b��n����os, em trabalho
de cura, de car��cias, de benef��cios...
Trabalha, irm��o, pois �� hora de servir de co-
ra����o. Esquece-te de tuas afli����es e necessidades,
dedica-te ao servi��o redentor do Cristo. "E dando
que se recebe."11
E do que mais precisa o homem? Dos bens pe-
rec��veis, que jamais produzem o que deles se espera ou
1 1 . Frase p e r t e n c e n t e �� " O r a �� �� o da paz", atribu��da a S �� o F r a n c i s c o de A s s i s . ( N . E . )
120
Levanta-te e anda.
dos bens do esp��rito, que fazem sempre do mais pobre
um milion��rio, do mais ignorante um s��bio?
Servir! Eis a finalidade do ser espiritual.
Servir �� amar.
121
VERDADEIRO SERVI��O
ALIVIAR OS MALES ALHEIOS, SEJAM ELES DE QUE NATUREZA
forem, �� ainda o melhor meio de nos libertarmos de
nosso grande inimigo: o ego��smo.
Pensar com amor em nosso irm��o e levar-lhe
sempre o nosso aux��lio quando ele for requisitado �� o
maior bem que podemos fazer a n��s mesmos.
Todo aux��lio prestado oportunamente e de
boa vontade �� a forma exata de entrarmos em con-
tato direto conosco e nos reabilitarmos dos delitos
passados.
Se fores requisitado para levares teu aux��lio,
quer em palavras quer em atos, n��o te detenhas em
indagar se deves ou n��o atender.
Logo que te integrares nessa campanha de de-
votamento e assist��ncia ao sofrimento de teus irm��os,
122
Levanta-te e anda.
ver��s teus males se afugentarem como se um terr��vel
drag��o os perseguisse.
�� a lei. Todos os vermes e insetos da sombra se
afugentam da luz. E os males s��o os vermes e as serpen-
tes venenosas que se ocultam na sombra para atacar.
Temem a luz, que �� o bem desinteressado.
Que te importa que v��s socorrer quem esteja
coberto de maldades e indignidades? Que te importa
que, ao levares teu aux��lio, sejas seguidamente enxo-
tado, injuriado e maltratado? S�� te deve importar o
servi��o que prestares. As conseq����ncias, n��o.
N��o digas nunca que n��o sabes fazer, seja o que
for que te pe��am. Todos n��s podemos realizar verda-
deiros milagres quando estamos convictos de que agi-
mos em nome de Deus.
D��, no momento, aquilo que te pedem. Quer
a palavra consoladora, o conselho sensato, um passe
magn��tico, uma b��n����o para um agonizante, um b��l-
samo para qualquer dor de que natureza fores tu podes
dar, porque Deus age pelas m��os dos Seus disc��pulos.
Sejas tu um disc��pulo do Mestre. Sejas o "sal
da Terra" e a tua vida se transformar�� num espl��ndido
123
Cenyra Pinto
jardim, cuja beleza e perfume ser��o o repouso, o con-
vite ao verdadeiro col��quio da alma com o seu grande
amor - Jesus.
Que a b��n����o dos altos dirigentes dos planos
da luz te sejam prop��cias; que jamais desperdices uma
oportunidade de levar luz onde haja treva; amor onde
haja ��dio, paz onde haja guerra.
Purificado o cora����o, teu corpo ser�� purificado
e tuas m��os obedecer��o ao impulso ben��fico de teus
mentores espirituais que est��o a teu lado sempre, para
que, sem receio, realizes o que deves e precisas realizar.
Paz e amor �� o que desejo.
124
"A CADA UM SEGUNDO
AS SUAS OBRAS
CADA UM TEM O QUE MERECE. CADA UM COLHE O QUE
semeia. N��o importa a ��poca em que a semente foi
lan��ada ao solo, o que importa �� que ela foi.
Se o terreno era f��rtil, germinou seguidamente
e, se n��o, custou um pouco mais, por��m germinou na
certa. A colheita ser�� sempre de acordo com o plantio:
boa ou m��, farta ou escassa.
O c��tico, ou seja, o presumido, o que se se-
para ostensivamente do todo, crente de que ele so-
zinho caminhar�� e chegar�� �� meta, esse se perder��
na estrada, porque seu ego��smo e sua vaidade o des-
nortear��o. Ele se julga um deus, antes de haver sido
primeiro um homem.
125
Cenyra Pinto
O castigo �� mera fantasia, e o pr��mio, um cha-
mariz aos interesseiros. Os caminhos para se alcan��ar
a meta s��o v��rios, mas ela �� a mesma para todos.
Cada um burila-se, constr��i-se, mas no con-
v��vio com seus semelhantes. Ningu��m constr��i sem
material. E cada um de n��s �� um material diferente
que dever�� ser reunido para que o edif��cio se erga. E
essa troca de material leva o oper��rio a examinar a
qualidade e selecionar os melhores.
As esc��rias, n��o podendo ser aproveitadas na
obra, n��o s��o inutilizadas e sim devolvidas a locais onde
entrar��o em fus��o novamente, voltando, de quando
em quando, at�� n��o mais sobrar escolhos no paneiro.
Feliz de quem se deixa misturar a outros para poder se
transformar em material ��til.
Quem condena a vida por sentir-se espezinhado
por ela e procura desiludir aqueles que a v��em com bons
olhos - embora esteja fornecendo material de trabalho,
pois est�� investido de for��as luciferinas tentadoras - est��,
todavia, em um per��odo doloroso da vida. Lan��ar�� cha-
mas e poder�� ser queimado por elas mesmas, purificado
por esse elemento ou perder-se no meio da fuma��a.
126
Levanta-te e anda..
�� dif��cil e espinhosa a miss��o de sacudir as
massas, com o fuzil ou o chicote nas m��os. O seme-
lhante atrai o semelhante. O que n��o p��de ser re-
conduzido ao aprisco com amor n��o encontra outra
solu����o, outro processo, sen��o o chicote. Ent��o ele
se chicoteia, incita outros a fazerem o mesmo, ou os
atinge com seu pr��prio chicote.
Trazer tal alma �� raz��o, mostrar-lhe a do��ura
do amor, �� irrit��-la mais ainda, pois s�� concebe a
evolu����o por meio da flagela����o!
Quando cessarem os estertores, quando n��o
restar de si sen��o um molambo, ele se compadecer�� de
si mesmo e ent��o se penitenciar��, n��o mais com o chi-
cote, mas sim com l��grimas humildes e compreensivas.
Ent��o essa alma que passou pelo cadinho da
flagela����o, ao se encontrar com o seu Cristo interno,
reconhecer�� que a vida n��o �� um indiv��duo, mas o
todo. Que enquanto o chicote revolteava no ar, muitos
gritos e gemidos se elevaram, quer de desespero, de
revolta, de amargura, e despertaram ao serem sacu-
didos, e ele ser�� convidado a apaziguar esses gritos e
gemidos em vindouros dias.
127
Cenyra Pinto
S�� a convic����o de que a coopera����o e a sim-
plicidade - que n��o considera o intelecto individual
e isolado como chave e se confunde no intelecto uni-
versal - integrando-se conscientemente ao trabalho,
dar�� ao homem encarnado a paz e a serenidade t��o
ambicionadas. Portanto, cada um colhe o que semeia.
"A cada um, segundo as suas obras".
128
"BENDITO SEJA O QUE VEM
EM NOME DO SENHOR!"
CERTOS MOMENTOS EM NOSSA VIDA S��O DE UMA CRUEL-
dade sem par! Somos submetidos a provas que ultra-
passam todos os limites. Ferem-nos no que h�� de mais
sagrado para n��s, atacam-nos com as armas mais ter-
r��veis e somos for��ados a crer que esses momentos s��o,
na realidade, as p��ginas mais vivas, mais fortes, por��m
as mais belas de nossas exist��ncias, se conseguirmos
nos manter com dignidade, serenidade, compreens��o...
Quando se fala em supera����o, por certo quer
se dizer: vencer a natureza animal, transformando-a
em foco de luz, isto ��, em natureza divina.
As pessoas que s��o incumbidas de nos p��r ��
prova s��o quase sempre aquelas a quem mais amamos,
129
Cenyra Pinto
aquelas por quem somos capazes de tudo sacrificar, de
tudo renunciar em seu favor!
Eis por que nos ferem mais fundo, porque o
nosso amor �� enlameado, porque s��o deturpados os
nossos sentimentos, ��, enfim, enxovalhado o nosso
mais puro ideal.
Devemos recriminar essas criaturas? N��o!
Devemos, antes, perguntar: de que plano vieram? Por
que est��o ao nosso lado? Por que representam tudo o
que de mais caro h�� para n��s?
E temos como ��nica resposta: mist��rio! N��o
podemos, pela nossa condi����o de criaturas em evo-
lu����o, devassar os mist��rios divinos.
Contentemo-nos em saber que, seja qual for
o motivo que leva essas pessoas a nos ferir, sobretudo
quando o fazem injustamente, est��o elas diretas ou in-
diretamente trabalhando para a nossa regenera����o e
ajudando-nos a descontar as nossas grandes d��vidas.
N��o conv��m nos exaltarmos, revidarmos as in-
justi��as sofridas ou mesmo apedrej��-los. N��o! Seria des-
truir tudo o que j�� fiz��ramos. Devemos silenciar covar-
demente? Tamb��m n��o! Todavia, quando chegarmos
130
Levanta-te e anda..
a esse ponto de compreens��o, n��o estaremos mais em
companhias desagrad��veis.
Aqueles que nos orientam e nos guiam, j�� fa-
zendo parte de nosso eu, a tudo assistem e n��o nos
deixar��o desarmados e desamparados nessas horas
dolorosas; teremos o olhar voltado para o Alto e sabe-
remos agir de acordo com a lei do eterno - a ��nica lei
que n��o falha jamais!
Por essa raz��o, quando algo desagrad��vel nos
acontecer, devemos repetir esse s��bio e consolador
ensinamento: "Bendito seja o que vem em nome do
Senhor!"12.
12. M a t e u s , 23: 3 9 . (N.E.)
131
ALEGRIA
O ESP��RITO, AINDA OBSCURECIDO PELAS NUVENS NEGRAS da
ignor��ncia, vale-se de tudo para melhor explorar suas
tend��ncias inferiores.
Vale-se da alegria para confundir aquele que
s��frego a busca e que qualquer situa����o divertida ��
capaz de confundi-lo e faz��-lo d��cil, male��vel a inten-
����es menos dignas daqueles que vivem �� espreita de
oportunidades para arrastar v��timas ao seu covil.
Ningu��m que esteja com a mente sempre vol-
tada para o Mestre Supremo cai nessas ciladas, por-
que est�� a todo momento em atitude de vig��lia e o
seu cora����o n��o anda em busca de falsas alegrias. Ele
sabe que a alegria verdadeira n��o �� aquela que nos
oferecem aereamente, mas a que sentimos, no ��ntimo
132
Levanta-te e anda.
do nosso ser, quando somos capazes de reconhec��-la,
mesmo no meio das l��grimas.
Ela �� algo muito sutil e s�� a percebe a pessoa
que se colocou �� altura de reconhec��-la, venha ela em
vestes nobres ou em andrajos, chorando ou sorrindo.
Ela �� produto de grandes conhecimentos que a expe-
ri��ncia da vida nos d��; �� filha da compreens��o que
conhece todas as facetas da vida e com ela se une para
o trabalho da evolu����o.
