Organiza����o
Cia Pac��fica
Recife - 2000
FICHA T��CNICA
Organiza����o Editorial
Jayme Panerai
Grace Wanderley
Luciana Ara��jo
Gedalva Rapela
Assessor Editorial
Antonio Fernando Viana
Revis��o
Gilberto Aureliano de Barros Correia
Produ����o
Cia Pac��fica - (0**81) 445.2662
Diagrama����o
Jair Bezerra
Capa
Jair Bezerra
Servi��os Gr��ficos
Amaro Ferreira
Coordena����o
Jadson Bezerra
Copyrigth �� 2000 by Libertas Comunidade.
SUM��RIO
01. Apresenta����o, 9
2. O Poder: Suas Fontes e Qualidade, 11
03. O Poder nas Rela����es Familiares, 22
04. O Poder e o Meio Ambiente, 32
05. Poder Ter ou Poder Ser?, 38
06. O Poder da Dimens��o Espiritual nas Rela����es
Humanas, 48
07. O Poder nas Organiza����es, 56
08. O Poder da M��sica, 68
09. O Poder Feminino x O Poder do Masculino, 91
10. O Poder da M��dia, 102
APRESENTA����O
Jayme Panerai Alves
Grace Wanderley de Barros Correia
H�� mais de dez anos desenvolvemos um curso chamado
Din��mica de Grupo aplicado ��s Organiza����es.
Nele inclu��mos a An��lise Bioenerg��tica com valiosa contribui����o
para a leitura energ��tica dos grupos.
O norte deste trabalho sempre apontou para a integra����o
do corpo/mente, eu/outro,equipe/organiza����o/sociedade.
Aliamos conceitos e exerc��cios da An��lise Bioenerg��tica �� teoria e
pr��tica da Din��mica de Grupo que fundamentam o curso.
Consideramos vital a necessidade de harmonizar raz��o, sentimentos,
emo����es e espiritualidade.
O ser humano ao ser visto e tratado integralmente na sua
real totalidade e plenitude poder�� desenvolver essa inteireza na vida
pessoal e profissional.
S��o muitas horas em companhia de pessoas das mais diversas
��reas e forma����es, em trocas profundas, que geralmente resultam
em mudan��as pessoais e da equipe.
Estas mudan��as, relatadas ao longo das jornadas e
encontros, �� semelhan��a dos degraus de uma escada ascendente,
refletem uma aten����o maior ao (auto) conhecimento. O
redirecionamento do olhar. A amplia����o dos pontos a serem mais e
melhor focados. O interior. O sil��ncio. O olhar interno e sua
expans��o. O sair do externo e ir buscar ref��gio e seguran��a,
dentro. O equil��brio entre o l�� fora e o aqui dentro.
Este lago profundo das nossas experi��ncias, viv��ncias e
afetos de nossa exist��ncia.
Sempre a cada grupo designamos um trabalho para ser
apresentado criativamente para o grupo e por escrito. Estas
apresenta����es t��m sido atrav��s de dramatiza����es", filmes com
reflex��es e momentos profundos, ricos e impactantes.
Os trabalhos s��o, normalmente, solicitados com rela����o
ao tema "O Poder".
Nossa compreens��o �� a de que o poder, esta qualidade
intr��nseca ao ser social, deturpou-se ao longo dos tempos.
Estabeleceu-se nos grupos e nas Organiza����es uma luta de poder
t��o forte e desenfreada, �� semelhan��a de sanguessuga, que consome
9
toda a energia das pessoas em competi����es, desconfian��as e
hostilidades.
O poder desmedido sobre os outros �� uma doen��a nas
organiza����es e sociedade.
Ao longo da hist��ria percebemos a complexa tarefa do
homem de se libertar dos traumas e fantasmas que o aprisionam e
o tomam inseguro e dependente do outro.
�� dif��cil reconhecer em si as fragilidades, as mesquinharias,
o ego��smo, a intoler��ncia e outras ervas daninhas internas. Fica
mais f��cil canalizar a energia na imagem e direcion��-la na busca de
exercer o poder sobre os outros.
O Poder pessoal �� necess��rio, ben��fico e saud��vel.
Significa a pessoa assumir seus limites, suas fronteiras e canalizar
essa magn��fica for��a interna na dire����o do autoconhecimento, do
Ser.
O Poder pessoal e a capacidade de assum��-lo �� a liberta����o.
A chave capaz de abrir portas internas e desenvolver a
consci��ncia de que cada um dever�� ser respons��vel pela pr��pria
vida, pela felicidade e pela paz interior.
Assumir o poder pessoal e canaliz��-lo para as realiza����es
nos far�� crescer como pessoas, dando-nos a paz capaz de nos
fazer perceber o Universo interno e sua grandeza.
Esta publica����o �� uma colet��nea dos artigos e trabalhos
desenvolvidos por alguns alunos do libertas.
A eles e ao seu esfor��o, na garimpagem de suas belezas
internas, dedicamos esta iniciativa, e a todos que est��o na busca
do seu desenvolvimento e do apropriar-se do seu mundo pessoal.
10
O PODER: SUAS FONTES E QUALIDADE
Joana Ivonete
T��nia M.D. Mendes
Valdenor F��lix
1. I N T R O D U �� �� O
N��o se desconhece a complexidade que envolve o significado
da express��o poder. Contudo, o assunto �� por demais desafiador e
nos d�� a oportunidade de conhecer as m��ltiplas formas de exerc��cio
de um desejo inerente a maioria dos seres humanos.
Inicialmente apresenta-se a defini����o de poder e algumas
das mais expressivas maneiras de exercit��-lo.
A seguir, As Fontes de Poder caracterizadas pelas figuras por
demais conhecidas nos filmes de westems. Procede-se uma an��lise
da tr��ade do poder e sua import��ncia no controle social.
Especial aten����o �� destinada ao abordar-se a qualidade do
poder, tendo em vista, a sua aplicabilidade no dia-a-dia das pessoas,
onde pode-se observar a dificuldade de conviv��ncia existente no
ambiente familiar, origem dos dist��rbios de comportamento, inclu��dos
a�� os narcisistas, motivada pelo exerc��cio do poder de baixa
qualidade.
2. O Q U E �� PODER
Seria cansativo buscar uma defini����o de tudo que possa significar e
ser entendido como poder. Recorrendo-se ao Aur��lio (1996) encontra-
se inicialmente 28 verbetes, e mais, 25 formas expressivas de
exerc��cio do poder.
Aqui, pelo objeto a que se prop��e este trabalho, necess��rio
se faz definir o poder como: ter a capacidade, o motivo, o direito, a
oportunidade, a influ��ncia, a faculdade, a autoridade e a for��a de
que se disp��em pessoas, diversos grupos, agrupamentos ou setores
sociais pela sua pr��pria posi����o na estrutura social.
As express��es de poder regem todas as rela����es humanas
formalizadas pelos pactos sociais: pol��tico, econ��mico, militar (a��reo, 11
naval, e terrestre), da forma����o do Estado (executivo, legislativo e
judici��rio), familiar, jovem, p��blico, aquisitivo, espiritual, da mente etc.
O poder apresenta evidentemente m��ltiplas facetas e, para
ser bem entendido, deve ser, obviamente, estudado de diversos
��ngulos e nem todos esses ��ngulos, possuem o mesmo valor. O
mais importante �� a quest��o da natureza de uma estrutura de poder
em rela����o �� sociedade em que est�� inserida. A correspond��ncia
entre determinada sociedade e a sua estrutura de poder �� sempre
estreita e, em sua an��lise, n��o se pode desprezaras contribui����es
que outras perspectivas de poder possam trazer. Uma estrutura de
poder ��, afinal de contas, uma forma particular de rela����es de
classes, rela����es assim��tricas por defini����o, isto ��, que implicam
o predom��nio de uma classe dominante sobre as classes restantes,
do ponto de vista pol��tico-social ou dos pais sobre os filhos, do ponto de vista familiar.
De um modo geral, o poder �� a capacidade de manipular ou
controlar o ambiente. Assim, os animais manipulam o ambiente para
satisfazer suas necessidades. O homem �� indiscutivelmente o maior
manipulador, contudo, quando o poder se tomou uma for��a impessoal
utilizada pelo homem, essa situa����o mudou.
O poder surgiu com a pr��pria hist��ria da civiliza����o. A partir
da domestica����o de animais, o desenvolvimento da agricultura, o
controle exercido por um chefe sobre os seus subordinados, a
transforma����o de tribos em Estados-na����o, o surgimento da m��quina,
a eletricidade, a energia nuclear e o novo desenvolvimento
tecnol��gico, permitem na atualidade, um poder ilimitado �� disposi����o
do homem, cujos efeitos mal��ficos repercutem sobre a personalidade
de cada um.
O poder se desenvolve atrav��s do represamento e controle
da energia e n��o pode funcionar de outra forma. �� controlador e
demolidor e ergue uma parede entre o homem e seu meio. Protege-
o, mas sobretudo, o isola. O insidioso perigo do poder reside no seu
efeito desagregante sobre o relacionamento humano. A pessoa com
poder toma-se uma figura superior, enquanto a que se sujeita a ele ��
reduzida a mero objeto. O uso do poder nega a igualdade entre os
seres humanos e invariavelmente leva a conflitos e hostilidades. O
que �� especialmente verdade no tocante ��s rela����es ��ntimas e
12
pessoais no meio familiar.
Os pais usam o poder para controlar os filhos porque
tamb��m foram controlados quando jovens, e mesmo tendo sido
v��timas do poder, est��o dispostos a exerc��-lo mesmo sobre seus
filhos. Outro perigo do poder �� quando enfeixa-se nas m��os de algu��m
carente, porquanto, a pessoa carente venera o poder e o risco do
bem estar humano �� bem maior.
3. F O N T E S DO PODER
3.1 M��sculo
Um c��u azul profundo. Montanhas ao longe. O ru��do das
patas de cavalo. Um cavaleiro solit��rio se aproxima, o sol refletindo
em suas esporas...
Quem, quando era crian��a tiver ficado sentado num cinema
��s escuras, enlevado por filmes de bangue-bangue, sabe que o poder
salta do cano de um rev��lver de seis tiros. Num filme de Hollywood
atr��s do outro, um vaqueiro solit��rio chega cavalgando vindo n��o se
sabe de onde, participa de um duelo com o vil��o, rep��e o rev��lver no
coldre e se afasta de novo, cavalgando para desaparecer na n��voa
distante. O poder, aprendemos quando crian��as, vinha da viol��ncia.
3.2 Dinheiro
Uma figura de fundo em muitos destes filmes, no entanto,
era um personagem bem vestido, barrigudo, que ficava sentado por
tr��s de uma enorme mesa de madeira. Tipicamente retratado como
afetado e ambicioso, esse homem tamb��m exercia poder. Era ele
quem financiava a ferrovia, os vaqueiros, os grileiros, ou outras
for��as do mal. E se o her��i vaqueiro representa o poder da viol��ncia,
essa figura - tipicamente o banqueiro - simbolizava o poder do
dinheiro.
3.3 Intelig��ncia
Em muitos westems tamb��m havia um terceiro personagem
importante: um editor de jornal que lutava pelo bem, uma professora,
13
um pastor ou uma mulher instru��da vinda do "leste". Em um mundo de homens grosseiros que atiravam primeiro e faziam perguntas
depois, esse personagem representava n��o apenas o bem moral
em combate contra o mal, mas tamb��m, o poder da cultura e do
conhecimento, muitas vezes se obtivesse uma vit��ria no final, em
geral era por causa de uma alian��a com o her��i que carregava uma
arma ou devido a um s��bito golpe de sorte - o encontro de ouro no
rio ou uma heran��a inesperada.
Conhecimento, como Francis Bacom prevenia, �� poder -
mas para o conhecimento vencer num western, em geral tinha que
se aliar �� for��a ou ao dinheiro.
3.4 Tr��ade do Poder
�� claro que o dinheiro, a cultura e a viol��ncia, n��o s��o as
��nicas fontes de poder na vida do dia-a-dia, e o poder n��o �� nem
bom nem mau. Ele �� uma dimens��o de, virtualmente, todos os
relacionamentos humanos. ��, na verdade, a rec��proca do desejo e,
como os desejos humanos s��o infinitamente variados, tudo o que
puder satisfazer o desejo de outra pessoa �� uma fonte de poder em
potencial. O traficante de drogas que pode deixar de vender uma
dose tem poderes sobre o viciado. Se um pol��tico quiser votos,
aqueles que puderem votar t��m poder.
No entanto, entre as in��meras possibilidades, as tr��s fontes
de poder simbolizam no bangue-bangue - viol��ncia, riqueza e
conhecimento - v��m a ser as mais importantes. Cada qual assume
muitas formas diferentes na pe��a do poder. A viol��ncia, por exemplo,
n��o precisa ser real; a amea��a do seu uso ��, com freq����ncia,
suficiente para conseguir obedi��ncia. A amea��a da viol��ncia tamb��m
pode estar escondida por tr��s da lei. ( Aqui o termo viol��ncia, ��
usado no sentido figurativo, n��o literal - para incluir a for��a e tamb��m a coer����o f��sica).
De fato, n��o apenas os filmes modernos mas os antigos
mitos apoiam a vis��o de que a viol��ncia, riqueza e conhecimento
s��o as fontes m��ximas do poder social. Assim, a lenda japonesa
nos fala de "sanshu no jingi"- os tr��s objetos sagrados dados �� deusa do sol, Amaterasu-omi-kami - que at�� hoje ainda s��o os s��mbolos
do poder imperial. S��o eles: a espada, a j��ia e o espelho.
14
As infer��ncias de poder da espada e da j��ia s��o bem claras;
a do espelho, um pouco menos. Mas o espelho, no qual Amaterasu-
omi-kami viu o pr��prio rosto - ou teve conhecimento de si mesma -
tamb��m reflete o poder. Ele passou a simbolizar a sua divindade,
mas n��o �� absurdo consider��-lo tamb��m um s��mbolo da imagina����o,
da consci��ncia e do conhecimento.
Al��m do mais, a espada ou o m��sculo, a j��ia ou o dinheiro
e o espelho ou a mente, juntos, formam um ��nico sistema interativo.
Sob certas condi����es, cada qual pode ser convertido no outro. Uma
arma pode lhe conseguir dinheiro ou pode arrancar uma informa����o
secreta dos l��bios de uma v��tima. O dinheiro pode lhe comprar
informa����es - ou uma arma. A informa����o pode ser usada para
aumentar o dinheiro de que voc�� disp��e (como Ivan Boesky* sabia)
ou para multiplicar a for��a sob o seu comando que foi o motivo pelo
qual Klaus Fuchs roubou segredos nucleares.
Al��m disso, todos os tr��s podem ser usados em quase
todos os n��veis da vida social, da intimidade do lar �� arena pol��tica.
Na esfera privada, um pai ou uma m��e podem esbofetear
um filho (usar a for��a), cortar uma mesada ou subornar com um
d��lar (usar dinheiro ou seu equivalente), ou o que �� mais eficiente de
todos - moldar os valores da crian��a a fim de que ela deseje obedecer.
Na pol��tica, um governo pode prender ou torturar um dissidente, punir
financeiramente seus cr��ticos e recompensar seus partid��rios, e
manipular a verdade para criar a anu��ncia.
Tal como m��quinas ferramentas que podem criar outras
m��quinas, a for��a, a riqueza, ou o conhecimento, se usados de
forma adequada, podem dar ao indiv��duo o comando de muitas outras
e mais variadas fontes de poder. Assim, sejam quais forem as outras
ferramentas do poder que possam ser exploradas por uma elite
dominante ou por indiv��duos em suas rela����es privadas, a for��a, a
riqueza e o conhecimento s��o alavancas m��ximas. Eles formam a
tr��ade do poder.
4. PODER E C O N T R O L E S O C I A L
�� verdade que nem todos os deslocamentos ou
transfer��ncias de poder s��o resultados do uso dessas ferramentas.
O poder muda de m��os como resultado de muitos acontecimentos
15
naturais. A Peste Negra que assolou a Europa no s��culo XIV mandou
os poderosos para a sepultura junto com os desprovidos de poder,
abrindo muitas vagas na elite das comunidades que sobreviveram.
O caso tamb��m afeta a distribui����o do poder na sociedade.
Mas, assim que dirigimos o foco para os atos humanos intencionais
e perguntamos o que faz com que as pessoas e sociedades inteiras
se submetam aos desejos dos "poderosos", nos vemos uma vez
mais diante da trindade de m��sculo, dinheiro e intelig��ncia.
A fim de se manter o mais perto poss��vel da linguagem
comum, usa-se o termo poder neste trabalho para indicar o poder
intencional sobre pessoas. Esta defini����o elimina o poder usado
contra a natureza ou as coisas, mas �� ampla bastante para incluir o
poder exercido por uma m��e a fim de evitar que uma crian��a saia
correndo em frente a um carro que avan��a; ou por uma grande empresa
a fim de aumentar os lucros; ou por um ditador para enriquecer sua
fam��lia e seus apaniguados, ou pela Igreja Cat��lica para conseguir
oposi����o pol��tica ao controle da natalidade; ou pelos militares para
esmagar uma rebeli��o.
A concentra����o nessa trindade e a defini����o de poder dessa
maneira permitem analisar o poder de modo inteiramente novo,
revelando, talvez mais claramente do que antes, a forma exata pela
qual o poder �� usado para controlar o comportamento humano, desde
o ber��o at�� a morte. S�� quando isso for compreendido pode-se
identificar e transformar as obsoletas estruturas do poder que
amea��am o futuro.
5. Q U A L I D A D E DO PODER
A maioria das hip��teses convencionais a respeito do poder,
pelo menos na cultura ocidental, d�� a entender que poder �� uma
quest��o de quantidade. Mas, embora alguns tenham menos poderes
que outros, esse crit��rio ignora aquilo que agora pode ser fator mais
importante de todos: a qualidade do poder.
O poder existe em v��rios graus, e certo poder �� muito baixo
no que se refere �� qualidade. Nas ferozes lutas que em breve ir��o
assolar nas escolas, hospitais, empresas, sindicatos e governos,
aqueles que entenderem o que �� "qualidade" obter��o uma vantagem 16
estrat��gica.
5.1 Poder de Baixa Qualidade
Ningu��m duvida Que a viol��ncia - corporificada na navalha
de um assaltante ou em um m��ssil nuclear - pode conseguir
resultados impressionantes. A sombra da viol��ncia ou da for��a,
inclu��da na lei, est�� por tr��s de todos os atos do governo, e no fim
todo governo conta com soldados e com a pol��cia para dar for��a ��
sua vontade. Essa amea��a sempre presente e necess��ria, da
viol��ncia na sociedade ajuda a manter o sistema em funcionamento,
fazendo com que os pactos sociais comuns sejam cumpridos,
reduzindo a criminalidade, proporcionando mecanismos para a
solu����o pac��fica das disputas. Nesse sentido paradoxal, �� a velada
amea��a de viol��ncia que ajuda a tomar a vida di��ria n��o-violenta.
Mas a viol��ncia em geral tem importantes desvantagens.
Para come��ar, ela estimula o homem a andar com uma lata de g��s
paralisante ou a engrenar uma corrida armamentista que aumenta
os riscos para todos. Mesmo quando "funciona", a viol��ncia produz resist��ncia. Suas v��timas ou os sobreviventes de suas v��timas
procuram a primeira oportunidade para uma retalia����o.
A principal fraqueza da for��a bruta ou da viol��ncia, no entanto,
�� a sua total inflexibilidade. Ela s�� pode ser usada para punir. ��, em
suma, um poder de baixa qualidade.
Este poder materializado pela for��a f��sica �� infelizmente
utilizado como um meio de controle dos pais para obrigar a crian��a
e o adolescente a submeter-se �� tirania imposta pelo poder familiar.
Na sociedade contempor��nea, embora tenha ocorrido um avan��o
tecnol��gico que permita uma troca de informa����es sobre o
relacionamento humano, acess��vel a uma grande parcela da
popula����o, ainda n��o foi poss��vel inverter o quadro de viol��ncia
existente no ambiente familiar que atinge todas as camadas sociais,
com ��nfase notadamente, onde inexiste estrutura s��cio-econ��mica.
Esse quadro de viol��ncia amplamente divulgado pela m��dia,
tem preocupado autoridades, educadores, psic��logos e especialistas
na ��rea em busca de solu����es para mudara qualidade de poder nas
rela����es familiares. Os maus tratos f��sicos em forma de
espancamento com instrumentos que provocam imensa dor e
17
humilha����o por que passa a chan��a ou o adolescente aumentada
pela falta de defesa e at�� pela nega����o de expressar atrav��s do
choro o seu sofrimento.
"Todos os meus pacientes narcisistas tiveram a experi��ncia
de serem profundamente humilhados na inf��ncia por pais que usavam
o poder como um meio de controle," Lowen (1993). N��o �� somente
o castigo f��sico a ��nica forma de agredir e humilhar uma crian��a ou
adolescente. �� muito comum os pais fazerem cr��ticas aos seus
filhos de maneira inadequada e agressiva, criando no filho uma
sensa����o de inutilidade e revolta, o que afeta profundamente sua
personalidade.
A falta de educa����o, embasada no conhecimento das
rela����es humanas, �� a principal causa que leva os pais a agirem de
forma cruel no trato com seus filhos. Associada a essa falta de
informa����o, est�� naturalmente a resposta na pr��tica do tipo de
tratamento que receberam de seus pais, somados �� inseguran��a,
��s frustra����es e �� incapacidade de di��logo para administrar conflitos.
5.2 Poder de M��dia Qualidade
A riqueza, em contraste, �� um instrumento de poder muito
melhor. Uma carteira de notas recheada �� muito mais vers��til. Em
vez de apenas amea��ar ou realizar puni����es, ela tamb��m pode
oferecer recompensas, pagamentos e subornos, em dinheiro ou
mercadoria. A riqueza pode ser usada de modo positivo ou negativo.
��, portanto, muito mais flex��vel que a for��a. A riqueza gera um poder
de m��dia qualidade.
Nas rela����es governadas pelo poder onde �� vis��vel a
autoridade, ser respeitado pela riqueza, ou seja, pela for��a do dinheiro, uma das caracter��sticas do poder econ��mico, verifica-se que os
castigos impostos pelos pais aos filhos, limitam-se �� suspens��o
provis��ria do dinheiro ou diminui����o da mesada, proibi����o de usar o
carro da fam��lia, freq��entar festas e outras formas de lazer que
implicam necessariamente em despesas. No ambiente em que
predomina um relacionamento dependente de uma situa����o cujos
valores est��o voltados para os bens materiais e a preserva����o do
status , onde os conflitos s��o administrados numa seq����ncia de
dar e tirar dinheiro de algu��m, como forma de controle familiar,
18
desperta na crian��a ou no adolescente, a id��ia de que as rela����es
pessoais s��o governadas pelo poder da riqueza, e passa a se preparar
para uma luta por este poder na idade adulta, o que leva a cometer
ilicitudes, embora tenha recebido uma educa����o condizente com
sua posi����o social.
O rei vive num pal��cio que n��o �� necessariamente uma casa,
o presidente de um pa��s numa casa imponente e o diretor de uma
grande empresa, numa mans��o. Em todos os aspectos, o padr��o
de vida dessas pessoas �� superior ao das pessoas comuns.
