domingo, 28 de fevereiro de 2010

Fw: [Ebook] Repassando: Lançamento Amigos da Leitura Em Busca da Espiritualidade - James Van Praagh


James Van Praagh

Em busca da Espiritualidade


1999

Tradução:
Maria Cláudia Coelho
Pedro Luiz Vasques Ribeiro


Para Regina, minha mãe

Cujos olhos me mostraram a beleza do céu; Cujas palavras
me ensinaram a linguagem dos anjos; Cujas canções
compartilharam a música dos coros celestiais; E cujo amor
me aproximou do rosto de Deus.


SUMÁRIO

PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA
PREFÁCIO

I
No INÍCIO
II
DESPERTANDO SUA MENTE
III
CONHECENDO A SI MESMO
IV
A MORTE — O CAMINHO PARA CASA
V
Os DOMÍNIOS ESPIRITUAIS
VI
O ESPÍRITO EM EVOLUÇÃO
VI
VOLTANDO À TERRA
VIII
EXPECTATIVAS
IX
CULPA
X
MEDO
XI
PERDÃO
XII
AMOR
XIII
COMO LEMBRAR-SE DO VERDADEIRO EU
XIV
GUIANDO NOSSOS FILHOS
XV
CHAVES PARA A VIDA MAIOR

Prefácio à Edição Brasileira

Gosto de olhar para o céu todos os dias, agradecendo a Deus
por ter me concedido o privilégio de servir à humanidade
através do meu trabalho. Vejo-o como um serviço, e a mim
mesmo como uma espécie de farol. Sinto que minha missão
é tentar iluminar os corações e as mentes, transmitindo a
convicção de que não apenas somos eternos, mas cada um
de nós é impregnado pela mesma Luz Divina. Essa Luz
brilha tão intensamente que o meu desejo é fazer com que
todos experimentem e sintam a paz e a alegria
extraordinárias que ela transmite. Tenho certeza de que
somos perfeitamente capazes de entrar em contato com essa
Luz. Basta usar todos os dias uma parcela do nosso tempo
para vê-la e captar suas mensagens.
Há alguns anos, registrei minhas experiências em meu
primeiro livro, Conversando com os espíritos. Depois de sua
publicação, fui abençoado com a oportunidade de viajar por
muitos países, divulgando o que recebo dos espíritos.
Durante minhas viagens, encontrei vários líderes espirituais,
médiuns e pessoas que têm o dom de curar, todos eles
engajados em comunicar essa Luz Divina. Mas foi depois de
doze horas de vôo, há cinco anos, que conheci um país
onde pude testemunhar a presença concreta dessa Luz.
Os espíritos têm aberto muitas portas para mim, mas
certamente foi no Brasil que tive acesso a uma das
experiências mais profundas e gratificantes. Assim que
cheguei, a beleza da natureza causou-me um forte impacto,
dando-me a sensação de estar em uma terra abençoada. Esse
sentimento foi reforçado pela visão dos rostos e do olhar dos
brasileiros. Em nenhum outro lugar a expressão "os olhos
são a janela da alma" tornou-se tão evidente. No Brasil não
tive dificuldade com a barreira da língua, porque as pessoas
que encontrei não expressavam a linguagem da boca, mas a
voz da alma.
Nos meus encontros com os brasileiros, há uma sintonia
imediata, pois eles já estão em busca do autoconhecimento e
da consciência do seu eu mais profundo. A forte sensação
que tenho, cada vez que visito o Brasil, é de extrema
familiaridade com o país e com seu povo. O calor da
acolhida me faz sentir absolutamente em casa. Por que
acontece isso? Acho que é pelo fato de o povo brasileiro
possuir um dom que se faz cada vez mais raro neste mundo:
a FÉ. A sabedoria dos brasileiros não vem dos livros, mas das
lições aprendidas com o coração, pois é um povo que capta a
realidade, sobretudo, através do afeto, e é capaz de enfrentar
as adversidades com extrema coragem e desejo de
crescimento.
Vocês, brasileiros, são grandes professores, e sua matéria
principal é a condição humana. Voltei várias vezes ao Brasil,
e falei deste país e de seu povo por todas as partes onde
andei. As pessoas que trouxe comigo, em excursões
espirituais, voltaram transformadas. Foram tocadas pela
beleza da natureza e pela riqueza dos corações.
Quero agradecer-lhes profundamente por terem aberto seus
braços e corações para mim. As cartas que recebo,
confirmando o trabalho dos espíritos, são de grande
importância. Vocês sabem muito bem como é difícil abrir a
mente fechada dos que têm carência espiritual. Mas eu
acredito que se cada um de nós fizer a sua parte, promoven-
do a descoberta da Luz Divina para o maior número de
pessoas em nossos países, o planeta em que vivemos será
iluminado e teremos construído a verdadeira PAZ NA
TERRA.

James Van Praagh
Março 1999
PREFÁCIO

Comecei a minha jornada espiritual no início dos anos
oitenta, e naquela época eu não tinha idéia do que
aprenderia ou de como poderia usar na minha vida cotidiana
as percepções recém-descobertas. Eu nunca pensara em
mudar-me para Los Angeles, nem planejara ter uma missão
de médium. Mas, quando a porta para os reinos espirituais se
abriu e eu a cruzei, senti que o universo me convocara para
o meu destino. Logo percebi que meu dom mediúnico devia
ser usado para servir aos outros. Com o conhecimento e a
compreensão de que na hora da morte temos o retorno dos
nossos pensamentos e ações terrenos, sabia que vidas
poderiam ser mudadas para sempre. Eu estava determinado a
cruzar o abismo entre os mundos físico e espiritual,
compartilhando o conhecimento que havia recebido sobre
uma existência espiritual maior. Achava que se as pessoas
pudessem aprender com aqueles que estão do outro lado e
despertassem para a bondade, tratando a si mesmas e umas
às outras com dignidade e respeito enquanto estivessem na
Terra, a humanidade seria aliviada de muitos sofrimentos.
Fui abençoado no meu trabalho porque a capacidade de
curar as pessoas e de despertá-las para verdades superiores
compensa qualquer sacrifício. Eu realmente acredito que, à
medida que cada um de nós se abre para a sua natureza
espiritual, nossas atitudes preconceituosas e impensadas
podem se transformar em gestos de amor e respeito mútuo.
Em vez de nos opormos uns aos outros, podemos
compreender nossas diferenças sabendo que somos seres
espirituais compartilhando uma experiência física comum.
A iluminação espiritual não pode ser alcançada assistindo a
aulas, ou mesmo lendo um livro. Cada alma chega à sua
própria verdade de uma maneira única e pessoal, e no
momento apropriado. Podemos nos renovar
permanentemente. Cada amanhecer é uma oportunidade
nova para identificar nossos desejos, descobrir, crescer,
aprender e servir.
Todos os dias somos presenteados com a chance de
compreender melhor os outros, ter novas idéias e viver
situações diversas. À medida que participamos da riqueza
dessas experiências, avançamos nos vários ciclos da vida
entendendo mais profundamente o sentido do sofrimento
nos dias que passaram e antecipando com mais consciência
nossos amanhãs.
Escrevi este livro como uma continuação do meu primeiro
livro, Conversando com os espíritos. Como não faço mais
sessões ou aconselhamentos individuais, projetei este livro
para que fosse usado como uma ferramenta por todos —
para aqueles que já estão no caminho espiritual e para os que
ainda não têm familiaridade com idéias espirituais. Para os
que já estão seguindo um caminho espiritual, o livro vai
oferecer algumas referências e mensagens renovadoras úteis.
Para os que estão começando a se aventurar neste mundo
desconhecido, espero que ele possa ajudar seus corações e
mentes a se abrirem para as oportunidades da vida eterna,
como foram anunciadas por aqueles que, estando do outro
lado, quiseram compartilhar conosco suas profundas
intuições e amor.
I
No INÍCIO

"De onde eu vim?" Quantas vezes você pensou sobre a sua
existência? Já encontrou uma explicação satisfatória para a
sua indagação? Durante eras, filósofos, cientistas, eruditos e
mestres religiosos tentaram dar respostas ao mistério da
existência. Hoje, muitos buscam essas respostas em igrejas,
sinagogas e mesquitas, confiando que sacerdotes, ministros e
rabinos fornecerão essas revelações.
No entanto, acredito que dentro de cada um de nós estejam
as respostas, naquela parte invisível e indefinida que é
chamada de alma. A alma é nosso núcleo espiritual, a fagulha
divina interior que sempre existiu, existe e existirá. Ela
viajou por todos os confins do universo, através de todas as
eras do tempo, gravando dentro de si as lições de uma
existência infindável.
Infelizmente, poucos sabem como penetrar nessa luz que
arde de maneira tão brilhante dentro de nós. Como é
possível que tenhamos esquecido algo tão profundo? Para
que possamos nos reconectar com nossa verdadeira
personalidade, precisamos escapar do labirinto de
expectativas externas; precisamos nos voltar para dentro e
escutar a voz de Deus - essa voz que, quando é
compreendida completamente, dá significado à vida.
Precisamos recuperar nosso "senso da alma".
Tendo isso em mente, escrevi este livro como uma espécie
de "retrato" da alma em sua viagem pela vida, morte e
renascimento. Na primeira parte, explico o que significa ser
espiritual, ser uma alma vivendo uma existência física, e
como a mente cria as suas experiências. Vamos examinar as
várias camadas da alma e como elas contêm um registro de
todas as nossas existências através do tempo. A jornada
continua através do processo da morte. Vou explicar o que
acontece quando você morre, para onde vai a sua alma e os
níveis de existência que você pode encontrar no mundo
espiritual, que variam de acordo com cada indivíduo. Quero
mostrar que a morte é indolor e natural, e que não há nada a
temer.
Quando fazemos a passagem, somos saudados pelos entes
queridos e guias espirituais que estiveram conosco em
muitas jornadas. No mundo espiritual, cada alma escolhe o
que quer experimentar. Quando alcançam a plenitude dos
seus sonhos e desejos, e são motivadas pela alegria e
inspiração dos reinos superiores, as almas tomam a decisão
de voltar à.Terra novamente. No nascimento, não entramos
no mundo físico de mãos vazias: trazemos a sabedoria da
eternidade dentro da memória da nossa alma. Também não
voltamos sozinhos: espíritos celestiais estão sempre por
perto.
As mensagens dos espíritos na segunda parte do livro têm a
intenção de encorajar-nos a identificar os aspectos da nossa
personalidade que nos mantêm presos a ilusões terrenas,
inconscientes da nossa conexão com a divindade interior.
Como vamos ver, os bloqueios emocionais prejudicam o
crescimento espiritual e tornam nossa jornada pela vida mais
difícil. Lendo sobre as provações e aflições dos outros,
poderemos descobrir os conflitos internos que nos impedem
de abraçar plenamente a vida. Talvez os conselhos dos que
estão no outro lado ajudem a aliviar nossos medos e nos
estimulem a curar as cicatrizes emocionais.
Na parte final do livro, proponho maneiras de ajudá-los a
assumir o controle sobre sua jornada pela vida. Existem
meditações para atingir a clareza da mente e recomendações
para cultivar valores espirituais em crianças, preparando-nos
para lidar com os altos e baixos da vida. Finalmente, ofereço
as chaves capazes de abrir a porta para nossa identidade
espiritual, levando-nos a descobrir quem somos.
À medida que restabelecemos contato com nossas almas,
nossas prioridades em relação à vida podem mudar. Vamos
aprender, como eu aprendi, que todas as respostas estão
dentro de nós, simplesmente esperando para serem
reveladas. E, quando abrimos a porta para o infinito, vamos
descobrir que estamos interconectados nesta tapeçaria
chamada vida. Através do ciclo de vida, morte e
renascimento, aprendemos quem somos e por que estamos
aqui.

Abrindo a Porta

Quando vamos viajar para outro país, precisamos nos
preparar, tomando várias providencias. Da mesma maneira,
você precisa se preparar para a jornada da sua alma. O
primeiro passo é separar-se do mundo externo feito de
julgamentos e racionalizações, para entrar em contato com o
mundo interior da consciência.
Mas como fazer isso, se estamos sendo constantemente
bombardeados por estímulos externos? Diariamente,
ouvimos notícias sobre o que se passa no mundo, e nos
preocupamos com inúmeros problemas. Estamos tão
ocupados lutando com os desafios que a vida cotidiana nos
apresenta que não temos o tempo necessário para aquietar
nossas mentes e reconhecer o fato de que somos todos
espíritos caminhando em direção à luz.
Para começar a jornada, você precisa sintonizar-se com seu
mundo interior. A visualização a seguir vai ajudar a fazer
isso. Depois de ler os próximos parágrafos, deixe o livro de
lado e visualize o seu conteúdo. A melhor maneira c
fechando os olhos, para evitar as distrações externas e para
concentrar-se internamente.

MEDITAÇÃO

Feche os olhos e entre em contato com tudo o que está
acontecendo ao seu redor. Tente não deixar as distrações
externas incomodarem você. Não precisa julgá-las;
simplesmente deixe que elas sejam o que são. Agora, volte
sua consciência para o seu corpo. Sinta suas costas contra a
cadeira e esteja consciente dos seus braços, pernas e tronco.
Concentre-se em cada parte do seu corpo. Note a sensação
dos seus pés no chão ou em seus sapatos. Esteja consciente
da sensação de suas roupas no corpo. Alguma coisa está
apertada demais? Simplesmente observe; não tente
consertar. Simplesmente deixe estar.
Agora respire fundo e lentamente expire. Fique consciente
da sua respiração. À medida que inspira, perceba que está
trazendo para o interior do corpo o oxigênio necessário para
que o corpo físico mantenha a vida neste planeta. Moléculas
de oxigênio nos cercam o tempo todo. Quando inspirar o
oxigênio para dentro dos pulmões, imagine que essas
moléculas estão revigorando cada parte do seu corpo. Ao
expirar, veja o ar velho e estagnado deixando o seu corpo. A
missão desse ar foi cumprida e ele não é mais necessário. Na
próxima vez que inspirar oxigênio, veja-o como energia.
Imagine essa energia como uma poeira luminosa ou
qualquer outra imagem que ajude a dar vida à energia.
Concentre-se na imagem da energia, sinta-a correndo
dentro e fora do seu corpo.
Enquanto continua a visualizar a energia, imagine que ela
está presente cm todas as formas de vida em todas as regiões
do mundo - em uma mãe segurando seu bebê na África, em
um padre rezando no Vaticano, ou em um milhão de
formigas construindo uma colônia subterrânea sob a sua
casa. A energia abarca todas as coisas. Você é uma parte
dessa energia e forma uma unidade com todas as coisas, por
mais diferente que pense que é. Você não pode ver o
oxigênio, que é a energia da vida, mas ele está em todas as
partes ao mesmo tempo.
Continue a ler este livro, procurando ficar consciente de que
todos partilhamos a mesma fonte. Ao realizar este simples
exercício, você começa a concentrar sua mente no conceito
de ser um com o todo. A energia que o cerca e que se
encontra no interior do seu corpo é uma parte vital da sua
vida c sua conexão espiritual com tudo e com todos.

II
DESPERTANDO SUA MENTE

Tudo é energia. A ciência descreve a energia e o modo
como ela trabalha em termos físicos, com base em
elementos terrenos: o modo como combinações específicas
de átomos se agrupam. É em um nível mais alto - na
dimensão espiritual - que encontramos a força que mantém
os átomos juntos. Esta energia é aquilo que cu chamo de
energia da Força de Deus.
Todo o universo é permeado por esta energia da Força de
Deus. É disto que somos feitos e é daí que viemos.

A energia da Força de Deus é o centro de tudo o que existe.

A mente, o espírito e o corpo físico são compostos da
mesma energia da Força de Deus; entretanto, cada um deles
vibra em uma freqüência diferente. Quando me perguntam
se a mente é uma parte do cérebro, respondo que o cérebro
é o órgão da mente, assim como os olhos são o órgão da
visão. A visão depende da saúde dos olhos, e o mesmo pode
ser dito sobre a mente c o cérebro. O cérebro está em
permanente evolução; depende de cada um de nós
desenvolver e aumentar o seu poder. A mente já é perfeita.
A mente parece ser a janela para a própria natureza. Ela
pode criar, imaginar e raciocinar. Quando aproveitamos a
energia positiva da mente, os resultados são simplesmente
inacreditáveis. A mente está ligada à energia da Força de
Deus que cerca todas as coisas. Mozart ouvia a música em
sua mente e utilizava o cérebro para escrever as notas. O
cérebro era o meio através do qual ele podia compor, mas
era sua mente que criava aquele esplendor musical.
Ao compreender que o cérebro não é a fonte das idéias, mas
sim a mente, precisamos entender também que cada mente
individual está ligada à Mente Universal e compartilha de
sua substância.

A MENTE UNIVERSAL

Para entender melhor o que chamo de Mente Universal,
vamos visualizá-la como um enorme lago translúcido. Penso
na mente individual como um peixe nadando neste lago. O
peixe depende do ambiente em que habita e é afetado por
ele. Os pensamentos são como ondulações na água. Cada
ondulação origina-se no lago e é parte da água, mas cada
uma delas é também singular e individual. Cada ondulação
afeta cada peixe, e assim afeta também o lago inteiro.
A Mente Universal não conhece fronteiras ou limites, e
qualquer pessoa pode usá-la. Já lhe aconteceu de estar
assistindo a um programa de televisão e pensar "Eu tive esta
idéia há um ano"? É muito freqüente as pessoas terem a
mesma idéia ou projeto, independentemente umas das
outras. Por quê? Porque a pessoa criativa ligou-se à Mente
Universal e puxou para sua mente individual aquela
inspiração em particular. As idéias são apenas sensações
impressas profundamente em nós. Uma vez percebidas,
podemos agir. Em outras palavras, nossos impulsos criativos
são vibrações da Mente Universal.
Quando vim para Los Angeles, meu objetivo era escrever
para cinema e televisão. Um dia acordei com uma idéia
incrível para um roteiro. Achei que era uma idéia tão
original que não a contei para ninguém. Terminei o roteiro e
o mandei para vários estúdios. Recebi a mesma resposta de
todos: havia três outros roteiros cuja idéia básica era igual à
minha. Fiquei arrasado. Minha idéia especial que eu tinha
me esforçado tanto para esconder havia surgido também na
mente de três completos estranhos.
Este surgimento uníssono de idéias é tão genuíno quanto o
ar que respiramos ou o calor do sol que sentimos. Em um
nível global, todos compartilhamos as emoções ou sensações
uns dos outros. Assim como o mesmo sol brilha para todas
as pessoas, compartilhamos todos, uma condição comum.
Compartilhamos os sentidos: sentimos, vemos, ouvimos,
tocamos, rimos e choramos. Compartilhamos a energia da
Força de Deus. O mundo seria certamente um lugar melhor
se pudéssemos pensar em todas as pessoas como seres
espirituais, e se compartilhássemos com bondade e
solidariedade nossos caminhos terrenos.

Os PENSAMENTOS QUE CRIAMOS

Os pensamentos são coisas! Os pensamentos são tão reais
quanto os órgãos do corpo. Que tipos de pensamentos
ocupam seu dia? São pensamentos amistosos ou agressivos?
Os pensamentos são poderosos, e por isso é importante
prestar atenção naquilo que pensamos. Nossa vida cotidiana
é resultado daquilo que pensamos.
Há basicamente três fontes de pensamento. O primeiro é o
pensamento através das orações ou da meditação. A vibração
desses pensamentos energéticos é muito alta. O primeiro
passo para sintonizar sua consciência nesta freqüência mais
alta de energia é habituar-se a reservar algum tempo, todo
dia, para orar e meditar. Tenha paciência e persistência:
embora muitas vezes pareça que nada está acontecendo,
com o tempo você descobrirá que a recompensa pela prática
espiritual é grande. Acredito que ganhar consciência neste
nível cria um sentimento de humildade, tranqüilidade,
amor-próprio e alegria.
Durante os anos em que treinei para me tornar um médium,
era necessário meditar diariamente. Alinhando-me com a
consciência da torça de Deus, minha conexão com as
dimensões espirituais aumentou e intensificou sua vibração.
Tive que sentar-me pacientemente, dia após dia,
silenciosamente, para elevar o nível de consciência da ener-
gia da Força de Deus dentro de mim. Então, nas sessões com
meus clientes, passei a trabalhar em uma vibração amorosa
muito alta. A mediunidade é, em si mesma, uma capacidade
incrível e milagrosa, mas o trabalho ganha uma dimensão
inteiramente nova quando o médium está se desenvolvendo
também em um nível espiritual.

