sexta-feira, 7 de maio de 2010

livro: "Caderno afegão" - sinopse no corpo do e-mail

Alexandra Lucas Coelho


CADERNO AFEGÃO

Um Diário de Viagem,

Digitalizado e corrigido pelo Serviço de Leitura Especial da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo - leituraespecial@cm-viana-castelo.pt


Prefácio

Eu NUNCA FUI A Cabul. Nem a Jalalabad, nem a Kandahar, nem a Mazar-i-Sharif.
Conheço estes nomes das notícias e que me lembre nunca os terei ouvido por boas razões.
Provavelmente, não há hoje boas razões para se falar de Jalalabad, de Kandahar ou de Mazar-i-Sharif, belos nomes de uma sonoridade que toda ela é já distância.
Ouvimo-los quase diariamente associados a mortos e feridos. A combates e atentados. A senhores da guerra, senhores do ópio, senhores feudais.
Jalalabad, Kandahar, Mazar-i-Sharif, tal como Herat, Bamiyan e mesmo Cabul, não podem ser apenas aquilo que nós, os que nunca as visitámos, somos capazes
de imaginar a respeito delas.
Conseguimos imaginar a noite demasiado escura de Jalalabad.
Conseguimos imaginar homens de barba e mulheres de burqa.
Conseguimos até imaginar o cheiro a lixo às portas de Herat, onde "cheira tão mal como se tudo estivesse podre".
Já não seremos capazes de imaginar uma família como a de Shaharzad, "uma casa tão pobre que estrela ovos numa bilha de gás, mas tão rica que lê os filósofos
sufis e Wittgenstein".
Como não imaginamos, no país das burqas e da sharia, uma equipa feminina de boxe treinada por um jovem afegão regressado da América.
Nem imaginamos, entre o cheiro a lixo, o perfume a rosas.
"No meio do trânsito mais tóxico há rotundas com rosas lindas em Cabul." Parece um verso saído da música suave de Camilo Pessanha: "Floriram por engano
as
rosas bravas / No inverno."

Só vendo se acredita.
É preciso ir lá. É preciso que nos levem lá
E é preciso coragem: para ver as crianças de espinha bífida no hospital de Kandahar; para andar à boleia em aviõezinhos que quase permitem tocar com os
dedos
o cume das montanhas; para ouvir dizer na língua dos pashtun que aquilo que mais lhes falta é amniat - sabendo que amniat significa segurança - e ainda assim continuar,
querer conhecer gente, tomar notas, correr riscos, ver, ouvir, dar a ler.
Este livro é um acto de coragem.
É um acto de optimismo, também.
Paul Theroux explica na introdução a O Velho Expresso da Patagónia que "os viajantes são essencialmente optimistas, ou então nunca iriam a lado nenhum".
É esse optimismo que permite a Alexandra Lucas Coelho afastar quaisquer receios com uma espécie de fatalismo paradoxalmente empreendedor: "não há nada a
fazer". Mesmo quando por instantes se lhe infiltra na mente a dúvida acerca do desconhecido que a certa altura a transporta, sabe-se lá para onde, numa terra onde
"um estrangeiro é um acepipe".
"Não há nada a fazer." E a viagem continua.

Vamos com ela aos jardins de Babur. Descobrimos com ela - num país masculino, onde até na morgue há frigoríficos distintos para os cadáveres de homens e
mulheres - a herança da extraordinária rainha Gowar Shad. Mergulhamos o olhar no azul intenso de Band-e-Amir, um milagre atribuído a Ali, primo e genro do Profeta,
que continua a proporcionar a quem o visita os bens mais escassos num país em guerra: tranquilidade e alegria.
Aquilo que aqui, a ocidente, a milhares de quilómetros de distância, é apenas um borrão sem nome, uma massa de ideias vagas e de lugares-comuns, geopolítica e geoestratégia,
toma a forma de gente concreta, ganha contornos, espessura, rosto.
O facto de Alexandra Lucas Coelho escrever tão bem faz o resto. É o meio de transporte em que viajamos por um lugar aonde, é quase certo, nunca iríamos de outro
modo.
Carlos Vaz Marques
Renata Coutinho

"Um livro aberto é um cérebro que fala; fechado, um amigo que espera;
esquecido, uma alma que perdoa; destruído, um coração que chora."
(Rabindranath Tagore)

Contatos:
msn: srenatacoutinho@yahoo.com.br
skype: srenatacoutinho2
Celular Vivo: 0xx27-9993-92-87
Celular Tim: 0xx27-8145-26-60

--
Visite também nossa comunidade no Orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=14404700

Para entrar em contato com a moderação envie email para:
moderacao-CantinhoDaLeitura@googlegroups.com

Para postar neste grupo, envie um e-mail para
CantinhoDaLeitura@googlegroups.com

Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para
CantinhoDaLeitura-unsubscribe@googlegroups.com

Para ver mais opções, visite este grupo em
http://groups.google.com.br/group/CantinhoDaLeitura

Nenhum comentário:

Postar um comentário