biografia ao final da mensagem musica - Zezé Gonzaga - Valzinho Um Doce Veneno (1979) atalho: 01. Óculos Escuros (Valzinho / Orestes Barbosa) 02. Imagens (Valzinho / Orestes Barbosa) 03. Tudo Foi Surpresa (Valzinho / Peterpan) 04. Três de Setembro (Valzinho / Renato Batista) 05. Felicidade (Valzinho / Reinaldo Dias Leme) 06. Amar e Sofrer (Valzinho) 07. Doce Veneno (Valzinho / Carlos Lentine / Goulart) 08. Teu Olhar (Garoto / Valzinho) com As Morenas do Barulho 09. Quando o Amor Vai Embora (Valzinho / Evaldo Ruy) 10. Fantasia (Valzinho) 11. Castigo (Valzinho / Manezinho Araújo) 12. Tormento (Valzinho) 13. Tempo de Criança (Valzinho / Luis Bittencourt) 14. Não Convém (Valzinho / Jorge de Castro) com Valzinho - Viver Sem Ninguém (Valzinho / Marcelo Machado) com Valzinho Cantora Zezé Gonzaga, 81, posa para fotos Maria José Gonzaga Iniciou a carreira aos 12 anos de idade, participando do programa de calouros de Ary Barroso, e logo se tornou uma das mais famosas intérpretes da chamada era de ouro do rádio. Apadrinhada por Victor Costa, foi contratada pela Rádio Nacional, passando a integrar em seguida diversos conjuntos vocais, como As Moreninhas e os Cantores do Céu. Zezé chegou a ser a cantora mais tocada da Nacional e tornou-se uma das mais famosas intérpretes da era do rádio. Em 1945, Zezé conquistou o primeiro lugar no programa "Pescando estrelas", da já extinta Rádio Clube do Brasil, apresentado por Arnaldo Amaral. Isso lhe valeu um contrato de 800 mil-réis com a emissora, que duraria até 1948. Nessa época, formou com a cantora Odaléa Sodré uma dupla batizada de As Moreninhas do Ritmo. Seu primeiro LP, "Zezé Gonzaga", foi lançado em 1955 e considerado o melhor disco daquele ano. A canção "Ai ioiô (Linda Flor)", de Henrique Vogeler e Luiz Peixoto, era uma de suas grandes interpretações, além de "Nunca jamais", de Lalo Ferreira. Estrelato e abandono da carreira Mas ela deu suas escapadinhas de vez em quando. Na Rádio Nacional, era a preferida do maestro Radamés Gnatalli, de quem vira-e-mexe cantava temas eruditos, juntamente com obras de Villa-Lobos. Muitas vezes, para cantar sambas, ela baixava o tom da voz, para dar às músicas um caráter mais popular. Em 1959, Zezé gravou duas músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes: "A felicidade" e "Eu sei que vou te amar". A artista fez algumas apresentações nos anos 80 com o grupo Cantoras do Rádio e gravou o disco "Clássicas" ao lado da cantora Jane Duboc em 1999. Desanimada com os rumos de sua carreira, ao 45 anos, se aposentou cedo e passou 23 anos sem gravar. Desencantada com o comercialismo da gravadora Columbia (atual Sony Music). Passou três anos trabalhando numa creche em Curitiba, PR. Clique na imagem para ampliar Recomeço "Sempre achei que é a música que escolhe a gente. Quando você ouve e gosta, já foi escolhido por ela", declarou a cantora, na ocasião. Foi um dos melhores discos do ano (1979), com as honras de ter revelado ao grande público a arte de Valzinho, que morreria meses depois, e de ter provado que Zezé Gonzaga ainda era a mesma. Desde então, não parou mais: fez shows, recitais, viagens. Discos, mesmo, só em participações especiais. Até que Hermínio voltou a ser seu anjo da guarda. Produziu o excelente CD "Clássicos", em que Zezé canta em dupla com Jane Duboc. A oportunidade de gravar o primeiro CD solo surgiu no início de 2002, quando a cantora mineira fez uma série de apresentações no Paço Imperial, no Rio de Janeiro. Em uma delas estava a cantora Olivia Hime, dona da gravadora Biscoito Fino. O convite para gravar foi imediato. Assim, nasceu "Sou apenas uma senhora que ainda canta", unindo canções do passado a novas composições, num repertório magnífico, esplendorosamente interpretado. A cantora passou seus últimos anos de vida sem gravar ou fazer apresentações. A respeito do disco "Entre Cordas" a Folha de São Paulo publicou a reportagem reproduzida abaixo. Depois de recomendações prévias, da gravadora, de que ela estava fraquinha e um tanto desencantada, o repórter tenta começar a entrevista com um gentil "a senhora…". A resposta vem forte, embora com encanto: "Me chama de senhora para ver o que te acontece…". Protocolos quebrados, fica mais fácil entender por que Zezé Gonzaga sempre cativou a todos os que a cercaram em 65 anos de carreira. Ouvindo o CD "Entre Cordas", fica difícil explicar por que uma das maiores cantoras do Brasil chegou aos 81 de vida sem ser reconhecida como tal _salvo pelos melhores músicos, maestros, compositores e intérpretes nacionais. "O que tinha que fazer eu já fiz. Melhor sair de pé do que cair no palco. Já viu se eu vou fazer um show e começo a murchar, implodir?", imagina ela. "Entre Cordas" é o retrato do atual momento de Maria José Gonzaga, mineira de Manhuaçu, filha de uma flautista com um luthier, que viveu seus anos dourados na rádio Nacional das décadas de 40 e 50. O poeta e produtor Hermínio Bello de Carvalho, seu amigo e fã desde 1951, queria arrastá-la para o estúdio em 2007, mas ela recusava. Acabou aceitando gravar duas faixas e duas vinhetas. O resto são registros feitos entre 1983 e 2002, só um deles já lançado em CD. Foram recuperados áudios de programas de TV realizados por Hermínio. "O Hermínio acha que eu faço tipo dizendo que não posso cantar. Mas quem sabe da minha dor sou eu. Eu faço por onde [para cantar], mas o onde não vem", diz ela. Acidente Em 2003, Zezé sofreu uma queda ao subir as escadas de um teatro no Rio, onde fora assistir a um show. Levou 15 pontos na boca e teve afundamento do esterno, o que comprometeu sua respiração. "Sou muito exigente, detalhista. Sou virginiana. Se não posso fazer bem, prefiro não fazer", justifica. No encarte de "Entre Cordas", Hermínio diz que parte da resistência da cantora pode ter se quebrado depois que Luis Fernando Verissimo elogiou, em uma crônica, sua interpretação de "Senhorinha" (Guinga/Paulo César Pinheiro) no filme "Brasileirinho" –exibido em 2007, mas com registros de anos anteriores. Não por acaso, o CD abre com esta música, com Zezé acompanhada pelo quarteto de violões Maogani. Em outras faixas ("Pra Dizer Adeus", "Folhas Secas" etc.), ela está ao lado de grandes músicos como Baden Powell, Raphael Rabello –que a compara a Ella Fitzgerald– e Radamés Gnattali. "Zezé acha que o mercado não absorve esse tipo de música que interpreta. Repare: ela vai de Guinga a Villa-Lobos. É um arco de modernidade que sempre traçou. Uma professora do canto brasileiro é o que ela é", diz Hermínio. Ele já a convencera uma outra vez a retomar a carreira. Nos anos 60, Zezé se sentiu pejorativamente rotulada de "romântica" pelos bossanovistas, a rádio Nacional entrou em decadência, o caminho se estreitou. Ficou 12 anos (67 a 79) sem gravar discos, sendo que parte deles passou como sócia de uma empresa de jingles e os últimos três cuidando de uma creche. Hermínio chamou-a para realizar no Rio um LP, com arranjos de Gnattali, dedicado à obra de Valzinho (1914-1980), precursor da bossa nova. "Este ficou muito bom", orgulha-se a virginiana. O Museu da Imagem e do Som do Rio planeja lançá-lo em CD. Zezé também se orgulha de ter muitos fãs entre jovens que conhecem boa música. "Ter uma cantora como Zezé é algo que o Brasil devia aproveitar bem mais. É uma grande referência, nos faz entender melhor quem somos", exalta Roberta Sá, 27, uma das melhores intérpretes da nova geração. Desde que sua filha de criação morreu, em 99, Zezé vive só num apartamento perto da praça da Bandeira, área simples da zona norte do Rio. Diz que sai pouco, mas procura não demonstrar tristeza. Mais forte no fim da entrevista, relativiza até o seu fim de carreira: "Se tiver condições, eu volto. Aí vou dizer: 'não me levem a mal, mas vão ter que me engolir'". Clique na imagem para ampliar | ||||||
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domingo, 2 de maio de 2010
Cine Music musica - Zezé Gonzaga - Valzinho Um Doce Veneno (1979)
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