segunda-feira, 12 de abril de 2021

{clube-do-e-livro} Lançamento: O Poder e Suas Nuances - Libertas - Formato : Pdf,epub, txt, pdf e mobi

O PODER E SUAS NUANCES

Organiza����o

Cia Pac��fica

Recife - 2000

FICHA T��CNICA

Organiza����o Editorial

Jayme Panerai

Grace Wanderley

Luciana Ara��jo

Gedalva Rapela





Assessor Editorial


Antonio Fernando Viana


Revis��o

Gilberto Aureliano de Barros Correia

Produ����o

Cia Pac��fica - (0**81) 445.2662

Diagrama����o

Jair Bezerra





Capa


Jair Bezerra


Servi��os Gr��ficos

Amaro Ferreira

Coordena����o

Jadson Bezerra

Copyrigth �� 2000 by Libertas Comunidade.

SUM��RIO

01. Apresenta����o, 9

2. O Poder: Suas Fontes e Qualidade, 11

03. O Poder nas Rela����es Familiares, 22

04. O Poder e o Meio Ambiente, 32

05. Poder Ter ou Poder Ser?, 38

06. O Poder da Dimens��o Espiritual nas Rela����es

Humanas, 48

07. O Poder nas Organiza����es, 56

08. O Poder da M��sica, 68

09. O Poder Feminino x O Poder do Masculino, 91

10. O Poder da M��dia, 102

APRESENTA����O

Jayme Panerai Alves





Grace Wanderley de Barros Correia


H�� mais de dez anos desenvolvemos um curso chamado

Din��mica de Grupo aplicado ��s Organiza����es.

Nele inclu��mos a An��lise Bioenerg��tica com valiosa contribui����o

para a leitura energ��tica dos grupos.

O norte deste trabalho sempre apontou para a integra����o

do corpo/mente, eu/outro,equipe/organiza����o/sociedade.

Aliamos conceitos e exerc��cios da An��lise Bioenerg��tica �� teoria e

pr��tica da Din��mica de Grupo que fundamentam o curso.

Consideramos vital a necessidade de harmonizar raz��o, sentimentos,

emo����es e espiritualidade.

O ser humano ao ser visto e tratado integralmente na sua

real totalidade e plenitude poder�� desenvolver essa inteireza na vida

pessoal e profissional.

S��o muitas horas em companhia de pessoas das mais diversas

��reas e forma����es, em trocas profundas, que geralmente resultam

em mudan��as pessoais e da equipe.

Estas mudan��as, relatadas ao longo das jornadas e

encontros, �� semelhan��a dos degraus de uma escada ascendente,

refletem uma aten����o maior ao (auto) conhecimento. O

redirecionamento do olhar. A amplia����o dos pontos a serem mais e

melhor focados. O interior. O sil��ncio. O olhar interno e sua

expans��o. O sair do externo e ir buscar ref��gio e seguran��a,

dentro. O equil��brio entre o l�� fora e o aqui dentro.

Este lago profundo das nossas experi��ncias, viv��ncias e

afetos de nossa exist��ncia.

Sempre a cada grupo designamos um trabalho para ser

apresentado criativamente para o grupo e por escrito. Estas

apresenta����es t��m sido atrav��s de dramatiza����es", filmes com

reflex��es e momentos profundos, ricos e impactantes.

Os trabalhos s��o, normalmente, solicitados com rela����o

ao tema "O Poder".

Nossa compreens��o �� a de que o poder, esta qualidade

intr��nseca ao ser social, deturpou-se ao longo dos tempos.

Estabeleceu-se nos grupos e nas Organiza����es uma luta de poder

t��o forte e desenfreada, �� semelhan��a de sanguessuga, que consome

9

toda a energia das pessoas em competi����es, desconfian��as e

hostilidades.

O poder desmedido sobre os outros �� uma doen��a nas

organiza����es e sociedade.

Ao longo da hist��ria percebemos a complexa tarefa do

homem de se libertar dos traumas e fantasmas que o aprisionam e

o tomam inseguro e dependente do outro.

�� dif��cil reconhecer em si as fragilidades, as mesquinharias,

o ego��smo, a intoler��ncia e outras ervas daninhas internas. Fica

mais f��cil canalizar a energia na imagem e direcion��-la na busca de

exercer o poder sobre os outros.

O Poder pessoal �� necess��rio, ben��fico e saud��vel.

Significa a pessoa assumir seus limites, suas fronteiras e canalizar

essa magn��fica for��a interna na dire����o do autoconhecimento, do

Ser.

O Poder pessoal e a capacidade de assum��-lo �� a liberta����o.

A chave capaz de abrir portas internas e desenvolver a

consci��ncia de que cada um dever�� ser respons��vel pela pr��pria

vida, pela felicidade e pela paz interior.

Assumir o poder pessoal e canaliz��-lo para as realiza����es

nos far�� crescer como pessoas, dando-nos a paz capaz de nos

fazer perceber o Universo interno e sua grandeza.

Esta publica����o �� uma colet��nea dos artigos e trabalhos

desenvolvidos por alguns alunos do libertas.

A eles e ao seu esfor��o, na garimpagem de suas belezas

internas, dedicamos esta iniciativa, e a todos que est��o na busca

do seu desenvolvimento e do apropriar-se do seu mundo pessoal.

10

O PODER: SUAS FONTES E QUALIDADE





Joana Ivonete


T��nia M.D. Mendes

Valdenor F��lix

1. I N T R O D U �� �� O

N��o se desconhece a complexidade que envolve o significado

da express��o poder. Contudo, o assunto �� por demais desafiador e

nos d�� a oportunidade de conhecer as m��ltiplas formas de exerc��cio

de um desejo inerente a maioria dos seres humanos.

Inicialmente apresenta-se a defini����o de poder e algumas

das mais expressivas maneiras de exercit��-lo.

A seguir, As Fontes de Poder caracterizadas pelas figuras por

demais conhecidas nos filmes de westems. Procede-se uma an��lise

da tr��ade do poder e sua import��ncia no controle social.

Especial aten����o �� destinada ao abordar-se a qualidade do

poder, tendo em vista, a sua aplicabilidade no dia-a-dia das pessoas,

onde pode-se observar a dificuldade de conviv��ncia existente no

ambiente familiar, origem dos dist��rbios de comportamento, inclu��dos

a�� os narcisistas, motivada pelo exerc��cio do poder de baixa

qualidade.

2. O Q U E �� PODER

Seria cansativo buscar uma defini����o de tudo que possa significar e

ser entendido como poder. Recorrendo-se ao Aur��lio (1996) encontra-

se inicialmente 28 verbetes, e mais, 25 formas expressivas de

exerc��cio do poder.

Aqui, pelo objeto a que se prop��e este trabalho, necess��rio

se faz definir o poder como: ter a capacidade, o motivo, o direito, a

oportunidade, a influ��ncia, a faculdade, a autoridade e a for��a de

que se disp��em pessoas, diversos grupos, agrupamentos ou setores

sociais pela sua pr��pria posi����o na estrutura social.

As express��es de poder regem todas as rela����es humanas

formalizadas pelos pactos sociais: pol��tico, econ��mico, militar (a��reo, 11

naval, e terrestre), da forma����o do Estado (executivo, legislativo e

judici��rio), familiar, jovem, p��blico, aquisitivo, espiritual, da mente etc.

O poder apresenta evidentemente m��ltiplas facetas e, para

ser bem entendido, deve ser, obviamente, estudado de diversos

��ngulos e nem todos esses ��ngulos, possuem o mesmo valor. O

mais importante �� a quest��o da natureza de uma estrutura de poder

em rela����o �� sociedade em que est�� inserida. A correspond��ncia

entre determinada sociedade e a sua estrutura de poder �� sempre

estreita e, em sua an��lise, n��o se pode desprezaras contribui����es

que outras perspectivas de poder possam trazer. Uma estrutura de

poder ��, afinal de contas, uma forma particular de rela����es de

classes, rela����es assim��tricas por defini����o, isto ��, que implicam

o predom��nio de uma classe dominante sobre as classes restantes,

do ponto de vista pol��tico-social ou dos pais sobre os filhos, do ponto de vista familiar.

De um modo geral, o poder �� a capacidade de manipular ou

controlar o ambiente. Assim, os animais manipulam o ambiente para

satisfazer suas necessidades. O homem �� indiscutivelmente o maior

manipulador, contudo, quando o poder se tomou uma for��a impessoal

utilizada pelo homem, essa situa����o mudou.

O poder surgiu com a pr��pria hist��ria da civiliza����o. A partir

da domestica����o de animais, o desenvolvimento da agricultura, o

controle exercido por um chefe sobre os seus subordinados, a

transforma����o de tribos em Estados-na����o, o surgimento da m��quina,

a eletricidade, a energia nuclear e o novo desenvolvimento

tecnol��gico, permitem na atualidade, um poder ilimitado �� disposi����o

do homem, cujos efeitos mal��ficos repercutem sobre a personalidade

de cada um.

O poder se desenvolve atrav��s do represamento e controle

da energia e n��o pode funcionar de outra forma. �� controlador e

demolidor e ergue uma parede entre o homem e seu meio. Protege-

o, mas sobretudo, o isola. O insidioso perigo do poder reside no seu

efeito desagregante sobre o relacionamento humano. A pessoa com

poder toma-se uma figura superior, enquanto a que se sujeita a ele ��

reduzida a mero objeto. O uso do poder nega a igualdade entre os

seres humanos e invariavelmente leva a conflitos e hostilidades. O

que �� especialmente verdade no tocante ��s rela����es ��ntimas e

12

pessoais no meio familiar.

Os pais usam o poder para controlar os filhos porque

tamb��m foram controlados quando jovens, e mesmo tendo sido

v��timas do poder, est��o dispostos a exerc��-lo mesmo sobre seus

filhos. Outro perigo do poder �� quando enfeixa-se nas m��os de algu��m

carente, porquanto, a pessoa carente venera o poder e o risco do

bem estar humano �� bem maior.

3. F O N T E S DO PODER

3.1 M��sculo

Um c��u azul profundo. Montanhas ao longe. O ru��do das

patas de cavalo. Um cavaleiro solit��rio se aproxima, o sol refletindo

em suas esporas...

Quem, quando era crian��a tiver ficado sentado num cinema

��s escuras, enlevado por filmes de bangue-bangue, sabe que o poder

salta do cano de um rev��lver de seis tiros. Num filme de Hollywood

atr��s do outro, um vaqueiro solit��rio chega cavalgando vindo n��o se

sabe de onde, participa de um duelo com o vil��o, rep��e o rev��lver no

coldre e se afasta de novo, cavalgando para desaparecer na n��voa

distante. O poder, aprendemos quando crian��as, vinha da viol��ncia.





3.2 Dinheiro


Uma figura de fundo em muitos destes filmes, no entanto,

era um personagem bem vestido, barrigudo, que ficava sentado por

tr��s de uma enorme mesa de madeira. Tipicamente retratado como

afetado e ambicioso, esse homem tamb��m exercia poder. Era ele

quem financiava a ferrovia, os vaqueiros, os grileiros, ou outras

for��as do mal. E se o her��i vaqueiro representa o poder da viol��ncia,

essa figura - tipicamente o banqueiro - simbolizava o poder do

dinheiro.

3.3 Intelig��ncia

Em muitos westems tamb��m havia um terceiro personagem

importante: um editor de jornal que lutava pelo bem, uma professora,

13

um pastor ou uma mulher instru��da vinda do "leste". Em um mundo de homens grosseiros que atiravam primeiro e faziam perguntas

depois, esse personagem representava n��o apenas o bem moral

em combate contra o mal, mas tamb��m, o poder da cultura e do

conhecimento, muitas vezes se obtivesse uma vit��ria no final, em

geral era por causa de uma alian��a com o her��i que carregava uma

arma ou devido a um s��bito golpe de sorte - o encontro de ouro no

rio ou uma heran��a inesperada.

Conhecimento, como Francis Bacom prevenia, �� poder -

mas para o conhecimento vencer num western, em geral tinha que

se aliar �� for��a ou ao dinheiro.

3.4 Tr��ade do Poder

�� claro que o dinheiro, a cultura e a viol��ncia, n��o s��o as

��nicas fontes de poder na vida do dia-a-dia, e o poder n��o �� nem

bom nem mau. Ele �� uma dimens��o de, virtualmente, todos os

relacionamentos humanos. ��, na verdade, a rec��proca do desejo e,

como os desejos humanos s��o infinitamente variados, tudo o que

puder satisfazer o desejo de outra pessoa �� uma fonte de poder em

potencial. O traficante de drogas que pode deixar de vender uma

dose tem poderes sobre o viciado. Se um pol��tico quiser votos,

aqueles que puderem votar t��m poder.

No entanto, entre as in��meras possibilidades, as tr��s fontes

de poder simbolizam no bangue-bangue - viol��ncia, riqueza e

conhecimento - v��m a ser as mais importantes. Cada qual assume

muitas formas diferentes na pe��a do poder. A viol��ncia, por exemplo,

n��o precisa ser real; a amea��a do seu uso ��, com freq����ncia,

suficiente para conseguir obedi��ncia. A amea��a da viol��ncia tamb��m

pode estar escondida por tr��s da lei. ( Aqui o termo viol��ncia, ��

usado no sentido figurativo, n��o literal - para incluir a for��a e tamb��m a coer����o f��sica).

De fato, n��o apenas os filmes modernos mas os antigos

mitos apoiam a vis��o de que a viol��ncia, riqueza e conhecimento

s��o as fontes m��ximas do poder social. Assim, a lenda japonesa

nos fala de "sanshu no jingi"- os tr��s objetos sagrados dados �� deusa do sol, Amaterasu-omi-kami - que at�� hoje ainda s��o os s��mbolos

do poder imperial. S��o eles: a espada, a j��ia e o espelho.

14

As infer��ncias de poder da espada e da j��ia s��o bem claras;

a do espelho, um pouco menos. Mas o espelho, no qual Amaterasu-

omi-kami viu o pr��prio rosto - ou teve conhecimento de si mesma -

tamb��m reflete o poder. Ele passou a simbolizar a sua divindade,

mas n��o �� absurdo consider��-lo tamb��m um s��mbolo da imagina����o,

da consci��ncia e do conhecimento.

Al��m do mais, a espada ou o m��sculo, a j��ia ou o dinheiro

e o espelho ou a mente, juntos, formam um ��nico sistema interativo.

Sob certas condi����es, cada qual pode ser convertido no outro. Uma

arma pode lhe conseguir dinheiro ou pode arrancar uma informa����o

secreta dos l��bios de uma v��tima. O dinheiro pode lhe comprar

informa����es - ou uma arma. A informa����o pode ser usada para

aumentar o dinheiro de que voc�� disp��e (como Ivan Boesky* sabia)

ou para multiplicar a for��a sob o seu comando que foi o motivo pelo

qual Klaus Fuchs roubou segredos nucleares.

Al��m disso, todos os tr��s podem ser usados em quase

todos os n��veis da vida social, da intimidade do lar �� arena pol��tica.

Na esfera privada, um pai ou uma m��e podem esbofetear

um filho (usar a for��a), cortar uma mesada ou subornar com um

d��lar (usar dinheiro ou seu equivalente), ou o que �� mais eficiente de

todos - moldar os valores da crian��a a fim de que ela deseje obedecer.

Na pol��tica, um governo pode prender ou torturar um dissidente, punir

financeiramente seus cr��ticos e recompensar seus partid��rios, e

manipular a verdade para criar a anu��ncia.

Tal como m��quinas ferramentas que podem criar outras

m��quinas, a for��a, a riqueza, ou o conhecimento, se usados de

forma adequada, podem dar ao indiv��duo o comando de muitas outras

e mais variadas fontes de poder. Assim, sejam quais forem as outras

ferramentas do poder que possam ser exploradas por uma elite

dominante ou por indiv��duos em suas rela����es privadas, a for��a, a

riqueza e o conhecimento s��o alavancas m��ximas. Eles formam a

tr��ade do poder.

4. PODER E C O N T R O L E S O C I A L

�� verdade que nem todos os deslocamentos ou

transfer��ncias de poder s��o resultados do uso dessas ferramentas.

O poder muda de m��os como resultado de muitos acontecimentos

15

naturais. A Peste Negra que assolou a Europa no s��culo XIV mandou

os poderosos para a sepultura junto com os desprovidos de poder,

abrindo muitas vagas na elite das comunidades que sobreviveram.

O caso tamb��m afeta a distribui����o do poder na sociedade.

Mas, assim que dirigimos o foco para os atos humanos intencionais

e perguntamos o que faz com que as pessoas e sociedades inteiras

se submetam aos desejos dos "poderosos", nos vemos uma vez

mais diante da trindade de m��sculo, dinheiro e intelig��ncia.

A fim de se manter o mais perto poss��vel da linguagem

comum, usa-se o termo poder neste trabalho para indicar o poder

intencional sobre pessoas. Esta defini����o elimina o poder usado

contra a natureza ou as coisas, mas �� ampla bastante para incluir o

poder exercido por uma m��e a fim de evitar que uma crian��a saia

correndo em frente a um carro que avan��a; ou por uma grande empresa

a fim de aumentar os lucros; ou por um ditador para enriquecer sua

fam��lia e seus apaniguados, ou pela Igreja Cat��lica para conseguir

oposi����o pol��tica ao controle da natalidade; ou pelos militares para

esmagar uma rebeli��o.

A concentra����o nessa trindade e a defini����o de poder dessa

maneira permitem analisar o poder de modo inteiramente novo,

revelando, talvez mais claramente do que antes, a forma exata pela

qual o poder �� usado para controlar o comportamento humano, desde

o ber��o at�� a morte. S�� quando isso for compreendido pode-se

identificar e transformar as obsoletas estruturas do poder que

amea��am o futuro.

5. Q U A L I D A D E DO PODER

A maioria das hip��teses convencionais a respeito do poder,

pelo menos na cultura ocidental, d�� a entender que poder �� uma

quest��o de quantidade. Mas, embora alguns tenham menos poderes

que outros, esse crit��rio ignora aquilo que agora pode ser fator mais

importante de todos: a qualidade do poder.

O poder existe em v��rios graus, e certo poder �� muito baixo

no que se refere �� qualidade. Nas ferozes lutas que em breve ir��o

assolar nas escolas, hospitais, empresas, sindicatos e governos,

aqueles que entenderem o que �� "qualidade" obter��o uma vantagem 16

estrat��gica.





5.1 Poder de Baixa Qualidade


Ningu��m duvida Que a viol��ncia - corporificada na navalha

de um assaltante ou em um m��ssil nuclear - pode conseguir

resultados impressionantes. A sombra da viol��ncia ou da for��a,

inclu��da na lei, est�� por tr��s de todos os atos do governo, e no fim

todo governo conta com soldados e com a pol��cia para dar for��a ��

sua vontade. Essa amea��a sempre presente e necess��ria, da

viol��ncia na sociedade ajuda a manter o sistema em funcionamento,

fazendo com que os pactos sociais comuns sejam cumpridos,

reduzindo a criminalidade, proporcionando mecanismos para a

solu����o pac��fica das disputas. Nesse sentido paradoxal, �� a velada

amea��a de viol��ncia que ajuda a tomar a vida di��ria n��o-violenta.

Mas a viol��ncia em geral tem importantes desvantagens.

Para come��ar, ela estimula o homem a andar com uma lata de g��s

paralisante ou a engrenar uma corrida armamentista que aumenta

os riscos para todos. Mesmo quando "funciona", a viol��ncia produz resist��ncia. Suas v��timas ou os sobreviventes de suas v��timas

procuram a primeira oportunidade para uma retalia����o.

A principal fraqueza da for��a bruta ou da viol��ncia, no entanto,

�� a sua total inflexibilidade. Ela s�� pode ser usada para punir. ��, em

suma, um poder de baixa qualidade.

Este poder materializado pela for��a f��sica �� infelizmente

utilizado como um meio de controle dos pais para obrigar a crian��a

e o adolescente a submeter-se �� tirania imposta pelo poder familiar.

Na sociedade contempor��nea, embora tenha ocorrido um avan��o

tecnol��gico que permita uma troca de informa����es sobre o

relacionamento humano, acess��vel a uma grande parcela da

popula����o, ainda n��o foi poss��vel inverter o quadro de viol��ncia

existente no ambiente familiar que atinge todas as camadas sociais,

com ��nfase notadamente, onde inexiste estrutura s��cio-econ��mica.

Esse quadro de viol��ncia amplamente divulgado pela m��dia,

tem preocupado autoridades, educadores, psic��logos e especialistas

na ��rea em busca de solu����es para mudara qualidade de poder nas

rela����es familiares. Os maus tratos f��sicos em forma de

espancamento com instrumentos que provocam imensa dor e

17

humilha����o por que passa a chan��a ou o adolescente aumentada

pela falta de defesa e at�� pela nega����o de expressar atrav��s do

choro o seu sofrimento.

"Todos os meus pacientes narcisistas tiveram a experi��ncia

de serem profundamente humilhados na inf��ncia por pais que usavam

o poder como um meio de controle," Lowen (1993). N��o �� somente

o castigo f��sico a ��nica forma de agredir e humilhar uma crian��a ou

adolescente. �� muito comum os pais fazerem cr��ticas aos seus

filhos de maneira inadequada e agressiva, criando no filho uma

sensa����o de inutilidade e revolta, o que afeta profundamente sua

personalidade.

A falta de educa����o, embasada no conhecimento das

rela����es humanas, �� a principal causa que leva os pais a agirem de

forma cruel no trato com seus filhos. Associada a essa falta de

informa����o, est�� naturalmente a resposta na pr��tica do tipo de

tratamento que receberam de seus pais, somados �� inseguran��a,

��s frustra����es e �� incapacidade de di��logo para administrar conflitos.

5.2 Poder de M��dia Qualidade

A riqueza, em contraste, �� um instrumento de poder muito

melhor. Uma carteira de notas recheada �� muito mais vers��til. Em

vez de apenas amea��ar ou realizar puni����es, ela tamb��m pode

oferecer recompensas, pagamentos e subornos, em dinheiro ou

mercadoria. A riqueza pode ser usada de modo positivo ou negativo.

��, portanto, muito mais flex��vel que a for��a. A riqueza gera um poder

de m��dia qualidade.

Nas rela����es governadas pelo poder onde �� vis��vel a

autoridade, ser respeitado pela riqueza, ou seja, pela for��a do dinheiro, uma das caracter��sticas do poder econ��mico, verifica-se que os

castigos impostos pelos pais aos filhos, limitam-se �� suspens��o

provis��ria do dinheiro ou diminui����o da mesada, proibi����o de usar o

carro da fam��lia, freq��entar festas e outras formas de lazer que

implicam necessariamente em despesas. No ambiente em que

predomina um relacionamento dependente de uma situa����o cujos

valores est��o voltados para os bens materiais e a preserva����o do

status , onde os conflitos s��o administrados numa seq����ncia de

dar e tirar dinheiro de algu��m, como forma de controle familiar,

18

desperta na crian��a ou no adolescente, a id��ia de que as rela����es

pessoais s��o governadas pelo poder da riqueza, e passa a se preparar

para uma luta por este poder na idade adulta, o que leva a cometer

ilicitudes, embora tenha recebido uma educa����o condizente com

sua posi����o social.