N��o �� ego��sta a verdadeira alegria, nem se re-
sume em fatos concretos, porque se oculta atr��s deles.
E sutil demais para ser vista e sentida pelos profanos.
A alegria �� a alma da alma. Sem ela, a criatura
vegeta na vida. E senti-la, no seu verdadeiro sentido, ��
j�� se ter superado. E j�� ter vencido a mat��ria e ser se-
nhor de qualquer situa����o.
Ela �� o resultado da conquista permanente do
esp��rito sobre a mat��ria. Quando sobrepujar uma si-
tua����o dif��cil, mas sem m��goa, nem revolta, compreen-
dendo a causa que impulsiona aquela dificuldade e, por
outro lado, j�� tendo passado pelo fogo das coisas cru��is
e dolorosas da vida, mas com ��nimo sereno e com a
133
Cenyra Pinto
compreens��o da vit��ria que logrou sobre si mesmo, en-
t��o a alegria, essa alegria real, se apossa do seu ser que
est�� fortalecido pela luta e, quanto mais lutas enfrentar
e quanto mais vit��rias alcan��ar, mais se libertar�� das
ataduras terrenas.
A alegria permanente ser��, em ��pocas futuras,
um elemento aben��oado e espalhar�� b��n����os pela hu-
manidade ��vida de aventuras, mas ignorante da fina-
lidade da vida.
134
SERENIDADE
SE SABES ESPERAR, SE CONFIAS E TENS A CERTEZA DE QUE
nunca est��s s��, se sentes a presen��a do eu sou, saber��s,
por certo, que tudo o mais te ser�� acrescentado.
Nada pedir��s, nada esperar��s, porque sabes
que nada �� em v��o, que tudo ser�� feito na hora exata
e oportunamente.
Se algo tentar te afligir, saber��s como te des-
vencilhar disso, porque n��o te sentir��s atingido pelas
setas venenosas que a maldade humana t��o bem
sabe dardejar.
Caso te tentarem desviar da meta que tra-
��aste, teus sentimentos apurados te intuir��o e tu sa-
ber��s a tempo te livrar das traves, dos empecilhos e
das armadilhas.
135
Cenyra Pinto
Se tu, meu irm��o que palmilhas a Terra, cr��s
realmente, nada te mudar�� de rumo, porque alcan��aste
a serenidade que te ajudar�� a refletir nas investidas
que a tenta����o da mat��ria oferecer e a retroceder.
Vive tua vida, com harmonia, vibra serena-
mente e, como as ��guas mansas de um regato, tua
alma deslizar�� calma. As amarguras que a vida te possa
trazer, por necessidade c��rmica, tu saber��s contorn��-las
com sabedoria e compreens��o, e tua jornada pela Terra
ser�� mais uma etapa vencida, na grande escalada.
136
A MISS��O DA MULHER
TUAS ATIVIDADES COTIDIANAS S��O JUSTAMENTE TUA IN-
cumb��ncia espiritual. �� em cada ato, em cada gesto,
em cada pensamento que est�� a tua possibilidade de
realiza����o.
�� o teu lar que deves, em primeiro lugar, aten-
der. A ele precisas dar tudo o que de melhor tiveres
para que dele saia o melhor para os que vir��o depois.
Quando se diz "a justi��a come��a em casa",
queremos dizer que devemos dar o exemplo a partir
do nosso lar. N��o conv��m pregar doutrinas, fazer ca-
ridade fora dele sem que primeiro acudamos aos que
est��o sob a nossa guarda.
A mulher, sendo colaboradora da divindade,
aquela que representa a beleza, a do��ura e o amor,
deve ser no lar o anjo bom e, ao mesmo tempo, o juiz
137
Cenyra Pinto
inflex��vel. Deve ela ser tolerante, quando preciso, e
intransigente, se o caso o exigir.
Com os filhos, a sua miss��o �� de uma beleza
sem par. Em rela����o ao esposo, a miss��o �� grandiosa e
eloq��ente. Com aqueles que, por lei c��rmica, habitam
sob seu teto, deve ela ser de uma benevol��ncia sem
limites, para n��o vir a molestar e constranger os que j��
est��o atravessando transe t��o doloroso.
N��o h�� palavras que traduzam a grandiosi-
dade do papel da mulher no lar, na sociedade e na
espiritualidade. Sua miss��o pode ser divina ou dia-
b��lica. Como anjo bom, �� a representante direta das
hierarquias superiores, para desempenhar magn��ficos
trabalhos. Como anjo mau, �� diab��lica e representa as
for��as negras, no trabalho de destrui����o e involu����o.
S�� tu, mulher que pretendes galgar os degraus
da evolu����o, verdadeira sacerdotisa do amor divino,
dentro e fora do lar, para seres um exemplo vivo e digno
de ser imitado.
138
SEMENTE DE AMOR
E U S O U U M E S P �� R I T O E N C A R N A D O , Q U E T R A G O E M M I M A semente do amor universal e procuro dar aos meus
atos o mais puro e transbordante otimismo.
Isso porque creio no universo e no seu Criador.
Vejo em cada criatura uma part��cula do todo e vejo o
todo em cada criatura. Sei que devo amar a cada um
e procurar a ele me ajustar, como se ajustam em uma
m��quina os seus pequeninos parafusos e pe��as, sem o
que essa m��quina n��o funcionaria regularmente.
A m��quina �� o todo. N��s, as criaturas, as pe-
queninas pe��as que a comp��em. Os parafusinhos s��o
como a nossa boa vontade de coopera����o, desejosos
de que toda a engrenagem se ajuste e a m��quina fun-
cione bem.
139
Cenyra Pinto
Qualquer pe��a �� digna de maior aten����o. Faz-se
necess��rio que cada uma procure se ajustar e veja nas
outras uma parte de si mesma. E assim deveremos
proceder para que o universo atinja a perfei����o.
N��o teremos mais raz��o para tristezas e d��vi-
das, porque trabalhando para o mesmo fim, cada um
no seu setor, estaremos contribuindo para a evolu����o
de todo o universo.
Seja qual for o nosso lugar na grande m��quina,
procuremos desempenhar a nossa tarefa com carinho,
sem m��goa, sem inveja, sem despeito por aquele a
quem foi conferido mais importante papel.
Cada um, dentro do seu raio de a����o, deve de-
sempenhar sua obriga����o com carinho e estar certo
de que contribuir�� fartamente com o seu quinh��o, na
grande obra universal, nesse imenso laborat��rio de
transmuta����es di��rias.
Desprendamo-nos de tolos preconceitos, de
v��s ilus��es, e procuremos nos ajustar �� grande m��-
quina. Sejamos pequeninas pe��as, mas ��teis.
Procuremos dar o m��ximo do nosso amor na
execu����o da tarefa que nos foi confiada e estejamos
140
Levanta-te e anda..
certos de que, se uma vara s�� n��o se p��e em p��, um
feixe delas, bem atado, se conservar�� firme por tempo
indeterminado.
Unamo-nos e formemos um grande feixe de
almas que se amam. Fa��amos o poss��vel para tirar o
melhor de n��s, para a execu����o do planejamento do
bem universal. Assim n��o dissiparemos a for��a que se
acha concentrada em n��s para ser, um dia, integrada
no grande todo. Conclu��mos: tudo est�� no todo e o
todo est�� em tudo.
141
SIMPLIFICA TUA VIDA
PROCURA SIMPLIFICAR TUDO AO TEU REDOR E TODAS AS
coisas se tornar��o simples para ti. Facilita sempre tudo o
que puderes. N��o olvides, entretanto, que �� preciso co-
nhecer profundamente tudo o que te cerca, para pode-
res fazer parte de tudo, com simplicidade e facilidade.
Simplifica tuas atitudes, teus gestos e, s�� assim,
ter��s a teu lado criaturas que te estimem, que te sirvam
porque n��o ser��s para elas um estorvo. N��o te mostres
altivo e superior porque alcan��aste o n��vel mais alto; s��
simples pela tua dignidade e desce ao mais baixo degrau
pela tua simplicidade.
Facilita sempre tudo o que puderes e, com
isso, atrair��s as almas puras para o rebanho do Senhor.
S�� bondoso, compreensivo, tolerante e simples, para
exemplificares os ensinamentos do Mestre Jesus. N��o
142
Levanta-te e anda.
te detenhas somente em palavras; faze tua a vontade
de servir. Serve verdadeiramente.
Age e s�� um eleito de Deus no agir. D�� o que
de melhor houver em ti e lembra-te de que cada um
d�� o que tem e todos t��m algo para dar. Mas, sem em-
bargo, procura n��o misturar o trigo com o joio. Se o
servires assim misturado, desmanchar��s muitas vezes
com os p��s o que fizeste com as m��os.
N��o sejas nunca um destruidor, nemaniquiles
o teu trabalho. Procura faz��-lo t��o perfeito que n��o
tenhas necessidades de o inutilizares.
Estuda quanto puderes; medita sempre que
puderes; ora quando puderes, mas trabalha sempre.
Trabalhando, estar��s lendo no livro da vida, estar��s
meditando nas coisas sagradas e orando no santu��rio
de tua alma.
Procura, pois, tu que tanto anseias subir um
pouco mais, trabalhar aqui, neste mundo. Orienta-te
bem, pois a b��ssola que trazes, se n��o a abandonares
na estrada, n��o te deixar�� errar o caminho.
Deixa que a humanidade ironize teus sonhos e
repudie teu ponto de vista, por n��o poder alcan����-lo.
143
Cenyra Pinto
N��o est��s, e nem estar��s, jamais s��, pois na disciplina
h�� ordem e onde h�� ordem h�� uni��o.
Simplifica tua vida! Torna-te o apoio, o cajado
e a m��o amiga que a ningu��m se recusa e facilita aquele
que ainda n��o conhece a estrada, mostrando-lhe o fanal
da f�� que jamais deixou de brilhar e jamais deixou um
viajante abandonado �� margem do caminho.
144
NOSSO RELIC��RIO
QUE GRANDIOSIDADE ENCERRA O CORA����O HUMANO!
Que maravilhas oculta, t��o modestamente, no ��mago
de cada cora����o! E esse esplendor n��o �� privil��gio de
ningu��m.
Assim como em todos os seres a fun����o fisio-
l��gica do cora����o �� igual, como ��rg��o propulsor da
vida, tamb��m �� ele o relic��rio onde se guarda o mais
precioso tesouro que se pode conceber.
"Mas como existem criaturas t��o perversas,
t��o mesquinhas, t��o s��rdidas, se todos possuem um
cora����o e se todo cora����o �� um cofre de preciosas
j��ias?", perguntar��o alguns.
Muito simplesmente, responderemos: cada um
faz uso daquilo que possui da melhor maneira e como
lhe aprouver. O material empregado na confec����o de
145
Cenyra Pinto
um punhal �� o mesmo que se empregar�� para se fazer
um bel��ssimo estojo, que guardar�� raras e preciosas
pedrarias... ��, ainda, o mesmo material com que se
fabricar��o inofensivos instrumentos dom��sticos, que
tanto s��o ��teis!
Logo, todos possuem o seu tesouro. Uns ainda
n��o se aperceberam dele e vivem �� procura de aven-
turas, quando poderiam ter tudo, se se dispusessem a
dar uma olhada no seu pequeno cofre. Alguns reco-
nhecem que s��o possuidores de grandes coisas, mas
as utilizam para fins ego��stas e mercen��rios. Outros,
enfim (os ��nicos que se aperceberam desse tesouro e
o empregam para altas finalidades), preparam os seus
objetos e o fazem em sil��ncio.