O SEMELHANTE ATRAI O SEMELHANTE

Este é um conceito que uso com freqüência e ao qual vou
me referir várias vezes neste livro. Quando uma pessoa está
centrada e tem pensamentos de amor, paz e plenitude, ela
receberá de volta as experiências desses pensamentos. Pare
por um momento e imagine como seria se todas as pessoas
no mundo tivessem bons pensamentos. Seria fantástico, não
é?
Na qualidade de médium seguindo um caminho espiritual, é
da maior importância que eu me dedique à meditação e
concentre meus pensamentos nos aspectos positivos da vida.
Acredito que é por esta razão que as mensagens que chegam
por meu intermédio são de natureza mais espiritual e mais
precisas, e que os ensinamentos que vêm desta comunicação
são mais benéficos para todos os envolvidos.
A segunda categoria de pensamento vem do nosso meio
ambiente. É preciso estar consciente da grande influência
que o meio ambiente exerce na vida cotidiana. Quantas
vezes entramos em um local e sentimos que alguma coisa
está errada? Ou quantas vezes nos sentimos deprimidos ou
mesmo doentes sem qualquer razão aparente? Isto acontece
porque estamos captando a energia do pensamento de outra
pessoa.
Sempre que visito pessoas em hospitais, preciso ter cuidado,
porque sou muito sensível aos sentimentos e sensações dos
outros. Quando passo pelos corredores de um hospital,
muitas vezes os gritos dos pacientes penetram em minha
mente: "Quero sair daqui", ou "Não quero morrer", ou
"Estou sofrendo, alguém me ajude, por favor". A sensação de
doença e sofrimento permeia a atmosfera e me atinge
intensamente.
Assim como uma estação de rádio, estamos continuamente
enviando e recebendo sinais. Embora alguns destes
pensamentos sejam bons e positivos, em sua maioria são
mensagens de cobiça, raiva, egoísmo e desonestidade. Estes
pensamentos estão ligados e são atraídos pelas partes mais
baixas de nossa natureza. Com o constante bombardeio
dessas influências, as idéias ligadas a uma natureza espiritual
mais elevada passam a ter um apelo muito menor.
Isto não significa necessariamente que todos os
pensamentos recebidos das outras pessoas sejam de natureza
negativa. As mensagens solidárias e o amor, que são
vibrações do pensamento mais elevado, também estão
presentes na atmosfera que nos cerca. Quando enviamos
amor, alguém o recebe. Este amor talvez não possa ser
detectado em um nível consciente, mas ainda assim está
vivo e produz um efeito positivo.
O grupo final consiste em nossos pensamentos mais comuns
e cotidianos. Desde Sigmund Freud, os psiquiatras e
psicólogos dividiram a consciência em três níveis de
pensamento, separados, porém interdependentes: o
consciente, o subconsciente e o inconsciente. A mente
consciente é aquela que usamos para conferir o troco no
supermercado e para ler um livro. A mente subconsciente
controla todos os processos involuntários do corpo, isto é,
regula o sono, a respiração, a digestão, a circulação, etc. O
subconsciente nunca dorme e, portanto, nunca pára. A
mente inconsciente é vasta e invisível. Ela é o depósito de
todas as nossas experiências passadas, incluindo tudo o que
já pensamos, sentimos, aprendemos ou testemunhamos, do
passado até hoje.
Entretanto, é a mente subconsciente que governa nossas
vidas a maior parte do tempo. Esta parte da mente trabalha
incansavelmente registrando pensamentos e impressões, de
modo indiscriminado. Nas crianças, a mente subconsciente
registra as palavras e idéias dos adultos que as cercam, e estas
memórias permanecem vivas na idade adulta. Os hábitos,
entre outras coisas, emergem dos pensamentos subcons-
cientes. Para mantermos controle sobre nossa vida,
precisamos dominar o modo como pensamos, tanto
consciente quanto subconscientemente. Há muita sabedoria
na mente subconsciente. Trabalhada, ela pode ser de
enorme proveito e servir como um reservatório infinito de
conhecimentos.
Utilizada de modo positivo, a mente humana é uma fonte de
obras de arte, filosofia e ciência que melhoram efetivamente
a qualidade de vida no planeta. Mas esta mesma mente que
cria maravilhas tem também a capacidade de destruir e
aniquilar. Ela pode impor formas terríveis de crueldade e
ódio. Elevar os pensamentos à freqüência mais alta é uma
dívida que temos conosco, para podermos evoluir para uma
consciência capaz de transmitir o esplendor e os milagres da
vida para as gerações futuras.

III
CONHECENDO A SI MESMO

Para começar, quero apresentar algumas expressões da
linguagem da terra dos espíritos, os vários "corpos do ser
humano" que fazem de cada um de nós uma pessoa única.
Esses corpos são camadas invisíveis do espectro da alma e
estão reunidos na "aura". A aura pode ser entendida como
um mapa das nossas energias e experiências espirituais,
emocionais, mentais e físicas. Ela é talvez a mais fiel
manifestação da festa da alma.

A AURA

Quando eu tinha seis ou sete anos, contei à minha mãe que
eu via luzes em volta das pessoas. Como eu não sabia o que
eram aquelas luzes, pensava que todo mundo podia vê-las.
Elas tinham muitas cores: azul, rosa, verde, amarelo,
vermelho, etc. Eu adorava fazer compras com minha mãe
em uma determinada loja, porque o balconista estava sempre
cercado por lindas luzes coloridas. Eu ficava parado, olhando
aquele arco-íris lindo de azuis misturados com roxos e rosa
que o cercava. Ele tinha um sorriso largo e estava sempre
contando piadas aos fregueses.
Tive experiências semelhantes quando parentes ou amigos
da família vinham nos visitar. Eu ficava olhando as cores e as
luzes em volta de todo mundo, e dizia coisas do tipo "este
homem é verde", ou "tem um monte de luzes marrons em
volta dessa senhora". A senhora das luzes marrons não sorria
muito, e mais tarde minha mãe me contou que ela estava
muito doente.
À medida que fui crescendo, minha capacidade de ver luzes
à volta das pessoas desapareceu aos poucos e passei a vê-las
apenas eventualmente. Mas houve uma ocasião que nunca
vou esquecer. Eu tinha mais ou menos oito anos e fui com
alguns amigos à lanchonete. Ao sair, um homem alto
esbarrou em mim. Olhei para cima e percebi uma nuvem
sombria, cinzenta e negra à volta de sua cabeça e na frente
do seu peito. Três dias depois, soube que o homem tinha
sido preso por assaltar a lanchonete! Esta notícia me deixou
muito assustado. Entretanto, levei ainda muito tempo para
entender o que significavam aquelas luzes.
A aura é composta de camadas de energia que têm um
propósito: registrar todas as nossas experiências,
sentimentos, pensamentos e desejos.
Essa idéia da aura, ou energia vital que emana do corpo e o
cerca, não é nova. Um dos primeiros ocidentais a observá-la
e escrever sobre ela foi um alquimista e médico do século
XVI, chamado Paracelso. Ele se referia ao nosso campo
energético como "um globo flamejante". No correr dos
séculos seguintes, outras observações e estudos foram
realizados. Minha própria capacidade de perceber auras per-
maneceu adormecida até a idade de vinte e poucos anos. Foi
nesta época que comecei a meditar e a desenvolver uma
consciência interior, bem como uma empatia com os
sentimentos e sensações alheios. Após anos de disciplina,
minha capacidade de perceber auras aumentou
tremendamente. Hoje, esta capacidade continua a
desempenhar um papel muito importante no trabalho que
realizo.
Quando faço demonstrações, em geral vejo um vasto
conjunto de cores e luzes. A cor e a intensidade das luzes
variam de indivíduo para indivíduo e de acordo com as
diferentes partes do corpo. Quando, por exemplo, vejo um
acúmulo de cor cinza ou marrom-escura e opaca próximo ao
estômago, pergunto se há problemas nesta área, e em geral a
pessoa responde que sim. Ao longo dos meus anos de estudo
e observação, aprendi que a aura é uma projeção - ou
espelho - muito precisa de diversos aspectos da saúde.
Mas a aura reflete muito mais do que o estado físico. Na
verdade, ela é uma representação do caráter inato e uma
indicação do potencial, bem como um registro das
experiências. Quando se atinge a idade adulta, a aura já
passou por muitos anos de experiências emocionais,
mentais, espirituais e físicas. Capacidades, desejos, gostos,
aversões, sentimentos de sucesso ou de fracasso, bem como
acontecimentos extraordinários, momentos preocupantes ou
tristes, tudo isto forma a aura.
O tamanho e a forma da aura dependem também de
inúmeros outros fatores. Normalmente, a aura tem uma
forma oval e se estende para além do corpo físico em
aproximadamente 30 a 45 centímetros. A aura de uma
pessoa de natureza extrovertida e expansiva tende a ser
maior. Por exemplo, quando uma pessoa fala para um grupo
grande, e tenta atingir a todos ou trazê-los à própria
consciência, sua aura expande-se para abranger a audiência.
E o que ocorre com políticos, pregadores, músicos, atores e
oradores, que precisam estabelecer uma conexão com suas
platéias. O eíeito oposto ocorre com uma pessoa introvertida
ou tímida. A aura não se expande; ao contrário, ela
permanece próxima ao corpo físico. A aura também se
expande c cresce quando estamos em um ambiente que nos
agrada. Além disso, já vi a aura de uma pessoa no momento
imediatamente anterior à sua morte, e ela tende a ser tênue,
como uma linha desenhada em torno do corpo. Isto faz
sentido, porque no momento da morte física a aura se retira.


VIDAS PASSADAS E MEMÓRIAS

Quando observo uma aura, percebo também que ela tende a
ser composta de pequenos padrões e desenhos geométricos.
Esses padrões podem ser interpretados como formas de
pensamento e refletem os pensamentos da pessoa, atuais ou
passados. Em outras palavras, as cicatrizes emocionais da
pessoa estão refletidas nos desenhos de sua aura, juntamente
com seus desejos ainda não realizados.
Além disso, a aura corporifica a acumulação do carma de
encarnações anteriores e as lições cármicas que tentaremos
aprender durante a vida atual. Essas coisas compõem a
verdadeira essência de uma pessoa.
Em uma de minhas odisséias espirituais, vi claramente de
que modo as vidas passadas se refletem na aura. Participei de
um workshop ministrado pelo conceituado psiquiatra Dr.
Brian Weiss, autor de Muitas vidas, muitos mestres. Com seu
trabalho de regressão a vidas passadas, através da hipnose,
ele vem ajudando inúmeras pessoas. Em uma determinada
regressão, eu era um general que ordenava a meus soldados
que matassem milhares de homens. À medida que as cenas
se desenrolavam em minha mente, soube instintivamente
por que eu estava aqui na vida atual: tinha que aliviar o
carma daquela vida passada, pagando minha dívida cármica.
Ao ajudar as pessoas a recuperarem sua espiritualidade, estou
aqui para corrigir um erro, para alcançar meu equilíbrio
cármico, curar minha alma e avançar em meu caminho
espiritual.

INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS

A aura também pode refletir forças externas, positivas e
negativas, que nos afetam. Praticamente todo mundo já teve
a experiência de encontrar uma pessoa e sentir uma empatia
imediata ou uma profunda aversão. Por que isto acontece?
Na maioria dos casos, sintonizamos o campo de energia da
pessoa e recebemos algum tipo de emanação energética. O
resultado é ficarmos em harmonia ou em desarmonia com
essas emanações.
Uma igreja ou um local de oração geralmente nos enche de
sentimentos de paz e conforto. Isto provavelmente ocorre
porque estamos captando os sentimentos amorosos e
espirituais das pessoas que oraram ali. Inversamente,
podemos entrar em uma sala ou em uma casa e ter
instantaneamente uma sensação desagradável sem qualquer
razão aparente, para em seguida descobrir que houve uma
briga ou discussão antes da nossa chegada. Novamente algo
aconteceu, e a aura "recolheu" a energia que permaneceu no
local.

A atmosfera mental que nos rodeia é afetada não apenas
pelos pensamentos e sentimentos que criamos, mas também
pelos pensamentos e sentimentos daqueles à nossa volta.

Esta idéia é muito importante. Todos os dias passamos por
inúmeros pensamentos invisíveis, mas poderosos, que
exercem um efeito definitivo sobre o estado físico de nossos
corpos. Por isso, preste atenção nas pessoas com quem você
costuma estar.
Muitas vezes, a personalidade de uma pessoa é tão poderosa
que, dependendo do nosso nível emocional, mental, físico
ou espiritual (principalmente se um ou mais deles estiver
fraco), essa energia invade nosso espaço eletromagnético.
Felizmente, nascemos com uma espécie de mecanismo de
defesa do campo da aura para impedir a entrada dos padrões
de energia e dos pensamentos alheios. Na última seção deste
livro, descrevo como proteger-se desses pensamentos e
emoções que nos cercam.
Também é muito importante compreender que os vivos não
detêm o monopólio da atmosfera. Seres desencarnados, ou
espíritos, também nos afetam e deixam seus pensamentos
em nossa aura. E por isso que muitas vezes, durante o dia,
subitamente e sem qualquer razão aparente, começamos a
pensar em alguém querido que já faleceu. É mais do que
provável que esta pessoa esteja tentando influenciar ou
imprimir sua personalidade e pensamentos em nosso campo
eletromagnético.

Os CORPOS DO HOMEM

A aura é composta por camadas e compartimentos
complexos demais para serem detalhadamente descritos
aqui. Os principais correspondem a quatro "corpos"
distintos, que se interpenetram e que os metafísicos
acreditam ser os componentes dos seres humanos.
Essas diversas camadas são conhecidas como: o corpo
etéreo, que lida diretamente com os processos físicos; o
corpo astral, no qual residem os processos emocionais; o
corpo mental, onde ocorre qualquer tipo de pensamento,
inclusive o pensamento psíquico e intuitivo; e o corpo
físico.

O CORPO ETÉREO

O corpo etéreo também é conhecido como corpo duplo,
porque ele se duplica, assumindo a forma do nosso corpo
físico. O corpo etéreo é formado por uma matriz de energia
que interpenetra o corpo físico em diversos pontos. Esses
pontos, ou vórtices de energia, são conhecidos como
chakras. Através desses chakras, a energia da Força de Deus
penetra no corpo físico para alimentar vários órgãos físicos e
o sistema nervoso. Quando nossos chakras estão saudáveis,
eles aparecem no corpo etéreo como círculos de cores
luminosas em rotação. Deste modo, a saúde física do
indivíduo pode ser observada no corpo etéreo através dos
chakras.
Há três anos, um homem de 38 anos me procurou para uma
sessão particular. Seu nome era Bob. Após minha
apresentação costumeira, peguei um bloco e comecei a
desenhar seu corpo etéreo para determinar sua condição
física. Desenhei inicialmente uma figura ereta. Em seguida,
guiada pela minha intuição, a caneta começou a mover-se
lentamente para cima e para baixo da imagem, mas, quando
cheguei à metade inferior do tronco, parou de mover-se. A
energia de Bob parecia tornar-se nebulosa e escura naquele
ponto, como se literalmente parasse de fluir. Disse-lhe
imediatamente: "Parece que você tem algum tipo de
problema na área ao redor do seu intestino grosso." Disse-
lhe que sentia que sua energia havia sido cortada. Ele me
contou que havia dois anos tivera que tirar uma parte do
cólon e atualmente usava uma bolsa. Embora sua saúde
tivesse melhorado, ele ainda se preocupava e se
atormentava. Expliquei-lhe que essa preocupação contínua
estava causando uma nova obstrução no seu fluxo de
energia.
Pensamentos obsessivos e emoções não-expressas acabam se
manifestando no corpo físico. Em outras palavras, o que
pensamos e como nos sentimos materializam-se de algum
modo, como saúde ou doença, no corpo físico. Por isso é tão
importante manter os pensamentos saudáveis, para que os
corpos também permaneçam saudáveis.

O CORPO ASTRAL

O corpo astral também é conhecido como corpo emocional.
Este corpo é feito de um material etéreo tridimensional e,
depois do corpo físico, é o de maior densidade. O corpo
astral é, na verdade, uma réplica perfeita do corpo físico e
estende-se além dele de 12 a 20 centímetros.
O corpo astral é composto por todos os pensamentos,
emoções e desejos da mente. Todos os anseios terrenos,
lembranças importantes e desejos fundamentais residem no
corpo astral. Na morte, este corpo deixa o mundo físico e
passa a habitar o mundo astral.
Muitas vezes digo às pessoas que vão a meus seminários:
"Por que vocês têm tanto medo da morte? Vocês morrem
todas as noites!" A verdade é que, quando dormimos, o
corpo astral deixa o corpo físico e viaja para o mundo astral.
Assim, quando digo que "vocês morrem todas as noites",
quero dizer que deixamos nossos corpos físicos, de modo
muito semelhante ao que ocorrerá na hora de nossa morte.
Da mesma maneira, o corpo astral deixa espontaneamente o
corpo físico em situações que envolvem acidentes, sob a
influência de drogas, ou no estado de coma. Quando uma
pessoa está inconsciente, é muito provável que esteja
flutuando pelo mundo astral.

O CORPO MENTAL

Assim como o corpo astral diz respeito às emoções da
pessoa, o corpo mental diz respeito a seus pensamentos. O
corpo mental é composto de uma substância etérea ainda
mais leve do que a do corpo astral e estende-se para fora do
corpo, acima da linha do quadril.
O corpo mental é tido como o responsável pela
transferência das energias mentais elevadas, excessivamente
refinadas para os outros corpos. Estas energias são de uma
natureza espiritual sublime e são transferidas por meio do
corpo mental sob a forma de informação psíquica, como
inspirações, sensações profundas e pressentimentos.
Acredito que um indivíduo considerado um gênio, ou
alguém muito inteligente, é uma pessoa cujo corpo mental
evoluiu durante várias vidas, através de experiências e
consciência. Cientistas, filósofos e intelectuais estão entre
aqueles que aparentemente têm a capacidade de contactar o
corpo mental de formas extraordinárias e benéficas para a
humanidade.
Lembre-se de que existimos ao mesmo tempo nos corpos
emocional, mental e espiritual, enquanto viajamos através da
vida em nossas identidades físicas. Estes corpos se misturam
e dependem uns dos outros, fazendo de nós seres
completos. Quando começamos a entender a totalidade
daquilo que somos, torna-se mais fácil compreender que, na
morte, tudo o que fazemos é deixar nossos vários corpos
para atingir planos mais altos, conforme veremos nos
próximos capítulos.