Possuem toda uma estrutura de poder que se encarrega de executar
as tarefas rotineiras sem que haja qualquer contesta����o, porquanto,
o poder acarreta muitas prerrogativas materiais, as quais constituem
uma consider��vel forma de desejo de poder.
Tanto na antig��idade como na atualidade, a maioria das
guerras t��m sido travadas entre pa��ses poderosos economicamente.
N��o se pode considerar a necessidade da guerra para aumentar o
bem estar do povo somente em fun����o dos bens materiais que
pudessem advir da vit��ria no conflito, mas, sobretudo, para aumentar
o dom��nio e ampliar o controle sobre a riqueza como s��mbolo de
poder.
A mais ��bvia vantagem da deten����o de poder �� a.
recompensa material que adv��m da pessoa que o possui. O poder
conferido pela riqueza estabelece uma posi����o de status, que
determina a preced��ncia hier��rquica nas rela����es individuais, ao
mesmo tempo em que os sentimentos desaparecem com a eleva����o
do grau de narcisismo.
5.3 Poder de Alta Qualidade
O poder da mais alta qualidade, no entanto, vem da aplica����o
do conhecimento. O ator Sean Connery, num filme passado em Cuba
durante o reinado do ditador Batista, representa o papel de um
mercen��rio ingl��s. Numa cena memor��vel, o chefe militar do tirano
diz:" Major, diga qual �� a sua arma favorita, e eu a conseguirei para o senhor". Ao que Connery responde: "C��rebro".
O poder de alta qualidade n��o �� apenas influ��ncia. N��o ��
apenas a capacidade de se conseguir o que se quer, de fazer com
que outros fa��am o que voc�� quer, embora prefiram fazer o contr��rio.
19
Alta qualidade significa mais. Ela implica efici��ncia - usar o menor
n��mero de fontes de poder para atingir um objetivo. O conhecimento
pode ser usado, com freq����ncia, para fazer com que o outro goste
de seu plano de a����o. Pode at�� convencer uma pessoa de que ela ��
que teve a id��ia.
O poder conferido pelo conhecimento pode ser usado para
punir, premiar, persuadir e at�� transformar o dinheiro em aliado. O
conhecimento certo pode contornar situa����es desagrad��veis evitando
o desperd��cio da for��a e da riqueza. O conhecimento serve como
um multiplicador de riqueza e for��a. Claro que o poder m��ximo est��
�� disposi����o daqueles que se encontrem em condi����es de usar
todas as tr��s dessas ferramentas numa inteligente combina����o de
uma com as outras, alternando a amea��a de castigo, a promessa
de recompensa, juntamente com a persuas��o e intelig��ncia.
Nas rela����es familiares as crian��as aprendem mais
facilmente com compreens��o e carinho que com for��a e puni����o. O
poder exercido pelo conhecimento, torna o ambiente saud��vel e de
f��cil entendimento na administra����o dos conflitos humanos, gerando
uma m��tua confian��a entre pais e filhos alicer��ada no respeito e na
admira����o.
Nas pr��ximas d��cadas, quem n��o detiver o conhecimento
ou informa����es atualizadas em sua ��rea de atua����o profissional e
social, n��o sobreviver��, uma vez que, n��o haver�� espa��o para ser
ocupado no mercado de trabalho.
Conhecimento, viol��ncia e riqueza, e o relacionamento entre
eles, definem o poder na sociedade. Francis Bacon igualava o
conhecimento ao poder, mas n��o se concentrou na sua qualidade,
ou nos seus elos vitais com as outras principais fontes de poder
social. Tampouco p��de algu��m prever, at�� agora, as revolucion��rias
mudan��as atuais no relacionamento entre as tr��s.
6. C O N S I D E R A �� �� E S FINAIS
Das tr��s principais fontes de controle social, portanto, �� o
conhecimento - a mais vers��til - que produz o que as altas patentes
do Pent��gono gostam de chamar de "o maior resultado pelo dinheiro
empregado".
2 0
Os japoneses, realmente peritos, sabem por intui����o - ou
gra��as ao treinamento - como usar e inter-relacionar seus recursos
de poder.
A fim de avaliar os diferentes contendores num conflito pelo
poder - quer numa negocia����o, quer numa guerra, portanto, vale a
pena ter id��ia de quem comanda o acesso �� qual das ferramentas
b��sicas do poder.
7. BIBLIOGRAFIA
G R A C I A R E N A , Jorge. O Poder e as Classes Sociais. S��o Paulo, Mestre Jou, 1971.
T O F F L E R , Alvin. As Mudan��as de Poder. Rio de Janeiro, Record, 1990.
L O W E N , Alexander. Narcisismo. S��o Paulo, Cultrix, 9 Ed., 1999.
L O W E N , Alexander. Prazer: uma abordagem criativa da vida. S��o Paulo, Summus, 5 Ed., 1984.
21
O PODER NAS RELA����ES FAMILIARES
Uma An��lise �� luz do Narcisismo
ngela Lobo Costa Mesk��
Izabel Cavalcanti Arend
Maria Concei����o C��mara Martins
Maria Tereza Costa Lima
�� comum que as rela����es familiares sejam observadas com
um misto de romantismo e rever��ncia. No entanto, ao analisar mais
profundamente a din��mica das fam��lias, emergem situa����es extremas
de luta pelo poder.
O poder nas rela����es familiares instala-se com as disputas
entre pais e envolve os filhos e demais membros que convivam no
mesmo ambiente.
Muitas vezes, o anseio por controle remete a caracter��sticas
de personalidade fundamentadas em situa����es inconscientes muito
primitivas do desenvolvimento, que condicionam comportamentos
atuais. Neste caso, situam-se os narcisistas do car��ter
psicop��tico, que ostentam uma atitude de sentir-se especial e superior, exercendo o poder pela explora����o de outrem.
A aus��ncia de limites morais e a frivolidade peculiar aos
narcisistas pode transform��-los em algozes ditadores familiares. Sob
o manto da onipot��ncia, dominam e submetem as pessoas, como
um modo de proteger-se contra a humilha����o que sofreram quando
crian��as e que temem sofrer novamente.
Pais que mant��m comportamentos de confronto entre si
criam situa����es incompreens��veis para as crian��as que os observam.
Para elas, �� natural acreditarem que o pai e a m��e se amam e
querem o melhor para todos. Ao defrontarem-se com uma realidade
tr��gica, contrariando esta cren��a, julgam-se insanas e optam por
reprimir os sentimentos relativos �� cena, distorcendo a realidade.
Estas pessoas preferem concentrar sua energia numa imagem de
fam��lia feliz, que passa a fazer parte de sua hist��ria.
O total dom��nio dos pais sobre a crian��a, impotente e
dependente, faz com que ela almeje ser mais poderosa que o pai,
mais capaz que ele. O poder do pai sobre o filho evoca a rejei����o
que a crian��a percebe dos pais. Sendo rejeitada pela sua real
individualidade, deparando-se com sua depend��ncia, a crian��a sente-
se humilhada por ter de sucumbir ao tal dom��nio. Neste momento,
2 2
ela �� uma v��tima perfeita para a sedu����o. Passa a aderir ��s
promessas de especialidade que lhe s��o feitas, incorporando esta
imagem.
As brigas de poder dos pais colocam os filhos em delicadas
e perigosas situa����es: o genitor sedutor tamb��m �� aquele que
normalmente rejeita o filho. Isto provoca intensa falta de confian��a,
por se ver �� merc�� do controle da vontade do pai, "eu o amo se voc�� for como eu quero / eu n��o o amo se voc�� for voc�� mesmo". N��o
existindo amor incondicional, a crian��a �� submetida.
A S P E C T O S T E �� R I C O S DO NARCISISMO
1 - INTRODU����O
O desenvolvimento tecnol��gico come��ou a gerar no homem
um sentimento de grandiosidade e de poder ao mesmo tempo em
que �� impregnado um sentimento por um consumismo de valores
que, ��s vezes, n��o tem nada a ver com as necessidades reais do
ser humano. Na invers��o de valores o ser fica desvalorizado em
detrimento do ter. Poder, desempenho e produtividade s��o tidos como valores dominantes, e virtudes como dignidade, sinceridade, lealdade
e respeito pr��prio, ficam num plano secund��rio.
Nossa cultura �� predominantemente narcisista na medida
em que estimula a competi����o a posse de bens, o "ser o melhor"
entre os melhores, a apar��ncia social e corporal, o que faz as pessoas
se afastarem de sua ess��ncia, dos seus sentimentos, dos seus
reais limites, tomando-se um objeto sem corpo, sem emo����o,
sem respeito a si e �� natureza.
2-ORIGEM
N a etiologia do narcisismo (car��ter psicop��tico) segundo
Alexander Lowen, sempre encontramos um dos pais sedutor. Os
pais idealizam o filho que desejam para si e usam a sedu����o para
garantir seus objetivos: constroem a personalidade da crian��a para
atender ao seu pr��prio projeto narc��sico.
�� comum que exista uma luta de poder entre os pais.
Preocupados em diminuir suas frustra����es, eles depositam no filho
suas expectativas, e, em troca, lhes proporcionam intimidade e
especialidade, acenando com promessas grandiosas. Usam termos
2 3
como" meu homenzinho", "meu reizinho", ou ainda: "raz��o da minha vida".
Confrontada com esta mensagem de superioridade e
superexig��ncia, e sem sentir-se �� altura para atend��-la (o que levaria
�� decep����o e �� conseq��ente perda dos pais), a crian��a passa a
construir uma imagem irreal de si, negando suas fragilidades e
exacerbando as caracter��sticas valorizadas pelos pais.
A distor����o existente entre esta imagem, com a qual a
crian��a passa a se identificar totalmente, e o seu pr��prio self,
determina o narcisismo.
No meio da disputa dos pais, com toda a carga de excita����o
gerada pela sexualidade da m��e e percebendo a raiva do pai por v��-
lo ceder 'a sedu����o da m��e, o menino sente-se encurralado no
tri��ngulo. N��o se identifica com o pai nem o sente como aliado na
competi����o. A sa��da �� adotaro jogo de sedu����o da m��e, cortando a
sexualidade da genitalidade (para n��o se defrontar com as sensa����es
sexuais) e concentrando a energia corporal na cabe��a. Ele aprende
a manipular como a m��e.
O conflito entre o desejo de atender �� m��e, o medo do pai e
o apelo das suas sensa����es sexuais gera uma rea����o de impot��ncia
que se instala na personalidade com profundos sentimentos que
ser��o fortemente reprimidos: tristeza , pela falta de atendimento das necessidades orais de carinho e prote����o, e medo, de ver
descobertas suas fraquezas.
A crian��a n��o �� respeitada na sua individualidade, na sua
condi����o de crian��a que necessita de afeto dos pais, mas serve
apenas �� satisfa����o dos objetivos ego��stas dos mesmos.
3 - DINMICA
Para sobreviver a tantos conflitos, a pessoa desenvolve
algumas caracter��sticas de personalidade. A principal delas �� a
nega����o do sentimento. Dois caminhos podem ser utilizados para este fim: a inibi����o do movimento (interno) e o bloqueio da percep����o.
Como todo sentimento gera um movimento corporal, a redu����o do
movimento, que se d�� atrav��s do amortecimento do corpo, garante
que os sentimentos temidos n��o tenham acesso �� consci��ncia.
O bloqueio da fun����o perceptiva �� o mecanismo em que o
sentimento n��o �� reconhecido como tal. O sentimento subjacente
ao comportamento �� racionalizado em fun����o da imagem.
24
O narcisista vive em fun����o de sua imagem. Qualquer
amea��a �� manuten����o da imagem, ser�� fortemente combatida,
inconscientemente. Esta necessidade for��a a pessoa a impedir que
chegue �� consci��ncia qualquer sentimento que se conflite com a
imagem. Todas as suas a����es est��o dissociadas do impulso ou
dos sentimentos e s��o justificadas unicamente em fun����o da imagem
Para manter este funcionamento, �� necess��rio um r��gido controle
sobre os processos internos, o que consome muita energia e gera
muita tens��o.
Os sentimentos de impot��ncia, tristeza e medo geram
uma raiva, que originalmente �� da m��e, mas como sua express��o ��
inconceb��vel, esta raiva �� negada (o narcisista "teve uma inf��ncia feliz"e "acha a m��e um anjo") e dirigida para a sociedade em a����es como mentir, enganar, e at�� matar. Ao matar, o narcisista (sociopata)
n��o v�� a pessoa, pois n��o introjetou a lei: o outro �� visto como
imagem do mesmo como v�� a si pr��prio.
Nesta imagem, a pessoa projeta o que quer ver de si, ou
seja a pessoa bonita, poderosa, boa, realizadora, amada etc, o
que, na realidade, �� uma pobre m��scara que encobre a trag��dia de
uma vida vazia, sem sentimento, sem contato verdadeiro consigo e
com os outros.
4 - ESTRUTURA CORPORAL
Parte superior cheio de si
Peito inflado
Cabe��a erguida
Tens��o na base do cr��nio
Tens��o nos olhos: atentos e desconfiados, usados para exercer
controle.
Diafragma constrito
Parte inferior estreita indicando forte oralidade
Tens��o p��lvica
Sexualidade separada da genitalidade (n��o sabe a diferen��a entre
amar e transar)
P��s com pouco contato com o ch��o
A energia concentra-se na parte superior do corpo, principalmente
na cabe��a. Existe um corte energ��tico na cintura: para cima a
atividade �� exacerbada e para baixo, a energia �� desvitalizada, com
forte tens��o.
2 7
5 - ALTERNATIVAS E MEDIDAS PREVENTIVAS
A maioria das pessoas com car��ter predominantemente
psicop��tico n��o busca terapia, pois s��o por defini����o, auto-
suficientes. Qualquer sentimento que expresse sua fragilidade ou
impot��ncia �� negado e buscar ajuda para resolver conflitos internos
�� tido como uma confirma����o de sua fragilidade.
Caso procure ajuda �� preciso que o terapeuta estabele��a
um contrato claro com limites bem definidos e que promova a
confian��a.
Energeticamente, a pessoa deve ser trabalhada de modo a
permitir a circula����o de energia e a express��o dos sentimentos.
Corporalmente, suavizar o peito e abrir o diafragma facilitam o
estabelecimento de contato com seu verdadeiro self.
Bibliografia:
LOWEN, Alexander - Narcisismo - Nega����o do verdadeiro self
Editora Cultrix, Sp. 1993
LOWEN, Alexander -Bioenerg��tica - Summos Editorial Ltda, Sp,
1975
ANEXOS
DEFINI����O DE NARCISISMO
2 8
2 9
3 0
31
O PODER E O MEIO AMBIENTE
T��nia Maria Gai��o
Miguel M��rcio Ribeiro de Menezes
O PODER e o MEIO AMBIENTE
"O narcisismo descreve uma condi����o psicol��gica e uma
condi����o cultural. Em n��vel individual, indica uma perturba����o da
personalidade caracterizada por um investimento exagerado na
imagem da pr��pria pessoa �� custa do self. Os narcisistas est��o
mais preocupados com o modo como se apresentam do que com o
que sentem. De fato, eles negam quaisquer sentimentos que
contradigam a imagem que procuram apresentar. Agindo sem
sentimento, tendem a ser sedutores e ardilosos, empenhando-se
na obten����o de poder e controle. S��o ego��stas, concentrados em
seus pr��prios interesses, mas carentes dos verdadeiros valores do
self - notadamente, auto-express��o, serenidade, dignidade e
integridade. Aos narcisistas falta um sentimento do self derivado de
sensa����es corporais. Sem um s��lido sentimento do self, vivem a
vida como algo vazio e destitu��do de significado. �� um estado de
desola����o."
"Em n��vel cultural, o narcisismo pode ser considerado como
perda de valores humanos - uma aus��ncia de interesse pelo meio
ambiente, pela qualidade de vida, pelos seres humanos seus
semelhantes. Uma sociedade que sacrifica o meio ambiente natural
em nome do lucro e do poder revela sua insensibilidade em face das
necessidades humanas. A prolifera����o de coisas materiais converte-
se em medida de progresso na vida, e o homem �� oposto a mulher,
o trabalhador ao patr��o, o indiv��duo a comunidade. Quando a riqueza
ocupa uma posi����o mais elevada do que a sabedoria, quando a
notoriedade �� mais admirada do que a dignidade, quando o ��xito ��
mais importante do que o respeito por si mesmo, a pr��pria cultura
sobrevaloriza a "imagem" e deve ser considerada narcisista." (Ver Alexander Lowen - narcisismo - p. 09)
A partir dessas explica����es do Dr. Lowen, podemos entender
que vivemos numa cultura narc��sica, e por conseq����ncia , numa
sociedade que prevalece o n��o sentir em prol do TER, pois todo
mundo quer voar o mais alto poss��vel em busca do sucesso (sin��nimo
de felicidade), onde os best sellers s��o os livros que indicam f��rmulas 3 2
e meios de se chegar ao sucesso, onde a ambi����o pelo PODER
n��o mede dist��ncias, onde os notici��rios veiculam como tema
principal a corrup����o; percebemos ent��o que o Homem, em nosso
meio, n��o conhece limites na busca do progresso e do crescimento,
deixando de lado os valores que s��o realmente importantes para se
proporcionar sa��de e felicidade.
A nossa sociedade, e porque n��o dizer o mundo, tem a
tend��ncia para a valoriza����o da imagem, onde as pessoas dedicam
suas atividades e sua aten����o ao enaltecer dessa imagem, isto ��,
numa supervaloriza����o do ego. Mas os valores que s��o associados
�� imagem s��o ilus��rios, pois s��o apenas uma fachada, esconde a
tristeza e o medo, e por conseguinte, a vulnerabilidade e faz com
que a pessoa projete uma imagem de independ��ncia, coragem e
for��a, necessitando buscar o poder, o controle para compensar sua
defici��ncia. O poder insufla energia �� imagem (m��scara), dando-lhe
pot��ncia e grandiosidade, sentindo-se capazes de, por exemplo,
poder fazer qualquer coisa, saber tudo, ser admirado, ser soberano
etc, chegando at�� mesmo a sentirem-se superiores, mostrando uma
arrog��ncia que pode chegar ao desprezo pela humanidade, elegendo
a mentira, a fraude, o roubo, ou mesmo, at�� matando em prol dos
objetivos particulares, e tendo a percep����o de ser tudo isso, atos
normais, com aus��ncia de culpa ou remorso (aus��ncia extrema de
sentimentos) - condi����o de uma personalidade tida como
psicop��tica.
Para um melhor entendimento, levaremos em considera����o,
alguns aspectos bem conhecidos do comportamento da psicopatia
(indiv��duo ou personalidade psicop��tica):
N��o h�� discernimento na diferen��a entre certo e errado em n��vel
de sentimento - uma pessoa "sem consci��ncia" (car��ncia de
superego). N��o h�� culpa, tendo a mentira como fato normal, o
roubo e a fraude s��o tidos como natural, n��o enxergando o seu
comportamento como algo errado.
A indiferen��a e a insensibilidade ��tica s��o t��picas de muitas
pessoas em nossa sociedade. Simular para influenciar pessoas
�� aceito como estrat��gia para ser bem sucedido. No caso do
mentiroso, ele acredita em sua pr��pria mentira. Onde est�� o
seu senso? Ele n��o acredita em seu senso, ou seja, o que se
passa em sua cabe��a �� realidade, o que ocorre fora �� irreal.
Aus��ncia de escr��pulos e de consci��ncia, n��o h�� aquela voz
clamando dentro de si ��s contas, ela foi apagada e negada. O
indiv��duo psicopata n��o tem escr��pulos porque n��o h�� nada
3 3
dentro dele para desafiar a sua consci��ncia, nada conflita com
suas id��ias, nenhum sentimento o chateia ou perturba.
H�� a nega����o de sentimento ou o sentimento �� manifesto de
forma distorcida: acessos irracionais de c��lera ou
sentimentalismo piegas, assim, �� caracterizada pela ira irracional
ou sentimentalismo e insensibilidade para com os outros.
Falta de integridade. Este fator reflete-se na falta de princ��pios
morais. Como estes se desenvolvem, quando sentimento e
pensamento est��o integrados, �� justamente esta integra����o que
falta no psicopata, nos fazendo crer que este �� sem princ��pio.
Em lugar dos princ��pios, p��e o poder como guia e meta.
Usa qualquer meio para chegar a um fim (os fins justificam os
meios - logro psicop��tico). Revolucion��rios proclamam isto e
sob sua ��gide cometem a����es desumanas. Muitos homens de
neg��cios o abra��am e adotam sua pr��tica e, se n��o est��o ilegais,
s��o fraudadores e desonestos. Ter uma meta n��o �� psicop��tico,
usar qualquer meio para alcan����-la ��.
Aus��ncia de humanidade.
S��o bons trapaceiros. Fazem acreditar que o que dizem ��
verdade, talvez porque acreditem em si mesmos ou porque n��o
acreditem em nada. Esse comportamento �� bastante comum
nos pol��ticos e nos cargos de chefia, nos l��deres de seitas, etc.
Outras qualidades: "(1) Posso fazer qualquer coisa (onipot��ncia),
(2) Sou vis��vel em toda parte (onipresen��a), (3) Eu sei tudo
(onisci��ncia) e (4) Existo para ser adorado. Estes s��o, �� claro,
os atributos de um deus. Em algum n��vel profundo, os narcisistas,
e especialmente, as personalidades psicop��ticas, v��em-se como
pequenos deuses. Com excessiva frequ��ncia, lamentavelmente,
seus seguidores tamb��m o v��em sob esse aspecto", (idem p
103)
Ent��o logo nos chega uma indaga����o muito s��ria: Ser�� que
o mundo se coloca numa condi����o psicop��tica?!!!
Esta pergunta est�� alicer��ada no modo como o mundo vive
hoje. Na destrui����o generalizada que acompanhamos no que diz
respeito ao nosso meio ambiente, aos nossos valores humanos como
relata o Dr. Lowen." Uma sociedade que sacrifica o meio ambiente
natural em nome do lucro e do poder..." uma aus��ncia de interesse
pelo meio ambiente, pela qualidade de vida , pelos seres humanos
e seus semelhantes". Assim o mundo est�� cheio de sentimentos ,
o consumir e o produzir s��o metas , pois est��o sempre em busca
34
de mais, insaciavelmente." Na minha opini��o, a qualidade de vida
declinou, mesmo quando o padr��o natural de vida tenha sentido.
Mais pessoas t��m mais coisas , desfrutam de mais
comodidades podem ir mais do que em qualquer outra ��poca da
hist��ria humana . O progresso promete uma vida mais saud��vel,
uma vida melhor com mais excita����o e mais prazer e mais pessoas
podem satisfazer necessidades e desejos sem muitos esfor��o ou
sofrimento . Isto soa a nossos ouvidos como a coisa mais pr��xima
do para��so (...) Tudo o que se precisa �� de dinheiro (...) De que
maneira a qualidade de vida deteriorou ? A maioria das pessoas
conhece as respostas a essa pergunta. Conhecemos a polui����o do
meio ambiente e a explora����o irrespons��vel da natureza; sentimos
as press��es da vida moderna que n��o nos permitem tempo para ser
: respirar, sentir contemplar; �� nos constantemente recordada a
desmoraliza����o da sociedade nos notici��rios sobre crimes violentos
, corrup����o (...)(Idem p. 194 e 195)
Em nome dessa situa����o , dos nossos rios , do nosso ar,
das matas e dos minerais , do meio ambiente �� o pr��prio homem
quem paga um pre��o extremamente caro - a destrui����o . Como
exemplo hoje j�� temos 12,9 % dos 4 milh��es de Km2 da floresta da
Amazonia legal inteiramente devastadas . Para se Ter uma id��ia ,
em 3 anos perdemos equivalente a duas B��lgicas .segundo o Instituto
Nacional de Pesquisa Espaciais ( INPE ) . Enquanto o IBAMA
manda prender um agricultor que ro��a uma caipora para plantar arroz
e feij��o , alegando ��rea de preserva����o, pelo menos 22 grandes
madeireiras agem livremente na Amaz��nia. A maioria s��o empresas
de origem Asi��tica, todas com experi��ncia de quem" desedificou a
Indon��sia , But��o e outros pa��ses da regi��o"(Segundo dados do
Editor Eurico Schwindem).