N��o alardeiam sua riqueza, n��o se envaidecem
de suas j��ias, mas, por onde passam, deixam que fique
uma p��rola e do seu cora����o se irradia uma luz mara-
vilhosa! Fazem dessa luz as suas j��ias e distribuem-nas
a todos ao seu redor, formando, assim, o colar das ver-
dadeiras p��rolas do mais puro amor!
Aqui fica a minha modesta contribui����o para
meu irm��o meditar:
146
Levanta-te e anda..
Cultiva as prendas que tens dentro de ti.
E que o teu cora����o seja um relic��rio de amor!
Que a tua compreens��o te descortine um mun-
do melhor, dentro do teu pequeno mundo interior.
Que a paz seja sempre a tua companheira!
147
O LUGAR DO BELO
ENFEITA TUA VIDA! ADORNA-A O MAIS QUE PUDERES PARA
que possas te sentir feliz! Tua vida terrena, tua morada
transit��ria, �� a escola onde preparas as li����es para
as provas finais.
Procura te ajustar a ela e n��o sentir��s as
penas, nem as amarguras, de que �� t��o comum se
queixarem as criaturas. N��o h�� amarguras nem penas.
H�� p��ginas bel��ssimas que s��o folheadas descuidada-
mente, por isso n��o s��o apreciadas as belezas nelas
contidas.
O que �� a vida? Acaso h�� apenas nascimento,
vida e morte e depois mais nada? Seremos, ent��o, fan-
toches nas m��os de um destino ignaro, que t��o mau se
apresenta para uns e t��o pr��digo para outros?
148
Levanta-te e anda..
Esse Deus, esse Criador, ser�� mera fantasia? Se
Ele existe, como poder�� brincar com os seres criados
por Ele pr��prio?
Sim! Seria cruel se assim fosse. Mas n��s, fe-
lizmente, sabemos que n��o ��. Temos certeza de que a
vida terrena �� uma seq����ncia de outras vidas e que,
ap��s deixarmos o corpo f��sico sob a Terra, continuare-
mos a nossa peregrina����o at�� atingirmos a finalidade
planejada pelo nosso Criador.
Portanto, se temos necessidade de morar numa
casa, por mais humilde que ela seja, sejamos sensatos
para n��o nos revoltarmos com isso. Deveremos, den-
tro de nossas posses, tornar esse cantinho o mais aco-
lhedor poss��vel, para que n��o somente n��s, mas todos
os que de n��s se aproximarem, sintam-se bem no nosso
conv��vio e no nosso ambiente.
Eis por que te concito: enfeita tua vida. N��o te
importes com as condi����es em que tenhas de viver; pro-
cura amenizar, quanto possas, as dificuldades financeiras
ou morais, em um acorde de alegria e compreens��o!
E nessa luta para que n��o se desmorone esse
lar, que corresponde ao teu eu, apela para Deus que te
149
Cenyra Pinto
enviar�� em forma de flor a aceita����o do que n��o puder
ser mudado, e em forma de for��a as tuas debilidades
para as transformar em luz e dissipar as trevas com as
quais te deparares em tua jornada.
Tua vida �� um jardim onde o Senhor passeia
continuamente. Trata-o sempre, traze-o com cuidado e
as maravilhosas flores da sabedoria v��o se abrir para ti.
150
REN��NCIA
RENUNCIAR N��O �� PERDER, �� CEDER LUGAR A OUTREM EM
nosso pr��prio favor.
Renunciar ��, tamb��m, ��s vezes, saber perder,
sem revolta nem rancor.
Renunciar �� sentir, �� alcan��ar o valor da
perda, sem, contudo, permitir que a mente se deixe
envolver pelas nuvens do des��nimo, da descren��a ou
do desespero.
Renunciar n��o �� deixar para tr��s algo, que era
todo nosso sonho, que nos pertencia ou que imagin��-
vamos possuir.
�� preciso que nos abandonemos ou nos resig-
nemos com o fato consumado de n��o obtermos aquilo
que tanto desej��vamos. Renunciar, consiste, enfim,
numa aceita����o sem revolta.
151
Cerryra Pinto
Quando idealizamos alguma coisa, fazemos mil
planos; edificamos nosso castelo �� sombra de nossas
douradas ilus��es. Fazemo-lo maravilhoso, cheio de tudo
o que imaginamos que nos tornaria felizes.
T��o imbu��dos ficamos com o nosso anelo que
chegamos a toc��-lo, t��o pr��ximo de n��s est�� a sua
realiza����o. Ent��o vibramos de emo����o... De repente,
como uma espuma que se dissipa com o vento, ele se
desfaz, deixando-nos atordoados, decepcionados.
Nosso primeiro sentimento �� de revolta, de
tristeza, de desapontamento... Todo um sonho feito
de encantamento, que chegou a ser quase tang��vel ��s
nossas m��os, esvai-se como uma nuvem que se esgar��a
no c��u tempestuoso.
Mas, quando acordamos desse choque, com-
preendemos e vemos com imparcialidade tudo o que
nos rodeia. A decep����o e aquele vazio que a carac-
teriza cedem lugar a um sentimento suave: a doce
compreens��o.
Se realmente cremos em uma provid��ncia
divina, se temos como certos seus des��gnios, se co-
nhecemos as leis que regem os mundos, n��o devemos
152
Levanta-te e anda.
permanecer sob os escombros para chorar, nem nos
lamentar pela perda sofrida.
Tudo est�� certo, absolutamente certo! N��o per-
demos nada, nem mesmo o tempo que empregamos na
organiza����o de nosso plano. N��o nos enveredamos por
caminhos errados ou obscuros; apenas deixamos de
obter aquilo que quer��amos, por��m certamente tive-
mos aquilo de que precis��vamos. Muitas vezes, confun-
dimos desejo de posse com verdadeira necessidade. De-
sejamos algo. Lutamos para consegui-lo. N��o obstante,
n��o o conseguimos a curto prazo...
Por��m, pelo caminho, enquanto march��vamos
ao encontro de nosso ideal, fomos colhendo tudo o que
de real precis��vamos para as lutas futuras, muitas vezes
em setores bem diversos do que t��nhamos em mente.
O homem ��, por conseguinte, o resultado de
suas in��meras experi��ncias... J�� diz o rif��o popular:
"Barco parado n��o ganha frete". Realmente... E traba-
lhando que se est�� sempre edificando, construindo...
Eis por que n��o devemos desanimar ante os su-
postos fracassos. Quem somos n��s para nos rebelarmos
contra aquele que tudo sabe! Para renunciar, �� preciso
153
Cenyra Pinto
perder-se algo de si mesmo ou daquilo que mais almej��-
vamos e que temos em perspectiva em nosso ��ntimo.
Nada cai por terra quando sabemos construir
de baixo para cima. Iludimo-nos demais, deixando-nos
arrastar no remoinho do pessimismo, quando nossos
sonhos n��o se concretizam.
Afinal, que s��o nossos sonhos, comparados ��
realidade das coisas? Apenas bolhas de sab��o; belos
na sua colorida fantasia, mas ocos no seu significado,
na sua estrutura...
Todavia, se penetrarmos na ess��ncia das coisas,
veremos que os sonhos, por mais banais que pare��am,
s��o a promessa que atrai, que convida �� luta, reunindo
os idealistas, os sonhadores, em um s�� rebanho. E por
meio deles e atr��s deles que subimos. Eles nos chamam,
nos seduzem e nos conduzem ao trabalho para con-
seguirmos a sua realiza����o. E nesse trabalho, nesse
af�� de obter o material, incentivamos tamb��m o di-
vino em n��s.
Caminhando, caindo, levantando, lutando, en-
fim, em prol do nosso sonho, estamos procurando nos
encontrar na estrada real da vida.
154
Levanta-te e anda.
E todos os que passam por n��s, quer nos aper-
tem a m��o, quer nos esbofeteiem, quer nos acariciem,
quer nos empurrem, est��o, sem o saber, como n��s tam-
b��m, buscando-se por interm��dio de seus sonhos.
Se soubermos renunciar, sem revolta, sem ��dios,
sem maldi����es, teremos certeza de que n��o foi ingl��ria a
nossa luta! Perdendo, ��s vezes ganhamos muito mais!
155
AJUDAR
SE DESEJAS AJUDAR ALGU��M, SE PRETENDES LEVANTAR
algu��m do lodo em que est�� mergulhado, n��o o fa��a
com reprimendas ou serm��es. Aprende a usar o esca-
fandro da bondade e do amor, que vai a todos os n��veis
para servir.
S�� a compreens��o da vida nos d�� alavanca
capaz de levantar o mais pesado fardo, por mais repug-
nante que ele seja, sem nojo nem reclama����o.
Saibamos que o nosso irm��o que est�� na lama
dos v��cios �� um ser em evolu����o. Ele n��o est�� assim
por ser repelente, mas porque ainda n��o tem for��as
bastantes para se soerguer, e talvez nem saiba que est��
em estado t��o repulsivo.
Ajudar n��o �� impor, n��o �� amesquinhar nem
ferir aquele a quem se pretende levantar! �� apenas
156
Levanta-te e anda..
acolher, dar a m��o, n��o alardeando as pr��prias virtu-
des, para que n��o se estabele��am compara����es, desi-
guais para o que j�� est�� t��o lamentavelmente deprimi-
do. Ajudar �� ainda ser discreto, natural, simples, tudo
fazendo sem trombetear, para n��o demonstrar o que
foi feito.
Somos descendentes do mesmo Pai e temos
uma ��nica p��tria. Somos, portanto, irm��os e compa-
triotas. Se algum de n��s j�� aprendeu algo, pelas v��rias
vezes que passou aqui pela escola da Terra, justamente
esse deve ser o coadjutor do mestre e n��o o verdugo
implac��vel.
Quantas vezes j�� atravessamos o mesmo cami-
nho e nos encontramos na mesma decad��ncia em que
hoje, porventura, pode estar o nosso irm��o! E aqui
estamos, no entanto, j�� refeitos das quedas e agora
libertos de algumas pris��es da mat��ria.
Os v��cios s��o pris��es infectas, que precisam do
ar puro da consola����o e dos raios do sol do amor. A
criatura �� a escada pela qual sobem os vermes at�� se
transformarem em anjos e adejarem para outras para-
gens, servindo em outros setores.
157
Cenyra Pinto
Se trilhaste o mesmo caminho, hoje palmi-
lhado pelo teu irm��o decadente, fazes com ele o que
desejarias que contigo fizessem em tais condi����es. S��
paciente, tolerante e, despretensiosamente, caminha
ao lado dele como companheiro igual, para que ele
adquira confian��a em si mesmo e comece a dar os pri-
meiros passos com os pr��prios p��s.
Talvez ele ainda tombe! Talvez ainda tenhas
que auxili��-lo a sair da lama para onde ele voltar�� de
quando em quando! Mas com a ajuda e a miseric��rdia
divinas, talvez ele possa melhorar rapidamente.
Mas n��o te revoltes nem te impacientes. Per-
severa ajudando sempre. Talvez, nesse trabalho, tu
te reajustes contigo mesmo e encontres dentro de ti
aptid��es, at�� ent��o desconhecidas, e for��as que igno-
ravas possuir.
Avante, amigo!
Ajuda a erguer aquele que est�� ca��do e en-
sina os primeiros passos ��quele que ainda est�� se
arrastando. E assim, nessa benem��rita obra, ver��s
resplandecer, no horizonte de tua vida, um sol mais
claro, mais belo e mais vivificante e ser��s por ele
158
Levanta-te e anda..
iluminado internamente e nenhuma tempestade te
abater��, porque estar��s escudado pelo mais belo sen-
timento - o amor.