O rei vive num pal��cio que n��o �� necessariamente uma casa,

o presidente de um pa��s numa casa imponente e o diretor de uma

grande empresa, numa mans��o. Em todos os aspectos, o padr��o

de vida dessas pessoas �� superior ao das pessoas comuns.

Possuem toda uma estrutura de poder que se encarrega de executar

as tarefas rotineiras sem que haja qualquer contesta����o, porquanto,

o poder acarreta muitas prerrogativas materiais, as quais constituem

uma consider��vel forma de desejo de poder.

Tanto na antig��idade como na atualidade, a maioria das

guerras t��m sido travadas entre pa��ses poderosos economicamente.

N��o se pode considerar a necessidade da guerra para aumentar o

bem estar do povo somente em fun����o dos bens materiais que

pudessem advir da vit��ria no conflito, mas, sobretudo, para aumentar

o dom��nio e ampliar o controle sobre a riqueza como s��mbolo de

poder.

A mais ��bvia vantagem da deten����o de poder �� a.

recompensa material que adv��m da pessoa que o possui. O poder

conferido pela riqueza estabelece uma posi����o de status, que

determina a preced��ncia hier��rquica nas rela����es individuais, ao

mesmo tempo em que os sentimentos desaparecem com a eleva����o

do grau de narcisismo.

5.3 Poder de Alta Qualidade

O poder da mais alta qualidade, no entanto, vem da aplica����o

do conhecimento. O ator Sean Connery, num filme passado em Cuba

durante o reinado do ditador Batista, representa o papel de um

mercen��rio ingl��s. Numa cena memor��vel, o chefe militar do tirano

diz:" Major, diga qual �� a sua arma favorita, e eu a conseguirei para o senhor". Ao que Connery responde: "C��rebro".

O poder de alta qualidade n��o �� apenas influ��ncia. N��o ��

apenas a capacidade de se conseguir o que se quer, de fazer com

que outros fa��am o que voc�� quer, embora prefiram fazer o contr��rio.

19

Alta qualidade significa mais. Ela implica efici��ncia - usar o menor

n��mero de fontes de poder para atingir um objetivo. O conhecimento

pode ser usado, com freq����ncia, para fazer com que o outro goste

de seu plano de a����o. Pode at�� convencer uma pessoa de que ela ��

que teve a id��ia.

O poder conferido pelo conhecimento pode ser usado para

punir, premiar, persuadir e at�� transformar o dinheiro em aliado. O

conhecimento certo pode contornar situa����es desagrad��veis evitando

o desperd��cio da for��a e da riqueza. O conhecimento serve como

um multiplicador de riqueza e for��a. Claro que o poder m��ximo est��

�� disposi����o daqueles que se encontrem em condi����es de usar

todas as tr��s dessas ferramentas numa inteligente combina����o de

uma com as outras, alternando a amea��a de castigo, a promessa

de recompensa, juntamente com a persuas��o e intelig��ncia.

Nas rela����es familiares as crian��as aprendem mais

facilmente com compreens��o e carinho que com for��a e puni����o. O

poder exercido pelo conhecimento, torna o ambiente saud��vel e de

f��cil entendimento na administra����o dos conflitos humanos, gerando

uma m��tua confian��a entre pais e filhos alicer��ada no respeito e na

admira����o.

Nas pr��ximas d��cadas, quem n��o detiver o conhecimento

ou informa����es atualizadas em sua ��rea de atua����o profissional e

social, n��o sobreviver��, uma vez que, n��o haver�� espa��o para ser

ocupado no mercado de trabalho.

Conhecimento, viol��ncia e riqueza, e o relacionamento entre

eles, definem o poder na sociedade. Francis Bacon igualava o

conhecimento ao poder, mas n��o se concentrou na sua qualidade,

ou nos seus elos vitais com as outras principais fontes de poder

social. Tampouco p��de algu��m prever, at�� agora, as revolucion��rias

mudan��as atuais no relacionamento entre as tr��s.

6. C O N S I D E R A �� �� E S FINAIS

Das tr��s principais fontes de controle social, portanto, �� o

conhecimento - a mais vers��til - que produz o que as altas patentes

do Pent��gono gostam de chamar de "o maior resultado pelo dinheiro

empregado".

2 0

Os japoneses, realmente peritos, sabem por intui����o - ou

gra��as ao treinamento - como usar e inter-relacionar seus recursos

de poder.

A fim de avaliar os diferentes contendores num conflito pelo

poder - quer numa negocia����o, quer numa guerra, portanto, vale a

pena ter id��ia de quem comanda o acesso �� qual das ferramentas

b��sicas do poder.





7. BIBLIOGRAFIA


G R A C I A R E N A , Jorge. O Poder e as Classes Sociais. S��o Paulo, Mestre Jou, 1971.

T O F F L E R , Alvin. As Mudan��as de Poder. Rio de Janeiro, Record, 1990.

L O W E N , Alexander. Narcisismo. S��o Paulo, Cultrix, 9 Ed., 1999.

L O W E N , Alexander. Prazer: uma abordagem criativa da vida. S��o Paulo, Summus, 5 Ed., 1984.

21

O PODER NAS RELA����ES FAMILIARES

Uma An��lise �� luz do Narcisismo

ngela Lobo Costa Mesk��





Izabel Cavalcanti Arend


Maria Concei����o C��mara Martins





Maria Tereza Costa Lima


�� comum que as rela����es familiares sejam observadas com

um misto de romantismo e rever��ncia. No entanto, ao analisar mais

profundamente a din��mica das fam��lias, emergem situa����es extremas

de luta pelo poder.

O poder nas rela����es familiares instala-se com as disputas

entre pais e envolve os filhos e demais membros que convivam no

mesmo ambiente.

Muitas vezes, o anseio por controle remete a caracter��sticas

de personalidade fundamentadas em situa����es inconscientes muito

primitivas do desenvolvimento, que condicionam comportamentos

atuais. Neste caso, situam-se os narcisistas do car��ter

psicop��tico, que ostentam uma atitude de sentir-se especial e superior, exercendo o poder pela explora����o de outrem.

A aus��ncia de limites morais e a frivolidade peculiar aos

narcisistas pode transform��-los em algozes ditadores familiares. Sob

o manto da onipot��ncia, dominam e submetem as pessoas, como

um modo de proteger-se contra a humilha����o que sofreram quando

crian��as e que temem sofrer novamente.

Pais que mant��m comportamentos de confronto entre si

criam situa����es incompreens��veis para as crian��as que os observam.

Para elas, �� natural acreditarem que o pai e a m��e se amam e

querem o melhor para todos. Ao defrontarem-se com uma realidade

tr��gica, contrariando esta cren��a, julgam-se insanas e optam por

reprimir os sentimentos relativos �� cena, distorcendo a realidade.

Estas pessoas preferem concentrar sua energia numa imagem de

fam��lia feliz, que passa a fazer parte de sua hist��ria.

O total dom��nio dos pais sobre a crian��a, impotente e

dependente, faz com que ela almeje ser mais poderosa que o pai,

mais capaz que ele. O poder do pai sobre o filho evoca a rejei����o

que a crian��a percebe dos pais. Sendo rejeitada pela sua real

individualidade, deparando-se com sua depend��ncia, a crian��a sente-

se humilhada por ter de sucumbir ao tal dom��nio. Neste momento,

2 2

ela �� uma v��tima perfeita para a sedu����o. Passa a aderir ��s

promessas de especialidade que lhe s��o feitas, incorporando esta





imagem.


As brigas de poder dos pais colocam os filhos em delicadas

e perigosas situa����es: o genitor sedutor tamb��m �� aquele que

normalmente rejeita o filho. Isto provoca intensa falta de confian��a,

por se ver �� merc�� do controle da vontade do pai, "eu o amo se voc�� for como eu quero / eu n��o o amo se voc�� for voc�� mesmo". N��o

existindo amor incondicional, a crian��a �� submetida.

A S P E C T O S T E �� R I C O S DO NARCISISMO

1 - INTRODU����O

O desenvolvimento tecnol��gico come��ou a gerar no homem

um sentimento de grandiosidade e de poder ao mesmo tempo em

que �� impregnado um sentimento por um consumismo de valores

que, ��s vezes, n��o tem nada a ver com as necessidades reais do

ser humano. Na invers��o de valores o ser fica desvalorizado em

detrimento do ter. Poder, desempenho e produtividade s��o tidos como valores dominantes, e virtudes como dignidade, sinceridade, lealdade

e respeito pr��prio, ficam num plano secund��rio.

Nossa cultura �� predominantemente narcisista na medida

em que estimula a competi����o a posse de bens, o "ser o melhor"

entre os melhores, a apar��ncia social e corporal, o que faz as pessoas

se afastarem de sua ess��ncia, dos seus sentimentos, dos seus

reais limites, tomando-se um objeto sem corpo, sem emo����o,

sem respeito a si e �� natureza.

2-ORIGEM

N a etiologia do narcisismo (car��ter psicop��tico) segundo

Alexander Lowen, sempre encontramos um dos pais sedutor. Os

pais idealizam o filho que desejam para si e usam a sedu����o para

garantir seus objetivos: constroem a personalidade da crian��a para

atender ao seu pr��prio projeto narc��sico.

�� comum que exista uma luta de poder entre os pais.

Preocupados em diminuir suas frustra����es, eles depositam no filho

suas expectativas, e, em troca, lhes proporcionam intimidade e

especialidade, acenando com promessas grandiosas. Usam termos

2 3

como" meu homenzinho", "meu reizinho", ou ainda: "raz��o da minha vida".

Confrontada com esta mensagem de superioridade e

superexig��ncia, e sem sentir-se �� altura para atend��-la (o que levaria

�� decep����o e �� conseq��ente perda dos pais), a crian��a passa a

construir uma imagem irreal de si, negando suas fragilidades e

exacerbando as caracter��sticas valorizadas pelos pais.

A distor����o existente entre esta imagem, com a qual a

crian��a passa a se identificar totalmente, e o seu pr��prio self,

determina o narcisismo.

No meio da disputa dos pais, com toda a carga de excita����o

gerada pela sexualidade da m��e e percebendo a raiva do pai por v��-

lo ceder 'a sedu����o da m��e, o menino sente-se encurralado no

tri��ngulo. N��o se identifica com o pai nem o sente como aliado na

competi����o. A sa��da �� adotaro jogo de sedu����o da m��e, cortando a

sexualidade da genitalidade (para n��o se defrontar com as sensa����es

sexuais) e concentrando a energia corporal na cabe��a. Ele aprende

a manipular como a m��e.

O conflito entre o desejo de atender �� m��e, o medo do pai e

o apelo das suas sensa����es sexuais gera uma rea����o de impot��ncia

que se instala na personalidade com profundos sentimentos que

ser��o fortemente reprimidos: tristeza , pela falta de atendimento das necessidades orais de carinho e prote����o, e medo, de ver

descobertas suas fraquezas.

A crian��a n��o �� respeitada na sua individualidade, na sua

condi����o de crian��a que necessita de afeto dos pais, mas serve

apenas �� satisfa����o dos objetivos ego��stas dos mesmos.

3 - DINMICA

Para sobreviver a tantos conflitos, a pessoa desenvolve

algumas caracter��sticas de personalidade. A principal delas �� a

nega����o do sentimento. Dois caminhos podem ser utilizados para este fim: a inibi����o do movimento (interno) e o bloqueio da percep����o.

Como todo sentimento gera um movimento corporal, a redu����o do

movimento, que se d�� atrav��s do amortecimento do corpo, garante

que os sentimentos temidos n��o tenham acesso �� consci��ncia.

O bloqueio da fun����o perceptiva �� o mecanismo em que o

sentimento n��o �� reconhecido como tal. O sentimento subjacente

ao comportamento �� racionalizado em fun����o da imagem.

24



O narcisista vive em fun����o de sua imagem. Qualquer

amea��a �� manuten����o da imagem, ser�� fortemente combatida,

inconscientemente. Esta necessidade for��a a pessoa a impedir que

chegue �� consci��ncia qualquer sentimento que se conflite com a

imagem. Todas as suas a����es est��o dissociadas do impulso ou

dos sentimentos e s��o justificadas unicamente em fun����o da imagem

Para manter este funcionamento, �� necess��rio um r��gido controle

sobre os processos internos, o que consome muita energia e gera

muita tens��o.

Os sentimentos de impot��ncia, tristeza e medo geram

uma raiva, que originalmente �� da m��e, mas como sua express��o ��

inconceb��vel, esta raiva �� negada (o narcisista "teve uma inf��ncia feliz"e "acha a m��e um anjo") e dirigida para a sociedade em a����es como mentir, enganar, e at�� matar. Ao matar, o narcisista (sociopata)

n��o v�� a pessoa, pois n��o introjetou a lei: o outro �� visto como

imagem do mesmo como v�� a si pr��prio.

Nesta imagem, a pessoa projeta o que quer ver de si, ou

seja a pessoa bonita, poderosa, boa, realizadora, amada etc, o

que, na realidade, �� uma pobre m��scara que encobre a trag��dia de

uma vida vazia, sem sentimento, sem contato verdadeiro consigo e

com os outros.

4 - ESTRUTURA CORPORAL

Parte superior cheio de si

Peito inflado

Cabe��a erguida

Tens��o na base do cr��nio

Tens��o nos olhos: atentos e desconfiados, usados para exercer

controle.

Diafragma constrito

Parte inferior estreita indicando forte oralidade

Tens��o p��lvica

Sexualidade separada da genitalidade (n��o sabe a diferen��a entre

amar e transar)

P��s com pouco contato com o ch��o

A energia concentra-se na parte superior do corpo, principalmente

na cabe��a. Existe um corte energ��tico na cintura: para cima a

atividade �� exacerbada e para baixo, a energia �� desvitalizada, com

forte tens��o.

2 7



5 - ALTERNATIVAS E MEDIDAS PREVENTIVAS

A maioria das pessoas com car��ter predominantemente

psicop��tico n��o busca terapia, pois s��o por defini����o, auto-

suficientes. Qualquer sentimento que expresse sua fragilidade ou

impot��ncia �� negado e buscar ajuda para resolver conflitos internos

�� tido como uma confirma����o de sua fragilidade.

Caso procure ajuda �� preciso que o terapeuta estabele��a

um contrato claro com limites bem definidos e que promova a

confian��a.

Energeticamente, a pessoa deve ser trabalhada de modo a

permitir a circula����o de energia e a express��o dos sentimentos.

Corporalmente, suavizar o peito e abrir o diafragma facilitam o

estabelecimento de contato com seu verdadeiro self.

Bibliografia:

LOWEN, Alexander - Narcisismo - Nega����o do verdadeiro self

Editora Cultrix, Sp. 1993

LOWEN, Alexander -Bioenerg��tica - Summos Editorial Ltda, Sp,

1975





ANEXOS


DEFINI����O DE NARCISISMO

2 8





2 9





3 0





31

O PODER E O MEIO AMBIENTE

T��nia Maria Gai��o

Miguel M��rcio Ribeiro de Menezes

O PODER e o MEIO AMBIENTE

"O narcisismo descreve uma condi����o psicol��gica e uma

condi����o cultural. Em n��vel individual, indica uma perturba����o da

personalidade caracterizada por um investimento exagerado na

imagem da pr��pria pessoa �� custa do self. Os narcisistas est��o

mais preocupados com o modo como se apresentam do que com o

que sentem. De fato, eles negam quaisquer sentimentos que

contradigam a imagem que procuram apresentar. Agindo sem

sentimento, tendem a ser sedutores e ardilosos, empenhando-se

na obten����o de poder e controle. S��o ego��stas, concentrados em

seus pr��prios interesses, mas carentes dos verdadeiros valores do

self - notadamente, auto-express��o, serenidade, dignidade e

integridade. Aos narcisistas falta um sentimento do self derivado de

sensa����es corporais. Sem um s��lido sentimento do self, vivem a

vida como algo vazio e destitu��do de significado. �� um estado de

desola����o."

"Em n��vel cultural, o narcisismo pode ser considerado como

perda de valores humanos - uma aus��ncia de interesse pelo meio

ambiente, pela qualidade de vida, pelos seres humanos seus

semelhantes. Uma sociedade que sacrifica o meio ambiente natural

em nome do lucro e do poder revela sua insensibilidade em face das

necessidades humanas. A prolifera����o de coisas materiais converte-

se em medida de progresso na vida, e o homem �� oposto a mulher,

o trabalhador ao patr��o, o indiv��duo a comunidade. Quando a riqueza

ocupa uma posi����o mais elevada do que a sabedoria, quando a

notoriedade �� mais admirada do que a dignidade, quando o ��xito ��

mais importante do que o respeito por si mesmo, a pr��pria cultura

sobrevaloriza a "imagem" e deve ser considerada narcisista." (Ver Alexander Lowen - narcisismo - p. 09)

A partir dessas explica����es do Dr. Lowen, podemos entender

que vivemos numa cultura narc��sica, e por conseq����ncia , numa

sociedade que prevalece o n��o sentir em prol do TER, pois todo

mundo quer voar o mais alto poss��vel em busca do sucesso (sin��nimo

de felicidade), onde os best sellers s��o os livros que indicam f��rmulas 3 2

e meios de se chegar ao sucesso, onde a ambi����o pelo PODER

n��o mede dist��ncias, onde os notici��rios veiculam como tema

principal a corrup����o; percebemos ent��o que o Homem, em nosso

meio, n��o conhece limites na busca do progresso e do crescimento,

deixando de lado os valores que s��o realmente importantes para se

proporcionar sa��de e felicidade.

A nossa sociedade, e porque n��o dizer o mundo, tem a

tend��ncia para a valoriza����o da imagem, onde as pessoas dedicam

suas atividades e sua aten����o ao enaltecer dessa imagem, isto ��,

numa supervaloriza����o do ego. Mas os valores que s��o associados

�� imagem s��o ilus��rios, pois s��o apenas uma fachada, esconde a

tristeza e o medo, e por conseguinte, a vulnerabilidade e faz com

que a pessoa projete uma imagem de independ��ncia, coragem e

for��a, necessitando buscar o poder, o controle para compensar sua

defici��ncia. O poder insufla energia �� imagem (m��scara), dando-lhe

pot��ncia e grandiosidade, sentindo-se capazes de, por exemplo,

poder fazer qualquer coisa, saber tudo, ser admirado, ser soberano

etc, chegando at�� mesmo a sentirem-se superiores, mostrando uma

arrog��ncia que pode chegar ao desprezo pela humanidade, elegendo

a mentira, a fraude, o roubo, ou mesmo, at�� matando em prol dos

objetivos particulares, e tendo a percep����o de ser tudo isso, atos

normais, com aus��ncia de culpa ou remorso (aus��ncia extrema de

sentimentos) - condi����o de uma personalidade tida como

psicop��tica.

Para um melhor entendimento, levaremos em considera����o,

alguns aspectos bem conhecidos do comportamento da psicopatia

(indiv��duo ou personalidade psicop��tica):

N��o h�� discernimento na diferen��a entre certo e errado em n��vel

de sentimento - uma pessoa "sem consci��ncia" (car��ncia de

superego). N��o h�� culpa, tendo a mentira como fato normal, o

roubo e a fraude s��o tidos como natural, n��o enxergando o seu

comportamento como algo errado.

A indiferen��a e a insensibilidade ��tica s��o t��picas de muitas

pessoas em nossa sociedade. Simular para influenciar pessoas

�� aceito como estrat��gia para ser bem sucedido. No caso do

mentiroso, ele acredita em sua pr��pria mentira. Onde est�� o

seu senso? Ele n��o acredita em seu senso, ou seja, o que se

passa em sua cabe��a �� realidade, o que ocorre fora �� irreal.

Aus��ncia de escr��pulos e de consci��ncia, n��o h�� aquela voz

clamando dentro de si ��s contas, ela foi apagada e negada. O

indiv��duo psicopata n��o tem escr��pulos porque n��o h�� nada

3 3

dentro dele para desafiar a sua consci��ncia, nada conflita com

suas id��ias, nenhum sentimento o chateia ou perturba.

H�� a nega����o de sentimento ou o sentimento �� manifesto de

forma distorcida: acessos irracionais de c��lera ou

sentimentalismo piegas, assim, �� caracterizada pela ira irracional

ou sentimentalismo e insensibilidade para com os outros.

Falta de integridade. Este fator reflete-se na falta de princ��pios

morais. Como estes se desenvolvem, quando sentimento e

pensamento est��o integrados, �� justamente esta integra����o que

falta no psicopata, nos fazendo crer que este �� sem princ��pio.

Em lugar dos princ��pios, p��e o poder como guia e meta.

Usa qualquer meio para chegar a um fim (os fins justificam os

meios - logro psicop��tico). Revolucion��rios proclamam isto e

sob sua ��gide cometem a����es desumanas. Muitos homens de

neg��cios o abra��am e adotam sua pr��tica e, se n��o est��o ilegais,

s��o fraudadores e desonestos. Ter uma meta n��o �� psicop��tico,

usar qualquer meio para alcan����-la ��.

Aus��ncia de humanidade.

S��o bons trapaceiros. Fazem acreditar que o que dizem ��

verdade, talvez porque acreditem em si mesmos ou porque n��o

acreditem em nada. Esse comportamento �� bastante comum

nos pol��ticos e nos cargos de chefia, nos l��deres de seitas, etc.

Outras qualidades: "(1) Posso fazer qualquer coisa (onipot��ncia),

(2) Sou vis��vel em toda parte (onipresen��a), (3) Eu sei tudo

(onisci��ncia) e (4) Existo para ser adorado. Estes s��o, �� claro,

os atributos de um deus. Em algum n��vel profundo, os narcisistas,

e especialmente, as personalidades psicop��ticas, v��em-se como

pequenos deuses. Com excessiva frequ��ncia, lamentavelmente,

seus seguidores tamb��m o v��em sob esse aspecto", (idem p

103)

Ent��o logo nos chega uma indaga����o muito s��ria: Ser�� que

o mundo se coloca numa condi����o psicop��tica?!!!

Esta pergunta est�� alicer��ada no modo como o mundo vive

hoje. Na destrui����o generalizada que acompanhamos no que diz

respeito ao nosso meio ambiente, aos nossos valores humanos como

relata o Dr. Lowen." Uma sociedade que sacrifica o meio ambiente

natural em nome do lucro e do poder..." uma aus��ncia de interesse

pelo meio ambiente, pela qualidade de vida , pelos seres humanos

e seus semelhantes". Assim o mundo est�� cheio de sentimentos ,

o consumir e o produzir s��o metas , pois est��o sempre em busca

34

de mais, insaciavelmente." Na minha opini��o, a qualidade de vida

declinou, mesmo quando o padr��o natural de vida tenha sentido.