IV
A MORTE — O CAMINHO PARA CASA

"O que acontece exatamente na hora da morte?" Esta foi a
pergunta que ouvi com maior freqüência ao longo dos meus
muitos anos de trabalho como médium. Infelizmente, não
posso dar uma resposta definitiva, porque a experiência da
morte é tão individual quanto a experiência da vida. E,
embora os espíritos tenham muitas vezes tentado responder
a esta indagação de modo satisfatório, a explicação da morte
excede em muito o vocabulário limitado e a inteligência
finita de que dispomos. Mesmo o melhor dos médiuns não
pode fazer mais do que ter esperança de descrever com
precisão todos os sentimentos que um espírito deseja
expressar acerca do processo da morte. Podemos apenas
imaginar, ler e teorizar sobre aquilo que realmente ocorre,
mas nunca saberemos o que a morte é de fato, até que a
vivenciemos nós mesmos.
Enquanto escrevo este capítulo, anos de sessões me vêm à
mente, e posso recordar-me de detalhes específicos de
centenas de espíritos dos que já faleceram. É o acúmulo
dessas percepções, combinado com as informações que
obtive de inúmeros livros, artigos e diversos materiais
internacionais sobre o assunto, que compartilho aqui. É o
exame mais honesto e objetivo que posso oferecer sobre a
experiência da morte.

O MEDO DE MORRER

Por que as pessoas têm tanto medo da morte? A resposta é
simples. Trata-se de uma experiência desconhecida.
Recentemente, contudo, houve muitas pessoas que passaram
por aquilo que é conhecido como "experiência de quase-
morte" e contaram suas impressões. Já há vários bons livros
sobre este assunto, em especial A vida após a vida, do Dr.
Raymond Moody, e A Roda da Vida, de Elisabeth Kübler-
Ross. Os detalhes das experiências de quase-morte narradas
nestes livros, tais como passar por um túnel, ser acolhido
por um ente querido, ver uma luz brilhante, ou encontrar
um ser espiritual, são todos muito semelhantes ao quadro
pintado pelos espíritos com quem tive contato em minhas
sessões. O sentimento predominante nas experiências de
quase-morte é a placidez, a sensação de que a morte não é "o
fim".
O que acontece quando morremos? A percepção mais
importante já registrada junto aos que faleceram é a
seguinte:

Na morte ganhamos consciência de que somos mais do que
apenas nossos corpos físicos.

Muitos espíritos disseram por meu intermédio que a morte,
em si, é fácil; o difícil é morrer. Qualquer pessoa com uma
doença terrível pode sofrer intensamente, à medida que a
doença corrói os vários órgãos do receptáculo físico.
Lentamente o sopro da vida esvai-se do corpo. Este processo
pode ser muito doloroso. Mas, quando a morte chega, não
há mais dor ou desconforto.

O PROCESSO

Os espíritos costumam descrever como se sentiram à
vontade na hora da morte e como, em alguns casos, nem
mesmo perceberam que haviam morrido. Realizei uma
sessão com uma moça e sua mãe, que estava morrendo de
câncer. A jovem queria tranqüilizar a mãe, que temia o
momento da morte. Vários espíritos, inclusive o do segundo
marido, vieram confortá-la, dizendo: "Não se preocupe.
Quando chegar a hora, será tudo muito natural." A mãe
morreu três semanas depois, durante o sono. Alguns meses
mais tarde, a filha voltou para realizar outra sessão. Sua mãe
apareceu e estava extremamente grata por a termos ajudado
a perceber que a morte seria daquela forma. Ela disse: "Foi
exatamente como todo mundo descreveu - muito fácil e
tranqüilo."

A MORTE NATURAL

As pessoas que morrem de causas naturais, ou de uma
doença na qual têm consciência de que a morte se aproxima,
passam por transições típicas. Alguns dias antes da morte,
sua consciência começa lentamente a expandir-se.
Vivenciam uma espécie de "aguçamento" dos sentidos,
principalmente a audição e a visão. Muitas relataram terem
passado por um flashback, durante o qual puderam
compreender plenamente a razão de cada experiência
vivida. O espírito torna-se profundamente consciente de
suas ações e muito sensível à forma como tratava as outras
pessoas. Reconhece imediatamente a forma "certa" pela qual
poderia ter agido. Felizmente, vê igualmente o bem que fez
aos outros. Esta revisão de vida ocorre em questão de
segundos.
E também nesse momento que as pessoas agonizantes
muitas vezes percebem parentes ou amigos próximos
falecidos há muito tempo ao lado de seu leito. Estes seres
espirituais podem estar lá para zelar por elas ou para visitá-
las. Já houve muitos casos em que uma pessoa moribunda
subitamente chamou um parente falecido ou descreveu uma
cena.
Imediatamente antes do fim, a pessoa pode entrar
lentamente em coma ou permanecer consciente até o
momento "final". Se estiver consciente, talvez note uma
sensação de "frio" nas extremidades, que ocorre quando a
circulação vai se tornando mais lenta e a energia da Força de
Deus começa a retirar-se do corpo. À medida que a retirada
prossegue, a pessoa pode ter uma leve sensação de "tremor"
ou "formigamento". Esta sensação é causada pelos fios
etéreos que estão começando a se soltar do corpo físico,
preparando-se para a separação do duplo corporal. No
instante da morte, a respiração pára e a alma deixa o corpo.
Neste momento, o "cordão de prata", a fibra etérea que
alimenta o espírito no corpo físico, é cortado. O espírito
finalmente está livre!

O SUICÍDIO

Qualquer pessoa que se force a deixar o corpo
prematuramente descobrirá que, embora possa destruir seu
corpo, não pode destruir sua alma.
Quando o espírito compreende o que fez, é geralmente
invadido por um sentimento de remorso e fica deprimido.
Acredito que muitas dessas almas torturadas estão mental
e/ou emocionalmente doentes. Se uma pessoa é
mentalmente doente quando está na Terra, precisará de
muita compaixão e compreensão no mundo dos espíritos. O
mesmo acontece com um alcoólatra ou alguém viciado em
drogas. Muitas vezes, é preciso ajudar as almas viciadas,
porque os vícios são levados para depois da morte. Mestres e
seres espirituais com dons de cura estão disponíveis para
ajudar a alma a obter paz de espírito e bem-estar.
Felizmente, as preces e pensamentos amorosos da família e
dos amigos na Terra ajudam a mudar a atmosfera da aura de
depressão e tortura em que vivem essas almas, substituindo-
a por um clima de cura e amor. Por isso é tão importante
rezar por aqueles que faleceram. Essas almas irão ganhando
consciência de suas naturezas espirituais mais elevadas e
começarão a buscar uma forma de sair da situação em que se
encontram. Há muitos espíritos do outro lado da vida cuja
única responsabilidade é ajudar essas vítimas e amorosa-
mente acompanhá-las às áreas em que podem receber alívio
para suas torturas mentais. Acima de tudo, essas almas
precisam aprender a perdoar a si mesmas.

A MORTE SÚBITA OU INESPERADA

Em caso de morte súbita, por acidente, atos de violência ou
outras causas, o espírito é forçado a deixar o corpo tão
rapidamente que mal percebe o que aconteceu. Um espírito
não sente qualquer dor física neste tipo de morte. Em todas
as minhas experiências, nunca vi um espírito relatar que
havia sentido dor ao atravessar o pára-brisa de um carro em
um acidente, ou tido a sensação de ser esmagado por uma
parede durante um terremoto. Quando o espírito finalmente
compreende a situação, já está fora do corpo físico.
Dependendo do tipo de morte, a pessoa pode perder a
consciência, ou ter a percepção espontânea de que está fora
de seu corpo, olhando para sua forma vazia de vida. Ela
ainda se sente viva e pensa que é um ser físico, até se dar
conta de que não é mais. Muitos espíritos me revelaram que
tentaram em vão falar com as pessoas à sua volta e ficaram
desconcertados quando ninguém respondeu. Embora não
possamos ouvir os mortos, eles são perfeitamente capazes de
ouvir o que estamos dizendo e pensando.
Logo após a morte, é habitual que um membro falecido da
família, ou espírito-guia, venha receber a pessoa que morreu
e ajudá-la a ajustar-se às condições desconhecidas do mundo
dos espíritos. Entretanto, no caso de uma morte súbita ou
violenta, o falecido pode demorar algum tempo para aceitar
a situação.

SERES PRESOS À TERRA

Quando o espírito abandona seu veículo físico, passa a
residir em sua contrapartida etérea. Neste estado, o espírito
tem uma sensação imediata de paz e liberdade. Do mesmo
modo, há uma forte sensação de leveza e flutuação, porque o
peso e a gravidade do corpo físico já não existem. Na maioria
dos casos, a transição é rápida.
Entretanto, quando um espírito é muito ligado à sua família
e não está pronto para aceitar o fato de que morreu, os laços
terrenos tornam-se uma espécie de armadilha. Nesta
situação, o espírito permanecerá próximo à seu cadáver.
Com freqüência, fará tentativas inúteis de comunicar-se com
seus familiares. Ocasionalmente um espírito pode ficar
"paralisado" e preso à Terra. Às vezes, é o sistema de crença
da pessoa durante a vida que a mantém "presa à Terra" após a
morte. Vou dar um exemplo.
Havia um homem, chamado Bill, que não tinha qualquer
crença religiosa ou espiritual. Sua convicção era: "Quando
morremos, acabou-se. Não há nada além disso. Durante sua
vida, Bill só se preocupou com ele mesmo e com aquilo que
possuía, mesmo que para isso fosse necessário prejudicar
outras pessoas.
Um dia, Bill morreu e acordou do outro lado. Apesar de
estar em outra forma mais leve, ele ainda possuía sua mente
terrena e materialista. Impaciente, tentou agarrar-se aos seus
bens, mas descobriu que não podia fazê-lo. Inconsciente e
despreparado, Bill continuou a vagar pela Terra como um
fantasma, visitando sua casa e contactando sua família, na
tentativa de comunicar-se com eles. Este estado "inter-
mediário" pode durar algumas horas, meses ou mesmo anos,
dependendo do desejo de deixar o mundo físico para trás e
passar para os domínios astrais mais elevados. Felizmente,
ninguém precisa passar pela mesma confusão de Bill; basta
manter algum tipo de consciência espiritual mais elevada.
Meu amigo Mike estava convencido de que o mundo
espiritual não existia. Quando adoeceu gravemente, procurei
tranqüilizá-lo dizendo que a vida não termina, mas ele não
me escutou. Dois dias depois da sua morte, ele me visitou,
vindo do lado espiritual. Era de manhã cedo, quando fui
subitamente acordado pela aparição de um corpo etéreo de
l,80m, brilhando fracamente ao pé da minha cama, e
parecendo absolutamente real. Ele olhou para mim e
perguntou através do pensamento: "Estou morto?" Enviei de
volta meu pensamento: "Sim, Mike, você está morto." Ele
agradeceu: "Obrigado." E desapareceu. Logo após sua saída,
notei a presença de uma mulher e soube instintivamente
que ela era um dos guias espirituais de Mike. Ouvi-a dizer
para mim: "Obrigada. Ele precisava ouvir isto de alguém que
ele conhecesse." Em seguida, ela também desapareceu.
É triste pensar que o mundo está cheio de seres ainda presos
à Terra. Alguns, como Mike, percebem rapidamente que
estão "paralisados" e passam rapidamente para o mundo
espiritual. Outros vagueiam pelo plano físico e "assombram"
os vivos, influenciando os seres humanos mais suscetíveis. É
uma pena que os nossos sistemas de crença rígidos e
restritivos nos acompanhem para o outro lado.
A transição do mundo físico para o mundo espiritual é
natural e indolor. Entretanto, nossa cultura transformou esta
passagem em um acontecimento que inspira um enorme
medo e para o qual as pessoas não se encontram bem
preparadas. Por isso é importante ganharmos uma
compreensão do fenômeno da morte - para que a transição
seja fácil, tranqüila e completa. Precisamos apenas entender
que a morte é uma porta para a vida eterna e que há mais
coisas por vir.

V
Os DOMÍNIOS ESPIRITUAIS

Quando uma pessoa deixa o mundo físico, ela abandona um
corpo denso e pesado que habitou um mundo igualmente
denso e pesado. Essa transição pode ser comparada com tirar
um sobretudo de inverno, ou com uma cobra trocando de
pele. Em essência, o que fazemos é a mesma coisa. Quando
morremos, não precisamos mais de nossa forma humana, e
por isso a abandonamos. A alma permanece intacta; os
corpos astral, mental e espiritual ainda estão vivos e bem.
Mesmo nossa personalidade, com todos os seus sentimentos,
preferências, desagrados, emoções e desejos, permanece a
mesma.

ENTRANDO EM UM NOVO MUNDO

Uma pessoa sempre começa uma nova existência naquilo
que é conhecido como o mundo astral, seja qual for o grau
de sua evolução espiritual. Sob muitos aspectos, o mundo
astral é tão sólido e real quanto a Terra física. Este mundo
invisível (para nossos olhos físicos) interpenetra a Terra e se
estende a seu redor, e é feito de uma energia etérea que
vibra em freqüências situadas além do espectro físico. O
mundo astral é composto de vários níveis, e cada nível
corresponde a uma freqüência etérea específica.
O nível do mundo astral mais próximo da Terra física pode
ser descrito como uma espécie de área de recepção. Esta
região é importante para as almas recém-chegadas por duas
razões. Em primeiro lugar, ela fornece um ambiente que
reproduz a Terra de todos os modos possíveis. Isto suaviza o
choque da saída de um mundo sólido e físico e permite ao
espírito acostumar-se gradualmente ao mundo além da vida
na Terra.

O PONTO DE VISTA DE UM ESPÍRITO

Tive muitas oportunidades de trazer mensagens relativas às
condições encontradas pelos espíritos quando entram no
mundo astral. Transcrevo a seguir um exemplo maravilhoso
dessas sessões. Mas, por favor, não se esqueçam de que há
formas diferentes de chegar, assim como há formas
diferentes de morrer.
Uma moça veio me ver, querendo contactar sua mãe.
Apesar de muito cética, estava se sentindo culpada por não
ter estado presente quando a mãe morreu, e queria algum
tipo de prova de que ela estava bem. O nome da mãe era
Molly, e assim ela descreveu sua entrada no mundo dos
espíritos:
Eu me lembro que tudo parecia muito estranho. Eu me vi
em uma espécie de hospital, muito bonito e alegre. Eu não
me sentia mais doente, nem precisava mais de oxigênio.
Olhei em volta e vi outras pessoas que também estavam
deitadas. Tudo parecia muito natural.
Então uma senhora entrou na sala e veio até mim. Falou
comigo de um modo cheio de compaixão, mas sem usar
palavras. Era uma espécie de telepatia, mas eu podia ouvir e
entender cada palavra do que ela dizia. Havia algo nela que
parecia muito familiar. Assim que pensei isto, ouvi-a falando
comigo, na minha cabeça:
- Sou eu, Jennie. Nós brincávamos juntas na fazenda quando
crianças.
Quando olhei dentro de seus olhos e vi seu sorriso doce,
lembrei-me dela. Nós brincávamos juntas na infância, e ela
tinha morrido de febre reumática aos oito anos.
Ela me lembrou como éramos amigas na infância e como eu
ficara perturbada quando ela morreu. Disse que fizéramos
um pacto. Quem chegasse primeiro ao céu viria dar as boas-
vindas à outra!
De repente fui inundada pela lembrança e invadida por uma
sensação de suprema alegria e felicidade. Jennie me
convidou a acompanhá-la, e, antes que me desse conta, eu
havia saído da cama e a seguia. Fomos para um belo pátio,
cheio de pessoas bem vestidas.
Todas sorriam e eu sentia a alegria geral. Crianças brincavam
em jardins cercados por fontes maravilhosas.
Vi então um jovem casal de pé junto à escada. Eles estavam
sorrindo para mim. Quando desci os degraus e cheguei mais
perto, eu os reconheci. Eram minha mãe e meu pai,
Gertrude e Jed!
- Não acredito que são vocês! - gritei, alegre. Minha mãe
acariciou minha cabeça:
- Está tudo bem, não chore. Você verá como tudo é real,
assim que parar de pensar com sua mente terrena e adaptar-
se a seu eu espiritual.
Quando perguntei por que ela estava tão jovem, minha mãe
respondeu:
- Quando você se transforma em espírito, pode escolher a
aparência e a idade em que se sente mais à vontade.
Escolhemos ter 30 anos porque adoramos esta época da vida.
Eu estava me sentindo muito bem. Então, comecei a ver
outros membros da minha família, todos parecendo cheios
de vida. Insistiram para que eu descansasse e curtisse uma
vida livre das preocupações que cu tivera na Terra. Eu lhes
disse:
- Tudo parece tão real, tão real mesmo.
Logo depois, minha mãe me levou até sua casa, para que eu
descansasse. Era a mesma casa em que nós morávamos
quando eu era menina, com as mesmas cortinas na cozinha.
No meu quarto havia exatamente a mesma cama. Encostei a
cabeça no travesseiro e caí no sono mais profundo e
tranqüilo que já tive. Imediatamente antes de adormecer,
lembro-me de ter pensado: 'Agora eu sei o que a expressão
bem-vinda ao lar quer dizer realmente.'
Após duas horas fantásticas, terminei a sessão e agradeci a
meus espíritos-guias. A filha de Molly estava tranqüila e
lágrimas rolavam por seu rosto.
- É ela, é minha mãe - murmurou. - Tudo o que ela disse é
verdadeiro. Estou feliz porque ela está bem e em casa. — A
moça enxugou suas lágrimas e me abraçou, agradecendo-me.

O MUNDO ASTRAL

O mundo astral que a mãe de Molly descreveu é, sob muitos
aspectos, tão sólido quanto a Terra física, embora sua energia
seja leve e etérea. Quando uma alma faz a transição para o
nível astral da existência, ela entra com seu corpo astral.
Assim como o corpo etéreo, abandonado na hora da morte,
o corpo astral é uma cópia exata e completa do corpo físico,
mas não tem qualquer doença ou fragilidade. Defeitos e
deficiências são apenas efeitos de um corpo tísico em um
mundo físico. Eles não existem no mundo ou no corpo
espiritual.

O corpo espiritual é completo e perfeito, e não pode ser
destruído ou danificado.

Embora os nossos corpos espirituais cheguem em perfeitas
condições, nossas personalidades, formadas por lembranças,
preconceitos, anseios e sensibilidades acumuladas, não
mudam. Tudo o que vivenciamos no mundo físico fica
inscrito na configuração da alma. Na Terra, passamos muito
tempo procurando garantir uma boa aparência física e
dedicamos pouquíssimo tempo às coisas que realmente
importam, como melhorar os relacionamentos ou sermos
mais verdadeiros. Depois que morremos, todo o cuidado que
tivemos com o corpo não terá importância alguma, porque
estaremos ótimos de qualquer modo. Entretanto,
permanecerão os mesmos problemas e incertezas que
achávamos que desapareceriam com a morte.

UMA OCASIÃO PARA REFLETIR

Há um momento em que o espírito começa a julgar e
examinar cada experiência, momento e ocasião de sua vida
passada. Examina cada pensamento, sentimento e ação, e vê
o que contribuiu ou prejudicou o crescimento de sua alma.
Neste processo de reavaliação, a alma às vezes percebe que,
para extrair toda a sabedoria possível de uma dada
experiência, talvez seja necessário repetir uma situação
semelhante em uma existência futura na Terra. Isto dá início
àquilo cjue se conhece como processo cármico, isto é, a
transmissão da experiência de uma vida para outra, de modo
a ganhar consciência espiritual. O objetivo do processo não
é punir alguém por ter feito algo "errado". É apenas uma
avaliação espiritual da experiência. Se uma alma acredita que
pode refazer melhor uma experiência, ela voltará para
repeti-la.