Os fatos n��o param por a��, a polui����o das ��guas tem sido
um grande problema para a sociedade. A polui����o do ar com seus
poluentes atmosf��ricos reagem com o vapor d'��gua e voltam ��
superf��cie com as chuvas, contaminando, por exemplo pela absor����o
do solo, os len����is subterr��neos. Nas cidades e regi��es agr��colas
s��o lan��adas diariamente cerca de 10 milh��es de litros de esgotos
que poluem os rios, lagos, len����is subterr��neos e ��reas de
mananciais . Os Oceanos recebem boa parte dos poluentes dos
rios, al��m dos lixos dos centros industriais e urbanos. A Humanidade
est�� realmente poluindo a sua mais vital nascente, o indispens��vel
filtro do nosso planeta - o Oceano.
3 5
O lixo da sociedade tornou-se uma praga para a vida marinha.
As tartarugas marinhas e as baleias ingerem sacos de pl��stico,
provocando-lhes morte por asfixia. As aves marinhas ingerem
pequenas bolas de polietileno que flutuam �� superf��cie do mar,
sentem-se fartas e isso impede-as de se alimentarem
adequadamente. N��o conseguem engordar e sua aptid��o para
sobreviverem �� reduzida. Nas ilhas Aleutas, no Pac��fico Norte, a
popula����o de focas tem diminu��do 10% por serem apanhadas por
precintas pl��sticas que mant��m unidas as latas de bebidas. Outro
fato, s��o as redes de pesca que s��o lan��adas ao mar, cerca de 100
km de rede acaba por se perder. Ficam a deriva e capturam e
provocam o afogamento de tartarugas, focas, aves marinhas, golfinhos
e baleias.
Estas s��o apenas uma pequena parte dos abusos e
absurdos provocados pelo Homem na sua busca pelo poder e pelo
controle, em prol do seu desempenho, da sua imagem, da sua
gan��ncia que esconde uma aus��ncia de sentimento, de vazio interior,
de profunda frustra����o e de insatisfa����o - n��o estando em contato
com a realidade do seu ser e do mundo." Existe algo de loucura
num padr��o de comportamento que coloca a ambi����o de ��xito acima
da necessidade de amar e ser amado. H�� algo de loucura numa
pessoa que n��o est�� em contato com a realidade do seu ser - o
corpo e suas sensa����es. E existe algo de loucura numa cultura que
polui o ar, as ��guas e a terra em nome de um padr��o de vida' mais
elevado'. Mas, pode uma cultura ser insana ?" (Idem pg 10)
Acreditamos que o mundo, aos poucos, por necessidade
de sa��de e bem estar, enxerga suas atitudes psicop��ticas e, com
muita dificuldade, come��a a rever os seus valores no sentido da
dignidade e do respeito �� vida. Afinal," o que significa ser humano ?
Significa, basicamente, estar sem ajuda e em necessidade. No
aspecto mais importante da vida, o ser humano �� desamparado. Ele
n��o pediu para nascer e n��o tem controle sobre quando vai morrer.
N��o pode escolher por quem vai se apaixonar. N��o �� senhor de seu
pr��prio destino. Seu desamparo �� suport��vel porque todos os seres
humanos est��o no mesmo barco, todos dividem o destino comum.
E cada um precisa do outro na escurid��o, para aquecer-se, para dar
significado �� exist��ncia. Cada um de n��s precisa do outro para prover
a luz, o calor, o excitamento e o desafio da comunidade humana.
Somente dentro da condi����o humana ousamos encarar o terrificante
desconhecido ". (Lowen)
36
Para uma maior reflex��o sobre o assunto exposto, �� bastante
ilustrativo a letra da m��sica de Fl��vio Venturini e M��rcio Borges
intitulada PLANETA SONHO, cantada pelo conjunto 14 BIS:
AQUI NINGU��M MAIS FICAR�� DEPOIS DO SOL
NO FINAL SER�� O QUE N��O SEI, MAS SER��
TUDO DEMAIS, NEM O BEM, NEM O MAL
S�� O BRILHO CLARO DESSA LUZ
O PLANETA CALMA SER�� TERRA
O PLANETA SONHO SER�� TERRA
E L�� NO FIM DAQUELE MAR
A MINHA ESTRELA VAI SE APAGAR
COMO BRILHOU FOGO SOLTO NO CAOS
AQUI TAMB��M �� BOM LUGAR DE SE VIVER
BOM LUGAR SER�� O QUE N��O SEI, MAS SER��
ALGO A FAZER BEM MELHOR QUE A CAN����O
MAIS BONITA QUE ALGU��M LEMBRAR
A HARMONIA SER�� TERRA
A DISSONNCIA SER�� TERRA
E L�� NO FIM DAQUELE AZUL
OS MEUS ACORDES V��O TERMINAR
N��O HAVER�� OUTRO SOM PELO AR
O PLANETA SONHO SER�� TERRA
A DISSONNCIA SER�� TERRA
E L�� NO FIM DAQUELE MAR
A MINHA ESTRELA VAI SE APAGAR
COMO BRILHOU FOGO SOLTO NO CAOS
BIBLIOGRAFIA
L O W E N , Alexander - O NARCISISMO - Editora Cultrix, 1983
L O W E N , Alexander - Apostilha: Comportamento Psicop��tico e a
Personalidade Psicop��tica
S I T E : http://xd.xoom.com.ott
Venturine Fl��vio e Borges, M��rcio - m��sica, Planeta do Sonho
C d : Meus Momentos de 14 Bis
3 7
PODER TER OU PODER SER?
Cynara da Costa Correia
Maria da Concei����o Santos Barreto
Solange Gon��alves Rolim
I N T R O D U �� �� O
A luta pelo poder, aspecto predominante na nossa sociedade,
tem sido muito cultuada como elemento de progresso. No entanto,
observamos, em n��vel planet��rio, uma crise cuja repercuss��o se faz
em todos os n��veis. A busca desenfreada do Ter levou a humanidade
a um ponto de for��osa revis��o de valores, sob pena de ver destru��da
sua pr��pria vida e tudo que existe no planeta.
Hoje o homem �� obrigado a reconhecer sua rela����o de
interdepend��ncia com todos os outros seres. (O que podemos fazer
hoje sem que dependamos de outras pessoas?). Somos for��ados a
reconhecer tamb��m o nosso papel ativo, e n��o apenas passivo, dentro
da constru����o do mundo que est�� a�� passando por r��pidas
transforma����es.
De acordo com as descobertas da f��sica moderna, de que
tudo que existe �� energia (inclusive o homem), a sociedade do Ter
tem sua exist��ncia pautada em cima de um modelo ilus��rio, j�� que
possuir algo corresponderia �� energia possuindo a si mesma.
O nosso estudo se prop��e a fazer uma reflex��o sobre o poder do
indiv��duo sobre sua pr��pria vida, abordando os aspectos do Ter e do
Ser.
Para tanto, iniciaremos falando sobre a abordagem de Dr.
Alexander Lowen referente ao poder e, depois, trataremos do assunto
dentro de um sistema explicativo da evolu����o do homem e dos seus
potenciais de energia, conhecido como sistema dos chakras.
PODER T E R
Por que ser�� que as pessoas que possuem poder nunca
parecem sentir que t��m suficiente poder?
Se voltarmos um pouco na hist��ria, observaremos que, antigamente,
a deten����o do poder restringia-se a poucas pessoas, entre elas
reis, nobres, mercadores e religiosos. Este poder lhes era concedido
38
pelas suas posses. Estas pessoas possu��am cavalos, criados e
escravos. E para o conhecimento que se tinha no mundo daquela
��poca, eles detinham o poder.
Atualmente, a tecnologia dotou o homem moderno de um
senso de poder que nunca teve antes. Hoje os homens possuem as
forcas e desempenhos de m��quinas, armas que lhes conferem um
poder incalcul��vel.
Diante desta realidade, levanta-se, ent��o, a seguinte
quest��o: de que modo esse poder acess��vel afeta o comportamento
das pessoas?
A primeira explica����o, a do senso comum, usada para as
pessoas que alcan��am o sucesso ou que chegam ao poder ��: "o
poder sobe �� cabe��a da pessoa, infla-lhe o ego." (Lowen, 1993).
Existe um princ��pio que se refere ao poder e ao narcisismo e que
diz: "O poder tem um fasc��nio aparentemente irresist��vel. Quase todas as pessoas o querem."
Quando se pensa neste princ��pio ou s�� no poder, qual �� a
primeira coisa que se imagina? Na recompensa material que cabe ��
pessoa que o possui. Este racioc��nio foi constru��do a partir de v��rios
exemplos, basta pensarmos onde e como moram os reis, presidentes
ou chefes de grandes empresas: em pal��cios, casas imponentes e
mans��es. Isso demonstra que seu padr��o de vida �� superior ao das
pessoas comuns. Portanto, podemos observar no dia-a-dia que o
poder possibilita muitas prerrogativas materiais as quais constituem
uma importante considera����o no desejo de poder. Mas, segundo
Alexander Lowen, n��o constituem a sua caracter��stica mais b��sica.
Se pensarmos em termos hist��ricos, observaremos que
nem sempre a luta pelo poder se d�� entre os ricos e pobres. Nos
tempos feudais, as guerras e disputas se davam entre reis ricos e
poderosos. Portanto, necessidade material n��o podia ser considerada
o fator predominante que causava as guerras e os conflitos. Na
verdade, estas guerras visavam a aumentar o dom��nio e ampliar o
controle dos reis. Tinham o objetivo b��sico de dilatar o poder que os
reis possu��am. Neste caso, os resultados mais importantes n��o
eram o aumento de posses e riquezas do vencedor, mas a simbologia
de poder ou o meio de obter-se objetos que acrescentariam
diretamente o conforto ou o prazer. Esta simbologia estava
relacionada ao status. Como exemplo, podemos observar a
ostenta����o de j��ias usadas pelas mulheres e homens, nesta mesma
��poca e em outras subseq��entes.
Conclui-se, ent��o, que o poder confere status. Segundo
39
Lowen, o status desempenha um importante papel para regular as
rela����es entre todos os animais que vivem em grupos. Cria-se, atrav��s
do status, um sistema de hierarquia entre membros individuais. E
este sistema determina a preced��ncia nas duas fun����es mais
importantes da vida animal: acesso ao alimento e ao acasalamento.
Trazendo isto para o n��vel humano, seria, por exemplo, dizer
que o rei teria alimento e a mulher mais linda, o que realmente
acontecia no passado.
Portanto, o poder criou o status, e o status associado ao
poder estendeu a imagem de pot��ncia sexual ��s pessoas investidas
de poder.
De acordo com Lowen, o poder, nos homens, equipara-se ��
pot��ncia sexual. E, nas mulheres, os atrativos sexuais se igualam
ao poder.
Partindo desta constata����o, observa-se que o poder �� usado
como ant��doto para sentimentos de inadequa����o e insensibilidade
nos n��veis pessoal e sexual. Portanto, homens e mulheres est��o
sujeitos igualmente a esses sentimentos.
Segundo o autor, o poder, psicologicamente, equipara-se ��
superioridade. J�� no n��vel f��sico, traduz-se por mais energia e
vitalidade.
Como foi visto, a identifica����o simb��lica do poder com a
pot��ncia sexual sublinha a grande sedu����o do poder. E nos possibilita
compreender algumas rea����es relacionadas ao mesmo.
Segundo Lowen, "o poder pode insuflar energia �� imagem, mas nada
faz pelo self e pelos sentimentos." Ele parece conferir ao seu detentor um manto de superioridade, uma qualidade especial e pot��ncia
sexual.
Em geral, quando se pensa em termos de poder, existe
apenas a luta por mais poder. Ningu��m jamais possui o bastante.
Dessa forma �� que o homem percorre um caminho onde deseja Ter
cada vez mais objetos que lhe proporcionem prazer: carros, viagens,
id��ias, pessoas etc. Vem o medo de perder aquilo que possui e ele
se v�� em um c��rculo vicioso competitivo e estressante, gerador de
sofrimento e de doen��a f��sica e mental.
Mas este n��o �� o fim, j�� que resta-lhe o PODER DE SER O
QUE REALMENTE ��.
4 0
PODER S E R
Mas como o homem pode transformar o PODER DE TER
em PODER DE SER?
Tal transforma����o costuma ocorrer quando o indiv��duo
percebe que sua busca aos objetos de prazer ligados �� sua
seguran��a, sexo e prest��gio n��o s��o suficientes, j�� que por mais
bens que possua e aventuras que vivencie, n��o consegue
preencher sua exist��ncia.
Para que possamos melhor compreender este processo,
vamos utilizar o modelo de evolu����o do homem, conhecido como
Sistema dos Chakras.
SISTEMA DOS C H A K R A S
A f��sica mostrou que tudo �� feito de espa��o e energia, e que
a realidade ��ltima �� uma s��.
Assim �� que podemos dizer que todas as gal��xias do
universo s��o sistemas energ��ticos. Os seres humanos, como parte
integrante de um sistema, s��o seres multidimensionais de energia,
cujo corpo f��sico �� apenas um dos componentes de um sistema
din��mico maior. O homem �� um integrante insepar��vel do universo,
embora na sua mente encontra-se esquecido que s��o insepar��veis.
Assim como um feto vive flutuando no ��tero da m��e e sendo
alimentado por ela, n��s poder��amos dizer que o homem vive em um
mar de energias sendo por elas alimentado. E o mecanismo que
controla o fluxo destas energias �� constitu��do principalmente pelo
sistema dos chakras.
O equil��brio e a sa��de global do ser humano dependem de
um funcionamento equilibrado e coordenado, no processo de entrada
e sa��da de energia. Quanto mais desenvolvidos estiverem os canais,
maior ser�� sua intera����o com o universo.
O grau de intera����o entre o ser e o meio reflete sua
complexidade. Esta, por sua vez, oferece-lhe uma riqueza de
possibilidades, onde aspectos at�� ent��o desconhecidos podem ser
produzidos ou renovados.
Os chakras s��o entroncamentos de vias energ��ticas que
fazem parte de um sistema energ��tico sutil ligado ao sistema
41
c��rebro-espinhal. Dos milhares destes entroncamentos destacam-
se sete principais, onde ligado a cada um, temos alguns aprendizados
que se referem �� liga����o com a terra, com a sexualidade, ao controle
do indiv��duo sobre a pr��pria vida, sobre o amor, a express��o criativa,
a vis��o interior e a busca espiritual. Por��m, cada metade de um
chakra cont��m ainda em si a representa����o dos seis outros, havendo
uma intera����o constante entre eles.
Sistema dos chakras
Os chakras podem ser divididos em:
a) inferiores: os tr��s primeiros, localizados abaixo do diafragma;
b) intermedi��rio: o quarto chakra;
c) superiores: os tr��s outros, localizados acima do diafragma.
Essa classifica����o n��o se refere apenas �� localiza����o, mas
tamb��m ao n��vel consciencial, evolutivo. As pessoas que t��m os
chakras inferiores mais ativos t��m sua consci��ncia enfocada na sua
natureza animal e emocional; est��o ligadas ao mundo f��sico, ��s
formas mais densas de energia e aos valores materiais.
O chakra card��aco �� a ponte entre a tr��ade inferior, zona
instintiva, e os n��veis espirituais superiores. Somente atrav��s da
manifesta����o da forma mais elevada de amor, o indiv��duo poder��
reunir as energias inferiores e superiores.
Os tr��s ��ltimos chakras s��o ativados ap��s ter sido atingido
um determinado grau de crescimento espiritual.
4 2
O sistema dos chakras, embora pouco conhecido pela
psicologia ocidental, pode ser interpretado como um sistema
explicativo da evolu����o do homem e dos seus potenciais de
transforma����o de energia, partindo de um plano f��sico de
necessidades materiais e vitais em dire����o a um n��vel de
transcend��ncia.
Dessa forma, temos que cada chakra representa os padr��es
psicol��gicos que envolvem a vida do ser humano. Considerando a
maneira como reagimos ��s experi��ncias desagrad��veis, obstruindo
o sentimento e, conseq��entemente, grande quantidade do fluxo
natural de energia, influ��mos no desenvolvimento dos chakras,
causando a inibi����o da respectiva fun����o psicol��gica anteriormente
equilibrada.
SISTEMA DOS CHAKRAS. A S P E C T O S
PSICOL��GICOS.
Os chakras, al��m de serem metabolizadores de energia,
s��o tamb��m dispositivos que sentem a energia, ou seja, eles nos
auxiliam na percep����o de nosso mundo exterior. Dessa forma, quando
obstru��mos os nossos chakras, atrapalhamos o nosso acesso ��
informa����o.
Eles s��o como redemoinhos de energia que giram no sentido
hor��rio. Quando fazemos nossos chakras flu��rem no sentido oposto,
lan��amos nossa energia para fora, para o mundo, e sentimos o que
�� a energia que lan��amos, e dizemos que �� o mundo.
O que n��s projetamos est�� relacionado com as nossas
cren��as adquiridas no per��odo de desenvolvimento infantil. Sendo
cada chakra relacionado com uma fun����o psicol��gica espec��fica, o
que projetamos atrav��s de cada um deles estar�� dentro da ��rea
geral em que cada qual funciona e ser�� muito pessoal, j�� que a
experi��ncia de vida de cada um �� ��nica. (Brennan, 1983)
Exemplo de atualiza����o do terceiro n��vel energ��tico.
Modelo te��rico do processo evolutivo (do Ego ao Self)*
Acima, vemos representado como se processa a passagem
de um chakra para outro. Esta passagem acontece a partir do
desapego progressivo dos aspectos do ou dos chakras que lhe s��o
4 3
inferiores. A causa do apego �� o prazer, levando a pessoa a ficar
estagnada no respectivo n��vel. Com isso, aumenta a ansiedade, que
ser�� tanto maior quanto seja o apego.
A passagem para o chakra seguinte, verifica-se atrav��s do
desapego e desidentifica����o do objeto de apego e numa concentra����o
do chakra seguinte. A atra����o e prefer��ncia pelo prazer mais
satisfat��rio, ligado ao chakra superior, poder�� provocar novo apego,
se n��o houver conscientiza����o, levando �� nova possibilidade de
estagna����o.
��� Reproduzido do livro "Fronteiras da Evolu����o e da Morte", de Pierre Weil.
No exemplo acima apresentado (atualiza����o do terceiro n��vel
energ��tico), temos:
T E R C E I R O C E N T R O E N E R G �� T I C O - P O D E R
Localiza����o
Situa-se ligeiramente acima do umbigo.
Aspectos fisiol��gicos
a) fornece energia sutil para a maioria dos principais ��rg��os
envolvidos nos processos de digest��o dos alimentos e purifica����o
dos organismos;
b) os ��rg��os de atividade deste chakra s��o o est��mago, p��ncreas,
f��gado, bexiga, v��rtebras lombares e todos os outros que formam
o aparelho digestivo de maneira geral.
c) Est�� associado ��s gl��ndulas supra-renais que regulam a press��o
arterial atrav��s da secre����o de adrenalina.
Patologia
Os desequil��brios desse centro causam ��lceras do duodeno,
g��strica, doen��as hep��ticas, biliares, diabetes, degenera����o das
gl��ndulas supra-renais.
Aspectos psicol��gicos
a) Fun����o Psicol��gica: Poder. O poder pessoal do indiv��duo,
interpretado como sensa����o de controle sobre a pr��pria vida;
b) Comportamentos T��picos: conquistar, competir, dominar-se,
4 4
submeter, caracter��sticas da luta pelo poder. Depois da
preserva����o do indiv��duo e da esp��cie vem a manuten����o e
preserva����o da vida em sociedade. Para isso, �� preciso exercer
certo poder ou se submeter ao poder de outrem mais poderoso
e, de qualquer forma, exercer poder sobre si mesmo (Weill, 1989)
c) Sentimentos e Emo����es: orgulho, ci��me, inveja. Deforma����es
da personalidade que acompanham o poder; orgulho, vaidade
de quem det��m o poder; ci��me e inveja de quem gostaria de
det��-lo nas m��os.
Psicopatologia
O funcionamento saud��vel deste centro energ��tico tem
profunda rela����o com a vida emocional do indiv��duo. Quando em
desequil��brio, o indiv��duo poder�� ter extremos n��o controlados de
emo����es.
Se estiver fechado, isso obstruir�� os sentimentos, podendo
impedir-lhe de sentir muitas coisas. Ele n��o perceber�� o significado
mais profundo das emo����es, que empresta outra dimens��o ��
exist��ncia.
Ele pode funcionar como obst��culo entre o cora����o e a
sexualidade. Se ambos estiverem abertos e o plexo solar obstru��do,
os dois funcionar��o separadamente, ou seja, o sexo n��o estar��
profundamente ligado ao amor e vice-versa. (Brenann, 1993)
Pierre Weil classifica tr��s tipos de ansiedade e de medo
ligados a este n��vel: o medo de n��o conseguir, quando ainda n��o se
det��m o poder e a posse; o medo de perder, quando j�� se conquistou
o poder e se sente a competi����o; e o medo de n��o reaver, quando j��
se perdeu o poder e a posse. (1989)
Como exemplo cl��ssico de uma pessoa que busca o poder
e nele se expressa, temos o Narcisista.
A maior dificuldade do narcisista �� que eles negam a
necessidade de precisar das pessoas, pois eles consideram que
admitir essa necessidade �� enfrentar sua vulnerabilidade. Pedir ajuda
seria abrira ferida narcisista sofrida em crian��a quando, desamparada
e dependente, ela era usada pelos pais que detinham o poder.
Para o narcisista, a experi��ncia da humilha����o est��
subentendida na luta pela aquisi����o do poder. Este indiv��duo, de
acordo com Lowen, acredita que atrav��s do poder �� poss��vel varrer
esse insulto.
O narcisismo �� caracterizado por um c��rculo vicioso, onde
qualquer desafio ao poder ou �� imagem dos narcisistas amea��a
4 5
faz��-los sentirem-se impotentes e gera o medo de serem humilhados.
Humilha����o gera o desamparo e o narcisista o teme
desesperadamente. Para ele, estar em necessidade e desamparo
parece permitir a outra pessoa controlar o seu destino.
A sua sa��da consiste em procurar, atrav��s do poder,
transcender sentimentos de desamparo e depend��ncia. O poder-
pensa o narcisista - permite-lhe ganhar contato humano, sem o
perigo de ser usado. Com ele, a pessoa pode atrair outras.
Como o narcisista encontra-se indefeso e tem necessidades - apesar
de sua nega����o - descobre a solu����o na aquisi����o de poder (dinheiro,
por exemplo) suficiente, a fim de possibilitar-lhe comprar o que
necessita, ou disso dispor, sem correr o risco de rejei����o ou de
sedu����o.