Mais pessoas t��m mais coisas , desfrutam de mais

comodidades podem ir mais do que em qualquer outra ��poca da

hist��ria humana . O progresso promete uma vida mais saud��vel,

uma vida melhor com mais excita����o e mais prazer e mais pessoas

podem satisfazer necessidades e desejos sem muitos esfor��o ou

sofrimento . Isto soa a nossos ouvidos como a coisa mais pr��xima

do para��so (...) Tudo o que se precisa �� de dinheiro (...) De que

maneira a qualidade de vida deteriorou ? A maioria das pessoas

conhece as respostas a essa pergunta. Conhecemos a polui����o do

meio ambiente e a explora����o irrespons��vel da natureza; sentimos

as press��es da vida moderna que n��o nos permitem tempo para ser

: respirar, sentir contemplar; �� nos constantemente recordada a

desmoraliza����o da sociedade nos notici��rios sobre crimes violentos

, corrup����o (...)(Idem p. 194 e 195)

Em nome dessa situa����o , dos nossos rios , do nosso ar,

das matas e dos minerais , do meio ambiente �� o pr��prio homem

quem paga um pre��o extremamente caro - a destrui����o . Como

exemplo hoje j�� temos 12,9 % dos 4 milh��es de Km2 da floresta da

Amazonia legal inteiramente devastadas . Para se Ter uma id��ia ,

em 3 anos perdemos equivalente a duas B��lgicas .segundo o Instituto

Nacional de Pesquisa Espaciais ( INPE ) . Enquanto o IBAMA

manda prender um agricultor que ro��a uma caipora para plantar arroz

e feij��o , alegando ��rea de preserva����o, pelo menos 22 grandes

madeireiras agem livremente na Amaz��nia. A maioria s��o empresas

de origem Asi��tica, todas com experi��ncia de quem" desedificou a

Indon��sia , But��o e outros pa��ses da regi��o"(Segundo dados do

Editor Eurico Schwindem).

Os fatos n��o param por a��, a polui����o das ��guas tem sido

um grande problema para a sociedade. A polui����o do ar com seus

poluentes atmosf��ricos reagem com o vapor d'��gua e voltam ��

superf��cie com as chuvas, contaminando, por exemplo pela absor����o

do solo, os len����is subterr��neos. Nas cidades e regi��es agr��colas

s��o lan��adas diariamente cerca de 10 milh��es de litros de esgotos

que poluem os rios, lagos, len����is subterr��neos e ��reas de

mananciais . Os Oceanos recebem boa parte dos poluentes dos

rios, al��m dos lixos dos centros industriais e urbanos. A Humanidade

est�� realmente poluindo a sua mais vital nascente, o indispens��vel

filtro do nosso planeta - o Oceano.

3 5

O lixo da sociedade tornou-se uma praga para a vida marinha.

As tartarugas marinhas e as baleias ingerem sacos de pl��stico,

provocando-lhes morte por asfixia. As aves marinhas ingerem

pequenas bolas de polietileno que flutuam �� superf��cie do mar,

sentem-se fartas e isso impede-as de se alimentarem

adequadamente. N��o conseguem engordar e sua aptid��o para

sobreviverem �� reduzida. Nas ilhas Aleutas, no Pac��fico Norte, a

popula����o de focas tem diminu��do 10% por serem apanhadas por

precintas pl��sticas que mant��m unidas as latas de bebidas. Outro

fato, s��o as redes de pesca que s��o lan��adas ao mar, cerca de 100

km de rede acaba por se perder. Ficam a deriva e capturam e

provocam o afogamento de tartarugas, focas, aves marinhas, golfinhos

e baleias.

Estas s��o apenas uma pequena parte dos abusos e

absurdos provocados pelo Homem na sua busca pelo poder e pelo

controle, em prol do seu desempenho, da sua imagem, da sua

gan��ncia que esconde uma aus��ncia de sentimento, de vazio interior,

de profunda frustra����o e de insatisfa����o - n��o estando em contato

com a realidade do seu ser e do mundo." Existe algo de loucura

num padr��o de comportamento que coloca a ambi����o de ��xito acima

da necessidade de amar e ser amado. H�� algo de loucura numa

pessoa que n��o est�� em contato com a realidade do seu ser - o

corpo e suas sensa����es. E existe algo de loucura numa cultura que

polui o ar, as ��guas e a terra em nome de um padr��o de vida' mais

elevado'. Mas, pode uma cultura ser insana ?" (Idem pg 10)

Acreditamos que o mundo, aos poucos, por necessidade

de sa��de e bem estar, enxerga suas atitudes psicop��ticas e, com

muita dificuldade, come��a a rever os seus valores no sentido da

dignidade e do respeito �� vida. Afinal," o que significa ser humano ?

Significa, basicamente, estar sem ajuda e em necessidade. No

aspecto mais importante da vida, o ser humano �� desamparado. Ele

n��o pediu para nascer e n��o tem controle sobre quando vai morrer.

N��o pode escolher por quem vai se apaixonar. N��o �� senhor de seu

pr��prio destino. Seu desamparo �� suport��vel porque todos os seres

humanos est��o no mesmo barco, todos dividem o destino comum.

E cada um precisa do outro na escurid��o, para aquecer-se, para dar

significado �� exist��ncia. Cada um de n��s precisa do outro para prover

a luz, o calor, o excitamento e o desafio da comunidade humana.

Somente dentro da condi����o humana ousamos encarar o terrificante

desconhecido ". (Lowen)

36

Para uma maior reflex��o sobre o assunto exposto, �� bastante

ilustrativo a letra da m��sica de Fl��vio Venturini e M��rcio Borges

intitulada PLANETA SONHO, cantada pelo conjunto 14 BIS:

AQUI NINGU��M MAIS FICAR�� DEPOIS DO SOL

NO FINAL SER�� O QUE N��O SEI, MAS SER��

TUDO DEMAIS, NEM O BEM, NEM O MAL

S�� O BRILHO CLARO DESSA LUZ

O PLANETA CALMA SER�� TERRA

O PLANETA SONHO SER�� TERRA

E L�� NO FIM DAQUELE MAR

A MINHA ESTRELA VAI SE APAGAR

COMO BRILHOU FOGO SOLTO NO CAOS

AQUI TAMB��M �� BOM LUGAR DE SE VIVER

BOM LUGAR SER�� O QUE N��O SEI, MAS SER��

ALGO A FAZER BEM MELHOR QUE A CAN����O

MAIS BONITA QUE ALGU��M LEMBRAR

A HARMONIA SER�� TERRA

A DISSONNCIA SER�� TERRA

E L�� NO FIM DAQUELE AZUL

OS MEUS ACORDES V��O TERMINAR

N��O HAVER�� OUTRO SOM PELO AR

O PLANETA SONHO SER�� TERRA

A DISSONNCIA SER�� TERRA

E L�� NO FIM DAQUELE MAR

A MINHA ESTRELA VAI SE APAGAR

COMO BRILHOU FOGO SOLTO NO CAOS





BIBLIOGRAFIA


L O W E N , Alexander - O NARCISISMO - Editora Cultrix, 1983

L O W E N , Alexander - Apostilha: Comportamento Psicop��tico e a

Personalidade Psicop��tica

S I T E : http://xd.xoom.com.ott

Venturine Fl��vio e Borges, M��rcio - m��sica, Planeta do Sonho

C d : Meus Momentos de 14 Bis

3 7

PODER TER OU PODER SER?





Cynara da Costa Correia


Maria da Concei����o Santos Barreto

Solange Gon��alves Rolim

I N T R O D U �� �� O

A luta pelo poder, aspecto predominante na nossa sociedade,

tem sido muito cultuada como elemento de progresso. No entanto,

observamos, em n��vel planet��rio, uma crise cuja repercuss��o se faz

em todos os n��veis. A busca desenfreada do Ter levou a humanidade

a um ponto de for��osa revis��o de valores, sob pena de ver destru��da

sua pr��pria vida e tudo que existe no planeta.

Hoje o homem �� obrigado a reconhecer sua rela����o de

interdepend��ncia com todos os outros seres. (O que podemos fazer

hoje sem que dependamos de outras pessoas?). Somos for��ados a

reconhecer tamb��m o nosso papel ativo, e n��o apenas passivo, dentro

da constru����o do mundo que est�� a�� passando por r��pidas

transforma����es.

De acordo com as descobertas da f��sica moderna, de que

tudo que existe �� energia (inclusive o homem), a sociedade do Ter

tem sua exist��ncia pautada em cima de um modelo ilus��rio, j�� que

possuir algo corresponderia �� energia possuindo a si mesma.

O nosso estudo se prop��e a fazer uma reflex��o sobre o poder do

indiv��duo sobre sua pr��pria vida, abordando os aspectos do Ter e do

Ser.

Para tanto, iniciaremos falando sobre a abordagem de Dr.

Alexander Lowen referente ao poder e, depois, trataremos do assunto

dentro de um sistema explicativo da evolu����o do homem e dos seus

potenciais de energia, conhecido como sistema dos chakras.





PODER T E R


Por que ser�� que as pessoas que possuem poder nunca

parecem sentir que t��m suficiente poder?

Se voltarmos um pouco na hist��ria, observaremos que, antigamente,

a deten����o do poder restringia-se a poucas pessoas, entre elas

reis, nobres, mercadores e religiosos. Este poder lhes era concedido

38

pelas suas posses. Estas pessoas possu��am cavalos, criados e

escravos. E para o conhecimento que se tinha no mundo daquela

��poca, eles detinham o poder.

Atualmente, a tecnologia dotou o homem moderno de um

senso de poder que nunca teve antes. Hoje os homens possuem as

forcas e desempenhos de m��quinas, armas que lhes conferem um

poder incalcul��vel.

Diante desta realidade, levanta-se, ent��o, a seguinte

quest��o: de que modo esse poder acess��vel afeta o comportamento

das pessoas?

A primeira explica����o, a do senso comum, usada para as

pessoas que alcan��am o sucesso ou que chegam ao poder ��: "o

poder sobe �� cabe��a da pessoa, infla-lhe o ego." (Lowen, 1993).

Existe um princ��pio que se refere ao poder e ao narcisismo e que

diz: "O poder tem um fasc��nio aparentemente irresist��vel. Quase todas as pessoas o querem."

Quando se pensa neste princ��pio ou s�� no poder, qual �� a

primeira coisa que se imagina? Na recompensa material que cabe ��

pessoa que o possui. Este racioc��nio foi constru��do a partir de v��rios

exemplos, basta pensarmos onde e como moram os reis, presidentes

ou chefes de grandes empresas: em pal��cios, casas imponentes e

mans��es. Isso demonstra que seu padr��o de vida �� superior ao das

pessoas comuns. Portanto, podemos observar no dia-a-dia que o

poder possibilita muitas prerrogativas materiais as quais constituem

uma importante considera����o no desejo de poder. Mas, segundo

Alexander Lowen, n��o constituem a sua caracter��stica mais b��sica.

Se pensarmos em termos hist��ricos, observaremos que

nem sempre a luta pelo poder se d�� entre os ricos e pobres. Nos

tempos feudais, as guerras e disputas se davam entre reis ricos e

poderosos. Portanto, necessidade material n��o podia ser considerada

o fator predominante que causava as guerras e os conflitos. Na

verdade, estas guerras visavam a aumentar o dom��nio e ampliar o

controle dos reis. Tinham o objetivo b��sico de dilatar o poder que os

reis possu��am. Neste caso, os resultados mais importantes n��o

eram o aumento de posses e riquezas do vencedor, mas a simbologia

de poder ou o meio de obter-se objetos que acrescentariam

diretamente o conforto ou o prazer. Esta simbologia estava

relacionada ao status. Como exemplo, podemos observar a

ostenta����o de j��ias usadas pelas mulheres e homens, nesta mesma

��poca e em outras subseq��entes.

Conclui-se, ent��o, que o poder confere status. Segundo

39

Lowen, o status desempenha um importante papel para regular as

rela����es entre todos os animais que vivem em grupos. Cria-se, atrav��s

do status, um sistema de hierarquia entre membros individuais. E

este sistema determina a preced��ncia nas duas fun����es mais

importantes da vida animal: acesso ao alimento e ao acasalamento.

Trazendo isto para o n��vel humano, seria, por exemplo, dizer

que o rei teria alimento e a mulher mais linda, o que realmente

acontecia no passado.

Portanto, o poder criou o status, e o status associado ao

poder estendeu a imagem de pot��ncia sexual ��s pessoas investidas

de poder.

De acordo com Lowen, o poder, nos homens, equipara-se ��

pot��ncia sexual. E, nas mulheres, os atrativos sexuais se igualam

ao poder.

Partindo desta constata����o, observa-se que o poder �� usado

como ant��doto para sentimentos de inadequa����o e insensibilidade

nos n��veis pessoal e sexual. Portanto, homens e mulheres est��o

sujeitos igualmente a esses sentimentos.

Segundo o autor, o poder, psicologicamente, equipara-se ��

superioridade. J�� no n��vel f��sico, traduz-se por mais energia e

vitalidade.

Como foi visto, a identifica����o simb��lica do poder com a

pot��ncia sexual sublinha a grande sedu����o do poder. E nos possibilita

compreender algumas rea����es relacionadas ao mesmo.

Segundo Lowen, "o poder pode insuflar energia �� imagem, mas nada

faz pelo self e pelos sentimentos." Ele parece conferir ao seu detentor um manto de superioridade, uma qualidade especial e pot��ncia

sexual.

Em geral, quando se pensa em termos de poder, existe

apenas a luta por mais poder. Ningu��m jamais possui o bastante.

Dessa forma �� que o homem percorre um caminho onde deseja Ter

cada vez mais objetos que lhe proporcionem prazer: carros, viagens,

id��ias, pessoas etc. Vem o medo de perder aquilo que possui e ele

se v�� em um c��rculo vicioso competitivo e estressante, gerador de

sofrimento e de doen��a f��sica e mental.

Mas este n��o �� o fim, j�� que resta-lhe o PODER DE SER O

QUE REALMENTE ��.

4 0





PODER S E R


Mas como o homem pode transformar o PODER DE TER

em PODER DE SER?

Tal transforma����o costuma ocorrer quando o indiv��duo

percebe que sua busca aos objetos de prazer ligados �� sua

seguran��a, sexo e prest��gio n��o s��o suficientes, j�� que por mais

bens que possua e aventuras que vivencie, n��o consegue

preencher sua exist��ncia.

Para que possamos melhor compreender este processo,

vamos utilizar o modelo de evolu����o do homem, conhecido como

Sistema dos Chakras.

SISTEMA DOS C H A K R A S

A f��sica mostrou que tudo �� feito de espa��o e energia, e que

a realidade ��ltima �� uma s��.

Assim �� que podemos dizer que todas as gal��xias do

universo s��o sistemas energ��ticos. Os seres humanos, como parte

integrante de um sistema, s��o seres multidimensionais de energia,

cujo corpo f��sico �� apenas um dos componentes de um sistema

din��mico maior. O homem �� um integrante insepar��vel do universo,

embora na sua mente encontra-se esquecido que s��o insepar��veis.

Assim como um feto vive flutuando no ��tero da m��e e sendo

alimentado por ela, n��s poder��amos dizer que o homem vive em um

mar de energias sendo por elas alimentado. E o mecanismo que

controla o fluxo destas energias �� constitu��do principalmente pelo

sistema dos chakras.

O equil��brio e a sa��de global do ser humano dependem de

um funcionamento equilibrado e coordenado, no processo de entrada

e sa��da de energia. Quanto mais desenvolvidos estiverem os canais,

maior ser�� sua intera����o com o universo.

O grau de intera����o entre o ser e o meio reflete sua

complexidade. Esta, por sua vez, oferece-lhe uma riqueza de

possibilidades, onde aspectos at�� ent��o desconhecidos podem ser

produzidos ou renovados.

Os chakras s��o entroncamentos de vias energ��ticas que

fazem parte de um sistema energ��tico sutil ligado ao sistema

41

c��rebro-espinhal. Dos milhares destes entroncamentos destacam-

se sete principais, onde ligado a cada um, temos alguns aprendizados

que se referem �� liga����o com a terra, com a sexualidade, ao controle

do indiv��duo sobre a pr��pria vida, sobre o amor, a express��o criativa,

a vis��o interior e a busca espiritual. Por��m, cada metade de um

chakra cont��m ainda em si a representa����o dos seis outros, havendo

uma intera����o constante entre eles.

Sistema dos chakras

Os chakras podem ser divididos em:

a) inferiores: os tr��s primeiros, localizados abaixo do diafragma;

b) intermedi��rio: o quarto chakra;

c) superiores: os tr��s outros, localizados acima do diafragma.

Essa classifica����o n��o se refere apenas �� localiza����o, mas

tamb��m ao n��vel consciencial, evolutivo. As pessoas que t��m os

chakras inferiores mais ativos t��m sua consci��ncia enfocada na sua

natureza animal e emocional; est��o ligadas ao mundo f��sico, ��s

formas mais densas de energia e aos valores materiais.

O chakra card��aco �� a ponte entre a tr��ade inferior, zona

instintiva, e os n��veis espirituais superiores. Somente atrav��s da

manifesta����o da forma mais elevada de amor, o indiv��duo poder��

reunir as energias inferiores e superiores.

Os tr��s ��ltimos chakras s��o ativados ap��s ter sido atingido

um determinado grau de crescimento espiritual.

4 2

O sistema dos chakras, embora pouco conhecido pela

psicologia ocidental, pode ser interpretado como um sistema

explicativo da evolu����o do homem e dos seus potenciais de

transforma����o de energia, partindo de um plano f��sico de

necessidades materiais e vitais em dire����o a um n��vel de

transcend��ncia.

Dessa forma, temos que cada chakra representa os padr��es

psicol��gicos que envolvem a vida do ser humano. Considerando a

maneira como reagimos ��s experi��ncias desagrad��veis, obstruindo

o sentimento e, conseq��entemente, grande quantidade do fluxo

natural de energia, influ��mos no desenvolvimento dos chakras,

causando a inibi����o da respectiva fun����o psicol��gica anteriormente

equilibrada.

SISTEMA DOS CHAKRAS. A S P E C T O S

PSICOL��GICOS.

Os chakras, al��m de serem metabolizadores de energia,

s��o tamb��m dispositivos que sentem a energia, ou seja, eles nos

auxiliam na percep����o de nosso mundo exterior. Dessa forma, quando

obstru��mos os nossos chakras, atrapalhamos o nosso acesso ��

informa����o.

Eles s��o como redemoinhos de energia que giram no sentido

hor��rio. Quando fazemos nossos chakras flu��rem no sentido oposto,

lan��amos nossa energia para fora, para o mundo, e sentimos o que

�� a energia que lan��amos, e dizemos que �� o mundo.

O que n��s projetamos est�� relacionado com as nossas

cren��as adquiridas no per��odo de desenvolvimento infantil. Sendo

cada chakra relacionado com uma fun����o psicol��gica espec��fica, o

que projetamos atrav��s de cada um deles estar�� dentro da ��rea

geral em que cada qual funciona e ser�� muito pessoal, j�� que a

experi��ncia de vida de cada um �� ��nica. (Brennan, 1983)

Exemplo de atualiza����o do terceiro n��vel energ��tico.

Modelo te��rico do processo evolutivo (do Ego ao Self)*

Acima, vemos representado como se processa a passagem

de um chakra para outro. Esta passagem acontece a partir do

desapego progressivo dos aspectos do ou dos chakras que lhe s��o

4 3

inferiores. A causa do apego �� o prazer, levando a pessoa a ficar

estagnada no respectivo n��vel. Com isso, aumenta a ansiedade, que

ser�� tanto maior quanto seja o apego.

A passagem para o chakra seguinte, verifica-se atrav��s do

desapego e desidentifica����o do objeto de apego e numa concentra����o

do chakra seguinte. A atra����o e prefer��ncia pelo prazer mais

satisfat��rio, ligado ao chakra superior, poder�� provocar novo apego,

se n��o houver conscientiza����o, levando �� nova possibilidade de

estagna����o.

��� Reproduzido do livro "Fronteiras da Evolu����o e da Morte", de Pierre Weil.

No exemplo acima apresentado (atualiza����o do terceiro n��vel

energ��tico), temos:

T E R C E I R O C E N T R O E N E R G �� T I C O - P O D E R

Localiza����o

Situa-se ligeiramente acima do umbigo.

Aspectos fisiol��gicos

a) fornece energia sutil para a maioria dos principais ��rg��os

envolvidos nos processos de digest��o dos alimentos e purifica����o

dos organismos;

b) os ��rg��os de atividade deste chakra s��o o est��mago, p��ncreas,

f��gado, bexiga, v��rtebras lombares e todos os outros que formam

o aparelho digestivo de maneira geral.

c) Est�� associado ��s gl��ndulas supra-renais que regulam a press��o

arterial atrav��s da secre����o de adrenalina.





Patologia


Os desequil��brios desse centro causam ��lceras do duodeno,

g��strica, doen��as hep��ticas, biliares, diabetes, degenera����o das

gl��ndulas supra-renais.

Aspectos psicol��gicos

a) Fun����o Psicol��gica: Poder. O poder pessoal do indiv��duo,

interpretado como sensa����o de controle sobre a pr��pria vida;

b) Comportamentos T��picos: conquistar, competir, dominar-se,

4 4

submeter, caracter��sticas da luta pelo poder. Depois da

preserva����o do indiv��duo e da esp��cie vem a manuten����o e

preserva����o da vida em sociedade. Para isso, �� preciso exercer

certo poder ou se submeter ao poder de outrem mais poderoso

e, de qualquer forma, exercer poder sobre si mesmo (Weill, 1989)

c) Sentimentos e Emo����es: orgulho, ci��me, inveja. Deforma����es

da personalidade que acompanham o poder; orgulho, vaidade

de quem det��m o poder; ci��me e inveja de quem gostaria de

det��-lo nas m��os.





Psicopatologia


O funcionamento saud��vel deste centro energ��tico tem

profunda rela����o com a vida emocional do indiv��duo. Quando em

desequil��brio, o indiv��duo poder�� ter extremos n��o controlados de

emo����es.

Se estiver fechado, isso obstruir�� os sentimentos, podendo

impedir-lhe de sentir muitas coisas. Ele n��o perceber�� o significado

mais profundo das emo����es, que empresta outra dimens��o ��

exist��ncia.

Ele pode funcionar como obst��culo entre o cora����o e a

sexualidade. Se ambos estiverem abertos e o plexo solar obstru��do,

os dois funcionar��o separadamente, ou seja, o sexo n��o estar��

profundamente ligado ao amor e vice-versa. (Brenann, 1993)

Pierre Weil classifica tr��s tipos de ansiedade e de medo

ligados a este n��vel: o medo de n��o conseguir, quando ainda n��o se

det��m o poder e a posse; o medo de perder, quando j�� se conquistou

o poder e se sente a competi����o; e o medo de n��o reaver, quando j��

se perdeu o poder e a posse. (1989)

Como exemplo cl��ssico de uma pessoa que busca o poder

e nele se expressa, temos o Narcisista.

A maior dificuldade do narcisista �� que eles negam a

necessidade de precisar das pessoas, pois eles consideram que

admitir essa necessidade �� enfrentar sua vulnerabilidade. Pedir ajuda

seria abrira ferida narcisista sofrida em crian��a quando, desamparada

e dependente, ela era usada pelos pais que detinham o poder.

Para o narcisista, a experi��ncia da humilha����o est��

subentendida na luta pela aquisi����o do poder. Este indiv��duo, de

acordo com Lowen, acredita que atrav��s do poder �� poss��vel varrer

esse insulto.

O narcisismo �� caracterizado por um c��rculo vicioso, onde

qualquer desafio ao poder ou �� imagem dos narcisistas amea��a

4 5

faz��-los sentirem-se impotentes e gera o medo de serem humilhados.