O amor em a����o.
O amor a servi��o da causa do Cristo.
O amor que vai a todos os n��veis para servir!
159
A VIDA - GRANDE MESTRA
L . . .
DEIXA QUE A VIDA CAMINHE. N��O PROCURE PERTURBAR-LHE
a caminhada. O destino da vida tem uma meta. Ela
ter�� de alcan����-la. Nada impedir�� que ela prossiga
sempre, apesar de tudo e de todos. Ela tem uma fina-
lidade e ter�� de realiz��-la. Se tu tentares embargar-lhe
os passos, sofrer��s as conseq����ncias.
D�� a m��o �� vida e caminha solid��rio com ela,
obedecendo-lhe as diretrizes e acatando-lhe as deter-
mina����es. Ela �� s��bia. Sabe o que faz.
Pedes-lhe absurdos, ela te recusa e, com isso,
sofres e a acusas de megera. Ingrato que ��s. Ela �� a tua
oportunidade e est�� em ti para te ajudar a alcan��ar
a meta.
Tu a segues, quer queiras quer n��o, porque ela
est�� e estar�� presente enquanto respirares. E quando a
160
Levanta-te e anda.
vida te deixar nesse plano, quando esse corpo, do qual
ela se serve, tiver terminado a sua peregrina����o neste
plano terr��queo, ela continuar�� ainda e sempre, porque
ela �� a chama que arde em cada cora����o e em cada
semente. Ela �� a eterna vivente. Ela �� a condutora que
dirige tudo o que existe para a evolu����o dos tempos.
A vida �� Deus em a����o. Est�� em cada gr��o, em
ti, em mim e em tudo o que existe, porque mat��ria e
esp��rito s��o vidas em evolu����o.
E quando o caminho que trilhares for ponti-
lhado de espinhos, quando te sentires �� beira de pre-
cip��cios, n��o blasfemes contra a vida nem te iludas
tentando contra ela, porque aqui, como Al��m-t��mulo,
a vida prossegue em seu trabalho enquanto de ti n��o
houver tirado todas as experi��ncias nem sublimado
todas as esc��rias que re��nes em tua personalidade f��-
sica pelos tempos!
A vida te acompanhar�� eternamente at�� te
tornares luz e te integrares na fonte de luz, da qual
todos partimos. S�� paciente com a vida; caminha de
m��os dadas com ela, embora tu n��o a compreendas
muitas vezes.
161
Cenyra Pinto
A tua trilha ter�� de ser percorrida por ti, e se
caminhares com a mente voltada para a causa de tudo
o que existe, para a fonte de luz, n��o ser��s arrastado
pelos vendavais, pelos tuf��es das paix��es humanas. S��
solid��rio com a vida e, em breve, ela e tu estar��o t��o
fortemente unidos para o grande trabalho da reden-
����o que j�� n��o sentir��s nem penas nem amarguras;
estar��s, ent��o, de posse do grande conhecimento.
Tudo �� aprendizado, n��o te esque��as. A vida
n��o fere ningu��m nem a ningu��m persegue. Ela �� irm��
g��mea da evolu����o e ambas em comunh��o trabalham
para o mesmo fim.
Sejamos, irm��o, amigos da vida que o Pai nos
concedeu. E dentro dela, procuremos aprender as li-
����es s��bias, nas provas dif��ceis a que ela tantas vezes
nos submete.
E, com o cora����o e a mente unidos em um s��
fim, para o mesmo ponto, em dire����o �� luz inef��vel,
caminhemos de m��os dadas com a vida, essa grande
mestra...
162
"N��O JULGUES..."
N��O JULGUES! PROCURA N��O DETURPAR OS SENTIMENTOS
alheios. Podes ver os atos, mas n��o aquilat��-los do teu
sentimento, da causa que os impulsionou.
Sabes, caro irm��o, que a evolu����o se processa
de baixo para cima, de dentro para fora. O ato �� ex-
press��o grosseira, deturpada do sentimento que, em
ess��ncia, �� todo ele puro e nobre.
Deus age por tr��s de tudo. O homem comum,
n��o tendo ainda meios de externar Deus em Sua gran-
diosidade durante a vida cotidiana, f��-lo como pode,
como sabe. S�� por meio de m��ltiplas encarna����es, ele
toma conhecimento de sua origem divina e ent��o a
expressa no seu verdadeiro sentido.
163
Cenyra Pinto
At�� alcan��ar esse estado, vai o homem trope-
��ando em tudo e em todos, caindo e derrubando os
que passam pelo seu caminho, porque, mergulhado
na mat��ria, vai se apossando do lenho com que ir��
construir a sua cruz, para depois nela se crucificar. Da��
surgir��, ap��s muitas idas e vindas, a sua ressurrei����o.
Todos passam pela mesma escala ascensional,
palmilham a mesma estrada e lutam com as mesmas
feras.
N��o sabes, entretanto, em que degrau da evo-
lu����o se encontra aquele que julgas, nem sabes em que
terreno tu pisas.
E melhor n��o fazeres julgamento precipitado
para n��o maculares a tua mente com a n��doa de um
pensamento negativo emitido contra teu pr��ximo.
Lembra-te de que "com a medida com que
medires, ser��s medido"13. Deixa que as criaturas vivam
a sua pr��pria vida. E, quando algo te prejudicar ou
parecer que, premeditadamente, te querem preju-
dicar, lembra-te de que a vida terrena �� transit��ria
13. M a t e u s , 7: 2. (N.E.)
164
Levanta-te e anda.
e ef��mera. Os males s�� poder��o atingir-te nos teus
ve��culos inferiores, n��o alcan��ando o teu verdadeiro
ser, se souberes olhar compreensivamente e sentires
compassivamente que tudo o que fazem as criaturas
�� a express��o exata da sua verdadeira ess��ncia.
Respeita o esp��rito divino que habita em cada
ser humano, em cada ��tomo, em cada semente, em cada
estrela. Respeita tamb��m a divindade que est�� em tudo
e procura olhar para a frente e para o alto, vendo so-
mente a manifesta����o do eterno em suas v��rias formas.
Assim, n��o ser��s perseguido pela d��vida, pela
desconfian��a, pelo pessimismo, pela revolta, causados
pelo mau julgamento que fizeres do teu semelhante.
Procura estar sempre vigilante. N��o permita
que se albergue em tua mente nada que a manche,
nada que a deprima... nada que a envenene e mate.
Ergue bem alto a bandeira branca da paz e do
amor! P��e bem seguro o altar do teu Cristo interno,
e as labaredas das paix��es inferiores n��o te atingir��o,
porque possuis o extintor de todo mal: o amor! Amor
que n��o julga, n��o condena, n��o duvida, porque sabe
que tudo �� Deus em a����o!
165
"HOMEM DE POUCA F��"
DEUS �� VERDADE. DEUS �� SABEDORIA. DUVIDAR DE DEUS
e de seus princ��pios de sabedoria �� duvidar da pr��pria
exist��ncia.
Tudo tem um fundo real; se nosso racioc��nio
n��o se detiver nas imperfei����es da alma - as quais se
apresentam em forma de subterf��gios ardilosos - muita
coisa nos surpreender��. Os instintos, maldosos ��s vezes,
levam o homem a reduzir a escombros e desmoronar
as suas mais belas ilus��es. Isso porque ele constr��i
seus ideais sobre a areia, sem base s��lida. Ent��o vem
a onda furiosa ou o vento tempestuoso, e o edif��cio de
seus sonhos se desfaz. E o homem sofre e clama contra
Deus e seus princ��pios e O acusa de injusto.
Para que um edif��cio resista ao tempo e ��s in-
temperies naturais, �� necess��rio que sua orienta����o
166
Levanta-te e anda..
tenha sido correta, seu alicerce s��lido e o material
nele empregado de primeira qualidade.
"Homem de pouca f��..."14, assim se expressou
Jesus. Sim! Homens de pouca f��! Homens de muitas
palavras e escassas a����es! Muito falam, mas pouco
produzem.
Para que algo tome forma, �� preciso a����o,
movimento, coragem e f�� para impulsionar at�� a sua
realiza����o. Realiza����o... Quantos falam esse voc��bulo
simplesmente pela sua agrad��vel resson��ncia!
Qu��o poucos, todavia, conhecem a sua es-
s��ncia e a sentem... Realizar n��o �� exteriorizar, n��o
�� apresentar algo palp��vel e vis��vel aos olhos da ma-
t��ria. Essa �� a realiza����o objetiva, concreta, com seus
adeptos na Terra para os aplausos a que a humanidade
tanto aprecia.
A realiza����o real, no entanto, �� solit��ria, silen-
ciosa, invis��vel e tamb��m impalp��vel. Nenhuma palavra
traduziria essa realiza����o simb��lica. Por��m, h�� quem a
persiga tenazmente, desejoso de a encontrar e a sentir.
14. M a t e u s , 1 4 : 3 1 . (N.E.)
167
Cenyra Pinto
Mas essas criaturas ainda n��o podem perceber
as coisas sutis e, se assim n��o fosse, n��o diriam que
desejam e anseiam mesmo alcan��ar essa felicidade
t��o fugaz...
H�� coisas demasiadamente altas e profundas.
T��o altas e t��o profundas que a mente humana n��o
poderia conceber, quanto mais sentir.
Todavia, h�� seres, ainda dentro do plano f��-
sico, capazes de realizar realmente. No entanto, at��
onde vai a sua realiza����o, o que produziu em outros
planos, qual o resultado desse trabalho, isso o homem
n��o poderia perceber, porque o seu organismo n��o est��
adaptado para essa sensa����o. Seus sentimentos est��o
ainda embotados, motivo por que as coisas demasiado
sutis n��o lhes chegam ao conhecimento do eu.
Irm��o amigo e companheiro de luta, n��o esmo-
re��as, aconte��a o que acontecer. S�� fiel a teus princ��-
pios. Convence-te de que "n��o h�� mal que sempre
dure" e, sobretudo, n��o existe o mal. Tudo �� bem.
Deus, supremo Criador, criador de tudo, n��o
criaria o mal. Aquilo que se nos afigura um mal �� apenas
a esc��ria do bem, que, ao passar pelo filtro, deixa suas
168
Levanta-te e anda.
impurezas na vela. A vela �� o corpo f��sico, que ret��m
as impurezas para pass��-las sempre pelo filtro, at�� que
toda aquela esc��ria se purifique e a vela possa se apre-
sentar limpa, clara, e ent��o, n��o mais necessitar tomar
forma, porque ela pr��pria ser�� dilu��da na ess��ncia, a
pr��pria ess��ncia - Deus.
169
COVARDIA
SER COVARDE!
Ter medo da vida, ter medo da morte, ter medo
de si pr��prio!
Ser covarde �� ser desgra��ado.
Ser covarde �� n��o ter f��, nem esperan��a, �� vi'
ver sem viver.
A covardia anula a criatura.
O covarde n��o caminha porque tem sempre
medo do que o aguarda fora do seu ��mbito.
Ser covarde �� paralisar-se.
A covardia �� pr��pria do ser distanciado de
Deus.
Ver Deus em tudo e em todos. Sentir Deus em
si e marchar sem medo, confiante, sereno, certo de que
170
Levanta-te e anda..
a sua jornada pela Terra n��o �� apenas para prazer da
mat��ria, mas muito mais: para a evolu����o do esp��rito.