A dualidade neste n��vel energ��tico, que precisa ser
sintetizada e superada para que possa passar ao n��vel seguinte, �� a
alternativa domina����o-submiss��o, que tem sua resolu����o na
coopera����o, amizade, cortesia, afei����o, amor etc.
A medida que o indiv��duo vai passando de um n��vel ao outro,
sua consci��ncia vai ficando cada vez mais ampliada. Com o aumento
do seu n��vel de compreens��o, seus apegos e rejei����es tendem a
diminuir.
A esse respeito Pierre Weil nos fala: "A cada subida, o
campo da consci��ncia se alarga, o ego e o ego-��smo diminuem at��
alcan��ar n��veis inconceb��veis para quem ainda est�� fixado nos
primeiros chakras. No ��ltimo n��vel, que corresponde ao ��ltimo chakra,
j�� n��o mais existe ego, isto ��, j�� n��o existe mais divis��o eu/mundo
exterior: a consci��ncia passa a ser a pr��pria consci��ncia
universal."(1989)
C O N S I D E R A �� �� E S FINAIS
Vimos anteriormente que, ao longo de seu desenvolvimento,
o homem gradualmente desobstrui a maioria dos chakras,
aumentando assim sua capacidade de comunica����o, criatividade,
amor e compreens��o do significado maior da vida.
Por��m, necess��rio se faz que haja uma consci��ncia do seu
papel no Universo, do qual faz parte, a fim de que possa compreender
o seu processo de desenvolvimento.
A simples busca pela posse de objetos e pessoas n��o deu
ao indiv��duo garantia de paz e de felicidade. Algo mais parece
caracterizar o ser humano.
4 6
�� preciso que comecemos por nos observar, a fim de
identificarmos nossos bloqueios adquiridos a partir de
acontecimentos emocionalmente traum��ticos, os quais dificultaram
nosso crescimento em determinada dire����o. Tudo isso fica
estagnado no nosso corpo bioenerg��tico e em ��rea correspondente
do nosso corpo f��sico.
Com a compreens��o desses aspectos do nosso
desenvolvimento, dissolvemos os obst��culos que interferem no fluxo
de entrada e sa��da. Passamos a perceber melhor o significado de
nossas vidas e ainda, que os entraves ao nosso crescimento n��o
est��o no mundo exterior, e sim dentro de n��s.
Ent��o, fica caracterizado dois passos fundamentais na busca
daquilo que realmente somos, que eq��ivale ao nosso real poder: o
do autoconhecimento e o do planejamento de estrat��gias para atingir
nossos objetivos.
BIBLIOGRAFIA
BARBARA, A. B. M��os de luz: um guia para a cura atrav��s do campo de energia humana. S��o Paulo, Pensamento, 1993.
KARAGULLA, S. Os chakras e os Campos de Energia Humanos. S��o
Paulo, Cultrix, 1988.
L E A D B E A T E R , C. W. Os Chakras: os centros magn��ticos vitais do ser humano. S��o Paulo, Pensamento, 1988.
L O W E N , A. Narcisismo: nega����o do verdadeiro self. S��o Paulo, Cultix, 1993.
WEIL, P. As fronteiras da Evolu����o e da Morte: os limites de transforma����o da energia no homem. Petr��polis, Vozes, 1989.
4 7
O PODER DA DIMENS��O ESPIRITUAL
NAS RELA����ES HUMANAS
Agir, evitando reagir; pensar antes de
atuar; reflexionar como passo inicial para
qualquer empreendimento; promovera
paz, ao inv��s de investir na viol��ncia,
constituem os passos decisivos para
um comportamento saud��vel."
Joanna de Angelis
Eliana Maria Vieiralves Linhares
Eut��lia Cristina da Fonseca Oliveira
Maria do Carmo Prud��ncio da Rocha
Maria de F��tima Barreto Lins Barbosa
Nadja Naira Machado de Lyra Ribeiro
Apresenta����o
O presente trabalho, organizado em produ����o conjunta,
por um grupo de alunas na conclus��o do Curso de Din��mica de
Grupo Aplicado ��s Organiza����es, realizado no Libertas Comunidade,
ter�� por objetivo demonstrar o poder da Dimens��o Espiritual nas
Rela����es Humanas.
A proposta aqui lan��ada estudar�� a hip��tese de que pessoas
em equil��brio emocional, conscientes do poder espiritual, que s��o
as qualidades inatas do ser, aprofundadas no corpo desse trabalho,
t��m mais condi����es de lidar com as situa����es de poder que se
apresentarem ao longo de suas rela����es afetivas, familiares,
profissionais e sociais.
Baseado no livro- texto Narcisismo, de Alexander Lowen,
o criador da teoria Bioenerg��tica, as autoras desta produ����o
trar��o a experi��ncia do Self como caminho para a liberta����o do
ego, este respons��vel pelo apego ao poder exterior, causador da
maioria dos conflitos na ��rea dos Relacionamentos Humanos.
Como respaldo te��rico para a abordagem do valor da
Dimens��o Espiritual, o grupo buscou a teoria da ENDOQUALITY (a
dimens��o espiritual do ser; a qualidade interior nas pessoas),
4 8
defendida por alguns pesquisadores das Rela����es Humanas dentro
das Organiza����es , no caso, foi destacado o australiano Ken
O'Donnell, escritor, compositor, professor e estudioso no campo do
Desenvolvimento Humano desde mil novecentos e setenta e cinco.
O PODER DA DIMENS��O ESPIRITUAL NAS
R E L A �� �� E S HUMANAS
Fundamenta����o Te��rica
Em um dado momento da hist��ria da humanidade, o homem
percebeu que poderia ser mais poderoso que outras esp��cies de
animais, e que por isso, necessariamente, n��o precisaria ser mais
forte fisicamente; bastaria ser esperto.
Percebeu que poderia mesmo sem entender, produzir alguns
fen��menos da natureza como o fogo e at�� ter um certo controle
sobre eles...
Constatou ser poss��vel ter o poder sobre outros homens
mais fracos ou menos preparados, atrav��s de guerras e combates;
que poderia escraviz��-los e at�� mat��-los. E tudo isso passou a ser
muito natural.
Ao perceber todo esse potencial, um fen��meno interessante
poder�� ter acontecido, como expressa t��o bem a Lenda Grega; o
homem se apaixona por si mesmo e d�� origem a uma cultura que ao
longo do tempo vem refor��ando, de diversas maneiras, e cada vez
mais, uma postura do homem frente ao mundo e a tudo o que o
cerca.
V��o surgindo formas de se relacionar equivocadas, chegando
em certos casos a se tornarem doentias.
Em seu livro Narcisismo, Alexander Lowen descreve esse
fen��meno de uma forma simples e did��tica, dando �� nossa civiliza����o
uma contribui����o sem tamanho, para que compreendendo-a ,
possamos dar um outro rumo ao caminho que a humanidade tem
trilhado.
Nessa caminhada "vencer" passa a ser a meta maior, e o
poder que se traduzia inicialmente pela for��a f��sica, passa a ser
representado por tudo aquilo que se consegue, concretamente,
refor��ando o fato de que aquele que det��m a maior quantidade de
bens �� vencedor e poderoso; e para alimentar essa imagem o "Ter"
passa a ser mais importante que o "Ser".
4 9
A partir da�� se observa um distanciamento da ess��ncia do
que realmente �� importante em cada coisa e em cada ser humano;
um afastamento do Self.
Por entender que atrav��s de um maior contato com esse
Self, o homem, em suas Rela����es Humanas intra e interpessoais,
pode ser dotado de maior equil��brio e sa��de integral, �� que o grupo
optou por esse tema.
Segundo Ken O'Donnell o descompasso causado pela
cultura do imediatismo , em substitui����o aos valores leg��timos da
vida, tem subestimado as qualidades ��ticas e morais, as conquistas
intelectuais e as virtudes.
E �� justamente atrav��s do desenvolvimento das virtudes na
vida pr��tica, que o homem pode encontrar uma melhoria na sua
condi����o de vida em comum, tornando-a mais simples e minimizando
os seus obst��culos.
A partir deste aspecto, torna-se importante registrar alguns
valores humanos, tratados aqui como basilares e propulsores da
harmonia nas Rela����es Interpessoais.
Amor Espiritual
O amor �� a qualidade primordial em qualquer relacionamento;
mas atrav��s do amor espiritual, o respeito ao outro surge
naturalmente. Ele �� a aus��ncia do ego��smo e do apego. �� o amor
sem exig��ncia de qualquer condi����o. �� a experi��ncia de amar pelo
fato de conhecer a dimens��o Divina inerente ao Ser Humano.
Relacionamentos dotados de amor espiritual s��o aut��nticos.
Comunica����o
Muitos dos problemas que surgem na ��rea dos
relacionamentos, t��m sua causa exatamente na forma ou aus��ncia
da comunica����o. A exist��ncia de uma comunica����o clara, objetiva
e sincera por si s��, definiria a efic��cia nas Rela����es Interpessoais.
Trata-se aqui especialmente da comunica����o n��o verbal.
H�� a linguagem do corpo, dos olhos e das fei����es. H�� a vibra����o
criada pela inten����o por tr��s das palavras.
Al��m do falar, as virtudes apresentam-se tamb��m atrav��s da escuta,
onde se evidencia o respeito, a sinceridade, a gentileza etc.
A comunica����o �� o espelho do grau de virtudes que as
pessoas t��m dentro de si.
50
Coragem
A verdadeira for��a do Ser se manifesta na capacidade de
enfrentar situa����es dif��ceis e sair vitorioso.
A coragem depende fundamentalmente de poder manter a
meta da vida espiritual bem �� frente do ego. �� necess��rio, nos
relacionamentos, ousar, ir mais al��m; com sabedoria.
Desapego
Segundo Ken 0'Donnell �� uma qualidade completamente
essencial para se manter no estado de paz.
Atrav��s do desapego, as pessoas criam condi����es de amar
sem o sentimento de posse, que �� respons��vel pelo adoecer de
grande parte das Rela����es.
Dignidade
�� ter auto- respeito. �� ser dotado de atitude altru��sta diante
da vida. �� acima de tudo, ser ��ntegro consigo e com o grupo ao qual
pertence.
A dignidade orienta o Ser quanto �� sua assertividade diante
da vida, extraindo o que �� bom de si e do pr��ximo.
Entusiasmo
Significa "estar imbu��do com o poder de Deus".
Pessoas entusiasmadas s��o pessoas esperan��osas da vida,
que t��m ��nimo de continuar sempre; apesar dos obst��culos.
Nos grupos, s��o pessoas que com seus toques de
convic����o, est��o sempre impulsionando, energizando, criando um
ambiente alegre, confiante e cooperativo.
Humildade
Pessoas dotadas dessa virtude s��o capazes de moldar-se
em qualquer situa����o, n��o pelo fato de serem submissas; mas pela
seguran��a de suas aquisi����es espirituais. Na humildade n��o h��
preocupa����o com grandeza ou obst��culo do outro.
51
Na rela����o onde existe humildade, �� permitido a exist��ncia
dos outros, na plenitude das virtudes ou dos defeitos; sem ci��mes
ou qualquer tipo de julgamento.
Introspec����o
�� o in��cio de tudo. Significa voltar-se para dentro. �� o
exerc��cio da verticaliza����o. �� o olhar para dentro de si. �� a
oportunidade de desenvolver o que �� bom em si, podendo discernir
os momentos de ousar e os per��odos de recolhimento, que se
manifestam atrav��s da coragem e/ou da paci��ncia, para encontrar
for��a e sabedoria suficientes para agir corretamente. Nos grupos,
pessoas introspectivas s��o ponderadas, s��o pontos de equil��brio.
Respeito
O respeitar-se propicia naturalmente o respeito pelo outro.
Grupos onde existe o respeito s��o grupos amig��veis, afetivos e
bastante resistentes, j�� que existe uma consci��ncia geral da ess��ncia
de cada um.
Toler��ncia
A despeito do que muitos pensam, a toler��ncia n��o tem
limites e n��o �� quantific��vel porque �� uma qualidade. N��o muda
com o tempo e n��o se esgota jamais. Pessoas tolerantes formam
grupos onde nasce um clima de grande respeito e harmonia.
Foram abordadas dez virtudes consideradas b��sicas para o
equil��brio do grupo; embora n��o sendo vistas na vida pr��tica com
interesse, questionando-se grupos de pessoas, conclui-se que
ningu��m trocaria paci��ncia por impaci��ncia, toler��ncia por intoler��ncia
, nem humildade por arrog��ncia; j�� que todos querem melhorar sua
condi����o de vida. Fica ent��o a reflex��o: ser�� que os freq��entes
conflitos presentes nos grupos, evidenciados principalmente em suas
fases de controle, onde se maneja sobremaneira com as quest��es
do poder, n��o estariam menos sujeitos a disc��rdias, se fosse posto
em pr��tica, entre seus componentes, o exerc��cio das virtudes?...
Concluindo o trabalho, merece destaque, uma tem��tica vista
ainda por Ken 0'Donnell, estudioso da Endoquality, sobre os quatro
verbos da vida: TER, FAZER, ESTAR e SER.
5 2
O Ter, caracterizado pelas posses, posi����es e
relacionamentos.estes, que n��o poucas vezes s��o negociados como
qualquer outra aquisi����o.
O Fazer, representado pelas atividades, fam��lia, trabalho,
estudo etc.
O Estar, pelos pap��is, h��bitos, cren��as e id��ias.
O Ser, pelos valores intr��nsecos, o estado desperto de
consci��ncia.
A Sabedoria reside exatamente no tr��nsito harmonioso e
saud��vel entre estes verbos, que s��o modos de viver, para administrar
melhora vida.
�� importante lembrar que pessoas s��o sempre mais
importantes do que coisas (Ser x Ter); assim como a����es e pap��is
s��o sempre menos do que a pr��pria pessoa (Fazer x Estar x Ser).
Em resumo o Homem �� um Ser Humano privilegiado, pelo
acesso ao poder e ��s virtudes inatas, que podem, perfeitamente,
ajud��-lo a Estar, Fazer e Ter o que exatamente quer - �� apenas uma
quest��o de gerenciamento de emo����es.
O Ser no mundo significa a miss��o objeto da exist��ncia. O
Estar no mundo representa os pap��is que se apresentam diante da
vida. O Fazer �� a����o, �� movimento; e o Ter s��o os resultados das
aquisi����es. Estas quatro dimens��es s��o vitais no exerc��cio do viver
o cotidiano, com intelig��ncia e sabedoria.
Faz-se aqui uma pergunta: E o Poder da Espiritualidade?
Dos valores humanos? Como resposta se poderia dizer: - reside
exatamente na administra����o equilibrada dos espa��os vitais,
oferecendo ao homem uma vida mais plena, saud��vel e produtiva;
conseq��entemente, o surgimento de grupos mais sin��rgicos, afetivos
e resistentes ��s adversidades.
Em outras palavras, o Poder da Espiritualidade nas
Rela����es Humanas reside no aprendizado sobre o equil��brio
necess��rio entre o que se �� internamente e o que se faz na vida
pr��tica. E... enquanto o aprendizado n��o se completa, as li����es v��o
se repetindo todos os dias, e em todos os "Encontros" e
"Desencontros" que a vida oferece a cada Ser, e em todos os grupos.
Finalmente fica registrado, para mais uma reflex��o, um
pensamento do psic��logo Rollo May, em seu not��vel livro Minha
Busca da Beleza:
"A nova Humanidade ser�� Universal, e ter�� a atitude do artista;
isto ��, reconhecer�� que o imenso valor e beleza do Ser Humano
5 3
reside precisamente no fato de pertencer ele aos dois reinos: da
Natureza e do Esp��rito".
O PODER DA DIMENS��O ESPIRITUAL NAS
R E L A �� �� E S HUMANAS
Conclus��o
O trabalho teve como proposta mostrar, embora de maneira
bem abrangente, o Poder real e essencial que se estabelece nos
grupos, a partir da consci��ncia de que, enquanto Ser pleno dotado
de capacidade de autoger��ncia, o homem pode transitar em seus
relacionamentos, utilizando os seus valores inatos, oportunizando
verdadeiras transforma����es de percep����o equivocada de pessoas e
grupos, a partir do exerc��cio de experienciar as virtudes, que se bem
trabalhadas, funcionam como "amortecedores da vida" segundo
Ken 0'Donnell.
Foi abordado tamb��m a import��ncia de se harmonizar as
quatro dimens��es b��sicas do homem: o Ter; o Estar; o Fazer e o
Ser, numa demonstra����o de que o verdadeiro Self vem �� tona quando
se alcan��a uma perfeita orquestra����o entre o que se ��, atrav��s da miss��o a ser desempenhada na vida; o que se faz, atrav��s das a����es a serem executadas; o como se est�� na vida atrav��s dos pap��is atribu��dos a cada um; e o que se tem, atrav��s dos resultados obtidos na caminhada da vida.
O Poder foi tratado no presente trabalho como a for��a para;
a faculdade de; o estar exposto a; o ter acesso a; o dispor de for��a
e autoridade para; o ter influ��ncia e capacidade.
Num sentido bem amplo, �� ter a possibilidade de gerenciar
emo����es, conhecendo-se, e tendo a oportunidade de responder a
questionamentos tais como: Quem sou eu ? O que estou fazendo
aqui? Como tenho me relacionado com os grupos aos quais
perten��o? Etc.
Resgatando a inesquec��vel Madre Tereza de Calcut��, quando
certa vez disse que ningu��m tem o direito de se afastar do outro
sem deixar algo de bom, o grupo espera ter contribu��do de alguma
maneira, e assertivamente, com a proposta da vener��vel Irm��: "que tenha deixado algo de bom".
Finalmente a equipe registra a concord��ncia com as palavras
de um Mestre S��bio, quando l�� na Palestina, h�� dois mil anos,
54
dissera que seria necess��rio ser como uma crian��a para
alcan��ar o Reino dos C��us, para ser feliz, para ser saud��vel, para viver tudo o que a vida oferece.
BIBLIOGRAFIA
1. Lowen, Alexander - Narcisismo, Cultrix Editora, S��o Paulo, 1983.
2. 0'Donnell, Ken - Endoquality - As Dimens��es Emocionais e
Espirituais do Ser Humano nas Organiza����es, Casa da Qualidade,
Salvador/BA, 1997.
3. O.Donnell, Ken - A Paz Come��a com Voc�� , Editora Gente, S��o Paulo, 1994.
4. Goleman, Daniel - Emo����es que Curam, Rocco Editora, Rio de
Janeiro , 1999.
5. May, Rollo - Minha Busca da Beleza, Vozes Editora, Petr��polis, Rio de Janeiro, 1992.
6. Angelis, Joanna - Amor, Imbat��vel Amor, Livraria Esp��rita Alvorada Editora, Salvador/BA ,1998.
5 5
O PODER NAS ORGANIZA����ES
Flaudemir Garcia
Geraldo Diniz Farias
M��nica Rodrigues Leal
Reginete Cavalcanti Pereira
Wilmar Roberto Gai��o
O P O D E R
Sinto muito, mas n��o pretendo ser um imperador. N��o ��
esse o meu of��cio. N��o pretendo governar ou conquistar quem quer
que seja.
Gostaria de ajudar- se poss��vel - judas, o gentio... negros...
brancos.
Todos n��s desejamos ajudar uns aos outros. Os seres
humanos s��o assim. Desejamos viver para a felicidade do pr��ximo -
n��o para o seu infort��nio. Por que havemos de odiar e desprezar uns
aos outros?
Neste mundo h�� espa��o para todos. A terra, que �� boa e
rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza,
por��m nos extraviamos. A cobi��a envenenou a alma dos homens...
levantou no mundo as muralhas do ��dio... e tem-nos feito marchara
passo de ganso para a mis��ria e os mortic��nios. Criamos a ��poca
da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A
m��quina, que produz abund��ncia, tem-nos deixado em pen��ria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos c��ticos; nossa intelig��ncia,
empedernidos e cru��is. Pensamos em demasia e sentimos bem
pouco. Mais do que de intelig��ncia, precisamos de afei����o e do��ura.
Sem essas virtudes, a vida ser�� de viol��ncia e tudo ser�� perdido.
A avia����o e o r��dio aproximaram-nos muito mais. A pr��pria
natureza dessas coisas �� um apelo eloq��ente �� bondade do homem...
um apelo �� fraternidade universal... �� uni��o de todos n��s. Neste
mesmo instante a minha voz chega a milh��es de pessoas pelo mundo
afora... milh��es de desesperados, homens, mulheres, criancinhas...
v��timas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera
inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "N��o desespereis!"
A desgra��a que tem ca��do sobre n��s n��o �� mais do que o
produto da cobi��a.
56
Em agonia... da amargura de homens que temem o avan��o
do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecer��o, os
ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram h�� de retomar
ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca
perecer��.
Soldados! N��o vos entregueis a esses brutais... que vos
desprezam...que arregimentam as vossas vidas... que ditam os
vossos atos, as vossas id��ias e os vossos sentimentos! Que vos
fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma
alimenta����o regrada, que vos tratam como um gado humano e que
vos utilizam como carne para canh��o! N��o sois m��quina! Homens ��
que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! N��o
odieis! S�� odeiam os que n��o se fazem amar... os que n��o se fazem
amar e os inumanos!
Soldados! N��o batalheis pela escravid��o! Lutai peia liberdade!
No d��cimo s��timo cap��tulo de S��o Lucas �� escrito que o Reino de
Deus est�� dentro do homem - n��o de um s�� homem ou um grupo de
homens, mas dos homens todos! Est�� em v��s! V��s, o povo, tendes
o poder de criar m��quinas. O poder de criar felicidade! V��s, o povo,
tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faz��-la uma
aventura maravilhosa. Portanto, em nome da democracia usemos
desse poder, unamo-nos todos n��s. Lutemos por um mundo novo...
um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que d��
futuro �� mocidade e seguran��a �� velhice.
�� pela promessa de tais coisas que desalmados t��m subido
ao poder. Mas, s�� mistificam! N��o cumprem o que prometem. Jamais
o cumprir��o!
Os ditadores liberam-se por��m escravizam o povo. Lutemos
agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim
a gan��ncia, ao ��dio e �� prepot��ncia. Lutemos por um mundo de
raz��o, um mundo em que a ci��ncia e o progresso conduzam �� ventura
de todos n��s. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!
Hannah, est��s me ouvindo? Onde te encontres, levanta os
olhos! V��s, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam!
Estamos saindo das trevas para a luz! Vamos entrando num mundo
novo - um mundo melhor, em que os homens estar��o acima da
cobi��a, do ��dio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do
homem ganhou asa e afinal come��a a voar. Voa para o arco-��ris,
para a luz da esperan��a. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!
"O ��LTIMO DISCURSO"
Charles Chaplin
5 7
I N T R O D U �� �� O
Na hist��ria da humanidade, evidenciou-se os grupos de seres
vivos de todas as esp��cies em fun����o dos motivos viver e sobreviver.
Essa necessidade inerente a todos seres vivos, de estarem
agrupados, imposta pela natureza, nos conduz a meditar sobre as
organiza����es a partir da institui����o familiar que convive com
personalidades diferentes, que tem a sua hierarquia, idade, pap��is e
atribui����es similares ��s organiza����es para que trabalhamos.