Humilha����o gera o desamparo e o narcisista o teme

desesperadamente. Para ele, estar em necessidade e desamparo

parece permitir a outra pessoa controlar o seu destino.

A sua sa��da consiste em procurar, atrav��s do poder,

transcender sentimentos de desamparo e depend��ncia. O poder-

pensa o narcisista - permite-lhe ganhar contato humano, sem o

perigo de ser usado. Com ele, a pessoa pode atrair outras.

Como o narcisista encontra-se indefeso e tem necessidades - apesar

de sua nega����o - descobre a solu����o na aquisi����o de poder (dinheiro,

por exemplo) suficiente, a fim de possibilitar-lhe comprar o que

necessita, ou disso dispor, sem correr o risco de rejei����o ou de

sedu����o.

A dualidade neste n��vel energ��tico, que precisa ser

sintetizada e superada para que possa passar ao n��vel seguinte, �� a

alternativa domina����o-submiss��o, que tem sua resolu����o na

coopera����o, amizade, cortesia, afei����o, amor etc.

A medida que o indiv��duo vai passando de um n��vel ao outro,

sua consci��ncia vai ficando cada vez mais ampliada. Com o aumento

do seu n��vel de compreens��o, seus apegos e rejei����es tendem a

diminuir.

A esse respeito Pierre Weil nos fala: "A cada subida, o

campo da consci��ncia se alarga, o ego e o ego-��smo diminuem at��

alcan��ar n��veis inconceb��veis para quem ainda est�� fixado nos

primeiros chakras. No ��ltimo n��vel, que corresponde ao ��ltimo chakra,

j�� n��o mais existe ego, isto ��, j�� n��o existe mais divis��o eu/mundo

exterior: a consci��ncia passa a ser a pr��pria consci��ncia

universal."(1989)

C O N S I D E R A �� �� E S FINAIS

Vimos anteriormente que, ao longo de seu desenvolvimento,

o homem gradualmente desobstrui a maioria dos chakras,

aumentando assim sua capacidade de comunica����o, criatividade,

amor e compreens��o do significado maior da vida.

Por��m, necess��rio se faz que haja uma consci��ncia do seu

papel no Universo, do qual faz parte, a fim de que possa compreender

o seu processo de desenvolvimento.

A simples busca pela posse de objetos e pessoas n��o deu

ao indiv��duo garantia de paz e de felicidade. Algo mais parece

caracterizar o ser humano.

4 6

�� preciso que comecemos por nos observar, a fim de

identificarmos nossos bloqueios adquiridos a partir de

acontecimentos emocionalmente traum��ticos, os quais dificultaram

nosso crescimento em determinada dire����o. Tudo isso fica

estagnado no nosso corpo bioenerg��tico e em ��rea correspondente

do nosso corpo f��sico.

Com a compreens��o desses aspectos do nosso

desenvolvimento, dissolvemos os obst��culos que interferem no fluxo

de entrada e sa��da. Passamos a perceber melhor o significado de

nossas vidas e ainda, que os entraves ao nosso crescimento n��o

est��o no mundo exterior, e sim dentro de n��s.

Ent��o, fica caracterizado dois passos fundamentais na busca

daquilo que realmente somos, que eq��ivale ao nosso real poder: o

do autoconhecimento e o do planejamento de estrat��gias para atingir

nossos objetivos.





BIBLIOGRAFIA


BARBARA, A. B. M��os de luz: um guia para a cura atrav��s do campo de energia humana. S��o Paulo, Pensamento, 1993.

KARAGULLA, S. Os chakras e os Campos de Energia Humanos. S��o

Paulo, Cultrix, 1988.

L E A D B E A T E R , C. W. Os Chakras: os centros magn��ticos vitais do ser humano. S��o Paulo, Pensamento, 1988.

L O W E N , A. Narcisismo: nega����o do verdadeiro self. S��o Paulo, Cultix, 1993.

WEIL, P. As fronteiras da Evolu����o e da Morte: os limites de transforma����o da energia no homem. Petr��polis, Vozes, 1989.

4 7

O PODER DA DIMENS��O ESPIRITUAL

NAS RELA����ES HUMANAS

Agir, evitando reagir; pensar antes de

atuar; reflexionar como passo inicial para

qualquer empreendimento; promovera

paz, ao inv��s de investir na viol��ncia,

constituem os passos decisivos para

um comportamento saud��vel."

Joanna de Angelis





Eliana Maria Vieiralves Linhares


Eut��lia Cristina da Fonseca Oliveira

Maria do Carmo Prud��ncio da Rocha

Maria de F��tima Barreto Lins Barbosa

Nadja Naira Machado de Lyra Ribeiro

Apresenta����o

O presente trabalho, organizado em produ����o conjunta,

por um grupo de alunas na conclus��o do Curso de Din��mica de

Grupo Aplicado ��s Organiza����es, realizado no Libertas Comunidade,

ter�� por objetivo demonstrar o poder da Dimens��o Espiritual nas

Rela����es Humanas.

A proposta aqui lan��ada estudar�� a hip��tese de que pessoas

em equil��brio emocional, conscientes do poder espiritual, que s��o

as qualidades inatas do ser, aprofundadas no corpo desse trabalho,

t��m mais condi����es de lidar com as situa����es de poder que se

apresentarem ao longo de suas rela����es afetivas, familiares,





profissionais e sociais.


Baseado no livro- texto Narcisismo, de Alexander Lowen,

o criador da teoria Bioenerg��tica, as autoras desta produ����o

trar��o a experi��ncia do Self como caminho para a liberta����o do

ego, este respons��vel pelo apego ao poder exterior, causador da

maioria dos conflitos na ��rea dos Relacionamentos Humanos.

Como respaldo te��rico para a abordagem do valor da

Dimens��o Espiritual, o grupo buscou a teoria da ENDOQUALITY (a

dimens��o espiritual do ser; a qualidade interior nas pessoas),

4 8

defendida por alguns pesquisadores das Rela����es Humanas dentro

das Organiza����es , no caso, foi destacado o australiano Ken

O'Donnell, escritor, compositor, professor e estudioso no campo do

Desenvolvimento Humano desde mil novecentos e setenta e cinco.

O PODER DA DIMENS��O ESPIRITUAL NAS

R E L A �� �� E S HUMANAS

Fundamenta����o Te��rica

Em um dado momento da hist��ria da humanidade, o homem

percebeu que poderia ser mais poderoso que outras esp��cies de

animais, e que por isso, necessariamente, n��o precisaria ser mais

forte fisicamente; bastaria ser esperto.

Percebeu que poderia mesmo sem entender, produzir alguns

fen��menos da natureza como o fogo e at�� ter um certo controle

sobre eles...

Constatou ser poss��vel ter o poder sobre outros homens

mais fracos ou menos preparados, atrav��s de guerras e combates;

que poderia escraviz��-los e at�� mat��-los. E tudo isso passou a ser

muito natural.

Ao perceber todo esse potencial, um fen��meno interessante

poder�� ter acontecido, como expressa t��o bem a Lenda Grega; o

homem se apaixona por si mesmo e d�� origem a uma cultura que ao

longo do tempo vem refor��ando, de diversas maneiras, e cada vez

mais, uma postura do homem frente ao mundo e a tudo o que o

cerca.

V��o surgindo formas de se relacionar equivocadas, chegando

em certos casos a se tornarem doentias.

Em seu livro Narcisismo, Alexander Lowen descreve esse

fen��meno de uma forma simples e did��tica, dando �� nossa civiliza����o

uma contribui����o sem tamanho, para que compreendendo-a ,

possamos dar um outro rumo ao caminho que a humanidade tem

trilhado.

Nessa caminhada "vencer" passa a ser a meta maior, e o

poder que se traduzia inicialmente pela for��a f��sica, passa a ser

representado por tudo aquilo que se consegue, concretamente,

refor��ando o fato de que aquele que det��m a maior quantidade de

bens �� vencedor e poderoso; e para alimentar essa imagem o "Ter"

passa a ser mais importante que o "Ser".

4 9

A partir da�� se observa um distanciamento da ess��ncia do

que realmente �� importante em cada coisa e em cada ser humano;

um afastamento do Self.

Por entender que atrav��s de um maior contato com esse

Self, o homem, em suas Rela����es Humanas intra e interpessoais,

pode ser dotado de maior equil��brio e sa��de integral, �� que o grupo

optou por esse tema.

Segundo Ken O'Donnell o descompasso causado pela

cultura do imediatismo , em substitui����o aos valores leg��timos da

vida, tem subestimado as qualidades ��ticas e morais, as conquistas

intelectuais e as virtudes.

E �� justamente atrav��s do desenvolvimento das virtudes na

vida pr��tica, que o homem pode encontrar uma melhoria na sua

condi����o de vida em comum, tornando-a mais simples e minimizando

os seus obst��culos.

A partir deste aspecto, torna-se importante registrar alguns

valores humanos, tratados aqui como basilares e propulsores da

harmonia nas Rela����es Interpessoais.





Amor Espiritual


O amor �� a qualidade primordial em qualquer relacionamento;

mas atrav��s do amor espiritual, o respeito ao outro surge

naturalmente. Ele �� a aus��ncia do ego��smo e do apego. �� o amor

sem exig��ncia de qualquer condi����o. �� a experi��ncia de amar pelo

fato de conhecer a dimens��o Divina inerente ao Ser Humano.

Relacionamentos dotados de amor espiritual s��o aut��nticos.

Comunica����o

Muitos dos problemas que surgem na ��rea dos

relacionamentos, t��m sua causa exatamente na forma ou aus��ncia

da comunica����o. A exist��ncia de uma comunica����o clara, objetiva

e sincera por si s��, definiria a efic��cia nas Rela����es Interpessoais.

Trata-se aqui especialmente da comunica����o n��o verbal.

H�� a linguagem do corpo, dos olhos e das fei����es. H�� a vibra����o

criada pela inten����o por tr��s das palavras.

Al��m do falar, as virtudes apresentam-se tamb��m atrav��s da escuta,

onde se evidencia o respeito, a sinceridade, a gentileza etc.

A comunica����o �� o espelho do grau de virtudes que as

pessoas t��m dentro de si.

50





Coragem


A verdadeira for��a do Ser se manifesta na capacidade de

enfrentar situa����es dif��ceis e sair vitorioso.

A coragem depende fundamentalmente de poder manter a

meta da vida espiritual bem �� frente do ego. �� necess��rio, nos

relacionamentos, ousar, ir mais al��m; com sabedoria.





Desapego


Segundo Ken 0'Donnell �� uma qualidade completamente

essencial para se manter no estado de paz.

Atrav��s do desapego, as pessoas criam condi����es de amar

sem o sentimento de posse, que �� respons��vel pelo adoecer de

grande parte das Rela����es.





Dignidade


�� ter auto- respeito. �� ser dotado de atitude altru��sta diante

da vida. �� acima de tudo, ser ��ntegro consigo e com o grupo ao qual

pertence.

A dignidade orienta o Ser quanto �� sua assertividade diante

da vida, extraindo o que �� bom de si e do pr��ximo.





Entusiasmo


Significa "estar imbu��do com o poder de Deus".

Pessoas entusiasmadas s��o pessoas esperan��osas da vida,

que t��m ��nimo de continuar sempre; apesar dos obst��culos.

Nos grupos, s��o pessoas que com seus toques de

convic����o, est��o sempre impulsionando, energizando, criando um

ambiente alegre, confiante e cooperativo.





Humildade


Pessoas dotadas dessa virtude s��o capazes de moldar-se

em qualquer situa����o, n��o pelo fato de serem submissas; mas pela

seguran��a de suas aquisi����es espirituais. Na humildade n��o h��

preocupa����o com grandeza ou obst��culo do outro.

51

Na rela����o onde existe humildade, �� permitido a exist��ncia

dos outros, na plenitude das virtudes ou dos defeitos; sem ci��mes

ou qualquer tipo de julgamento.

Introspec����o

�� o in��cio de tudo. Significa voltar-se para dentro. �� o

exerc��cio da verticaliza����o. �� o olhar para dentro de si. �� a

oportunidade de desenvolver o que �� bom em si, podendo discernir

os momentos de ousar e os per��odos de recolhimento, que se

manifestam atrav��s da coragem e/ou da paci��ncia, para encontrar

for��a e sabedoria suficientes para agir corretamente. Nos grupos,

pessoas introspectivas s��o ponderadas, s��o pontos de equil��brio.





Respeito


O respeitar-se propicia naturalmente o respeito pelo outro.

Grupos onde existe o respeito s��o grupos amig��veis, afetivos e

bastante resistentes, j�� que existe uma consci��ncia geral da ess��ncia

de cada um.

Toler��ncia

A despeito do que muitos pensam, a toler��ncia n��o tem

limites e n��o �� quantific��vel porque �� uma qualidade. N��o muda

com o tempo e n��o se esgota jamais. Pessoas tolerantes formam

grupos onde nasce um clima de grande respeito e harmonia.

Foram abordadas dez virtudes consideradas b��sicas para o

equil��brio do grupo; embora n��o sendo vistas na vida pr��tica com

interesse, questionando-se grupos de pessoas, conclui-se que

ningu��m trocaria paci��ncia por impaci��ncia, toler��ncia por intoler��ncia

, nem humildade por arrog��ncia; j�� que todos querem melhorar sua

condi����o de vida. Fica ent��o a reflex��o: ser�� que os freq��entes

conflitos presentes nos grupos, evidenciados principalmente em suas

fases de controle, onde se maneja sobremaneira com as quest��es

do poder, n��o estariam menos sujeitos a disc��rdias, se fosse posto

em pr��tica, entre seus componentes, o exerc��cio das virtudes?...

Concluindo o trabalho, merece destaque, uma tem��tica vista

ainda por Ken 0'Donnell, estudioso da Endoquality, sobre os quatro

verbos da vida: TER, FAZER, ESTAR e SER.

5 2

O Ter, caracterizado pelas posses, posi����es e

relacionamentos.estes, que n��o poucas vezes s��o negociados como

qualquer outra aquisi����o.

O Fazer, representado pelas atividades, fam��lia, trabalho,

estudo etc.

O Estar, pelos pap��is, h��bitos, cren��as e id��ias.

O Ser, pelos valores intr��nsecos, o estado desperto de

consci��ncia.

A Sabedoria reside exatamente no tr��nsito harmonioso e

saud��vel entre estes verbos, que s��o modos de viver, para administrar

melhora vida.

�� importante lembrar que pessoas s��o sempre mais

importantes do que coisas (Ser x Ter); assim como a����es e pap��is

s��o sempre menos do que a pr��pria pessoa (Fazer x Estar x Ser).

Em resumo o Homem �� um Ser Humano privilegiado, pelo

acesso ao poder e ��s virtudes inatas, que podem, perfeitamente,

ajud��-lo a Estar, Fazer e Ter o que exatamente quer - �� apenas uma

quest��o de gerenciamento de emo����es.

O Ser no mundo significa a miss��o objeto da exist��ncia. O

Estar no mundo representa os pap��is que se apresentam diante da

vida. O Fazer �� a����o, �� movimento; e o Ter s��o os resultados das

aquisi����es. Estas quatro dimens��es s��o vitais no exerc��cio do viver

o cotidiano, com intelig��ncia e sabedoria.

Faz-se aqui uma pergunta: E o Poder da Espiritualidade?

Dos valores humanos? Como resposta se poderia dizer: - reside

exatamente na administra����o equilibrada dos espa��os vitais,

oferecendo ao homem uma vida mais plena, saud��vel e produtiva;

conseq��entemente, o surgimento de grupos mais sin��rgicos, afetivos

e resistentes ��s adversidades.

Em outras palavras, o Poder da Espiritualidade nas

Rela����es Humanas reside no aprendizado sobre o equil��brio

necess��rio entre o que se �� internamente e o que se faz na vida

pr��tica. E... enquanto o aprendizado n��o se completa, as li����es v��o

se repetindo todos os dias, e em todos os "Encontros" e

"Desencontros" que a vida oferece a cada Ser, e em todos os grupos.

Finalmente fica registrado, para mais uma reflex��o, um

pensamento do psic��logo Rollo May, em seu not��vel livro Minha

Busca da Beleza:

"A nova Humanidade ser�� Universal, e ter�� a atitude do artista;

isto ��, reconhecer�� que o imenso valor e beleza do Ser Humano

5 3

reside precisamente no fato de pertencer ele aos dois reinos: da

Natureza e do Esp��rito".

O PODER DA DIMENS��O ESPIRITUAL NAS

R E L A �� �� E S HUMANAS

Conclus��o

O trabalho teve como proposta mostrar, embora de maneira

bem abrangente, o Poder real e essencial que se estabelece nos

grupos, a partir da consci��ncia de que, enquanto Ser pleno dotado

de capacidade de autoger��ncia, o homem pode transitar em seus

relacionamentos, utilizando os seus valores inatos, oportunizando

verdadeiras transforma����es de percep����o equivocada de pessoas e

grupos, a partir do exerc��cio de experienciar as virtudes, que se bem

trabalhadas, funcionam como "amortecedores da vida" segundo

Ken 0'Donnell.

Foi abordado tamb��m a import��ncia de se harmonizar as

quatro dimens��es b��sicas do homem: o Ter; o Estar; o Fazer e o

Ser, numa demonstra����o de que o verdadeiro Self vem �� tona quando

se alcan��a uma perfeita orquestra����o entre o que se ��, atrav��s da miss��o a ser desempenhada na vida; o que se faz, atrav��s das a����es a serem executadas; o como se est�� na vida atrav��s dos pap��is atribu��dos a cada um; e o que se tem, atrav��s dos resultados obtidos na caminhada da vida.

O Poder foi tratado no presente trabalho como a for��a para;

a faculdade de; o estar exposto a; o ter acesso a; o dispor de for��a

e autoridade para; o ter influ��ncia e capacidade.

Num sentido bem amplo, �� ter a possibilidade de gerenciar

emo����es, conhecendo-se, e tendo a oportunidade de responder a

questionamentos tais como: Quem sou eu ? O que estou fazendo

aqui? Como tenho me relacionado com os grupos aos quais

perten��o? Etc.

Resgatando a inesquec��vel Madre Tereza de Calcut��, quando

certa vez disse que ningu��m tem o direito de se afastar do outro

sem deixar algo de bom, o grupo espera ter contribu��do de alguma

maneira, e assertivamente, com a proposta da vener��vel Irm��: "que tenha deixado algo de bom".

Finalmente a equipe registra a concord��ncia com as palavras

de um Mestre S��bio, quando l�� na Palestina, h�� dois mil anos,

54

dissera que seria necess��rio ser como uma crian��a para

alcan��ar o Reino dos C��us, para ser feliz, para ser saud��vel, para viver tudo o que a vida oferece.





BIBLIOGRAFIA


1. Lowen, Alexander - Narcisismo, Cultrix Editora, S��o Paulo, 1983.

2. 0'Donnell, Ken - Endoquality - As Dimens��es Emocionais e

Espirituais do Ser Humano nas Organiza����es, Casa da Qualidade,

Salvador/BA, 1997.

3. O.Donnell, Ken - A Paz Come��a com Voc�� , Editora Gente, S��o Paulo, 1994.

4. Goleman, Daniel - Emo����es que Curam, Rocco Editora, Rio de

Janeiro , 1999.

5. May, Rollo - Minha Busca da Beleza, Vozes Editora, Petr��polis, Rio de Janeiro, 1992.

6. Angelis, Joanna - Amor, Imbat��vel Amor, Livraria Esp��rita Alvorada Editora, Salvador/BA ,1998.

5 5

O PODER NAS ORGANIZA����ES

Flaudemir Garcia





Geraldo Diniz Farias


M��nica Rodrigues Leal





Reginete Cavalcanti Pereira


Wilmar Roberto Gai��o

O P O D E R

Sinto muito, mas n��o pretendo ser um imperador. N��o ��

esse o meu of��cio. N��o pretendo governar ou conquistar quem quer

que seja.

Gostaria de ajudar- se poss��vel - judas, o gentio... negros...

brancos.

Todos n��s desejamos ajudar uns aos outros. Os seres

humanos s��o assim. Desejamos viver para a felicidade do pr��ximo -

n��o para o seu infort��nio. Por que havemos de odiar e desprezar uns

aos outros?

Neste mundo h�� espa��o para todos. A terra, que �� boa e

rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza,

por��m nos extraviamos. A cobi��a envenenou a alma dos homens...

levantou no mundo as muralhas do ��dio... e tem-nos feito marchara

passo de ganso para a mis��ria e os mortic��nios. Criamos a ��poca

da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A

m��quina, que produz abund��ncia, tem-nos deixado em pen��ria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos c��ticos; nossa intelig��ncia,

empedernidos e cru��is. Pensamos em demasia e sentimos bem

pouco. Mais do que de intelig��ncia, precisamos de afei����o e do��ura.

Sem essas virtudes, a vida ser�� de viol��ncia e tudo ser�� perdido.

A avia����o e o r��dio aproximaram-nos muito mais. A pr��pria

natureza dessas coisas �� um apelo eloq��ente �� bondade do homem...

um apelo �� fraternidade universal... �� uni��o de todos n��s. Neste

mesmo instante a minha voz chega a milh��es de pessoas pelo mundo

afora... milh��es de desesperados, homens, mulheres, criancinhas...

v��timas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera

inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "N��o desespereis!"

A desgra��a que tem ca��do sobre n��s n��o �� mais do que o

produto da cobi��a.

56

Em agonia... da amargura de homens que temem o avan��o

do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecer��o, os

ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram h�� de retomar

ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca

perecer��.

Soldados! N��o vos entregueis a esses brutais... que vos

desprezam...que arregimentam as vossas vidas... que ditam os

vossos atos, as vossas id��ias e os vossos sentimentos! Que vos

fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma

alimenta����o regrada, que vos tratam como um gado humano e que

vos utilizam como carne para canh��o! N��o sois m��quina! Homens ��

que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! N��o

odieis! S�� odeiam os que n��o se fazem amar... os que n��o se fazem

amar e os inumanos!

Soldados! N��o batalheis pela escravid��o! Lutai peia liberdade!

No d��cimo s��timo cap��tulo de S��o Lucas �� escrito que o Reino de

Deus est�� dentro do homem - n��o de um s�� homem ou um grupo de

homens, mas dos homens todos! Est�� em v��s! V��s, o povo, tendes

o poder de criar m��quinas. O poder de criar felicidade! V��s, o povo,

tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faz��-la uma

aventura maravilhosa. Portanto, em nome da democracia usemos

desse poder, unamo-nos todos n��s. Lutemos por um mundo novo...

um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que d��

futuro �� mocidade e seguran��a �� velhice.

�� pela promessa de tais coisas que desalmados t��m subido

ao poder. Mas, s�� mistificam! N��o cumprem o que prometem. Jamais

o cumprir��o!

Os ditadores liberam-se por��m escravizam o povo. Lutemos

agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim

a gan��ncia, ao ��dio e �� prepot��ncia. Lutemos por um mundo de

raz��o, um mundo em que a ci��ncia e o progresso conduzam �� ventura

de todos n��s. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, est��s me ouvindo? Onde te encontres, levanta os

olhos! V��s, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam!