N��o ter medo de nada; olhar sempre para o
alto e para a frente, em busca do ideal m��ximo, do
aperfei��oamento, que s�� se adquire quando a covardia
se afasta para sempre.
171
ADVERT��NCIA
APOIAR-SE EM ALGO �� TER CERTEZA DE QUE N��O SE TOMBA.
Dir��o alguns: "Por que haveremos n��s de viver apoiados
em alguma coisa ou em algu��m? Por que n��o procu-
rarmos viver por n��s mesmos?".
Ent��o eu lhes responderei: "Quando vivemos
por n��s mesmos, acaso n��o estamos apoiados na f��,
na confian��a que temos em nossas possibilidades de
nos mantermos de p��, em qualquer situa����o? A f�� n��o
�� por acaso algo divino, que nos serve de escora, que
nos mant��m de p�� e nos convida a caminhar?".
Mas nem todos possuem ainda a autocon-
fian��a. Nesse caso, precisam apoiar-se naquilo que os
mant��m de p��.
A crian��a n��o pode prescindir, primeiro do
colo, depois da m��o que a encoraja a andar, at�� que
172
Levanta-te e anda..
caminhe por conta pr��pria. Mesmo assim, n��o pres-
cinde da assist��ncia de algu��m adulto que a dirija, a
discipline, a ensine.
Assim, caminhamos pela vida, sempre necessi-
tando de um apoio, de uma ajuda, e s�� a vaidade impede
certas criaturas de se convencerem dessa necessidade.
O homem que se tranca no seu mundo interno
e recha��a todo e qualquer aux��lio mesmo sentindo que
est�� arrasado, que est�� tombado, esse �� um tolo, um
presun��oso que n��o consegue se manter nas pr��prias
pernas, julga-se superado e sem necessidade de nada.
E importante viver em fun����o de um todo. O
que um possui, outro tem car��ncia. E da troca, do in-
terc��mbio, que a vida marcha.
Fugir a essa regra comum �� isolar-se do todo e
ficar na retaguarda. Apoiar-se na pr��pria resist��ncia,
na pr��pria f��, �� condi����o daquele que adquiriu certa
evolu����o e j�� pode ser b��ssola na estrada.
Mas aquele que ainda n��o sente em si essa
for��a, essa seguran��a, nem conseguiu ainda desven-
dar-se a seus pr��prios olhos, entender-se a si mesmo,
n��o pode prescindir da ajuda, do est��mulo, da amizade
173
Cenyra Pinto
e dedica����o de outros que, j�� mais avan��ados na es-
trada, lhe poder��o servir de guia.
Guiar n��o �� afastar ningu��m da pr��pria rota,
mas ensinar como se caminha sem muitos trope��os.
Os livros ensinam, com abund��ncia de detalhes, coisas
fabulosas, mas n��o conseguem atravessar a barreira
da incompreens��o de certas almas aferradas aos seus
pontos de vista.
Um exemplo, uma palavra fraterna e despre-
tensiosa de quem tem viv��ncia ou de quem j�� dominou
certos instintos, vale mais que todos os livros e todos
os discursos.
Abrir uma alma �� como desabrochar uma flor.
A m��e natureza �� s��bia e trabalha em sil��ncio, e nin-
gu��m poderia acompanhar o mist��rio do desabrochar
de uma flor, t��o lento e silencioso �� esse processo.
Assim tamb��m s�� a paci��ncia, a toler��ncia e o
amor desinteressado ajudar��o uma alma a desabrochar
para embelezar e perfumar a sua pr��pria exist��ncia.
Assiste todos, irm��o amigo, com amor e paci��n-
cia. Emprega a toler��ncia e a bondade para ajudar e
nunca desistas quando a luta for dif��cil.
174
Levanta-te e anda.
Ap��ia-te na tua viv��ncia de mil��nios e ajuda
a desabrochar as flores cujos bot��es secam e murcham
sem sequer entreabrirem.
Ap��ia-te nessa certeza de que o Pai est�� sempre
presente e trabalha no jardim do para��so, adubando,
removendo pedras, regando e assistindo amorosamente
ao desenvolvimento das plantas, e o desabrochar das
flores coroar��o ainda a tua exist��ncia terrena.
Paz e amor.
175
CADA UM �� O QUE ��
LEVAR A VIDA MUITO A S��RIO, DESEJOSO DE QUE TODOS
caminhem pelo ritmo de teus pr��prios passos, n��o ad-
mitindo que outros viajantes fa��am de sua caminhada
aquilo que desejam, �� perder-se num labirinto de in-
quieta����es e torturas.
Ao contr��rio, levar a vida a s��rio �� justa-
mente viver em harmonia com todos, aceitando cada
um como �� e conservando o bom humor em todas as
situa����es. Isso �� levar a vida a s��rio, porque �� interpre-
t��-la em seu verdadeiro sentido.
Ningu��m pode fazer um molde para si e desejar
que todos se vistam por ele, pois os corpos f��sicos s��o
diferentes, assim como as mentalidades e o grau espi-
ritual de cada um.
176
Levanta-te e anda..
Vivamos n��s o melhor que pudermos, no
molde que tra��amos, nos aprimorando todos os dias,
dando sempre um toque de beleza e gra��a em nossa
indument��ria interior, e assim estaremos servindo de
modelo para outros que, embora sendo diferentes, t��m
como n��s o desejo de se aprimorar, ainda que alguns
n��o se tenham apercebido disso.
Se cada um cumprir o seu dever amorosa-
mente, n��o interceptando o caminho do outro, n��o di-
tando normas de conduta nem se exasperando, porque
n��o correspondem os demais ��s suas expectativas ou aos
seus pontos de vista, certamente seremos sempre bem
recebidos, com aten����o e carinho, no local em que pe-
netrarmos, pois n��o desejamos obrigar ningu��m a aceitar
o nosso prato favorito. Com paci��ncia faremos mais pela
humanidade do que com intoler��ncia e intransig��ncia.
As normas de conduta variam muito, de
acordo com o n��vel educacional, mental e espiritual.
Sejam nossos amigos, filhos, parentes pr��ximos, n��o
temos o direito de deturpar-lhes o modo de ser. E se
formos bons psic��logos e soubermos aproveitar as opor-
tunidades que surgem, faremos como o escultor que,
177
Cenyra Pinto
com um simples toque dos dedos, aprimora e embeleza
a sua est��tua. No entanto, n��o lhe tira nunca a forma
original.
Cada um trouxe uma mensagem. Deixa que
essa mensagem chegue ao seu destino sem interfe-
r��ncia. Cada um deve lutar para conquistar a posi����o
a que faz jus.
A imposi����o e a austeridade afrouxam o car��ter,
tirando-lhe a sua caracter��stica pr��pria. S��, pois, cons-
ciente. N��o perturbes a caminhada dos teus irm��os, im-
pondo-lhes que caminhem pelo ritmo de tuas passadas.
N��o leves a vida a s��rio assim nesse sentido. Leva-na a
s��rio interpretando-a e vivendo-a tal qual ela ��. Assim,
colaborar��s mais eficientemente na obra universal.
178
A PROVA DE RESIST��NCIA
N �� O H�� MAIOR PROVA DE RESIST��NCIA QUE A PERSEVE-
ran��a, apesar das circunst��ncias desfavor��veis.
Aquele que tem um ideal e que, ao se dirigir ao
objeto de sua conquista, �� detido no caminho, assal-
tado, desprezado, injuriado e se, em vez de retroceder,
enfrenta todas as situa����es usando a lei da n��o-resis-
t��ncia ao mal, prosseguindo, cada vez mais convicto
de que o seu ideal merece todas as lutas, todos os sa-
crif��cios, mostra que �� possuidor de uma fibra de a��o e
que a sua t��mpera �� �� prova de fogo.
Todas as pedras do caminho, os precip��cios, as
tenta����es, enfim, tudo o que se anteponha �� realiza����o
do seu ideal �� a prova cabal de que ele �� nobre e tem
real valor.
179
Cenyra Pinto
As coisas f��teis, passageiras, em geral, s��o de
f��cil conquista, porque os caracteres que as engen-
dram s��o male��veis e n��o relutam em transigir, con-
tanto que lhes venha ��s m��os aquilo que o seu desejo
ainda prim��rio exige para seu gozo terreno.
Mas o ideal, o anelo, �� de alto pre��o e, para
obt��-lo, para realiz��-lo, �� necess��rio lutar e nos de-
frontarmos com aqueles que est��o incumbidos de nos
distrair, confundir ou impedir a caminhada.
Na Terra, h�� seres que desvirtuam o que ��
nobre, menosprezam o que tem valor e, n��o raro, bus-
cam, no fundo da criatura, aquelas armas de guerra
que correspondam ��s que eles usam. E aquele que se
dirige ao seu destino, ao destino do seu ideal, muitas
vezes t��m de reconhecer, para surpresa sua, que ainda
guardava no quartel general de sua personalidade tais
armas mort��feras e destruidoras. Ent��o a sua luta tem
de se virar para dentro de si mesmo e desencadear
uma verdadeira guerra interna.
Reconhecer que guardava instintos selva-
gens e procurar n��o utiliz��-los sem que estejam do-
mados e civilizados para mais adiante sublim��-los,
180
Levanta-te e anda.
eis a trajet��ria do ser humano, ao seu calv��rio, ��
sua reden����o.
Da crucifica����o haver�� a ressurrei����o, depois
do que o homem atingir�� o seu ideal divino e se con-
fundir�� no eterno. �� essa a sua prova de resist��ncia.
181
"N��O ATIREM P��ROLAS
AOS PORCOS"
COMO SERIA POSS��VEL CONVENCER ALGU��M DAQUILO QUE
ele n��o quer se convencer? Quais as provas que se
poderia apresentar a quem de antem��o se recusasse a
aceit��-las como ver��dicas?
Realmente n��o se pode for��ar ningu��m a acre-
ditar em coisa alguma. O tempo �� o ��nico mestre... o
grande mestre. Dentro dele est��o as provas espont��-
neas e apropriadas a cada um.
A verdade sempre est�� reconhecida, mas con-
venhamos que ela se apresenta sob v��rios aspectos, de
acordo com a capacidade de cada um para reconhe-
c��-la. Ela usa roupagens diferentes, pois a concep����o
de cada um varia muito.
182
Levanta-te e anda.
N��o se for��a, pois, algu��m a aceitar qualquer es-
p��cie de ensinamento de ordem espiritual. Tudo vem a
seu tempo. Tenhamos paci��ncia e jamais nos deixemos
impregnar pela irrita����o, decep����o ou outro sentimento
negativo, quando algu��m recusar a aceitar ou mesmo
a dar aten����o ��quilo que para n��s tem tanto valor.
Deixemos de falar vagamente de coisas dife-
rentes daquelas que aquele que nos ouve sabe ouvir e
entender. Apenas n��o usemos a linguagem vulgar, em
hip��tese alguma, nem des��amos a pilh��rias pesadas
para satisfazer o apetite dos glut��es de pratos in-
digestos. Sejamos apenas n��s mesmos, despretensio-
samente n��s. Simples, seguros, dignos, s��brios, mas,
sobretudo, bem-humorados.
O bom humor est�� n��o somente no olhar, no
sorriso, no aperto de m��o, na cordialidade amistosa,
mas tamb��m na palavra como no sil��ncio, quando a
criatura j�� o traz em si.