Entendemos que uma sociedade sadia depende diretamente
da sa��de f��sica e mental dos seus componentes e, muito mais
profundamente, da capacidade de entendimento e compreens��o do
outro com quem interagimos, dentro da vis��o hol��stica de
complemento indispens��vel na constru����o do social.
Nesse enfoque, no desenvolvimento do trabalho, tentaremos
subsidiar os leitores com um elenco de informa����es que conduzem
�� utiliza����o do poder de forma construtiva do ponto de vista individual e coletiva.
"Aspectos do Narcisismo na Vis��o de Freud"
O termo Narcisismo foi inicialmente usado por Paul Hacke
em 1899 visando descrever um estado de auto-erotismo no qual a
pessoa toma o pr��prio corpo como objeto. Freud a princ��pio -1910
em seu texto, "uma lembran��a da inf��ncia de Leonardo da VincTafirma que o essencial no relacionamento narc��sico �� a compreens��o de
que "o objeto de amor narc��sico nada mais �� que um espelho, onde
se reflete a imagem daquele que n��o �� capaz de amar sen��o a si
mesmo ou ao outro enquanto duplo de si mesmo".
Em 1911 Freud descreveu o Narcisismo como uma fase
intermedi��ria entre o auto-erotismo e o amor objetai na qual o sujeito
toma o pr��prio corpo como objeto de amor. Nesse enfoque o autor j��
identifica o Narcisismo como uma etapa normal do desenvolvimento.
Avan��ando nos seus estudos, em 1914, Freud coloca o Narcisismo
dentro de uma linha psicanal��tica sob dois enfoques: o prim��rio e o
secund��rio. Posicionando o Narcisismo prim��rio como etapa normal
do desenvolvimento na qual todo investimento da libido est�� voltado
para o sujeito, n��o existindo catexias objetais, portanto
representa����es mentais do objeto. O narcisismo secund��rio
corresponde �� retirada da libido dos objetos e o investimento dessa
libido no ego.
61
Abordando o Narcisismo na vis��o de Lowen
Alexander Lowen, atrav��s da orienta����o do mestre Reich,
faz uma abordagem ao Narcisismo buscando a rela����o simb��lica
entre o ps��quico e o corporal.
Define portanto o Narcisismo como a nega����o do verdadeiro
self considerando que os narcisistas est��o preocupados com o
modo como se apresentam.
Na sua ��tica os indiv��duos que t��m personalidade narc��sica
t��m como caracter��stica o tra��o sedutor e se utilizam de
comportamento estrat��gico e ardiloso na busca do poder e seu
respectivo controle.
Do ponto de vista cultural o narc��sico carece de valores
humanos tipificados como aus��ncia de interesse pelo meio ambiente,
pela sa��de e pela qualidade de vida...
Na vis��o de Lowen, o narcisismo por negar o pr��prio
sentimento o conduz a n��o percep����o do sentimento do outro,
acreditando, como seguidor de Reich, que as perturba����es de
personalidade somatizadas, oriundas dessa fase, que provocam
rigidez muscular e repress��o dos sentimentos, s��o recuperadas
atrav��s do trabalho corporal e pela indispens��vel compreens��o do
indiv��duo.
O P O D E R NAS O R G A N I Z A �� �� E S
Poder �� a capacidade de uma pessoa ou de uma
determinada organiza����o de gerar influ��ncia, fazendo com que uma
segunda pessoa ou organiza����o assuma o comportamento da
primeira. E tamb��m, �� a capacidade de gerar consentimento, de
irradiar posi����es que sejam aceitas por um grupo de pessoas.
O poder �� inerente a todos os sistemas sociais e a todas as rela����es
humanas. N��o �� uma coisa, mas um aspecto de toda e qualquer
rela����o entre pessoas.
O sistema de poder inclui todo mundo; ningu��m est�� livre
dele.
O sistema de poderem qualquer sociedade est�� subdividido
em sistemas de poder cada vez menores, encaixados uns aos outros.
A intera����o liga esses subsistemas uns com os outros e aos
sistemas maiores dos quais fazem parte.
6 2
Os indiv��duos est��o inseridos em muitos subsistemas de -
poderes diferentes, embora relacionados entre si.
As rela����es entre classes, ra��as, sexos, profiss��es, na����es
e outros grupos sociais s��o alteradas de forma incessante por
mudan��as na popula����o, na ecologia, na tecnologia, na cultura e
em outros fatores. Essas mudan��as levam ao conflito e se traduzem
em redistribui����o de recursos de poder.
O conflito �� uma inevit��vel realidade social.
As flutua����es causadas por deslocamentos simult��neos de
poder em diferentes subsistemas, podem convergir para produzir
deslocamentos radicais do poder no n��vel do sistema maior, do qual
eles fazem parte.
O conflito intraps��quico em um indiv��duo pode esfacelar toda
uma fam��lia.
Conflitos de poder entre departamentos podem esfacelar uma
empresa.
Luta de poder entre regi��es podem esfacelar uma na����o.
�� imposs��vel estarem todos os sistemas e subsistemas sociais em
perfeito equil��brio, e o poder ser partilhado igualmente entre todos os grupos.
Poder�� ser necess��ria uma a����o radical para derrubar um
regime opressivo, por��m um certo grau de desigualdade �� fun����o da
pr��pria mudan��a.
Igualdade perfeita implica aus��ncia de mudan��a, e n��o s�� ��
indesej��vel como imposs��vel.
Em um mundo do qual milh��es de pessoas passam fome,
a id��ia de deter a mudan��a �� n��o s�� f��til, mas imoral. A exist��ncia
de um certo grau de desigualdade n��o �� inerentemente imoral; o
que �� imoral �� um sistema que congele a m�� distribui����o dos
recursos que d��o poder. �� duplamente imoral quando essa m��
distribui����o �� baseada em ra��a, sexo e outros tra��os inatos.
O conhecimento �� ainda mais mal distribu��do do que a
riqueza. Da�� ser mais importante uma redistribui����o do conhecimento
do que uma redistribui����o dos outros principais recursos de poder.
O excesso de concentra����o dos recursos de poder ��
perigoso. Ex: Stalim, Hitler. E a concentra����o insuficiente de recursos de poder �� igualmente perigosa. Ex: A aus��ncia de um governo forte
no L��bano transformou aquela na����o num sin��nimo de viol��ncia
an��rquica.
6 3
P O D E R
PODER - �� A ENERGIA ORGANIZADORA DOS SISTEMAS
Fontes do poder - For��a, Dinheiro, Conhecimento
EXCESSO DE PODER
- Centraliza;
- Fragmenta;
- Fragiliza;
- Gera depend��ncia;
- N��o envolvimento
- N��o compromisso
- N��o responsabilidade;
- Baixa produtividade
A U S �� N C I A DE PODER - Gera um Sistema An��rquico,
Improdutivo
PODER NEGATIVO
- Contra a Empresa
- Obst��culo
- Boicote
- Empecilho
PODER INSTITU��DO - Legitimado pelos liderados
DESCENTRALIZANDO O PODER
- Gest��o Participativa;
- Interesse pela Pessoa;
- Rela����o de confian��a;
- Delega����o de Poder;
- Decis��o compartilhada;
- Comunica����o flu��da;
- Autonomia;
- Orgulho pelo grupo de trabalho;
Gera compromisso;
- Envolvimento;
- Responsabilidade;
- Compet��ncia;
- Efic��cia... Qualidade... Produtividade
64
D E S C E N T R A L I Z A N D O E HUMANIZANDO O P O D E R
As organiza����es, quer sejam governamentais, industriais,
educacionais ou m��dicas, t��m sido tradicionalmente administradas
atrav��s de uma distribui����o hier��rquica de poder. Nas posi����es mais
elevadas encontramos uma ��nica pessoa, como nas empresas ou
na Igreja Cat��lica. Embora, de in��meras maneiras, o fluxo de poder
venha dos que s��o governados para os que est��o no topo, a
organiza����o �� geralmente vivenciada como um processo de controle
que flui de cima para baixo. Isto pode ocorrer por meio de ordens e
regulamentos, ou de recompensas concedidas seletivamente, tais
como promo����es e aumentos de sal��rio.
Recentemente, muitas das maiores empresas norte-
americanas t��m modificado este r��gido controle hier��rquico. Elas
t��m tentado descentralizara autoridade, responsabilidade e iniciativa
por toda a organiza����o, especialmente nos n��veis gerenciais. Em
outros pa��ses, especialmente na Su��cia, a experi��ncia foi levada
mais adiante, buscando incluir o n��vel oper��rio. Em todos esses
esfor��os, as pessoas detentoras de controle tentaram aumentar a
livre comunica����o em todas as dire����es: de baixo para cima, dos
altos postos de administra����o para baixo; horizontalmente, de
departamento para departamento, e de especialistas para
especialistas.
Efeitos construtivos foram observados em certas ind��strias.
Muito do que acontece tem dependido da autenticidade do desejo
da alta dire����o de criar oportunidades para que os indiv��duos que
trabalham na organiza����o maximizem seu desenvolvimento pessoal.
Entretanto tais tend��ncias construtivas s��o freq��entemente
neutralizadas ou contrariadas por dois elementos. Uni �� o fato de
que, quase sem exce����o, a ger��ncia det��m o direito de admitir ou
demitir; o outro �� o fato do aumento dos lucros, mais do que o
crescimento das pessoas, ser considerado como objetivo principal.
Carl Roger teve a oportunidade de apresentar aos dirigentes de
grandes empresas, a possibilidade de utilizarem, em administra����o,
uma abordagem centrada na pessoa. Foram distribu��das ao grupo
algumas anota����es antes do in��cio da reuni��o a fim de provocar uma
discuss��o:
6 5
DOIS E X T R E M O S
Influ��ncia e Impacto:
Dar autonomia a pessoas e grupos;
Liberar o pessoal para fazer suas coisas;
Expressar id��ias e sentimentos pr��prios como aspecto dos
dados do grupo;
Facilitar a aprendizagem;
Estimulara independ��ncia em pensamento e a����o;
Aceitar as cria����es inovadoras;
Delegar dando plena responsabilidade;
Oferecer feedback e receb��-lo;
Encorajar e confiar na auto-avalia����o;
Encontrar recompensas no desenvolvimento e realiza����o
dos outros.
PODER E CONTROLE;
Tomar decis��es;
Dar ordens;
Dirigir o comportamento dos subordinados;
Conservar as pr��prias id��ias e sentimentos no bolso;
Exercer autoridade sobre as pessoas e a organiza����o;
Dominar quando necess��rio;
Ensinar, instruir e aconselhar;
Avaliar os outros;
Dar recompensas;
Ser recompensado pelas pr��prias realiza����es.
ENFOQUE FINAL
�� poss��vel uma organiza����o centrada na pessoa, na qual
as bases do poder e controle s��o sentidas por cada indiv��duo, como
se estivesse dentro dele pr��prio. Est�� comprovado que, em tal
organiza����o, os indiv��duos trabalham juntos, de modo respons��vel,
para estabelecer objetivos para determinar as orienta����es a seguir,
para tratar de detalhes administrativos, para utilizar diferentes
modalidades organizacionais e para lidar com as crises que
inevitavelmente ocorrem. O grupo est�� mais capacitado para tomar
66
decis��es s��bias do que uma ��nica pessoa, pois ele apela para as
potencialidades de lideran��a de todos.
Os problemas de uma organiza����o centrada na pessoa s��o
t��o complexos e dif��ceis quanto os de uma organiza����o hier��rquica.
Entretanto, eles s��o bem diferentes quanto ao tipo, e, para serem
resolvidos, sup��em muito mais crescimento pessoal. Uma
organiza����o centrada na pessoa nunca parece ser particularmente
eficiente. Os procedimentos de rotina s��o freq��entemente
interrompidos por raz��es humanas. A organiza����o nunca parece
boa para quem est�� de fora porque n��o se pode facilmente reconhecer
quem est�� no comando. Sua efici��ncia �� humana, sua lideran��a ��
multifacetada, e um de seus mais importantes produtos �� o
desenvolvimento das pessoas em dire����o a sua capacidade total.
A pol��tica de uma organiza����o centrada na pessoa ��
diametralmente oposta �� organiza����o tradicional. Baseia-se em
valores diferentes, trabalha com princ��pios diferentes, chega a
efici��ncia atrav��s de opera����es diferentes. Uma organiza����o centrada
na pessoa n��o �� uma modifica����o da organiza����o tradicional. �� um
organismo coletivo totalmente diferente das organiza����es atuais. ��
uma evolu����o na realiza����o dos prop��sitos humanos.
BIBLIOGRAFIA
1 - Cavalcanti, Ra��ssa - O mito de Narciso -Editora Cultrix
2 - Lowen, Alexander - O Narcisismo - Editora Cultrix
3 - Rogers, Carl - Psicologia e pedagogia sobre o poder pessoal
Editora Martins Fontes
4 - Torquato, Gaud��ncio - Cultura - Poder - Comunica����o e Imagem
Editora Livraria Pioneira
67
O PODER DA M��SICA
A m��sica �� uma forma direta de comunica����o:
ela fala de cora����o para cora����o.
Ao mesmo tempo, por��m, sua linguagem
pode alcan��ar a dimens��o mais profunda,
sublime, abrangente e essencial
daquilo que �� superior,
tangenciando a natureza ilimitada
da universalidade c��smica.
Clizenit Pinheiro Assis de Lima
Lusia Rangel Brand��o
Maria de Lourdes Queiroz de Andrade
Maria Z��lia de Lima
O nosso tema trata da m��sica como poder de transforma����o,
como for��a atuante sobre todos que a ouvem. Estudos nos provam
que a m��sica acelera ou retarda as batidas do cora����o, relaxa ou
irrita os nervos, influi na press��o sangu��nea, na digest��o e no ritmo
da respira����o, al��m de influir no car��ter do indiv��duo. Hoje pouco se
reflete sobre a fun����o da m��sica dentro da sociedade, tendo-a em
conta de um aspecto n��o essencial, e at�� perif��rico da vida humana.
Por��m, os povos antigos (China, ��ndia, Gr��cia) afirmavam
ser a m��sica uma for��a tang��vel que pode ser aplicada com o fim de
criara mudan��a, para melhorou para pior, no car��ter do indiv��duo; e,
o que era mais importante, na sociedade como um todo. Acreditavam
que a m��sica pode afetar o homem e a civiliza����o, convencidos que
estavam de que o indiv��duo �� capaz de interiorizar a m��sica, influindo, por assim dizer, no ritmo dos pensamentos do homem, na melodia
de suas emo����es e na harmonia de sua sa��de corporal e estilo de
movimento. Arist��teles escreveu que:
...emo����es de toda esp��cie s��o produzidas pela melodia e pelo
ritmo; atrav��s da m��sica, por conseguinte, o homem se acostuma
a experimentar emo����es certas; tem a m��sica, portanto, o poder
de formar o car��ter, e os v��rios tipos de m��sica, baseados nos
v��rios modos, distinguem-se pelos seus efeitos sobre o car��ter -
um, por exemplo, operando na dire����o da melancolia, outro na
da efemina����o; um incentivando a ren��ncia, outro o dom��nio de
si, um terceiro o entusiasmo, e assim por diante.
6 8
Conf��cio supunha haver na m��sica uma significa����o oculta
que fazia dela uma das coisas mais importantes da vida, que possu��-
a tremenda energia em potencial para o bem ou para o mal. Segundo
ele: "Se algu��m desejar saber se um reino �� bem ou mal governado,
se a sua moral �� boa ou m��, examine a qualidade de sua m��sica,
que lhe fornecer�� a resposta."
Acreditavam os fil��sofos chineses que o objetivo da m��sica
nunca deveria ser o mero entretenimento, que a toda m��sica caberia
transmitir verdades eternas e influir no car��ter do homem visando a
torn��-lo melhor. Os chineses estavam certos de que toda m��sica
vulgar e sensual exercia uma influ��ncia imoral sobre o ouvinte. Eles
n��o esqueciam a origem una de todos os tons c��smicos e todos os
sons da terra - a vibra����o c��smica fundamental era um conceito
central da filosofia chinesa. Foi essa vibra����o una, que emanando
de Deus, veio a ser os dois - Yang e Ying - sobre os quais se baseou
toda a cria����o. E uma vez que todo e qualquer som deriva dessa
vibra����o, os pr��prios sons da m��sica, independente de sua
combina����o com outros tons, neste ou naquele padr��o mel��dico,
eram muito reverenciados pelos s��bios m��sicos.
O conceito de que a m��sica influi no car��ter foi a grande
for��a inspiradora das vidas criativas dos grandes compositores
cl��ssicos e rom��nticos. Motivados por um sincero desejo de servir e
espiritualizar a humanidade, viam a pr��pria m��sica como um dos
meios mais poderosos de influir na consci��ncia e na dire����o da ra��a
humana. As guerras e os pol��ticos v��o e vem, mas a m��sica subsiste
indefinidamente, e nunca deixa de interessar a mente e o cora����o
de quantos a ouvem.
COMO NA M��SICA, ASSIM NA VIDA �� um axioma antigo
segundo o qual se afei��oam e se moldam a consci��ncia e toda a
civiliza����o, de acordo com o estilo ou estilos existentes de m��sica.
Seria realmente exato dizer que a m��sica tende a moldar-nos os
pensamentos e os padr��es de comportamento, de conformidade
com seus pr��prios padr��es ��ntimos de ritmo, melodia, moral e estado
d'alma?
De pronto, a nossa mente volta-se para exemplos
espec��ficos: os estilos de m��sica que conhecemos, e a sociedade
ou a subcultura que se encontra em tomo deles. Que dizer da m��sica
de hoje? Da sociedade de hoje?
Quase todas as formas de m��sica do s��culo XX s��o
totalmente destitu��das de genu��no valor espiritual regenerativo. O
s��culo presente abandonou e perdeu quase de todo a cren��a na
6 9
m��sica como for��a capaz de mudar o indiv��duo e a sociedade.
Antigamente, a dire����o emocional da m��sica subia
verticalmente para o alto. O efetivo prop��sito da m��sica fora, de
ordin��rio, dirigir os sentimentos para Deus ou para regi��es de elevada
e altru��stica contempla����o. A m��sica atual dirige os sentimentos ao
longo de um plano horizontal: evoca rea����es de um mortal a outro,
ou ao ambiente material. Os novos movimentos do mundo da m��sica
guiam a consci��ncia para o mundo f��sico, para uma vis��o materialista
- reducionista do mundo, surgindo uma variedade de formas musicais
destitu��das de idealismo e um novo fasc��nio provocado pela
sensualidade de certos sons e dan��as, como por exemplo a m��sica
e as coreografias do grupo baiano "�� o Tchan".
Que preju��zo certas esp��cies de m��sica j�� n��o ter��o imposto
��s nossas personalidades sem que nos tenhamos dado conta disso?
Que oportunidades nos restam de eleger o g��nero correto de m��sica
e us��-lo doravante a fim de acelerar nossa pr��pria evolu����o mental e
espiritual?
Para respondermos estas quest��es precisamos refletir mais
profundamente sobre os efeitos da m��sica no nosso organismo.
As pesquisas comprovam a vasta influ��ncia da m��sica no
nosso corpo f��sico, na nossa mente e nas nossas emo����es.
Os estudiosos dos efeitos da m��sica, afirmam
categoricamente: �� dif��cil encontrar uma fra����o do corpo que n��o
sofra a influ��ncia dos tons musicais. O corpo �� afetado de acordo com a natureza da m��sica cujas vibra����es incidem sobre ele.
A m��sica lenta e suave ativa o sistema parassimp��tico,
levando a sensa����es de plenitude e de paz:
��� Diminui o ritmo card��aco;
��� Aumenta a secre����o das gl��ndulas lacrimais e salivares;
��� Fomenta o ac��mulo de reservas;
��� Predisp��e ao sono e ao repouso;
��� Ativa o Eros em geral.
A m��sica de ritmo alegre tem a����o estimulante sobre o
sistema simp��tico, provocando rea����es de emerg��ncia:
��� Aumenta o ritmo card��aco (taquicardia);
��� Eleva a press��o arterial;
��� Vasoconstri����o da ��rea espl��nica
��� Deslocamento do sangue aos m��sculos que v��o entrar
7 0
em a����o;
��� Mobiliza����o do glicog��nio do f��gado;
��� Broncodilata����o para permitir uma ventila����o maior;
��� Aumento da coagulabilidade do sangue.
Chegou-se �� conclus��o de que os ritmos mais harmoniosos
e saud��veis, conforme os seus tempos, s��o estimulantes ou
sedativos eficac��ssimos e, naturalmente, muito mais ben��ficos, a
longo prazo, do que quaisquer outros estimulantes ou tranquilizantes,
capazes de gerar depend��ncia.
O fato do ritmo nos agitar ou acalmar parece depender, em
primeiro lugar, da maneira com que a frequ��ncia de suas batidas se
relaciona com a pulsa����o card��aca normal de 65-80 batimentos por
minuto. Uma m��sica cujo ritmo seja mais ou menos igual ao da
pulsa����o card��aca normal nos acalma, como se o nosso corpo
pensasse consigo mesmo: "Ah, est�� bem, estamos ambos em
un��ssono". Os ritmos acelerados elevam os ritmos das pulsa����es
do cora����o e, portanto, a excita����o emocional. A experi��ncia descrita
nos Anexos corrobora com essa afirmativa.
A experi��ncia dirigida por Dr. Lee Salk, num ber����rio de hospital,
mostra o poderoso efeito produzido por ritmos diferentes. Tocou-se
para os rec��m-nascidos, um disco em que haviam sido gravados os
batimentos card��acos normais. A maioria dos beb��s acalmou-se e
dormiu. Em seguida, o Dr. Salk fez ouvir a pulsa����o acelerada de
uma pessoa excitada. As duas grava����es foram tocadas no mesmo
volume mas, quando se tocou a segunda, todos os beb��s
despertaram, quase todos tensos e alguns chorando.
Outro efeito poss��vel da m��sica sobre o corpo �� descrito por
Bob Larson, ex- guitarrista de rock:
Os doutores Earl Flosdorf e Leslie A. Chambers descobriram,
numa s��rie de experi��ncias, que sons agudos projetados num
meio l��quido coagulam prote��nas. Recente mania de adolescentes
consistia em levar ovos frescos a concertos de rock e coloc��-los
�� beira do palco. No meio do concerto, os ovos podiam ser comidos
cozidos como um resultado da m��sica. Surpreendentemente,
poucos afei��oados do rock perguntavam a si pr��prios o que a
mesma m��sica poderia causar-lhes ao corpo.
O volume �� um outro elemento fundamental da m��sica que
p��e em perigo a sa��de humana. Sons acima de 90 decib��is podem
71
fazer o cora����o bater mais c��lere, os vasos sangu��neos se
contra��rem, as pupilas se dilatarem e, n��o raro, o est��mago, os
intestinos e o es��fago sofrerem espasmos.
O ouvido humano est�� preparado para resistir a ru��dos de
alta intensidade apenas durante curtos per��odos. Ap��s pouco mais
de uma hora de exposi����o a sons intensos, de aproximadamente
100 decib��is, o sistema nervoso necessita de cerca de 40 horas
para se recuperar completamente dessa esp��cie de "trauma". Diante disso, �� f��cil imaginar os danos provocados pela altura dos sons
dos trios el��tricos e dos sal��es de boates, j�� que estes chegam a
cifras superiores a 110 decib��is.