Estamos saindo das trevas para a luz! Vamos entrando num mundo

novo - um mundo melhor, em que os homens estar��o acima da

cobi��a, do ��dio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do

homem ganhou asa e afinal come��a a voar. Voa para o arco-��ris,

para a luz da esperan��a. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

"O ��LTIMO DISCURSO"





Charles Chaplin


5 7




I N T R O D U �� �� O

Na hist��ria da humanidade, evidenciou-se os grupos de seres

vivos de todas as esp��cies em fun����o dos motivos viver e sobreviver.

Essa necessidade inerente a todos seres vivos, de estarem

agrupados, imposta pela natureza, nos conduz a meditar sobre as

organiza����es a partir da institui����o familiar que convive com

personalidades diferentes, que tem a sua hierarquia, idade, pap��is e

atribui����es similares ��s organiza����es para que trabalhamos.

Entendemos que uma sociedade sadia depende diretamente

da sa��de f��sica e mental dos seus componentes e, muito mais

profundamente, da capacidade de entendimento e compreens��o do

outro com quem interagimos, dentro da vis��o hol��stica de

complemento indispens��vel na constru����o do social.

Nesse enfoque, no desenvolvimento do trabalho, tentaremos

subsidiar os leitores com um elenco de informa����es que conduzem

�� utiliza����o do poder de forma construtiva do ponto de vista individual e coletiva.

"Aspectos do Narcisismo na Vis��o de Freud"

O termo Narcisismo foi inicialmente usado por Paul Hacke

em 1899 visando descrever um estado de auto-erotismo no qual a

pessoa toma o pr��prio corpo como objeto. Freud a princ��pio -1910

em seu texto, "uma lembran��a da inf��ncia de Leonardo da VincTafirma que o essencial no relacionamento narc��sico �� a compreens��o de

que "o objeto de amor narc��sico nada mais �� que um espelho, onde

se reflete a imagem daquele que n��o �� capaz de amar sen��o a si

mesmo ou ao outro enquanto duplo de si mesmo".

Em 1911 Freud descreveu o Narcisismo como uma fase

intermedi��ria entre o auto-erotismo e o amor objetai na qual o sujeito

toma o pr��prio corpo como objeto de amor. Nesse enfoque o autor j��

identifica o Narcisismo como uma etapa normal do desenvolvimento.

Avan��ando nos seus estudos, em 1914, Freud coloca o Narcisismo

dentro de uma linha psicanal��tica sob dois enfoques: o prim��rio e o

secund��rio. Posicionando o Narcisismo prim��rio como etapa normal

do desenvolvimento na qual todo investimento da libido est�� voltado

para o sujeito, n��o existindo catexias objetais, portanto

representa����es mentais do objeto. O narcisismo secund��rio

corresponde �� retirada da libido dos objetos e o investimento dessa

libido no ego.

61

Abordando o Narcisismo na vis��o de Lowen

Alexander Lowen, atrav��s da orienta����o do mestre Reich,

faz uma abordagem ao Narcisismo buscando a rela����o simb��lica

entre o ps��quico e o corporal.

Define portanto o Narcisismo como a nega����o do verdadeiro

self considerando que os narcisistas est��o preocupados com o

modo como se apresentam.

Na sua ��tica os indiv��duos que t��m personalidade narc��sica

t��m como caracter��stica o tra��o sedutor e se utilizam de

comportamento estrat��gico e ardiloso na busca do poder e seu

respectivo controle.

Do ponto de vista cultural o narc��sico carece de valores

humanos tipificados como aus��ncia de interesse pelo meio ambiente,

pela sa��de e pela qualidade de vida...

Na vis��o de Lowen, o narcisismo por negar o pr��prio

sentimento o conduz a n��o percep����o do sentimento do outro,

acreditando, como seguidor de Reich, que as perturba����es de

personalidade somatizadas, oriundas dessa fase, que provocam

rigidez muscular e repress��o dos sentimentos, s��o recuperadas

atrav��s do trabalho corporal e pela indispens��vel compreens��o do

indiv��duo.

O P O D E R NAS O R G A N I Z A �� �� E S

Poder �� a capacidade de uma pessoa ou de uma

determinada organiza����o de gerar influ��ncia, fazendo com que uma

segunda pessoa ou organiza����o assuma o comportamento da

primeira. E tamb��m, �� a capacidade de gerar consentimento, de

irradiar posi����es que sejam aceitas por um grupo de pessoas.

O poder �� inerente a todos os sistemas sociais e a todas as rela����es

humanas. N��o �� uma coisa, mas um aspecto de toda e qualquer

rela����o entre pessoas.

O sistema de poder inclui todo mundo; ningu��m est�� livre

dele.

O sistema de poderem qualquer sociedade est�� subdividido

em sistemas de poder cada vez menores, encaixados uns aos outros.

A intera����o liga esses subsistemas uns com os outros e aos

sistemas maiores dos quais fazem parte.

6 2

Os indiv��duos est��o inseridos em muitos subsistemas de -

poderes diferentes, embora relacionados entre si.

As rela����es entre classes, ra��as, sexos, profiss��es, na����es

e outros grupos sociais s��o alteradas de forma incessante por

mudan��as na popula����o, na ecologia, na tecnologia, na cultura e

em outros fatores. Essas mudan��as levam ao conflito e se traduzem

em redistribui����o de recursos de poder.

O conflito �� uma inevit��vel realidade social.

As flutua����es causadas por deslocamentos simult��neos de

poder em diferentes subsistemas, podem convergir para produzir

deslocamentos radicais do poder no n��vel do sistema maior, do qual

eles fazem parte.

O conflito intraps��quico em um indiv��duo pode esfacelar toda

uma fam��lia.

Conflitos de poder entre departamentos podem esfacelar uma

empresa.

Luta de poder entre regi��es podem esfacelar uma na����o.

�� imposs��vel estarem todos os sistemas e subsistemas sociais em

perfeito equil��brio, e o poder ser partilhado igualmente entre todos os grupos.

Poder�� ser necess��ria uma a����o radical para derrubar um

regime opressivo, por��m um certo grau de desigualdade �� fun����o da

pr��pria mudan��a.

Igualdade perfeita implica aus��ncia de mudan��a, e n��o s�� ��

indesej��vel como imposs��vel.

Em um mundo do qual milh��es de pessoas passam fome,

a id��ia de deter a mudan��a �� n��o s�� f��til, mas imoral. A exist��ncia

de um certo grau de desigualdade n��o �� inerentemente imoral; o

que �� imoral �� um sistema que congele a m�� distribui����o dos

recursos que d��o poder. �� duplamente imoral quando essa m��

distribui����o �� baseada em ra��a, sexo e outros tra��os inatos.

O conhecimento �� ainda mais mal distribu��do do que a

riqueza. Da�� ser mais importante uma redistribui����o do conhecimento

do que uma redistribui����o dos outros principais recursos de poder.

O excesso de concentra����o dos recursos de poder ��

perigoso. Ex: Stalim, Hitler. E a concentra����o insuficiente de recursos de poder �� igualmente perigosa. Ex: A aus��ncia de um governo forte

no L��bano transformou aquela na����o num sin��nimo de viol��ncia

an��rquica.

6 3





P O D E R


PODER - �� A ENERGIA ORGANIZADORA DOS SISTEMAS

Fontes do poder - For��a, Dinheiro, Conhecimento





EXCESSO DE PODER


- Centraliza;

- Fragmenta;

- Fragiliza;

- Gera depend��ncia;

- N��o envolvimento

- N��o compromisso

- N��o responsabilidade;

- Baixa produtividade

A U S �� N C I A DE PODER - Gera um Sistema An��rquico,

Improdutivo





PODER NEGATIVO


- Contra a Empresa


- Obst��culo

- Boicote

- Empecilho

PODER INSTITU��DO - Legitimado pelos liderados





DESCENTRALIZANDO O PODER


- Gest��o Participativa;

- Interesse pela Pessoa;

- Rela����o de confian��a;

- Delega����o de Poder;

- Decis��o compartilhada;

- Comunica����o flu��da;

- Autonomia;

- Orgulho pelo grupo de trabalho;

Gera compromisso;

- Envolvimento;

- Responsabilidade;

- Compet��ncia;

- Efic��cia... Qualidade... Produtividade

64

D E S C E N T R A L I Z A N D O E HUMANIZANDO O P O D E R

As organiza����es, quer sejam governamentais, industriais,

educacionais ou m��dicas, t��m sido tradicionalmente administradas

atrav��s de uma distribui����o hier��rquica de poder. Nas posi����es mais

elevadas encontramos uma ��nica pessoa, como nas empresas ou

na Igreja Cat��lica. Embora, de in��meras maneiras, o fluxo de poder

venha dos que s��o governados para os que est��o no topo, a

organiza����o �� geralmente vivenciada como um processo de controle

que flui de cima para baixo. Isto pode ocorrer por meio de ordens e

regulamentos, ou de recompensas concedidas seletivamente, tais

como promo����es e aumentos de sal��rio.

Recentemente, muitas das maiores empresas norte-

americanas t��m modificado este r��gido controle hier��rquico. Elas

t��m tentado descentralizara autoridade, responsabilidade e iniciativa

por toda a organiza����o, especialmente nos n��veis gerenciais. Em

outros pa��ses, especialmente na Su��cia, a experi��ncia foi levada

mais adiante, buscando incluir o n��vel oper��rio. Em todos esses

esfor��os, as pessoas detentoras de controle tentaram aumentar a

livre comunica����o em todas as dire����es: de baixo para cima, dos

altos postos de administra����o para baixo; horizontalmente, de

departamento para departamento, e de especialistas para

especialistas.

Efeitos construtivos foram observados em certas ind��strias.

Muito do que acontece tem dependido da autenticidade do desejo

da alta dire����o de criar oportunidades para que os indiv��duos que

trabalham na organiza����o maximizem seu desenvolvimento pessoal.

Entretanto tais tend��ncias construtivas s��o freq��entemente

neutralizadas ou contrariadas por dois elementos. Uni �� o fato de

que, quase sem exce����o, a ger��ncia det��m o direito de admitir ou

demitir; o outro �� o fato do aumento dos lucros, mais do que o

crescimento das pessoas, ser considerado como objetivo principal.

Carl Roger teve a oportunidade de apresentar aos dirigentes de

grandes empresas, a possibilidade de utilizarem, em administra����o,

uma abordagem centrada na pessoa. Foram distribu��das ao grupo

algumas anota����es antes do in��cio da reuni��o a fim de provocar uma

discuss��o:

6 5

DOIS E X T R E M O S

Influ��ncia e Impacto:

Dar autonomia a pessoas e grupos;

Liberar o pessoal para fazer suas coisas;

Expressar id��ias e sentimentos pr��prios como aspecto dos

dados do grupo;

Facilitar a aprendizagem;

Estimulara independ��ncia em pensamento e a����o;

Aceitar as cria����es inovadoras;

Delegar dando plena responsabilidade;

Oferecer feedback e receb��-lo;

Encorajar e confiar na auto-avalia����o;

Encontrar recompensas no desenvolvimento e realiza����o

dos outros.

PODER E CONTROLE;

Tomar decis��es;

Dar ordens;

Dirigir o comportamento dos subordinados;

Conservar as pr��prias id��ias e sentimentos no bolso;

Exercer autoridade sobre as pessoas e a organiza����o;

Dominar quando necess��rio;

Ensinar, instruir e aconselhar;

Avaliar os outros;

Dar recompensas;

Ser recompensado pelas pr��prias realiza����es.





ENFOQUE FINAL


�� poss��vel uma organiza����o centrada na pessoa, na qual

as bases do poder e controle s��o sentidas por cada indiv��duo, como

se estivesse dentro dele pr��prio. Est�� comprovado que, em tal

organiza����o, os indiv��duos trabalham juntos, de modo respons��vel,

para estabelecer objetivos para determinar as orienta����es a seguir,

para tratar de detalhes administrativos, para utilizar diferentes

modalidades organizacionais e para lidar com as crises que

inevitavelmente ocorrem. O grupo est�� mais capacitado para tomar

66

decis��es s��bias do que uma ��nica pessoa, pois ele apela para as

potencialidades de lideran��a de todos.

Os problemas de uma organiza����o centrada na pessoa s��o

t��o complexos e dif��ceis quanto os de uma organiza����o hier��rquica.

Entretanto, eles s��o bem diferentes quanto ao tipo, e, para serem

resolvidos, sup��em muito mais crescimento pessoal. Uma

organiza����o centrada na pessoa nunca parece ser particularmente

eficiente. Os procedimentos de rotina s��o freq��entemente

interrompidos por raz��es humanas. A organiza����o nunca parece

boa para quem est�� de fora porque n��o se pode facilmente reconhecer

quem est�� no comando. Sua efici��ncia �� humana, sua lideran��a ��

multifacetada, e um de seus mais importantes produtos �� o

desenvolvimento das pessoas em dire����o a sua capacidade total.

A pol��tica de uma organiza����o centrada na pessoa ��

diametralmente oposta �� organiza����o tradicional. Baseia-se em

valores diferentes, trabalha com princ��pios diferentes, chega a

efici��ncia atrav��s de opera����es diferentes. Uma organiza����o centrada

na pessoa n��o �� uma modifica����o da organiza����o tradicional. �� um

organismo coletivo totalmente diferente das organiza����es atuais. ��

uma evolu����o na realiza����o dos prop��sitos humanos.





BIBLIOGRAFIA


1 - Cavalcanti, Ra��ssa - O mito de Narciso -Editora Cultrix

2 - Lowen, Alexander - O Narcisismo - Editora Cultrix

3 - Rogers, Carl - Psicologia e pedagogia sobre o poder pessoal

Editora Martins Fontes

4 - Torquato, Gaud��ncio - Cultura - Poder - Comunica����o e Imagem

Editora Livraria Pioneira





67


O PODER DA M��SICA

A m��sica �� uma forma direta de comunica����o:

ela fala de cora����o para cora����o.

Ao mesmo tempo, por��m, sua linguagem

pode alcan��ar a dimens��o mais profunda,

sublime, abrangente e essencial

daquilo que �� superior,

tangenciando a natureza ilimitada

da universalidade c��smica.

Clizenit Pinheiro Assis de Lima

Lusia Rangel Brand��o

Maria de Lourdes Queiroz de Andrade

Maria Z��lia de Lima

O nosso tema trata da m��sica como poder de transforma����o,

como for��a atuante sobre todos que a ouvem. Estudos nos provam

que a m��sica acelera ou retarda as batidas do cora����o, relaxa ou

irrita os nervos, influi na press��o sangu��nea, na digest��o e no ritmo

da respira����o, al��m de influir no car��ter do indiv��duo. Hoje pouco se

reflete sobre a fun����o da m��sica dentro da sociedade, tendo-a em

conta de um aspecto n��o essencial, e at�� perif��rico da vida humana.

Por��m, os povos antigos (China, ��ndia, Gr��cia) afirmavam

ser a m��sica uma for��a tang��vel que pode ser aplicada com o fim de

criara mudan��a, para melhorou para pior, no car��ter do indiv��duo; e,

o que era mais importante, na sociedade como um todo. Acreditavam

que a m��sica pode afetar o homem e a civiliza����o, convencidos que

estavam de que o indiv��duo �� capaz de interiorizar a m��sica, influindo, por assim dizer, no ritmo dos pensamentos do homem, na melodia

de suas emo����es e na harmonia de sua sa��de corporal e estilo de

movimento. Arist��teles escreveu que:

...emo����es de toda esp��cie s��o produzidas pela melodia e pelo

ritmo; atrav��s da m��sica, por conseguinte, o homem se acostuma

a experimentar emo����es certas; tem a m��sica, portanto, o poder

de formar o car��ter, e os v��rios tipos de m��sica, baseados nos

v��rios modos, distinguem-se pelos seus efeitos sobre o car��ter -

um, por exemplo, operando na dire����o da melancolia, outro na

da efemina����o; um incentivando a ren��ncia, outro o dom��nio de

si, um terceiro o entusiasmo, e assim por diante.

6 8

Conf��cio supunha haver na m��sica uma significa����o oculta

que fazia dela uma das coisas mais importantes da vida, que possu��-

a tremenda energia em potencial para o bem ou para o mal. Segundo

ele: "Se algu��m desejar saber se um reino �� bem ou mal governado,

se a sua moral �� boa ou m��, examine a qualidade de sua m��sica,

que lhe fornecer�� a resposta."

Acreditavam os fil��sofos chineses que o objetivo da m��sica

nunca deveria ser o mero entretenimento, que a toda m��sica caberia

transmitir verdades eternas e influir no car��ter do homem visando a

torn��-lo melhor. Os chineses estavam certos de que toda m��sica

vulgar e sensual exercia uma influ��ncia imoral sobre o ouvinte. Eles

n��o esqueciam a origem una de todos os tons c��smicos e todos os

sons da terra - a vibra����o c��smica fundamental era um conceito

central da filosofia chinesa. Foi essa vibra����o una, que emanando

de Deus, veio a ser os dois - Yang e Ying - sobre os quais se baseou

toda a cria����o. E uma vez que todo e qualquer som deriva dessa

vibra����o, os pr��prios sons da m��sica, independente de sua

combina����o com outros tons, neste ou naquele padr��o mel��dico,

eram muito reverenciados pelos s��bios m��sicos.

O conceito de que a m��sica influi no car��ter foi a grande

for��a inspiradora das vidas criativas dos grandes compositores

cl��ssicos e rom��nticos. Motivados por um sincero desejo de servir e

espiritualizar a humanidade, viam a pr��pria m��sica como um dos

meios mais poderosos de influir na consci��ncia e na dire����o da ra��a

humana. As guerras e os pol��ticos v��o e vem, mas a m��sica subsiste

indefinidamente, e nunca deixa de interessar a mente e o cora����o

de quantos a ouvem.

COMO NA M��SICA, ASSIM NA VIDA �� um axioma antigo

segundo o qual se afei��oam e se moldam a consci��ncia e toda a

civiliza����o, de acordo com o estilo ou estilos existentes de m��sica.

Seria realmente exato dizer que a m��sica tende a moldar-nos os

pensamentos e os padr��es de comportamento, de conformidade

com seus pr��prios padr��es ��ntimos de ritmo, melodia, moral e estado

d'alma?

De pronto, a nossa mente volta-se para exemplos

espec��ficos: os estilos de m��sica que conhecemos, e a sociedade

ou a subcultura que se encontra em tomo deles. Que dizer da m��sica

de hoje? Da sociedade de hoje?

Quase todas as formas de m��sica do s��culo XX s��o

totalmente destitu��das de genu��no valor espiritual regenerativo. O

s��culo presente abandonou e perdeu quase de todo a cren��a na

6 9

m��sica como for��a capaz de mudar o indiv��duo e a sociedade.

Antigamente, a dire����o emocional da m��sica subia

verticalmente para o alto. O efetivo prop��sito da m��sica fora, de

ordin��rio, dirigir os sentimentos para Deus ou para regi��es de elevada

e altru��stica contempla����o. A m��sica atual dirige os sentimentos ao

longo de um plano horizontal: evoca rea����es de um mortal a outro,

ou ao ambiente material. Os novos movimentos do mundo da m��sica

guiam a consci��ncia para o mundo f��sico, para uma vis��o materialista

- reducionista do mundo, surgindo uma variedade de formas musicais

destitu��das de idealismo e um novo fasc��nio provocado pela

sensualidade de certos sons e dan��as, como por exemplo a m��sica

e as coreografias do grupo baiano "�� o Tchan".

Que preju��zo certas esp��cies de m��sica j�� n��o ter��o imposto

��s nossas personalidades sem que nos tenhamos dado conta disso?

Que oportunidades nos restam de eleger o g��nero correto de m��sica

e us��-lo doravante a fim de acelerar nossa pr��pria evolu����o mental e

espiritual?

Para respondermos estas quest��es precisamos refletir mais

profundamente sobre os efeitos da m��sica no nosso organismo.

As pesquisas comprovam a vasta influ��ncia da m��sica no

nosso corpo f��sico, na nossa mente e nas nossas emo����es.

Os estudiosos dos efeitos da m��sica, afirmam

categoricamente: �� dif��cil encontrar uma fra����o do corpo que n��o

sofra a influ��ncia dos tons musicais. O corpo �� afetado de acordo com a natureza da m��sica cujas vibra����es incidem sobre ele.

A m��sica lenta e suave ativa o sistema parassimp��tico,

levando a sensa����es de plenitude e de paz:

��� Diminui o ritmo card��aco;

��� Aumenta a secre����o das gl��ndulas lacrimais e salivares;

��� Fomenta o ac��mulo de reservas;

��� Predisp��e ao sono e ao repouso;

��� Ativa o Eros em geral.

A m��sica de ritmo alegre tem a����o estimulante sobre o

sistema simp��tico, provocando rea����es de emerg��ncia:

��� Aumenta o ritmo card��aco (taquicardia);

��� Eleva a press��o arterial;

��� Vasoconstri����o da ��rea espl��nica

��� Deslocamento do sangue aos m��sculos que v��o entrar

7 0

em a����o;

��� Mobiliza����o do glicog��nio do f��gado;

��� Broncodilata����o para permitir uma ventila����o maior;

��� Aumento da coagulabilidade do sangue.

Chegou-se �� conclus��o de que os ritmos mais harmoniosos

e saud��veis, conforme os seus tempos, s��o estimulantes ou

sedativos eficac��ssimos e, naturalmente, muito mais ben��ficos, a

longo prazo, do que quaisquer outros estimulantes ou tranquilizantes,

capazes de gerar depend��ncia.

O fato do ritmo nos agitar ou acalmar parece depender, em

primeiro lugar, da maneira com que a frequ��ncia de suas batidas se

relaciona com a pulsa����o card��aca normal de 65-80 batimentos por

minuto. Uma m��sica cujo ritmo seja mais ou menos igual ao da

pulsa����o card��aca normal nos acalma, como se o nosso corpo

pensasse consigo mesmo: "Ah, est�� bem, estamos ambos em

un��ssono". Os ritmos acelerados elevam os ritmos das pulsa����es

do cora����o e, portanto, a excita����o emocional. A experi��ncia descrita

nos Anexos corrobora com essa afirmativa.

A experi��ncia dirigida por Dr. Lee Salk, num ber����rio de hospital,

mostra o poderoso efeito produzido por ritmos diferentes. Tocou-se

para os rec��m-nascidos, um disco em que haviam sido gravados os

batimentos card��acos normais. A maioria dos beb��s acalmou-se e

dormiu. Em seguida, o Dr. Salk fez ouvir a pulsa����o acelerada de

uma pessoa excitada. As duas grava����es foram tocadas no mesmo

volume mas, quando se tocou a segunda, todos os beb��s

despertaram, quase todos tensos e alguns chorando.

Outro efeito poss��vel da m��sica sobre o corpo �� descrito por

Bob Larson, ex- guitarrista de rock:

Os doutores Earl Flosdorf e Leslie A. Chambers descobriram,

numa s��rie de experi��ncias, que sons agudos projetados num

meio l��quido coagulam prote��nas. Recente mania de adolescentes

consistia em levar ovos frescos a concertos de rock e coloc��-los

�� beira do palco. No meio do concerto, os ovos podiam ser comidos

cozidos como um resultado da m��sica. Surpreendentemente,

poucos afei��oados do rock perguntavam a si pr��prios o que a

mesma m��sica poderia causar-lhes ao corpo.

O volume �� um outro elemento fundamental da m��sica que

p��e em perigo a sa��de humana. Sons acima de 90 decib��is podem

71



fazer o cora����o bater mais c��lere, os vasos sangu��neos se

contra��rem, as pupilas se dilatarem e, n��o raro, o est��mago, os

intestinos e o es��fago sofrerem espasmos.

O ouvido humano est�� preparado para resistir a ru��dos de

alta intensidade apenas durante curtos per��odos. Ap��s pouco mais

de uma hora de exposi����o a sons intensos, de aproximadamente

100 decib��is, o sistema nervoso necessita de cerca de 40 horas

para se recuperar completamente dessa esp��cie de "trauma". Diante disso, �� f��cil imaginar os danos provocados pela altura dos sons

dos trios el��tricos e dos sal��es de boates, j�� que estes chegam a

cifras superiores a 110 decib��is.

��� O Departamento de Prote����o Ambiental dos Estados

Unidos descobriu que as atuais gera����es de jovens

padecem de problemas de audi����o que normalmente s��

se associam a pessoas de cinquenta a sessenta anos.

Os quadros 1 e 2 resumem, respectivamente, os benef��cios

e as desordens psico-org��nicas que os diferentes tipos de m��sica

podem provocar.

Quadro 1: Benef��cios da M��sica

7 2



Quadro 2: Desordens psico-org��nicas produzidas pela m��sica

com excesso de ru��dos

Al��m desses efeitos provocados diretamente no nosso corpo

f��sico, a m��sica tamb��m pode representar um papel muito mais

importante na determina����o do car��ter e na dire����o da sociedade

do que a maioria das pessoas pode imaginar. Analisemos ent��o

como isto pode acontecer.

�� f��cil compreender que a m��sica afeta as nossas emo����es,

pois ao ouv��-la, ela nos faz sentir alguma coisa - inspira����o, alegria, energia, tristeza, melancolia, paz, sensualidade, viol��ncia,

patriotismo, calma, devo����o etc. Podemos dizer que tais

sentimentos s��o experi��ncias. E, conforme diversos estudos

realizados por psic��logos, as experi��ncias que temos na vida

constituem um fator vitalmente importante na forma����o do car��ter.

Parece prov��vel que tipos diferentes de m��sica, ao dar-nos

v��rias esp��cies de experi��ncias emocionais, tamb��m real��am ou

imprimem tais sentimentos e suas v��rias tonalidades nas nossas

mentes. Todo momento de m��sica a que nos submetemos pode

7 3

estar intensificando ou consumindo nossas energias vitais e nossa

clareza de consci��ncia, pouco a pouco.

Desta forma, os estudiosos da m��sica nos t��m advertido

dos perigos sociais associados ao uso err��neo da arte tonal. �� comum

a presen��a de tumulto, viol��ncia e desordens nos concertos de rock.

Segundo palavras de John Philips do grupo "The Mamas and The

Papas", "controlando cuidadosamente as sequ��ncias dos ritmos

qualquer grupo de rock pode criar, consciente e deliberadamente a

histeria." E demonstraram a validade de suas pr��prias palavras

durante seus concertos de rock. Os Rolling Stones, durante o festival

de rock de Altamont (1969) tocaram a can����o "Sympaty foe the

Devil" (Simpatia pelo Diabo) e os "guarda-costas", num acesso de f��ria, atacaram o p��blico com tamanha viol��ncia que algumas

pessoas ficaram gravemente feridas e outras morreram.

Por outro lado, usada corretamente, a m��sica talvez n��o

encontre paralelo em seu poder de instilar no homem a beleza da

verdadeira moral e dos prop��sitos mais elevados que devem reger

nossas vidas.

Dentre todas as artes, a m��sica �� a que transmite com

maior fidelidade o estado interior do artista; o n��vel de harmonia ou

desarmonia psicol��gica que tem dentro de si e nenhuma outra move

e muda mais vigorosamente a consci��ncia.

Saber se a m��sica afeta a sociedade �� uma simples quest��o

de extrapola����o. O indiv��duo �� o componente b��sico da sociedade.

Se os caracteres de uma grande propor����odos indiv��duos que

comp��em a sociedade se modificam, essa sociedade sofrer��, sem

d��vida, certo grau de modifica����es similares.

Surge a quest��o: a m��sica veio primeiro e as mudan��as

culturais vieram depois ou vice-versa? Cada qual influi no outro at��

certo ponto. De um lado, n��o seria real��stico supor que a civiliza����o,

como fator ambiental (e incluindo a m��sica j�� existente nessa

civiliza����o), n��o exerce influ��ncia alguma sobre o curso da m��sica

presente, �� propor����o que essa m��sica se manifesta. Entretanto,

ao influenciar a m��sica, a pr��pria civiliza����o �� tamb��m afetada por

ela. O que temos aqui �� uma cl��ssica situa����o de galinha-ou-ovo

(quem apareceu primeiro?). Ao codificar esta ou aquela vis��o do

mundo, a m��sica, at�� certo ponto, deve estar meramente reagindo ��

cultura dentro da qual se encontra. Tendo, contudo, admitido esse

ponto, cumpre afirmar tamb��m que, como o indicou Cyril Scott, um

estudo da hist��ria revela com absoluta clareza que as altera����es na

m��sica tenderam a preceder os eventos exteriores, "hist��ricos". Em 74

outras palavras, a m��sica tamb��m codifica simbolicamente estilos

de vida e ideologias ainda n��o existentes na vida exterior, mas que

passam a existir, precisamente, gra��as a essa qualidade criativa da

arte.

No Brasil temos um exemplo cl��ssico desta rela����o ��ntima

entre o efeito da m��sica na cultura da sociedade e da sociedade na

m��sica. A nossa m��sica popular dos anos 60, expressava a

insatisfa����o com a ditadura militar, com as desigualdades sociais,

com a repress��o estudantil... ao mesmo tempo em que esta mesma

m��sica codificava nos jovens daquela ��poca um esp��rito de liberdade,

irrever��ncia, contesta����o, revolta etc.

Estudando a m��sica nos seus mais diversos aspectos,

verificamos o seu poder de influ��ncia s��ciocultural, sua capacidade

de induzir, ditar comportamentos, criar estilos. A mensagem musical,

o seu conte��do, trabalha com o inconsciente, com o que foi reprimido,

castrado. Trabalhando no n��vel do sentimento, permite o

extravasamento de desejos e emo����es sufocadas no mais profundo

do ser.

Analisando as letras da m��sica popular brasileira, podemos

compreender melhor porque na nossa sociedade encontramos, t��o

presentes, caracter��sticas como: submiss��o, lamento, saudosismo,

sofrimento, etc. - facetas da estrutura de car��ter masoquista. Como

descreve Alexander Lowen, esta estrutura de car��ter refere-se ��quele

que sofre, lamenta-se, queixa-se e permanece submisso. O

masoquista expressa em toda a sua violenta conten����o f��sica e

emocional o "sentimento de estar preso num atoleiro", incapaz de movimentar-se livremente. Ao inv��s da auto-assertividade, a pessoa

de car��ter masoquista lamenta-se em seu sofrimento infinito. A

express��o vocal que consegue sair com facilidade �� de queixume,

lamento, dor e absoluta entrega de sentimento e integridade de sua

vida ao outro, a doen��a etc, demonstrando incapacidade de, por si

e para si mesmo, ser feliz. Tudo depende do outro.

Decerto que n��o foi somente a m��sica que imprimiu na

nossa sociedade essas caracter��sticas, pois a influ��ncia da nossa

raiz antropol��gica tamb��m foi muito forte neste sentido. A nossa

cultura foi transplantada do povo portugu��s, os nossos negros do

per��odo da coloniza����o foram obrigados a deixar a sua terra, aos

nossos ��ndios foram impostos novos costumes, nova l��ngua. Tudo

isso contribuiu para que a m��sica, como linguagem, expressasse

os sentimentos descritos no par��grafo anterior. Por��m, voltamos a

quest��o, a m��sica �� influenciada pela sociedade, mas a sociedade

7 5

�� tamb��m fortemente influenciada pela sua m��sica.

Podemos sentir com clareza o quanto a nossa sociedade

apresenta caracter��sticas masoquistas com in��meros exemplos

de m��sica que encontramos no nosso pa��s que estimulam os

sentimentos relacionados a este tipo de car��ter.

Apresentamos uma pequena amostra de letras de m��sicas

brasileiras desde a gera����o de Noel Rosa, passando por Roberto

Carlos.

��ltimo Desejo





Noel Rosa


Nosso amor que eu n��o esque��o

E que teve seu come��o

Numa festa de S��o Jo��o,

Morre hoje sem foguete

Sem retrato e sem bilhete

Sem luar e sem viol��o

Perto de voc�� me calo

Tudo penso e nada falo

Tenho medo de chorar

Nunca mais quero seu beijo

Mas meu ��ltimo desejo

Voc�� n��o pode negar.

Se alguma pessoa amiga

Pedir que voc�� lhe diga

Se voc�� me quer ou n��o.

Diga que voc�� me adora

Que voc�� lamenta e chora

A nossa separa����o.

E as pessoas que eu detesto

Diga sempre que eu n��o presto

Que o meu lar �� um botequim

E que eu arruinei sua vida

Que eu n��o mere��o a comida

Que voc�� pagou pr�� mim.

76





Desabafo


Roberto e Erasmo Carlos

Por que me arrasto aos teus p��s

Por que me dou tanto assim

E por que n��o pe��o em troca

Nada de volta pr�� mim

Por que �� que eu fico calado

Enquanto voc�� me diz

Palavras que me machucam

Por coisas que eu nunca fiz

Por que �� que eu rolo na cama

E voc�� finge dormir

Mas se voc�� quer eu quero

E n��o consigo fingir

Voc�� �� mesmo essa mecha

De branco no meu cabelo

Voc�� pr�� mim �� uma ponta

A mais nos meus pesadelos

Mas acontece que eu

N��o sei viver sem voc��

E as vezes me desabafo

Me desespero porque

Voc�� mais que um problema

�� uma loucura qualquer

Mas sempre acabo em seus bra��os

Na hora que voc�� quer.

C L A S S I F I C A �� �� O DOS TIPOS MUSICAIS

S E G U N D O OS Q U A T R O E L E M E N T O S DA





NATUREZA


�� sabido que a m��sica exerce uma influ��ncia ineg��vel sobre

a psique e sobre os ritmos biol��gicos em geral. Com base em

pesquisas realizadas por v��rios autores nesta ��rea, como Cyril Scott,

David Tame, David Noebel e Annie Besant, apresentamos abaixo

uma correla����o entre os diversos g��neros musicais e os quatro

elementos naturais: fogo, ar, ��gua e terra; os quais se acham

simbolicamente relacionados �� biologia e psicologia humanas.

7 7

1. M��SICA ��GNEA

Caracteriza-se por harmonias de tons vibrantes, forte

colora����o e intensidade sonora. Sua tem��tica est�� em geral ligada

�� alegria profunda e sensualidade, ao patriotismo, aos sentimentos

de orgulho e revolta e aos ritmos sensuais.

Suscita ainda sentimentos de nobreza e for��a de vontade.

Est�� relacionada ao arqu��tipo crist��o do Esp��rito Santo.

Os efeitos negativos s��o o est��mulo �� sensualidade exacerbada, ��

desestrutura����o ps��quica, podendo agravar psicoses, o est��mulo ��

viol��ncia e �� agressividade, o fortalecimento da avers��o a valores

��ticos e espirituais e da prepot��ncia.

Causa ainda depend��ncia psicol��gica e induz a v��cios

correlatos, como alcoolismo e drogas.

Como exemplos de m��sica ��gnea, tem-se na m��sica erudita a maior

parte das composi����es de autores como Beethoven, Dvorak, Wagner

e Verdi.

Na m��sica popular, os ritmos mais representativos s��o a

sertaneja, alguns tipos de jazz, o rock pesado, o blues, o rap, os

ritmos jamaicanos, africanos e caribenhos.

Os hinos em geral e as marchas militares s��o tamb��m exemplos de

m��sica ��gnea.

2. M��SICA A��REA

Este tipo musical �� reconhec��vel pelas harmonias

complexas, rebuscadas, de colora����o leve. Atualmente este tipo de

m��sica �� marcado pelo uso de disson��ncias e escalas inovadoras.

Quanto �� tem��tica, a m��sica a��rea possu��a antigamente um fundo

notadamente religioso, que tornou-se abertamente materialista no

s��culo atual.

Como efeitos positivos da m��sica a��rea, pode-se citar o

est��mulo �� atividade intelectual, induzindo a concentra����o e o

racioc��nio abstrato. Induz ainda o equil��brio mental e estrutura a

psique. Est�� relacionada ao arqu��tipo crist��o do Pai.

Entre os efeitos negativos, tem-se sobretudo o est��mulo ao

devaneio intelectual, �� imagina����o involunt��ria, ao intelectualismo,

ao racioc��nio concreto e mecanicista. Desestrutura a psique,

refor��ando as fun����es do hemisf��rio cerebral esquerdo e

desestabilizando o centro de gravidade psicol��gico. Pode agravar

estados neur��ticos e psic��ticos.

78

Os exemplos de m��sica a��rea erudita s��o a m��sica barroca

alem�� e italiana, as obras para piano de Liszt e algumas de Mozart,

as obras para quarteto de cordas de Beethoven, parte das obras de

Mahler e Brahms, as obras de Debussy, Schoenberg, Webem, Berg,

Ives e Hindemith entre outros. Atualmente, tem-se a m��sica eletr��nica

e a chamada m��sica contempor��nea.

Como exemplos de m��sica a��rea popular, tem-se o cool

jazz, o rock progressivo e new wave e algumas composi����es new

age.

3. M��SICA AQU��TICA

�� a m��sica motivada essencialmente pela emo����o, o

sentimentalismo e o amor. Possui harmonias variadas, tons

rom��nticos, melodiosos e dram��ticos. Os temas aqu��ticos denotam

uma introspec����o profunda, marcada por sentimentos os mais

variados.

Os efeitos positivos da m��sica aqu��tica s��o o est��mulo ��

emotividade e �� religiosidade pura (m��sica sacra), aos sentimentos

amorosos, de compaix��o, encantamento e devo����o. Proporciona

paz de esp��rito. Relaciona-se ao arqu��tipo crist��o da M��e.

Os efeitos negativos s��o o est��mulo ao sentimentalismo, ��

fragilidade emocional, a superficialidade afetiva, a avers��o �� ��tica no relacionamento humano. Contribui para a preserva����o da imaturidade

emocional e existencial. Pode agravar estados ps��quicos patol��gicos

como manias e depress��o.

Os exemplos eruditos de m��sica aqu��tica s��o a m��sica

rom��ntica inglesa e alem��, a ��pera italiana, a m��sica sacra em

geral, parte das sinfonias de Mahler, Bruckner, a obra de Wagner, de

Vaughan Williams e Delius, a obra de Chopin e Tchaikowsky.

Como exemplos de obras aqu��tica de cunho popular

destacam-se as can����es populares em geral, alguns hinos

religiosos, a m��sica orquestral "rom��ntica", a m��sica instrumental folcl��rica, a m��sica "sertaneja urbana" e algumas composi����es new age.

4. M��SICA TERRESTRE

Caracteriza-se por uma colora����o alegre, harmonias

fortemente embasadas em ritmos biol��gicos motores. Os temas

encontrados s��o voltados para a extrovers��o da energia f��sica, a

7 9

dan��a e a harmonia formal.

Seus efeitos positivos s��o o est��mulo aos ritmos biol��gicos

naturais, os reflexos, o centro motor, a harmonia f��sica. Relaciona-

se ao arqu��tipo crist��o do Filho, ou o Cristo.

Seus efeitos negativos s��o o est��mulo ao desequil��brio

biol��gico e a superficialidade. Contribui para a preserva����o da

imaturidade existencial e emocional.

Os exemplos principais da m��sica terrestre erudita s��o as

obras de Mozart, Haidn e as valsas de Strauss. Tem-se ainda a

m��sica para Ballet Cl��ssico, a m��sica cl��ssica em geral

Como exemplos populares, tem-se as can����es populares fortemente

ritmadas, o jazz tipo New Orleans / blue grass, o rag, as dan��as

antigas e folcl��rica e a dance music.

T �� C N I C A S T E R A P �� U T I C A S DE A P L I C A �� �� O DA

M��SICA

A m��sica pode ser usada de diversas formas como

tratamento: desde a simples m��sica ambiental constante, passando

pela audi����o individual ou grupai, ou ent��o no ambiente dos centros

de terapia, associada a tratamentos cl��nicos ou a outras t��cnicas

como a cromoterapia, a aromoterapia, a bioenerg��tica, a reflexologia,

a biodan��a, a Ioga, a medita����o, a alimenta����o natural, a gin��stica

e a dan��a.

Atualmente, a musicoterapia tamb��m tem sido associada

a v��rias formas oficiais de tratamento, em particular �� psiquiatria, ��

fisioterapia e �� medicina psicossom��tica.

Na Fran��a, um dos pa��ses pioneiros nos estudos de

musicoterapia, foi criado um Centro de Pesquisas e Aplica����es

Psicomusicais, cujos terapeutas sistematizaram a terapia musical

em dois grandes grupos:

��� A musicoterapia passiva, em que o paciente apenas ouve

a m��sica espec��fica para o seu tratamento;

��� A musicoterapia ativa, em que o paciente passa a tocar

um instrumento, em grupo ou isoladamente, segundo

suas necessidades terap��uticas.

Em ambos os casos, a m��sica ou o conjunto de pe��as

musicais utilizadas no tratamento s��o escolhidas ap��s entrevistas

80

que definem os diagn��sticos e as t��cnicas mais adequadas.

Com base na experi��ncia do Centro de Pesquisa e Aplica����es

Psicomusicais, o efeito de determinadas m��sicas sobre pacientes

com doen��as nervosas foi dividido em quatro grandes grupos:

��� Efeito Relaxante:

Hino ao Sol, de Rimsky-Korsakov

Sonho de Amor, de Liszt

O Lago dos Cisnes, de TchaikovsKy

Fantasia e Fuga em Sol Menor, de Bach

Serenata, de Schubert

Largo, do Xerxes, de Haendel

��� Efeito de Tranq��lidade Profunda:

Ave Maria, de Schubert

R��verie, de Schumann

Can����o da ��ndia, de Rimsky-Korsakov

Su��te em R�� Maior, de Bach

��� Efeito Tonificante:

Abertura da A��da, de Verdi

Sinfonia N�� 5, de Tannhauser, de Wagner

Judeus, da ��pera Fausto, de Gounod

��� Efeito de Exalta����o e Estimula����o:

Serenata, de Toselli

Adagio, de Albinoni

Daphnis et Chlo��, de Ravel

As Criaturas de Prometeu, de Beethoven

R��quiem, Opus 48, de Faure (parte final)

81

OS INSTRUMENTOS MUSICAIS E SUA R E L A �� �� O C O M OS C H A C R A S

C H A C R A

F U N �� �� O

INSTRUMENTO





TIPO DE MUSICA


D I S T O R �� �� O

Base da

Ponto de contato com

Tambor

Cantos

Vudu e derivados

Espinha

a M��e, polaridade

Percuss��o

Tradicionais,

feminina do ser; centro

espirituais negros,

onde est�� concentrada

ragas indianas etc.

a energia da pureza, a

for��a vital chamada

"Kundalini".

Chacra da

Refletir no mundo a luz

M��sica folcl��rica

" Soul" MusiC

Alma

solar do Eu Divino;

Flauta

transferir para a

mat��ria as energias da

liberdade

da Era de Aqu��rio.

Plexo Solar

Expressar o desejo de ��rg��o

C��nticos religiosos

Blues

Deus no homem.

e Devocionais,

Bhajans.

Cora����o

Manifestar de forma

Harpa, Guitarra.

Valsa

" J a z z waltz"

equilibrada aTr��ndade

(sabedoria, poder e

amor).

Garganta

Centro da fala

Trombeta,

Marcha

M��sica Rock

(palavra, cria����o pelo

Trompa, Clarinete

verbo).

etc.

Centro da vis��o divina, Piano

Concerto para

M��sica de

Terceiro olho

da omnisci��ncia, do

piano e orquestra.

computador

poder de

discernimento e

discrimina����o do

conceito imaculado e

da ci��ncia da

precipita����o.

Coroa

Estabelecer contacto e Instrumentos de

Cl��ssica

Jazz

comunh��o com o Pai,

cordas.

permite alcan��ar a

ilumina����o b��dica.

C O N C L U S �� O

Tomamos emprestado as palavras de David Tame no seu

livro "O Poder Oculto da M��sica", pois elas expressam de maneira brilhante o nosso pensamento:

"O homem moderno precisa tratar a m��sica com maior

respeito. N��o apenas como entretenimento, mas como energia literal.

A m��sica �� vibra����o e vibra����o �� energia do Supremo. Como a

energia nuclear, que pode ser usada para destruir uma cidade inteira ou satisfazer a todas as necessidades da energia da mesma cidade,

a m��sica tamb��m �� uma for��a neutra - e seus efeitos finais, para o

bem ou para o mal, talvez n��o sejam totalmente diferentes, em sua

pot��ncia, dos efeitos da energia nuclear. S�� cabe ao homem decidir

como deve ser usada a m��sica; e, talvez, decidir tamb��m qual ser��

o seu destino. Assim como tratamos a energia do ��tomo, com sumo

cuidado e cautela, assim tamb��m precisamos tratara m��sica. Em

��ltima an��lise, devemos nos esfor��ar para compreender mais

plenamente que, ao lidar com o som, estamos lidando n��o s�� com

as energias da ci��ncia, n��o s�� com a arte dos esp��ritos mortais,

mas com Deus."

A N E X O I

DINMICA DE VERIFICA����O DO EFEITO DA M��SICA SOBRE

APULSA����O

Material:

��� Cron��metro

��� Tabela para anota����o das pulsa����es

��� Aparelho de Som

��� Quatro m��sicas: uma valsa, um cl��ssico vitalizador, um rock,

uma m��sica de efeito relaxante

Desenvolvimento:

Solicitar que os participantes, sentados, localizem o pulso.

Ligar o cron��metro e, quando todos estiverem preparados, pedir para

84

que contem os batimentos durante um minuto. Anotar na tabela

esta primeira pulsa����o que ocorreu sem m��sica.

Pedir que os participantes se concentrem na m��sica a ser

tocada. Colocar urna valsa e, ao terminar, pedir que verifiquem a

pulsa����o, durante 1 min. Anotar na tabela.

Em seguida, tocar um cl��ssico vitalizante. Ao terminar,

verificar o pulso (1 min) e anotar o resultado na tabela.

Ap��s, tocar um rock, verificar o pulso (1 min) e anotar na

tabela.

A ��ltima m��sica a ser tocada deve ser relaxante. Ao t��rmino

da m��sica verificar o pulso (1 min) e anotar na tabela.

Pontos a serem explorados:

��� O efeito do ritmo da m��sica na pulsa����o card��aca;

��� Os sentimentos que cada estilo de m��sica pode provocar;

��� A m��sica como resgate de momentos vivenciados

8 5



A N E X O III

COMENT��RIOS SOBRE OS RESULTADOS DA VIV��NCIA:

A viv��ncia foi aplicada em nfvel experimental, em condi����es

heterog��neas - alguns participantes chegaram �� sala no momento

de iniciar a aplica����o, enquanto outros j�� estavam sentados

esperando a viv��ncia.