O MUNDO QUE CRIAMOS

Depois de ter se adaptado a seu novo mundo, é muito
comum que uma alma recém-chegada seja recebida por um
espírito-mestre e levada, por assim dizer, para dar uma volta
em que possa conhecer os vários níveis e expressões da vida
espiritual. Esta excursão demonstra tanto o nível de
consciência atingido por um espírito quanto o nível de
crescimento espiritual que ele pode alcançar. Costumo dizer
em minhas palestras: "Vocês são responsáveis pela criação
de seu céu ou de seu inferno, a partir de seus pensamentos,
palavras e ações." As pessoas que tentam levar uma vida
decente na Terra, respeitando os outros e demonstrando
amor, não precisam se preocupar com a existência após a
vida. Elas gravitarão em um nível maravilhoso de paz,
alegria e amor ilimitados. Com base nas inúmeras sessões
que já fiz, posso descrever como deve ser o ambiente de
uma pessoa normal de bom coração, quando ela se torna
espírito.
A primeira coisa que se observa é uma beleza incrível. Tudo
é luminoso e claro. Em seguida nota-se o aroma, uma
espécie de perfume angelical. Os espíritos muitas vezes
contam que não há palavras para descrever o perfume e a
beleza insuperáveis deste lugar celestial. Todas as coisas
estão cheias de vida e em perfeita harmonia entre si.
Além da beleza, há escolas de conhecimento sediadas em
construções extraordinárias. É possível encontrar qualquer
tipo de educação e instrução nessas escolas - artes, música,
línguas, filosofia, ciências ou arte dramática.

VIVENDO SEUS DESEJOS

Quando entramos no mundo astral, nossas emoções e
desejos mais profundos e nossos gostos e desagrados mais
acentuados nos acompanham. Assim, em espírito temos
finalmente a oportunidade de manifestá-las e de viver
plenamente todos os nossos sonhos e desejos.
Por exemplo, digamos que você sempre tenha desejado
pintar, mas não soubesse como. No mundo astral, você pode
finalmente vivenciar a alegria e a satisfação que a pintura lhe
daria. Aqui é possível satisfazer qualquer desejo. Tudo é
criado com o pensamento, e tudo o que um espírito precisa
fazer é aprender a instilar vida em seus pensamentos, e
assim realizar um sonho.
O mundo astral é, portanto, feito daquilo que queremos e
daquilo que sentimos que precisamos. Esses desejos estão
alojados na parte inferior de nossas personalidades; não
fazem parte do lado espiritual sublime de nosso ser. Quando
o espírito percebe que não precisa mais desses desejos, é
fácil abandoná-los. O mundo astral é como um acerto de
contas; ele nos ajuda a livrar-nos de nossos anseios
emocionais terrenos.
O tempo gasto nos muitos níveis do mundo astral varia de
espírito para espírito. Cercado pelas criações de seus
próprios desejos e anseios, o espírito permanece nesta região
enquanto tiver afinidade com essas energias. À medida que
um espírito desfaz-se dos entulhos durante sua readaptação
astral, está, essencialmente, preparando-se para novas
oportunidades quando retornar à Terra em outra ocasião.

A TERRA ESCURA

Embora seja impossível descrever detalhadamente todos os
níveis que existem no mundo astral, basta dizer que há
alguns menos sublimes. Para dar uma visão geral, acho que
seria bom descrever uma situação extrema do nível astral,
conhecida como inferno. Esta região astral inferior é uma
condição criada pelos pensamentos, palavras e ações
daqueles que produziram dor e sofrimento na Terra. Todos
nós colhemos o que plantamos. Não há exceções. Assim, um
espírito que tenha vivido uma vida terrena de injustiça,
crueldade e ódio pode encontrar-se neste nível.
Esta região inferior vibra em um ritmo muito mais lento do
que as regiões superiores. A luz é baça e vai diminuindo até
chegar a uma escuridão quase indistinta. Um odor forte e
desagradável está por toda parte. Figuras fantasmagóricas
contorcem-se, andando de um lugar para outro em uma
dança aparentemente infinita de inquietude. O corpo astral
de um espírito nas regiões inferiores está às vezes defor-
mado ou mutilado, e parece destruído e miserável.
Os espíritos desta região sombria alimentam atitudes mentais
de ódio, maldade e de necessidade de controlar os outros;
são regidos pelos elementos mais baixos do mundo físico. Os
habitantes podem ser assassinos, estupradores, ladrões,
caloteiros, trapaceiros, torturadores ou qualquer pessoa que
tenha feito mal a outro ser humano. Uma alma permanece
neste antro escuro até que todos os seus desejos mais vis
estejam esgotados. Somente quando alcança uma cons-
ciência espiritual a alma pode passar aos espaços superiores
do plano astral. Quando uma alma depravada tem alguma
percepção do mal que fez, um espírito-guia aparece
imediatamente para ajudá-la. Ninguém está realmente
perdido, porque a energia da Força de Deus está dentro de
cada alma.


VI
O ESPÍRITO EM EVOLUÇÃO

Muitas vezes me perguntam: "Quanto tempo ficamos do
outro lado?" e "Ficamos em um só lugar, ou vamos para
outras dimensões?". Durante minhas sessões, sou capaz de
dizer se um espírito já evoluiu para os mundos celestiais
mais elevados pelo modo como transmite seus pensamentos
e sentimentos. Muitas vezes, digo para um cliente: "Sinto
que esse homem está do outro lado há pelo menos 10 anos",
ou "Esta mulher acaba de chegar". Percebo a diferença pela
clareza dos pensamentos que um espírito envia e pelo tipo
de emoção presente nas mensagens.
Por exemplo, um espírito recém-chegado pode transmitir
sentimentos e pensamentos de modo muito ansioso,
carregado de emoções. Quando um espírito está no mundo
espiritual há mais tempo, a transmissão é bastante calma; os
pensamentos são lúcidos e fáceis de entender. As mensagens
transmitidas, além de equilibradas, são logo compreendidas
pelas pessoas amadas com quem desejam entrar em contato.
O mundo astral é como um passo intermediário na
progressão de um espírito, um lugar onde todas as
necessidades emocionais básicas e inferiores são vividas até a
exaustão. À medida que um espírito prossegue na sua
viagem, mais cedo ou mais tarde perderá o interesse pelos
sonhos e anseios terrenos e começará a despertar para um
aspecto mais elevado de sua consciência. Quando uma alma
está pronta para evoluir, todas as velhas lembranças e
padrões de pensamento terrenos são abandonados.

A VIDA MAIS ELEVADA

O abandono dos padrões terrenos e dos elementos inferiores
do corpo emocional purifica e ilumina a personalidade. À
medida que estes resíduos são deixados para trás, o espírito
avança para uma esfera espiritual mais elevada e torna-se um
ser mais iluminado. O espírito entra no verdadeiro mundo
do Céu.
Este "Céu" não é um "lugar" diferente, pois não há fronteiras
físicas no mundo espiritual. Em vez disso, há freqüências de
vibração diferentes, e os espíritos mais evoluídos gravitam
nas freqüências etéreas mais altas. Quanto mais alta a
freqüência, mais brilhante e pura a luz da região. Quando
digo "região", estou na verdade me referindo a um estado de
consciência. Quando os espíritos alcançam esta freqüência
mais elevada, ressoam e refletem a glória da essência
harmônica divina.
- Nos domínios mais elevados, todo mundo está no mesmo
nível de compreensão espiritual. Para alguns, isto pode
significar uma reunião com membros de sua família terrena.
Para outros, pode ser um encontro com antigos amigos e
amantes de encarnações anteriores. Também estarão
presentes espíritos que nunca estiveram na Terra, mas que
são familiares aos demais. Cada membro do grupo tem sua
própria maneira de contribuir para elevar e aprimorar os
outros; por isso, todos se sentem completos e plenos quando
estão juntos. Espíritos-guias formam um laço com este grupo
e desempenham um papel importante na vida de cada
espírito.
Embora na Terra nossos pensamentos e sentimentos possam
ser ocultados, isto não é possível no mundo espiritual. Cada
pensamento de um espírito é visível e aparece como sua
própria emissão de luz interior. Neste nível de consciência,
os espíritos são seres que incorporaram todas as suas
experiências e personalidades terrenas à sua comunhão com
Deus.
Muitas almas evoluídas já tentaram transmitir aos seus seres
amados a "luz" e a "plenitude" do mundo no qual residem,
descrevendo o modo como em seu ambiente tudo se integra
e se une ao todo, contendo a imensa plenitude da luz de
Deus.

A VIDA DE UMA CRIANÇA

As regiões mais elevadas também têm centros-creche, onde
os seres espirituais evoluídos alimentam e cuidam dos bebês
e das crianças pequenas que deixaram a Terra recentemente.
Esses espíritos são ligados aos bebês pela capacidade que
cada um tem de amar e ser amado.
Há inúmeras razões pelas quais uma vida é interrompida tão
cedo e volta a ser espírito. Cada espírito tem seu próprio
destino divino e um plano de alma para desenvolver. Talvez
para uma alma pouco experiente a vida tenha sido difícil
demais, o que fez com que ela deixasse o corpo
rapidamente. Muitos espíritos me disseram que isto é
geralmente conhecido como Síndrome da Morte Súbita
Infantil (SMSI). Qualquer que seja a razão, a alma da criança
terá urna chance de aprender e de voltar à Terra mais uma
vez. Muitas almas recém-nascidas podem decidir completar
seu ciclo "físico" de vida em espírito, para que sejam capazes
de desenvolver qualidades e princípios mais elevados. Esses
bebês vão progredir no mundo espiritual, para voltarem à
Terra com uma consciência renovada e mais ampla da vida.

O APRENDIZADO INFINITO

As almas das regiões mais elevadas estão lá para aprender,
expandir, desenvolver suas capacidades mentais e receber
instruções através de seus guias e mestres espirituais. Há um
número infinito de instituições de aprendizado, dependendo
daquilo que os espíritos desejam cultivar. Os espíritos
estudam a verdade, o amor, a humildade e a paciência.
Ao mesmo tempo, há grandes intelectos reunidos para
trabalhar nas áreas da filosofia, medicina e ciência. Alguns
espíritos se dedicam a ajudar os habitantes da Terra,
propiciando-lhes um aumento da percepção e da
criatividade, semeando pensamentos que serão colhidos sob
a forma de novas invenções geniais e curas preciosas. Tudo é
possível quando as pessoas desejam alimentar sua própria luz
e abrir-se às possibilidades infinitas de Deus.
Uma noite, durante uma sessão, entrei em um transe total, e
meu corpo astral deixou meu corpo físico e viajou para um
lugar que eu gostaria de compartilhar com você. A primeira
coisa com que me deparei foi um edifício incrível, que
parecia feito de mármore. Em seguida, eu me vi sentado no
balcão de um lugar que parecia ser um enorme teatro ou
tribunal. Todos à minha volta se concentravam na situação
que se desenrolava no andar abaixo. Quando olhei nessa
direção, vi homens e mulheres trajados com roupas de várias
épocas. Reconheci um homem sentado a uma mesa de luz,
conversando com outras pessoas. Era idêntico a Benjamin
Franklin. Achei estranho tudo aquilo e me perguntei onde
me encontrava. A resposta surgiu imediatamente: eu estava
em uma reunião de grandes mentes. Isto é tudo de que me
lembro. Quando saí do transe, perguntei aos outros
membros do círculo de meditação o que havia ocorrido. Eles
me olharam, perplexos:
- Você não lembra? — um deles perguntou.
- Não — respondi.
- Apareceu um homem chamado Franklin.
Os participantes então descreveram como esse homem lhes
havia falado sobre as várias injustiças causadas no mundo
pelo extremo egoísmo dos seres humanos.
- Ele disse que faz parte de um grupo de pessoas em espírito
que trabalha junto aos governos de vários países da Terra
para trazer compreensão e conseguir acordos.
Desde então, li sobre visões semelhantes descritas por outros
espiritualistas. Todos esses espíritos trabalham com as
mentes dos líderes políticos da Terra, difundindo ideais de
paz, solidariedade, união e compreensão. Às vezes são bem-
sucedidos, e nosso mundo triunfa com a adoção de políticas
de paz e de justiça. Em outras ocasiões, seus esforços falham.
Tentar atingir mentes dominadas pela ignorância, escuridão,
cobiça e traição com as verdades supremas da luz, do amor e
da justiça é de fato um grande desafio.
No entanto, os seres espirituais nunca desistem e continuam
a trabalhar em prol de toda a raça humana. Apesar de, às
vezes, acharmos que nossas preces não são ouvidas, elas
sempre são. E são respondidas. Depende de nós manter a
porta de nossos corações aberta para que a luz encontre nela
seu caminho.

VII
VOLTANDO À TERRA

À medida que um espírito se desenvolve nos domínios
espirituais, ele se aproxima da grande Luz da compreensão.
Possuído por esta consciência de Deus, um espírito
sintoniza-se com os ritmos harmônicos e as leis divinas do
universo. Mas dentro da alma de cada espírito há um anseio
por alcançar níveis ainda mais elevados de consciência
espiritual. Este crescimento contínuo pode ser desenvolvido
através de inúmeras "lições de alma", e só pode ser praticado
pela livre vontade do espírito. Estas lições de alma são dadas
pelas oportunidades vivenciadas na sala de aula que
chamamos de "Terra".
Dois terços da população mundial acreditam em
reencarnação, o renascimento da força da vida ou da alma
em um novo corpo físico. No hinduísmo c no budismo,
uma alma volta à Terra para saldar seu carma. Uma vez
aperfeiçoada, a alma interrompe seu ciclo de renascimento e
retorna à alma divina.
Tenho certeza de que muitos de nós já tiveram experiências
chamada de déjà vu, isto é, de estar em um lugar
desconhecido que nos parece familiar ou com uma pessoa
de quem nos sentimos instantaneamente próximos ou com
quem sentimos uma afinidade aparentemente inexplicável.
Para que um espírito possa receber a experiência ideal de
crescimento da alma e utilizar sua energia criada por Deus, é
preciso que se prepare para sua viagem de volta à Terra. Para
isso, ele decide o que quer fazer com a energia da Força de
Deus. Também é necessário lembrarmos que não são só as
ações físicas que produzem resultados; as ações mentais —
nossos pensamentos e palavras — também produzem
efeitos. Tudo é energia! Decidimos como queremos usá-la!
Quando um espírito se sente pronto para tornar a vivenciar
uma vida física, há uma progressão natural de etapas para sua
entrada na Terra.


O CONSELHO ETÉREO

Para ajudar uma alma a preparar-se para sua próxima
passagem, há seres altamente evoluídos em espírito que
compõem aquilo que é conhecido como Conselho Etéreo.
Estes seres já completaram as encarnações terrenas e fazem
recomendações para ajudar outros espíritos a desenvolver
seu "plano de vida", que são os objetivos espirituais que uma
alma quer atingir em sua próxima vida. A encarnação é uma
espécie de projeto que contém oportunidades necessárias
para o progresso da alma. Cabe ao espírito decidir os
detalhes exatos do plano. É aqui que entra o livre-arbítrio.
Cada alma é única. O conhecimento e a sabedoria de cada
vida são incorporados à sua memória; por isso, a alma pode
escolher para a próxima vida a ocupação que mais favoreça
seu crescimento. Quando regredi a outras vidas, descobri
que passei muitas delas aperfeiçoando a sensibilidade, a
aptidão e o discernimento para minha comunicação
espiritual. Por isso, não é estranho que eu seja um médium
na vida atual. O mesmo acontece com a maioria das pessoas.
O que estamos fazendo nesta vida provavelmente é algo
que, de algum modo, já fizemos antes.
Qualquer prova ou aflição é apenas um teste para ver se
conseguimos descobrir a solução espiritual. A alma recebe
muitas oportunidades para desenvolver-se e expandir-se
através da superação das adversidades. Crescer nunca é fácil,
e só pode ser feito através da vivência de todos os aspectos
de uma situação e de sua compreensão total.
Quando um espírito olha para as circunstâncias físicas de sua
próxima vida, percebe que algumas são muito difíceis,
porém necessárias para seu crescimento. Um espírito pode
perceber de que modo essas adversidades ajudam seu
crescimento geral, ou como essas experiências irão fazer
brilhar uma nova faceta de sua luz. É por isso que a vida na
Terra pode ser comparada a uma sala de aula. Estamos aqui
para aprender; ao terminar, voltamos para casa.
E a alma que decide a que velocidade deseja avançar. Alguns
espíritos preferem permanecer do outro lado até que se
sintam inteiramente prontos para voltar e enfrentar uma
tarefa difícil em sua jornada na Terra. Outros ficam
entusiasmados e querem lançar-se logo a esse compromisso
espiritual, porque sabem que isto irá acelerar seu cresci-
mento espiritual. O Conselho Etéreo ajuda a planejar todos
os aspectos da vida futura do espírito e garante que as
decisões sejam tomadas com base em necessidades
espirituais.

O CARMA

Estamos todos familiarizados com a expressão: "o que vai
volta". Esta é uma outra maneira de definir a lei universal
conhecida como carma. Colocando de maneira simples,
passamos pela vida plantando sementes ou atirando pedras, e
colheremos os efeitos daquilo que criamos, seja bom ou
ruim.
Como o tempo não existe no universo multidimensional, o
ciclo de causa e efeito pode estender-se ao longo de várias
vidas. A duração do tempo passado na Terra é apenas uma
ilusão, pois, trata-se de uma limitação do corpo físico e do
mundo físico.

Na verdade, uma vida é um período muito curto de tempo
no grande plano do universo.

Assim, o resultado das nossas ações de hoje não acontece
necessariamente na mesma vida ou na mesma existência.
Mas todas as ações embutidas na membrana da alma
permanecerão lá até serem compensadas e o equilíbrio estar
restabelecido.
O carma é, na verdade, uma oportunidade de crescimento
para a alma. Quando a alma aprende que suas ações têm
conseqüências, não terá mais necessidade de criar um carma
difícil no futuro. Assim, quando a alma retornar à Terra,
terá, entre outras coisas, um plano de vida, lições cármicas
armazenadas em sua memória, um corpo escolhido, pais e
parentes, relacionamentos, hora e local de nascimento, uma
posição na vida, e o momento e a forma de sua morte. Tudo
isto reflete o tipo de trabalho espiritual que a alma deseja
realizar.
As pessoas muitas vezes me perguntam: "Por que nos
esquecemos de quem somos e de onde viemos?" Minha
resposta é que isto acontece pela graça divina. Em primeiro
lugar, ao esquecer, ficamos menos saudosos de nossa
existencia celestial. Em segundo, se conhecêssemos todos os
nossos erros e fracassos do passado, poderíamos ficar
obcecados por eles a ponto de não conseguirmos progredir e
realizar o trabalho atual. Esquecer os domínios espirituais
nos permite começar do zero, por assim dizer. Entretanto,
esta informação cármica permanece alojada no átomo-
semente e pode ser liberada à medida que a pessoa vai
tomando mais consciência de si mesma. Nada está perdido,
apenas esquecido. Cada um de nós tem muitas
oportunidades de se lembrar do seu eu verdadeiro.
O momento do nascimento é muito importante para uma
nova alma. Várias forças combinam-se em perfeita
sincronicidade. As energias planetárias, psíquicas, físicas e
espirituais interagem de modo totalmente ritmado. É por
isso que a hora e o local de nascimento são da maior
importância, pois essa combinação astrológica ajuda a
determinar a raça, a família e o status na Terra. Há uma hora
e lugar para todas as coisas. Assim como as ondas que batem
em uma praia, o nascimento, tal como a morte, ocorre em
uma hora perfeita e natural, mesmo os nascimentos que
chamamos de "prematuros". No momento exato, o espírito
encaixa-se perfeitamente em seu novo corpo, viaja através
do canal de nascimento e emerge em um novo mundo. Ele
está pronto para uma vida repleta de infinitas oportunidades
espirituais.

VIVENDO NO MUNDO FÍSICO

À medida que as lembranças do mundo celestial de luz e
alegria lentamente se desvanecem e são substituídas por uma
sensação de peso e frio, a alma recém-chegada sente-se um
pouco confusa ao entrar no mundo físico mais uma vez. Ela
acabou de se afastar de um mundo organizado e acolhedor
para ingressar em um lugar de insegurança e solidão. O
espírito não está mais flutuando em um mundo de cor, luz,
sentimentos e deslumbramento. Ele já não viaja mais à
velocidade do pensamento. Ninguém lê mais sua mente. O
espírito está de novo aprisionado em um mundo onde a
energia é densa, as cores fracas e insípidas, e a única luz
natural emana de um sol.
Embora o espírito que reencarna já seja muito "velho", de
certo modo é também novo em folha. È verdade que traz
consigo um pacote de lições cármicas, mas também tem seus
corpos mental, emocional e físico recém-formados para
vivenciá-las. Em parte, o espírito conta com seus instintos
inferiores para satisfazer suas necessidades físicas. Mas e as
partes emocionais e mentais deste ser? Como se
desenvolverão e se aperfeiçoarão? Equipado com seu plano
de vida espiritual, o espírito deve entrar no mundo da carne
para cumprir seu destino. Deve aprender a amar, a ser
magoado e a crescer. O resto de sua vida na Terra será
moldado por suas relações, sua religião, e pela sociedade em
que vive. A vida completou seu ciclo, e a viagem do espírito
avança mais uma vez através do tempo.

VIII
EXPECTATIVAS

Se você não for verdadeiro com a voz interior ou com a
fonte divina do seu coração, você não será feliz. Quantas
vezes dizemos ou fazemos alguma coisa que não é
inteiramente verdadeira, apenas para sermos apreciados ou
para nos sentirmos próximos de outra pessoa, e logo em
seguida nos arrependemos? Muitos sacrificam seus sonhos
individuais e seus desejos para atender às expectativas dos
outros.
Eu quase fiz isto. O sonho da minha mãe era que um de seus
filhos se tornasse freira ou padre. Decidi atender seu desejo
e ser o padre que minha mãe sempre quis. Por quê? Porque
eu pensava que com isto minha mãe sentiria orgulho de
mim e me amaria ainda mais. Entretanto, após um ano em
um seminário, desisti, percebendo que não tinha a vocação
espiritual necessária para o sacerdócio. Era o desejo da
minha mãe, não o meu. Na época, eu não percebia que o
amor da minha mãe estava sempre presente e sempre
estaria, independentemente do rumo que eu tomasse.
Quando somos crianças, existe um padrão estabelecido: os
filhos devem esforçar-se para conquistar o amor dos pais, e
os pais moldam os filhos para fazer deles o que esperam que
sejam. Para quem foi criado em famílias muito exigentes ou
muito fechadas, o esforço para agradar pode ser
interminável. À medida que as crianças crescem, os desejos
dos pais permanecem em seu subconsciente e tornam-se
parte de sua programação. Na idade adulta, sua auto-estima
pode depender da aceitação dos outros, da mesma maneira
como procuravam agradar os pais para conseguir seu amor.
O que acontece é que estes adultos nunca chegam realmente
a viver para si mesmos.
Uma das situações mais trágicas - e mais comuns - que
encontro em meu trabalho é aquela em que um espírito se
diz arrependido por não ter vivido uma vida satisfatória.
Felizmente, quando entram em um nível mais elevado, os
espíritos que se encontram neste estado reagem
rapidamente ao amor incondicional oferecido pelos seres
espirituais presentes. Esses espíritos começam então a
ganhar uma nova percepção de seus arrependimentos e
aprendem a valorizar a si mesmos, aos objetivos que
alcançaram e ao amor que deram às outras pessoas quando
estavam na Terra. Como seria melhor se tivessem podido
expressar suas verdadeiras naturezas na vida, antes que fosse
tarde demais! Todos nós fomos colocados nesta Terra para
descobrir nosso próprio caminho e nunca seremos felizes se
nos preocuparmos em seguir o caminho que outra pessoa
traçou para nós.
É uma pena que tantas pessoas vivam em função das
expectativas alheias. Durante as sessões que ministro, ouvi
muitos casos de expectativas irreais ou frustradas. São
histórias tristes, porque na maioria das vezes o potencial da
pessoa nunca foi desenvolvido, deixando um enorme
arrependimento pela vida vivida parcialmente. Escolhi uma
delas para ilustrar o que afirmo.
O SONHO DE UM PAI

Adrienne e Paula, duas jovens bonitas c atraentes, vieram
me procurar. Olhando para elas era difícil imaginar que
houvesse algum problema mais sério. No entanto, havia um
profundo sofrimento escondido atrás de seus brilhantes
olhos azuis.
Depois de meia hora de sessão, falei:
- Estou sentindo um frio incrível à minha volta, e uma
imensa sensação de tristeza, como se alguém estivesse
chorando. - As moças me olharam perturbadas, e prossegui:
- Há um homem aqui que parece muito angustiado. Está me
mostrando um carro, acho que é um Impala, me falando
sobre estar em uma garagem. Ele diz que se chama Carl.
Vocês conhecem alguém com este nome?
As duas acenaram com a cabeça e começaram a chorar
baixinho. Paula falou:
- Sim, é o nome de nosso pai. Ele colecionava carros antigos
e foi encontrado dentro de um Impala. Por favor, diga-nos
se ele está bem!
- Sim, é o seu pai — continuei. Ele está muito feliz ao lado
de alguém chamado Frank, que já se encontrava lá havia
muito tempo. Seu pai me diz que sentia saudade de Frank.
Vocês sabem quem ele é?
Foi Adrienne quem respondeu:
- Era o irmão dele que morreu quando ainda eram crianças.
Ouvi um pouco mais, e prossegui:
- Sinto muito, mas preciso dizer que seu pai é uma pessoa
muito triste. Tenho a sensação de que ele trabalhava demais.
Estou vendo caixas e fita adesiva. Isso faz sentido?
Paula confirmou:
- Ele era dono de uma empresa de transportes, e de fato
trabalhava demais, às vezes ficava dias seguidos sem vir em
casa.
Transmiti a mensagem de Carl:
- Ele sabe que não cuidava bem de si mesmo. Seu nível de
exigência era altíssimo, nunca estava satisfeito com o que
fazia. Gostaria de ter sido o melhor pai possível, e se culpa
por não ter conseguido. Está muito preocupado com alguém
chamado Jenny ou Janie.
- É Ginny, nossa mãe, ela está sofrendo muito — Adrienne
informou, e depois, voltando-se na minha direção,
exclamou: — Pai, nós te amamos muito, não se sinta
culpado!
Ficamos todos muito emocionados. Eu prossegui:
- Seu pai continua não sendo justo com ele mesmo. Diz que
devia ter diminuído o ritmo, mas achava que vocês
pensavam que, como chefe de família, ele precisava
trabalhar muito para lhes dar bem-estar. Ele nunca quis que
vocês ou sua mãe trabalhassem.
Paula me interrompeu:
- No entanto, nós lhe pedimos inúmeras vezes que
diminuísse o ritmo, mas ele era teimoso. - Suspirou fundo e
acrescentou: - O grande desastre aconteceu quando a
empresa dele faliu, apesar de toda a sua dedicação. Ele ficou
arrasado, deprimido, se isolava, não dizia nada.
Nesse momento, senti o desespero do pai:
- Ele continua achando que desapontou todo mundo. Seu
pai não se amava, era crítico demais com ele mesmo, fruto
de uma educação severa e exigente. Gostaria de ter sido
menos duro, mais compreensivo e tolerante. Mas pede que
eu lhes diga que está começando a aprender a se aceitar e se
amar.
- Que bom, papai! Nós te amamos muito! — as duas
exclamaram juntas.
- Seu pai está me mostrando um porta-luvas no carro. Vejo
sua mão pegando alguma coisa ali dentro. Vocês sabem o
que é?
As duas disseram que sim, e Paula explicou:
- Era lá que o revólver estava. O revólver com que ele se
matou.
De repente, senti o frio do metal do cano do revólver na
boca. O gatilho foi puxado provocando uma explosão dentro
de minha cabeça. Fiquei atordoado e tive que permanecer
quieto por alguns minutos até poder continuar a sessão.
- Seu pai quer que eu lhes diga que ele está bem agora.
Dayse se encontra ao seu lado e fez uma torta de maçã para
ele.
- Dayse é a mãe dele - Paula explicou. - Sempre que
estávamos doentes ou que alguém ficava triste, ela fazia torta
de maçã, que era sua especialidade, e isso nos consolava.
As duas deixaram a sessão, reconfortadas. Alguns meses
depois, Adrienne me ligou para contar um sonho que tivera.
Ela, a irmã e a mãe andavam com o pai por um lindo campo
florido, e ele levou-as para ver uma bela casa que tinha
construído. Carl lhes disse que a casa representava o amor
que ele desenvolvera por si mesmo. Estava se tratando com
tolerância e compaixão, e sentia-se em paz.

IX
CULPA

Freqüentemente, ouço as pessoas dizerem que "um pouco
de culpa faz bem à alma", mas não concordo. Não estou
falando sobre o remorso genuíno em relação a um erro que
podemos remediar; refiro-me ao tipo de culpa autopunitiva
que é acompanhada por sentimentos de baixa auto-estima e
inadequação.
Muitas vezes nos sentimos culpados devido a algum tipo de
expectativa auto-imposta sobre como deveríamos ser. Então
mentimos, porque temos medo de ser punidos se dissermos
a verdade. Mais tarde, nos arrependemos e sentimos culpa
por termos mentido ou cometido tais erros. No íntimo,
achamos que pecamos e que devemos ser punidos.
Qualquer forma de auto-condenação é prejudicial à alma. A
culpa não só cria desarmonia nos corpos espiritual e
emocional como também está relacionada a muitos dos
problemas de saúde de que sofremos.

O TIRO

Certa noite de sábado, uma semana antes do Natal, um
jovem casal que participara de várias de minhas
demonstrações públicas me convidou à sua casa, onde havia
um grupo de quatro mulheres e dois homens. Cada um dos
convidados mostrou-se disposto a abrir seu coração para
expor o sofrimento e a tristeza que sentia. Expliquei como
trabalhava e comecei com minha oração. Na primeira parte
da sessão, fiz a leitura para três pessoas. A comunicação
incluía uma série de detalhes absolutamente reais, que foram
confirmados pelos participantes. Percebi que a maioria
pareceu bastante satisfeita, exceto um único homem
chamado Rob.
Durante um intervalo, enquanto saía da sala, escutei Rob
dizer:
- Ele deve estar inventando tudo isso. Algumas coisas são
muito gerais, e podem se aplicar a qualquer pessoa.
Quinze minutos depois, quando iniciei a sessão com uma
oração, fui quase instantaneamente direcionado para Rob.
- Posso me dirigir a você? - perguntei.
Com um sorriso cético, Rob concordou:
- Claro, vá em frente.
Imediatamente, tive a sensação de que havia um homem ao
lado dele. A medida que me concentrava, comecei a ver o
homem com clareza. Tinha cabelos castanho-claros, olhos
verdes e um sorriso encantador. Suas mãos estavam sobre os
ombros de Rob. Perguntei:
- Você conhece a escola de St. Lucy, em Akron?
Rob ficou pálido. Olhou para os outros, sem acreditar no que
ouvia, esperando que dissessem alguma coisa para
tranqüilizá-lo. Depois, olhou para mim:
- Conheço, eu estudei lá antes que meu pai fosse transferido.
— Começou a tremer e a gaguejar: - Quem está aí? Quem
está falando com você? - A arrogância de Rob começava a
desmoronar.
Continuei com minhas impressões:
- Tenho aqui um homem que afirma conhecê-lo. Ele diz que
viveu em Akron e está falando de uma arma.
Rob indagou:
- É o meu avô? Ele viveu lá. - O nervosismo transparecia
claramente em sua fala. — Meu avô tinha uma arma. Era
uma espingarda. Ele costumava me ensinar a usá-la.
Eu sabia, através das vibrações, que o espírito atrás de Rob
não era o seu avô. Enviei uma mensagem mental ao espírito
e pedi que se identificasse. Rob se remexia na cadeira e sua
aflição parecia se espalhar pela sala. Todos estavam ansiosos
para saber quem era aquele convidado misterioso.
- É alguém que você não via há anos. Ele está me dizendo
que você se lembraria dele através de algo ou alguém
chamado Spike.
Os olhos de Rob se arregalaram. Ele não conseguia parar de
tremer.
- Deus do céu... Deus do céu, não pode ser... Não pode ser.
Danny? Danny, é você? - Subitamente, lágrimas começaram
a correr por seu rosto. - Spike era a bicicleta de Danny. Ele
chamava sua bicicleta de Spike.
- Ele está dizendo que morava na sua rua.
- Sim, eu sei. É Danny Timmons. Crescemos juntos. - Então,
em estado de choque, levantou-se e apontou para mim,
gritando: - Quem é você? Que piada cruel é esta? Alguém
lhe contou. Alguém deve ter contado.
Esperei vários minutos até que se aquietasse. Rob afundou
na cadeira e escondeu o rosto com as mãos. Lembrei-lhe
que ninguém na sala sabia daquela informação e garanti-lhe
que eu fazia meu trabalho com a maior seriedade. Minhas
palavras o confortaram um pouco e o ajudaram a confiar em
mim.
- Danny está mostrando uma arma. É a mesma arma que eu
vi antes. Você compreende isso?
- Sim... sim, compreendo - Rob respondeu em voz baixa.
Depois, levantando a voz, disse: - Tenho uma mensagem
para o Danny. Diga-lhe que sinto muito, realmente sinto
muito. Estive tentando toda a minha vida compensar o que
fiz com você, Danny. Por favor, me perdoe. Eu passo no
cemitério sempre que visito a cidade. Ele fica bem na frente
da escola de St. Lucy onde estudamos. Gostaria que não
tivesse acontecido nada. Eu me puno todos os dias pelo que
aconteceu.
- Danny sabe que foi sem querer. Ele quer agradecer por
todos os seus pensamentos amorosos e pelo trabalho que fez
em seu nome. Ele está dizendo para você deixar a culpa de
lado. Ele quer que você viva plenamente. Quer que você
seja feliz.
Depois disso, ficamos sabendo que Rob e Danny haviam
sido vizinhos e amigos. Certo dia, Rob sugeriu que
brincassem de índios e caubóis, e pegou a arma do avô.
Enquanto brincavam, a arma disparou acidentalmente e o
tiro atingiu o peito de Danny, matando-o. É desnecessário
dizer que a vida de Rob nunca mais foi a mesma. Desde os
oito anos, ele carregava a culpa da morte de Danny. Ele
nunca conseguira se livrar das imagens e sentimentos que
ela despertava. Trabalhando como cirurgião, Rob passava 14
horas por dia salvando a vida das pessoas. A culpa podia ter
beneficiado os outros, mas chegara o momento de Rob
finalmente livrar-se dela.
Como essa história mostra, o terrível fardo da culpa por
acontecimentos que não podemos mudar é capaz de destruir
vidas e tornar-se um grande peso na nossa jornada espiritual.
Quando carregamos o fardo da culpa, ficamos presos ao
passado. O passado acabou e não há nada que possamos fazer
para trazê-lo de volta. Uma das grandes verdades espirituais
que aprendi nesses muitos anos é que nosso poder pessoal
existe apenas no aqui e agora.
A melhor maneira de se livrar da culpa é perdoar a si mesmo
e aos outros, e lembrar-se que, como seres espirituais,
estamos numa jornada eterna. Vivemos aqui para aprender e
crescer a partir de todas as nossas experiências.

X
MEDO

Assim como o amor é a grande força unificadora, o medo é a
grande força divisora. Nossa identidade é desenvolvida e
formada pelas pessoas que nos cercam e pelo ambiente em
que vivemos. O que acontece é que, à medida que
crescemos, deixamos que os julgamentos e crenças dos
outros ditem a nossa identidade. Gradualmente, se caímos
nessa armadilha e nos esquecemos de quem somos verdadei-
ramente - da nossa dimensão divina -, sentimos medo.
O medo é uma criação enganosa das nossas mentes. Não é
real. Não há dúvida de que existem coisas muito reais a
serem temidas no mundo, mas não estou falando do medo
que acompanha os instintos básicos de sobrevivência.
Refiro-me aos medos emocionais que surgem de impressões
e ilusões falsas. Fomos tão condicionados por eventos
ameaçadores e pela violência, que passamos a acreditar que o
mundo é um lugar assustador. Crescemos com medo de
coisas ou de pessoas que achamos que querem nos agredir.
Tentamos viver de acordo com os padrões de outras pessoas
e nos transformamos em algo que não somos.
Essencialmente, não somos fiéis a nós mesmos.
Quando nossas mentes são envolvidas pelo medo, muitas
vezes este medo é sentido fisicamente. O corpo físico fica
tenso à medida que revivemos mentalmente uma situação
assustadora, e o medo cresce cada vez mais. Então, a nossa
energia enfraquece. Às vezes, ficamos literalmente
paralisados e tememos o futuro.
Quando o medo entra na vida de uma pessoa, ele esconde a
luz da alma. Qualquer raio de luz que possa estar tentando
aliviar o medo não consegue passar. Quando sucumbimos
aos nossos medos, eles inevitavelmente tomam conta das
nossas vidas e nos impedem de assumir riscos e de fazer as
coisas que desejamos.
Então, como vencer e controlar o medo? Em primeiro lugar,
pensando positivamente e usando a lei universal da
afinidade: "semelhante atrai semelhante". Sempre que um
pensamento negativo ou assustador surge na minha mente,
repito a afirmação que faz parte da oração com que
geralmente inicio um workshop: "Eu sou saudável, eu sou
sagrado, eu sou feliz." Deixo que ela penetre no meu
subconsciente. Como já disse muitas vezes, nossos
pensamentos criam nosso destino. Substituindo um
pensamento negativo por um pensamento positivo,
começamos a atrair tranqüilidade e confiança em vez de
medo e incerteza. Em segundo lugar, podemos controlar o
medo usando de forma construtiva a lei de causa e efeito.
Caso queiramos o bem em nossa vida, precisamos ser
amorosos e generosos nas situações que encontrarmos. Você
não pode esperar a paz e o contentamento se estiver criando
miséria para os outros. Em último lugar, se desejamos
felicidade e alegria, não podemos buscar a verdade no mun-
do externo. Quando tivermos consciência de nossa origem
divina, saberemos que viemos do amor e sentiremos esse
amor dentro de nós.

Lembre-se de que Deus sempre diz sim; somos nós que
dizemos não.

O relato seguinte mostra como os pensamentos causados
pelo medo incapacitam as pessoas.


A CÓLERA DIVINA

Escolhi a sessão seguinte porque reflete uma situação
extremamente comum: quando a ignorância, o preconceito
e o medo separam membros da família e geram vergonha,
amargura e culpa.
Ao chegarem para a consulta, Joe e Carrie, irmão e irmã, me
disseram que não acreditavam em médiuns, mas que se
sentiram compelidos a me procurar depois de numerosos
sonhos sobre um irmão que já havia morrido. Ficamos
sentados durante alguns minutos conversando, até que
subitamente tomei consciência de que um jovem falava
comigo.
- Há alguém aqui. Ele parece ter uns 20 anos. Seu cabelo é
castanho e está ficando ralo. Tenho a impressão de que ele
estava preocupado em perdê-lo. Isso faz sentido?
Carrie ficou muda de espanto. Joe respondeu:
- Sim, senhor, faz, sim.
- Ele quer que eu diga que despertou com uma bela
cabeleira.
- Ele perdeu todo o cabelo antes de morrer - murmurou
Carrie.
Olhei para Joe e disse:
- Joe, seu irmão está feliz de vê-lo aqui. Ele nunca esperou
que você viesse, mas quer que saiba que realmente aprecia o
fato de você ter vindo e que o ama.
Joe ficou vermelho e começou a chorar.
- Quem é Tommy? - perguntei.
- É o nome dele - respondeu Joe.
- Tommy quer que você saiba que ele está ótimo. Está me
mostrando uma Bíblia. Ele fica empurrando a Bíblia para
mim. Por quê?
- Bem, a nossa mãe é evangélica e lê a Bíblia o tempo todo -
a voz de Carrie se embargou. - Ela disse que Tommy iria
para o inferno por causa de seu estilo de vida.
Depois de alguns momentos, Carrie perguntou
humildemente:
- Meu irmão está no inferno?
Fiquei sem ter o que dizer, impressionado mais uma vez
com a maneira como as pessoas impõem seu medo aos
outros. Depois de alguns minutos, transmiti a mensagem do
irmão:
- Tommy quer que vocês saibam que ele deve estar no céu,
porque nunca viu um lugar tão lindo e cheio de amor.
Hum... ele diz que o inferno está na Terra.
Joe concordou.
- Seu irmão está me dizendo que teve muito medo antes de
morrer, porque uma parte dele ainda acreditava na sua mãe e
nas suas convicções religiosas. Ele estava passando por um
grande distúrbio emocional. Tommy morreu de AIDS?
Os dois responderam que sim.
- Ele disse que acreditava na sua mãe quando ela dizia que a
sua doença era uma punição divina por ele ser homossexual.
Acho que seu irmão não possuía muita auto-estima e
autoconfiança.
- Tommy era uma boa pessoa - replicou Carrie. - Mas
sempre achou que havia algo de errado com ele, devido ao
que nossa mãe pensava.
- A sexualidade não tem nada a ver com a quantidade de
amor e generosidade que uma pessoa possui no coração. Por
favor, tentem compreender isso. Ser homossexual não é
errado. Deus só conhece o amor. Só os humanos
estabelecem, condições para amar, e não Deus.
Continuei a expressar os pensamentos do seu irmão:
- Tommy está me dizendo que ele se ama agora mais do que
nunca.
- Você pode, por favor, dizer a ele que sinto muito por não
ter ido visitá-lo? - Joe replicou. - Fiquei afastado dele durante
cinco anos. Eu quase o abandonei quando descobri que ele
era gay. Tive medo de pegar AIDS também, se ficasse perto
dele. Fui estúpido. - Joe começou a chorar.
Experimentei em mim toda a raiva e irritação reprimidas que
Joe sentia por si mesmo. Disse-lhe para não ser tão duro
com ele mesmo. Enquanto eu falava com Joe, Tommy me
interrompeu.
- Joe, você compreende o que ele quer dizer com
encruzilhada?
- Sim. E um grupo de voluntários para ajudar as vítimas de
AIDS do qual estou participando. Comecei depois da morte
de Tommy.
Fiquei surpreso com a mudança de Joe.
- Tommy está sorrindo porque está muito orgulhoso de
você. Você tocou o seu coração. Não só demonstrou seu
amor por ele como também a sua aceitação e vontade de
aprender.
Carrie agarrou a mão de Joe.
- Tommy sabe que eu estive rezando por ele? - perguntou.
- Sim. Ele está dizendo que tentou agradecer-lhe num
sonho, mas você não compreendeu. No sonho havia um
pássaro.
- É, tem razão. Eu sonhei três noites atrás com uma pomba
branca que me seguia por toda parte. Tive a sensação de que
poderia ser Tommy - respondeu Carrie.
- Seu irmão está pedindo que você diga à sua mãe que ele
está no céu com Wendy - continuei.
- Wendy era uma grande amiga da minha mãe. Que
surpresa! - exclamou Carrie.
- Tommy disse que é muito mais fácil compreender a vida
agora porque ele vê as coisas de uma maneira mais ampla do
que via na Terra.
Deixei que Joe e Carrie soubessem como seu irmão os amava
e como estaria mais próximo deles. Antes que eu concluísse
a comunicação, Joe pediu:
- Você pode, por favor, dizer a ele que o amamos e que
sentimos sua falta?
Escutei a resposta de Tommy:
- Ele sabe e diz que sempre os amará. Ele quer que eu diga
que vocês estarão todos juntos novamente algum dia no céu,
um lugar onde o amor nunca morre.
Muitos dos espíritos que se comunicaram comigo tinham
uma imagem assustadora do processo de morte. No caso de
Tommy, seu medo foi causado pela crença de sua mãe num
Deus irado e vingativo. Em todas as minhas experiências,
nenhum espírito disse que Deus estava esperando do outro
lado para puni-lo por seus atos terrenos. Muitas vezes, nas
minhas demonstrações, afirmo: "Para saber se devem
acreditar em alguma coisa, certifiquem-se de que ela se
baseia no amor e no respeito." Há um número excessivo de
pessoas infelizes que vivem com medo do inferno, do fogo e
da condenação.
Quando o medo tem um efeito paralisante sobre nossas
vidas, torna-se impossível realizar nossos sonhos e
concretizar nosso potencial. Nesses casos, existem no plano
espiritual muitos médicos, professores e profissionais da área
da saúde que desejam ajudar os outros a eliminar sua dor. O
amor de Deus vem para todas as pessoas deste planeta. Nós
só precisamos pedir ajuda, pois existem sempre pessoas
prontas a nos encorajar, para que sejamos capazes de superar
nossos medos e viver de maneira plena e produtiva.


XI
PERDÃO

Na minha infância, minha mãe costumava colocar curativos
nos meus machucados e retirava-os religiosamente dois dias
depois. Nunca compreendi por que ela fazia isso, já que as
feridas não estavam completamente curadas. Quando
perguntei sobre o assunto, ela respondeu:
- É preciso expor a ferida ao ar para que ela feche mais
rápido.
O mesmo acontece com nossas feridas emocionais, que
precisam de um pouco de exposição para começar o
processo de cura.
Quando alguém diz ou faz algo que nos magoa, tendemos a
nos apegar à ferida e a guardar ressentimentos em relação
àquela pessoa. Do ponto de vista da energia psíquica, isto é
um erro. Carregar uma ferida emocional estimula e alimenta
emoções e pensamentos negativos relacionados com essa
ferida, e a dor contagia nosso espaço. Como já disse várias
vezes, semelhante atrai semelhante. Portanto, atrairemos
elementos igualmente negativos. Quanto antes nos per-
mitirmos vivenciar os sentimentos de raiva e frustração,
mais cedo poderemos nos desapegar da dor. E com esse
desapego vem o verdadeiro passo na direção da cura: o
perdão.
O que cria o poder de curar a si mesmo? O que dá a uma
pessoa a coragem de perdoar? Dois ingredientes são
fundamentais: a compreensão espiritual conquistada através
do processo constante de autoconhecimento e a prática
persistente do desapego. Pessoas capazes de compaixão
aprendem as lições do perdão. Elas percebem que o apego à
mágoa faz com que o sofrimento se repita indefinidamente.
O perdão traz a cura para a pessoa e ajuda a difundir esta
consciência para toda a humanidade.

Eu PERDÔO A SENHORA

Este fato é um dos mais doces exemplos de perdão que já vi.
Ele aconteceu de maneira inesperada, já que o espírito não
tinha qualquer parentesco com alguém na sala. Ele serve
para mostrar que, quando a necessidade é muito intensa, o
mundo espiritual pode abrir-se para nós.
Eu estava conduzindo uma demonstração diante de um
grupo de 500 pessoas que haviam esperado numa fila
durante duas horas antes da abertura das portas, para
conseguir um bom lugar. Durante minha apresentação, um
espírito subitamente apareceu no fundo da sala e começou a
flutuar pela fileira central. Enquanto se aproximava, vi que
era uma linda garotinha, num vestido amarelo, pulando
corda. Seu cabelo louro e brilhante estava preso em duas
longas tranças. Parou diante de mim e pude perceber que ela
tinha uma missão. Eu a descrevi para a platéia e perguntei:
- Alguém reconhece esta garotinha?
Ninguém levantou a mão durante cerca de três minutos.
Enviei uma mensagem mental para a garota, pedindo algo
mais forte para prosseguir. Ela me respondeu com um
pensamento:
- Quero falar com a senhora que me viu brincando. Ela
estava indo para casa.
Repeti o que ela dissera, e ainda estava procurando alguém
na audiência quando a garotinha enviou uma mensagem alta
e clara:
- A senhora dirige um carro branco.
Uma mulher se levantou na quarta fileira à minha esquerda.
Parecia um pouco insegura. Perguntei:
- A senhora sabe quem é esta garota?
- Sim, acho que sei - replicou. E prosseguiu tristemente: -
Sim, eu sei quem é ela. Eu a atropelei há três anos e ela
morreu.
Um sussurro de espanto atravessou a audiência. Ninguém
esperava ouvir algo assim. A mulher começou a chorar,
enquanto continuava sua história:
- Eu estava voltando do trabalho. Fiz uma curva e ela
apareceu no meio da rua pulando corda diante do meu carro.
Só vi a menina quando já era tarde demais. Não tive tempo
de parar.
Passei a travar um diálogo com a mulher, baseado nos
pensamentos e impressões que recebia da garotinha:
Ela está me mostrando um bichinho de pelúcia. É um
carneirinho. Está dando a entender que a senhora deu esse
bichinho para ela. Isso faz sentido?
- Sim. Eu deixei um carneirinho no seu túmulo. Eu vou
visitá-la muitas vezes. Não sei mais o que fazer.
- Esta garotinha está mostrando dois meninos de cinco ou
seis anos perto da senhora. Ela diz que um se chama Freddie
e que gosta de um jogo com macacos.
- É o meu neto. Oh, meu Deus, Freddie e Bryan, meus netos
de seis e sete anos. Eu fiquei tomando conta deles esta tarde,
e Freddie ficou o tempo todo brincando com o Barril de
Macacos. Incrível! - A senhora estava perplexa.
- A garotinha está olhando para a senhora. Ela diz que a
perdoou. Pode entender isso?
A mulher ficou um pouco desconcertada com esta
afirmação.
- Ela veio aqui dizer que a perdoa, mas que a senhora precisa
perdoar a si mesma. Ela quer que saiba que ela ainda está
viva, entendeu?
A mulher sacudiu a cabeça, confusa, e olhou para o chão.
- Ela diz que a senhora precisa ser feliz por causa de Freddie.
A garotinha gosta dele e quer que a senhora seja uma boa
avó para ele. Ela está dizendo: "Ele quer uma avó feliz."
Subitamente, recebi uma impressão muito forte e não soube
ao certo se era da garotinha ou do meu guia.
- Freddie vai ficar bem, assim como o irmão dele. Não se
preocupe. A garotinha também está bem. A senhora precisa
se cuidar e perdoar a si mesma, e a sua vida vai ficar muito
mais fácil. Pode compreender isso?
- Sim. É impressionante. Esta manhã eu fui à igreja e pedi
um sinal de que tudo ficaria bem. Eu não sei como
agradecer.
- Esta garotinha veio de longe para ajudá-la a perdoar e amar
a si mesma. Faça isso, e esta será a melhor forma de me
agradecer.
Pude perceber uma mudança ocorrendo naquela mulher.
Havia definitivamente um sensação de leveza substituindo o
exterior frio e sombrio de alguns minutos atrás. Depois de
tanta expressão de perdão e amor, o resto da noite fluiu
maravilhosamente. Todos deixaram o prédio sentindo-se
imensamente confortados e encorajados.
Acredito que o perdão deve ser um ato gratuito,
incondicional e oferecido sem expectativa de resultado.
Quando verdadeiramente perdoamos o outro, estamos
usando os aspectos mais elevados da alma para expor a ferida
e deixar que ela seja aliviada com a plenitude do amor. O
perdão liberta o coração e nos leva da posição de vítimas
para a de alguém no comando do próprio ser. Ele nos ajuda a
realizar nossa verdadeira individualidade.

XII
AMOR

O que é o amor? É um instinto natural com que nascemos? É
um comportamento que precisamos aprender? É um
sentimento capturado no olhar de um amante? Ou é, talvez,
algo que teremos que lutar durante várias vidas para
conquistar?
Pessoalmente, acredito que o amor c tudo. Acredito que ele
seja a luz da Força Divina da qual fazemos parte. Quanto
mais clara é a nossa luz, mais forte é a consciência desta
parte da nossa natureza. Nascemos com este senso da nossa
luz e podemos aumentá-la ou escondê-la de nós mesmos e
do resto do mundo. Alguns perdem a luz de vista e passam o
resto da vida buscando substitutos pobres para o amor.
Drogas, sexo e violência são alguns deles.
Quando começamos a reconhecer a luz do amor dentro de
nós, é mais fácil vê-la dentro dos outros. Quando duas
pessoas estão "apaixonadas", elas vêem essa luz uma na
outra. O mundo externo diminui de importância, porque
estão no seu mundo particular do amor e sentem o
esplendor e a felicidade que o amor oferece.
Quando você começa a viver a partir da luz interior da sua
alma - o centro mais profundo do amor —, realmente passa
a viver como um ser espiritual. Tal como uma pessoa
apaixonada, você experimenta um relacionamento com seu
próprio coração. Sempre que temos um pensamento
generoso, dizemos uma palavra gentil ou somos úteis a
alguém, estamos vivendo o princípio divino do amor, e o
centro amoroso se expande. Começamos a ver o mundo
com olhos amorosos e sentimos beleza e alegria em todas as
coisas. Em essência, experimentamos o paraíso na Terra.
Foi difícil descobrir entre as minhas muitas sessões as que
lidavam com o amor. Como poderia limitar o amor a um
tipo específico? Pois o amor não tem limitações, e nenhum
amor é mais importante do que outro. Seria o amor da mãe
pelo filho, do marido pela esposa, ou até mesmo o amor de
um bicho de estimação pelo seu dono? A escolha era difícil.


As sessões que selecionei revelaram atos de amor vividos
por pessoas comuns. Cada um mostra o amor no seu nível
mais elevado - a disposição de sacrificar-se ou de dar a
própria vida pelo outro -, um amor que tem o poder de curar
ou transformar a pessoa a quem se dedica, caso ela possa
aceitá-lo. Espero que, ao lê-las, a sua luz seja enriquecida. À
medida que cada um de nós alimenta o amor em nossas
vidas, somos capazes de transmiti-lo para as vidas que
tocamos.


UM ANJO SALVOU MINHA VIDA

Ninguém pode fazer um filme ou escrever um romance
mais dramático ou comovente do que uma vida humana
comum. Ela percorre tantos caminhos sinuosos e envolve
uma tal profundidade e complexidade de emoções, que fica
difícil registrar. A história seguinte demonstra isso
perfeitamente; ela apresenta a pureza do amor e o respeito
pela vida. Neste caso, a morte uniu duas pessoas que tinham
sido praticamente estranhas à vida toda.
Aconteceu numa sessão que conduzi em Los Angeles para
um simpático grupo de oito. Geralmente, quando faço uma
sessão para várias pessoas, há uma leitura particular que se
destaca. Acho que esta leitura especial é o motivo principal
do encontro. Muitas vezes, um espírito tem uma
necessidade tão grande de transmitir uma mensagem para
um ser vivo, que se esforça ao máximo para criar uma
situação em que possa dar-se a conhecer.
Depois de fazer leituras para quatro das oito pessoas
presentes, estava pronto para uma pausa. Contudo, senti-me
compelido a completar mais uma leitura. Olhei para um
jovem que estava sentado no extremo do sofá. Seu nome era
Andrew. Tinha cerca de 22 anos, seu cabelo era castanho-
claro e estava vestindo uma camisa xadrez. Parecia muito
silencioso e senti que não viera à sessão por vontade própria.
Mais tarde fiquei sabendo que meu palpite estava certo:
Andrew estava presente devido à insistência de um amigo.
Quando me aproximei, Andrew deixou claro que queria falar
com a avó que o criara. Concentrei-me intensamente, mas
fui incapaz de receber qualquer vibração da sua avó. Em vez
disso, chegou alguém inesperado.
- Você sabe alguma coisa sobre Chicago? — perguntei.
- Sim, eu nasci e morei lá quando era muito jovem.
- Hum... Você estudou lá?
- Sim, por pouco tempo. Por quê? - perguntou Andrew.
- Estou recebendo a impressão de uma escola de Chicago e
vejo um garoto. Quem é Ziggy? É um nome muito estranho,
mas é o que estou ouvindo. Você compreende?
- Ziggy? Eu não conheço nenhum Ziggy - respondeu
Andrew.
- Agora, não. Em Chicago, há muito tempo — disse eu.
- Não, acho que não.
Andrew hesitou durante um momento. Eu quase podia
ouvir seus neurônios latejando enquanto ele tentava
recordar uma pessoa chamada Ziggy. Depois de alguns
minutos, como ele ainda não fazia idéia, retomei a leitura.
- Espere um minuto! - gritou Andrew, me interrompendo
no meio de uma frase. - Eu conhecia alguém... é, era o
Ziggs, que nós chamávamos de Ziggy por causa de uma
música que tocava na época. Fomos amigos quando garotos.
Tinha dois outros caras: um era Mike Barras e o outro... não
consigo me lembrar do nome.
- Wyland? - interrompi, com um pensamento recém-
recebido.
Andrew ficou pálido e a resposta "sim" caiu dos seus lábios.
Seus olhos se arregalaram:
- Como você sabia disso?
- Há um homem na sua frente que diz que conheceu você
naquela época. Ele diz que conheceu você, Ziggy e Wyland.
Andrew ficou visivelmente abalado com minha observação.
Sacudiu a cabeça, sem acreditar:
- Quem é? Quem é esse sujeito? Eu o conheço?
Enviei uma mensagem mental para o espírito, pedindo que
ele fornecesse mais alguns detalhes identificadores. Depois
de alguns segundos, recebi alguns pensamentos e os
transmiti para Andrew:
- O homem que está aqui me dá a impressão de ser algum
tipo de anjo da guarda seu. Ele está preocupado com seu
bem-estar. Está me mostrando as mãos; vejo calos. Era um
trabalhador manual, porque agora está me mostrando
ferramentas. Ele diz que você o conhece pelo nome de
Shorty.
Andrew, mais uma vez, se esforçou para recordar o nome.
Continuei com as impressões que estava recebendo:
- Este homem, Shorty, fez a passagem devido a um
problema cardíaco. Mas ele também está me mostrando
fumaça. Como um incêndio.
Andrew soltou um berro. Aparentemente, eu tinha dito a
palavra secreta!
- Oh, meu Deus! - Os olhos de Andrew se encheram de
lágrimas. — Não acredito. Como ele... Shorty? Shorty do
colégio! - ele gritou.
- Sim, aquele colégio de Chicago.
Andrew teve um sobressalto, escondeu o rosto com as mãos
e começou a chorar.
Todos ao seu redor tentaram consolá-lo, mas ele continuou
perturbado por mais cinco minutos. Quando se recompôs,
levantou a cabeça e começou a falar:
- Shorty era o zelador da minha escola primária. Certo dia,
houve uma explosão na caldeira, e Ziggy, Wyland e eu
ficamos presos no porão. Tudo estava pegando fogo.
Gritávamos feito loucos porque achávamos que íamos
morrer. Então, olhamos para cima e vimos Shorty vindo
pela fumaça. Ele nos tirou de lá! Se não fosse por Shorty, eu
não estaria aqui agora. Aquele homem salvou a minha vida!
Um "uau!" coletivo soou na sala inteira.
- Ele arriscou sua vida por mim! Devo tudo a ele. Obrigado,
Shorty. Amo você, cara - exclamou Andrew, enquanto
olhava para cima.
Então, ele se voltou para mim:
- Mas por que ele está aqui?
Tive que dar uma pequena explicação sobre o mundo
espiritual.
- Quando estava na Terra, Shorty teve uma vida muito
semelhante à que leva atualmente. Ele está aqui para
protegê-lo e para ajudá-lo a não cometer os mesmos erros
que ele, porque se preocupa com seu bem-estar. Afirma que
uma das coisas positivas que fez na vida foi salvar você e
seus amigos; ele deseja que esse ato de generosidade con-
tinue de algum modo. Por isso, ele ficou por perto para
protegê-lo. Ele está me dizendo que estava com você em
Springfield. Você compreende Springfield? - perguntei.
Andrew levantou-se num salto.
— Sim... entendo. Entendo agora, pode acreditar!
Escutei, enquanto Shorty me contava algumas coisas
incríveis sobre a vida de Andrew. Mas as informações que
ele me passou teriam constrangido o jovem diante do grupo.
— Gostaria de falar com você no final do encontro para
passar as últimas informações que Shorty está transmitindo.
É muito pessoal.
Mais tarde, Andrew e eu nos sentamos em outra sala da casa
e terminei de transmitir a mensagem de Shorty:
- Shorty está muito preocupado com você. Ele falou sobre
drogas, me disse que você estava na penitenciária de
Springfield, que era uma situação que poderia ter sido
evitada.
- É, eu estava vendendo drogas e fui pego — admitiu
Andrew.
— Seu amigo Shorty veio aqui esta noite para ajudá-lo. Ele
disse que você precisa procurar ajuda e que só você pode se
ajudar.
- Merda! Como é que ele sabe disso? Ninguém sabe disso!
— Ele disse que você precisa parar ou vai ser o seu fim. Ele
quer que você escute isso muito bem! — falei com firmeza.
Então, olhei Andrew nos olhos:
- Você compreende?
Andrew começou a chorar como uma criança. Envolvi seus
ombros com um braço e discutimos, juntos, o seu problema.
Eu não sei se foram as informações comprovadoras ou a
preocupação amorosa do seu anjo da guarda, Shorty, mas
aquela noite mudou a vida de Andrew para sempre. Ele
decidiu que assumiria a responsabilidade pela sua vida e que
procuraria o aconselhamento e reabilitação necessários para
livrar-se do vício. Juntos, agradecemos a Shorty por voltar e
salvar Andrew mais uma vez da porta da morte.
Essa sessão aconteceu há cinco anos. Atualmente, Andrew
dá palestras para grupos nos Narcóticos Anônimos. Ele
ajudou a salvar a vida de muitos outros e tornou-se um anjo
vivo aqui na Terra.

VOCÊ DEU A SUA VIDA PARA QUE EU PUDESSE
VIVER

Há alguns anos, concordei em aparecer num show de
televisão chamado Paranormal Borderline (Fronteira
Paranormal). Os produtores analisaram centenas de cartas
solicitando leituras e finalmente selecionaram a que
consideraram mais digna de desenvolvimento. Foi assim que
Tom e Michelle Okins chegaram à minha sala de estar, junto
com um bando de técnicos para instalar o equipamento.
Tom me contou que havia perdido sua mãe aos cinco anos
de idade. Desde então, estivera isolado da sua família e
aprisionado numa longa luta contra drogas e álcool. Realizou
várias tentativas fracassadas de suicídio. Aos 30 anos, Tom
achava que estava faltando uma parte fundamental da sua
vida e que eu era a última esperança possível de recuperá-la.
Finalmente, a iluminação e o som foram preparados, e as
câmeras estavam prontas para filmar. Orientei o casal a se
concentrar em mim, enquanto eu relaxava e abria minha
energia ao mundo espiritual. Logo os dois mundos se
fundiram e os pensamentos de um espírito começaram a
penetrar na minha mente.
- Há uma senhora aqui que é muito expansiva. Ela não quer
deixar ninguém ficar no seu caminho. É muito
independente e, em alguns aspectos, Tom, você parece com
ela; quero dizer, em termos de personalidade.
Pude perceber que Tom estava atento a tudo o que eu dizia.
Ele esperava que eu pudesse revelar alguma coisa, qualquer
coisa, que confirmasse que estava falando com sua mãe.
Prossegui:
- Você sabe se sua mãe tinha ligações com Oklahoma? -
perguntei.
- Sim, foi de lá que ela veio. Todos nós vivíamos lá. - Os
olhos de Tom se arregalaram, cheios de expectativa.
- Esta senhora diante de mim está falando sobre o seu
relógio, Michelle. Ela está me dizendo que ele quebrou; está
falando algo sobre três da tarde.
- Oh, meu Deus! Sim, está certo! Hoje mesmo no hotel. O
meu relógio parou por volta das três horas. Olhe!
Michelle mostrou o relógio quebrado no seu pulso. Ele
marcava três e quinze.
O casal se entreolhou e apertaram as mãos um do outro.
Fui bastante cuidadoso com a mensagem prestes a ser
revelada. Eu sabia que Tom e Michelle se preparavam para
testemunhar a realização de um sonho.
- Tom, acho que a senhora junto de você é a sua mãe. Ela
está muito feliz em falar com você.
Tom inclinou a cabeça, agradecido.
- Ela está tão feliz de estar aqui que mal consegue se conter.
Michelle, ela quer agradecer a você por tomar conta do seu
filho. Ela está dizendo que você o salvou e que está em
dívida com você.
Então me voltei para Tom e perguntei:
- Quem trabalha num banco?
- Eu trabalho - declarou Michelle.
- Esta senhora está me dizendo que você não vai ficar lá por
muito mais tempo.
- Isso é tão engraçado - respondeu Michelle. - Eu estava
pensando em conseguir um emprego diferente. Quero ser
professora.
- Bem, de acordo com esta senhora, você vai conseguir -
afirmei. - Esta senhora me mostra um violão e está
cantando. Ela está dizendo que adora cantar. Você
compreende isso, Tom?
- Sim, senhor, compreendo. — Subitamente, ele começou a
chorar e disse: — De fato, minha mãe costumava tocar
violão.
Então, ele tirou um retrato do bolso e mostrou-me uma foto
da sua mãe diante de uma lareira, tocando violão. Ficamos
todos olhando para a foto.
A essa altura, a sala inteira estava em silêncio. Quando olhei
ao meu redor, pude ver faces banhadas de lágrimas.
Obviamente, os técnicos nunca haviam visto ou ouvido algo
assim.
Mas, quando pensei que havíamos alcançado o ápice da
nossa montanha-russa emocional, o espírito revelou uma
nova informação.
- Sua mãe está me mostrando uma estrada do interior. Há
milharais dos dois lados da estrada. Ela está dirigindo um
carro velho e usando um grande chapéu de palha. Está
cantando junto com o rádio.
A essa altura, Tom chorava abertamente.
- É muito estranho, mas fico vendo caixas de correio. Sabe,
do tipo que fica em postes junto da estrada.
Tom começou a soluçar e, entre os soluços, disse:
- Sim senhor, está certo. Ela ia pegar a correspondência da
tarde.
Subitamente, fui tomado por uma imagem intensa,
acompanhada de forte ruído.
- Sua mãe está no carro cantando, enquanto dirige pela
estrada. Ela olha para um garotinho no assento dianteiro, ao
lado dela. Escuto um avião; é um tipo de fumigador de
colheitas. O som fica mais alto. A sua mãe pára o carro.
Subitamente, o avião perde o controle e cai exatamente
sobre o carro. Ela empurra o garotinho para o chão na hora
exata, porque o avião arranca o teto do carro. Sua mãe morre
instantaneamente. Mas o garoto ao lado dela sobrevive.
Então, a visão se desfez.
Depois de alguns instantes, Tom levantou os olhos para mim
e disse, lentamente:
- Aquele garoto era eu!
Olhei para ele, compreendendo o que havia dito. Enquanto
retomava consciência da sala, senti-me esgotado, como se
houvesse sido transportado de volta no tempo e no espaço.
Não escutei o diretor gritando: "Corta!"
Continuei a receber mensagens para aquele casal
encantador.
- Sua mãe está dizendo que o ama muito e que, se fosse
necessário, faria tudo de novo. Ela quer que você saiba que
seu amor nunca terminou. Está dizendo que você precisa
perceber que ela está sempre com você e sempre estará.
A mãe prosseguiu.
- Ela está me dizendo que não deve deixar que os outros se
aproveitem de você. Você tem uma ascendência familiar
muito forte.
Então, ela me disse que o casal iria esperar uma garotinha.
Mais tarde, Tom e Michelle me contaram que estavam
planejando ter filhos e que dariam à sua filha o nome da mãe
de Tom.
UM AMIGO ATÉ O FIM

A próxima leitura aconteceu durante uma conferência que
reuniu cerca de 500 participantes. Essas conferências são
oportunidades maravilhosas para compartilhar meu dom
com pessoas que nunca o testemunharam.
Aquela manhã foi especialmente feliz: pude trazer um
espírito que desejava retomar um amor que tinha começado
havia 30 anos.
Enquanto eu olhava para a multidão, fui subitamente levado
a uma mulher de cabelos vermelhos sentada no fundo do
auditório. Ao lado dela estava um espírito feminino com
belos olhos azuis. O espírito se esforçava para chamar minha
atenção. Assim, eu disse à mulher:
- Gostaria de ir até você. Estou sendo levado por uma
senhora que está ao seu lado.
A mulher se levantou e olhou ao redor, espantada.
- Ela tem belos olhos azuis e cabelos castanhos - eu disse.
- Será a minha avó? Ela tinha essa aparência quando era mais
nova - a mulher retrucou.
- Não — repliquei. — Não é este o pensamento que estou
recebendo. Esta senhora a conheceu quando você era mais
jovem.
Agora a mulher parecia surpresa.
- Ela está me dizendo que vocês eram muito próximas e que
a ama. Ela quer que eu diga que ela cresceu com você e que
sempre será sua amiga.
Novamente, a mulher não conseguiu pensar em ninguém.
- Quem é Emma? - perguntei.
- Sou eu — disse ela.
- Esta mulher está me mostrando bonecas e uma casa de
bonecas. Você entende isto?
Sem hesitar, Emma respondeu:
- Não, sinto muito. Tem certeza de que sou a pessoa certa?
Concentrei-me nos pensamentos do espírito e pedi que
enviasse informações adicionais para identificação.
- Esta mulher está me dizendo que você adorava pentear o
cabelo dela. Está dizendo que você queria ter um cabelo
como o dela.
Emma começava a reconhecer algo do que eu dizia. Parecia
uma lembrança distante, mas lentamente as memórias
estavam voltando.
- Acho que sei quem é — murmurou.
- Esta mulher está falando sobre a operação — continuei.
Emma soltou um grito agudo e começou a soluçar.
- Patty? — perguntou.
- Ela não está dando seu nome no momento, mas está me
dizendo que você pode lembrar-se de passear com ela num
caminhão de sorvetes.
- Sim, é Patty. Seu pai dirigia um furgão da Good Humor e
costumava nos dar uma carona depois do jantar. Gostávamos
de tocar a sineta do furgão, uma de cada vez. Oh, meu Deus,
Patty. Eu te amo. Oh, Patty, obrigada. Como posso
agradecer?
Os pensamentos de Patty continuaram a ser transmitidos
para mim.
- Ela também ama você e sempre amará. Está me dizendo
que você é uma parte dela e que sempre será.
Pensei que Patty estava querendo dizer que sempre estaria
ao lado da amiga. Não percebi que havia algo mais naquilo
que ela me contava.
- Sim, está certo. Se não fosse por Patty, talvez eu não
estivesse aqui agora.
- Por quê? - perguntei.
Chorando, Emma começou a contar sua história:
- Quando éramos crianças, tive uma rara doença renal e
precisava de um transplante de rim para sobreviver. Devido
à nossa compatibilidade e idade, Patty foi a doadora perfeita.
Ela decidiu doar-me seu rim porque acabara de saber que
tinha leucemia. Dizia que não ia precisar do seu rim no lugar
para onde estava indo e que era melhor eu cuidar dele, ou
ela voltaria para pegá-lo de volta.
Ninguém na sala estava pronto para esta informação.
Subitamente, o silêncio mortal foi quebrado por uma salva
de palmas. As pessoas aplaudiam o grande amor de uma
amiguinha que dera parte de si mesma para que sua melhor
amiga pudesse viver.
Depois disso, tive que interromper as leituras naquele dia.
Fiquei emocionado demais - assim como a audiência — com
o profundo ato de amor de Patty.
São inúmeras as histórias que demonstram que o amor tem
um alcance tão amplo que transcende a morte. O amor é a
força mais poderosa do universo. Quando dado
integralmente, unifica e constrói, defende e protege. E uma
energia concentrada que não tem limites. O verdadeiro
amor nunca é ciumento ou possessivo, nem estabelece
condições. Acho que experimentamos muitas vidas para
aprendermos sobre o amor e para vê-lo manifestar-se de
diferentes maneiras e em diferentes circunstâncias. De que
outro modo poderíamos apreciar as muitas facetas do nosso
ser?

XIII
COMO LEMBRAR-SE DO VERDADEIRO EU

Estamos no início do século XXI, uma época de incríveis
descobertas. Nunca antes os seres humanos estiveram tão
conectados uns aos outros, mas nunca pareceram tão
sozinhos. Para onde quer que olhemos, vemos pessoas
insatisfeitas e infelizes. Por quê? Acho que isso se deve ao
sistema de valores da nossa sociedade, que se baseia em
ilusões e na falsidade. Fomos ensinados a venerar a busca do
dinheiro e a acreditar que riqueza é sinônimo de felicidade.
Ao honrar os deuses falsos do poder e do dinheiro, a
sociedade constantemente valoriza aspectos inadequados da
existência.
Entregamos nosso poder aos outros e, quando eles nos
frustram, nos sentimos vitimados. No momento em que nos
declaramos "vítimas", ficamos aprisionados numa vibração
de revanche. Quando vivemos com medo, raiva e
ressentimento, atraímos situações que criam ainda mais
medo, raiva e ressentimento. Quanto mais envolvidos
ficamos na consciência do mundo exterior, mais nos
afastamos do caminho do espírito.
Existe uma tremenda carência espiritual no nosso mundo. É
uma fome que não está sendo satisfeita. Idealmente, a
religião deveria ser o portal para nossa espiritualidade, mas
muitas vezes isso não acontece. É preciso mais do que ir à
igreja, rezar, cantar, pregar e dar dinheiro aos pobres para
desenvolver a espiritualidade. É necessário ter uma
compreensão das verdades espirituais c colocá-las em ação
nas nossas vidas cotidianas. Infelizmente, às vezes as
verdades ensinadas pela religião são distorcidas pela
interpretação pessoal, e o medo de Deus substitui o amor a
Deus. Resta a cada um de nós separar a verdade do dogma, o
joio do trigo.
As pessoas querem felicidade, amor e alegria, e buscam esses
valores no mundo exterior. Não percebem que, embora
estejamos vivendo num mundo físico e tenhamos sensações
físicas, existe algo mais real e poderoso que fica dentro de
nós.


Não estamos aqui para sermos escravizados pelas regras de
uma sociedade envolvida com os aspectos negativos e
inferiores da personalidade terrena. Temos que parar de
viver uma vida baseada na culpa, preocupação e medo.
Chegou a hora de voltarmos a conhecer o significado de
Deus e de pensarmos em nós mesmos como seres espirituais
de luz e amor.
Você é e sempre será uma fagulha do amor. O seu
verdadeiro lar é o céu, e você viaja até este mundo para
fazer seu dever de casa. A vida na Terra é temporária.
Quando você vive cada dia tendo o espírito em mente, está
vivendo uma vida verdadeira.
Quando a sua personalidade espiritual é fortalecida, você
começa a experimentar a plenitude da vida.
Se queremos aprender com os exemplos do mundo
espiritual, precisamos começar a assumir a responsabilidade
por cada aspecto das nossas vidas. Somos os únicos capazes
de mudar nossa maneira de pensar e agir. Quando tomamos
decisões que são positivas e contribuem para o nosso
crescimento, mesmo quando essas decisões parecem
difíceis, nos tornamos participantes ativos de nossas vidas.
Para despertar e reconectar-nos com a essência espiritual,
precisamos exercitar nossos músculos espirituais, e a
maneira mais eficiente é através da meditação.

MEDITAÇÕES

As pessoas parecem acreditar que, para ser espiritual, é
preciso estar fora de si ou num estado alterado. Isto não é
verdade.
Concentrar sua energia no espírito significa manter-se no
presente, no seu corpo, e controlar seu espaço físico.
Comparo isto a ser o motorista do seu próprio veículo.
A seguir, descrevo alguns exercícios para ajudar a manter o
controle sobre seus pensamentos e emoções. Eles vão ajudar
você a limpar e fortalecer a sua aura e a lembrar-se de quem
é. Faça a meditação num local onde não será incomodado
por distrações externas, como telefones, secretárias
eletrônicas, campainhas, etc. A melhor maneira de realizar
qualquer meditação é sentar-se numa cadeira confortável,
com as costas retas e com as plantas dos pés no chão. Isto
ajuda a alinhar os chakras do seu corpo etéreo, aumentando
sua receptividade às vibrações superiores.

LIGAÇÃO COM A TERRA

Feche os olhos. Tome consciência do seu corpo. Escute o
corpo. Esteja consciente de todos os seus movimentos.
Agora, concentre-se na respiração, que traz uma nova vida
refrescante para os pulmões quando você inspira, e expulsa a
energia antiga e estagnada de que você não precisa mais na
expiração. Respire fundo, várias vezes, usufruindo cada
inspiração nova. Depois de alguns minutos respirando
fundo, concentre-se no seu corpo. Esteja consciente de cada
parte dele. Com os olhos da mente, sinta cada parte do
corpo, começando pelos pés, depois as pernas, coxas,
nádegas, área pélvica, estômago, peito, costas, mãos, braços,
ombros, pescoço e cabeça. Visualize duas cordas amarradas
suavemente ao redor das suas canelas. Leve essas cordas até
o centro da Terra. Imagine duas grandes pedras no centro da
Terra e amarre cada corda a uma pedra.
Em seguida, visualize a energia da Mãe Terra, de cor verde
ou marrom, subindo pelas cordas, vindo das pedras do
centro da Terra até as suas canelas e fluindo por todo o seu
corpo até o centro do seu coração. Você vai sentir sua
ligação com a Terra, seu eixo centrado e estabilizado. É
importante ter a energia equilibrada. O passo seguinte é
trazer para o seu interior a energia cósmica.
Imagine um raio de luz branca e dourada cerca de sete
centímetros acima da sua cabeça. Ele representa a luz
cósmica. Faça com que esta luz atravesse o topo da sua
cabeça e veja-a fluir pela cabeça, pescoço, ombros e peito.
Deixe-a viajar até o centro do seu coração. Ali, a luz cósmica
se mistura com a energia da Terra, formando uma força
estabilizadora nova e mais poderosa. Para terminar, visualize
esta energia recém-misturada subindo pela espinha, saindo
pelo topo da cabeça e descendo pelos lados do seu corpo
como uma fonte transbordante de energia. Visualize a fusão
da energia repetidas vezes. Esta é a maneira de transmitir
energia nova e recarregada pelos sistemas energéticos do seu
corpo. Quando terminar esta meditação, você pode iniciar
seu trabalho espiritual de uma maneira mais controlada e
atenta.

PROTEÇÃO

Como vivemos num mundo onde constantemente
recebemos os pensamentos e sentimentos dos outros,
precisamos nos resguardar das influências negativas que
podem invadir nossas vidas diárias. Muito embora seja
impossível dissipar inteiramente as energias e formas
mentais dos outros, esta técnica será de grande auxílio para
limpá-las do seu espaço e da sua consciência.
Comece do mesmo modo que no exercício anterior. Sente-
se novamente numa cadeira, com suas costas retas. Execute
as técnicas respiratórias segundo as instruções. Realize todo
o exercício de ligação com a Terra, primeiro, porque isto
ajuda a reforçar o campo da aura.
Depois de ter energizado seu campo, quero que você veja ou
sinta um pequeno aspirador de pó na palma da sua mão.
Agora, concentre-se no espaço ao redor do alto de sua
cabeça. Enquanto faz isso, note o que aparece no olho da sua
mente. Você vê o rosto de outras pessoas? Sente emoções
que não consegue reconhecer ou que não pertencem a
você? Pegue seu aspirador e limpe essas imagens e
sentimentos. Quando o saco do aspirador estiver cheio,
esvazie-o. Crie um novo aspirador para limpar cada ponto do
seu campo energético. Limpe a frente, a parte de trás, os
lados, o topo e a parte inferior do seu espaço. Crie quantos
aspiradores forem necessários. Uma limpeza pode ser
suficiente, ou várias talvez sejam necessárias. Continue até
sentir-se muito mais leve e feliz.
Agora que removeu as energias dos outros, está na hora de
recuperar a sua. Imagine todos os lugares onde esteve nas
últimas 24 horas. Veja onde deixou sua energia. Talvez você
tenha falado com alguém ao telefone; talvez estivesse no
trabalho; talvez tenha deixado sua energia na escola ou
numa loja. Veja a situação e as pessoas envolvidas e pegue a
energia de volta. Traga-a ao seu espaço. Veja a energia
voltando ao seu corpo pelo topo da cabeça e fluindo pela sua
espinha. Ela vem como poeira luminosa. Sinta a sua própria
energia preenchendo você. É muito bom receber de volta a
energia que você deu tão livremente. Quando sentir
fortemente que sua energia está de volta, é hora de visualizar
um muro de proteção ao seu redor.
Você pode fazer isso de várias maneiras. Pode imaginar um
manto da forma e cor que desejar envolvendo você
totalmente. Pode visualizar-se dentro de uma caixa de vidro
ou de pedra, com telhado de vidro. É mais difícil para
energias e pensamentos externos penetrarem nessas paredes.
Muitas pessoas preferem se envolver com luz branca, que
também é uma grande proteção. Mas certifique-se de que
limpou completamente todas as energias estranhas antes de
montar o muro de luz e proteção ao seu redor.

TRAZENDO SUA LUZ PARA FORA

Tomar consciência da sua própria luz é uma necessidade
vital e saudável para viver no mundo físico. Muitas vezes,
uso esta técnica simples com pessoas que perderam o
contato com sua luz interior e acham que a vida não tem
mais nada a oferecer. Depois de usar esta técnica durante
algum tempo, meus clientes me dizem que suas vidas e
atitudes foram alteradas para uma visão mais positiva. É uma
bênção compartilhá-la com cada um de vocês.
Comece novamente com os dois exercícios anteriores. Uma
vez que você tenha se ligado à Terra e se protegido, a sua
mente deve estar muito mais receptiva e consciente.
Imagine-se em um banco de um jardim. Crie este jardim
como quiser, com os elementos de beleza que preferir.
No seu jardim há uma árvore ao longe. Um espelho está
pendurado nesta árvore. Vá até a árvore e olhe bem fundo
no espelho. Entre no seu reflexo. Ao unir-se ao seu próprio
reflexo, veja como está no momento presente. Veja seu
rosto e seu corpo. Observe o máximo de detalhes que puder.
Enquanto olha para o seu reflexo, focalize todas as
expectativas que os outros colocaram sobre você. Veja as
áreas da sua vida em que você precisa de perdão. Veja as
pessoas que precisa perdoar. Traga para o reflexo todas as
situações que lhe causam culpa.
Agora, traga o amor. Veja essas pessoas ou situações e
coloque nelas seu amor. Veja a luz rosada do amor surgindo
do centro do seu coração e tocando tudo e todos. Deixe o
amor tocar também todas as partes do seu ser. O amor é
você. Somos feitos de amor.
Agora, afaste-se do espelho e veja-se de pé no jardim. As
flores estão maiores e mais brilhantes; os pássaros cantam
alegremente ao seu redor. O céu está cheio das cores do
coração, e você toma consciência de si como uma entidade
amorosa e espiritual capaz de criar a vida que deseja. Olhe
para o sol e veja-o como um reflexo seu. Você é a Luz.
Agora que percebeu isso, nunca poderá escondê-la
novamente, pois ela precisa brilhar e contagiar todos os que
você encontrar.

XIV
GUIANDO NOSSOS FILHOS

Uma das maneiras mais importantes de transformar nosso
mundo é estimulando o crescimento e o desenvolvimento
de nossas crianças.
Criar filhos no mundo tóxico da atualidade é extremamente
difícil. As crianças são expostas à violência, às drogas e ao
sexo como nunca. Os valores parecem ter sido destruídos.
Mas também é verdade que vivemos num período de
incrível potencial de iluminação e expansão. As crianças
podem desenvolver suas capacidades mentais muito mais
rápido do que antes. Quando as pessoas decidem ter filhos,
assumem a responsabilidade não só de sustentá-los num
nível físico como também de desenvolver seu corpo
espiritual e emocional.
Portanto, os pais precisam perceber que são responsáveis
pelos sentimentos e pensamentos que transmitem, porque
essa energia passa diretamente para a psique da criança e é
levada como bagagem para a vida adulta. Devido à forte
ligação mútua, precisamos começar a ensinar aos nossos
filhos dignidade, valores e prioridades, através de nosso
exemplo.
A seguir, dou algumas diretrizes sobre a formação de uma
criança numa atmosfera espiritualmente enriquecedora.


1. Encorajem e alimentem a auto-estima
Nunca será excessivo insistir na importância de alimentar a
autoestima. Em quase todas as leituras que realizei
envolvendo suicídio ou vício em drogas ou álcool, as causas
estão na falta de identidade e amor-próprio das pessoas.
Quais são os pontos de referência que as crianças têm, a não
ser os atos e palavras dos adultos ao seu redor? Como é que
as nossas crianças vão saber quem são? O que dizemos a elas,
pensamos sobre elas e fazemos com elas? São mensagens
amorosas ou críticas? Nós validamos seus instintos ou as
calamos? Se as crianças não têm compreensão e empatia em
casa, elas irão certamente procurá-las com alguém fora da
família. Quando começarem a se identificar com influências
externas e ilusórias, irão crescer com atitudes e valores
materialistas. A pressão externa vai forçá-las a se
comportarem de determinadas maneiras para que se sintam
aceitas.
Sugiro aos pais e parentes que dêem o máximo de reforço
positivo para as crianças. Precisamos demonstrar amor em
todas as etapas de seu crescimento. Elogios, compreensão,
risos e amor fazem com que uma criança cresça para tornar-
se um adulto feliz e competente. Que todos nós sejamos
uma fonte de verdadeiro esclarecimento e orientação para a
nova geração.

2. Conheçam seus filhos
Façam o máximo que puderem para se envolverem na vida
de seus filhos. Reservem algum tempo da semana para fazer
algo especial com eles. Fiquem atentos o bastante para serem
capazes de saber se um filho está tendo problemas. Prestem
atenção, confiem nos seus instintos e, acima de tudo, ouçam
seus filhos e dialoguem com eles. Ajudem a resolver suas
dificuldades. Isto não só estimulará a intimidade como
reforçará a confiança.

3. Sejam os melhores amigos de seus filhos
O pai e a mãe devem conhecer seus filhos bem o bastante
para serem seus melhores amigos. Estejam disponíveis para
eles. Usem uma linguagem e conceitos que eles entendam,
mantendo-se sempre conscientes da sua posição de pais.
Ajudem seus filhos a refletir para fazerem escolhas
saudáveis.

4. Ensinem o respeito próprio e a responsabilidade
Isto acompanha de perto a auto-estima e a conquista da
própria identidade. As crianças precisam aprender a ser
responsáveis, e a melhor maneira de ensinar é através do
próprio exemplo. Assumam a responsabilidade por suas
ações em vez de culpar os outros quando as coisas dão
errado.
Crianças precisam ser suavemente formadas nas maneiras
apropriadas e saudáveis de tratar a si mesmas e os outros.
Ajudem seus filhos a tomar decisões, refletindo com eles
sobre alternativas e resultados. Para ensinar seus filhos a
serem responsáveis, primeiro dêem a eles pequenas tarefas.
Quando concluídas, elogiem seu esforço e seus sucessos, e
examinem os fracassos de maneira positiva, para que possam
aprender com eles, aceitando suas próprias limitações e as
dos outros.

5. Tenham a mente aberta e estejam conscientes
da espiritualidade
A vida espiritual das crianças costuma ser deixada de lado ou
negada. Eduquem as crianças na noção de que são seres
espirituais, ajudando-as a tomar consciência dessa dimensão.
Caso elas relatem "visões", ou sonhos, ou visitas de amigos
"invisíveis", por favor, não digam "É só um sonho",
ignorando o acontecido. Peçam-lhes que descrevam seus
sonhos, mesmo que não os compreendam. As crianças são
extremamente sensitivas e clarividentes. Acima de tudo,
nunca invalidem ou desencorajem esse tipo de
comportamento.

6. Lembrem-se de que as crianças estão olhando
vocês
Repito: a primeira e principal maneira dc ensinar alguém é
pelo exemplo. Tratem-se com amor e respeito se esperam
que seus filhos façam o mesmo. Vocês são o espelho em que
as crianças vêem refletido o mundo externo e devem
demonstrar as qualidades e princípios que gostariam que as
norteassem. É confuso para os filhos quando os pais dizem
uma coisa e agem de maneira diferente. Depois de algum
tempo, as crianças perdem a confiança neles.

7. Ensinem seus filhos a serem autoconjiantes
Uma das primeiras coisas que as crianças devem aprender é
que elas vivem num mundo imperfeito. Ensinem a seus
filhos que tudo o que acontece tem uma finalidade.
Encorajem as crianças a usarem seu livre-arbítrio para mudar
o que não gostam nelas mesmas e no que as cerca, para que
o mundo possa tornar-se um lugar melhor de se viver.
Dêem a elas as chaves espirituais para uma vida feliz e plena.

8. Celebrem a individualidade
Desde o início, façam seus filhos acreditarem que cada um
deles é único e diferente de todos os seres deste planeta. Isto
não só os distingue de todas as outras pessoas como também
os faz ver o mundo de uma maneira própria e exclusiva.
Vocês serão capazes de ajudar a influenciar alguns aspectos
do comportamento deles, mas não poderão moldá-los e
formá-los exatamente da maneira que desejariam. Nunca os
comparem com os outros, pois isso lhes dará a falsa noção de
que as pessoas podem ser iguais.
No todo, tratem seus filhos como tratariam uma flor ou uma
planta. A semente da "personalidade" está na criança, mas,
como qualquer flor ou planta, precisa ser fertilizada, regada,
protegida e cuidada. Vejam a flor desabrochar e reconheçam
sua beleza. Celebrem a energia da Força Divina que todos
nós compartilhamos. Com um pouco de paciência, alegria e
estímulo, vejam a sua criança brilhar.

XV
CHAVES PARA A VIDA MAIOR

Nós possuímos todos os tesouros espirituais necessários para
ter uma vida produtiva, plena e feliz, e esses ideais também
podem nos ajudar a alcançar um estado de consciência mais
elevado. Quando despertarmos para eles, nunca mais
sentiremos falta de nada, já que Deus é a plenitude
personificada. Há um suprimento ilimitado de amor e
riquezas armazenado no Céu que pode ser trazido para a
Terra.
Somos abençoados todos os dias com a presença do espírito
em tudo o que encontramos. Estou me referindo ao espírito
interior que está constantemente preenchendo todas as
necessidades e desejos. A maneira como entramos em
contato com esse espírito é escolha de cada pessoa. O que
colocamos em movimento volta para nós. Lembre-se de que
estamos sempre nos movendo através de um mar invisível
de pensamentos. Deus sempre nos dará o que pedimos de
acordo com nossos pensamentos.
Se nossos pensamentos estão ligados à pobreza e à doença,
atrairemos essas condições para nós. Se elevarmos nossos
pensamentos a um nível de freqüência superior,
recolheremos harmonia e abundância.
É preciso pensar da maneira mais positiva possível para que
possamos ajudar a nós mesmos e aos que nos cercam, sejam
eles entes queridos ou estranhos.
Vou lhes dar algumas chaves capazes de ajudar a elevar seus
pensamentos. Espero que vocês aprendam a usá-las e a
torná-las uma parte integral da sua vida, para abrir a caixa do
seu tesouro interior.

PACIÊNCIA

A paciência é um recurso raro nos dias de hoje. Todo
mundo parece querer tudo no exato momento! Mas nós
perdemos o barco espiritual quando forçamos para que as
coisas aconteçam. Tudo chega até nós na hora certa. Isso
não significa que devemos nos tornar apáticos ou ignorar as
oportunidades quando elas aparecem. Pelo contrário!
Quando é paciente, você realmente assume o controle do
seu ambiente. Você decide a hora apropriada de agir, e o
momento de esperar. A paciência ensina o autocontrole
através da conservação da energia. Com esta energia, você
tem o poder de tomar decisões que são para seu próprio
bem.
Quando você age ou reage com impaciência, pode
prejudicar uma situação ou um processo. As vezes, o melhor
é não fazer nada e deixar a situação amadurecer e se
desenvolver de uma maneira natural. À medida que aprende
a ser mais paciente, irá sentir menos estresse, o medo da
vida vai diminuir e você passará a ser mais livre e consciente
para tomar suas decisões.

SABEDORIA

A sabedoria consiste na percepção de que a consciência
divina está dentro de você, e que todo o amor, luz e poder
do infinito se encontram à sua disposição. A sabedoria não
vem dos livros, mas das experiências de vidas acumuladas.
Cada experiência é embebida na consciência da sua alma
para ser aperfeiçoada através das suas vidas na Terra. Pode
parecer uma ironia, mas, quanto mais sábio você se torna,
mais percebe como sabe pouco.

CORAGEM

Para ter coragem, você precisa acreditar em si e no poder
que existe dentro de você.
Com confiança e perseverança, podemos ter a coragem de
ouvir a voz interior e segui-la. Uma pessoa corajosa está
disposta a abrir seu coração aos outros e expor-se às
mudanças imprevisíveis da vida.
A coragem nos dá a confiança de que precisamos para seguir
nossos corações, independentemente de quaisquer
influências externas que pareçam bloquear nosso caminho.

EQUILÍBRIO

Temos a impressão de que o equilíbrio é outra qualidade
ausente no ritmo acelerado do mundo atual. Parece muito
mais fácil deixar as partes inferiores da nossa natureza
dominarem e prevalecerem. Para trazer o equilíbrio às
nossas vidas, precisamos harmonizar a personalidade
material ou terrena com a personalidade espiritual. A ênfase
excessiva em qualquer parte do nosso ser tende a nos
enfraquecer, em vez de nos fortalecer. Quando estamos
desequilibrados, tendemos a agir a partir do medo, em vez
de seguir o amor.
DISCERNIMENTO

Atualmente é preciso muito discernimento para descobrir a
verdade nas coisas. Muitos ficam presos a detalhes e tornam-
se incapazes de perceber o todo. Quando você se apressa em
criticar e julgar, sem dispor de todos os dados de uma
situação, aprende muito pouco. Sugiro que você sempre
questione o que está por trás de qualquer pessoa ou situação
para certificar-se de que há uma verdade espiritual no
núcleo de tudo.

A fé é a consciência de que sempre recebemos tudo o que
desejamos c de que precisamos. A fé é uma crença na
natureza invisível do universo. Ela segue de mãos dadas com
a confiança. Quando temos fé em nós mesmos e em Deus,
sabemos que estamos seguros, que somos amados e que
nunca estaremos sozinhos.

CRIATIVIDADE

A criatividade é a capacidade de formar idéias, sentimentos e
expressões capazes de transformar o mundo físico. Ela não
se limita a artistas, músicos ou escritores. Todos nós somos
criativos e podemos usar essa energia divina em tudo para
tornar a vida mais fácil. Sempre que existe um problema nos
relacionamentos, na família, na carreira, nas finanças ou em
qualquer parte da vida cotidiana, temos a capacidade de
resolver a situação através da nossa fagulha criativa. Quando
usamos a criatividade, usamos a energia da Força Divina na
sua mais elevada manifestação, especialmente quando
empregamos a criatividade para o bem maior da
humanidade.

Riso E ALEGRIA

Corre-se o risco de confundir espiritualidade com
severidade. Mas constato que as pessoas providas de senso
de humor têm mais alegria e trazem mais alegria para os
outros. Ver o lado melhor e mais leve em todas as coisas
ajuda a manter a criança interior viva e feliz. Se sentimos em
nós a presença de Deus, é natural que expressemos essa
consciência com alegria, risos, entusiasmo e felicidade.

AMOR

O amor é o principal componente da vida. Ele unifica tudo e
atrai para nós todo o bem. Através do amor, ficamos mais
conscientes e sensíveis às necessidades dos seres humanos.
Vemos a fagulha divina em cada pessoa. Podemos amá-las,
mesmo se acharmos que fizeram algo errado. Estaremos
presentes e disponíveis para elas. É assim que demonstramos
nosso amor.
O caminho espiritual nem sempre é fácil; ele estará
inevitavelmente cheio de desvios ou becos sem saída. Mas,
lembre-se, nele você nunca viaja sozinho. Sua família
iluminada e os guias do mundo espiritual estão sempre com
você, oferecendo segurança e orientação.
Estamos aqui para manifestar o amor divino em tudo o que
fazemos. Muitas vezes parecerá mais fácil seguir os desejos
da personalidade inferior. Mas resista. Procure a verdade,
mesmo quando muitos tentarem encher sua cabeça e seu
coração com falsidades. Nunca comprometa seus ideais
espirituais, porque isso atrasa o seu progresso. Nunca
esqueça que somos todos eternos filhos de Deus.
Acima de tudo, siga seu coração e seja fiel a si mesmo.
Lembre-se que você tem a responsabilidade de ser o melhor
que puder, e para isso mantenha sua mente e seu coração
abertos para os aspectos superiores do seu ser.
Use a consciência espiritual para encorajar e confortar todos
os que estão no seu caminho. Quando iluminamos e
amamos os outros, mostramos a eles as chaves para que
descubram sua própria luz interior e reforçamos ao mesmo
tempo a nossa.
Que a sua luz brilhe até os confins da Terra para que todos
possam vê-la. Quando o fizer, a sua jornada aqui terá valido a
pena. Então, você poderá voltar ao Céu com a certeza de ter
feito a sua parte para trazer a energia de Deus para a Terra.
Vai saber que fez do mundo um lugar melhor.

 
Sent: Sunday, February 28, 2010 7:32 PM
Subject: [Ebook] Repassando: Lançamento Amigos da Leitura Em Busca da Espiritualidade - James Van Praagh

Repassando:




Lançamento Amigos da Leitura
Em Busca da Espiritualidade - James Van Praagh

links ao final da mensagem

Digitalização, formatação e revisão - Lúcia Garcia
Livro emprestado por M. Loureiro

?ui=2&view=att&th=127160cf91f79c78&attid=0.1&disp=attd&realattid=ii_127160cf91f79c78&zw




"Se você algum dia já temeu a morte ou chorou a perda de alguém, as histórias e ensinamentos espirituais de James Van Praagh vão tocar seu coração. Sem dúvida, trata-se de um dos médiuns mais talentosos do momento." - Dr. Brian Weiss

Autor de Conversando com os espíritos, com mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos, James Van Praagh nos leva agora a uma viagem da alma através do tempo.

Em busca da espiritualidade revela os mistérios do mundo espiritual e do processo de reencarnação, mostrando o que acontece na morte e como a alma escolhe o seu renascer.

Reunindo histórias verdadeiras de comunicação após a morte, Van Praagh oferece as chaves para promover nosso crescimento espiritual e de nossos filhos.

Esses tocantes relatos demonstram que até mesmo as cicatrizes emocionais podem ser curadas e que somos capazes de redescobrir nossa natureza espiritual, alcançando a autoconsciência e elevando a auto-estima.

Neste livro inspirador e poderoso, Van Praagh ensina exercícios e meditações para nos ajudar a manter o equilíbrio e transformar a vida em uma existência de força, alegria e amor. Em busca da espiritualidade é uma celebração da nossa própria divindade.


Link:
http://www.4shared.com/file/231674111/562e477b/Em_Busca_da_Espiritualidade_-_.html

?ui=2&view=att&th=127160f44146c927&attid=0.1&disp=attd&realattid=ii_127160f44146c927&zw

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