��� O Departamento de Prote����o Ambiental dos Estados
Unidos descobriu que as atuais gera����es de jovens
padecem de problemas de audi����o que normalmente s��
se associam a pessoas de cinquenta a sessenta anos.
Os quadros 1 e 2 resumem, respectivamente, os benef��cios
e as desordens psico-org��nicas que os diferentes tipos de m��sica
podem provocar.
Quadro 1: Benef��cios da M��sica
7 2
Quadro 2: Desordens psico-org��nicas produzidas pela m��sica
com excesso de ru��dos
Al��m desses efeitos provocados diretamente no nosso corpo
f��sico, a m��sica tamb��m pode representar um papel muito mais
importante na determina����o do car��ter e na dire����o da sociedade
do que a maioria das pessoas pode imaginar. Analisemos ent��o
como isto pode acontecer.
�� f��cil compreender que a m��sica afeta as nossas emo����es,
pois ao ouv��-la, ela nos faz sentir alguma coisa - inspira����o, alegria, energia, tristeza, melancolia, paz, sensualidade, viol��ncia,
patriotismo, calma, devo����o etc. Podemos dizer que tais
sentimentos s��o experi��ncias. E, conforme diversos estudos
realizados por psic��logos, as experi��ncias que temos na vida
constituem um fator vitalmente importante na forma����o do car��ter.
Parece prov��vel que tipos diferentes de m��sica, ao dar-nos
v��rias esp��cies de experi��ncias emocionais, tamb��m real��am ou
imprimem tais sentimentos e suas v��rias tonalidades nas nossas
mentes. Todo momento de m��sica a que nos submetemos pode
7 3
estar intensificando ou consumindo nossas energias vitais e nossa
clareza de consci��ncia, pouco a pouco.
Desta forma, os estudiosos da m��sica nos t��m advertido
dos perigos sociais associados ao uso err��neo da arte tonal. �� comum
a presen��a de tumulto, viol��ncia e desordens nos concertos de rock.
Segundo palavras de John Philips do grupo "The Mamas and The
Papas", "controlando cuidadosamente as sequ��ncias dos ritmos
qualquer grupo de rock pode criar, consciente e deliberadamente a
histeria." E demonstraram a validade de suas pr��prias palavras
durante seus concertos de rock. Os Rolling Stones, durante o festival
de rock de Altamont (1969) tocaram a can����o "Sympaty foe the
Devil" (Simpatia pelo Diabo) e os "guarda-costas", num acesso de f��ria, atacaram o p��blico com tamanha viol��ncia que algumas
pessoas ficaram gravemente feridas e outras morreram.
Por outro lado, usada corretamente, a m��sica talvez n��o
encontre paralelo em seu poder de instilar no homem a beleza da
verdadeira moral e dos prop��sitos mais elevados que devem reger
nossas vidas.
Dentre todas as artes, a m��sica �� a que transmite com
maior fidelidade o estado interior do artista; o n��vel de harmonia ou
desarmonia psicol��gica que tem dentro de si e nenhuma outra move
e muda mais vigorosamente a consci��ncia.
Saber se a m��sica afeta a sociedade �� uma simples quest��o
de extrapola����o. O indiv��duo �� o componente b��sico da sociedade.
Se os caracteres de uma grande propor����odos indiv��duos que
comp��em a sociedade se modificam, essa sociedade sofrer��, sem
d��vida, certo grau de modifica����es similares.
Surge a quest��o: a m��sica veio primeiro e as mudan��as
culturais vieram depois ou vice-versa? Cada qual influi no outro at��
certo ponto. De um lado, n��o seria real��stico supor que a civiliza����o,
como fator ambiental (e incluindo a m��sica j�� existente nessa
civiliza����o), n��o exerce influ��ncia alguma sobre o curso da m��sica
presente, �� propor����o que essa m��sica se manifesta. Entretanto,
ao influenciar a m��sica, a pr��pria civiliza����o �� tamb��m afetada por
ela. O que temos aqui �� uma cl��ssica situa����o de galinha-ou-ovo
(quem apareceu primeiro?). Ao codificar esta ou aquela vis��o do
mundo, a m��sica, at�� certo ponto, deve estar meramente reagindo ��
cultura dentro da qual se encontra. Tendo, contudo, admitido esse
ponto, cumpre afirmar tamb��m que, como o indicou Cyril Scott, um
estudo da hist��ria revela com absoluta clareza que as altera����es na
m��sica tenderam a preceder os eventos exteriores, "hist��ricos". Em 74
outras palavras, a m��sica tamb��m codifica simbolicamente estilos
de vida e ideologias ainda n��o existentes na vida exterior, mas que
passam a existir, precisamente, gra��as a essa qualidade criativa da
arte.
No Brasil temos um exemplo cl��ssico desta rela����o ��ntima
entre o efeito da m��sica na cultura da sociedade e da sociedade na
m��sica. A nossa m��sica popular dos anos 60, expressava a
insatisfa����o com a ditadura militar, com as desigualdades sociais,
com a repress��o estudantil... ao mesmo tempo em que esta mesma
m��sica codificava nos jovens daquela ��poca um esp��rito de liberdade,
irrever��ncia, contesta����o, revolta etc.
Estudando a m��sica nos seus mais diversos aspectos,
verificamos o seu poder de influ��ncia s��ciocultural, sua capacidade
de induzir, ditar comportamentos, criar estilos. A mensagem musical,
o seu conte��do, trabalha com o inconsciente, com o que foi reprimido,
castrado. Trabalhando no n��vel do sentimento, permite o
extravasamento de desejos e emo����es sufocadas no mais profundo
do ser.
Analisando as letras da m��sica popular brasileira, podemos
compreender melhor porque na nossa sociedade encontramos, t��o
presentes, caracter��sticas como: submiss��o, lamento, saudosismo,
sofrimento, etc. - facetas da estrutura de car��ter masoquista. Como
descreve Alexander Lowen, esta estrutura de car��ter refere-se ��quele
que sofre, lamenta-se, queixa-se e permanece submisso. O
masoquista expressa em toda a sua violenta conten����o f��sica e
emocional o "sentimento de estar preso num atoleiro", incapaz de movimentar-se livremente. Ao inv��s da auto-assertividade, a pessoa
de car��ter masoquista lamenta-se em seu sofrimento infinito. A
express��o vocal que consegue sair com facilidade �� de queixume,
lamento, dor e absoluta entrega de sentimento e integridade de sua
vida ao outro, a doen��a etc, demonstrando incapacidade de, por si
e para si mesmo, ser feliz. Tudo depende do outro.
Decerto que n��o foi somente a m��sica que imprimiu na
nossa sociedade essas caracter��sticas, pois a influ��ncia da nossa
raiz antropol��gica tamb��m foi muito forte neste sentido. A nossa
cultura foi transplantada do povo portugu��s, os nossos negros do
per��odo da coloniza����o foram obrigados a deixar a sua terra, aos
nossos ��ndios foram impostos novos costumes, nova l��ngua. Tudo
isso contribuiu para que a m��sica, como linguagem, expressasse
os sentimentos descritos no par��grafo anterior. Por��m, voltamos a
quest��o, a m��sica �� influenciada pela sociedade, mas a sociedade
7 5
�� tamb��m fortemente influenciada pela sua m��sica.
Podemos sentir com clareza o quanto a nossa sociedade
apresenta caracter��sticas masoquistas com in��meros exemplos
de m��sica que encontramos no nosso pa��s que estimulam os
sentimentos relacionados a este tipo de car��ter.
Apresentamos uma pequena amostra de letras de m��sicas
brasileiras desde a gera����o de Noel Rosa, passando por Roberto
Carlos.
��ltimo Desejo
Noel Rosa
Nosso amor que eu n��o esque��o
E que teve seu come��o
Numa festa de S��o Jo��o,
Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete
Sem luar e sem viol��o
Perto de voc�� me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero seu beijo
Mas meu ��ltimo desejo
Voc�� n��o pode negar.
Se alguma pessoa amiga
Pedir que voc�� lhe diga
Se voc�� me quer ou n��o.
Diga que voc�� me adora
Que voc�� lamenta e chora
A nossa separa����o.
E as pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu n��o presto
Que o meu lar �� um botequim
E que eu arruinei sua vida
Que eu n��o mere��o a comida
Que voc�� pagou pr�� mim.
76
Desabafo
Roberto e Erasmo Carlos
Por que me arrasto aos teus p��s
Por que me dou tanto assim
E por que n��o pe��o em troca
Nada de volta pr�� mim
Por que �� que eu fico calado
Enquanto voc�� me diz
Palavras que me machucam
Por coisas que eu nunca fiz
Por que �� que eu rolo na cama
E voc�� finge dormir
Mas se voc�� quer eu quero
E n��o consigo fingir
Voc�� �� mesmo essa mecha
De branco no meu cabelo
Voc�� pr�� mim �� uma ponta
A mais nos meus pesadelos
Mas acontece que eu
N��o sei viver sem voc��
E as vezes me desabafo
Me desespero porque
Voc�� mais que um problema
�� uma loucura qualquer
Mas sempre acabo em seus bra��os
Na hora que voc�� quer.
C L A S S I F I C A �� �� O DOS TIPOS MUSICAIS
S E G U N D O OS Q U A T R O E L E M E N T O S DA
NATUREZA
�� sabido que a m��sica exerce uma influ��ncia ineg��vel sobre
a psique e sobre os ritmos biol��gicos em geral. Com base em
pesquisas realizadas por v��rios autores nesta ��rea, como Cyril Scott,
David Tame, David Noebel e Annie Besant, apresentamos abaixo
uma correla����o entre os diversos g��neros musicais e os quatro
elementos naturais: fogo, ar, ��gua e terra; os quais se acham
simbolicamente relacionados �� biologia e psicologia humanas.
7 7
1. M��SICA ��GNEA
Caracteriza-se por harmonias de tons vibrantes, forte
colora����o e intensidade sonora. Sua tem��tica est�� em geral ligada
�� alegria profunda e sensualidade, ao patriotismo, aos sentimentos
de orgulho e revolta e aos ritmos sensuais.
Suscita ainda sentimentos de nobreza e for��a de vontade.
Est�� relacionada ao arqu��tipo crist��o do Esp��rito Santo.
Os efeitos negativos s��o o est��mulo �� sensualidade exacerbada, ��
desestrutura����o ps��quica, podendo agravar psicoses, o est��mulo ��
viol��ncia e �� agressividade, o fortalecimento da avers��o a valores
��ticos e espirituais e da prepot��ncia.
Causa ainda depend��ncia psicol��gica e induz a v��cios
correlatos, como alcoolismo e drogas.
Como exemplos de m��sica ��gnea, tem-se na m��sica erudita a maior
parte das composi����es de autores como Beethoven, Dvorak, Wagner
e Verdi.
Na m��sica popular, os ritmos mais representativos s��o a
sertaneja, alguns tipos de jazz, o rock pesado, o blues, o rap, os
ritmos jamaicanos, africanos e caribenhos.
Os hinos em geral e as marchas militares s��o tamb��m exemplos de
m��sica ��gnea.
2. M��SICA A��REA
Este tipo musical �� reconhec��vel pelas harmonias
complexas, rebuscadas, de colora����o leve. Atualmente este tipo de
m��sica �� marcado pelo uso de disson��ncias e escalas inovadoras.
Quanto �� tem��tica, a m��sica a��rea possu��a antigamente um fundo
notadamente religioso, que tornou-se abertamente materialista no
s��culo atual.
Como efeitos positivos da m��sica a��rea, pode-se citar o
est��mulo �� atividade intelectual, induzindo a concentra����o e o
racioc��nio abstrato. Induz ainda o equil��brio mental e estrutura a
psique. Est�� relacionada ao arqu��tipo crist��o do Pai.
Entre os efeitos negativos, tem-se sobretudo o est��mulo ao
devaneio intelectual, �� imagina����o involunt��ria, ao intelectualismo,
ao racioc��nio concreto e mecanicista. Desestrutura a psique,
refor��ando as fun����es do hemisf��rio cerebral esquerdo e
desestabilizando o centro de gravidade psicol��gico. Pode agravar
estados neur��ticos e psic��ticos.
78
Os exemplos de m��sica a��rea erudita s��o a m��sica barroca
alem�� e italiana, as obras para piano de Liszt e algumas de Mozart,
as obras para quarteto de cordas de Beethoven, parte das obras de
Mahler e Brahms, as obras de Debussy, Schoenberg, Webem, Berg,
Ives e Hindemith entre outros. Atualmente, tem-se a m��sica eletr��nica
e a chamada m��sica contempor��nea.
Como exemplos de m��sica a��rea popular, tem-se o cool
jazz, o rock progressivo e new wave e algumas composi����es new
age.
3. M��SICA AQU��TICA
�� a m��sica motivada essencialmente pela emo����o, o
sentimentalismo e o amor. Possui harmonias variadas, tons
rom��nticos, melodiosos e dram��ticos. Os temas aqu��ticos denotam
uma introspec����o profunda, marcada por sentimentos os mais
variados.
Os efeitos positivos da m��sica aqu��tica s��o o est��mulo ��
emotividade e �� religiosidade pura (m��sica sacra), aos sentimentos
amorosos, de compaix��o, encantamento e devo����o. Proporciona
paz de esp��rito. Relaciona-se ao arqu��tipo crist��o da M��e.
Os efeitos negativos s��o o est��mulo ao sentimentalismo, ��
fragilidade emocional, a superficialidade afetiva, a avers��o �� ��tica no relacionamento humano. Contribui para a preserva����o da imaturidade
emocional e existencial. Pode agravar estados ps��quicos patol��gicos
como manias e depress��o.
Os exemplos eruditos de m��sica aqu��tica s��o a m��sica
rom��ntica inglesa e alem��, a ��pera italiana, a m��sica sacra em
geral, parte das sinfonias de Mahler, Bruckner, a obra de Wagner, de
Vaughan Williams e Delius, a obra de Chopin e Tchaikowsky.
Como exemplos de obras aqu��tica de cunho popular
destacam-se as can����es populares em geral, alguns hinos
religiosos, a m��sica orquestral "rom��ntica", a m��sica instrumental folcl��rica, a m��sica "sertaneja urbana" e algumas composi����es new age.
4. M��SICA TERRESTRE
Caracteriza-se por uma colora����o alegre, harmonias
fortemente embasadas em ritmos biol��gicos motores. Os temas
encontrados s��o voltados para a extrovers��o da energia f��sica, a
7 9
dan��a e a harmonia formal.
Seus efeitos positivos s��o o est��mulo aos ritmos biol��gicos
naturais, os reflexos, o centro motor, a harmonia f��sica. Relaciona-
se ao arqu��tipo crist��o do Filho, ou o Cristo.
Seus efeitos negativos s��o o est��mulo ao desequil��brio
biol��gico e a superficialidade. Contribui para a preserva����o da
imaturidade existencial e emocional.
Os exemplos principais da m��sica terrestre erudita s��o as
obras de Mozart, Haidn e as valsas de Strauss. Tem-se ainda a
m��sica para Ballet Cl��ssico, a m��sica cl��ssica em geral
Como exemplos populares, tem-se as can����es populares fortemente
ritmadas, o jazz tipo New Orleans / blue grass, o rag, as dan��as
antigas e folcl��rica e a dance music.
T �� C N I C A S T E R A P �� U T I C A S DE A P L I C A �� �� O DA
M��SICA
A m��sica pode ser usada de diversas formas como
tratamento: desde a simples m��sica ambiental constante, passando
pela audi����o individual ou grupai, ou ent��o no ambiente dos centros
de terapia, associada a tratamentos cl��nicos ou a outras t��cnicas
como a cromoterapia, a aromoterapia, a bioenerg��tica, a reflexologia,
a biodan��a, a Ioga, a medita����o, a alimenta����o natural, a gin��stica
e a dan��a.
Atualmente, a musicoterapia tamb��m tem sido associada
a v��rias formas oficiais de tratamento, em particular �� psiquiatria, ��
fisioterapia e �� medicina psicossom��tica.
Na Fran��a, um dos pa��ses pioneiros nos estudos de
musicoterapia, foi criado um Centro de Pesquisas e Aplica����es
Psicomusicais, cujos terapeutas sistematizaram a terapia musical
em dois grandes grupos:
��� A musicoterapia passiva, em que o paciente apenas ouve
a m��sica espec��fica para o seu tratamento;
��� A musicoterapia ativa, em que o paciente passa a tocar
um instrumento, em grupo ou isoladamente, segundo
suas necessidades terap��uticas.
Em ambos os casos, a m��sica ou o conjunto de pe��as
musicais utilizadas no tratamento s��o escolhidas ap��s entrevistas
80
que definem os diagn��sticos e as t��cnicas mais adequadas.
Com base na experi��ncia do Centro de Pesquisa e Aplica����es
Psicomusicais, o efeito de determinadas m��sicas sobre pacientes
com doen��as nervosas foi dividido em quatro grandes grupos:
��� Efeito Relaxante:
Hino ao Sol, de Rimsky-Korsakov
Sonho de Amor, de Liszt
O Lago dos Cisnes, de TchaikovsKy
Fantasia e Fuga em Sol Menor, de Bach
Serenata, de Schubert
Largo, do Xerxes, de Haendel
��� Efeito de Tranq��lidade Profunda:
Ave Maria, de Schubert
R��verie, de Schumann
Can����o da ��ndia, de Rimsky-Korsakov
Su��te em R�� Maior, de Bach
��� Efeito Tonificante:
Abertura da A��da, de Verdi
Sinfonia N�� 5, de Tannhauser, de Wagner
Judeus, da ��pera Fausto, de Gounod
��� Efeito de Exalta����o e Estimula����o:
Serenata, de Toselli
Adagio, de Albinoni
Daphnis et Chlo��, de Ravel
As Criaturas de Prometeu, de Beethoven
R��quiem, Opus 48, de Faure (parte final)
81
OS INSTRUMENTOS MUSICAIS E SUA R E L A �� �� O C O M OS C H A C R A S
C H A C R A
F U N �� �� O
INSTRUMENTO
TIPO DE MUSICA
D I S T O R �� �� O
Base da
Ponto de contato com
Tambor
Cantos
Vudu e derivados
Espinha
a M��e, polaridade
Percuss��o
Tradicionais,
feminina do ser; centro
espirituais negros,
onde est�� concentrada
ragas indianas etc.
a energia da pureza, a
for��a vital chamada
"Kundalini".
Chacra da
Refletir no mundo a luz
M��sica folcl��rica
" Soul" MusiC
Alma
solar do Eu Divino;
Flauta
transferir para a
mat��ria as energias da
liberdade
da Era de Aqu��rio.
Plexo Solar
Expressar o desejo de ��rg��o
C��nticos religiosos
Blues
Deus no homem.
e Devocionais,
Bhajans.
Cora����o
Manifestar de forma
Harpa, Guitarra.
Valsa
" J a z z waltz"
equilibrada aTr��ndade
(sabedoria, poder e
amor).
Garganta
Centro da fala
Trombeta,
Marcha
M��sica Rock
(palavra, cria����o pelo
Trompa, Clarinete
verbo).
etc.
Centro da vis��o divina, Piano
Concerto para
M��sica de
Terceiro olho
da omnisci��ncia, do
piano e orquestra.
computador
poder de
discernimento e
discrimina����o do
conceito imaculado e
da ci��ncia da
precipita����o.
Coroa
Estabelecer contacto e Instrumentos de
Cl��ssica
Jazz
comunh��o com o Pai,
cordas.
permite alcan��ar a
ilumina����o b��dica.
C O N C L U S �� O
Tomamos emprestado as palavras de David Tame no seu
livro "O Poder Oculto da M��sica", pois elas expressam de maneira brilhante o nosso pensamento:
"O homem moderno precisa tratar a m��sica com maior
respeito. N��o apenas como entretenimento, mas como energia literal.
A m��sica �� vibra����o e vibra����o �� energia do Supremo. Como a
energia nuclear, que pode ser usada para destruir uma cidade inteira ou satisfazer a todas as necessidades da energia da mesma cidade,
a m��sica tamb��m �� uma for��a neutra - e seus efeitos finais, para o
bem ou para o mal, talvez n��o sejam totalmente diferentes, em sua
pot��ncia, dos efeitos da energia nuclear. S�� cabe ao homem decidir
como deve ser usada a m��sica; e, talvez, decidir tamb��m qual ser��
o seu destino. Assim como tratamos a energia do ��tomo, com sumo
cuidado e cautela, assim tamb��m precisamos tratara m��sica. Em
��ltima an��lise, devemos nos esfor��ar para compreender mais
plenamente que, ao lidar com o som, estamos lidando n��o s�� com
as energias da ci��ncia, n��o s�� com a arte dos esp��ritos mortais,
mas com Deus."
A N E X O I
DINMICA DE VERIFICA����O DO EFEITO DA M��SICA SOBRE
APULSA����O
Material:
��� Cron��metro
��� Tabela para anota����o das pulsa����es
��� Aparelho de Som
��� Quatro m��sicas: uma valsa, um cl��ssico vitalizador, um rock,
uma m��sica de efeito relaxante
Desenvolvimento:
Solicitar que os participantes, sentados, localizem o pulso.
Ligar o cron��metro e, quando todos estiverem preparados, pedir para
84
que contem os batimentos durante um minuto. Anotar na tabela
esta primeira pulsa����o que ocorreu sem m��sica.
Pedir que os participantes se concentrem na m��sica a ser
tocada. Colocar urna valsa e, ao terminar, pedir que verifiquem a
pulsa����o, durante 1 min. Anotar na tabela.
Em seguida, tocar um cl��ssico vitalizante. Ao terminar,
verificar o pulso (1 min) e anotar o resultado na tabela.
Ap��s, tocar um rock, verificar o pulso (1 min) e anotar na
tabela.
A ��ltima m��sica a ser tocada deve ser relaxante. Ao t��rmino
da m��sica verificar o pulso (1 min) e anotar na tabela.
Pontos a serem explorados:
��� O efeito do ritmo da m��sica na pulsa����o card��aca;
��� Os sentimentos que cada estilo de m��sica pode provocar;
��� A m��sica como resgate de momentos vivenciados
8 5
A N E X O III
COMENT��RIOS SOBRE OS RESULTADOS DA VIV��NCIA:
A viv��ncia foi aplicada em nfvel experimental, em condi����es
heterog��neas - alguns participantes chegaram �� sala no momento
de iniciar a aplica����o, enquanto outros j�� estavam sentados
esperando a viv��ncia.
Foi utilizado rel��gio comum ao inv��s de cron��metros.
Algumas pessoas tiveram dificuldades de encontrar o local
de verifica����o do pulso, chegando inclusive, em algumas m��sicas,
an��o med��-la.
Apesar das condi����es n��o serem as mais adequadas,
verificou-se o efeito que o ritmo da m��sica pode causar no nosso
organismo (texto pags 4 e 5).
Na primeira m��sica (valsa), cujo compasso �� semelhante
ao do cora����o, observou-se que 73% dos participantes mantiveram-
se no intervalo de 64 a 78 batimentos por minuto, dentro da faixa
considerada normal, demonstrando que os ritmos semelhantes ao
da pulsa����o card��aca nos acalma. Em dois casos, apesar de n��o
estarem na faixa considerada normal (65 a 80), observa-se uma
diminui����o significativa em rela����o �� pulsa����o inicial. Em um caso
houve discrep��ncia do resultado esperado.
