terça-feira, 20 de julho de 2010

amadurecer

AMADURECER É SAÚDE


- Artur da
Távola -

Amadurecer é aceitar passar de protagonista a coadjuvante da vida.
Descobrir-se como parte, como companheiro, como participante da tarefa
comum
de viver, sabendo que os próprios problemas não são os únicos nem mais
importantes que os dos outros. Amadurecer é o legado dos anos que passam
fecundantes, é a saúde.

Ser, é tolerar a dor do saber-se. Sem "se saber" não se é. "Saber-se",
existencial iluminando todos os porões. "Saber-se" é remover as defesas
construídas com tanto brilho e engenho, logo é sair do pódio e voltar à
arquibancada da vida, ao lado dos outros, compartindo, dividindo,
conhecendo
os limites.

Não ser a pessoa mais importante do mundo, sim, é uma importante
descoberta.
Porém, não ser a mais importante nem para ela mesma, eis a doença. Porque,
se ela não for a mais importante para si mesma, não o será para ninguém. A
saúde é justamente o oposto: deixar de ser a pessoa mais importante do
mundo
para começar a ser a pessoa mais importante para si mesma.

Só sendo a pessoa mais importante para si mesmo, será possível descobrir o
próprio ser, a própria essência diluída numa personalidade que em geral é
uma colagem de influências, ingerências, aderências, contágios e mosaicos
alheios: dos pais, dos amigos, das modas, da cultura, envolvente, da
ideologia, do sistema, das forças de pressão.

Ser a pessoa mais importante do mundo é doença, omnipotência, fantasia
infantil perdurante. Não ser importante nem para si mesmo é o extremo
oposto, a doença ao contrário, o dualismo ocidental tão frequente.

A pessoa se supõe madura quando se despe da omnipotente sensação de ser o
centro do universo. Mas imagina que, por consegui-lo, ficou tão humilde,
tão
simpática, tão gente, que deixa de ter importância até para ela mesma. Aí,
adoece pela cura! Cai no excesso, inverso e errado.

A liberdade não é a posição oposta à dos tempos da ilusão, prisão ou da
alienação. É o novo. É a conquista da dimensão própria. É uma terceira e
nova dimensão.

Enquanto dependentes, as pessoas são escravas. Mas a independência ainda
está marcada como reacção à dependência, logo é uma frente inversa do
mesmo
sistema: é o pólo oposto de um mesma realidade. Assim, toda independência
ainda é de certa forma determinada, marcada ou poluída pela dependência
anterior.

Então não há saída? Há. É o novo, o criativo. O que rompe a imposição do
dualismo bipolar, aprisionante. O zen. O que é? Não sei. Sei que é: e só
se
acha quando se pára de procurar. E só se procura quando se desiste de
saber.


"O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
quando consigas fazer
mais p'los outros que por tí!"
(António Aleixo)


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Regina Equileprote
Magnificent
O Nvda fuma muito!!!

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