Finalmente, procuremos n��o externar nossos
planos secretos, nossos pontos de vista com qualquer
pessoa. Tenhamos cuidado com a palavra, assim como
com o sil��ncio.
183
Cenyra Pinto
Isso �� importante, pois, muitas vezes, o sil��ncio
que �� considerado de ouro pode esconder prop��sitos
intencionais e venenosos. Quando desejarmos espraiar
nossas id��ias, procuremos algu��m que como n��s tam-
b��m partilhe dos mesmos ideais e deseje, como n��s, su-
bir mais um degrau na escala espiritual. "N��o atirem
p��rolas aos porcos."15
15. M a t e u s , 7: 6 . ( N . E . )
184
APRENDER SEMPRE
APRENDER N��O �� J�� SER PROFESSOR. QUEM EST�� APREN-
dendo est�� sujeito a errar muitas vezes. N��o h�� desdouro
em errar. E necess��rio, todavia, que se reconhe��a o erro,
sem o que se tornar�� dif��cil e moroso o aprendizado.
Tamb��m o professor n��o �� infal��vel. Muitas
vezes ter�� de recorrer aos comp��ndios e buscar novos
conhecimentos, ou mesmo uma explica����o que lhe
escapa, algo que ele dever�� transmitir aos alunos.
A humildade de se sentir capaz de errar faz do
analfabeto um s��bio. Essa �� a sabedoria: saber que ainda
falta aprender muita coisa e n��o se envaidecer porque
conseguiu algo que a sua mem��ria foi capaz de reter.
N��o �� propriamente a mem��ria o mais impor-
tante na evolu����o. A mem��ria ret��m com maior ou
menor facilidade aquilo que viu, leu ou ouviu. Mas a
185
Cenyra Pinto
que nos interessa nesse momento �� a mem��ria sensitiva.
Sentir �� alcan��ar o valor de cada coisa e saber us��-lo
nos momentos oportunos, de acordo com a necessidade
e o entendimento daqueles a quem nos dirigimos.
H�� quem aprenda e saiba muito, por isso se co-
loca t��o alto, t��o acima do n��vel comum dos homens,
mas que nada oferece sen��o vaidade e presun����o.
Esse �� o saber do ignorante espiritual, do que
n��o calcula nem de leve a grandeza e a beleza da sabe-
doria universal, esparsa pelos mundos e ao alcance de
todos, principalmente das almas simples, aquelas que
j�� entendem a li����o da vida.
Aprende-se a cada passo com qualquer cria-
tura, com a natureza, com a pr��pria vida. Tudo �� li����o
para o disc��pulo atento. Recorrer, quando necess��rio,
aos que j�� passaram e deixaram rastros de luz, n��o se
constranger de fazer perguntas e transmitir tamb��m
seus conhecimentos �� o interc��mbio a que ningu��m
deve se recusar.
Permanecer no erro, depois de conhecer a lei,
�� estar acorrentado a puni����es amargas pelas conse-
q����ncias que teus erros espalharem.
186
Levanta-te e anda...
A escola da vida �� para todos os peregrinos
que aportam a esse grande porto e se incorporam ��
legi��o de aprendizes recalcitrantes.
Se queres, irm��o, ser mestre, aprende a ser
aluno. S�� obedecendo poder��s, um dia, ser obedecido.
Obedecer a voz da pr��pria consci��ncia, entender e
aplicar tudo o que essa voz superior ditar �� se pre-
parar para fazer parte do quadro de instrutores, em
dias vindouros.
Procura apurar teus sentidos para n��o de-
turpar as li����es que eles dever��o captar em todas as
dire����es, at�� poderem canaliz��-las e distribu��-las pelos
meios adequados, em cada setor de trabalho e para
cada consci��ncia.
Entender, pois, �� dar e receber a cada instante,
sem constrangimento por precisar pedir ou quando
for solicitado a dar. Aprender sempre, pois a isso se
destina a humanidade.
187
SEJAMOS COMPREENSIVOS
N O S S O M A L , N O S S O G R A N D E M A L , �� N �� O P E R M I T I R M O S
que as criaturas sejam sinceras conosco. Apreciamos
a lisonja, adoramos ser enaltecidos, embora saibamos
que, na maioria das vezes, essa adula����o �� a m��scara
da ironia, da censura, da zombaria.
Se algu��m mais experiente do que n��s nos
adverte da nossa cegueira, revoltamo-nos e tacha-
mos essa criatura, que nos vem auxiliar, de despei-
tada e invejosa, quando dever��amos agradecer-lhe o
benef��cio.
Se algumas vezes a censura, a cr��tica ostensiva,
�� perversa e esconde prop��sitos inconfess��veis, ela n��o
nos atingir��; como donos de nosso autodom��nio, te-
remos confian��a em n��s mesmos, em nosso trabalho e
188
Levanta-te e anda..
no poder de trabalharmos para o bem, no nosso modo
de agir. S�� nos revoltamos com as censuras quando
ainda estamos perdidos no mundo das paix��es.
Devemos fugir de estarmos sempre prevenidos,
como quem receia uma cilada ou inimigo oculto, que
poder�� surgir das sombras da noite...
Procuremos estabelecer uma linha divis��ria
entre a luz e as trevas, entre o bem e o mal, entre o c��u
e o inferno. Um come��a quando o outro termina.
Mais adiante perceberemos que tudo �� uma s��
coisa e que todos somos um. Enquanto palmilharmos
a estrada da vida, muitas coisas nos suceder��o.
N��o culpemos ningu��m pelos fatos desagra-
d��veis que nos sucedem, pois, quando algo de bom
nos acontece, raramente o atribu��mos a outrem: ao
contr��rio, sempre nos consideramos os donos exclu-
sivos de nosso sucesso.
A vida �� uma sucess��o de acontecimentos v��-
rios. Preparemo-nos para poder ouvir os elogios sem
vaidade e reprimendas, os conselhos ou meras opini��es
sem ressentimentos, aproveitando o que nos convier
e deixando passar o que n��o nos servir.
189
Cenyra Pinto
Assim criaremos uma atmosfera simp��tica, for-
mando amigos sinceros, ao inv��s de bajuladores fingidos.
Devemos igualmente usar da mesma lealdade com os
nossos irm��os, companheiros de jornada terrena,
dando-lhes o que de melhor e mais puro tivermos
em nosso cora����o.
Compreendamos que a paz e a felicidade s��o
reflexos do amor que emitimos aos outros. E assim
criaremos ao nosso redor um n��cleo, formado pelos
nossos melhores pensamentos e sentimentos, que nos
prestar�� os mais relevantes servi��os e nos ajudar�� a
deixar algo de bom �� posteridade.
190
DESNIMO
N��O PERMITAS QUE O DESNIMO SE APODERE DE TI. JAMAIS.
Reage. Luta com todas as for��as, mas n��o te entregues
a esse inimigo que, qual vampiro, suga as energias e
reduz suas v��timas a um farrapo de gente.
Lembra-te de que o trabalho do pr��ncipe das
trevas �� este: atrair para baixo. Mas, pensa, tamb��m,
que dentro de ti h�� um Senhor que s�� espera o teu
chamado, para enviar o socorro imediato, por mais
terr��vel que seja a situa����o em que te encontres.
O des��nimo, meu irm��o, �� amigo da descren-
��a. Mostra-lhe a cruz da f��, e ele fugir�� espavorido.
Sempre o precede uma comitiva de seus comparsas.
Trazem material convincente para desiludir as almas
incautas. Mostram quadros desoladores, perf��dias
191
Cenyra Pinto
cru��is, chagas profundas, que nos fazem duvidar de
Deus e das criaturas.
S�� o des��nimo tem poder perante as almas
sem f��, aquelas que se distanciaram do Pai.
N��o te entregues! N��o te deixes arrastar para
o caminho da destrui����o.
A criatura �� feita �� imagem do seu Criador. E,
como tal, traz em si poderes em potencial, que jazem
adormecidos no fundo do seu eu. Nenhum sentimento
negativo deve permanecer em n��s. Para isso, necessi-
tamos ficar alertas.
O des��nimo penetra em porta sem vigilante.
Uma vez dentro, recusa-se a sair. �� preciso que n��o
o deixes entrar! Ele traz mensagens de destrui����o e
morte! N��o lhe d�� ouvidos, irm��o amigo.
A ta��a de fel que todos fatalmente teremos
de sorver tem o prop��sito de nos preparar o paladar;
no caso, apreciarmos devidamente a ta��a do mel, que
a suceder��.
Levanta-te! Luta! Mas n��o desanimes, n��o
deixes impregnar o ambiente do teu lar com o odor
venenoso e contagiante desse terr��vel t��xico.
192
Levanta-te e anda..
Es senhor, e n��o escravo. Quebra agora mesmo
as algemas. Atira-as longe. Ergue bem alto a tua ban-
deira de f�� e lan��a o grito de liberta����o; o eco de tua
voz repercutindo em todos os recantos despertar�� e
concitar�� outras almas prestes a sucumbir, e outras
vozes tamb��m se erguer��o; o des��nimo perder�� o seu
dom��nio e a alegria verdadeira, baseada na esperan��a
e na f��, voltar�� a morar contigo para sempre.
193
PROCURA COMPREENDER
"Toda pedra que um homem, com rancor,
atira, fere-lhe os pr��prios p��s na estrada."
C . G . URUTIGARAY
E TU SOLU��AS, BLASFEMAS E TE ARRENEGAS DA VIDA! POR
qu��? J�� indagaste de onde prov��m a tua desdita? J��
examinaste o rec��ndito do teu eu? J�� puseste �� tua
frente o teu passado, com teus atos, pensamentos, pa-
lavras? J�� pensaste tamb��m que, sendo esp��rito imortal,
j�� viveste outras vidas e que esta tua vida atual �� uma
seq����ncia de outras vidas?
Se tens de reclamar da sorte, n��o �� a Deus que
deves dirigir tuas reclama����es, e sim a ti mesmo. Deus
n��o castiga e n��o premia, porque Ele �� amor e justi��a.
�� essa a Sua lei.
194
Levanta-te e anda.
N��s fazemos hoje o nosso amanh��, e o nosso
hoje n��s o preparamos ontem. Somos o arquiteto do
nosso destino, uma vez que nos foi concedido o livre -
arb��trio.
Transmuta, pois, a tua revolta em compreen-
s��o. V�� que ainda sofres pouco, comparado com o que
j�� fizeste e fazes outros sofrerem.
Muitas vezes nos julgamos com muita indul-
g��ncia. Sentimo-nos em paz com a nossa consci��ncia
s�� porque n��o matamos, n��o roubamos, nem comete-
mos atos indignos perante a justi��a da Terra. Todavia,
por palavras, por olhares e pensamentos, cometemos
crimes hediondos que de n��s mesmos queremos
ocultar. Mas teremos de prestar contas. A justi��a di-
vina a tudo assiste.
Eis, pois, a raz��o do nosso sofrimento. S��o
situa����es criadas por n��s, sem que muitas vezes nos
detenhamos para analis��-las. Chegado o momento do
ajuste de contas, revoltamo-nos e maldizemos a sorte.
Procuremos ser honestos e reconhe��amos que
n��o �� Deus que nos est�� castigando, mas estamos co-
lhendo o que semeamos. E fa��amos um apelo ao Mestre
195
Cenyra Pinto
Supremo para que aprendamos essa grande li����o da vida:
"Quem semeia vento, colhe tempestade."
Tenhamos paci��ncia no sofrimento e que Deus
nos ajude a corrigir as nossas falhas, para que o nosso
amanh�� seja radioso e possamos, em dias vindouros,
compreender melhor a vida.
196
"Eu sou o CAMINHO"
H�� MUITOS CAMINHOS �� NOSSA FRENTE. QUAL DELES
devemos trilhar? Um nos convida pela beleza da
vegeta����o, pelo perfume que se exala das suas flo-
res coloridas. Outro, com regatos mansos e arbustos
verdejantes, onde os p��ssaros canoros gorjeiam amo-
rosamente. Outro ainda nos oferece a plan��cie infinda
e, ao longe, como se o horizonte fosse o fim, o repouso,
a tranq��ilidade. E outros e outros, cada qual com seus
atrativos naturais e encantadores.
Nossa mente se extasia e leva ao nosso cora����o
essas miragens magn��ficas, e o cora����o se enternece
e os olhos choram. Tanta beleza �� nossa disposi����o!
Tanta coisa sublime, encantadora, e n��s, quantas vezes,
choramos porque nossas posses n��o nos permitem
assistir a espet��culos de divers��es mundanas!
197
Cenyra Pinto
Pois bem, irm��o! Deixei-te, de prop��sito, nessa
expectativa do caminho a escolher e te levei ao mundo
das coisas fict��cias para te mostrar o caminho, ou seja,
aquele pelo qual qualquer ser menos previdente pode
enveredar, ainda que �� tua frente estejam todos os lagos
serenos, todas as flores perfumadas, todas as montanhas,
todas as belezas naturais, o que seria o suficiente para
qualquer alma sentir-se feliz ao poder desfrut��-las.
Tudo est�� �� disposi����o de todos; �� frente de
todos; as criaturas ainda s��o como borboletas: n��o
se satisfazem em percorrer um caminho que as leve a
um fim determinado. Querem adejar, ora aqui, ora ali,
sempre ��vidas de novidades que supram a sua falta de
acuidade para avaliar o que realmente vale a pena
ser apreciado.
Almas desse calibre vivem a��, aos milh��es,
tontas, esvoa��antes, cheias de complexos, a se tortura-
rem intimamente por n��o poderem encontrar a vereda
que as liberte de suas defici��ncias. E p��em-se de bra��os
cruzados �� espera de que o milagre se fa��a. E se admiram
de que outras pessoas sejam felizes com o pouco de que
disp��em e as invejam e as caluniam e as perseguem.
198
Levanta-te e anda.
Ter muito �� saber viver com o que se tem e
sentir-se feliz em qualquer situa����o e em qualquer am-
biente. Quantos caminhos abertos? Mas na realidade,
s�� h�� um caminho...
"Eu sou o caminho"16...
Tudo mais �� miragem, �� Maia17.
As flores perfumadas simbolizam a ess��ncia das
almas puras; o regato manso, a serenidade; os arbustos, a
for��a viva da natureza que brota mesmo sem que a m��o
do homem semeie. E a vontade que deve brotar com
vigor, dentro do ser, para o impulsionar para a frente.
O c��u constelado �� o convite para que o ho-
mem, contemplando o firmamento, admirando tanta
grandiosidade, deixe o orgulho e a vaidade e procure
brilhar como as estrelas no c��u da sua bondade e
amor fraterno.
Enfim, tudo, todos os caminhos s��o simb��licos,
porque o homem �� o ser privilegiado que tem �� sua
frente tudo o que o possa faz��-lo feliz. O feio, o mau,
16. J o �� o , 14: 6. (N.E.)
17. A p a r �� n c i a ilus��ria d a diversidade d o m u n d o n a c o n c e p �� �� o hindu��sta.
(N.E.)
199
Cenyra Pinto
o odor desagrad��vel s��o produtos das paix��es e v��cios
que pululam no nosso ambiente.
Transmutemos, com vontade firme, tudo que
seja contr��rio �� evolu����o, em dons imperec��veis, e
o caminho se apresentar�� iluminado dentro de n��s,
e poderemos dizer como disse o Mestre: "Eu sou o
caminho"...
200
F��
"A ESPERAN��A �� INCENTIVO; A F�� �� LUZ; O AMOR �� VIDA."
Crer �� ter f��. Ter f�� �� apoiar-se, com seguran��a e con-
fian��a, em uma for��a superior, certo de que n��o tom-
bar�� nunca!
Essa for��a que se manifesta em n��s e que cresce
com o nosso desejo de crescer �� a fonte da coragem,
da paci��ncia; �� a chave que abre a porta da perseve-
ran��a; �� a luz que clareia a nossa estrada; �� o cajado
que nos ampara; �� a b��ssola que nos dirige, porque s��
ela, t��o pequena no seu formato e t��o grandiosa no
seu significado, nos levar�� at�� o infinito.
Almas sem f�� que perambulam pelos mundos!
Eu as lamento... E se me for concedido algo que mere��a
dos mestres, rogo que a luz se fa��a nessas almas, que
elas despertem e se tornem receptivas, a fim de que,
201
Cenyra Pinto
banhadas dessa grandiosa for��a, possam, um dia, libertas
do pessimismo avassalador, da descren��a dolorosa, do
ego��smo corrosivo, saturadas de f��, caminhar livres e
felizes em dire����o �� verdadeira p��tria celestial.
2 0 2
CORAGEM
CORAGEM DEVE SER O TEU LEMA. CORAGEM DE ENFRENTAR
as situa����es criadas por ti mesmo. Coragem de colher
o fruto cuja semente semeaste.
Coragem, enfim, de reagir e prosseguir na luta,
embora tudo pare��a tombado e destro��ado.
A vida �� a mestra que, de quando em quando,
convida-nos a enfrentar uma banca examinadora, para
que nos vejamos e encontremos no fundo de nosso ser
o Eu divino - que pouco tem se expressado por nosso
interm��dio - tal o vozerio louco do nosso eu inferior.
Muitas l��grimas, muita tristeza sentimos quando
percebemos que estamos nos arrastando ainda no lo-
da��al das paix��es mesquinhas. Por que ser�� que, para
nos vermos realmente, temos de ser arrastados pelas
circunst��ncias dolorosas da vida?
203
Cenyra Pinto
Caminhamos felizes, despreocupados, con-
victos de que estamos indo muito bem. De repente,
tudo muda. A vida nos p��e �� prova e nos leva a situa-
����es que, quando acordamos, sentimos que vivemos
um pesadelo, tal a sensa����o crucial em que nos acha-
mos. S��o, realmente, provas inesperadas, situa����es
surgidas de repente e n��s nos portamos como seres
pequeninos, inferiores.
Depois, as conseq����ncias... as dolorosas conse-
q����ncias... Quanto dar��amos para retroceder e fazer tudo
de novo, consertando ou evitando o erro cometido?!
S�� a coragem nos poder�� salvar de um desmo-
ronamento total. A coragem de n��o nos acovardarmos
e de reconhecermos que realmente cometemos uma
falta, mas que, para "os grandes males", h�� "grandes rem��dios".
Surgir��, por certo, uma solu����o, um modo de
corrigirmos o erro, uma vez que reconhecemos que
erramos e queremos corrigi-lo. "Tudo �� poss��vel ��quele
que cre .
18. M a r c o s , 9: 2 3 . (N.E.)
204
Levanta-te e anda..
�� importante entregar-se ��s m��os do Mestre
Jesus, implorar a sua miseric��rdia para a nossa fraqueza
e ter a certeza de que tudo ser�� resolvido do melhor
modo poss��vel.
N��o desanimemos, n��o nos revoltemos contra
n��s mesmos nem contra ningu��m. E fundamental ver
em tudo o que nos acontece apenas a li����o que a vida
nos oferece, a prova de cada dia, para que, em dias
vindouros, estejamos mais alertas, mais vigilantes e
sobretudo mais obedientes ��s leis do Pai, que nos quer
tanto e que deseja que n��s, aqui na Terra, sejamos
compreensivos, para poder nos libertar do sofrimento
causado pela invigil��ncia.
E um dia n��o teremos mais medo de quedas,
porque aprenderemos a caminhar corajosamente e nos
conduziremos �� altura do nosso Pai, e a vida n��o ter��
mais necessidade de nos p��r em frente a n��s mesmos,
de nos p��r �� prova.
Coragem, amigo! N��o desanimes quando tro-
pe��ares ou ca��res. Tudo �� necess��rio e oportuno.
Aprende sempre e n��o te envergonhes quando tiveres
de repetir a li����o.
205
Cenyra Pinto
Que o Senhor Jesus te aclare a mente. Que o
Pai te acalente e conforte nas duras provas para que,
em breve, estejas dispostos a enfrentar, de p�� e com
coragem, o temporal, o vento e a chuva sem revolta,
certos de que "ap��s a tempestade vem a bonan��a".
2 0 6
CAUTELA!
VIANDANTE! DEPARAR��S NO TEU CAMINHO COM MILH��ES
de obst��culos e precip��cios. Tu te sentir��s atra��do pelas
tenta����es que, em vestes reluzentes, te procurar��o
seduzir.
Muitas coisas, belas na apar��ncia, surgir��o
diante de teus olhos e tentar��o te encantar. Foge caute-
loso de tudo o que brilha demasiado. Seu reflexo poder��
deslumbrar-te e, cego, cederes aos prazeres... Procura o
meio termo, o s��brio, o real. O homem cauteloso, que
vive em Deus, n��o se deixar�� arrastar ao abismo.
Na Terra, tudo �� necess��rio! Tanto o belo
como o feio t��m o seu lugar. O bom e o mau t��m di-
reito a um lugar ao Sol. Tudo tem sua raz��o de ser,
para que a compara����o seja feita e a li����o aprendida
e aproveitada.
207
Cenyra Pinto
O homem f��tuo, v��o e tolo deixa-se arrastar
nas asas das sedu����es terrenas; mas aquele que est��
atento, olha, examina, medita e sabe como se libertar
delas. Aquele que j�� alcan��ou o dom��nio dos sentidos
�� um vitorioso. J�� chegou ao cl��max. J�� se superou.
2 0 8
NAO CRIES FANTASMAS
"QUANDO TE SENTIRES FRACO, DESAMPARADO E S��, CLAMA
pelo teu Pastor". Para que te atormentares com pres-
s��gios f��nebres? Para que procurares a tortura com
tuas pr��prias m��os? E por que tanto pessimismo?
V�� que a maioria dos sofrimentos que antes
aguardavas ficaram na tua imagina����o, n��o se con-
cretizaram. Sofreste, augurando o pior que n��o veio.
Todavia, viveste momentos de ansiedade e desespero
porque tinhas como certo aquilo tudo que profetizavas.
�� esse, meu irm��o, o inferno, onde os pessi-
mistas, os descrentes de Deus e de si mesmos vivem de-
sorientados. �� esse o tenebroso inferno que acompanha
o ser, ap��s a morte, porque ele o criou na sua mente.
Aquele que n��o tem f�� nem confian��a em
si, muito menos a tem em Deus. E deixa-se arrastar
2 0 9
Cenyra Pinto
nas ondas do pessimismo, e a desorienta����o �� como
uma tempestade que ruge dentro do seu peito, pe-
trificando-o.
N��o cries fantasmas. N��o procures ferir-te
com tuas pr��prias m��os. Cria na tua mente um mundo
bom e promissor. V�� em cada criatura um irm��o amigo,
e, para cada fato que suceder na tua vida, encara-o
com serenidade e confian��a, sabendo que quem fez
as leis n��o pode errar. Sendo assim, tudo �� necess��rio;
a luz e a treva, a tempestade e a bonan��a.
Ver��s que a alegria de viver te abrir�� novos ca-
minhos e que tudo de mau que auguraste eram fan-
tasmas criados por ti mesmo.
Olha para dentro de ti e sente a divina pre-
sen��a dirigindo a tua caminhada, e os espinhos n��o
te ferir��o, pois saber��s como tom��-los entre os dedos
para colheres a rosa que te aguarda no alto da roseira.
210
TUDO �� NATURAL
N��O VALORIZES DEMASIADO AS COISAS QUE ACONTECEM
contigo. S�� s��brio. O meio termo, o caminho do meio,
�� o caminho certo. Tudo �� natural.
A dor e a alegria s��o naturais. S��o estados emo-
cionais, de acordo com a sensibilidade de cada um. Se
dissecares as coisas, pouco encontrar��s que seja capaz
de causar p��nico ou demasiada alegria. Tudo acontece
naturalmente para fins ��teis.
A compreens��o humana fantasia ora com
vestes negras, ora berrantes, espalhafatosas, conforme
o acontecido.
Conhecer o car��ter das coisas, perscrutar-lhes
o interior, �� trabalho do homem que j�� descobriu a
raz��o de ser da vida. N��o se limitar aos fatos em si, e
2 1 1
Cenyra Pinto
sim descobrir-lhes a origem, e s�� ela deve ser encarada
e levada em considera����o.
S�� se vem ao planeta Terra para esse fim: tra-
balhar. Mas o trabalho que o homem conhece �� o que
d�� o sustento para o corpo f��sico. Sem d��vida, esse
trabalho �� o ��nico talvez que o homem comum possa
executar. Mas �� justamente na rotina, nas lutas pela
vida, nesse trabalho do p��o de cada dia, que se oculta
o seu sentido espiritual.
N��o h�� necessidade de algo especial, dife-
rente, para o homem evoluir no plano espiritual. N��o
se faz necess��rio embrenhar-se nas matas, recolher-se
a mosteiros ou levar vida de asceta.
O importante �� ser como a salamandra - entrar,
viver no fogo e n��o se queimar. �� em cada ato, em cada
situa����o, boa ou m��, que est�� oculta a chave que nos
abrir�� a porta do nosso santu��rio interno, onde reina
o nosso Cristo. E no meio da luta que se encontram
os bravos, os valentes, os her��is.
N��o procures situa����es �� parte da vida terrena
para alcan��ares a meta. Vive tua vida, essa vida que
Deus te deu, procurando no desenrolar dos fatos,
212
Levanta-te e anda.
contigo e a teu lado, o fio da meada, a causa que produz
os efeitos, e estar��s realmente desenvolvendo a tua
capacidade em todos os planos.
Portanto, s�� s��brio, equilibrado e n��o fantasies
a vida, n��o deturpes essa oportunidade magn��fica que
a Terra, m��e amant��ssima, te oferece.
213
ACEITA����O CONSCIENTE
PARA QUE NOS APOSSEMOS DE TODO MATERIAL COM O QUAL
teremos que trabalhar em cada per��odo da nossa evo-
lu����o, temos de estar em atitude de alerta para n��o
recusarmos nenhuma esp��cie de material que nos vier
��s m��os, pois nos trazem apenas aquilo que nos cabe,
aquilo que nos comprometemos a realizar.
N��o reconhecemos muitas vezes e nos rebe-
lamos quando v��m, at�� n��s, material cujo aspecto nos
repugna, nos constrange, nos entristece. Mas n��o nos
esque��amos de que nada vem com destino errado.
Tudo vem a seu dono, e o dever do dono �� reconhe-
cer a sua pr��pria bagagem.
N��o ��, absolutamente, aconselh��vel distri-
buirmos com os demais o trabalho que nos compete
realizar. Sem embargo poderemos, se nos foi confiada a
214
Levanta-te e anda.
atividade de distribuidores de atribui����es, preparar cada
inv��lucro de acordo com a capacidade e a aceita����o de
nossos companheiros de luta, distribuir atividades v��-
rias, quando essa for a nossa miss��o. Mas n��o estaremos
trabalhando no nosso of��cio quando estivermos prepa-
rando equipes de trabalho e distribuindo servi��os?
Nesse caso, �� o material de atividade de cada
um que deve ser encarado como aquele que compete
a cada um e nunca rejeitado como n��o condizendo
com a nossa aprecia����o.
"Que se pode entender por material de traba-
lho?", perguntar��o. Material de trabalho s��o as circuns-
t��ncias da vida, com seus pr��s e contras, com suas
situa����es, com tudo, enfim, que entrar na nossa vida.
N��o recusar ou n��o renegar isso significa entender a
vida e ver, em tudo o que nos acontece, o material
com que temos de trabalhar para a nossa evolu����o.
S��o situa����es cru��is ou alegres, que devem
ser vividas sem revolta e sem euforia. Entender que
cada situa����o traz em si uma li����o ou um material
que precisa ser trabalhado para entrar no plano do
equil��brio.
215
Cenyra Pinto
Assim, amigo, advirto-te que aceites sem re-
volta tudo o que vier at�� ti e que, antes de tomares ati-
tudes de repres��lia contra aqueles que trazem a ti tais
situa����es, deves meditar muito e s�� depois agir, dentro
de um plano de serenidade, de aceita����o consciente.
Paz e luz.
216
PESQUISANDO EM SIL��NCIO
EU ERA UM OBSERVADOR A S S �� D U O DE T U D O O QUE C O N -
cernia ��s atividades terrenas. N��o perdia ocasi��o de pe-
netrar em qualquer situa����o emaranhada para verificar
onde come��ava e em que se prendia o fio inicial.
Meus companheiros, conhecedores desse meu
tipo de trabalho, apiedavam-se do que eles chamavam
de mania, tolice ou, por que n��o dizer, come��o de
loucura.
Eu n��o me ofendia com essas insinua����es, mas
passei a ser mais reservado: j�� n��o comentava, nem
expandia as minhas id��ias e silenciava quanto ��s
minhas descobertas. Compreendi que n��o era opor-
tuno esse g��nero de conversa e passei a adotar ati-
tudes convencionais, como o ambiente exigia. Todavia,
jamais perdi uma ocasi��o de perseverar nas linhas de
217
Cenyra Pinto
investiga����es. A princ��pio, tomei esse g��nero de es-
tudo como passatempo; depois, com mais interesse e
finalmente por convic����o.
As grandes realiza����es na vida s��o produto
de investiga����es, pesquisas, an��lises e tenacidade. Os
grandes descobridores, os g��nios e os santos s��o o re-
sultado de s��culos de evolu����o por meio de estudos e
trabalhos incessantes. Cada um de n��s tem concorri-
do com uma parcela de trabalho para que esses seres
pudessem realizar a sua obra.
No anonimato, no sil��ncio, na obscuridade,
trabalhamos mais eficientemente. N��o necessitamos
gritar ao mundo que n��s vivemos; basta que a nossa
presen��a o ateste. Vivemos sim, e viveremos por meio
da obra que executamos no passado e as que plane-
jarmos para o futuro.
Por que eu pesquisei no recesso das coisas apa-
gadas e quase sem vida? Por que eu fui atr��s do fio que
transcende, deixando os fios que est��o vis��veis? Porque
eu quis entrar na consci��ncia c��smica, nela viver e ser
parte dela, conscientemente. As coisas superficiais s��o
sem subst��ncia, sem resist��ncia e sem profundidade?
218
Levanta-te e anda..
Para que n��o te suceda o que sucedeu comigo,
para que n��o menosprezem teus planos e tentem obs-
truir o teu caminho, pesquisa em sil��ncio. N��o fa��as
alarde, nem te demonstres empolgados, nem exteriorizes
o teu intento. N��o por ego��smo; n��o por maldade, mas
por necessidade, por dever.
E assim, podes legar �� posteridade o produto
de tuas pesquisas, de teu aproveitamento nesse imenso
laborat��rio que �� a Terra.
219
TRABALHO
POR CERTO, AQUELES QUE J�� PUSERAM "O P�� NO CAMINHO"
n��o desconhecem o verdadeiro sentido da palavra
trabalho. Qu��o velha e qu��o nova, se a analisarmos
no seu real valor. Quem n��o trabalha?!
Embora nem todos tenham o mesmo of��cio,
uns sejam ricos, outros pobres, uns ativos, outros ina-
tivos, uns adormecidos, outros despertos, todos tra-
balham. Se para uns n��o �� trabalho o mister pesado,
para outros, o simples gesto de levar a comida �� boca
j�� �� trabalho.
Por isso dizemos que a palavra trabalho �� velha
como as montanhas e ao mesmo tempo nova, como
um infante, para aqueles que s�� superficialmente co-
me��am a sentir-lhe o significado exato.
2 2 0
Levanta-te e anda..
Quando a mente come��a a dissipar as nuvens
que lhe obscurecem a visualiza����o, ela n��o tem outro
panorama ante seus olhos sen��o trabalho. E se analisar-
mos ainda mais a fundo, veremos que aquilo que ignor��-
vamos, aquilo que at�� ent��o era vulgar para n��s, cresce,
avoluma-se e toma fei����o nova.
Os voc��bulos simples e corriqueiros passam a
ser compreendidos de outro modo. Aquilo que parecia
simples coincid��ncia, simples acidente comum a todas
as criaturas, passamos a ver como efeito de certa causa.
E assim vamos, de degrau em degrau, galgando
essa imensa escada, toda feita de luta, ren��ncia, per-
d��o, sacrif��cio e toler��ncia.
Vemos, ent��o, que trabalhar n��o �� ser rotineiro,
n��o �� ser m��quina, mas sim p��r a alma em movimento.
�� viver e manter-se em equil��brio, embora o lugar que
pisamos seja falso e vacilante.
O que importa n��o �� onde estamos e sim o que
estamos fazendo. Estamos sempre no lugar em que se
faz necess��ria nossa presen��a, porque nosso ambiente
n��o �� preparado por m��o inexperiente, mas sim por
aquele que sabe o que faz.
221
Cenyra Pinto
Aproveitemos o momento que passa e n��o es-
peremos nunca o "daqui a pouco", que poder�� n��o vir.
M��os �� obra. Trabalha e vencer��s.
Trabalha e tudo te ser�� facultado.
Trabalha e n��o temas o amanh��, pois s�� no tra-
balho se encontra a paz e a alegria de viver.
Trabalhar �� orar e vigiar para n��o cair na prova.
Ao terminar a leitura deste livro, talvez voc�� tenha ficado com algumas d��vidas e perguntas a fazer, o que �� um bom sinal. Sinal de que est�� em busca de explica����es para a vida. Todas as respostas que voc�� precisa est��o nas Obras B��sicas de Allan Kardec.
Se voc�� gostou deste livro, o que acha de fazer com que outras pessoas venham a conhec��-lo tamb��m? Poderia coment��-lo com aquelas do seu relacionamento, dar de presente a algu��m que talvez esteja precisando ou at�� mesmo emprestar ��quele que n��o tem condi����es de compr��-lo. O importante �� a divulga����o da boa leitura, principalmente a da literatura esp��rita. Entre nessa corrente!
222
De: Reginaldo Mendes
Este livro é formado por uma coletânea de mensagens que elevam a alma.
Lançado pelo Grupo Allan Kardec :
https://groups.google.com/forum/?hl=pt-br#!forum/grupo-espirita-allan-kardec
Nosso grupo parceiro:
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Abraços fraternos!
Bezerra
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