Analisando os resultados obtidos na segunda m��sica
(cl��ssico vitalizador), observa-se que 91 % dos participantes tiveram
uma eleva����o da pulsa����o em decorr��ncia do ritmo estimulante.
Um caso de n��o verifica����o e um caso discrepante do esperado.
Na terceira m��sica (rock), observa-se que em bf% dos
casos, houve mais uma eleva����o da pulsa����o em rela����o �� m��sica
anterior. Um caso manteve-se igual e em tr��s casos houve diminui����o
em rela����o �� m��sica anterior, sendo no entanto significativas as
observa����es constantes na planilha.
Comparando-se, entretanto, as pulsa����es verificadas na
valsa e no rock, observa-se que em 100% dos casos, houve
altera����es significativas, al��m dos sentimentos relatados, conforme
observa����es na planilha.
Em rela����o a quarta m��sica (Serenata, de Schubert),
observa-se que em 92% dos casos houve diminui����o da pulsa����o,
comprovando o efeito relaxante provocado por esta m��sica, conforme
descrito no texto da p��gina 11. Houve apenas um caso discrepante,
8 9
o qual, conforme observa����o apresentada, nos leva a entender que
as mem��rias trazidas pela m��sica, a experi��ncia vivenciada
anteriormente, pode modificar o resultado esperado.
Com esta experi��ncia, verificamos que ao ouvirmos uma
m��sica, cujo ritmo seja, mais ou menos, um ritmo igual ao da
pulsa����o card��aca normal, o nosso cora����o tende rapidamente a
corrigir as discrep��ncias do seu tempo, at�� atingir perfeita afina����o
com a m��sica, provocando sensa����o de harmonia. Ao contr��rio,
ritmos que se encontram numa escala superior a pulsa����o cardiaca
normal, provocam uma altera����o dos batimentos para maior, como
se este (o cora����o) tentasse entrar em sintonia com o ritmo mais
acelerado; causando, na maioria dos casos, excita����o emocional,
desarmonia.
BIBLIOGRAFIA
1- Tame, David. O Poder Oculto da M��sica. 9 ed.. S��o Paulo: Cultrix, a
1993
2 - Araneda, Rolando Toro. Colet��nea de Textos. Associa����o Latino Americana de Biodan��a. 2 v.
3 - Lowen, Alexander. Bioenerg��tica. S��o Paulo: Summus. 1975
4 - Pimenta, Alexandre. Saudade Seresteira. Belo Horizonte: Lemi, 1988.
5 - Bontempo, M��rcio. Medicina Natural - Musicoterapia. Apostila.
6 - Veloso, Caetano. Vereda Tropical. S��o Paulo: Schwarcz, 1997.
7 - Internet, site: //www.gold.com.br/~noronha
9 0
O PODER DO FEMININO
X
O PODER DO MASCULINO
Andr��a Palmeira
L��cia Helena Spinelli
Haroldo Jos�� Barros
Introdu����o
O que �� o poder, afinal?
Entendemos que a melhor forma de se conceituar esse poder
�� cham��-lo de a capacidade de alterarmos a realidade, interna ou
externa, de maneira que nos seja favor��vel. E se algumas vezes
esse poder se reveste de uma autoridade temporal isso ocorre em
fun����o da estrutura da sociedade ocidental, que teima em concentrar
em algo ou algu��m as responsabilidades pelos pr��prios passos. E
nesse quadro, ao longo da Hist��ria, desenvolveu-se acirrado embate
pelo poder distribu��do entre os homens e as mulheres, desencadeando
processos hist��rico-evolutivos que nem sempre tiveram resultados
agrad��veis para ambas as partes e tornaram a conviv��ncia em
sociedade, seca e ��spera.
Hist��rico
Desde o in��cio dos tempos, pod��amos ver claramente como
se comportava uma sociedade, de acordo com o tipo de poder e por
quem era exercido esse poder. �� muito comum ouvirmos falar sobre
PATRIARCADO e MATRIARCADO. S��o exatamente esses dois
t��picos o que define e delimita o poder ao Homem e �� Mulher dentro
da sociedade.
Durante o per��odo do Imp��rio Romano, cabia ao pai decidir
se o filho (ap��s o nascimento) seria aceito ou abandonado. "Em
Roma, um cidad��o n��o tem um filho: ele o toma, levanta; o pai
exerce a prerrogativa, t��o logo nasce a crian��a, de levant��-la do
ch��o, onde a parteira a depositou, para tom��-la nos bra��os e, assim,
manifestar que a reconhece e se recusa a rejeit��-la." A mulher assistia 91
a tudo isso e n��o podia manifestar a sua vontade.
Somente com a morte do pai (que anunciava a heran��a dos
filhos), �� que os homens se tornavam adultos e as filhas, se n��o
fossem casadas ou divorciadas se tornavam herdeiras, livres para
casarem-se com quem quisessem, pois a filha s�� obedecia ao pai,
se a heran��a n��o reca��sse sobre a autoridade de um tio paterno.
Durante muito tempo a mulher se manteve em seu papel de
submissa e passiva diante da autoridade masculina. Muitos anos
se passaram at�� que lhe fosse dado o direito de ler, o que s��
aconteceu durante a Renascen��a, quando houve o interesse da igreja
em ter seus fi��is catequizados.
No per��odo da Revolu����o Francesa, h�� uma diferencia����o
dos pap��is sexuais, estabelecendo uma oposi����o entre homens
pol��ticos e mulheres dom��sticas. Embora o dom��nio seja patriarcal,
existe o limite dos poderes do pai em v��rios pontos e h�� o
reconhecimento do direito ao div��rcio, visto como a emancipa����o de
casais infelizes, a libera����o das mulheres do despotismo marital.
Tal pedido de div��rcio poderia ser feito tanto por homens quanto por
mulheres. Apesar disso representar algo de positivo, no que tange
aos direitos da mulher, houve, nessa ��poca, uma reafirma����o do
poder do patriarcado, com a subseq��ente redu����o dos direitos
femininos. O marido poderia, por exemplo, requerer o div��rcio
alegando adult��rio da mulher, mas ela, por sua vez, s�� poderia pedi-
lo caso seu marido mantivesse sua concubina na casa em comum.
E mais: no caso de flagrante adult��rio, a mulher estaria sujeita a
dois anos de pris��o, enquanto o marido n��o recebia nenhuma
puni����o.
No final do S��culo XVIII, a concep����o acerca da mulher era
a mesma em quase todos os c��rculos intelectuais; a mulher ��
especialmente talhada para o privado (e incapaz para o p��blico). ��
representada como o inverso do homem e identificada por sua
sexualidade e seu corpo (s��mbolo da fragilidade, que deveria ser
protegida do mundo exterior), enquanto �� identificado por seu esp��rito
e energia.. Esta combina����o de fraqueza muscular e intelectual e
sensibilidade emocional fazia das mulheres os seres mais aptos
para criar os filhos. O ��tero definia o lugar das mulheres na sociedade como m��es.
Com a vinda do S��culo XX, o trabalho dom��stico (que era
descritivo do dever feminino, assim como definia a ��nica esfera em
que a mulher exercia algum "poder") passa a ser denunciado como uma aliena����o, uma sujei����o ao homem. Trabalhar fora vem a ser
9 2
para as mulheres o sinal claro de sua emancipa����o. �� certo que tal
avan��o veio com o advento da I Guerra Mundial. Mas, com o passar
do tempo, a mulher foi-se sentindo produtiva e capaz de desempenhar
trabalhos, outrora feitos exclusivamente pelo sexo masculino. Assim,
a mulher sai de casa (local denominativo de seu ��nico espa��o perante
a sociedade) em busca de sal��rio para sustentar a fam��lia.
Se anteriormente, por volta de 1800, apesar da mulher
trabalhar fora ou possuir um neg��cio (casa de rendas, tape��arias,
etc), n��o tinha o direito de receber sal��rio ou mesmo o poder de
comandar seus neg��cios, prerrogativas que cabiam ao homem, na
qualidade de chefe da fam��lia e gestor administrativo e monet��rio.
Com a situa����o vigente durante a I Guerra, ela vem a obter, pela
primeira vez, o fruto de seu trabalho.
J�� nos anos 70, com a libera����o sexual, a p��lula
anticoncepcional deu poder de decis��o �� mulher sobre a maternidade,
permitindo-lhe vincular o ato sexual ao prazer e n��o s�� �� procria����o.
Se antigamente lhe era negado o prazer, pois a mulher que tem
orgasmos era considerada prostituta e ninfoman��aca, al��m de ser
mal vista pela sociedade e pela Igreja, agora ela escolhe como,
quando e com quem ter rela����es sexuais.
Hoje a mulher tem seu lugar na sociedade: estuda, trabalha
e possui cargos importantes nas empresas, ou seja, divide e luta
junto com os homens pelos espa��os outrora s�� ocupados pelo sexo
masculino. Com os valores sociais alterados devido ��s manifesta����es
feministas, a mulher p��de sair da condi����o de sexo fr��gil e
incompetente para trabalhos que fossem dom��sticos, para tornar-
se for��a social produtiva e independente sob todos os ��ngulos.
Finalmente, a mulher consegue sair do jugo masculino e tomar as
r��deas de sua vida.
Poder Feminino X Poder Masculino
Eu minto mas minha voz n��o mente,
minha voz soa exatamente de onde, no corpo
da alma de uma pessoa se produz a palavra EU.
Caetano Veloso
9 3
O Aleph
Um grupo de pesquisadores ps��quicos descobriu a exist��ncia
de v��rios lugares no mundo onde se manifestam poderes especiais.
Um deles �� Aleph. E se algu��m coloca a cabe��a no local certo,
nesse s��tio sagrado, vai obter conhecimento absoluto e instant��neo
sobre todos os fatos da hist��ria humana.
Quem chegou primeiro a Aleph, o Homem ou a Mulher?
Quem seria Homem? Quem seria Mulher?
No contexto onde nos encontramos, n��o podemos deixar
de lembrar que o nosso primeiro suporte foi oferecido pela "M��e-
Terra". A ci��ncia anat��mica, compartilhando da certeza de quem
seria homem ou mulher, esclarecendo atrav��s do produto sexual
respectivo a domin��ncia masculina ou feminina, aduz que, na
realidade, a anatomia por si s�� n��o classifica o masculino e o
feminino; e, argumentando a presen��a do aparelho sexual masculino
no corpo da mulher e vice-versa, conclui que: "a masculinidade ou a feminilidade �� uma caracter��stica desconhecida que foge ao alcance
da anatomia."
Do ponto de vista psicanal��tico, Freud aborda a
masculinidade e feminilidade como qualidades mentais; nesse sentido
observa que uma pessoa comporta-se de modo masculino numa
situa����o e de modo feminino em outra. Insiste numa discuss��o
biol��gica, quando, em seguida, retoma o masculino como ativo e o
feminino como passivo, uma vez que o ��vulo �� im��vel e recebe
passivamente a c��lula ativa. Contrap��e: "�� inadequado fazer o
comportamento masculino coincidir com atividade e o feminino com
passividade." Exemplifica: "Uma mulher �� ativa, quando gera e d�� condi����es de vir ao mundo vidas."
O foco nestas quest��es citadas nos revela a complexidade
da vida e, por conseguinte, das rela����es humanas. Partindo-se do
pressuposto de que os pais representam para a crian��a pequena a
autoridade ��nica e fonte de todos os conhecimentos, podemos
enfatizar o desejo da crian��a em igualar-se aos pais como um dos
impulsos mais importantes nos primeiros anos de vida, fato que j��
expressa a rivalidade sexual. Na medida em que ela cresce e tenta
libertar-se da autoridade dos pais, transforma essa autoridade em
hostilidade. Tal sensa����o num outro momento �� lembrada
conscientemente e a faz sentir-se "adotada" ou, ainda, que o pai e a m��e n��o passam de um padrasto ou de uma madrasta.
Esses impulsos mentais da inf��ncia consciente constituem
94
um fator que nos permite entender a natureza dos mitos. A crian��a
revela esses sentimentos no brincar e, depois, no per��odo anterior ��
puberdade, nos devaneios, como caracter��stica da atividade
imaginativa.
Os devaneios trazem dois objetivos principais: um er��tico e
um ambicioso. Uma vez que a crian��a reconhece os processos
sexuais e fantasia, tendo ainda como ponto de refer��ncia a rivalidade
com os pais, tende a real��ar ainda o sentimento de vingan��a e de
retalia����o. Ressaltamos que a mulher ou o homem que no decorrer
da forma����o de sua estrutura de personalidade, nem sempre recebe
dos pais condi����es adequadas para transformar esses sentimentos,
permitindo uma distor����o de valores. Assim, forma-se uma imagem
do "eu ideal", que se contrap��e ao "eu real".
O homem e a mulher, em busca desse eu ideal, formam
uma cultura onde n��o se suporta qualquer situa����o que envolva o
limite, a perda, a adequa����o da avalia����o da realidade externa, como
tamb��m viver a experi��ncia t��o humanamente rica do amor. Falamos
daqueles que n��o se conhecem em suas contradi����es,
necessidades, desejos; e, por conseguinte, n��o manifesta interesse
por si e pelas demais pessoas; sobretudo, utiliza-se de um suposto
poder, ignorando-se no registro real.
Diante dessa tem��tica, pergunta-se: o que faltou a Narciso?
Faltou uma mulher e um homem em perfeita harmonia com
seus poderes; faltou a refer��ncia do outro; faltou a palavra de amor
que deriva dos c��us, para a extin����o da guerra dos sexos que, gerada
pelo Narcisismo, impossibilita-nos de unirmos nossas cabe��as e
chegarmos juntos em Aleph e percebermos que n��o adquirimos poder
algum, a n��o ser o agravamento de um suposto saber que tenta
desesperadamente, em pleno S��culo XX, responder: quem �� dos
humanos que tem maior poder? A f��mea ou o macho?
Importante lembrar que utilizamos esses termos designativos
de g��neros "f��mea" e "macho" para os seres irracionais.
Arqu��tipos Femininos e Masculinos
e o Narcisismo na Sociedade Ocidental
Ao estabelecer o conceito de arqu��tipo, Carl Gustav Jung abriu para os diversos ramos da Ci��ncia as possibilidades de
reconhecer, nos incont��veis sistemas de sinais que constituem o 9 5
patrim��nio simb��lico da Humanidade, caminhos para uma melhor
compreens��o do Universo, em toda a sua grandeza. Esse �� um
conhecimento que j�� era familiar aos antigos, cuja Cosmologia
entendia ser o Mundo um ��nico ser vivo, cujas partes est��o
necessariamente relacionadas entre si.
Os arqu��tipos universais, pontes entre o consciente e o
inconsciente coletivo, t��m contribu��do sobremaneira para a melhor
apreens��o e entendimento da natureza humana e suas vicissitudes.
Assim, a partir da riqueza arquet��pico-simb��lica da Mitologia Universal, por exemplo, o pensamento Junguiano conquistou uma verdadeira
revolu����o paradigm��tica no que tange �� abordagem comportamental
na moderna Psicologia.
Um ��timo exemplo dessa nova vis��o caracterol��gica pode
ser dado a partir das personagens do pante��o greco-latino,
estabelecendo-se uma adjetiva����o comportamental capaz de ilustrar
a atua����o, na sociedade, de homens e mulheres e suas respectivas
lutas pela deten����o do poder.
�� conveniente recordar que os grandes deuses ol��mpicos
eram, a princ��pio, doze: seis deuses e seis deusas, o que configura,
de certa forma, um equil��brio entre "matriarcado" e "patriarcado", express��es aqui usadas apenas latu sensu, para indicar a parcela de poder feminino e masculino, respectivamente.
Podemos elaborar uma an��lise da distribui����o de poder entre
tais figuras mitol��gicas (e a conseq��ente correspond��ncia com a
distribui����o de poder na sociedade ocidental) estudando os n��cleos
m��ticos femininos e seus significados arquet��picos, evidenciando os
meios atrav��s dos quais essas deusas operam, no mito, a
transfer��ncia de poder para os deuses, seus eternos companheiros
e rivais.
Podemos repassar, breve e sucintamente, cada uma das
seis imortais ol��mpicas, caracterizar-lhes os arqu��tipos e traz��-los
de volta ��s suas leg��timas detentoras, as mulheres, mediante a
seguinte classifica����o, proposta pela psiquiatra americana Jean
Shinoda Bolen:
Deusas Vulner��veis
Hera (Juno latina)
Demet��r (Ceres latina)
Core (Pers��fone latina)
96
Deusas Invulner��veis
H��stia (Vesta latina)
Athena (Minerva latina)
��rtemis (Diana latina)
Deusa Alqu��mica
Aphrodite (Venus latina)
As deusas "vulner��veis" s��o assim chamadas por terem sido
raptadas, humilhadas ou violentadas por seus ilustres esposos e
amantes.
HERA, esposa do todo-poderoso Zeus, senhor do Olimpo,
do C��u e da Terra, ap��s uma lua-de-mel de trezentos anos, viu-se
v��tima dos amores extraconjugais do real esposo, cujo furor eroticus
lhe rendeu not��vel cole����o de amantes mortais, imortais, ninfas e
at�� mesmo os rapazes mais desavisados. Quanto mais humilhada
e reprimida, mais Hera se tornava violenta e vingativa, despejando
nas rivais e em seus filhos sua ira de protetora dos amores leg��timos.
DEMET��R, deusa da terra cultivada, m��e nutriz, foi
violentada por Zeus e dessa rela����o nasceu sua bem-amada filha
Core. Tamb��m foi perseguida por Netuno, que a desejava e for��ada
a unir-se a ele.
CORE, representativa do gr��o de vegetal, que brota e
renasce, �� raptada e violentada por Hades, o senhor das regi��es
sombrias, que a for��a a tornar-se sua esposa, obrigando-a a
permanecerem seus dom��nios.
As deusas invulner��veis s��o assim chamadas por jamais
se permitirem dominar ou reprimir por seus pares masculinos, mortais
ou imortais. Preferiram, mesmo, o total distanciamento dos machos.
Eram chamadas, por isso, as "virgens brancas".
H��STIA, deusa do fogo ritual, cuja presen��a em cada casa
grega simbolizava a pureza imaculada do lar. Apesar de desejada
por v��rios deuses, conseguiu do irm��o Zeus a prerrogativa de guardar
97
a virgindade para sempre.
ATHENA, deusa da intelig��ncia, da paz, das artes, da
filosofia, era filha dileta de Zeus e grande e estrat��gica guerreira,
lutando sempre pela justi��a e a ordem. Era a protetora dos her��is e
permaneceu sempre virgem.
��RTEMIS, a deusa da Lua, confunde-se com o pr��prio
prot��tipo da donzela arisca. Indevass��vel at�� mesmo ao olhar dos
homens, a deusa da ca��a tamb��m optou pela virgindade eterna,
passando os seus dias a embrenhar-se pelas matas, com seu s��quito
de ninfas e empunhando seu certeiro arco, que disparava com
maestria.
APHRODITE, deusa do Amor, sozinha, �� chamada a deusa
alqu��mica, por estar sujeita a m��ltiplas transforma����es. Tem
caracter��sticas de ambos os grupos anteriores, mas n��o pode ser
classificada em nenhum deles. Como deusa do amor, entregava-se
plenamente �� sexualidade e ��s paix��es. Por outro lado, foi m��e,
sendo, de alguma forma, "ferida" pela masculinidade, embora jamais se deixasse dominar por homem ou deus algum.
Fazendo-se a transposi����o desses mitos para a sociedade
ocidental moderna, em sua estrutura narc��sica, podemos entender
que tais arqu��tipos se alternam no comportamento feminino e na
forma como a mulher repassa ao homem o poder, que
originariamente lhe pertence. Basicamente, por��m, um desses
arqu��tipos tende a ser predominante, servindo como estruturador
elementar da personalidade. Dessa forma, podemos reconhecer
mulheres-Heras, mulheres-Aphrodites, mulheres-Athenas e assim
por diante, mediante o comportamento mais caracter��stico, conforme
quadros abaixo.
98
QUADRO GERAL DAS DEUSAS OL��MPICAS SOB A AN��LISE JUNGUIANA
DEUSAS
V I S �� O P S I C O L �� G I C A J U N G U I A N A
DIFICULDADES PSICOL��GICAS
P O N T O S
DE APOIO
HERA
normalmente extrovertida
Ciumenta, rancorosa, in��bil em romper fiel, capaz de manter para sempre os normalmente sens��vel
uma rela����o destrutiva
compromissos assumidos
normalmente carinhosa
D E M E T E R
normalmente extrovertida
Depressiva, introvertida, dependente habilitada para a maternidade e para a normalmente sens��vel
como agente da nutri����o, in��bil em nutri����o, generosa
planejar a gravidez
C O R E - P E R S E F O N E
normalmente introvertida
Depressiva, manipul��vel, voltada para receptiva, imaginosa, sonhadora
normalmente sens��vel
a fantasia
A T E N A
normalmente extrovertida
Distante emocionalmente, astuciosa, ��gil em pensar com acerto, objetiva na definitivamente reflexiva
carente de empatia
solu����o de problemas, sempre
normalmente pouco sens��vel
disposta a formar s��lidas alian��as com
os homens
HEST1A
definitivamente introvertida
Distante emocionalmente, socialmente amante da solid��o, espiritualmente normalmente sens��vel e intuitiva
carente
criativa
normalmente recatada
ARTEMIS
normalmente extrovertida
Distante emocionalmente, cruel,
h��bil na consecu����o de seus objetivos,
normalmente intuitiva
rancorosa
aut��noma, independente, amiga das
normalmente sens��vel
mulheres
APHRODITE
Definitivamente extrovertida
Pr��diga em relacionamentos
sagaz em desfrutar da beleza e do
Definitivamente sens��vel
amorosos, prom��scua, lenta em avaliar amor, sensual e criativa
conseq����ncias
C O N C L U S �� O
Analisados os combates entre os sexos, na moderna
sociedade ocidental e mesmo ao longo de sua evolu����o hist��rica,
chegamos a uma conclus��o: o poder, se �� que ele existe em fac����es
ou g��neros, nasce e �� gerado a partir do feminino; ou, se quisermos
usar mais uma linguagem, a partir da mulher. De alguma forma, a
mulher �� compelida a entregar esse poder ao seu companheiro de
evolu����o, o homem, que, menos s��bio, n��o soube conduzir a
Humanidade num caminho de paz e crescimento.
Agora, com a conquista de novas posi����es, por parte da
mulher e a crescente valoriza����o da igualdade entre os seres,
entendemos que o caminho da alquimia est�� num maior resgate do
feminino e de seus valores. Somente estimulando a intui����o, a
coopera����o, a beleza, a arte, a suavidade, a magia (valores femininos
e n��o feministas, n��o exclusivos da mulher) �� que estaremos em
condi����es de reverter o atual quadro de barb��rie da civiliza����o
ocidental e reconduzi-la a uma Era de Ouro de Harmonia e Evolu����o.
BIBLIOGRAFIA
F R E U D , Sigmund : Obras Completas
J U N G , Karl : Sincronicidade
L O W E N , Alexander: O Narcisismo
HIST��RIA DA VIDA PRIVADA. Vol I.