Foi utilizado rel��gio comum ao inv��s de cron��metros.

Algumas pessoas tiveram dificuldades de encontrar o local

de verifica����o do pulso, chegando inclusive, em algumas m��sicas,

an��o med��-la.

Apesar das condi����es n��o serem as mais adequadas,

verificou-se o efeito que o ritmo da m��sica pode causar no nosso

organismo (texto pags 4 e 5).

Na primeira m��sica (valsa), cujo compasso �� semelhante

ao do cora����o, observou-se que 73% dos participantes mantiveram-

se no intervalo de 64 a 78 batimentos por minuto, dentro da faixa

considerada normal, demonstrando que os ritmos semelhantes ao

da pulsa����o card��aca nos acalma. Em dois casos, apesar de n��o

estarem na faixa considerada normal (65 a 80), observa-se uma

diminui����o significativa em rela����o �� pulsa����o inicial. Em um caso

houve discrep��ncia do resultado esperado.

Analisando os resultados obtidos na segunda m��sica

(cl��ssico vitalizador), observa-se que 91 % dos participantes tiveram

uma eleva����o da pulsa����o em decorr��ncia do ritmo estimulante.

Um caso de n��o verifica����o e um caso discrepante do esperado.

Na terceira m��sica (rock), observa-se que em bf% dos

casos, houve mais uma eleva����o da pulsa����o em rela����o �� m��sica

anterior. Um caso manteve-se igual e em tr��s casos houve diminui����o

em rela����o �� m��sica anterior, sendo no entanto significativas as

observa����es constantes na planilha.

Comparando-se, entretanto, as pulsa����es verificadas na

valsa e no rock, observa-se que em 100% dos casos, houve

altera����es significativas, al��m dos sentimentos relatados, conforme

observa����es na planilha.

Em rela����o a quarta m��sica (Serenata, de Schubert),

observa-se que em 92% dos casos houve diminui����o da pulsa����o,

comprovando o efeito relaxante provocado por esta m��sica, conforme

descrito no texto da p��gina 11. Houve apenas um caso discrepante,

8 9

o qual, conforme observa����o apresentada, nos leva a entender que

as mem��rias trazidas pela m��sica, a experi��ncia vivenciada

anteriormente, pode modificar o resultado esperado.

Com esta experi��ncia, verificamos que ao ouvirmos uma

m��sica, cujo ritmo seja, mais ou menos, um ritmo igual ao da

pulsa����o card��aca normal, o nosso cora����o tende rapidamente a

corrigir as discrep��ncias do seu tempo, at�� atingir perfeita afina����o

com a m��sica, provocando sensa����o de harmonia. Ao contr��rio,

ritmos que se encontram numa escala superior a pulsa����o cardiaca

normal, provocam uma altera����o dos batimentos para maior, como

se este (o cora����o) tentasse entrar em sintonia com o ritmo mais

acelerado; causando, na maioria dos casos, excita����o emocional,

desarmonia.





BIBLIOGRAFIA


1- Tame, David. O Poder Oculto da M��sica. 9 ed.. S��o Paulo: Cultrix, a

1993

2 - Araneda, Rolando Toro. Colet��nea de Textos. Associa����o Latino Americana de Biodan��a. 2 v.

3 - Lowen, Alexander. Bioenerg��tica. S��o Paulo: Summus. 1975

4 - Pimenta, Alexandre. Saudade Seresteira. Belo Horizonte: Lemi, 1988.

5 - Bontempo, M��rcio. Medicina Natural - Musicoterapia. Apostila.

6 - Veloso, Caetano. Vereda Tropical. S��o Paulo: Schwarcz, 1997.

7 - Internet, site: //www.gold.com.br/~noronha

9 0

O PODER DO FEMININO

X





O PODER DO MASCULINO


Andr��a Palmeira

L��cia Helena Spinelli

Haroldo Jos�� Barros

Introdu����o

O que �� o poder, afinal?

Entendemos que a melhor forma de se conceituar esse poder

�� cham��-lo de a capacidade de alterarmos a realidade, interna ou

externa, de maneira que nos seja favor��vel. E se algumas vezes

esse poder se reveste de uma autoridade temporal isso ocorre em

fun����o da estrutura da sociedade ocidental, que teima em concentrar

em algo ou algu��m as responsabilidades pelos pr��prios passos. E

nesse quadro, ao longo da Hist��ria, desenvolveu-se acirrado embate

pelo poder distribu��do entre os homens e as mulheres, desencadeando

processos hist��rico-evolutivos que nem sempre tiveram resultados

agrad��veis para ambas as partes e tornaram a conviv��ncia em

sociedade, seca e ��spera.

Hist��rico

Desde o in��cio dos tempos, pod��amos ver claramente como

se comportava uma sociedade, de acordo com o tipo de poder e por

quem era exercido esse poder. �� muito comum ouvirmos falar sobre

PATRIARCADO e MATRIARCADO. S��o exatamente esses dois

t��picos o que define e delimita o poder ao Homem e �� Mulher dentro

da sociedade.

Durante o per��odo do Imp��rio Romano, cabia ao pai decidir

se o filho (ap��s o nascimento) seria aceito ou abandonado. "Em

Roma, um cidad��o n��o tem um filho: ele o toma, levanta; o pai

exerce a prerrogativa, t��o logo nasce a crian��a, de levant��-la do

ch��o, onde a parteira a depositou, para tom��-la nos bra��os e, assim,

manifestar que a reconhece e se recusa a rejeit��-la." A mulher assistia 91

a tudo isso e n��o podia manifestar a sua vontade.

Somente com a morte do pai (que anunciava a heran��a dos

filhos), �� que os homens se tornavam adultos e as filhas, se n��o

fossem casadas ou divorciadas se tornavam herdeiras, livres para

casarem-se com quem quisessem, pois a filha s�� obedecia ao pai,

se a heran��a n��o reca��sse sobre a autoridade de um tio paterno.

Durante muito tempo a mulher se manteve em seu papel de

submissa e passiva diante da autoridade masculina. Muitos anos

se passaram at�� que lhe fosse dado o direito de ler, o que s��

aconteceu durante a Renascen��a, quando houve o interesse da igreja

em ter seus fi��is catequizados.

No per��odo da Revolu����o Francesa, h�� uma diferencia����o

dos pap��is sexuais, estabelecendo uma oposi����o entre homens

pol��ticos e mulheres dom��sticas. Embora o dom��nio seja patriarcal,

existe o limite dos poderes do pai em v��rios pontos e h�� o

reconhecimento do direito ao div��rcio, visto como a emancipa����o de

casais infelizes, a libera����o das mulheres do despotismo marital.

Tal pedido de div��rcio poderia ser feito tanto por homens quanto por

mulheres. Apesar disso representar algo de positivo, no que tange

aos direitos da mulher, houve, nessa ��poca, uma reafirma����o do

poder do patriarcado, com a subseq��ente redu����o dos direitos

femininos. O marido poderia, por exemplo, requerer o div��rcio

alegando adult��rio da mulher, mas ela, por sua vez, s�� poderia pedi-

lo caso seu marido mantivesse sua concubina na casa em comum.

E mais: no caso de flagrante adult��rio, a mulher estaria sujeita a

dois anos de pris��o, enquanto o marido n��o recebia nenhuma

puni����o.

No final do S��culo XVIII, a concep����o acerca da mulher era

a mesma em quase todos os c��rculos intelectuais; a mulher ��

especialmente talhada para o privado (e incapaz para o p��blico). ��

representada como o inverso do homem e identificada por sua

sexualidade e seu corpo (s��mbolo da fragilidade, que deveria ser

protegida do mundo exterior), enquanto �� identificado por seu esp��rito

e energia.. Esta combina����o de fraqueza muscular e intelectual e

sensibilidade emocional fazia das mulheres os seres mais aptos

para criar os filhos. O ��tero definia o lugar das mulheres na sociedade como m��es.

Com a vinda do S��culo XX, o trabalho dom��stico (que era

descritivo do dever feminino, assim como definia a ��nica esfera em

que a mulher exercia algum "poder") passa a ser denunciado como uma aliena����o, uma sujei����o ao homem. Trabalhar fora vem a ser

9 2

para as mulheres o sinal claro de sua emancipa����o. �� certo que tal

avan��o veio com o advento da I Guerra Mundial. Mas, com o passar

do tempo, a mulher foi-se sentindo produtiva e capaz de desempenhar

trabalhos, outrora feitos exclusivamente pelo sexo masculino. Assim,

a mulher sai de casa (local denominativo de seu ��nico espa��o perante

a sociedade) em busca de sal��rio para sustentar a fam��lia.

Se anteriormente, por volta de 1800, apesar da mulher

trabalhar fora ou possuir um neg��cio (casa de rendas, tape��arias,

etc), n��o tinha o direito de receber sal��rio ou mesmo o poder de

comandar seus neg��cios, prerrogativas que cabiam ao homem, na

qualidade de chefe da fam��lia e gestor administrativo e monet��rio.

Com a situa����o vigente durante a I Guerra, ela vem a obter, pela

primeira vez, o fruto de seu trabalho.

J�� nos anos 70, com a libera����o sexual, a p��lula

anticoncepcional deu poder de decis��o �� mulher sobre a maternidade,

permitindo-lhe vincular o ato sexual ao prazer e n��o s�� �� procria����o.

Se antigamente lhe era negado o prazer, pois a mulher que tem

orgasmos era considerada prostituta e ninfoman��aca, al��m de ser

mal vista pela sociedade e pela Igreja, agora ela escolhe como,

quando e com quem ter rela����es sexuais.

Hoje a mulher tem seu lugar na sociedade: estuda, trabalha

e possui cargos importantes nas empresas, ou seja, divide e luta

junto com os homens pelos espa��os outrora s�� ocupados pelo sexo

masculino. Com os valores sociais alterados devido ��s manifesta����es

feministas, a mulher p��de sair da condi����o de sexo fr��gil e

incompetente para trabalhos que fossem dom��sticos, para tornar-

se for��a social produtiva e independente sob todos os ��ngulos.

Finalmente, a mulher consegue sair do jugo masculino e tomar as

r��deas de sua vida.





Poder Feminino X Poder Masculino


Eu minto mas minha voz n��o mente,

minha voz soa exatamente de onde, no corpo

da alma de uma pessoa se produz a palavra EU.





Caetano Veloso


9 3


O Aleph


Um grupo de pesquisadores ps��quicos descobriu a exist��ncia

de v��rios lugares no mundo onde se manifestam poderes especiais.

Um deles �� Aleph. E se algu��m coloca a cabe��a no local certo,

nesse s��tio sagrado, vai obter conhecimento absoluto e instant��neo

sobre todos os fatos da hist��ria humana.

Quem chegou primeiro a Aleph, o Homem ou a Mulher?

Quem seria Homem? Quem seria Mulher?

No contexto onde nos encontramos, n��o podemos deixar

de lembrar que o nosso primeiro suporte foi oferecido pela "M��e-

Terra". A ci��ncia anat��mica, compartilhando da certeza de quem

seria homem ou mulher, esclarecendo atrav��s do produto sexual

respectivo a domin��ncia masculina ou feminina, aduz que, na

realidade, a anatomia por si s�� n��o classifica o masculino e o

feminino; e, argumentando a presen��a do aparelho sexual masculino

no corpo da mulher e vice-versa, conclui que: "a masculinidade ou a feminilidade �� uma caracter��stica desconhecida que foge ao alcance

da anatomia."

Do ponto de vista psicanal��tico, Freud aborda a

masculinidade e feminilidade como qualidades mentais; nesse sentido

observa que uma pessoa comporta-se de modo masculino numa

situa����o e de modo feminino em outra. Insiste numa discuss��o

biol��gica, quando, em seguida, retoma o masculino como ativo e o

feminino como passivo, uma vez que o ��vulo �� im��vel e recebe

passivamente a c��lula ativa. Contrap��e: "�� inadequado fazer o

comportamento masculino coincidir com atividade e o feminino com

passividade." Exemplifica: "Uma mulher �� ativa, quando gera e d�� condi����es de vir ao mundo vidas."

O foco nestas quest��es citadas nos revela a complexidade

da vida e, por conseguinte, das rela����es humanas. Partindo-se do

pressuposto de que os pais representam para a crian��a pequena a

autoridade ��nica e fonte de todos os conhecimentos, podemos

enfatizar o desejo da crian��a em igualar-se aos pais como um dos

impulsos mais importantes nos primeiros anos de vida, fato que j��

expressa a rivalidade sexual. Na medida em que ela cresce e tenta

libertar-se da autoridade dos pais, transforma essa autoridade em

hostilidade. Tal sensa����o num outro momento �� lembrada

conscientemente e a faz sentir-se "adotada" ou, ainda, que o pai e a m��e n��o passam de um padrasto ou de uma madrasta.

Esses impulsos mentais da inf��ncia consciente constituem

94

um fator que nos permite entender a natureza dos mitos. A crian��a

revela esses sentimentos no brincar e, depois, no per��odo anterior ��

puberdade, nos devaneios, como caracter��stica da atividade

imaginativa.

Os devaneios trazem dois objetivos principais: um er��tico e

um ambicioso. Uma vez que a crian��a reconhece os processos

sexuais e fantasia, tendo ainda como ponto de refer��ncia a rivalidade

com os pais, tende a real��ar ainda o sentimento de vingan��a e de

retalia����o. Ressaltamos que a mulher ou o homem que no decorrer

da forma����o de sua estrutura de personalidade, nem sempre recebe

dos pais condi����es adequadas para transformar esses sentimentos,

permitindo uma distor����o de valores. Assim, forma-se uma imagem

do "eu ideal", que se contrap��e ao "eu real".

O homem e a mulher, em busca desse eu ideal, formam

uma cultura onde n��o se suporta qualquer situa����o que envolva o

limite, a perda, a adequa����o da avalia����o da realidade externa, como

tamb��m viver a experi��ncia t��o humanamente rica do amor. Falamos

daqueles que n��o se conhecem em suas contradi����es,

necessidades, desejos; e, por conseguinte, n��o manifesta interesse

por si e pelas demais pessoas; sobretudo, utiliza-se de um suposto

poder, ignorando-se no registro real.

Diante dessa tem��tica, pergunta-se: o que faltou a Narciso?

Faltou uma mulher e um homem em perfeita harmonia com

seus poderes; faltou a refer��ncia do outro; faltou a palavra de amor

que deriva dos c��us, para a extin����o da guerra dos sexos que, gerada

pelo Narcisismo, impossibilita-nos de unirmos nossas cabe��as e

chegarmos juntos em Aleph e percebermos que n��o adquirimos poder

algum, a n��o ser o agravamento de um suposto saber que tenta

desesperadamente, em pleno S��culo XX, responder: quem �� dos

humanos que tem maior poder? A f��mea ou o macho?

Importante lembrar que utilizamos esses termos designativos

de g��neros "f��mea" e "macho" para os seres irracionais.

Arqu��tipos Femininos e Masculinos

e o Narcisismo na Sociedade Ocidental

Ao estabelecer o conceito de arqu��tipo, Carl Gustav Jung abriu para os diversos ramos da Ci��ncia as possibilidades de

reconhecer, nos incont��veis sistemas de sinais que constituem o 9 5

patrim��nio simb��lico da Humanidade, caminhos para uma melhor

compreens��o do Universo, em toda a sua grandeza. Esse �� um

conhecimento que j�� era familiar aos antigos, cuja Cosmologia

entendia ser o Mundo um ��nico ser vivo, cujas partes est��o

necessariamente relacionadas entre si.

Os arqu��tipos universais, pontes entre o consciente e o

inconsciente coletivo, t��m contribu��do sobremaneira para a melhor

apreens��o e entendimento da natureza humana e suas vicissitudes.

Assim, a partir da riqueza arquet��pico-simb��lica da Mitologia Universal, por exemplo, o pensamento Junguiano conquistou uma verdadeira

revolu����o paradigm��tica no que tange �� abordagem comportamental

na moderna Psicologia.

Um ��timo exemplo dessa nova vis��o caracterol��gica pode

ser dado a partir das personagens do pante��o greco-latino,

estabelecendo-se uma adjetiva����o comportamental capaz de ilustrar

a atua����o, na sociedade, de homens e mulheres e suas respectivas

lutas pela deten����o do poder.

�� conveniente recordar que os grandes deuses ol��mpicos

eram, a princ��pio, doze: seis deuses e seis deusas, o que configura,

de certa forma, um equil��brio entre "matriarcado" e "patriarcado", express��es aqui usadas apenas latu sensu, para indicar a parcela de poder feminino e masculino, respectivamente.

Podemos elaborar uma an��lise da distribui����o de poder entre

tais figuras mitol��gicas (e a conseq��ente correspond��ncia com a

distribui����o de poder na sociedade ocidental) estudando os n��cleos

m��ticos femininos e seus significados arquet��picos, evidenciando os

meios atrav��s dos quais essas deusas operam, no mito, a

transfer��ncia de poder para os deuses, seus eternos companheiros

e rivais.

Podemos repassar, breve e sucintamente, cada uma das

seis imortais ol��mpicas, caracterizar-lhes os arqu��tipos e traz��-los

de volta ��s suas leg��timas detentoras, as mulheres, mediante a

seguinte classifica����o, proposta pela psiquiatra americana Jean

Shinoda Bolen:

Deusas Vulner��veis

Hera (Juno latina)

Demet��r (Ceres latina)

Core (Pers��fone latina)

96

Deusas Invulner��veis

H��stia (Vesta latina)

Athena (Minerva latina)

��rtemis (Diana latina)

Deusa Alqu��mica

Aphrodite (Venus latina)

As deusas "vulner��veis" s��o assim chamadas por terem sido

raptadas, humilhadas ou violentadas por seus ilustres esposos e

amantes.

HERA, esposa do todo-poderoso Zeus, senhor do Olimpo,

do C��u e da Terra, ap��s uma lua-de-mel de trezentos anos, viu-se

v��tima dos amores extraconjugais do real esposo, cujo furor eroticus

lhe rendeu not��vel cole����o de amantes mortais, imortais, ninfas e

at�� mesmo os rapazes mais desavisados. Quanto mais humilhada

e reprimida, mais Hera se tornava violenta e vingativa, despejando

nas rivais e em seus filhos sua ira de protetora dos amores leg��timos.

DEMET��R, deusa da terra cultivada, m��e nutriz, foi

violentada por Zeus e dessa rela����o nasceu sua bem-amada filha

Core. Tamb��m foi perseguida por Netuno, que a desejava e for��ada

a unir-se a ele.

CORE, representativa do gr��o de vegetal, que brota e

renasce, �� raptada e violentada por Hades, o senhor das regi��es

sombrias, que a for��a a tornar-se sua esposa, obrigando-a a

permanecerem seus dom��nios.

As deusas invulner��veis s��o assim chamadas por jamais

se permitirem dominar ou reprimir por seus pares masculinos, mortais

ou imortais. Preferiram, mesmo, o total distanciamento dos machos.

Eram chamadas, por isso, as "virgens brancas".

H��STIA, deusa do fogo ritual, cuja presen��a em cada casa

grega simbolizava a pureza imaculada do lar. Apesar de desejada

por v��rios deuses, conseguiu do irm��o Zeus a prerrogativa de guardar

97

a virgindade para sempre.

ATHENA, deusa da intelig��ncia, da paz, das artes, da

filosofia, era filha dileta de Zeus e grande e estrat��gica guerreira,

lutando sempre pela justi��a e a ordem. Era a protetora dos her��is e

permaneceu sempre virgem.

��RTEMIS, a deusa da Lua, confunde-se com o pr��prio

prot��tipo da donzela arisca. Indevass��vel at�� mesmo ao olhar dos

homens, a deusa da ca��a tamb��m optou pela virgindade eterna,

passando os seus dias a embrenhar-se pelas matas, com seu s��quito

de ninfas e empunhando seu certeiro arco, que disparava com

maestria.

APHRODITE, deusa do Amor, sozinha, �� chamada a deusa

alqu��mica, por estar sujeita a m��ltiplas transforma����es. Tem

caracter��sticas de ambos os grupos anteriores, mas n��o pode ser

classificada em nenhum deles. Como deusa do amor, entregava-se

plenamente �� sexualidade e ��s paix��es. Por outro lado, foi m��e,

sendo, de alguma forma, "ferida" pela masculinidade, embora jamais se deixasse dominar por homem ou deus algum.

Fazendo-se a transposi����o desses mitos para a sociedade

ocidental moderna, em sua estrutura narc��sica, podemos entender

que tais arqu��tipos se alternam no comportamento feminino e na

forma como a mulher repassa ao homem o poder, que

originariamente lhe pertence. Basicamente, por��m, um desses

arqu��tipos tende a ser predominante, servindo como estruturador

elementar da personalidade. Dessa forma, podemos reconhecer

mulheres-Heras, mulheres-Aphrodites, mulheres-Athenas e assim

por diante, mediante o comportamento mais caracter��stico, conforme

quadros abaixo.

98



QUADRO GERAL DAS DEUSAS OL��MPICAS SOB A AN��LISE JUNGUIANA





DEUSAS


V I S �� O P S I C O L �� G I C A J U N G U I A N A

DIFICULDADES PSICOL��GICAS

P O N T O S

DE APOIO





HERA


normalmente extrovertida


Ciumenta, rancorosa, in��bil em romper fiel, capaz de manter para sempre os normalmente sens��vel

uma rela����o destrutiva

compromissos assumidos

normalmente carinhosa

D E M E T E R

normalmente extrovertida

Depressiva, introvertida, dependente habilitada para a maternidade e para a normalmente sens��vel

como agente da nutri����o, in��bil em nutri����o, generosa

planejar a gravidez

C O R E - P E R S E F O N E

normalmente introvertida

Depressiva, manipul��vel, voltada para receptiva, imaginosa, sonhadora

normalmente sens��vel

a fantasia





A T E N A


normalmente extrovertida


Distante emocionalmente, astuciosa, ��gil em pensar com acerto, objetiva na definitivamente reflexiva

carente de empatia

solu����o de problemas, sempre

normalmente pouco sens��vel

disposta a formar s��lidas alian��as com

os homens





HEST1A


definitivamente introvertida


Distante emocionalmente, socialmente amante da solid��o, espiritualmente normalmente sens��vel e intuitiva

carente

criativa

normalmente recatada





ARTEMIS


normalmente extrovertida


Distante emocionalmente, cruel,

h��bil na consecu����o de seus objetivos,

normalmente intuitiva

rancorosa

aut��noma, independente, amiga das

normalmente sens��vel

mulheres





APHRODITE


Definitivamente extrovertida


Pr��diga em relacionamentos

sagaz em desfrutar da beleza e do

Definitivamente sens��vel

amorosos, prom��scua, lenta em avaliar amor, sensual e criativa

conseq����ncias

C O N C L U S �� O

Analisados os combates entre os sexos, na moderna

sociedade ocidental e mesmo ao longo de sua evolu����o hist��rica,

chegamos a uma conclus��o: o poder, se �� que ele existe em fac����es

ou g��neros, nasce e �� gerado a partir do feminino; ou, se quisermos

usar mais uma linguagem, a partir da mulher. De alguma forma, a

mulher �� compelida a entregar esse poder ao seu companheiro de

evolu����o, o homem, que, menos s��bio, n��o soube conduzir a

Humanidade num caminho de paz e crescimento.

Agora, com a conquista de novas posi����es, por parte da

mulher e a crescente valoriza����o da igualdade entre os seres,

entendemos que o caminho da alquimia est�� num maior resgate do

feminino e de seus valores. Somente estimulando a intui����o, a

coopera����o, a beleza, a arte, a suavidade, a magia (valores femininos

e n��o feministas, n��o exclusivos da mulher) �� que estaremos em

condi����es de reverter o atual quadro de barb��rie da civiliza����o

ocidental e reconduzi-la a uma Era de Ouro de Harmonia e Evolu����o.





BIBLIOGRAFIA


F R E U D , Sigmund : Obras Completas

J U N G , Karl : Sincronicidade

L O W E N , Alexander: O Narcisismo

HIST��RIA DA VIDA PRIVADA. Vol I.

BRAND��O, Junito : Mitologia Grega Vol III

SHINODA B O L E N , Jean : As Deusas e a Mulher

J O H N S T O N , Robert A . : He, She e We

101

PODER DA M��DIA





Andrea Loureiro Dubeux


Bet��nea Ferreira de G��is Paiva





Edvaneide Rodrigues S. Correia


Helo��sa Banks da Rocha

Maria Cristina Tavares Galv��o de Melo

A E V O L U �� �� O DA M��DIA

Os meios de comunica����o figuram entre os mais graves

problemas brasileiros, por uma infinidade de motivos. Com esta

particularidade not��vel: nenhum outro problema �� mais silenciado.

Os pr��prios meios de comunica����o selecionam os problemas a

serem expostos publicamente.

Consagrada pelo uso de uns dois s��culos, a concep����o de

que a imprensa �� o "quarto poder" foi atingida, em todo o mundo, pela ascens��o da TV, que tornou impr��pria a palavra imprensa e

levou �� desagrad��vel f��rmula "meios de comunica����o". Ou pior ainda, m��dia.

O impacto da m��dia come��a a ser vislumbrado a partir do

primeiro jornal impresso na Europa. O jornal antecipa diversas

caracter��sticas da modernidade.

As revistas funcionaram como m��dia de transi����o para

cultura visual. Fotonovelas contribu��ram para refor��ar a mulher

submissa, quadrinhos minaram a tradi����o da comunica����o linear a

que n��s, ocidentais, nos habituamos.

A partir de 1920, o r��dio se superp��s aos tambores e tel��grafos,

sendo caracterizado pela instantaneidade, muito mais que o cinema

e o jornal.

Em 1950 foi inaugurada no Brasil a televis��o, levando a

milhares de casas o jornal, o teatro, o cinema e outros meios, criando

nova gram��tica visual. Dentre as caracter��sticas que tornaram a TV

poderosa, destacam-se versatilidade e onipresen��a atraindo

analfabetos e letrados, / poder de sugest��o criando h��bitos atrav��s

da repeti����o subliminar entre outras t��cnicas; teledramaturgia,

m��sica, linguagem n��o verbal e verbal: sentimento de presen��a,

dando ao telespectador a ilus��o de participa����o. Ver �� muito diferente

de ler, por mais fiel que seja o relato.

102

T E L E V I S �� O E E D U C A �� �� O

O pesquisador espanhol M. Alfonso Erausqu��n e seus

colaboradores estudaram as influ��ncias negativas da televis��o nas

crian��as, principalmente quanto �� forma����o de novos h��bitos: "teme-se que as imagens estejam criando futuras gera����es de n��o -

leitores, fazendo diminuir o interesse dos jovens pela leitura de livros, e tamb��m obstaculizando sua capacidade de express��o tanto verbal

como escrita".

Devidas ou n��o, as preocupa����es dos educadores

testemunham uma realidade indisfar����vel: a inova����o tecnol��gica

iniciada h�� 40 anos, mas progressivamente ampliada e acelerada a

partir dos ��ltimos 20 anos, introduziu mudan��as de fato inquietantes

na cultura.

Assim como as descobertas da Segunda Revolu����o

Industrial tiveram not��veis, repercuss��es na forma de relacionamento

do ser humano com o mundo, na consci��ncia, no agir social, na

capacidade humana de reproduzir sua vida e seu ambiente ���

sobrepondo �� antiga experi��ncia social uma vis��o de mundo

absolutamente nova, revolucion��ria, acompanhada de outros valores,

outra percep����o do universo, outro comportamento -, da mesma

maneira devemos reconhecer que a era eletr��nica �� a quebra de

uma tradi����o, de formas culturais e de h��bitos que tiveram seu ponto

culminante na televis��o do p��s - guerra.

Crian��as e jovens assistiam pouco �� TV, ou n��o a possu��am,

e, pelo menos no Brasil dos anos 60, enquanto a televis��o ainda

n��o tinha desenvolvido sua linguagem espec��fica, essa influ��ncia

era modesta.

A gera����o dos anos 70 e 80 j�� viveu sob a inova����o ling����stica

da TV somada �� revolu����o mundial das comunica����es e ��s r��pidas

transforma����es derivadas da inform��tica e da computadoriza����o.

A televis��o instaurou um novo ritmo de atividade mental, atrav��s de

sua linguagem de troca r��pida de cenas, da pequena dura����o dos

di��logos e, principalmente, dos mecanismos visuais que ret��m a

aten����o mesmo do mais entediado, cansado ou distra��do

telespectador.

Com sons, imagens, impactos, essa linguagem busca

chacoalha - lo em sua poltrona, pois de sua aten����o depende a

sobreviv��ncia da emissora e a venda de espa��os para os anunciantes.

Pensar e fazer pensar n��o s��o efetivamente preocupa����es da TV, a

mesma como meio de transmiss��o de informa����es �� mais ��gil, mais

103





imaginativa, �� mais colorida e barulhenta, �� veiculadora do novo, do

que est�� em moda, aparenta dar mais informa����o, preenche o

imagin��rio com signos de cultura, d�� espa��o ao individualismo, ao

isolamento, ao "n��o me amole ", coloca a superficialidade e

amenidades no lugar da reflex��o e da autocr��tica. Ela refor��a uma

tend��ncia �� acomoda����o e n��o �� participa����o.





DADOS RELEVANTES


Dos 42 milh��es de domic��lios brasileiros,

36 milh��es t��m aparelhos de TV

O brasileiro assiste cerca de 4 horas por dia de TV. Passa

mais tempo em frente �� TV do que na sala de aula.

H�� 6.353.000 antenas parab��licas no pa��s.

Por m��s s��o instaladas 70 mil novas antenas.

A ind��stria de eletrodom��sticos vende mais de 6 milh��es

de TVs por ano, o dobro do que �� vendido em geladeiras.

Segundo Vicente Gonz��lez Castro, em Teoria e Pr��tica de

los M��dios de Ense��anza os resultados experimentais - "que n��o

s��o verdades acabadas, mas dados aproximativos"- coincidem em

que o conhecimento do mundo exterior se d��:

E N F O Q U E P S I C O L �� G I C O DA A R T E DE

PERSUADIR - C O M O OS MEIOS DE

C O M U N I C A �� �� O NOS INFLUENCIAM

Dentro de uma situa����o de comunica����o, seja verbal ou

n��o, existe um persuasor que, a partir de uma rela����o inter-humana,

104

manipula esta situa����o. Est��o frente a frente, direta ou indiretamente, um indiv��duo que tem a inten����o de influenciar e um outro que ��

visado por esta inten����o, e que recebe influ��ncia.

Segundo Roger Mucchielle - 1978, trata-se de um "falso

di��logo", na medida em que o indiv��duo a ser influenciado deve ser guiado para uma dire����o pre-estabelecida, permanecendo

inconsciente dos objetivos reais e dos m��todos do persuasor.

MEIOS DE C O M U N I C A �� �� O DE MASSA

Esta express��o apareceu h�� alguns anos no campo da

psicologia social e abrange todos os meios de comunica����o e

informa����o de grande difus��o entre o p��blico: imprensa, cinema,

r��dio, discos, televis��o etc.

Os meios de comunica����o de massa constituem - se um

incr��vel instrumento de fabrica����o de opini��es e modelagem do

comportamento, saindo de uma rela����o inter - humana direta e

dirigindo - se ao n��vel da opini��o p��blica nacional e internacional.

Um aspecto important��ssimo, que deve ser considerado, �� o tipo de

ouvinte ou leitor que recebe as informa����es.

Como se nota, estas informa����es s��o tendenciosas e, ao

atingir ativamente um ouvinte ou leitor passivo, d��o ao persuasor um

poder extremo.

S O C I E D A D E DE C O N S U M O

�� definida como um dos efeitos da invas��o dos meios de

comunica����o de massa no mundo de hoje. Tem sua origem do livro

americano The Lonely Crowd (A multid��o Solit��ria) - David Reisman

(1950).

Em seu livro Reisman destaca tr��s tipos de sociedade:

g��* Sociedade com grande potencial de crescimento

gf Sociedade de crescimento transit��rio

��& Sociedade de decl��nio demogr��fico

Este terceiro tipo de sociedade, a qual caracteriza muito

bem o mundo ocidental, �� marcada por indiv��duos

heterodeterminados, isto ��, cujos comportamentos s��o determinados

pelas influ��ncias interiores; havendo um esfor��o do indiv��duo em saber

105

o que os outros fazem para fazer o mesmo. Neste tipo de sociedade

tudo se torna "objeto de consumo".

Indiv��duo Heterodeterminado - "Castrado, destitu��do de sua

subst��ncia, alienado, desumanizado, despersonalizado, objetivado".

Massifica����o - "Transforma����o de milh��es de pessoas em

uma massa "greg��ria e embrutecida".

A massifica����o �� o resultado de dois fatores:

1 Despersonaliza����o: empobrecimento pessoal, perda do

o

sentido de cria����o de valores, demiss��o do papel de agente de

mudan��a pol��tica, conformidade de comportamento em rela����o ao

comportamento da maioria, sensibilidade �� comunica����o etc.

2 A a����o dos meios de comunica����o de massa torna real

o

a "multid��o solit��ria", quebrando e decompondo os grupos naturais (fam��lia por exemplo) e os grupos organizados (grupos religiosos,

culturais, sindicatos etc.).

Cada indiv��duo tende ao isolamento e, cada um individualmente em

sua solid��o, est�� pronto a receber de forma mais intensa as sugest��es

advindas dos meios de comunica����o de grande difus��o.

C O N T R O L E SOCIAL S O B R E A T E L E V I S �� O





BRASILEIRA


As televis��es s��o concess��es p��blicas e suas obriga����es

sociais est��o definidas na Constitui����o. Tais concess��es s��o

renovadas a cada quinze anos por, no m��nimo, dois quintos do

Congresso Nacional, sob a condi����o de que as TVs estejam

cumprindo as obriga����es constitucionais. Para acompanhar a

qualidade da programa����o, o artigo 224 da Constitui����o prev�� a

cria����o do Conselho de Comunica����o Social ( CCS ), que est��

regulamentado pela lei N 8.389 de 31/12/91. A lei determinava a

a

implanta����o deste Conselho para abril de 1992 e, at�� agora, o governo

sequer organizou sua forma����o.

A programa����o da televis��o brasileira tem provocado muitas

discuss��es a respeito de sua qualidade, principalmente no que diz

respeito �� influ��ncia sobre a forma����o infanto - juvenil. No Brasil, as crian��as passam em m��dia, tr��s horas di��rias diante da televis��o.

Este dado mostra a import��ncia de uma programa����o mais educativa,

106

que apontasse para a conscientiza����o sobre cidadania. Mesmo sem

o funcionamento do CCS, a sociedade civil est�� come��ando a se

organizar para debater o papel social da televis��o.

Para a deputada federal Marta Suplicy a sociedade precisa

mobilizar -se para evitar o mon��logo das emissoras de Tv e exigir o

cumprimento das obriga����es sociais definidas na Constitui����o.

Para Daniel Herz, presidente do F��rum Nacional pela

Democratiza����o da Comunica����o, �� preciso construir uma rela����o

dos ve��culos de comunica����o com a sociedade. Ele afirma que o

pensamento a respeito de uma censura arbitr��ria precisa ser

substitu��do por uma grande abertura pol��tica com representa����o

social, onde a sociedade pudesse discutir grandes temas e, entre

eles, a programa����o das pr��prias TVs. Embora esteja previsto em

lei, o Conselho de Comunica����o Social n��o est�� instalado. Atrav��s

dele, a sociedade poderia qualificar o que �� adequado ou inadequado

para exibir na televis��o, conclui Herz.

O Senado j�� criou uma comiss��o permanente para tratar do

assunto e o poder executivo, pressionado pela sociedade, est��

pedindo aos concession��rios de canais de televis��o para elaborarem

c��digos de ��tica capazes de estabelecer algum limite ao conte��do

das programa����es.

Est�� sendo elaborada uma nova Lei de Comunica����o

Eletr��nica de Massa para substituir o atual C��digo Brasileiro da

Radiodifus��o, em vigor desde 1962.

O S E R NARC��SICO E A S O C I E D A D E NARC��SICA

Os narcisistas est��o mais preocupados com o modo como

se apresentam do que com o que sentem. Investem mais na imagem,

negam qualquer sentimento que contradigam a imagem que procuram

apresentar. S��o ego��stas, concentrados em seus pr��prios interesses,

mas carentes dos verdadeiros valores do self.

A m��dia incentiva cada vez mais o consumo, o ter as coisas

materiais converte-se em medida de progresso na vida. Modelamos

nossa cultura de acordo com a nossa imagem e, por sua vez, somos

modelados por essa cultura.

Lowen estabelece uma distin����o entre a preocupa����o

saud��vel com a pr��pria apar��ncia baseada no senso do self e o

deslocamento da identidade do self para a imagem que ��

caracter��stico do estado narcisista. Esta concep����o do narcisismo

107

est�� de acordo com o mito de narcisismo. Apaixonado pela sua

pr��pria imagem, Narciso negou seu interior, em favor de sua apar��ncia.

E essa �� a manobra t��pica dos narcisistas.

A nega����o de sentimento, caracter��stica de todos os

narcisistas, �� sumamente manifesta em seu comportamento em

rela����o a outros. Eles podem ser cru��is, exploradores, s��dicos ou

destrutivos para com outra pessoa porque s��o insens��veis ao

sofrimento ou sentimento de outrem. Essa insensibilidade deriva de

uma insensibilidade para com os pr��prios sentimentos da pessoa.

A empatia, a capacidade de sentir os sentimentos ou estados de

��nimo de outra pessoa, �� uma fun����o de resson��ncia. Podemos

sentir a tristeza de outra pessoa porque isso nos deixa tristes:

podemos compartilhar a alegria de algu��m porque isso evoca em

n��s sentimentos prazerosos. Mas se somos incapazes de sentir

tristeza ou alegria, n��o podemos reagir a esses sentimentos em

outra pessoa e poderemos at�� duvidar que ela tenha tais sentimentos.

Quando negamos os nossos sentimentos, negamos que outros

sintam.

A auto-aceita����o �� o que est�� faltando nos indiv��duos

narcisistas que dissociaram seus coros, de modo que a libido ��

investida no ego e n��o no corpo ou self. Sem auto-aceita����o n��o h��

amor ao self. A nossa identidade dual assenta em nossa capacidade

para formar uma imagem do self e em nossa percep����o consciente

do self corporal. Numa pessoa saud��vel, as duas identidades s��o

congruentes. A imagem afasta-se da realidade do corpo como uma

luva da m��o do seu dono. Quando existe falta de congru��ncia entre

a imagem do self e o self ocorre ent��o um dist��rbio de personalidade.

C O N S I D E R A �� �� E S FINAIS

A gente vem cultivando h�� d��cadas uma "sociedade narc��sica

", de homens e mulheres alienados, despersonalizados e distantes

de seu verdadeiro "eu ". E at�� estranhamos quando assistimos a guerras, mis��ria, viol��ncia; afinal de contas, que papel a gente vem

desempenhando para a constru����o de uma outra sociedade ? Somos

ou n��o agentes de mudan��a ? O que poderemos fazer ? A virada do

mil��nio nos coloca diante da imin��ncia de termos que fazer algo,

individualmente e coletivamente. O principal passo �� a reflex��o

conjunta (v��rios grupos sociais ) de como estamos, identificando

sinais e alternativas para a����es coletivas.

108





O homem contempor��neo necessita resgatar dois est��gios

de sua exist��ncia individual: o est��gio superior, tamb��m designado

de religioso, que fala de sua rela����o com Deus; e o est��gio ��tico,

que fala de normas gerais de conduta e conviv��ncia social. Falta -

lhe amor ao pr��ximo, �� natureza, ��s coisas...

Segundo Erich Fromm o aspecto caracter��stico de nossa

cultura �� o "apetite da compra", na id��ia de uma troca mutuamente favor��vel. Prevalece a orienta����o mercantil, que o sucesso material

�� o valor predominante. Vivemos numa sociedade capitalista baseada

no princ��pio da liberdade pol��tica de um lado e, do outro, no do

mercado como regulador de todas as rela����es econ��micas e,

portanto, sociais.

As rela����es humanas s��o essencialmente as de aut��matos

alienados, cada qual baseando sua seguran��a na posi����o mais

pr��xima do rebanho e em n��o ser diferente por pensamentos,

sentimentos ou na a����o .

Grandes pensadores e mestres da humanidade, j�� faziam

cr��ticas a nossa sociedade, assinalando sinais para uma nova ordem

de nossas vidas, do Ser ao inv��s do Ter.

Buda - Ensina que, para chegarmos ao mais elevado est��gio

do desenvolvimento humano, n��o devemos ansiar pelas posses;

Eckart - "Ter nada e tomar-se aberto e "vazio", e n��o colocar o Eu no centro, �� a condi����o para conseguir riqueza e robustez

espiritual";

Max - "O luxo �� tanto um mal como a mis��ria, e que nosso

ideal deve consistir em ser muito e n��o em ter muito";

Jesus - Pois quem quiser salvar sua vida, perde - la - ��,

quem perder a vida por minha causa, esse salvar��. Que aproveita ao

homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder - se, ou a causar

dano a si mesmo ?

Deixaremos como motivo de reflex��o final o pensamento de

Erich Fromm, a fim de que possamos pensar numa nova sociedade

e num novo homem, com as seguintes qualidades:

Disposi����o a abandonar todas as formas de Ter, a fim de

plenamente Ser;

Seguran��a, sentido de identidade e confian��a com base na f��

do que ��, na necessidade de relacionamento, interesse, amor,

solidariedade com todo o mundo circunjacente, em vez do desejo

109





de Ter, possuir, controlar o mundo e assim tornar-se escravo das

coisas possu��das;

Alegria proveniente do dar e participar, e n��o do acumular e

explorar;

Amor e respeito pela vida, em todas as suas manifesta����es,

no conhecimento de que n��o as coisas, o poder, tudo que existe,

mas a vida e tudo o que �� pr��prio a seu crescimento �� sagrado;

Viver sem adorar ��dolos e sem ilus��es, porque j�� se chegou

a um ponto que n��o exige ilus��o;

Desenvolver a capacidade de amar, juntamente com a

capacidade cr��tica, e de pensamento n��o emocional;

Abandonar o narcisismo e aceitar as tr��gicas limita����es

inerentes a exist��ncia humana;

Adotar como o supremo objetivo da vida o pleno crescimento

de n��s mesmos e dos nossos semelhantes;

Saber que para atingir esse alvo �� necess��rio disciplina e

respeito pela realidade;

N��o iludir a outros; mas tamb��m n��o ser iludido por outros;

pode-se ser chamado inocente, mas n��o ing��nuo;

Conhecermo-nos, mas tamb��m n��o o eu que conhecemos,

mas tamb��m o eu que n��o conhecemos - muito embora tenhamos

um vago conhecimento do que n��o sabemos;

Sentir nossa identidade com a vida, e, com isso, abandonar

o objetivo de conquistara natureza, explorando-a, violentando-a; mas

tentando, ao inv��s, compreender a natureza e cooperar com ela;

Liberdade que n��o se confunde com gratuidade, mas a

possibilidade de sermos n��s mesmos, n��o como uma estrutura

delicadamente equilibrada que a qualquer momento se defronte com

a alternativa de decair, viver ou morrer;

110





Saber que o mal e a destrutividade s��o conseq����ncias

inevit��veis do fracasso em evoluir;

Saber que uns poucos conseguir��o perfei����o em todos

essas qualidades, mas n��o Ter a ambi����o de "atingir a meta",

c��nscio de que essa ambi����o �� apenas outra forma de desejar

ardentemente, de Ter;

Felicidade no processo de aumentar sempre o esp��rito de

vida, seja a que ponto se consiga chegar, porque viver t��o plenamente

quanto se possa, �� tanto mais satisfat��rio quanto a preocupa����o

pelo que se pode ou n��o se poderia conseguir, tem pouca

probabilidade de se revelar.





BIBLIOGRAFIA


1 - Fromm, Erich. Ter ou Ser ? - Rio de Janeiro: Zahar editora; 1997.

2 - Lowen, Alexander. Narcisismo - Nega����o do Verdadeiro Self - S��o Paulo. Cultix

3 - Jornal do Federal

4 - Filho, Jos�� Paulo Cavalcanti. Informa����o e Poder - Rio de Janeiro.

Funda����o de Cultura Cidade do Recife; 1994.

5 - Dois Pontos. Teoria e Pr��tica em Educa����o; vol.4 N 36 - Janeiro/

Q

Fevereiro; 1998

6 - Filho, Ciro Marcondes. Televis��o: A Vida pelo V��deo - Editora: Moderna 7 - Mucehiell, Roger, A Psicologia da Publicidade e da Propaganda - Rio de Janeiro, Livros T��cnicos e Cient��ficos, 1978

8 - Artigo Revista Educa����o - Ano 26, volume 222, Outobro/99

111

Era uma vez um macaco que estava com muita fome.

O macaco andou, andou sem encontrar comida.

De repente ele avistou um pequeno e estreito buraco e viu que dentro tinha uma banana. Ele colocou a m��o no buraco e agarrou a banana. Mas, por mais que puxasse, a m��o fechada n��o sa��a do buraco.

O macaco tentou, tentou e acabou, morreu segurado �� banana.

De que morreu o macaco?

113







---------- Forwarded message ---------
De: Reginaldo Mendes 



Olá, pessoal:
                   Este é mais um livro de nossa campanha de doação  e digitalização de livros para atender aos deficientes visuais.
                   Agradecemos ao Irmão Bezerra pela doação e ao irmão  Fernando pela digitalização
                    Pedimos que não divulguem em canais públicos ou Facebook. Esta nossa distribuição é para atender aos deficientes visuais em canais específicos.
O Grupo Mente Aberta lança hoje mais um livro digital !
Desejamos a todos uma boa   leitura !

O Poder e Suas Nuances - Libertas

Livro doado por Bezerra e digitalizado por Fernando Santos

Sinopse:
O norte deste livro é a integração do corpo/mente e também organização e sociedade e/outro,equipe/organização/sociedade.
Aliamos conceitos e exercícios da Análise Bioenergética à teoria e
prática da Dinâmica de Grupo que fundamenta o livro.
É vital a necessidade de harmonizar razão e sentimentos





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