BRAND��O, Junito : Mitologia Grega Vol III
SHINODA B O L E N , Jean : As Deusas e a Mulher
J O H N S T O N , Robert A . : He, She e We
101
PODER DA M��DIA
Andrea Loureiro Dubeux
Bet��nea Ferreira de G��is Paiva
Edvaneide Rodrigues S. Correia
Helo��sa Banks da Rocha
Maria Cristina Tavares Galv��o de Melo
A E V O L U �� �� O DA M��DIA
Os meios de comunica����o figuram entre os mais graves
problemas brasileiros, por uma infinidade de motivos. Com esta
particularidade not��vel: nenhum outro problema �� mais silenciado.
Os pr��prios meios de comunica����o selecionam os problemas a
serem expostos publicamente.
Consagrada pelo uso de uns dois s��culos, a concep����o de
que a imprensa �� o "quarto poder" foi atingida, em todo o mundo, pela ascens��o da TV, que tornou impr��pria a palavra imprensa e
levou �� desagrad��vel f��rmula "meios de comunica����o". Ou pior ainda, m��dia.
O impacto da m��dia come��a a ser vislumbrado a partir do
primeiro jornal impresso na Europa. O jornal antecipa diversas
caracter��sticas da modernidade.
As revistas funcionaram como m��dia de transi����o para
cultura visual. Fotonovelas contribu��ram para refor��ar a mulher
submissa, quadrinhos minaram a tradi����o da comunica����o linear a
que n��s, ocidentais, nos habituamos.
A partir de 1920, o r��dio se superp��s aos tambores e tel��grafos,
sendo caracterizado pela instantaneidade, muito mais que o cinema
e o jornal.
Em 1950 foi inaugurada no Brasil a televis��o, levando a
milhares de casas o jornal, o teatro, o cinema e outros meios, criando
nova gram��tica visual. Dentre as caracter��sticas que tornaram a TV
poderosa, destacam-se versatilidade e onipresen��a atraindo
analfabetos e letrados, / poder de sugest��o criando h��bitos atrav��s
da repeti����o subliminar entre outras t��cnicas; teledramaturgia,
m��sica, linguagem n��o verbal e verbal: sentimento de presen��a,
dando ao telespectador a ilus��o de participa����o. Ver �� muito diferente
de ler, por mais fiel que seja o relato.
102
T E L E V I S �� O E E D U C A �� �� O
O pesquisador espanhol M. Alfonso Erausqu��n e seus
colaboradores estudaram as influ��ncias negativas da televis��o nas
crian��as, principalmente quanto �� forma����o de novos h��bitos: "teme-se que as imagens estejam criando futuras gera����es de n��o -
leitores, fazendo diminuir o interesse dos jovens pela leitura de livros, e tamb��m obstaculizando sua capacidade de express��o tanto verbal
como escrita".
Devidas ou n��o, as preocupa����es dos educadores
testemunham uma realidade indisfar����vel: a inova����o tecnol��gica
iniciada h�� 40 anos, mas progressivamente ampliada e acelerada a
partir dos ��ltimos 20 anos, introduziu mudan��as de fato inquietantes
na cultura.
Assim como as descobertas da Segunda Revolu����o
Industrial tiveram not��veis, repercuss��es na forma de relacionamento
do ser humano com o mundo, na consci��ncia, no agir social, na
capacidade humana de reproduzir sua vida e seu ambiente ���
sobrepondo �� antiga experi��ncia social uma vis��o de mundo
absolutamente nova, revolucion��ria, acompanhada de outros valores,
outra percep����o do universo, outro comportamento -, da mesma
maneira devemos reconhecer que a era eletr��nica �� a quebra de
uma tradi����o, de formas culturais e de h��bitos que tiveram seu ponto
culminante na televis��o do p��s - guerra.
Crian��as e jovens assistiam pouco �� TV, ou n��o a possu��am,
e, pelo menos no Brasil dos anos 60, enquanto a televis��o ainda
n��o tinha desenvolvido sua linguagem espec��fica, essa influ��ncia
era modesta.
A gera����o dos anos 70 e 80 j�� viveu sob a inova����o ling����stica
da TV somada �� revolu����o mundial das comunica����es e ��s r��pidas
transforma����es derivadas da inform��tica e da computadoriza����o.
A televis��o instaurou um novo ritmo de atividade mental, atrav��s de
sua linguagem de troca r��pida de cenas, da pequena dura����o dos
di��logos e, principalmente, dos mecanismos visuais que ret��m a
aten����o mesmo do mais entediado, cansado ou distra��do
telespectador.
Com sons, imagens, impactos, essa linguagem busca
chacoalha - lo em sua poltrona, pois de sua aten����o depende a
sobreviv��ncia da emissora e a venda de espa��os para os anunciantes.
Pensar e fazer pensar n��o s��o efetivamente preocupa����es da TV, a
mesma como meio de transmiss��o de informa����es �� mais ��gil, mais
103
imaginativa, �� mais colorida e barulhenta, �� veiculadora do novo, do
que est�� em moda, aparenta dar mais informa����o, preenche o
imagin��rio com signos de cultura, d�� espa��o ao individualismo, ao
isolamento, ao "n��o me amole ", coloca a superficialidade e
amenidades no lugar da reflex��o e da autocr��tica. Ela refor��a uma
tend��ncia �� acomoda����o e n��o �� participa����o.
DADOS RELEVANTES
Dos 42 milh��es de domic��lios brasileiros,
36 milh��es t��m aparelhos de TV
O brasileiro assiste cerca de 4 horas por dia de TV. Passa
mais tempo em frente �� TV do que na sala de aula.
H�� 6.353.000 antenas parab��licas no pa��s.
Por m��s s��o instaladas 70 mil novas antenas.
A ind��stria de eletrodom��sticos vende mais de 6 milh��es
de TVs por ano, o dobro do que �� vendido em geladeiras.
Segundo Vicente Gonz��lez Castro, em Teoria e Pr��tica de
los M��dios de Ense��anza os resultados experimentais - "que n��o
s��o verdades acabadas, mas dados aproximativos"- coincidem em
que o conhecimento do mundo exterior se d��:
E N F O Q U E P S I C O L �� G I C O DA A R T E DE
PERSUADIR - C O M O OS MEIOS DE
C O M U N I C A �� �� O NOS INFLUENCIAM
Dentro de uma situa����o de comunica����o, seja verbal ou
n��o, existe um persuasor que, a partir de uma rela����o inter-humana,
104
manipula esta situa����o. Est��o frente a frente, direta ou indiretamente, um indiv��duo que tem a inten����o de influenciar e um outro que ��
visado por esta inten����o, e que recebe influ��ncia.
Segundo Roger Mucchielle - 1978, trata-se de um "falso
di��logo", na medida em que o indiv��duo a ser influenciado deve ser guiado para uma dire����o pre-estabelecida, permanecendo
inconsciente dos objetivos reais e dos m��todos do persuasor.
MEIOS DE C O M U N I C A �� �� O DE MASSA
Esta express��o apareceu h�� alguns anos no campo da
psicologia social e abrange todos os meios de comunica����o e
informa����o de grande difus��o entre o p��blico: imprensa, cinema,
r��dio, discos, televis��o etc.
Os meios de comunica����o de massa constituem - se um
incr��vel instrumento de fabrica����o de opini��es e modelagem do
comportamento, saindo de uma rela����o inter - humana direta e
dirigindo - se ao n��vel da opini��o p��blica nacional e internacional.
Um aspecto important��ssimo, que deve ser considerado, �� o tipo de
ouvinte ou leitor que recebe as informa����es.
Como se nota, estas informa����es s��o tendenciosas e, ao
atingir ativamente um ouvinte ou leitor passivo, d��o ao persuasor um
poder extremo.
S O C I E D A D E DE C O N S U M O
�� definida como um dos efeitos da invas��o dos meios de
comunica����o de massa no mundo de hoje. Tem sua origem do livro
americano The Lonely Crowd (A multid��o Solit��ria) - David Reisman
(1950).
Em seu livro Reisman destaca tr��s tipos de sociedade:
g��* Sociedade com grande potencial de crescimento
gf Sociedade de crescimento transit��rio
��& Sociedade de decl��nio demogr��fico
Este terceiro tipo de sociedade, a qual caracteriza muito
bem o mundo ocidental, �� marcada por indiv��duos
heterodeterminados, isto ��, cujos comportamentos s��o determinados
pelas influ��ncias interiores; havendo um esfor��o do indiv��duo em saber
105
o que os outros fazem para fazer o mesmo. Neste tipo de sociedade
tudo se torna "objeto de consumo".
Indiv��duo Heterodeterminado - "Castrado, destitu��do de sua
subst��ncia, alienado, desumanizado, despersonalizado, objetivado".
Massifica����o - "Transforma����o de milh��es de pessoas em
uma massa "greg��ria e embrutecida".
A massifica����o �� o resultado de dois fatores:
1 Despersonaliza����o: empobrecimento pessoal, perda do
o
sentido de cria����o de valores, demiss��o do papel de agente de
mudan��a pol��tica, conformidade de comportamento em rela����o ao
comportamento da maioria, sensibilidade �� comunica����o etc.
2 A a����o dos meios de comunica����o de massa torna real
o
a "multid��o solit��ria", quebrando e decompondo os grupos naturais (fam��lia por exemplo) e os grupos organizados (grupos religiosos,
culturais, sindicatos etc.).
Cada indiv��duo tende ao isolamento e, cada um individualmente em
sua solid��o, est�� pronto a receber de forma mais intensa as sugest��es
advindas dos meios de comunica����o de grande difus��o.
C O N T R O L E SOCIAL S O B R E A T E L E V I S �� O
BRASILEIRA
As televis��es s��o concess��es p��blicas e suas obriga����es
sociais est��o definidas na Constitui����o. Tais concess��es s��o
renovadas a cada quinze anos por, no m��nimo, dois quintos do
Congresso Nacional, sob a condi����o de que as TVs estejam
cumprindo as obriga����es constitucionais. Para acompanhar a
qualidade da programa����o, o artigo 224 da Constitui����o prev�� a
cria����o do Conselho de Comunica����o Social ( CCS ), que est��
regulamentado pela lei N 8.389 de 31/12/91. A lei determinava a
a
implanta����o deste Conselho para abril de 1992 e, at�� agora, o governo
sequer organizou sua forma����o.
A programa����o da televis��o brasileira tem provocado muitas
discuss��es a respeito de sua qualidade, principalmente no que diz
respeito �� influ��ncia sobre a forma����o infanto - juvenil. No Brasil, as crian��as passam em m��dia, tr��s horas di��rias diante da televis��o.
Este dado mostra a import��ncia de uma programa����o mais educativa,
106
que apontasse para a conscientiza����o sobre cidadania. Mesmo sem
o funcionamento do CCS, a sociedade civil est�� come��ando a se
organizar para debater o papel social da televis��o.
Para a deputada federal Marta Suplicy a sociedade precisa
mobilizar -se para evitar o mon��logo das emissoras de Tv e exigir o
cumprimento das obriga����es sociais definidas na Constitui����o.
Para Daniel Herz, presidente do F��rum Nacional pela
Democratiza����o da Comunica����o, �� preciso construir uma rela����o
dos ve��culos de comunica����o com a sociedade. Ele afirma que o
pensamento a respeito de uma censura arbitr��ria precisa ser
substitu��do por uma grande abertura pol��tica com representa����o
social, onde a sociedade pudesse discutir grandes temas e, entre
eles, a programa����o das pr��prias TVs. Embora esteja previsto em
lei, o Conselho de Comunica����o Social n��o est�� instalado. Atrav��s
dele, a sociedade poderia qualificar o que �� adequado ou inadequado
para exibir na televis��o, conclui Herz.
O Senado j�� criou uma comiss��o permanente para tratar do
assunto e o poder executivo, pressionado pela sociedade, est��
pedindo aos concession��rios de canais de televis��o para elaborarem
c��digos de ��tica capazes de estabelecer algum limite ao conte��do
das programa����es.
Est�� sendo elaborada uma nova Lei de Comunica����o
Eletr��nica de Massa para substituir o atual C��digo Brasileiro da
Radiodifus��o, em vigor desde 1962.
O S E R NARC��SICO E A S O C I E D A D E NARC��SICA
Os narcisistas est��o mais preocupados com o modo como
se apresentam do que com o que sentem. Investem mais na imagem,
negam qualquer sentimento que contradigam a imagem que procuram
apresentar. S��o ego��stas, concentrados em seus pr��prios interesses,
mas carentes dos verdadeiros valores do self.
A m��dia incentiva cada vez mais o consumo, o ter as coisas
materiais converte-se em medida de progresso na vida. Modelamos
nossa cultura de acordo com a nossa imagem e, por sua vez, somos
modelados por essa cultura.
Lowen estabelece uma distin����o entre a preocupa����o
saud��vel com a pr��pria apar��ncia baseada no senso do self e o
deslocamento da identidade do self para a imagem que ��
caracter��stico do estado narcisista. Esta concep����o do narcisismo
107
est�� de acordo com o mito de narcisismo. Apaixonado pela sua
pr��pria imagem, Narciso negou seu interior, em favor de sua apar��ncia.
E essa �� a manobra t��pica dos narcisistas.
A nega����o de sentimento, caracter��stica de todos os
narcisistas, �� sumamente manifesta em seu comportamento em
rela����o a outros. Eles podem ser cru��is, exploradores, s��dicos ou
destrutivos para com outra pessoa porque s��o insens��veis ao
sofrimento ou sentimento de outrem. Essa insensibilidade deriva de
uma insensibilidade para com os pr��prios sentimentos da pessoa.
A empatia, a capacidade de sentir os sentimentos ou estados de
��nimo de outra pessoa, �� uma fun����o de resson��ncia. Podemos
sentir a tristeza de outra pessoa porque isso nos deixa tristes:
podemos compartilhar a alegria de algu��m porque isso evoca em
n��s sentimentos prazerosos. Mas se somos incapazes de sentir
tristeza ou alegria, n��o podemos reagir a esses sentimentos em
outra pessoa e poderemos at�� duvidar que ela tenha tais sentimentos.
Quando negamos os nossos sentimentos, negamos que outros
sintam.
A auto-aceita����o �� o que est�� faltando nos indiv��duos
narcisistas que dissociaram seus coros, de modo que a libido ��
investida no ego e n��o no corpo ou self. Sem auto-aceita����o n��o h��
amor ao self. A nossa identidade dual assenta em nossa capacidade
para formar uma imagem do self e em nossa percep����o consciente
do self corporal. Numa pessoa saud��vel, as duas identidades s��o
congruentes. A imagem afasta-se da realidade do corpo como uma
luva da m��o do seu dono. Quando existe falta de congru��ncia entre
a imagem do self e o self ocorre ent��o um dist��rbio de personalidade.
C O N S I D E R A �� �� E S FINAIS
A gente vem cultivando h�� d��cadas uma "sociedade narc��sica
", de homens e mulheres alienados, despersonalizados e distantes
de seu verdadeiro "eu ". E at�� estranhamos quando assistimos a guerras, mis��ria, viol��ncia; afinal de contas, que papel a gente vem
desempenhando para a constru����o de uma outra sociedade ? Somos
ou n��o agentes de mudan��a ? O que poderemos fazer ? A virada do
mil��nio nos coloca diante da imin��ncia de termos que fazer algo,
individualmente e coletivamente. O principal passo �� a reflex��o
conjunta (v��rios grupos sociais ) de como estamos, identificando
sinais e alternativas para a����es coletivas.
108
O homem contempor��neo necessita resgatar dois est��gios
de sua exist��ncia individual: o est��gio superior, tamb��m designado
de religioso, que fala de sua rela����o com Deus; e o est��gio ��tico,
que fala de normas gerais de conduta e conviv��ncia social. Falta -
lhe amor ao pr��ximo, �� natureza, ��s coisas...
Segundo Erich Fromm o aspecto caracter��stico de nossa
cultura �� o "apetite da compra", na id��ia de uma troca mutuamente favor��vel. Prevalece a orienta����o mercantil, que o sucesso material
�� o valor predominante. Vivemos numa sociedade capitalista baseada
no princ��pio da liberdade pol��tica de um lado e, do outro, no do
mercado como regulador de todas as rela����es econ��micas e,
portanto, sociais.
As rela����es humanas s��o essencialmente as de aut��matos
alienados, cada qual baseando sua seguran��a na posi����o mais
pr��xima do rebanho e em n��o ser diferente por pensamentos,
sentimentos ou na a����o .
Grandes pensadores e mestres da humanidade, j�� faziam
cr��ticas a nossa sociedade, assinalando sinais para uma nova ordem
de nossas vidas, do Ser ao inv��s do Ter.
Buda - Ensina que, para chegarmos ao mais elevado est��gio
do desenvolvimento humano, n��o devemos ansiar pelas posses;
Eckart - "Ter nada e tomar-se aberto e "vazio", e n��o colocar o Eu no centro, �� a condi����o para conseguir riqueza e robustez
espiritual";
Max - "O luxo �� tanto um mal como a mis��ria, e que nosso
ideal deve consistir em ser muito e n��o em ter muito";
Jesus - Pois quem quiser salvar sua vida, perde - la - ��,
quem perder a vida por minha causa, esse salvar��. Que aproveita ao
homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder - se, ou a causar
dano a si mesmo ?
Deixaremos como motivo de reflex��o final o pensamento de
Erich Fromm, a fim de que possamos pensar numa nova sociedade
e num novo homem, com as seguintes qualidades:
Disposi����o a abandonar todas as formas de Ter, a fim de
plenamente Ser;
Seguran��a, sentido de identidade e confian��a com base na f��
do que ��, na necessidade de relacionamento, interesse, amor,
solidariedade com todo o mundo circunjacente, em vez do desejo
109
de Ter, possuir, controlar o mundo e assim tornar-se escravo das
coisas possu��das;
Alegria proveniente do dar e participar, e n��o do acumular e
explorar;
Amor e respeito pela vida, em todas as suas manifesta����es,
no conhecimento de que n��o as coisas, o poder, tudo que existe,
mas a vida e tudo o que �� pr��prio a seu crescimento �� sagrado;
Viver sem adorar ��dolos e sem ilus��es, porque j�� se chegou
a um ponto que n��o exige ilus��o;
Desenvolver a capacidade de amar, juntamente com a
capacidade cr��tica, e de pensamento n��o emocional;
Abandonar o narcisismo e aceitar as tr��gicas limita����es
inerentes a exist��ncia humana;
Adotar como o supremo objetivo da vida o pleno crescimento
de n��s mesmos e dos nossos semelhantes;
Saber que para atingir esse alvo �� necess��rio disciplina e
respeito pela realidade;
N��o iludir a outros; mas tamb��m n��o ser iludido por outros;
pode-se ser chamado inocente, mas n��o ing��nuo;
Conhecermo-nos, mas tamb��m n��o o eu que conhecemos,
mas tamb��m o eu que n��o conhecemos - muito embora tenhamos
um vago conhecimento do que n��o sabemos;
Sentir nossa identidade com a vida, e, com isso, abandonar
o objetivo de conquistara natureza, explorando-a, violentando-a; mas
tentando, ao inv��s, compreender a natureza e cooperar com ela;
Liberdade que n��o se confunde com gratuidade, mas a
possibilidade de sermos n��s mesmos, n��o como uma estrutura
delicadamente equilibrada que a qualquer momento se defronte com
a alternativa de decair, viver ou morrer;
110
Saber que o mal e a destrutividade s��o conseq����ncias
inevit��veis do fracasso em evoluir;
Saber que uns poucos conseguir��o perfei����o em todos
essas qualidades, mas n��o Ter a ambi����o de "atingir a meta",
c��nscio de que essa ambi����o �� apenas outra forma de desejar
ardentemente, de Ter;
Felicidade no processo de aumentar sempre o esp��rito de
vida, seja a que ponto se consiga chegar, porque viver t��o plenamente
quanto se possa, �� tanto mais satisfat��rio quanto a preocupa����o
pelo que se pode ou n��o se poderia conseguir, tem pouca
probabilidade de se revelar.
BIBLIOGRAFIA
1 - Fromm, Erich. Ter ou Ser ? - Rio de Janeiro: Zahar editora; 1997.
2 - Lowen, Alexander. Narcisismo - Nega����o do Verdadeiro Self - S��o Paulo. Cultix
3 - Jornal do Federal
4 - Filho, Jos�� Paulo Cavalcanti. Informa����o e Poder - Rio de Janeiro.
Funda����o de Cultura Cidade do Recife; 1994.
5 - Dois Pontos. Teoria e Pr��tica em Educa����o; vol.4 N 36 - Janeiro/
Q
Fevereiro; 1998
6 - Filho, Ciro Marcondes. Televis��o: A Vida pelo V��deo - Editora: Moderna 7 - Mucehiell, Roger, A Psicologia da Publicidade e da Propaganda - Rio de Janeiro, Livros T��cnicos e Cient��ficos, 1978
8 - Artigo Revista Educa����o - Ano 26, volume 222, Outobro/99
111
Era uma vez um macaco que estava com muita fome.
O macaco andou, andou sem encontrar comida.
De repente ele avistou um pequeno e estreito buraco e viu que dentro tinha uma banana. Ele colocou a m��o no buraco e agarrou a banana. Mas, por mais que puxasse, a m��o fechada n��o sa��a do buraco.
O macaco tentou, tentou e acabou, morreu segurado �� banana.
De que morreu o macaco?
113
De: Reginaldo Mendes
Lançamento: GrupO Mente Aberta
https://groups.google.com/forum/?hl=pt-BR#!forum/grupo-de-livros-mente-abertaNosso grupo parceiro: Grupo Espírita Allan Kardec
https://groups.google.com/forum/?hl=pt-br#!forum/grupo-espirita-allan-kardec
Abraços !
Reginaldo Mendes /
Nossos Grupos
https://groups.google.com/forum/?hl=pt-BR#!forum/grupo-de-livros-mente-aberta
https://groups.google.com/group/grupo-espirita-allan-kardec?hl=pt-br
https://groups.google.com/forum/?hl=pt-BR#!forum/audiolivroselinksaudiolivroselinks
http://bibliotecavirtualdodeficientevisual.blogspot.com/
http://blogdogrupoespiritaallankardec.blogspot.com/
http://groups.google.com/group/bibliotecavirtualdodeficientevisual?hl=pt-BR_US
Abraços fraternos!
Bezerra
Blog de livros
https://bezerralivroseoutros.blogspot.com/
Blog de vídeos
https://bezerravideoseaudios.blogspot.com/
Meu canal:
--
Seja bem vindo ao Clube do e-livro
Não esqueça de mandar seus links para lista .
Boas Leituras e obrigado por participar do nosso grupo.
==========================================================
Conheça nosso grupo Cotidiano:
http://groups.google.com.br/group/cotidiano
Muitos arquivos e filmes.
==========================================================
Você recebeu esta mensagem porque está inscrito no Grupo "clube do e-livro" em Grupos do Google.
Para postar neste grupo, envie um e-mail para clube-do-e-livro@googlegroups.com
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para clube-do-e-livro-unsubscribe@googlegroups.com
Para ver mais opções, visite este grupo em http://groups.google.com.br/group/clube-do-e-
---
Você recebeu essa mensagem porque está inscrito no grupo "clube do e-livro" dos Grupos do Google.
Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um e-mail para clube-do-e-livro+unsubscribe@googlegroups.com.
Para ver essa discussão na Web, acesse https://groups.google.com/d/msgid/clube-do-e-livro/CAB5YKhmznSbvfSigPLThXWZq_LfNiBZ1%2B0idaZ8v9bjcMF4LUw%40mail.gmail.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário