domingo, 5 de julho de 2015

{clube-do-e-livro} NORA ROBERTS - NOVOS TEMPOS, NORA ROBERTS - MESA PARA DOIS, Nora Roberts - mistérios, Nora Roberts - Noites de tentação (Reino Cordina)

Nora Roberts - Novos Tempos

1
Conhecia os riscos. E ele era um homem desejoso de corr�-los. Um passo em falso e tudo teria terminado quase antes de come�ar. Sempre tinha pensado que a vida
era como um jogo. Freq�entemente, possivelmente muito freq�entemente, deixou-se arrastar por seus impulsos para acabar enredando-se em situa��es potencialmente perigosas.
Mas, naquele caso em particular, tinha calculado minuciosamente todas as probabilidades.
passou-se dois anos de sua vida calculando, provando, construindo. At� o mais m�nimo detalhe tinha sido registrado, informatizado e analisado. Era um homem
muito paciente... ao menos pelo que se referia a seu trabalho. Sabia o que poderia acontecer. E tinha chegado a hora de demonstr�-lo.
mais de seu amigo suspeitava que tinha transpassado a barreira que separava o g�nio da loucura. Inclusive aqueles que mais entusiastas se mostravam com suas
teorias tinham come�ado a preocupar-se. N�o era a opini�o p�blica o que lhe importava, a n�o ser o resultado. E o resultado daquela experi�ncia, a maior de sua vida,
seria pessoal. Muito pessoal.
Instalado frente ao grande painel curvo do quadro de mandos, assemelhava-se mais a um bucanero na proa de seu navio que a um cientista na c�pula de seu descobrimento.
Mas a ci�ncia era sua vida, e era a ci�ncia o que o tinha convertido em um explorador da estirpe dos m�ticos Colombo e Magallanes.
Acreditava no azar, no mais puro sentido da palavra. Na imprevis�vel possibilidade da exist�ncia. E estava disposto a demonstr�-lo. al�m de seus c�lculos, de
seus conhecimentos e da tecnologia, necessitava um elemento mais. O fator que todo explorador necessitava para ter �xito. Sorte.
Sim. Naqueles precisos momentos, achava-se ao fim s� na imensid�o do espa�o sideral, fora das rotas interestelares mais transitadas. Saboreando aquela especial
intimidade entre o ser humano e seus sonhos imposs�vel de desfrutar em um laborat�rio. Pela primeira vez desde que come�ou sua viagem, sorriu. Muito tempo tinha
passado encerrado nos laborat�rios.
A solid�o era relaxante, inclusive tentadora. Quase se tinha esquecido do que significava estar verdadeiramente sozinho, acompanhado unicamente por seus pr�prios
pensamentos. Sim. Ali, nas �ltimas fronteiras do universo civilizado, com seu pr�prio planeta convertido em uma pequena bola brilhando na lonjura, dispunha de tempo.
E o tempo era a chave.
Registrou suas coordenadas: velocidade, trajet�ria, dist�ncia. Todas meticulosamente calculadas. Seus compridos e finos dedos se moviam correntemente por teclas
e sensores. O painel de controle se iluminou de verde, projetando um aura quase m�stica sobre seu rosto de acusados rasgos.
Foi a concentra��o mais que o temor o que o fez franzir o cenho e apertar os l�bios enquanto se dirigia para o sol. Sabia perfeitamente o que lhe aconteceria
se tinha errado em seus c�lculos pela mais estreita margem. A for�a gravitacional da brilhante estrela o tragaria. A nave e seu ocupante se desintegrariam rapidamente.
A �ltima falha, pensou enquanto contemplava a luminosa estrela que ocupava todo o campo de vis�o da cabine. Ou o �ltimo �xito. Era uma vis�o maravilhosa, com
aquela luz que banhava por completo a nave e o fazia entreabrir as p�lpebras. Inclusive a aquela dist�ncia, o sol conservava toda sua capacidade de dar vida ou morte.
Baixou a tela protetora contra a luz solar. Ativou os mandos para aumentar a velocidade ao m�ximo. Segundo o indicador de calor, a temperatura exterior se incrementou
dramaticamente. Esperou, sabendo que detr�s da tela protetora a intensidade da luz era tal que lhe teria queimado as c�rneas. Um homem viajando para o sol se expor
a ficar cego e a perecer irremisiblemente... sem ter alcan�ado nunca seu destino.
Seguiu esperando quando soou a primeira chamada de alerta, e tamb�m quando a nave deu uma sacudida sob as for�as da gravidade e de seu pr�prio impulso. A tranq�ila
voz do ordenador lhe indicou os dados de velocidade, posi��o e, o mais importante, tempo.
Embora podia escutar o batimento do cora��o de seu cora��o ressonando nos ouvidos, n�o lhe tremeu a m�o enquanto aumentava a velocidade dos motores.
Viajava disparado para o sol, mais r�pido do que nenhum homem o tinha feito jamais. Apertando a mand�bula, acelerou um ponto mais. A nave se estremeceu, balan�ou-se
e, por �ltimo, come�ou a girar uma, dois, tr�s vezes, sem que pudesse endireit�-la. aferrou-se com todas suas for�as aos mandos enquanto a in�rcia o esmagava contra
a poltrona. E a cabine explorou em meio de um mar de luzes e sons.
Por um instante lhe nublou a vis�o, e temeu que, em lugar de abrasar-se com o calor do sol, a nave arrebentaria pela for�a gravitacional da estrela. Mas n�o.
Sua nave seguia voando livre, como a flecha disparada por um arqueiro. salvou-se. Ofegando sem f�lego, voltou a revisar os controles e prosseguiu aquele viaje para
seu destino.
Foi o espa�o, a vasta amplitude o que mais impressionou ao Jacob do Noroeste. Em qualquer dire��o para a que olhasse, solo via rochas, e �rvores, e c�u. Tudo
estava tranq�ilo. N�o silencioso, a n�o ser tranq�ilo, com aquele rumor de pequenos animais movendo-se na espessura e os gritos das aves no alto, voando em c�rculos.
Uns rastros na neve ao redor da nave indicavam que animais bastante maiores tinham estado rondando o territ�rio. E, o que era mais importante: a pr�pria neve lhe
dizia que seus c�lculos tinham errado em, pelo menos, v�rios meses.
No momento, entretanto, teria que conformar-se tendo chegado aproximadamente aonde tinha querido chegar. E seguindo vivo.
T�o meticuloso como sempre, voltou para a nave para registrar feitos e impress�es. Tinha visto imagens e v�deos daquele tempo e daquele lugar. Durante o �ltimo
ano tinha estudado cada retalho de informa��o que tinha podido encontrar do final do s�culo XX. Maneiras de vestir, de falar, ambiente s�cio-pol�tico. Como cientista,
havia-se sentido fascinado. E, como homem, pela metade divertido e pela metade seduzido. E assombrado de que seu irm�o tivesse escolhido viver ali, naquela �poca
t�o primitiva. Por culpa de uma mulher.
Jacob tirou uma fotografia de um compartimento. Um bom exemplo de tecnologia do s�culo XX, refletiu enquanto examinava aquela foto instant�nea de c�mara Polaroid.
fixou-se primeiro em seu irm�o. Sim, o impenitente sorriso do Caleb sempre em seu lugar. Parecia sentir-se muito c�modo, sentado nos degraus de uma pequena estrutura
de madeira, vestido com uns velhos jeans e um su�ter. Rodeava com um bra�o os ombros de uma mulher. Uma mulher que se chamava Libby. Indubitavelmente era atrativa.
Talvez n�o t�o espetacular como as que respondiam ao tipo usual de Cal, mas, certamente, de apar�ncia completamente inofensiva.
Ent�o, o que era o que tinha essa mulher para ter persuadido a seu irm�o de que renunciasse a seu lar, a sua fam�lia e a sua liberdade?
Jacob voltou a guardar a fotografia. Veria o Libby em pessoa. E julgaria por si mesmo, sem deixar-se enganar pelas apar�ncias. Por �ltimo, faria entrar em raz�o
a seu irm�o e o levaria de volta a casa. Mas antes tinha que tomar algumas precau��es.
Abandonou a coberta de v�o para entrar em seu dormit�rio, onde se despojou de seu traje. Os jeans e o su�ter, que lhe haviam flanco uma verdadeira fortuna,
seguiam pendurados do cabide. Enquanto ficava as cal�as, pensou que eram umas reprodu��es excelentes, uma obra professora. E, al�m disso, extremamente c�modos: isso
era ineg�vel.
Uma vez que terminou de vestir-se, olhou-se no espelho. Se ia ter que mesclar-se com gente durante sua estadia ali, que esperava fora breve... queria passar
completamente desapercebido e n�o despertar a menor suspeita. N�o tinha nem tempo nem vontades de ter que explicar sua presen�a nessa �poca a uma gente que, isso
era seguro, teria as entendederas muito curtas. Assim como tampouco desejava converter-se em pasto da publicidade, que conforme tinha estudado, a essas alturas do
s�culo XX se converteu em uma verdadeira praga.
Embora detestava admiti-lo, o su�ter cinza e os jeans azuis lhe sentavam perfeitamente. Levava o cabelo algo comprido, quase at� os ombros. E um pouco descuidado,
j� que emprestava muita mais aten��o a seu trabalho que �s modas de volta. Em qualquer caso, proporcionava um excelente marco a seu rosto anguloso, de rasgos duros.
Tinha os olhos de uma cor verde escura, e sua boca de l�bios habitualmente apertados, possu�a um inesperado e sedutor encanto quando se relaxava o suficiente para
sorrir.
Naquele instante, entretanto, n�o estava sonriendo. pendurou-se sua bolsa do ombro e abandonou a nave. Orientando-se pelo sol e n�o pela hora que marcava seu
rel�gio, decidiu que seria pouco mais de meio-dia. O c�u estava absolutamente espa�oso de nuvens. Era incr�vel permanecer baixo aquela gigantesca c�pula azul, logo
que sulcada pelo fino fio de fuma�a do que devia ser um antigo transporte a�reo. Chamavam-nos avi�es, recordou vendo como desaparecia o diminuto risco branco.
Que paci�ncia devia ter aquela gente, refletiu, para sentar-se em companhia de outras centenas de passageiros, ombro com ombro, e ter que esperar horas para
fazer um trajeto t�o curto como o de Nova Iorque a Paris.
Come�ou a caminhar. Era uma sorte que luzisse o sol. Seus preparativos n�o tinham inclu�do um casaco, ou uma roupa interior t�rmica. Passaria bastante frio
antes de que a caminhada lhe esquentasse os m�sculos. Jacob era um cientista vocacional, e podia dedicar horas, e dias inteiros, a c�lculos e experimentos. Mas nunca
se descuidou fisicamente, e seu corpo estava t�o bem treinado e disciplinado como seu c�rebro.
Utilizou sua unidade de bracelete para orientar-se. Ao menos o relat�rio de Cal tinha sido bastante espec�fico na hora de descrever o lugar em que se acidentou
sua nave, assim como a localiza��o da cabana do Libby, em que terminou alojando-se.
Uns trezentos anos depois, Jacob tinha visitado esse lugar e escavado a c�psula do tempo que seu irm�o e aquela mulher tinham enterrado. Jacob tinha deixado
seu lar no ano 2255. Tinha viajado pelo tempo e pelo espa�o para encontrar a seu irm�o. E levar o de volta a casa.
Enquanto caminhava n�o viu sinal de ser humano algum. Solo havia um imenso espa�o deserto, hectares e hectares, um terreno completamente virgem, intacto. O
sol projetava sombras azuladas sobre a neve, e as �rvores se elevavam sobre sua cabe�a como silenciosos gigantes.
Apesar da l�gica do que tinha feito, dos meses de c�lculos precisos, de seus esfor�os por passar a teoria � pr�tica, estava come�ando a sentir uma estranha
mescla de medo e de j�bilo. A magnitude do que acabava de fazer, do salto no tempo que tinha dado, imp�s-se a sua consci�ncia. Ali estava, com os p�s na terra, baixo
aquele c�u imenso em um planeta que lhe resultava mais estranho que a lua. estava-se enchendo os pulm�es de ar, que voltava a exalar em brancas baforadas. Podia
sentir a mordida do frio no rosto e em suas m�os sem luvas. Sim, era como se estivesse nascendo de novo.
Teria sentido o mesmo seu irm�o? N�o. Era seguro que, ao princ�pio, n�o teria sentido j�bilo algum. Cal se haveria sentido perdido, ferido, confundido. O n�o
tinha eleito viajar at� ali, mas sim tinha sido uma v�tima do destino e das circunst�ncias. Logo, vulner�vel e sozinho, deixou-se enfeiti�ar por uma mulher. Escurecida
sua express�o por aquelas reflex�es, Jacob continuou caminhando.
Detendo-se ante o arroio, ficou a recordar. Fazia um pouco mais de dois anos, s�culos no futuro, tinha estado naquele lugar. Tinha sido em meados do ver�o,
e embora o arroio tinha trocado seu curso com o tempo, a paragem era o mesmo. Ent�o tinha pisado em erva verde em vez de neve. Mas a erva voltaria a crescer, ano
detr�s ano, ver�o detr�s o ver�o. E o arroio voltaria para circular r�pido, em vez de ver-se obrigado a sortear rochas e placas de gelo, como naqueles momentos.
Sentindo-se um pouco aturdido, agachou-se e recolheu um punhado de neve. Ent�o tamb�m tinha estado sozinho, embora por cima de sua cabe�a o c�u tinha zumbido
com o rumor do constante tr�fico a�reo. Al�m disso, um conjunto de hot�is de montanha se elevava a uns poucos quil�metros para o este. Recordava que, quando desenterrou
a caixa que seu irm�o tinha oculto, sentou-se no ch�o e ficou a meditar.
Como o estava fazendo naquele momento, mas de p�. Se ficava a escavar ali mesmo, poderia desenterrar a mesma caixa. A caixa que tinha deixado em casa de seus
pais t�o solo uns dias antes. A caixa existia ali, sob seus p�s, tal e como tinha existido no tempo de que procedia. Tal e como ele existia agora.
Se a desenterrava agora e a levava a nave, j� n�o seguiria ali para que a encontrasse aquela manh� do ver�o do s�culo vinte e tr�s. Mas se isso era certo, como
podia estar ali, naquele tempo e lugar, para desenterr�-la? Uma adivinha��o interessante, refletiu Jacob. Pensaria sobre isso enquanto caminhava.
Viu a cabana e ficou fascinado. Por muitas imagens, filmes ou hologramas que tivesse visto, aquela cabana era real. Havia placas de neve derretendo-se lentamente
no telhado. A madeira era escura, n�o muito envelhecida pelo passado do tempo. A luz do sol se refletia nos cristais das janelas. A fuma�a... sim, podia v�-lo e
cheir�-lo, elevava-se da chamin� de pedra, perdendo-se no c�u azul.
"Assombroso", pensou, e pela primeira vez em muitas horas seus l�bios formaram um sorriso. sentia-se como um menino que acabasse de descobrir um presente �nico
no mundo debaixo de sua �rvore de Natal. Um presente que era dele, no momento, para explor�-lo, para analis�-lo, para desarm�-lo e desentranhar seu funcionamento.
Subiu os degraus da entrada, talheres de neve. Para ouvir o rangido da madeira sob seu peso, seu sorriso se ampliou. N�o se incomodou em chamar. Os maneiras
se perdiam facilmente com a euforia do descobrimento. Abriu a porta e entrou na cabana.
- Incr�vel. Absolutamente incr�vel - sussurrou. Estava completamente rodeado de madeira. De aut�ntica madeira. E pedra, uma pedra tirada da terra e esculpida
para construir a chamin�. Um fogo ardia nela, crepitando e chispando detr�s de uma tela de ralo. Cheirava maravilhosamente bem. Estava em uma pequena habita��o,
abarrotada de coisas, a qual mais estranha e pitoresca.
Jacob teria podido acontecer horas s� naquela habita��o, escrutinando at� o �ltimo cent�metro quadrado. Mas desejava ver o resto. Registrando esse pensamento
em seu micrograbadora, come�ou a subir as escadas.
Sunny deu um murro contra o volante de seu todo-terreno e pronunciou uma maldi��o. Como podia haver-se acreditado que desejava realmente passar um par de meses
na cabana? Paz e tranq�ilidade! Quem necessitava isso? Trocou de marcha enquanto o ve�culo ascendia penosamente pela colina. A id�ia de que umas quantas semanas
em solid�o lhe dariam a oportunidade de refletir sobre sua vida e decidir o que queria fazer era simplesmente... rid�culo.
J� sabia o que queria fazer com sua vida. Algo grande, algo espetacular. Desgostada, soprou-se a loira franja dos olhos. O �nico problema era que n�o sabia
exatamente quando ia fazer esse algo grande e espetacular. Mas isso n�o importava tanto. J� o descobriria quando tivesse que faz�-lo.
S� que sempre descobria o que n�o tinha que fazer quando o fazia. J� sabia que n�o se tratava de pilotar avi�es de carga... ou saltar em p�ra-quedas deles.
Tampouco se tratava do bal�, nem de fazer excurs�es com uma banda de rock. Nem conduzir um caminh�o, nem escrever em haiku.
Enquanto estacionava o todo-terreno frente � cabana, Sunny se recordou que n�o todo mundo, aos vinte e tr�s anos, podia ser t�o concreto e espec�fico como ela
a respeito do que, por experi�ncia, sabia j� que n�o desejava fazer. Servindo do m�todo da elimina��o, e seguindo esse ritmo de descobrimentos, ao cabo de outros
dez ou vinte anos deveria estar bem encaminhada para a fama e o �xito...
Tamborilou com os dedos no volante durante uns segundos enquanto contemplava a cabana. Tinha uma estrutura maci�a e achaparrada, e era ao menos o suficientemente
acolhedora para n�o resultar feia. Uma velha cadeira de balan�o se balan�ava no alpendre de entrada. Seguia ali ano detr�s ano, no ver�o e no inverno, desde fazia
mais tempo de que podia recordar. Havia, isso n�o podia neg�-lo, algo c�modo e reconfortante naquela continuidade. Mas junto a aquela comodidade surgia sempre uma
inquieta��o pelo novo, pelo ainda n�o visto nem meio doido.
Com um suspiro, recostou-se no assento do todo-terreno, ignorando o frio. O que era o que queria que n�o houvesse ali, naquele lugar?Ou em qualquer outro lugar
no que tinha estado? Mesmo assim, sempre que dispunha de tempo para fazer-se essa pergunta, quando chegava a hora de refletir, sempre retornava ali, � cabana.
Tinha nascido nela. Tinha passado os primeiros anos de sua vida nela e nos bosques que a rodeavam. Possivelmente por isso voltava sempre ali quando lhe parecia
que sua vida carecia de sentido. Para recuperar embora solo fora um pouco daquela simplicidade, daquela simplicidade.
O certo era que a amava. Talvez n�o com a paix�o de sua irm�, nem com o enraizado sentimento de seus pais, mas sim com um fundo de ternura. Sentia por ela o
mesmo tipo de carinho que haveria sentido uma menina por uma velha e exc�ntrica tia.
Sunny n�o podia imaginar-se a si mesmo vivendo de novo ali, como Libby e seu marido tinham feito. Dia detr�s dia, noite detr�s noite, sem ver ningu�m. Possivelmente
suas ra�zes estivessem no bosque, mas seu cora��o pertencia � cidade, com suas luzes e suas m�ltiplos possibilidades.
"S� ser�o umas curtas f�rias", prometeu-se a si mesmo enquanto se tirava o gorrito de l� e se passava os dedos por seu curto cabelo. Tinha direito �s desfrutar.
depois de tudo, tinha ingressado na universidade a temprana idade de dezesseis anos. "� muito inteligente para seu pr�prio bem", havia-lhe dito seu pai mais de uma
vez. depois de graduar-se, pouco antes de cumprir os vinte anos, tinha come�ado mil e um projetos, e com nenhum deles se havia sentido satisfeita.
Procurava ser boa em todo aquilo que se propunha fazer. Possivelmente por isso tinha recebido classes de todo tipo de atividades, desde dan�ar claqu� at� pintar
� cera. Mas ser bom em algo n�o significava que esse algo fora o bom. Assim sempre trocava de atividade, permanentemente inquieta, sentindo-se de cont�nuo culpado
por deixar as coisas ao meio fazer.
Tinha chegado a hora de deter-se e refletir. Por isso tinha ido ali, para pensar, para refletir, para decidir. Isso era tudo. N�o se estava escondendo, nem
fugindo... solo porque tivesse perdido seu �ltimo trabalho. N�o, seus dois �ltimos trabalhos, corrigiu-se, mal-humorada.
Em qualquer caso, dispunha de suficiente dinheiro para ag�entar o resto do inverno... sobre tudo tendo em conta que n�o tinha nenhum lugar onde gast�-lo. Se
seguia suas inclina��es e tomava o seguinte avi�o para o Portland ou Seattle, ou a qualquer outro s�tio onde estivessem acontecendo coisas, arruinaria-se em menos
de uma semana. E o �ltimo que desejava fazer era arrastar-se frente a seus indulgentes e exasperados pais.
- Disse que foste ficar te - murmurou enquanto abria a porta do todo-terreno- E ficar� at� que descubra o verdadeiro destino do Sunny Stone.
Recolheu as duas bolsas de provis�es que tinha comprado na cidade e se abriu passo entre a neve. Ao menos, pensou, um par de meses na cabana a ensinariam a
ser auto-suficiente. Se antes n�o morria de puro aborrecimento, claro.
Uma vez dentro o primeiro que fez foi aproximar-se do fogo, satisfeita de que seguisse ardendo bem. Aqueles poucos anos que passou nas Girl Scouts tinham servido
para algo. Deixou as bolsas sobre o mostrador da cozinha. Sabia que Libby n�o teria perdido nem um segundo em coloc�-lo tudo em seu lugar. Mas para o Sunny guardar
algo que cedo ou tarde teria que voltar a tirar n�o era mais que uma absurda perda de tempo.
Com a mesma atitude descuidada, deixou seu casaco no respaldo de uma cadeira e se tirou as botas, que foram parar a um rinc�o. Logo tirou uma barra de chocolate
de uma das bolsas e come�ou a mordisc�-la enquanto voltava para sal�o. O que precisava era uma larga tarde dedicada ao estudo e � reflex�o. Ultimamente tinha estado
acariciando a id�ia de voltar para a universidade para licenciar-se em Direito. Resultava-lhe atrativa a id�ia de viver de sua habilidade para a discuss�o e a pol�mica.
junto com sua roupa, sua c�mara de fotos, seu caderno de notas, seu grabadora e seus sapatos de baile, tinha cheio as duas caixas que levava com livros orientativos
sobre as mais diversas profiss�es.
Durante sua primeira semana na cabana, tinha refletido em profundidade sobre a profiss�o de roteirista de cinema e tinha terminado descartando-a por inst�vel.
A medicina a assustava, e abrir uma loja de roupas antiga era algo que estava muito de moda.
Mas o Direito tinha suas possibilidades. Podia imaginar-se a si mesmo como uma fria e implac�vel fiscal, ou como uma dedicada e diligente advogada de of�cio.
Mereceria a pena provar, disse-se enquanto subia as escadas. E quanto antes localizasse seu objetivo, antes poderia voltar a fazer algo mais excitante que sentar-se
a ver cair a neve naquela cabana.
De repente, a barra de chocolate ficou a meio caminho de seus l�bios quando entrou na habita��o... e o viu. Estava de p� ao lado da cama, sua cama, obviamente
ensimismado na leitura de uma revista de modas que ela tinha deixado no ch�o a noite anterior. Deslizava os dedos pelo papel acetinado de suas p�ginas quase com
rever�ncia, como se se tratasse da mais ex�tica malha.
Estava de costas a ela. Era alto e moreno. Levava o cabelo o suficientemente largo como para que as pontas lhe tampassem o pesco�o do su�ter. Sem atrever-se
apenas a respirar, continuou observando-o. Se era um excursionista, ia muito bem vestido. As cal�as n�o estavam muito gastas. E o mesmo acontecia com suas botas.
N�o, duvidava que fora um montanh�s. E nem o montanh�s mais temer�rio se teria atrevido a aventurar-se a p� pelas montanhas em pleno inverno.
Parecia forte e musculoso. Se era um ladr�o devia ser muito est�pido para perder o tempo dessa maneira: folheando uma revista de modas quando deveria estar
procurando algo de valor na cabana.
Sunny desviou o olhar para a c�moda, onde guardava a caixa das j�ias. N�o tinha uma grande cole��o, mas cada pe�a tinha sido selecionada com delicioso cuidado,
sem reparar no pre�o. E eram delas, ao igual a aquela cabana, ao igual a aquela habita��o que tinha invadido esse estranho.
Furiosa, soltou a barra de chocolate e se procurou a arma mais pr�xima que encontrou � m�o: uma garrafa vazia de refrigerante. Blandi�ndola, deu um passo para
diante.
Jacob ouviu o movimento. Pela extremidade do olho, viu uma mancha imprecisa de cor vermelha. Um pressentimento o fez voltar-se, justo no momento em que a garrafa
passou quase lhe ro�ando a cabe�a para estelar se contra a mesinha. O cristal soou como um disparo ao romper-se.
- O que...?
antes de que pudesse pronunciar outra palavra, perdeu p� e caiu de costas. Do estou acostumado a p�de ver uma mulher alta e esbelta, de cabelo curto e loiro,
e olhos de uma cor cinza quase transparente. Com as pernas flexionadas e os bra�os em alto, movia lentamente as m�os como se estivesse praticando uma esp�cie de
arcaica arte marcial.
- Nem te ocorra-lhe advertiu ela-N�o quero lombriga obrigada a te fazer danifico, assim te incorpore lentamente. Logo baixa as escadas e te largue. Disp�e de
trinta segundos para faz�-lo.
Sem deixar de olh�-la aos olhos, Jacob se incorporou sobre um cotovelo. Quando tinha que as ver-se com um membro de uma cultura t�o primitiva, toda precau��o
era pouca.
- Perd�o?
- J� me ouviste, amigo. Sou cintur�o negro, quarto d�o. me d� a oportunidade e te esmagarei o cr�nio como se fora uma noz.
Sem uma palavra, Jacob se incorporou de um salto colocando-se em uma posi��o de luta semelhante a dela. Leu a surpresa em seus olhos. N�o era medo, a n�o ser
surpresa. Conseguiu parar o primeiro golpe que lhe lan�ou, embora sentiu a for�a de seu impacto do bra�o at� o ombro. A seguir conseguiu esquivar uma patada bem
dirigida ao queixo.
Era r�pida, advertiu. R�pida e �gil. dedicou-se a esquivar seus ataques, mantendo-se � defensiva enquanto a observava. N�o sentia o mais m�nimo temor, concluiu
com uma sensa��o de pura admira��o. Sim; parecia uma jaqueta nata. E se Jacob tinha alguma debilidade inconfess�vel, era o prazer que lhe produzia um bom combate.
N�o jogou com ela. Se o tivesse feito, estava seguro de que teria acabado no ch�o com um p� na garganta. A patada que lhe lan�ou contra as costelas, surpreendendo-o
com o guarda baixo, constitu�a uma boa prova disso. Mas Jacob era consciente de que a superava em peso e estatura, e decidiu aproveitar aquelas vantagens. Insinuou,
parou-lhe um golpe e contra-atacou com uma chave que a projetou diretamente contra a cama. antes de que pudesse recuperar-se, lan�ou-se sobre ela e lhe imobilizou
as bonecas por cima da cabe�a.
Viu que ofegava pelo esfor�o, embora ainda n�o se rendeu. Jogando fa�scas pelos olhos, concentrou toda sua for�a em um �ltimo golpe. E, felizmente, Jacob se
girou a tempo para evitar receber um joelhada nos test�culo.
- Algumas costure n�o trocam nunca - murmurou enquanto a observava, esperando a que se tranq�ilizasse um pouco.
Era impresionantemente bela. Tinha a pele ruborizada, com um delicioso tom rosado que real�ava o loiro claro de seu cabelo. O penteado, curto e austero, destacava
deste modo a formosa e elegante estrutura de seu rosto. Tinha os ma��s do rosto salientes. E uns olhos grandes, cinzas, rasgados, que brilhavam de frustra��o mas
n�o de derrota. Tinha o nariz pequeno e reta, e uma boca de l�bios cheios, com o inferior ligeiramente avan�ado. Cheirava a bosque e a folhagem.
- � muito boa - lhe comentou Jacob.
- Obrigado - n�o lutou. Sabia quando lutar e quando economizar for�as. Aquele homem a tinha vencido, mas ela n�o estava disposta a render- . Te agradeceria
que deixasse de me esmagar com seu peso. Agora mesmo.
- Tem por costume saudar �s pessoas lhe lan�ando um botellazo e atirando-a ao ch�o?
- E voc� tem por costume te colocar nas casas da gente e farejar em seus dormit�rios? - perguntou-lhe Sunny, arqueando uma sobrancelha.
- A porta estava aberta - assinalou, mas ao momento franziu o cenho. Estava seguro de encontrar-se no lugar que tinha estado procurando, mas aquela mulher n�o
era Esta Libby � sua casa?
- Assim �. Propriedade privada, lhe chama. Olhe, j� chamei � pol�cia - mentiu, j� que o telefone mais pr�ximo estava a dezenas de quil�metros dali- Se eu fosse
voc�, largaria-me imediatamente.
- Se eu queria evitar � pol�cia, seria in�til que tentasse me largar - inclinou a cabe�a, olhando-a pensativo- . Al�m disso, n�o a chamaste.
- Possivelmente o tenha feito e possivelmente n�o. O que � o que quer? Nesta cabana n�o h� nada que mere�a a pena roubar.
- Eu n�o vim a roubar.
Sunny experimentou uma r�pida pontada de p�nico, que em seguida foi afogada por outra de f�ria.
- N�o lhe porei isso f�cil.
- De acordo - Jacob n�o se incomodou em lhe perguntar pelo que tinha querido dizer- Quem � voc�?
- Acredito que sou eu a que deve te fazer essa pergunta - replicou- . Embora tampouco pode dizer-se que esteja muito interessada - o cora��o lhe tinha come�ado
a acelerar, e confiava em que ele n�o pudesse not�-lo. Estavam tombados um sobre o outro em uma cama sem fazer, em uma postura t�o �ntima como a de dois amantes.
Seus olhos, de uma cor verde profunda, cravados com tanta fixidez nos seus, estavam-na deixando sem f�lego.
Naquele instante Jacob sim que descobriu o p�nico em seu olhar, apenas um leve brilho, e afrouxou a press�o sobre suas bonecas. O pulso lhe pulsava muito rapidamente,
lhe causando a ele uma rea��o semelhante. Sim, podia sentir o acelerado pulsado de seu pr�prio cora��o enquanto seus olhos viajavam inconscientemente at� seus l�bios.
perguntou-se o que se sentiria ao beij�-la. Solo um roce, um experimento. Uma boca de aspecto t�o suave e apetec�vel parecia ter sido criada para tentar a um
homem. Lutaria ou se resignaria? Aborrecido por aquela distra��o, voltou a olh�-la aos olhos. Tinha um objetivo que cumprir. Um objetivo do que nada o deteria.
- Lamento te haver assustado, ou ter invadido sua intimidade. Estava procurando a algu�m.
- Aqui n�o h� ningu�m salvo... - interrompeu-se- A quem diz que est� procurando?
Jacob se disse que era melhor obrar com prud�ncia. Se tinha cometido algum engano de c�lculo com o tempo, ou se o relat�rio de Cal tinha sido incorreto, o melhor
seria guardar algumas precau��es.
- A um homem. Acreditava que vivia aqui, mas possivelmente minha informa��o n�o era a correta.
- Como se chama? - perguntou-lhe Sunny, soprando a franja dos olhos.
- Hornblower - respondeu Jacob, sonriendo pela primeira vez- . Se chama Caleb Hornblower - a surpresa que leu em seu olhar foi tudo o que necessitava. Instintivamente,
seus dedos se esticaram sobre suas bonecas- O conhece?
Uma multid�o de pensamentos e suspeitas sobre o misterioso marido de sua irm� assaltou a mente do Sunny. Era um espi�o, um fugitivo, um exc�ntrico milion�rio
vagando pelo mundo? Ignorava-o. Mas a lealdade familiar era o primeiro, e teria preferido a tortura antes que trair a sua irm�.
- por que deveria conhec�-lo?
- Conhece-o - insistiu Jacob. Ao ver que elevava o queixo com um gesto de obstina��o, suspirou, frustrado- Tenho feito um comprido caminho para vir a v�-lo-se
sorriu, pensando no profundo significado daquela frase- . N�o pode imaginar o comprido que foi. Por favor, pode-me dizer onde est�?
- Evidentemente, aqui n�o.
- � que n�o se encontra bem? - perguntou-lhe Jacob, lhe soltando as m�os para agarrar a dos ombros- Lhe aconteceu algo mau?
- N�o - respondeu, comovida pelo tom de preocupa��o de sua voz- . N�o, claro que n�o. N�o queria dizer que... - interrompeu-se de novo. Se aquilo era uma armadilha,
estava caindo totalmente nela- . Se quer me tirar alguma informa��o mais, ter� que me dizer quem � e por que quer v�-lo.
- Sou seu irm�o Jacob.
Sunny p�s uns olhos como pratos. O irm�o de Cal? Supunha que isso entrava dentro do poss�vel. A forma de seu rosto e a cor de seu cabelo eram similares. E certamente
aquele homem se parecia mais a seu cunhado que ela mesma ao Libby.
- Bom - pronunciou depois de um breve debate interno- O mundo � um len�o, n�?
- Certamente � mais pequeno do que voc� imagina. Ent�o conhece cal?
- Sim. E dado que est� casado com minha irm�, ent�o voc� e eu somos... Bom, acredito que seria melhor que continu�ssemos falando disto em outra postura que
n�o fora a horizontal.
Jacob assentiu com a cabe�a, mas n�o se moveu.
- Quem � voc�?
- Eu? - esbo�ou um amplo e radiante sorriso- . OH, eu sou Sunbeam - ainda sonriendo, agarrou-lhe firmemente um polegar- . E agora, se n�o querer que te desloque
um dedo... te levante de uma maldita vez de minha cama!

2

separaram-se com certo receio, como dois boxeadores dirigindo-se a seus respectivos rinc�es depois do toque de sino. Jacob n�o estava muito seguro de como conduzir-se
com ela, e muito menos depois da not�cia bomba que lhe tinha solto. Seu irm�o se casou.
- Onde est� Cal?
- Borneo. Acredito que est� na Borneo. Talvez em Bora Bora. Libby est� realizando uma investiga��o - Sunny j� dispunha de tempo para contempl�-lo com maior
objetividade. Sim, definitivamente se parecia muito a Cal: em sua forma de mover-se, de falar. Mas, inclusive apesar de ter aceito isso, ainda n�o estava disposta
a confiar de tudo nele- . Cal deveu te haver contado que � antrop�loga.
Depois de uma breve vacila��o, Jacob sorriu de novo. Naquele momento n�o o preocupava tanto o que Cal lhe havia dito ou n�o em seu relat�rio, como o que teria
podido lhe dizer a respeito dele mesmo a aquela mulher chamada Sunbeam. "Sunbeam, raio de sol", pensou distra�do. Podia algu�m chamar-se realmente assim?
- � obvio - mentiu com tom suave, sem a menor sombra de culpa- Mas n�o me avisou de que estaria fora. Quando voltar�?
- Ainda tem para umas quantas semanas mais - respondeu Sunny enquanto se alisava o su�ter vermelho. J� podia sentir os moretones que lhe estavam formando. N�o
lhe importava. Tinha-lhe feito frente, e n�o as tinha arrumado t�o mal. Esperava que pudesse ter outra oportunidade- . � curioso que n�o nos comentasse que foste
vir.
- N�o sabia - frustrado, desviou o olhar para a janela. Tinha estado t�o perto, t�o condenadamente perto... Mas teria que esperar- . Eu mesmo n�o estava seguro
de que pudesse chegar.
- J�. Como � bodas, a que ao final n�o assistiu. Sentiu saudades muito que nenhum membro da fam�lia de Cal aparecesse na cerim�nia.
Jacob captou um inequ�voco tom de censura em sua voz.
- me acredite, se tiv�ssemos podido assistir, o ter�amos feito - rep�s, quase divertido para seus adentros pela ironia da situa��o.
- Mmm. Bom, dado que j� terminamos que brigar, proponho-te que baixemos e tomemos um ch� - se dirigiu para a porta- . Como certo, o que d�o de cintur�o negro
tem voc�?
- S�timo - arqueou uma sobrancelha- . N�o queria te fazer danifico.
- Claro - bastante molesta por aquele coment�rio, come�ou a baixar as escadas- . N�o sabia que a gente como voc� praticasse as artes marciais.
- A gente como eu? - perguntou Jacob distra�damente enquanto deslizava a m�o pela Lisa superf�cie do corrim�o de madeira.
- Voc� � f�sico ou um pouco parecido, n�o?
- Um pouco parecido - sobre o respaldo de uma cadeira viu um casaco de escandalosos, mais que vivos, cores. Embora lhe recordou algo, conteve-se de lhe fazer
um minucioso exame- e voc�? A que te dedica voc�?
- A nada. Me estou pensando isso.
Nada mais entrar na cozinha, Sunny se dirigiu diretamente ao forno. De modo que n�o p�de ver a express�o assombrada do Jacob.
Enquanto observava a cozinha, pensou que parecia extra�da de algum antigo livro ou filme. Solo que aquilo era muito, muit�ssimo melhor que qualquer reprodu��o.
Absolutamente maravilhoso. Ansiava toc�-lo tudo, acarici�-lo tudo...
- Jacob? - O que?
Sunny o olhou sentida saudades. "Um tipo estranho", pensou. Muito bonito, certamente, mas tamb�m muito estranho.
- Hei-te dito que tenho muitas variedades de ch�. Prefere alguma em particular?
- N�o - n�o podia resistir. Simplesmente n�o podia.
Aproveitando que ela se voltou para p�r ao fogo a bule, aproximou-se da pia de cer�mica branca e abriu o grifo. P�s um dedo sob o jorro de �gua e descobriu
que estava fria como o gelo. Quando se levou a ponta do dedo aos l�bios, reconheceu um leve sabor a metal.
Era �gua pura, sem nenhum tipo de processamento. Assombroso. Aquela gente bebia �gua diretamente da que emanava do ch�o. Completamente esquecido do Sunny, voltou
a adiantar o dedo e descobriu que a �gua se esquentou muito, at� o ponto de que por pouco se abrasou. Ao voltar-se, viu que Sunny o estava olhando fixamente.
N�o tinha sentido amaldi�oar-se a si mesmo por sua imprud�ncia. Simplesmente teria que aprender a dominar sua curiosidade enquanto n�o estivesse sozinho.
- � muito bonito - comentou.
- Obrigado - esclarecendo-a garganta, Sunny n�o deixou de olh�-lo enquanto preparava duas ta�as- . O chamamos "pia". Na Filadelfia tamb�m se fabricam pias,
verdade?
- Sim. O que passa � que nunca tinha usado um como este.
Sunny se relaxou um tanto.
- Bom, este lugar est� um pouco antiquado.
- Eu estava pensando exatamente o mesmo.
Quando a bule come�ou a apitar, Sunny se voltou para servir o ch�. E enquanto o fazia, subiu as mangas do su�ter. Jacob advertiu que tinha uns bra�os largos,
bem torneados. De apar�ncia enga�osamente fr�gil. esfregou-se um ombro. Ele mesmo tinha experiente sua for�a em carne pr�pria.
- Possivelmente Cal n�o te contou que meus pais constru�ram esta cabana nos anos sessenta.
- Constru�ram-na? Eles sozinhos?
- Sim. At� a �ltima pedra e at� o �ltimo tronco. Eram hippies. Hippies dos aut�nticos.
- Os anos sessenta, sim. Tenho lido algo a respeito daquela era. Era um movimento contracultural. A juventude enfrentada ao sistema por meio de uma revolu��o
s�cio-pol�tica e cultural que implicava o recha�o �s riquezas, ao governo e aos militares.
- Falas como um verdadeiro cientista - "um cientista um tanto louco", acrescentou Sunny para si enquanto levava as ta�as � mesa- . Resulta curioso ouvir falar
assim dessa �poca a algu�m que nasceu por aqueles anos. � quase como se te tivesse referido a uma dinastia a China.
- Os tempos trocam - se sentou ante a mesa.
- Sim - franzindo o cenho, viu que deslizava um dedo lentamente pela superf�cie de madeira, admirado- Se chama mesa.
Recuperando-se de, sua distra��o, Jacob tomou sua ta�a.
- OH, estava admirando a madeira.
- � carvalho. Meu pai a fez. Durante um tempo lhe deu pela carpintaria. Quase tudo o que h� nesta cabana o construiu ele mesmo.
Jacob logo que podia imaginar-lhe Fazer um m�vel a partir de uma pe�a de madeira de carvalho. L� de onde vinha, solo a gente mais opulenta podia permitir-se
semelhante luxo. al�m de que estavam limitados por lei a possuir uma s� pe�a. E ali estava ele, sentado em uma casa feita inteiramente de madeira... Necessitaria
amostras. Talvez lhe resultasse dif�cil as conseguir com ela observando o de perto, com aquele olhar de desconfian�a, mas n�o imposs�vel.
Refletindo sobre isso, tomou um sorvo de ch�. E outro. E outro.
- Herbal Delight.
- Exato - pronunciou Sunny, levantando sua ta�a a modo de brinde- Ao princ�pio, logo que pod�amos beber outra coisa sem nos arriscar a ter uma crise familiar.
Fabrica-o a empresa de meu pai. Isso tampouco lhe disse isso Cal?
- N�o - confuso, Jacob olhou fixamente o l�quido escuro, dourado, de sua ta�a. Herbal Delight. Stone, claro. A empresa, uma das mais capitalistas da federa��o,
tinha sido fundada pelo William Stone. contavam-se anedotas verdadeiramente m�ticas sobre seus come�os, t�o rom�nticas como a daquele presidente do s�culo dezenove
que nasceu em uma cabana de troncos. Mas n�o, n�o era um mito. Era realidade.
- O que � o que te disse exatamente Cal?
- OH, solo que... que se estrelou seu avi�o. Que sua irm� o esteve cuidando e se apaixonaram - de repente sentiu uma familiar pontada de ressentimento, e baixou
sua ta�a- . E que escolheu ficar aqui, com ela.
- Tem algum problema com isso? - Sunny tamb�m baixou sua ta�a. E por um instante, enquanto se olhavam, em suas respectivas express�es se refletiu tanto receio
como desgosto- . � por isso pelo que n�o te incomodou em assistir � bodas? Porque te chateou que seu irm�o decidisse casar-se sem falar antes contigo?
- Deixando a um lado a opini�o que me merecesse sua decis�o... - replicou Jacob, cada vez mais irritado- ... teria vindo se isso me tivesse resultado poss�vel.
- OH, que generosidade - se levantou rapidamente para tirar um pacote de bolachas de uma das bolsas de provis�es que tinha comprado- . me Deixe te dizer algo,
Hornblower. Para seu irm�o foi uma sorte ter conhecido a minha irm�.
- N�o sabia.
- Sim - abriu o pacote- . � brilhante, inteligente, boa, bonita e generosa - o apontou com uma bolacha- . E, se isto te interessar, o qual duvido muito, s�o
muito felizes juntos.
- Tampouco tenho maneira disso saber.
- E de quem � a culpa? tiveste tempo de sobra para v�-los juntos... se isso te tivesse importado.
Naquele instante era j� verdadeira f�ria o que ardia nos olhos do Jacob.
- O tempo era o problema - se levantou- . Qu�o �nico sabia eu era que meu irm�o tinha tomado uma decis�o dr�stica, que transtornava completamente sua vida.
E tenho inten��o de me assegurar de que n�o cometeu nenhum engano.
- Seriamente? - Sunny se engasgou com uma bolacha e teve que beber para passar o gole- N�o sei como funcionam as coisas em sua fam�lia, amigo, mas na nossa
n�o tomamos as decis�es por comit�. Consideramo-nos indiv�duos aut�nomos, com direito a decidir por n�s mesmos.
Mas ao Jacob n�o importava a fam�lia do Sunny. Solo lhe importava a sua pr�pria.
- A decis�o de meu irm�o afetou a um grande n�mero de gente.
- J�, estou convencida de que suas bodas com o Libby trocar� o curso da hist�ria - desgostada, lan�ou descuidadamente o pacote de bolachas sobre o mostrador-
. Se t�o preocupado. est�, por que diabo demoraste um ano inteiro em aparecer?
- Isso � meu assunto.
- OH, entendo. � teu assunto. Mas as bodas de minha irm� tamb�m � teu assunto. � um idiota integral, Hornblower.
- Perd�o?
- Acabo de te dizer que � um idiota - se passou uma m�o pelo cabelo- Bom, voc� segue adiante com seus planos e fala com ele quando voltarem. Mas h� uma coisa
que n�o figura em seus c�lculos. Cal e Libby se amam, e querem viver juntos. E agora, se me desculpar, tenho coisas que fazer.
E abandonou a cozinha. Momentos depois Jacob escutou o que parecia o ru�do de uma primitiva porta de madeira ao fechar-se. "Uma mulher lhe exasperem", disse-se.
Interessante, mas lhe exasperem. ia ter que encontrar alguma forma de fazer as pazes com ela, dado que resultava �bvio que teria que prolongar sua estadia ali at�
o retorno de Cal.
Como cientista, aquilo representava uma maravilhosa oportunidade para estudar de perto uma cultura primitiva, e para falar cara a cara com seus pr�prios ancestros...
Elevou o olhar ao teto. N�o. Duvidava que a imprevis�vel Sunbeam gostasse que a qualificassem de "ancestro".
Sim, era uma maravilhosa oportunidade... mas solo de um ponto de vista cient�fico. No pessoal, sua rela��o com aquela mulher t�o primitiva tinha representado
j�, e representaria, uma prova muito dura. Era uma pessoa brusca, agressiva e protestona. Possivelmente ele tivesse os mesmos defeitos, mas depois de tudo, era duzentos
e sessenta e cinco anos maior, e superior que ela.
O primeiro que faria quando voltasse para a nave seria abrir a base de dados de seu ordenador e consultar o significado da arcaica palavra "idiota".
Ao Sunny teria encantado lhe proporcionar uma defini��o ainda mais concisa. De fato, enquanto caminhava furiosa de um lado a outro de seu dormit�rio, lhe tinha
ocorrido j� pelo menos meia d�zia de descri��es de seu car�ter, a qual mais v�vida e colorida.
Diabo de homem... apresentou-se ali mais de um ano depois de que seu irm�o e Libby se casaram. E n�o precisamente para felicit�-los. Nem para manter um bonito
encontro familiar. A n�o ser para duvidar abertamente de que sua irm� fora o suficientemente boa para Cal.
Ao passar por diante da janela, viu-o abaixo. dispunha-se a abri-la para lhe soltar umas quantas coisas quando... sua f�ria se evaporou de repente.
Parecia que queria internar-se no bosque, assim sem mais, sem casaco algum. Entreabrindo os olhos, viu-o caminhar pela neve para as �rvores. Aonde diabos quereria
ir? Naquela dire��o n�o havia nada, exceto rochas e pinheiros.
Uma pergunta assaltou pela primeira vez sua mente. Como tinha chegado at� ali? A cabana se encontrava a dezenas de quil�metros da cidade e a mais de duas horas
em carro do aeroporto mais pr�ximo. Como diabos tinha podido chegar at� seu dormit�rio sem casaco, sem chap�u, sem luvas, no meio do inverno?
N�o havia carro, caminh�o ou motonieve algum na porta da cabana, salvo seu pr�prio todoterreno. E n�o podia ter chegado at� ali fazendo auto-stop. Em janeiro,
a ningu�m lhe ocorreria internar-se a p� nas montanhas. Ao menos se n�o estava louco.
Com um estremecimento, separou-se da janela. Possivelmente essa fora a resposta. Jacob Hornblower n�o era simplesmente um idiota. Era um idiota demente.
Embora talvez estivesse exagerando. Que n�o gostasse n�o significava que tivesse que supor por isso que estava louco. depois de tudo, era o irm�o de Cal, e
durante o �ltimo ano Sunny se afei�oou muito com seu cunhado. Seu irm�o Jacob talvez fora um aporrinho, mas isso n�o queria dizer que tivesse tido por for�a que
perder algum parafuso.
Embora... N�o tinha pensado ela mesma que era um tipo estranho? N�o se tinha comportado como um tipo estranho? Por outro lado, ao Sunny sempre tinha parecido
muito estranho que Cal nunca lhe tivesse falado de sua fam�lia. Voltou a olhar pela janela. Possivelmente tivesse suas raz�es para isso.
Aquele homem se comportou de uma maneira muito estranho desde o come�o. Por exemplo, tinha estado folheando uma de suas revistas de moda com a mesma venera��o
com que teria examinado os manuscritos do Mar Morto. E logo estava o da cozinha. Jogando com os grifos da pia. E olhando-o tudo com uma express�o de maravilha, como
se nunca tivesse visto um forno ou um frigor�fico. Como se n�o tivesse visto nada disso em muito tempo. Sim, como se tivesse estado muitos anos afastado da civiliza��o...
encerrado em um c�rcere. Em uma pris�o onde n�o pudesse constituir um perigo para a sociedade.
Mordendo o l�bio inferior, continuou caminhando de um lado a outro. Foi ent�o quando trope�ou com a bolsa de viagem do Jacob. A tinha deixado ali. O que queria
dizer que voltaria.
Bom, j� as arrumaria. Sabia cuidar bem de si mesmo. Esfregando-as m�os contra as coxas, contemplou a bolsa. N�o lhe faria nenhum dano tomar algumas precau��es...
Em um impulso, ajoelhou-se. Fora ou n�o uma invas�o de intimidade, registraria essa bolsa. N�o tinha nem cremalheiras nem correias. Retirou o velcro. E depois de
lan�ar um precavida olhar sobre seu ombro, dedicou-se a investigar.
Uma muda de roupa. Outro su�ter, negro nessa ocasi�o. Sem marca. Os jeans eram evidentemente caros, mas sem etiqueta alguma nos bolsos. Nenhuma s� etiqueta.
E eram novos. Teria jurado que nem sequer estavam estreados. Debaixo encontrou um frasco com um l�quido denominado "fluoratina", e um par de sapatilhas. Nem espelho
nem artigos de barbear. Nem sequer uma escova de dentes. Simplesmente uma muda de roupa e um frasco que talvez contivera alguma esp�cie de droga.
O �ltimo descobrimento foi o mais assombroso. Um engenho eletr�nico, n�o maior que a palma de sua m�o, achava-se bem guardado em uma esquina da bolsa. Tinha
uma forma circular. Quando o abriu, viu uma s�rie de diminutos bot�es. Ao pulsar o primeiro, deu um coice ao escutar a voz do Jacob.
T�o clara como o cristal, aquela voz procedia do pequeno c�rculo de metal que tinha na m�o. Estava recitando equa��es ou um pouco parecido. Nem os n�meros nem
os s�mbolos tinham o menor significado para o Sunny. Mas o fato de que fossem emitidos por aquele diminuto disco deixava o campo aberto a m�ltiplos possibilidades.
Era um espi�o. E, a julgar por seu comportamento, um espi�o bastante desequilibrado. A imagina��o nunca tinha sido o ponto fraco do Sunny. Assim que imaginou
tudo perfeitamente.
Tinham-no capturado. E os m�todos aos que lhe tinham submetido para lhe surrupiar a informa��o lhe tinham transtornado o julgamento. Cal tinha tentado encobri-lo,
inventando o conto de que seu irm�o era astrof�sico e que estava muito ocupado realizando umas investiga��es na costa Oeste, quando em realidade devia ter estado
encerrado em alguma institui��o psiqui�trica federal. E agora se escapou.
Sunny pressionou mais bot�es at� que deixou de ouvi-la voz do Jacob. Teria que levar muit�ssimo cuidado. Fossem quais fossem seus sentimentos para ele, era
da fam�lia. Teria que estar absolutamente segura de que era um lun�tico perigoso antes de fazer algo a respeito.
"Uma pessoa est�pida e freq�entemente irritante", repetia-se Jacob enquanto caminhava pelo bosque para o fino fio de fuma�a que se elevava ao longe, entre as
�rvores. Tinha consultado a defini��o de "idiota" na base de dados da nave. Que o chamassem "irritante" lhe dava igual, mas "est�pido" era outra coisa. N�o toleraria
que aquela flacucha para quem o motor de combust�o era o �ltimo em tecnologia ponta o chamasse "est�pido".
Fazia um bom trabalho durante a noite. Sua nave estava bem camuflada, e tinha registrado minuciosamente tudo o que tinha ocorrido at� ent�o. Incluindo seu tormentoso
encontro com o Sunbeam Stone. Mas tinha surto um problema: at� que saiu o sol n�o se lembrou de que se deixou sua bolsa de viagem na cabana.
Nunca a teria deixado esquecida se aquela mulher n�o o tivesse tirado tanto de gonzo. N�o continha nada de valor, mas o detalhe era importante: significava
o princ�pio de algo. Jacob n�o era avoado por natureza, e s� quando estava ocupado pensando nos grandes detalhes lhe esqueciam os pequenos.
Chateava-lhe pensar tanto nela... Aquela mulher n�o tinha deixado de deslizar-se em sua mente uma e outra vez, ao longo de toda a noite, enquanto trabalhava.
Sim, era um chateio constante. A maneira em que se plantou frente a ele, as pernas e os bra�os flexionados, disposta a lutar. E a sensa��o de seu corpo sob o seu,
tenso e firme, desafiante. O brilho de seu cabelo, t�o luminoso como seu pr�prio nome...
Furioso, sacudiu a cabe�a, como se dessa forma pudesse afugentar aqueles pensamentos. N�o tinha tempo para mulheres. Gostava, claro, mas havia um momento para
os prazeres, e aquele n�o o era. Al�m disso, se era agradar o que procurava, de seguro que n�o o encontraria com o Sunbeam.
quanto mais refletia sobre o mundo e a �poca a que tinha chegado, mais convencido estava de que Cal precisava recuperar a prud�ncia e retornar a casa. Era poss�vel
que tivesse padecido algum tipo de enfermidade espacial. Seu irm�o tinha sofrido um shock, e uma mulher, Libby, aproveitou-se disso. Quando pudesse discutir racionalmente
com Cal, voltariam para sua nave e partiriam a casa. Enquanto isso, aproveitaria a oportunidade para analisar e registrar ao menos aquele pequeno rinc�o do mundo
ao que tinha ido parar.
J� no bordo do bosque, deteve-se. Aquele dia fazia mais frio, e se resent�a j� da falta de roupa de casaco. Nuvens cinzentas, carregadas de neve, tinham terminado
por obscurecer o sol. Distinguiu ao Sunny carregando troncos de lenha do mont�o que havia detr�s da cabana. Estava cantando uma balada de certa carga er�tica, a
respeito de um homem que se partiu para n�o voltar mais. N�o o ouviu aproximar-se, mas sim continuou trabalhando enquanto cantava.
- Perd�o.
Sunny deu um coice, assustada, e a carga de lenha que levava nos bra�os voou pelos ares. Um tronco teve a m� fortuna de aterrissar sobre uma de suas botas,
e come�ou a saltar sobre o outro p�, queixando de dor.
- Maldita seja! Maldita seja! Que diabos te passa?
- Nada - Jacob n�o p�de evitar sorrir- . Te d�i?
- N�o, o que vai. Eu gosto de sofrer - apertou os dentes enquanto voltava a apoiar o p� no ch�o- . De onde vem?
- Da Filadelfia-respondeu, mas ao momento acrescentou, ao ver que o olhava entrecerrando os olhos- OH, quer dizer agora? dali - assinalou para tr�s com o polegar,
e baixou o olhar aos troncos que estavam dispersos pela neve- . Quer que te ajude?
- N�o - se agachou para recolh�-los, atenta ao menor de seus movimentos- Sabe por que estou aqui, Hornblower? vim em busca de solid�o e tranq�ilidade - se soprou
a franja quando elevou o olhar para ele- Compreende esses conceitos?
- Sim.
- Bem - voltando-se, dirigiu-se coxeando para a cabana. depois de descarregar os troncos na lenheira, voltou para a cozinha. E amaldi�oou em voz alta- E agora
o que acontece?
- Deixei-me esquecida minha bolsa de viagem- de repente Jacob elevou a cabe�a, farejando o ar- Se est� queimando algo?
Com uma exclama��o de desgosto, Sunny se equilibrou sobre a torradeira e tirou uma fatia de p�o enegrecida e fumegante.
- Este cacharro n�o funciona bem.
Desejoso de examinar de perto aquele curioso artefato, aproximou-se para jogar uma olhada por cima de seu ombro.
- N�o tem um aspecto muito apetec�vel.
- D�-me igual - e, para demonstrar-lhe mordeu a torrada.
Jacob aspirou deleitado seu perfume, a pesar da fuma�a. Sua imediata rea��o n�o p�de menos que desgost�-lo, mas por uma pura quest�o de orgulho resistiu o impulso
de apartar-se.
- me diga, sempre � assim de obstinada?
- Sim.
- E t�o hura�a?
- N�o.
Sunny escolheu aquele momento para voltar-se. Jacob n�o se apartou, como ela tinha esperado. Em lugar disso se inclinou para diante, apoiando as m�os no mostrador
e encerrando-a, com absoluta naturalidade, no c�rculo de seus bra�os. N�o a tocou.
Nada terei que lhe incomodasse tanto ao Sunny como sentir-se avassalada.
- te aparte, Hornblower.
- N�o - n�o somente n�o se apartou, mas sim se aproximou ainda mais- Me interessa, Sunbeam.
- Sunny - pronunciou de maneira autom�tica- . N�o me chame Sunbeam.
- Interessa-me, Sunny - repetiu- . Te considera uma mulher m�dio de seu tempo?
Confundida, sacudiu a cabe�a.
- Que tipo de pergunta � essa?
Advertiu que tinha d�zias de tons diferentes em seu cabelo, da loira platina at� a cor do mel escuro, levemente avermelhada.
- Uma que requer uma resposta singela. �-o ou n�o?
- N�o. A ningu�m gosta de considerar um m�dio, uma mediania. E agora...
- � formosa - percorreu seu rosto com o olhar, deliberadamente, como provando-a a ela e a si mesmo- . Mas isso � algo meramente f�sico. O que crie que � o que
te distingue do m�dio?
- Que diabos est� fazendo? Uma tese? - elevou uma m�o para apart�-lo e trope�ou com o s�lido muro de seu peito. Podia sentir o lento e firme batimento do cora��o
de seu cora��o.
- Mais ou menos - sorriu. Estava-a afetando a um n�vel muito b�sico, algo que lhe resultava tremendamente satisfat�rio.
Eram seus olhos, pensou Sunny. Aquele homem podia estar mal da cabe�a, mas tinha uns olhos incrivelmente hipn�ticos.
- Eu acreditava que voc� te relacionava com planetas e estrelas, e n�o com gente.
- A gente vive em planetas.
- Neste sim, ao menos. - Jacob voltou a sorrir-se.
- Ao menos. E de momento. Bom, acredito que poderia atribuir o motivo de minha pergunta a um interesse pessoal.
Sunny quis apartar-se, mas se deu conta de que, com isso, solo conseguiria fazer ainda mais �ntimo seu contato. Amaldi�oando-o para seus adentros, procurou
manter um tom de voz firme e equilibrado.
- N�o me importa seu interesse pessoal, Jacob.
- J.T. - percebeu o leve tremor que se transmitiu de seu corpo ao sua- Minha fam�lia est� acostumada me chamar J.T.
- De acordo - rep�s, muito consciente de que o c�rebro lhe tinha convertido em gelatina. O que precisava era espa�o, dist�ncia- . Que tal se te apartar um pouco,
J.T., e me deixa que prepare o caf� da manh�?
Felizmente para o Jacob, Sunny deixou de morder o l�bio inferior. Jamais tinha imaginado que aquele inofensivo gesto pudesse chegar a ser t�o tentador.
- Isso � um convite?
- Claro.
Jacob lhe aproximou ainda mais, desfrutando de do nervosismo que se desenhava em seus olhos. N�o era algo f�cil de resistir. Embora a brilhantismo intelectual,
a tenacidade e o car�ter constitu�am os rasgos mais definitorios de sua personalidade, n�o podia diz�-lo mesmo de seu dom�nio de si. Queria beij�-la, e n�o precisamente
para fazer prova ou experimento algum.
- vais oferecer me a torrada que acaba de queimar? - perguntou-lhe em um murm�rio.
- OH, n�o. Froot Lopps - pronunciou Sunny, sem f�lego- S�o meus cereais favoritos.
Jacob se apartou ao fim, mais por seu pr�prio bem que pelo dela. Se ia freq�entar sua companhia durante as seguintes semanas, teria que melhorar sua capacidade
de controlar-se. Porque tinha um plano.
Dizendo-se a si mesmo que se tratava de uma mudan�a de estrat�gia, e n�o de uma retirada, Sunny se voltou rapidamente para tirar duas terrinas do arm�rio. E
com as terrinas e uma colorida caixa de cereais, aproximou-se da mesa.
- Quando fomos meninas, nunca pod�amos comer estas coisas. Minha m�e era... uma apaixonada da comida s� e diet�tica. Em vez de cereais, dava-nos ra�zes e cascas
de �rvores para tomar o caf� da manh�.
- Cascas de �rvores? por que vos fazia comer isso?
- N�o me pergunte isso. Ignoro-o - tirou o leite da geladeira e encheu as terrinas- . Desde que me independic�, converti-me em uma ass�dua da comida lixo. Durante
os primeiros vinte anos de minha vida digeri tanta comida s� que me posso permitir comer veneno durante outros vinte.
- Veneno - repetiu Jacob, olhando os cereais com express�o de suspeita.
- Para os man�acos da comida s�, o a��car � veneno. Adiante - o animou, lhe oferecendo uma colherada- As torradas carbonizadas e os cereais com a��car s�o minhas
especialidades - sorriu, sedutora. Sim, ela tamb�m tinha um plano.
Sempre precavido, Jacob esperou a que Sunny come�asse a com�-los cereais antes de prov�-lo. Estavam banhados de caramelo. N�o lhe desgostava de tudo. Pensou
que aquela comida informal podia ser um bom come�o se queria reconciliar-se com ela o suficiente para lhe extrair alguma informa��o.
Resultava �bvio que Cal n�o lhe tinha contado a ningu�m de onde, e de que tempo, procedia. A ningu�m exceto ao Libby. Jacob lhe estava enormemente agradecido
por isso. Era melhor que todo aquele assunto se mantivera no mais estrito secreto. As repercuss�es seriam... bom, ainda tinha que as calcular. Mas Sunny n�o tinha
ido muito desencaminhada quando declarou que as bodas de Cal poderia chegar a trocar o curso da hist�ria.
Assim que se conduziria com extremada prud�ncia, aproveitando-se de sua situa��o. "E dela tamb�m", acrescentou para seus adentros, com uma leve pontada de culpa.
Estava decidido a averiguar o que sua fam�lia, especialmente sua irm�, pensava de Cal. E al�m disso queria obter um testemunho direto do tipo de vida que se levava
no s�culo vinte. Com um poquito de sorte, poderia inclusive convencer a de que o acompanhasse � cidade mais pr�xima, para poder completar os dados que ia recolhendo.
Sunny, por sua parte, estava decidida a n�o voltar a perder a paci�ncia com ele. Se queria averiguar exatamente o que era e a que se dedicava, teria que desdobrar
muito mais tato. Esse n�o era precisamente seu ponto forte, mas j� aprenderia. Estava completamente a s�s com aquele homem, naquela cabana. E dado que n�o tinha
inten��o de fazer as malas e partir, teria que conduzir-se com tanta cautela como diplomacia. Sobre tudo se estava t�o louco como ela acreditava.
- E bem... - come�ou a dizer, colocando a colher ao lado da terrina-O que te parece Oreg�n?
- � muito grande... e muito pouco povoado.
- Por isso n�s gostamos tanto. Chegou em avi�o at� o Portland?
Jacob vacilou entre lhe contar a verdade ou lhe mentir.
- N�o, aterrissei algo mais perto daqui - respondeu, evitando ser mais expl�cito- . Vive aqui com Cal e com sua irm�?
- N�o. Tenho um apartamento no Portland, mas estou pensando em deix�-lo.
- Deix�-lo? por que?
- Pois para trocar, por que se n�o? - olhou-o com certa surpresa, antes de encolher-se de ombros- Bom, o certo � que ando acariciando a id�ia de ir durante
um tempo ao Este. A Nova Iorque.
- A fazer o que?
- N�o o decidi ainda.
- N�o tem trabalho? - deixou a um lado a colher. Sunny quadrou imediatamente os ombros, ficando � defensiva.
- Agora mesmo, n�o. Recentemente demiti de um posto administrativo - em realidade, tinham-na despedido como diretora ajudante do departamento de lingerie de
uma cadeia de lojas- . Estou pensando em voltar para a universidade para me licenciar em Direito.
- Direito? - a express�o do Jacob se suavizou. Havia algo terrivelmente comovedor em seu sorriso- . Minha m�e � advogada.
- De verdade? N�o recordo que nos dissesse isso Cal. Qual � sua especialidade?
Como sabia que lhe resultaria um pouco dif�cil lhe explicar o trabalho de sua m�e, perguntou a sua vez.
- Que especialidade quer fazer voc�?
- Inclino-me para o Direito Penal... - deteve-se a tempo. N�o queria falar de si mesmo, mas sim dele- Agora que o penso, n�o � uma curiosa casualidade que minha
irm� se dedique � ci�ncia e que o irm�o de Cal tamb�m? me diga, o que � o que faz exatamente um astrof�sico?
- Teoriza. E faz experimentos.
- A respeito de coisas como as viagens interplanet�rias e todo isso? - esbo�ou uma careta-Suponho que voc� n�o te acreditar� realmente essas tolices a respeito
de gente que viaja a V�nus com a mesma facilidade com que o faria a Cleveland...
Era uma verdadeira sorte que Jacob tivesse uns nervos de a�o no p�quer. Imperturb�vel, continuou comendo.
- � obvio que n�o.
- N�o sente saudades - rio indulgente- . Mas n�o resulta te frustre te dedicar a fazer essas investiga��es sabendo que voc� alguma vez ver� uns resultados t�o
impressionantes? Porque � seguro que nem voc� nem eu chegaremos a presenciar umas viagens espaciais como esses.
- O tempo � algo relativo. A princ�pios do s�culo XX ningu�m acreditava que os seres humanos poderiam chegar � Lua. Mas chegaram - torpemente, acrescentou para
si, mas chegaram- No s�culo XXI se poder� viajar a Marte e a outros planetas.
- Possivelmente - Sunny se levantou para tirar duas garrafas de soda da geladeira- Mas me resultaria muito dif�cil me dedicar a algo que sei positivamente que
eu n�o o verei - baixo a fascinado olhar do Jacob, tirou um pequeno objeto met�lico de uma gaveta, aproximou-o de cada uma das garrafas e foi abrindo- Suponho que
eu gosto de ver sempre os resultados do que fa�o - lhe confessou enquanto lhe oferecia uma garrafa- A gratifica��o foto instant�nea. Talvez seja por isso pelo que
mudan�a tanto de trabalho, com vinte e tr�s anos que tenho.
Jacob descobriu admirado que a garrafa era de cristal. Do mesmo tipo que a que lhe tinha arrojado � cabe�a no dia anterior. Bebeu um sorvo, e ficou agradavelmente
surpreso pelo familiar que lhe resultava o sabor. Em sua casa tinha bebidas t�o suaves como aquela, embora n�o estava acostumado a tomar � hora do caf� da manh�.
- por que decidiu estudar o espa�o?
Olhou-a. Sabia reconhecer um interrogat�rio, por muito discreto que fora. Pensou que resultaria entretido frustrar seus prop�sitos e desfrutar de uma vez.
- Eu gosto das possibilidades que tem.
- Tem que ter estudado muitos anos.
- Os suficientes.
- Onde?
- Onde o que? - Sunny se esfor�ou por n�o deixar de sorrir.
- Onde estudaste?
"No Instituto Kroliac de Marte" pensou Jacob, divertido. "E na universidade do Birmington, de Houston, mais um intenso ano de especializa��o no Laborat�rio
Espacial do Quadrante Fordon."
- Aqui e l�. E agora mesmo vivo, estudo e trabalho em um pequeno complexo dos sub�rbios da Filadelfia.
Sunny se perguntou se a palmilha trabalhista daquele complexo levaria batas brancas. E se manteria bem vigiados aos doentes mentais.
- Suponho que o encontrar� fascinante.
- Mais ou menos. Est� nervosa?
- Eu? por que?
- N�o p�ra de dar golpecitos no ch�o com o p�. Parece como se te tremesse a perna.
ficou uma m�o no joelho para deter aquele movimento nervoso.
- OH, sou assim de inquieta. Passa-me quando fico sentada durante muito tempo - resultava �bvio, penosamente �bvio, que por aquele caminho n�o ia chegar a nenhuma
parte- . Olhe, tenho algumas costure que fazer Y... - interrompeu-se de repente quando olhou pela janela. N�o se tinha dado conta de que tinha come�ado a nevar,
mas estava nevando. E muito- . Precioso.
Seguindo a dire��o de seu olhar, Jacob ficou contemplando os grandes flocos brancos.
- Temo-me que isto vai ser um problema.
- Sim - assentiu Sunny, com um suspiro. Aquele homem tinha a virtude de enerv�-la, mas tinha que reconhecer que n�o era nenhum monstro- . Suponho que este n�o
� o tempo mais adequado para andar acampado por a�, no bosque - debatendo consigo mesma, dirigiu-se para a janela- . Olhe, sei que n�o tem nenhum lugar onde ficar.
Ontem te vi te internar no bosque.
- Tenho... tudo o que necessito.
- N�o posso consentir que durma em uma loja com toda a neve que est� caindo. Se te passasse algo, Libby jamais me perdoaria - afundando isso as m�os nos bolsos,
olhou-o carrancuda- Pode ficar aqui.
Jacob refletiu por um momento e sorriu.
- eu adoraria.

3
Jacob procurou guardar as dist�ncias. Essa lhe parecia a melhor maneira de dirigir a situa��o, ao menos no momento. Sunny se tinha instalado comodamente no
sof�, frente ao fogo, rodeada de livros e tomando notas sem cessar. Sobre a mesa havia um pequeno aparelho de r�dio, que informava do estado do tempo entre tema
e tema de m�sica, sem escapar �s interfer�ncias. Absorta em seus estudos, Sunny o ignorava.
Aproveitando aquela oportunidade, Jacob se concentrou em explorar seu novo alojamento. Lhe tinha emprestado a habita��o contig�a � sua, algo major, com duas
janelas que davam ao sudeste. A cama era de madeira, com um antiquado modelo de somier que corredor cada vez que se sentava ou tombava nele. Havia uma prateleira
cheia de livros, novelas e poesia dos s�culos dezenove e vinte. Chegou a reconhecer algum t�tulo, e os folheou com um interesse mais cientista que liter�rio. Dos
dois irm�os, Cal era o mais aficionado � literatura, que lia por puro prazer e gostava de memorizar par�grafos de prosa ou poemas. Era muito estranho que Jacob chegasse
a dedicar uma hora inteira de seu tempo a uma obra de fic��o.
Descobriu fascinado que, naquela �poca, seguiam recorrendo �s �rvores para elaborar as folhas dos livros. Por um lado, aquela gente destru�a �rvores para fabricar
casas, m�veis e papel, al�m de utilizar a lenha como combust�vel. E por outro lado os plantava, sem alcan�ar nunca um equil�brio. Era como um estranho tipo de jogo,
desses que entranhavam surpreendentes e complexos problemas meio-ambientais.
Logo, � obvio, saturavam o ar de di�xido carb�nico e furavam alegremente a capa de oz�nio, para logo rasg�-las vestimentas quando se enfrentavam �s conseq��ncias
de todo isso. perguntou-se que tipo de gente seria aquela que gostava de envenenar tanto o ar. E a �gua, recordou-se, sacudindo a cabe�a. Outro dos estranhos jogos
daquela civiliza��o consistia em atirar a �gua polu�da ao mar, como se os oceanos fossem po�os sem fundo.
Apartando-se da janela, passeou pela habita��o. Tocou e explorou as texturas das paredes, do cabecero da cama... deteve-se em seco quando viu um quadro emoldurado
no que parecia ser prata. O pr�prio marco teria chamado suficientemente sua aten��o, mas a fotografia o superou com acr�scimo, j� que nela aparecia seu irm�o, sorridente.
Levava um elegante traje, e parecia muito satisfeito consigo mesmo. Do bra�o levava ao Libby, embelezada com um vestido branco de mangas largas, cheio de bordados,
e com flores no cabelo.
Um vestido de bodas, disse-se Jacob. Em seu tempo, aquela cerim�nia se estava pondo novamente de moda depois de ter cansado em desgra�a durante as �ltimas d�cadas.
Os casais pareciam encontrar um estranho prazer em recuperar as velhas tradi��es. Era algo que n�o tinha l�gica alguma, � obvio. O matrim�nio se selava e dissolvia
por meio de um contrato. Mas as bodas por todo o alto voltavam a causar verdadeiro furor. Os desenhistas se dedicavam a copiar freneticamente os modelos de vestidos
de bodas registradas em museus e antigos filmes. O vestido do Libby teria despertado uma quebra de onda de inveja entre os novos admiradores dos antigos ritos.
Ao Jacob custava acredit�-lo. Todo aquele assunto lhe resultava assombroso, e lhe teria parecido inclusive divertido de n�o ter sido pelo fato de que seu irm�o
se deixou contagiar. Cal, que sempre tinha estado apaixonado pelas mulheres em geral mas de nenhuma em particular. A id�ia de que Cal se casou seguia lhe resultando
il�gica. E isso que, naquele preciso instante, tinha a prova na m�o.
E o desgostava. Punha-o furioso. Ter abandonado sua fam�lia, seu lar, seu mundo... E tudo por uma mulher. Jacob voltou a colocar a fotografia sobre a c�moda
e se voltou. Aquilo tinha sido uma loucura. N�o havia outra explica��o. Uma mulher n�o podia trocar a vida de uma pessoa t�o drasticamente. Y... o que outra coisa
podia ter aquela �poca que pudesse interessar a um homem? OH, sim, era um lugar interessante, isso n�o podia neg�-lo. O suficiente para passar ali v�rias semanas
dedicadas ao estudo e � investiga��o. Com toda seguran�a, � volta escreveria uma s�rie de artigos sobre sua experi�ncia. Mas, como estava acostumado a dizer-se,
uma coisa era visitar um lugar e outra muito distinta ficar a viver nele. Sim, faria entrar em raz�o ao Caleb. Ningu�m o conhecia melhor que ele. Recordou a �ltima
tarde que tinham acontecido juntos, no apartamento do Jacob da universidade. Tinham estado jogando p�quer e bebendo rum venusiano, um licor particularmente forte
elaborado no planeta vizinho. E Cal tinha terminado perdendo com grande esportividade e desenvoltura, como sempre. Para ent�o estavam bastante achispados, e os dois
se puseram um tanto sentimentais.
- Quando voltar desta viagem - lhe havia dito Cal, recostado em sua cadeira- vou passar me tr�s semanas inteiras na praia... no sul da Fran�a, acredito. Convexo
na praia e bebendo.
- Tr�s dias. Solo ag�entar� tr�s dias - tinha replicado Jacob- e depois voltar� a voar. Nos dez �ltimos anos aconteceste mais tempo no ar que em terra.
- O que passa � que voc� n�o voa o suficiente - com um sorriso, Cal lhe tinha tirado o copo para apurar o de um gole- Hermanito, est� apanhado em seu laborat�rio.
Asseguro-te que � muito mais divertido visitar os planetas que estud�-los.
- Isso depende. � uma quest�o de pontos de vista. Se eu n�o os estudasse, voc� n�o poderia visit�-los. Al�m disso, voc� � melhor piloto que eu. � o �nico que
sabe fazer melhor.
- J�. Pontos de vista. Preg�ntaselo ao Linsy McCellan.
Jacob se tinha limitado a arquear uma sobrancelha. Linsy McCellan, de profiss�o bailarina, tinha compartilhado generosamente seus dons com os dois... de um
em um, n�o de uma vez.
- OH, � uma mulher f�cil de agradar - pronunciou ao fim, com um malicioso sorriso- Em qualquer caso, agora estou aqui, em terra, com ela. E passo muito mais
tempo com ela que voc�.
- Inclusive Linsy... - Cal levantou seu copo a modo de brinde- ... que Deus a benza, nunca poder� competir com a sensa��o que te produz voar, viajar pelo espa�o.
- E seguir te dedicando aos cargueiros, Cal? Se te tivesse ficado na ISF, agora mesmo seria comandante.
- O regulamento e a disciplina lhe os sotaque a ti, doutor Hornflower. Escuta, J.T. por que n�o deixa este lugar embora solo seja por duas semanas e te vem
comigo? H� um clube na Col�nia Brigston de Marte que ter� que ver pelo menos uma vez na vida. Tem um saxofonista mutante que... mas n�o, tem que ficar aqui por for�a,
verdade?
- Tenho trabalho que fazer.
- Sempre tem trabalho que fazer - lhe recriminou Cal- S� um par de semanas, J.T. Voa comigo. Posso te ensinar os lugares mais interessantes da col�nia. Logo
iremos � praia que mais voc� goste. A que prefira. O que te parece?
A id�ia lhe tinha resultado ao Jacob muito tentadora. Tanto que tinha estado a ponto de aceitar. O impulso tinha surto, como sempre. Mas tinha obriga��es.
- N�o posso - suspirando, serviu-se mais rum- Tenho que ter terminadas essas investiga��es para primeiros de m�s.
Deveria haver partido com ele, pensou Jacob com uma pontada de tristeza, enquanto caminhava de um lado a outro da habita��o da cabana. Deveria ter mandado ao
diabo as investiga��es e subido a aquela nave com Cal. Se tivesse estado a seu lado, possivelmente nada daquilo tivesse acontecido. Ou ao menos lhe teria feito companhia.
O relat�rio em v�deo que tinha recebido da nave avariada de Cal tinha registrado o traum�tico processo do acidente. O buraco negro, o p�nico, a impot�ncia com
a que tinha sido sugado pelo vazio e sacudido por seu campo gravitacional. Era um milagre que tivesse sobrevivido, um tributo a suas capacidades como piloto. Mas
se tivesse havido um cientista a bordo, poderia haver-se evitado todo o resto. E naquele momento j� teria estado de volta em casa. Os duas estariam em casa. Que
era onde tinham que estar.
Tentando tranq�ilizar-se, separou-se da janela. Em umas quantas semanas, os duas estariam de volta. Qu�o �nico tinha que fazer era esperar.
Para passar o tempo, come�ou a brincar com o ordenador que havia sobre o escrit�rio. Durante perto de uma hora, esteve entretendo-se com ele, desarmando o teclado
e voltando-o para armar, examinando os circuitos e os chips. E por simples divers�o, introduziu um dos disquetes do Libby no ordenador.
tratava-se de um comprido e complicado relat�rio sobre uma tribo remota do sul do Pac�fico. Quase a seu pesar, Jacob n�o demorou para tirar o chap�u apanhado
pelas descri��es e as teorias do relat�rio. Libby tinha conseguido converter uma simples s�rie de feitos frios e secos a respeito de uma cultura determinada em um
rico testemunho. E em uma den�ncia atual. Resultava ir�nico que se centrou no traum�tico impacto da tecnologia moderna e ocidental sobre uma cultura milenaria, at�
ent�o harmonizada com seu entorno. Porque durante o �ltimo ano, precisamente Jacob tinha refletido com freq��ncia sobre os efeitos que a tecnologia de seu tempo
poderia ter para a �poca e o lugar ao que ela pertencia.
Era uma mulher inteligente, admitiu resistente. Em seu trabalho era precisa e meticulosa, umas qualidades que Jacob n�o podia menos que admirar. Mas isso n�o
significava que fora conveniente para seu irm�o. Apagou o ordenador e baixou ao sal�o.
Sunny n�o se incomodou em elevar o olhar quando o ouviu baixar as escadas. Queria pensar que se esqueceu de que ele estava em casa, mas n�o. Tampouco podia
queixar-se de que fizesse muito ru�do ou de que a incomodasse enquanto estudava. Incomodava-a simplesmente sua presen�a naquela cabana, com ela.
Porque desejava estar sozinha, disse-se quando levantou por fim a vista e o viu entrar na cozinha. N�o. Isso n�o era certo. Detestava estar sozinha muito tempo.
Gostava da gente, as conversa��es, as festas. Mas ele a incomodava. Tamborilando em seu caderno com a caneta, contemplou o fogo da chamin�. por que? Essa era a pergunta
do milh�o.
"Possivelmente louco", escreveu em seu caderno, e se sorriu. De fato, mais que poss�vel, era prov�vel. Tratando-se de um tipo que tinha aparecido de nenhuma
parte, que parecia ter vivido no bosque e ao que gostava de brincar com os grifos.
"Possivelmente perigoso". Quando escreveu isso, deixou de sorrir e franziu o cenho. N�o havia muitos homens capacitados para surpreend�-la em uma briga, como
tinha feito ele. Mas n�o lhe tinha feito mal, e isso que tinha tido a oportunidade. Mesmo assim, existia uma diferen�a entre ser perigoso e ser violento.
"Poderosa personalidade". Havia uma intensidade naquele homem que n�o podia ser ignorada. Inclusive quando estava quieto e silencioso, com aquela express�o
observadora que tanto o caracterizava, parecia estar carregado de uma forte tens�o. Como um cabo de a�o a ponto de estalar. Logo sorria de repente, de maneira inesperada,
comovedora.
"Grosseiramente atrativo". Ao Sunny n�o gostava dessa express�o, mas ao Jacob sentava perfeitamente. Havia algo cru e violento em seu aspecto, naquele rosto
de express�o quase depredadora, com seu cabelo negro e despenteado. E seus olhos, de uma cor verde profunda, que pareciam lhe brocar a alma.
"parece-se com o Heathcliff", pensou, e imediatamente riu de si mesmo. Das duas, a rom�ntica era Libby. Libby sempre se fixava primeiro no cora��o da gente.
Sunny, em troca, sentia-se impulsionada a analisar sua mente.
Com gesto distra�do, acariciou-se a bochecha com uma esquina do papel. Havia algo diferente no Jacob, refletiu. Algo misterioso. E a incomodava n�o poder adivinhar
o que era. mostrava-se evasivo, enigm�tico, exc�ntrico. Sunny podia aceitar todo isso... sempre e quando descobrisse o motivo. Estaria em problemas? Faria algo que
o tinha obrigado a escapar, a encontrar algum remoto lugar onde esconder-se? Evidentemente, J.T. Hornblower ocultava algo. E, mais tarde ou mais cedo, ela terminaria
descobrindo-o.
Encolhendo-se de ombros, fez a um lado, o caderno. Esse motivo se bastava e sobrava para justificar seu interesse pelo Jacob Hornblower. Solo queria saber por
que esse homem lhe produzia uma sensa��o t�o intensa de estranheza. Com esse objetivo em mente, levantou-se para dirigir-se � cozinha.
- Que diabos est� fazendo?
Jacob elevou o olhar. Frente a ele, sobre a mesa, achavam-se os diversos componentes da torradeira. Em uma gaveta tinha encontrado um chave de fenda e o estava
passando em grande.
- Ter� que arrumar isto.
- Sim, mas...
- Voc� gosta do p�o carbonizado?
- Sabe o que est�, fazendo?
- Talvez - sorriu, imaginando-a cara que poria se lhe dissesse que podia desarmar e voltar a montar uma unidade b�sica X-25 em menos de uma hora- N�o confia
em mim?
- N�o - se voltou para p�r a bule ao fogo- Mas n�o acredito que possa danific�-la mais ainda do que est� - se recordou que tinha que ser am�vel com ele. Sim,
comportaria-se com amabilidade e naturalidade, at� alcan�ar seu objetivo- . Quer um pouco de ch�?
- Sim, obrigado - com o chave de fenda na m�o, observou-a enquanto se aproximava do arm�rio e voltava para a cozinha. movia-se com gra�a e energia de uma vez,
o que constitu�a uma interessante combina��o. Sim, seus movimentos revelavam um controle corporal, uma disciplina do mesmo tipo que a dos atletas e os bailarinos.
E que al�m disso era absolutamente feminina.
Quando se fartou de sentir-se observada, Sunny se voltou para olh�-lo.
- Algum problema?
- N�o. Eu gosto de te olhar.
Como n�o tinha nenhuma resposta para isso, serve o ch�.
- Quer um pastelillo?
- Obrigado.
Lan�ou-lhe um pastelillo de chocolate envolto em papel.
- Se quiser algo mais elaborado para comer, lhe pode fazer isso voc� mesmo. Sinta-se como em casa-levou as, ta�as � mesa e se sentou frente a ele- . Que tal
te d� o encanamento?
- Perd�o?
- O grifo da banheira goteja - explicou Sunny enquanto desembrulhava seu pastelillo- Minha solu��o consistiu em envolv�-lo com um trapo para evitar que o ru�do
me torturasse de noite, mas talvez voc� possa arrum�-lo - deu o primeiro bocado v fechou os olhos desfrutando de do sabor- Assim ganharia a comida que consome. O
que te parece?
- Jogarei-lhe uma olhada - ainda tinha o chave de fenda na m�o, mas estava mais interessado na maneira que tinha de comer o pastelillo. Alguma vez lhe tinha
ocorrido que o simples ato de comer pudesse ser t�o sexy- Vive sozinha?
- Obviamente - respondeu Sunny, arqueando uma sobrancelha.
- Refiro a quando n�o est� aqui.
- A maior parte do tempo, sim - se chupou o chocolate de um dedo, um gesto que excitou ainda mais ao Jacob- . Gosta de viver sozinha, e n�o ter que dar conta
a ningu�m se gostar, por exemplo, comer �s dez da noite ou sair a dan�ar �s doze. E voc�?
- Eu o que?
- Vive sozinho?
- Sim. E a maior parte do tempo me a passo trabalhando.
- F�sica, verdade? Sinto-o - a id�ia de que fora um espi�o estava come�ando a lhe resultar cada vez mais absurda. E, isso tinha que reconhec�-lo, n�o estava
nem muito menos t�o louco como tinha acreditado em um princ�pio. Exc�ntrico, sim. Mas se havia algo no mundo que Sunny entendesse perfeitamente, era precisamente
a excentricidade- . Assim que voc� gosta de partir �tomos, ou o que seja que fa�a essa gente?
- Algo assim.
- Que opini�o te merece a energia nuclear?
A ponto esteve de tornar-se a rir, mas recordou a tempo a �poca em que estava.
- A fiss�o nuclear � como tentar matar um camundongo com um m�ssil. Perigosa e desnecess�ria.
- Minha m�e se apaixonaria por ti, mas essa n�o me parece uma opini�o que encaixe muito com seu of�cio.
- Suponho que n�o todo mundo estar� de acordo - sabendo que estava pisando em um terreno perigoso, voltou a ocupar-se da torradeira- . me Fale de sua irm�.
- Do Libby? por que?
- Interessa-me, dado que meu irm�o est� com ela.
- Diz-o como se o tivesse seq�estrado - comentou Sunny com tom seco- . De fato, Cal tinha tanta pressa por lev�-la ao altar que minha irm� logo que teve tempo
de pronunciar o "sim, quero".
- Que altar?
- � uma maneira de falar, J.T. - suspirou- . A gente se casa ante o altar da igreja.
- Ah, j� - exclamou enquanto terminava de arrumar a torradeira- . Me estava dizendo que o do matrim�nio foi id�ia de Cal.
- N�o sei de quem foi a id�ia, se � que isso importa para algo, mas ele se mostrou muito entusiasta - cada vez mais irritada, come�ou a tamborilar com os dedos
na mesa- Tenho a impress�o de que pensa que Libby empurrou a Cal a casar-se, ou que se serve de suas artes femininas para apanh�-lo.
- Tem-nas?
Uma vez que terminou de engasgar-se com seu ch�, Sunny suspirou profundamente de novo.
- Pode que isto te resulte dif�cil de entender, Hornblower, mas Cal e Libby se amam. Ter� ouvido falar do amor, verdade? Ou isso n�o o tem computado em seus
arquivos?
- ouvi falar do conceito - respondeu Jacob com um tom levemente ir�nico. Intrigava-lhe que perdesse t�o logo a paci�ncia, a menor provoca��o. Sim, seus olhos
se obscureciam, ruborizava-se, elevava o queixo. Se em estado normal j� era atrativa, naquele estado de furor contido era simplesmente devastadora- . N�o o experimentei
em mim mesmo, mas me aprecio de ter uma mente aberta.
- Me alegro por ti - murmurou. Levantando-se, colocou as m�os nos bolsos traseiros dos texanos e se dirigiu para a janela. Aquele tipo n�o podia ser mais irritante,
era imposs�vel. Seria um milagre que se contivera de assassin�-lo antes de que voltassem Cal e Libby.
- E voc�?
- Eu o que?
- Que se te apaixonaste alguma vez - explicou Jacob enquanto seguia reparando a torradeira. Sunny lhe lan�ou um olhar particularmente criminal.
- N�o te meta em minha vida pessoal.
- Sinto-o - n�o o sentia, nem o mais m�nimo- Lhe perguntei isso porque, por seu tom, parecia-me que entendia muito da mat�ria, ou ao menos que tinha certa experi�ncia.
Mas voc� ainda n�o te h� apareado, digo... casado, verdade?
Deliberadamente ou n�o, Sunny se disse que ele tinha conseguido impactar no objetivo. Tocar seu ponto d�bil. N�o tinha estado apaixonada, embora o tinha tentado
v�rias vezes. Suas pr�prias d�vidas a respeito de sua incapacidade ao respeito n�o fizeram mais que inflamar sua f�ria.
- Uma pessoa pode apreciar o valor que tem o amor embora n�o tenha estado apaixonada - se voltou de repente, desgostada consigo mesma por haver ficado � defensiva
e decidida a dar um giro � conversa��o- . E o fato de que n�o o esteja � puramente uma op��o pessoal.
- Entendo.
O tom com que pronunciou aquela �nica palavra lhe fez chiar os dentes.
- Recordo-te que est�vamos falando do Libby e de Cal.
- Eu acreditava que est�vamos falando do amor como conceito.
- Falar do amor com um zopenco insens�vel � esbanjar o tempo, e eu jamais esbanjo o tempo - apoiou os punhos nos quadris- . Mas como ambos estamos interessados
no Libby e Cal, vou esclarecer este assunto de uma vez por todas.
- De acordo - Jacob come�ou a tamborilar com o chave de fenda no bordo da mesa. N�o precisava consultar na base de dados de sua nave o significado da palavra
"zopenco"- . Esclarece-o.
- Voc� automaticamente sup�e que minha irm�, por ser precisamente uma mulher, convenceu a seu irm�o, por ser precisamente um homem, de que se casasse com ela.
E isso me parece uma teoria incrivelmente antiquada.
- Ah, sim?
- Incrivelmente antiquada, machista e est�pida. A id�ia de que qu�o �nico querem as mulheres � casar-se e ter uma casa com uma vallita branca desapareceu junto
com o espartilho vitoriano e a saia at� os tornozelos.
Embora se perguntou quem em seu s�o julgamento poderia ficar aquelas coisas, Jacob simulou uma express�o de ligeira surpresa.
- Est�pida, diz?
- Idiota - com as pernas abertas, esticando a mand�bula, plantou-se frente a ele- . Sozinho um aut�ntico idiota teria chegado aos noventa com semelhante atitude
do Neanderthal. Possivelmente os �ltimos vinte e cinco anos lhe tenham acontecido voando, amigo, mas as coisas trocaram. As mulheres, hoje, t�m op��es, alternativas.
Podem escolher. uns quantos afortunados s�o conscientes de que, precisamente por isso, inclusive os homens podem beneficiar-se a partir dessa mesma amplia��o de
horizontes. Exceto os homens como voc�, claro, que seguem deslumbrados pela import�ncia que se d�o a si mesmos.
- N�o � meu caso, asseguro-lhe isso.
- claro que sim, Hornblower. Desde que pisou nesta cabana, estiveste te convencendo a ti mesmo de que as bodas de seu irm�o n�o foi mais que uma armadilha que
lhe tendeu minha irm� - deu um passo para ele- Me d� pena. Solo um est�pido se deixaria enganar para casar-se, e Cal n�o o �. Aqui � onde se acaba a semelhan�a entre
v�s dois.
Imbecil, zopenco, idiota e agora est�pido. As ia pagar todas juntas.
- Ent�o por que se casou t�o rapidamente, sem sequer tentar ficar em contato com sua casa e ver antes a sua fam�lia?
- Isso ter� que perguntar-lhe voc� - lhe espetou ela- Talvez porque n�o queria que o pressionassem, ou que o submetessem a um interrogat�rio. Em minha fam�lia
n�o pressionamos �s pessoas que queremos. E, no mundo real, as mulheres podem sobreviver e desenvolver-se perfeitamente sem necessidade de tender armadilhas a homens
incautos. O fato �, Hornblower, que n�o lhe necessitamos.
Caleb se tinha levantado j� da mesa. E, nessa ocasi�o, foi ele quem deu um passo para ela.
- Ah, n�o?
- N�o. As mulheres n�o necessitam aos homens nem para ganhar o p�o, cortar lenha, administrar o pa�s ou atirar o lixo. Nem sequer para... para arrumar torradeiras
- acrescentou Sunny, assinalando as pe�as do aparelho dispersas pela mesa- . nos Podemos arrumar isso perfeitamente sozinhas.
- Esqueceste-te que uma coisa.
- Do que? - perguntou, elevando o queixo.
Tomou rapidamente da nuca. E Sunny nem sequer teve tempo de emitir uma exclama��o antes de receber um beijo nos l�bios.
Chegou a murmurar algo. Por um instante Jacob sentiu que seus l�bios se moviam sob os seus. Seu nome, pensou, profundamente estremecido por aquele sussurro.
Estava furioso, irado, mas at� ent�o seu irasc�vel car�ter n�o lhe tinha dado nunca tantos problemas.
Ela era seu problema. Tinha-o sabido desde o come�o. Despreocup�ndose da l�gica e das conseq��ncias daquele ato, abra�ou-a ainda com major for�a. Sunny tinha
tirado as m�os dos bolsos, e naquele momento acabava das fechar sobre seus ombros, nem resistindo nem rendendo-se. Desejava-a, ansiava-a, de uma maneira ou de outra.
Mordiscou-lhe o l�bio inferior at� lhe arrancar um gemido de desejo.
Sunny tinha acertado pouco antes, quando acreditou perceber uma estranha intensidade em sua pessoa, em sua presen�a. Tinha perdido completamente o controle
enquanto Jacob a estreitava entre seus bra�os, cada vez com mais for�a. N�o podia resistir. Seus pensamentos se estavam dissolvendo naquele mar de sensa��es. Sentia
a tens�o de seus m�sculos sob os dedos. Naquele beijo podia saborear uma turva e escura paix�o que jamais antes tinha experiente. E nem sequer estava segura de se
era a dele ou a dela mesma.
Era como senti-la ressuscitar em seus bra�os. Nunca tinha conhecido a nenhuma mulher que conectasse t�o intimamente com ele. Deslizou os dedos por seu cabelo,
fino e curto. Pura seda. At� a larga e esbelta coluna de seu pesco�o. Com a l�ngua se dedicou a provar os ricos sabores de sua boca, afogando um gemido quando ela
o animou a aprofundar aquela explora��o. Jamais antes tinha perdido o controle com tanta rapidez, nem de uma maneira t�o absoluta.
Do�a-lhe, e o desejo nunca antes lhe tinha resultado algo doloroso. enjoou-se, como um homem se teria enjoado por falta de sonho ou de comida. E sentiu medo.
Um cru e s�bito terror a que seu pr�prio destino lhe tivesse sido arrebatado das m�os. Foi isso o que o impulsionou a apart�-la bruscamente de si. Respirava rapidamente,
como se acabasse de correr a toda velocidade para o bordo de um escarpado. Olhando-a fixamente aos olhos, acreditou ver neles como uma vis�o de afiadas rochas e
espumosas e amea�adoras ondas.
Sunny n�o dizia nada; simplesmente o olhava com os olhos muito abertos, as pupilas obscurecidas. Parecia uma est�tua, absolutamente im�vel. At� que come�ou
a tremer. E Jacob a soltou imediatamente, como se seu contato o tivesse queimado.
- Suponho que... - como lhe tremia a voz, Sunny se interrompeu para aspirar profundamente- ... suponho que com isto ter� querido me demonstrar algo.
Jacob afundou as m�os nos bolsos, sentindo-se exatamente como o que lhe tinha chamado: um est�pido.
- Ou isso ou te lan�ava um gancho de esquerda.
Em qualquer caso, era ele quem tinha perdido o combate. Pelo K.O. J� mais segura de si mesmo, Sunny assentiu com a cabe�a.
- Se for ficar algum tempo aqui, teremos que fixar algumas regra.
Ao Jacob n�o aconteceu desapercebida a rapidez com que se recuperou. E tampouco a repentina amargura de seu tom.
- As tuas, suponho.
- Sim - ansiava desesperadamente sentar-se, mas se obrigou a lhe plantar cara, olhando o de frente- . Podemos discutir tudo o que queira. De fato, eu adoro
as discuss�es.
- fica muito sedutora quando discute. - Sunny abriu a boca, e a fechou ao momento. Ningu�m lhe havia dito antes isso.
- Suponho que ter� que aprender a te dominar.
- Esse n�o � precisamente meu ponto forte.
- Se n�o querer sair desta cabana e p�r-se a andar com a neve at� os joelhos.
- Tentarei-o - desviou o olhar para a janela. Seguia nevando.
- Bem - suspirou de novo- . Embora resulte �bvio que n�o nos ca�mos muito bem, tentaremos nos comportar civilizadamente.
- Muito bem expresso - ansiava lhe acariciar uma bochecha, mas resistiu a tenta��o- Posso te fazer uma pergunta?
- Sim.
- Habitualmente reage com tanta... intensidade com os homens que n�o lhe caem bem?
- Isso n�o � teu assunto - replicou, ruborizada.
- Ah, eu acreditava que era uma pergunta muito civilizada - sonriendo, Jacob trocou de t�tica- . Mas a retirarei, porque se nos pomos a discutir outra vez possivelmente
terminemos na cama Y..
- Que diabos...?
- � que quer fazer a prova? - inquiriu com tom suave, e assentiu satisfeito ao ver que n�o se atrevia a desafi�-lo- . J� sabia eu que n�o. Se por acaso te serve
de consolo, eu tampouco quero - se sentou de novo ante a mesa, para continuar com sua tarefa- Ser� melhor que esque�amos o que acaba de ocorrer. E que o consideremos
como um simples incidente sem import�ncia.
Foi por orgulho pelo que Sunny se aproximou da mesa, quando teria preferido desaparecer e lamber suas feridas.
- J�. E suponho que � pedir muito esperar uma desculpa por sua parte.
- Eu n�o a necessito, certamente.
Furiosa, tirou da mesa uma das pe�as da torradeira e a lan�ou ao ch�o.
- � um maltratador de mulheres, Hornblower. - Jacob se esfor�ou por conter-se. Se a tocava de novo, ambos terminariam arrependendo-se disso.
- Est� bem, sinto te haver beijado, Sunny. � imposs�vel te expressar o muit�ssimo que o lamento...
Sunny se girou em redondo e saiu da cozinha. Aquela falsa desculpa s� tinha inflamado sua f�ria e machucado ainda mais seu orgulho. Agarrou o livro mais pesado
que p�de encontrar e o estrelou contra a parede do sal�o. Logo, depois de dar uma patada ao sof� e amaldi�oar em voz alta, subiu as escadas a toda pressa.
Isso n�o a ajudou. Nenhuma dessas rea��es a ajudava. O furor seguia reconcomi�ndola por dentro. E, o que era pior, muito pior, era a necessidade, a crua necessidade
que seguia mesclada com aquela f�ria. Aquele tipo o tinha feito de prop�sito. Deliberadamente. Estava segura disso. Tinha conseguido enfurec�-la tanto, desenquadr�-la
tanto, que ela tinha reagido a seu beijo de uma maneira absolutamente irracional.
prometeu-se que aquilo n�o voltaria a acontecer. A humilha��o era algo t�o terr�vel como sentir-se manipulada, e ele as tinha arrumado para conseguir ambas
as coisas em quest�o de umas poucas horas. As pagaria todas juntas.
Derrubando-se sobre a cama, decidiu passar o resto da tarde concebendo maneiras de converter a vida do Jacob Hornblower em um verdadeiro inferno.
4
Nunca deveu hav�-la meio doido, disse-se uma vez mais Jacob, amaldi�oando-se. Logo descobriu que resultava muito mais conveniente, e satisfat�rio, amaldi�o�-la
a ela. Era ela quem o tinha come�ado tudo, ao fim e ao cabo. Desde o come�o tinha suspeitado que acabaria lhe ocasionando problemas.
Havia gente naquele mundo, e em qualquer outro, que tinha nascido somente para complicar as vistas de outros. Sunbeam Stone era uma dessas pessoas. Com seu
aspecto, com sua voz, com seus gestos, com sua personalidade, tinha todo aquilo que uma mulher poderia necessitar para distrair a um homem. Para transtorn�-lo. Para
desenquadr�-lo por completo.
Em cada encontro que tinham tido, ela o tinha desafiado. Com aquelas frite sorrisos, com aquele mau g�nio que tinha. Uma combina��o que Jacob n�o podia resistir.
E estava seguro de que ela sabia.
Quando a beijou, e Deus sabia que n�o tinha tido inten��o de faz�-lo, tinha sido como sair propulsado para o hiperespacio... sem nave. Como podia ter previsto
que aquela maldita sua boca podia ser algo t�o potente, t�o devastador?
Nunca lhe tinham atra�do as mulheres passivas. Mas isso dava igual. N�o tinha inten��o de sentir-se atra�do pelo Sunny. N�o podia consenti-lo. N�o se deixaria
atrair por ela, por muitos truques que se tirasse de seu chap�u do s�culo vinte.
O que tinha acontecido era culpa dela, e de ningu�m mais. Tinha-o tentado e seduzido. Tinha querido confundi-lo. Apertando os dentes, admitiu que o tinha conseguido
aos cem por cem. E depois de que ele tivesse reagido como o teria feito qualquer homem normal, tinha-o cuidadoso com aqueles enormes olhos cheios de temor e de paix�o.
Seus pr�vios estudos sobre o s�culo vinte deveriam hav�-lo alertado contra aquela classe de mulheres.
Com as m�os nos bolsos, aproximou-se da janela para ver cair a neve. Sunny era, ao mesmo tempo que ardilosa, extremamente inteligente. Sabia que algo n�o encaixava
na hist�ria que lhe tinha contado, e estava decidida a tirar a luz seu segredo. Ao igual a ele estava decidido a mant�-lo na escurid�o.
Mas, em um combate de intelig�ncias, estava completamente seguro de ganhar. Quanto esfor�o mental seria necess�rio para superar e derrotar nesse terreno a uma
mulher do s�culo vinte? depois de tudo, levava-lhe mais de duzentos anos de adiantamento na escala da evolu��o. Era uma pena, e um aporrinho, que fosse t�o misteriosa.
E t�o primitivamente atrativa. Mas Jacob era um cientista, e j� tinha previsto que qualquer tipo de rela��o emocional com ela frustraria absolutamente seus planos
e seus c�lculos.
Mesmo assim, ela tinha raz�o em algo. Estavam obrigados a suportar o um ao outro. Estavam completamente solos em meio de um nada. Pela maneira em que estava
nevando, resultava dolorosamente �bvio que aquela situa��o se prolongaria durante v�rios dias mais. Por muito irritante que pudesse ser, ao menos no momento, necessitava-a.
Dependia dela, de uma forma ou outra, para acessar a seu irm�o.
Voltando-se, examinou lentamente a cozinha. O primeiro que saltava � vista era que aquela cabana era muito pequena para que pudessem evitar o um ao outro. Podia
retornar a sua nave, mas preferia ficar ali, recolhendo observa��es de primeira m�o. Resultaria-lhe sempre mais f�cil lutar contra a atra��o que sentia Cal por aquela
�poca se compreendia e experimentava em carne pr�pria seus mecanismos. Al�m disso, dentro da nave, nunca conseguiria satisfazer sua inata e insaci�vel curiosidade.
Assim que ficaria. E se isso incomodava � formosa Sunbeam, pois pior para ela. Quanto a seu pr�prio desconforto, e o beijo que tanto o tinha inquietado... simplesmente
teria que resignar-se. depois de tudo, ele estava al�m daquelas coisas. Sentindo-se mais tranq�ilo, voltou a sentar-se � mesa para seguir arrumando a torradeira.
Enquanto trabalhava, podia ouvir ru�dos e rangidos do ch�o do piso superior. sorriu-se ao dar-se conta de que Sunny estava caminhando de um lado a outro da
habita��o. Sim, sentia-se molesta. E isso estava muito bem. Possivelmente ela mesma procurasse em adiante guardar as dist�ncias. Ou ao menos deixar de provoc�-lo.
Resultava il�gico desejar com tanta intensidade a algu�m que nem sequer gostava. Fantasiar com algu�m cuja companhia logo que podia tolerar. Sofrer por algu�m
que o irritava tanto. Quando o chave de fenda lhe escapou dos dedos e se fez mal no polegar, amaldi�oou de novo.
Sunny seguia caminhando de um lado a outro da habita��o, tentando tranq�ilizar-se. Aquele tipo a tinha abra�ado e manuseado a prazer, para logo recha��-la com
a mesma facilidade. Realmente acreditava que podia desafogar seus... suas frustra��es sexuais com ela com toda impunidade? Pois ia levar se uma boa surpresa.
Ningu�m, absolutamente ningu�m, tinha-a tratado assim para logo seguir vivo. Levava muito tempo cuidando de si mesmo. Os homens podiam pression�-la. Ela os
ignorava. Podiam tentar seduzi-la. Ela resistia, sem esfor�o. Podiam inclusive lhe suplicar. Ela...
Sorriu ao evocar a imagem do Jacob Hornblower lhe suplicando. OH, isso seria um triunfo. O enigm�tico doutor Hornblower de joelhos, a seus p�s. Com um suspiro,
seguiu passeando pelo dormit�rio. Era uma vergonha, uma verdadeira vergonha, que seu pr�prio c�digo moral n�o lhe permitisse servir-se dos t�picos e t�picos truques
e a�agazas femininas. Por muito miser�vel que fora aquele tipo, ela tinha sua �tica. Era uma mulher moderna e aut�noma, com ou sem homem ao lado. Uma mulher que
pensava por si mesmo e se defendia com seus punhos. N�o era nenhuma Dalila para servir do sexo como arma. Mas lhe teria encantado, embora solo fora por uma vez,
ignorar aqueles arraigados seus princ�pios para seduzi-lo e convert�-lo em um pat�tico ser lhe choraminguem.
Ele sim que se serviu do sexo, pensou enquanto apartava um sapato de seu caminho de uma patada. E n�o o faziam todos os homens? Mas gostavam de fingir que eram
as mulheres as que tentavam e seduziam. Os homens, todo o maldito g�nero masculino, preferiam desempenhar o papel de v�tima inocente apanhada na armadilha da mulher
fatal. Ja!
E se algu�m se atrevia a chamar mulher fatal ao Sunny Stone, levaria-se um bom tortazo.
Aquele homem a tinha for�ado. Bom, sua inveterada honestidade a obrigava a admitir que em nenhum momento se serviu da for�a. Beijando-a, tinha-a feito perder
o sentido. Detestava isso. O fato de que tivesse conseguido derret�-la por dentro, como a debilucha protagonista de algum dramalh�o rom�ntico. A melhor maneira de
lhe devolver o golpe era atentar diretamente contra seu orgulho. E, pela experi�ncia que tinha, o amor pr�prio era o ponto mais vulner�vel de um homem. Se seguia
refugiada em sua habita��o, ele se imaginaria que o que acabava de acontecer entre eles a tinha afetado muito. Assim, de momento, baixaria e se comportaria como
se nada tivesse acontecido.
Estava ainda na cozinha quando baixou Sunny. Acendeu a equipe est�reo e ajustou o volume. Se o subia o suficiente, dificultaria ou inclusive impossibilitaria
toda conversa��o. depois de jogar outro lenho ao fogo, voltou-se a instalar-se no sof� com seus livros. Transcorreu perto de uma hora antes de que Jacob sa�sse e
subisse as escadas. Ela o ignorou a consci�ncia.
Mais por aborrecimento que porque lhe tivesse aberto o apetite, foi � cozinha e se preparou um enorme s�ndwich. Sob outras circunst�ncias, teria preparado outro
para sua h�spede. Mas n�o. Que se chateasse e passasse fome.
Pouco depois, ficou o casaco e se cal�ou as botas para sair e encher o manjedoura dos p�ssaros. Aquela pequena excurs�o a fez tomar consci�ncia de que, com
aquele tempo, teria h�spede para v�rios dias. A neve cobria em quest�o de segundos seus pr�prios rastros. O vento lhe a�oitava as costas, um forte vento que assobiava
implac�vel entre as �rvores.
Com a neve at� meia altura das botas, carregou com o saco de penso at� o abrigo. Com o f�lego contido, deixava-se envolver pela magia da tormenta de neve. Via-o
tudo branco. Era magn�fica a f�ria da natureza...
Ante aquele magn�fico espet�culo, seus mais sombrios pensamentos se desvaneceram. adorava as tormentas, no inverno ou no ver�o. Ali estava, reveste frente a
toda aquela for�a, aquela energia, aquele mist�rio. A neve que cobria uma cidade n�o demorava para derreter-se. Mas a das montanhas era paciente. Podia esperar muito
tempo antes de desaparecer. Solo dependia do tempo e do sol.
Permaneceu durante uns minutos mais ali fora, enfeiti�ada por aquele violento espet�culo. Da janela de sua habita��o, Jacob a observava. Ali estava, sem gorro,
com o casaco aberto, completamente im�vel enquanto a neve ia branqueando seu cabelo. E sonriendo. O frio lhe tinha avermelhado as bochechas. Naquele momento parecia
ainda mais formosa que antes. Parecia intoc�vel. E invenc�vel. Sem deixar de olh�-la, perguntou-se como era poss�vel que a desejasse mais naqueles instantes que
quando a teve entre seus bra�os.
De repente Sunny elevou a vista, como se tivesse pressentido que a estavam observando. Atrav�s da densa cortina de neve, seus olhos se encontraram. Jacob sentiu
um punho fechando-se em suas v�sceras. Ela j� n�o sorria.
Naquele olhar que lhe estava devolvendo, o presente e o futuro se confundiam. E Jacob viu seu destino. At� que ela se moveu, sacudindo-a neve do cabelo, e o
feiti�o ficou quebrado. Uma vez mais se disse que ela sozinho era uma mulher, por certo bastante est�pida, caminhando sob uma tormenta de neve. N�o tinha por que
sentir-se t�o afetado.
Mas, depois de que a ouvisse entrar na cabana, transcorreu muito tempo antes de que se atrevesse a baixar novamente as escadas.
Estava dormindo no sof�, com os livros empilhados em torno de seus p�s e no ch�o. A pesar do alto volume da equipe de m�sica, ficou-se dormida. Crepitava o
fogo da chamin�.
J� n�o parecia invenc�vel, como antes, a n�o ser desconcertantemente serena. Supunha que era t�o absurdo como imprudente admirar a longitude de suas pestanas.
Ou a deliciosa paz que emanava de sua boca relaxada. Ou os reflexos que o fogo arrancava a seu cabelo, despenteado pelo vento.
S� eram atributos f�sicos e, na �poca da que procedia, a apar�ncia f�sica podia ser alterada a capricho e sem risco algum para a sa�de. Fazia mais agrad�vel
a vida, certamente, olhar a uma mulher formosa. Mas isso era algo superficial. Completamente superficial.
Mesmo assim, ainda ficou admirando-a durante um bom momento.
Sunny despertou como uma mola quando a m�sica deixou de sonar. O brusco sil�ncio a tinha tirado de seu sonho. Desorientada e irrit�vel, como sempre que despertava,
abriu muito os olhos e murmurou uma maldi��o. A habita��o estava quase �s escuras e do fogo da chamin� s� ficava um rescaldo. Embora lhe custava acreditar que tivesse
dormido tanto, a noite tinha cansado j�. E, evidentemente, a luz el�trica se foi. Por culpa da tormenta.
Com um suspiro, levantou-se do sof� e procurou os f�sforos. Com uma vela em uma m�o e a caixa de f�sforos na outra, voltou-se e trope�ou com o Jacob.
Para ouvir seu grito de surpresa, ele a tirou dos bra�os. Tanto para sustent�-la para tranq�iliz�-la.
- Sou eu.
- J� sei que � voc� - lhe espetou, furiosa- . O que est� fazendo?
- Antes ou depois de que se fora a luz?
Sunny podia distinguir sua silhueta. recortada contra o resplendor que projetavam as brasas da chamin�.
- � a tormenta.
- O que acontece a tormenta?
Jacob sentiu a tens�o dos m�sculos de seus bra�os. Teve que resistir o impulso de subir as mangas do su�ter e acariciar sua pele nua.
- Que a tormenta deveu que danificar o tendido el�trico. Por isso se foi a luz.
N�o a soltou. ordenou-se faz�-lo, mas suas pr�prias m�os n�o o obedeciam.
- Quer que tente arrum�-la eu?
Sunny soltou uma r�pida gargalhada, algo tremente. Estava nervosa. Jamais tinha tido medo da escurid�o. at� agora.
- Temo-me que � um pouco mais complicado que uma torradeira. os da companhia a arrumar�o quando puderem.
- Muito bem.
"Muito bem", repetiu Sunny, suspirando. Enquanto isso, ela teria que ficar a s�s com ele.
- Temos muitas velas - lhe informou, retrocedendo um passo. E, para demonstrar-lhe acendeu a que levava na m�o. O resplendor da chama lhe fez recuperar um tanto
sua confian�a- . E tamb�m muita lenha. Joga voc� um par de lenhos ao fogo enquanto eu consigo mais vela.
Por um instante Jacob ficou observando o diminuto e tremente reflexo da chama da vela em seus olhos. Estava nervosa, e o pior de tudo era que esse nervosismo
parecia aumentar seu atrativo.
- Agora mesmo.
Sunny reuniu todas as velas que p�de encontrar. E, muito tarde, deu-se conta de que se uma ou dois teriam criado um ambiente simplesmente r�stico, a d�zia que
tinha repartido por toda a habita��o tinha gerado uma atmosfera absolutamente rom�ntica. Enquanto se guardava os f�sforos em um bolso, recordou-se que a ela n�o
a afetavam esse tipo de coisas.
- N�o sabe a hora que �, verdade?
- Exatamente n�o. Devem ser perto das seis.
Sunny se sentou no bra�o do sof� mais pr�ximo ao fogo.
- dormi mais tempo de que pensava. E voc�? passaste uma tarde entretida?
- arrumei o grifo - lhe tinha levado mais tempo de que tinha previsto, mas o tinha conseguido.
- V�, � um aut�ntico manitas - como a frase tinha divulgado sarc�stica, sorriu-se. A essas alturas, e imersos naquela junta, pensou que o melhor seria que se
levassem bem. E que se tratassem com uma m�nima cordialidade- . Eu n�o sei arrumar coisas, mas poderia preparar uns s�ndwiches - se levantou, desejosa de ocupar-se
em algo- . Gosta de uma cerveja?
- Sim, obrigado.
Sunny se levou duas velas � cozinha. E estava quase convencida de que tinha tido �xito em seu intento de relaxar-se quando se deu conta de que ele a tinha seguido
at� ali.
- Posso faz�-lo sozinha.
Abriu a geladeira e amaldi�oou entre dentes ao recordar que n�o havia energia el�trica. Sem dizer nada, lhe aproximou uma vela. Lhe entregou duas cervejas.
Jacob recordou a maneira em que tinha aberto as garrafas de soda aquela manh�, e ficou muito satisfeito de si mesmo quando encontrou aquele instrumento com
o que n�o estava nada familiarizado e conseguiu fazer saltar as chapas.
- Acende a r�dio, quer?
- O que?
- A r�dio - repetiu ela- Est� no batente da janela. Talvez possamos ouvir algum parte meteorol�gico.
Jacob localizou uma caixa pequena de pl�stico. Sonriendo com express�o admirada, encontrou o interruptor e o acendeu. Solo se ouviam interfer�ncias.
- A ver se encontrar alguma emissora.
Jacob j� estava pensando em pedir emprestado aquele aparelho e em levar-lhe a casa.
- Como?
- Que lhe d� voltas � roda do sintonizador, a ver se pode encontrar alguma emissora.
Por uns segundos ficou olhando aquela r�dio port�til, assombrado. Logo, depois de assegurar-se de que Sunny estava de costas a ele, j� que aquilo lhe parecia
t�o simples como est�pido, come�ou a lhe dar voltas � roda.
- Mostarda ou maionese?
- Perd�o?
- Seu s�ndwich - explicou Sunny, esgotada j� a paci�ncia- . Que se quiser mostarda ou maionese em seu sandwich.
- � igual. O que voc� ponha - conseguiu sintonizar uma m�sica d�bil e remota. Como podia utilizar a gente um material t�o primitivo e t�o de pouca confian�a?
Em sua casa tinha uma unidade port�til que podia lhe facilitar os dados do tempo atmosf�rico em Paris, inform�-lo do resultado de um partido de beisebol, lhe dar
um relat�rio do tr�fico em Marte e lhe servir uma ta�a de caf�... simultaneamente, tudo de uma vez. Em troca, daquela quinquilharia s� estava tirando o que parecia
uma melodia de banjo executada a centenares de metros clandestinamente.
- me deixe tent�-lo -fazendo a um lado os s�ndwiches, Sunny lhe tirou a r�dio. Ao cabo de uns segundos se ouviu um verdadeiro jorro ensurdecedor de m�sica-
. Este aparatito � muito caprichoso.
- � uma m�quina - lhe recordou ele, algo molesto por seu triunfo.
- Uma m�quina caprichosa, ent�o - satisfeita, deixou-a sobre o mostrador e se levou logo � mesa seu s�ndwich e sua cerveja- . De todas formas, um parte meteorol�gico
n�o nos serviria de muito. J� sabemos que est� nevando.
Jacob picou uma batata frita da bolsa que tinha deixado sobre a mesa.
- O mais interessante seria saber quando vai deixar de nevar.
- Ora, especula��es - se encolheu de ombros quando ele se sentou � mesa, frente a ela- . Por muitos sat�lites que coloquem no espa�o, sempre ser� um problema
de adivinha��es.
Jacob abriu a boca para contradiz�-la, mas o pensou melhor e, em vez disso, deu-lhe uma dentada a seu s�ndwich.
- Voc� molesta?
- O que?
- Estar... - que palavra poderia usar?- ... incomunicada pela neve.
- Em realidade, n�o. Ao menos se for somente por um dia ou dois. depois disso come�o a enlouquecer - esbo�ou uma careta, consciente de que tinha utilizado uma
express�o muito pouco afortunada- E voc�?
- Eu n�o gosto de me sentir encerrado - declarou simplesmente. Sorriu para ouvir que tinha come�ado a dar golpecitos com o p� no ch�o. Outra vez a estava pondo
nervosa. Bebeu um gole de cerveja- Est� rica.
Segundos depois uma voz grit� interrompeu a m�sica para informar do tempo:
- Garotas e meninos do Klamagh, ides ter que lhes aproximar muito! E dados um bom apert�o para entrar em calor! At� manh� de noite, n�o vai parar de nevar.
Haver� perto do meio metro de neve, com ventos pr�ximos aos cinq�enta quil�metros por hora. Brrrr, que frio! As temperaturas baixar�o ainda mais esta noite. Vamos,
nen�m, abrigue-se bem e deixa que seu amooooor te mantenha bem calentita!
- N�o � muito cientista - murmurou Jacob. Soltando um bufido, Sunny lan�ou um carrancudo olhar a r�dio.
- Digam-no como o dizem, o significado � o mesmo. N�o estaria de mais colocar mais lenha.
- Eu irei.
- N�o necessito...
- Voc� preparaste os s�ndwiches - assinalou ele, bebendo outro gole de cerveja-Quando terminarmos, eu irei pela lenha.
- De acordo - pronunciou. N�o queria que lhe fizesse favores. Durante um momento, comeram em sil�ncio- . Teria que ter esperado � a primavera.
- Para que?
- Para dever ver a Cal.
Jacob deu outra dentada a seu s�ndwich. N�o sabia do que era, mas estava riqu�ssimo.
- Tem raz�o. De fato, tinha pensado em vir aqui... antes - "quase um ano antes", acrescentou para si- . Mas n�o pude.
- � uma pena que seus pais n�o tenham vindo contigo... j� sabe, a visitar seu irm�o.
Sunny viu ent�o algo em seus olhos. Era tristeza, frustra��o, f�ria? N�o estava segura.
- N�o foi poss�vel.
Mas Sunny se negava em redondo a sentir l�stima alguma por ele.
- Meus pais n�o suportariam estar sem ver o Libby durante tanto tempo.
Para o Jacob, o tom de desaprova��o de sua voz foi como reabrir uma velha ferida.
- N�o te pode imaginar o muito que afetou a minha fam�lia o estar separados de Cal.
- Sinto-o - mentiu- Simplesmente imaginava que, se tantas vontades tinham de v�-lo, fariam o esfor�o de visit�-lo.
- A elei��o era de Cal, n�o deles - se levantou da mesa- Vou pela lenha.
"Tocada", disse-se Sunny quando ele j� se dirigia para a porta.
- Hey.
Jacob se voltou para ela, � defensiva.
- O que?
- N�o pode sair sem casaco. Est� gelando.
- N�o tenho casaco.
- Todos os cientistas s�o t�o despistados?- murmurou, levantando-se para aproximar-se de um arm�rio- N�o concebo nada t�o est�pido como internar-se nas montanhas,
em pleno janeiro, sem casaco.
Jacob suspirou profundamente.
- Se n�o deixar de me chamar est�pido - rep�s com tom tranq�ilo- Terei que fazer algo a respeito.
- OH, estou tremendo de medo - se burlou- Toma, ponha isto - lhe lan�ou um casaco- S� me faltaria ter que te curar um resfriado - depois de uma breve vacila��o,
tamb�m lhe lan�ou um gorro de l� escura e um par de luvas- . Na Filadelfia ter�o invernos, verdade?
Jacob apertou os dentes enquanto ficava o casaco.
- N�o fazia frio quando sa� de casa - e se impregnou o gorro.
- OH, isso o explica tudo - fez uma amea�a de gargalhada quando j� a porta se fechava a suas costas. disse-se que aquele tipo n�o estava realmente louco. Possivelmente
um poquito curto de luzes. E f�cil de desenquadrar. E, se o desenquadrava o suficiente, talvez poderia lhe tirar alguma informa��o relevante.
Ouviu-o amaldi�oar e n�o se incomodou em afogar outra gargalhada. Se n�o andava muito equivocada, acabava de golpear-se em um p� com um tronco. Possivelmente
deveu lhe haver facilitado uma lanterna, mas... o merecia.
Minutos depois foi abrir lhe a porta. Para ent�o j� estava talher quase inteiramente de neve. Lhe tinha acumulado inclusive nas sobrancelhas, lhe dando uma
express�o de c�mico assombro. Mordendo-a l�ngua para n�o lhe espetar algum c�ustico coment�rio, fez-se a um lado para deix�-lo passar, carregado como ia de lenha.
Ouviu o ru�do que fez ao descarregar os troncos, esclareceu-se garganta, tomou tranq�ilamente um sorvo de cerveja e se reuniu com ele no sal�o.
- Eu irei por mais - lhe prop�s, sol�cita.
- Nem pensar - lhe do�a o p� do golpe que se deu, tinha os dedos intumescidos de frio e tinha perdido por completo a paci�ncia- . Como pode algu�m viver assim?
- Assim? Como assim? - perguntou-lhe Sunny, fingindo um tom de inoc�ncia.
- Aqui - estava farto. Estendeu os bra�os em um gesto que abrangia n�o s� a cabana, a n�o ser o mundo ao que tinha ido parar em toda sua amplitude- . N�o tem
energia el�trica, nem comodidades, nem um meio de transporte decente, nem nada. Se quer te esquentar, tem que queimar madeira. Madeira, pelo amor de Deus! Se quiser
luz, depende da inst�vel eletricidade. E o das comunica��es � uma brincadeira. Uma brincadeira de mau gosto!
Sunny sempre se considerou uma garota de cidade, mas n�o estava disposta a consentir que insultassem assim o lar de sua fam�lia. Elevou o queixo.
- Escuta, amigo, nem n�o te tivesse acolhido aqui, agora mesmo estaria congelado em metade do bosque e at� a pr�xima primavera ningu�m encontraria seu cad�ver.
Assim cuidado com o que diz.
- N�o ir�s dizer me que voc� gosta de viver aqui!
- Pois sim, eu gosto de - apoiou os punhos nos quadris- E, se voc� n�o gosta, j� sabe o que tem que fazer.
Sua breve excurs�o � lenheira o tinha convencido da inconveni�ncia de desafiar aos elementos. ficou onde estava durante um momento, refletindo sobre as op��es
que tinha. Sem dizer uma palavra, recolheu sua cerveja, sentou-se e bebeu um gole.
Dado que Sunny considerou aquilo como uma vit�ria, reuniu-se com ele. Mas ainda n�o estava disposta a lhe dar uma pausa.
- � especialmente melindroso tratando-se de um tipo que vai por a� sem nada, nem sequer uma escova de dentes.
- Perd�o?
- Hei dito que � especialmente...
- Como sabe que n�o tenho escova de dentes? - tinha lido a respeito dessas coisas. Naquele instante, jogando fa�scas pelos olhos, voltou-se para ela.
- OH, era uma frase feita - mentiu Sunny, evitando sua pergunta- . Simplesmente queria dizer que um homem que viaja com uma �nica muda de roupa n�o teria por
que resentirse da falta de comodidades.
- Como sabe que solo tenho uma...? A n�o ser que tenha estado olhando em minhas coisas...
- Voc� n�o tem coisas - murmurou, consciente de que uma vez mais tinha aberto a boca antes de pensar o que ia dizer. Quis levantar-se, mas Jacob o impediu de
lhe pondo uma m�o no bra�o- Olhe, solo joguei uma olhada a sua bolsa para ver... simplesmente para v�-la, isso � todo - se voltou para ele, decidindo que o ataque
era a melhor defesa- Como podia estar seguro de que foi o que me disse que foi, e n�o algum man�aco solto?
- E agora j� est� segura? - n�o retirou a m�o. Surpreendeu uma r�pida piscada de vacila��o em seus olhos e decidiu aproveit�-lo- N�o havia nada em minha bolsa
que pudesse corroborar nenhuma dessas duas hip�teses, verdade?
- Possivelmente n�o - tentou lhe apartar a m�o. Como ele se empenhava em n�o solt�-la, fechou um punho e esperou.
- Ent�o muito bem posso ser um man�aco, n�o? - inclinou-se lentamente para ela, at� que seu rosto ficou somente a uns cent�metros do dele. At� que solo p�de
ver seus olhos, abrangendo todo seu campo de vis�o. At� o que come�aram a mesclar-se seus f�legos- . E man�acos pode haver os de todas classes, verdade, Sunny?
- Sim - pronunciou com dificuldade. N�o era medo. Teria preferido que o fora. Era algo muito mais complicado, muito mais perigoso que o medo. Por um instante,
com o fogo da chamin� crepitando a seu lado, com a lhe pisquem luz das velas, com o vento a�oitando os cristais da janela, n�o lhe importava quem era ele. O �nico
que lhe importava era que ia beij�-la. E algo mais que isso.
Aquele "algo mais" podia ler-se em seus olhos. A imagem dos dois rodando pelo estou acostumado a assaltou a mente do Sunny. O selvagem e violento encontro de
dois corpos, em um livre e fren�tico estalo de paix�o. Estava segura de que, com ele, seria assim. Aquela primeira vez, e outra, e outra. Fazendo tremer a terra,
transbordando rios, explorando planetas. Assim seria o amor com ele.
E depois, da primeira vez j� n�o haveria volta atr�s. Estava absolutamente convencida do que se chegava a haver uma primeira vez, desejaria-o, desejaria-o com
todas suas for�as. Necessitaria-o como precisava respirar.
Jacob lhe ro�ou os l�bios com os seus. Logo que podia chamar um beijo, mas a pot�ncia daquele roce a fez estremecer-se por inteiro. E tamb�m fez soar sinos
de alarme em sua cabe�a. Assim optou pelo que teria feito qualquer mulher sensata baixo aquelas circunst�ncias. Afundou-lhe o punho no est�mago.
Jacob ofegou de surpresa. Enquanto se dobrava sobre si mesmo, a ponto de cair em cima dela, Sunny se levantou como uma mola. E se preparou para o seguinte movimento.
- � voc� a man�aca, n�o eu - as arrumou para pronunciar uma vez recuperado o f�lego- . Nunca em toda minha vida conheci a ningu�m como voc�.
- Obrigado. Merecia-lhe isso, J.T. Estava tentando me intimidar.
Para seus adentros, Jacob teve que reconhecer que essa tinha sido sua primeira inten��o. Mas ao final, quando se tinha inclinado para ela, aspirado o aroma
de seu cabelo, saboreado a tersa textura de seus l�bios... aquilo nada tinha tido nada que ver com a intimida��o e tudo com a sedu��o. E ele tinha sido o seduzido,
� obvio.
- Sabe? N�o seria muito dif�cil... - replicou ao cabo de um momento- ... aprender a te detestar.
- N�o, suponho que n�o - como viu que o estava tomando com melhor humor do que tinha previsto, Sunny lhe sorriu- . Dado que ao fim e ao cabo somos fam�lia...
Que voc� � o irm�o de Cal, quero dizer.
- Gra�as - ao fim conseguiu incorporar-se- . Muito obrigado.
- Como ia dizendo, dado que somos como familiares, por que n�o acordamos uma tr�gua? Porque, se o tempo seguir assim, vamos continuar apanhados aqui durante
v�rios dias mais.
- E agora quem est� intimidando a quem?
Sunny se p�s-se a rir. E decidiu mostrar-se am�vel com ele.
- S� estou pondo as cartas de barriga para cima. Se seguimos brigando, solo conseguiremos nos fazer danifico. E suponho que n�o merece a pena.
Jacob teve que refletir sobre isso. Rapidamente.
- Voc� crie que n�o? - brincou.
- Eu voto pela tr�gua, ao menos at� que deixe de nevar. Eu n�o te pegarei mais e voc� n�o voltar� a tentar me beijar. Trato feito?
Gostava da parte de que ela n�o fora a lhe pegar mais. E j� tinha decidido n�o tentar beij�-la mais. Beijaria-a e ponto. Quando escolhesse faz�-lo.
- Trato feito - assentiu.
- Excelente. Celebraremos a tr�gua com outra cerveja e pipocas. Tenho um velho aparelho para as fazer na cozinha. Poremo-lo ao fogo.
- Sunny.
Ela se deteve, com a vela na m�o, a meio caminho da cozinha. Jacob n�o p�de evitar admirar a beleza de seus rasgos, iluminados por seu resplendor.
- Ainda n�o estou muito seguro de que me caia bem.
- N�o importa - sorriu- . Eu tampouco.
5
Sunny poderia hav�-lo denominado r�stico. Ele o teria considerado inclusive primitivo. Em qualquer caso, Jacob estava descobrindo algo maravilhosamente relaxante
e acolhedor em fazer pipocas no fogo da chamin�.
Bastava o aroma para que lhe fizesse a boca �gua enquanto as pipocas come�avam a saltar, golpeando o ralo da panela que dirigia habilmente Sunny. Embora teria
podido explicar cientificamente o processo pelo que a semente se convertia em pipoca, era muit�ssimo mais divertido observ�-lo.
- Aqui sempre fazemos as pipocas assim - murmurou ela, contemplando as chamas- Incluso no ver�o, quando pass�vamos um calor horr�vel, mam�e ou papai acendiam
um fogo e minha irm� e eu brig�vamos por agarrar a panela e as fazer - sorriu ao record�-lo.
- Foi muito feliz aqui.
- Sim. E provavelmente o teria seguido sendo de haver ficado, mas descobri o mundo. O que pensa do mundo, J.T.?
- De qual?
Sunny soltou uma gargalhada.
- N�o me lembrava de que foi um astro... astro- loquesea. Suponho que sua mente estar� a metade do tempo no espa�o, em vez de em terra.
- Mais ou menos.
Sunny se sentou com as pernas flexionadas no ch�o. O fogo da chamin� arrancava reflexos a seu rosto e a seu cabelo. Aquela cara, pensou Jacob, com aqueles rasgos
t�o deliciosos e bem delineados, estava absolutamente relaxada. Evidentemente se tinha tomado muito a s�rio sua tr�gua, j� que tinha come�ado a conversar com ele
como se fora um velho amigo.
Bebeu outro gole de cerveja e escutou, embora n�o sabia virtualmente nada dos filmes e a m�sica das que lhe estava falando. Ou dos livros. Alguns dos t�tulos
que citava lhe resultavam vagamente familiares, mas o certo era que tinha dedicado muito pouco tempo de sua vida a ler obras de fic��o.
- Voc� n�o gosta dos filmes? - perguntou-lhe Sunny ao fim.
- Eu n�o hei dito isso.
- N�o viu nenhuma das que te mencionei, que s�o as mais famosas dos dois �ltimos anos.
Por um instante, Jacob se perguntou que cara poria ela se lhe dissesse que o �ltimo v�deo que tinha visto tinha sido editado no ano 2250.
- O que passa � que durante muito tempo estive virtualmente encerrado em um laborat�rio, trabalhando.
Sunny sentiu uma repentina pontada de l�stima por ele. N�o lhe importava trabalhar duro, mas sempre e quando ficasse algum tempo livre para divertir-se.
- � que n�o lhe davam nenhum descanso?
- Quais?
- A gente para a que trabalhava - explicou, e seguiu fazendo mais pipocas.
Aquilo o fez sorrir, dado que durante os cinco �ltimos anos tinha sido ele quem tinha contratado a seus investigadores.
- Mas bem � um problema de obsess�o pessoal com o projeto que tinha entre m�os.
- E qual � esse projeto?
Jacob refletiu durante uns segundos, at� que decidiu lhe dizer a verdade. Isso n�o lhe faria mal a ningu�m. Al�m disso, queria ver sua rea��o.
- Viajar no tempo.
Sunnny se p�s-se a rir, mas ficou s�ria ao ver sua express�o. Esclarecendo-a garganta, pronunciou
- N�o est� brincando, verdade?
- N�o - olhou a panela que ainda sustentava com uma m�o- . Acredito que as est� queimando.
- OH - a retirou rapidamente da chamin�- Te refere a viajar realmente atrav�s do tempo, como na novela do H.G. Wells?
- N�o exatamente - estirou as pernas para esquent�-los p�s- O tempo e o espa�o s�o no��es relativas, digamo-lo assim. Solo � um problema de encontrar as equa��es
adequadas e as aplicar.
- N�o pode ser t�o singelo! - sacudiu a cabe�a, assombrada- Segundo voc�, poder�amos de repente aparecer em tempos passados, como a Roma do Ner�n ou a Bretanha
do rei Arturo...
- Sim. O qual seria fascinante.
- Ora. N�o me acredito que esteja falando a s�rio, J.T.
Jacob esbo�ou um lento e enigm�tico sorriso.
- � que voc� sozinho crie no que v�?
- N�o - Sunny franziu o cenho, servindo-se de um trapo para retirar a tampa de ralo da panela- Suponho que n�o - de repente p�s-se a rir e provou uma pipoca-
. Ou possivelmente sim. Eu sou realista. Em nossa fam�lia necessitamos que algu�m desempenhe esse papel.
- Inclusive uma pessoa realista tem que aceitar que existem certas possibilidades.
- J�. De acordo, imaginemos que pudesse existir essa m�quina fant�stica, como a da novela do Wells. aonde iria? Ou mas bem deveria dizer quando. A que �poca
voc� gostaria de ir?
Jacob a olhou, sentada frente � chamin�. Um brilho de divers�o ardia ainda em seus olhos.
- As possibilidades s�o infinitas. E voc�?
- N�o sei. Imagino que ao Libby lhe ocorreria em seguida uma d�zia de lugares e �pocas. Os astecas, os incas, os maias. Papai provavelmente quereria ver Tombstone
ou Dodge City. E minha m�e... bom, ela iria aonde fora meu pai, para vigi�-lo.
- Pergunta-a ia dirigida a ti - picou uma pipoca.
- Viajaria ao futuro. Eu gostaria de saber o que vai acontecer.
Jacob ficou contemplando o fogo, sem dizer nada.
- Cem, possivelmente duzentos anos no futuro - acrescentou ela- depois de tudo, nos livros de hist�ria pode te fazer uma id�ia aproximada do que aconteceu antes.
Mas o futuro... Parece-me que seria muit�ssimo mais excitante ver como acabamos resolvendo nossos problemas atuais - a id�ia a fez rir- . me Diga, realmente lhe
pagam por trabalhar em assuntos como leste das viagens atrav�s do tempo? Quero dizer que... n�o teria mais sentido descobrir como se pode atravessar uma cidade corno,
digamos Manhattan, somente em meia hora e em uma hora ponta?
- Tenho liberdade para escolher meus projetos
- Isso deve ser estupendo - a essas alturas j� estava completamente relaxada, desfrutando inclusive de sua companhia- Sabe? Tenho a sensa��o de ter acontecido
a maior parte de minha vida tentando averiguar o que � o que quero realmente fazer. Sou uma empregada terr�vel. Eu n�o gosto que me mandem - admitiu com um suspiro-
Devo ter um gen que reage negativamente �s regras e � autoridade. Sou discutidora.
- N�o me diga!
- De verdade - sorriu- . Tenho tantas vezes raz�o que, quando n�o a tenho, custa-me admiti-lo. Algumas vezes eu gostaria de ser mais... flex�vel.
- por que? O mundo est� cheio de gente que cede e ren�ncia a coisas.
- Possivelmente sejam mais felizes por isso - murmurou- . � uma pena que a palavra "compromisso" seja t�o dif�cil de assumir. Tampouco voc� gosta de te equivocar.
- J� procuro eu que eu n�o goste.
Sunny se p�s-se a rir enquanto se tombava no tapete.
- Sabe? Acredito que est� come�ando a cair bem. Bom, vamos ter que manter aceso este fogo durante toda a noite, se n�o querermos nos gelar. Fa�amos turnos -
bocejou, apoiando a cabe�a sobre as m�os entrela�adas- . Desperta dentro de um par de horas, e logo tocar� a ti, de acordo?
- De acordo.
Quando esteve seguro de que se dormiu, Jacob a agasalhou com a manta e a deixou ali, perto do fogo. Uma vez no piso superior, demorou menos de dez minutos em
fazer alguns ajustes no ordenador port�til para conect�-lo com sua unidade de bracelete. A unidade n�o continha todos os bancos de dados de sua nave, mas podia elaborar
informe e responder a suas perguntas.
- te conecte, ordenador.
Uma fria e met�lica voz lhe respondeu:
- Conectado.
- Informando. Hornblower, Jacob. Data atual 1/20/90. Uma tormenta de neve me reteve na cabana. A estrutura carece de energia el�trica, muito inst�vel nesta
era. Ao parecer esta energia se transmite mediante tendidos de alta tens�o que s�o especialmente vulner�veis durante as tormentas. �s 18.00 horas aproximadamente,
a energia se cortou. Tempo estimado de repara��o?
- Processando... Dados incompletos.
- Temia-me isso - se interrompeu por um momento, pensando- . Sunbeam Stone � uma mulher de m�ltiplos recursos. utilizou velas, velas de cera, para iluminar
a cabana. Aqui queimam madeira para esquentar-se. Isso, � obvio, insuficiente, e s� se podem esquentar �reas pequenas. �, entretanto... - procurou a palavra- ...
agrad�vel. Cria certa atmosfera relaxante - aborrecido, deteve-se de novo. N�o queria pensar na sedutora imagem do Sunny � luz da chamin�- . Como informei previamente,
Stone � uma mulher dif�cil e agressiva, propensa a estalos de furor. Tamb�m � maravilhosamente generosa, am�vel de vez em quando Y... - tinha a palavra "desej�vel"
na ponta da l�ngua-Intrigante. Ter� que seguir investigando. Entretanto, n�o acredito que seja uma mulher m�dio de seu tempo. Ordenador, quais s�o as t�picas atitudes
das mulheres para o emparelhamento nesta era?
- Processando.
logo que teve feito a pergunta, Jacob abriu a boca para retir�-la e anular a ordem. Mas a m�quina foi mais r�pida:
- Manifestam uma cl�ssica atra��o f�sica, em ocasi�es com rea��o qu�mica. O compromisso emocional, em diversas escalas do afeto at� o amor, est� presente em
97.6 por cento dos casos. Os encontros singelos, geralmente denominados "aventuras de uma s� noite" j� n�o se achavam t�o de moda nessa �poca do s�culo XX Os sujeitos
esperavam certo compromisso de seus casais sexuais. O romance era algo ampliamente aceito e desejado.
- Define "romance".
- Processando... Dedicar uma especial aten��o, em forma de m�micos, adula��es ou presentes. � tamb�m sin�nimo de amor, aventura amorosa, intenso v�nculo entre
amantes. Tipificado por uma atmosfera de luz t�nue, m�sica rom�ntica, flores. Os gestos considerados geralmente como rom�nticos incluem...
- J� � suficiente - enquanto se passava as m�os pela cara, Jacob se perguntou se n�o teria se tornado louco. Tinha muito pouco sentido esbanjar o tempo lhe
fazendo ao ordenador pergunta t�o pouco cient�ficas. E muito menos contemplar uma poss�vel e absolutamente n�o cient�fica rela��o com o Sunny Stone.
S� tinha dois objetivos que justificassem que estivesse ali naquele momento. O primeiro e mais importante era encontrar a seu irm�o. O segundo era reunir a
maior quantidade de dados poss�vel a respeito daquela era. Sunny Stone era um dado mais, e nunca poderia ser outra coisa.
Mas a desejava. N�o era nada cientista, mas era muito real. E tamb�m il�gico. Como podia querer estar com uma mulher que o irritava tanto? Como podia preocupar-se
tanto por uma mulher com a que tinha t�o poucas coisas em comum? Separavam-nos s�culos inteiros. O mundo do Sunny, por muito fascinante que fora de um ponto de vista
cient�fico, frustrava-o de mil formas diferentes. E ela tamb�m o frustrava. Muito mais.
o melhor que podia fazer era retornar a sua nave, programar seus computadores e voltar para casa. E, se n�o tivesse sido por Cal, n�o teria vacilado em faz�-lo.
Queria, precisava pensar que solo era Cal quem o detinha.
Meticulosamente desconectou o ordenador e guardou sua unidade. Quando voltou para sal�o, ela seguia dormindo. Movendo-se com o m�ximo sigilo, jogou outro lenho
ao fogo e se sentou no ch�o, a seu lado.
Passaram as horas, mas n�o se incomodou em despert�-la. Estava acostumado a dormir pouco, ou inclusive nada. Durante mais de um ano, sua jornada m�dia de trabalho
tinha rondado as dezoito horas. quanto mais perto tinha estado de descobrir as chaves da viagem atrav�s do tempo, mais se tinha pressionado a se mesmo. E o tinha
conseguido, pensou, enquanto contemplava o fogo da chamin�. Estava ali. � obvio, apesar de seus meticulosos c�lculos, tinha chegado com v�rios meses de atraso.
Cal j� se casou. E se podia confiar-se no que lhe tinha contado Sunny, vivia feliz e contente. Assim ao Jacob resultaria muito mais dif�cil lhe fazer entrar
em raz�o. Mas o obteria de todas formas. Teria que dar-se conta. Era t�o claro como o cristal. Uma pessoa pertencia a seu pr�prio tempo. Tinha raz�es, prop�sitos
na vida. al�m do que pudesse fazer a ci�ncia, haveria um caminho, um destino, uma pauta que seguir. Se algu�m escolhia romper essa pauta, isso poderia gerar imprevis�veis
efeitos no resto do universo.
De modo que se levaria a seu irm�o ao tempo ao que ambos pertenciam. E Cal n�o demoraria para esquecer � mulher chamada Libby. Ao igual ao pr�prio Jacob estava
decidido a esquecer ao Sunbeam Stone. De repente Sunny se moveu, soltando um profundo suspiro que lhe provocou um delicioso calafrio. Apesar de si mesmo, observou-a
enquanto despertava.
Abriu e fechou os olhos, batendo aquelas maravilhosas pestanas. Seus olhos, dormitados de sonho, eram enormes e escuros. Ainda n�o o tinha visto. Com o olhar
fixo no fogo da chamin�, foi estirando lentamente, m�sculo a m�sculo. O su�ter se deslocou uns cent�metros, revelando sua fina e esbelta cintura.
Jacob sentiu que lhe secava a boca. O cora��o lhe acelerou. Naquele momento estava t�o indignantemente formosa que solo podia ficar ali sentado, tenso, e rezar
para n�o perder a prud�ncia.
Sunny gemeu fracamente e ficou tombada de costas, estendendo os bra�os por cima da cabe�a e estirando-os para o teto. Jacob esbo�ou uma careta. Pela primeira
vez em sua vida, necessitou urgentemente uma ta�a.
Ao fim inclinou a cabe�a e o viu.
- por que n�o me despertaste? - Sua voz era lenta, rouca, er�tica.
- Eu... - era rid�culo, mas logo que podia falar- . Eu n�o estava cansado.
- N�o se trata disso - se sentou no tapete- . Estamos juntos nisto, assim...
N�o pensou. N�o foi um pouco deliberado. Nem sensato tampouco. De repente, afundou uma m�o em seu cabelo para atrai-la para si e a beijou nos l�bios. Sunny
resistiu, t�o furiosa como surpreendida, mas ele se negou a solt�-la. Para ent�o o que sentia era j� aut�ntico desespero, algo que jamais recordava ter experiente
antes por nenhuma mulher. Ou saboreava sua boca ou morria no empenho. Sunny se esfor�ou por aferrar-se a sua f�ria enquanto d�zias de sentimentos distintos lutavam
por apoderar-se dela: desejo, deleite, del�rio. Tentou amaldi�o�-lo, mas de seus l�bios s� escapou um gemido de prazer. Logo enterrou as m�os em seu cabelo, quase
sem dar-se conta, com o cora��o lhe pulsando a toda velocidade.
Com um r�pido movimento, Jacob a sentou sobre seu rega�o. Respirava t�o rapidamente como ela. Sem poder evit�-lo, Sunny tomou consci�ncia de que estava reagindo
e respondendo com a mesma insist�ncia e avidez que ele. Era isso o que tinha estado procurando? A excita��o, o desafio, a maravilha daquelas sensa��es? Irresponsablemente
se deixou arrastar por aquela emo��o, por aquele poder entristecedor.
Jacob, por sua parte, tinha perdido todo controle. quanto mais tomava, mais necessitava. Uma vez saboreada sua boca, deslizou os l�bios todo ao longo da fina
coluna de seu pesco�o, lambendo-lhe E mesmo assim seguia sem ser suficiente. Com o resplendor da chamin� iluminando seu rosto, come�ou a lhe elevar o su�ter. Sua
pele nua lhe evocou imagens de p�talas de rosa, de quente cetim. Tremia-lhe a m�o quando a fechou sobre um seio. Cravados os olhos nos seus, beijou-a uma vez mais.
Era como inundar-se em um sonho. Quando ele aprofundou o beijo, Sunny o abra�ou com todas suas for�as. E suas m�os procuraram seu corpo com id�ntica urg�ncia, explorando
sob seu su�ter, encontrando os firmes planos de seus m�sculos.
Deleitada com a inef�vel car�cia de seus l�bios em seu rosto, fechou uma vez mais os olhos. De repente, como uma fant�stica revela��o, o cora��o lhe alagou
de amor. De puro amor. Essa surpreendente rea��o a deixou tremente, ofegante. E suas m�os, sempre t�o h�beis e capazes, deslizaram-se por seus bra�os como se tivessem
vontade pr�pria, impotentes.
"Impotentes", pensou. E isso foi o que a fez esticar-se, a que a impulsionou a resistir. Aquilo n�o podia ser amor. Era absurdo, e perigoso, pensar que podia
s�-lo.
- Jacob, para.
- O que pare? - inquiriu enquanto lhe mordiscava o queixo, n�o muito brandamente. Podia sentir a mudan�a, a lhe frustrem retirada- . por que?
- Porque eu...
Com um calculado movimento, acariciou-lhe lentamente as costas. Viu que seus olhos voltavam a obscurecer-se de desejo.
- Desejo-te, Sunny. E voc� me deseja .
- Sim - o que lhe estava fazendo aquele homem? Elevou uma m�o para protestar, mas ao momento a deixou cair l�nguidamente sobre seu peito- . N�o. N�o fa�a isso.
- Fazer o que?
- O que seja que esteja fazendo.
Estava tremendo, estremecendo-se. Oferecia uma imagem absolutamente vulner�vel. Jacob se amaldi�oou a si mesmo. Foi uma verdadeira surpresa dar-se conta de
que quanto mais indefesa parecia ela, mais acossado se sentia ele pelos remorsos.
- Est� bem - a agarrou brandamente dos quadris e voltou a sent�-la no ch�o.
Sunny se abra�ou os joelhos. sentia-se como se acabassem de tirar a de uma caldeira para encerr�-la em um t�mpano de gelo.
- Isto n�o deveria estar acontecendo. E, certamente, n�o t�o r�pido.
- Mas est� acontecendo - sublinhou Jacob- . E n�o tem sentido pretender o contr�rio.
Sunny elevou o olhar enquanto ele se levantava para alimentar o fogo. Ainda ardiam algumas vela. Fora seguia escuro, e o vento continuava assobiando. esqueceu-se
da tormenta. esqueceu-se de todo isso e mais. Em seus bra�os n�o tinha havido mais tormenta que a que tinha assolado seu interior. N�o tinha havido mais fogo que
o de sua pr�pria paix�o. A �nica promessa que se feito a si mesmo, a de n�o perder nunca o controle com nenhum homem, tinha sido rota.
- Para ti � f�cil, verdade? - espetou-lhe com uma amargura que a surpreendeu.
Jacob se voltou para olh�-la. N�o, n�o era nada f�cil para ele. Deveria s�-lo, mas n�o o era. Surpreendentemente.
- E por que deveria ser complicado? - pergunta-a estava dirigida tanto a ela como a ele mesmo.
- Eu n�o fa�o o amor com desconhecidos - se levantou, desejosa de tomar um caf� e de estar durante um momento sozinha. dirigiu-se � cozinha e tirou um refresco
da geladeira. Teria que conformar-se com uma dose de cafe�na fria.
Jacob, enquanto isso, dedicou-se a repassar mentalmente os dados que lhe tinha proporcionado seu ordenador. A atra��o f�sica da que lhe tinha falado estava
presente, sem lugar a d�vidas. E, por muito que lhe desgostasse a id�ia, suas emo��es estavam envoltas. Enfurecer-se n�o serviria de nada. Evidentemente Sunny estava
reagindo com normalidade, dada a situa��o. Era ele quem se viu transbordado, quem tinha perdido o passo. Isso era algo que tinha que reconhecer, e confront�-lo.
Mas seguia desejando-a. E estava decidido a insistir at� conquist�-la. L�gicamente, suas probabilidades de ter �xito se incrementariam se se conduzia como teria
sido de esperar em um t�pico homem do s�culo vinte.
Suspirou profundamente. Ignorava as conseq��ncias que poderia ter, mas acreditava compreender o primeiro passo que teria dar. Era dif�cil que as coisas tivessem
trocado tanto em duzentos anos.
Quando entrou na cozinha, ela estava olhando pela janela, vendo cair a neve.
- Sunny - decidiu ir diretamente ao gr�o- Te pe�o desculpas.
- N�o quero suas desculpas.
Jacob elevou o olhar ao teto, rezando por poder conservar a paci�ncia.
- O que quer ent�o?
- Nada - surpreendentemente, estava a ponto de chorar. Ela nunca chorava. Detestava faz�-lo, considerava-o algo t�o absurdo como vergonhoso. Sunny sempre preferia
um grito de pura raiva �s l�grimas. Mas naquele instante as l�grimas lhe estavam queimando os olhos e se esfor�ava tercamente pelas conter- . Esquece-o.
- Esquecer o que aconteceu, ou esquecer o fato de que me sinto atra�do por ti?
- As duas coisas - se voltou para ele. Embora os deixava secos, brilhavam-lhe os olhos. O qual lhe fez sentir-se terrivelmente inc�modo- . N�o importa.
- Claro que importa - muito a seu pesar, estava convencido de que n�o podia fazer absolutamente nada para evit�-lo. Para lutar contra aquela atra��o. Se Sunny
seguia olhando o daquela forma, teria que toc�-la de novo. Como medida preventiva, afundou as m�os nos bolsos.
- Olhe, J.T. os dois somos adultos. E devemos nos comportar como tais.
- Eu acreditava que j� o est�vamos fazendo - tentou sorrir- . Sinto te haver incomodado.
- N�o foi culpa tua - se obrigou a corresponder a seu sorriso- . Foram as circunst�ncias. Estamos completamente solos aqui, sem luz el�trica. Com as velas,
a chamin�... - encolheu-se de ombros, abatida- . A qualquer teria passado o mesmo.
- Se voc� o disser... - deu um passo para ela. Sunny retrocedeu. Para alcan�ar seu objetivo, refletiu Jacob, necessitaria de uma elaborada estrat�gia- Mas eu
me sinto atra�do por ti, com ou sem velas.
Sunny se disp�s a replicar algo, mas em seguida descobriu que n�o sabia o que realmente queria dizer, e se passou as duas m�os pelo cabelo.
- Acredito que deveria dormir um pouco. Vou por mais lenha.
- De acordo. Sunbeam?
Ela se voltou, olhando-o entre divertida e exasperada de que a tivesse chamado por seu nome completo.
- Encantou-me lhe beijar - lhe confessou- . Muit�ssimo.
Resmungando, Sunny ficou rapidamente o casaco e escapou fora da cabana.

O dia transcorreu lentamente. Sunny talvez teria preferido que Jacob dormisse um pouco mais, mas isso logo que importava. Dormido ou acordado, estava ali. Era
uma presen�a constante. Em v�rias ocasi�es, apesar de seus intentos por abismar-se na leitura de algum livro, tinha sido t�o dolorosamente consciente de sua presen�a
que tinha estado a ponto de grunhir, de gemer, de queixar-se.
Jacob, por sua parte, lia vorazmente novela detr�s novela. Toda atividade na cabana estava virtualmente confinada ao sal�o e ao calor do fogo da chamin�, que
alimentavam por rigoroso turno.
Na hora de comer se prepararam uns s�ndwiches frios, embora ela conseguiu ferver �gua para o ch� na chamin�. Solo se dirigiam a palavra quando n�o tinham mais
remedeio que faz�-lo.
Para quando caiu a tarde ambos estavam terrivelmente inquietos. Tanto que os dois chegaram a perguntar-se o que teria acontecido se tivessem acontecido o dia
inteiro colocados debaixo de uma manta, juntos... em vez de separados, cada um em um extremo da mesma habita��o.
Jacob se aproximou da janela. Sunny � outra, antes de remover um pouco o fogo. Ele ficou a folhear o en�simo livro. Ela foi � cozinha por um pacote de bolachas.
- Tem lido este?
Sunny elevou o olhar. Era a primeira palavra que intercambiavam desde fazia uma hora.
- Qual? Jane Eyre.
- OH, claro - era um verdadeiro al�vio voltar a conversar. Em s�o de paz, tendeu-lhe o pacote de bolachas. - O que te parece?
- Sempre me gostaram das novelas realistas do s�culo dezenove. A gente era muito contida e puritana nnaquele tempo, naquele tempo, mas com terr�veis paix�es
fervendo detr�s de seu aspecto pulcro e civilizado.
- Isso crie? - n�o p�de menos que sorrir.
- Sim. E � obvio, trata-se de uma novela belamente escrita. E maravilhosamente rom�ntica - se sentou com as pernas apoiadas em um bra�o da cadeira- A garota
pobre e singela cativando o cora��o do gal� inquietante e misterioso.
Jacob a olhou estupefato.
- Isso � rom�ntico?
- � obvio. E logo est� a trag�dia, o sacrif�cio... Faz anos, na televis�o, puseram uma s�rie muito boa apoiada na novela. Viu-a?
- N�o - apartou o livro a um lado, sem sair ainda de seu assombro- Minha m�e tem um exemplar deste t�tulo em casa. adora ler novelas.
- Provavelmente ser� porque precisa se relaxar depois de passar o dia inteiro nos tribunais.
- Provavelmente.
- A que se dedica seu pai?
- OH, a isto e a aquilo - teve de repente a sensa��o de que fazia s�culos que n�o via sua fam�lia- . Gosta da jardinagem.
- Ao meu tamb�m. Planta curativas e diet�ticas, claro - assinalou sua ta�a de ch� vazia- Mas tamb�m se ocupa das flores. Quando fomos pequenas, cultivava verduras
no horta que h� ao lado da cozinha. Isso era virtualmente tudo o que com�amos. E por isso agora as evito tanto.
Jacob tentou imaginar-lhe e simplesmente n�o o obteve.
- Como transcorreu sua inf�ncia aqui?
- me parecia algo natural - Sunny se levantou para remover um pouco o fogo e se sentou no sof�, a seu lado, esquecendo-se por um momento de suas apreens�es
anteriores- . Suponho que pensaria que todo mundo vivia como n�s, at� que um dia fomos � cidade e vi as luzes, a gente, os edif�cios. Para mim, foi como se algu�m
tivesse desarmado um caleidoscopio para me ensinar as cores. Voltamos aqui, claro - se recostou nas almofadas, afogando um bocejo- mas eu sempre sonhei retornando
a todo aquele ru�do. Neste lugar n�o trocam muitas coisas, e isso est� bem, porque te d� seguran�a. Mas na cidade sempre h� algo novo. Suponho que eu gosto de progredir.
- Mas agora est� aqui.
- Em certa maneira, � uma pena autoimpuesta.
- por que?
- � uma larga hist�ria - se encolheu de ombros- . O que me diz de ti? � um menino urbano que suspira pela tranq�ilidade da vida no campo? - Jacob desviou o
olhar para a janela.
- N�o.
Tornando-se a rir, Sunny lhe deu um tapinha na m�o.
- Seja como for aqui estamos os dois, apanhados nos bosques do Noroeste. Gosta de jogar �s cartas?
O humor do Jacob melhorou imediatamente.
- P�quer?
- P�quer.
levantaram-se o mesmo tempo e trope�aram um com outro. Jacob a sujeitou de um bra�o automaticamente. esticou-se, e ela tamb�m. N�o teria podido ser de outro
modo. Elevou a outra emano at� seu rosto, cativado pela vis�o de sua boca fresca, de l�bios cheios, sem pintar.
- � muito bela, Sunbeam.
Do�a-lhe at� respirar. Estava muito aterrorizada para mover-se.
- Hei-te dito que n�o me chame assim.
- O nome te sinta bem. Sempre pensei que a beleza era simplesmente uma casualidade gen�tica, ou algo que se consegue com cosm�ticos e artif�cios.
- � um homem muito estranho, Hornblower.
- N�o te pode imaginar quanto - sorriu levemente- . Bom, ser� melhor que joguemos �s cartas.
- Boa id�ia - comentou, suspirando, enquanto tirava o baralho de uma gaveta- . P�quer frente � chamin� - se sentou no ch�o- Isto sim que � rom�ntico.
- Seriamente? - sentou-se frente a ela.
- te prepare a perder.
Mas ganhou ele, continuadamente, at� que Sunny come�ou a suspeitar. A falta de qualquer outra coisa estavam jogando com bolachas de chocolate, e o mont�o do
Jacob n�o deixava de crescer.
- Se lhe comer isso todas ficar� feito um gordo.
- OH, n�o - sorriu- . Tenho um metabolismo excelente.
- J�, arrumado a que sim - com um corpo como o que tinha, n�o sentia saudades o mais m�nimo- . Dobro casal, de damas e cuatros.
- Mmm - ensinou suas cartas- . Ful de diz e cincos.
- Caramba! - franziu o cenho- Olhe, n�o quero parecer uma m� perdedora, mas tem ganhas dez m�os de doze.
- Esta deve ser minha noite das cartas - e come�ou �s baralhar.
- J�. - Jacob arqueou uma sobrancelha.
- O p�quer � uma f�sica ou uma qu�mica.
- te limite a jogar, Hornblower - tomou uma bolacha. - vais comer te a postura inicial?
- 0h, � verdade voltou a p�r a bolacha onde estava- � que, se n�o como v�rias vezes ao dia, ponho-me de mau humor.
- � esse seu problema?
- Basicamente eu sou uma pessoa muito simp�tica e am�vel.
- N�o, n�o o � - sorriu enquanto repartia as cartas- Mas eu gosto de todas formas.
- Sou simp�tica e am�vel - insistiu, simulando uma express�o desinteressada ao descobrir que tinha sorte, recolheu a sobrancelha ao detectar seu tom ir�nico
- lhe Pergunte a qualquer... exceto ao supervisor de meu �ltimo trabalho. Abro com dois.
Jacob aceitou a aposta e adiantou outras duas bolachas de seu mont�o. Gostava de v�-la assim: entretida, competitiva, divertida. N�o podia evitar admirar o
jogo de sombras que projetava o fogo da chamin� sobre seus fabulosos rasgos. E aquela era uma oportunidade t�o boa como qualquer outra para saber algo mais dela.
- O que era o que fazia antes de te vir aqui e tomar a decis�o de estudar Direito?
Esbo�ando uma careta, Sunny se desfez de tr�s cartas.
- Vendia roupa interior. Lingerie feminina, para ser exatos - elevou o olhar esperando ver uma express�o desdenhosa em seu rosto, e se alegrou de n�o v�-la-
. Tenho uma gaveta cheia de toda a que pude conseguir.
- OH, seriamente? - pensou nisso durante um momento, tentando inutilmente imaginar-lhe - S� - se entusiasm� al ver que hab�a conseguido otro as, pero se esforz�
para que no le se notara en la voz- . El problema fue que el supervisor quer�a que vendiera todo aquel material como fuera, enga�ando incluso a las clientes. Un
d�a, por ejemplo, me presion� para que le vendiera a una se�ora obesa un body tres tallas m�s peque�o. Apuesto tres.
- Sim - se entusiasmou ao ver que tinha conseguido outro �s, mas se esfor�ou para que n�o o notasse isso na voz- . O problema foi que o supervisor queria que
vendesse todo aquele material como fora, enganando inclusive �s clientes. Um dia, por exemplo, pressionou-me para que vendesse a uma senhora obesa um body tr�s
talhas mais pequeno. Arrumado tr�s.
- Vejo-as, e subo outras dois. O que aconteceu?
- Bom, disse-lhe � senhora o que pensava sinceramente, e o tipo me despediu. Assim, sem mais - sorriu- Subo seus dois. Sinto muito, amigo. Trio de agarra.
- P�quer - pronunciou Jacob, e Sunny amaldi�oou entre dentes enquanto ele se levava as bolachas- Tenho a impress�o de que n�o est� feita para trabalhar para
outra pessoa.
- J� me h�o dito isso antes - murmurou- V�rias vezes - olhou as cinco bolachas que ficavam, e pensou que a sorte levava j� muito tempo lhe dando as costas-
Se fosse poss�vel aprender a viver sem comer, seria primeira em faz�-lo. Mas n�o � assim. E eu n�o gosto de ser pobre.
- Sabe? Acredito que, se lhe propor isso, poderia fazer tudo o que quisesse.
- Possivelmente - esse tinha sido seu problema. N�o tinha nem id�ia do que queria fazer. Voltou a receber boas cartas e tentou reunir um p�quer. N�o o conseguiu,
e teve que renunciar a suas �ltimas bolachas de chocolate- . Diabos, realmente esta � sua noite de sorte.
- Isso � o que parece - com essas alturas, Jacob se sentia bastante animado. E a pr�pria Sunny lhe parecia muito mais apetitosa que as bolachas- . Podem jogar
uma m�o mais.
- E o que nos apostamos?
- Se vontades, far�-me o amor.
Surpreendida, mas decidida a manter impert�rrita sua cara de p�quer, tragou-se o peda�o de bolacha que acabava de mastigar.
- E se ganhar eu?
- Farei-te o amor eu.
Levando o resto da bolacha � boca, observou-o atentamente. Quase mereceria a pena ver a cara que poria se ganhava ela. Quase, recordou-se. De qualquer forma,
ela ganharia. E perderia depois.
- Acredito que vou ignorar seu desafio - pronunciou com tom ligeiro. Levantando-se, foi para o sof� com a inten��o de dormir um pouco.
6
Uma m�sica ensurdecedora foi o que tirou o Sunny de seu profundo sonho. Cegada pela luz, soltou um grunhido e se levou uma m�o aos olhos.
- O que � toda esta festa? - exclamou para ouvir tina Turner cantando a todo volume.
Jacob, que tinha estado dormitando frente ao fogo, limitou-se a cobri-la cabe�a com a manta. Quando dormia, preferia faz�-lo como um tronco.
Amaldi�oando entre dentes, Sunny se levantou do sof�, e foi cambaleando-se para o est�reo antes de dar-se conta do que tinha acontecido.
- A luz! tornou a luz! - gritou, e correu a sentar-se em cima de Jacob. O grunhido afogado procedente de debaixo da manta n�o a dissuadiu de ficar a saltar
alegremente sobre ela- Temos energia el�trica, J.T. Luz, m�sica, comida quente! Vamos, desperta, dorminhoco. N�o sabe que podem te despedir por haver ficado dormido
em seu turno de guarda?
- N�o estava dormido, a n�o ser presa de um ataque catat�nico.
- Vamos. J� estamos outra vez em funcionamento - lhe retirou a manta da cara e sorriu ao ver seu cenho franzido- . Necessita um barbeado - observou. Logo, em
sua alegria, plantou-lhe um sonoro beijo entre os olhos- . Gosta de um hamb�rguer?
Jacob a contemplou dormitado. Ali estava, com o cabelo despenteado e aquela express�o radiante. Para seu desgosto, sentiu que seu corpo reagia imediatamente.
- N�o acredito que sejam mais das seis da manh�.
- E o que? Morro de fome.
- Pois eu n�o - voltou a fic�-la manta em cima da cabe�a.
- OH OH. Acredito que necessita ajuda. Vamos, soldado.
Nessa ocasi�o Jacob se limitou a abrir somente um olho.
- Vamos, soldado? Que express�o � essa?
- Temo-me, Hornblower, que aconteceste muito tempo encerrado em um laborat�rio.
- N�o o suficiente - "ou muito", acrescentou para si, se tudo o que necessitava para excitar-se era uma mulher magricela sentada em cima- . N�o posso me levantar
contigo sentava em cima de mim. Al�m disso, acredito que me tem quebrado as costelas.
- Absurdo. Peso cinco quilogramas menos do que deveria pesar.
- De onde estou eu, parece que pesos muito mais.
Sunny se incorporou rapidamente, agarrou-o por um bra�o e, n�o sem esfor�o, conseguiu levant�-lo.
- Pode te encarregar das batatas fritas.
- Posso?
- com certeza que sim - e para lhe demonstrar a confian�a que tinha nele, tirou-o da m�o e o levou a cozinha- . Tudo o que precisa est� na geladeira. meu deus,
sim que faz frio aqui! Toma - abriu o frigor�fico e lhe lan�ou uma bolsa de batatas congeladas- Sozinho tem que as p�r em uma frigideira e as esquentar no forno.
- Ah - embora tinha algumas no��es sobre o funcionamento de um antigo forno, ignorava o que era uma frigideira.
- As frigideiras est�o... ali abaixo - assinalou vagamente o arm�rio antes de ficar a revolver entre os cacharros de cozinha. Cozinhar n�o figurava na lista
de suas afei��es favoritas, mas naquele momento estava disposta a esfor�ar-se todo o poss�vel- Tomada, usa esta mesma - lhe tendeu uma pe�a met�lica, enegrecida
pelo fogo.
"A frigideira", deduziu Jacob. E ficou m�os � obra.
- Suponho que existe a possibilidade de que tomemos caf�.
- � obvio. Sempre guardo uma provis�o de reserva - assobiando, jogou um mazacote de comida congelada em uma panela e o p�s a esquentar a fogo lento- Por fim
comida quente, de verdade... Sabe? N�o aprecia o valor das pequenas coisas at� que n�o as sente falta. N�o entendo como podia arrumar-lhe a gente antes da inven��o
da eletricidade. Imagine ter que esquentar �gua ou fritar algo sobre um fogo de lenha.
Mas Jacob estava distra�do contemplando assombrado a resist�ncia el�trica da cozinha, que j� se p�s ao vermelho vivo.
- Assombroso - pronunciou.
- Temo-me que essas batatas nunca se far�o se n�o as frita antes.
- Ah, sim.
Naquele momento teria dado um ano inteiro de sua vida por poder dispor do centro nutritivo de seu laborat�rio. .
- Passas muito tempo cozinhando? - perguntou-lhe Sunny, a suas costas.
- N�o.
- N�o sente saudades - ao ver que ficava im�vel, olhando-o tudo sem fazer nada, acendeu o forno e colocou a frigideira com as batatas- . Demorar�o dez, possivelmente
quinze, em fazer-se.
- Segundos?
- Que otimista. Minutos - lhe deu um tapinha em uma bochecha- . por que n�o te d� uma ducha? Sentir�-se melhor. Isto estar� quase terminado para quando tiver
sa�do.
- Obrigado - enquanto subia as escadas, pensou que aquele era o gesto mais am�vel que tinha tido Sunny com ele at� o momento.
Dedicou uma boa quantidade de tempo a amaldi�oar os ridiculamente arcaicos artefatos da ducha. Mas ela tinha raz�o. sentia-se muit�ssimo melhor quando terminou
de tomar banho. Utilizou seu ultra-som para barbear-se. Tomou logo sua dose di�ria de fluoratine para os dentes e, sem poder evit�-lo, dedicou-se a bisbilhotar no
pequeno arm�rio de banho.
Aquilo era o sonho dourado de qualquer cientista. Um verdadeiro tesouro. Lo��es, ung�entos, natas, p�s. Um olhar �s folhas de barbear lhe provocou um estremecimento.
A escova de dentes lhe arrancou um sorriso. Havia uma nata que tinha um nome ex�tico. Quando a abriu para cheir�-la, reconheceu imediatamente seu aroma. Era o do
Sunny. N�o perdeu o tempo em voltar a colocar o frasco onde estava.
Tamb�m havia p�lulas: havia-as para a dor de cabe�a, os dores musculares, os resfriados... Pensou em recolher uma amostra de cada. Havia uma pequena caixa de
pl�stico com um anel de pastilhas que n�o levavam nome nem indica��o alguma. Dado que faltavam perto da metade, sup�s que Sunny tomaria regularmente. Isso o deixou
preocupado. N�o gostava de pensar que pudesse estar doente. Como poderia lhe perguntar por essa medica��o sem que ela levasse a mal ou despertasse suas suspeitas?,
perguntou-se enquanto voltava a colocar a caixa em seu s�tio.
Baixou as escadas. Ainda n�o sabia o que tinha feito exatamente com aquele mazacote de comida congelada, mas cheirava deliciosamente bem. E tamb�m cheirava
a caf�. Nada mais entrar na cozinha, Sunny lhe tendeu uma ta�a.
- Obrigado.
- De nada.
Tomou um sorvo, observando-a atentamente por cima do bordo da ta�a. Seu rosto tinha uma saud�vel cor. Parecia gozar de uma estupenda sa�de. De fato, n�o podia
recordar ter visto ningu�m com t�o boa sa�de. Nem t�o excitante.
- Quando me olha assim, sinto-me como um germe sob a lente de um microsc�pio.
- Perdoa. Solo me estava perguntando como se sentia.
- OH, um poquito intumescida, e faminta, mas bem em geral - inclinou a cabe�a- . E voc�?
- Perfeitamente. Bom, como me do�a um pouco a cabe�a... - pronunciou, s�bitamente inspirado- ... tomei uma de suas p�lulas.
- Est� bem.
- Tomei as de uma pequena caixa azul, umas que n�o estavam marcadas...
Sunny abriu muito os olhos e soltou uma gargalhada.
- Duvido que lhe sirvam de algo, a verdade.
- Mas voc� sim que as tomadas, verdade?
Nessa ocasi�o, Sunny fechou os olhos e sacudiu a cabe�a.
- meu deus, e se considera um cientista - murmurou- Sim, pode dizer-se que as tomo. � melhor ser previsora que logo lamentar as conseq��ncias, n�o te parece?
Perplexo e confundido, assentiu com a cabe�a.
- Claro.
- nos sentemos.
Serve generosamente dois pratos e colocou ao lado uma terrina com as batatas fritas. Durante um bom momento n�o voltou a dizer nada.
Jacob viu que polvilhava sua comida com uns estranhos gr�os, brancos e cristalizados, e a imitou, para experimentar. Sal. Embora o sabor era maravilhoso, resistiu
a tenta��o de ficar mais. perguntou-se se Sunny teria a press�o alta.
- Suponho que, depois de tudo, sobreviveremos - comentou ela.
Jacob n�o estava muito seguro do que estava comendo, mas apesar de tudo tamb�m esperava sair com vida daquela tesitura. E n�o podia negar que a comida estava
deliciosa.
- deixou que nevar.
- Sim, j� me dei conta. Escuta, detesto te dizer isto, mas me alegro de que esteja aqui. N�o me teria gostado de acontecer sozinha estes dois dias de tormenta.
- Bom, voc� � uma mulher muito auto-suficiente.
- Mas � melhor ter perto algu�m com quem discutir. OH, por certo, antes n�o lhe perguntei isso... pensa ficar at� que voltem Cal e Libby? Possivelmente demorem
semanas em retornar.
- vim a v�-lo. Esperarei o que fa�a falta.
Sunny assentiu, arrependendo-se do muito que lhe tinha gostado de sua resposta. estava-se acostumando muito a sua companhia.
- Suponho que estar� em condi��o de tomar todo o tempo livre que queira.
- Poderia dizer-se que tempo � precisamente o que me sobra. Quanto tempo vais ficar te voc� aqui?
- N�o estou segura. J� � muito tarde para que me matricule este semestre na faculdade. pensei em escrever a v�rias universidades. Possivelmente o tente neste
Costa. Seria uma saud�vel mudan�a - lhe lan�ou um r�pido e algo vacilante sorriso- . Voc� crie que eu gostaria de Filadelfia?
- Acredito que sim - se perguntou como poderia descrever-lhe para que o pudesse compreender- . � muito bonita. O casco hist�rico est� muito bem conservado.
- O Sino da Liberdade, a casa do Ben Franklin, todo isso, verdade?
- Sim. Algumas costure duram para sempre, apesar das mudan�as que se operam seu redor - pronunciou, embora n�o podia dizer-se que isso lhe tivesse importado
grande coisa antes- . As parques s�o magn�ficos e no ver�o se enchem de meninos e estudantes. O tr�fico � terr�vel, mas isso � algo ao que ter� que habituar-se.
Do alto dos grandes edif�cios pode ver a cidade inteira, o movimento, o velho e o novo.
- A sente falta de.
- Sim. mais do que acreditava - mas a estava olhando a ela, somente a ela- . lhe Gostaria de ensinar isso - No.
- Tamb�m eu gostaria. Possivelmente poderia convencer a Cal e ao Libby de que fossem ali. Assim poder�amos ter uma grande reuni�o familiar - viu que sua express�o
trocava imediatamente, e instintivamente lhe p�s uma m�o sobre a sua- . O que acontece? Hei dito algo mau?
- N�o.
- Est� furioso com ele - murmurou Sunny. - � algo pessoal.
Mas ela n�o estava disposta a renunciar. Jacob n�o era o idiota resmung�o que ao princ�pio tinha pensado que era. Simplesmente se sentia confundido, transtornado
por algo.
- J.T. estou segura de que compreende que � absolutamente injusto culpar a Cal de haver-se apaixonado e casado. E de ter decidido come�ar uma nova vida aqui.
- N�o � t�o singelo.
- � obvio que o � - se prometeu que, nessa ocasi�o, n�o perderia a paci�ncia- Ambos s�o adultos, com capacidade para tomar suas pr�prias decis�es. Al�m disso,
levam-se maravilhosamente bem. De verdade. Eu os vi juntos. Voc� n�o.
- Nisso tem raz�o.
- Isso n�o � culpa de ningu�m mas... - conteve-se, apertou os dentes e continuou, j� mais tranq�ila- O que estou tentando te dizer � que eu n�o conhecia cal
antes de que formasse parte de nossa fam�lia, mas sei quando uma pessoa � feliz e quando n�o o �. O �. E quanto ao Libby... Cal a tem feito trocar. Sempre tinha
sido t�o t�mida, t�o retra�da... Mas com Cal � como se tivesse florescido. Possivelmente n�o seja nada f�cil assumir que a pessoa a que quer tem um amor que est�
por cima de tudo... mas, quando � certo, ter� que resignar-se.
- Eu n�o tenho nada contra sua irm� - ou, se o tinha, no momento preferia guardar-lhe para si mesmo- Mas tenho inten��o de falar com Cal sobre o mudan�a t�o
grande que h� impresso a sua vida.
- Olhe que � cabezota.
- Sim - lhe sorriu, contemplando deleitado seu gesto de desafio- Eu diria que os dois os somos.
- Ao menos eu n�o vou por a� farejando nos assuntos de outras pessoas.
- Nem sequer nos das senhoras entradas em carnes que se empenham em torturar-se com bodys v�rias talhas menores que a sua?
- Isso � algo completamente distinto - soprando de irrita��o, retirou a um lado seu prato- Pode que seja um pouco c�nica, mas acredito no amor.
- Eu n�o hei dito que n�o cria.
- Ah, sim? - sorriu, porque estava segura de hav�-lo encurralado- . Ent�o suponho que n�o te seguiria entremetendo se te convencesse de que Cal e Libby est�o
apaixonados.
- Se esse fosse o caso, dificilmente poderia faz�-lo. Mas se n�o estivessem apaixonados... bom, j� ver�amos o que acontecia.
- Sabe? Poderia te jogar daqui e te enviar agora mesmo de retorno ao bosque, e deixar que te congelasse em seu saco de dormir.
- Mas n�o o far� - elevou para ela sua ta�a de caf�, a modo de brinde- . Porque, debaixo dessa apar�ncia t�o dura e suscet�vel, se oculta um grande cora��o.
- Poderia trocar.
- N�o, n�o poderia. A gente n�o troca de boas a primeiras - de repente, em um impulso, inclinou-se para tomar uma m�o. Era um gesto que n�o fazia freq�entemente,
mas n�o p�de evit�-lo- . Sunny, eu n�o quero fazer machuco a sua irm�. Nem a ti tampouco.
- Mas nos far� isso. Se nos interpusermos em seu caminho.
- Se - pensativo, voltou-lhe a m�o. Era pequena e surpreendentemente fina e delicada para algu�m que sabia golpear t�o bem- Voc� quer muit�ssimo a sua fam�lia.
Eu tamb�m � minha. Meus pais... tentaram entender a decis�o de Cal, mas para eles � dif�cil. Muito dif�cil.
- Mas se qu�o �nico t�m que fazer � v�-lo por si mesmos para entend�-lo...
- N�o lhe posso explicar isso a olhou aos olhos- . Oxal� pudesse. Oxal� pudesse te dizer mais do que posso te dizer.
- Est� metido em algum problema?
- O que?
- Que se est� metido em algum problema - repetiu, lhe apertando a sua vez a m�o- . Com a lei, ou um pouco parecido.
Impressionado, Jacob n�o retirou a m�o. Uma express�o preocupada se refletia em seus enormes olhos... por ele. N�o podia recordar haver-se sentido nunca mais
comovido.
- por que pensaste isso?
- A forma em que veio aqui, t�o estranha... E seu comportamento. N�o sei como explic�-lo. � como se... como se aqui estivesse desconjurado...
- Possivelmente o esteja - em outras circunst�ncias essa situa��o lhe teria parecido divertida, mas n�o sorriu nem por um momento. Se n�o tivesse estado t�o
seguro de que ao final se arrependeria disso, naquele instante a teria estreitado entre seus bra�os. A teria abra�ado. Assim, sem mais- N�o estou metido em nenhum
problema, Sunny. Ao menos n�o no sentido ao que te referiste voc�.
- E n�o estiveste por acaso... - procurou encontrar a palavra mais suave para abordar um assunto t�o delicado- ... doente?
- Doente? - olhou-a, perplexo, at� que de repente compreendeu- Acreditava que eu estava... - nessa ocasi�o sim que sorriu, e a surpreendeu a ela, e a si mesmo,
ao levar-se sua m�o aos l�bios- . N�o, n�o estive doente, nem f�sica nem psiquicamente. Simplesmente estive muito ocupado - quando ela tentou retirar a m�o, a reteve-
. Tem medo de mim?
- por que deveria o ter? - replicou Sunny. O orgulho sempre tinha sido seu ponto forte
- Boa pergunta. Suspeitava que eu estava... - fez um gesto vago- ... desequilibrado. E entretanto deixou que ficasse na cabana. Inclusive me deu de comer.
Desacostumada-a ternura de seu tom a fez sentir-se algo inc�moda.
- Provavelmente teria feito o mesmo por um c�o doente. N�o � para tanto.
- Eu acredito que sim - quando Sunny se separou da mesa, Jacob se levantou com ela- . Sunbeam.
- Disse-te que n�o...
- H� vezes em que resulta irresist�vel. Obrigado.
Nesse momento se sentia j� mais que inc�moda.
- De acordo. Esquece-o.
- N�o acredito que possa - com o polegar lhe acariciou brandamente os n�dulos- . me Diga uma coisa. Se eu te houvesse dito que me encontrava em problemas, teria-me
ajudado?
- N�o sei. Depende.
- Acredito que o teria feito - tomou as duas m�os- A bondade, especialmente para algu�m que se encontra longe de casa, � algo precioso e muito escasso. N�o
o esquecerei.
Sunny n�o queria aproximar-se tanto a ele. Nem sentir-se t�o atra�da. Mas quando a olhava como o estava fazendo naquele preciso instante, com aquela serena
ternura, fraquejava em sua decis�o. voltava-se d�bil. E nada lhe resultava mais aterrador que a debilidade.
- Bem - lutando contra o p�nico, liberou as m�os- Ent�o poder� me devolver o favor lavando os pratos. vou sair a dar um passeio.
- Irei contigo.
- N�o...
- Disse que n�o me tinha medo.
- E n�o lhe tenho - suspirou isso- . De acordo, vamos.
Nada mais abrir a porta, o frio lhe cortou o f�lego. O vento tinha cessado e o sol aparecia entre as nuvens, mas o ar era como gelo vaporizado. Serviria-lhe
para limp�-la cabe�a, pensou Sunny. Por um instante, na cozinha, quando a tinha cuidadoso t�o intensamente aos olhos, sentiu como se... N�o sabia o que havia sentido.
E tampouco queria sab�-lo.
O que queria era caminhar, embora fora com a neve at� os joelhos. Outra hora de confinamento e teria se tornado louca. Possivelmente isso fora o que acabava
de lhe acontecer ali, com ele. Um momento de loucura.
- � precioso, verdade?
Sunny se deteve no que era o jardim traseiro, contemplando a imensa plan�cie geada, salpicada de �rvores.
- Sempre preferi esta paisagem no inverno. OH, v�, esqueci-me da comida dos p�ssaros. Espera.
voltou-se e come�ou a abrir-se passo pela neve. Jacob pensou que se movia mais como uma bailarina que como uma atleta. Com uma fluida gra�a. Preocupava-lhe
dar-se conta de que teria sido capaz de passar horas e horas contemplando-a. Pouco depois voltou arrastando um enorme saco.
- O que vais fazer com isso?
- Dar de comer aos p�ssaros - ofegava pelo esfor�o, mas seguia caminhando- Nesta �poca do ano necessitam de toda a ajuda que possam conseguir.
- me deixe faz�-lo .
- Sou forte.
- J� sei. Mas me deixe faz�-lo .
Jacob se carregou o saco � costas e a seguiu.
- Eu acreditava que n�o foi uma amante da natureza.
- Isso n�o significa que v� deixar morrer de fome - respondeu. - Al�m disso, o tinha prometido ao Libby.
Finalmente Sunny se deteve ao lado de uma �rvore e se dedicou a encher um grande manjedoura de madeira e cristal com parte das sementes do saco.
- J� est� - se sacudiu as luvas- . Quer que o eu carregue de volta?
- N�o, eu o farei. O que n�o entendo � por que um p�ssaro que se apreciasse m�nimamente de s�-lo teria que vir aqui, a este lugar em meio de nenhuma parte...
- Bom, n�s tamb�m estamos aqui, n�o? - replicou enquanto ele voltava a levantar o saco.
- Isso tampouco o entendo.
detr�s dele, Sunny se sorriu. E, aproveitando a oportunidade que lhe apresentava, come�ou a fazer bolas de neve. Quando j� tinha acumulada uma boa quantidade
de muni��o, e Jacob acabava de descarregar o saco, lan�ou-lhe uma bola � cabe�a.
- Toma!
Jacob se limpou a neve dos olhos.
- Antes jogamos, e perdeu.
- Isso era o p�quer - blandi� outra Isto bola � a guerra. E na guerra n�o serve a sorte, a n�o ser a habilidade.
Jacob esquivou outro proj�til, amaldi�oando entre dentes quando esteve a ponto de perder o equil�brio. A seguinte bola fez impacto em seu peito.
- Acredito que devo te advertir de que cheguei a s�-la melhor lan�adora de beisebol da universidade.
Uma nova bola o alcan�ou no ombro, mas para ent�o Jacob j� estava preparado. Em um movimento que ela n�o p�de menos que admirar, replicou com um lan�amento
r�pido e preciso. Tampouco se sentiu na obriga��o de lhe confessar que, durante tr�s anos, tinha capitaneado a equipe intergal�ctica de beisebol.
- N�o est� mau, Hornblower - Sunny lhe lan�ou outras duas bolas, e a segunda o surpreendeu enquanto esquivava a primeira. Encheu-lhe o casaco de neve. Outra
bola particularmente bem lan�ada esteve a ponto de estelar se contra seu gorro.
antes de que seu mont�o come�asse a minguar, j� ia ganhando por oito acertos contra dois e se estava confiando. Por isso n�o se deu conta de que Jacob tinha
cortado a dist�ncia que os separava.
Quando Jacob recebeu um bolada na cara, Sunny se dobrou sobre se mesma, desternill�ndose de risada. Soltou um chiado quando ele a agarrou pelas axilas e a levantou
em velo.
- M� estrat�gia a tua - comentou antes de deix�-la cair de cara ao ch�o.
Sunny rodou pelo ch�o, cuspindo neve.
- De todas formas ganhei eu.
- N�o me parece isso.
Sunny lhe tendeu a m�o. Jacob vacilou por um segundo. Ela sorriu. No preciso instante em que lhe ofereceu sua m�o, Sunny se serve de todo seu peso para derrub�-lo.
- E agora o que te parece?
- Empatados.
Jacob a agarrou pelos ombros e os dois come�aram a lutar, rendo. Sem f�lego, Sunny tentou lhe fazer uma chave, mas ele a adiantou e a volteou contra o ch�o.
- Muito h�bil - ofegou. Logo, sem pr�vio aviso, equilibrou-se para ele e foi ela quem terminou derrubando-o. Sentada em cima, esmagou-lhe a cara contra a neve.
- Dava "me rendo".
Jacob disse algo bastante mais grosseiro que isso, e ao Sunny entrou um ataque de risada t�o forte que a ponto esteve de solt�-lo.
- Vamos, J.T., um homem de verdade sabe admitir sua derrota.
- Tem que me dar a revanche - resmungou.
- Se te der a revanche, os dois morreremos de frio - interpretando seu grunhido como assentimento, ajudou-o a voltar-se. Mas seguia sentada em cima- . N�o te
defende mau, para ser um cientista.
- Em um espa�o fechado, n�o teria a menor oportunidade.
- O caso � que eu fiquei acima.
- Oxal� pudesse verte a cara - sorriu- . At� as pestanas as deixa brancas.
- E as tuas tamb�m - elevou uma m�o, com a luva cheia de neve, e a passou pela cara- . N�o v�?
- Maldito.... Bom, acredito que j� est� bem. Ser� melhor que vamos procurar mais lenha - apoiou uma m�o no ch�o para levantar-se, mas escorregou e aterrissou
sobre seu peito- . Uy! Perdoa.
- N�o passa nada. Ainda ficam algumas costelas.
Tinha-a abra�ado. Seu rosto estava muito perto do dele. Sunny sabia que era um engano ficar assim, naquela postura, embora s� fora por um momento. Mas n�o se
moveu. Pouco depois deixou de pensar. E beij�-lo nos l�bios lhe pareceu de repente o mais natural do mundo.
Beij�-lo foi como mergulhar-se de cabe�a no lago sorvete de uma montanha. Foi igual de excitante, de estimulante. E de arriscado. ouviu-se si mesmo suspirar
de prazer, antes de renunciar a suas �ltimas precau��es e concentrar-se em aprofundar o beijo.
Sunny lhe cortava a respira��o. Debilitava-o. A perda de todo controle n�o significava nada. O controle estava destinado a desaparecer frente � paix�o. Mas
aquilo... aquilo era diferente. Enquanto os l�bios do Sunny lhe abrasavam a boca, sentiu que a vontade e a for�a o abandonavam. E n�o p�de pensar em nada que n�o
fora ela.
As mulheres com as que tinha estado antes que ela n�o eram nada. Sombras, fantasmas. De repente compreendeu que nunca haveria mais mulheres depois que ela.
Sunny, naquele preciso instante, deu procura��o se de sua vida. Tinha-a rendido, invadido. Consumido.
Estremecendo-se, subiu as m�os at� seus ombros. Estava preparado, decidido a apart�-la. Mas seus dedos se esticaram ainda mais, e sua necessidade n�o fez a
n�o ser incrementar-se.
Havia como uma esp�cie de �nsia, de rabia nele. Sunny podia senti-la, porque tamb�m estava crescendo em seu interior. Uma f�ria. Uma avidez insaci�vel. Com
sua boca, solo com sua boca, estava-a arrastando at� o limite entre o c�u e o inferno. T�o perto, pensou, que podia sentir as chamas lhe lambendo a pele, tentando-a
a deixar-se consumir por aquele fogo. E temia n�o poder ficar nunca satisfeita com menos.
Elevou a cabe�a lentamente. Surpreendeu-a descobrir qu�o enjoada estava, a forma em que lhe tinha acelerado a respira��o. Solo tinha sido um beijo, recordou-se.
Um beijo, por muito apaixonado que fora, n�o podia trocar uma vida. Mesmo assim, o que ela queria era dist�ncia, apartar-se rapidamente dele, para que pudesse convencer-se
de que seguia sendo a mesma pessoa que antes.
- Realmente temos que ir por essa lenha - conseguiu pronunciar. de repente temeu n�o poder manter-se de p�. N�o lhe sentaria nada bem a seu orgulho ter que
arrastar-se at� a cabana. Cautelosa, separou-se dele rodando a um lado. Logo, aproveitando at� a �ltima gota de for�a de vontade que ficava, incorporou-se. Enquanto
se sacudia a neve do casaco, ansiou desesperadamente que ele dissesse algo. Algo.
- Olhe.
Sunny se voltou, receosa. Mas ele sozinho lhe estava assinalando o manjedoura de p�ssaros, onde umas poucas aves j� estavam desfrutando de seu caf� da manh�.
Isso a ajudou a relaxar um tanto.
- Bom, j� cumpri meu dever para com eles - estremecendo-se repentinamente de frio, acrescentou- Me volto para a cabana.
N�o voltaram a falar enquanto recolhiam lenha para conduzir a � lenheira. Sunny afogou o desejo de saborear uma ta�a de ch� bem quente. Queria estar sozinha.
Queria pensar.
- Me vou tomar banho.
- Bem - rep�s Jacob sem voltar-se, inclinado sobre a chamin�.
Esperou para ouvi-la subir as escadas antes de incorporar-se. Aquela mulher o estava voltando louco. Era muito prov�vel que ainda estivesse seriamente desorientado
por sua viagem espacial. Qu�o �nico precisava era um pouco mais de tempo para adaptar-se. E o melhor seria que se tomasse esse tempo a bordo da nave, longe do Sunny.
Lan�ou um largo e pensativo olhar a seu redor. Tinha-lhe prometido que esfregaria os pratos. Seria interessante provar a experi�ncia.
No piso superior, Sunny se tirou a roupa deixando-a descuidadamente no ch�o. Nua, abriu o grifo da ducha e esperou a que a �gua sa�sse bem quente. Logo se meteu
sob o jorro, suspirando de prazer.
"Melhor", disse-se. Essa era, certamente, uma maneira melhor de esquent�-la sangue que beijando ao Jacob. Ou n�o? N�o. Apoiou a frente contra a parede de azulejo
e fechou os olhos enquanto a �gua escorregava por seu corpo. Possivelmente tivesse estado completamente louca quando o beijou, mas nunca em toda sua vida se havia
sentido t�o viva. E, ao menos por essa ocasi�o, n�o podia jogar a culpa a ele. Era ela quem tinha levado a iniciativa. Tinha-o cuidadoso aos olhos e tinha descoberto
que era o homem de sua vida.
Mas como podia ser? Apenas o conhecia, e nem sequer confiava nele. Durante a metade do tempo que levava de conhec�-lo, Jacob a tinha irritado e aborrecido.
Mas... mas durante a outra metade tinha tido medo de estar apaixonando-se por ele. Aquilo era absolutamente irracional.
Enquanto se tornava xampu na palma da m�o, tentou pensar. Ela era uma mulher pr�tica. At� o momento, tinha sido perfeitamente capaz de cuidar de si mesmo. Os
problemas, inclusive os emocionais, sempre deviam ser superados. Se se estava apaixonando, resignaria-se a isso. O truque consistia em n�o fazer nada precipitado.
Precau��o, sentido comum e controle: isso era o que necessitava. Guardaria uma prudente distancia com o Jacob at� chegar a conhec�-lo melhor, at� estar bem
segura de seus sentimentos. Sim, isso era o razo�vel. J� mais confiada, esclareceu-se o cabelo.
Sim, aprofundaria e analisaria seus pr�prios sentimentos. N�o tinha sentido negar que Jacob era um tipo muito estranho. Interessante, certamente, mas distinto,
diferente a outros homens. Fechou o grifo. Teria que arrumar-lhe com ele. At� o momento, relacionou-se mais ou menos satisfatoriamente com os homens. E com aquele
n�o ia fazer uma exce��o.
depois de secar-se e de envolver-se em uma toalha, saiu ao corredor.

Tinha desfrutado esfregando. Era o tipo concreto de tarefa que necessitava para relaxar a mente. E o corpo. al�m de que aquela distra��o lhe tinha permitido
contemplar o problema do Sunny com certa perspectiva. O fato de que se sentisse atra�do por ela era algo natural, inclusive prim�rio. Mas ele era o suficientemente
inteligente para controlar suas necessidades mais b�sicas. Sobre tudo quando lhe estavam criando semelhantes complica��es.
Sunny era formosa, desej�vel, mas tamb�m era inalcan��vel. A id�ia de conquist�-la tinha sido um engano desde o come�o. Naquele momento se dava perfeita conta
de que um encontro f�sico com ela n�o seria nada singelo. Solo seria problem�tico. E Jacob poderia resolver aquele problema pelos dois recolhendo suas coisas e passando
a maior parte do tempo a bordo da nave. Quando Cal retornasse, convenceria-o de que tinha cometido um grave engano. Logo retornariam a casa, aonde pertenciam. E
esse seria o final da hist�ria.
Ou deveria hav�-lo sido. Mas n�o. Porque quando subiu as escadas e se encontrou com o Sunny saindo do banho, ficou sem f�lego. estava-se sujeitando uma toalha
em cima dos seios, com as duas m�os. Os dedos do Jacob se fecharam com tanta for�a sobre o corrim�o, que por um instante se surpreendeu de que n�o se quebrado.
Um encontro pouco oportuno: os dois pensaram o mesmo. Ou possivelmente o mais oportuno de todos. A ocasi�o perfeita.

7
Foi para ela lenta, sigilosamente. Indevidamente. Em seus olhos Sunny viu refletidas suas pr�prias necessidades. O reflexo de um desejo, cru e violento, que
at� ent�o ela se negou a reconhecer. Inclusive agora, enfrentada a esse desejo, ansiava negar sua exist�ncia. Ao menos, com tanta intensidade.
Podia ter elevado uma m�o, ter pronunciado uma simples palavra. N�o. Possivelmente isso o teria detido. Ou possivelmente n�o. Mas n�o disse nada. limitou-se
a cravar os olhos nos seus, em sil�ncio.
Jacob n�o a tocou. Ao menos ao princ�pio. Uma parte de seu ser ansiava dar marcha atr�s e continuar com os planos que se riscou. Ela era um atraso, uma perigosa
distra��o que podia consumi-lo. Mas, ao olh�-la, ao ver aqueles olhos de escuro e penetrante olhar, sabia que isso era imposs�vel. Que j� tinha queimado as naves
a suas costas.
Acariciou-lhe o rosto. Embalou-o entre suas m�os, moldou-o, delineando todos seus �ngulos e contornos, como se o estivesse memorizando para sempre. Para record�-la
durante toda a vida como era naquele preciso instante, para record�-la por cima de todos os s�culos que os separavam.
Ouviu-a conter o f�lego, e logo solt�-lo. Sentiu o leve e delicado tremor de sua paix�o contida. E durante todo o tempo a esteve observando, analisando o olhar
que via em seus olhos, em parte de medo, em parte de desafio. Resistir ante ela resultava t�o imposs�vel como deter vontade os batimentos do cora��o de seu pr�prio
cora��o.
Sunny, por sua parte, tampouco deixava de olh�-lo. N�o p�de evitar um ofego de temor quando Jacob lhe elevou a cabe�a, tornando-lhe para tr�s. Entreabriu os
l�bios invitadoramente enquanto ele se inclinava para ela, cada vez mais perto.
Com sua boca apenas a uns cent�metros da sua, Jacob se deteve de repente, esperando. Aquilo nada tinha que ver com a vacila��o. Havia tanto desafio em sua express�o
como na dela. At� que Sunny imprimiu um leve balan�o a seu corpo, indo a seu encontro e cobrindo a dist�ncia que os separava.
- Sim - pronunciou.
Nenhuma outra palavra teria podido inflamar mais seu desejo. Nenhum elaborado exerc�cio de sedu��o teria podido romper as �ltimas cadeias de seu controle. E
por fim p�de saborear a maravilha de seus l�bios. Sua boca era como um o�sis. Um o�sis salvador entregando-se a um homem a ponto de morrer de sede sob o sol do deserto.
Satisfazia e provocava de uma vez, prometia ao tempo que demandava. Era rica e saborosa como o mel derretido, e enfeitada com um pingo de risco. Um risco que ado�ava
ainda mais a recompensa.
As m�os do Sunny tinham ficado apanhadas entre seus corpos, sujeitando ainda o bordo da toalha. M�os que flexionavam os dedos, impaciente, nem tanto por liberar-se
mas sim por tomar o que lhe estava oferecendo. Por fim se deslizaram livres por seu largo peito, acariciando, explorando.
antes de que pudesse dar-se conta, Jacob a elevou em bra�os. Com m�sculos duros como o a�o, estreitou-a contra si e se dirigiu ao dormit�rio. Sunny j� estava
lutando por lhe tirar o su�ter quando ambos ca�ram na cama. Com um movimento fren�tico, despojou-a da toalha e tomou as m�os entre as suas, entrela�ando os dedos.
Um raio de luz se derramou sobre seu corpo nu. Ali estava, esbelta, perfeita. Capitalista com uma for�a que radicava em sua pr�pria feminilidade. E enquanto Jacob
a olhava extasiado, absorto, ela come�ou a tremer.
Tinha o cabelo �mido, penteado para tr�s. Naquele instante, ao igual a quando se enfurecia, a cor de seus olhos se tornou escuro, de uma cinza fuma�a.
Sem lhe soltar ainda as m�os, inclinou-se para beij�-la. Sunny se arqueou para ele, �vida de seu contato. Quando aquele beijo destilou o mesmo efeito que uma
droga, lutou para liberar-se. Mas Jacob o impediu, implac�vel, como temendo perder todo poder sobre ela uma vez que a soltasse. N�o para domin�-la, a n�o ser para
agrad�-la e incrementar seu prazer, reteve-a cativa.
Sunny gemeu ao sentir o leve roce de seu su�ter contra sua pele nua. Queria sentir sua pele contra a sua. Queria sentir suas m�os em seu corpo, e as suas no
seu. Mas Jacob parecia querer servir-se somente de sua boca para desenquadrar a de desejo. R�pida, quase grosseiramente, come�ou a deslizar os l�bios por seu corpo:
sua cara, seu pesco�o, seus ombros. Gemeu seu nome, retorcendo-se freneticamente, mas ele seguia acariciando-a sem cessar, implac�vel.
Beijo a beijo foi rodeando seus seios. Logo se levou um mamilo aos l�bios, lambendo-o e sugando-o. Tinha estado antes com muitas mulheres, mas aqueles aromas
e aqueles sabores eram t�o novos, t�o sugerentes, que estava seguro de que jamais ficaria satisfeito. Era perfeita. E queria sabore�-la por inteiro, todo seu ser.
- Jacob - gemeu de novo- . me Deixe...
Mas aquelas palavras terminaram em um sufocado grito de assombro.. Acreditava estar voando, como se seus pensamentos e sensa��es se enredaram em um confuso
matagal. Ainda conservava as m�os entrela�adas com as suas. Ofegando, fechou os olhos. Se aquilo era prazer, prazer verdadeiro, ent�o nunca antes o tinha experiente.
Se aquilo era paix�o, agora compreendia por que uma mulher podia morrer por ela.
Aturdida, abriu os olhos. A express�o triunfal que viu nos seus lhe acelerou o cora��o.
- N�o posso... eu n�o hei....
- Pode, e o far�. Outra vez - e a observou, �vido, deleitando-se com seus gemidos.
Sunny se estremeceu violentamente. Cada convuls�o de seu corpo arrastava mais e mais ao Jacob ao outro lado da fronteira da raz�o, da prud�ncia. At� que ao
fim lhe soltou as m�os.
- me toque.
N�o sabia se Jacob tinha chegado a pronunciar essa palavra ou se aquele desejo se viu refletido em sua mente. Elevou os bra�os para atrai-lo para si. E sua
boca foi ao encontro da sua.
Pouco a pouco foi tirando for�as de fraqueza, recuperando-se de sua anterior debilidade. Uma nova classe de desespero a impulsionou a despojar o de seu su�ter.
E come�ou a acarici�-lo e a explor�-lo com a mesma meticulosidade que Jacob tinha exibido com ela. Catapultada por um anseia insaci�vel, rodou com ele pela cama,
sua boca fundida com a sua, manipulando seu jeans com dedos fren�ticos at� encontrar sua pele c�lida, ardente.
Jacob nunca tinha experiente nada parecido. Aquela mulher o enchia por completo, em corpo e alma. Era tudo o que tinha sonhado encontrar em algu�m sem haver-se
dado conta de que o tinha sonhado. Enquanto Sunny deslizava seus l�bios por seu corpo, rasgados gemidos escaparam de sua garganta, incontenibles, com o desejo convertido
em uma pura raiva.
Uma e outra vez rodaram pela cama, liberando uma guerra particular salpicada de beijos, roce, car�cias. Enlouquecido de prazer, agarrou-a firmemente dos quadris.
Mas ela se dirigia a seu encontro, desejosa de receb�-lo em seu interior.
Seu desejo n�o demorou para ver-se satisfeito, e enredou as pernas em torno de sua cintura. Jacob cravou os dedos nos len��is. De repente tirou o chap�u a si
mesmo navegando atrav�s do espa�o e do tempo. E, a partir de ent�o, solo p�de pensar em uma coisa: que ela o acompanhava naquela viagem.
Jazia na cama, l�nguida e relaxada, com a cabe�a do Jacob reclinada entre seus seios. Pesava-lhe seu corpo. Mas n�o lhe importava. Parecia-lhe perfeitamente
normal que pudesse passar o resto de sua vida assim, naquela posi��o, escutando o r�tmico rumor de sua respira��o acompanhado do leve rangido da neve ao derreter-se
sob o sol.
Assim que isso era o amor. At� esse momento n�o tinha tomado consci�ncia de que era precisamente isso o que tinha estado esperando toda a vida: Tinha-o estado
esperando sem sab�-lo, sem imagin�-lo sequer. At� ent�o, a id�ia de compartilhar uma vida, ou de precisar compartilh�-la porque n�o pudesse imaginar-se a si mesmo
vivendo sem uma determinada pessoa, tinha-lhe parecido simplesmente uma estupidez rom�ntica, absurda.
Mas j� n�o.
E Jacob era um homem t�o maravilhoso... Forte e inteligente. Tenaz e teimoso. Exatamente o tipo de homem que necessitava. Sim. A seu lado, seria enormemente
feliz. Com um sorriso, surpreendeu-se a si mesmo lhe acariciando meigamente o cabelo. E depois de soltar um leve suspiro, obrigou-se a deter-se. Que fazia uma mulher
como ela experimentando uma ternura semelhante? Compreendia a paix�o. Ou, ao menos agora, sim que a compreendia. Mas o que significava aquela aterradora e inef�vel
sensa��o, aquela depend�ncia, aquela necessidade de venerar, entesourar e simplesmente amar a aquele ser? Como reagiria um homem como Jacob Hornblower ante aquela
corrente de emo��es?
Antes a tinha desprezado, desdenhado. Fechando os olhos, admitiu que ela mesma o tinha desprezado apenas umas quantas horas antes. Mas tudo tinha trocado. "Para
ela", precisou Sunny. Se era sincera, teria que aceitar o fato de que tinha come�ado a apaixonar-se pelo Jacob do primeiro momento em que se enfrentou com ele, disposta
a lutar, naquela mesma habita��o.
Mas Jacob... Sabia que tinha um carapa�a muito duro. Romp�-lo, descobrir o ser tenro, sens�vel e generoso que se escondia debaixo constituiria uma tarefa muito
dif�cil. Requereria esfor�o, mas isso n�o era nenhum problema. A paci�ncia, pelo contr�rio, sim.
Alheio ao rumo dos pensamentos do Sunny, Jacob voltou a cabe�a e lhe beijou a curva de um seio.
- Seu sabor - murmurou. - Mmmm?
- Seu sabor me d� fome - sorriu- . Assim � como mais eu gosto de - se incorporou sobre um cotovelo, contemplando deleitado seu rosto- . Nua e na cama.
- Uma t�pica atitude machista - deliberadamente deslizou os dedos por seu quadril nu, e viu aparecer um escuro brilho de desejo em seus olhos- Embora acredite
que eu tamb�m prefiro a ti no mesmo estado.
- Menos mal que ao final nos pusemos de acordo em algo - se apartou levemente para poder delinear o contorno de seus l�bios com a ponta da l�ngua- . Eu gosto
de sua boca, Sunbeam. � obstinada e sexy de uma vez.
- Eu poderia dizer o mesmo da tua.
- Outra coisa em que estamos de acordo.
- Um novo recorde - capturou seu l�bio inferior entre os dentes- Podem seguir tentando � sorte. Que mais voc� gosta de mim?
- Voc�... - seu sorriso se ampliou- ... energia.
- Outro �xito.
Jacob se p�s-se a rir e aprofundou o beijo.
- Seu corpo - acrescentou- . Definitivamente eu gosto de seu corpo.
- Isto � ins�lito, J.T. N�o te detenha.
Jacob deslocou sua aten��o ao l�bulo de sua orelha.
- Bom, suponho que, dadas as circunst�ncias, posso te confessar que encontro sua mente bastante... fascinante.
- Fascinante - repetiu, estremecendo-se deliciosamente sob suas car�cias- Uma interessante elei��o de palavras.
- Neste preciso momento, parece-me particularmente adequada. Y... - interrompeu-se ao descobrir um rastro de pequenos rastros avermelhados em seu ombro- V�,
marquei-te a pele - pronunciou, surpreso e inclusive um pouco consternado. Se lhe tivesse feito esses machucados durante a briga, n�o lhes teria emprestado muito
aten��o. Mas na cama, enquanto faziam o amor... isso era distinto- . O lamento.
Sunny girou a cabe�a para ver-se os rastros. N�o se tinha dado conta de que as tinha. Nem sequer as havia sentido.
- Lamenta-o? - N�o viu que estava sonriendo
- Suponho que n�o.
- Dadas as circunst�ncias - acrescentou ela.
- Em efeito - quis seguir falando, fazer alguma brincadeira, mas de repente se ficou sem palavras. Era como se algo naquele sorriso, na forma que tinha de olh�-lo,
tivesse-lhe derretido o c�rebro.
"Rid�culo", disse-se enquanto continuava olhando-a. Absoluta e completamente rid�culo. Fora o que fora que estivesse sentindo, n�o podia ser amor... ao menos
n�o o tipo de amor que enlouquecia aos homens e os impulsionava a tomar decis�es dr�sticas, de incalcul�veis conseq��ncias. Era afei�oado. Atra��o, desejo e paix�o,
enfeitada possivelmente com uma certa dose de carinho. Mas amor... n�o. N�o havia espa�o em sua vida para o amor. Nem tempo tampouco.
Tempo. A realidade o golpeou como se tivesse recebido um murro. O tempo era o obst�culo maior de todos. Come�ou a retirar-se, a p�r certa dist�ncia entre eles,
at� que voltou a pensar com certa claridade. Sem deixar de sorrir, Sunny o abra�ou. Parecia que n�o queria deix�-lo escapar.
- � que vai a alguma parte?
- Temo-me que devo te pesar bastante.
- Pois sim - continuou sonriendo, antes de lhe delinear o contorno dos l�bios com a l�ngua. E o sentiu excitar-se, agradada- Albergava a esperan�a de realizar
certo experimento.
- Um experimento?
- Um experimento de f�sica - deslizou um dedo todas ao longo de suas costas- Voc� � um perito em f�sica, verdade, J.T.?
Jacob pensou que estava acostumado a s�-lo. at� agora.
- Professor Hornblower, para servi-la no que goste de - murmurou, e enterrou a cara em seu pesco�o.
- Bom, professor... n�o h� uma teoria que diz que um objeto em movimento se mant�m constantemente em movimento?
- Efetivamente. me permita demonstrar-lhe Se movi� otra vez, tropez� nuevamente con aquella muralla que se le opon�a y entrecerr� los ojos.
Tinha dolorido todo o corpo. Mas nunca em toda sua vida se havia sentido t�o bem. Entreabriu as p�lpebras, cegada pela luz. Come�ava outra manh�. De novo.
Jamais teria acreditado que fora poss�vel passar quase um dia inteiro na cama, de dia ou de noite. Com um suspiro, voltou-se para topar-se com a s�lida muralha
do corpo do Jacob. Pensou que tinha estado muito ocupado do amanhecer. Ocupado arrastando-a at� as mais altas c�pulas do prazer. Mas naquele momento se achava profundamente
dormido e o que estava ocupando era perto de noventa por cento do colch�o, junto com seus correspondentes len��is e mantas. Qu�o �nico tinha evitado que ca�sse ao
estou acostumado a era o peso da perna que tinha apoiada sobre seus quadris. E o bra�o com que, descuidada e pouco carinhosamente, rodeava-lhe o pesco�o.
moveu-se outra vez, trope�ou novamente com aquela muralha que lhe opunha e entrecerr� os olhos.
- Muito bem, amigo - murmurou- Acredito que j� � hora de estabelecer certas regras. Advirto-te que n�o tenho inten��o de rodar ao ch�o cada noite durante o
resto de minha vida, sabe?
E o propin� uma muita pouco amorosa cotovelada no est�mago. Jacob amaldi�oou entre dentes e a empurrou um pouco mais fora da cama.
Sunny decidiu ent�o trocar de t�tica deslizando intimamente uma m�o entre sua coxa e o quadril do Jacob.
- J.T. - sussurrou, semeando um atalho de beijos por sua bochecha- . Carinho.
- Mmmm?
- Jacob? - mordiscou-lhe brandamente o l�bulo da orelha- . Cora��o?
Jacob emitiu outro vago e indefin�vel som e lhe cobriu um seio com uma m�o. Sunny arqueou uma sobrancelha. O movimento lhe tinha suposto perder outros escassos
mas apreciados cent�metros.
- Desperta, carinho. Quero fazer algo - suave, seductoramente, ro�ou-lhe o ombro com os l�bios- . Algo que necessito realmente.
Finalmente j� n�o p�de mais. Mordeu-lhe. Com for�a.
- OH - abriu muito os olhos, entre irritado e perplexo- . Que diabos...?
- Se referir a por que diabos te mordi, foi para recuperar minha parte correspondente da cama - satisfeita, agarrou a por��o de travesseiro que ele tinha deixado
livre- Ningu�m te havia dito alguma vez que dorme como um maldito tronco? E al�m disso � um ladr�o de len��is.
- Pois voc� � a primeira que se queixa.
Sunny se limitou a sorrir. Franzindo o cenho, Jacob se esfregou o ombro. Viu que tinha olheiras. E isso lhe dava um aspecto vulner�vel. Embora a dor que lhe
tinha produzido sua dentada lhe recordava que n�o o era absolutamente.
dentro daquele corpo fino e esbelto se ocultava uma verdadeira corrente de energia. Verdadeiros po�os de paix�o que, estava seguro disso apesar da maratoniana
jornada que tinham acontecido fazendo o amor, ainda n�o estavam nem muito menos cheios. Sunny lhe tinha feito experimentar sensa��es que nem sequer tinha sabido
que existiam. Sensa��es que j� estava desejando voltar a viver. Em certo momento da noite se mostrou verdadeiramente insaci�vel e insoportablemente generosa. Solo
tinha tido que toc�-la para lhe provocar uma ardente resposta. E ela sozinho tinha tido que toc�-lo a ele para abras�-lo a sua vez.
E agora, a plena luz do dia, Sunny estava tombada a seu lado em meio de uma confus�o de len��is e mantas. E a desejava. Que diabos ia fazer com ela? N�o tinha
nem a menor ideia.
perguntou-se como reagiria se o contava tudo. Voltaria a pensar que estava louco. Ele, entretanto, poderia demonstrar-lhe Uma vez que o fizesse, ambos teriam
que enfrentar-se com o fato de que algo que tivesse acontecido entre eles durante as �ltimas vinte e quatro horas era algo transitivo, que n�o estava destinado a
durar. E ainda n�o estava preparado para isso.
Por uma vez em sua vida desejava enganar-se a si mesmo. Fingir. Como muito, solo dispunham de umas poucas semanas para estar juntos. Mais que muitos outros
homens, ele sabia de primeira m�o o muito inconstante e vol�vel que podia chegar a ser o tempo. Assim que o melhor que podia fazer era desfrutar de do pouco que
tinha.
Mas... como poderia faz�-lo? Sentando-se na cama, esfregou-se a cara com as duas m�os. N�o seria justo para o Sunny. Seria terrivelmente injusto, sobre tudo
se suas impress�es n�o o enganavam e ela j� se envolveu sentimentalmente com ele. Se n�o lhe revelava a verdade, feriria-a quando tudo terminasse. E se o revelava
agora, feriria-a antes inclusive de come�ar. Possivelmente isso fora o melhor.
- Est� muito calado. No que est� pensando? - perguntou-lhe ela.
Jacob sabia que era uma mulher inteligente. Ele sozinho tinha que lhe apresentar os fatos.
- Sunny.
- Sim? - incorporou-se o suficiente para lhe beijar o ombro que antes lhe tinha mordido.
- Possivelmente tudo isto n�o deveria ter acontecido - pela maneira que tinha deixado de sorrir, compreendeu que n�o tinha come�ado nada bem.
- Entendo.
- N�o, n�o o entende - aborrecido consigo mesmo, agarrou-a por um bra�o antes de que pudesse levantar-se da cama.
- N�o se preocupe por isso - lhe disse, estica- . Quando lhe despediram t�o freq�entemente como a mim, acostuma-te a que lhe rechacem. Se lamentar o que aconteceu...
- N�o o lamento - a interrompeu, lhe atirando do bra�o.
- N�o volte a fazer isso - um brilho de f�ria apareceu de repente em seus olhos.
- N�o o lamento - repetiu Jacob, esfor�ando-se por recuperar a calma- . Deveria lament�-lo, mas me � imposs�vel. N�o posso, porque solo posso pensar em uma
coisa: em voltar a te fazer o amor.
- N�o sei o que � o que est� tentando me dizer.
- Nem eu tampouco - a soltou para enterrar os dedos em seu cabelo- O que passou entre n�s... importou-me muito, muit�ssimo - lhe espetou. Isso n�o era o que
tinha querido lhe dizer, mas tamb�m era um fato incontest�vel- . E n�o acreditava que fora a me importar tanto.
O gelo que se formou ao redor do cora��o do Sunny come�ou a derreter-se.
- Est� zangado porque o nosso... foi algo mais que sexo?
- Estou zangado porque foi muit�ssimo mais que sexo - e ele era um covarde, disse-se, porque n�o podia lhe dizer que o que tinham nesse momento terminaria antes
de que qualquer dos dois pudesse estar preparado para aceit�-lo- . E porque n�o sei o que fazer com isso.
Por um momento Sunny ficou calada. Parecia t�o furioso consigo mesmo... E t�o confundido como ela pelo que acabava de acontecer, ou mas bem explorar, entre
eles.
- Que tal se lhe toma com tranq�ilidade?
Olhou-a. Queria acreditar que podia ser assim de singelo. Necessitava-o.
- E que passar� quando for? - Definitivamente o gelo se derreteu.
- J� confrontaremos isso quando chegar o momento - Sunny procurou escolher com cuidado suas palavras- . Eu tamb�m sei que nenhum de n�s queria envolver-se nisto.
Mas o certo � que aconteceu. E n�o me arrependo de nada.
- Est� segura?
- Estou-o - elevou uma m�o para lhe acariciar uma bochecha. Logo, temerosa de falar muito em t�o pouco tempo, amassou-se sob as mantas- . E agora que j� esclarecemos
isto, comunico-te que toca a ti preparar o caf� da manh�. me d� um grito pelas escadas quando estiver preparado.
Jacob n�o disse nada. Havia uma infinidade de coisas que ansiava lhe dizer. Mas se tinha que escolher entre falar muito ou muito pouco, por for�a tinha que
decantar-se pela �ltima op��o. levantou-se da cama, recolheu sua roupa e saiu da habita��o.
Uma vez sozinha, Sunny enterrou o rosto no travesseiro, ainda impregnada de seu aroma. Soltando um comprido e profundo suspiro, tentou relaxar-se. Tinha-lhe
mentido. Os numerosos recha�os que tinha sofrido lhe tinham deixado profundas feridas, uma imensa tristeza e a desagrad�vel tend�ncia a autocompasi�n. E um recha�o
do Jacob lhe faria muito mais danifico que a simples perda de um emprego.
O que faria se Jacob a abandonava? recuperaria-se. Precisava convencer-se disso. Mas sabia que, se ele se afastava dela, esse processo de recupera��o talvez
durasse toda uma vida. A sua.
Assim n�o podia deix�-lo partir.
Resultava imperativo n�o pression�-lo. Sunny era muito consciente de que exigia muito �s pessoas a que queria. Muito amor, muita aten��o, muita paci�ncia, muita
f�. Mas, nessa ocasi�o, seria diferente. Seria paciente. Teria f�.
Sabia que seria mais f�cil porque Jacob se sentia t�o inseguro como ela. E quem n�o se haveria sentido assim, dada a rapidez e a intensidade de seu encontro?
Se podiam progredir tanto em t�o pouco tempo, quanto mais poderiam avan�ar durante as semanas que tinham por diante?
Qu�o �nico precisavam era um pouco de tempo para chegar a conhecer-se melhor, para acostumar-se ao que tinha acontecido entre eles, para aceitar e confiar em
que tudo sairia bem. sorriu-se, j� mais confiada. Por fim sabia exatamente o que queria. E isso era um princ�pio. Queria ao Jacob Hornblower. E se, depois de que
Jacob tivesse visto cal e falado com ele, recolhia seus escassas pertences e retornava a Filadelfia, ela o acompanharia. Ou sairia em sua busca.
N�o se livraria dela t�o facilmente. Sunny lutaria por ele, e lutar era o que melhor sabia fazer.
- Sunny! O caf� da manh� j� est� servido, mas n�o consigo encontrar o maldito caf�.
Sorriu. Ah, a doce voz de seu amante ressonando no ar da manh�. Como m�sica, como os gorjeios dos pajarillos...
- N�o me ouviste? N�o consigo encontrar o maldito caf�.
Ou como o relincho de uma mula velha.
- Est� no arm�rio, em cima do forno, tolo. Agora mesmo baixo.
8
Outra semana desfrutando da paz e tranq�ilidade da natureza e Sunny acabaria voltando-se louca. Inclusive o amor n�o bastava para faz�-la suportar aquelas eternas
horas de sil�ncio, logo que salpicado pelo ocasional canto de um p�ssaro ou a mon�tona destila��o da neve derretida no telhado. Uma garota como ela podia ter nascido
no bosque, mas isso n�o significava que tivesse que passar-se toda a vida ali.
Jacob representava certamente uma distra��o, e muito excitante. Mas conforme transcorriam os dias ia resultando cada vez mais clara uma coisa: que estar encerrada
em uma cabana em meio de nenhuma parte n�o se correspondia absolutamente com o que ela entendia por "divers�o".
Tentavam manter-se ocupados. Geralmente discutindo, tanto na cama como fora da cama. Dois caracteres como os seus, confinados em um espa�o t�o pequeno, tinham
por for�a que chocar. Como suas mentes eram t�o inquietas como seus corpos, necessitavam de uma estimula��o constante.
Sunny procurava compensar essa car�ncia hibernando. Seu racioc�nio era que nunca poderia aborrecer-se estando dormida. Assim tinha desenvolvido o h�bito de
dormir largas sestas �s horas mais estranhas. Quando estava seguro de que se dormiu, Jacob aproveitava aqueles momentos para utilizar o importante recurso que tinha
encontrado no abrigo contig�o � cabana: o aerociclo de Cal. Com aquele aparelho podia deslocar-se rapidamente a sua nave e introduzir novos dados em seu ordenador
principal.
Procurava dizer-se que n�o a estava enganando, a n�o ser simplesmente executando as tarefas que se imp�s. E, se era engano, nada podia fazer para evit�-lo.
J� quase se convenceu de que o que ela ignorava nunca poderia lhe fazer danifico. Ao menos no momento.
Embora se sentia t�o inquieto e impaciente como ela, freq�entemente tirava o chap�u a si mesmo tentando memorizar lembran�as, imagens, momentos. O rosto do
Sunny quando despertava, sonolenta e irrit�vel como uma menina. A maneira que tinha de rir, os reflexos que o sol arrancava a seu cabelo quando passeavam pelo bosque.
Ou o ardor de sua paix�o quando faziam o amor frente ao fogo da chamin�.
Necessitaria tudas essas lembran�as. Cada vez que voltava para sua nave, pensava no muito que ia necessitar os. dizia-se que somente se estava preparando para
seguir adiante com sua pr�pria vida. E ela tamb�m.
Sunny tinha redigido solicitudes de ingresso para o punhado de universidades que tinha selecionado. Mas o mau tempo a tinha dissuadido de aproximar-se do Medford,
a popula��o mais pr�xima, para as jogar ao correio. Tinha lido cria novelas, tinha perdido jogando p�quer com o Jacob, inclusive tinha recheado p�ginas e p�ginas
de seu bloco de papel de notas, em seu desespero. Quando se cansava de contemplar a paisagem da neve e as �rvores pela janela, dedicava-se a desenhar o interior
da cabana, ou inclusive caricaturas do Jacob e dela mesma.
Jacob, por sua parte, lia incesantemente, e se tinha animado inclusive a escrever suas impress�es em um caderno que descobriu em uma gaveta. Quando Sunny lhe
perguntou se estava preparando um experimento, n�o lhe facilitou nenhuma explica��o concreta. E, quando insistiu, simplesmente a sentou em seu rega�o e a obrigou
a esquecer-se de qualquer pergunta que tivesse desejado lhe fazer.
Em duas ocasi�es voltou a danific�-la luz, e chegaram a fazer o amor com a mesma freq��ncia com que discutiam. Isto �, muito freq�entemente.
Em certo momento, quando se surpreendeu a si mesmo fazendo a cama a falta de outra coisa melhor em que ocupar-se, Sunny chegou por fim a uma conclus�o. Se n�o
faziam algo, e logo, ambos terminariam voltando-se loucos. Estava segura disso. Deixando a cama ao meio fazer, apareceu ao alto da escada.
- J.T.!
Convexo no ch�o, Jacob se achava ocupado levantando um complexo castelo de naipes como terapia para conservar a prud�ncia.
- O que?
- Vamos ao Portland.
Jacob estava absolutamente concentrado em sua tarefa. A estrutura que estava levantando come�ava a parecer-se com o horizonte da Omega 11.
- O que te parece a id�ia, J.T.?
- De acordo - respondeu, distra�do. Com pulso firme, colocou uma nova carta.
- Suponho que j� � muito tarde - murmurou Sunny sentando-se frente a ele, abatida- . J� se tornou louco de tudo...
- Temos mais cartas?
- N�o - respondeu, suspirando.
- Estava pensando em jogar uma partida de bridge.
- Uma boa terapia para deixar de pensar.
- Ou possivelmente um skybelt.
- Um qu�?
Amaldi�oando para seus adentros, Jacob coloco outra carta no castelo de naipes.
- OH, nada. Estava divagando. O que era o que havia dito antes?
- Nada. Sabe? �s vezes penso que n�o pertence ao mesmo planeta que outros.
- Pois te equivoca. Respira para outra parte, quer? Pode me derrubar acidentalmente meu castelo de naipes.
- Jacob, poderia compartilhar comigo sequer uma m�nima parte de seu prezado tempo?
Ao fim levantou o olhar, e n�o p�de menos que sorrir.
- Tem a careta mais sexy que vi nunca.
- Eu n�o fa�o caretas - como ele a surpreendeu fazendo justamente isso, soprou e derrubou sua constru��o de naipes.
- Era uma cidade em miniatura. Acaba de assassinar a milhares de pessoas inocentes.
- S� vou assassinar a uma pessoa - se desesperada, agarrou-o por su�ter- . meu Deus, Portland. Gente, tr�fico, restaurantes.
- Quando quer sair?
- Assim que me estava escutando.
- � obvio que te estava escutando. Sempre escuto. Quando quer sair?
- Levo uma semana desejando sair. Em dez minutos posso estar preparada.
- N�o nevou nos tr�s �ltimos dias. Al�m disso, dispomos de um todoterreno. Se conseguimos encontrar a auto-estrada n�mero cinco, n�o teremos nenhum problema.
A perspectiva de sair dali quase obteve que Jacob se esquecesse de suas prioridades.
- E se retornar Cal?
- N�o os esperamos at� dentro de um par de semanas - explicou Sunny- . E eles vivem aqui. J.T., pensa um pouco. Realmente deseja ver uma mulher adulta converter-se
em uma lun�tica furiosa?
- Possivelmente - tomando a dos quadris, atraiu-a intimamente para si- . Eu gosto quando te zanga.
- Ent�o te prepare para desfrutar.
- J� o estou - e a arrastou ao ch�o consigo. Sunny resistiu... brevemente.
- Eu vou - informou enquanto come�ava a desaboto�-los bot�es de sua camisa de flanela.
- Bem.
- Falo a s�rio.
- Estupendo - e a ajudou a despir-se lhe tirando a camiseta interior por cima da cabe�a. Sunny se esfor�ou por n�o sorrir. At� que j� n�o p�de mais e come�ou
a despojar o de seu su�ter. - Voc� te vem comigo.
- � obvio. logo que voc� tenha terminado de te zangar - e a beijou nos l�bios.
Sunny guardou uma pequena bolsa de viagem na parte traseira do todoterreno. Nela tinha metido sua escova de dentes, uma escova para o cabelo, sua camiseta de
dormir e um l�pis de l�bios.
- � no caso de temos que fazer uma escala t�tica no caminho - explicou.
- por que ter�amos que faz�-la?
- N�o sei quanto demoraremos para sair das montanhas - se sentou ao volante- . Quando o conseguirmos, ainda ficar�o umas cinco horas de viagem.
"Cinco horas", repetiu-se Jacob, surpreso. Demoravam cinco horas em deslocar-se de um extremo a outro do mesmo Estado. Durante os �ltimos dias quase se esqueceu
do muito diferentes que eram ali as coisas.
- Preparado? - inquiriu Sunny com os olhos brilhantes, sonriendo.
- Adiante.
Dissimulou uma express�o de assombro ao ver que girava uma pequena chave para p�r em marcha o motor de combust�o. Podia sentir a vibra��o no assento, no ch�o.
Pensou que bastariam simplesmente alguns pequenos ajustes para que inclusive um ve�culo t�o arcaico como aquele funcionasse mais correntemente, e sem tanto ru�do.
Estava a ponto de destacar-lhe quando Sunny conectou a tra��o �s quatro rodas e os pneum�ticos come�aram a salpicar neve.
- Magn�fico! - exclamou ela.
- Voc� crie?
- Estou segura. Este traste � mais s�lido que um tanque - pronunciou, feliz, enquanto se afastavam da cabana.
- Aparentemente - sabia que era rid�culo temer por sua pr�pria integridade a bordo daquele ve�culo... quando tinha realizado tantas viagens pelo espa�o sideral-
. Suponho que saber� o que est� fazendo.
- claro que sim. Aprendi a conduzir em um jipe - explicou enquanto come�ava a subir por uma costa recubierta de gelo- . Est� um poquito p�lido - p�s-se a rir-
. � que voc� alguma vez conduziste nenhum destes?
Jacob pensou em seu ve�culo TMA, capaz de deslocar-se por terra, mar e ar.
- N�o, o certo � que n�o.
As rochas ocultas pela neve n�o conseguiam entorpecer a marcha do todoterreno.
- N�o sente saudades.
Pouco a pouco Jacob come�ou a relaxar-se. Segundo todos os ind�cios, Sunny sabia dirigir bem aquele ve�culo.
- Que tal um pouco de m�sica?
Jacob franziu o cenho, sem compreend�-la, e rep�s cautelosamente:
- Bem.
- A r�dio - pronunciou, concentrada em baixar com extremo cuidado uma escorregadia costa.
- N�o a trouxemos.
- A r�dio do carro, J.T. Que sintonize uma emissora.
Por um instante tinha retirado uma m�o do volante para lhe assinalar o tabuleiro de mandos. Entrecerrando os olhos, Jacob o estudou. At� que ao fim se atreveu
a girar uma pequena roda, parecida com a do aparelho port�til que havia na cabana.
- Seria desej�vel que primeiro a acendesse antes de tentar sintonizar.
Amaldi�oando para seus adentros, pulsou o bot�o de aceso. depois de regular o volume, dedicou-se a encontrar alguma emissora. Primeiro encontrou uma melodia
instrumental, terrivelmente desafinada, e olhou ao Sunny.
- Se essa for sua elei��o, teremos que replantearnos nossa rela��o imediatamente-declarou ela
Desapareceu aquele som e Jacob seguiu dando voltas � roda at� que encontrou uma melodia de rock.
- Hey, isso est� bem - lhe sorriu- . me Diga, qual � seu m�sico favorito?
- Mozart - respondeu, em parte porque era verdade e em parte porque era uma reposta c�moda, pouco comprometedora.
- Gostar� a minha m�e. Quando era pequena, estava acostumado a nos arrulhar com seu Concerto para clarinete na menor. "Pela pureza de sua m�sica", estava acostumado
a dizer. � uma apaixonada de todo o puro: sem conservantes nem corantes.
- Como se pode conservar fresca a comida sem conservantes?
- Isso mesmo � o que eu lhes dizia. O que � a vida sem um pouco de adultera��o, de impureza? Mas em momentos como esses meu pai reagia me pondo ao Bob Dylan
- p�s-se a rir- . Em uma das primeiras lembran�as que conservo dele, eu o observava enquanto trabalhava no jardim, em cal�as curtas, com o cabelo comprido at� os
ombros e os temas do Dylan soando em sua pequena grabadora.
Uma inc�moda imagem assaltou naquele instante a mente do Jacob. a de seu pr�prio pai vestido com sua pulcra roupa de jardineiro, tudo de azul, com o cabelo
cuidadosamente recolhido sob a boina... trabalhando com express�o s�ria enquanto escutava ao Brahms em sua unidade de divertimento pessoal.
E outra de sua m�e, sentada � sombra de uma �rvore um domingo pela tarde, lendo uma novela enquanto Cal e ele jogavam beisebol.
- Acredito que voc� gostar�.
- O que? - perguntou-lhe Cal, distra�do.
- Meu pai - repetiu- . Estou segura de que te cair� bem.
Teve que lutar contra a irrita��o que de repente se deu procura��o dele. Evidentemente, Sunny estava decidida a que conhecesse seus pais.
- Seus pais vivem no Portland?
- Sim. A uns vinte minutos de minha casa - suspirou satisfeita quando tomou a auto-estrada n�mero cinco e enfiou para o norte- . adorar�o te conhecer, sobre
tudo tendo em conta o mist�rio que at� agora rodeou � fam�lia de Cal...
O simp�tico sorriso que lhe lan�ou se apagou imediatamente ao ver sua express�o. Desesperada-se, mais que furiosa, apertou com for�a o volante.
- N�o � para tanto. Que conhe�a meus pais n�o entranha um compromisso para toda a vida.
Sua voz era j� tensa e fria. Se n�o tivesse estado t�o ensimismado em suas pr�prias desgra�as, Jacob teria podido detectar a dor que tentava esconder.
- N�o me falou de visitar seus pais - o fato era que n�o desejava conhec�-los. Nem sequer pensar que existiam.
- N�o acreditei que fora necess�rio. Dou-me conta de que seu conceito de fam�lia difere do meu, mas jamais poderia retornar ao Portland e n�o v�-los. Simplesmente
n�o o concebo.
Jacob sentiu um sabor amargo na boca ao escutar aquelas palavras.
- Voc� n�o sabe o que significa a fam�lia para mim.
- N�o? Pois, por isso parece, n�o te importa muito cortar o contato com um membro da mesma durante compridos per�odos de tempo. OH, de acordo, j� sei que isso
solo � assunto teu - se apressou a dizer antes de que ele pudesse replicar algo- . Ah, por certo, recordo-te que n�o est� obrigado a me acompanhar quando for visitar
minha fam�lia. De fato, eu adorarei n�o lhes mencionar sequer seu nome.
Jacob foi o bastante prudente como para n�o voltar a dizer nada. Para ela tudo era t�o f�cil, t�o simples... Sunny sim que podia ver sua fam�lia. Quando quisesse.
Nada sabia de separa��es, de perder uma parte fundamental de si mesmo e n�o saber sequer por que. Como reagiria se se visse enfrentada � possibilidade de n�o voltar
a ver jamais a sua irm�? Seguro que ent�o n�o se mostraria t�o satisfeita de si mesmo.
Durante a seguinte hora, Jacob se dedicou a observar a outros ve�culos da estrada. Todos eram ridiculamente lentos e ineficazes. E polu�am a atmosfera de anidrido
carb�nico. Alegremente se envenenavam seu pr�prio ar. N�o tinham nenhum respeito: nem por eles mesmos, nem por seus recursos, nem por seus descendentes.
E ela que pensava que ele era um homem insens�vel, sem sentimentos... perguntou-se pelo que aconteceria se um dia entrava em um de seus arcaicos laborat�rios
e lhes mostrava os rudimentos do processo de fus�o. Provavelmente sacrificariam um cordeiro em sua honra e o adorariam como se fora um deus.
Franziu o cenho ao ver que se desviava da auto-estrada. N�o tinha posto muita aten��o, mas estava seguro de que ainda n�o tinham transcorrido as cinco horas
que ela tinha calculado.
- O que est� fazendo?
- vou comer um pouco e a jogar gasolina - respondeu sem olh�-lo.
Tragando-se seu ressentimento, entrou em um posto de gasolina, desceu do todoterreno e fechou de uma portada. Enquanto enchia o dep�sito se dedicou a amaldi�oar
entre dentes.
esqueceu-se do pat�tico funcionamento da mente do Jacob. Evidentemente temia que lhe estivesse tendendo alguma esp�cie de armadilha. Era insultante.
Possivelmente estivesse apaixonada por ele, mas ela n�o tinha feito o mais m�nimo para pression�-lo. Ou para lhe fazer acreditar que estava esperando a que
lhe fizesse uma peti��o de matrim�nio em toda regra, com um joelho cravado no ch�o. Se pensava que tinha inten��o de presumir de noivo diante de seus pais, estava
muito, mas que muito equivocado. O muito canalha...
Jacob ficou sentado durante um momento, at� que decidiu sair a estirar as pernas. E a jogar uma olhada pelos arredores.
Assim que aquilo era um posto de gasolina. Por sua express�o, Sunny n�o parecia muito satisfeita ali de p�, a um lado do todoterreno, introduzindo a mangueira
no dep�sito enquanto passava frio. detr�s dela, o fornecedor tilintava conforme foram trocando os n�meros. Havia um forte aroma de gasolina por toda parte.
Outros ve�culos se detiveram ao lado de outros tantos fornecedores. Alguns esperavam dentro a que um empregado meio doido com uma boina fizesse qu�o mesmo Sunny
estava fazendo sozinha. Outros se resignavam a passar frio e faziam o que ela. Viu uma mulher com um trio de meninos, ao outro lado da estrada. Os pirralhos gritavam
e se queixavam, lhe suplicando que lhes comprasse algo. Jacob sorriu. Ao fim e ao cabo, entre sua �poca e aquela, n�o tinham trocado tantas coisas.
Perto do posto de gasolina havia numerosos edif�cios. Uns altos, outros esmagados, e todos muito juntos, como se temessem cair se se distanciavam muito entre
si. De repente, a uns cinq�enta metros rua abaixo, viu algo que lhe produziu uma pontada de nostalgia... de sua �poca. Um par de altos arcos dourados. Pensou que
aquela gente n�o devia estar t�o pouco civilizada como tinha acreditado em um princ�pio. Sonriendo, voltou-se para o Sunny.
Mas Sunny n�o correspondeu a seu sorriso. Ignorando-o, tirou a mangueira do dep�sito e a colocou em seu lugar. Jacob se disse que n�o se desculparia por algo
do que t�o claramente ela tinha a culpa, tanto se o castigava com seu sil�ncio como se n�o. De todas formas a seguiu ao interior do edif�cio, e ali sua aten��o se
viu atra�da pelas prateleiras cheias de barras de chocolate e bebidas, todo isso em meio daquele penetrante aroma de gasolina.
Quando viu que Sunny tirava uns bilhetes de papel moeda, teve que afundar as m�os nos bolsos para resistir a tenta��o de toc�-los. O empregado da boina deslizava
os gordurentos dedos pelo teclado de uma m�quina. Sunny entregou os pap�is e recebeu em troca umas pe�as met�licas, redondas.
Isso tamb�m era dinheiro, recordou-se Jacob, e se ficou frustrado quando Sunny as guardou na bolsa, antes de que pudesse as ver mais de perto. De repente, a
mulher com os tr�s meninos que antes tinha visto Jacob entrou no edif�cio. Tudo se encheu de ru�do. Os tr�s pirralhos se equilibraram avidamente sobre as prateleiras
das barras de chocolate.
- S� um - lhes advertiu a mulher com tom severo- Falo a s�rio - e come�ou a procurar algo em sua bolsa.
Os meninos, providos de gorros e casacos, cercaram entre si uma acalorada discuss�o por uma barra de chocolate que terminou em aberta briga. A menina mais pequena
caiu de costas, aterrissando com o traseiro no ch�o, e come�ou a chorar. Jacob se ajoelhou automaticamente frente a ela e lhe ofereceu a j� m�dio esmagada barra
de chocolate. A pobrecilla tremia o l�bio inferior, e em seus enormes olhos azuis se refletia uma funda pena.
- Sempre me fazem isso - se queixou.
- OH, logo ser� t�o grande como eles - lhe assegurou Jacob- N�o se preocupe.
- Perdoe - suspirando, a mulher elevou a sua filha em bra�os- foi uma viagem muita comprido. Scotty, te vais inteirar desta...
Quando Jacob se voltou para partir, descobriu que a menina lhe estava sonriendo. E Sunny tamb�m.
- vais voltar a me dirigir a palavra? - perguntou-lhe quando se aproximavam do todoterreno.
- N�o - se,sent� ao volante e ficou as luvas. Lhe teria resultado muito mais f�cil segui-lo odiando se n�o se mostrou t�o tenro com aquela menina- . Eu sou
bastante mais dif�cil de deslumbrar que uma menina de tr�s anos.
- Poder�amos escolher um tema inofensivo de conversa��o.
- Entre n�s n�o h� temas neutros - arrancou o motor.
Jacob voltou a guardar sil�ncio enquanto Sunny se incorporava ao tr�fico. E esteve a ponto de beij�-la nos l�bios, de pura felicidade, quando se desviou para
entrar sob os arcos dourados que tinha visto antes. Seguiu logo uma indica��o que rezava Comida em rota, e se deteve ante um p�ster no que figurava uma larga lista
de nomes.
- O que gosta?
Jacob se disp�s a pedir um hamb�rguer McGalaxy e uma boa quantidade de an�is laser, mas n�o viu nada disso no menu. Assim que uma vez mais voltou a p�r seu
destino em suas m�os.
- Dois do que queira - e, sem poder resisti-lo, ficou a brincar com uma mecha de seu cabelo. Desgostada, Sunny o separou de um tapa. Disse algo pelo intercomunicador
e se alinhou detr�s da fila de carros que esperavam a ser atendidos. Economizaremos tempo se comermos no caminho. - � que temos pressa?
- Eu n�o gosto de esbanjar o tempo.
Ao Jacob tampouco, e al�m n�o sabia quanto ficaria de estar juntos.
- Sunny? - Nenhuma resposta. - Amo-te.
Sunny pisou a fundo o freio. O todoterreno ainda estava cambaleando-se quando se voltou para olh�-lo.
- O que?
- Hei dito que te amo - n�o lhe do�a tanto como tinha temido. De fato, a sensa��o era prazenteira. Muito prazenteira- pensei que seria melhor que pus�ssemos
as cartas de barriga para cima.
- OH - n�o sabia o que dizer. ficou-se olhando fixamente o carro que tinha diante. O carro que tinha detr�s lhe recordou com um forte buzinada que se ficou
parada, obrigando-a a acender de novo o motor. Nervosa, uns metros mais adiante voltou a deter-se ao lado do guich� de servi�o.
- � isso o �nico que te ocorre? - perguntou-lhe Jacob, aborrecido, quando ela se voltou para olh�-lo com a mesma express�o aniquilada- . Simplesmente "OH"?
- Eu... n�o sei o que � o que...
- S�o doze e setenta e cinco - gritou um jovem empregado pelo guich� ao tempo que lhe tendia um par de bolsas de papel.
- O que?
- S�o doze e setenta e cinco - elevou os olhos ao c�u- . Vamos, senhora, por favor...
- Perd�o - tomou as bolsas e as lan�ou descuidadamente sobre o rega�o do Jacob. Enquanto ele resmungava entre dentes, entregou um bilhete de vinte ao menino
e, sem esperar a que lhe devolvesse a mudan�a, dirigiu-se ao primeiro espa�o livre dispon�vel para estacionar.
- Acredito que me h� ...
- Sinto-o - lhe espetou, interrompendo-o- . Mas � tua culpa, Senhor Romance, por me haver solto essa bomba enquanto eu aguardava meu turno tranq�ilamente em
um restaurante de comida r�pida. O que esperava que fizesse? O que lan�asse a seus bra�os?
- Contigo nunca sei o que esperar - tirou um hamb�rguer de uma das bolsas e a entregou de mau humor.
- Comigo? - desembrulhou o hamb�rguer e lhe deu um enorme bocado, que n�o conseguiu acalmar seus nervos- . Comigo? Voc� � o �nico que come�ou isto, Hornblower.
T�o logo me rompe a cabe�a como me diz que me ama...
- Come e cala - lhe p�s na m�o um copo de papel.
Jacob pensou que antes se deixaria cortar a l�ngua que dizer-lhe outra vez. Devia haver-se voltado louco. Nenhum homem em seu s�o julgamento se teria apaixonado
por uma mulher t�o obstinada.
- Faz uns minutos me suplicava que te dirigisse a palavra - lhe recordou ela.
- Eu jamais suplico.
Sunny se voltou para ele, furiosa.
- Teria-o feito se eu tivesse querido.
Jacob sabia que tinha raz�o, mas n�o o teria reconhecido por nada do mundo.
- Eu acreditava que �amos comer em marcha.
- Pois troquei que id�ia - replicou, tensa. T�o estremecida estava por dentro que duvidava que fora capaz de conduzir. Mas morreria antes que reconhec�-lo.
Continuou comendo mecanicamente e o amaldi�oou por lhe haver quebrado o apetite.
lhe confessar que a amava enquanto estavam esperando a que lhes servissem uns hamb�rgueres! Que estilo, que delicadeza! Tamborilando com os dedos no volante,
reprimiu um suspiro. Que incrivelmente doce...
Receosa, o olhou de esguelha. Estava olhando � frente, com express�o p�trea. Algo naquele frustrado sil�ncio a fez ficar, contra todo progn�stico... terrivelmente
sentimental. Estava segura de que, vinte anos depois, evocaria aquele recordo com humor. A lembran�a da primeira vez que tinha pronunciado aquelas m�gicas palavras.
Em um impulso, ficou de joelhos no assento e estendeu os bra�os para ele. E como n�o soltou o copo de cart�o, derramou-lhe a metade do refresco em cima.
- Maldita seja, Sunny, puseste-me perdido... - disp�s-se a apartar-se, mas ficou im�vel quando ela o beijou nos l�bios. Atraiu-a com for�a para si.
- Falava a s�rio? - perguntou-lhe ela, jogando a um lado os restos de comida.
Mas Jacob n�o estava disposto a ficar o f�cil.
- A que te refere?
- Ao que me disse antes.
Sentou-a em seu rega�o, assegurando-se de que seu traseiro entrava em contato direto com suas cal�as empapadas de refresco.
- Quando?
Suspirando, rodeou-lhe o pesco�o com os bra�os.
- Disse-me que me amava. Falava a s�rio?
- Talvez sim - deslizou as m�os debaixo de seu casaco- Ou talvez simplesmente estava tentando cercar conversa��o.
Sunny se mordeu o l�bio inferior, irritada.
- Esta � sua �ltima oportunidade, Hornblower. Falava ou n�o a s�rio?
- Sim - afirmou- . Quer que nos voltemos a brigar por isso?
- N�o - apertou a bochecha contra a sua- N�o, n�o quero brigar. Agora mesmo n�o. Sabe? Assustou-me.
- J� somos dois.
depois de beij�-lo no pesco�o, apartou-se.
- Eu tamb�m te amo.
Jacob o tinha sabido, mas mesmo assim, o fato de ouvir o dizer, de ver seus olhos enquanto o dizia, de contemplar como seus l�bios articulavam as palavras...
Nada o tinha preparado para a entristecedora emo��o que o assaltou. Uma verdadeira catarata de emo��es. Abra�ando-a, beijou-a nos l�bios.
Era como se n�o pudesse aproxim�-lo bastante a ela. N�o lhe resultava estranho que estivessem beijando-se em meio de um estacionamento, ao lado de uma buli�osa
rua, a plena luz do dia. Porque muito mais estranho era que estivesse ali, naquela �poca, e que tivesse encontrado ao Sunny, apesar dos s�culos que os separavam.
Ela n�o podia viajar a seu tempo. E ele n�o podia ficar no tempo do Sunny. E entretanto, durante aquele breve lapso, estavam juntos.
Mas o tempo n�o detinha sua marcha.
- N�o sei o que vamos fazer - murmurou. Tinha que haver algum meio, alguma f�rmula, alguma teoria. Mas... que ordenador teria podido processar uns dados que
eram t�o puramente emocionais?
- Pouco a pouco, recorda? - Sunny se apartou, sonriendo- . Temos muito tempo - e voltou a abra��-lo, de modo que n�o p�de ver a express�o de preocupa��o que
se desenhou em seus olhos- . Como certo, falando de tempo... ainda ficam quase duas horas para chegar ao Portland.
- Muito.
- Eu estava pensando o mesmo - rep�s, rendo. Segundos depois sa�a do estacionamento. E, com um enorme sorriso de satisfa��o, deteve-se no primeiro motel que
encontrou.
- Acredito que poder�amos descansar um pouco - depois de recolher sua bolsa, entrou no escrit�rio para registrar-se.
Jacob advertiu que nessa ocasi�o Sunny se serve de um cart�o de pl�stico, um meio de pagamento que n�o lhe resultava t�o estranho como os bilhetes ou as moedas.
Depois de uma breve conversa��o, o empregado lhe entregou uma chave.
- De quanto tempo dispomos? - perguntou-lhe Jacob, lhe passando um bra�o pelos ombros.
- Ou�a, pode que isto seja um motel... - replicou enquanto se dirigia para a porta marcada com o n�mero nove- ... mas aqui n�o alugam as habita��es por horas.
Assim dispomos do resto do dia, e de toda a noite, se gosta de - introduziu a chave na fechadura
- Gosta de - deteve no preciso instante em que entrou. Logo a obrigou a voltar-se para ele e fechou a porta com o p�.
- Espera, J.T.
- por que?
- Preferiria que antes corr�ssemos as cortinas.
Jacob deslizou a palma da m�o pela parede procurando um bot�o, sem solt�-la.
- O que est� fazendo? - Procurando o interruptor.
- Temo-me que, por trinta e cinco d�lares por noite, as cortinas s� se podem abrir e fechar � m�o - p�s-se a rir- . eu adoraria ver o tipo de mot�is aos que
est� acostumado.
Fechou por fim as cortinas e tudo ficou sumido na penumbra, com uma fina greta de luz no meio, ali onde se encontravam. E Sunny ficou de p� justamente ali,
no centro, iluminada por aquele raio de luz. Como uma m�gica vis�o.
- Conhe�o um hotel, em uma ilha perto de Maine - depois de despojar do casaco, sentou-se para tir�-las botas- Onde as habita��es est�o edificadas sobre um promont�rio,
frente ao mar. As ondas rompem abaixo, ao lado, diante, por toda parte... As janelas s�o... - perguntou-se como podia explicar o s�o feitas de um material especial
atrav�s do qual voc� pode ver o mar e o horizonte, mas ningu�m pode verte a ti... assim detr�s solo v� as rochas, e o oceano. E as habita��es disp�em de enormes
banheiras, com �gua perfumada - se levantou lentamente, imaginando-lhe E imaginando-lhe a ela ali, com ele- Pode escutar m�sica, a que queira, a seu capricho. Se
quiser luz de lua, ou o rumor da chuva, solo tem que tocar um sensor. As camas s�o grandes e c�modas. Tombar-se nelas � como flutuar. - Excitada, Sunny soltou um
tremente suspiro.
- Lhe est� inventando isso.
- N�o - sacudiu a cabe�a- . eu adoraria te levar ali, se pudesse.
- OH, n�o se preocupe. Tenho uma boa imagina��o - rep�s Sunny enquanto lhe tirava o casaco. estremeceu-se de agradar ao sentir suas m�os em seu corpo- . Finjamos
que estamos ali. Mas n�o escolheria a luz da lua. Nem o rumor da chuva.
- O que escolheria ent�o? - sonriendo, ajoelhou-se para descal��-la.
- O som do trov�o. E os rel�mpagos. Porque isso � o que sinto quando me toca.
Jacob sentiu ent�o que uma tormenta estalava em seu interior, e viu seu poder refletido nos olhos do Sunny. antes de que pudesse apoderar-se de seus l�bios,
ela j� os estava deslizando por seu pesco�o. O pulso acelerado que ali descobriu a excitou ainda mais. O sabor de sua pele a inflamava de desejo. Apressadamente
lhe tirou o su�ter, deixando-o cair ao ch�o.
Com um leve gemido de prazer come�ou a semear um atalho de beijos por seu peito, explorando e saboreando a �ntima textura de sua pele. Seu aroma, t�o viril
e penetrante, enlouquecia-a.
Ressonou um trov�o. Sim, p�de senti-lo enquanto deixava vagar os l�bios por seu torso, justo em cima de seu cora��o, que pulsava por ela. Fulgurou um rel�mpago.
Viu o resplendor de seu poder quando o olhou aos olhos.
Jacob estava surpreso de poder manter-se ainda de p�. O que lhe estava fazendo o estava desenquadrando, desesperando-se. Aqueles compridos e finos dedos j�
conheciam seu corpo t�o bem... Mas cada vez que o exploravam descobriam novos secretos.
E sua boca... Agarrou-a pelos ombros quando os l�bios do Sunny iniciaram um caminho descendente assumo abaixo, pelos tensos m�sculos de seu abd�men. Sua l�ngua
ia deixando um �mido rastro. Sentiu logo seus dedos nos bot�es de seu jeans, e o objeto escorregou por sua cintura, at� o quadril. O prazer o atravessou como se
fora um dardo ardente.
longe de deter-se, o tempo come�ou a retroceder vertiginosamente at� convert�-lo em um ser selvagem, primitivo. Gemendo, obrigou-a a incorporar-se e a beijou
na boca como se queria marc�-la a fogo.
Imediatamente Sunny tirou o chap�u tombada sobre a cama, debaixo dele. O ar lhe escapava dos pulm�es enquanto Jacob deslizava as m�os por todo seu corpo, amassando-o,
possuindo-o. Podia ouvi-lo falar, mas o ensurdecedor batimento do cora��o de seu pr�prio cora��o afogava suas palavras. Desesperado, rasgou-lhe a camisa por diante,
fazendo saltar os bot�es, e o mesmo fez com o objeto que levava debaixo.
Sunny gritou ent�o seu nome, euf�rica, jubilosa e de uma vez aterrada pela viol�ncia com que se via atra�da, arrastada para ele. Pouco depois solo p�de ofegar,
lutando por recuperar o f�lego, a prud�ncia, atravessada pelo primeiro cl�max. Mas nessa ocasi�o n�o sentiu j� debilidade alguma.
Estimulada, cheia de renovadas energias, incorporou-se e o fez incorporar-se de maneira que os dois ficassem ajoelhados sobre a cama. Torso contra torso, quadril
contra quadril. E jogando a cabe�a para tr�s, desfrutou da car�cia de seus l�bios em seu corpo, entregando-se por completo.
Como um possesso, Jacob a despojou dos jeans at� deix�-la t�o nua como o estava ele. Quando voltou a atrai-lo para si, Sunny descobriu que estava tremendo,
vibrando com uma necessidade que lhe resultava desconhecida, ins�lita. disp�s-se a pronunciar seu nome, mas para ent�o Jacob j� estava dentro dela, enchendo-a, inflamando-a,
deixando que seu delirante orgasmo os alagasse a ambos.
cada vez mais r�pida, mais profundamente, foram-se acontecendo as ondas de prazer. A paix�o se converteu em puro abandono quando Sunny arqueou o corpo para
tr�s, tentando-o. As sensa��es se foram acumulando uma atr�s de outra, a qual mais intensa, at� que seus corpos se fundiram em uma ardente massa de luzes, cores,
sons.
9

Sunny abriu a porta de seu apartamento ignorando o leve chiado que ressonou a suas costas, sinal de que a senhora Morgenstern tinha aberto a sua para espiar
as entradas e sa�das no terceiro piso.
Tinha escolhido o terceiro piso, apesar dos caprichos do elevador e dos ru�dos dos vizinhos, porque o min�sculo apartamento dispunha do que acontecia ser uma
terra�o. Uma terra�o com logo que espa�o suficiente para uma cadeira. E com vistas ao estacionamento do edif�cio. Mas lhe bastava.
- Por fim. Outra vez em casa - exclamou, um pouco surpreendida pela pontada de nostalgia que sentiu nada mais transpor a soleira.
Jacob entrou detr�s dela. A sua direita, a luz do sol entrava atrav�s das portas da terra�o. uns quantos quadros decoravam as paredes: fotografias, esbo�os,
�leos e p�steres. Mont�es de coloridas almofadas se empelotavam sobre um velho e desbotado sof�, diante de uma mesa coberta com revistas, livros e cartas abertas
e sem abrir.
Ao outro lado da habita��o havia outra mesa que Jacob reconheceu como um produto t�pico de um h�bil artes�o da madeira. Sua superf�cie estava coberta por uma
fina capa de p�, al�m de por um par de sapatilhas de bal�, um mont�o de cintas azuis e uma lascada bule. Em uma gaveta havia uma cole��o de �lbuns de discos. Encarapitado
em um alto tamborete, um louro de brilhante porcelana parecia contemplar toda aquela desordem.
- Interessante.
- Bom, � meu lar. Ao menos durante a maior parte do tempo - lhe tendeu a bolsa de papel que levava nas m�os. Continha uma nova ra��o de bolachas e refrescos,
que tinham comprado no caminho- . Deixa isto na cozinha, quer? Quero revisar minha secret�ria eletr�nica telef�nica.
- Bem. Onde est� a cozinha?
- por ali - assinalou a sua esquerda, e desapareceu detr�s de outra porta.
Uma vez na cozinha, percebeu algo estranho. As bules. Estavam por toda parte, ocupando qualquer superf�cie livre. De todas as formas e tudas as cores. Nunca
lhe tinha ocorrido pensar que Sunny pudesse colecionar algo. Sempre lhe tinha parecido muito inquieta e desarraigada para dedicar seu tempo a colecionar coisas.
Curioso, fixou-se em uma bule em particular. Era baixa e ventruda, de porcelana a China de baixa qualidade, com um p�ssaro sobre a tampa e as paredes decoradas com
grandes margaridas.
Seguiu explorando. Os la�os azuis que antes tinha visto eram pr�mios, trof�us: de nata��o, h�pica, xadrez... Era como se Sunny tivesse dedicado toda sua vida
a diversificar seus talentos e habilidades. Alguns dos quadros das paredes estavam assinados com seu nome. Eram desenhos de cidades, paisagens de praias. Imaginou
que muitas das fotografias tamb�m seriam delas.
Havia tanto talento naquelas obras... Se alguma vez Sunny se concentrava em uma �nica coisa, em uma s� atividade, n�o tinha nenhuma d�vida de que alcan�aria
rapidamente a c�pula. Era estranho, mas Jacob a preferia assim, diversificando suas habilidades, experimentando, procurando novos conhecimentos. N�o queria que trocasse.
Mas ela o tinha trocado a ele. N�o resultava f�cil aceit�-lo, mas o fato de estar com ela, de quer�-la, tinha trocado algumas de suas convic��es mais b�sicas.
J� sabia, por exemplo, que podia estar conforme e satisfeito com uma mulher, possivelmente para sempre. Que os compromissos n�o sempre entranhavam uma rendi��o.
Que o amor n�o tinha por que significar a cess�o de uma parte do ser de uma pessoa: mas bem significava ganhar muito mais.
E al�m disso, Sunny lhe tinha feito perguntar-se como ia poder suportar viver o resto de sua vida sem ela. Voltando-se para o dormit�rio, foi em sua busca.
achava-se de p� ao lado da cama, em uma habita��o min�scula. Min�scula nem tanto por seu tamanho original mas sim porque estava quase inteiramente cheia de
coisas: mais livros, um grande urso de peluche cor laranja, patins de gelo, esquis. A c�moda estava abarrotada de frascos, com ao menos vinte marcas diferentes de
perfumes e natas. Tamb�m havia uma fotografia emoldurada de sua fam�lia.
Mas lhe resultava dif�cil concentrar-se em todo isso com ela ao lado da cama, nua de cintura para acima. tirou-se o su�ter que lhe tinha emprestado Jacob durante
o resto da viagem, um gesto obrigado j� que tinha sido ele quem lhe tinha quebrado a camisa no motel. depois de conectar a m�quina que lhe servia de r�dio, despertador
e secret�ria eletr�nica telef�nica, achava-se ocupada procurando uma camiseta em uma gaveta do arm�rio.
- Hey, carinho - ressonou uma voz masculina e sedutora, procedente do aparelho- Sou Pete. Suponho que n�o seguir� zangada, n�, nen�m? Vamos, Sunny, me perdoe
e esquece-o j�, quer? me chame e sairemos a dan�ar. Sinto falta dessa preciosa tua carita.
Fazendo uma careta, Sunny encontrou por fim uma sudadera.
- Quem � Pete?
- OH! - levou-se uma m�o ao peito- Me assustaste!
- Quem � Pete? - repetiu.
- S� um tipo - respondeu enquanto se vestia. sentou-se na cama para tir�-las botas.
- Sunny - nessa ocasi�o, a voz que escapou da m�quina era suave e feminina- . Recebemos uma postal do Libby e de Cal. nos chame quando voltar � cidade.
- � minha m�e - explicou. Sonriendo, devolveu-lhe o su�ter- . Obrigado por me emprestar isso - Otro tipo - respondi�, y arque� las cejas cuando �l la tom� de
un brazo y la hizo levantarse.
N�o muito seguro do que estava sentindo naqueles momentos, Jacob se tirou o casaco. Debaixo levava o torso nu. Enquanto ficava o su�ter, a secret�ria eletr�nica
telef�nica anunciou a seguinte mensagem.
- Ol�, Sunny, sou Marco. Onde diabos te colocaste, riqueza? Levo uma semana inteira te chamando. me avise quando voltar - e seguiu o som de um forte beijo antes
de pendurar.
- Quem � Marco? - inquiriu Jacob com uma calma mortal.
- Outro tipo - respondeu, e arqueou as sobrancelhas quando ele a tirou de um bra�o e a fez levantar-se.
- Quantos h�?
- Mensagens?
- Homens.
- Sunny... sou Bob - ressonou de novo outra voz masculina- . Pensei que talvez voc� gostaria...
Deliberadamente, Sunny apagou a m�quina.
- � que quer que comparemos nossos respectivos passados, J.T.?
Jacob n�o respondeu, porque descobriu que n�o podia. Soltou-a e saiu da habita��o. Ci�mes. Eram ci�mes o que sentia. Como lhe chateava. N�o se tinha por um
homem muito razo�vel, mas inteligente sim. Sabia que Sunny n�o tinha come�ado a viver do momento em que entrou em sua vida. Uma mulher como ela, formosa, radiante,
fascinante, atra�a aos homens. A numerosos homens. Se tivesse sido poss�vel, teria sido capaz de assassinar a todos e cada um desses tipos por haver meio doido o
que era dele. E n�o era dele.
Amaldi�oou entre dentes e se voltou para descobri-la observando-o da soleira.
- vamos brigar nos?
Do�a-lhe. O simples feito de lhe olh�-la do�a. Por isso era e pelo que nunca poderia ser.
- N�o.
- Bem.
- N�o os quero perto de ti - lhe espetou.
- N�o seja tolo.
colocou-se frente a ela com grande rapidez.
- Falo em seriou.
- E eu tamb�m. Maldita seja, crie que algum deles pode significar algo para mim depois de ter estado contigo?
- Se voc� n�o... - interrompeu-se no instante em que assimilou suas palavras. Elevando as m�os, retrocedeu um passo. E ela avan�ou outro.
- Se eu n�o... o que? Se crie que pode, me dar ordens, amiguito, ser� melhor que lhe pense isso melhor. N�o tenho por que...
- N�o, n�o tem por que - de novo se recordou que n�o era dela. ia ter que come�ar a acostumar-se a isso- N�o o estou fazendo nada bem, e o sinto. Nunca antes
tinha estado apaixonado.
O brilho de furor desapareceu dos olhos do Sunny.
- Eu tampouco. Ao menos, n�o assim.
- N�o, n�o assim - tomou uma m�o e a levou aos l�bios- . Pode revisar o resto de suas mensagens mais tarde. Far�-o?
- Claro - sorriu- Olhe, te sirva o que queira na cozinha. A televis�o est� no dormit�rio, a equipe de m�sica no sal�o.
- aonde vai?
Recolheu do ch�o um par de sapatilhas e as p�s.
- A ver meus pais. Se quiser, quando voltar podemos sair para jantar fora, ou a dan�ar.
- Sunny - tomou uma m�o quando ela j� se estava pondo o casaco- . Eu gostaria de ir contigo.
- N�o tem por que faz�-lo, Jacob - rep�s, olhando-o muito s�ria- De verdade.
- Sei. Mas eu gostaria. - Deu-lhe um beijo na bochecha. - Recolhe seu casaco.

Descal�o, William Stone se dirigiu a abrir a porta de seu elegante casa de uso Tudor. Vestia uma sudadera que ficava muito grande e uns jeans velhos e quebrados.
Em uma m�o levava um telefone m�vel, e na outra um pl�tano.
- Olhe, Preston, quero que a nova campanha publicit�ria seja sutil. Nada de bolsitas de ch� dan�antes, nem de heavy-metal, nem de ositos faladores - resmungando
de frustra��o, abriu bruscamente a porta- . Sim, e isso inclui coelhos dan�ando valsas, pelo amor de Deus. Quero... - sorriu de brinca a brinca ao ver sua filha-
. lhe Arruma isso Preston - lhe ordenou, e cortou a comunica��o- . Ol�, mucosa - e abriu os bra�os para lhe dar uma carinhosa bem-vinda.
Sunny lhe plantou um par de sonoros beijos nas bochechas antes de lhe roubar o pl�tano.
- Ol�, magnata.
William olhou com uma careta o telefone m�vel, como se estivesse arrependido.
- S� estava... - interrompeu-se ao descobrir ao Jacob na soleira.
- Este � J.T. - informou-lhe Sunny entre dentada e dentada de pl�tano, agarrando a seu pai da cintura.
"S�o como duas gotas de �gua", pensava Jacob, olhando-os. A mesma cor, a mesma complei��o, a mesma express�o sincera e inteligente... Avan�ou um passo e lhe
tendeu a m�o.
- Senhor Stone...
- Hornblower - acrescentou Sunny- . Jacob Hornblower. O irm�o de Cal.
- Est� de brincadeira? - o saudou do William se tornou ainda mais afetuoso, ao igual a seu sorriso- Bom, me alegro muit�ssimo de te conhecer. Est�vamos come�ando
a pensar que a fam�lia de Cal era de mentira. Adiante. Caro deve andar por alguma parte.
Soltou a m�o do Jacob mas n�o se separou do Sunny enquanto os levava a sal�o. Era uma habita��o ampla e elegante, decorada com tons bolo. Jacob n�o p�de menos
que admirar a singela e austera eleg�ncia daquela casa: deliciosas pe�as de cristal esculpido, m�veis antigos e, � obvio, o que agora lhe revelava como a impressionante
arte t�xtil do Caroline Stone. Se se tinha ficado surpreso ao admirar suas malhas adornando as paredes, perdeu literalmente a fala ao contemplar o tapete.
- Toma assento - lhe estava dizendo William enquanto pisava em distra�do o que Jacob considerava uma obra art�stica de inestim�vel valor- . Gosta de uma ta�a,
algo de beber?
- N�o, obrigado - estava contemplando um jovem e formoso exemplar de limoeiro. Seu pai tinha esse mesmo tipo de �rvore em seu jardim.
- Ter� que tomar ch� - lhe disse Sunny, lhe aplaudindo uma m�o enquanto se sentava no sof�, a seu, lado- . Se n�o o faz, conseguir� ferir os sentimentos de
papai.
- � obvio - levantou novamente o olhar para o William e o surpreendeu olhando-o com express�o especulativo.
Naquele instante soou o telefone m�vel do William, que levava em um bolso traseiro das cal�as. Ignorou-o.
- Eu tamb�m quero ch�, papai - interveio Sunny, desejosa de atrasar o interrogat�rio ao que, estava segura disso, n�o demoraria para submeter ao Jacob- �xtase
Oriental.
- Estupendo. Vou agora mesmo a prepar�-lo.
E desapareceu detr�s de uma porta, com o m�vel ainda soando em seu bolso. Sunny se p�s-se a rir, e voltou a p�r a m�o sobre a do Jacob.
- Suponho que devia haver lhe advertido isso... - inclinou a cabe�a, curiosa. Jacob estava contemplando embevecido uma das malhas de sua m�e- . J.T.?
- Sim? O que acontece?
- Que suponho que lhe devia haver isso dito antes: meu pai � muito curioso. Um intrometido, vamos. Far�-te todo tipo de perguntas, em sua maioria pessoais.
E eu n�o poderei fazer nada para evit�-lo.
- De acordo - n�o podia resistir. Levantando-se, aproximou-se do pequeno ret�ngulo de malha e tocou o suave e colorido material.
- Formoso, verdade?
- Sim, � precioso. - Sunny se levantou para reunir-se com ele.
- converteu-se em uma artista muito respeitada.
"Respeitada" era uma palavra que fazia escassa justi�a ao Caroline Stone, pensou Jacob. Em sua �poca, suas obras podiam admirar-se nos melhores museus. Era
estudada e reverenciada pelos estudantes de arte de todo o universo conhecido. E ele estava ali, tocando uma de suas deliciosas pe�as.
- Antes estava acostumado a vender mantas e adornos para conseguir um pouco de dinheiro e comprar comida.
- Isso � um mito.
- Perd�o?
- Nada - deixou cair a m�o, e a meteu em um bolso. Por primeira vez desde que saiu de sua espa�onave, sentia-se completamente desorientado. Estava entre gente
a que tinha conhecido atrav�s de seus estudos. Personagens hist�ricos. E ali estava ele, em sua casa. Estava apaixonado por sua filha. E como podia estar apaixonado
por uma mulher que tinha vivido, e morto, s�culos antes de que ele tivesse nascido?
P�nico. Sentiu nos l�bios o sabor do p�nico. Voltando-se, tomou ao Sunny dos ombros. Era realidade, s�lida, c�lida.
- Sunny.
- O que te passa? - perguntou-lhe, preocupada ao v�-lo t�o p�lido.
Jacob simplesmente sacudiu a cabe�a. N�o havia nada que pudesse dizer. N�o podia explicar-lhe Em lugar disso, beijou-a nos l�bios.
- Quero-te.
- Sei - comovida pelo desespero que trasluc�a sua voz, acariciou-lhe uma bochecha. Aquela entristecedora urg�ncia de consol�-lo seguia sendo uma novidade para
ela- . J� iremos acostumando.
- Ol�.
separaram-se ao ver o Caroline na soleira. Tinha o cabelo escuro e liso, comprido at� os ombros. Seu rosto era simp�tico e encantador, iluminado por uns olhos
enormes. Sorria. Ia vestida com uma camisa de homem que ficava muito grande, uns velhos texanos e mocasines tecidos. E nos bra�os sustentava a um beb�.
- Mam�e - Sunny se dirigiu rapidamente a eles. Era mais alta que Caroline, e teve que inclinar-se para lhe dar o mesmo beijo entusiasta que lhe tinha dado a
seu pai. Logo, rendo, tomou ao beb�- . Ol�, Sam! Tudo bem? Quanto est� crescendo!
- Tem o mesmo apetite que sua irm� - assinalou Caroline.
Sustentando ao beb� contra seu quadril. Sunny se voltou sorridente para o Jacob.
- J.T., apresento a minha m�e, Caroline. E a meu irm�o, King Samuel.
- J.T. - o olhar de artista do Caroline j� tinha reconhecido o parecido e feito a conex�o- Voc� deve ser o irm�o de Cal.
- Sim - voltou a experimentar uma sensa��o de irrealidade enquanto cruzava a habita��o. Mais que lhe estreitar a m�o, a beijou.
- T�nhamos muitas vontades de conhecer por fim a algu�m da fam�lia de Cal. Seu irm�o est� muito orgulhoso de ti.
- Ah, sim? - inquiriu com um sotaque de ressentimento.
Caroline o advertiu, mas n�o reparou nisso.
- Sim. Seus pais fizeram a viagem contigo?
- N�o. N�o puderam vir.
- OH - exclamou, sinceramente decepcionada- Bom, espero que possamos nos reunir algum dia. Onde est� Will? - perguntou ao Sunny.
- Preparando um ch�.
- Claro. Por favor, sente-se. � astrof�sico?
- Sim - se sentou no sof�, frente a Caroline. Sunny se tinha convexo no ch�o, com o beb�.
- Atualmente J.T. est� fazendo investiga��es sobre viagens atrav�s do tempo.
- Viagens atrav�s do tempo? - Caroline cruzou as pernas, divertida- Ao Will adorar�. Embora acredite que ultimamente est� obcecado com os universos paralelos.
- O que aconteceu as reencarna��es?
- Segue sendo um crente incondicional. Est� convencido de que em uma vida anterior chegou a ser membro do primeiro Congresso dos Estados Unidos.
- Sempre t�o revolucion�rio - comentou Sunny enquanto o fazia c�cegas na tripita ao Sam, e acrescentou dirigindo-se ao Jacob- A meu pai gosta de tirar cola��o
tema controvertidos para poder discutir sobre eles. OH, olhe! Sam est� engatinhando!
- Uma habilidade rec�m adquirida - com uma express�o mesclada de orgulho e felicidade, Caroline observou como seu filho engatinhava e se arrastava pelo tapete-
Will j� a ter� registrado em uma d�zia de v�deos, pelo menos.
- Tenho direito a isso - rep�s William quando entrou empurrando um carrinho com o servi�o de ch�- Se n�o recordar mau, Sunny passou t�o rapidamente de engatinhar
a andar que logo que tive tempo de observar sua evolu��o.
- E o gravou tudo com aquela c�mara de segunda m�o que tinha - Caroline se levantou e lhe deu um beijo a seu marido antes de ajud�-lo a servir o ch�.
- Ent�o... - na cozinha, William j� tinha preparado uma lista mental de perguntas que lhe fazer ao Jacob- ... quando chegou ao Portland?
- Esta mesma tarde - respondeu Jacob, tomando a ta�a que lhe tendia.
- Suponho que estava procurando cal quando encontrou com o Sunny.
- Assim � - tomou um sorvo de ch�, tentando acostumar-se ao maravilhoso e surpreendente feito de que estava tomando Herbal Delight com o homem que o tinha inventado-
. Ele me deu as... - esteve a ponto de dizer "coordenadas"- ... a dire��o da cabana.
- A cabana? - William ficou paralisado, com a ta�a a meio caminho de seus l�bios- . estiveste na cabana... com o Sunny?
- A semana passada nos surpreendeu uma tormenta de neve tremenda - explicou Sunny, lhe pondo uma m�o no joelho com gesto tranq�ilizador- . Estivemos sem energia
el�trica durante um par de dias.
- Juntos?
- Bom, � dif�cil n�o estar juntos em um espa�o t�o pequeno como o da cabana.
Divertida, Caroline observou como seu filho chegava engatinhando at� os p�s do Jacob.
- � uma pena que n�o pudesse coincidir com Cal e Libby. Suponho que pensar� ficar at� que voltem.
depois de deixar a ta�a a um lado, Jacob se agachou para levantar o Sam e sent�-lo em seu rega�o.
- Sim. Esperarei-os.
- Onde? - quis saber William.
A maneira de advert�ncia, Sunny cravou os dedos no joelho de seu pai.
- Sabe? J.T. dedica-se a investigar as viagens atrav�s do tempo.
- As viagens atrav�s do tempo? - a fascina��o por aquele tema lutou por um instante contra sua responsabilidade paternal... que foi a que ao fim se imp�s- .
Quanto tempo estiveram juntos nas montanhas?
- Um par de semanas - respondeu Jacob enquanto jogava com o Sam.
- De verdade? - com os olhos entrecerrados, apoiou uma m�o sobre o ombro de sua filha- . Suponho que a neve lhes impediria de desfrutar de... umas m�nimas comodidades.
Sunny elevou os olhos ao c�u. Caroline suspirou. E Jacob acariciou distra�do a cabecita do Sam.
- A meu pareceram suficientes.
- Arrumado a que sim - replicou William, e soltou um grito de dor quando sua filha lhe cravou as unhas no joelho, aproveitando do quebrado que levava nas cal�as.
- Sabia, J.T., que meu pai se fugiu com minha m�e quando ela sozinho tinha dezesseis anos?
- Dezessete - a corrigiu William.
- N�o tantos- replicou a sua vez Caroline enquanto bebia um sorvo de ch�.
- Isso foi algo completamente distinto. N�o tinha nada que ver.
- Claro, � obvio - pronunciou Sunny, ir�nica.
- Eram outros tempos - insistiu William- Os anos sessenta.
- J�, isso o explica tudo.
- Al�m disso, n�o nos ter�amos visto obrigados a escapar se o pai de Caro n�o se mostrou t�o intrometido, suscet�vel e pouco razo�vel.
- Nisso tem raz�o - rep�s Sunny, simulando uma c�ndida e inocente express�o- N�o h� nada pior que um pai que coloca os narizes onde n�o lhe importa.
William reagiu lhe agarrando o nariz com dois dedos e fazendo a amea�a de retorcer-lhe - Excepto cuando se deshace en elogios de Sam. Y lo mismo con la abuela
- terci� Caroline- . Casi han logrado superar que no pudieran malcriaros a tu hermana y a ti cuando erais peque�as. Si quieres que tome a Sam, d�melo, J.T.
- Vigia voc� a tua.
Sunny se limitou a sorrir.
- me diga uma coisa, o av� te segue dirigindo a palavra?
- Apenas.
- Exceto quando se desfaz em elogios do Sam. E o mesmo com a av� - atravessou Caroline- . Quase conseguiram superar que n�o pudessem lhes malcriar a sua irm�
e a ti quando foram pequenas. Se quiser que tome ao Sam, diga-me isso J.T.
- OH, n�o, n�o faz falta - o beb� estava jogando com os dedos do Jacob, muito entretido- . Se parece com ti - murmurou, voltando-se para o Sunny.
Sorriu. Nunca teria podido lhe explicar com palavras o que estava sentindo naquele instante ao v�-lo balan�ar a um menino em seu rega�o.
- Me alegro.
William tamborilava com os dedos sobre o bra�o de sua cadeira. Os homens da fam�lia Hornblower pareciam exercer algum tipo de encanto especial sobre suas filhas.
E embora j� tinha aceito que Cal sim era o suficientemente bom para o Libby, ainda se reservava sua opini�o respeito a seu irm�o.
- Assim � cient�fico... - William guardava um imenso respeito aos cientistas, mas isso n�o significava que tivesse que aceitar a imagem de sua filha deitando-se
com um. Em sua cabana. E sem luz el�trica.
- Sim.
- Astrofisico?
- Assim �.
- Onde estudaste?
- Possivelmente voc� gostaria que te ensinasse o diploma e as notas - murmurou Sunny, molesta.
- te cale - William lhe deu um tapinha na cabe�a- Sabe? Sempre me hei sentido fascinado pelo espa�o - e esbo�ou um sorriso af�vel, embora ainda algo receosa-
Por isso te fa�o estas perguntas que talvez lhe possam parecer um tanto... indiscretas. Porque me interessa.
Se esse era o jogo, pensou Jacob, ele tamb�m podia jogar. Com muito prazer.
- Graduei-me em Direito em Princeton.
- Direito? - exclamou Sunny- N�o me havia isso dito.
- N�o me perguntou - explicou isso, antes de voltar a concentrar-se em seu pai- E comecei Ci�ncias F�sicas como hobby.
- Um hobby um pouco estranho - comentou William.
- Sim - reconheceu Jacob, sonriendo- . Como o de cultivar ervas medicinais e diet�ticas.
William n�o p�de menos que tornar-se a rir...
- E sobre essas viagens no tempo...
- Date uma pausa, Will - o interrompeu Caroline- J� poder� acribillarlo a perguntas mais tarde. Ter� que lhe trocar o fralda a seu filho.
- E me toca .-William se incorporou para tomar ao beb� em bra�os- V�em com papai, peque�ajo. te sirva mais ch� - disse ao Jacob- . J� falaremos depois desses
teus experimentos.
- Vou contigo - pronunciou Sunny, levantando do ch�o- Assim poder� me ensinar todos os brinquedos que lhe compraste no que levamos de m�s.
- Espera a ver o trem que... - dizia-lhe quando j� partiam.
- Ao Will gosta de fingir que os brinquedos s�o para o Sam - sorriu Caroline enquanto se levantava para preencher a ta�a ao Jacob- . Espero que n�o te tenha
zangado.
- por que?
- Pelo processo inquisitorial ao que te submeteu - se sentou no bra�o de sua cadeira, um gesto que recordou ao Sunny- De fato, n�o foi grande coisa ao lado
do que lhe fez padecer a Cal.
- Aparentemente Cal o passou com �xito.
- Queremo-lo tanto... Nada teria feito mais feliz ao Will que coloc�-lo em seu neg�cio. Mas Cal tem que voar, como estou segura de que j� sabe.
- Nunca desejou outra coisa.
- O mesmo acontece com Libby. Sempre soube o que queria fazer na vida. Em troca, com o Sunny a coisa � mais dif�cil. �s vezes me pergunto se o fato de ter tanta
energia e intelig�ncia n�o ter� sido uma desgra�a, pelas numerosas op��es que lhe t�m aberto. Suponho que voc� o compreender� - ao ver sua express�o interrogante,
acrescentou- Passou do Direito � astrof�sica, n�o? Essa � uma mudan�a importante.
"Com uma breve incurs�o no boxe profissional entre meias", disse-se Jacob. encolheu-se de ombros.
- Alguns demoramos mais que outros em descobrir o que queremos realmente fazer.
- E esse tipo de gente � especial. Como Sunny.
Jacob se disse que Caroline era mais sutil que seu marido. E mais dif�cil enfrentar-se a ela.
- Sunny � a mulher mais fascinante que conheci.
"E ele est� apaixonado por ela", pensou Caroline. Talvez n�o estivesse muito satisfeito disso, mas estava apaixonado.
- Sunny � como uma tape�aria malha de muitas cores. Alguns dos fios s�o incrivelmente fortes e resistentes. Outros s�o terrivelmente finos e delicados. O resultado
� admir�vel. Mas uma obra de arte necessita amor tanto como admira��o - elevou as m�os- . meu Deus, temo-me que n�o gostaria de nada que a descrevesse dessa maneira...
- Ao menos o de "fina e delicada" - rep�s enquanto desviava o olhar ao colorida tape�aria que pendurava na parede.
- Tem raz�o - Caroline sentiu uma pontada agridoce, de tristeza e al�vio de uma vez. Sim, aquele homem conhecia bem a sua filha- . J� sei que sonha antiquado,
mas o �nico que Will e eu queremos � que seja feliz.
- Isso n�o � antiquado - Jacob recordou que sua m�e lhe havia dito o mesmo sobre Cal, pouco antes de partir na nave.
Com um suspiro, Caroline olhou a obra que ele seguia contemplando.
- � uma de minhas obras mais antigas. Fiz-a quando estava gr�vida do Sunny. Nnaquele tempo naquele tempo vendia a maior parte de meu trabalho, mas por alguma
raz�o nunca me desprendi dessa tape�aria.
- � precioso.
Em um impulso, Caroline se levantou pata desprend�-lo. Deslizou os dedos pelo tecido. recordava-se sentada ante seu tear, contemplando o reflexo dos raios do
sol sobre os fios de cores enquanto ia escolhendo, tecendo uns com outros. Com o Will trabalhando no jardim, Libby dormindo em uma manta na grama e uma criatura
movendo-se em seu ventre. Uma imagem t�o mais doce quanto mais long�nqua no tempo.
- Eu gostaria de lhe dar de presente o Pero Jacob no quer�a sentirse un familiar. Necesitaba aferrarse a su resentimiento, seguir pensando en Caroline y en
William Stone como los personajes hist�ricos que ser�an en un futuro. Y sin embargo, se sorprendi� a s� mismo aceptando aquella hermosa obra.
Se lhe tivesse devotado um Rembrandt, Jacob n�o se haveria sentido mais assombrado.
- N�o posso aceit�-lo.
- por que?
- Tem um valor incalcul�vel. - Caroline se p�s-se a rir.
- OH, � meu agente quem taxa minhas obras. Uns pre�os rid�culos, a maioria. Eu n�o gostaria que minhas pe�as terminassem um dia em uma galeria, ou em um museu
- o dobrou cuidadosamente- Para mim seria muito mais importante saber que est�o em m�os de minha fam�lia - como ele n�o dizia nada, o entregou- . Minha filha j�
tomou o sobrenome de seu irm�o. Assim que isso nos converte em familiares.
Mas Jacob n�o queria sentir um familiar. Precisava aferrar-se a seu ressentimento, seguir pensando no Caroline e no William Stone como os personagens hist�ricos
que seriam em um futuro. E entretanto, surpreendeu-se a si mesmo aceitando aquela formosa obra.
- Obrigado.
A habita��o do beb� estava grafite em verde bolo. Em uma esquina havia um antigo ber�o de ferro, de cor branca, com uma manta de cores que tinha tecido a pr�pria
Caroline. Estava cheia de brinquedos, muitos dos quais n�o suscitariam o interesse do Sam durante anos, at� que fora muito major. E havia d�zias de animais de peluche,
desde grandes elefantes at� o tradicional osito. Sunny tomou um e esperou a que seu pai tombasse na mesa ao Sam, para lhe trocar o fralda.
- � pat�tico.
- Possivelmente te tenha esquecido do castigo que recebem as meninas descaradas - rep�s Will enquanto lhe tirava os pantaloncitos a seu filho.
- Sou um pouco major para que me obrigue a ficar sentada em uma cadeira at� que te pe�a desculpas.
- N�o te cria.
- Papai - suspirando, deixou a um lado o urso de peluche- Desde que cumpri os treze anos, interrogaste a todos e cada um dos homens que trouxe para esta casa.
- Eu gosto de saber com quem se relaciona socialmente minha filha. Isso n�o � nenhum crime.
- N�o, o mau � a maneira que tem de faz�-lo.
Sam ria e esperneava enquanto Will lhe tirava o fralda e lhe jogava os talco.
- Sabe? Eu gostava mais quando tinha este tamanho.
- Suponho que seguir� submetendo a interrogat�rio �s garotas que Sam traga para esta casa quando come�ar a sair com elas.
- � obvio. N�o sou sexista - "e est�pido tampouco", acrescentou para si- . Pretende me dizer que J.T. e voc� mantivestes um rela��o estritamente plat�nica durante
os dias que acontecestes encerrados na cabana?
- N�o.
- J� sabia eu - terminou de ajustar o fralda- Sunny, faz apenas um par de semanas que conhece esse homem.
- Quer isso dizer que trocaram seus pontos de vista sobre o amor livre?
- A revolu��o sexual j� terminou - replicou enquanto vestia ao Sam- Por v�rias e boas raz�es. antes de que comece �s enumerar, eu gostaria de te advertir que
nisso estou de acordo contigo.
- Bem. Ent�o come�amos a nos entender. Eu nunca fui uma mulher prom�scua.
- Me alegro de ouvir isso - vendo que ao beb� lhe ca�am os olhos de sonho, deitou-o no ber�o e fez girar o m�vel de cores que pendurava do teto. - Mas tampouco
hei dito que fora virgem.
Will esbo�ou uma careta, devido ao muito que lhe desgostava passar por um pai puritano e antiquado.
- Suponho que isso j� o suspeitava - rep�s suspirando.
- E agora, quer que fique sentada em uma cadeira at� que te pe�a desculpas?
- A estas alturas, n�o acredito que isso tivesse muito sentido. Olhe, Sunbeam, n�o � que n�o confiei em seu bom julgamento...
Era simplesmente enternecedor. Sem poder evit�-lo, Sunny lhe embalou o rosto entre as m�os e o beijou.
- Mas seu bom julgamento � muito melhor que o meu, verdade?
- Naturalmente - sorriu- Essa � uma das vantagens de ter passado dos quarenta.
- Voc� nunca passar� dos quarenta - procurou dissimular um sorriso- Papai, quero que me escute. J� antes tinha estado com homens. Mas quando o tenho feito,
foi porque sentia afeto por essa pessoa, porque existia um respeito e uma responsabilidade m�tua. Isso � o que mam�e e voc� sempre me ensinastes.
- E agora me vais dizer que n�o tenho por que me preocupar de sua rela��o com o J.T.
- N�o, n�o vou dizer te isso. Mas sim estou apaixonada por ele.
Will a olhou aos olhos. Quando um homem tinha estado apaixonado por uma mesma mulher durante toda sua vida, sabia reconhecer os sintomas. E tinha chegado o
momento de aceitar que tinha visto esses mesmos sintomas no rosto de sua filha desde que transp�s a soleira de sua casa.
- E?
- E o que? - desafiou-a ela.
- O que vais fazer a respeito?
- me casar com ele - aquela confiss�o a surpreendeu tanto que p�s-se a rir- Ele ainda n�o sabe, porque acabo de decidi-lo agora mesmo. Quando retornar ao Este,
irei com ele.
- E se ele se op�e? - Sunny elevou o queixo.
- Ter� que aprender a resignar-se.
- Suponho que o problema � que te parece muito a mim.
Jogou os bra�os ao pesco�o, emocionada.
- Sei que o quero. Quero viver com ele.
- Se te fizer feliz... - William a apartou para olh�-la- Ser� melhor que te fa�a feliz... por seu pr�prio bem.
- Sabe uma coisa? N�o pretendo lhe dar a escolher.
10

- Ser� divertido - Sunny conseguiu estacionar sob um grande letreiro de n�on com as palavras Clube Rendezvous. Ao ver que Jacob olhava as intermitentes luz
de cores com duvidosa express�o, deu-lhe um tranq�ilizador tapinha na m�o- . me Acredite, isto � justo o que necessitamos.
- Se voc� o disser...
- Digo-o. Al�m disso, se descobrir que n�o sabe dan�ar, antes me desfarei de ti e economizarei tempo - p�s-se a rir quando ele fez um intento de lhe retorcer
a orelha- E me deve isso.
- Como que lhe devo isso? por que?
Em um impulso, tirou o carmim da bolsa e se pintou os l�bios.
- Porque se n�o tivesse esgrimido t�o r�pido uma desculpa, agora mesmo estaria jantando com meus pais.
- Eu gosto de seus pais.
Comovida, inclinou-se para beij�-lo na bochecha. E ao ver que lhe tinha deixado rastro, apressou-se a limpar-lhe com o polegar.
- Maldita seja...
- Merece-lhe isso. J� sei que voc� gosta de meus pais. A mim tamb�m. Mas voc� nunca comeste nachos e margaridas em casa do Will e Caro - baixando a voz, acrescentou
com tom conspiratorio- Minha m�e cozinha.
- Isso � um crime neste Estado?
- � que cozinha coisas como fondue de alfafa.
- Ah. Ent�o suponho que sim te devo uma.
- Deve-me a vida - saiu do todoterreno- Bom, depois de ter acontecido um par de semanas desfrutando da natureza mais selvagem e virgem do mundo, acredito que
nos merecemos um pouco de m�sica em vivo, quanto mais alta melhor, muita gente e o ar viciado da fuma�a do tabaco.
- Soa a cen�rio paradis�aco - brincou- Mas Sunny, n�o me parece correto que voc� o pague tudo. E eu... eu n�o tenho dinheiro.
Sunny pensou que era uma pena que um homem t�o evidentemente inteligente e preparado ganhasse um sal�rio t�o pequeno.
- N�o se preocupe por isso. J� me convidar� voc� quando for a Filadelfia.
Jacob precisava trocar de tema a toda costa.
- Por certo, queria te perguntar uma coisa. Como chamaste antes a esse vestido que leva?
- A este? - baixou o olhar ao vestido curto de couro vermelho, sem suspens�rios, que levava debaixo do casaco- Sexy - respondeu, umedecendo-os l�bios com a
ponta da l�ngua
- Como o chama voc�?
- OH, n�o importa.
Tirou-o do bra�o e entraram no local. esqueceram-se do frio da rua quando abriram a porta e se inundaram em uma onda de m�sica e calor.
- Ah... a civiliza��o.
Jacob s� p�de ver uma escura sala iluminada por luzes de alerta faz de luz. A m�sica soava t�o alta como lhe tinha garantido Sunny. Cheirava a fuma�a, a �lcool,
a suor, a perfume. E, como fundo, um rumor constante de vozes e risadas.
Sunny entregou seus casacos na entrada e se guardou uma pequena chapa na bolsa. Em seu foro interno, Jacob lhe deu a raz�o. Ele tamb�m necessitava isso: n�o
s� a estimula��o sensorial, nem a an�nima multid�o, mas tamb�m uma experi�ncia direta dos h�bitos de socializa��o de finais do s�culo vinte.
Em geral, era escassa a diferen�a com a �poca da que procedia. A gente, em todo tempo e lugar, tendia a reunir-se para divertir-se. Desejavam m�sica e companhia,
comida e bebida. Os tempos podiam trocar, mas as necessidades humanas eram basicamente as mesmas.
- Vamos - Sunny atirou dele e se abriu passo entre a multid�o para o espa�o onde estavam as mesas, repartidas em dois pisos.
No primeiro havia uma larga barra, detr�s da qual um gar�om servia bebidas e pratos de comida. A gente se formava redemoinhos frente a ele. Em um segundo n�vel
se encontrava o cen�rio onde estavam tocando os m�sicos. Jacob contou at� oito, todos vestidos de maneira diferente e tocando arcaicos instrumentos cujo som se projetava
desde umas altas caixas negras, situadas a cada lado.
Frente a eles, em um pequeno espa�o, a gente se movia, retorcia e convulsionava ao som daquela m�sica. A roupa que levavam n�o podia ser mais variada. Cal�as
ajustadas ou soltos, saias largas ou curtas, vestimentas de rigoroso negro ou de v�vidas cores. Imediatamente gostou daquela heterogeneidade, aquela livre e saud�vel
express�o de gostos pessoais.
Enquanto o observava tudo com uma mescla de assombro e maravilha, umas quantas gar�onetes foram de um lado a outro sustentando bandejas com bebidas ou gritando
umas a outras. Ineficiente, pensou, mas ao mesmo tempo interessante. Era muito mais singelo pulsar um bot�o e receber o pedido em quest�o de m�os de um veloz andr�ide.
Mas dessa maneira era muito mais simp�tico.
Sunny lhe fez subir por uma curta escada curva e continuou abrindo-se passo lentamente at� uma mesa vazia, que tinha divisado ao fundo.
- Tinha-me esquecido de que est�vamos a s�bado - gritou, porque n�o havia outra maneira de fazer-se ouvir- . Este local, os s�bados, � como uma casa de loucos.
- por que?
- A gente sai de noite - lhe explicou, e se p�s-se a rir- . Bom, o que te parece? Os Marauder est�o bem - ao ver seu gesto de estranheza, acrescentou- Me refiro
� banda. S�o muito quentes.
- Suponho que ter�o calor. Faz muito calor aqui.
- OH, n�o referia a isso, a n�o ser A... N�o importa - de repente algu�m a empurrou por detr�s, e se agarrou ao Jacob para sujeitar-se- . Mmmm. Recordo-te que
esta � nossa primeira entrevista. Nossa primeira sa�da juntos.
Beijou-a. E seu satisfeito suspiro de prazer desencadeou uma esp�cie de rea��o em cadeia em seu interior.
- Bom, se n�o conseguir avan�ar, sempre podemos ficar aqui - a atraiu ainda mais intimamente para si- N�o acredito que ningu�m se desse conta.
- Acredito que antes tinha raz�o... com o do calor- rep�s Sunny, suspirando de novo- Possivelmente dever�amos...
- Sunny! - sem pr�vio aviso algu�m a tirou da cintura, fez-a girar e lhe plantou um sonoro beijo na boca- Carinho, tornaste!
- Ol�, Marco.
- Onde te tinha metido? - perguntou-lhe enquanto lhe acontecia um bra�o pelos ombros.
- Nas montanhas - sorriu, contente de v�-lo. Era um homem singelo, nada pretensioso e de tudo inofensivo. Apesar daquele teatral beijo, fazia anos que ambos
tinham decidido n�o complicar sua amizade com uma rela��o sexual- . Que tal no mundo real?
- Isto � uma selva, carinho - olhou por cima de seu ombro e se resinti� do impacto de um par de olhos verdes que o olhavam fixamente- . Ah... quem � seu amigo?
- J.T. - Sunny apoiou uma reconfortante emano sobre o bra�o do Jacob- Apresento a Marco, um velho amigo e companheiro de timbas de p�quer. N�o acredito que
voc� goste de jogar com ele, Marco. � criminal.
Marco n�o tinha nenhuma d�vida disso.
- Tudo bem? - perguntou-lhe, sem atrever-se a lhe dar a m�o.
- Muito bem - Jacob o olhou de cima abaixo, decidido a lhe romper o pesco�o se se atrevia a voltar a beijar ao Sunny.
- J.T. � o irm�o do marido de minha irm�.
- Estraguem - se Marco tivesse levado gravata, a teria afrouxado imediatamente- Er... necessitam uma mesa?
- Absolutamente.
- Reunimo-nos uns quantos l� ao fundo, se querem nos acompanhar.
- De acordo - rep�s Sunny, e olhou ao Jacob- De acordo?
- Sim, claro - j� estava aborrecido consigo mesmo. Para ele, o ci�mes sempre tinham sido uma rea��o emocional, mais que intelectual. Contemplou suas largas
pernas enquanto se abria passo entre as mesas. Uma rea��o inteiramente justificada. Naquele instante, n�o havia nada que lhe parecesse mais l�gico e razo�vel.
Meia d�zia de pessoas saudaram o Sunny por seu nome quando se aproximou da mesa. Como a maior parte das apresenta��es resultou inaud�vel com o estrondo da m�sica,
Jacob simplesmente assentiu com a cabe�a enquanto se sentava.
- Esta ronda a pago eu - anunciou Marco quando conseguiu chamar a aten��o de uma gar�onete- O mesmo - lhe pediu- Mais uma ta�a do Chardonnay para a dama Y...
- arqueando as sobrancelhas, olhou ao Jacob.
- Uma cerveja. Obrigado.
- De nada. Hoje vendi tr�s carros.
- Me alegro - comentou Sunny, e explicou ao Jacob- Marco � vendedor de carros.
- Parab�ns.
- Me as acerto bem. me avise quando quiser comprar algo. Esta semana recebi um lote fant�stico.
Jacob advertiu que a jovem mor�ia que estava sentada ao lado de Marco se aproximava significativamente a ele, lhe ro�ando o bra�o.
- Farei-o
Aliviado de que o novo amigo do Sunny n�o mostrasse j� uma apar�ncia t�o fera como antes, Marco se atreveu a lhe perguntar com tom interessado
- Assim... que carro tem voc�, J. T.?
Um geral rumor de desaprova��o se elevou por toda a mesa. Marco o encaixou, resignado, enquanto se levava um punhado de am�ndoas � boca.
- O que querem que fa�a? � meu trabalho.
- J�. Como o de levar a pobres viejecitas a fazer provas de condu��o para convencer as de que adquiram um carro - brincou algu�m.
- � um meio de vida - sorriu Marco- Nenhum de n�s � cient�fico espacial.
- J.T. sim o �.
- Seriamente? - a morenita aproximou sua cadeira a do Jacob. Tinha uns enormes olhos castanhos... brilhantes de promessas.
- � uma maneira de diz�-lo.
- OH, eu adoro os homens inteligentes.
Divertido, Jacob tomou a cerveja que lhe oferecia a gar�onete e surpreendeu, ao mesmo tempo, o olhar que lhe lan�ou Sunny do outro lado da mesa. Reconheceu-a.
Eram ci�mes. Nada podia hav�-lo agradado mais. Bebeu um bom gole e tolerou resignado a baforada de fuma�a que a mor�ia lan�ou em sua dire��o.
- S�rio?
A jovem n�o deixou de olh�-lo aos olhos enquanto esmagava lentamente seu cigarro.
- OH, sim. A intelig�ncia me atrai muit�ssimo.
- vamos dan�ar - imediatamente Sunny se colocou detr�s do Jacob e o obrigou a levantar- Um bom intento, Sheila - murmurou antes de levar-lhe � pista de baile.
- Assim se chama? Sheila?
Sunny se voltou para ele, elevando o queixo.
- A quem lhe importa como se chame?
- N�o quer que seja am�vel com seus amigos? - p�-lhe as m�os nos quadris. Com os saltos que levava ela, ambos ficavam ao mesmo n�vel.
- N�o - fez uma panela enquanto jogava os bra�os ao pesco�o- Ao menos n�o com os que n�o jogam limpo.
Curioso, Jacob desviou o olhar para a mesa.
- Refere a Sheila?
- Como se n�o o tivesse notado. Por desgra�a, seu coeficiente intelectual est� em propor��o inversa � medida de seu busto.
- Eu prefiro voc�... coeficiente.
- Me alegro - rep�s, sonriendo- Embora n�o posso culp�-la por hav�-lo tentado. � muito bonito. E sexy - lhe mordiscou o l�bio inferior- E inteligente - "e
� meu. Todo meu", acrescentou para si- . me Diga, o que significa a inicial "T"?
- O que "T"?
- a do J.T.
- Nada.
- Algum sentido ter�. Mmmm. Dan�a muito bem.
O saxo da banda estava tocando um blues. Apenas se moviam, encerrados na multid�o de corpos que os rodeava. Desfrutando da car�cia de sua m�o nas costas e a
de seus l�bios no pesco�o, ao Sunny n�o teria importado ficar assim para sempre. Para toda a eternidade.
Jacob podia sentir o roce de suas coxas contra os seus. O vestido de couro se atia a seu corpo como uma segunda pele, e n�o demorou para imaginar-se a si mesmo
tirando-lhe lentamente. Baixou a cabe�a para lhe beijar um ombro nu.
- Cheira maravilhosamente bem. Como um manancial verde no meio do deserto.
Incapaz de resistir, beijou-o nos l�bios. At� perder quase o sentido.
- J. T.?
- Sim?
- N�o estou muito segura, mas acredito que poderiam nos prender por isso.
- Mereceria a pena.
- Vamos a casa. Acredito que as multid�es j� n�o eu gosto tanto como antes.
ficaram no Portland durante uma semana, e Sunny p�de lev�-lo a mais locais noturnos, a centros comerciais, ao cinema. Atribu�a a constante fascina��o que demonstrava
ao feito de que nunca antes tivesse estado no Noroeste. Cada vez que sa�am a alguma parte, era como se ele o estivesse vendo tudo pela primeira vez. E era por isso
pelo que Sunny desfrutava daquelas sa�das como nunca antes o tinha feito.
Quando estavam sozinhos, quando se estremecia de agradar em seus bra�os, dava-se conta de que n�o lhe importava onde pudessem estar... enquanto estivessem juntos.
A cada momento se sentia mais e mais profundamente apaixonada, o qual a enchia de felicidade. Pela primeira vez em sua vida come�ava a pensar em um futuro com um
homem. Um sozinho, o �nico. imaginava passando o resto de sua exist�ncia com ele. imaginava um lar, e meninos. Podia visualizar e escutar as discuss�es, o alvoro�o,
as risadas.
Decidiu que, antes de que passasse muito tempo, falariam sobre isso. E come�ariam a planejar. Jacob se tinha dado o prazo de uma semana. Um punhado de dias
era algo min�sculo frente � imensid�o de tempo e, entretanto, significava tanto para ele... Gravava e registrava tudo o que podia, e entesourava o resto em sua mem�ria.
N�o queria esquecer nem um s� instante.
Mas, quando partisse, como poderia lhe revelar a verdade lhe causando ao mesmo tempo o menor dano poss�vel? Ignorava-o. E o pior era que j� n�o acreditava ter
a coragem e a for�a necess�rios para viver sem o Sunny.
Quando empreenderam a volta � cabana, disse-se que aquilo era o princ�pio do fim. Se aquilo tinha que terminar, e ele n�o via alternativa alguma, terminaria
honestamente. O contaria tudo.
- Est� muito calado - observou Sunny quando enfiaram a larga e acidentada estrada que levava a cabana.
- Estava pensando.
- Bom, isso est� bem, mas levamos cinco horas sem discutir. Isso me tinha preocupada.
- Eu n�o quero discutir contigo.
- Agora sim que tenho motivos para me preocupar - sabia que estava refletindo algo. Algo que lhe inspirava um fundo temor. Deliberadamente procurou adotar um
tom de voz alegre, desenvolto- N�o demoraremos para chegar. Uma vez que te encontre apanhado na cabana, conduzindo lenha e todo isso, voltar� a ser o resmung�o de
sempre.
- Sunny, temos que falar.
- De acordo - tinha os nervos a ponto de estalar quando estacionou diante da cabana- Antes ou depois de que descarreguemos as coisas?
- Agora - tinha que ser ent�o. Tomou uma m�o e pronunciou as primeiras palavras que lhe vieram � cabe�a- . Quero tanto...
O n� de terror que Sunny sentia na boca do est�mago se afrouxou um tanto.
- Acredito que nunca voltaremos a discutir se segue me dizendo estas coisas - se aproximou para beij�-lo na bochecha. Foi ent�o quando advertiu que sa�a fuma�a
da chamin�- Jacob, h� gente na cabana.
- O que?
- Na cabana - viu que se abria a porta- . Libby! - soltando uma gargalhada de gozo, baixou a toda pressa do todoterreno- Libby, deste-me um susto de morte!
- abra�ou-a emocionada- Hey! Que mor�ia est�!
- Em Bora-bora esquenta muito o sol - Libby beijou a sua irm� nas bochechas- Quando retornam ontem � noite, ao princ�pio pensamos que te tinha escapado para
n�o nos ver.
- OH, solo foi uma breve viagem ao mundo real para recarregar as baterias.
A risada do Libby era poda e clara. notava-se que conhecia muito bem a sua irm� pequena.
- Isso mesmo foi o que lhe disse eu a Cal. Todos seus livros seguiam aqui - de repente tomou as duas m�os com for�a, comovida- OH, Sunny, me alegro tant�simo
de verte. N�o posso esperar mais para lhe dizer isso Eu... - de repente um movimento captou sua aten��o, e viu o Jacob descendo do todoterreno. Quando seus olhares
se encontraram, o sorriso se apagou rapidamente de seus l�bios.
- O que acontece? OH - sonriendo, Sunny se voltou- Adivinha quem se deixou cair por aqui. Jacob, o irm�o de Cal.
- Sei - de repente, Libby teve a sensa��o de que o estou acostumado a tinha cedido sob seus p�s. Tinha visto aquele rosto antes, no retrato que Cal tinha conservado
em sua nave. olharam-se o um ao outro durante uns segundos, em sil�ncio. "veio a levar-se a Cal", pensou enquanto afogava o grito de protesto que lhe subiu pela
garganta.
Jacob compreendeu que estava aterrada. E em seu interior se removeu algo que procurou ignorar, teimoso. N�o sentiria piedade por ela. N�o pensaria naquela mulher
mais que como um obst�culo que impedia a volta de seu irm�o a casa.
- Como que sabe? - instintivamente, Sunny rodeou os ombros de sua irm� com gesto protetor. Detectava algo estranho entre eles. E ela era qu�o �nica n�o estava
no secreto- Libb, est� tremendo. N�o deveria ficar parada aqui fora, sem casaco. Vamos dentro. E seu tamb�m, J.T.
- Estou bem - estremecida, Libby entrou na cabana e aproximou suas m�os geladas ao fogo da chamin�. Nenhuma fonte de calor f�sico poderia abrigar seu tremente
cora��o. N�o voltaria a olh�-lo, n�o at� que tivesse recuperado m�nimamente o controle. Durante todo o tempo, o germe do medo tinha estado habitando em um remoto
rinc�o de sua mente. Durante todo o tempo tinha sabido que algum dia iriam por ele. Mas n�o tinha imaginado que fora a ser t�o logo. Dispunham de t�o pouco tempo...
"O tempo", refletiu com amargura. Uma palavra que tinha aprendido a odiar.
Sunny permanecia de p� entre um e outro, perplexa. A tens�o na min�scula sala era t�o densa que teria podido cortar-se com uma faca.
- Muito bem - olhou as r�gidas costas do Libby e logo a p�trea express�o do Jacob, n�o sabendo a quem dirigir-se primeiro- . Importaria a algu�m me dizer o
que � o que est� passando?
- Hey, Libby, se tiver sido essa irm� t�o sexy que tem, eu gostaria de lhe dizer que...
Descal�o, e com a sudadera rota, Cal saiu da cozinha. Todo mundo se voltou para olh�-lo. O sorriso lhe gelou na cara. Todo mundo ficou paralisado onde estava,
como se o tempo se deteve de repente.
- J.T. - pronunciou com uma voz que era pouco mais que um sussurro, enquanto a alegria e a incredulidade batalhavam em seu interior- . J.T. - repetiu. Logo,
soltando uma exclama��o de j�bilo, correu a abra��-lo- OH, Meu deus, Jacob! � voc� de verdade!
Libby ficou olhando-os at� que as l�grimas lhe nublaram a vista e teve que voltar-se. Sunny, em troca, estava radiante de alegria. O reencontro dos dois irm�os.
Era maravilhoso ver tanta ternura e emo��o no rosto do Jacob.
- N�o posso acredit�-lo - murmurou Jacob, escrutinando, devorando seu rosto
- Como chegaste? - Jacob seguia agarrando o dos bra�os, necessitado de seu contato, de sentir que era real e que estava ali, com ele.
- Da mesma maneira que voc�, mas com algo mais de delicadeza. Tem bom aspecto - de alguma forma, tinha esperado encontrar a Cal p�lido, magro e cansado de andar
brigando com o s�culo vinte. Mas, em lugar disso, tinha uma apar�ncia absolutamente saud�vel. E feliz.
- Voc� tamb�m - deixou de sorrir- . E mam�e e papai? Como est�o?
- Bem.
Cal assentiu. Aquela era uma dor com o que tinha tido que aprender a viver.
- Recebeu minha mensagem. N�o podia estar seguro.
- Recebemo-lo - afirmou Jacob.
- Ent�o j� conhece o Libby - o arrependimento se evaporou de repente. Voltando-se, tendeu a m�o a sua mulher. Ela n�o se moveu.
- Sim, conhecemo-nos - Jacob assentiu com a cabe�a e esperou a que ela desse o primeiro passo.
- Suponho que os dois ter�o muitas coisas que falar - pronunciou Libby, recorrendo a toda sua for�a de vontade para manter um tom de voz firme, sereno.
- Libby - murmurou Cal enquanto se aproximava dela, e lhe acariciou a bochecha at� que levantou o olhar para ele. Em seus olhos viu tanto amor como medo- .
N�o.
- Estou bem - rep�s- Tenho algumas costure que fazer acima. Assim poder�o falar os dois tranq�ilamente - olhou ao Jacob- Sei o muito que lhes sentistes falta
de.
E, voltando-se, subiu apressada as escadas. depois de ver desaparecer a sua irm�, Sunny olhou o rosto s�rio de Cal e o mal-humorado do Jacob.
- Insisto: que diabos est� acontecendo aqui?
- V� com ela, quer? - p�-lhe uma m�o no ombro- . N�o quero que fique sozinha.
- De acordo - j� podia dar-se conta, com solo olh�-los, de que no momento n�o ia conseguir nenhuma explica��o satisfat�ria. Assim tentaria tirar-lhe ao Libby.
Cal esperou at� que Sunny terminasse de subir as escadas. Enfrentando-se de novo a seu irm�o, leu a f�ria, a paix�o e a dor em seus olhos.
- Temos que falar.
- Sim.
- Aqui n�o - declarou. Pensava em sua mulher.
- N�o, aqui n�o - Jacob, a sua vez, pensou no Sunny- Iremos a minha nave.

Sunny se deteve na porta do dormit�rio. Suspirando profundamente, abriu-a. Libby estava sentada no bordo da cama, as m�os entrela�adas no rega�o. N�o chorava.
As l�grimas n�o teriam sido t�o dilaceradoras como o desespero que trasluc�a seu rosto.
- Carinho, o que acontece?
Libby acreditava estar vivendo um sonho. Um pesadelo. Elevou o olhar.
- Quanto tempo leva aqui?
- Umas tr�s semanas - Sunny se sentou na cama e tomou as m�os entre as suas- me Fale. Eu acreditava que foste p�r te muito contente de conhecer irm�o de Cal.
- E o estou... por ele - esperando que isso fora verdade, levou-se uma m�o ao est�mago- Te explicou por que est� aqui? Contou-te de onde vem?
- Claro - assombrada, sacudiu-a brandamente dos ombros- V�o, Libby, volta em ti. Pode que J.T. tenha uma apar�ncia um tanto �spera, mas n�o � nenhum monstro.
Simplesmente esteve muito preocupado por Cal, e possivelmente um tanto do�do de que seu irm�o te escolhesse e se estabelecesse aqui.
- OH, Deus - incapaz de permanecer sentada, Libby se levantou para aproximar-se da janela. Ouviu o ru�do de um motor e viu o todoterreno desaparecer no bosque-
Eu o teria deixado ir - pronunciou em voz baixa, e fechou os olhos- . Nnaquele tempo naquele tempo estava preparada para faz�-lo. N�o podia lhe pedir que renunciasse
a sua fam�lia, a sua vida. Mas agora n�o posso deix�-lo partir. N�o o permitirei.
- aonde partiria?
Libby apoiou a frente no frio cristal da janela.
- Jacob tem que te haver contado o terrivelmente complicado que � tudo isto.
Levantando-se, Sunny se reuniu com sua irm� e lhe p�s as m�os sobre os ombros. Deixava-os tensos, como cabos de a�o. Come�ou a lhe dar uma massagem para relax�-los.
- Cal � uma pessoa adulta, Libby, e o de ficar aqui foi elei��o dela. J.T. simplesmente tem que aceit�-lo.
- Mas o aceitar�?
- A primeira vez que chegou aqui, J.T. estava furioso e ressentido. Simplesmente n�o era capaz de entender os sentimentos de Cal. Mas as coisas trocaram. Para
ele e para mim.
Lentamente, Sunny se voltou para ela. O que havia no cora��o de sua irm� estava claramente escrito em seus olhos. Sentiu uma pontada de p�nico.
- OH, Sunny...
- Hey, n�o me olhe assim - sorriu- . Estou apaixonada, n�o doente terminal.
- O que vais fazer?
- vou voltar com ele.
Soltando um inarticulado gemido, Libby a abra�ou. Desesperada-se.
- Pelo amor de Deus, Libby, est�-te pondo t�o dram�tica como Jacob. Solo se trata da Filadelfia. Est�-te comportando como se fora a me instalar em Plut�o.
- N�o h� col�nias humanas em Plut�o. - Reprimindo uma gargalhada, Sunny se apartou.
- Bom, ent�o suponho que ter� que descartar essa possibilidade. Teremos que nos conformar alugando um apartamento na Filadelfia.
Libby olhou fixamente ao Sunny, e sua express�o foi trocando pouco a pouco. As l�grimas que antes tinham brilhado em seus olhos se secaram.
- N�o o entende, verdade?
- Entendo que amo ao J.T. e que ele me ama . Ainda n�o falamos a s�rio de um compromisso duradouro, mas solo � quest�o de tempo - se interrompeu, receosa- Libby,
por que me est� olhando agora como se queria me retorcer o pesco�o?
- O tua n�o - a voz do Libby tinha recuperado sua firmeza. Talvez fora a de car�ter mais apraz�vel das duas, mas quando a gente a que amava se via amea�ada,
at� a rainha das amazonas teria empalidecido a seu lado- . O muito canalha...
- Perd�o?
- Hei dito que � um canalha.
- Escuta, Libby...
Negou com a cabe�a. N�o estava disposta a que a interrompessem agora.
- Disse-te que te amava?
Sunny suspirou, a ponto de perder a paci�ncia.
- Sim.
- E te deitou com ele.
- estiveste tomando li��es com papai? - perguntou-lhe, entrecerrando os olhos.
- Claro que te deitaste com ele - murmurou Libby, caminhando de um lado a outro da habita��o- . Te apaixonou, deitou-se contigo, e nem sequer teve a dec�ncia
de lhe dizer isso Cuando Cal entr� en el puente de la nave, se vio invadido por una oleada de nostalgia. Las aeronaves de carga que sol�a pilotar siempre hab�an
satisfecho su pasi�n por el vuelo, pero aquella era especial. Incapaz de resistirse, desliz� los dedos por la mesa de controles.
- me dizer o que?
- Que Cal e ele procedem do s�culo vinte e tr�s.
No meio do s�bito sil�ncio que seguiu a aquelas palavras, Sunny a olhou de marco em marco. "Muito sol", pensou imediatamente. Seu pobre irmana se chamuscou
o c�rebro em Bora-bora. Lentamente se aproximou dela.
- Lib, quero que te tombe agora mesmo enquanto eu te trago um trapo frio para a cabe�a.
- N�o - ainda furiosa, negou com a cabe�a- Sente-se voc� enquanto eu te trago um brandy. me acredite, vais necessitar o.

Quando Cal entrou na ponte da nave, viu-se invadido por uma quebra de onda de nostalgia. As aeronaves de carga que estava acostumado a pilotar sempre tinham
satisfeito sua paix�o pelo v�o, mas aquela era especial. Incapaz de resistir, deslizou os dedos pela mesa de controles.
- � uma beleza, J.T. Um novo modelo?
- Sim. Pensei que era prefer�vel desenh�-la especificamente para esta viagem. Tivemos que fazer alguns ajustes para melhorar sua capacidade de manobra e de
resist�ncia ao calor.
- eu adoraria pilot�-la, para ver o que � capaz de fazer.
- Adiante - Cal p�s-se a rir.
- N�o ter�amos mais que voar algumas centenas de quil�metros para sair na capa do National Enquirer.
- O que � isso?
- Ter� que v�-lo por ti mesmo - resistente, separou-se da mesa de controles e da tenta��o que entranhava. De novo contemplou ao Jacob, detendo-se em cada rasgo-
meu Deus, me alegro tanto de verte...
- Como p�de faz�-lo, Cal?
- � uma larga hist�ria - suspirando, sentou-se no assento do piloto.
- Li o informei.
- H� coisas que n�o podem registrar-se em um relat�rio. Voc� a viu.
- Sim, vi-a.
- A amo, J.T. N�o sabe quanto a amo.
Jacob sentiu uma pontada de compaix�o, que imediatamente se esfor�ou por ignorar. Naquele momento n�o queria pensar no Sunny.
- Acredit�vamos que estava morto. Seis meses.
- Sinto muito.
- Sente-o? - Jacob se voltou para contemplar a paisagem nevada pela tela- Cinco meses e vinte e tr�s dias depois de que lhe d�ssemos por perdido, sua nave aterrissou
a uns sessenta quil�metros da base McDowell, no Baixem. Vazia. Recuperamos seus informe - olhou a seu irm�o-E tubo que ver sofrer outra vez a mam�e e a papai, rasgados
pela dor.
- Queria que soubessem onde estava. E por que. J.T., eu n�o planejei isto. Voc� viu o jornal da bordo.
- Sim, vi-o - esticou a mand�bula- Calculei as probabilidades que teria tido de sair daquele buraco negro de uma pe�a. N�o havia nenhuma - pela primeira vez,
sorriu- Sempre foste um piloto condenadamente bom, Cal.
- J�, mas n�o pode introduzir a m�o do destino no banco de dados de um ordenador - durante os �ltimos meses, tinha refletido muito sobre aquele epis�dio- o
do Libby estava escrito, J.T. Pode calcular o que acontecer� o pr�ximo mil�nio, e isso n�o trocar�. Por muito que te queira, n�o posso retornar e abandon�-la.
J.T. olhou-o em sil�ncio. Mais que compreender o que tinha passado, odiava-o. Semanas antes, t�o solo umas semanas antes, teria discutido com Cal, lhe teria
gritado, haveria-lhe inclusive obrigado a retornar com ele. N�o lhe teria dado elei��o.
- Tanto te ama?
A sombra de um sorriso apareceu nos l�bios de Cal.
- Ela nunca me pediu que ficasse. De fato, fez todo o poss�vel para me ajudar a preparar a viagem de volta. Inclusive me pediu que a deixasse me acompanhar.
Teria sido capaz de renunciar a tudo.
- Mas, em vez disso, ficou aqui. Foi voc� quem terminou renunciando a tudo.
- Crie que me resultou f�cil tomar essa decis�o? - perguntou-lhe Cal. levantou-se como uma mola da cadeira, furioso e frustrado de uma vez- � o mais dif�cil
que tenho feito em toda minha vida. Maldita seja, n�o tinha elei��o. N�o sabia se a nave ag�entaria, e n�o podia arriscar sua vida. Estava preparado para arriscar
a minha, mas n�o a sua. E n�o podia deix�-la. Era imposs�vel.
Jacob n�o queria compreend�-lo. Mas o compreendia.
- Passei-me dois anos inteiros aperfei�oando o mecanismo da viagem tempor�ria, desenhando a nave, preparando-o tudo. N�o vou afirmar que mais trabalho, mais
estudos, n�o tenham sido necess�rios, mas o consegui sem maiores problemas. O fator de �xito foi de noventa por cento. Volta para casa comigo, Cal. E com ela.
Cal contemplava em sil�ncio a paisagem nevada. Durante o �ltimo ano tinha aprendido muitas coisas. E a li��o mais importante era que a vida n�o era t�o singela.
As decis�es como aquela n�o podiam tomar-se � ligeira.
- H� outro dado que n�o consideraste, J.T. Libby est� gr�vida.

11

Sunny n�o dizia nada. Durante a �ltima meia hora, tinha passado de acreditar que sua irm� padecia um caso n�o muito grave de insola��o a perguntar-se se n�o
teria se tornado completamente louca.
O s�culo vinte e tr�s. Buracos negros. Naves espaciais. Finalmente se tinha sumido em um assombrado sil�ncio enquanto Libby lhe relatava a hist�ria de uma miss�o
a Marte e da trope��o de Cal com um buraco negro que, por meio de uma curiosa combina��o de sorte, habilidade e a misteriosa m�o do destino, tinha-o disparado atrav�s
do tempo para as postrimer�as do s�culo vinte.
E o aturdido e confundido Cal, um acostumado piloto intergal�ctico aficionado � poesia, teria se convertido em um viajante do tempo. Viajar atrav�s do tempo.
"OH, Meu deus", exclamou para si. Recordava claramente o leve sorriso que tinha visto desenhar-se nos l�bios de Cal quando lhe falou de seus atuais experimentos.
Mas isso n�o queria dizer que... N�o. Aspirou profundamente, decidida a dominar sua desatinada imagina��o.
Tinha que tratar-se de algum tipo de brincadeira. A gente n�o viajava, acidentalmente ou n�o, atrav�s do tempo. Jacob era da Filadelfia, recordou-se enquanto
tomava outro gole de brandy. Era um cientista algo exc�ntrico, isso era tudo.
- N�o me crie - pronunciou Libby com um suspiro. "Tenha muito cuidado e muita paci�ncia", ordenou-se Sunny, passando uma m�o pelo cabelo. Isso era o que precisamente
necessitava sua irm� naqueles momentos.
- Carinho, vamos mais devagar...
- Crie que me estou inventando isso.
- N�o sei muito bem o que acredito. De acordo, est� tentando me dizer que Cal era um antigo capit�o de... como era?
- For�a Internacional Espacial.
- Isso. E que se estrelou com sua nave no bosque depois de ter uma topada com um buraco negro.
Sunny tinha esperado que, ao escutar seu pr�prio relato de seus l�bios, sua irm� pudesse dar-se conta do muito absurdo que soava. Mas Libby se limitou a assentir.
- Exatamente
- Exatamente - Sunny o tentou de novo- . E que, depois, Jacob, atrav�s de m�dios mais aperfei�oados, seguiu sua mesma rota atrav�s do tempo para poder visitar
seu irm�o.
- Quer levar-se o de volta. Vi-o em seus olhos.
A tristeza que refletia a express�o do Libby a comoveu profundamente.
- Cal te ama - tomou uma m�o- . Nada do que fa�a ou n�o fa�a J.T. poder� trocar isso.
- N�o, mas... Sunny, � que n�o te d� conta? Ele n�o veio aqui movido por um simples impulso. deveu que ter trabalhado durante meses, anos incluso, para encontrar
a maneira de vir. Quando um homem se obceca com algo...
- De acordo - a interrompeu- . N�o veio aqui por um simples impulso. Por raz�es que ainda n�o fui capaz de entender, desgosta-lhe terrivelmente que Cal se casou
contigo e decidido viver no Oreg�n.
- N�o � sozinho Oreg�n - lhe espetou Libby- . � o Oreg�n do s�culo vinte.
- Hey, tranq�ila, carinho. Sei que est� alterada, mas...
- Alterada? Pois claro que estou alterada. Esse homem empreendeu uma viagem atrav�s do tempo e retrocedido mais de duzentos anos, de modo que n�o pensa voltar-se
sem Cal.
Sunny se deixou cair na cama, derrotada.
- Libby, tem que voltar em ti. Voc� � a mais sensata das duas, recorda? Tem que te dar conta de que tudo isto � um absurdo.
- Bem - decidiu seguir uma t�tica distinta- Pode me assegurar, com toda sinceridade, que n�o notaste nada estranho no J.T.? - elevou uma m�o antes de que Sunny
pudesse responder- N�o estou falando de uma excentricidade, mas sim de um pouco realmente estranho.
- Bom, eu...
- Ah - tomando a vacila��o de sua irm� por uma amostra de assentimento, insistiu ainda mais- Como chegou at� aqui?
- N�o sei o que quer dizer.
- Chegou em algum carro? Eu n�o vi nenhum.
- N�o, n�o veio em um carro. Veio... - de repente come�aram a lhe suar as m�os- Chegou caminhando do bosque.
- Caminhando do bosque - assentiu Libby, sombria- No inverno.
- Lib, reconhe�o que J.T. � um pouco estranho.
- Do tipo dos que ficam deslumbrados ou surpreendidos com as coisas mais simples e ordin�rias?
Sunny se lembrou do grifo da pia.
- Bom... sim.
- Do tipo dos que n�o entendem a express�o coloquial mais comum?
- Isso tamb�m, mas... Libby, o fato de que tenha essas raridades n�o significa que seja forzosamente um extraterrestre.
- Um extraterrestre n�o - a corrigiu Libby com tom paciente- � t�o humano como voc� ou como eu. Solo que procede do s�culo vinte e tr�s.
- S� isso?
- Tenho uma maneira muito mais singela de lhe convencer - se levantou e a tirou da m�o- Aconte�a o que aconte�a em um futuro entre Cal e eu, solucionaremo-lo
juntos. Mas voc� tem que compreend�-lo tudo. Tudo. Somente estou fazendo isto porque tem direito ou seja em que confus�o te colocaste.
Sunny assentiu em sil�ncio. N�o se atrevia a falar, porque uma grande parte do que lhe havia dito Libby tinha horr�veis reflexos de sentido. E tinha medo, muito
medo.
Do fundo de uma gaveta de seu escrit�rio Libby tirou o que parecia claramente um rel�gio. Sob o atento olhar do Sunny, conectou-lhe um cabo e juntou o outro
extremo ao ordenador.
- V�em ver isto - lhe disse depois de acender o aparelho. Receosa, Sunny se aproximou.
- Que diabos �?
- � a unidade de bracelete de Cal. Um computador.
- Processando.
Sunny deu um coice para ouvir aquela voz met�lica.
- Como tem feito isso?
- Com uma mescla de tecnologia do s�culo vinte e do vinte e tr�s.
- Mas... mas... mas...
- Ainda n�o viu nada - lhe advertiu Libby, e se dirigiu de novo � tela- . Ordenador, quero a informa��o de arquivo sobre o Jacob Hornblower.
- Hornblower, Jacob, nascido na Filadelfia, 12 de junho de 2224. Astrof�sico, atualmente respons�vel pelo departamento AP do Laborat�rio Durnam, Filadelfia.
Graduado na Universidade de Princeton com sobressalente cum sentencie em 2242, licenciado em Direito em 2244. Status AAA. Doutorado em Astrof�sicas em 2248. participou
da Liga de Beisebol Intergal�ctico MVP como lan�ador. ERA 1.28.
Sunny reprimiu uma gargalhada hist�rica.
- Para.
O ordenador ficou em sil�ncio. lhe tremendo as pernas, Sunny retrocedeu at� derrubar-se na cama.
- Ent�o � certo.
- Sim. Respira profundo v�rias vezes - lhe aconselhou Libby- Se necessita tempo para assimil�-lo.
- Disse-me que estava fazendo experimentos com viagens tempor�rias - de puro nervosismo, sentiu umas incontenibles ganha de rir- Isto sim que � bom - fechou
os olhos. disse-se que aquilo tinha que ser um sonho, um rid�culo sonho. Mas quando voltou a abri-los, tudo seguia igual. Ouviu o ru�do da porta principal ao fechar-se,
e se levantou como uma mola- . vou esclarecer isto com ele. Agora mesmo.
- por que n�o ...? - Libby se interrompeu ao ver que sua irm� passava de comprimento a seu lado- N�o importa - e se sentou na cama enquanto ela baixava as escadas
a toda pressa.
Mas era Cal quem tinha entrado na cabana, n�o Jacob.
- Onde est�? - perguntou-lhe Sunny.
- Est�... er, fora. Est� Libby acima?
- Sim - com as pernas separadas e uma express�o desafiante nos olhos, bloqueou-lhe o passo �s escadas- . Est� muito alterada.
- N�o tem por que.
Como o que viu em seu olhar resolvia algumas de suas d�vidas, relaxou-se um tanto.
- Me alegro de que te tenha dado conta de que � um parvo com sorte, Caleb.
- Eu tamb�m te quero.
Em um impulso, beijou-o em uma bochecha. "Depois", decidiu. Depois pensaria sobre tudo aquilo. E provavelmente se voltaria louca. Mas agora tinha algo que fazer.
- Quero saber onde est� esse verme que tem por irm�o. E n�o tente me deter. Libby me contou isso tudo.
Mas Cal preferia mostrar-se prudente.
- O que � o que te contou? - Sunny o olhou, inclinando a cabe�a:
- � muito tarde para te dar a bem-vinda ao s�culo vinte?
- N�o - sorriu- . J.T. est� em sua nave. A uns cinco quil�metros para o Nordeste. Solo tem que seguir os rastros do todoterreno - a sujeitou de um bra�o antes
de que pudesse O partir aconteceu muito mal, Sunny. Eu lhe tenho feito muito dano.
- N�o tanto como o que lhe vou fazer eu.
disp�s-se a acrescentar algo, mas recordou que Jacob sempre tinha sido capaz de cuidar de si mesmo. Assim subiu a ver sua mulher.
Libby seguia ainda sentada na cama, olhando sem ver a paisagem que se divisava pela janela. Tinha uma express�o tranq�ila, com as m�os entrela�adas sobre o
rega�o como se queria proteger a vida que se estava desenvolvendo em seu interior. Olhando-a, Caleb pensou que jamais amaria a ningu�m como a aquela mulher.
- Ol�.
- Ol� - deu um coice, for�ando um sorriso- Hoje tenho um dia muito ocupado - se levantou antes de que ele pudesse dizer algo- . Tenho d�zias de coisas que fazer.
Ainda n�o terminei que desfazer a bagagem e para esta noite quero preparar um jantar especial...
- Espera um momento - a tirou dos bra�os, lhe impedindo de escapar, e a atraiu brandamente para si- Te amo, Libby.
- Sei - apoiou a cabe�a sobre seu ombro.
- N�o, n�o acredito que saiba - lhe elevou delicadamente o rosto para olh�-la aos olhos- Como pudeste pensar que poderia partir ?N�o me parti ent�o nem o farei
agora.
Libby se limitou a sacudir a cabe�a, em sil�ncio.
- Sente-se - murmurou ele.
- Caleb, n�o sei o que lhe dizer - se sentou, retorcendo-as m�os- Imagino como deve te sentir, tendo a seu irm�o aqui quando j� tinha feito � id�ia de n�o voltar
a v�-lo. te recordando com sua presen�a todo aquilo ao que renunciaste, a gente que deixaste atr�s...
- terminaste?
Sua �nica resposta foi um triste encolhimento de ombros.
- J.T. deu-me uma c�pia da carta que encontrou quando esteve desenterrando nossa c�psula do tempo - se sentou a seu lado- . N�o a leu. Ainda segue em seu sobre.
- Como p�de consegui-la se ainda est� em... - interrompeu-se, rendo-se de si mesmo- Uma est�pida pergunta.
- Voc� a p�s na c�psula para que eu pudesse l�-la quando retornasse.
Tirou a carta do bolso e Libby a olhou assombrada. Tinha o mesmo aspecto que quando a meteu na caixa, e mesmo assim... o papel era diferente, advertiu nada
mais toc�-la. Mais grosso, mais forte. E, acrescentou para si mesmo, provavelmente n�o era papel. Ao menos o tipo de papel no que ela estava pensando.
- Quando voltava da nave do J.T., detive-me para l�-la-a tirou do sobre- Se tivesse estado o suficientemente louco para te deixar, isto me teria feito voltar.
Outra vez.
- supunha-se que n�o era essa a inten��o.
- Sei - tomou uma m�o e a levou aos l�bios- Por isso significa tanto para mim. Lembra-te do que escreveu?
- Algo.
- vou ler te uma parte - baixou o olhar � carta- Queria que soubesse que, em meu cora��o, sempre quis que estivesse no lugar ao que pertencia. Ali onde te correspondesse
estar. Foi sincera quando escreveu isto?
- Sim.
- Ent�o suponho que te alegrar� de saber que estou exatamente no lugar ao que perten�o, no que me corresponde estar - enquanto lhe semeava o rosto de beijos,
fez-a tombar-se brandamente na cama- Contigo.
Sunny n�o teve maior problema em encontrar os rastros do todoterreno. Umas levavam a cabana e as outras em dire��o contr�ria. Com express�o sombria agarrou
com for�a o volante, com a mente em branco.
N�o queria pensar. Ainda n�o. Uma vez que come�asse a faz�-lo, seria como lan�ar-se por um abismo. Certamente sempre tinha tido uma grande afei��o pelo incomum,
pelo ins�lito... mas aquilo era j� muito.
Quando divisou a nave, instalada comodamente em um leito de neve, freou de repente. Parecia t�o grande como uma casa. Imaginou que ainda devia ser a metade
de grande que o cargueiro que tinha pilotado Cal. Provavelmente de linhas mais elegantes, mais chamativas. Sua polida superf�cie branca refletia os raios do sol.
Distinguiu o que parecia ser uma janela que rodeava a proa. E, sem f�lego, viu o Jacob aparecendo a ela para olh�-la.
O fato de ver o Jacob dentro daquele aparelho, dentro de algo que nem sequer devia existir, transformou seu estupor em f�ria. Desceu do todoterreno e se dirigiu
decididamente para a nave.
Jacob ativou um mecanismo e a porta se abriu, adiantando ao mesmo tempo uma escalerilla de acesso. Sunny subiu por ela, j� n�o t�o decidida. Tendeu-lhe uma
m�o para ajud�-la a entrar.
- Sunny, eu... - mas o que tinha pensado dizer ficou bruscamente interrompido pelo impacto de um punho em sua mand�bula. cambaleou-se para tr�s, aturdido, at�
cair em coberta.
Sunny se ergueu sobre ele, col�rica.
- te levante, miser�vel covarde, para que possa voltar a te pegar.
Jacob ficou sentado no ch�o por um momento, esfregando-a mand�bula. N�o lhe importava o golpe; de fato, o tinha esperado. Mas n�o gostava que o chamassem covarde.
Baixo essas circunst�ncias, entretanto, seria melhor que a deixasse desafogar-se um pouco.
- Est� zangada.
- Zangada? - vaiou entre dentes- . vou demonstrar te se o estiver ou n�o... - e como evidentemente n�o parecia disposto a levantar-se, equilibrou-se para ele.
Jacob encaixou outro golpe antes de que pudesse lhe agarrar as duas m�os.
- Maldita seja, Sunny, para j�. vou ter que te fazer danifico.
- me fazer danifico? - cega de f�ria, lutou tudo o que p�de enquanto Jacob conseguia situar-se em cima dela. Mas nessa ocasi�o seu joelho tomou despreparado
e fez impacto no ponto mais vulner�vel de seu corpo.
Sem f�lego, derrubou-se sobre ela.
- te tire de cima, canalha.
Se sua vida tivesse dependido disso, tampouco teria podido mover-se. A dor, merecido ou n�o, lhe disparava da entrepierna at� o c�rebro. Sua �nica defesa consistia
em seu peso.
- Sunny... - ofegou- . Voc� ganha.
A luta tamb�m tinha consumido as for�as do Sunny. N�o queria que ele soubesse o muito d�bil e indefesa que se sentia. Tensa a mand�bula, rezou para que n�o
lhe tremesse a voz.
- Hei dito que te tire de cima.
- Farei-o, logo que me assegure de que n�o estou morto - levantou a cabe�a.
Viu ent�o que estava chorando. Grandes e silenciosas l�grimas rodavam por suas bochechas. Mais afetado por elas que pelo golpe recebido, sacudiu a cabe�a.
- N�o - as enxugou, mas seguiu chorando- . Maldita seja, Sunny, n�o chore.
- te aparte.
Rodou a um lado, decidido a deix�-la s� at� que se recuperasse. Mas antes de que pudesse dar-se conta disso j� a tinha estreitado entre seus bra�os, lhe acariciando
meigamente o cabelo.
- N�o me toque - estava tensa e r�gida. A f�ria e a humilha��o batalhavam ferozmente em seu interior- N�o quero que me toque.
- Sei. Mas n�o posso evit�-lo.
- Mentiu-me.
- Sim - lhe beijou o cabelo- . O sinto.
- Aproveitou-te de mim.
- N�o. Voc� sabe t�o bem como eu.
- N�o te conhe�o - tentou apartar-se, mas ele a abra�ou com mais for�a. Bruscamente jogou os bra�os ao pesco�o, enterrando o rosto em seu peito- Te odeio. Odiarei-te
enquanto viva.
As l�grimas n�o corriam j� em sil�ncio, a n�o ser a golpe de solu�o. Jacob n�o falava, n�o tinha nada que lhe dizer a aquela mulher que lhe tinha metido na
alma. Compreendia � mulher forte que acabava de golpe�-lo, sabia enfrentar-se � mulher que lutava, resistia, atacava. Mas aquela outra que solu�ava desesperadamente
em seus bra�os... era um mist�rio. Indefesa, fr�gil, desenganada. E dessa Sunny tamb�m se apaixonou.
aferrava-se a ele, odiando-se a si mesmo. Queria lhe pegar, castig�-lo por lhe haver quebrado o cora��o, mas solo podia abra��-lo e aceitar assim o consolo
que lhe estava oferecendo.
Brandamente Jacob a levantou em bra�os. Precisava consol�-la, proteg�-la, am�-la. Queria acarici�-la at� lhe secar as l�grimas, balan��-la at� que deixasse
de tremer e de sofrer. E por cima de tudo ansiava lhe demonstrar que, de todas as coisas que tinha feito, apaixonar-se por ela tinha sido a mais importante.
Sunny n�o podia evit�-lo, embora se desprezava a si mesmo por cada l�grima que estava derramando. Era incapaz j� de lutar contra ele. Jacob a levou a sua cabine,
onde a luz era mais t�nue. A cama era de �gua, coberta com len��is cor azul p�lida. As paredes tamb�m eram azuis. Com ela em bra�os, tombou-se na cama.
Quando os solu�os come�aram a minguar, semeou-lhe o rosto de beijos, da t�mpora at� a boca. Ainda lhe tremiam os l�bios. Recha�ando seu beijo, Sunny se voltou
e lhe deu as costas.
- Sunny - lhe acariciou um ombro- . Por favor, me fale.
N�o se incomodou em lhe retirar a m�o. Simplesmente ficou olhando a parede, ensimismada.
- Sinto-me como uma est�pida. Chorando em seu ombro depois do que me tem feito.
- Eu nunca quis te fazer danifico.
- Mentir � fazer mal.
- Eu n�o te menti. Somente n�o te disse a verdade - podia ver a l�gica de seu comportamento, precisava v�-la. Mas duvidava que ela pudesse- . Hoje mesmo lhe
ia contar isso tudo.
Sunny esteve a ponto de soltar uma sarc�stica gargalhada.
- Ainda seguem usando esse velho truque no s�culo vinte e tr�s? - havia-o dito em voz alta. No s�culo vinte e tr�s. E se encontrava em uma aeronave espacial
com um homem que n�o teria nascido at� muito depois de que ela tivesse morrido. Teria preferido acreditar que todo aquilo era um sonho, mas a dor era muito real.
- Devi buscar a meu irm�o - confessou Jacob- Nunca acreditei que terminaria me relacionando contigo, me apaixonando por ti. Tudo aconteceu t�o r�pido...
- E eu estava presente, lembra-te?
- me olhe.
Mas Sunny negou com a cabe�a.
- Simplesmente esque�amo-lo, J.T. Um homem como voc� provavelmente se cria com direito a enredar-se com uma mulher n�o em cada porto... a n�o ser em cada s�culo.
- Hei dito que me olhe - esgotada sua paci�ncia, fez-a voltar-se- Eu te amo.
Aquelas palavras pareceram debilitar a resolu��o do Sunny. Sua �nica defesa era o furor.
- Parece que a defini��o de amor trocou com o curso do tempo. N�o perca o tempo. Arrumarei-me isso perfeitamente.
- Querer� me escutar?
- N�o importa o que queira me dizer.
- Ent�o n�o te far� mal ouvi-lo.
Sunny negou energicamente com a cabe�a. Agora que j� tinha deixado de chorar, estava lista para enfrentar-se novamente com ele.
- Voc� nunca pretendeu ficar comigo, construir uma vida comigo. Para ti o nosso somente foi um acerto tempor�rio. Mas n�o posso te culpar por isso. Voc� nunca
me prometeu nada, solo te deixou levar, � certo. Em qualquer caso, eu sou a respons�vel por meus pr�prios sentimentos e te detesto por n�o ter sido sincero desde
o come�o.
- Era muito complicado. N�o sabia como foste reagir...
- sup�e-se que os cientistas fazem experimentos. E voc� o �, n�o?
- Sim. De acordo. O fato � que, quando estava contigo, n�o queria pensar em nada nem em ningu�m exceto em ti - quando lutou para voltar-se, manteve-a quieta
onde estava- Queria sinceridade, n�o? Pois me escute. Ao princ�pio fiz o que fiz porque n�o tinha outro rem�dio. N�o podia me deter. E tampouco queria. Se me equivoquei,
foi porque deixei de pensar com a cabe�a. Se o danifiquei tudo, foi porque n�o sabia como me relacionar contigo neste tempo e neste lugar, neste s�culo. Pensei que
n�o lhe podia contar isso tudo, que isso teria sido um engano. Logo, quando me apaixonei por ti, j� n�o soube o que fazer - frustrado, acariciou-lhe uma bochecha-
Sunny, n�o acreditava que fora poss�vel te revelar a verdade. E n�o sabia como... - interrompeu-se, amaldi�oando entre dentes- Se tivesse sido poss�vel, te teria
dado mais romance, mas n�o tinha nenhum presente para ti.
- Romance? Presente? - tinha pensado que estava muito esgotada para voltar a zangar-se. Mas estava em um engano- De que dem�nios est� falando?
- De romantismo - repetiu, um pouco envergonhado- De uma especial aten��o em forma de m�micos, adula��es e entrega de presentes... - repetiu a defini��o que
lhe tinha facilitado o banco de dados de seu ordenador.
- � a coisa mais est�pida que ouvi alguma vez. Romance? � essa a maneira que sua superior esp�cie tem de definir o romantismo? - apartou-lhe as m�os- Imbecil.
O romantismo nada tem que ver com a adula��o ou os presentes. Tem que ver com o carinho e a ternura, com o fato de compartilhar sonhos e esperan�as. Tem que ver
com a sinceridade.
- Isto � sincero...
E a beijou nos l�bios. Sunny se disp�s a resistir, a recha��-lo com um sorvete desd�m. Mas pela primeira vez a boca do Jacob n�o se mostrou �vida, nem apaixonada,
nem desesperada. Em lugar de todo isso, mostrou-se imensamente tenra. A beleza daquele beijo a comoveu, e sua defensiva atitude de desinteresse se derreteu como
a neve na primavera.
Olhou-a. Sunny acreditou ler a confus�o em seus olhos. disse-se que n�o importava, que n�o devia lhe importar. N�o podia permitir cair naquela armadilha pela
segunda vez. Mas lhe acariciou a bochecha e voltou a beij�-la.
At� esse momento, Jacob n�o tinha imaginado que o fato de expressar ternura pudesse ser algo t�o debilitador e satisfat�rio de uma vez. At� ent�o, sempre tinha
experiente poder quando a tocava. Um poder enorme. Mas agora solo sentia um delicioso e pl�cido calor derramando-se por todo seu ser. E queria compartilh�-lo com
ela, lhe demonstrar o muito apreciada que era e seria sempre para ele.
- Amo-te - murmurou. Quando ela tentou negar com a cabe�a, limitou-se a repetir aquelas duas palavras enquanto a beijava de novo.
Sunny n�o podia lutar contra aquilo. N�o quando seu c�rebro se achava envolto naquela n�voa, e seu corpo inundando-se naquela densa e doce escurid�o. Soltou
um tremente suspiro ao tentar pronunciar seu nome.
"Tempo", pensou Jacob enquanto aprofundava o beijo com deliciosa lentid�o. Sim. tomariam tanto tempo como necessitassem. E quando seu tempo tivesse terminado,
Sunny saberia que ele nunca voltaria a amar a ningu�m como a tinha amado a ela.
Despiu-a. Embora lhe tremiam os dedos pela intensidade de suas pr�prias emo��es, nenhum dos dois se apressou. Bot�o a bot�o foi lhe desabotoando a camisa, beijando
a pele nua que ia descobrindo. J� n�o havia desejo nem avidez, a n�o ser uma agridoce, quase dolorosa ternura.
Rendendo-se, Sunny lhe tirou o su�ter para poder sentir a calidez de sua pele contra a sua. Se solo tivesse disposto daquele dia para viv�-lo, teria esquecido
todos os ayeres, todos os manh�s. Quando seus l�bios se encontraram, foi como se se beijassem pela primeira vez. A primeira vez que se amavam.
Aqueles instantes os recordaria por sempre. O sabor de seus l�bios, aquelas doces palavras sussurradas contra sua boca. N�o eram promessas. N�o podia as haver.
Mas estava aquele verde profundo de seus olhos, nos que se afundava sem rem�dio. Aquela inef�vel ternura de suas m�os.
Jacob foi deslizando os jeans seguindo seu percurso com a boca, pelos quadris, as coxas, os tornozelos. Naquela silenciosa habita��o sumida na penumbra, n�o
existia o dia nem a noite. Solo um cora��o t�o cheio de amor que era indestrut�vel, que ningu�m poderia nunca romper.
Teve a sensa��o de que estariam para sempre assim, sozinhos, amando-se. Com o amor que sentia por ela navegando em seu sangue, infiltrando-se em seus ossos
para nunca abandon�-lo. Uma sensa��o que o enchia de gozo. Porque Sunny estaria com ele, a pesar do tempo e a dist�ncia.
Entrou nela, ofegante. Sunny o acolheu com incondicional generosidade. E o tempo se deteve, formoso em sua imobilidade.
Sunny despertou, piscando na escurid�o, e sentiu medo. A seu lado, a cama estava fria. foi-se. O p�nico lhe atendeu a garganta. Conteve as vontades de gritar
e tentou tranq�ilizar-se.
Mas n�o se partiu, ou ao menos n�o se foi muito longe, porque ela seguia na nave, em sua cama. Com o cora��o lhe pulsando acelerado, ficou tombada e tentou
pensar.
Jacob lhe tinha feito o amor com tanta do�ura, com tanta delicadeza, com tanta ternura... Como se fora uma despedida. Tentando conter as l�grimas, prometeu-se
que n�o voltaria a chorar. Chorar n�o resolvia nada. Se o amava, que o amava, qu�o �nico podia fazer ao respeito era manter-se firme. vestiu-se e foi busc�-lo.
N�o conseguia orientar-se na nave. Havia outra cabine, mais pequena que a do Jacob mas decorada com os mesmos tons de azul. Atravessou uma sala que sup�s devia
ser a cozinha, porque viu um estranho tipo de forno e uma barra de metal com uma esp�cie de cart�o vazio de bebida. Ao fim o encontrou na ponte de mando, sentado
ante a mesa de controles. Levava uns jeans como �nica roupa. A tela mostrava um panorama de bosques e a sombra de altas montanhas ao fundo. Mantinha a vista fixa
naquela paisagem enquanto falava com o computador da bordo.
- Coordenadas para mil e quinhentas horas.
- Afirmativo.
- Preferido destino o mais pr�ximo poss�vel � data, hora e posi��o da partida original.
- Compreendido.
- Estimativa aproximada de tempo de v�o e salto tempor�rio.
- Calculando... Estimativa tr�s horas e vinte e dois minutos da sa�da at� a �rbita do sol. Deseja um c�lculo mais exato?
- N�o.
- Jacob - Se girou em sua poltrona, amaldi�oando entre dentes.
- Desconex�o - A tela do ordenador ficou em branco- Acreditava que estava dormindo.
- Estava-o - acusa��es, amea�as, s�plicas estiveram a ponto de aflorar a seus l�bios. Conteve-as. prometeu-se a se mesma que seria forte- Te volta, verdade?
- Tenho que faz�-lo-se levantou para aproximar-se dela- Sunny, tentei encontrar outra maneira. N�o a h�.
- Mas...
- Quer a seus pais?
- Sim, � obvio.
- E eu a meus - tomou uma m�o- . N�o pode imaginar tudo o que passamos quando pens�vamos que Cal tinha morrido. Minha m�e... � uma mulher muito forte, mas quando
lhe comunicaram que tinha desaparecido, e provavelmente morto, esteve a ponto de consumir-se de dor. E assim dias, semanas, meses.
- Sinto-o - rep�s com tom suave.
Jacob sacudiu a cabe�a. Ainda lhe custava falar daquilo.
- Logo, quando descobrimos a verdade, tentaram aceit�-lo. Estava vivo, e isso era o importante. Mas saber que nunca mais voltariam a v�-lo, nem ou seja nada
mais dele... - interrompeu-se, frustrado- . Entretanto possivelmente possam aceit�-lo, sobre tudo quando lhes explicar que � feliz aqui, muito feliz. Quando lhes
contar o de seu filho.
- Que filho?
- que vai ter Libby. N�o lhe disse isso ela?
- N�o - estremecida, Sunny se levou uma m�o � cabe�a- Todo isto � t�o confuso. E eu... assim Libby est� gr�vida - rendo brandamente, deixou cair a m�o- V�!
Agora resulta que vou ter um sobrinho, ou uma sobrinha - lhe parecia perfeito, extra�amente adequado que quando seu pr�prio mundo se encontrava em seu momento mais
tenebroso, surgisse de repente aquela pequena fa�sca de vida, e de esperan�a, no futuro. No mesmo futuro no que n�o estaria Jacob. Bom, um beb� s� demora nove meses
em nascer - comentou, tentando adotar um tom ligeiro- . Suponho que n�o ter� pensado na possibilidade de ficar ao menos at� saber se for ser menino ou menina.
Jacob pensou em qu�o f�cil era ver atrav�s daquele sorriso. detr�s daqueles olhos, onde aninhava a tristeza.
- N�o posso me arriscar a deixar a nave aqui durante tanto tempo... e j� ultrapassei os c�lculos que tinha feito ao vir. Sunny, meus pais t�m o direito, e a
necessidade, de saber da vida de Cal, de seu filho. De seu neto.
- � obvio.
- Se pudesse ficar... ali n�o h� nada que signifique tanto para mim como o que encontrei contigo. Tem que me acreditar.
Sunny se esfor�ou por manter a serenidade enquanto seu mundo se desmoronava em sil�ncio.
- O que acredito � que me ama.
- Amo-te. Mas se n�o voltar, se n�o dou isso a meus pais, nunca poderei viver em paz comigo mesmo.
Sunny se voltou, porque o compreendia muito bem.
- Uma vez, quando tinha nove ou dez anos, perdi-me. Est�vamos passando o ver�o na cabana e eu queria explorar os arredores. Pensava que conhecia bem o bosque.
Mas me perdi. Passei uma noite inteira debaixo de uma �rvore. Quando mam�e e papai me encontraram � tarde seguinte, estavam desesperados. Nunca tinha visto nem voltaria
a ver chorar assim a meu pai.
- Ent�o saber� por que n�o posso lhes dar as costas.
- Sim, � obvio - for�ou um sorriso enquanto se voltava para ele- Sinto ter montado aquela cena antes.
- N�o...
- Sinto-o de verdade. N�o tinha direito a te dizer essas coisas. Ainda me custa me p�r em seu lugar quando chegou, imaginar o que deveu sentir enquanto esperava
a que voltasse Cal.
- N�o foi t�o duro. Tinha a ti.
- Sim - estendeu uma m�o para lhe acariciar uma bochecha, mas quase imediatamente a deixou cair- Alegro de te haver conhecido. Queria que soubesse.
- Sunny..
- Ent�o, quando te parte? - deliberadamente, colocou-se fora de seu alcance. Se a tocava, por muito leve que fora seu contato, derrubaria-se.
- Amanh�.
Teve que juntar os joelhos para evitar que lhe tremessem.
- T�o logo?
- Pensei que era o melhor. Para todo mundo.
- Acredito que tem raz�o - mentiu- Mas querer� acontecer algo mais de tempo com Cal. Fez um comprido caminho para v�-lo.
- Falarei com ele pela manh�. E com o Libby tamb�m - acrescentou- Quero me reconciliar com ela.
depois de escutar aquilo, ao Sunny j� n�o custou tanto sorrir.
- Parecem o um para o outro. Voc� tamb�m te deste conta, verdade?
- Terei que estar cego para n�o v�-lo. Deixando a um lado a ci�ncia e a l�gica, �s vezes os sentimentos s�o as f�rmulas mais precisas e exatas - sentindo-se
um pouco mais forte, tendeu-lhe a m�o- Eu gostaria de passar esta noite aqui, contigo.
Jacob a atraiu para si, emocionado.
- Voltarei - quando ela negou com a cabe�a, apartou-a para olh�-la. Em seus olhos voltava a brilhar tanta f�ria como paix�o- Voltarei. Juro-lhe isso. Necessitarei
um pouco mais de tempo, algumas prova. Em s� dois anos consegui chegar at� aqui. Em dois anos mais melhorarei a mec�nica deste viaje at� convert�-lo em um pouco
t�o f�cil como chegar a Marte.
- Chegar a Marte - repetiu ela.
- Confia em mim. Quando o conseguir, teremos mais tempo para estar juntos.
- Mais tempo... - murmurou Sunny, e fechou os olhos.
12
Sunny partiu antes de que Jacob despertasse. Pareceu-lhe o melhor. N�o tinha dormido nada. ficou-se acordada durante toda a noite tentando encontrar alguma
solu��o.
Jacob tinha deixado posta uma m�sica lenta, rom�ntica, obra de um compositor do que ela nunca tinha ouvido falar. E tinha ajustado a ilumina��o da cabine de
maneira que simulasse a luz da lua.
Para dar um toque rom�ntico, pensou. J� compreendia o que tinha querido lhe dizer, e o amava ainda mais por isso. Aquela noite lhe tinha dado tudo o que lhe
tinha resultado poss�vel lhe dar, exceto o que ela mais ansiava: um futuro.
Enquanto refletia sobre o giro que tinha dado sua vida, deu-se conta de que, at� esse momento, todas as decis�es que tinha tido que tomar tinham sido plainas,
brancas ou negras. Uma elei��o s� podia ser acertada ou err�nea. Mas nessa ocasi�o, a mais transcendental de sua vida, havia d�zias de zonas interm�dias de sombra.
Conduziu lentamente de retorno � cabana. Era imposs�vel uma segunda despedida. Havia dores que n�o podiam suportar-se duas vezes. Sunny s� podia confiar em
que Jacob compreendesse o que estava fazendo. Ou que o compreendesse ela mesma.
Estacionou detr�s da cabana e ficou sentada durante um momento no todoterreno, contemplando o brilho do gelo nos ramos das �rvores sob o sol da manh�. Escutando
o som do sil�ncio do bosque. Saboreando no ar o sabor da neve que estava a ponto de cair.
Com parcim�nia, lutando contra a dor, desceu do ve�culo e entrou na cabana pela porta que dava � cozinha.
Libby tinha deixado uma luz na janela. Ao ver o resplendor do velho abajur de querosene, os olhos lhe voltaram a encher de l�grimas. Procurando as conter, sentou-se
ante a mesa e deslizou os dedos por sua polida superf�cie, como Jacob fazia t�o solo umas semanas antes.
- Levantaste-te cedo.
Sunny elevou os olhos e se encontrou com os de sua irm�.
- Ol� - sorriu- Mam�e.
Instintivamente Libby se levou uma m�o ao ventre.
- Jacob lhe disse isso. E eu que queria ter sido primeira em lhe contar isso - Lo tumb� de un golpe.
- As boas not�cias o s�o qualquer que seja a fonte - se levantou para abra��-la. Sentia a necessidade de aferrar-se a sua felicidade- N�o tem n�useas pela
manh�?
- N�o. A verdade � que nunca me hei sentido melhor.
- Ser� melhor que Cal te mime o que te merece. Por seu bem.
- Descuida - Libby se apartou um pouco para olh�-la atentamente. Tinha olheiras, o olhar triste- Que tal est�?
- Bem - como as pernas lhe fraquejavam de novo, voltou a sentar-se � mesa- Lamento o de ontem. Quando me parti t�o bruscamente.
- N�o importa.
Libby ia vestida com um folgado e grosso su�ter e cal�as de veludo cotel�, seu traje favorito para a montanha. Observando-a, Sunny pensou que nunca a tinha
visto t�o formosa. E se perguntou se alguma vez chegaria ela a levar uma vida em seu interior, a senti-la crescer dentro de seu ser.
- Tombei-o de um golpe.
- Me alegro - rep�s Libby com tom aprobador. Logo se voltou para encher uma bule e p�-la ao fogo- Gosta de tomar o caf� da manh�?
- Mais tarde possivelmente.
- Sunny, sinto-o tanto...
- Pois n�o o sinta - lhe aproximou por detr�s, lhe pondo uma m�o no ombro- Estou bem, de verdade.
- Ama-o.
- Sim, amo-o.
Desejando poder lhe contagiar a sua irm� a felicidade que sentia, Libby apoiou a bochecha contra seu cabelo.
- Cal diz que J.T. pretende melhorar sua t�cnica de viagem tempor�ria.
- � verdade. Ele mesmo me contou isso.
- � um homem brilhante, Sunny. Verdadeiramente brilhante. Li o resto de seu curr�culum. E o fato de que pudesse fazer este viaje em t�o s� dois anos � uma prova
disso. Uma vez que termine com suas provas, voltar�.
- Espero que possa - fechou os olhos- Oxal� - logo, soltando uma nervosa gargalhada, cobriu-se o rosto com as m�os- . Se algu�m nos visse neste momento... Estamos
falando de tudo isto como se fora o mais natural do mundo. Devo seguir ainda sob os efeitos do shock.
- Ao cabo de ano e meio, ainda h� manh�s em que me acordado me perguntando se tudo o que passou neste tempo n�o ter� sido um sonho.
- Mas voc� tem a Cal - murmurou Sunny- Ele est� contigo para te demonstrar que � real, que n�o te imaginaste nada.
- Sunny, se eu... - interrompeu-se quando Cal entrou na cozinha. encolheu-se de ombros, impotente- . H� algo que eu possa fazer?
- N�o. Arrumarei-me isso. Prometo-lhe isso.
- vou sair a respirar um pouco de ar fresco - anunciou Libby-ao, quer te encarregar do ch�?
- Claro.
Sunny os conhecia o suficientemente bem para adivinhar que ambos tinham previsto que Cal tivesse umas palavras com ela a s�s.
- O que gosta? - perguntou-lhe Cal uma vez que teve sa�do Libby- Rosquinhas ou torradas carbonizadas?
- J.T. arrumou a torradeira.
- Seriamente? Sempre lhe gostou de pin�ar nos aparelhos - a bule come�ou a ferver, lhe dando uns segundos para pensar o que queria lhe dizer- Sunny... acredito
que nevar� antes de que anochezca Y...
- Cal, por que n�o te relaxa um pouco? Por muito tentadora que fora a id�ia, n�o o assassinei.
- N�o estava preocupado por isso - serve duas ta�as- Ao menos, n�o excessivamente. � dif�cil de explicar.
- O que quer me dizer? Que seu irm�o � um est�pido? J� sei.
- Tamb�m � muito sens�vel.
- Estamos falando do mesmo homem? Do Jacob Hornblower, o astrof�sico? O tipo de cabe�a dura como uma pedra e um g�nio de mil dem�nios?
"Uma acertada descri��o", pensou Cal.
- Se. Mas isso n�o tira que tenha sentimentos, que queira �s pessoas que o rodeia. Sua fam�lia. Lembran�a que de menino, sempre se estava brigando porque algu�m
havia dito algo mau de mim. Isso me chateava, porque eu queria arrumar esses assuntos por mim mesmo, mas ele sempre me adiantava. E meus pais... Nenhuma s� vez se
esqueceu de um anivers�rio, ou de um anivers�rio de bodas...
- Cal - com gesto ausente, Sunny se tornou a��car no ch�- Como decidiu ficar ?
- Eu n�o o decidi - respondeu- Quero dizer que n�o acredito que a palavra "decidir" seja muito adequada. Porque implica elei��o, e eu n�o podia deixar ao Libby.
Tentei-o. Mas nunca deixei que pensar em minha fam�lia.
- Tanto se o considera uma elei��o ou n�o, teve que ser muito dif�cil.
- Sim que foi. Nem sequer estava seguro de consegui-lo, de ter querido voltar. Enviei a nave e os informe porque existia a possibilidade de que, dessa maneira,
minha fam�lia pudesse chegar ou seja de mim - lhe p�s uma m�o sobre a sua- Com o J.T. � diferente. Ele sabe que. pode voltar. E n�o pode fazerisso a nossos pais.
- N�o, claro - levantou a cabe�a- Mas tudo isto deveu que ser terrivelmente duro para ti.
- foi o melhor ano de minha vida.
- Mas a separa��o...
- Se tivesse retrocedido outros cinco s�culos mais n�o me teria importado. Sempre e quando tivesse encontrado ao Libby.
- Ela tamb�m � muito afortunada de te ter a ti.
- Eu gosto de pensar isso - sorriu, mas de repente ficou s�rio- Ele te ama, Sunny.
Um brilho de emo��o dan�ou em seus olhos antes de que baixasse o olhar.
- Disse-lhe isso?
- Sim, mas n�o tinha nenhuma necessidade. Pude v�-lo-a primeira vez que pronunciou seu nome. Suponho que o que queria te dizer � que Jacob jamais sentou por
ningu�m o que sente por ti.
- Ajudar�-me, Cal? Parti-me da nave antes de que despertasse - apertou os l�bios para que n�o lhe tremessem- N�o posso me despedir dele.
Libby permanecia de p� ao lado do riacho, contemplando os esfor�os da �gua por abrir-se passo entre a neve. Em sua mente o via tal e como o tinha visto na primavera,
quando se deslizava l�nguidamente. pelas rochas e o canto dos p�ssaros se ouvia em qualquer parte.
Era ali onde tinha enterrado com Cal a c�psula do tempo. E onde tinha feito o amor com ele, sobre a erva, com o cora��o esmigalhado de dor ao imaginar o desenterrando
a caixa em alguma primavera centenas de anos depois.
Mas, em lugar disso, Cal se tinha ficado, e tinha sido seu irm�o quem tinha desenterrado, ou quem desenterraria, aquela caixa. E era o cora��o de seu irmana
o que estava agora esmigalhado de dor. Nenhum consolo que oferecesse ao Sunny seria nunca suficiente.
Parecia-lhe terrivelmente ir�nico que ela tivesse alcan�ado a felicidade ao mesmo tempo que sua irm� a desgra�a. Ela tinha a Cal. Um lar. E um filho. Com um
leve sorriso, levou-se uma m�o ao ventre. O filho ou a filha que viria ao final do ver�o, e que os uniria ainda mais. Sunny, em troca, solo teria lembran�as, e Libby
nada podia fazer para evit�-lo.
Foi naquele instante quando girou ligeiramente a cabe�a e viu o Jacob. Solo estava a uns metros dela. N�o tinha ouvido seus passos, afogados pelo manto de neve.
Sob as sombras projetadas pelas �rvores, podia ver o muito que se parecia com Cal. A mesma complei��o, a mesma cor de tez, os mesmos rasgos duros, fortes. Tinha
uma express�o pensativa que a fez perguntar-se quanto tempo teria estado ali, contemplando-a em sil�ncio.
N�o se aproximou dele. Embora Jacob j� n�o representava nenhuma amea�a para ela, tinha-lhe roubado o cora��o a sua irm�. E o tinha quebrado.
- Cal est� dentro - pronunciou com voz fria e tranq�ila. N�o fez intento algum por mostrar-se am�vel.
- Queria falar contigo.
- Se se tratar de Cal, a elei��o de partir ou de ficar � somente dela. Sempre o foi, tanto se lhe crie isso como se n�o.
- Sei - caminhou lentamente at� deter-se frente a ela- Isso � algo que jamais acreditei que chegaria a aceitar ou a compreender. Mas o entendo perfeitamente.
E nossos pais tamb�m o entender�o... levar�o-se uma enorme alegria quando lhes falar de ti. E de seu filho.
- Os sente falta de - rep�s Libby com voz rouca de emo��o- Eles deveriam sab�-lo.
- Saber�o.
- por que n�o o disse ao Sunny? - perguntou-lhe, sem poder evit�-lo- Como p�de deixar que se apaixonasse por ti quando sabia que te foste partir?
Jacob fechou os punhos dentro dos bolsos de seu casaco.
- Passei-me dois anos trabalhando, preparando o caminho para chegar at� aqui. Por uma raz�o. Solo uma. Encontrar a meu irm�o e levar-me o de volta a casa.
- Mas n�o lhe vais levar - declarou isso, desafiante.
- N�o - Jacob esteve a ponto de sorrir. Libby se parecia mais a sua irm� do que tinha acreditado em um princ�pio- E al�m ficarei sem o Sunny. Ela n�o � a �nica
que se apaixonou. Nem a �nica que saiu perdendo.
- Mas voc� foi consciente do que estava fazendo.
Tremendo de frustra��o, enfrentou-se a ela. E pela primeira vez Libby viu em seus olhos um olhar de absoluta dor, de imensa tristeza.
- Voc� acreditava que Cal partiria, Impediu-te isso am�-lo, ou impediu a ele que amasse a ti?
- N�o - com um suspiro, p�-lhe uma m�o no bra�o- N�o.
- Ela � forte. N�o deixar� que a dor a consuma. E se eu n�o volto... - esmigalhado de dor, aspirou profundamente- . Se eu n�o voltar, ela sobreviver�.
- De verdade o crie?
- Tenho que acredit�-lo-se passou uma m�o tremente pelo cabelo. Acabava de lhe dizer o que n�o tinha sido capaz de lhe revelar ao Sunny. Aquilo com o que ele
mesmo n�o tinha querido enfrentar-se- N�o tenho o procedimento aperfei�oado. Esta vez me equivoquei por uns meses. A pr�xima vez, se � que h� alguma, pode que sejam
anos. Possivelmente, para ent�o, Sunny tenha come�ado uma nova vida. Tenho que aceitar isso.
- Sabe? - sorriu-lhe- Meu of�cio � estudar �s pessoas. Quando converte essa atividade em uma profiss�o, aprende muitas mais costure que as tradi��es e as pautas
culturais das pessoas. Aprende que o amor verdadeiro, o duradouro, � um bem muito escasso. O amor � algo que n�o ter� que dar nunca por garantido, J.T. � algo que
deve ser reverenciado, entesourado.
Jacob percorreu com o olhar a paisagem nevada. A paisagem daquele mundo que estava come�ando a compreender.
- Pensarei nela cada dia durante o resto de minha vida.
- N�o te soa de nada a palavra "compromisso"?
- at� agora, quase n�o. Mas estou disposto a me emendar. Solo posso te dizer que, do preciso momento em que volte, dedicarei-me em corpo e alma a encontrar
uma forma de retornar aqui.
Comovida, beijou-o em uma bochecha. E ficou surpreendida quando ele a abra�ou. Sem vacilar, devolveu-lhe o abra�o.
- Cuida deles. Dos dois.
- Farei-o - Libby sorriu ao ver cal aproximar-se para eles. depois de beijar por �ltima vez ao Jacob, apartou-se e estendeu uma m�o para Cal- Me vou preparar
o caf� da manh�.
- Obrigado - Cal lhe apertou a m�o- Te quero.
E, com um sorriso, Libby se dirigiu para a cabana.
- Est� Sunny dentro?
Cal se voltou para seu irm�o.
- Sim, tornou cedo - o tirou do bra�o para ret�-lo a seu lado- . Escuta, J.T. Sunny me pediu que te dissesse que te deseja uma boa viagem, mas que n�o � capaz
de despedir-se de novo de ti.
- Ao diabo com isso.
- Jacob - Cal se moveu para lhe bloquear o passo- Precisa faz�-lo assim. me acredite, n�o a ajudar� em nada se tenta v�-la outra vez.
- E cortar assim, pelo s�o? - replicou Jacob, liberando-se- Assim de singelo?
- Eu n�o hei dito que fora singelo. N�o h� ningu�m que saiba melhor que eu o que sente. Se a amas, deixa-a assim.
Voltando-se, Jacob se afastou uns passados presa de uma terr�vel dor misturada de ressentimento. Sunny nem sequer o veria por �ltima vez. Era como se j� se
converteu em uma lembran�a. Possivelmente fora melhor assim, pensou. Melhor para que ele pudesse acreditar que ela j� estava sobrevivendo, reconstruindo sua pr�pria
vida. Se n�o podia fazer nada mais por ela, ao menos poderia satisfazer aquela �ltima peti��o.
- De acordo. lhe diga... - interrompeu-se, amaldi�oando entre dentes. Nunca seria capaz de encontrar as palavras para o que estava sentindo.
- J� sabe - pronunciou Cal- . Vamos dentro.
Pela tarde se dirigiram para a nave. Jacob se perguntou se Sunny os estaria contemplando da janela antes de desaparecer no bosque. Mas quando voltou a vista
atr�s, o sol se refletia nos vidros das janelas e n�o p�de ver nada.
Cal n�o deixava de falar, tentando encher o sil�ncio com seu bate-papo acalmado. Em certo momento Jacob viu que procurava a m�o do Libby, para apertar-lhe com
for�a.
E a ele lhe tinha negado inclusive aquilo. Inclusive um simples contato. Amaldi�oando ao Sunny, desceu do todoterreno.
- O contarei tudo a mam�e e a papai. - Cal assentiu com a cabe�a.
- Volta para laborat�rio. Oxal� pudesse voltar e lhe trazer isso contigo para que nos visitassem.
- Voltarei - abra�ou a seu irm�o. - Quero-te, J.T.
Suspirando, Jacob se apartou para voltar-se para sua irm�.
- lhe diga ao Sunny que encontrarei uma maneira.
- Eu n�o o duvido - Libby piscou para conter as l�grimas enquanto lhe tendia um sobre- Ela me pediu que te entregasse isto, mas insistiu em que te fizesse prometer
que n�o o abriria at� que retornasse a sua �poca.
Jacob foi tomar o, mas Libby se negou a entregar-lhe Encontrarse en medio del silencioso espacio sideral resultaba, de alg�n modo, relajante. Pero Jacob no
quer�a relajarse. Necesitaba aferrarse a su furia, a su frustraci�n. Tensa la mand�bula, encendi� el computador de a bordo.
- Quero sua palavra. Segundo Cal, nunca h� incumplido uma promessa.
- Prometo-lhe isso - o dobrou cuidadosamente e o guardou em um bolso. Beijou-a nas bochechas- te Cuide, hermanita.
Libby j� n�o p�de mais. A primeira l�grima rodou por seu rosto.
- Voc� tamb�m - apoiou a cabe�a no ombro de Cal enquanto Jacob j� se dirigia para a nave.
- Voltar�, Libby - Cal levantou uma m�o a modo de sauda��o, e a deixou cair. Sonriendo, beijou-a no cabelo no momento em que ela come�ava a solu�ar- Sozinho
� quest�o de tempo.
Uma vez dentro, Jacob procurou limp�-la cabe�a e ficou a trabalhar. O procedimento da decolagem era singela, mas revisou todos os controles t�o meticulosamente
como o teria feito um piloto novel. N�o queria pensar. N�o podia permitir-lhe Para cuando el salto temporal toc� a su fin, estaba sin aliento. El sudor le corr�a
por la espalda. Una mirada a los controles le confirm� que hab�a tenido �xito.
Tinha previsto que lhe doeria, mas n�o tinha podido imaginar que chegaria a sentir aquela classe de dor surda, corrosivo. iluminaram-se as luzes da mesa de
mandos quando conectou a igni��o. Na tela p�de ver como Cal afastava ao Libby a uma dist�ncia prudencial. Por �ltima vez procurou no bosque algum ind�cio da presen�a
do Sunny. Nada. Pulsou o �ltimo bot�o.
A nave se elevou brandamente, quase em sil�ncio. Sabia que n�o podia permitir uma demora, mas reduziu a velocidade at� que seu irm�o e Libby se converteram
em um par de pontos diminutos em um mar branco e verde. Com um gemido, ascendeu de repente atravessando em uns segundos a atmosfera terrestre.
Encontrar-se no meio do silencioso espa�o sideral resultava, de algum modo, relaxante. Mas Jacob n�o queria relaxar-se. Precisava aferrar-se a sua f�ria, a
sua frustra��o. Tensa a mand�bula, acendeu o computador da bordo.
- Fixa as coordenadas para o sol.
- Coordenadas fixadas.
Visto atrav�s da tela, o mundo era simplesmente uma bola de vistosos cores. Conectou o navegador autom�tico. Tudo estava muito tranq�ilo; n�o havia nenhum tr�fico,
nem comercial nem privado. Nenhuma nave patrulha com a que comunicar-se. Nem pontos de fronteira espacial.
N�o demorou para entrar no hiperespacio. Como antes, entrecerrando os olhos, tensos os m�sculos, viu-se disparado para o sol. Observou desapasionadamente como
os indicadores registravam um dram�tico incremento da temperatura exterior. Uma vez baixada a tela protetora seguiu voando �s cegas, habilmente mas sem a emo��o
que o tinha assaltado durante a viagem de ida.
Pulsou v�rias teclas do ordenador e incrementou a velocidade, ajustando a inclina��o da nave. Com movimentos r�pidos e precisos, deslizava os dedos pela mesa
de controles. Embora estava preparado, o movimento inercial o esmagou contra o assento. E murmurou uma maldi��o, col�rico e desesperado de uma vez.
J� n�o havia volta atr�s. Como uma bala sulcava, o espa�o afastando-se mais e mais do Sunny. E de seu pr�prio cora��o, que tinha deixado em suas m�os.
Para quando o salto tempor�rio tocou a seu fim, estava sem f�lego. O suor lhe corria pelas costas. Um olhar aos controles confirmou que tinha tido �xito.
"�xito", pensou entristecido enquanto se esfregava os olhos. Levantou a tela protetora para aparecer a seu pr�prio tempo. Tudo parecia similar ao anterior:
as estrelas, os planetas, o espa�o escuro... Mas havia mais sat�lites, e ao longe distinguiu a luz de um laborat�rio. Em menos de trinta minutos teria que seguir
os sinais e indica��es espaciais. J� n�o estaria sozinho. Recostando-se no assento, fechou os olhos com um gesto de calado desespero.
Sunny se tinha ido.
O destino os tinha unido para logo separ�-los. O destino, pensou, e sua pr�pria intelig�ncia. Mas usaria essa intelig�ncia. Embora demorasse anos, ou dezenas
de anos, encontraria uma maneira de unir de novo suas vidas. Sim, voltaria, e ajustaria com tanta precis�o o tempo que Sunny apenas se daria conta de que se partiu.
Lentamente se tirou a carta do bolso. Era o �nico que lhe tinha ficado dela. Provavelmente uma mensagem. Umas quantas palavras de amor, de recorda��o. Mas n�o
seria suficiente, pensou furioso enquanto rasgava o sobre.
Entretanto, solo havia uma palavra: surpresa. Surpresa? Que tipo de mensagem era esse? De repente, ao escutar um ru�do a suas costas, girou sua poltrona.
Estava na soleira da ponte de mando. Mortalmente p�lida, mas com os olhos brilhantes.
- Assim j� tem lida minha mensagem - sorriu.
- Sunny? - ao princ�pio pronunciou seu nome em um sussurro, convencido de que se achava ante uma alucina��o. Esse solo era um dos potenciais efeitos colaterais
da viagem tempor�ria. Teria que lembrar-se de registr�-lo.
Mas n�o somente podia v�-la, ou ouvi-la. Tamb�m podia cheirar seu perfume. levantou-se catapultado da poltrona para abra��-la com for�a, devorando seus l�bios.
Ent�o ficou paralisado. Apavorado.
- O que est� fazendo aqui? - perguntou-lhe, sacudindo a dos ombros- . Que diabos tem feito?
- O que tinha que fazer.
Quando viu que se cambaleava, amaldi�oou-a entre dentes.
- N�o, j� me gritar� depois - lhe disse com tom tranq�ilo- Acredito que me vou deprimir.
- N�o - embora estava furioso, levantou-a como se n�o pesasse mais que uma pluma e a levou a um assento- Est� enjoada?
- Sim - se levou uma m�o � t�mpora- foi uma viagem terr�vel.
- N�useas?
- um pouco.
Jacob pulsou um bot�o vermelho e se abriu um pequeno compartimento, de que tirou uma caixa quadrada.
- Toma - entregou uma pastilha diminuta, esmagada- Deixa que se dissolva na l�ngua. Idiota - a insultou, apesar de que o tinha obedecido- N�o est� treinada
para uma viagem tempor�ria.
O al�vio foi instant�neo. Aspirou profundamente, satisfeita de haver-se recuperado. Logo se voltou para a tela. A gal�xia se estendia ante sua vista.
- OH, Meu deus - a cor tinha voltado para suas bochechas- � incr�vel. Aquilo... aquilo � a Terra?
- Sim - lhe suavam as m�os. N�o teria faltado muito para que ele mesmo se enjoasse- Sunny, � consciente do que tem feito?
- A que velocidade estamos viajando?
- Maldita seja, Sunny.
- Sim, sou consciente do que tenho feito - se girou na cadeira para apoiar as m�os sobre seus joelhos. Seus olhos, quando se encontraram com os seus, tinham
um olhar limpa e clara- viajei atrav�s do tempo contigo, Jacob.
- Tem que ter perdido o julgamento... Como te p�de ocorrer algo t�o rid�culo?
- Cal e Libby me ajudaram.
- Que lhe ajudaram? Eles sabiam que planejava isto?
- Sim - quando as m�os lhe come�aram a tremer, entrela�ou-as sobre o rega�o. N�o queria que Jacob soubesse o muito assustada que estava- O decidi ontem � noite.
- Decidiu-o - repetiu ele.
- Isso � - elevou o queixo- Falei com Cal esta manh�, e me disse tudo o que queria saber - j� mais tranq�ila, voltou-se de novo para a tela. Havia luzes no
c�u. Estrelas. Por muito incr�vel que fora, estava sulcando o espa�o com o �nico homem ao que tinha amado. Ao que amaria.
Jacob se disse que algu�m dos dois tinha que ser sensato, que manter-se tranq�ilo. Mas n�o podia ser ele.
- Sunny, n�o acredito que compreenda o que acaba de fazer.
- Compreendo-o perfeitamente - o olhou. Sim, j� estava mais acalmada. Com a cabe�a limpa e o cora��o transbordante de gozo- Cal protestou quando lhe disse o
que pensava fazer... Embora foi um protesto simb�lico, mais em benef�cio do Libby que do meu. Mas quando falei com minha irm�, ela o compreendeu. Ela mesma me levou
a nave esta tarde, quando voc� estava falando com Cal.
- Seus pais...
- Eles sempre quiseram que fora feliz - sentiu uma pontada de dor, muito profunda, quando pensou neles- . Libby e Cal o explicar�o tudo - como j� estava segura
de que as pernas poderiam sustent�-la, levantou-se para caminhar por coberta- N�o estou dizendo que n�o v�o entristecer se, ou a me jogar de menos se n�o ser poss�vel
o retorno. Mas acredito que meu pai, sobre tudo meu pai, sentir� tamb�m uma tremenda inveja e uma tremenda alegria quando pensar onde estou... - p�s-se a rir- Ou,
melhor dizendo, quando. Nenhum dos dois nos caracterizamos por nossa capacidade de ceder, J.T. Conosco, ou � tudo ou nada. Acredito que por isso nos compenetramos
t�o bem.
- Deveu haver ficado ali e me esperar - Jacob se cobriu a cara com as m�os para depois passar-lhe pelo cabelo, com gesto nervoso- Maldita seja, Sunny, disse-te
que voltaria. Que solo demoraria um ano, possivelmente dois ou tr�s.
- Eu n�o queria esperar tanto.
- Mas se tivesse conseguido aperfei�oar o sistema, teria podido retornar cinco minutos depois de que me partisse, segundo seu tempo. N�o tinha nenhum direito
a tomar uma decis�o t�o importante como esta sem me consultar.
- � minha decis�o - irritada, aproximou-se dele- Se n�o me quiser, ent�o j� me buscarei uma companhia mais grata. Possivelmente em Marte. Posso cuidar perfeitamente
de mim mesma.
- Isto n�o tem nada que ver com o que queira ou possa deixar de querer. A n�o ser com o que � melhor para ti.
- aonde vai? Ainda ficam v�rios milhares de quil�metros antes de que cheguemos a uma atmosfera respir�vel.
- Esta � uma nave muito grande, n�o?
- Sente-se.
- N�o...
- Hei dito que se sente - e a empurrou com n�o muita suavidade contra uma cadeira- E te cale. Tenho algo que te dizer. Este viaje entranha uns riscos que voc�
n�o pode nem imaginar sequer. Se eu tivesse cometido um m�nimo engano, algum c�lculo mau feito...
- Mas n�o foi assim.
- Essa n�o � a quest�o.
- E qual � a quest�o, Hornblower?
- Que n�o deveu ter feito isto.
- Bem - pronunciou Sunny, suspirando impaciente- Mas j� n�o tem sentido que sigamos discutindo disso, porque j� o tenho feito. por que n�o olhamos para o futuro?
Jacob se deu conta de que precisava sentar-se.
- Pode que nunca volte.
- Sei. J� aceitei essa possibilidade.
- Se trocar de id�ia...
- J.T. - suspirando, levantou-se para ajoelhar-se frente a ele- N�o posso trocar de id�ia a n�o ser que troque de cora��o. E isso n�o � poss�vel.
Jacob estendeu uma m�o para lhe acariciar o cabelo.
- Eu nunca te teria pedido isto.
- Sei. E se eu lhe tivesse pedido isso, teria-me dado meia d�zia de raz�es, a qual mais l�gica, para me convencer de que ficasse. E, entretanto, teria estado
equivocado. O que n�o podia fazer era viver sem ti.
- Sunny.
- Olha o desta maneira: eu sempre tive a sensa��o de estar por diante de meu tempo, de me haver equivocado de era. Possivelmente v� melhor na tua.
- cometeste a maior estupidez do mundo, mas... - atraiu-a para si- ... como me alegro de que o tenha feito!
- Ent�o n�o est� zangado?
Jacob lhe demonstrou qu�o zangado estava ao beij�-la nos l�bios.
- Quando hoje n�o quis lombriga, foi como se me tivesse partido o cora��o com uma faca. E, de algum jeito, tive a sensa��o de que o tinha deixado ali, contigo.
Ao Sunny lhe encheram os olhos de l�grimas, mas lutou pelas conter.
- Isso foi quase po�tico.
- N�o acostume a isso - sem solt�-la, voltou-se para pulsar uns sensores na mesa de mandos.
- Ensinar�-me a dirigir esta nave?
Jacob a olhou. Estava realmente ali, com ele. E era dela. para sempre.
- claro que sim - respondeu, divertido e a beijou de novo.
- Mmmmm - suspirou de agradar- Em que ano estamos agora?
- No 2254.
- V� - exclamou, m�dio aturdida- Isso significa que tenho agora mesmo... duzentos e oitenta e sete anos de idade - arqueou uma sobrancelha- Voc� gosta das mulheres
amadurecidas?
- Enlouquecem-me.
- te lembre disso quando chegar aos trezentos e nossa rela��o comece a decair. Penso te frustrar, te irritar e em geral, converter sua vida em um caos durante
muito tempo.
- Conto com isso.
E juntos observaram como a grande esfera verdiazul que constitu�a seu lar se ia aproximando pouco a pouco...
Ep�logo

O rumor das ondas parecia encher a habita��o. A su�te estava aberta ao c�u estrelado e ao mar enfurecido, encrespado pela tormenta. Um penetrante aroma a jasmim
flutuava no ar. O sussurro de uma m�sica lenta se mesclava com o long�nquo eco dos trov�es.
- Eu tinha raz�o - murmurou Sunny.
Jacob trocou de postura na cama para aproxim�-la mais para si.
- Sobre o que... esta vez?
- A tormenta - respondeu, com o corpo vibrando ainda de paix�o- Sabia que n�o seria uma tranq�ila noite de lua de enche, nem um entardecer tropical.
- Bom, o ambiente n�o sup�e tanta diferen�a.
- � por isso pelo que me trouxeste aqui? Ao lugar que uma vez me descreveu?
- Traga-te aqui para que pass�ssemos uns dias relaxados.
- Ah, assim que me trouxe para isso. Mas ent�o... quando vamos relaxar nos? - sorriu antes de come�ar a lhe semear o peito de beijos- . V�? J� te est� excitando
outra vez.
Jacob lhe acariciou o cabelo com infinita ternura.
- Quanto tempo temos casados?
Com gesto indolente, Sunny pulsou um bot�o do lateral da cama. E no ar flutuaram por um instante uns n�meros luminosos.
- Cinco horas e vinte minutos.
- Temo-me que n�o poderemos nos relaxar at� dentro de cinq�enta anos - deslizou uma m�o por seu ombro nu- Voc� gosta?
- Estar casada?
- Isso tamb�m. Mas referia a este lugar.
- eu adoro. Sabe uma coisa? Acredito que o fato de me haver trazido aqui � o mais rom�ntico que tem feito nunca.
- Eu pensava que preferiria Paris, ou o Complexo �ntimo de Marte.
- Sempre poderemos ir a Marte - rep�s, rendo- V�, parece que me acostumei a falar assim. Uma vez te adverti de que aprendia r�pido. E o estou fazendo.
- E isso que solo leva aqui seis meses.
- Seis meses - repetiu Libby- . Muito demoraste para te casar comigo...
- Eu me teria tirado de cima esse tr�mite em cinco minutos se meus pais e voc� n�o lhes tivessem aliado...
- Tr�mite, diz? - elevou a cabe�a, com um perigoso brilho nos olhos- Caramba. Se te casar comigo foi algo t�o desagrad�vel, para que te incomodou?
- Porque voc� n�o teria deixado de me chatear at� que o fizesse - esbo�ou uma careta de dor quando lhe deu um belisc�o- Porque pensei que era o menos que podia
fazer por ti... - seguiu burlando-se, e se p�s-se a rir enquanto Sunny reagia lhe cravando as unhas nos bra�os- . N�o, perdoa, n�o � isso. Porque � maravilhosa.
- N�o � suficiente.
- E extremamente inteligente.
- Segue, n�o te detenha.
- Porque o fato de lhe amar me chamuscou os circuitos do c�rebro.
- Me alegro - Sunny jogou os bra�os ao pesco�o- Sabe? foi umas bodas preciosa. Me alegro de que seu pai nos convencesse de que nos cas�ssemos ao estilo tradicional.
- Eu tamb�m - tinha que reconhecer que quando a viu avan�ar para o altar do bra�o de seu pai, ficou-se sem fala. Absolutamente deslumbrado.
- Eu gosto de seus pais. Fazem que me sinta como se estivesse em casa. Sobre tudo quando me p�em a par de certos escuros segredos familiares...
- Como quais?
- A T. do J.T. - quando viu que fazia uma careta, come�ou a desfrutar a fundo- Parece ser que de menino foi t�o malcriado, t�o caprichoso, t�o indisciplinado...
- Simplesmente era um menino curioso.
- ... e t�o teimoso - continuou ela- Que seu pai estava acostumado a dizer que "Traste" era seu segundo nome. Muito adequado.
- Voc� ainda n�o sabe o muito "traste" que posso chegar a ser.
Sunny lhe mordiscou brandamente o l�bio inferior.
- Estou desejando sab�-lo.
depois de lhe dar um r�pido beijo, Jacob se levantou da cama. Sunny se sentou, boquiaberta, com os len��is de seda escorregando at� sua cintura.
- O que crie que est� fazendo? Ainda n�o terminei contigo.
- Tinha-me esquecido de algo - mentiu. Em realidade tinha estado esperando o momento adequado. Ajustou as luzes para produzir o efeito de d�zias de velas repartidas
pela habita��o. Momentos depois voltou com uma caixa- � um presente.
- por que?
- Porque alguma vez te tinha feito um - o depositou em suas m�os- Te vais ficar olhando-o ou vais abrir o?
- Estou desfrutando deste momento - abriu a caixa. Dentro havia uma bule de porcelana, com um p�ssaro sobre a tampa e as paredes pintadas com grandes margaridas-
. OH, Meu deus.
- Queria que conservasse alguma lembran�a de seu tempo - se sentia resistente a admitir que tinha passado meses e meses visitando lojas de antiguidades- Quando
o vi, foi como se... bom, como o destino. N�o chore.
- N�o tenho mais remedeio- elevou os olhos avermelhados para ele- Esta bule sobreviveu. Durante todo este tempo.
- As coisas melhores o fazem.
- Jacob - fez um gesto de impot�ncia, e logo entrela�ou os dedos em torno da bule- De todos os presentes que teria podido me fazer, este � o que significa mais
para mim.
- H� outro - se sentou a seu lado- . Gostaria de visitar sua fam�lia em Natal?
Por um instante Sunny foi incapaz de falar.
- Est� seguro?
- Estamos a um passo, Sunbeam - lhe enxugou delicadamente uma l�grima- . S� tem que confiar em mim um poquito mais.
- Tome todo o tempo que necessite - o abra�ou, emocionada- Temos todo o do mundo.


Mesa para Dois - Nora Roberts
Sobremesas de ver�o

Cap�tulo 1
O nome dela era Ver�o. Era um nome que suplicou vis�es de flores de petales quentes, tempestades s�bitas e noites longas, inquietas. Tamb�m trouxe imagens de prados
sol-esquentados e cochilos na sombra. A vestiu.
Como estava de p� ela, m�os equilibraram, corpo enrijeceu, olhos alertam, n�o havia um som no quarto. Ningu�m, absolutamente ningu�m, tirou os olhos dela. Ela poderia
mover lentamente, mas n�o havia uma pessoa que que quis a chance que perde um gesto, um movimento, l�. Foi rebitada toda a aten��o, toda a concentra��o, naquele
figura esbelta, solit�ria. Tens�es de Chopin flutuaram romantically pelo ar. A luz se inclinou e tiro por ela nitidamente hair-rich encadernado, marrom morno com
sugest�es e matizes de ouro. Dois cravos de esmeralda piscaram �s orelhas dela.
A pele dela era um pouco corado de forma que uma cor de rosa j� acentuou ma��s do rosto proeminentes e a estrutura de osso elegante que s� v�m de criar. Excita��o,
intensa concentra��o, afundou as manchas ambarinas nas que foram borrifadas o castanho dos olhos dela. A mesma excita��o e concentra��o a tiveram l�bios macios,
moldados que formam um fa�a beicinho.
Ela era tudo em branco, branco claro, simples, mas ela puxou t�o irresistivelmente quanto uma borboleta por completo o olho, enquanto deslumbrando v�o. Ela n�o falaria,
contudo todo o mundo no quarto puxado adiante como se pegar o som mais leve.
O quarto estava morno, os cheiros ex�tico, a atmosfera esticado com antecipa��o.
Ver�o poderia ter estado s� para toda a aten��o que ela prestou a esses ao redor dela. Havia s� uma meta, um fim. Perfei��o. Ela nunca tinha se conformado com menos.
Com cuidado infinito ela ergueu a diamante-forma final e apertou o angelica sobre o Savarin completar o des�gnio ela tinha criado. As horas que ela tinha passado
das que j� preparando e assando a sobremesa enorme, elaborada foram esquecidos, como era o calor, os m�sculos de perna cansados, os bra�os doloridos. O toque final,
o aparecimento de um Ver�o cria��o de Lyndon, era da import�ncia extrema. Sim, teria gosto perfeito, cheiro perfeito, at� mesmo perfeitamente fatie. Mas se n�o parecesse
perfeito, nenhum disso importou.
Com o ao cuidado de um artista que completa uma obra-prima, ela ergueu a escova dela para dar para as frutas e para am�ndoas uma luz, camada delicada de cobertura
de abric�. Ainda, ningu�m falou.
N�o perguntando nenhum assistance-indeed, ela n�o teria tolerado any-Summer come�aram a encher o centro do Savarin da nata rica cujo receita que ela vigiou ciosamente.
M�os firmam, cabe�a ergue, Ver�o pisou para dar para a cria��o dela um �ltimo estudo cr�tico atr�s. Este era o �ltimo teste, para o olho dela era mais agudo que
qualquer outro quando veio ao pr�prio trabalho dela. Ela dobrou os bra�os dela pelo corpo dela. A face dela estava sem express�o. Na cozinha enorme, o ping de um
alfinete derrubados no azulejo teriam reverberado como um tiro.
Lentamente os l�bios dela encurvaram, os olhos dela brilharam. Sucesso. Ver�o ergueu um bra�o e gesticulou bastante dramaticamente. "Leve embora, ela ordenou.
Como dois assistentes come�aram a rodar a mistura brilhando do quarto, aplauso come�ou.
Ver�o aceitou o louvor como a d�vida dela. Havia um lugar para mod�stia, ela soube, e ela soube n�o aplicou ao Savarin dela. Era, p�r isto suavemente, magn�fico.
Magnific�ncia era o que o duque italiano tinha querido para o festa de compromisso da filha dele, e magnific�ncia era o pelo qual ele tinha pagado. Ver�o simplesmente
tinha entregado.
"Mademoiselle." Foulfount, o Frenchman cuja especialidade era molusco levou Ver�o atrav�s de ambos os ombros. Os olhos dele eram redondos e umedecem com avalia��o.
"Incroyable. '' Entusiasticamente, ele beijou ambas suas bochechas enquanto os dedos grossos, inteligentes dele apertaram a pele dela como eles podem um p�o fresco-assado.
Ver�o come�ou primeiro nela sorriso em horas.
"Merci." Algu�m tinha aberto uma garrafa celebr�vel de vinho. Ver�o levou dois �culos, enquanto dando a pessoa ao chefe de cozinha franc�s. "Para o da pr�xima vez
n�s trabalhamos junto, ami de mon.''
Ela lan�ou o vinho atr�s, tirou o chap�u do chefe de cozinha dela, ent�o ventou fora da cozinha. No enorme m�rmore-pavimentou, chandeliered que janta quarto, o Savarin
dela estava sendo servido at� mesmo agora e estava sendo admirado. O �ltimo pensamento dela antes de deixar para was-thank Deus outra pessoa teve que limpar as bagun�as.
Duas horas depois, ela teve os sapatos dela fora e os olhos dela fecharam. Uma posi��o de mist�rio de assassinato horr�vel aberto no colo dela como o avi�o dela
viajado em cima do Atl�ntico. Ela ia para casa. Ela tinha passado quase tr�s dias cheios em Mil�o para o prop�sito exclusivo de criar aquele prato. N�o era uma experi�ncia
incomum por ela. Ver�o tinha assado Charlotte Malakqff em Madrid, Crepes ardidos Fouree em Atenas e moldou Ile Flottante em Istambul. Para as despesas dela, e uma
taxa atordoante, Ver�o Lyndon criaria uma sobremesa que viveria na mem�ria longo depois que fossem consumidos a �ltima mordida, gota ou miolo. Tenha wisk, viajar�,
ela pensou vagamente e sorriu por um bocejo.
Ela se considerou um especialista, n�o distinto cirurgi�o qualificado. Realmente, ela tinha estudado, apprenticed e praticou contanto que muitos respeitassem os
s�cios da profiss�o m�dica. Cinco anos depois de passar as exig�ncias estritas para se tornar um chefe de cozinha de bleu de cord�o em Paris, a cidade onde cozinhar
� sua pr�pria arte, Ver�o teve uma reputa��o por ser t�o temperamental quanto qualquer artista, por ter a mente de um computador quando veio a se lembrar de receitas
e por ter as m�os de um anjo.
Ver�o meio cochilou no assento de primeira classe dela e lutou fora uma apet�ncia desesperada para uma fatia de pizza de salaminho. Ela soube que o tempo de v�o
iria mais r�pido se ela pudesse ler ou poderia dormir o modo dela por isto. Ela decidiu misturar os dois, enquanto tirando a soneca clara primeiro. Ver�o era uma
mulher que quase computou o sono dela t�o altamente quanto ela computou a receita dela para musse de chocolate.
No retorno dela para a Filad�lfia, o hor�rio dela estaria melhor apressado. Havia o bombe para preparar para o banquete de caridade do governador, a reuni�o anual
da Sociedade Gourmet, a demonstra��o ela tinha concordado em fazer para televis�o p�blica... e aquela reuni�o, ela se lembrou de drowsily.
O que tinha dito aquela mulher p�ssaro-sonora em cima do telefone? Ver�o desejou saber. Drake-no, Blake-Cocharan. Blake Cocharan, HI da Cocharan hotel cadeia. Hot�is
excelentes, Ver�o pensou sem qualquer real interesse. Ela tinha patrocinado v�rios eles em v�rio comers do mundo. Sr. Cocharan o Ter�o teve uma proposi��o empresarial
para ela.
Ver�o assumiu que ele a quis criar alguma sobremesa especial exclusivamente para a cadeia dele de hot�is, algo que eles poderiam prender para o que o Cocharan nomeiam.
Ela n�o era oposta ao notion-under as pr�prias circunst�ncias. E para a pr�pria taxa. Naturalmente ela teria que investigar o empreendimento de Cocharan inteiro
cuidadosamente antes de ela concordasse em envolver a habilidade dela ou o nome dela com isto. Se qualquer um dos hot�is deles/delas fosse de qualidade inferior...
Com um bocejo, Ver�o decidiu pensar nisto later-after ela tinha se encontrado com A Terceira personalidade. Blake Cocharan, III, que ela pensou novamente com um
sorriso com sono divertido. Engorde, calvo, provavelmente dyspeptic. Sapatos italianos, rel�gio su��o, camisas francesas, car-and alem�o nenhuma d�vida ele se consideraria
o americano de unflaggingly. A imagem que ela criou pendurado na mente dela um momento, e entediado com isto, bocejou ela again-then suspiraram uma vez mais como
a id�ia de pizza invadiu os pensamentos dela. Ver�o inclinou atr�s mais longe o assento dela e determinedly se legaram dormir.
* * *
Blake Cocharan, III sentou no assento traseiro de pel�cia da limusine gunmetal-cinza e meticulosamente revisou o relat�rio no Cocharan Casa ser mais novo constru�do
em S�o Croix. Ele era um homem que poderia nos escavar umas bagun�as de detalhes se espalhados e poderia os alinhar em ordem perfeita, sistem�tica. Caos simplesmente
eram uma forma de ordem que espera ser unjumbled com l�gica. Blake era um homem muito l�gico. Aponte UM invariavelmente conduziu para apontar B, e de l� para C.
N�o importa como confuso o labirinto, com paci�ncia e l�gica, a pessoa poderia achar a rota.
Por causa do talento dele por h� pouco fazer que, Blake, �s trinta-cinco, teve controle quase completo do imp�rio de Cocharan. Ele tinha herdado a riqueza dele e,
como resultado, raramente pensamento disto. Mas ele tinha ganho a posi��o dele, e avaliou isto. Qualidade era uma tradi��o de Cocharan. Nada mais que o melhor faria
para qualquer Cocharan House, do linho nas camas para o morteiro nas funda��es.
O relat�rio dele em Ver�o Lyndon lhe falou ela era o melhor.
Pondo de lado o S�o pacote de Croix, Blake deslizou outro arquivo da pasta esbelta pelos p�s dele. Um �nico anel, oval-enfrentou, ouro e enrolou, vislumbrou estupidamente
na m�o dele. Ver�o Lyndon, ele meditou, enquanto sacudindo o arquivo aberto...
Vinte e oito, Sorbonne diplomado, chefe de cozinha de bleu de cord�o certificado. Gere, Rothschild Lyndon, s�cio respeitado de Parlamento brit�nico. M�e, Monique
Dubois Lyndon, estrela anterior do cinema franc�s. Pais se divorciaram amigavelmente durante vinte e tr�s anos. Ver�o Lyndon tinha passado os anos formativos dela
entre Londres e Paris antes da m�e dela tinha se casado um magnata de hardware americano, baseado na Filad�lfia. Ver�o tinha voltado ent�o a Paris para completar
a educa��o dela e atualmente tinha tido vivo esquarteja ambos l� e na Filad�lfia. A m�e dela teve desde casado uma terceira vez, um bar�o de papel neste c�rculo,
e o pai dela estava separado da segunda esposa dele, um corrim�o pr�spero.
Tudo de Blake est�o sondando tinha produzido a mesma resposta b�sica. Ver�o Lyndon era o melhor chefe de cozinha de sobremesa em qualquer lateral do Atl�ntico. Ela
tamb�m era um soberbo todos-ao redor o chefe de cozinha com um conhecimento instintivo de qualidade, um talento para criatividade e a habilidade para improvisar
em uma crise. Por outro lado, ela foi reputada para ser ditatorial, temperamental e brutalmente franqueie. Por�m, estas qualidades n�o a tinham alienado de cabe�as
de estado, aristocracia ou celebridades.
Ela poderia teimar em ter Chopin piou na cozinha enquanto ela cozinhou, ou summarily recusam trabalhar nada se a ilumina��o n�o fosse � prefer�ncia dela, mas a musse
dela s� era bastante para fazer um homem forte implorar conceder o desejo mais leve dela.
Blake n�o era um homem para implorar qualquer coisa... mas ele quis Ver�o Lyndon para Casa de Cocharan. Ele nunca duvidou que ele pudesse a persuadir aceitar precisamente
o que ele teve em mente.
Uma mulher formid�vel, ele imaginou, enquanto respeitando isso. Ele n�o teve nenhuma paci�ncia com testamentos fracos ou brains-particularly macio em pessoas que
trabalharam para ele. N�o muitas mulheres tinham subido � posi��o, ou a reputa��o que Ver�o que Lyndon celebrou. As mulheres poderiam ser tradicionalmente as cozinheiras,
mas os homens eram tradicionalmente os chefes de cozinha.
Ele imaginou o waisted grosso dela de provar as pr�prias cria��es dela. M�os fortes, ele pensou � toa. A pele dela estava em lugar fechado provavelmente um pouco
pastoso de todas essas horas em cozinhas. Uma mulher de nenhum-tolice, ele estava seguro, com uma vis�o inflex�vel em o que era comest�vel e por que. Organizado,
l�gico e cultured-perhaps plan�cie um pouco devido � preocupa��o dela com comida em lugar de moda. Blake imaginou que eles negociariam entre si muito bem. Com um
relance ao rel�gio dele, Blake notou com satisfa��o que ele tinha raz�o na hora certa para a reuni�o.
A limusine viajou a uma parada ao lado do meio-fio. "Eu serei n�o mais que uma hora", Blake falou para o motorista como ele escalou fora.
"Sim, senhor." O motorista conferiu o rel�gio dele. Quando Sr. Cocharan disse uma hora, voc� poderia depender disto.
Blake olhou no quarto ch�o como ele cruzou ao edif�cio velho bem tratado. As janelas estavam abertas, ele notou. Ar primaveral morno afluiu, enquanto melodia de
music-a fora a que ele n�o p�de pegar totalmente em cima dos sons de traffic-poured. Quando Blake entrou, ele aprendeu que o �nico elevador era defeituoso. Ele caminhou
para cima quatro v�os.
Depois que Blake bateu, a porta foi aberta por uma mulher pequena com uma face atordoante que foi vestida em uma Camiseta e cal�as jeans pretas esbeltas. A empregada
aceso o modo dela fora durante um dia fora? Blake desejou saber � toa. Ela n�o parecia forte bastante esfregar um ch�o. E se ela estivesse saindo, ela estava saindo
sem os sapatos dela.
Depois do sum�rio, relance objetivo, o olhar dele era irresistivelmente atr�s tirado � face dela. Cl�ssico, nu e undeniably sensual. A boca s� faria o movimento
de sangue de um homem. Blake ignorou o que ele considerou um autom�tico sexual puxe.
"Blake Cocharan para ver Sra. Lyndon."
O rose-a de sobrancelha de esquerda de ver�o assinam de surpresa. Ent�o os l�bios dela encurvaram slightly-a assinam de prazer.
Engorde, ele n�o era, ela observou. Duro e lean-racketball, t�nis, nadando. Ele era obviamente um homem mais propenso para estes que demorando em cima dos almo�os
de executivo. Calvo, n�o. O cabelo dele era preto rico e grosso. Foi nomeado bem, com ondas naturais leves que acrescentaram � atratividade de uma face fresca, sensual.
Uma varredura de ma��s do rosto, uma linha firme de queixo. Ela gostou do olhar do anterior aquele raio de for�a, e o posterior, s� apenas racha, aquele raio de
charme. Sobrancelhas pretas eram quase diretas em cima de olhos claros, �gua-azuis. A boca dele era um pouco longo mas formosamente amoldado. O nariz dele era mesmo
straight-the ordenam ela sempre tinha pensado foi feito ser olhado para baixo. Talvez ela tinha tido raz�o sobre o trimmings-the externo sapatos italianos, e assim
forth-but, Ver�o admitiu, ela tinha estado fora a marca com o homem.
A avalia��o n�o ocupou o long-three dela, talvez quatro, segundos. Mas a boca dela encurvou mais. Blake n�o p�de tirar os olhos disto. Era uma boca um homem, se
ele respirasse, quis provar. "Por favor entre, Sr. Cocharan". Ver�o pisou atr�s, enquanto balan�ando a porta mais largo em convite. "� muito considerado de voc�
concordar em se encontrar aqui. Por favor tome assento. Eu tenho medo que eu estou no meio de algo na cozinha." Ela sorriu, gesticulou e desapareceu.
Blake abriu o mouth-he dele n�o foi usado a ser fugido atrav�s de servants-then fechou isto novamente. Ele teve bastante tempo para ser tolerante. Como ele fixou
abaixo a pasta dele que ele olhou o quarto ao redor. L� foi orlado abajures, um sof� curvado em veludo azul de pel�cia, um fussily esculpiu mesa de cherrywood. Carpets-two-softly
de Aubusson enfraqueceram em bluess e grays-were esparramados em cima dos ch�os. Um vaso de Ming. Pot-pourri em o que era certamente uma compoteira de Dresde.
O quarto n�o teve nenhuma ordem; era uma mistura de per�odos europeus e estilos que nunca deveriam ter vestido, mas era imediatamente atraente. Ele viu que uma mesa
de pedestal ao fim distante do quarto estava coberta com p�ginas datilografadas confundidas e notas manuscritos. Sons de rua acumularam dentro pela janela. Chopin
flutuou do est�reo.
Como estava de p� l� ele, enquanto atraindo isto, ele tinha abruptamente certeza havia ningu�m no apartamento mas ele e a mulher que tinham aberto a porta. Ver�o
Lyndon? Fascinado com a id�ia, e com o aroma que rasteja da cozinha, Blake cruzou o quarto.
Seis massa descasca, s� tocou com ouro e umidade, sentou em uma prateleira. Um por um Ver�o os encheu a transbordar com o que parecia ser um pouco de nata branca
rica. Quando Blake olhou � face dela que ele viu a concentra��o, a seriedade e intensidade que ele poderia ter associado com um cirurgi�o de c�rebro. Deveria o ter
divertido. Ainda de alguma maneira, com as tens�es de Chopin que verte pelos oradores de cozinha, com essas m�os delicadas, esbelto-tocadas que organizam a nata
em mont�culos, foi fascinado ele.
Ela imergiu um garfo em uma panela e pingou o que ele adivinhou foi esquentado caramelo em cima da nata. Correu lavishly abaixo os lados e gelled. Ele duvidou que
fosse humanamente poss�vel n�o desejar h� pouco um gosto. Novamente, um por um, ela escavou para cima as tortas e os colocou em um prato enfileirado com um guardanapo
de papel rendilhado. Quando o �ltimo foi organizado, ela olhou para Blake. "Voc� gostaria de um pouco de caf�? '' Ela sorriu e a linha de concentra��o entre as sobrancelhas
dela desapareceu. A intensidade que tinha parecido escurecer as �ris dela iluminou.
Blake olhou ao prato de sobremesa e desejou saber como a cintura dela poderia ser m�o-spannable. "Sim, eu vou."
"Est� quente", ela lhe falou como ela ergueu o prato. "O ajude. Eu tenho que correr esta pr�xima porta." Ela estava al�m dele e para a entrada da cozinha antes de
ela se virasse. "Oh, h� alguns biscoitos no jarro, se voc� gosta. Eu voltarei em breve.
Ela teve sido, e as massas com ela. Com um encolha os ombros, ele retrocedeu para a cozinha que era um matadouro. Ver�o Lyndon poderia ser um grande cozinheiro,
mas ela n�o era obviamente uma limpa. Ainda se o cheiro e olhar das massas tivessem sido qualquer indica��o...
Ele come�ou a torcer nos arm�rios para uma x�cara, ent�o cedeu ante tenta��o. Se levantando no Saville Fila terno dele, Blake correu o dedo dele ao longo da extremidade
da tigela que tinha segurado a nata. Ele p�s isto na l�ngua dele. Com um suspiro, fecharam os olhos dele. Rich, grosso e muito franc�s.
Ele tinha jantado nos restaurantes mais exclusivos, em algumas das casas mais ricas, em d�zias de pa�ses no mundo inteiro. Logicamente, praticamente, ele n�o p�de
dizer honestamente, que ele alguma vez tinha sido melhor que o que que ele escavou agora da tigela na cozinha desta mulher. Decidindo especializar em sobremesas
e massas, Ver�o que Lyndon tinha escolhido bem, ele concluiu. Ele sentia um pesar moment�neo que ela tinha levado essas tortas ricas, gordas a outra pessoa. Este
tempo quando Blake come�ou a procura dele para uma x�cara, ele manchou o jarro de biscoito cer�mico amoldado como um panda.
Normalmente ele n�o teria estado interessado. Ele n�o era um homem com um doce dente particularmente ativo. Mas o sabor da nata demorou na l�ngua dele. Que tipo
de biscoito fez uma mulher que criou o melhor de culin�ria de haute fa�a? Com uma x�cara de porcelana de osso inglesa em uma m�o, Blake decolou o topo da cabe�a
do panda. Fixando isto abaixo, ele tirou de um biscoito e fitou em maravilha simples.
Nenhum americano poderia equivocar aquele munchie de particular. Um cl�ssico? ele meditou. Uma tradi��o? Um Oreo. Blake continuou encarando o biscoito de sandu�che
de chocolate com sua dose dobro de centro branco. Ele virou isto em cima de na m�o dele. A marca era unmistakably estampado em ambos os lados. Isto de uma mulher
que assou e chicoteou e envidra�ou para realeza?
Um riso quebrou dele como ele derrubou o Oreo atr�s no panda. Ao longo da carreira dele ele tinha tido que lidar com mais que a parte dele de exc�ntricos. Correndo
uma cadeia de hot�is n�o era s� um assunto de quem se registrou e que confirmou. Havia desenhistas, artistas, arquitetos, decoradores, chefes de cozinha, m�sicos,
representantes de uni�o,. Blake se considerou educado das pessoas. N�o o levaria aprender o que fez carrapato de Ver�o muito tempo.
Ela colidiu atr�s na cozinha da mesma maneira que ele estava vertendo o caf� finalmente. "Eu estou arrependido ter o mantido esperando, Sr. Cocharan. Eu sei que
era rude." Ela sorriu, como se ela n�o tivesse nenhuma d�vida que ela seria perdoada, como ela verteu o pr�prio caf� dela. "Eu tive que adquirir essas massas terminado
para meu vizinho. Ela est� tendo um ch� de compromisso pequeno este afternoon-with os parentes previdentes. " O sorriso dela virou a um sorriso, e tomando um gole
do caf� preto dela, ela arrancou o topo do panda. "Voc� quis um biscoito? "
"N�o. Por favor, voc� prossegue. O levando � palavra dele, Ver�o escolheu um e lambiscou. "Voc� sabe", ela disse pensativamente, "estes s�o uniformemente excelentes
para o tipo" deles/delas. Ela gesticulou com o meio biscoito que ela tinha partido. "N�s iremos sentar abaixo e discutiremos sua proposi��o? "
Ela moveu rapidamente, ele meditou com aprova��o. Talvez ele tinha estado pelo menos na marca sobre a atitude de nenhum-tolice. Com um aceno de reconhecimento, Blake
a seguiu. Ele tinha �xito na profiss�o dele, n�o porque ele era uma ter�o-gera��o Cocharan, mas porque ele teve uma mente r�pida e anal�tica. Foram resolvidos problemas
sistematicamente. No momento, ele teve que h� pouco decidir como chegar uma mulher gosta Ver�o Lyndon.
Ela teve uma face que pertenceu na sombra de uma �rvore no de de Bois Boulogne. Muito franc�s, muito elegante. A voz dela teve o c�rculo, tons claros que falaram
unmistakably de educa��o europ�ia e wisp de upbringing-a de Fran�a novamente mas com a disciplina de Inglaterra. O cabelo dela foi arrega�ado, uma concess�o para
o calor e umidade; ele imagined-though ela teve as janelas abrir, enquanto ignorando o condicionador de ar dispon�vel. Os cravos nas orelhas dela eram esmeraldas,
redondo e sem defeito. Havia uma l�grima bom-de tamanho na manga da Camiseta dela.
Sentando no sof�, ela dobrou as pernas dela debaixo dela. Os dedos do p� nus dela foram pintados com um esmalte de rosa selvagem, mas as unhas dela eram curtas e
n�o envernizado. Ele pegou o fascine do toque de scent-a dela do caramelo das massas, mas debaixo disto algo o unmistakably franc�s, unapologetically sexual.
Como a pessoa chegou tal uma mulher? Blake refletiu. Ele usou charme, lisonja ou figuras? Ela foi reputada para ser um perfeccionista e ocasionalmente um ti��o.
Ela tinha recusado cozinhar para uma figura pol�tica importante porque ele n�o voaria o equipamento de cozinha pessoal dela ao pa�s dele. Ela tinha carregado uma
celebridade de Hollywood uma fortuna pequena criar um vinte-tiered se casando composi��o extravagante de bolo. E ela h� pouco tinha m�o-assado e tinha m�o-entregado
um prato de massas a um vizinho para um ch�. Blake preferiria muito ter a chave a ela antes de ele fizesse a oferta dele. Ele soube as vantagens de levar uma rota
circular. Realmente alguns poderiam chamar isto espiando.
"Eu me familiarizo com sua m�e", Blake come�ou facilmente como ele continuou medindo a mulher ao lado dele. "Realmente? " Ele pegou divers�o e afeto na palavra.
"Eu n�o deveria ser pegado de surpresa", ela disse como ela lambiscou novamente no biscoito. "Minha m�e sempre patrocinou uma Casa de Cocharan quando n�s viajamos.
Eu acredito que eu jantei com seu av� quando eu tinha seis ou sete" anos. A divers�o n�o enfraqueceu como ela tomou um gole ao caf� dela. "Mundo pequeno."
Um terno excelente, Ver�o decidiu, enquanto relaxando contra a parte de tr�s do sof�. Estava bem cortado e conservador bastante ter ganho o aprova��o do pai dela.
A forma para a que foi moldado foi constru�da bem e ap�ia bastante ter ganho a m�e dela. Era talvez a combina��o dos dois isso puxou o interesse dela.
Deus bom, ele � atraente, ela pensou como ela levou outro considerando pesquisa da face dele. N�o bastante liso, n�o bastante �spero, o poder dele sentou bem nele.
Isso era algo ela recognized-in ela e em outros. Ela respeitou algu�m que buscou e adquiriu o pr�prio modo dele, como julgou ela que Blake fez. Ela se respeitou
pela mesma raz�o. Atraente, ela pensou again-but que ela sentia que um homem como Blake seria assim, embora aparecimento f�sico.
A m�e dela teria o chamado s�duisant, e exatamente assim. Ver�o teria o chamado perigoso. Uma combina��o dif�cil para resistir. Ela trocou, talvez inconscientemente
p�r mais dist�ncia entre eles. Afinal de contas, neg�cio era empresarial.
"Voc� est� ent�o familiarizado com os padr�es de uma "Casa de Cocharan, Blake come�ou. Bastante de repente ele desejou que o cheiro dela n�o estivesse fascinando
assim ou a boca dela tentando assim. Ele n�o se preocupou ter neg�cio confundido com atra��o, n�o importa como agrad�vel.
"Claro que." Ver�o fixou abaixo o caf� dela porque s� beber isto pareciam acentuar a pequena agita��o estranha no est�mago dela. "Eu invariavelmente fico a eles
eu."
"Me fui falado seus padr�es de qualidade s�o igualmente altos."
Este tempo quando Ver�o sorriu havia uma sugest�o de arrog�ncia a isto. "Eu sou o muito melhor ao que eu fa�o porque eu tenho nenhuma inten��o de ser caso contr�rio."
A primeira chave, Blake decidiu com satisfa��o. Vaidade profissional. "Assim minha informa��o me, Sra. Lyndon, fala. O muito melhor � tudo aquilo me" interessa.
"Assim." Ver�o apoiado um cotovelo ent�o na parte de tr�s do sof� descansou a cabe�a dela na palma. "Como eu o interesso exatamente, Sr. Cocharan? " Ela soube que
a pergunta estava carregada, mas n�o p�de resistir. Quando uma mulher constantemente estava correndo riscos e estava fazendo experi�ncias na vida profissional dela,
o h�bito escoou freq�entemente por.
Seis respostas separadas folhearam a mente dele nenhum de que teve qualquer porte no prop�sito dele por estar l�. Blake fixou abaixo o caf� dele. "Os restaurantes
nas Casas de Cocharan s�o renomados para a qualidade deles/delas e servi�o. Por�m, recentemente o restaurante aqui em nosso complexo de Filad�lfia parece estar sofrendo
de uma falta de ambos. Francamente, Sra. Lyndon, � minha opini�o que a comida se tornou perfura��o de pedestrian-too tamb�m. Eu planejo fazer alguns remodelando,
ambos em estrutura f�sica e em pessoal."
"S�bio. Restaurantes, como pessoas, ficam freq�entemente muito complacentes."
"Eu quero o melhor chefe de cozinha de cabe�a dispon�vel." Ele apontou um olhar nivelado. "Minha pesquisa me fala isso � voc�."
Ver�o ergueu uma sobrancelha, n�o em surpresa este tempo mas em considera��o. "Isso est� lisonjeando, mas eu trabalho independentemente, Sr. Cocharan. E eu especializo."
"Especialize, sim, mas voc� tem experi�ncia e conhecimento em todas as �reas de culin�ria de haute. Como pelo trabalhar independentemente, voc� seria gr�tis para
continuar isso a uma extens�o grande, pelo menos depois dos primeiros meses. Voc� precisaria estabelecer seu pr�prio pessoal e criar seu pr�prio card�pio. Eu n�o
acredito contratando um perito, enquanto interferindo" ent�o.
Ela n�o estava carranqueando again-concentration aborrecimento. Estava tentando, muito tentando. Talvez era atr�s h� pouco o cansa�o de viagem da viagem dela da
It�lia, mas ela tinha come�ado a cultivar tired-bored?-with um pouco as demandas constantes de voar a qualquer determinado pa�s para fazer para aquele prato. Parecia
ele a bateria no momento certo mexer o interesse dela concentrando em um lugar, e uma cozinha, para um lapso de tempo.
Seria work-if interessante ele estava sendo verdadeiro sobre a carta branca ela have-redoing uma cozinha e o card�pio em um velho, estabelecido e respeitou hotel.
A levaria talvez seis meses de intenso esfor�o, e ent�o... era o "e ent�o" isso a fez hesitar novamente. Se ela desse tanto tempo e esfor�o para um trabalho de tempo
integral, ela ainda reteria o talento dela para o espetacular? Tamb�m, isso era algo que considerar.
Ela sempre tinha tido uma pol�tica firme contra se cometer a qualquer uma cautela de establishment-a de ribboned de compromissos por todas as �reas da vida dela.
Se voc� se fechasse em algo, para algu�m, que voc� se abriu a toda a maneira de complica��es.
Al�m, Ver�o argumentou, se ela quisesse se afiliar com um restaurante, ela poderia abrir e poderia correr o pr�prio dela. Ela n�o tinha feito isto contudo porque
a amarraria muito longo para um lugar, a prenda muito de perto a um projeto. Ela preferiu viajar, enquanto criando um prato soberbo de cada vez, se mudando ent�o.
O pr�ximo pa�s, o pr�ximo prato. Isso era o estilo dela. Por que ela deveria considerar alterando isto agora?
"Uma oferta muito lisonjeira, Sr. Cochran-"
"Um mutuamente vantajoso", ele interrompeu, perceptivo bastante para pegar o come�o de uma recusa. Com facilidade deliberada, ele jogou fora um seis-d�gito sal�rio
anual que fez Ver�o momentaneamente speechless-not uma tarefa simples.
"E generoso", ela disse quando ela achou a voz dela novamente.
"A pessoa n�o adquire o melhor a menos que a pessoa legando pague por isto. Eu o gostaria pensar nisto, Sra. Lyndon". Ele alcan�ou na pasta dele e tirou de uma gavela
de documentos. "Este � um desenho de um acordo. Voc� poderia gostar de ter seu olhar de advogado isto em cima de, e claro que, podem ser negociados" pontos.
Ela n�o quis olhar para o contrato de maldi��o porque ela pudesse sentir, totalmente tangibly que ela estava sendo manobrada em um corner-a muito de pel�cia. "Sr.
Cocharan, eu aprecio seu interesse, mas-''
"Depois que voc� refletiu sobre isto, eu gostaria de discutir isto novamente com voc�, talvez em cima do jantar. Diga, sexta-feira? ''
Ver�o estreitou os olhos dela. O homem era um rolo compressor, ela decidiu. Um rolo compressor muito atraente, muito macio e lustroso. N�o importa como elegante
a maquinaria, voc� ainda foi aplainado se voc� estivesse no caminho. Arrog�ncia emanou dela. "Eu sinto muito, eu estou trabalhando o "afazeres de caridade de governador
de evening-the de sexta-feira.
"Ah, sim." Ele sorriu, entretanto o est�mago dele tinha apertado. Ele teve uma imagem repentinamente v�vida, completamente selvagem de fazer amor a ela no ch�o de
alguma floresta �mida, sombria. Aquele s� quase o fez considerar aceitando a recusa dela. E aquele s� lhe fez ainda mais n�o determinado. "Eu posso o escolher l�
em cima. N�s podemos tomar uma recente ceia."
"Sr. Cocharan", Ver�o disse em uma voz fr�gida, "voc� vai ter que aprender levar nenhum para uma resposta."
Goste de inferno, ele pensou severamente, mas a deu um bastante sentido, bastante sorriso encantador. "Minhas desculpas, Sra. Lyndon, se eu pare�o estar o pressionando.
Voc� foi minha primeira escolha, voc� v�, e eu tendo a ir com meus instintos. Por�m... " Aparentemente relutante, ele subiu. O n� de tens�o e enfurece no est�mago
de Ver�o come�ou a soltar. "Se sua mente fez as pazes... " Ele arrancou o contrato da mesa e come�ou a passar despercebido isto na pasta dele. Talvez voc� pode me
dar sua opini�o em Louis LaPointe."
"LaPointe? " A palavra sussurrou pelos l�bios de Ver�o como veneno. Muito lentamente ela uncurled do sof�, ent�o rosa, o cad�ver de corpo inteiro dela. "Voc� me
pergunta de LaPointe? " Em raiva, a ascend�ncia francesa dela se tornou mais pronunciada na fala dela.
"Eu apreciaria qualquer coisa que voc� poderia me" contar, Blake foi em amiably, enquanto sabendo bem cheio que ele tinha marcado o primeiro real ponto dele fora
ela. "Vendo que voc� e ele s�o os s�cios e-"
Com um lance da cabe�a dela, Ver�o disse algo curto, rude e para o ponto no l�ngua da m�e dela. As manchas de ouro nos olhos dela brilharam. Sherlock Holmes teve
Professor Moriarty. Super-homem teve Lex Luthor. Ver�o Lyndon teve Louis LaPointe.
"Porco enlodado", ela rangeu, enquanto revertendo a ingl�s. "Ele tem a mente de um amendoim e as m�os de um lenhador. Voc� quer saber de LaPointe? " Ela arrebatou
um cigarro do caso na mesa, iluminando isto como fez s� ela quando extremamente agitado. "Ele � um campon�s. Que mais � saber l�? "
"De acordo com minha informa��o, ele � um dos cinco chefes de cozinha de topo em Paris." Blake apertou porque um ponto de press�o bom era uma arma inestim�vel. O
en de Canard dele que � dito que Croute � insuper�vel."
"Couro de sapato." Ela todos menos briga fora as palavras, e Blake teve a escola todo m�sculo facial prevenir o sorriso. Vaidade profissional, ele pensou novamente.
Ela teve o dela compartilhe. Ent�o como ela atraiu uma respira��o funda, ele teve a escola o resto dos m�sculos dele evitar uma onda feroz de desejo. Sensuality-perhaps
ela teve mais que a parte dela. "Por que � voc� me perguntando por LaPointe."
"Eu estou voando para Paris semana que vem o reunir. Desde que voc� est� recusando minha oferta-"
"Voc� oferecer� isto-" ela ainda abanou um dedo ao contrato na m�o de Blake "-para ele? "
"Admitidamente ele � minha segunda escolha, mas h� esses na t�bua que sente Louis LaPointe est� mais qualificado para a posi��o."
"� que assim? " Os olhos dela eram racha agora atr�s de uma tela de fuma�a. Ela arrancou o contrato da m�o dele, ent�o derrubou isto ao lado do caf� refrescante
dela. "Os s�cios de sua t�bua s�o talvez ignorantes? '' "Eles s�o", ele administrou, "talvez equivocado."
"Realmente." Ver�o levou um arraste do cigarro dela, fuma�a ent�o libertada em um fluxo r�pido. Ela detestou o gosto. "Voc� pode me escolher em nove horas na sexta-feira
na cozinha do governador, Sr. Cocharan. N�s discutiremos este assunto mais adiante."
"Meu prazer, Sra. Lyndon". Ele inclinou a cabe�a dele, cuidadoso manter a face dele inexpressivo at� que ele tinha fechado a porta da frente atr�s dele. Ele riu
o modo dele abaixo quatro v�os de passos.

Cap�tulo 2
Fazendo uma sobremesa boa do nada n�o � um assunto simples. Criando uma obra-prima de farinha, ovos e a��car � novamente qualquer outra coisa. Sempre que Ver�o apanhou
uma tigela ou um movimento r�pido ou misturador, ela sentia isto o dever dela para criar uma obra-prima. Adequado, como um adjetivo em conjuction com o trabalho
dela, era o �ltimo insulto. Adequado, para Ver�o, era o resultado alcan�ado primeiro por um rec�m casado com um livro de receitas abriu o dia depois da lua de mel.
Ela n�o fez cozedura, mistura ou freeze-she concebidos simplesmente, desenvolveu e alcan�ou. Arquiteto, um engenheiro, um cientista fez nenhum mais, nenhum menos.
Quando ela tinha escolhido estudar a arte de culin�ria de haute, ela n�o tinha feito t�o ligeiramente, e ela n�o tinha feito assim sem a meta de perfei��o em mente.
Perfei��o ainda era o que ela buscou sempre que ela ergueu uma colher.
Ela j� tinha gastado a parte melhor do dia dela na cozinha da mans�o do governador. Outros chefes de cozinha exageraram com sopas e sauces-or um ao outro. Todo o
talento de Ver�o foram focalizados na cria��o do final, a mistura primorosa de gostos e texturas, a beleza est�tica global do bombe.
O molde j� estava forrado com o bolo �mido que ela tinha assado, ent�o sistematicamente fatiou em um padr�o. Isto tinha sido terminado com modelos t�o meticulosamente
quanto quando um engenheiro projeta uma ponte. A musse, um para�so de chocolate e p�e creme em, j� estava dentro da c�pula da sobremesa. Este deceptively que elemento
simples tinha estado esfriando como come�o matutino. Entre as prepara��es, o misturando, enquanto fazendo e construindo, Ver�o tinha estado essencialmente nos p�s
dela aquele longo.
Agora, ela teve os come�os do bombe dela em uma mesa cintura-alta, com uma tigela de a�o imaculada grande de bagas esmagadas ao cotovelo dela. �s instru��es firmes
dela,
Chopin vagueou pelos oradores de cozinha. O primeiro curso j� estava sendo desfrutado no quarto jantando.
Ela poderia ignorar a confus�o que reina ao redor dela.
Ela poderia encolher os ombros fora a press�o de ter o dela separe da refei��o complete e aperfei�oe em precisamente o momento certo. Isso era toda a rotina. Mas
como estava de p� l� ela, preparou come�ar o pr�ximo passo, a concentra��o dela se espalhou.
LaPointe, ela pensou com dentes friccionados. Naturalmente era raiva que tinha impedido a aten��o dela ser focalizado todo o dia completamente, a id�ia de ter Louis
LaPointe lan�ou na face dela. N�o tinha levado Ver�o longo perceber aquele Blake Cocharan tinha usado o nome de prop�sito. Por�m, conhecendo isto n�o fizeram o menos
mordeu de diferen�a � rea��o dela... exclui talvez que o veneno dela foi esparramado mais de dois homens em lugar de um. Oh, ele pensa que ele � muito inteligente,
Ver�o decidiu, enquanto pensando em Blake-as que ela teve muito freq�entemente aquela semana. Ela levou tr�s respira��es de limpeza como ela estudou a c�pula dourada
em frente a ela. Me perguntando, eu, dar para LaPointe uma refer�ncia. Su�nos franceses desprez�veis, ela murmurou silenciosamente, enquanto recorrendo a LaPointe.
Como ela escavou para cima as primeiras bagas que ela decidiu que Blake deve ser que um su�no igual iguala para estar considerando procedimento com o Frenchman.
Ela poderia se lembrar de todo frustrar, contato aborrecedor ela tinha tido com o pequeno-de olhos, undersized LaPointe. Como cobriu cuidadosamente ela o fora do
bolo com bagas batidas, Ver�o considerou lhe dando uma recomenda��o ardendo. Ensinaria para aquele americano furtivo uma li��o se achar preso com um asno pomposo
como LaPointe. Enquanto os pensamentos dela se enfureceram, as m�os dela estavam alisando as bagas delicadamente, arredondando fora e firming a forma.
Atr�s dela um dos assistentes derrubou uma panela com um ru�do e um estrondo e sofreu uma torrente de abuso. Nenhum pensamentos de Ver�o nem as m�os dela hesitaram.
Pux�o presumido, seguro de si, ela pensou severamente em Blake. Em um fluxo fixo, ela come�ou a estender em camadas nata francesa rica em cima das bagas. A face
dela, entretanto come�ada concentra��o, raiva no flash nos olhos dela. Um homem como ele se encantou manobrando e manobrando melhor que. Mostrou, ela pensou, naquela
entrega oh-assim-lisa, naquele lustro de sofistica��o. Ela deu um pequeno bufo desdenhoso como ela come�ou a alisar fora a nata.
Ela preferiria ter um homem com alguns extremidades �speras que um t�o polido que ele vislumbrou. Ela preferiria ter um homem que conheceu como suar e dobrar a parte
de tr�s dele que um com unhas de manicured e cinco-cem-d�lar ternos. Ela tem um homem bastante que...
Ver�o deixou de alisar a nata enquanto os pensamentos dela alcan�aram a consci�ncia dela. Desde ent�o quando ela tinha considerado tendo qualquer homem, e por que,
pelo amor de Deus, ela estava usando Blake para compara��es? Rid�culo.
O bombe era agora uma c�pula branca lisa que espera por sua camada de chocolate rico. Ver�o carranqueou a isto como um assistente bateu tigelas vazias fora do modo
dela. Ela come�ou a misturar o glac� em um misturador grande como dois cozinheiros discutiu em cima das densidades do molho para a entrada.
Quanto ao assunto, os pensamentos dela correram em, era rid�culo com que freq��ncia ela tinha pensado nele os �ltimos dias, enquanto se lembrando de detalhes tolos...
os olhos dele eram quase precisamente a sombra da �gua no lago na propriedade do av� dela em Devon. Como agrad�vel a voz dele era, fundo, com aquela inflex�o l�nguida
mas inconfund�vel do Nordeste americano. Como a boca dele encurvou em uma moda quando ele foi divertido, e outro quando ele sorriu educadamente.
Era dif�cil explicar por que ela tinha notado essas coisas, muito menos por que ela tinha continuado pensando posteriormente neles dias. Como uma regra, ela n�o
pensou em um homem a menos que ela estivesse com him-and iguale ent�o ela s� lhe permitiu uma por��o cuidadosamente regulada da concentra��o dela.
Agora, Ver�o se lembrou como ela come�ou a estender em camadas em gear, n�o era o tempo para pensar em qualquer coisa mas o bombe. Ela pensaria em Blake quando o
trabalho dela era acabado, e ela lidaria com ele em cima da recente ceia que ela tinha aceitado. Oh, yes-her declamam set-she se tratam dele.
Blake chegou cedo deliberadamente. Ele quis ver o trabalho dela. Isso era razo�vel, at� mesmo l�gico. Afinal de contas, se ele fosse contrair Ver�o a Cocharan House
durante um ano, ele deveria ver o do qual ela era capaz diretamente, e como ela fez sobre isto. N�o era incomum para ele confirmar empregados potenciais ou s�cios
na pr�pria relva deles/delas. Se qualquer coisa, era caracter�stico dele. Senso empresarial bom.
Ele continuou se falando assim, em cima de e em cima de, porque havia uma d�vida prolongada sobre as pr�prias motiva��es dele. Talvez ele tinha deixado o apartamento
dela em esp�ritos bons altos que sabem que ele tinha a manobrado melhor que no primeiro c�rculo. A face dela, � men��o do rival dela LaPointe, tinha sido inestim�vel.
E era a face dela que ele n�o tinha podido empurrar fora da mente dele durante quase uma semana.
Inc�modo, ele decidiu como ele pisou no enorme, ecoando cozinha. A mulher o fez inc�modo. Ele gostaria de saber a raz�o por que. Sabendo as raz�es e motiva��es era
essencial a ele. Com eles nitidamente listou, as respostas para qualquer problema seguiriam eventualmente.
Ele apreciou arte de beauty-in, em arquitetura e certamente na forma feminina. Ver�o Lyndon estava bonito. Isso n�o o deveria ter feito inc�modo. Intelig�ncia era
algo ele n�o s� apreciou mas invariavelmente exigiu em qualquer um com o que ele associou. Ela era indubitavelmente inteligente. Nenhuma raz�o para desconforto l�.
Estilo era qualquer outra coisa que ele olhou certamente for-he acharam isto nela. O que foi sobre ela... os olhos? ele desejou saber como ele passou dois cozinheiros
em um argumento aquecido em cima de pato apertado. Aquele estranho castanho isso n�o era precisamente umas manchas de ouro de color-those defin�veis que afundaram
ou iluminaram de acordo com o humor dela. Muito dirija, olhos muito honestos, ele meditou. Blake respeitou isso. Ainda o contraste de cor mal-humorada que realmente
n�o era uma cor o intrigou. Talvez muito.
Sexualidade? Era um homem tolo que era cauteloso por causa de uma sexualidade feminina natural e ele nunca tinha se considerado um homem tolo. Nem um particularmente
suscet�vel. Ainda a primeira vez ele tinha a visto ele tinha sentido aquele cacho de momento de desejo que imediato puxe de homem para mulher. Incomum, ele pensou
dispassionately. Algo ele teria que considerar carefully-then disp�e de. N�o havia quarto para desejo entre s�cios de neg�cio.
E eles seriam que, ele pensou como os l�bios dele encurvados. Blake contou com os pr�prios poderes dele de persuas�o, e a men��o casual dele de LaPointe para virar
Ver�o Lyndon o modo dele. Ela j� estava virando aquele modo, e depois desta noite, refletiu ele, morto ent�o parado. Para um momento sentia como se algu�m tinha
o entregado um sopro muito r�pido, muito atordoante para a base da espinha. Ele s� tinha tido que olhar para ela.
Ela estava meio-escondida pela sobremesa na que ela trabalhou. A face dela era fixa, inten��o. Ele viu a linha l�nguida que poderia ter estado abaixo temperamento
ou corrida de concentra��o entre as sobrancelhas dela. Os olhos dela foram estreitados, as chicotadas varridas abaixo de forma que a express�o eram ileg�veis. A
boca dela que boca macia, moldada que ela nunca parecia pintar, estava formando um fa�a beicinho. Era totalmente kissable.
Ela deveria ter parecido clara e eficiente, tudo em branco. O chap�u do chefe de cozinha em cima dela nitidamente cabelos encadernados poderiam ter dado um toque
quase c�mico. Ao inv�s ela olhou outrageously bonito. De p� l�, Blake poderia ouvir o Chopin que era a marca registrada dela, cheire os cheiros pungentes ex�ticos
de cozinhar, sinta a tens�o no ar como cozinheiros temperamentais exagerou e trabalhou em cima das cria��es deles/delas. Tudo que ele poderia pensar, e pensa bastante
claramente, era como ela pareceria nua, na cama dele, com s� velas competir com a escurid�o.
Se pegando, Blake tremeu a cabe�a dele. Pare, ele pensou com divers�o severa. Quando voc� misturar neg�cio e prazer, um ou ambos sofre. Isso invariavelmente era
algo que Blake evitou sem esfor�o. Ele ocupou o cargo que ele fez porque ele pudesse reconhecer, pese e despede erros antes de eles j� fossem feitos. E ele poderia
fazer assim com uma desumanidade de sangue frio como a que era limpe como seu olha.
A mulher poderia ser t�o deleit�vel quanto a mistura ela estava criando, mas isso n�o era isso que ele wanted-correction, o que ele poderia dispor a want-from ela.
Ele precisou da habilidade dela, o nome dela e o c�rebro dela. Isso era tudo. Para agora, ele se confortou com aquele pensamento como ele lutou ondas de uma necessidade
mais insistente e muito mais b�sica atr�s.
Como estava de p� ele, como longe fora do melee como poss�vel, Blake a assistiu pacientemente, methodically aplicam e alisam em camada depois de camada. N�o havia
nenhuma hesita��o no hands-something dela que ele notou at� mesmo com aprova��o como ele notou a forma elegante bom-desossada deles. Havia nenhuma falta de confian�a
na posi��o dela. Olhando em, Blake percebeu que ela poderia ter estado s� para todo o barulho e confus�o ao redor do dela importou.
A mulher, ele decidiu, poderia construir o bombe espetacular dela na Ben Franklin Parkway a hora de pressa e nunca poderia perder um passo. Bom. Ele n�o p�de usar
alguma f�mea hist�rica que dobrou debaixo de press�o.
Pacientemente ele esperou como ela completou o trabalho dela. At� que Ver�o tivesse a bolsa de massa enchida de icing branco e tinha come�ado ao decorar final, a
maioria do pessoal de cozinha estava dispon�vel a rel�gio. O resto da refei��o era um accompli de fait. Havia s� o final agora.
No �ltimo redemoinho, pisou ela atr�s. Havia um suspiro comunal de avalia��o. Ainda, ela n�o sorriu como caminhou ela completamente ao redor do bombe, conferindo,
rechecking. Perfei��o. Nada menos era aceit�vel.
Ent�o Blake viu os olhos dela clarearem, a curva de l�bios dela. Ao aplauso se espalhado, sorriu ela e era mais que beautiful-she era acess�vel. Ele achou isso o
perturbou mais at� mesmo.
"Leve dentro." Com um riso, ela estirou os bra�os dela alto trabalhar fora uma d�zia de endureceu m�sculos. Ela decidiu que ela pudesse dormir durante uma semana.
"Muito impressionante."
Bra�os acalmam alto, Ver�o virou se achar enfrentando Blake lentamente. Obrigado." A voz dela era muito esfrie, os olhos dela cauteloso. Algum dia entre as bagas
e o glac�, ela tinha decidido ser mesmo, muito cuidadoso com Blake Cocharan, III. "� significado ser."
"Em olhares", concordou ele. Olhando abaixo, ele viu a tigela grande de chocolate que geia isso teve que ainda ser removida. Ele correu o dedo dele ao redor da extremidade,
ent�o lambeu isto fora. O gosto era bastante para derreter os cora��es mais duros. "Fant�stico." Ela n�o poderia ter prevenido o smile-a o truque de pequeno menino
de um homem em um terno primoroso e gravata de seda. "Naturalmente", ela lhe falou com um pequeno lance da cabe�a dela. "Eu s� fa�o o fant�stico. O qual � por que
voc� quer me-correct, Sr. Cocharan? "
"Mmm." O s�o poderia ter sido acordo, ou poderia ter sido qualquer outra coisa. Sabiamente, ambos esquerda isto a isso. "Voc� deve estar cansado, depois de estar
em seus p�s para t�o longo".
"Um homem perceptivo", ela murmurou, enquanto puxando fora o chap�u do chefe de cozinha.
"Se voc� gostaria, n�s ceiaremos em minha cobertura. � privado, quieto. Voc� estaria confort�vel."
Ela ergueu uma sobrancelha, ent�o enviou um olhar r�pido, desconfiado em cima da face dele. Ceias �ntimas eram algo ser considerado cuidadosamente. Ela poderia estar
cansada, Ver�o meditou, mas ela ainda poderia segurar o pr�prio dela com qualquer man-particularly homem de neg�cios americano. Com um encolha os ombros, ela puxou
fora o avental manchado dela. "Isso est� bem. S� me levar� um minuto mudar."
Ela o deixou sem um relance para tr�s, mas como assistiu ele, ela foi atocaiada por um homem pequeno com um bigode escuro que agarrou a m�o dela e apertou isto dramaticamente
aos l�bios dele. Blake n�o teve que escutar as palavras para medir a inten��o. Ele sentia uma tor��o de aborrecimento que, com algum esfor�o, ele for�ou em divers�o.
O homem estava falando rapidamente enquanto trabalhando o modo dele para cima o bra�o de Ver�o. Ela riu, tremeu a cabe�a dela e suavemente o cutucou fora. Blake
assistiu o olhar de homem depois o dela como um filhote de cachorro abandonado antes de ele apertasse o chap�u do pr�prio chefe de cozinha dele ao cora��o dele.
Um real efeito que ela est� usando o macho das esp�cies, Blake meditou. Novamente dispassionately, ele refletiu que havia um certo tipo de mulher que puxou os homens
sem qualquer esfor�o vis�vel. Era um inato... habilidade, ele sup�s era o termo correto. Uma habilidade ele n�o admirou ou condenou, mas simplesmente desconfiou.
Uma mulher gosta isso poderia manipular com o estalido do pulso. Em um n�vel pessoal, ele preferiu mulheres que eram mais �bvio nos presentes deles/delas.
Ele se posicionou bem fora do modo enquanto a cacofonia e confus�o de limpar come�aram. Era uma habilidade que ele figurou n�o doeria na posi��o dela como chefe
de cozinha de cabe�a da Filad�lfia Cocharan Casa dele.
Em nove mais que o minuto que ela tinha reivindicado que ela seria, Ver�o passeou atr�s na cozinha. Ela tinha escolhido a seda papoula-colorida magra porque perfeitamente
era simple-so simples que teve uma tend�ncia para agarrar toda curva e puxar todo olho. Os bra�os dela eram nus mas porque um ornately esculpiram pulseira de ouro
que ela h� pouco usou anterior o cotovelo. Gota que brincos espirais quase derrubaram aos ombros dela. Unbound agora, os cabelos dela enrolaram um pouco ao redor
a face dela do calor e umidade da cozinha.
Ela soube que o resultado era o exc�ntrico de parte, parte ex�tico. Da mesma maneira que ela soube que transmitiu uma sexualidade primitiva. Ela vestiu como ela
cal�as jeans de did-from para silks-for o pr�prio prazer dela e ao pr�prio capricho dela. Mas quando ela viu o fogo, depressa aterrou, nos olhos de Blake ela era
perversely satisfeito.
Nenhum iceman, ela curso de mused-of ela n�o estava interessada nele de qualquer modo pessoal. Ela quis se estabelecer como uma pessoa, um indiv�duo, simplesmente
em lugar de um nome que ele quis assinado em um contrato nitidamente. As roupas de trabalho dela foram confundidas em uma carga de tela que ela levou em uma m�o,
enquanto em cima do outro ombro dela pendurado um min�sculo perfeitamente bolsa de beaded. Em um gesto bastante real, ela ofereceu para Blake a m�o dela.
"Pronto? "
"Claro que. '' a m�o dela estava fresca, pequena e lisa. Ele pensou de derramar luz solar e molhou, grama fragrante. Por causa disto, a voz dele ficou fresca e pragm�tica.
"Voc� � ador�vel."
Ela n�o p�de resistir. Humor saltou nos olhos dela. "Claro que." Pela primeira vez ela o viu grin-fast, enquanto atraindo. Perigoso. Naquele momento ela n�o tinha
bastante certeza que segurou a m�o superior.
"Meu motorista est� esperando fora", Blake lhe falou suavemente. Junto eles caminharam do brightly iluminado, cozinha ruidosa fora na rua enluarada. "Eu levo isto
voc� estava satisfeito com sua parte da refei��o do governador. Voc� n�o escolheu ficar para a cr�tica ou elogios."
Como ela entrou na parte de tr�s da limusine, Ver�o lhe enviou um olhar incr�dulo. "Cr�tica? O bombe � minha especialidade, Sr. Cocharan. Sempre � soberbo. Eu preciso
ningu�m para me contar isso." Ela entrou o carro, alisou a saia dela e cruzou as pernas dela.
"Claro que", Blake murmurou, enquanto deslizando ao lado dela, "� um prato complicado." Ele foi em conversationally, "Se minha mem�ria me servir, leva horas para
preparar corretamente."
Ela o assistiu remova uma garrafa de champanha de gelo e abra com s� um estouro amortecido. H� muito pequeno que pode ser soberbo em uma quantia curta de tempo."
"Muito verdadeiro." Blake verteu champanha em dois �culos de tulipa e, dando Ver�o um, sorriu. "Para uma associa��o prolongada."
Ver�o lhe deu um olhar honesto como as ilumina��es de rua chamejou no carro e em cima da face dele. Guerreiro escoc�s um pouco, aristocrata ingl�s um pouco, que
ela decidiu. N�o uma combina��o simples. Ent�o novamente, simplicidade sempre n�o era o para o qual ela olhou. Com s� uma hesita��o breve, ela tocou o copo dela
a seu. "Talvez", ela disse. "Voc� desfruta seu trabalho, Sr. Cocharan? " Ela tomou um gole, e sem olhar para o r�tulo, identificou a vindima do vinho que ela bebeu.
"Muito." Ele a assistiu como bebeu ele, enquanto notando que ela tinha feito n�o mais que varre algum r�mel em cima das chicotadas dela quando ela tinha mudado.
Para um momento ele estava distra�do pela especula��o do que a pele dela sentiria como debaixo dos dedos dele. "� �bvio pelo que eu peguei daquela sess�o em l� que
voc� desfruta o seu."
"Sim." Ela sorriu, enquanto o apreciando e o que ela pensou seria uma luta interessante para poder. "Eu fa�o isto uma pol�tica fazer o que eu desfruto. A menos que
eu esteja muito enganado, voc� tem a mesma pol�tica."
Ele acernar com a cabe�a, enquanto sabendo que ele estava sendo iscado. "Voc� � muito perceptivo, Sra. Lyndon".
"Sim." Ela ofereceu o copo dela para um refil. "Voc� tem gosto excelente em vinhos. Isso estende a outras �reas? ''
Os olhos dele fecharam em seu como ele encheu o copo dela. "Todas as outras �reas? "
A boca dela encurvou lentamente como ela trouxe o champanha a isto. Ver�o desfrutou a efervesc�ncia ela poderia sentir logo antes ela provou isto. "Claro que. Seria
preciso dizer que voc� um homem distintivo �? "
O que o inferno ela estava chegando? "Se voc� gosta", Blake devolveu suavemente.
Homem de neg�cios", ela foi em. Executivo. Me fale, n�o fa�a os executivos... delegue? "
"Freq�entemente."
"E voc�? Voc� n�o delega? "
"Isso depende."
"Eu desejei saber por que Blake Cocharan, o pr�prio HI levaria o tempo e aborreceria para galantear um chefe de cozinha na organiza��o" dele.
Ele tinha certeza ela estava rindo dele. Mais, ele tinha certeza ela queria que ele conhecesse isto. Com um esfor�o, ele suprimiu o aborrecimento dele. "Este projeto
� um pessoal acaricie de meu. Desde que eu quero s� o melhor para isto, eu levo o tempo e aborre�o para adquirir o melhor pessoalmente."
"Eu vejo." A limusine planou suavemente ao meio-fio. Ver�o dado para Blake o copo vazio dela como o motorista abriu a porta dela. "Ent�o como estranho que voc� mencionaria
LaPointe at� mesmo se s� o melhor o" servir�. Com a gra�a arrogante uma mulher pode nascer s� com, Ver�o desceu. Que, ela pensou smugly, deveria cutucar alguns buracos
na arrog�ncia dele.
O Cocharan House de Filad�lfia estava s� doze hist�rias e teve uma fachada de tijolo resistida. Tinha sido constru�do misturar e acentuar a arquitetura colonial
que era o cora��o da cidade. Outros edif�cios poderiam zunir mais alto, poderia vislumbrar com modernidade, mas Blake Cocharan tinha sabido o que ele tinha querido.
Eleg�ncia, estilo e discri��o. Isso era Casa de Cocharan. Ver�o foi for�ado a aprovar. Em umas grandes muitos coisas, ela preferiu o mundo velho para o novo.
O sal�o de entrada estava quieto, e se o ouro fosse um pouco entorpe�a, os tapetes olhando macio e enfraquecido um pouco, era uma escolha deliberada e sagaz. Riqueza
velha, estabelecida era o ambiente. Nenhuma quantia de lustro, vislumbre ou gilt teriam sido mais efetivos.
Levando o bra�o de Ver�o, Blake atravessou com s� um aceno aqui e l� para a muitos "boa noite, Sr. Cocharans" que ele recebeu. Depois de inserir uma chave em um
elevador privado, ele a conduziu dentro. Eles foram envolvidos por sil�ncio e copo defumado.
"Um lugar ador�vel", Ver�o comentou. "� sido anos desde que eu estive dentro. Eu tinha esquecido." Ela olhou o elevador ao redor e viu as reflex�es deles/delas apanhadas
profundamente em copo cinza. "Mas voc� n�o acha isto limitando para viver em um hotel-to viva, quer dizer, onde voc� trabalha? "
"N�o. Conveniente."
Uma piedade, Ver�o meditou. Quando ela n�o estava trabalhando, ela quis se remover das cozinhas e cron�metros. Ela nunca tinha sido one-as a m�e dela e o pai teve
been-to trazer a casa de trabalho dela com ela.
O elevador parou t�o suavemente que a mudan�a era dificilmente not�vel. As portas deslizaram aberto silenciosamente. "Voc� tem o ch�o inteiro a voc�? "
H� tr�s apartamentos de convidado como tamb�m minha cobertura", Blake explicou como eles caminharam abaixo o corredor. "Nenhum deles est� ocupado no momento." Ele
inseriu uma chave ent�o em um �nico painel de uma porta de carvalho dobro a gesticulou dentro.
As luzes j� foram. Ele tinha escolhido bem as cores dele, ela pensou como ela pisou sobre o tapete pewter-harmonizado grosso. Fica cinzento* de prateado p�lido para
esfuma�ado dominou dentro o baixo, esparramando sof�, as cadeiras, as paredes. Com as luzes muja teve um efeito como em sonho que era sensual e calmante.
Poderia ter sido sombrio, at� mesmo ins�pido, mas havia espirra habilmente de cor entremeada. A meia-noite funda azul das cortinas, o p�rola-como tons do ex�rcito
de almofadas que revestem o sof�, os ricos, verde primitivo de uma hera que enrosca abaixo os degraus de um breakfront. Ent�o havia as cores ardendo da uma pintura,
um Impressionista franc�s que dominou uma parede.
N�o havia nenhum da desordem que ela teria escolhido para ela, mas um senso de estilo que ela admirou imediatamente. "Incomum, Sr. Cocharan", Ver�o elogiou como
ela saiu automaticamente dos sapatos dela. "E efetivo."
Obrigado. Outra bebida, Sra. Lyndon? A barra proveu completamente, ou h� champanha se voc� preferir."
Ainda determinado para sair em cima da noite, Ver�o passeou ao sof� e sentou. Ela lhe enviou um sorriso fresco, f�cil. "Eu sempre prefiro champanha."
Enquanto Blake se tratou da garrafa e arrolha, ela levou um momento extra para estudar o quarto novamente. N�o um homem ordin�rio, ela decidiu. Muito freq�entemente
usual era sin�nimo com enfadar. Ver�o foi for�ado a admitir que porque ela tinha se associado com o bo�mio, o exc�ntrico, o criativo para a maioria da vida dela,
ela tinha pensado sempre nas pessoas em neg�cio como perfura��o de innately.
N�o, Blake Cocharan n�o seria sombrio. Ela quase lamentou isto. Um homem sombrio, n�o importa como atraente, poderia ser controlado com o m�nimo de esfor�o. Blake
ia ser dif�cil. Particularmente desde que ela contudo vir a uma decis�o firme na proposi��o dele.
"Seu champanha, Sra. Lyndon". Quando ela ergueu os olhos dela a seu, Blake teve que lutar uma carranca atr�s. O olhar tamb�m estava medindo, tamb�m maldi��o calculando.
At� agora h� pouco o que esteve a mulher? E por que no nome de Deus ela parecia t�o certa, assim temptingly corrigem, enrolou no sof� dele com travesseiros � parte
de tr�s dela? "Voc� deve ter fome, ele disse, surpreso que ele precisou da defesa de palavras. "Se voc� me contaria o que voc� gostaria, a cozinha preparar� isto.
Ou eu posso o adquirir um card�pio, se voc� preferisse."
"Um card�pio n�o ser� necess�rio." Ela tomou um gole de champanha franc�s mais frio, espumoso. "Eu gostaria de um hamb�rguer com queijo."
Blake assistiu a troca de seda como ela se conchegou no canto do sof�. "Um isso que? "
"Hamb�rguer com queijo", Ver�o repetiu. "Com uma ordem lateral de frituras, cadar�o de sapato." Ela ergueu o copo dela para examinar a cor do l�quido. Voc� sabe,
este era um ano verdadeiramente excepcional."
"Sra. Lyndon... " Com paci�ncia cansada, Blake imergiu as m�os dele nos bolsos dele e manteve a voz dele at� mesmo. "Exatamente que jogo est� jogando voc�? "
Ela tomou um gole lentamente, enquanto saboreando. "Jogo? "
"Voc� quer seriamente que eu acredite que voc�, um gourmet, chefe de cozinha de bleu de cord�o, queira comer um hamb�rguer com queijo e frituras de cadar�o de sapato?
"
"Eu n�o teria dito t�o caso contr�rio." Quando o copo dela estava vazio, Ver�o subiu para reencher isto ela. Ela moveu, ele notou, lazily, com nenhum daquele movimento
afiado, quase militar n�o tinha usado ela ao cozinhar. "Sua cozinha tem carne de boi principal magra, n�o faz isto? "
"Claro que." Certo ela estava tentando para o aborrecer, ou faz um bobo dele, Blake levou o bra�o dela e a virou estar em frente dele. "Por que voc� quer um hamb�rguer
com queijo? "
"Porque eu gosto deles", ela simplesmente disse. "Eu tamb�m gosto de tacos e pizza e chicken-particularly frito quando outra pessoa estiver os cozinhando. Aquele
tipo de coisa � r�pido, gostoso e conveniente." Ela sorriu, relaxou pelo vinho, divertido pela rea��o dele. "Voc� tem uma obje��o moral para jogar fora comida, Sr.
Cocharan? "
"N�o, mas eu pensaria que voc� vai."
"Ah, eu quebrei sua imagem de um "esnobe de gastronomic. Ela riu, um som muito atraente, puramente feminino. "Como um chefe de cozinha, eu posso lhe falar que molhos
ricos e natas pesadas ou n�o s�o f�ceis na digest�o. Al�m isso, eu cozinho professionally. Para per�odos longos de tempo eu sou rodeado pelo melhor de culin�ria
de haute. Delicadezas, comidas que t�m que estar preparado com perfei��o absoluta, dividir-segunda cronometragem. Quando eu n�o estiver trabalhando, eu gosto de
relaxar." Ela bebeu champanha novamente. "Eu preferiria um hamb�rguer com queijo, m�dio raro, para aux de Fil� Champignons no momento, se voc� n�o nota."
"Sua escolha", ele murmurou e moveu o telefone para ordenar. A explica��o dela tinha sido razo�vel, at� mesmo l�gico. N�o havia nada que o aborreceu mais que tendo
o pr�prio estilo dele de manobrar usado contra ele.
Com o copo dela em m�o, Ver�o vagou � janela. Ela gostou � noite dos olhares de uma cidade. Os edif�cios subiram e esparramaram ao longe e tr�fico feriu seu modo
silenciosamente nas estradas cruzando. Luzes, escurid�o, sombras.
Ela n�o poderia ter contado o n�mero de cidades ela tinha estado dentro ou tinha visto de uma mancha semelhante, mas o favorito dela permaneceu Paris. Ainda ela
tinha escolhido viver para comprimentos longos de tempo no States-she gostou do contraste das pessoas e culturas e atitudes. Ela gostou da ambi��o e entusiasmo de
americanos que ela viu tipificados no segundo marido da m�e dela.
Ambi��o era algo que ela entendeu. Ela teve muito o pr�prio dela. Ela entendeu isto para ser a raz�o ela procurou os homens com habilidade mais criativa que ambi��o
nas rela��es pessoais dela. Duas pessoas competitivas, carreira-orientadas fizeram um par intranq�ilo. Ela tinha aprendido aquele cedo em assistir os pr�prios pais
dela entre si, e os c�njuges subseq�entes deles/delas. Quando ela escolheu estadia por um Ver�o de relationship-something considerou era pelo menos um away-she de
d�cada quiseram algu�m que entendeu que a carreira dela veio primeiro. Qualquer cozinheiro, de uma crian�a que faz uma manteiga de amendoim intercale a chefe de
cozinha de mestre, tido que entender prioridades. Ver�o tinha entendido o pr�prio dela toda a vida dela. "Voc� gosta da vis�o? " Blake estava atr�s dela onde ele
tinha a estado estudando durante uns cinco minutos cheios. Por que ela deveria parecer diferente de qualquer outra mulher que ele alguma vez tinha trazido para a
casa dele? Por que ela deveria parecer mais evasiva, mais atraente? E por que deve a presen�a dela s� fa�a t�o dif�cil para ele manter a mente dele no neg�cio ele
tinha a trazido l� para?
"Sim." Ela n�o virou porque ela percebeu abruptamente s� como �ntimo ele era. Era algo antes do que ela deveria ter sentido, Ver�o pensou com uma carranca leve.
Se ela virasse, eles seriam face-para-face. H� uma escova de corpos, uma reuni�o de olhos. O passeio r�pido de nervos fez o dela tome um gole do champanha novamente.
Rid�culo, ela se falou. Nenhum homem a fez nervoso.
"Voc� viveu aqui bastante longo reconhecer os pontos de interesse", Blake disse facilmente, enquanto os pensamentos dele centraram em como a curva do pesco�o dela
provaria, sentiria debaixo da escova dos l�bios dele.
"Claro que. Eu me considero um Philadelphian quando eu estiver na Filad�lfia. Me sou falado por alguns de meus s�cios que eu fui Americanizado" totalmente.
Blake escutou o fluxo do europeu acentuou voz, atraiu o cheiro sutil, sensual de Paris que era o perfume dela. A luz escura mencionou o ouro se espalhado pelo cabelo
dela. Como os olhos dela, pensou ele. Ele s� teve que a virar e olhar para a face dela para a ver esculpiram, olhar ex�tico. E ele quis, overwhelmingly, ver aquela
face.
"Americanizado", Blake murmurou. As m�os dele estavam nos ombros dela antes de ele pudesse os parar. A seda deslizou esfria debaixo das palmas dele como ele a virou.
"Nenhum... " o olhar dele sacudiu abaixo, em cima dos cabelos dela e olhos, e demorou na boca dela. "Eu penso que seus s�cios est�o muito enganados."
"O fa�a? " Os dedos dela tinham apertado no talo do copo dela, a boca dela tinha aquecido. Dar� poder a mantido a voz dela s� firme. O corpo dela escovou o dele
uma vez, ent�o duas vezes como ele come�ou a puxar a mais �ntimo. Necessidades, firmemente controlado, come�aram a queimar sem chama. Enquanto a mente dela correu
com as possibilidades, Ver�o inclinou a cabe�a dela atr�s e calmamente falou. "O que sobre o neg�cio n�s estamos aqui para discutir, Sr. Cocharan? "
"N�s n�o come�amos em neg�cio contudo." A boca dele pairou em cima de seu para um momento antes de ele trocasse para s� sussurrar um beijo debaixo de uma sobrancelha.
"E antes de n�s fazermos, poderia ser s�bio para resolver ponto" este aqui.
A respira��o dela estava entupindo, apoiando nos pulm�es dela. Se afastar ainda era poss�vel, mas ela come�ou a desejar saber por que ela deveria considerar isto.
"Ponto? "
"Seu lips-will que eles provam como excitando como eles olham? "
As chicotadas dela estavam tremulando abaixo, o amolecimento de corpo dela. Ponto interessante", ela murmurou, ent�o inclinou a cabe�a dela atr�s em convite.
Os l�bios deles/delas eram separadamente s� uma respira��o quando a batida afiada soou � porta. Algo clareou no brain-reason-while de Ver�o que o corpo dela continuou
zumbindo. Ela sorriu, enquanto concentrando duro naquele fatia de sanidade.
"O servi�o em uma Casa de Cocharan � invariavelmente excelente."
"Amanh�", Blake disse como se afastou relutantemente ele, "eu vou despedir meu "gerente de servi�o de quarto.
Ver�o riu, mas tomou um gole tr�mulo de vinho quando ele a deixou atender a porta. Feche, ela pensou, enquanto deixando sair um longo, firmando respira��o. Muito
muito �ntimo. Estava na hora para guiar a noite em canais de neg�cio e manter isto l�. Ela se deu um momento enquanto o gar�om montou a refei��o na mesa.
"Cheiros maravilhoso", Ver�o comentou, enquanto cruzando o quarto como Blake inclinou e despediu o gar�om. Antes de sentar, ela olhou � refei��o dele. Bife, raro,
uma batata cozinhando em vapor que estoura fora de sua pele, aspargos untados com manteiga. "Muito sensato." Ela o atirou um sorriso arreliando em cima do ombro
dela como ele ofereceu a cadeira dela.
"N�s podemos ordenar sobremesa depois."
"Nunca os" toque, ela disse, l�ngua em bochecha. Com uma m�o generosa ela espalhou mostarda em cima do p�o dela. "Eu reli seu contrato."
"O feito? " Ele assistiu como ela cortou nitidamente ent�o o hamb�rguer em dois ergueu um meio. N�o o deveria pegar de surpresa, Blake meditou. Afinal de contas,
ela manteve Oreos no jarro de biscoito dela.
"Assim fez meu advogado."
Blake acrescentou um pouco de pimenta de ch�o ao bife dele antes de cortar nisto. "E? "
"E parece estar muito em ordem. Exclua... " Ela permitiu a palavra para pendurar enquanto ela levou a primeira mordida. Fechando os olhos dela, Ver�o simplesmente
desfrutou.
"Exclua? " Blake incitou.
"Se eu fosse considerar tal uma oferta, eu precisaria consideravelmente mais quarto."
Blake ignorou o se. Ela estava considerando isto, e eles ambos conheceram isto. "Em que �rea? "
"Certamente voc� est� atento que eu fa�o bastante de viajar." Ver�o colidiu sal nas frituras francesas, provou e aprovou. "Freq�entemente � uma quest�o de dois ou
tr�s dias quando eu for, diga, Veneza e prepara Honore para um St. de Gateau. Alguns de meus clientes me reservam meses com anteced�ncia. Por outro lado, h� algum
aquela transa��o mais espontaneamente. Alguns destes-'' Ver�o mordeu novamente no hamb�rguer com queijo "-eu acomodarei por causa de afeto pessoal ou "desafio de
profissional.
"Em outro palavra voc� quereria voar para Veneza ou onde quer que quando voc� sentia isto necess�rio." Por�m incongruente ele sentia a combina��o era, Blake verteu
mais champanha no copo dela enquanto ela comeu.
"Precisamente. Embora sua oferta tenha um pouco de interesse de desprezo por mim, seria imposs�vel, at� mesmo, eu sinto, pouco �tico, virar minha parte de tr�s em
clientes estabelecidos."
"Entendido." Ela era astuciosa, Blake pensou, mas assim era ele. "Eu deveria pensar que um arranjo razo�vel pudesse ser trabalhado fora. Voc� e eu poder�amos revisar
seu hor�rio atual."
Ver�o lambiscou em uma fritura, ent�o espanou os dedos dela em um guardanapo feito de linho branco. "Voc� e eu? "
"Isso manteria isto mais simples. Ent�o se n�s concord�ssemos em discutir qualquer outras ocasi�es poderia semear para cima durante o ano em uma base individual...
" Ele sorriu como ela apanhou o segundo a metade do hamb�rguer com queijo dela. "Eu gosto de pensar eu sou um homem razo�vel, Sra. Lyndon. E, para ser honesto, eu
preferiria o assinar com meu hotel pessoalmente. No momento, a t�bua est� apoiando para LaPointe, mas-"
"Por que? " A palavra era uma demanda e uma acusa��o. Nada poderia ter agradado Blake mais.
"Caracteristicamente, os grandes chefes de cozinha s�o os homens." Ela amaldi�oou, abruptamente e brutalmente em franc�s. Blake somente acernar com a cabe�a. "Sim,
exatamente. E, por algum interrogat�rio discreto, aprendemos n�s aquele Monsieur LaPointe est� muito interessado na posi��o."
"Os su�nos subiriam a uma chance para assar castanhas em um canto de rua se s� ter o quadro dele no papel." Lan�ando abaixo o guardanapo dela, ela subiu. "Voc� pensa
talvez eu n�o entendo sua estrat�gia, Sr. Cocharan". O levantamento real da cabe�a dela a acentuou pesco�o longo, esbelto. Blake se lembrou bastante vividamente
como aquela pele tinha sentido debaixo dos dedos dele. "Voc� lan�a LaPointe em minha face pensando que eu agarrarei sua oferta como um assunto de ego, de orgulho".
Ele sorriu porque ela parecia magn�fica. "Trabalhou? "
Os olhos dela estreitaram, mas os l�bios dela quiseram encurvar mal. "LaPointe � um philistine. Eu sou um artista."
"E? "
Ela soube melhor que aceitar qualquer coisa em raiva. Sabido melhor, mas... "Voc� acomoda meu hor�rio, Sr. Cocharan, o Ter�o, e eu far�o para seu restaurante o estabelecimento
melhor de seu tipo na Costa Oriental." E condena isto, ela poderia fazer isto. Ela achou ela quis fazer isto para provar isto a ambos eles.
Blake subiu, enquanto erguendo ambos os �culos. "Para sua arte, mademoiselle." Ele lhe deu um copo. "E para meu neg�cio. Possa ser uma uni�o lucrativa para ambos
n�s."
"A sucesso", emendou ela, enquanto soando copo a copo. "O qual, no fim, � isso que n�s ambos olhar para."

Cap�tulo 3
Bem, eu fiz isto, Ver�o pensou, enquanto fazendo carranca. Ela varreu o cabelo dela atr�s e afian�ou isto com dois pentes de madrep�rola. Criticamente ela estudou
a face dela no espelho conferir a maquilagem dela. Ela tinha aprendido o truque de acentuar as melhores caracter�sticas dela da m�e dela. Quando a ocasi�o pediu
isto, e ela estava no humor, Ver�o explorou a arte. Embora ela sentia que a face que foi refletida a ela faria, ela carranqueou de qualquer maneira.
Se tinha sido raiva ou ego ou h� pouco cussedness claro, ela tinha concordado em se amarrar para a Casa de Cocharan, e Blake, durante o pr�ximo ano. Talvez ela quis
o desafio disto, mas j� ela era inc�moda com o compromisso a longo prazo e as obriga��es que foram com isto.
Trezentos sessenta-cinco dias. N�o, isso era muito opressivo, ela decidiu. Cinq�enta-duas semanas quase n�o eram uma imagem melhor. Doze meses. Bem, ela h� pouco
teria que viver com isto. N�o, ela teria que fazer melhor que que, Ver�o decidiu como ela vagou atr�s no est�dio onde ela estaria gravando uma demonstra��o para
TELEVIS�O p�blica. Ela teve que cumprir o voto dela para dar para a Filad�lfia Cocharan Casa o restaurante melhor na Costa Oriental.
E assim ela vai, ela se falou com um estalido do cabelo dela em cima do ombro dela. Assim ela condena bem v�. Ent�o ela folhearia o nariz dela a Blake Cocharan,
III. O covarde.
Ele tinha a manipulado. Duas vezes, ele tinha a manipulado. Embora ela tivesse estado perfeitamente atenta disto na segunda vez, ela tinha passeado de qualquer maneira
abaixo a al�ia. Por que? Ver�o correu a l�ngua dela em cima dos dentes dela e assistiu a televis�o gritou de alegria fixado para cima pelo gravar.
O desafio, ela decidiu, enquanto a torcendo tran�aram cadeia de ouro ao redor um dedo esbelto. Seria um desafio para trabalhar com ele e ficar em cima. Competir
era a maior fraqueza dela, afinal de contas. Isso era uma raz�o que ela tinha escolhido superar em uma carreira que foi macho-dominada caracteristicamente. Oh, sim,
ela gostou de competir. Melhor de tudo, ela gostou de ganhar.
Ent�o havia aquela masculinidade madura seu. Modos polidos n�o puderam esconder isto. Roupas costuradas n�o puderam encapotar isto. Se ela fosse honest-and que ela
decidiu que ela seria para o moment-Summer tido que admitir que ela gostaria de explorar isto.
Ela soube o efeito dela em homens. Um presente gen�tico, ela sempre tinha pensado, da m�e dela. Era raro que ela preste muita aten��o � pr�pria sexualidade dela.
A vida dela tamb�m estava cheio das press�es do trabalho dela e o relaxamento completo que ela exigiu entre clientes. Mas poderia estar na hora, Ver�o meditou agora,
alterar coisas um pouco.
Blake Cocharan, III representou um desafio definido. E como ela amaria tremer para cima aquela arrog�ncia masculina presumida. Como ela gostaria do reembolsar pela
manobrar precisamente para onde ele tinha a querido. Como ela considerou modos variados e meios para h� pouco fazer que, Ver�o assistiu o arquivo de audi�ncia de
est�dio � toa dentro.
Eles tiveram a capacidade por aproximadamente cinq�enta, e aparentemente eles teriam uma casa cheia esta manh�. Pessoas estavam falando em meia-vozes, os resmungos
e evasivas associaram com teatros e igrejas. O diretor, um homem pequeno, excit�vel antes de quem Ver�o tinha trabalhado com, apressado de aperto a gaffer, ilumina
a m�quina fotogr�fica, enquanto lan�ando os bra�os dele em gestos que sinalizaram prazer ou medo. S� extremes. Quando ele veio para ela, Ver�o escutou as instru��es
nervosas r�pidas dele com meio uma orelha. Ela n�o estava pensando nele, nem ela estava pensando no vacherin ela era preparar em m�quina fotogr�fica. Ela ainda estava
pensando no melhor modo para controlar Blake Cocharan.
Talvez ela deveria o procurar, subtly-but n�o t�o sutilmente que ele n�o notaria. Ent�o quando o ego dele foi inchado, ela... ela totalmente o ignoraria. Uma id�ia
fascinante.
"A primeira concha assada est� no "gabinete de armazenamento de centro.
"Sim, Simon, eu sei." Ver�o bateu levemente a m�o do diretor enquanto ela revisou o plano para falhas. Teve um grande. Ela poderia se lembrar de tudo muito claramente
aquela sensa��o vertiginosa que tinha varrido em cima dela quando ele barely-kissed de nearly-just as alguns noites dela antes de.
Se ela jogasse o jogo que modo, ela h� pouco poderia se achar confundindo as regras. Assim...
"O segundo � certo em baixo disto."
"Sim, eu sei." Ela n�o tinha posto isto ela l� esfriar depois de assar? Ver�o deu para o diretor fren�tico um sorriso ausente. Ela poderia ignorar Blake corrigem
desde o come�o. Trate him-not com desprezo, mas com desinteresse. O sorriso se tornou amea�ando um pouco. Os olhos dela refletiram. Isso deveria o dirigir louco.
"Todos os ingredientes e equipamento s�o exatamente onde voc� os" p�s.
"Simon", Ver�o come�ou amavelmente, "deixe de preocupar. Eu posso construir um vacherin em meu sono."
"N�s rodamos fita em cinco minutos-"
"Onde � ela! "
Ver�o e Simon deram uma olhada � voz berrando. O sorriso dela j� estava formando antes de ela visse seu dono. "Carlo! "
"Aha." Escuro e de arame e t�o flex�vel quanto uma cobra, Carlo Franconi feriu o modo dele ao redor de pessoas e em cima de cabo agarrar Ver�o e puxar o jarringly
dela contra o t�rax dele. "Minha pequena massa francesa." Ternamente ele bateu levemente o fundo dela.
Rindo, ela devolveu o favor. "Carlo, o que est� fazendo voc� no centro da cidade a Filad�lfia em uma manh� de quarta-feira? "
"Eu estava em Nova Iorque que promove meu livro novo, Macarr�o pelo Mestre". Ele retirou bastante para menear as sobrancelhas dele a ela. "E eu disse, Carlo, voc�
h� pouco est� ao redor do canto da mulher mais sensual que j� segurou uma bolsa de massa. Assim eu venho."
"H� pouco ao redor do canto", Ver�o repetiu. Era t�pico dele. Se ele tivesse estado no Los Angeles, ele teria feito a mesma coisa. Eles tinham estudado junto, cozinhou
junto, e talvez se a amizade deles/delas n�o tivesse ficado t�o s�lida e importante, eles poderiam ter dormido junto. "Me deixe olhar para voc�."
Obligingly, o Carlo pisou para posar atr�s. Ele usou cal�as jeans diretas, apertadas que lisonjearam quadris estreitos, uma camisa de seda salm�o-colorida e um federa
de pano que foram inclinados rakishly em cima da escurid�o dele, olhos amendoados. Um diamante ultrajante refletiu no dedo dele. Como sempre, ele estava bonito,
macho e atento disto.
"Voc� parece fant�stico, Carlo. Fantastico."
"Mas claro que." Ele correu um dedo abaixo a borda do chap�u dele. "E voc�, minha massa folhada deleit�vel-" ele levou as m�os dela e apertou cada palma aos l�bios
dele ''-esquisita. ''
"Mas claro que." Rindo novamente, ela o beijou cheio na boca. Ela soube centenas das pessoas, professionally, socialmente, mas se tivessem lhe pedido que nomeasse
um amigo, teria sido Carlo Franconi que vieram � mente dela. "� bom o ver, Carlo. O que � sido? Quatro meses? Cinco? Voc� estava na B�lgica a �ltima vez eu estava
na It�lia? "
"Quatro meses e doze dias", ele disse facilmente. "Mas quem conta? S� � que eu desejei seu Napoleans, suas bombas, seu-" ele a agarrou novamente e lambiscou nos
dedos dela "-"bolo de chocolate.
"� vacherin esta manh�", ela disse secamente, "e voc� � bem-vindo a alguns quando o espet�culo acabou.
"Ah, seu merengue. Morrer para." Ele sorriu wickedly. "Eu sentarei na fila dianteira e cruzarei meus olhos a voc�."
Ver�o beliscou a bochecha dele. "Tente iluminar para cima, Carlo. Voc� � t�o sufocante."
"Sra. Lyndon, por favor".
Ver�o olhou a Simon cujo respirar era shallower vistoso como a contagem regressiva come�ou. "� certo, Simon, eu estou pronto. Adquira seu assento, Carlo, e rel�gio
cuidadosamente. Voc� poderia aprender algo este tempo."
Ele disse algo curto e rude e facilmente traduzido como eles foram os modos separados deles/delas. Relaxado, Ver�o estava atr�s da superf�cie de trabalho dela e
assistiu a conta de diretor de ch�o fora os segundos. Ignorando a face facilmente o Carlo a atacaram, Ver�o come�ou o espet�culo, enquanto falando diretamente com
a m�quina fotogr�fica.
Ela levou esta parte da profiss�o dela t�o seriamente quanto ela levou criando o bolo de casamento real para uma princesa europ�ia. Se ela fosse ensinar para a pessoa
comum como fazer algo elabore e excitando, ela faria bem isto.
Ela parecia primorosa, o Carlo pensou. Ent�o ela sempre fez. E confiante, competente, fresco. Em uma m�o, ele estava alegre de achar isto verdadeiro, porque ele
era um homem que repugnou coisas ou as pessoas que mudaram quickly-particularly tamb�m se ele n�o tivesse nada que ver com isto. Por outro lado, ele preocupou sobre
ela.
Contanto que ele tivesse conhecido Summer-good Deus, teve isto nunca sido dez years?-she se permitiram um envolvimento pessoal. Era dif�cil para um homem vol�til,
emocional o goste entender a qualidade dela de reserva completamente, o desinteresse aparente dela em encontros rom�nticos. Ela teve paix�o. Ele tinha visto isto
explodir em temperamento, em alegria, mas nunca tinha o tido visto dirigiu para um homem.
Uma piedade, ele pensou como ele assistiu a constru��o dela os an�is de merengue. Uma mulher, ele sentia, estava perdido sem um man-just como um homem estava perdido
sem uma mulher. Ele tinha se compartilhado com muitos.
Uma vez em cima de bolo de kircsh e Chablis, ela tinha relaxado bastante para lhe falar que ela n�o pensou que foram queridas dizer os homens e mulheres para rela��es
permanentes. Matrim�nio era muito facilmente uma institui��o dissolvida e, ent�o, n�o uma institui��o a todos menos uma hipocrisia perpetuada por pessoas que quiseram
fingir que eles poderiam fazer para compromissos. Amor era uma emo��o inconstante e, ent�o, indigno de confian�a. Era algo explorado por pessoas como uma desculpa
agir tolamente ou unwisely. Se ela quisesse agir tolo, ela faria assim sem desculpas.
Na ocasi�o, porque ele tinha sido no abaixe fim de um afazeres com uma herdeira grega, o Carlo tinha concordado com ela. Depois, ele tinha percebido que enquanto
o acordo dele tinha sido o resultado tempor�rio de uvas azedas, Ver�o tinha significado o que ela tinha dito precisamente.
Uma piedade, ele pensou novamente como Ver�o levou fora os an�is previamente assados de em baixo do contador e come�ou a construir a concha. Se ele n�o sentisse
sobre ela que como ele vai sobre uma irm�, seria um prazer para mostrar para ela o... lado atraente do mystique de man/woman. Ah, well-he resolveram back-that era
para outra pessoa.
Mantendo um mon�logo f�cil com a m�quina fotogr�fica e a audi�ncia de est�dio, Ver�o passou pelas fases da sobremesa. A concha completada, enfeitado com tiras de
mais merengue e pontilhou com violetas confeitadas foi estourado em um forno. O que ela tinha assado e tinha esfriado mais cedo foi tirado para completar a fase
final. Ela encheu isto, organizou a fruta, cobriu tudo com molho de framboesa rico e chantilly para a aprova��o murmurada da audi�ncia dela. A m�quina fotogr�fica
entrou para um close-up.
"Brava! '' o Carlo estava de p�, enquanto aplaudir como a sobremesa sentaram, enquanto tentando e completa no contador. "Bravissima! ''
Ver�o sorriu e, bolsa de massa em m�o, levou um arco fundo como a m�quina fotogr�fica clicada fora.
"Brilhante, Sra. Lyndon." O Simon se apressou at� ela, enquanto chicoteando fora os fones de ouvido dele como veio ele. "H� pouco brilhante. Como sempre, e perfeito."
Obrigado, Simon. N�s serviremos isto � audi�ncia e tripula��o? "
"Sim, sim, id�ia boa." Ele rompeu os dedos dele ao assistente dele. "Adquira alguns pratos e distribua isto antes de n�s tiv�ssemos que clarear para o pr�ximo espet�culo.
Dan�ando aer�bio", ele murmurou e saiu apressado novamente.
"Bonito, cara", o Carlo lhe falou como ele imergiu um dedo no chantilly. "Uma obra-prima." Ele levou uma colher do contador e levou um servi�o forte diretamente
do vacherin. "Agora, eu o levarei almo�ar e voc� pode me preencher em sua vida. Meu-" ele encolheu os ombros, enquanto ainda comendo "-est� excitando assim levaria
dias. Talvez semanas."
"N�s podemos agarrar uma fatia de pizza ao redor do canto." Ver�o puxou fora o avental dela e lan�ou isto no contador. "Como acontece, h� algo eu gostaria de seu
conselho aproximadamente."
"Conselho? " Embora a id�ia de Ver�o esteja perguntando que conselho dele, de qualquer um, o aturdiu, o Carlo s� ergueu uma sobrancelha. "Naturalmente", ele disse
com um sorriso sedoso como ele a puxou junto. A "quem mais viria uma mulher inteligente para advice-or para anything-but o Carlo? "
"Voc� � tal um porco, bem".
"Cuidadoso." Ele deslizou em �culos escuros e ajustou o chap�u dele. "Ou voc� paga pela pizza."
Dentro de momentos, Ver�o estava a levando primeiro morda e se suportando como Carlo zuniram o Ferrari alugado dele em tr�fico de Filad�lfia. O Carlo conseguiu guiar
e comer e troca engrenagens com habilidade man�aca. "Assim me" fale, ele gritou em cima do estrondo do r�dio, o que est� em sua mente? "
"Eu levei um trabalho", Ver�o gritou atr�s a ele. Os cabelos dela chicotearam pela face dela e ela lan�ou atr�s novamente isto.
"Um trabalho? Assim, voc� leva muitos trabalhos? "
"Isto � diferente." Ela trocou, enquanto cruzando as pernas dela em baixo dela e se ficando de lado como ela levou a pr�xima mordida. "Eu concordei consertar e administrar
um restaurante de hotel durante o pr�ximo ano."
Restaurante de hotel"? " O Carlo carranqueou em cima da fatia dele de pizza como ele cortou um vag�o de esta��o. "Que hotel? "
Ela tomou um gole fundo de refrigerante por uma palha. "O Cocharan House aqui na Filad�lfia."
"Ah." A express�o dele clareou. "Primeiro classifique, came. Eu nunca deveria o" ter duvidado.
"Um ano, Carlo".
"Vai depressa quando a pessoa tem a "sa�de da pessoa, ele terminou blithely.
Ela deixou o sorriso vir primeiro. "Condene isto, Carlo, eu me pintei em um canto porque, bem, eu h� pouco n�o pude resistir a id�ia de tentar isto e this-this rolo
compressor americano lan�ou LaPointe em minha face."
"LaPointe? " Carlo rosnou como s� uma lata italiana. "O que tem aquela bala gaulesa para ver com isto? "
Ver�o lambeu molho do dedo polegar dela. "Eu ia dobrar a oferta no princ�pio, ent�o Blake-that � o steamroller-asked eu para minha opini�o em LaPointe, desde que
ele tamb�m estava sendo considerado para a posi��o."
"E voc� deu isto a ele? " Carlo perguntou com prazer.
"Eu fiz, e eu mantive o contrato para examinar isto. O pr�ximo arranco era que era uma tremenda oferta. Com o or�amento tenho eu, eu poderia me transformar uma favela
de dois-quarto em um pal�cio gourmet." Ela carranqueou, enquanto n�o notando quando o Carlo zuniu ao redor de um p� compacto com pouco mais que vento entre metal.
"Al�m disso, h� o pr�prio Blake."
"O rolo compressor."
"Sim. Eu n�o posso controlar a necessidade para adquirir o melhor dele. Ele � inteligente, ele � presumido, e condena isto, ele � sensual como inferno."
"Oh, sim? "
"Eu tenho este tremendo desejo para o p�r no lugar" dele.
O Carlo ventou por uma luz amarela como estava se ficando vermelho. "O qual �? "
"Debaixo de meu dedo polegar." Com um riso, Ver�o terminou a pizza dela. "Assim por causa dessas coisas, eu me fechei em um compromisso ano-longo. Voc� vai comer
o resto disso? ''
Carlo olhou at� os restos da pizza dele, ent�o levou uma mordida saud�vel. "Sim. E o conselho voc� quis? ''
Depois de puxar novamente pela palha, descobriu Ver�o ela bateria fundo. "Se eu vou ficar s�o enquanto fechou em um projeto durante um ano, eu preciso de uma divers�o."
Sorrindo, ela estirou os bra�os dela para o c�u. "O que � o modo mais simples para fazer Blake Cocharan, III rastejam? "
"Mulher insens�vel", o Carlo disse com um sorriso. "Voc� n�o precisa de meu conselho para isso. Voc� j� tem homens que rastejam em vinte pa�ses."
"N�o, eu n�o fa�o. "
"Voc� simplesmente n�o olha atr�s de voc�, "mia de cara.
Ver�o carranqueou, n�o certo ela gostou afinal de contas da id�ia. "Volta partiu ao canto, Carlo, que n�s derrubaremos dentro em minha cozinha nova."
As vis�es e cheiros estavam bastante familiarizados, mas dentro de momentos, viu Ver�o uma d�zia de muda ela faria. A ilumina��o era boa, ela meditou como ela caminhou
bra�o-em-bra�o com Carlo. E o espa�o. Mas eles precisariam de um there-brick de parede-forno de olho-n�vel enfileirado. Uma substitui��o para o forno el�trico, e
certamente mais ajuda de cozinha. Ela olhou ao redor, enquanto conferindo os cantos do teto para oradores. Nenhum. Tamb�m, isso mudaria.
"N�o ruim, meu amor." O Carlo tirou a faca de um chefe de cozinha grande e conferiu isto para peso e equil�brio. "Voc� tem os rudimentos aqui. � um pouco goste de
adquirir um brinquedo novo para Natal e ter que ajuntar isto, si? "
"Hmmm." Absently que ela apanhou uma frigideira. A�o imaculado, ela notou e fixou isto novamente abaixo. As panelas teriam que ser substitu�das com cobre lavado
com lata. Ela virou e estrondeou firmemente no t�rax de Blake.
Havia uma fra��o de um segundo quando ela amoleceu, enquanto desfrutando a sensa��o de corpo contra corpo. O cheiro dele, sofisticado, ligeiramente indiferente,
a agradou. Ent�o vindo o aborrecimento que ela n�o o tinha sentido atr�s dela que como sentia ela que ela deveria ter. "Sr. Cocharan." Ela se afastou, enquanto mascarando
a atra��o e o aborrecimento com um sorriso cort�s. "De alguma maneira eu n�o pensei o achar aqui."
"Meu pessoal me mant�m bem informou, Sra. Lyndon. Me fui falado que voc� estava aqui."
A id�ia de ser informado em poderia ter rangido, mas Ver�o s� acernar com a cabe�a. "Este � Carlo Franconi", ela come�ou. "Um dos chefes de cozinha melhores na It�lia."
"O chefe de cozinha melhor na It�lia", o Carlo corrigiu, enquanto estendendo a m�o dele. "Um prazer para o conhecer, Sr. Cocharan. Eu desfrutei freq�entemente a
hospitalidade de seus hot�is. Seu restaurante em Mil�o faz um linguini muito pass�vel."
"Muito pass�vel � um grande elogio de Carlo", Ver�o explicou. "Ele n�o pensa que qualquer um pode um prato italiano mas" se fazer.
N�o pense, saiba." O Carlo ergueu a tampa em uma panela cozinhando em vapor e cheirou. "Ver�o me fala ela ser� associada com seu restaurante aqui. Voc� � um homem
afortunado."
Blake olhou para baixo a Ver�o, enquanto olhando � inclina��o, m�o bronzeada que o Carlo tinha colocado no ombro dela. Ci�me � uma sensa��o que pode ser reconhecida
at� mesmo se nunca foi experiente antes. Blake n�o quis isto, ou a causa. "Sim, eu sou. Considerando que voc� est� aqui, Sra. Lyndon, que voc� poderia gostar de
assinar o contrato final. Nos salvaria ambos uma reuni�o depois."
"Certo. Carlo? "
"V�, fa�a seu neg�cio. Eles fazem uma prateleira de cordeiro em cima de there-it me" interessa. Sem um relance para tr�s, ele foi somar os dois centavos dele.
"Bem, ele est� contente", Ver�o comentou como ela caminhou pela cozinha com Blake.
"Ele est� na cidade em neg�cio? "
"N�o, ele h� pouco quis me" ver.
Foi dito negligentemente, e truthfully, e teve o efeito de amarrar os m�sculos de est�mago de Blake. Assim ela gostou de italiano lisos, ele pensou severamente,
e deslizou uma m�o propriet�rio em cima do bra�o dela sem estar atento disto. Isso era certamente o neg�cio dela. O seu era a entrar t�o depressa quanto poss�vel
nas cozinhas.
Em sil�ncio ele a conduziu o sal�o de entrada entretanto e nos escrit�rios de hotel. Quieto e eficiente. Essas eram impress�es breves antes de ela fosse conduzida
em um quarto grande, privado que era obviamente Blake.
As cores eram ossos e natas e marrom, a decora��o um pouco mais moderno que o apartamento dele, mas ela poderia reconhecer o selo dele nisto. Sem ser perguntado,
Ver�o caminhou em cima de e levou uma cadeira. Era dificilmente �ltimo meio-dia, mas a ocorreu que ela tinha estado nos p�s dela durante quase seis horas sucessivas.
"� m�o que eu aconteci para derrubar por que quando voc� era ao redor", ela come�ou, enquanto deslizando os dedos do p� dela fora dos sapatos dela. "Simplifica este
neg�cio de contrato. Considerando que eu concordei em fazer isto, n�s podemos bem como � come�ado." Ent�o haver� s� trezentos e sessenta-quatro dias, ela somou silenciosamente,
e suspirou.
Ele n�o gostou da atitude descuidada dela sobre o contrato qualquer mais que ele gostou do afeto descuidado dela para o italiano. Blake caminhou em cima de para
a escrivaninha dele e ergueu um pacote de documentos. Quando ele olhou atr�s para ela, alguma da raiva dele escoaram. "Voc� parece cansado, Ver�o".
As tampas que ela permitiu se inclinar ergueram novamente. O primeiro dele, o �nico dele, uso do determinado nome dela a intrigou. Ele disse isto como se ele estava
pensando no calor e as tempestades. Ela sentia o t�rax dela aperte e culpou isto em fadiga. "Eu sou. Eu estava assando merengue �s sete horas esta manh�."
"Caf�? "
"N�o, obrigado. Eu tenho medo eu j� excedi isso hoje." Ela olhou aos documentos que ele segurou, ent�o sorriu com um rastro de presun��o. "Antes de eu assinar esses,
eu deveria o advertir eu vou ordenar algumas mudan�as extensas na cozinha."
"Um das raz�es essenciais voc� � os" assinar.
Ela acernar com a cabe�a e ofereceu a m�o dela. "Voc� poderia n�o ser t�o am�vel quando voc� adquirir a conta."
Levando uma caneta de um propriet�rio na escrivaninha dele, Blake deu isto a ela. "Eu penso que n�s buscamos ambos a mesma coisa, e ambos concordariam custo � secund�rio."
"Eu poderia pensar assim." Com um adorno, ela deu la�ada o nome dela na linha. "Mas eu n�o estou assinando os cheques. Assim-" ela passou o contrato atr�s a ele
"-� oficial."
"Sim." Ele fez nem mesmo relance � assinatura dela antes de ele derrubasse o papel na escrivaninha dele. "Eu gostaria do levar hoje � noite" ao jantar.
Ela subiu, entretanto ela achou as pernas dela um pouco relutante segurar peso novamente. "N�s teremos que p�r o selo em nossa pechincha outro tempo. Eu serei o
Carlo divertido." Sorrindo, ela ofereceu a m�o dela. "Claro que, voc� � bem-vindo para nos" unir.
"N�o tem nada que ver com neg�cio." Blake levou a m�o dela, ent�o os pegou de surpresa ambos levando o outro dela. "E eu quero o ver s�."
Ela n�o estava pronta para isto, Ver�o percebeu. Era suposto que ela come�ava as manobras, no pr�prio tempo dela, na pr�pria relva dela. Agora ela foi for�ada a
realign a estrat�gia dela e lidar com o sangue que s� esquenta debaixo da pele dela. Determinado para n�o ser flanqueado este tempo, ela a inclinou encabece e sorriu.
"N�s estamos s�s."
A sobrancelha dele ergueu. Isso era um desafio, ou ela estava o escarnecendo claramente? De qualquer modo, este tempo, ele n�o ia deixar isto ir. Deliberadamente
ele a puxou nos bra�os dele. Ela ajustou l� suavemente. Era algo cada deles notou, algo eles ambos acharam perturbando.
Os olhos dela estavam nivelados em seu, mas ele viu, fascinou, que as manchas de ouro tinham afundado. �mbar agora, eles pareciam arder contra o nublado, mut�vel
castanho das �ris dela. Dificilmente atento do que ele fez, Blake escovou o cabelo longe da bochecha dela em um gesto que era como do�ura e t�o �ntimo quanto era
uncharacteristic. Ver�o lutou para n�o ser afetado por algo t�o casual. Cem homens tinham a tocado, cumprimentando, em amizade, em raiva e desejando. N�o havia nenhuma
raz�o por que a mera escova de uma ponta do dedo em cima da pele dela deveria ter o dela encabece girando. Um esfor�o de v� a mantido de derreter nos bra�os dele
ou de empurrar fora. Ela ainda permaneceu, enquanto o assistindo. Esperando.
Quando a boca dele abaixou para seu, ela soube que ela estava preparada. O beijo seria diferente, naturalmente, porque ele era diferente. Seria novo porque ele era
novo. Mas isso era tudo. Ainda era uma forma b�sica de comunica��o entre o homem e mulher. Um toque de l�bios, uma press�o, uma prova de outro gosto; era nenhum
diferente do beijo do primeiro par, e assim passou por cultura e tempo.
E o momento ela experimentou aquele toque de l�bios que press�o, aquele gosto, que ela soube que ela estava enganada. Diferente? Novo? Essas palavras eram muito
muito moderado. A escova de l�bios, para isto era nenhum mais no princ�pio, mudou o tecido de tudo. Os pensamentos dela mudaram de dire��o fora em uns caos que pareciam
direito de alguma maneira. O corpo dela cresceu quente, de dentro e sem, no espa�o de uma batida do cora��o. A mulher que pensou ela soube o que esperar exatamente,
suspirou com o inesperado. E alcan�ou fora.
"Novamente", ela murmurou quando os l�bios dele pairaram uma respira��o de seu. Com as m�os dela em qualquer lateral da face dele, ela o atraiu a ela, pela fuma�a
e no fogo.
Ele tinha pensado que ela estaria fresca e lisa e fragrante. Ele tinha estado t�o seguro disto. Talvez isso era por que a chama de calor tinha o batido atr�s nos
saltos de sapatos dele. Alise ela era. A pele dela estava como seda quando ele correu as m�os dele para cima a parte de tr�s dela para x�cara o pesco�o dela. Fragrante.
Ela teve um cheiro que ele vai, daquele momento em, sempre associe com mulher. Mas n�o esfria. N�o havia nada esfrie sobre a boca que agarrada dele, ou a respira��o
com a que misturou o dele como dois pares de l�bios separados. Havia algo descuidado aqui. Ele n�o p�de agarrar isto, n�o p�de analisar isto, poderia experimentar
s� isto.
Com um som fundo, quase felino de prazer, ela correu as m�os dela pelo cabelo dele. Deus, ela tinha pensado n�o havia um gosto que ela j� n�o teve conhecido, uma
textura ela j� n�o teve feltro. Mas seu, o seu estava al�m da extens�o dela e agora, agora mesmo, dentro do alcance dela. Ver�o se espojou nisto e deixou os l�bios
dela e l�ngua atra�rem a do�ura.
Mais. Ela nunca tinha sabido gan�ncia. Ela tinha crescido em um mundo de afluxo onde bastante sempre estava dispon�vel. Pela primeira vez na vida dela, Ver�o soube
verdadeira fome, verdadeira necessidade. Essas coisas trouxeram dor, ela descobriu. Um fundo bem disto isso esparramou do caro�o. Mais. O pensamento traspassou a
mente dela novamente com o conhecimento que o mais que ela levou, o mais para o que ela doeria.
Blake a sentia endure�a. N�o sabendo a causa, ele apertou o cabo dele. Ele a, imediatamente, quis agora mais que ele alguma vez tinha querido ou tinha concebido
de querer qualquer mulher. Ela trocou nos bra�os dele, enquanto resistindo pela primeira vez desde que ele tinha a puxado aqui. Atrasando a cabe�a dela, ela observou
na paix�o e impaci�ncia dos olhos de Blake.
"Bastante."
"N�o." A m�o dele ainda foi enroscada possessively no cabelo dela. "N�o, n�o �.
"N�o", ela concordou em uma respira��o inst�vel. "Isso � por que voc� tem que me deixar ir."
Ele a libertou, mas n�o retrocedeu. "Voc� ter� que explicar isso."
Ela teve mais now-barely de controle, Ver�o percebeu shakily, mas era melhor que nenhum. Estava na hora para estabelecer o rules-quickly de rules-her e precisamente.
"Blake, voc� � um homem de neg�cios, eu sou um artista. Cada um de n�s tem prioridades. Isto-'' ela levou de volta um passo e estava de p� diretamente "-n�o pode
ser um deles."
"Queira apostar? "
Os olhos dela estreitaram mais em surpresa que aborrecimento. Estranho que ela tinha perdido a desumanidade nele. Seria melhor se ela considerasse aquele depois,
quando havia um pouco de dist�ncia entre eles. "N�s estaremos trabalhando junto para um prop�sito espec�fico", ela foi suavemente em. "Mas n�s somos duas pessoas
diferentes com duas perspectivas muito diferentes. Voc� est� interessado em um lucro, naturalmente, e na reputa��o de sua companhia. Eu estou interessado em criar
o pr�prio mostru�rio para minha arte, e minha pr�pria reputa��o. N�s ambos querem ter �xito. N�o o assunto."
"Aquele assunto perfeitamente claro", Blake se se opor a. "T�o este aqui. Eu o" quero.
"Ah." O som saiu lentamente. Deliberadamente ela alcan�ou para a bolsa negligenciada dela. "Diretamente e para o ponto."
"Seria um pouco rid�culo levar uma rota mais circular no momento." Divers�o estava colhendo frustra��o. Ele agradeceu isso porque lhe daria a extremidade que ele
tinha come�ado a perder o minuto que ele tinha a provado. "Voc� teria que estar inconsciente para n�o perceber isto."
"E eu n�o sou. Ainda, ela retrocedeu, enquanto confiando em porte para a adquirir fora que antes de ela perdesse qualquer vantagem esbelta que ela teve. "Mas � seu
kitchen-and ser� meu kitchen-that minha preocupa��o principal agora mesmo. Com a quantia de dinheiro voc� est� me pagando, voc� deveria agradecer eu entendo as prioridades.
Eu terei uma lista tentativa de mudan�as e equipamento novo voc� ter� que ordenar na segunda-feira."
"Multa. N�s iremos para "s�bado de jantar.
Ver�o pausou � porta, virou e tremeu a cabe�a dela. "N�o."
"Eu o escolherei em oito."
Era raro que qualquer um ignorou uma declara��o que ela tinha feito. Em lugar de temperamento, Ver�o tentou o tom paciente do que ela se lembrou da governanta dela.
Foi ligado para enfurecer. "Blake, eu disse que n�o."
Se ele estivesse enfurecido, ele escondeu bem isto. Blake somente sorriu a her-as a pessoa poderia sorrir a uma crian�a exigente. Dois, parecia, poderia jogar o
mesmo jogo com habilidade igual. "Oito", ele repetiu e sentou no canto da escrivaninha dele. "N�s podemos ter tacos at� mesmo se voc� gostar."
"Voc� � muito teimoso."
"Sim, eu sou."
"Assim � eu."
"Sim, voc� �. Eu o verei s�bado."
Ela teve que investir muito esfor�o no clar�o porque ela quis rir. No fim, Ver�o achou satisfa��o batendo a porta, bastante ruidosamente.

Cap�tulo 4
Nervo incr�vel", Ver�o resmungou. Ela levou outra mordida do cachorro quente dela, fez carranca e engoliu. "O homem tem coragem."
"Voc� n�o deveria deixar isto afetar seu apetite, cara". O Carlo bateu levemente o ombro dela como eles passearam ao longo da cal�ada para os tijolos orgulhosos,
resistidos de Corredor de Independ�ncia.
Ver�o mordeu novamente no cachorro quente. Quando ela lan�ou a cabe�a dela, o sol pegou aos fins do cabelo dela e os sacudiu com ouro. "Se cale, Carlo. Ele � t�o
arrogante." Com a carta branca dela, gesticulou ela de modo selvagem enquanto continuando mastigando, quase vengefully, no cachorro e p�o. "Carlo, eu n�o levo ordens
de qualquer um, especialmente alguns costuraram, executivo polido, americano com tend�ncias ditatoriais e olhos azuis incr�veis."
Carlo ergueu uma sobrancelha � descri��o dela, ent�o tiro um olhar aprovando a um de pernas bonitas loiro em uma saia rosa curta que os passou. "Claro que n�o, "amore
de mi, ele disse absently, enquanto i�ando o pesco�o dele para seguir o progresso loiro rua abaixo. "Esta Filad�lfia seu tem as atra��es tur�sticas mais fascinantes,
si? "
"Eu tomo minhas pr�prias decis�es, corridas minha pr�pria vida", que Ver�o murmurou, enquanto empurrando o bra�o dele quando ela viu onde a aten��o dele tinha vagado.
"Eu levo pedidos, Franconi, n�o ordens".
"Sempre � sido assim." Carlo deu um �ltimo olhar saudoso em cima do ombro dele. Talvez ele poderia falar Ver�o em parar em algum lugar, um banco de parque, um caf�
ao ar livre onde ele poderia adquirir um mais... vis�o completa das atra��es de Filad�lfia. "Voc� deve estar cansado de caminhar, ame", ele come�ou.
"Eu definitivamente n�o estou jantando hoje � noite" com ele.
"Isso deveria lhe ensinar a empurrar Ver�o ao redor" Lyndon. O parque, o Carlo pensou, poderia ter o mais interessante de possibilidades.
Ela lhe deu um olhar fixo perigoso. "Voc� � divertido porque voc� � um homem."
"Voc� � divertido", o Carlo corrigiu, enquanto sorrindo. "E interessado."
"Eu n�o sou.
"Oh, sim, mia de cara, voc� �. Por que n�s n�o sentamos assim eu posso levar dentro o... beleza e atra��es de sua cidade adotada? Afinal de contas-" ele inclinou
a borda do chap�u dele em resumo a uma morena passeando shorts "-eu um turista �, si? "
Ela pegou o vislumbre nos olhos dele, e a raz�o para isto. Depois de deixar sair um acesso de ira de respira��o, Ver�o virou um � direita afiado. "Eu lhe mostrarei
atra��es tur�sticas, amico".
"Mas Ver�o... " o Carlo pegou vis�o de um ruivo em cal�as jeans justas que caminham um poodle. "A vis�o de fora aqui � muito educacional e enaltecendo."
"Eu o erguerei para cima", ela prometeu e ruthlessly o arrastaram dentro. "O Segundo que Congresso Continental se encontrou aqui em 1775, quando o edif�cio era conhecido
como a Pennsylvania Casa Estatal."
Havia um ecoando de p�s, de vozes. Um grupo de schoolchildren se reuniu por conduziu por um professor afetado, duro-enfrentado que usa sapatos pr�ticos. "Fascinando",
o Carlo murmurou. "Por que n�o faz n�s vamos para o parque, Ver�o. � um dia bonito." Para joggers feminino em shorts min�sculos e camisas min�sculas.
"Eu me consideraria um amigo pobre se eu n�o lhe desse uma li��o de hist�ria breve antes de voc� partir hoje � noite, o Carlo." Ela uniu o bra�o dela mais firmemente
por seu. "Era de fato 8 de julho, n�o 4 de julho de 1776, que a Declara��o de Independ�ncia foi lida � multid�o na jarda fora deste edif�cio."
"Incr�vel." Aquela morena n�o tinha estado rumo ao parque? "Eu n�o lhe posso falar como interessante eu acho esta hist�ria americana, mas algum ar fresco talvez-"
"Voc� n�o pode deixar a Filad�lfia sem ver o "Sino de Liberdade. O levando pela m�o, Ver�o o arrastou junto. "Um s�mbolo de liberdade � internacional, Carlo". Ela
fez nem mesmo ou�a o consentimento murmurado dele como os pensamentos dela come�ou a balan�ar atr�s novamente a Blake. "H� pouco o que estava tentando ele para provar
com aquele lustro e machismo? " ela exigiu. Me "falando ele me escolheria em oito depois que eu tivesse recusado ir." Friccionando os dentes dela, ela p�s as m�os
dela nos quadris dela e luziu a Carlo. "Men-you tudo s�o basicamente o mesmo, voc� n�o �? "
"Mas n�o, carissima." Divertido, ele lhe deu um sorriso encantador e correu os dedos dele abaixo a bochecha dela. "N�s somos todo sem igual, especialmente Franconi.
H� as mulheres em toda cidade do mundo que pode atestar a isso."
"Porco", ela disse abruptamente, enquanto recusando ser balan�ado com humor. Ela se se mover para o lado mais �ntimo a ele, desinteressado que havia um grupo de
tr�s estudantes de faculdade femininos que esperam toda palavra. "N�o lance suas mulheres at� mim, voc� o devasso italiano."
"Ah, mas, Ver�o... " Ele trouxe a palma dela aos l�bios dele, enquanto assistindo as tr�s mulheres jovens em cima disto. "A palavra �... o conhecedor."
O coment�rio dela era um bufo de unladylike. "You-men, '' ela corrigiu, enquanto empurrando a m�o dela de seu, "pense em mulher como algo que brincar com, desfrute
durante algum tempo, ent�o descuido. Ningu�m j� vai jogar aquele jogo comigo."
Sorrindo de orelha a orelha, o Carlo levou as m�os dela e os beijou. "Ah, n�o, n�o, mia de cara. Uma mulher, ela est� como o mais primoroso de refei��es."
Os olhos de ver�o estreitaram. Como as tr�s meninas afiaram mais �ntimo que ela lutou com um sorriso dela pr�prio. "Uma refei��o? Voc� ousa comparar uma mulher com
uma refei��o? "
"Um primoroso", o Carlo a lembrou. "Um que voc� se antecipa com grande excita��o, um em cima do que voc� demora, saboreia, at� mesmo adora��o."
As sobrancelhas dela arquearam. "E quando seu prato limpo, Carlo? "
"Fica em sua mem�ria." Tocando o dedo polegar dele e dedo indicador junto, ele os beijou dramaticamente. "Lucros em seus sonhos e o mant�m procurando uma experi�ncia
igualmente sensual" sempre.
"Muito po�tico", ela disse secamente. "Mas eu n�o vou ser qualquer um entrada."
"N�o, meu Ver�o, voc� � os mais proibidos de sobremesas, e ent�o, o mais desej�vel." Irreprim�vel, ele piscou ao trio de meninas. "Este Cocharan, voc� n�o pensa
que a boca dele molha sempre que ele olha para voc�? "
Ver�o deu uma risada curta, tomou dois passos, ent�o parou. A imagem teve uma atra��o estranha, primitiva. Intrigado, ela examinou o ombro dela atr�s. "Faz isto?
"
Porque ele soube que ele tinha a distra�do, o Carlo deslizou um bra�o ao redor a cintura dela e come�ou a conduzir a do edif�cio. Havia ainda cronometre para ar
fresco e joggers de pernas bonitas no parque. Atr�s deles, as tr�s meninas murmuraram em decep��o. "Cara, eu sou um homem que fez um estudo de amore. Eu sei o que
eu vejo nos "olhos de outro homem.
Ver�o lutou fora uma onda de prazer e encolheu os ombros. "Voc� os italiano teimam em dar um bonito r�tulo a lux�ria b�sica."
Com um suspiro enorme, Carlo a conduziu fora. "Ver�o, para uma mulher com sangue franc�s, voc� n�o tem nenhum romance."
"Romance pertence em livros e filmes."
"Romance", o Carlo corrigiu, "pertence em todos lugares." Embora ela tivesse falado ligeiramente, o Carlo entendeu que ela estava sendo perfeitamente franqueie.
O preocupou e, do modo de amigo para amigo, o desapontou. "Voc� deveria tentar luz de vela e vinho e m�sica macia, Ver�o. O deixe experimentar isto. N�o o" ferir�.
Ela lhe deu um sorriso lateral estranho como caminharam eles. "N�o v�? "
"Voc� pode confiar em Carlo como voc� confie em ningu�m mais."
"Oh, eu fa�o." Rindo novamente, ela balan�ou um bra�o ao redor os ombros dele. "Eu confio em ningu�m mais, Franconi".
Que tamb�m, era a verdade n�o envernizado. Carlo suspirou novamente mas raio com leveza igual. "Ent�o confie em voc�, cara. Seja guiado por seus pr�prios instintos."
"Mas eu confio em mim."
"O fa�a? " Este tempo era Carlo que se inclinou um olhar a ela. "Eu penso que voc� n�o confia em voc� estar s� com o americano."
"Com Blake? " Ele poderia a sentir endure�a com afronta debaixo do bra�o ele ainda segurou ao redor a cintura dela. "Isso � absurdo."
"Ent�o por que voc� � t�o chateado sobre a id�ia de tomar um jantar simples com ele? "
"Seu ingl�s est� sofrendo, Carlo. Transtorne a palavra errada. Eu estou aborrecido." Ela se fez relaxar novamente debaixo do bra�o dele, ent�o inclinou o queixo
dela. "Eu estou aborrecido porque ele assumiu que eu jantaria com ele, ent�o continuou assumindo eu igualaria depois que eu tivesse recusado. � uma rea��o normal."
"Eu acredito sua rea��o a ele � muito normal. A pessoa poderia dizer even-ah-basic. " Ele tirou os �culos escuros dele e os ajustou meticulosamente. Talvez linhas
de piscadela acrescentaram car�ter a uma face, mas ele n�o quis nenhum em seu. "Eu vi o que estava bem em seus olhos como aquele dia na cozinha."
Ver�o fez carranca a ele, ent�o ergueu o queixo dela um pouco mais alto. "Voc� n�o sabe o sobre" o qual voc� est� falando.
"Eu sou um gourmet", o Carlo corrigiu com uma varredura do bra�o gr�tis dele. "De comida, sim, mas tamb�m de amor."
"H� pouco adira a seu macarr�o, Franconi".
Ele s� sorriu e bateu levemente o flanco dela. "Carissima, meu macarr�o nunca adere."
Ela proferiu uma �nica palavra francesa nos mais doces tons. Geralmente era visto rabiscado em betesgas Parisienses. Afinado entre si, eles caminharam em, mas ambos
estavam especulando sobre o que aconteceria aquela noite �s oito.
Era bastante delibere, bem ideou e mesmo satisfazendo. Ver�o vestiu as cal�as jeans mais rotas dela e uma Camiseta enfraquecida que foram desvendadas � bainha em
uma manga. Ela n�o aborreceu com at� mesmo uma pretens�o de maquilagem. Depois de despedir o Carlo no aeroporto, ela tinha ido pelo dirigir-em janela em um restaurante
de r�pido-comida local e tinha apanhado um recipiente de papel�o de galinha frita, complete com frituras francesas e uma tigela de pl�stico min�scula de salada de
repolho cru.
Ela abriu uma lata de refrigerante de dieta e sacudiu a televis�o em para uma reprise de syndicated de uma com�dia de costumes.
Apanhando uma coxa de ave, Ver�o come�ou a lambiscar. Ela tinha considerado que penso matou, enquanto ventando ent�o por ele quando ele veio � porta com o coment�rio
descuidado que ela teve uma data. Mesmo ego-satisfazendo. Mas deste modo, Ver�o decidiu como ela sustentou os p�s dela, ela poderia estar confort�vel e poderia o
insultar ao mesmo tempo. Depois que um dia gastasse caminhando ao redor da cidade que enquanto o Carlo cobi�ou e paquerou com toda f�mea entre seis e sessenta, conforto
era todo peda�o t�o importante quanto o insulto.
Satisfeito com a estrat�gia dela, Ver�o resolveu atr�s e esperou pela batida. N�o seria longo, ela meditou. Se ela fosse qualquer juiz de car�ter, ela cavilharia
Blake como um homem que era lembrete de obsessively. E meticuloso, ela somou, enquanto levando uma pesquisa contente dela atravancada, apartamento confortavelmente
desorganizado,
N�o esque�amos presumido, ela se lembrou como ela terminou a coxa de ave. Ele chegaria em um terno macio e lustroso, costurado com a camisa encaracolado e monogramed
nos punhos de manga. N�o haveria uma mancha no couro italiano dos sapatos dele. N�o um cabelo fora de lugar. Contente, ela olhou abaixo � bainha esfarrapada nas
cal�as jeans mais velhas dela. Uma piedade eles n�o tiveram alguns buracos bons neles.
Gleefully sorrindo, ela alcan�ou para o refrigerante dela. Buracos ou n�o, ela n�o se parecia uma mulher que espera impressionar um homem ansiosamente certamente.
E que, Ver�o concluiu, era o que um homem como Blake esperou. O pegando de surpresa lhe dariam muito prazer. O enfurecendo lhe dariam at� mesmo mais.
Quando a batida veio, Ver�o olhou ao redor � toa antes de desdobrar as pernas dela. Levando o tempo dela, ela subiu, esticado, ent�o moveu � porta.
Durante a segunda vez, desejou Blake que ele tinha tido uma m�quina fotogr�fica para pegar o olhar de surpresa em branco na face dela. Ela n�o disse nada, s� fitou.
Com uma sugest�o de um sorriso nos l�bios dele, Blake comprimiu as m�os dele nos bolsos das cal�as jeans justas, enfraquecidas dele. Havia ningu�m, ele refletiu,
quem ele alguma vez tinha sa�do mais prazer de burlar. Tanto assim, estava tentando para fazer uma carreira disto.
O "jantar pronto? " Ele levou uma inala��o apreciativa do ar. "Cheiros bom."
Condene o arrogance-and dele a percep��o dele, pensamento de Ver�o. Como ele conseguiu sempre ficar um passo � frente dela? Com exce��o do fato que ele usou que
ones-he de shoes-tattered de t�nis foi vestido quase identicamente a ela. S� era mais aborrecedor que ele olhou todo peda�o como natural, e todo peda�o como atraente,
em cal�as jeans e uma Camiseta como ele fez em um terno empresarial elegante. Com um esfor�o, Ver�o controlou o temperamento dela, e ondas g�meas de humor e desejo.
As regras poderiam ter mudado, mas o jogo n�o terminou.
"Meu jantar pronto", ela lhe contou coolly. "Eu n�o recordo o" convidando.
"Eu disse oito."
"Eu disse que n�o."
"Desde que voc� contestou a sair-" ele levou ambas suas m�os antes de ventar dentro "-eu pensei que n�s h� pouco comer�amos dentro."
Com as m�os dela pegadas em seu, Ver�o estava entrada ao ar livre. Ela poderia ordenar que ele partisse, ela considerou. Exija... E ele pode. Embora ela n�o prestou
aten��o a ser rude, ela n�o viu muita satisfa��o ganhando uma batalha t�o diretamente. Ela teria que achar outro, m�todo mais desviado, mais agrad�vel para sair
em cima.
"Voc� � muito persistente, Blake. A pessoa poderia dizer pigheaded" at� mesmo.
"A pessoa pode. O que � para o jantar? "
"Muito pequeno." Uma m�o livrando, Ver�o gesticulou para a caixa de levar-exterior.
Blake ergueu uma sobrancelha. "Sua propens�o para fast food � muito intrigando. J� pensamento de abrir seus pr�prios Croissants de chain-Minute? Dirija Por Massas?
"
Ela n�o seria divertida. "Voc� � o homem de neg�cios", ela o lembrou. "Eu sou um artista."
"Com o "apetite de um adolescente. Passeando em cima de, Blake arrancou uma coxa de ave da caixa. Ele concordou no sof�, ent�o apoiou os p�s dele no mesa de centro.
"N�o ruim", ele decidiu depois da primeira mordida. "Nenhum vinho? "
N�o, ela n�o quis ser divertida, era determinado n�o ser, mas o assistindo se fazem em casa com o jantar dela, Ver�o lutou fora um sorriso. Talvez o dela planeje
o insultar n�o tinha trabalhado, mas havia nenhum revelador o que a noite poderia trazer. Ela s� precisou um abrindo para lhe dar um bem, s�lido espeta. "Refrigerante
de dieta." Ela se sentou e ergueu a lata. H� mais na cozinha."
"Isto est� bem." Blake tomou a bebida dela e tomou um gole. "Isto � como um dos maiores chefes de cozinha de sobremesa passa as noites dela? "
Erguendo uma sobrancelha, Ver�o levou de volta a lata dele. "O maior chefe de cozinha de sobremesa passa as noites dela como agrada" ela.
Blake atravessou um tornozelo o outro e a estudou. As manchas nos olhos dela eram mais sutis este evening-perhaps porque ela era relaxada. Ele gostou de pensar ele
poderia os fazer arder novamente antes da noite terminou. "Sim, eu estou seguro voc� faz. Isso estende a outras �reas? "
"Sim." Ver�o levou outro peda�o de galinha antes de dar para Blake um guardanapo de papel. "Eu decidi o tolerable-for de sua companhia o momento."
A assistindo, ele levou outra mordida. "O tenha? "
"Isso � por que voc� est� aqui comendo meio minha refei��o." Ela ignorou o dele ria e apoiou os pr�prios p�s dela na mesa ao lado de seu. Havia algo confort�vel
sobre a coloca��o que atraiu a her-something intime isso a fez cauteloso. Ela era muito cautelosa uma mulher se permitir esquecer do efeito aquele beijo tinha a
estado usando. Ela era muito teimosa uma mulher desistir.
"Eu sou curioso aproximadamente por que voc� teimou em me ver hoje � noite." Um comercial em cera de ch�o sacudida pela tela de televis�o. Ver�o olhou a isto antes
de virar a Blake. "Por que voc� n�o explica? "
Ele levou um garfo de pl�stico e provou a salada de repolho cru. "A raz�o profissional ou o pessoal? "
Ele respondeu muito freq�entemente uma pergunta com uma pergunta, ela decidiu. Estava na hora para o fixar abaixo. "Por que voc� n�o leva isto um de cada vez? "
Como ela comeu esta mat�ria-prima? ele desejou saber como ele derrubou o garfo atr�s na caixa. Quando voc� olhou para ela que voc� poderia a ver no mais elegante
de restaurants-flowers, vinho franc�s, starchily os gar�ons corretos. Ela seria seda cansativa e brincando com alguma sobremesa ex�tica.
Ver�o esfregou o fundo de um p� nu em cima do topo do outro enquanto ela levou outra mordida de galinha. Blake sorriu at� mesmo como ele se perguntou por que ela
o atraiu.
"Neg�cio primeiro ent�o. N�s estaremos trabalhando junto de perto pelo menos durante v�rios meses. Eu penso que � s�bio se n�s conseguirmos saber cada other-find
fora como os outros trabalhos assim n�s podemos fazer os pr�prios ajustes quando necess�rio."
"L�gico." Ver�o arrancou fora um par de frituras francesas antes de oferecer a caixa a Blake. "� da mesma maneira que bem que voc� descobre para cima frente que
eu n�o fa�o ajustes nada. Eu trabalho s� um modo de way-my. Assim... pessoal? "
Ele desfrutou a confian�a dela e a falta completa de acordo. Ele planejou explorar o primeiro e desfazer o segundo. "Pessoalmente, eu o acho uma mulher bonita",
interessante. Imergindo a m�o dele na caixa, ele a assistiu. "Eu quero o levar a cama." Quando ela n�o disse nada, ele lambiscou em uma fritura. "E eu penso que
n�s dever�amos conseguir saber um ao outro primeiro." O olhar fixo dela era direto e unblinking. Ele sorriu. "L�gico? "
"Sim, e egotista. Voc� parece ter sua parte de ambas as qualidades. Mas-" ela esfregou os dedos dela no guardanapo antes de ela apanhasse o refrigerante novamente
"-voc� � honesto. Eu admiro honestidade em outras pessoas." Subindo, ela olhou para baixo a ele. "Terminado? "
O olhar dele permanecido como esfria como seu enquanto ele lhe deu a caixa. "Sim."
"Eu aconte�o para ter um par de bombas no fridge, se voc� est� interessado."
"Supermercado especial? "
Os l�bios dela encurvaram, lentamente, ligeiramente. "N�o. Eu tenho alguns padr�es. Eles s�o meus."
"Ent�o eu poderia o insultar quase n�o os rejeitando.
Este tempo riu ela. "Eu sou diplomacia segura seu �nico motivo."
"Que, e glutonaria b�sica", ele somou como caminhou fora ela. Ela � uma fresca, Blake refletiu, enquanto se lembrando da rea��o dela, ou falta de um, para a declara��o
dele sobre a levar a cama. A frieza, o controle, o intrigou. Ou talvez mais com precis�o, o desafiou.
Era um folheado? Se fosse, ele gostaria da oportunidade para tirar fora as camadas. Lentamente, ele decidiu, lazily plano, at� que ele achou a paix�o abaixo. Seria
there-he imaginados estaria como um do desserts-dark dela e proibido em baixo de um icing branco fresco. Antes de muita vez tinha passado, Blake pretendeu provar
isto.
As m�os dela n�o eram fixas. Ver�o se amaldi�oou como ela abriu o refrigerador. Ele tinha tremido her-just como ele tinha querido dizer. Ela s� esperou que ele n�o
tinha podido ver pela resposta de fora-m�o dela. Sim, ele tinha pretendido a tremer, mas ele tinha dito o que ele tinha querido dizer precisamente. Que ela entendeu.
No momento, ela n�o teve o tempo para absorver e dissecar os sentimentos dela. Havia s� o primeiro reaction-not dela chocam, n�o afronta, mas um tipo de excita��o
nervosa que ela n�o tinha experimentado em anos.
Tolo, Ver�o se falou enquanto ela organizou bombas em dois pratos de Meissen. Ela n�o era uma adolescente que se encantou em sentimentos de fluttery. Nem ela toleraria
o ser informado ela estava a ponto de se tornar algu�m o amante. Neg�cios, ela soube, era perigoso, demorado e distraindo. E l� sempre parecia ser uma festa que
era mais envolvida, ent�o, mais vulner�vel, que o outro. Ela n�o se permitiria estar naquela posi��o.
Mas as pequenas pun��es de excita��o nervosa permaneceram.
Ela ia ter que fazer algo sobre Blake Cocharan, Ver�o decidiu como ela despejou duas x�caras de caf�. E ela ia ter que fazer isto depressa. O was-what de problema?
Como Ver�o organizou x�caras e pratos em uma bandeja, ela decidiu fazer o que ela fez melhor debaixo de press�o. Ela atingiria isto.
"Voc� est� a ponto de ter uma experi�ncia memor�vel", sensual.
Blake olhou no an�ncio e a assistiu entre no quarto, bandeja em m�o. Desejo o bateu surpreendentemente duro, surpreendentemente rapidamente. O advertiu que se ele
quisesse ficar em controle, ele teria que jogar o jogo com habilidade.
"Minhas bombas n�o ser�o levadas ligeiramente", Ver�o continuou. "Nem eles sido sido comido com qualquer coisa menos que rever�ncia."
Ele esperou at� que ela sentou novamente ao lado dele antes de ele levasse um prato. Muito habilmente terminado, ele pensou novamente como o cheiro dela vagueado
a ele. "Eu farei meu melhor."
"De fato-'' ela derrubou o lado do garfo dela e sem dinheiro fora a primeira mordida "-nenhum esfor�o requereu. S� papila gustativos." Incapaz resistir, Ver�o trouxe
o garfo aos l�bios dele.
Ele a assistiu, e ela ele, como ela o alimentou. A luz se inclinou pela janela atr�s deles e pegou nos olhos dela. Mais verde agora, Blake pensou, quase felino.
Um homem, qualquer homem, poderia se perder tentando definir aquela cor, leia que express�o. A nata rica e massa escamosa derreteram na boca dele. Ex�tico, sem igual,
desirable-like seu criador. O primeiro gosto, como o primeiro beijo, exigiu mais.
"Incr�vel", ele murmurou, e como encurvaram os l�bios dela, ele os quis debaixo de seu.
"Naturalmente." Como ela rompeu outra por��o, a m�o de Blake fechou em cima do pulso dela. O pulso dela subiu brevemente, ele poderia sentir isto, mas os olhos dela
permaneceram frescos e n�vel.
"Eu devolverei o favor." Ele disse isto quietamente, e os dedos dele ficaram ligeiramente no pulso dela como ele levou o garfo na outra m�o dele. Ele moveu lentamente,
deliberadamente, mantendo os olhos dele em seu, trazendo a massa aos l�bios dela, pausando ent�o. Ele os assistiu parte, viu a gorjeta da l�ngua dela. Teria sido
t�o f�cil de fechar a boca dele em cima de seu s� then-from a batida r�pida do pulso dela debaixo dos dedos dele, ele soube n�o h� nenhuma resist�ncia. Ao inv�s,
ele alimentou a bomba para ela, os m�sculos de est�mago dele apertando como ele imaginou o gosto que estava mentindo at� mesmo agora delicadamente na l�ngua dela.
Ela nunca tinha sentido qualquer coisa assim. Ela tinha provado a pr�pria arte culin�ria dela tempos incont�veis, mas nunca tinha tido os sensos dela assim levantou.
O sabor parecia encher a boca dela. Ver�o quis manter isto l�, enquanto explorando a sensa��o que tinha se tornado t�o inesperadamente, t�o intensamente, sexual.
Levou um esfor�o consciente para engolir, e outro para falar.
"Mais? " ela perguntou.
O olhar dele sacudiu ent�o atr�s novamente abaixo dos olhos dela para a boca dela. "Sempre."
Um jogo perigoso. Ela conheceu isto, mas optou para jogar. E ganhar. Levando o tempo dela, ela alimentou a pr�xima mordida para ele. A cor dos olhos dele era mais
profundamente? Ela n�o pensou que ela estava imaginando isto, nem as ondas de deseje isso parecia bater em cima dela. Eles vieram dela, ou dele?
Na televis�o, algu�m arrombou risada rouca. Nenhum deles notou. Seria s�bio pisar atr�s agora, cautiously. At� mesmo como o pensamento atravessou a mente dela, ela
abriu a boca dela para o pr�ximo gosto.
Algumas coisas explodiram na l�ngua, outros aqueceram isto ou atormentaram. Esta era uma experi�ncia fresca, elegante, nenhum menos sensual que champanha, nenhum
menos primitivo que amadureceu fruta. Os nervos dela come�aram a acalmar, mas a consci�ncia dela intensificou. Ele estava usando um pouco de �gua-de-col�nia sutil
que a fez pense nos bosques em outono. Os olhos dele eram o fundo azul de um c�u de noite. Quando o joelho dele escovou o seu, ela sentia um calor que vazou por
duas camadas de material e tocou carne. Momento depois que momento passasse sem o ser dela atento que eles n�o eram que fala, s� lentamente, luxuriously, alimentando
um ao outro. A intimidade embrulhou ao redor dela, nenhum menos intenso, nenhum menos excitante que lovemaking. O caf� sentou, enquanto esfriando. Sombras esparramadas
pelo quarto como o sol abaixaram.
"A �ltima mordida", Ver�o murmurou, enquanto oferecendo isto. "Voc� aprova? "
Ele pegou os fins do cabelo dela entre o dedo polegar dele e dedo. "Completamente."
A pele dela formigou, muito muito agradavelmente. Embora ela n�o trocou fora, Ver�o fixou o garfo abaixo com grande cuidado. Ela estava sentindo soft-too macio.
E muito vulner�vel. "Um de meus clientes tem uma paix�o secreta por bombas. Quatro vezes por ano eu vou para o Brittany e lhe fa�o dois d�zia. Outono passado ele
me deu um "colar de esmeralda.
Blake ergueu uma sobrancelha como ele entrela�ou uma praia do cabelo dela ao redor o dedo dele. "Isso � uma sugest�o? "
"Eu estou apaixonado por presentes", ela disse facilmente. "Entretanto, aquele tipo de coisa n�o � bastante �tico entre "s�cios de neg�cio.
Como ela apoiou adiante para o caf� dela, Blake apertou os dedos dele no cabelo dela e segurou o dela ainda. No momento os olhos dela conheceram o seu, ele viu surpresa
moderada e aborrecimento moderado. Ela n�o gostou ser sujeitada por qualquer um. "Nossa associa��o empresarial � s� um n�vel. N�s somos intensamente ambos atento
disso antes deste tempo."
"Neg�cio � o primeiro n�vel, e a primeira prioridade."
"Talvez." Era dif�cil admitir, at� mesmo para ele, que ele estava come�ando a ter d�vidas sobre isso. "Em todo caso, eu tenho nem toda inten��o de ficar a n�vel
um."
Se ela j� fosse o controlar, teria que ser agora. Ver�o drapejou o negligently de bra�o dela pela parte de tr�s do sof� e desejou o est�mago dela desataria. "Eu
sou atra�do a voc�. E eu penso que deveria ser dif�cil, e interessante, trabalhar ao redor que durante os pr�ximos meses. Voc� disse que voc� quis me entender. Eu
raramente me explico, mas eu farei uma exce��o." Apoiando adiante novamente, ela arrancou um cigarro de seu propriet�rio. "O tenha uma luz? "
Era estranho como facilmente ela tirou sentimentos dele sem advertir. Agora era aborrecimento. Blake tirou o isqueiro dele e sacudiu isto em. Ele a assistiu tire
em fuma�a, ent�o apague depressa em um gesto que ele percebeu veio mais de h�bito que prazer. "V� em."
"Voc� disse que voc� conheceu minha m�e", Ver�o come�ou. "Voc� a conheceria em todo caso. Ela � uma mulher bonita, talentosa, inteligente. Eu a, ambos como uma m�e,
amo muito e como uma pessoa que est� cheio da alegria de vida. Se ela tiver uma fraqueza, � os homens."
Ver�o dobrou as pernas dela debaixo dela e concentrado em relaxar. "Ela � tida tr�s maridos, e os amantes inumer�veis. Ela sempre tem certeza cada rela��o sempre
�. Quando ela for envolvida com um homem, ela est� felizmente contente. Os interesses dele s�o os interesses dela, as antipatias dele as antipatias dela. Naturalmente,
quando terminar, ela � esmagada."
Novamente, Ver�o utilizou o cigarro dela. Ela tinha esperado que ele fizesse algum transcurso comentar. Quando ao inv�s, ele s� escutou, s� assistiu, ela foi mais
adiante que ela tinha pretendido. "Meu pai � um homem mais pr�tico, e ainda ele � sido por duas esposas e neg�cios discretos v�rios. Ao contr�rio minha m�e que aceita
flaws-even os desfruta para uns olhares de time-he curtos para perfei��o. Desde ent�o n�o h� nenhuma perfei��o em pessoas, s� em que pessoas crie, ele � desapontado
continuamente. Minha m�e procura ela��o e romance, meu pai procura o companheiro perfeito. Eu n�o procuro qualquer um desses."
"Por que voc� n�o me conta o para o qual voc� olha ent�o? "
"Sucesso", ela simplesmente disse. "Romance tem um come�o, assim segue que tem um fim. Um companheiro exige acordo e paci�ncia. Eu dou toda minha paci�ncia a meu
trabalho, e eu n�o tenho nenhum talento por acordo."
Deveria o ter satisfeito, at� mesmo o aliviou. Afinal de contas, ele quis nada al�m de um afazeres casual, nenhum fio, nenhum compromisso. Ele n�o entendeu por que
ele quis tremer as palavras atr�s abaixo a garganta dela, s� soube que ele fez. "Nenhum romance", ele disse com um aceno. "Nenhuma companhia. Isso n�o rege fora
o fato que voc� me quer, e eu o" quero.
"N�o." A fuma�a estava deixando um gosto amargo na boca dela. Como Ver�o esmagou fora o cigarro dela que ela pensou quanto pareceu a discuss�o deles/delas uma negocia��o.
Ainda n�o era que como ela preferiu coisas? "Eu disse que seria dif�cil trabalhar ao redor, mas tamb�m � necess�rio. Voc� quer um servi�o de mim, Blake, e eu concordou
em o dar que, porque eu quero a experi�ncia e a publicidade que eu sairei disto. Mas mudar o tom e face de seu restaurante vai ser um processo longo, complicado.
Combinando isso com meus outros compromissos, eu n�o terei tempo por qualquer distra��o pessoal."
"Distra��es? " Por que deva aquele palavra o enfureceu? Fez, da mesma maneira que a demiss�o eficiente dela de desejo o enfureceu. Talvez ela n�o tinha querido dizer
isto como um desafio, mas ele n�o p�de levar isto como qualquer coisa menos. "Isto o distrai? " Ele correu o dedo dele abaixo o lado da garganta dela antes de ele
cupped a parte de tr�s do pesco�o dela.
Ela poderia sentir a press�o firme de cada dos dedos dele contra a pele dela. E nos olhos dele, ela poderia ver o temperamento, a necessidade. Ambos puxaram a ela.
"Voc� est� me pagando muito dinheiro, fazer um trabalho, Blake". A voz dela era fixa. Bom. A batida do cora��o dela n�o era. "Como um homem de neg�cios, voc� deveria
querer as complica��es deixadas a um m�nimo."
"Complica��es", ele repetiu. Ele puxou a outra m�o dele pelo cabelo dela de forma que a face dela foi inclinado atr�s. Ver�o sentia um sacuda de broto de excita��o
abaixo a espinha dela. "Isto �-" ele escovou os l�bios dele em cima da bochecha dela "-uma complica��o? ''
"Sim." O c�rebro dela enviou o sinal para apartar, mas o corpo dela recusou o comando.
"E uma distra��o? "
Ele levou a boca dele em uma viagem lenta para seu, mas s� lambiscou. Havia nenhuma press�o mas o aperto leve que ele manteve lentamente na base do pesco�o dela
com mudan�a de dedos, rhythmically em cima da pele dela. Ver�o n�o se mudou, entretanto ela se falou ela ainda p�de. Ela nunca tinha se permitido ser seduzido, e
esta noite era nenhum diferente.
H� pouco uma amostra, ela pensou. Ela soube como provar e julgar, ent�o pise longe de at� mesmo o mais tentador de sabores. Da mesma maneira que ela soube absorver
toda gota de prazer daquele teste min�sculo.
"Sim", ela murmurou e deixou os olhos dela tremularem fechado. Ela precisou de nenhuma imagem visual agora, mas s� as sensa��es. Esquente, macio, moist-his declamam
contra seu. Firme, forte, persuasive-the toca contra a pele dela.
Sutil, macho, cheiro de intriguing-the que o agarrado. Quando ele falou o nome dela, a voz dele fluiu em cima dela como uma brisa, um que levou um rastro de calor
e a sugest�o de uma tempestade.
"Como simples voc� quer isto para ser, Ver�o? " Estava acontecendo novamente, ele percebeu. Aquele envolvimento de total ele nem procurou nem wanted-the envolvimento
total ao que ele n�o p�de resistir. H� s� voc� e eu."
N�o h� nada simples sobre isso." At� mesmo como discordou ela, os bra�os dela estavam o passando, a boca dela estava buscando o dele novamente.
Era s� um beijo. Ela se falou que como os l�bios dele se inclinaram ligeiramente em cima de seu. Ela ainda poderia terminar isto, ela ainda estava em controle. Mas
primeiro, ela quis justo mais gosto. Sem pensar, ela tocou a gorjeta da l�ngua dele com seu, explorar o sabor completamente. O pr�prio gemido dela soou suavemente
nas orelhas dela como ela o puxou mais �ntimo. Corpo contra corpo, firme e de alguma maneira direito. Este pensamento novo vagueou at� mesmo a ela como a sensa��o
concentrada no jogo de boca para declamar.
Por que beijos tinham parecido t�o b�sicos, t�o simplistas antes disto? Havia centenas de pontos de pulso no corpo dela ela tinha permanecido desavisada de at� este
momento. Havia prazeres mais fundo, mais rico que ela alguma vez tinha imaginado que isso poderia ser tirado e poderia ser explorado pelo gesto mais elementar entre
um homem e uma mulher. Ela tinha pensado que ela tinha sabido os limites das pr�prias necessidades dela, a profundidade das pr�prias paix�es dela... at� agora. A
tocando apenas, Blake estava rasgando algo dela isso n�o estava tranq�ilo, ordenou e disciplinou. E quando era totalmente gr�tis, isso que ent�o?
Ela se achou na beira de algo que ela nunca viria a emo��es de before-where comandado a mente dela completamente. Um passo mais adiante e ele teria tudo dela. N�o
s� o corpo dela, n�o s� os pensamentos dela, mas aquela posse mais privada, o mais bem vigiada, o cora��o dela.
Ela sentia uma gan�ncia por ele e puxou longe disto. Se ela era gananciosa, se ela levou, ent�o ele tamb�m vai. Ele ainda a segurou, facilmente bastante para ela
se retirar, firmemente bastante manter o fim dela. Ela era ofegante, moveu. Como ela lutou pensar claramente, Ver�o decidiu que seria tolo para tentar negar qualquer
um.
"Eu penso que eu provei meu ponto de vista", ela administrou.
"Seu? " Blake se se opor a como ele correu uma m�o para cima a parte de tr�s dela. "Ou meu? "
Ela levou uma respira��o funda, enquanto expelindo isto lentamente. Aquele espet�culo pequeno de emo��o teve desejo que arranha novamente a ele. "Eu misturei bastante
ingredientes para saber que neg�cios empresariais e neg�cios pessoais n�o s�o saborosos. Na segunda-feira, eu vou trabalhar para Cocharan. Eu pretendo lhe dar o
valor de seu dinheiro. N�o pode haver qualquer outra coisa."
H� outro j�" bastante. Ele cupped o queixo dela na m�o dele de forma que os olhos deles/delas segurados firma. Dentro dele estava uma massa de necessidades doendo
e confus�o. Com aquele beijo que beijo longo, lento, ele todos menos esquecido da regra mais r�gida dele. Mantenha as emo��es arreadas, ambos em neg�cio e em prazer.
Caso contr�rio, voc� comete erros que n�o s�o retificados facilmente. Ele precisou de tempo, e ele percebeu ele precisou de dist�ncia. "N�s sabemos melhor agora"
um ao outro, ele disse depois de um momento. "Quando n�s fizermos amor, n�s entenderemos um ao outro."
Ver�o permaneceu sentado quando ele subiu. Ela n�o estava completamente segura ela poderia estar de p�. "Na segunda-feira", ela disse em uma voz mais firme, "n�s
estaremos trabalhando junto. Isso � h� entre n�s deste ponto em."
"Quando voc� lida com tantos contratos quanto eu fa�a, Ver�o, voc� aprende aquele papel � h� pouco isso: papel. N�o vai fazer qualquer diferen�a."
Ele caminhou � porta que pensa que ele precisou de algum ar fresco para clarear a cabe�a dele, uma bebida para resolver os nervos dele. E distancia, muito dist�ncia,
antes de ele esquecesse tudo menos a necessidade furiosa para a ter.
Com a m�o dele na ma�aneta, Blake virou ao redor de para um �ltimo olhar a ela. Havia algo do modo que ela carranqueou a ele, com os olhos dela focalizados e s�rio,
os l�bios dela macio em um meio fa�a beicinho isso o fez sorrir.
"Segunda-feira", ele lhe falou, e teve sido ido.

Cap�tulo 5
Por que em inferno ele n�o pudesse deixar de pensar nela? Blake sentou � escrivaninha dele examinando os detalhes de um contrato de vinte-p�gina em prepara��o para
o que prometeu ser uma reuni�o longa, tensa no boardroom. Ele n�o estava levando em uma �nica palavra. Uncharacteristic. Ele conheceu isto, se ressentiu com isto
e n�o poderia fazer nada sobre isto.
H� dias Ver�o tinha estado passando despercebido na mente dele e tinha aglomerado outro fora tudo. Para um homem para que levou ordem e autocontrole concedido, estava
nervo-atormentando.
Logicamente, n�o havia nenhuma raz�o para a obsess�o dele com ela. Blake chamou isto obsess�o, por falta de um termo melhor, mas n�o o agradou. Ela estava bonita,
ele meditou como os pensamentos dele vagueados mais adiante longe de cl�usulas e condi��es. Ele tinha sabido centenas de mulheres bonitas. Ela era as mulheres inteligentes,
mas inteligentes tinham estado na vida dele antes. Desirable-even agora no escrit�rio limpo, quieto dele ele poderia sentir o primeiro stirrings de necessidade.
Mas ele era nenhum mais estranho desejar.
Ele desfrutou as mulheres, como amigos e como amantes. Prazer, Blake refletiu, era talvez nunca o word-he fundamental procuraram qualquer coisa mais fundo em uma
rela��o com uma mulher. Mas ele n�o tinha certeza era a pr�pria palavra para descrever o que j� estava entre ele e Ver�o. Ela moveu him-too fortemente, tamb�m quickly-to
o ponto onde o controle inato dele era abalado. N�o, ele n�o desfrutou que, mas n�o o parou de querer mais. Por que?
Utilizando o m�todo habitual dele de resolver um problema, Blake apoiou atr�s e apanhando uma caneta, come�ou a listar as possibilidades.
Talvez parte da atra��o consistente era o fato que ele gostou da manobrar melhor que. N�o foi feito facilmente, e levou pensamento e planejamento cuidadoso rapidamente.
At� este ponto, ele tinha a se se opor a a toda volta. Blake era real�stico bastante saber que que n�o duraria, mas ele era o humano bastante querer tentar. H� pouco
onde eles colidiriam logo? ele desejou saber. Em cima de neg�cio... ou em cima de algo mais pessoal? Em qualquer embale ele quis ir de cabe�a para encabe�ar com
ela da mesma maneira que much-well, quase como much-as ele quis fazer amor com ela.
E talvez outra raz�o era que ele soube que a atra��o era da mesma maneira que forte no part-yet dela ela continuou recusando isto. Ele admirou aquela for�a de v�
nela. Ela desconfiou intimidade, ele meditou. Por causa do registro de rasto dos pais dela? Sim, parcialmente, ele decidiu. Mas ele n�o pensou que isso era tudo.
Ele h� pouco teria que cavar um pouco mais fundo adquirir o quadro inteiro.
Ele quis cavar, ele percebeu. Pela primeira vez na vida dele Blake quis conhecer uma mulher completamente. O processo de pensamento dela, as excentricidades dela,
o que fez o riso dela, isso que aborrecido, o para o qual ela realmente quis e na vida dela. Uma vez ele soube havia saber... Ele n�o p�de ver passado isso. Mas
ele quis a conhecer, a entenda. E ele a quis como um amante como ele nunca tinha querido qualquer outra coisa.
Quando a cigarra na escrivaninha dele soada, Blake respondeu isto automaticamente com os pensamentos dele ainda centrando em Ver�o Lyndon.
"Seu pai no modo dele atr�s, Sr. Cocharan."
Blake olhou abaixo ao contrato na escrivaninha dele e mentalmente arquivou isto. Ele ainda precisou de uma hora com isto antes da reuni�o da diretoria. "Obrigado."
At� mesmo como ele libertou o bot�o de interfone, a porta balan�ou aberto. Blake Cocharan, II passeou no quarto e assumiu isto.
Em constru��o e colorindo, ele era semelhante ao filho dele. Exerc�cio e atletismos tinham o mantido apare e duro durante os anos. Havia linhas de cinza no cabelo
escuro que estava coberto pelo chap�u de um capit�o de mar branco. Mas os olhos dele eram jovens e vibrantes. Ele caminhou com a andadura rolante f�cil de um homem
mais acostumado para cobertas que ch�os. Ele usou tela nos p�s de sockless dele, e um rel�gio su��o no pulso dele. Quando ele sorriu, as linhas cauterizaram antes
de tempo e piscando ao sol abanaram fora dos olhos dele e boca. Como ele se levantou o cumprimentar, Blake pegou o cheiro salgado, mar-arejado que ele sempre associou
com o pai dele.
"A.C." as m�os deles/delas apertaram, um mais velho e mais �spero que o outro, ambos firme. "H� pouco transcurso por? "
"Em meu modo para o Taiti, indo fazer alguma navega��o." A.C. sorriu novamente, appealingly, como ele correu um dedo ao longo da borda do bon� dele. "Queira tocar
hookey e tripula��o para mim? "
"N�o possa. Eu sou s�lido reservado durante as pr�ximas duas semanas."
"Voc� trabalha muito duro, menino". Em um h�bito velho, A.C. caminhou em cima de para a barra ao lado ocidental do quarto e verteu u�sque, limpo, para ele.
Blake sorriu ao pai dele atr�s como A.C. lan�ou abaixo tr�s dedos de licor. Ainda era t�mido de meio-dia. "Eu vim isto honestamente."
Com um ria, A.C. verteu uma segunda bebida. Quando tinha sido o escrit�rio dele, ele tinha provido s� o melhor u�sque. Ele estava alegre o filho dele continuado
a tradi��o. "Maybe-but que eu aprendi jogar da mesma maneira que duro."
"Voc� pagou suas d�vidas, A.C."
"Sim." Vinte e cinco anos de dias de dez-hora, ele refletiu. De quartos de hotel, aeroportos e reuni�es da diretoria. "Assim fez o man-so velho o" t�m. Ele retrocedeu
ao filho dele. Como olhar em um espelho que � vinte passado de anos, pensou ele, e sorriu em lugar de suspirou. "Eu lhe falei antes, voc� n�o pode embrulhar sua
vida para cima em hot�is." Ele tomou um gole de appreciatively ao u�sque este tempo, ent�o rodou isto. "Lhe d� �lceras."
"N�o t�o longe." Sentando novamente, steepled de Blake os dedos dele, assistindo o pai dele em cima deles. Ele o conheceu muito bem, teve apprenticed debaixo dele,
o assistiu roda e transa��o. O Taiti poderia ser o destino dele, mas ele n�o tinha parado fora na Filad�lfia sem uma raz�o. "Voc� entrou para a reuni�o da diretoria."
A.C. acernar com a cabe�a antes de ele achasse que alguns salgaram am�ndoas debaixo da barra. "Tenha que p�r de vez em quando" em meu dois centavos valor. Ele estourou
dois louco na boca dele e mordeu abaixo com prazer. Ele sempre agradeceu que os dentes ainda eram o dele e a vista dele era aguda. Se um homem tivesse esses, e um
quarenta-p� escaler, ele precisou pouco outro. "Se n�s compramos que o Hamilton encadeiam, vai significar vinte mais hot�is, mais de dois mil mais empregados. Um
passo grande."
Blake ergueu uma sobrancelha. "Muito grande? "
Com um riso, A.C. derrubou abaixo em uma cadeira em frente � escrivaninha. "Eu n�o disse que, n�o pense that-and que voc� t�o ou" n�o pensa aparentemente.
"N�o, eu n�o fa�o. " Blake ondulou fora o pai dele est� oferecendo de am�ndoas. "Hamilton � uma cadeia excelente, simplesmente administrou mal neste momento. Os
edif�cios eles valem o desembolso." Ele deu para o pai dele um olhar moderado, educado. "Voc� poderia confirmar o Hamilton Taiti enquanto voc� estiver l�."
Sorrindo, A.C. apoiou atr�s. O menino era afiado, ele pensou, contente. Entretanto ele veio que honestamente, tamb�m. "Pensamento cruzou minha mente. A prop�sito,
sua m�e envia o amor" dela.
"Como ela est�? "
"At� o pesco�o dela em uma campanha salvar outro esmigalhando ru�na." O sorriso alargou. "A evita as ruas. Indo me conhecer na ilha semana que vem. Inferno de um
primeiro companheiro, sua m�e". Ele lambiscou em outra am�ndoa, contente pensar de ter algum tempo s� com a esposa dele nos tr�picos. "Assim, Blake, como sua vida
de sexo �? "
Muito usado ao pai dele ser qualquer coisa mas divertiu, Blake inclinou a cabe�a dele. "Adequado, obrigado."
Com um riso curto, A.C. abaixou o resto da bebida dele. "Adequado uma desgra�a para o nome de Cocharan. N�s fazemos tudo em superlativos."
Blake tirou um cigarro. "Eu ouvi hist�rias."
"Todo verdadeiro", o pai dele lhe falou, enquanto gesticulando com o copo vazio. "Um dia eu terei que lhe falar sobre este dan�arino em Bangkok em 39. Enquanto isso,
eu o ouvi planejar fazer algum face-levantamento aqui mesmo."
"O restaurante." Blake acernar com a cabe�a e pensou em Ver�o. "Promete ser... trabalho fascinante."
A.C. pegou o tom e come�ou a suavemente sonda. "Eu n�o posso discordar que o lugar precisa de um pequeno glitzing para cima. Assim voc� contratou em um chefe de
cozinha franc�s vigiar a opera��o."
"Meio franc�s."
"Uma mulher? "
"Isso � certo." Blake apagou fuma�a, atento qual caminho que o pai dele estava tentando para o conduzir abaixo.
A.C. esticado fora as pernas dele. "Sabe o neg�cio dela, faz ela? "
"Eu n�o a teria contratado caso contr�rio."
"Jovem? "
Blake utilizou o cigarro dele e suprimiu um sorriso. "Moderadamente, eu suponho."
"Atraente? "
"Isso depende de seu definition-I n�o chamaria o atraente" dela. Tamb�m domestique uma palavra, Blake pensou, muito, muito muito d�cil. Ex�tico, alluring-those a
vestiram mais. "Eu posso lhe falar que ela � dedicada � profiss�o dela, um perfeccionista ambicioso e que as bombas dela... " os pensamentos dele vaguearam atr�s
a isso intoxicando interl�dio. As bombas dela s�o uma experi�ncia a n�o ser perdida."
As bombas" dela, A.C. repetido.
"Fant�stico." Blake apoiou atr�s na cadeira dele. "Absolutamente fant�stico." Ele manteve o sorriso sob controle como a cigarra dele soada novamente.
"Sra. Lyndon est� aqui, Sr. Cocharan".
O segunda-feira pela manh�, ele pensou. Neg�cio como sempre. "A envie dentro."
"Lyndon." A.C. jogo abaixo o copo dele. "Isso o cozinheiro �, n�o �? "
"Chefe de cozinha", Blake corrigiu. "Eu n�o estou seguro se ela responder ao termo 'o cozinheiro'. "
A batida era breve antes de Ver�o entrasse. Ela levou uma pasta de pap�is de couro esbelta em uma m�o. O cabelo dela foi tran�ado e rolou � nuca do pesco�o dela
de forma que as sugest�es de ouro enfiadas pelo marrom. O terno dela em uma cor de ameixa funda era Chanel, simples e primoroso em cima de um alto-beijou ate blusa
que subiu para moldar a face dela. O profissionalismo r�gido do traje dela feito Blake imediatamente especular em o que ela usou beneath-something faz resumo de,
sedoso e sensual, a mesma cor como a pele dela.
"Blake." Seguindo a pr�pria ego-confer�ncia dela em prioridades, Ver�o ofereceu a m�o dela. Impessoal, eficiente e formal. Ela n�o ia pensar em o que aconteceu quando
a boca dele tocou o sua. "Eu trouxe a lista de mudan�as de equipamento e sugest�es sobre" a que n�s falamos para voc�.
"Multa." Ele viu o dela vire a cabe�a dela como A.C. rosa da cadeira dele. E ele viu o vislumbre iluminar o olhos do pai dele como fez sempre quando ele estava na
companhia de uma mulher bonita. "Ver�o Lyndon, Blake Cocharan, II. A.C., Sra. Lyndon estar� administrando a cozinha aqui na Filad�lfia Cocharan Casa."
"Sr. Cocharan." Ver�o achou a m�o dela envolvida dentro um grande, calloused um. Ele olha, ela percebeu com um sacuda, exatamente como Blake vai em trinta anos.
Distinto, resistiu, com aquele toque perene de polimento. Ent�o A.C. sorriu, e ela entendeu aquele Blake ainda seria perigoso em tr�s d�cadas.
"A.C.", ele corrigiu, enquanto erguendo os dedos dela aos l�bios dele. "Bem-vindo � fam�lia."
Ver�o atirou Blake um olhar r�pido. "Fam�lia? ''
"N�s consideramos qualquer um associado com Cocharan House parte da fam�lia." A.C. gesticulou � cadeira que ele tinha desocupado. "Por favor, se sente. Me deixe
o adquirir uma bebida."
Obrigado. Talvez algum Perrier." Ela assistiu A.C. cruz o quarto antes de ela sentasse e p�s a pasta de pap�is no colo dela. "Eu acredito voc� se familiariza com
minha m�e, Monique Dubois".
Isso o parou. A.C. virou, a garrafa de Perrier ainda na m�o dele, o copo no outro sil�ncio esvazia. "Monique? Voc� a menina de Monique �? Eu serei condenado."
E assim ele poderia ser, A.C. pensamento. Before-was de anos isto quase vinte now?-during um per�odo de motim matrimonial em ambos os lados, ele tinha tido um sum�rio,
enquanto queimando afazeres com a atriz francesa. Eles tinham separado em condi��es amig�veis e ele tinha reconciliado com a esposa dele. Mas as duas semanas com
Monique tinham sido... memor�vel. Agora, ele estava no escrit�rio do filho dele que verte Perrier para a filha dela. Destino, ele pensou wryly, era um sonofabitch
enganador.
Se Ver�o tivesse suspeitado antes que a m�e dela e o pai de Blake tinham sido uma vez os amantes, ela tinha agora certeza disto. Os pensamentos dela em destino diretamente
refletido o dele como ela cruzou as pernas dela. Goste de m�e, como filha? ela desejou saber. Oh, n�o, n�o neste caso. A.C. ainda estava a encarando. Por uma raz�o
n�o entendeu ela completamente, ela decidiu fazer isto f�cil para ele.
"M�e � uma cliente leal de Casas de Cocharan; ela ficar� em nenhuma outra parte. Eu j� mencionei a Blake que n�s jantamos uma vez com seu pai. Ele era muito cort�s."
"Quando o" veste, A.C. devolveu, aliviou. Ela sabe, ele concluiu antes do olhar dele vagueou a Blake. L� ele viu uma carranca de concentra��o que era tudo muito
familiar. E assim vai ele se eu n�o assisto meu passo, A.C. decidiu. �gua quente, ele meditou. Depois de vinte anos eu poderia vem ainda em �gua quente. A esposa
dele era o amor da vida dele, o melhor amigo dele, mas vinte anos n�o era bastante longo para estar protegido de uma transgress�o.
"Assim-" ele terminou de verter o Perrier, ent�o trouxe isto a ela ''-voc� decidiu contra seguir no passos de sua m�e e se tornou um chefe de cozinha ao inv�s."
"Eu sou Blake seguro concordaria aquele partid�rio nos passos de um pai � freq�entemente trai�oeiro."
Instinto contou para Blake que n�o era empresarial que ela falou agora de. Um olhar passou entre o pai dele e Ver�o que ele n�o p�de compreender. "Depende onde o
caminho conduz", Blake se se opor a. "Em meu caso eu preferi olhar para isto como um desafio."
"Blake puxa ao av�" dele, A.C. ponha dentro. "Ele tem aquele tipo cuidadoso de l�gica."
"Sim", Ver�o murmurou. "Eu vi isto em a��o."
"Aparentemente voc� fez a escolha certa", A.C. foi em. "Blake me falou sobre suas bombas."
Lentamente, Ver�o virou a cabe�a dela at� que ela estava enfrentando Blake novamente. Os m�sculos no est�mago dela, nas coxas dela, apertado com a mem�ria. A voz
dela permaneceu tranq�ila e esfria. "Sim? De fato, minha especialidade � o bombe."
Blake conheceu o olhar dela diretamente. "Uma piedade voc� n�o teve um dispon�vel a outra noite."
Havia vibra��es l�, A.C. pensamento que n�o precisou saltar fora um terceiro. "Bem, eu o deixarei dois seguem com seu neg�cio. Eu tenho algumas pessoas para ver
antes da reuni�o da diretoria. Um prazer que o conhece, Ver�o". Ele levou a m�o dela novamente e segurou isto como os olhos dele segurou o seu. "Por favor, d� meu
melhor para sua m�e."
Ela viu os olhos dele estavam como Blake, em cor, em forma, em atra��o. Os l�bios dela encurvaram. "Eu vou."
"Blake, eu o verei esta tarde."
Ele s� murmurou um consentimento, enquanto assistindo Ver�o em lugar de o pai dele. A porta fechou antes de ele falasse. "Por que eu sinto como se havia mensagens
que s�o passadas em frente a mim? "
"Eu n�o tenho nenhuma id�ia", Ver�o disse coolly como ela ergueu a pasta de pap�is. "Eu gostaria que voc� olhasse em cima destes documentos enquanto eu estou aqui,
se voc� tiver tempo." Fechando aberto a pasta de pap�is, ela os arrancou. "Aquele modo, se houver qualquer pergunta ou qualquer discord�ncia, n�s podemos os consumir
agora antes de eu come�asse escada abaixo."
"Certo." Blake apanhou a primeira folha mas a estudou em cima disto. "� suposto que aquele terno me persiste em uma dist�ncia? "
Ela lhe enviou um olhar arrogante. "Eu n�o tenho nenhuma id�ia o sobre" o qual voc� est� falando.
"Sim, voc� faz. E outro tempo eu gostaria de descascar isto fora voc�, estenda em camadas atrav�s de camada. Mas no momento, n�s tocaremos isto seu modo." Sem outra
palavra, ele abaixou o olhar dele ao papel e come�ou a ler.
"Su�nos arrogantes", Ver�o disse distintamente. Quando ele fez nem mesmo preocupa��o para a observar dobrou os bra�os dela em cima do t�rax dela. Ela quis um cigarro
para lhe dar algo que ver com as m�os dela, mas se recusou o luxo. Ela sentaria como uma pedra, e quando o tempo veio, ela discutiria para todo um das mudan�as que
ela tinha listado. E ganha todo um deles. Naquele n�vel ela estava em controle completo.
Ela quis o odiar por perceber ela tinha usado o terno elegante, carreira-orientado para fixar um certo tom. Ao inv�s, ela teve que o respeitar por ser perceptivo
bastante apanhar em detalhes pequenos. Ela quis o odiar por fazer o desejo dela t�o mal com s� um olhar e alguns palavras. N�o era poss�vel quando ela tinha gastado
o resto do fim de semana que deseja alternadamente que ela nunca tinha o conhecido e desejando ele voltaria e a traria que excita��o novamente. Ele era um problema;
n�o havia nenhum negando isto. Ela entendeu que voc� resolveu que problemas um pisam de cada vez. Pise um, o kitchen-accent dela no pronome pessoal.
"Dois fornos de g�s novos", ele murmurou como ele esquadrinhou a folha. "Um forno el�trico e duas mais gamas de cada am�vel." Sem abaixar isto, ele olhou a ela em
cima do topo da p�gina.
"Eu acredito eu expliquei a voc� antes da necessidade por g�s e fornos el�tricos. Primeiro, os seus est�o antiquados. Segundo, em um restaurante deste tamanho a
necessidade para dois fornos de g�s � imperativa."
"Voc� especifica marcas."
"Claro que, eu sei o que eu gosto de trabalhar com."
Ele s� ergueu uma sobrancelha, enquanto pensando que obten��o ia murmurar. "Todas as panelas novas e panelas? "
"Definitivamente."
"Talvez n�s dever�amos ter uma jarda venda", Blake resmungou como ele voltou para a folha. Ele n�o teve a id�ia de vaguest o que um sautoir era ou por que ela requereu
tr�s deles. "E este misturador industrial particular? "
"Essencial. O que voc� tem � adequado. Eu n�o concordo adequado."
Ele sufocou um riso como ele recordou a vis�o do pai dele em adequado em rela��o a vidas de amor. "Voc� listou tanto disto em franc�s me confundir? ''
"Eu listei em franc�s", Ver�o se se opor a, "porque o franc�s est� correto."
Ele fez um som indefin�vel como ele ignorou a pr�xima folha. "Em todo caso, eu tenho nenhuma inten��o de discutir em cima de equipamento em franc�s ou ingl�s."
"Bom. Porque eu tenho nenhuma inten��o de trabalhar com qualquer menos que o melhor." Ela sorriu a ele e resolveu atr�s. Primeiro ponto levado.
Blake sacudiu em cima da segunda folha e foi em para o ter�o. "Voc� pretende arrancar os contadores existentes, tenha as gamas novas embutidas, some uma ilha e uns
seis p�s adicionais de "espa�o de contador.
Mais eficiente", Ver�o disse facilmente.
"E demorado. "
"Em uma pressa? Voc� me, Blake, n�o o Chefe de cozinha Minucioso", contratou. O sorriso r�pido dele fez os olhos dela estreitar. "Minha fun��o � organizar sua cozinha
que significa fabrica��o isto t�o eficiente e criativo quanto sei eu como. Uma vez as nozes e parafusos disso s�o terminados, eu vou carne de boi para cima seu card�pio."
"E isto-" ele sacudiu pelas cinco folhas digitadas "-� todo necess�rio para isso? "
"Eu n�o aborre�o com nada que n�o � necess�rio quando vier a neg�cio. Se voc� n�o concorda", ela disse como subiu ela, "n�s podemos terminar o acordo. Contrate LaPointe",
ela sugeriu, enquanto incendiando para cima. "Voc� ter� um ostentoso, sobrevalorizou, cozinha de segunda categoria que produz igualmente ostentoso, sobrevalorizou
e refei��es de segunda categoria."
"Eu tenho que conhecer este LaPointe", Blake murmurou como estava de p� ele. "Voc� adquirir� o que voc� quer, Ver�o". Como um sorriso satisfeito formou nos l�bios
dela, ele estreitou os olhos dele. "E voc� condena bem melhor entregue o que voc� prometeu."
O fogo saltou atr�s, enquanto acentuando o ouro nas �ris dela. E como ele viu isto, ele quis.
"Eu lhe dei minha palavra. Seu restaurante de classe-m�dia com sua costela principal med�ocre e massas encharcadas estar�o servindo o melhor em culin�ria de haute
dentro de seis meses."
"Ou? "
Assim ele quis colateral, Ver�o pensou, e levantou uma respira��o. "Ou meus servi�os para o termo do contrato s�o gratis. Isso o satisfaz? "
"Completamente." Blake ofereceu uma m�o. "Como disse eu, voc� ter� o qual voc� pediu, at� o �ltimo "misturador de ovo, precisamente.
"Um prazer que negocia com voc�." Ver�o tentado afastar a m�o dela e achar isto pegou empresa. "Talvez voc� n�o faz, ela come�ou, "mas eu tenho trabalho para fazer.
Voc� vai com licen�a? "
"Eu quero o" ver.
Ela deixou o dela d� permane�a passivamente dentro o dele em lugar de risco uma luta que ela poderia perder. "Voc� me" viu.
"Hoje � noite."
"Arrependido." Ela sorriu novamente, entretanto os dentes dela estavam come�ando a apertar. "Eu tenho uma data."
Ela sentia o aumento r�pido em press�o dos dedos dele em cima de seu e era perversely agradado. "Certo, quando? "
"Eu estarei diariamente na cozinha, e algumas noites, vigiar o remodelando. Voc� precisa de s� passeio o elevador abaixo."
Ele a puxou mais �ntimo, e entretanto a escrivaninha permaneceu entre eles, feltro de Ver�o que o ch�o em baixo de era um pouco menos firme. "Eu quero o ver s�",
ele disse quietamente. Erguendo a m�o dela aos l�bios dele, ele beijou os dedos dela, um por um, lentamente. "Longe daqui, fora de horas empresariais".
Se Blake Cocharan, II tinha sido qualquer coisa como Blake Cocharan, III na mocidade dele, Ver�o poderia entender como a m�e dela tinha se tornado t�o depressa,
assim heatedly envolveram. O anseio estava l�, e o temptation-but ela n�o era Monique. Neste caso, estava ela determinada hist�ria n�o se repetiria. "Eu expliquei
a voc� por que isso n�o � poss�vel. Eu n�o gosto de cobrir o mesmo ch�o duas vezes."
"Seu pulso est� correndo", Blake mostrou como ele correu um dedo pelo pulso dela.
"Geralmente faz quando eu sou aborrecido."
"Ou despertou."
Inclinando a cabe�a dela, ela lhe enviou um olhar mortal. "Voc� se divertiria deste modo com LaPointe dentro? "
Temperamento mexeu e ele suprimiu isto, enquanto sabendo que ela queria que ele estivesse bravo. "No momento, n�o me preocupo eu se voc� � chefe de cozinha ou encanador
ou um cirurgi�o de c�rebro. No momento", repetiu ele, "eu s� me preocupo que voc� � uma mulher, e um que eu desejo muito."
Ela quis engolir porque a garganta dela tinha ido seca mas tinha lutado fora a necessidade. "No momento eu sou um chefe de cozinha com um trabalho espec�fico fazer.
Eu lhe perguntarei novamente para com licen�a assim eu posso come�ar a fazer isto."
Este tempo, pensou Blake como ele libertou a m�o dela.
Mas, por Deus, este tempo foi a �ltima vez. "Cedo ou tarde, Ver�o."
"Talvez", ela concordou como ela apanhou a pasta de pap�is de couro dela. "Talvez n�o." Em um gesto r�pido, fechou ela fechou. "Desfrute seu dia, Blake". Como se
as pernas dela n�o fossem fracas e aguadas, ela passeou � porta e fora.
Ver�o continuou calmamente caminhando pelo escrit�rio exterior, em cima do tapete de pel�cia, al�m dos secret�rios ocupados e pela �rea de recep��o. Uma vez no elevador,
ela apoiou atr�s contra a parede e deixou sair o f�lego longo, tenso que ela tinha estado prendendo. Nervos saltando, ela come�ou o passeio abaixo.
Isso terminou, ela se falou. Ela tinha estado em frente dele no escrit�rio dele e tinha ganho todo ponto.
Cedo ou tarde, Ver�o.
Ela deixou sair outra respira��o. Quase todo ponto, ela corrigiu. A coisa importante era agora concentrar na cozinha dela, e manter ocupado. N�o ia ajudar assuntos
se ela se permitisse pensar nele como ela teve durante o fim de semana.
Como os nervos dela come�aram a acalmar, Ver�o endireitou longe da parede. Ela tinha se controlado bem, ela tinha se feito claro e ela tinha caminhado fora nele.
Ao todo, uma manh� pr�spera. Ela apertou uma m�o contra o est�mago dela onde alguns m�sculos ainda estavam saltando. Condene, coisas seriam mais simples se ela n�o
o quisesse t�o mal.
Quando as portas deslizaram aberto que ela saiu, ent�o fira o modo dela ao redor para a cozinha. No alvoro�o de prelunch, ela entrou desadvertida. Ela aprovou o
barulho. Uma cozinha quieta para Ver�o significado n�o havia nenhuma comunica��o. Sem isso, n�o havia nenhuma coopera��o.
Para um momento, ela se levantou h� pouco interior a entrada assistir.
Ela aprovou os cheiros. Era uma mistura de aromas de hora do almo�o em cima dos odores ainda-prolongados do caf� da manh�. Toucinho, ling�i�a e caf�. Ela pegou o
cheiro de assar galinha, de carne grelhada, de bolos fresco do forno. Estreitando os olhos dela, ela pressentiu o quarto como estaria pouco tempo dentro. Feito �
ordem dela. Melhor, Ver�o decidiu com um aceno.
"Sra. Lyndon."
Distra�do, ela carranqueou em um homem grande em avental branco e bon�. "Sim? "
"Eu sou o Max." O t�rax dele se expandiu, a voz dele endureceu. Chefe de cozinha de cabe�a."
Ego em perigo, ela pensou como ela estendeu uma m�o. "Como voc� faz, Max. Eu senti falta de voc� quando eu estava em semana" passada.
"Sr. Cocharan ensinou que eu lhe d� coopera��o completa durante "per�odo de this-transition.
Maravilhoso, ela pensou com um gemido dentro. Ressentimento em uma cozinha era como dif�cil de negociar com como um sufl� esvaziado. Deixado a ela, ela poderia ter
podido manter sentimentos feridos a um m�nimo, mas o dano j� tinha sido terminado. Ela fez uma nota mental para dar para Blake a opini�o dela do tato dele e diplomacia.
"Bem, Max, eu gostaria de revisar as mudan�as estruturais propostas com voc�, desde que voc� sabe melhor que qualquer um outro" a rotina aqui.
Mudan�as estruturais"? " ele repetiu. A face cheia, redonda dele corou. O bigode em cima da boca dele tremeu. Ela pegou o vislumbre de um �nico dente de ouro. "Em
minha cozinha? "
Minha cozinha, Ver�o corrigiu mentalmente, mas sorriu. "Eu estou seguro voc� ser� agradado com o improvements-and o equipamento novo. Voc� deve ter achado isto frustrando
tentando criar algo especial com eletrodom�sticos antiquados."
"Este forno", ele disse e gesticulou dramaticamente para isto, "este range-both estiveram aqui desde que eu comecei a Cocharan. N�s n�o somos nenhum de n�s antiquado."
Tanto para coopera��o, Ver�o pensou wryly. Se estivesse muito tarde para uma transi��o amig�vel de autoridade, ela teria que ir com o golpe s�bito. "N�s estaremos
recebendo tr�s fornos novos", ela come�ou vivamente. "Dois g�s, um el�trico. O el�trico ser� usado exclusivamente para sobremesas e massas. Este contador", ela continuou,
enquanto caminhando para isto sem olhar ver atr�s que se o Max estava seguindo, ser� "removido e as gamas que eu especifiquei constru�do em um bloco de counter-butcher
novo. O grelhe restos. Haver� uma ilha aqui prover �rea de funcionamento mais e fazer uso do que � desperdi�ado agora essencialmente espa�o."
N�o h� nenhum espa�o perdido em minha cozinha."
Ver�o virou e apontou o olhar fixo mais arrogante dela. "Isso n�o � uma quest�o para debate. Criatividade ser� a primeira prioridade desta cozinha, efici�ncia o
segundo. Ser� esperado que n�s produzamos refei��es de qualidade durante o remodeling-difficult mas n�o imposs�vel se todo o mundo faz os ajustes necess�rios. Enquanto
isso, voc� e eu revisaremos o card�pio atual com um olho para acrescentar excita��o e talento ao que � agora pedestre."
Ela o ouviu chupar na respira��o dele mas continuou antes de ele pudesse se enfurecer. "Sr. Cocharan me contraiu virar este restaurante no estabelecimento melhor
na cidade. Eu pretendo fazer h� pouco isso completamente. Agora eu gostaria de observar o pessoal em "prepara��es de almo�o. Abrindo a pasta de pap�is de couro dela,
Ver�o tirou de um bloco de nota e caneta. Sem outra palavra ela come�ou a caminhar pela cozinha ocupada.
O pessoal, ela decidiu depois de alguns momentos, foi treinado bem e mais ordenadamente que muitos. Credite o Max. Limpeza foi obviamente uma primeira prioridade.
Outro ponto para Max. Ela assistiu um cozinheiro habilmente osso uma galinha. N�o ruim, Ver�o decidiu. O grelhe estava chiando, panelas cozinhando em vapor. Erguendo
uma tampa, ela ladeled fora uma por��o pequena do jour de du de sopa. Ela provou isto, enquanto segurando o gosto na l�ngua dela um momento.
"Manjeric�o", ela simplesmente disse, ent�o caminhou fora. Outro cozinheiro tirou tortas de ma�� de um forno. O cheiro era forte e saud�vel. Bom, ela meditou, mas
qualquer av� experiente poderia fazer o mesmo. O que foi precisado era algum pizzazz. Pessoas viriam para este restaurante para o ao qual eles n�o chegariam casa.
Charlottes, Clafouti, flambees.
As mudan�as estruturais vieram do lado pr�tico dela, mas o card�pio de menu-the originou de da criatividade dela que sempre era suprema.
Como inspecionou ela que a cozinha, o pessoal, atraiu os cheiros, absorvido os sons, Ver�o sentia o primeiro real stirrings de excita��o. Ela faria isto, e ela faria
isto para a pr�pria satisfa��o dela da mesma maneira que muito como em resposta para o desafio de Blake. Quando ela era acabado, esta cozinha ag�entaria a marca
dela. Seria completamente diferente de sair a jato de um lugar para o pr�ximo a crie um �nico prato memor�vel. Isto teria continuidade, estabilidade. Um ano de agora,
cinco anos de agora, esta cozinha ainda reteria o toque dela, a influ�ncia dela.
O pensamento a agradou mais que ela tinha esperado. Ela nunca tinha procurado continuidade, s� o flash de um triunfo individual. E ela n�o estaria atr�s das cenas
aqui? Ela poderia estar na cozinha em Mil�o ou Atenas, mas os convidados no quarto jantando souberam que estava preparando o Charlotte Royal. Clientes n�o entrariam
no restaurante que se antecipa um Ver�o sobremesa de Lyndon, mas uma Cocharan Hotel refei��o.
At� mesmo como ela ponderou o pensamento em cima de na mente dela, ela achou n�o importou. Por que, ela ainda era insegura. Para agora, ela s� soube a excita��o
apraz�vel de planejar. Pense depois nisto, ela se aconselhou como ela fez uma nota final. Havia meses para preocupar sobre conseq��ncias, raz�es, armadilhas. Ela
quis come�ar, adquira cotovelo profundamente em um projeto ela agora, por qualquer raz�o, considerou peculiarmente o pr�prio dela.
Deslizando a pasta de pap�is dela debaixo do bra�o dela, ela caminhou fora. Ela n�o p�de esperar come�ar funcionamento em card�pios.

Cap�tulo 6
Beluga Malasol Caviar-that russo deveria estar dispon�vel do almo�o para tarde-noite jantar. Toda a noite por servi�o de quarto.
Ver�o fez outro rabiscou nota. Durante as �ltimas duas semanas, ela tinha mudado o uma d�zia de de card�pio projetado tempos. Depois de uma sess�o abortiva com Max,
tinha optado ela ir voar sozinho na tarefa. Ela soube o ambiente que ela quis criar, e como fazer assim por comida.
Se salvar tempo, ela montaria um escrit�rio pequeno em um quarto de armazenamento fora a cozinha. L�, ela poderia vigiar o pessoal e os come�os do remodelar enquanto
tendo bastante privacidade para trabalhar em o que era agora ela acariciarem projeto.
Evitando Blake tinham sido f�ceis porque ela tinha se mantido t�o completamente ocupado. E se apareceu ele era da mesma maneira que envolvido em alguma transa��o
incorporada complicada.
Resgatando outra cadeia de hotel, se rumor fosse fato. Ver�o teve pouco interesse nisso, porque a concentra��o dela focalizou em artigos como medalh�es de carne
de vitela em molho de champanha.
Contanto que o remodelar fosse em, o pessoal permaneceu em um estado constante de p�nico ou pr�ximo p�nico. Ela viria aceitar isso. A maioria das cozinhas no que
ela tinha trabalhado estava cheio da tens�o e terror que s� um cozinheiro entenderia. Talvez era aquela tens�o criativa, e o terror de fracasso que ajudou forma
as melhores refei��es.
A maior parte, ela deixou a supervis�o de pessoal a Max. Ela interferiu com a rotina que ele tinha estabelecido o menos poss�vel, enquanto incorporando as mudan�as
que ela tinha iniciado unobtrusively. Ela tinha aprendido as qualidades de diplomacia e tinha dado poder a do pai dela. Se aplacasse o Max nada, n�o era aparente
na atitude dele para Ver�o. Isso permaneceu friamente cort�s. Ver�o encolheu os ombros isto fora e concentrado em aperfei�oar as entradas a cozinha dela ofereceria.
O F�gado de bezerro Berlinoise. Uma entrada excelente, n�o como popular certamente como um fil� grelhado ou costela de in�cio, mas excelente. Contanto que ela n�o
tivesse que comer isto, Ver�o pensou com um sorriso como ela anotou isto.
Uma vez ela tinha organizado a carne e av�cula, ela se concentraria a mente dela no frutos do mar. E naturalmente l� teve que ser um buf� frio vinte e quatro horas
dispon�veis por dia por servi�o de quarto. Isso era qualquer outra coisa para trabalhar fora. Sopas, aperitivos, salads-all desses tiveram que ser considerados,
decidiu em e confirmado antes de ela come�asse nas sobremesas. E no momento, ela teria comerciado quaisquer dos oferecimentos elegantes anotado em frente a ela para
um hamb�rguer com queijo em um p�o de semente de gergelim e um saco de batatas fritas.
"Assim isto � onde voc� tem escondido." Blake apoiou contra a entrada. Ele tinha completado h� pouco uma quatro-hora de grueling que se encontra e tinha pretendido
subir para o apartamento dele para uma chuva longa e uma refei��o quieta, solit�ria completamente. Ao inv�s, ele se fundaria rumo � cozinha, e Ver�o.
Ela olhou como ela teve na primeira vez que ele tinha visto cabelo de her-her abaixo, os p�s dela descobrem. Na mesa em frente a ela resmas eram de rabiscar-em papel
e um copo meio-vazio de refrigerante dilu�do. Atr�s dela, foram empilhadas caixas, sacos empilharam. O quarto cheirou fracamente de limpador p�neo e papel�o. Do
pr�prio modo dela, ela parecia competente e completamente em custo.
N�o escondendo", ela corrigiu. "Trabalhando." Cansado, ela pensou. Ele parecia cansado. Mostrou ao redor dos olhos. "Estado ocupado? N�s n�o o vimos abaixo aqui
para o par passado de semanas."
"Se atarefe bastante." Pisando dentro, ele come�ou a cutucar pelas notas dela.
"Wheeling e negociando do que eu ou�o." Ela apoiou atr�s, enquanto percebendo tudo de uma vez que os atr�s doeram dela. "Assumindo a "cadeia de Hamilton.
Ele olhou para cima, ent�o encolheu os ombros e olhou atr�s novamente para as notas dela. "� uma possibilidade."
"Discreto." Ela sorriu, enquanto desejando que ela n�o esteja alegre de isso mesmo o ver novamente. "Bem, enquanto voc� tiver jogado Monop�lio, eu tenho lidado com
assuntos mais �ntimos." Quando ele olhou novamente a ela, com a sobrancelha dele elevada exatamente como ela tinha esperado isto para ser, ela riu. "Comida, Blake,
� o mais b�sico e pessoal de desejos, n�o importa o para o qual qualquer um poderia dizer o contr�rio. Para muitos, comer � um ritual sofreu tr�s vezes por dia.
� o trabalho de um chefe de cozinha para fazer cada experi�ncia memor�vel."
"Para voc�, comendo um jaunt por adolesc�ncia."
"Como disse" eu, Ver�o continuou suavemente, "comida � muito pessoal."
"Concordado." Depois de outro relance ao redor o quarto, ele olhou atr�s para ela. "Ver�o, n�o � necess�rio voc� trabalhar em um quarto de armazenamento. � uma quest�o
simples para o montar em um apartamento."
Ela empurrou pelos documentos, enquanto procurando a lista dela em av�cula. "Isto � conveniente para a cozinha."
H� nem mesmo uma janela. O lugar � acumulado com caixas."
"Nenhuma distra��o." Ela encolheu os ombros. "Se eu tivesse querido um apartamento, eu teria pedido um. Para o momento, isto me" veste. E � v�rios cem p�s longe
de voc�, ela somou silenciosamente. "Considerando que voc� est� aqui, voc� poderia querer ver o que eu tenho feito."
Ele ergueu uma folha de papel que listou aperitivos. St. de Coquilles" Jacques, Escargots Bourguignonne, de de Pat� Campagne. � muito pessoal uma pergunta perguntar
se voc� j� comer o que voc� recomenda? ''
"De vez em quando, se eu confio no chefe de cozinha. Voc� ver�, se voc� passa mais completamente por minhas notas que eu quero oferecer um card�pio mais sofisticado,
porque o paladar americano est� ficando mais sofisticado."
Blake sorriu ao termo americano, e o modo que ela disse isto, antes de ele sentasse em frente a ela. "�? "
"� sido um processo lento", ela disse secamente. "Hoje, voc� pode achar um processador de comida bom em quase toda cozinha. Com um, e um livro de receitas competente,
at� mesmo voc� poderia fazer uma musse aceit�vel."
"Pasmando."
"Ent�o", ela continuou, enquanto o ignorando, atrair as pessoas em um restaurante onde eles pagar�o, e paga bem para ser alimentado, voc� tem que os oferecer o soberbo.
Alguns blocos rua abaixo, eles podem adquirir um saud�vel, enchendo refei��o para uma fra��o do que eles pagar�o na "Casa de Cocharan. Ver�o dobrou as m�os dela
e descansou o queixo dela neles. "Assim voc� tem que lhes dar um ambiente muito especial, servi�o incompar�vel e comida primorosa." Ela apanhou o refrigerante dela
e tomou um gole. "Pessoalmente, eu preferiria apanhar uma pizza de levar-exterior e comeria isto em casa, mas... " Ela encolheu os ombros.
Blake esquadrinhou a pr�xima folha. "Porque voc� gosta de pizza, ou voc� gosta de ser s�? "
"Ambos. Agora-"
"Voc� fica fora de restaurantes porque voc� passa tempo tanto em uma cozinha atr�s deles ou porque voc� simplesmente n�o gosta de estar em um grupo? "
Ela abriu a boca dela para responder e achar ela n�o soube. Inc�modo, ela brincou com o refrigerante dela. "Voc� est� se pondo mais pessoal, e fora o ponto."
"Eu n�o penso assim. Voc� est� me falando n�s temos que atrair a pessoas que est�o ficando sofisticado bastante fazer pratos que eram uma vez quase exclusivamente
professionally preparado, como tamb�m atraia clientela que poderia preferir uma refei��o r�pida, menos cara ao redor do canto. Voc�, devido a sua profiss�o e seu
gosto, entra em ambas as categorias. O que teria um restaurante para n�o s� oferecer a trazer o, mas o fazer querer voltar? "
Uma pergunta l�gica. Ver�o carranqueou a isto. Ela odiou perguntas l�gicas porque eles o deixaram nenhum escolhido mas responder. "Privacidade", ela respondeu a
comprimento. "N�o � uma coisa f�cil para realizar em um restaurante, e claro que, n�o todo o mundo procura isto. Muitos saem para comer para ver e sejam vistos.
Alguns, como eu, preferem a ilus�o de solid�o pelo menos. Para realizar ambos, voc� tem que ter um certo n�mero de mesas situado de tal um modo que eles parecem
afastados do resto."
"Facilmente bastante terminado com a ilumina��o certa, um arranjo inteligente de folhagem."
"As palavras chaves s�o certas e inteligentes."
"E privacidade � sua condi��o pr�via escolhendo um restaurante."
"Eu geralmente n�o como neles", Ver�o disse com um movimento inquieto dos ombros dela. "Mas se eu fizer, privacidade enfileira igualmente com atmosfera, comida e
servi�o."
"Por que? "
Ela come�ou a empurrar os documentos junto na escrivaninha dela e os empilhar. "Isso definitivamente � uma pergunta pessoal."
"Sim." Ele cobriu as m�os dela com um seu os acalmar. "Por que? "
Ela o encarou um momento, certo ela n�o responderia. Ent�o ela se achou puxado pelo olhar quieto e o toque suave. "Eu suponho origina de atr�s a comer em tantos
restaurantes como uma crian�a. E eu suponho um das raz�es eu fui interessado primeiro cozinhar era como uma defesa contra o ritual intermin�vel de comer fora. Minha
was-is-of de m�e o tipo que sai para ver e seja visto. Meu pai considerando freq�entemente comendo fora um neg�cio. Tanto das vidas de meus pais, e ent�o mina, era
p�blico. Eu prefiro meu pr�prio modo" simplesmente.
Agora que ele estava a tocando, ele quis mais.
Agora que ele estava aprendendo dela, ele quis tudo. Ele deveria ter sabido melhor que acreditar isto seriam caso contr�rio. Ele tinha quase se convencido que ele
teve os sentimentos dele sob controle para ela. Mas agora, sentando no quarto de armazenamento espasm�dico com cozinha h� pouco soa externo a porta, ele j� a quis
como much-more-than.
"Eu n�o o consideraria um pessoa introvertido, ou monge."
"N�o." Ela fez nem mesmo nota que ela tinha atado os dedos dela com seu. Havia algo t�o confort�vel, assim corrija sobre o gesto. "Eu simplesmente gosto de manter
minha vida privada s� isso. Meu e privado."
"Ainda, em seu campo, voc� � uma real celebridade." Ele trocou e debaixo da mesa a perna dele esbarrou dela. Ele sentia o brilho de calor por ele e a necessidade
dobra.
Sem pensar, ela moveu a perna dela de forma que isto escovou o dele novamente. Os m�sculos nas coxas dela soltas. "Talvez. Ou voc� poderia dizer que minhas sobremesas
s�o as celebridades."
Blake ergueu as m�os unidas deles/delas e os estudou. O seu era isqueiro de sombras que seu, polegadas menor e mais estreito. Ela usou uma safira, oval, profundamente
azule em uma coloca��o antiga ornato que fez os dedos dela pare�a tanto mais elegante. "� que o que voc� quer? "
Ela umedeceu os l�bios dela, porque quando os olhos dele voltaram a seu que eles eram intensos e como darkly azulam como a pedra na m�o dela. "Eu quero ter �xito.
Eu quero ser considerado o muito melhor ao que eu fa�o."
"Nada mais? "
"N�o, nada." Por que ela era ofegante? ela se perguntou frantically. Meninas jovens adquiriram romantics de breathless-or. Ela era nenhum.
"Quando voc� tem que? " Blake subiu, enquanto a atraindo aos p�s dela sem esfor�o. "Que mais? "
Porque eles estavam parados, ela teve que pescar a cabe�a dela para manter os olhos dela nivele com seu. "� bastante." Como ela disse isto, Ver�o a teve d�vidas
da verdade daquela declara��o primeiro. "O que sobre voc�? " ela se se opor a. "Voc� n�o est� procurando nenhum sucesso de success-more? Os hot�is melhores, os restaurantes
melhores".
"Eu sou um homem de neg�cios." Lentamente, ele caminhou ao redor da mesa at� que nada os separou. As m�os deles/delas ainda foram unidas. "Eu tenho um padr�o para
manter ou melhorar. Eu tamb�m sou um homem." Ele alcan�ou para o cabelo dela, ent�o deixe fluir pelos dedos dele. "E h� coisas diferente de livros de conta em" os
que eu penso.
Eles eram agora �ntimos. O corpo dela escovou o dele e fez a pele dela zumbir. Ela esqueceu de todas as regras ela partiria para ambos eles e alcan�aria at� toque
a bochecha dele. Em "que mais pensa voc�? "
"Voc�." A m�o dele estava � cintura dela, enquanto deslizando suavemente ent�o para cima a parte de tr�s dela como ele a puxou mais �ntimo. "Eu penso muito em voc�,
e isto."
Touched-softly de l�bios. Olhos permaneceram abertos e atentos. Pulsos pulsaram. Desejo arrastou.
Parted-slowly de l�bios. Um olhar disse tudo havia dizer. Pulsos martelaram. Desejo rasgou livre.
Ela estava nos bra�os dele, adesivo, ganancioso, ardente. Todas as horas das �ltimas duas semanas, todo o trabalho, o planejamento, as regras, derretidas fora debaixo
de uma chama de paix�o. Se ela sentisse impaci�ncia nele, s� a emparelhou pr�prio. O beijo era duro, longo, desesperado. Corpo puxou contra corpo em tormento primoroso.
Mais apertado. Se ela disse em voz alta ou somente para a palavra pensamento isto, ele parecia entender. Os bra�os dele encurvaram ao redor dela, enquanto a esmagando
a ele como ela quis ser. Ela sentia as linhas e avi�es do corpo dele moldam at� mesmo a seu como a boca dele moldada a seu, e de alguma maneira ela parecia mais
macio que ela alguma vez tinha se imaginado ser.
Feminino, abafador, delicado, apaixonado. Era poss�vel ser tudo de uma vez? A necessidade cresceu e him-for de expanded-for um gosto e toca ela fundaria em nenhuma
outra parte. O som que ela fez contra os l�bios dele veio como muito de confus�o como de prazer.
Deus bom, como uma mulher pudesse o levar t�o longe com s� um beijo? Ele j� era mais que meio-furioso para ela. Controle estava perdendo seu significado em uma necessidade
que era muito mais imperativa. A pele dela deslizaria como seda debaixo do hands-he dele conheceu isto. Ele teve que sentir isto.
Ele deslizou uma m�o debaixo do su�ter dela e a achou. Em baixo da palma dele, bateu a batida do cora��o dela. N�o bastante. O pensamento correu pela mente dele
que nunca seria bastante. Mas perguntas, argumente, era depois para. Enterrando a face dele contra a garganta dela ele provou a pele dela. O cheiro do que ele se
lembrou demorado l�, enquanto o atraindo mais adiante, o atraindo mais �ntimo � extremidade onde n�o poderia estar nenhum torneamento de volta. A fadiga que ele
tinha sentido quando ele tinha entrado que o quarto desapareceu. A tens�o ele sentia sempre que ela estava pr�xima evaporado. Naquele momento, ele a considerou o
seu completamente sem perceber ele tinha querido posse exclusiva.
Os cabelos dela escovaram em cima da face dele, nuvem macio, fragrante. O fez pensar em Paris, corrija antes do calor de ver�o assumiu de primavera. Mas a pele dela
estava quente e vibrando, enquanto o fazendo pressentir noites �midas muito tempo quando lovemaking estariam lentos, eternamente lentos. Ele a, no pequeno quarto
espasm�dico onde o ch�o foi coberto de lixo com caixas, quis l�.
Ela n�o p�de pensar. Ver�o poderia sentir os ossos dela dissolvem e a mente dela vazio. Sensa��o depois que sensa��o vertesse em cima dela. Ela poderia ter se afogado
neles. Ainda ela quis more-she poderiam sentir o corpo dela almejando mais, enquanto querendo tudo. Fa�a temporal, calor. H� pouco uma vez... o desejo vazou nela
com sussurrar promessas e prazer escuro. Ela poderia se deixar ser dele, o leve como seu. H� pouco uma vez. E ent�o...
Com um gemido, ela rasgou a boca dela do dele e enterrou a face dela contra o ombro dele. Uma vez com Blake a assombraria para o resto da vida dela.
"Venha escada acima", Blake murmurou. Inclinando a cabe�a dela atr�s, ele correu beijos em cima da face dela. "Me proponha onde eu posso fazer amor corretamente
com voc�. Eu o quero em minha cama, Ver�o. Macio, nu, meu."
"Blake... " Ela se virou a face dela e tentou firmar a respira��o dela. O que tinha acontecido a her-when-how? "Este � um mistake-for ambos n�s."
"N�o." A levando pelos ombros, ele a manteve estando em frente dele. "Este � right-for ambos n�s."
"Eu n�o posso ser envolvido-"
"Voc� j� �."
Ela deixou sair uma respira��o funda. "Nenhum adicional que isto. J� � mais que eu pretendi."
Quando ela come�ou atr�s fora para, ele a segurou firmemente em frente a ele. "Eu preciso de uma raz�o, Ver�o, uma maldi��o bom."
"Voc� me" confunde. Ver�o disse bruscamente isto antes de ela percebeu isto, ent�o xingou a admiss�o. "Condene, eu n�o gosto ser confundido."
"E eu para voc�." A voz dele era t�o impaciente quanto seu, o corpo dele como tenso. "Eu n�o gosto de doer."
"N�s temos um problema", ela administrou, enquanto arrastando uma m�o pelo cabelo dela.
"Eu o" quero. Algo do modo ele disse que fez o dela d� pause em pleno ar e o olhar dela ergue a seu. N�o havia nada casual nessas tr�s palavras. "Eu o quero mais
que eu alguma vez quis qualquer um. Eu n�o estou confort�vel com isso."
"Um problema grande", ela sussurrou e sentou unsteadily na extremidade da mesa.
H� um modo para resolver isto."
Ela administrou um sorriso. "Dois modos", ela corrigiu. "E eu penso que o meu � o mais seguro."
Mais "seguro." Alcan�ando abaixo, ele correu uma ponta do dedo em cima da curva da bochecha dela. "Voc� quer seguran�a, Ver�o? "
"Sim." Foi dito facilmente porque ela tinha descoberto que era verdade. Seguran�a era algo que ela nunca tinha pensado aproximadamente at� Blake, porque ela nunca
tinha sentido ent�o em extin��o at�. "Eu me fiz muitas promessas, Blake, jogo muitas metas. Instinto me fala voc� poderia interferir. Eu sempre vou com meus instintos."
"Eu tenho nenhuma inten��o de interferir com suas metas."
"N�o obstante, eu tenho alguns regras muito r�gidas. Um deles nunca � ficar �ntimo com um s�cio empresarial ou um cliente. Em um ponto de vista, voc� entra em ambas
as categorias."
"Como voc� pretende impedir isto de acontecer? Intimidades entram em muitos graus, Ver�o. Voc� e eu j� alcan�amos alguns deles."
Como ela poderia negar isto? Ela quis correr disto. "N�s conseguimos manter fora de um ao outro modo durante duas semanas", ela mostrou. "Simplesmente � uma quest�o
de continuar fazendo assim. Ambos n�s est�o muito ocupados no momento, assim n�o deveria ser muito dif�cil."
"Eventualmente um de n�s vai quebrar as regras."
E poderia ser eu da mesma maneira que facilmente como pudesse ser ele, ela pensou. "Eu n�o posso pensar eventualmente aproximadamente, s� sobre agora. Eu ficarei
escada abaixo e farei meu trabalho. Voc� fica do andar superior e faz o seu."
"Goste de inferno", Blake murmurou e deu um passo adiante. Ver�o era mediano aos p�s dela quando uma batida soou na porta dela.
"Sr. Cocharan, h� um telefonema para voc�. Seu secret�rio diz que � urgente."
Blake controlou a f�ria dele. "Eu estarei l�." Ele deu para Ver�o um olhar longo, duro. "N�s n�o somos acabado."
Ela esperou at� que ele tinha alcan�ado a porta. "Eu posso me transformar este lugar em um pal�cio ou uma colher gordurosa", ela disse quietamente. "� sua escolha."
Se virando, ele a mediu. "Chantageie? "
"Seguro", ela corrigiu e sorriu. "Toque meu modo para isto, Blake e todo o mundo est� contente."
"Seu ponto, Ver�o", que ele reconheceu com um aceno. "Este tempo."
Quando a porta fechou atr�s dele, ela sentou novamente. Ela pode o ter manobrado melhor que este tempo, ela meditou, mas o jogo terminou longe de.
Ver�o se deu outra hora antes de ela deixasse o escrit�rio tempor�rio dela para voltar para a cozinha. Busboys que tem rodas em e fora com bandejas de pratos sujos.
A lavadora de lou�a zumbiu busily. Panelas chiaram. Algu�m cantou como ela alinhavou uma galinha. Duas horas para a pressa de jantar. Por outra hora, come�ariam
o p�nico e confus�o.
Era ent�o, quando o cheiro de golpe de comida ela, aquele Ver�o percebido n�o tinha comido ela. Decidindo matar dois p�ssaros com uma pedra, ela come�ou a arraigar
pelos arm�rios. Ela acharia algo para um recente almo�o, e h� pouco v� como provid�ncias eram organizadas.
Ela n�o p�de reclamar aproximadamente o posterior. Os arm�rios n�o s� foram providos bem, eles foram providos sistematicamente. Max teve v�rias qualidades excelentes,
ela pensou. Uma piedade que uma mente aberta n�o estava entre eles. Ela continuou esquadrinhando estante depois de estante, mas o artigo ela n�o estava procurando
em nenhuma parte seria achado.
"Sra. Lyndon? "
Ouvindo a voz de Max atr�s dela, Ver�o lentamente fechado a porta de gabinete. Ela n�o teve que se virar ver a cortesia fria nos olhos dele ou a desaprova��o apertada
da boca dele. Ela ia ter que fazer algo sobre esta situa��o antes longo, ela decidiu. Mas no momento ela era um pouco cansado, bastante faminto e n�o no humor lidar
com isto.
"Sim, Max." Ela abriu a pr�xima porta e inspecionou a a��o.
"Talvez eu posso lhe ajudar a achar o para" o qual voc� est� olhando.
"Talvez. De fato, eu estou conferindo para ver como bem proveu n�s somos enquanto procurando fora um jarro de manteiga de amendoim. Aparentemente-" ela fechou aquela
porta e foi em para o pr�ximo "-n�s somos muito bem providos realmente, e muito bem organizou."
"Minha cozinha � completamente organizada", o Max come�ou stiffly. "At� mesmo no meio de toda a "carpintaria de this-this.
"A carpintaria quase terminou", ela disse facilmente. "Eu penso que os fornos novos est�o trabalhando bem" fora.
"Para alguns, novo sempre � melhor."
"A alguns", se se opor a ela, "progresso sempre � um toque de morte. Onde eu acho a manteiga de amendoim, Max? Eu realmente quero um sandu�che."
Este tempo virou ela, a tempo ver as sobrancelhas dele elevarem e a bolsa de boca dele. "Debaixo de", ele disse com uma sugest�o de um sorriso como apontou ele.
"N�s mantemos tais coisas dispon�vel para o "card�pio das crian�as.
"Bom." Unoffended, Ver�o se agachou e achou isto. "Voc� gostaria de me unir? "
Obrigado, n�o. Eu tenho trabalho para fazer."
"Multa." Ver�o levou duas fatias de p�o e come�ou a esparramar a manteiga de amendoim. "Amanh�, nove horas, voc� e eu entrar� em cima dos card�pios propostos em
meu escrit�rio."
"Eu estou muito ocupado �s nove."
"N�o", ela corrigiu suavemente. "N�s estamos muito ocupados de sete a nove, ent�o coisas tendem a aliviar fora, particularmente no meio da semana, at� a pressa de
almo�o. Nove horas", ela repetiu em cima do acesso de ira dele de respira��o. "Com licen�a, eu tenho que adquirir um pouco de gel�ia para isto."
Max partindo que fricciona os dentes dele, Ver�o foi para um dos refrigeradores grandes. Asno pomposo, tacanho, ela pensou como ela achou um jarro restaurante-de
tamanho de gel�ia de uva. Contanto que ele continuasse sendo n�o cooperativo e duro, coisas iam ser dif�ceis. Mais de uma vez, ela tinha esperado que o Max virasse
no resignation-and dele havia tempos, entretanto ela odiou ser linha t�o dura que ela desejou que ele vai.
As mudan�as na cozinha j� estavam fazendo uma diferen�a, ela pensou como ela fechou a segunda fatia de p�o em cima da gel�ia e manteiga de amendoim. Qualquer bobo
poderia ver que a gama extra, o equipamento mais eficiente, apertou o fluxo de prepara��o e melhorou a qualidade de comida. Aborrecido, ela mordeu no sandu�che dela
da mesma maneira que entusiasmado tagarele sem dinheiro fora atr�s dela.
"Max estar� furioso. Pele-i-ous. "
"Nada que ele pode fazer agora" sobre isto.
"Menos grito e lan�a coisas."
Talvez era o glee subjacente na �ltima declara��o que fez volta de Ver�o. Ela viu dois cozinheiros se precipitados em cima do fog�o. "O que ser� o Max furioso aproximadamente?
" ela perguntou em cima de outro bocado de sandu�che.
As duas faces viraram a ela. Ou foram corados ambos do calor do fog�o ou excita��o. "Talvez voc� deveria lhe, Sra. Lyndon", falar um dos cozinheiros disse depois
de um momento de indecis�o. O glee ainda era l�, ela notou, apenas suprimiu.
"Lhe conte isso que? "
O "Julio e eloped-we de Ge�rgia h� pouco obtiveram palavra do irm�o de Julio. Eles se foram para o Hava�."
O Julio e Ge�rgia? Depois de um pulo r�pido pelo arquivo mental dela, Ver�o os colocou como dois cozinheiros que trabalharam a quatro-para-onze troca. Um relance
ao rel�gio dela lhe falou eles j� eram tarde quinze minutos.
"Eu levo isto eles n�o estar�o entrando hoje."
"Eles deixaram." Um dos cozinheiros mordeu os dedos dele. "H� pouco assim." Ele olhou pelo quarto onde o Max estava mimando uma prateleira de cordeiro. "Max bater�
o telhado."
"Ele n�o resolver� nada l� em cima", ela murmurou. "Assim n�s somos dois curto para a "troca de jantar.
"Tr�s", o segundo cozinheiro corrigiu. "Charlie chamou doente uma hora atr�s."
"Maravilhoso." Ver�o acabou com o sandu�che dela, ent�o arrega�ado as mangas dela. "Ent�o o resto de n�s melhora trabalhar."
Com um avental que cobre as cal�as jeans dela e su�ter, Ver�o levou mais de uma se��o do contador novo. Talvez n�o era o estilo habitual dela, ela meditou como ela
come�ou a misturar a primeira tigela enorme de massa de bolo, mas circunst�ncias pediram a��o imediata. E, ela pensou como ela lambeu alguma massa da junta dela,
eles condenam bem melhor entre os oradores de est�reo antes do fim da semana. Ver�o poderia assar uma vez sem Chopin em uma emerg�ncia, mas ela n�o faria isto duas
vezes.
Ela estava organizando v�rias camadas de bolo de Floresta Preto no forno quando o Max falou em cima do ombro dela.
"Voc� est� se fazendo agora alguma sobremesa? " ele come�ou.
"N�o." Ver�o fixou o mais min�sculo, ent�o moveu atr�s ao contador come�ar prepara��es em musse de chocolate. "Parece � havido um casamento e um illness-though que
eu n�o penso que o primeiro tem qualquer coisa que ver com o segundo. N�s somos esta noite sem m�o-de-obra. Eu estou assumindo as sobremesas, Max, e eu n�o troca
nenhuma conversa fiada quando eu estiver trabalhando."
"Se casando? O que que se casa? "
O "Julio e Ge�rgia escaparam para o Hava�, e o Charlie est� doente. Eu tenho esta musse para negociar com no momento."
"Escapado! " ele explodiu. "Escapado sem minha permiss�o? "
Ela levou o tempo para examinar o ombro dela. "Eu suponho o Charlie deveria ter perguntado a voc� antes de ele se adoecesse como bem. Economize as histerias, Max,
e tenha algu�m me descascar algumas ma��s. Eu quero fazer um de de Charlotte Pommes depois disto."
"Agora voc� est� mudando meu card�pio! " ele explodiu.
Ela girou, incendeie nos olhos dela. "Eu tenho uma d�zia de sobremesas diferentes fazer em um tempo muito curto. Eu lhe aconselharia que ficasse fora de meu modo
enquanto eu fizer isto. Eu n�o sou conhecido por graciosidade quando eu estiver cozinhando."
Ele chupou no est�mago dele e retirou os ombros dele. "N�s veremos o que Sr. Cocharan tem que dizer sobre isto."
"Maravilhoso. O mantenha de meu modo, tamb�m, do lado de fora durante as pr�ximas tr�s horas ou algu�m vai terminar com uma face cheio de meu melhor chantilly."
Girando atr�s ao redor, ela foi trabalhar.
N�o havia tempo, ela n�o p�de levar o tempo, estudar e aprovar cada sobremesa como foi completado. Depois, Ver�o pensaria nas horas como trabalho de linha de montagem.
No momento, ela foi apertada para pensar tamb�m. O Julio e Ge�rgia tinham sido as chefes de cozinha de sobremesa. Estava agora at� ela fazer o trabalho de duas pessoas
na mesma quantia de tempo.
Ela ignorou o card�pio e foi com o que ela soube que ela poderia fazer de mem�ria. O diners que noite seja dentro para uma surpresa, mas como ela terminou de tampar
o segundo bolo de Floresta de Preto, Ver�o decidiu que seria um agrad�vel. Ela organizou o cheeries depressa, enquanto amaldi�oando a necessidade para apressar.
Imposs�vel criar quando a pessoa estava em tal um hor�rio rid�culo, ela pensou, e murmurou ruim suavemente debaixo da respira��o dela.
Antes das seis, o tamanho do assar era terminado e ela concentrou nos �ltimos retoques de uma linha de sobremesas projetou para satisfazer um ex�rcito. Icing de
chocolate l�, uma pincelada de nata aqui, uma guarni��o, uma colher de aperto ou gel�ia. Ela tinha calor, a dor de bra�os dela. O avental uma vez-branco dela era
listrado e espirrado. Ningu�m falou com ela, porque ela n�o responderia. Ningu�m a chegou, porque ela tendeu a rosnar.
Ocasionalmente ela indicaria com uma onda do bra�o dela uma se��o de pratos que seriam tomados. Isto era imediatamente terminado, e sem um som. Se havia conversa,
era terminado em meia-vozes e fora da audi��o dela. Nenhum deles alguma vez tinha visto qualquer coisa bastante como Ver�o Lyndon em um rolo.
"Problemas? "
Ver�o ouviu Blake falar quietamente em cima do ombro dela mas n�o virou. S�o feitos "carros deste modo", ela resmungou, "n�o sobremesas."
Relat�rios cedo" do quarto jantando s�o mais que favor�vel."
Ela grunhiu e rolou fora massa de massa para tortas. "O da pr�xima vez eu estou no Hava�, eu vou observar o Julio e Ge�rgia e bater as cabe�as deles/delas junto."
"Um pouco irrit�vel, voc� n�o �? " ele murmurou e ganhou um clar�o letal. "E quente." Ele tocou a bochecha dela com uma ponta do dedo. "Quanto tempo voc� esteve
a isto? "
"Desde ent�o um pouco depois das quatro." Depois de encolher os ombros a m�o dele fora ela come�ou a recortar conchas de massa rapidamente. Blake assistiu, surpreso.
Ele nunca tinha visto depressa o trabalho dela antes. "Movimento."
Ele pisou atr�s mas continuou a assistindo. Pelos c�lculos dele, ela tinha trabalhado nos card�pios no quarto de armazenamento de windowless para mais de seis horas,
e tinha estado agora nos p�s dela para quase tr�s. Muito pequeno, ele pensou como um desejo protetor movido por ele. Muito delicado.
"Ver�o, outra pessoa n�o pode assumir agora? Voc� deveria descansar."
"Ningu�m toca minhas sobremesas." Isto foi dito em tal uma voz forte, autorizada que a imagem de uma flor delicada desapareceu. Ele sorriu apesar dele.
"Qualquer coisa eu posso fazer? "
"Eu quererei um pouco de champanha por uma hora. Dom Perignon, 73. "
Ele acernar com a cabe�a como uma id�ia come�ou a formar na mente dele. Ela cheirou como as sobremesas enfileiradas no contador em frente a ela. Tentando, delicioso.
Considerando que ele tinha a conhecido, Blake tinha descoberto ele possuiu um doce dente muito exigente. "Voc� comeu? "
"Um sandu�che alguns horas atr�s", ela disse testily. "Voc� pensa que eu pudesse comer de cada vez assim? "
Ele olhou � ordem suntuosa de bolos e massas. Ele poderia cheirar carnes assadas, molhos picantes, delicadamente. Blake tremeu a cabe�a dele. "N�o, claro que n�o.
Eu estarei de volta."
Ver�o murmurou algo, ent�o flauteou as extremidades das conchas de massa dela.

Cap�tulo 7
Antes de oito horas, Ver�o era acabado, e n�o no melhor de humores. Durante quase quatro horas, tinha chicoteado ela, rolou, tocou flauta e assou. Freq�entemente,
ela tinha gastado aquele tempo duas vezes, e duas vezes aquele esfor�o, aperfei�oando um �nico prato. Isso era arte. Por outro lado, este tinha sido trabalho, plan�cie
e simples.
Ela sentia nenhum flash de triunfo, nenhum brilho de presun��o, mas simplesmente fadiga. Cozinheiro de ex�rcito, ela pensou desdenhosamente; era dificilmente diferente
de produzir o mais r�pido e mais f�cil para as massas. No momento, se ela nunca visse o novamente, dentro de outro ovo estaria muito cedo.
"L� deveria ser feito as pazes nos adquire pela hora de jantar bastante, e servi�o de quarto hoje � noite", ela falou vivamente para o Max como ela puxou fora o
avental sujo dela. Criticamente ela carranqueou a uma linha de tortas de fruta. Mais que um deles era menos que perfeito em forma. Se havido tempo, ela teria os
descartado e teria feito outros. "Eu quero algu�m em contato com pessoal primeira coisa pela manh� cuidar de contratar dois mais "chefes de cozinha de sobremesa.
"Sr. Cocharan j� contatou pessoal." Max estava de p� stiffly, enquanto n�o querendo dar uma polegada, entretanto ele tinha sido impressionado com como depressa e
eficazmente ela tinha evitado o que poderia ter sido facilmente uma cat�strofe. Ele agarrado o ressentimento dele firmemente, embora ele tivesse a himself-that de
admit-to que ela assou o melhor abric� azedo ele alguma vez tinha provado.
"Multa." Ver�o correu uma m�o em cima da parte de tr�s do pesco�o dela. A pele havia �mido, os m�sculos puxados esticado. "Nove horas amanh�, Max, em meu escrit�rio.
Vejamos se n�s podemos ser organizados. Eu vou para casa para saturar em uma banheira quente at� manh�."
Blake tinha estado apoiando contra a parede, assistindo o trabalho dela. Tinha sido fascinante h� pouco ver como depressa o artista temperamental tinha posto o nariz
dela ao rebolo e tinha produzido.
Ela tinha lhe mostrado duas coisas ele n�o teve expected-a acelerar e falta de histrionics quando ela tinha sido for�ada a negociar com um menos que situa��o ideal,
e uma aceita��o tranq�ila do que era obviamente uma �rea sens�vel com Max. Por�m muito que ela tocou para o papel de prima-dona, quando o dela de volta estava contra
a parede, ela se controlou muito bem.
Quando ela removeu o avental dela, ele pisou adiante. "Lhe d� uma carona? "
Ver�o olhou em cima da ele como ela puxou os alfinetes do cabelo dela. Caiu aos ombros dela, amarrotou, e umidade um pouco aos fins do calor. "Eu tenho meu carro."
"E eu tenho o meu." A arrog�ncia, com aquele rastro de indiferen�a ainda era l�, at� mesmo quando ele sorriu.
"E uma garrafa de Dom Perignon, 73. Meu motorista pode o apanhar pela manh�."
Ela se falou ela s� estava interessada no vinho. O sorriso fresco n�o teve nada que ver com a decis�o dela. "Corretamente esfriado? " ela perguntou, enquanto arqueando
a sobrancelha dela. "O champanha que �."
"Claro que."
"Voc� � em, Sr. Cocharan. Eu nunca dobro champanha."
"O carro fora na parte de tr�s." Ele levou a m�o dela em lugar de o bra�o dela como tinha esperado ela. Antes de ela pudesse fazer qualquer contador mover, ele estava
a conduzindo da cozinha. "O envergonharia se eu dissesse que eu era muito impressionado com o que voc� fez hoje � noite? "
Ela foi usada a louvores, at� mesmo os esperou. De alguma maneira, ela n�o p�de se lembrar de obter tanto j� prazer de um antes. Ela moveu os ombros dela, enquanto
esperando iluminar a pr�pria resposta dela. "Eu fa�o isto meu neg�cio ser impressionante. N�o me" envergonha.
Talvez se ela n�o tivesse estado cansada, ele n�o teria visto t�o facilmente pela resposta lisonjeira. Quando eles alcan�aram o carro dele, Blake virou e a levou
pelos ombros. "Voc� trabalhou muito duro em l�."
"S� parte do servi�o."
"N�o", ele corrigiu, enquanto acalmando os m�sculos. "Isso n�o � o para" o qual voc� foi contratado.
"Quando eu assinei o contrato que se tornou minha cozinha. O que sai disto tem que satisfazer meus padr�es, meu orgulho".
"N�o um trabalho f�cil."
"Voc� quis o melhor."
"Aparentemente eu adquiri isto."
Ela sorriu, entretanto ela mal s� quis se sentar. "Voc� definitivamente adquiriu isto. Agora, voc� disse algo sobre champanha? "
"Sim, eu fiz." Ele abriu a porta para ela. "Voc� cheira de baunilha."
"Eu ganhei isto." Quando ela sentou, ela deixou sair um suspiro longo, apraz�vel. Champanha, ela pensou, um banho quente com montanhas de bolhas, e alisa, folhas
frescas. Naquela ordem. "Chances s�o", ela murmurou, "at� mesmo como falamos n�s, algu�m em l� est� levando a primeira mordida de meu bolo de Floresta Preto."
Blake fechou a porta do motorista, ent�o olhou a ela como ele come�ou a igni��o. "Sente estranho? " ele perguntou. Estranhos tendo" comem algo voc� gastou tempo
e cuidado que criam tanto? "
"Estranho? " Ver�o estirou atr�s, enquanto desfrutando o luxo de pel�cia do assento e a vis�o do c�u fusco pelo telhado de sol. "Um pintor cria em tela para quem
olhar�, um compositor cria uma sinfonia para quem escutar�."
"Retifique bastante." Blake manobrou o modo dele sobre a rua e no tr�fico. O sol era vermelho e baixo. A noite prometeu estar clara. "Mas n�o estaria satisfazendo
para haver mais quando suas sobremesas s�o servidas? "
Ela fechou os olhos dela, completamente relaxado pela primeira vez em horas. "Quando a pessoa cozinha na pr�pria cozinha da pessoa para amigos, parentes, que pode
ser um prazer ou um dever. Ent�o poderia haver a satisfa��o de assistir algo voc� cozinhou ser apreciado. Mas novamente, � um prazer ou um dever, n�o uma profiss�o".
"Voc� raramente come isso que voc� o cozinheiro."
"Eu raramente cozinho para mim", ela se se opor a. "Exclua as coisas mais simples."
"Por que? "
"Quando voc� cozinhar para voc�, h� ningu�m l� para limpar as bagun�as."
Ele riu e se transformou em um lote de estacionamento. "De seu pr�prio modo estranho voc� � uma mulher muito pr�tica."
"Em todos os sentidos eu sou uma mulher pr�tica." Lazily, ela abriu os olhos dela. "Por que n�s paramos? "
"Faminto? "
"Eu sempre tenho fome depois que eu trabalhar." Virando a cabe�a dela, ela viu o sinal de n�on azul de uma sala de estar de pizza.
"Sabendo seus gostos at� agora, eu pensei que voc� acharia este o acompanhamento perfeito para o champanha."
Ela sorriu como a fadiga foi substitu�do com o primeiro real stirrings de fome. "Absolutamente perfeito."
"Espere aqui", ele lhe falou como ele abriu a porta. "Eu tive algu�m chamar � frente e ordeno isto quando eu vi que voc� era quase acabado."
Grato, e tocou, Ver�o apoiou atr�s e fechado os olhos dela novamente. Quando a �ltima vez era ela tinha permitido qualquer um para levar ao cuidado dela? ela desejou
saber. Se mem�ria a servisse, a �ltima vez que ela tinha sido amimalhada ela tinha tido oito anos, e torcido com um caso de catapora. Sempre tinham sido esperadas
independ�ncias dela, pelos pais dela, e por ela. Mas esta noite, este aqui tempo, era um bastante docemente sentimento para deixar outra pessoa fazer os arranjos
com o conforto dela em mente.
E ela teve que admitir, ela n�o tinha esperado considera��o simples de Blake. Nomeie, sim, cr�dito onde cr�dito era devido, yes-but n�o considera��o. Ele poria em
um dia duro ele, ela pensou, enquanto se lembrando como cansado ele tinha olhado aquela tarde. Ainda, ele tinha esperado muito tempo al�m do tempo quando ele pudesse
ter tomado o pr�prio jantar dele em conforto, relaxado do pr�prio modo dele. Ele tinha esperado at� que ela era acabado.
Surpresas, ela meditou. Blake Cocharan, III definitivamente teve algumas surpresas para cima a manga dele. Ela sempre tinha sido uma ventosa para eles.
Quando Blake abriu a porta de carro, o cheiro de pizza rodou pleasurably dentro. Ver�o levou a caixa dele, ent�o se inclinou e beijou a bochecha dele. "Obrigado."
"Eu deveria ter tentado pizza antes", ele murmurou.
Ela resolveu atr�s novamente, enquanto deixando os olhos dela fecharem e a curva de l�bios dela. "N�o esque�a do champanha. Esses s�o dois de minhas fraquezas maiores."
"Eu fiz uma nota disto." Blake arrancou do lote de estacionamento e uniu o tr�fico novamente. A gratid�o simples dela n�o o deveria ter pegado de surpresa. N�o o
deveria ter movido certamente. Ele teve o sentimento ela teria tido o mesmo baixo-chave, rea��o contente se ele tivesse a apresentado com uma zibelina de corpo inteiro
ou uma pulseira de diamantes azul-brancos. Com Ver�o, n�o seria o presente, mas a natureza do dar. Ele achou ele gostou muito daquela id�ia. Ela n�o era uma mulher
que foi impressionada facilmente, ele meditou, contudo ela era uma mulher que poderia ser agradada facilmente.
Ver�o fez algo que ela raramente fez a menos que ela estivesse completamente s�. Ela relaxou, completamente. Embora os olhos dela estivessem fechados, ela era nenhum
mais longo sonolento, mas atento. Ela poderia sentir o movimento liso do carro em baixo dela, ou�a o estrondo de tr�fico fora das janelas. Ela s� teve que atrair
uma respira��o para cheirar o cheiro penetrante de molho e tempero. O carro era espa�oso, mas ela poderia sentir o calor do corpo de Blake pelo assento.
Agrad�vel. Isso era a palavra que vagueou pela mente dela. T�o agrad�vel, l� parecia n�o ser nenhuma necessidade por precau��o, para defesas. Era uma pena, ela refletiu,
que eles n�o eram � toa motrizes...
Estranho, ela nunca tinha escolhido fazer qualquer coisa � toa. E ainda, hoje � noite, dirigir... ao longo de um beach-with longo, deserto a lua cheio, lustrando
fora a �gua, e a areia branco. Voc� poderia ouvir a rebenta��o vazar e fluiria, e t�o raramente v� as centenas de estrelas que voc� notou na cidade. Voc� cheiraria
o sal e sentiria o spray. O ar �mido, morno fluiria em cima de sua pele.
Ela sentia o balan�o de carro fora a estrada, ent�o ronrone a uma parada. Para um momento extra, Ver�o se agarrou para a fantasia.
"O que est� pensando voc�? "
"Sobre a praia", respondeu ela. "Estrelas." Ela se pegou, surpreso que ela tinha se viciado em o que poderia ser s� romanticismo de termed. "Eu levarei a pizza",
ela disse, enquanto endireitando. "Voc� pode trazer o champanha."
Ele p�s uma m�o no bra�o dela, ligeiramente mas a parou. Lentamente ele correu um dedo abaixo isto. "Voc� gosta da praia? "
"Eu nunca realmente pensamento sobre isto. No momento, achou ela ela n�o gostaria nada melhor que descansar a cabe�a dela contra o ombro dele e assistir onda de
ondas contra a costa. Estrela contando. Por que ela deveria querer se viciar agora em algo t�o tolo quando ela nunca teve antes? "Por alguma raz�o, parecia h� pouco
como a noite para isto." E ela desejou saber se ela estivesse respondendo a pergunta dele ou o pr�prio dela.
"Desde ent�o n�o h� nenhuma praia, n�s h� pouco teremos que propor qualquer outra coisa. Como sua imagina��o �? "
"Bem bastante." Totalmente bem bastante, Ver�o pensou, ver onde ela terminaria se ela n�o mudasse o mood-hers como tamb�m seu. "E no momento, imagino eu a pizza
est� se pondo fria, e o champanha morno." Abrindo a porta, ela escalou fora com a caixa em m�o. Uma vez dentro do edif�cio, Ver�o come�ou os degraus.
"O elevador j� trabalha? " Blake trocou a bolsa no bra�o dele e a uniu.
"Fora e on-mostly fora o que �. Pessoalmente, eu n�o confio nisto."
"Naquele caso, por que voc� escolhe o quarto ch�o? "
Ela sorriu como eles arredondaram a segunda aterrissagem. "Eu gosto do view-and o fato que os vendedores est�o normalmente desanimados quando deles s�o em frente
com mais de dois v�os de passos."
"Voc� poderia ter escolhido um edif�cio mais moderno, com uma vis�o, um sistema de seguran�a e um "elevador de funcionamento.
"Eu olho para ferramentas modernas como essencial, um carro novo, bem afinou, como imperativo." Tirando as chaves dela, Ver�o gingou eles ligeiramente como eles
chegaram a porta dela. "Sobre arranjos vivos, eu sou um pouco mais compreensivo. Meu apartamento em Paris tem encanamento temperamental e as cornijas mais primorosas
que eu alguma vez vi."
Quando ela abriu a porta, o cheiro de rosas estava subjugando. Havia uma d�zia de branco em uma cesta de palha, uma d�zia de vermelho em um Corta vaso, uma d�zia
de amarelo em um jarro de cer�mica e uma d�zia de rosa em copo veneziano.
"Corra em um especial ao floricultor? "
Ver�o elevou as sobrancelhas dela como ela fixou a pizza no dinette. "Eu nunca compro flores para mim. Estes s�o de Enrico."
Blake fixou a bolsa pr�ximo � caixa e tirou o champanha. "Tudo? "
"Ele � flamboyant-Enrico um pouco que Gravanti-you poderia ter ouvido falar dele. Sapatos italianos e bolsas."
Duzentos milh�es de d�lares valor de sapatos e bolsas, como recordou Blake. Ele sacudiu um dedo abaixo uma p�tala de rosa. "Eu n�o tinha ouvido Gravanti era na cidade.
Ele regularmente fica na "Casa de Cocharan.
"N�o, ele est� em Roma." Como falou ela, Ver�o entrou na cozinha para pratos e �culos. "Ele telegrafou estes quando eu concordei em fazer o bolo para o anivers�rio
dele m�s" que vem.
"Quatro d�zia rosas para um bolo? "
"Cinco", Ver�o corrigiu como ela voltou dentro. H� outra d�zia no quarto. Eles s�o bastante ador�veis, um tipo de "cor de p�ssego. Em antecipa��o, ela ofereceu ambos
os �culos. Afinal de contas, "e � um de meus bolos."
Com um aceno de reconhecimento, Blake soltou a corti�a. Ar assobiou fora enquanto o champanha borbulhou para o l�bio da garrafa. "Assim, eu levo isto voc� ir� para
a It�lia para assar isto."
"Eu n�o pretendo transportar isto frete a�reo." Ela assistiu o ouro p�lido eleva��o l�quida no copo como Blake verteu. "Eu s� deveria estar em Roma dois dias, tr�s
no m�ximo." Elevando o copo aos l�bios dela, ela tomou um gole, olhos fecharam, sensos agudo. "Excelente." Ela tomou um gole novamente antes de ela abrisse os olhos
dela e sorriu. "Eu estou sofrendo fome." Depois de erguer a tampa na caixa, tomou f�lego ela profundamente. "Salaminho."
"De alguma maneira eu pensei que o" vestiu.
Com um riso, um f�cil, ela se sentou. "Muito perceptivo. Eu servirei? "
"Por favor." E como ela come�ou, Blake sacudiu no isqueiro dele e fixou o tr�s cambaleante-comprimento se afila ela estava usando o mesa queimando. "Champanha e
pizza", ele disse como ele apagou as luzes. "Isso exige luz de vela, voc� n�o pensa? "
"Se voc� gosta." Quando ele sentou, Ver�o a ergueu primeiro peda�o. O queijo estava quente bastante fazer o dela pegue a respira��o dela, o molho penetrante. "Mmmm.
Maravilhoso."
"O ocorreu que n�s gastamos muito nosso tempo comendo junto? "
"Hmm-well, � algo que eu desfruto completamente. Eu sempre tento olhar para comer como um prazer em lugar de uma necessidade f�sica. Soma algo."
"Libras, normalmente".
Ela encolheu os ombros e alcan�ou para o champanha. "Claro que, se a pessoa n�o � nenhum modo bastante levar o prazer da pessoa em doses pequenas. Gan�ncia � o que
soma libras, ru�nas a apar�ncia e faz um miser�vel."
"Voc� n�o sucumbe a gan�ncia? "
Ela se lembrou abruptamente que h� pouco tinha sido que, exatamente que, que ela tinha sentido para ele. Mas ela tinha controlado isto, Ver�o se lembrou. Ela n�o
tinha sucumbido, "N�o." Ela comeu lentamente, enquanto saboreando. "N�o. Em minha profiss�o, seria desastroso."
"Como voc� mant�m seu prazer em doses pequenas? "
Ela n�o estava segura ela confiou no modo do que a pergunta saiu. Levando o tempo dela, ela fixou um segundo peda�o em cada prato. "Eu preferiria ter uma colherada
de um sufl� de chocolate soberbo que um pratada inteiro de comida que n�o tem talento."
Blake levou outra mordida de pizza. "E isto tem talento? "
Ela sorriu porque era t�o obviamente n�o o tipo de refei��o que ele foi usado. "Um equil�brio excelente de spices-perhaps s� um tad pesado no oregano-a matrim�nio
bom de molho e encrosta, a pr�pria manipula��o de queijo e a mordida de salaminho. Quase com o pr�prio uso dos sensos, qualquer refei��o pode ser memor�vel."
"Com o pr�prio uso dos sensos", se se opor a Blake, outras coisas" podem ser memor�veis."
Ela alcan�ou novamente para o copo dela, os olhos dela rindo em cima da beira. "N�s estamos falando de comida. Prove, claro que, � supremo, mas aparecimento... "
Ele uniu a m�o dele com seu e ela se achou o assistindo. "Seus olhos lhe contam primeiro o desejo para provar." A face dele estava magra, os olhos um fundo azul
ela achou compelindo continuamente...
"Ent�o um cheiro o arrelia, o" atrai. O seu era escuro, woodsy, tentando...
"Voc� ouve o champanha de modo borbulha em um copo e voc� quer experimentar isto." Ou o modo que ele disse para o nome dela, quietamente.
"Afinal de contas isto", ela continuou em uma voz que estava come�ando a assumir um huskiness l�nguido, um rastro l�nguido de sentir, "voc� tem o gosto, a textura
para explorar." E a boca dele segurou um sabor do que ela n�o p�de esquecer.
"Assim-" ele ergueu a m�o dela e apertou a boca dele � palma "-seu conselho � saborear todo aspecto da experi�ncia para absorver todo o prazer. Ent�o... " Invertendo
a m�o dela, ele escovou os l�bios dele, ent�o a gorjeta da l�ngua dele, em cima das juntas dela. "O mais b�sico de desejos fica sem igual."
Em um seta-diretamente linha, o calor atirou o bra�o dela. "Nenhuma experi�ncia � caso contr�rio" aceit�vel.
"E atmosfera? " Ligeiramente, com s� uma ponta do dedo, ele localizou a forma da orelha dela. "Voc� n�o concordaria que a pr�pria coloca��o pode aumentar a mesma
experi�ncia? Luz de vela, por exemplo".
As faces deles/delas eram agora mais �ntimas. Ela poderia ver a luz inconstante macia que lan�a sombras, mist�rios. "Fora de dispositivos mais intensidade pode acrescentar
freq�entemente a um humor."
"Voc� poderia chamar isto romance." Ele levou a ponta do dedo dele abaixo o comprimento do jawline dela.
"Voc� p�de." Champanha nunca foi para a cabe�a dela, contudo a cabe�a dela estava clara. Lentamente, luxuriously, o corpo dela estava amolecendo. Ela fez um esfor�o
para se lembrar por que ela nem n�o deveria permitir acontecer, mas nenhuma resposta veio.
"E romance, para alguns, � outro necessidade muito elementar."
"Para alguns", murmurou ele quando os l�bios dele seguiram o rastro da ponta do dedo dele.
"Mas n�o para voc�." Ele beliscou aos l�bios dela e os achou macio, e morno.
"N�o, n�o para mim." Mas o suspiro dela era como macio e esquenta como os l�bios dela.
"Uma mulher pr�tica." Ele estava a elevando aos p�s dela de forma que os corpos deles/delas poderia tocar.
"Sim." Ela inclinou a cabe�a dela atr�s, enquanto convidando a explora��o dos l�bios dele.
"Luz de vela n�o o move? "
"� s� um dispositivo atraente." Ela encurvou os bra�os dela para cima a parte de tr�s dele o trazer mais �ntimo. "Como chefes de cozinha, somos ensinados n�s que
tais coisas podem emprestar o humor certo a nossas refei��es."
"E n�o importaria se eu lhe falasse que voc� estava bonito? No sol cheio onde o luz de vela de flawless-in de sua pele que vira isto a porcelana. N�o importaria",
ele continuou como ele correu uma linha de calor �mido abaixo a garganta dela, "se eu lhe falasse que voc� j� me excita como nenhuma outra mulher tem? H� pouco olhar
para voc� me faz querer, enquanto o tocando me dirige furioso."
"Palavras", ela administrou, entretanto a cabe�a dela estava girando. "Eu n�o preciso-"
Ent�o a boca dele cobriu o sua. O um beijo longo, fundo fez mentiras de todas suas reivindica��es pr�ticas. Hoje � noite, entretanto ela tinha querido nunca tais
coisas antes, ela quis o romance de palavras macias, luzes macias. Ela quis o lento, saboreando amando isso esvaziaram a mente e fizeram um forno do corpo. Hoje
� noite ela quis, e havia s� um homem. Se amanh� havia conseq��ncias, amanh� estava fora horas. Ele estava aqui.
Ela n�o resistiu como ele a ergueu. Hoje � noite, se s� para um tempo curto, ela fosse fr�gil, macia. Ela o ouviu apagar as velas e o cheiro claro de cera derretida
os seguiu para o quarto.
Luar. A feiti�aria prateada de luar deslizou pelas janelas. Rosas. A fragr�ncia fr�gil de rosas flutuou no ar. M�sica. A magia emudecida de Beethoven acumulou dentro
do apartamento abaixo.
Havia uma brisa. Ver�o sentia isto sussurro em cima da face dela como ele a colocou na cama. Atmosfera, ela pensou hazily. Se ela tivesse planejado em uma noite
de amor-fazer, ela poderia ter fixado a fase nenhum melhor. Talvez... Ela o puxou at� a una... Talvez era destino.
Ela poderia ver os olhos dele. Profundamente azule, dirige, enquanto envolvendo.
Ele a assistiu enquanto fazendo n�o mais que localizando a forma da face dela, dos l�bios dela, com o dedo dele. Qualquer um alguma vez tinha mostrado para ela aquele
am�vel de ternura? Ela alguma vez tinha querido isto?
N�o. E se a resposta fosse nenhum, a resposta tinha mudado abruptamente. Ela quis esta experi�ncia nova, a do�ura que ela sempre tinha desconsiderado, e ela quis
o homem que traria ambos para ela.
Levando a face dele nas m�os dela, ela o estudou. Este era o homem ela compartilharia momento completamente privado este aqui com, o que saberia o corpo dela logo
como tamb�m as vulnerabilidades dela. Ela poderia ter oscilado em cima da confian�a, se fez lembrar do pitfalls-if ela tinha podido resistir � necessidade, e a for�a,
ela viu nos olhos dele.
"Me beije novamente", ela murmurou. "Ningu�m j� me fez sentir o modo que voc� faz quando voc� me" beija.
Ele sentia uma onda de prazer, intenso, aturdindo. Abaixando a cabe�a dele, ele tocou os l�bios dele a seu, enquanto brincando com eles, a assistindo como ela o
assistiu enquanto as emo��es deles/delas levantaram e a necessidade deles/delas afiou. Ele deveria ter sabido que ela estaria at� mesmo mais bonita no luar, com
o cabelo dela esparramado em cima de um travesseiro? Ele poderia ter sabido que desejo para ela seria uma dor distinto qualquer desejo que ele tinha sabido? Estava
im�vel t�o simples quanto desejo, ou ele tinha cruzado alguma linha ele tinha sido desavisado de? N�o havia nenhuma resposta agora. Respostas eram para a luz do
dia.
Com um gemido, ele afundou o beijo e sentia o rendimento de corpo dela abaixo o plano dele como a boca dela cresceu �vido. Pequenas l�nguas de paix�o chamejaram,
ainda subjugou em baixo de uma bondade eles ambos pareciam precisar. Estranho, porque nenhum deles tinha precisado isto antes, ou freq�entemente pensou mostrar para
isto.
As m�os dela estavam claras na face dele, em cima do pesco�o dele, penteando lentamente ent�o pelo cabelo dele. Embora o corpo dele fosse duro em seu, ainda n�o
havia nenhuma demanda.
Me saboreie. O pensamento correu silkily at� mesmo pela mente dela como os l�bios de Blake viajados em cima da face dela. Lentamente. Ela nunca tinha conhecido um
homem com tal paci�ncia ou uma estimula��o t�o precipitado. Declame contra boca, ent�o declame contra skin-each a puxou mais fundo e ainda mais fundo em um langor
que cercou corpo e mente.
Me toque. E ele parecia entender esta necessidade fresca. As m�os dele moveram, mas ainda sem pressa, em cima dos ombros dela, abaixo os lados dela, ent�o para cima
novamente sussurrar em cima do breasts-until dela era nenhum mais longo bastante para qualquer um deles. Ent�o wordlessly que eles come�aram a despir um ao outro.
Dedos de luar ca�ram por flesh-a exposto assuma, o comprimento de um bra�o, um torso magro. Luxuriously, Ver�o correu as m�os dela em cima do t�rax de Blake e instru�do
o m�sculo e forma. Lazily, ele explorou o comprimento dela e instru�do as curvas sutis e seda. At� mesmo quando a �ltima barreira de vestir estava fora tirada, eles
n�o apressaram. Tanto para tocar, tempo de taste-and n�o teve nenhum significado.
O flitted de brisa em, mas eles cresceram mais mornos. Onde quer que os dedos dela vagassem, a carne dele queimaria, ent�o s� esfrie para queimar novamente. Como
ele levou os l�bios dele em cima dela, enquanto achando prazer, aprendendo segredos, ela come�ou a aquecer. E demanda rastejou em ambos eles.
Mais urgentemente agora, com gemidos r�pidos, respira��es tr�mulas, eles levaram um ao outro mais adiante. Ele n�o tinha sabido ele poderia ser conduzido, e ela
sempre tinha recusado ser, contudo agora, a pessoa guiou o outro ao mesmo destino.
Ver�o sentia realidade que desliza longe dela, mas n�o teve nenhum testamento para parar isto. A m�sica s� penetrou fracamente na consci�ncia dela, mas os murm�rios
dele foram ouvidos facilmente. Era o cheiro dele, nenhum mais longo as rosas que excitaram. Ela sentiria tudo que que ela foi querida dizer sentir, vai onde quer
que ela fosse querida dizer ir, contanto que ele estivesse com ela. Junto com o desejo f�sico mais forte que ela alguma vez tinha sabido estava uma necessidade emocional
que explodiu dentro dela. Ela n�o p�de questionar isto, n�o p�de recusar isto. O corpo dela, mente, cora��o, doeu para ele.
Com o nome dele tremendo nos l�bios dela, ela o levou nela. Ent�o, para ambos eles, o prazer era t�o agudo que de sanidade foi esquecida. Sensation-waves, inunda��es,
storms-whipped por ela. A calma tinha se tornado um furac�o para se divertir dentro. Junto, eles foram varridos.
Horas tinham passado ou minutos? Posi��o de ver�o no luar filtrado e tentou se orientar. Ela nunca tinha sentido totalmente goste isto. Sated, alegre, exausto. Uma
vez ela teria dito que era imposs�vel ser tudo de uma vez.
Ela poderia sentir a escova do cabelo de Blake contra o ombro dela, o sussurro da respira��o dele contra a bochecha dela. O cheiro dele e os seus estavam agora misturados,
s� de forma que as rosas esteja um acento. A m�sica tinha parado, mas ela pensou que ela ainda pudesse ouvir o eco. O corpo dele foi apertado em seu, mas o peso
dele era um prazer. Ela soube, sem esfor�o, ela poderia embrulhar os bra�os dela ao redor dele e h� pouco poderia ficar assim para o resto da vida dela. Assim pelo
prazer nebuloso passaram o primeiro stirrings de medo.
Oh, Deus, como distante a teve entrado tal pouco tempo? Ela sempre tinha tido t�o certeza as emo��es dela estavam perfeitamente seguras. N�o foi a primeira vez que
ela tinha estado com um homem, mas ela estava muito atenta que foi a primeira vez que ela tinha feito para amor no verdadeiro senso da palavra.
Engano. Ela for�ou a palavra at� mesmo na cabe�a dela como o cora��o dela tentou bloquear isto. Ela teve que pensar, tido que ser pr�tico. Ela n�o tinha visto que
emo��es descontroladas e sonhos tinham feito a duas pessoas inteligentes? Ambos seus pais tinham gastado anos movendo de rela��o a rela��o que procura... isso que?
Isto, o cora��o dela lhe falou, mas novamente ela empediu isto. Ela soube melhor que procurar algo ela n�o acreditou existido. Perman�ncia, commitment-they eram
ilus�es. E ilus�es n�o tiveram nenhum lugar na vida dela.
Fechando os olhos dela um momento, ela esperou por ela resolver. Ela era uma mulher crescida, sofisticado bastante para entender e concordar m�tuo deseja isso n�o
segurou nenhum fio. Trate ligeiramente, ela se advertiu. N�o finja � mais que �.
Mas ela n�o p�de resistir a alisar o cabelo dele como falou ela. "Estranho como pizza e champanha me" afetam. Elevando a cabe�a dele, Blake sorriu a ela. No momento,
sentia ele ele poderia ter assumido o mundo. "Eu penso que deveria ser sua dieta principal." Ele beijou a curva do ombro dela. "Vai ser meu. Queira um pouco mais?
"
"Pizza e champanha? "
Rindo, ele fossou o pesco�o dela. "Que, tamb�m." Ele trocou, enquanto a puxando contra o lado dele. Era um mais gesto de intimidade que teve algo dentro do tremer
dela.
Parta as regras, Ver�o se falou. Fa�a agora, antes de... antes de fosse muito muito f�cil esquecer.
"Eu gosto de ser com voc�", ela disse quietamente.
"E eu voc�." Ele poderia ver as sombras jogarem no teto, ou�a o som emudecido de tr�fico fora, mas ele ainda foi saturado com ela.
"Agora que n�s estivemos junto assim, vai afetar nossa rela��o um de dois modos."
Confundido, ele virou a cabe�a dele para olhar para ela. "Um de dois modos? "
"Ou vai aumentar a tens�o enquanto n�s estamos trabalhando, ou alivia isto. Eu estou esperando que alivie isto."
Na escurid�o ele carranqueou a ela. O que aconteceu agora mesmo n�o teve nada absolutamente que ver com neg�cio."
"Tudo que que voc� e eu fazemos � ligado para afetar nossa "rela��o de funcionamento junto. Umedecendo os l�bios dela, ela tentou continuar do mesmo modo claro.
Amor fazendo" com voc� era... pessoal, mas amanh� de manh� n�s somos atr�s a ser os s�cios. Isto n�o pode mudar that-I pensam que seria um engano para deixar isto
mudar o tom de nossos procedimentos empresariais." Ela estava vagueando? Ela estava fazendo sentido? Ela desejou desesperadamente que ele dissesse algo, qualquer
coisa nada. "Eu penso n�s ambos souberam que isto foi ligado para acontecer. Agora que tem, � clareado o ar."
"Clareado o ar? " Enfurecido, e para a surpresa dele, doa, ele subiu no cotovelo dele. "Fez uma vis�o de maldi��o mais que que, Ver�o. N�s ambos sabem que, tamb�m."
Mantenhamos em perspectiva." Como ela tinha come�ado isto t�o mal? E como ela pudesse continuar vagueando em quando ela s� quis se enrolar pr�ximo a ele e esperar?
"N�s somos ambos os adultos soltos que s�o a um ao outro. Naquele n�vel, n�s n�o dever�amos esperar qualquer mais de um ao outro que razo�vel. Em um n�vel empresarial,
n�s ambos t�m que esperar envolvimento total."
Ele quis empurrar o n�vel empresarial abaixo a garganta dela. Violentamente. A emo��o n�o o agradou, nem fez a realiza��o s�bita que ele quis envolvimento total
em um n�vel muito pessoal. Com um esfor�o, ele controlou a f�ria. Ele precisou perguntar, e responde, algumas perguntas para himself-soon. Enquanto isso, ele precisou
manter uma cabe�a fresca.
"Ver�o, eu pretendo fazer freq�entemente amor com voc�, e quando eu fizer, neg�cio pode ir para inferno." Ele correu uma m�o abaixo o lado dela e sentia o corpo
dela responda. Se ela quisesse regras, ele pensou furiosamente, ele daria as regras dela. Seu. "Quando n�s estivermos aqui, h� nem todo hotel ou qualquer restaurante.
H� h� pouco voc� e eu. Atr�s a Cocharan House, n�s seremos t�o profissional quanto voc� quer."
Ela n�o tinha certeza se ela quisesse calmamente concordar com ele ou gritar em protesto. Ela permaneceu calada.
"E agora", ele continuou, enquanto ainda a puxando mais �ntimo, "eu quero fazer amor novamente com voc�, ent�o eu quero dormir com voc�. �s nove horas amanh�, n�s
voltaremos a neg�cio."
Ela poderia ter falado ent�o, mas a boca dele tocou o sua. Amanh� estava fora horas.

Cap�tulo 8
Condene, estava frustrando. Blake tinha ouvido os homens se queixarem de mulheres, enquanto os chamando incompreens�vel, contradit�rio, confundindo. Porque ele sempre
fundaria isto poss�vel lidar com mulheres em um n�vel sensato, ele nunca poria muita cren�a em qualquer disto, at� Ver�o. Agora, ele se achou procurando mais adjetivos.
Subindo da escrivaninha dele, paced de Blake para a janela e carranqueou fora � vis�o dele da cidade.
Quando eles tinham feito para amor na primeira vez, ele percebeu que ele nunca tinha sabido que uma mulher pudesse ser aquele macio, que dando. Strong-still forte,
sim, mas com uma fragilidade que teve um homem que mente em veludo. Tinha sido a imagina��o dele, ou ela totalmente tinha sido o dele em todos os sentidos uma pessoa
poderia pertencer a outro? Ele teria jurado que para aquele espa�o de tempo ela tinha pensado de nada mais que ele, querido nada mais que ele. E ainda, antes de
os corpos deles/delas tinham esfriado, ela tinha sido t�o pr�tica, assim... n�o emotivo.
Condene, n�o era suposto que um homem agradecia homem de that-a que quis o prazer e companhia de uma mulher sem todas as complica��es? Ele poderia se lembrar de
outras rela��es onde um jogo limpo de regras tinha provado inestim�vel, mas agora...
Debaixo de, um casal caminhou ao longo da cal�ada, os bra�os deles/delas atiraram ao redor de um ao outro ombros. Como assistiu ele que ele os imaginou rindo de
algo ningu�m mais entenderia. E como assistiu ele, Blake pensou na pr�pria declara��o dele dos graus de intimidade. Instinto lhe falou que ele e Ver�o tinham compartilhado
uma intimidade t�o fundo quanto qualquer dois pessoas pudesse experimentar. N�o s� uma fus�o de corpos, mas um tocando, um entrela�ando, de pensamentos e necessidades
e desejos que eram absolutos. Mas se os instintos dele tivessem lhe contado uma coisa, ela tinha lhe contado outro. O qual era ele acreditar?
Frustrando, ele pensou novamente e virou longe da janela. Ele n�o p�de negar que ele tivesse ido para o apartamento dela a noite antes com a id�ia da seduzir, e
acabando com a tens�o entre eles. Mas ele n�o p�de negar que ele tivesse sido seduzido depois de cinco minutos s� com ela. Ele n�o a p�de ver e n�o p�de querer a
tocar. Ele n�o a p�de ouvir rir sem querer provar a curva dos l�bios dela. Agora que ele tinha feito amor com ela, ele n�o tinha certeza uma noite passaria sem o
a querer novamente dele.
Deve haver um termo para o que ele estava experimentando. Blake sempre estava mais confort�vel quando ele pudesse etiquetar algo e ent�o poderia arquivar isto corretamente.
O t�tulo mais eficiente, a categoria mais l�gica. O que foi chamado quando voc� pensou em uma mulher quando voc� deveria estar pensando em qualquer outra coisa?
Que nome deu voc� a este sentimento irritado constante?
Amor... A palavra se aproximou a ele, n�o completamente agradavelmente. Deus bom. Intranq�ilo, Blake sentou novamente e encarou a parede distante. Ele estava apaixonado
por ela. Era da mesma maneira que simple-and da mesma maneira que terrifying-as que. Ele quis estar com ela, fazer o riso dela, a fazer tremer com desejo. Ele quis
ver os olhos dela arderem com temperamento, e com paix�o. Ele quis passar noites quietas, e noites selvagens, com ela. E ele era mortal seguro ele quereria a mesma
coisa vinte anos abaixo a estrada.
Desde a primeira vez que ele tinha caminhado abaixo esses quatro v�os de degraus do apartamento dela ele n�o tinha pensado em outra mulher. Ame, se j� pudesse ser
considerado l�gico, era a conclus�o l�gica. E ele estava preso com isto. Tirando um cigarro, Blake correu os dedos dele abaixo o comprimento disto. Ele n�o iluminou
isto, mas continuou encarando a parede.
Agora isso que? ele se perguntou. Ele estava apaixonado por uma mulher que se fez cristal clareie nos sentimentos dela sobre compromissos e rela��es. Ela ou n�o
quis nenhuma parte de. Por outro lado, ele acreditou na perman�ncia, e at� mesmo o romance, de marriage-though ele tinha considerado nunca isto especificamente aplicando
a ele.
Coisas eram agora diferentes. Ele era muito bem um homem ordenado, exteriormente e mentalmente, n�o ver matrim�nio como o resultado direto de amor. Com carinho,
voc� quis estabilidade, votos, resist�ncia. Ele quis Ver�o. Blake apoiou atr�s na cadeira dele. E ele acreditou firmemente sempre havia um modo para adquirir o que
voc� quis.
Se ele mencionasse o palavra amor at� mesmo, ela teria sido num instante. At� mesmo ele n�o estava como ainda completamente confort�vel com isto. Estrat�gia, ele
se falou. Era todos um assunto de strategy-or assim ele esperou. Ele teve que a convencer simplesmente que ele era essencial � vida dela, que o seu era a rela��o
projetou para quebrar o jogo dela de regras.
Aparentemente o jogo ainda era on-and que ele ainda pretendeu ganhar. Carranqueando � parede, ele come�ou a trabalhar o modo dele durante o problema.
Ver�o estava tendo problemas dela pr�prio. Quatro x�caras de caf� preto forte n�o a tinham trazido totalmente at� m�ximo que trabalha n�vel. Dez horas sono a vestiu
bem, poderiam ser tolerados oito. Com menos que que, e ela tinha tido uma transa��o boa menos que que a noite antes de, ela afiou perilously perto de sordidez. Some
que um estado de tumulto emocional, e o ressentimento fr�gido de Max, e n�o prometeu ser a manh� mais agrad�vel ou produtiva.
"Usando um do garnitures franc�s tradicional para o assado de cordeiro, n�s acrescentaremos algo europeu e atraente � entrada." Ver�o dobrou as m�os dela em alguns
dos documentos se espalhados na escrivaninha dela. Ela tinha trazido alguns das flores de Enrico e tinha os fixado em um copo de �gua. Eles ajudaram cubra algum
do cheiro pardo.
"Meu assado de cordeiro est� perfeito como �."
"Para alguns gostos", disse Ver�o uniformemente. "Para meu � s� adequado. Eu n�o concordo adequado." O warred de olhos deles/delas, violentamente. Como nem n�o deu
modo, ela continuou. "Eu prefiro ir com clamart, cora��es de alcachofra encheram de ervilhas untadas com manteiga, e batatas refogaram em manteiga."
"N�s sempre usamos agri�o e cogumelos."
Meticulosamente, ela mudou o �ngulo de um bot�o de rosa. A distra��o pequena lhe ajudou a manter o temperamento dela. "Agora, n�s usamos clamart." Ver�o anotou isto,
sublinhou isto, ent�o foi em. "Sobre a costela principal-"
"Voc� n�o tocar� minha costela principal."
Ela come�ou a estalar atr�s mas conseguiu friccionar os dentes dela ao inv�s. Era conhecimento comum na cozinha que a costela principal era a especialidade de Max,
a pessoa poderia dizer o beb� dele. O curso mais s�bio era ceder graciously neste ponto, e segura uma linha dura em outros. A heran�a brit�nica dela de jogo justo
passou.
"A costela principal permanece precisamente como �", ela lhe falou. "Minha fun��o aqui � melhorar o que precisa melhorar enquanto incorporando o Cocharan House padr�o."
Bem dito, Ver�o se felicitou enquanto o Max xingou e baixou. "Al�m disso, n�s manteremos a tira de Nova Iorque e o fil�." Sentindo ele foi molificado, Ver�o o bateu
com a entrada de av�cula. "N�s continuaremos servindo a galinha de assado muito simples, com a escolha de batatas ou arroz e os legumes do dia, mas n�s somamos pato
apertado."
Pato apertado"? " Max ventou. "N�s temos ningu�m em pessoal que � capaz de preparar aquele prato corretamente, nem n�s temos uma "imprensa de pato.
"N�o que � por que eu ordenei um, e por que eu estou contratando algu�m que pode usar isto."
"Voc� est� trazendo algu�m em minha cozinha s� para isto! "
"Eu estou trazendo algu�m em minha cozinha", ela corrigiu, preparar o pato apertado e o cordeiro serve entre outras coisas. Ele est� deixando o trabalho atual dele
em Chicago vir aqui porque ele confia em meu julgamento. Voc� poderia come�ar a fazer o mesmo." Com isto, ela come�ou a limpar documentos. "Isso � tudo para hoje,
Max. Eu gostaria que voc� levasse estas notas." Enquanto a dor de cabe�a come�ou a tocar tambor dentro da cabe�a dela, ela lhe deu uma pilha de documentos. "Se voc�
tiver qualquer sugest�o em o que eu listei, por favor os anote. Ela se agachou o trabalho dela atr�s como ele subiu e escarranchou silenciosamente fora do quarto.
Talvez ela n�o deveria ter sido t�o abrupta. Ver�o entendeu sentimentos feridos e egos fr�geis. Ela poderia ter controlado melhor isto. Sim, ela pode have-with um
suspiro cansado, ela esfregou o temple-if dela que ela n�o estava sentindo um pouco ferido e fr�gil ela. Sua pr�pria falta, ela se lembrou; apoiando os cotovelos
dela ent�o na mesa, ela derrubou a cabe�a dela nas m�os de cupped.
Agora que era amanh�, ela teve que enfrentar as conseq��ncias. Ela tinha quebrado um dela pr�prias regras prim�rias. Nunca fique �ntimo com um s�cio empresarial.
Ela deveria ter podido encolher os ombros e dizer regras foi feito ser quebrados, mas... a preocupou mais que n�o era aquela regra de particular que estava causando
o tumulto, mas outro que ela tinha quebrado. Nunca deixe qualquer um que realmente poderia importar se p�r muito �ntimo. Blake, se ela n�o atraiu as linhas agora
e os segurou, realmente poderia importar.
Bebendo mais caf� e desejando para uma aspirina, ela come�ou a revisar tudo novamente. Ela tinha certeza ela tinha sido bastante casual, e clareia bastante, a noite
antes de em cima da falta de gravatas e obriga��es. Mas quando eles tinham feito amor novamente, nada que ela tinha dito tinha feito sentido. Ela tremeu a cabe�a
dela, enquanto tentando empedir isso. Aquela manh� eles tinham sido perfeitamente � vontade com cada adultos de other-two que preparam durante um dia de trabalho
sem qualquer manh�-depois de desajeitamento. Isso � o que ela quis.
Muitos vezes, ela tinha visto a m�e dela ardendo e borbulhando no come�o de um afazeres. Este homem era o homem de man-this era o mais excitante, o mais considerado,
o mais po�tico. At� que a flor enfraqueceu. A convic��o de ver�o era que se voc� n�o ardesse, voc� n�o enfraqueceu, e vida era muito mais simples. Ainda ela ainda
o quis.
Depois de uma batida breve, um do pessoal de cozinha aderiu a cabe�a dele ao redor a porta dela. "Sra. Lyndon, Sr. Cocharan gostaria do ver no escrit�rio" dele.
Ver�o terminou o dela rapidamente caf� refrescante. "Sim? Quando? "
"Imediatamente."
Ela ergueu uma sobrancelha. Ningu�m a chamou imediatamente. Pessoas lhe, ao lazer dela, pediram. "Eu vejo." O sorriso dela estava frio bastante fazer o mensageiro
encolher atr�s. Obrigado."
Quando a porta fechou novamente que ela sentou perfeitamente im�vel. Estes eram horas de trabalho, ela refletiu, e ela estava debaixo de contrato. Era razo�vel e
direito que ele deveria lhe pedir que viesse ao escrit�rio dele. Isso era aceit�vel. Mas ela ainda era Ver�o que Lyndon-she foi imediatamente para ningu�m.
Ela passou os pr�ximos quinze minutos que vadiam deliberadamente em cima dos documentos dela antes de ela subisse. Depois de passear pela cozinha, e levando o tempo
para inspecionar os conte�dos de uma panela ou frigideira no modo, ela foi para um elevador. No passeio para cima, ela olhou ao rel�gio dela, contente notar que
ela chegaria quase vinte e cinco minutos depois da chamada. Como abriram as portas que ela sacudiu uma pinta de lint da manga da blusa dela, ent�o passeou fora.
"Sr. Cocharan gostaria de falar comigo? " Ela deu para as palavras a entona��o de uma pergunta como ela sorriu abaixo ao recepcionista.
"Sim, Sra. Lyndon, voc� � ir certo por. Ele � espera."
Inseguro se a �ltima declara��o tivesse sido censura ou advertindo, Ver�o continuou abaixo o corredor � porta de Blake. Ela deu uma batida perempt�ria antes de entrar.
"Bom dia, Blake".
Quando ela entrou, ele p�s de lado o arquivo em frente a ele e apoiou atr�s na cadeira dele. "Tenha dificuldade que acha um elevador? "
"N�o." Cruzando o quarto, ela escolheu uma cadeira e se estabeleceu. Ele olhou, ela pensou, como ele teve na primeira vez que ela entraria no office-aloof dele,
aristocr�tico. Este era ent�o o n�vel perfeito para eles negociarem em. "Isto � um dos poucos hot�is que t�m elevadores a pessoa n�o cultiva esperando velho para."
"Voc� est� atento isso que o termo imediatamente meios."
"Eu estou atento disto. Eu estava ocupado."
"Talvez eu deveria fazer isto claro que eu n�o tolero que o ser continuou esperando por um empregado."
"E eu farei duas coisas clarear", ela lan�ou atr�s. "Eu somente n�o sou um empregado, mas artista. Secundariamente, eu n�o venho ao estalo de qualquer um dedos."
"Tem onze-vinte" anos, Blake come�ou imediatamente com um Ver�o de mansid�o suspeitado. "Em um dia de trabalho. Minha assinatura est� � base de seus cheques. Ent�o,
voc� responde a mim."
O rubor l�nguido, falador rastejou ao longo das ma��s do rosto dela. "Voc� se transformaria meu trabalho em algo ser medido em d�lares e centavos e minuto antes
de minuto-"
"Neg�cio � empresarial", ele se se opor a, enquanto esparramando as m�os dele. "Eu penso que voc� estava bastante claro naquele assunto."
Ela tinha se manobrado prosperamente para aquele comer de particular, e ele tinha lhe dado um empurr�o �til nisto. Como resultado, a atitude dela s� ficou mais arrogante.
"Voc� notar� que eu estou no momento aqui. Voc� est� desperdi�ando tempo."
Como uma rainha de gelo, ela era magn�fica, pensamento de Blake. Ele desejou saber se ela percebesse como uma mudan�a de express�o, um tom de voz, poderia alterar
a imagem dela. Ela poderia ser meia d�zia as mulheres no curso de um dia. Se ela conheceu isto ou n�o, Ver�o teve o talento da m�e dela. "Eu recebi outra chamada
insatisfeita de Max", ele contou o flatly dela.
Ela arqueou uma sobrancelha e se parecia realeza aproximadamente dispensar um decapitando. "Sim? "
"Ele objects-strongly-to algumas das mudan�as propostas no card�pio. Ah-" Blake olhou abaixo ao bloco na escrivaninha dele ''-apertou pato parece ser o problema
atual, entretanto v�rios outros foram lan�ados em ao redor isto."
Ver�o sentou mais diretamente na cadeira dela, enquanto inclinando para cima o queixo dela. "Eu acredito que voc� me contraiu melhorar a qualidade de Cocharan Casa
jantar."
"Sim."
"Isso � precisamente o que eu estou fazendo." O franc�s estava come�ando a vazar na entona��o da voz dela, os olhos dela estavam come�ando a arder. Apesar do fato
o aborreceu, ela era deste modo undeniably a ela mais atraente. "Eu tamb�m o contra� administrar o kitchen-which significa voc� deveria poder controlar seu pessoal."
"Controle? " Ela era para cima, e a rainha de gelo era agora a artista enfurecida. Os gestos dela eram largos, os movimentos dela dram�tico. "Eu precisaria de um
chicote e encadearia para controlar tal uma mulher velha tacanha, doente-suave que s� preocupa sobre o pr�prio egocentricities dele. O modo dele � o �nico modo.
O card�pio dele � esculpido em pedra, sacrossanto. Pah! " Era um peculiarmente expletiva franc�s que teria sido outro vindo rid�culos de qualquer um. De Ver�o, estava
perfeito.
Blake bateu a caneta dele contra a extremidade da escrivaninha dele enquanto ele assistiu o desempenho. Ele foi tentado para aplaudir quase. "Isto � o que � conhecido
como temperamento art�stico? "
Ela atraiu uma respira��o. Esc�rnio? Ele ousaria? "Voc� ainda tem que ver verdadeiro temperamento, "ami de mon.
Ele s� acernar com a cabe�a. Estava tentando para a empurrar em neg�cio de gear-but cheio era empresarial. "Max trabalhou para Cocharan durante mais de vinte e cinco
anos." Blake fixou abaixo a caneta e dobrou o hands-calm dele, em contraste direto para o temperamento de Ver�o. "Ele � leal e eficiente, e obviamente sens�vel."
"Sens�vel." Ela desova a palavra quase. "Eu lhe dou a costela principal dele e a galinha preciosa dele, mas ainda, ele n�o est� satisfeito. Eu terei meu pato apertado
e meu clamart. Meu card�pio n�o ler� como algo do "diner de canto.
Ele desejou saber se ele registrou a conversa��o e tocou isto atr�s a ela, ela veria o absurdo disto. Entretanto no momento, ele teve que clarear a garganta dele
para disfar�ar um ria, ele duvidou isto. "Exatamente", Blake disse e manteve a face dele inexpressivo. "Eu tenho nenhum desejo para interferir com o card�pio. O
ponto �, eu tenho nenhum desejo para interferir nada."
Longe de molificou, Ver�o lan�ou o cabelo dela atr�s dos ombros dela e luziu a ele. "Ent�o por que voc� me aborrece com estas trivialidades? "
"Estas trivialidades", ele se se opor a, "� seu problema, n�o meu. Como gerente, parte de sua fun��o � fazer isso simplesmente. Administre. Se seu chefe de cozinha
de supervisory estiver constantemente insatisfeito, voc� n�o est� fazendo seu trabalho. Voc� � gr�tis fazer qualquer chega a um acordo voc� pensa necess�rio."
"Acordos? " O corpo inteiro dela endureceu. Novamente, ele pensou que ela parecia magn�fica. "Eu n�o fa�o acordos."
"Sendo cabe�udo n�o trar�o paz para sua cozinha."
Ela deixou fora a respira��o dela dentro um assobie. "Cabe�udo! "
"Exatamente. Agora, o problema de Max est� atr�s em seu tribunal. Eu n�o quero mais nenhum telefonemas."
Em uma baixa, perigosa voz, ela deixou sair um fluxo de franc�s, e entretanto ele tinha certeza era coloquial, ele pegou o vento. Com um lance da cabe�a dela, ela
come�ou para a porta. "Ver�o."
Ela virou, e a posi��o o fez lembrar de um dos arqueiros femininos m�ticos cuja pontaria era killingly retifique. Ela vai nem mesmo estremecimento como a seta dela
passou diretamente pelo cora��o. Rainha de gelo ou guerreiro, ele a quis. "Eu quero o ver hoje � noite." Os olhos dela foram para rachas. "Voc� ousa."
"Agora que n�s temos tabled o primeiro assunto, est� na hora para ir sobre o segundo. N�s poder�amos jantar.
"Voc� tabled o primeiro assunto", ela replicou. "Eu n�o fa�o coisas de mesa t�o facilmente. O jantar? Jante com seu livro de conta. Isso � o que voc� entende."
Ele subiu e a chegou sem pressa. "N�s concordamos que quando n�s estivermos longe daqui, n�s n�o somos os s�cios empresariais."
"N�s n�o estamos longe daqui." O queixo dela ainda foi pescado. "Eu estou me levantando em seu escrit�rio onde eu fui chamado."
"Voc� n�o estar� se levantando hoje � noite" em meu escrit�rio.
"Eu estou de p� onde quer que eu escolha hoje � noite."
"T�o hoje � noite", ele continuou facilmente, "n�s n�o seremos os s�cios empresariais. N�o era esse suas regras? "
Pessoal e profissional, e aquela linha tang�vel de demarca��o. Sim, isso � o modo ela tinha querido isto, mas n�o era como f�cil para ela fazer a separa��o como
tinha pensado ela que seria. "Hoje � noite", ela disse com um encolha os ombros. "Eu posso estar ocupado."
Blake olhou ao rel�gio dele. "� quase meio-dia. N�s poder�amos considerar esta hora do almo�o." Ele olhou atr�s para ela, meio sorrindo. Erguendo uma m�o, ele enroscou
isto no cabelo dela. "Durante hora do almo�o, h� nenhum empresarial entre n�s, Ver�o. E hoje � noite, eu quero estar com voc�." Ele tocou os l�bios dele a um canto
da boca dela, ent�o o outro. "Eu quero gastar muito tempo-" os l�bios dele se inclinaram em cima de seu, suavemente "-horas privadas com voc�."
Ela quis isto tamb�m, por que finge caso contr�rio? Ela nunca tinha acreditado em pretens�es, s� em defesas. Em todo caso, ela j� tinha decidido controlar o Max
e a cozinha do pr�prio modo dela. Unindo as m�os dela ao redor o pesco�o dele, ela sorriu atr�s a ele. "Ent�o hoje � noite, n�s seremos junto. Voc� trar� o champanha?
"
Ela estava amolecendo, mas n�o rendendo. Blake achou isto infinitamente mais excitante que submiss�o. "Para um pre�o."
O riso dela era mau e morno. "Um pre�o? "
"Eu quero que voc� fa�a algo para mim voc� n�o fez antes."
Ela inclinou a cabe�a dela, ent�o tocou a gorjeta da l�ngua dela ao l�bio dela. "Como? "
"Cozinhe para mim."
Surpresa iluminada os olhos dela antes da risada pulou novamente fora. "Cozinhe para voc�? Bem, isso � um pedido muito diferente do que eu esperei."
"Atr�s do jantar eu poderia vir para cima com alguns outros."
"Assim voc� quer Ver�o Lyndon preparar seu jantar." Ela considerou isto como se afastou ela. "Talvez eu vou, entretanto tal uma coisa normalmente vale muito mais
que uma garrafa de champanha. Uma vez em Houston eu preparei uma refei��o para um homem de �leo e a noiva nova dele. Eu era liquidado em cautelas de a��es. Blue
chip."
Blake levou a m�o dela e trouxe isto aos l�bios dele. "Eu lhe comprei uma pizza. Salaminho."
"Isso � verdade. Oito horas ent�o. E eu lhe aconselharia que comesse um almo�o muito claro hoje." Ela alcan�ou para a ma�aneta, ent�o olhou em cima do ombro dela
com um sorriso. "Voc� gosta de Cervelles Braisees? "
"Eu posso, se eu soubesse o que era."
Ainda sorrindo, ela abriu a porta. Os c�rebros de bezerro refogado." Revoir de Au. ''
Blake encarou a porta. Ela tinha tido a �ltima palavra certamente que tempo.
A cozinha cheirou de arte culin�ria e pareceu um quarto de desenho. Foram emudecidas tens�es de Chopin como Ver�o rodou os peitos sem ossos de galinha em farinha.
Na gama, a manteiga clarificada estava come�ando h� pouco a afundar em cor. Perfeito. Tomates enchidos j� estavam preparados e de espera no refrigerador. Ervilhas
untadas com manteiga h� pouco estavam come�ando a chiar. Ela refogaria as bolas de batata enquanto ela refogou o supremes.
Cronometrar, claro que, era cr�tico. De de Supremes Volaille um Brun teve que ser feito ao momento, at� mesmo um minuto de overcooking e ela vai, como qualquer cozinheiro
temperamental, os jogue fora em desgosto. Manteiga quente chiou como ela deslizou a galinha polvilhada nisto.
Ela ouviu a batida mas permaneceu onde ela era. "Est� aberto", ela convocou. Meticulosamente, ela ajustou o calor debaixo da frigideira. "Eu levarei o champanha
em aqui."
"Cherie, se eu s� tivesse pensado trazer alguns."
Atordoado, Ver�o virou e viu Monique, glorioso em preto de meia-noite e prateia, moldou pela entrada de cozinha dela. "M�e! " Ainda na m�o dela, com o garfo de cozinha
Ver�o fechou a dist�ncia e envolveu a m�e dela.
Com aquele parte borbulhar, parte riso abafador ela era famosa para, Monique beijou ambos as bochechas de Ver�o, ent�o retirou a filha dela. "Voc� est� surpreso,
oui? Eu adoro surpresas."
"Eu estou surpreso", Ver�o se se opor a. "O que est� fazendo voc� na cidade? "
Monique olhou para a gama. "No momento, interrompendo as prepara��es aparentemente para um t�te �ntimo um t�te."
"Oh! " Chicoteando ao redor, Ver�o colidiu atr�s � frigideira e virou a galinha enfrenta, n�o um segundo muito cedo. "O que eu quis dizer era, o que est� fazendo
voc� na Filad�lfia? " Ela conferiu a chama novamente, e estava satisfeito. "Voc� n�o disse uma vez voc� nunca fixaria novamente p� na cidade do rei de hardware?
"
"Cronometre mellows um", Monique reivindicou com um estalido caracter�stico do pulso. "E eu quis ver minha filha. Voc� n�o est� t�o freq�entemente em Paris estes
dias."
"N�o, n�o parece assim, faz isto? " Ver�o dividiu a aten��o dela entre a m�e dela e a gama dela, algo que ela teria feito para ningu�m mais. "Voc� parece maravilhoso."
O dimpled de bochechas liso de Monique. "Eu sinto maravilhoso, mignonne. Em seis semanas, eu come�o um quadro novo."
"Um quadro novo." Cuidadosamente Ver�o apertou um ringer ao topo da galinha. Quando eles pularam atr�s, ela os removeu a uma travessa quente. "Onde? "
"Em Hollywood. Eles me importunaram, e afinal eu cedo. O riso infeccioso de Monique borbulhou novamente fora. "O manuscrito � soberbo. O pr�prio diretor veio para
Paris para me galantear. Keil Morrison."
Alto, um pouco gangly, face inteligente, fiftyish. Ver�o teve um claro bastante quadro do glossies, e de uma festa para uma rainha de escrit�rio de caixa reinando
onde ela tinha preparado para Ile Flottante. Do tom da m�e dela de voz, Ver�o soube a resposta antes de ela fizesse a pergunta. "E o diretor? "
Tamb�m, "ele � soberbo. Como voc� sentiria sobre um poppa de passo novo, ch�rie? "
"Resignado", Ver�o disse, ent�o sorriu. Isso era muito duro uma palavra. "Contente, claro que, se voc� est� contente, M�e". Ela come�ou a preparar o molho de manteiga
marrom enquanto Monique exp�s.
"Oh, mas ele � brilhante e t�o sens�vel! Eu nunca conheci um homem que assim entende uma mulher. Afinal, eu achei minha partida perfeita. O homem que finalmente
traz tudo eu preciso e quero em minha vida. O homem que me faz sente como uma mulher."
Acernar com a cabe�a, Ver�o removeu a frigideira do calor e mexeu na salsa e suco de lim�o. "Quando o casamento �? "
Semana" "passada. Monique sorriu brilhantemente como Ver�o olhou para cima. "N�s est�vamos quietamente casados em um pequeno adro fora de Paris. Havia doves-a sinal
bom. Eu me rasguei longe de Keil porque eu quis lhe falar pessoalmente." Pisando adiante, ela flamejou um magro diamante-encrostou faixa. "Elegante, oui? Keil n�o
acredita em the-how o fa�a say?-ostentatious. "
Assim, para o momento, nem n�o v� Monique DuBois Lyndon Trombeta de Smith o Morrison. Ela sup�s, quando as not�cias quebraram, o glossies e com�rcios teriam um dia
de campo. Monique comeria toda linha de publicidade. Ver�o beijou o bochecha da m�e dela. "Esteja contente, ma mero."
"Eu sou ext�tico. Voc� tem que vir para a Calif�rnia e tem que conhecer meu Keil, e ent�o-" Ela rompeu como a batida a interrompeu. "Ah, este deve ser seu convidado
de jantar. Eu responderei por voc�? "
"Por favor." Com a l�ngua pegada entre os dentes dela, Ver�o verteu o molho em cima do supremes. Ela os serviria dentro de cinco minutos ou os esvaziaria abaixe
a pia.
Quando a porta abriu, Blake foi tratado um ligeiramente mais voluptuoso, ligeiramente mais lustroso, vers�o de Ver�o. A luz de vela disfar�ou os anos e aumentou
as caracter�sticas cl�ssicas. Os l�bios dela encurvaram lentamente, do modo a filha dela fez, como ela ofereceu a m�o dela.
"Oi, Ver�o est� ocupado na cozinha. Eu sou a m�e dela, Monique". Ela interrompeu um momento como as m�os deles/delas se encontradas. "Mas voc� est� familiarizado
a mim, sim. Mas sim! " ela continuou antes de Blake pudesse falar. "O
Cocharan House. Voc� � o son-B.C. 'o filho de s. N�s nos encontramos antes."
"Um prazer para o ver novamente, Mademoiselle Dubois".
"Isto � estranho, oui? E divertindo. Eu fico em seu hotel enquanto na Filad�lfia. J� minhas bolsas s�o se registradas e minha cama virou abaixo."
"Voc� me deixar� saber pessoalmente se houver qualquer coisa que eu posso fazer para voc� enquanto voc� ficar conosco."
"Claro que." Ela o estudou do modo breve mas completo que uma mulher de experi�ncia tem. Goste de m�e, como filha, que ela meditou. Cada teve gosto excelente. "Por
favor, entre. Ver�o est� pondo os �ltimos retoques em sua refei��o. Eu sempre admirei a habilidade dela na cozinha. Eu, eu sou desamparado."
"Diabolically desamparado", Ver�o p�s dentro como ela entrou com a travessa quente. "Ela sempre teve certeza ela queimou coisas al�m de reconhecimento, e ent�o,
ningu�m lhe pediu que cozinhasse."
"Um movimento inteligente, para meu pensamento", que Monique disse facilmente. "E agora, eu o deixarei a seu jantar."
"Voc� � bem-vindo nos unir, M�e".
"Docemente." Monique moldou a face de Ver�o nas m�os dela e beijou ambas as bochechas novamente. "Mas eu preciso de meu resto de beleza depois do v�o longo. Amanh�,
n�s nos por-se em dia, non? Monsieur Cocharan, todos n�s jantaremos em seu hotel maravilhoso antes de eu fosse? " Do modo extenso dela, ela estava � porta. "Appetit
de Bon."
"Uma mulher espetacular", Blake comentou.
"Sim." Ver�o voltou para a cozinha para o resto da refei��o. "Ela me" pasma continuamente. Depois de colocar os legumes na mesa, ela apanhou o copo dela. "Ela �
h� pouco a levada quarto marido. N�s beberemos a eles? "
Ele come�ou a remover a chapa da garrafa, mas o tom dela o teve pausando. "Um pouco c�nico? "
"Real�stico. Em todo caso, eu desejo a felicidade" dela. Quando ele removeu a corti�a, ela levou isto e absently renunciaram a isto debaixo do nariz dela. "E eu
invejo o otimismo perene" dela. Depois que ambos os �culos estavam cheios, Ver�o tocou o seu a seu. "Para o Sra. Morrison novo."
"A otimismo", se se opor a Blake antes de ele bebesse.
"Se voc� gosta", Ver�o disse com um encolhe os ombros como sentou ela. Ela transferiu um do supremes da travessa para o prato dele. "Infelizmente os c�rebros do
bezerro pareciam pobres hoje, assim n�s temos que se conformar com galinha."
"Uma piedade." A primeira mordida era tenra e perfeita. "Voc� gostaria algum tempo fora gastar com sua m�e enquanto ela for na cidade? "
"N�o, n�o � necess�rio. M�e dividir� o tempo dela entre fazer compras e a est�ncia termal de sa�de durante o dia. Ela me fala ela est� a ponto de come�ar um filme
novo."
"Realmente." S� o levou um minuto reunir coisas. Diretor de Morrison-the"? ''
"Voc� � muito r�pido", Ver�o reconheceu, enquanto o brindando.
"Ver�o." Ele p�s uma m�o em cima de seu. "Voc� contesta? "
Ela abriu a boca dela para responder depressa, ent�o pensamento isto em cima de. "N�o, N�o, objeto n�o � a palavra. A vida dela � o pr�prio dela. Eu simplesmente
n�o posso entender como ou por que ela mergulha continuamente em rela��es, enquanto se amarrando em matrim�nios que em m�dia duraram 5.2 anos cada. O palavra otimismo
�, eu desejo saber, ou gullibility? "
"Monique n�o me golpeia como uma mulher cr�dula."
"Talvez � um sin�nimo para rom�ntico."
"N�o, mas rom�ntico poderia ser sin�nimo com esperan�a. O modo dela n�o � seu."
Ainda n�s ambos escolheram os amantes do mesmo bloodline, Ver�o se lembrou. H� pouco o que seria a rea��o de Blake �quela pequena pedra preciosa? Mantenha o passado
no passado, Ver�o se aconselhou. E concentra no momento. Ela sorriu a ele. "N�o, n�o �. E como voc� acha minha arte culin�ria? "
Talvez era melhor deixar o assunto morrer, durante um tempo. Ele precisou a aliviar suavemente em cima daquele bloco. "Como eu acho tudo sobre voc�", Blake lhe falou.
"Magn�fico."
Ela riu como ela come�ou a comer novamente. "N�o seria aconselh�vel para voc� se tornar muito usado a isto. Eu raramente preparo refei��es para s� elogios."
"Isso tinha me ocorrido. Assim eu trouxe o que eu pensei era o pr�prio s�mbolo."
Ver�o provou o vinho novamente. "Sim, o champanha � excelente."
"Mas um s�mbolo inadequado durante um Ver�o "refei��o de Lyndon.
Quando ela o atirou um olhar confundido, ele alcan�ou em seu dentro de bolso e tirou uma caixa magra pequena.
"Ah, presentes". Divertido, ela aceitou a caixa.
"Voc� mencionou um afeto por eles." Blake viu a divers�o enfraquecer como ela abriu a caixa.
Dentro de era diamonds-elegant, at� mesmo delicado na forma de uma pulseira esbelta. Eles se deitam branco e real contra o veludo escuro da caixa.
Ela n�o foi subjugada freq�entemente. Agora, ela se achou lutando por ondas de surpresa.
"A refei��o muito simples para um s�mbolo goste isto", ela administrou. "Se eu tinha sabido, I'd prepararam algo espetacular."
"Eu alguma vez teria pensado arte simples."
"Talvez n�o, mas... " Ela observou, enquanto se falando n�o era suposto que ela era movida atrav�s de tais coisas. Eles eram afinal de contas s� bonitas pedras.
Mas o cora��o dela estava cheio. "Blake, � ador�vel, primoroso. Eu penso que voc� me levou muito seriamente quando eu falar de pagamentos e presentes. Eu n�o fiz
este esta noite por qualquer raz�o mais que eu quis fazer isto."
"Isto me fez pensar em voc�", ele disse como se ela n�o tivesse falado. "V� como fresco e arrogante as pedras s�o? Mas... " Ele deslizou a pulseira fora da caixa.
"Se voc� olhar de perto, se voc� segurar isto para iluminar, h� calor, at� mesmo fogo". Como falou ele, ele deixou a pulseira oscilar dos dedos dele de forma que
isto pegou e brilhou com as chamas das velas. Naquele momento, poderia ter estado vivo.
Tantos dimens�es", de todos os lados voc� pode ver algo diferente. Uma pedra forte, e mais elegante que qualquer outro." Pondo a pulseira em cima do pulso dela,
ele apertou isto. O olhar dele ergueu e fechou em seu. "Eu n�o fiz este esta noite por qualquer raz�o diferente de eu quis fazer isto."
Ela era ofegante, vulner�vel. Estaria toda vez assim que ele olhou para ela? "Voc� come�a a preocupar me", Ver�o sussurrou.
A uma declara��o quieta teve o chicoteamento de necessidade quase descontrolado por ele. Ele subiu, ent�o, a atraindo aos p�s dela, a esmagou contra ele antes de
ela pudesse concordar ou poderia protestar. "Bom."
A boca dele n�o era paciente este tempo. Parecia ser uma necessidade desesperada para se apressar, leve tudo, leve tudo. Fome que n�o teve nada que ainda ver com
a refei��o inacabado na mesa acelerou por ele. Ela era todo desejo, e toda resposta. Mordendo fora um juramento, ele a puxou ao ch�o.
Este era o vendaval. Ela nunca tinha estado aqui antes, apanhou, alegre. Elevado pela velocidade, enquanto tremendo do poder, Ver�o moveu com ele. N�o havia nenhuma
paci�ncia com roupas este tempo. Eles foram arrastados e foram puxados e lan�ou aparte at� que carne poderia conhecer carne. Quente e ansioso, o corpo dela arqueou
contra seu. Ela quis o vento e a f�ria que s� ele poderia lhe trazer.
Como as m�os dele aceleraram em cima dela, ela se encantou na firmeza deles/delas, na for�a de cada dedo individual. As pr�prias demandas dela se enfureceram igualmente.
A boca dela correu a garganta dele, dentes beliscando, l�ngua arremessando. Cada respira��o inst�vel lhe falou que ela o dirigiu da mesma maneira que ele a dirigiu.
Havia prazer nisso, ela descobriu. Dar paix�o, e para isto voltou a voc�. Embora a mente dela nublasse, ela soube o momento que o controle dele rompeu.
Ele era �spero, mas ela se encantou nisto. Ela s� tinha o levado al�m dos civilizaram sendo. A boca dele estava em todos lugares, enquanto provando, em uma viagem
louca dos l�bios dela para o breasts-lingering-then dela abaixe, ainda abaixe, at� que ela pegou a respira��o dela em excita��o surpresa.
O mundo descascou fora, o ch�o, as paredes, teto, ent�o o c�u e o pr�prio ch�o. Ela estava al�m de tudo aquilo, em alguns espiralando t�nel onde s� os sensos regeram.
O corpo dela n�o teve nenhum salto, e ela n�o teve nenhum controle. Ela gemeu, enquanto lutando para um momento para retirar isto, mas o primeiro cume a varreu,
enquanto a lan�ando cegamente. At� mesmo a ilus�o de raz�o quebrou.
Ele a quis assim. Alguma parte escura, primitiva dele precisou saber ele poderia a trazer a esta palpita��o, mundo descuidado de sensa��es. Ela estremeceu em baixo
dele, enquanto ofegando, contudo ele continuou a indo de carro novamente e novamente com m�os e s� declamar. Ele poderia ver o dela enfrente no candlelight-those
chameja de paix�o, de prazer, de necessidade. Ela estava �mida e aquecida. E ele era ganancioso.
A pele dela pulsou em todos lugares debaixo dele ele tocou. Quando ele tocou a boca dele � curva sens�vel onde coxa conhece quadril, ela arqueou e gemeu o nome dele.
O som disto rasgou por ele, enquanto batendo no sangue dele longo depois de l� era sil�ncio.
"Me fale voc� me" quer, ele exigiu como ele correu para cima ela estremecendo corpo novamente. "E s� eu."
"Eu o" quero. Ela n�o poderia pensar de nada. Ela teria lhe dado qualquer coisa. "S� voc�."
Eles uniram em uma viol�ncia que foi sem parar, ent�o quebrada em uma satisfa��o cristalina.
Ela se deita em baixo dele sabendo que ela nunca juntaria as for�as para mover. Havia a for�a apenas para respirar. N�o parecia importar. Pela primeira vez, ela
notou que o ch�o era duro em baixo dela, mas n�o a inspirou trocar a uma posi��o mais confort�vel. Suspirando, ela fechou os olhos dela. Sem muito esfor�o, poderia
dormir ela exatamente onde ela era.
Blake moveu, s� se aproximar e levar o peso dele nos pr�prios bra�os dele. Ela parecia t�o fr�gil de repente, t�o completamente sem defesa. Ele n�o tinha sido suave
com ela, contudo durante o amar, ela tinha parecido t�o forte, assim cheio de fogo.
Ele se deu o prazer de olhar para ela enquanto ela meio cochilou, enquanto usando nada al�m de diamantes ao pulso dela. Como assistiu ele, os olhos dela tremularam
aberto e ela o, catlike de tampas meio-abaixadas, assistiu. Os l�bios dela encurvaram. Ele sorriu a ela, ent�o os beijou.
"O que � para sobremesa? "

Cap�tulo 9
Infelizmente, Ver�o ia precisar de um telefone no escrit�rio dela. Ela preferiu trabalhar imperturbado, e telefones tiveram um h�bito de perturbar, mas o card�pio
final quase foi completado. Ela estava chegando a fase pr�tica de marketing seletivo. Com tantos things-and novo dif�cil-para-vir-por items-on a conta de tarifa,
ela teria que come�ar o processo de achar os melhores provedores. Era um trabalho que ela teria amado ter delegado, mas ela confiou nela pr�prias habilidades negociando,
e a pr�pria intui��o dela, mais que qualquer um outro. Ao escolher um provedor das melhores ostras ou quiabo, voc� precisou ambos.
Depois de limpar o trabalho da manh� dela, Ver�o deu para a pilha de documentos um aceno satisfeito. Os instintos dela sobre levar isto tipo muito diferente de trabalho
tinham sido v�lidos. Ela estava fazendo isto, e fazendo bem isto. O cozinha remodelar era exatamente o que ela tinha pressentido, o pessoal era bem cuidadosamente
trained-and com ela escondeu e selecionou adi��es s� seriam mais assim. Os dois chefes de cozinha de massa novos eram melhor que ela tinha esperado que eles fossem.
O Julio e Ge�rgia tinham enviado um cart�o postal do Hava�, e tinha sido gravado, com alguma honra, para a frente de um refrigerador. Ver�o tinha tido a tenta��o
de s� um momento para lan�ar dardos a isto.
Ela tinha interferido muito pequeno com a organiza��o no quarto jantando. A ilumina��o havia excelente, o linho impec�vel. O food-alone de food-her seriam todos
os refrescando o restaurante requerido.
Logo, ela pensou, ela poderia ter os card�pios novos impresso. Ela s� teve que fixar primeiro abaixo alguns pre�os e pechinchar durante condi��es e horas de entrega.
O pr�ximo passo era a instala��o de um telefone. Escolhendo lidar imediatamente com isto, ela foi � porta. Ela entrou na cozinha de um fim como Monique entrou do
outro. Todo o trabalho cessou.
Divertiu Ver�o, e bastante a agradou, que a m�e dela teve aquele efeito atordoante em pessoas. Ela poderia ver Max que est� de p�, enquanto fitando, com uma colher
de cozinha em uma m�o que gotejou molho despercebido sobre o ch�o. E, claro que, Monique soube fazer uma entrada. Poderia ser dito que ela era uma mulher trazida
entradas.
Ela quase sorriu slowly-it se apareceram hesitantly-as nos que ela pisou, enquanto trazendo o cheiro de Paris e fonte com ela. Os olhos dela eram mais cinza que
a filha dela e, apesar da diferen�a em anos e experimenta, celebrou mais inoc�ncia. Ver�o ainda teve que decidir se fosse calculado ou inato.
"Talvez algu�m poderia me ajudar? "
Seis homens pisaram adiante. Max veio perilously perto de permitir a a��o da colher gotejar em
O ombro de Monique. Ver�o decidiu que estava na hora para restabelecer ordem. "M�e." Ela escovou o modo dela pelo c�rculo de corpos Monique circunvizinho.
"Ah, Ver�o, s� quem eu estava procurando. At� mesmo como ela levou o m�os da filha dela, ela deu para o grupo de faces masculinas um sorriso extenso. "Como fascinante.
Eu n�o acredito que eu alguma vez estive em uma cozinha de hotel antes. Isto so-ah-large �, oui? "
"Por favor, Sra. Dubois-madame. " Incapaz para se conter, Max levou a m�o de Monique. "Eu seria honrado para lhe mostrar para tudo que voc� gostaria de ver. Talvez
voc� se preocuparia provar alguma da sopa? "
"Como am�vel." O sorriso dela teria derretido chocolate em cinq�enta jardas. "Claro que, eu tenho que ver tudo onde minha "trabalhos de filha.
"Filha? "
Obviamente, Ver�o meditou, o Max tinha ouvido nada mais que violinos desde que Monique entrou no quarto. "Minha m�e", Ver�o disse claramente, "Monique Dubois. Este
� Max que toma conta do "pessoal de cozinha.
M�e? Max pensou dumbly. Mas claro que a semelhan�a era t�o forte ele sentia como um bobo por n�o ver isto antes. N�o havia um filme de Dubois ele n�o tinha visto
tr�s vezes pelo menos. "Um prazer." Bastante gallantly, ele beijou a m�o oferecida. "Uma honra."
"Como confortante saber minha trabalhos de filha com tal um cavalheiro." Embora o l�bio de Ver�o enrolasse, ela n�o disse nada. "E eu amaria ver tudo, s� everything-perhaps
depois hoje? " ela somou antes de o Max pudesse come�ar novamente. "Agora, eu tenho que roubar fora h� pouco pouco tempo Ver�o para. Me fale, seria poss�vel ter
um pouco de champanha e caviar entregue a meu apartamento? "
"Caviar n�o est� no card�pio", Ver�o p�s dentro com um olhar de arco a Max. "Como ainda."
"Oh." Lindamente, Monique fez beicinho. "Eu suponho alguma cabe�a, ou um pouco de queijo faria."
"Eu cuidarei disto pessoalmente. Imediatamente, senhora."
"T�o tipo." Com uma agita��o de chicotadas, Monique deslizou o bra�o dela por Ver�o e varreu do quarto.
"Pondo isto em um pouco grosso", Ver�o murmurou.
Monique atrasou a cabe�a dela e deu uma risada borbulhante. "N�o seja t�o brit�nico, ch�rie. Eu h� pouco o fiz um servi�o enorme. Eu aprendi desta manh� o Cocharan
jovem encantador que n�o s� � minha filha um empregado a este mesmo hotel-which voc� n�o aborreceu para contar me-but que voc� teve alguns problemas internos na
cozinha."
"Eu n�o lhe falei porque � s� um arranjo tempor�rio, e porque me � mant�m bastante ocupado. Sobre os problemas internos... "
"Na forma de um Max muito grande." Monique planou no elevador.
"Eu h� pouco posso os controlar sozinho" bom, Ver�o terminou.
"Mas n�o d�i para o ter impressionado por sua ascend�ncia." Depois de apertar o bot�o para o ch�o dela, Monique virou estudar a filha dela. "Assim, eu olho para
voc� na luz e vejo que voc� cresceu mais ador�vel. Isso me agrada. Se a pessoa tiver que ter uma filha crescida, a pessoa deveria ter uma filha crescida bonita."
Rindo, Ver�o tremeu a cabe�a dela. "Voc� � t�o v�o quanto j�."
"Eu sempre serei v�o", Monique simplesmente disse. "Deus que lega eu sempre terei uma raz�o para ser. Agora-" ela Ver�o de motioned fora do elevador "-eu tive meu
caf� matutino e croissants, e minha massagem. Eu estou pronto para ouvir falar deste trabalho novo de seu e seu amante novo. Do olhar de voc�, ambos concordam com
voc�."
"Eu acredito que � habitual para as m�es e filhas discutirem trabalhos novos, mas n�o os amantes novos."
"Pooh." Monique lan�ou aberto a porta para o apartamento dela. "N�s nunca �ramos s� m�e e filha, mas amigos, pas de n'est-ce? E amies de ch�re sempre discutem os
amantes novos."
"O trabalho", Ver�o disse distintamente como ela derrubou em um daybed manteiga-macio e exp�s as pernas dela, est� "trabalhando bastante bem fora. Eu levei isto
originalmente porque me intrigou and-well porque Blake jogou para cima LaPointe em minha face."
"LaPointe? O pequeno homem pequeno-de olhos que voc� detesta tanto? O que contou para a Paris empapela voc� era o dele... "
"Amante", Ver�o disse violentamente. "Ah, sim, tal uma palavra tola, amante, t�o antiquado, voc� n�o concorda? A menos que a pessoa considere que aquele amante �
o termo feminino para mestre." Monique sorriu serenely como ela se drapejou no sof�. "E voc� era? "
"Certamente n�o. Eu n�o o teria deixado p�r as pequenas m�os rechonchudas dele em mim se ele tivesse sido meio o chefe de cozinha que ele reivindica ser."
"Voc� poderia ter processado."
"Ent�o mais pessoas teriam rido silenciosamente e teriam dito onde h� fume h� fogo. Os pequenos su�nos franceses teriam amado isso." Ela estava friccionando os dentes
dela, assim ela relaxou a mand�bula dela deliberadamente. "N�o me adquira come�ado em LaPointe. Era bastante aquele Blake me manobrou neste trabalho com ele como
uma extremidade."
"Um man-your muito inteligente Blake que �."
"Ele n�o � meu Blake", Ver�o disse sugestivamente. "Ele � o pr�prio homem dele, da mesma maneira que eu sou minha pr�pria mulher. Voc� sabe que eu n�o acredito naquele
tipo de coisa." A batida discreta teve Monique negligently ondulante e Ver�o que sobem para responder. Ela pensou, como a bandeja de queijos e fruta fresca e o balde
de champanha de iced era que tem rodas dentro, aquele Max deve ter colidido ao redor como um louco a isto serviu t�o prontamente. Ver�o assinou o cheque com um adorno
e despediu o gar�om.
� toa Monique inspecionou a bandeja antes de escolher um �nico cubo de queijo. "Mas voc� est� apaixonado por ele." Ocupe com a corti�a de champanha, Ver�o olhou
em cima de. "O que? "
"Voc� est� apaixonado pelo Cocharan jovem." A corti�a explodiu fora, champanha assobiou e geysered da garrafa. Monique ergueu o copo dela a ser enchido somente.
"Eu n�o estou apaixonado por ele", Ver�o disse com um desespero subjacente que a m�e dela reconheceu. "A pessoa sempre est� apaixonado pelo "amante da pessoa.
"N�o, a pessoa n�o �. Com um pouco mais controle, Ver�o verteu o vinho. "Neg�cios n�o t�m que ser rom�ntico e florido. Eu estou apaixonado por Blake, eu o respeito.
Eu o considero um homem atraente, inteligente e desfruto a companhia" dele.
"� poss�vel dizer o mesmo de um irm�o, ou um tio. At� mesmo talvez um ex-marido", Monique comentou. "Isto n�o � o que eu o penso sente para Blake."
"Eu sinto paix�o por ele", Ver�o disse impacientemente. "Paix�o n�o ser� comparada com carinho."
"Ah, Ver�o". Divertido, Monique escolheu uma uva. "Voc� pode pensar com sua mente brit�nica, mas voc� sente com seu cora��o franc�s. Este Cocharan jovem n�o � um
homem que qualquer mulher despediria" ligeiramente.
"Como pai goste de filho? " O momento que foi dito, Ver�o lamentou isto.
Mas Monique s� sorriu, suavemente, reminiscently. "Me ocorreu. Eu n�o esqueci A.C."
"Nem ele voc�."
Interessado, Monique sacudiu atr�s do passado. "Voc� conheceu o pai de Blake? "
"Brevemente. Quando seu nome foi mencionado que ele olhou como se ele tinha sido golpeado atrav�s de raio."
O sorriso macio ficou brilhante. "Como lisonjeiro. Uma mulher gosta de acreditar ela permanece na mem�ria de um homem longo depois que eles separarem."
"Voc� pode ser lisonjeado. Eu posso lhe falar eu era maldito inc�modo."
"Mas por que? "
"M�e." Inquieto, Ver�o subiu novamente e come�ou a passo. "Eu fui atra�do a Blake-very muito attracted-and ele para mim. Como voc� pensa que eu sentia quando eu
estava falando com o pai dele, e ambos A.C. e eu estava pensando no fato que voc� tinha sido os amantes? Eu n�o penso que Blake tem qualquer id�ia. Se ele fez, voc�
percebe como desajeitado a situa��o seria? "
"Por que? "
Em uma respira��o longa, Ver�o virou novamente � m�e dela. "A.C. era e se casa com a m�e de Blake. Eu adquiro a impress�o Blake bastante apaixonado pela m�e dele,
e do pai" dele.
"O que tem isso para ver com isto? " O gesto de Monique era tipicamente French-a desprezam encolha os ombros, um levantamento leve da m�o, palma fora. "Eu tamb�m
estava apaixonado pelo pai dele. Me" escute, ela continuou antes de Ver�o pudesse replicar. "A.C. sempre estava apaixonado pela esposa dele. Eu soube isso ent�o.
N�s consolamos um ao outro, fez para um ao outro riso em o que era um tempo miser�vel por ambos n�s. Eu agrade�o isto, n�o envergonhado disto. Voc� deveria" nem.
"Eu n�o estou envergonhado." Frustrado, Ver�o arrastou uma m�o pelo cabelo dela. "Eu n�o lhe pe�o que seja, but-damn isto, M�e, � desajeitado."
"Vida � freq�entemente. Voc� me lembrar� h� regras, e assim h�." Ela atrasou a cabe�a dela e assumiu a arrog�ncia real a filha dela tinha herdado. "Eu n�o jogo pelas
regras, e eu n�o me desculpo."
"M�e." Se amaldi�oando, Ver�o foi e ajoelhou ao lado do sof�. "Eu n�o o estava criticando. S� � que o que � certo para voc�, o que � bom para voc�, n�o � certo e
bom para mim."
"Voc� pensa que eu n�o sei isso? Voc� pensa que eu o teria viver minha vida? " Monique p�s uma m�o no cabe�a da filha dela. "Talvez eu vi felicidade mais funda que
voc� viu. Mas eu tamb�m vi desespero mais fundo. Eu n�o lhe posso desejar o primeiro sem o conhecer enfrentaria o segundo. Eu quero para voc� o que voc� deseja para
voc�."
"Algumas coisas voc� tem medo de desejar para."
"N�o, mas algumas coisas s�o desejadas mais cuidadosamente para. Eu lhe darei um pouco de conselho." Ela bateu levemente a cabe�a de Ver�o, ent�o a se aproximou
sente no sof�. "Quando voc� era uma pequena menina, eu lhe dei nenhum porque as crian�as pequenas sempre foram um mist�rio a mim. Quando voc� cresceu, voc� n�o teria
escutado qualquer. Talvez agora n�s nos colocamos ao ponto entre a m�e e filha quando cada entender o outro � inteligente."
Com um riso, Ver�o escolheu um morango da bandeja. "Certo, eu escutarei."
"N�o lhe faz menos de uma mulher precisar de um homem." Quando Ver�o carranqueou, ela continuou. Precisar a pessoa para existir, sim, esta � tolice. Para precisar
a pessoa para dar uma extens�o e import�ncia, isto � desonesto. Mas precisar de um homem, um homem, trazer alegria e paix�o? Esta � vida."
Pode haver alegria e paix�o na vida de uma mulher sem um homem."
"Um pouco de alegria, um pouco de paix�o", que Monique concordou. "Por que se conforme com alguns? O que � que voc� prova cortando o que uma necessidade natural
�? Talvez � uma mulher tola que leva um homem diferente como um marido, quatro vezes. Novamente, eu n�o me desculpo, mas s� o lembra que Ver�o Lyndon n�o � Monique
Dubois. N�s procuramos coisas diferentes de modos diferentes. Mas n�s somos ambas as mulheres. Eu n�o lamento minhas escolhas."
Com um suspiro, Ver�o p�s a cabe�a dela no ombro da m�e dela. "Eu quero poder dizer que para mim. Eu sempre pensei eu pude."
"Voc� � uma mulher inteligente. Que escolha que voc� faz ser� certa para voc�."
"Meu maior medo sempre foi cometer um erro."
"Talvez seu maior medo � seu maior engano." Ela tocou a bochecha de Ver�o novamente. "Venha, verta um pouco mais champanha para mim. Eu lhe contarei meu Keil."
Quando Ver�o voltou � cozinha, a mente dela ainda estava jogando atr�s a conversa��o dela com Monique. Era raro que Monique a apertou para detalhes sobre a vida
pessoal dela, e mais raro ainda para ela oferecer conselho. Era verdade que a maioria da hora que eles tinham gastado junto tinha sido dedicado a uma inscri��o das
virtudes de Keil Morrison, mas nesses primeiros momentos, tinha dito Monique que coisas projetaram para fazer think-designed de Ver�o para a fazer come�ar a duvidar
a pr�pria lista dela de prioridades.
Mas quando ela chegou as portas de vaiv�m que conduzem na cozinha, e os sons do argumento a conheceram, ela soube que o pensamento dela teria que esperar.
"Minha ca�arola est� perfeita."
"Muito leite, muito pouco queijo".
"Voc� nunca p�de admitir que minhas ca�arolas s�o melhores que seu."
Talvez a cena era laughable-huge o Max e pequeno Charlie, o undersized cozinheiro coreano que veio nenhum mais alto que o esterno do superior dele. Eles estavam
de p�, enquanto luzindo a um ao outro, enquanto ambos eles seguraram um aperto s�lido em uma ca�arola de espinafre. Poderia ter sido c�mico, Ver�o pensou wearily,
se o resto do pessoal de cozinha j� n�o tivesse estado escolhendo para cima lados enquanto as ordens de almo�o foram ignoradas.
"Trabalho inferior", o Max replicou. Ele contudo perdoar o Charlie por estar fora tr�s corrida de dias doente.
"Suas ca�arolas sempre s�o trabalho inferior. Os meus est�o perfeitos."
"Muito leite", o Max disse solidamente. "N�o bastante queijo."
"Problema? '' Ver�o pisou para cima, enquanto se revestindo entre eles.
"Este pequeno homem esquel�tico que mascara como um cozinheiro est� tentando para fazer passar esta massa de folhas encharcadas por uma "ca�arola de espinafre. O
Max tentou arrastar o prato de copo fora e achar que o pequeno homem esquel�tico era surpreendentemente forte.
"Este caro�o grande de massa que se chama um chefe de cozinha tem ci�mes porque eu sei mais sobre legumes que ele faz."
Ver�o mordeu abaixo duro no l�bio de fundo dela. Condene, era engra�ado, mas a cronometragem era toda a injusti�a. "Talvez o resto de voc� poderia voltar trabalhar",
ela come�ou coolly, "antes de que clientela que n�s partimos no quarto jantando evacua aos mais pr�ximos arcos dourados para servi�o decente. Agora... " Ela retrocedeu
aos dois oponentes. Qualquer momento, ela decidiu, l� seja descoberto dentes e rosnaduras. "Isto, eu levo isto, � a ca�arola em quest�o."
"O prato � uma ca�arola", o Max lan�ou atr�s. O que est� nisto � lixo." Ele arrastou novamente.
"Lixo! " O pequeno cozinheiro gritou em afronta, ent�o enrolou o l�bio dele. "Lixo � o que voc� se passa como costela principal. A �nica coisa comest�vel no prato
a primavera min�scula de salsa � voc� parte com." Ele arrastou atr�s.
"Cavalheiro, eu poderia fazer uma pergunta? " Sem esperar por uma resposta, ela tocou um dedo ao prato. Ainda estava rapidamente morno, mas refrescante. "Qualquer
um provou a ca�arola? "
"Eu n�o provo veneno." Max deu para o prato outro pux�o. "Eu verto veneno abaixo a pia."
"Eu n�o teria gosto de boi de this-this uma colherada de minha espinafre." Charlie arrancou direito atr�s. "Ele contaminaria isto."
"Certo, crian�as", Ver�o disse em doces tons que tiveram o aborrecimento de ambos os homens que vira nela. "Por que eu n�o fa�o a prova? "
Ambos os homens de olhos um ao outro cautelosamente. "Lhe diga que deixe v� de minha espinafre", o Charlie insistiu.
"Max-"
"Ele deixa v� primeiro. Eu sou o superior" dele.
"Charlie-"
"O �nico superior de coisa � o peso" dele. E o cabo-de-guerra come�ou novamente.
Fora de paci�ncia, Ver�o lan�ou para cima as m�os dela. "Certo, bastante! "
Poderia ter sido o choque de ter o dela levante a voz dela, algo que ela nunca tinha feito no kitchen-or que poderia ter sido que o pr�prio prato estava ficando
escorregadio de controlar tanto. De qualquer modo, � palavra dela, o prato caiu fora das m�os de ambos os homens com for�a. Golpeou a extremidade do contador, enquanto
quebrando, de forma que copo voou at� mesmo antes da ca�arola e seus conte�dos bateram o ch�o. Em harmonia, o Max e Charlie estouraram com abuso e acusa��es.
Ver�o, distra�do pela dor no bra�o certo dela, olhou abaixo e viu o sangue come�ar a vazar de uma quatro-polegada corte. Pasmo, ela encarou isto durante uns tr�s
segundos cheios enquanto a mente dela rejeitou a id�ia fora a que sangue, o sangue dela, poderia verter t�o depressa completamente.
"Com licen�a", ela administrou a comprimento. "Voc� pensa os dois de voc� poderiam terminar este c�rculo depois que eu deixar de sangrar a morte? "
Charlie examinou, uma torrente de abuso que treme na l�ngua dele. Ao inv�s, ele encarou largo-de olhos a ferida, ent�o sem dinheiro em uma perambula��o entusiasmada
de coreano.
"Se voc� deixasse de interferir", o Max come�ou, at� mesmo como ele pegou vis�o do sangue que corre abaixo o bra�o de Ver�o. Ele branqueou, ent�o para todo o mundo
surpresa, movida como raio. Agarrando um pano limpo, ele apertou isto contra o corte no bra�o de Ver�o. "Sente", ele ordenou e a cutucou sobre um tamborete de cozinha.
"Voc�", ele berrou em particular a ningu�m, "limpe estas bagun�as." J� ele estava formando um torniquete. "Relaxe", ele disse a Ver�o com bondade desacostumada.
"Eu quero ver como fundo �."
Vertiginoso, ela acernar com a cabe�a e manteve os olhos dela treinados no vapor de uma panela pelo quarto. Realmente n�o doeu t�o muito, ela pensou como a vis�o
dela toldou refocused ent�o. Ela tinha imaginado tudo aquilo provavelmente sangue.
"O que o inferno vai em em aqui? " Ela ouviu a voz de Blake vagamente atr�s dela. "Voc� pode ouvir a como��o em aqui claro fora para o quarto jantando." Ele escarranchou
em cima de, enquanto pretendendo dar para Ver�o e para Max a escolha de desemprego ou coexist�ncia calma. O pano vermelho-manchado o parou frio. "Ver�o? "
"Um acidente", o Max disse apressadamente enquanto Ver�o tremeu a cabe�a dela para clarear isto. O deep-she de "o corte precisar�o de pontos."
Blake j� estava agarrando o pano de Max e o empurrando aparte. "Ver�o. Como o inferno isto aconteceu? "
Ela focalizou na face dele e preocupa��o registrada e talvez tempera nos olhos dele antes de tudo come�ou a nadar novamente. Ent�o ela cometeu o erro de olhar para
baixo ao bra�o dela. "Ca�arola de espinafre", ela disse tolamente antes de ela deslizasse do tamborete em um morto l�nguido.
A pr�xima coisa que ela ouviu era um argumento. Isto n�o � em onde eu vim? ela pensou vagamente. S� a levou um momento reconhecer a voz de Blake, mas o outro, feminino
e seca, era um estranho.
"Eu estou ficando."
"Sr. Cocharan, voc� n�o � um parente. Est� contra pol�tica de hospital para voc� permanecer enquanto n�s tratarmos Sra. Lyndon. Me acredite, � s� uma quest�o de
alguns pontos."
Alguns pontos? O est�mago de ver�o rolou. Ela n�o gostou de admitir isto, mas quando veio a tipo de needles-the que a profiss�o m�dica gostada de cutucar em flesh-she
era uma covarde completa. E se o senso dela de cheiro n�o estivesse pregando pe�as nela, ela soube onde ela era. O odor de antiseptics era muito muito reconhec�vel.
Talvez se ela h� pouco sentou para cima e quietamente caminhou fora, ningu�m notaria.
Quando ela sentou para cima, ela se achou em um quarto examinador pequeno, encortinado. O olhar dela iluminou em uma bandeja que segurou todos o brilhante, terrificando
ferramentas do com�rcio.
Blake surpreendeu o movimento do canto do olho dele, e estava ao lado dela. "Ver�o, s� relaxe."
Umedecendo os l�bios dela, ela estudou o quarto novamente. "Hospital? "
Quarto de emerg�ncia." Eles v�o fixar seu bra�o."
Ela administrou um sorriso, mas manteve o olhar dela fechado na bandeja. "Eu da mesma maneira que logo n�o." Quando ela come�ou a balan�ar as pernas dela em cima
do lado da mesa examinadora, o doutor era a parar l�.
"Ainda minta, Sra. Lyndon."
Ver�o encarou a face feminina dura, forrada atr�s. Ela teve cabelo crespo a cor de um p�ssego, e �culos de arame-beira. Ver�o mediu a pr�pria for�a dela contra o
doutor e decidiu ela poderia ganhar. "Eu vou para casa agora", ela simplesmente disse.
"Voc� vai mentir a� mesmo e adquirir aquele bra�o costurou. Agora esteja quieto."
Bem, talvez se ela recrutasse um aliado. "Blake? "
"Voc� precisa de pontos, amor".
"Eu n�o os" quero.
"Precise", o doutor corrigiu, vivamente. "Enfermeira! " Enquanto ela esfregou as m�os dela em uma pia min�scula, ela examinou o ombro dela atr�s. "Sr. Cocharan,
voc� ter� que esperar fora."
"N�o." Ver�o conseguiu lutar atr�s em uma posi��o sentando. "Eu n�o o" conhe�o, ela falou para a mulher branco-coberta � pia. "E eu n�o a" conhe�o, ela somou quando
o enfermeira empurrado passado as cortinas. "Se eu vou ter que sentar aqui enquanto voc� costura meu bra�o com intestino de gato ou tudo que que � que voc� usa,
eu vou ter algu�m aqui que eu sei." Ela apertou o aperto dela na m�o de Blake. "Eu o" conhe�o. Ela coloca atr�s mas manteve o cabo de morte na m�o de Blake.
"Muito bem." Reconhecendo um testamento forte e medo b�sico, o doutor cedeu. "H� pouco se vire sua cabe�a, ela aconselhou. "Isto n�o levar� muito tempo. Eu j� usei
jardas de intestino de gato hoje."
"Blake." Ver�o levou uma respira��o funda e olhou diretamente nos olhos dele. Ela n�o pensaria em o que as duas mulheres no outro lado da mesa estavam fazendo ao
bra�o dela. "Eu tenho uma confiss�o para fazer. Eu n�o lido muito bem com este tipo de coisa." Ela engoliu novamente quando ela sentia a press�o na pele dela. "Eu
tenho que ser tranq�ilizado para consumir um compromisso dental."
Fora do canto do olho dele, ele viu o doutor leva o primeiro ponto. "N�s quase tivemos que fazer a mesma coisa para Max." Ele correu o dedo polegar dele ternamente
em cima das juntas dele. "Depois disto, voc� poderia lhe falar voc� vai p�r em um fog�o madeira-ardente e um forno e ele n�o lhe dariam nenhuma dificuldade."
"Um inferno de um modo para adquirir coopera��o." Ela estremeceu, sentia o rolo de est�mago dela e engoliu desesperadamente. "Fale com me-about qualquer coisa."
"N�s dever�amos levar um fim de semana, logo, e dever�amos ir para a praia. Alguns colocam quieto, corrija no oceano."
Era uma imagem boa, ela lutou focalizar nisto. "Qual oceano? "
"Qualquer um que voc� quer. N�s n�o faremos nada durante tr�s dias mas mentiremos ao sol, fa�a amor."
O enfermeira jovem olhou em cima de, e um suspiro escapou antes do doutor pegou o olho dela.
"Assim que eu voltasse de Roma. Tudo voc� tem que fazer � achado alguma pequena ilha no Pac�fico enquanto eu tenho sido ido. Eu gostaria alguns palma sobe em �rvore
e nativo amig�veis."
"Eu olharei nisto."
"Enquanto isso", o doutor p�s dentro como ela cortou fora um comprimento de bandagem. "Mantenha este penso seque, mudou em cada terceiro dia e voltou em duas semanas
para ter os pontos removido. Uma fatia s�rdida", ela somou, enquanto dando para a bandagem um �ltimo ajuste profissional. "Mas voc� viver�."
Ver�o de Cautiously virou a cabe�a dela. A ferida estava agora coberta na gaze branca est�ril. Parecia limpo, apare e de alguma maneira competente. A n�usea enfraqueceu
imediatamente. "Eu pensei que eles fizeram os pontos assim eles dissolveram."
"� um bra�o agrad�vel." O doutor enxaguarr as m�os dela na pia. "N�s n�o querer�amos uma cicatriz nisto. Eu lhe darei uma prescri��o para algumas "p�lulas de dor.
Ver�o fixou a mand�bula dela. "Eu n�o os" levarei.
Com um encolha os ombros, o doutor secou as m�os dela. "O vista. Oh, e voc� poderia tentar as Ilhas de Solomon fora Guin� Nova." Chicoteando a cortina atr�s, ela
escarranchou fora.
Uma real senhora", Ver�o murmurado como Blake a ajudou fora a mesa. Maneira de lado da cama maravilhosa." Eu n�o posso pensar por que eu n�o a contrato como meu
m�dico pessoal."
A coragem estava de volta, Blake pensou com um sorriso, mas manteve um bra�o encorajador ao redor a cintura dela. "Ela era exatamente o que voc� precisou. Voc� n�o
precisou de mais nenhuma condol�ncia, ou preocupa, que voc� estava obtendo de mim."
Ela carranqueou nele como ele a conduziu no lote de estacionamento. "Quando eu sangro", ela corrigiu, "eu preciso de muito condol�ncia e preocupa��o."
"O que voc� precisa-" ele beijou a testa dela antes de abrir a porta de carro ''-� uma cama, um quarto escuro e alguns horas resto."
"Eu volto para trabalhar", ela corrigiu. "A cozinha provavelmente caos, e eu tenho uma lista longa de telefonemas logo a make-as como voc� organize para ter um telefone
enganchado para cima para mim."
"Voc� vai para casa, para cama".
"Eu deixei de sangrar", Ver�o o lembrou. "E entretanto eu admito eu sou um beb� completo quando entrar a sangue e agulhas e doutores em casacos brancos que s�o agora
terminados. Eu estou bem."
"Voc� est� p�lido." Ele parou a uma luz e virou a ela. N�o estava completamente claro a ele como ele tinha consumido a �ltima hora nele. "Voc� bra�o est� pulsando
certamente agora, ou logo ser�. Eu fa�o isto um policy-whenever um de meu pessoal desfalece no trabalho, eles t�m o resto do dia fora."
"Muito liberal e humanit�rio de voc�. Eu n�o teria desfalecido se eu n�o tivesse olhado."
"Casa, Ver�o".
Ela sentou para cima, dobrou as m�os dela e levou uma respira��o funda. O bra�o dela estava pulsando, mas ela n�o teria admitido isto agora para qualquer coisa.
Com a dor nova, e aborrecimento, era f�cil esquecer que ela tinha agarrado a m�o dele pouco tempo antes. "Blake, eu percebo eu mencionei isto antes, mas �s vezes
n�o d�i para reiterar. Eu n�o levo ordens."
Sil�ncio reinou no carro durante quase um minuto cheio. Blake se ficava ocidental, longe de Cocharan House e para o pr�dio de apartamentos de Ver�o.
"Eu levarei h� pouco um t�xi", ela disse ligeiramente.
"O que voc� levar� � um par de aspirina, corrige antes de eu puxasse as sombras e o comprimo em cama."
Deus que pareceu c�u. Ignorando a imagem, ela fixou o queixo dela. "S� porque eu de little-while de you-a que a mulher estava manipulando a agulha dela, n�o signifique
eu preciso de um guardi�o."
Havia um modo para convencer fazer para ela como quis ele. Blake considerou isto. Talvez o modo direto era o melhor modo. "Eu n�o suponho voc� notou quantos pontos
p�s ela em seu bra�o."
"N�o." Ver�o olhou fora a janela.
"Sim. Eu os contei como coseu ela. Quinze. Voc� n�o notou o tamanho da agulha, qualquer um? "
"N�o." Apertando uma m�o ao est�mago dela ela luziu a ele. Piscina suja", Blake".
"Se trabalha... " Ent�o ele deslizou uma m�o em cima de seu. "Um cochilo, Ver�o. Eu ficarei com voc� se voc� gostar."
Como era suposto que ela lidava com ele quando ele foi de ser am�vel, para imundo, para suave? Como era suposto que ela lidava com ela quando tudo que ela realmente
quis eram se enrolar ao lado dele onde ela soube que estaria seguro e morno? "Eu descansarei." Tudo de uma vez, ela sentia ela precisou, mal, mas j� n�o teve nada
que ver com o bra�o dela. Se ele mexesse continuamente que as emo��es dela gostam isto, os pr�ximos meses iam ser imposs�veis. "S�", ela terminou firmemente. "Voc�
tem bastante para apoiar no hotel."
Quando ele parou em frente ao edif�cio dela, ela tirou uma m�o para o parar de virar fora a m�quina. "N�o, voc� n�o precisa aborrecer para surgir. Eu irei para cama,
eu prometo." Porque ela pudesse o sentir tenso com uma obje��o, ela sorriu e apertou a m�o dele. Eu tenho que subir s�, ela percebeu. Se ele viesse agora com ela,
tudo poderia mudar. "Eu vou levar esses aspirina, viro no est�reo e deito. Eu sentiria bem se voc� passaria pela cozinha e faria certo que tudo � certo l�."
Ele estudou a face dela. A pele dela estava p�lida, os olhos dela cansam. Ele quis ficar com ela, tenha o cabo dela novamente sobre ele para apoio. At� mesmo como
ele sentou ao lado dela, ele poderia sentir a dist�ncia que ela estava pondo entre eles. N�o, ele n�o permitiria that-but agora para, ela precisou de resto mais
que ela precisou dele.
"Se isso � o que voc� quer. Eu o chamarei hoje � noite."
Se inclinando, ela beijou a bochecha dele, ent�o escalada depressa do carro. "Obrigado por segurar minha m�o."

Cap�tulo 10
Estava come�ando a ranger nos nervos dela. N�o era como se Ver�o n�o desfrutou aten��o. Mais que desfrutando isto, ela viria esperar isto como de costume na carreira
dela. N�o era como se ela n�o gostasse de ser suprido. Isso era algo ela tinha desenvolvido um gosto cedo para em, crescendo em casas com criados. Mas como sabe
qualquer cozinheiro bom, a��car tem que ser dispensado com uma m�o cuidadosa.
Monique tinha estendido a perman�ncia dela uma semana cheia, enquanto reivindicando que ela n�o pudesse deixar a Filad�lfia possivelmente enquanto Ver�o ainda estava
recuperando de um dano. O mais Ver�o tentou depreciar o incidente inteiro do bra�o dela e os pontos, o mais Monique olhou para ela com admira��o e preocupa��o. O
mais admira��o e interessa ela recebeu, o mais Ver�o preocupou sobre aquela pr�xima visita ao doutor.
Embora n�o estivesse em car�ter, Monique tinha entrado no h�bito de vir o escrit�rio de Ver�o diariamente com x�caras curativas de ch� e tigelas de soup-then saud�vel
que se levanta em cima da filha dela at� que tudo foi consumido.
Durante os primeiros dias, Ver�o tinha achado isto bastante ch� de sweet-though e sopa n�o estavam de regime habitual. At� onde ela pudesse se lembrar, Monique sempre
tinha estado amando e certamente tipo, mas nunca materno. Por isto s�, Ver�o bebeu o ch�, comeu a sopa e engoliu reclama��es junto com eles. Mas como continuou,
e como Monique constantemente interrompeu as fases finais do planejamento dela, Ver�o come�ou a perder paci�ncia. Ela poderia ter podido tolerar o overreaction de
Monique e mothering, se n�o tivesse sido para o mesmo tratamento pelo pessoal de cozinha, encabe�ado por Max.
Lhe permitiram n�o fazer nada para ela. Se ela come�asse a amea�ar uma panela de caf�, algu�m estava l�, enquanto assumindo, insistindo que ela senta e descansa.
Diariamente a precisamente meio-dia, o pr�prio Max a trouxe em uma bandeja com a especialidade de almo�o do dia. Salm�o furtado, sufl� de lagosta, berinjela enchida.
Ate-because de ver�o gostam da m�e dela, ele pairou em cima de her-while ela teve vis�es de um toucinho hamb�rguer com queijo dobro com uma ordem lateral generosa
de an�is de cebola.
Foram abertas portas para ela, olhares preocupados lan�ados o modo dela, frases conciliat�rias amontoaram nela at� que ela quis gritar. Uma vez quando ela tinha
sido enervada bastante para estalar que ela teve alguns pontos no bra�o dela, n�o uma doen�a terminal, que ela ainda tinha sido trazida um pires de biscoitos de
baunilha claros para outra x�cara calmante de tea-with.
Eles estavam a matando com bondade.
Toda vez ela pensou que ela tinha alcan�ado o limite dela, Blake conseguiu nivelar coisas novamente para ela. Ele n�o era caloso do dano dela ou at� mesmo indelicado,
mas ele n�o a estava tratando certamente como se ela seja a atra��o principal em um leito de morte.
Ele teve um instinto misterioso por escolher o tempo certo para telefonar ou derrubar dentro na cozinha. Ele estava l�, tranq�ilo quando ela precisou de calma, ordenou
quando ela ansiou por ordem. Ele exigiu coisas dela quando todo o mundo insistiu outro que ela n�o pudesse erguer um dedo para ela. Quando ele a aborreceu, estava
de um modo completamente diferente, um modo que testou e estirou as habilidades dela em lugar de os sufocou.
E com Blake, n�o teve Ver�o que impedindo culpa sobre soltar com o temperamento dela. Ela poderia gritar a ele sabendo que ela n�o veria a paci�ncia sem fundo nos
olhos dele que ela viu em Max. Ela poderia ser irracional e n�o seja preocupada que os sentimentos dele seriam do�dos como a m�e dela.
Sem perceber isto, ela come�ou ao ver como um pilar de solidez e sentir em um mundo de tolice. E, durante talvez a primeira vez na vida dela, ela sentia uma necessidade
intr�nseca por aquele pilar.
Junto com Blake, Ver�o a teve trabalha para manter o temperamento dela e o nervo dela termina abaixo algum am�vel de controle. Ela se verteu nisto. Havia sess�es
longas com a impressora projetar o menu-an perfeito ard�sia elegante cinza com as palavras CASA de COCHARAN modelou no front-thick papel de pergaminho cremoso dentro
de listar as escolhas finais dela em manuscrito delicado. Ent�o havia os card�pios de servi�o de quarto que entrariam isso mesmo em cada unit-not luxuoso, talvez,
mas Ver�o cuidou disto que eles eram distintos no pr�prio direito deles/delas. Ela falou por horas com provedores, pechinchando, exigindo, e se desfrutando mais
que ela alguma vez teria adivinhado, at� que ela adquiriu as condi��es que ela quis precisamente.
N�o lhe deu um brilho de success-perhaps o flash que ela sentia em completar algum dish-but espetacular um brilho definido. Ela achou isso de um modo diferente,
estava satisfazendo igualmente.
E era unpardonably que aborrece para ser contado, depois da conclus�o de uma negocia��o particularmente longa e pr�spera, que ela deveria tirar uma pequena soneca.
"Cherie." Monique planou no quarto de armazenamento, da mesma maneira que Ver�o, desligado o telefone com o a�ougueiro, enquanto ag�entando a x�cara inevit�vel de
ch� herb�rio. "Est� na hora voc� descansou. Voc� n�o deve se empurrar assim."
"Eu estou bem, M�e". Olhando ao ch�, Ver�o esperou sinceramente que ela n�o amorda�asse. Ela quis algo carbonatado e frio, preferivelmente carregou com cafe�na.
"Eu h� pouco estou revisando os contratos com os provedores. � um pouco complicado e eu tenho ainda adquiriu uma ou duas chamadas para fazer."
Se ela tivesse esperado que isso seria uma sugest�o suave que ela precisou de privacidade para trabalhar, ela foi desapontada. "Muito complicado quando voc� j� trabalhou
tantos horas hoje", Monique insistiu e se sentou no outro lado da escrivaninha. "Voc� esquece, voc� teve um choque."
"Eu cortei meu bra�o", Ver�o disse com paci�ncia cansada.
"Quinze pontos", Monique a lembrou, ent�o carranqueou com desaprova��o como Ver�o alcan�ado para um cigarro. "Esses s�o t�o ruins para sua sa�de, Ver�o".
Tens�o "t�o nervosa", ela murmurou, ent�o doggedly clarearam a garganta dela. "M�e, eu sou Keil seguro est� sentindo falta de voc� desesperadamente da mesma maneira
que voc� tem que estar sentindo falta dele. Voc� n�o deveria estar longe de seu marido novo para t�o longo."
"Ah, sim." Monique suspirou e olhou dreamily para o teto. "Para uma noiva nova, um dia longe do marido dela est� como uma semana, uma semana pode ser um ano." Abruptamente,
ela apertou as m�os dela junto, enquanto tremendo a cabe�a dela. "Mas meu Keil, ele � o mais compreensivo de homens. Ele sabe que eu tenho que ficar quando minha
filha precisa de mim."
Ver�o abriu a boca dela, ent�o feche novamente. Diplomacia, ela se lembrou. Tato. "Voc� foi maravilhoso", ela come�ou, um pouco culpavelmente, porque era verdade.
"Eu n�o lhe posso falar quanto aprecio eu todo o tempo, toda a dificuldade, que voc� assumiu esta �ltima semana ou assim. Mas meu bra�o quase curou agora. Eu estou
realmente bem. Eu sinto propriedade terrivelmente culpada voc� aqui quando voc� deveria estar desfrutando sua lua de mel."
Com a luz dela, riso sensual, Monique acenou uma m�o. "Minha do�ura, voc� aprender� que uma lua de mel n�o � um tempo ou uma viagem, mas um estado de mente. N�o
o interesse com isso. Al�m, voc� pensa que eu pudesse partir antes de eles tirassem esses pontos s�rdidos de seu bra�o? "
"M�e-" Ver�o sentia o arranco no est�mago dela e alcan�ou para o ch� em defesa.
"N�o, n�o. Eu n�o estava l� para voc� quando o doutor o tratou, mas-" aqui, os olhos dela encheram e os l�bios dela tremeram "-eu estarei por seu lado quando ela
remover them-one de cada vez."
Ver�o teve um quadro todos-muito-v�vido dela que mente uma vez mais na mesa examinadora, o doutor duro-enfrentado em cima dela. Monique, delicado em preto, estaria
estando de p� por, tocando de leve aos olhos dela com um len�o rendilhado. Ela n�o estava segura se ela quisesse gritar, ou h� pouco derruba a cabe�a dela entre
os joelhos dela.
"M�e, voc� ter� com licen�a. Eu h� pouco me lembrei, eu tenho um compromisso com Blake no escrit�rio" dele. Sem esperar por uma resposta, Ver�o saiu apressado do
quarto de armazenamento.
Quase imediatamente os olhos de Monique estavam secos e os l�bios dela encurvaram. Inclinado atr�s na cadeira dela, ela riu em del�cia. Talvez ela sempre n�o tinha
sabido h� pouco o que ver com uma filha quando Ver�o tinha sido uma crian�a, mas agora... a Mulher para mulher, ela soube cutucar a filha dela junto precisamente.
E ela estava a cutucando junto para Blake onde Monique teve nenhum a duvide forte-legou, pr�tico e muito-amou a filha pertenceu.
"Um l'amour", ela disse e ergueu o ch� em uma torrada.
N�o importou a Ver�o que ela n�o teve um compromisso, s� que ela v� Blake, fala com ele e restabelece a sanidade dela. "Eu tenho que ver Sr. Cocharan", ela disse
desesperadamente como ela empurrou passado certo o recepcionista.
"Mas, Sra. Lyndon-"
Descuidado, Ver�o colidiu pelo escrit�rio exterior e lan�ado aberto a porta dele sem bater. "Blake! "
Ele ergueu uma sobrancelha, motioned ela dentro de, ent�o continuou com a conversa��o de telefone dele. Ela olhou, ele pensou, como se ela estivesse nas �ltimas
fases de um manhunt, e no lado errado dos sabujos. O primeiro instinto dele poderia ter sido confortar, acalmar, mas bom senso prevaleceu. Era tudo muito �bvio que
ela estava adquirindo bastante disso, e detestando isto.
Frustrado, ela girou ao redor do quarto. Energia nervosa fluiu dela. Ela espiou � janela, ent�o, inquieto, virou longe da vis�o. No final das contas ela caminhou
� barra e verteu uma por��o desafiante de vermute para ela. O momento ela ouviu o telef�nico fa�a tique-taque atr�s no ber�o, ela virou a ele.
"Algo tem que ser feito! "
"Se voc� vai ondular que ao redor", ele disse suavemente, enquanto indicando o copo dela, "voc� beberia melhor uns primeiro. Estar� por toda parte voc�."
Fazendo carranca, olhar de Ver�o um gole longo. "Blake, minha m�e tem que voltar para a Calif�rnia."
"Oh? " Ele terminou de rabiscar um memorando. "Bem, n�s estaremos arrependidos de para a ver ir."
"N�o! N�o, ela tem que voltar, mas ela n�o vai. Ela teima em ficar aqui e me alimentar em catatonia. E Max", ela continuou antes de ele pudesse comentar. "Algo tem
que ser feito sobre Max. Today-today era salada de camar�o e abacate. Eu n�o posso levar muito mais." Ela chupou em uma respira��o, ent�o continuada um vagueando
ofuscado de reclama��es. O "Charlie olha para mim como se eu fosse o Joan de Arco, e o resto do pessoal de cozinha � da mesma maneira que bad-if n�o pior. Eles est�o
me dirigindo louco."
"Eu posso ver isso."
O tom de voz teve o pacing dela vindo a uma parada r�pida e o estreitamento de olhos dela. "N�o aponte aquele coolly divertiram sorriso a mim."
"Eu estava sorrindo? "
"Ou aquele inocente olha, ou", ela estalou atr�s. "Voc� estava sorrindo dentro, e colapsos nervosos definitivamente n�o s�o engra�ados."
"Voc� tem raz�o absolutamente." Ele dobrou as m�os dele na escrivaninha. "Por que n�o faz voc� se senta e come�a desde o princ�pio."
"Escute-" Ela derrubou em uma cadeira, tomou um gole do vermute, ent�o era para cima e pacing novamente. "N�o � que eu n�o aprecio bondade, mas h� uma declara��o
sobre muito de uma coisa boa."
"Eu penso que eu ouvi isso."
O ignorando, ela mergulhou em. "Voc� pode arruinar uma sobremesa com muito amimalhando, muita aten��o, voc� sabe."
Ele acernar com a cabe�a. "O mesmo �s vezes disse de uma crian�a."
"S� parada que tenta ser atraente, condene."
"N�o parece levar qualquer esfor�o." Ele sorriu. Ela fez carranca.
"Voc� est� me escutando? " ela exigiu.
"Toda palavra."
"Eu n�o estava fora cortado para ser amimalhado, que � tudo. Meu dia de mother-every busca x�cara x�cara de ch� herb�rio at� que eu tenho vis�es de andar na lama
quando eu caminhar. 'Voc� deveria descansar, Ver�o. Voc� n�o � forte contudo, Ver�o.' Maldi��o isto, eu sou forte como um boi! "
Ele tirou um cigarro, enquanto desfrutando o espet�culo. "I'd disseram assim eu."
"E Max! O homem est� me sufocando positivamente com testamento bom. O almo�o diariamente, doze no ponto." Com um gemido, ela apertou uma m�o contra o est�mago dela.
"Eu n�o tive uma real refei��o por uma semana. Eu continuo adquirindo estas apet�ncias insanas para tacos, mas eu sou assim cheio de ch� e sopa de mariscos de lagosta
eu n�o posso fazer nada sobre isto. Se uma mais pessoa me disser p�r para cima meus p�s e descansar, eu juro, eu vou os esmurrar direito na boca."
Blake examinou o fim do cigarro dele. "Eu terei certeza eu n�o menciono isto."
"Isso � h� pouco isto, voc� n�o faz. " Ela girou ao redor da escrivaninha, ent�o sentou diretamente nisto em frente a ele. "Voc� � ao redor o �nico aqui que � me
tratado gosta de uma pessoa normal desde que esta coisa rid�cula aconteceu. Voc� gritou at� mesmo a mim ontem. Eu aprecio isso."
"N�o pense nada disto."
Com um meio riso, ela levou a m�o dele. "Eu sou s�rio. Eu sinto tolo bastante por ser t�o descuidado sobre deixe um acidente gostar isso aconte�a em minha cozinha.
Voc� constantemente n�o me faz lembrar disto com tapinha nos olhares de cabe�a" e preocupados.
"Eu o" entendo. Blake uniu os dedos dele com seu. "Eu quase tenho feito um estudo de voc� do primeiro momento que n�s nos encontramos."
O modo que ele disse que teve o dela pulse flutuando. "Eu n�o sou uma pessoa f�cil para entender."
"Nenhum? "
"Eu sempre n�o entendo."
"Me deixe lhe falar sobre Ver�o Lyndon, ent�o". Ele mediu a m�o dela contra o dele antes de ele unisse os dedos deles/delas. "Ela � uma mulher bonita, um pouco deteriorou
da educa��o dela e o pr�prio sucesso" dela. Ele sorriu quando as sobrancelhas dela reuniram. "Ela � forte e opiniosa e intensamente feminina sem est� calculando.
Ela � ambiciosa e dedicada com uma habilidade por concentra��o que me fez lembrar uma vez de um cirurgi�o. E ela � rom�ntica, entretanto ela reivindicar� caso contr�rio."
"Isso n�o � verdade", Ver�o come�ou.
"Ela escuta Chopin quando ela trabalhar. At� mesmo enquanto ela escolher ter um escrit�rio em um quarto de armazenamento, ela mant�m rosas na escrivaninha" dela.
H� raz�es por que-"
"Deixe de interromper", ele lhe falou simplesmente, e com um acesso de ira, baixou ela. S�o mantidos "que medos que ela tem modo debaixo da superf�cie porque ela
n�o gosta de admitir a ter qualquer. Ela � dura bastante segurar o pr�prio dela contra qualquer um, e compassivo bastante para tolerar uma situa��o inc�moda em lugar
de feriu algu�m sentimentos. Ela � controlada, e ela est� apaixonada. Ela tem um gosto para o melhor champanha e comida de tranqueira. H� ningu�m que eu conheci
que est� isso mesmo aborrecido eu muito, ou quem eu confiaria isso mesmo implicitamente."
Ela deixou sair uma respira��o longa. N�o foi na primeira vez ele a colocaria em uma posi��o onde palavras eram dif�ceis vir. "N�o uma mulher completamente admir�vel."
"N�o completamente", Blake concordou. "Mas um fascinando."
Ela sorriu, ent�o sentou no colo dele. "Eu sempre quis fazer isto", ela murmurou, enquanto se aconchegando. "Sente no colo de algum executivo incorporado grande
em um escrit�rio elegante. Eu estou repentinamente bastante seguro eu preferiria ser fascinante que admir�vel."
"Eu o prefiro aquele modo." Ele a beijou, mas ligeiramente.
"Voc� perseguiu novamente" fora meu colapso nervoso.
Ele escovou ao cabelo dela, enquanto pensando que ele era close-to de close-very que a ganha completamente. "N�s por favor" apontamos para.
"Agora se eu h� pouco n�o tivesse que voltar abaixo e face tudo aquilo a��car." Ela suspirou. "E tudo esses interessaram seriamente faces."
"O que preferiria fazer voc�? "
Unindo as m�os dela ao redor o pesco�o dele, ela riu e se retirou. "Se eu pudesse fazer qualquer coisa que eu quis? "
"Qualquer coisa."
Pensativamente ela correu a l�ngua dela ent�o em cima dos dentes dela. "Eu gostaria de ir ao cinema, um filme perfeitamente terr�vel, e comeria libras de pipoca
untada com manteiga com muito sal."
"Aprovadamente." Ele lhe deu um tapa amig�vel no fundo. Vamos achar um filme terr�vel."
"Voc� quer dizer agora? "
"Agora mesmo."
"Mas s�o s� quatro horas. "
Ele a beijou, ent�o a puxou aos p�s dela. "� conhecido como jogando hookey. Eu o preencherei no modo."
Ela o fez sentir jovem, tolamente jovem e irrespons�vel, sentando em um canto escurecido do teatro com um barril enorme de pipoca no colo dele e a m�o dela em seu.
Quando ele examinou a vida dele atr�s, Blake n�o poderia se lembrar nenhum tempo quando ele n�o tinha sentido secure-but irrespons�vel? Nunca isso. Tendo um d�lar
de multimillion neg�cio atr�s dele tiveram inveterado nele um senso muito exigente de obriga��o. Por�m muito ele tinha beneficiado crescendo, enquanto tendo bastante
e sempre o melhor, sempre havido a n�o dita press�o para manter aquele standard-for ele, e para o neg�cio familiar.
Porque ele sempre tinha levado seriamente aquela posi��o, ele era um homem cauteloso. Impulsividade nunca tinha feito parte do estilo dele. Mas talvez isso estava
mudando um Ver�o de bit-with. Ele tinha tido o impulso para lhe dar tudo que ela tinha querido aquela tarde. Se tivesse sido uma viagem para Paris comer ceia a M�xima,
ele teria organizado isto ent�o e l�. Ent�o novamente, ele deveria ter sabido que uma caixa de pipoca e um filme seja mais o estilo dela.
Era aquele style-the contrastam de eleg�ncia e simplicity-that tinha o tirado dentro do primeiro. Sem d�vida, ele soube que nunca haveria outra mulher que o moveria
da mesma maneira.
Ver�o soube que tinha sido dias desde que ela tinha relaxado completamente. Na realidade, ela n�o tinha podido relaxar nada desde o acidente com qualquer um mas
Blake. Ele tinha dado o apoio dela, mas mais importantemente, ele tinha dado o espa�o dela. Eles n�o tinham estado em cima junto freq�entemente da �ltima semana,
e ela soube que Blake estava fechando a transa��o com a cadeia de Hamilton. Eles ambos sido ocupado, preocupou, pressionou, contudo quando eles estavam s�s e longe
de Cocharan House, eles n�o falaram nenhum neg�cio. Ela soube como duro ele tinha trabalhado nestes negocia��es de purchase-the, a papelada, as reuni�es infinitas.
Ainda ele poria tudo aquilo aside-for ela.
Ver�o apoiou para ele. "Docemente."
"Hmm? "
"Voc�", ela sussurrou debaixo do di�logo na tela. "Voc� � doce."
"Porque eu achei um filme terr�vel? "
Com um ria, ela alcan�ou para mais pipoca. "� terr�vel, n�o �? "
"Terr�vel que � por que o teatro est� quase vazio. Eu gosto deste modo" isto.
"Anti-social? "
"N�o, h� pouco faz isto mais f�cil-" apoiando mais �ntimo, ele pegou o l�bulo da orelha dela entre os dentes dele "-se viciar neste tipo de coisa."
"Oh." Ver�o sentia a emo��o de come�o de prazer para cima aos dedos do p� dela e subida.
"E este tipo de coisa." Ele beliscou � corda do pesco�o dela, enquanto a desfrutando pequena entrada r�pida de respira��o. "Voc� � melhor que a pipoca."
"E � pipoca excelente." Ver�o virado a cabe�a dela de forma que a boca dela poderia achar o seu.
Assim esquente, t�o certo. Ver�o sentia era quase poss�vel dizer que os l�bios dela sejam feitos ajustar o seu. Se ela tivesse acreditado em tais coisas... Se ela
tivesse acreditado em tais coisas, ela poderia ter dito que eles tinham sido queridos dizer achar um ao outro nesta fase das vidas deles/delas. Se encontrar, colidir,
atrair, fundir. Um homem para uma mulher, enduringly. Quando eles eram �ntimos, quando os l�bios dele estavam aquecidos em seu, ela poderia acreditar quase isto.
Ela quis acreditar isto.
Ele correu uma m�o abaixo o cabelo dela. Macio, fresco. H� pouco o toque disso e nenhum mais poderia o fazer a querer irracionalmente. Ele nunca sentia mais forte
que quando ele estava com ela. E ele nunca sentia mais vulner�vel. Ele n�o teve not�cias a explos�o de som e m�sica dos oradores. Ela n�o viu o caleidosc�pio s�bito
de cor e movimento na tela. Impedido pelos assentos pequenos, eles trocaram em um esfor�o para se p�r tanto mais �ntimo.
"Com licen�a." O porteiro jovem que teve o trabalho at� setembro quando escola come�ou novamente, trocou os p�s dele no corredor. Ent�o ele clareou a garganta dele.
"Com licen�a."
Olhando para cima, Blake notou que as luzes de casa eram em e a tela era em branco. Depois de um momento surpreso, Ver�o apertou a boca dela contra o ombro dele
amortecer um riso.
"Filme em cima de", o menino disse incomodamente. "N�s temos to-ah-clear o teatro depois de todo espet�culo." Olhando a Ver�o, ele decidiu que qualquer homem poderia
perder interesse ao redor em um filme com algu�m como ela.
Ent�o Blake estava, alto, largo assumiu, com aquele aloofly elevaram sobrancelha. O menino engoliu. E muitos sujeitos n�o gostaram ser interrompidos.
"Ah-that � a regra, voc� sabe. O gerente-"
"E razo�vel bastante", Blake interrompeu quando ele notou o pomo-de-Ad�o trabalhando do menino.
"N�s levaremos h� pouco a pipoca, Ver�o disse como subiu ela. Ela comprimiu o barril debaixo de um bra�o e deslizou ela outro por Blake. "Tenha uma noite agrad�vel",
ela falou para o porteiro em cima do ombro dela como eles caminharam fora.
Quando eles estavam fora, ela caiu na gargalhada. Crian�a pobre", ele pensou que voc� ia o" maltratar.
"O pensamento cruzou minha mente, mas s� muito brevemente."
"Longo bastante para ele se p�r nervoso sobre isto. Depois de escalar no carro, ela colocou a pipoca no colo dela. "Voc� sabe o que ele pensou, n�o o fa�a? "
"O que? "
"Que n�s est�vamos tendo um afazeres il�cito." Se inclinando, ela beliscou � orelha de Blake. "O tipo onde sua esposa pensa que voc� est� no escrit�rio, e meu marido
pensa que eu estou fazendo compras."
"Por que n�s n�o fomos para um motel? "
"Isso � onde n�s vamos agora." Lambiscando novamente em pipoca, ela lhe enviou um relance mau. "Embora eu pense em nosso caso que n�s poder�amos substituir meu apartamento."
"Eu estou disposto para ser flex�vel. Ver�o... " Ele a puxou contra o lado dele como eles por uma luz. Sobre "h� pouco o que foi aquele filme? "
Rindo, ela deixou o dela encabece se deite contra o ombro dele. "Eu n�o tenho a "id�ia de vaguest.
Depois, eles se deitam nu na cama dela, as cortinas aberto a deixe entrar a luz, as janelas at� deixe entrar a brisa. Do apartamento debaixo de veio o som repetitivo
de balan�as que s�o jogadas, unsteadily um pouco, no piano. Talvez ela tinha cochilado pouco tempo para, porque a luz solar parecia mais macia agora, quase r�seo.
Mas ela n�o estava com pressa durante noite cair.
As folhas estavam mornas e enrugadas dos corpos deles/delas. O ar estava maduro com carne de porco de smells-grilling de ceia do apartamento do professor de piano,
molho de espaguete dos rec�m casados pr�xima porta. A brisa levou a mistura de ambos, appealingly.
"� agrad�vel", Ver�o murmurou, com a cabe�a dela se conchegou na curva do ombro do amante dela. "H� pouco estando aqui gostam isto, enquanto sabendo que qualquer
coisa h� que fazer pode ser feito da mesma maneira que bem amanh�. Voc� provavelmente n�o jogou bastante" hookey. Ela estava bastante segura ela n�o teve.
"Se eu fizesse, o neg�cio sofreria e a t�bua come�aria a murmurar. Reclamando um das coisas favoritas" deles/delas.
Absently, ela esfregou o fundo do p� dela em cima do topo de um seu. "Eu n�o lhe perguntei pela cadeia de Hamilton porque eu provavelmente pensei que voc� adquiriu
bastante disso no escrit�rio, e da imprensa, mas eu gostaria de saber se voc� adquirisse o que voc� quis."
Ele pensou em alcan�ar ent�o para um cigarro decidiu que n�o valeu o esfor�o. "Eu quis esses hot�is. Como se mostrou, a transa��o satisfez todas as festas no fim.
Voc� n�o pode pedir mais que isso."
"N�o." Pensativamente, ela rolou em cima de de forma que ela poderia olhar diretamente para ele. Os cabelos dela escovaram em cima do t�rax dele. "Por que voc� os
quis? � a aquisi��o isto, a propriedade, ou h� pouco um assunto de desfrutar o wheeling e negociar? A estrat�gia de negocia��es? "
"� tudo disso. Parte do prazer em neg�cio est� montando transa��es, trabalhando fora as falhas, levando a cabo at� que voc� adquiriu o para o qual voc� estava apontando.
De alguns modos n�o est� aquele diferente de arte."
"Neg�cio n�o � nenhuma arte", Ver�o corrigiu archly.
H� compara. Voc� montou uma id�ia, trabalhe fora as falhas, ent�o leve a cabo at� que voc� criou o que voc� quis."
"Voc� est� sendo novamente l�gico. Em arte voc� usa a emo��o em partes iguais com a mente. Voc� n�o pode fazer isso em neg�cio." O dela encolha os ombros era tipicamente
franc�s. De alguma maneira ela ficou mais francesa sempre que a arte dela era em discuss�o. "Estas � todos os fatos e figuras."
"Voc� omitiu instinto. Fatos e figuras n�o s�o bastante sem isso."
Ela carranqueou, enquanto considerando. "Talvez, mas voc� n�o seguiria instinto em cima de um jogo s�lido de fatos."
"At� mesmo um jogo s�lido de fatos varia de acordo com as circunst�ncias e os jogadores." Ele estava pensando agora nela, e ele. Alcan�ando para cima, ele comprimiu
o cabelo dela atr�s da orelha dela. "Instintos est�o muito freq�entemente mais seguros."
E ela estava pensando agora nele, e ela. "Freq�entemente mais", Ver�o murmurou, "mas n�o sempre mais. Isso deixa quarto para fracasso."
"Nenhuma quantia de planejar, nenhuma quantia de fatos, impede fracasso."
"N�o." Ela p�s a cabe�a dela novamente no ombro dele, enquanto tentando repelir a pequena gota de p�nico que estava tentando para rastejar dentro.
Ele correu uma m�o abaixo a parte de tr�s dela. Ela ainda era t�o cautelosa, ele pensou. Um pequeno mais tempo, um pequeno mais room-a mudam de assunto. "Eu tenho
vinte hot�is novos para vigiar, reorganizar", ele come�ou. "Isso significa vinte mais cozinhas que t�m que ser estudado e classificaram. Eu precisarei de um perito."
Ela sorriu um pequeno como ela ergueu a cabe�a dela novamente. "Vinte s�o um n�mero muito exigente" e demorado.
"N�o para o melhor."
Inclinando a cabe�a dela, ela olhou para baixo a reta dela, nariz elegante. "Naturalmente n�o, mas o melhor � muito dif�cil vir.
"O melhor � atualmente muito macio e muito nu em meus bra�os."
Os l�bios dela encurvaram lentamente, o modo ele a maioria os desfrutou. "Muito verdadeiro. Mas isto, eu penso, n�o � uma mesa negociando."
"Voc� tem uma id�ia melhor como passar a noite? "
Ela correu uma ponta do dedo ao longo do jawline dele. "Muito melhor."
Ele pegou a m�o dela dentro o dele e, puxando o dedo dela na boca dele, beliscou ligeiramente. "Mostre para mim."
A id�ia atraiu, e entusiasmado. Parecia que sempre que eles fizeram amor que ela foi dominada depressa pelas pr�prias emo��es dela e a habilidade dele. Este tempo,
ela fixaria o passo, e no pr�prio tempo dela, do pr�prio modo dela, ela destruiria o controle inato que trouxe admira��o e frustra��o para ela. H� pouco o pensamento
disto enviou uma corrida de emo��o para cima a espinha dela.
Ela trouxe a boca dela perto de seu, mas usado a l�ngua dela para provar. Lentamente, muito lentamente, ela localizou os l�bios dele. J� ela poderia sentir a subida
de calor. Com um suspiro pregui�oso, ela trocou de forma que o corpo dela movido em cima do dele como ela arrastou beijos abaixo a mand�bula dele.
Uma face forte, ela pensou, aristocr�tico mas n�o macio, inteligente, mas n�o frio. Era uma face algumas mulheres achariam haughty-until que eles olharam nos olhos.
Ela fez t�o agora e viu a intensidade, o calor, at� mesmo a desumanidade.
"Eu o quero mais que eu devo", ela se ouviu dizer. "Eu o tenho menos que eu quero."
Antes de ele pudesse falar, ela esmagou a boca dela para o dele e come�ou a viagem para ambos eles.
Ele ainda estava pulsando s� das palavras dela. Ele tinha querido ter not�cias aquele tipo de admiss�o dela; ele tinha esperado ouvir isto. Da mesma maneira que
ele tinha esperado sentir esta emo��o forte, pura dela. Era aquela emo��o que tirou todas suas defesas fora iguale como as m�os buscando dela e boca explorou as
fraquezas.
Ela tocou. A pele dele aqueceu.
Ela provou. O sangue dele cantou.
Ela cercou. A mente dele nadou.
Vulner�vel. Blake descobriu a sensa��o nova nele. Ela o fez assim. No dusk-he de light-near macio, amea�ador foi apanhado naquele mundo de meia-noite de quietamente
poderes furiosos. Os dedos dela estavam frescos e muito seguramente como acariciaram eles, atraiu. Ele poderia os sentir desliza devagar em cima dele, enquanto pausando
para demorar enquanto ela suspirou. E enquanto ela suspirou, ela explorou. O corpo dele foi pesado abaixo com camada depois que camada de pleasures-to seja seduzida
t�o cuidadosamente, ser desejado t�o completamente.
Com beijos longos, prolongados, boquiabertos, ela explorou tudo dele, enquanto se divertindo na masculinidade firme do body-knowing dele que ela rasgaria logo separadamente
aquele controle impenetr�vel. Ela era obcecada com isto, e com ele. Poderia ser agora isso, depois que ela tinha feito amor com ele, depois que ela tinha come�ado
a entender os poderes e fraquezas no corpo dele, ela acharia mais del�cia at� mesmo aprendendo novamente deles?
Parecia n�o ser nenhum fim �s varia��es dos sentimentos dela, �s mudan�as de sensa��es poderia experimentar ela quando ela estava com ele assim. Cada tempo, toda
vez, era t�o vital e sem igual quanto o primeiro tinha sido. Se esta fosse uma contradi��o a tudo que ela alguma vez tinha acreditado era verdade sobre um homem
e mulher, ela n�o questionou isto agora. Ela exaltou nisto.
Ele era dela. Corpo e mind-she sentiam isto. Quase tangibly ela poderia sentir o polimento, o brilho civilizado que era tanto uma parte dele derrete fora. Era o
que ela quis.
Havia pouca sanidade partida. Como ela vagou em cima dele que a necessidade ficou mais primitiva, mais primitiva. Ele quis mais, eternamente mais, mas o sangue estava
tocando tambor na cabe�a dele. Ela era t�o �gil, t�o inexor�vel. Ele experimentou uma onda de puro desamparo pela primeira vez na vida dele. As m�os dela eram clever-so
inteligente ele n�o p�de ouvir a mobilidade r�pida da respira��o dela. Ele poderia sentir o o atormentando perfeitamente dela, mas ele n�o p�de ver as luzes bruxuleantes
de paix�o ou profundidade de desejo nos olhos dela. Ele era cego e surdo a tudo.
Ent�o a boca dela estava devorando o dele e tudo selvagem que civilizou os homens cont�m rasgou dele. Ele estava furioso para ela. Na mente dele estavam cores rodando
escuras, nas orelhas dele era um apressando selvagem como um mar louco por uma tempestade. O nome dela rasgou dele como um juramento como ele a agarrou, enquanto
a rodando � parte de tr�s dela, a incluindo, a possuindo.
E havia nada mais que ela, levar, se afogar dentro, para saquear e adorar at� que paix�o girou de seu cume e o esvaziou.

Cap�tulo 11
"Eu estou sofrendo fome."
Era escurid�o cheia, sem lua derramar qualquer gota de luz no quarto. A pr�pria escurid�o estava confort�vel e f�cil. Eles ainda eram nus e enroscaram na cama de
Ver�o, mas o piano tinha estado calado durante uma hora. Havia nenhuma mais ceia cheira no ar. Blake a puxou um pouco mais �ntimo e manteve os olhos dele fechados,
entretanto era n�o durma ele buscou. De alguma maneira no sil�ncio, na escurid�o, ele sentia mais �ntimo a ela.
"Eu estou sofrendo fome", Ver�o sulkily repetido, um pouco este tempo.
"Voc� � o chefe de cozinha."
"Oh n�o, n�o este tempo." Subindo no cotovelo dela, Ver�o luziu a ele. Ela poderia ver a silhueta do perfil dele, a linha longa de queixo, o nariz direto, a varredura
de sobrancelha. Ela quis beijar tudo novamente deles, mas soube estava na hora para fazer um posto. "Definitivamente � sua volta para cozinhar."
"Minha volta? " Ele abriu um olho, cautiously. "Eu poderia enviar para pizza."
"Objetos pegados muito muito tempo." Ela rolou em cima dele lhe dar um kiss-and beijocando um r�pido espete nas costelas. "Eu disse eu estava sofrendo fome. Isso
� um problema imediato."
Ele dobrou os bra�os dele atr�s da cabe�a dele. Tamb�m, ele poderia ver s� uma cortina de silhouette-the do cabelo dela, declive do ombro dela, a curva dos peitos
dela. Era bastante. "Eu n�o cozinho."
"Todo o mundo cozinha algo", ela insistiu.
"Ovos mexidos", ele disse, enquanto esperando isto a desencorajariam. "Isso � sobre isto.
"Assim est� bem." Antes de ele pudesse pensar que de qualquer coisa que muda a mente dela, ela estava fora a cama e acendendo o abajur de lado da cama.
"Ver�o! " Ele lan�ou o bra�o dele em cima dos olhos dele os proteger e tentou um gemido indiferente. Ela sorriu a que antes de ela virasse ao arm�rio para achar
um roup�o.
"Eu tenho ovos, e uma frigideira."
"Eu fa�o ovos muito ruins."
"Isso � certo." Ela achou as cal�as compridas dele, os tremeu brevemente fora, ent�o os lan�ou em cima dele. Real fome" faz mesadas."
Resignado, Blake p�s os p�s dele no ch�o. "Ent�o eu n�o espero uma cr�tica posteriormente."
Enquanto ela esperou, ele passou despercebido em um par de shorts de j�quei breves. Eles eram escuros azul, cortado baixo � cintura, alto � coxa. Muito sensual,
ela meditou, e muito discreto. Estranho como tal uma coisa incidental pudesse refletir uma personalidade.
"Cozinheiros gostam ser cozinhados para", ela lhe falou como ele utilizou as cal�as compridas dele.
Ele encolheu os ombros na camisa dele, enquanto deixando isto desabotoaram. "Ent�o n�o interfira."
"N�o sonharia com isto." Enganchando o bra�o dela por seu, Ver�o o conduziu para a cozinha. Novamente, ela acendeu luzes e o fez estremecer. "O fa�a em casa", ela
convidou.
"Voc� n�o vai ajudar? "
"N�o, realmente." Ver�o levou o topo fora o jarro de biscoito e arrancou fora o biscoito de sandu�che familiar. "Eu n�o trabalho nenhum ser�o e eu nunca ajudo."
Regras de uni�o"? "
"Minhas regras."
"Voc� vai comer biscoitos? " ele perguntou como ele revistou para uma tigela. "E ovos? "
"Este � h� pouco o aperitivo", ela disse com a boca dela cheio. "Queira um? "
"Eu passarei." Aderindo a cabe�a dele no refrigerador, ele achou uma caixa de papel�o de ovos e um quarto de leite.
"Voc� poderia querer ranger um pouco de queijo", Ver�o come�ou, ent�o encolheu os ombros quando ele lhe enviou um olhar de arco. "Arrependido. Continue. Blake arrombou
quatro ovos ent�o a tigela somou uma por��o de leite. "A pessoa deveria medir, voc� sabe."
"A pessoa n�o deveria falar com a boca da pessoa cheio", ele disse suavemente e come�ou a bater os ovos.
Overbeating eles, ela pensou mas conseguiu se conter. Mas quando veio a cozinhar, for�a de vontade n�o era o terno forte dela. "Voc� n�o aqueceu a panela, ou". Destemido
totalmente sendo ignorado, ela levou outro biscoito. "Eu posso ver voc� vai precisar de li��es."
"Se voc� quiser algo que fazer, fa�a alguma torrada."
Obligingly ela levou um p�o da caixa e estourou dois peda�os na torradeira. "� caracter�stico de cozinheiros se p�r um pouco irrit�vel quando eles s�o assistidos,
mas um chefe de cozinha bom tem que superar "distra��es de that-and. Ela esperou at� que ele tinha vertido a mistura de ovo em uma frigideira antes de ir para ele.
Embrulhando os bra�os dela ao redor a cintura dele, ela apertou os l�bios dela � parte de tr�s do pesco�o dele. "Toda a maneira de distra��o. E voc� tem a chama
para cima muito alto."
"Voc� gosta de seus ovos chamuscados ou queima claro por? "
Com um riso, ela correu as m�os dela para cima o t�rax nu dele. "Chamuscado est� bem. Eu tenho um pequeno branco agrad�vel Bord�us voc� poderia ter posto nos ovos,
mas desde que voc� n�o fez, eu verterei h� pouco alguns em �culos." Ela o deixou cozinhar e, at� que Blake tivesse terminado os ovos, ela tinha untado com manteiga
torrada em um prato e tinha esfriado vinho em �culos. "Impressionante", Ver�o decidiu como ela sentou ao dinette. "E arom�tico."
Mas � os olhos que lhe falam primeiro, ele se lembrou. "Atraente? " Ele assistiu como ela pegou com colher ovos no prato dela.
"Mesmo, e-" ela levou uma primeira mordida de prova "-sim, e bastante bom, ao todo. Eu poderia considerar o pondo na troca de caf� da manh�, a t�tulo de teste".
"Eu poderia considerar o trabalho, se cereal frio fosse o card�pio b�sico."
"Voc� ter� que ampliar seus horizontes." Ela continuou comendo, enquanto desfrutando a comida quente, simples em um est�mago vazio. "Eu acredito que voc� pudesse
ser bastante bom a isto com alguns li��es rudimentares."
"De voc�? "
Ela ergueu o vinho dela, e os olhos dela riram em cima da beira. "Se voc� gosta. Voc� n�o p�de ter um professor melhor" certamente.
O cabelo dela ainda foi amarrotado ao redor das m�os de face-his dela tinha feito isso. As bochechas dela foram coradas, os olhos dela luminoso e flecked com ouro.
O roup�o amea�ou tirar um ombro, e esquerda que uma sugest�o arreliando de pele exp�s. Como paix�o tinha tirado o controle dele fora, agora emo��es tiraram toda
a l�gica fora.
"Eu o, Ver�o", amo.
Ela o encarou enquanto o sorriso enfraqueceu lentamente. O que passou por ela que ela n�o reconheceu. N�o parecia ser alguma uma sensa��o, mas uma cornuc�pia de
medos, excita��o, descren�a e desejos. Esquisitamente, ningu�m deles parecia dominante no princ�pio, mas estava t�o misturado e confuso ela tentou agarrar qualquer
um deles e se agarrar para isto. N�o sabendo que mais fazer, ela fixou o copo precisamente abaixo, ent�o encarou o vinho que vislumbra dentro.
"Isso n�o era uma amea�a." Ele levou a m�o dela, enquanto segurando isto at� que ela olhou novamente para ele. "Eu n�o vejo como poderia vir como tanto de uma surpresa
para voc�."
Mas teve. Ela esperou afeto. Isso era algo com o que ela poderia lidar. Ela entendeu respeito. Mas love-that era tal uma palavra fr�gil. Tal um facilmente palavra
quebrada. E algo dentro do dela implorou isto ser levado dele, apreciou, protegeu. Ver�o lutou contra isto.
"Blake, eu n�o preciso ouvir aquele tipo de coisa o modo outras mulheres fazem. Por favor-"
"Talvez voc� n�o faz. " Ele n�o tinha come�ado o modo para o que ele tinha pretendido, mas agora que ele teve, ele terminaria. "Mas eu preciso dizer isto. Eu precisei
por muito tempo agora" para.
Ela puxou a m�o dela do dele e nervosamente apanhou o copo dela novamente. "Eu sempre pensei que palavras s�o a primeira coisa que pode danificar uma rela��o."
"Quando eles n�o s�o ditos", Blake se se opor a. "� uma falta de palavras, uma falta de significar, isso danifica uma rela��o. Este aqui n�o � uma palavra que eu
uso casualmente."
"N�o." Ela poderia acreditar isso. Poderia ter sido a convic��o que teve o crescimento de medo mais forte. Ame, quando era determinado exigido algum am�vel de retorno.
Ela n�o era ready-she estava seguro ela n�o estava pronta. "Eu penso que � melhor, se n�s quisermos coisas para ir em como s�o eles, que n�s-"
"Eu n�o quero coisas para ir em como s�o" eles, ele interrompeu. Ele teria sentido aborrecimento bastante que este p�nico no que estava se se mover furtivamente.
Ele levou um momento, enquanto tentando aliviar ambos. "Eu quero que voc� me" se case.
"N�o." O pr�prio p�nico de ver�o ficou desenvolvido. Ela estava de p� depressa, como se isso apagasse as palavras, reponha a dist�ncia. "N�o, isso � imposs�vel."
"� muito poss�vel." Ele tamb�m subiu, pouco disposto a ter puxe longe dele. "Eu o quero compartilhar minha vida, meu nome. Eu quero compartilhar as crian�as com
voc� e todos os anos leva para os assistir cres�a."
"Parada." Ela jogou para cima a m�o dela, desesperado parar as palavras. Eles estavam a movendo, e ela soube que seria muito f�cil para dizer que sim e cometer aquele
�ltimo erro.
"Por que? " Antes de ela pudesse prevenir isto, ele tinha levado a face dela nas m�os dele. O toque era suave, entretanto havia a�o abaixo. "Porque voc� tem medo
de admitir isto que algo � voc� quer, tamb�m? "
"N�o, n�o � algo eu want-it n�o algo no que eu acredito. Marriage-it � uma licen�a que vale alguns d�lares. Um peda�o de papel. Mais, para alguns mil d�lares voc�
pode adquirir um decreto de div�rcio. Outro peda�o de papel."
Ele poderia sentir o tremendo dela e poderia se amaldi�oar por n�o saber terminar. "Voc� sabe melhor que isso. Matrim�nio � duas pessoas que fazem promessas a um
ao outro, e que fazem o esfor�o para os manter. Um div�rcio est� se rendendo.
"Eu n�o estou interessado em promessas." Desesperado, ela empurrou as m�os dele da face dela e pisou atr�s. "Eu n�o quero qualquer feito a mim, e eu n�o quero fazer
qualquer. Eu estou contente com minha vida da mesma maneira que �. Eu tenho minha carreira para pensar de."
"Isso n�o � bastante para voc�, e n�s ambos conhecem isto. Voc� n�o me pode falar voc� n�o sente para mim. Eu posso ver isto. Toda vez eu estou com voc� mostra em
seus olhos, mais cada tempo." Ele estava controlando isto mal, mas n�o viu nenhum outro curso aberto mas para frente. O mais �ntimo ele veio, o adicional fora ela
puxou. "Condene isto, Ver�o, eu esperei muito tempo bastante. Se minha cronometragem n�o t�o perfeito quanto eu quis isto para ser, n�o pode ser ajudado."
"Cronometrando? " Ela arrastou uma m�o pelo cabelo dela. Sobre "o que est� falando voc�? Voc� esperou? " Derrubando as m�os dela, ela come�ou a passo o quarto. "Este
foi um de seus planos a longo prazo, todo nitidamente pensamento fora, todo meticulosamente esbo�ou? Oh, eu posso ver isto." Ela deixou sair uma respira��o tr�mula
e girou atr�s a ele. J� n�o fez nenhuma diferen�a a ela se ela fosse irracional. "Voc� sentou em seu escrit�rio e revisou seu ponto de estrat�gia atrav�s de ponto?
Era este a coloca��o para cima, o procurando falhas, o seguinte por? "
"N�o seja rid�culo-"
"Rid�culo? " ela lan�ou atr�s. "N�o, eu n�o penso. Voc� jogaria o well-disarming de jogo, enquanto confundindo, encantando, encorajador. Paci�ncia, voc� teria muito
isso. Voc� esperou at� que voc� pensou que eu estava a meu mais vulner�vel? " A respira��o dela estava levantando agora, e as palavras estavam caindo fora em cada
um. "Me deixe lhe contar algo, Blake, eu n�o sou uma cadeia de hotel voc� pode adquirir esperando at� que o mercado est� maduro."
De um modo inclinado ela tinha sido killingly preciso. E a precis�o o p�s na defensiva. "Condene isto, Ver�o, eu quero o me casar, n�o o" adquira.
"As palavras s�o freq�entemente um e o mesmo, para meu modo de pensar. Seu plano � um pequeno fora a marca este tempo, Blake. Nenhuma transa��o. Agora, eu quero
que voc� me deixe s�."
"N�s temos um inferno de muito falar para fazer."
"N�o, n�s temos nenhum falando para fazer, n�o sobre isto. Eu trabalho para voc�, para o termo do contrato. Isso � tudo."
"Condene o contrato." Ele a levou pelos ombros, enquanto a tremendo uma vez em frustra��o. "E o condena por ser t�o teimoso. Eu o amo. Isso n�o � algo como o que
voc� pode ignorar se n�o existir."
� surpresa m�tua deles/delas, encheram os olhos dela abruptamente, acerbamente. "Me deixe s�", ela administrou como as primeiras l�grimas. "Me deixe completamente
s�."
As l�grimas nunca o arruinadas como o temperamento dela teriam feito. "Eu n�o posso fazer isso." Mas ele a libertou quando ele quis a segurar. "Eu o darei algum
tempo, talvez n�s ambos tempo de necessidade, mas n�s teremos que voltar a isto."
"H� pouco v� embora. Ela nunca permitiu l�grimas em frente a qualquer um. Embora ela tentasse os sair apressado, outros ca�ram depressa. "V� embora. Na repeti��o
ela virou dele, enquanto se segurando duro at� que ela ouviu o trinco da porta.
Ela deu uma olhada, e entretanto ele teve sido ido, ele estava em todos lugares. Derrubando para o sof�, ela se deixou lamentar e desejou ela esteja em qualquer
outro lugar.
Ela n�o tinha vindo para Roma para as catedrais ou as fontes ou a arte. Nem ela tinha vindo para cultura ou hist�ria. Como Ver�o deu um passeio de t�xi mau do aeroporto
na cidade, ela agradeceu as ruas abarrotadas e barulho que a antiguidade. Talvez ela tinha ficado na Am�rica muito longo este tempo. A Europa era carros r�pidos,
enquanto esmigalhando ru�nas e pal�cios. Ela precisou de Europa novamente, Ver�o se falou. Como ela fechou al�m da Fonte de Trevi que ela pensou em Filad�lfia.
Alguns dias fora, ela pensou. H� pouco alguns dias fora, fazendo o ao qual ela era melhor, e tudo se retiraria novamente em perspectiva. Ela tinha cometido um erro
com Blake-she conhecido desde o princ�pio tinha sido um engano a ser envolvido. Agora, estava at� ela romper isto, depressa, completamente. Antes de longo ele agradeceria
a ela por lhe impedir de cometer um erro at� maior. Marriage-to ela. Sim, ela imaginou ele seria aliviado imensamente, dentro de at� mesmo alguns semanas.
Ver�o sentou na parte de tr�s do t�xi que assiste Roma deslize por e era mais miser�vel que ela alguma vez tinha estado na vida dela.
Quando o t�xi gritou a uma parada ao meio-fio que ela escalou fora. Ela ag�entou um momento, uma mulher esbelta em fedora branco e jaqueta com uma bolsa de snakeskin
atirou mais de um ombro negligentemente. Ela foi vestida como uma mulher de confian�a e experi�ncia. Nos olhos dela estava uma crian�a que estava perdida.
Mecanicamente ela pagou integralmente o motorista, aceitou a bolsa dela e o arco dele, ent�o se virou. S� era h� pouco passado 10:00 DA MANH� em Roma, e j� quente
debaixo de um c�u espetacular. Ela se lembrou ela tinha deixado a Filad�lfia em um temporal. Caminhando para cima os passos a um edif�cio velho, distinto, ela bateu
cinco vezes nitidamente. Depois de uma espera razo�vel, bateu ela novamente, mais duro.
Quando a porta abriu, ela olhou para o homem no roup�o de seda curto. Foi bordado, ela notou, com pav�es. Outro em qualquer um teria parecido absurdo. O cabelo dele
foi amarrotado, os olhos dele meio-fechado. O crescimento de uma noite de barba sombreou o queixo dele.
"Oi, Carlo. O acorde? "
"Ver�o! " Ele engoliu o fio de abuso italiano que tinha estado na l�ngua dele e tinha a agarrado. "Uma surpresa, si? " Ele a, duas vezes, beijou profundamente ent�o
a afastou. "Mas por que voc� me traz uma surpresa a amanhecer? "
"� depois das dez."
"Dez s�o amanhecer quando voc� n�o come�ar a dormir at� as cinco. Mas entra, entre. Eu n�o esque�o voc� vem para o "anivers�rio de Gravanti.
Fora de, a casa de Carlo era distinta. Dentro disto era opulento. Dominado por m�rmore e ouro, o corredor de entrada s� demonstrou o come�o da propens�o dele para
o luxuoso. Eles caminharam por e debaixo de arcos em uma �rea viva aglomerada com tesouros, pequeno e grande. A maioria deles tinha sido dado a ele por mulheres
de clients-or contentes. O Carlo teve um talento por escolher amantes que permaneceram am�veis at� mesmo quando eles n�o eram nenhum amante mais longo.
Havia um brocado �s janelas, tapetes Orientais no ch�o e um Tintoretto na parede. Foram empilhados dois sof�s bastante com almofadas fundo nadar dentro. Um le�o
de alabastro, quase dois p�s em altura, sentou ao lado de um. Um tr�s-tiered lustre atirou fora lascas de luz refratada de seus cristais.
Ela correu o dedo dela abaixo um ewer de porcelana em chin�s delicado azul e branco. "Novo? "
"Si."
"Medici? "
"Mas claro que. Um presente de um... o amigo."
"Seus amigos sempre s�o notavelmente generosos."
Ele sorriu. "Entretanto, assim � eu."
"Carlo? "
A voz cascuda, impaciente veio de para cima os degraus marm�reos encurvando. O Carlo olhou para cima, ent�o olhou atr�s para Ver�o e sorriu novamente.
Ver�o removeu o fedora branco dela. "Um amigo, eu levo isto."
"Voc� me dar� um momento, cara". Ele estava rumo aos passos como falou ele. "Talvez voc� poderia entrar na cozinha, fa�a caf�."
"E fica fora do modo", Ver�o terminado como Carlo desapareceu escada acima. Ela come�ou para a cozinha, ent�o voltou levar a mala dela com ela. Havia nem todo uso
que deixa o Carlo com algo como bagagem explicar ao amigo dele.
A cozinha era t�o espetacular quanto o resto da casa e t�o grande quanto o quarto de hotel comum. Ver�o conheceu isto como tamb�m ela a conheceu pr�prio. Era tudo
em �banos e marfim com o que parecia ser acres de espa�o de contador. Ostentou dois fornos, um refrigerador restaurante-de tamanho, duas pias e uma lavadora de lou�a
que poderiam controlar o resultado de um jantar de embaixada. Carlo Franconi nunca tinha sido a pessoa para fazer qualquer coisa de um modo pequeno.
Ver�o abriu um gabinete para os gr�os de caf� e amolador. Em impulso, ela decidiu fazer crepes. Carlo, ela meditou, poderia ser h� pouco um pequeno tempo.
Quando ele veio, ela h� pouco estava terminando no fog�o. "Ah, bella, que voc� cozinha para mim. Eu sou honrado."
"Eu tive uma pun��o de culpa sobre romper sua manh�. Al�m-" Ela deslizou crepes, gr�vida com ma��s mornas e canela, sobre pratos. "Eu tenho fome. Ver�o os fixou
em uma mesa de trabalho esfregada enquanto o Carlo levantou cadeiras. "Eu deveria me desculpar por vir assim sem advertir. Seu amigo foi aborrecido? ''
Ele brilhou um sorriso como sentou ele. "Voc� n�o me d� bastante cr�dito."
"Scusi." Ela passou o lan�ador pequeno de nata. "Assim, n�s estaremos trabalhando junto para o "anivers�rio de Enrico.
"Minha carne de vitela, com espaguete. Enrico tem uma fraqueza por meu espaguete. Todas as sexta-feira, ele est� meu restaurante comendo." Carlo come�ou imediatamente
no crepe. "E voc� faz a sobremesa."
"Um bolo de anivers�rio." Ver�o bebeu caf� enquanto o crepe dela esfriou intato. De repente, ela n�o teve nenhum apetite para isto. "Enrico pediu algo especial,
h� pouco criado para ele. Sabendo a vaidade dele, e o afeto dele para chocolate e chantilly, era f�cil propor isto."
"Mas o jantar n�o � durante dois mais dias. Voc� vem cedo? "
Ela encolheu os ombros e brincou com o caf� dela. "Eu quis gastar algum tempo na Europa."
"Eu vejo." E ele pensou ele fez. Ela estava dando uma olhada buraco um pouco ao redor dos olhos. Um sinal de dificuldade rom�ntica. "Tudo entra bem na Filad�lfia?
"
"O remodelando terminado, os card�pios novos imprimiram. Eu penso que o pessoal de cozinha vai fazer muito bem. Eu contratei o Maurice de Chicago. Voc� se lembra?
"
"Oh, sim, pato apertado."
"� um card�pio excitante", ela foi em. "H� pouco o tipo que eu teria se eu j� decidisse ter um lugar de meu pr�prio. Eu suponho eu desenvolvi um pouco de respeito
por voc�, Carlo, quando eu comecei a lidar com a papelada."
"Papelada." Ele acabou com os crepes dele e de olhos seu. "Feio mas necess�rio. Voc� n�o est� comendo, Ver�o."
"Hmm? N�o, eu adivinho � um toque de "atraso de jato. Ela ondulou ao prato dela. "Prossiga.
A levando � palavra dela, ele trocou pratos. "Voc� resolveu o problema de Max? ''
Absently ela tocou o bra�o dela. Os pontos, agrade�a Deus, era uma coisa do passado. "N�s estamos administrando. M�e veio visitar durante algum tempo. Ela sempre
deixa uma impress�o."
"Monique! Assim, como ela �? "
"Se casado novamente", Ver�o simplesmente disse e ergueu o caf� dela. Diretor este tempo, outro americano."
"Ela est� contente? "
"Naturalmente." O caf� era strong-stronger que ela tinha crescido usada para na Am�rica. Ela pensou em frustra��o que nada era como era uma vez para ela. "Eles est�o
come�ando um filme junto em outras poucas semanas."
"Talvez a escolha mais s�bia dela. Algu�m que entenderia o temperamento art�stico dela, as necessidades" dela. Ele demorou em cima do melding perfeito de temperos
e fruta. "E como seu americano �? "
Ver�o fixou abaixo o caf� dela e encarou o Carlo. "Ele quer me" se casar.
O Carlo sufocou em uma mordida de crepe e agarrou para a x�cara dele. "So-congratulations. "
"N�o seja tolo." Incapaz sentar, ela subiu, enquanto aderindo as m�os dela nos bolsos dela jaqueta longa, solta. "Eu n�o vou."
"Nenhum? '' Indo para o fog�o, o Carlo verteu ambos mais caf� para eles. "Por que n�o? Voc� o acha sem atrativo, talvez? Ruim suave, est�pido? "
"Claro que n�o." Impaciente, ela enrolou e uncurled os dedos dela dentro dos bolsos de jaqueta. "Isso n�o tem nada que ver com isto."
"O que tem? "
"Eu n�o tenho nenhuma inten��o de se casado com qualquer um. Isso � um carrossel sem" o que eu posso fazer.
"Voc� n�o escolhe agarrar para os bronze toque, talvez porque voc� tem medo que voc� perderia."
Ela ergueu o queixo dela. "Tenha cuidado, Carlo".
Ele encolheu os ombros ao tom frio. "Voc� sabe que eu digo o que eu penso. Se voc� tivesse querido ouvir qualquer outra coisa, voc� n�o teria vindo aqui."
"Eu vim aqui porque eu quis alguns dias com um amigo, n�o discutir matrim�nio".
"Voc� � sono perdedor em cima disto."
Ela tinha apanhado a x�cara dela e agora tinha batido isto novamente abaixo. Caf� transbordou os lados. "Era um v�o longo e eu tenho trabalhado duro. E, sim, talvez
eu sou chateado em cima da coisa inteira", ela continuou antes de o Carlo pudesse falar. "Eu n�o tinha esperado isto dele, n�o tinha querido isto. Ele � um homem
honesto, e eu sei quando ele diz que ele me ama e quer me se casar, ele quer dizer isto. Para o momento. Isso n�o faz isto qualquer mais f�cil dizer que n�o."
A f�ria dela n�o o enervou. Carlo foi usado bem a emo��es apaixonadas de women-he os preferiu. "E you-how voc� sente sobre ele? "
Ela hesitou, ent�o caminhou � janela. Ela poderia olhar fora no jardim de Carlo de there-a mancha quieta, isolada que serviu como uma borda entre a casa e as ruas
ocupadas de Roma. "Eu tenho sentimentos para ele", Ver�o murmurou. Sentimentos mais fortes" que � s�bio. Se qualquer coisa, eles s� fazem isto mais importante que
eu rompo coisas agora. Eu n�o quero o ferir, Carlo, qualquer mais que eu quero ser" me ferido.
"Voc� � amor t�o seguro e matrim�nio doeriam? " Ele p�s as m�os dele nos ombros dela e os misturou ligeiramente. "Quando voc� parece t�o duro ao que-se em vida,
mia de cara, voc� perde muito vivo. Voc� tem algu�m que o ama, e entretanto voc� n�o dir� as palavras, eu penso que voc� o ama atr�s. Por que voc� se nega? "
"Matrim�nio, Carlo". Ela virou, os olhos dela s�rio. "N�o � para pessoas como n�s, �? "
"Pessoas como n�s? "
"N�s somos embrulhados assim para cima em o que � que n�s fazemos. N�s somos usados a vir e ir como agradamos n�s, quando n�s agradarmos. N�s temos ningu�m para
responder, ningu�m para considerar mas n�s mesmos. N�o � que por que voc� nunca se casou? "
"Eu poderia dizer que eu sou um homem generoso, e poderia sentir seria muito ego�sta para para limitar meus presentes a s� uma mulher." Ela sorriu, completamente,
o modo ele tinha querido ver o dela sorria. Suavemente, ele escovou o cabelo longe da face dela. "Mas a voc�, � a verdade eu nunca achei qualquer um que poderia
fazer meu cora��o trema. Eu olhei. Se eu a achasse, eu correria depressa" para uma licen�a e um padre.
Com um suspiro, ela retrocedeu � janela. As flores eram uma tape�aria de cor no sol forte. "Matrim�nio � um conto de fadas, Carlo, cheio dos pr�ncipes e camponeses
e sapos. Eu vi muitos desses contos de fadas enfraquecer."
"N�s escrevemos nossas pr�prias hist�rias, Ver�o. Uma mulher gosta de voc� sabe que porque voc� sempre fez assim."
"Talvez. Mas este tempo n�o sei h� pouco eu se eu tenho a coragem para virar a pr�xima p�gina."
"Leve seu tempo. N�o h� nenhum lugar melhor para pensar em vida e amor que Roma. Nenhum homem melhor para pensar neles com que Franconi. Hoje � noite, eu cozinho
para voc�. Linguini-" ele beijou as gorjetas dos dedos dele "-morrer para. Voc� pode me fazer um de seu babas-just gosta quando n�s os estudantes eram, si? "
Retrocedendo a ele, Ver�o embrulhou os bra�os dela ao redor o pesco�o dele. "Voc� sabe, Carlo, se eu fosse o tipo casando, eu o levaria, para seu macarr�o s�."
Ele sorriu. "Carissima, at� mesmo meu macarr�o n�o � nada comparado meu-"
"Eu estou seguro", ela interrompeu secamente. "Por que voc� n�o � vestido e � me levado fazendo compras? Eu preciso comprar algo fant�stico enquanto eu estiver em
Roma. Eu ainda" n�o dei para minha m�e um presente de casamento.
Como ele poderia ter estado t�o est�pido? Blake sacudiu no isqueiro dele e assistiu a chama cortada pela escurid�o. N�o seria nenhum amanhecer durante uma hora contudo,
mas ele tinha desistido de sono. Ele tinha desistido de tentar imaginar que Ver�o estava fazendo em Roma enquanto ele sentou alerta em um apartamento vazio de quartos
e pensamento dela. Se ele fosse para Roma...
N�o, ele tinha se prometido ele lhe daria algum quarto, especialmente desde que ele tinha controlado tudo t�o mal. Ele tinha lhes dado ambos algum quarto.
Mais estrat�gia, ele pensou derisively e puxou duro no cigarro. Era que o sobre o qual a coisa inteira era? Ele sempre tinha desfrutado desafios, problemas. Ver�o
era certamente ambos. Isso era a raz�o ele a quis? Se ela tivesse concordado em o se casar, ele poderia ter se felicitado bem em um plano ideado e perfeitamente
poderia ter executado. Outra aquisi��o de Cocharan. Condene.
Ele subiu. Ele paced. Fuma�a enrolou do cigarro entre os dedos dele, ent�o desapareceu no meio-luz. Ele soube melhor que que, at� mesmo se ela n�o fizesse. Se fosse
verdade que ele tinha tratado o afazeres inteiro como um problema a ser resolvido cuidadosamente, s� era porque isso era a maquiagem dele. Mas ele a amou, e se ele
estivesse seguro de qualquer coisa, era que ela o amou tamb�m. Como ele ia superar aquela parede ela tinha erguido?
Volte para as coisas de modo era? Imposs�vel. Ele olhou fora para a cidade como a escurid�o come�ou a amolecer. No leste, o c�u estava come�ando h� pouco a iluminar
com as primeiras sugest�es de cor-de-rosa. De repente ele percebeu ele tinha assistido muitos amanhecer s�. Muitos tinham mudado agora entre eles, Blake meditou.
Tinham sido ditos muitos. Voc� n�o p�de levar ame atr�s e feche fora para conveni�ncia' causa.
Ele tinha ficado longe dela durante uma semana cheia antes de ela tivesse ido para Roma. Tinha sido muito mais duro que ele tinha imaginado que seria, mas as l�grimas
dela que noite tinha o empurrado a isto. Agora ele desejou saber se isso ainda tivesse sido outro engano. Talvez se ele tivesse ido para ela o pr�ximo dia...
Tremendo a cabe�a dele, ele moveu novamente longe da janela. Desde o princ�pio, o engano dele tinha estado tentando para tratar a situa��o com l�gica. Havia nem
toda l�gica amando algu�m, s� sentimentos. Sem l�gica, ele perdeu toda a vantagem.
Loucamente apaixonado. Sim, ele pensou o termo muito h�bil. Era toda a loucura, uma loucura incur�vel. Se ela tivesse estado com ele, ele poderia ter mostrado para
ela. De alguma maneira, quando ela voltou, ele pensou violentamente, ele levaria aquela parede de maldi��o abaixo peda�o atrav�s de peda�o at� que ela foi for�ada
enfrentar a loucura, tamb�m.
Quando o telefone tocou que ele encarou isto. Ver�o? "Oi."
"Blake? " A voz estava um pequeno muito mal-humorada, um pequeno muito francesa.
"Sim. Monique? "
"Eu estou arrependido de para o perturbar, mas quanto tempo eu esque�o sempre � diferente entre oeste e leste. Eu h� pouco ia para cama. Voc� era para cima? "
"Sim." O sol estava subindo lentamente, o quarto estava p�lido com luz. A maioria da cidade n�o era contudo desperte, mas ele era. "Voc� recuperou uma viagem boa
para a Calif�rnia? "
"Eu dormi quase o modo inteiro. Agrade�a Deus, porque houve tantos festas. T�o pouco muda em Hollywood-some dos nomes, algumas das faces. Agora, estar chique, a
pessoa tem que usar �culos de sol em um fio. Minha m�e fez isto, mas s� se privar dos" perder.
Ele sorriu porque Monique exigiu sorrisos. "Voc� n�o precisa de tend�ncias para estar chiques."
"Como lisonjeiro." A voz dela era muito jovem e muito contente.
"O que posso fazer eu para voc�, Monique? "
"Oh, t�o docemente. Primeiro eu lhe tenho que falar como ador�vel era ficar novamente em seu hotel. Sempre o servi�o est� impec�vel. E o bra�o de Ver�o, � melhor,
nenhum? "
"Aparentemente. Ela est� em Roma."
"Oh, sim, minha mem�ria. Bem, ela nunca era um sentar muito longo em um espa�o, meu Ver�o. Eu vi o �nico brevemente dela antes de eu partisse. Ela parecia... preocupou."
Ele sentia o est�mago m�sculos amarrando dele, o mand�bula apertando dele. Deliberadamente ele relaxou ambos. "Ela � trabalha muito duro na cozinha."
Os l�bios de Monique encurvaram. Ele n�o d� nada, este aqui, que ela pensou com aprova��o. "Sim, bem eu posso ver novamente pouco tempo a para. Eu lhe tenho que
pedir um favor, Blake. Voc� era t�o am�vel durante minha visita."
"Tudo que que eu posso fazer."
"O apartamento onde eu fiquei, eu achei isto t�o tranq�ilo, assim agreable. Eu desejo saber se voc� pudesse reservar isto novamente para mim, em dois dias tempo."
"Dois dias? " A sobrancelha dele dobrou, mas ele alcan�ou automaticamente para uma caneta para anotar isto. "Voc� est� voltando oriental? "
"Eu sou t�o tolo, a so-what � it?-absent-notado, oui? Eu tenho neg�cio para levar ao cuidado de l�, e com o acidente de Ver�o, tudo saiu de minha cabe�a. Eu tenho
que voltar e tenho que amarrar os fins que est�o soltos. E o apartamento? "
"Claro que, eu cuidarei disto."
"Merci. E talvez, eu poderia perguntar uma mais coisa de voc�. Eu terei uma festa pequena em evening-just de s�bado alguns velhos amigos e um pouco de vinho. Eu
agradeceria se voc� pudesse parar por durante alguns minutos. Ao redor oito? "
N�o havia nada ele quis menos no momento que uma festa. Mas modos, educa��o e esquerda empresarial ele s� uma resposta. Novamente, ele automaticamente notado abaixo
a data e tempo. "Eu estaria contente para."
"Maravilhoso. Cultive s�bado, "revoir de au, ent�o. Depois de desligar o telefone, Monique deu um tinido de risada. Retifique, ela era atriz, n�o um screenwriter,
mas ela pensou que o pequeno enredo dela era brilhante. Sim, absolutamente brilhante.
Apanhando o telefone, ela preparou enviar um cabograma. Para Roma.

Cap�tulo 12
Cherie. Tenha que voltar � Filad�lfia para algum neg�cio inacabado antes de filmando come�asse. Estar� a Cocharan House em meu apartamento durante o fim de semana.
Tendo uma pequena noite de s�bado de sarau. Venha. 8:30. Um bient�t. M�e.
E at� h� pouco o que esteve ela? Ver�o olhou novamente em cima do cabo como ela viajou sobre o Atl�ntico. Neg�cio inacabado? Ver�o poderia pensar em nenhum Monique
empresarial teria na Filad�lfia, a menos que envolvesse o marido n�mero dois. Mas isso era hist�ria antiga, e Monique sempre teve outra pessoa manivela os procedimentos
empresariais dela. Ela sempre tinha reivindicado uma atriz boa era no fundo uma crian�a e teve nenhum de cabe�a para neg�cio. Era outro do diabolically dela modos
desamparados que tornaram isto poss�vel para ela s� fazer exatamente como quis ela. Que Ver�o n�o p�de entender era por que Monique quereria voltar oriental.
Com um encolha os ombros, Ver�o passou despercebido o cabo atr�s na bolsa dela.
Ela n�o sentia como hassling com as pessoas e conversa de coquetel em s� em cima de cinco horas. O dia antes de, ela tinha se excedido com a cria��o de um bolo de
anivers�rio amoldada como a casa palaciana de Enrico fora de Roma, e cheio com um wickedly combina��o maravilhosa de chocolate e nata. Tinha a levado doze horas.
E por uma vez, � insist�ncia do anfitri�o, tinha permanecido ela e tinha unido a festa para champanha e sobremesa.
Ela tinha pensado que seria bom para ela. As pessoas, a eleg�ncia, a atmosfera celebr�vel. Tinha feito n�o mais que mostra para ela que ela n�o quis estar em Roma
trocando conversa fiada e bebendo vinho. Ela quis ser casa. Casa, entretanto a pegou de surpresa, era a Filad�lfia.
Ela n�o almejou Paris e o pequeno apartamento estranho dela no Banco Esquerdo. Ela quis o apartamento de quarto-ch�o dela em Filad�lfia onde havia recorda��es de
Blake em todo canto. Por�m tolo a fez, por�m ininteligente ou n�o pr�tico era, ela quis Blake.
Agora, casa voadora, ela achou isso n�o tinha mudado. Era Blake que ela quis ir quando ela estava novamente no ch�o. Era a Blake que ela quis contar todas as hist�rias
tolas que ela tinha ouvido em Enrico est� jantando quarto. Era Blake que ela quis ouvir riso. Era Blake que ela quis enrolar agora para cima pr�ximo a que a energia
nervosa dos �ltimos dias estava escoando.
Suspirando, ela inclinou o assento dela atr�s e fechado os olhos dela. Mas ela faria o dever dela e iria para o apartamento da m�e dela. Talvez a pequena festa de
Monique era a divers�o perfeita. H� pouco daria Ver�o um pouco mais tempo antes de ela enfrentasse Blake novamente. Blake, e a decis�o que ela tinha pensado j� foi
tomada.
A.C. correu um dedo ao redor do dentro do colarinho justo da camisa dele e esperou ele n�o olhou t�o nervoso quanto ele sentia. Monique vendo novamente afinal de
contas este years-having para apresentar Lillian a ela. Monique, minha esposa Lillian. Lillian, Monique Dubois, um amante anterior. Mundo pequeno, n�o �?
Embora ele fosse um homem que apreciou uma piada boa, este aqui o iludiu.
Parecia havia nenhum estatuto de limita��es em transgress�es matrimoniais. Era verdade que ele s� tinha vagueado uma vez, e ent�o durante uma separa��o n�o oficial
da esposa dele que tinha o deixado bravo, amargo e amedrontado. Um crime cometeu uma vez, ainda era um crime cometido.
Ele amou Lillian, sempre tinha a amado, mas ele nunca poderia negar que o afazeres breve com Monique tinha acontecido. E ele n�o p�de negar que tivesse sido excitante,
apaixonado e memor�vel.
Eles nunca tinham contatado novamente um ao outro, entretanto algumas vezes ele tinha a visto quando ele ainda estava trabalhando ativamente no neg�cio. At� mesmo
isso tinha sido t�o h� muito tempo.
Assim, por que ela tinha o chamado agora, vinte anos depois, insistindo que ele come-with o wife-to dele o apartamento dela na Filad�lfia Cocharan Casa? Ele correu
ao redor uma vez mais o dedo dele o colarinho dele. Algo estava o sufocando. Monique s� explica��o tinha sido que interessou a felicidade do filho dele e a filha
dela.
Isso tinha o deixado com o problema de fabricar uma raz�o por entrar em cidade e insistir que Lillian o acompanham. Isso n�o tinha sido um peda�o de bolo, porque
ele tinha se casado um afiado-notou, a mulher independente, mas n�o era nada comparado com a pr�xima prova��o.
"Voc� vai exagerar com aquela gravata todo o dia? " A.C. saltou como a esposa dele surgiu atr�s dele. "F�cil." Com um riso, ela escovou a parte de tr�s da jaqueta
dele, enquanto alisando isto em cima dos ombros dele em um h�bito que o levou de volta � lua de mel deles/delas. "Voc� pensaria que voc� nunca tinha passado uma
noite com uma celebridade antes. Ou � h� pouco atrizs francesas que o fazem nervoso? "
Este aqui a atriz francesa, A.C. pensamento e virou � esposa dele. Ela sempre tinha sido ador�vel, n�o a beleza respira��o-pegadora que Monique tinha sido, mas graciosamente
com o tipo de olhares quietos que permanecem ador�vel pelos anos. O puro, rico cabelo moreno dela era liberalmente listrado com cinza, mas nomeou de tal um modo
que as cores contrastantes aumentaram os olhares dela.
Lillian sempre tinha tido estilo. Sempre, ela tinha sido a s�cia dele tinha se levantado at� ele, se levantado por ele. Uma mulher forte. Ele tinha precisado de
uma mulher forte. Ela era primeiro a melhor maldi��o companheiro que um homem poderia pedir. Ele p�s as m�os dele nos ombros dela e a, bastante ternamente, beijou.
"Eu o, Lily", amo. Quando ela tocou a bochecha dele e sorriu, ele levou a m�o dela, enquanto sentindo como o andar de homem condenado a �ltima milha dele. "N�s ir�amos
melhor. N�s estaremos atrasados."
Blake desligou o telefone em desgosto. Ele era certo Ver�o estaria de volta que noite. Mas entretanto ele tinha pedido o apartamento dela de vez em quando durante
uma hora, n�o havido nenhuma resposta. Ele estava fora de paci�ncia, e em nenhum humor abaixar e ser soci�vel no apartamento de Monique. Muito igual o pai dele tinha
feito, ele arrastou na gravata dele.
Quando tudo isso terminou, quando ela estava de volta, ele ia achar um modo para convencer ir embora com ele para ela. Ele acharia aquela ilha de maldi��o no Pac�fico
se isso for o que levou. Ele compraria a ilha de maldi��o e montaria trabalho dom�stico. Construa uma cadeia de salas de estar de pizza ou restaurantes de r�pido-comida.
Talvez isso satisfaria a mulher.
Sentindo irracional, e h� pouco um pequeno mau, ele escarranchou fora do apartamento.
Monique inspecionou o apartamento e acernar com a cabe�a. As flores eram um touch-not agrad�vel muitos, s� alguns brotos aqui e l� para dar para os quartos uma brisa
de um jardim. Um touch-only um toque de romance. O vinho estava esfriando, os �culos que brilham na ilumina��o conquistada. E o Max tinha se excedido com o d'ouvres
de hors, ela decidiu. Um pequeno caviar, uma pequena cabe�a, algum quiches-very de miniatura elegante. Ela tem que se lembrar de fazer uma visita para a cozinha.
Como porque herself-Monique tocaram uma m�o ao chin� � base do pesco�o dela. N�o o estilo habitual dela, mas ela quis somar o ar de dignidade. Ela sentia a noite
poderia pedir isto. Mas as cal�as de seda pretas e blusa de fora-o-ombro eram sensuais e chiques. Ela n�o p�de resistir ao desejo para vestir com um pouco de talento
para a parte simplesmente.
A cena era fixa, ela decidiu. Agora era s� uma quest�o para os jogadores...
A batida veio. Com um sorriso lento, Monique foi para a porta. Aja a pessoa estava a ponto de come�ar.
"A.C.! " O sorriso dela era brilhante, as m�os dela jogadas fora para ele. "Como maravilhoso ver novamente afinal de contas o este tempo."
A beleza dela era como aturdindo como j�. N�o havia nenhum resistindo �quele sorriso. Embora ele tivesse sido determinado para ser muito indiferente e muito cort�s,
a voz dele esquentou. "Monique, voc� n�o olha um minuto mais velho."
"Sempre o encantador." Ela riu, ent�o beijou a bochecha dele antes de ela virasse � mulher ao lado dele. "E voc� � Lillian. Como ador�vel que n�s nos encontramos
afinal. A.C. me contou tanto o, eu sinto n�s somos velhos amigos."
Lillian mediu a mulher pelo limiar e ergueu uma sobrancelha. "Oh? "
Nenhum bobo, este aqui, que Monique decidiu imediatamente, e gostou dela. "Claro que, isso era t�o h� muito tempo tudo, assim n�s temos que conseguir saber por toda
parte novamente um ao outro. Agora, por favor entre. A.C., voc� seria am�vel bastante abrir uma garrafa de champanha."
Um pacote de nervos, A.C. cruzou o quarto para concordar. Uma bebida seria uma id�ia excelente. Ele teria preferido u�sque, diretamente para cima.
"Claro que, eu o vi muitas vezes", Lillian come�ou. "Eu estou seguro voc� n�o fez um filme que eu perdi, Sra. Dubois".
"Monique, por favor". Em um gesto simples, cort�s, ela arrancou um bot�o de rosa de um vaso e deu isto a Lillian. "E eu sou lisonjeado. De vez em quando eu me aposentaria,
esta �ltima ocasi�o foi o mais longo. Mas sempre, voltando para o filme � atr�s como andamento a um amante velho."
A corti�a apagou da garrafa como um projetil e saltou fora o teto. Calmamente Monique deslizou um bra�o por Lillian. Dentro dela estava dando risada como uma menina.
"Tal um som excitante, n�o �? Sempre me faz feliz para ouvir champanha que � aberto. N�s temos que ter uma torrada, pas de n'est-ce? "
Ela ergueu um copo com um adorno, e olhou, para Lillian est� pensando, h� pouco igual o car�ter que ela tinha jogado no Sonho de Ontem.
"A destino, penso" eu, Monique decidiu. "E o modo estranho nos torce todo junto." Ela soou o copo dela contra A.C.' s, ent�o a esposa dele, antes de beber. "Assim
me fale, voc� ainda est� encantado com velejar, A.C.? "
Ele clareou a garganta dele, nenhum mais longo certo se ele deveria assistir a esposa dele ou Monique. Ambos eles definitivamente estavam o assistindo. "Ah, sim.
De fato, Lillian e eu h� pouco voltamos do Taiti."
"Como encantador. Um lugar perfeito para amantes, oui? "
Lillian tomou um gole do vinho dela. "Perfeito."
"Voila de Et", Monique disse quando a batida soou. "O pr�ximo convidado. Por favor o" ajude. Era agora Ato dois. Tendo o tempo da vida dela, Monique foi responder.
"Blake, t�o tipo de voc� para vir, e como encantador voc� olhar."
"Monique." Ele levou a m�o ela estendeu e trouxe isto aos l�bios dele iguala como calculou h� pouco ele quanto tempo seria antes de ele pudesse fazer a fuga dele.
"Bem-vindo atr�s."
"Eu devo ir n�o usar fora o acolhimento. Voc� ser� pegado de surpresa por meus outros convidados, eu penso." Com isto ela gesticulou dentro.
As �ltimas duas pessoas que ele tinha esperado ver no apartamento de Monique eram os pais dele. Ele cruzou o quarto e curvado beijar a m�e dele. "Muito surpreso.
Eu n�o soube que voc� era na cidade."
"N�s s� entramos um pequeno tempo atr�s." Lillian deu para o filho dela um copo de champanha. "N�s chamamos seu apartamento, mas o telefone estava ocupado." H� pouco
que fase est� fixando esta mulher? Lillian desejou saber como Monique os uniu.
"Fam�lias", ela disse grandly, enquanto se ajudando a algum caviar. "Eu tenho um grande afeto por eles. Eu lhe tenho que contar ambos como eu admiro seu filho. O
Cocharan jovem continua a tradi��o, n�o � assim? "
Para um momento, s� um momento, os olhos de Lillian estreitaram. Ela quis saber h� pouco que tradi��o se referiu a atriz francesa para.
"N�s somos ambos muito orgulhoso de Blake", A.C. disse com um pouco de al�vio. "Ele n�o s� � mantido o padr�o de Cocharan, mas ampliou isto. A cadeia de Hamilton
era um movimento excelente." Ele brindou o filho dele. "Excelente. Como � o volta-em cima de na cozinha que vai? "
"Muito suavemente." E foi a �ltima coisa que ele quis discutir. "N�s come�amos servi�o do card�pio novo amanh�."
"Ent�o n�s cronometramos bem" nossa visita, Lillian p�s dentro. "N�s teremos uma chance para testar isto de primeira m�o."
"Voc� sabe a coincid�ncia? " Monique perguntou para Lillian como ela ofereceu a bandeja de quiches.
"Coincid�ncia? "
"Mas est� divertindo. � minha filha que agora administra o "cozinha de seu filho.
"Sua filha." Lillian olhou ao marido dela. "N�o, n�o foi mencionado a mim."
"Ela � uma chefe de cozinha soberba. Voc� concordaria, Blake? Ela cozinha freq�entemente para ele", ela somou com um sorriso deliberado antes de ele pudesse fazer
qualquer coment�rio.
Lillian segurou o bot�o de rosa debaixo do nariz dela. Interessante. "Realmente? "
"Uma menina encantadora", A.C. ponha dentro. "Ela tem seus olhares, Monique, entretanto eu quase n�o poderia creditar que voc� teve uma filha crescida."
"E eu era da mesma maneira que surpreso quando eu conheci seu filho" primeiro. Ela sorriu a ele. "N�o � estranho onde os anos v�o? "
A.C. clareou a garganta dele e verteu mais vinho.
Semanas antes de, Blake tinha desejado saber que mensagens tinham passado entre Ver�o e o pai dele. Agora ele teve nenhuma dificuldade que reconhece o entre o qual
n�o estava sendo dito A.C. e Monique. Ele olhou primeiro para a m�e dele e a viu calmamente bebendo champanha.
O pai dele e a m�e de Ver�o? Quando? ele desejou saber como ele tentou digerir isto. Para contanto que ele pudesse se lembrar, os pais dele tinham sido dedicados,
quase insepar�veis. No-abruptly ele se lembrou de um tempo curto, turbulento durante as adolesc�ncias cedo dele. A casa tinha estado cheio de tens�o, argumentos
em meia-vozes. Ent�o A.C. tinha sido ido por dois weeks-three? Uma viagem de neg�cios, a m�e dele tinha lhe falado, mas iguala ent�o ele tinha sabido melhor. Mas
tinha terminado t�o depressa, ele raramente tinha pensado nisto desde. Agora... agora ele teve uma id�ia definida onde o pai dele tinha gastado algum daquele tempo
pelo menos longe de casa. E com quem.
Ele pegou o eye-the do pai dele olhar inc�modo, meio-desafiante. O homem, Blake meditou, estava pagando certamente por um deslize em fidelidade que era dois d�cadas
velha. Ele viu Monique sorrir, lentamente. H� pouco o que o inferno ela estava tentando para incitar?
Quase antes de a raiva pudesse formar completamente, ela p�s uma m�o no bra�o dele. Era um gesto que lhe pediu que esperasse, ser paciente. Ent�o vindo outra batida.
"Ah, com licen�a. Voc� verteria outro copo? " Monique perguntou A.C. "N�s temos um mais convidado hoje � noite."
Quando ela abriu a porta, Monique n�o poderia ter estado mais contente com a filha dela. O vestido de seda jade simples era macio, estreito e sutilmente sensual.
Fez a palidez leve dela muito rom�ntico. "Cherie, t�o bom de voc� n�o me" desapontar.
"Eu n�o posso ficar longo, M�e, eu tenho que adquirir um pouco de sono." Ela ofereceu um rosa-ribboned caixa. "Mas eu quis trazer um "presente de casamento para
voc�.
"T�o docemente." Monique escovou os l�bios dela em cima da bochecha de Ver�o. "E eu tenho algo para voc�. Algo que eu espero que voc� sempre entesourar�." Pisando
aparte, ela atraiu Ver�o.
N�o goste isto, Ver�o pensou desesperadamente quando o primeiro choque de ver Blake novamente ondulou por ela. Ela tinha querido estar preparada, descansou, confiante.
Ela n�o quis o ver aqui, agora. E o parents-one dele olham para a mulher ao lado de Blake e ela soube que ela teve que ser A.C.' a esposa de s. Nada mais fez o tipo
de sense-Monique de senso.
"Seu jogo n�o � divertido, M�e", ela murmurou em franc�s.
"Pelo contr�rio, poderia ser a coisa mais importante que eu alguma vez fiz. A.C.", ela disse em tons de homossexual, "voc� conheceu minha filha, oui? "
"Sim, realmente." Com um sorriso, ele deu para Ver�o um copo de champanha. "Agrad�vel o ver novamente."
"E a "m�e de Blake, Monique continuou. "Lillian, possa eu apresento minha �nica crian�a, Ver�o".
"Eu estou muito contente de para o" conhecer. Lillian levou a m�o dela calorosamente. Ela n�o era cega e tinha visto o olhar atordoado que tinha passado entre o
filho dela e a filha da atriz. Havido surpresa, desejo e incerteza. Se Monique tivesse fixado a fase para isto, a Lilian a faria melhor ajudar. "Eu h� pouco tenho
ouvido que voc� � um chefe de cozinha e respons�vel para o card�pio novo n�s estaremos ostentando de amanh�."
"Sim." Ela procurou algo que dizer. "Voc� desfrutou sua navega��o? Taiti, n�o era? "
"N�s tivemos um tempo maravilhoso, embora A.C. tende a se tornar Capit�o Bligh se voc� n�o o" assistir.
"Tolice." Ele deslizou o bra�o dele ao redor o ombros da esposa dele. "Esta � a �nica mulher na que eu j� confiaria � roda de um de meus navios."
Eles adoram um ao outro. Ver�o percebeu isto e achou a pegou de surpresa. O matrim�nio deles/delas estava se aproximando em seu quadrag�simo ano, e obviamente n�o
tinha estado sem tempestades... contudo eles adoraram um ao outro.
"Est� bastante bonito, n�o �, quando um marido e a esposa pode compartilhar um interesse e ainda as pessoas de be-separate? " Monique sorriu para eles, ent�o olhou
para Blake. "Voc� concordaria aquelas tais coisas se mant�m unido um homem e mulher, at� mesmo quando eles t�m que lutar por tempos duros e enganos? "
"Eu vou." Ele olhou diretamente para Ver�o. "� uma quest�o de amor, e de respeito e talvez de... otimismo."
"Otimismo! " Monique achou a palavra claramente perfeito. "Sim, isto que eu gosto. Eu, claro que, sempre sou so-perhaps muito. Eu tive quatro maridos, claramente
muito otimista". Ela riu dela. "Entretanto, eu penso que eu sempre olhei primeiro, e talvez s�, para romance. Voc� diria, Lillian, que � um engano para n�o olhar
al�m que? "
Todos "n�s procuramos romance, ame, paix�o." Ela tocou o bra�o do marido dela ligeiramente, em um gesto t�o natural nenhum deles notou isto. "Ent�o claro que respeito.
Eu suponho eu teria que acrescentar duas coisas a isso." Ela olhou para o marido dela. "Toler�ncia e tenacidade. Matrim�nio os precisa tudo."
Ela soube. Como A.C. viu o olhar no olhos da esposa dele que ele percebeu que ela sempre tinha sabido. Durante vinte anos, tinha sabido ela.
"Excelente." Bastante agradado com ela, Monique fixou o presente dela na mesa. "Este � ent�o o tempo perfeito para abrir um presente que celebra meu matrim�nio.
Este tempo eu pretendo p�r todas essas coisas nisto."
Ela quis partir. Ver�o se falou era s� uma quest�o de se virar e caminhar � porta. Ela se levantou arraigada, com os olhos dela fechados em Blake.
"Oh, mas est� bonito." Reverently, Monique ergueu o carrossel m�o-feito min�sculo da cama de tecido. Os cavalos eram marfim, aparado em gilt-each um perfeito, cada
um sem igual. � volta da base, jogou um Prel�dio de Chopin rom�ntico. "Mas, bem, como perfeito. Um carrossel para celebrar um matrim�nio. Os cavalos deveriam ser
nomeados romance, ame, tenacidade e assim sucessivamente. Eu entesourarei isto."
"Eu-" Ver�o olhou para a m�e dela, e de repente nenhum das viabilidades, nenhum dos enganos importou. "Esteja contente, ma mero."
Monique tocou a bochecha dela com uma ponta do dedo, ent�o escovou isto com os l�bios dela. "E voc�, mignonne".
A.C. apoiou at� sussurro no orelha da esposa dele. "Voc� sabe, n�o o fa�a? "
Divertido, ela ergueu o copo dela. "Claro que", ela respondeu em uma meia-voz. "Voc� nunca p�de manter segredos de mim."
"Mas-"
"Eu soube ent�o e o odiei durante quase um dia. Voc� se lembra de quem falta era? Eu fa�o n�o mais."
"Deus, Lily, se voc� tivesse sabido como culpado eu era. Hoje � noite, eu quase estava sufocando com-"
"Bom", ela simplesmente disse. "Agora, voc� o bobo velho, cheguemos fora daqui assim estas crian�as podem resolver coisas. Monique-" Ela ofereceu a m�o dela, e como
se encontraram m�os, olhos se encontraram, coisas passaram entre eles isso nunca teria que ser dito. Obrigado por uma noite ador�vel, e meus melhores desejos para
voc� e seu marido."
"E mina a voc�." Com um sorriso rememorativo o passado, ela segurou fora os bra�os dela para A.C. revoir de Au", ami de mon. ''
Ele aceitou o abra�o, enquanto sentindo como um homem que s� sido concedido anistia. Ele quis nada al�m de subir para o pr�prio apartamento dele e mostrar para a
esposa dele quanto amou ele ela. "Talvez n�s almo�aremos amanh�", ele disse absently para o quarto a grande. "Boa noite."
Monique come�ou a dar risada como a porta feche atr�s dele. "Ame, sempre me far� rir. Assim-" Vivamente, ela come�ou a rewrap o presente dela e encaixota isto. "Minhas
bolsas est�o sendo seguradas escada abaixo para mim e minhas folhas planas em uma hora."
"Uma hora? " Ver�o come�ou. "Mas-"
"Meu neg�cio � terminado." Comprimindo a caixa debaixo do bra�o dela, ela subiu nos dedos do p� dela para beijar Blake. "Voc� tem a fortuna boa de possuir os pais
excelentes." Ent�o ela beijou Ver�o. "E assim, minha do�ura, o fa�a, entretanto eles n�o foram vestidos para permanecer o marido e esposa. O apartamento � liquidado
para pela noite, o champanha ainda resfriado." Ela planou para a porta que deixa um rastro de Paris na esteira dela. Pausando na entrada, ela olhou atr�s. Appetit
de Bon", "enfants de mes. Monique considerou isto um dela sa�das muito melhores.
Quando a porta fechou, Ver�o estava onde ela era, inseguro se ela quisesse aplaudir ou lan�ar algo.
Um real desempenho", Blake comentou. "Mais vinho? "
Ela poderia ser t�o gentil e casual quanto ele. "Certo."
"E como Roma era? "
"Quente."
"E seu bolo? "
"Magn�fico." Erguendo o freshly dela enchido copo, ela tomou dois passos. Sempre era melhor para falar do sem import�ncia quando tantos necessidades urgentes estavam
apertando. "Coisas que correm calmamente aqui? "
"Incrivelmente assim. Embora eu pense que todo o mundo ser� aliviado que voc� est� aqui para a primeira corrida amanh�. Me fale-'' ele tomou um gole do pr�prio vinho
dele, enquanto aprovando isto ''-quando voc� soube primeiro que meu pai e sua m�e tinham tido um afazeres? "
Isso era bastante cego, ela pensou. Bem, ela seria igualmente cega. "Quando estava acontecendo. Eu era s� uma crian�a, mas as crian�as s�o astutas. Voc� poderia
dizer que eu suspeitei isto ent�o. Eu estava seguro disto quando eu mencionei o nome de minha m�e primeiro a seu pai."
Ele acernar com a cabe�a, enquanto se lembrando da reuni�o no escrit�rio dele. "H� pouco quanto deixou voc� aquela preocupa��o voc�? ''
"Era desajeitado." Restlessly ela moveu os ombros dela.
"E voc� era determinada repeti��o de hist�ria deixada isto."
A percep��o dele era muito freq�entemente killingly preciso. "Talvez."
"Entretanto, em um assunto de falar, fez."
Com outra tentativa a casualidade, ela espalhou algum caviar em uma bolacha. "Entretanto, nenhum de n�s estava casado."
Como se fosse s� conversa de coquetel geral, Blake escolheu um quiche. "Voc� sabe por que sua m�e fez este esta noite."
Ver�o tremeu a cabe�a dela quando ele ofereceu a bandeja. "Monique nunca poderia resistir a uma cena de qualquer am�vel. Ela fixou a fase, trazida os jogadores,
mostrar para mim, que eu penso, que enquanto matrim�nio poderia n�o estar perfeito, pode ser dur�vel."
"Ela era pr�spera? " Quando ela n�o falou, Blake fixou abaixo o copo dele. Estava na hora eles deixaram de restringir, tempo eles deixaram de falar em generalidades.
N�o houve uma hora desde a �ltima vez eu o vi que eu n�o pensei em voc�."
Os olhos dela conheceram o seus. Helplessly ela tremeu a cabe�a dela. "Blake, eu n�o penso que voc� deve-"
"Condene, voc� vai me ouvir fora. N�s somos bons para um ao outro. Voc� n�o me pode falar voc� n�o acredita isso. Talvez voc� tinha raz�o antes sobre o modo eu planejei
fora meu... namoro", ele decidiu para uma falta de uma palavra melhor. "Talvez eu era muito presumido sobre isto, muito seguramente que se eu esperasse por h� pouco
o momento certo, eu teria o com o qual eu quis exatamente o menos quantia de dificuldade. Eu tive que estar seguro ou I'd foram tentar insanos para o dar bastante
tempo ver o que n�s poder�amos ter junto."
"Eu era muito duro que noite." Ela embrulhou ao redor ent�o os bra�os dela ela os derrubou aos lados dela. "Eu disse coisas porque voc� me amedrontou. Eu n�o os,
n�o todos eles", quis dizer.
"Ver�o." Ele tocou a bochecha dela. "Eu quis dizer tudo eu disse aquele noturno. Eu o quero agora tanto quanto eu o quis na primeira vez."
"Eu estou aqui." Ela pisou mais �ntimo. "N�s estamos s�s."
A necessidade torceu dentro dele. "Eu quero fazer amor com voc�, mas n�o at� que eu sei o que � voc� queira de mim. Voc� quer s� alguns noites, alguns recorda��es,
como nossos pais tidos junto? "
Ela se virou ent�o. "Eu n�o sei explicar."
"Me fale como voc� sente."
Ela levou um momento para se firmar. "Certo. Quando eu cozinhar, eu levo este ingrediente e isso. Eu tenho minhas pr�prias m�os, minha pr�pria habilidade, e reunindo
estes, eu fa�o algo perfeito. Se eu n�o achar isto perfeito, eu lan�o isto fora. H� pouca paci�ncia em mim." Ela interrompeu um momento, enquanto desejando saber
se ele pudesse entender este tipo de analogia possivelmente. "Eu pensei que se eu j� decidisse ser envolvido em uma rela��o, haveria este ingrediente e que, e novamente
eu os reuniria. Mas eu soube que nunca estaria perfeito. Assim... " Ela deixou sair uma respira��o longa. "Eu desejei saber se que tamb�m seria algo que lan�ar fora."
"Uma rela��o n�o � algo que tem que ser criado por um dia, ou aperfei�oou por um dia. Parte do jogo � manter funcionamento nisto. Cinq�enta anos ainda n�o s�o bastante"
longos.
"Muito tempo trabalhar em algo que sempre ser� h� pouco um pouco rachou."
"Muito de um desafio? "
Ela girou, ent�o parou. "Voc� me conhece muito bem", ela murmurou. "Muito bem para meu pr�prio bem. Talvez muito bem para seu pr�prio."
"Voc� est� errado", ele disse quietamente. "Voc� � meu pr�prio bem."
A boca dela tremeu aberto, ent�o fechou. "Por favor", ela administrou, "eu quero terminar isto. Quando eu estava em Roma, eu tentei me falar que isto era isso que
eu wanted-to voltam a voar aqui, l�, sem qualquer um preocupar aproximadamente mas eu e o pr�ximo prato que eu criaria. Quando eu estava em Roma", ela somou com
um suspiro, "eu era mais miser�vel que eu alguma vez estive em minha vida."
Ele n�o p�de prevenir o sorriso. "Arrependido ouvir isto."
"N�o, eu penso que voc� n�o �. Se virando, ela correu a ponta do dedo dela ao redor e ao redor da beira de um copo de champanha. Considerando que ela s� explicaria
uma vez, ela quis ser certa ela explicou bem. "No avi�o, eu me falei que quando eu voltei, n�s falar�amos, razoavelmente, logicamente. N�s trabalhar�amos a situa��o
fora da melhor maneira. Em minha cabe�a, pensei eu que isso seria uma continua��o de nossa rela��o como era. Intimidade sem fios que n�o s�o talvez nenhuma intimidade
nada." Ela ergueu o copo e tomou um gole algum do resfriado, vinho espumoso. "Quando eu entrei aqui hoje � noite e o vi, eu soube que isso seria imposs�vel. N�s
n�o podemos ver um ao outro como fomos n�s. No fim que nos danificaria ambos."
"Voc� n�o est� caminhando fora de minha vida."
Retrocedendo, ela estava de p� dedo do p�-para-dedo do p� com ele. "Eu vou, se eu pudesse. E condena isto, voc� n�o � o que est� me parando. Sou eu! Nenhum de seu
planejamento, nenhum de sua l�gica poderia ter mudado o que estava dentro de mim. S� eu poderia mudar isto, o que eu sinto poderia mudar isto."
Ela levou as m�os dele. Ela levou uma respira��o funda. "Eu quero montar aquele carrossel com voc�, e eu quero meu tiro ao "anel de metal.
As m�os dele deslizaram os bra�os dela, no cabelo dela. "Por que? H� pouco me fala por que."
"Porque algum dia entre o momento voc� entrou em minha porta da frente e agora, eu me apaixonei por voc�. N�o importa como tolo �, eu quero me arriscar nisso."
"N�s vamos ganhar." A boca dele buscou o sua, e quando ela tremeu que ele soube que era como muito de nervos como paix�o. Logo eles enfrentariam a paix�o, agora
ele acalmaria os nervos. "Se voc� gostar, n�s levaremos um per�odo de ensaio." Ele come�ou a vagar a face dela com beijos. "N�s podemos p�r isto at� mesmo em form-more
de contrato pr�tico."
"Tentativa? " Ela come�ou a puxar longe dele, mas ele segurou o fim dela.
"Sim, e se durante o per�odo de ensaio qualquer um de n�s quiser um div�rcio, eles t�m que esperar at� o fim do "termo de contrato simplesmente.
As sobrancelhas dela vieram junto. Ele poderia falar agora de neg�cio? Ele ousaria? O queixo dela inclinou challengingly. "Quanto tempo o termo de contrato �? "
"Cinq�enta anos."
Rindo, ela lan�ou ao redor para os bra�os dela o pesco�o dele. "Transa��o. Eu quero isto tirado para cima amanh�, em triplique. Mas esta noite-'' ela come�ou a lambiscar
nos l�bios dele como ela correu as m�os dela em baixo da jaqueta dele "-hoje � noite n�s somos s� amantes. Verdadeiramente os amantes agora. E o apartamento � nosso
at� manh�."
O beijo era long-it era slow-it estava demorando.
"Me lembre que envie para Monique um caso de champanha." Blake disse como ele ergueu Ver�o nos bra�os dele.
"Falando disto... " over-a Inclinado morderam precariously-she ergueram os dois �culos semiplenos da mesa. "N�s n�o dever�amos deixar isto se p�r plano. E depois",
ela continuou como ele a levou para o quarto, "muito posterior, talvez n�s podemos enviar para pizza."


Li��es Aprenderam

Cap�tulo 1
Assim ele era deslumbrante. E rico... e talentoso. E sensual; voc� n�o deveria esquecer que ele era outrageously sensual.
Apenas importou a Juliet. Ela era uma profissional, e a um profissional, um trabalho era um trabalho. Neste caso, foram ligadas grandes olhares e personalidade para
ajudar, mas isso era empresarial. Estritamente neg�cio.
N�o, pessoalmente n�o importou um pouco. Afinal de contas, ela tinha conhecido alguns homens deslumbrantes na vida dela. Ela tinha conhecido alguns rico tamb�m,
e assim sucessivamente, entretanto ela teve que admitir ela nunca tinha conhecido um homem com tudo que essas qualidades evasivas rolaram para cima em um. Ela certamente
nunca teve a oportunidade para trabalhar com um. Agora ela fez.
O fato era, os olhares de Carlo Franconi, charme, reputa��o e habilidade iam fazer para o trabalho dela um prazer. Assim lhe foi falada. Ainda, com a porta de escrit�rio
dela fechada, Juliet fez carranca abaixo � oito-por-dez fotografia de publicidade preto-e-branca lustrosa. Olhou a ela como se ele seria mais dificuldade que prazer.
Carlo sorriu cockily nela, olhos escuros, amendoados divertiram e apreciativo. Ela desejou saber se o fot�grafo tivesse sido uma mulher. O cabelo grosso cheio dele
era appealingly desordenado com um pouco de cacho ao longo da nuca do pesco�o dele e em cima das orelhas dele. N�o tamb�m much-just bastante para desarmar. Os ossos
faciais fortes, jauntily encurvaram boca, nariz direto e sobrancelhas expressivas combinaram para criar uma face destinada para sabotar o bom senso de qualquer mulher.
Presente ou cultivou talento, a Juliet n�o tinha certeza, mas ela teria que usar isto � vantagem dela. Excurs�es de autor poderiam ser assassinato.
Um livro de receitas. Juliet tentou, e falhou, n�o suspirar. Carlo Franconi � O Modo italiano, era, se ela gostou ou n�o, a tarefa maior dela para datar. Neg�cio
era empresarial.
Ela amou o trabalho dela como publicista e estava contente para o momento com Imprensa de Trindade, o publicador que ela trabalhou atualmente para, depois que uma
meio-d�zia trabalho muda e saltos superiores como o come�o da carreira dela. �s vinte e oito, a ambi��o que ela tinha come�ado com como um recepcionista quase dez
anos antes tinha aliviado muito pequeno. Ela tinha trabalhado, estudou, apressou e suou para o pr�prio escrit�rio dela e posi��o. Ela os teve, mas ela n�o estava
pronta relaxar.
Pelos c�lculos dela, ela estaria pronta para fazer o pr�ximo salto em dois anos,: a pr�pria empresa de rela��es p�blicas dela. Naturalmente, ela teria que partir
pequeno, mas estava construindo o neg�cio que era excitante. Os contatos e experimenta ela ganhou nos anos vinte dela lhe ajudaria a solidificar as ambi��es dela
nos ano trinta dela. Juliet estava contente com isso.
Um das primeiras coisas que ela tinha aprendido em rela��es p�blicas era que uma conta era uma conta, se j� era um best-seller de grande sucesso grande colocou em
listas para ser um filme de grande sucesso grande ou um volume esbelto de poesia que apenas ganharia fora seu avan�o. Parte do desafio, e a divers�o, estava achando
o gancho de promo��o certo.
Agora, ela teve um livro de receitas e um chefe de cozinha italiano liso. Franconi, ela pensou wryly, teve umas mulheres de record-with de rasto e publicando. O
primeiro era uma quest�o de interesse quente � sociedade e se��es de fofoca da imprensa internacional. N�o era necess�rio cozinhar para estar atento do nome de Franconi.
O segundo era a raz�o que ele estava sendo amimalhado na estrada com um publicista.
Os primeiros dois livros de receitas dele tinham sido best-seller s�lidos. Por raz�o boa, admitiu a Juliet. Era verdade ela n�o p�de fritar um ovo sem criar um glob
n�o comest�vel gosmento, mas ela reconheceu qualidade e estilo. Franconi poderia fazer linguini parecer um prato para estar preparado enquanto preto cansativo atar.
Ele se transformou um prato de espaguete simples em um evento er�tico.
Sexo. A Juliet deu gorjeta a atr�s na cadeira dela e meneou os dedos do p� de stockinged dela. Isso � o que ele teve. Isso � o que eles usariam. Antes da excurs�o
de autor de vinte-um-dia era acabado, ela ter� feito para Carlo Franconi o cozinheiro mais sensual do mundo. Qualquer vermelho-blooded a mulher americana fantasiaria
sobre ele preparando um jantar �ntimo para dois. Luz de vela, macarr�o e romance.
Um �ltimo estudo da publicidade dele atirou e o charmingly entortaram sorriso a assegurou ele poderia controlar isto.
Enquanto isso, havia um pouco mais base cobrir. Criando um hor�rio era um prazer, enquanto aderindo a um um desafio. Ela prosperou em ambos.
Juliet ergueu o telefone, notou com resigna��o que ela tinha quebrado outra unha, ent�o zumbiu o assistente dela.
"Terry, me adquira Diane Maxwell. Ela � a coordenadora de programa no Simpson Show em L.A."
"Indo pelas armas grandes? "
Juliet deu um sorriso r�pido, n�o profissional. "Sim." Ela substituiu o telefone e come�ou fabrica��o acelerou notas. Nenhuma raz�o para n�o come�ar ao topo, ela
se falou. Aquele modo, se voc� ca�sse em sua face, pelo menos a viagem valeria a pena.
Como esperou ela, ela deu uma olhada ao redor do escrit�rio dela. N�o o topo, mas uns modos bons do fundo. Pelo menos ela teve uma janela. A Juliet poderia estremecer,
enquanto ainda pensando de alguns do cercado-em cub�culos ela tinha trabalhado dentro. Agora, vinte hist�rias debaixo de, Nova Iorque apressou, bateu, empurrou e
empurrou seu modo por outro dia. Juliet Trent tinha aprendido a fazer a mesma coisa depois de mover do sub�rbio relativamente calmo de Harrisburg, Pennsylvania.
Ela poderia ter crescido em um pequeno bairro cort�s onde s� um rebanho mais estranho mais de vinte e cinco milhas por hora e todo o mundo manteve a grama cortada
perto do lado deles/delas do cadeia-liga��o cerca, mas a Juliet tinha aclimado facilmente. A verdade era ela gostou do passo, a energia e o "eu o" ouso tom de Nova
Iorque. Ela nunca voltaria para o abelha-zumbido, cerca viva*-cortante quieto de sub�rbio onde todo o mundo conheceu que era voc�, o que voc� fez e como voc� fez
isto. Ela preferiu o anonimato e a individualidade de multid�es.
Talvez a m�e dela tinha se moldado na esposa suburbana perfeita, mas n�o a Juliet. Ela era uma mulher de eighties, independente, auto-suficiente e comovente para
cima. Havia um apartamento nos Ano setenta ocidentais que ela tinha fornecido, lentamente, meticulosamente e, mais importante, pessoalmente. A Juliet teve bastante
paci�ncia para mover passo por passo contanto que o resultado estivesse perfeito. Ela teve uma carreira ela poderia estar orgulhosa de e um escrit�rio que ela estava
alterando para vestir os pr�prios gostos dela gradualmente. Deixando a marca dela n�o era algo que ela levou ligeiramente. Tinha a levado quatro meses escolher as
plantas certas para o espa�o de trabalho dela, do quatro-p� filodentro de dividir-folha para o delicado branco-floresceu violeta africana.
Ela tinha tido que sobreviver com o tapete bege, mas o seis-p� o Dali impress�o na parede oposto a janela dela somou vida e energia. O espelho estreito-chanfrado
deu uma ilus�o de espa�o e um toque de eleg�ncia. Ela teve o olho dela em uma urna Oriental grande, enfeitada que estaria perfeito para um spray de penas de pav�o
igualmente enfeitadas. Se ela esperasse um pouco mais longo, o pre�o poderia vir abaixo de exorbitante para rid�culo. Ent�o ela compraria isto.
A Juliet poderia vestir uma frente muito pr�tica a todo o mundo, enquanto se incluindo, mas ela n�o p�de resistir a uma venda. Como resultado, o equil�brio de banco
dela n�o era t�o forte quanto o arm�rio de quarto dela. Ela n�o era fr�vola. N�o, ela teria sido intimidada para ouvir a palavra aplicada a ela. A guarda-roupa dela
era organizada, bem tendeu e satisfat�rio. Talvez vinte pares de sapatos poderiam ser considerados excessivos, mas a Juliet racionalizou que ela estava freq�entemente
nos p�s dela dez horas por dia e mereceu o luxo. Em todo caso, ela tinha os, dos t�nis robustos, ganho as bombas pretas pr�ticas para as sand�lias de noite de strappy.
Ela tinha os ganho com reuni�es longas inumer�veis, esperas incont�veis em aeroportos e horas infinitas no telefone. Ela tinha os ganho em excurs�es de autor onde
a sorte do puxe p�de voc� tem procedimento com o brilhante, o engra�ado, o inepto, a perfura��o ou o rude. Tudo que ela teve que negociar com, os resultados tiveram
que ser o mesmo. M�dia, m�dia e mais m�dia.
Ela tinha aprendido a lidar com a imprensa, do
Rep�rter de New York Times para o stringer no smalltown semanalmente. Ela soube encantar o pessoal de programas de entrevistas, dos mestres aceitos para os imitadores
nervosos. Aprender tinham sido uma aventura, e desde que ela tinha se permitido muito poucos na vida pessoal dela, sucesso profissional era todos o mais doce.
Quando o interfone zumbiu, ela pegou a l�ngua dela entre os dentes dela. Agora, ela ia aplicar tudo ela tinha aprendido e tinha pousado Franconi no programa de entrevistas
topo-avaliado nos Estados.
Uma vez ela fez, ela pensou como ela apertou o bot�o, ele faria melhor o a maioria disto. Ou ela racharia a garganta sensual dele com o faca do pr�prio chefe de
cozinha dele.
"Ah, amore de mi. Squisito." A voz de Carlo era um baixo ronrone projetado para apressar a press�o sangu�nea. A voz de quarto n�o era algo ele tinha tido que desenvolver,
mas algo com o que ele teve nascido. Carlo sempre tinha pensado um homem que n�o usou Deus-determinados presentes era menos que um bobo. "Bellisimo", ele murmurou
e os olhos dele eram escuros e sonhadores com antecipa��o.
Estava quente, quase vaporoso, mas ele preferiu o calor. Resfriado reduziu a velocidade o sangue. O sol que passa pela janela tinha levado na textura de ouro sutil
com matizes de vermelho aquele raio do fim do dia e indicou aos prazeres de noite. O quarto era rico com cheiro assim ele inspirou isto. Um homem estava perdendo
muito vida se ele n�o usou e apreciou tudo dos sensos dele. Carlo acreditou n�o perdendo nada.
Ele assistiu o amor dele do momento com o olho de um conhecedor. Ele acariciaria, sussurre, flatter-it nunca importaram a ele se levasse momentos ou horas para adquirir
o que ele quis. Contanto que ele adquirisse o que ele quis. Para Carlo, o processo, a antecipa��o, os movimentos que eles eram igualmente como satisfazendo como
o resultado. Como uma dan�a, tinha pensado sempre ele. Como uma can��o. Uma melodia de O Matrim�nio de Figaro jogado no fundo enquanto ele seduziu.
O Carlo acreditou fixando a cena porque vida simplesmente n�o era um jogo a ser desfrutado, mas ser apreciado.
"Bellisimo", ele sussurrou e dobrou mais pr�ximo o que ele adorou. O molho de molusco chiou erotically como ele mexeu isto. Lentamente, saboreando o momento, o Carlo
ergueu a colher aos l�bios dele e com os olhos dele meio-fechado, provou. O som de prazer entrou de baixo na garganta dele. "Squisito."
Ele moveu do molho para prestar a mesma aten��o amorosa ao zabaglione dele. Ele acreditou n�o havia uma mulher vivo que poderia resistir ao gosto disso pudim rico,
cremoso com o entusiasmo de vinho. Como sempre, era uma mulher que ele estava esperando.
A cozinha era como muito uma guarida de prazer a ele como o quarto. N�o era um acidente que ele era um do a maioria respeitou e admirou os chefes de cozinha no mundo,
ou que ele era um dos amantes mais atrativos. Carlo considerou isto um assunto de destino. A cozinha dele foi organizada habilmente, como meticulosamente disp�s
para a sedu��o de molhos e temperos como o quarto dele era para a sedu��o de mulheres. Sim, Carlo Franconi acreditou vida seria apreciado. Toda gota disto.
Quando a batida na porta da frente reverberada pelo alto-ceilinged quartos da casa dele, ele murmurou ao macarr�o dele antes de ele removesse o avental dele. Como
ele foi responder, ele rolou abaixo as mangas de seda da camisa dele mas n�o parou para ajustes em quaisquer dos espelhos antigos que revestiram as paredes. Ele
n�o era tanto v�o, como confiante.
Ele abriu a porta a uma mulher alta, imponente com pele mel-harmonizada e olhos lustrosos escuros. O cora��o de Carlo movido como isto fez sempre que ele a viu.
Amore de Mi". '' Levando a m�o dela, ele apertou a boca dele � palma, enquanto os olhos dele sorriram em seu. "Bella. Bella de Molto. ''
Ela ag�entou na luz de noite um momento, escuro, ador�vel, com um sorriso s� para ele. S� um bobo n�o teria sabido que ele tinha dado boas-vindas d�zias de mulheres
dentro s� deste modo. Ela n�o era uma boba. Mas ela o amou.
"Voc� � um salafr�rio, Carlo". A mulher alcan�ou fora tocar o cabelo dele. Era escuro e grosso e dif�cil resistir. "� este o modo voc� cumprimenta sua m�e? "
"Este � o modo-" ele beijou a m�o dela novamente "-eu cumprimento uma mulher bonita." Ent�o ele embrulhou ambos os bra�os ao redor do dela e beijou as bochechas
dela. "Este � o modo eu cumprimento minha m�e. � um homem afortunado que pode fazer ambos."
Gina Franconi riu como ela devolveu o abra�o do filho dela. "A voc�, todas as mulheres est�o bonitas."
"Mas �nico � minha m�e." Com o bra�o dele ao redor a cintura dela, ele a conduziu dentro.
Como sempre, Gina aprovou o fato que a casa dele estava imaculada, se um pouco muito ex�tico para o gosto dela. Ela desejou saber freq�entemente como a empregada
pobre conseguiu manter o ornately esculpido arcadas espanadas e poliu e as centenas de unstreaked de windowpanes. Porque ela era uma mulher que passou quinze anos
da vida dela limpando as casas de outras pessoas e quarenta limpeza o pr�prio dela, ela pensou em tais coisas.
Ela estudou um das aquisi��es novas dele, um tr�s-p� coruja de marfim com um roedor pequeno capturado em uma garra. Uma esposa boa, Gina meditou, guiaria o gostos
do filho dela para caminhos menos exc�ntricos.
"Um aperitivo, Mam�e? " O Carlo caminhou em cima de para um gabinete de defumado-copo alto e tirou uma garrafa preta esbelta.
"Voc� deveria tentar isto", ele lhe falou como ele escolheu dois �culos pequenos e verteu. "Um amigo enviou isto a mim."
Gina fixou aparte o snakeskin vermelho dela ensacam e aceitaram o copo. O primeiro gole estava quente, potente, alise como o beijo de um amante e da mesma maneira
que intoxicando. Ela ergueu uma sobrancelha como ela tomou o segundo gole. "Excelente."
"Sim, �. Anna tem gosto excelente."
Anna, ela pensou, com mais divers�o que exaspera��o. Ela tinha aprendido anos antes disso n�o fez qualquer bom ser exasperado com um homem, especialmente se voc�
o amasse. "Todas suas mulheres de amigos s�o, Carlo? "
"N�o." Ele sustentou o copo dele, enquanto girando isto. "Mas este aqui era. Ela me enviou isto como um "presente de casamento.
"Um-"
O casamento" dela, o Carlo disse com um sorriso. "Ela quis um marido, e entretanto eu n�o a pude acomodar, n�s separamos os amigos." Ele segurou para cima a garrafa
como � prova de.
"Voc� teve isto analisado antes de voc� bebesse qualquer? " Gina perguntou secamente.
Ele tocou a beira do copo dele a seu. "Umas voltas de homem inteligentes todos os amantes anteriores em amigos, Mam�e."
"Voc� sempre foi inteligente." Com um movimento pequeno dos ombros dela tomou um gole ela novamente e se sentou. "Eu ou�o voc� est� vendo a atriz francesa."
"Como sempre, sua audi��o � excelente."
Como se a interessasse, Gina estudou a cor do licor no copo dela. "Ela �, claro que, bonito."
"Claro que."
"Eu n�o penso que ela me dar� os netos."
O Carlo riu e sentou ao lado dela. "Voc� tem seis netos e outra vinda, Mam�e. N�o seja ganancioso."
"Mas nenhum de meu filho. Meu �nico filho", ela o lembrou com uma torneira do dedo dela no ombro dele. "Ainda, eu n�o o deixei contudo."
"Talvez se eu pudesse achar uma mulher como voc�."
Ela o atirou olhar arrogante atr�s para olhar arrogante. "Imposs�vel, caro."
O sentimento dele exatamente, o Carlo pensou como ele a guiou em conversa sobre as quatro irm�s dele e as fam�lias deles/delas. Quando ele olhou para esta mulher
macio e lustroso, ador�vel, era dif�cil de pensar nela como a m�e que o elevou, quase �nico-handedly. Ela tinha trabalhado, e entretanto ela tinha sido conhecida
fazer temporal e se enfurecer, ela nunca tinha reclamado. As roupas dela tinham sido reparadas cuidadosamente, os ch�os dela esfregaram meticulosamente enquanto
o pai dele tinha passado meses infinitos em mar.
Quando ele concentrou, e ele raramente fez, o Carlo poderia recordar uma impress�o de uma escurid�o, homem de arame com um bigode preto e um sorriso f�cil. A impress�o
n�o tirou ressentimento ou at� mesmo pesar. O pai dele tinha sido um marinheiro antes dos pais dele tinha se casado, e um marinheiro que ele tinha permanecido. A
convic��o de Carlo conhecendo seu destino era sem vacilar. Mas enquanto os sentimentos dele para o pai dele eram ambivalentes, os sentimentos dele para a m�e dele
eram fixos e fortes.
Ela tinha apoiado cada das ambi��es das crian�as dela, e quando o Carlo tinha ganho uma bolsa de estudos ao Sorbonne em Paris e a oportunidade para procurar o interesse
dele em culin�ria de haute, ela o deixaria ir. No final das contas, ela tinha completado a renda escassa que ele poderia ganhar entre estudos com parte do dinheiro
de seguro que ela tinha recebido quando o marido dela tinha estado perdido no mar que ele tinha amado.
Seis anos antes de, o Carlo tinha podido pagar o dela atr�s do pr�prio modo dele. A loja de vestido que ele tinha comprado para o anivers�rio dela tinha sido um
sonho vital�cio por ambos eles. Para ele, era um modo de ver a m�e dele afinal feliz. Para Gina era um modo para come�ar novamente.
Ele tinha crescido em uma fam�lia grande, tumultuosa, emocional. Lhe deu prazer olhar atr�s e se lembrar. Um homem que cresce em uma fam�lia de mulheres aprende
os entender, os aprecie, os admire. Carlo soube sobre os sonhos de mulheres, as vaidades deles/delas, as inseguran�as deles/delas. Ele nunca levou um amante ele
n�o teve afeto para como tamb�m desejo. Se havia s� desejo, ele soube n�o h� nenhuma amizade ao fim, s� ressentimento. At� mesmo agora, o afazeres confort�vel que
ele estava tendo com a atriz francesa estava terminando. Ela estaria come�ando um filme em alguns semanas, e ele estaria entrando em excurs�o na Am�rica. Que, o
Carlo pensou com um pouco de pesar, seria isso.
"Carlo, voc� vai logo para a Am�rica? "
"Hmm. Sim." Ele desejou saber se ela lesse o pensamento dele, as mulheres instru�das eram capazes de fazer assim. "Duas semanas."
"Voc� me far� um favor? "
"Claro que."
"Ent�o note para mim o que a mulher americana profissional est� usando. Eu estou pensando de acrescentar algumas coisas � loja. Os americanos s�o t�o inteligentes
e pr�ticos."
"N�o muito pr�tico, eu espero." Ele rodou a bebida dele. "Meu publicista � um Sra. Trent." Inclinando o copo dele atr�s, ele aceitou o calor e o ponche. "Eu lhe
prometerei estudar todo aspecto da guarda-roupa" dela.
Ela deu para o sorriso r�pido dele um olhar fixo. "Voc� � t�o bom a mim, Carlo".
"Mas claro que, Mam�e. Agora eu vou o alimentar goste de uma rainha."
Carlo n�o teve nenhuma id�ia o que Juliet Trent se parecia, mas se p�s nas m�os de destino. O que ele soube, das cartas ele tinha recebido dela, era aquele Juliet
Trent era o tipo de americano a m�e dele tinha descrito. Pr�tico e inteligente. Qualidades excelentes em um publicista.
Fisicamente era outra quest�o. Mas novamente, como tinha dito a m�e dele, o Carlo sempre poderia achar beleza em uma mulher. Talvez ele preferiu, na vida pessoal
dele, uma mulher com uma concha ador�vel, mas ele soube cavar abaixo achar beleza interna. Era algo que fez vida interessante como tamb�m esteticamente agradando.
Ainda, como ele entrou fora o avi�o no t�rmino em L.A., ele teve a m�o dele no cotovelo de um ruivo atordoante.
A Juliet soube o que ele se parecia, e ela o viu primeiro, assuma para assumir com um luxuriously construiu a mulher em saltos de sapatos l�pis-magros. Embora ele
levasse um caso de couro vultoso em uma m�o, e uma bolsa de v�o em cima do ombro dele, ele escoltou o ruivo pelo port�o como se eles estavam entrando em um sal�o
de baile. Ou um quarto.
Juliet levou uma avalia��o r�pida das cal�as compridas bem-costuradas, a jaqueta de unstructured e aberto-collared camisa. O viajante bem-colocar salto* no* sapato*.
Havia um peda�o grosso de ouro e diamante no dedo dele que deveria ter parecido ostentoso e vulgar. De alguma maneira parecia t�o casual e arejado quanto o resto
dele. Ela sentia formal e pegajoso.
Ela tinha estado em L.A. desde a noite antes de, se dando tempo cuidar de todos os detalhes min�sculos pessoalmente. Carlo Franconi n�o teria nada que fazer mas
estaria encantando, perguntas de resposta e assina o livro de receitas dele.
Como ela o assistiu beije as juntas do ruivo, a Juliet pensou que ele estaria assinando bastante eles. Afinal de contas, mulheres n�o fizeram a maioria de livro
de receitas comprar? Alisando fora cuidadosamente um sorriso sarc�stico, a Juliet subiu. O ruivo estava enviando um �ltimo olhar saudoso em cima do ombro dela como
caminhou fora ela.
"Sr. Franconi? "
Carlo virou longe da mulher que provada ser um companheiro ambulante agrad�vel no v�o longo de Nova Iorque. O primeiro olhar dele a Juliet trouxe uma agita��o r�pida
de interesse e um pux�o sutil de desejo que ele sentia freq�entemente com uma mulher. Era um pux�o ele ou poderia controlar ou poderia soltar, como era apropriado.
Este tempo, ele saboreou isto.
Ela n�o teve uma face ador�vel somente, mas um interessante. A pele dela estava muito p�lida que deveria a ter feito pare�a fr�gil, mas as ma��s do rosto largas,
fortes desfizeram o ar de fragilidade e deram para a face dela uma forma de diamante intrigante. Os olhos dela eram grandes, pesadamente chicoteou e artfully acentuaram
com uma sombra esfuma�ada que s� fez a sombra verde fresca das �ris pare�a mais fresco. A boca dela s� foi tocada ligeiramente com um lustro p�ssego-colorido. Teve
um cheio, olho-puxando forma que precisou de nenhum artif�cio. Ele juntou ela era modo bastante conhecer isto.
O cabelo dela foi pegado em algum lugar entre marrom e loiro de forma que sua sombra era macio, natural e sutil. Ela usou isto longo bastante na parte de tr�s a
ser arrega�ada em um chin� quando ela desejou, e curto bastante no topo e lados de forma que ela poderia nomear isto de exigente para pr�tico como a ocasi�o, e o
capricho dela, exigiu. No momento, estava solto e casual, mas n�o windblown. Ela tinha parado no quarto das senhoras para um cheque r�pido logo ap�s o v�o entrante
tinha sido anunciado.
"Eu sou Juliet Trent", ela lhe falou quando ela sentia que ele tinha fitado longo bastante. "Bem-vindo � Calif�rnia." Como ele levou a m�o que ela ofereceu, ela
percebeu ela deveria ter esperado que ele beijasse isto em lugar de tremor. Ainda, ela endureceu, dificilmente mais que um momento, mas ela viu pelo elevador de
sobrancelha, ele tinha sentido isto.
"Uma mulher bonita faz um homem dar boas-vindas em qualquer lugar."
A voz dele era nata de incredible-the que subiu ao topo e ent�o fluiu em cima de algo rico. Ela s� se falou a agradou porque registraria bem e levaria a declara��o
dele literalmente. Pensando no ruivo, ela o deu um f�cil, n�o sorriso completamente amig�vel. "Ent�o voc� deve ter tido um v�o agrad�vel."
O idioma nativo dele poderia ter sido italiano, mas o Carlo entendeu tons em qualquer l�ngua. Ele sorriu a ela. "Muito agrad�vel."
"E cansando", ela disse se lembrando da posi��o dela. "Sua bagagem deveria estar at� agora" dentro. Novamente, ela olhou ao caso grande que ele levou. "Eu posso
levar que para voc�? "
A sobrancelha dele ergueu � id�ia de um homem que esvazia o fardo dele em uma mulher. Igualdade, para Carlo, nunca cruzou a borda em modos. "N�o, isto � algo eu
sempre" me levo.
Indicando o modo, ela entrou em passo ao lado dele. "� um passeio de meia hora ao Beverly Wilshire, mas depois que voc� se instalou, voc� pode descansar toda a tarde.
Eu gostaria de revisar o hor�rio de amanh� hoje � noite" com voc�.
Ele gostou do modo que ela caminhou. Embora ela n�o fosse alta, ela se mudou para passos largos longos, sem pressa que fizeram a saia lado-pregueada vermelha ela
usou troca em cima dos quadris dela. "Em cima do jantar? "
Ela lhe enviou um olhar lateral r�pido. "Se voc� gosta."
Ela estaria � disposi��o dele, a Juliet, durante as pr�ximas tr�s semanas, se lembrou. Sem parecer pensar nisto, ela marginou ao redor de um barril-chested hefting
de homem uma bolsa de artigo de vestu�rio inchando e uma pasta. Sim, ele gostou do modo que ela caminhou, o Carlo pensou novamente. Ela era uma mulher que poderia
levar ao cuidado dela sem muito espalhafato.
"�s sete? Voc� tem um programa de entrevistas pela manh� que come�a �s sete-trinta assim n�s far�amos melhor isto uma noite cedo."
Sete-trinta DA MANH� Carlo pensou, s� brevemente, sobre atraso de jato e mudan�as de tempo. "Assim, voc� me p�s trabalhar depressa."
"Isso � o para o qual eu estou aqui, Sr. Franconi". A Juliet disse cheerfully para isto como ela aumentou o cinto de bagagem lentamente comovente. "Voc� tem seus
tocos? "
Uma mulher organizada, ele pensou como ele alcan�ou no bolso interior da jaqueta f�-colorida solto-pr�pria dele. Em sil�ncio, ele os deu a ela, ent�o hefted um pullman
e uma bolsa de artigo de vestu�rio do cinto ele.
Gucci, ela observou. Assim ele teve gosto como tamb�m dinheiro. A Juliet deu os tocos a um skycap e esperou enquanto a bagagem de Carlo estava carregada sobre o
carrinho de m�o. "Eu penso que voc� ser� agradado com o que n�s temos para voc�, Sr. Franconi". Ela caminhou pelas portas autom�ticas e sinalizou para a limusine
dela. "Eu sei que voc� sempre trabalhou com Jim Collins no passado em suas excurs�es nos Estados; ele envia o dele melhor."
"Jim gosta da posi��o executiva dele? "
"Aparentemente."
Embora o Carlo esperasse que ela escalasse primeiro na limusine, ela pisou atr�s. Com um arco para profissionais de mulheres, Carlo abaixou dentro e levou o assento
dele. "Voc� gosta o seu, Sra. Trent? "
Ela levou o assento ent�o em frente a ele lhe enviou um diretamente-tiroteio, olhar nivelado. A Juliet n�o poderia ter nenhuma id�ia quanto admirou ele isto. "Sim,
eu fa�o."
O Carlo estirou o legs-legs dele que a m�e dele tinha dito uma vez que isso tinha recusado deixar de crescer longo depois que fosse necess�rio. Ele teria preferido
condu��o ele, particularmente depois do v�o longo, longo de Roma onde outra pessoa tinha estado aos controles. Mas se ele n�o pudesse, a pregui�a de pel�cia da limusine
era a pr�xima melhor coisa. Alcan�ando em cima de, ele acendeu o est�reo de forma que Mozart despejou, aquiete mas vibrante. Se ele tivesse estado dirigindo, teria
sido pedra, alto e rambunctious.
"Voc� leu meu livro, Sra. Trent? "
"Sim, claro que. Eu n�o pude montar publicidade e promo��o para um produto desconhecido." Ela sentou atr�s. Era f�cil de fazer o trabalho dela quando ela pudesse
falar a verdade simples. "Eu fui impressionado com a aten��o a detalhe e as dire��es claras. Parecia um livro muito amig�vel, em lugar de simplesmente uma "ferramenta
de cozinha.
"Hmm." Ele notou que as meia-cal�as dela eram cor-de-rosa muito p�lido e tiveram uma linha min�scula de pontos para cima um lado. Interessaria a m�e dele que a mulher
de neg�cios americana pr�tica poderia desfrutar o fr�volo. O interessou que Juliet Trent p�de. "Voc� tentou quaisquer das receitas? ''
"N�o, eu n�o cozinho."
"Voc� n�o faz... " o interesse pregui�oso dele veio a aten��o. Nada? "
Ela teve que sorrir. Ele olhou t�o sinceramente chocado.
Como ele assistiu a curva de boca perfeita, ele teve que p�r o pr�ximo pux�o de desejo em cheque.
"Quando voc� � um fracasso a algo, Sr. Franconi, que voc� deixa isto a outra pessoa."
"Eu poderia o" ensinar. A id�ia o intrigou. Ele nunca ofereceu ligeiramente as per�cias dele.
Cozinhar? " Ela riu, enquanto relaxando bastante para deixar o dela colocar salto* no* sapato* desliza fora do sapato dela como ela balan�ou o p� dela. "Eu n�o penso
assim."
"Eu sou um professor excelente", ele disse com um sorriso lento.
Novamente, ela lhe deu a calma, olhar de gunslinger. "Eu n�o duvido isto. Por outro lado, eu sou um estudante pobre."
"Sua idade? " Quando o olhar dela estreitou, ele sorriu charmingly. "Uma pergunta rude quando uma mulher alcan�ou uma certa fase. Voc� n�o tem. "
"Vinte e oito", ela disse assim coolly o sorriso dele se tornou um sorriso.
"Voc� parece mais jovem, mas seus olhos s�o mais velhos. Eu acharia isto um prazer para lhe dar alguns li��es, Sra. Trent".
Ela o acreditou. Tamb�m, ela entendeu tons. "Uma piedade que nosso hor�rio n�o permitir� isto."
Ele encolheu os ombros facilmente e olhou fora a janela. Mas o L.A. auto-estrada n�o o interessou. "Voc� p�s a Filad�lfia no hor�rio como pedi eu? "
"N�s teremos um dia cheio l� antes de n�s vo�ssemos at� Boston. Ent�o n�s acabaremos em Nova Iorque."
"Bom. Eu tenho um amigo l�. Eu n�o a vi por quase um ano."
Juliet tinha certeza ele had-friends-everywhere.
"Voc� foi para o Los Angeles antes? " ele lhe perguntou.
"Sim. V�rias vezes em neg�cio."
"Eu ainda tenho que vir aqui para prazer eu. O que pensa voc� disto? "
Como teve ele, ela olhou fora a janela sem interesse. "Eu prefiro Nova Iorque."
"Por que? "
"Mais friccione, menos lustro."
Ele gostou da resposta dela, e o phrasing dela. Por causa disto, ele a estudou mais de perto. "Voc� alguma vez foi para Roma? "
"N�o." Ele pensou que ele ouviu h� pouco um rastro de wistfulness na voz dela. "Eu n�o fui para a Europa nada."
"Quando voc� fizer, venha para Roma. Foi constru�do em friccione."
A mente dela vagueou um pouco como ela pensou nisto, e o sorriso dela permaneceu. "Eu penso em fontes e m�rmore e catedrais."
"Voc� achar� them-and mais." Ela teve uma face primoroso bastante ser esculpido em m�rmore, ele pensou. Uma voz quieto e alisa bastante para catedrais. "Roma subiu
e caiu e arranhou atr�s novamente seu modo para cima. Uma mulher inteligente entende tais coisas. Uma mulher rom�ntica entende as fontes."
Ela olhou novamente fora como a limusine parada em frente ao hotel. "Eu tenho medo eu n�o sou muito rom�ntico."
"Uma mulher nomeada a Juliet n�o tem uma escolha."
O "sele��o de "minha m�e, ela mostrou. "N�o meu."
"Voc� n�o procura Romeo? "
Juliet juntou a pasta dela. "N�o, Sr. Franconi. Eu n�o fa�o. "
Ele saiu � frente dela e ofereceu a m�o dele. Quando a Juliet se levantou no meio-fio, ele n�o moveu para dar o quarto dela atr�s. Ao inv�s, ele experimentou com
a sensa��o de corpos escovar, ligeiramente, iguale educadamente em uma rua p�blica. O olhar dela surgiu dele, n�o cauteloso mas direto.
Ele sentia isto, o puxe. N�o o pux�o que era impessoal e para qualquer mulher, mas o puxe isso foi diretamente para o intestino e era para uma mulher. Assim ele
teria que provar a boca dela. Afinal de contas, ele era um homem compeliu para julgar uma grande transa��o atrav�s de gosto. Mas ele tamb�m poderia esperar o tempo
dele. Algumas cria��es levaram muito tempo e tinham complicado prepara��es para aperfei�oar. Goste de Juliet, ele insistiu em perfei��o.
"Algumas mulheres", ele murmurou, "nunca precise olhar, s� evadir e evitar e seleciona."
"Algumas mulheres", ela disse da mesma maneira que quietamente, "escolha n�o selecionar nada." Deliberadamente, ela virou o dela atr�s nele pagar integralmente o
motorista. "Eu j� o me registrei, Sr. Franconi", ela disse em cima do ombro dela como ela deu a chave dele ao mensageiro de hotel de espera. "Eu s� estou do outro
lado do corredor de seu apartamento."
Sem olhar para ele, Juliet seguiu o mensageiro de hotel no hotel e para os elevadores. "Se o vestir, eu farei reservas aqui no hotel para o jantar �s sete. Voc�
h� pouco pode bater em minha porta quando voc� estiver pronto." Com um cheque r�pido do rel�gio dela ela calculou a diferen�a de tempo e figurado ela poderia fazer
tr�s liga��es a Nova Iorque e um para Dallas antes de horas de expediente estivessem em cima de mais distante leste. "Se voc� precisar qualquer coisa, voc� s� tem
que ordenar isto e carregar isto para o quarto."
Ela pisou do elevador, enquanto abrindo a bolsa dela e tirando de a pr�pria chave de quarto dela como caminhou ela. "Eu estou seguro voc� achar� seu apartamento
satisfat�rio."
Ele a assistiu movimentos vivos, econ�micos. "Eu estou seguro eu vou."
"Sete horas ent�o." Ela j� estava empurrando a chave dela na fechadura como o mensageiro de hotel abriu a primeira porta ao apartamento pelo corredor. Como fez ela,
a mente dela j� estava nas liga��es que ela faria para o momento ela derramaria a jaqueta dela e sapatos.
"Juliet."
Ela pausou, o cabelo dela balan�ando atr�s como ela examinou o ombro dela a Carlo. Ele a segurou l�, um momento mais longo, em sil�ncio. "N�o mude seu cheiro", ele
murmurou. "Sexo sem flores, feminilidade sem vulnerabilidade. O" veste.
Enquanto ela continuou fitando em cima do ombro dela, ele desapareceu dentro do apartamento. O mensageiro de hotel come�ou as introdu��es cortesas dele aos alojamentos
do apartamento. Algo o Carlo disse o causado romper e riso.
Juliet virou a chave dela com mais for�a que necess�rio, empurrado aberto a porta dela, ent�o fechou isto novamente com o comprimento do corpo dela. Durante um minuto,
apoiou h� pouco l� ela, enquanto esperando pelo sistema dela para nivelar.
Treinamento profissional tinha lhe impedido de gaguejar e apalpar e fazer um bobo dela. Treinamento profissional tinha a ajudado a s� persistir os nervos dela na
borda onde eles poderiam ser controlados e poderiam ser escondidos. Ainda, debaixo do treinamento, havia uma mulher. Controle tinha a valido. Juliet estava morta
certo n�o havia uma mulher vivo que seria totalmente n�o afetado por Carlo Franconi. N�o era nenhum b�lsamo para o ego dela admitir ela simplesmente fez parte de
um grupo grande, variado.
Ele nunca conheceria isto, ela se falou, mas o pulso dela tinha estado se comportando mal desde que ele tinha levado a m�o dela primeiro. Ainda estava se comportando
mal. Est�pido, ela se falou e jogou ao ch�o a bolsa dela em uma cadeira. Ent�o ela pensou melhor isto se ela seguisse isto. As pernas dela ainda n�o eram fixas.
Juliet deixou sair uma respira��o longa, funda. Ela h� pouco teria que esperar at� que eles eram.
Assim ele era deslumbrante. E rico... e talentoso. E outrageously sensual. Ela j� tinha sabido que, n�o teve ela? A dificuldade era, ela n�o estava segura como o
controlar. N�o quase t�o seguro quanto ela teve que ser.

Cap�tulo 2
Ela era uma mulher que prosperou em programa��o apertada, detalhes minuciosos e crises pequenas. Estes eram as coisas que o mantiveram alertam, afiado e interessado.
Se o trabalho dela tivesse sido simples, n�o teria havido muito divertido a isto.
Ela tamb�m era uma mulher que gostou de banhos longos, pregui�osos em montanhas de bolhas e camas grandes, grandes. Estas eram as coisas que o mantiveram s�o. Juliet
sentia ela tinha ganho o segundo depois que ela tivesse lidado com o primeiro.
Enquanto o Carlo se divertiu do pr�prio modo dele, a Juliet gastou uma hora e um meio no telefone, ent�o outra hora revisando e bom-afinando o itiner�rio do pr�ximo
dia. Uma entrevista de impress�o tinha passado e teve tido que ser arrastado dentro. Ela arrastou. Outro papel estava enviando rep�rter e fot�grafo ao livro assinar.
Os nomes deles/delas tiveram que ser notados e se lembraram. A Juliet notou, circulou e cometeu a mem�ria. As coisas de modo estavam amoldando para cima, eles teriam
sorte para administrar um descanso de dois-hora o pr�ximo dia. Nada poderia a ter agradado mais.
At� que ela tivesse fechado o grosso dela, caderno de couro-salto, ela era mais que pronto para a banheira. A cama, infelizmente, teria que esperar. Dez horas, ela
se prometeu. Antes das dez, ela estaria em cama, se aconchegou dentro, se enrolou e inconsciente.
Ela saturou, enquanto designando quarenta-cinco minutos precisamente durante o tempo pessoal dela. No banho, n�o delineou ela ou plano ou estimativa. Ela fez tique-taque
fora o fim ocupado, empresarial do c�rebro dela e desfrutou.
Relaxing-it levou os primeiros dez minutos para realizar aquele completamente. Dreaming-she poderia fingir o branco, banheira de padr�o-tamanho era luxuosa, grande
e luxuriante. M�rmore preto talvez e grande bastante para dois. Era uma ambi��o secreta de Juliet possuir um gostam eventualmente isto. O s�mbolo, ela sentia, de
�ltimo sucesso. Ela teria eri�ado se qualquer um tivesse chamado a meta dela rom�ntico. Pr�tico, ela insistiria. Quando voc� trabalhou duro, voc� precisou de um
lugar para desenrolar. Isto era dela.
O roup�o dela esperou a parte de tr�s do verde de door-jade, sum�rio de teasingly e seda. N�o um luxo at� onde ela estava preocupada, mas uma necessidade. Quando
voc� teve freq�entemente s� agarramentos curtos para relaxar, voc� precisou de toda a ajuda que voc� poderia adquirir. Ela considerou o roup�o como muito uma ajuda
mantendo passo como as garrafas de vitaminas que revestiram o contador pela pia. Quando ela viajou, ela sempre os levou.
Depois que ela tivesse relaxado e tinha sonhado um pouco, ela poderia apreciar �gua macia, quente contra a pele dela, bolhas assobiando sedoso, ricos de subida a
vapor com cheiro.
Ele tinha lhe dito que n�o mudasse o cheiro dela.
A Juliet fez carranca como ela sentia os m�sculos no tempo de ombros dela. Oh n�o. Deliberadamente ela apanhou o bolo min�sculo de sab�o de hotel e esfregou isto
os bra�os dela para cima e para baixo. Oh n�o, ela n�o deixaria Carlo Franconi intrometer no tempo pessoal dela. Isso era regra n�mero um.
Ele tinha tentado a desvendar de prop�sito. Ele tinha tido sucesso. Sim, ele tinha tido sucesso, a Juliet admitiu com um aceno teimoso. Mas isso terminou agora.
Ela n�o deixaria isto acontecer novamente. O trabalho dela era promover o livro dele, n�o o ego dele. Promover, ela iria acima e al�m da chamada de dever com o tempo
dela, a energia dela e a habilidade dela, mas n�o com as emo��es dela.
Franconi n�o estava de volta voador para Roma em tr�s semanas com um sorriso presumido na face dele a menos que fosse professionally gerado. Aquele momento do que
atra��o faca-afiada seria se tratada. Prioridades, a Juliet meditou, era a ordem do dia. Ele poderia acrescentar todas as conquistas americanas � lista dele ele
chose-as desejam como ela n�o estava entre eles.
Em todo caso, ele n�o a interessou seriamente. Simplesmente era aquele desejo b�sico, primitivo. Certamente havia nem todo intelecto envolvido. Ela preferiu um tipo
diferente de man-steady em lugar de flamejante, sincero em lugar de encantar. Isso era o tipo de homem para o que uma mulher de bom senso olhou quando o tempo era
certo. Juliet julgou o tempo seria certo em aproximadamente tr�s anos. At� l�, ela teria estabelecido a estrutura para a pr�pria empresa dela. Ela seria financeiramente
independente e conte�do de creatively. Sim, em tr�s anos ela estaria pronta para pensar em uma rela��o s�ria. Isso ajustaria o hor�rio dela bem.
Resolvido, ela decidiu, e fechado os olhos dela. Era uma palavra agrad�vel, confort�vel. Mas a �gua quente, bolhas e vapor n�o a relaxaram mais. Um pouco ressentido,
ela libertou a tomada e se levantava deixado a �gua escoar fora ela. O espelho largo sobre o contador e pia foi enevoada, mas s� ligeiramente. Pela n�voa ela poderia
ver Juliet Trent.
Estranho, ela pensou, como p�lido e macio e vulner�vel uma mulher nua pudesse olhar. Na mente dela, ela era forte, pr�tica, at� mesmo duro. Mas ela poderia ver,
na umidade, espelho nublado, a fragilidade, at� mesmo o wistfulness. Er�tico? Juliet carranqueou um pouco como ela se falou que ela n�o deveria ser desapontada que
o corpo dela tinha sido constru�do em linhas esbeltas, pr�ticas em lugar de redondo e luxuriante. Ela deveria agradecer que as pernas longas dela a adquiriram onde
ela ia e os quadris estreitos dela ajudados mant�m a silhueta dela em um ornamento de terno empresarial e eficiente. Er�tico nunca seria uma vantagem de carreira.
Sem maquilagem, a face dela parecia muito jovem, enquanto tamb�m confiando. Sem cuidar cuidadoso, os cabelos dela pareciam muito selvagens, muito apaixonados.
Fr�gil, jovem, apaixonado. Juliet tremeu a cabe�a dela. N�o qualidades para uma mulher profissional. Era afortunado que roupas e cosm�ticas pudessem depreciar ou
poderiam exagerar certos aspectos. Agarrando uma toalha, ela embrulhou isto ela ao redor, enquanto levando outro ent�o que ela esfregou o vapor do espelho. Nenhuma
mais n�voa, ela pensou. O suceder tiveram que ver claramente.
Com um relance aos tubos e garrafas no contador ela come�ou a criar o profissional Sra. Trent.
Porque ela odiou quartos de hotel quietos, a Juliet acendeu a televis�o como ela come�ou a vestir. O filme de Bogart-Bacall velho a agradou e era mais relaxante
que uma d�zia de banhos de bolha. Ela escutou o di�logo famoso enquanto ela utilizou as meia-cal�as fumar-coloridas dela. Ela assistiu a paix�o contida vislumbrando
como ela ajustou as correias de um teddy preto completamente. Enquanto o enredo torceu e virou, ela fechou no vestido preto estreito e nodoso a praia longa de p�rolas
debaixo dos peitos dela.
Se por-se em dia, ela sentou na extremidade da cama, enquanto correndo uma escova pelo cabelo dela como assistiu ela. Ela estava sorridente, absorvida, distra�da,
mas teria a chocado se qualquer um tivesse dito que ela era rom�ntica.
Quando a batida soou � porta dela, ela olhou ao rel�gio dela. 7:05. Ela tinha perdido quinze minutos vadiando. Para compensar isto, Juliet estava usando os sapatos
dela, os brincos dela cortaram e a bolsa dela e caderno � m�o em doze segundo apartamento. Ela foi para a porta pronto com uma sauda��o e uma desculpa.
Uma rosa. Justo, a cor do rubor de uma menina jovem. Quando o Carlo deu isto a ela, ela n�o teve nada que dizer nada. Por�m, Carlo n�o teve nenhum problema.
"Bella." Ele teve o dela d� aos l�bios dele antes de ela tivesse pensado se se opor a o movimento. "Algumas mulheres parecem severas ou frias em preto. Outros...
" a pesquisa dele era longa e macho, mas o sorriso dele fez isto o gal� em lugar de calcular. "Em outros aumenta a feminilidade deles/delas simplesmente. Eu estou
o perturbando? "
"N�o, n�o, claro que n�o. Eu h� pouco era-"
"Ah, eu sei este filme."
Sem esperar por um convite, ele ventou al�m dela no quarto. O padr�o, �nico quarto de hotel n�o parecia t�o impessoal mais. Como p�de isto? Ele, vida trazida, energia,
paix�o no ar como se fosse a miss�o dele.
"Sim, eu vi isto muitas vezes." As duas faces fortes dominaram a tela. Bogart, dobrou, pesado-de olhos, weary-Bacall, alise, vaporoso e desafiador. "Passione, ''
ele murmurou e fez a palavra parecer como mel ser provado. Inacreditavelmente, Juliet se achou engolindo. "Um homem e uma mulher podem trazer muitas coisas a um
ao outro, mas sem paix�o, tudo � outro d�cil. Si? ''
Juliet se recuperou. Franconi n�o era um homem para discutir paix�o com. O assunto n�o permaneceria acad�mico muito tempo para. "Talvez." Ela ajustou a bolsa de
noite dela e o caderno dela. Mas ela n�o derrubou a rosa. "N�s temos muito que discutir em cima do jantar, Sr. Franconi. N�s ser�amos come�ados" melhor.
Com os dedos polegares dele ainda enganchados nos bolsos das cal�as compridas de taupe dele, ele virou a cabe�a dele. Juliet figurou centenas de mulheres tinha confiado
naquele sorriso. Ela n�o vai. Com um estalido descuidado, ele desligou a televis�o. "Sim, � tempo que n�s come�amos."
O que pensou ele dela? O Carlo se fez a pergunta e deixou a resposta entrar em agarramentos, entrela�ados pela noite.
Graciosamente. Ele n�o considerou o afeto dele para mulheres bonitas uma fraqueza. Ele agradeceu que a Juliet n�o achou a necessidade para depreciar ou se transformar
a beleza natural dela em severidade, nem ela explorou isto at� que era artificial. Ela fundaria um equil�brio agrad�vel. Ele poderia admirar isso.
Ela era ambiciosa, mas ele admirou que como bem. Mulheres bonitas sem ambi��o perderam o interesse dele depressa.
Ela n�o confiou nele. Isso o divertiu. Como ele bebeu o segundo copo dele de Beaujolais, ele decidiu que a cautela dela era um elogio. Na estima��o dele, uma mulher
como Juliet seria s� cautelosa de um homem se ela fosse de algum modo.
Se ele fosse honesto, e ele era, ele admitiria que a maioria das mulheres foi atra�do a ele. Parecia s� feira, como ele foi atra�do a eles. Curto, alto, rechonchudo,
magro, velho ou jovem, ele achou as mulheres uma fascina��o, uma del�cia, uma divers�o. Ele os respeitou, talvez s� como um homem para cima que tinha crescido cercado
por mulheres poderia fazer. Mas respeito n�o significou ele n�o p�de desfrutar.
Ele ia desfrutar a Juliet.
"Oi, LA. est� em primeiro amanh�." A Juliet correu as notas dela enquanto o Carlo lambiscou em cabe�a. "� o programa de entrevistas matutino topo-avaliado na costa,
n�o s� em L.A. Liz Marks os anfitri�es. Ela � mesmo personable-not muito borbulhante. Los Angeles n�o quer borbulhante �s 8:00 DA MANH�"
"Agrade�a Deus."
"Em todo caso, ela tem uma c�pia do livro. � importante que voc� adquira o t�tulo em um par de vezes se ela n�o fizer. Voc� tem os vinte minutos cheios, assim n�o
deveria ser um problema. Voc� ser� autographing a Livros, Incorporado em Bulevar de Wilshire entre um e tr�s." Apressadamente, ela se fez uma nota contatar a loja
pela manh� para um �ltimo cheque. "Voc� querer� tampar que, mas eu o lembrarei logo antes airtime. Claro que, voc� querer� mencionar que voc� est� come�ando uma
excurs�o de vinte-um-dia do pa�s aqui na Calif�rnia."
"Mmm-hmm. A cabe�a � bastante pass�vel. Voc� gostaria alguns? "
"N�o, obrigado. H� pouco prossiga. Ela conferiu fora a lista dela e alcan�ou para o vinho dela sem olhar para ele. O restaurante estava quieto e elegante, mas n�o
importou. Se eles tivessem estado em uma barra abarrotada alta na Tira, ela ainda teria ido em com as notas dela. "Corrija depois do espet�culo matutino, n�s vamos
para uma mancha de r�dio. Ent�o n�s teremos desjejum com um rep�rter do Times. Voc� j� teve um artigo no Trib. Eu tenho um recorte para voc�. Voc� quereria mencionar
seus outros dois livros, mas concentra no novo. N�o doeria para expor algumas das cidades principais n�s bateremos. Denver, Dallas, Chicago, Nova Iorque. Ent�o h�
o autographing, uma mancha nas not�cias de noite e o jantar com dois reps de livro. O pr�ximo dia-"
"Um dia de cada vez", ele disse facilmente. "Eu serei menos prov�vel rosnar a voc�."
"Certo." Ela fechou o caderno dela e tomou um gole novamente ao vinho dela. "Afinal de contas, � meu trabalho para cuidar dos detalhes, seu para assinar livros e
est� encantando."
Ele tocou o copo dele a seu. "Ent�o nenhum de n�s deveria ter um problema. Est� encantando � minha vida."
Ele estava rindo dele, ela desejou saber, ou a ela? "Do que eu vi, voc� supera a isto."
"Um presente, cara". Esse escuro, foram divertidos olhos de fundo-jogo e excitando. "Ao contr�rio uma habilidade que � desenvolvida e � treinada."
Assim, ele estava rindo de ambos eles, ela percebeu. Seria dif�cil e s�bio de n�o o gostar para isto.
Quando o bife dela foi servido, a Juliet olhou a isto. Por�m, Carlo estudou a carne de vitela dele como se seja uma pintura velha boa. N�o, a Juliet percebeu depois
de um momento, ele estudou isto como se seja uma mulher jovem, bonita.
"Aparecimentos", ele lhe, "em comida, falou como em pessoas, � essencial." Ele estava sorrindo a ela quando ele cortou na carne de vitela. "E, como em pessoas, podem
estar enganando" eles.
Juliet o assistiu prove a primeira mordida, lentamente, os olhos dele meio-fechado. Ela sentia um frio estranho � base da espinha dela. Ele provaria uma mulher o
mesmo modo, ela tinha certeza. Lentamente.
"Agrad�vel", ele disse depois de um momento. "Nenhum mais, nenhum menos."
Ela n�o p�de prevenir o sorriso r�pido como ela cortou no bife dela. O "seu � claro que" melhor.
Ele moveu os ombros dele. Uma declara��o de arrog�ncia. "Claro que. Como comparar uma menina bem jovem com uma mulher bonita." Quando ela olhou para cima ele estava
oferecendo o garfo dele. Em cima disto, os olhos dele a estudaram. "Prove", ele convidou e a palavra simples fez o sangue dela tremer. "Nada j� deveria ir untasted,
Juliet".
Ela encolheu os ombros, enquanto o deixando alimentar a mordida min�scula de carne de vitela para ela. Estava picante, enquanto h� pouco limitando em ricos e quente
na l�ngua dela. "� bom."
"Bom, si. Nada que Franconi prepara j� � meramente bom. Bom, eu verteria no lixo, alimente aos cachorros na ruela." Ela riu, enquanto o deleitando. "Se algo n�o
for especial, ent�o � ordin�rio."
"Retifique bastante." Sem perceber isto, ela deslizou fora dos sapatos dela. "Entretanto, eu suponho eu sempre olhei para comida como uma necessidade b�sica."
"Necessidade? " Carlo tremeu a cabe�a dele. Embora ele tivesse ouvido tal sentimento antes, ele ainda considerou isto um sacril�gio. "Oh, madonna, voc� tem muito
para aprender. Quando a pessoa sabe comer, como apreciar, � s� secunde a fazer amor. Cheiros, texturas, gostos. S� comer para encher seu est�mago? Selvagem."
"Arrependido." Juliet levou outra mordida de bife. Era tenro e cozinhou bem. Mas era s� um peda�o de carne. Ela nunca teria considerado isto sensual ou rom�ntico,
mas simplesmente enchendo. "� que por que voc� se tornou um cozinheiro? Porque voc� pensa comida sensual? "
Ele estremeceu. "Chefe de cozinha, "mia de cara.
Ela sorriu, enquanto lhe mostrando pela primeira vez uma raia de humor e dano. "O que � a diferen�a? "
"O que � a diferen�a entre um cavalo de arado e um animal de sangue puro? Gesso e porcelana? "
Se desfrutando, ela tocou a l�ngua dela � beira do copo dela. "Alguns poderiam dizer sinais" para d�lar.
"N�o, n�o, n�o, meu amor. Dinheiro � s� um resultado, n�o uma causa. Um cozinheiro faz hamb�rgueres em uma cozinha gordurosa que cheira de cebolas atr�s de um contador
onde as pessoas apertam garrafas de pl�stico de catchup. Um chefe de cozinha cria... " Ele gesticulou, um c�rculo de uma m�o. "Uma experi�ncia."
Ela ergueu o copo dela e varreu as chicotadas dela abaixo, mas ela n�o escondeu o sorriso. "Eu vejo."
Embora ele pudesse ser ofendido por um olhar quando ele escolheu, e � cruel com o ofensor, o Carlo gostou do estilo dela. "Voc� � divertido. Mas voc� n�o provou
Franconi." Ele esperou at� os olhos dela, torto e cauteloso, erguidos a ele. "Ainda."
Ele teve um talento por se transformar a declara��o mais simples em algo er�tico, ela observou. Seria um desafio para marginar ao redor dele sem dar modo. "Mas voc�
n�o me falou por que voc� se tornou um chefe de cozinha."
"Eu n�o posso pintar ou posso esculpir. Eu n�o tenho a paci�ncia ou o talento para compor sonetos. H� outros modos para criar, abra�ar arte".
Ela viu, com surpresa misturada com respeito, que ele era bastante s�rio. "Mas pinturas, escultura e poesia permanecem s�culos depois que eles fossem criados. Se
voc� fizer um sufl�, est� aqui, ent�o foi."
"Ent�o o desafio � fazer isto novamente, e novamente. Necessidade de arte n�o seja posta atr�s de copo ou de bronze, Juliet, somente apreciou. Eu tenho um amigo...
" Ele pensou em Ver�o Lyndon-no, Ver�o Cocharan agora. "Ela faz massas como um anjo. Quando voc� comer um, voc� � um rei."
"Ent�o est� cozinhando magia ou arte? "
"Ambos. Como amor. E eu penso voc�, Juliet Trent, come muito muito pequeno."
Ela conheceu o olhar dele como tinha esperado ele que ela vai. "Eu n�o acredito em overindulgence, Sr. Franconi. Conduz a descuido."
"Para indulg�ncia ent�o." Ele ergueu o copo dele. O sorriso estava de volta, enquanto encantando e perigoso. "Cuidadosamente."
Qualquer coisa e tudo poderia dar errado. Voc� teve que esperar isto, se antecipa isto e evita isto. A Juliet soube h� pouco quanto pudesse ser arruinado por um
vinte-minuto, entrevista ao vivo a 7:30 DA MANH� em uma segunda-feira. Voc� esperou para o melhor e adquire por com o n�o muito ruim. Nem sequer ela n�o esperou
perfei��o no primeiro dia de uma excurs�o.
N�o era f�cil explicar por que ela estava aborrecida quando ela adquiriu isto.
A mancha matutina foi formosamente. Havia nenhum outro modo para descrever isto, a Juliet decidiu como ela assistiu Liz Marks conversa e ri com Carlo depois que
a m�quina fotogr�fica deixasse de gravar. Se um operador astuto pudesse ser chamado um natural, o Carlo realmente era um natural. Durante a entrevista, ele dominou
o espet�culo sutilmente e completamente enquanto charmingly que encobre o anfitri�o dele a isto. Duas vezes ele tinha feito o dez-ano veterano de programas de entrevistas
matutinos d� risada como uma menina. Uma vez, uma vez, Juliet se lembrou com surpresa, ela tinha visto a mulher se ruborizar.
Sim. Ela trocou a correia da pasta pesada dela no bra�o dela. Franconi era um natural. Foi ligado para fazer o trabalho dela mais f�cil. Ela bocejou e o amaldi�oou.
Juliet sempre dormiu bem em quartos de hotel. Sempre. Com exce��o de ontem � noite. Ela poderia ter podido convencer outra pessoa que muito caf� e primeiro-dia se
agita tinha a mantido desperte. Mas ela soube melhor. Ela poderia beber uma panela de caf� �s dez e poderia dormir em comando �s onze. O sistema dela era muito disciplinado.
Com exce��o de ontem � noite.
Ela quase tinha sonhado com ele. Se ela n�o tivesse se tremido desperte �s 2:00 DA MANH�, ela teria sonhado com ele. Isso era nenhum modo para come�ar uma excurs�o
de autor muito importante, muito longa. Ela se falou agora se ela tivesse que escolher entre um pouco de fantasias tolas e fadiga honesta, ela levaria a fadiga.
Abafando outro bocejo, a Juliet conferiu o rel�gio dela. Liz teve o bra�o dela comprimido por Carlo e olhou como se ela manteria isto l� a menos que algu�m a inquirisse
solto. Com um suspiro, decidiu a Juliet que ela teria que ser a alavanca.
"Sra. Marks, era um espet�culo maravilhoso." Como ela atravessou, a Juliet ofereceu a m�o dela deliberadamente. Com relut�ncia �bvia, Liz se desimpediu de Carlo
e aceitou isto.
Obrigado, Senhorita... "
"Trent", a Juliet proveu sem um oscile.
"Juliet � minha publicista", o Carlo contou para Liz, entretanto as duas mulheres tinham sido introduzidas menos que uma hora mais cedo. "Ela vigia meu hor�rio."
"Sim, e eu tenho medo eu terei que apressar Sr. Franconi junto. Ele tem uma mancha de r�dio em uma meia hora. "
"Se voc� deve." Juliet foi despedida facilmente como Liz retrocedeu a Carlo. "Voc� tem um modo encantador de come�ar a manh�. Uma piedade voc� n�o ser� na cidade
mais longo."
"Uma piedade", o Carlo concordou e beijou os dedos de Liz. Como um filme velho, pensou a Juliet impacientemente. Tudo que eles precisaram eram violinos.
Obrigado novamente, Sra. Marks". A Juliet usou o sorriso mais diplom�tico dela como ela levou o bra�o de Carlo e come�ou a conduzir o fora do est�dio. Afinal de
contas, ela necessidade muito prov�vel Liz Marks novamente. "N�s somos dentro um pouco de uma pressa", ela murmurou como eles trabalharam o modo deles/delas atr�s
� �rea de recep��o. O gravar era em cima de e ela teve outro peixe para fritar. "Este r�dio espet�culo um do topo-avaliado na cidade. Desde que ap�ia forties e pedra
cl�ssica, sua audi�ncia, fortemente em cima neste momento de dia, desaba a dezoito a trinta-cinco gama principalmente. Poder comprando excelente. Isso nos d� uma
mistura agrad�vel com a audi�ncia deste espet�culo matutino que geralmente est� nos vinte e cinco a cinq�enta, categoria principalmente feminina".
Escutando com respeito todo aparente, o Carlo alcan�ou a limusine de espera primeiro e abriu a porta ele. "Voc� considera este importante? "
"Claro que." Porque ela estava distra�da pelo que ela pensou era uma pergunta tola, a Juliet escalou na limusine � frente dele. "N�s temos um hor�rio s�lido em L.A."
E ela n�o viu o ponto mencionando havia algumas cidades na excurs�o onde eles n�o estariam isso mesmo ocupados. "Um programa de entrevistas matutino com uma reputa��o
boa, um espet�culo de r�dio popular, duas entrevistas de impress�o, duas manchas r�pidas nas not�cias de noite e o Simpson Show". Ela disse o �ltimo com uma sugest�o
de prazer. O Simpson Show compensou o que ela estava fazendo ao or�amento com limusines.
"Assim voc� est� contente."
"Sim, claro que." Cavando na pasta dela, ela tirou a pasta de pap�is dela a recheck o nome do contato dela na esta��o de r�dio.
"Ent�o por que voc� olha t�o aborrecido? "
"Eu n�o sei o sobre" o qual voc� est� falando.
"Voc� adquire um direito de linha... aqui", ele disse como ele correu uma ponta do dedo entre as sobrancelhas dela. Ao toque, empurrou a Juliet atr�s antes de ela
pudesse se parar. O Carlo s� levantou a cabe�a dele, enquanto a assistindo. "Voc� pode sorrir e pode falar em uma voz quieta, cortesa, mas aquela linha o d�.
"Eu estava muito contente com o gravar", ela disse novamente.
"Mas? "
Certo, ela pensou, ele estava pedindo isto. "Talvez me aborrece ver uma mulher que faz um bobo dela." Juliet encheu a pasta de pap�is atr�s na pasta dela. Marcas
de Liz" est�o casadas, voc� sabe."
"Alian�as de casamento s�o coisas que eu tento estar imediatamente atento de", ele disse com um encolha os ombros. "Suas instru��es eram estar encantando, eles n�o
eram? "
"Talvez charme tem um significado diferente na It�lia."
"Como disse eu, voc� tem que vir para Roma."
"Eu suponho voc� gosta de ter mulheres que o" babam por toda parte.
Ele sorriu a ela, f�cil, atraente, inocente. "Mas claro que."
Um gargarejo de risada borbulhou na garganta dela mas ela engoliu isto. Ela n�o seria encantada. "Voc� ter� que lidar como bem" com alguns homens nesta excurs�o.
"Eu prometo n�o beijar os "dedos de Simpson.
Este tempo escapou a risada. Para um momento, ela relaxou com isto, deixe vir. Carlo viu, muito brevemente, a mocidade e energia em baixo da disciplina. Ele gostaria
ter a mantido como aquele longer-laughing, � vontade com ele, e com ela. Seria um desafio, ele meditou, achar a sucess�o certa de bot�es para empurrar para trazer
mais freq�entemente risada aos olhos dela. Ele gostou de challenges-particularly quando havia uma mulher conectada a eles.
"Juliet." O nome dela fluiu de certo modo fora a l�ngua dele s� o macho europeu tinha dominado. "Voc� n�o deve preocupar. Seu tidily s� se casaram Liz desfrutou
um flerte moderado com um homem ela vai mais que provavelmente nunca veja novamente. Inofensivo. Talvez por causa disto, ela achar� mais romance hoje � noite" com
o marido dela.
Juliet de olhos ele um momento nela diretamente-em, maneira de nenhum-tolice. "Voc� pensa totalmente em lote de voc�, n�o o fa�a? "
Ele sorriu, n�o seguro se ele fosse aliviado ou se ele lamentasse o fato que ele nunca tinha conhecido qualquer um como ela antes. "N�o mais que est� garantido,
came. Qualquer um que tem car�ter deixa uma marca em outro. Voc� gostaria de deixar o mundo sem fazer uma ondula��o? "
N�o. N�o, isso era uma coisa ela era determinada n�o fazer. Ela sentou determinada para segurar atr�s o pr�prio dela. "Eu suponho alguns de n�s teimamos em deixar
mais ondula��es que outros."
Ele acernar com a cabe�a. "Eu n�o gosto de fazer qualquer coisa de um modo pequeno."
"Tenha cuidado, Sr. Franconi, ou voc� come�ar�o a acreditar sua pr�pria imagem."
A limusine tinha parado, mas antes de a Juliet pudesse fugir para a porta, o Carlo teve o dela d�. Quando ela olhou para ele este tempo, ela n�o viu o chefe de cozinha
italiano af�vel, amoroso, mas um homem de poder. Um homem, ela percebeu, que estava bem atento de como distante pudesse o levar.
Ela n�o moveu, mas desejou saber quantas outras mulheres tinham visto o a�o em baixo da seda.
"Eu n�o preciso de imagem, Juliet". A voz dele era macia, encantadora, bonita. Ela ouviu o corte de navalha-l�mina em baixo disto. "Franconi � Franconi. Me leve
para o que voc� v�, ou v� para o diabo."
Suavemente, ele escalou da limusine � frente dela, virou e levou a m�o dela, enquanto a tirando com ele. Era um movimento que era cort�s, respeitoso, at� mesmo ordin�rio.
Era um movimento, a Juliet percebeu, isso expressou as posi��es deles/delas. Homem para mulher. O momento que ela estava de p� no meio-fio, ela removeu a m�o dela.
Com dois espet�culos e um desjejum empresarial debaixo dos cintos deles/delas, Juliet deixou o Carlo na livraria, j� submergiu com mulheres aglomeradas em linha
para um olhar r�pido a e alguns palavras com Carlo Franconi. Eles j� tinham controlado o rep�rter e fot�grafo, e um homem como Franconi n�o precisaria da ajuda dela
com uma multid�o de mulheres. Armado com mudan�a e o cart�o de cr�dito dela, ela foi achar um telefone p�blico.
Durante os primeiros quarenta-cinco minutos, ela falou com o assistente dela em Nova Iorque, enquanto enchendo o bloco dela de tempos, datas e nomes enquanto L.A.
tr�fico batido por fora da cabina telef�nica. Como uma conta de suor gotejou abaixo a parte de tr�s dela, ela desejou saber se ela tivesse escolhido o canto mais
quente na cidade.
Denver ainda n�o olhou como prometendo como ela tinha esperado, mas Dallas... a Juliet pegou o l�bio de fundo dela entre os dentes dela como escreveu ela. Dallas
ia ser fabulosa. Ela poderia precisar dobrar a dose di�ria dela de vitaminas para consumir aquela extens�o de vinte-quatro-hora, mas seria fabuloso.
Depois de quebrar a conex�o dela com Nova Iorque, Juliet a discou contato primeiro no S�o Francisco. Dez minutos depois, ela estava apertando os dentes dela. N�o,
o contato dela na loja de departamentos n�o p�de ajudar ficando com um v�rus. Ela sentia muita, genuinamente arrependida ele estava doente. Mas ele teve que se adoecer
sem deixar para tr�s algu�m com um par de celas de c�rebro de funcionamento?
A menina jovem com a voz rechinante soube sobre a demonstra��o de arte culin�ria. Sim, ela conheceu em toda parte isto e n�o ia ser divertido? Cordas de extens�o?
Oh meu, ela realmente n�o soube uma coisa sobre isso. Talvez ela poderia perguntar para algu�m em manuten��o. Um table-chairs? Bem caramba, ela sup�s ela poderia
adquirir algo, se fosse realmente necess�rio.
A Juliet estava alcan�ando na bolsa dela para o recipiente de bolsa-tamanho dela de aspirina antes de terminasse. O modo que olhou agora, ela teria que chegar pelo
menos para a loja de departamentos duas horas antes da demonstra��o ter certeza tudo foi levado ao cuidado de. Isso significou prestidigitando o hor�rio.
Depois de completar as chamadas dela, Juliet deixou a cabina telef�nica de canto, aspirina em m�o, e foi atr�s � livraria, enquanto esperando que eles poderiam lhe
dar um copo de �gua e um canto quieto.
Ningu�m a notou. Se ela h� pouco tivesse rastejado dentro do deserto na barriga dela, ningu�m teria a notado. A livraria pequena, bastante elegante foi sufocada
com risada. Nenhum livreiro se levantou atr�s do contador. Havia um �m� no canto � esquerda do quarto. Seu nome era Franconi.
N�o era s� mulheres este tempo, a Juliet notou com interesse. Havia homens borrifados na multid�o. Alguns deles poderiam ter sido arrastados junto pelas esposas
deles/delas, mas eles estavam tendo um tempo disto agora. Se parecia um coquetel, menos a fuma�a de cigarro e �culos vazios.
Ela p�de nem mesmo o veja, a Juliet percebeu como ela trabalhou o modo dela para a parte de tr�s da loja. Ele era rodeado, envolveu. Tinindo a aspirina na m�o dela,
ela estava alegre ela poderia achar um pequeno canto por ela. Talvez ele adquiriu toda a gl�ria, ela meditou. Mas ela n�o comerciaria lugares com ele.
Olhando ao rel�gio dela, ela notou ele teve outra hora e desejou saber se ele poderia encolher a multid�o abaixo na quantia de tempo. Ela desejou vagamente para
um tamborete, derrubou a aspirina no bolso da saia dela e come�ou a folhear.
"Fabuloso, ele n�o �? " Juliet ouviu algu�m murmurar no outro lado de uma prateleira de livro.
"Deus, sim. Eu estou alegre t�o voc� me persuadiu de vir."
Para "o que s�o os amigos? "
"Eu pensei eu seria enfadado a morte. Eu sinto como uma crian�a a um concerto de pedra. Ele � se p�s tal... "
"Nomeie", a outra voz proveu. "Se um homem j� gosta que isso entrou em minha vida, ele n�o caminharia novamente" fora.
Curioso, a Juliet caminhou ao redor das pilhas. Ela n�o estava segura isso que ela donas de casa de expected-young, estudantes de faculdade. As que ela viu era duas
mulheres atraentes nos ano trinta deles/delas, ambos vestiram em ternos de profissional macio e lustroso.
"Eu tenho que voltar ao escrit�rio." Uma mulher conferiu um pequeno rel�gio de Rolex em bom estado. "Eu tenho uma reuni�o �s tr�s."
"Eu tenho que voltar para o pal�cio de justi�a."
Ambas as mulheres comprimiram os livros de autographed deles/delas em pastas de couro.
"Como n�o venha nenhum dos homens com os que eu saio pode beijar minha m�o sem fazer isto parecer como um movimento organizado em um jogo de um-ato? ''
"Estilo. Tudo tem que ver com estilo."
Com esta observa��o, ou reclama��o, as duas mulheres desapareceram na multid�o.
�s tr�s-quinze, estava assinando ainda ele, mas a multid�o tinha emagrecido bastante aquela Juliet poderia o ver. Nomeie, ela foi for�ada a concordar, ele teve.
Ningu�m que surgiu a mesa dele, reserve em m�o, era determinado uma assinatura r�pida, sorriso praticado e escova-fora. Ele falou com eles. Os desfrutado, a Juliet
corrigiu, se era uma av� que cheirou de lavanda ou uma mulher jovem com uma crian�a no quadril dela. Como ele soube a coisa certa para dizer a cada um deles, ela
desejou saber, isso os fez deixar a mesa com um riso ou um sorriso ou um suspiro?
Primeiro dia da excurs�o, ela se lembrou. Ela desejou saber se ele pudesse conseguir se manter at� este n�vel durante tr�s semanas. Tempo contaria, ela decidiu e
calculou ela poderia o dar outros quinze minutos antes de ela come�asse a aliviar o fora a porta.
At� mesmo com a extens�o de meia hora, n�o era f�cil. Juliet come�ou a ver o padr�o ela tinha certeza fixaria o passo da excurs�o. O Carlo encantaria e se encantaria,
e ela faria o papel menos atraente de sargento de broca. Isso � o para o qual ela era liquidada, a Juliet se lembrou como ela come�ou a sorriso, conversa e as pessoas
de desejo para a porta. Antes das quatro havia s� um punhado de vagabundos. Com desculpas e um aperto f�rreo, Juliet desimpediu o Carlo.
"Isso foi muito bem", ela come�ou, enquanto o cutucando sobre a rua. "Um dos livreiros me falou eles quase tinham vendido. Lhe faz maravilha que quanto macarr�o
vai ser cozinhado em L.A. hoje � noite. Considere este justo mais triunfo hoje."
"Grazie. ''
"Prego. Por�m, n�s sempre n�o teremos o leeway para atropelar uma hora, ela lhe falou como a porta da limusine fechada atr�s dela. "Ajudaria se voc� tenta manter
um olho no tempo e apanhar o passo diga para meio uma hora antes de terminar tempo. Voc� tem uma hora e quinze minutos antes de airtime-"
"Multa." Empurrando um bot�o, o Carlo ensinou que o motorista viajasse.
"Mas-"
"At� mesmo eu preciso desenrolar", ele lhe, ent�o aberta um gabinete embutido pequeno para revelar a barra, falou. "Conhaque", ele decidiu e verteu dois �culos sem
perguntar. "Voc� teve duas horas para janela-fazer compras e folhear." Inclinado atr�s, ele estirou fora as pernas dele.
Juliet pensou da hora e um meio que ela tinha gastado no telefone, ent�o o tempo envolveu aliviando os clientes junto. Ela tinha estado nos p�s dela para dois e
uma meia reta de horas, mas ela n�o disse nada. O conhaque abaixou liso e morno.
"A mancha deveria correr quatro, quatro e uns meio minutos no notici�rio. N�o parece como muito tempo, mas voc� seria pegado de surpresa quanto pode encher voc�
dentro. Mencione o t�tulo de livro, e o autographing e demonstra��o na faculdade amanh� de tarde. O aspecto sensual de comida, cozinhando e comendo um grande �ngulo.
Se voc� vai-"
"Voc� se preocuparia fazer a entrevista para mim? " ele perguntou t�o educadamente ela olhou para cima.
Assim, ele poderia estar torcido, ela meditou. "Voc� controla entrevista formosamente, Sr. Franconi, mas-"
"Carlo." Antes de ela pudesse abrir o caderno dela, ele teve a m�o dele no pulso dela. "� o Carlo, e p�s a maldi��o nota fora durante dez minutos. Me, meu Juliet
Trent muito organizado, fala por que n�s estamos junto aqui? "
Ela come�ou a mover a m�o dela mas o aperto dele era mais firme que ela tinha pensado. Durante a segunda vez, ela adquiriu a impress�o cheia de poder, for�a e determina��o.
Dar publicidade a seu livro."
"Hoje foi bem, si? "
"Sim, t�o longe-"
"Hoje foi bem", ele disse novamente e come�ou a aborrecer a com a freq��ncia das interrup��es dele.
"Eu irei neste espet�culo de not�cias local, fale durante alguns minutos, ent�o toma este jantar empresarial necess�rio quando eu teria muito bastante uma garrafa
de vinho e um bife em meu quarto. Com voc�. S�. Ent�o eu poderia o ver sem seu pr�prio pequeno terno de neg�cio e sua pr�pria pequena "maneira de neg�cio.
Ela n�o se permitiria estremecer. Ela n�o se permitiria reagir de qualquer forma. "Neg�cio � o para o qual n�s estamos aqui. � tudo eu estou interessado dentro."
"Isso pode ser." O acordo dele era muito muito f�cil. Em contraste direto, ele moveu a m�o dele � parte de tr�s do pesco�o dela, suavemente, mas n�o t�o suavemente
ela poderia mover aparte. "Mas n�s temos uma hora antes de neg�cio come�asse novamente. N�o me disserte em hor�rios."
A limusine cheirou de couro, ela percebeu tudo de uma vez. De couro e riqueza e Carlo. T�o casualmente quanto poss�vel, ela tomou um gole do copo dela. "Hor�rios,
como voc� se mostrou esta manh�, faz parte de meu trabalho. ''
"Voc� tem uma hora fora", ele lhe falou, enquanto erguendo uma sobrancelha antes de ela pudesse falar. "Assim relaxa. Seus p�s doeram, assim tiram seus sapatos e
bebem seu conhaque." Ele fixou abaixo a pr�pria bebida dele, ent�o moveu a pasta dela ao ch�o assim n�o havia nada entre eles. "Relaxe", ele disse novamente mas
n�o estava descontente que ela tinha endurecido. "Eu n�o pretendo fazer amor com voc� na parte de tr�s de um carro. Este tempo." Ele sorriu como temperamento chamejado
nos olhos dela porque ele tinha visto d�vida e excita��o como bem. "Um dia, um dia logo, eu acharei o pr�prio momento para isso, o pr�prio lugar, o pr�prio humor".
Ele apoiou mais �ntimo, de forma que ele h� pouco a agita��o de respira��o dela poderia sentir nos l�bios dele. Ela bateria agora a ele, ele soube, se ele desse
o pr�ximo passo. Ele poderia desfrutar a batalha. A cor que correu ao longo das ma��s do rosto dela n�o tinha vindo de um tubo ou panela, mas de paix�o. O olhar
nos olhos dela era muito perto de um desafio. Ela esperou que ele movesse uma polegada mais �ntimo, apertar o dela atr�s contra o assento com a boca dele firme em
seu. Ela estava esperando por ele, equilibrado, pronto.
Ele sorriu enquanto os l�bios dele fizeram n�o mais que paire at� que ele soube a tens�o nela tinha constru�do para emparelhar a tens�o nele. Ele deixou o olhar
dele trocar at� a boca dela de forma que ele poderia imaginar o gosto, a textura, a do�ura. O queixo dela ficado erguido at� mesmo como ele escovou um dedo polegar
em cima disto.
Ele n�o se preocupou fazer os esperaram. Em um movimento longo, f�cil, apoiou ele atr�s, cruzou os p�s dele aos tornozelos e fechado os olhos dele.
"Tire seus sapatos", ele disse novamente. "Meu hor�rio e os seus deveriam fundir muito bem."
Ent�o, � surpresa dela, ele era adormecido. N�o fingindo isto, ela percebeu, mas som adormecido, como se ele tivesse sacudido h� pouco um interruptor.
Com um trinco, ela fixou o copo semipleno dela abaixo e dobrou os bra�os dela. Bravo, ela pensou. Direito de maldi��o ela estava brava porque ele n�o a tinha beijado.
N�o porque ela o quis, ela se falou como ela fitou fora a janela tingida. Mas porque ele tinha a negado a oportunidade para mostrar as garras dela.
Ela estava come�ando a pensar ela amaria puxando um pouco de sangue italiano.

Cap�tulo 3
As bolsas deles/delas eram acumuladas e na limusine. Como uma precau��o, Juliet tinha dado o quarto de Carlo um r�pido, de �ltima hora andamento-em cima de ter certeza
ele n�o tinha deixado para tr�s nada. Ela ainda se lembrou de ser na estrada com um escritor de mist�rio que esquecido da escova de dente dele oito vezes em uma
excurs�o de oito-cidade. Um olhar r�pido era mais simples que uma procura de tarde-noite para uma farm�cia.
Sa�da no hotel tinha ido depressa e sem qualquer arranco de �ltima hora. Ao al�vio dela, os custos na conta de quarto de Carlo tinham estado claros e razo�veis.
O or�amento de estrada dela h� pouco poderia segurar. Com um m�nimo de confus�o, eles tinham deixado o Wilshire. Juliet s� poderia esperar conferir-dentro no aeroporto,
ent�o no hotel no S�o Francisco iria como bem.
Ela n�o quis pensar no Simpson Show.
Uma lista de demographics n�o era necess�ria aqui. Ela soube que o Carlo tinha gastado bastante tempo de vez em quando nos Estados saber como importante a demonstra��o
breve dele no pr�prio modo para preparar tortoni de biscoito e os dez minutos dele no ar seria. Era o espet�culo de noite topo-avaliado no pa�s e tinha sido durante
quinze anos. Bob Simpson era uma institui��o americana. Alguns minutos no espet�culo dele poderiam impulsionar a venda de livros iguale nas �reas mais remotas. Ou
poderia matar isto.
E menino, oh o menino, ela pensou, com um gargarejo fresco de excita��o, parecia impressionante para ter o Simpson Show listado no itiner�rio dela. Ela ofereceu
uma ora��o de �ltima hora que o Carlo n�o assoaria isto.
Ela conferiu o pequeno congelador nos bastidores para ser certo a sobremesa o Carlo tinha preparado aquela tarde estava em lugar e pronto. A mistura teve que gelar
durante quatro horas, assim eles jogariam o antes de-e-depois que jogo para os espectadores. Ele faria as pazes isto no ar, ent�o voila, eles produziriam a sobremesa
congelada completada dentro de minutos.
Embora o Carlo j� tivesse revisado o procedimento, as ferramentas e ingredientes com o gerente de produ��o e o diretor, a Juliet os revisou todo novamente. O chantilly
estava esfriando e t�o longe nenhum da tripula��o tinha surripiado qualquer biscoito de coco. A marca de xerez seco na que o Carlo tinha insistido foi armazenada
e pronto. Ningu�m tinha quebrado o selo para uma amostra r�pida.
Juliet quase acreditou ela poderia chicotear para cima a sobremesa congelada caprichosa ela se necess�rio e s� agradeceu Deus ela n�o teria que dar uma demonstra��o
culin�ria ao vivo em frente a milh�es de espectadores de televis�o.
Ele n�o parecia estar sentindo qualquer press�o, ela pensou como eles se instalaram no quarto verde. N�o, ele j� tinha dado o pouco meio-vestiu loiro no sof� um
sorriso grande e lhe ofereceu uma x�cara de caf� da m�quina dispon�vel.
Caf�? At� mesmo para Hollywood, levou uma imagina��o selvagem para considerar os conte�dos do caf� de panela. Juliet tinha tomado um gole do que teve gosto de lama
morna e p�s de lado a x�cara.
O pequeno loiro era aparentemente um interesse de amor novo aceso dos sab�es de noite populares, e ela estava nervosa com nervos. O Carlo se sentou no sof� ao lado
dela e come�ou a conversar fora como se eles eram velhos amigos. At� que a porta de quarto verde abrisse novamente, ela estava dando risada.
O pr�prio quarto verde era beige-pale, bege sem atrativo e espasm�dico. O condicionador de ar trabalhou, mas miseravelmente. Ainda Juliet soube quanto do famoso
e pr�ximo-famoso tinha sentado naquele pequeno quarto sombrio que mastiga as unhas deles/delas. Ou tomando goles r�pidos de um frasco.
O Carlo tinha trocado o caf� duvidoso para �gua de plan�cie e tinha espregui�ado no sof� com um bra�o lan�ado em cima da parte de tr�s. Ele olhou t�o f�cil quanto
um homem que entret�m na pr�pria casa dele. A Juliet desejou saber por que ela n�o tinha lan�ado nenhum anti�cido na bolsa dela.
Ela fez para uma pretens�o de rechecking o hor�rio enquanto o Carlo encantou a estrela ascendente e o Simpson Show murmurou fora na vinte-cinco-polegada consolo
de cor pelo quarto.
Ent�o o macaco entrou. A Juliet olhou para cima e viu o longo-armado, andar de pato de chimpanz� de tuxedoed em com a m�o dele pegada nisso de um homem magro alto
com olhos molestados e um sorriso nervoso. Sentindo um pouco nervoso ela, a Juliet examinou a Carlo. Ele acernar com a cabe�a a ambos os rec�m-chegados, ent�o voltou
o loiro sem perder uma batida. At� mesmo como a Juliet se disse que relaxasse, o chimpanz� sorriu, atrasou a cabe�a dele e deixou sair um an�ncio longo, alto.
O loiro deu risada, mas olhou como se ela cortaria e corre se o chimpanz� viesse um closer-tux de passo ou nenhum tux.
"Se comporte, Butch." O homem magro clareou a garganta dele como ele varreu o olhar dele ao redor do quarto. "Butch h� pouco acabado um quadro semana" passada, ele
explicou em geral para o quarto. "Ele est� sentindo um pequeno inquieto."
Com uma sacudidura dos cequins que a cobriram, o loiro caminhou � porta quando o nome dela foi anunciado. Com um pouco de satisfa��o, notou o Carlo que ela quase
n�o era t�o irritado quanto ela tinha sido quando ele tinha se sentado. Ela virou e lhe deu um sorriso dentudo. "Me deseje sorte, bem".
"O melhor."
Para o desgosto de Juliet, o loiro o assoou um beijo como ela velejou fora.
O homem magro parecia relaxar visivelmente. "Isso � um al�vio. Blondes fazem "overexcited de Butch.
"Eu vejo." Juliet pensou no pr�prio cabelo dela que poderia ser considerado dependendo loiros ou marrons no capricho. Esperan�osamente Butch consideraria isto marrom
e unstimulating.
"Mas onde a limonada �? " Os nervos do homem voltaram for�a por completo. "Eles sabem que Butch quer limonada antes de ele fosse no ar. O se tranquilizar-se.
Juliet mordeu a gorjeta da l�ngua dela para segurar um riso silencioso. O Carlo e Butch eram eyeing um ao outro com um tipo de compreens�o tolerante. "Ele parece
calma bastante", o Carlo aventurou.
"Pacote de nervos", o homem discordou. "Eu nunca poderei o adquirir em m�quina fotogr�fica."
"Eu estou seguro � h� pouco uma omiss�o." Porque ela foi usada a p�nico calmante, a Juliet sorriu. "Talvez voc� deveria perguntar um das p�ginas. ''
"Eu farei isso." O homem bateu levemente Butch na cabe�a e voltou pela porta.
"Mas-" a Juliet meia rosa, ent�o sentou novamente. O chimpanz� estava no meio do quarto, enquanto descansando as juntas dele no ch�o. "Eu n�o estou seguro ele deveria
ter deixado Chita."
"Butch", o Carlo corrigiu. "Eu penso que ele � bastante" inofensivo. Ele enviou para o chimpanz� um sorriso r�pido. "Ele tem um alfaiate excelente" certamente.
Juliet examinou para ver o chimpanz� sorrindo e piscando. "Ele est� se contraindo", ela perguntou para o Carlo, "ou ele est� paquerando comigo? "
"Paquerando, se ele � um macho de qualquer gosto", ele meditou. "E, como disse eu, a costura dele � bastante boa. O que diz voc�, Butch? Voc� acha minha Juliet atraente?
"
Butch atrasou a cabe�a dele e deixou sair umas s�ries de sons Juliet que feltro poderia ser levado de qualquer modo.
"Veja? Ele aprecia uma mulher bonita."
Apreciando o rid�culo, a Juliet riu. Se ele foi atra�do ao som ou simplesmente sentia era tempo que ele fez para o movimento dele, Butch de pernas tortas o modo
dele em cima de para ela. Ainda sorrindo, ele p�s a m�o dele no joelho nu de Juliet. Este tempo, ela tinha certeza ele piscou.
"Eu nunca fa�o t�o �bvio um movimento em primeiro conhecido", o Carlo observou.
"Algumas mulheres preferem a aproxima��o direta." Decidindo ele era inofensivo, a Juliet sorriu abaixo a Butch. "Ele me faz lembrar de algu�m." Ela enviou para o
Carlo um olhar moderado. "Deve ser aquele sorriso agrad�vel." Antes de ela tinha terminado ora��o, Butch escalou no colo dela e embrulhou um dos bra�os longos dele
ao redor dela. "Ele � docemente" am�vel de. Com outro riso, ela olhou para baixo na face do chimpanz�. "Eu penso que ele tem seus olhos, Carlo".
"Ah, Juliet, que eu penso que voc� deve-"
"Embora os seus pudessem ser mais inteligentes."
"Oh, eu penso que ele � inteligente, certo". O Carlo tossiu na m�o dele como ele assistiu os dedos ocupados do chimpanz�. "Juliet, se voc�-"
"Claro que ele � inteligente, ele est� em filmes." Se desfrutando, a Juliet assistiu o sorriso de chimpanz� nela. "Eu vi quaisquer de seus filmes, Butch? "
"Eu n�o seria pegado de surpresa se eles forem azuis." Ela titilou Butch debaixo do queixo. "Realmente, Carlo, como cru."
"H� pouco uma suposi��o." Ele deixou o olhar dele a atropelado. "Me fale para a Juliet, voc� sente um desenho? "
"N�o. Eu diria que est� completamente muito morno em aqui. Esta coisa pobre � tudo embrulhados para cima em um tux." Ela cacarejou a Butch e ele clacked os dentes
dele a ela.
"Juliet, voc� acredita que as pessoas podem revelar as personalidades deles/delas pelas roupas que eles usam? Envie sinais, se voc� entende o que eu quero dizer."
"Hmm? " Distra�do, ela encolheu os ombros e ajudou para Butch a endireitar a gravata dele. "Eu suponho assim."
"Eu acho isto interessante que voc� usa seda rosa debaixo de tal uma blusa afetada."
"Eu imploro seu perd�o? "
"Uma observa��o, "amore de mi. Ele deixou o olhar dele vagar novamente abaixo. "H� pouco uma observa��o."
Muito ainda sentando, a Juliet moveu s� sua cabe�a. Em um momento, a boca dela estava t�o aberta quanto a blusa dela. O macaco com a face atraente e o alfaiate excelente
tinha desfeito todo um dos bot�es agilmente.
Carlo deu para Butch um olhar de admira��o. "Eu lhe tenho que perguntar como ele aperfei�oou aquela t�cnica."
"Por que voc� o filho de um-"
"N�o eu." Carlo p�s uma m�o ao cora��o dele. "Eu sou um espectador inocente." A Juliet subiu abruptamente, enquanto esvaziando o chimpanz� sobre o ch�o. Como ela
abaixou no sanit�rio p�blico adjacente, ela ouviu a risada de dois males-one um chimpanz�, o outro um rato.
Juliet deu o passeio para o aeroporto onde eles se iriam para San Diego em dolorosamente sil�ncio cort�s.
"Venha agora, came, o espet�culo foi bem. N�o s� era o t�tulo mencionou tr�s vezes, mas havia aquele close-up agrad�vel do livro. Meu tortoni era um triunfo, e eles
gostaram de minha anedota em cozinhar a refei��o italiana longa", sensual.
"Voc� � um real pr�ncipe com anedotas", ela murmurou.
"Amore, era o macaco que tentou o despir, n�o eu". Ele deu um suspiro longo, presumido. Ele n�o p�de se lembrar quando ele tinha desfrutado um... demonstra��o isso
mesmo muito. "Se eu tivesse, n�s ter�amos perdido o espet�culo completamente."
"Voc� h� pouco teve que contar que hist�ria no ar, n�o o fez? " Ela lhe enviou um olhar fresco, mortal. "Voc� sabe quantos milh�es de rel�gio de pessoas que espet�culo?
''
"Era uma hist�ria boa." Na luz escura da limusine, ela viu o vislumbre nos olhos dele. A "maioria dos milh�es das pessoas gosta de hist�rias boas."
"Todo o mundo com o que eu trabalho ter� visto aquele espet�culo." Ela achou a mand�bula dela foi apertada e deliberadamente relaxou isto. "N�o s� o feito just-just
sentam l� e deixaram isso feliz-tocou pequena criatura meio me tira, entretanto voc� radiodifunde isto em televis�o nacional."
"Madonna, voc� se lembrar� eu tentei o" advertir.
"Eu n�o me lembro de nada do tipo."
"Mas voc� estava t�o encantado com Butch", ele continuou. "Eu confesso, era dif�cil n�o" ser se encantado. Ele deixou o olhar dele vagar at� o tidily dela abotoou
blusa. "Voc� tem pele ador�vel, Juliet; talvez eu estava momentaneamente distra�do. Eu, um homem simples, fraco, em sua clem�ncia", me lan�o.
"Oh, se cale. Ela dobrou os bra�os dela e fitou para frente, enquanto n�o falando novamente at� que o motorista puxou ao meio-fio � linha a�rea deles/delas.
Juliet puxou o dela levar-em bolsa fora do tronco. Ela soube que a chance sempre estava l� que as bolsas pudessem ser lost-sent a San Jose que enquanto ela foi para
San Diego-so que ela sempre levou os essenciais absolutos dela com ela. Ela entregou o ingresso dela e o Carlo � assim o conferir-em poderia adquirir underway enquanto
ela pagou integralmente o motorista. A fez pensar no or�amento dela. Ela tinha conseguido justificar servi�o de limusine em L.A., mas seria t�xis e alugaria carros
daqui em. Fascina��o de adeus, ela pensou como ela embolsou o recibo dela. Oi realidade. "N�o, isto que eu levarei."
Ela virou ver o Carlo indicar a caixa de couro-salto dele de cerca de dois p�s em comprimento, oito polegadas em largura. "Voc� � melhor fora conferir algo que vultoso."
"Eu nunca confiro minhas ferramentas." Ele atirou uma bolsa de v�o em cima do ombro dele e apanhou a caixa por sua manivela. "O" vista, ela disse com um encolha
os ombros e moveu pelas portas autom�ticas com ele. Fadiga estava rastejando dentro, ela percebeu, e ela n�o tinha tido que preparar qualquer sobremesa complicada.
Se ele fosse humano, ele seria todo peda�o t�o cansado quanto ela. Ele poderia a aborrecer em uma d�zia de modos, mas ele n�o agarrou. Juliet mordeu um suspiro atr�s.
"N�s temos uma meia hora antes de eles come�assem a subir a bordo. Voc� gostaria de uma bebida? " Ele lhe deu um sorriso f�cil. "Uma tr�gua? " Ela devolveu isto
apesar dela. "N�o, uma bebida."
"Aprovadamente."
Eles acharam uma escurid�o, abarrotado vadie e resolveu o modo deles/delas para uma mesa. Ela assistiu o Carlo manobra a caixa dele, com alguma dificuldade, ao redor
de pessoas, em cima de cadeiras e no final das contas debaixo da mesa deles/delas. "O que est� em l�? "
"Ferramentas", ele disse novamente. "Facas, corretamente weighted, esp�tulas de a�o imaculadas do tamanho correto e equil�brio. Meu pr�prio �leo de arte culin�ria
e vinagre. Outros essenciais."
"Voc� vai puxar �leo e vinagre de costa a costa por t�rminos de aeroporto? " Com um tremor da cabe�a dela, ela olhou em uma gar�onete. "Vodca e "suco de toronja.
"Conhaque. Sim", ele disse, enquanto prestando a aten��o dele atr�s a Juliet depois que ele tivesse deslumbrado a gar�onete com um sorriso r�pido. "Porque n�o h�
nenhuma marca no mercado americano comparar com meu pr�prio." Ele apanhou um amendoim da tigela na mesa. N�o h� nenhuma marca em qualquer mercado comparar com meu
pr�prio."
"Voc� ainda poderia conferir isto", ela mostrou. "Afinal de contas, voc� confere suas camisas e gravatas."
"Eu n�o confio em minhas ferramentas �s m�os de "portadores de bagagem. Ele estourou o amendoim na boca dele. "Uma gravata � uma coisa simples para substituir, at�
mesmo uma coisa a ser enfadada com. Mas um movimento r�pido excelente � completamente diferente. Uma vez eu lhe ensino a cozinhar, voc� entender�."
"Voc� tem como muita chance que me ensina a cozinhar como voc� faz voando para San Diego sem o avi�o. Agora, voc� sabe que voc� estar� dando uma demonstra��o de
preparar linguini e molho de molusco em DA MANH� San Diego. O espet�culo areja �s oito, assim n�s teremos que estar no est�dio �s seis para adquirir coisas come�ado."
At� onde ele pudesse ver, a �nica arte culin�ria civilizada a ser feita �quela hora seria um caf� da manh� de champanha para dois. "Por que os americanos teimam
em subir a amanhecer para assistir televis�o? "
"Eu levarei uma vota��o e descobrirei, ela disse absently. "Enquanto isso, voc� compor� um prato que n�s poremos de lado, exatamente como fizemos hoje � noite n�s.
No ar voc� estar� passando por cada fase de prepara��o, mas claro que n�s n�o temos bastante tempo para terminar; isso � por que n�s precisamos do primeiro prato.
Agora, para as not�cias boas." Ela enviou um sorriso r�pido � gar�onete como as bebidas deles/delas foi servido. � havido um pouco de uma confus�o no est�dio, assim
n�s teremos que trazer os ingredientes n�s mesmos. Eu preciso que voc� me d� uma lista do que voc� precisar�. Uma vez 1 v� voc� resolveu no hotel, eu correrei fora
e os apanharei. L� � ligado para ser um "mercado de todos-noite.
Na cabe�a dele, ele entrou em cima dos ingredientes para o linguini dele decore biance de vongole. Retifique, o mercado americano teria algumas das necessidades,
mas ele se considerou afortunado que ele teve alguns do pr�prio dele no caso aos p�s dele. O molho de molusco era a especialidade dele, n�o ser levado ligeiramente.
"Est� fazendo compras para mantimentos a parte de meia-noite do trabalho de um publicista? "
Ela sorriu a ele. O Carlo pensou que n�o s� era ador�vel, mas talvez a primeira vez ela tinha sorrido a ele e tinha significado isto. "Na estrada, qualquer coisa
que precisa ser feito � o trabalho do publicista. Assim, se voc� traspassar� os ingredientes, eu lhes escreverei abaixo."
"N�o necess�rio." Ele rodou e tomou um gole do conhaque dele. "Eu irei com voc�."
"Voc� precisa de seu sono." Ela j� estava revistando para um l�pis. "At� mesmo com um cochilo r�pido no avi�o voc� s� vai adquirir aproximadamente cinco horas."
"Assim � voc�", ele mostrou. Quando ela come�ou a falar novamente, ele ergueu a sobrancelha dele daquele modo silencioso estranho que ele teve de interromper. "Talvez
eu n�o confio em um amador para escolher meus moluscos."
A Juliet o assistiu como bebeu ela. Ou talvez ele era um cavalheiro, ela meditou. Apesar da reputa��o dele com mulheres, e uma dose saud�vel de vaidade, ele era
um daquela ra�a rara de homens que conheceram ser considerado de mulheres sem os patrocinar. Ela decidiu o perdoar afinal de contas para Butch.
"Beba, Franconi". E ela o, talvez em amizade, brindou. "N�s temos um avi�o para pegar." "Sauda��o." Ele ergueu o copo dele a ela. Eles n�o discutiram novamente at�
que eles estavam no avi�o.
Murmurando s� um pequeno, a Juliet lhe ajudou a alojar a caixa caprichosa dele de ferramentas debaixo do assento. "� um v�o curto." Ela conferiu o rel�gio dela e
calculou a compra realmente iria al�m de meia-noite. Ela teria que ocupar algum do fermento do cervejeiro de degusta��o vil pela manh�. "Eu o verei quando n�s pousarmos."
Ele levou o pulso dela quando ela teria ido al�m dele. "Onde voc� vai? "
"Para meu assento."
"Voc� n�o senta aqui? " Ele apontou ao assento ao lado dele.
"N�o, eu estou em treinador." Impaciente, ela teve que trocar para deixar outro passageiro de oncoming por. "Por que? "
"Carlo, eu estou bloqueando o corredor."
"Por que voc� est� em treinador? "
Ela deixou sair um suspiro de um pai que instr�i uma crian�a teimosa. "Porque o publicador � mais que feliz a fonte para um ingresso de primeira classe para um autor
de bestselling e celebridade. H� um estilo diferente para publicistas. � chamado o treinador." Algu�m bateu uma pasta contra o quadril dela. Maldi��o se ela n�o
tivesse uma contus�o. "Agora se voc� me deixasse ir, eu poderia deixar de ser danificado e poderia ir sentar abaixo."
"Primeiro classe est� quase vazia", ele mostrou. "� uma quest�o simples para atualizar seu ingresso."
Ela conseguiu apartar o bra�o dela. "N�o resista o sistema, Franconi".
"Eu sempre resisto o sistema", ele lhe falou como ela caminhou abaixo o corredor ao assento dela. Sim, ele gostou do modo que ela moveu.
"Sr. Franconi." Um criado de v�o sorriu para ele. "Eu posso o adquirir uma bebida depois de partida? "
"O que � seu vinho branco? "
Quando ela lhe falou que ele resolveu no assento dele. Pedestre um pouco, ele pensou, mas se revoltando completamente n�o. "Voc� notou a mulher jovem com a que eu
estava falando. O cabelo mel-colorido e o queixo teimoso."
O sorriso dela permaneceu luminoso e �til entretanto ela pensou que era uma vergonha que ele teve a mente dele em outra mulher. "Claro que, Sr. Franconi."
"Ela ter� uma ta�a de vinho, com meus elogios".
A Juliet teria se considerado afortunado ter um assento de corredor se o homem ao lado dela j� n�o tivesse sido espregui�ado fora e roncando. Viagem era t�o fascinante,
ela pensou wryly como ela deslizou os dedos do p� dela fora dos sapatos dela. Ela n�o era afortunada para ter outro v�o para olhar adiante para o muito noite que
vem?
N�o reclame, Juliet, ela se advertiu. Quando voc� tiver sua pr�pria ag�ncia, voc� pode enviar outra pessoa nas excurs�es abaixo-e-sujas.
O homem ao lado dela roncou por partida. No outro lado do corredor uma mulher conteve um cigarro em uma m�o e um isqueiro o outro em antecipa��o do
Nenhum sinal de Fumagem que pisca fora. A Juliet tirou o bloco dela e come�ou a trabalhar.
"Senhorita? "
Abafando um bocejo, a Juliet olhou no criado de v�o. "Eu sinto muito, eu n�o ordenei uma bebida."
"Com os "elogios de Sr. Franconi.
A Juliet aceitou o vinho como ela observou para primeira classe. Ele era furtivo, ela se falou. Tentando adquirir debaixo das defesas dela sendo agrad�vel. Ela deixou
o caderno dela fechar como ela suspirou e sentou atr�s.
Estava trabalhando.
Ela terminou o vinho apenas antes aterrisse, mas tinha a relaxado. A relaxado bastante, ela percebeu, que tudo que ela quis fazer eram achado uma cama macia e um
quarto escuro. Em um hour-or dois, ela se prometeu e recolheu a bolsa de v�o dela e pasta.
Ela achou o Carlo estava esperando por ela em primeira classe com um criado de v�o muito jovem, muito atraente. Nenhum deles parecia o menos mordeu viagem cansado.
"Ah, Juliet, que a Deborah conhece de um mercado de vinte-quatro-hora maravilhoso onde n�s podemos achar tudo do que n�s precisamos."
A Juliet olhou para a morena coberto de salgueiros e administrou um sorriso. "Como conveniente."
Ele levou a m�o do criado de v�o e, inevitavelmente a Juliet pensou, beijou isto. "Arrivederci."
"N�o desperdice tempo, o fa�a? " Juliet comentou o momento eles deplaned.
"Todo momento vivido � um momento a ser desfrutado."
Isso que um pequeno sentimento pitoresco." Ela trocou a bolsa dela e apontou para reivindica��o de bagagem. "Voc� deve isto tatuou."
"Onde? "
Ela n�o aborreceu para olhar para o sorriso dele. "Onde seria muito atraente, naturalmente".
Eles tiveram que esperar mais muito tempo que ela gostou para a bagagem deles/delas, e at� l� os efeitos relaxantes do vinho tinham usado fora. Havia empresarial
para ser visto. Porque ele gostou da assistir em a��o, o Carlo a deixou cuidar disto.
Ela afian�ou um t�xi, inclinou o skycap e deu para o motorista o nome do hotel. Fugindo dentro ao lado de Carlo, ela pegou o sorriso dele. "Algo engra�ado? "
"Voc� � t�o eficiente, Juliet".
"Isso � um elogio ou um insulto? "
"Eu nunca insulto as mulheres." Ele disse isto t�o simplesmente, ela tinha absolutamente certeza era verdade. Juliet distinta, ele era completamente relaxado e n�o
particularmente sonolento. "Se esta fosse Roma, n�s ir�amos para uma pouca bebida de caf� escura vinho tinto pesado e escutar�amos m�sica americana."
Ela fechou a janela dela porque o ar estava �mido e frio. "A excurs�o que interfere com sua vida noturna? "
"T�o longe eu me acho desfrutando a companhia estimulante."
"Amanh� voc� vai se achar trabalhado para um frazzle."
O Carlo pensou no fundo dele e sorriu. �s nove, ele tinha passado as horas entre escola e ceia lavando pratos e enxugando cozinhas. �s quinze ele tinha esperado
mesas e gasto a aprendizagem de tempo livre dele de temperos e molhos. Em Paris ele tinha combinado estudo longo, duro com trabalho como um chefe de cozinha assistente.
At� mesmo agora, o restaurante dele e clientes o tiveram mantendo dias de doze-hora. N�o tudo do fundo dele estavam nos nitidamente digitaram bio a Juliet teve na
pasta dela.
"Eu n�o presto aten��o a trabalho, contanto que me interesse. Eu penso que voc� � o mesmo."
"Eu tenho que trabalhar", ela corrigiu. "Mas � mais f�cil quando voc� desfrutar isto."
"Voc� tem mais �xito quando voc� desfrutar isto. Mostra com voc�. Ambicione, Juliet, sem uma certa alegria, est� fria, e quando alcan�ou folhas um gosto plano."
"Mas eu sou ambicioso."
"Oh, sim." Ele virou olhar para ela, enquanto come�ando fora agita��es que ela tinha se pensado muito s�bio experimentar. "Mas voc� n�o tem frio.
Para um momento, pensou ela que ela seria melhor fora se ele estivesse errado. "Aqui � o hotel." Ela virou dele, aliviado para lidar com detalhes. "N�s precisamos
que voc� espere, '' ela instruiu o motorista. "N�s estaremos saindo novamente assim que n�s nos registremos. O hotel tem uma vis�o ador�vel da ba�a, me sou falado."
Ela entrou no sal�o de entrada com Carlo como o mensageiro de hotel lidado com a bagagem deles/delas. "� uma vergonha n�s n�o teremos tempo para desfrutar isto.
Franconi e Trent", ela falou para o balconista de escrivaninha.
O sal�o de entrada estava quieto e vazio. Oh, as pessoas afortunadas que estavam dormindo nas camas deles/delas, ela pensou e empurrou em uma praia de cabelo que
tinha vindo solto.
"N�s estaremos confirmando primeira coisa amanh�, e n�s n�o poderemos voltar, assim est� seguro voc� n�o deixa para tr�s nada em seu quarto."
"Mas claro que voc� conferir� de qualquer maneira."
Ela lhe enviou um olhar lateral como ela assinou a forma. "S� parte do servi�o." Ela embolsou a chave dela. "A bagagem pode ser levada direto. Discretamente, ela
deu para o mensageiro de hotel uma conta dobrada. "Sr. Franconi e eu temos uma incumb�ncia."
"Sim, ma'am. "
"Eu gosto isso sobre voc�." Para a surpresa de Juliet, Carlo uniu bra�os com ela como eles caminharam atr�s fora.
"O que? "
"Sua generosidade. Muitas pessoas teriam deslizado fora sem dar gorjeta ao mensageiro de hotel."
Ela encolheu os ombros. "Talvez � mais f�cil ser generoso quando n�o for seu dinheiro."
"Juliet." Ele abriu a porta ao t�xi de espera e a gesticulou dentro. "Voc� � bastante inteligente. N�o podido nenhum you-how it-stiff � ent�o o mensageiro de hotel
escreva a gorjeta abaixo em sua conta de despesa? "
"Cinco d�lares n�o valem que � desonesto."
"Nada valor que � desonesto." Ele deu para o motorista o nome do mercado e resolveu atr�s. "Instinto me fala se voc� tentasse contar um lie-a que verdadeira l�ngua
de lie-your resultaria.
"Sr. Franconi." Ela plantou a l�ngua em quest�o na bochecha dela. "Voc� esquece, eu estou em rela��es p�blicas. Se eu n�o mentisse, eu estaria fora de um trabalho."
"Uma verdadeira mentira", ele corrigiu.
"N�o � que uma contradi��o em condi��es? "
"Talvez voc� � muito jovem para para saber a variedade de verdades e mentiras. Ah, voc� v�? Isto � por que eu sou assim apaixonado por seu pa�s." O Carlo apoiou
a janela como eles chegaram o mercado de todos-noite grande, iluminado. "Em Am�rica, voc� quer biscoitos � meia-noite, voc� pode comprar biscoitos � meia-noite.
Tal viabilidade."
"Contente obrigar. Espere aqui", ela instruiu o motorista, ent�o escalado fora Carlo oposto. "Eu espero que voc� saiba o que voc� precisa. Eu odiaria entrar no est�dio
a amanhecer e achar eu tive que correr fora e comprar gr�os de pimenta inteiros ou algo."
"Franconi sabe linguini." Ele balan�ou um bra�o ao redor o ombro dela e chegou o perto dela como eles caminharam dentro. "Sua primeira li��o, meu amor".
Ele a conduziu primeiro para a se��o de frutos do mar onde ele cacarejou e murmurou e rejeitou e escolheu at� que ele teve o pr�prio n�mero de moluscos para dois
pratos. Ela tinha visto as mulheres darem como muito tempo e aten��o a escolher uma alian�a de noivado.
A Juliet o obrigou empurrando o carro como ele caminhou junto ao lado dela, enquanto olhando para tudo. E tocando. Latas, caixas, que bottles-she esperaram como
ele apanhou, examinou e correu o dedos do artista longo dele em cima dos r�tulos como ele leu todo ingrediente. Um pouco divertido, ela assistiu a piscadela de diamante
dele na luz fluorescente.
"Pasmando o que eles puseram neste "lixo de prepackaged, ele comentou como ele derrubou uma caixa atr�s na estante.
"Cuidadoso, Franconi, voc� est� falando sobre minha dieta principal."
"Voc� deveria estar doente."
Comida de Prepackaged" livrou a mulher americana da cozinha."
"E destruiu uma gera��o de papila gustativos." Ele escolheu os temperos dele cuidadosamente e sem pressa. Ele abriu tr�s marcas de or�gano e cheirou antes de ele
resolvesse aceso. "Eu lhe, Juliet, falo eu admiro sua conveni�ncia americana, sua viabilidade, mas eu prefeririam fazer compras em Roma onde eu posso caminhar ao
longo das baias e s� posso escolher legumes fora do ch�o, peixe fresco do mar. Tudo n�o est� em uma lata, como a m�sica".
Ele n�o perdeu um corredor, mas a Juliet esqueceu da fadiga dela em fascina��o. Ela nunca tinha visto qualquer um loja goste de Carlo Franconi. Estava como passear
por um museu com um estudante de arte. Ele ventou pela farinha, enquanto fazendo carranca a cada saco. Ela tinha medo por um momento, ele rasgaria um aberto e testaria
os conte�dos. "Isto uma marca boa �? "
Juliet figurou ela comprou uma vez para uma dois-libra bolsa de farinha aproximadamente por ano. "Bem, minha m�e sempre usou isto, mas-"
"Bom. Sempre confie em uma m�e."
"Ela � uma cozinheira terr�vel."
Carlo fixou a farinha firmemente na cesta. "Ela � uma m�e."
"Um sentimento estranho de um homem nenhuma m�e pode confiar."
"Para m�es, eu tenho o maior respeito. Eu tenho um eu. Agora, n�s precisamos de alho, cogumelos, pimentas. Fresco."
O Carlo caminhou ao longo das baias de legumes, enquanto tocando, enquanto apertando e cheirando. Cauteloso, a Juliet deu uma olhada para balconistas, grato eles
viriam � meia-noite em lugar de de meio-dia. "Carlo, realmente n�o � suposto que voc� controla tudo isso mesmo muito."
"Se eu n�o controlo, como eu sei o que � bom e o que h� pouco est� bonito? " Ele lhe enviou um sorriso r�pido em cima do ombro dele. "Eu lhe falei, comida estava
muito como uma mulher. Eles puseram cogumelos nesta caixa com envoltura em cima disto." Enojado, ele rasgou a envoltura fora antes de a Juliet pudesse o parar.
"Carlo! Voc� n�o pode abrir isto."
"Eu quero o que eu quero. Voc� pode ver, alguns s�o muito pequenos, muito insuficientes." Pacientemente, ele come�ou a escolher os cogumelos que n�o o vestiram.
"Ent�o n�s jogaremos fora o que voc� n�o quer quando n�s voltarmos para o hotel." Mantendo um olho para o gerente noturno do lado de fora, ela come�ou a repor os
cogumelos descartados na caixa. "Compre duas caixas se voc� precisar deles."
"� um desperd�cio. Voc� desperdi�aria seu dinheiro? "
O "dinheiro de "o publicador, ela disse depressa, como ela p�s a caixa quebrada na cesta. "Ele est� alegre de desperdi�ar isto. Emocionado."
Ele pausou para um momento, ent�o tremeu a cabe�a dele. "N�o, n�o, eu n�o posso fazer isto." Mas quando ele come�ou a alcan�ar na cesta, a Juliet moveu e bloqueou
o modo dele.
"Carlo, se voc� quebrar aberto outro pacote, n�s vamos ser prendidos."
Melhor ir encarcerar que comprar assim est� bem para cogumelos me nenhum bom pela manh�."
Ela sorriu a ele e ficou firme. "N�o, n�o �.
Ele correu uma ponta do dedo em cima dos l�bios dela antes de ela pudesse reagir. "Para voc� ent�o, mas contra meu julgamento melhor."
"Grazie, voc� tem tudo agora? "
O olhar dele seguido o caminho o dedo dele tinha localizado da mesma maneira que lentamente. "N�o."
"Bem, isso que pr�ximo? "
Ele pisou mais �ntimo e porque ela n�o tinha esperado isto, ela se achou apanhado entre ele e o carro de supermercado. "Esta noite � para primeiras li��es", ele
murmurou ent�o correu as m�os dele junto qualquer lateral da face dela.
Ela deveria rir. Juliet se falou era absurdo que ele faria uma passagem a ela debaixo das luzes luminosas da se��o vegetal de um mercado de todos-noite. Carlo Franconi,
um homem que fez sedu��o como muito uma arte como a arte culin�ria dele n�o escolheria tal uma coloca��o tola.
Mas ela viu o que estava nos olhos dele, e ela n�o riu.
Algumas mulheres, ele pensou como ele sentia a pele dela macio e esquenta debaixo das m�os dele, foi feito ser ensinados lentamente. Muito lentamente. Algumas mulheres
estavam sabendo; outros estavam desejando saber.
Com Juliet, ele tomaria tempo e cuidado porque ele entendeu. Ou pensamento que ele fez.
Ela n�o resistiu, mas os l�bios dela tinham separado em surpresa. Ele tocou o seu suavemente a seu, n�o em quest�o, mas com paci�ncia. Os olhos dela j� tinham lhe
dado a resposta. Ele n�o se apressou. N�o importou a ele onde eles eram, que as luzes eram luminosas e a m�sica fabricou. S� importou que ele explora os gostos que
esperaram por ele. Assim ele provou novamente, sem press�o. E novamente.
Ela achou ela estava se suportando contra o carro com os dedos dela embrulhados ao redor do metal. Por que ela n�o caminhou fora? Por que n�o fez ela s� o ignore
e espie fora da loja? Ele n�o a estava segurando l�. Na face dela as m�os dele estavam claras, inteligentes mas n�o insistente. Ela poderia mover. Ela poderia ir.
Ela deve. N�o.
Os dedos polegares dele arrastaram debaixo do queixo dela, enquanto localizando l�. Ele sentia o pulso, correnteza e aos arrancos, e manteve o cabo dele f�cil. Ele
pretendeu manter isto assim, mas nem sequer ele n�o tinha adivinhado o gosto dela seria t�o sem igual.
Nenhum deles soube que deu o pr�ximo passo. Talvez eles levaram isto junto. A boca dele n�o estava mais t�o clara em seu, nem era dela t�o passivo. Eles se encontraram,
triunfalmente, e se se pegar a.
Os dedos dela n�o foram embrulhados agora ao redor do carro, mas agarrando os ombros dele, o segurando mais �ntimo. Os corpos deles/delas ajustaram. Perfeitamente.
Deveria a ter advertido. Dando sem pensamento era algo que ela nunca fez, at� agora. Dando, levou ela, mas ela nunca pensou equilibrar a raz�o. A boca dele estava
morna, cheia. As m�os dele nunca deixaram a face dela, mas eles eram agora firmes. Ela n�o poderia ter caminhado fora t�o facilmente. Ela n�o teria caminhado fora
nada.
Ele tinha pensado que ele tinha sabido tudo havia esperar de um woman-fire, gelo, tenta��o. Mas uma li��o estava sendo ensinada a ambos. Ele alguma vez tinha sentido
este calor antes? Este tipo de do�ura? N�o, porque se ele tivesse, ele se lembraria. Nenhum gosto, foi esquecida de nenhuma sensa��o j� experimentada.
Ele soube o que era desejar um women-but de woman-many ele n�o tinha sabido o que era almejar. Para um momento, ele se encheu da sensa��o. Ele n�o esqueceria.
Mas ele soube que um homem cauteloso leva de volta um passo e uma segunda respira��o antes de ele pisasse fora um precip�cio. Com um murm�rio no pr�prio idioma dele,
fez ele.
Abalado, a Juliet agarrou o carro novamente para equil�brio. Se amaldi�oando para um idiota, ela esperou at� mesmo pela respira��o dela para fora.
"Muito agrad�vel", o Carlo disse quietamente e correu um dedo ao longo da bochecha dela. "Muito agrad�vel, Juliet."
Uma mulher de eighties, ela se lembrou como o cora��o dela estrondeou. Forte, independente, sofisticado. "Eu estou alegre t�o voc� aprova."
Ele levou a m�o dela antes de ela pudesse bater o carro abaixo o corredor. A pele dela ainda estava morna, ele notou, o pulso dela ainda inst�vel. Se eles tivessem
estado s�s... Talvez era deste modo melhor. Para agora. "N�o � uma quest�o de aprova��o, mia de cara, mas de avalia��o."
"De agora em diante, h� pouco me aprecie para meu trabalho, certo? " Um pux�o, e ela se livrou dele e empurrou o carro fora. Sem considera��o para o cuidado ele
tinha levado os selecionando, a Juliet come�ou a derrubar os conte�dos do carro na correia de transporte a sa�da.
"Voc� n�o contestou", ele a lembrou. Ele tinha precisado achar o equil�brio dele como bem, ele percebeu. Agora ele apoiou contra o carro e lhe deu um sorriso convencido.
"Eu n�o quis uma cena."
Ele levou as pimentas da cesta ele antes de ela pudesse os ferir. "Ah, voc� est� aprendendo sobre mentiras."
Quando a cabe�a dela surgiu, ele estava surpreso os olhos dela n�o enfadaram direito por ele. "Voc� n�o saberia verdade se voc� entrou nisto."
"Bem, preste aten��o aos cogumelos", ele a advertiu como ela balan�ou o pacote sobre o cinto. "N�s n�o os queremos contundiu. Eu tenho um afeto especial agora" para
eles.
Ela o xingou, ruidosamente bastante que os olhos do inspetor alargaram. Carlo continuou sorrindo e pensamento sobre li��o dois.
Ele pensou que eles deveriam ter isto logo. Muito logo.

Cap�tulo 4
Havia tempos quando voc� soube que tudo pudesse dar errado, deveria dar errado, e provavelmente daria errado, mas de alguma maneira n�o fez. Ent�o havia os outros
tempos.
Talvez a Juliet estava aborrecida porque ela tinha gastado outra noite inquieta quando ela n�o pudesse dispor perder qualquer sono. Aquele pequeno aborrecimento
ela poderia p�r beijoca � porta de Carlo, embora n�o trouxesse satisfa��o. Mas at� mesmo se ela tivesse sido descansada e alegre, a prova��o na Loja de departamentos
de Gallegher teria a tido cozinhando em vapor. Com um oito horas sono bom, ela poderia ter impedido coisas ferver em cima de.
Primeiro, o Carlo teimou em vir com as duas horas dela antes de lhe precisassem. Ou quis. Juliet n�o se preocupou passar as primeiras duas horas do que foi ligado
para ser um dia longo, apressado com um chefe de cozinha presumido, seguro de si, egoc�ntrico que olhou como se ele vai s� volte de duas semanas sol-lavadas no Riviera.
Obviamente, ele n�o precisou de qualquer sono, ela meditou como eles deram o passeio de t�xi r�pido, �mido de hotel para centro comercial.
Qualquer a ag�ncia tur�stica teve que dizer sobre a Calif�rnia ensolarada, era raining-big, gotas fixas disto que imediatamente fez os poucos minutos ela tinha levado
para exagerar com o cabelo dela in�til.
Preparado desfrutar o passeio, o Carlo olhou a janela. Ele gostou do modo que a chuva se estatelou em po�as. N�o importou a ele que ele tinha ouvido isto come�o
que matutino, h� pouco passado quatro. "� um som agrad�vel", ele decidiu. "Faz coisas mais aquietar, mais... sutil, voc� n�o pensa? "
Quebrando longe dela pr�pria vis�o escura da chuva, a Juliet virou a ele. "O que? "
"A chuva." Carlo notou ela parecia um pouco oco-de olhos. Bom. Ela n�o tinha sido n�o afetada. "Chuva muda o olhar de coisas."
Normalmente, ela teria concordado. Juliet nunca se importou em colidir para o metr� em uma tempestade ou passear ao longo de Quinta Avenida em um chuvisco. Hoje,
ela considerou isto o direito dela para olhar no lado escuro. "Este aqui poderia abaixar a freq��ncia em sua pequena demonstra��o antes das dez por cento."
"Assim? " Ele deu um f�cil encolha os ombros como o motorista balan�ado no lote de estacionamento do centro comercial.
O que ela n�o precisou naquele momento era aceita��o descuidada. "Carlo, o prop�sito de tudo isso � exposi��o."
Ele bateu levemente a m�o dela. "Voc� s� est� pensando em n�meros. Voc� deveria pensar em vez de meu pesto de trapaceiro de macarr�o. Em alguns horas, vai" todo
o mundo outro.
"Eu n�o penso em comida o modo que voc� faz", ela murmurou. Ainda a pasmou que ele tinha preparado o primeiro linguini amorosamente �s 6:00 DA MANH�, ent�o o segundo
duas horas depois para a m�quina fotogr�fica. Ambos os pratos tinham sido um exemplo primoroso de italiano arte culin�ria a seu melhor. Ele tinha se parecido um
astro de cinema mais em feriado que um chefe de cozinha de funcionamento que era precisamente a imagem a Juliet tinha querido projetar. A mancha dele no espet�culo
matutino tinha estado perfeita. Que s� fez a Juliet mais pessimista sobre o resto do dia. "� dif�cil de pensar em comida nada neste tipo de um hor�rio."
"Isso � porque voc� n�o comeu nada esta manh�."
"Linguini para o caf� da manh� n�o me" veste.
"Meu linguini sempre � satisfat�rio."
A Juliet deu um bufo moderado como ela entrou do t�xi na chuva. Embora ela fizesse uma colis�o para as portas, o Carlo estava l� � frente dela, enquanto abrindo
um. "Obrigado." Dentro de, ela correu uma m�o pelo cabelo dela e desejou saber como logo ela poderia vir outra x�cara de caf�. "Voc� n�o precisa fazer qualquer coisa
durante outras duas horas." E ele definitivamente estaria do modo enquanto coisas estavam sendo fixas para cima no terceiro ch�o.
"Assim, eu vagarei." Com as m�os dele nos bolsos dele, deu uma olhada ele. Como sorte teria isto, eles tinham entrado diretamente no departamento de lingerie. "Eu
acho seu centros comerciais fascinando americano."
"Eu estou seguro." A voz dela estava seca como ele tocou a borda de use espartilho em uma camiseta rebolante. "Voc� pode vir escada acima primeiro comigo, se voc�
gosta."
"N�o, n�o." Vendedora com uma face que exigiu um segundo olhar ajustou dois n�glig�s e sorriu para ele. "Eu penso que eu h� pouco vagarei ao redor e verei o que
suas lojas t�m que oferecer." Ele irradiou atr�s. "T�o longe, eu estou encantado."
Ela assistiu a troca e tentou n�o apertar os dentes dela. "Certo, ent�o, se voc� h� pouco estar� seguro para-"
"Esteja em Eventos Especiais no terceiro ch�o �s onze-quarenta-cinco", ele terminou. Do modo amig�vel, casual dele, ele beijou a testa dela. Ela desejou saber por
que ele pudesse tocar o dela como um primo e a faz pensar em um amante. "Me, Juliet, acredite nada que voc� diz a mim � esquecido." Ele levou a m�o dela, enquanto
correndo o dedo polegar dele em cima das juntas dela. Isso definitivamente n�o era o toque de um primo. "Eu lhe comprarei um presente."
"N�o � necess�rio."
"Um prazer. Coisas que s�o necess�rias raramente s�o um prazer."
Juliet desimpediu a m�o dela enquanto tentando n�o enfatizar o prazer que ele poderia oferecer. "Por favor, n�o seja posterior que onze-quarenta-cinco, Carlo".
"Cronometrar, amore de mi, � algo em" o que eu supero. Eu apostarei, ela pensou como ela come�ou para a escada rolante. Ela teria apostado o pagamento de uma semana
que ele j� estava paquerando com o balconista de lingerie.
S� levou dez minutos em Eventos Especiais para Juliet esquecer da propens�o de Carlo para romancing qualquer coisa feminino.
O pequeno assistente com a voz rechinante ainda tomou conta como o chefe dela continuou a batalha dele com a influenza. Ela era jovem, cheerleader bonito e da mesma
maneira que atrevido. Ela tamb�m era completamente dentro em cima da cabe�a dela.
"Elise", a Juliet come�ou porque ainda era cedo em bastante para ela ter um pouco de otimismo. "Sr. Franconi vai precisar de uma �rea de funcionamento no departamento
de cozinha. Tudo � fixado? "
"Oh, sim." Elise deu para a Juliet um sorriso dentudo, am�vel. "Eu estou obtendo uma mesa dobradi�a agrad�vel de Bens Esportivos."
Diplomacia, a Juliet se lembrou, era um das regras prim�rias de PR. "Eu tenho medo n�s precisaremos algo um pouco mais robusto. Talvez um das ilhas onde Sr. Franconi
poderia preparar o prato e ainda poderia estar em frente da audi�ncia. Seu supervisor e eu t�nhamos discutido isto."
"Oh, � que o que ele quis dizer? " Elise parecia em branco para um momento, ent�o clareou. Juliet come�ou a pensar pensamentos escuros na Calif�rnia jovial. "Bem,
por que n�o? "
"Por que n�o", a Juliet concordou. "N�s mantivemos o prato Sr. Franconi � preparar t�o simples quanto poss�vel. Voc� tem todos os ingredientes listados? "
"Oh, sim. H� pouco soa delicioso. Eu sou um vegetariano, voc� sabe."
Claro que ela era, a Juliet pensou. Iogurte provavelmente era o ponto alto do dia dela. "Elise, eu sinto muito se parece que eu estou o apressando junto, mas eu
realmente preciso trabalhar o mais cedo poss�vel" fora a organiza��o.
"Oh, seguramente." Toda a coopera��o, Elise brilhou o sorriso diretamente-dentado dela. "O que quer voc� para saber? "
Juliet ofereceu uma ora��o. "Como doente Sr. Francis �? " ela perguntou, enquanto pensando no homem razo�vel, eficiente que ela tinha negociado com antes.
"H� pouco miser�vel." Elise balan�ou o cabelo Calif�rnia-loiro direto dela atr�s. "Ele estar� fora o resto da semana."
Nenhuma ajuda l�. Aceitando o inevit�vel, a Juliet deu para Elise a reta dela, olhar de nenhum-tolice. "Certo, o que o tem se p�s t�o distante? "
"Bem, n�s levamos um liquidificador novo e alguns tigelas realmente ador�veis de Housewares."
Juliet quase relaxado. "Isso est� bem. E a gama? "
Elise sorriu. "Gama? "
"A gama que Sr. Franconi precisa cozinhar o espaguete para este prato. Est� na lista."
"Oh. N�s precisar�amos de eletricidade para isso, n�o v� n�s? "
"Sim." Juliet dobrou as m�os dela para os impedir apertar. "N�s vamos. Para o liquidificador, tamb�m".
"Eu adivinho eu conferiria melhor com manuten��o."
"Eu adivinho voc� melhoraria." Diplomacia, tato, que a Juliet se lembrou como os dedos dela co�ou para o pesco�o de Elise. "Talvez eu h� pouco irei para os planos
de cozinha e vejo qual vestiria melhor" Sr. Franconi.
"Maravilhoso. Ele poderia querer fazer a entrevista dele a� mesmo."
A Juliet tinha dado dois passos antes de ela parasse e retrocedeu. "Entrevista? "
"Com o editor de comida do Sol. Ela estar� aqui �s onze-trinta. "
Acalme, controlado, a Juliet tirou o itiner�rio dela da parada de San Diego. Ela deslizou isto, entretanto ela soube toda palavra de cor. "Eu n�o pare�o ter qualquer
coisa listado aqui."
"Veio no �ltimo minuto. Eu chamado seu hotel �s nove, mas voc� j� tinha confirmado.
"Eu vejo." Ela deveria ter esperado Elise para telefonar o est�dio de televis�o e deixar uma mensagem? Juliet olhou no sorriso de personalidade-vantagem. N�o, ela
n�o sup�s. Resignado, ela conferiu o rel�gio dela. A organiza��o poderia ser negociada a tempo com se ela come�asse imediatamente. Carlo h� pouco teria que ser chamado.
"Como eu chamo administra��o de centro comercial? "
"Oh, voc� pode chamar de meu escrit�rio. Eu posso fazer qualquer coisa? "
A Juliet pensou de e rejeitou v�rias coisas nenhum de que eram am�veis. "Eu gostaria de um pouco de caf�, dois a��cares".
Ela arrega�ou as mangas dela e foi trabalhar. Antes das onze, Juliet teve a gama, a ilha e os ingredientes que o Carlo tinha especificado organizado nitidamente.
Tinha levado s� uma chamada, e um pouco de sutileza, adquirir dois arranjos de flor v�vidos de uma loja no centro comercial.
Ela estava no terceiro caf� dela e considerando um quarto quando o Carlo vagou em cima de. "Agrade�a Deus." Ela escoou o �ltimo da x�cara de styrofoam. "Eu pensei
que eu ia ter que mandar sair uma equipe de salvamento."
"Equipe de salvamento? " � toa ele come�ou a dar uma olhada ao redor do jogo de cozinha. "Eu vim quando eu ouvi a p�gina."
"Voc� foi chamado cinco vezes na �ltima hora."
"Sim? " Ele sorriu como ele olhou atr�s para ela. O cabelo dela estava come�ando a vaguear fora do p�o limpo dela. Ele poderia ter pisado fora a cobertura de Cavalheiros
� Trimestral. "Eu s� s� ouviu. Entretanto, eu gastei algum tempo na loja de registro mais fant�stica. Tais oradores. Quadraf�nico."
"Isso � agrad�vel." Juliet j� arrastou uma m�o por ela cabelo de frazzled.
H� um problema? "
O Elise do nome dela. Eu vim muito perto de assassinar a meia d�zia dela tempos. Se ela sorrir novamente a mim, eu h� pouco posso." Juliet gesticulou com a m�o dela
para fugir isto. Isto n�o era nenhum tempo por fantasias, n�o importa como satisfazendo. "Parece coisas eram um pouco desorganizado aqui."
"Mas voc� cuidou disso." Ele se agachou para examinar a gama como um poder de motorista um carro antes de Le Mans. "Excelente."
"Voc� pode estar alegre voc� tem eletricidade em lugar de sua imagina��o", ela murmurou. "Voc� tem uma entrevista �s onze-trinta com editor de comida, Marjorie Ballister,
do Sol".
Ele s� moveu os ombros dele e examinou o liquidificador. "Certo."
"Se eu tivesse sabido que estava subindo, eu teria comprado um papel assim n�s pud�ssemos ter visto a coluna dela e poder�amos ter medido o estilo dela. Como �-"
Importante de Non." Voc� preocupa muito, Juliet". Ela poderia o ter beijado. Estritamente em gratid�o, mas ela poderia o ter beijado. Considerando que ininteligente,
ela sorriu ao inv�s. "Eu aprecio sua atitude, Carlo. Depois da �ltima hora de negociar com o inepto, o insano e o insuport�vel, � um al�vio para ter algu�m fazer
coisas sem dificuldade."
"Franconi sempre faz coisas sem dificuldade." Juliet come�ou a afundar em uma cadeira para uma fratura de cinco-minuto.
"Dio! Que piada � isto? " Ela estava novamente parada e olhando para baixo � pequena lata ele conteve a m�o dele. "Quem sabotaria meu macarr�o? "
"Sabotagem? " Ele tinha achado uma bomba na lata? Sobre "o que est� falando voc�? "
"Isto! " Ele tremeu a lata a ela. "O que chama voc� isto? "
"� manjeric�o", ela come�ou, um pouco inst�vel quando ela ergueu o olhar dela e pegou a escurid�o, olhar furioso nos olhos dele. "Est� em sua lista."
"Manjeric�o! " Ele entrou fora em um fluxo de italiano. "Voc� ousa chame este manjeric�o? "
Acalme, a Juliet se lembrou. Fez parte do trabalho. "Carlo, diz direito de manjeric�o na lata."
"Na lata." Ele disse algo curto e rude como ele derrubou isto na m�o dela. "Onde em suas notas inteligentes diz Franconi usos manjeric�o de uma lata? "
"H� pouco diz manjeric�o", ela disse entre dentes apertados. "B-um-s-i-l. "
"Fresco. Em sua lista famosa voc� ver� fresco. Accidenti! S� um philistine usa manjeric�o de uma lata para macarr�o pesto contra. Eu me pare�o um philistine? " Ela
n�o lhe contaria o que ele se parecia. Depois, ela poderia admitir reservadamente aquele temperamento era espetacular nele. Escuro e irracional, mas espetacular.
"Carlo, eu percebo coisas n�o s�o totalmente como aperfei�oe aqui como ambos n�s gostaria, mas-''
"Eu n�o preciso perfeito", ele lan�ou a ela. "Eu posso cozinhar em um esgoto se eu tenho, mas n�o sem os pr�prios ingredientes."
Ela swallowed-though que abaixou hard-pride, temperamento e opini�o. Ela s� teve quinze minutos partidos at� a entrevista. "Eu sinto muito, Carlo. Se n�s h� pouco
pud�ssemos chegar a um acordo sobre isto-"
"Chegue a um acordo? " Quando a palavra saiu como uma obscenidade, ela soube que ela tinha perdido a batalha. "Voc� pediria para o Picasso que chegasse a um acordo
sobre uma pintura? "
Juliet aderiu a lata no bolso dela. De "quanto manjeric�o fresco precisa voc�? "
"Tr�s on�as."
"Voc� ter� isto. Qualquer outra coisa? "
"Um morteiro e m�o de almofariz, m�rmore".
Juliet conferiu o rel�gio dela. Ela teve quarenta-cinco minutos para controlar isto. "Aprovadamente. Se voc� far� a entrevista aqui mesmo, eu levarei ao cuidado
disto e n�s estaremos prontos para a demonstra��o ao meio-dia." Ela enviou para cima uma ora��o r�pida que havia uma loja gourmet dentro de dez milhas. "Se lembre
de entrar o t�tulo de livro e a pr�xima parada na excurs�o. N�s estaremos batendo outro Gallegher em Portland, assim � um bem amarrar-dentro. Aqui." Cavando na bolsa
dela ela tirou uns oito-por-dez lustroso. "Leve a publicidade extra atirada para ela no caso de eu n�o volto. Elise n�o mencionou um fot�grafo."
"Voc� gostaria de cortar e dados que pequena mulher pulante", o Carlo observou, enquanto notando aquela Juliet estava jurando mesmo unprofessionally debaixo da respira��o
dela.
"Voc� apostou eu vou." Ela cavou novamente dentro. "Leve uma c�pia do livro. O rep�rter pode manter isto se necess�rio."
"Eu posso controlar o rep�rter", ele lhe falou calmamente bastante. "Voc� controla o manjeric�o."
Parecia sorte estava com ela quando a Juliet s� teve que fazer tr�s liga��es antes de ela achasse uma loja que levou o que ela precisou. A viagem fren�tica na chuva
n�o melhorou a disposi��o dela, nem fez o pre�o de uma m�o de almofariz marm�rea. Outro relance ao rel�gio dela a lembrou ela n�o teve tempo por temperamento. Levando
o que ela considerou as excentricidades de Carlo, ela correu atr�s ao t�xi de espera.
A exatamente dez minutos para doze, gotejando molhado, a Juliet montou at� o terceiro ch�o de Gallegher. A primeira coisa que ela viu era o Carlo, inclinado atr�s
em um dinette feito de vime confort�vel presida rindo com uma mulher rechonchuda, bem de meia-idade com um bloco e l�pis. Ele olhou, enquanto colidindo, am�vel e
a maioria de tudo, seque. Ela desejou saber como sentiria para moer a m�o de almofariz na orelha dele.
"Ah, Juliet". Todo o humor bom, o Carlo subiu como ela caminhou at� a mesa. "Voc� tem que conhecer Marjorie. Ela me fala ela � comida meu macarr�o em meu restaurante
em Roma."
"Amado toda mordida pecadora. Como voc� faz? Voc� deve ser o Juliet Trent Carlo vangloriou aproximadamente."
Vangloriado aproximadamente? N�o, ela n�o seria agradada. Mas a Juliet fixou a bolsa dela na mesa e ofereceu a m�o dela. "� agrad�vel para o conhecer. Eu espero
que voc� possa ficar para a demonstra��o."
"N�o perderia isto." Ela centelhou a Carlo. "Ou uma amostra do "macarr�o de Franconi.
Juliet sentia uma pequena onda de al�vio. Algo seria salvado fora do desastre. A menos que ela fosse modo fora a marca, o Carlo era aproximadamente ser dado um ardendo
escrever-para cima.
Carlo j� estava tirando o pequeno saco de manjeric�o da bolsa. "Aperfei�oe", ele disse depois de uma inala��o. "Sim, sim, isto � excelente." Ele testou o peso de
m�o de almofariz e tamanho. "Voc� ver� em cima de em nossa pequena fase que uma multid�o est� juntando", ele disse facilmente a Juliet. "Assim n�s movemos aqui para
falar, enquanto o conhecendo nos veriam assim que voc� pisasse fora a escada rolante."
"Muito bom." Eles ambas as coisas controladas bem, ela decidiu. Era melhor para levar satisfa��o disso. Um relance r�pido mostrou para ela que Elise estava fora
conversando ocupado com um grupo pequeno das pessoas. N�o uma preocupa��o no mundo, a Juliet pensou sordidamente. Bem, ela j� tinha se resignado a isso. Cinco minutos
no sanit�rio p�blico para alguns consertos r�pidos, ela calculou, e ela poderia manter tudo em hor�rio.
"Voc� tem tudo o que voc� precisa agora, Carlo? "
Ele pegou a extremidade de aborrecimento, e a m�o dela, sorrindo brilhantemente. "Grazie, mia de cara. Voc� � maravilhoso."
Talvez ela teria rosnado bastante, mas ela devolveu o sorriso. "H� pouco fazendo meu trabalho. Voc� tem alguns mais minutos antes de n�s dev�ssemos come�ar. Se voc�
vai com licen�a, eu h� pouco levarei ao cuidado de algumas coisas e voltarei em breve.
Juliet manteve um vivo, digno caminhe at� que ela era longe da vista, ent�o fez uma colis�o furiosa para o sanit�rio p�blico, enquanto tirando de a escova dela como
entrou ela.
"O que contei eu lhe? " Carlo segurou a bolsa de manjeric�o na palma dele julgar o peso. "Ela � fant�stica."
"E bastante graciosamente", Marjorie concordou. "At� mesmo quando ela est� �mida e aborrecida."
Com um riso, Carlo apoiou para agarrar ambos as m�os de Marjorie adiante. Ele era um homem que tocou, sempre. "Uma mulher de percep��o. Eu soube que eu gostei de
voc�."
Ela deu um r�pido seque ria, e para um feltro de momento vinte anos mais jovem. E vinte libras isqueiro. Era um talento do dele que ele era generoso com. "Uma �ltima
pergunta, Carlo, antes de seu fant�stico Sra. Trent o apressa fora. Voc� ainda � prov�vel sair voando para Cairo ou Cannes para preparar um de seus pratos para um
cliente apreciativo e uma taxa atordoante? "
Havia um tempo isto era rotineiro." Ele estava calado um momento, enquanto pensando nos anos cedo do sucesso dele. Havido viagens furiosas, fascinantes a este pa�s
e para isso, preparando fettuccine para pr�ncipe ou canelones para um magnata. Tinha sido um tempo precipitado, espetacular.
Ent�o ele tinha aberto o restaurante dele e tinha aprendido que a continuidade s�lida do pr�prio lugar dele estava cumprindo tanto mais que o flash do �nico prato.
"De vez em quando eu ainda faria tal trope�a. Dois meses atr�s havia Conta o anivers�rio de Lequine. Ele � um cliente velho, um velho amigo, e ele est� apaixonado
por meu espaguete. Mas meu restaurante est� recompensando mais a mim." Ele lhe deu um olhar interrogativo como um pensamento o ocorreu. "Talvez eu estou me estabelecendo?
"
"Uma piedade que voc� n�o decidiu se instalar os Estados." Ela fechou o bloco dela. "Eu garanto se voc� abrisse um Franconi aqui mesmo em San Diego, voc� teria clientela
que voa dentro de por toda parte o pa�s."
Ele levou a id�ia, pesou isto dentro muito o mesmo modo ele teve o manjeric�o, e p�s isto em um canto da mente dele. "Um pensamento interessante."
"E uma entrevista fascinante. Obrigado." A agradou que ele subiu como ela fez e levou a m�o dela. Ela era uma feminista franca dura que apreciou modos genu�nos e
charme genu�no. "Eu estou esperando um gosto de seu macarr�o. Eu h� pouco aliviarei em cima de e tentarei adquirir um assento bom. Aqui vem seu Sra. Trent."
Marjorie nunca tinha se considerado particularmente rom�ntico, mas ela sempre tinha acreditado onde havia fuma�a, havia fogo. Ela assistiu o modo o Carlo virou a
cabe�a dele, viu a mudan�a nos olhos dele e o toldo leve da boca dele. Havia incendeie certo, ela meditou. Voc� s� teve que estar dentro de cinco p�s sentir o calor.
Entre o secador de m�o e a escova dela, Juliet tinha conseguido fazer algo com o cabelo dela. Um toque aqui, uma pincelada l�, e a maquilagem dela estava de volta
em forma. Levando a capa de chuva dela em cima do bra�o dela, ela parecia competente e colecionada. Ela estava pronta admitir ela tinha tido uma muitos x�caras de
caf�.
"Sua entrevista foi bem? "
"Sim." Ele notou, e aprovado, que ela tinha levado o tempo para tocar de leve no cheiro dela. "Perfeitamente."
"Bom. Voc� pode me preencher depois. N�s ser�amos come�ados" melhor.
"Em um momento." Ele alcan�ou no bolso dele. "Eu lhe falei eu lhe compraria um presente."
Havia uma agita��o de prazer surpreso que ela tentou ignorar. H� pouco telegrafado do caf�, ela se falou. "Carlo, eu n�o lhe falei. N�s n�o temos tempo-"
Sempre h� tempo." Ele abriu a pequena caixa ele e tirou um cora��o de ouro pequeno com uma seta de diamantes que traspassam isto. Ela tinha estado esperando algo
ao longo da linha de uma caixa de chocolates.
"Oh, eu-" Palavras eram o neg�cio dela, mas ela tinha os perdido. "Carlo, realmente, voc� n�o pode-"
"Nunca diga n�o possa a Franconi", ele murmurou e come�ou a firmar o alfinete � lapela dela. Ele fez t�o suavemente, sem apalpar. Afinal de contas, ele era um homem
acostumado a tais h�bitos femininos. "� muito delicado, eu pensei, muito elegante. Assim o" veste. Estreitando os olhos dele, ele estava de p� atr�s, ent�o acernar
com a cabe�a. "Sim, eu estava seguro vai."
N�o era poss�vel se lembrar da procura louca dela para manjeric�o fresco quando ele estava sorrindo a ela dentro s� aquele modo. Era pouco poss�vel se lembrar como
furioso ela estava em cima da organiza��o indiferente para a demonstra��o. Instintivamente, ela p�s para cima a m�o dela e correu um dedo em cima do alfinete. "�
ador�vel." Os l�bios dela encurvaram, facilmente, docemente, como pensou ele que eles n�o fizeram freq�entemente bastante. Obrigado."
Ele n�o p�de contar ou at� mesmo poderia se lembrar do n�mero de presentes que ele tinha dado, ou os estilos diferentes de gratid�o que ele tinha recebido. De alguma
maneira, ele j� estava seguro este seria um que ele n�o esqueceria.
"Prego."
"Ah, Sra. Trent? "
Juliet olhou em cima de ver Elise que a assiste. Presente ou nenhum presente, apertou a mand�bula dela. "Sim, Elise. Voc� n�o conheceu Sr. Franconi contudo."
"Elise me dirigiu do escrit�rio para voc� quando eu respondi a p�gina", o Carlo disse facilmente, mais que apreciando a agrava��o de Juliet.
"Sim." Ela a brilhou aterrisse sorriso. "Eu pensei que seu livro de receitas h� pouco parecia super, Sr. Franconi. Todo o mundo est� morrendo para o assistir o cozinheiro
algo." Ela abriu um pequeno bloco de papel com margaridas na cobertura. "Eu pensei que voc� pudesse soletrar o que � assim eu pudesse lhes falar quando eu o" anuncio.
"Elise, eu tenho tudo." Juliet administrou charme e diplomacia para cobrir uma empresa cutuque fora a porta. "Por que eu n�o anuncio h� pouco Sr. Franconi? "
"Grande." Ela irradiou. Juliet poderia pensar em nenhuma outra palavra para isto. "Isso ser� muito mais f�cil."
"N�s seremos come�ados agora, Carlo, se voc� h� pouco pisaria em cima de l� atr�s desses contadores, eu irei dar os an�ncios." Sem esperar por um consentimento,
ela recolheu o manjeric�o, morteiro e m�o de almofariz e caminhou em cima de para a �rea que ela tinha preparado. No mais natural de movimentos, ela fixou tudo abaixo
e virou � audi�ncia. Trezentos, ela julgou. Talvez at� mesmo em cima de. N�o ruim durante um dia chuvoso em uma loja de departamentos.
"Tarde boa." A voz dela era agrad�vel e bem lan�ada. N�o h� nenhuma necessidade por um microfone no espa�o relativamente pequeno. Agrade�a Deus, porque Elise tinha
arruinado aquele detalhe secund�rio como bem. "Eu quero lhe tudo agradecer que tenha vindo aqui hoje, e agradecer Gallegher por prover tal uma coloca��o ador�vel
para a demonstra��o."
Fora, de alguns p�s o Carlo apoiou em um contador e a assistiu. Ela era, como ele tinha falado para o rep�rter, fant�stico. Ningu�m adivinharia ela tinha sido para
cima e nos p�s dela desde amanhecer.
Todos "n�s gostamos de comer." Isto puxou a risada murmurada que ela tinha esperado. "Mas me fui falado por um perito que comer � mais que uma necessidade b�sica,
� uma experi�ncia. N�o todos n�s gostamos de cozinhar, mas o mesmo perito me falou que arte culin�ria � arte e magia. Esta tarde, o perito, Carlo Franconi, compartilhar�
com voc� a arte, a magia e a experi�ncia com o pr�prio pesto de trapaceiro de macarr�o dele. ''
A Juliet come�ou o aplauso ela, mas foi apanhado imediatamente. Como o Carlo saiu, ela derreteu atr�s. Fase de centro era o dele o momento que ele pisou nisto.
"� um homem afortunado", ele come�ou, "que tem a oportunidade para cozinhar para tantos mulheres bonitas.
Alguns de voc� t�m os maridos? " � pergunta havia um mais inteligente de ri e o levantamento de m�os. "Ah, bem". Ele deu um muito o europeu encolhe os ombros. "Ent�o
eu devo estar contente cozinhar."
Ela soube que o Carlo tinha escolhido aquele prato de particular porque levou pequeno tempo em prepara��o. Depois dos primeiros cinco minutos, Juliet n�o vem certa
um s�cio da audi�ncia teria movido se ele tivesse escolhido algo que levou horas. Ainda n�o lhe convenceram arte culin�ria era m�gica, mas ela tinha certeza ele
era.
As m�os dele estavam t�o qualificadas e certas quanto um cirurgi�o, a l�ngua dele t�o lisonjeiro quanto um pol�tico. Ela o assistiu medida, grelha, golpe e mistura
e se achou da mesma maneira que entreteve como ela poderia ter estado com um jogo de um-ato bem produzido.
Uma mulher era tipo negrito bastante fazer uma pergunta. Abriu a porta e d�zias de outros seguidas. Juliet necessidade n�o preocupou que o barulho e conversa��es
o perturbariam. Obviamente ele prosperou na intera��o. Ele n�o era, ela decidiu, enquanto fazendo o trabalho dele simplesmente ou cumprindo uma obriga��o. Ele estava
se desfrutando.
Uma mulher chamando para cima com ele, Carlo brincou sobre tudo verdadeiramente grandes chefes de cozinha que requerem inspira��o e ajuda. Ele lhe disse que mexesse
o espaguete, fez um espalhafato de exibi��o ela o pr�prio modo para mexer pondo a m�o dele em cima de seu e indubitavelmente vendeu outros dez livros ent�o e l�.
Juliet teve que sorrir. Ele tinha feito isto para divers�o, n�o para vendas. Ele era divertido, a Juliet percebeu, at� mesmo se ele levasse o manjeric�o dele muito
seriamente. Ele era doce. Inconscientemente, ela come�ou a brincar com o ouro e diamantes na lapela dela. Uncommonly considerado e uncommonly exigindo. Simplesmente
incomum.
Como ela o assistiu riso com a audi�ncia dele, algo come�ou a derreter dentro dela. Ela suspirou com isto, enquanto sonhando. Havia certos homens que incitaram uma
mulher, at� mesmo uma mulher pr�tica, sonhar.
Um das mulheres sentado mais �ntimo a ela apoiou para um companheiro. Deus bom", ele � o homem mais sensual que eu alguma vez vi. Ele poderia manter uma d�zia de
amantes que esperam" pacientemente.
A Juliet se pegou e derrubou a m�o dela. Sim, ele poderia manter uma d�zia de amantes que esperam pacientemente. Ela estava segura ele fez. Deliberadamente ela comprimiu
as m�os dela nos bolsos da saia dela. Ela seria melhor fora se lembrar ela estava encorajando esta imagem p�blica, explorando isto at� mesmo. Ela seria melhor fora
se lembrar daquele Carlo ele tinha lhe falado ele precisou de nenhuma imagem.
Se ela come�asse acreditando meio as coisas que ele disse a ela, ela poderia h� pouco se achar esperando pacientemente. O pensamento disso era bastante para parar
o derretimento. Esperando n�o ajustaram no hor�rio dela.
Quando toda �ltima mordida de macarr�o tinha sido consumida, e todo �ltimo f� tinha sido falado com, o Carlo se permitiu pensar nos prazeres de se sentar com uma
ta�a de vinho fresca.
Juliet j� teve a jaqueta dele.
"Bem feito, Carlo." Como falou ela, ela come�ou a ajudar o nisto. "Voc� pode deixar a Calif�rnia com a satisfa��o do conhecer era um sucesso maravilhoso."
Ele levou a capa de chuva dela dela quando ela teria encolhido os ombros nisto ela. "O aeroporto."
Ela sorriu ao tom dele, enquanto entendendo. "N�s apanharemos nossas bolsas no quarto de propriedade no hotel no modo. Olhe deste modo para isto. Voc� pode sentar
atr�s e dorme todo o modo para Portland se voc� gostar."
Porque o pensamento teve uma certa atra��o, ele cooperou. Eles montaram at� o primeiro ch�o e sa�ram a entrada ocidental onde a Juliet tinha contado para o t�xi
esperar. Ela deixou sair um suspiro r�pido de al�vio quando era de fato l�.
"N�s entramos cedo em Portland? "
"Sete." Chuva espirrou contra o p�ra-brisa do t�xi. Juliet se disse que relaxasse. Avi�es decolaram seguramente diariamente na chuva. "Voc� tem uma mancha em Pessoas
de Interesse, mas n�o at� as nove-trinta. Isso significa n�s podemos tomar caf� da manh� a uma hora civilizada e podemos revisar a programa��o."
Depressa, eficazmente, ela conferiu fora a lista de San Diego dela e not�vel tudo tinha sido realizado. Ela teve tempo por um relance r�pido, preliminar ao hor�rio
de Portland dela antes do t�xi aproximado do hotel.
"S� espera aqui", ela ordenou o motorista e Carlo. Ela era para cima e fora do t�xi e, porque eles estavam correndo isto fim, conseguido ter as bolsas instalado
no tronco dentro de sete minutos. O Carlo soube porque o divertiu a cronometrar.
Tamb�m, "voc� pode dormir todo o modo para Portland."
Ela se instalou novamente ao lado dele. "N�o, eu tenho algum trabalho para fazer. A coisa agrad�vel sobre avi�es � que eu posso fingir que eu estou em meu escrit�rio
e esque�o eu sou milhares de p�s fora o ch�o."
"Eu n�o percebi v�o o" aborreceu.
"S� quando eu sou no ar." Juliet sentou atr�s e fechado os olhos dela, pensando relaxar para um momento. A pr�xima coisa que ela soube, ela estava sendo beijada
desperte.
Desorientado, ela suspirou e embrulhou os bra�os dela ao redor do pesco�o de Carlo. Estava acalmando, t�o docemente. E ent�o o calor come�ou a subir.
"Came." Ela tinha o pegado de surpresa, mas isso tinha trazido seu pr�prio tipo de prazer. "Tal uma piedade para o" se despertar.
"Hmm? " Quando ela abriu os olhos dela, a face dele era �ntima, a boca dela ainda esquenta, o cora��o dela ainda estrondeando. Ela empurrou atr�s e tenteou a ma�aneta.
"Isso era uncalled para."
"Retifique bastante." Devagar, Carlo entrou fora na chuva. "Mas estava iluminando. Eu j� paguei o motorista, Juliet", que ele continuou quando ela come�ou a cavar
na bolsa dela. "A bagagem � conferida. N�s subimos a bordo de port�o cinco." Levando o bra�o dela, e o caso de couro grande dele, ele a conduziu no t�rmino.
"Voc� n�o teve que levar ao cuidado de tudo aquilo." Ela teria apartado o bra�o dela se ela tivesse tido a energia. Ou assim ela se falou. "A raz�o que eu estou
aqui �-"
"Promova meu livro", ele terminou facilmente. "Se o fizer sentir bem, eu fui conhecido para fazer o mesmo quando eu viajei com seu antecessor."
O mesmo fato que fez, fez o dela sinta tolo como bem. "Eu aprecio isto, Carlo. N�o � que eu presto aten��o a voc� emprestando uma m�o, � que eu n�o sou usado a isto.
Voc� seria pegado de surpresa quantos autores s�o desamparados ou descuidados na estrada."
"Voc� seria pegado de surpresa quantos chefes de cozinha s�o temperamentais e rudes."
Ela pensou no manjeric�o e sorriu. "Nenhum! "
"Oh, sim." E entretanto ele leria os pensamentos dela perfeitamente, o tom dele permaneceu s�rio. "Sempre saindo voando a manivela, jurando, lan�ando coisas. Conduz
a uma reputa��o ruim para tudo de n�s. Aqui, eles est�o subindo a bordo. Se s� eles t�m uma Bord�us decente."
A Juliet abafou um bocejo como ela o levou a cabo. "Eu precisarei de meu cart�o de embarque, Carlo".
"Eu tenho isto." Ele os brilhou ambos � frente para o criado de v�o e Juliet cutucada. "Voc� quer a janela ou o corredor? "
"Eu preciso de minha passagem para ver que tenho eu.
"N�s temos 2A e B. Take seu pico."
Algu�m empurrou al�m do dela e a bateu solidamente. Trouxe uma sensa��o de afundamento de vu de deja. "Carlo, eu estou em treinador, assim-"
"N�o, seus ingressos s�o mudados. Leve a janela."
Antes de ela pudesse contestar, ele tinha a manobrado em cima de e tinha deslizado dentro ao lado dela. Voc� quer dizer "o que foi mudado meu ingresso? Carlo, eu
tenho que entrar a parte de tr�s antes de eu causasse uma cena."
"Seu assento est� aqui." Depois de dar para a Juliet o cart�o de embarque dela ele estirou fora as pernas dele. "Dio, isso que um al�vio."
Carranqueando, a Juliet estudou o stub-2A dela. "Eu n�o sei como eles poderiam ter cometido um erro gostar isto. Eu cuidaria melhor imediatamente" disto.
N�o h� nenhum engano. Voc� deveria firmar seu cinto", ele aconselhou, ent�o fez assim ele. "Eu mudei seus ingressos para os v�os restantes na excurs�o."
Juliet alcan�ou para desfazer o gancho ele h� pouco tinha afian�ado. "You-but voc� n�o pode. "
"Eu lhe falei, n�o diga n�o possa a Franconi." Satisfeito com o cinto dela, ele negociou com o pr�prio dele. "Voc� trabalha t�o duro quanto eu do-why voc� deveria
viajar em turista? "
"Porque eu sou pagado para trabalhar. Carlo, me deixou sair assim eu posso fixar isto antes de n�s nos f�ssemos.
"N�o." Pela primeira vez, a voz dele era cega e final. "Eu prefiro sua companhia a isso de um estranho ou um assento vazio." Quando ele virou a cabe�a dele, os olhos
dele estavam como a voz dele. "Eu o quero aqui. Deixe."
A Juliet abriu a boca dela e fechou isto novamente. Professionally, ela estava em ch�o tr�mulo qualquer dire��o que ela foi. Era suposto que ela cuidava das necessidades
dele e foi querida dentro do razo�vel. Pessoalmente, ela tinha contado com a dist�ncia, pelo menos durante tempo de v�o, a manter equilibrado. At� mesmo com Carlo,
poderia ajudar uma pouca dist�ncia.
Ele estava sendo am�vel, ela soube. Considerado. Mas ele tamb�m estava sendo teimoso. Sempre havia um modo diplom�tico para controlar tais coisas.
Ela lhe deu um sorriso paciente. "Carlo-"
Ele a parou fechando a boca dele simplesmente em cima de seu, quietamente, completamente e irresistivelmente. Ele a segurou um momento, uma m�o na bochecha dela,
l� o outro em cima dos dedos que tinham gelado no colo dela. A Juliet sentia o toldo de ch�o e a cabe�a dela vai clara.
N�s estamos nos indo, ela pensou vagamente, mas soube o avi�o n�o tinha deixado o ch�o.
A l�ngua dele tocou o sua brevemente, teasingly; ent�o era novamente s� seus l�bios. Depois de escovar uma m�o pelo cabelo dela, apoiou ele atr�s. "Agora, volte
dormir por algum tempo", ele aconselhou. "Este n�o � o lugar que eu escolheria o" seduzir.
�s vezes, Juliet decidiu, sil�ncio era a melhor diplomacia. Sem outra palavra, ela fechou os olhos dela e dormiu.

Cap�tulo 5
Colorado. O Rockies, o Cume de Pike, ru�nas �ndias, �lamos tremedores e fluxos r�pido-correntes. Soou bonito, enquanto excitando. Mas um quarto de hotel era afinal
de contas um quarto de hotel.
Eles tinham estado ocupados em Estado de Washington. Para a maioria da perman�ncia de tr�s-dia deles/delas, Juliet tinha tido que trabalhar e pensar nos p�s dela.
Mas as m�dia tinham sido excelentes. O hor�rio deles/delas tinha estado de volta t�o cheio o chefe dela em Nova Iorque tinha feito handstands provavelmente. O relat�rio
dela na corrida deles/delas na costa seria o sonho de um publicista. Ent�o havia Denver.
Que cobertura que ela tinha conseguido apressar l� justificaria a tarifa plana apenas. Um programa de entrevistas � hora descrente de 7:00 DA MANH� e um artigo avarento
na se��o de comida de um papel local. Nenhuma rede ou cobertura de not�cias local do autographing, nenhum rep�rter de impress�o que confirma um aparecimento. Ruim.
Tinha 6:00 DA MANH� anos quando a Juliet se tirou da chuva e come�ou a procurar por ela desempacotou bolsa de artigo de vestu�rio para um terno e uma blusa fresca.
Os limpadores definitivamente eram uma prioridade o minuto que eles passaram para Dallas.
Pelo menos Carlo n�o estava cozinhando esta manh�. Ela n�o pensou que ela pudesse ag�entar para olhar para comida em qualquer forma durante pelo menos duas horas.
Com qualquer sorte ela poderia vir atr�s para o hotel atr�s do espet�culo, pegue o sono de outra hora e ent�o toma caf� da manh� no quarto dela enquanto ela fez
as visitas matinais dela. O autographing n�o era at� o meio-dia, e o v�o deles/delas fora n�o era at� cedo a manh� que vem.
Isso era algo que segurar em para, a Juliet se falou como ela procurou a sombra certa de meia-cal�as. Pela primeira vez eles tiveram uma noite livre sem um entreter
por uma semana, ningu�m ser entretido por. Uma refei��o agrad�vel, quieta em algum lugar perto de e o sono de uma noite cheia. Com isso ao t�rmino do t�nel, ela
poderia consumir a manh�.
Com uma careta, ela tragou abaixo a dose di�ria dela do fermento de cervejeiro.
N�o era at� que ela foi vestida completamente que ela acordou bastante para se lembrar que ela n�o tinha lidado com a maquiagem dela. Com um encolha os ombros a
Juliet deslizou fora dela pequena jaqueta verde e foi ao banheiro. Ela encarou a porta da frente com uma combina��o de suspeita e temperamento ruim quando ela ouviu
a batida. Espiando pelo olho m�gico, ela focalizou em Carlo. Ele sorriu a ela, ent�o cruzou os olhos dele. Ela s� jurou um pequeno como ela puxou aberto a porta.
"Voc� � cedo", ela come�ou, ent�o pegou o aroma ativo de caf�. Olhando para baixo, ela viu que ele levou uma bandeja com uma panela pequena, x�caras e colheres.
"Caf�", ela murmurou, quase como uma ora��o.
"Sim." Ele acernar com a cabe�a como ele entrou no quarto. "Eu pensei que voc� estaria pronto, entretanto servi�o de quarto n�o �. " Ele caminhou em cima de para
uma mesa, viu que o quarto dela poderia ajustar em uma se��o do apartamento dele e poderia fixar abaixo a bandeja. "Assim, n�s entregamos."
"O" aben�oe. Era t�o sincero ele sorriu novamente como ela cruzou o quarto. "Como voc� administrou isto? Servi�o de quarto n�o abre para meio uma hora."
H� uma cozinha pequena em meu apartamento. Um pouco primitivo, mas adequado amea�ar caf�."
Ela tomou o primeiro gole, preto e quente, e ela fechou os olhos dela. "� maravilhoso. Realmente maravilhoso."
"Claro que. Eu fixei isto."
Ela abriu os olhos dela novamente. N�o, ela decidiu, ela n�o deterioraria gratid�o com sarcasmo. Afinal de contas, eles muito quase se dados bem para tr�s corrida
de dias. Com ajuda da chuva dela, o fermento e o caf�, estava sentindo ela quase o humano novamente.
"Relaxe", ela sugeriu. "Eu terminarei de se preparar. Esperando que ele sentasse, a Juliet levou a x�cara dela e entrou no banheiro para lidar com a face dela e
cabelo. Ela estava pontilhando em funda��o quando o Carlo apoiou no batente de porta.
Amore de Mi", n�o faz esta greve de arranjo voc� como n�o pr�tico? "
Ela tentou n�o sentir inibido como ela alisou na base magra, transl�cida. "Qual arranjo � que? "
"Voc� tem "arm�rio de this-broom, ele decidiu como ele gesticulou para o quarto dela. Sim, era pequeno bastante que o cheiro sutil, feminino da chuva dela alcan�ou
todos os cantos. "Enquanto eu tenho um apartamento grande com dois banhos, uma cama grande bastante para tr�s amigos e um desses sof�s que desdobram."
"Voc� � a estrela", ela murmurou como ela escovou cor em cima da inclina��o das bochechas dela.
"Economizaria o dinheiro de publicador se n�s compartilh�ssemos o apartamento."
Ela trocou os olhos dela no espelho at� que eles conheceram o seus. Ela teria jurado, absolutamente jurado, ele quis dizer n�o mais que isso. Quer dizer, se ela
n�o o tivesse conhecido. "Ele pode dispor isto", ela disse ligeiramente. "H� pouco emociona o departamento de contabilidade a "tempo de imposto.
Carlo moveu os ombros dele tomados um gole novamente da x�cara dele ent�o. Ele tinha sabido o que a resposta dela seria. Claro que, ele gostaria de compartilhar
os quartos dele com ela pela raz�o �bvia, mas nem sentou bem com ele que os alojamentos dela eram t�o distantes inferior para seu.
"Voc� precisa de um toque mais blusher em sua bochecha esquerda", ele disse � toa, enquanto n�o notando o olhar surpreso dela. O que ele tinha notado era o roup�o
de seda verde que refletiu no espelho da parte de tr�s da porta. H� pouco como ela olharia nisso? Carlo desejou saber. Como ela olharia fora disto?
Depois de um estudo estreitar-de olhos, descobriu a Juliet ele tinha tido raz�o. Ela apanhou a escova dela novamente e igualou a cor. "Voc� � um homem muito observante."
"Hmm? " Ele estava olhando novamente para ela, mas mentalmente, ele tinha a mudado limpo, alto-collared blusa e saia esbelta para o pequeno roup�o provocante.
A "maioria dos homens n�o notaria blusher desequilibrado." Ela apanhou um l�pis de graxa para sombrear os olhos dela.
"Eu noto tudo quando vier a uma mulher." Ainda havia uma n�voa clara perto do topo do espelho do vapor da chuva dela. Vendo isto deram para o Carlo outras, bastante
agrad�veis imagens mentais. "O que voc� est� fazendo lhe d� agora um olhar muito diferente."
Relaxado novamente, ela riu. "Isso � a id�ia."
"Mas, n�o." Ele pisou dentro mais �ntimo assim ele pudesse assistir em cima do ombro dela. A intimidade pequena, casual era como natural para ele como era inc�modo
para ela. "Sem as panelas de pintura, sua face � mais jovem, mais vulner�vel, mas nenhum menos atraente que est�o com eles. Diferente... " Facilmente, ele apanhou
a escova dela e correu isto pelo cabelo dela. "N�o � mais, n�o menos, simplesmente diferente. Eu gosto ambos seus olhares."
N�o era f�cil de manter a m�o dela firme. A Juliet fixou a olho-sombra e tentou o caf� ao inv�s. Melhor ser c�nico que seja movido, ela se lembrou e lhe deu um sorriso
fresco. "Voc� parece certo em casa no banheiro com uma mulher que fixa a face" dela.
Ele gostou do modo que os cabelos dela flu�ram como ele escovou isto. "Eu fiz t�o freq�entemente" isto.
O sorriso dela ficou mais fresco. "Eu estou seguro."
Ele pegou o tom, mas continuou escovando como ele conheceu os olhos dela no copo. "Leve como voc� goste, cara, mas se lembra, eu cresci em uma casa com cinco mulheres.
Seus p�s e garrafas n�o seguram nenhum segredo de mim."
Ela tinha esquecido que, talvez porque ela tinha escolhido se esquecer qualquer coisa dele que isso n�o conectou diretamente com o livro. Ainda agora fez a maravilha
dela. H� pouco que tipo de perspic�cia entrou um homem em mulheres quando ele tinha sido rodeado por eles desde inf�ncia? Carranqueando um pouco, ela apanhou o r�mel
dela.
"Voc� era uma fam�lia �ntima? "
"N�s somos uma fam�lia �ntima", ele corrigiu. "Minha m�e � uma vi�va que corre uma loja de vestido pr�spera em Roma." Era t�pico dele n�o mencionar que ele tinha
comprado isto para ela. "Minhas quatro irm�s todo ao vivo dentro de trinta quil�metros. Talvez eu j� n�o compartilho o banheiro com eles, mas pequeno outro mudan�as."
Ela pensou nisto. Soou confort�vel e f�cil e bastante docemente. Juliet n�o acreditou ela poderia relacionar nada. "Sua m�e deve estar orgulhosa de voc�."
"Ela estaria mais orgulhosa se eu acrescentasse � horda crescente dela de netos."
Ela sorriu a isso. Soou mais familiar. "Eu sei o que voc� quer dizer."
"Voc� h� pouco deveria partir seus cabelos gostam isto", ele lhe falou como ele fixou abaixo a escova. "Voc� tem uma fam�lia? "
"Meus pais moram na Pennsylvania."
Ele lutou com geografia um momento. "Ah, ent�o voc� os visitar� quando n�s formos para a Filad�lfia."
"N�o." A palavra era plana como ela recapitulou o tubo de r�mel. N�o haver� tempo por isso."
"Eu vejo." E ele pensou que ele estava come�ando. "Voc� tem os irm�os, irm�s? "
"Uma irm�." Porque ele tinha raz�o sobre o cabelo dela, a Juliet deixou isto ser e deslizou fora para a jaqueta dela. "Ela se casou um doutor e produziu duas crian�as,
um de cada g�nero, antes de ela tivesse vinte e cinco anos. "
Oh sim, ele estava come�ando a ver bem bastante. Embora as palavras tivessem sido f�ceis, os m�sculos nos ombros dela tinham estado apertados. "Ela faz a esposa
de um doutor excelente? "
"Carrie faz a "esposa de um doutor perfeito.
"N�o todos n�s somos significados para as mesmas coisas."
"Eu n�o era. " Ela apanhou a pasta dela e a bolsa dela. "N�s continuar�amos. Eles disseram que levaria aproximadamente quinze minutos para dirigir ao est�dio."
Estranho, ele pensou, como as pessoas sempre acreditaram que as manchas tenras deles/delas pudessem ir undetected. Para agora, ele a deixaria com a ilus�o que os
seus tiveram.
Porque as dire��es eram boas e o tr�fico estava claro, a Juliet dirigiu o recente Chevy modelo que ela tinha alugado com confian�a. Carlo obrigou navegar porque
ele desfrutou o modo equilibrado, qualificado que ela controlou a roda.
"Voc� n�o me dissertou no "hor�rio de hoje, ele mostrou. "Vire aqui mesmo a esta luz."
Juliet olhou no espelho, pistas trocadas, ent�o fez a volta. Ela n�o era contudo seguramente o que a rea��o dele seria ao fato que apenas havia um. "Eu decidi lhe
dar uma fratura", ela disse brightly, enquanto sabendo como alguns autores rosnaram e altercaram quando eles tiveram um mergulho em exposi��o. "Voc� tem esta mancha
matutina, ent�o o autographing em Mundo do "centro da cidade de Livros.
Ele esperou, enquanto esperando a lista para ir em. Quando ele virou a ela, a sobrancelha dele foi erguida. "E? "
"Isso � tudo." Ela ouviu a desculpa na voz dela como ela parou a uma luz vermelha. "�s vezes acontece, Carlo. Coisas h� pouco n�o passam. Eu soube que ia estar claro
aqui, mas como acontece que eles come�aram h� pouco tiroteio um filme principal que usa locais de Denver. Todo rep�rter, todo not�cias emparelham, toda tripula��o
de m�quina fotogr�fica est� cobrindo isto esta tarde. A linha de fundo � n�s fomos batidos."
"Batido? Voc� quer dizer h� nenhum espet�culo de r�dio, nenhum almo�o com um rep�rter, nenhum compromisso de jantar? "
"N�o, eu sinto muito. H� pouco �-"
"Fantastico! " Agarrando a face dela com ambas as m�os ele a beijou duro. "Eu descobrirei o nome deste filme e irei para sua estr�ia."
O pequeno n� de tens�o e culpa desapareceu. "N�o leve t�o duro, Carlo".
Ele sentia como se ele h� pouco tinha sido libertado. "Juliet, voc� pensou eu seria transtornado? Dio, durante uma semana � sido nada mais que v� aqui, apresse l�."
Ela manchou a torre de TELEVIS�O e virado esquerdo. "Voc� foi maravilhoso", ela lhe falou. O melhor momento para admitir isto, ela decidiu, era quando eles s� tiveram
dois minutos para poupar. "N�o todo o mundo com o que eu viajei foi como considerado."
Ela o pegou de surpresa. Ele preferiu isto quando uma mulher pudesse fazer assim. Ele entrela�ou uma fechadura do cabelo ele tinha escovado o dedo dele ao redor.
"Assim, voc� me perdoou para o manjeric�o? "
Ela sorriu e teve que se parar de alcan�ar at� toque o cora��o na lapela dela. "Eu tinha esquecido em toda parte isto."
Ele beijou a bochecha dela em um movimento t�o casual e amig�vel ela n�o contestou. "Eu acredito que voc� tem. Voc� tem um cora��o am�vel, Juliet. Tais coisas s�o
beleza em eles."
Ele poderia a amolecer t�o sem esfor�o. Ela sentia isto, lutou isto e, para o momento, rendeu a isto. Em um impulsivo, uncharacteristic movem, ela escovou o cabelo
na testa dele. Entremos. Voc� tem que acordar Denver."
Professionally, a Juliet deveria ter estado torcida � falta de obriga��es e exposi��o em Denver. Ia deixar alguns espa�os em branco muito �bvios no relat�rio global
dela. Pessoalmente, ela estava emocionada.
De acordo com hor�rio, ela estava de volta no quarto dela antes das oito. Antes das 8:03, ela tinha tirado fora do terno dela e tinha rastejado, nu e feliz, nela
ainda-amarrotou cama. Durante exatamente uma hora dormiu ela profundamente, e sem qualquer sonho poderia se lembrar ela. Antes das dez-trinta, ela tinha passado
pela lista dela de telefonemas e um caf� da manh� enorme. Depois de refrescar a maquilagem dela, ela vestiu ent�o no terno dela foi conhecer o Carlo no sal�o de
entrada escada abaixo.
N�o a deveria ter pegado de surpresa que ele foi amontoado em um das �reas vadiando confort�veis com tr�s mulheres. N�o a deveria ter se aborrecido. Fingindo isto
fizeram nenhum, a Juliet passeou em cima de. Era ent�o ela notou que todas as tr�s mulheres foram constru�das stupendously. Isso n�o a, ou, deveria ter pegado de
surpresa.
"Ah, Juliet". Ele sorriu, toda a gra�a, todo o charme. Ela n�o parou para desejar saber por que ela gostaria do enfeitar. "Sempre lembrete. Senhoras." Ele virou
se curvar a todos os tr�s deles. "� sido um prazer."
"Adeus, Carlo." Um deles lhe enviou um olhar que poderia ter derretido dianteira. "Se lembre, se voc� j� est� em Tucson... "
"Como eu poderia esquecer? " Enganchando o bra�o dele com Juliet, ele passeou fora. "Juliet", ele murmurou, "onde Tucson �? "
"Voc� nunca deixa? " ela exigiu.
"Deixe isso que? "
Mulheres colecionando."
Ele ergueu uma sobrancelha como ele puxou aberto a porta no lado do motorista. "Juliet, a pessoa coleciona matchbooks, n�o as mulheres".
"Pareceria h� alguns que os consideram no mesmo n�vel."
Ele bloqueou o modo dela antes de ela pudesse deslizar dentro. "Qualquer que faz � muito est�pido importar." Ele caminhou ao redor do lado do carro e abriu a pr�pria
porta dele antes de ela falasse novamente.
"Quem eram de qualquer maneira eles? "
Sobriamente, Carlo ajustou a borda do fedora f�-colorido que ele usou. Culturista f�sicos femininos." Parece eles est�o tendo uma conven��o."
Um riso amortecido escapou antes de ela pudesse prevenir isto. "Figuras."
"Realmente sim, mas tal muscular." A express�o dele ainda era s�ria como ele se abaixou no carro.
A Juliet permaneceu quieta um momento, ent�o se rendeu e riu alto fora. Condene, ela nunca tinha tido como muita divers�o em excurs�o com qualquer um. Ela pode bem
como aceite. "Tucson no Arizona", ela lhe falou com outro riso. "E n�o est� no itiner�rio."
Eles teriam sido na hora certa para o autographing se eles n�o tivessem colidido com o desvio. Tr�fico foi entupido, reencaminhou e ruim suave como estradas foi
bloqueado para o tiro de ser de filme. Juliet gastou vinte minutos tecendo, negociando e amaldi�oando at� que ela achou ela tinha feito n�o mais que fa�a um c�rculo
grande agrad�vel.
"N�s estivemos aqui antes", o Carlo disse � toa e recebeu um olhar carranqueando.
"Oh, realmente? " O doce tom dela teve uma meia-voz de ars�nico.
Ele trocou as pernas dele somente em uma posi��o menos espasm�dica. "� uma cidade interessante", ele comentou. "Eu penso talvez se voc� se fica certo ao pr�ximo
canto, ent�o deixou dois cantos al�m, n�s nos acharemos � direita rasto."
Juliet alisou meticulosamente cuidadosamente a escrito dire��es quando ela teria preferido os amassar em uma bola. "O balconista de livro especificamente disse-"
"Eu estou seguro ela � uma mulher ador�vel, mas coisas parecem um pouco confundido hoje." N�o o aborreceu particularmente. A explos�o de um chifre a fez sacudir.
Divertido, o Carlo somente examinou. "Como algu�m de Cidade de Nova Iorque, voc� deveria ser usado a tais coisas."
Juliet fixou os dentes dela. "Eu nunca dirijo na cidade."
"Sim. Confie em mim, innamorata".
N�o em sua vida, Juliet pensou, mas se ficava certo. Levou quase dez minutos no tr�fico rastejando administrar os pr�ximos dois blocos, mas quando ela se ficava
esquerda que ela se achou, como tinha dito o Carlo, � direita rasto. Ela esperou, resignado, para ele se regozijar.
"Roma move mais rapidamente" era tudo que ele disse.
Como ela poderia o se antecipar? ela desejou saber. Ele n�o se enfureceu quando voc� esperou, n�o se regozijou quando era natural. Com um suspiro, se rendeu ela.
"Qualquer coisa move mais rapidamente." Ela se achou no bloco certo, mas estacionando espa�o era acima do par. Pesando o ins e exteriores, a Juliet balan�ou em cima
de ao lado de um carro ao meio-fio. "Olhe, Carlo, eu vou ter que o cair. N�s j� estamos correndo atr�s. Eu acharei um lugar para estacionar e estar de volta assim
que eu possa."
"Voc� � o chefe", ele disse, ainda alegre depois de quarenta-cinco minutos de dente-moer tr�fico.
"Se eu n�o estiver l� por uma hora, envie para cima uma chama."
"Meu dinheiro est� em voc�."
Ainda cauteloso, ela esperou at� que ela o viu balan�ar na livraria antes de ela lutasse o modo dela novamente em tr�fico.
Vinte minutos frustrantes depois, a Juliet entrou na pequena livraria digna ela. Era, ela notou com um est�mago de afundamento, muito quieto e muito vazio. Balconista
com uma gravata magro-listrada e sapatos lustrados a cumprimentaram.
"Bom dia. Eu posso o ajudar? "
"Eu sou Juliet Trent, o "publicista de Sr. Franconi.
"Ah sim, corrija deste modo." Ele planou pelo tapete a um jogo de passos largos. "Sr. Franconi no segundo n�vel. Est� infeliz que o tr�fico e confus�o desencorajaram
as pessoas de sair. Claro que, n�s raramente fazemos estas coisas." Ele lhe deu um sorriso e escovou um peda�o de lint da manga da jaqueta azul escura dele. "A �ltima
vez era... me deixe ver, pelo outono. J. Jonathan Cooper estava em excurs�o. Eu estou seguro voc� ouviu falar dele. Ele For�a Metaf�sica e Lhe" escreveu.
Juliet mordeu um suspiro atr�s. Quando voc� bateu ch�o seco, voc� h� pouco teve que esperar pela mar�.
Ela manchou o Carlo em um pequeno nicho ador�vel em um sof� de dois assentos de curvy. Ao lado dele uma mulher era de cerca de quarenta com um terno limpo e bonitas
pernas. Tais coisas n�o autorizaram uma sobrancelha elevada nem sequer. Mas para a surpresa de Juliet, Carlo n�o era nenhum encantando ocupado ela. Ao inv�s, ele
estava escutando um menino jovem que sentou em frente a ele atentamente.
"Eu trabalhei l� nas cozinhas durante os �ltimos tr�s ver�es. N�o me permitem preparar qualquer coisa de fato, mas eu posso assistir. Em casa, cozinho eu sempre
que 1 lata, mas com escola e o trabalho, est� principalmente em fins de semana."
"Por que? "
O menino parou em meio do rio e parecia em branco. "Por que? "
"Por que voc� cozinha? " Carlo perguntou. Ele reconheceu a Juliet com um aceno, ent�o prestou a aten��o dele atr�s ao menino.
"Porque... " O menino olhou para a m�e dele, ent�o atr�s a Carlo. "Bem, � importante. Eu gosto de levar coisas e os reunir. Voc� tem que concentrar, voc� sabe, e
tem cuidado. Mas voc� pode fazer algo realmente maravilhoso. Parece bom e cheira bom. �... eu n�o sei." A voz dele abaixou em embara�o. "Satisfazendo, eu adivinho."
"Sim." Contente, o Carlo sorriu a ele. "Isso � uma resposta boa."
"Eu tenho ambos seus outros livros", o menino disse bruscamente. "Eu tentei todas suas receitas. Eu igualo feito seu macarr�o al tre formaggi para esta festa de
jantar a minha tia. "
"E? "
"Eles gostaram." O menino sorriu. "Eu quero dizer eles realmente gostaram isto."
"Voc� quer estudar."
"Oh sim." Mas o menino derrubou o olhar dele para onde as m�os dele esfregaram nervosamente em cima dos joelhos dele. "Coisa � n�s realmente n�o podemos dispor agora
mesmo faculdade, assim eu estou esperando para arrumar algum "emprego de restaurante.
"Em Denver? "
"Qualquer lugar onde eu poderia come�ar arte culin�ria em vez de esfregar para cima."
"N�s levamos bastante do "tempo de Sr. Franconi. A m�e do menino subiu, enquanto notando havia um punhado das pessoas que moem ao redor no segundo n�vel com os livros
de Carlo em m�o agora. "Eu quero lhe" agradecer. Ela ofereceu a m�o dela a Carlo como ele subiu com ela. "Significou uma grande transa��o a Steven falar com voc�."
"Meu prazer." Embora ele fosse como sempre cort�s, ele retrocedeu ao menino. "Talvez voc� me daria seu endere�o. Eu conhe�o alguns donos de restaurante aqui nos
Estados. Talvez um deles precisa de um "chefe de cozinha de aprendiz.
Atordoado, o Steven poderia fazer nada mais que olhar fixo. "Voc� � muito tipo." A m�e dele tirou um bloco pequeno e escreveu nisto. A m�o dela era fixa, mas quando
ela deu o papel a Carlo e olhou para ele, ele viu a emo��o. Ele pensou na pr�pria m�e dele. Ele levou o papel, ent�o a m�o dela.
"Voc� tem um filho afortunado, Sra. Hardesty".
Pensativo, a Juliet os assistiu caminha fora, enquanto notar aquele Steven olharam em cima do ombro dele com o mesmo, apague, express�o confundida.
Assim ele tem um cora��o, a Juliet decidiu, tocou. Um cora��o que n�o foi reservado completamente para amore. Mas ela viu o Carlo passar despercebido o papel no
bolso dele e desejou saber se isso fosse o fim disto.
O autographing n�o era um sucesso maravilhoso. Seis livros pela conta de Juliet. Isso tinha sido bastante ruim, entretanto havido O Incidente.
Olhando ao todos menos loja vazia, a Juliet tinha considerado dando as ruas com um sinal com a parte de tr�s dela, ent�o o homey que pequena mulher tinha vindo com
ag�entar todos os tr�s dos livros de Carlo. Bom para o ego, pensou a Juliet. Isso estava antes da mulher tinha dito algo que fez os olhos de Carlo esfriar e a voz
dele gelar. Toda a Juliet ouviu era o nome LaBare.
"Eu imploro seu perd�o, Senhora? '' o Carlo disse em um tom que a Juliet nunca tinha tido not�cias dele. Poderia ter fatiado por a�o.
"Eu disse que eu mantenho todos seus livros em uma estante em minha cozinha, corrija pr�ximo a Andre LaBare. Eu amo cozinhar."
"LaBare? " Carlo p�s a m�o dele em cima da pilha dele de livros como um pai protetor possa em cima de uma crian�a amea�ada. "Voc� ousaria posto meu trabalho pr�ximo
a campon�s de that-that? "
Pensando rapidamente, a Juliet pisou para cima e sem dinheiro na conversa��o. Se alguma vez ela tivesse visto um homem pronto para assassinato, era o Carlo. "Oh,
eu o vejo ter tudo dos livros de Sr. Franconi. Voc� tem que amar cozinhar."
"Bem, sim eu-"
"Espere at� que voc� tenta algumas das receitas novas dele. Eu tive o macarr�o pesto contra eu. � maravilhoso." A Juliet come�ou a levar os livros da mulher de debaixo
da m�o de Carlo e se encontrou com resist�ncia e um olhar teimoso. Ela lhe deu um dela pr�prio e empurrou os livros fora. "Sua fam�lia vai h� pouco ser emocionada
quando voc� serve isto", a Juliet foi em, enquanto mantendo a voz dela agrad�vel como ela conduziu a mulher fora da linha de fogo. "E o fettuccine... "
"LaBare � um su�no." A voz de Carlo estava muito clara e alcan�ou os degraus. A mulher olhou atr�s nervosamente.
"Homens." Juliet fez o dela expresse um sussurro conspirativo. "Tais egos."
"Sim." Recolhendo os livros dela, a mulher se apressou os degraus e fora da loja. Juliet esperou at� que ela era fora do alcance da voz antes de ela se se lan�ar
sobre em Carlo.
"Como o p�de? "
"Como p�de eu? " Ele subiu, e entretanto ele s� deslizou debaixo de seis p�s, ele parecia enorme. "Ela ousaria fale aquele nome comigo? Ela ousaria o s�cio o trabalho
de um artista com o trabalho de um asno? LaBare-"
"No momento, eu n�o dou uma maldi��o que ou o que este LaBare �." A Juliet p�s uma m�o no ombro dele e o empurrou atr�s sobre o sof� de dois assentos. O com o qual
eu me preocupo � voc� espantando os poucos clientes n�s temos. Agora se comporte voc�."
Ele sentou onde ele s� era que porque ele admirou o modo que ela tinha o ordenado. Mulher fascinante, o Carlo decidiu, enquanto achando isto mais s�bio pensar nela
que LaBare. Era mais s�bio para pensar em inunda��o e escassez que de LaBare.
A tarde tinha arrastado sem parar, com exce��o do menino jovem, pensou o Carlo e tocou o papel no bolso dele. Ele chamaria Ver�o na Filad�lfia sobre Steven Hardesty
jovem.
Mas diferente de Steven e a mulher que upped a press�o sangu�nea dele falando de LaBare, o Carlo tinha se achado perilously perto de enfado. Algo ele considerou
pior que doen�a.
Ele precisou de alguma atividade, um challenge-even um pequeno. Ele olhou em cima da Juliet como ela falou com um balconista. Isso n�o era nenhum desafio pequeno.
A uma coisa ele contudo estar na companhia de Juliet estava entediado. Ela o manteve interessado. Sexualmente? Sim, isso foi sem dizer. Intelectualmente. Isso era
uma vantagem, um grande.
Ele entendeu as mulheres. N�o era uma quest�o de orgulho, mas para Carlo est� pensando, um assunto de circunst�ncia. Ele desfrutou as mulheres. Como amantes, claro
que, mas ele tamb�m os desfrutou como companheiros, como amigos, como s�cios. Era uma coisa rara quando um homem pudesse achar uma mulher para ser tudo dessas coisas.
Isso � o que ele quis de Juliet. Ele n�o tinha solucionado isto contudo, s� sentia isto. Convencendo ser o amigo dele para ela seriam como desafiando, e como recompensando,
como seria convencer ser o amante dele para ela.
N�o, ele percebeu como ele estudou o perfil dela. Com esta mulher, um amante viria mais f�cil que um amigo. Ele teve duas semanas partido para realizar ambos. Com
um sorriso, ele decidiu come�ar a campanha dentro s�rio.
Meio uma hora depois, eles estavam caminhando os tr�s blocos para a garagem de estacionamento que a Juliet tinha achado.
"Este tempo que eu dirijo" ele falou para a Juliet como eles pisaram dentro do edif�cio cinza ecoando. Quando ela come�ou a contestar, ele ofereceu a m�o dele para
as chaves. "Venha, meu amor, eu sobrevivi h� pouco duas horas de enfado. Por que voc� deveria se divertir toda a? "
"Desde que voc� p�s isto aquele modo." Ela derrubou as chaves na m�o dele, aliviou que tudo que tinha o fixado fora antes foi esquecido.
"T�o agora n�s temos uma noite gr�tis."
"Isso � certo." Com um suspiro ela apoiou atr�s no assento dela e esperou por ele come�ar a m�quina.
"N�s jantaremos �s sete. Hoje � noite, eu fa�o os arranjos."
Um hamb�rguer no quarto dela, um filme velho e cama. A Juliet deixou o desejo vir e vai. O trabalho dela era amimalhar e entreter como muito como poss�vel. "Tudo
que que voc� gosta."
Carlo arrancou do espa�o de estacionamento com um grito de pneus que tiveram Juliet que tranca para cima. "Eu o segurarei a isso, came".
Ele zuniu fora da garagem e se ficava certo com quase n�o uma pausa. "Carlo-"
"N�s dever�amos ter champanha para celebrar o fim de nossa primeira semana. Voc� gosta de champanha? "
"Sim, I-Carlo, a luz est� mudando."
Ele ventou pela luz ambarina, deslizada pelo p�ra-choque de um p� compacto danificado e andamento mantido. Comida italiana." Voc� n�o tem nenhuma obje��o? "
"N�o." Ela agarrou a ma�aneta at� que as juntas dela se ficavam brancas. "Aquele caminh�o! "
"Sim, eu vejo isto." Ele desviou isto ao redor, fechou por outro claro e cortou um direito afiado. "Voc� tem planos durante a tarde? "
Juliet apertou uma m�o � garganta dela, enquanto pensando que ela poderia poder empurrar fora a voz dela. "Eu estava pensando em uso de fabrica��o da est�ncia termal
de hotel. Se eu vivo."
"Bom. Eu, eu penso que eu irei fazer compras."
Os dentes de Juliet estalaram junto como ele mudou pistas em tr�fico de p�ra-choque-para-p�ra-choque. "Como eu notifico logo de fam�lia? "
Com um riso, Carlo balan�ou em frente ao hotel deles/delas. "N�o preocupe, Juliet. Tenha seu remoinho de �gua e sua sauna. Bata em minha porta �s sete."
Ela olhou atr�s para a rua. Amimalhe e entretenha, ela se lembrou. Isso incluiu arriscando sua vida? O supervisor dela pensaria assim. "Talvez eu deveria ir com
voc�."
"N�o, eu insisto." Ele se inclinou, cupping o pesco�o dela antes de ela tivesse recuperado bastante para evadir. "Desfrute", ele murmurou ligeiramente contra os
l�bios dela. "E pensa em mim como sua pele cresce morno e seus m�sculos crescem negligentes."
Em autodefesa, Juliet se apressou fora do carro. Antes de ela pudesse lhe dizer que dirigisse cuidadosamente, ele estava embarrilando atr�s fora na rua. Ela ofereceu
uma ora��o para man�acos italianos, ent�o entrou.
Antes das sete, ela sentia renascido. Ela tinha suado fora fadiga na sauna, chocado ela desperta na piscina e ostentou em uma massagem. Vida, ela pensou como ela
espirrou no cheiro dela, teve seus pontos bons afinal de contas. O v�o de amanh� para Dallas seria logo bastante para tra�ar o relat�rio de Denver dela. Como isto
era. Hoje � noite, tudo ela teve que preocupar aproximadamente estava comendo. Depois de apertar uma m�o ao est�mago dela, admitiu a Juliet ela era mais que pronto
para isso.
Com um cheque r�pido, ela aprovou o vestido de marfim simples com o colarinho alto e bot�es perolados min�sculos. A menos que o Carlo tivesse escolhido um posto
de cachorro quente que vestiria. Agarrando a bolsa de noite dela, ela deslizou pelo corredor para bater na porta de Carlo. Ela s� esperou que ele tinha escolhido
algum lugar perto de. A �ltima coisa que ela quis fazer era novamente briga o tr�fico de centro da cidade de Denver.
A primeira coisa que ela notou quando o Carlo abriu que a porta dele seja os rolaram para cima mangas da camisa dele. Era algod�o, enorme e chique, mas os olhos
dela foram � corda surpreendente de m�sculos nos antebra�os dele. O homem fez mais que erga colheres e esp�tulas. A pr�xima coisa que ela notou era os cheiros er�ticos
de temperos e molho.
"Graciosamente." O Carlo levou m�os e a puxou dentro. Ela o, a pele lisa, cremosa, agradou a luz, cheiro sutil, mas mais, a hesita��o confusa nos olhos dela como
ela olhou em cima de para onde o aroma de comida era mais forte.
"Uma �gua-de-col�nia interessante", ela administrou depois de um momento. "Mas voc� n�o pensa que voc� adquiriu um pouco levado fora? "
"Innamorata, voc� n�o usa o molho de espaguete de Franconi, voc� absorve isto." Ele beijou a parte de tr�s da m�o dela. "Se antecipe." Ent�o o outro. "Saboreie."
Este tempo a palma dela.
Uma mulher inteligente n�o foi despertada por um homem que usou tais t�ticas extravagantes. Juliet se falou que como os frios correram os bra�os dela e abaixo novamente.
Molho de espaguete"? " Deslizando as m�os dela de seu, ela os uniu atr�s da parte de tr�s dela.
"Eu achei uma loja maravilhosa. Os temperos me agradaram muito. O burgundy era excelente. Italiano, claro que".
"Claro que." Cauteloso, ela entrou mais longe no apartamento. "Voc� passou o dia que cozinha? "
"Sim. Embora voc� devesse me lembrar que falasse com o dono de hotel sobre a qualidade deste fog�o. Ao todo, foi bastante bem."
Ela se falou n�o era s�bio para o encorajar quando ela teve nenhuma inten��o de comer s� com ele no apartamento dele. Talvez se ela tivesse sido feita de pedra que
ela poderia ter resistido a vagar para o pequeno kitchenette. A boca dela molhou. "Oh, Deus."
Se encantado, o Carlo deslizou um bra�o ao redor a cintura dela e a conduziu ao fog�o. A pr�pria pequena cozinha estava em matadouro. Ela nunca tinha visto tantos
panelas e tigelas e colheres esmagaram em uma pia antes. Foram espirrados os contadores e riscaram. Mas os cheiros. Era c�u, puro e simples.
"Os sensos, Juliet. N�o h� nenhum de n�s que n�o � governado por eles. Primeiro, voc� cheira, e voc� come�a a imaginar." Os dedos dele moveram ligeiramente em cima
da cintura dela. "Imagine. Voc� pode provar quase isto em sua l�ngua daquele s�."
"Hmm." Sabendo ela estava cometendo um erro, ela o assistiu leve a tampa fora a panela no fog�o. O sabor fez o dela feche os olhos dela e h� pouco respire. "Oh,
Carlo."
"Ent�o n�s olhamos, e a imagina��o vai um pisa mais adiante." Os dedos dele apertaram ligeiramente � cintura dela at� que ela abriu os olhos dela e olhou na panela.
Grosso, vermelho, chiando, o molho era corpulento com carne, pimentas e tempero. O est�mago dela rosnou.
"Bonito, sim? "
"Sim." Ela n�o estava atenta que a l�ngua dela deslizou fora em cima dos l�bios dela em antecipa��o. Ele era.
"E n�s ouvimos." Ao lado do molho uma panela de �gua come�ou a ferver. Em um movimento especialista, ele mediu macarr�o atrav�s de vis�o e deslizou isto dentro.
"Algumas coisas s�o destinadas para ser acasaladas." Com uma colher de slotted, mexeu ele suavemente. "Sem um ao outro, eles est�o incompletos. Mas quando fundiu...
" ele ajustou a chama, "um tesouro. Macarr�o e o molho. Um homem e uma mulher. Venha, voc� ter� algum burgundy. O champanha � depois" para.
Estava na hora para levar um posto, embora ela levasse isto pelo fog�o. "Carlo, eu n�o tive nenhuma id�ia isto era o que voc� pretendeu. Eu penso-"
"Eu gosto de surpresas." Ele lhe deu um copo meio cheio com escurid�o, vinho tinto. "E eu quis cozinhar para voc�."
Ela desejou que ele n�o tinha posto isto aquele modo totalmente. Ela desejou que a voz dele n�o estava t�o morna, t�o profundamente, como os olhos dele. Como os
sentimentos ele poderia urgir fora dela. "Eu aprecio aquele Carlo, h� pouco � que-"
"Voc� teve sua sauna? "
"Sim, eu fiz. Agora-"
"O relaxou. Mostra."
Ela suspirou, enquanto tomando um gole ao vinho sem pensar. "Sim."
"Isto me relaxa. N�s comemos junto hoje � noite." Ele bateu o copo dele a seu. Os "homens e mulheres fizeram assim durante s�culos. Foi civilizado."
O queixo dela inclinou. "Voc� est� tirando sarro de mim."
"Sim." Abaixando no refrigerador, ele tirou de uma bandeja pequena. "Primeiro voc� tentar� meu antepasto. Seu paladar deveria estar preparado."
Juliet escolheu um pequeno peda�o grosso de abobrinha. "Eu pensaria que voc� preferiria ser servido em um restaurante."
"De vez em quando. H� tempos eu prefiro privacidade." Ele fixou abaixo a bandeja. Como fez ele, ela levou de volta um passo pequeno. Interessado, ele ergueu uma
sobrancelha. "Juliet, eu o fa�o nervoso? "
Ela engoliu abobrinha. "N�o seja absurdo."
"Eu sou? " Em impulso, ele fixou bem o vinho dele abaixo como e deu outro passo para ela. Juliet achou os atr�s apertaram dela no refrigerador.
"Carlo-"
"N�o, shh. N�s experimentamos." Suavemente, a assistindo, ele escovou os l�bios dele mais de uma bochecha, ent�o o outro. Ele ouviu a respira��o dela surpreender
tremor ent�o. Nerves-these que ele aceitou. Quando foram um homem e mulher e foram fechadas, l� teve que ser nervos. Sem eles, paix�o era ins�pida, como um molho
sem tempero.
Mas medo? N�o era que o que ele viu nos olhos dela? H� pouco um rastro disto, s� brevemente. Nervos que ele usaria, jogue em, fa�anha. Medo era algo diferente. O
perturbou, o bloqueou e, ao mesmo tempo, o moveu.
"Eu n�o o, Juliet", ferirei.
Os olhos dela eram novamente diretos, nivele, entretanto a m�o dela era balled em um punho. "N�o o v�? "
Ele levou a m�o dela, enquanto trabalhando isto lentamente aberto. "N�o." Naquele momento, ele prometeu ambos eles. "Eu n�o vou. Agora n�s comeremos."
Juliet evitou o tremor at� que ele tinha virado mexer e escoar o macarr�o dele. Talvez ele n�o a feriria, ela pensou e recklessly lan�aram o vinho dela atr�s. Mas
ela poderia se ferir.
Ele n�o exagerou. Ele somente aperfei�oou. Ocorreu a Juliet, como ela o assistiu ponha os �ltimos toques na refei��o que ele era nenhum diferente aqui na pequena
cozinha de hotel que ele tinha estado antes da m�quina fotogr�fica. Juliet somou a ajuda dela do �nico modo que ela teria ousado. Ela p�s a mesa.
Sim, era um engano, ela se falou como ela organizou pratos. Mas ningu�m mas um bobo caminhariam longe de qualquer coisa que cheirou como aquele molho. Ela n�o era
uma boba. Ela poderia se controlar. O momento de medo fraco que ela tinha sentido na cozinha era passado. Ela desfrutaria uma refei��o levar-seu-sapato-apagada,
beba dois �culos de burgundy realmente excelente, ent�o v� para o outro lado do corredor e pegue oito horas sono. O carrossel continuaria o pr�ximo dia.
Ela selecionou um cogumelo marinado como Carlo trouxe a travessa de espaguete. Melhor, ele disse quando ela sorriu a ele. "Voc� est� pronto para" se desfrutar.
Com um encolha os ombros, a Juliet sentou. "Se um dos chefes de cozinha de topo no mundo quer preparar o jantar para mim, por que eu deveria reclamar? "
"O topo", ele corrigiu e gesticulou para ela se servir. Ela fez, enquanto conquistando gan�ncia apenas.
"Realmente o relaxa se levantar em uma cozinha? "
"Depende. �s vezes relaxa, �s vezes excita. Sempre agrada. N�o, n�o corte." Com um tremor da cabe�a dele, ele alcan�ou em cima de. "Americanos. Voc� roda isto sobre
o garfo."
"Cai quando eu fizer."
"Assim." Com as m�os dele nos pulsos dela, ele a guiou. O pulso dela era fixo, ele notou, mas n�o lento. "Agora." Ainda segurando a m�o dela, ele ergueu o garfo
para a boca dela. "Gosto."
Como fez ela, ele teve a satisfa��o de assistir a face dela. Temperos explodiram na l�ngua dela. Calor vazou por, mellowing para calor. Ela saboreou isto, at� mesmo
como ela pensou na pr�xima mordida. "Oh, este n�o � nenhum pequeno pecado."
Nada poderia o ter deleitado mais. Com um riso, sentou ele atr�s e come�ou no pr�prio prato dele. Pecados pequenos" s�o s� prazeres pequenos. Quando Franconi cozinhar
para voc�, comida n�o � uma necessidade b�sica."
Ela j� estava rodando a pr�xima garfada. "Voc� ganha aquele. Por que n�o � voc� engorda? "
"Prego? "
"Se eu pudesse cozinhar assim... " Ela provou novamente e suspirou. "Eu me pareceria um de suas alm�ndegas."
Com um ria, ele assistiu a escava��o dela dentro. O agradou ver algu�m ele quis desfrutando o que ele tinha criado. Depois de anos de cozinhar, ele tinha cansado
nunca disto. "Assim, sua m�e n�o lhe ensinou a cozinhar? "
"Ela tentou." Juliet aceitou um peda�o do p�o crust�ceo ele ofereceu mas p�s de lado isto como ela rodou mais espaguete. Primeiro coisas primeiro. "Eu nunca parecia
ser muito bom �s coisas ela queria que eu fosse bom a. Minha irm� toca o piano formosamente; eu posso me lembrar das balan�as" apenas.
"Assim, o que quis voc� para fazer em vez de levar li��es de piano? "
"Jogue terceira base." Saiu t�o facilmente, a aturdiu. A Juliet tinha pensado que ela tinha enterrado isso junto com uma d�zia de outras frustra��es de inf�ncia.
"H� pouco n�o era terminado", ela disse com um encolha os ombros. "Minha m�e foi determinada criar duas senhoras bem arredondadas que se tornariam bem dois arredondadas,
esposas pr�speras. Ganhe alguns, perca alguns."
"Voc� pensa que ela n�o est� orgulhosa de voc�? "
A pergunta bateu um objetivo que ela n�o tinha sabido estava exposto. Juliet alcan�ou para o vinho dela. "N�o � uma quest�o de orgulho, mas de decep��o, suponho
eu. Eu a desapontei; eu confundi meu pai. Eles ainda desejam saber o que eles prejudicaram."
"O que eles prejudicaram era n�o aceitar o que voc� �."
"Talvez", ela murmurou. "Ou talvez eu fui determinado para ser algo eles n�o puderam aceitar. Eu nunca trabalhei isto fora."
"Voc� est� infeliz com sua vida? "
Surpreso, ela olhou para cima. Infeliz? �s vezes frustrado, molestou e pressionou. Mas infeliz? "N�o. N�o, eu n�o sou.
"Ent�o talvez isso � sua resposta."
Juliet levou um momento para o estudar. Ele era mais que deslumbrante, mais que sensual, mais que todas essas qualidades ela atribuiu uma vez cinicamente a ele.
"Carlo." Pela primeira vez ela alcan�ou fora o tocar, s� a m�o dele, mas ele pensou isto um passo gigantesco. "Voc� � um homem muito agrad�vel."
"Mas claro que eu sou." Os dedos dele enrolaram em cima de seu porque ele n�o pudesse resistir. "Eu poderia lhe dar refer�ncias."
Com um riso, se retirou a Juliet. "Eu estou seguro voc� p�de." Com concentra��o, dedica��o e h� pouco gan�ncia clara, ela foi o prato dela.
"Tempo para sobremesa."
"Carlo! " Gemendo, a Juliet apertou uma m�o ao est�mago dela. "Por favor, n�o seja cruel."
"Voc� gostar�." Ele era para cima e na cozinha antes de ela achasse a for�a para recusar novamente. "� uma velha, velha, italiana tradi��o. Atr�s para o imp�rio.
Bolo de queijo americano �s vezes � excelente, mas isto... " Ele tirou um bolo pequeno, ador�vel com cerejas que gotejam lavishly em cima disto.
"Carlo, eu morrerei."
"H� pouco um gosto com o champanha." Ele estourou a corti�a com uma tor��o especialista e verteu dois �culos frescos. "V�, sente no sof�, esteja confort�vel."
Como fez ela, a Juliet percebeu por que os romanos dormiram tradicionalmente depois de uma refei��o. Ela poderia ter se enrolado em uma pequena bola feliz e sido
inconsciente em momentos. Mas o champanha estava vivo, insistente.
"Aqui." Ele trouxe a pessoa chapeie com uma fatia pequena. "N�s compartilharemos."
"Uma mordida", ela lhe, preparado ficou firme, falou. Ent�o ela provou. Cremoso, alise, n�o bastante doce, mais abundante em nozes. Primoroso. Com um suspiro de
rendi��o, Juliet levou outro. "Carlo, voc� � um m�gico."
"Artista", ele corrigiu.
"Tudo que que voc� quer." Usando todo o poder de testamento ela tinha partido, a Juliet trocou o bolo para champanha. "Eu realmente n�o posso comer outra mordida."
"Sim, eu me lembro. Voc� n�o acredita em overindulgence." Mas ele encheu o copo dela novamente.
"Talvez n�o." Ela tomou um gole, enquanto desfrutando que aura rica, luxuosa que s� champanha poderia dar. "Mas agora eu adquiri uma perspectiva diferente em indulg�ncia."
Deslizando fora dos sapatos dela, ela riu em cima da beira do copo dela. "Eu sou convertido."
"Voc� � ador�vel." As luzes eram baixas, a m�sica macio, os cheiros que demoram e rico. Ele pensou de resistir. O medo que tinha estado nos olhos dela exigiu ele
pensa nisto. Mas agora mesmo, ela era relaxada, enquanto sorrindo. O desejo ele tinha sentido pux�o o momento ele tinha a visto nunca tinha ido embora completamente.
Foram despertados sensos, levantou, por uma refei��o. Isso era algo que ele perfeitamente entendeu. Ele tamb�m entendeu que um homem e uma mulher nunca deveriam
ignorar qualquer prazer que eles poderiam dar a um ao outro.
Assim ele n�o resistiu, mas levou a face dela nas m�os dele. L� ele poderia assistir os olhos dela, sinta a pele dela, quase a prove. Este tempo ele viu desejo,
n�o medo mas cautela. Talvez ela estava pronta para li��o dois.
Ela poderia ter recusado. A necessidade para fazer assim passou pela mente dela. Mas as m�os dele eram t�o fortes, t�o suaves na pele dela. Ela nunca tinha sido
tocada como que antes de. Ela soube como ele beijaria a e o senso de antecipa��o misturados com nervos. Ela soube, e quis.
Ela n�o era uma mulher que conheceu a pr�pria mente dela? Ela levou as m�os dela aos pulsos dele, mas n�o repeliu. Os dedos dela enrolaram ao redor de e seguraram
como ela tocou a boca dela a seu. Para um momento ficaram h� pouco eles assim, se permitindo para saborear isso primeiro gosto que primeira sensa��o. Ent�o lentamente,
mutuamente, eles perguntaram mais para.
Ela parecia t�o pequena quando ele a segurou que um homem pudesse esquecer como forte e competente ela era. Ele se achou querendo entesourar. Desejo poderia queimar,
mas quando ela era t�o flex�vel, t�o vulner�vel, ele se achou compelido mostrar s� bondade.
Qualquer homem alguma vez tinha mostrado o tal cuidado dela? A cabe�a de Juliet come�ou a nadar como as m�os dele passou ao cabelo dela. Havia outro homem t�o o
paciente? O cora��o dele estava batendo contra seu. Ela poderia sentir isto, como algo selvagem e desesperado. Mas a boca dele era t�o macia, as m�os dele t�o suave.
Como se eles tinham sido os amantes durante anos, ela pensou vagamente. E teve todo o tempo partiu no mundo para continuar amando.
Nenhuma pressa, nenhuma pressa, nenhum frenesi. S� prazer. O cora��o dela abriu relutantemente, mas abriu. Ele come�ou a verter por. Quando o telefone guinchou,
ele jurou e ela suspirou. Eles ambos sido preparado se arriscar.
"S� um momento", ele murmurou.
Ainda sonhando, ela tocou a bochecha dele. "Certo."
Como ele foi responder, ela apoiou atr�s, determinou para n�o pensar.
"Cara! " O entusiasmo na voz dele, e a estima teve a abertura dela novamente os olhos dela. Com um riso morno, Carlo entrou em um fluxo de italiano. Juliet teve
nenhum escolhido mas pensar.
Afeto. Sim, estava na voz dele. Ela n�o teve que entender as palavras. Ela deu uma olhada para o ver sorrindo como ele falou com a mulher no outro fim. Resignado,
a Juliet apanhou o champanha dela. N�o era f�cil ela admitir ela tinha sido uma boba. Ou para ela admitir ela tinha estado ferida.
Ela soube que era ele. O que ele era. Ela soube quantas mulheres tinha seduzido ele. Talvez ela era uma mulher que conheceu a pr�pria mente dela, e talvez ela o
quis. Mas ela nunca seria aliviada em uma linha longa de outros. Fixando abaixo o champanha, ela subiu.
"Si, si. Eu o" amo.
Juliet se virou � frase eu o amo. Como bem deslizou fora a l�ngua dele, em qualquer idioma. Como pequeno significou, em qualquer idioma.
"Interrup��es. Eu sinto muito."
A Juliet retrocedeu e lhe deu o olhar inflex�vel dela. "N�o seja. O jantar era maravilhoso, Carlo, obrigado. Voc� deveria estar pronto para confirmar antes das oito."
"Um momento", ele murmurou. Atravessando, ele a levou pelos bra�os. "O que � isto? Voc� est� bravo."
"Claro que n�o." Ela tentou atr�s fora para e falhou. Era f�cil h� pouco esquecer como forte ele era. "Por que eu deveria ser? "
"Raz�es sempre n�o s�o necess�rias para uma mulher."
Embora ele tivesse dito isto em um tom simples que n�o ofereceu nenhum insulto, os olhos dela estreitaram. "O perito. Bem, me deixe lhe contar algo sobre esta mulher,
Franconi. Ela n�o pensa muito de um homem que faz amor ent�o a ela um minuto empurra outro amante na face dela o pr�ximo."
Ele sustentou a m�o dele como ele lutou seguir o vento dela. "Eu n�o o estou seguindo. Talvez meu ingl�s est� falhando."
"Seu ingl�s est� perfeito", ela cuspiu a ele. "Do que eu h� pouco ouvi, assim seu italiano."
"Meu... " o sorriso dele come�ou. "O telefone."
"Sim. O telefone. Agora, se voc� vai com licen�a."
Ele a deixou adquirir at� onde a porta. "Juliet, eu admito eu sou cativado desesperadamente da mulher com a que eu estava falando. Ela est� bonita, inteligente,
interessante e eu nunca conheci totalmente qualquer um como ela."
Furioso, a Juliet girou ao redor de. "Como maravilhoso."
"Eu penso assim. Era minha m�e."
Ela caminhou para arrebatar para cima a bolsa atr�s ela quase tinha esquecido. "Eu pensaria um homem de sua experi�ncia e imagina��o poderia fazer melhor."
"Assim eu pude." Ele a segurou novamente, n�o t�o suavemente, n�o t�o pacientemente. "Se fosse necess�rio. Eu n�o fa�o um h�bito para se explicar, e quando eu fizer,
eu n�o minto."
Ela levou uma respira��o funda porque ela tinha abruptamente certeza que ela estava ouvindo a verdade. De qualquer modo, ela tinha sido uma boba. "Eu sinto muito.
N�o � em todo caso" nenhum de meu neg�cio.
"N�o, n�o �. Ele levou o queixo dela na m�o dele e segurou isto. "Eu vi medo em seus olhos antes. Me interessou. Agora eu penso que n�o era eu que voc� tinha medo
de, mas voc�."
"Isso n�o � nenhum de seu neg�cio."
"N�o, n�o �, ele disse novamente. "Voc� atrai a mim, Juliet, em muitas formas, e eu pretendo o levar a cama. Mas n�s esperaremos at� que voc� n�o tem nenhum medo.
Ela quis se enfurecer a ele. Ela quis lamentar. Ele viu ambas as coisas claramente. "N�s temos um v�o cedo na manh�, Carlo".
Ele a deixou ir, mas estava de p� onde ele era por muito tempo depois que ele tivesse ouvido a porta dela fechada pelo corredor.

Cap�tulo 6
Dallas era diferente. Dallas era Dallas sem desculpa. Ricos de Texas, Texas grande e Texas arrogante. Se fosse a cidade que compendiou o estado, ent�o fez assim
com talento. Arquitetura futur�stica e auto-estrada notar-torcendo abundaram em um tipo estranho de harmonia com o centro da cidade de edif�cios mais tranq�ilo.
O ar estava quente e levou os cheiros de �leo, perfumes caros e p� de pradaria. Dallas era Dallas, mas nunca tinha esquecido de suas ra�zes.
Dallas segurou a excita��o de um boomtown que era determinado para n�o deixar de prosperar. Estava cheio de abaixo-casa energia americana que n�o estava a ponto
de se atrasar. At� onde a Juliet estava preocupada que eles poderiam ter estado no centro da cidade Timbuktu.
Ele agiu como se nada teve happened-no jantar �ntimo, nenhuma estimula��o, nenhuma rendi��o, nenhuma palavra atravessada. A Juliet desejou saber se ele fizesse isto
para dirigir o louco dela.
Carlo era am�vel, cooperativo e encantando. Ela soube melhor agora. Debaixo da amabilidade estava um cabo de a�o que n�o dobraria uma polegada. Ela tinha visto isto.
A pessoa poderia dizer que ela tinha sentido isto. Teria sido uma mentira para dizer que ela n�o admirou isto.
Cooperativo, seguramente. No favor dele, Juliet teve que admitir que ela nunca tinha estado em excurs�o com qualquer um como trabalhar� sem reclama��o. E viajar
era trabalho duro, n�o importa como fascinante olhou em papel. Uma vez voc� estava em seu segundo semana cheia, ficou dif�cil sorrir a menos que voc� fosse cued.
Carlo nunca quebrou o ritmo dele.
Mas ele esperou perfection-spelled o way-and dele n�o moveriam uma polegada at� que ele adquiriu isto.
Encantando. Ningu�m poderia encantar um grupo das pessoas com mais estilo que Franconi. Aquele s� fez o trabalho dela mais f�cil. Ningu�m negaria o charme dele a
menos que eles tivessem visto como frio os olhos dele pudessem se tornar. Ela teve.
Ele teve falhas como qualquer outro homem, a Juliet pensou. Se lembrando disso poderiam lhe ajudar a manter uma dist�ncia emocional. Sempre a ajudou a listar os
profissionais e trapaceiros de uma situa��o, at� mesmo se a situa��o fosse um homem. A dificuldade era, entretanto rachou, ele era maldi��o pr�ximo irresist�vel.
E ele conheceu isto. Isso era qualquer outra coisa ela teve que se lembrar de.
O ego dele n�o era n�o importa pequena. Isso era algo ela seria s�bia para equilibrar contra a generosidade irrestrita dele. Vaidade sobre ele e o trabalho dele
entrou em cima da borda em arrog�ncia. N�o feriu o senso dela de perspectiva para pesar isso contra a considera��o inata dele por outros.
Entretanto, havia o modo que ele sorriu, o modo que ele disse para o nome dela. At� mesmo a Juliet pr�tica, profissional
Trent teve um achado de tempo dif�cil uma falha equilibrar esses pequenos detalhes.
Os dois dias em Dallas estavam ocupados bastante manter a condu��o dela junto em seis horas sono, bastantes vitaminas e oceanos de caf�. Eles estavam compensando
Denver certo. Ela teve a perna grampeia para provar isto.
Quatro minutos nas not�cias nacionais, uma entrevista com um das revistas de topo no pa�s, tr�s escrever-ups na imprensa de Dallas e duas sess�es de aut�grafo que
venderam limpe fora. Havia mais, mas esses encabe�aram para cima o relat�rio dela. Quando ela voltou para o Nova Iorque, ela voltaria em triunfo.
Ela n�o quis pensar nos jantares com executivos de loja de departamentos que come�aram �s 10:00 DA TARDE e duraram at� que ela estava dormindo no flamb� de bananas
dela. Ela n�o p�de ag�entar para contar os almo�os de salm�o furtado ou salada de camar�o. Ela tinha tido que reencher a aspirina de bolso dela engarrafa e prov�
para cima em anti�cidos. Mas valeu a pena. Ela deveria ter estado emocionada.
Ela era miser�vel.
Ela estava o dirigindo furioso. Cort�s, o Carlo pensou como eles prepararam sentar por outra entrevista de almo�o. Sim, ela era cortesa. A m�e dela tinha ensinado
os modos perfeitos dela igualam se ela n�o lhe tivesse ensinado a cozinhar.
Competente? At� onde ele estava preocupado, ele nunca tinha sabido qualquer um, macho ou f�mea que eram como scrupulously competente como Juliet Trent. Ele sempre
tinha admirado aquela qualidade de particular em um companheiro, insistido nisto em um s�cio. Claro que, Juliet era ambos. Preciso, incite, esfrie em uma crise e
unflaggingly en�rgico. Qualidades admir�veis tudo.
Pela primeira vez na vida dele ele deu pensamento s�rio a estrangular uma mulher.
Indiferente. Isso � o que ele n�o p�de ag�entar. Ela agiu como se n�o havia nada mais entre eles que a pr�xima entrevista, a pr�xima mancha de televis�o, o pr�ximo
avi�o. Ela agiu como se havido nenhuma chama de necessidade, de paix�o, de compreens�o entre eles. A pessoa pensaria que ela n�o o quis com a mesma intensidade que
ele a quis.
Ele soube melhor. N�o feito ele?
Ele poderia se lembrar dela resposta madura, sem hesita��o para ele. Declame declamar, corpo para corpo. N�o havido nenhuma indiferen�a do modo os bra�os dela tinha
o segurado. N�o, havido for�a, flexibilidade, necessidade, demanda, mas nenhuma indiferen�a. Ainda agora...
Eles tinham passado quase dois dias exclusivamente em um ao outro companhia, mas ele n�o tinha visto nada nos olhos dela, n�o ouviu nada na voz dela que indicou
mais que uma associa��o empresarial cortesa. Eles comeram junto, dirigiu junto, trabalhou junto. Eles fizeram tudo mas sono junto.
Ele tinha tido o abastecimento dele de cort�s. Mas ele n�o tinha tido o abastecimento dele de Juliet.
Ele pensou nela. N�o contundiu o orgulho de Carlo para admitir ele pensou nela uma grande transa��o. Ele pensou freq�entemente em mulheres, e por que n�o? Quando
um homem n�o pensou em uma mulher, ele era melhor fora morto.
Ele a quis. N�o o preocupou admitir que ele a quis mais toda vez que ele pensou nela. Ele tinha querido muitas mulheres. Ele nunca tinha acreditado em abnega��o.
Quando um homem n�o quis uma mulher, ele estava morto.
Mas... o Carlo achou t�o freq�entemente isto estranho aquele "buts" seguiram qualquer pensamento que ele estava usando a Juliet. Mas ele se achou morando no dela
mais freq�entemente que ele teria considerado saud�vel uma vez. Embora ele n�o se importasse em querer uma mulher at� que ele doeu, ele achou a Juliet poderia o
fazer doer mais que ele teria considerado confort�vel uma vez.
Ele poderia ter podido racionalizar a amea�a � sa�de dele e conforto. Mas... ela era assim maldi��o indiferente.
Se ele fizesse nada mais no tempo curto que eles tinham partido em Dallas, ele ia mudar isso.
O almo�o era flatware prateado feito de linho, pesado branco e cristal magro. O quarto era terminado em tons de rosa parda e verdes de pastel. O murm�rio de conversa��o
era da mesma maneira que quieto.
Carlo pensou isto uma piedade eles n�o poderiam ter conhecido o rep�rter a um dos pequenos restaurantes de Tex-Mex em cima de cerveja mexicana com pimenta-malagueta
e nachos. Brevemente, ele se prometeu ele retificaria isso em Houston.
Ele apenas notou que o rep�rter era jovem e corrente em nervos como eles levaram os assentos deles/delas. Ele tinha decidido, n�o importa o que levou, ele penetraria
a prote��o inflex�vel de Juliet de cortesia antes de eles se levantassem novamente. At� mesmo se ele tivesse que jogar sujo.
"Eu estou t�o contente voc� incluiu Dallas em sua excurs�o, Sr. Franconi", que o rep�rter come�ou, enquanto j� alcan�ando para o copo de �gua dela para clarear a
garganta dela. "Sr. Van Ness apresenta desculpas as dele. Ele estava esperando o" conhecer.
O Carlo sorriu a ela, mas a mente dele estava em Juliet. "Sim? "
"Sr. Van Ness � o editor de comida para a Tribuna." Juliet espalhou o guardanapo dela em cima do colo dela como ela deu para o Carlo informa��o que ela tinha relacionado
menos de quinze minutos antes. Ela lhe enviou o mais amig�vel de sorrisos e esperou ele sentia o esmurra nisto. "Sra. Tribly est� preenchendo para ele."
"Claro que." Carlo alisou em cima da abertura de aten��o. "Charmingly, eu estou seguro."
Como uma mulher ela n�o era imune �quela voz de topo-nata. Como um rep�rter, ela estava bem atenta da import�ncia da tarefa dela. "Est� todo bem confuso." Sra. Tribly
esfregou m�os �midas no guardanapo dela. "Sr. Van Ness est� tendo um beb�. Quer dizer, quer dizer que eu quero dizer, a esposa dele entrou em trabalho h� pouco um
par de horas atr�s."
"Assim, n�s dever�amos beber a eles." Carlo sinalizou um gar�om. "Margaritas? " Ele phrased a pergunta como uma declara��o, ganhou um aceno fresco da Juliet e um
sorriso grato do rep�rter.
Determinado para puxar fora a primeira tarefa realmente grande dela, Sra. Tribly equilibrou um bloco discretamente no colo dela. "Voc� tem desfrutado sua excurs�o
pela Am�rica, Sr. Franconi? "
"Eu sempre desfruto a Am�rica." Ligeiramente ele correu um dedo em cima da parte de tr�s da m�o de Juliet antes de ela pudesse se mudar isto de alcance. "Especialmente
na companhia de uma mulher bonita." Ela come�ou a deslizar fora ent�o a m�o dela sentida fixou debaixo de seu. Para um homem que poderia chicotear para cima o mais
delicado de sufl�s, as m�os dele eram t�o fortes quanto um pugilista.
Testamentos reluziram, colidiram e fumaram. A voz de Carlo permaneceu moderada, macia e rom�ntica. "Eu lhe, Sra. Tribly, tenho que falar a Juliet � uma mulher extraordin�ria.
Eu n�o pude administrar sem ela."
"Sr. Franconi muito tipo." Embora a voz de Juliet fosse como moderado e aquieta como seu, o cutuque ela o deu debaixo da mesa n�o era. "Eu controlo os detalhes;
Sr. Franconi � o artista."
"N�s fazemos um time admir�vel, voc� n�o diria, Sra. Tribly? "
"Sim." N�o bastante seguro como controlar aquela linha de particular, ela mudou de dire��o fora para ch�o mais seguro. "Sr. Franconi, al�m de escrever livros de
receitas, voc� possui e dirige um restaurante pr�spero em Roma e ocasionalmente viaja para preparar um prato especial. Alguns meses atr�s, voc� voou a um iate dentro
o egeu cozinhar minestrone para Dimitri Azares, o "magnata de remessa.
O anivers�rio" dele, o Carlo recordou. A filha dele organizou uma surpresa." Novamente, o olhar dele deslizou em cima da mulher cujo m�o que ele segurou. "Juliet
lhe falar�, eu estou apaixonado por surpresas."
"Sim, bem." Sra. Tribly alcan�ou novamente para o copo de �gua dela. "Seu hor�rio est� t�o cheio e excitante. Eu desejo saber se voc� ainda desfrutar os fundamentos
at� onde cozinhando."
A "maioria das pessoas pensa em arte culin�ria como qualquer coisa de uma tarefa para um passatempo. Mas como eu falei para a Juliet-" os dedos dele entrela�aram
possessively com seu ''-comida � uma necessidade b�sica. Como fazer amor, deveria atrair a todos os sensos. Deveria excitar, desperte, satisfa�a." Ele deslizou o
dedo polegar dele ao redor para deslizar em cima da palma dela. "Voc� se lembra, Juliet? "
Ela tinha tentado esquecer, tinha se falado ela p�de. Agora com aquela luz, escova insistente de dedo polegar, ele estava devolvendo tudo. "Sr. Franconi � um crente
forte na sensualidade de comida. O talento incomum dele por tirar isto lhe fez um dos chefes de cozinha de topo no mundo."
"Grazie, amore de mi, '' ele murmurou e trouxe a m�o dura dela aos l�bios dele.
Ela apertou o sapato dela abaixo no couro macio dos vadios dele e esperou ela moeu ossos. "Eu o penso, e seus leitores, achar� que o livro de Sr. Franconi, O Modo
italiano, � um exemplo realmente atordoante da t�cnica dele, o estilo dele e as opini�es dele, escrito de tal um modo que a pessoa comum que segue um das receitas
dele passo por passo pode criar algo muito especial."
Quando as bebidas deles/delas foram servidas, a Juliet deu outro pux�o no pensamento de m�o dela ela poderia o pegar fora guarda. Ela deveria ter sabido melhor.
"Para o beb� novo." Ele sorriu em cima da Juliet. "Sempre � um prazer para beber a vida em todas suas fases."
Sra. Tribly tomou um gole ligeiramente ao margarita dela em um copo o tamanho de um birdbath pequeno. "Sr. Franconi, voc� cozinhou de fato e provou toda receita
que est� em seu livro? "
"Claro que." Carlo desfrutou o sabor r�pido da bebida dele. Havia um tempo pela do�ura, e um tempo para a torta. O riso dele veio baixo e alisa como ele olhou para
Juliet. "Quando algo meu, n�o h� nada que eu n�o aprendo sobre isto. Uma refei��o, Sra. Tribly, est� como um caso de amor."
Ela quebrou a gorjeta do l�pis dela e apressadamente cavou fora outro. "Um caso de amor? "
"Sim. Come�a lentamente, quase experimentalmente. H� pouco um gosto, abrir o apetite, mexer a antecipa��o. Ent�o o sabor muda, talvez algo luz, algo esfria para
manter os sensos mexidos, mas n�o subjugou. Ent�o h� o tempero, a carne, a variedade. Os sensos s�o despertados; a mente � focalizada no prazer. Deveria ser demorado
em cima de. Mas finalmente, h� sobremesa, o tempo de indulg�ncia". Quando ele sorriu a Juliet, n�o havia nenhum equivocando o significado dele. "Deveria ser desfrutado
lentamente, saboreou, at� que o paladar est� satisfeito e o "sated de corpo.
Sra. Tribly engoliu. "Eu vou comprar uma c�pia de seu livro para mim."
Com um riso, Carlo apanhou o card�pio dele. "De repente, eu tenho um apetite enorme."
A Juliet ordenou uma salada de frutas pequena e escolheu a isto durante trinta minutos.
"Eu tenho realmente conseguiu voltar. Depois de terminar a refei��o dela e uma torta de abric�, Sra. Tribly recolheu o bloco dela. "Eu n�o lhe posso falar quanto
desfrutei eu isto, Sr. Franconi. Eu nunca vou me sentar assado de panela novamente" com a mesma atitude.
Divertido, o Carlo subiu. "Era um prazer."
"Eu estarei alegre de enviar um recorte do artigo a seu escrit�rio, Sra. Trent".
"Eu apreciaria isso." Juliet ofereceu a m�o dela, surpreso quando o rep�rter segurou isto um momento extra.
"Voc� � uma mulher afortunada. Desfrute o resto de sua excurs�o, Sr. Franconi".
"Arrivederci." Ele ainda estava sorrindo quando ele se sentou fim o caf� dele.
"Voc� vestiu um inferno de um espet�culo, Franconi".
Ele tinha estado esperando a tempestade. Se antecipando isto. "Sim, eu penso que eu fiz my-what que era voc� chamou isto? Ah sim, minha lengalenga muito bem."
"Estava mais como um "jogo de tr�s-ato. Com calma, movimentos deliberados, ela assinou o cheque. "Mas o da pr�xima vez, n�o me lan�a a menos que voc� pergunte primeiro."
"O lance? "
A inoc�ncia dele foi calculada para enfurecer. Ele nunca perdeu a marca dele. "Voc� deu para aquela mulher a impress�o muito clara que n�s �ramos os amantes."
"Juliet, eu lhe dei somente a impress�o muito correta que eu respeito e o admiro. O que ela leva disso n�o � minha responsabilidade."
A Juliet subiu, colocou o guardanapo dela muito cuidadosamente na mesa e apanhou a pasta dela. "Su�nos."
Carlo assistiu o passeio dela fora do restaurante. Nenhuma estima poderia o ter agradado mais. Quando uma mulher chamou um homem um su�no, ela n�o era indiferente.
Ele estava assobiando quando ele caminhou fora a unir. O agradou mais at� mesmo a ver tenteando as chaves do carro alugado estacionou ao meio-fio. Quando uma mulher
era indiferente, ela n�o xingou objetos inanimados.
"O v� como eu dirigir para o aeroporto? "
"N�o." Jurando novamente, ela espetou a chave na fechadura. Ela controlaria o temperamento dela. Ela controlaria isto. Goste de inferno. Ambas as m�os batendo abaixo
no telhado do carro, ela o encarou. "H� pouco o que foi o ponto daquela pequena charada? "
Squisito, ele pensou brevemente. Os olhos dela eram um verde l�mina-afiado perigoso. Ele tinha descoberto ele preferiu uma mulher com temperamento. "Charada? "
"Tudo aquilo que m�o-segura, esses olhares �ntimos voc� estava me dando? "
"N�o � uma charada que eu gosto de segurar sua m�o, e que eu acho isto imposs�vel n�o olhar para voc�."
Ela recusou discutir com o carro entre eles. Em alguns passos r�pidos ela estava ao redor do capuz e dedo do p�-para-dedo do p� com ele. "Era completamente n�o profissional."
"Sim. Era completamente pessoal."
Ia ser dif�cil de discutir nada se ele virasse tudo que ela disse � pr�pria vantagem dele.
"J� n�o fa�a novamente."
"Madonna." A voz dele era muito moderada, o movimento dele muito calculado. Juliet se achou encaixotado entre ele e o carro. "Ordens que eu levarei de voc� quando
eles t�m que ver com hor�rios e v�os planos. Quando vier a coisas mais pessoais, eu fa�o como escolho" eu.
N�o era algo ela tinha esperado; isso � por que ela perdeu a vantagem dela. Juliet se falaria que novamente e again-later. Ele nunca a teve por ombros e os olhos
dele deixou o seu como ele lhe deu um pux�o r�pido. N�o era a sedu��o lisa, calculada que ela teria se antecipado dele. Era �spero, impulsivo e enervante.
A boca dele estava em seu, toda a demanda. As m�os dele seguraram o dela ainda, todo o poder. Ela n�o teve nenhum tempo para endurecer, lutar ou pensar. Ele a levou
depressa com ele, por uma viagem de calor e luz. Ela n�o resistiu. Depois, quando ela se falaria que ela teve, seria uma mentira.
Havia as pessoas na cal�ada, carros na rua. A Juliet e Carlo eram desavisados de tudo. O calor de uma tarde de Dallas saturou no concreto em baixo deles. Dinamitou
o ar at� que zumbiu. Eles se preocuparam com um fogo do pr�prio deles/delas.
As m�os dela estavam � cintura dele, enquanto esperando, deixar v�o. Um carro riscado por, pedra rural que dinamita por janelas abertas. Ela nunca ouviu isto. Embora
ela tivesse recusado vinho ao almo�o, ela provou isto na l�ngua dele e foi intoxicada.
Depois, muito posterior, ele levaria tempo para pensar em o que estava acontecendo. N�o era o mesmo. Parte dele j� soube e temeu porque n�o era o mesmo. A tocando
era diferente que tocando outras mulheres. Her-lightly provando, profundamente, teasingly-just que a prova era diferente que provando outras mulheres. Os sentimentos
eram novos, entretanto ele teria jurado ele tinha experimentado todos os sentimentos que qualquer homem era capaz de.
Ele soube sobre sensa��es. Ele os incorporou no trabalho dele e na vida dele. Mas eles nunca tinham tido esta profundidade antes. Um homem que achou mais e n�o alcan�ou
para isto era um bobo.
Ele soube sobre intimidade. Ele esperou, exigiu isto em tudo o que ele fez. Mas nunca tinha tido esta for�a antes.
Experi�ncias novas n�o seriam recusadas, mas explorou e explorou. Se ele sentisse um medo pequeno, resmung�o, ele poderia ignorar isto. Para agora.
Depois. Eles agarrados um ao outro e contaram para eles que eles pensariam depois. Tempo era afinal de contas sem import�ncia. Agora segurado todo o significado
necess�rio.
Ele levou a boca dele de seu, mas as m�os dele seguraram o dela ainda. O chocou perceber eles n�o eram bastante firme. Mulheres tinham o feito doer. Mulheres tinham
o feito queimar. Mas nenhuma mulher alguma vez tinha o feito tremer. "N�s precisamos de um lugar", ele murmurou. "Aquiete, privado. Est� na hora para deixar de fingir
isto n�o � real."
Ela quis acernar com a cabe�a, simplesmente se p�r completamente nas m�os dele. N�o era que o primeiro passo em controle perdedor em cima de sua pr�pria vida? "N�o,
Carlo." A voz dela n�o era t�o forte quanto ela teria gostado mas ela n�o retrocedeu. "N�s temos que deixar de misturar sentimentos pessoais com neg�cio. N�s s�
temos debaixo de duas semanas para ir na estrada."
"Eu n�o dou uma maldi��o se for dois dias ou dois anos. Eu quero gastar isto fazendo amor com voc�."
Ela se devolveu bastante se lembrar eles estavam se levantando em uma rua p�blica no meio de tr�fico de tarde. "Carlo, este n�o � o tempo para discutir isto."
"Agora sempre � o tempo. Juliet-" Ele cupped a face dela na m�o dele. "N�o sou eu voc� est� lutando."
Ele n�o teve que terminar o pensamento. Ela era tudo muito atento que a guerra estava dentro dela. O que ela quis, o que era s�bio. O que ela precisou, o que estava
seguro. O cabo-de-guerra amea�ou a dividir separadamente, e os dois meio, reponha junto, nunca igualaria o todo que ela entendeu.
"Carlo, n�s temos um avi�o para pegar."
Ele disse algo macio e pungente em italiano. "Voc� falar� comigo."
"N�o." Ela ergueu as m�os dela para agarrar os antebra�os dele. "N�o sobre isto."
"Ent�o n�s ficaremos aqui mesmo at� que voc� muda sua mente."
Eles ambos poderiam ser teimosos, e com teimosia, eles ambos n�o poderiam adquirir em nenhuma parte. "N�s temos um hor�rio."
"N�s temos uma grande transa��o mais que isso."
"N�o, n�s n�o fazemos. " A sobrancelha dele ergueu. "Certo ent�o, n�s n�o podemos. N�s temos um avi�o para pegar."
"N�s pegaremos seu avi�o, Juliet. Mas n�s falaremos em Houston."
"Carlo, n�o me empurre em um canto."
"Quem empurra? " ele murmurou. "Eu ou voc�? "
Ela n�o teve uma resposta f�cil. "O que eu farei � organizar para outra pessoa sair e terminar a excurs�o com voc�."
Ele s� tremeu a cabe�a dele. "N�o, voc� n�o vai. Voc� � muito ambicioso. Deixar uma excurs�o no meio n�o pareceriam bons para voc�."
Ela fixou os dentes dela. Ele conheceu muito bem j� a. "Eu me adoecerei.
Este tempo sorriu ele. "Voc� est� muito orgulhoso. Correr fora n�o � poss�vel para voc�."
"N�o � uma quest�o de correr." Mas em sobreviv�ncia, pensou ela e depressa mudou a frase. "� uma quest�o de prioridades."
Ele a, ligeiramente, beijou novamente. "De quem? "
"Carlo, n�s temos neg�cio."
"Sim, de tipos diferentes. A pessoa n�o tem nada que fazer com o outro."
"A mim fazem eles. Ao contr�rio voc�, eu n�o vou para cama com todo o mundo para" o que eu sou atra�do.
Unoffended, ele sorriu. "Voc� me, cara", lisonjeia. Ela poderia ter suspirado. Como igual ele fa�a o desejo dela para rir enquanto ela ainda estava furiosa. "Puramente
n�o intencional."
"Eu gosto de voc� quando voc� descobrir seus dentes."
"Ent�o voc� vai desfrutar o pr�ximo par de semanas." Ela repeliu as m�os dele. "� um passeio longo para o aeroporto, Carlo. Continuemos.
Am�vel como j�, ele puxou a porta dele aberto. "Voc� � o chefe."
Uma mulher tola poderia ter pensado que ela tinha ganho uma vit�ria.

Cap�tulo 7
Juliet era um perito em tempo or�ando. Era o neg�cio dela todo peda�o at� promo��o. Assim, se ela pudesse or�ar tempo, ela p�de da mesma maneira que facilmente overbudget
isto quando as circunst�ncias autorizaram. Se ela fizesse bem bastante o trabalho dela, apressado r�pido bastante, ela poderia criar um hor�rio t�o apertado que
n�o pudesse haver nenhum tempo por conversa que n�o se tratou diretamente de neg�cio. Ela contou com Houston para cooperar.
Juliet tinha trabalhado com Bill Bowers Grande antes. Ele era um impetuoso, fanfarr�o de warmhearted que controlou eventos especiais para Livros, Etc., um das cadeias
maiores no pa�s. Bill grande teve o Texas costurou e n�o estava envergonhado dizer assim. Ele era parcial a hist�rias longas, exageradas, botas ornato e cerveja
fria.
A Juliet gostou dele porque ele era afiado e duro e invariavelmente fez o trabalho dela mais f�cil. Nesta viagem, ela o aben�oou porque ele tamb�m era enfadonho
e greg�rio. Ele n�o daria para ela ou para Carlo muitos momentos privados.
Do minuto eles chegaram a Houston International, os seis-p�-cinco, dois-cem-e-sessenta-libra o texano fez isto o neg�cio dele entreter. Havia uma multid�o das pessoas
que esperam ao t�rmino do breezeway, alguns j� empacotaram junto e conversando, mas n�o havia nenhum Bill Grande negligenciando. Voc� s� teve que procurar um touro
de Brahma em um Stetson.
"Bem agora, h� pequena Juliet. Bonito como j�."
Juliet se achou pegado dentro um agrad�vel, costela-rachando abra�o de urso. "Bill." Ela testou os pulm�es dela devagar como se afastou ela. "Sempre � bom para estar
de volta em Houston. Voc� parece grande."
"H� pouco vivendo limpo, mel". Ele deixou sair um estrondo de um riso que virou cabe�as. Juliet achou o humor dela erguendo automaticamente.
"Carlo Franconi, Bill Bowers. Seja agrad�vel a ele", ela somou com um sorriso. "Ele n�o s� � grande, ele � o homem que promover� seus livros para a cadeia maior
no estado."
"Ent�o eu serei muito agrad�vel." O Carlo ofereceu a m�o dele e conheceu uma pata enorme, carnosa.
"Contente voc� poderia fazer isto." A mesma m�o carnosa deu para o Carlo um tapinha amig�vel na parte de tr�s que poderia ter derrubado um rebento bom-de tamanho.
Juliet deu para o Carlo pontos por n�o levar um nosedive.
"� bom para estar aqui" era tudo que ele disse.
"Nunca sido para a It�lia eu, mas eu sou parcial a arte culin�ria de Eyetalian. A esposa faz um inferno de uma panela de espaguete. Me deixe objeto pegado que para
voc�." Antes de o Carlo pudesse contestar, o Bill teve hefted o caso de couro grande dele. A Juliet n�o p�de prevenir o sorriso quando o Carlo olhou abaixo ao caso
como se seja uma crian�a pequena que sobe a bordo um �nibus escolar pela primeira vez.
"Carro � fora. N�s h� pouco apanharemos suas bolsas e continuaremos. Aeroportos e hospitais, n�o pode estar de p� 'em." Bill come�ou para o t�rmino nos passos largos
grandes, jarda-longos dele. "Hotel todo pronto para voc�; eu conferi esta manh�."
Juliet conseguiu ainda entretanto a manter usou tr�s-polegada saltos de sapatos. "Eu soube que eu depender de voc�, Bill. Como a Betty est�? "
"Signifique como j�", ele disse orgulhosamente da esposa dele. "Com as crian�as para cima e ido, ela � conseguiu que s� eu ordenasse ao redor."
"Mas voc� ainda est� louco por ela."
"Um homem usa quer dizer depois de um tempo." Ele sorriu, enquanto mostrando um dente de ouro proeminente. "Nenhuma necessidade para passar pelo hotel imediatamente.
N�s mostraremos para Carlo aqui o em toda parte" o qual Houston �. Como caminhou ele que ele balan�ou o caso de Carlo ao lado dele.
"Eu gostaria isso." Diplomatically, o Carlo moveu mais �ntimo ao lado dele. "Eu poderia levar aquele caso... "
"Nenhuma necessidade para isso. O que voc� chegou em aqui, menino? Pesa como um boi."
"Ferramentas", a Juliet p�s dentro com um sorriso inocente. "Carlo � muito temperamental."
"Homem n�o pode ser muito temperamental sobre as ferramentas" dele, o Bill disse com um aceno. Ele inclinou o chap�u dele a uma mulher jovem com uma saia curta e
muitos perna. "Eu tenho ainda adquiriu o mesmo martelo que meu homem velho me deu quando eu tinha oito" anos.
"Eu sou da mesma maneira que sentimental sobre minhas esp�tulas", murmurou o Carlo. Mas ele n�o teve, a Juliet notou, perdeu as pernas, ou.
"Voc� adquiriu um direito." Um olhar passou entre os dois homens que eram macho essencial e contente. A Juliet decidiu que teve mais para ver com coxas lisas longas
que ferramentas. "Agora, eu o figurei dois devem ter tido seu abastecimento de restaurantes caprichosos e galinha posta creme em at� agora. Tendo um pequeno churrasco
em cima de em meu lugar. Voc� pode tirar seus sapatos, pode abaixar seu cabelo e pode comer real comida."
Juliet tinha sido a um dos pequenos churrascos de Bill antes. Significou grelhando um boi inteiro junto com v�rias galinhas e a parte melhor de um porco, enquanto
lavando tudo ent�o abaixo com um par cem gal�es de cerveja. Tamb�m significou ela n�o veria o quarto de hotel dela durante umas cinco horas boas. "Sons grande. Carlo,
voc� n�o viveu at� que voc� provou um dos bifes de Bill grelhado em cima de mesquite."
Carlo deslizou uma m�o em cima do cotovelo dela. "Ent�o n�s dever�amos viver primeiro." O tom fez o dela vire a cabe�a dela e conhe�a o olhar. "Antes de n�s prest�ssemos
aten��o a neg�cio."
"Isso � o ingresso." Bill parou em frente � correia de transporte. "S� ponto 'em fora e n�s puxaremos 'em em."
Eles viveram, enquanto entrosando ao pequeno churrasco de Bill com outros cem convidados. M�sica veio de uma faixa de sete-peda�o que nunca parecia cansar. Risada
e espirrando rosa para cima de uma piscina separaram do p�tio por uma expans�o de arbustos florescendo vermelhos que cheiraram de tempero e calor. Acima de tudo
era o cheiro de carne grelhada, molho e fuma�a. Juliet comeu duas vezes tanto quanto teria considerado normalmente ela que porque o anfitri�o dela encheu ent�o que
o prato dela manteve um olho de �guia nela.
Deveria a ter agradado que o Carlo era rodeado atrav�s de uma d�zia de ou assim as senhoras de Texas em mai�s e sundresses que tinham desenvolvido um interesse �vido
de repente cozinhando. Mas, ela pensou sordidamente, a maioria deles n�o saberia um fog�o de um abridor de lata.
Deveria a ter agradado que ela teve v�rios homens que dan�am freq��ncia nela. Ela p�de pouco manter os nomes e faces separa como ela assistiu o Carlo riso com um
seis-p� a morena em duas tiras minuciosas de pano.
A m�sica era alta, o ar pesado e morno. Dando em necessidade, a Juliet tinha cavado um par de shorts pregueados e um topo de colheita fora da bolsa dela e tinha
mudado. A ocorreu que foi na primeira vez como o come�o da excurs�o que ela tinha podido sentar fora ao sol, tinha saturado para cima raios e n�o tinha tido um bloco
e l�pis na m�o dela.
Embora o loiro ao lado dela com os b�ceps vislumbrando estava em perigo de se tornar pessoa enfadonha e uma amola��o, ela se legou desfrutar o momento.
Era o primeira vez Carlo tinha a visto em qualquer coisa diferente de os muito pr�prios ternos dela. Ele j� tinha conclu�do, a prop�sito ela caminhou, que as pernas
dela eram mais longo que a pessoa poderia pensar da altura dela. Ele n�o tinha estado errado. Eles pareciam come�ar � cintura dela e continuaram abaixo, alise, esbelto
e Nova Iorque p�lido. A morena como est�tua ao lado dele poderia n�o ter existido para toda a aten��o que ele lhe prestou.
N�o estava como ele focalizar fora em umas jardas de mulher quando havia um direito ao lado dele. Carlo conheceu isto, mas n�o o que fazer sobre isto. A mulher ao
lado dele cheirou de calor e musk-heavy e sedutor. O fez pensar que o cheiro de Juliet estava mais claro, mas segurou da mesma maneira que muito ponche.
Ela teve nenhuma dificuldade que relaxa com outros homens. O Carlo deu gorjeta a uma cerveja atr�s como ele assistiu a dobra dela essas pernas longas debaixo dela
e ri com os dois homens que sentam em qualquer lateral dela. Ela n�o endureceu quando o jovem, naco de m�sculo-salto na esquerda dela p�s a m�o dele no ombro dela
e apoiou mais �ntimo.
N�o estava como ele ter ci�mes. T�o emocional quanto ele era, o Carlo nunca tinha sofrido aquela sensa��o de particular. Ele tamb�m tinha sentido que uma mulher
teve da mesma maneira que muito direito paquere e experimentar como fez ele. Ele achou aquela regra de particular n�o se aplicou a Juliet. Se ela deixasse isso liso-esfolado,
enquanto peso-erguendo buffone vestido a m�o dele o dela novamente...
Ele n�o teve tempo para terminar o pensamento. Juliet riu novamente, ponha de lado o prato dela e rosa. O Carlo n�o p�de ouvir tudo que que ela tinha dito ao homem
ao lado dela, mas ela passeou na casa de fazenda espregui�ando. Momentos depois, os poliram, nu-chested rosa de homem e a seguiu.
"Maledetto! ''
"O que? " A morena parou no meio do que ela tinha pensado era uma conversa��o �ntima.
Carlo a poupou um relance apenas. "Scusi. '' Murmurando, ele escarranchou fora na dire��o que a Juliet tinha levado. Havia assassinato no olho dele.
Alimentado para cima com afastar fora as aten��es do hotshot de Bill Grande o vizinho jovem, a Juliet passou despercebido na casa pela cozinha. O humor dela poderia
ter estado sujo, mas ela se felicitou em manter a cabe�a dela. Ela n�o tinha tirado um peda�o grosso do Adonis generoso, autodesignado. Ela n�o tinha rosnado at�
mesmo uma vez fora alto na dire��o de Carlo.
Sempre prestando aten��o a neg�cio ajudaram firme o temperamento dela. Com um cheque do rel�gio dela, decidiu a Juliet que ela pudesse adquirir que um coleciona
chamada por para o assistente dela em casa. Ela n�o mais que escolhido para cima o receptor do telefone de parede de cozinha que ela foi erguida fora os p�s dela.
"Ai n�o muito para voc�. Mas isto seguro � um prazer para olhar para o que h�."
Ela suprimiu o desejo para voltar com o cotovelo dela apenas. "Tim." Ela conseguiu manter a voz dela agrad�vel enquanto ela pensou como infeliz era que a maioria
do m�sculo dele era do pesco�o para cima. "Voc� vai ter que me derrubar assim eu posso fazer minha liga��o."
"� uma festa, amado". A trocando ao redor com um cabo de m�sculo, ele a fixou no contador. "Nenhuma necessidade para ir chamar qualquer pessoa quando voc� me tem
ao redor."
"Voc� sabe o que eu penso? " A Juliet mediu que ela pudesse lhe dar um pontap� r�pido debaixo do cinto, mas bateu o ombro dele ao inv�s. Afinal de contas, ele era
o vizinho de Bill. "Eu penso que voc� deveria voltar fora para a festa antes de todas as senhoras sinta falta de voc�."
"Adquirido uma id�ia melhor." Ele apoiou adiante, enquanto a encaixotando dentro com uma m�o em cada lado. Os dentes dele vislumbraram no estilo dos melhores an�ncios
de pasta de dentes. "Por que voc� e eu n�o vamos ter uma pequena festa de nosso pr�prio? Eu o imagino as senhoras de Nova Iorque sabem se divertir."
Se ela n�o o tivesse considerado tal um pux�o, ela teria sido insultada em geral para mulheres e Nova Iorque em particular. Pacientemente, Juliet considerou a fonte.
"N�s as "senhoras de Nova Iorque, ela calmamente disse, "saiba dizer que n�o. Agora atr�s fora, Tim."
"Venha, Juliet". Ele enganchou um dedo no pesco�o do topo dela. "Eu tenho uma cama de �gua grande agrad�vel rua abaixo."
Ela p�s uma m�o no pulso dele. Vizinho ou n�o, ela ia o cingir. "Por que n�o faz voc� vai levar um mergulho."
Ele s� sorriu como a m�o dele deslizou para cima a perna dela. O que eu tive em mente."
"Com licen�a." A voz de Carlo era macia como uma cobra da entrada. "Se voc� n�o achar qualquer outra coisa para ver depressa com suas m�os, voc� poderia perder o
uso deles."
"Carlo." A voz dela era afiada, mas n�o com al�vio. Ela n�o estava disposto a um salvamento de cavaleiro-em-armadura.
"A senhora e eu estamos tendo uma conversa��o privada." Tim dobrou o pectorals dele. "Se v�.
Com os dedos polegares dele enganchados nos bolsos dele, Carlo passeou em cima de. Juliet notou ele olhou t�o furioso quanto ele teve em cima do manjeric�o enlatado.
Naquele humor, havia nenhum revelador o que ele faria. Ela jurou, deixou sair uma respira��o e tentou evitar uma cena. "Por que n�o fa�a todos n�s vamos fora? "
"Excelente." Carlo ofereceu uma m�o para a ajudar a descer. Antes de ela pudesse alcan�ar para isto, o Tim bloqueou o modo dela.
"Voc� vai fora, amigo. A Juliet e eu n�o terminamos de falar."
Carlo inclinou ent�o a cabe�a dele trocou o olhar dele a Juliet. "Voc� terminou de falar? "
"Sim." Ela teria deslizado fora o contador, mas isso teria a posto em cima dos ombros de Tim. Frustrado, ela sentou onde ela era.
"Aparentemente Juliet � acabado." O sorriso de Carlo era toda a amabilidade, mas os olhos dele eram planos e frios. "Voc� parece estar bloqueando o modo" dela.
"Eu lhe disse que se fosse. Grande e aborrecido, ele agarrou o Carlo pelas lapelas.
"Recorte, ambos voc�". Com um quadro v�vido de Carlo que sangra do nariz e declama, a Juliet agarrou um jarro de biscoito amoldado como um dez-gal�o chap�u. Antes
de ela pudesse usar isto, o Tim grunhiu e se agachou da cintura. Como ofegou ele, enquanto apertando o est�mago dele, a Juliet s� fitou.
"Voc� pode p�r que abaixo agora", o Carlo disse suavemente. "� tempo que n�s partimos." Quando ela n�o moveu, ele levou o jarro ele, ponha de lado, ent�o a ergueu
do contador. "Voc� nos" desculpar�, ele disse agradavelmente ao gemido o Tim, a Juliet ent�o conduzida fora de.
"O que fez voc�? "
O que era necess�rio."
Juliet olhou atr�s para a porta de cozinha. Se ela n�o tivesse visto isto para ela... "Voc� o" bateu.
"N�o muito duro." Carlo acernar com a cabe�a a um grupo de sol-banhistas. "Todos seu m�sculo est� no t�rax dele e o c�rebro" dele.
"Mas-" Ela olhou para baixo �s m�os de Carlo. Eles foram magro-tocados e elegante com o flash de um diamante no pinky. N�o d� associado com autodefesa. "Ele era
muito grande."
O Carlo ergueu uma sobrancelha como ele levou de volta o �culos de sol dele fora do bolso dele. "Grande sempre n�o � uma vantagem. O bairro para cima onde eu cresci
era uma educa��o. Voc� est� pronto partir? "
N�o, a voz dele n�o era agrad�vel, ela percebeu. Estava frio. Resfriado de gelo. Instintivamente os seus refletiram isto. "Eu suponho eu deveria lhe" agradecer.
"A menos que claro que voc� desfrutasse ser manuseado. Talvez Tim h� pouco estava agindo nos sinais fora" os que voc� estava enviando.
Juliet parou nos rastos dela. "O que sinaliza? "
"As mulheres de ones enviam quando eles quiserem ser procurados."
Pensando ela poderia trazer o temperamento dela para ordenar, ela se deu um momento. N�o trabalhou. "Ele poderia ter sido maior que voc�", ela disse entre os dentes
dela. "Mas eu penso que voc� � da mesma maneira que muito de um asno. Voc� � muito semelhante."
As lentes dos �culos dele eram esfuma�adas, mas ela viu os olhos dele estreitarem. "Voc� compara o que est� entre n�s com o que aconteceu em l�? ''
"Eu estou dizendo que alguns homens n�o levam nenhum para um graciously de resposta. Voc� poderia ter um estilo mais liso, Carlo, mas voc� buscam a mesma coisa,
se � um rolo no feno ou um cruzeiro em uma "cama de �gua.
Ele derrubou a m�o dele do bra�o dela, ent�o muito deliberadamente comprimiu ambos nos bolsos dele. "Se eu equivoquei seus sentimentos, Juliet, que eu me desculpo.
Eu n�o sou um homem que acha isto necess�rio ou apraz�vel pressionar uma mulher. Voc� deseja partir ou ficar? "
Ela sentia muito pressure-in a garganta dela, atr�s dos olhos dela. Ela n�o p�de dispor o luxo de dar nisto. "Eu gostaria de chegar para o hotel. Eu ainda tenho
algum trabalho para fazer hoje � noite."
"Multa." Ele a deixou achar o anfitri�o deles/delas l�.
Tr�s horas depois, a Juliet admitiu funcionamento era imposs�vel. Ela tinha tentado todos os truques ela soube relaxar. Uma meia hora em uma banheira quente, m�sica
quieta no r�dio enquanto ela assistiu o sol fixado da janela de hotel dela. Quando relaxando falharam, ela revisou o hor�rio de Houston duas vezes. Eles estariam
correndo de 7:00 DA MANH� a 5:00 DA TARDE, quase ininterrupto. O v�o deles/delas para Chicago se foi �s 6:00.
N�o h� nenhum tempo para discutir, pense ou preocupe sobre qualquer coisa que tinha acontecido dentro das �ltimas vinte e quatro horas. Isso � o que ela quis. Ainda
quando ela tentou trabalhar no dois-dia posto de Chicago, ela n�o p�de. Tudo que ela poderia fazer eram pense no homem alguns passos pelo corredor.
Ela n�o tinha percebido ele poderia ter tanto frio. Ele sempre era assim cheio de calor, de vida. Retifique, ele era freq�entemente exasperante, mas ele enfureceu
com verve. Agora, ele tinha a deixado em um vazio.
N�o. Lan�ando o caderno dela aparte, a Juliet derrubou o queixo dela na m�o dela. N�o, ela se poria l�. Talvez ela poderia ter estado de p� isto se ela tivesse tido
raz�o. Ela tinha sido injusti�a morta. Ela n�o tinha enviado nenhum sinal ao idiota o Tim, e a opini�o de Carlo naquele sil�ncio fez o vapor dela, mas... Mas ela
teve nem mesmo lhe agradecido que tivesse a ajudado quando, se ela gostou de admitir isto ou n�o, ela tinha precisado de ajuda. N�o sentou bem com ela estar em d�vida.
Com um encolha os ombros, ela subiu da mesa e come�ou a passo o quarto. Poderia ser melhor ao redor de se eles acabassem com a excurs�o com ele frio e distante.
Certamente h� menos problemas pessoais que modo porque n�o h� nada pessoal entre eles. N�o h� nenhuma extremidade � rela��o deles/delas porque eles n�o teriam uma
rela��o. Logicamente, este pequeno incidente provavelmente era a melhor coisa que poderia ter acontecido. Apenas importou se ela tivesse tido raz�o ou errada contanto
que o resultado fosse execut�vel.
Ela levou um olhar r�pido ao redor do pequeno, limpe, quarto impessoal onde ela gastaria pouco mais de oito horas, a maioria disto adormecido.
N�o, ela n�o p�de estar de p� isto.
Cedendo, a Juliet aderiu a chave de quarto dela no bolso do roup�o dela.
Mulheres tinham o feito furioso antes. Carlo contou com isto para impedir vida se tornar muito domestique. Mulheres tinham o frustrado antes. Sem frustra��es, como
voc� pudesse apreciar sucesso completamente?
Mas les�o. Isso era algo antes do que nenhuma mulher alguma vez tinha feito a ele. Ele nunca tinha considerado a possibilidade. Frustra��o, f�ria, paix�o, risada,
gritando,.
Nenhum homem que tantos women-mother conhecido, irm�s, lovers-expected uma rela��o sem eles. Dor era uma quest�o diferente.
Dor era uma emo��o �ntima. Mais pessoal que paix�o, mais elementar que raiva. Quando se aprofundou, achou lugares dentro de voc� isso deveria ter sido s� esquerdo.
Nunca tinha importado a ele ser considerado um velhaco, um ancinho, um termo de playboy-whatever estava sendo usado para um homem que apreciou as mulheres. Neg�cios
vieram e foi, como neg�cios foram supostos. Eles duraram nenhum mais longo que a paix�o que os concebeu. Ele era um homem cuidadoso, um homem atencioso. Um amante
ficou um amigo como desejo minguado. Poderia haver brigas e palavras duras durante a tempestade de um afazeres, mas ele nunca tinha terminado um aquele modo.
O ocorreu que ele tinha tido mais brigas, palavras mais duras com Juliet que com qualquer outra mulher. Ainda eles nunca tinham sido os amantes. Nem eles seriam.
Depois de verter uma ta�a de vinho, ele sentou atr�s em uma cadeira funda e fechado os olhos dele. Ele quis nenhuma mulher que o comparou com um idiota de m�sculo-salto
que confundiu paix�o por lux�ria. Ele quis nenhuma mulher que comparou a beleza de to-what de lovemaking era it?-a viajam em uma cama de �gua. Dio!
Ele quis nenhuma mulher que poderia o fazer doa so-in o meio da noite, no meio do dia. Ele quis nenhuma mulher que poderia lhe trazer dor com alguns palavras severas.
Deus, ele quis a Juliet.
Ele ouviu a batida na porta e carranqueou. At� que ele pusesse de lado o copo dele e estaria de p�, veio novamente.
Se a Juliet n�o tivesse estado t�o nervosa, ela poderia ter pensado que de algo engenhoso que diz sobre o roup�o preto curto o Carlo usou com dois flamengos rosas
que entrela�am para cima um lado. Como era, ela se levantou no pr�prio roup�o dela e p�s nus com os dedos dela unidos junto.
"Eu sinto muito", ela disse quando ele abriu a porta.
Ele pisou atr�s. "Entre, Juliet".
"Eu tive que se desculpar." Ela deixou sair uma respira��o funda como ela entrou no quarto. "Eu era terr�vel a voc� esta tarde, e voc� tinha me ajudado a sair de
uma situa��o muito enganadora com um m�nimo de espalhafato. Eu estava bravo quando voc� insinuou que eu tinha seduzido o idiota de that-that de algum modo. Eu tive
um direito para ser." Ela dobrou os bra�os dela debaixo do t�rax dela e paced o quarto. "Era um uncalled para observa��o, e insultando. At� mesmo se pela possibilidade
de remotest tivesse sido verdade, voc� teve nenhum certo falar. Afinal de contas, voc� estava se aquecendo em seu pr�prio har�m."
"Har�m? " O Carlo verteu outra ta�a de vinho e ofereceu isto.
"Com aquele amazon de uma morena que conduz o pacote." Ela tomou um gole, gesticulou com o copo e tomou um gole novamente. "Em todos lugares n�s vamos, voc� tem
meia d�zia mulheres que beliscam a seus tornozelos, mas eu digo uma palavra? "
"Bem, voc�-"
"E uma vez, s� uma vez, eu tenho um problema com algum rastejo com uma libido de overactive, e voc� assume eu pedi isto. Eu pensei que am�vel de padr�o dobro estava
at� mesmo antiquado na It�lia."
Ele alguma vez tinha conhecido uma mulher que poderia mudar os humores dele t�o depressa? Refletindo sobre isto, e achando isto ao gosto dele, o Carlo estudou o
vinho dele. "Juliet, voc� veio aqui para se desculpar, ou demanda que eu fa�o assim? "
Ela fez carranca a ele. "Eu n�o sei por que eu vim, mas obviamente era um engano."
"Espera." Ele sustentou uma m�o antes de ela pudesse fazer temporal novamente fora. "Talvez seria s�bio se eu aceitasse a desculpa com" a que voc� entrou simplesmente.
Juliet lhe enviou um olhar mortal. "Voc� pode levar a desculpa eu vim dentro com e-"
"E lhe oferece um de meu pr�prio", ele terminou. "Ent�o n�s seremos planos."
"Eu n�o o" encorajei, ela murmurou. E fez beicinho. Ele nunca tinha visto aquele olhar mal-humorado, totalmente feminino na face dela antes. Fez v�rias coisas interessantes
ao sistema dele.
"E eu n�o estou procurando a mesma coisa que ele era." Ele veio ent�o a ela, feche bastante para tocar. "Mas muito mais."
"Talvez eu sei que", ela sussurrou, mas tomou um passo. "Talvez eu gostaria de acreditar isto. Eu n�o entendo neg�cios, Carlo". Com um pouco riso, ela arrastou a
m�o dela pelo cabelo dela e se virou. "Eu devo; meu pai teve bastante eles. Discreto", ela somou com um gosto prolongado de amargura. "Minha m�e sempre poderia virar
um olho cego contanto que eles fossem discretos."
Ele entendeu tais coisas, tinha os visto entre amigos e parentes, assim ele entendeu as cicatrizes e desilus�es que poderiam ser partidas. "Juliet, voc� n�o � sua
m�e."
"N�o." Ela retrocedeu, encabece para cima. "N�o, eu trabalhei muito tempo e duro ser certo eu n�o sou. Ela � uma mulher ador�vel, inteligente que deixou a carreira
dela, o amor-pr�prio dela, a independ�ncia dela para ser n�o mais que empregada glorificada porque meu pai quis isto. Ele n�o queria que uma esposa seu trabalhasse.
Uma esposa seu", ela repetiu. Isso que uma frase. O trabalho dela era levar ao cuidado dele. Isso significou jantando na mesa �s seis horas todas as noites, e as
camisas dele dobraram na gaveta dele.
He-damn, ele � um pai bom, atento, considerado. Ele simplesmente n�o acredita um homem deveria gritar a uma mulher ou uma menina. Como um marido, ele esqueceria
nunca de um anivers�rio, um anivers�rio. Ele sempre � visto a isto que ela foi provida para na melhor moda material, mas ele ditou o estilo de vida de minha m�e.
Enquanto ele era sobre isto, ele desfrutou um fio muito discreto de mulheres."
"Por que sua m�e fica a esposa dele? "
"Eu lhe perguntei que alguns anos atr�s, antes de eu me mudasse para Nova Iorque. Ela o" ama. Juliet fitou no vinho dela. "Isso � argumente bastante para ela."
"O v� bastante ela teria o deixado? "
"Eu bastante ela teria sido o que ela poderia ser. O que ela poderia ter sido."
"A escolha era sua, Juliet. Da mesma maneira que sua vida � sua."
"Eu n�o quero j� ser ligado a qualquer um, qualquer um que poderia me humilhar aquele modo". Ela ergueu a cabe�a dela novamente. "Eu n�o me colocarei no posi��o
de minha m�e. N�o para qualquer um."
"Voc� v� todas as rela��es como estando t�o desequilibrado? "
Com um encolha os ombros, ela bebeu novamente. "Eu suponho eu n�o vi tantos deles."
Para um momento ele estava calado. Carlo entendeu fidelidade, a necessidade para isto, e a falta disto. "Talvez n�s temos algo em comum. Eu n�o me lembro bem de
meu pai, eu o vi pequeno. Tamb�m, ele era infiel a minha m�e."
Ela examinou a ele, mas ele n�o viu nenhuma surpresa na face dela. Era como se ela esperou tais coisas. "Mas ele cometeu o adult�rio dele com o mar. Por meses ele
teria sido ido, enquanto ela nos elevou, trabalhou, esperou. Quando ele viria casa, ela o daria boas-vindas.
Ent�o ele iria novamente, incapaz resistir. Quando ele morreu, ela lamentou. Ela o amou, e fez a escolha" dela.
"N�o � justo, �? "
"N�o. Voc� pensou que amor era? "
"N�o � algo que eu quero."
Ele se lembrou de outra mulher, um amigo, uma vez lhe contando a mesma coisa quando ela estava em tumulto. Todos "n�s queremos amor, Juliet".
"N�o." Ela tremeu a cabe�a dela com a confian�a nascido de desespero. "N�o, afeto, respeito, admira��o, mas n�o amor. Rouba algo de voc�."
Ele olhou para ela como ela se levantou no caminho do lamplight. "Talvez faz", ele murmurou. "Mas at� que n�s amamos, n�s n�o podemos estar seguros n�s precisamos
o que estava perdido."
"Talvez � mais f�cil voc� dizer que, pensar isso. Voc� teve muitos amantes."
Deveria o ter divertido. Ao inv�s, parecia acentuar um nulo ele n�o tinha estado atento de. "Sim. Mas eu nunca estive apaixonado. Eu tenho um amigo-" novamente ele
pensou em Ver�o ''-uma vez ela me falou amor era um carrossel. Talvez ela soube melhor."
Juliet apertou os l�bios dela junto. "E um afazeres? "
Algo na voz dela o teve examinando. Pela segunda vez ele foi para ela, mas lentamente. "Talvez � h� pouco um passeio no carrossel."
Porque os dedos dela n�o eram fixos, a Juliet fixou o copo. "N�s entendemos um ao outro."
"De alguns modos."
"Carlo-" Ela hesitou, ent�o admitiu a decis�o j� tinha sido tomada antes de ela cruzasse o corredor. "Carlo, eu nunca ocupei muito tempo por carross�is, mas eu o"
quero.
Como ele deveria a controlar? Estranho, ele nunca tinha tido que pensar coisas t�o cuidadosamente por antes. Com algumas mulheres, ele teria sido extravagante, enquanto
a varrendo, a levando. Com outro ele poderia ter sido impulsivo, enquanto caindo com ela ao tapete. Mas nada que ele alguma vez tinha feito parecido t�o importante
quanto a primeira vez com Juliet.
Palavras para uma mulher sempre tinham vindo facilmente a ele. A frase certa, o tom certo sempre tinha vindo t�o naturalmente quanto respirando. Ele n�o poderia
pensar de nada. At� mesmo um murm�rio poderia deteriorar a simplicidade do que ela tinha dito a ele e como ela tinha dito isto. Assim ele n�o falou.
Ele a beijou onde eles estavam de p�, n�o com a paix�o furiosa ele soube ela poderia tirar dele, n�o com a hesita��o ela �s vezes o fez sentir. Ele a beijou com
a verdade e o conhecimento que os amantes de longtime sofrem freq�entemente. Eles vieram a um ao outro com necessidades separadas, atitudes separadas, mas com isto,
eles trancaram por fora o passado. Esta noite era para o novo, e por renovar.
Ela tinha esperado as palavras, o flash e estilo que pareciam uma parte dele tanto. Talvez ela igualaria esperado algo de triunfo. Novamente, ele a deu o diferente
e o fresco sem mais que o toque de boca declamar.
O pensamento veio a ela, ent�o foi descontado, que ele era nenhum mais certo do ch�o dele que ela. Ent�o ele ofereceu a m�o dele. Juliet p�s o seu nisto. Junto eles
caminharam para o quarto.
Se ele fixasse a cena durante uma noite de romance, o Carlo teria somado flores com um toque de tempero, m�sica com a palpita��o de paix�o. Ele teria lhe dado o
calor de luz de vela e a divers�o de champanha. Hoje � noite, com Juliet, havia s� sil�ncio e luar. A empregada tinha dobrado a cama e esquerda as cortinas largo.
Luz branca filtrou por sombras e sobre folhas brancas.
Se levantando pela cama, ele beijou as palmas dela, um por um. Eles estavam frescos e levaram uma sugest�o do cheiro dela. Ao pulso dela pulsou o pulso dela. Lentamente,
a assistindo, ele soltou a gravata do roup�o dela. Ainda em seu, com os olhos dele ele trouxe as m�os dele aos ombros dela e deslizou o material aparte. Caiu agrupar
aos p�s dela silenciosamente.
Ele n�o a tocou, nem fez ele contudo olhar a qualquer coisa mas a face dela. Por nervos, por necessidades, algo como conforto come�ou a mover por ela. Os l�bios
dela encurvaram, s� ligeiramente, como ela alcan�ou para a gravata do roup�o dele e puxou o n�. Com as m�os dela ilumine e seguramente nos ombros dele, ela empurrou
a seda aparte.
Eles eram ambos vulner�vel, para as necessidades deles/delas, para um ao outro. A luz estava magra e branca e lavou com sombras. De nenhuma outra ilumina��o foi
precisada nesta primeira vez que eles olharam para um ao outro.
Ele estava magro mas n�o magro. Ela era esbelta mas macia. A pele dela s� parecia mais p�lida quando ele a tocou. A m�o dela s� parecia mais delicada quando ela
o tocou.
Eles vieram junto lentamente. Havia nenhuma necessidade para apressar.
O colch�o deu, as folhas sussurraram. Quietamente. Lado a lado eles se deitam, enquanto se dando time-all o tempo precisaram descobrir que prazeres pudessem vir
do gosto de boca para declamar, o toque de carne para descarnar.
Ela deveria ter sabido que estaria assim? T�o f�cil. Inevit�vel. A pele dela estava morna, t�o morna onde quer que ele escovasse isto. Os l�bios dele exigiram, eles
levaram, mas com tal paci�ncia. Ele a, lentamente, amou suavemente como se seja primeiro ela tempo. Como acumulou mais profundamente ela, a Juliet pensou vagamente
que talvez era.
Inoc�ncia. Ele sentia isto dela, n�o f�sico, mas emocional. De alguma maneira, inacreditavelmente, ele descobriu era o mesmo para ele. N�o importa antes do que quanto
tinha vindo, para qualquer um deles, que eles entraram agora a um ao outro em inoc�ncia.
As m�os dela n�o hesitaram como eles moveram em cima dele, mas acariciou como se ela seja cega e poderia ganhar s� seu pr�prio quadro por outros sensos. Ele cheirou
de uma chuva, �gua e sab�o, mas ele tiveram gosto mais ricos, de vinho. Ent�o ele falou pela primeira vez, s� seu nome. Era a ela mais mudan�a, mais po�tico que
qualquer estima.
O corpo dela moveu com seu, em ritmo, mantendo passo. Ela parecia saber, de alguma maneira, onde ele a tocaria logo antes ela sentia os dedos dele localizam, a imprensa
de palmas dele. Ent�o os l�bios dele come�aram uma viagem longa, luxuosa que ela esperou nunca terminaria.
Ela era t�o pequena. Por que ele tinha notado nunca antes como pequeno ela era? Era f�cil de esquecer da for�a dela, o controle dela, a for�a dela. Ele poderia dar
a ternura dela e poderia esperar pela paix�o.
A linha do pesco�o dela era esbelta e t�o branca no luar. O cheiro dela foi apanhado l�, � garganta dela. Intensificado. Despertando. Ele poderia demorar l� enquanto
sangue aqueceu. O dele e seu.
Ele deslizou a l�ngua dele em cima da curva sutil do peito dela achar o cume. Quando ele puxou isto na boca dele, ela gemeu o nome dele, enquanto os dando ambos
um longo, lento cutuque � extremidade.
Mas havia mais para provar, mais para tocar. Paix�o, quando aquecido, faz um esc�rnio de controle. Sons passaram despercebido na captura de room-a de respira��o,
um suspiro, um prazer de moan-all. Os cheiros deles/delas come�aram a misturar a fragr�ncia de amante de together-a. No luar, elas eram uma forma. As folhas estavam
quentes, tran�adas. Quando com l�ngua e pontas do dedo ele a dirigiu em cima do primeiro cume, a Juliet agarrou as folhas amarrotadas como o corpo dela arqueado
e estremeceu com uma torrente de sensa��es.
Enquanto ela ainda era fraca, enquanto ainda ofegando, ele deslizou nela.
A cabe�a dele era deliciously de spinning-a sensa��o estrangeira para ele. Ele quis se enterrar nela, mas ele quis a ver. Os olhos dela estavam fechados; os l�bios
dela h� pouco separaram como a respira��o se apressada dentro e fora. Ela moveu com ele, lentamente, ent�o mais r�pido, ainda mais r�pido at� que os dedos dela cavaram
nos ombros dele.
Em um grito de prazer, os olhos dela voaram aberto. Olhando neles, ele viu a escurid�o, excita��o surpresa que ele tinha querido a dar.
Afinal, cedendo ante a necessidade apressando do pr�prio corpo dele, ele fechou a boca dele em cima de seu e se deixou ir.

Cap�tulo 8
Havia outros que entenderam verdadeira paix�o? Embrulhou em Carlo, enquanto absorvendo e absorveu por Carlo, a Juliet soube ela n�o teve momentos atr�s at�. Deveria
o fazer fraco? Ela sentia fraco, mas n�o vazio.
Ela deveria sentir pesar? Sim, logicamente ela deve. Ela tinha dado mais dela que ela tinha pretendido, compartilhou mais que ela tinha imaginado, arriscou mais
que ela deveria ter ousado. Mas ela n�o teve nenhum pesar. Talvez depois ela faria o dela liste do whys e por que nots. Para agora, ela s� quis desfrutar o resplendor
macio de amar.
"Voc� est� quieto." A respira��o dele sussurrou pelo templo dela, seguido pelos l�bios dele.
Ela sorriu um pouco, conte�do para deixar o fim de olhos dela. "Assim � voc�."
Fossando a bochecha dele contra o cabelo dela, ele examinou para a inclina��o de luar pela janela. Ele n�o estava seguro quais palavras para usar. Ele nunca tinha
sentido totalmente goste isto antes com qualquer mulher. Ele nunca tinha esperado para. Como ele poderia lhe falar que e espera ser acreditado? Ele estava tendo
um tempo duro que acredita isto ele. E ainda... talvez verdade era a coisa mais dura para p�r em palavras.
"Voc� sente muito pequeno quando eu o seguro assim", ele murmurou. "Me faz querer o segurar assim durante um tempo longo", longo.
"Eu gosto do ter me" segurar. A admiss�o era muito mais f�cil fazer que ela tinha pensado. Com um pouco riso, ela virou a cabe�a dela de forma que ela poderia ver
a face dele. "Eu gosto muito" isto.
"Ent�o voc� n�o contestar� se eu for em o segurar durante as pr�ximas horas."
Ela beijou o queixo dele. "Os pr�ximos minutos", ela corrigiu. "Eu tenho que voltar para meu quarto."
"Voc� n�o gosta de minha cama? "
Ela estirou e abra�ou e pensou como maravilhoso nunca seria mover daquele mancha. "Eu penso que eu estou louco por isto, mas eu tenho um pequeno trabalho para fazer
antes de eu chamar isto uma noite, ent�o eu tenho que ser para cima antes das seis-trinta, e-"
"Voc� trabalha muito." Ele a cortou, ent�o se apoiado nela apanhar o telefone. "Voc� pode se levantar pela manh� da mesma maneira que facilmente de minha cama como
seu."
Achando ela gostou do modo que o corpo dele apertou em seu, ela preparou ser convencida. "Talvez. O que est� fazendo voc�? "
"Shh. Sim, este � Franconi em 922. Eu gostaria um despertar-para cima chamada para seis." Ele substituiu o telefone e rolou, enquanto a puxando em cima dele. "L�
agora, tudo � levado ao cuidado de. O telefone tocar� a amanhecer e nos acordar�.
"Vai" certamente. A Juliet dobrou as m�os dela em cima do t�rax dele e descansou o queixo dela neles. "Mas voc� lhes disse que chamassem �s seis. N�s n�o temos que
adquirir at� seis-trinta. "
"Sim." Ele deslizou as m�os dele baixo abaixo em cima da parte de tr�s dela. "Assim n�s temos um to-ah-wake de meia hora para cima."
Com um riso, ela apertou os l�bios dela ao ombro dele. Isto uma vez, ela se falou, s� isto uma vez, ela deixaria outra pessoa fazer o planejamento. "Muito pr�tico.
Voc� pensa que n�s poder�amos levar uma meia hora ou assim to-ah-go durma? "
"Meus pensamentos exatamente."
Quando o telefone tocou, a Juliet somente gemeu e deslizou debaixo das folhas. Durante a segunda vez, ela se achou enterrado debaixo de Carlo como ele rolou em cima
de responder isto. Sem reclama��o, ela secular ainda, esperando o tocando do telefone tinham sido parte de um sonho.
"Venha agora, Juliet." Trocando a maioria do peso dele dela, o Carlo come�ou a lambiscar no ombro dela. "Voc� est� jogando verruga."
Ela murmurou em excita��o sonolenta como ele deslizou a m�o dele at� o quadril dela. "Verruga? Eu n�o tenho uma verruga."
Verruga jogando." Ela estava t�o morna e macia e flex�vel. Ele tinha sabido que ela seria. Manh�s foram feitas para del�cias pregui�osas e a se despertando era um
prazer s� come�ado.
Juliet estirou debaixo do golpe e car�cia das m�os dele. Manh�s eram para uma chuva r�pida e uma x�cara precipitada de caf�. Ela nunca tinha sabido eles poderiam
ser luxuosos. Verruga jogando"? "
"Uma express�o americana." A pele em cima da gaiola de costela dela era macia como manteiga. Ele pensou n�o havia nenhum tempo melhor para provar isto. "Voc� finge
estar morto."
Porque a mente dela foi com sono, o sistema dela j� agitando com paix�o, que levou um momento. "Possum."
"Prego? "
Possum jogando", ela repetiu e, guiou pelas m�os dele, trocou. "Uma verruga � diferente."
"Assim, eles s�o ambos os pequenos animais."
Ela abriu um olho. O cabelo dele foi amarrotado a face dele ao redor, o queixo dele escureceu com o crescimento de uma noite de barba. Mas quando ele sorriu que
ele olhou como se ele tinha estado por horas acordado. Ele olhou, ela admitiu, absolutamente maravilhoso.
"Voc� quer um animal? " Com uma explos�o de energia s�bita, ela rolou em cima dele. As m�os dela eram r�pidas, a boca dela �vido. Em segundos, ela tinha tomado a
respira��o dele.
Ela nunca tinha sido agressiva, mas achou o baixo, surpreso gemido e a bomba r�pida do cora��o dele � prefer�ncia dela. O corpo dela reagiu como raio. Ela n�o notou
que as m�os dele n�o eram como suave, t�o paciente quanto eles tinham sido a noite antes. Este desespero novo a emocionou.
Ele era Franconi, conhecido para a gama extensiva dele de per�cias na cozinha e o quarto. Mas ela estava o fazendo selvagem e desamparado ao mesmo tempo. Com um
riso, ela apertou a boca dela a seu, enquanto deixando a l�ngua dela achar toda a escurid�o, gostos pr�digos. Quando ele tentou a trocar, a levar porque a necessidade
tinha crescido controlar muito depressa, ela evadiu. A maldi��o ofegante dele sussurrou na boca dela.
Ele nunca perdeu sutileza com uma mulher. Paix�o, a paix�o dele, sempre tinha sido melded com estilo. Agora, como ela levou a viagem fren�tica dela em cima dele,
ele teve nenhum estilo, s� necessidades. Ele nunca tinha sido um homem para apressar. Quando ele cozinhou, ele foi lentamente, passo por passo. Desfrute, experimente,
experi�ncia. Ele fez para amor o mesmo espa�o. Foram significadas tais coisas ser saboreado, ser apreciado por cada dos cinco sentidos.
N�o era poss�vel saborear quando voc� foi dirigido al�m dos civilizaram. Quando seus sensos estavam girando e enroscaram, n�o era poss�vel os separar. Ser dirigido
era algo novo para ele, algo intoxicando. N�o, ele n�o lutaria isto, mas a puxa com ele.
�spero e urgente, ele agarrou os quadris dela. Dentro de momentos, eles eram ambos al�m de pensamento, al�m de raz�o...
A respira��o dele ainda era inst�vel, mas ele segurou o fim dela e apertado. Tudo que que ela tinha feito, ou estava fazendo a ele, ele n�o quis perder isto. O pensamento
chamejou brevemente que ele n�o quis a perder. Carlo empurrou isto aparte. Era um pensamento perigoso. Eles tiveram agora. Era muito mais s�bio para concentrar nisso.
"Eu tenho que ir." Embora ela quisesse nada al�m de enrolar contra ele, Juliet se fez troca fora. "N�s temos que estar escada abaixo a sa�da em quarenta minutos."
Conhecer o Bill Grande."
"Isso � certo." A Juliet alcan�ou sobre o ch�o para o roup�o dela, enquanto deslizando isto sobre os bra�os dela antes de ela se levantasse. Os l�bios de Carlo tremeram
ao modo ela virou o dela atr�s para ele amarrar isto. Estava encarecendo para ver a mod�stia inconsciente de uma mulher que h� pouco explorou toda polegada do corpo
dele bastante. "Voc� n�o sabe como grato eu sou que aquele Bill ofereceu jogar o chofer. A �ltima coisa que eu quero fazer � briga o sistema de auto-estrada nesta
cidade. Eu tive que fazer isto antes, e n�o � uma bonita vis�o."
"Eu poderia dirigir", ele murmurou, enquanto desfrutando o modo a seda verde rica alcan�aram o topo das coxas dela.
"Ficando vivo � outra raz�o eu agrade�o o Bill. Eu chamarei e terei um bellman surgir para as bolsas in-thirty-cinco minutos. Esteja seguro-"
"Voc� confere tudo porque n�s n�o estaremos voltando, ele terminou. "Juliet, eu n�o provei minha compet�ncia contudo? "
"H� pouco uma lembran�a amig�vel." Ela conferiu o rel�gio dela antes de ela se lembrasse que ela n�o estava usando isto. "A mancha de TELEVIS�O deveria ser uma brisa.
Jacky os anfitri�es de Torrence. � um tipo jovial de espet�culo que persegue o jejum, hist�ria engra�ada em lugar de louco e parafusos."
"Hmm." Ele subiu, enquanto estirando. O publicista estava de volta, ele notou com um meio sorriso, mas como ele alcan�ou abaixo para o pr�prio roup�o dele, ele notou
que ela tinha rompido. Erguendo a cabe�a dele, ele olhou para ela.
Deus bom, ele estava bonito. Era tudo que ela poderia pensar. Hor�rios, planejando, pontos de informa��o que tudo sa�ram da cabe�a dela. No sol de come�o matutino,
a pele dele era mais ouro que marrom, liso e apertado em cima da gaiola de costela dele, entrou rapidamente � cintura para uma linha estreita de quadril. Deixando
sair uma respira��o tr�mula, ela levou de volta um passo.
"Eu iria" melhor, ela administrou. "N�s podemos traspassar o hor�rio de hoje a caminho do est�dio."
O agradou entender o que tinha quebrado a concentra��o dela enormemente. Ele segurou o roup�o livremente em uma m�o como ele deu um passo mais �ntimo. "Talvez n�s
seremos batidos."
"Morda sua l�ngua." Apontando para um tom claro, ela teve sucesso com um sussurro. "Isso � um roup�o interessante."
O tom da voz dela j� era um trampolim a uma estimula��o come�ada. "Voc� gosta dos flamengos? Minha m�e tem um senso de humor." Mas ele n�o vestiu isto como ele pisou
mais �ntimo.
"Carlo, fica certo onde voc� �. Eu quero dizer isto." Ela sustentou uma m�o como ela caminhou para tr�s para a entrada.
Ele sorriu, e continuou sorrindo depois que ele ouvisse o trinco da porta de corredor.
Entre Juliet que racha o chicote e Bill piloting, o neg�cio de Houston deles/delas foi como mecanismo de rel�gio. A TELEVIS�O, r�dio e impress�o, as m�dia eram responsivas
e en�rgicas. A festa de aut�grafo no meio da tarde se mostrou para ser uma festa no verdadeiro senso da palavra e era um sucesso maravilhoso. A Juliet se achou uma
mancha em uma despensa e rasgou aberto o envelope enorme do escrit�rio dela que tinha sido entregado para o hotel. Resolvendo atr�s, ela come�ou a passar pelos recortes
o assistente dela teve ar expresso.
L.A. era excelente, como tinha esperado ela. Otimista e entusi�stico. San Diego poderia ter tentado para um pequeno mais profundidade, mas eles tinham lhe dado p�gina
um da se��o de Comida em esparramado e um debaixo de-o-dobra na se��o de Estilo em outro. Nenhuma reclama��o. Portland e Seattle listaram uma receita cada e deliraram
descaradamente. A Juliet poderia ter esfregado as m�os dela junto com glee se ela n�o tivesse estado bebendo caf�. Ent�o ela bateu Denver.
Caf� andou na lama fora da x�cara e sobre a m�o dela.
"Maldi��o! " Apalpando na pasta dela, ela achou tr�s tecidos amassados e come�ou a enxugar. Uma coluna de fofoca. Quem pensaram isto? Ela se deu um momento pensar
ent�o relaxou. Publicidade era publicidade, afinal de contas. E a verdade do assunto era, Franconi era fofoca. Olhando logicamente para isto, o mais cronometra o
nome dele era impresso, o mais pr�spero a excurs�o. Resolvido, a Juliet come�ou a ler.
Ela acernar com a cabe�a absently como ela deslizou o primeiro par�grafo. Falador, raso, mas certamente n�o ofensiva. Muitas pessoas que poderiam n�o olhar � comida
ou cozinhando se��es entregariam para as colunas de fofoca um funcionamento. Ao todo, provavelmente era uma fratura excelente. Ent�o ela leu o segundo par�grafo.
Juliet estava fora para cima da cadeira dobradi�a dela. Este tempo o caf� que gotejou sobre o ch�o foi desadvertido. A express�o dela mudou de surpresa surpresa
a f�ria em um assunto de segundos. Na mesma quantia de tempo, ela encheu os recortes atr�s no envelope deles/delas. N�o era f�cil, mas ela se deu cinco minutos para
controle antes de ela entrasse atr�s na loja principal.
O hor�rio pediu outros quinze minutos, mas o Carlo teve mais de vinte pessoas em linha, e aquele muitos novamente h� pouco moenda ao redor. Quinze minutos teriam
que ser estirados a trinta. Moendo os dentes dela, a Juliet espiou em cima de para Bill.
"L� voc� est�." Amig�vel como sempre, ele lan�ou o bra�o dele em cima do ombro dela e apertou. "Indo grandes armas fora aqui. Carlo velho sabe centelhar �s senhoras
sem provocar os homens. Maldi��o inteligente filho-ofabitch. "
"Eu n�o" poderia ter me dito melhor para isto. As juntas dela eram brancas na correia da pasta dela. "Fature, h� um telefone que eu posso usar? Eu tenho que chamar
o escrit�rio."
"Nenhum problema nada. Y'all h� pouco voltam em comigo." Ele a conduziu por Psicologia, em Westerns e ao redor de Romances para uma porta marcada Privado. "Voc�
h� pouco" se ajuda, ele convidou e mostrou para ela em um quarto com uma escrivaninha de metal atravancada, um abajur de goosenecked e pilhas em pilhas de livros.
Juliet foi diretamente ao telefone.
"Obrigado, Bill." Ela fez nem mesmo espera at� que a porta fechou antes de ela come�asse discando. "Deborah Mortimor, por favor", que ela disse ao painel de comando
respondendo. Batendo o p� dela, a Juliet esperou.
"Sra. Mortimor."
"Deb, � a Juliet."
"Hi. Eu tenho esperado por voc� chamar. Olhares como n�s t�m uma mordidela forte com o Times quando voc� voltar para Nova Iorque. Eu s�-"
"Depois." Juliet alcan�ou na pasta dela para um rolo de anti�cidos. "Eu adquiri os recortes hoje."
"Grande, eles n�o s�o? "
"Oh seguramente. Eles h� pouco s�o elegantes."
"Uh-huh. " Deb esperou s� uma batida. "Isto o pequeno n�mero est� em Denver, n�o �? "
Ela deu para a cadeira rolante um pontap� r�pido. "Claro que �."
"Se sente, Juliet". Deb n�o teve que ver para conhecer o chefe dela era pacing.
"Se sente? Eu sou tentado para voar atr�s a Denver e anel o "pesco�o de Cathy Faladora.
Colunistas mortais" n�o s�o bons para PR, Juliet".
"Era lixo."
"N�o, n�o, n�o era aquele ruim. Obstrua talvez, mas n�o lixo."
Ela lutou para controle e conseguiu adquirir uma r�dea muito escorregadia no temperamento dela. Estourando o primeiro anti�cido na boca dela, ela mastigou abaixo.
"N�o seja atraente, Deb. Eu n�o gostei das insinua��es sobre o Carlo e mim. O americano ador�vel de Carlo Franconi o companheiro ambulante", ela citou entre os dentes
dela. Companheiro ambulante." Me faz soar como se eu s� sou junto para o passeio. E ent�o-"
"Eu li isto", Deb interrompeu. "Assim fez Hal", ela somou, enquanto recorrendo � cabe�a de publicidade.
Juliet fechou os olhos dela um momento. "E? "
"Bem, ele passou por aproximadamente seis rea��es diferentes. No fim, ele decidiu alguns coment�rios assim foi ligado para surgir e s� acrescentou a Franconi's-well,
mystique poderiam ser o melhor termo."
"Eu vejo." A mand�bula dela apertou, os dedos dela apertado ao redor do pequeno rolo de p�lulas de est�mago. "Isso est� ent�o bem, n�o �? Eu h� pouco sou emocionado
para acrescentar ao "mystique de um cliente.
"Agora, Juliet-"
"Olhe, s� conte para querido Hal velho que Houston perfeitamente" foi. Ela definitivamente ia precisar de duas p�lulas. Juliet estourou outro fora do rolo com o
dedo polegar dela. "Eu fa�o nem mesmo desejo voc� mencionar a ele que eu chamei sobre tripa de this-this em Denver."
"Tudo que que voc� diz."
Levando uma caneta, ela se sentou e fez espacial na escrivaninha. "Agora, me d� o que voc� tem com o Times."
Uma meia hora depois, a Juliet h� pouco estava a acabando �ltima chamada quando o Carlo cutucou a cabe�a dele no escrit�rio. Vendo ela estava no telefone, ele rodou
os olhos dele, fechado a porta e apoiou contra isto. A sobrancelha dele ergueu quando ele manchou o rolo meio-comido de anti�cidos.
"Sim, obrigado, Ed, Sr. Franconi trar� todos os ingredientes necess�rios e estar� no est�dio �s 8:00. Sim." Ela riu, entretanto o p� dela estava batendo no ch�o
fora um ritmo. "Est� absolutamente delicioso. Garantido. O veja em dois dias."
Quando ela desligou o receptor, o Carlo pisou adiante. "Voc� n�o veio me" salvar.
Ela lhe deu um olhar longo, lento. "Voc� parecia estar controlando a situa��o sem mim."
Ele soube o tom, e a express�o. Agora tudo ele teve que fazer era achado a raz�o para eles. Passeando em cima de, ele apanhou o rolo de p�lulas. "Voc� � muito muito
jovem para precisar estes."
"Eu nunca ouvi que �lceras tiveram uma "barreira de idade.
As sobrancelhas dele reuniram como ele sentou na extremidade da escrivaninha. "Juliet, se eu acreditasse que voc� teve uma �lcera, eu o empacotaria para minha casa
em Roma e o manteria em cama em comidas ins�pidas durante o pr�ximo m�s. Agora... " Ele passou despercebido o rolo no bolso dele. "Que problema est� l�? "
"V�rios", ela disse vivamente como ela come�ou a recolher as notas dela. "Mas eles s�o alisados razoavelmente bem agora fora. N�s precisaremos ir fazer compras novamente
em Chicago para aquele prato de galinha voc� tinha planejado cozinhar. Assim, se voc� acabou aqui, n�s h� pouco podemos-"
"N�o." Ele p�s uma m�o no ombro dela e a segurou na cadeira. "N�s n�o somos acabado. Fazendo compras para galinha em Chicago n�o � o que o teve alcan�ando para p�lulas.
O que? "
A melhor defesa sempre era gelo. A voz dela esfriou. "Carlo, eu estive muito ocupado."
"Voc� pensa depois que duas semanas eu n�o o conhe�o? " Impaciente, ele lhe deu um pequeno tremor. "Voc� s� cava naquela pasta para sua aspirina ou suas poucas hortel�s
quando voc� sentir muita press�o. Eu n�o gosto de ver isto."
"Vem com o territ�rio." Ela tentou encolher os ombros fora a m�o dele e falhou. "Carlo, n�s temos que chegar para o aeroporto."
"N�s temos tempo mais que suficiente. Me conte o que est� errado."
"Certo ent�o." Em dois movimentos afiados, ela arrancou o recorte do caso dela e empurrou isto nas m�os dele.
"O que � isto? " Ele deslizou isto primeiro sem realmente ler isto. "Um dessas pequenas colunas sobre quem � visto com quem e o que eles usam enquanto eles s�o vistos?
"
"Mais ou menos."
"Ah." Como ele come�ou a ler do topo, ele acernar com a cabe�a. "E voc� foi visto comigo."
Fechando o caderno dela, ela passou despercebido isto nitidamente na pasta dela. Duas vezes ela se lembrou que perdendo a paci�ncia dela n�o realizariam nada. "Como
seu publicista que quase n�o poderia ser evitado."
Porque ele viria esperar l�gica dela, ele s� acernar com a cabe�a novamente. "Mas voc� sente isto intima qualquer outra coisa."
"Diz qualquer outra coisa", ela lan�ou atr�s. "Algo que n�o � verdade."
"O chama meu companheiro ambulante." Ele olhou para cima, enquanto saber isso n�o sentariam bem com ela. "N�o � talvez a hist�ria cheia, mas n�o falso. O ser conhecido
como meu companheiro transtorna? "
Ela n�o queria que ele fosse razo�vel. Ela teve nenhuma inten��o do emular. "Quando o companheiro assumir esta sombra de significar, n�o � profissional ou inocente.
Eu n�o estou aqui para ter meu nome unido deste modo com voc�, Carlo".
"De que modo, Juliet? "
"D� meu nome e vai em dizer que eu nunca estou fora do comprimento de bra�o, que eu o vigio como se voc� era minha pr�pria propriedade pessoal. E que voc�-"
"Que eu beijo sua m�o em restaurantes p�blicos como se eu n�o pude esperar por privacidade", o Carlo leu � primeira vista. "Assim? Que diferen�a faz para o que diz
aqui? "
Ela arrastou ambas as m�os pelo cabelo dela. "Carlo, eu estou aqui, com voc�, fazer um trabalho. Este recorte passou por meu escrit�rio, por meu supervisor. Voc�
n�o sabe algo assim poderia arruinar minha credibilidade? "
"N�o", ele disse simplesmente bastante, "Isto � n�o mais que fofoca. Seu supervisor, ele � chateado por isto? "
Ela riu, mas teve pouco para ver com humor. De fato, "nenhum parece ele � decidido que h� pouco est� bem. Bom para sua imagem."
"Bem, ent�o? "
"Eu n�o quero ser bom para sua imagem", ela atrasou com tal paix�o, chocou ambos eles. "Eu n�o serei um das d�zias de nomes e faces unido com voc�."
"Assim", ele murmurou. "Agora, n�s repelimos � verdade. Voc� est� bravo comigo, para isto". Ele fixou o recorte abaixo. "Voc� est� bravo porque h� mais verdade agora
nisto que havia quando foi escrito."
"Eu n�o quero estar em qualquer um lista, Carlo". A voz dela tinha abaixado, acalmou. Ela cavou punhos de balled nos bolsos da saia dela. "N�o seu, n�o qualquer
um. Eu n�o vim este distante em minha vida deixar isso acontecer agora."
Ele estava de p�, enquanto desejando saber se ela entendesse como insultante as palavras dela eram. N�o, ela os veria como fatos, n�o como dardos. "Eu n�o o pus
em uma lista. Se voc� tiver a pessoa em sua pr�pria mente, n�o tem nada que ver comigo."
"Alguns semanas atr�s era a atriz francesa, um m�s antes de que uma condessa vi�vo."
Ele n�o gritou, mas era s� for�a de v� isso manteve a voz dele at� mesmo. "Eu nunca fingi voc� foi a primeira mulher em minha cama. Eu nunca esperei eu fui o primeiro
homem em seu."
"Isso � completamente diferente."
"Ah, agora voc� acha o padr�o dobro conveniente." Ele apanhou o recorte, balled no punho dele derrubou isto ent�o no cesto de lixo. "Eu n�o tenho nenhuma paci�ncia
por isto, Juliet".
Ele era novamente � porta antes de ela falasse. "Carlo, espera". Com um folheado cort�s estirado finamente em cima de f�ria que ele virou. "Maldi��o." M�os acalmam
nos bolsos dela, ela paced de um empilham de livros para o outro. "Eu nunca pretendi tirar isto em voc�. Totalmente est� fora de linha e eu sinto muito, realmente.
Voc� poderia adivinhar eu n�o estou pensando muito claramente agora mesmo."
"Assim pareceria."
Juliet deixou sair um suspiro, enquanto sabendo que ela observou a extremidade cortante da voz dele. "Eu n�o sei explicar, exclui para dizer que minha carreira �
muito importante a mim."
"Eu entendo isso."
"Mas � nenhum mais importante a mim que minha privacidade. Eu n�o quero minha vida pessoal discutida ao redor da "moringa de escrit�rio.
"Pessoas falam, Juliet. � natural e � sem sentido."
"Eu n�o posso escovar isto fora o modo que voc� faz." Ela apanhou a pasta dela ent�o pela correia fixe novamente abaixo. "Eu sou usado a ficar no fundo. Eu montei
coisas, controle os detalhes, fa�a o legwork, e outra pessoa que quadro entra o papel. Isso � o modo eu quero isto."
"Voc� sempre n�o adquire o que voc� quer." Com os dedos polegares dele enganchados nos bolsos dele, ele apoiou atr�s contra a porta e a assistiu. "Sua raiva se aprofunda
mais que alguns linhas em umas pessoas de papel ter� esquecido amanh�."
Ela fechou os olhos dela um momento, ent�o retrocedido a ele. "Certo, sim, mas n�o � uma quest�o de estar bravo. Carlo, eu me coloquei em uma posi��o delicada com
voc�."
Cuidadosamente, ele pesou a frase, testou isto, julgou isto. Posi��o delicada"? "
"Por favor, n�o entenda mal. Eu estou aqui, com voc�, por causa de meu trabalho. � muito importante a mim que em que � controlado o melhor, a maneira mais profissional
que eu posso administrar. O que � acontecido entre n�s... "
"O que aconteceu entre n�s? " ele incitou quando ela arrastou fora.
"N�o fa�a dif�cil."
"Certo, n�s faremos isto f�cil. N�s somos os amantes."
Ela deixou sair uma respira��o longa, inst�vel, enquanto desejando saber se ele realmente acreditasse que isso era f�cil. Para ele poderia ser h� pouco outro passeio
pelo luar. Para ela, era uma ra�a por um furac�o. "Eu quero manter aquele aspecto de nossa rela��o completamente separe da �rea profissional."
O pegou de surpresa ele poderia achar tal um declara��o encarecendo. Talvez o fato que ela era meio rom�ntico e meia mulher de neg�cios fez parte da atra��o dela
a ele. "Juliet, meu amor, voc� soa como se voc� est� negociando um contrato."
"Talvez eu fa�o." Nervos estavam come�ando a traspassar a muito rapidamente novamente. "Talvez eu sou, de certo modo."
A pr�pria raiva dele tinha desaparecido. Os olhos dela quase n�o eram t�o certos quanto a voz dela. As m�os dela, ele notou, estava torcendo junto. Lentamente, ele
caminhou para ela, agradou que entretanto ela n�o retrocedeu, a cautela estava de volta. "Juliet... " Ele ergueu uma m�o para escovar pelo cabelo dela. "Voc� pode
negociar condi��es e tempos, mas n�o emo��o."
"Voc� can-regulate isto."
Ele levou ambas suas m�os, enquanto os beijando. "N�o."
"Carlo, por favor-"
"Voc� gosta que eu o" toque, ele murmurou. "Se n�s nos levantamos aqui s�, ou n�s nos levantamos em um grupo de estranhos. Se eu toco sua m�o, assim, que voc� sabe
o que est� em minha mente. Sempre n�o � nenhuma paix�o. H� tempos, eu o vejo, eu o toco, e eu s� penso em ser com you-talking, ou sentando silenciosamente. Voc�
negociar� agora como eu sou tocar sua m�o, quantas vezes por dia � permitido? "
"N�o me fa�a parecer um bobo."
Os dedos dele apertaram em seu. "N�o fa�a o que eu sinto para voc� soar tolo."
"Eu-" N�o, ela n�o p�de tocar isso. Ela n�o ousou. "Carlo, eu h� pouco quero manter coisas simples."
"Imposs�vel."
"N�o, n�o �.
"Ent�o me fale, � este simples? " Com s� as pontas do dedo dele no ombro dela, ele apoiou at� a beije. T�o suavemente, t�o ligeiramente, era quase n�o um beijo nada.
Ela sentia as pernas dela dissolvem dos joelhos abaixo.
"Carlo, n�s n�o estamos ficando no ponto."
Ele deslizou os bra�os dele ao redor dela. "Eu gosto muito melhor deste ponto. Quando n�s chegamos para Chicago... " os dedos dele deslizaram a espinha dela para
cima e para baixo como ele come�ou a escovar os l�bios dele em cima da face dela. "Eu quero passar a noite s� com voc�."
"We-have um compromisso para bebidas �s dez com-"
"Cancele."
"Carlo, voc� sabe que eu n�o posso. "
"Muito bem. '' Ele pegou o l�bulo da orelha dela entre os dentes dele. "Eu alegarei fadiga e farei certo n�s temos uma noite muito r�pida, muito cedo. Ent�o, eu
gastarei o resto das pequenas coisas fazendo noturnas, assim".
A l�ngua dele arremessou dentro da orelha dela, ent�o s� se retirou � mancha vulner�vel abaixo. O tremor que passou por ela era bastante para despertar ambos eles.
"Carlo, voc� n�o entende."
"Eu entendo que eu o" quero. Em uma varia��o de humor r�pida, ele a teve pelos ombros. "Se eu lhe falasse agora que eu o quero mais que que eu quis qualquer outra
mulher, voc� n�o me" acreditaria.
Ela apoiou longe disso, mas foi pegado �ntimo novamente. "N�o, eu n�o vou. N�o � necess�rio dizer assim."
"Voc� tem medo de ouvir isto, amedrontado acreditar isto. Voc� n�o se por� simples comigo, Juliet. Mas voc� adquirir� um amante do que voc� nunca esquecer�."
Ela firmou um pouco, enquanto conhecendo o levelly de olhar dele. "Eu j� me resignei a isso, Carlo. Eu n�o me desculpo a mim, e eu n�o finjo ter qualquer pesar sobre
vir ontem � noite" a voc�.
"Ent�o o resigne a isto." O temperamento estava de volta nos olhos dele, quente e vol�til. "Eu n�o me preocupo o que � escrito no papel, o que � sussurrado aproximadamente
em escrit�rios em Nova Iorque. Voc�, este momento, � tudo com" os que eu me preocupo.
Algo quebrou quietamente dentro dela. Uma defesa construiu instintivamente por anos. Ela soube que ela n�o o deveria levar literalmente. Ele era afinal de contas
Franconi. Se ele se preocupasse com ela, s� estava do modo dele, e pelo tempo dele. Mas algo tinha quebrado, e ela n�o p�de reconstruir isto t�o depressa. Ao inv�s,
ela escolheu ser cega.
"Carlo, eu n�o sei o controlar. Eu n�o tenho a experi�ncia."
"Ent�o n�o me" controle. Novamente, ele a levou pelos ombros. "Confie em mim."
Ela p�s as m�os dela em seu, os segurou um momento, ent�o os afastou. "� muito cedo, e muito."
Havia tempos, no trabalho dele onde ele teve que ser mesmo, muito o paciente. Como um homem, aconteceu raramente muito mais. Ainda ele soube se ele empurrasse agora,
como por alguma raz�o inexplic�vel ele quis, ele criaria s� mais dist�ncia entre eles. "Ent�o, para agora, n�s h� pouco desfrutamos um ao outro."
Isso � o que ela quis. Juliet se falou isso era exatamente isso que ela wanted-no mais, nenhum menos. Mas ela tinha vontade de lamentar.
"N�s desfrutaremos um ao outro", ela concordou. Deixando sair um suspiro, ela moldou a face dele com as m�os dela como ele fez t�o freq�entemente com ela. "Muito."
Ele desejou saber, quando ele abaixou a sobrancelha dele a seu, por que n�o satisfez totalmente.

Cap�tulo 9
Queimado fora de viajar, pronto para uma bebida e p�s elevados, Juliet caminhou at� a escrivaninha dianteira do hotel de Chicago deles/delas. Levando um olhar r�pido
r�pido ao redor o sal�o de entrada, ela estava contente com os ch�os marm�reos, escultura e palmas em vaso elegantes. Tal que lugares normalmente emprestaram para
eles para banheiros grandes, elegantes. Ela pretendeu a gastar primeira hora em Chicago com tudo do pesco�o abaixo submergido.
"Eu posso o ajudar? "
"Voc� tem uma reserva para Franconi e Trent."
Com alguns ponches no teclado, o balconista exp�s as reservas deles/delas na tela. "Voc� ambos estar�o ficando durante duas noites, Senhorita Trent? "
"Sim, isso � certo."
"� conta direta. Tudo jogo. Se voc� e Sr. Franconi h� pouco preencher�o estes formul�rios, eu tocarei para um bellman."
Como ele rabiscou a informa��o sobre a forma, o Carlo olhou em cima de. Do perfil, ela parecia ador�vel, entretanto talvez um pouco cansado. O cabelo dela foi arrega�ado
na parte de tr�s, afofou fora nos lados e apenas mussed de viajar. Ela olhou como se ela poderia encabe�ar uma tr�s-hora sem choradeira reuni�o empresarial. Entretanto
ela arqueou o dela atr�s, fechando os olhos dela brevemente como ela estirou os ombros dela. Ele quis levar ao cuidado dela.
"Juliet, n�o h� nenhuma necessidade por dois quartos."
Ela trocou a bolsa de ombro dela e assinou o nome dela. "Carlo, n�o comece. J� foram feitos" arranjos.
"Mas � absurdo. Voc� estar� ficando em meu apartamento, assim o quarto extra � simplesmente extra."
O balconista de escrivaninha se levantou a uma dist�ncia discreta e escutou toda palavra.
A Juliet arrancou o cart�o de cr�dito dela da carteira dela e fixou isto abaixo no contador com um estalo. Carlo notou, com alguma divers�o que ela j� n�o olhou
o menos mordeu cansado. Ele quis fazer amor por horas com ela.
"Voc� precisar� da impress�o nisto para meu incidentals", ela falou calmamente bastante para o balconista. "Tudo para cima" os que os custos de Sr. Franconi ser�o
escolhidos.
Carlo empurrou a forma dele ent�o para o balconista apoiado no contador. "Juliet, voc� n�o sentir� corrida tola de um lado para outro pelo corredor? � rid�culo,
at� mesmo para um publicador, pagar por uma cama em" a que n�o ser� dormida.
Com a mand�bula dela apertada, ela apanhou o cart�o de cr�dito dela novamente. "Eu lhe contarei o que � rid�culo", ela disse debaixo da respira��o dela. "� rid�culo
para voc� estar parado aqui me" envergonhando deliberadamente.
"Voc� tem quartos 1102 e 1108. " O balconista empurrou as chaves para eles. "Eu tenho medo que eles h� pouco est�o triste o corredor de um ao outro em lugar de por."
"Isso est� bem." A Juliet virou achar o bellman tido a bagagem deles/delas empacotada no carro e as orelhas dele abrem. Sem uma palavra, ela escarranchou para o
banco de elevadores.
Passeando junto ao lado dela, o Carlo notou que o caixa teve um sorriso atordoante. "Juliet, eu acho isto estranho que voc� seria envergonhado em cima de algo t�o
simples."
"Eu n�o penso que � simples." Ela espetou o para cima bot�o no elevador.
"Me" perdoe. Carlo p�s a l�ngua dele na bochecha dele. "S� � que eu o recordo especificamente dizendo que voc� quis nossa rela��o para ser simples."
"N�o me conte o que eu disse. O que eu disse n�o tem nada que ver com o que eu quis dizer."
"Claro que n�o", ele murmurou e esperou por ela pisar dentro do carro.
Vendo o olhar na face de Juliet, o bellman come�aram a preocupar sobre a gorjeta dele. Ele vestiu um sorriso de hospitalidade-vantagem. "Assim, voc� em Chicago deseja?
"
"Dois dias", o Carlo disse genially bastante.
"Voc� pode ver muito em um par de dias. Voc� querer� baixar o lago-"
"N�s estamos aqui em neg�cio", a Juliet interrompeu. "S� neg�cio."
"Sim, ma'am. " Com um sorriso, o bellman empurraram o carro dele no corredor. "1108 a primeira parada."
"Isso � meu." A Juliet cavou novamente fora a carteira dela e tirou de contas como o bellman destrancou a porta dela. "Essas duas bolsas", ela mostrou ent�o virou
a Carlo. "N�s conheceremos Dave Lockwell na barra para bebidas �s 10:00. Voc� pode fazer como voc� goste ent�o" at�.
"Eu tenho algumas id�ias nisso", ele come�ou mas a Juliet moveu al�m dele. Depois de encher as contas na m�o do bellman, ela fechou a porta com um trinco r�pido.
Trinta minutos, para Carlo est� pensando, era bastante longo para qualquer um esfriar abaixo. A atitude duro-apoiada de Juliet para a situa��o de quarto deles/delas
tinha o causado mais exaspera��o que aborrecimento. Entretanto, ele esperou ser exasperado por mulheres. Em uma m�o, ele achou a rea��o dela bastante doce e ing�nuo.
Ela realmente pensou o fato que eles eram que os amantes fariam o balconista de escrivaninha ou um bellman pisca duas vezes?
O fato que ela fez, e provavelmente sempre vai, era h� pouco outro aspecto da natureza dela que atraiu a ele. Em tudo que fez ela, Juliet Trent sempre permaneceria
pr�prio. Paix�o chiando em baixo de um terno empresarial limpo, limpar-forrado. Carlo a achou irresist�vel.
Ele tinha sabido tantos tipos de women-the ingenue jovem luminoso ganancioso para as pontas do dedo dela, o aristocrata rico enfadou ambos por riqueza e tradi��o,
a mulher de carreira pr�spera que ambos procuraram e eram cauteloso de matrim�nio. Ele tinha sabido assim many-the feliz, o seguro, o desesperado e buscando, os
cumpriram e o agarrando. Juliet Trent com os olhos verdes frescos e voz quieta o deixou incerto sobre que escaninho no que ela ajustaria. Parecia ela teve tudo e
nenhum das qualidades femininas ele entendeu. A �nica coisa ele tinha certeza de era que ele a quis ajustar, de alguma maneira, na vida dele.
O melhor modo, o �nico modo, ele soube realizar isso era a distrair com charme at� que ela j� foi pegada. Depois disso, eles negociariam o pr�ximo passo.
Carlo ergueu a rosa que ele tinha enviado para cima do floricultor de hotel de seu vaso de broto, cheirou suas p�talas uma vez, ent�o caminhou abaixo o corredor
para o quarto de Juliet.
Ela h� pouco estava secando de um banho quente, vaporoso. Se ela tivesse ouvido a batida cinco minutos antes, ela teria rosnado. Como era, ela puxou no roup�o dela
e foi responder.
Ela tinha o estado esperando. Juliet n�o era tola bastante acreditar um homem como Carlo levaria uma porta na face como final. Tinha dado a satisfa��o dela para
fechar isto, da mesma maneira que deu a satisfa��o dela para abrir isto novamente. Quando ela estava pronta.
Ela n�o tinha estado esperando a rosa. Embora ela soubesse que n�o era s�bio para ser movido por uma �nica flor longo-originada de com um broto a cor de sol, ela
foi movida no entanto. Os planos dela para ter uma calma, discuss�o s�ria com ele hesitou.
"Voc� olhar descansou." Em lugar de lhe dar a rosa, ele levou a m�o dela. Antes de ela pudesse decidir se ou n�o o deixar dentro, estava l� ele.
Um posto, a Juliet se lembrou at� mesmo como ela fechou a porta atr�s dele. Se ela n�o levasse um posto agora, ela nunca acharia o fundamento dela. "Considerando
que voc� est� aqui, n�s falaremos. N�s temos uma hora."
"Claro que." Como era o h�bito dele, ele levou uma pesquisa do quarto dela. A mala dela sentou em um posto, ainda empacotou, mas com seu topo lan�ado aberto. N�o
era pr�tico desempacotar e reencaixotar quando voc� estava saltando ao redor de cidade para cidade. Embora eles estivessem come�ando na terceira semana deles/delas
na estrada, os conte�dos do caso ainda estavam limpos e organizados. Ele teria esperado nenhum menos dela. O caderno dela e duas canetas j� estavam ao lado do telefone.
As �nicas coisas remotamente fora de lugar no quarto limpo, impessoal eram os saltos de sapatos italianos que sentaram no meio do tapete onde ela tinha sa�do deles.
A inconsist�ncia a vestiu perfeitamente.
"Eu posso discutir coisas melhoram", ela come�ou, "se voc� n�o estivesse vagando ao redor."
"Sim? " Toda a coopera��o, o Carlo sentou e renunciou � rosa debaixo do nariz dele. "Voc� quer falar sobre nosso hor�rio aqui em Chicago? "
"No-yes. " Ela teve uma d�zia de pelo menos coisas revisar com ele. Por uma vez ela deixou objeto pegado empresarial um assento de parte de tr�s. "Depois." Decidindo
levar alguma vantagem, a Juliet permaneceu parada. "Primeiro, eu quero falar sobre aquele neg�cio abaixo � escrivaninha."
"Ah." O som era distintamente europeu e t�o amig�vel quanto um sorriso. Ela poderia o ter assassinado.
"Totalmente era uncalled para."
"Era? " Ele tinha aprendido aquela estrat�gia era melhor plotted com perguntas amig�veis ou acordo simples. Aquele modo, voc� poderia balan�ar o resultado final
a seus pr�prios fins sem muito sangue para sendo derramado.
"Claro que era." Esquecendo da pr�pria estrat�gia dela, a Juliet derrubou abaixo na extremidade da cama. "Carlo, voc� n�o teve nenhum discutindo certo nosso neg�cio
pessoal em p�blico."
"Voc� tem raz�o bastante."
"Eu-" o acordo tranq�ilo dele a se livrou. A empresa, fala moderadamente brava que ela tinha preparado na banheira saiu a janela.
"Eu tenho que me desculpar", ele continuou antes de ela pudesse se equilibrar. "Era irrefletido de mim."
"Bem, n�o." Como tinha planejado ele, ela veio � defesa dele. "N�o era irrefletido, h� pouco impr�prio."
Com a rosa, ele renunciou � defesa dela fora. "Voc� � muito am�vel, Juliet. Voc� v�, eu s� estava pensando de como pr�tico voc� �. � um das coisas eu a maioria admira
sobre voc�." Adquirindo o modo dele, Carlo tinha sentido sempre melhor isto para usar tanta verdade quanto poss�vel. "Voc� v�, al�m de minha pr�pria fam�lia, eu
conheci muito poucas mulheres verdadeiramente pr�ticas. Esta caracter�stica em voc� atrai a mim, at� a cor de seus olhos, a textura de sua pele".
Porque ela sentia que ela era ch�o perdedor, a Juliet sentou mais diretamente para cima. "Voc� n�o tem que me lisonjear, Carlo. Simplesmente � uma quest�o de estabelecer
"regras de ch�o.
"Voc� v�." Como se ela tivesse feito a observa��o dele, ele sentou tocar as pontas do dedo dela adiante. "Voc� � muito pr�tico para esperar lisonja ou ser balan�ado
por isto. � qualquer maravilha eu estou encantado por voc�? "
"Carlo-"
"Eu n�o fiz minha observa��o." Ele se retirou h� pouco bastante para manter o ataque dele por completo engrenagem. "Voc� v�, enquanto o conhecendo, eu pensei que
voc� concordaria que era tolo e n�o pr�tico para reservar quartos separados quando n�s queremos ser junto. Voc� quer estar comigo, n�o o fa�a, Juliet? "
Frustrado, ela o encarou. Ele estava invertendo a situa��o inteira. Certo disto, Juliet procurou no escuro para um handhold. "Carlo, n�o tem nada que ver com meu
querer estar com voc�."
A sobrancelha dele ergueu. "Nenhum? "
"N�o. Tem que ver com a linha que separa nosso neg�cio e nossas vidas pessoais."
"Uma linha que � dif�cil puxar. Talvez imposs�vel para mim." A verdade saiu novamente, entretanto este tempo n�o planejado. "Eu quero estar com voc�, Juliet, todo
momento que n�s temos. Eu me acho se ressentindo com o tapete de hora at� mesmo voc� est� aqui e eu estou l�. Alguns horas n�o s�o � noite bastante para mim. Eu
quero mais, muito mais para n�s."
Dizendo isto o deixaram atordoado. N�o tinha sido um dos movimentos inteligentes dele, um das captura-frases f�ceis dele. Aquela pequena j�ia tinha vindo em algum
lugar de dentro onde tinha escondido quietamente at� que poderia o levar atrav�s de surpresa.
Ele subiu, e se dar um momento, se levantado pela janela para assistir um fluxo de tr�fico de Chicago. Apressou, ent�o veio a paradas espasm�dicas, ferida e balan�ou
acelerado novamente em ent�o. Vida estava assim, ele percebeu. Voc� poderia acelerar sem parar mas voc� nunca soube quando algo ia o parar morto em seus rastos.
Juliet estava calada atr�s dele, rasgado entre o que ele tinha dito, o que ele tinha querido dizer e o que ela sentia sobre isto. Do mesmo come�o, ela tinha mantido
a defini��o de Carlo de um afazeres na frente da mente dela. H� pouco um passeio no carrossel. Quando a m�sica parou, voc� desceu e soube voc� tinha adquirido o
valor de seu dinheiro. Agora, com alguns palavras ele estava mudando a extens�o. Ela desejou saber se qualquer um deles estivesse pronto.
"Carlo, desde que voc� diz que eu sou, eu serei pr�tico." Reunindo os recursos dela, ela subiu. "N�s temos uma semana partida em excurs�o. Durante aquele tempo,
n�s temos Chicago e quatro outras cidades para negociar com. Ser honesto, eu bastante se nosso �nico neg�cio fosse agora mesmo entre si."
Ele virou, e entretanto ela pensou que o sorriso era um pouco estranho, pelo menos ele sorriu. "Isso � a coisa mais agrad�vel que voc� disse a mim em todos estes
dias e todas estas cidades, Juliet".
Ela deu um passo para ele. Parecia tolo para pensar em riscos quando eles tiveram tal pequeno tempo. "Estando com voc� n�o � algo que eu j� esquecerei, n�o importa
quanto eu poderia querer daqui a anos" para.
"Juliet-"
"N�o, espera. Eu quero estar com voc�, e parte de mim odeia o tempo n�s perdemos com outras pessoas, em quartos separados, em todas as demandas que nos trouxeram
a um ao outro no primeiro lugar. Mas outra parte de mim sabe que todas essas coisas s�o completamente necess�rios. Essas coisas ainda ser�o ao redor depois que n�s
formos cada parte de tr�s em nossos lugares separados."
N�o, n�o pensa aproximadamente que agora, ela se advertiu. Se ela fizesse, a voz dela n�o seria fixa.
"N�o importa quanto tempo eu gasto com voc� em seu apartamento, eu preciso de um quarto de meu pr�prio se por nenhuma outra raz�o que conhecer isto est� l�. Talvez
isso � o lado pr�tico de mim, Carlo".
Ou o vulner�vel, ele meditou. Mas ele h� pouco n�o tinha descoberto ele teve uma vulnerabilidade do pr�prio dele? O nome dela era Juliet. "Assim, ser� como voc�
queira nisto." E para o melhor talvez. Ele h� pouco poderia precisar um pouco de tempo para ele refletir para coisas.
"Nenhum discutindo? "
"N�s j� discutimos, came? "
Os l�bios dela encurvaram. "Nunca." Cedendo ante ela at� ele, ela pisou adiante e uniu os bra�os dela ao redor o pesco�o dele. "Eu j� lhe falei que quando eu comecei
coloca��o primeiro para cima esta excurs�o que eu olhei para sua publicidade atirada e pensamento voc� era deslumbrante? "
"N�o." Ele escovou os l�bios dele em cima de seu. "Por que voc� n�o me fala agora? "
"E sensual", ela murmurou como ela o atraiu mais �ntimo � cama. "Mesmo, muito sensual."
"� que assim? " Ele se permitiu ser persuadido sobre a cama. "Assim voc� decidiu em seu escrit�rio em Nova Iorque que n�s ser�amos os amantes? "
"Eu decidi em meu escrit�rio em Nova Iorque que n�s nunca ser�amos os amantes." Lentamente, ela come�ou a desabotoar a camisa dele. "Eu decidi que a �ltima coisa
que eu quis era ser romanced e seduziu por algum deslumbrante, sensual
Chefe de cozinha italiano que teve um fio de mulheres mais longo que um rastro do pr�prio macarr�o dele, mas-''
"Sim." Ele aninhou ao pesco�o dela. "Eu penso que eu preferirei o 'mas'. "
"Mas parece a mim que voc� n�o pode tomar decis�es definitivas sem todos os fatos que est�o dentro."
"Eu alguma vez lhe falei que sua viabilidade me desperta ao ponto de loucura? "
Ela suspirou como ele deslizou inacabado o n� no roup�o dela. "Eu alguma vez lhe falei que eu uma ventosa � para um homem que traz flores para mim? "
"Flores." Ele ergueu a cabe�a dele apanhada o bot�o de rosa que ele tinha derrubado no travesseiro ao lado deles ent�o. "Bem, voc� quis um, tamb�m? "
Com um riso, ela o retirou a ela.
A Juliet decidiu que ela tinha visto mais de Chicago no v�o em O'Hare que durante o dia e um meio tinha estado l� ela. T�xi dirige de hotel a esta��o de televis�o,
de esta��o de televis�o para loja de departamentos, de loja de departamentos para livraria e atr�s para o hotel novamente n�o era excurs�es vis�o-vendo precisamente
vagarosas. Ent�o e l� ela decidiu que quando ela tirou a f�rias dela ao t�rmino do m�s, ela iria vaporosa em algum lugar com sol e n�o faria nada mais en�rgico que
vadie de sol a sol por uma piscina.
A �nica hora que se assemelha a divers�o remotamente era outra expedi��o de compra onde ela assistiu o Carlo selecione uma tr�s-libra rechonchuda galinha para o
cacciatore dele.
Ele era preparar o cacciatora de alla de pollastro dele de chie para servir durante uma transmiss�o ao vivo de um dos espet�culos de manh� topo-avaliados do pa�s.
Pr�ximo ao Simpson Show em L.A., a Juliet considerou este o golpe s�bito maior dela para a excurs�o. Discutamos era a hora mais quente dia aceso a TELEVIS�O, e permaneceu
popular e controverso depois de cinco esta��es sucessivas.
Apesar do fato que ela soube as habilidades de per�cia de ator de Carlo, a Juliet estava nervosa como um gato. O espet�culo arejaria more em Nova Iorque. Ela teve
nenhuma d�vida que todo o mundo no departamento dela estaria assistindo. Se o Carlo fosse um rompimento, seria o triunfo dele. Se ele bombardeasse, a bomba era tudo
sua. Tal era a raz�o em rela��es p�blicas.
Nunca ocorreu o Carlo para estar nervoso. Ele poderia fazer cacciatore na escurid�o, de mem�ria com o uso de s� uma m�o. Depois de assistir a Juliet passo o pequeno
quarto verde durante a quinta vez, ele tremeu a cabe�a dele. "Relaxe, meu amor, � s� galinha."
"N�o esque�a de expor as datas n�s estaremos no resto das cidades. Este espet�culo alcan�a tudo deles."
"Voc� j� me" falou.
"E o t�tulo do livro."
"Eu n�o esquecerei."
"Voc� deveria se lembrar do mencionar preparou este prato para o Presidente quando ele visitou Roma ano" passado.
"Eu tentarei me lembrar isto de. Juliet, voc� n�o gostaria de um pouco de caf�? "
Ela tremeu a cabe�a dela e manteve pacing. Que mais?
"Eu poderia usar alguns", ele decidiu naquele mesmo lugar.
Ela olhou para a panela em uma chapa el�trica. "O" ajude.
Ele soube se ela tivesse algo que fazer, ela deixaria de preocupar, at� mesmo para alguns momentos. E ela pararia pacing para cima e para baixo em frente a ele.
"Juliet, ningu�m com um cora��o pediria para um homem que bebesse aquele veneno que � chia desde amanhecer."
"Oh." Sem hesita��o, ela assumiu o papel de amimador. "Eu cuidarei disto.
"Grazie."
� porta, hesitou ela. "O rep�rter para o Sol poderia derrubar atr�s antes do espet�culo."
"Sim, voc� me falou. Eu estarei encantando."
Murmurando a ela, ela foi achar uma p�gina.
Carlo apoiou atr�s e esticado as pernas dele. Ele teria que beber o caf� quando ela devolveu isto, entretanto ele n�o quis. Ele n�o quis subir a bordo o avi�o para
Detroit que tarde, mas tais coisas eram inevit�veis. Em todo caso, ele e Juliet teriam a noite livrar em Detroit-what estado americano isso estava dentro?
Eles n�o seriam l� bastante longos para preocupar sobre isto.
Em todo caso, ele estaria logo na Filad�lfia e l�, veja Ver�o. Ele precisou. Embora ele sempre tivesse tido os amigos e tinha estado perto de muitos deles, ele nunca
tinha precisado um como sentia ele que ele precisou a pessoa agora. Ele poderia falar com Ver�o e poderia saber o que ele disse seria escutado cuidadosamente para
e n�o fosse repetido. Fofoca nunca tinha o aborrecido no passado, mas quando veio a Juliet... Quando veio a Juliet, nada era como tinha estado no passado.
Nenhum das rela��es pr�vias dele com mulheres alguma vez tinha se tornado um h�bito. Acordar pela manh� ao lado de uma mulher sempre tinham sido agrad�veis, mas
nunca necess�rio. Diariamente, Juliet estava mudando isso. Ele n�o p�de imaginar o quarto dele atr�s em Roma sem ela, contudo ela nunca tinha estado l�. Ele desejaria
deixado de imaginar outras mulheres na cama dele desde ent�o.
Subindo, ele come�ou a passo como Juliet teve.
Quando a porta abriu, ele virou, enquanto a esperando.
O alto, coberto de salgueiros loiro que entrou n�o era a Juliet, mas ela estava familiarizada.
"Carlo! Como maravilhoso o ver novamente."
"Lydia." Ele sorriu, enquanto se amaldi�oando por n�o p�r o nome do rep�rter do Sol com a face da mulher que ele tinha passado dois dias interessantes em Chicago
com s� dezoito meses antes. "Voc� parece ador�vel."
Claro que ela fez. Lydia Dickerson recusou olhar qualquer coisa menos. Ela era afiada, sensual e desinibida. Ela tamb�m era, na mem�ria dele, cozinheiro excelente
e cr�tico de comidas gourmet.
"Carlo, eu h� pouco estava emocionado quando eu ouvi que voc� estava entrando em cidade. N�s faremos a entrevista depois do espet�culo, mas eu h� pouco tive que
derrubar atr�s e o" ver. Ela rodou para ele com o cheiro de lil�s primaverais e o elegante de uma saia largo-chamejada. "Voc� n�o nota? "
"Claro que n�o." Sorrindo, ele levou a m�o estendida dela. "Sempre � bom para ver um velho amigo."
Com um riso, ela p�s as m�os dela nos ombros dele. "Eu deveria estar bravo com voc�, caro. Voc� tem meu n�mero, e meu telefone n�o tocou ontem � noite."
"Ah." Ele p�s as m�os dele aos pulsos dela, enquanto h� pouco desejando saber como se desenroscar. "Voc� ter� que nos perdoar, Lydia. O hor�rio � brutal. E h� um...
complica��o." Ele estremeceu, enquanto pensando como a Juliet levaria o ser rotulado uma complica��o.
"Carlo." Ela afiou mais �ntimo. "Voc� n�o me pode falar voc� tem n�o adquiriu alguns horas gr�tis para... um velho amigo. Eu tenho uma tremenda receita para "tonnato
de vitello. Ela murmurou as palavras e fez o prato parecer algo ser comido no luar. "Quem mais deveria cozinhar eu isto para mas o melhor chefe de cozinha na It�lia?
"
"Eu sou honrado." Ele p�s as m�os dele nos quadris dela esperando a afastar com o menos quantia de insulto.
N�o aconteceria depois a ele at� que ele n�o tinha sentido nenhum, absolutamente nenhum, do desejo casual que ele deveria ter. "Eu n�o esqueci isso que um cozinheiro
soberbo que voc� �, Lydia".
O riso dela era baixo e cheio de recorda��es. "Eu espero que voc� n�o esqueceu mais que isso."
"N�o." Ele deixou sair uma respira��o e optou para ser cego. "Mas voc� v� eu sou-"
Antes de ele pudesse terminar o ser honesto, a porta abriu novamente. Com uma x�cara de caf� na m�o dela, entrou a Juliet, ent�o veio a uma parada morta. Ela deu
uma olhada � ferida loira ao redor de Carlo goste de uma videira ex�tica. A sobrancelha dela ergueu como ela levou o olhar dela � face de Carlo. Se s� ela tivesse
uma m�quina fotogr�fica.
A voz dela era como esfrie e seque como os olhos dela. "Eu vejo voc� se encontrou."
"Juliet, eu-"
"Eu lhe darei alguns momentos para o... preinterview", ela disse blandly. "Tente embrulhar isto para cima antes das oito-cinq�enta, Carlo. Voc� querer� conferir
o "jogo de cozinha. Sem outra palavra, ela fechou a porta atr�s dela.
Embora os bra�os dela ainda estivessem ao redor do pesco�o de Carlo, Lydia olhou para a porta fechada. "Oops", ela disse ligeiramente.
O Carlo deixou sair uma respira��o longa como separaram eles. "Voc� n�o poderia ter posto melhor" isto.
�s nove horas, Juliet recuperou um assento confort�vel a meio caminho na audi�ncia. Quando Lydia passou despercebido no assento ao lado dela, ela deu para o rep�rter
um aceno f�cil, ent�o olhou atr�s ao jogo. At� onde ela pudesse contar, e ela tinha revisado toda polegada disto, estava perfeito.
Quando o Carlo foi apresentado a aplauso alegre que ela come�ou a relaxar, s� um pequeno. Mas quando ele come�ou prepara��es na galinha, enquanto movendo como um
cirurgi�o e falando com o anfitri�o dele, o est�dio dele e audi�ncia de televis�o gostam de um artista temperado, o relaxamento dela estava completo. Ele ia ser
fant�stico.
"Ele realmente � algo, ele n�o �? " Lydia murmurou durante a primeira fratura.
"Algo", a Juliet concordou.
O "Carlo e eu conhecemos a �ltima vez que ele estava em Chicago."
"Sim, eu juntei. Eu estou alegre voc� poderia fazer isto antes desta manh�. Voc� adquiriu o equipamento de imprensa eu enviei dentro? "
Ela � uma fresca, Lydia pensou e trocou no assento dela. "Sim. A caracter�stica deveria estar fora ao final da semana. Eu lhe enviarei um recorte."
"Eu apreciaria isto."
"Senhorita Trent-"
"Juliet, por favor". Pela primeira vez, a Juliet virou e sorriu completamente a ela. "Nenhuma necessidade para formalidade."
"Certo, Juliet, eu sinto como um bobo."
"Eu sinto muito. Voc� n�o deve. "
"Eu sou mesmo apaixonado por Carlo, mas eu n�o furto."
"Lydia, eu estou seguro n�o h� uma mulher vivo que n�o estaria apaixonado por Carlo." Ela cruzou as pernas dela como a contagem regressiva por gravar come�ou novamente.
"Se eu pensasse que voc� consideraria furtando at� mesmo, voc� n�o poderia apanhar seu l�pis."
Lydia ainda sentou para um momento, ent�o apoiado atr�s com um riso. Carlo tinha escolhido um real punhado para ele. Servido direito para ele. "Tudo � direito para
lhe desejar sorte? "
Juliet a atirou outro sorriso. "Eu apreciaria isto."
As duas mulheres poderiam ter vindo a condi��es amig�veis, mas n�o era f�cil o Carlo concentrar no trabalho dele enquanto eles sentaram cozily junto na audi�ncia.
A experi�ncia dele com Lydia tinha sido uns dois dias r�pidos e en�rgicos. Ele soube pouco mais dela que a prefer�ncia dela para �leo de amendoim por cozinhar e
linho de cama azul. Ele entendeu como f�cil era para um homem a ser executado sem tentativa. Ele pensou que ele pudesse sentir quase o espinho do la�o ao redor a
garganta dele.
Mas ele era inocente. O Carlo verteu a mistura de tomates, molho e temperos em cima da galinha dourada e fixou a cobertura. Se ele tivesse que ligar e a amorda�ar,
a Juliet o escutaria.
Ele cozinhou o prato dele com a sutileza de um artista que completa um retrato real. Ele executou para a audi�ncia como um thespian veterano. Ele j� pensou os pensamentos
escuros de um homem na doca.
Quando o espet�culo acabou, ele gastou alguns momentos obrigat�rios com o anfitri�o dele, ent�o deixou a tripula��o para devorar um do melhor cacciatores dele.
Mas quando ele voltou para o quarto verde, a Juliet n�o estava em nenhuma parte em vis�o. Lydia estava esperando. Ele teve nenhum escolhido mas lidar com ela, e
a entrevista, primeiro.
Ela n�o fez isto f�cil para ele. Entretanto, ao conhecimento dele, fizeram raramente as mulheres. Lydia conversou fora como se nada tinha acontecido. Ela fez as
perguntas dela, not�vel abaixo as respostas dele, o tempo todo com dano que vislumbra nos olhos dela. A comprimento, ele tinha tido bastante.
"Certo, Lydia, o que disse voc� a ela? "
"Para quem? " Toda a inoc�ncia, Lydia piscou a ele. "Oh, seu publicista. Uma mulher ador�vel. Entretanto eu quase n�o seria a pessoa a falta seu gosto, bem".
Ele subiu, jurou e desejou saber o que um homem desesperado deveria fazer com as m�os dele. "Lydia, n�s tivemos alguns horas agrad�veis junto. Nenhum mais."
"Eu sei." Algo no tom dela o fez pausar e olha atr�s. "Eu n�o imagino qualquer um de n�s poderia contar o n�mero de poucas horas agrad�veis que n�s tivemos."
Com um encolha os ombros, ela subiu. Talvez ela o entendeu, at� mesmo invejou o que ela pensou que ela leria nos olhos dele, mas era nem toda raz�o para o deixar
fora o gancho. "Sua Juliet e eu h� pouco conversamos, bem." Ela derrubou o bloco dela e l�pis na bolsa dela. Conversa de menina", voc� sabe. S� conversa de menina.
Obrigado pela entrevista, Carlo." � porta, pausou ela e retrocedeu. "Se voc� j� � atr�s na cidade sem um... complica��o, me d� um anel. Ciao."
Quando ela partiu que ele considerou rompimento algo. Antes de ele pudesse decidir o que seria os mais mais satisfazendo e destrutivo, a Juliet estava atarefado
dentro. Adquiramos movendo, Carlo. O t�xi est� esperando. Nos se parece ter� bastante tempo para voltar para o hotel, confirmar� e pegar� o avi�o mais cedo."
"Eu quero falar com voc�."
"Sim, multa. N�s falaremos no t�xi." Porque ela j� estava encabe�ando abaixo o corredor sinuoso que ele teve nenhum escolhido mas seguir.
"Quando voc� me contou o nome do rep�rter, eu n�o reuni isto simplesmente.
"Ponha isso que junto? " A Juliet puxou aberto a porta de metal pesada e saiu no lote de parte de tr�s. Se tivesse estado muito mais quente, ela notou, o Carlo poderia
ter dourado a galinha dele no asfalto. "Oh, que voc� tinha a conhecido. Bem, � t�o dif�cil de se lembrar de todo o mundo n�s nos encontramos, n�o �? " Ela passou
despercebido no t�xi e deu para o motorista o nome do hotel.
"N�s nos encontramos a meio caminho com o pa�s." Aborrecido, ele escalou dentro ao lado dela. "Coisas come�am a obscurecer."
"Eles fazem" certamente. Simpatizante, ela bateu levemente a m�o dele. "Detroit e Boston estar�o triste e sujo. Voc� ter� sorte para se lembrar de seu pr�prio nome."
Ela tirou de o p� compacto dela para dar para a maquiagem dela um cheque r�pido. "Entretanto eu posso ajudar na Filad�lfia. Voc� j� me falou voc� tem um... o amigo
l�."
"Ver�o � diferente." Ele levou o p� compacto dela. "Eu a conheci durante anos. N�s �ramos junto os estudantes. N�s never-Friends, n�s somos s� amigos", ele terminou
em um murm�rio. "Eu n�o gosto de" se explicar.
"Eu posso ver isso." Ela tirou de contas e calculou a gorjeta como o t�xi preparou o hotel. Como ela come�ou a deslizar fora, ela deu para o Carlo um olhar longo,
"ningu�m lhe perguntou."
"Rid�culo." Ele a teve pelo bra�o antes de ela tivesse alcan�ado as portas rotativas. "Voc� pergunta. N�o � necess�rio perguntar com palavras para perguntar."
"Culpa o faz imaginar todos os tipos de coisas." Ela balan�ou pelas portas e no sal�o de entrada.
"Culpa? " Enraivecido, ele a alcan�ou aos elevadores. "Eu n�o tenho nada que ser culpado para. Um homem tem que cometer algum crime, algum pecado, para culpa".
Ela calmamente escutou como ela entrou no carro de elevador e empurrou o bot�o para o ch�o deles/delas. "Isso � verdade, Carlo. Voc� parece a eu ser um homem dobrado
em fazer uma confiss�o."
Ele foi embora em um fluxo �gneo de italiano que teve os outros dois ocupantes do carro que afia nos cantos. Juliet dobrou o dela d� serenely e decidiu ela nunca
tinha se desfrutado mais. Os outros passageiros deram para o Carlo uma cabina larga como o elevador parado no ch�o deles/delas.
"Voc� quis agarrar algo r�pido que comer no aeroporto ou esperar at� que n�s pousamos? "
"Eu n�o estou interessado em comida."
"Uma declara��o estranha de um chefe de cozinha." Ela ventou no corredor. "Leve dez minutos para empacotar e eu pedirei um bellman." A chave estava na m�o dela e
na fechadura antes dos dedos dele circulou o pulso dela. Quando ela olhou para ele, ela pensou que ela nunca tinha o visto verdadeiramente frustrado antes. Bom.
Era sobre tempo.
"Eu n�o empacoto nada at� que isto � resolvido."
"At� o que � resolvido? " ela se se opor a.
"Quando eu cometer um crime ou um pecado, eu fa�o assim com honestidade completa." Era o mais �ntimo ele viria a uma explos�o. A Juliet ergueu uma sobrancelha e
escutou atentamente. "Era Lydia que teve os bra�os dela ao redor de mim."
Juliet sorriu. "Sim, eu vi bastante claramente como voc� estava lutando. Uma mulher deveria ser trancada por tirar vantagem de um homem que modo."
Os olhos dele, j� escuro, foi quase preto. "Voc� � sarc�stico. Mas voc� n�o entende as circunst�ncias."
"Pelo contr�rio." Ela apoiou contra a porta. "Carlo, eu acredito que eu entendi as circunst�ncias perfeitamente. Eu n�o acredito que eu lhe pedi que explique qualquer
coisa. Agora, voc� empacotaria melhor se n�s formos pegar aquele avi�o cedo." Durante a segunda vez, ela fechou a porta na face dele.
Ele estava de p� onde ele era para um momento, rasgado. Um homem esperou uma certa quantia de ci�me de uma mulher ele era envolvido com. Ele at� mesmo, bem, desfrutou
isto a um ponto. O que ele n�o esperou era um sorriso, um tapinha na compreens�o de cabe�a e arejada quando ele tinha sido pegado nos bra�os de outra mulher. Por�m
inocentemente.
N�o, ele n�o esperou isto, o Carlo decidiu. Ele n�o toleraria isto.
Quando a batida afiada veio na porta, a Juliet estava ficando parado com uma m�o na ma�aneta. Sabiamente, ela contou at� dez antes de ela abrisse isto.
"Voc� precisou algo? "
Cuidadosamente, ele estudou a face dela para uma armadilha. "Voc� n�o est� bravo."
Ela ergueu as sobrancelhas dela. "N�o, por que? "
"Lydia est� muito bonito."
"Ela �" certamente.
Ele pisou dentro. "Voc� n�o tem ci�mes? "
"N�o seja absurdo." Ela escovou uma pinta de lint da manga dela. "Se voc� me achou com outro homem, debaixo de circunst�ncias semelhantes, que voc� entenderia, eu
estou seguro."
"N�o." Ele fechou a porta atr�s dele. "Eu quebraria a face" dele.
"Oh? " Bastante contente, ela se virou juntar alguns coisas da c�moda dela. "Isso � o temperamento italiano, eu suponho. A maioria de meus antepassados estava bastante
calmo. Me d� que escova, o v�? "
O Carlo apanhou isto e derrubou isto na m�o dela. "Staid-this quer dizer? "
"Tranq�ilo e robusto, eu suponho. Embora houvesse a trisav� de one-my, eu penso. Ela achou o marido dela titilando a empregada de copa. No tipo calmo dela de modo,
ela o bateu apartamento com uma frigideira de elenco-ferro. Eu n�o penso ele j� titilou quaisquer dos outros criados." Afian�ando a escova em um caso de pl�stico,
ela organizou isto na bolsa. � dito que "eu puxo a ela."
A levando pelos ombros, ele a virou estar em frente dele. N�o havia nenhuma frigideira dispon�vel."
"Retifique bastante, mas eu sou inventivo. Carlo... " Ainda sorrindo, ela deslizou os bra�os dela ao redor o pesco�o dele. "Se eu n�o tivesse entendido o no qual
ia exatamente, teria sido esvaziado o caf� que eu tinha ido buscar para voc� em cima de sua cabe�a. Capice? "
"Si." Ele sorriu como ele esfregou o nariz dele contra seu. Mas ele realmente n�o a entendeu. Talvez isso era por que ele estava encantado por ela. Abaixando a boca
dele a seu, ele deixou o encanto crescer. "Juliet", ele murmurou. H� um avi�o posterior para Detroit, sim? "
Ela tinha desejado saber se ele j� pensasse nisto. "Sim, esta tarde."
Voc� soube que � insalubre para o sistema apressar." Como falou ele, ele deslizou a jaqueta dos bra�os dela de forma que isto deslizou ao ch�o.
"Eu ouvi falar algo disso."
"Muito verdadeiro. � muito melhor, enquanto falando medicalmente, ocupar o tempo da pessoa. Manter um passo fixo, mas n�o um jejum um. E, claro que, dar o tempo
de sistema para relaxar a intervalos regulares. Poderia ser muito insalubre para n�s empacotarmos agora e correr para o aeroporto." Ele desenganchou a saia dela
de forma que isto seguiu a jaqueta dela.
"Voc� tem raz�o provavelmente."
"Claro que eu tenho raz�o", ele murmurou na orelha dela. "Nunca faria para qualquer um de n�s estar doente na excurs�o."
"Desastroso", ela concordou. "Na realidade, poderia ser melhor se n�s ambos h� pouco secular abaixo para um pequeno tempo."
"O muito melhor. A pessoa tem que vigiar a "sa�de da pessoa.
"Eu n�o pude concordar mais", ela lhe falou como a camisa dele uniu a saia dela e jaqueta.
Ela estava rindo como eles ca�ram sobre a cama.
Ele a gostou deste modo. Livre, f�cil, entusi�stico. Da mesma maneira que ele gostou do refrigerador dela, humores mais enigm�ticos. Ele poderia a desfrutar de cem
modos diferentes porque ela sempre n�o era a mesma mulher. Ainda ela sempre era o mesmo.
Macio, como era agora ela. Morno onde quer que ele tocasse, luxuoso onde quer que ele provasse. Ela poderia ser um momento submisso, agressivo o pr�ximo, e ele nunca
cansou dos balan�os.
Eles fizeram amor agora em risada, algo ele soube mais que a maioria era precioso e raro. At� mesmo quando a paix�o come�ou a dominar, havia um senso subjacente
de prazer que n�o nublou o fogo. Ela lhe deu mais em um momento que ele tinha pensado que ele j� acharia toda vida com uma mulher dentro.
Ela nunca tinha sabido ela poderia ser este way-laughing, enquanto agitando, feliz, desesperado. Havia tantos coisas que ela n�o tinha sabido. Toda vez ele a tocou
era algo novo, entretanto era de alguma maneira como se o toque dele fosse tudo que ela alguma vez tinha sabido. Ele fez o dela sinta fresco e desej�vel, selvagem
e choroso tudo de uma vez. No espa�o de minutos, ele poderia lhe trazer um senso de satisfa��o e uma gama fren�tica de excita��es.
O mais que ele trouxe, o mais que ele deu, e o mais f�cil se tornou para ela dar. Ela n�o estava atenta contudo, nem era ele, que toda vez eles fizeram amor, a intimidade
cresceu e esparramou. Estava ganhando uma for�a e peso que n�o quebrariam com caminhar fora simplesmente. Talvez se eles tivessem sabido, eles teriam lutado isto.
Ao inv�s, eles amaram um ao outro pela manh� com o verve de mocidade e a profundidade de familiaridade.

Cap�tulo 10
A Juliet desligou o telefone, arrastou uma m�o pelo cabelo dela e jurou. Subindo, ela jurou novamente ent�o movido para a expans�o larga de janela no apartamento
de Carlo. Para alguns momentos ela n�o murmurou a nada e ningu�m em particular. Pelo quarto, Carlo que posi��o espregui�ou no sof�. Sabiamente, ele esperou at� que
ela tinha deca�do em sil�ncio.
"Problemas? "
"N�s somos enevoados dentro." Jurando novamente, ela fitou fora a janela. Ela poderia ver a n�voa, grosso e ainda pendurando fora do copo. Detroit foi obliterada.
"Todos os v�os s�o cancelled. O �nico modo que n�s vamos chegar para Boston � ressaltar nossos dedos polegares."
"Dedos polegares? "
"N�o importa." Ela virou e paced ao redor do apartamento.
Detroit tinha sido um c�rculo s�lido de m�dia e eventos, e o Renascimento Center um lugar bonito para ficar, mas agora estava na hora para se mudar. Boston estava
fora via a�rea h� pouco um pulo, de forma que a noite poderia ser dedicado a tra�ar fora relat�rios e o sono de uma boa noite. Com exce��o do fato que n�voa tinha
dirigido dentro do lago e tinha posto a cidade inteira debaixo de envolturas.
Preso, a Juliet pensou como ela luziu novamente fora a janela. Aderiu quando eles tiveram uma 8:00 DA MANH� demonstra��o ao vivo em um espet�culo matutino bem estabelecido
em Boston.
Ele trocou um pouco, mas n�o sentou para cima. Se n�o tivesse sido muita dificuldade, ele poderia ter contado fora o n�mero de tempos ele tinha sido fundamentado
por uma raz�o ou outro. Um, ele recordou, tinha sido um dan�arino de dan�a espanhola em Madrid que o distraiu em omitir o �ltimo v�o. Melhor n�o mencionar isto.
Ainda, quando tais coisas aconteceram, o Carlo refletiu, era melhor relaxar e desfrutar o momento. Ele conheceu melhor a Juliet.
"Voc� est� preocupado sobre a TELEVIS�O pela manh�."
"Claro que eu sou." Como ela paced, ela revisou toda possibilidade. Alugue um carro e drive-no, at� mesmo em tempo claro era simplesmente muito longe. Eles poderiam
garantir um avi�o e poderiam esperar a n�voa clareada por amanhecer. Ela levou outro relance fora. Eles eram sessenta-cinco ch�os para cima, mas eles podem bem como
foi sessenta-cinco p�s abaixo. N�o, ela decidiu, nenhuma mancha de televis�o valeu o risco. Eles teriam que cancelar. Isso era isso.
Ela derrubou abaixo em uma cadeira e preso os p�s de stockinged dela para cima por Carlo. "Eu sinto muito, Carlo, n�o h� nenhum modo ao redor isto. N�s teremos que
esfregar Boston."
"Esfregue Boston? '' Lazily ele dobrou os bra�os dele atr�s da cabe�a dele. "Juliet, Franconi n�o esfrega nada. Cozinhe, sim, esfregue, n�o."
A levou um momento perceber ele era s�rio. "Eu quero dizer cancelamento."
"Voc� n�o disse cancelamento."
Ela levantou fora uma respira��o longa. "Eu estou dizendo isto agora." Ela meneou os dedos do p� dela, enquanto os achando cad�ver um pouco depois de um dia de dez-hora.
H� nenhum espa�o que n�s podemos fazer para a televis�o manchar, e isso � a coisa maior n�s temos andamento em Boston. H� um par de entrevistas de impress�o e um
autographing. N�s n�o esperamos muito para mover l�, e n�s dependendo da mancha de TELEVIS�O para isso. Sem isto... " Ela encolheu os ombros e se resignou. "� uma
lavagem."
Deixando os olhos dele meio fim, o Carlo decidiu que o sof� era um lugar excelente para passar uma hora ou assim. "Eu n�o lavo."
Ela o atirou um olhar nivelado. "Voc� n�o vai ter que fazer qualquer coisa mas mentir em your-back", ela decidiu depois de um momento, "durante as pr�ximas vinte
e quatro horas".
"Nada? "
"Nada."
Ele sorriu. Movendo mais rapidamente que ele parecia capaz de, ele sentou para cima, a agarrou pelos bra�os e a baixou com ele. "Bom, voc� mente comigo. Duas parte
de tr�s, madonna, s�o melhores que um."
"Carlo." Ela n�o p�de evitar o primeiro beijo. Ou talvez ela n�o investiu o melhor esfor�o dela nisto, mas ela soube que era essencial para evitar o segundo. "Espere
um minuto."
"S� vinte e quatro horas", ele a lembrou como ele moveu � orelha dela. "Nenhum tempo desperdi�ar."
"Eu tenho to-Stop que", ela ordenou quando os pensamentos dela come�aram a nublar. H� arranjos para ser feito."
"Que arranjos? "
Ela fez um esbo�o mental r�pido. Retifique, ela j� tinha confirmado do quarto dela. Eles tinham mantido s� o apartamento para conveni�ncia, e at� as seis. Ela poderia
reservar outro quarto separado durante a noite, but-she podem bem como admita neste caso era tolo. Movendo os ombros dela, ela cedeu ante viabilidade inata. "Como
manter o apartamento durante a noite."
"Isso � importante." Ele ergueu a cabe�a dele um momento. A face dela j� foi corada, os olhos dela j� macio. Quase como se ela tivesse falado em voz alta, ele seguiu
o trem de pensamento. Ele n�o p�de ajudar mas poderia admirar o modo a mente dela trabalhou de um ponto para o pr�ximo em tais linhas diretas.
"Eu tenho que chamar Nova Iorque e os deixar sabe nosso estado. Eu tenho que chamar Boston e cancelar, ent�o o aeroporto e muda nosso v�o. Ent�o eu-"
"Eu penso que voc� tem um caso de amor com o telefone. � dif�cil um homem ter ci�mes de um objeto inanimado."
"Telefones s�o minha vida." Ela tentou deslizar fora de debaixo dele, mas n�o adquiriu em nenhuma parte. "Carlo."
"Eu gosto quando voc� disser meu nome com s� um toque de exaspera��o."
"Vai ser mais que um toque por um minuto."
Ele tinha pensado que ele desfrutaria que como bem. "Mas voc� n�o me falou contudo como fant�stico eu era hoje."
"Voc� era fant�stico." Era t�o f�cil relaxar quando ele a segurou assim. Os telefonemas poderiam esperar, h� pouco um pouco. Afinal de contas, eles n�o iam em qualquer
lugar. "Voc� os hipnotizou com seu linguini."
"Meu linguini � hipn�tico", ele concordou. "Eu encantei o rep�rter da Imprensa livre."
"Voc� deixou estupefeito para ele. Detroit nunca ser� o mesmo."
"Isso � verdade." Ele beijou o nariz dela. "Boston n�o saber� o que est� perdendo."
"N�o me" lembre, ela come�ou, ent�o sem dinheiro fora. Carlo poderia ouvir quase o torneamento de rodas.
"Uma id�ia." Resignado, ele a rodou em cima dele e a assistiu pense.
"Poderia trabalhar", ela murmurou. "Se todo o mundo cooperar, poderia trabalhar muito bem. Na realidade, h� pouco poderia ser maravilhoso."
"O que? "
"Voc� reivindica ser um m�gico como tamb�m artista."
"Mod�stia me previne de-"
"Salve." Ela subiu at� ela stradled ele. "Voc� me falou uma vez voc� poderia cozinhar em um esgoto."
Carranqueando, ele brincou com o pequeno arco de ouro que ela usou na orelha dela. "Sim, talvez eu fiz. Mas esta � s� uma express�o-"
"Como sobre cozinhar atrav�s de controle remoto? "
As sobrancelhas dele reuniram, mas ele correu a m�o dele � toa � bainha da saia dela que tinha montado alto na coxa dela. "Voc� tem pernas extraordin�rias", ele
disse passando, ent�o lhe prestou a aten��o dele. "O que quer dizer voc� atrav�s de controle remoto? "
"H� pouco isso." Fira para cima com a id�ia, a Juliet subiu e agarrou o bloco dela e l�pis. "Voc� me d� novamente o linguini de todo o ingredients-it amanh�, direito?
"
"Sim, minha especialidade."
"Bom, eu tenho tudo aquilo de qualquer maneira no arquivo. N�s podemos montar uma telef�nica sess�o entre Detroit e o est�dio em Boston. Voc� pode ser no ar l� enquanto
n�s estivermos aqui."
"Juliet, voc� pede muita magia."
"N�o, � h� pouco eletr�nica b�sica. O anfitri�o do show-Paul O'Hara-can reuniu o prato no ar enquanto voc� o fala por isto. Est� como falar um avi�o dentro, voc�
sabe. Quarenta graus para a x�cara de left-a de farinha."
"N�o."
"Carlo."
Levando o tempo dele, ele inquiriu fora os sapatos dele. "Voc� o, este O'Hara que sorri para a m�quina fotogr�fica, quer cozinhar meu linguini? "
"N�o se ponha temperamental em mim", ela advertiu, enquanto a mente dela saltou � frente a possibilidades. "Olhe, voc� escreve livros de receitas assim a pessoa
comum pode cozinhar um de seus pratos."
"Os cozinhe, sim." Ele examinou as unhas dele. "N�o como Franconi."
Ela abriu a boca dela, ent�o fechou isto novamente. Ande suavemente no ego, a Juliet se lembrou. Pelo menos at� que voc� adquire seu modo. "Claro que n�o, Carlo.
Ningu�m espera isso. Mas n�s poder�amos nos transformar esta inconveni�ncia em um real evento. Usando seu livro de receitas no ar, e algum treinamento pessoal de
voc� por telefone, o O'Hara pode preparar o linguini. Ele n�o � um chefe de cozinha ou um gourmet, mas uma pessoa comum. Ent�o, ele estar� dando para a audi�ncia
as rea��es da pessoa comum. Ele cometer� os erros da pessoa comum que voc� pode corrigir. Se n�s puxarmos isto fora, as vendas de seu livro de receitas v�o planar.
Voc� sabe que voc� pode fazer isto." Ela sorriu winningly. "Por que voc� disse at� mesmo que voc� pudesse me ensinar a cozinhar, e eu sou desamparado na cozinha.
Certamente voc� pode falar o O'Hara por um prato."
"Claro que eu posso." Dobrando os bra�os dele novamente, ele encarou o teto. A l�gica dela era infal�vel, a id�ia dela criativo. Para ser verdadeiro, ele gostou
de it-almost tanto quanto ele gostou da id�ia de n�o ter que voar para Boston. Ainda, apenas parecia justo para dar sem adquirir. "Eu farei it-on uma condi��o."
"O qual �? "
"Amanh� de manh�, eu falo este O'Hara por linguini. Hoje � noite... " E ele sorriu a ela. "N�s temos um ensaio de vestido. Eu o falo por isto."
Juliet deixou de bater o fim do l�pis dela no bloco. "Voc� quer que eu cozinhe linguini? "
"Com minha orienta��o, mia de cara, voc� poderia cozinhar qualquer coisa."
A Juliet refletiu sobre isto e decidiu n�o importou. O apartamento n�o teve uma cozinha este tempo, assim ele estaria contando com usar o hotel. Isso pode ou pode
n�o trabalhar. Se fizesse, uma vez ela tinha arruinado isto, eles poderiam ordenar servi�o de quarto. A linha de fundo estava salvando o que ela p�de de Boston.
"Eu amaria. Agora, eu tenho que fazer essas liga��es."
O Carlo fechou os olhos dele e optou para um cochilo. Se ele fosse ensinar para dois amadores os segredos de linguini dentro de doze horas, ele precisaria da for�a
dele. "Me se desperte quando voc� terminou", ele lhe falou. "N�s temos que inspecionar a cozinha do hotel."
A levou a melhor parte de duas horas, e quando ela desligou durante a �ltima vez, o pesco�o de Juliet era duro e os dedos dela entorpecem. Mas ela teve o que ela
quis. Hal lhe falou ela era um g�nio e o O'Hara disse pareceu divers�o. Arranjos j� estavam nos trabalhos.
Este tempo a Juliet sorriu � n�voa teimosa que roda fora da janela. Chova nem fa�a temporal nem escuro em noite, pensou ela, contente com ela. Nada ia parar Juliet
Trent.
Ent�o ela examinou a Carlo. Algo inclinou dentro o dela isso teve a confian�a dela e presun��o oscilando. Emo��o, ela refletiu. Era algo que ela n�o tinha escrito
no itiner�rio.
Bem, talvez havia uma cat�strofe que n�o estava nos livros. Talvez tinha um anos ela n�o p�de resolver o modo dela com uma id�ia criativa e poderia apressar. Ela
teve que levar os sentimentos dela para Carlo um simplesmente pisa de cada vez.
Quatro mais dias, ela meditou, e o passeio terminaria. A m�sica pararia e estaria na hora para descer do carrossel.
Era nem todo uso que tenta ver al�m que ainda; era todas as p�ginas de espa�o em branco. Ela teve que se agarrar para a convic��o que vida foi constru�da um dia
de cada vez. Carlo iria, ent�o ela apanharia os peda�os e come�aria a vida dela novamente daquele ponto.
Ela era n�o engane bastante para se falar ela n�o choraria. Seriam derramadas l�grimas em cima dele, mas eles seriam derramados quietamente e reservadamente. Programe
por um dia por lamentar, ela pensou lan�ado o bloco dela fora ent�o.
N�o era saud�vel para pensar agora nisto. Havia s� quatro esquerda de dias. Para um momento, ela olhou para baixo �s m�os vazias dela e desejou saber se ela tivesse
dado os passos que ela tinha levado se ela tivesse sabido onde eles a conduziriam. Ent�o ela examinou a ele e simplesmente o assistiu sono.
At� mesmo com os olhos dele fechados e aquela vida interna irreprim�vel que ele estava usando cabo, ele poderia a puxar. Simplesmente n�o era um assunto seu olha,
ela percebeu. Ela n�o era uma mulher que volta a vida dela lateralmente para atra��o f�sica simples. Era uma quest�o de estilo. Sorrindo, ela subiu e caminhou mais
�ntimo a ele como dormiu ele. N�o importa como pr�tico ela era, quanto bom senso que ela possuiu, ela n�o poderia ter resistido ao estilo dele.
N�o h� nenhum pesar, ela reafirmou. N�o agora, nem em cinco dias tempo quando um oceano e prioridades os separaram. Como anos passados, e as vidas deles/delas flu�ram
e alteraram, ela se lembraria de um punhado de dias quando ela tinha tido algo especial.
Nenhum tempo para desperdi�ar, tinha dito ele. Pegando a l�ngua dela nos dentes dela a Juliet decidiram que ela n�o pudesse concordar mais. Alcan�ando para cima,
ela come�ou a desabotoar a blusa dela. Como um assunto de h�bito, ela drapejou isto cuidadosamente em cima da parte de tr�s de uma cadeira antes de ela desenganchasse
a saia dela. Quando isso caiu, ela ergueu isto, alisou isto fora e dobrou isto. Os alfinetes estavam fora tirados do cabelo dela, um por um, ent�o fixado aparte.
Vestido dentro um muito n�o pr�tico ate camiseta e biqu�ni de fio que ela moveu mais �ntimo.
Carlo despertou com o sangue dele bombeando e o girando de cabe�a dele. Ele poderia cheirar o cheiro dela ligeiramente no cabelo dela, mais precipitado a pele dela
como a boca dela assumiu comando seu. O corpo dela j� estava aquecido como ela p�e comprimento completo nele. Antes de ele pudesse reunir os primeiros pensamentos
dele, o pr�prio corpo dele seguiu terno.
Ela era tudo ate e carne e paix�o. N�o havia tempo para firmar o controle dele ou polir o estilo dele. Urgente e desesperado, ele alcan�ou para ela e achou seda
e delicadeza, for�a e demanda onde quer que ele tocasse.
Ela desabotoou a camisa dele e tomou isto de forma que a pele deles/delas � parte poderia se encontrar e poderia despertar. Em baixo de seu, ela sentia a ra�a de
batida do cora��o dele e bate at� que poder a fez atordoado. Capturando os l�bios dele uma vez mais, ela s� pensou em condu��o ele para loucura. Ela poderia sentir
esparramou por ele, enquanto crescendo, construindo, de forma que isto dominariam ambos eles.
Quando ele rolou de forma que ela foi apanhado entre a parte de tr�s do sof� e o corpo dele, ela estava pronta para renunciar controle. Com um gemido, escurid�o
e l�quido, ela se deixou desfruta o que ela tinha come�ado.
Nenhuma mulher alguma vez tinha feito isto a ele. Ele entendeu que como os �nicos pensamentos dele eram devorar tudo que ela teve. Os dedos dele, t�o inteligente,
t�o qualificado, t�o suave, puxaram ao ate at� que a correia magra rasgou com quase n�o um som.
Ele achou her-small peitos macios que t�o perfeitamente ajustaram nas m�os dele, a gaiola de costela estreita forte e cintura esbelta. Seu. A palavra o dirigiu furioso
quase. Ela era o dele agora, como ela tinha estado no sonho ela woken ele de. Talvez ele ainda estava sonhando.
Ela cheirou de segredos, segredos pequenos, femininos nenhum homem j� completamente entendido. Ela provou de paix�o, maduro, tremendo paix�o todo homem almejou.
Com a l�ngua dele ele provou aquela do�ura vale sutil entre os peitos dela e sentia o tremor dela. Ela era forte; ele nunca tinha duvidado isto. Na for�a dela, ela
estava rendendo completamente a ele, para o prazer de cada.
O use espartilho cheirado dela. Ele poderia ter se espojado nisto, mas a pele dela era irresist�vel. Ele puxou a camiseta at� a cintura dela e festejou nela.
Com as m�os dela enroscadas no cabelo dele, o corpo dela em chamas, ela s� pensou nele. Nenhum amanh�, nenhum ontem. Por�m muito ela poderia negar isto por uma hora,
elas se tornariam uma �nica unidade. A pessoa dependeu no outro para prazer, para conforto, para excita��o. Para tanto mais n�o ousou ela pense nisto. Ela ansiou
por ele; nada j� pararia isto. Mas agora, ele estava a, r�pido e furioso, levando por portas tinham aberto eles junto. Nenhum deles tinha ido l� antes com outro,
nem vai novamente.
Juliet se entregou para a escurid�o, o calor, e para Carlo.
Ele puxou a equita��o de cordas magra nos quadris dela, enquanto almejando a ess�ncia dela. Quando ele tinha a dirigido em cima do primeiro cume, ele soube e se
divertiu nisto. Com ondas infinitas de desejo, ele a chicoteou novamente para cima, e ainda novamente, at� que eles ambos estavam tremendo. Ela convocou o nome dele
como ele correu os l�bios dele abaixo a perna dela. Tudo dela eram o pensamento supremo na mente dele. Ele teria tudo dela at� que ela estava disposta, pronta para
ter tudo dele.
"Juliet, eu o" quero. A face dele estava novamente sobre seu, o respira��o puxando dele. "Olhe para mim."
Ela estava cambaleando na extremidade daquela navalha entre raz�o e loucura. Quando ela abriu os olhos dela, a face dele encheu a vis�o dela. Era tudo que ela quis.
"Eu o" quero, ele repetiu enquanto o sangue se enfureceu na cabe�a dele. "S� voc�."
Ela foi embrulhada ao redor dele, a cabe�a dela arqueou atr�s. Para um momento, se encontraram os olhos deles/delas e seguraram. Que coursed por eles n�o era algo
que eles poderiam tentar explicar. Era perigo e seguran�a.
"S�", ela murmurou e o levou nela.
Eles eram ambos ambos ambos conte�do abalado atordoado. Nu, �mido e esquenta, eles se deitam enroscado junto em sil�ncio. Tinham sido faladas palavras, a Juliet
pensou. Palavras que fizeram parte da loucura do momento. Ela teria que levar se preocupa n�o os repetir quando paix�o estava gasta. Eles n�o precisaram de palavras;
eles tiveram quatro dias. Ainda ela doeu os ouvir novamente, os dizer novamente.
Ela poderia fixar o tom entre eles, ela pensou. Ela s� teve que come�ar agora e continuar. Nenhuma press�o. Ela manteve os olhos dela fecharam um momento mais muito
tempo. Nenhum pesar. O momento extra ela levou para retirar a for�a dela foi desadvertido.
"Eu h� pouco poderia ficar assim durante uma semana", ela murmurou. Embora ela quisesse dizer isto, as palavras foram ditas lazily. Virando a cabe�a dela, ela olhou
para ele, sorriu. "Voc� est� pronto para outro cochilo? "
Havia tanto ele quis dizer. Tanto, ele pensou, ela n�o quis ouvir. Eles estabeleceriam as regras; ele s� teve que os seguir. Nada era t�o f�cil quanto deveria ter
sido.
"N�o." Ele beijou a testa dela. "Embora eu achasse nunca se despertando de um cochilo mais encantador. Agora, eu penso que est� na hora de sua pr�xima li��o."
"Realmente? " Ela pegou o l�bio de fundo dela entre os dentes dela. "Eu pensei eu tinha me formado."
"Cozinhando", ele lhe falou, enquanto lhe dando um belisc�o r�pido para onde machos italianos eram propensos.
A Juliet lan�ou o cabelo dela atr�s e o beliscou atr�s. "Eu pensei voc� se esqueceria disso."
'' Franconi nunca esquece. Uma chuva r�pida, uma mudan�a de roupas e at� a cozinha."
Agrad�vel, a Juliet encolheu os ombros. Ela n�o pensou durante um minuto a administra��o lhe permitiria dar uma li��o de arte culin�ria na cozinha deles/delas.
Trinta minutos depois, ela era erradamente provada.
Carlo evitou administra��o somente. Ele viu nenhuma raz�o para passar por uma cadeia de comando. Com muito pequeno espalhafato, ele a guiou pelo quarto jantando
elegante do hotel e na cozinha grande, alta. Cheirou ex�tico e pareceu uma esta��o de metr�.
Eles o parariam aqui, a Juliet decidiu, ainda certo eles estariam jantando fora ou por servi�o de quarto dentro da hora. Embora ela tivesse mudado em cal�as jeans
confort�veis, ela teve nenhum plano para cozinhar. Um olhar no quarto grande com seus eletrodom�sticos enormes e acres de contador ela buscou positiva ela n�o vai.
N�o a ser provado errado novamente deveria ter pegado de surpresa.
"Franconi! " O nome prosperou fora e ecoou fora as paredes. Juliet saltou tr�s polegadas atr�s.
"Carlo, eu penso que n�s devemos-'' Mas como falou ela, ela olhou para a face dele. Ele estava sorrindo de orelha a orelha.
"Pierre! "
Como ela olhou em, o Carlo foi envolvido por um largo, branco-aproned o homem com um bigode se inclinando e uma face t�o grande e redondo quanto uma frigideira.
A pele dele brilhou com suor, mas ele funde inoffensively de tomates.
"Voc� o devasso italiano, o que faz voc� em minha cozinha? "
"Honre", o Carlo disse como separaram eles. "Eu pensei que voc� estava em Montreal, enquanto envenenando os turistas."
"Eles me imploram que leve a cozinha aqui." O homem grande com o acento franc�s pesado encolheu os ombros ombros de tanklike. "Eu sinto arrependido para eles. Americanos
t�m t�o pouca sutileza na cozinha."
"Eles ofereceram a pagar o pela libra", o Carlo disse secamente. "Suas libras."
O Pierre segurou ambas as m�os ao meio abundante dele e riu. "N�s entendemos um ao outro, velho amigo. Ainda, eu acho a Am�rica a minha prefer�ncia. Voc�, por que
voc� em Roma n�o est� beliscando as senhoras? "
"Eu estou acabando uma excurs�o para meu livro."
"Mas sim, voc� e seus livros de receitas." Um barulho atr�s dele o teve olhando ao redor e berrando em franc�s. Juliet tinha certeza as paredes tremidas. Com um
sorriso, ele ajustou o chap�u dele e retrocedeu a eles. "Isso vai bem? "
"Bem bastante." Carlo se aproximou a Juliet. "Este � Juliet Trent, meu publicista".
"Assim vai muito bem", o Pierre murmurou como levou ele
A m�o de Juliet e escovou os l�bios dele em cima disto. "Talvez eu escreverei um livro de receitas. Bem-vindo a minha cozinha, mademoiselle. Eu sou � sua disposi��o."
Encantado, a Juliet sorriu. Obrigado, Pierre".
"N�o deixe o bobo este aqui voc�", o Carlo advertiu. "Ele tem uma filha sua idade."
"Ora! " Pierre lhe deu um olhar de sobrancelha abaixado. "Ela � mas dezesseis. Se ela fosse um dia mais velho que eu chamaria minha esposa e lhe digo que feche as
portas enquanto Franconi for na cidade."
Carlo sorriu. Tal lisonja", Pierre". Com as m�os dele enganchadas na parte de tr�s dele embolsa, ele deu uma olhada ao redor do quarto. "Muito agrad�vel", ele meditou.
Erguendo a cabe�a dele, ele cheirou o ar. "Pato. Aquele pato � eu cheiro? "
Pierre se enfeitou. "A especialidade. Au de Canard o Pierre."
"Fantastico. '' o Carlo balan�ou um bra�o ao redor de Juliet como ele a conduziu mais �ntimo para o cheiro. "Ningu�m, absolutamente ningu�m, faz para abaixar o que
o Pierre pode fazer."
Os olhos pretos na face de fritar-panela vislumbraram. "N�o, voc� me, "ami de mon, lisonjeia.
N�o h� nenhuma lisonja em verdade." O Carlo olhou em enquanto um assistente esculpiu o pato de Pierre. Com a facilidade de experi�ncia, ele levou uma lasca pequena
e estourou isto na boca de Juliet. Dissolveu l�, enquanto deixando para tr�s um sabor evasivo para o que implorou mais. Carlo p�s a l�ngua dele somente no dedo polegar
dele testar. "Primoroso, como sempre. Voc� se lembra, Pierre, quando n�s preparamos o banquete de compromisso do X�? Cinco, seis anos atr�s".
"Sete", o Pierre corrigiu e suspirou.
"Seu pato e meus canelones."
"Magn�fico. N�o tanto p�prica naquele peixe", ele prosperou fora. "N�s n�o estamos em Budapeste. Esses eram os dias", ele continuou facilmente. "Mas... " O encolha
os ombros era essencialmente gaul�s. "Quando um homem tem a terceira crian�a dele, ele tem que se estabelecer, oui? "
Carlo deu outro olhar na cozinha, e com o olho de um perito aprovado. "Voc� escolheu uma mancha excelente. Talvez voc� me deixaria ter um canto disto pouco tempo"
para.
"Um canto? "
"Um favor", o Carlo disse com um sorriso que teria encantado as p�rolas de ostras. "Eu prometi para minha Juliet lhe ensinar como preparar linguini."
"Linguini decoram biance de vongole? " Os olhos de Pierre brilharam.
"Naturalmente. � minha especialidade."
"Voc� pode ter um canto de minha cozinha, ami de mon, em troca de um prato".
O Carlo riu e bateu levemente o est�mago de Pierre. "Para voc�, amico, dois pratos".
O Pierre o apertou pelos ombros e beijou ambas as bochechas. "Eu sinto minha mocidade voltando a mim. Me conte o que voc� precisa."
Num instante nada, Juliet se achou coberto em um avental branco com o cabelo dela comprimido no chap�u de um chefe de cozinha. Ela poderia ter sentido rid�culo se
ela tivesse sido determinada a chance.
"Primeiro voc� pica os moluscos."
Juliet olhou para Carlo, ent�o abaixo �s bagun�as de moluscos na t�bua cortante. "Os pique? "
"Como assim." O Carlo levou a faca e com alguns movimentos r�pidos a metade dos moluscos teve em peda�os pequenos, perfeitos. "Prova."
Sentindo um pouco como um executor, a Juliet derrubou a faca. "Eles n�o s�o... bem, vivo, eles s�o? "
"Madonna, qualquer molusco considera ele honrou para fazer parte do linguini de Franconi. Um pouco menor l�.
Sim." Satisfeito, ele passou uma cebola para ela. "Cortado, n�o muito multa." Novamente, ele demonstrou, mas este tempo a Juliet sentia mais em casa. Aceitando a
faca, ela cortou novamente at� que a cebola estava em peda�os e os olhos dela estava fluindo.
"Eu odeio cozinhar", ela murmurou mas o Carlo s� empurrou um dente de alho a ela.
"Isto � cortado muito bom. Sua ess�ncia � o que n�s precisamos, n�o tanto textura." Ele se levantou em cima do ombro dela, enquanto assistindo at� que ele aprovou.
"Voc� tem m�os boas, Juliet. Agora aqui, derreta a manteiga."
Instru��es seguintes, ela cozinhou a cebola e alho na manteiga chiando, enquanto mexendo at� que o Carlo pronunciou isto pronto.
"Agora, � tenro, voc� v�. N�s h� pouco somamos um pouco de farinha." Ele segurou a m�o dela para dirigir isto como ela mexeu isto dentro. "Assim engrossa. N�s somamos
os moluscos. Suavemente", ele advertiu antes de ela pudesse os esvaziar dentro. "N�s n�o os queremos contundiu. Ah... " Ele acernar com a cabe�a com aprova��o. "Tempere",
ele lhe falou. "� o segredo e a for�a."
A se agachando, ele lhe mostrou como levar um belisc�o disto, um toque disso e cria. Como o cheiro ficou mais agrad�vel, a confian�a dela cresceu. Ela nunca se lembraria
das quantias ou os ingredientes, mas achou n�o importou.
"Como sobre isso? " ela perguntou, enquanto apontando a alguns galhos de salsa.
"N�o, isso s� vem ao fim. N�s n�o queremos submergir isto. Diminua o calor, s� um pequeno mais. L�." Satisfeito, ele acernar com a cabe�a. "A cobertura vai em justo,
ent�o voc� deixou isto chiar enquanto os temperos acordam.
Juliet esfregou a parte de tr�s da m�o dela em cima da sobrancelha �mida dela. "Carlo, voc� fala sobre o molho como se viveu e respirou."
"Meus molhos fazem", ele simplesmente disse. "Enquanto isto chiar, voc� range o queijo." Ele apanhou um naco e com os olhos dele fechados, cheirou. "Squisito."
Ele teve o dela ranja e mexe enquanto o resto do pessoal de cozinha trabalhou ao redor deles. Juliet pensou no cozinha da m�e dela com seus contadores limpos e cheiros
de homey. Ela nunca tinha visto qualquer coisa assim. N�o estava certamente quieto. Foram derrubadas panelas, foram amaldi�oados as pessoas e pratos, e jejum era
a ordem do dia. Busboys apressou dentro e fora, pesou abaixo com bandejas, os gar�ons e gar�onetes por exigir as ordens deles/delas. Enquanto ela assistiu largo-de
olhos, o Carlo ignorou. Estava na hora para criar o macarr�o dele.
A menos que j� estivesse cozido e em uma refei��o, Juliet pensou em macarr�o como algo do que voc� desceu a estante em uma caixa de papel�o. Ela aprendeu diferentemente,
depois que as m�os dela fossem brancas aos pulsos com farinha. Ele teve o dela me�a e misture e role e esparrame at� que os cotovelos dela rangeram. N�o era lan�ar-isto-junto
nada como o cinco-minuto tipo para o que ela foi usada.
Como trabalhou ela, ela come�ou a perceber por que ele teve tal for�a. Ele teve. Cozinhando o modo para viver Franconi cozinhou para viver, usou ele tanta energia
quanto qualquer atleta fez. At� que o macarr�o tivesse passado na inspe��o dele, os m�sculos de ombro dela doeram o modo que eles fizeram depois de um jogo vivo
de t�nis.
Apagando o cabelo dos olhos dela e esfregando suor fora, a Juliet virou a ele. "O que agora? "
"Agora voc� cozinha o macarr�o."
Ela tentou n�o murmurar como ela verteu �gua em um forno holand�s e fixou isto em ferver.
"Um "sal de colher de sopa, o Carlo instruiu.
"Um "sal de colher de sopa, ela murmurou e afluiu isto. Quando ela se virou, ele lhe deu uma ta�a de vinho.
"At� que ferve, voc� relaxa."
"Eu posso diminuir o calor? "
Ele riu e a beijou, ent�o decidiu s� estava certo para a beijar novamente. Ela cheirou como c�u. "Eu o gosto em branco." Ele espanou farinha do nariz dela. "Voc�
� cozinheiro sujo, meu amor, mas um aturdindo."
Era f�cil esquecer o ruidoso, se apressando cozinha. "Cozinhe? " Primly um pouco, ela ajustou o chap�u dela. "N�o � o chefe de cozinha? "
Ele a beijou novamente. "N�o se ponha convencido. Um linguini n�o faz um chefe de cozinha."
Ela pouco terminado o vinho dela quando ele p�s o dela atr�s trabalhar. "Ponha um fim do linguini na �gua. Sim, s� assim. Agora, como amolece os enrole dentro. Cuidadoso.
Sim, sim, voc� tem um toque agrad�vel. Um pouco mais paci�ncia e eu poderia o assumir em meu restaurante."
"N�o, obrigado", a Juliet definitivamente disse como a rosa a vapor na face dela. Ela tinha quase certeza ela sentia cada abertura de poro separada.
"Mexa facilmente. Sete minutos s�, n�o um momento mais." Ele reencheu o copo dela e beijou a bochecha dela.
Ela mexeu, e escoou, salsa medida, verteu e borrifou queijo. At� que ela fosse acabado, a Juliet n�o pensou que ela pudesse comer uma coisa. Nervos, ela descobriu
com surpresa. Ela estava t�o nervosa quanto uma noiva nova no primeiro dia dela na cozinha.
Com as m�os dela apertadas junto, ela assistiu o Carlo objeto pegado um garfo e imerge dentro. Olhos fecharam, ele inspirou o aroma. Ela engoliu. Os olhos dele permaneceram
fechados como ele levou a primeira amostra. Juliet mordeu o l�bio dela. At� ent�o, ela n�o tinha notado que a cozinha tinha ficado t�o quieta quanto uma catedral.
Um olhar r�pido r�pido lhe mostrou ao redor toda a atividade tinha parado e todos os olhos estavam em Carlo. Ela sentia como se ela estava esperando para ser condenada
ou absolveu.
"Bem? " ela exigiu quando ela n�o pudesse estar de p� isto mais.
"Paci�ncia", o Carlo a lembrou sem abrir os olhos dele. Um busboy apressou dentro e era imediatamente shushed. O Carlo abriu os olhos dele e cuidadosamente fixou
abaixo o garfo. "Fantastico! " Ele levou a Juliet pelos ombros e lhe deu o beijo cerimonial em cada bochecha como aplauso come�ou.
Rindo, ela puxou fora o chap�u dela com um adorno. "Eu sinto como eu ganhasse uma Medalha de Ouro no decatlo."
"Voc� criou." Como o Pierre estrondou ordens para pratos, o Carlo levou ambas suas m�os. "N�s fazemos um time bom, Juliet Trent".
Ela sentia algo tamb�m rastejando perto do cora��o. H� pouco n�o parecia poss�vel parar isto. "Sim, n�s fazemos um time bom, Franconi".

Cap�tulo 11
Antes das doze o pr�ximo dia, havia absolutamente nada partiu para ser feito. A demonstra��o de controle remoto de Carlo no pr�prio modo para preparar linguini tinha
ido longe al�m das esperan�as de Juliet por sucesso. Ela tinha ficado colada � televis�o, enquanto escutando a voz de Carlo ao lado dela e pelos oradores. Quando
o supervisor dela chamou para a felicitar pessoalmente, a Juliet soube que ela teve um vencedor. Relaxado e satisfeito, ela se deita atr�s na cama.
"Maravilhoso." Ela dobrou os bra�os dela, cruzou os tornozelos dela e sorriu. "Absolutamente maravilhoso."
"Voc� j� duvidou isto? "
Ainda sorrindo, ela atirou um olhar a Carlo como ele acabou com a �ltima de ambas as partes do recente caf� da manh� que eles tinham ordenado. H� pouco digamos eu
estou alegre terminou.
"Voc� preocupa muito, "amore de mi. Mas ele n�o tinha visto o dela cave para o pequeno rolo dela de p�lulas em tr�s dias. O agradou saber enormemente que ele a relaxou
de forma que ela n�o precise deles. "Quando vier ao linguini de Franconi, voc� sempre tem um sucesso."
"Depois disto eu duvidarei nunca isto. Agora n�s temos cinco horas antes de tempo de v�o. Cinco horas cheias", completamente fora do programa.
Subindo ele sentou no fim da cama e correu os dedos dele ao longo do arco do p� dela. Ela parecia t�o ador�vel quando ela sorriu, t�o graciosamente quando ela deixou
o dela note descanse. "Tal uma gratifica��o", ele murmurou.
"Est� como uma f�rias." Com um suspiro, ela se deixou desfruta os pequenos formigamentos de prazer.
"O que gostaria voc� para ver com nossa f�rias de cinco horas cheias, fora do programa? "
Ela ergueu uma sobrancelha a ele. "Voc� realmente quer saber? "
Lentamente, ele beijou cada um dos dedos do p� dela. "Claro que. O dia � seu." Ele escovou os l�bios dele em cima do tornozelo dela. "Eu sou � sua disposi��o."
Pulando para cima, ela lan�ou ao redor para os bra�os dela o pesco�o dele e o, duro, beijou. Vamos fazer compras."
Quinze minutos depois, a Juliet passeou com Carlo pela primeira torre do shopping center circular enorme presa para o hotel. Pessoas amontoaram os mapas do complexo
ao redor, mas ela ventou a curva ao redor e evitou um. Nenhum mapa, nenhum hor�rio, nenhuma rota. Hoje, n�o importou onde eles foram.
"Voc� sabe", ela come�ou, "com todas as lojas de departamentos, centros comerciais e cidades estivemos terminado n�s, eu n�o tive uma chance para fazer compras?
"
"Voc� n�o se d� tempo."
Mesma coisa." Oh, olhar." Ela parou em uma exibi��o de janela e estudou um vestido de noite longo coberto com pulseiras prateadas min�sculas.
"Muito colidindo", o Carlo decidiu.
"Colidindo", a Juliet concordou. "Se eu fosse seis polegadas mais alto que poderia n�o me fazer olhar como um escalar-abaixe pilar. Sapatos." Ela o puxou junto para
a pr�xima loja.
Em resumo ordene, o Carlo descobriu a fraqueza maior de Juliet. O modo para o cora��o dela n�o era por comida, nem foi pavimentado com peles e diamantes. J�ia exibe
ganhado o relance dela apenas. Roupas de noite trouxeram uma pesquisa breve enquanto dia usa e brinca que roupas ganharam interesse moderado. Mas sapatos eram algo
diferente. Dentro de uma hora, tinha estudado ela, afagou e critiqued pelo menos cinq�enta pares. Ela achou um par de t�nis �s 30 por cento fora e os comprou somar
um j� cole��o significativa. Ent�o com uma manobra cuidadosa escolher e escolher, ela capinou a sele��o dela at� tr�s par de saltos de sapatos, todo o italiano.
"Voc� mostra gosto excelente." Com a paci�ncia de um homem acostumada a fazer compras expedi��es, Carlo se espregui�ou em uma cadeira e a assistiu vacile entre um
emparelhe ent�o o outro. � toa, ele apanhou um sapato e olhou � assinatura dentro. "Ele faz um sapato elegante e prefere minha lasanha."
Largo-de olhos, a Juliet girou nos saltos de sapatos magros. "Voc� o conhece? "
"Claro que. Uma vez por semana ele come dentro Franconi. "
"Ele � meu her�i." Quando o Carlo lhe deu o olhar de sobrancelha erguido dele, ela riu. "Eu sei eu posso vestir um par dos sapatos dele e posso ir oito horas sem
precisar de cirurgia de emerg�ncia. Eu levarei todos os tr�s", ela disse em impulso, ent�o se sentou troca recentemente os saltos de sapatos para ela comprou t�nis.
"Voc� me faz surpreso", ele comentou. Tantos sapatos" quando voc� tem s� dois p�s. Esta n�o � minha Juliet pr�tica."
"Eu sou intitulado a um v�cio." Juliet empurrou o Velcro fechado. "Al�m, eu sempre soube os italiano fazem os melhores sapatos." Ela apoiou mais �ntimo para beijar
a bochecha dele. "Agora eu sei que eles fazem o melhor... macarr�o. "Sem uma piscadela ao total, ela carregou os sapatos e embolsou o recibo.
Balan�ando a bolsa entre eles, eles vagaram de torre para sobressair. Um grupo de mulheres passeou por, enquanto ganhando a avalia��o de Carlo. Fazendo compras durante
hora do almo�o, ele mediu como ele lan�ou um olhar extra em cima do ombro dele. A pessoa teve que admirar a m�o-de-obra americana.
"Voc� puxar� seu pesco�o que modo", a Juliet comentou facilmente. Ela n�o p�de ajudar mas poderia divertir pelo prazer descarado dele em qualquer coisa feminino.
Ele somente sorriu.
"Simplesmente � uma quest�o de h� pouco saber como distante ir."
Confort�vel, a Juliet desfrutou o tato dos dedos dele usado espartilho com seu. "Eu nunca discutiria com o perito."
Carlo parou uma vez, intrigou por um sufocador em ametistas e diamantes. "Isto � ador�vel", ele decidiu. "Minha irm�, Teresa, p�rpura sempre preferida".
Juliet apoiou mais �ntimo ao copo. As j�ias pequenas, delicadas brilharam, quente e frio. "Quem n�o vai? � fabuloso."
"Ela tem um beb� em alguns semanas", ele murmurou, ent�o acernar com a cabe�a o discretamente o balconista ansioso. "Eu verei isto."
"Claro que, um peda�o ador�vel, n�o �? " Depois de tirar isto do caso fechado, ele colocou isto reverently na m�o de Carlo. "Os diamantes s�o todo o grau superior,
naturalmente, e consistem em um ponto tr�s quilate. A ametista-"
"Eu terei isto."
Se livrado no meio do lance dele, o balconista piscou. "Sim, senhor, uma escolha excelente". Tentando n�o mostrar surpresa, ele levou o cart�o de cr�dito o Carlo
o deu junto com o sufocador e rebaixou o contador mais longe.
"Carlo." A Juliet afiou mais �ntimo e abaixou a voz dela. "Voc� fez nem mesmo pergunte o pre�o."
Ele bateu levemente a m�o dela somente como ele deslizou os outros conte�dos no caso. "Minha irm� sobre para me fazer novamente" um tio, disse ele simplesmente.
"O sufocador a veste. Agora esmeraldas", ele come�ou, "seria sua pedra."
Ela olhou abaixo a um par de brincos com pedras a cor de escurid�o, grama de ver�o molhada. O desejo moment�neo era puramente feminino e facilmente controlado. Sapatos
ela poderia justificar; esmeraldas, n�o. Ela tremeu a cabe�a dela e riu dele. "Eu h� pouco aderirei com amimalhar meus p�s."
Quando o Carlo teve o presente dele bem encaixotado e o recibo dele em m�o eles vagaram atr�s fora. "Eu amo fazer compras", a Juliet confessou. "�s vezes eu passarei
um s�bado inteiro que h� pouco vaga. � um das coisas que eu gosto melhor sobre Nova Iorque."
"Ent�o voc� amaria Roma." Ele gostaria da ver l�, ele descobriu. Pelas fontes, rindo, passeando pelos mercados e catedrais, dan�ando nos clubes que cheiraram de
vinho e humanidade. Ele quis a ter l�, com ele. Voltar s� n�o estava voltando para nada. Ele trouxe a m�o dela aos l�bios dele como ele pensou nisto, enquanto segurando
isto l� at� que ela pausou, incerto.
"Carlo? " Pessoas escovadas por eles, e como o olhar dele ficou mais intenso, ela engoliu e repetiu o nome dele. Esta n�o era a avalia��o masculina moderada ela
tinha o visto enviar as mulheres de transcurso, mas algo fundo e perigoso. Quando um homem olhou deste modo para uma mulher, a mulher era s�bia correr. Mas a Juliet
n�o soube se estivesse para ele ou fora.
Ele tremeu fora o humor, enquanto se advertindo andar cuidadosamente com ela, e ele. "Se voc� viesse", ele disse ligeiramente, "eu poderia o apresentar a seu her�i.
Bastante de minha lasanha e voc� teria seus sapatos a custo."
Aliviado, ela comprimiu o bra�o dela pelo dele novamente. "Voc� me tenta come�ar economizando imediatamente para o pre�o de passagem a�rea. Oh, Carlo, olhe para
isto! " Se encantado, ela parou em frente a uma janela e pontudo. No meio da exibi��o ornato um tr�s-p� era elefante �ndio feito em alto-lustro cer�mico. Sua manta
era um caleidosc�pio de gilt e resplendor e cor. Opulento e real, sua cabe�a foi erguida, seu tronco enrolou alto. Juliet se apaixonou. "� maravilhoso, t�o desnecessariamente
ornato e totalmente in�til."
Ele poderia ver isto facilmente na sala de estar dele junto com os outros peda�os ornato e in�teis que ele tinha colecionado durante os anos. Mas ele nunca teria
imaginado o gosto de Juliet que corre ao longo do mesmo caminho. "Voc� me pega de surpresa novamente."
Um pouco envergonhado, ela moveu os ombros dela. "Oh, eu sei que � terr�vel, realmente, mas eu amo coisas que n�o pertencem em qualquer lugar nada."
"Ent�o voc� tem que vir para Roma e tem que ver minha casa." A ela confundiu olhar, ele riu. "O �ltimo peda�o que eu adquiri � uma coruja, este alto." Ele se manifestou
oferecendo uma palma. "� pegado um roedor pequeno, infeliz em suas garras."
"Terr�vel." Com algo perto de uma risadinha, ela o beijou. "Eu estou seguro eu amaria isto."
"Talvez voc� vai a isso", ele murmurou. "Em todo caso, eu acredito que o elefante deveria ter uma casa boa."
"Voc� vai comprar isto? " Emocionado, ela apertou a m�o dele como entraram eles. A loja cheirou de s�ndalo e levou o tinido de copo de carrilh�es de vento fixe bamboleio
por um f�. Ela o deixou fazer arranjos por transportar enquanto ela cutucou ao redor, enquanto brincando com fios longos de sinos de metal, le�es de alabastro e
servi�os de ch� ornamentais.
Ao todo, Juliet meditou, tinha sido o dia mais f�cil, mais relaxante que ela tinha tido em semanas, talvez mais muito tempo. Ela se lembraria disto, que ela se prometeu,
quando ela estava novamente s� e vida feriu at� hor�rios e a pr�xima demanda.
Virando, ela olhou para Carlo como ele disse que algo que fez o balconista rir. Ela n�o tinha pensado havia os homens gostam de him-secure, totalmente masculino
e ainda sens�vel a humores femininos e necessidades. Arrogante, ele era certamente que, mas generoso como bem. Apaixonado mas suave, v�o mas inteligente.
Se ela pudesse ter suplicado para cima um homem se apaixonar com... oh n�o, a Juliet se advertiu com algo como desespero. N�o seria Carlo Franconi. N�o p�de ser.
Ele n�o era um homem para uma mulher, e ela n�o era uma mulher para qualquer homem. Eles ambos precisaram da liberdade deles/delas. Esquecer isso seriam esquecer
dos planos ela tinha feito e tinha estado trabalhando para durante dez anos. Era melhor para se lembrar daquele Carlo era um passeio em um carrossel, e que a m�sica
s� tocou t�o longa.
Ela levou uma respira��o funda e esperou pelo pr�prio conselho dela para penetrar. Levou mais muito tempo que deveria ter. Determinado, ela sorriu e caminhou a ele.
"Terminado? "
"Nosso amigo estar� logo em casa, muito em seguida n�s somos."
"Ent�o n�s lhe desejaremos viagem de bon. N�s come�ar�amos melhor aeroporto de pensamento n�s mesmos."
Com o bra�o dele ao redor os ombros dela, eles caminharam fora. "Voc� me dar� nosso hor�rio de Filad�lfia no avi�o."
"Voc� vai ser um rompimento", ela lhe falou. "Embora voc� pudesse querer tentar o fermento de meu cervejeiro antes de fosse terminado."
"Eu n�o posso acreditar isto." �s oito horas, Juliet derrubou abaixo em uma cadeira fora de atendimento ao consumidor. Atr�s dela, foi parada a correia de transporte
de bagagem. "A bagagem foi para Atlanta."
"N�o t�o duro acreditar", o Carlo devolveu. Ele tinha perdido a bagagem dele mais vezes que ele se preocupou se lembrar. Ele deu para o caso de couro dele um tapinha.
As esp�tulas dele estavam seguras. "Assim, quando n�s esperamos nossa roupa �ntima? "
"Talvez antes das dez amanh� de manh�." Enojado, a Juliet olhou para baixo �s cal�as jeans e Camiseta que ela tinha usado no v�o. Ela levou os artigos de toalete
dela e alguns vantagens e fins na bolsa de ombro dela, mas nada que se assemelha a um terno empresarial remotamente. N�o importa, ela decidiu. Ela estaria no fundo.
Ent�o ela deu uma olhada em Carlo.
Ele usou um curto-sleeved camisa de moletom com a palavra Sorbonne colidiu por isto, cal�as jeans branco � tens�o aponta e um par de t�nis que quase n�o eram t�o
novos quanto seu. Como o inferno, ela desejou saber, era suposto que ele ia no ar �s 8:00 DA MANH� vestiu assim?
"Carlo, n�s temos que o adquirir um pouco de roupas."
"Eu tenho roupas", ele a, "em minhas bolsas", lembrou.
"Voc� � em Oi, Filad�lfia na manh� �s oito, de l� n�s vamos diretamente para o caf� da manh� com rep�rteres do Arauto e o Inquirer. �s dez, quando nossas bolsas
podem ou podem n�o estar de volta, voc� est� em Relat�rio de Midmorning. Depois disso-"
"Voc� j� me deu o hor�rio, meu amor. O que est� errado com isto? "
Quando ele gesticulou para o que ele usou, a Juliet se levantava. "N�o seja atraente, Carlo. N�s estamos rumo � loja de departamentos mais �ntima."
"Loja de departamentos? " Carlo se permitiu ser puxado fora. "Franconi n�o usa loja de departamentos."
"Este tempo faz voc�. Nenhum tempo ser choosey. O que est� na Filad�lfia? " ela murmurou como ela saudou um t�xi. "Wannamaker. " Segurando a porta aberto para ele,
ela conferiu o rel�gio dela. "N�s poder�amos fazer h� pouco isto."
Eles chegaram uma meia hora antes de fechar. Embora ele murmurasse, o Carlo a deixou o arrastar pela velha, respeitada institui��o de Filad�lfia. Tempo instru�do
estava contra eles, a Juliet empurrou por uma prateleira de cal�as compridas. "Que tamanho? "
"Trinta-um, trinta-tr�s", que ele lhe contou com a sobrancelha dele erguida. "Eu escolho minhas pr�prias roupas? "
"Tente isto." Juliet ofereceu um par de cal�as compridas pregueadas pardo-coloridas.
"Eu prefiro o f�", ele come�ou.
"Isto � melhor para a m�quina fotogr�fica. Agora camisas." Deixando segurando o cabide para ele, ela se se lan�ar sobre na pr�xima prateleira. "Tamanho? "
"O que sei eu de tamanhos americanos? '' ele murmurou.
"Isto deveria ser certo." Ela escolheu uma sombra elegante de salm�o em uma seda magra que o Carlo foi for�ado a admitir que ele teria olhado duas vezes para ele.
"V� p�r estes em enquanto eu olho para as jaquetas."
"Est� como compra com sua m�e", ele disse debaixo da respira��o dele como ele foi aos vesti�rios.
Ela achou um cinto, magro e flex�vel com uma pequena fivela caprichosa soube ela que ele n�o contestaria. Depois de rejeitar umas meia d�zia jaquetas ela se encontrou
com um em linho com um casual, unstructured ajustaram em uma sombra entre nata e marrom.
Quando o Carlo saiu, ela os empurrou a ele, ent�o se levantado levar na vis�o inteira atr�s. "� bom", ela decidiu como ele encolheu os ombros a jaqueta em. "Sim,
� realmente bom. A cor da camisa impede o resto ser pardo e a jaqueta h� pouco mant�m isto casual bastante sem ser descuidado."
"O dia Franconi usa roupas fora a prateleira-"
"S� Franconi poderia usar roupas fora a prateleira e poderia lhes fazer olhar costume-costurado. "
Ele parou, enquanto conhecendo a risada nos olhos dela. "Voc� me" lisonjeia.
"Tudo que que leva." O virando, ela lhe deu um empurr�o r�pido para o vesti�rio. "Tire fora, Franconi. Eu o adquirirei alguns shorts."
O olhar que ele lhe enviou estava fresco, com muito pouca paci�ncia. H� um limite, Juliet".
"N�o preocupe sobre uma coisa", ela disse breezily. "O publicador apanhar� a aba. Fa�a rapidamente; n�s temos h� pouco bastante tempo para comprar seus sapatos."
Ela assinou o �ltimo recibo cinco minutos depois que o sistema de PA anunciasse fechando. "Voc� � fixo." Antes de ele pudesse fazer assim ele, ela embrulhou os pacotes
dele. "Agora, se n�s pudermos chegar h� pouco um t�xi para o hotel, n�s estamos em neg�cio."
"Eu uso seus sapatos americanos em protesto."
"Eu n�o o" culpo, ela disse sinceramente. "Emerg�ncia mede, caro."
Tolamente, ele foi movido pela estima. Ela nunca tinha abaixado o guarda dela bastante usar um antes. Por causa disto, Carlo decidiu ser generoso e a perdoar por
rachar o chicote. "Minha m�e o" admiraria.
"Oh? " Distra�do, a Juliet se levantou ao meio-fio e ofereceu a m�o dela para um t�xi. "Por que? ''
"Ela � a �nica que j� � cutucada e me cutucou por uma loja e escolheu minhas roupas. Ela n�o fez assim em vinte anos."
"Todos os publicistas s�o as m�es", ela lhe falou e trocou ao outro bra�o dela. "N�s temos que ser."
Ele apoiou mais �ntimo e pegou o l�bulo da orelha dela entre os dentes dele. "Eu o prefiro como um amante."
Um t�xi guinchou a uma parada ao meio-fio. A Juliet desejou saber se fosse que que tinha roubado a respira��o dela. Firmando, ela empacotou o Carlo e os pacotes
dentro. "Durante os pr�ximos dias, eu serei ambos."
Tinha quase dez anos antes de eles conferissem na Casa de Cocharan. Carlo conseguiu n�o dizer nada sobre os quartos separados, mas ele se decidiu naquele mesmo lugar
que ela n�o gastaria nenhum tempo nela pr�prio. Eles tiveram tr�s dias e a maioria daquele tempo seria comido com neg�cio. N�o um momento que era esquerdo seria
desperdi�ado.
Ele n�o disse nada como eles entraram no elevador � frente do bellman. Como eles montaram para cima, ele zumbiu a ele como Juliet conversou � toa. � porta do apartamento
dele, ele levou o bra�o dela.
"Ponha todas as bolsas em aqui, por favor", ele instruiu o bellman. "Sra. Trent e eu temos algum empresarial ver imediatamente para. N�s os ordenaremos fora." Antes
de ela pudesse dizer uma palavra, ele tirou v�rias contas e inclinou o bellman ele. Ela s� permaneceu calada at� que eles estavam novamente s�s.
"Carlo, s� voc� pensa o que est� fazendo voc�? Eu lhe falei antes-"
"Que voc� quis um quarto de seu pr�prio. Voc� ainda tem isto", ele mostrou. "Duas portas abaixo. Mas voc� est� ficando aqui, comigo. Agora, n�s ordenaremos uma garrafa
de vinho e relaxaremos." Ele levou os pacotes ela ainda levou a cabo das m�os dela e os lan�ou em um sof� longo, baixo. "Voc� preferiria algo luz? "
"Eu preferiria n�o ser apressado ao redor."
"Assim v� eu." Com um sorriso, ele olhou em cima de �s roupas novas dele. "Medidas de emerg�ncia."
Desesperado, ela pensou. Ele estava desesperado. "Carlo, se voc� h� pouco tentasse entender-"
A batida na porta a parou. Ela s� murmurou um pequeno como ele foi responder.
"Ver�o! " Ela ouviu a del�cia na voz dele e virou o ver embrulhado fim com uma morena atordoante.
"Carlo, eu pensei que voc� estaria aqui uma hora atr�s."
A voz era ex�tica, sugest�es de Fran�a, um toque leve de disciplina brit�nica. Como ela pisou longe de Carlo, a Juliet viu eleg�ncia, flash e estilo tudo de uma
vez. Ela viu o Carlo levar a face primorosa nas m�os dele, como ele teve t�o freq�entemente com seu, e beija a mulher longo e duro.
"Ah, minha pequena massa folhada, voc� � t�o bonito quanto j�."
"E voc�, Franconi, � como cheio de... " Ver�o rompeu como ela manchou a mulher que se levanta no centro do quarto. Ela sorriu, e entretanto era bastante amig�vel,
ela n�o tentou esconder a pesquisa. "Oi. Voc� deve ser o "publicista de Carlo.
"Juliet Trent." Estranho, o Carlo sentia t�o nervoso quanto um menino que apresenta o primeiro heartthrob dele � m�e dele. "Este � Ver�o Cocharan, o chefe de cozinha
de massa melhor em qualquer lateral do Atl�ntico."
Ver�o ofereceu uma m�o como ela cruzou no quarto. "Ele est� me lisonjeando porque ele espera que eu o fixarei uma bomba."
"Uma d�zia de deles", o Carlo corrigiu. "Bonito, ela n�o �, Ver�o? "
Enquanto a Juliet lutou para a pr�pria coisa para dizer, Ver�o sorriu novamente. Ela tinha ouvido algo na voz de Carlo para a que ela nunca tinha esperado. "Sim,
ela �. Horrendo trabalhar com, n�o � ele, Juliet? "
Juliet sentia o riso venha facilmente. "Sim, ele �."
"Mas nunca entorpece." Pescando a cabe�a dela, ela deu para o Carlo um olhar r�pido, �ntimo. Sim, havia algo aqui diferente de neg�cio. Sobre tempo, tamb�m. "A prop�sito,
Carlo, eu deveria lhe agradecer que tenha enviado o Steven jovem a mim."
Interessado, o Carlo fixou o caso de couro dele. "Ele est� trabalhando ent�o fora? "
"Maravilhosamente."
"O menino jovem que quis ser um chefe de cozinha", a Juliet murmurou e achou inacreditavelmente ela moveu. Ele n�o tinha esquecido.
"Sim, voc� o conheceu? Ele � muito dedicado", Ver�o foi em quando a Juliet acernar com a cabe�a. "Eu penso sua id�ia do enviar para Paris por treinar pagar�. Ele
vai ser excelente."
"Bom." Satisfeito, o Carlo bateu levemente a m�o dela. "Eu falarei com a m�e dele e farei os arranjos."
Sobrancelhas tricotam, a Juliet o encarou. "Voc� vai o enviar para Paris? "
"� o �nico lugar para estudar bleu de cord�o corretamente."
Carlo deu um encolha os ombros como se o assunto seja cotidiano. "Ent�o, quando ele � treinado completamente, eu o roubarei simplesmente longe de Ver�o para meu
pr�prio restaurante."
"Talvez voc� vai", Ver�o sorriu. "Ent�o novamente, talvez voc� n�o vai. "
Ele ia pagar pela educa��o e estava treinando de um menino que ele s� tinha se encontrado uma vez, a Juliet pensou, confundiu. Que tipo de um homem era quem pudesse
exagerar durante vinte minutos em cima do n� da gravata dele e poderia dar com tal generosidade total a um estranho? Como tolo ela tinha sido pensar, at� mesmo durante
um minuto, que ela realmente o conheceu.
"� muito tipo de voc�, Carlo", que ela murmurou depois de um momento.
Ele lhe deu um olhar estranho, ent�o encolheu os ombros isto fora. S�o significadas "d�vidas ser pagado, Juliet. Eu era uma vez jovem e tive s� uma m�e para prover
para mim. Falando de m�es", ele foi suavemente em, enquanto mudando o t�pico. "Como Monique �? "
"Gloriously feliz ainda", Ver�o lhe falou, e sorriu, enquanto pensando na m�e dela. "Keil era obviamente o homem para" o que ela tinha estado olhando. Com um riso,
ela retrocedeu a Juliet. "Eu sinto muito, o Carlo e eu voltamos um modo longo."
"N�o seja. O Carlo me fala lhe e ele seja junto" os estudantes.
"Cem anos atr�s, em Paris."
"Agora Ver�o se casou o americano grande dela. Onde Blake �, came? Ele confia em voc� comigo? "
"N�o para muito tempo." Blake passou pela entrada aberta, ainda elegante depois de um dia de doze-hora. Ele era mais alto que o Carlo, mais largo, mas a Juliet pensou
que ela reconheceu uma semelhan�a. D� poder a, sexual e intelectual.
"Este � Juliet Trent", Ver�o come�ou. "Ela est� mantendo o Carlo em ordem na excurs�o americana" dele.
"N�o um trabalho f�cil." Um gar�om rolou em um balde de champanha e �culos. Blake o despediu com um aceno. "Ver�o me conta seu hor�rio na Filad�lfia est� muito apertado."
"Ela segura o chicote", o Carlo lhe falou com um gesto para Juliet. Mas quando a m�o dele desceu, escovou o ombro dela em um gesto de intimidade casual e inconfund�vel.
"Eu pensei eu poderia correr em cima de para o est�dio pela manh� e poderia assistir sua demonstra��o." Ver�o aceitou o copo de champanha do marido dela. "� sido
muito tempo desde que eu o vi cozinhar."
"Bom." Carlo relaxou com o primeiro gole de vinho gelado. "Talvez eu terei tempo para dar para sua cozinha uma inspe��o. Ver�o veio aqui para remodelar e ampliar
a cozinha de Blake, ent�o ficou em porque ela tinha crescido fixa a isto."
"Totalmente direito." Ver�o enviou para o marido dela um olhar divertido. "Na realidade, eu cresci t�o preso eu decidi me expandir novamente."
"Sim? " Interessado, o Carlo ergueu a sobrancelha dele. "Outro Cocharan House? "
"Outro Cocharan", Ver�o corrigiu.
O levou um momento, mas a Juliet viu o momento no que as palavras tinham afundado. Emo��o que ela sempre tinha esperado dele, e era l� agora, nos olhos dele como
ele fixou abaixo o copo dele. "Voc� est� tendo uma crian�a."
"Pelo inverno." Ver�o sorriu e estirou fora a m�o dela. "Eu n�o entendi como eu vou alcan�ar o fog�o para o "jantar de Natal.
Ele levou a m�o dela e beijou isto, ent�o beijou as bochechas dela, um por um. "N�s viemos um modo longo, mia de came.''
"Um modo muito longo."
"Voc� se lembra do carrossel? "
Ela se lembrou bem o v�o desesperado dela para Roma fugir de Blake e os sentimentos dela. "Voc� me falou eu tinha medo de agarrar os bronze toque, e assim voc� me
fez tentar. Eu n�o esquecerei isto."
Ele murmurou algo em italiano que fez o abastecimento de olhos de Ver�o. "E eu sempre o amei. Agora fa�a um brinde ou algo antes de eu" me desgra�asse.
"Uma torrada." O Carlo apanhou o copo dele e deslizou o bra�o gr�tis dele ao redor de Juliet. "Para o carrossel que n�o termina."
Juliet ergueu o copo dela e, tomando um gole, deixe o champanha lavar a dor.
Cozinhando antes da m�quina fotogr�fica era algo que Ver�o entendeu bem. Ela passou v�rias horas um ano que h� pouco faz que enquanto controlando a administra��o
da cozinha na Filad�lfia Cocharan Casa, a satisfazendo pr�prios clientes seletos com alguns viagens um ano se o pre�o e a ocasi�o fossem bastante importantes, e,
mais importante de tudo, aprendendo desfrutar o matrim�nio dela.
Embora ela tivesse cozinhado freq�entemente com Carlo, na cozinha de um pal�cio, que na �rea menos cara do apartamento ela deteve ainda Paris e d�zias de outros
lugares, ela nunca cansou do assistir em a��o. Enquanto era dito que ela criava com a intensidade de um cirurgi�o de c�rebro, o Carlo teve o talento de um artista.
Ela sempre tinha admirado o expansiveness dele, a facilidade dele de maneira, e especialmente a arte dram�tica dele.
Quando ele poria os �ltimos retoques no macarr�o sirva ele tinha nomeado, n�o immodestly, depois dele, que ela aplaudiu com o resto da audi�ncia. Mas ela tinha escorregado
um passeio ao est�dio com ele e Juliet para mais raz�o que alimentar o ego de um velho amigo. Se Ver�o soubesse qualquer um no mundo como tamb�m ela se fez, era
o Carlo. Ela tinha pensado freq�entemente, em muitas formas, eles tinham subido da mesma massa.
"Bravo, Franconi." Como a tripula��o come�ou a servir o prato dele � audi�ncia, Ver�o subiu lhe d� um beijo formal na bochecha.
"Sim." Ele beijou o dela atr�s. "Eu era magn�fico."
"Onde a Juliet �? "
"No telefone." Carlo rodou os olhos dele ao teto. "Dio que a mulher gasta mais tempo no telefone que uma noiva nova gasta em cama."
Ver�o conferiu o rel�gio dela. Ela tinha notado o hor�rio de Carlo ela. "Eu n�o imagino ela ser� longa. Eu sei que voc� est� tomando um recente caf� da manh� no
hotel com rep�rteres."
"Voc� prometeu fazer crepes", ele a lembrou, enquanto pensando unapologetically do pr�prio prazer dele.
"Assim eu fiz. Em retorno, voc� pensa que voc� pudesse achar um quarto pequeno, quieto para os dois de n�s? ''
Ele sorriu e meneou as sobrancelhas dele. "Meu amor, quando Franconi n�o pode obrigar uma senhora com um quarto quieto, as paradas mundiais".
"Meus pensamentos exatamente." Ela enganchou o bra�o dela pelo dele e o deixou a conduzir abaixo um corredor e em o que se mostrou para ser um quarto de armazenamento
com um em cima luz. "Voc� nunca faltou classe, caro".
"Assim." Ele se fez confort�vel em uma pilha de caixas. "Desde que eu sei que voc� n�o quer meu corpo, soberbo como �, o que est� em sua mente? "
"Voc�, claro que, ch�rie."
"Claro que."
"Eu o, Carlo", amo.
A seriedade abrupta dela o fez sorrir e leva as m�os dela. "E eu voc�, sempre".
"Voc� se lembra, n�o t�o h� muito tempo quando voc� passou pela Filad�lfia excurs�o acesa para outro livro? ''
"Voc� estava desejando saber como levar o trabalho que refaz a cozinha do americano quando voc� foi atra�do a ele e determinou para n�o ser."
"Apaixonado com ele e determinou para n�o ser", ela corrigiu. "Voc� me deu um pouco de conselho bom aqui, e quando eu o visitei em Roma. Eu quero devolver o favor."
"Conselho? "
"Agarre o anel de metal, Carlo, e cabo em para isto."
"Ver�o-"
"Quem sabe que voc� melhora? " ela interrompeu.
Ele moveu os ombros dele. "Ningu�m."
"Eu vi voc� estava apaixonado por ela o momento que eu entrei no quarto, o momento que voc� disse para o nome dela. N�s entendemos muito bem um ao outro para fingir."
Ele sentou um momento, enquanto n�o dizendo nada. Ele tinha estado marginando ao redor da palavra, e suas conseq��ncias, muito cuidadosamente h� dias. "Juliet �
especial", ele disse lentamente. "Eu pensei o que eu sinto para ela talvez � diferente."
"Pensamento? "
Ele deixou sair um som pequeno e se rendeu. "Conhecido. Mas o tipo de amor que n�s estamos falando de dianteiras com compromisso, matrim�nio, crian�as".
Instintivamente Ver�o tocou uma m�o ao est�mago dela. O Carlo entenderia que ela ainda teve medos pequenos. Ela n�o teve que falar deles. "Sim. Voc� me falou uma
vez, quando eu lhe perguntei por que voc� nunca tinha se casado, que nenhuma mulher tinha feito seu cora��o tremer. Voc� se lembra do que voc� me falou lhe faria
se voc� a conhecesse? "
"Corra para uma licen�a e um padre." Subindo, ele passou despercebido as m�os dele nos bolsos das cal�as compridas que a Juliet tinha selecionado para ele. Palavras
f�ceis" antes dos tremores de cora��o. Eu n�o quero a" perder. Uma vez dito, ele suspirou. "Nunca � importado antes, mas agora importa muito para fazer o movimento
errado. Ela � evasiva, Ver�o. H� tempos eu a seguro e sinto parte dela aparte. Eu entendo a independ�ncia dela, a ambi��o dela, e at� mesmo os" admiro.
"Eu tenho Blake, mas eu ainda tenho minha independ�ncia e minha ambi��o."
"Sim." Ele sorriu a ela. Voc� sabe, ela est� assim como voc�. Teimoso." Quando Ver�o ergueu uma sobrancelha, ele sorriu. "Duro na cabe�a e t�o determinado ser o
melhor. Qualidades eu achei atraindo estranhamente sempre em uma mulher bonita."
"Merci, "ami de cher de mon, que Ver�o disse secamente. "Ent�o onde seu problema �? "
"Voc� confiaria em mim."
Ela parecia surpresa, ent�o moveu os ombros dela como se ele tinha dito algo tolo. "Claro que."
"Ela ca n�o", o Carlo corrigiu. "Juliet acharia isto mais f�cil de me dar o corpo dela, at� mesmo parte do cora��o dela que a confian�a dela. Eu preciso isto, Ver�o,
at� eu precisa o que ela j� � determinada eu."
Pensativo, Ver�o apoiou contra um engradado. "Ela o ama? "
"Eu n�o sei." Uma admiss�o dif�cil para um homem que sempre pensou ele entendeu t�o bem as mulheres. Ele sorriu um pequeno como ele nunca percebeu um homem completamente
entendido a mulher mais importante para ele. Com qualquer outra mulher ele teria sido confiante ele poderia guiar e poderia moldar as emo��es � pr�pria prefer�ncia
dele. Com Juliet, ele era confiante de nada.
H� tempos ela parece muito �ntima e tempos ela parece muito destacada. At� ontem eu n�o tinha come�ado a conhecer minha pr�pria mente" completamente.
"O qual �? "
"Eu a quero comigo", ele simplesmente disse. "Quando eu for um homem velho que senta pelas fontes que assistem as meninas jovens, eu ainda a quererei comigo."
Ver�o moveu em cima de p�r as m�os dela nos ombros dele. "Amedrontando, n�o �? "
"Terrificando." Ainda de alguma maneira, ele pensou, mais f�cil agora que ele tinha admitido isto. "Eu sempre tinha pensado seria f�cil. H� amor, romance, matrim�nio
e crian�as. Como eu poderia saber que a mulher seria uma americana teimosa? "
Ver�o riu e derrubou a testa dela a seu. "N�o mais que eu poderia saber que o homem seria um americano teimoso. Mas ele tinha raz�o para mim. Sua Juliet tem raz�o
para voc�."
"Assim." Ele beijou o templo de Ver�o. "Como eu a conven�o? "
Ver�o carranqueou um momento, enquanto pensando. Com um sorriso r�pido, ela caminhou em cima de para um canto. Apanhando uma vassoura, ela ofereceu isto para ele.
"A varra fora os p�s" dela.
A Juliet estava perto de p�nico quando ela manchou Carlo que passeia abaixo o corredor com Ver�o aceso o bra�o dele. Eles poderiam ter levado no sol de tarde no
Banco Esquerdo. A primeira onda de al�vio evaporou em aborrecimento. "Carlo, eu virei este lugar que o" procura de cabe�a para baixo.
Ele somente sorriu e tocou um dedo � bochecha dela. "Voc� estava no telefone."
Se dizendo que n�o jurasse, ela arrastou uma m�o pelo cabelo dela. "Da pr�xima vez voc� vaga fora, deixe um rastro de miolos de p�o. Enquanto isso, eu tenho um motorista
de t�xi muito torcido que espera fora." Como ela o puxou junto, ela lutou se lembrar dos modos dela. "Voc� desfrutou o espet�culo? " ela perguntou Ver�o.
"Eu sempre gosto de assistir o Carlo o cozinheiro. Eu s� desejo os dois de voc� tiveram mais tempo na cidade. Como �, sua cronometragem muito s�bio."
"Sim? '' o Carlo empurrou aberto a porta e segurou isto para ambas as mulheres.
"O su�no franc�s passa por semana" que vem.
A porta fechou com o ponche de uma bala. "LaBare? "
Juliet retrocedeu. Ela tinha o ouvido rosnadura que nome antes de. "Carlo-"
Ele sustentou uma m�o, enquanto silenciando qualquer interrup��o. "O que faz a bala gaulesa aqui? "
"Precisamente o que voc� fez", Ver�o devolveu. Lan�ando o cabelo dela atr�s, ela n�o fez carranca a nada. "Ele � escrito outro livro."
"Campon�s. Ele � ajustado para s� cozinhar para hienas."
"Para hienas radicais", corrigiu Ver�o.
Vendo que ambos os custos dela estavam incendiando para cima, a Juliet levou um bra�o de cada. "Eu penso que n�s podemos falar no t�xi."
"Ele n�o falar� com voc�", o Carlo anunciou, enquanto ignorando a Juliet. "Eu vou dados ele em peda�os muito pequenos."
Embora ela apreciasse a imagem, Ver�o tremeu a cabe�a dela. "N�o preocupe. Eu posso o controlar. Al�m, Blake acha isto divertindo.'
Carlo fez um pare�a uma cobra. Juliet sentia o nervos desfiando dela. "Americanos. Talvez eu voltarei para a Filad�lfia e o" assassinarei.
Tentando o dela melhor, a Juliet o cutucou para o t�xi. "Venha agora, Carlo, voc� sabe que voc� n�o quer assassinar Blake."
"LaBare", ele corrigiu com algo perto de uma explos�o.
"Quem � LaBare? " Juliet exigiu em exaspera��o.
"Su�nos", o Carlo respondeu.
"Porco", Ver�o confirmou. "Mas eu tenho planos de meu pr�prio para ele. Ele vai ficar na "Casa de Cocharan. Ver�o esparramou as m�os dela e examinou as unhas dela.
"Eu vou preparar as refei��es dele pessoalmente."
Com um riso, Carlo a ergueu do ch�o e a beijou. "Vingue, meu amor, � mais doce que at� mesmo seu merengue." Satisfeito, ele a fixou novamente abaixo. "N�s �ramos
os estudantes com esta bala." Carlo explicou a Juliet. Os crimes dele s�o muito numerosos a men��o." Com um estalo, Carlo ajustou a jaqueta dele. "Eu recuso estar
no mesmo continente como ele."
Faltando paci�ncia, a Juliet olhou ao motorista de t�xi fazendo carranca. "Voc� n�o ser�", ela o lembrou. "Voc� estar� de volta na It�lia quando ele estiver aqui."
O Carlo clareou e acernar com a cabe�a. "Voc� tem raz�o. Ver�o, voc� me chamar� e me fala como ele caiu na face dele? "
"Naturalmente."
"Ent�o � resolvido." O humor dele alterou completamente, ele sorriu e apanhou a conversa��o como terminou antes da men��o do nome do Frenchman. "Da pr�xima vez n�s
vimos para a Filad�lfia", o Carlo prometeu. "Voc� e eu faremos uma refei��o para Blake e Juliet.
Minha carne de vitela, seu bombe. Voc� n�o pecou, Juliet, at� que voc� provou o "bombe de Ver�o.
N�o haveria um da pr�xima vez, a Juliet soube, mas ela conseguiu sorrir. "Eu esperarei isto."
Carlo pausou como Juliet abriu a porta do t�xi. "Mas esta noite, n�s nos vamos para Nova Iorque."
Ver�o sorriu como ela pisou dentro. "N�o esque�a de empacotar sua vassoura."
Juliet come�ou a escalar no assento dianteiro. "Vassoura? "
Carlo levou a m�o de Ver�o dentro o dele e sorriu. "Uma express�o francesa velha."

Cap�tulo 12
Contents - Prev
Nova Iorque n�o tinha mudado. Talvez era mais quente que quando a Juliet tinha deixado isto, mas o tr�fico ainda empurrou, as pessoas ainda apressaram e o barulho
ainda tocou. Como ela se levantou � janela dela ao Harley, ela absorveu isto.
N�o, Nova Iorque n�o tinha mudado, mas ela teve.
Tr�s semanas antes de, ela n�o tinha olhado fora a janela de escrit�rio dela a t�o diferente uma vis�o. O pensamento prim�rio dela tinha sido ent�o a excurs�o, fazer
um sucesso disto. Para ela, admitiu ela. Ela tinha querido o esguicho.
Ela percebeu ela tinha adquirido isto. Naquele momento, Carlo estava no apartamento dele, enquanto dando uma entrevista a um rep�rter para o Times. Ela tinha feito
uma meio-d�zia desculpa por que ela n�o teve tempo para sentar dentro nisto. Ele tinha aceitado a lista habitual dela de telefonemas e detalhes, mas a verdade tinha
sido, ela tinha precisado estar s�.
Depois, h� outro rep�rter e um fot�grafo de um das revistas de topo nos postos. Eles tiveram cobertura de rede da demonstra��o dele a
Bloomingdale. O Modo italiano h� pouco tinha escalado para numerar cinco na lista de best-seller. O chefe dela estava pronto para a canonizar.
A Juliet tentou se lembrar quando ela alguma vez tinha sido mais miser�vel.
Tempo estava correndo fora. A pr�xima noite, o Carlo subiria a bordo um avi�o e ela levaria de volta o passeio de t�xi curto para o apartamento dela. Enquanto ela
desempacotou, ele seria milhares de milhas sobre o Atl�ntico. Ela estaria pensando nele enquanto ele paquerou com criado de v�o ou um bonito companheiro de assento.
Isso era o modo dele; ela sempre tinha conhecido isto.
N�o era poss�vel se aquecer em sucesso, come�ar planos na pr�xima tarefa dela quando ela n�o pudesse ver al�m das pr�ximas vinte e quatro horas.
Isto n�o era exatamente o que ela tinha se prometido sempre n�o aconteceria? Ela sempre n�o tinha escolhido cuidadosamente o modo dela por vida de forma que ela
poderia manter tudo em foco perfeito? Ela tinha compensado uma carreira a do ch�o, e tudo o que ela teve, ela tinha ganho. Ela nunca tinha considerado isto ungenerous
n�o compartilhar isto, mas simplesmente pr�tico. Afinal de contas, Juliet teve o que ela considerou o exemplo perfeito antes dela do que aconteceu quando voc� deixou
v� as r�deas bastante longo deixar outra pessoa os apanhar.
A m�e dela tinha entregado controle cegamente e nunca tinha guiado novamente a pr�pria vida dela. A carreira promissora dela alimentando tinha encolhido at� medicar
os joelhos raspados das crian�as dela. Ela tinha sacrificado nacos dela para um homem que a quis mas nunca poderia ser fiel. Como �ntimo a teve vir a fazer a mesma
coisa precisamente?
Se ela ainda tivesse certeza de qualquer coisa, a Juliet tinha certeza ela n�o p�de viver aquele modo. Exista, ela pensou, mas n�o ao vivo.
Assim se ela quis ou n�o, se ela pensou que ela p�de ou n�o, ela teve que pensar al�m das pr�ximas vinte e quatro horas. Apanhando o bloco dela, ela foi para o telefone.
Havia sempre chama para ser feito.
Antes de ela pudesse empurrar o primeiro bot�o, o Carlo passeou dentro. "Eu levei sua chave", ele disse antes de ela pudesse perguntar. "Assim eu n�o o perturbaria
se voc� estivesse cochilando. Mas eu deveria ter sabido." Ele acernar com a cabe�a para o telefone, ent�o derrubado em uma cadeira. Ele olhou t�o agradado com ele
ela teve que sorrir.
"Como a entrevista vai? "
"Perfeitamente." Com um suspiro, Carlo estirou fora as pernas dele. "O rep�rter s� tinha preparado ontem � noite meu ravi�li. Ele pensa, corretamente, que eu sou
um g�nio."
Ela conferiu o rel�gio dela. "Muito bom. Voc� tem outro rep�rter no modo. Se voc� pode o convencer que voc� � um g�nio-"
"Ele s� tem que ser perceptivo."
Ela sorriu, ent�o em impulso subiu e foi ajoelhar em frente a ele. "N�o mude, Carlo."
Apoiando abaixo, ele pegou a face dela nas m�os dele. O que eu sou agora, eu serei amanh�."
Amanh� ele teria sido ido. Mas ela n�o pensaria nisto. Juliet o beijou rapidamente ent�o se fez se afastar. "� que o que voc� est� usando? "
Carlo olhou abaixo � camisa feito de linho casual dele e ornamento cal�as jeans pretas. "Claro que � o que eu estou usando. Se eu n�o estivesse usando isto, eu estaria
usando qualquer outra coisa."
"Hmm." Ela o estudou, enquanto tentando o julgar com o olho de uma m�quina fotogr�fica. "De fato, eu penso que h� pouco poderia estar certo para este artigo. Algo
informal e relaxado para uma revista que geralmente � engomada colarinhos e gravatas. Deveria ser um �ngulo sem igual."
"Grazie", ele disse secamente como subiu ele. "Agora quando n�s falamos sobre algo diferente de rep�rteres? "
"Depois que voc� ganhasse isto."
"Voc� � uma mulher dura, Juliet".
"A�o s�lido." Mas ela n�o p�de resistir a p�r os bra�os dela ao redor dele e provar caso contr�rio. "Depois que voc� terminou o ser um golpe pelo corredor, n�s encabe�aremos
at� Bloomingdale. "
Ele a cutucou mais �ntimo, at� que o ajuste de corpos deles/delas. "E ent�o? "
"Ent�o voc� toma bebidas com seu editor."
Ele correu a gorjeta da l�ngua dele abaixo o pesco�o dela. "Ent�o? "
"Ent�o voc� tem a noite livre."
"Uma recente ceia em meu apartamento." Os l�bios deles/delas se encontraram, se se pegar a, ent�o separou.
"Poderia ser organizado."
"Champanha? "
"Voc� � a estrela. Tudo que que voc� quer."
"Voc�? "
Ela apertou a bochecha dela contra seu. Hoje � noite, isto ontem � noite, n�o h� nenhuma restri��o. "Eu."
Tinha dez anos antes de eles caminhassem novamente abaixo o corredor ao apartamento dele. A Juliet teve muito tempo desde perdido o desejo para comer, mas o entusiasmo
dela pela noite n�o tinha minguado.
"Carlo, nunca deixa de me pasmar como voc� executa. Se voc� tivesse escolhido produ��o, voc� teria uma parede cheio de Oscars."
"Cronometrando, innamorata. Tudo tem que ver com cronometrar."
"Voc� os teve comendo fora seu macarr�o de sua m�o."
"Eu achei isto dif�cil", ele confessou e parou � porta para a levar nos bra�os dele. "Quando eu pudesse pensar de nada mais que voltar aqui hoje � noite com voc�."
"Ent�o voc� merece um Oscar. Toda mulher na audi�ncia tinha certeza voc� s� estava pensando nela."
"Eu recebi duas ofertas interessantes."
A sobrancelha dela ergueu. "Oh, realmente? "
Esperan�oso, ele fossou o queixo dela. "Voc� tem ci�mes? "
Ela uniu os dedos dela atr�s do pesco�o dele. "Eu estou aqui e eles n�o s�o.
Tal arrog�ncia." Eu acredito eu ainda tenho um dos n�meros de telefone em meu bolso."
"Alcance para isto, Franconi, e eu quebrar� seu pulso."
Ele sorriu a ela. Ele gostou da chama de agress�o em uma mulher com pele a textura de p�talas de rosa. "Talvez eu adquirirei h� pouco minha chave ent�o."
"Uma id�ia melhor." Divertido, a Juliet estava de p� atr�s como ele abriu a porta. Ela pisou dentro e fitou.
O quarto estava cheio com rosas. Centenas deles em toda cor ela alguma vez tinha imaginado flu�do fora de cestas, enroscadas fora de vasos, de tigelas. O quarto
cheirou como um jardim ingl�s em uma tarde de ver�o.
"Carlo onde voc� adquiriu tudo estes? "
"Eu os" ordenei.
Ela parou como ela se inclinou para cheirar a um broto. "Os ordenado, para voc�? "
Ele arrancou o broto fora de seu vaso e deu isto a ela. "Para voc�."
Subjugado, ela fitou o quarto ao redor. "Para mim? "
"Voc� sempre deveria ter flores." Ele beijou o pulso dela. "Rosas vestem melhor" a Juliet.
Uma �nica rosa, cem rosas, havia nenhum entre com Carlo. Novamente, ele moveu o unbearably dela. "Eu n�o sei o que dizer."
"Voc� gosta deles."
"Como eles? Sim, claro que, eu os amo, mas-"
"Ent�o voc� tem que n�o dizer nada. Voc� prometeu compartilhar uma recente ceia e champanha." Levando a m�o dela, ele j� a conduziu pelo quarto para a mesa fixada
pela janela de uncurtained larga. Um magnum de champanha estava esfriando em um balde prateado, velas brancas estavam esperando para ser iluminadas. Carlo ergueu
uma cobertura para mostrar rabos de lagosta delicadamente grelhados. Era, a Juliet pensou, a mancha mais bonita no mundo.
"Como voc� conseguiu ter tudo isso aqui, enquanto esperando? "
"Eu contei para servi�o de quarto ter isto aqui �s dez." Ele tirou de a cadeira dela. Tamb�m, "eu posso manter um hor�rio, meu amor". Quando ele tinha a sentado,
o Carlo acendeu as velas, ent�o escureceu as luzes de forma que a prata refletiu. A outro toque, m�sica fluiu fora para ela.
Juliet correu a ponta do dedo dela ent�o abaixo a coluna branca esbelta de uma vela olhou para ele quando ele a uniu. Ele puxou a corti�a no champanha. Como espumou
ao l�bio, ele encheu dois �culos.
Ele faria o deles/delas ontem � noite especial, ela pensou. Estava assim como ele. Doce, generoso, rom�ntico. Quando eles separaram modos, eles cada tem algo memor�vel
que levar com eles. Nenhum pesar, a Juliet pensou novamente e sorriu a ele.
Obrigado."
"Para felicidade, Juliet. Seu e meu."
Ela tocou o copo dela a seu, enquanto o assistindo como tomou um gole ela. "Voc� sabe, algumas mulheres poderiam suspeitar uma sedu��o quando eles s�o jantados com
champanha e luz de vela."
"Sim. O fa�a? "
Ela riu e tomou um gole novamente. "Eu estou contando com isto."
Deus, ela o excitou, h� pouco vigil�ncia o riso dela, a ouvindo falar. Ele desejou saber se tal uma coisa vai jovial e resolve depois de anos de ser junto. Como
sentiria, ele desejou saber, se despertar todas as manh�s confortavelmente ao lado da mulher voc� amou?
�s vezes, ele pensou, voc� viria junto a amanhecer com necessidade m�tua e paix�o sonolenta. Outros tempos que voc� simplesmente mentiria junto, afiance o calor
de � noite. Ele sempre tinha considerado matrim�nio sagrado, quase misterioso. Agora ele pensou que seria um adventure-one que ele pretendeu compartilhar sem um
mas Juliet.
"Isto � maravilhoso." Juliet deixou a lagosta manteigosa dissolver na l�ngua dela. "Eu fui completamente deteriorado."
Carlo encheu o copo dela novamente. "Deteriorado. Como? "
"Este champanha � um grito distante do pequeno Reisling no que eu ostento de vez em quando. E a comida." Ela levou outra mordida de lagosta e fechado os olhos dela.
"Em tr�s semanas mudou minha atitude inteira para comida. Eu vou acabar gordura e apoiando sem dinheiro meu h�bito."
"Assim, voc� aprendeu relaxar e desfrutar. � t�o ruim? "
"Se eu continuo relaxando e desfrutar que eu vou ter que aprender a cozinhar."
"Eu disse que eu o" ensinaria.
"Eu administrei o linguini", ela o lembrou como ela tirou a �ltima mordida.
"Uma li��o s�. Ocupa muitos anos para aprender corretamente."
"Ent�o eu adivinho eu terei que sobreviver com as pequenas caixas dentro de" as que dizem refei��o completa.
"Sacril�gio, caro, agora que seu paladar � educado." Ele tocou os dedos dela pela mesa. "Juliet, eu ainda quero o" ensinar.
Ela sentia a derrapagem de pulso dela, e entretanto ela concentrou, ela n�o p�de nivelar isto. Ela tentou sorrir. "Voc� ter� que escrever outro livro de receitas.
Da pr�xima vez voc� viaja, voc� pode me mostrar como fazer espaguete." Vagueie, ela se falou. Quando voc� vagueou, voc� n�o p�de pensar. "Se voc� escrever para um
livro um ano, eu deveria poder controlar isto. Quando voc� vier ao redor deste tempo ano que vem, eu poderia administrar a pr�xima li��o. At� l�, talvez eu terei
minha pr�pria empresa e voc� pode me contratar. Depois de tr�s best-seller, voc� deveria pensar em um publicista pessoal."
Publicista pessoal? " Os dedos dele apertaram ent�o em seu libertado. "Talvez voc� tem raz�o." Ele alcan�ou no bolso dele e tirou um envelope. "Eu tenho algo para
voc�."
A Juliet reconheceu a pasta de pap�is de linha a�rea e levou isto com uma carranca. "H� dificuldade em seu v�o de retorno? Eu pensei eu... " Ela arrastou fora quando
ela viu o pr�prio nome dela em um v�o partindo para Roma.
"Venha comigo, Juliet". Ele esperou at� que o olhar dela ergueu a seu. "Venha casa comigo."
Mais tempo, pensou ela como ela agarrou o ingresso. Ele estava a oferecendo mais tempo. E mais dor. Estava na hora ela aceitou h� dor. Ela esperou at� que ela tinha
certeza ela poderia controlar a voz dela, e as palavras dela. "Eu n�o posso, Carlo. N�s ambos souberam a excurs�o terminaria."
"A excurs�o, sim. Mas n�o n�s." Ele tinha pensado que ele sentiria confiante, seguro, at� mesmo alegre. Ele n�o tinha contado com desespero. "Eu o quero comigo,
Juliet".
Muito cuidadosamente, ela p�s de lado o ingresso. Doeu, ela descobriu, levar a m�o dela disto. "� imposs�vel."
"Nada � imposs�vel. N�s pertencemos entre si."
Ela teve que inclinar as palavras, de alguma maneira. Ela teve que fingir eles n�o correram bem fundo o dela e incha at� que o cora��o dela estava pronto estourar.
"Carlo, n�s ambos t�m obriga��es, e eles s�o separadamente milhares de milhas. Na segunda-feira, n�s ambos estar�o de volta no trabalho."
"Isso n�o � algo que deve ser", ele corrigiu. "� voc� e eu que deve ser. Se voc� precisar de alguns dias para limpar seu neg�cio aqui em Nova Iorque, n�s esperaremos.
Semana que vem, a semana depois de, n�s voamos para Roma."
"Limpe meu neg�cio? '' Ela subiu e achou os joelhos dela estavam tremendo. "Voc� ouve o que voc� est� dizendo? "
Ele fez, e n�o soube o que tinha acontecido �s palavras que ele tinha planejado. Demandas estavam vindo dele onde ele tinha querido mostrar a necessidade dela e
emo��o. Ele estava trope�ando em cima dele onde ele sempre tinha sido de p� firme. At� mesmo agora, se amaldi�oando, ele n�o p�de achar ch�o s�lido.
"Eu estou dizendo que eu o quero comigo." Ele estava de p� e agarrou os bra�os dela. A luz de vela chamejou mais de duas faces confusas. "Hor�rios e planos n�o significam
nada, voc� n�o v�? Eu o" amo.
Ela foi dura e fria, como se ele tinha a esbofeteado. Cem dores, uma multid�o de necessidades moveu por ela, e com eles o conhecimento que ele tinha dito esse formula
muitos vezes para contar a mulheres ele p�de nem mesmo se lembre.
"Voc� n�o usar� isso em mim, Carlo". A voz dela n�o era forte, mas ele viu f�ria nos olhos dela. "Eu fiquei agora com voc� at� porque voc� nunca me insultou com
isso."
"Insulto? " Surpreso, ent�o enfurecido, ele a tremeu. "O insulte o amando? "
"Usando uma frase que vem muito muito facilmente a um homem goste de voc� e n�o significa mais que a respira��o leva para dizer isto."
Os dedos dele soltaram lentamente at� que ele tinha derrubado os bra�os dela. "Depois disto, depois do que n�s tivemos junto, voc� lan�aria ontem a mim? Voc� n�o
veio a mim intato, Juliet".
"N�s ambos sabem h� uma diferen�a. Eu n�o tinha feito meu sucesso como um amante uma carreira." Ela soube que era uma coisa imunda para dizer mas s� pensou em defesa.
"Eu lhe falei antes como eu sentia sobre amor, Carlo. Eu n�o vou isto tenha agitando para cima minha vida e me puxando longe de toda meta eu alguma vez fixei. You-you
me d�o um ingresso e dizem vindo para Roma, ent�o espera que eu escape com voc� para um arremesso, enquanto deixando para tr�s meu trabalho e minha vida at� que
n�s tivemos nosso abastecimento."
Os olhos dele gearam. "Eu tenho conhecimento de arremessos, Juliet, donde eles come�am e onde eles terminam. Eu estava lhe pedindo que fosse minha esposa."
Atordoado, ela levou de volta um passo, novamente como se ele tivesse a golpeado. A esposa dele? Ela sentia bolha de p�nico quente na garganta dela. "N�o." Entrou
fora em um sussurro, apavorado. Juliet correu � porta e pelo corredor sem olhar atr�s.
A levou tr�s dias antes de ela tivesse juntado bastante for�as para voltar para o escrit�rio dela. N�o tinha sido dif�cil de convencer o supervisor dela ela estava
doente e precisou de uma substitui��o durante o �ltimo dia da excurs�o de Carlo. Como era, a primeira coisa que ele lhe contou quando ela voltou depois aos dias
de escrit�rio que era que ela pertenceu em cama.
Ela soube como ela looked-pale, oco-de olhos. Mas ela foi determinada para fazer como ela tinha se prometido uma vez. Apanhe os peda�os e v� em. Ela nunca faria
se precipitou no apartamento dela encarando as paredes.
"Deb, eu quero come�ar limpeza para cima o hor�rio para a excurs�o de Advogado de Lia em agosto."
"Voc� se parece inferno."
Juliet olhou para cima da escrivaninha dela, j� atravancada com hor�rios ser fotocopiado. "Obrigado."
"Se voc� quiser meu conselho, voc� mover� sua f�rias antes de alguns semanas e adquirir� em viagem. Voc� precisa de algum sol, Juliet".
"Eu preciso de uma lista de hot�is aprovados em Albuquerque para a "excurs�o de Advogado.
Com um encolha os ombros, Deb se rendeu. "Voc� os ter�. Enquanto isso, examine estes recortes que h� pouco entraram em Franconi." Observando, ela notou aquela Juliet
tinha batido o recipiente dela de paperclips no ch�o. "Coordena��o � a primeira coisa para ir."
Tenhamos os recortes."
"Bem, h� um eu n�o estou seguro como negociar com." Deb deslizou um recorte fora da pasta de pap�is e carranqueou a isto. "N�o � nenhum nosso, de fato, mas algum
chefe de cozinha franc�s que est� come�ando h� pouco uma excurs�o."
"LaBare? "
Impressionado, Deb observou. "Sim. Como voc� sabe? "
"H� pouco um sentimento doente."
"De qualquer maneira, o nome de Franconi foi exposto na entrevista porque o rep�rter tinha feito uma caracter�stica nele. Este LaBare fez some-well, coment�rios
desagrad�veis".
Levando o recorte, a Juliet leu o que o assistente dela tinha real�ado. "Cozinhando para camponeses por um campon�s", ela leu em um resmungo. "Lubrifique, engome
e nenhuma subst�ncia... " havia mais, mas a Juliet h� pouco ergueu uma sobrancelha. Ela esperou o plano de Ver�o de vingan�a perfeitamente foi. "N�s somos melhores
fora ignorar isto", ela decidiu, e derrubou o recorte no lixo. "Se n�s pass�ssemos isto para Carlo, ele poderia desafiar LaBare a um duelo."
"Espetos a dez passos? "
Juliet lhe enviou somente um olhar fresco. "Que mais t�m voc� adquiriu? "
Poderia haver um problema com a "caracter�stica de Dallas, ela disse como ela deu para a Juliet uma pasta de pap�is. "O rep�rter foi levado fora e listou dez das
receitas diretamente fora do livro."
A cabe�a de Juliet voou atr�s. "Voc� disse dez? "
"Conta 'em. Eu imagino Franconi vai soprar quando ele os" ver.
Juliet sacudiu pelos recortes at� que ela veio a isto. A caracter�stica era entusi�stica e lisonjeira. O Sra. Tribly t�mido tinha usado o �ngulo de preparar uma
refei��o inteira de antepasto para sobremesa. Foram citadas as receitas de Carlo de O Modo italiano literalmente. De "o que estava pensando ela? " Juliet murmurou.
"Ela poderia ter usado um ou dois sem fazer uma ondula��o. Mas isto... "
"Pense Franconi vai chutar para cima uma tempestade? "
"Eu penso nosso Sra. Tribly afortunado ela est� fora alguns mil milhas. Voc� me melhoraria legal. Se ele quiser processar, n�s seremos melhores fora ter todos os
fatos."
Depois de quase duas horas no telefone, Juliet sentia quase normal. Se havia um hollowness, ela se falou era um caf� da manh� de lunch-and saltado. Se ela tendesse
a perder frases inteiras que foram recitadas a ela, ela se falou era dif�cil de manter o ritmo de jarg�o jur�dico.
Eles poderiam processar, ou p�s o pesco�o de Sra. Tribly em uma funda ambos de que criaria umas bagun�as miser�veis quando ela teve dois outros autores programados
para Dallas que ver�o.
Carlo teria que ser contado, ela refletiu como ela desligou. N�o seria poss�vel, ou pelo menos �tico, se derrubar o recorte e fingir isto n�o existiram como ela
teve com o um de LaBare. O problema era se deixar legal o informam, se passam isto pelo editor dele ou mordem a bala e lhe escreve a.
N�o doeria para lhe escrever, ela se falou como ela brincou com a caneta dela. Ela tinha tomado a decis�o dela, tinha dito o peda�o dela e tinha pisado fora o carrossel.
Eles eram ambos os adultos, ambos os profissionais. Ditando o nome dele em uma carta n�o a puderam causar dor.
Pensando o nome dele causado a dor dela.
Jurando, a Juliet subiu e paced para a janela. Ele n�o tinha querido dizer isto. Como teve constantemente h� dias ela, a Juliet revisou e durante a �ltima noite
deles/delas junto.
Era todo o romance a ele. S� flores e luz de vela. Ele poderia ser levado fora com o momento e n�o p�de ser sofrido nenhuma conseq��ncia. Eu amo you-such uma frase
simples. Descuidado e calculando. Ele n�o tinha querido dizer isto o modo teve que ser significado.
Matrim�nio? Era absurdo. Ele tinha deslizado e tinha deslizado o modo dele fora de matrim�nio tudo da vida de adulto dele. Ele tinha sabido exatamente como ela tinha
sentido sobre isto. Isso � por que ele tinha dito isto, a Juliet decidiu. Ele tinha sabido que estava seguro e ela nunca concordaria. Ela p�de nem mesmo pense em
matrim�nio durante anos. Havia a empresa dela para pensar de. As metas dela, as obriga��es dela.
Por que ela n�o p�de esquecer do espa�o que ele tinha feito para o riso dela, o modo ele tinha feito o dela queime? Recorda��es, sensa��es n�o enfraqueceram nem
sequer um pequeno com os dias que tinham passado. De alguma maneira eles ganharam em intensidade, a assombrou. A escarnecido. Often-she de Sometimes-too se lembram
de h� pouco o modo que ele tinha olhado como ele tinha levado a face dela na m�o dele.
Ela tocou o pequeno cora��o de ouro e diamantes ela n�o tinha podido se fazer guardar. Mais tempo, ela se falou. Ela h� pouco precisou mais tempo. Talvez ela teria
legal o contatar afinal de contas.
"Juliet? "
Virando da janela, a Juliet viu o assistente dela � porta. "Sim? "
"Eu o toquei duas vezes."
"Eu sinto muito."
H� uma entrega para voc�. Voc� quer que eles tragam isto em aqui? "
Uma pergunta estranha, a Juliet pensou e voltou � escrivaninha dela. "Claro que."
Deb abriu a porta mais largo. "Em aqui."
Um homem uniformizado que tem rodas um dolly no quarto. Confuso, a Juliet encarou o engradado de madeira quase t�o grande quanto a escrivaninha dela. "Onde voc�
quer isto, Senhorita? "
"Ah-there. Est� bem."
Com um movimento especialista, puxou ele o dolly livram. "S� sinal aqui." Ele ofereceu um clipboard como Juliet continuou encarando o engradado. "Tenha um dia agrad�vel."
"Oh-yes, obrigado." Ela ainda estava encarando isto quando Deb voltou dentro com uma alavanca pequena.
"O que voc� ordena? "
"Nada."
"Venha, abra." Impaciente, Deb lhe deu a alavanca. "Eu estou morrendo."
"Eu n�o posso pensar o que poderia ser." Deslizando a alavanca debaixo da tampa, a Juliet come�ou a inquirir. "A menos que minha m�e enviasse no porcelana de minha
av� como ela � amea�asse para o �ltimo par de anos."
"Isto � grande bastante segurar um jogo para um ex�rcito."
"Provavelmente toda a embalagem", a Juliet murmurou como p�s ela o dela atr�s nisto. Quando a tampa caiu, ela come�ou a empurrar aos mont�es de Styrofoam.
"O porcelana de sua av� tem um tronco? "
"Um isso que? "
"Um tronco." Incapaz esperar, Deb empurrou pelo styrofoam ela. Deus bom", Juliet, que se parece um elefante."
A Juliet viu o primeiro resplendor tolo e deixou de pensar. "Me ajude a adquirir isto fora."
Entre os dois deles, eles conseguiram erguer o peda�o grande, vultoso de cer�mico fora do engradado e sobre a escrivaninha dela. "Isso � a coisa mais rid�cula que
eu alguma vez vi", Deb disse quando ela pegou a respira��o dela. "� feio, ostentoso e rid�culo."
"Sim", a Juliet murmurou, "eu sei."
"Que tipo de louco lhe enviaria um elefante? "
"S� um tipo", a Juliet disse a ela e correu a m�o dela amorosamente abaixo o tronco.
"Meu dois-ano-velho poderia montar nisto", Deb comentou e manchou o cart�o que tinha sa�do com a embalagem. "Aqui voc� est�. Agora voc� saber� quem apertar custos
contra."
Ela n�o levaria o cart�o. Juliet se falou ela n�o olharia para isto. Ela simplesmente empacotaria atr�s o elefante e transportaria isto fora. Nenhuma mulher sensata
ficou emocional sobre um peda�o in�til de copo tr�s p�s alto.
Ela levou o cart�o e rasgou isto aberto. N�o esque�a.
Ela come�ou a rir. Como ca�ram as primeiras l�grimas, Deb estava ao lado dela sem uma pista. "Juliet-are voc� certo? "
"N�o." Ela apertou a bochecha dela contra o elefante e manteve riso. "Eu perdi h� pouco minha cabe�a."
Quando ela chegou em Roma, a Juliet soube que estava muito tarde para sanidade. Ela levou uma mala que ela tinha arrumado em um frenesi. Se tivesse sido que en perdido
dirigem, ela n�o teria podido identificar os conte�dos. Viabilidade? Ela tinha deixado para tr�s isto em Nova Iorque. O que aconteceu logo determinaria se ela devolveu
para isto.
Ela deu para o t�xi o endere�o de motorista Carlo e se conformou atr�s com o primeiro passeio de vendaval dela por Roma. Talvez ela veria tudo antes de ela fosse
para casa. Talvez ela estava em casa. Decis�es tiveram que ser feitas, mas ela esperou que ela n�o os fizesse s�.
Ela viu as fontes das que o Carlo tinha falado. Eles subiram e ca�ram, sem fim e cheio de sonhos. Em impulso ela fez para o motorista p�ra e espera enquanto ela
colidiu em cima de para um que ela p�de nem mesmo nome. Com um desejo, ela arremessou em uma moeda. Ela assistiu bateu e cai unir milhares de outros desejos. Alguns
se tornavam realidade, ela se falou. Isso deu a esperan�a dela.
Quando o motorista embarrilou at� o meio-fio e empurrou a uma parada que ela come�ou a tentear contas. Ele assumiu piedade o dela e contou fora a tarifa ele. Porque
ela era jovem e apaixonada, ele somou s� uma gorjeta moderada.
N�o ousando se deixar parada o progresso dianteiro dela, a Juliet correu at� a porta e bateu. As d�zias de coisas que ela quis dizer, tinha planejado dizer, confundiu
na mente dela at� que ela soube que ela nunca poderia garantir o que sairia de primeiro. Mas quando a porta abriu, ela estava pronta.
A mulher era ador�vel, escura, curvy e jovem. A Juliet sentia o deslize de �mpeto longe dela como fitou ela. T�o logo, era tudo que ela poderia pensar. Ele j� teve
outra mulher na casa dele. Para um momento, ela pensou s� virar e caminhar fora t�o depressa quanto p�de ela. Ent�o os ombros dela endireitaram e ela conheceu os
olhos da outra mulher diretamente em.
"Eu vim ver o Carlo."
A outra mulher hesitou s� um momento, ent�o sorriu formosamente. "Voc� � ingl�s."
Juliet inclinou a cabe�a dela. Ela n�o tinha vindo t�o distante, arriscado para virar rabo e corrida tanto. "Americano."
"Entre. Eu sou Angelina Tuchina."
"Juliet Trent."
O momento que ela ofereceu para a m�o dela, foi agarrado. "Ah, sim, o Carlo falou de voc�."
Juliet quase riu. "Como igual ele."
"Mas ele nunca disse que voc� visitaria. Venha deste modo. N�s estamos tendo h� pouco algum ch�. Eu senti falta dele quando ele estava na Am�rica, voc� v�, assim
eu o mantive casa do restaurante hoje se por-se em dia.
A pasmou que ela pudesse achar isto divertindo. Traspassou a mente dela que a Angelina, e muitos outros, ia ser desapontados de agora em diante. A �nica mulher que
ia alcan�ar o Carlo se era.
Quando ela entrou no sal�o, divers�o se tornou surpresa. O Carlo sentou em uma cadeira cetinosa alto-apoiada, enquanto tendo uma intensa conversa��o com outro feminino.
Este aqui sentado no colo dele e era n�o mais que cinco.
"Carlo, voc� tem companhia."
Ele olhou para cima, e o sorriso ele encantava a crian�a no colo dele desapareceu. Assim fez todo pensamento coerente na mente dele. "Juliet."
"Aqui, me deixe levar isto." A Angelina deslizou a bolsa de Juliet da m�o dela enquanto ela deu para o Carlo um olhar especulativo. Ela nunca tinha o visto ofuscou
por uma mulher antes. "Rosa, venha diga bom dia a Signorina Trent. Rosa � minha filha."
Rosa tirou o colo de Carlo e, fitando todo o modo, veio a Juliet. "Bom dia, Signorina Trent". Agradado com o ingl�s dela, ela virou � m�e dela com uma inunda��o
de italiano.
Com um riso, Angelina a apanhou. "Ela diz que voc� tem olhos verdes como o princesa Carlo lhe falou de. Carlo, voc� n�o vai pedir para Senhorita Trent que se sente?
" Com um suspiro, Angelina indicou uma cadeira. "Por favor, esteja confort�vel. Voc� tem que perdoar meu irm�o, Senhorita Trent. �s vezes ele se perde nas hist�rias
que ele conta para Rosa."
Irm�o? A Juliet olhou para Angelina e viu os olhos mornos, escuros de Carlo. Em cima da ela��o r�pida, desejou saber ela quantos modos diferentes pudesse sentir
voc� como um bobo.
"N�s devemos estar a caminho. Angelina caminhou em cima de beijar o dela ainda a bochecha de irm�o silencioso. Como fez ela, ela j� estava planejando para derrubar
pelo loja da m�e dela e relacionar a hist�ria do americano que fez o Carlo perdem a voz dele. "Eu espero que n�s nos encontremos novamente enquanto voc� estiver
em Roma, Senhorita Trent".
Obrigado." A Juliet levou a m�o dela e conheceu o sorriso, e todas suas implica��es, com um aceno reconhecendo. "Eu estou seguro n�s vamos."
"N�s nos deixaremos sair, Carlo. Ciao."
Ele ainda estava calado como Juliet come�ou a vagar o quarto ao redor, enquanto parando aqui para admirar isto, l� estudar isso. Foi representada arte de toda cultura
a seu mais opulento. Deveria ter subjugado, museu-como. Ao inv�s era amig�vel e alegre, h� pouco um pouco v�o e totalmente serviu a ele.
"Voc� me falou eu gostaria de sua casa", ela disse a comprimento. "Sim."
Ele conseguiu subir mas n�o ir para ela. Ele tinha deixado parte dele atr�s em Nova Iorque, mas ele ainda teve o orgulho dele. "Voc� disse que voc� n�o viria."
Ela moveu um ombro e decidiu era melhor para n�o se lan�ar aos p�s dele como tinha pretendido ela. "Voc� conhece mulheres, Franconi. Eles mudam as mentes deles/delas.
Voc� me" conhece. Ela virou ent�o e conseguiu estar em frente dele. "Eu gosto de manter neg�cio em ordem."
"Neg�cio? "
Grato ela tinha tido a previs�o, a Juliet alcan�ou na bolsa dela e tirou o recorte de Dallas. "Isto � algo que voc� querer� examinar.
Quando ela veio nenhum mais distante, ele foi for�ado revisar e levar isto dela. O cheiro dela estava l�, como sempre. O fez lembrar de muito, muito depressa. A
voz dele era plana e viva como ele olhou para ela. "Voc� veio para Roma para trazer um peda�o de papel para mim? "
"Talvez voc� olharia melhor para isto antes de n�s discut�ssemos qualquer outra coisa."
Ele manteve os olhos dele em seu durante um minuto longo, silencioso antes de ele os abaixasse ao papel. "Assim, mais recortes", ele come�ou, ent�o parou. "O que
� isto? "
Ela sentia os l�bios dela encurvam � mudan�a de tom. "O que eu pensei que voc� quereria ver."
Ela pensou que ela entendeu os nomes que ele chamado o Sra. Tribly infeliz entretanto eles eram tudo em jejum, italiano furioso. Ele disse algo sobre uma faca na
parte de tr�s, balled o recorte para cima e levantou isto em um forno esfregado pelo quarto. Juliet notou, como um assunto de interesse, que a pontaria dele estava
perfeita.
"O que tenta ela para fazer? " ele exigiu.
O trabalho dela. Um pouco muito entusiasticamente."
"Trabalho? � o trabalho dela para citar todas minhas receitas? E errado! " Enraivecido, ele girou ao redor do quarto. "Ela tem muito or�gano em minha carne de vitela."
"Eu tenho medo que eu n�o notei", a Juliet murmurou. "Em todo caso, voc� � intitulado a retribui��o."
"Retribui��o." Ele apreciou a palavra e fez um c�rculo das m�os dele. "Eu voarei para Dallas e apertarei minha retribui��o da garganta magra" dela.
H� que, claro que." Juliet apertou os l�bios dela junto para deter a risada. Como ela tinha pensado alguma vez ela se convenceria ela poderia fazer sem ele? "Ou
um terno legal. Eu levei em conta isto e senti o melhor modo poderia ser uma carta muito firme de desaprova��o."
"Desaprova��o? " Ele girou atr�s a ela. "Voc� simplesmente desaprova de assassinato em seu pa�s? Ela em cima de-temperou minha carne de vitela."
Depois de clarear a garganta dela, Juliet conseguiu acalmar. "Eu entendo, Carlo, mas eu acredito que era um engano honesto ao redor de. Se voc� se lembra da entrevista,
ela estava nervosa e insegura. Parece h� pouco ser voc� a" subjugado.
Murmurando algo s�rdido, ele aderiu as m�os dele nos bolsos dele. "Eu escreverei a ela eu."
"Isso poderia ser h� pouco o touch-if certo voc� deixou objeto pegado legal primeiro" um olhar a isto.
Ele fez carranca, ent�o olhou cuidadosamente para ela de cabe�a caminhar. Ela n�o tinha mudado. Ele tinha sabido que ela n�o vai. De alguma maneira aquele fato confortou
e afligiu tudo de uma vez. "Voc� veio para Roma para discutir processos comigo? "
Ela levou a vida dela nas m�os dela. "Eu vim para Roma", ela simplesmente disse.
Ele n�o estava seguro ele poderia ir qualquer mais �ntimo sem ter que tocar, e tocando, objeto pegado. A les�o n�o tinha enfraquecido. Ele nunca tinha certeza vai.
"Por que? "
"Porque eu n�o esqueci." Considerando que ele n�o viria a ela, ela foi para ele. "Porque eu n�o pudesse esquecer, o Carlo. Voc� me pediu que viesse e eu tinha medo.
Voc� disse que voc� me amou e eu n�o o" acreditei.
Ele enrolou os dedos dele para ainda os manter. "E agora? "
"Agora eu ainda tenho medo. O momento eu estava s�, o momento que eu soube que voc� tinha ido, eu tive que deixar de fingir. At� mesmo quando eu tive que admitir
que eu estava apaixonado por voc�, eu pensei que eu pudesse trabalhar isto ao redor. Eu pensei que eu tive que trabalhar isto" ao redor.
"Juliet." Ele alcan�ou para ela, mas ela pisou atr�s depressa.
"Eu penso que voc� esperaria melhor at� que eu termino. Por favor", ela somou quando ele s� veio mais �ntimo.
"Ent�o termine depressa. Eu preciso o" segurar.
"Oh, Carlo." Ela fechou os olhos dela e tentou ag�entar. "Eu quero acreditar eu posso ter uma vida com voc� sem deixar o que eu sou, o que eu preciso ser. Mas voc�
v�, eu o amo tanto eu tenho medo que eu deixaria tudo o momento que voc� me" perguntou.
"Dio, isso que uma mulher! " Porque ela n�o tinha certeza que se fosse um elogio ou um insulto, a Juliet permaneceu calada como ele levou uma volta r�pida ao redor
do quarto. "Voc� n�o entende que eu o amo muito perguntar? Se voc� voc� n�o era quem s�o, eu n�o estaria apaixonado por voc�? Se eu amo Juliet Trent, por que eu
quereria a mudar naquele Juliet Trent? "
"Eu n�o sei, Carlo. Eu s�-"
"Eu era desajeitado." Quando ela ergueu as m�os dela, ele os pegou em seu a aquietar. "A noite eu lhe pedi que me se casasse, eu era desajeitado. Havia coisas eu
quis dizer, modos que eu tinha querido os dizer, mas era muito importante. O que vem facilmente com toda mulher fica imposs�vel com a �nica mulher."
"Eu n�o pensei que voc� tinha querido dizer-"
"N�o." Antes de ela pudesse resistir, ele tinha trazido as m�os dela aos l�bios dele. "Eu pensei atr�s em o que eu disse a voc�. Voc� pensou que eu estava lhe pedindo
deixar seu trabalho, sua casa, e venho para Roma para viver comigo. Eu estava perguntando menos, e muito mais. Eu deveria ter said-Juliet, voc� se tornou minha vida
e sem voc�, eu sou s� a metade do que eu era. Compartilhe comigo."
"Carlo, eu quero." Ela tremeu a cabe�a dela e entrou nos bra�os dele. "Eu quero. Eu posso recome�ar, aprenda o italiano. Deve haver um publicador em Roma que poderia
usar um americano."
Puxando o dela atr�s pelos ombros, ele a encarou. Sobre "o que est� falando voc�, recome�ando? Voc� est� come�ando sua pr�pria empresa. Voc� me" falou.
"N�o importa. Eu posso-"
"N�o." Ele a levou mais firmemente. "Importa uma grande transa��o, para ambos n�s. Assim voc� ter� sua pr�pria empresa um dia em Nova Iorque. Quem sabe melhor que
eu como pr�spero voc� ser�? Eu posso ter uma esposa para vangloriar sobre at� eu vanglorie sobre mim."
"Mas voc� tem seu restaurante aqui."
"Sim. Eu penso talvez voc� consideraria tendo uma filial de sua companhia de rela��es p�blicas em Roma.
Aprendendo o italiano � uma decis�o excelente. Eu lhe ensinarei me. Quem melhor? "
"Eu n�o o entendo. Como n�s podemos compartilhar nossas vidas se eu estiver em Nova Iorque e voc� est� em Roma? "
Ele a beijou porque tinha sido muito muito longo. Ele a puxou mais �ntimo porque ela estava disposta para dar algo que ele nunca teria perguntado. "Eu nunca lhe
contei meus planos que noturno. Eu tenho considerado abertura outro restaurante. Franconi em Roma �, claro que, o melhor. Incompar�vel."
Ela achou a boca dele novamente, enquanto despedindo qualquer plano mas isso. "Claro que."
"Assim, um Franconi em Nova Iorque seria duas vezes o melhor."
"Em Nova Iorque? " Ela inclinou a cabe�a dela atr�s h� pouco bastante o ver. "Voc� est� pensando em abertura um restaurante em Nova Iorque? "
"Meus advogados j� est�o procurando a propriedade certa. Voc� v�, Juliet, voc� n�o me teria escapado muito tempo" para.
"Voc� estava voltando.
"Uma vez eu poderia ter certeza eu n�o o assassinaria. N�s temos nossas ra�zes em dois pa�ses. N�s temos nosso neg�cio em dois pa�ses. N�s teremos nossas vidas em
dois pa�ses."
Coisas eram t�o simples. Ela tinha esquecido da generosidade intermin�vel dele. Agora ela se lembrou de tudo o que eles j� tinham compartilhado, pensamento de tudo
eles contudo compartilhar. Ela piscou a l�grimas. "Eu deveria ter confiado em voc�."
"E voc�, Juliet". Ele moldou a face dela at� que os dedos dele deslizaram no cabelo dela. "Dio, como eu senti falta de voc�. Eu quero meu anel em seu dedo, e seu
em mina."
"Quanto tempo leva para adquirir uma licen�a em Roma? "
Sorrindo, ele a girou nos bra�os dele. "Eu tenho conex�es. Ao final da semana vai voc� be-what � it?-stuck comigo."
"E voc� comigo. Me leve a cama, Carlo". Ela apertou contra ele, enquanto sabendo que ela teve que ainda se p�r mais �ntimo. "Eu quero que voc� me mostre novamente
para o como" o qual o resto de nossas vidas ser�.
"Eu pensei em voc�, aqui, comigo". Ele apertou os l�bios dele contra o templo dela como ele se lembrou das palavras que ela tinha lan�ado ontem � noite a ele nisso.
"Juliet." Preocupado, ele se afastou, enquanto tocando s� suas m�os. "Voc� sabe o que eu sou, como eu vivi. Eu n�o posso levar de volta isto, nem vai eu se eu pudesse.
Houve outras mulheres em minha cama."
"Carlo." Os dedos dela apertaram em seu. "Talvez eu disse coisas tolas uma vez, mas eu n�o sou um bobo. Eu n�o quero ser a primeira mulher em sua cama. Eu quero
ser o �ltimo. O �nico."
"Juliet, amore de mi, deste momento h� s� voc�."
Ela apertou a m�o dele � bochecha dela. "Voc� pode ouvir isto? "
"O que? "
"O carrossel." Sorrindo, ela ofereceu os bra�os dela. "Nunca � parado."


Contra Capa:

Dois cl�ssicos envolventes de uma grande dama do suspense rom�ntico



Momento m�gico

Ele era o mestre da ilus�o. Para ryan swan, que tinha aprendido a nunca confiar em algu�m, pierce atkins era o �ltimo homem a quem ela deveria entregar seu cora��o.
Ainda mais quando precisava provar para seu pai que era capaz de negociar um contrato com o famoso ilusionista para um espcial de rv. Mas, na presen�a encantadora
de pierce, todas as suas defesas pareciam desaparecer, como um passe de m�gica...

Em busca do amor

Ao chegar � antiga propriedade da fam�lia na bretanha, serenity smith � saudada com fria polidez por christophe, o enigm�tico conde de kergallen, que a leva ao encontro
da condessa fran�oise de kergallen, sua av�. Ele desconfia que serenity est� mais interessada em obter sua parte na heran�a do que em reatar la�os de fam�lia. Ela,
por sua vez, quer descobrir por que seus pais foram expulsos do castelo antes de seu nascimento. Ser� o temperamento impetuoso de serenity capaz de derreter o g�lido
distanciamento do aristocrata?






Digitaliza��o e Revis�o: Vick


CIP-Brasil. Cataloga��o-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.





T�tulo original norte-americano:
MYSTERIOUS
Copyright (c) 2003 by Harlequin Books S. A.

THIS MAGIC MOMENT
Copyright (c) 1983 by Nora Roberts

SEARCH FOR LOVE
Copyright (c) 1982 by Nora Robert


Copyright da tradu��o (c) 2007 by EDITORA HR LTDA.


Todos os personagens neste livro s�o fict�cios. Qualquer semelhan�a com pessoas vivas ou mortas � mera coincid�ncia.

Direitos exclusivos de publica��o em l�ngua portuguesa cedidos pela HARLEQUIN ENTERPRISES II B. V /S.A.R.L. para
EDITORA HR LTDA.
Rua Argentina, 171, parte, S�o Crist�v�o - Rio de Janeiro, RJ - 20921 -380 - Tel.: 2585-2000

Impresso no Brasil
ISBN 978-85-7687-396-9







Sum�rio



Momento m�gico, 6

Em busca do amor, 128












Momento m�gico

Cap�tulo 1


Ele a escolhera por causa do ambiente. Ryan teve certeza disso no momento em que viu a casa no penhasco. Era cinza, solit�ria. Os fundos davam para o Pac�fico.
N�o era uma estrutura sim�trica, mas dispersa, com partes de alturas diferentes erguendo-se aqui e ali, dando-lhe um tipo de gra�a selvagem. No alto de uma estrada
tortuosa no penhasco, com o cen�rio de um c�u enfurecido, a casa era tanto magn�fica quanto l�gubre.
Parecia algo sa�do de um filme antigo, Ryan concluiu, ao engatar a primeira marcha e subir a ladeira. Ela tinha ouvido dizer que Pierce Atkins era exc�ntrico.
A casa parecia atestar isso.
Tudo que precisa, ela refletiu, � de um trov�o, um pouco de neblina e o uivo de um lobo; apenas alguns pequenos efeitos especiais. Divertindo-se com a id�ia,
ela parou o carro e examinou a casa de novo. N�o se veriam muitas casas como aquela num raio de 250 quil�metros a norte de Los Angeles. N�o se veriam, ela corrigiu
em sil�ncio, muitas casas daquele estilo em qualquer lugar.
No momento em que saiu do carro, o vento a empurrou, agitando o cabelo em volta do rosto e puxando sua saia. Ela ficou tentada a ir at� a muralha de prote��o
para dar uma olhada no mar, mas, em vez disso, subiu os degraus correndo. N�o viera para admirar a vista.
A aldrava era velha e pesada. Fez um barulho impressionante quando ela a bateu contra � porta. Ryan disse a si mesma que n�o estava nem um pouco nervosa, mas
passava a mala de uma das m�os para a outra enquanto esperava. Seu pai ficaria furioso se ela fosse embora sem a assinatura de Pierce Atkins nos contratos que carregava.
N�o, furioso n�o, ela emendou. Silencioso. Ningu�m conseguia utilizar o sil�ncio de forma mais eficaz que Bennett Swan.
N�o vou embora de m�os vazias, ela assegurou a si mesma. Sei como lidar com artistas profissionais. Passei anos observando como se faz e...
Seus pensamentos foram interrompidos quando a porta se abriu. Ryan ficou olhando. � sua frente apareceu o maior homem que ela j� havia visto. Ele tinha pelo
menos l,90m com ombros que quase ocupavam todo o v�o da porta. E seu rosto! Ryan decidiu que ele era, inquestionavelmente, o ser humano mais feio que ela j� havia
visto. Seu rosto largo era p�lido. Seu nariz tinha sido, sem d�vida quebrado e remendado num �ngulo estranho. Seus olhos eram pequenos, um castanho desbotado que
combinava com seu cabelo espesso. O ambiente, Ryan pensou mais uma vez. Atkins deve t�-lo escolhido por causa do ambiente.
- Boa tarde - ela conseguiu dizer. - Ryan Swan. O Sr. Atkins est� me esperando.
- Srta. Swan.
A voz lenta e profunda lhe ca�a como uma luva. Quando o homem deu um passo atr�s, Ryan relutou em entrar. Nuvens de tempestade, um mordomo corpulento e uma
casa soturna num penhasco. Ah, sim, ela concluiu. Atkins sabe como armar o palco. Ela entrou. Quando a porta se fechou, Ryan deu uma r�pida olhada em volta.
- Espere aqui - disse o lac�nico mordomo e caminhou pelo corredor, com passos leves para um homem grande.
- Claro, muito obrigada - ela respondeu para as costas do homem, pois ele j� tinha se virado.
As paredes eram brancas e cobertas de tape�aria. O tapete que estava mais pr�ximo mostrava uma cena medieval desbotada exibindo o jovem Arthur retirando a
espada da pedra, com Merlin, o m�gico, em destaque ao fundo. Ryan assentiu. Era uma obra primorosa e adequada a um homem como Atkins. Ao se virar, ela olhou para
sua pr�pria imagem num espelho grande e impressionante.
Incomodava-lhe ver que seu cabelo estava desarrumado. Ela representava a Swan Produ��es. Ryan empurrou as mechas louras soltas e enevoadas. O verde de seus
olhos tinha escurecido com um misto de ansiedade e excita��o. Sua bochecha ficou corada. Ela respirou fundo e ordenou que se acalmasse. Endireitou a jaqueta.
Ao ouvir passos, rapidamente virou-se do espelho. N�o queria ser pega examinando-se ou tentando fazer mudan�as de �ltima hora. Era o mordomo, novamente, sozinho.
Ryan reprimiu uma onda de aborrecimento.
- Ele a ver� no andar de baixo.
- Oh.
Ryan abriu a boca para dizer algo mais, por�m ele j� estava se retirando. Ela teve de se esfor�ar para acompanh�-lo. O corredor virou para a direita. Os saltos
dos sapatos de Ryan emitiram o som de seus passos quando ela correu para alcan�ar o mordomo. Ent�o, ele parou t�o de repente que ela quase bateu em suas costas.
- L� embaixo.
Ele tinha aberto uma porta e j� estava se afastando.
- Mas...
Ryan franziu as sobrancelhas para ele e desceu os degraus pouco iluminados em seguida. Isso era realmente rid�culo, ela pensou. Uma reuni�o de neg�cios deveria
ser conduzida num escrit�rio, ou, pelo menos, num restaurante apropriado. Show business, ela refletiu com desd�m.
O som de seus pr�prios passos ecoava de volta para ela. N�o havia som algum vindo do c�modo abaixo. Ah, sim, ela concluiu, Atkins sabe como armar o palco.
Ela estava come�ando a ter profunda avers�o por ele. Seu cora��o martelava desconfortavelmente quando ela fez a �ltima curva na escada.
O andar de baixo era enorme, um c�modo imenso com caixotes, ba�s e uma parafern�lia empilhada em volta. As paredes eram apaineladas e o piso era ladrilhado,
mas ningu�m tinha se importado com mais decora��o. Ryan olhou em volta, franzindo as sobrancelhas, enquanto descia o �ltimo dos degraus.
Ele a observou. Tinha o talento para a imobilidade absoluta, a concentra��o total. Era essencial para seu of�cio. Tamb�m possu�a a habilidade para formar a
opini�o sobre algu�m rapidamente. Isso tamb�m fazia parte de sua profiss�o. Ela era mais jovem do que ele esperava, uma mulher de apar�ncia fr�gil, de baixa estatura,
de complei��o leve, com nuvens de cabelos claros e um rosto delicadamente moldado. Um queixo forte.
Ela estava chateada, ele notou, e nem um pouco apreensiva. Um sorriso repuxava sua boca. Mesmo depois de come�ar a vagar pela sala, ele n�o se mexeu para ir
at� onde ela estava. Muito met�dica, ele pensou, em seu tailleur bem cortado, sapatos discretos, pasta cara e m�os muito femininas. Interessante.
- Srta. Swan.
Ryan fez um movimento brusco e ent�o xingou a si mesma. Virando na dire��o da voz, ela viu apenas sombras.
- Muito pontual.
Ele ent�o se mexeu, e Ryan viu que ele estava num pequeno palco. Vestido de preto, misturando �s sombras. Com esfor�o, ela afastou o aborrecimento da voz.
- Sr. Atkins. - Ryan foi ent�o na sua dire��o, decidindo-se por um sorriso artificial. - O senhor tem uma casa e tanto.
- Obrigado.
Ele n�o desceu at� ela, permanecendo no palco. Ryan foi for�ada a levantar os olhos at� ele. Surpreendeu-se por ele ser mais dram�tico em pessoa que nas grava��es.
Normalmente, ela descobria que ocorria o contr�rio. Tinha visto suas apresenta��es. Na verdade, desde que seu pai adoecera e relutara em passar Atkins para ela,
Ryan havia passado duas noites inteiras assistindo a todos os v�deos dispon�veis sobre Pierce Atkins.
Dram�tico, ela decidiu, notando um rosto ossudo com uma cabeleira preta espessa e ondulada. Havia uma pequena cicatriz na linha do maxilar, e sua boca era
comprida e fina. Suas sobrancelhas eram arqueadas e tinham uma pequena inclina��o para cima nas extremidades. Mas foram os olhos que a atra�ram. Ela nunca tinha
visto olhos t�o escuros, t�o profundos. Eles eram cinza? Pretos? No entanto, n�o era a cor deles que a desconcertava, era a concentra��o absoluta neles. Sentiu a
garganta ressecar e engoliu em seco em sinal de defesa. Podia quase acreditar que ele estava lendo sua mente.
Ele tinha sido chamado de o maior m�gico da d�cada, alguns diziam que era o maior da segunda metade do s�culo. Seus truques e suas fugas eram ousados, impressionantes
e inexplic�veis. Era comum ouvir referir-se a ele como um mago. Fitando seus olhos, Ryan come�ou a entender por qu�. Livrou-se do estado de transe e come�ou novamente.
N�o acreditava em m�gica.
- Sr. Atkins, meu pai pede desculpas por n�o poder vir. Espero...
- Ele est� se sentindo melhor. Confusa, ela parou.
- Est�. Est� sim.
Ela se pegou olhando fixamente para ele. Pierce sorriu ao descer at� ela.
- Ele telefonou uma hora atr�s, Srta. Swan. Chamada de longa dist�ncia, nada de telepatia.
Ryan deu um olhar raivoso antes de conseguir se conter, mas o sorriso dele apenas aumentou.
- Fez uma boa viagem?
- Sim, obrigada.
- Mas foi longa - disse ele. - Sente-se.
Pierce apontou para uma mesa e ent�o pegou uma cadeira atr�s dela. Ryan sentou-se em frente a ele.
- Sr. Atkins - ela come�ou a falar, sentindo-se mais � vontade agora que o neg�cio estava prestes a come�ar. - Sei que meu pai discutiu a proposta da Swan
Produ��es com o senhor e com seu agente minuciosamente, mas talvez o senhor preferisse repassar os detalhes. - Ela colocou a pasta sobre a mesa. - Eu poderia esclarecer
quaisquer d�vidas que possa ter.
- Trabalha h� muito tempo para a Swan Produ��es, Srta. Swan?
A pergunta interrompeu o fluxo de sua apresenta��o, mas Ryan mudou os pensamentos. Freq�entemente, era preciso concordar com os artistas.
- Cinco anos, Sr. Atkins. Asseguro-lhe que estou qualificada para responder quaisquer perguntas e negociar os termos se necess�rio.
A voz dela era muito suave, mas ela estava muito nervosa. Pierce percebeu na maneira cuidadosa com que ela cruzou as m�os sobre a mesa.
- Tenho certeza de que � qualificada, Srta. Swan. Seu pai n�o � um homem f�cil de agradar.
Surpresa e um tra�o de apreens�o passaram por seus olhos.
- N�o - disse ela calmamente. - Raz�o pela qual pode ter certeza de estar recebendo a melhor promo��o, a melhor equipe de produ��o, o melhor contrato do mercado.
Tr�s especiais de tev� de uma hora, por tr�s anos, hor�rio nobre garantido, com um or�amento que assegura qualidade. - Ela parou apenas por um momento. - Um acordo
vantajoso para o senhor e para a Swan Produ��es.
- Talvez.
Ele estava olhando para ela de perto. Ryan for�ou-se a n�o ficar se remexendo. Cinza, ela viu. Seus olhos eram cinza - o mais escuro poss�vel, sem ser preto.
- Claro - ela continuou. - Sua carreira tem tido como objetivo principal as plat�ias ao vivo em clubes e teatros. Vegas, Tahoe, o London Palladium e assim
por diante.
- Uma ilus�o n�o significa nada em filme, Srta. Swan. O filme pode ser alterado.
- Sei disso. Para ter impacto, um truque deve ser executado ao vivo.
- Ilus�o - Pierce corrigiu. - N�o fa�o truques. Ryan parou. Seus olhos estavam fixos nos dela.
- Ilus�o - ela consertou, assentindo com a cabe�a. - Os especiais seriam transmitidos ao vivo, com uma plat�ia de est�dio tamb�m. A publicidade...
- N�o acredita em m�gica, n�o �, Srta. Swan? Surgiu o mais leve dos sorrisos na sua boca, o mais indisfar�ado tra�o de divers�o na voz.
- Sr. Atkins, o senhor � um homem muito talentoso - disse ela com cuidado. - Admiro seu trabalho.
- Uma diplomata - ele concluiu, inclinando-se para tr�s. - E uma c�nica. Gosto disso.
Ryan n�o se sentiu elogiada. Ele estava rindo dela sem a menor tentativa de disfarce. Seu trabalho, ela lembrou-se enquanto seus dentes cerravam. Fa�a seu
trabalho.
- Sr. Atkins, se pud�ssemos discutir os termos do contrato...
- N�o fa�o neg�cios com ningu�m at� que saiba quem seja.
Ryan soltou um suspiro r�pido.
- Meu pai...
- N�o estou falando com seu pai - interrompeu Pierce de modo suave.
- N�o pensei em trazer uma biografia - ela vociferou, e mordeu a l�ngua em seguida. Droga! Ela n�o podia dar-se ao luxo de perder o controle. Mas Pierce sorriu,
satisfeito.
- Acho que n�o ser� necess�rio.
Ele estava segurando a m�o dela sem que ela tivesse percebido.
- Nunca mais.
A voz vinda de tr�s fez Ryan pular na cadeira.
- � s� o Merlin - disse Pierce suavemente enquanto ela virava a cabe�a.
Havia um grande main� preto numa gaiola � sua direita. Ryan respirou fundo e tentou acalmar os nervos. O p�ssaro estava olhando para ela.
- Espertinho - ela conseguiu dizer, observando o p�ssaro com certa reserva. - Ensinou-o a falar?
- Mmm.
- Posso lhe pagar uma bebida, querida?
De olhos arregalados, Ryan soltou um riso abafado quando se virou novamente para Pierce. Ele simplesmente lan�ou ao p�ssaro um olhar negligente.
- N�o lhe ensinei boas maneiras.
Ela se esfor�ou para n�o demonstrar que achava gra�a.
- Sr. Atkins, se pud�ssemos...
- Seu pai queria um filho. - Ryan esqueceu o que ia dizer e ficou olhando para ele. - Isso dificultou as coisas para voc�. - Pierce estava olhando nos olhos
dela de novo, enquanto sua m�o repousava frouxa na dele. - N�o � casada, vive sozinha. � uma realista que se considera muito pr�tica. Acha dif�cil controlar seu
temperamento, mas se esfor�a. � uma mulher muito cautelosa, Srta. Swan, leva tempo para confiar, tem cuidado nos relacionamentos. � impaciente porque tem algo a
provar. A si mesma e ao seu pai.
Os olhos dele perderam a sinceridade intensa quando ele sorriu para ela.
- Um jogo de sal�o, Srta. Swan, ou telepatia? Quando Pierce soltou sua m�o, Ryan tirou-a da mesa e
colocou-a sobre o colo. Ela n�o tinha gostado da precis�o dele.
- Um pouco de psicologia amadora - disse ele � vontade, apreciando a express�o atordoada dela. - Conhecimento b�sico sobre Bemett Swan e interpreta��o de linguagem
corporal. - Ele deu de ombros. - N�o tem truque, Srta. Swan, apenas suposi��o, juntamente com conhecimento. Cheguei perto?
Ryan apertou as m�os no colo. Sua m�o direita ainda estava quente com o calor da dele.
- N�o vim aqui para ficar de joguinhos, Sr. Atkins.
- N�o. - Ele sorriu mais uma vez, de modo encantador. - Veio fechar um neg�cio, mas eu fa�o as coisas no meu pr�prio tempo, do meu pr�prio jeito. Minha profiss�o
estimula a excentricidade, Srta. Swan. Tenha paci�ncia comigo.
- Estou fazendo o poss�vel - respondeu Ryan, dando um suspiro profundo em seguida e recostando-se. - Acho seguro dizer que n�s dois somos s�rios em nossas
profiss�es.
- De acordo.
- Ent�o compreenda que � meu dever fazer com que assine o contrato com a Swan, Sr. Atkins. - Talvez um pouco de bajula��o funcionasse, ela concluiu. - Queremos
o senhor porque � o melhor no ramo.
- Estou ciente disso - respondeu ele sem pestanejar.
- Ciente de que o queremos ou de que � o melhor? - perguntou ela.
Ele deu um sorriso muito atraente.
- Os dois.
Ryan respirou fundo e lembrou-se que os artistas eram, muitas vezes, imposs�veis.
- Sr. Atkins... - ela come�ou a dizer.
Com um bater de asas, Merlin saiu da gaiola e pousou em seu ombro. Ryan ofegou e congelou.
- Ai, meu Deus. - Isso era demais, pensou ela entorpecida. Realmente demais.
Pierce franziu as sobrancelhas para o p�ssaro quando ele acomodou as asas.
- Estranho, ele nunca fez isso com ningu�m.
- Que sorte a minha - murmurou Ryan, permanecendo sentada sem se mexer. Os p�ssaros mordem? Ela decidiu que n�o se importava de esperar para descobrir. - Acha
que poderia... ah, convenc�-lo a se empoleirar em outro lugar?
Um leve gesto da m�o de Pierce fez com que Merlin sa�sse do ombro de Ryan e pousasse no seu.
- Sr. Atkins, por favor, acho que um homem na sua profiss�o deveria cultivar um certo gosto por... bom ambiente. - Ryan respirou fundo para se acalmar, mas
n�o funcionou. - � muito dif�cil falar de neg�cios em... numa masmorra - disse ela, fazendo um movimento circular com o bra�o. - Com um p�ssaro louco dando rasantes
em cima de mim e...
A risada de Pierce a interrompeu. Sobre o ombro dele o p�ssaro acomodou as asas e ficou olhando, com olhos de a�o, para Ryan.
- Ryan Swan, vou gostar de voc�. Trabalho nesta masmorra - explicou ele de modo af�vel. - � reservada e tranq�ila. O ilusionismo exige mais que habilidade;
exige uma boa dose de planejamento e prepara��o.
- Compreendo isso, Sr. Atkins, mas...
- Falaremos de neg�cios de modo mais convencional durante o jantar - ele interrompeu.
Ryan se levantou quando ele a interrompeu. N�o tinha sido sua inten��o ficar mais de uma hora ou duas. Era uma viagem de uns 30 minutos descendo a estrada
do penhasco at� seu hotel.
- Vai passar a noite aqui - Pierce acrescentou, como se tivesse realmente lido seus pensamentos.
- Aprecio sua hospitalidade, Sr. Atkins - ela come�ou a dizer, seguindo-o enquanto ele caminhava de volta para a escada, com o p�ssaro pousado placidamente
em seu ombro. - Fiz reserva num hotel da cidade. Amanh�...
- Est� com suas malas?
Pierce parou para segurar seu bra�o antes de subir os degraus.
- Est�o no carro, mas...
- Link cancelar� sua reserva, Srta. Swan. Vamos ter uma tempestade. - Ele virou a cabe�a para olhar para ela. - N�o gostaria de v�-la dirigindo por essas estradas
esta noite.
Como se fosse para acentuar suas palavras, um trov�o saudou-os quando eles chegaram ao topo da escada. Ryan murmurou algo. Ela n�o tinha certeza de que queria
pensar em passar a noite naquela casa.
- Nada na manga - Merlin anunciou. Ela disparou-lhe um olhar suspeito.


Cap�tulo 2


O jantar ajudou a acalmar a mente de Ryan. A sala de jantar era enorme, com uma lareira acesa numa das extremidades e uma cole��o de peltres antigos na outra.
A longa mesa de refeit�rio foi posta com porcelana de S�vres e prata georgiana.
- Link � um excelente cozinheiro - disse-lhe Pierce quando o homem grande colocou uma galinha � moda da Cornualha � sua frente.
Ryan olhou de relance para as m�os enormes de Link antes de ele se retirar. Com cuidado, pegou o garfo.
- Ele � bem calado.
Pierce sorriu e encheu a ta�a dela com um vinho dourado claro.
- Link s� fala quando tem algo a dizer. Diga-me uma coisa, Srta. Swan, gosta de viver em Los Angeles?
Ryan olhou para ele. Os olhos dele estavam amistosos agora, nem intensos nem intrusos como antes. Ela se permitiu relaxar.
- Acho que sim. � conveniente para o meu trabalho.
- Cheio de gente? - Pierce cortou a ave.
- Sim, claro, mas estou acostumada.
- Sempre viveu em Los Angeles?
- Com exce��o de quando estava na escola.
Pierce notou a suave mudan�a de tom, o mais leve sinal de ressentimento que ningu�m mais teria percebido. Ele continuou a comer.
- Onde estudou?
- Na Su��a.
- Belo pa�s. - Ele pegou o vinho. E ela n�o se importou de ser despachada, ele pensou. - Depois come�ou a trabalhar para a Swan Produ��es?
Com as sobrancelhas franzidas, Ryan ficou olhando o fogo.
- Quando meu pai percebeu que eu era determinada, ele concordou.
- E � uma mulher determinada - Pierce comentou.
- Sou - ela admitiu. - No primeiro ano, eu cuidava dos documentos, pegava caf� e ficava longe dos artistas. -As sobrancelhas se descontra�ram. Um leve humor
iluminou seus olhos. - Um dia alguns documentos apareceram na minha mesa, bem por acaso. Meu pai estava tentando contratar Mildred Chase para uma miniss�rie. Ela
n�o estava cooperando. Fiz umas pesquisas e fui v�-la. - Rindo com a lembran�a, ela lan�ou um sorriso para Pierce. - Essa foi uma experi�ncia e tanto. Ela mora num
local maravilhoso nas montanhas: seguran�as, dezenas de cachorros. Faz muito o estilo da "velha Hollywood". Acho que me recebeu por curiosidade.
- O que achou dela? - perguntou ele, principalmente para que ela continuasse falando, continuasse sorrindo.
- Eu a achei maravilhosa. Uma verdadeira grande dame. Se meus joelhos n�o estivessem tremendo, tenho certeza que teria feito uma rever�ncia. - E uma luz de
triunfo cobriu seu rosto. - E quando fui embora, duas horas depois, sua assinatura estava no contrato.
- Como seu pai reagiu?
- Ele ficou furioso. - Ryan pegou o vinho. O fogo lan�ou um jogo de sombra e luz sobre a pele dela. Ela ia pensar na conversa mais tarde e ficar assombrada
com sua pr�pria expansividade. - Ele ficou com raiva de mim por cerca de uma hora. - Ela bebeu e colocou a ta�a sobre a mesa. - No dia seguinte, recebi uma promo��o
e um novo escrit�rio. Bennett Swan aprecia as pessoas realizadoras.
- � realizadora, Srta. Swan? - murmurou Pierce.
- Geralmente - ela respondeu tranq�ilamente. - Sou boa em lidar com detalhes.
- E as pessoas?
Ryan hesitou. Os olhos dele estavam diretos novamente.
- A maioria das pessoas.
Ele sorriu, mas seu olhar permaneceu direto.
- Como est� o jantar?
- Meu... - Ryan balan�ou a cabe�a para se desvencilhar do olhar fixo e olhou para o prato. Ela ficou surpresa de ver que tinha comido boa por��o da galinha.
- Est� muito bom. Seu...
Ela olhou de novo para ele, sem saber ao certo como chamar Link. Servente? Escravo?
- Amigo - Pierce interrompeu suavemente e deu um gole no vinho.
Ryan lutou com a sensa��o desconfort�vel de que ele enxergara dentro do seu c�rebro.
- Seu amigo � um cozinheiro maravilhoso.
- As apar�ncias freq�entemente enganam - Pierce salientou, achando gra�a. - N�s dois exercemos profiss�es que mostram � plat�ia algo que n�o � real. A Swan
Produ��es lida com ilus�es. E eu tamb�m. - Ele esticou o bra�o na sua dire��o, e Ryan recostou-se rapidamente. Na m�o dele havia uma rosa vermelha de caule comprido.
- Oh! - Surpresa e satisfeita, Ryan pegou-a. Seu aroma era forte e doce. - Suponho que seja o tipo de coisa que se deve esperar quando se janta com um m�gico
- comentou ela, e sorriu para ele por cima da flor.
- Mulheres bonitas e flores andam juntas. - A cautela que surgiu nos olhos dela o intrigou. Uma mulher muito cautelosa, ele pensou novamente. Ele gostava de
cautela, respeitava-a. Tamb�m gostava de ver as pessoas reagindo. - � uma mulher bonita, Ryan Swan.
- Obrigada.
Sua resposta foi quase recatada e fez a boca dele se contrair.
- Mais vinho?
- N�o, n�o, obrigada. Estou satisfeita. - Mas sua pulsa��o estava um pouco acelerada. Colocou a rosa ao lado do prato e voltou � refei��o. - Raramente estive
t�o longe assim da Costa - disse ela, em tom de conversa. - Mora aqui h� bastante tempo, Sr. Atkins?
- Alguns anos. - Ele girou o vinho na ta�a, mas ela notou que ele tinha bebido muito pouco. - N�o gosto de multid�es - ele disse.
- Exceto numa apresenta��o - disse ela com um sorriso.
- Naturalmente.
Ocorreu a Ryan, quando Pierce se levantou e sugeriu que fossem para a sala de estar, que eles n�o tinham falado sobre o contrato. Ela ia ter que lev�-lo de
volta ao assunto.
- Sr. Atkins... - ela come�ou a falar enquanto eles entravam. - Oh! Que sala bonita!
Era como voltar ao s�culo XVIII. Mas n�o havia teias de aranha nem sinais de idade. A mob�lia brilhava, e as flores eram frescas. Um pequeno piano de arm�rio
repousava num canto, com a partitura aberta. Havia pequenas estatuetas de vidro soprado sobre o console da lareira. Uma cole��o de animais, ela notou ao observar
de perto - unic�rnios, cavalos alados, centauros, um c�o de ca�a com tr�s cabe�as. N�o havia animais convencionais na cole��o de Pierce Atkins. O fogo na lareira
estava brando, o abajur sobre uma mesa, com as extremidades elevadas e talhadas, era, certamente, da marca Tiffany. Era uma sala que Ryan esperava encontrar numa
aconchegante casa de campo inglesa.
- Fico feliz que esteja gostando - disse Pierce, de p� ao lado dela. - Parecia surpresa.
- Estava. O lado de fora parece uma propriedade de um filme de terror de 1945, mas... - Ryan se conteve, horrorizada. - Ai, me desculpe, n�o quis dizer...
Mas ele estava sorrindo, obviamente deleitando-se com sua observa��o.
- Foi usada exatamente para isso mais de uma vez. Foi por isso que a comprei.
Ryan relaxou novamente enquanto vagava pela sala.
- Ocorreu-me que pudesse t�-la escolhido pelo ambiente. Pierce levantou uma das sobrancelhas.
- Tenho uma certa... afei��o pelas coisas que aparentam ser verdadeiras para as outras pessoas. - Ele foi at� uma mesa onde as x�caras j� estavam dispostas.
- Infelizmente n�o posso lhe oferecer caf�. N�o uso cafe�na. O ch� � de ervas, e � muito bom.
Ele j� estava servindo quando Ryan caminhou at� o piano.
- Ch� est� bem - disse ela distraidamente. N�o era partitura impressa que havia sobre o piano, ela observou, mas sim folhas soltas. Automaticamente, ela come�ou
a escolher as notas manuscritas. A melodia era extremamente rom�ntica. - Isso � bonito. - Ryan virou-se para ele. - Muito bonito. N�o sabia que compunha m�sica.
- N�o componho. - Pierce largou o bule de ch�. - Link comp�e. - Ele observou os olhos de Ryan se arregalarem de assombro. - Apar�ncias, Srta. Swan?
Ela olhou para as m�os.
- O senhor me deixa bastante envergonhada.
- N�o tinha inten��o de fazer isso. - Ele caminhou at� ela e pegou sua m�o novamente. - A maioria de n�s sente atra��o pela beleza.
- O senhor n�o?
- Acho a beleza superficial atraente, Srta. Swan. - De forma r�pida e meticulosa, ele observou o seu rosto. - Depois, procuro algo mais.
Algo no contato fez com que ela se sentisse estranha. A voz dela n�o foi t�o forte quanto deveria ter sido.
- E se n�o encontrar?
- Ent�o, a descarto - disse ele, de modo simples. - Venha, seu ch� vai esfriar.
- Sr. Atkins. - Ryan permitiu que ele a conduzisse at� uma cadeira. - N�o quero ofend�-lo. N�o posso me dar ao luxo de ofend�-lo, mas... - Ela soltou um suspiro
de frustra��o quando se sentou. - Acho que � um homem muito estranho.
Ele sorriu. Ela achou seu sorriso atraente, a maneira como seus olhos sorriram um mil�simo de segundo antes de sua boca.
- Eu ficaria ofendido, Srta. Swan, se n�o pensasse assim. N�o tenho desejo de ser comum.
Ele estava come�ando a fascin�-la. Ryan sempre tinha tido o cuidado de manter sua objetividade profissional ao lidar com os artistas. Era importante n�o ficar
embevecida. Se ficasse embevecida, se veria adicionando cl�usulas contratuais e fazendo promessas apressadas.
- Sr. Atkins, sobre a nossa proposta.
- Pensei bastante nela. - O estrondo de um trov�o balan�ou as janelas. Ryan levantou os olhos quando ele levantou a ta�a. - As estradas estar�o trai�oeiras
esta noite. - Os olhos dele olharam novamente para os de Ryan. As m�os dela tinham se fechado com a explos�o. - As tempestades a perturbam, Srta. Swan?
- N�o, de modo algum. - Com cuidado, ela relaxou os dedos. - Mas sou grata por sua hospitalidade. N�o gosto de dirigir em mau tempo. - Ela levantou a ta�a
e tentou ignorar os raios. - Se tiver qualquer pergunta sobre os termos, ficaria feliz em repass�-los com o senhor.
- Acho que est� suficientemente claro. - Ele bebericou seu ch�. - Meu agente est� ansioso para que eu aceite o contrato.
- �?
Ryan teve que lutar para esconder o triunfo na voz. Seria um erro for�ar a barra t�o cedo.
- Nunca me comprometo com nada at� ter certeza de que me conv�m. Amanh� lhe direi o que decidi.
Ela assentiu com a cabe�a, aceitando. Ele n�o estava jogando, e ela sentia que nenhum agente, nem ningu�m, o influenciaria al�m de certo ponto. Ele era dono
do pr�prio nariz, completamente.
- Joga xadrez, Srta. Swan?
- O qu�? - Distra�da, ela levantou os olhos novamente. - O que disse?
- Joga xadrez? - ele repetiu.
- Bem, sim, jogo.
- Achei que sim. Sabe quando se mover e quando esperar. Gostaria de jogar?
- Sim - concordou ela sem hesita��o. - Gostaria. Ele se levantou, ofereceu-lhe a m�o e levou-a at� uma
mesa perto das janelas. Do lado de fora, a chuva se atirava contra o vidro. Mas quando viu o tabuleiro de xadrez j� preparado, ela esqueceu a tempestade.
- S�o primorosos! - Ryan levantou o rei branco. Era grande e esculpido em m�rmore. - Arthur - disse ela, e pegou a rainha. - E Guinev�re. - Ela examinou as
outras pe�as. - Lancelot, o cavaleiro; Merlin, o bispo; e, � claro, Camelot. - Ela virou a torre na m�o. - Nunca vi nada assim.
- Fique com as brancas - ele ofereceu, sentando-se atr�s das pretas. - Joga para ganhar, Srta. Swan?
Ela pegou a cadeira em frente a ele.
- Jogo. Todo mundo n�o joga?
Ele lan�ou-lhe um longo olhar insond�vel.
- N�o. Alguns jogam apenas para competir.
Ap�s 10 minutos, Ryan n�o ouviu mais a chuva nas janelas. Pierce era um jogador astuto e calado. Ela se pegou observando suas m�os enquanto elas deslocavam
as pe�as sobre o tabuleiro. Eram longas e estreitas, com dedos �geis. Ele usava um anel de ouro no dedo m�nimo com um s�mbolo gravado que ela n�o reconheceu. Ryan
tinha ouvido dizer que aqueles dedos podiam abrir qualquer cadeado, desatar qualquer n�. Observando-os, ela pensou que eles eram mais adequados para afinar violino.
Quando levantou os olhos rapidamente, ela o pegou observando-a com seu sorriso divertido e de quem sabe das coisas. Ela canalizou sua concentra��o para sua estrat�gia.
Ryan atacava, ele defendia. Ele avan�ava, ela contra-atacava. Pierce estava satisfeito de ter um parceiro � altura. Ela era uma jogadora cautelosa, dada a
impulsos ocasionais. Ele sentia que sua maneira de jogar refletia quem ela era. Ela n�o seria facilmente enganada nem derrotada. Ele admirava tanto o pensamento
r�pido quanto a for�a que sentia nela. Tornava sua beleza mais atraente ainda.
As m�os dela eram macias. Quando ele capturou seu bispo, ele imaginou de modo despropositado se sua boca tamb�m seria macia, quando ele descobriria. Ele j�
tinha decidido que descobriria; agora era uma quest�o de tempo. Pierce compreendia a inestim�vel import�ncia do senso de oportunidade.
- Xeque-mate - disse ele baixinho e ouviu a respira��o entrecortada de surpresa de Ryan.
Ela examinou o tabuleiro por um momento e depois sorriu para ele.
- Droga, n�o vi isso. Tem certeza de que n�o tem algumas pe�as extras enfiadas na manga?
- Nada na manga - disse Merlin rindo do outro lado da sala. Ryan lan�ou-lhe um olhar r�pido e se perguntou quando ele tinha se juntado a eles.
- N�o uso m�gica quando a habilidade basta - disse-lhe Pierce, ignorando seu animal de estima��o. - Joga bem, Srta. Swan.
- Joga melhor, Sr. Atkins.
- Desta vez - ele concordou. - Desperta meu interesse.
- Oh! - Ela olhou diretamente para ele. - Como?
- De v�rias maneiras. - Ele recostou-se e correu o dedo pela rainha preta. - Joga para ganhar, mas leva na esportiva quando perde. Isso � sempre verdade?
- N�o. - Ela riu, mas levantou-se da mesa. Ele a estava deixando nervosa novamente. - Leva na esportiva quando perde, Sr. Atkins?
- N�o perco com freq��ncia.
Quando ela olhou para tr�s, ele estava parado perto de outra mesa, mexendo num baralho de cartas. Ryan n�o o tinha visto se mexer. Isso a deixou desconfort�vel.
- Conhece as cartas do tar�?
- N�o. Quer dizer - corrigiu ela -, sei que s�o utilizadas para prever o futuro ou algo do tipo, n�o s�o?
- Algo do tipo. - Ele deu um pequeno sorriso e embaralhou as cartas suavemente. - Coisa sem sentido, Srta. Swan. Um instrumento para atrair a aten��o de algu�m
e acrescentar mist�rio ao pensamento r�pido e � observa��o. A maioria das pessoas prefere ser enganada. As explica��es deixam as pessoas desapontadas. At� mesmo
a maior parte dos realistas.
- N�o acredita nessas cartas. - Ryan caminhou para junto dele. - Sabe que n�o pode prever o futuro com papel�o e cores bonitas.
- Uma ferramenta, uma divers�o. - Pierce levantou os ombros. - Um jogo, se quiser. Os jogos me fazem relaxar.
Pierce embaralhou as cartas grandes num gesto r�pido e eficaz e espalhou-as sobre a mesa.
- Faz isso muito bem - murmurou Ryan. Os nervos dela estavam tensos novamente, mas ela n�o sabia por qu�.
- Uma habilidade b�sica - disse ele tranq�ilamente.
- Poderia lhe ensinar bem r�pido. Tem m�os competentes.
- Ele levantou uma, mas foi seu rosto que ele examinou, n�o sua palma. - Quer que eu escolha uma carta?
Ryan retirou a m�o. Sua pulsa��o estava come�ando a ficar acelerada.
- � o seu jogo.
Com a ponta do dedo, Pierce retirou uma carta e colocou-a virada para cima. Era o Mago.
- Confian�a, criatividade - murmurou Pierce.
- � a sua carta? - perguntou Ryan de brincadeira, a fim de esconder a tens�o crescente.
- Assim poderia parecer. - Pierce colocou o dedo em outra carta e retirou-a. A Sacerdotisa. - Serenidade - disse ele baixinho. - For�a. � a sua carta?
Ryan deu de ombros.
- � bastante simples para voc� tirar qualquer carta que quiser depois de ter empilhado o baralho.
Pierce sorriu, sem se sentir ofendido.
- O c�nico deveria escolher a pr�xima para ver onde terminar�o essas duas pessoas. Escolha uma carta, Srta. Swan - disse ele. - Qualquer carta.
Aborrecida, Ryan puxou uma e colocou-a virada para cima sobre a mesa. Ap�s um suspiro estrangulado, ela ficou olhando para a carta em absoluto sil�ncio. Os
Amantes. Seu cora��o martelou de leve na garganta.
- Fascinante - murmurou Pierce. Ele n�o estava sorrindo agora, mas examinou a carta como se nunca a tivesse visto antes.
Ryan deu um passo para tr�s.
- N�o gosto do seu jogo, Sr. Atkins.
- Hummm? - Ele levantou os olhos distraidamente e concentrou-se nela. - N�o? Bem, ent�o... - Ele juntou as cartas de modo negligente e empilhou-as. - Vou lev�-la
ao seu quarto.


Pierce havia ficado t�o surpreso com a carta quanto Ryan. Mas ele sabia que a realidade freq�entemente era mais estranha que qualquer ilus�o que ele pudesse
criar. Ele tinha trabalho a fazer, muitos planos finais para seu compromisso em Las Vegas dentro de duas semanas. No entanto, enquanto estava sentado em seu quarto,
ele pensava em Ryan, n�o no trabalho.
Havia algo nela quando ria, algo brilhante e vital. Agradava-lhe, da mesma maneira que sua voz mansa e pr�tica o atra�ra quando ela falou de contratos e cl�usulas.
Ele j� conhecia o contrato de tr�s para a frente. N�o era o tipo de homem de deixar de lado a parte comercial da profiss�o. Pierce n�o assinava o nome em nada
a n�o ser que compreendesse todas as nuances. Se o p�blico o via como misterioso, espalhafatoso e estranho, isso era muito bom. A imagem era metade ilus�o e metade
realidade. Era assim que ele preferia. Tinha passado a segunda metade da vida organizando as coisas da maneira que as preferia.
Ryan Swan. Pierce tirou a camisa e jogou-a para o lado. Ele n�o tinha certeza quanto a ela ainda. Pretendia assinar os contratos at� v�-la descer a escada.
O instinto o fez hesitar. Pierce confiava bastante em seus instintos. Agora ele precisava pensar um pouco.
As cartas n�o o influenciaram. Ele poderia fazer as cartas se levantarem e dan�arem se fosse o que ele queria. Mas a coincid�ncia o deixou alerta. Foi estranho
que Ryan virasse a carta simbolizando os amantes quando ele estava pensando qual seria a sensa��o de t�-la nos bra�os.
Ele riu, sentou-se e come�ou a rabiscar num bloco de papel. Os planos que estava fazendo para uma nova fuga teriam de ser rasgados ou revisados, mas pensar
na fuga o fez relaxar, tal como quando pensava em Ryan.
Poderia ser prudente assinar os documentos de manh� e mand�-la embora. Ele n�o gostava de ter uma mulher interferindo em seus pensamentos. Mas Pierce nem sempre
fazia o que era prudente. Se fizesse, ainda estaria se apresentando em clubes, tirando coelhos da cartola e len�os coloridos do bolso em v�rios lugares. Agora ele
transformava uma mulher em pantera e passava por um muro de tijolos.
Poof!, ele pensou. M�gica instant�nea. E ningu�m se lembrava dos anos de frustra��o, luta e fracasso. Isso tamb�m era exatamente como ele queria. Havia pouqu�ssimas
pessoas que sabiam sua origem ou quem ele tinha sido antes dos 25 anos.
Pierce largou o l�pis. Ryan Swan o estava deixando desconfort�vel. Ele desceria e trabalharia at� que sua mente desanuviasse. Foi quando ele ouviu o grito
dela.


Ryan se despiu de forma negligente. A irrita��o sempre a deixava negligente. Truques de sal�o, ela pensou furiosa e abaixou o z�per da saia. J� deveria estar
acostumada com essas orquestra��es. Lembrou-se de um encontro com um conhecido comediante no m�s anterior. Ele tinha tentado um n�mero de 20 minutos com ela antes
de se sentar para discutir os planos de aparecer como convidado numa apresenta��o da Swan Produ��es. Toda a coisa com as cartas de taro havia sido apenas uma exibi��o
com o intuito de impression�-la, ela concluiu, e tirou os sapatos. Apenas mais um egocentrismo de um artista inseguro.
Ryan franziu as sobrancelhas enquanto desabotoava a blusa. N�o conseguia concordar com suas pr�prias conclus�es. Pierce Atkins n�o lhe parecia um homem inseguro
- nem no palco, nem fora dele. E ela teria jurado que ele tinha ficado t�o surpreso quanto ela quando ela virou a carta. Ryan tirou a blusa e jogou-a sobre uma cadeira.
Bem, ele era um ator, ela lembrou-se. O que mais era um m�gico que um ator h�bil, com m�os h�beis?
Ela lembrou-se da apar�ncia de suas m�os nas pe�as de xadrez de m�rmore preto, m�os magras e graciosas. Livrou-se da lembran�a. Amanh�, ela colocaria o nome
dele naquele contrato e partiria. Ele a deixara desconfort�vel; mesmo antes do pequeno n�mero com as cartas, ele a deixara desconfort�vel. Aqueles olhos, Ryan pensou
e tremeu. Existe algo naqueles olhos.
A personalidade dele era, simplesmente, muito forte, concluiu. Ele era magn�tico e, de fato, muito atraente. Tinha cultivado isso, tal como, sem d�vida, cultivara
o ar misterioso e o sorriso enigm�tico.
Um raio seguido de trovoada assustou Ryan, e ela deu um pulo. N�o tinha sido completamente honesta com Pierce: as tempestades arrasavam com seus nervos. Intelectualmente,
ela podia ignorar, mas os raios e os trov�es sempre provocavam um aperto em seu est�mago. Ela odiava a fraqueza, uma fraqueza basicamente feminina. Pierce estava
certo: Bennett Swan queria um filho. Ryan tinha passado a vida se esfor�ando para compensar o fato de ter nascido mulher.
V� dormir, disse a si mesma. V� dormir, puxe as cobertas por cima da cabe�a e feche os olhos. Propositalmente, ela foi puxar as cortinas. Lan�ou um olhar fixo
para a janela. Algo retribuiu o olhar. Ela gritou.
Ryan cruzou o quarto como um rel�mpago. Suas m�os �midas escorregaram da ma�aneta. Quando Pierce abriu a porta, caiu nos seus bra�os e ele a agarrou firme.
- Ryan, o que est� acontecendo?
Ele a teria afastado, mas os bra�os em volta de seu pesco�o estavam apertados. Ela era muito pequena sem os sapatos de saltos. Ele podia sentir a forma do
corpo dela uma vez que ela comprimiu-se desesperadamente contra o corpo dele. Por causa da preocupa��o e da curiosidade, Pierce vivenciou uma r�pida e poderosa onda
de desejo. Incomodado, ele a afastou firme e segurou seus bra�os.
- O que �? - perguntou.
- A janela - ela conseguiu dizer, e teria voltado aos seus bra�os se ele n�o a tivesse mantido afastada. - Na janela perto da cama.
Ele colocou-a de lado e caminhou at� a janela. Ryan levou as m�os � boca e recuou at� a porta, fechando-a com for�a.
Ela ouviu o palavr�o baixo que Pierce soltou quando levantou o vidro e olhou para fora. Pegou um gato preto muito grande e encharcado. Dando um gemido, Ryan
chocou-se ruidosamente com a porta.
- Ai, meu Deus, qual ser� a pr�xima? - ela se perguntou em voz alta.
- Circe. - Pierce colocou a gata no ch�o. Ela se balan�ou uma vez e pulou para cima da cama. - N�o percebi que ela estava l� fora com esse tempo. - Ele virou-se
para olhar para Ryan. Se ele tivesse rido dela, ela nunca o teria perdoado. Mas havia um pedido de desculpas em seus olhos, n�o um ar de divers�o. - Desculpe. Ela
deve ter assustado bastante. Quer que pegue um conhaque?
- N�o. - Ryan deu um longo suspiro. - Conhaque n�o cura um extremo constrangimento.
- Estar apavorada n�o � raz�o para se sentir constrangida.
As pernas dela ainda estavam tremendo, ent�o permaneceu apoiada na porta.
- Poderia me avisar se tiver mais animais de estima��o? - Fazendo um esfor�o, ela conseguiu dar um sorriso. - Assim, se eu acordar com um lobo na cama comigo,
posso dar de ombros e voltar a dormir.
Ele n�o respondeu. Enquanto ela observava, os olhos dele desceram lentamente pelo seu corpo. Ryan tomou consci�ncia de que estava usando apenas uma fina camisola
de seda. Ficou ereta junto � porta. Mas quando os olhos dele retornaram aos dela, ela n�o conseguiu se mover, n�o conseguiu falar. Sua respira��o tinha come�ado
a ficar dif�cil antes de ele dar o primeiro passo na sua dire��o.
Diga-lhe para ir embora!, sua mente gritou, mas seus l�bios se recusaram a formar as palavras. Ela n�o conseguiu afastar os olhos dos dele. Quando ele parou
� sua frente, a cabe�a dela inclinou-se para tr�s de modo que o olhar persistisse. Ela podia sentir a pulsa��o martelar nos pulsos, na garganta, nos seios. Todo
o seu corpo vibrava com ela.
Eu o quero. Saber disso a deixou atordoada. Nunca desejei um homem como o desejo. A respira��o dela estava aud�vel agora. A dele estava calma e constante.
Lenta. Pierce levou o dedo at� seu ombro e puxou a al�a para o lado. Ela caiu frouxa em seu bra�o. Ryan n�o se moveu. Ele a observou intensamente quando puxou a
segunda al�a. O corpete de sua camisola tremulou at� as pontas de seus seios e ficou preso de forma t�nue. Um movimento descuidado da m�o dele o faria cair at� os
p�s. Ela permanecia transfixada.
Pierce levantou as m�os, tirando o cabelo dela do rosto. Deixou que suas m�os mergulhassem fundo nele. Ele aproximou-se mais e hesitou. Os l�bios tr�mulos
de Ryan se abriram. Ele viu os olhos dela fecharem-se antes de sua boca tocar a dela.
Os l�bios dele eram firmes e gentis. A princ�pio, mal tocaram os dela, apenas saborearam. Ent�o, ele permaneceu por um momento, mantendo o beijo suave. Uma
promessa ou uma amea�a; Ryan n�o tinha certeza. As pernas dela estavam prestes a se curvarem. Em sinal de defesa, ela enroscou as m�os nos bra�os dele. Havia m�sculos,
m�sculos duros e firmes, em que ela n�o pensaria at� muito depois. Agora ela pensava apenas em sua boca. Ele mal a estava beijando, mas o choque do impacto a deixou
sem f�lego.
Gradual e ardentemente ele aprofundou o beijo. Os dedos de Ryan apertaram desesperadamente os bra�os dele. A boca dele ro�ou sobre a dela e depois voltou,
com mais press�o. Sua l�ngua passou como uma pena sobre a dela.
Ele apenas tocou seu cabelo, embora o corpo dela o seduzisse. Ele retirou cada grama de prazer apenas com a boca.
Ele sabia o que era ter fome - de comida, de amor, de uma mulher -, mas n�o experimentava esse doloroso e descontrolado desejo havia muitos anos. Queria o
sabor dela, apenas o sabor dela. Era, ao mesmo tempo, doce e pungente. Quando a puxou para si, ele soube que chegaria um momento em que desejaria mais. Mas, por
enquanto, seus l�bios bastavam.
Quando descobriu que tinha alcan�ado a fronteira entre afastar-se e tom�-la, Pierce levantou a cabe�a. Esperou Ryan abrir os olhos.
Os olhos verdes dela estavam escurecidos, enevoados. Ele viu que ela estava t�o atordoada quanto excitada. Sabia que podia tom�-la ali, exatamente onde estavam.
Ele tinha apenas que beij�-la novamente, apenas colocar de lado o pequeno tecido de seda que ela usava. Mas ele n�o fez nenhuma das duas coisas. Os dedos de Ryan
se afrouxaram, e suas m�os largaram os bra�os dele. Sem dizer nada, Pierce deu a volta e abriu a porta. A gata pulou da cama para passar pela porta aberta antes
que Pierce a fechasse.


Cap�tulo 3


Pela manh� o �nico sinal da tempestade era o pingar constante de gotas da sacada da janela do quarto de Ryan. Ela se vestiu com cuidado. Era importante que
estivesse em perfeito equil�brio quando descesse. Teria sido mais f�cil se ela pudesse ter se convencido de que estava sonhando - que Pierce n�o havia ido ao seu
quarto, que ele n�o lhe dera aquele beijo estranho e extenuante. Mas n�o tinha sido sonho!
Ryan era realista demais para fingir o contr�rio ou arranjar desculpas. Grande parte do que havia acontecido fora culpa sua, ela admitiu, ao dobrar o traje
usado na noite anterior. Tinha agido como uma tola, gritando porque um gato tentara entrar no quarto por causa da chuva. Havia se lan�ado nos bra�os de Pierce com
os nervos quase em frangalhos. E, por fim, e o mais perturbador, n�o demonstrou nenhuma obje��o. Ryan foi for�ada a admitir que Pierce tinha lhe dado bastante tempo
para se opor. Mas ela n�o fez nada, n�o lutou, n�o mostrou indigna��o.
Talvez ele a tivesse hipnotizado, pensou assustada enquanto escovava o cabelo. O jeito que ele olhou para ela, o modo como seus pensamentos fugiram... Com
um tom de frustra��o, Ryan jogou a escova dentro da mala. N�o se pode ser hipnotizado com um olhar.
Se quisesse lidar com o assunto, tinha, primeiro, que admitir: desejara que ele a beijasse. E quando ele o fez, os sentidos dela a dominaram. Ryan fechou os
cadeados da mala e depois a colocou ao lado da porta. Podia ter ido para a cama com ele. Era fato, n�o havia com negar. Se ele tivesse ficado, ela teria feito amor
com ele - um homem que ela tinha conhecido havia poucas horas.
Ryan respirou fundou e demorou um instante antes de abrir a porta. Era uma verdade dif�cil de encarar para uma mulher que se orgulhava de agir com bom senso
e praticidade. Fora obter a assinatura de Pierce num contrato, n�o dormir com ele.
Voc� ainda n�o fez nenhum dos dois, lembrou-se, fazendo uma careta. E era de manh�. Hora de se concentrar no primeiro e esquecer o segundo. Ryan abriu a porta
e desceu.
A casa estava em sil�ncio. Depois de dar uma olhada na sala de estar e encontr�-la vazia, prosseguiu pelo corredor. Embora sua mente estivesse determinada
a encontrar Pierce e fechar o neg�cio, que era seu objetivo, uma porta aberta � sua direita seduziu-a a parar. O primeiro olhar tirou dela um som de prazer.
Havia paredes - literalmente paredes - de livros. Ryan nunca tinha visto tantos em uma cole��o particular, nem mesmo a de seu pai. De alguma forma, ela sabia
que os livros eram mais que investimento, eram lidos. Pierce conhecia cada um deles. Ela entrou no recinto para dar uma olhada mais de perto. Havia um aroma de couro
e de velas.
As mem�rias de Robert-Houdin, de Houdini; Fronteiras do desconhecido, de Arthur Conan Doyle; Les Illusionistes et Leurs Secrets. Ryan esperava esses e dezenas
de outros livros sobre m�gica e m�gicos. Mas tamb�m havia T.H. White, Shakespeare, Chaucer, os poemas de Byron e Shelley. Espalhadas entre eles estavam obras de
Fitzgerald, Mailer e Bradbury. Nem todos tinham capa de couro ou eram antigos e valiosos. Ryan pensou em seu pai, que conhecia o valor de cada um de seus livros
at� o �ltimo d�lar e que havia lido n�o mais de uma d�zia de sua cole��o.
Ele tem um gosto muito ecl�tico, ela refletiu enquanto vagava pelo c�modo. Sobre o console da lareira estavam gravuras talhadas e pintadas que ela reconheceu
como habitantes da Terra M�dia, de O senhor dos an�is de Tolkien. Havia uma escultura de metal muito moderna sobre a escrivaninha.
Quem � este homem?, Ryan se perguntou. Quem � ele realmente? L�rico, exc�ntrico, com nuances de um firme realista por dentro. Incomodava-lhe perceber o quanto
ela queria descobrir o homem por inteiro.
- Srta. Swan?
Ryan se virou e viu a figura de Link no v�o da porta.
- Ah, bom dia. - Ela n�o tinha certeza se a express�o dele era desaprovadora ou se era simplesmente sua impress�o a respeito do lament�vel rosto dele. - Desculpe
- ela acrescentou. - Eu n�o deveria ter entrado aqui?
Link encolheu os grandes ombros.
- Ele o teria trancado se quisesse que n�o entrasse.
- Sim, claro - murmurou Ryan, sem saber se deveria se sentir insultada ou rir.
- Pierce disse que pode esperar por ele l� embaixo depois de tomar o caf�-da-manh�.
- Ele saiu?
- Foi correr - disse Link de forma sucinta. - Ele corre oito quil�metros todo dia.
- Oito quil�metros?
Mas Link j� estava se retirando. Ela atravessou o c�modo �s pressas para alcan��-lo.
- Vou preparar seu caf�-da-manh� - ele lhe disse.
- Apenas caf�... ch� - ela corrigiu ao se lembrar. Ela n�o sabia como cham�-lo mas percebeu que logo estaria ofegante demais por tentar acompanh�-lo para cham�-lo
de qualquer coisa. - Link. - Ryan tocou seu bra�o, e ele parou. - Vi seu trabalho no piano ontem � noite. - Ele estava olhando firme para ela, sem qualquer mudan�a
de express�o. - Espero que n�o se importe. - Ele deu de ombros novamente. Ryan concluiu que ele usava o gesto freq�entemente em vez das palavras. - � uma linda melodia
- ela continuou. - Realmente maravilhosa.
Para seu espanto, ele corou. Ryan n�o pensou que fosse poss�vel um homem do seu tamanho ficar sem gra�a.
- N�o est� conclu�do - ele murmurou, com seu rosto enorme e feio ficando mais rosado.
Ryan sorriu para ele, comovida.
- O que est� conclu�do est� bonito. Voc� tem um talento maravilhoso.
Ele arrastou os p�s, murmurou alguma coisa sobre pegar o ch� e saiu com passos pesados. Ryan sorriu de sua retirada antes de caminhar para a sala de jantar.
Link trouxe torradas, resmungando sobre ela ter que comer alguma coisa. Ryan comeu tudo obedientemente, pensando no coment�rio de Pierce sobre apar�ncias.
Se nada mais adviesse de sua estranha visita, ela havia aprendido algo. Ryan n�o acreditava que algum dia teria decis�es precipitadas novamente sobre algu�m com
base na apar�ncia.
Embora ela tivesse demorado a comer de prop�sito, n�o houve sinal de Pierce quando terminou. A relut�ncia em enfrentar o andar inferior novamente fez com que
bebesse o ch� frio e esperasse. Por fim, com um suspiro, ela se levantou, pegou a maleta e desceu a escada.
Algu�m tinha acendido as luzes, e Ryan ficou grata por isso. A sala n�o estava plenamente iluminada; era grande demais para que a luz alcan�asse todos os cantos.
Mas a sensa��o de apreens�o que Ryan tinha vivenciado no dia anterior n�o se materializou. Dessa vez ela sabia o que esperar.
Avistou Merlin em sua gaiola e caminhou at� ele. A porta da gaiola estava aberta, ent�o, cautelosamente, deu um passo para o lado enquanto o examinava. N�o
queria incentiv�-lo a empoleirar-se no seu ombro de novo, principalmente porque Pierce n�o estava l� para afast�-lo.
- Bom dia - disse ela, curiosa para saber se ele conversaria com ela quando estivesse sozinha.
Merlin observou-a por um momento.
- Posso lhe pagar uma bebida, querida?
Ryan riu e concluiu que o treinador de Merlin tinha um estranho senso de humor.
- N�o caio nesse papo - ela lhe disse e curvou-se at� que estivessem frente a frente. - O que mais voc� sabe dizer? - ela se perguntou, em alto som. - Aposto
que ele ensinou bastante coisa. Ele teria paci�ncia para isso. - Ela sorriu, achando gra�a do fato de que a ave parecia estar ouvindo sua conversa com aten��o. -
Voc� � um p�ssaro esperto, Merlin? - perguntou ela.
- Ai de mim, pobre Yorick! - disse ele obsequioso.
- Meu Deus, ele cita Hamlet. - Ryan balan�ou a cabe�a e virou-se em dire��o ao palco. Havia dois grandes ba�s, um cesto de palha e uma mesa comprida na altura
da cintura. Curiosa, Ryan largou a maleta e subiu a escada. Sobre a mesa havia um baralho de cartas, um par de cilindros vazios, garrafas, ta�as de vinho e um par
de algemas.
Ryan pegou as cartas e perguntou-se de modo fugaz como ele as marcava. N�o conseguiu ver nada, mesmo quando as segurou contra a luz. Colocou-as de lado e examinou
as algemas. Elas pareciam ser assunto de pol�cia. Frias, de a�o, insens�veis. Vasculhou a mesa em busca de uma chave e n�o achou nada.
Ryan tinha feito uma pesquisa detalhada sobre Pierce. Sabia que n�o havia um cadeado que pudesse det�-lo. Ele teve as m�os e os p�s acorrentados e foi colocado
em uma mala-arm�rio com tr�s cadeados. Em menos de tr�s minutos ele tinha sa�do, livre de quaisquer grilh�es. Impressionante, ela admitiu, ainda examinando as algemas.
Onde estava o truque?
- Srta. Swan.
Ryan largou as algemas fazendo um grande barulho quando se virou. Pierce estava parado bem atr�s dela. Mas ele n�o podia ter descido a escada, ela pensou.
Ela teria ouvido, ou certamente visto. Obviamente, havia outra entrada para a sala de trabalho. E h� quanto tempo, ela se perguntou, ele estava parado observando?
Ele estava fazendo exatamente isso agora enquanto a gata se enroscava em seus tornozelos.
- Sr. Atkins - ela conseguiu dizer num tom de voz bastante tranq�ilo.
- Espero que tenha dormido bem. - Ele caminhou at� a mesa para ficar perto dela. - A tempestade n�o a manteve acordada?
- N�o.
Para um homem que tinha acabado de correr oito quil�metros, ele parecia estar notavelmente revigorado. Ryan lembrou-se dos m�sculos de seus bra�os. Havia for�a
neles e � claro, vigor. Os olhos dele estavam fixos nos dela, quase avaliando. N�o havia sinal da paix�o refreada que ela sentira nele na noite anterior.
De repente, Pierce sorriu para ela e fez um gesto com a
m�o.
- O que v� aqui?
Ryan olhou para a mesa de novo.
- Algumas de suas ferramentas.
- Ah, Srta. Swan, seus p�s est�o sempre no ch�o.
- Gosto de pensar que sim - respondeu ela, aborrecida. - O que eu deveria ver?
Ele parecia satisfeito com a resposta dela e serviu uma pequena quantidade de vinho numa ta�a.
- A imagina��o, Srta. Swan, � um dom incr�vel. Concorda?
- At� certo ponto.
- Ele riu um pouco e lhe mostrou os cilindros vazios.
- Pode haver restri��es sobre a imagina��o? - Ele colocou um cilindro dentro do outro. - N�o acha as possibilidades do poder da mente sobre as leis da natureza
interessantes?
Pierce colocou os cilindros acima da garrafa de vinho, observando-a. Ryan estava franzindo as sobrancelhas para suas m�os agora.
- Como teoria - respondeu ela.
- Mas teoria apenas. - Pierce retirou um cilindro e colocou-o sobre a ta�a de vinho. Levantou o primeiro cilindro e lhe mostrou que a garrafa permanecia embaixo
dele. - N�o na pr�tica.
- N�o. - Ryan continuou olhando as m�os dele. Ele mal poderia sacar qualquer coisa bem debaixo de seu nariz.
- Onde est� a ta�a, Srta. Swan?
- Est� a�.
Ela apontou para o segundo cilindro.
- �? - Pierce levantou o tubo. A garrafa permaneceu embaixo dele. Com ar de frustra��o, Ryan olhou para o tubo. Pierce o levantou, revelando a ta�a parcialmente
cheia. - Eles parecem ter achado a teoria mais vi�vel - declarou ele, e colocou os cilindros de volta no lugar.
- Muito engenhoso - disse ela, irritada por estar a cent�metros de dist�ncia e n�o ter visto o truque.
- Gostaria de um pouco de vinho, Srta. Swan?
- N�o, eu...
Mesmo enquanto ela falava, Pierce levantou o cilindro. Ali, onde ela tinha acabado de ver a garrafa, estava a ta�a. Apesar de estar hipnotizada, ela riu.
- O senhor � muito bom, Sr. Atkins.
- Obrigado.
Ele disse isso de modo t�o s�brio que Ryan olhou novamente para ele. Os olhos dele estavam calmos e pensativos. Intrigada, ela inclinou a cabe�a.
- Suponho que n�o vai me dizer como fez.
- N�o.
- Achei que n�o. - Ela levantou as algemas. A mala ao p� do palco estava, por enquanto, esquecida. - Fazem parte do seu n�mero tamb�m? Parecem reais.
- S�o bem reais - ele lhe disse. Ele estava sorrindo de novo, satisfeito por ela ter rido. Ele sabia que era um som que poderia ouvir com nitidez sempre que
se lembrasse dela.
- N�o tem chave - Ryan salientou.
- N�o preciso de uma.
Ela passou as algemas de uma m�o para a outra enquanto o examinava.
- O senhor � muito seguro de si.
- Sou. - O ar de divers�o na palavra fez com que ela imaginasse que rumo seus pensamentos tinham tomado. Ele esticou as m�os, colocando os pulsos pr�ximos
a ela.
- Vamos l� - disse ele. - Coloque-as.
Ryan hesitou apenas por um momento. Queria v�-lo fazer o truque - bem na frente dos seus olhos.
- Se n�o conseguir solt�-las - disse ela enquanto fechava as algemas -, vamos sentar e conversar sobre esses contratos. - Ela olhou para ele. Os olhos dela
dan�avam.
- Quando tiver assinado, poderemos mandar buscar um chaveiro.
- Acho que n�o precisaremos de um.
Pierce levantou as algemas, que pendiam abertas.
- Ah, mas agora... - Ela parou de falar e balan�ou a cabe�a. - N�o, foi r�pido demais - ela insistiu, pegando-as dele novamente. Pierce gostou da maneira como
sua express�o passou de surpresa para d�vida. Era precisamente o que ele tinha esperado dela. - Mandou faz�-las. - Ela estava virando as algemas, examinando de perto.
- Deve haver um bot�o ou algo do tipo.
- Por que n�o experimenta? - ele sugeriu e colocou as algemas em seus pulsos antes que ela pudesse recusar. Pierce esperou para ver se ela ficaria com raiva.
Ela riu.
- Eu me meti nessa. - Ryan fez uma careta bem-humorada para ele e se concentrou nas algemas. Ela torceu os pulsos. - Certamente, parecem bem verdadeiras. -
Embora ela tentasse diferentes �ngulos, o a�o permanecia fechado. - Se houver um bot�o - murmurou ela -, teria que deslocar o pulso primeiro para alcan��-lo. - Ela
esfor�ou-se mais uma vez e tentou escorregar as m�os pela abertura. - Tudo bem, voc� venceu - ela anunciou, desistindo. - S�o de verdade. - Ryan sorriu para ele.
- Pode tir�-las?
- Talvez - murmurou ele, tomando seus pulsos nas m�os.
- � uma resposta de consolo - retrucou ela, mas eles dois sentiram a pulsa��o dela dar um salto quando o polegar dele ro�ou seu pulso. Ele continuou a olhar
para ela at� ela sentir a mesma fraqueza extenuante que tinha sentido na noite anterior. - Acho - ela come�ou a dizer, com a voz rouca enquanto ela lutava para torn�-la
clara. - Acho melhor voc�... - A frase parou no meio quando os dedos dele seguiram a veia em seu pulso. - N�o fa�a isso - disse ela, sem saber ao certo o que estava
tentando recusar.
Sem nada dizer, Pierce levantou as m�os dela, passando-as por cima da cabe�a dele, de modo que ela ficou comprimida ao seu corpo.
Ela n�o permitiria que isso acontecesse duas vezes. Dessa vez ela protestaria.
- N�o.
Ryan relutou uma vez, em v�o, mas os l�bios dele j� estavam sobre os dela. Dessa vez sua boca n�o estava t�o paciente nem suas m�os t�o im�veis. Pierce segurava
o quadril dela enquanto sua l�ngua for�ava seus l�bios a se abrirem. Ryan lutou com a impot�ncia - a impot�ncia que tinha mais a ver com suas pr�prias necessidades
do que com as restri��es em seus pulsos. Ele estava respondendo completamente. Sob a press�o dos l�bios dele, os dela estavam famintos. Os dele estavam frios e firmes
enquanto os dela estavam aquecidos e amolecidos. Ela o ouviu murmurar alguma coisa quando ele a puxou para mais perto. Feiti�aria, ela pensou meio desequilibrada.
Ele a estava enfeiti�ando, n�o havia outra explica��o.
Mas foi um gemido de prazer, n�o de protesto, que saiu dela quando as m�os dele subiram at� a parte lateral dos seios. Ele tra�ou lentos c�rculos de prazer
antes de seus polegares escorregarem entre seus corpos para acariciar os mamilos. Ryan comprimiu-se mais, mordiscando o l�bio inferior dele enquanto ansiava por
mais. As m�os dele estavam nos cabelos dela, puxando sua cabe�a para tr�s para que seus l�bios tivessem controle total sobre os dela.
Talvez ele fosse feiticeiro. Sua boca era enfeiti�ante. Ningu�m mais a tinha feito desejar e arder apenas com um beijo.
Ryan queria toc�-lo, deix�-lo t�o desesperadamente �vido quanto ela. Ela estava irritada com as limita��es em seus pulsos e logo descobriu que suas m�os estavam
livres. Seus dedos podiam acariciar o pesco�o dele, tocar seus cabelos.
Depois, t�o r�pido quanto tinha sido capturada, ela foi solta. Pierce estava com as m�os em seus ombros, afastando-a.
Confusa, ainda ardendo, Ryan ficou olhando para ele.
- Por qu�?
Pierce n�o respondeu por um momento. Distraidamente, acariciou seus ombros.
- Queria beijar a Srta. Swan. Ontem � noite beijei Ryan.
- Est� sendo rid�culo.
Ryan fez um movimento brusco para se afastar, mas as m�os dele tornaram-se repentinamente firmes.
- N�o. A Srta. Swan usa tailleurs conservadores e se preocupa com contratos. Ryan usa seda e renda por baixo, e tem medo de tempestades. A combina��o me fascina.
As palavras dele incomodaram-na o suficiente para tornar sua voz fria e aguda.
- N�o estou aqui para fascin�-lo, Sr. Atkins.
- Isso ajuda a ambos, Srta. Swan.
Ele sorriu e depois beijou seus dedos. Ryan retirou a m�o num movimento brusco.
- Est� na hora de acertarmos nosso neg�cio de um jeito ou de outro.
- Tem raz�o, Srta. Swan. - Ela n�o gostou do tom de divers�o nem do modo como ele enfatizou seu nome. Ryan descobriu que n�o se importava mais se ele assinasse
os documentos que ela trouxera. Queria simplesmente libertar-se dele.
- Bem, ent�o... - ela come�ou a dizer e curvou-se para pegar a maleta.
Pierce colocou a m�o sobre a dela na al�a. Os dedos dele se fecharam gentilmente.
- Estou disposto a assinar os contratos com alguns ajustes.
Ryan for�ou-se a relaxar. Ajustes normalmente significavam dinheiro. Ela negociaria com ele e tudo estaria acabado.
- Terei prazer em discutir quaisquer altera��es que possa querer.
- Est� bem. Vou querer que trabalhe comigo diretamente. Quero que cuide da parte de Swan na produ��o.
- Eu? - Os dedos de Ryan apertaram a al�a de novo.
- N�o me envolvo na parte de produ��o. Meu pai...
- N�o vou trabalhar com seu pai, Srta. Swan, nem com qualquer outro produtor. - Sua m�o ainda estava suavemente fechada sobre a dela, com os contratos entre
eles.
- Vou trabalhar com voc�.
- Sr. Atkins, aprecio...
- Precisarei de voc� em Vegas em duas semanas.
- Em Vegas? Por qu�?
- Quero que assista �s minhas apresenta��es de perto. N�o h� nada mais valioso para um ilusionista que um c�nico. Vai me manter afiado. - Ele sorriu. - � muito
cr�tica. Gosto disso.
Ryan deu um suspiro. Ela pensava que cr�tica aborrecia, n�o atra�a.
- Sr. Atkins, sou uma mulher de neg�cios, n�o uma produtora.
- Disse-me que era boa em detalhes - ele lembrou-lhe de forma am�vel. - Se vou romper minha pr�pria regra e me apresentar na televis�o, quero algu�m como voc�
cuidando dos detalhes. Para ser mais espec�fico - ele continuou -, quero voc� cuidando dos detalhes.
- N�o est� sendo pr�tico, Sr. Atkins. Tenho certeza que seu agente concordaria. H� v�rias pessoas na Swan Produ��es mais qualificadas para produzir seu especial.
N�o tenho experi�ncia nesta parte do neg�cio.
- Srta. Swan, quer que eu assine os contratos?
- Sim, claro, mas...
- Ent�o fa�a as altera��es - disse ele simplesmente. - E esteja no Caesar's Palace em duas semanas. Tenho uma semana de apresenta��es. - Ele se abaixou e pegou
a gata nos bra�os. - Estarei ansioso para trabalhar com voc�.


Cap�tulo 4


Quando entrou no seu escrit�rio na Swan Produ��es quatro horas depois, Ryan ainda estava furiosa. Ela concluiu que ele era muito audacioso. Ela o colocaria
em primeiro lugar em termos de aud�cia. Ele achou que a tinha encurralado. Ele, realmente, achava que era o �nico grande talento que ela poderia contratar para a
Swan Produ��es? Quanta presun��o! Ryan largou a maleta em cima da mesa e afundou na cadeira. Pierce Atkins ia ter uma surpresa.
Recostando-se na cadeira, Ryan cruzou os bra�os e esperou at� que estivesse suficientemente calma para pensar. Pierce n�o conhecia Bennett Swan. Swan gostava
de administrar tudo do seu jeito. Os conselhos poderiam ser levados em considera��o, discutidos, mas ele nunca seria influenciado numa decis�o importante. Para falar
a verdade, ela refletiu, ele muito provavelmente iria na dire��o contr�ria da que fosse for�ado. N�o apreciava que lhe dissessem quem ele deveria colocar a cargo
de uma produ��o.
Principalmente, pensou Ryan pesarosa, quando essa pessoa era sua filha.
Haveria uma explos�o quando ela contasse a seu pai sobre as condi��es de Pierce. Seu �nico arrependimento era que o m�gico n�o estaria l� para sentir o impacto.
Ryan encontraria outro grande artista para contratar, e Pierce poderia voltar a fazer garrafas de vinho desaparecer.
Ficou olhando para o espa�o, refletindo. A �ltima coisa que ela queria fazer era se preocupar com ensaios e hor�rios de filmagem - e todos os milhares de outros
pequenos detalhes envolvidos na produ��o de um show de uma hora -, para n�o mencionar toda a paran�ia de ele ser transmitido ao vivo. O que ela sabia sobre lidar
com problemas t�cnicos, regras de sindicato e montagem de. set? Produzir era um trabalho complicado. Ela nunca teve desejo de experimentar essa parte do neg�cio.
Estava bem satisfeita com a papelada e os detalhes de pr�-produ��o.
Inclinou-se � frente mais uma vez, com os cotovelos sobre a mesa, e envolveu o queixo com as m�os. Como � idiotice, ela refletiu, mentir para si. E como seria
gratificante conduzir um projeto do come�o ao fim. Ela tinha id�ias - tantas id�ias que estavam sempre sendo rejeitadas por detalhes legais.
Sempre que tentara convencer seu pai a lhe dar uma chance no lado criativo, ela sempre encontrou um muro inflex�vel. N�o tinha experi�ncia; era jovem demais.
Ele, convenientemente, se esquecia que ela participara do neg�cio toda a vida e completaria 27 anos no m�s seguinte.
Um dos diretores mais talentosos do ramo tinha feito um filme para a Swan e conquistara cinco Oscars. E ele tinha 26 anos!, lembrou-se Ryan indignada. Como
Swan poderia saber se suas id�ias eram preciosas ou um lixo se n�o as ouvia? Tudo que ela precisava era uma oportunidade.
N�o, ela precisava admitir que nada lhe conviria melhor do que conduzir um projeto desde a assinatura do contrato at� a festa de conclus�o. Mas n�o esse. Dessa
vez ela admitiria seu fracasso sem problemas e jogaria os contratos e Pierce Atkins de volta para o colo de seu pai. Havia brio suficiente dentro dela para reagir
ao receber um ultimato.
Altere os contratos. Com um resfolegar de esc�rnio, Ryan abriu a maleta. Ele superestimou suas chances, pensou ela, e agora vai... Ela parou, lan�ando um olhar
fixo para a pilha de documentos arrumados dentro da maleta. Sobre eles estava outra rosa de caule comprido.
- Mas como foi que ele...
A pr�pria risada de Ryan a interrompeu. Ela recostou-se e girou a flor sob o nariz. Ele era esperto, ela pensou, inalando o aroma. Muito esperto. Mas que diabo
era ele? O que fez com que agisse assim? Sentada no seu escrit�rio organizado e feito sob medida para ela, Ryan decidiu o que ela mesma queria saber. Talvez valesse
a pena uma explos�o e um pouco de vista grossa para descobrir.
Havia poderes em um homem que falava baixinho e podia ter controle apenas com os olhos. Camadas, ela pensou. Quantas camadas ela teria que remover para chegar
ao cerne dele? Seria arriscado, concluiu, mas... Balan�ando a cabe�a, Ryan lembrou-se que, de qualquer modo, n�o ia conseguir a oportunidade para descobrir. Swan
o contrataria segundo suas condi��es ou o esqueceria. Ela retirou os contratos e fechou a maleta. Pierce Atkins era problema de seu pai agora. Mesmo assim, ela continuou
segurando a rosa.
A campainha do telefone lembrou-lhe que ela n�o tinha tempo para sonhar acordada.
- Sim, Barbara.
- O chefe quer v�-la.
Ryan fez uma careta para o aparelho de comunica��o
interna. Swan saberia que ela havia voltado no momento que ela passasse pelo seguran�a no port�o.
- J� estou indo - ela concordou. Largou a rosa sobre a mesa e levou os contratos.
Bennett Swan fumava um charuto cubano caro. Gostava de coisas caras. Mais do que isso, ele gostava de saber que seu dinheiro podia compr�-las. Se havia dois
ternos com o mesmo corte e o mesmo acabamento, Swan escolhia o termo com a etiqueta de pre�o mais alto. Era uma quest�o de orgulho.
Os pr�mios em seu escrit�rio tamb�m eram uma quest�o de orgulho. A Swan Produ��es era Bennett Swan. Os Oscars e os Emmys provavam que ele era um sucesso. As
pinturas e esculturas que seu corretor de arte o tinha aconselhado a comprar mostravam ao mundo que ele conhecia o valor do sucesso.
Ele amava a filha. Teria ficado chocado se algu�m tivesse dito o contr�rio. N�o havia d�vida em sua cabe�a que ele era um excelente pai. Tinha sempre dado
a Ryan tudo que seu dinheiro podia comprar: as melhores roupas, uma bab� irlandesa quando sua m�e morreu, uma educa��o de alto custo, depois, um emprego confort�vel
quando ela insistiu em trabalhar.
Tinha sido for�ado a admitir que a menina estava mais inteirada do que ele esperara. Ryan possu�a um c�rebro afiado e um jeito especial de eliminar o sup�rfluo
e chegar ao cerne de uma quest�o. Provou para ele que o dinheiro gasto na Su��a tinha sido bem utilizado. N�o que ele se arrependesse de dar � filha a melhor educa��o.
Swan esperava resultados.
Ele observou a fuma�a formar uma espiral a partir da ponta do charuto. Ryan havia lhe retribu�do. Ele gostava muito da filha.
Ryan bateu na porta e entrou quando ele a chamou. Observou-a cruzar o espa�o amplo coberto com um tapete espesso at� sua mesa. Uma menina bonita, ele pensou.
Parece com a m�e.
- Queria me ver?
Ela esperou o sinal para se sentar. Swan n�o era um homem grande mas tinha compensado sua falta de tamanho com expansividade. O movimento amplo do bra�o dele
indicou a ela que se sentasse. O rosto dele ainda era bonito, no modo vigoroso e natural que as mulheres achavam atraente. Tinha adquirido algum peso nos �ltimos
cinco anos e perdido um pouco de cabelo. Essencialmente, no entanto, ele estava com a mesma apar�ncia da lembran�a mais antiga que Ryan tinha dele. Olhando para
ele, ela sentiu a onda familiar de amor e frustra��o. Ryan conhecia bem demais os limites da afei��o de seu pai por ela.
- Est� se sentindo melhor? - perguntou ela, notando que sua luta com a gripe n�o havia deixado nenhuma marca da enfermidade nele. Seu rosto tinha um tom vermelho
saud�vel, seus olhos estavam claros.
Com outro gesto amplo, ele p�s a pergunta de lado. Swan era impaciente com doen�a, principalmente a sua pr�pria. N�o tinha tempo para ela.
- O que achou de Atkins? - perguntou ele no momento que Ryan se acomodou. Era uma das pequenas concess�es feitas a ela, perguntar sua opini�o sobre outra pessoa.
Como sempre, Ryan pensou com cuidado antes de responder.
- Ele � um homem incompar�vel - ela come�ou a dizer num tom que teria feito Pierce sorrir. - Tem um talento extraordin�rio e uma personalidade muito forte.
N�o tenho certeza se um � a causa do outro.
- Exc�ntrico?
- N�o, n�o no sentido que fa�a coisas para promover uma imagem exc�ntrica. - Ryan franziu as sobrancelhas ao pensar na casa dele, em seu estilo de vida. Apar�ncias.
- Acho que ele � um homem muito profundo e que vive exatamente como decide. Sua profiss�o � mais que uma carreira. Ele se dedica a ela como um artista se dedica
� pintura.
Swan assentiu com a cabe�a e soltou uma nuvem de fuma�a cara.
- Ele � bilheteria quente.
Ryan sorriu e mexeu nos contratos.
- Sim, porque, provavelmente, � o melhor no que faz; al�m do mais, � din�mico no palco e um pouco misterioso fora dele. Parece ter trancado a parte inicial
da sua vida e jogado fora a chave. O p�blico adora um enigma. Ele lhes d� um.
- E os contratos?
A� vem, pensou Ryan, se preparando.
- Ele est� disposto a assinar, mas com certas condi��es. Quer dizer, ele...
- Ele me falou de suas condi��es - interrompeu Swan.
O discurso preparado com cuidado por Ryan foi lan�ado aos ventos.
- Ele lhe contou?
- Telefonou algumas horas atr�s. - Swan retirou o charuto da boca. O diamante no seu dedo disparou uma luz quando ele olhou para a filha. - Ele diz que voc�
� c�nica e dedicada aos detalhes. � o que ele alega querer.
- Simplesmente, n�o acredito que seus truques sejam nada mais que h�bil encena��o - disse Ryan, chateada por Pierce ter falado com Swan antes dela. Ela sentiu-se
pouco � vontade, como se estivesse jogando xadrez novamente.
Ele j� a tinha vencido uma vez. - Ele tem o h�bito de incorporar sua m�gica ao dia-a-dia. � eficaz, mas perturba numa reuni�o de neg�cios.
- Parece que insult�-lo resolveu o problema - comentou Swan.
- N�o o insultei! - Ryan levantou-se com os contratos na m�o. - Passei 24 horas naquela casa com aves falantes e gatos pretos e n�o o insultei. Fiz tudo que
pude para colocar sua assinatura nesses contratos menos deix�-lo me serrar ao meio. - Ela largou os pap�is na mesa do pai. - H� limites at� onde irei para satisfazer
os caprichos de um artista, n�o importando o quanto ele seja bom de bilheteria.
Swan uniu os dedos e a observou.
- Ele tamb�m disse que n�o se importava com o seu temperamento. N�o gosta de sentir t�dio.
Ryan conteve as pr�ximas palavras que vieram � mente. Com cuidado, ela sentou-se novamente.
- Tudo bem, o senhor me contou o que ele lhe disse. O que o senhor disse a ele?
Swan demorou a responder. Era a primeira vez que algu�m ligado aos neg�cios tinha feito refer�ncia ao temperamento de Ryan. Swan sabia disso e tamb�m sabia
que ela o mantinha escrupulosamente sob controle no trabalho. Ele decidiu deixar passar.
- Disse-lhe que ter�amos prazer em atend�-lo.
- O senhor... - Ryan engasgou com a palavra e tentou de novo. - O senhor concordou? Por qu�?
- N�s o queremos. Ele quer voc�.
Sem explos�o, ela pensou, nem um pouco confuso. Que feiti�o Pierce tinha usado para conseguir isso? O que quer que tenha sido, disse ela a si mesma de modo
s�rio, ela n�o estava sob o seu efeito. Levantou-se de novo.
- Posso opinar quanto a isso?
- N�o enquanto trabalhar para mim. - Swan lan�ou um olhar vago para os contratos. - Voc� est� louca para fazer algo desse tipo h� alguns anos - ele lembrou-lhe.
- Estou lhe dando sua chance. E - ele ent�o levantou os olhos e viu seu olhar - estarei observando-a de perto. Se voc� fizer besteira, eu a elimino.
- N�o vou fazer besteira - ela retrucou, mal controlando uma nova onda de f�ria. - Ser� o melhor especial que a Swan j� produziu.
- Fa�a com que seja - ele alertou. - E n�o ultrapasse o or�amento. Cuide das altera��es e envie os novos contratos para o agente dele. Quero que estejam assinados
antes do final da semana.
- Estar�o.
Ryan pegou os pap�is antes de caminhar para a porta.
- Atkins disse que voc�s dois trabalhariam bem juntos
- acrescentou Swan enquanto ela abria a porta. - Ele disse que estava nas cartas.
Ryan lan�ou um olhar furioso por cima do ombro antes de sair, batendo a porta com for�a ao passar.
Swan sorriu um pouco. Ela realmente se parecia com a m�e, ele pensou, e depois apertou um bot�o para chamar a secret�ria. Tinha outro compromisso.
Se havia uma coisa que Ryan detestava, era ser manipulada. Quando seu temperamento tinha se acalmado e ela estava de volta ao escrit�rio, ocorreu-lhe com que
habilidade Pierce e seu pai a haviam manobrado. Ela n�o se importava tanto com Swan - ele levou anos para descobrir que sugerir que ela talvez n�o fosse capaz de
lidar com algo era a maneira certa de fazer com que ela cuidasse do assunto. Pierce era outro caso. Ele n�o a conhecia, ou n�o deveria. No entanto, ele a manipulara,
sutilmente, como um especialista, da mesma forma - "a m�o � mais r�pida que o olho" - que utilizou com os cilindros vazios. Tinha o que queria. Ryan rascunhou os
novos contratos e ficou remoendo.
Ela havia ido al�m daquele pequeno ponto e tinha o que queria tamb�m. Decidiu olhar tudo de um novo �ngulo. A Swan Produ��es teria Pierce para tr�s especiais
de hor�rio nobre e ela, sua chance de produzir.
Ryan Swan, produtora executiva. Ela sorriu. Ela realmente gostava do som do t�tulo. Repetiu-o para si e sentiu o primeiro alvoro�o de excita��o. Pegou sua
agenda, come�ou a calcular com que rapidez poderia finalizar os pequenos detalhes e dedicar-se � produ��o.
Ryan tinha trabalhado na papelada por uma hora quando o telefone a interrompeu.
- Ryan Swan - ela respondeu de modo apressado, apoiando o fone no ombro enquanto continuava a escrever.
- Srta. Swan, eu a interrompi.
Ningu�m mais a chamava de Srta. Swan daquela maneira. Ryan parou a frase que estava escrevendo e a esqueceu.
- Tudo bem, Sr. Atkins. O que posso fazer pelo senhor?
Ele riu, aborrecendo-a instantaneamente.
- O que � t�o engra�ado?
- Tem uma maravilhosa voz de neg�cios, Srta. Swan
- disse ele com o tra�o de humor ainda presente. - Pensei, com o seu pendor para os detalhes, que gostaria de ter as datas quando precisarei dos seus servi�os
em Vegas.
- Os contratos ainda n�o est�o assinados, Sr. Atkins
- disse ela, cautelosa.
- Estr�io no dia 15 - ele disse, como se ela n�o tivesse falado. - Mas os ensaios come�am no dia 12. Gostaria que participasse deles. - Ryan franziu as sobrancelhas,
anotando as datas. Ela quase podia v�-lo sentado na biblioteca, segurando a gata no colo. - Encerro no dia 21. - Ela recordou que dia 21 era seu anivers�rio.
- Tudo bem. Podemos come�ar a esbo�ar a produ��o do especial na semana seguinte.
- Bom. - Pierce parou por um momento. - Ser� que poderia convid�-la para uma coisa, Srta. Swan?
- Poderia - disse Ryan com cautela. Pierce sorriu e co�ou as orelhas de Circe.
- Tenho um compromisso em Los Angeles no dia 11. Viria comigo?
- No dia 11? - Ryan mudou o telefone de posi��o e virou as p�ginas do seu calend�rio de mesa. - A que horas?
- Duas horas.
- Sim, tudo bem. - Ela anotou. - Onde devo encontr�-lo?
- Eu a pegarei... uma e meia.
- Uma e meia, Sr. Atkins. - Ela hesitou e pegou a rosa sobre a mesa. - Obrigada pela rosa.
- De nada, Ryan.
Pierce desligou, depois ficou sentado por um momento perdido em pensamentos. Ele imaginou que Ryan estava segurando a rosa at� agora. Ela sabia que sua pele
era t�o macia quanto p�talas? Seu rosto, bem na linha do maxilar - ele ainda podia sentir claramente sua textura na ponta de seus dedos. Ele os passou pelas costas
da gata.
- O que voc� achou dela, Link?
O grandalh�o continuou a colocar os livros de volta no lugar e n�o se virou.
- Ela tem uma risada agrad�vel.
- � verdade. Eu tamb�m achei.
Pierce conseguia se lembrar do tom exatamente; tinha sido inesperada, um contraste forte com sua express�o s�ria do momento anterior. Tanto sua risada quanto
sua paix�o o haviam surpreendido. Ele se lembrou do modo como sua boca tinha se aquecido sob a dele. Ele n�o conseguira trabalhar de jeito nenhum aquela noite inteira,
pensando nela l� em cima na cama apenas com um pequeno peda�o de seda a cobrindo.
N�o gostava que atrapalhassem sua concentra��o, mas ele a estava trazendo de volta. O instinto, ele se lembrou. Ele ainda estava seguindo seu instinto.
- Ela disse que gostou da minha m�sica - murmurou Link, ainda mexendo nos livros.
Pierce levantou os olhos, reunindo seus pensamentos. Sabia quanto Link era sens�vel em rela��o � sua m�sica.
- Ela realmente gostou muito. Achou que a melodia que voc� deixou no piano era bonita.
Link balan�ou a cabe�a afirmativamente, sabendo que Pierce n�o lhe diria nada que n�o fosse verdade.
- O senhor gosta dela, n�o �?
- Gosto - respondeu Pierce distraidamente enquanto acariciava a gata. - Creio que sim.
- Acho que quer fazer essa coisa da tev�.
- � um desafio - respondeu Pierce. Link se virou ent�o.
- Pierce?
- Humm?
Ele hesitou em perguntar, com medo que ele j� soubesse a resposta.
- Vai fazer a nova fuga em Las Vegas?
- N�o. - Pierce franziu as sobrancelhas, e Link sentiu uma enchente de al�vio. Pierce lembrou-se que estava tentando trabalhar nessa fuga em especial na noite
em que Ryan ficou na sua casa no quarto do final do corredor onde estava o seu. - N�o, n�o preparei tudo ainda. - O al�vio de Link durou pouco. - Mas vou us�-la
para o especial.
- N�o gosto disso. - Saiu rapidamente, fazendo com que Pierce levantasse os olhos de novo. - Coisas de mais podem sair errado.
- Nada vai dar errado, Link. S� preciso de mais pr�tica antes de usar no n�mero.
- O tempo � muito curto - insistiu Link, agindo de forma at�pica ao argumentar. - Poderia fazer algumas mudan�as ou apenas adi�-la. N�o gosto disso, Pierce
- disse ele novamente, sabendo que era in�til.
Mas ele n�o estava pensando no mecanismo da sua fuga. Estava pensando em Ryan.


Cap�tulo 5


Ryan pegou-se observando o rel�gio. Uma e quinze. Os dias antes do dia 11 tinham passado rapidamente. Ela estivera at� o pesco�o com papelada, freq�entemente
trabalhando dez horas por dia tentando esvaziar a mesa antes da viagem para Las Vegas. Queria o caminho livre e nada de problemas contratuais remanescentes na sua
cabe�a assim que come�asse a trabalhar no especial. Compensaria a falta de experi�ncia dedicando ao projeto todo o tempo e aten��o.
Ainda tinha algo a provar - para si, para seu pai e, agora, para Pierce. Havia algo mais em Ryan Swan que contratos e cl�usulas.
Sim, os dias tinham passado depressa, ela refletiu, mas esta �ltima hora... uma e dezessete. Com um som de aborrecimento, Ryan retirou uma pasta do fich�rio
e a abriu. Estava observando o rel�gio como se estivesse esperando um encontro e n�o um compromisso de neg�cios. Isso era rid�culo. Mesmo assim, quando ouviu a batida,
sua cabe�a levantou rapidamente e ela esqueceu as p�ginas caprichosamente datilografadas na pasta. Afastando uma onda de expectativa, Ryan respondeu com calma.
- Sim, entre.
- Ol�, Ryan.
Ela lutou com a decep��o quando Ned Ross entrou na sala. Ele lhe lan�ou um sorriso reluzente.
- Ol�, Ned.
Ned Ross - 32 anos, louro e atraente, com uma eleg�ncia californiana informal. Ele deixava o cabelo formar cachos livremente e usava cal�as caras de marca,
com discretas camisas de seda. Nada de gravata, Ryan observou. Ia contra sua imagem, tal como o cheiro sutil da leve �gua-de-col�nia combinava com ela. Ned conhecia
os efeitos de seu charme, que ele usava objetivamente.
Ryan repreendeu-se sem muito entusiasmo por ser cr�tica e retribuiu o sorriso, embora o dela fosse muito mais frio.
Ned era o segundo assistente de seu pai. Por v�rios meses, at� algumas semanas atr�s, ele tinha sido a companhia constante de Ryan. Ele a levara para jantar,
dera-lhe algumas aulas emocionantes de surfe, mostrou-lhe a beleza da praia ao p�r-do-sol e fez com que ela acreditasse que era a mulher mais atraente e desej�vel
que ele j� conhecera. Foi uma decep��o dolorosa quando ela descobriu que ele estava mais interessado em conquistar a filha de Bennett Swan do que a pr�pria Ryan.
- O chefe queria que eu verificasse com voc� como as coisas est�o indo antes de partir para Vegas. - Ele sentou-se no canto da mesa, depois se inclinou para
dar-lhe um leve beijo. Ainda tinha planos para a filha do chefe. - E queria me despedir.
- Todo o meu trabalho est� pronto - Ryan lhe disse, mexendo na pasta entre eles. Ainda era dif�cil acreditar que o rosto atraente e bronzeado e o sorriso am�vel
escondiam um ambicioso mentiroso. - Eu mesma pretendia colocar o meu pai a par.
- Ele est� ocupado - disse-lhe Ned calmamente e pegou a pasta para dar uma olhada. - Acabou de ir para Nova York. Algo numa filmagem externa que ele quer cuidar
pessoalmente. S� voltar� no fim da semana.
- Oh! - Ryan olhou para as m�os. Ele poderia ter reservado um instante para ligar para ela, pensou, depois suspirou. Quando ele tinha feito isso? E quando
ela deixaria de esperar que ele o fizesse? - Bem, pode lhe dizer que cuidei de tudo. - Ela pegou a pasta de volta e colocou-a sobre a mesa novamente. - Tenho um
relat�rio escrito.
- Sempre eficiente. - Ned sorriu para ela de novo mas n�o fez men��o de ir embora. Sabia muito bem que tinha dado um passo em falso com Ryan e havia terreno
perdido a recuperar. - Ent�o, como se sente por tornar-se produtora?
- Estou ansiosa.
- Esse Atkins! - Ned continuou, ignorando a frieza. - Ele � um sujeito um pouco estranho, n�o �?
- N�o o conhe�o suficientemente bem para dizer - disse Ryan de forma evasiva. Ela descobriu que n�o queria falar de Pierce com Ned. O dia que tinha passado
com ele era algo pessoal. - Tenho um compromisso em alguns minutos, Ned - ela continuou, levantando-se. - Ent�o, se voc�...
- Ryan. - Ned pegou as m�os dela nas suas como fazia habitualmente quando namoraram. O gesto sempre a fizera sorrir. - Senti muita saudade de voc� nessas �ltimas
semanas.
- Temos nos visto v�rias vezes, Ned.
Ryan permitiu que suas m�os repousassem sem energia nas dele.
- Ryan, voc� sabe o que quero dizer. - Ele massageou os pulsos dela suavemente mas n�o sentiu nenhum aumento em sua pulsa��o. A voz dele ficou suave, persuasiva.
- Voc� ainda est� com raiva de mim por fazer aquela sugest�o tola.
- Sobre usar minha influ�ncia com meu pai para que chefie a produ��o de O'Mara? - Ryan levantou uma das sobrancelhas. - N�o, Ned - disse ela tranq�ilamente.
- N�o estou com raiva de voc�. Ouvi dizer que Bishop ganhou o cargo - ela acrescentou, incapaz de resistir ao pequeno esc�rnio. - Espero que n�o esteja desapontado
demais.
- Isso n�o � importante - respondeu ele, escondendo seu aborrecimento com um encolher de ombros. - Deixe-me lev�-la para jantar hoje � noite. - Ned puxou-a
um pouquinho mais para perto, e Ryan n�o resistiu. At� onde, ela se perguntou, ele iria? - Aquele lugarzinho franc�s de que voc� gosta tanto. Poder�amos dar um passeio
pela costa e conversar.
- N�o lhe passa pela cabe�a que eu posso ter um encontro?
A pergunta o impediu de abaixar sua boca at� a dela. N�o lhe ocorrera que ela estivesse se encontrando com algu�m. Ele tinha certeza que ela ainda era louca
por ele. Ele gastara muito tempo e esfor�o conduzindo-a neste rumo. Concluiu que ela queria ser persuadida.
- Cancele - ele murmurou, e beijou-a suavemente, sem notar que seus olhos permaneciam abertos e frios.
- N�o.
Ele n�o tinha esperado uma recusa seca e sem emo��o. Sabia por experi�ncia que as emo��es de Ryan eram facilmente manipul�veis. Estava disposto a desapontar
uma diretora-assistente muito amiga para estar com Ryan de novo. Desprevenido, ele levantou a cabe�a para olhar para ela.
- Vamos, Ryan,n�o seja...
- Desculpe-me.
Ela estava corada e furiosa por ter sido pega numa situa��o constrangedora em seu pr�prio escrit�rio. Por que ela n�o tinha dito a Ned para fechar a porta
quando entrou?
- Ned, este � Pierce Atkins. Ned Ross � assistente do meu pai.
- Sr. Ross.
Pierce entrou na sala mas n�o estendeu a m�o.
- � um prazer conhec�-lo, Sr. Atkins. - Ned exibiu um sorriso. - Sou um grande f�.
- �?
Pierce lan�ou-lhe um sorriso educado que fez com que Ned se sentisse como se tivesse sido jogado numa sala muito fria e muito escura. Os olhos dele vacilaram,
e ent�o ele se virou novamente para Ryan.
- Divirta-se em Las Vegas, Ryan. - Ele j� estava a caminho da porta. - Foi bom t�-lo conhecido, Sr. Atkins.
Ryan observou a retirada apressada de Ned com as sobrancelhas franzidas. Ele, certamente, tinha perdido o estilo despreocupado que era sua caracter�stica.
- O que fez com ele? - perguntou ela quando a porta se fechou.
Pierce levantou uma das sobrancelhas ao caminhar at� ela.
- O que acha que fiz?
- N�o sei - murmurou Ryan. - Mas, o que tenha feito com ele, jamais fa�a comigo.
- Suas m�os est�o frias, Ryan. - Ele tomou-as nas dele. - Por que n�o lhe disse simplesmente para ir embora?
Ele a irritava quando a chamava de Ryan. Ele a irritava quando a chamava de Srta. Swan no tom ligeiramente zombeteiro que usava. Ryan olhou para suas m�os
unidas.
- Eu disse, quer dizer, eu ia... - Ela se conteve, surpresa por estar gaguejando uma explica��o. - � melhor irmos se quiser chegar ao compromisso, Sr. Atkins.
- Srta. Swan. - Os olhos de Pierce estavam cheios de humor quando ele levou as m�os dela aos l�bios. Elas n�o estavam mais frias. - Senti falta desse rosto
s�rio e desse tom profissional. - Deixando-a sem palavras, Pierce tomou seu bra�o e conduziu-a para fora da sala.
Assim que se acomodaram no carro dele e entraram no fluxo do tr�fego, Ryan tentou estabelecer uma conversa informal. Se eles iam trabalhar juntos, ela devia
estabelecer o relacionamento correto e depressa. Pe�o da rainha na casa 2 do bispo, ela pensou, lembrando-se do jogo de xadrez.
- Que tipo de compromisso tem esta tarde?
Pierce parou no sinal vermelho e olhou rapidamente para ela. Os olhos dele encontraram-se com os dela com uma intensidade breve, por�m firme.
- Um compromisso � um compromisso - disse ele de forma enigm�tica. - Voc� n�o gosta do assistente do seu pai.
Ryan enrijeceu. Ele atacou, ela defendeu.
- Ele � bom no seu trabalho.
- Por que mentiu para ele? - perguntou Pierce em tom suave quando o sinal abriu. - Poderia ter lhe dito que n�o queria jantar com ele em vez de fingir que
tinha um encontro.
- O que o faz pensar que estava fingindo? - perguntou Ryan de modo impulsivo, com o orgulho ferido na voz.
Pierce engatou a segunda para entrar numa curva.
- Simplesmente me perguntei por que voc� achava que tinha de faz�-lo.
Ryan n�o se importava com sua tranq�ilidade.
- � assunto meu, Sr. Atkins.
- Acha que poderia deixar de lado o "Sr. Atkins" esta tarde?
Pierce entrou num p�tio e estacionou o carro numa vaga. Depois, virando a cabe�a, sorriu para ela. Ele ficava, Ryan concluiu, charmoso demais quando sorria
daquele jeito.
- Talvez - concordou ela quando seus l�bios se curvaram para responder.
- Esta tarde. Pierce � seu nome de verdade?
- Pelo que sei.
Dito isso, ele saiu do carro. Quando Ryan saiu pelo seu lado, ela notou que eles estavam no estacionamento do Hospital Geral de Los Angeles.
- O que estamos fazendo aqui?
- Tenho uma exibi��o a fazer. - Pierce tirou do porta-malas uma maleta preta, n�o muito diferente da que talvez usasse um m�dico. - Instrumentos de trabalho
- ele disse a Ryan enquanto ela fazia um exame curioso do objeto. - Nem seringa nem bisturi - ele prometeu, e estendeu a m�o para ela. Os olhos dele estavam sobre
os dela, pacientes enquanto ela hesitava. Ryan aceitou sua m�o, e juntos passaram pela porta lateral.
Onde quer que Ryan tivesse esperado passar a tarde, n�o tinha sido na pediatria do Hospital Geral de Los Angeles. O que tivesse esperado de Pierce Atkins,
n�o tinha sido uma confraterniza��o com crian�as. Ap�s os primeiros cinco minutos, Ryan viu que ele lhes dava mais que uma exibi��o e um monte de truques. Ele se
dava.
Ora, ele � um homem bonito, ela percebeu um tanto surpresa. Ele se exibe em Vegas por 35 d�lares por cabe�a, lota o Convent Garden, mas vem aqui para divertir
um grupo de crian�as. N�o havia rep�rteres para observar seu trabalho humanit�rio e notici�-lo nas colunas do dia seguinte. Ele estava dedicando seu tempo e seu
talento simplesmente para fazer crian�as felizes. Ou talvez, de forma mais precisa, ela pensou, para aliviar a infelicidade delas.
Esse foi o momento, embora ela n�o o tenha percebido, quando Ryan se apaixonou.
Ela observou quando ele passou uma bola pelos dedos num movimento cont�nuo. Ryan estava t�o fascinada quanto as crian�as. Com um r�pido movimento da m�o, a
bola desaparecia e era retirada da orelha de um menino, que gritava encantado.
Seus ilusionismos n�o eram sofisticados, pequenos truques vistosos que um amador poderia ter feito. A pediatria estava um alvoro�o, com gritos sufocados, risadinhas
e aplausos. Obviamente, significava mais para Pierce que a aprova��o estrondosa que ouvia no palco ap�s um complicado truque de m�gica. Suas ra�zes estavam ali,
entre as crian�as. Ele nunca tinha esquecido disso. Lembrava-se muito bem do cheiro anti-s�ptico e floral de um quarto de doente e do confinamento de um leito de
hospital. O t�dio, ele pensou, poderia ser a doen�a mais debilitante ali.
- Voc�s notar�o que trouxe comigo uma linda assistente - Pierce ressaltou. Ryan levou um momento para perceber que ele estava falando dela. Os olhos dela se
arregalaram de surpresa, mas ele apenas sorriu. - Nenhum m�gico viaja sem uma. Ryan.
Ele esticou a m�o, com a palma para cima. Entre risos e aplausos, ela n�o teve escolha a n�o ser juntar-se a ele.
- O que est� fazendo? - perguntou ela num r�pido sussurro.
- Tornando-a uma estrela - disse ele tranq�ilamente antes de se virar de novo para a plat�ia de crian�as nos leitos e nas cadeiras de roda. - Ryan vai lhes
contar que mant�m seu lindo sorriso bebendo tr�s copos de leite todo dia. N�o � verdade, Ryan?
- Ah... sim. - Ela olhou em volta para os rostos em expectativa. - Sim, � verdade.
O que ele est� fazendo? Ela nunca tinha tido tantos olhos grandes e curiosos sobre ela de uma vez.
- Tenho certeza que todos aqui sabem da import�ncia de beber leite.
A resposta veio por meio de concord�ncias sem entusiasmo e alguns gemidos abafados. Pierce parecia surpreso quando enfiou a m�o na maleta preta e retirou um
copo j� pela metade com um l�quido branco. Ningu�m questionou por que ele n�o tinha derramado.
- Voc�s todos bebem leite, n�o bebem? - Houve risadas dessa vez, juntamente com mais gemidos. Balan�ando a cabe�a, Pierce retirou um jornal e come�ou a formar
um funil com ele. - Isso � um neg�cio muito complicado. N�o sei se consigo fazer isso, a n�o ser que todo mundo prometa beber leite hoje � noite.
Imediatamente surgiu um coro de promessas. Ryan viu que ele era tanto o Flautista de Hamelin quanto m�gico, tanto psic�logo quanto artista. Talvez fosse tudo
mesmo. Ela notou que Pierce a estava observando com uma das sobrancelhas levantadas.
- Ah, eu prometo - disse ela de forma agrad�vel, e sorriu. Ela estava t�o fascinada quanto as crian�as.
- Vamos ver o que acontece - ele sugeriu. - Voc� acha que pode colocar o leite daquele copo aqui? - ele perguntou a Ryan, passando-lhe o copo. - Devagar -
ele alertou, piscando para a plat�ia. - N�o queremos derramar. � leite m�gico, voc�s sabem. O �nico tipo que os m�gicos bebem.
Pierce pegou a m�o dela e guiou-a, segurando a parte superior do funil logo acima do n�vel dos olhos. A m�o dele estava quente e firme. Pairava em volta dele
um aroma que ela n�o conseguia identificar. Era do campo, da floresta. N�o era pinheiro, concluiu, mas algo mais escuro, mais profundo, mais pr�ximo da terra. Sua
rea��o a ele foi inesperada e indesejada. Ela tentou se concentrar em segurar o copo diretamente acima da abertura do funil. Algumas gotas de leite pingaram pelo
fundo.
- Onde voc� compra leite m�gico? - uma das crian�as quis saber.
- Ah, n�o se pode comprar - disse Pierce com ar circunspecto. - Tenho que levantar muito cedo e jogar um feiti�o numa vaca. A�, agora, est� bom. - Suavemente,
Pierce jogou o copo vazio de volta na maleta. - Agora, se tudo saiu bem... - Ele parou e olhou dentro do funil com as sobrancelhas franzidas. - Era o meu leite,
Ryan - disse ele com uma ponta de censura. - Poderia ter tomado o seu depois.
Quando ela abriu a boca para falar, ele abriu o funil. Automaticamente, ela ofegou e recuou para n�o se molhar. Mas o funil estava vazio. As crian�as gritaram
encantadas enquanto ela olhava surpresa para ele.
- Ela ainda � bonita - disse ele � plat�ia enquanto beijava a m�o de Ryan. - Mesmo sendo gulosa.
- Eu mesma verti o leite - declarou ela mais tarde enquanto eles percorriam o hospital do corredor at� o elevador. - Estava pingando pelo jornal. Eu vi.
Pierce conduziu-a para o elevador.
- Como as coisas parecem e como as coisas s�o. Fascinante, n�o �, Ryan?
Ela sentiu o elevador iniciar sua descida e ficou em sil�ncio por um momento.
- Voc� n�o � completamente o que parece, �?
- N�o. Quem �?
- Voc� fez mais por aquelas crian�as em uma hora que uma d�zia de m�dicos poderiam ter feito. - Ele olhou para ela enquanto ela continuava. - E acho que n�o
� a primeira vez que fez esse tipo de coisa.
- N�o.
- Por qu�?
- � um inferno ficar em hospital quando se � crian�a - disse ele simplesmente. Foi toda a resposta que lhe daria.
- Elas n�o acharam isso hoje.
Pierce tomou sua m�o na dele novamente quando eles chegaram ao primeiro n�vel.
- N�o existe plat�ia mais dif�cil que crian�as. Elas s�o muito pr�ticas.
Ryan teve que rir.
- Suponho que tenha raz�o. Que adulto teria pensado em lhe perguntar onde voc� compra seu leite m�gico? - Ela disparou um olhar para Pierce. - Achei que se
saiu muito bem dessa.
- Ganhei um pouco de pr�tica - ele lhe disse. - As crian�as mant�m voc� de prontid�o. Os adultos s�o mais facilmente distra�dos por um ru�do ou clar�o. - Ele
sorriu para ela. - At� mesmo voc�. Embora me observe com olhos verdes muito intrigantes.
Ryan olhou para o outro lado do estacionamento quando eles sa�ram. Quando ele olhou para ela, n�o foi f�cil se concentrar em outra coisa que n�o fosse ele,
quando ele falou.
- Pierce, por que me convidou para vir com voc� hoje?
- Queria sua companhia.
Ryan virou-se novamente para ele.
- Acho que n�o entendo.
- Tem que entender? - perguntou ele. Na luz do sol seu cabelo tinha a cor do trigo. Pierce correu os dedos por ele, depois envolveu seu rosto com as m�os como
tinha feito naquela primeira noite. - Sempre?
O cora��o de Ryan bateu na garganta.
- Sim, acho...
Mas a boca dele j� estava sobre a dela, e ela n�o p�de mais pensar. Foi exatamente como da primeira vez. O beijo suave retirou tudo dela. Ela sentiu um desejo
quente e palpitante passar pelo seu corpo quando os dedos dele ro�aram sua t�mpora e se deslocaram para logo abaixo do cora��o. As pessoas passaram perto deles,
mas ela n�o soube. Havia sombras, fantasmas. As �nicas coisas de subst�ncia eram a boca e as m�os de Pierce.
Foi o vento que ela sentiu ou os dedos dele deslizando sobre sua pele? Ele murmurou alguma coisa ou tinha sido ela?
Pierce a afastou. Os olhos de Ryan estavam anuviados. Eles come�aram a desanuviar e a se concentrar como se ela estivesse saindo de um sonho. Ele n�o estava
pronto para o t�rmino do sonho. Trazendo-a de volta, ele tomou seus l�bios de novo e provou seu sabor escuro e misterioso.
Teve de lutar com o desejo de esmag�-la contra seu corpo, atacar sua boca quente e desej�vel. Ela era feita para o toque suave. O desejo o puxou violentamente,
e ele o reprimiu. Houve momentos em que ficou trancado numa caixa escura e sem ar e que teve de afastar a necessidade de correr, o �mpeto de abrir caminho � for�a.
Agora ele quase sentiu o mesmo p�nico. O que ela estava fazendo com ele? A pergunta percorreu sua mente mesmo quando ele a observou mais de perto. Pierce sabia apenas
que a queria, com um desespero que n�o tinha pensado ser capaz.
Havia seda junto � sua pele de novo? Seda fina e fr�gil com o aroma da fragr�ncia que ela usava? Ele queria fazer amor com ela � luz de vela ou num campo com
o sol derramando-se sobre ela. Meu Deus, como ele a queria.
- Ryan, quero estar com voc�. - As palavras foram sussurradas dentro da boca de Ryan, e a fizeram tremer.
- Preciso estar com voc�. Venha comigo agora. - Com as m�os, ele inclinou a cabe�a dela para outro �ngulo e beijou-a de novo. - Agora, Ryan. Deixe-me am�-la.
- Pierce. - Ela estava afundando e lutando para encontrar ch�o firme. Ela apoiou-se nele mesmo quando balan�ou a cabe�a. - Eu n�o conhe�o voc�.
Pierce controlou um violento desejo repentino de arrast�-la para o seu carro, lev�-la de volta para a casa dele. Para sua cama.
- N�o. - Ele disse isso tanto para si mesmo quanto para Ryan. Afastando-a, segurou-a pelos ombros e a examinou.
- N�o, n�o conhece. E a Srta. Swan precisaria conhecer.
- Ele n�o gostava do bater err�tico do seu cora��o. Calma e controle eram partes �ntimas do seu trabalho e, portanto, dele. - Quando me conhecer - ele lhe
disse baixinho -, seremos amantes.
- N�o. - A obje��o de Ryan ocorreu por causa do seu tom sem emo��o, n�o pela declara��o. - N�o, Pierce, n�o seremos amantes a menos que seja o que quero. Fa�o
acordos em contratos, n�o na minha vida pessoal.
Pierce sorriu, mais relaxado com a recusa dela do que teria ficado com a maleabilidade. Ele suspeitava de qualquer coisa f�cil demais.
- Srta. Swan - murmurou ele ao tomar seu bra�o. - J� vimos as cartas.


Cap�tulo 6


Ryan chegou a Las Vegas sozinha. Tinha insistido nisso. Assim que seus nervos haviam se acalmado e ela fora capaz de pensar de modo pr�tico, ela decidiu que
n�o seria prudente ter muito contato pessoal com Pierce. Quando um homem conseguia faz�-la esquecer do mundo em volta com um beijo, era preciso manter dist�ncia.
Essa era a nova regra de Ryan Swan.
Pela maior parte da sua vida, ela havia sido totalmente dominada pelo pai. N�o conseguira fazer nada sem sua aprova��o. Ele pode n�o ter lhe dado seu tempo,
mas sempre dera sua opini�o. E sua opini�o era lei.
Foi s� na casa dos vinte e poucos anos que Ryan come�ou a explorar seus pr�prios talentos, sua pr�pria independ�ncia. O gosto de liberdade tinha sido muito
doce. Ela n�o ia se permitir ser dominada de novo, certamente n�o por necessidades f�sicas. Sabia, por experi�ncia, que os homens n�o eram muito confi�veis. Por
que Pierce Atkins seria diferente?
Ap�s pagar o t�xi, Ryan olhou em volta por um momento. Era sua primeira viagem a Vegas. Mesmo �s dez da manh�, era surpreendente. A Sunset Strip se estendia
bastante nas duas dire��es, e ao longo dela estavam nomes como The Dunes, The Sahara, The MGM. Os hot�is competiam por aten��o com chafarizes, sofisticados letreiros
luminosos e flores fabulosas.
Os outdoors anunciavam nomes famosos, em letras enormes. Estrelas, estrelas, estrelas! As mulheres mais bonitas do mundo, os artistas mais talentosos, os mais
coloridos, os mais ex�ticos - estavam todos ali. Tudo estava junto; um parque de divers�es para adultos cercado pelo deserto e rodeado de montanhas. O sol da manh�
assava as ruas; � noite os letreiros luminosos as iluminavam.
Ryan se virou e olhou para o Caesar's Palace. Era enorme, branco e opulento. Acima de sua cabe�a, em letras garrafais, estava o nome de Pierce e as datas de
suas apresenta��es. Que tipo de sentimento dava a um homem como ele, ela imaginou, ver seu nome anunciado de forma t�o vis�vel?
Ela pegou as malas e tomou a esteira rolante que a transportaria pela fonte reluzente e pelas est�tuas italianas. Na manh� tranq�ila, ela podia ouvir a �gua
jorrar e chapinhar. Ela imaginou que � noite as ruas seriam barulhentas, cheias de carros e gente.
No momento em que entrou no sagu�o do hotel, Ryan ouviu o barulho de metal dos ca�a-n�queis girando. Teve de conter um desejo de entrar no cassino para dar
uma olhada em vez de ir para o balc�o da recep��o.
- Ryan Swan. - Ela largou as malas no ch�o, perto do longo balc�o. - Tenho uma reserva.
- Sim, Srta. Swan. - O funcion�rio da recep��o sorriu exultante para ela sem verificar os arquivos. - O carregador levar� suas malas. - Ele fez um sinal e
entregou a chave para o carregador. - Aproveite sua estada, Srta. Swan. Por favor, nos avise se houver algo que podemos fazer pela senhorita.
- Obrigada.
Ryan aceitou a defer�ncia do funcion�rio sem pensar. Quando as pessoas sabiam que ela era filha de Bennett Swan, eles a tratavam como um dignit�rio em visita.
N�o era nada novo, apenas um pouco constrangedor.
O elevador levou-a at� o �ltimo andar com o carregador mantendo um sil�ncio respeitoso. Ele foi � frente no corredor, destrancou a porta e se afastou para
deix�-la entrar.
A primeira surpresa de Ryan foi que n�o era um quarto, mas uma su�te. A segunda foi que j� estava ocupada. Pierce estava sentado no sof� trabalhando com documentos
que tinha espalhado sobre a mesa diante dele.
- Ryan. - Ele se levantou e foi at� o carregador entregar-lhe uma nota. - Obrigado.
- Eu � que agrade�o, Sr. Atkins. Ryan esperou a porta fechar.
- O que est� fazendo aqui? - perguntou ela.
- Tenho um ensaio programado para esta tarde - ele lembrou-lhe. - Como foi o v�o?
- Foi bom - ela respondeu, aborrecida com a evasiva dele e com as suspeitas em sua mente.
- Quer que eu pegue um drinque?
- N�o, obrigada. - Ela olhou em volta do quarto bem mobiliado, olhou de relance pela janela e fez um gesto amplo. - O que � isso?
Pierce levantou uma das sobrancelhas diante do seu tom mas respondeu suavemente.
- Nossa su�te.
- Ah, n�o - disse ela balan�ando a cabe�a. - Sua su�te.
Ela pegou as malas e rumou para a porta.
- Ryan.
Foi o tom calmo da sua voz que a deteve - e que desencadeou seu mau g�nio.
- Que truquezinho sujo! - Ryan largou as malas fazendo um grande barulho e virou-se para ele. - Realmente achou que eu poderia trocar minha reserva e... e...
- E o qu�? - perguntou ele.
Ela fez um gesto em volta do quarto novamente.
- E me colocar aqui com voc� sem que eu ao menos murmurasse? Realmente achou que eu cairia confortavelmente na sua cama porque voc� a preparou t�o bem? Como
ousa? Como ousa mentir para mim sobre precisar que eu o assistisse fazer o n�mero quando tudo o que queria era que eu mantivesse sua cama aquecida?
A voz dela tinha mudado de pequena acusa��o para grande f�ria antes de Pierce agarrar seu pulso. A for�a em seus dedos fez com que ela ofegasse de surpresa
e choque.
- Eu n�o minto - disse Pierce suavemente, mas seus olhos estavam mais escuros do que ela j� vira. - E n�o preciso de truques para encontrar uma mulher para
a minha cama.
Ela n�o tentou se livrar. O instinto alertou-a para n�o fazer isso, mas ela n�o conseguiu controlar seu temperamento.
- Ent�o, o que voc� chama isso? - perguntou ela de novo.
- Uma conveni�ncia. - Ele sentiu a pulsa��o dela disparar sob seus dedos. A raiva tornou a voz dele perigosamente fria. Ele falou com determina��o tranq�ila,
mas n�o afrouxou o aperto no pulso. - N�o pretendo correr ao seu quarto toda vez que tiver algo a lhe dizer. Estou aqui para trabalhar - ele lembrou-lhe. - E voc�
tamb�m.
- Devia ter me consultado.
- N�o fiz isso - retrucou ele friamente. - E n�o durmo com uma mulher sem que ela queira, Srta. Swan.
- N�o gosto que mude as coisas sem me consultar primeiro.
Ryan permaneceu firme, embora seus joelhos estivessem amea�ando tremer. A f�ria dele ficou ainda mais apavorante ao ser contida.
- Eu alertei voc� antes. Fa�o as coisas do meu modo. Se estiver nervosa, tranque a porta.
O esc�rnio tornou a voz dela estridente.
- Funcionaria muito com voc�. Uma fechadura sequer o manteria do lado de fora.
Os dedos dele se apertaram no seu pulso rapidamente, dolorosamente, antes de ele afast�-lo para o lado.
- Talvez n�o. - Pierce abriu a porta. - Mas um simples n�o manteria.
Ele se foi antes que Ryan pudesse dizer qualquer coisa. Ela encostou-se na porta enquanto os calafrios percorreram seu corpo. At� aquele momento, ela n�o tinha
percebido o quanto estava apavorada. Estava acostumada a lidar com as explos�es de mau g�nio histri�nicas ou os sil�ncios amuados de seu pai. Mas isso...
Havia uma viol�ncia g�lida nos olhos de Pierce. Ryan preferia ter enfrentado os gritos de f�ria de qualquer homem do que o olhar que poderia congel�-la.
Sem saber que fizera isso, Ryan esfregou o pulso. Pulsava de leve em cada local que os dedos de Pierce tinham apertado. Ela estava certa quando disse que n�o
o conhecia. Havia mais coisa nele do que ela podia imaginar. Tendo removido uma camada, ela n�o tinha certeza completa de que conseguia lidar com o que havia descoberto.
Por mais um instante ela ficou encostada na porta, esperando o tremor parar.
Olhou em volta. Finalmente, concluiu que talvez estivesse errada em ter tido uma rea��o t�o forte a uma inofensiva situa��o de neg�cios. Dividir uma su�te
era essencialmente a mesma coisa que ter quartos adjacentes. Se tivesse sido o caso, ela n�o teria achado nada de mais.
Mas ele tamb�m estava errado, ela lembrou-se. Poderiam ter chegado a um acordo f�cil sobre a su�te se ele tivesse falado com ela primeiro. Ela prometera a
si mesma quando deixou a Su��a que n�o seria mais controlada.
E as palavras de Pierce deixaram-na preocupada. Ele n�o dormia com uma mulher sem que ela assim o quisesse. Ryan estava bem consciente que eles dois sabiam
que ela o queria.
Um simples n�o o manteria afastado. Sim, ela refletiu enquanto pegou as malas. Com isso, ela podia contar. Ele nunca se imporia a nenhuma mulher - muito simplesmente,
ele n�o precisaria. Ela imaginava quanto tempo levaria at� que ela se esquecesse de dizer n�o.
Ryan balan�ou a cabe�a. O projeto era t�o importante para Pierce quanto para ela. N�o inteligente come�ar discutindo sobre onde dormir ou se preocupando com
possibilidades remotas. Ela se conhecia. Foi desfazer as malas.


Quando Ryan desceu at� o teatro, o ensaio j� estava em andamento. Pierce permanecia no centro do palco. Havia uma mulher com ele. Embora ela estivesse usando
apenas jeans e um moletom grande, Ryan reconheceu a ruiva escultural que era assistente de Pierce. Nos v�deos, Ryan se lembrou, ela usava pequenos trajes reluzentes
ou vestidos muito leves. Nenhum m�gico viaja sem uma assistente bonita.
Calma, Ryan, ela alertou-se. N�o � da sua conta. Devagar, ela desceu e sentou-se no meio da plat�ia. Pierce n�o olhou na sua dire��o. Sem ter consci�ncia do
que fazia, Ryan come�ou a pensar em �ngulos de c�mera e cen�rios.
Cinco c�meras, ela pensou, e nada vistoso demais como fundo. Nada reluzente para n�o tirar a aten��o dele. Alguma coisa escura, ela decidiu. Algo para acentuar
a imagem de mago ou de bruxo e n�o de um homem de espet�culo.
Foi uma grande surpresa para ela quando a assistente de Pierce inclinou-se lentamente para tr�s at� ficar deitada na horizontal em pleno ar. Ryan parou de
planejar e observou. Ela n�o usava a voz, apenas gestos - gestos amplos e majestosos que traziam � mente mantos e luz de vela. A mulher come�ou a girar, devagar
a princ�pio e depois com maior velocidade.
Ryan tinha visto o truque no v�deo, mas v�-lo ao vivo era uma experi�ncia totalmente diferente. N�o havia acess�rios para desviar a aten��o dos dois no centro
do palco, nem roupa, m�sica ou luzes brilhantes para aumentar o clima. Ryan descobriu que estava prendendo a respira��o e for�ou-se a solt�-la. Os cachos ruivos
da mulher tremulavam enquanto ela girava. Seus olhos estavam fechados, seu rosto, completamente tranq�ilo, enquanto suas m�os estavam colocadas, elegantemente, na
cintura. Ryan assistiu de perto, procurando fios, truques. Frustrada, inclinou-se � frente.
N�o conseguiu impedir um pequeno grito de admira��o quando a mulher come�ou a rolar enquanto continuava a girar. A express�o calma no seu rosto permanecia
inalterada, como se ela dormisse em vez de rodopiar e girar um metro acima do solo. Com um gesto, Pierce interrompeu o movimento, trazendo-a para a vertical de novo,
devagar, at� seus p�s tocarem o ch�o. Quando ele passou a m�o na frente do rosto dela, ela abriu os olhos e sorriu.
- Como foi?
Ryan quase sacolejou diante das palavras batidas que saltaram alegremente das paredes do teatro.
- Bom - disse Pierce simplesmente. - Ser� melhor com a m�sica. Quero luzes vermelhas, algo quente. Comece suave e ent�o aumente com a velocidade. - Ele deu
essas ordens ao diretor de ilumina��o antes de se virar novamente para a assistente. - Treinaremos mais o tele-transporte.
Por uma hora Ryan assistiu fascinada, frustrada e, inegavelmente, entretida. O que lhe parecia impec�vel, Pierce repetiu v�rias vezes. Com cada ilus�o, ele
tinha suas pr�prias id�ias dos efeitos t�cnicos que queria. Ryan podia ver que sua criatividade n�o se restringia � m�gica. Ele sabia como usar a ilumina��o e o
som para real�ar, acentuar, enfatizar.
Um perfeccionista, Ryan observou. Ele trabalhava tranq�ilamente, sem a din�mica que exibia numa apresenta��o. Nem havia nele a desenvoltura desleixada que
ela havia visto quanto ele divertiu as crian�as. Ele estava trabalhando. Era um fato puro e simples. Um mago, talvez, ela refletiu, com um sorriso, mas que conquista
sua posi��o com longas horas de trabalho e repeti��o. Quanto mais ela assistia, mais respeito sentia.
Ryan imaginara como seria trabalhar com ele. Agora ela via. Ele era implac�vel, incans�vel e t�o fan�tico com os detalhes como ela pr�pria. Eles iam discutir,
ela previu, e come�ou a esperar ansiosamente por isso. Ia ser um espet�culo e tanto.
- Ryan, suba, por favor.
Ela ficou surpresa quando ele a chamou. Ryan teria jurado que ele n�o sabia que ela estava no teatro. De forma fatalista, ela se levantou. Estava come�ando
a parecer que n�o havia nada que ele n�o sabia. Quando Ryan adiantou-se, Pierce disse alguma coisa para a assistente. Ela deu uma breve e vigorosa risada e beijou-o
no rosto.
- Pelo menos consigo ficar inteira nesse n�mero - ela lhe disse, depois se virou para sorrir para Ryan enquanto ela subia ao palco.
- Ryan Swan - disse Pierce. - Bess Frye.
De perto Ryan viu que a mulher n�o era uma beldade. Suas fei��es eram grandes demais para uma beleza cl�ssica. Seu cabelo era de um vermelho brilhante e ca�a
em cachos em volta do rosto de ossos largos. Os olhos dela eram quase redondos e v�rios tons mais escuros que os olhos verdes de Ryan. Sua maquiagem era t�o ex�tica
quanto pareciam informais suas roupas, e ela era quase da altura de Pierce.
- Ol�! - Houve uma explos�o de simpatia na �nica palavra. Bess estendeu o bra�o para dar um entusi�stico aperto de m�o em Ryan. Era dif�cil acreditar que a
mulher, s�lida como uma sequ�ia, tinha girado um metro acima do palco. - Pierce me contou tudo sobre voc�.
- Oh?
Ryan olhou para ele.
- Ah, sim. - Ela repousou um dos cotovelos sobre seu ombro enquanto falava com Ryan. - Pierce acha voc� muito esperta. Gosta do tipo inteligente, mas n�o disse
que era t�o bonita. Por que n�o me disse que ela era t�o bonita, querido?
Ryan n�o levou muito tempo para descobrir que Bess geralmente falava com trechos longos e explosivos.
- E me acusou de ver uma mulher apenas como um acess�rio de palco?
Ele enfiou as m�os nos bolsos. Bess deu outra risada vigorosa.
- Ele � esperto tamb�m - ela confidenciou a Ryan, dando um apert�o em Pierce. - Vai ser a produtora desse especial?
- Vou. - Um pouco atordoada pela excessiva simpatia, Ryan sorriu. - Vou sim.
- Bom. Estava na hora de ter uma mulher coordenando as coisas. Sou cercada de homens nesse trabalho, querida. Apenas uma mulher na trupe. Vamos tomar um drinque
em breve e nos conhecermos.
Posso lhe pagar uma bebida, querida?, Ryan se lembrou. Seu sorriso se ampliou.
- Gostaria muito.
- Bem, vou ver o que Link est� tramando antes que o chefe decida me mandar de volta ao trabalho. Vejo voc� depois.
Bess desceu do palco - l,80m de puro entusiasmo. Ryan observou-a o tempo todo.
- Ela � maravilhosa - murmurou Ryan.
- Sempre achei isso.
- Ela parecia t�o fria e reservada no palco. - Ryan sorriu para Pierce. - Est� com voc� h� muito tempo?
- Est�.
O calor que Bess trouxera estava rapidamente desaparecendo. Ryan limpou a garganta e come�ou de novo.
- O ensaio foi muito bom. Teremos que discutir quais ilus�es pretende incorporar ao especial e quais as novas que pretende desenvolver.
- Tudo bem.
- Ter� que haver alguns ajustes, naturalmente, para a televis�o - ela continuou, tentando ignorar as respostas monossil�bicas dele. - Mas, basicamente, imagino
que deseja uma vers�o condensada do seu n�mero em clubes.
- Exatamente.
Em pouco tempo Ryan tinha conhecido Pierce. Veio a descobrir que ele possu�a uma simpatia e um humor naturais. Agora ele estava olhando para ela com olhos
precavidos, obviamente impaciente para que ela fosse embora. O pedido de desculpas que ela tinha planejado n�o p�de ser feito.
- Tenho certeza de que est� ocupado - disse ela de modo resoluto e se virou. Do�a, ela descobriu, ser exclu�da. Ele n�o tinha direito de mago�-la. Ryan saiu
do palco sem olhar para tr�s.
Pierce observou-a at� as portas no fundo do teatro se fecharem depois de ela passar. Com os olhos fixos na porta, ele comprimiu a bola que segurava na m�o
at� ela ficar achatada. Tinha dedos muito fortes, suficientemente fortes para ter quebrado os ossos do pulso dela em vez de simplesmente machuc�-los.
Ele n�o tinha gostado de ver os hematomas. N�o gostava de se lembrar como ela o acusara de tentar engan�-la. Ele nunca precisou enganar qualquer mulher. Ryan
Swan n�o seria diferente.
Poderia t�-la possu�do naquela primeira noite com a tempestade rugindo no lado de fora e o corpo dela comprimido junto ao dele.
E por que n�o fiz isso?, ele se perguntou, e jogou a bola esmagada para o lado. Por que n�o a tinha levado para a cama e feito todas as coisas que havia desejado
fazer de forma t�o desesperadora? Porque ela olhara para ele com os olhos cheios de p�nico e aceita��o. Estava vulner�vel. Ele tinha percebido, com algo semelhante
a medo, que estava vulner�vel tamb�m. E ela ainda assombrava sua mente.
Quando ela entrou na su�te naquela manh�, Pierce tinha esquecido as anota��es cuidadosas que fizera sobre uma nova ilus�o. Ele a viu, caminhando vestida com
um daqueles conjuntos curtos, e esqueceu tudo. Os cabelos dela estavam desalinhados por causa do vento durante a viagem de carro, como na primeira vez em que ele
a viu. E tudo que ele quis fazer foi abra��-la - sentir o pequeno corpo macio ceder junto ao dele.
Talvez a raiva dele tenha come�ado a crescer ali mesmo, a incendiar-se com as palavras e os olhos acusadores dela.
Ele n�o devia t�-la magoado. Pierce olhou para as m�os vazias e xingou. Ele n�o tinha o direito de marcar a pele dela - a coisa mais feia que uma pessoa poderia
fazer a uma mulher. Ela era mais fraca que ele, e ele havia usado isso - usado seu temperamento e sua for�a, duas coisas que ele prometera a si mesmo muito tempo
atr�s que nunca usaria com uma mulher. Na sua mente, nenhuma provoca��o poderia justificar tal rea��o. S� poderia culpar a si pelo deslize.
N�o poderia mais ficar pensando nisso ou em Ryan e continuar a trabalhar. Precisava de concentra��o. A �nica coisa a fazer era restabelecer seu relacionamento
para o ponto onde Ryan quis desde o come�o. Eles trabalhariam juntos em busca do sucesso, e isso seria tudo. Ele tinha aprendido a controlar seu corpo por meio da
mente. Poderia controlar suas necessidades e suas emo��es da mesma forma.
Pierce soltou um xingamento final e voltou para falar com sua equipe sobre os acess�rios.


Cap�tulo 7


Era dif�cil resistir a Las Vegas. Dentro dos cassinos n�o era dia nem noite. Sem rel�gios e com o tilintar cont�nuo das m�quinas ca�a-n�queis, havia urna atemporalidade
perp�tua, uma intrigante desorienta��o. Ryan via as pessoas com trajes a rigor jogando noite adentro at� o fim da manh�. Assistiu a milhares de d�lares trocarem
de m�os nas mesas de vinte-e-um e bacar�. Mais de uma vez, controlou a respira��o enquanto a roleta girava com uma pequena fortuna � merc� dos caprichos de uma bola
prateada.
Descobriu que a febre vinha em muitas formas - fria, desapaixonada, desesperada, intensa. Havia a mulher colocando a moeda na m�quina de ca�a-n�queis e o jogador
dedicado rolando os dados. A fuma�a pairava no ar ao som de vit�ria ou derrota. Os rostos mudavam, mas o estado de �nimo permanecia. Apenas mais um lan�ar de dados,
mais um puxar da alavanca.
Os anos na empertigada escola su��a tinham esfriado o �mpeto de jogar que Ryan havia herdado do pai. Agora, pela primeira vez, Ryan sentia a excita��o do impulso
de testar a Dama da Sorte. Ela recusou, dizendo a si mesma que estava satisfeita em assistir. Havia pouco mais que ela pudesse fazer.
Ela viu Pierce no palco durante os ensaios e dificilmente em outras situa��es. Era surpreendente para ela que duas pessoas pudessem dividir uma su�te e t�o
raramente tivessem contato um com o outro. Por mais que levantasse cedo, ela n�o o encontrava mais. Uma ou duas vezes, ap�s estar por muito tempo na cama, Ryan ouviu
o estalo r�pido da fechadura da porta da frente. Quando eles conversavam, era apenas para discutir id�ias sobre como alterar seu n�mero em clubes para a televis�o.
Suas conversas eram calmas e t�cnicas.
Ele est� tentando me evitar, pensou ela na noite de estr�ia, e est� fazendo um excelente trabalho. Se queria provar que dividir uma su�te n�o significava nada
pessoal, ele havia se sa�do muito bem. Isso, � claro, era o que ela queria, mas sentia falta da camaradagem. Sentia falta de v�-lo sorrir para ela.
Ryan decidiu assistir ao show dos bastidores. De l� ela teria uma vis�o perfeita e estaria numa posi��o para observar o estilo e o timing de Pierce enquanto
tinha uma perspectiva dos bastidores. Os ensaios haviam lhe dado uma id�ia sobre os h�bitos de trabalho dele, e agora ela o observaria atuar de um ponto de vista
mais pr�ximo que pudesse conseguir. Queria ver mais que a plat�ia ou uma c�mera veria.
Tomando cuidado para n�o atrapalhar os trabalhadores e os maquinistas, Ryan acomodou-se num canto e ficou observando. Desde a primeira s�rie de aplausos, quando
foi apresentado, Pierce teve a plat�ia na palma da m�o. Meu Deus, como ele � bonito!, pensou ela ao examinar seu estilo e seu brilho. Din�mico, dram�tico, apenas
sua personalidade teria dominado a plat�ia. O carisma dele n�o era ilus�o, mas parte integrante dele, como a cor do seu cabelo. Estava vestido de preto, como habitualmente,
sem precisar de cores brilhantes para manter os olhos grudados nele.
Falava enquanto se apresentava. Conversa fiada, como ele teria dito, mas era muito mais. Ele sintonizava o ambiente com palavras e cad�ncia. Podia iludi-los
e deslumbr�-los completamente em seguida - uma chama disparando de sua m�o, um p�ndulo prateado resplandecente que girava no ar sem qualquer apoio. N�o era mais
pragm�tico, como fora nos ensaios, mas obscuro e misterioso.
Ryan assistiu quando ele foi trancado com cadeado num saco, colocado dentro de um ba� e acorrentado. De p� sobre ele, Bess puxou uma cortina e contou at� 20.
Quando a cortina caiu, o pr�prio Pierce estava de p� no ba�, totalmente liberto. E, � claro, quando ele destrancou o ba� e abriu o saco, Bess estava l� dentro. Ele
chamava isso de transporte. Ryan achava incr�vel.
Suas fugas a deixavam inquieta. Assistir volunt�rios da plat�ia preg�-lo a um caixote forte que ela mesma tinha examinado deixavam suas m�os �midas. Ela podia
imagin�-lo na caixa escura e sem ar e sentir sua pr�pria respira��o bloqueando os pulm�es. Mas ele se livrava em menos de dois minutos.
Para o final, ele trancou Bess numa gaiola, cobriu-a com uma cortina e a fez elevar-se at� o teto. Quando a abaixou, minutos depois, havia uma pantera no lugar
de Bess. Assistindo-o, vendo a intensidade dos seus olhos, as cavidades e as sombras misteriosas de seu rosto, Ryan quase acreditou que ele tinha transcendido as
leis da natureza. Porque, naquele momento, antes de a cortina descer, a pantera era Bess e ele era mais feiticeiro que homem de espet�culo.
Ryan queria lhe perguntar, convenc�-lo a explicar apenas essa ilus�o em termos que ela pudesse entender. Quando ele desceu do palco e seus olhos se encontraram,
ela engoliu as palavras.
O rosto dele estava �mido por causa das luzes e da sua pr�pria concentra��o. Ela queria toc�-lo, descobrindo, para sua pr�pria surpresa, que v�-lo se apresentar
a tinha excitado. O impulso era mais b�sico e mais poderoso que qualquer coisa que ela vivenciara. Ela podia imagin�-lo pegando-a com suas m�os fortes e h�beis.
Depois sua boca, sua boca impossivelmente sensual, estaria sobre a dela, levando-a para aquele estranho mundo leve que ele conhecia. Se fosse at� ele agora - oferecesse,
exigisse -, ela o encontraria t�o �vido quanto ela pr�pria? Ele n�o diria nada, apenas a levaria embora para lhe mostrar sua m�gica?
Pierce parou diante dela, e Ryan recuou, abalada com seus pr�prios pensamentos. Seu sangue estava aquecido, agitando-se sob sua pele, exigindo que ela fosse
na sua dire��o. Consciente, excitada por�m sem vontade, ela manteve dist�ncia.
- Voc� estava maravilhoso - disse ela, mas ouviu a rigidez no elogio.
- Obrigado.
Pierce n�o disse nada mais ao passar por ela. Ryan sentiu dor na palma das m�os e descobriu que estava cravando as unhas na carne. Isso tem de parar, disse
a si mesma, e virou-se para ir atr�s dele.
- Ei, Ryan! - Ela parou quando Bess colocou a cabe�a para fora do camarim. - O que achou do show?
- Foi maravilhoso. - Ela olhou ao longo do corredor; Pierce j� tinha sumido. Talvez fosse melhor assim. - Acho que voc� n�o me revelaria o segredo do final
- disse ela.
Bess riu.
- N�o, se prezo minha vida, querida. Entre, venha conversar enquanto me troco.
Ryan agradeceu, fechando a porta ao passar. O ar estava saturado com o cheiro de maquilagem e p�.
- Deve ser uma experi�ncia e tanto ser transformada em pantera.
- Ah, Senhor, Pierce me transformou em tudo imagin�vel que anda, rasteja ou voa; me serrou em pedacinhos e me equilibrou sobre espadas. Em um dos n�meros,
ele me fez dormir sobre uma cama de pregos tr�s metros acima do ch�o.
Enquanto falava, ela despia o traje com a mesma simplicidade de uma crian�a de cinco anos.
- Deve confiar nele - comentou Ryan enquanto olhava em volta em busca de uma cadeira vazia.
Bess tinha o h�bito de espalhar suas coisas em todos os espa�os dispon�veis.
- � s� tirar alguma coisa do seu caminho - ela sugeriu ao pegar um robe azul-pav�o do bra�o de uma cadeira.
- Confiar em Pierce? - continuou ela enquanto amarrava o cinto do robe. - Ele � o melhor. - Sentada no toucador, ela come�ou a tirar a maquiagem com creme.
- Viu como ele � nos ensaios.
- Vi. - Ryan dobrou uma blusa amarrotada e colocou-a de lado. - Exigente.
- N�o � nem metade. Planeja suas ilus�es no papel, depois as repassa v�rias vezes naquela sua masmorra antes de sequer pensar em mostrar qualquer coisa a mim
ou a Link.
- Ela olhou para Ryan com um dos olhos com maquiagem pesada e o outro limpo. - A maioria das pessoas n�o sabe o quanto ele trabalha porque ele faz com que
pare�a f�cil. � assim que ele quer.
- Suas fugas - Ryan come�ou a falar enquanto endireitava as roupas de Bess. - S�o perigosas?
- N�o gosto de algumas delas. - Bess retirou o restante do creme com len�o de papel. Seu rosto ex�tico estava inesperadamente jovem e fresco. Ela deu de ombros
ao se levantar. - Mas jamais gostei quando ele faz sua vers�o da Tortura na �gua de Houdini ou sua pr�pria vers�o de Mil Cadeados.
- Por que ele faz, Bess? - Ryan separou um par de jeans mas continuou a vagar inquieta pelo c�modo. - Suas ilus�es bastariam.
- N�o para Pierce. - Bess largou o robe, colocando um suti� em seguida. - As fugas e o perigo s�o importantes para ele. Sempre foram.
- Por qu�?
- Porque ele quer se testar o tempo todo. Nunca est� satisfeito com o que fez ontem.
- Se testar - murmurou Ryan. Ela pr�pria tinha sentido isso, mas estava longe de entender. - Bess, h� quanto tempo trabalha com ele?
- Desde o come�o - Bess lhe disse enquanto enfiava o jeans. - Desde o comecinho.
- Quem � ele? - perguntou Ryan antes que pudesse se conter. - Quem � realmente ele?
Com uma blusa pendendo nas pontas dos dedos, Bess lan�ou a Ryan um olhar repentino e penetrante.
- Por que quer saber?
- Ele... - Ryan parou, sem saber o que dizer. - N�o sei.
- Gosta dele?
Ryan n�o respondeu imediatamente. Quis dizer n�o e descartar o assunto.
- Gosto sim - ela ouviu-se dizer. - Gosto dele.
- Vamos tomar um drinque - sugeriu Bess e vestiu a blusa. - E conversar.


- Coquet�is de champanhe - pediu Bess quando elas se sentaram num compartimento do sagu�o. - Vou pagar.
- Ela pegou um cigarro e o acendeu. - N�o conte a Pierce
- ela acrescentou, dando uma piscada. - Ele desaprova o uso de tabaco. � fan�tico com o cuidado do corpo.
- Link me disse que ele corre oito quil�metros todos os dias.
- � um velho h�bito. Pierce raramente altera velhos h�bitos. - Bess tragou a fuma�a dando um suspiro. - Ele sempre foi muito determinado, sabia? Podia-se ver,
mesmo quando crian�a.
- Conheceu Pierce quando ele era menino?
- Crescemos juntos: eu, Pierce e Link. - Bess olhou rapidamente para a gar�onete quando os coquet�is foram servidos. - Coloque na conta - disse ela e olhou
de novo para Ryan. - Pierce n�o fala sobre aquele tempo, nem mesmo comigo ou com Link. Ele o eliminou, ou tentou eliminar.
- Pensei que estivesse tentando promover uma imagem
- murmurou Ryan.
- Ele n�o precisa fazer isso.
- N�o. - Ryan olhou em seus olhos novamente. - Acho que n�o. Ele teve uma inf�ncia dif�cil?
- Minha nossa. - Ryan tomou um longe gole. - Muito. Foi uma crian�a muito franzina.
- Pierce?
Ryan pensou no corpo duro e musculoso e ficou olhando.
- �. - Bess soltou uma vers�o abafada de sua risada gutural. - Dif�cil de acreditar, mas � verdade. Era pequeno para sua idade, magro como barbante. As crian�as
maiores o atormentavam. Acho que precisavam de algu�m com quem implicar. Ningu�m gosta de crescer num orfanato.
- Orfanato! - Ryan agarrou-se � �ltima palavra. Examinando o rosto franco e amistoso de Bess, ela sentiu uma torrente de compaix�o. - Todos voc�s?
- Que inferno! - Bess deu de ombros. Os olhos de Ryan estavam cheios de eloq�ente sofrimento. - Na verdade, n�o era t�o ruim. Comida, um teto para cobrir a
cabe�a, muita companhia. N�o � como se l� em Oliver Twist.
- Voc� perdeu seus pais, Bess? - perguntou Ryan com interesse em vez da compaix�o que ela viu que era indesejada.
- Quando tinha oito anos. N�o havia mais ningu�m para me levar. A mesma coisa com Link. - Ela continuou sem qualquer tra�o de autopiedade ou arrependimento.
- Na maior parte das vezes, as pessoas querem adotar beb�s. As crian�as mais velhas n�o s�o adotadas com tanta facilidade.
Ryan levantou a bebida e deu um gole, pensativa. Teria sido 20 anos atr�s, antes da onda atual de interesse em crian�as adot�veis.
- E Pierce?
- As coisas foram diferentes com ele. Ele tinha pais. Eles n�o quiseram assinar, ent�o n�o podia ser adotado.
As sobrancelhas de Ryan formaram pregas com a confus�o.
- Mas, se ele tinha pais, o que estava fazendo num orfanato?
- Os tribunais o tiraram deles. Seu pai... - Bess soltou uma longa corrente de fuma�a. Ela estava se arriscando falando daquele jeito. Pierce n�o ia gostar
se descobrisse. Ela s� podia desejar que compensasse. - O pai dele batia em sua m�e.
- Ai, meu Deus! - Os olhos horrorizados de Ryan grudaram nos de Bess. - E... e Pierce?
- De vez em quando - respondeu Bess calmamente. - Mas principalmente sua m�e. Primeiro, ele se embebedava, depois, batia na esposa.
Uma onda de dor espalhou-se na boca do seu est�mago. Ryan pegou a bebida novamente. Claro que ela sabia que tais coisas aconteciam, mas seu mundo tinha sido
t�o protegido! Seus pais podem t�-la ignorado grande parte de sua vida, mas nenhum dos dois jamais levantou a m�o para ela. � verdade que os gritos do seu pai apavoravam
�s vezes, mas nunca iam al�m de uma voz alterada ou de palavras impacientes. Ela nunca sofrer� viol�ncia f�sica de qualquer tipo. Embora tentasse conceber o tipo
de horror que Bess relatava calmamente, era distante demais.
- Conte-me - ela perguntou por fim. - Quero compreend�-lo.
Era o que Bess queria ouvir. Deu a Ryan um voto de aprova��o silencioso e continuou.
- Pierce tinha cinco anos. Dessa vez o pai dele bateu tanto em sua m�e que a colocou no hospital. Geralmente, ele trancava Pierce num arm�rio antes de dar
in�cio a um de seus acessos de f�ria, mas dessa vez ele o agrediu um pouquinho primeiro.
Ryan controlou o desejo de protestar contra o que estava ouvindo mas manteve-se em sil�ncio. Bess a observava com aten��o enquanto falava.
- Foi quando as assistentes sociais assumiram o controle. Ap�s a papelada de costume e as audi�ncias, seus pais foram julgados incapazes, e ele foi colocado
no orfanato.
- Bess, sua m�e. - Ryan balan�ou a cabe�a, tentando refletir. - Por que ela n�o abandonou o marido e levou Pierce com ela? Que tipo de mulher...
- N�o sou psiquiatra - Bess interrompeu. - Pelo que Pierce sabia, ela continuou com o pai.
- E abandonou o filho - murmurou Ryan. - Ele deve ter se sentido t�o completamente rejeitado, t�o apavorado e sozinho.
Que tipo de dano isso causa � cabe�a de uma crian�a?, ela se perguntou. Que tipo de compensa��es uma crian�a assim faz? Ele se livrava de correntes, ba�s e
cofres porque tinha sido outrora um menino trancado num arm�rio escuro? Buscava continuamente fazer o imposs�vel por que havia sido t�o desamparado?
- Ele era um solit�rio - continuou Bess enquanto pediu outra rodada. - Talvez seja uma das raz�es pelas quais as outras crian�as o atormentavam. Pelo menos
at� Link aparecer. - Bess sorriu, gostando dessa parte de suas lembran�as. - Ningu�m jamais tocava em Pierce quando Link estava por perto. Ele sempre foi duas vezes
maior que qualquer um. E aquela cara!
Ela riu de novo, mas n�o havia nada de crueldade na risada.
- Assim que Link chegou, nenhuma das crian�as se aproximava dele. Com exce��o de Pierce. Os dois eram exclu�dos. Eu tamb�m. Link � ligado a Pierce desde ent�o.
Realmente n�o sei o que poderia ter acontecido a ele sem Pierce. Ou a mim.
- Voc� realmente o ama, n�o �? - perguntou Ryan, espiritualmente pr�xima da ruiva grande e exuberante.
- Ele � meu melhor amigo - respondeu Bess simplesmente. - Eles me deixaram entrar no seu clubinho quando eu tinha 10 anos. - Ela sorriu por cima da borda do
copo. - Eu via Link vindo e subia numa �rvore. Ele me amedrontava. N�s o cham�vamos de Missing Link.*
* Elo perdido. Jogo de palavras com o nome do personagem Link (elo). (N. do T.)

- As crian�as, �s vezes, s�o cru�is.
- Pode apostar nisso. Seja como for, exatamente quando ele estava passando embaixo, o galho quebrou e eu ca�. Ele me pegou. - Ela inclinou-se � frente, envolvendo
o queixo com as m�os. - Nunca me esquecerei disso. Num instante estou caindo e no outro ele est� me segurando. Olhei para aquele rosto e me preparei para gritar
muito. Ent�o ele riu. Apaixonei-me imediatamente.
Ryan engoliu o champanhe imediatamente. N�o havia como n�o perceber o olhar sonhador nos olhos de Bess.
- Voc�... voc� e Link?
- Bem, eu, sim - disse Bess, pesarosa. - Sou louca pelo grandalh�o h� 20 anos. Ele ainda acha que sou a Pequena Bess. Todo o meu l,80m. - Ela sorriu e piscou.
- Mas estou tentando convenc�-lo.
- Pensei que voc� e Pierce... - Ryan come�ou a dizer, mas sua voz perdeu a intensidade.
- Eu e Pierce? - Bess soltou uma de suas vigorosas risadas, fazendo as cabe�as girarem. - Est� brincando? Voc� conhece o mundo de entretenimento o suficiente
para dizer isso, querida. Pare�o o tipo de Pierce?
- Bem, eu... - Constrangida com o humor sincero de Bess, Ryan deu de ombros. - N�o teria id�ia de qual seria seu tipo.
Bess riu dentro do copo.
- Voc� parecia ser mais inteligente - ela comentou.
- De qualquer forma, ele sempre foi uma crian�a calada, sempre... qual � a palavra? - Sua testa formou sulcos enquanto pensava. - Intensa, sabe como �? Ele
tinha um temperamento forte. - Sorrindo novamente, ela revirou os olhos. - Ele deixava todo mundo que encontrava de olho roxo nos primeiros tempos. Mas, depois de
amadurecer, ele se controlou. Estava bem claro que ele decidira n�o seguir os passos do pai. Quando Pierce toma uma decis�o, � isso.
Ryan se lembrou da f�ria fria, da viol�ncia g�lida, e come�ou a compreender.
- Quando ele tinha cerca de nove anos, eu acho, ele sofreu um acidente. - Bess bebeu e depois franziu as sobrancelhas. - Pelo menos era o que ele dizia. Caiu
de cabe�a num lance de escadas. Todo mundo sabia que ele tinha sido empurrado, mas ele nunca contou quem o empurrara. Acho que n�o queria que Link fizesse alguma
coisa pela qual podia se meter numa enrascada. A queda machucou sua coluna. Achavam que ele n�o andaria novamente.
- Ai, n�o!
- �. - Bess deu outro longo gole. - Mas Pierce disse que ia andar. Ia correr oito quil�metros todos os dias pelo resto da vida.
- Oito quil�metros - murmurou Ryan.
- Ele era determinado. Fazia fisioterapia como se sua vida dependesse disso. Talvez dependesse - acrescentou ela pensativa. - Talvez sim. Ele passou seis meses
no hospital.
- Entendo.
Ela estava vendo Pierce na enfermaria pedi�trica, dando-se �s crian�as, conversando com elas, fazendo-as rir. Levando-lhes m�gica.
- Enquanto estava l�, uma enfermeira lhe deu um kit de m�gicas. Era como se estivesse esperando por isso, ou o kit esperando por ele. Quando ele saiu, conseguia
fazer coisas que muitos dos caras do ramo t�m dificuldade. - Amor e orgulho se misturaram na sua voz. - Ele tinha talento natural.
Ryan podia v�-lo: um menino moreno e intenso num leito branco de hospital, se aperfei�oando, praticando, descobrindo.
- Preste aten��o. - Bess riu novamente e inclinou-se � frente. Os olhos de Ryan revelavam muita coisa. - Uma vez, quando o visitei no hospital, ele colocou
fogo no len�ol. - Ela parou quando a express�o de Ryan ficou horrorizada. - Juro. Eu vi o len�ol queimando. Ent�o, ele apagou com a m�o. - Ela demonstrou com a palma
sobre a mesa. - Desapareceu e n�o havia nada. Nem queimado, nem buraco, nem mesmo um chamuscado. O danadinho me deixou morta de medo.
Ryan riu apesar da experi�ncia penosa que ele deve ter tido. Ele tinha superado. Havia vencido.
- A Pierce - disse ela, e levantou o copo.
- Muito bem. - Bess brindou antes de engolir o champanhe. - Ele levantou v�o quando tinha 16 anos. Senti muita falta dele. Nunca pensei que veria ele ou Link
novamente. Imagino que foram os dois anos mais solit�rios da minha vida. Depois, um dia eu estava trabalhando num restaurante em Denver, e ele entra. N�o sei como
me encontrou, nunca disse, mas entra e me diz para largar o emprego. Eu ia trabalhar para ele.
- Assim? - perguntou Ryan.
- Assim.
- O que voc� disse?
- N�o disse nada. Era o Pierce. - Com um sorriso, Bess sinalizou para a gar�onete. - Larguei o emprego e ca�mos na estrada. Beba, querida, voc� tem menos um.
Ryan examinou-a por um momento, depois terminou seu drinque. N�o era qualquer homem que poderia obter esse tipo de lealdade inquestion�vel de uma mulher forte.
- Geralmente paro no segundo - Ryan lhe disse, apontando para o coquetel.
- Esta noite, n�o - Bess anunciou. - Sempre bebo champanhe quando fico sentimental. Voc� n�o acreditaria em alguns dos locais em que nos apresentamos nos primeiros
anos - ela prosseguiu. - Festas de crian�as, despedidas de solteiros, f�bricas. Ningu�m controla um grupo arruaceiro como Pierce faz. Quando ele olha para um sujeito
e tira uma bola de fogo do seu bolso, o sujeito se acalma.
- Imagino que sim - concordou Ryan, e riu da imagem. - Nem mesmo tenho certeza de que ele precisaria da bola de fogo.
- Acertou - disse Bess, satisfeita. - Seja como for, ele sempre sabia que ia conseguir e me levava, e Link junto. N�o precisava. Esse � exatamente o tipo de
homem que ele �. N�o deixa muitas pessoas se aproximarem, mas, os que deixa, � para sempre. - Ela mexeu o champanhe por um momento. - Sei que eu e Link nunca poder�amos
acompanh�-lo aqui em cima, sabe? - Ela bateu de leve na t�mpora. - Mas n�o faz diferen�a para Pierce. Somos seus amigos.
- Acho - disse Ryan devagar - que ele escolhe seus amigos muito bem.
Bess lan�ou-lhe um sorriso cintilante.
- Voc� � uma mulher legal, Ryan. Uma verdadeira dama tamb�m. Pierce � o tipo de homem que precisa de uma dama.
Ryan ficou muito interessada na cor de sua bebida.
- Por que diz isso?
- Porque ele tem classe, sempre tem. Precisa de uma mulher de classe e que seja afetuosa como ele �.
- Ele � afetuoso, Bess? - Os olhos de Bess se ergueram novamente, procurando algo. -�s vezes ele parece t�o... distante.
- Sabe onde ele arrumou aquela gata boboca? - Ryan balan�ou a cabe�a diante da pergunta. - Algu�m a tinha atropelado e a deixou no acostamento. Pierce estava
voltando ap�s uma semana de apresenta��es em S�o Francisco. Ele parou e levou-a ao veterin�rio. Duas horas da manh� e ele est� acordando o veterin�rio e fazendo-o
operar um gato de rua. Custou-lhe 300 d�lares. Link me disse. - Ela pegou outro cigarro. - Quantas pessoas voc� conhece que fariam isso? Ryan olhou fixamente para
ela.
- Pierce n�o gostaria de saber que voc� me contou tudo isso, n�o �?
- N�o.
- Por que contou? Bess exibiu outro sorriso.
- � um truque que aprendi com ele ao longo dos anos. Voc� olha fundo nos olhos de algu�m e sabe se pode confiar nelas.
Ryan olhou para ela e falou s�rio.
- Obrigada.
- E - acrescentou Bess de forma casual enquanto engolia mais champanhe - voc� est� apaixonada por ele.
As palavras que Ryan tinha come�ado a dizer emperraram na garganta. Ela come�ou a tossir de modo intermitente.
- Beba tudo, querida. Nada como o amor para faz�-la engasgar. Brindemos a ele. - Seu copo tilintou no de Ryan. - E boa sorte para n�s duas.
- Sorte? - perguntou Ryan de forma d�bil.
- Com homens como aqueles dois, n�s precisamos. Dessa vez Ryan fez sinal para mais uma rodada.


Cap�tulo 8


Quando Ryan atravessou o cassino com Bess, ela estava rindo. O vinho havia melhorado seu astral, mas, al�m disso, a companhia de Bess a tinha animado. Desde
que retornara da escola, Ryan havia reservado pouco tempo para si para conquistar amizades. Achar uma t�o rapidamente fez mais efeito que o champanhe.
- Comemorando?
As duas levantaram os olhos e avistaram Pierce. Em un�ssono, seus rostos registraram a vergonha de crian�as pegas com a m�o na lata de biscoitos. A sobrancelha
de Pierce se levantou. Dando uma risada, Bess se inclinou e beijou-o com entusiasmo.
- Apenas conversa de mulher, querido. Eu e Ryan descobrimos que temos muito em comum.
- � mesmo?
Ele observou quando Ryan comprimiu os dedos na boca para abafar um risinho. Estava aparente que elas tinham feito mais coisas que conversar.
- Ele n�o fica maravilhoso quando est� s�rio e compenetrado? - Bess perguntou a Ryan. - Ningu�m faz isso melhor que Pierce. - Ela o beijou novamente. - N�o
embebedei sua dama, apenas a deixei um pouco mais solta do que est� acostumada. Al�m do mais, ela � adulta. - Anda apoiando a m�o no ombro dele, Bess olhou em volta.
- Onde est� Link?
- Vendo o tabuleiro de quino.
- Vejo voc� mais tarde.
Ela piscou para Ryan e foi embora.
- Ela � louca por ele, sabia? - disse Ryan confidencialmente.
- Sim, eu sei.
Ela deu um passo � frente.
- Existe alguma coisa que n�o saiba, Sr. Atkins? - Ela observou seus l�bios se curvarem diante da �nfase no seu sobrenome. - Imaginei se faria isso de novo
para mim.
- Fazer o qu�?
- Sorrir. N�o tem sorrido para mim h� v�rios dias.
- N�o?
Ele n�o conseguiu deter a onda de ternura mas contentou-se em retirar o cabelo do seu rosto.
- N�o. Nem uma vez. Est� arrependido?
- Estou. - Pierce equilibrou-a colocando uma das m�os no ombro dela e desejou que n�o olhasse para ele daquela maneira. Ele tinha conseguido conter as necessidades
ao compartilhar o mesmo quarto que ela. Agora, cercado por barulho, pessoas e luzes, ele sentia a for�a do desejo crescer. Retirou a m�o. - Gostaria que a levasse
para cima?
- Vou jogar vinte-e-um - ela o informou, de forma eloq�ente. - H� dias que sinto vontade, mas ficava me lembrando que jogar era tolice. Esqueci isso.
Pierce segurou o bra�o dela quando ela come�ou a caminhar para a mesa.
- Quanto dinheiro tem com voc�?
- Ah, n�o sei. - Ryan remexeu a bolsa. - Cerca de 75 d�lares.
- Tudo bem.
Se ela perdesse, Pierce concluiu, 75 d�lares n�o abririam um grande buraco na sua conta banc�ria. E foi com ela.
- Tenho assistido isso h� dias - sussurrou ela ao sentar-se numa mesa de 10 d�lares. - Tenho tudo calculado.
- Todo mundo n�o tem? - ele murmurou, e postou-se a seu lado. - D� a senhora fichas no valor de 20 d�lares
- ele disse � banca.
- Cinq�enta - Ryan corrigiu, contando as notas. Diante do sinal de aprova��o de Pierce com a cabe�a, a
banca trocou as notas por fichas coloridas.
- Vai jogar? - Ryan perguntou a ele.
- N�o me arrisco.
Ela levantou as sobrancelhas.
- Como se chama ser pregado dentro de um caixote? Ele exibiu-lhe um de seus lentos sorrisos.
- Minha profiss�o.
Ela riu e lan�ou-lhe um sorriso de provoca��o.
- � contra o jogo e outros v�cios, Sr. Atkins?
- N�o. - Ele sentiu outro �mpeto de desejo e se conteve.
- Mas gosto de calcular minhas pr�prias probabilidades.
- Ele balan�ou a cabe�a enquanto as cartas eram distribu�das. - Nunca � f�cil derrotar a casa em seu pr�prio jogo.
- Sinto que estou com sorte esta noite - ela disse.
O homem ao lado de Ryan girou um Bourbon e assinou seu nome numa folha de papel. Ele tinha acabado de apostar 2 mil d�lares. Filosoficamente falando, ele comprou
mais 5 mil d�lares em fichas. Ryan viu um diamante cintilar no seu dedo m�nimo enquanto as cartas eram distribu�das. Tr�s baralhos, ela se lembrou e levantou as
pontas de suas cartas com cuidado. Viu um oito e um cinco. Uma jovem loura usando um Halston preto pegou uma batida e quebrou em 23. O homem do diamante manteve-se
em 18. Ryan pegou outra batida e ficou satisfeita com mais cinco. Ela segurou e esperou pacientemente enquanto mais dois jogadores pegavam as cartas.
A banca tinha 14, virou a carta seguinte e chegou a 20. O homem com o diamante xingou baixinho quando perdeu mais 500 d�lares.
Ryan contou suas cartas seguintes, assistiu as batidas e perdeu de novo. Determinada, ela esperou a terceira distribui��o. Tirou 17. Antes que pudesse sinalizar
� banca que seguraria, Pierce fez sinal com a cabe�a para que fosse dada a batida.
- Espere um minuto - disse Ryan.
- Pegue - disse ele simplesmente.
Com um ar zangado e dando de ombros, ela o fez. Bateu 20. Com os olhos arregalados, ela girou na cadeira para olhar para ele, mas ele estava observando as
cartas. A banca manteve 19 e pagou.
- Ganhei! - exclamou ela, satisfeita com a pilha de fichas acumuladas. - Como sabia?
Ele apenas sorriu para ela e continuou a observar as cartas.
Na m�o seguinte ela tirou um dez e um seis. Teria pegado a batida, mas Pierce tocou seu ombro e balan�ou a cabe�a. Engolindo o protesto, ela permaneceu firme.
A banca quebrou em 22.
Ela riu, satisfeita, mas olhou para ele de novo.
- Como faz isso? - perguntou. - S�o tr�s baralhos.
N�o � poss�vel que consiga se lembrar de todas as cartas distribu�das ou calcular o que restou. - Ele n�o disse nada,
e sua testa formou um vinco. - Consegue?
Pierce sorriu de novo e simplesmente balan�ou a cabe�a. Ent�o, ele conduziu Ryan a outra vit�ria.
- Quer dar uma olhada nas minhas? - perguntou o homem com o diamante, colocando desgostoso as cartas de lado.
Ryan inclinou-se na sua dire��o.
- Ele � um bruxo, sabia? Eu o levo a toda parte. A jovem loira colocou o cabelo atr�s da orelha.
- Eu mesma gostaria de um ou dois feiti�os. - Ela lan�ou um convite a Pierce. Ryan atraiu sua aten��o quando as cartas foram distribu�das.
- As minhas - disse ela friamente e n�o viu a testa de Pierce subir. A loira voltou �s cartas.
Na hora seguinte, a sorte de Ryan - ou de Pierce - se manteve. Quando a pilha de fichas � sua frente tinha crescido de forma consider�vel, ele abriu sua bolsa
e enfiou-as dentro.
- Ah, mas espere. Estou apenas come�ando.
- O segredo de vencer � saber quando parar - disse-lhe Pierce, e ajudou-a a descer do banco. - Converta-as em dinheiro, Ryan, antes que meta na cabe�a de perd�-las
no bacar�.
- Mas eu queria jogar - disse ela, olhando para tr�s.
- Esta noite, n�o.
Com um suspiro pesado, ela despejou o conte�do da bolsa no caixa. Junto com as fichas estavam um pente, um batom e um centavo que tinha sido achatado pela
roda de um trem.
- � para dar sorte - disse ela quando Pierce pegou a moeda para examinar.
- Supersti��o, Srta. Swan - murmurou ele. - Isso me surpreende.
- N�o � supersti��o - ela insistiu, enfiando as notas na bolsa enquanto o caixa as contava. - � para dar sorte.
- Admito que errei.
- Gosto de voc�, Pierce. - Ryan enganchou seu bra�o no dele. - Achei que deveria lhe dizer.
- Gosta?
- Gosto - disse ela de modo definitivo.
Ela podia lhe dizer isso, pensou enquanto caminhavam para os elevadores. Isso era seguro e certamente verdade. Ela n�o lhe diria o que Bess tinha dito de forma
t�o casual. Am�-lo? N�o, isso estava longe de ser seguro, e n�o era necessariamente verdade. Embora... embora ela estivesse ficando cada vez mais temerosa que fosse.
- Gosta de mim? - Ryan virou-se para ele e sorriu quando a porta do elevador fechou.
- Gosto, Ryan. - Ele passou os n�s dos dedos sobre seu rosto. - Gosto de voc�.
- N�o tinha certeza. - Ela aproximou-se dele, e ele sentiu um formigamento na pele. - Est� com raiva de mim.
- N�o, n�o estou com raiva de voc�.
Ela estava olhando para ele. Pierce podia sentir o ar ficar denso, como acontecia quando a tampa se fechava sobre ele numa caixa ou num ba�. Seu ritmo card�aco
acelerou e com pura determina��o mental ele o nivelou. N�o ia toc�-la de novo.
Ryan viu alguma coisa passar em seus olhos. Um desejo. O dela aumentou tamb�m, por�m mais, ela sentiu uma necessidade de tocar, de acalmar. Amar. Ela o conhecia
agora, embora ele n�o estivesse ciente disso. Queria dar-lhe alguma coisa. Ela levantou a m�o para tocar seu rosto, mas Pierce agarrou seus dedos nos dele quando
a porta se abriu.
- Deve estar cansada - disse de modo pouco gentil e puxou-a para o corredor.
- N�o.
Ryan riu com a nova sensa��o de poder. Ele estava apenas com um pouquinho de medo dela. Algo disparou dentro dela - uma combina��o de vinho e vit�ria e conhecimento.
E ela o queria.
- Est� cansado, Pierce? - perguntou quando ele destrancou a porta da su�te.
- � tarde.
- N�o. N�o, nunca � tarde em Las Vegas. - Ela jogou sua bolsa para o lado e se esticou. - N�o existe tempo aqui, n�o sabe? N�o h� rel�gios. - Ela levantou
o cabelo e deixou-o cair lentamente pelos dedos. - Como pode ser tarde quando n�o sabe que horas s�o. - Ela avistou os pap�is sobre a mesa e foi at� eles, tirando
os sapatos enquanto caminhava. - Trabalha demais, Sr. Atkins. - Rindo, ela se virou novamente para ele. - A Srta. Swan � assim, n�o �?
Seu cabelo tinha se enroscado nos dedos, e seu rosto estava corado. Seus olhos estavam vivos, dan�ando, seduzindo. Neles ele viu que seus pensamentos n�o eram
segredo para ela. O desejo era um golpe de martelo no seu est�mago. Pierce n�o disse nada.
- Mas gosta da Srta. Swan - murmurou ela. - Eu, nem sempre. Venha se sentar. Explique isso para mim.
Ryan afundou no sof� e pegou um dos pap�is dele. Estava coberto de desenhos e anota��es que n�o faziam nenhum sentido para ela. Pierce ent�o se mexeu, dizendo
a si mesmo que era apenas para impedir que ela perturbasse seu trabalho.
- � complicado demais. - Ele pegou a folha de sua m�o e colocou-a de volta.
- Tenho uma mente muito r�pida. - Ryan puxou o bra�o dele at� ele se sentar a seu lado. Ela olhou para ele e sorriu.
- Sabe que quando olhei pela primeira vez em seus olhos achei que meu cora��o tinha parado. - Ela colocou a m�o no rosto dele. - Na primeira vez que voc� me
beijou eu sei que ele parou.
Pierce pegou a m�o dela novamente, sabendo que estava perto do limite. A m�o livre dela subiu pela frente da camisa at� sua garganta.
- Ryan, voc� deveria ir para a cama.
Ela podia ouvir o desejo na voz dele. Sob a ponta de seu dedo a pulsa��o da garganta dele latejava depressa. O cora��o dela come�ou a equiparar-se com o ritmo.
- Ningu�m nunca me beijou assim antes - murmurou ela e deslizou os dedos para o primeiro bot�o de sua camisa. Ela o desabotoou, observando seus olhos. - Ningu�m
nunca me fez sentir assim antes. Foi m�gica, Pierce.
Ela afrouxou o segundo e o terceiro bot�es.
- N�o.
Ele levantou o bra�o para deter os dedos afoitos que o estavam enlouquecendo.
- Acho que foi. - Ryan se moveu e prendeu seu l�bulo entre os dentes de leve. - Sei que foi.
A respira��o em forma de sussurro foi diretamente para a boca do est�mago dele, para alimentar as chamas. Elas estavam altas e amea�avam explodir. Agarrando-a
pelos ombros, Pierce come�ou a afast�-la, mas as m�os dela estavam em seu peito nu. Sua boca ro�ou a garganta dele. Seus dedos se apertaram enquanto o cabo-de-guerra
prosseguia dentro dele.
- Ryan. - Embora ele se concentrasse, n�o conseguia controlar sua pulsa��o. - O que est� tentando fazer?
- Estou tentando seduzi-lo - murmurou ela, seguindo o rastro dos dedos com os l�bios. - Est� funcionando?
As m�os dela desceram por seu t�rax para brincar de leve sobre o seu est�mago. Sentiu o tremor da rea��o e tomou mais coragem.
- Sim, est� funcionando com perfei��o.
Ryan riu, um som gutural e quase zombeteiro que fez o sangue dele latejar. Embora ele n�o a tocasse, n�o era mais capaz de impedi-la de toc�-lo. As m�os dela
eram macias e provocantes enquanto sua l�ngua passava de leve em sua orelha.
- Tem certeza? - sussurrou ela, enquanto retirava a camisa de seus ombros. - Talvez eu esteja fazendo algo errado. - Ela levou a boca at� o queixo dele e deixou
a l�ngua correr brevemente sobre seus l�bios. - Talvez n�o queira que o toque assim. - Ela desceu com a ponta do dedo pelo centro do seu peito at� o c�s de seu jeans.
- Ou assim. - Mordiscou seu l�bio inferior, ainda observando seus olhos.
N�o, ela estava errada. Eles eram pretos - pretos, n�o cinza. Seus desejos guiaram-na at� ela pensar que seria tragada por eles. Poderia ser poss�vel desejar
tanto? Tanto que todo o seu corpo do�a e latejava e amea�ava se despeda�ar?
- Desejei voc� quando desceu do palco esta noite - disse ela com a voz rouca. Bem ali, enquanto acreditava que voc� era um mago, n�o um homem. E agora. - Ela
correu os dedos pelo seu peito para coloc�-los atr�s de seu pesco�o. - Agora, sabendo que voc� � homem, eu o quero mais. - Ela deixou seus olhos abaixarem at� a
boca dele, depois os ergueu de novo, at� os olhos. - Mas talvez voc� n�o me queira. Talvez, eu n�o... o excite.
- Ryan. - Ele tinha perdido a habilidade de controlar sua pulsa��o, seus pensamentos, sua concentra��o. Havia perdido a vontade de tentar encontr�-la de novo.
- N�o
haver� nenhuma volta num momento.
Ela riu, atordoada com a excita��o, guiada pelo desejo. Deixou seus l�bios pairarem um pouco acima dos dele.
- Promete?
Ryan exultou com o poder do beijo. A boca dele estava sobre a dela de forma ardente, intensa. Ela ficou sob ele com tamanha velocidade que n�o sentiu o movimento,
apenas seu corpo duro sobre o dela. Ele estava puxando sua blusa, impaciente com os bot�es. Dois voaram e aterrissaram em algum lugar sobre o carpete antes de a
m�o dele agarrar seu seio. Ryan gemeu e arqueou o corpo contra o dele, desesperada para ser tocada. Sua l�ngua foi fundo para enroscar-se com a dela.
O desejo era ardente - clar�es de calor, borrifadas de cor. A pele dela chamuscava onde ele a tocava. Estava nua sem saber como acontecera, e a carne desnuda
dele fundiu-se com a dela. Seus dentes estavam sobre o seio dela, bem no limite do controle, depois sua l�ngua passou pelo seu mamilo at� ela gemer e comprimir-se
mais.
Pierce podia sentir a martelada da sua pulsa��o, quase sabore�-la enquanto sua boca apressava-se para o outro seio. Os gemidos e as m�os prementes dela estavam
conduzindo-o al�m da raz�o. Ele estava preso numa fornalha, mas n�o haveria fuga dessa vez. Sabia que sua carne se derreteria dentro dela at� que n�o restasse mais
nada para mant�-lo separado. O calor, o cheiro dela, seu gosto, tudo rodopiava dentro da sua cabe�a. Excita��o? N�o, isso era mais que excita��o. Era obsess�o. Deslizou
os dedos dentro dela. Era t�o macia, t�o quente e �mida que n�o lhe restava mais controle.
Penetrou-a com um arrebatamento que atordoou os dois. Depois ela estava se movendo com ele, fren�tica e firme. Ele sentiu a dor do prazer imposs�vel, sabendo
que tinha sido o enfeiti�ado, n�o o feiticeiro. Ele era inteiramente dela.
Ryan sentiu a respira��o irregular dele junto ao seu pesco�o. O cora��o dele ainda estava acelerado. Por mim, pensou ela de forma on�rica enquanto flutuava
no momento seguinte � paix�o. Meu, pensou ela de novo, e suspirou. Como Bess descobrira antes dela? Ryan fechou os olhos e deixou-se levar.
Deve estar estampado no meu rosto como uma placa luminosa. � cedo demais para lhe dizer?, ela se perguntou. Espere, ela decidiu, tocando seus cabelos. Ela
se daria tempo para acostumar-se ao amor antes de proclam�-lo. Naquele momento, sentiu que tinha todo o tempo do mundo.
Murmurou um protesto quando Pierce retirou seu peso de cima dela. Pouco a pouco, ela abriu os olhos. Ele ficou olhando para as m�os. Estava se amaldi�oando
completamente.
- Eu machuquei voc�? - perguntou ele de forma r�pida e agitada.
- N�o - disse ela, surpresa, e lembrou-se da hist�ria de Bess. - N�o, n�o me machucou, Pierce. N�o conseguiria. Voc� � um homem muito gentil.
Os olhos dele retornaram aos dela, entristecidos, angustiados. N�o houve gentileza nele quando ele a amou. Apenas desejo e desespero.
- Nem sempre - disse ele subitamente e pegou o jeans.
- O que est� fazendo?
- Vou descer e reservar outro quarto. - Ele estava se vestindo depressa quando ela olhou. - Sinto muito que isso tinha acontecido. Eu n�o vou... - Ele parou
quando olhou e viu l�grimas brotando nos olhos dela. Alguma
coisa rompeu-se dentro de seu est�mago. - Ryan, sinto muito. - Sentando-se ao lado dela de novo, ele enxugou uma l�grima com o polegar. -Jurei que n�o ia toc�-la.
N�o deveria ter feito isso. Voc� tinha bebido demais. Sabia disso e deveria ter...
- Droga! - Ela afastou a m�o dele com um tapa. - Eu estava errada. Voc� consegue me machucar. Bem, n�o precisa reservar outro quarto. - Ela pegou a blusa.
- Eu mesma vou reservar um. N�o vou ficar aqui at� voc� transformar algo maravilhoso em um erro.
Ela estava de p� e vestindo a blusa, que estava do lado avesso.
- Ryan, eu...
- Ora, cale a boca. - Vendo que os dois bot�es do meio estavam faltando, ela retirou a blusa de novo e ficou encarando-o, insolentemente nua, com os olhos
em chamas. Ele quase a puxou para o ch�o e a tomou mais uma vez. - Sabia exatamente o que estava fazendo, ouviu bem? Exatamente! Se acha que bastam alguns drinques
para me atirar a um homem, est� errado. Queria voc�, achei que me quisesse. Ent�o, se foi um erro, foi seu.
- N�o foi um erro para mim, Ryan. - A voz dele tinha ficado suave, mas quando estendeu o bra�o para toc�-la, ela fez um movimento brusco para tr�s. Ele deixou
a m�o cair ao lado do corpo e escolheu as palavras com cuidado. - Queria voc�; talvez demais, pensei. E n�o fui t�o gentil com voc� como gostaria de ter sido. �
dif�cil para mim lidar com o fato de saber que n�o consegui me controlar.
Por um momento ela o examinou, depois enxugou as l�grimas com o dorso da m�o.
- Queria se controlar?
- A quest�o � que tentei e n�o consegui. Nunca toquei uma mulher com menos... - Ele hesitou. - Cuidado - ele murmurou. - Voc� � muito pequena, muito fr�gil.
Fr�gil?, ela pensou, e levantou uma das sobrancelhas. Ningu�m nunca a tinha classificado assim antes. Em outra ocasi�o, ela poderia ter gostado, mas agora
sentia que havia apenas um jeito de lidar com um homem como Pierce.
- Tudo bem - ela disse, e respirou fundo. - Voc� tem duas escolhas.
Surpreso, Pierce uniu as sobrancelhas.
- Quais s�o?
- Pode reservar outro quarto ou pode me levar para a cama e fazer amor comigo de novo. - Ela deu um passo na sua dire��o. - Agora.
Ele viu o desafio em seus olhos e sorriu.
- Essas s�o minhas �nicas escolhas?
- Acho que poderia seduzi-lo novamente se quiser bancar o teimoso - disse ela dando de ombros. - � com voc�.
Ele mergulhou os dedos nos cabelos dela enquanto a puxava para perto.
- E se un�ssemos duas dessas escolhas? Ela lan�ou-lhe um olhar de considera��o.
- Quais?
Ele abaixou sua boca at� a dela para um beijo suave e demorado.
- Que tal se eu lev�-la para a cama e voc� me seduzir? Ryan permitiu que ele a levantasse nos bra�os.
- Sou uma pessoa razo�vel - ela concordou, enquanto caminhava para o quarto. - Estou disposta a discutir uma solu��o conciliat�ria contanto que eu fa�a as
coisas do meu jeito.
- Srta. Swan - Pierce murmurou enquanto a colocava gentilmente sobre a cama. - Gosto do seu estilo.


Cap�tulo 9


O corpo de Ryan do�a. Suspirando, ela aconchegou-se mais no travesseiro. Era um desconforto agrad�vel. Fez com que se lembrasse da noite - a noite que tinha
durado at� o amanhecer.
Ela n�o sabia que havia tanta paix�o a dar ou tantas necessidades a preencher. Toda vez que pensara em si esgotada, de corpo e alma, bastava que ela o tocasse
de novo, ou ele nela. A energia voltava ao seu corpo em grande quantidade e, com ela, as exig�ncias inexor�veis do desejo.
Ent�o eles dormiram abra�ados, enquanto os tons cor-de-rosa do nascer do sol adentravam o quarto. Acordando, agarrando-se ao sono, Ryan moveu-se na dire��o
de Pierce, querendo abra��-lo novamente. Estava sozinha.
A confus�o fez com que seus olhos se abrissem devagar. Deslizando as m�os sobre os len��is a seu lado, Ryan encontrou-os frios. Foi embora?, pensou ela atordoada.
Havia quanto tempo estava dormindo sozinha? Todo o seu prazer on�rico chegou ao fim. Ryan tocou os len��is novamente. N�o, ela disse a si mesma, e se esticou, ele
est� apenas no outro quarto. N�o teria me deixado sozinha.
O telefone fez um barulho estridente e a despertou completamente.
- Sim, al�. - Ela atendeu no primeiro toque e tirou o cabelo do rosto com a m�o livre. Por que a su�te estava t�o tranq�ila?
- Srta. Swan?
- Sim, � a Srta. Swan.
- Liga��o de Bennett Swan. Por favor, fique na linha. Ryan se sentou, puxando automaticamente os len��is
at� os seios. Desorientada, imaginou que horas eram. E onde, pensou novamente, estava Pierce?
- Ryan, ponha-me a par.
A par?, ela repetiu em sil�ncio, ouvindo a voz do pai. Lutou para colocar os pensamentos em ordem.
- Ryan!
- Sim, desculpe.
- N�o tenho o dia todo.
- Tenho assistido os ensaios de Pierce diariamente - ela come�ou, desejando uma x�cara de caf� e alguns momentos para se controlar. - Acho que vai descobrir
que ele tem as �reas t�cnicas e a equipe nas m�os. - Ela olhou em volta do quarto em busca de algum sinal dele. - Ele estreou ontem � noite, de forma impec�vel.
J� discutimos algumas altera��es para o especial, mas nada foi firmado ainda. Nesse momento, qualquer n�mero novo que tenha bolado, ele est� guardando para si.
- Quero algumas estimativas firmes sobre o set dentro de duas semanas - ele lhe disse. - Poderemos ter uma altera��o na programa��o. Voc� resolve com Atkins.
Quero uma lista dos n�meros propostos por ele e a margem de tempo para cada um.
- J� discuti isso com ele - disse Ryan friamente, chateada que seu pai estava invadindo seu territ�rio. - Sou a produtora, n�o sou?
- � - ele concordou. - Eu a verei no meu escrit�rio quando voltar.
Ao ouvir o clique, Ryan desligou com um suspiro de exaspera��o. Tinha sido uma t�pica conversa de Bennett Swan. Ela esqueceu o telefonema e saiu da cama. O
robe de Pierce estava dobrado sobre a cadeira, e Ryan o pegou e vestiu.
- Pierce? - Ryan correu para a �rea de estar da su�te mas encontrou-a vazia. - Pierce? - ela chamou novamente, pisando em um dos bot�es perdidos de sua blusa.
Distraidamente, Ryan o pegou e o enfiou no bolso do robe antes de atravessar a su�te.
Vazia. A dor come�ou em seu est�mago e se espalhou. Ele a deixara sozinha. Balan�ando a cabe�a, Ryan esquadrinhou os quartos novamente. Ele deve ter lhe deixado
um recado por que e onde tinha ido. N�o acordaria simplesmente e a abandonaria, n�o ap�s a noite passada.
Mas n�o havia nada. Ryan tremeu, sentindo um frio repentino.
Era o modelo da sua vida, decidiu. Caminhando at� a janela, ficou olhando para o letreiro apagado. N�o importava de quem ela gostasse, a quem dava amor, as
pessoas sempre seguiam seus caminhos. No entanto, de alguma forma, ela ainda esperava que fosse diferente.
Quando era pequena, havia sido sua m�e, uma jovem que adorava a vida glamourosa e seguia Bennett Swan por todo o mundo. Voc� � uma menina crescida, Ryan, e
auto-suficiente. Estarei de volta em alguns dias. Ou algumas semanas,
Ryan se lembrou. Sempre havia uma governanta ou outros empregados para cuidar dela. N�o, ela nunca tinha sido abandonada nem maltratada. Apenas esquecida.
Depois foi seu pai, correndo daqui para ali em um minuto. Mas, � claro, ele providenciara para que ela tivesse uma bab� confi�vel, a quem ele pagava um sal�rio
substancial. Ent�o, ela foi mandada para a Su��a, o melhor internato que existia. Aquela minha filha tem a cabe�a no lugar. Est� entre os dez melhores alunos da
turma.
Havia um presente caro no seu anivers�rio com um cart�o imenso dizendo para prosseguir com o bom trabalho que estava fazendo. � claro que ela prosseguiu. Ela
nunca teria arriscado desapont�-lo.
Nada muda, pensou Ryan enquanto se virava para se olhar no espelho. Ryan � forte. Ryan � pr�tica. Ryan n�o precisa de todas as coisas que as outras mulheres
precisam - abra�os, gentileza, romance.
Eles est�o certos, � claro, ela dizia a si mesma. � tolice ficar magoada. N�s nos quer�amos. Passamos a noite juntos. Por que romantizar? N�o tenho nenhum
direito sobre Pierce. E ele n�o tem nenhum sobre mim. Ela tocou a lapela do seu robe e rapidamente soltou a m�o. Movendo-se com rapidez, despiu-se e foi para o chuveiro.
Manteve a �gua numa temperatura insuport�vel, permitindo que ela tivesse impacto total contra sua pele. N�o ia pensar. Ela se conhecia muito bem. Se mantivesse
sua mente com um espa�o vazio, quando a abrisse de novo, saberia o que tinha de fazer.
O ar do banho estava fumegante e �mido quando ela saiu para se enxugar. Seus movimentos foram novamente bruscos. Havia trabalho a ser feito - anota��es sobre
id�ias e planos. Ryan Swan, produtora executiva. Era no que ela devia se concentrar. Era hora de parar de se preocupar com as pessoas que n�o poderiam dar - ou n�o
queriam dar - o que ela queria. Tinha que fazer seu pr�prio nome no meio. Era tudo que realmente importava.
Enquanto se vestia, sentiu-se em sua calma perfeita. Os sonhos eram para quando se dormia, e ela estava plenamente acordada. Havia d�zias de detalhes a serem
providenciados. Tinha reuni�es a organizar, chefes de departamento com quem negociar. Decis�es precisavam ser tomadas. Estava em Las Vegas havia bastante tempo.
Conhecia o estilo de Pierce melhor que jamais esperava conhecer. E, mais importante para ela no momento, sabia precisamente o que queria como produto final. De volta
a Los Angeles, Ryan poderia come�ar a colocar suas id�ias em movimento.
Ia ser sua primeira produ��o, mas ela estaria condenada se fosse sua �ltima. Dessa vez tinha lugares pr�prios para ir.
Ryan pegou o pente e passou-o pelos cabelos �midos. A porta abriu-se atr�s dela.
- Ent�o voc� est� acordada.
Pierce sorriu e come�ou a caminhar at� ela. O olhar nos olhos dela o deteve. Ressentimento e raiva - ele podia sentir as ondas dos sentimentos.
- Sim, estou acordada - disse ela tranq�ilamente e continuou a pentear os cabelos. - Estou acordada faz um tempo. Meu pai ligou mais cedo. Queria um relato
do andamento do projeto.
- Oh? - Suas emo��es n�o eram direcionadas a seu pai, Pierce decidiu, observando-a atentamente. - Pediu alguma coisa para o servi�o de quarto?
- N�o.
- Deveria tomar caf�-da-manh� - disse ele, dando mais um passo em sua dire��o. N�o foi mais adiante, sentindo a parede que ela havia erguido entre eles.
- N�o, na verdade n�o quero. - Ryan pegou o rimei e come�ou a aplic�-lo com grande cuidado. - Vou tomar caf� no aeroporto. Vou voltar para Los Angeles esta
manh�.
O tom frio e distante fez os m�sculos do est�mago dele se contra�rem. Ele poderia ter se enganado? A noite que tinham passado juntos significara t�o pouco
para ela?
- Esta manh�? - repetiu ele, utilizando o mesmo tom que ela. - Por qu�?
- Acho que tenho uma boa id�ia de como voc� trabalha e do que vai querer para o especial. - Ela manteve os olhos focados apenas em sua pr�pria imagem no espelho.
- Deveria come�ar com os est�gios preliminares, depois podemos marcar uma reuni�o quando voc� voltar para a Calif�rnia. Ligarei para seu agente.
Pierce conteve as palavras que queria dizer. Ele nunca acorrentava ningu�m, a n�o ser ele mesmo.
- Se � o que quer.
Os dedos de Ryan se apertaram no tubo de r�mel antes de ela coloc�-lo de volta.
- N�s dois temos trabalho a fazer. O meu � em Los Angeles; o seu, no momento, � aqui.
Ela virou-se para ir ao arm�rio, mas ele colocou a m�o sobre seu ombro. Pierce soltou-a imediatamente quando ela enrijeceu.
- Ryan, eu magoei voc�?
- Magoou, a mim? - repetiu ela, e continuou o caminho at� o arm�rio. Seu tom foi como um encolher de ombros, mas ele n�o p�de ver seus olhos. - Como � que
poderia ter me magoado?
- N�o sei. - Sua voz veio diretamente de detr�s dela. Ryan retirou uma bra�ada de roupas. - Mas eu magoei. - Ele virou-a de frente para ele. - Posso ver em
seus olhos.
- Esque�a - ela lhe disse. - Eu esquecerei.
Ela come�ou a se afastar, mas dessa vez ele manteve suas m�os firmes.
- N�o posso esquecer algo a menos que saiba o que �. Embora mantivesse suas m�os leves, o aborrecimento
estava no seu tom de voz.
- Ryan, me diga qual � o problema.
- Deixa para l�, Pierce.
- N�o.
Ryan tentou se desvencilhar de novo e mais uma vez ele a conteve. Ela disse a si mesma para ficar calma.
- Voc� me abandonou! - disse ela em tom explosivo e jogou as roupas de lado. A paix�o irrompeu dela t�o r�pido que o deixou com o olhar fixo e sem fala. -
Acordei e voc� j� tinha ido, sem dizer uma palavra. N�o estou acostumada a encontros de uma noite.
Os olhos dele se incendiaram diante disso.
- Ryan...
- N�o, n�o quero ouvir. - Ela balan�ou a cabe�a de forma vigorosa. - Esperava outra coisa de voc�. Estava errada. Mas tudo bem. Uma mulher como eu n�o precisa
de todas as sutilezas. Sou especialista em sobreviv�ncia. - Ela torceu o corpo mas continuou presa junto ao dele. - N�o fa�a isso! Me solta, tenho que arrumar as
malas.
- Ryan. - Mesmo quando ela resistia, ele a abra�ava mais firme. O sofrimento era profundo, ele pensou, e n�o tinha come�ado com ele. - Sinto muito.
- Quero que me solte, Pierce.
- Voc� n�o vai me ouvir se eu soltar. - Ele passou a m�o pelos seus cabelos molhados. - Preciso que me escute.
- N�o h� nada a dizer.
A voz dela havia engrossado, e ele sentiu uma perversa punhalada de culpa. Como p�de ter sido t�o idiota? Como p�de n�o ter visto o que seria t�o importante
para ela?
- Ryan conhe�o encontros de uma noite muito bem.
- Pierce afastou-a, apenas o suficiente para que pudesse ver seus olhos. - N�o foi o que a noite passada representou para mim.
Ela balan�ou a cabe�a com for�a, lutando para recobrar a serenidade.
- Voc� n�o precisa dizer isso.
- Eu disse a voc�, uma vez que n�o minto, Ryan. - Ele deslizou as m�os at� seus ombros. - O que tivemos juntos na noite passada � muito importante para mim.
- Voc� n�o estava aqui quando acordei. - Ela engoliu em seco e fechou os olhos. - A cama estava fria.
- Desculpe. Fui resolver algumas coisas antes do show desta noite.
- Se tivesse me acordado...
- N�o pensei em acord�-la, Ryan - disse ele baixinho.
- Como nunca pensei em como pudesse se sentir acordando sozinha. O sol estava entrando no quarto quando voc� adormeceu.
- Voc� ficou acordado tanto quanto eu. - Ela tentou se afastar novamente. - Pierce, por favor! - Ouvindo o desespero no pedido, ela mordeu o l�bio. - Me solta.
Ele abaixou as m�os e observou quando ela juntou as roupas de novo.
- Ryan, nunca durmo mais de cinco ou seis horas. � tudo de que preciso. - Era p�nico que ele estava sentindo vendo-a dobrar uma blusa e coloc�-la na mala?
- Pensei que ainda estaria dormindo quando eu voltasse...
- Procurei voc� - disse ela. - E voc� havia ido.
- Ryan...
- N�o, n�o faz diferen�a. - Ela comprimiu as m�os nas t�mporas e soltou um suspiro profundo. - Desculpe. Estou agindo como uma idiota. Voc� n�o fez nada, Pierce.
Sou eu. Sempre espero demais. Sempre me sinto confusa quando n�o consigo. - Rapidamente ela come�ou a fazer as malas de novo. - N�o tive inten��o de fazer
uma cena. Por favor, esque�a.
- N�o � algo que quero esquecer - murmurou ele.
- Eu me sentiria menos tola se soubesse que voc� esqueceria - disse ela, tentando suavizar a voz. - Basta atribuir tudo � falta de sono e m� disposi��o. Mas
tenho que ir. Tenho muito trabalho a fazer.
Ele tinha visto as necessidades dela desde o princ�pio
- sua rea��o � gentileza, seu prazer ao receber uma flor de presente. Ela era uma mulher emotiva e rom�ntica que se esfor�ava muito para n�o ser. Pierce se
amaldi�oou, pensando como ela devia ter se sentido ao encontrar a cama vazia ap�s a noite que passaram juntos.
- Ryan, n�o v�.
Era dif�cil para ele. Era algo que ele nunca pedira a ningu�m.
Os dedos dela hesitaram nos cadeados da mala. Ela os fechou, colocou a mala no ch�o e se virou.
- Pierce, n�o estou com raiva, honestamente. Um pouco constrangida, talvez. - Ela conseguiu dar um sorriso.
- Realmente tenho que voltar e colocar as coisas em movimento. Talvez haja uma altera��o na programa��o e...
- Fique - ele interrompeu, incapaz de se conter. - Por favor.
Ryan permaneceu em sil�ncio por um momento. Algo que ela viu em seus olhos fez com que um bloqueio se instalasse em sua garganta. Estava sendo um pouco dif�cil
para ele perguntar. Tal como ia ser um pouco dif�cil para ela perguntar.
- Por qu�?
- Preciso de voc�. - Ele inspirou ap�s o que foi para ele uma assombrosa aceita��o. - N�o quero perd�-la.
Ryan deu um passo na sua dire��o.
- Faz diferen�a?
- Faz. Sim, faz diferen�a.
Ela esperou um momento mas n�o conseguiu se convencer a sair pela porta.
- Mostre - ela lhe disse.
Ele caminhou at� ela e a abra�ou firme. Ryan fechou os olhos. Era exatamente do que ela precisava - ser abra�ada, ser simplesmente abra�ada. O peito dele estava
firme junto ao seu rosto, seus bra�os fortes em volta dela. Ela sabia, por�m, que estava sendo abra�ada como se fosse algo precioso. Fr�gil, foi como ele a chamou.
Pela primeira vez na vida Ryan queria ser.
- Ora, Pierce, n�o sou idiota.
- N�o. - Ele levantou o queixo com o dedo e a beijou. - Voc� � t�o doce. - Ele sorriu ent�o e repousou a testa na dela. - Vai reclamar quando eu acord�-la
ap�s cinco horas de sono?
- Nunca. - Rindo, ela lan�ou os bra�os em volta do pesco�o dele. - Talvez um pouquinho.
Ela sorriu para ele, mas os olhos dele ficaram repentinamente s�rios. Pierce envolveu sua nuca com a m�o antes de sua boca abaixar-se at� a dela.
Foi como da primeira vez - a suavidade, a leve press�o que transformou seu sangue em chama. Ela ficava completamente impotente quando ele a beijava assim,
sem conseguir pux�-lo para mais perto, incapaz de exigir. Podia apenas deixar que ele fizesse tudo a seu tempo.
Pierce sabia que dessa vez o poder era apenas dele. Fez com que suas m�os se movessem suavemente enquanto a despiam. Deixou a blusa dela escorregar lentamente
dos ombros, descer pelas costas, at� tremular no ch�o. A pele dela tremeu quando as m�os dele passaram sobre seu corpo.
Abrindo o fecho da cal�a dela, ele abra�ou-a pela cintura, deixando que seus dedos brincassem com o pequenino peda�o de seda e renda bem no alto de suas coxas.
Todo o tempo sua boca mordiscava a dela. A respira��o dela parou, ent�o ela gemeu quando ele p�s um dos dedos dentro da seda. Mas n�o retirou. Em vez disso, deslizou
a m�o at� seu seio para acariciar e provocar, at� ela come�ar a tremer.
- Quero voc� - disse ela, tr�mula. - Sabe quanto o quero?
- Sei. - Ele deu beijos suaves como borboletas em seu rosto. - Sei.
- Fa�a amor comigo - murmurou Ryan. - Pierce, fa�a amor comigo.
- Estou fazendo - murmurou ele, e comprimiu a boca na pulsa��o fren�tica do seu pesco�o.
- Agora - ela pediu, fraca demais para pux�-lo para junto de seu corpo.
Ele riu, no fundo da garganta, e levou-a at� a cama.
- Voc� me enlouqueceu ontem � noite, Srta. Swan, me tocando assim.
Pierce passou o dedo pelo centro do seu corpo, parando para demorar-se no suave monte entre suas pernas. Devagar, pregui�osamente, ele fez com que sua boca
seguisse o rastro. De noite ele fora acometido por uma loucura. Conheceu a impaci�ncia, o desespero. Ele a tomara v�rias vezes, de forma apaixonada, mas fora incapaz
de saborear. Foi como se ele estivesse faminto, e a gula o conduzira. Agora, embora n�o a desejasse menos, podia refrear a necessidade. Podia saborear, experimentar
e se deleitar.
Os membros de Ryan estavam pesados. Ela n�o conseguia mov�-los, podia apenas deixar que ele tocasse, acariciasse e beijasse qualquer lugar que desejasse. A
for�a que a tinha conduzido na noite anterior havia sido substitu�da por uma fraqueza adocicada. Ela ficou encharcada dela.
A boca dele demorou-se em sua cintura, a l�ngua fazendo c�rculos mais embaixo enquanto ele corria as m�os de leve sobre ela, contornando o formato de seus
seios, acariciando seu pesco�o e seus ombros. Ele provocava, em vez de possuir; excitava, ao inv�s de satisfazer.
Prendeu o c�s da seda em seus dentes e abaixou-a alguns cent�metros. Ryan arqueou e gemeu. Mas foi a pele da coxa dela que ele experimentou, saboreando at�
que ela soubesse que a loucura estava a um sopro de dist�ncia. Ela ouviu-se suspirando seu nome, um som suave e urgente, mas ele n�o respondeu. Sua boca estava ocupada
fazendo maravilhas com a parte atr�s do joelho dela.
Ryan sentiu a pele aquecida do peito dele ro�ar em sua perna, embora n�o tivesse id�ia de como ou quando ele tinha se livrado da camisa. Nunca estivera mais
consciente de seu pr�prio corpo. Descobriu o prazer entorpecente e celestial que podia vir do toque da ponta de um dedo sobre a pele.
Ele a estava levantando, pensou Ryan sem muita clareza, embora suas costas estivessem comprimidas contra a cama. Ele a estava fazendo levitar, fazendo-a flutuar.
Estava lhe mostrando m�gica, mas esse estado hipn�tico n�o era ilus�o.
Os dois estavam nus agora, enrolados um no outro enquanto a boca dele fez o caminho de volta at� a dela. Ele a beijou devagar, profundamente, at� que ela ficasse
sem energia. Os dedos �geis dele excitavam. Ela n�o sabia que a paix�o poderia puxar para os dois lados ao mesmo tempo - para o fogo, que chamusca, e para as nuvens.
Ela estava arfante, mas, mesmo assim, ele esperou. Ele lhe daria tudo primeiro, todas as gotas de prazer, todas as misteriosas del�cias que ele conhecia. A
pele dela era como �gua nas m�os dele, fluindo, ondulando. Mordiscou e sugou de leve seus l�bios inchados, e esperou seu gemido final de rendi��o.
- E agora, amor? - perguntou ele, espalhando leves beijos sussurrantes em seu rosto. - E agora?
Ela n�o conseguiu responder. Estava al�m das palavras e da raz�o. Era onde ele queria que ela estivesse. Feliz, ele riu e comprimiu a boca na garganta dela.
- Voc� � minha, Ryan? Diga. Minha.
- Sou. - Saiu como um suspiro rouco, mal se ouvia. - Sua. - Mas a boca dele engoliu as palavras quando ela as disse. - Leve-me.
Ela n�o se ouviu dizer isso. Pensou que o pedido estava apenas em seu c�rebro, mas, ent�o, ele estava dentro dela. Ryan arfou e arqueou o corpo para encontr�-lo.
E, ainda assim, ele se movia com doloroso vagar.
O sangue estava rugindo nos ouvidos dela quando ele teve o prazer final em sua forma plena. Os l�bios dele ro�aram nos dela, capturando cada respira��o tr�mula.
De repente, ele comprimiu sua boca na dela - nada mais de suavidade, nada mais de provoca��o. Ela gritou quando ele a pegou com uma f�ria repentina e selvagem.
O fogo consumiu os dois, fundindo pele e l�bios at� Ryan pensar que eles dois tinham morrido.
Pierce deitou sobre ela, repousando a cabe�a entre seus seios. Ele ouviu o som das batidas de seu cora��o. Ela ainda n�o tinha parado de tremer. Os bra�os
dela estavam enrolados em volta dele, com uma das m�os ainda emaranhada nos cabelos dele. Ele n�o queria se mover. Queria mant�-la assim - sozinha, nua, dele. O
desejo ardente de possess�o o perturbou. N�o era seu jeito. Nunca tinha sido, antes de Ryan. O impulso era forte demais para resistir.
- Me diga de novo - ele pediu, levantando o rosto para observar o dela.
Os olhos de Ryan se abriram devagar. Ela estava entorpecida de amor, saciada de prazer.
- Dizer o qu�?
A boca dele voltou � dela mais uma vez, buscando, e demorou-se ao fazer a �ltima prova. Quando levantou o rosto, seus olhos estavam escurecidos e exigentes.
- Diga-me que � minha, Ryan.
- Sua - murmurou ela, enquanto seus olhos se fecharam outra vez. Ela suspirou, caindo no sono. - Por quanto tempo voc� me quiser.
Pierce franziu as sobrancelhas diante de sua resposta e come�ou a falar, mas sua respira��o estava lenta e constante. Ele mudou de posi��o, deitou ao lado
dela e puxou-a para perto.
Dessa vez ele esperaria at� que ela acordasse.


Cap�tulo 10


Ryan nunca vira o tempo passar t�o rapidamente. Devia ter ficado feliz. Quando o compromisso de Pierce em Las Vegas terminou, eles puderam come�ar a trabalhar
no especial. Era algo que ela estava ansiosa para fazer, por ela mesma e por ele. Sabia que poderia ser o momento decisivo de sua carreira.
Mas ela se viu desejando que as horas n�o passassem voando. Havia algo fantasioso sobre Las Vegas, com sua falta de sincroniza��o de tempo, suas ruas com bares
barulhentos e cassinos reluzentes. Ali, com o toque de m�gica por toda parte, parecia natural am�-lo, compartilhar da vida que ele vivia. Ryan n�o tinha certeza
que seria t�o simples assim quando retornassem ao mundo real.
Os dois estavam vivendo um dia de cada vez. N�o havia conversa sobre o futuro. A explos�o de possessividade de Pierce n�o ocorreu novamente, e Ryan ficou admirada.
Ela quase acreditou que tinha sonhado com aquelas palavras profundas e insistentes.
- Voc� � minha. Me diga.
Ele n�o tinha pedido de novo, nem havia lhe dedicado palavras de amor. Ele era gentil, �s vezes extremamente gentil, com palavras, olhares ou gestos. Mas nunca
estava completamente livre com ela. Nem Ryan jamais estava completamente livre com ele. A confian�a n�o vinha f�cil para nenhum dos dois.
Na noite de encerramento Ryan vestiu-se com esmero. Queria uma noite especial. Champanhe, ela decidiu enquanto colocava um vestido leve com um arco-�ris de
tons. Pediria que enviassem champanhe para a su�te ap�s a apresenta��o. Eles tinham uma longa e �ltima noite para passar juntos antes do t�rmino do id�lio.
Ryan fez um auto-exame cr�tico no espelho. O vestido era transparente e muito mais ousado, ela notou, que seu estilo usual. Pierce diria que era mais Ryan
que Srta. Swan, pensou e riu. Ele estaria certo, como sempre. No momento ela n�o se sentia absolutamente como a Srta. Swan. Amanh� seria cedo o bastante para traje
passeio.
Ela colocou perfume nos pulsos e depois entre os seios.
- Ryan, se quiser jantar antes do show, ter� que se apressar. S�o quase...
Pierce parou de repente ao entrar no quarto. Parou para olhar para ela. O vestido flutuava aqui, apertava ali, ajustando-se sedutoramente sobre seus seios
em cores que se combinavam e escorriam como um quadro deixado na chuva.
- Voc� est� t�o linda - murmurou ele, sentindo a excita��o familiar ao longo da pele. - Como algo com que eu talvez tenha sonhado.
Quando ele falava assim, fazia seu cora��o se derreter e a pulsa��o acelerar ao mesmo tempo.
- Um sonho? - Ryan caminhou at� ele e passou os bra�os em volta do seu pesco�o. - Que tipo de sonho voc� gostaria que eu fosse? - Ela beijou um dos lados de
seu rosto e, depois, o outro. - Vai fazer aparecer um sonho para mim, Pierce?
- Voc� est� cheirando a jasmim. - Ele enterrou o rosto no pesco�o dela. Ele achava que nunca tinha querido nada, ningu�m, tanto em sua vida. - Isso me deixa
louco.
- Feiti�o de mulher. - Ryan inclinou a cabe�a para dar � boca de Pierce mais liberdade. - Enfeiti�ar o feiticeiro.
- Funciona.
Ela deu uma risada gutural e comprimiu-se mais contra ele.
- N�o foi um feiti�o de mulher que causou a destrui��o de Merlin no fim?
- Andou pesquisando? - perguntou ele dentro de sua orelha. - Cuidado, estou no ramo h� mais tempo que voc�. - Ele levantou o rosto e encostou seus l�bios nos
dela. - Voc� sabe que n�o � prudente se envolver com um m�gico.
- N�o sou nem um pouco prudente. - Ela deixou os dedos subirem pela nuca dele, depois pela sua espessa cabeleira. - Nem um pouco.
Ele sentiu uma onda de poder - e uma onda de fraqueza. Era sempre a mesma coisa quando ela estava em seus bra�os. Pierce puxou-a para junto dele, outra vez,
apenas para abra��-la. Sentindo alguma resist�ncia, Ryan permaneceu passiva. Ele tinha tanto a dar, ela pensou, tanta emo��o que ele oferecia ou continha. Ela nunca
poderia ter certeza do que ele escolheria fazer. Mas n�o era a mesma coisa com ela?, se perguntou. Ela o amava, mas n�o conseguia dizer as palavras em voz alta.
Mesmo enquanto o amor crescia, ela n�o conseguia diz�-las.
- Vai estar nos bastidores hoje � noite? - ele perguntou. - Gosto de saber que est� l�.
- Vou. - Ryan inclinou a cabe�a para tr�s e sorriu. Era t�o raro ele pedir qualquer coisa. - Um dia desses vou perceber alguma coisa. At� mesmo sua m�o n�o
� sempre mais r�pida que o olho.
- N�o? - Ele sorriu, divertindo-se com sua determina��o cont�nua em apanh�-lo. - Sobre o jantar - ele come�ou a dizer e brincou com o z�per na parte de tr�s
do seu vestido. Ele estava come�ando a imaginar o que ela usava sob ele. Se ele decidisse, poderia colocar o vestido nos seus p�s antes que ela conseguisse respirar.
- O que tem? - perguntou ela com um brilho de travessura nos olhos.
A batida na porta o fez praguejar.
- Por que n�o transforma quem quer que seja em sapo? - Ryan sugeriu. Depois, suspirando, ela repousou a cabe�a no ombro dele. - N�o, acho que seria grosseiro.
- - Gosto da id�ia. Ela riu e recuou.
- Vou atender. N�o posso ficar com isso na consci�ncia. - Brincando com o bot�o de cima da camisa dele, ela levantou uma das sobrancelhas. - N�o vai se esquecer
em que estava pensando enquanto os mando embora?
Ele sorriu.
- Tenho uma mem�ria muito boa.
Pierce soltou-a e observou-a se afastar. Ele concluiu que a Srta. Swan n�o tinha escolhido aquele vestido, ecoando os primeiros pensamentos de Ryan.
- Encomenda para a Srta Ryan.
Ryan pegou a pequena caixa embrulhada sem enfeites e o cart�o do mensageiro.
- Obrigada.
Ap�s fechar a porta, ela largou o embrulho e abriu o envelope. A mensagem era breve e estava datilografada.

Ryan,
Seu relat�rio est� bom. Espero um relato minucioso sobre o projeto de Atkins na sua volta. Primeira reuni�o programada para uma semana a partir de hoje. Feliz
anivers�rio.
Seu pai

Ryan leu duas vezes e depois deu uma olhada r�pida no embrulho. Ele n�o se esqueceria do meu anivers�rio, pensou enquanto passava uma terceira vista de olhos
pelas palavras datilografadas. Bennett Swan sempre cumpria suas obriga��es. Ryan sentiu uma onda de desilus�o, de raiva, de futilidade. Todas as emo��es conhecidas
da filha �nica de Swan.
Por qu�?, ela se perguntou. Por que ele n�o tinha esperado e lhe dado algo pessoalmente? Por que tinha enviado uma mensagem impessoal que parecia um telegrama
e um presentinho apropriado que sua secret�ria tinha, sem d�vida, escolhido? Por que n�o poderia ter simplesmente enviado lembran�as?
- Ryan? - Pierce a observava do v�o da porta do quarto. Ele a tinha visto ler a mensagem. Tinha visto o olhar vazio em seus olhos. - Not�cia ruim?
- N�o. - Rapidamente Ryan balan�ou a cabe�a e enfiou a mensagem na bolsa. - N�o, n�o � nada. Vamos jantar, Pierce. Estou morrendo de fome.
Ela estava sorrindo, estendendo a m�o em busca da dele, mas o sofrimento em seus olhos era indisfar��vel. Sem dizer nada, Pierce tomou sua m�o. Enquanto sa�am
da su�te, ela olhou para o embrulho que n�o abriu.
Como Pierce tinha pedido, Ryan assistiu ao espet�culo dos bastidores. Ela bloqueara da mente todos os pensamentos sobre seu pai. Era sua �ltima noite de liberdade
completa, e Ryan estava determinada a n�o permitir que algo a estragasse.
� meu anivers�rio, ela se lembrou. Vou fazer minha comemora��o particular. N�o tinha dito nada a Pierce a princ�pio porque havia se esquecido completamente
do anivers�rio at� a chegada da mensagem de seu pai. Agora, ela decidiu, seria tolice n�o mencionar. Afinal de contas, tinha 27 anos, estava velha demais para sentimentalismo
por causa da passagem de um ano.
- Voc� estava maravilhoso, como sempre - ela disse a Pierce quando ele desceu do palco, com os aplausos retumbantes atr�s. - Quando vai me contar como faz
aquela ilus�o?
- A m�gica, Srta. Swan, n�o tem explica��o. Ela estreitou os olhos para ele.
- Por acaso sei que Beth est� no seu camarim neste momento e que a pantera...
- As explica��es desapontam - ele interrompeu. Ele pegou sua m�o a fim de conduzi-la ao seu pr�prio camarim. - A mente � um paradoxo, Srta. Swan.
- Conte-me - disse ela secamente, sabendo muito bem que ele n�o ia explicar nada.
Ele conseguiu manter o rosto s�rio e tranq�ilo enquanto tirava a camisa.
- A mente quer acreditar no imposs�vel - ele continuou a dizer enquanto entrava no banho para se lavar. - Mas n�o acredita. A� est� o encanto. Se o imposs�vel
n�o for poss�vel, ent�o, como foi feito diante dos seus olhos e debaixo do seu nariz?
- � o que desejo saber - Ryan reclamou com a voz encobrindo o som da �gua corrente. Quando ele voltou, com uma toalha sobre o ombro, ela disparou um olhar
direto e observador para ele. - Como sua produtora neste especial, eu deveria...
- Produzir - ele terminou a frase e vestiu uma camisa limpa. - Farei o imposs�vel.
- � enlouquecedor n�o saber - disse ela de modo triste mas abotoou ela pr�pria os bot�es da camisa dele.
- �.
Pierce apenas sorriu quando ela lhe lan�ou um olhar furioso.
- � apenas um truque - disse Ryan encolhendo os ombros, esperando chate�-lo.
- �?
O sorriso dele permanecia irritantemente am�vel. Reconhecendo a derrota ao estar diante dela, Ryan suspirou.
- Suponho que sofreria de todos os tipos de tortura e n�o diria nada.
- Tinha alguma em mente?
Ela riu ent�o e comprimiu a boca na dele.
- � apenas o come�o - foi sua promessa perigosa. - Vou lev�-lo para cima e enlouquec�-lo at� falar.
- Interessante. - Pierce passou o bra�o em volta dos ombros dela e conduziu-a ao corredor. - Pode levar bastante tempo.
- N�o estou com pressa - disse ela alegre.
Eles foram para o �ltimo andar, mas quando Pierce come�ou a enfiar a chave na fechadura da su�te, Ryan colocou a m�o sobre a dele.
- � sua �ltima chance antes de eu ser mais incisiva - ela alertou. - Vou faz�-lo falar.
Ele apenas sorriu para ela e abriu a porta.
- Feliz anivers�rio!
Os olhos de Ryan se arregalaram de surpresa. Bess, ainda com a roupa do espet�culo, abriu uma garrafa de champanhe enquanto Link se esfor�ava ao m�ximo para
colocar o l�quido nas ta�as. Sem fala, Ryan ficou olhando para eles.
- Feliz anivers�rio, Ryan. Pierce beijou-a de leve.
- Mas como... - Ela parou para olhar para ele. - Como sabia?
- Tome. - Bess colocou uma ta�a de champanhe na m�o de Ryan e depois lhe deu um r�pido aperto. - Beba tudo, querida. S� se comemora o anivers�rio uma vez ao
ano. Gra�as a Deus. O champanhe � por minha conta, uma garrafa agora e outra mais tarde.
Ela piscou para Pierce.
- Obrigada. - Ryan olhou para a ta�a com um ar impotente. - N�o sei o que dizer.
- Link tem uma coisa para voc� tamb�m - Bess disse a ela.
O grandalh�o se mexeu de modo desconfort�vel enquanto todos os olhos se viraram para ele.
- Trouxe um bolo - ele murmurou, e ent�o limpou a garganta. - Voc� tem que ter um bolo de anivers�rio.
Ryan caminhou para ver um fino bolo decorado em cor-de-rosa e amarelo.
- Oh, Link. � maravilhoso.
- Voc� tem que cortar o primeiro peda�o - disse ele.
- Vou cortar, num minuto. - Levantando o bra�o, Ryan trouxe a cabe�a dele para baixo at� que pudesse alcan��-la na ponta dos p�s e deu um beijo na sua boca.
- Obrigada, Link.
Ele ficou rosado, sorriu e lan�ou um olhar agoniado para Bess.
- De nada.
- Tenho uma coisa para voc�. - Ainda sorrindo, Ryan se virou para Pierce. - Vai me beijar tamb�m? - ele perguntou.
- Depois de ganhar meu presente.
- Interesseira - disse ele, e entregou-lhe uma pequena caixa de madeira.
Era antiga e talhada. Ryan passou o dedo sobre ela para sentir os locais que tinham ficado lisos com o tempo e o manuseio.
- � bonita - ela murmurou. Abriu-a e viu um pequenino s�mbolo de prata numa corrente. - Oh!
- Uma ankh - Pierce lhe disse, pegando-a para colocar em volta do seu pesco�o. - Um s�mbolo eg�pcio da vida. N�o � uma supersti��o - disse ele em tom s�rio.
- � para dar sorte.
- Pierce. - Lembrando-se de seu centavo achatado, Ryan riu e lan�ou os bra�os em volta dele. - Nunca se esquece de nada?
- N�o. Agora voc� me deve um beijo.
Ryan obedeceu, mas se esqueceu que havia olhares sobre eles.
- Ei, queremos um pouco desse bolo. N�o queremos, Link?
Bess passou o bra�o em volta da sua grossa cintura e sorriu quando Ryan olhou.
- Ser� que � t�o gostoso quanto parece? - Ryan se perguntou em voz alta enquanto pegava a faca e cortava uma fatia. - N�o sei quando foi a �ltima vez que comi
bolo de anivers�rio. Link, pegue o primeiro peda�o. - Ryan lambeu o glac� do dedo quando ele pegou o bolo. - Maravilhoso - fez seu julgamento e come�ou a cortar
outra fatia. - N�o sei como voc� descobriu. Eu mesma tinha esquecido at�... - Ryan parou de cortar e endireitou o corpo.
- Voc� leu minha mensagem - ela acusou Pierce. Ele parecia convincentemente perplexo.
- Que mensagem?
Ela deu um suspiro impaciente, sem notar que Bess tinha pegado a faca e estava cortando o bolo.
- Foi na minha bolsa e leu a mensagem.
- Fui na sua bolsa? - Pierce repetiu, levantando uma das sobrancelhas. - Ora, Ryan, eu faria algo t�o grosseiro?
Ela pensou nisso por um momento.
- Sim, faria.
Bess deu um riso abafado, mas ele apenas lan�ou-lhe um leve olhar. Aceitou um peda�o de bolo.
- Um m�gico n�o precisa chegar a bater carteira para ter informa��o.
Link riu, um ru�do surdo e profundo que pegou Ryan de surpresa.
- Como daquela vez que pegou as chaves do sujeito em Detroit? - ele lembrou a Pierce.
- Ou os brincos da senhora em Flatbush - disse Bess.
- Ningu�m tem a m�o mais leve que voc�, Pierce.
- � mesmo? - Ryan emitiu as palavras enquanto voltou o olhar para ele.
Pierce deu uma mordida no bolo e n�o disse nada.
- Ele sempre devolve no fim do show - Bess prosseguiu. - Que bom que Pierce n�o se decidiu por uma vida criminosa. Pense no que aconteceria se ele come�asse
a arrombar cofres pelo lado de fora e n�o de dentro.
- Fascinante - concordou Ryan, estreitando os olhos para ele. - Adoraria saber mais sobre isso.
- E naquela vez em que voc� saiu daquela pequena cela em Wichita, Pierce? - Bess prosseguiu. - Sabe quando eles trancaram voc� por...
- Tome um pouco mais de champanhe, Bess - Pierce sugeriu, erguendo a garrafa e inclinando-a em sua ta�a.
Link deu outra risada vigorosa.
- Gostaria de ter visto a cara do delegado quando olhou e viu a cela vazia, completamente trancada e arrumada.
- Fuga de cela - refletiu Ryan, fascinada.
- Houdini fazia isso de forma rotineira. Pierce entregou-lhe uma ta�a de champanhe.
- �, mas ele combinava com os tiras primeiro.
Bess riu do olhar que Pierce deu para ela e cortou outro peda�o de bolo para Link.
- Bater carteiras, fugir de celas. - Ryan gostou do ligeiro desconforto que viu nos olhos de Pierce. N�o era com freq��ncia que ela o tinha em desvantagem.
- Existem outras coisas sobre as quais eu deveria saber?
- Parece que voc� j� sabe demais - ele comentou.
- �. - Ela lhe deu um beijo sonoro, - E � o melhor presente de anivers�rio que j� recebi.
- Vamos l�, Link. - Bess levantou a garrafa de champanhe, que estava pela metade. - Vamos acabar com isso e com o bolo. Vamos deixar que Pierce saia dessa.
Voc� deveria contar a ela sobre aquele vendedor em Salt Lake City.
- Boa noite, Bess - disse Pierce de modo suave, e ganhou outra risada.
- Feliz anivers�rio, Ryan.
Bess deu um reluzente sorriso para Pierce enquanto puxava Link para fora do quarto.
- Obrigada, Bess. Obrigada, Link. - Ryan esperou at� a porta se fechar antes de olhar novamente para Pierce. - Antes de falarmos sobre o vendedor em Salt Lake
City, por que estava na cela em Wichita? - Os olhos dela riam para ele sobre a borda da ta�a.
- Um mal-entendido.
- � o que todos dizem. - Sua sobrancelha arqueou.
- Um marido ciumento, talvez?
- N�o, um assistente de delegado que ficou chateado quando se viu preso ao banco do bar com suas pr�prias algemas. - Pierce deu de ombros. - Ele n�o ficou
grato quando o soltei.
Ryan abafou uma risada.
- N�o, imagino que n�o tenha ficado.
- Uma pequena aposta - Pierce acrescentou. - Ele perdeu.
- Ent�o, em vez de pagar - Ryan concluiu -, ele jogou voc� no xadrez.
- Algo do tipo.
- Um criminoso desesperado. - Ryan deu um suspiro.
- Suponho que estou � sua merc�. - Ela largou a ta�a e foi at� ele. - Foi muita delicadeza de sua parte fazer isso por mim. Obrigada.
Pierce p�s o cabelo dela para tr�s.
- Um rosto t�o s�rio - murmurou ele e beijou seus olhos fechados. Pensou na dor que tinha visto neles quando ela leu a carta do pai. - N�o vai abrir o presente
do seu pai, Ryan?
Ela balan�ou a cabe�a e colocou o rosto no ombro dele.
- N�o, esta noite n�o. J� recebi os presentes que importam.
- Ele n�o esqueceu de voc�, Ryan.
- N�o, ele n�o esqueceria. Estaria marcado no seu calend�rio. Ah, sinto muito. - Ela balan�ou a cabe�a mais uma vez, afastando-se. - Isso foi mesquinho. Sempre
quis demais. Ele realmente me ama, do seu pr�prio jeito.
Pierce tomou suas m�os nas dele.
- S� ele conhece seu pr�prio jeito.
Ryan olhou de novo para ele. Sua carranca se transformou numa express�o de compreens�o.
- �, voc� tem raz�o. Nunca pensei nisso desse jeito. Fico lutando para agrad�-lo a fim de que ele se vire para mim um dia e diga "Ryan, eu amo voc�. Tenho
orgulho de ser seu pai." � rid�culo. - Ela suspirou. - Sou adulta, mas fico esperando.
- Nunca deixamos de querer isso de nossos pais. Pierce puxou-a para junto dele de novo. Ryan pensou na
inf�ncia dele enquanto imaginava a dela.
- Ser�amos pessoas diferentes, n�o ser�amos, se nossos pais tivessem agido de forma diferente?
- Sim - ele respondeu. - Ser�amos. Ryan inclinou a cabe�a para tr�s.
- Eu n�o gostaria que voc� fosse diferente, Pierce. Voc� � exatamente o que desejo. - �vida, ela comprimiu sua boca na dele. - Leve-me para a cama - ela sussurrou.
- Diga-me em que estava pensando naquelas horas antes de sermos interrompidos.
Pierce levantou-a, e ela se agarrou, deliciando-se com a for�a dos seus bra�os.
- Na verdade - ele come�ou a dizer, passando para o quarto -, estava imaginando o que voc� usava sob o vestido.
Ryan riu e comprimiu a boca na sua garganta.
- Bem, n�o h� quase nada, para ficar imaginando.
O quarto estava escuro e tranq�ilo, enquanto Ryan estava deitada enroscada ao lado de Pierce. Os dedos dele brincavam distraidamente com os cabelos dela. Ele
pensou que ela estivesse dormindo; ela estava im�vel. Ele n�o se importava em estar acordado. Permitia-lhe aproveitar o toque da sua pele em contato com a dele,
a textura sedosa dos cabelos dela. Enquanto ela dormia, ele podia toc�-la sem despert�-la, apenas para se consolar com sua presen�a. Ele n�o gostava de saber que
ela n�o estaria na sua cama na noite seguinte.
- Em que est� pensando? - ela murmurou, e o assustou.
- Em voc�. - Ele puxou-a para mais perto. - Pensei que estivesse dormindo.
- N�o. - Ele sentiu o ro�ar das sobrancelhas dela no seu ombro quando ela abriu os olhos. - Estava pensando em voc�. - Ela levantou o dedo e contornou o maxilar
dele. - Onde arrumou esta cicatriz?
Ele n�o respondeu imediatamente. Ryan percebeu que tinha inadvertidamente invadido seu passado.
- Acho que foi numa batalha com uma feiticeira - disse ela rapidamente, desejando poder retirar a pergunta.
- N�o foi algo t�o rom�ntico. Rolei da escada quando era crian�a.
Ela prendeu a respira��o um momento. N�o tinha esperado que ele falasse nada sobre o passado, at� mesmo um detalhe t�o pequeno. Ela mudou de posi��o e repousou
a cabe�a em seu peito.
- Tropecei num banco uma vez e um dente ficou mole. Meu pai ficou furioso quando descobriu. Fiquei apavorada que o dente ca�sse e ele me repudiasse.
- Ele apavorava voc� tanto?
- Sua desaprova��o, sim. Acho que era tolice.
- N�o. - Fitando o teto escuro, Pierce continuou a afagar o cabelo dela. - Todos temos medo de alguma coisa.
- At� mesmo voc�? - perguntou ela com um meio sorriso. - Acredito que n�o tenha medo de nada.
- De n�o conseguir sair uma vez que estiver dentro - murmurou ele.
Surpresa, Ryan levantou os olhos e viu o brilho dos olhos dele na escurid�o.
- Est� falando de uma de suas fugas?
- O qu�?
Ele trouxe a aten��o de volta para ela. N�o tinha percebido que havia falado alto.
- Por que executa as fugas se este � o seu sentimento?
- Acha que se ignorar um medo ele desaparece? - ele perguntou. - Quando eu era pequeno - disse ele com calma -, foi um arm�rio, e n�o consegui sair. Agora
� uma mala-arm�rio, ou um cofre, e eu consigo escapar.
- Oh, Pierce. - Ryan virou o rosto para o peito dele. - Desculpe. N�o precisa falar sobre isso.
Mas ele foi for�ado a fazer isso. Pela primeira vez desde sua inf�ncia Pierce se ouviu falando do assunto.
- Acho que a lembran�a do cheiro permanece com voc� mais tempo do que qualquer outra coisa. Sempre conseguia lembrar do cheiro do meu pai de modo n�tido. S�
dez anos depois da �ltima vez que o vi foi que descobri o que era. Ele cheirava a gim. Eu n�o poderia lhe dizer sobre sua apar�ncia, mas me lembrava do cheiro.
Ele continuava a fitar o teto enquanto falava. Ryan sabia que ele a tinha esquecido enquanto voltou ao passado.
- Uma noite, quando eu tinha cerca de 15 anos, eu estava no por�o. Gostava de ficar l� quando todo mundo estava dormindo. Deparei com o zelador desmaiado num
canto com uma garrafa de gim. Aquele cheiro - lembro-me de ter ficado apavorado por um momento, sem ter nenhuma id�ia do motivo. Mas eu fui e peguei a garrafa, e
ent�o soube. Parei de ter medo.
Pierce ficou em sil�ncio por um longo tempo, e Ryan n�o disse nada. Ela esperou, querendo que ele continuasse mas sabendo que n�o podia lhe pedir isso. O quarto
estava tranq�ilo, a n�o ser pelo som do cora��o dele batendo sob seu ouvido.
- Ele era um homem muito cruel e muito doente - murmurou Pierce, e ela sabia que ele falava novamente do pai. - Por v�rios anos eu tinha certeza que isso queria
dizer que eu estava com a mesma doen�a.
Apertando-o mais firme, Ryan balan�ou a cabe�a.
- N�o h� nada de crueldade em voc� - ela sussurrou. - Nada.
- Pensaria isso se lhe dissesse de onde vim? - ele se perguntou. - Estaria disposta a me deixar toc�-la ent�o?
Ryan levantou a cabe�a e engoliu as l�grimas.
- Bess me contou h� uma semana - disse ela com firmeza. - E eu estou aqui. - Ele n�o disse nada, mas ela sentiu a m�o dele afastar-se dos seus cabelos. - Voc�
n�o tem direito de ficar com raiva dela. Ela � a pessoa mais leal e mais amorosa que j� conheci. Ela me contou porque sabia que eu me importava, sabia que eu precisava
compreend�-lo.
Ele estava im�vel.
- Quando?
- Na noite... - Ryan hesitou e inspirou. - Na noite de estr�ia. - Ela gostaria de ver a express�o dele, mas a escurid�o a ocultava. - Voc� disse que ser�amos
amantes quando o conheci. Voc� tinha raz�o. - Como a voz dela tremia, ela engoliu em seco. - Se arrepende?
Pareceu-lhe uma eternidade at� ele responder.
- N�o. - Pierce puxou-a para junto do corpo novamente. - N�o. - Ele beijou sua t�mpora. - Como poderia me arrependeu de ser seu amante?
- Ent�o n�o lamente o fato de eu conhec�-lo. Voc� � o homem mais maravilhoso que j� conheci.
Ele riu disso, divertindo-se um pouco e um pouco comovido. E aliviado, ele descobriu. O al�vio era tremendo. Fez com que ele risse de novo.
- Ryan, que coisa incr�vel voc� disse.
Ela inclinou o queixo para cima. N�o haveria l�grimas para ele.
- � realmente verdade, mas n�o vou dizer novamente. Voc� vai ficar convencido. - Ela levou a m�o at� o rosto dele. - Mas s� esta noite eu vou deixar voc� se
deleitar. E, al�m disso - acrescentou ela, puxando a orelha dele -, gosto do jeito como suas sobrancelhas se levantam nas extremidades. - Ela beijou sua boca e deixou
que seus l�bios vagassem pelo rosto dele. - E como assina seu nome.
- Como o qu�? - perguntou ele.
- Nos contratos - Ryan explicou, ainda dando ligeiros beijos em todo o seu rosto. - � muito vistoso. - Ela sentiu o sorriso passar pelo rosto dele. - Do que
gosta em mim? - perguntou ela.
- Do seu gosto - disse ele instantaneamente. - � impec�vel.
Ryan mordeu o l�bio inferior dele, mas ele apenas virou-a de lado e transformou o castigo num beijo de muita satisfa��o.
- Sabia que deixaria voc� convencido - disse ela, com um ar de desgosto. - Vou dormir.
- Acho que n�o - Pierce comentou, e abaixou a boca. Mais uma vez ele tinha raz�o.


Cap�tulo 11


Despedir-se de Pierce foi uma das coisas mais dif�ceis que Ryan j� havia feito. Ela ficara tentada a esquecer todas as obriga��es, todas as suas ambi��es,
e pedir que a levasse junto. O que eram as ambi��es sen�o objetivos vazios se ela n�o estava com ele? Ela lhe diria que o amava, que nada importava a n�o ser o fato
de eles estarem juntos.
Mas quando eles se separaram no aeroporto, ela for�ou-se a sorrir, dar-lhe um beijo de despedida e solt�-lo. Ela precisava ir para Los Angeles, e ele tinha
que subir a costa. O trabalho que os unira tamb�m os separaria.
N�o haviam falado do futuro. Ryan veio a descobrir que Pierce n�o falava do amanh�. O fato de que ele tinha lhe falado de seu passado, embora brevemente, a
tranq�ilizou. Era um passo adiante, talvez maior do que eles tinham percebido.
O tempo, Ryan pensou, diria se o que ocorreu entre eles em Las Vegas aumentaria ou terminaria. Era o per�odo de espera. Ela sabia que se ele tivesse arrependimentos,
eles viriam � tona agora, enquanto estivessem separados. A dist�ncia nem sempre aumentava a saudade. Tamb�m permitia que o sangue e o c�rebro esfriassem. As d�vidas
costumavam se formar quando havia tempo para pensar. Quando ele estivesse em Los Angeles, para as primeiras reuni�es, ela teria a resposta.
Quando Ryan entrou no escrit�rio, deu uma olhada no rel�gio e infelizmente percebeu que o tempo e os hor�rios faziam parte do seu mundo de novo. Tinha deixado
Pierce havia apenas uma hora e j� sentia uma intensa saudade dele. Ele estava pensando nela - agorinha, neste exato momento? Se ela se concentrasse bastante, ele
saberia que ela pensava nele? Ryan deu um suspiro e sentou-se atr�s da mesa. Desde que se envolvera com Pierce, se tornara mais livre em sua imagina��o. Havia momentos,
ela admitia, em que acreditava em m�gica.
O que aconteceu com voc�, Srta. Swan?, perguntou a si mesma. Seus p�s n�o est�o no ch�o, onde � o seu lugar. O amor, ela refletiu, e apoiou o queixo nas m�os.
Quando se est� apaixonada, nada � imposs�vel.
Quem poderia dizer por que seu pai tinha levado a mal e a enviado para Pierce? Que for�a havia guiado a m�o dela a escolher aquela fat�dica carta do baralho
de tar�? Por que a gata tinha escolhido sua janela na tempestade? Certamente, havia explica��es l�gicas para cada etapa que a levara a se aproximar de onde estava
naquele momento. Mas uma mulher apaixonada n�o deseja l�gica.
Tinha sido m�gica, pensou Ryan, dando um sorriso. Desde o primeiro momento que seus olhos se encontraram, ela havia sentido isso. Ela, simplesmente, custara
a aceitar. Agora que tinha aceitado, sua �nica escolha era esperar e ver se durava. N�o, ela corrigiu, n�o era momento para escolhas. Ela ia fazer com que durasse.
Se exigisse paci�ncia, ent�o, seria paciente. Se exigisse a��o, ent�o, agiria. Mas ela ia fazer dar certo, mesmo que significasse ela pr�pria experimentar a feiti�aria.
Balan�ou a cabe�a e sentou-se na cadeira. Nada poderia ser feito at� que ele estivesse novamente de volta � sua vida. Isso levaria uma semana. Por enquanto,
ainda havia trabalho a ser feito. N�o poderia agitar uma varinha de cond�o e fazer passar os dias at� que ele voltasse. Tinha que preench�-los. Abriu suas anota��es
sobre Pierce Atkins e come�ou a transcrev�-las. Menos de 30 minutos depois sua campainha soou.
- Sim, Barbara.
- O chefe quer v�-la.
Ryan franziu as sobrancelhas para o monte de documentos sobre sua mesa.
- Agora?
- Agora.
- Tudo bem, obrigada.
Xingando a meia voz, Ryan empilhou os documentos e separou o que estava em ordem para levar com ela. Ele podia ter lhe dado algumas horas para se organizar,
pensou. Mas o fato ainda era que ele ia supervisionar o projeto por cima do seu ombro. Ela estava longe de provar seu valor para Bennett Swan. Sabendo disso, Ryan
enfiou os documentos numa pasta e foi ver o pai.
- Bom dia, Srta. Swan. - A secret�ria de Bennett Swan levantou os olhos quando Ryan entrou. - Como foi a viagem?
- Foi muito bem, obrigada.
Ryan observou os olhos da mulher deslocarem-se suavemente para as p�rolas discretas e caras em suas orelhas. Havia colocado o presente do pai sabendo que ele
desejaria v�-las para ter certeza de que eram corretas e tinham sido apreciadas.
- O Sr. Swan teve de sair um momento, mas logo estar� com a senhorita. Ele gostaria que esperasse no escrit�rio dele. O Sr. Ross j� est� l� dentro.
- Bem-vinda, Ryan.
Ned se levantou quando ela fechou a porta ao passar. O caf� que ele segurava na m�o estava fumegante.
- Ol�, Ned. Vai participar da reuni�o?
- O Sr. Swan quer que trabalhemos juntos nisso. - Ele lan�ou-lhe um sorriso encantador que era tamb�m um leve pedido de desculpas. - Espero que n�o se importe.
- Claro que n�o - disse ela francamente. Colocou a pasta sobre a mesa e aceitou o caf� que Ned lhe ofereceu. - Com que fun��o?
- Serei coordenador de produ��o - ele disse. - O projeto ainda � seu, Ryan.
- �.
Com voc� como meu inspetor, ela pensou de modo amargo. Swan estaria dando as cartas.
- Como foi em Las Vegas?
- Sem igual - Ryan lhe disse enquanto caminhava at� a janela.
- Espero que tenha encontrado tempo para tentar a sorte. Voc� trabalha demais, Ryan.
Ela tocou a ankh no pesco�o e sorriu.
- Joguei vinte-e-um um pouco. Ganhei.
- N�o brinca! Que bom!
Depois de dar uns goles no caf�, ela colocou a x�cara de lado.
- Acho que tenho uma base firme do que ser� conveniente para Pierce, a Swan Produ��es e a emissora - ela prosseguiu. - Ele n�o precisa de grandes nomes para
atrair audi�ncia. Acho que mais de uma estrela convidada o perturbaria. Quanto ao cen�rio, precisarei falar com os projetistas, mas tenho algo bem definido na cabe�a.
Quanto aos patrocinadores...
- Podemos falar de neg�cios mais tarde - Ned interrompeu. Ele foi at� ela e enroscou as pontas dos cabelos dela nos dedos. Ryan ficou parada e olhou pela janela.
- Senti sua falta, Ryan - disse Ned suavemente. - Parecia que voc� estava longe havia meses.
- Estranho - ela murmurou observando um avi�o cruzar o c�u. - Nunca vi uma semana passar t�o r�pido.
- Querida, quanto tempo voc� vai me castigar? - Ele beijou a parte de cima da cabe�a dela. Ryan n�o tinha ressentimento. N�o sentia absolutamente nada. Estranhamente,
Ned se via mais atra�do por ela desde que o rejeitara. Havia algo diferente nela agora, que ele n�o conseguia identificar bem. - Se me desse uma chance, eu poderia
consertar tudo.
- N�o o estou castigando, Ned. - Ryan virou-se de frente para ele. - Desculpe-me se � assim que parece.
- Anda est� com raiva de mim.
- N�o, eu lhe disse que n�o estava. - Ela suspirou, decidindo que seria melhor esclarecer as coisas entre eles.
- Eu estava com raiva e magoada, mas n�o durou. Nunca estive apaixonada por voc�, Ned.
Ele n�o gostou do leve pedido de desculpas na voz dela. Colocou-o na defensiva.
- Est�vamos apenas nos conhecendo.
Quando ele come�ou a segurar suas m�os, ela balan�ou a cabe�a.
- N�o, acho que n�o me conhece nem um pouco. E - ela acrescentou - se vamos ser honestos, n�o era isso que voc� buscava.
- Ryan, quantas vezes tenho que pedir desculpas por aquela sugest�o rid�cula?
Havia um misto de dor e arrependimento na voz dele.
- N�o quero um pedido de desculpas, Ned. Estou tentando me explicar. Voc� cometeu um erro supondo que eu podia influenciar meu pai. Voc� tem mais influ�ncia
sobre ele que eu.
- Ryan...
- N�o, me escute - ela insistiu. - Voc� achou que por eu ser filha de Bennett Swan ele me ouve. N�o s� n�o � verdade como nunca foi. Seus parceiros de neg�cios
t�m mais entrada com ele do que eu. Desperdi�ou seu tempo cultivando minha amizade para chegar at� ele. E, deixando isso de lado - ela continuou-, n�o estou interessada
num homem que quer me usar como trampolim. Tenho certeza que trabalharemos muito bem juntos, mas n�o desejo v�-lo fora do escrit�rio.
Os dois se viraram quando ouviram a porta do escrit�rio se fechar.
- Ryan... Ross.
Bennett Swan caminhou at� a mesa e se sentou.
- Bom dia. - Ryan se atrapalhou um pouco com o cumprimento antes de pegar uma cadeira. O que ele tinha ouvido?, ela se perguntou. Seu rosto n�o revelava nada,
ent�o Ryan pegou a pasta. - Esbocei meus pensamentos e id�ias sobre Atkins - ela come�ou a dizer -, embora n�o tenha tido tempo para fazer um relat�rio completo.
- D�-me o que tem.
Ele acenou para que Ned se sentasse e ent�o acendeu um charuto.
- Ele tem um n�mero para apresenta��es em clube muito conciso. - Ryan entrela�ou os dedos para mant�-los parados. - O senhor mesmo j� viu os v�deos, ent�o
sabe que seu n�mero varia de prestidigita��o a grandes ilus�es e fugas que levam dois ou tr�s minutos. As fugas o manter�o longe da c�mera por esse per�odo de tempo,
mas o p�blico espera isso. - Ela parou para cruzar as pernas. - � claro que sabemos que modifica��es para a televis�o ser�o necess�rias, mas n�o vejo problema. Ele
� um homem extraordinariamente criativo.
Swan resmungou algo que poderia ter sido um sinal de concord�ncia e estendeu a m�o para o relat�rio de Ryan. Ela se levantou, entregou-o e sentou-se novamente.
Ele n�o estava em um de seus melhores dias, ela observou. Algu�m o desapontara. Ela s� poderia agradecer que esse algu�m n�o tivesse sido ela.
- Isso � muito pouco - comentou ele, franzindo as sobrancelhas para a pasta.
- N�o ser�, at� o fim do dia.
- Eu mesmo conversarei com Atkins na semana que vem - declarou Swan enquanto examinava superficialmente os documentos. - Coogar vai dirigir.
- Bom. Eu gostaria de trabalhar com ele. Quero Bloomfield na montagem do set - disse ela casualmente e prendeu a respira��o.
Swan levantou os olhos e ficou olhando para ela. Bloomfield tinha sido a escolha dele. Havia se decidido por ele menos de uma hora antes. Ryan encarou o olhar
duro com determina��o. N�o tinha plena certeza se ele estava satisfeito ou chateado que sua filha estava um passo � sua frente.
- Vou refletir sobre o assunto - disse ele, e voltou ao relat�rio.
Sem fazer barulho, Ryan soltou o ar.
- Ele trar� seu pr�prio diretor musical - ela prosseguiu, pensando em Link. - E tem sua pr�pria equipe e apetrechos. Se tivermos um problema, eu diria que
ser� faz�-lo cooperar com o nosso pessoal na pr�-produ��o e no set. Ele tem sua pr�pria maneira de fazer as coisas.
- Isso pode ser resolvido - murmurou Swan. - Ross ser� seu coordenador de produ��o.
Ele levantou os olhos e viu os de Ryan.
- Assim entendo. - Ryan olhou da mesma forma.
- N�o posso discutir com sua escolha, mas acho que se sou a produtora do projeto, deveria escolher minha pr�pria equipe.
- N�o quer trabalhar com Ross? - perguntou Swan como se Ned n�o estivesse sentado ao lado dela.
- Acho que eu e Ned trabalharemos muito bem juntos
- disse ela de forma suave. - E tenho certeza que Coogar sabe os operadores de c�mera que quer. Seria rid�culo interferir em seu trabalho. No entanto - acrescentou
ela com um ar de frieza na voz -, tamb�m sei quem eu quero que trabalhe no projeto.
Swan recostou-se e deu uma baforada no charuto. O rubor no seu rosto alertava sobre seu humor.
- O que � que voc� sabe sobre produ��o?
- O suficiente para produzir esse especial e torn�-lo um sucesso - respondeu ela. - Como o senhor mandou que eu fizesse algumas semanas atr�s.
Swan tinha tido tempo para arrepender-se do impulso que o fizera concordar com as condi��es de Pierce.
- Voc� � a produtora oficialmente - ele disse de forma r�spida. - Basta seguir as orienta��es.
Ryan sentiu o tremor no est�mago mas manteve os olhos fixos.
- Se � assim que se sente, tire-me agora. - Ela levantou-se devagar. - Mas, se eu ficar, vou fazer mais que assistir meu nome passar nos cr�ditos. Sei como
o sujeito trabalha e conhe�o televis�o. Se n�o for o suficiente para o senhor, arrume outra pessoa.
- Sente-se! - ele gritou com ela. Ned afundou um pouco mais em sua cadeira, mas Ryan permaneceu de p�.
- N�o me d� ultimatos. Estou nesse neg�cio h� 40 anos.
- Ele bateu a m�o na mesa. - Quarenta anos! Ent�o voc� conhece televis�o - disse ele com desd�m. - Fazer um show ao vivo n�o � como alterar um maldito contrato.
N�o posso ter uma menininha hist�rica correndo para mim cinco minutos antes de entrar no ar me dizendo que existe uma falha no equipamento.
Ryan engoliu a pura raiva e respondeu, de modo frio.
- N�o sou uma menininha hist�rica e nunca vim correndo atr�s do senhor para nada.
Completamente atordoado, ele ficou olhando para ela. A pontada de culpa tornou sua raiva ainda mais explosiva.
- Voc� est� apenas come�ando - ele vociferou, enquanto fechava a pasta. - E est� come�ando porque eu quero. Vai aceitar meus conselhos quando eu lhe der.
- Seus conselhos? - perguntou Ryan. Os olhos dela cintilavam de emo��es conflitantes, mas a voz estava muito firme.
- Sempre respeitei seus conselhos, mas n�o ouvi nenhum aqui hoje. Apenas ordens. N�o quero nenhum favor seu.
Ela se virou e se dirigiu para a porta.
- Ryan! - Havia f�ria completa na palavra. Ningu�m jamais havia deixado Bennett Swan falando sozinho. - Volte aqui e sente-se. Menininha! - gritou ele quando
ela ignorou a ordem.
- N�o sou sua menininha - retrucou ela, virando-se novamente. - Sou sua empregada.
Confuso, ele ficou olhando para ela. Que resposta ele poderia dar a isso? Apontou para uma cadeira de forma impaciente.
- Senta - disse ele de novo, mas ela permaneceu na porta. - Senta, senta - repetiu ele com mais exaspera��o que mau g�nio.
Ryan voltou e com calma retomou seu lugar.
- Pegue as anota��es de Ryan e comece a trabalhar no or�amento - ele disse a Ned.
- Sim, senhor.
Grato por ser dispensado, Ned pegou a pasta e se retirou. Swan esperou a porta se fechar antes de olhar novamente para a filha.
- O que deseja? - ele perguntou pela primeira vez na vida.
O fato ocorreu aos dois no mesmo momento. Ryan demorou a separar os sentimentos pessoais dos profissionais.
- O mesmo respeito que demonstraria a qualquer outro produtor.
- Voc� n�o tem uma folha de servi�o - ele salientou.
- N�o - ela concordou. - E nunca terei se o senhor amarrar minhas m�os.
Swan deu um suspiro, viu que seu charuto tinha apagado e colocou-o num cinzeiro.
- A emissora tem um hor�rio experimental, o terceiro domingo de maio, dez para as nove no hor�rio da Costa Leste.
- Isso s� nos d� dois meses. Ele assentiu com a cabe�a.
- Eles querem antes do ver�o. Com que rapidez consegue trabalhar?
Ryan levantou uma das sobrancelhas e sorriu.
- O suficiente. Quero Elaine Fisher como estrela convidada.
Swan estreitou os olhos para ela.
- � tudo? - perguntou ele secamente.
- N�o, mas � um come�o. Ela � talentosa, bonita e t�o popular com as mulheres quanto com os homens. Al�m do mais, tem experi�ncia em trabalhar com clubes e
com teatro ao vivo - ela salientou, enquanto Swan franzia as sobrancelhas e n�o dizia nada. - Aquele seu olhar ing�nuo e arregalado � o contraste perfeito para Pierce.
- Ela est� filmando em Chicago.
- O filme termina na pr�xima semana. - Ryan lan�ou-lhe um sorriso calmo. - E ela tem contrato com a Swan. Se o filme passar uma ou duas semanas do programado,
n�o far� diferen�a - ela acrescentou, enquanto ele permaneceu calado. - N�o precisaremos dela na Calif�rnia por mais que alguns dias. Pierce conduz o show.
- Ela tem outros compromissos - Swan ressaltou.
- Ela se encaixar�.
- Ligue para seu agente.
- Farei isso. - Ryan levantou-se novamente. - Marcarei uma reuni�o com Coogar e entrarei em contato com o senhor de novo. - Ela parou por um momento e ent�o,
por impulso, deu a volta na mesa dele e parou a seu lado. - Eu o tenho observado trabalhar h� anos - ela come�ou a dizer. - N�o espero que tenha a confian�a em mim
que tem em si pr�prio ou em algu�m com experi�ncia. E se eu cometer erros, n�o gostaria que eles fossem ignorados. Mas se eu fizer um bom trabalho, e vou fazer,
quero ter certeza que eu o fiz, n�o que apenas recebi o cr�dito por ele.
- � o seu show - disse ele simplesmente.
- Sim. - Ryan assentiu com a cabe�a. - Exatamente. Existem muitas raz�es pelas quais o projeto � especialmente importante para mim. N�o posso prometer n�o
cometer erros, mas posso prometer que n�o existe ningu�m mais que trabalhar� com mais afinco nele.
- N�o deixe Coogar lhe dar ordens - murmurou ele ap�s um instante. - Ele gosta de enlouquecer os produtores.
Ryan sorriu.
- Ouvi as hist�rias, n�o se preocupe. - Ela estava indo embora novamente e ent�o se lembrou. Ap�s uma breve hesita��o, ela inclinou-se para ro�ar os l�bios
em seu rosto. - Obrigado pelos brincos. S�o lindos.
Swan deu uma olhada neles. O joalheiro tinha assegurado � sua secret�ria que eram um presente apropriado e um bom investimento. O que ele tinha dito na mensagem
que enviara com eles?, ele se perguntou. Envergonhado por n�o conseguir se lembrar, decidiu pedir uma c�pia � secret�ria.
- Ryan. - Swan tomou sua m�o. Vendo-a piscar de surpresa com o gesto, ele ficou olhando para os pr�prios dedos. Ele tinha ouvido toda a conversa dela com Ned
antes de entrar no escrit�rio. A conversa o tinha deixado com raiva, perturbado, e agora, quando viu a filha atordoada por ele pegar sua m�o, ele ficou frustrado.
- Divertiu-se em Las Vegas? - perguntou, sem saber o que mais dizer.
- Sim. - Sem ter certeza do que fazer depois, Ryan voltou aos neg�cios. -Acho que foi um lance de esperteza. Ver Pierce trabalhar de perto me deu uma boa perspectiva.
� uma vis�o muito mais geral que num v�deo. E conheci as pessoas que trabalham com ele. N�o ser� problema quando eles tiverem de trabalhar comigo. - Ela lan�ou outro
olhar confuso para suas m�os unidas. Ele poderia estar doente?, ela se perguntou, e olhou rapidamente para seu rosto. - Eu... terei um relat�rio muito mais conciso
para o senhor at� amanh�.
Swan esperou at� ela terminar.
- Ryan, quantos anos completou ontem?
Ele a observou de perto. Os olhos dela passaram de confusos a tristes.
- Vinte e sete - ela lhe disse, sem demonstrar emo��o.
Vinte e sete! Dando um longo suspiro, Swan soltou sua m�o.
- Perdi alguns anos em algum lugar - ele murmurou. - V� acertar as coisas com Coogar - ele lhe disse, e remexeu os pap�is sobre a mesa. - Envie-me um memorando
ap�s contatar o agente de Fisher.
- Tudo bem.
Por cima dos pap�is, Swan observou-a caminhar at� a porta. Quando ela saiu, ele recostou-se na cadeira. Achava perturbador perceber que estava envelhecendo.


Cap�tulo 12


Produzir, Ryan descobriu, a mantinha t�o mergulhada em papelada quanto os contratos a deixavam. Passou os dias atr�s da mesa, ao telefone ou no escrit�rio
de outra pessoa. Era um trabalho �rduo e estafante, com pouco glamour. As horas eram longas; os problemas, infinitos. Mas ela descobriu que gostava. Era, afinal
de contas, a filha de seu pai.
Swan n�o havia lhe dado liberdade, mas o confronto que tiveram na manh� do seu retorno a Los Angeles tinha tido seus benef�cios. Ele a estava escutando. Na
maior parte do tempo, ela o considerou surpreendentemente simp�tico �s suas propostas. N�o vetou de forma arbitr�ria como ela temera que faria, mas alterou, algumas
vezes. Swan conhecia o neg�cio de todos os �ngulos. Ryan ouviu e aprendeu.
Os dias dela eram cheios e ca�ticos. Suas noites, vazias. Ryan sabia que Pierce n�o telefonaria. N�o era do seu estilo. Ficaria na sua sala de trabalho, planejando,
praticando, aperfei�oando. Ela duvidava que ele at� mesmo notaria o tempo passar.
� claro que ela poderia telefonar para ele, pensou, enquanto vagava pelo apartamento vazio. Poderia inventar in�meras desculpas poss�veis para ligar. Havia
a mudan�a no hor�rio de grava��o. Era um motivo v�lido, embora ela soubesse que ele j� tinha sido informado, por interm�dio de seu agente. E havia pelo menos uma
d�zia de pontos de menor import�ncia que eles poderiam revisar antes da reuni�o da pr�xima semana.
Ryan olhou pensativa para o telefone e balan�ou a cabe�a. N�o era sobre neg�cios que ela queria falar com ele, e n�o usaria isso como cortina de fuma�a. Foi
at� a cozinha e come�ou a preparar um jantar leve.


Pierce reviu a ilus�o com a �gua pela terceira vez. Estava quase perfeita. Mas quase nunca era bom o bastante. Ele pensou, n�o pela primeira vez, que a lente
da c�mera seria infinitamente mais agu�ada que o olho humano. Toda vez que se assistira em v�deo, ele tinha encontrado falhas. N�o importava para Pierce que s� ele
sabia onde procur�-las. S� importava que elas existiam. Ele reviu mais uma vez.
Sua sala de trabalho estava em sil�ncio. Embora ele soubesse que Link estava l� em cima, no piano, o som n�o chegava at� ele. Mas ele n�o teria ouvido se eles
estivessem na mesma sala. Ele olhou-se de forma cr�tica num longo espelho enquanto a �gua parecia tremer num tubo sem suporte. O espelho o mostrava segurando-a,
de cima a baixo, enquanto ela flu�a de uma das m�os para a outra. �gua. Era um dos quatro elementos que ele pretendia dominar para o especial de Ryan.
Ele pensava no especial como sendo dela, muito mais que seu. Pensava nela quando deveria estar pensando em seu trabalho. Com um movimento gracioso das m�os,
fazia a �gua voltar para uma jarra de vidro.
Ele quase telefonara para ela uma d�zia de vezes. Uma vez, �s tr�s horas da manh�, sua m�o chegou ao disco do telefone. Apenas sua voz... ele s� queria ouvir
sua voz. N�o completou a chamada, lembrando-se de sua promessa de nunca impor nada a ningu�m. Se ele telefonasse, significava que esperava que ela estivesse dispon�vel
para atend�-lo. Ryan era livre para fazer o que quisesse; ele n�o tinha direitos sobre ela. Nem sobre ningu�m. At� a gaiola do p�ssaro ele mantinha aberta o tempo
todo.
N�o tinha havido ningu�m em sua vida a quem ele pertencera. As assistentes sociais ditavam regras e geravam compaix�o, mas, no final das contas, ele era apenas
mais um n�mero em um arquivo. A lei providenciara para que ele fosse devidamente acomodado e cuidado. E a lei o mantivera atado a duas pessoas que n�o o queriam
mas se recusavam a libert�-lo.
Mesmo quando amava - como era o caso com Link e Bess -, ele aceitava, mas n�o exigia v�nculos. Talvez fosse por isso que ele continuava a planejar fugas mais
complicadas. Toda vez que alcan�ava sucesso, ficava provado que ningu�m podia ficar preso para sempre.
Mas ele pensava em Ryan quando deveria estar trabalhando.
Pegou as algemas e as examinou. Elas haviam se encaixado sem problemas no pulso dela. Ele a tinha presa ent�o. Sem qualquer prop�sito, ele colocou parte no
seu pulso direito e brincou com a outra, imaginando a m�o de Ryan presa � dele.
Era isso que ele queria?, se perguntou. Prend�-la a ele? Lembrou-se da sua quentura, de como ele ficava envolvido por ela ap�s apenas um toque. Quem estaria
preso a quem? Chateado, Pierce se libertou t�o rapidamente quanto tinha fechado a algema.
- Uma posta de carne de serpente - Merlin crocitou do seu poleiro.
Com ar divertido, Pierce olhou para ele.
- Acho que voc� tem raz�o - murmurou, sacudindo as algemas na m�o um instante. - Mas voc� tamb�m n�o conseguiu resistir a ela, n�o foi?
- Abracadabra.
- Abracadabra mesmo - Pierce concordou distraidamente. - Mas quem enfeiti�ou quem?


Ryan estava prestes a entrar na banheira quando ouviu a batida na porta.
- Droga! - Irritada com a interrup��o, vestiu novamente o robe e foi atender. Mesmo enquanto abria a porta, estava calculando como se livrar do visitante antes
que a �gua da banheira esfriasse.
- Pierce!
Ele viu os olhos dela se arregalarem de surpresa. Depois, com um misto de al�vio e prazer, constatou a alegria. Ryan lan�ou-se em seus bra�os.
- � voc� mesmo? - perguntou antes de sua boca unir-se � dele. Seu desejo disparou pelo corpo dele, igualando-se ao seu sentimento. - Cinco dias - murmurou
Ryan, e agarrou-se a ele. - Sabe quantas horas existem em cinco dias?
- Cento e vinte. - Pierce afastou-a para sorrir para ela. - � melhor entrarmos. Seus vizinhos est�o achando isso muito divertido.
Ryan puxou-o para dentro e fechou a porta, comprimindo-o contra ela.
- Beije-me - ela exigiu. - Bastante. O suficiente para 120 horas.
A boca de Pierce desceu sobre a dela. Ela sentiu os dentes dele rasparem nos l�bios dela enquanto ele gemia e comprimia o corpo dela contra o dele. Pierce
esfor�ou-se para se lembrar da sua for�a e da fragilidade dela, mas a l�ngua dela estava indo fundo, suas m�os estavam � procura. Ela estava dando a risada rouca
e provocante que o enlouquecia.
- Oh, � voc� mesmo. - Ryan suspirou e repousou a cabe�a no ombro dele. - � voc� mesmo.
Mas, e voc�?, ele se perguntou, um pouco atordoado pelo beijo.
Ap�s o �ltimo abra�o, ela saiu de seus bra�os.
- O que est� fazendo aqui, Pierce? S� esperava v�-lo na segunda ou na ter�a.
- Queria v�-la - disse ele simplesmente e levou a m�o ao seu rosto. - Toc�-la.
Ryan agarrou sua m�o e comprimiu a palma em seus l�bios. Um fogo se acendeu na boca do seu est�mago.
- Senti sua falta - ela murmurou, enquanto seus olhos grudavam nos dele. -Tanto! Se eu soubesse que desejar que estivesse aqui o traria, eu teria desejado
com mais intensidade.
- N�o tinha certeza que estaria livre.
- Pierce - disse ela suavemente e p�s as m�os em seu peito. - Realmente acha que quero estar com outra pessoa?
Ele ficou olhando para ela sem falar, mas ela sentiu o aumento da sua pulsa��o sob a m�o.
- Voc� interfere no meu trabalho - disse ele por fim. Perplexa, Ryan inclinou a cabe�a.
- Interfiro? Como?
- Estando em minha mente quando n�o deveria estar.
- Sinto muito. - Mas ela sorriu, mostrando claramente que n�o sentia. - Tenho atrapalhado sua concentra��o?
- Tem.
Ela levou as m�os ao seu pesco�o.
- Isso � muito ruim. - Sua voz estava zombeteira e sedutora. - O que vai fazer a respeito?
Como resposta, Pierce arrastou-a para o ch�o. O movimento foi t�o r�pido, t�o inesperado, que Ryan ofegou, mas o som foi engolido pela boca dele. O robe foi
arrancado dela antes que pudesse respirar. Pierce levou-a ao �pice t�o rapidamente que ela ficou impotente para fazer qualquer coisa a n�o ser corresponder ao m�tuo
desejo desesperado.
As roupas dele se foram mais r�pido do que o razo�vel, mas ele n�o lhe deu tempo para explor�-lo. Num �nico movimento, Pierce colocou-a sobre ele, e ent�o,
levantando-a como se ela n�o tivesse peso, ele abaixou seu corpo para mergulhar inteiramente dentro dela.
Ryan gritou, aturdida, feliz. A felicidade fez sua cabe�a girar. O calor fez sua pele secar. Seus olhos se arregalaram quando o prazer foi al�m de todas as
possibilidades. Ela podia ver o rosto de Pierce, �mido de paix�o, os olhos fechados. Podia ouvir cada respira��o dilacerante quando ele cravava seus longos dedos
no seu quadril para mant�-la movendo-se com ele. Ent�o, uma pel�cula cobriu os olhos dela - uma pel�cula branca e enevoada que obscurecia sua vis�o. Ela comprimiu
as m�os no seu peito para n�o cair. Mas ela estava caindo, lentamente, devagar, exaurida de tudo.
Quando a n�voa desapareceu, Ryan descobriu que estava nos seus bra�os, com o rosto dele enterrado em seus cabelos. Os corpos �midos estavam fundidos.
- Agora sei que voc� � de verdade tamb�m. - Pierce murmurou, e serviu-se de sua boca. - Como se sente?
- Aturdida - respondeu Ryan ofegante. - Maravilhosa. Pierce riu. Ele se levantou e tomou-a nos bra�os.
- Vou lev�-la para a cama e am�-la mais uma vez, antes que se recupere.
- Humm, sim. - Ryan aconchegou-se no seu pesco�o. - Eu deveria esvaziar a banheira primeiro.
Pierce levantou uma das sobrancelhas e depois sorriu. Com Ryan semi-adormecida em seus bra�os, ele vagou pelo apartamento at� encontrar a banheira.
- Estava na banheira quando bati na porta?
- Quase. - Ryan suspirou e aninhou-se ao seu corpo.
- Ia me livrar de quem tivesse me interrompido. Estava muito aborrecida.
Com um movimento r�pido da m�o, Pierce abriu a �gua quente ao m�ximo.
- N�o notei.
- N�o viu como eu estava tentando me livrar de voc�?
- Sou muito insens�vel �s vezes - ele confessou. - Acho que a �gua j� deve ter esfriado um pouco.
- Provavelmente - ela concordou.
- Voc� gosta bastante de banho de espuma.
- Humm-hum. Oh!
Os olhos de Ryan se abriram de repente quando descobriu que tinha sido colocada na banheira.
- Fria? - Ele sorriu para ela.
- N�o. - Ryan levantou o bra�o e fechou a �gua que fumegava dentro da banheira. Por um momento ela permitiu que seus olhos se deleitassem com ele - o corpo
comprido e esguio, os m�sculos vigorosos e o quadril estreito. Ela inclinou a cabe�a e fez a espuma girar, com o dedo.
- Gostaria de tomar banho comigo? - ela convidou educadamente.
- A id�ia tinha me ocorrido.
- Por favor. - Ela fez um gesto com a m�o. - Seja meu convidado. Fui muito grosseira. Nem lhe ofereci um drinque.
Ela lhe deu um sorriso irreverente. A �gua levantou quando Pierce entrou nela. Ele sentou-se ao p� da banheira, de frente para ela.
- N�o bebo com freq��ncia - ele lembrou-lhe.
- Eu sei. - Ela assentiu com a cabe�a de forma discreta. - N�o fuma, raramente bebe, quase nunca xinga. � um exemplo de virtude, Sr. Atkins.
Ele atirou um punhado de espuma nela.
- De qualquer forma - Ryan continuou, retirando a espuma do rosto -, eu realmente queria falar sobre os esbo�os para a montagem do set com voc�. Quer o sabonete?
- Obrigado, Srta. Swan. - Ele o pegou. - Ia me falar sobre o set?
- Ah, sim, acho que aprovar� os esbo�os, embora talvez queira fazer umas pequenas altera��es. - Ela mudou de posi��o, suspirando um pouco quando suas pernas
ro�aram nas dele. - Disse a Bloomfield que queria algo um pouco exc�ntrico, medieval, mas n�o desorganizado demais.
- Sem armadura?
- N�o, apenas o ambiente. Algo melanc�lico, como... - ela parou quando ele pegou seu p� e come�ou a ensabo�-lo.
- Sim? - ele instigou.
- Um tom - disse ela enquanto suaves pulsa��es de prazer subiram pela sua perna. - Cores sem brilho. Do tipo que voc� tem na sua sala de estar.
Pierce come�ou a massagear sua panturrilha.
- Apenas um set?
Ryan tremeu na �gua quente quando ele deslizou os dedos ensaboados pela sua perna acima.
- Sim, pensei... humm... pensei num tom b�sico...
Ele subiu e desceu com as m�os lentamente pelas suas pernas enquanto observava seu rosto.
- Que tom?
Ele levantou uma das m�os para ensaboar seu seio em c�rculos enquanto usava a outra para massagear a parte superior da sua coxa.
- Sexo - Ryan murmurou. - Voc� � muito sexy no palco.
- Sou?
Em meio a ondas de sensa��o entorpecedoras, ela ouviu o tom divertido na pergunta.
- Sim, dram�tico e muito friamente sexy. Quando o vejo se apresentar... - Ela parou de falar, lutando em busca de ar. O perfume estonteante dos sais de banho
a cercou. Ela sentiu a �gua bater em seus seios, logo abaixo da m�o �gil de Pierce. - Suas m�os - ela conseguiu dizer, imersa em prazer quente e torturante.
- O que t�m elas? - perguntou ele enquanto deslizava o dedo dentro dela.
- M�gica. -A palavra saiu tr�mula. - Pierce, n�o consigo falar com voc� fazendo essas coisas comigo.
- Quer que eu pare?
Ela n�o estava mais olhando para ele. Seus olhos estavam fechados, mas ele observava seu rosto, usando as pontas dos dedos apenas para excit�-la.
- N�o.
Ryan encontrou sua m�o sob a �gua e comprimiu-a junto ao seu corpo.
- Voc� � t�o bonita, Ryan. - A �gua balan�ou quando ele se moveu para mordiscar seu seio e depois sua boca. - T�o macia. Eu conseguia v�-la quando estava sozinho
no meio da noite. Podia imaginar toc�-la assim. N�o conseguia ficar longe.
- N�o fa�a isso. - As m�os dela estavam nos cabelos dele, puxando a boca dele mais firme para a dela. - N�o fique longe. J� esperei tanto tempo.
- Cinco dias - murmurou ele enquanto separava as pernas dela.
- Toda a minha vida.
Diante das palavras dela algo fluiu pelo corpo dele que a paix�o n�o lhe permitiria explorar. Ele tinha que possu�-la, era tudo.
- Pierce - murmurou Ryan, confusa. - Vamos afundar.
- Prenda a respira��o - ele sugeriu, e agarrou-a.


- Tenho certeza de que meu pai vai querer v�-lo - Ryan disse a Pierce na manh� seguinte ao estacionar na sua vaga no complexo do estacionamento da Swan Produ��es.
- E imagino que voc� gostaria de ver Coogar.
- J� que estou aqui - Pierce concordou, e desligou o motor. - Mas vim ver voc�.
Ryan deu um sorriso e inclinou-se para beij�-lo.
- Estou t�o feliz por ter feito isso. Pode ficar no fim de semana ou tem que voltar?
Ele colocou uma mecha de cabelo atr�s da orelha dela.
- Veremos.
Ela saiu do carro. N�o poderia desejar melhor resposta.
- � claro que a primeira reuni�o geral s� est� programada para a pr�xima semana, mas imagino que eles v�o encaix�-lo. - Eles entraram no pr�dio. - Posso fazer
as liga��es do meu escrit�rio.
Ryan seguiu na frente pelos corredores com passos en�rgicos, inclinando a cabe�a ou respondendo �s vezes quando algu�m a cumprimentava. Ele notou que ela s�
pensava em neg�cios no momento em que passou pela porta da frente.
- N�o sei onde Bloomfield est� hoje - ela continuou, enquanto apertava o bot�o do elevador para o seu andar. - Mas se ele n�o estiver dispon�vel, posso pegar
os esbo�os e analis�-los com voc� sozinha. - Eles entraram, enquanto ela come�ava a resumir sua agenda do dia, ponderando e alterando para dar vez a Pierce. - N�s
poder�amos rever o tempo do programa tamb�m - ela continuou. - Temos 52 minutos para preencher. E...
- Quer jantar comigo hoje � noite, Srta. Swan?
Ryan parou o que estava dizendo e o pegou sorrindo para ela. O olhar dele tornava dif�cil para ela recordar seus planos para o dia. Ela s� conseguia se lembrar
do que tinha feito de noite.
- Acho que poderia encaixar isso no meu hor�rio, Sr. Atkins - murmurou, quando a porta do elevador se abriu.
- Vai verificar sua agenda? - perguntou ele e beijou sua m�o.
- Vou. - Ryan teve que impedir a porta se fechasse de novo. - E n�o olhe desse jeito para mim hoje - disse ela ofegante. - N�o conseguirei trabalhar.
- � mesmo? - Pierce deixou que ela o puxasse para o corredor. - Eu poderia considerar uma vingan�a adequada por todas as vezes que voc� tornou imposs�vel que
eu fizesse meu trabalho.
Amedrontada, Ryan levou-o para o escrit�rio.
- Se vamos fazer esse show... - ela come�ou a dizer.
- Ah, tenho plena confian�a na Srta. Swan, ela � muito organizada e muito confi�vel - disse Pierce tranq�ilamente. Ele pegou uma cadeira e esperou que ela
se sentasse atr�s da mesa.
- Vai ser dif�cil trabalhar com voc�, n�o vai?
- Muito provavelmente.
Franzindo a testa para ele, Ryan pegou o telefone e fez uma liga��o.
- Ryan Swan - ela anunciou, afastando deliberadamente os olhos de Pierce. - Ele est� livre?
- Por favor, espere, Srta. Swan.
Num instante ela ouviu a voz do pai responder de modo impaciente.
- Ande r�pido, estou ocupado.
- Sinto muito por perturb�-lo - disse ela automaticamente. - Estou com Pierce Atkins no escrit�rio. Achei que talvez gostasse de v�-lo.
- O que ele est� fazendo aqui? - perguntou Swan, continuando antes que Ryan pudesse responder. - Traga-o aqui em cima.
Ele desligou sem esperar que ela concordasse.
- Ele gostaria de v�-lo agora - disse Ryan enquanto colocava o fone no lugar.
Pierce assentiu com a cabe�a, levantando quando ela o fez. A brevidade da conversa telef�nica tinha lhe dito muita coisa. Minutos depois, ap�s entrar no escrit�rio
de Swan, ele descobriu muito mais.
- Sr. Atkins. - Swan se levantou para dar a volta na mesa imponente com a m�o estendida. - Que surpresa agrad�vel. S� esperava encontr�-lo pessoalmente na
semana que vem.
- Sr. Swan. - Pierce apertou a m�o estendida e notou que Swan n�o cumprimentara a filha.
- Por favor, sente-se - ele sugeriu com um movimento amplo da m�o. - O que gostaria de beber? Caf�?
- N�o, nada.
- A Swan Produ��es tem enorme prazer em ter seu talento, Sr. Atkins. - Swan instalou-se atr�s da mesa novamente. - Vamos colocar muita energia nesse especial.
A promo��o e a m�dia j� foram acionadas.
- Eu sei. Ryan me mant�m informado.
- Claro. - Swan balan�ou a cabe�a rapidamente para ela. - Vamos filmar no est�dio 25. Ryan pode providenciar para que o veja hoje se quiser. E qualquer outra
coisa que queira ver enquanto estiver aqui.
Ele lan�ou outro olhar para ela.
- Sim, claro - respondeu ela. - Achei que o Sr. Atkins pudesse querer ver Coogar e Bloomfield se eles estiverem dispon�veis.
- Providencie isso - ele ordenou, dispensando-a. - Agora, Sr. Atkins, tenho uma carta do seu agente. H� alguns pontos que poder�amos repassar antes de se encontrar
com os membros mais art�sticos da companhia.
Pierce esperou at� que Ryan tivesse fechado a porta.
- Pretendo trabalhar com Ryan, Sr. Swan. Assinei o contrato com esta condi��o.
- Naturalmente - respondeu Swan, um pouco desconcertado. Como regra os artistas recebiam aten��o especial.
- Posso lhe garantir que ela tem trabalhado arduamente em seu favor.
- N�o duvido.
Swan encarou os olhos cinza que o avaliavam.
- Ryan est� produzindo o especial a seu pedido.
- Sua filha � uma mulher muito interessante, Sr. Swan.
- Pierce esperou um momento, observando os olhos de Swan se estreitarem. - A n�vel profissional - continuou ele suavemente -, tenho total confian�a em suas
habilidades. Ela � inteligente e observadora, e muito s�ria em rela��o ao neg�cio.
- Fico muito feliz que esteja satisfeito com ela - respondeu Swan, sem ter certeza do que havia al�m das palavras de Pierce.
- Teria que ser um homem extremamente burro para n�o estar satisfeito com ela - retrucou Pierce, e continuou antes que San pudesse reagir. - N�o acha o talento
e o profissionalismo agrad�veis, Sr. Swan?
Swan examinou Pierce por um momento e recostou-se na cadeira.
- N�o seria o presidente da Swan Produ��es se n�o pensasse assim - disse ele com um tom bem-humorado.
- Ent�o nos entendemos - disse Pierce em tom suave.
- Exatamente quais pontos gostaria de resolver?


Eram seis horas quando Ryan conseguiu terminar a reuni�o com Bloomfield e Pierce. Ela correu o dia todo, organizando confer�ncias repentinas e fazendo o trabalho
que j� havia sido programado. N�o houve um momento de folga para um t�te-�-t�te com Pierce. Agora, enquanto percorriam o corredor juntos ao sa�rem do escrit�rio
de Bloomfield, ela deu um longo suspiro.
- Bem, parece que � isso. Nada como o aparecimento inesperado de um m�gico para agitar todo mundo. Por mais experiente que Bloomfield seja, acho que ele estava
esperando que voc� tirasse um coelho da cartola.
- Eu n�o tinha uma cartola - Pierce ressaltou.
- Isso o impediria? - Ryan riu e verificou o rel�gio.
- Terei que passar no escrit�rio e resolver algumas coisas, falar com meu pai e avis�-lo que o artista foi devidamente atendido, ent�o...
- N�o.
- N�o? - Ryan levantou os olhos, surpresa. - Existe mais alguma coisa que gostaria de ver? Tinha algo errado com os esbo�os?
- N�o - disse Pierce novamente. - Voc� n�o vai voltar ao escrit�rio para resolver nada nem falar com seu pai.
Ryan riu e continuou a caminhar.
- N�o levar� muito tempo. Vinte minutos.
- Concordou em jantar comigo, Srta. Swan - ele lembrou.
- Assim que limpar minha mesa.
- Pode fazer isso na segunda pela manh�. Existe algo urgente?
- Bem, n�o, mas... - Ela parou de falar quando sentiu algo no seu pulso e ficou olhando para a algema. - Pierce, o que est� fazendo?
Ryan puxou o bra�o e viu que ele estava firmemente acorrentado ao dele.
- Levando-a para jantar.
- Pierce, tire isso - ela ordenou, irritada, mas achando gra�a. - � rid�culo.
- Depois - ele prometeu, antes de pux�-la para o elevador.
Ele esperou calmamente at� que chegasse ao andar deles enquanto duas secret�rias os observavam e as algemas.
- Pierce - disse ela a meia voz. -Tire isso agora. Est�o olhando para n�s. Pierce, estou falando s�rio! - Ela soltou um gemido de frustra��o quando as portas
se abriram e eles encontraram outros empregados da Swan Produ��es. Pierce entrou no elevador, n�o lhe deixando outra escolha que n�o fosse segui-lo. - Voc� vai pagar
por isso - ela murmurou, tentando ignorar os olhares especulativos.
- Diga-me, Srta. Swan - disse Pierce com uma voz amistosa e arrastada -, � sempre t�o dif�cil convenc�-la a cumprir um compromisso para jantar?
Ap�s um murm�rio inintelig�vel, Ryan ficou olhando para a frente.
Ainda algemada a Pierce, ela atravessou o estacionamento.
- Tudo bem, acabou a piada - ela insistiu. - Tire isso. Nunca fiquei t�o constrangida em minha vida! Tem id�ia de como...
Mas seu serm�o acalorado foi interrompido pela boca de Pierce.
- Queria fazer isso o dia todo - Pierce lhe disse, e beijou-a de novo, antes que ela pudesse responder.
Ryan esfor�ou-se ao m�ximo para aferrar-se ao seu aborrecimento. Sua boca era t�o macia! Sua m�o, enquanto pressionava a parte de baixo de suas costas, era
t�o gentil! Ela aproximou-se mais dele, mas quando come�ou a levantar os olhos para abra�ar seu pesco�o, as algemas a impediram.
- N�o - disse ela de modo firme, lembrando-se. - N�o vai sair dessa. - Ryan afastou-se, pronta para enfurecer-se com ele. Ele sorriu para ela. - Droga, Pierce
- disse ela, dando um suspiro. - Beije-me de novo.
Ele a beijou suavemente.
- Fica muito excitante quando est� com raiva, Srta. Swan - ele sussurrou.
- Eu estava com raiva - murmurou ela, retribuindo o beijo. - Estou com raiva.
- E excitante.
Ele puxou-a para o carro.
- Ent�o? - Mantendo seus pulsos unidos no alto, ela lan�ou-lhe um olhar de indaga��o. Pierce abriu a porta do carro e fez um gesto para que ela entrasse. -
Pierce! - Exasperada, Ryan sacudiu o bra�o. - Tire isso. N�o pode dirigir assim.
- Claro que posso. Voc� ter� que subir - disse ele, conduzindo-a para o carro.
Ryan sentou no assento do motorista por um momento e olhou furiosa para ele.
- Isso � absurdo.
- � - ele concordou. - E estou gostando. Chegue para
l�.
Ryan pensou em recusar, mas decidiu que ele simplesmente a tomaria nos bra�os e a colocaria no assento do passageiro. Com alguma dificuldade e pouco humor,
ela conseguiu. Pierce deu outro sorriso ao acionar a igni��o.
- Ponha sua m�o no c�mbio de marcha e nos sairemos muito bem.
Ryan obedeceu. A palma da m�o dele repousava sobre o dorso da m�o dela quando ele engatou a r�.
- Quando tempo vai deixar as algemas a�?
- Pergunta interessante. N�o decidi.
Ele saiu do estacionamento e foi na dire��o norte. Ryan balan�ou a cabe�a e riu apesar de n�o achar gra�a.
- Se tivesse me dito que estava com tanta fome assim, eu teria vindo pacificamente.
- N�o estou com fome - disse ele tranq�ilamente. - Pensei que ir�amos parar e comer no caminho.
- No caminho? - Ryan repetiu. - No caminho para onde?
- Para casa.
- Casa? - Um olhar pela janela mostrou-lhe que ele estava saindo de Los Angeles na dire��o oposta ao apartamento dela. - Sua casa? - perguntou ela, incr�dula.
- Pierce, s�o 240 quil�metros daqui.
- Mais ou menos - ele concordou. - N�o precisam de voc� em Los Angeles at� segunda-feira.
- Segunda-feira! Quer dizer que vamos passar o fim de semana l�? Mas n�o posso. - Ela n�o tinha pensado que poderia ficar mais exasperada do que estava. -
N�o posso simplesmente entrar no carro e passar um fim de semana fora.
- Por que n�o?
- Bem, eu... - Ele fez tudo parecer t�o razo�vel que ela teve que procurar as falhas. - Porque n�o posso. Por um lado, n�o tenho roupas, e...
- N�o precisar� delas.
Isso a fez se calar. Ryan fitou-o enquanto uma estranha mistura de excita��o e p�nico percorreu seu corpo.
- Acho que est� me raptando.
- Exatamente.
- Oh!
- Alguma obje��o? - perguntou ele, dando um breve olhar na sua dire��o.
- Vou lhe dizer na segunda-feira - ela lhe disse e acomodou-se novamente no assento, disposta a aproveitar o seq�estro.


Cap�tulo 13


Ryan acordou na cama de Pierce. Ela abriu os olhos para a luz do sol. Mal tinha amanhecido quando Pierce a acordou para murmurar que ia descer para trabalhar.
Ryan pegou o travesseiro dele, puxou-o para perto e ficou mais alguns minutos na cama.
Que homem surpreendente ele era, ela refletiu. Nunca teria pensado que ele faria algo t�o incomum como algem�-la a ele e arrast�-la para um fim de semana apenas
com as roupas do corpo. Ela deveria ter ficado com raiva, indignada.
Ryan enterrou o rosto no travesseiro. Como poderia estar assim? Era poss�vel estar com raiva de um homem por lhe mostrar - com um olhar, com um toque - que
voc� era querida e desejada? Poderia ficar indignada quando um homem a queria o suficiente para rapt�-la a fim de fazer amor como se voc� fosse a criatura mais preciosa
da Terra?
Ryan deu uma grande espregui�ada e pegou o rel�gio da mesa-de-cabeceira. Nove e meia!, constatou, fazendo um movimento brusco. Como podia ser t�o tarde? Parecia
que Pierce a tinha deixado havia apenas alguns instantes. Pulou da cama e correu para o banho. Eles s� tinham dois dias juntos; ela n�o ia desperdi��-los dormindo.
Quando voltou ao quarto com uma toalha enrolada no corpo, Ryan examinou as roupas com um ar de d�vida. Era incr�vel ser seq�estrada por um m�gico atraente,
ela admitiu, mas realmente foi muito ruim ele n�o ter permitido que ela trouxesse alguma coisa. Enquanto pensava, ela come�ou a colocar o tailleur que tinha usado
no dia anterior. Decidiu que simplesmente teria que encontrar outra coisa para vestir, mas, por enquanto, se arranjaria.
Um pouco consternada, Ryan percebeu que n�o estava nem mesmo com a bolsa. Ainda estava na gaveta de baixo da sua mesa. Ela franziu o nariz diante da imagem
no espelho. Seu cabelo estava desarrumado; o rosto, sem maquiagem. Nem mesmo um pente ou um batom, ela pensou, e suspirou. Pierce ia ter que fazer aparecer alguma
coisa. Com isso em mente ela desceu para procur�-lo.
Quando chegou ao p� da escada, viu que Link estava se aprontando para sair.
- Bom dia.
Ryan hesitou, sem ter certeza do que dizer para ele. Ela n�o o tinha visto quando eles chegaram na noite anterior.
- Ol�. - Ele sorriu para ela. - Pierce disse que estava aqui.
- Sim, eu... Ele me convidou para passar o fim de semana.
Pareceu a maneira mais simples de explicar.
- Fico feliz por ter vindo. Ele sentiu sua falta. Os olhos dela se iluminaram ao ouvir as palavras.
- Senti saudades dele tamb�m. Ele est� aqui?
- Na biblioteca Est� ao telefone.
Ele hesitou, e Ryan viu o leve rubor no seu rosto. Sorrindo, ela desceu o �ltimo degrau.
- O que �, Link?
- Eu... hum... Eu terminei de escrever aquela can��o de que voc� gostou.
- Maravilhoso. Adoraria ouvi-la.
- Est� no piano. - Extremamente sem gra�a, ele olhou para os p�s. - Pode toc�-la mais tarde, se quiser.
- N�o vai estar aqui? - Ela quis pegar sua m�o como faria com um menininho mas sentiu que apenas o deixaria mais constrangido. - Nunca o ouvi tocar.
- N�o, eu... - Seu rubor aumentou e ele lhe deu uma r�pida olhada. - Eu e Bess... bem, ela queria ir para S�o Francisco. - Ele limpou a garganta. - Ela gosta
de andar de bonde.
- Que legal, Link. - Por impulso, Ryan decidiu ver se poderia dar uma ajuda a Bess. - Ela � uma mulher muito especial, n�o �?
- Oh, claro. N�o existe ningu�m como Bess - ele concordou prontamente, e olhou para os p�s novamente.
- Ela sente a mesma coisa a seu respeito.
Os olhos dele dispararam em dire��o ao rosto dela e depois passaram por cima de seu ombro.
- Acha que sim?
- Ah, sim. - Embora quisesse muito sorrir, Ryan manteve a voz s�ria. - Ela me contou como o conheceu. Achei incrivelmente rom�ntico.
Link deu uma risadinha nervosa.
- Ela era muito bonita. Muitos caras d�o em cima dela quando viajamos.
- Imagino que sim - Ryan concordou, e deu-lhe um tapinha na cabe�a. - Mas acho que ela tem uma queda por m�sicos. Pianistas - ela acrescentou, quando ele olhou
para ela. - Do tipo que sabe compor belas can��es rom�nticas. O tempo est� passando, n�o acha?
Link estava olhando para ela como se estivesse tentando organizar suas palavras.
- Huh? Oh, sim. - Ele franziu a testa e balan�ou a cabe�a afirmativamente. - �, imagino que sim. Tenho que ir peg�-la agora.
- Acho que � uma id�ia muito boa. - Ela pegou sua m�o, dando-lhe um pequeno aperto. - Divirtam-se.
- Tudo bem. - Ele sorriu e virou para a porta. Com a m�o na ma�aneta, ele parou para olhar por cima do ombro.
- Ryan, ela realmente gosta de pianistas?
- Sim, Link, ela realmente gosta. Ele sorriu novamente e abriu a porta.
- Tchau.
- Tchau, Link. D� minhas lembran�as a Bess.
Quando a porta se fechou, Ryan permaneceu onde estava por um momento. Que homem encantador, ela pensou, e cruzou os dedos por Bess. Eles seriam muito felizes
juntos se conseguissem superar o obst�culo da timidez dele. Bem, Ryan pensou com um sorriso de satisfa��o, ela, certamente, tinha feito tudo que podia na sua primeira
tentativa de forma��o de casais. O resto era com os dois.
Ela virou o corredor e foi para a biblioteca. A porta estava aberta, e ela podia ouvir a voz baixa de Pierce que chegava at� ela. At� mesmo este som revolvia
algo dentro dela. Ele estava aqui com ela, e eles estavam sozinhos. Quando ela parou no v�o da porta, os olhos dele se encontraram com os dela.
Pierce sorriu e continuou a conversa, fazendo um gesto para que ela entrasse.
- Vou lhe enviar as especifica��es exatas por escrito - disse ele, observando Ryan entrar e caminhar at� uma estante. Por que � que, ele imaginou, v�-la num
daqueles trajes de passeio nunca deixavam de excit�-lo? - N�o, precisarei que esteja pronto em tr�s semanas - ele continuou, os olhos fixos nas costas de Ryan. -
Preciso de tempo para trabalhar nisso antes de ter certeza de que posso us�-lo.
Ryan se virou e, ent�o, empoleirada no bra�o da cadeira, o observou. Ele estava usando jeans e um moletom de manga curta, e seus cabelos estavam desgrenhados,
como se ele tivesse passado as m�os por ele. Ela pensou que ele nunca estivera mais atraente e afundou numa cadeira estofada, mais relaxada do que de costume. A
energia ainda estava l�, a energia ativa que parecia emanar dele no palco e fora dele. Mas estava latente, ela refletiu. Ele ficava mais � vontade nesta casa do
que em qualquer outro lugar.
Ele continuou a dar instru��es com quem conversava, mas Ryan viu seus olhos a examinarem brevemente. Algo malicioso percorreu seu corpo. Talvez ela pudesse
desfazer aquela calma dele.
Levantou-se pregui�osamente e come�ou a vagar pelo recinto outra vez, tirando os sapatos ao caminhar. Pegou um livro da prateleira, examinou-o superficialmente
e colocou-o de volta.
- Precisarei que a lista completa seja entregue aqui - declarou Pierce, e observou Ryan retirar o casaco do conjunto. Ela o pendurou no encosto de uma cadeira.
- Sim, � exatamente o que desejo. Se voc�... - Ele parou quando ela come�ou a desabotoar a blusa. Ela levantou os olhos quando ele parou de falar e sorriu. - Se
entrar em contato comigo quando tiver... -A blusa escorregou at� o ch�o antes de ela abrir o z�per da saia de forma casual. - Quando tiver... - Pierce prosseguiu,
lutando para se lembrar do que estava dizendo - os... ah... todos os itens, providenciarei o frete.
Curvando-se ap�s retirar a saia, Ryan come�ou a tirar as meias.
- N�o, isso n�o... n�o ser� necess�rio. - Ela jogou o cabelo para tr�s dos ombros e deu outro sorriso para Pierce. O olhar durou v�rios segundos m�gicos. -
Sim - Pierce murmurou no telefone. - Sim, est� bem.
Jogando as meias sobre a saia que j� havia sido tirada, ela endireitou o corpo. Sua blusa era amarrada na frente. Com o dedo, Ryan deu um pux�o no pequeno
la�o entre os seios at� afroux�-lo. Ela continuava olhando em seus olhos, sorrindo de novo quando os viu se abaixarem at� onde seus dedos manuseavam lentamente os
la�os.
- O qu�? - Pierce balan�ou a cabe�a. A voz do homem tinha sido apenas um zumbido inintelig�vel no ouvido dele. - O qu�? - disse ele novamente, quando a seda
se abriu. Muito devagar, Ryan a retirou. - Ligarei de volta.
Pierce colocou o fone de volta no gancho.
- Tudo terminado? - ela perguntou, enquanto caminhava at� ele. - Queria falar com voc� sobre o meu guarda-roupa.
- Gosto do que est� usando.
Ele puxou-a para a cadeira onde estava e tomou sua boca. Saboreando o desejo selvagem, ela soltou o corpo.
- Era uma liga��o importante? - perguntou ela quando os l�bios dele deslocaram-se para seu pesco�o. - N�o quis perturb�-lo.
- Pro inferno que n�o quis. - Ele pegou seu seio, gemendo ao tomar posse. - Meu Deus, voc� me enlouquece! Ryan... - A voz dele estava �spera de prem�ncia quando
ele a colocou no ch�o. - Agora.
- Sim - murmurou ela quando ele a penetrou.
Ele tremia quando se deitou por cima dela. Sua respira��o estava irregular. Ningu�m, pensou ele, ningu�m tinha conseguido abalar seu controle desse jeito.
Era aterrorizante. Parte dele queria se levantar e ir embora - provar que ainda podia ir embora. Mas ele ficou onde estava.
- Perigosa - murmurou ele na sua orelha pouco antes de a ponta de sua l�ngua contorn�-la. Ele ouviu o suspiro dela. - Voc� � uma mulher muito perigosa.
- Humm. Como assim?
- Conhece minhas fraquezas, Ryan Swan. Talvez voc� seja minha fraqueza.
- Isso � ruim? - murmurou ela.
- N�o sei. - Ele levantou a cabe�a e a fitou. - N�o sei. Ryan levantou uma das m�os para retirar suavemente o
cabelo da testa.
- N�o importa hoje. Hoje h� somente n�s dois.
O olhar que ele lan�ou foi longo e profundo, t�o intenso quanto da primeira vez que haviam se encontrado.
- Quanto mais tempo estou com voc�, mais h� apenas n�s dois.
Ela sorriu e puxou-o novamente para embal�-lo em seus bra�os.
- Na primeira vez que voc� me beijou, o mundo inteiro se desfez. Tentei dizer a mim mesma que voc� havia me hipnotizado.
Pierce riu e levantou o bra�o para acariciar seu seio. O mamilo ainda estava r�gido, e ela tremeu com o toque.
- Tem alguma id�ia do quanto queria lev�-la para a cama naquela noite? - Ele passou o dedo lentamente de um lado para o outro sobre a ponta do seio, ouvindo
sua respira��o aumentar enquanto ele falava. - N�o conseguia trabalhar, n�o conseguia dormir. Ficava deitado pensando em voc� vestida de seda e renda.
- Eu queria voc� - disse Ryan com a voz rouca quando a paix�o reacendeu. - Fiquei chocada porque o tinha conhecido havia algumas horas e o queria.
- Teria feito amor com voc� assim naquela noite.
Pierce ro�ou a boca na dela. Ele a beijou, usando os l�bios s� at� os dela ficarem quentes, macios e �vidos. As m�os dele estavam nos cabelos dela agora, retirando-os
do rosto enquanto sua l�ngua explorava sua boca gentilmente.
Parecia que ele a beijaria eternamente. Houve sons macios e murmurantes quando seus l�bios se separaram e se encontraram novamente, e depois mais uma vez.
Quente, estonteante, insuportavelmente doce. Ele afagou seus ombros, permanecendo ali enquanto o beijo prosseguia. Ela sabia que o mundo se concentrava nos l�bios
dele.
N�o importava onde mais ele tocava, a boca dele permanecia sobre a dela. Ele podia passar a m�o onde decidisse, mas seu beijo apenas a mantinha prisioneira.
Ele parecia desejar seu sabor mais que desejava o ar. Ela agarrou os ombros dele, cravando as unhas em sua carne, sem qualquer consci�ncia disso. O �nico pensamento
dela era que o beijo continuasse para sempre.
Ele sabia que o corpo dela era totalmente seu e tocava onde provocava o m�ximo prazer. Com o menor est�mulo, ela se abriu para ele. Ele subiu e desceu com
a ponta do dedo pela sua coxa, deleitando-se na sua textura sedosa e na sua rea��o. Passou sobre seu centro apenas de leve, no caminho para a outra coxa, brincando
todo o tempo com os l�bios dela.
Ele usou os dentes e a l�ngua, depois, apenas os l�bios. O murmurar delirante do seu nome fez novas emo��es dispararem pelo corpo dele. Houve o sutil movimento
do seu quadril para ser seguido, a curva da sua cintura. Os bra�os dela eram acetinados. Ele podia encontrar prazer infinito apenas ao toc�-los. Ela era dele - ele
pensou mais uma vez, e teve que controlar um �mpeto explosivo de tom�-la rapidamente. Em vez disso, deixou que o beijo falasse em seu lugar. Ele falou de desejos
obscuros e poderosos, de ternura infinita.
Mesmo ao penetr�-la, Pierce continuou a saborear sua boca. Ele atraiu-a devagar, esperando que seu desejo aumentasse, contendo sua paix�o at� que n�o fosse
mais poss�vel neg�-la.
A boca dele ainda estava comprimida na dela quando ela gritou com a explos�o final de prazer.
Ningu�m, a n�o ser ela, pensou ele perplexo enquanto inalava o aroma do seu cabelo. Apenas ela. Os bra�os de Ryan envolveram o corpo dele a fim de mant�-lo
pr�ximo.


Horas depois Ryan colocou dois bifes na grelha. Usava agora um jeans de Pierce preso na cintura com uma correia e com as pernas enroladas v�rias vezes devido
� diferen�a de altura. A camisa de moletom fazia dobras sobre seu quadril. Ryan arrega�ou as mangas acima dos cotovelos enquanto o ajudava a preparar o jantar.
- Cozinha t�o bem quanto Link? - perguntou ela, virando-se para observ�-lo adicionar croutons � salada que estava preparando.
- N�o. Quando se � seq�estrado, Srta. Swan, n�o se pode esperar pratos finos.
Ryan parou a seu lado e abra�ou sua cintura.
- Vai exigir resgate?
Ela deu um suspiro e apoiou o rosto em suas costas. Nunca tinha estado t�o feliz na vida.
- Talvez. Quando tiver terminado com voc�.
Ela o beliscou firme, mas ele nem mesmo se mexeu.
- Safado - disse ela afetuosamente, e colocou as m�os sob a sua camisa para tocar seu peito. Dessa vez ela o viu tremer.
- Est� me distraindo Ryan.
- Era minha inten��o. Saiba que � a coisa mais f�cil de se fazer.
- Voc� tem tido uma s�rie not�vel de �xitos - comentou ele enquanto ela passava as m�os em seus ombros.
- Voc� realmente consegue mover os ombros para se livrar de uma camisa-de-for�a? - ela perguntou em voz alta quando sentiu a intensidade da solidez deles.
Divertindo-se, ele continuou a cortar o queijo em cubos para a salada.
- Onde ouviu isso?
- Oh, em algum lugar - disse ela de forma vaga, n�o estando disposta a admitir que tinha devorado todos os artigos que conseguira encontrar sobre ele. - Tamb�m
ouvi que tem controle total sobre os m�sculos.
Eles se encresparam sob seus dedos curiosos. Ela comprimiu-se contra as costas, apreciando o leve odor de mato que havia nele.
- Tamb�m ouviu dizer que s� como certas ervas e ra�zes que pego na lua cheia? - Ele colocou um peda�o de queijo na boca antes de se virar para abra��-la. -
Ou que estudei artes m�gicas no Tibete quando tinha 12 anos?
- Li que teve aulas com o fantasma de Houdini - respondeu ela.
- � mesmo? Devo ter deixado essa escapar. Muito lisonjeiro.
- Realmente aprecia as coisas rid�culas que publicam a seu respeito, n�o �?
- Claro. - Ele beijou seu nariz. - Teria um senso de humor lament�vel se n�o apreciasse.
- E, � claro - ela acrescentou -, se o fato e a fantasia est�o t�o misturados, ningu�m jamais sabe qual � qual e quem voc� �.
- Existe isso tamb�m. - Ele enroscou uma mecha do cabelo dela no dedo. - Quanto mais publicam sobre mim, mais privacidade de verdade eu tenho.
- E sua privacidade � importante para voc�.
- Quando se cresce como eu cresci, voc� aprende a valoriz�-la.
Comprimindo o rosto no peito dele, Ryan agarrou-se a ele. Pierce colocou a m�o sob o queixo dela e o levantou. Os olhos dela j� cintilavam de l�grimas.
- Ryan - disse ele com cuidado -, n�o precisa sentir pena de mim.
- N�o. - Ela balan�ou a cabe�a, compreendendo sua relut�ncia em aceitar a compaix�o. Tinha sido a mesma coisa com Bess. - Sei disso, mas � dif�cil n�o sentir
pena de um garotinho.
Ele sorriu, passando o dedo em seus l�bios.
- Ele era muito adapt�vel. - Ele a afastou. - � melhor virar aqueles bifes.
Ryan ocupou-se dos bifes, sabendo que ele queria que mudasse de assunto. Como ela podia explicar que estava �vida por qualquer detalhe da sua vida, qualquer
coisa que o aproximasse dela? E talvez ela estivesse errada, pensou, de tocar no passado quando tinha medo de tocar no futuro.
- Como prefere os bifes? - perguntou ao se curvar para a grelha.
- Humm, entre malpassado e ao ponto. - Ele estava mais interessado na vis�o que ela proporcionou quando se inclinou. - Link faz seu pr�prio molho para a salada.
� muito bom.
- Onde ele aprendeu a cozinhar? - perguntou ela quando virou o segundo bife.
- Foi uma quest�o de necessidade - Pierce lhe disse. - Ele gosta de comer. As coisas eram escassas quando come�amos a viajar. O resultado foi que ele ganhou
muito mais habilidade com uma lata de sopa do que eu ou Bess. Ryan se virou e deu-lhe um sorriso.
- Eles v�o para S�o Francisco hoje.
- �. - Ele levantou uma das sobrancelhas. - Ent�o?
- Ele � t�o louco por ela quanto ela � por ele.
- Sei disso tamb�m.
- Voc� poderia ter feito algo para movimentar as coisas ap�s todos esses anos - ela declarou, fazendo um gesto com o garfo. - Afinal de contas, eles s�o seus
amigos.
- � exatamente por isso que n�o interfiro - disse ele em tom suave. - O que voc� fez?
- Bem, n�o interferi - disse ela. - Simplesmente lhe dei um leve empurr�o na dire��o correta. Mencionei que Bess tem prefer�ncia por pianistas.
- Entendo.
- Ele � t�o t�mido - disse ela em tom exasperado. - Estar� pronto para se aposentar antes de tomar a coragem para... para...
- Para qu�?
- Para qualquer coisa - declarou Ryan. - E pare de me olhar com esse olhar malicioso.
- Eu?
- Sabe muito bem que estava. Seja como for...
Ela ofegou e fez barulho ao largar o garfo quando alguma coisa ro�ou nos seus tornozelos.
- � apenas Circe - disse Pierce, e sorriu quando Ryan suspirou. - Ela sente o cheiro da carne. - Ele pegou o garfo para lavar enquanto a gata esfregou-se nas
pernas de Ryan e ronronou de forma carinhosa. - Ela se esfor�ar� ao m�ximo para convenc�-la de que merece um pouco.
- Seus animais de estima��o t�m o h�bito de me pegar desprevenida.
- Sinto muito.
Mas ele sorriu, n�o parecendo sentir nada. Ryan p�s as m�os no quadril.
- Gosta de me ver nervosa, n�o �?
- Gosto de v�-la - respondeu ele simplesmente. Riu e tomou-a nos bra�os. - Embora tenha de admitir que h� algo atraente em v�-la usar minhas roupas enquanto
passeia pela cozinha de p�s descal�os.
- Oh - disse ela com conhecimento de causa. - A s�ndrome do homem das cavernas.
- Ah, n�o, Srta. Swan. - Ele cheirou seu pesco�o. - Sou seu escravo.
- � mesmo? - Ryan refletiu sobre as possibilidades interessantes da declara��o. - Ent�o coloque a mesa - ela lhe disse. - Estou morrendo de fome.
Eles comeram � luz de velas. Ryan n�o deu uma �nica garfada na comida. Ela fartou-se de Pierce. Havia vinho - algo suave e delicado, mas, quanto a isso, poderia
ter sido �gua. Usando moletom e jeans largos, ela nunca se sentira mais mulher. Os olhos dele lhe diziam constantemente que ela era bonita, interessante, desej�vel.
Parecia que eles nunca tinham sido amantes, nem �ntimos. Ele a estava cortejando.
Ele a fazia sentir calor com um olhar, com uma palavra suave ou tocando sua m�o. Nunca deixava de agrad�-la, at� mesmo de arrebat�-la, o fato de ele ter tanto
romantismo dentro de si. Ele devia saber que ela estaria com ele em quaisquer circunst�ncias, mas, mesmo assim, ele a cortejava. Flores, luz de velas e as palavras
de um homem cativavam. Ryan se apaixonou de novo.
Muito depois dos dois terem perdido interesse pela comida, permaneceram ali. O vinho esquentou, as velas perderam a intensidade. Ele se contentava em v�-la
na luz bruxuleante, deixando que sua voz mansa flu�sse at� ele. Quaisquer desejos que se acumulassem dentro dele, poderiam ser mitigados simplesmente correndo os
dedos sobre o dorso da m�o dela. Queria apenas estar com ela.
A paix�o viria depois, ele sabia. � noite, no escuro, quando ela estivesse deitada a seu lado. Mas, por enquanto, bastava v�-la sorrir.
- Quer esperar por mim na sala de estar? - ele murmurou, e beijou seus dedos, um de cada vez. Um prazer eletrizante disparou pelo seu bra�o.
- Vou ajudar com os pratos.
Mas os pensamentos dela estavam longe, distantes das quest�es pr�ticas.
- N�o, eu cuido disso. - Pierce virou a m�o dela e comprimiu seus l�bios na sua palma. - Espere por mim.
Os joelhos dela tremiam, mas ela se levantou quando ele colocou-a de p�. Ela n�o conseguia tirar os olhos dele.
- N�o vai demorar muito?
- N�o. - Ele deslizou as m�os pelos seus bra�os. - N�o vou demorar, querida.
Suavemente, ele a beijou. Ryan caminhou aturdida at� a sala de estar. N�o tinha sido o beijo mas a palavra de afei��o que havia feito seu cora��o bater forte.
Parecia imposs�vel, depois do que tinham sido um para o outro, que uma simples palavra acelerasse sua pulsa��o. Mas Pierce tinha cuidado com as palavras.
E era uma noite de encantamento, ela pensou ao entrar na sala de estar. Uma noite feita para o amor e para o romance. Ela caminhou at� a janela para olhar
para o c�u. At� a lua estava cheia, como se soubesse que tinha de estar. Estava t�o tranq�ilo que ela conseguia ouvir o som das ondas contra o rochedo.
Estavam numa ilha, Ryan imaginou. Era uma ilha pequena e desprotegida, com um mar escuro. E as noites eram longas. N�o havia telefone nem eletricidade. Por
impulso, ela se virou da janela e come�ou a acender as velas que estavam espalhadas pela sala. A lareira estava preparada, e ela riscou um f�sforo sobre os gravetos.
A madeira seca estalou ao se inflamar.
Levantou-se e olhou em volta da sala. A luz estava exatamente como ela queria - insubstancial, com sombras mudando de lugar. Adicionava apenas um toque de
mist�rio e parecia refletir seus pr�prios sentimentos em rela��o a Pierce.
Ryan olhou para si rapidamente e bateu de leve no moletom. Se pelo menos tivesse algo encantador para usar, algo branco e di�fano. Mas talvez a imagina��o
de Pierce estivesse t�o ativa quanto a dela.
M�sica, ela pensou de repente, e olhou em volta. Ele, certamente, tinha um aparelho de som, mas ela n�o sabia onde procurar. Inspirada, foi at� o piano.
As partituras de Link estavam esperando. Entre o brilho do fogo atr�s dela e as velas sobre o piano, Ryan podia ver as notas com suficiente nitidez. Sentou-se
e come�ou a tocar. Levou apenas alguns momentos para que se envolvesse na melodia.
Pierce parou no v�o da porta e a observou. Embora seus olhos estivessem fixos no papel � sua frente, eles pareciam estar sonhando. Ele nunca a vira assim -
t�o envolta em seus pr�prios pensamentos! Sem querer interromper seu estado de esp�rito, ele permaneceu onde estava. Poderia t�-la observado para sempre.
� luz de velas seus cabelos eram apenas uma n�voa caindo sobre os ombros. Sua pele era clara. Apenas seus olhos estavam escuros, comovidos com a m�sica que
executava. Ele captou o leve cheiro de fuma�a da madeira e da cera derretendo. Era um momento do qual ele sabia que se lembraria para o resto da vida. Anos e anos
poderiam passar, e ele conseguiria fechar os olhos e v�-la assim, ouvir a m�sica sendo tocada, sentir as velas queimando.
- Ryan.
N�o tinha sido sua inten��o falar alto. Na verdade, ele apenas sussurrara seu nome, mas os olhos dela se levantaram na sua dire��o. Ela sorriu, mas a luz bruxuleante
captou as cintilantes l�grimas.
- � t�o bonita!
- �. - Pierce mal tinha confian�a suficiente para falar. Uma palavra, um movimento em falso poderia estragar o momento. O que ele viu, o que sentiu, poderia
ser apenas uma ilus�o. - Por favor, toque de novo.
Mesmo ap�s ela ter recome�ado, ele n�o se aproximou mais. Queria que a imagem permanecesse exatamente como estava. Os l�bios dela estavam ligeiramente entreabertos.
Ele podia sabore�-los de onde estava. Sabia qual seria a sensa��o do seu rosto se ele o tocasse agora. Ela olharia para ele e sorriria com aquele calor especial
nos olhos. Mas ele n�o a tocaria, apenas absorveria tudo que ela era nesse momento especial.
As chamas das velas queimaram sem interrup��o. Uma lenha mudou de posi��o na lareira sem fazer barulho. E ent�o ela terminou.
Os olhos dela levantaram-se na sua dire��o. Pierce foi at� ela.
- Nunca a desejei mais - disse ele com a voz baixa, quase sussurrada. - Nem tive mais medo de toc�-la.
- Medo? - Os dedos dela permaneciam ligeiramente sobre as teclas. - Por qu�?
- Se eu a tocasse, minha m�o poderia passar atrav�s do seu corpo. Afinal de contas, voc� poderia ser apenas um sonho.
Ryan pegou sua m�o e comprimiu-a contra o rosto.
- N�o � sonho - ela murmurou. - N�o para nenhum de n�s.
A pele dela estava quente e era real sob os dedos dele. Ele foi atingido por uma incr�vel onda de ternura. Levantou a outra m�o, segurando-a como se fosse
de porcelana.
- Se pudesse fazer um desejo, Ryan, apenas um, qual seria?
- Que esta noite, apenas esta noite, voc� n�o pensasse em nada nem ningu�m que n�o fosse eu.
Os olhos dela brilhavam na pouca luz que se movia. Pierce colocou-a de p� e envolveu seu rosto com a m�o.
- Voc� desperdi�a seus desejos, Ryan, pedindo algo que j� existe.
Ele beijou suas t�mporas, depois os dois lados do rosto, deixando sua boca tremendo pelo sabor da dele.
- Quero preencher sua cabe�a - ela disse com a voz vacilante - para que n�o haja espa�o para nada mais. Esta noite quero que haja apenas eu. E amanh�...
- Shh. - Ele beijou sua boca para silenci�-la, mas t�o de leve que ela ficou apenas com uma promessa do que estava por vir. - N�o h� ningu�m a n�o ser voc�,
Ryan.
- Os olhos dela estavam fechados, e ele ro�ou os l�bios delicadamente sobre as p�lpebras. - Venha para a cama
- murmurou ele. - Deixe-me provar.
Pegou sua m�o, atravessou a sala e apagou as velas. Pegou uma, deixando que sua luz tr�mula lhes iluminasse o caminho.


Cap�tulo 14


Eles tiveram que se separar novamente. Ryan sabia que isso era necess�rio durante a prepara��o do especial. Quando se sentia s�, devido � aus�ncia dele, ela
s� tinha que se lembrar da �ltima noite m�gica que tinham passado juntos. Seria o suficiente para confort�-la at� poder v�-lo novamente.
Embora ela o tivesse visto esporadicamente durante as semanas seguintes, tinha sido tinha sido apenas profissionalmente. Ele a procurava para reuni�es e para
supervisionar certos pontos do seu pr�prio neg�cio. Guardava isso para si. Ryan ainda n�o sabia nada sobre a produ��o dos acess�rios e das piadas que ele usaria.
Ele lhe daria uma lista detalhada das ilus�es que executaria, a seq��ncia de tempo e apenas a mais simples explica��o de seu mecanismo.
Ryan achava isso frustrante, mas tinha pouco mais sobre o que reclamar. O set estava sendo criado de acordo com o que ela, Bloomfield e Pierce tinham finalmente
concordado. Elaine fora contratada como convidada. Ryan havia conseguido se sair bem na s�rie de reuni�es duras e cheias de emo��o. E, ela se lembrou, achando gra�a,
Pierce tamb�m.
Ele podia dizer mais com seus longos sil�ncios e uma ou duas palavras calmas do que uma d�zia de chefes de departamento fren�ticos discutindo. Ele suportou
as exig�ncias e reclama��es com total amabilidade e sempre saiu por cima.
Recusou-se a usar um roteiro profissional para o show. Era simples assim. Ele dizia n�o. E se ateve a isso - porque sabia que estava certo. Teve sua pr�pria
m�sica, seu pr�prio diretor, sua pr�pria equipe c�nica. Nada o demoveria de usar seu pr�prio pessoal nos postos-chave. Rejeitou seis esbo�os de vestu�rio com um
negligente meneio de cabe�a.
Pierce fazia as coisas a seu modo, e se curvava apenas quando era conveniente. Mas Ryan viu que o pessoal de cria��o, por mais temperamental que fosse, reclamava
pouco dele. Ele os encantou, ela notou. Tinha habilidade com as pessoas. Ele os aquecia ou os congelava - bastava um olhar.
Bess tinha que dar sua palavra final sobre o pr�prio guarda-roupa. Pierce simplesmente declarou que ela sabia o que melhor lhe convinha. Ele se recusava a
ensaiar a menos que o set estivesse fechado. Ent�o, entreteve os ajudantes com ilusionismo e truques de cartas. Sabia como manter o controle sem precisar ser r�gido.
Ryan, por�m, achava dif�cil trabalhar com as restri��es que ele impunha a ela e aos seus funcion�rios. Ela tentou discutir, argumentar, implorar. N�o chegou
a lugar algum.
- Pierce. - Ryan o encurralou no set durante um intervalo nos ensaios. - Preciso falar com voc�.
- Hum? - Ele observou sua equipe armar as tochas para o pr�ximo segmento. - Exatamente 20 cent�metros de dist�ncia - ele lhes disse.
- Pierce, isso � importante.
- Sim, estou ouvindo.
- N�o pode proibir a entrada de Ned no set durante o ensaio - disse ela, e puxou seu bra�o para ter aten��o total.
- Posso, sim. E proibi. Ele n�o contou a voc�?
- Sim, ele me contou. - Ela soltou um suspiro de exaspera��o. - Pierce, como coordenador de produ��o, ele tem direito de estar aqui.
- Ele atrapalha. N�o se esque�a de deixar 30 cent�metros entre as fileiras, por favor.
- Pierce!
- O que �? - disse ele de modo agrad�vel, e virou-se novamente para ela. - J� disse que est� linda hoje, Srta. Swan? - Ele passou a lapela da jaqueta entre
o polegar e o indicador. - � um conjunto muito bonito.
- Preste aten��o, Pierce: voc� tem que dar um pouco mais de espa�o ao meu pessoal. - Ela tentou ignorar o sorriso nos olhos dele e continuou: - Sua equipe
� muito eficiente, mas numa produ��o desse tamanho precisamos de mais gente. Seu pessoal conhece seu trabalho, mas n�o conhece televis�o.
- Seu pessoal n�o pode mexer nos meus acess�rios, Ryan. Nem ficar andando por a� quando estou armando tudo.
- Meu Deus, voc� quer que eles fa�am um juramento de sangue de n�o revelar seus segredos? - perguntou ela, agitando a prancheta. - Poder�amos marcar para a
pr�xima lua cheia.
- Boa id�ia, mas n�o sei quantos dos seus funcion�rios concordariam. Pelo menos n�o o seu coordenador de produ��o - ele acrescentou com um sorriso. - Acho
que ele n�o se importaria em ver seu pr�prio sangue.
Ryan levantou uma das sobrancelhas.
- Est� com ci�me?
Ele riu com uma satisfa��o t�o grande que ela quis bater nele.
- N�o seja rid�cula. Ele n�o representa amea�a.
- N�o � essa a quest�o - murmurou ela, amuada. - Ele � muito bom no seu trabalho, mas n�o pode faz�-lo se voc� se recusar a ser razo�vel.
- Ryan - disse ele, parecendo realmente surpreso - sou sempre razo�vel. O que gostaria que eu fizesse?
- Gostaria que deixasse Ned fazer o que ele tem de fazer. E gostaria que deixasse meu pessoal entrar no est�dio.
- Certamente - ele concordou. - Mas n�o quando eu estiver ensaiando.
- Pierce - disse ela em tom de perigo. - Voc� est� atando minhas m�os. Tem de fazer algumas concess�es para a televis�o.
- Estou ciente disso, Ryan, e farei. - Ele beijou sua testa. - Quando eu estiver pronto. N�o - ele continuou antes que ela pudesse falar novamente. - Voc�
tem que me deixar trabalhar com a minha pr�pria equipe at� eu ter certeza que est� perfeito.
- E quanto tempo vai levar?
Ela sabia que ele a estava persuadindo como tinha feito com todo mundo, de Coogar para baixo.
- Mais alguns dias. - Ele pegou sua m�o livre. - De qualquer forma, seus principais empregados est�o aqui.
- Tudo bem - disse ela, dando um suspiro. - Mas at� o fim da semana a equipe de ilumina��o ter� que participar dos ensaios. Isso � essencial.
- Fechado. - Ele apertou a m�o dela de modo solene. - Mais alguma coisa?
- Sim. - Ryan endireitou os ombros e lhe lan�ou um olhar direto. - O tempo para o primeiro segmento est� indo dez segundos al�m. Vai ter que alter�-lo para
se encaixar com a s�rie programada de comerciais.
- N�o, voc� ter� que alterar a s�rie programada de comerciais.
Ele lhe deu um leve beijo antes de se afastar. Antes que pudesse gritar com ele, Ryan descobriu que havia um bot�o de rosa na sua lapela. O prazer se misturou
com a f�ria at� que era tarde demais para agir.
- Ele � o m�ximo, n�o �?
Ryan virou a cabe�a e viu Elaine Fisher.
- O m�ximo - ela concordou. - Espero que esteja satisfeita com tudo, Srta. Fisher - ela acrescentou, e sorriu para a pequena loira que parecia uma bonequinha.
- Seu camarim � agrad�vel?
- � bom. - Elaine exibiu um sorriso encantador. - S� tem uma l�mpada queimada no meu espelho.
- Vou mandar verificar.
Elaine observou Pierce e deu sua risada r�pida e esfuziante.
- Tenho que lhe dizer que n�o me importaria em encontr�-lo no meu camarim.
- Acho que n�o posso providenciar isso, Srta. Fisher
- respondeu Ryan de modo formal.
- Ah, querida, eu mesma poderia se n�o fosse pela maneira que ele olha para voc�. - Ela piscou de forma amistosa para Ryan. - � claro que se n�o estiver interessada
eu poderia tentar consol�-lo.
O charme da atriz n�o era f�cil de resistir.
- N�o ser� necess�rio - Ryan lhe disse com um sorriso.
- � fun��o do produtor manter o artista feliz.
- Por que n�o v� se consegue arrumar um clone para mim? - Ela deixou Ryan e caminhou at� Pierce. - Pronto para mim?
Observando trabalhar juntos, Ryan viu que os instin-
tos dela estavam corretos. Formavam uma dupla perfeita. A beleza loira e fr�vola de Elaine e seu charme ing�nuo escondiam um talento agu�ado e um dom para
a com�dia. Era o equil�brio exato que Ryan desejara.
Ryan esperou, prendendo a respira��o enquanto as tochas eram acesas. Foi a primeira vez que ela viu a ilus�o do come�o ao fim. As chamas ficaram altas por
um momento, emitindo uma luz quase ofuscante at� Pierce espalhar as m�os e acalm�-las. Ent�o, ele se virou para Elaine.
- N�o queime o vestido - ela zombou. - � alugado. Ryan escreveu apressadamente uma mensagem para
guardar como improviso quando Elaine come�ou a levitar. Em instantes ela estava flutuando acima das chamas.
- Est� indo bem.
Ryan olhou para cima e sorriu para Bess.
- Sim, apesar de todos os problemas que causa, Pierce torna imposs�vel ser de outra maneira. Ele � implac�vel.
- Eu que o diga. - Elas o observaram em sil�ncio por um momento e ent�o Bess apertou o bra�o de Ryan. - N�o posso ag�entar - disse ela a meia voz para n�o
atrapalhar o ensaio. - Tenho que lhe contar.
- Contar o qu�?
- Queria contar primeiro a Pierce, mas... - Ela deu um sorriso de orelha a orelha. - Eu e Link...
- Ah, parab�ns! - Ryan interrompeu e a abra�ou. Bess riu.
- Voc� n�o me deixou terminar.
- Ia me dizer que v�o se casar.
- Bem, sim, mas...
- Parab�ns - disse Ryan de novo. - Quando aconteceu?
- Praticamente agora. - Parecendo um pouco aturdida, Bess co�ou a cabe�a. - Estava no meu camarim me aprontando quando ele bateu na porta. N�o quis entrar.
Ficou parado na porta mexendo os p�s, sabe como �? Ent�o, de repente, ele me perguntou se eu queria casar. - Bess balan�ou a cabe�a e riu mais uma vez. - Fiquei
t�o surpresa que perguntei a ele com quem.
- Oh, Bess, voc� n�o fez isso.
- Fiz sim. Bem, voc� n�o espera esse tipo de pergunta depois de 20 anos.
- Coitado do Link - murmurou Ryan com um sorriso.
- O que ele disse?
- Ele ficou parado por um minuto, olhando para mim e mudando de cor, e ent�o disse "Bem, comigo, eu acho."
- Ela deu uma risadinha. - Foi muito rom�ntico.
- Achei lindo - Ryan lhe disse. - Fico t�o feliz por voc�s.
- Obrigada. -Ap�s um sorriso sensual, ela olhou para Pierce novamente. - N�o conte nada para Pierce, combinado? Acho que vou deixar que Link conte.
- N�o direi nada - ela prometeu. - Vai se casar logo? Bess deu um sorriso torto.
- Querida, � melhor acreditar. Pelo que posso ver, j� somos casados h� 20 anos, e isso � tempo suficiente. - Ela dobrou a bainha do moletom entre os dedos.
- Acho que teremos que esperar apenas a exibi��o do especial e ent�o damos o salto.
- V�o continuar com Pierce?
- Claro. - Ela olhou para Ryan com ar zombeteiro.
- Somos uma equipe. � claro que eu e Link vamos morar na minha casa, mas n�o nos separar�amos.
- Bess - Ryan come�ou devagar. - Tem algo que estou querendo perguntar a voc�. � sobre a ilus�o final. - Ela lan�ou um olhar preocupado para Pierce enquanto
ele continuava a trabalhar com Elaine. - Ele esta fazendo tanto segredo a respeito! Tudo que ele disse at� agora � que � uma fuga e que ele precisar� de quatro minutos
e dez segundos do come�o ao fim. O que sabe sobre isso? Bess deu de ombros.
- Ele est� mantendo isso bem guardado porque ainda n�o resolveu todos os problemas.
- Que tipo de problemas? - Ryan insistiu.
- Realmente n�o sei, s�... - Ela hesitou, dividida entre suas d�vidas e sua lealdade. - S� que Link n�o gosta.
- Por qu�? - Ryan p�s a m�o sobre o bra�o de Bess.
- � perigoso? Realmente perigoso?
- Olhe, Ryan, todas as fugas podem ser perigosas, a menos que esteja falando de camisa-de-for�a e algemas. Mas ele � o melhor. - Ela observou Pierce abaixar
Elaine ao ch�o. - Ele vai precisar de mim num minuto.
- Bess. - Ela manteve a m�o firme no bra�o da ruiva.
- Conte-me o que sabe.
- Ryan. - Bess suspirou quando olhou para ela. - Sei como se sente quanto a ele, mas n�o posso. O trabalho de Pierce � o trabalho de Pierce.
- N�o estou pedindo para voc� quebrar o c�digo de �tica do m�gico - disse ela impaciente. - Seja como for, ele ter� que me contar qual � a ilus�o.
- Ent�o, ele contar�.
Bess afagou sua m�o mas se afastou.
Os ensaios foram al�m do hor�rio como costumava acontecer com os ensaios de Pierce. Ap�s participar de uma reuni�o de produ��o no final da tarde, Ryan decidiu
esperar por ele no camarim. O problema da ilus�o final a tinha incomodado o dia todo. Ela n�o havia gostado do olhar preocupado de Bess.
O camarim de Pierce era espa�oso e suntuoso. O carpete era grosso, o sof�, macio e largo o bastante para servir de cama. Havia uma televis�o com tela grande,
um conjunto de som e um bar cheio de bebidas que ela sabia que Pierce nunca usava. Na parede havia um par de litografias muito boas. Era o tipo de camarim que Swan
reservava para artistas especiais. Ryan duvidava que Pierce passasse mais de 30 minutos por dia naquele espa�o quando estava em Los Angeles.
Bisbilhotou a geladeira, encontrou um quarto de suco de laranja e preparou uma bebida gelada antes de afundar no sof�. Pregui�osamente, pegou um livro da mesa.
Era um dos livros de Pierce, ela observou, outra obra sobre Houdini. Sem muito interesse, folheou as p�ginas.
Quando Pierce entrou, ele a encontrou enroscada sobre o sof� na metade do livro.
- Pesquisa?
Ryan levantou a cabe�a de repente.
- Ele realmente conseguia fazer todas essas coisas? - perguntou ela. - Estou falando dessa coisa de engolir agulhas e novelo de linha e depois retirar as agulhas
com a linha enfiada. Ele realmente n�o fazia, n�o �?
- Fazia.
Ele tirou a camisa. Ryan franziu a testa.
- Voc� consegue? Ele apenas sorriu.
- N�o tenho por h�bito copiar ilus�es. Como foi seu dia?
- Bom. Diz aqui que algumas pessoas achavam que ele tinha um bolso na pele.
Desta vez ele riu.
- N�o acha que j� teria encontrado o meu se eu tivesse um?
Ryan colocou o livro de lado e se levantou.
- Quero conversar com voc�.
- Tudo bem. - Pierce puxou-a para os seus bra�os e come�ou a cobrir seu rosto com beijos. - Em alguns minutos. Foram tr�s longos dias sem voc�.
- Foi voc� quem foi embora - ela lembrou-lhe, e deteve sua boca errante com a dela.
- Tinha alguns detalhes para resolver. N�o consigo trabalhar a s�rio aqui.
- � para isso que serve sua masmorra - ela murmurou e encontrou sua boca novamente.
- Exatamente. Vamos jantar esta noite. Algum lugar com velas e cantos escuros.
- Meu apartamento tem velas e cantos escuros - disse ela junto aos seus l�bios. - Podemos ficar a s�s l�.
- Tentar� me seduzir de novo.
Ryan riu e se esqueceu sobre o que queria conversar com ele.
- Eu vou seduzi-lo de novo.
- Ficou convencida, Srta. Swan. - Ele a afastou. - Nem sempre sou f�cil.
- Gosto de desafios.
Ele esfregou o nariz no dela.
- Gostou da flor?
- Sim, obrigada. - Ela envolveu seu pesco�o com os bra�os. - Impediu-me de importun�-lo.
- Eu sei. Acha dif�cil trabalhar comigo, n�o �?
- Extremamente. E se voc� deixar outra pessoa produzir seu pr�ximo especial, vou sabotar todas as suas ilus�es.
- Bem, ent�o terei que mant�-la para me proteger.
Ele tocou seus l�bios nos dela gentilmente, e a onda de amor a atingiu com tamanha for�a, t�o subitamente, que Ryan se agarrou nele.
- Pierce. - Ela queria falar r�pido antes que o velho medo a impedisse. - Pierce, leia minha mente. - Com os olhos cerrados, ela enterrou o rosto no seu ombro.
- Consegue ler minha mente?
Perplexo com a urg�ncia no seu tom de voz, ele a afastou para examin�-la. Ela arregalou os olhos e ele viu neles que ela estava um pouco apavorada, um pouco
atordoada. E viu algo mais que fez seu cora��o bater de forma irregular.
- Ryan?
Pierce levou uma das m�os ao rosto dela, temendo que ele estivesse vendo algo que s� ele queria ver. Temendo tamb�m que fosse real.
- Estou aterrorizada - sussurrou ela. - As palavras n�o querem sair. Pode v�-las? - A voz dela sa�a em espasmos. Ela mordeu o l�bio para firm�-la. - Se n�o
puder, eu entenderei. N�o precisa mudar nada.
Sim, ele as via, mas ela estava errada. Assim que foram ditas, elas mudaram tudo. Ele n�o queria que acontecesse, mas ele sabia, de alguma forma, que eles
chegariam a esse ponto. Ele soube no momento que a viu descer os degraus at� sua sala de trabalho. Ela era a mulher que mudaria tudo. Qualquer poder que ele tivesse,
se tornaria parcialmente dela assim que ele dissesse tr�s palavras. Era o �nico encantamento de verdade num mundo de ilus�o.
- Ryan. - Ele hesitou por um momento mas sabia que n�o podia impedir o que j� existia. - Eu amo voc�.
A respira��o dela saiu num fluxo de al�vio.
- Oh, Pierce, estava com tanto medo que n�o quisesse me ver. - Eles se aproximaram e se agarraram. - Eu o amo tanto. Tanto. - O suspiro dela saiu tr�mulo.
- � bom, n�o �?
- �. - Ele sentiu sua pulsa��o equiparar-se � dele. - Sim, � bom.
- N�o sabia que podia ser t�o feliz. Queria lhe dizer antes - murmurou ela junto � garganta dele. - Mas tinha tanto medo! Parece tolice agora.
- N�s dois t�nhamos medo. - Ele puxou-a mais para perto, mas ainda n�o foi suficiente. - Desperdi�amos tempo.
- Mas voc� me ama - murmurou ela, querendo apenas ouvir as palavras mais uma vez.
- Sim, Ryan, eu amo voc�.
- Vamos para casa, Pierce. - Ela passou os l�bios ao longo do seu maxilar. - Vamos para casa. Eu quero voc�.
- Uhum. Agora.
Ryan jogou a cabe�a para tr�s e riu.
- Agora? Aqui?
- Aqui e agora - ele concordou, apreciando o lampejo travesso em seus olhos.
- Algu�m pode entrar - disse ela e afastou-se dele. Sem dizer nada, Pierce virou-se para a porta e girou a
fechadura.
- Acho que n�o.
- Oh! - Ryan mordeu o l�bio, tentando n�o sorrir. - Parece que n�o tenho escolha.
- Pode gritar por socorro - ele sugeriu, enquanto retirava o casaco dos ombros dela.
- Socorro - disse ela baixinho, enquanto ele desabotoava a blusa dela. - Acho que ningu�m me ouviu.
- Ent�o parece que vou ter que fazer amor com voc�.
- Oh, que bom - sussurrou Ryan.
A blusa foi ao ch�o. Eles tocaram um no outro e riram com a pura alegria de estarem apaixonados. Beijaram-se e se abra�aram como se n�o houvesse amanh�. Murmuraram
palavras suaves e suspiraram de prazer. Mesmo quando o ato de amor se intensificou e a paix�o come�ou a dominar, havia uma alegria subjacente que permanecia inocente.
Ele me ama, pensou Ryan, e subiu as m�os pelas costas fortes. Ele me pertence. Ela respondeu aos beijos dele com fervor.
Ela me ama, pensou Pierce, sentindo o calor da pele de Ryan sob seus dedos. Ela me pertence. Ele buscou sua boca e a saboreou.
Eles se deram um ao outro, tomaram um do outro at� que fossem mais um do que dois. Havia paix�o crescente, uma ternura infinita e uma nova liberdade. Quando
o ato de amor findou, eles ainda conseguiam rir, tontos por saberem que para eles era apenas o come�o.
- Sabe de uma coisa? - murmurou Ryan. - Eu achava que era o produtor que atra�a o artista para o sof�.
- N�o fez isso?
Pierce deixou que os cabelos dela corressem pelos dedos dele. Com uma risada, Ryan beijou-o entre os olhos.
- Devia pensar que foi tudo sua id�ia.
Ela se sentou e pegou a blusa. Pierce sentou-se atr�s dela e passou a ponta do dedo pela sua espinha.
- Vai a algum lugar?
- Veja, Atkins, voc� vai fazer o teste de tela. - Ela reclamou quando ele mordeu seu ombro. - N�o tente mudar minha opini�o - disse ela antes de ficar fora
do alcance dele. - Sua parte comigo acabou.
- Oh?
Pierce apoiou-se no cotovelo para observar seu vestido.
- At� chegarmos em casa. - Ryan vestiu o robe e come�ou a tirar suas meias. Ela olhou a nudez dele. - � melhor voc� se vestir antes de eu mudar de id�ia. Terminaremos
trancados no pr�dio pelo resto da noite.
- Eu conseguiria que escap�ssemos quando quis�ssemos ir.
- Existem alarmes. Ele riu.
- Ora, Ryan.
Ela disparou um olhar para ele.
- Acho que foi bom voc� ter decidido n�o ser criminoso.
- � mais simples cobrar para abrir cadeados. As pessoas sempre achar�o fascinante pagar para ver que � poss�vel.
- Ele sorriu quando se sentou. - Elas n�o gostam se voc� faz de gra�a.
Curiosa, ela inclinou a cabe�a.
- J� deparou com um cadeado que n�o conseguiu abrir?
- Com tempo suficiente - disse Pierce enquanto pegava as roupas -, qualquer cadeado pode ser aberto.
- Sem ferramentas?
Ele levantou uma das sobrancelhas.
- Existem ferramentas e ferramentas. Ryan franziu as sobrancelhas para ele.
- Vou ter que procurar aquele bolso na sua pele de novo.
- Quando quiser - concordou ele de forma af�vel.
- Voc� poderia ser legal e me ensinar uma coisa: como se livrar das algemas.
- N�o. - Ele balan�ou a cabe�a enquanto vestia o jeans. - Elas podem ser �teis de novo.
Ryan deu de ombros como se n�o se importasse e come�ou a abotoar a blusa.
- Oh, esqueci. Queria falar com voc� sobre o final. Pierce pegou uma camisa limpa do arm�rio.
- O que tem?
- � precisamente o que quero saber - Ryan lhe disse.
- O que planejou exatamente?
- � uma fuga, eu disse a voc�. Ele colocou a camisa.
- Necessito mais do que isso, Pierce. O show vai ao ar em dez dias.
- Estou preparando. Reconhecendo o tom, Ryan foi at� ele.
- N�o, isso n�o � uma produ��o solo. Posso concordar com algumas de suas excentricidades em rela��o aos empregados. - Ela ignorou a express�o de indigna��o
dele.
- Mas tenho que saber exatamente o que vai ser transmitido. N�o pode me deixar �s escuras com menos de duas semanas para a grava��o.
- Vou sair de um cofre - disse ele simplesmente, e deu a Ryan seu sapato.
- Sair de um cofre. - Ela assimilou, observando-o. - Tem mais coisa, Pierce. N�o sou idiota.
- Terei minhas m�os e meus p�s algemados primeiro. Ryan curvou-se para pegar seu outro sapato. Sua relut�ncia cont�nua em dar mais detalhes causava um medo
real.
- O que mais, Pierce?
Ele n�o disse nada at� ter abotoado a camisa.
- � um procedimento numa caixa, dentro de uma caixa, que est� dentro de outra caixa. Um velho truque.
O medo aumentou.
- Tr�s cofres? Um dentro do outro?
- Isso mesmo. Cada um maior que o �ltimo.
- Os cofres s�o herm�ticos?
- S�o.
A pele de Ryan esfriou.
- N�o gosto disso.
Ele lan�ou um calmo olhar de avalia��o.
- N�o precisa gostar, Ryan, mas n�o precisa se preocupar tamb�m.
Ela engoliu em seco, sabendo que era importante manter o controle.
- Tem mais, n�o �? Eu sei que tem, me diga.
- O �ltimo cofre tem um dispositivo de tempo - disse ele sem muita emo��o. - J� fiz isso antes.
- Um dispositivo de tempo? - Um frio desceu pelas suas costas. - N�o, n�o pode fazer. � pura idiotice.
- N�o � nada de idiotice - Pierce retrucou. - Levei dez meses para desenvolver o mecanismo e o timing.
- Timing?
- Tenho tr�s minutos de ar.
Tr�s minutos!, ela pensou, e lutou para n�o perder o controle.
- E quanto tempo leva a fuga?
- No momento, pouco mais de tr�s minutos.
- Pouco mais - Ryan murmurou entorpecida. - Pouco mais. E se algo der errado?
- N�o espero que algo d� errado. J� revi v�rias vezes, Ryan.
Ela virou-se de costas e, depois, novamente para ele.
- N�o vou permitir isso. Est� fora de quest�o. Use o n�mero da pantera para o final, mas n�o isso.
- Vou usar a fuga, Ryan.
A voz dele estava muito calma e decidida.
- N�o! - Em p�nico, ela agarrou seus bra�os. - Vou cortar. Est� fora, Pierce. Pode usar uma de suas outras ilus�es ou inventar um novo, mas isso est� fora.
- N�o pode cortar. - O tom dele n�o se alterou enquanto ele olhava para ela. - Tenho a palavra final; leia o contrato.
Ela empalideceu e afastou-se dele.
- Que se dane, eu n�o ligo para o contrato. Eu sei o que est� escrito nele. Eu o redigi!
- Ent�o sabe que n�o pode cortar a fuga - disse ele baixinho.
- N�o permitirei que fa�a isso. - L�grimas brotaram nos olhos dela, mas ela as afastou ao piscar os olhos. - N�o pode fazer isso.
- Sinto muito, Ryan.
- Encontrarei um jeito de cancelar o show. - A respira��o dela estava ofegante de raiva, medo e desespero. - Posso encontrar um jeito de romper o contrato.
- Talvez. - Ele p�s as m�os sobre os ombros dela. - Mesmo assim farei a fuga, Ryan, no m�s seguinte, em Nova York.
- Pierce, pelo amor de Deus! - Desesperadamente, ela agarrou-se aos bra�os dele. - Voc� pode morrer l� dentro. N�o vale a pena. Por que tem que tentar algo
assim?
- Porque consigo fazer. Ryan, entenda que � o meu trabalho.
- Entendo que o amo. Isso n�o faz diferen�a?
- Sabe que faz - disse ele de modo �spero. - Sabe quanto.
- N�o, n�o sei quanto. - Agitada, ela afastou-se dele.
- S� sei que vai fazer isso n�o importa o quanto eu implore para n�o fazer. Espera que eu fique parada e assista voc� arriscar sua vida por um pouco de aplauso
e um artigo.
- N�o tem nada a ver com aplauso nem artigo. - O primeiro sinal de raiva disparou nos seus olhos. - Deveria me conhecer melhor.
- N�o, n�o, n�o o conhe�o - disse ela em desespero.
- Como posso entender o motivo de voc� insistir em fazer algo assim? N�o � necess�rio para o show nem para sua carreira!
Ele lutou para se controlar e respondeu calmamente.
- � necess�rio para mim.
- Por qu�? - ela perguntou, furiosa. - Por que � necess�rio arriscar sua vida?
- � seu ponto de vista, Ryan, n�o o meu. Isso � parte do meu trabalho, parte do que sou. - Ele parou, mas n�o foi at� ela. - Ter� que aceitar isso se me aceitar.
- N�o � justo.
- Talvez n�o - ele concordou. - Sinto muito. Ryan engoliu em seco, lutando contra as l�grimas.
- Onde isso nos deixa?
Ele manteve os olhos sobre ela.
- Depende de voc�.
- N�o vou assistir. - Ela recuou at� a porta. - N�o vou! N�o vou passar minha vida esperando o momento de voc� ir longe demais. N�o posso. - Ela mexeu na fechadura
com os dedos tr�mulos. - Que se dane sua m�gica! - disse ela aos solu�os ao sair pela porta em disparada.

Cap�tulo 15


Ap�s deixar Pierce, Ryan foi direto para o escrit�rio do pai. Pela primeira vez na vida ela entrou sem bater. Aborrecido com a interrup��o, Swan cortou o que
estava falando ao telefone e franziu a testa. Por um momento ele ficou olhando para ela. Ele nunca tinha visto Ryan assim: p�lida, tr�mula, com os olhos arregalados
e brilhantes devido �s l�grimas suprimidas.
- Ligo para voc� depois - ele murmurou, e desligou. Ela ainda estava parada na porta, e Swan viu-se na posi��o incomum de n�o saber o que dizer. - O que foi?
- perguntou, e limpou a garganta.
Ryan apoiou-se na porta at� ter certeza que suas pernas estavam suficientemente firmes para caminhar. Lutando para se controlar, foi at� a mesa de seu pai.
- Preciso... Quero que cancele o especial de Atkins.
- O qu�? - Ele p�s-se de p� e olhou furioso para ela. - O que � isso? Se voc� decidiu cair aos peda�os por causa da press�o, posso arrumar uma substitui��o.
Ross pode assumir o controle. Droga! - Ele bateu a m�o na mesa. - Devia saber que n�o podia colocar voc� no comando. Ele j� estava indo pegar o fone.
- Por favor. - A voz tranq�ila de Ryan o deteve. - Estou pedindo para cancelar o contrato e o show.
Swan come�ou a xing�-la de novo, fez outro exame cuidadoso de seu rosto e caminhou at� o bar. Sem dizer nada, colocou uma dose grande de conhaque franc�s no
copo. A garota estava fazendo-o se sentir desajeitado.
- Tome - disse ele em tom �spero ao colocar o copo em suas m�os. - Sente-se e beba isso.
Sem ter certeza do que fazer com uma filha que parecia arrasada e impotente, ele afagou seu ombro um pouco sem jeito antes de voltar para tr�s da mesa.
- Agora - novamente acomodado ele se sentia mais no controle da situa��o -, diga-me do que se trata. Problema nos ensaios? - Ele deu o que esperava que fosse
um sorriso de compreens�o. - Voc� j� est� no ramo h� bastante tempo para saber que � parte do jogo.
Ryan respirou fundo e engoliu o conhaque. Ela o deixou queimar as camadas de medo e tristeza. Sua respira��o seguinte foi mais firme. Ela olhou para o pai
de novo.
- Pierce est� planejando uma fuga para o final.
- Sei disso - disse ele impaciente. - Vi o roteiro.
- � perigoso demais.
- Perigoso? - Swan dobrou as m�os sobre a mesa. Ele concluiu que podia lidar com isso. - Ryan, o homem � um profissional. Ele sabe o que est� fazendo.
Swan inclinou o pulso de leve para que pudesse ver o rel�gio. Podia lhe dar cerca de cinco minutos.
- Isso � diferente - ela insistiu. Para n�o gritar ela segurou firme o copo. Swan nunca prestava aten��o em histeria. - At� seu pr�prio pessoal n�o gosta.
- Tudo bem, o que ele est� planejando?
Incapaz de formar as palavras, Ryan deu outro gole no conhaque.
- Tr�s cofres - ela come�ou. - Um dentro do outro. O �ltimo... - Ela parou por um momento para manter a voz serena. - O �ltimo tem um dispositivo de tempo.
Ele s� ter� tr�s minutos de ar assim que for fechado dentro do primeiro cofre. Ele acabou... acabou de me contar que o n�mero leva pouco mais que isso.
- Tr�s cofres - Swan refletiu, franzindo os l�bios. - Muito bom.
Ryan fez um grande barulho ao colocar o copo sobre a mesa.
- Principalmente se ele ficar asfixiado. Pense no bem que vai fazer para a audi�ncia! Eles podem lhe conceder o Emmy ap�s a morte.
Swan arqueou as sobrancelhas de um jeito que indicava perigo.
- Calma, Ryan.
- N�o vou ficar calma. - Ela pulou da cadeira. - Ele n�o pode ter permiss�o para fazer isso. Temos que cancelar o contrato.
- N�o posso fazer isso.
Swan levantou os ombros para descartar a id�ia.
- N�o quer fazer isso - Ryan corrigiu, furiosa.
- N�o quero fazer isso - Swan concordou, usando o mesmo tom de voz. - Existe muita coisa em jogo.
- Tudo est� em jogo! - Ryan gritou para ele. - Estou apaixonada por ele.
Ele tinha come�ado a se levantar e a gritar com ela tamb�m, mas as palavras dela o tomaram de surpresa. Swan ficou olhando para ela. Havia l�grimas de desespero
nos seus olhos agora. Mais uma vez ele estava sem saber o que fazer.
- Ryan. - Ele suspirou e pegou um charuto. - Sente-se.
- N�o! - Ela pegou o charuto dos seus dedos e o atirou do outro lado da sala. - N�o vou sentar, n�o vou sentar. Estou pedindo sua ajuda. Por que n�o quer olhar
para mim? - perguntou ela, desesperada e com raiva. - Olhe para mim de verdade!
- Estou olhando para voc�! - ele berrou em sinal de defesa. - E posso lhe dizer que n�o estou satisfeito. Agora sente e me ou�a.
- N�o, cansei de ouvi-lo, de tentar agrad�-lo. Fiz tudo que o senhor sempre quis que eu fizesse, mas nunca foi o suficiente. N�o posso ser seu filho, n�o posso
mudar isso. - Ela cobriu o rosto com as m�os e desmoronou por completo. - Sou apenas sua filha, e preciso que me ajude.
As palavras o deixaram sem fala. As l�grimas o derrubaram. Ele n�o conseguia se lembrar se j� a tinha visto chorar antes; certamente, ela nunca o fizera de
forma t�o passional. Levantando-se meio desajeitado, ele procurou o len�o.
- Tome aqui. - Enfiou o len�o nas m�os dela e imaginou o que fazer depois. - Eu sempre... - Ele limpou a garganta e olhou impotente em volta da sala. - Sempre
tive orgulho de voc�, Ryan.
Quando ela reagiu chorando de forma mais desesperada, ele enfiou as m�os nos bolsos e ficou em sil�ncio.
- N�o faz diferen�a. - A voz dela ficou abafada por tr�s do len�o. Ela sentiu uma onda de vergonha pelas palavras e as l�grimas. - N�o faz mais diferen�a.
- Eu ajudaria voc�, se pudesse - ele murmurou por fim. - N�o posso det�-lo. Mesmo se pudesse cancelar o show e lidar com os processos que a emissora e Atkins
abririam contra a Swan Produ��es, ele faria a maldita coisa de qualquer forma.
Confrontada com a pura verdade, Ryan afastou-se dele.
- Deve haver alguma coisa...
Swan mudou de posi��o, desconfort�vel.
- Ele est� apaixonado por voc�?
Ryan respirou de forma irregular e afastou as l�grimas.
- N�o faz diferen�a como ele se sente a meu respeito. N�o posso det�-lo.
- Conversarei com ele. Cansada, ela balan�ou a cabe�a.
- N�o, n�o adiantaria nada. Desculpe. - Ela virou-se novamente para seu pai. - Eu n�o deveria ter vindo aqui assim. N�o estava pensando direito. - Ela abaixou
os olhos e enrolou o len�o. - Desculpe por ter feito uma cena.
- Ryan, sou seu pai.
Ela ent�o olhou para ele, mas os olhos dela estavam inexpressivos.
- �.
Ele limpou a garganta e descobriu que n�o sabia o que fazer com as m�os.
- N�o quero que pe�a desculpas por vir me ver. - Ela apenas continuou a olhar com os olhos sem emo��o. Ele esticou o bra�o para tentar toc�-la. - Farei o que
puder para tentar convencer Atkins a n�o fazer o n�mero, se � o que quer.
Ryan deu um longo suspiro antes de sentar.
- Obrigada, mas o senhor tinha raz�o. De qualquer forma, ele far� depois. Ele mesmo me disse. Simplesmente n�o consigo lidar com isso.
- Quer que Ross assuma o controle? Ela comprimiu os dedos nos olhos.
- N�o - disse ela balan�ando a cabe�a. - N�o, terminarei o que comecei. Esconder-me n�o vai mudar nada tamb�m.
- Muito bem - disse ele balan�ando a cabe�a satisfeito. - Agora, ah... - Ele hesitou enquanto buscava as palavras corretas. - Sobre voc� e o m�gico. - Ele
tossiu e mexeu na gravata. - Est� planejando... quer dizer, eu deveria conversar com ele sobre suas inten��es?
Ryan tinha achado que n�o conseguiria mais sorrir.
- N�o, isso n�o ser� necess�rio. - Ela viu al�vio nos olhos de Swan e se levantou. - Gostaria de ter uma folga depois da grava��o.
- Claro, voc� merece.
- N�o vou incomod�-lo mais.
Ela come�ou a se virar, mas ele p�s a m�o em seu ombro. Ryan olhou para ele surpresa.
- Ryan... - Ele n�o sabia bem o que queria dizer. Em vez disso, apertou seu ombro. - Venha. Vou lev�-la para jantar.
Ryan ficou olhando para ele. Quando foi a �ltima vez, ela se perguntou, que ela fora jantar com o pai? Um banquete de entrega de pr�mios? Uma festa de neg�cios?
- Jantar? - perguntou perplexa.
- �. - A voz de Swan ficou aguda enquanto seus pensamentos seguiram o mesmo caminho que os dela tinham seguido. - Um homem pode levar sua filha para jantar,
n�o pode? - Ele passou o bra�o em volta da cintura dela e conduziu-a at� a porta. Como ela era pequena!, ele percebeu, um tanto surpreso. - V� lavar seu rosto -
murmurou. - Esperarei por voc�.


�s 10h da manh� seguinte, Swan terminou de ler o contrato de Atkins pela segunda vez. Um neg�cio complicado, ele pensou. N�o seria f�cil romper. Mas ele n�o
tinha inten��o de romp�-lo. Isso n�o s� seria ruim para os neg�cios mas tamb�m um gesto in�til. Ele pr�prio teria que lidar com Atkins. Quando a campainha tocou,
ele virou o contrato para baixo.
- O Sr. Atkins est� aqui, Sr. Swan.
- Mande-o entrar.
Swan se levantou quando Pierce entrou e, como tinha feito da primeira vez, cruzou a sala com a m�o estendida.
- Pierce - disse ele de forma jovial. - Obrigado por ter vindo.
- Sr. Swan.
- Bennett, por favor - disse ele enquanto levava Pierce at� uma cadeira.
Swan sentou-se na cadeira em frente a ele e recostou-se.
- Bem, est� satisfeito com o andamento de tudo? Pierce levantou uma das sobrancelhas.
- Estou.
Swan pegou um charuto. "O homem � frio demais", ele pensou, de m� vontade. N�o revela nada. Swan decidiu abordar o assunto de outro modo.
- Coogar me disse que os ensaios est�o indo muito bem. Ele fica preocupado. - Swan sorriu. - Ele � um tremendo supersticioso, gosta de muita confus�o antes
de uma grava��o. Ele me disse que o senhor poderia dirigir o show sozinho.
- Ele � um bom diretor - disse Pierce tranq�ilamente, observando Swan acender seu charuto.
- O melhor - concordou Swan de modo cordial. - Estamos um pouco preocupados com os seus planos para o final.
- Hum?
- Isso � televis�o, sabe como � - Swan lembrou-lhe, dando um grande sorriso. - Quatro minutos e dez segundos � um pouco longo para um n�mero.
- � necess�rio. - Pierce deixou as m�os repousarem sobre os bra�os da cadeira. - Tenho certeza de que Ryan disse a voc�.
Os olhos de Swan viram o olhar direto.
- Sim, Ryan me disse. Ela veio aqui ontem � noite. Estava agitada.
Os dedos de Pierce ficaram um pouco tensos, mas ele manteve o olhar uniforme.
- Sei. Sinto muito.
- Veja bem, Pierce, somos homens razo�veis. - Swan inclinou-se na sua dire��o, remexendo o charuto. - Esse seu n�mero parece uma beleza. Essa coisa do dispositivo
de tempo � uma grande inspira��o, mas com uma pequena modifica��o...
- N�o modifico minhas ilus�es. A recusa fria fez Swan vociferar.
- Nenhum contrato � talhado em pedra - disse ele em tom de amea�a.
- Pode tentar romp�-lo - concordou Pierce. - Causar� muito mais problemas para o senhor do que para mim. E no final n�o mudar� nada.
- Droga, homem, a garota est� fora de si! - Batendo com o punho na coxa, Swan recostou-se de novo na cadeira. - Ela diz que est� apaixonada por voc�.
- Ela est� apaixonada por mim - respondeu Pierce baixinho e ignorou a contra��o no est�mago.
- O que pretende fazer a respeito?
- Est� me perguntando como pai ou como a Swan Produ��es?
Swan franziu a testa e murmurou por um momento.
- Como pai - decidiu.
- Estou apaixonado por Ryan. - Pierce olhou para Swan com calma. - Se ela estiver disposta, passarei minha vida com ela.
- E se ela n�o estiver? - retrucou Swan.
Os olhos de Pierce escureceram, alguma coisa estremeceu, mas ele n�o disse nada. Isso era algo com o qual ele teria que lidar. Na breve passagem de tempo Swan
viu o que queria saber. Ele for�ou sua vantagem.
- Uma mulher apaixonada nem sempre � razo�vel - disse ele com um sorriso amistoso. - Um homem tem que fazer certos ajustes.
- H� muito pouca coisa que eu n�o faria por Ryan - respondeu Pierce. - Mas n�o � poss�vel mudar o que sou.
- Estamos falando de um n�mero - retrucou Swan, perdendo a paci�ncia.
- N�o, estamos falando sobre meu modo de vida. Poderia deixar essa fuga de lado - ele continuou, enquanto Swan franzia as sobrancelhas para ele -, mas haveria
outra, depois outra. Se Ryan n�o consegue aceitar essa agora, como poder� aceitar outra depois?
- Voc� a perder� - Swan alertou.
Pierce se levantou diante disso, incapaz de continuar sentado.
- Talvez nunca a tenha tido. - Ele podia suportar a dor, disse a si mesmo. Sabia como lidar com ela. Sua voz estava serena quando continuou: - Ryan tem que
fazer suas pr�prias escolhas. Tenho que aceit�-las.
Swan p�s-se de p� e olhou furioso.
- N�o me parece um homem apaixonado.
Pierce lan�ou-lhe um olhar longo e frio que fez Swan engolir em seco.
- Numa vida de ilus�es - disse ele com a voz �spera -, ela � a �nica coisa real.
Ele se virou e saiu da sala.


Cap�tulo 16


Eles gravariam �s 6h do hor�rio da Costa Oeste. At� as 4h da tarde, Ryan tinha lidado com tudo, desde um administrador de propriedade irado at� um cabeleireiro
nervoso. N�o havia nada como uma transmiss�o ao vivo para deixar at� veteranos experientes um tanto loucos. Como foi dito para ela por um ajudante fatalista: "O
que puder dar errado, dar�." N�o era o que Ryan queria ouvir.
Mas os problemas, as exig�ncias e o toque de insanidade a impediam de arrastar-se at� um canto conveniente para chorar. Precisavam dela, e ela n�o tinha escolha
a n�o ser mostrar-se segura. Se sua carreira era tudo que ia lhe restar, Ryan sabia que precisava dedicar a ela tudo de si.
Havia evitado Pierce por dez dias, mantendo uma dist�ncia emocional. Eles n�o tinham como deixar de se encontrarem, de tempos em tempos, mas apenas como produtora
e estrela. Ele n�o fez nenhuma tentativa de encurtar o espa�o entre eles.
Ryan sofria. �s vezes, ainda a surpreendia o quanto sofria. Mesmo assim, aceitava de bom grado. O sofrimento sufocava o medo. Os tr�s cofres tinham sido entregues.
Quando ela for�ou-se a examin�-los, viu que o menor n�o tinha mais de 90 cent�metros de altura e 60 cent�metros de largura. O pensamento de Pierce se dobrando na
pequena caixa preta fez seu est�mago revirar.
Ela ficou parada examinando o cofre maior com sua porta espessa e seu dispositivo de tempo complexo quando sentiu que ele estava atr�s dela. Quando se virou,
eles olharam um para o outro em sil�ncio. Ryan sentiu o desejo, o amor, o desespero antes de afastar-se dele. Nem por meio de palavras nem de gestos ele pediu que
ela ficasse.
Desse ponto em diante, Ryan manteve-se longe dos cofres, concentrando-se, em vez disso, em verificar e tornar a verificar todos os m�nimos detalhes da produ��o.
O guarda-roupa tinha de ser supervisionado. Um refletor quebrado precisou ser consertado no �ltimo momento. Um t�cnico doente teve que ser substitu�do. E o
timing, o mais crucial dos elementos, teve que ser resolvido at� o �ltimo segundo.
Parecia n�o haver fim para os problemas de �ltima hora, e ela s� poderia ficar grata quando aparecia um novo. N�o houve tempo para pensar, at� o momento em
que a plat�ia do est�dio come�ou a entrar.
Com o est�mago cheio de n�s, o rosto tranq�ilo, Ryan esperou na cabine de controle enquanto o diretor de est�dio fazia a contagem regressiva final.
Come�ou.
Pierce estava no palco, frio e competente. O set estava perfeito: limpo, desobstru�do e levemente misterioso, com uma ilumina��o moderada. Todo de preto, ele
era um bruxo do s�culo XX, sem precisar de varas m�gicas ou chap�us pontiagudos.
A �gua flu�a entre suas palmas, o fogo disparava da ponta dos seus dedos. Ryan observava enquanto ele equilibrava Bess na ponta de um sabre, fazendo-a girar
como um pi�o, retirando a espada em seguida com um floreio at� que ela girasse sobre absolutamente nada.
Elaine flutuava sobre as chamas das tochas enquanto a plat�ia prendia a respira��o. Pierce fechou-a numa bolha de vidro transparente, coberta com seda vermelha,
e fez com que o objeto flutuasse tr�s metros acima do palco. Oscilou levemente ao som da m�sica de Link. Quando Pierce a trouxe para baixo e retirou a seda, Elaine
era um cisne branco.
Ele variou suas ilus�es - arrojadas, espetaculares e simplesmente belas. Controlava os elementos, desafiava a natureza e deixava todo mundo desnorteado.
- Est� tudo saindo como um sonho. - Ryan ouviu algu�m dizer entusiasmado. - Vamos faturar alguns Emmys por esse. Trinta segundos, c�mera dois. Meu Deus, esse
cara � realmente bom!
Ryan saiu da cabine de controle e foi para os bastidores. Disse a si mesma que estava com frio porque o aparelho de ar-condicionado estava ligado na temperatura
m�xima. Estaria mais quente perto do palco. As luzes l� tinham um brilho quente, mas a pele dela permanecia fria. Ela assistia enquanto ele executava uma varia��o
da ilus�o de transporte que tinha usado em Las Vegas.
Ele n�o olhou na sua dire��o, mas Ryan sentiu que ele sabia que ela estava l�. Tinha de saber, porque os pensamentos dela estavam concentrados nele, inteiramente.
- Est� indo bem, n�o est�?
Ryan levantou os olhos e viu Link a seu lado.
- Sim, perfeito at� agora.
- Gostei do cisne. � bonito.
- �.
- Talvez devesse ir ao camarim de Bess e se sentar - ele sugeriu, desejando que n�o tivesse uma apar�ncia t�o p�lida e fria. - Poderia assistir na tev� l�
dentro.
- N�o. N�o, vou ficar.
Pierce tinha um tigre sobre o palco, um felino esguio andando de um lado para o outro numa jaula dourada. Ele a cobriu com a mesma seda que usara na bolha.
Quando a removeu, Elaine estava enjaulada e o tigre havia desaparecido. Sabendo que era a �ltima ilus�o antes da fuga final, Ryan respirou fundo.
- Link.
Ela pegou sua m�o, precisando de algo para se agarrar.
- Ele vai se sair bem, Ryan. - Ele deu um apert�o nos dedos dela. - Pierce � o melhor.
O cofre menor foi trazido, sua porta escancarada enquanto ele era girado v�rias vezes para mostrar sua solidez. Ryan saboreou o travo de chumbo do medo. N�o
ouviu a explica��o de Pierce para a plat�ia enquanto tinha as m�os e os p�s algemados por um capit�o do Departamento de Pol�cia de Los Angeles. Os olhos dela estavam
grudados no rosto dele. Ela sabia que a parte mais profunda da mente dele j� estava trancada dentro do cofre. J� estava trabalhando em sua fuga. Era a isso que se
agarrava de modo t�o firme quanto � m�o de Link.
Ele mal coube no primeiro cofre. Seus ombros ro�aram as laterais.
Ele n�o conseguir� se mover l� dentro, pensou ela com uma punhalada de p�nico. Quando a porta se fechou, ela deu um passo na dire��o do palco. Link segurou-a
pelos ombros.
- N�o pode fazer isso, Ryan.
- Mas, pelo amor de Deus, ele n�o pode se mover. N�o pode respirar!
Ela observou com horror crescente quando o segundo cofre foi trazido.
- Ele j� se livrou das algemas - disse Link para acalm�-la, embora n�o tenha gostado de ver o cofre que mantinha Pierce suspenso e trancado dentro do segundo.
- Ele deve estar abrindo a primeira porta agora - disse ele para confortar tanto a si mesmo quanto a Ryan. - Ele trabalha r�pido. Voc� sabe. Voc� j� viu.
- Oh, n�o.
O terceiro cofre fez o medo ficar quase fora do controle dela. Ela sentiu uma grande tontura e teria perdido o equil�brio se as m�os de Link n�o a tivessem
mantido ereta. O cofre maior engoliu os dois outros e ele, l� dentro. Foi fechado e aferrolhado. O dispositivo de tempo foi ajustado para meia-noite. N�o havia como
entrar pelo lado de fora agora.
- Quanto tempo? - murmurou ela. Os olhos dela estavam grudados no cofre e no dispositivo de tempo reluzente e complicado. - Quanto tempo faz desde que entrou?
- Dois minutos e meio. - Link sentiu uma gota de suor correr pelas suas costas. - Ele tem bastante tempo.
Ele sabia que os cofres se encaixavam t�o pr�ximos que as portas s� podiam ser abertas o suficiente para uma crian�a passar engatinhando. Nunca entendeu como
Pierce conseguia torcer e dobrar seu corpo como fazia. Mas ele o tinha visto fazer isso. Diferentemente de Ryan, Link tinha visto Pierce ensaiar a fuga in�meras
vezes. O suor continuava a rolar pelas suas costas.
O ar estava rarefeito. Ryan mal conseguia inspir�-lo para os pulm�es. Era como estava dentro do cofre, pensou entorpecida. Sem ar, sem luz.
- Tempo, Link!
Ela tremia como vara verde agora. O grandalh�o parou de rezar para responder.
- Dois e cinq�enta. Est� quase terminando. Ele est� no �ltimo agora.
Apertando as m�os, Ryan come�ou a contar os segundos na cabe�a. O rugir nos seus ouvidos fez com que ela mordesse o l�bio firme. Nunca tinha desmaiado na vida,
mas sabia que corria grande perigo de faz�-lo agora. Quando sua vis�o emba�ou, ela comprimiu os olhos para desanuvi�-la. Mas n�o conseguiu respirar. Pierce estava
sem ar agora, e ela tamb�m. Num momento de histeria, pensou que sufocaria parada ali t�o certamente quanto aconteceria com Pierce dentro dos tr�s cofres.
Ent�o ela viu a porta se abrir, ouviu o suspiro unificado de al�vio da plat�ia antes da explos�o de aplausos. Ele estava de p� no palco, �mido de suor e inspirando
o ar.
Ryan desfaleceu novamente junto ao corpo de Link quando a escurid�o encobriu os refletores. Ela perdeu a consci�ncia por poucos segundos, voltando a si quando
ouviu Link cham�-la.
- Ryan, Ryan, est� tudo bem. Ele saiu. Ele est� bem. Escorando-se em Link, ela balan�ou a cabe�a para desanuvi�-la, depois se virou e se afastou.
No momento em que as c�meras foram desligadas, Pierce desceu do palco.
- Onde est� Ryan? - ele perguntou a Link.
- Ela saiu. - Ele viu um fio de suor descer pelo rosto de Pierce. - Ela estava muito transtornada. - Ele ofereceu a Pierce a toalha que estava segurando para
ele. - Acho que talvez tenha desmaiado por um minuto.
Pierce n�o enxugou o suor, n�o sorriu como sempre fazia quando completava uma fuga.
- Aonde ela foi?
- N�o sei. Acabou de sair.
Sem dizer uma palavra, Pierce foi � sua procura.


Ryan estava deitada no sol forte. Havia uma coceira no centro das suas costas, mas ela n�o se mexeu para co��-la. Ficou parada e deixou o calor entranhar em
sua pele.
Tinha passado uma semana a bordo do iate do pai ao largo da costa de St. Croix. Swan permitiu que fosse sozinha, como ela pediu, sem fazer perguntas quando
ela chegou na sua casa e lhe pediu um favor. Tinha feito os preparativos para ela, e ele mesmo a levara ao aeroporto. Ryan pensou depois que tinha sido a primeira
vez que ele n�o a colocara numa limusine com um motorista e a despachado para pegar um avi�o sozinha.
J� havia v�rios dias que ela estava deitada ao sol, nadando e sem pensar em nada. Nem mesmo havia voltado ao seu apartamento ap�s a grava��o. Tinha chegado
a St. Croix com a roupa do corpo. O que precisava, podia ser comprado na ilha. N�o falava com ningu�m, a n�o ser a tripula��o, e n�o enviou mensagens de volta aos
Estados Unidos. Por uma semana, simplesmente sumiu da face da Terra.
Ryan virou-se de costas e colocou os �culos de sol. Ela sabia que se n�o se for�asse a pensar a resposta que precisava lhe viria no devido tempo. Quando viesse,
seria correta, e ela agiria com base nela. At� ent�o, ela esperou.
Na sua sala de trabalho, Pierce embaralhou e cortou as cartas de tar�. Precisava relaxar. A tens�o o estava corroendo.
Ap�s a grava��o, ele tinha procurado Ryan no pr�dio todo. Como ela n�o estava em nenhum lugar, ele quebrou uma de suas regras principais e abriu a fechadura
do seu apartamento. Esperou-a at� a manh� seguinte. Ela n�o voltou para casa. Isso o deixou enlouquecido, furioso. E deixou a f�ria tomar conta dele, impedindo a
dor de entrar. Raiva, a raiva indisciplinada que ele nunca se permitira, veio com toda a for�a. Link suportou o impacto do seu mau humor em sil�ncio.
Pierce levou dias para recobrar seu controle. Ryan se foi, e ele tinha que aceitar. Seu conjunto de regras o deixava sem escolha. Mesmo se soubesse onde encontr�-la,
n�o poderia traz�-la de volta.
Na semana que passou ele n�o tinha trabalhado. N�o teve for�as. Sempre que tentava se concentrar, via apenas Ryan - sentia-a, saboreava-a. Era tudo que ele
conseguia fazer aparecer. Tinha que achar seu caminho de volta. Sabia que se n�o encontrasse seu ritmo novamente logo estaria acabado.
Estava sozinho agora, j� que Link e Bess estavam passando a lua-de-mel nas montanhas. Quando tinha recobrado um pouco do seu controle, insistiu para que eles
realizassem seus planos. Mandou-os embora, esfor�ando-se para dar-lhes felicidade enquanto sua pr�pria vida avultava-se um grande vazio � sua frente.
Era hora de voltar para a �nica coisa que havia deixado. E mesmo isso trazia um pouco de medo. Ele n�o tinha mais certeza de que possu�a qualquer m�gica.
Colocou as cartas de lado e levantou-se para preparar uma de suas ilus�es mais complicadas. N�o se testaria com nada simples. Mesmo quando come�ou a treinar
sua concentra��o e flexionar as m�os, levantava os olhos e a via.
Pierce fitava a imagem. Ela nunca tinha lhe aparecido t�o nitidamente assim. Ele podia at� ouvir seus passos quando ela atravessava a sala at� o palco. Seu
perfume chegou at� ele primeiro e fez o sangue dele zunir. Ele se perguntou, de modo quase imparcial, se estava enlouquecendo.
- Ol�, Pierce.
Ryan o viu pular de repente como se ela o tivesse acordado de um sonho.
- Ryan?
O nome dela nos l�bios dele saiu suave, inquisitivo.
- A porta da frente n�o estava trancada, ent�o entrei. Espero que n�o se importe.
Ele continuou a olhar para ela e n�o disse nada. Ela subiu os degraus do palco.
- Interrompi seu trabalho.
Ele seguiu seu olhar, olhou para o frasco de vidro nas m�os e os cubos coloridos sobre a mesa.
- Trabalho? N�o... Tudo bem.
Ele largou o frasco. N�o teria conseguido fazer o truque mais b�sico.
- N�o vai levar muito tempo - disse-lhe Ryan com um sorriso. Ela nunca o havia visto desconcertado e tinha quase certeza de que nunca o veria assim novamente.
- H� um novo contrato que precisamos discutir.
- Contrato? - repetiu ele, incapaz de tirar os olhos de cima dela.
- Sim, � por isso que vim.
- Entendo. - Ele queria toc�-la mas manteve as m�os sobre a mesa. Recusava-se a tocar o que n�o mais lhe pertencia. - Voc� est� com uma boa apar�ncia - ele
conseguiu dizer, e ofereceu-lhe uma cadeira. - Onde esteve?
Saiu antes que ele pudesse impedir; foi quase uma acusa��o. Ryan apenas sorriu mais uma vez.
- Estive fora - disse ela simplesmente, e deu um passo � frente. - Pensou em mim?
Foi ele que recuou.
- Sim, pensei em voc�.
- Bastante?
A palavra saiu baixa enquanto ela caminhava na sua dire��o.
- N�o fa�a isso, Ryan.
A voz dele tinha um tom defensivo e agudo enquanto ele caminhava para tr�s.
- Pensei bastante em voc� - ela continuou, como se ele n�o tivesse falado. - Constantemente, embora tentasse n�o faz�-lo. Voc� trabalha com po��es de amor,
Pierce? Foi o que fez comigo? - Ela deu outro passo na sua dire��o. - Fiz muito esfor�o para odi�-lo, e mais ainda para esquec�-lo. Sua m�gica � forte demais.
O perfume dela girou pelos seus sentidos at� eles ficarem anuviados com a presen�a dela.
- Ryan, sou s� um homem, e voc� � minha fraqueza. N�o fa�a isso. - Pierce balan�ou a cabe�a e apelou para o que restava de seu controle. - Tenho trabalho a
fazer.
Ryan deu uma olhada na mesa e brincou com um dos cubos coloridos.
- Ter� que esperar. Sabe quantas horas h� numa semana? - perguntou, e sorriu para ele.
- N�o. Pare com isso, Ryan.
O sangue estava invadindo a cabe�a dele. O desejo estava ficando incontrol�vel.
- Cento e sessenta e oito - murmurou ela. - Muita coisa para compensar.
- Se eu toc�-la, n�o deixarei que se v� novamente.
- E se eu toc�-lo?
Ela colocou a m�o no seu peito.
- N�o fa�a isso - ele apressou-se em alertar. - Deveria ir embora enquanto ainda pode.
- Vai fazer aquela fuga de novo, n�o vai?
- Vou. Vou sim. - As pontas dos dedos dele estavam formigando, exigindo que ele a tocasse. - Ryan, pelo amor de Deus, v� embora.
- Voc� vai fazer de novo - ela prosseguiu. - E outras, provavelmente mais perigosas, ou pelo menos mais apavorantes, porque voc� � assim. N�o foi o que me
disse?
- Ryan...
- Foi por quem me apaixonei - disse ela com calma.
- N�o sei por que achei que poderia ou deveria tentar mudar isso. Eu disse uma vez que voc� era exatamente o que eu queria. Era verdade. Mas acho que tive
que aprender o que isso significava. Ainda me quer, Pierce?
Ele n�o respondeu, mas ela viu seus olhos escurecerem, sentiu seu cora��o acelerar sob sua m�o.
- Posso ir embora e ter uma vida muito calma e tranq�ila. - Ryan deu o �ltimo passo at� ele. - � o que quer para mim? Eu o magoei tanto que me deseja uma vida
de t�dio insuport�vel? Por favor, Pierce - ela murmurou -, n�o vai me perdoar?
- N�o h� nada a perdoar. - Ele estava se afogando nos olhos dela por mais que se esfor�asse para n�o faz�-lo.
- Ryan, pelo amor de Deus! - Desesperado, ele retirou a m�o dela do seu peito. - N�o consegue ver o que est� fazendo comigo?
- Sim, e estou muito feliz. Tinha medo de que realmente conseguisse me esquecer. - Ela deu um pequeno suspiro de al�vio. - Vou ficar, Pierce. N�o h� nada que
possa fazer a respeito. - Ela envolveu seu pesco�o com os bra�os e sua boca estava a mil�metros da dele. - Diga-me mais uma vez que quer que eu v�.
- N�o. - Ele puxou-a para junto de si. - N�o posso.
- A boca dele estava devorando a dela. A for�a fluiu para dentro de seu corpo novamente, quente e dolorida. Ele a comprimiu mais e sentiu sua boca reagir �
selvageria da dele. - Muito tarde - ele murmurou. - Tarde demais. - A excita��o estava queimando dentro dele. Ele n�o podia
abra��-la pr�ximo o bastante. - N�o conseguirei deixar a porta aberta para voc� agora, Ryan. Compreende?
- Compreendo. Sim, compreendo. - Ela jogou a cabe�a para tr�s, desejando ver seus olhos. - Mas estar� fechada para voc� tamb�m. Vou providenciar para que essa
fechadura voc� n�o consiga arrombar.
- Nada de fuga, Ryan. Para nenhum de n�s. - E a boca dele estava sobre a dela mais uma vez, quente, desesperada. Ele sentiu-a ceder junto a ele enquanto a
comprimia, mas as m�os dela estavam fortes e seguras sobre o corpo dele. - Eu amo voc�, Ryan - ele lhe disse mais uma vez, enquanto vagava pelo seu rosto e seu pesco�o,
enchendo-os de beijos. - Eu a amo. Perdi tudo quando voc� me deixou.
- N�o o deixarei novamente. - Ela tomou seu rosto nas m�os para deter seus l�bios errantes. - Errei em lhe pedir o que pedi. Errei em fugir. N�o confiei o
bastante.
- E agora?
- Eu amo voc�, Pierce, exatamente como voc� �.
Ele puxou-a para perto mais uma vez e pressionou a boca na sua garganta.
- Linda Ryan, t�o pequena, t�o suave. Meu Deus, como eu quero voc�. Venha para cima. Venha para a cama. Deixe-me am�-la de forma apropriada.
A pulsa��o dela martelou diante das palavras que ele pronunciou em tom baixo e irregular junto � sua garganta. Ryan respirou fundo e depois, colocando as m�os
nos ombros dele, se afastou.
- Tem a quest�o do contrato.
- Pro inferno com os contratos - ele murmurou, e tentou pux�-la de volta.
- Oh, n�o. - Ryan afastou-se dele. - Quero isso resolvido.
- J� assinei seu contrato - ele lembrou-lhe impaciente. - Venha aqui.
- Este � novo - declarou ela, ignorando-o. - Um per�odo vital�cio exclusivo.
Ele franziu as sobrancelhas.
- Ryan, n�o vou me atrelar � Swan Produ��es pelo resto da minha vida.
- Swan Produ��es, n�o - respondeu ela. - Ryan Swan.
A resposta irritada na ponta da sua l�ngua n�o se materializou. Ela viu seus olhos mudarem, ficarem intensos.
- Que tipo de contrato?
- Individual, com cl�usula de exclusividade e per�odo vital�cio.
Ryan engoliu em seco, perdendo um pouco da confian�a que a tinha levado at� esse ponto.
- Prossiga.
- � para come�ar imediatamente, com a condi��o de ser seguida de uma cerim�nia de uni�o legal na primeira ocasi�o oportuna. - Ela enla�ou os dedos. - Com uma
disposi��o para a probabilidade de filhos. - Ela viu a testa de Pierce franzir, mas ele n�o disse nada. - Cujo n�mero � negoci�vel.
- Entendo - disse ele ap�s um momento. - Existe uma cl�usula de penalidade?
- Sim. Se tentar descumprir os termos, tenho a permiss�o de mat�-lo.
- Muito razo�vel. Seu contrato � tentador, Srta. Swan. Quais s�o meus benef�cios.
- Eu.
- Onde assino? - perguntou ele, tomando-a nos bra�os novamente.
- Bem aqui.
Ela deu um suspiro enquanto levantava a boca. O beijo foi suave, promissor. Ryan soltou um gemido e se aproximou mais.
- Essa cerim�nia, Srta. Swan. - Pierce mordiscou seu l�bio enquanto as m�os dele come�aram a vagar. - O que considera a primeira ocasi�o oportuna?
- Amanh� de tarde. - Ela riu, e mais uma vez saiu de seus bra�os. - N�o acha que vou lhe dar tempo de encontrar uma janela de fuga, acha?
- Vejo que encontrei algu�m � altura.
- Com certeza - concordou ela, balan�ando a cabe�a de modo afirmativo. - Tenho alguns truques na manga.
Ela pegou as cartas de tar� e surpreendeu Pierce ao abri-las em leque com certo �xito. Tinha praticado por v�rios meses.
- Muito bom. - Ele sorriu e foi at� ela. - Estou impressionado.
- N�o viu nada ainda - ela prometeu. - Escolha uma carta - ela lhe disse, com um riso nos olhos. - Qualquer carta.

FIM












Em busca do amor

Cap�tulo 1


A viagem de trem parecia n�o ter fim, e Serenity estava cansada. A discuss�o na noite anterior, com Tony, contribu�ra para piorar sua disposi��o, al�m do longo
v�o de Washington para Paris e, agora, as �rduas horas no abafado trem, que a faziam trincar os dentes para bloquear seus gemidos. No todo, concluiu, pesarosa, ela
era uma infeliz viajante.
A viagem tinha sido a desculpa para a batalha final entre Serenity e Tony, uma vez que seu relacionamento estava desgastado e fora de compasso havia semanas.
A cont�nua recusa de Serenity de casar com Tony havia provocado v�rias pequenas discuss�es, mas ele a queria, e sua paci�ncia parecia infinita. At� que ela anunciou
a viagem que pretendia fazer e sua toler�ncia esgotou de vez, dando in�cio � guerra.
- Voc� n�o pode sair correndo assim para a Fran�a para ver uma suposta av� que nunca soube que existia at� algumas semanas atr�s.
Tony andava de um lado para o outro. Sua agita��o ficou �bvia pela maneira como ele deixou que suas m�os desmanchassem o bem arrumado cabelo louro.
- N�o � Fran�a, � Bretanha - Serenity esclareceu. - E n�o faz diferen�a quando descobri que ela existia, sei agora.
- Essa senhora lhe escreve uma carta, dizendo que � sua av� e quer v�-la, e l� vai voc�. Assim. - Ele estava totalmente irritado. Ela sabia que a mente l�gica
de Tony era incapaz de compreender seu impulso, e ela havia se agarrado �s r�deas de seu temperamento e tentado falar com calma.
- Ela � m�e da minha m�e, Tony, a �nica fam�lia que tenho, e pretendo v�-la. Sabe que estou fazendo planos para ir desde que a carta chegou.
-A senhora deixa passar 24 anos sem dizer uma palavra e agora, de repente, essa convoca��o urgente. - Ele tinha continuado a andar de um lado para o outro
pela grande sala de teto alto antes de virar novamente para ela. - Por que seus pais nunca falaram dela? Por que ela esperou at� eles morrerem para entrar em contato
com voc�?
Serenity sabia que ele n�o tinha tido a inten��o de ser cruel; n�o era da natureza de Tony ser cruel, era uma atitude simplesmente l�gica. Sua mente de advogado
lidava constantemente com fatos e n�meros. At� mesmo poderia n�o perceber a lenta e mortal dor que permanecia, ap�s dois meses, desde a repentina e inesperada morte
de seus pais. Saber que as palavras dele n�o tinham inten��o de magoar n�o a impediram de um ataque violento, e a discuss�o cresceu de propor��o at� Tony sair batendo
o p�, deixando-a sozinha, fervendo de raiva e ressentida.
Agora, enquanto o trem cruzava a Bretanha, Serenity admitia que tamb�m tinha d�vidas. Por que sua av�, essa desconhecida Contesse Fran�oise de Kergallen, permanecera
em sil�ncio por quase 25 anos? Por que sua encantadora, fr�gil, distinta e fascinante m�e jamais mencionara que tinha parentes na long�nqua Bretanha? Nem mesmo seu
pai, vol�til, franco e direto como era, tampouco falara de la�os do outro lado do Atl�ntico.
Eles tinham sido t�o �ntimos, refletiu Serenity com um suspiro de lembran�a. Os tr�s haviam feito tanta coisa juntos! Mesmo quando ela era crian�a, seus pais
a levavam sempre que visitavam senadores, congressistas e embaixadores.
Jonathan Smith era um artista muito admirado. Um retrato criado por suas talentosas m�os era um precioso objeto. As pessoas da sociedade de Washington clamaram
por suas obras por mais de 20 anos. Ele fora alvo de admira��o e respeito, como homem e como artista; e o suave encanto e a gra�a de Gaelle, sua esposa, tornaram
o casal altamente requisitado no cen�rio da capital.
Quando Serenity cresceu, e suas habilidades art�sticas naturais se expressaram, o orgulho de seu pai n�o conheceu limites. Eles desenharam e pintaram juntos,
primeiro como professor e aluna, depois como homem e mulher, e se aproximaram ainda mais ao compartilharem o prazer da arte.
A pequena fam�lia havia tido uma exist�ncia id�lica na elegante casa geminada em Georgetown, uma vida cheia de amor e risos, at� o mundo de Serenity desmoronar
� sua volta, com a queda do avi�o que levava seus pais � Calif�rnia. Era uma sensa��o absurda ter os pais mortos e ela continuar viva. Os c�modos de p�-direito alto
n�o mais ecoavam a ribombante voz de seu pai, nem a suave risada de sua m�e. A casa estava vazia, a n�o ser pelas lembran�as, que permaneciam como sombras em cada
canto.
Nas primeiras duas semanas, Serenity n�o conseguiu suportar ver uma tela ou um pincel, nem a id�ia de entrar no est�dio do terceiro andar onde ela e o pai
tinham passado tantas horas, onde sua m�e entrava para faz�-los lembrar que at� mesmo os artistas tinham de comer.
Quando ela, finalmente, reuniu coragem para subir a escada e entrar no c�modo iluminado pelo sol, descobriu, em vez do insuport�vel pesar, uma estranha paz
curadora. A clarab�ia deixava o recinto pela luz do sol, e as paredes retinham o amor e os risos que outrora existiram no local. Ela recome�ara a viver e pintar,
e Tony tinha sido af�vel e gentil, ajudando-a a preencher o vazio deixado pelas perdas. Ent�o, chegou a carta.
Agora havia deixado Georgetown e Tony para tr�s, na busca de sua parte que estava na Bretanha, de uma av� desconhecida. A estranha e formal carta que a trouxera
da familiaridade das apinhadas ruas de Georgetown para o campo bret�o, pouco costumeiro, repousava em seguran�a numa bolsa de couro macio a seu lado. N�o havia afei��o
na missiva, apenas fatos e um convite, mais parecia uma ordem r�gia, Serenity refletiu, um pouco chateada, um pouco se divertindo. Mas se seu orgulho tinha zombado
da exig�ncia, sua curiosidade, seu desejo de saber mais sobre a fam�lia da m�e tinha sucumbido. Com sua impulsividade e sua organiza��o inata, ela preparou a viagem,
trancou a querida casa em Georgetown e queimou as pontes de liga��o com Tony.
O trem gemeu e rangeu em sinal de protesto ao arrastar-se para a esta��o em Lannion. Uma excita��o inc�moda persistia. O jet lag a invadiu quando Serenity
pegou a bagagem de m�o e foi para a plataforma, dando o primeiro olhar atento para o pa�s nativo de sua m�e. Olhou � volta com olhos de artista, perdida por um momento
na beleza simples e na mistura de cores suaves que compunham a Bretanha.
O homem observava sua concentra��o, com o pequeno sorriso brincando em seus l�bios, e sua testa morena ergueu-se levemente em sinal de surpresa. Ele demorou-se
ao examin�-la: uma figura alta e esguia como um salgueiro, num traje de viagem azul p�lido, a saia macia flutuando em volta das longas pernas torneadas. A brisa
suave passou dedos af�veis pelo seu cabelo iluminado pelo sol, jogando-o para tr�s para emoldurar o rosto oval de estrutura delicada. Os olhos, ele observou, eram
grandes e arregalados, da cor do conhaque, contornados por pestanas espessas mais escuras que seus cabelos claros. Sua pele tinha uma apar�ncia incrivelmente macia,
lisa como alabastro, e a combina��o dava uma apar�ncia et�rea: uma fr�gil e delicada orqu�dea. Ele logo descobriria que as apar�ncias, freq�entemente, enganam. Aproximou-se
dela devagar, de forma quase relutante.
- � Mademoiselle Serenity Smith? - perguntou, com um sotaque ligeiramente ingl�s.
Serenity assustou-se com o som da voz, t�o absorta estava no campo que n�o percebeu sua aproxima��o. Jogou para tr�s um cacho de cabelo, virou a cabe�a e pegou-se
olhando para cima, muito mais alto do que era seu costume, para olhos castanho-escuros, com pesadas p�lpebras.
- Sou - respondeu, imaginando por que aqueles olhos faziam com que ela se sentisse t�o estranha. - O senhor � do castelo de Kergallen?
A leve eleva��o de uma das sobrancelhas escuras foi a �nica mudan�a na express�o.
- Oui, sou Christophe de Kergallen. Vim lev�-la � condessa.
- De Kergallen? - repetiu ela com um pouco de surpresa. - Outro parente misterioso?
A sobrancelha permaneceu levantada, e l�bios grossos e sensuais se curvaram t�o levemente como se fossem impercept�veis.
- Pode-se dizer, Mademoiselle, que somos, de certa forma, primos.
- Primos - murmurou ela, enquanto eles examinavam um ao outro como dois boxeadores, fazendo uma avalia��o m�tua antes de um round.
O espesso cabelo bem preto ca�a de modo direto at� o colarinho, e os olhos escuros, que permaneciam firmes, pareciam tamb�m quase t�o pretos, contrastando
com sua pele bronzeada. Seus tra�os eram pronunciados, como os de um falc�o, um tanto assemelhado a um pirata, e ele exalava uma aura masculina que a atra�a e repelia,
ao mesmo tempo. Ela desejou imediatamente estar com seu bloco de desenho, imaginando se conseguiria captar sua virilidade aristocr�tica com o l�pis, no papel.
O exame longo e minucioso que ela fez n�o o deixou perturbado, e ele continuou a olhar para ela com olhos frios e distantes.
- Suas malas ser�o entregues no castelo. - Ele curvou-se e pegou as malas que ela havia colocado na plataforma. - Se quiser me acompanhar, a condessa est�
ansiosa para v�-la.
Ele conduziu-a at� um reluzente sed� preto, ajudou-a a acomodar-se no assento do passageiro e colocou as malas na parte de tr�s de modo t�o frio e impessoal
que Serenity sentiu-se tanto aborrecida quanto curiosa. Ele come�ou a dirigir em sil�ncio, e ela virou-se em seu assento e o examinou com puro atrevimento.
- E como - perguntou ela - somos primos?
Como devo cham�-lo?, ela se perguntou. Monsieur? Christophe? Ei, voc�?
- O marido da condessa, pai da sua m�e, morreu quando sua m�e era crian�a. - Ele come�ou a explica��o com um tom educado e levemente entediado, e ela ficou
tentada a lhe dizer para n�o se esfor�ar. - V�rios anos depois, a condessa se casou com meu av�, o Comte de Kergallen, cuja esposa morreu e o deixou com um filho,
meu pai. - Ele virou a cabe�a e lan�ou-lhe um breve olhar. - Sua m�e e meu pai foram criados como irm�o e irm� no castelo. Meu av� morreu, meu pai morreu, viveu
o bastante para me ver nascer e morreu logo em seguida, num acidente de ca�a. Minha m�e sofreu por ele por tr�s anos e depois se uniu a ele no t�mulo da fam�lia.
A hist�ria tinha sido recitada de forma distante, sem emo��o, e a compaix�o que Serenity normalmente teria sentido pela crian�a que havia ficado �rf� n�o se
materializou. Ela observou seu perfil de falc�o por mais um instante.
- Ent�o, isso faz de voc� o atual Comte de Kergallen e meu primo por meio do casamento.
Mais uma vez, um breve e negligente olhar.
- Oui.
- N�o posso lhe dizer como os dois fatos me emocionam - declarou ela com uma percept�vel ponta de sarcasmo na voz.
A sobrancelha dele se levantou mais uma vez, ao se virar para ela, que pensou por um instante ter detectado uma risada iluminando os olhos frios e escuros.
Concluiu que estava errada, segura que o homem sentado ao seu lado n�o tinha rido.
- Conheceu minha m�e? - perguntou ela quando o sil�ncio aumentou.
- Oui. Tinha oito anos quando ela abandonou o castelo.
- Por que ela foi embora? - perguntou Serenity, virando-se para ele com os olhos cor de �mbar olhando diretamente.
Ele torceu a cabe�a e olhou para ela de modo igualmente direto, e ela foi assaltada por seu poder antes que ele retornasse a aten��o para a estrada.
- A condessa ir� lhe contar o que ela deseja que saiba.
- O que ela deseja? - perguntou Serenity de forma explosiva, enraivecida com a oposi��o deliberada. - Vamos nos entender, primo. Tenho plena inten��o de descobrir
exatamente por que minha m�e saiu da Bretanha e por que passei minha vida sem saber nada sobre minha av�.
Com movimentos lentos e descontra�dos, Christophe acendeu um charuto, soltando a fuma�a lentamente.
- N�o h� nada que eu possa lhe contar.
- Quer dizer - corrigiu ela, estreitando os olhos - que n�o h� nada que vai me contar.
Os ombros largos dele se encolheram de modo puramente gaul�s, e Serenity virou-se para olhar pela janela, copiando seu movimento com a vers�o americana, n�o
percebendo o leve sorriso que brincou em sua boca diante de seu gesto.
Eles continuaram a viagem com um sil�ncio intermitente, com Serenity fazendo ocasionais perguntas sobre a paisagem, Christophe respondia em tom monossil�bico
e educado, sem fazer esfor�os para estender a conversa. O sol dourado e o c�u limpo poderiam ter sido suficientes para acalmar o �nimo afetado pela viagem, mas a
frieza cont�nua dele foi maior que o dom da natureza.
- Para um conde da Bretanha - observou ela com falsa delicadeza ap�s ser poupada de mais duas s�labas -, o senhor fala ingl�s de forma not�vel.
O sarcasmo saiu dele como uma brisa de ver�o, e sua resposta foi levemente condescendente.
- A condessa tamb�m fala ingl�s muito bem, Mademoiselle. Os criados, entretanto, falam apenas franc�s ou bret�o. Se ficar em apuros, basta pedir ajuda a mim
ou � condessa.
Serenity inclinou o queixo e virou seus lindos olhos dourados para ele com desd�m.
- Ce n'est pas n�cessaire, Monsieur le Comte. Je parle bien le Francais.
Uma das sobrancelhas levantou-se em harmonia com os l�bios dele.
- Bon - respondeu ele, em franc�s tamb�m. - Isso tornar� sua visita menos complicada.
- O castelo � muito longe ainda? - perguntou ela, continuando a falar franc�s. Ela estava com calor, amarrotada e cansada. Devido � longa viagem e � mudan�a
de tempo, parecia estar em algum tipo de ve�culo h� dias e desejava uma banheira cheia de �gua quente e espuma.
- Estamos em terra dos Kergallen h� algum tempo, Mademoiselle - respondeu ele, com os olhos ainda na estrada tortuosa. - O castelo n�o est� muito distante.
O carro seguia lentamente para uma �rea mais alta. Serenity fechou os olhos para a dor de cabe�a que come�ara a latejar em sua t�mpora esquerda e teve um desejo
de que sua av� morasse num local menos complicado, como Idaho ou Nova Jersey. Quando abriu os olhos novamente, todas as dores, a fadiga e as reclama��es desapareceram
como uma n�voa no sol quente.
- Pare! - gritou ela, voltando a falar ingl�s, inconscientemente colocando a m�o sobre o bra�o de Christophe.
O castelo era soberbo, grandioso e solit�rio: um imenso edif�cio de pedra de outro s�culo, com torres em forma de tambores e muros com ameias, um telhado c�nico
irradiando uma luz quente e cinzenta em contraste com um c�u azul-celeste. As janelas eram muitas, altas e estreitas, refletindo a luz minguante com uma mir�ade
de cores. Era antigo, arrogante, confiante, e Serenity se apaixonou imediatamente.
Christophe viu a surpresa e o prazer registrados em seu rosto desprotegido, sua m�o ainda quente e leve sobre seu bra�o. Um cacho perdido de cabelo tinha ca�do
sobre sua testa, e ele esticou o bra�o para jog�-lo para tr�s, contendo-se antes de toc�-la e olhando perturbado para sua pr�pria m�o.
Serenity estava envolvida demais com o castelo para notar seu movimento, j� planejando que �ngulos usaria para os desenhos, imaginando o fosso que podia ter
circundado o castelo em algum momento do passado.
- � fabuloso - disse por fim, virando-se para seu acompanhante. Apressou-se em retirar a m�o de seu bra�o, imaginando como ela p�de ter chegado l�. - � como
algo sa�do de um conto de fadas. Quase posso ouvir o som de trombetas, ver os cavaleiros usando armadura e as damas usando vestidos flutuantes e chap�us altos e
pontiagudos. Existe um drag�o nas redondezas?
Ela sorriu para ele, com o rosto iluminado e incrivelmente atraente.
- N�o, a menos que se leve em conta Marie, a cozinheira - respondeu ele, abaixando a barreira de educa��o e frieza por um momento e permitindo-lhe um r�pido
vislumbre do sorriso largo e conciliat�rio que fazia com que ele parecesse mais jovem e acess�vel.
Ent�o, afinal de contas, ele � humano, ela concluiu. Mas enquanto sua pulsa��o saltava em rea��o ao sorriso repentino, ela percebeu que, como humano, ele era
infinitamente mais perigoso. Quando seus olhos se encontraram e mantiveram o contato, ela teve a estranha sensa��o de estar totalmente a s�s com ele, sendo o resto
do mundo apenas um cen�rio enquanto eles permaneciam sozinhos numa solid�o particular e encantada, parecendo que Georgetown estava a uma vida de dist�ncia.
O estranho extremamente educado logo tomou o lugar da companhia encantadora, e Christophe retomou o trajeto em sil�ncio, ainda mais distante e frio ap�s o
breve interl�dio amistoso.
Preste aten��o, Serenity, ela alertou-se. Sua imagina��o est� fugindo ao controle de novo. Este homem sem d�vida n�o � para voc�. Por alguma raz�o desconhecida,
ele nem mesmo gosta de voc�, e um r�pido sorriso n�o faz com que deixe de ser um aristocrata frio e condescendente.
Christophe parou o carro numa enorme entrada redonda, pr�ximo a um p�tio de lajes, com muros baixos de pedra cobertos com flox. Ele desceu do carro de forma
graciosa, r�pida e �gil, e Serenity o copiou antes que ele tivesse dado a volta para ajud�-la, t�o encantada com a atmosfera de livro de hist�rias que n�o percebeu
a carranca que se formou em seu semblante com sua atitude. Ele pegou seu bra�o, conduziu-a pelos degraus de pedra at� uma porta maci�a de carvalho e, puxando uma
reluzente ma�aneta de bronze, inclinou a cabe�a numa ligeira rever�ncia e fez sinal para que ela entrasse.
O hall de entrada era imenso. O ch�o tinha sido polido at� ficar como um espelho, e era recoberto com primorosos tapetes feitos � m�o. As paredes eram cobertas
com pain�is e tape�arias, amplas e coloridas, incrivelmente antigas. Um grande cabide de p� e um aparador, ambos de carvalho, reluzentes, cadeiras de carvalho com
assentos trabalhados � m�o, e o aroma de flores frescas tornavam a sala atraente, o que lhe parecia estranhamente familiar. Era como se ela soubesse o que esperar
quando tivesse cruzado a soleira para entrar no castelo, e a sala parecia reconhec�-la e acolh�-la.
- Alguma coisa errada? - perguntou Christophe, notando sua express�o de confus�o.
Ela balan�ou a cabe�a com um leve tremor.
- D�j� vu - murmurou, e virou-se para ele. - � muito estranho, sinto como se tivesse estado bem aqui antes.
- Ela parou de repente, assustada, antes de acrescentar:
- Com voc�. - Deu um suspiro profundo e fez um movimento agitado com os ombros. - � muito estranho.
- Ent�o voc� a trouxe, Christophe.
Serenity afastou-se dos olhos castanhos repentinamente intensos para observar a aproxima��o de sua av�.
La Comtesse de Kergallen era alta e quase t�o esguia quanto Serenity. Seu cabelo era de um branco puro e brilhante, repousando como nuvens em volta de um rosto
pronunciado e angular que desafiava a rede de rugas que a idade havia colocado sobre ele. Os olhos eram claros, de um azul penetrante, sob sobrancelhas bem arqueadas,
e ela se conduzia de forma r�gia, como algu�m que sabe que mais de dez d�cadas n�o tinham feito sua beleza esmaecer.
Esta mulher n�o � nenhuma Mother Hubbard,* Serenity pensou rapidamente. Esta senhora � uma condessa at� a ponta dos dedos.

* Refere-se a uma personagem de cancioneiro infantil. (N. do T.)

Os olhos examinaram Serenity devagar, por inteiro, e ela observou um instante de emo��o cruzar o rosto angular antes de tornar-se mais uma vez fleum�tico e
distante. A condessa estendeu a m�o com belas formas e cheia de an�is.
- Bem-vinda ao Castelo de Kergallen, Serenity Smith. Sou Madame la Comtesse Fran�oise de Kergallen.
Serenity apertou a m�o estendida, imaginando de modo divertido se deveria beij�-la e fazer rever�ncia. O aperto foi breve e formal - nada de abra�os afetuosos
nem sorrisos de boas-vindas. Ela engoliu a desilus�o e falou com igual formalidade.
- Obrigada, Madame. Fico feliz em estar aqui.
- Deve estar cansada depois da viagem - declarou a condessa. - Eu mesma vou lev�-la ao seu quarto. - Parou no patamar, olhou rapidamente para tr�s e viu Christophe
observando-a com o rosto vincado por uma carranca de d�vida. Ele n�o se esfor�ou para livrar-se dela e desviar o olhar, e Serenity virou rapidamente e correu atr�s
da condessa, que se retirava.
Elas percorreram um corredor longo e estreito com lustres de bronze colocados em intervalos nas paredes, substituindo, ela imaginou, as poss�veis tochas. Quando
a condessa parou em uma das portas, ela virou-se mais uma vez para Serenity, e ap�s fazer outro r�pido exame em sua neta abriu a porta e fez sinal para que entrasse.
O quarto era grande, espa�oso, mas, de alguma maneira, guardava um ar de delicada gra�a. Os m�veis eram de cerejeira brilhante, e uma grande cama de quatro
colunas e dossel dominava o quarto. A colcha de seda era bordada com pontos que provavelmente tinham levado muito tempo para serem feitos. Uma lareira de pedra estava
alojada na parede em frente ao p� da cama, com um console talhado e ornado, uma cole��o de fr�geis miniaturas refletidas no grande espelho acima dela. Uma extremidade
da sala era curva e espelhada, uma cadeira estofada perto da janela convidava a sentar e apreciar a vista, de tirar o f�lego.
Serenity sentiu a incontrol�vel atra��o do lugar, uma aura de amor e felicidade, a suave eleg�ncia presente.
- Este era o quarto de minha m�e.
Mais uma vez, o r�pido jogo de emo��es bruxuleou como uma vela numa corrente de ar.
- Oui. A pr�pria Gaelle o decorou quando tinha 16 anos.
- Obrigado por reserv�-lo para mim, Madame. - Mesmo a resposta fria n�o p�de dispersar o calor que o quarto lhe trouxe, e ela sorriu. - Vou me sentir muito
junto dela durante minha estada.
A condessa simplesmente balan�ou a cabe�a de modo afirmativo e apertou um pequeno bot�o ao lado da cama.
- Bridget ir� preparar seu banho. Suas malas chegar�o logo, e ela providenciar� para que sejam desfeitas. Jantamos �s oito, a menos que queira comer alguma
coisa agora.
- N�o, obrigada, Condessa - respondeu Serenity, come�ando a se sentir como uma h�spede num hotel bem administrado. - �s oito est� bem.
A condessa caminhou at� o v�o da porta.
- Bridget lhe levar� at� a sala de visitas ap�s ter descansado. Servimos coquet�is �s sete e meia. Se houver qualquer coisa que deseje, basta chamar.
A porta se fechou, Serenity respirou fundo e desabou na cama.
Por que vim?, ela se perguntou, fechando os olhos para uma onda repentina de solid�o. Devia ter ficado em Georgetown, ficado com Tony, ficado com o que eu
conseguia compreender. O que estou buscando aqui? Deu um longo suspiro, lutou contra a depress�o que se acercava e examinou o quarto mais uma vez. O quarto da minha
m�e, ela se lembrou, e sentiu as m�os tranq�ilizantes do consolo. Isso � algo que consigo entender.
Foi at� a janela e viu o dia suavizar-se no crep�sculo, o sol emitindo a �ltima chama brilhante antes de render-se ao sono. Uma brisa agitou o ar, e as poucas
nuvens espalhadas se deslocaram com ela, rolando pregui�osamente pelo c�u que escurecia.
Um castelo numa montanha na Bretanha! Balan�ou a cabe�a diante da id�ia, ajoelhou-se sobre o assento da janela e assistiu o nascer da noite. Onde Serenity
Smith se encaixa nisso? Em algum lugar. Ela franziu as sobrancelhas diante da sensa��o que veio de dentro do seu cora��o. De alguma forma, este � o meu lugar, ou
de parte de mim. Senti no momento que vi aquelas incr�veis paredes de pedra, e, mais uma vez, quando entrei no hall. Empurrando o sentimento para as profundezas
de seu c�rebro, ela se concentrou em sua av�.
Ela, certamente, n�o estava deslumbrada com o encontro, Serenity concluiu, com um sorriso pesaroso. Ou, talvez, fosse apenas a formalidade europ�ia que a tinha
feito parecer t�o fria e distante. Sequer parece razo�vel que ela me convidaria para vir se n�o quisesse me ver. Acho que esperei mais porque desejava mais. Ela
levantou os olhos e permitiu que eles ca�ssem devagar. A paci�ncia nunca foi uma de minhas virtudes, mas acho que � melhor desenvolv�-la. Talvez, se minha sauda��o
na esta��o tivesse sido um pouco mais calorosa... A rejei��o dela reapareceu quando repassou a atitude de Christophe.
Poderia jurar que ele gostaria de ter me colocado de volta no trem no minuto que me viu. Depois, aquela irritante conversa no carro. A insatisfa��o aumentou,
e ela deixou de se concentrar na silenciosa obscuridade do crep�sculo. Ele � um homem bastante frustrante. E ela acrescentou, com sua irrita��o suavizando e assumindo
um ar pensativo: O ep�tome de um conde bret�o. Talvez seja por isso que ele tenha me afetado de modo t�o forte. Repousando o queixo na palma da m�o, ela se lembrou
da sensa��o que tremeluzira entre eles quando ficaram sentados sozinhos na prolongada sombra do castelo. Ele � diferente de qualquer outro homem que j� conheci:
elegante e vital ao mesmo tempo. Existe uma pot�ncia ali, uma virilidade escondida dentro da sofistica��o. Poder. A palavra piscou em seu c�rebro, aproximando suas
sobrancelhas. Sim, ela admitiu com uma relut�ncia que n�o conseguia entender bem, existe poder ali, e uma ess�ncia de autoconfian�a.
Do ponto de vista de um artista, ele � um estudo not�vel. Ele me atrai como artista, ela disse a si mesma, certamente n�o como mulher. Uma mulher teria de
ser louca para se envolver com um homem desses. Completamente louca, ela repetiu para si, de modo firme.


Cap�tulo 2


O espelho oval com moldura dourada refletia uma mulher de cabelo loiro esguia. O vestido longo e de decote alto num tom silencioso de "cinzas e rosas" dava
um fulgor � sua pele cremosa, deixando bra�os e ombros desnudos. Serenity viu os olhos cor de �mbar da imagem, ficou olhando para eles e suspirou. Estava quase na
hora de descer e de novo encontrar sua av� - a condessa r�gia e reservada - e seu primo, o conde formal e estranhamente hostil.
Suas malas tinham sido desfeitas enquanto ela deleitava-se com o banho preparado pela empregada bret� pequena e morena. Bridget tinha desfeito as malas e guardado
as roupas, timidamente a princ�pio, depois tagarelando e fazendo coment�rios sobre as pe�as enquanto as pendurava no arm�rio grande ou as colocava na antiga c�moda.
A amizade simples tinha sido um tra�o marcante em rela��o � atitude dos membros de sua fam�lia. A estranha sensa��o que a envolvera ao entrar no castelo, a r�gida
e formal recep��o de sua av� e a forte rea��o f�sica de seu primo distante tinham se juntado para deix�-la estranhamente nervosa e insegura. Ela viu-se desejando,
mais uma vez, que Tony a tivesse persuadido e ela tivesse permanecido entre as coisas e as pessoas que conhecia e compreendia.
Deu um suspiro profundo, endireitou os ombros e levantou o queixo. N�o era uma colegial ing�nua para ficar estupefata com castelos e formalidade excessiva,
lembrou-se. Era Serenity Smith, filha de Jonathan e Gaelle Smith, e manteria a cabe�a erguida e lidaria com condes e condessas.
Bridget bateu de leve na porta e Serenity seguiu-a pelo estreito corredor e iniciou sua descida pela escada em curva, cheia de confian�a.
- Bonsoir, Mademoiselle Smith. - Christophe saudou-a com sua costumeira formalidade quando ela pisou no �ltimo degrau, e Bridget saiu r�pido, sem atrapalhar.
- Bonsoir, Monsieur Smith - respondeu Serenity, igualmente formal, quando eles mais uma vez se examinaram de perto.
O terno preto dava certa apar�ncia sat�nica aos seus tra�os aquilinos, os olhos escuros tinham um brilho preto intenso, a pele, em contraste com o preto e
o branco imaculado da camisa, tinha a cor acobreada do crep�sculo. Se havia piratas em sua linhagem, Serenity concluiu, eles eram elegantes - e, mais ainda, enquanto
os olhos dele permaneciam sobre ela, provavelmente, eram muito bem-sucedidos em todos os aspectos das atividades do of�cio.
- A condessa nos espera na sala de estar - ele anunciou, quando j� havia olhado o suficiente e com um charme inesperado lhe ofereceu o bra�o.
A condessa observou quando eles entraram na sala: o homem alto e insolente e a mulher esguia e de cabelos dourados, um contraste perfeito. Um casal de incr�vel
beleza, ela refletiu, um casal que faria com que as cabe�as virassem onde eles fossem.
- Bonsoir, Serenity, Christophe. - Ela os saudou, regiamente resplandecente num vestido azul-safira, com diamantes disparando fogo de sua garganta. - Mon ap�ritif,
Christophe, s'il te pla�t. E para voc�, Serenity?
- Vermute, obrigada, Madame - respondeu ela, com o sorriso artificial para ocasi�es sociais nos l�bios.
- Espero que tenha tido um bom descanso - disse a condessa quando Christophe lhe passou a pequena ta�a de cristal.
- Sim, muito bom, Madame. - Ela virou-se para pegar o vinho oferecido. - Eu... -As palavras sem sentido que ela estava prestes a dizer pararam na garganta
quando o retrato atraiu sua aten��o. O rosto era um espelho do seu. Com exce��o do comprimento da leve n�voa dourada do cabelo caindo at� os ombros e os olhos de
um azul profundo em vez da cor �mbar, o retrato era Serenity: o rosto oval e delicado com cavidades interessantes, a boca cheia e bem proporcionada, a beleza fr�gil
e dif�cil de descrever de sua m�e, reproduzida em �leo 25 anos antes.
O trabalho de seu pai - Serenity descobriu isso imediatamente, sem qualquer d�vida. As pinceladas, o uso das cores, a t�cnica gritavam que era Jonathan Smith
com tanta certeza como se ela tivesse lido a pequena assinatura em um canto inferior. Seus olhos se encheram de l�grimas, e ela piscou, afastando o v�u que emergia.
Ver o retrato tinha trazido seus pais por um momento, e ela ficou com uma profunda sensa��o de calor e de fazer parte de algo que ela estava aprendendo a viver.
Continuou a examinar a pintura, absorvendo sem os detalhes do trabalho do pai: as dobras do vestido branco como ostra que pareciam flutuar numa brisa oculta,
os rubis nas orelhas de sua m�e, um contraste forte de cor, com a pedra novamente presente no anel do dedo. Durante o exame, alguma coisa incomodava seu subconsciente,
algum pequeno detalhe fora de lugar, que se recusava a deixar sua consci�ncia, e ela permitiu que ele desaparecesse, de forma gradual, e simplesmente vivenciou.
- Sua m�e era uma mulher muito bonita - a condessa comentou ap�s algum tempo, e Serenity respondeu distraidamente, ainda envolvida pelo olhar reluzente de
amor e felicidade nos olhos de sua m�e.
- Sim, ela era. � surpreendente como mudou pouco desde que meu pai pintou isso. Com quantos anos ela estava?
- Mal havia completado 20 - respondeu a condessa, com um tom refinado aproximando-se do lac�nico. - Voc� reconheceu o trabalho de seu pai imediatamente.
- Claro - concordou Serenity sem perceber o tom e, virando-se, sorriu com um calor humano sincero. - Como filha e colega de pintura, reconhe�o seu trabalho
t�o rapidamente quanto sua caligrafia. - Ela olhou o retrato mais uma vez e fez um gesto com sua m�o fina e de dedos longos. - Foi pintado h� 25 anos e ainda respira
vida, quase como se os dois estivessem bem aqui nesta sala.
- Sua semelhan�a com ela � muito forte - observou Christophe, enquanto dava pequenos goles no vinho em seu lugar pr�ximo ao console da lareira, captando a
aten��o dela de forma t�o completa como se tivesse colocado as m�os sobre ela. - Fiquei bastante impressionado quando voc� desceu do trem.
- Com exce��o dos olhos - disse a condessa antes que Serenity pudesse formar um coment�rio adequado. - Os olhos s�o dele.
N�o havia como n�o perceber a amargura que vibrava na sua voz, e estreitando os olhos para examinar a condessa, Serenity girou, enquanto a saia de seu vestido
a seguiu, pregui�osamente.
- Sim, Madame, tenho os olhos do meu pai. Isso a desagrada?
Os ombros elegantes se mexeram em sinal de rejei��o, e a condessa levantou a ta�a e deu um gole.
- Meus pais se conheceram aqui no castelo? - perguntou Serenity, levando a paci�ncia al�m do limite. - Por que eles foram embora e nunca voltaram? Por que
nunca me falaram de voc�s?
Olhando de sua av� para Christophe, ela encontrou dois rostos frios e sem express�o. A condessa tinha levantado um escudo, e Serenity sabia que Christophe
ajudaria a mant�-lo. Ele n�o lhe diria nada; qualquer resposta deveria vir da condessa. Ela abriu a boca para falar de novo quando foi interrompida pelo gesto de
uma m�o cheia de an�is.
- Logo falaremos sobre isso. - As palavras foram ditas como um decreto real quando a condessa se levantou da cadeira. - Agora vamos jantar.
A sala de jantar era enorme, mas Serenity chegara � conclus�o que tudo era enorme no castelo. Tetos altos com vigas, cujas alturas se semelhavam os de uma
catedral, e as paredes escuras de lambris, cujas janelas altas eram emolduradas por cortinas de veludo, da cor de sangue. Uma lareira grande o bastante para ficar
de p� sozinha dominava uma parede inteira, e ela pensou que, quando acesa, devia ser um espet�culo impressionante. Um candelabro pesado iluminava a sala, com seus
cristais tremendo num reluzente arco-�ris de cores no majestoso conjunto de carvalho escuro.
A refei��o come�ou com uma consistente sopa de cebola, saborosa, afrancesada, e o trio manteve uma conversa educada durante o prato de entrada. Serenity olhou
para Christophe, intrigada contra sua vontade com sua fisionomia morena e bonita e a insolente postura.
Ele certamente n�o gosta de mim, concluiu, com um confuso franzir de sobrancelhas. N�o gostou de mim no momento em que me viu. Por qu�? Esqueceu o assunto
e come�ou a comer o salm�o com creme. Talvez ele n�o goste de mulheres em geral. Examinando-o rapidamente, os olhos dele encontraram-se com os dela, com um for�a
equipar�vel a uma tempestade el�trica, e o cora��o dela pulou de repente, como se tentasse escapar de seu peito. N�o, ela corrigiu rapidamente, afastando os olhos
dos dele e examinando o vinho branco transparente em sua ta�a, ele n�o odeia mulheres; aqueles olhos s�o cheios de conhecimento e experi�ncia. Tony nunca fez com
que eu reagisse assim. Ela levantou a ta�a e bebeu com determina��o. Ningu�m jamais me fez reagir assim.
- Stevan - ordenou a condessa -, du vin pour Mademoiselle.
A ordem da condessa para o criado que estava sempre por perto trouxe Serenity de volta de suas contempla��es.
- Mais non, merci. C'est was.
- Fala franc�s muito bem para uma americana, Serenity - observou a senhora. - Fico feliz por sua educa��o ter sido completa, mesmo naquele pa�s b�rbaro.
O desd�m nas �ltimas palavras foi t�o afrontoso que Serenity n�o teve certeza se deveria sentir-se insultada ou divertir-se com a desfeita � sua nacionalidade.
- Aquele pa�s "b�rbaro", Madame - disse ela secamente -, chama-se Estados Unidos, e � quase civilizado hoje em dia. Ora, passamos quase semanas sem ataques
ind�genas.
A cabe�a orgulhosa levantou-se de forma imperiosa.
- N�o h� necessidade para impud�ncia, minha jovem.
- � mesmo? - perguntou Serenity com um sorriso ir�nico. - Estranho, tinha certeza que havia.
Ela levantou a ta�a de vinho e viu, para sua surpresa, os dentes brancos de Christophe brilharem em contraste com sua pele morena num sorriso r�pido e largo.
- Pode ter a apar�ncia gentil de sua m�e - observou a condessa -, mas tem a l�ngua de seu pai.
- Obrigada. - Ela olhou para os olhos azul-claros balan�ando a cabe�a em sinal de confirma��o. - Nos dois sentidos.
A refei��o terminou. A conversa p�de voltar aos assuntos gerais. E se o interl�dio assumiu o aspecto de tr�gua, Serenity ainda se debatia quanto � raz�o para
a guerra. Eles foram, mais uma vez, para a sala de estar principal. Christophe relaxou numa cadeira bem estofada girando o conhaque servido ap�s o jantar enquanto
a condessa e Serenity bebiam caf� em fr�geis x�caras de porcelana.
- Jean-Paul le Goff, o noivo de Gaelle, conheceu Jonathan Smith em Paris. - A condessa come�ou a falar sem pre�mbulo, e a x�cara de Serenity parou no seu trajeto
at� os l�bios, enquanto seus olhos dispararam at� o rosto angular. - Ele ficou muito surpreso com o talento de seu pai e pediu que ele pintasse o retrato de Gaelle
como presente de casamento.
- Minha m�e foi noiva de outro homem antes de se casar com meu pai? - perguntou Serenity, largando a x�cara com muito cuidado.
- Oui. O noivado tinha sido acertado entre a fam�lia h� anos; Gaelle estava contente com o combinado. Jean-Paul era um bom homem, de boa forma��o.
- Ent�o, era para ser um casamento arranjado?
A condessa afastou a sensa��o de repugn�ncia de Serenity fazendo um gesto com a m�o.
- � um velho costume e, como eu disse, Gaelle estava satisfeita. A chegada de Jonathan Smith ao castelo mudou tudo. Se eu estivesse mais alerta, teria reconhecido
o perigo, os olhares entre eles, os rubores no rosto de Gaelle quando o nome de Jonathan era falado.
Fran�oise de Kergallen suspirou fundo e olhou para o retrato da filha.
- Nunca imaginei que Gaelle faltaria com sua palavra, desgra�aria a honra da fam�lia. Ela sempre foi uma filha doce e obediente, mas seu pai a deixou cega
para sua obriga��o. - Os olhos azuis passaram do retrato para a imagem viva. - Eu n�o tinha conhecimento do que havia ocorrido entre eles. Como sempre fizera antes,
ela n�o me confidenciava nada, n�o buscava meus conselhos. No dia em que o retrato foi conclu�do, Gaelle desmaiou no jardim. Quando insisti em chamar um m�dico,
ela me disse que n�o havia necessidade, que n�o estava doente, mas sim gr�vida.
A condessa parou de falar, e o sil�ncio se espalhou como um manto pesado pela sala.
- Madame - disse Serenity, quebrando o sil�ncio em tom claro e sereno -, se est� tentado chocar minha sensibilidade me dizendo que fui concebida antes de meus
pais se casarem, devo desapont�-la. Acho isso irrelevante. Os dias de apedrejamento e marcas de ferro em brasa j� passaram, no meu pa�s pelo menos. Meus pais se
amavam; se eles expressaram seu amor antes ou depois de trocarem votos n�o me diz respeito.
A condessa recostou-se na cadeira, entrela�ou os dedos e examinou Serenity atentamente.
- � muito sincera, n'est-ce pas?
- Sim, sou. - Ela olhou direto para a condessa. - No entanto, tento impedir que minha sinceridade cause danos.
- Touch� - murmurou Christophe, e as sobrancelhas brancas arqueadas se ergueram um pouco antes de a condessa voltar sua aten��o a Serenity.
- Sua m�e se casou um m�s antes de voc� ser concebida.
- A declara��o foi feita sem altera��o de express�o. - Eles se casaram em segredo numa pequena capela em outro vilarejo, pretendendo guardar o fato para si
at� que seu pai conseguisse levar Gaelle para os Estados Unidos com ele.
- Entendo. - Serenity recostou-se, com um leve sorriso. - Minha exist�ncia trouxe as coisas � tona um pouco antes do esperado. E o que fez Madame quando descobriu
que sua filha tinha se casado e carregava o filho de um artista desconhecido?
- Eu a reneguei. Disse aos dois que deixassem minha casa. Daquele dia em diante, n�o tinha filha. -As palavras foram ditas rapidamente, como se fosse para
se livrar de um fardo n�o mais toler�vel.
Um pequeno som de ang�stia escapou da boca de Serenity, e seus olhos voaram na dire��o de Christophe e encontraram um muro branco sem express�o. Ela se levantou
devagar, e assaltada por uma dor profunda e dando as costas para a av� olhou o sorriso suave no retrato de sua m�e.
- N�o fico surpresa por eles a terem colocado fora da vida deles e mantido fora da minha. - Ela girou de volta, confrontou a condessa, cujo rosto permanecia
impass�vel, sendo a palidez de seu rosto a �nica evid�ncia de emo��o.
- Sinto muito pela senhora, Madame. Furtou-se de uma grande felicidade. Foi a senhora que ficou isolada e sozinha. Meus pais tiveram um amor profundo e envolvente,
e a senhora se enclausurou no orgulho e na honra ferida. Ela a teria perdoado; se a conhecia um pouco, ent�o sabe disso. Meu pai a teria perdoado pelo bem dela,
pois ele n�o conseguia negar nada a minha m�e.
- Perdoar-me? - Um grande rubor tomou conta da palidez, e a raiva abalou a voz refinada. - De que me serve o perd�o de um simples ladr�o e de uma filha que
traiu sua heran�a?
Os olhos cor de �mbar se incendiaram como chamas douradas contra o rosto corado, e Serenity encobriu sua f�ria com a frieza.
- Ladr�o? Madame est� dizendo que meu pai a roubou?
- Oui, ele me roubou. - Sua voz estava dura e intensa, tal como os olhos. - Ele n�o ficou satisfeito de roubar minha filha, uma filha que eu amava mais que
a vida. Adicionou ao fruto do roubo a Madonna, de Raphael, que tinha pertencido � minha fam�lia por v�rias gera��es. Ambas n�o tinham pre�o. Ambas insubstitu�veis.
Perdidas para um homem que eu tolamente recebi em minha casa e em quem confiei.
- Um Raphael? - repetiu Serenity, levando uma das m�os at� a t�mpora, confusa. - Est� insinuando que meu pai roubou um Raphael? Deve estar louca.
- N�o estou insinuando nada - corrigiu a condessa, levantando a cabe�a como uma rainha prestes a pronunciar uma senten�a. - Estou afirmando que Jonathan Smith
levou tanto Gaelle quanto a Madonna. Ele foi muito esperto. Sabia que era minha inten��o doar a pintura ao Louvre, e se ofereceu para limp�-la. Confiei nele. - O
rosto angular tornou-se mais uma vez uma m�scara implac�vel de serenidade. - Ele explorou minha confian�a, cegou minha filha para o cumprimento de sua obriga��o
e saiu do castelo com meus dois tesouros.
- � mentira! - vociferou Serenity, com a raiva crescendo dentro dela com a for�a de um tsunami. - Meu pai nunca roubaria, jamais! Se perdeu sua filha, foi
por causa do seu pr�prio orgulho, sua pr�pria cegueira.
- E o Raphael? - A pergunta foi feita suavemente, mas soou na sala e ecoou nas paredes.
- N�o tenho id�ia do que aconteceu com seu Raphael.
- Seus olhos passaram da mulher r�gida para o homem impass�vel, e ela se sentiu muito sozinha. - Meu pai n�o o levou; ele n�o era ladr�o. Nunca fez nada desonesto
na vida.
- Ela come�ou a andar de um lado para o outro da sala, lutando contra o impulso de gritar e estilha�ar o muro de compostura deles. - Se tinha tanta certeza
que ele estava com sua preciosa pintura, por que n�o o mandou prender? Por que n�o provou?
- Como eu disse, seu pai era muito esperto - replicou sua av�. - Ele sabia que eu n�o envolveria Gaelle em tamanho esc�ndalo, n�o importando se ela havia me
tra�do. Com ou sem consentimento, ele era seu marido, o pai da crian�a que ela carregava. Ele estava seguro.
Serenity parou de caminhar de um lado para o outro e se virou, furiosa, com uma express�o incr�dula.
- Acha que ele se casou com ela por seguran�a? N�o tem id�ia do que eles tiveram. Ele a amava mais que a vida, mais do que cem quadros de Raphael.
- Quando descobri o sumi�o do Raphael - continuou a senhora, como se Serenity n�o tivesse falado -, procurei seu pai e exigi uma explica��o. Eles j� estavam
se preparando para partir. Quando o acusei de levar o Raphael, vi a troca de olhares entre eles: o homem em quem tinha confiado e minha filha. Vi que ele havia levado
o quadro, e Gaelle sabia que ele era um ladr�o, e o defendia contra mim. Ela se traiu, traiu a fam�lia e o pa�s.
O discurso terminou com um murm�rio cansado, um breve espasmo de dor surgindo no rosto tenso e controlado.
- J� falou disso o bastante esta noite - declarou Christophe, e levantou-se para servir o conhaque, entregando um copo � condessa e murmurando algo em bret�o.
- Eles n�o o levaram.
Serenity aproximou-se da condessa, mas foi interceptada pela m�o se Christophe no seu bra�o.
- N�o vamos mais falar disso agora.
Ela livrou o bra�o com um pux�o e descarregou toda sua f�ria sobre ele.
- N�o vai me impedir quando eu quiser falar! N�o vou tolerar que meu pai seja rotulado de ladr�o! Diga-me, Monsieur le Comte, se ele o levou, onde est�? O
que ele fez com ele?
A sobrancelha de Christophe elevou-se, e seus olhos continuaram olhando nos dela, sendo o significado de seu olhar claro demais. A cor de Serenity desapareceu
e voltou num instante, enquanto sua boca se abriu impotente antes de engolir em seco e falar num tom calmo e distinto.
- Se eu fosse homem, voc�s iriam pagar por insultarem meus pais e a mim.
- Alors, Mademoiselle - respondeu ele balan�ando a cabe�a de leve -, sorte minha por n�o ser.
Serenity virou-se da zombaria em seu tom e dirigiu-se � condessa, que estava sentada assistindo sua conversa em sil�ncio.
- Madame, se mandou me chamar porque acreditava que eu talvez soubesse do paradeiro do seu Raphael, vai ficar desapontada. N�o sei de nada. Por outro lado,
eu mesma estou desapontada, porque lhe procurei pensando em encontrar um la�o de fam�lia, outro elo com minha m�e. N�s duas temos que aprender a viver com nossas
desilus�es.
Ela se virou e saiu da sala sem sequer olhar para tr�s. Fechou a porta do quarto com for�a, pegou as malas no arm�rio e jogou-as sobre a cama. Com a cabe�a
girando numa f�ria quase incoerente, come�ou a retirar as roupas penduradas com capricho do arm�rio e jog�-las perto das malas abertas num acesso de raiva.
- V� embora! - gritou ela com intensa grosseria quando bateram na porta, depois se virou e poupou Christophe de um olhar furioso e letal quando ele ignorou
a ordem.
Ele levantou as sobrancelhas ao v�-la fazendo as malas e fechou a porta sem fazer barulho.
- Ent�o, Mademoiselle, est� indo embora.
- Dedu��o perfeita. - Ela jogou uma blusa cor-de-rosa claro sobre a grande montanha na sua cama e continuou a ignor�-lo.
- S�bia decis�o - declarou ele, enquanto ela continuava de costas para ele. - Teria sido melhor se n�o tivesse vindo.
- Melhor? - repetiu ela, virando-se de frente para ele enquanto a raiva que esquentava lentamente come�ou a ferver. - Melhor para quem?
- Para a condessa.
Ela avan�ou na sua dire��o lentamente, estreitando os olhos como se estivesse se preparando para uma batalha, xingando mentalmente sua vantagem de altura.
- A condessa me convidou para vir. Intimou - ela corrigiu, aumentando o tom um pouco. - Intimar � mais preciso. Como ousa ficar a� parado e falar comigo como
se eu tivesse pisado em terreno sagrado? Eu nunca soube que a mulher existia at� a carta dela chegar, e estava muito feliz em minha ignor�ncia.
- Teria sido mais prudente se a condessa a tivesse deixado em sua felicidade.
- Isso, Monsieur le Comte, � um brilhante exemplo de uma descri��o atenuada dos fatos. Fico feliz por compreender que eu poderia ter lutado a vida toda sem
jamais conhecer quaisquer dos meus parentes bret�es.
Serenity virou-se e descarregou sua raiva sobre as inocentes roupas.
- Talvez v� descobrir que a luta continua simples uma vez que as rela��es ser�o breves.
- Quer que eu saia, n�o quer? - Ela se virou e sentiu o �ltimo fio de dignidade partir. - Quanto mais r�pido, melhor. Deixe-me lhe dizer uma coisa, Monsieur
le Comte de Kergallen, prefiro acampar ao lado da estrada que aceitar sua graciosa hospitalidade. Pegue. - Ela jogou uma saia comprida e florida na dire��o dele.
- Por que n�o me ajuda a fazer as malas?
Ele se abaixou, pegou a saia e colocou-a sobre uma elegante cadeira estofada, enquanto seus modos frios e controlados enfureciam Serenity mais ainda.
- Mandarei Bridget para ajud�-la. - O tom penetrante de sua educa��o fez com que Serenity olhasse rapidamente em busca de algo s�lido para arremessar nele.
- Realmente parece que precisa de ajuda.
- N�o ouse mandar ningu�m! - gritou ela quando ele se virou em dire��o � porta, e ele se voltou para ela mais uma vez, inclinando a cabe�a diante da ordem.
- Como quiser, Mademoiselle. A condi��o de suas vestimentas � assunto apenas seu.
Detestando sua formalidade imaculada, Serenity viu-se for�ada a provoc�-lo.
- Providenciarei para que minhas malas sejam feitas, primo, quando decidir partir. - Deliberadamente, ela se virou e pegou uma pe�a de roupa do monte. - Afinal,
talvez mude de id�ia e fique por um ou dois dias. Ouvi dizer que a regi�o rural da Bretanha tem muito charme.
- � seu privil�gio permanecer, Madeimoiselle. - Captando o leve toque de aborrecimento no seu tom de voz, Serenity achou imperativo sorrir em sinal de vit�ria.
- No entanto, n�o recomendaria, nas atuais circunst�ncias.
- N�o? - Os ombros dela encolheram-se leve e elegantemente, e ela inclinou o rosto na dire��o do dele em tom de provoca��o. - Isso � mais um est�mulo para
permanecer. - Ela viu que tanto suas palavras quanto suas a��es tinham provocado uma rea��o quando os olhos dele escureceram de raiva. A express�o dele, por�m, permaneceu
calma e serena, e ela se perguntou qual seria a forma de seu g�nio mau quando e se ele o liberasse.
- Deve fazer como desejar, Mademoiselle. - Ele a surpreendeu ao encurtar a dist�ncia entre eles e segurar sua nuca com os dedos fortes. Com o toque, ela percebeu
que seu temperamento n�o estava muito abaixo da superf�cie como ela havia imaginado. - No entanto, talvez n�o ache sua visita t�o confort�vel quanto gostaria.
- Sou bem capaz de lidar com o desconforto. Tentando se soltar, ela descobriu que a m�o a mantinha
im�vel com pouco esfor�o.
- Talvez, mas o desconforto n�o � algo que uma pessoa inteligente busca. - A educa��o do sorriso de Christophe foi mais arrogante que um esc�rnio, e Serenity
enrijeceu e esfor�ou-se para se afastar mais uma vez. - Eu teria dito que possu�a intelig�ncia, Mademoiselle, e n�o sabedoria.
Determinada a n�o se render ao medo que crescia lentamente, Serenity manteve os olhos e a voz livre de emo��es.
- Minha decis�o de ir ou ficar n�o � algo que precise discutir com o senhor. Vou pensar at� amanh� e fazer os preparativos adequados de manh�. � claro que
posso ser acorrentada a uma parede na masmorra.
- Uma alternativa interessante. - O sorriso dele tornou-se tanto zombeteiro quanto divertido enquanto os dedos dele apertaram de leve antes de finalmente solt�-la.
- Vou pensar at� amanh�. - Ele foi at� a porta, fazendo uma pequena rever�ncia enquanto girava a ma�aneta. - E fazer os preparativos adequados de manh�.
Frustrada por ter sido manobrada, Serenity atirou um sapato na almofada da porta que se fechou quando ele saiu.


Cap�tulo 3


O sil�ncio acordou Serenity. Ela abriu os olhos e ficou olhando sem compreender para o quarto iluminado pelo sol antes de se lembrar onde estava. Sentou-se
na cama e ficou ouvindo. O sil�ncio, a profunda e rica qualidade do sil�ncio, quebrado apenas pelo canto ocasional de um p�ssaro. Um sil�ncio que carecia dos ru�dos
alvoro�ados e pulsantes da cidade, e ela decidiu que gostava dele.
Um pequeno rel�gio sofisticado sobre a escrivaninha de cerejeira informava que eram quase 6 horas, ent�o ela se recostou por um momento no luxo de travesseiros
e len��is elegantes e afogou-se na pregui�a. Embora sua mente estivesse apinhada de fatos e acusa��es que sua av� tinha revelado, o cansa�o da longa viagem teve
preced�ncia, e ela dormiu instant�nea e profundamente, estranhamente em paz na cama que outrora fora de sua m�e. Agora, fitava o teto e repassava a noite anterior
mais uma vez em detalhes.
A condessa era amarga. Todas as camadas da compostura artificial n�o conseguiam disfar�ar a amargura, ou, Serenity admitiu, a dor. Mesmo por meio de sua pr�pria
raiva ela vislumbrara a dor. Embora tivesse banido a filha, ela guardara o retrato, e talvez, Serenity concluiu, a contradi��o significasse que o cora��o n�o era
t�o duro quanto o orgulho.
A atitude de Christophe, por�m, ainda a deixava em ponto de ebuli��o. Parecia que ele havia pairado acima dela como um juiz tendencioso, pronto para conden�-la
sem julgamento. Bem, ela determinou, tenho meu pr�prio orgulho e n�o vou me abaixar e encolher enquanto o nome de meu pai � enlameado e minha cabe�a � posta na guilhotina.
Sei jogar o jogo da polidez fria tamb�m. N�o vou correr para casa como um cachorrinho ferido, vou ficar bem aqui.
Olhando para a luz do sol que entrava, ela deu um suspiro profundo.
- Cest un nouveau jour, Maman - disse em voz alta. E saindo da cama caminhou at� a janela. O jardim se espalhava abaixo dela como um precioso presente. - Vou
dar um passeio no jardim, Maman, e mais tarde vou fazer um esbo�o da sua casa. - Ela suspirou e pegou o roup�o. - Ent�o, talvez eu e a condessa possamos chegar a
um acordo.
Tomou banho e se vestiu rapidamente, escolhendo um vestido com estampas em tons pastel, que deixava seus bra�os e seus ombros expostos. O castelo permanecia
num sil�ncio tranq�ilo quando ela caminhou at� o andar principal e saiu para o calor da manh� de ver�o.
Estranho, ela refletiu, virando num grande c�rculo, como � estranho n�o ver outra constru��o, carros nem mesmo outro ser humano. O ar estava fresco e levemente
perfumado, e ela respirou fundo, consumindo-o antes de come�ar a dar a volta no castelo no caminho para o jardim.
Era ainda mais surpreendente de perto do que tinha sido da janela do quarto. Flores vi�osas explodiam numa profus�o de cores, aromas se misturando e mesclando
em uma �nica fragr�ncia ex�tica, ao mesmo tempo picante e doce. Havia uma variedade de caminhos que cortavam os arranjos bem tratados, lajes lisas captando o sol
matinal e mantendo seu brilho na superf�cie. Ela escolheu um caminho aleatoriamente e passeou com satisfa��o, gozando da solid�o, enquanto o artista dentro dela
divertia-se no turbilh�o de tons e formas.
- Bonjour, Mademoiselle. - Uma voz profunda interrompeu o sil�ncio, e Serenity se virou, assustada com a intrus�o em suas contempla��es solit�rias. Christophe
aproximou-se dela lentamente, alto e esguio. Seus movimentos fizeram com que ela se lembrasse de um dan�arino russo arrogante que ela conhecera numa festa em Washington.
Gracioso, confiante e muito m�sculo.
- Bonjour, Monsieur le Comte.
Ela n�o desperdi�ou um sorriso, mas o saudou com cuidadosa cordialidade. Ele estava vestido de forma casual, com um blus�o camur�a e jeans marrons, elegante,
e se ela tivesse sentido a brisa do bucaneiro antes, agora estava presa na tempestade.
Ele estendeu o bra�o at� ela e olhou para baixo com seu meticuloso exame habitual.
- � madrugadora. Acredito que dormiu bem.
- Muito bem, obrigada - respondeu ela, com raiva por ter que combater n�o s� a animosidade mas tamb�m a atra��o. - Seus jardins s�o bonitos e muito atraentes.
- Tenho inclina��o pelo que � bonito e atraente.
Os olhos dele estavam diretos, o castanho-escuro sufocando o �mbar, at� que ela n�o conseguiu respirar, abaixando os olhos do poder dos dele.
- Oh, bem, ol�. - Eles estavam falando em franc�s, mas ao ver o cachorro nos calcanhares de Christophe, Serenity voltou ao ingl�s. - Qual � o nome dele?
Ela se agachou para acariciar o p�lo espesso e macio.
- Korrigan - ele disse, olhando para sua cabe�a curvada enquanto o sol flu�a para baixo, formando um halo de cachos claros.
- Korrigan - ela repetiu, encantada com o cachorro e esquecendo seu aborrecimento com seu dono. - Qual � a ra�a?
- Spaniel bret�o.
Korrigan come�ou a retribuir sua afei��o com leves lambidas no rosto liso. Antes que Christophe pudesse mandar o cachorro parar, Serenity riu e envolveu o
pesco�o macio do animal.
- Eu devia saber. Tive um cachorro uma vez; ele me seguiu at� em casa. - Ele olhou para cima e sorriu quando Korrigan continuou a acarici�-la com a l�ngua
molhada.
- Na verdade, eu o encorajei bastante. Dei-lhe o nome de Leonardo, mas o meu pai o chamava de Horr�vel, e foi o nome que pegou. N�o havia banho nem escova
que melhorasse sua sujeira inerente.
Quando ela foi se levantar, Christophe estendeu a m�o para ajud�-la a p�r-se de p�. Seu aperto foi firme e perturbador. Verificando o impulso de afastar-se
dele, ela se soltou e continuou a caminhar.
- Vejo que est� mais calma. Achei surpreendente que um temperamento t�o perigoso exista dentro de uma casca t�o fr�gil.
- Infelizmente est� errado. - Ela virou a cabe�a, lan�ando-lhe um olhar breve mas direto. - N�o quanto ao temperamento, mas quanto a fragilidade. Sou realmente
bem determinada e n�o facilmente afetada.
- Talvez ainda n�o tenha sido testada - respondeu ele, e ela dedicou sua aten��o a um arbusto cheio de rosas.
- Decidiu ficar por um tempo?
- Sim, decidi - ela admitiu, e virou-se para olhar para ele diretamente -, embora tenha a n�tida impress�o que preferiria n�o ter decidido isso.
Os ombros dele encolheram-se de forma eloq�ente.
- Mais, non, Mademoiselle. Pode ficar quanto tempo quiser.
- Seu entusiasmo me impressiona - murmurou Serenity.
-Pardon?
- Nada. - Dando um suspiro r�pido, ela inclinou a cabe�a e lan�ou um olhar confiante. - Diga-me, Monsieur, n�o gosta de mim porque acha que meu pai era um
ladr�o, ou � pessoal?
A express�o fria e resoluta n�o se alterou ao olhar para ela.
- Lamento ter lhe dado tal impress�o. Mademoiselle, meus modos devem ser respons�veis por isso. Tentarei ser mais educado.
- �s vezes � t�o educado que beira a grosseria - vociferou ela, perdendo o controle e batendo o p� em estado de exaspera��o.
- Talvez ache a grosseria mais do seu gosto?
A sobrancelha dele se levantou enquanto ele julgou o temperamento dela com total indiferen�a.
- Oh! - Ela se virou e esticou o bra�o com raiva para colher uma rosa. - O senhor me enfurece! Droga! - ela xingou quando um espinho espetou seu polegar. -
Agora veja o que me fez fazer. - Levou o dedo � boca e olhou furiosa.
- Minhas desculpas - respondeu Christophe, com um ar zombeteiro nos olhos. - Foi muito indelicado de minha parte.
- O senhor � arrogante, condescendente e formal - acusou Serenity, sacudindo os cachos.
- E voc� � mal-humorada, mimada e teimosa - replicou ele, estreitando o olhar e cruzando os bra�os.
Eles fitaram um ao outro por um momento. Seu verniz de educa��o sumiu, permitindo que ela vislumbrasse o homem impiedoso e excitante que havia debaixo do revestimento
friamente distante.
- Bem, parece que temos excelentes opini�es m�tuas ap�s um relacionamento t�o curto - ela observou, colocando de volta os cachos que estavam fora do lugar.
- Se nos conhecermos melhor, ficaremos loucamente apaixonados.
- Conclus�o interessante, Mademoiselle.
Com uma leve rever�ncia, ele se virou e rumou de volta ao castelo. Serenity sentiu uma perda inesperada por�m tang�vel.
- Christophe - gritou ela por impulso, querendo inexplicavelmente melhorar as coisas entre eles. Ele se virou de novo, com a sobrancelha levantada em tom inquisitivo,
e ela deu um passo na sua dire��o. - N�o podemos simplesmente ser amigos?
Ele olhou em seus olhos por um longo tempo, um olhar t�o profundo e intenso que ela sentiu que ele a despia at� a alma.
- N�o, Serenity, infelizmente nunca seremos apenas amigos.
Ela viu sua silhueta alta e �gil se afastar a passos largos, tendo o spaniel mais uma vez nos seus calcanhares.
Uma hora depois, Serenity estava reunida com sua av� e Christophe no caf�-da-manh�, com a condessa fazendo as perguntas de costume sobre como ela havia passado
a noite. A conversa foi correta, por�m pouco inspirada, e Serenity sentiu que a senhora estava fazendo um esfor�o para aliviar a tens�o provocada causada pelo confronto
da noite anterior. Talvez, Serenity concluiu, n�o fosse considerado apropriado discutir enquanto se comia croissants. Como somos surpreendentemente civilizados!
Suprimindo um sorriso ir�nico, ela refletiu sobre a atitude de seus companheiros.
- Vai querer conhecer o castelo, Serenity, n'est ce pas? Levantando os olhos enquanto largava o creme, a condessa mexeu o caf� com as unhas perfeitamente pintadas.
- Sim, Madame, gostaria de fazer isso - concordou Serenity com o sorriso esperado. - Gostaria de fazer alguns esbo�os do castelo pelo lado de fora depois,
mas adoraria ver o interior primeiro.
- Mais, oui. Christophe - disse ela, dirigindo-se ao homem moreno que bebericava lentamente o caf� -, temos que acompanhar Serenity pelo castelo esta manh�.
- Nada me daria maior prazer, Grandm�re - concordou ele, colocando a x�cara de volta ao pires de porcelana.
- Mas lamento que estarei ocupado esta manh�. O novo touro que importamos est� para chegar e devo supervisionar seu transporte.
- Ah, o gado. - A condessa suspirou e mexeu os ombros. - Pensa demais sobre o gado.
Foi a primeira declara��o espont�nea que Serenity notou e pegou-a imediatamente.
- Voc�s criam gado?
- Sim - Christophe confirmou, olhando em seus olhos inquiridores. - A cria��o de gado � o neg�cio do castelo.
- � mesmo? - perguntou ela com surpresa exagerada.
- Achei que os Kergallen n�o se importavam com assuntos t�o mundanos. Imaginei que apenas se sentavam e contavam seus servos.
Os l�bios dele se curvaram um pouco e ele balan�ou a cabe�a de leve.
- Apenas uma vez por m�s. Os servos costumam ser altamente prol�ficos.
Ela viu-se rindo dentro dos seus olhos. Depois, quando seu sorriso r�pido em sinal de resposta martelou um alerta no seu c�rebro, ela prestou aten��o ao pr�prio
caf�.
Por fim, a condessa acompanhou Serenity em seu tour pelo enorme castelo, explicando um pouco de sua hist�ria enquanto se deslocavam de um c�modo surpreendente
para o outro.
O castelo tinha sido constru�do no fim do s�culo XVII, e por ter pouco menos de 300 anos n�o era considerado velho pelos padr�es bret�es. O castelo em si e
as propriedades ao redor tinham sido passados de gera��o em gera��o ao primog�nito, e embora algumas moderniza��es tivessem sido feitas, ele permanecia basicamente
o mesmo de quando o primeiro Comte de Kergallen passou com sua noiva sobre a ponte levadi�a. Para Serenity, era a ess�ncia de um encanto perdido e atemporal, e a
afei��o e o encantamento imediato que ela sentiu � primeira vista apenas cresceram com as explora��es.
Na galeria de retratos, ela viu o fasc�nio moreno de Christophe reproduzido ao longo dos s�culos. Embora variasse de gera��o em gera��o, o orgulho inveterado
permanecia, a postura aristocr�tica, o ar de mist�rio dif�cil de ser definido. E parou em frente a um antepassado do s�culo XVIII cuja semelhan�a era t�o surpreendente
que ela deu um passo � frente para fazer um exame mais de perto.
- Acha Jean-Claud interessante, Serenity? - perguntou a condessa, seguindo seu olhar. - Christophe � muito parecido com ele fisicamente, n'est-ce pas?
- Sim, � not�vel. - Os olhos, ela decidiu, eram confiantes demais e vivos demais, e, a menos que ela estivesse muito equivocada, a boca tinha conhecido muitas
mulheres.
- Ele tem a reputa��o de ter sido um pouco, uh, sauvage
- ela continuou, com um toque de admira��o. - Diz-se que contrabando era seu passatempo; ele era um homem do mar. Corre a hist�ria de que, uma vez, quando
estava na Inglaterra, enamorou-se de uma mulher daquele pa�s e, n�o tendo a paci�ncia para um longo noivado formal e � moda antiga, ele a raptou e a trouxe para
o castelo. Casou-se com ela, � claro; ela est� ali. - Ela apontou para um retrato de uma garota inglesa com a pele rosada, de cerca de 20 anos.
- Ela n�o parece infeliz.
Com este coment�rio, ela desceu o corredor, deixando Serenity fitando o rosto sorridente de uma noiva raptada.
O sal�o de baile era enorme. A parte do outro lado estava aberta com janelas com estruturas de chumbo que ampliavam o espa�o. Outra parede era inteiramente
espelhada, refletindo os brilhantes prismas do trio de candelabros que lan�avam sua reluzente luz como estrelas silenciosas a partir do teto de vigas altas. Cadeiras
coloniais de espaldar duro com elegantes assentos de tape�aria, estrategicamente dispostas, � disposi��o daqueles que simplesmente desejassem observar os casais
girando pelo pavimento extremamente lustrado. Ela pensou se Jean-Claud tinha dado um baile de casamento para sua esposa sabina*, e decidiu que, sem d�vida, ele havia
promovido a festa.

* Refer�ncia ao povo sabino que habitou a regi�o do L�cio antes da funda��o de Roma. Diz a lenda que os romanos seq�estravam as mulheres a fim de povoar a
cidade rec�m-constru�da. (N. do T.)

A condessa levou Serenity por outro corredor estreito at� uma escadaria de pedra �ngreme, subindo em espiral at� a torre mais alta. Embora o c�modo em que
entraram estivesse vazio, Serenity imediatamente emitiu um grito de prazer, indo at� o centro e olhando em volta como se ele estivesse cheio de tesouros. Era grande
e ventilado, completamente circular, e as janelas altas permitiam que a luz do sol que entrava beijasse cada cent�metro de espa�o. Sem fazer esfor�o, ela se imaginou
no local, pintando por v�rias horas, em aben�oada solid�o.
- Seu pai usou este c�modo como seu est�dio - a condessa informou, com a rigidez de volta � voz, e Serenity interrompeu suas fantasias e se virou para olhar
para a av�.
- Madame, se for seu desejo que eu permane�a aqui por um tempo, devemos chegar a um acordo. Se n�o conseguirmos, n�o terei escolha a n�o ser partir. - Ela
manteve a voz firme e controlada, ligeiramente educada, mas os olhos tra�ram a batalha com o temperamento. - Amava muito meu pai, como amava minha m�e. N�o tolerarei
o tom que usa quando fala dele.
- � costume no seu pa�s uma jovem dirigir-se aos mais velhos de tal modo?
A cabe�a r�gia estava erguida. O temperamento estava igualmente aparente.
- Posso falar apenas por mim, Madame - respondeu ela, ficando ereta no fulgor da luz do sol. - E n�o sou de opini�o que idade signifique sabedoria. Nem sou
hip�crita o bastante para fingir concordar enquanto insulta um homem que amei e respeitei acima de todos os outros.
- Talvez fosse mais prudente se deix�ssemos de falar de seu pai enquanto estiver conosco.
O pedido foi uma ordem inequ�voca, e Serenity ficou furiosa.
- Pretendo mencion�-lo, Madame. Pretendo descobrir exatamente o que aconteceu com a Madonna de Raphael e limpar a mancha negra que colocou em seu nome.
- E como pretende fazer isso?
- N�o sei - respondeu ela -, mas farei. - Andando de um lado para o outro do recinto, ela espalhou as m�os de modo inconsciente num gesto completamente franc�s.
- Talvez esteja escondido no castelo; talvez outra pessoa o tenha levado. - Ela virou-se contra a senhora com uma f�ria repentina. - Talvez o tenha vendido e colocado
a culpa em meu pai.
- Est� me insultando! - retrucou a condessa, com seus olhos azuis chispando fogo.
- A senhora rotula meu pai de ladr�o e diz que eu a estou insultando? - replicou Serenity, combatendo fogo com fogo. - Conheci Jonathan Smith, condessa, e
ele n�o era ladr�o, mas n�o conhe�o a senhora.
A condessa olhou fixamente para a jovem, furiosa, em sil�ncio por um longo tempo, enquanto as chamas azuis morriam e eram substitu�das por considera��o.
- � verdade - ela reconheceu com uma inclina��o de cabe�a. - N�o me conhece, e n�o a conhe�o. E, se somos estranhos, n�o posso colocar a culpa na sua cabe�a.
Nem posso culp�-la pelo que aconteceu antes de nascer.
Ela foi at� uma janela e ficou olhando para fora, em sil�ncio.
- N�o mudei minha opini�o sobre seu pai - disse ela por fim, e virando-se levantou uma das m�os para silenciar a r�plica autom�tica de Serenity. - Mas n�o
tenho sido justa no que se refere � sua filha. Vem at� minha casa, uma estranha, a meu pedido, e eu a tenho acolhido t�o mal. Por tudo isso, pe�o desculpas. - Os
l�bios dela se curvaram num pequeno sorriso. - Se concordar, n�o falaremos do passado at� nos conhecermos.
- Muito bem, Madame - concordou Serenity, sentindo que tanto o pedido quanto as desculpas eram uma esp�cie de bandeira branca.
- Tem um cora��o mole que acompanha um esp�rito forte - a senhora observou, com um toque de aprova��o em seu tom de voz. - � uma boa combina��o. Mas tamb�m
perde a paci�ncia muito r�pido, n'est-ce pas?
- Evidemment - admitiu Serenity.
- Christophe tamb�m � dado a explos�es repentinas de mau g�nio e raiva - a condessa lhe informou, numa repentina mudan�a de assunto. - Ele � forte e teimoso,
e requer uma esposa de for�a semelhante, mas com um cora��o mole.
Serenity ficou olhando confusa diante da declara��o amb�gua de sua av�.
- Ela tem minha compaix�o - ela come�ou a dizer e estreitou os olhos quando uma pequena semente de d�vida come�ou a brotar. -Madame, o que tem as necessidades
de Christophe a ver comigo?
- Ele chegou na idade em que um homem precisa de uma mulher - declarou a condessa de forma simples. - E voc� j� passou da idade em que a maioria das mulheres
est� bem casada e criando uma fam�lia.
- Sou apenas metade bret� - afirmou ela, distra�da por um momento. Seus olhos se arregalaram de surpresa. - Certamente n�o... N�o est� pensando que eu e Christophe...?
Oh, que rid�culo! - Ela gargalhou, um som denso e cheio que ecoou no recinto vazio. - Madame, sinto desapont�-la, mas o conde n�o gosta de mim. N�o gostou de mim
no momento em que colocou os olhos sobre mim, e sou for�ada a admitir que n�o gosto muito dele tamb�m.
- O que tem gostar a ver com isso? - perguntou a condessa, afastando as palavras com as m�os.
A risada de Serenity se desfez, e ela balan�ou a cabe�a, incr�dula, quando se deu conta de tudo.
- J� falou com ele sobre isso?
- Oui, d'accord - concordou a condessa tranq�ilamente. Serenity fechou os olhos, quase inundada de humilha��o e f�ria.
- N�o admira que ele tenha se ressentido de mim assim que me viu - entre isso e pensar o que ele pensa do meu pai!
Ela afastou-se da av� e depois retornou, com justificada indigna��o.
- A senhora ultrapassa seus limites, Comtesse. O tempo de casamentos arranjados j� passou, h� muito tempo.
- Poof! - Foi uma exclama��o desdenhosa. - Christophe � dono do seu nariz para concordar com qualquer coisa arranjada por outra pessoa, e vejo que voc� � voluntariosa
demais para faz�-lo. Mas - um sorriso lento formou um vinco no rosto angular enquanto Serenity olhava com olhos arregalados e incr�dulos - voc� � encantadora, e
Christophe � um homem atraente e viril. Talvez a natureza, como �, seguir� seu curso.
Serenity s� conseguiu olhar de boca aberta para o rosto calmo e inescrut�vel.
- Venha. - A condessa deslocou-se tranq�ilamente em dire��o � porta. - Existem mais coisas para voc� ver.


Cap�tulo 4


A tarde estava quente, e Serenity estava quase em ponto de ebuli��o. A indigna��o havia migrado de sua av� para Christophe, e quanto mais ela fervia, mais
a indigna��o se dirigia a ele.
Aristocrata convencido e intoler�vel!, ela enfureceu-se. O l�pis percorria o bloco de forma violenta enquanto ela esbo�ava as torres em forma de tambor do
castelo. Preferiria casar com �tila, o huno, que estar presa �quele campon�s de pesco�o duro! Ela quebrou o sil�ncio do meio-dia com uma risada curta. Madame, provavelmente,
est� imaginando dezenas de minicondes e minicondessas brincando no p�tio e crescendo para levar adiante a linha imperial no melhor estilo bret�o.
Que lugar maravilhoso para se criar filhos, ela pensou, parando o l�pis e com os olhos se enternecendo. � t�o limpo, tranq�ilo e bonito! Um grande suspiro
encheu o ar, e ela recome�ou. Depois, percebendo que ele tinha sido emitido de seus pr�prios l�bios, franziu as sobrancelhas, furiosa. La Comtesse Serenity de Kergallen,
disse, de forma silenciosa, e franziu as sobrancelhas com mais sentimento ainda. Este ser� o dia!
Um movimento captou sua aten��o, e ela virou a cabe�a, olhando contra o sol com os olhos apertados, e viu Christophe se aproximar. Seus passos eram longos
e seguros, e ele cruzou o gramado num ritmo f�cil de membros e m�sculos. Ele anda como se fosse o dono do mundo, ela observou, meio admirada, meio ressentida. Quando
chegou, o ressentimento havia se tornado evidente.
- Voc�! - ela cuspiu sem qualquer pre�mbulo, levantando-se da moita macia de grama e ficando de p� como um anjo esguio e vingativo, dourado e reluzente.
Os olhos dele se estreitaram diante do seu tom, mas sua voz permaneceu fria e controlada.
- Alguma coisa a incomoda, Mademoiselle?
O gelo na sua voz apenas insuflou o fogo da raiva, e a dignidade foi abandonada.
- Sim, estou incomodada! Sabe muito bem que estou incomodada! Por que � que n�o me contou sobre essa id�ia rid�cula da condessa?
- Ah. - As sobrancelhas se levantaram, e os l�bios se curvaram num sorriso sard�nico. - Alors, Grandm�re lhe informou sobre os planos para nossa felicidade
conjugai. E quando, minha amada, vamos anunciar as proclamas do casamento?
- Seu convencido... - disse ela, incapaz de inventar um insulto apropriado. - Sabe o que pode fazer com suas proclamas do casamento! N�o o desafiaria em uma
aposta!
- Bon - respondeu ele inclinando a cabe�a. - Ent�o, estamos finalmente de pleno acordo: n�o desejo me prender a uma fedelha de l�ngua afiada. Quem quer que
a tenha batizado de Serenity, teve pouca vis�o.
- � o homem mais detest�vel que j� conheci! - disse ela furiosa, estando seu temperamento em contraste direto com a fria compostura dele. - N�o suporto v�-lo.
- Ent�o decidiu encurtar sua visita e retornar para os Estados Unidos?
Ela inclinou o queixo e balan�ou a cabe�a lentamente.
- Ah, n�o, Monsieur le Comte, vou permanecer bem aqui. Tenho raz�es para ficar que superam meus sentimentos pelo senhor.
Os olhos escuros se tornaram fendas quando ele examinou seu rosto.
- Parecia que a condessa tinha adicionado alguns francos para torn�-la mais simp�tica.
Serenity o fitou perplexa at� entender o significado de suas palavras, que roubou sua cor e escureceu seus olhos. Sua m�o girou e o atingiu com plena for�a
num tapa sonoro e ardente, e ent�o ela girou nos calcanhares e come�ou a correr para o castelo. As m�os duras cravaram-se em seus ombros e fizeram com que ela se
virasse, comprimindo-a contra o seu corpo firme enquanto os l�bios dele desciam sobre os dela num beijo brutal e punitivo.
O choque foi el�trico, uma brilhante luz foi acesa e, em seguida, apagada. Por um momento, ela ficou sem energia junto ao seu corpo, incapaz de emergir de
uma escurid�o cheia de calor e necessidade. Sua respira��o n�o mais lhe pertencia; ela percebeu de repente que ele estava roubando at� mesmo isso e come�ou a empurrar
seu peito, bater com punhos indefesos e impotentes, com muito medo de ser capturada para sempre na escurid�o que rodopiava e estava prestes a ferver.
Os bra�os dele a envolveram, moldando seu esguio e macio corpo �s linhas r�gidas e inflex�veis do corpo dele, fundindo-os em uma �nica forma apaixonada. A
m�o dele deslizou para cima e agarrou sua nuca com dedos firmes, for�ando a cabe�a dela a permanecer im�vel, enquanto seu outro bra�o envolvia sua cintura, mantendo
a posse completa.
Ela parou de lutar como se n�o estivesse tentando fazer isso, enfatizando a for�a superior dele e a viol�ncia que borbulhou logo abaixo da superf�cie. Os l�bios
dela foram for�ados a se abrir enquanto a boca dele continuava o ataque, explorando a dela com uma intimidade sem compaix�o. O aroma almiscarado da sua masculinidade
estava assaltando os sentidos dela, entorpecendo tanto o c�rebro quanto a vontade, e de forma indistinta ela ouviu sua av� descrever o conde h� muito falecido que
tinha o rosto de Christophe. Sauvage, ela dissera. Sauvage.
Ele deu liberdade � sua boca. O aperto retornou aos ombros dela enquanto ela olhava para os olhos anuviados e confusos. Por um momento, o sil�ncio pairou como
um muro de calor em estado efervescente.
- Quem lhe deu permiss�o para fazer isso? - perguntou ela, irritada, colocando uma das m�os na cabe�a para impedi-la de girar.
- Era isso ou retribuir o tapa, Mademoiselle - ele informou, e pelo seu tom e pela sua express�o, ela p�de ver que ele ainda n�o tinha completado a transforma��o
de pirata para aristocrata. - Infelizmente, tenho alguma relut�ncia em bater em mulher, n�o importando o quanto elas possam merecer.
Serenity libertou-se de seu controle, sentindo as trai�oeiras l�grimas exigindo liberta��o.
- Da pr�xima vez, me d� um tapa. Eu preferiria.
- Se levantar sua m�o para mim de novo, minha querida prima, pode ter certeza que machucarei mais que seu orgulho - ele prometeu.
- Voc� pediu - respondeu ela, mas a for�a de suas palavras foi reduzida por grandes olhos fervendo como po�as douradas de luz. - Como ousa me acusar de aceitar
dinheiro para ficar aqui? Ocorreu-lhe que talvez eu quisesse conhecer minha av�, com quem n�o tive contato durante toda a minha vida? Em algum momento pensou que
eu pudesse querer conhecer o lugar onde os meus pais se conheceram e se apaixonaram? Que eu precisava ficar e provar a inoc�ncia do meu pai? - As l�grimas escaparam
e rolaram pelo rosto liso, e Serenity desprezou cada gota de fraqueza. - S� gostaria de poder bater em voc� com mais for�a. O que teria feito se algu�m o tivesse
acusado de ser comprado como um peda�o de carne?
Ele observou o trajeto de uma l�grima quando ela caiu do olho e agarrou-se na pele de cetim, e um pequeno sorriso inclinou um canto da boca dele.
- Eu teria batido bastante nele, mas acredito que suas l�grimas sejam uma puni��o mais eficaz que os punhos.
- N�o uso l�grimas como arma.
Ela as enxugou com o dorso da m�o, com vontade de ter conseguido estancar o fluxo.
- N�o. Elas s�o ainda mais potentes. - Um longo dedo cor de bronze recolheu uma l�grima da pele de marfim. O contraste de cores concedeu a ela uma apar�ncia
delicada e vulner�vel, e ele retirou a m�o rapidamente, dirigindo-se a ela num tom casual: - Minhas palavras foram injustas, pe�o desculpas. N�s dois tivemos nossa
puni��o, ent�o agora estamos, como se diz?, quites.
Ele deu seu sorriso raro e encantador, e ela ficou olhando para ele, atra�da pelo seu poder e encantada com a mudan�a positiva que deu � apar�ncia dele. O
sorriso dela foi a resposta, o brilho repentino do sol atrav�s de um v�u de chuva. Ele fez um leve barulho impaciente, como se lamentasse o lapso moment�neo, e inclinando
a cabe�a girou nos
calcanhares e se afastou, deixando Serenity olhando para ele.
Durante o jantar, a conversa foi mais uma vez estritamente convencional, como se o col�quio surpreendente no c�modo da torre e o encontro tempestuoso no jardim
em volta do castelo n�o tivessem ocorrido. Serenity ficou maravilhada com a compostura de seus companheiros enquanto desfilavam o leque de conversas � mesa sobre
langoustes � la creme. Se n�o fosse pelo fato de que seus l�bios ainda se lembravam, ela teria jurado que tinha imaginado o beijo tempestuoso e de tirar o f�lego
que Christophe dera neles. Havia sido um beijo que provocara uma profunda rea��o e sacolejado seu frio distanciamento mais do que ela gostaria de admitir.
N�o significou nada, ela insistiu, em sil�ncio, e dedicou-se � suculenta lasanha. J� tinha sido beijada, e seria novamente. N�o permitiria que nenhum tirano
mal-humorado lhe causasse mais preocupa��o. Decidindo retomar seu papel no jogo da formalidade casual, ela deu um gole e fez um coment�rio sobre o vinho.
- Acha agrad�vel? - Christophe embarcou na conversa num tom igualmente leve. - � o Muscadet produzido aqui no castelo. Produzimos uma pequena quantidade todo
ano para nosso pr�prio consumo e para os arredores.
-Acho muito agrad�vel - comentou Serenity. - Como � emocionante saborear um vinho de suas pr�prias videiras. Nunca provei nada assim.
- O Muscadet � o �nico vinho produzido na Bretanha - a condessa informou, com um sorriso. - Somos, basicamente, uma prov�ncia que vive do mar e da renda.
Serenity correu o dedo pelo tecido branco como a neve que adornava a mesa de carvalho.
- Renda da Bretanha. � requintada. Tem uma apar�ncia muito fr�gil, mas os anos apenas aumentam sua beleza.
- Como uma mulher - murmurou Christophe, e Serenity levantou os olhos, e viu seu olhar escuro.
- Mas tamb�m tem o gado.
Ela agarrou-se ao t�pico para encobrir a moment�nea confus�o.
- Ah, o gado.
Seus l�bios se curvaram, e Serenity teve a impress�o desconfort�vel que ele tinha bastante consci�ncia do efeito que causava nela.
- Tendo vivido na cidade toda a minha vida, sou totalmente ignorante no que se refere a gado. - Ela prosseguiu com dificuldade, cada vez mais desconcertada
com seu olhar direto. - Tenho certeza que formam uma linda imagem pastando nos campos.
- Temos que apresent�-la � regi�o rural da Bretanha - declarou a condessa, atraindo a aten��o de Serenity. - Talvez gostasse de sair amanh� para ver a propriedade.
- Gostaria muito, Madame. Tenho certeza que ser� uma mudan�a agrad�vel em rela��o �s cal�adas e aos pr�dios governamentais.
- Teria prazer em acompanh�-la, Serenity - Christophe ofereceu-se, surpreendendo-a. Virando-se novamente para ele, a express�o dela espelhava seus pensamentos.
Ele sorriu e inclinou a cabe�a. - Tem traje apropriado?
- Traje apropriado? - repetiu ela, com a surpresa transformando-se em confus�o.
- Mas claro. - Ele parecia estar gostando de sua mudan�a de express�o, e seu sorriso se espalhou. - Seu gosto em termos de roupa � impec�vel, mas acharia dif�cil
montar a cavalo num vestido desses.
Os olhos dela desceram at� as linhas levemente fluidas do seu vestido verde-salgueiro antes de se levantarem at� o olhar divertido dele.
- Cavalo? - perguntou ela, franzindo as sobrancelhas.
- N�o se pode percorrer a propriedade em um autom�vel, ma petite. O cavalo � mais adequado.
Diante de seus olhos risonhos, ela endireitou o corpo e exp�s sua dignidade.
- Infelizmente n�o monto.
- C'est impossible! - exclamou a condessa, incr�dula. - Gaelle era uma excelente amazona.
- Talvez as habilidades eq�estres n�o sejam gen�ticas, Madame - sugeriu Serenity, divertindo-se com a express�o incr�dula da av�. - N�o sou amazona, de jeito
nenhum. N�o consigo controlar nem p�nei de carrossel.
- Vou lhe ensinar.
As palavras de Christophe foram uma afirma��o, n�o um pedido, e ela se virou para ele, enquanto o divertimento se transformava em arrog�ncia.
- Quanta gentileza sua em se oferecer, Monsieur, mas n�o tenho desejo de aprender. N�o se incomode.
- No entanto - ele declarou e ergueu a ta�a de vinho -, ir�. Estar� pronta �s 9 horas, n'est-ce pas? Ter� sua primeira li��o.
Ela olhou furiosa para ele, espantada com a ignor�ncia arbitr�ria da sua recusa.
- Acabei de lhe dizer...
- Tente ser pontual, ch�rie - alertou ele, com uma falsa pregui�a ao se levantar da mesa. - Achar� mais agrad�vel caminhar at� os est�bulos do que ser arrastada
pelos cabelos dourados. - Ele sorriu como se a segunda perspectiva representasse para ele um grande atrativo. - Bonne nuit, Grandm�re - acrescentou ele com afei��o
antes de desaparecer da sala, deixando Serenity soltando fuma�a e sua av� claramente satisfeita.
- Que aud�cia intoler�vel! - disse ela em tom explosivo ao encontrar a voz. Virando os olhos irados para a av�, ela acrescentou, em tom de desafio: - Se ele
acha que vou obedecer resignada e...
- Seria prudente obedecer, resignada ou n�o - interrompeu a senhora. - Uma vez que Christophe tenha se decidido... - Com um leve e significativo encolher de
ombros ela deixou o resto da frase a cargo da imagina��o de Serenity. - Presumo que tenha cal�as. Bridget lhe trar� um par de botas de equita��o de sua m�e pela
manh�.
- Madame - Serenity come�ou a dizer lentamente, como se tentasse fazer com que cada palavra fosse compreendida -, n�o tenho inten��o de montar num cavalo de
manh�.
- N�o seja uma menina tola. - Uma esguia m�o, cheia de an�is, estendeu-se de forma negligente at� uma ta�a de vinho. - Ele � mais do que capaz de levar a cabo
sua amea�a. Christophe � um homem muito obstinado. - Ela sorriu e pela primeira vez Serenity sentiu um calor genu�no. - Talvez at� mais que voc�.
Xingando baixinho, Serenity cal�ou as botas fortes que tinham sido de sua m�e. Elas tinham sido limpas e engraxadas at� ficarem brilhantes, e se encaixaram
em seus p�s pequenos como se fossem feitas sob medida para eles.
Parece que at� voc� est� conspirando contra mim, Maman, ela repreendeu a m�e silenciosamente em seu desespero. Depois gritou um "Entrez" em resposta a uma
batida na porta. N�o foi, no entanto, a pequena empregada Bridget que abriu a porta, mas Christophe, vestido com uma eleg�ncia descontra�da, trajando cal��es de
montaria castanho-claros e uma camisa de linho branca.
- O que deseja? - perguntou ela mal-humorada, cal�ando a segunda bota com um pux�o firme.
- S� ver se � realmente pontual, Serenity - respondeu ele com um sorriso tranq�ilo, com os olhos vagando pelo rosto curioso e o corpo esguio e flex�vel usando
uma camiseta com estampa de serigrafia e jeans de corte franc�s.
Desejando que ele n�o olhasse para ela o tempo todo, como se memorizasse cada tra�o, ela levantou-se em sinal de defesa.
- Parece ser capaz de seguir algumas instru��es simples.
Os olhos dela se estreitaram at� se tornarem fendas adornadas de j�ias, e ela lutou contra a indisposi��o que ele tinha o h�bito de provocar.
- Sou razoavelmente inteligente, obrigada, mas n�o gosto de ser intimidada.
- Pardon?
A express�o perplexa dele causou um sorriso presun�oso.
- Terei de recordar muitos coloquialismos, primo. Talvez possa enlouquec�-lo devagar.
Serenity seguiu Christophe at� os est�bulos num sil�ncio insolente, alongando os passos de modo determinado a fim de acompanhar seu caminhar e impedir a necessidade
de seguir o rastro dele como um c�ozinho obediente. Quando chegaram ao anexo, surgiu um cavalari�o trazendo dois cavalos, j� com as r�deas e as selas. Um era preto
e brilhante, o outro tinha uma pele de gamo cremosa, e aos olhos apreensivos de Serenity os dois eram extremamente grandes.
Ela parou de repente e observou os dois com as sobrancelhas franzidas em tom de d�vida. Ele realmente n�o me arrastaria pelo cabelo, ela pensou com cautela.
- Se simplesmente me virasse e fosse embora, o que faria? - perguntou Serenity em voz alta.
- S� a traria de volta, ma petite.
A sobrancelha escura se levantou diante de sua carranca, revelando que ele j� tinha previsto tal pergunta.
- O preto �, obviamente, o seu, Comte - concluiu ela com uma voz suave, lutando para controlar o p�nico crescente. - J� posso imagin�-lo a galope pelo campo
� luz de uma lua cheia, com o brilho de um sabre no quadril.
- � muito astuta, Mademoiselle. - Ele assentiu com a cabe�a, e pegando as r�deas do animal com pele de gamo do cavalari�o levou a montaria na sua dire��o.
Ela deu um passo involunt�rio para tr�s e engoliu em seco.
- Suponho que queira que eu monte nele.
- Nela - corrigiu ele, curvando a boca.
Ela olhou para ele, irada e nervosa, enojada com sua pr�pria apreens�o.
- N�o estou muito preocupada com seu sexo. - Olhando para a �gua parada, engoliu em seco mais uma vez. - Ela �... ela � muito grande.
A voz dela estava muito mais fraca do que ela imaginara.
- Babette � t�o gentil quanto Korrigan - Christophe assegurou, em tom inesperadamente paciente. - Gosta de cachorros, n'est-ce pas?
- Sim, mas...
- Ela � meiga, n�o �? - Ele pegou a m�o dela e levou-a at� a cabe�a lisa de Babette. - Ela tem bom cora��o e s� deseja agradar.
Sua m�o ficou presa entre a pele lisa do animal e a insist�ncia dura da palma de Christophe, e ela achou a combina��o estranhamente agrad�vel. Ela relaxou,
permitiu que ele guiasse sua m�o sobre a �gua e virou a cabe�a, sorrindo por cima do ombro.
- Ela � boa de tocar - disse ela, mas quando a �gua soprou pelas narinas largas, ela pulou nervosa e trope�ou para tr�s contra o peito de Christophe.
- Relaxe, ch�rie. - Ele deu uma leve risada, enquanto seus bra�os envolveram sua cintura para firm�-la. - Ela s� est� dizendo que gosta de voc�.
- Mas me assustou - respondeu Serenity, em sinal de defesa, repugnada consigo mesma, e decidiu que era agora ou nunca. Virou-se para lhe dizer que estava pronta
para come�ar, mas ficou olhando sem palavras para os olhos escuros e enigm�ticos enquanto os bra�os dele permaneciam em volta dela.
Sentiu o cora��o interromper o bater constante, permanecendo im�vel por um momento e disparar esporadicamente num ritmo louco. Por um instante, ela acreditou
que ele a beijaria novamente, e para sua surpresa e confus�o percebeu que queria sentir seus l�bios sobre os dela acima de qualquer outra coisa. Sua sobrancelha
franziu-se de repente, e ele a soltou num gesto abrupto.
- Vamos come�ar.
Frio e controlado, ele passou sem problemas para o papel de instrutor.
O orgulho assumiu o controle, e Serenity ficou determinada a ser uma aluna exemplar. Engoliu a ansiedade e permitiu que Christophe a ajudasse a montar. Um
tanto surpresa, ela notou que o ch�o n�o ficava t�o distante quanto previra e dedicou toda a aten��o �s instru��es de Christophe. Fazia o que ele dizia, concentrando-se
em seguir as instru��es de forma precisa, determinada a n�o fazer papel de boba novamente.
Serenity observou Christophe montar seu garanh�o com uma facilidade e uma economia de movimento que invejou. O preto fogoso se adequava ao homem moreno e altivo
perfeitamente, e ela refletiu, com certa afli��o, que nem mesmo Tony em seu estado mais ardente jamais a afetara como este homem estranho e distante fazia com seus
olhares envolventes.
N�o podia sentir-se atra�da por ele, pensou de forma arrebatada. Ele era imprevis�vel demais, e ela percebeu, com um lampejo, que ele poderia mago�-la como
nenhum homem fora capaz de mago�-la antes. Al�m do mais, ela pensou, franzindo as sobrancelhas para a crina da �gua, n�o gosto de sua atitude superior e dominadora.
- Decidiu tirar uma soneca, Serenity? - A voz zombeteira de Christophe a trouxe de volta num instante, e vendo seus olhos ela sentiu-se corar para sua eterna
consterna��o. - Allons-y, ch�rie. - Seu rubor profundo foi notado com uma curvatura dos l�bios dele, enquanto ele levava seu cavalo para longe dos est�bulos e prosseguia
em marcha lenta.
Eles iam lado a lado, e ap�s algum tempo Serenity sentiu-se relaxando na sela. Passou as instru��es de Christophe � �gua, que reagiu de modo obediente. A confian�a
cresceu, e ela observou a paisagem, deleitando-se com a car�cia do sol em seu rosto e o ritmo suave do cavalo sob seu corpo.
- Maintenant, vamos trotar - ordenou Christophe de repente, e Serenity virou a cabe�a para olhar s�ria para ele.
- Talvez meu franc�s n�o seja t�o bom quanto supunha. Disse trotar?
- Seu franc�s � bom, Serenity.
- Estou bem satisfeita em marchar com passos curtos - respondeu ela com um negligente encolher de ombros. - N�o estou com pressa alguma.
- Deve se movimentar com o trote do cavalo - ele ensinou, ignorando sua declara��o. - Levante-se a cada dois trotes. Pressione suavemente com os calcanhares.
- Espere. Preste aten��o...
- Est� com medo? - ele escarneceu, enquanto sua sobrancelha se levantou em sinal de zombaria. Antes que o senso comum pudesse superar o orgulho, Serenity jogou
a cabe�a para tr�s e pressionou os calcanhares nas laterais do cavalo.
Deve ser esta a sensa��o de operar uma daquelas britadeiras com as quais est�o sempre abrindo buracos nas ruas, pensou ela ofegante, quicando sem qualquer
graciosidade sobre a �gua que trotava.
- Levante-se a cada dois trotes - Christophe lembrou-lhe, e ela estava preocupada demais com sua pr�pria situa��o para observar o largo sorriso que acompanhou
suas palavras. Ap�s alguns momentos desajeitados, ela pegou o ritmo.
- Comment �a va? - perguntou ele enquanto iam lado a lado ao longo do caminho de barro.
- Bem, agora que meus ossos pararam de chacoalhar, n�o est� t�o ruim. Para falar a verdade - ela se virou e sorriu para ele -, � divertido.
- Bon. Podemos andar a meio galope - disse ele tranq�ilamente, e ela lhe lan�ou um olhar intimidador.
- Realmente, Christophe, se quer me matar, por que n�o tenta algo mais simples como veneno ou uma boa punhalada nas costas?
Ele jogou a cabe�a para tr�s e riu, um som denso e intenso ecoando na brisa. Quando ele virou a cabe�a e sorriu para ela, Serenity sentiu o mundo girar, e
seu cora��o, ignorando os alertas do c�rebro, se perdeu.
- Allons, ma brave. - A voz dele era suave, despreocupada e contagiosa. - Pressione os calcanhares e eu lhe ensinarei a voar.
Os p�s dela obedeceram automaticamente, e a �gua respondeu, acelerando a marcha at� chegar a um meio galope suave e tranq�ilo. O vento brincou com os cabelos
de Serenity e ro�ou seu rosto com dedos frios. Ela sentiu como se estivesse cavalgando uma nuvem, sem ter certeza se a leveza era resultado do aumento s�bito do
vento ou da tontura do amor. Encantada com a novidade das duas coisas, ela n�o se importou.
Sob o comando de Christophe, ela pegou as r�deas novamente, diminuindo a marcha da �gua do meio galope para o trote e, depois, para o caminhar, antes de finalmente
parar. Levantou o rosto em dire��o ao c�u e deu um suspiro profundo de prazer antes de se virar para o companheiro. O vento e a emo��o tinham feito seu rosto ficar
corado, seus olhos estavam arregalados, dourados e brilhantes, e seus cabelos estavam desalinhados, uma aur�ola desarrumada em volta de sua felicidade.
- Divertiu-se, Mademoiselle?
Ela lan�ou-lhe um sorriso cintilante, ainda intoxicada com o vinho potente do amor.
- Vai. Diga "Eu falei". Est� tudo bem.
- Mais non, ch�rie, � apenas um prazer ver o progresso de um aluno com tamanha velocidade e habilidade. - Ele retribuiu o sorriso, enquanto a barreira invis�vel
entre eles desaparecia. - Movimenta-se de forma natural na sela; no final das contas, talvez o talento seja gen�tico.
- Oh, Monsieur. - Ela pestanejou com um ar de traves-sura. - Devo dar cr�dito ao meu professor.
- Seu sangue franc�s est� vindo � tona, Serenity, mas a t�cnica precisa de pr�tica.
- N�o est� t�o bom, n�o �? - Ela puxou os cabelos desarrumados para tr�s e deu um suspiro profundo. - Acho que nunca vou acertar. Puritanismo americano em
excesso por parte dos antepassados de meu pai.
- Puritanismo? - A risada densa de Christophe mais uma vez perturbou a manh� tranq�ila. - Ch�rie, nenhum puritano jamais teve tanta chama.
- Vou tomar isso como um elogio, embora sinceramente duvide que tenha sido a inten��o. - Ela virou a cabe�a e olhou do topo da montanha at� o vale que se espalhava
abaixo. - Oh, que bonito.
Via-se uma cena de cart�o-postal ao longe: suaves montanhas pontilhadas de gado pastando contra um pano de fundo de casas de campo uma ao lado da outra. Mais
ao longe, ela observou um pequenino vilarejo, uma pequena cidade de brinquedo constru�da por uma gigantesca m�o, dominada por uma igreja branca, cuja ponta ia em
dire��o ao c�u.
- � perfeito - disse ela. - Como voltar no tempo. - Seus olhos vagaram de volta ao gado que pastava. - S�o seus? - perguntou ela, indicando com a m�o.
- Oui - afirmou ele.
- Ent�o, isso tudo � sua propriedade? - perguntou ela novamente, pressentindo alguma coisa.
- Faz parte das propriedades. - Ele respondeu com um movimento casual dos ombros.
Estamos cavalgando h� tanto tempo, pensou ela franzindo as sobrancelhas, e ainda estamos em suas terras. Deus sabe at� onde vai em outras dire��es. Por que
ele n�o pode ser um homem comum? Ela virou a cabe�a e examinou seu perfil de falc�o. Mas ele n�o � um homem comum, ela lembrou-se. Ele � o Comte de Kergallen, senhor
de tudo que observa, e eu devo me lembrar disso. O olhar dela retornou ao vale, enquanto franzia mais as sobrancelhas. N�o quero me apaixonar por ele. Engolindo
a repentina secura da garganta, ela usou as palavras como defesa contra o seu cora��o.
- Como � maravilhoso ser dono de tamanha beleza.
Ele virou-se para ela, levantando a sobrancelha por causa do seu tom de voz.
- N�o � poss�vel ser dono da beleza, Serenity, apenas cuidar dela e trat�-la com carinho.
Ela lutou contra o calor que suas palavras suaves despertaram, mantendo os olhos grudados no vale.
- � mesmo? Tinha a impress�o que os jovens aristocratas tomavam tais coisas como certas. - Ela fez um gesto amplo e majestoso. - Afinal de contas, isso � apenas
seu direito.
- Voc� n�o tem afei��o pela aristocracia, Serenity, mas tem sangue aristocr�tico tamb�m. - O olhar perplexo dela trouxe um lento sorriso aos tra�os esculpidos
dele, e o tom de voz dele foi frio. - � verdade. O pai de sua m�e era um conde, embora suas propriedades tenham sido destru�das durante a guerra. O Raphael foi um
dos pouqu�ssimos tesouros que sua av� salvou ao escapar.
O maldito Raphael de novo!, pensou Serenity, desolada. Ele estava com raiva; ela chegou a essa conclus�o por causa da luz r�gida em seus olhos e sentiu-se
estranhamente satisfeita. Seria mais f�cil controlar seus sentimentos por ele se eles continuassem em disputa.
- Ent�o, isso me faz meio camponesa, meio aristocrata - retrucou ela, mexendo os ombros em sinal de pouca import�ncia. - Bem, mon cher cousin, prefiro a parte
camponesa. Deixarei o sangue azul da fam�lia para voc�.
- Faria bem em se lembrar que n�o h� la�o de sangue entre n�s, Mademoiselle. - A voz de Christophe estava baixa, e ao ver seus olhos contra�dos Serenity sentiu
um pingo de medo. - Os de Kergallen s�o not�rios em tomar o que querem, eu n�o sou exce��o. Tome cuidado como usa seus olhos castanhos.
- O alerta � desnecess�rio, Monsieur. Posso tomar conta de mim.
Ele deu um sorriso lento e confiante, mais enervante que uma resposta furiosa, e virou sua montaria novamente em dire��o ao castelo.
O trajeto de volta foi realizado em sil�ncio, quebrado apenas pelas instru��es ocasionais de Christophe. Eles tinham se estranhado novamente, e Serenity foi
for�ada a admitir que ele havia escapado com facilidade de sua investida.
Quando chegaram aos est�bulos, Christophe apeou com sua compet�ncia costumeira, passando as r�deas para um cavalari�o e indo ajud�-la antes que ela pudesse
copiar sua a��o.
Com ar de desafio, ela ignorou a rigidez nos membros ao descer do lombo do animal, e as m�os de Christophe envolveram sua cintura. Elas permaneceram em volta
dela por um instante, e ele olhou preocupado para ela antes de p�r fim ao aperto que parecia queimar atrav�s do material leve da blusa dela.
- V� tomar um banho quente - disse ele. - Vai aliviar a rigidez que, provavelmente, voc� est� sentindo.
- Tem uma capacidade surpreendente de dar ordens, Monsieur.
Os olhos dele se estreitaram antes de o bra�o envolv�-la com uma velocidade incr�vel, puxando-a para perto e comprimindo seus l�bios num beijo ardente e completo
que n�o lhe deu tempo de lutar nem protestar, mas obteve uma resposta t�o imediata quanto uma das m�os girando uma torneira.
Por uma eternidade ele a manteve prisioneira de sua vontade, mergulhando-a cada vez mais longe no beijo. Sua intensidade liberou um novo e primitivo desejo
nela, que abandonando o orgulho em prol do amor se rendeu �s necessidades que n�o conseguia vencer. O mundo evaporou-se, enquanto a suave paisagem da Bretanha derretia
como uma aquarela na chuva, n�o deixando nada, a n�o ser carne e l�bios quentes buscando rendi��o. A m�o dele percorreu a curva esguia do seu quadril, depois subiu
pela espinha com autoridade, comprimindo-a contra ele com uma for�a que teria rachado seus ossos se eles n�o tivessem se dissolvido no calor.
O amor. Sua mente girava com a palavra. O amor era: passeios na chuva fina, uma noite tranq�ila ao lado de uma lareira crepitante. Como poderia ser uma tempestade
latejante e turbulenta que a deixava fraca, ofegante e vulner�vel? Como poderia ser que algu�m desejasse a fraqueza tanto quanto a pr�pria vida? Foi assim com Maman?
Foi isso que colocou as n�voas on�ricas de conhecimento em seus olhos? Ele nunca me libertar�?, ela se perguntou em desespero, e seus bra�os envolveram o pesco�o
dele, com o corpo contradizendo a vontade.
- Mademoiselle - murmurou ele com leve esc�rnio, mantendo a boca a cent�metros da dela, enquanto os dedos acariciavam sua nuca - tem uma capacidade surpreendente
de procurar puni��o. Acho imperativo a necessidade de disciplin�-la.
Ele a soltou, se virou e afastou-se com passos largos e decididos, parando para receber o cumprimento de Korrigan, que trotava confiante.


Cap�tulo 5


Serenity e a condessa almo�aram no terra�o, cercadas por flores de perfume suave. Serenity recusou o vinho e pediu caf� em seu lugar, tolerando a sobrancelha
branca levantada com tranq�ila indiferen�a.
Acho que isso, sem d�vida, faz de mim uma filist�ia, concluiu, suprimindo um sorriso enquanto saboreava o l�quido preto e forte juntamente com a elegante sopa
de camar�o.
- Acredito que achou o passeio agrad�vel - declarou a condessa ap�s terem trocado coment�rios sobre a comida e o tempo.
- Para minha surpresa total, Madame - admitiu Serenity -, achei. S� queria ter aprendido muito tempo atr�s. Sua paisagem bret� � magn�fica.
- Christophe tem raz�o em ter orgulho de sua terra - afirmou a condessa, examinando o vinho claro na ta�a. - Ele a ama tal como um homem ama uma mulher, um
tipo intenso de paix�o. E embora a terra seja eterna, um homem precisa de uma esposa. A terra � uma amante fria.
As sobrancelhas de Serenity se levantaram diante da franqueza da av�, o abandono repentino da formalidade. Seus ombros se moveram num gesto levemente g�lico.
- Tenho certeza que Christophe tem pouca dificuldade em encontrar amantes quentes. - Provavelmente, ele s� estala os dedos e d�zias caem em seus bra�os, acrescentou
ela em sil�ncio, quase estremecendo com a dolorosa punhalada de ci�me.
- Naturellement - concordou a condessa, com um leve brilho de divers�o nos olhos. - Como poderia ser o contr�rio? - Serenity digeriu isso com uma cara feia,
e a senhora levantou a ta�a de vinho. - Mas homens como Christophe exigem const�ncia e n�o variedade ap�s um tempo. Ah, mas ele � t�o parecido com o av� dele. -
Olhando rapidamente, Serenity viu a suave express�o transformar o rosto angular. - S�o incontrol�veis esses homens da fam�lia Kergallen: dominadores e arrogantemente
masculinos. As mulheres que recebem seu amor s�o aben�oadas tanto com o c�u quanto com o inferno. - Os olhos azuis se concentraram nos de cor �mbar mais uma vez
e sorriram. - Suas mulheres devem ser fortes ou ser�o pisoteadas por eles, e elas devem ser s�bias o bastante para saber quando devem se mostrar fracas.
Serenity ouvia as palavras da av� como se estivesse enfeiti�ada. Ela se balan�ou e puxou novamente o prato de camar�o pelo qual tinha perdido o apetite. -
Madame - ela come�ou a dizer, determinada a deixar clara sua posi��o -, n�o tenho a inten��o de entrar na competi��o pelo conde atual. A meu ver, formamos um p�ssimo
par. - Ela lembrou-se de repente da sensa��o dos l�bios dele contra os dela, a press�o exigente do seu corpo rijo, e tremeu. Olhou para a av� e balan�ou a cabe�a
numa intensa rejei��o. - N�o. - N�o parou para raciocinar se estava falando com o cora��o ou com a mulher diante dela, mas levantou-se e correu de volta para o castelo.


A lua cheia estava bem no alto do c�u coberto de estrelas, com sua luz prateada passando pelas grandes janelas quando Serenity se levantou, triste, magoada
e enojada. Embora tivesse se retirado cedo, agarrando-se � justificativa de uma dor de cabe�a fict�cia para separar-se do homem que nublava seus pensamentos, o sono
n�o chegou com facilidade. Agora, apenas algumas horas depois de t�-la capturado, ele tinha fugido. Virando-se na cama grande, ela gemeu alto diante da revolta do
corpo.
Estou pagando o pre�o pela pequena aventura desta manh�. Ela estremeceu e se sentou, dando um suspiro profundo. Talvez eu precise de outro banho quente, decidiu,
com pouca esperan�a. Deus sabe que n�o poderia me deixar mais tensa. Ela saiu da cama, com pernas e ombros protestando violentamente. Ignorando o roup�o ao p� da
cama, atravessou o quarto mal iluminado em dire��o ao banheiro adjacente, batendo a canela com for�a numa elegante cadeira Lu�s XVI.
Xingou, dividida entre raiva e dor. Anda resmungando, esfregou a perna, puxando a cadeira de volta para a posi��o e apoiando-se nela.
- O que �? - gritou de modo grosseiro quando uma batida soou na porta.
Ela se escancarou e Christophe, vestido informalmente com um roup�o de seda azul-marinho, parou, observando-a.
- Machucou-se, Serenity?
N�o era necess�rio ver sua express�o para tomar consci�ncia de sua zombaria.
- Apenas uma perna quebrada - vociferou ela. - Por favor, n�o se incomode.
- Pode-se perguntar por que est� tateando no escuro? Ele se encostou no alizar da porta, frio, calmo e com
controle total, sendo sua arrog�ncia o agente catalisador que o temperamento inconstante de Serenity exigia.
- Vou lhe dizer por que estou tateando no escuro, sua besta presun�osa e segura de si! - ela come�ou a dizer, sua voz saindo como um sussurro furioso. - Eu
ia me afogar na banheira para me livrar do tormento que me infligiu hoje!
- Eu? - disse ele de forma inocente enquanto seus olhos vagavam pelo seu corpo esguio e dourado no luar tr�mulo, pelas pernas longas e torneadas, e pela pele
de puro alabastro exposta por causa do comprimento de sua fina camisola. Ela estava com raiva demais para tomar consci�ncia de seu desalinho ou da avalia��o dele,
esquecendo-se do luar que atravessava a transparente camisola e revelava suas curvas.
- Sim, voc�! - ela disparou de volta para ele. - Foi voc� quem me colocou naquele cavalo esta manh�, n�o foi? E agora cada m�sculo do meu corpo judia de mim.
- Gemendo, ela esfregou a palma da m�o na parte de baixo das costas. - Talvez eu nunca ande direito novamente.
- Ah!
- Oh, quanto significado numa �nica s�laba. - Ela olhou furiosa para ele, esfor�ando-se ao m�ximo para ficar de p� com um pouco de dignidade. - Poderia fazer
de novo?
- Ma pauvre petite - murmurou ele em sinal de compaix�o exagerada. - Je suis d�sol�.
Ele endireitou o corpo e come�ou a caminhar na sua dire��o. Depois, lembrando-se repentinamente de como estava vestida, seus olhos se arregalaram.
- Christophe, eu... - ela come�ou a dizer enquanto as m�os dele tocavam seus ombros desnudos, mas as palavras terminaram num suspiro quando seus dedos massagearam
o local contra�do.
- Descobriu novos m�sculos, foi? E eles n�o est�o sendo agrad�veis. N�o ser� t�o dif�cil da pr�xima vez.
Ele conduziu-a at� a cama e pressionou-lhe os ombros para que se sentasse, sem resistir, saboreando os movimentos firmes no pesco�o e nos ombros. Descendo
pelo corpo, seus dedos longos continuaram a trajet�ria pelas costas, eliminando a dor como se fosse m�gica. Ela suspirou novamente, movendo-se inconscientemente
contra o corpo dele.
- Voc� tem m�os maravilhosas - murmurou, com uma letargia aben�oada penetrando seu corpo enquanto a dor desaparecia e uma calorosa satisfa��o tomava seu lugar.
- Dedos fortes e maravilhosos; vou dormir a qualquer minuto.
Ela n�o percebeu quando a transi��o ocorreu: quando o relaxamento suave tornou-se um lento queimar em seu est�mago, sua massagem objetiva virou uma intensa
car�cia, mas sentiu a cabe�a girar de repente com o calor.
- Est� melhor, muito melhor - ela balbuciou e preparou-se para se afastar, mas as m�os dele foram rapidamente para sua cintura, mantendo-a im�vel enquanto
os l�bios dele buscavam a suave vulnerabilidade do seu pesco�o num beijo muito leve. Ela tremeu e assustou-se como uma cor�a apavorada, mas antes que ela pudesse
escapar ele a tinha virado de frente para ele enquanto seus l�bios desciam de forma possessiva sobre os dela, eliminando todos os protestos.
A luta terminou antes de tornar-se realidade, a queima��o explodiu em chamas e seus bra�os envolveram o pesco�o dele enquanto ela era comprimida contra o colch�o.
Sua boca parecia devorar a dela, firme e confiante, e suas m�os seguiram as curvas de seu corpo como se tivesse feito amor com ela in�meras vezes. Impaciente, ele
puxou para o lado a al�a fina no seu ombro, buscando e encontrando a acetinada maciez do seu seio, seu toque incitando uma tempestade de desejo, e ela come�ou a
mover-se debaixo dele. As necessidades dele se tornaram mais urgentes, com suas m�os ficando mais insistentes enquanto desciam pelo peda�o de seda e seus l�bios
deixando os dela para atacar seu pesco�o com um desejo insaci�vel.
- Christophe - ela gemeu, sabendo que era incapaz de lutar contra ele e contra sua fraqueza. - Christophe, por favor, n�o posso lutar com voc� aqui. Nunca
conseguiria vencer.
- N�o lute comigo, ma belle - sussurrou ele em seu pesco�o -, e n�s dois venceremos.
A boca dele tomou a dela mais uma vez, de forma suave e demorada, fazendo com que o desejo aumentasse e voasse a grandes alturas. Lentamente, seus l�bios exploraram
o rosto dela, ro�ando suas cavidades, provocando a vulnerabilidade dos l�bios abertos antes de passar para outras conquistas. Uma das m�os envolveu seu seio numa
posse lenta enquanto os dedos contornavam sua curvatura, demorando-se sobre o mamilo at� que um desejo vago e pulsante espalhou-se pelo seu corpo. A dor doce e enfraquecedora
trouxe um gemido, e suas m�os come�aram a buscar os m�sculos ondulados das costas dele, como se fosse para acentuar o poder dele sobre ela.
As explora��es lentas dele mudaram para um estado de urg�ncia outra vez, como se a submiss�o dela tivesse ati�ado o fogo da paix�o dele. As m�os machucaram
a carne macia, e sua boca foi atacada pela dele, os dentes que tinham mordiscado o l�bio inferior dela foram substitu�dos por uma boca que destruiu seus sentidos
e exigia, mais que rendi��o, paix�o no mesmo n�vel.
A m�o largou seu seio para descer pelo lado do corpo, parando sobre o quadril antes de continuar, reivindicando a pele macia e fresca da sua coxa, e a respira��o
dela sa�a apenas em suspiros tr�mulos, enquanto os l�bios dele desciam pela sua garganta para provar o v�o quente entre seus seios.
Com um lampejo final de lucidez, ela soube que estava � beira de um precip�cio, e mais um passo a faria mergulhar num infinito vazio.
- Christophe, por favor. - Ela come�ou a tremer, embora estivesse quase sufocando com o calor. - Por favor, voc� me deixa apavorada, eu me deixo apavorada.
Eu nunca... Eu nunca estive com um homem antes.
Os movimentos dele pararam, e o sil�ncio ficou denso quando ele levantou o rosto e olhou para ela. Fatias de luar repousavam sobre seus cabelos claros e desgrenhados
sobre o alvo travesseiro, e seus olhos estavam esfuma�ados com a paix�o e o medo desperto.
Com um som breve e estridente, ele aliviou o peso de cima dela.
- Seu timing, Serenity, � incr�vel.
- Sinto muito - disse ela, sentando-se.
- Por que pede desculpas? - perguntou ele, abafando a raiva logo abaixo da superf�cie da g�lida calma. - Pela sua inoc�ncia ou por deixar que eu chegasse muito
perto de reivindic�-la?
- Que coisa asquerosa para se dizer! - vociferou ela, lutando para controlar sua respira��o. - Isso aconteceu t�o r�pido que n�o consegui pensar. Se eu estivesse
preparada, voc� nunca teria chegado t�o perto.
- Acha que n�o? - Ele arrastou-a at� que ela estivesse ajoelhada na superf�cie da cama, mais uma vez moldada ao seu corpo. - Est� preparada agora. Acha que
n�o poderia possu�-la neste minuto com voc� mais do que disposta a permitir?
Ele olhou furioso para ela. O ar em volta dele ardia de raiva e de convic��o, e ela n�o podia dizer nada, sabendo que estava impotente contra sua autoridade
e seu pr�prio desejo crescente. Os olhos dela estavam enormes, em seu rosto p�lido. O medo e a inoc�ncia brilhavam como far�is, e ele xingou e a afastou.
- Nom de Dieu! Voc� olha para mim com os olhos de uma crian�a. Seu corpo disfar�a bem sua inoc�ncia; � um disfarce perigoso. - Ele foi at� a porta, virou-se
novamente e examinou a forma pouco vestida que tinha ficado pequena com a vastid�o da cama. - Durma bem, mignonne - disse ele com um toque de zombaria. - Da pr�xima
vez que decidir atropelar os m�veis, seria prudente trancar a porta; n�o vou embora de novo.


A sauda��o fria de Serenity para Christophe foi retribu�da do mesmo jeito. Seus olhos miraram os dela brevemente, sem mostrar sinal da paix�o ou da raiva da
noite anterior. Ao contr�rio, ela ficou chateada com sua falta de rea��o enquanto conversava com a condessa, dirigindo-se a Serenity apenas quando necess�rio e com
uma educa��o que s� poderia ser detectada pelo ouvido mais sens�vel.
- N�o esqueceu que Genevi�ve e Yves v�o jantar conosco esta noite? - a condessa perguntou a Christophe.
- Mais non, Grandm�re - ele assegurou, colocando a x�cara no pires. - � sempre um prazer v�-los.
- Acredito que achar� a companhia agrad�vel, Serenity. - A condessa virou os olhos azul-claros para sua neta. - Genevi�ve � quase da sua idade, talvez um ano
menos. � uma jovem muito meiga e educada. Seu irm�o, Yves, � muito encantador e bastante atraente. - Um sorriso surgiu em seus l�bios. - Achar� sua companhia, uh,
divertida. N�o concorda, Christophe?
- Tenho certeza que Serenity achar� Yves extremamente interessante.
Serenity lan�ou um r�pido olhar para Christophe. Houve um toque de alegria em seu tom de voz? Ele estava bebendo o caf� lentamente, ent�o ela decidiu que estava
errada.
- Os Dejot s�o velhos amigos de fam�lia - a condessa prosseguiu, atraindo novamente a aten��o de Serenity para ela. - Tenho certeza que achar� agrad�vel ter
companhia pr�xima da sua idade, n'est-ce pas? Genevi�ve visita o castelo com freq��ncia. Quando era crian�a, corria atr�s de Christophe como um c�ozinho fiel. Bien
s�r, ela n�o � mais uma crian�a.
Ela lan�ou um olhar significativo para o homem na cabeceira da longa mesa de carvalho, e Serenity fez uso de uma grande for�a de vontade para n�o franzir o
nariz em sinal de desd�m.
- Genevi�ve passou de uma crian�a desajeitada com rabo-de-cavalo a uma mulher encantadora e elegante - respondeu Christophe, e a afei��o em sua voz era inequ�voca.
Que bom, pensou Serenity, lutando para manter um sorriso de interesse.
- Ela dar� uma esposa maravilhosa - a condessa previu. - Tem uma beleza serena e uma gra�a natural. Devemos convenc�-la a tocar para voc�, Serenity. � uma
pianista de enorme talento.
Marque mais um para o modelo de virtude, ela remoeu para si em sil�ncio, com tremendo ci�me da rela��o da Genevi�ve sozinha com Christophe. Em voz alta ela
disse:
- Estou ansiosa para conhecer seus amigos, Madame. - Em sil�ncio, ela assegurou-se de que n�o gostaria da perfeita Genevi�ve assim que a visse.
A manh� dourada passou tranq�ilamente, com uma lenta quietude no meio do per�odo matinal caindo sobre o jardim enquanto Serenity fazia esbo�os. Ela havia trocado
algumas palavras com o jardineiro antes de se ocuparem de suas respectivas tarefas. Achando-o um estudo interessante, ela o esbo�ou ao se curvar sobre os arbustos,
aparando as flores que haviam crescido demais e tagarelando, repreendendo e elogiando suas amigas coloridas e perfumadas.
Seu rosto era atemporal, castigado pelo tempo e com marcas de car�ter, olhos inesperadamente brilhantes e azuis, cujo brilho contrastava com a complei��o corada.
O chap�u que cobria o emaranhado de cabelos cinza-chumbo era preto, um bon� largo e de abas achatadas, com fitas p�rpuras descendo pelas costas. Ele usava um colete
sem mangas e cal��es velhos, e ela ficou maravilhada com sua habilidade nos tamancos de madeira.
T�o profunda era a concentra��o dela em captar sua aura de Velho Mundo com o l�pis que n�o ouviu os passos sobre o pavimento de lajes atr�s dela. Christophe
a observou por alguns instantes enquanto ela se dedicava ao trabalho. A curva graciosa do seu pesco�o lhe trouxe � mente a imagem de um cisne branco orgulhoso boiando
em um lago frio e l�mpido. S� quando ela colocou o l�pis atr�s da orelha e passou a m�o distra�da pelos cabelos foi que ele fez notar sua presen�a.
- Captou James de forma admir�vel, Serenity.
A sobrancelha dele se levantou com um ar divertido diante do pulo assustado que ela deu e a m�o que voou at� o cora��o.
- N�o sabia que estava a� - disse ela, amaldi�oando a excita��o de sua voz e o martelar de sua pulsa��o.
- Estava imersa em seu trabalho - explicou ele, sentando-se sem cerim�nia ao lado dela no banco de m�rmore branco. - N�o quis perturb�-la.
Oh, pensou ela em sil�ncio, voc� me perturbaria se estivesse a mil quil�metros de dist�ncia. Em voz alta, ela falou, em tom educado:
- Merci. Voc� � muito atencioso. - Em sinal de defesa, ela direcionou sua aten��o para o cocker spaniel aos p�s deles. - Ah, Korrigan, comment �a va?
Ela co�ou atr�s da orelha dele, e ele lambeu sua m�o com beijos amorosos.
- Korrigan gosta bastante de voc� - comentou Christophe, observando os dedos longos e delgados sendo banhados. - Ele � normalmente muito mais reservado, mas
parece que voc� aprisionou seu cora��o.
Korrigan desabou e formou um monte de venera��o sobre seus p�s.
- Um amante muito relaxado - ela observou, estendendo a m�o.
- Um pequeno pre�o a pagar, ma belle, por tamanha devo��o.
Ele tirou um len�o do bolso, pegou sua m�o e come�ou a sec�-la. O efeito sobre Serenity foi violento. Correntes intensas vibraram das pontas de seus dedos
e subiram pelo bra�o, espalhando um calor formigante pelo corpo dela.
- Isso n�o � necess�rio. Tenho um trapo bem aqui. - Ela apontou para seu estojo de giz e l�pis e tentou afastar a m�o da dele.
Os olhos dele se estreitaram, seu aperto ficou mais forte, e ela foi vencida na breve luta silenciosa. Com um suspiro exasperado, ela deixou a m�o repousar
sem energia na dele.
- Sempre faz as coisas do seu jeito? - perguntou ela, enquanto os olhos escureciam com a f�ria reprimida.
- Bien s�r - respondeu ele com uma confian�a irritante, soltando sua m�o agora seca e lan�ando-lhe um longo olhar de avalia��o. - Sinto que est� acostumada
a fazer as coisas ao seu modo, Serenity Smith. N�o seria interessante ver quem, como se diz, "ganha a parada" durante sua visita?
- Talvez dev�ssemos montar um placar - ela sugeriu, retirando-se para tr�s da coura�a de frigidez. - Ent�o n�o haveria d�vida quanto a quem ganha a parada.
Ele deu um sorriso lento e pregui�oso.
- N�o haver� d�vida, cousine.
Sua resposta foi interrompida pelo aparecimento da condessa, e Serenity, automaticamente, relaxou as fei��es para evitar a especula��o da senhora.
- Bom dia, meus filhos. - A condessa saudou-os com um sorriso maternal que surpreendeu a neta. - Est�o apreciando a beleza do jardim. Eu o acho mais tranq�ilo
neste momento do dia.
- � encantador, Madame - concordou Serenity. - Sente-se que n�o h� outro mundo al�m das cores e dos aromas deste lugar solit�rio.
- Tenho me sentido assim com freq��ncia. - As linhas angulares se suavizaram. - As horas que tenho passado aqui ao longo dos anos s�o incont�veis. - Ela sentou-se
num banco em frente ao homem moreno e a mulher de pele clara e suspirou. - O que desenhou? - Serenity mostrou o bloco, e a condessa examinou o desenho antes de levantar
os olhos para examinar a mulher depois. - Tem o talento de seu pai. - Diante do reconhecimento ressentido, os olhos de Serenity se agu�aram, e sua boca se abriu
para responder. - Seu pai era um artista muito talentoso - a condessa continuou. - E come�o a ver que ele tinha um pouco de bondade para ter conquistado o amor de
Gaelle e sua lealdade.
- Sim, Madame - respondeu Serenity, percebendo que tinha sido agraciada com uma dif�cil concess�o. - Ele era um homem muito bom, tanto pai quanto marido amoroso
e presente.
Ela resistiu ao �mpeto de trazer o assunto do Raphael � baila, indisposta a romper os t�nues fios de compreens�o que estavam sendo tecidos. A condessa assentiu
com a cabe�a. Depois, virando-se para Christophe, ela fez um coment�rio sobre o jantar � noite.
Pegando papel e giz, Serenity come�ou a desenhar a av�. As vozes cantarolavam � sua volta, sons calmos e pac�ficos adequados ao ambiente do jardim. Ela n�o
tentou seguir a conversa, simplesmente permitindo que as vozes murmurantes passassem por cima dela enquanto come�ava a se concentrar no trabalho com mais intensidade.
Ao copiar o rosto de ossos delicados e a boca surpreendentemente vulner�vel, ela viu com mais nitidez a semelhan�a da condessa com sua m�e, e ent�o, de fato,
com ela pr�pria. A express�o da condessa estava relaxada, uma beleza imut�vel que instintivamente mantinha seu orgulho. Mas, de alguma forma, Serenity agora vislumbrou
a suavidade e a fragilidade de sua m�e, o rosto de uma mulher que amava profundamente - e, portanto, foi ferida em profundidade. Pela primeira vez desde que recebera
a carta formal de sua av� desconhecida Serenity sentiu um princ�pio de parentesco, o primeiro fio de amor pela mulher que tinha gerado sua m�e, e que, portanto,
havia sido respons�vel pela sua pr�pria exist�ncia.
Serenity n�o tinha consci�ncia da variedade de express�es que passavam rapidamente em seu rosto, ou do homem que estava sentado a seu lado, observando a metamorfose
enquanto continuava a conversar. Quando terminou, ela largou os bast�es de giz e limpou as m�os distraidamente, assustando-se quando virou a cabe�a e encontrou o
olhar fixo de Christophe. Os olhos dele ca�ram at� o retrato em seu colo antes de voltar para os olhos ligeiramente confusos.
- Tem um talento raro, ma ch�rie - murmurou ele. Ela franziu as sobrancelhas, perplexa, sem ter certeza
pelo seu tom se ele estava falando do seu trabalho ou de algo inteiramente diferente.
- O que desenhou? - perguntou a condessa. Serenity afastou os olhos do olhar constrangedor e entregou o retrato � av�.
A condessa o examinou por v�rios instantes. A primeira express�o de surpresa transformou-se em algo que Serenity n�o conseguiu compreender. Quando os olhos
se levantaram e repousaram sobre ela, o rosto alterou-se com um sorriso.
- Fico honrada e lisonjeada. Se me permitir, eu gostaria de compr�-lo. - O sorriso aumentou. - Em parte, por causa da minha pr�pria vaidade, mas tamb�m porque
gostaria de uma amostra do seu trabalho.
Serenity observou-a por um momento, hesitando na linha divis�ria entre o orgulho e o amor.
- Sinto muito, Madame. - Ela balan�ou a cabe�a e pegou o desenho. - N�o posso vend�-lo. - Ela deu uma r�pida olhada no papel em sua m�o antes de devolv�-lo
e ver os olhos azuis. - � um presente para a senhora, Grandm�re.
- Ela viu as emo��es passarem tanto pela boca quando pelos olhos antes de falar novamente. - Aceita?
- Oui. - A palavra saiu como um suspiro. - Conservarei na mem�ria seu talento, e isso - ela olhou mais uma vez para o retrato de giz - ser� minha lembran�a
de que nunca se deve permitir que o orgulho atrapalhe o amor.
Ela se levantou e ro�ou os l�bios no rosto de Serenity antes de percorrer o pavimento de lajes em dire��o ao castelo. Serenity levantou-se do banco.
- Voc� tem uma habilidade inata para atrair o amor
- Christophe observou, e ela andou em volta dele, com as emo��es extremamente em sintonia.
- Ela � minha av� tamb�m.
Ele notou o v�u de l�grimas fervendo em seus olhos e p�s-se de p� com facilidade.
- Minha declara��o foi um elogio.
- � mesmo? Achei que tinha sido uma condena��o. Desprezando a n�voa em seus olhos, ela queria tanto
ficar sozinha quanto encostar em seu ombro largo.
- Est� sempre na defensiva comigo, n�o est�, Serenity?
Os olhos dele se estreitaram como sempre faziam quando estava com raiva, mas ela estava envolvida demais na batalha com suas pr�prias emo��es para se importar.
- Voc� me deu bastante raz�o - retrucou ela. - Desde o momento que desci do trem, voc� deixou claros seus sentimentos. Condenou tanto meu pai quanto a mim.
Voc� � frio e aristocr�tico, sem um pingo de compaix�o nem compreens�o. Gostaria que fosse embora e me deixasse em paz.
V� a�oitar alguns camponeses ou algo do tipo; isso lhe cai bem.
Ele se moveu t�o r�pido que ela n�o teve tempo de recuar. Os bra�os dele a dividiram em dois quando a envolveram.
- Est� com medo? - perguntou ele, e seus l�bios esmagaram os dela antes que ela pudesse responder, e toda a raz�o desapareceu.
Ela gemeu contra a dor e o prazer que sua boca infligiu, perdendo a energia � medida que seu abra�o ficava mais apertado, dominando at� mesmo sua respira��o.
Como � poss�vel odiar e amar ao mesmo tempo?, seu cora��o exigiu saber de seu c�rebro entorpecido, mas a resposta perdeu-se numa enchente de turbulenta e triunfante
paix�o. Os dedos se emaranharam impiedosamente nos cabelos dela, puxando sua cabe�a para tr�s para expor seu belo pesco�o, e ele atacou sua pele vulner�vel com a
boca quente e �vida. Sua blusa fina n�o representou defesa contra o calor opressivo do seu corpo, mas ele se livrou da breve barreira, deslizando a m�o por baixo
e subindo pela sua pele para tomar o volume de seu seio numa possess�o consumada e absoluta.
A boca de Christophe voltou a causar danos na dela, ferindo a suavidade com um desejo que ela n�o podia negar. Ela n�o mais questionou a complexidade do seu
amor, mas tamb�m cedeu como um salgueiro na tempestade diante da s�plica de suas pr�prias necessidades.
Ele levantou o rosto, e seus olhos estavam escuros. O fogo da raiva e da paix�o os queimou at� ficarem pretos. Ele a queria, e os olhos dela se arregalaram
e ficaram apavorados com o fato. Ningu�m jamais a desejara com tamanha intensidade e ningu�m jamais possu�ra o poder de t�-la assim t�o facilmente. Porque, at� mesmo
sem o amor dele, ela sabia que se submeteria, e, mesmo sem sua submiss�o, ele a teria.
Ele viu o medo nos olhos dela, e sua voz ficou lenta e perigosa.
- Oui, petite cousine, tem raz�o de ter medo, porque sabe o que acontecer�. Est� a salvo por enquanto, mas tome cuidado quanto � maneira e ao lugar quando
me provocar de novo.
Ele a soltou e percorreu tranq�ilamente o caminho que sua av� tinha escolhido. E Korrigan, companheiro insepar�vel, lan�ou a Serenity um olhar pedindo desculpas
e seguiu o dono logo atr�s.


Cap�tulo 6


Serenity vestiu-se com muito cuidado para o jantar daquela noite, usando o tempo para organizar seus sentimentos e decidir o que fazer. N�o havia argumentos
nem racioc�nio que pudessem alterar o fato de que mergulhara de cabe�a no amor por um homem que conhecera h� apenas alguns dias, um homem que era t�o apavorante
quanto excitante.
Um homem arrogante, dominador e audaciosamente obstinado, ela acrescentou, puxando o z�per nas costas do vestido. E que condenara seu pai como sendo um ladr�o.
Como pude deixar que isso acontecesse?, ela se repreendeu. Como poderia ter impedido?, refletiu, dando um suspiro. Meu cora��o pode ter me abandonado, mas minha
cabe�a ainda est� sobre meus ombros, e vou ter que us�-la. Eu me recuso a permitir que Christophe veja que me apaixonei por ele e me submeta ao seu esc�rnio.
Sentada no toucador de cerejeira, ela passou a escova pelos cachos macios e retocou sua leve maquiagem. De guerra, ela decidiu, e sorriu para a imagem. Faz
sentido; preferiria estar em guerra com ele que estar apaixonada. Al�m do mais - o sorriso transformou-se numa carranca -, h� tamb�m Mademoiselle Dejot, com quem
lutar esta noite.
Ela se levantou e examinou sua imagem por completo no espelho. A pele �mbar ecoava a cor de seus olhos e acrescentava um brilho quente � sua pele sedosa. As
al�as finas revelavam ombros macios, e o corpete baixo e arredondado destacava a sutil curva do seio. A saia pregueada flutuava suavemente at� os calcanhares, enquanto
a suavidade e a cor discreta davam um tom extra � sua beleza fr�gil e et�rea.
Ela franziu a sobrancelha para o efeito, vendo fragilidade onde desejava ver postura e sofistica��o. O rel�gio informou que n�o havia tempo para trocar de
vestido, ent�o, cal�ando os sapatos e borrifando uma nuvem de perfume em volta do corpo, ela saiu �s pressas do quarto.
O murm�rio de vozes que vinha da sala de estar principal fez Serenity perceber, para sua irrita��o, que os convidados para o jantar j� haviam chegado. Seu
olho de artista imediatamente esbo�ou o quadro vivo que a saudou ao entrar na sala: o assoalho brilhando e o apainelado lustrado, as janelas altas com estrutura
de chumbo, a imensa lareira de pedra com o consolo talhado - tudo estabelecia o pano de fundo perfeito para os elegantes habitantes da sala de estar do castelo,
sendo a condessa a rainha inquestion�vel, trajando seda vermelha r�gia.
O preto severo do terno de Christophe destacava a alvura da sua camisa e acentuava o amarelo-castanho da sua pele. Yves Dejot tamb�m estava usando preto. Sua
pele era mais dourada que bronzeada, e seu cabelo tinha um incr�vel tom castanho. Mas foi a mulher entre os dois homens morenos que atraiu tanto a aten��o de Serenity
quanto sua relutante admira��o. Se sua av� era a rainha, aqui estava a herdeira do trono. O cabelo excessivamente preto moldurava um pequeno rosto infantil de pungente
beleza. Os olhos, em formato de am�ndoas, v�rios tons conc�ntricos de castanho, dominavam o rosto atraente, e o vestido verde-floresta brilhava em contraste com
a intensa pele dourada.
Os dois homens se levantaram quando ela entrou na sala, e Serenity direcionou sua aten��o para o estranho, j� que tinha excessiva consci�ncia do exame abrangente
de Christophe. Quando as apresenta��es foram feitas, ela ficou olhando para os olhos castanhos, do mesmo tom dos cabelos dele, que continham uma ineg�vel aprova��o
masculina e um inequ�voco ar travesso.
- N�o me disse, mon ami, que sua prima era uma deusa de ouro. - Ele curvou-se sobre os dedos de Serenity, ro�ando-os com os l�bios. - Terei que visitar o castelo
com mais freq��ncia, Mademoiselle, durante sua perman�ncia.
Ela sorriu com verdadeiro prazer, resumindo a pessoa de Yves Dejot como encantador e inofensivo.
- Tenho certeza que minha estada ser� ainda mais agrad�vel com esta perspectiva em mente, Monsieur - respondeu ela, falando no mesmo tom que ele, e foi recompensada
com um sorriso cintilante.
Christophe continuou suas apresenta��es, e a m�o de Serenity recebeu um aperto breve e hesitante.
- Fico t�o feliz de finalmente conhec�-la, Mademoiselle Smith. - Genevi�ve saudou-a com um sorriso caloroso. - � t�o parecida com o retrato de sua m�e. � como
ver a pintura ganhar vida.
A voz foi sincera, e Serenity concluiu que, por mais que se esfor�asse, seria imposs�vel n�o gostar da mulher parecida com um duende que olhava para ela com
os olhos l�quidos de um cocker spaniel.
A conversa continuou leve e agrad�vel ao longo dos ap�ritifs e do jantar, ostras deliciosas no champanhe estabelecendo o clima para uma refei��o preparada
e servida de forma elegante. Os Dejot estavam curiosos sobre os Estados Unidos e a vida de Serenity na capital, e ela tentou descrever a cidade de contrastes enquanto
o pequeno grupo deleitava-se com le ris de veau au Chablis.
Ela come�ou a desenhar um quadro com palavras sobre pr�dios governamentais majestosos e antigos, as linhas e as colunas graciosas da Casa Branca.
- Infelizmente, tem havido muita moderniza��o, com enormes monstruosidades de a�o e vidro tomando o lugar de algumas das antigas constru��es. Organizadas,
vastas e sem charme. Mas h� d�zias de teatros, desde o Ford's, onde Lincoln foi assassinado, ao Kennedy Center.
Dando prosseguimento, ela os levou da surpreendente eleg�ncia da rua das Embaixadas aos bairros pobres e aos pr�dios nas cercanias do enclave federal, passando
pelos museus e pelas galerias e o alvoro�o do Capit�lio.
- Mas n�s viv�amos em Georgetown, e esse � um mundo � parte do resto de Washington. A maioria das casas � em fileira ou geminada, de dois ou tr�s andares,
com pequenos jardins cercados com tijolos e ladeados de azal�ias e canteiros de flores. Algumas das ruas transversais ainda s�o de pedra arredondada, e ainda det�m
um encanto bastante � moda antiga.
- Uma cidade excitante - comentou Genevi�ve. - Deve achar nossa vida aqui muito tranq�ila. Sente falta da agita��o e das atividades do seu pa�s?
Serenity franziu as sobrancelhas e balan�ou a cabe�a em seguida.
- N�o - respondeu ela, um tanto surpresa com seu pr�prio reconhecimento. - Acho estranho. - Ela viu os olhos castanhos diante dos seus. - Passei minha vida
inteira l� e fui muito feliz, mas n�o sinto falta nenhuma. Tive a mais estranha sensa��o de afinidade quando entrei no castelo pela primeira vez, uma sensa��o de
identidade. Tenho estado muito satisfeita aqui.
Ela deu uma olhada e viu os olhos de Christophe sobre ela, tristes e penetrantes, e ela sentiu uma r�pida onda de p�nico.
- � claro que � um al�vio n�o participar da luta di�ria por uma vaga para estacionar - acrescentou com um sorriso, tentando livrar-se do ar de seriedade. -
As vagas de estacionamento s�o mais preciosas que ouro em Washington, e atr�s do volante at� a pessoa mais educada cometeria assassinato e causaria les�es corporais
para obter uma vaga.
- J� recorreu a essas t�ticas, ma ch�rie? - perguntou Christophe. Levantou a ta�a de vinho e manteve os olhos sobre ela.
- Estreme�o ao pensar em meus pr�prios crimes - respondeu ela, aliviada com a leve mudan�a de assunto. - N�o ouso confessar a que ponto cheguei a fim de assegurar
alguns metros de espa�o vazio. Posso ser muito agressiva.
- N�o � poss�vel acreditar que a agress�o seja a qualidade de uma flor t�o delicada - declarou Yves, cobrindo-a com seu sorriso encantador.
- Ficaria surpreso, mon ami - comentou Christophe enquanto inclinava a cabe�a. - Uma flor tem muitas qualidades inesperadas.
Serenity continuou a franzir as sobrancelhas para ele enquanto a condessa habilmente mudou de assunto.
A sala de estar foi acesa, dando um ar de intimidade ao vasto recinto. Enquanto o grupo saboreava o caf� e o conhaque servido ap�s o jantar, Yves sentou-se
ao lado de Serenity e come�ou a distribuir seu suprimento abundante de charme g�lico. Ela notou, com bastante desconforto em seu cora��o, que foi for�ada a reconhecer
como ci�me puro e verdadeiro o fato de Christophe dedicar-se a entreter Genevi�ve. Eles conversaram sobre os pais dela, que estavam fazendo uma viagem pelas ilhas
gregas, sobre conhecidos e velhos amigos m�tuos. Ele ouviu com aten��o enquanto Genevi�ve contava uma hist�ria, foi lisonjeiro, riu, provocou. Sua atitude era de
total gentileza, uma suavidade que Serenity nunca vira nele antes. Seu relacionamento era t�o obviamente especial, t�o �ntimo e existia h� tanto tempo, que Serenity
sentiu uma r�pida pontada de desespero.
Ele a trata como se ela fosse feita de cristal fino e delicado, e me trata como se eu fosse feita de pedra firme, forte e insens�vel.
Teria sido infinitamente mais f�cil se Serenity pudesse n�o ter gostado dela, mas a amizade natural superou o ci�me e, � medida que o tempo passou, ela se
viu gostando dos Dejot cada vez mais.
Genevi�ve concordou, ap�s sugest�o gentil por parte da condessa, em tocar algumas pe�as ao piano. A m�sica fluiu pela sala de forma t�o doce e fr�gil como
sua executora.
Acho que ela � perfeita para ele, Serenity concluiu, melanc�lica. Eles t�m tanta coisa em comum, e ela produz nele uma ternura que o impedir� de mago�-la.
Ela olhou para onde Christophe estava sentado, relaxando nas almofadas do sof�, com os olhos escuros e fascinantes fixos na mulher ao piano. Uma r�pida variedade
de emo��es percorreu-lhe o corpo - saudade, desespero, ressentimento -, assentando-se num nevoeiro desesperado de depress�o quando ela percebeu que, por mais perfeita
que Genevi�ve pudesse ser para ele, ela nunca conseguiria assistir, feliz, Christophe cortejando outra mulher.
- Como artista, Mademoiselle - Yves come�ou a falar quando a m�sica terminou e a conversa recome�ou -, precisa de inspira��o, n'est-ce pas?
- De um tipo ou de outro - ela concordou, e sorriu para ele.
- Os jardins do castelo s�o uma imensa inspira��o ao luar - ele salientou, com um sorriso em retribui��o.
- Estou com vontade de ter inspira��o - ela decidiu num r�pido impulso. - Talvez eu pudesse abusar da sua companhia.
- Mademoiselle - respondeu ele feliz -, seria uma honra.
Yves informou o resto do grupo de sua inten��o, e Serenity aceitou o bra�o que lhe foi oferecido sem ver o olhar escuro que lhe foi lan�ado pelo membro masculino
remanescente.
O jardim era realmente uma inspira��o, tendo o brilho das cores emudecido na tr�mula luz prateada do luar. Os aromas se entrela�aram num perfume estonteante,
tornando a noite quente de ver�o uma noite para amantes. Ela suspirou quando seus pensamentos perderam-se de volta ao homem na sala de estar do castelo.
- Suspira de prazer, Mademoiselle? - perguntou Yves enquanto eles percorriam um caminho tortuoso.
- Bi�n sur - respondeu ela ligeiramente, livrando-se de seu estado de �nimo sombrio e concedendo ao acompanhante um de seus melhores sorrisos. - Sinto-me derrotada
pela beleza avassaladora.
- Ah, Mademoiselle. - Ele levou a m�o dela at� os l�bios e beijou-a com muito sentimento. - A beleza de cada flor n�o � nada diante da sua. Que rosa poderia
se comparar com tais l�bios, ou que gard�nia poderia se comparar com esta pele?
- Como os homens franceses aprendem a fazer amor com as palavras?
- Ensina-se desde o ber�o, Mademoiselle - ele a informou com uma seriedade suspeita.
- Como � dif�cil para uma mulher resistir a um cen�rio desses. - Serenity deu um suspiro profundo e forte.
- Um jardim iluminado pelo luar em frente a um castelo da Bretanha, o ar cheio de perfume, um homem bonito com poesia nos l�bios.
- H�las! - Yves deu um suspiro pesado. - Receio que encontrar� a for�a para faz�-lo.
Ela balan�ou a cabe�a num arremedo de pesar.
- Infelizmente sou extremamente forte, e voc� - acrescentou ela com um sorriso - � um charmoso lobo bret�o.
A risada dele quebrou a calmaria da noite.
- Ah, j� me conhece bem demais. Se n�o fosse pela sensa��o que tive quando nos conhecemos, que est�vamos destinados a ser amigos e n�o amantes, iria ao encal�o
da minha campanha com mais sentimento. Mas n�s bret�es acreditamos muito no destino.
- E � t�o dif�cil ser amigo e amante ao mesmo tempo?
- Mais, oui.
- Ent�o amigos seremos - declarou Serenity, estendendo a m�o. - Vou cham�-lo de Yves e voc� me chamar� de Serenity.
Ele pegou a m�o dela e segurou-a por um momento.
- C'est extraordinaire que eu deva ficar satisfeito em ser amigo de algu�m como voc�. Voc� possui uma beleza t�o dif�cil de descrever que fica na mente de
um homem e o deixa constantemente ciente da sua pessoa. - Os ombros dele se encolheram de um jeito gaul�s, parecendo que havia feito um discurso de tr�s horas. -
Bem, assim � a vida - observou ele, de forma fatalista.
Serenity ainda estava rindo quando eles entraram novamente no castelo.


Na manh� seguinte, Serenity acompanhou a av� e Christophe � missa no vilarejo que ela havia visto do topo da montanha. Uma chuva leve e insistente tinha come�ado
nas horas antes do amanhecer. Seu suave assobio contra a janela a acordou at� que seu ritmo constante embalou-a de volta ao sono.
A chuva continuou enquanto eles se dirigiam para o vilarejo, molhando as folhas e fazendo com que as flores no elegante jardim da casa de campo se curvassem
bastante, dando-lhes um ar de uma congrega��o colorida em postura de prece. Ela havia notado, com certa perplexidade, que Christophe tinha mantido um estranho sil�ncio
desde a noite anterior. Os Dejot haviam partido logo depois que Serenity e Yves uniram-se novamente ao grupo, na sala de estar, e embora a despedida de Christophe
de seus convidados tenha sido irrepreensivelmente encantadora, ele havia evitado se dirigir diretamente a Serenity. A �nica comunica��o entre eles tinha sido um
breve - e, ela imaginara - olhar amea�ador, rapidamente velado.
Agora, ele falava quase exclusivamente com a condessa, com coment�rios ou respostas ocasionais feitas diretamente para Serenity, educado, com uma hostilidade
nos olhos que ela decidiu ignorar.
O ponto central do pequeno vilarejo era a capela, uma pequenina estrutura branca com sua �rea bem organizada representando um contraste quase humor�stico com
seu estado decr�pito ligeiramente escusat�rio. O telhado tinha passado por mais de uma obra recente, e a �nica porta de carvalho, da entrada, estava castigada pelo
clima e danificada devido ao longo tempo e ao uso constante.
- Christophe se ofereceu para mandar construir uma nova capela - comentou a condessa. - Mas os moradores do vilarejo n�o querem. Este � o local onde seus pais
e av�s rezaram por v�rios s�culos, e eles continuar�o a rezar aqui at� que ela desmorone sobre eles.
- � encantadora - disse Serenity, visto que, de alguma forma, o ar levemente decr�pito da capela lhe dava certa dignidade inabal�vel, um senso de orgulho de
ter testemunhado gera��es de batizados, casamentos e funerais.
A porta gemeu um pedido de desculpas quando Christophe a abriu, deixando que as duas mulheres entrassem antes dele. O interior estava escuro e tranq�ilo, com
o teto de vigas altas acrescentando uma ilus�o de espa�o. A condessa dirigiu-se ao primeiro banco, tomando seu lugar nos assentos que tinham sido reservados para
o castelo Kergallen por quase tr�s s�culos. Espionando Yves e Genevi�ve do outro lado do estreito corredor, Serenity lan�ou-lhes um largo sorriso e recebeu um sorriso
de retribui��o de Genevi�ve e um piscar de olhos que mal se discernia de Yves.
- Este n�o � o local adequado para seus flertes, Serenity - sussurrou Christophe no seu ouvido enquanto a ajudava a tirar a capa imperme�vel �mida.
Ela ficou corada, sentindo-se como uma crian�a que tivesse sido pega rindo na sacristia, e virou a cabe�a para responder quando o padre, que parecia t�o velho
quanto a capela, aproximou-se do altar e a missa teve in�cio.
Uma sensa��o de paz cobriu-a como uma colcha suave. A chuva isolava a congrega��o do exterior, enquanto seu suave murmurar acentuava a tranq�ilidade em vez
de avilt�-la. O tom monoc�rdio e baixo do padre falando em bret�o, e o leve ru�do em sinal de resposta, o choro ocasional de uma crian�a, uma tosse abafada, o vitral
escuro com regatos de chuva descendo pela sua superf�cie - tudo combinado numa tranq�ila atemporalidade. Sentada num banco bem gasto, Serenity sentiu a magia da
capela e compreendeu a recusa dos moradores em n�o querer trocar a constru��o caindo aos peda�os por um pr�dio mais adequado, j� que aqui havia paz e a serenidade
que lhe dera o nome. Uma continuidade com o passado e uma liga��o com o futuro.
Quando a missa terminou, a chuva tamb�m parou, e um vago raio de luz solar passou pelo vitral, introduzindo um brilho sutil e ilus�rio. Quando sa�ram, o ar
estava fresco, cintilando com o aroma de limpeza gerado pela chuva. As gotas ainda estavam presas �s folhas rec�m-lavadas, brilhando como l�grimas na superf�cie
verde luminosa.
Yves saudou Serenity com uma rever�ncia cort�s e um demorado beijo nos dedos.
- Voc� fez sair o sol, Serenity.
- Mais, oui - concordou ela, sorrindo nos olhos dele.
- Dei ordem para que todos os dias na Bretanha sejam brilhantes e ensolarados.
Ela retirou a m�o e sorriu para Genevi�ve, que parecia uma graciosa pr�mula num vestido amarelo fresco, com um chap�u de abas estreitas. Trocaram-se cumprimentos,
e Yves inclinou-se na dire��o de Serenity como um conspirador.
- Talvez voc� gostasse de aproveitar o brilho do sol, ch�rie, e dar um passeio de carro comigo. O campo fica primoroso ap�s uma chuva.
- Infelizmente Serenity estar� ocupada hoje - respondeu Christophe antes que ela pudesse aceitar ou declinar o convite, e ela olhou furiosa para ele. - Sua
segunda li��o
- disse ele tranq�ilamente, ignorando as luzes de batalha em seus olhos �mbar.
- Li��o? - repetiu Yves com um sorriso torto. - O que est� ensinando � sua linda prima, Christophe?
- Equita��o - respondeu ele com um sorriso semelhante. - No momento.
- Ah, n�o poderia encontrar melhor professor - observou Genevi�ve com um leve toque no bra�o de Christophe. - Christophe me ensinou a cavalgar quando Yves
e meu pai haviam perdido as esperan�as comigo dizendo que eu n�o tinha jeito. Voc� � t�o paciente. - Seus olhos de cocker spaniel olharam para o homem esguio, e
Serenity abafou uma risada de incredulidade.
Paciente era a �ltima palavra que ela usaria para descrever Christophe. Arrogante, exigente, autocr�tico, confiante ao extremo - ela come�ou silenciosamente
a listar as qualidades que atribu�a ao homem a seu lado. C�nico e desp�tico tamb�m. Sua aten��o afastou-se da conversa. Seu olhar iluminou-se ao ver uma garotinha
sentada na grama com um cachorrinho preto brincalh�o. O cachorro revezava-se entre banhar o rosto da crian�a com entusiasmadas lambidas e correr em fren�ticos c�rculos
em volta dela enquanto sua risada alta e meiga flutuava no ar. Era uma imagem t�o relaxante e inocente que Serenity levou mais alguns segundos para expressar uma
rea��o quanto ao que aconteceu depois.
O cachorro, repentinamente, atravessou a grama em disparada na dire��o da estrada, e a crian�a levantou-se desajeitadamente, correndo atr�s dele, chamando
o nome do cachorro em tom de dura desaprova��o. Ent�o, ela foi tomada por uma fria corrente de medo ao observar a crian�a correndo em dire��o � estrada.
Sem pensar, ela saiu em seu encal�o, gritando freneticamente em bret�o para a crian�a parar, mas a aten��o da garota estava concentrada no animal, e ela passou
pela grama e entrou na trajet�ria do carro que vinha na dire��o oposta.
Serenity ouviu o guincho dos freios enquanto seus bra�os envolveram a crian�a, e ela sentiu o vento e um leve choque do p�ra-lama contra o lado do seu corpo
ao arremessar tanto a si mesma quanto a garota para o outro lado da estrada, aterrissando num monte de mato. Houve sil�ncio absoluto por uma fra��o de segundo, e
ent�o ocorreu um pandem�nio quando o cachorrinho, sobre o qual Serenity estava agora sentada latiu em tom de grosseira e obje��o, e os gritos altos da crian�a em
busca de sua m�e uniram-se � indigna��o do animal.
De repente, vozes alvoro�adas numa mistura de l�nguas juntaram-se aos gritos e latidos, aumentando o estado de atordoamento e tontura de Serenity. Ela n�o
conseguia encontrar for�a para retirar o peso de cima do cachorro fuj�o, e a menina lutou para livrar-se de seu aperto agora sem energia e correu para os bra�os
de sua p�lida e chorosa m�e.
Bra�os fortes e r�gidos colocaram Serenity de p�, segurando seus ombros e inclinando sua cabe�a para que ela visse os olhos escuros e turbulentos de Christophe.
- Est� machucada? - Quando ela balan�ou a cabe�a, ele continuou, numa voz tensa e irada: - Nom de Dieu! Voc� deve estar louca! - Ele a balan�ou um pouco, aumentando
a tontura. - Poderia ter morrido! Como n�o foi atingida � um milagre.
- Eles estavam brincando t�o tranq�ilamente - ela lembrou-se, com uma voz vaga. - Ent�o aquele cachorro tolo sai em disparada para a rua. Oh, ser� que o machuquei?
Sentei bem em cima dele. Acho que o pobrezinho do animal n�o gostou.
- Serenity. - A voz furiosa de Christophe e a sacudida vigorosa trouxeram sua aten��o de volta para ele. - Mon Dieu! Come�o a acreditar que � realmente louca!
- Desculpe - murmurou ela, sentindo-se vazia e tonta. - Que idiotice pensar no cachorro primeiro e na menina depois. Ela est� bem?
Ele soltou uma breve sucess�o de xingamentos num longo suspiro.
- Oui, ela est� com a m�e. Voc� correu como um guepardo; do contr�rio, voc�s duas n�o estariam tagarelando agora.
- Adrenalina - ela murmurou, e se inclinou. - Passou agora.
O aperto aumentou em seus ombros quando ele examinou seu rosto.
- Vai desmaiar?
A pergunta foi acompanhada por um profundo franzir de sobrancelhas.
- Claro que n�o - respondeu ela, tentando soar firme e calma, mas adveio um desmentido bastante hesitante.
- Serenity. - Genevi�ve esticou o bra�o, segurou sua m�o e abandonou a formalidade. - Foi tanta bravura de sua parte.
As l�grimas banhavam seus olhos castanhos, e ela beijou a face p�lida de Serenity.
- Est� machucada? - Yves repetiu a pergunta de Christophe, mas seus olhos mostravam preocupa��o em vez de raiva.
- N�o, n�o, estou bem - ela assegurou, encostando inconscientemente em Christophe em busca de apoio. - O cachorrinho saiu perdendo quando aterrissei nele.
- S� quero me sentar, pensou ela fatigada, at� o mundo parar de girar.
De repente, a m�e da menina dirigiu-se a ela falando bret�o em tom r�pido e lamuriento. As palavras eram inintelig�veis por causa da emo��o, e o dialeto era
t�o denso que ela teve dificuldade para compreender o que estava sendo dito. A mulher secava sem parar os olhos cheios de l�grimas com um len�o enrolado em forma
de bola; e Serenity deu as respostas que esperava que fossem corretas, sentindo-se extremamente cansada e levemente constrangida quando as m�os da m�e a agarraram
e ela a beijou com ardorosa gratid�o. Diante de uma ordem dada em tom baixo por Christophe, elas se soltaram, e ela se retirou, pegando a crian�a e misturando-se
� multid�o.
- Venha. - Ele passou o bra�o em volta da cintura de Serenity, e a massa de pessoas se abriu como o mar Vermelho, enquanto ele a levava de volta em dire��o
� capela. - Acho que voc� e o vira-lata deveriam ser colocados numa guia curta.
- Que gentileza de sua parte nos colocar juntos - murmurou ela, e avistou a av� sentada num pequeno banco de pedra com uma apar�ncia p�lida e repentinamente
envelhecida.
- Pensei que estaria morta - declarou a condessa com a voz rouca, e Serenity ajoelhou-se � sua frente.
- Sou quase indestrut�vel, Grandm�re - disse ela com um sorriso confiante. - Herdei essa caracter�stica dos dois lados da fam�lia.
A m�o magra e ossuda agarrou firme a de Serenity.
- � muito imprudente e teimosa - declarou a condessa num tom de voz mais firme. - E eu amo muito voc�.
- Eu amo voc� tamb�m - disse Serenity simplesmente.


Cap�tulo 7


Serenity insistiu em receber a li��o de equita��o ap�s o almo�o, vetando tanto a prescri��o sugerida de fazer um longo repouso quanto a perspectiva de chamar
um m�dico.
- N�o preciso de m�dico, Grandm�re, nem de descanso. Estou muito bem. - Ela tratou o incidente da manh� como algo que n�o fosse importante. - Alguns galos
e hematomas; eu lhe disse que era indestrut�vel.
- Voc� � teimosa - corrigiu a condessa, e Serenity simplesmente sorriu e mais uma vez n�o deu import�ncia.
- Teve uma experi�ncia apavorante - Christophe intrometeu-se, examinado-a com olhos cr�ticos. - Uma atividade menos vigorosa seria mais adequada.
- Pelo amor de Deus! Voc� tamb�m n�o! - Impaciente, ela afastou o caf�. - N�o sou uma doente do per�odo vitoriano com ataques de melancolia que precisa ser
mimada. Se n�o quiser me levar para andar a cavalo, vou ligar para Yves e aceitar o convite para o passeio de carro que voc� recusou por mim. - Seu rosto de olhos
delicados estava determinado, e seu queixo ergueu-se. - N�o vou para a cama no meio do dia como uma crian�a.
- Muito bem. - Os olhos de Christophe se entristeceram. - Ter� seu passeio, embora talvez sua li��o n�o seja t�o estimulante quanto o que pretendia Yves.
Ela o fitou por um momento, perplexa, antes da cor voltar ao rosto.
- Oh, realmente, que coisa rid�cula.
- Eu a encontrarei nos est�bulos em meia hora.
Ele interrompeu seus protestos, levantou-se da mesa e saiu da sala a passos largos antes que ela pudesse formular uma r�plica apropriada. Ao virar para sua
av�, seu rosto era a imagem da indigna��o.
- Por que ele � intoleravelmente grosseiro comigo?
Os ombros esguios da condessa se moveram de forma expressiva, e seu ar era de sabedoria.
- Os homens s�o criaturas complicadas, ch�rie.
- Um dia... - Serenity previu com um franzir de sobrancelhas amea�ador. - Um dia ele n�o vai sair andando at� que eu tenha expressado minha opini�o.


Serenity encontrou-se com Christophe na hora estabelecida, determinada a concentrar cada pingo da sua energia no desenvolvimento da t�cnica apropriada de equita��o.
Montou a �gua com uma confian�a concentrada e seguiu seu professor calado enquanto ele apontava o cavalo na dire��o oposta da que eles tinham ido na �ltima vez.
Quando ele iniciou um leve meio galope, ela copiou sua a��o e sentiu a mesma liberdade intoxicante de antes. N�o surgiu, no entanto, nenhum sorriso repentino de
excita��o em seu semblante, nada de risadas ou palavras provocantes, e ela disse a si mesma que estava melhor assim. Ele dava uma instru��o de vez em quando, e ela
obedecia imediatamente, precisando provar tanto para ele quanto para si mesma que era capaz. Ent�o, ela se contentou com a tarefa de cavalgar e raramente olhava
para seu perfil moreno assemelhado a um falc�o.
Que Deus me ajude, ela suspirou com ar de derrota, afastando os olhos dele e olhando para a frente. Ele vai me assombrar pelo resto da vida. Vou terminar uma
solteirona rabugenta, comparando todos os homens que vejo com aquele que n�o pude ter. Queria, por Deus, nunca ter colocado os olhos sobre ele.
- Pardon?
A voz de Christophe interrompeu suas medita��es, e ela se assustou, deduzindo que devia ter murmurado algo em voz alta.
- Nada - gaguejou ela. - N�o foi nada. - Respirou fundo e franziu as sobrancelhas. - Podia jurar que sinto o cheiro do mar. - Ele diminuiu a marcha para um
leve caminhar, e ela puxou as r�deas da sua montaria quando um leve ru�do rompeu o sil�ncio. - � trovoada? - Ela olhou para o c�u azul limpo, mas o ru�do continuou.
- � o mar! - exclamou ela, esquecendo qualquer animosidade.
- Estamos perto dele? Poderei v�-lo? - Ele simplesmente parou o cavalo e apeou. - Christophe, pelo amor de Deus!
- Ela observou exasperada enquanto ele amarrava as r�deas da montaria a uma �rvore. - Christophe! - repetiu ela, esfor�ando-se para descer da sela com mais
velocidade que gra�a. Ele segurou seu bra�o quando ela aterrissou desajeitada e amarrou sua montaria ao lado da dele antes de lev�-la mais adiante na trilha. - Escolha
a l�ngua que quiser - disse ela de forma magn�nima -, mas fale comigo antes que eu enlouque�a!
Ele parou, se virou e puxou-a para perto, cobrindo sua boca com um beijo breve e perturbador. Satisfeito com o sil�ncio dela, ele continuou a conduzi-la enquanto
o ru�do distante se aproximava cada vez mais e ficava mais insistente. Quando ele parou de novo, Serenity prendeu a respira��o diante da cena abaixo.
O mar se espalhava at� onde ela conseguia ver. Os raios de sol dan�avam em sua superf�cie verde. A arrebenta��o se revolvia para acariciar as ondas. Sua espuma
parecia a renda de um longo vestido de veludo. De forma provocante, ela afastava-se da margem e voltava, como uma amante coquete.
- � maravilhoso - ela suspirou, divertindo-se com o ar borrifado de sal e a brisa que agitava seu cabelo. - Acho que voc� j� deve estar acostumado com isso;
duvido que eu poderia ficar.
- Sempre gosto de olhar para o mar - respondeu ele, com os olhos concentrados no horizonte distante, onde o c�u azul l�mpido beijava o verde profundo. -Tem
muitos humores; talvez seja por isso que os pescadores o chamam de mulher. Hoje ela est� calma e gentil, mas quando est� com raiva, seu temperamento � algo magn�fico
de se ver.
A m�o dele deslizou pelo bra�o dela para apert�-la num gesto simples e �ntimo que ela n�o tinha esperado dele, e o cora��o dela deu uma s�rie de cambalhotas.
- Quando eu era menino, pensava em fugir para o mar, viver minha vida na �gua e velejar com seus humores.
O polegar dele ro�ou a pele suave da palma de sua m�o, e ela engoliu em seco antes de conseguir falar.
- Por que n�o fez isso?
Os ombros dele se mexeram, e ela se perguntou por um momento se ele se lembrava que ela estava ali.
- Descobri que a terra tem sua pr�pria magia: grama de cores vividas, solo rico, uvas roxas e gado pastando. Cavalgar pelas longas extens�es de terra � t�o
excitante quanto velejar pelas ondas do mar. A terra � minha obriga��o, meu prazer e meu destino...
Ele olhou para os olhos �mbar, arregalados e abertos, fixos no rosto dele, e algo se passou entre eles, tremeluzindo e se expandindo at� que Serenity sentiu-se
submersa pelo seu poder. Depois, ela foi comprimida contra o corpo dele, com o vento rodopiando � sua volta como fitas para amarr�-los juntos quando a boca de Christophe
exigiu uma rendi��o absoluta. Ela agarrou-se a ele quando o rugido do mar aumentou a um n�vel ensurdecedor, e, de repente, seu corpo estava se retesando junto ao
dele, e exigindo mais.
Se o mar estava com o �nimo calmo e gentil, o dele n�o. Impotente contra seu pr�prio desejo, ela teve grande prazer na posse selvagem da boca dele, a insist�ncia
premente das m�os que a reivindicavam, como se a tivesse por direito. Tremendo, n�o de medo, mas com o desejo de se entregar, ela se comprimiu ainda mais, desejando
que ele tomasse o que ela oferecia.
A boca de Christophe se levantou uma vez, brevemente, e ela balan�ou a cabe�a contra a libera��o, puxando seu rosto de volta para o dela, com os l�bios implorando
a fus�o. Os dedos dela cravaram-se na carne dos ombros dele com a for�a do novo abra�o, enquanto a boca dele buscava a dela com um novo desejo, como se ele tivesse
de sabore�-la ou morreria de fome. A m�o dele escorregou sob a seda da blusa para apoderar-se de seu seio que ansiava pelo seu toque. O calor dos dedos dele chamuscava
como brasas incandescentes contra a pele dela, e embora sua boca estivesse conquistada, a l�ngua dele exigiu a intimidade da umidade aveludada, sua mente murmurou
o nome dele v�rias vezes at� que n�o houvesse nada mais.
Os bra�os a envolveram mais uma vez, enquanto as m�os abandonaram suas explora��es e a respira��o desapareceu, sendo esquecida no novo poder esmagador. Os
seios macios se comprimiram em seu peito magro e r�gido, coxa esfregando em coxa, cora��o batendo junto a cora��o, e Serenity soube que tinha dado o passo em dire��o
ao precip�cio e jamais retornaria � solidez da terra.
Ele a soltou t�o de repente que ela teria trope�ado se a m�o dele n�o a tivesse segurado para equilibr�-la.
- Temos que voltar - declarou ele, como se o momento n�o tivesse ocorrido. - Est� ficando tarde.
As m�os dela se levantaram para retirar os cachos que tinham ca�do no rosto. Seus olhos se levantaram em dire��o aos dele, arregalados e cheios de confusa
s�plica.
- Christophe.
Ela disse seu nome sussurrando, incapaz de formar qualquer outro som, e ele ficou olhando para ela com seu t�pico olhar cr�tico e, como sempre, insond�vel.
- Est� ficando tarde, Serenity - repetiu ele, e a raiva subjacente em seu tom trouxe ainda mais perplexidade.
Repentinamente frios, os bra�os dela envolveram seu corpo a fim de afastar a friagem.
- Christophe, por que est� com raiva de mim? N�o fiz nada de errado.
- N�o fez?
Os olhos dele se estreitaram e escureceram com a irrita��o familiar, e por causa da rejei��o o dela veio � tona para confront�-lo.
- N�o. O que eu poderia fazer? Voc� � superior de dar raiva, l� em cima no seu troninho de ouro. Uma meia aristocrata como eu mal poderia chegar ao seu n�vel
para causar qualquer dano.
- Sua l�ngua causar� problemas para sempre, Serenity, a menos que aprenda a control�-la.
A voz dele era precisa e controlada demais, mas Serenity encontrou a discri��o enterrada embaixo de uma crescente montanha de f�ria.
- Bem, at� eu decidir fazer isso, talvez a use para lhe dizer exatamente o que acho de sua atitude arrogante, autocr�tica, dominadora e enfurecedora em rela��o
� vida em geral e a mim em particular.
- A uma mulher - ele come�ou num tom de voz que ela notou que era inteiramente macio demais e sedoso demais - com o seu temperamento, ma petite cousine, deve-se
mostrar continuamente que s� existe um senhor. - Ele pegou seu bra�o num aperto firme e afastou-se do mar. - Eu disse que vamos embora.
- Voc�, Monsieur - respondeu ela, mantendo sua posi��o e lan�ando-lhe um olhar �mbar ardendo em fogo lento -, pode ir quando quiser.
A sa�da dela com um ar de dignidade furioso levou-a a um metro antes de seus ombros serem agarrados num aperto t�pico de torno de bancada. Ent�o virou-se e
viu uma f�ria que fez com que seu pr�prio temperamento parecesse tranq�ilo.
- Voc� me faz pensar de novo sobre a sensatez de bater em uma mulher.
A boca dele tomou a dela rapidamente, de forma r�gida e mais punitiva do que um punho, e Serenity sentiu uma r�pida onda de dor, saboreando apenas a raiva
nos l�bios dele e nenhum desejo. Os dedos cravaram-se nos ombros dela, mas ela n�o lutou nem reagiu, permanecendo passiva nos bra�os dele enquanto a coragem se tornava
desesperan�a. Liberta, ela olhou para ele, detestando o v�u de umidade que anuviavam seus olhos.
- Voc� tem a vantagem, Christophe, e sempre vencer� uma batalha f�sica.
A voz dela estava calma e cuidadosamente afinada, e ela observou as sobrancelhas dele se juntarem, como se sua rea��o o deixasse perplexo. A m�o dele se levantou
para enxugar uma l�grima que tinha fugido e rolado pelo rosto, e ela afastou-se com um movimento brusco, enxugando-a ela mesma e contendo o resto ao piscar os olhos.
- J� tive minha cota de humilha��es por um dia, e n�o me desmancharei numa po�a de l�grimas em sua honra. - A voz dela ficou mais firme � medida que retomou
o controle, e seus ombros se endireitaram enquanto Christophe assistia a transforma��o em sil�ncio. - Como voc� disse, est� ficando tarde. - Ela se virou e tomou
de volta a trilha para onde os cavalos esperavam.


Os dias se passaram calmamente, suaves dias de ver�o cheios de sol e o doce perfume das flores. Serenity dedicou a maior parte das horas diurnas � pintura,
reproduzindo em tela as linhas orgulhosas e indom�veis do castelo. Tinha notado, a princ�pio com desespero e depois com raiva crescente, o ato calculado de Christophe
em evit�-la. Desde a tarde em que tinham ficado no penhasco acima do mar ele mal falara com ela, e, quando o fazia, era com amarga polidez. O orgulho logo cobriu
seu ferimento como uma atadura sobre a ferida aberta, e a pintura tornou-se um ref�gio contra a saudade.
A condessa n�o mencionava o Raphael, e Serenity ficou satisfeita com o passar do tempo, desejando fortalecer o elo entre elas antes de aprofundar-se mais no
seu desaparecimento e na acusa��o contra seu pai.
Estava imersa em seu trabalho, usando jeans desbotado e um guarda-p� respingado de tinta, tendo o cabelo sido desarrumado pela pr�pria m�o, quando avistou
Genevi�ve se aproximar ao cruzar o suave tapete de grama. Uma linda fada bret�, Serenity imaginou, pequena e encantadora numa jaqueta de montaria camur�a e cal��es
marrom-escuros.
- Bonjour, Serenity - gritou ela quando Serenity levantou uma de suas m�os finas para cumpriment�-la. - Espero n�o estar perturbando.
- Claro que n�o. � bom v�-la.
As palavras sa�ram com facilidade porque ela estava falando s�rio, e ela sorriu e largou o pincel.
- Oh, mas eu fiz voc� parar - disse Genevi�ve em tom de desculpas.
- Deu-me uma desculpa maravilhosa para parar - corrigiu ela.
- Posso ver? - pediu Genevi�ve. - Ou n�o gosta que vejam seu trabalho antes que esteja terminado?
- Claro que pode ver. Diga-me o que acha.
Ela deu a volta para ficar ao lado de Serenity. O fundo de cena estava completo: o c�u azul-celeste, as nuvens de l� dos cordeiros, a grama verde viva e as
majestosas �rvores. O castelo em si estava tomando forma aos poucos: as paredes cinzentas brilhando como p�rola � luz do sol, janelas altas e cintilantes, as torres
em forma de tambor. Havia muita coisa a completar, mas, mesmo em sua inf�ncia, a pintura captava a aura de conto de fadas que Serenity tinha imaginado.
- Sempre amei o castelo - declarou Genevi�ve, tendo os olhos ainda sobre a tela. - Agora vejo que voc� tamb�m. - Olhos amorosos ergueram-se do quadro pela
metade e buscaram os de Serenity. - Voc� captou seu calor, e sua arrog�ncia. Fico feliz em saber que o v� como eu o vejo.
- Apaixonei-me por ele no primeiro momento em que o vi - admitiu Serenity. - Quanto mais tempo fico, mais desesperadamente perdida fico.
Ela suspirou, sabendo que suas palavras descreviam o homem bem como a casa dele.
- Voc� tem sorte em ter tamanho dom. Espero que n�o me leve a mal se confessar uma coisa.
- N�o, claro que n�o - Serenity assegurou-lhe, tanto surpresa quanto intrigada.
- Tenho muita inveja de voc� - ela deixou escapar rapidamente, como se pudesse lhe faltar coragem.
Serenity ficou olhando incr�dula para o rosto encantador.
- Voc�? Inveja de mim?
- Oui. - Genevi�ve hesitou por um momento e ent�o come�ou a falar, de repente: - N�o apenas de seu talento como artista, mas de sua confian�a, sua independ�ncia.
- Serenity continuou a olhar de boca aberta, admirada.
- H� algo em voc� que atrai as pessoas. Uma certa sinceridade, um calor nos olhos que faz com que algu�m queira confidenciar algo, sentindo, de alguma forma,
que voc� compreender�.
- Que extraordin�rio - murmurou Serenity, espantada. - Mas, Genevi�ve - ela come�ou a dizer num tom mais leve -, voc� � t�o encantadora e afetuosa, como pode
invejar algu�m, justamente a mim? Faz com que me sinta como uma verdadeira amazona.
- Os homens tratam voc� como uma mulher - explicou ela com a voz num tom levemente desesperado. - Eles a admiram n�o pela sua apar�ncia, mas pelo que voc�
�.
- Ela virou de costas e depois ficou de frente novamente, passando a m�o no cabelo. - O que faria se amasse um homem, se o tivesse amado a vida toda, amado
com o cora��o de uma mulher, mas ele a visse apenas como uma crian�a divertida?
Serenity sentiu uma nuvem de desespero envolver seu cora��o. Christophe, ela concluiu. Meu Deus, ela quer meu conselho sobre Christophe. Ela reprimiu o impulso
de dar uma risada hist�rica. Devo dar orienta��es sobre o homem que amo. Ela viria atr�s de mim se soubesse o que ele pensa de mim... do meu pai? Os olhos dela olharam
para os olhos escuros de Genevi�ve, cheios de esperan�a e confian�a. Ela suspirou.
- Se eu estivesse apaixonada por um homem desses, eu me esfor�aria bastante para que ele soubesse que sou uma mulher, e era assim que eu queria que ele me
visse.
- Mas como? - A m�o de Genevi�ve se espalhou num gesto impotente. - Sou t�o covarde. Talvez perderia at� mesmo sua amizade.
- Se realmente o amar, ter� que arriscar ou passar o resto da sua vida apenas como sua amiga. Deve dizer... ao seu homem, da pr�xima vez que ele lhe tratar
como crian�a, que voc� � uma mulher. Deve lhe dizer isso para que n�o haja d�vida em sua mente sobre suas inten��es. Ent�o, a decis�o � dele.
Genevi�ve respirou fundo e ajeitou os ombros.
- Pensarei sobre o que disse. - Ela virou seus olhos afetuosos na dire��o dos olhos �mbar de Serenity mais uma vez. - Obrigada por ouvir, por ser amiga.
Serenity observou a pequena e graciosa figura atravessar o gramado em retirada. Voc� � uma verdadeira m�rtir, Serenity, disse a si mesma. Achava que o auto-sacrif�cio
deveria fazer uma pessoa encher-se de calor interior; sinto-me apenas fria e triste. Ela come�ou a guardar as tintas, n�o mais encontrando prazer no brilho do sol.
Acho que vou desistir do mart�rio e tomar vi�vas e �rf�os sob prote��o; n�o poderia me fazer sentir pior.
Deprimida, Serenity subiu at� o quarto para guardar a tela e as tintas. Com o que considerou um esfor�o herc�leo, ela conseguiu dar um sorriso para a criada,
que estava ocupada dobrando as roupas �ntimas rec�m-lavadas e colocando-as na gaveta da c�moda.
- Bonjour, Mademoiselle.
Bridget cumprimentou Serenity com um sorriso deslumbrante, e os olhos �mbar piscaram diante do poder dele.
- Bonjour, Bridget. Voc� parece estar bem animada.
- Olhando para os feixes de luz solar que flu�am pelas janelas com ar de triunfo, Serenity suspirou e deu de ombro.
- Acho que � um lindo dia.
- Oui, Mademoiselle. Quel jourl - Ela fez um gesto na dire��o do c�u com a m�o cheia de seda fina. - Acho que nunca vi o sol sorrir de modo mais doce.
Incapaz de livrar-se da depress�o diante do ataque de tremendo bom humor, Serenity desabou numa cadeira e sorriu para o rosto brilhante da pequena criada.
- A menos que eu esteja interpretando os sinais de forma incorreta, eu diria que � o amor que est� sorrindo de forma doce.
O aumento do rubor apenas deu mais encanto ao jovem rosto quando Bridget interrompeu seus afazeres para exibir outro sorriso para Serenity.
- Oui, Mademoiselle, estou muito apaixonada.
- E imagino pela sua apar�ncia - continuou Serenity, lutando com um suave aumento da inveja da confian�a da jovem - que � muito amada.
- Oui, Mademoiselle. -A luz do sol e a felicidade formavam uma aura em volta dela. - No s�bado, eu e Jean-Paul vamos nos casar.
- Casar? - repetiu Serenity, um pouco surpresa enquanto examinava a pequenina forma � sua frente. - Quantos anos tem, Bridget?
- Dezessete - declarou ela, inclinando a cabe�a com um ar de sabedoria para sua vasta cole��o de anos.
Dezessete, Serenity refletiu com um suspiro inconsciente.
- De repente, sinto-me com 92 anos.
- Vamos nos casar no vilarejo - continuou Bridget, animando-se diante do interesse de Serenity. - Depois todos voltar�o para o castelo, e haver� cantoria e
dan�a no jardim. O conde � muito gentil e generoso. Ele diz que teremos champanhe.
Serenity viu quando a alegria se transformou em rever�ncia.
- Gentil - murmurou ela, revirando o adjetivo na cabe�a.
A gentileza n�o � uma qualidade que tenho atribu�do a Christophe. Dando um longo suspiro, ela se lembrou da atitude gentil dele em rela��o a Genevi�ve. E claro
que n�o desperto essa qualidade nele.
- Mademoiselle tem tantas coisas bonitas.
Serenity levantou os olhos e viu Bridget acariciando um robe branco e comprido. Tinha um olhar meigo e sonhador.
- Gosta dele? - Ela se levantou e tocou a bainha, lembrando-se da sua textura sedosa junto � pele, deixando-o em seguida cair como neve no ch�o. - � seu -
declarou Serenity de forma impulsiva, e a criada se virou novamente, tendo agora os olhos meigos t�o arrega�ados quanto um pires.
- Pardon, Mademoiselle?
- � seu - repetiu ela, enquanto o sorriso se transformava em admira��o. - Presente de anivers�rio.
- Oh, mais non, eu n�o poderia... � bonito demais. - Sua voz tornou-se um sussurro enquanto olhava para o robe com um desejo melanc�lico, e depois se virou
novamente para Serenity. - Mademoisele n�o pode se separar dele.
- Claro que posso - corrigiu Serenity. - � um presente, e me deixaria satisfeita saber que voc� est� fazendo bom uso dele. - Examinando a simples seda branca
que Bridget agarrava ao seio, ela suspirou com um misto de inveja e desesperan�a. - Foi feito para uma noiva, e voc� ficar� bonita nele para o seu Jean-Paul.
- Oh, Mademoiselle! - Bridget suspirou, contendo l�grimas de gratid�o ao piscar. - Sempre cuidarei dele com carinho.
Ela deu seq��ncia a essa declara��o com uma s�rie alegre de agradecimentos em bret�o. As palavras simples levantaram o �nimo de Serenity. Ela deixou a futura
noiva olhando para o espelho, com o robe espalhado sobre o avental enquanto sonhava com a noite do casamento.
O sol mais uma vez sorriu de forma doce no dia do casamento de Bridget. O c�u azul-celeste estava com algumas nuvens pequenas e amistosas.
� medida que os dias se passaram, a depress�o de Serenity mudou para um frio ressentimento. O comportamento distante de Christophe ati�ava o fogo da irrita��o,
mas, de forma determinada, ela o enterrou sob um gelo igualmente intenso. Como conseq��ncia, suas conversas se limitaram a algumas frases educadas, formais e sem
emo��o.
Ela estava, tendo ele e a condessa a seu lado, no pequenino gramado da igreja do povoado esperando a prociss�o nupcial. O conjunto de seda pura que tinha escolhido
propositalmente por causa de sua apar�ncia fria e intoc�vel havia sido categoricamente descartado por um aceno da m�o r�gia de sua av�. Em vez disso, foi presenteada
com uma roupa de sua m�e. O aroma de lavanda ainda permanecia na vestimenta, t�o fresco como se tivesse sido colocado ontem. Em vez de parecer sofisticada e distante,
ela agora parecia uma jovem esperando uma festa.
A saia pregueada apenas ro�ava as panturrilhas descobertas. Suas listras verticais brilhantes em vermelho e branco eram complementadas por um pequeno avental
branco. A blusa de decote c�ncavo, t�pico de camponesa, estava enfiada na estreita cintura, com suas curtas mangas bufantes deixando os bra�os expostos ao sol. Um
colete preto sem manga assentava bem sobre a sutil curva do seio, enquanto sua aure�la de cachos claros estava coberta por um chap�u de palha adornado com fitas.
Christophe n�o tinha feito nenhum coment�rio sobre sua apar�ncia, simplesmente inclinando a cabe�a quando ela desceu a escada, e agora Serenity continuava
sua guerra silenciosa dirigindo-se exclusivamente � sua av�.
- Eles vir�o da casa da noiva - a condessa informou, e embora Serenity estivesse desconfortavelmente ciente do homem moreno ao seu lado, ela dava a impress�o
de estar prestando aten��o de forma educada. - Toda a fam�lia dela entrar� com ela em seu �ltimo percurso como solteira. Depois, ela se encontrar� com o noivo e
entrar� na capela para tornar-se uma esposa.
- Ela � t�o jovem - murmurou Serenity com um suspiro -, pouco mais que uma crian�a.
-Alors, ela tem idade suficiente para ser mulher, minha velhinha. - Dando uma risada de leve, a condessa afagou a m�o de Serenity. - Eu tinha um pouco mais
de idade quando casei com seu av�. Idade tem pouca coisa a ver com amor. N�o concorda, Christophe?
Serenity sentiu seus ombros se encolherem.
- Assim parece, Grandm�re. Antes dos 20 anos, nossa Bridget ter� um pequenino puxando seu avental e outro embaixo dele.
- H�las! - A condessa suspirou com suspeita melancolia, e Serenity virou-se para olhar para ela com curiosidade e cautela. - Parece que nenhum dos meus netos
se decide a me dar crian�as para mimar. - Ela lan�ou um olhar franco e triste para Serenity. - � dif�cil ser paciente quando se envelhece.
- Mas fica mais simples ser astuto - comentou Christophe numa voz seca, e Serenity n�o p�de deixar de olhar para ele. Ele lan�ou-lhe um breve olhar com a sobrancelha
levantada, e ela olhou firme, determinada a n�o fraquejar diante de seu feiti�o.
- Ser s�bio, Christophe - a condessa corrigiu, sem se perturbar e ligeiramente presun�osa. - Essa � uma declara��o mais fidedigna. Voil�! - ela anunciou antes
que qualquer coment�rio pudesse ser feito. - A� v�m eles!
P�talas de flores frescas e suaves flutuavam e dan�avam at� o ch�o enquanto as crian�as pequenas as tiravam de cestas de vime. Elas preparavam um tapete de
amor para os p�s da noiva. P�talas inocentes e silvestres vindas do prado e da floresta, e as crian�as dan�avam em c�rculos enquanto as projetavam para cima. Cercada
por sua fam�lia, a noiva caminhava como uma pequena boneca delicada. Seu vestido era tradicional e, obviamente, velho, e Serenity sabia que ela nunca tinha visto
uma noiva mais radiante ou um vestido mais perfeito.
Com um branco envelhecido, a saia pregueada descia desde a cintura at� dan�ar dois cent�metros acima do caminho coberto de p�talas. O decote era alto e adornado
de renda, e o corpete era justo e ca�a bem, com um leve e delicado bordado. Ela n�o estava usando v�u. Em seu lugar, usava um chap�u branco redondo adornado com
uma touca de renda que dava � pequena morena uma beleza ex�tica sem envelhec�-la.
O noivo uniu-se a ela, e Serenity notou, com um al�vio quase maternal, que Jean-Paul parecia t�o gentil e quase t�o inocente quanto a pr�pria Bridget. Ele
tamb�m estava vestido de forma tradicional: cal��es brancos enfiados nas botas macias e um palet� azul-escuro trespassado sobre uma camisa branca bordada. O chap�u
bret�o de bordas estreitas com suas fitas aveludadas acentuava sua juventude, e Serenity supunha que ele era um pouco mais velho que a noiva.
Havia um amor jovem e brilhante em volta deles, puro e doce como o c�u da manh�, e a pontada repentina e inesperada de saudade fez com que Serenity inspirasse
e depois apertasse as m�os de modo firme para impedir um tremor convulsivo. Apenas uma vez, ela pensou, e engoliu em seco devido � aridez de sua garganta, apenas
uma vez eu faria Christophe olhar para mim assim, e poderia viver da imagem pelo resto da vida.
Assustando-se quando uma m�o tocou seu bra�o, ela olhou para cima e viu os olhos dele sobre ela, ligeiramente zombeteiros e completamente frios. Inclinou o
queixo e deixou que ele a conduzisse para dentro da capela.


O jardim do castelo era um mundo perfeito para comemorar um novo casamento: intenso, fresco e vivo com todos os perfumes e tons. O terra�o estava cheio de
mesas forradas de branco transbordando de comida e bebida. O castelo fornecera o que tinha de melhor para o casamento do vilarejo, prata e cristal brilhando com
o orgulho da idade na gl�ria da luz do sol. E o vilarejo, Serenity observou, aceitou como se fosse o que merecia. Como pertenciam ao castelo, ent�o pertencia a eles.
A m�sica encobriu a mistura de vozes e risadas; o ritmo doce e cadenciado dos violinos e o chamado levemente nasal da gaita de foles.
Serenity assistiu do terra�o quando a noiva e o noivo executaram a primeira dan�a como marido e mulher, uma dan�a folcl�rica, cheia de charme e movimentos
picantes, e Bridget flertou com seu marido agitando a cabe�a e provocando com os olhos, e foi aprovada pela plat�ia. A dan�a continuou, ficando mais animada, e Serenity
foi puxada para a multid�o por Yves, determinado e encantador.
- Mas eu n�o sei - protestou ela, incapaz de impedir o riso que a persist�ncia dele provocava.
- Eu vou lhe ensinar - respondeu ele simplesmente, tomando suas duas m�os nas dele. - Christophe n�o � o �nico com habilidade para dar aulas. - Ele inclinou
a cabe�a ao perceber sua cara fechada. - Ah-ha! N�o diga que � verdade. - Sua cara fechada piorou diante da ambig�idade, mas ele simplesmente sorriu, levou uma das
m�os aos pr�prios l�bios brevemente e continuou: -Maintenant, primeiro damos um passo para a direita.
Envolvida primeiramente na aula e depois no prazer da m�sica e dos movimentos simples, Serenity viu as tens�es dos �ltimos dias desaparecerem. Yves era atencioso
e encantador, conduzindo-a pelos passos dan�a e trazendo-lhe ta�as de champanhe. Ao ver Christophe dan�ando com a pequena e graciosa Genevi�ve, uma nuvem de desespero
amea�ou seu sol, e ela se virou rapidamente, n�o querendo cair de novo no po�o da depress�o.
- Viu, ch�rie, est� come�ando a dan�ar com naturalidade.
Yves sorriu para ela quando a m�sica parou.
- Com certeza, meus genes bret�es vieram � tona para me amparar.
- Ent�o - disse ele num arremedo de cr�tica -, n�o vai dar cr�dito ao professor?
- Mais, oui. - Ela lan�ou-lhe um sorriso provocante e fez uma pequena rever�ncia. - Meu professor � encantador e brilhante.
- � verdade - concordou ele, enquanto seus olhos castanhos cintilavam em contraste com o tom circunspecto da voz. - E minha aluna � bonita e fascinante.
- � verdade - concordou ela por sua vez e, rindo, passou seu bra�o no dele.
- Ah, Christophe. - A risada dela congelou ao ver o olhar de Yves passar acima de sua cabe�a. - Usurpei seu papel de professor particular.
- Parece que voc�s dois est�o gostando da mudan�a. Ao ouvir o tom frio e educado em sua voz, Serenity
virou-se para ele desconfiada. Ele se parecia demais para o seu gosto com o conde marinheiro na galeria de retratos. A camisa de seda aberta de modo negligente
revelava o pesco�o forte e moreno. O colete preto e sem manga formava um contraste surpreendente. As cal�as tamb�m pretas combinavam com as botas de couro macio,
e Serenity chegou � conclus�o que ele parecia mais perigoso que elegante.
- Uma aluna maravilhosa, mon ami, como tenho certeza que voc� est� de acordo. -A m�o de Yves repousou de leve no ombro de Serenity enquanto ele sorria para
o semblante artificial e impass�vel. - Gostaria de testar a qualidade das minhas instru��es?
- Bien s�r.
Christophe mostrou seu agradecimento pela oferta com uma leve inclina��o da cabe�a. Depois, com um gesto gracioso e bastante antiquado, ele estendeu a m�o
com a palma para cima para o consentimento de Serenity.
Ela hesitou, tanto temendo quanto desejando o contato. Em seguida, vendo o desafio nos olhos escuros, ela colocou a m�o na dele com uma gra�a aristocr�tica.
Serenity moveu-se com a m�sica. Os passos da velha dan�a sensual vieram com facilidade. Balan�ando, dando voltas, unindo-se brevemente, a dan�a come�ou como
um confronto, uma disputa formalizada entre homem e mulher. Seus olhares se fixaram, o dele corajoso e confiante; o dela, desafiador, enquanto eles se movimentavam
em c�rculos alternados, tocando a palma das m�os. Quando o bra�o dele deslizou de leve em volta da cintura dela, ela jogou a cabe�a para tr�s a fim de n�o interromper
o olhar, ignorando a repentina excita��o causada pelo ro�ar de seus quadris.
Os passos se aceleraram com a m�sica, a melodia ficou mais exigente, a coreografia antiga tornou-se mais sedutora, o contato dos corpos se prolongou. Ela manteve
o queixo inclinado de forma insolente, os olhos desafiadores, mas sentiu o calor come�ar sua ascens�o insistente enquanto o bra�o dele se tornava mais possessivo
de sua cintura, puxando-a mais para perto a cada virada. O que tinha come�ado como um duelo era agora uma sedu��o, e ela sentiu o poder silencioso dele assumindo
o comando de suas vontades com tanta certeza como se os l�bios dele tivessem exigido os dela. Fazendo uso do que restava de controle, ela deu um passo atr�s, buscando
a seguran�a da dist�ncia. O bra�o dele puxou-a de encontro ao seu corpo, e, impotentes, os olhos dela buscaram a boca que pairava perigosamente sobre a dela. Os
l�bios dela se abriram, em parte, como sinal de protesto, em parte, como sinal de convite, e os dele se abaixaram at� que ela pudesse saborear a respira��o dele
em sua l�ngua.
O sil�ncio quando a m�sica terminou foi como um trov�o, e ela assistiu de olhos arregalados quando ele retirou a promessa de sua boca com um sorriso de puro
triunfo.
- Seu professor deve ser elogiado, Mademoiselle.
As m�os dele soltaram sua cintura, e com uma pequena rever�ncia ele se virou e a abandonou.


Quanto mais distante e taciturno Christophe ficava, mais acess�vel e expansiva ficava a condessa, como se sentisse seu estado de �nimo e buscasse provoc�-lo.
- Voc� parece preocupado, Christophe - declarou a condessa de modo natural quando eles jantavam na grande mesa de carvalho. - O gado est� lhe causando problema,
ou talvez seja um affaire de coeur?
De modo determinado, Serenity mantinha os olhos no vinho que ela girava na ta�a, claramente fascinada com a cor, mexendo-o suavemente.
- Estou apenas apreciando a excelente comida, Grandm�re - respondeu Christophe, sem morder a isca. - Nem gado nem mulheres me perturbam no momento.
- Ah. - A condessa colocou um sopro de vida na s�laba. - Talvez voc� coloque os dois no mesmo grupo.
Os ombros largos se moveram num gesto t�pico.
- Os dois exigem aten��o e m�o forte, n'est-ce pas? Serenity comeu um pouco de canard � l'orange antes de
engasgar com ele.
- Deixou muitos cora��es partidos nos Estados Unidos, Serenity?
A condessa falou antes que Serenity pudesse expressar os pensamentos assassinos que se formavam em sua mente.
- D�zias - respondeu ela, mirando um olhar mortal em Christophe. - Descobri que alguns homens n�o possuem a intelig�ncia do gado, tendo com mais freq��ncia
os tent�culos, se n�o o c�rebro, de um polvo.
- Talvez esteja lidando com os homens errados - comentou Christophe com a voz fria.
Dessa vez foram os ombros de Serenity que se mexeram.
- Os homens s�o homens - disse ela sem dar import�ncia, tentando aborrec�-lo com sua pr�pria generaliza��o.
- Eles querem um corpo quente para apalpar nos cantos ou uma pe�a de porcelana para colocar numa prateleira.
- E como, na sua opini�o, uma mulher deseja ser tratada? - perguntou ele enquanto a condessa se recostava e apreciava os frutos de sua instiga��o.
- Como ser humano, com intelecto, emo��es, direitos, necessidades. -As m�os dela se mexeram de modo expressivo. - N�o como uma conveni�ncia a ser guardada
para o prazer de um homem at� que lhe d� vontade, ou uma crian�a a ser acariciada e entretida.
- Voc� parece ter os homens em baixa, ma ch�rie - Christophe falou, sem que nenhum dos dois se desse conta de que estavam falando mais nesta conversa do que
tinham falado h� v�rios dias.
- Apenas as id�ias antiquadas e o preconceito - ela contradisse. - Meu pai sempre tratou minha m�e como parceira; eles dividiam tudo.
- Busca o seu pai nos homens que conhece, Serenity?
- perguntou ele de repente, e os olhos dela se arregalaram, surpresa e desconcertada.
- Ora, n�o, pelo menos acho que n�o - disse ela gaguejando e tentando examinar seus pr�prios sentimentos.
- Talvez busque sua for�a e sua generosidade, mas n�o uma r�plica. Acho que busco um homem que possa me amar de forma t�o completa quanto ele amou minha m�e,
algu�m que pudesse me aceitar com todas as minhas falhas e imperfei��es e me amar pelo que sou, n�o pelo que ele pudesse querer que eu fosse.
- E quando encontrar esse homem - perguntou Christophe, lan�ando um olhar insond�vel -, o que far�?
- Ficarei feliz - murmurou ela, e fez um esfor�o para dedicar sua aten��o � comida no prato.


Serenity continuou a pintar no dia seguinte. Tinha dormido mal, perturbada pelo fato do que dissera diante da inesperada pergunta de Christophe. Havia falado
com espontaneidade. As palavras foram fruto de um sentimento que ela n�o tinha consci�ncia que possu�a. Agora, com o calor do sol nas costas e o pincel e a paleta
na m�o, se esfor�ava para se livrar do desconforto no amor � pintura.
Achou dif�cil se concentrar. Os tra�os esguios de Christophe invadiam sua mente e emba�avam as n�tidas linhas do castelo. Esfregou a testa, finalmente largou
o pincel, infeliz, e come�ou a guardar o equipamento, xingando mentalmente o homem que insistia em interferir em seu trabalho e em sua vida. O som de um carro interrompeu
seus palavr�es eloq�entes, e ela se virou, com as m�os protegendo os olhos do sol, para ver o ve�culo que se aproximava fazer a curva na longa pista de entrada de
autom�veis.
Parou a alguns metros de onde ela estava, e ela ficou boquiaberta quando um homem alto e louro saiu e come�ou a andar na sua dire��o.
- Tony! - gritou ela, de surpresa e prazer, correndo pela grama para encontr�-lo.
Os bra�os dele agarraram sua cintura, e seus l�bios cobriram os dela num beijo breve e intenso.
- O que est� fazendo aqui?
- Poderia dizer que estava apenas nas redondezas. - Ele sorriu para ela. - Mas acho que voc� n�o engoliria isso. - Ele parou e examinou seu rosto. - Voc� est�
com uma apar�ncia maravilhosa - disse ele, e curvou-se para beij�-la novamente, mas ela o evitou.
- Tony, voc� n�o me respondeu.
- A firma tinha alguns neg�cios a resolver em Paris - explicou ele. - Ent�o, vim para c�, e quando acertei tudo, peguei o carro para poder v�-la.
- Dois coelhos com uma cajadada s� - concluiu ela num tom ir�nico, sentindo uma vaga decep��o. Teria sido bom, ela refletiu, se ele tivesse largado seus neg�cios
e cruzado o Atl�ntico porque n�o conseguia ficar separado de mim. Mas n�o Tony! Ela examinou suas fei��es bonitas e bem delineadas. Tony � met�dico demais para agir
sob impulso, e isso � parte do problema.
Ele deu um breve beijo na testa dela.
- Senti sua falta.
- Sentiu?
Ele parecia ligeiramente surpreso.
- Ora, claro que senti, Serenity. - Ele passou o bra�o em volta de seus ombros enquanto come�ou a caminhar em dire��o ao seu equipamento de pintura. - Espero
que retorne comigo.
- Ainda n�o estou pronta para ir, Tony. Tenho compromissos aqui. Tenho coisas a resolver antes mesmo que possa pensar em voltar.
- Que coisas? - perguntou ele com as sobrancelhas franzidas.
- N�o posso explicar, Tony - ela escapuliu, n�o querendo contar-lhe seus segredos. - Mas mal tive tempo de conhecer minha av�; s�o tantos anos perdidos a compensar.
- N�o pode querer ficar aqui 25 anos para compensar o tempo perdido. - A voz dele estava cheia de exaspera��o.
- Voc� tem amigos em Washington, uma casa, uma carreira. - Ele parou e segurou-a pelos ombros. - Sabe que quero me casar com voc�, Serenity. Voc� tem me evitado
h� meses.
- Tony, nunca lhe prometi nada.
- E eu n�o sei?
Ele a soltou e ficou olhando em volta, distra�do. Com uma pontada de culpa, ela esfor�ou-se mais para faz�-lo compreender.
- Encontrei parte de mim aqui. Minha m�e cresceu aqui; a m�e dela ainda vive aqui. - Ela se virou e ficou de frente para o castelo, fazendo um gesto amplo
e majestoso.
- Olhe s� para isso, Tony. J� viu algo que se compare a isso?
Ele seguiu seu olhar e examinou a grande estrutura de pedra novamente com as sobrancelhas franzidas.
- Impressionante - declarou ele, sem entusiasmo. - � tamb�m enorme, grande demais e, muito provavelmente, frio. N�o troco por uma casa na P Street em Washington.
Ela suspirou, ficou murcha, virou-se para o companheiro e sorriu com afei��o.
- �, voc� tem raz�o. Aqui n�o � o seu lugar.
- � o seu?
Ele franziu ainda mais as sobrancelhas.
- N�o sei - murmurou ela enquanto seus olhos vagaram pelo telhado c�nico e desceram at� o quintal. - Realmente n�o sei.
Ele examinou seu perfil por um momento e estrategicamente mudou de assunto.
- O velho Barkley tinha alguns documentos para voc�.
- Ele se referia ao advogado que cuidara dos neg�cios de seu pai e para quem ele trabalhava como s�cio j�nior. - Ent�o, em vez de confi�-los ao correio, eu
os estou entregando em pessoa.
- Documentos?
- Sim, muito confidenciais. - Ele sorriu com seu jeito familiar. - N�o quis me dar uma dica do que se tratavam; disse apenas que era importante que voc� os
recebesse o mais breve poss�vel.
- Vou examin�-los mais tarde - disse ela, sem dar import�ncia, farta de documentos e formul�rios t�cnicos desde a morte de seus pais. - Entre e conhe�a minha
av�.
Se Tony n�o tinha ficado impressionado com o castelo, ficou maravilhado com a condessa. Serenity escondeu o sorriso ao apresent�-lo � av�, notando seus olhos
se arregalarem ao segurar a m�o estendida. Ela estava, pensou Serenity com uma satisfa��o silenciosa, magn�fica. A condessa conduziu Tony � sala de estar principal,
mandou trazer comes e bebes e continuou a pressionar Tony do jeito mais encantador a fim de obter o m�ximo de informa��o sobre sua vida. Serenity recostou-se e observou
a manobra, orgulhosa de sua fei��o impass�vel.
Ele n�o tem chance, ela concluiu enquanto servia o ch� do elegante bule de prata. Ao passar a pequena e graciosa x�cara de ch� � av�, seus olhos se encontraram.
A travessura inesperada nos olhos azuis quase fez com que uma risada escapasse, ent�o ela ocupou-se servindo mais ch� com uma concentra��o intensa.
A velha estrategista!, pensou ela, surpresa por n�o se sentir ofendida. Est� decidindo se Tony � um candidato digno para a m�o da neta, e o pobre Tony est�
t�o encantado pela sua magnific�ncia que n�o v� o que est� ocorrendo.
Depois de uma hora de conversa, a condessa tinha descoberto tudo sobre a vida de Tony: sua fam�lia, sua educa��o, seus hobbies, sua carreira, a pol�tica, muitos
detalhes que a pr�pria Serenity ignorava. O inqu�rito tinha sido conduzido com habilidade e de forma t�o sutil que Serenity reprimiu o impulso de se levantar e aplaudir
ao final.
- Quando tem de voltar? - perguntou ela, sentindo que precisava salvar Tony de revelar seu saldo banc�rio.
- Tenho de partir de manh� cedinho - ele lhe disse, relaxado e sem se dar conta do interrogat�rio a que tinha sido submetido. - Gostaria de poder ficar mais,
por�m...
Ele deu de ombro.
- Bien s�r, seu trabalho vem em primeiro lugar - a condessa terminou por ele, demonstrando compreens�o.
- Jante conosco esta noite, Monsieur Rollins, e fique at� de manh�.
- N�o poderia abusar de sua hospitalidade, Madame
- objetou ele, talvez sem muito entusiasmo.
- Abusar? Besteira! - A obje��o dele foi recusada com um r�gio aceno. - Um amigo de Serenity de t�o longe... Ficaria profundamente ofendida se recusasse ficar
conosco.
- � muita gentileza. Fico agradecido.
- O prazer � meu - declarou a condessa ao se levantar. - Voc� deve mostrar a propriedade ao seu amigo, e eu providenciarei para que preparem um quarto. - Ela
virou-se para Tony e estendeu a m�o mais uma vez. - Temos coquet�is �s sete e meia, Monsieur Rollins. Espero v�-lo ent�o.


Cap�tulo 8


Serenity parou em frente ao grande espelho sem ver a imagem. A mulher alta e esguia usando um vestido ametista com suaves ondas de crepe que flu�am como uma
brisa adornada de j�ias talvez n�o tivesse retribu�do o olhar no espelho extremamente l�mpido. A mente de Serenity estava repassando os acontecimentos da tarde.
Suas emo��es passaram de prazer, irrita��o e desilus�o � divers�o.
Depois que a condessa os deixou a s�s, Serenity conduziu Tony num breve passeio pela propriedade. Ele fez vagos elogios a respeito do jardim, absorvendo sua
beleza superficial. Sua mente l�gica e sem imagina��o era incapaz de ir al�m das rosas e dos ger�nios at� o fasc�nio de tons e texturas e perfumes. Ele divertiu-se
um pouco com a apar�ncia do velho jardineiro e ficou um tanto desconfort�vel com a amplid�o arrebatadora da vista do terra�o. Preferia, em suas palavras, algumas
casas ou ao menos um sinal luminoso. Serenity balan�ou a cabe�a ao ouvir isso em sinal de afei��o e toler�ncia, mas percebeu o quanto tinha pouca coisa em comum
com o homem com quem passara tantos meses.
Ele estava, por�m, completamente estupefato com a dona do castelo. N�o se parecia em nada com uma av�, ele declarara com grande respeito, que ele j� tivesse
conhecido. Ela era incr�vel, ele dissera, fato com o qual Serenity concordou em sil�ncio, embora talvez por diferentes raz�es. Parecia que seu lugar era num trono,
concedendo audi�ncias de forma indulgente, e ela se mostrara t�o af�vel e t�o interessada em tudo que ele tinha dito. Ah, sim, Serenity havia concordado em sil�ncio,
tentando e n�o conseguindo ficar indignada. Ah, sim, querido e inocente Tony, ela estava muito interessada. Mas qual era o prop�sito do jogo que ela estava fazendo?
Quando Tony acomodou-se em seu quarto, localizado estrategicamente na outra extremidade do corredor de onde ficava o quarto dela, como Serenity notou, ela
procurou a av� com a desculpa de agradecer por ela ter convidado Tony para ficar.
Sentada em seu quarto � frente da elegante escrivaninha colonial e escrevendo correspond�ncia num papel de carta timbrado, a condessa cumprimentou Serenity
com um sorriso inocente que, de alguma forma, se assemelhava ao gato que engoliu o can�rio.
- Alors. - Ela havia largado a caneta e fez um sinal em dire��o a um div� baixo de brocado. - Espero que seu amigo tenha achado o quarto agrad�vel.
- Oui, Grandm�re, fico-lhe grata por convidar Tony a passar a noite.
- Pas de quoi, ma ch�rie. - A m�o esguia tinha feito um gesto vago. - Deve ver o castelo como sua casa, tal como � a minha.
- Merci, Grandm�re - disse Serenity em tom educado, deixando o pr�ximo passo para a senhora.
- Um jovem muito educado.
- Oui, Madame.
- Bastante atraente... - Uma pequena pausa - ... de um jeito comum.
- Oui, Madame - Serenity concordou de forma coloquial, passando a bola para a av�. A bola foi recebida e lan�ada de volta.
- Sempre preferi tra�os mais incomuns num homem, mais for�a e vitalidade. Talvez - Uma suave curva provocadora nos l�bios. - mais do tipo pirata, se entende
o que quero dizer.
- Ah, oui, Grandm�re. - Serenity assentiu com a cabe�a, mantendo o olhar sincero sobre a condessa. - Entendo muito bem.
- Bien. - Os ombros elegantes se mexeram. -Algumas preferem um homem mais manso.
- Assim parece.
- Monsieur Rollins � um homem muito inteligente e de boas maneiras, muito l�gico e s�rio.
E mon�tono. Serenity tinha acrescentado o coment�rio n�o expresso antes de falar aborrecida, em voz alta.
- Ele ajuda velhinhas a atravessar a rua duas vezes por dia.
- Ah, m�rito de seus pais, tenho certeza - concluiu a condessa, sem se dar conta ou sem se incomodar com o esc�rnio de Serenity. - Tenho certeza que Christophe
ter� imenso prazer em conhec�-lo.
Uma leve inquieta��o surgiu no c�rebro de Serenity.
- Tenho certeza que sim.
- Mais, oui. - A condessa sorriu. - Christophe ficar� muito interessado em conhecer um amigo t�o �ntimo seu.
- A �nfase em "�ntimo" tinha sido inconfund�vel, e os sentidos de Serenity se agu�aram � medida que aumentava seu desconforto.
- N�o consigo ver por que Christophe deveria ficar t�o interessado em Tony, Grandm�re.
- Ah, ma ch�rie, tenho certeza que Christophe ficar� fascinado com o seu Monsieur Rollins.
- Tony n�o � o meu Monsieur Rollins - Serenity corrigiu, levantando-se do div� e caminhando na dire��o da av�. - E realmente n�o vejo nada que eles tenham
em comum.
- N�o? - perguntou a condessa com uma inoc�ncia t�o irritante que Serenity se esfor�ou para n�o rir.
- A senhora � uma mulher esperta, Grandm�re. O que est� tramando?
Os olhos azuis encontraram-se com os cor de �mbar com a inoc�ncia da doce inf�ncia.
- Serenity, ma ch�rie, n�o tenho id�ia do que est� falando. - Quando Serenity abriu a boca para responder, a condessa mais uma vez protegeu-se em sua majestade.
- Tenho de terminar minha correspond�ncia. Eu a verei esta noite.
A ordem tinha sido cristalina, e Serenity foi for�ada a sair do quarto insatisfeita. Fechar a porta com a for�a indevida foi sua �nica concess�o ao aumento
da raiva.


Os pensamentos de Serenity retornaram ao presente. Lentamente, sua silhueta esguia envolta em ametista entrou em foco no espelho. Ela ajeitou os cachos louros
distraidamente e apagou a cara feia do rosto. Vamos jogar isso de forma muito fria, ela informou a si mesma enquanto atarraxava os brincos de p�rola. A n�o ser que
eu esteja muito errada, minha aristocr�tica av� gostaria de soltar alguns fogos de artif�cio esta noite, mas, ao meu lado, ela n�o vai dar in�cio a nenhuma fa�sca.
Ela bateu na porta do quarto de Tony.
- � Serenity, Tony. Se estiver pronto, vou descer com voc�.
O grito de Tony pediu que ela entrasse, e ela abriu a porta e viu o homem alto e louro lutando com uma abotoadura.
- Est� com dificuldade? - perguntou ela com um largo sorriso.
- Muito engra�ado. - Ele levantou os olhos do que estava fazendo com um ar mal-humorado. - N�o consigo fazer nada com a m�o esquerda.
- Nem meu pai - declarou ela com um sentimento r�pido e caloroso de lembran�a. - Mas ele soltava uns belos palavr�es. Era surpreendente quantos adjetivos ele
usava para descrever um pequeno par de abotoaduras. - Ela foi at� ele e segurou seu pulso. - O que voc� teria feito se eu n�o tivesse chegado, n�o sei.
Ela balan�ou a cabe�a e curvou-se sobre sua m�o.
- Teria passado a noite com a m�o enfiada no bolso - respondeu ele tranq�ilamente. - Um tipo de postura elegante e europ�ia.
- Oh, Tony. - Ela olhou para cima com um sorriso luminoso e os olhos brilhando. - �s vezes voc� � t�o gracioso.
Um som do lado de fora da porta atraiu a aten��o dela, e ela virou a cabe�a quando Christophe passou, parou por um momento para ver a imagem �ntima da mulher
rindo e fechando a abotoadura do homem e as duas cabe�as louras juntas. Uma de suas sobrancelhas morenas se levantou um pouco e com uma pequena rever�ncia Christophe
seguiu seu caminho, deixando Serenity corada e desconcertada.
- Quem era? - perguntou Tony com bastante curiosidade, e ela curvou a cabe�a sobre seu pulso para esconder o rosto em chamas.
- Le Comte de Kergallen - respondeu ela com uma indiferen�a intencional.
- N�o � o marido da sua av�, n�o �?
A voz dele era de incredulidade, e a pergunta evocou uma risada estrondosa de Serenity, ajudando muito a eliminar a tens�o.
- Oh, Tony, voc� � t�o engra�adinho. - Ela afagou seu pulso, tendo finalmente prendido a dif�cil abotoadura, e olhou para ele com olhos cintilantes. - Christophe
� o atual conde, e ele � seu neto.
- Oh! - Tony franziu a testa e ficou pensativo. - Ele � seu primo, ent�o.
- Bem... - Ela disse a palavra devagar. - N�o exatamente. - Ela explicou a hist�ria familiar bastante complicada e a conseq�ente rela��o entre ela e seu primo
bret�o. - Ent�o, como est� vendo - concluiu ela, segurando o bra�o de Tony e saindo do quarto -, de forma indireta, poder�amos ser considerados primos.
- Primos que se beijam - observou Tony de cara fechada.
- N�o seja tolo - ela apressou-se em protestar, atormentada pelas lembran�as dos l�bios r�gidos e exigentes sobre os dela.
Se Tony notou a nega��o apressada e o rosto corado, n�o fez coment�rios.
Eles entraram na sala de estar de bra�os dados, e Serenity sentiu aumentar o rubor diante da avalia��o breve por�m abrangente de Christophe. O rosto dele estava
tranq�ilo e impenetr�vel, e ela desejou com um fervor repentino que conseguisse ver os pensamentos por tr�s da sua fria apar�ncia.
Serenity viu o olhar dele se deslocar para o homem a seu lado, mas o olhar permaneceu impass�vel e correto.
- Ah, Serenity, Monsieur Rollins. -A condessa sentou-se na magn�fica cadeira de brocado com encosto alto emoldurada pela enorme lareira de pedra, a imagem
de um monarca recebendo seus s�ditos. Serenity se perguntou se essa disposi��o tinha sido intencional ou acidental. - Christophe, permita-me apresentar Monsieur
Anthony Rollins, dos Estados Unidos, convidado de Serenity.
A condessa, Serenity notou com ironia, tinha nitidamente categorizado Tony como sua propriedade particular.
- Monsieur Rollins - continuou ela sem interromper o ritmo -, permita-me apresentar seu anfitri�o, Monsieur le Comte de Kergallen.
O t�tulo foi enfatizado delicadamente, e a posi��o de Christophe como dono do castelo foi estabelecida. Serenity disparou para a av� um olhar de quem sabia
o que ela estava fazendo.
Os dois homens trocaram formalidades, e Serenity foi observadora o suficiente para perceber a velha rotina de avaliar a capacidade, como dois c�es medindo
o advers�rio antes de entrar em combate.
Christophe serviu um ap�ritif para a av� e perguntou o que Serenity preferia antes de fazer o mesmo com Tony. Ele copiou o pedido de Serenity por vermute,
e ela reprimiu um sorriso, sabendo que a prefer�ncia de Tony era por vodca, martini sem gelo e um conhaque de vez em quando.
A conversa fluiu tranq�ilamente com a condessa mencionando v�rios fatos relativos � vida de Tony que ele tinha lhe fornecido de forma t�o conveniente naquela
tarde.
- � t�o reconfortante saber que Serenity est� em m�os t�o capazes nos Estados Unidos - declarou ela com um sorriso gracioso e continuou, ignorando a cara feia
que Serenity fez para ela. - Voc�s s�o amigos h� algum tempo, non?
A leve hesita��o, quase impercept�vel, diante da palavra "amigos" fez com que Serenity ficasse com a cara ainda mais feia.
- Somos - concordou Tony, afagando a m�o de Serenity com afei��o. - Nos conhecemos h� cerca de um ano num jantar. Lembra-se, querida?
Ele virou para sorrir para ela, e ela acabou com a cara feia rapidamente.
- � claro. A festa dos Carson.
- Viajou de t�o longe apenas para uma breve visita. - A condessa sorriu com afetuosa indulg�ncia. - N�o foi prova de considera��o, Christophe?
- Bastante.
Ele balan�ou a cabe�a de forma afirmativa e levantou o copo.
Ora, sua mulher ardilosa, pensou Serenity de forma irreverente. Sabe muito bem que Tony veio a neg�cios. O que est� tramando?
- Que pena que n�o possa ficar mais, Monsieur Rollins. � agrad�vel para Serenity ter companhia dos Estados Unidos. Anda a cavalo?
- Cavalo? - repetiu ele, desnorteado por um momento. - N�o, infelizmente n�o.
- Cest dommage. Christophe est� dando aulas a Serenity. Como est� indo sua aluna, Christophe?
- Tr�s bien, Grandm�re - respondeu ele tranq�ilamente enquanto seu olhar passava de sua av� para Serenity. - Ela tem um talento natural, e agora que a rigidez
inicial j� passou - um sorriso fugaz surgiu, e seu rubor aumentou diante da lembran�a -, estamos progredindo bem, n�o �, mignonne?
- � - concordou ela, confusa com a afei��o repentina ap�s dias de tratamento frio e educado. - Fico feliz por ter me convencido a aprender.
- Tem sido um prazer.
O sorriso enigm�tico dele serviu apenas para aumentar sua confus�o.
- Talvez agora ensine Monsieur Rollins, Serenity, quando tiver a oportunidade.
A condessa atraiu sua aten��o, e os olhos cor de �mbar se estreitaram diante da inoc�ncia do tom.
A intrometida!, ela enfureceu-se por dentro. Est� jogando um contra o outro, me colocando no meio como um peda�o de carne. A irrita��o se transformou em relutante
divers�o quando os olhos claros encontraram-se com os dela, enquanto um diabo travesso dan�ava em suas profundezas.
- Talvez, Grandm�re, embora eu duvide que consiga passar de aluna a professora em pouco tempo. Duas breves aulas sequer fazem de mim uma especialista.
- Mas voc� ter� outras, n'est-ce pas? - Ela desarmou o contragolpe de Serenity e levantou-se com uma gra�a fluida. - Monsieur Rollins, faria a gentileza de
me acompanhar para jantar?
Tony sorriu, extremamente lisonjeado, e segurou o bra�o da condessa, embora quem estava retirando quem da sala estivesse muito claro para a mulher que ficou
para tr�s.
- Alors, ch�rie. - Christophe caminhou na dire��o de Serenity e estendeu a m�o para ajud�-la a se levantar. - Parece que voc� ter� que se contentar comigo.
- Acho que posso suportar - retrucou ela, ignorando a pancada furiosa do seu cora��o quando a m�o dele fechou-se sobre a dela.
- Seu amigo americano deve ser muito lento - ele come�ou a puxar conversa, segurando firme sua m�o e pairando acima dela de forma distra�da. - Ele a conhece
h� quase um ano e ainda n�o � seu namorado.
O rosto dela ficou corado, e ela olhou furiosa para ele, tentando agarrar-se � sua dignidade.
- Francamente, Christophe, voc� me surpreende. Que observa��o extremamente grosseira.
- Mas verdadeira - retrucou ele sem se perturbar.
- Nem todos os homens pensam exclusivamente em sexo. Tony � uma pessoa muito afetuosa e atenciosa, n�o � autorit�rio como outros que eu poderia citar.
Ele apenas sorriu com uma confian�a de enlouquecer.
- Tony faz sua pulsa��o acelerar como est� acontecendo agora? - O polegar dele acariciou seu pulso. - Ou seu cora��o sempre bate assim?
A m�o dele cobriu o cora��o que galopava como um cavalo ensandecido, e seus l�bios ro�aram os dela num beijo suave e demorado t�o diferente de quaisquer outros
que ele tinha dado nela que tudo que ela conseguiu fazer foi ficar balan�ando com a sensa��o arrepiante.
Os l�bios passaram de leve sobre seu rosto, provocando os cantos da boca, suspendendo a promessa com a experi�ncia da sedu��o. Os dentes mordiscaram o l�bulo
da sua orelha, e ela suspirou quando a pequena centelha de dor disparou correntes de prazer pela sua pele, arrastando-a com deleite e um desejo lento e ardente.
De leve, os dedos dele tra�aram o percurso da sua espinha e se deslocaram com uma lentid�o devastadora pelas suas costas desnudas at� que ela estivesse mole e solta
em seus bra�os e sua boca procurasse a dele em busca de satisfa��o. Ele lhe deu apenas uma leve prova de seus l�bios antes de retornarem � regi�o da sua garganta,
e as m�os dele se deslocaram lentamente de curva em curva com os dedos provocando, segurando o volume dos seus seios at� iniciarem uma massagem suave e circular
no seu quadril.
Murmurando seu nome, ela ficou sem energia junto ao seu corpo, incapaz de exigir o que desejava, �vida pela boca que ele lhe negava. Querendo apenas ser possu�da,
necessitando o que apenas ele podia dar, os bra�os dela o puxaram para perto numa s�plica silenciosa.
- Diga-me - murmurou Christophe, e entre n�voas de languidez ela ouviu o leve esc�rnio em sua voz. - Tony j� ouviu voc� sussurrar o nome dele ou sentiu seus
ossos derreterem junto ao corpo enquanto a abra�ava assim?
Atordoada, ela livrou-se de forma descontrolada do seu abra�o. A raiva e a humilha��o lutavam contra o desejo.
- � convencido demais, Monsieur - disse ela com a voz embargada. - N�o � da sua conta como Tony me faz sentir.
- Acha que n�o? - perguntou ele num tom educado de pergunta. - Devemos discutir isso depois, ma belle cousine. Agora acho que � melhor nos unirmos � Grandm�re
e ao nosso convidado. - Ele deu um sorriso cativante e exasperante. - Eles podem se perguntar o que aconteceu conosco.
Eles n�o deviam ter se preocupado, Serenity notou ao entrar na sala de jantar de bra�os dados com Christophe. A condessa estava entretendo Tony muito bem,
no momento conversando sobre a cole��o antiga de caixas Faberg� expostas sobre um grande aparador espelhado.
A comida come�ou com vichyssoise, fria e refrescante, enquanto a conversa continuava em ingl�s, para o bem de Tony. Falava-se de assuntos gerais e impessoais,
e Serenity sentiu, que relaxava, dando ordem para que seus m�sculos se desenroscassem enquanto a sopa era tirada e o homard grill� era servido. A lagosta era a pura
perfei��o, e ela pensou sem qualquer objetivo espec�fico que, se a cozinheira era realmente um drag�o como Christophe dissera em tom de piada no primeiro dia, ela
era de fato muito habilidosa.
- Imagino que sua m�e fez a transi��o do castelo para sua casa em Georgetown com muita facilidade, Serenity
- declarou Tony repentinamente, e ela o olhou de cara fechada e perplexa.
- N�o tenho certeza se entendi o que quer dizer.
- Existem tantas semelhan�as b�sicas - observou ele, e como ela continuou a parecer perplexa, deu mais detalhes.
- � claro que tudo est� numa escala muito maior aqui, mas existem os tetos altos, as lareiras em cada c�modo, o estilo da mob�lia. Ora, at� mesmo os corrim�os
s�o parecidos. Certamente notou.
- Ora, sim, acho que sim - respondeu ela devagar -, embora s� tenha percebido agora. - Talvez, ela deduziu, seu pai tivesse escolhido a casa de Georgetown
porque ele tamb�m tinha notado as semelhan�as, e sua m�e havia escolhido a mob�lia devido �s lembran�as de sua inf�ncia. O pensamento era, de certa forma, reconfortante.
- Sim, at� mesmo os corrim�os - continuou ela em voz alta, e deu um sorriso. - Eu escorregava neles constantemente, descia do ateli� no terceiro andar, batia no
bala�stre, depois escorria para o t�rreo e batia no seguinte. - O sorriso transformou-se em gargalhada. - Maman dizia que outra parte da minha anatomia deveria ser
t�o dura quanto minha cabe�a para suportar tamanha puni��o.
- Ela dizia a mesma coisa para mim - declarou Christophe de repente, e os olhos surpresos de Serenity dispararam na dire��o dele. -Mais oui, petite. - Ele
retribuiu seu olhar de surpresa com um de seus sorrisos raros e largos.
- Qual � o sentido de andar se voc� pode escorregar?
A imagem de um garotinho moreno disparando corrim�o abaixo e sua m�e, jovem e encantadora, assistindo e rindo, tomou conta de sua mente. Seu olhar assustado
transformou-se, aos poucos, em um sorriso igual ao de Christophe.
Ela serviu-se do sufl� de passas, t�o leve como uma nuvem, acompanhado de champanhe seco e espumante. Sentiu o jantar passar com um brilho quente e de forma
satisfat�ria, feliz em deixar que a conversa f�cil flu�sse � sua volta.
Quando passaram para a sala de estar ap�s o jantar, ela decidiu recusar a oferta de licor ou conhaque. O brilho persistia, e ela suspeitou que pelo menos parte
dele (ela estava determinada a n�o pensar na outra parte e no abra�o r�pido e torturante antes do jantar) se devia ao vinho servido com cada prato. Parecia que ningu�m
tinha notado seu ligeiro desequil�brio, seu rosto corado e suas respostas quase mec�nicas. Descobriu que seus sentidos estavam insuportavelmente agu�ados quando
ouviu a m�sica das vozes, os tons profundos masculinos misturando-se com o tom mais suave de sua av�. Inalou com prazer sensual o cheiro forte da fuma�a do charuto
de Christophe indo na sua dire��o e inspirou fundo a mistura de sutis perfumes femininos sobrepujada pelo doce aroma das rosas que se derramavam em cada vaso de
porcelana. Um equil�brio agrad�vel, concluiu, enquanto a artista dentro dela reagia e apreciava a harmonia, a continuidade fluida da cena. As luzes fracas, a brisa
da noite embalando suavemente as cortinas, o suave tilintar dos copos sendo colocados sobre a mesa - tudo se fundia numa tela impressionista a ser registrada e armazenada
na imagina��o.
A condessa, magn�fica em seu trono de brocado, estava sentada � cabeceira da mesa, bebericando creme de menthe em um refinado copo bico-de-jaca. Tony e Christophe
estavam sentados de frente um para o outro, como o dia e a noite, o anjo e o diabo. A �ltima compara��o fez Serenity parar de repente. Anjo e diabo?, ela repetiu
em sil�ncio, examinando os dois.
Tony - o doce, confi�vel e previs�vel Tony, que exercia a mais leve press�o. Tony da paci�ncia infinita e dos planos bem arquitetados. O que ela sentia por
ele? Afei��o, lealdade, gratid�o por estar presente quando ela precisava dele. Um amor suave e confort�vel.
Seus olhos passaram para Christophe. Arrogante, dominador, exasperante, excitante. Exigindo o que queria e recebendo, dando seu sorriso inesperado e roubando
seu cora��o como um ladr�o na madrugada. Ele era temperamental, ao passo que Tony era constante; imperioso, enquanto Tony era persuasivo. Mas se os beijos de Tony
eram agrad�veis e excitantes, os de Christophe eram selvagens e intoxicantes, transformando seu sangue em fogo e elevando-a a um mundo desconhecido de sensa��o e
desejo. E o amor que ela sentia por ele n�o era suave nem confort�vel, mas tempestuoso e inevit�vel.
- Que pena que n�o toca piano, Serenity.
A voz da condessa a trouxe de volta num movimento brusco e de culpa.
- Oh, Serenity toca, Madame - Tony informou-a com um largo sorriso. - De forma pavorosa, mas toca.
- Traidor!
Serenity deu um sorriso de alegria.
- N�o toca bem?
A condessa estava nitidamente incr�dula.
- Sinto muito por trazer desgra�a para a fam�lia mais uma vez, Grandm�re - Serenity se desculpou. - Mas eu n�o s� toco mal, toco de forma lastim�vel. Firo
at� mesmo os ouvidos de Tony, que n�o conseguem diferenciar os tons.
- Voc� feriria at� os ouvidos de um cad�ver, querida. Ele tirou um cacho de cabelo do seu rosto num gesto de tempor�ria intimidade.
- � bem verdade. - Ela sorriu para ele antes de olhar rapidamente para a av�. - Pobre Grandm�re, n�o fique t�o arrasada.
O sorriso dela diminuiu um pouco quando viu o olhar de frieza de Christophe.
- Mas Gaelle tocava muito bem - disse sua av�, fazendo um gesto com a m�o.
Serenity atraiu novamente a aten��o dela, tentando livrar-se da frieza nos olhos de Christophe.
- Ela tamb�m nunca conseguiu entender como eu assassinava a m�sica, mas, mesmo com sua abundante paci�ncia, finalmente cedeu e me deixou com minhas tintas
e meu cavalete.
- Extraordinaire! - A condessa balan�ou a cabe�a, e Serenity deu de ombros e bebeu um gole de caf�. - J� que n�o pode tocar para n�s, ma petite - ela come�ou
a dizer, numa mudan�a de tom -, talvez Monsieur Rollins queira de dar um passeio pelo jardim. - Ela deu um sorriso perverso. - Serenity gosta do jardim ao luar,
n'est-ce pas?
- Parece tentador - Tony concordou, antes que Serenity pudesse responder.
Lan�ando um olhar revelador � av�, Serenity deixou-se conduzir para o lado de fora.


Cap�tulo 9


Pela segunda vez Serenity passeou pelo jardim ao luar com um homem alto e bonito, e pela segunda vez desejou de forma melanc�lica que fosse Christophe a seu
lado. Eles caminharam de forma amig�vel e em sil�ncio, apreciando o ar fresco da noite e o prazer de m�os conhecidas entrela�adas.
- Est� apaixonada por ele, n�o est�?
A pergunta de Tony quebrou a tranq�ilidade como uma pedra sendo atirada na vidra�a, e Serenity parou e ficou olhando para ele com os olhos arregalados.
- Serenity. - Ele suspirou e passou o dedo pelo seu rosto. - Posso entend�-la como um livro aberto. Est� se esfor�ando ao m�ximo para esconder, mas � louca
por ele.
- Tony, eu... - ela gaguejou, sentindo-se culpada e triste. - Nunca tive a inten��o. Na verdade, nem mesmo gosto dele.
- Meu Deus. - Ele deu uma leve risada e fez uma careta. - Queria que n�o gostasse de mim assim. Mas tambem - acrescentou ele, envolvendo o queixo dela -, voc�
nunca gostou.
- Oh, Tony.
- Voc� sempre foi honesta, querida - ele assegurou. - N�o tem nada do que se sentir culpada. Achei que com persist�ncia e aten��o constante eu a venceria pelo
cansa�o. - Ele passou o bra�o em volta dos seus ombros enquanto entravam mais no jardim. - Sabe, Serenity, sua apar�ncia engana. Voc� parece uma flor delicada, t�o
fr�gil que um homem quase tem medo de toc�-la com medo de ferir, mas �, de fato, muito forte. - Ele deu-lhe um breve aperto. - Voc� nunca cai, querida. Estou esperando
h� um ano para segur�-la, mas voc� nunca cai.
- Minha mudan�a de humor e meu temperamento o teriam enlouquecido, Tony. - Ela suspirou e apoiou-se no ombro dele. - Eu nunca poderia ser o que voc� precisava,
e se tentasse me transformar em algo diferente, n�o teria dado certo. Ter�amos acabado nos odiando.
- Eu sei. H� muito tempo que sei, mas n�o queria admitir. - Ele deu um longo suspiro. - Quando partiu para a Bretanha, eu sabia que estava terminado. Foi por
isso que vim v�-la; precisava v�-la mais uma vez.
As palavras dele soaram t�o definitivas que ela levantou os olhos, surpresa.
- Mas nos veremos novamente, Tony; ainda somos amigos. Voltarei logo.
Ele parou mais uma vez e viu seus olhos. O sil�ncio aumentou entre eles.
- Vai voltar, Serenity?
Ele se virou e levou-a de volta em dire��o �s luzes do castelo.


O sol estava quente nos seus ombros expostos quando Serenity se despediu de Tony na manh� seguinte. Ele j� tinha se despedido da condessa e de Christophe,
e Serenity havia caminhado com ele da frieza do sal�o principal para o calor do p�tio de lajes. A pequena Renault vermelha esperava por ele. A bagagem j� estava
no porta-malas. Ele deu uma r�pida olhada na bagagem antes de virar-se para ela, segurando suas m�os nas dele.
- Seja feliz, Serenity. - Ele apertou mais e relaxou o aperto em seguida. - Pense em mim, �s vezes.
- Claro que pensarei em voc�, Tony. Escreverei e direi quando vou voltar.
Ele sorriu para ela. Seus olhos vagaram pelo rosto dela como se estivessem gravando cada detalhe na lembran�a.
- Pensarei em voc� exatamente como est� hoje, de vestido amarelo com o sol nos cabelos e um castelo ao fundo. A beleza eterna de Serenity Smith dos olhos dourados.
Ele abaixou a boca at� a dela, e ela foi inundada por um aumento repentino de emo��o, uma premoni��o forte de que nunca o veria de novo. Ela lan�ou os bra�os
em volta do seu pesco�o e agarrou-se a ele e ao passado. Os l�bios dele ro�aram seu cabelo antes que ele se afastasse.
- Adeus, querida.
Ele sorriu e afagou seu rosto.
- Adeus, Tony. Cuide-se.
Ela retribuiu o sorriso, lutando de forma determinada contra as l�grimas que ardiam em seus olhos. Ficou olhando quando ele caminhou at� o carro, entrou e,
com um aceno, desceu pela longa e sinuosa entrada de autom�veis. O carro tornou-se um pequeno ponto vermelho ao longe e ent�o, aos poucos, desapareceu de vista,
e ela continuou parada, permitindo que as l�grimas silenciosas tivessem sua liberdade. Um bra�o passou pela sua cintura, e ela virou e viu sua av� parada ao seu
lado. A solidariedade e a compreens�o estavam estampadas no rosto angular.
- Est� triste de v�-lo partir, ma petite?
O bra�o era reconfortante, e Serenity apoiou a cabe�a no ombro esguio.
- Oui, Grandm�re, muito triste.
- Mas n�o est� apaixonada por ele.
Foi uma declara��o, n�o uma pergunta, e Serenity suspirou.
- Ele foi muito especial para mim. - Enxugando uma l�grima do rosto, ela fungou como crian�a. - Sentirei muita falta dele. Agora irei para o meu quarto e vou
chorar bastante.
- Oui, s�bia decis�o. - A condessa afagou seu ombro.
- Pouqu�ssimas coisas limpam o c�rebro e purificam o cora��o como um bom choro. - Serenity se virou e envolveu-a num abra�o. -Allez, vita, mon enfant. -A condessa
abra�ou-a firme por um instante antes de solt�-la. - V� derramar suas l�grimas.
Serenity subiu os degraus de pedra correndo, passou pelas pesadas portas de carvalho e entrou no castelo. Correndo em dire��o � escada principal, ela colidiu
com um objeto duro. As m�os agarraram seus ombros.
- Deve prestar aten��o aonde vai, ma ch�rie - zombou a voz de Christophe. - Vai dar de cara nas paredes e machucar seu lindo nariz. - Ela tentou se livrar,
mas uma das m�os a manteve no lugar sem muito esfor�o enquanto a outra veio por baixo do queixo para inclinar sua cabe�a para tr�s. Ao ver os olhos se encherem de
l�grimas, a zombaria desapareceu, substitu�da pela surpresa, depois pela preocupa��o e, finalmente, por uma estranha impot�ncia.
- Serenity? - O nome dela era uma pergunta, o tom suave como ela nunca ouvira antes e a ternura nos olhos escuros rompeu a pouca compostura que ela ainda podia
declarar que tinha.
- Oh, por favor - disse ela com um solu�o desesperado -, me solte.
Ela lutou para se livrar dele, esfor�ando-se para n�o desmoronar por completo, mas querendo receber o abra�o desse homem repentinamente gentil.
- H� algo que eu possa fazer?
Ele a deteve colocando uma das m�os sobre seu bra�o. Sim, seu idiota!, seu c�rebro gritou. Me amar!
- N�o - disse ela em voz alta, subindo a escada correndo. - N�o, n�o, n�o!
Ela subiu a escada como um raio, como uma cor�a dourada sendo perseguida por ca�adores, e ao encontrar a porta do quarto ela a abriu, depois a fechou ruidosamente
ao passar e atirou-se na cama.


As l�grimas tinham feito sua m�gica. Finalmente, Serenity conseguiu enxagu�-las e enfrentar o mundo e o que o futuro reservasse para ela. Olhou para o envelope
de papel manilha que tinha jogado de forma negligente sobre a c�moda.
- Bem, acho que est� na hora de ver o que o velho Barkley me enviou.
Levantou-se de modo relutante e foi at� a c�moda pegar o envelope. Atirou-se sobre a cama mais uma vez para romper o selo e jogou o que estava dentro sobre
a colcha.
Havia apenas uma p�gina com o papel timbrado impressionante da firma e outro envelope selado, o que fez com que sua mente fosse inundada pelos pensamentos
em Tony. Um tanto ap�tica, ela pegou a p�gina caprichosamente datilografada, imaginando que formul�rio novo o advogado da fam�lia havia descoberto para ela preencher.
Enquanto lia o conte�do da carta e a mensagem totalmente inesperada que ela continha, ela sentou-se com as costas retas.

Prezada senhorita Smith,
Encontra-se em anexo um envelope endere�ado � sua pessoa contendo uma carta de seu pai. Essa carta foi deixada aos meus cuidados para lhe ser entregue apenas
se fizesse contato com a fam�lia de sua m�e na Bretanha. Soube por interm�dio de Anthony Rollins que agora reside no castelo Kergallen, na companhia de sua av� materna,
ent�o estou confiando a referida a Anthony para lhe ser entregue o mais breve poss�vel.
Se tivesse me informado de seus planos, eu teria realizado o desejo de seu pai em data anterior. Eu, � claro, ignoro seu conte�do, mas tenho certeza que a
mensagem de seu pai lhe trar� conforto.
M. Barkley

Serenity n�o leu mais, colocou a carta de lado e pegou a mensagem que seu pai tinha deixado aos cuidados dele. Ela pegou o envelope que havia ca�do com a parte
da frente para baixo sobre a cama e, ao vir�-lo, seus olhos ficaram enevoados ao ver a caligrafia familiar. Rompeu o selo.
A carta estava escrita com a caligrafia clara e firme de seu pai:

Minha querida Serenity,
Ao ler esta carta, sua m�e e eu n�o estaremos mais com voc�, e rezo para que n�o fique muito triste, porque o amor que sentimos por voc� permanece verdadeiro
e forte como a pr�pria vida.
Enquanto escrevo isso, voc� est� com 10 anos e j� � a imagem de sua m�e, t�o incrivelmente encantadora que j� me preocupo como os garotos que terei que botar
para correr um dia. Eu a observei esta manh� enquanto estava sentada tranq�ila (algo muito incomum para voc�, visto que estou mais acostumado a v�-la patinando pelas
cal�adas numa velocidade de dar medo ou escorregando pelos corrim�os sem pensar que podia se machucar). Voc� estava sentada no jardim, com meu caderno de desenhos
e um l�pis, desenhando com enorme concentra��o as azal�ias que floresciam ali. Vi, naquele momento, tanto para meu orgulho quanto para meu desespero, que voc� estava
crescendo e n�o seria minha garotinha, protegida na seguran�a que eu e sua m�e lhe fornec�amos. Soube, ent�o, que era necess�rio anotar os acontecimentos que talvez
um dia voc� tivesse necessidade de compreender.
Darei ao velho Barkley (um leve sorriso apareceu no rosto de Serenity ao notar que o advogado era conhecido por esse nome tantos anos atr�s) instru��es para
guardar esta carta para voc� at� o momento que sua av�, ou algum membro da fam�lia de sua m�e, entre em contato com voc�. Se isso n�o ocorrer, n�o haver� necessidade
de revelar o segredo que eu e sua m�e j� guardamos h� mais de uma d�cada.
Estava pintando nas cal�adas de Paris na plena gl�ria da primavera, apaixonado pela cidade e sem precisar de companheira que n�o fosse a minha arte. Era muito
jovem e, infelizmente, muito intenso. Conheci um homem, Jean-Paul le Goff, que ficou impressionado com o meu, como ele expressou, jovem talento em estado natural.
Ele me pediu que pintasse um retrato de sua noiva como presente de anivers�rio para ela e providenciou para que eu viajasse para a Bretanha e residisse no castelo
Kergallen. Minha vida come�ou no momento que entrei naquele enorme sal�o e vi sua m�e pela primeira vez.
N�o era minha inten��o me deixar levar pelo amor que senti desde o primeiro momento que a vi, um anjo delicado com o cabelo como a luz do sol. Tentei, com
todo o meu ser, colocar minha arte em primeiro lugar. Eu deveria pint�-la; ela pertencia ao meu cliente; ela pertencia ao castelo. Ela era um anjo, uma aristocrata
com uma genealogia familiar maior que o tempo. Todas essas coisas eu disse a mim mesmo centenas de vezes. Jonathan Smith, artista itinerante, n�o tinha direito de
possu�-la em sonho, muito menos na realidade. As vezes, quando eu fazia meus esbo�os preliminares, acreditava que morreria de amor por ela. Dizia a mim mesmo para
ir embora, dar uma desculpa e partir, mas n�o conseguia encontrar coragem. Agrade�o a Deus agora por n�o ter conseguido.
Uma noite, enquanto eu caminhava pelo jardim, eu a vi. Pensei em virar de costas antes de perturb�-la, mas ela ouviu meus passos, e quando se virou, vi em
seus olhos o que n�o ousara sonhar: ela me amava. Poderia ter gritado de alegria, mas havia tantos obst�culos! Ela estava noiva, prometida em casamento a outro homem.
N�o t�nhamos direito ao nosso amor. Uma pessoa precisa de direito para amar, Serenity? Algumas pessoas nos condenariam. Eu rezo para que voc� n�o fa�a isso. Depois
de muita conversa e muitas l�grimas, desafiamos o que alguns chamariam de direito e honra e nos casamos. Gaelle me implorou para que mantiv�ssemos o casamento em
segredo at� que ela conseguisse encontrar a maneira certa de contar a Jean-Paul e a sua m�e. Queria que o mundo soubesse, mas concordei. Ela havia desistido de tanta
coisa por mim que eu n�o podia lhe negar nada.
Durante esse tempo de espera, um problema mais perturbador veio � luz. A condessa, sua av�, possu�a um quadro da Madonna, de Raphael, o qual exibia com destaque
na sala de estar principal. Era um quadro, a condessa me informou, que estava com a fam�lia h� v�rias gera��es. Depois de Gaelle, ela estimava esse quadro acima
de todas as coisas. Parecia simbolizar para ela a continuidade da fam�lia, um facho luminoso que permaneceu constante ap�s o inferno da guerra e da perda. Eu tinha
examinado esse quadro de perto e suspeitei que fosse falsificado. N�o disse nada, a princ�pio, pensando que a pr�pria condessa tivesse mandado fazer uma c�pia para
suas necessidades particulares. Os alem�es tinham levado tanta coisa dela - marido, casa - que talvez eles tivessem levado o Raphael original tamb�m. Quando ela
anunciou que havia decidido doar o quadro ao Louvre, com o intuito de compartilhar sua grandeza, eu quase congelei de medo. Tinha me afei�oado a essa mulher, ao
seu orgulho e � sua determina��o, gra�a e dignidade. N�o desejava v�-la magoada e percebi que ela acreditava que o quadro fosse aut�ntico. Sabia que Gaelle ficaria
atormentada com o esc�ndalo se ficasse comprovado que o quadro era uma fraude, e a condessa ficaria destru�da. N�o podia deixar que isso acontecesse. Ofereci-me
para limpar o quadro a fim de fazer um exame mais cr�tico dele e me senti como um traidor.
Levei o quadro para o meu est�dio na torre, e ao fazer um exame de perto n�o tive d�vida de que era uma c�pia muito caprichada. Mesmo ent�o, n�o sei o que
teria feito se n�o fosse pela carta que encontrei escondida atr�s da moldura. A carta era uma confiss�o do primeiro marido da condessa, um grito de desespero pela
trai��o que ele cometera. Ele confessava que tinha perdido quase todas as posses e as da esposa. Estava profundamente endividado e, tendo decidido que os alem�es
derrotariam os Aliados, providenciou a venda do Raphael para eles. Mandou fazer uma c�pia e substituiu o original sem o conhecimento da condessa, achando que o dinheiro
o ajudaria durante o momento dif�cil da guerra e o acordo com os alem�es manteria suas propriedades em seguran�a. Tarde demais, ele desesperou-se com sua a��o, e
escondendo sua confiss�o na moldura da c�pia foi enfrentar os homens com quem tinha negociado na esperan�a de reaver o dinheiro. A mensagem terminava com a revela��o
de sua inten��o e implorando perd�o se n�o obtivesse �xito.
Quando terminei de ler a carta, Gaelle entrou no est�dio; n�o tive a id�ia de passar a tranca na porta. Foi imposs�vel esconder minha rea��o, ou a carta, que
ainda segurava na m�o, e ent�o fui for�ado a dividir o fardo com a �nica pessoa que eu mais queria poupar. Descobri nesses momentos, naquele espa�o isolado da torre,
que a mulher que eu amava era dotada de mais for�a que a maioria dos homens. Ela impediria que sua m�e soubesse a todo custo. Achava de suma import�ncia que a condessa
fosse protegida da humilha��o e de saber que o quadro que tanto prezava era uma falsifica��o. Tramamos um plano para esconder o quadro, para fazer parecer que ele
tinha sido roubado. Talvez estiv�ssemos errados. At� hoje n�o sei se fizemos a coisa certa; mas, para sua m�e, n�o havia outra maneira. E assim foi feito.
Os planos de Gaelle de contar a sua m�e sobre o nosso casamento foram logo for�ados a se tornarem realidade. Ela descobriu, para nossa eterna alegria, que
carregava o nosso beb�, voc�, o fruto do nosso amor, que se transformaria no tesouro mais importante de nossas vidas. Quando contou � m�e sobre nosso casamento e
sobre sua gravidez, a condessa ficou furiosa. Ela estava em seu direito, Serenity, e a animosidade que sentiu por mim, segundo ela, era bem merecida. Eu tinha tirado
sua filha dela sem seu conhecimento e, ao faz�-lo, havia deixado uma marca na honra da fam�lia. Em sua raiva, ela renegou Gaelle, exigiu que deix�ssemos o castelo
e nunca mais volt�ssemos. Acredito que tenha se arrependido com o tempo; ela amava Gaelle acima de tudo. Mas naquele mesmo dia ela descobriu que o Raphael tinha
desaparecido. Juntando os pauzinhos, ela me acusou de roubar sua filha e o tesouro da fam�lia. Como eu poderia negar? Um crime n�o era pior que o outro, e a mensagem
nos olhos de sua m�e me implorava para ficar calado. Ent�o, levei sua m�e embora do castelo, do pa�s, da fam�lia, da heran�a e a trouxe para os Estados Unidos.
N�o fal�vamos da m�e dela porque s� trazia dor, e reconstru�mos nossa vida com voc� para fortalecer nosso elo. E agora voc� tem a posse da hist�ria e, perdoe-me,
da responsabilidade. Talvez quando ler isso, seja poss�vel contar toda a verdade. Se n�o, deixe que permane�a oculta, tal como a falsifica��o foi escondida, longe
do mundo, com algo infinitamente mais precioso para ocult�-la. Fa�a o que seu cora��o mandar.
Seu amado pai.


As l�grimas tinham rolado sobre a carta desde o come�o e agora, quando Serenity terminou de ler, ela as enxugou e deu um longo suspiro. Levantou-se, foi at�
a janela e ficou olhando para o jardim onde seus pais revelaram seu amor pela primeira vez.
- O que fa�o? - murmurou em voz alta, ainda agarrada � carta. Se eu tivesse lido isso um m�s atr�s, teria ido direto � condessa com ela, mas agora n�o sei,
disse a si mesma, em sil�ncio.
Para limpar o nome de seu pai, ela teria de revelar um segredo guardado h� 25 anos. A revela��o adiantaria alguma coisa ou desfaria qualquer bem que os sacrif�cios
de seus pais haviam produzido? Seu pai tinha lhe dito para escutar seu cora��o, mas ele estava t�o cheio do amor e da ang�stia da carta dele que ela n�o conseguia
ouvir nada, e sua cabe�a era uma nuvem de indecis�o. Houve um impulso r�pido e passageiro de procurar Christophe, mas ela logo descartou. Confiar nele apenas a deixaria
mais vulner�vel e tornaria mais agonizante a separa��o com a qual logo teria de lidar.
Ela precisava pensar, decidiu enquanto inspirava v�rias vezes. Tinha que remover o nevoeiro e pensar de forma clara e cuidadosa, e quando encontrasse uma resposta,
precisava ter certeza que era a correta.
Andando de um lado para o outro, ela parou de repente e come�ou a mudar de roupa numa pressa fren�tica. Lembrou-se da liberdade que sentira quando cavalgara
pela mata, e era dessa sensa��o, concluiu, enquanto vestia o jeans e a blusa, que ela precisava para acalmar seu cora��o e desanuviar o c�rebro.


Cap�tulo 10


O cavalari�o recebeu cheio de d�vidas seu pedido de selar Babette. Ele argumentou, embora respeitosamente, que ela n�o tinha ordens do conde para sair a cavalo,
e dessa vez Serenity fez uso de sua heran�a aristocr�tica e informou-o, com desd�m, que, como neta da condessa, ela n�o deveria ser questionada. O cavalari�o sujeitou-se
com um leve murm�rio em bret�o, e ela logo estava montada na �gua que agora era conhecida e seguindo o caminho que Christophe tinha tomado em sua primeira aula.
A mata era tranq�ila e reconfortante, e ela esvaziou a cabe�a com a esperan�a de que a resposta encontrasse espa�o para surgir. Levou a �gua a passeio por
um tempo, achando agora f�cil manter o controle do animal enquanto ainda se sentia como parte dele. N�o se viu mais perto de resolver o problema, no entanto, e fez
com que Babette andasse a meio galope.
Deslocaram-se rapidamente, com o vento tirando seu cabelo do rosto e soprando para tr�s, envolvendo-a mais uma vez com a sensa��o de liberdade que buscava.
A carta de seu pai estava enfiada no bolso de tr�s, e ela decidiu cavalgar at� a montanha de onde vislumbrava o vilarejo e l�-la mais uma vez, esperando, ent�o,
encontrar a sabedoria para tomar a decis�o correta.
Um grito ecoou atr�s dela, e ela se virou na sela e viu Christophe montado no garanh�o negro. Ao se virar, seu p� bateu firme na parte lateral da �gua, e Babette
entendeu isso como um comando e seguiu como um raio num galope r�pido. Serenity quase caiu com a surpresa e lutou para se endireitar enquanto o animal acelerava
pela trilha, com uma velocidade incomum. A princ�pio, toda sua aten��o estava concentrada no problema de permanecer montada, nem mesmo considerando a mec�nica de
interromper a disparada da �gua. Antes que seu c�rebro tivesse a oportunidade de comunicar-se com as m�os e dar-lhes a id�ia de puxar as r�deas, Christophe estava
lado a lado com ela. Depois, esticando o bra�o, ele puxou as r�deas para tr�s, soltando uma s�rie de palavr�es em diversos idiomas.
Babette parou suavemente, e os olhos de Serenity se fecharam em sinal de al�vio. De repente, ela foi agarrada pela cintura e tirada da sela abruptamente, com
os olhos de Christophe queimando nos dela.
- O que espera alcan�ar fugindo de mim? - perguntou ele, balan�ando-a como uma boneca de trapo.
- N�o estava fazendo nada disso - protestou ela por entre os dentes que estalaram com o movimento. - Devo ter assustado o animal quando me virei. - Sua pr�pria
raiva come�ou a tomar o lugar do al�vio. - N�o teria acontecido se n�o tivesse vindo atr�s de mim. - Ela tentou se desvencilhar, mas o aperto dele aumentou com uma
intensidade dolorosa. - Est� me machucando! - ela enfureceu-se com ele. - Por que sempre tem de me machucar?
- Acharia um pesco�o quebrado mais doloroso, ma petite folie - declarou ele, arrastando-a para mais adiante na trilha, para longe dos cavalos. - � isso que
poderia ter acontecido com voc�. O que pretende ao sair a cavalo desacompanhada?
- Desacompanhada? - repetiu ela dando uma risada e soltando-se dele com um movimento brusco. - Que curioso. As mulheres n�o t�m permiss�o de cavalgarem desacompanhadas
na Bretanha?
- As mulheres sem c�rebro n�o - retrucou ele, com uma f�ria sombria. - Nem as que montaram apenas duas vezes na vida.
- Eu estava indo muito bem antes de voc� chegar. - Ela atirou a cabe�a para tr�s diante da l�gica dele. - Agora v� embora e me deixe em paz. - Ela viu quando
seus olhos se estreitaram, e ele deu um passo na dire��o dela. - V� embora! - gritou ela, recuando. - Quero minha privacidade. Tenho algumas coisas em que pensar.
- Vou lhe dar mais uma coisa para pensar a respeito. Ele moveu-se rapidamente, agarrando-a pelo pesco�o e
roubando seu ar com os l�bios. Ela o empurrou, sem sucesso, lutando com ele e com a tontura que invadiu seu c�rebro. Ele agarrou seus ombros e afastou-a, enquanto
os dedos dele afundavam em sua carne.
- Basta! C'est entendu! - Ele sacudiu-a novamente, e ela viu em seu rosto que o aristocrata tinha fugido e s� havia ficado o homem. - Quero voc�. Quero o que
nenhum homem j� teve e, pelo amor de Deus, vou t�-la
Ele tomou-a nos bra�os, e ela lutou com um medo selvagem e primitivo, batendo contra o peito dele como um p�ssaro engaiolado se debatendo contra as grades
da gaiola, mas seu passo permaneceu constante e confiante, como se ele carregasse uma crian�a tranq�ila e n�o uma mulher apavorada.
Em seguida, ela estava no ch�o, com o corpo dele esmagando o dela e a boca dele atacando a dela como um homem possu�do. Os protestos dela causaram pouco mais
ondula��o que uma pedra jogada no oceano. Com um movimento r�pido e violento, a blusa dela foi aberta, e ele exigiu sua pele nua com dedos vorazes. Seu ato de amor
estava cheio de uma prem�ncia desesperada que venceu qualquer pensamento de resist�ncia, qualquer vontade de lutar.
A luta tornou-se exig�ncia, e sua boca tornou-se m�vel e buscou a dele; as m�os que anteriormente o tinham afastado estavam agora puxando-o para perto. Afogada
no dil�vio da paix�o, ela deleitou-se na intimidade da sua rigidez masculina, enquanto seu corpo movia-se sob o dele com o imut�vel ritmo do instinto. Insistentes
e sem comedimento, as m�os dele tra�aram trilhas de calor ao longo da sua pele nua, e sua boca seguiu a fogueira, retornando v�rias vezes para beber da fonte dela.
A cada vez, a sede dele aumentava, e as exig�ncias a levavam a um mundo novo e atemporal, a fronteira entre o c�u e o inferno, onde apenas um homem e uma mulher
podem existir.
Ele a levou cada vez mais fundo, at� que o prazer e a dor se fundiram numa �nica sensa��o em espiral, uma �nica necessidade que a tudo consome. Impotente sob
a barragem da paix�o fervente, o tremor come�ou lentamente, ficando mais intenso � medida que a viagem a levou para mais longe do conhecido e para mais perto do
n�o vivenciado. Com um gemido misturado com medo e desejo, os dedos dela agarraram os ombros dele, como se quisessem evitar cair a prumo num eterno vazio.
A boca dele abandonou a dela de repente, e com a respira��o descompassada o rosto dele repousou na testa dela por um momento antes que ele levantasse a cabe�a
e olhasse para ela.
- Estou machucando voc� de novo, ma petite. - Ele suspirou e saiu de cima dela para deitar-se a seu lado.
- Eu joguei voc� no ch�o e quase a violentei como um b�rbaro. � dif�cil controlar meus instintos mais b�sicos com voc�.
Ela sentou-se rapidamente, remexendo os bot�es da blusa com dedos vacilantes.
- Est� tudo bem. - Ela tentou mas n�o conseguiu produzir um tom de voz displicente. - N�o tem problema. Sempre me disseram que sou forte. Mas deve aprender
a temperar sua t�cnica. - Ela continuou a tagarelar para esconder a extens�o da dor. - Genevi�ve � mais fr�gil que eu.
- Genevi�ve? - repetiu ele, apoiando-se no cotovelo para olhar diretamente para ela. - O que Genevi�ve tem a ver com isso?
- Com isso? - respondeu ela. - Oh, nada. N�o pretendo contar nada a ela sobre isso. Gosto muito dela.
- Talvez dev�ssemos falar em franc�s, Serenity. Estou tendo dificuldade em compreend�-la.
- Ela est� apaixonada por voc�, seu grande idiota! - ela deixou escapar, ignorando seu pedido para falar franc�s. - Ela me contou; me procurou para pedir conselhos.
- Ela controlou a breve explos�o de risada hist�rica que escapou de sua boca. - Ela pediu meus conselhos - Serenity acrescentou - sobre como fazer com que
voc� a veja como mulher e n�o como uma crian�a. N�o contei a ela qual era sua opini�o sobre mim; ela n�o teria entendido.
- Ela lhe contou que estava apaixonada por mim? - perguntou ele, estreitando os olhos.
- N�o citou o nome - disse ela de forma concisa, desejando que a conversa nunca tivesse come�ado. - Disse que era apaixonada por um homem a vida toda, e ele
a considerava uma crian�a. Eu simplesmente disse a ela para esclarecer as coisas com ele, para lhe dizer que ela era uma mulher e... De que est� rindo?
- Achou que ela falava de mim? - Ele deitou-se de costas mais uma vez e ria da forma mais livre que ela j� tinha visto. - A pequena Genevi�ve apaixonada por
mim!
- Como ousa rir dela? Como pode ser t�o insens�vel a ponto de fazer tro�a de algu�m que o ama?
Ele agarrou seus pulsos antes que eles entrassem em contato com o peito dele.
- Genevi�ve n�o a procurou um busca de conselhos sobre mim, ch�rie. - Ele continuou a mant�-la a dist�ncia sem muito esfor�o. - Ela estava falando de Iann
Mas voc� n�o conheceu Iann, conheceu, mon amour? - Ele ignorou seus esfor�os furiosos e continuou a falar com um largo sorriso. - Crescemos juntos - eu, Iann e Yves
-, com Genevi�ve nos seguindo como um cachorrinho. Eu e Ives continuamos a ser seus "irm�os" depois que ela se tornou mulher, mas era Iann que ela amava de verdade.
Ele estava em Paris a neg�cios este m�s e s� retornou ontem. - Um movimento curto e brusco dos pulsos levou-a de encontro ao seu peito. - Genevi�ve me ligou esta
manh� para me falar do noivado deles. Ele tamb�m me disse para lhe agradecer em nome dela, e agora sei por qu�.
O sorriso dele aumentou enquanto os olhos �mbar dela se arregalaram.
- Ela est� noiva? N�o era voc�?
- Sim, est�; e n�o, n�o era - respondeu ele de modo prestativo. - Diga-me, ma belle cousine, ficou com ci�mes quando achou que Genevi�ve estava apaixonada
por mim?
- N�o seja rid�culo - ela mentiu, tentando retirar a boca da proximidade da dele. - N�o teria nem um pouco mais de ci�me de Genevi�ve do que voc� teria de
Yves.
- Ah! - Num movimento r�pido ele trocou de posi��o e ficou olhando para ela. - � mesmo? E eu deveria lhe dizer que quase me consumi de ci�me do meu amigo Yves
e que quase assassinei seu amigo americano Tony? Voc� lhes dava sorrisos que deveriam ser meus. Desde o momento que vi voc� descer do trem, fiquei perdido, enfeiti�ado,
e lutei como um homem luta contra aquilo que amea�a escraviz�-lo. Talvez essa escravid�o seja a liberdade. -A m�o dele passou pela seda do cabelo dela. -Ah, Serenity,
je t'aime.
Ela engoliu em seco na busca por sua voz.
- Poderia dizer isso novamente?
Ele sorriu, e a boca dele provocou a dela por um momento.
- Em ingl�s? Eu amo voc�. Eu a amei desde o momento em que a vi. Eu a amo infinitamente mais agora, e amarei pelo resto da minha vida. - Os l�bios dele desceram
sobre os dela, movendo-se com uma delicadeza que ele nunca demonstrara, separando-se apenas quando sentiu a umidade de suas l�grimas. - Por que est� chorando? -
perguntou ele com a testa formando vincos de exaspera��o. - O que foi que fiz?
Ela balan�ou a cabe�a.
- � s� que eu amo voc� tanto e achei... - Ela hesitou e deu um longo suspiro. - Christophe, acredita que meu pai era inocente ou acha que sou filha de um ladr�o?
A testa dele formou vincos mais uma vez quando ele franziu as sobrancelhas, e ele a examinou em sil�ncio.
- Vou lhe contar o que sei, Serenity, e vou lhe dizer em que acredito. Sei que a amo, n�o apenas o anjo que desceu do trem em Lannion, mas a mulher que passei
a conhecer. N�o faria diferen�a se seu pai fosse ladr�o, trapaceiro ou assassino. Ouvi voc� falar de seu pai e vi como voc� fica quando fala dele. N�o posso acreditar
que um homem que conquistou esse amor e essa devo��o possa ter cometido um crime desses. � nisso que acredito, mas n�o faz diferen�a; nada que ele fez ou n�o fez
poderia mudar meu amor por voc�.
- Oh, Christophe - sussurrou ela, puxando o rosto dele at� o dela. - Esperei a minha vida toda por algu�m como voc�. Tenho que lhe mostrar uma coisa. - Ela
o afastou suavemente, pegou a carta do bolso e entregou-a a ele. - Meu pai me disse para ouvir meu cora��o, e agora ele pertence a voc�.
Serenity sentou-se em frente a ele, observando seu rosto enquanto ele lia, e sentiu uma paz profunda, um contentamento que n�o conhecera desde que seus pais
foram tirados dela. O amor por ele a preenchia, junto com uma forte sensa��o de seguran�a de que ele a ajudaria a tomar a decis�o correta. A mata estava silenciosa,
tranq�ila, perturbada apenas pelo murm�rio do vento nas folhas e os p�ssaros que respondiam a ele. Por um momento, era um lugar fora do tempo, habitado apenas pelo
homem e pela mulher.
Quando acabou de ler a carta, Christophe levantou os olhos do papel e viu os dela.
- Seu pai amava muito sua m�e.
- Amava.
Ele dobrou a carta, colocou-a novamente no envelope, sem que seus olhos abandonassem os dela.
- Gostaria de t�-lo conhecido. Eu era apenas uma crian�a quando ele veio ao castelo, e n�o ficou muito tempo.
Os olhos dela grudaram nos dele.
- O que devemos fazer?
Ele se aproximou e segurou seu rosto nas m�os.
- Devemos pegar a carta e mostr�-la a Grandm�re.
- Mas eles est�o mortos, e ela est� viva. Eu a amo; n�o quero mago�-la.
Ele se curvou e beijou as p�lpebras tr�mulas.
- Eu amo voc�, Serenity, por muitos motivos, e voc� acabou de me dar mais um. - Ele inclinou a cabe�a dela para que seus olhos se encontrassem mais uma vez.
- Preste aten��o agora, mon amour, e confie em mim. Grandm�re precisa ver esta carta para sua pr�pria paz de esp�rito. Ela acredita que sua filha a traiu, a roubou.
Vive com isso h� 25 anos. Esta carta a libertar�. Ela ler� nas palavras de seu pai o amor que Gaelle tinha por ela e, igualmente importante, ver� o amor de seu pai
pela filha dela. Ele era um homem honrado, mas conviveu com o fato da m�e de sua esposa pensar que ele era um ladr�o. O tempo veio libertar todos eles.
- Tudo bem - concordou ela. - Se diz que � isso que devemos fazer, � o que faremos.
Ele sorriu, pegou suas m�os nas dele e levou-as aos l�bios antes de ajud�-la a se levantar.
- Diga-me, cousine - o conhecido sorriso zombeteiro no rosto -, sempre far� o que eu disser?
- N�o - respondeu ela balan�ando a cabe�a de forma vigorosa. - Claro que n�o.
- Ah, achei que n�o. - Ele levou-a at� os cavalos. - A vida n�o ser� mon�tona. - Ele segurou as r�deas da �gua e ela montou sem precisar de ajuda. Ele franziu
as sobrancelhas ao lhe passar as r�deas. - Voc� � independente, teimosa e impulsiva demais, mas eu amo voc�.
- E voc� - comentou ela enquanto ele caminhava para montar no garanh�o - � arrogante, dominador e irritantemente confiante, mas eu amo voc� tamb�m.
Eles chegaram aos est�bulos. Depois de deixarem os cavalos com um cavalari�o, partiram para o castelo de m�os entrela�adas. Ao se aproximarem da entrada do
jardim, Christophe parou e virou-se para ela.
- Voc� mesma tem de dar isso a Grandm�re, Serenity. Ele pegou o envelope do bolso e o passou a ela.
- Sim, eu sei. - Ela olhou para ele quando ele o colocou em sua m�o. - Mas vai ficar comigo?
- Oui, ma petite. - Ele puxou-a para seus bra�os. - Vou ficar com voc�. - A boca dele encontrou-se com a dela, e ela lan�ou seus bra�os em volta de seu pesco�o
at� o beijo tornar-se profundo e eles s� estarem cientes um do outro.
-Alors, mes enfants. -As palavras da condessa quebraram o feiti�o, e eles se viraram e a viram observando-os da extremidade do jardim. - Decidiram parar de
lutar contra o inevit�vel.
- Voc� � muito esperta, Grandm�re - comentou Christophe ao franzir a testa. - Mas acredito que ter�amos nos arranjado mesmo sem sua inestim�vel ajuda.
Os ombros elegantes se mexeram de modo expressivo.
- Mas voc�s poderiam ter desperdi�ado tempo demais, e o tempo � uma mercadoria muito preciosa.
- Entre, Grandm�re. Serenity tem algo a lhe mostrar. Eles entraram na sala de estar. A condessa sentou-se na
sua habitual cadeira que parecia um trono.
- O que � que tem para me mostrar, ma petite?
- Grandm�re - disse Serenity quando come�ou a se movimentar na frente da condessa. - Tony me trouxe alguns documentos enviados pelo meu advogado. Nem mesmo
me dei ao trabalho de abri-los antes de ele partir, mas descobri depois que eles eram muito mais importantes do que eu tinha previsto. - Ela estendeu a carta. -
Antes de ler isso, quero que saiba que a amo. - A condessa abriu a boca para falar, mas Serenity se apressou. - Amo Christophe, e antes de ele ler o que estou lhe
dando, ele disse que me amava tamb�m. N�o posso lhe dizer o quanto foi maravilhoso saber disso antes de ele ver esta carta. Decidimos compartilhar isso com a senhora
porque a amamos.
Ela passou a carta � av� e ent�o se sentou no sof�. Christophe uniu-se a ela e segurou sua m�o na dele enquanto esperavam.
Os olhos de Serenity foram atra�dos ao retrato da m�e. Os olhos que ela viu estavam cheios de alegria e felicidade, a express�o de uma mulher apaixonada. Encontrei
tamb�m, Maman, disse ela em sil�ncio, a alegria transbordante do amor e estou com ela aqui na minha m�o.
Ela abaixou os olhos at� as m�os unidas, os fortes dedos bronzeados entrela�ados com os de alabastro, o anel de rubi que tinha sido de sua m�e brilhando em
oposi��o �s cores contrastantes. Ela olhou para o anel na sua pr�pria m�o, depois olhou para a r�plica na de sua m�e e compreendeu. O movimento da condessa ao se
levantar da cadeira interrompeu os pensamentos de Serenity.
- Por 25 anos fui injusta com esse homem e com a filha que amava. - As palavras sa�ram de forma suave enquanto ela se virou para olhar pela janela. - Meu orgulho
me cegou e endureceu meu cora��o.
- N�o deveria saber, Grandm�re - respondeu Serenity, observando as costas retas. - Eles queriam apenas proteg�-la.
- Ao me proteger de saber que meu marido tinha sido um ladr�o e da humilha��o do esc�ndalo p�blico, seu pai permitiu que fosse rotulado e minha filha abriu
m�o da heran�a. - Ela voltou � cadeira e afundou fatigada. - Sinto pelas palavras de seu pai um grande sentimento de amor. Diga-me uma coisa, Serenity, minha filha
foi feliz?
- Veja os olhos como meu pai os pintou. - Ela apontou para o retrato. - Ela estava sempre com esta apar�ncia.
- Como posso me perdoar pelo que fiz?
- Oh, n�o, Grandm�re - Serenity se levantou e se
ajoelhou � sua frente, segurando as m�os fr�geis nas suas.
- N�o lhe dei a carta para aumentar sua tristeza, mas sim para elimin�-la. A senhora leu a carta; viu que eles n�o a culparam de nada; permitiram de prop�sito
que acreditasse que eles a tinham tra�do. Talvez estivessem errados, mas est� feito, e n�o h� como voltar atr�s. - Ela apertou mais as m�os estreitas. - Digo-lhe
agora que n�o a culpo por nada e imploro, pelo meu bem, que deixe a culpa morrer.
- Ah, Serenity, ma ch�rie enfant. - A voz da condessa estava t�o terna quanto seus olhos. - C'est bien - disse ela de repente, endireitando os ombros mais
uma vez. - Vamos lembrar apenas dos momentos felizes. Vai me contar mais sobre a vida de Gaelle nessa tal de Georgetown e os trar� para perto de mim de novo, n'est-ce
pas?
- Oui, Grandm�re.
- Talvez um dia voc� me leve � casa onde cresceu.
- Nos Estados Unidos? - perguntou Serenity, profundamente chocada. - N�o ficaria com medo de viajar para um pa�s t�o selvagem?
- Est� sendo insolente de novo - declarou a condessa de modo r�gio ao se levantar da cadeira. - Come�o a acreditar que conhecerei seu pai muito bem por seu
interm�dio, mignonne. - Ela balan�ou a cabe�a. - Quando penso no que permiti que aquele quadro me custasse! Fico muito satisfeita por estar livre dele.
- Ainda tem a c�pia, Grandm�re - corrigiu Serenity.
- Sei onde est�.
- Como sabe? - perguntou Christophe, falando pela primeira vez desde que entraram na sala.
Ela virou-se para ele e sorriu.
- Estava bem aqui na carta, mas n�o percebi a princ�pio. Foi quando est�vamos sentados aqui agorinha, e voc� segurou minha m�o, que me ocorreu. Est� vendo
isto? - Ela estendeu a m�o onde o rubi brilhava. - Era de minha m�e, o mesmo que ela est� usando no retrato.
- Tinha notado o anel no quadro - disse a condessa lentamente -, mas Gaelle n�o tinha um anel desses. Achei que seu pai apenas o tivesse pintado para combinar
com os brincos que ela usava.
- Ela possu�a o anel, Grandm�re; era seu anel de noivado. Ela o usava sempre com a alian�a de casamento na m�o esquerda.
- Mas o que tem isso a ver com a c�pia do Raphael?
- perguntou Christophe, franzindo as sobrancelhas.
- No quadro ela est� usando o anel na m�o direita. Meu pai nunca teria cometido um erro desse com tantos detalhes a menos que o tivesse feito de forma intencional.
- � poss�vel - murmurou a condessa.
- Sei que est� ali; diz isso na carta. Ele diz que o escondeu, coberto por algo infinitamente mais precioso. Nada era mais precioso para ele do que Maman.
- Oui - concordou a condessa, examinando o quadro da filha. - N�o poderia haver esconderijo mais seguro.
- Tenho uma solu��o - disse Serenity. - Poderia descobrir um dos cantos; assim a senhora poderia ter certeza.
- Non. - Ela balan�ou a cabe�a. - Non, n�o h� necessidade. N�o pediria que voc� danificasse um cent�metro do trabalho de seu pai mesmo se o Raphael verdadeiro
estivesse embaixo dele. - Ela virou-se para Serenity e levou a m�o at� seu rosto. - Este quadro, Christophe e voc�, mon enfant, s�o meus tesouros agora. Deixe-o
a�. � o seu lugar.
- Ela se virou para os netos com um sorriso. - Vou deix�-los agora. Os namorados devem ter sua privacidade.
Ela saiu da sala com um ar de rainha, e observou-a com admira��o.
- Ela � magn�fica, n�o �?
- Oui - Christophe concordou tranq�ilamente e segurou Serenity nos bra�os. - E muito s�bia. N�o a beijo h� mais de uma hora.
Ap�s ter remediado a discrep�ncia para sua m�tua satisfa��o, ele olhou para ela com seu ar de confian�a habitual.
- Depois de nos casarmos, mon amour, mandarei pintar seu quadro, e acrescentaremos mais um tesouro ao castelo.
- Casar? - repetiu Serenity, franzindo as sobrancelhas. - Nunca concordei em casar com voc�. - Ela se afastou como se relutasse. - N�o pode simplesmente me
dar ordens; uma mulher gosta de ser pedida em casamento.
Ele puxou-a para junto de si e beijou-a profundamente com os l�bios r�gidos e insistentes.
- O que estava dizendo, cousine? - perguntou ele quando a libertou.
Ela o olhou com um ar s�rio, mas deixou que seus bra�os entrela�assem o pesco�o dele.
- Nunca serei uma aristocrata.
- Espero que n�o - concordou ele com sinceridade.
- Brigaremos com freq��ncia, e vou enfurec�-lo constantemente.
- Esperarei ansioso.
- Muito bem - disse ela, conseguindo manter o sorriso longe dos l�bios. - Vou me casar com voc�, com uma condi��o.
- Qual �?
A testa dele ergueu-se em forma de indaga��o.
- Que passeie pelo jardim comigo esta noite. - Ela o abra�ou mais forte. - Estou cansada de caminhar ao luar com outros homens, desejando que eles fossem voc�.


FIM
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1



















NOITES DE TENTA��O
(CORDINA'S CROWN JEWEL)
NORA ROBERTS

RESUMO:
Noites de Tenta��o
A princesa Camilla Bisset, de Cordina, finalmente teve a chance de ser uma pessoa comum... pelo menos por alguns dias. Em Vermont, ao lado do temperamental e sedutor
arque�logo Delaney Caine, ela pode ser apenas a simples Camilla MacGee. Trabalhar para Delaney Caine nas florestas de Vermont lhe fornece um ref�gio perfeito das
colunas sociais. Mas, � medida que a tens�o entre eles se transforma em desejo, Camilla compreende que, cedo ou tarde, ter� de revelar sua verdadeira identidade...


Querida leitora,
Sua Alteza Real Camilla Bisset de Cordina s� queria uma chance de ser simplesmente Camilla MacGee. Assim, estava grata pela oportunidade de trabalhar em um s�tio
arqueol�gico isolado nas florestas de Vermont com o rude Delaney Caine. Ela n�o contava, no entanto, que os atritos entre eles pudessem se transformar em uma atra��o
t�o avassaladora. Agora, Camilla sabe que a hora de revelar sua identidade est� pr�xima... mas poder� sua tempestuosa paix�o sobreviver?
Equipe Editorial Harlequin Books

Sobre a autora:
Autora n�mero 1 da lista de bestsellers do The New York Times, Nora Roberts foi descrita pelo Los Angeles Daily News como "uma artista da palavra, cujos personagens
s�o pintados com muita vitalidade e inspira��o". Nora j� publicou mais de 200 romances, lan�ados em todo o mundo e traduzidos para mais de 25 idiomas. Devido ao
seu fenomenal sucesso como escritora, Nora conta um vasto p�blico cativo de f�s desde 1981, quando lan�ou seu primeiro romance.


Tradu��o Deborah Barros
PUBLICADO SOB ACORDO COM HARLEQUIN ENTERPRISES II B.V. S.�.r.l.
Todos os direitos reservados. Proibidos a reprodu��o, o armazenamento ou a transmiss�o, no todo ou em parte.
Todos os personagens desta obra s�o fict�cios. Qualquer semelhan�a com pessoas vivas ou mortas � mera coincid�ncia.
T�tulo original: C0RDINA'S CROWN JEWEL
Copyright (c) 2002 by Nora Roberts
Originalmente publicado em 2002 por Silhouete Special Edition
Arte-final de capa: Isabelle Paiva
Editora��o Eletr�nica:
ABREU'S SYSTEM
Tel.: (55 XX 21) 2220-3654/2524-8037
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Pr�logo
Ela era uma princesa. Tinha nascido, sido criada e meticulosamente treinada para isso. Seu comportamento era perfeito, seu discurso, impec�vel, e suas maneiras irrepreens�veis.
Sua imagem era de juventude, confian�a e gra�a, tudo envolvido em uma ador�vel e cuidadosamente refinada embalagem.
Tais coisas, ela sabia, eram esperadas de um membro da fam�lia real de Cordina... pelo menos em p�blico. O evento beneficente em Washington, D.C. era um acontecimento
definitivamente p�blico. Ent�o, ela cumpriu seu dever, cumprimentando convidados que tinham apreciado desfrutar da companhia da realeza.
Observou sua m�e, Sua Alteza Real Gabriella de Cordina, desempenhar seu papel social graciosamente, sem esfor�o. Pelo menos, sua m�e fazia isso muito � vontade,
embora tivesse trabalhado com tanto empenho quanto a filha naquele evento.
Ela viu seu pai... incrivelmente bonito e seguro... e seu irm�o mais velho, que a acompanhava, nessa noite, relacionando-se tranq�ilamente com a multid�o. Um grupo
que inclu�a pol�ticos, celebridades e pessoas muito ricas.
Quando chegou o momento adequado, Sua Alteza Camilla de Cordina se sentou para a primeira parte do entretenimento da noite. Seus cabelos estavam penteados em um
n� complicado, que deixava seu pesco�o delgado nu, excetuando o brilho das esmeraldas. O vestido preto e elegante fora elaborado para acentuar sua silhueta. Um corpo
que tanto ela quanto sua modista sabiam que tendia a se tomar magro demais.
Seu apetite j� n�o era mais o mesmo. Seu rosto estava composto, a postura, perfeita. Uma dor de cabe�a fazia suas t�mporas latejarem.
Era uma princesa, mas, tamb�m, uma mulher cansada. Camilla aplaudiu, sorriu e riu.
Era quase meia-noite - 18 horas em seu dia oficial - quando sua m�e se aproximou para um momento privado, passou uma das m�os ao redor da cintura da filha e inclinou
a cabe�a para mais perto.
- Querida, voc� n�o parece bem. - Era necess�rio o olhar perspicaz de uma m�e para ver a exaust�o, e os olhos de Gabriella eram realmente perspicazes.
- Estou um pouco cansada, s� isso.
- V� embora. Volte para o hotel. N�o discuta -- ela murmurou. - Voc� tem trabalhado arduamente. Eu deveria ter insistido que passasse algumas semanas na fazenda.
- H� tantas coisas para fazer.
- E voc� j� fez o bastante. Eu j� disse a Marian para alertar a seguran�a e acompanh�-la at� seu carro. Seu pai e eu iremos logo, tamb�m. - Gabriella olhou ao redor,
notou que seu filho estava entretendo uma cantora americana... e sendo entretido por ela. - Quer Kristian com voc�?
- N�o. - Aquele era um sinal de sua fadiga que Camilla n�o discutiria. - N�o, ele est� se divertindo. � mais sensato sairmos separados, de qualquer maneira. - E
sem tumulto, ela esperava.
- Os americanos a adoram, talvez um pouco demais. - Com um sorriso, Gabriella beijou o rosto da filha. - V� e descanse. Conversaremos pela manh�.
Mas n�o foi uma sa�da sem tumulto. Apesar do carro chamariz, das precau��es dos seguran�as, do t�dio de atravessar o pr�dio para uma sa�da lateral, a imprensa a
encontrou.
Assim que saiu do pr�dio, a vis�o de Camilla foi ofuscada pelos flashes de c�meras. As pessoas gritando seu nome pareciam fazer sua cabe�a latejar. Ela percebeu
a onda de movimento, sentiu m�os que a puxavam e ficou apavorada, ao notar que suas pernas tremiam enquanto os guarda-costas a conduziam para a limusine que os aguardava.
Incapaz de ver, de pensar, Camilla lutou para manter a compostura enquanto fugia da multid�o, com os guarda-costas de ambos os lados apressando-a a seguir em frente.
Estava terrivelmente quente, e todos pareciam t�o perto! Certamente, por isso sentia um mal-estar. Mal-estar, fraqueza e um medo horr�vel. N�o tinha certeza se ca�ra,
ou se simplesmente saltara para dentro do carro.
Quando a porta da limusine foi fechada, e os gritos eram como um barulho do mar do lado de fora do a�o e do vidro, os dentes de Camilla quase bateram com o s�bito
frio do ar condicionado. Ela fechou os olhos.
- Sua Alteza est� bem?
Ela ouviu, de modo indistinto, a voz preocupada de um de seus guardas.
- Sim, obrigada. Estou bem. Mas ela sabia que n�o estava.

Um
Qualquer coisa que pudesse ser dita, e sem d�vida algo seria dito, aquela n�o tinha sido uma decis�o impulsiva. Camilla de Cordina n�o era uma mulher impulsiva.
Era, todavia, uma mulher desesperada.
Desespero, ela foi for�ada a admitir, que vinha se instalando h� meses. Naquela noite abafada, pegajosa e infinita de junho, o desespero, apesar de seus esfor�os,
havia atingido o pico.
Os paparazzi que a perseguiram quando ela tentara sair do evento beneficente daquela noite tinha sido a �ltima gota.
Mesmo enquanto os seguran�as tentavam bloquear o ass�dio da imprensa, e Camilla conseguira chegar � limusine com algum remanescente de dignidade, sua mente estivera
gritando.
Deixem-me respirar. Pelo amor de Deus, d�em-me algum espa�o.
Agora, duas horas depois, excita��o, nervosismo e frustra��o continuavam presentes enquanto ela andava de um lado para o outro na suntuosa su�te em Washington, D.C.
A menos de tr�s horas ao sul ficava a fazenda onde Camilla tinha passado parte de sua inf�ncia. Diversos quil�metros ao leste, do outro lado do oceano, estava o
min�sculo pa�s onde passara a outra parte. Sua vida havia sido dividida em dois mundos. Apesar de amar os dois igualmente, se perguntava se algum dia encontraria
seu pr�prio lugar em algum deles.
J� era hora, mais do que hora, de encontrar seu pr�prio lugar.
Para isso, precisava encontrar a si mesma primeiro. E como podia conseguir isso se o tempo todo estava cercada? Pior, pensou, quando come�ava a se sentir continuamente
perseguida. Talvez, se n�o fosse a mais velha das mulheres da nova gera��o de princesas de Cordina - e, pelos �ltimos anos, a mais acess�vel, devido ao fato de seu
pai ser americano e de seu tempo passado nos Estados Unidos -, as coisas tivessem sido diferentes.
Mas a realidade era aquela. Naquele momento, parecia que sua exist�ncia inteira estava associada � pol�tica, obriga��es sociais e imprensa. Pedidos, demandas, compromissos,
obriga��es. Havia cumprido com seu dever como co-presidente no grupo de Assist�ncia �s Crian�as Deficientes... uma tarefa que compartilhara com sua m�e.
Ela acreditava no que estava fazendo, sabia que o dever era necess�rio e importante. Mas o pre�o tinha de ser t�o alto?
O evento levara semanas de organiza��o e esfor�o, e o prazer de ver todo aquele trabalho dar frutos havia sido estragado por sua pr�pria exaust�o.
Como eles a sufocavam, pensou. Todas aquelas c�meras, todos aqueles rostos!
At� mesmo sua fam�lia, que Deus os aben�oasse, parecia sufoc�-la ultimamente. Tentar explicar seus sentimentos para sua assistente pessoal parecia uma atitude desleal,
ingrata e imposs�vel. Mas sua assistente era tamb�m sua amiga mais antiga e mais querida.
- N�o ag�ento mais ver meu rosto em capas de revistas, ler reportagens sobre meus supostos romances, Marian. Estou simplesmente muito cansada com as pessoas me definindo.
- Realeza, beleza e sexo vendem revistas. Combine os tr�s e voc� n�o pode imprimi-las t�o r�pido. - Marian Breen era uma mulher pr�tica, e seu tom refletia isso.
Por conhecer Camilla desde crian�a, o tom tamb�m refletia mais descontra��o do que respeito. - Sei que a noite foi horr�vel, e n�o a culpo por ter ficado abalada.
Se descobr�ssemos quem deixou a informa��o por onde voc� sairia...
- Est� feito. O que importa quem foi?
- Eles pareciam um bando de perseguidores - murmurou Marian. - Entretanto, voc� � uma princesa de Cordina... um lugar que faz os americanos em particular pensarem
em contos de fadas. Voc� � como sua m�e, o que significa que � deslumbrante. E atrai homens como ningu�m. A imprensa, particularmente, o elemento mais agressivo,
se alimenta disso.
- O t�tulo de realeza � fruto de nascimento, assim como minha apar�ncia. Quanto aos homens... - Camilla dispensou o g�nero como um todo com um giro arrogante da
m�o. - Nenhum deles se sente atra�do por mim, mas pelo pacote... o mesmo pacote que vende revistas idiotas.
- Situa��o dif�cil. - Enquanto Camilla estava falando, Marian comia algumas uvas da impressionante cesta de frutas enviada pela ger�ncia do hotel. Exteriormente
calma, no entanto, estava preocupada. Sua amiga estava muito p�lida. E parecia ter perdido peso.
Aquilo n�o era nada, assegurou a si mesma, e alguns dias tranq�ilos em Virg�nia resolveriam o problema. A fazenda era t�o segura quanto o pal�cio em Cordina. O pai
de Camilla havia se certificado disso.
- Sei que � terr�vel ter guarda-costas e paparazzi � sua volta cada vez que voc� d� um passo em p�blico - continuou ela. - Mas o que vai fazer? Fugir de casa?
- Sim.
Rindo, Marian pegou uma outra uva. Ent�o a fruta caiu de seus dedos quando percebeu a express�o s�ria nos olhos castanhos, com tom dourado, de Camilla.
- Obviamente, voc� tomou muito champanhe no evento.
- Tomei uma ta�a - disse Camilla. - Nem mesmo a terminei.
- Devem ter sido algumas ta�as. Ou�a, vou voltar para o meu quarto como uma boa menina, e deix�-la dormir para que seu humor melhore.
- Tenho pensado nisso h� semanas. - Brincando com a id�ia, admitiu. Fantasiando com aquilo. Esta noite iria transformar a id�ia em realidade. - Preciso de sua ajuda,
Marian.
- Non, non, c'est impossible. C'est completement fou!
Marian raramente falava em franc�s. Era, em seu �mago, t�o americana quanto uma torta de ma��. Seus pais haviam se estabelecido em Cordina quando Marian tinha 10
anos... e ela e Camilla eram amigas desde ent�o. Uma mulher pequena com cabelos castanhos-claros, ainda penteados para cima devido ao evento da noite, respondeu
no idioma de seu pa�s adotado quando come�ou a entrar em p�nico. Seus olhos azuis, geralmente suaves e calorosos, estavam arregalados em alarme.
Conhecia a express�o no rosto de sua amiga. E a temia.
- N�o � loucura nem imposs�vel - respondeu Camilla com tranq�ilidade. - � poss�vel e l�gico. Necessito de tempo, algumas semanas. E vou tir�-las. Como Camilla MacGee,
n�o como Camilla de Cordina. Tenho vivido com o t�tulo quase sem descanso desde que Grand p�re...
A voz dela falhou. Ainda do�a. Quase quatro anos que o av� morrera e ainda do�a.
- Ele era nossa rocha - continuou, recuperando-se.
- Mesmo que j� tivesse passado grande parte de seu controle para o filho, tio Alex, ainda reinava. Desde a morte dele, a fam�lia teve de contribuir mais... reunir-se.
Eu n�o teria desejado que fosse diferente. Estava feliz em cumprir mais deveres oficiais.
- Mas? - Resignada, Marian se sentou no bra�o do sof�.
- Preciso fugir da persegui��o. � como me sinto - disse Camilla, pressionando uma das m�os contra o cora��o.
- Perseguida. N�o consigo sair na rua sem fot�grafos me molestando. Estou me perdendo nisso. N�o sei mais quem sou. �s vezes, com muita freq��ncia agora, n�o consigo
mais me sentir.
- Voc� precisa de um descanso.
- Sim, por�m � mais complicado do que isso. Marian, n�o sei o que quero para mim. Para mim mesma. Veja Adrienne - continuou ela, falando da irm� mais nova.
- Casada aos 21 anos. Ela colocou os olhos em Phillipe quando tinha 6 anos, e foi isso. Sabia o que queria... casar-se com ele, criar beb�s bonitos em Cordina. Meus
irm�os s�o como duas metades de meu pai. Um, o fazendeiro, o outro, o especialista em seguran�a. N�o tenho dire��o, Marian. Nenhuma habilidade.
- Isso n�o � verdade. Voc� foi brilhante na escola. Sua mente � como um computador quando voc� encontra alguma coisa que a estimula. � uma anfitri� espetacular,
trabalha incansavelmente por causas nobres.
- Deveres - murmurou Camilla. - Eu sobressaio neles. E por prazer? Sei tocar piano, cantar um pouco. Pintar um pouco, esgrimir um pouco. Onde est� minha paix�o?
- Ela cruzou as m�os sobre os seios. - Vou encontr�-la... ou pelo menos, passar algumas semanas sem guarda-costas, sem etiqueta, sem a imprensa irritante... tentando
descobrir qual � minha paix�o. Se eu n�o fugir da imprensa - disse calmamente -, tenho muito medo que me despedace.
- Converse com seus pais, Cam. Eles v�o entender.
- Mam�e entenderia. N�o tenho certeza quanto a papai. - Mas ela sorriu quando disse isso. - Adrienne est� casada h� tr�s anos, e ele ainda n�o superou o fato de
ter perdido seu beb�. E mam�e... tinha a minha idade quando se casou. Outra que sabia o que queria. Mas, antes disso...
Camilla meneou a cabe�a quando come�ou a andar de um lado para o outro novamente.
- O seq�estro e as tentativas de assassinato de minha fam�lia. Passagens em livros de hist�rias agora, mas algo ainda muito real e imediato para n�s. N�o posso culpar
meus pais por protegerem seus filhos. Eu faria o mesmo. Mas n�o sou mais crian�a, e preciso... de alguma coisa de mim mesma.
- Umas f�rias, ent�o.
- N�o, uma busca. - Ela se aproximou de Marian, pegou-lhe as m�os. - Voc� alugou um carro.
- Sim, eu precisava... oh. Oh, Camilla.
- D�-me as chaves. Voc� pode ligar para a ag�ncia e estender o per�odo de aluguel.
- Voc� n�o pode dirigir para fora de Washington.
- Sou �tima motorista.
- Pense! Se voc� sumir, sua fam�lia vai enlouquecer E a imprensa.
- Eu nunca deixaria minha fam�lia se preocupar. Ligo para meus pais amanh� bem cedo. E para a imprensa diremos que estou tirando f�rias... em um local secreto. Voc�s
falar�o em Europa, de modo que eles dificilmente ir�o me procurar nos Estados Unidos.
- Devo concluir que o que deu in�cio a essa loucura foi o fato de voc� ter ficado irritada por ver seu rosto em todas as revistas? - Marian pegou uma revista da
mesinha de centro, estendeu-a. - Seu rosto � famoso no mundo inteiro, Cam. N�o vai conseguir se disfar�ar.
- Vou. - Apesar de saber que era tolice, o est�mago de Camilla se contraiu quando andou at� a mesa de trabalho e abriu uma gaveta. E removeu uma tesoura. - Princesa
Camilla. - Ela balan�ou seus cabelos ruivos, escuros, que iam at� a altura da cintura, e respirou fundo. - Voc� est� prestes a adquirir um visual totalmente novo.
Um horror t�o grande, que teria sido c�mico se Camilla n�o o sentisse ecoando em si mesma, estampou-se no rosto de Marian.
- Voc� n�o est� falando s�rio. Camilla, n�o pode simplesmente... cortar seus cabelos. Eles s�o lindos.
- Tem raz�o. - Camilla ergueu a tesoura. - Voc� faz isso.
- Eu? Oh, n�o... de jeito nenhum. - Instantaneamente, Marian p�s as m�os para tr�s. - N�s vamos nos sentar, tomar uma boa ta�a de vinho e esperar a insanidade passar.
Voc� se sentir� melhor amanh�.
Camilla tinha medo disso. Medo de que a coragem passasse e que ela continuasse como estava: cumprindo seus deveres, fazendo suas obriga��es, voltando para as luzes
brilhantes e para o conforto ineg�vel de sua vida. A insuport�vel fuga da m�dia.
Se n�o fizesse alguma coisa, alguma coisa agora, faria algum dia? Ou iria, como a m�dia predizia, se casar com um homem considerado adequado para algu�m em sua posi��o
e apenas... continuar?
Ela ergueu o queixo de uma maneira que fez sua amiga arfar. E pegando uma longa mecha de cabelos, cortou-a.
- Oh, meu Deus! - Com os joelhos fracos, Marian sentou-se numa cadeira. - Oh, Camilla.
- S�o somente cabelos. - Mas sua m�o tremia um pouco. Seus cabelos haviam se tomado parte t�o definitiva de sua imagem, de sua vida, que cortar uma mecha era como
decepar uma m�o. Olhou para a longa extens�o de fios vermelhos dourados entre seus dedos. - Vou para o banheiro fazer o resto. Eu poderia precisar de alguma ajuda
com a parte de tr�s.
No final, Marian foi ajud�-la, como as amigas fazem. Quando terminaram, o ch�o estava coberto de cabelos, e a imagem que Camilla tinha de si mesma com cabelos longos
e exuberantes teve de ser completamente refeita. Uma mecha aqui, um outro ali. Um copo de vinho para fortificar. Mais um corte para igualar as pontas. E ela acabou
com os cabelos curtos como os de um garoto, com uma franja repicada para acrescentar alguma gra�a.
- Est� terrivelmente... bem... diferente - Camilla conseguiu dizer.
- Eu vou chorar
- N�o, n�o vai. - E Camilla tamb�m n�o choraria, prometeu a si mesma. - Preciso trocar de roupa e arrumar uma mala. J� estou atrasada.
Ela empacotou o que pensou ser essencial e ficou, ao mesmo tempo, surpresa e envergonhada por ter enchido uma mala e uma enorme sacola de viagem. Vestiu jeans, botas,
um su�ter e um casaco preto longo por cima de tudo.
Considerou �culos escuros e um chap�u, mas decidiu que os acess�rios a fariam parecer que estava disfar�ada, em vez de deix�-la passar despercebida.
- Como estou?
- N�o como voc� �. - Marian meneou a cabe�a e circulou Camilla lentamente duas vezes.
Os cabelos curtos era uma mudan�a dram�tica, e para surpresa de Marian, uma mudan�a intrigante. Os olhos castanhos, em tom dourado, de Camilla pareciam maiores e,
de alguma maneira, mais vulner�veis. A franja escondia a testa r�gia e a fazia parecer ainda mais jovem. Sem maquiagem, o rosto era rosado, talvez um pouco mais
p�lido do que deveria ser As altas ma��s do rosto sobressa�am, e a boca longa parecia mais cheia.
Em vez de calma, distante e elegante, ela parecia jovial, despreocupada e um pouquinho impulsiva.
- N�o como voc� � - repetiu Marian. - Eu a reconheceria, mas levaria um minuto e precisava olhar mais atentamente.
- � bom. - Camilla consultou o rel�gio. - Se eu partir agora, posso estar bem longe antes do amanhecer.
- Camilla, para onde voc� vai?
- Para qualquer lugar - Ela segurou a amiga pelos ombros, beijou a face de Marian. -N�o se preocupe comigo. Entrarei em contato. Prometo. At� mesmo uma princesa
tem direito a uma pequena aventura. - A boca longa se curvou num sorriso. - Talvez principalmente uma princesa. Promete que n�o vai contar nada a ningu�m antes das
8h... e somente para minha fam�lia?
- N�o gosto disso, mas prometo.
- Obrigada. - Ela ergueu a sacola, ent�o andou para pegar a mala.
- Espere. N�o ande assim. Confusa, Camilla se virou.
- Assim como?
- Como uma princesa. Deixe os ombros meio ca�dos, balance um pouco os quadris. N�o sei, Cam, ande como uma garotinha. N�o t�o ereta.
- Oh! - Ajustando a al�a da sacola, ela praticou. - Assim?
- Melhor. - Marian bateu um dedo sobre os l�bios. - Tente relaxar mais a coluna.
Camilla trabalhou um pouco a postura, tentando andar de maneira meio desajeitada.
- Vou praticar - prometeu ela. - Mas agora preciso ir. Ligo pela manh�.
Marian a seguiu quando Camilla se apressou para a porta do quarto.
- Oh, Deus! Tome cuidado. N�o fale com estranhos. Tranque as portas do carro. Hum... voc� tem dinheiro e seu celular? Tem...
- N�o se preocupe. - � porta, Camilla se virou, deu um sorriso brilhante. - Tenho tudo que preciso. A bient�t.
Mas quando a porta foi fechada, Marian contorceu as m�os.
- Oh, Deus. Bonne chance, m'amie.
Depois de dez dias, Camilla estava cantando junto com o r�dio enquanto dirigia. Adorava m�sica americana. Adorava dirigir. Adorava fazer o que quisesse e ir exatamente
para onde quisesse. N�o que o interl�dio tivesse acontecido sem dificuldades. Sabia que seus pais estavam preocupados. Especialmente seu pai, pensou.
Havia muito de policial em seu pai, Camilla achava, para que ele n�o imaginasse cada armadilha e desastres poss�veis que poderiam acontecer a uma mulher sozinha.
Principalmente quando a mulher era sua filha.
Ele tinha insistido para ela telefonar todos os dias. Camilla fora firme e prometeu um telefonema por semana. E sua m�e - como sempre, o equil�brio - havia negociado
e conseguido que os telefonemas acontecessem a cada tr�s dias.
Camilla os amava tanto! Amava como eles se comportavam com ela, como eram um com o outro. O que significavam para o mundo. Mas seus compromissos eram muitos. E,
Camilla sabia, eles ficariam surpresos com o fato de ela se sentir t�o mal por ter de atender �s expectativas de todos, exceto as pr�prias.
Outras dificuldades eram mais pr�ticas do que emocionais. Na primeira vez que havia se registrado num hotel - e que experi�ncia tinha sido! -, ocorreu-lhe que n�o
poderia arriscar usar um cart�o de cr�dito. Se algum recepcionista inteligente ligasse o nome Camilla MacGee, e percebesse quem ela era, com um telefonema para o
jornal da regi�o, Camilla estaria, como seu irm�o Dorian diria, perdida.
Por isso, seu dinheiro estava acabando rapidamente. Orgulho, teimosia e pura irrita��o com sua pr�pria falta de previs�o a impediam de pedir a seus pais para lhe
enviarem dinheiro para prosseguir em sua aventura.
Afinal de contas, isso ia contra um dos objetivos de sua viagem: algumas semanas preciosas de total independ�ncia.
Imaginou se poderia penhorar ou vender algum objeto. Seu rel�gio valia bastantes d�lares. Seria mais do que o suficiente para atender �s suas necessidades. Talvez
descobrisse como fazer isso na pr�xima parada.
Mas por enquanto, era um prazer apenas dirigir Tinha ido para o norte e, depois, para o oeste de Washington, e adorava explorar partes da Virg�nia Ocidental e da
Pensilv�nia.
Havia comido em lanchonetes simples, dormido em colch�es irregulares em hot�is de estrada. Passeara nas ruas de cidades pequenas e grandes, fora empurrada rudemente
pelas multid�es. E pela primeira vez na vida tinha sido ignorada, e repreendida por um atendente de uma loja de conveni�ncia quando parara para tomar um refrigerante.
Era maravilhoso!
Ningu�m, absolutamente ningu�m, a fotografara.
Quando passeara por um pequeno parque ao norte de Nova York, tinha visto dois homens idosos jogando xadrez. Parou para observ�-los, e percebeu que estava atra�da
pela discuss�o deles sobre pol�tica mundial. Havia sido fascinante e encantador
Adorara assistir � chegada do ver�o na Nova Inglaterra. Era tudo t�o diferente de suas casas em Cordina e em Virg�nia! Era t�o... libertador simplesmente vagar por
lugares onde ningu�m a conhecia, ningu�m alimentava qualquer expectativa em rela��o a ela, onde n�o era o centro das aten��es das c�meras.
Estava fazendo algo que somente com sua fam�lia e com os amigos mais �ntimos podia: relaxando!
Todas as noites, para seu pr�prio prazer, recontava os eventos do dia e suas observa��es em um di�rio.
Muito cansada agora, mas prazerosamente cansada, havia escrito no �ltimo dia. Amanh� vou para Vermont. E l� devo decidir se continuo para o leste rumo � costa, ou
se volto. A Am�rica � t�o grande. Nenhum dos livros, nenhuma aula, nenhuma viagem que fiz com minha fam�lia ou a neg�cios me mostraram realmente o tamanho, a diversidade,
a extraordin�ria beleza do pa�s em si, ou dos seus habitantes.
Sou meio americana, e sempre tive orgulho dessa parte de minha heran�a. Estranhamente, quanto mais tempo fico sozinha aqui, mais estrangeira me sinto. Vejo que negligenciei
esta parte de meu sangue. Por�m, n�o mais.
Estou em um pequeno hotel na divisa entre estados, em Adirondack Montains. As montanhas s�o espetaculares. N�o posso dizer o mesmo de meu quarto. � limpo, mas muito
apertado. O conforto se resume em um min�sculo sabonete e duas toalhas t�o �speras quanto lixas. Mas h� uma m�quina de refrigerante do lado de fora da minha porta,
caso eu queira tomar um.
Eu adoraria uma boa ta�a de vinho, mas meu or�amento n�o me permite tais luxos no momento.
Liguei para casa esta noite. Mam�e e papai est�o na fazenda em Virg�nia, com Kristian e Dorian. Sinto saudade deles, do conforto e da seguran�a que eles representam.
Mas estou muito feliz por estar descobrindo quem sou e pelo fato de estar sozinha.
Acredito que sou razoavelmente auto-suficiente, e mais corajosa do que imaginava. Tenho bons olhos para detalhes, excelente senso de dire��o, e sinto-me melhor em
minha pr�pria companhia do que imaginava que pudesse me sentir.
N�o tenho id�ia do que tudo isso significa no grande esquema, mas a experi�ncia de descobrir � muito boa.
Talvez, se o dinheiro acabar, eu possa trabalhar como guia tur�stica.
Camilla adorou Vermont. Amou as montanhas verdes e altas, os muitos lagos, os rios espiralados. Em vez de atravessar para o Maine, ou virar para o oeste, voltando
para o estado de Nova York, ela pegou uma rota dentro do estado, trocando a estrada interestadual por vias secund�rias que cortavam as cidades da Nova Inglaterra,
atrav�s de uma �rea florestal, onde havia muitas fazendas.
Esqueceu o projeto de vender o rel�gio e concentrou-se em procurar um hotel. As janelas do carro estavam abertas para o ar quente de ver�o, o r�dio ligado em volume
alto, e ela comia batatas fritas de um saquinho em seu colo.
Camilla n�o se preocupou quando o c�u foi encoberto por nuvens, pois acrescentava uma interessante luminosidade �s �rvores altas que margeavam a estrada, e o vento
que entrava pelas janelas lhe dava uma leve sensa��o de aventura.
N�o se importou muito quando a chuva come�ou a bater no p�ra-brisa, embora isso significasse ter de fechar as janelas ou ficar ensopada. E quando os raios brilharam
no c�u, ela apreciou o show.
Mas no momento em que a chuva come�ou a apertar, o vento a uivar, e o c�u escureceu de maneira assustadora, Camilla decidiu que era hora de voltar para a estrada
interestadual e procurar abrigo.
Dez minutos depois, estava praguejando e se esfor�ando para conseguir ver a estrada atrav�s da cortina de chuva que o limpador de p�ra-brisa tentava, rapidamente,
afastar.
Sua pr�pria culpa, pensou com tristeza. Estava agora dirigindo em meio � tempestade. E temia que no escuro, com a chuva forte, perdesse... ou que j� tivesse perdido...
a sa�da.
N�o podia ver nada al�m do escuro asfalto, destacado pelos far�is do carro, e a espessa parede de �rvores de cada lado da estrada. Trov�es soavam, e o vento fazia
o carro balan�ar.
Ela considerou parar no acostamento e esperar. Mas sua teimosia... sobre a qual seus irm�os adoravam provoc�-la... a fez prosseguir. Apenas mais alguns quil�metros,
disse a si mesmo, e estaria de volta � estrada principal. Ent�o, encontraria um hotel e ficaria seca e estaria segura, e depois poderia apreciar a tempestade.
Alguma coisa saiu do meio das �rvores e saltou na frente do carro. Camilla teve apenas um instante para ver os olhos brilhantes de um veado em seus far�is e, outro,
para girar o volante num movimento brusco.
O carro derrapou, girou num c�rculo completo na estrada escorregadia e acabou, com o ru�do assustador de metal, com a frente dentro de um buraco.
Por alguns minutos, n�o houve som, exceto o da chuva e o de sua pr�pria respira��o ofegante. Ent�o, um raio brilhou para tir�-la do estado de choque.
Ela respirou devagar, exalou o ar. Repetir isso tr�s vezes, normalmente, a ajudava a se acalmar. Mas dessa vez praguejou na terceira expira��o. Ent�o, bateu no volante,
cerrou os dentes, e engatou marcha � r�.
Quando pisou forte no acelerador, as rodas giraram, mas o carro n�o saiu do lugar. Ela tentou movimentar o carro... para a frente, para tr�s, para a frente, para
tr�s. Sem sucesso.
Desistindo, xingando a si mesma, saiu na chuva para avaliar a situa��o.
N�o podia ver qualquer dano al�m de um p�ra-choque amassado... mas estava escuro. Mais escuro ainda, notou, pois um dos far�is havia quebrado. O carro n�o estava
apenas metade fora da estrada, os pneus da frente estavam profundamente atolados.
Tremendo, agora, enquanto a chuva a ensopava, ela entrou no carro de novo e pegou o celular Precisava chamar um reboque, e n�o tinha id�ia de como fazer isso. Mas
imaginou que a telefonista pudesse conect�-la.
Camilla ligou o telefone e olhou para a tela. Sem servi�o.
Perfeito, pensou, deprimida. Absolutamente perfeito! Dirijo no meio do nada porque as �rvores s�o bonitas, canto alegremente no meio de uma tempestade de ver�o e
acabo saindo da estrada e entrando em um buraco por causa de um veado tolo no �nico lugar do mundo que n�o existe servi�o de telefone celular.
Parecia que a pr�xima parte de sua aventura seria passar a noite no carro, totalmente molhada.
Ap�s dez minutos, o desconforto a enviou de volta para a chuva, e para o porta-malas, a fim de pegar sua sacola.
Pr�xima aventura: tirar roupas molhadas e vestir roupas secas no interior de um carro, no acostamento da estrada.
Quando come�ou a retirar a mala, viu o brilho fraco de far�is atrav�s da chuva. Ela n�o hesitou, correu para a lateral do carro, enfiou uma das m�os pela janela
e buzinou tr�s vezes. Escorregou, quase caindo com o rosto dentro do buraco, ent�o, voltou trope�ando para a estrada, onde acenou os bra�os freneticamente.
Nenhum ve�culo branco tinha parecido mais magn�fico do que a caminhonete batida que reduziu a velocidade e parou ao seu lado. Nenhum cavaleiro em armadura brilhante
j� parecera t�o her�ico como a figura escura que abriu a janela e a olhou.
Camilla n�o podia ver a cor dos olhos dele, nem mesmo calcular a idade do homem devido � pouca luz e � chuva pesada. Contemplou, apenas, o vago formato do rosto
e os cabelos desalinhados quando se aproximou.
- Estou com problemas - come�ou ela.
- N�o brinque.
Ela viu os olhos dele... eram verdes como vidro, e pareciam estar irritados, sob sobrancelhas escuras que se uniam numa carranca. Ele a fitou como se ela fosse uma
pequena inconveni�ncia, um fato que a deixou furiosa, quando deveria se esfor�ar para ser grata, e observou o carro.
- Voc� n�o deveria parar em cima do acostamento durante uma tempestade como esta - gritou ele sobre o barulho do vento. - Nem dirigir seu carro para fora dele.
- Este � certamente um conselho muito �til. - O tom de Camilla tomou-se frio, e horrivelmente educado... uma habilidade que tinha levado seus irm�os a apelid�-la
de Princesa Meticulosa.
Os olhos dele voltaram a fit�-la com um brilho que poderia ser humor Ou raiva.
- Eu apreciaria muito se voc� me ajudasse a voltar para a estrada.
- Acredito que apreciaria. - A voz dele era profunda, rouca e um pouco aborrecida. - Por�m, uma vez que deixei minha roupa de super-homem no planeta Krypton, lamento
que voc� esteja sem sorte.
Camilla o estudou longamente. Ele possu�a um rosto forte, podia ver isso agora. Magro e sombreado pelo que parecia ser dois ou tr�s dias de barba por fazer. A boca
era firme e s�ria. O tipo de boca de um professor que dava serm�es. Camilla n�o estava com humor para isso. Lutou contra um tremor de frio, lutou para manter sua
dignidade.
- Deve haver algo que possa ser feito.
- Sim. - A express�o dele lhe dizia que n�o estava feliz com aquilo. - Entre. Vamos para minha casa, chamar um reboque.
No carro? Com ele? N�o fale com estranhos.
O conselho de Marian ecoou nos ouvidos dela. � claro, Camilla tinha ignorado o conselho d�zias de vezes nos �ltimos dez dias. Mas entrar no carro de um estranho,
em uma estrada deserta?
Todavia, se ele pretendesse machuc�-la, n�o precisava faz�-la entrar no carro. Poderia simplesmente descer, dar-lhe uma pancada na cabe�a e acabar com aquilo.
Ent�o, ante a escolha de passar horas dentro de um carro in�til ou arriscar acompanh�-lo e encontrar um lugar seco e, se Deus permitisse, caf� quente, Camilla assentiu.
- Minha bagagem est� no porta-malas - disse ela.
- �timo. V� apanh�-la.
Com aquilo, ela piscou. Ent�o, quando ele simplesmente continuou olhando-a com express�o severa, Camilla cerrou os dentes.
Ele estava longe de ser um brilhante cavalheiro, ela pensou enquanto andava no meio da chuva para pegar a bagagem. Era um homem rude e muito mal-educado.
Mas se tivesse um telefone e um pote de caf�, Camilla ignoraria isso.
Ela jogou as malas no banco de tr�s e se acomodou no assento de passageiro.
Foi quando viu que o bra�o direito dele estava enfaixado, imobilizado numa tip�ia junto ao corpo. Imediatamente, sentiu-se culpada.
Naturalmente, se estava ferido, ele n�o poderia ajud�-la com o carro, ou com as malas. E, provavelmente, estava sendo mal-educado devido ao desconforto. Para compensar
a si mesma pelos pensamentos maldosos, enviou-lhe um sorriso brilhante.
- Muito obrigada por me ajudar. Tive medo de que teria de passar a noite no carro, ensopada.
- Voc� n�o estaria molhada se tivesse ficado dentro do carro.
Camilla teve vontade de responder rudemente, mas engoliu. Diplomacia, mesmo quando n�o era merecida, fazia parte de seu treinamento.
- Verdade. Ainda assim, apreciei o fato de voc� ter parado, senhor..
- Caine. Delaney Caine.
- Sr. Caine. - Ela afastou os cabelos molhados enquanto ele dirigia na tempestade. - Eu sou Camilla. - Ent�o parou, hesitando um pouco quando percebeu que estava
prestes a dizer MacGee -, Breen - finalizou, dando a si mesma o sobrenome de Marian. - Como voc� machucou o bra�o?
- Ou�a, vamos descartar conversas educadas. - Ele estava dirigindo com apenas uma das m�os, no meio de uma tempestade violenta, e a mulher queria conversar Incr�vel!
- N�S dois apenas queremos sair da chuva e coloc�-la de volta na estrada, a fim de que voc� siga sua viagem, seja para onde for
Ele era mais do que mal-educado, decidiu Camilla.
- Muito bem. - Ela virou a cabe�a e olhou pela janela lateral.
Uma vantagem, decidiu. O homem n�o a olhara duas vezes... mal a tinha olhado uma vez. Ela n�o teria de se preocupar que ele a identificasse como uma princesa em
apuros.
Dois
Oh, ele certamente a olhara.
Podia estar escuro, ela podia estar molhada e furiosa, mas aquele tipo de beleza conseguia vencer qualquer obst�culo.
Delaney tinha visto uma mulher molhada, alta e esbelta, de blusa e jeans colados a cada curva delicada. Vira um rosto oval p�lido, dominado por olhos dourados e
uma boca grande, coroado por cabelos curtos que eram da cor do fogo com a chuva.
Ouvira uma voz que continha o sotaque do sul e da Fran�a, simultaneamente. Era uma combina��o cl�ssica e elaborada que indicava aristocracia.
Tamb�m tinha notado a leve hesita��o quando ela lhe dissera seu nome, e percebera que havia mentido. Apenas n�o se importava com o fato, ou com nada mais que se
relacionasse com a mulher
Ela era, naquele momento, nada mais do que uma perturba��o. Ele queria chegar em casa. Ficar sozinho. Tomar alguns rem�dios que diminuiriam a dor em seu ombro e
nas costelas. A umidade e a chuva o estavam matando.
Tinha trabalho a fazer, e lidar com ela, provavelmente, tomaria uma hora de sua noite de trabalho.
Acima de tudo, ela realmente queria conversar O que havia com as pessoas e sua constante necessidade de ouvir vozes? Particularmente suas pr�prias vozes.
O �nico benef�cio de ter de deixar o trabalho de escava��o na Fl�rida e se recuperar em casa era o fato de estar em casa. Sozinho. Sem amadores tentando chegar ao
local sem um convite, sem alunos o perturbando com perguntas, sem imprensa em busca de entrevistas.
E claro, o lado negativo era que ele n�o percebera o qu�o problem�tico seria lidar com papelada, com livros... tudo essencialmente com uma �nica m�o.
Mas estava se virando. Na maior parte do tempo.
Aquela chatea��o demoraria apenas cerca de uma hora, lembrou a si mesmo. N�o poderia ter deixado uma mulher sozinha na estrada no meio de uma tempestade. Certo,
tinha considerado isso... mas somente por alguns segundos. Um minuto, no m�ximo.
Refletindo, Del n�o notou que ela estava tremendo no assento ao lado. Mas notou quando se inclinou irritadamente para ligar o aquecedor
Ele apenas resmungou e continuou dirigindo.
Mal-educado era um adjetivo muito fraco para defini-lo, pensou Camilla. Delaney Caine estava caindo no seu conceito a cada segundo. Quando ele virou numa estrada
estreita e t�o esburacada que a fez se sacudir no banco, Camilla decidiu que ele n�o merecia o status de ser humano, e o reduziu para um animal irracional.
Com frio, desconforto, irrita��o, ela tentou definir o formato da estrutura � frente deles. Era uma constru��o aninhada numa esp�cie de bosque, e parecia ser algum
tipo de chal�. Sup�s que era de madeira... certamente escuro. Teve um vislumbre do gramado, grande demais, e de uma varanda na frente da casa quando ele manobrou
a caminhonete ao redor de um caminho enlameado para os fundos da constru��o, onde uma l�mpada amarela sem globo estava acesa, ao lado da porta.
- Voc�... mora aqui?
- �s vezes. - Ele abriu a porta do carro. - Pegue o que precisa, deixe o resto. - E com isso saiu na chuva e foi para a porta dos fundos.
Uma vez que precisava, mais do que respirar, vestir roupas quentes e secas, Camilla pegou sua bagagem e levou-a para o chal�. Teve de manobrar para abrir a porta,
pois ele n�o se incomodara em esper�-la ou segurar a porta aberta, como qualquer homem das cavernas com o c�rebro do tamanho de uma ervilha teria feito.
Ofegante, ela empurrou a porta e entrou numa min�scula �rea de servi�o. Era, em uma palavra, imunda... como tudo ali dentro. Botas, casacos, chap�us, luvas, baldes,
p�s! Sob uma montanha de baldes, p�s de pedreiro e roupas havia, ela presumiu, uma pequena m�quina de lavar e uma secadora.
Cochon, pensou em franc�s. O homem era, na verdade, um porco.
A opini�o n�o mudou quando Camilla andou um pouco e chegou � cozinha. A pia estava repleta de lou�a, a pequena mesa coberta com mais lou�a. Juntamente com pap�is,
havia dois copos, um pacote aberto de cookies e diversos tocos de l�pis.
Os p�s de Camilla grudavam no ch�o e faziam ru�dos enquanto ela andava.
- Vejo que �gua e sab�o s�o produtos de consumo raro em Vermont.
Ela falou aquilo docemente, com um sorriso educado. Ele apenas deu de ombros.
- Despedi a faxineira. Ela n�o deixava minhas coisas em paz.
- Pergunto-me como ela poderia encontrar suas coisas debaixo da sujeira.
- Caminh�o de resgate - murmurou ele e pegou uma lista telef�nica velha.
Pelo menos, Delaney Caine parecia ser limpo, pensou ela. Isso j� era alguma coisa. Estava vestido de modo desleixado, e as botas, sujas, mas as m�os e os cabelos,
apesar de longos, molhados e despenteados, pareciam limpos. Ela pensou que at� mesmo o rosto poderia ser bonito, de certa maneira, debaixo daquela barba irregular
Era um rosto forte, com uma express�o distante, mas os olhos brilhavam. E pareciam bastante inteligentes.
Camilla esperou, com uma paci�ncia admir�vel, pensou, enquanto ele procurava o n�mero. Ent�o, Delaney pegou o telefone, come�ou a apertar uma tecla. Praguejou.
- O telefone est� sem linha.
N�o, ela pensou, o destino n�o poderia ser t�o cruel.
- Tem certeza?
- Neste planeta, quando o telefone est� mudo, significa que n�o h� linha.
Eles se entreolharam com o mesmo n�vel de medo e irrita��o. Os dentes de Camilla amea�aram bater.
- Talvez voc� possa me levar � hospedaria mais pr�xima, ou para um hotel.
Del olhou para a janela quando outro rel�mpago brilhou na vidra�a.
- Trinta e cinco quil�metros nessa tempestade com ventos fortes. - Ele esfregou o ombro dolorido, distraidamente. Com dois bra�os bons, poderia ter arriscado isso,
apenas para se livrar dela. Mas, com um �nico bra�o, n�o valia a pena. - Acho que n�o.
- O que voc� sugere?
- Sugiro que voc� vista roupas secas antes que fique doente... o que s� complicaria as coisas para mim. Ent�o veremos se conseguimos achar alguma coisa para comer
neste lugar, e fazer o melhor poss�vel da situa��o.
- Sr. Caine, isso � incrivelmente gentil de sua parte, mas eu n�o gostaria... - Ela espirrou, tr�s vezes seguidas.
- Fim do corredor - disse ele, apontando. - Suba a escada. O banheiro fica no final. Vou fazer um caf�.
Com muito frio para discutir ou pensar em uma alternativa, Camilla pegou as malas novamente, lutou com elas ao longo do pequeno corredor e escada acima. Como um
cavalo vendado indo para a linha de chegada, manteve o olhar � frente e entrou no banheiro.
Trancou a porta.
Havia toalhas no ch�o, pasta de dente sem tampa sobre a pedra da pia branca, que, apesar de n�o estar brilhando, pelo menos parecia ter sido lavada em algum momento
nos �ltimos seis meses.
Havia tamb�m, ela logo descobriu, �gua quente.
No minuto em que entrou no chuveiro, o prazer daquilo apagou quaisquer outras sensa��es. Deixou a �gua banhar seu corpo, cair sobre sua cabe�a. Quase dan�ou sob
a ducha. Quando o calor lhe aqueceu os ossos, simplesmente fechou os olhos e suspirou.
Foi com algum pesar que fechou as torneiras e saiu do banho. Localizando uma toalha com apar�ncia razoavelmente limpa, pendurada em um suporte, envolveu o corpo
enquanto procurava uma cal�a e uma blusa.
Tinha vestido as roupas de baixo quando a luz acabara.
Camilla gritou. N�o p�de evitar, e bateu o quadril com for�a contra a pia antes que pudesse se controlar
Suas m�os tremiam e seu nervosismo aumentou enquanto tentava se vestir no escuro.
- Sr Caine! - gritou no momento que saiu do banheiro. O lugar estava totalmente escuro.
- Sim, sim, n�o estoure a veda��o.
Ela o ouviu subindo a escada, percebeu o estreito feixe de luz o acompanhando.
- A eletricidade acabou - disse Del.
- Eu nunca teria adivinhado.
- Hora perfeita para sarcasmo - murmurou ele. - N�o saia da�. - Ent�o desapareceu com a luz dentro de um outro c�modo. Voltou com a lanterna e lhe ofereceu uma vela
acesa. - Acabou? - perguntou, gesticulando com a cabe�a na dire��o do banheiro.
- Sim, obrigada.
- �timo. - Ele come�ou a se afastar, e o pr�ximo estrondo de trov�o a fez segui-lo rapidamente.
- O que fazemos agora?
- Vamos acender um fogo, beber caf�, esquentar uma sopa e desejar que voc� estivesse em algum outro lugar.
- N�o vejo raz�o para voc� ser rude. N�o tenho culpa pela ocorr�ncia de uma tempestade. - Ela trope�ou sobre um par de sapatos e colidiu contra as costas dele.
- Droga! - A colis�o causou uma dor aguda no ombro de Del. - Cuidado!
- Desculpe-me. Se voc� n�o vivesse como um porco, eu n�o trope�aria em sua bagun�a.
- Ou�a, entre ali. - Ele apontou para a porta da frente do chal�. - Sente-se. Fique fora do caminho.
- Com prazer. - Camilla entrou na sala, ent�o estragou o efeito soltando um grito abafado. - Estes s�o - ela ergueu uma das m�os, tr�mula, na dire��o ao que sua
vela tinha iluminado sobre uma mesa abarrotada -, ossos?
Del apontou a lanterna para os ossos embalados era pl�stico imperme�vel.
- Sim. Humanos, na maior parte - replicou ele de modo casual enquanto ia para a lareira. - N�o se preocupe. - Abaixou-se para acender o fogo. - Eu n�o matei ningu�m.
- Oh, verdade? - Ela estava dando um passo atr�s, perguntando-se o que poderia usar como arma.
- A dona original morreu aproximadamente 7 mil anos atr�s... mas n�o na queda que fraturou um bom n�mero destes ossos. De qualquer forma, ela n�o sente falta deles.
- Ele acendeu o fogo.
- Por que voc� os tem?
- Eu os achei... em uma escava��o na Fl�rida.
Del colocou algumas toras de madeira na lareira e endireitou o corpo. O fogo crepitou nas costas dele, iluminando-o.
- Voc�... cava t�mulos? - Camilla conseguiu perguntar, tentando disfar�ar o horror na voz.
Pela primeira vez ele sorriu. Um sorriso t�o brilhante quanto os raios que iluminavam o c�u.
- De certa forma. Relaxe... como � o seu nome, mesmo?
Ela umedeceu os l�bios.
- Camilla.
- Certo. Bem, relaxe, Camilla. Sou arque�logo, n�o um cientista maluco. Vou buscar o caf�. N�o toque em meus ossos... ou em nada, a prop�sito.
- Eu n�o sonharia com isso. - Ela tamb�m n�o sonharia em ficar sozinha, no escuro, numa noite de tempestade, com uma pilha de ossos humanos! Independentemente de
qu�o bem empacotados estivessem ou de qu�o velhos fossem. - Eu ajudo voc�. - Porque queria disfar�ar seu desconforto, Camilla sorriu. - Parece que voc� aceitaria
uma ajuda.
- Suponho que sim. - O ferimento ainda o irritava.
- Ou�a, tem um quarto vago no andar de cima. Voc� pode dormir l�. Cuidaremos do seu carro pela manh�.
- Obrigada. - Ela estava aquecida, seca e o aroma do caf� era maravilhoso. As coisas poderiam ter sido muito piores. - Estou verdadeiramente agradecida, sr. Caine.
- Caine, apenas Caine, ou Del. - Quando ele andou de volta para a �rea de servi�o, Camilla o seguiu.
- Aonde voc� vai?
- O qu�? - Ele parou no ato de pegar uma capa de chuva. N�o estava acostumado a explicar seus movimentos. - N�s iremos precisar de �gua. Chuva, �gua, balde - disse,
pegando um dos baldes. - E h� um gerador no galp�o. Talvez eu consiga faz�-lo funcionar. N�o mexa nas minhas coisas - acrescentou, e saiu para a tempestade.
- N�o sem uma inje��o contra t�tano, acredite-me - murmurou ela quando Del saiu e fechou a porta.
Com medo do que poderia encontrar, Camilla abriu uma porta do arm�rio da cozinha. Depois outra, e outra. Enquanto as primeiras tr�s estavam vazias, achou o que sup�s
ser a �nica lou�a limpa na �ltima porta.
Serviu caf� numa caneca lascada, e deu o primeiro gole cautelosamente. Ficou encantada e impressionada por que Del fazia um caf� maravilhoso.
Estimulada por isso, olhou ao redor da cozinha. N�o podia ficar parada no meio da sujeira sem fazer nada. Se eles iriam comer, teria de imaginar uma maneira de cozinhar
naquele lugar.
Havia muita lataria na despensa, entre elas, duas latas de sopa de tomate. Era alguma coisa. Animada, ela abriu a geladeira.
Embora n�o estivesse suja, estava quase vazia. Camilla franziu o cenho para tr�s ovos, um peda�o de queijo muito velho, uma caixa de meia d�zia de cerveja... da
qual duas tinham sido consumidas. E, para seu prazer, uma garrafa de um excelente vinho tinto.
As coisas estavam melhorando.
Havia meio litro de leite, o qual, ap�s um teste de cheiro, provou estar fresco, e um litro de �gua numa garrafa.
Enrolando as mangas da blusa, a princesa Camilla come�ou a trabalhar
Quinze minutos depois, armada com seu pr�prio balde, saiu do chal�. Mal podia enxergar o galp�o atrav�s da chuva, mas ouviu o barulho de coisas batendo e a voz de
Delaney praguejando. Decidindo que ele continuaria ocupado por algum tempo ainda, ela trocou o balde com �gua at� a metade pelo seu, e levou-o para dentro.

Se tivesse alguma ilumina��o, pensou Del enquanto chutava o pequeno gerador mais uma vez, poderia consert�-lo. O problema era que, para conseguir a maldita ilumina��o,
precisava consert�-lo.
O que significava que n�o iria fazer o gerador funcionar antes do amanhecer, e, refletiu amargamente, havia perdido quase uma hora tateando ao redor de um galp�o
abarrotado, e batido com o ombro dolorido incont�veis vezes.
Cada cent�metro de seu corpo do�a, de uma maneira ou de outra. E ainda estava molhado, com frio e no escuro.
Se fosse apenas para si mesmo, n�o teria se importado com o gerador, teria aberto uma lata qualquer, comido um jantar frio e trabalhado � luz de velas.
Mas precisava pensar na mulher. Detestava pensar em uma mulher sob as melhores das circunst�ncias... e aquelas estavam longe de ser as melhores.
- Uma mulher extravagante, tamb�m - murmurou, direcionando a lanterna ao redor do galp�o para ver se havia algo que pudesse usar no chal�. - Fugindo de alguma coisa.
Provavelmente, de um marido rico que n�o lhe comprava j�ias suficientes.
N�o era da sua conta, lembrou a si mesmo. Ela desapareceria de sua vida no dia seguinte, e ele poderia voltar a trabalhar sem interrup��es.
Del virou-se, bateu a canela no gerador, e, literalmente, uivou de dor, enquanto a de sua clav�cula quebrada aumentava. Suor escorreu pelo seu rosto, e precisar
se apoiar na parede para esperar que a tontura passasse.
Seus ferimentos eram o motivo pelo qual ainda n�o estava no local de escava��o da Fl�rida... um lugar que lhe era muito especial desde o come�o, tr�s temporadas
atr�s. Podia lidar com aquilo. Algu�m tinha de fazer os relat�rios escritos, os di�rios, as cataloga��es e o trabalho de laborat�rio.
Del preferia que essa pessoa fosse ele mesmo.
Mas detestava a inconveni�ncia dos ferimentos. E a fraqueza que o molestava, al�m da dor Mal podia se vestir sem provocar mais danos aos ossos quebrados, ao ombro
deslocado, �s costelas feridas.
Nem mesmo era capaz de amarrar os pr�prios sapatos.
Era uma situa��o terr�vel!
Bastante firme para resmungar sobre sua instabilidade, pegou a lanterna que havia derrubado e voltou para o chal�. Parou para pegar o balde de �gua da chuva e praguejou
quando at� mesmo aquele peso lhe causou dor
Na �rea de servi�o, Del p�s o balde no ch�o, tirou a capa de chuva, ent�o, foi diretamente em busca de uma caneca na cozinha.
Quando se dirigiu para a cafeteira, n�o a encontrou.
Levou um minuto para perceber - Del n�o notava detalhes a menos que se determinasse a not�-los - que n�o apenas a cafeteira havia desaparecido, como toda a lou�a
que estivera empilhada na pia, sobre a mesa e os balc�es.
N�o se lembrava de ter lavado nada. N�o era uma tarefa da qual se ocupava at� que n�o possu�sse mais op��es. Confuso, abriu o arm�rio e observou a pilha de pratos
limpos.
Os balc�es e a mesa estavam limpos. Ele franziu o cenho, pensativo, quando viu suas anota��es e pap�is organizados numa pilha.
Mas, mesmo enquanto andava pelo chal�, preparado para arranhar um pouco da pele rosada e suave de Camilla, o aroma de caf�... e comida... o atingiu com for�a total,
lembrando-o que n�o comia h� horas, e o fazendo sepultar a onda de raiva sob o apetite.
L� estava ela, mexendo um molho sobre o fogo da lareira. Ele notou que Camilla havia improvisado uma grelha, provavelmente uma das prateleiras do forno, prendendo
as pontas com alguns tijolos.
Lembrou que os tijolos tinham sido empilhados na varanda da frente, mas n�o tinha id�ia por qu�.
Rica em expedientes, admitiu ele com raiva, e notou que, para uma mulher magra, ela possu�a um traseiro excelente.
- Eu lhe disse para n�o mexer nas minhas coisas. Camilla n�o se moveu. Ele caminhava pesadamente pelo
chal�. Ela sabia de sua presen�a ali.
- Estou com fome. Recuso-me a cozinhar ou comer num chiqueiro. N�o mexi muito nos pap�is na cozinha. Foi com a sujeira que me preocupei.
E os pap�is, pensou ela, eram fascinantes. Pelo que entendera da letra de Del, de qualquer forma.
- Eu sabia onde tudo estava.
- Bem. - Camilla endireitou o corpo, virou-se para encar�-lo. - Agora voc� ter� de encontrar onde tudo est�. Em duas pilhas ordenadas. N�o tenho id�ia de como voc�...
- Ela parou quando viu sangue escorrendo de uma das m�os dele. - Oh, o que aconteceu?
Del olhou para baixo, notou o corte superficial no dorso da m�o boa e suspirou.
- Bem, o que � um ferimento a mais?
Mas Camilla estava se aproximando, segurando a m�o machucada e murmurando sobre o corte de um jeito maternal.
- Volte para a cozinha - ordenou ela. - Voc� est� derramando sangue na sala inteira.
N�o era um grande ferimento. Ningu�m nunca tinha se preocupado com seus cortes e arranh�es antes... nem mesmo sua m�e. Del sup�s que aquilo se devia ao fato de que
sua m�e j� sofrera muitos ferimentos, tamb�m. Pego de surpresa, ele se deixou conduzir de volta para a cozinha, onde Camilla p�s sua m�o dentro da pia.
- Fique a� - ordenou ela, como se estivesse falando, pensou ele, com um animalzinho de estima��o. Ou, pior... com um criado.
Camilla achou um pano, umedeceu-o no balde de �gua e come�ou a limpar-lhe a m�o.
- Como voc� se cortou?
- N�o sei. Estava escuro.
Ela examinou o ferimento limpo.
- Voc� tem uma caixa de primeiros socorros? Anti-s�ptico?
- Foi s� um arranh�o - come�ou ele, mas desistiu e fez uma careta para o olhar fulminante de Camilla. - L� atr�s - gesticulou vagamente.
Ela foi para a �rea de servi�o e Del a ouviu batendo portas do gabinete... e murmurando:
- Vous �tes u espece de cochon, et gauche aussi.
- Se vai praguejar contra mim, fa�a em ingl�s.
- Eu disse que voc� � um porco, e desajeitado, tamb�m. - Ela voltou com um kit de primeiros socorros, e ocupou-se em procurar um anti-s�ptico.
Del come�ou a lhe dizer que sabia do que ela o xingara, mas, ent�o, conteve-se. Por que arruinar o pouco divertimento que poderia ter durante aquela experi�ncia
dif�cil?
- N�o sou desajeitado.
- Ha! Isso explica porque seu bra�o est� enfaixado e sua m�o sangrando.
- Este � um ferimento relacionado ao trabalho - come�ou Del, mas quando ela se virou para cuidar de sua m�o, ele espirrou. Aquela rea��o b�sica a uma grande perman�ncia
na chuva fez sua vis�o emba�ar. Quase perdeu o equil�brio, lutando para respirar enquanto suas costelas do�am de forma aguda, e seu est�mago se contorcia.
Camilla olhou para cima, viu a dor nos olhos verdes, o rosto branco como cera.
- O que foi? - Sem pensar, ela passou os bra�os ao redor da cintura dele a fim de apoiar o corpo que tremia. - Voc� devia se sentar.
-Apenas... - Tentando firmar-se, ele a empurrou levemente para tr�s. Sua vis�o ainda estava nublada nos cantos, fazendo-o se esfor�ar para clare�-la. - Algumas costelas
machucadas - conseguiu murmurar quando recuperou o f�lego. Com a express�o de culpa e horror de Camilla, Del sorriu. - Ombro deslocado, clav�cula quebrada... ferimentos
relacionados com o trabalho.
- Oh, pobrezinho. - Compaix�o sobrepujou todos os outros sentimentos. - Venha, vou ajud�-lo a subir Voc� precisa de roupas secas. Estou fazendo uma sopa, e ter�
uma refei��o quente. Deveria ter me contado que est� seriamente ferido.
- Eu n�o estou... - Del parou de falar novamente. O aroma de Camilla era fabuloso... e ela estava cozinhando. E sentindo pena dele. Por que ser tolo? - N�o � t�o
ruim assim.
- Os homens s�o tolos em n�o admitir quando est�o machucados. Vamos precisar da lanterna.
- No meu bolso de tr�s.
-Ah! - Ela conseguiu escor�-lo, movimentou o corpo. Del n�o se importou nem um pouco quando os seios firmes de Camilla se aninharam contra seu lado bom. Ou quando
dedos longos e estreitos deslizaram sobre sua n�dega para puxar a lanterna do bolso de seu jeans.
Realmente, n�o podia dizer que se importava. E aquilo lhe desviava a mente da dor
Ele a deixou conduzi-lo para cima, onde se sentou na lateral de sua cama desfeita. De l�, podia observ�-la andando ao redor, encontrando mais velas para acender.
- Roupas secas - disse Camilla, e come�ou a abrir as gavetas da c�moda. Ele abriu a boca para protestar, mas ela virou-se com uma cal�a jeans e um moletom nos bra�os,
e o fitou com um sorriso encantador.
- Voc� precisa que eu o ajude.... hum, a trocar de roupa?
Del pensou na pergunta. Sabia que n�o deveria... era um passo muito avan�ado. Mas imaginou que se um homem pelo menos n�o pensasse em ser despido por uma linda mulher,
poderia tamb�m dar um tiro na pr�pria cabe�a e acabar com tudo.
-... N�o, obrigado. Posso me virar.
- Tudo bem, ent�o. Vou descer para ver a sopa. Chame, se precisar de ajuda.
Camilla desceu rapidamente, para mexer a sopa e repreender-se.
Chamara-o de porco. O pobre homem n�o poderia limpar a casa quando estava machucado e com dor O fato de ter sido t�o impaciente, antip�tica e ingrata a envergonhou.
Pelo menos, podia deix�-lo o mais confortavelmente poss�vel agora, dar-lhe um prato quente de sopa.
Ela foi arrumar as almofadas soltas no sof�... e tossiu violentamente com o p� que subiu. Aquilo a irritou de novo. Realmente, o lugar inteiro precisava ser virado
de ponta-cabe�a e sacudido.
Del tinha dito que despedira a faxineira porque ela mexera em suas coisas. Camilla n�o duvidava disso nem por um minuto. Ele, obviamente, possu�a um temperamento
terr�vel. Mas talvez as finan�as tamb�m representassem um problema. Sendo arque�logo, provavelmente vivia de doa��es, ou algo assim.
Ela teria de encontrar um meio de enviar-lhe pagamento pela noite de hospedagem... depois que vendesse o rel�gio.
Quando ele desceu, Camilla tinha cumbucas, canecas e papel-toalha dobrado, em vez de guardanapos, sobre a mesinha de centro. Havia velas acesas, a luz do fogo e
o delicioso aroma de sopa quente.
Ela sorriu... ent�o, o olhou por um momento, e, por que os cabelos de Del estavam secos agora, p�de ver que n�o eram castanhos. Ou n�o somente castanhos, como tinha
presumido. Possu�am diversas mechas mais claras, provavelmente devido ao sol. Ca�am sobre o colarinho da camisa.
Cabelos maravilhosos! teve de admitir, num estilo desalinhado que, de alguma maneira, combinava com os olhos verde-garrafa.
- Voc� vai se sentir melhor depois que comer.
Ele j� estava se sentindo muito melhor depois de tomar um de seus analg�sicos. O latejar havia diminu�do para uma dor irritante. Estava contando com a comida para
eliminar isso.
Teria dado tudo por um banho quente, mas um homem n�o poderia ter tudo.
- O que temos para o jantar?
- Potage. - Ela deu � palavra, de modo deliberado, um som elegante. - Cr�me de tomate avec pomme de terre. - Rindo, bateu a colher contra a panela. - Voc� tinha
muitas latas, ent�o eu misturei a sopa com batatas e usei um pouco de leite. Ficaria muito melhor com algumas ervas, mas n�o existe isso em sua despensa. Sente-se.
Relaxe. Eu vou servir
Em circunst�ncias normais, Del n�o gostava de ser mimado. Pelo menos, achava que n�o. Na verdade, n�o podia se lembrar de ter sido mimado alguma vez. Todavia, aquela
n�o era o que as pessoas considerariam uma noite normal, e ele poderia aproveit�-la.
- Voc� n�o parece do tipo que cozinha... e mais do tipo que tem uma cozinheira.
Aquilo a fez franzir o cenho. Achava que parecia uma mulher muito normal, muito comum.
- Sou uma �tima cozinheira. - Camilla serviu a sopa. Porque aquilo a interessara, tivera aulas particulares com um fabuloso chef. - Mas esta � minha primeira tentativa
em fogo aberto.
- Parece que voc� conseguiu. O cheiro est� delicioso, tamb�m. - Aquele era o modo de Del elogiar... assim como seu murm�rio antecipado foi sua maneira de agradecer
quando ela lhe entregou a cumbuca.
- Eu n�o sabia o que voc� ia querer beber Caf� ou leite? Tem cerveja... e vinho.
Caf�. Tomei alguns rem�dios, portanto � melhor evitar o �lcool. - Ele j� estava tomando a sopa quando ela continuou parada � sua frente, esperando. Del a olhou.
- O que foi?
Camilla reprimiu um suspiro. J� que ele n�o tinha a cortesia de oferecer, ela teria de pedir.
- Eu gostaria de um copo de vinho, se voc� n�o se importar.
- N�o me importo.
- Obrigada. - Mantendo os dentes cerrados, ela serviu caf�, ent�o foi para a cozinha. Como, perguntou-se, um homem podia passar a vida sem aprender boas maneiras?
Camilla abriu a garrafa de vinho, e, ap�s uma breve hesita��o, levou a garrafa para a sala.
Tomaria dois copos, decidiu, e lhe enviaria o custo da garrafa juntamente com o dinheiro pela hospedagem.
Uma vez que Del j� tinha tomado toda a sopa da cumbuca, ela lhe serviu uma segunda, uma para si mesma e se acomodou.
J� tinha enfrentado in�meros jantares tediosos, eventos oficiais e sociais. Certamente, poderia enfrentar uma �nica noite de tempestade com Delaney Caine.
- Ent�o, voc� deve viajar bastante em seu trabalho.
- Faz parte.
- Voc� gosta do que faz?
- Seria estupidez trabalhar com algo que eu n�o gostasse, n�o �?
Camilla assumiu sua express�o diplom�tica e deu um gole no vinho.
- Algumas pessoas t�m poucas escolhas em certas �reas de suas vidas. Trabalham onde vivem. Como vivem. Infelizmente, sei muito pouco sobre sua �rea. Voc� estuda...
ossos?
- �s vezes. - Ele deu de ombros quando ela arqueou uma das sobrancelhas. Conversa fiada, pensou. Nunca vira raz�o para isso. - Civiliza��es, arquitetura, habitat,
tradi��es, religi�es, culturas. Algo aproximado da antropologia. E ossos, porque eles s�o parte do que restou daquelas civiliza��es.
- O que voc� procura em seus estudos?
- Respostas.
Camilla assentiu para aquilo. Sempre queria respostas.
- Para que perguntas?
- Todas.
Ela se levantou para lhe servir uma outra caneca de caf�.
- Voc� � ambicioso.
- N�o. Curioso.
Quando os l�bios de Camilla se curvaram dessa vez, n�o foi com um sorriso educado. Era um sorriso generoso e caloroso que iluminou o rosto dela lindamente, e os
olhos. E fez o est�mago de Del se contrair
- Isso � muito melhor do que ambi��o.
- Voc� acha?
- Com certeza. Ambi��o pode ser... geralmente � algo limitado. Curiosidade � algo amplo e libertador, aberto a possibilidades. O que seus ossos lhe dizem? - Ela
riu, ent�o gesticulou para a mesa lateral desordenada, antes de se sentar de novo. - Aqueles ossos.
Qual era o problema?, pensou ele. Teria de escrever sobre eles de qualquer forma. N�o machucaria falar sobre o assunto... de um modo limitado.
- Ela tinha aproximadamente 45 anos quando morreu - come�ou Del.
- Ela?
- Isso mesmo. Uma americana nativa. Ela sofreu diversas fraturas... perna e bra�o, provavelmente de uma queda... muitos anos antes de morrer. O que indica que sua
cultura era menos n�made do que se acreditava, e que a doen�a e os ferimentos foram cuidados, tratados.
- Bem, � claro que eles cuidariam dela.
- N�o existe "� claro" nesse assunto. Em algumas culturas daquele tipo, o tipo que incapacitava e impedia os feridos de serem um estorvo para a tribo, isso teria
resultado em abandono.
- Bem, crueldade n�o � nada novo - murmurou ela.
- N�o, assim como efici�ncia tamb�m, ou sobreviv�ncia dos mais fortes. Mas, nesse caso, a tribo se importava com doentes e feridos, e enterrava seus corpos com respeito
e cerim�nia. Provavelmente, levavam um dia inteiro para enterrar Ela, e outros descobertos no projeto, estavam embrulhados em um tipo de fio feito de plantas nativas.
Um entrela�amento complexo - continuou ele, pensando em voz alta em vez de conversando com Camilla. - Algo que teve de ser tecido e levou consider�vel tempo. Com
certeza, eles n�o se mudavam da maneira dos n�mades. Um local semipermanente. Havia muita pesca l�... e semente, nozes, ra�zes, madeira para fogo e cabanas. Frutos
do mar.
- Voc� sabe de tudo isso a partir de alguns ossos?
- O qu�?
Camilla viu, realmente o viu voltando-se para ela. O jeito como os olhos verdes a fixaram novamente ficaram alterados com uma vaga irrita��o.
- Voc� descobriu tudo isso a partir de alguns ossos? - repetiu ela.
Aquilo era uma pequena parte do que Del tinha descoberto... e teorizado.
- Temos mais descobertas do que apenas alguns ossos.
- Quanto mais voc� aprende, mais entende como eles viviam, por que faziam certas coisas. O que resultou da vida deles, e o que foi perdido. Imagino que voc� descobre
como eles constru�am suas casas, como cozinhavam. Como criavam os filhos, enterravam os mortos. Que divindades adoravam e que batalhas lutavam. E, no final das contas,
como n�s evolu�mos disso. � isso?
Aquele era, admitiu Del, um bom resumo para uma leiga. Havia um c�rebro dentro daquele pacote refinado.
- � mais ou menos isso.
- Talvez as mulheres cozinhassem sopa sobre um fogo ao ar livre.
Ele viu o brilho de humor, e quase sorriu de volta.
- Mulheres lidam com atividades culin�rias desde o come�o dos tempos. Voc� deve saber que h� um motivo para isso.
- Oh, eu entendo: os homens s�o mais inclinados a bater em seus peitos e procurar brigas, em vez de se preocuparem com tarefas mais b�sicas e menos her�icas.
- Voc� tem raz�o. - Del se levantou. Apesar do caf�, estava com sono. Este era o principal motivo por que evitava as p�lulas analg�sicas com a maior freq��ncia poss�vel.
- Eu vou subir. Camas vagas est�o no primeiro quarto, � esquerda da escada.
Sem um "Obrigado", um desejo de boa-noite, ou mesmo um de seus ocasionais resmungos, ele deixou Camilla sozinha perto do fogo.

Tr�s
N�o SEI o que fazer de meu anfitri�o, Camilla escreveu. Era tarde agora, e ela optara por aconchegar-se no terr�vel sof� em frente � lareira, uma vez que o quarto
no andar de cima estava gelado e �mido... e escuro.
N�o tinha ouvido nenhum som vindo de Del, e embora tivesse tentado as luzes e o telefone, n�o conseguira ser bem-sucedida com nenhum deles.
Decidi atribuir a falta de habilidades sociais dele ao fato de que sua linha de trabalho o coloca mais na companhia dos falecidos h� muito tempo do que na dos vivos.
E, a temperar isso, alguma compaix�o devido aos ferimentos de Del. Mas suspeito que ele seja bruto e rude de maneira imperdo�vel quando est� saud�vel.
De qualquer forma, ele � interessante... e passar um tempo com pessoas que me tratam como tratariam qualquer um � parte dessa experi�ncia.
Um lado altamente positivo do estilo de vida eremita de Del � que n�o tem televis�o no chal�. Imagine isso, uma casa americana sem um �nico aparelho de televis�o!
Tamb�m n�o vi jornais ou revistas atuais. Embora alguns possam estar enterrados no meio da bagun�a em que ele vive.
As chances de um homem assim me reconhecer, mesmo nestas condi��es estranhamente �ntimas, s�o quase inexistentes. Isso � muito tranq�ilizador.
Apesar da estranha escolha das condi��es de moradia quando n�o est� trabalhando numa escava��o, Delaney �, obviamente, inteligente. Quando falou sobre o trabalho,
embora brevemente, havia um brilho em seus olhos. Um senso de curiosidade, de procurar respostas, que me agrada muito. Talvez porque eu tamb�m esteja procurando
alguma coisa. Em mim mesma.
Embora eu saiba que esse n�o � um comportamento muito apropriado, li mais dos pap�is de Del quando me certifiquei de que ele estava em seu quarto no andar de cima.
� um trabalho fascinante! Pelo que entendi das anota��es, ele faz parte de uma equipe que descobriu um local de escava��o no sul da Fl�rida. Enterrados sob a turfa
preta que estavam removendo para o projeto de um lago, encontraram os ossos de pessoas que viveram na Antig�idade... 7 mil anos atr�s, segundo os testes revelaram.
Tais descobertas s�o incr�veis para mim! Uma menininha enterrada com seus brinquedos, artefatos de ossos, chifres e madeira, alguns deles entalhados com padr�es.
Um forte senso de ritual e aprecia��o pela beleza. H� desenhos... pergunto-me se foi Del quem os fez. Desenhos intrincados e bem-feitos.
H� tantas anota��es, pap�is e itens! Honestamente, eles est�o espalhados pelo chal� inteiro. Eu adoraria organiz�-los, ler sobre o projeto desde o in�cio at� o momento
presente. Mas isso � imposs�vel na atual desordem total, sem mencionar minha partida amanh� cedo.
Quanto a mim mesma, estou progredindo. Tenho dormi- do melhor a cada noite. Meu apetite retomou, e talvez eu esteja comendo um pouco mais do que deveria. Hoje,
ap�s dirigir por longas horas e de um pequeno acidente, passei um bom tempo fazendo tarefas dom�sticas elementares. Algo bastante f�sico. H� menos de duas semanas,
tarefas mundanas pareciam sugar toda a minha energia... f�sica, emocional e mentalmente. Contudo, depois deste dia, sinto-me forte, quase energizada.
Esse per�odo, essa liberdade de simplesmente ser, era exatamente o rem�dio que eu precisava.
Quero mais, mais algumas semanas, antes que Camilla MacGee volte a ser Camilla de Cordina.
Pela manh�, o sol quente e brilhante bateu diretamente sobre os olhos de Del. Ele se movimentou, procurando pelo escuro e pelo sonho incr�vel que envolvia uma ruiva
esbelta com uma voz sexy e olhos dourados. E virou-se de lado na cama.
Acordou praguejando.
Quando sua mente clareou, lembrou que a ruiva esbelta era real. O fato de que ela era real, e estava dormindo sob o mesmo teto, o deixou um pouco desconfort�vel
com o sonho. Tamb�m recordou que a raz�o pela qual a mulher refinada estava em seu quarto de h�spedes era porque o carro dela estava no buraco, e n�o havia eletricidade
nem telefone.
Isso significava que, em vez de um banho quente, ele iria mergulhar num lago frio. Reuniu o que precisava e desceu a escada. Parou quando a ouviu cantando.
A voz bonita com seu sotaque levemente ex�tico parecia fora de lugar naquele chal�. Mas Del n�o podia deixar de apreciar o aroma de caf� fresco.
O caf� estava esquentando na lareira, e Camilla, na cozinha, revirava a despensa.
Ele viu que o ch�o tinha sido lavado. N�o sabia que restava algum brilho naquele piso, mas ela conseguira recuper�-lo. Havia flores selvagens em um copo sobre a
mesa da cozinha.
Camilla havia aberto a janela da cozinha, a porta da �rea de servi�o e a porta dos fundos, para que o ar fresco e agrad�vel circulasse.
Ela deu um passo atr�s, uma pequena lata de cogumelos na m�o... e abafou um grito de susto quando o viu.
Ele estava descal�o e sem camisa, vestido apenas de cal�a de moletom surrada e tip�ia.
Os ombros eram largos, e a pele... aparentemente toda a pele tinha um lindo bronzeado, em tom dourado. O moletom era largo sobre os quadris estreitos, revelando
um abd�men firme e definido. Havia m�sculos fascinantes no bra�o machucado.
Camilla sentiu a instintiva aprova��o feminina mexer com seu interior um instante antes de ver os arranh�es na costela direita de Delaney.
- Meu Deus! - Ela queria tocar, acariciar, e mal p�de se conter - Isso deve ser muito dolorido.
- N�o � t�o mau assim. O que voc� est� fazendo?
- Planejando o caf�-da-manh�. J� estou acordada algumas horas, ent�o estou pronta para tomar o caf�.
- Por qu�?
- Porque estou com fome.
- N�o. - Ele se virou para procurar uma caneca. Se n�o tivesse cafe�na imediatamente, iria desintegrar - Por que voc� est� acordada h� algumas horas?
- H�bito.
Camilla sabia sobre a maior parte das fantasias das pessoas em rela��o a uma princesa, e a realidade da vida era dramaticamente diferente. No h�bito oficial, era
raro que acordasse depois das 6h. N�o que Delaney Caine soubesse que ela possu�a um h�bito oficial.
- Um h�bito ruim - murmurou ele, e andou at� a cafeteira.
Camilla pegou sua pr�pria caneca e voltou-se para ele.
- Fiz uma caminhada bem cedinho - come�ou ela.
- Est� um dia lindo e o lugar � maravilhoso. O bosque � ador�vel. E h� um lago. Vi veados se banhando, e dedaleiras e aquil�gias esporinhas florescendo. Isso me
respondeu a quest�o de por que algu�m viveria aqui. Agora me pergunto como voc� suporta deixar este lugar
-Ainda � para c� que eu volto. - Ele bebeu a primeira x�cara de caf� do jeito que um homem vagando no deserto bebia �gua. Ent�o, fechando os olhos, respirou novamente.
- Obrigado, Deus!
- A eletricidade ainda n�o voltou. Temos tr�s ovos... que teremos de misturar com queijo e cogumelos.
- Tanto faz. Preciso me lavar - Del come�ou a andar, ent�o parou e olhou para ela.
- O que foi?
Ele meneou a cabe�a.
- Voc� � bonita, amiga. Bem bonita - repetiu ele num murm�rio, e saiu.
Aquilo n�o tinha soado como um elogio, pensou Camilla. Mesmo assim, sentiu um friozinho na barriga, e continuou sentindo quando voltou para a cozinha, a fim de bater
os ovos.
Del comeu os ovos com uma determina��o que a fez se perguntar por que havia se preocupado com o sabor.
O fato era que ele estava no para�so por comer alguma coisa que ele mesmo n�o havia preparado. Algo realmente com apar�ncia de comida. T�o feliz que nem mencionou
que notara que seus pap�is na sala de estar haviam sido organizados em pilhas.
Ela ganhou pontos extras por n�o puxar conversa. Del detestava ter algu�m tagarelando nos seus ouvidos antes que come�asse o dia.
Se a apar�ncia de Camilla n�o fosse uma distra��o t�o grande, ele poderia ter lhe oferecido um emprego tempor�rio para limpar o chal� e cozinhar suas refei��es.
Mas quando uma mulher possu�a uma apar�ncia como aquela, e conseguia entrar em seus sonhos apenas algumas horas depois que voc� a conhecera, significava problema.
Quanto antes ela partisse, melhor.
Como se tivesse lido sua mente, Camilla se levantou e come�ou a tirar a mesa. Falou pela primeira vez desde que eles tinham se sentado:
- Sei que estou sendo um estorvo, e apreciei sua ajuda e hospitalidade, mas lamento precisar lhe pedir um outro favor Poderia me levar at� o telefone mais pr�ximo,
� cidade ou a um mec�nico? O que for mais simples para voc�.
Ele olhou para cima. Camilla, qualquer que fosse seu sobrenome, tinha classe, al�m de ser bonita. Del n�o gostava do fato de que a graciosidade natural dela o fazia
se sentir malvado por querer v�-la longe.
- Claro. Sem problema. - Mesmo enquanto falava, ele ouviu o som de um carro se aproximando do chal�. Levantando-se, foi ver quem mais iria perturb�-lo.
Camilla andou at� a janela. No instante que viu a palavra "xerife" na lateral do carro, deu um passo atr�s. Policiais, pensou, nervosa, eram observadores treinados.
Ela preferia evitar contato direto.
Del percebeu o movimento r�pido de Camilla pelo canto do olho, franziu o cenho, ent�o saiu.
- Ol�, Del. - O xerife Larry Risener era um homem de meia-idade, atl�tico e de fala mansa. Del o conhecia desde crian�a.
- Xerife.
- S� estou checando a redondeza. Uma tempestade feia ontem � noite. Eletricidade e telefones est�o interrompidos na maior parte do munic�pio.
- Inclusive aqui. Alguma previs�o de quando teremos os servi�os de volta?
- Bem. - Risener sorriu, co�ou o rosto. - Voc� sabe como �.
- Sim, eu sei.
- Vi um sed� compacto num buraco da estrada a alguns quil�metros daqui. Carro alugado. Parece que algu�m teve problemas com a tempestade.
- Isso mesmo. - Del inclinou-se na ombreira da porta da �rea de servi�o. - Passei por l� logo depois que aconteceu. N�o foi poss�vel chamar o reboque. A motorista
dormiu aqui a noite passada. Eu estava prestes a ir at� Carl, ver o que ele pode fazer.
- Tudo bem, ent�o. Eu n�o queria pensar que algum turista estava vagando no meio da �rea florestal. Vou poupar sua viagem, e ver se Carl pode passar l� para ver
o carro, e depois vir inform�-lo o que est� acontecendo.
- Eu apreciaria isso.
- Certo, ent�o. Como voc� est�? O ombro e tudo mais?
- Melhor Continua doendo muito, mas agora s� metade do tempo que do�a.
- Not�cias de seus pais?
- N�o, em aproximadamente uma semana.
- D� minhas lembran�as a eles quando encontr�-los - disse Risener enquanto voltava para o carro. - Meu filho mais novo ainda gosta daqueles f�sseis que sua m�e deu
a ele.
- Farei isso. - Del esperou at� que o carro do xerife partisse e desaparecesse de vis�o. Ent�o se virou, ciente de que Camilla o seguira para a �rea de servi�o.
- Voc� tem problemas com a lei?
- N�o. - A surpresa com a pergunta tomou a voz dela um pouco aguda. - N�o, � claro que n�o - acrescentou com firmeza.
Quando Del se virou, os olhos verdes estavam intensos, e totalmente focados no rosto dela.
- N�o me engane.
Camilla cruzou os bra�os, e se acalmou.
- N�o violei nenhuma lei. N�o estou com problemas ou sendo procurada por qualquer autoridade. Estou simplesmente viajando, e prefiro n�o explicar para a pol�cia
que n�o tenho um destino em particular.
A voz de Camilla era firme agora, o olhar claro e nivelado. Se fosse mentirosa, pensou Del, era muito boa nisso. No momento, era mais f�cil aceitar a palavra dela.
- Tudo bem. Carl vai levar mais de uma hora para chegar ao seu carro e passar por aqui. Ache alguma coisa pra fazer. Preciso trabalhar.
- Delaney. - Camilla sabia que deveria agradecer por confiar em sua palavra, mas ainda estava parcialmente se sentindo insultada por ele ter questionado. Entretanto,
devia-lhe pelo que Del tinha feito por ela... e sempre pagava seus d�bitos. - Imagino que seja dif�cil para voc� compilar suas anota��es e pap�is com uma �nica m�o.
Tenho duas, e ficaria feliz de emprest�-las por uma hora.
Ele n�o a queria do seu lado. Isso era uma realidade. Mas o fato era que n�o estava conseguindo fazer muita coisa sozinho. E se ficasse de olho em Camilla, ela n�o
poderia mexer em sua papelada.
- Voc� sabe usar um teclado?
- Sim.
Del franziu o cenho para as m�os dela. Macias, pensou O tipo de m�os que estavam acostumadas com manicuras semanais. Duvidava que aquelas m�os digitassem bem, mas
era frustrante tentar transcrever o texto com cinco dedos.
- Certo, apenas... sente-se ou algo assim. N�o toque em nada - acrescentou ele quando saiu do c�modo.
Del voltou com um laptop.
- H� bateria para algumas horas. Eu tenho backups, mas n�o precisaremos deles. - Ele p�s o laptop sobre a mesa, come�ou a lutar para abri-lo.
- Eu posso fazer isso. - Camilla o afastou.
- Apenas abra-o e n�o fa�a mais nada - ordenou ele, e saiu novamente. Voltou com uma caixa, fazendo um pouco de esfor�o. E irritou-se quando ela tentou lhe tirar
a caixa da m�o. - Eu consegui. Droga.
Camilla inclinou a cabe�a... de maneira r�gia, pensou ele.
- Tenho certeza que � frustrante estar fisicamente incapacitado. Mas pare de gritar comigo.
Quando ela se sentou novamente, cruzando os bra�os de modo frio, Del mexeu dentro da caixa e murmurou:
- Voc� vai digitar s� isso. N�o preciso de nenhum coment�rio, perguntas ou serm�es. - Ele colocou uma pilha de pap�is soltos, recortes de jornal, fotos e cadernos
sobre a mesa, manuseou-os brevemente. - Precisa abrir o documento.
Camilla permaneceu sentada, as m�os unidas, a boca firmemente fechada.
- Pensei que voc� soubesse usar um teclado.
- Eu sei. Mas voc� acabou de ordenar que eu n�o fa�a perguntas, portanto, n�o posso perguntar que documento voc� quer que eu abra, e de que programa.
Ele praguejou de novo, ent�o, se inclinou sobre ela e come�ou a digitar. Acabou quase enterrando o nariz nos cabelos de Camilla... o que o perturbou. Eram macios,
brilhantes, fragrantes. Ela era muito feminina para despertar seus instintos mais primitivos. Del arqueou as sobrancelhas e se concentrou em abrir o arquivo que
queria.
Sem pensar, Camilla virou a cabe�a. Sua boca quase ro�ou na dele, chocando a ambos e os fazendo se contrair. Del lhe lan�ou um olhar frustrado e enfiou a m�o boa
no bolso.
- A� est� o documento.
- Oh! - Camilla teve de engolir em seco e lutar contra a vontade de pigarrear Em vez disso, respirou profundamente algumas vezes. Os olhos dele eram t�o verdes!,
pensou.
- V� para o final do texto. - Ele quase se inclinou para a frente de novo para fazer aquilo, antes de lembrar que ficaria em cima dela mais uma vez. - Preciso continuar
de l�.
Ela fez aquilo com uma efici�ncia t�o casual que o satisfez. Cauteloso agora, Del passou por tr�s dela para pegar seus �culos de leitura; pegou, da pilha desordenada,
as anota��es que precisava.
Os olhos incr�veis, pensou Camilla, pareciam ainda mais verdes, ainda mais intensos, quando ele usava aqueles �culos com aro de chifre.
- Enterrados com os remanescentes est�o materiais de plantas - ele come�ou a ditar, ent�o, a fitou com express�o severa. - Voc� vai ficar sentada a� ou digitar?
Camilla reprimiu uma resposta zangada: n�o se rebaixa-ria ao n�vel dele... e come�ou a digitar. - E prov�vel que as plantas, tais como os figos-da-�ndia intactos
que foram resgatados, fossem ofertas de alimento enterradas com os mortos. Um n�mero de sementes foi encontrado em �reas estomacais de esqueletos articulados.
Ela digitava rapidamente, seguindo o ritmo da voz dele. voz muito bonita, pensou Camilla, quando n�o estava gritando ou resmungando. Quase melodiosa. Del falou de
ab�boras encontradas em outra escava��o, teorizando que a esp�cime de planta devia ter crescido no local de sementes trazidas da Am�rica do Sul ou da Am�rica Central.
Ele a fazia visualizar aquilo tudo, e era um presente pensou ela. Come�ou a formar uma imagem na mente daquelas pessoas que tinham viajado para a margem do rio e
constru�do um lar. Cuidando dos filhos, se importando com os doentes e enterrando seus mortos com respeito e cerim�nia no rico solo de turfa.
- Castanheiras? - Camilla parou, virou-se para ele quebrando o ritmo de Del com seu entusiasmo. - Voc� pode dizer, a partir de amostras de p�len, que havia Castanheiras
l� 9 mil anos atr�s? Mas como pode...
- Ou�a, eu n�o estou dando uma aula aqui. - Del viu o brilho nos olhos dela desaparecer, tornando-os frios e vazios. E se sentiu um imbecil. Suspirou. - Tudo bem.
S�o mais de 3 metros de turfa, levou 11 mil anos desde a �ltima Era Glacial para chegar a este ponto.
Ele manuseou seus pap�is novamente e achou fotos e desenhos.
- Voc� recolhe amostras... profundidades diferentes, amostras distintas, e faz testes que revelam os tipos de plantas existentes na �rea. Mudan�as no clima.
- Como os testes mostram mudan�as no clima?
- Pelo tipo de plantas. Frias, quentes, frias, quentes. - Ele apontou nos desenhos. - Estamos falando de eras aqui, portanto, estamos falando de muitas varia��es
clim�ticas. Folhas, sementes, queda de p�len no lago, a turfa que os preserva... tudo isso cria uma atmosfera anaer�bica, fecha o oxig�nio - explicou. - Sem oxig�nio,
n�o h� crescimento de fungos ou bact�rias, retarda a decad�ncia.
- Por que eles enterrariam os mortos num lago?
- Pode ter sido por motivos religiosos. Havia g�s nos p�ntanos, e isso fazia o lago brilhar � noite. Metano borbulha, dando a ilus�o, se voc� n�o entende do assunto,
de que a �gua respira. Os mortos param de respirar.
Po�tico, pensou Camilla.
- Ent�o, eles podem ter escolhido o lago para levar ar aos mortos. Isso � ador�vel.
- Sim, ou pode ter sido porque, sem p�s para cavar, era mais f�cil fechar um buraco na lama.
- Gosto mais da primeira explica��o. - E ela lhe sorriu, lindamente.
- Sim, bem. - Uma vez que o sorriso de Camilla fez a garganta de Del secar, ele se virou para pegar um caf�. E ficou momentaneamente confuso por n�o ver a cafeteira.
- Est� no outro c�modo - disse ela, lendo a express�o dele perfeitamente. - Gostaria que eu fizesse um caf� fresco?
- Sim, �timo. - Del olhou para o pulso, ent�o lembrou que n�o estava usando rel�gio. - Que horas s�o?
- Onze horas.
Sozinho, ele andou pela cozinha, parou para olhar o que tinha sido digitado. Foi for�ado a admitir que era mais, muito mais, do que conseguira sozinho com seus ferimentos.
Algumas semanas naquele ritmo e seus artigos poderiam estar prontos. A parte mais irritante de seu trabalho. E ainda poderia dedicar bastante aten��o para organizar
os relat�rios de laborat�rio e catalogar
Algumas semanas, pensou, girando o ombro num teste. Os m�dicos tinham dito que levaria mais algumas semanas para que recuperasse a mobilidade. O fato era que haviam
estimado aproximadamente quatro semanas antes que ele estivesse totalmente em forma de novo. Mas em sua opini�o, m�dicos eram sempre pessimistas.
Deveria contratar uma digitadora tempor�ria, ou algo assim. Provavelmente, deveria. Mas, oh!, detestava ter estranhos ao seu lado. Era melhor investir em um computador
ativado por voz. Imaginou quanto tempo levaria para conseguir um, instal�-lo e se acostumar
- O caf� vai demorar alguns minutos. - Camilla se sentou novamente, posicionou os dedos sobre as teclas. - Onde est�vamos?
Olhando pela janela da cozinha, Del come�ou precisamente de onde parara. Em poucos minutos tinha esquecido que Camilla estava l�. Ele mal registrava o suave som
do teclado enquanto ele falava de folhas de repolho e ra�zes de tifa.
Seguiu para ca�a e pesca quando o som de pneus interrompeu seu discurso. Intrigado, tirou os �culos e franziu o cenho para o caminh�o vermelho de reboque parado
diante do chal�.
O que Carl estava fazendo l�?
- � o mec�nico?
Del piscou, virou-se. Sua mente voltou ao presente, com uma vaga irrita��o.
- Certo. Sim.
Carl era muito gordo e ofegou quando desceu do caminh�o. Tirou o chap�u, co�ou a grande cabe�a careca, assentiu com um gesto de cabe�a quando Del saiu do chal�.
- Del.
- Carl.
- Como est�o seus pais?
- Est�o bem, da �ltima vez que tive not�cias.
- �timo. - Carl estreitou os olhos atr�s das lentes dos �culos escuros quando avistou Camilla. - O carro na estrada � seu, senhorita?
- Sim. Voc� conseguiu tir�-lo de l�?
- Ainda n�o. Dei uma olhada no ve�culo. Tem um farol quebrado. O tanque de �leo est� arruinado. O pneu traseiro esquerdo est� plano como uma panqueca. Parece que
a roda entortou um pouco, tamb�m. Tudo isso ter� de ser consertado antes que voc� volte para a estrada.
- Entendo. Voc� vai poder consert�-lo?
- Sim. Vou pedir que me mandem as pe�as quando eu chegar � oficina. N�o deve levar mais do que alguns dias.
Alguns dias! Camilla pensara que poderia seguir viagem no fim da tarde.
- Oh! Tudo bem.
- Reboque, pe�as, m�o-de-obra... tudo ficar� por volta de 300 d�lares.
Desespero estampou-se nas fei��es de Camilla antes que pudesse controlar-se, embora tivesse conseguido engolir o gemido que quase saiu de sua garganta. Trezentos
d�lares era 20 a mais do que lhe restava em dinheiro vivo.
O problema, percebeu enquanto refletia, iria deix�-la totalmente sem dinheiro. N�o podia ligar para a companhia de aluguel de carros, pois seu nome n�o estava nos
registros deles, portanto, n�o tinha op��o a n�o ser ligar para sua casa e pedir dinheiro. A id�ia a fez se sentir uma fracassada.
Seu sil�ncio e a express�o preocupada nos olhos fizeram Carl mudar de posi��o de forma agitada.
- Ah... eu precisaria de 100 d�lares. Voc� pode pagar o restante quando o trabalho estiver pronto.
- Vou buscar o dinheiro.
Pensaria em alguma coisa, Camilla prometeu a si mesma enquanto entrava e subia para pegar a carteira. Tinha de haver um jeito de vender seu rel�gio, penhorar, ou
algo assim, at� o dia seguinte, ou no m�ximo em dois dias. Possu�a o suficiente para um hotel barato e para comer at� que o carro fosse consertado. Contanto que
fosse cuidadosa.
Daria um jeito nesse meio tempo. Era boa em resolver problemas.
Mas seu est�mago estava contra�do enquanto ela contava as notas. Era, descobriu, terr�vel precisar de dinheiro. Uma experi�ncia que nunca tivera antes... E, reconheceu,
provavelmente lhe faria bem.
Cento e oitenta d�lares e alguns trocados guardados numa carteira que custara duas vezes aquilo. Que isso lhe sirva de li��o, ordenou a si mesma e desceu a escada.
Del estava na cozinha novamente, lendo mais anota��es.
- Pensei em pedir para o mec�nico me dar uma carona at� a cidade.
- Ele foi embora.
- Embora? - Camilla correu para a janela, olhou para fora. - Para onde?
- Para trabalhar no seu carro.
- Mas eu ainda n�o o paguei.
- Ele p�s na minha conta. Voc� vai pegar aquele caf�?
- Na sua conta? - O orgulho a fez endireitar a coluna. - N�o, eu tenho dinheiro.
- �timo, voc� pode me pagar quando seu carro estiver funcionando.
Ele pegou uma caneca e saiu. Camilla o seguiu.
- Aqui, pegue isto.
Del a ignorou, assim como ignorou o dinheiro que ela estendia, e continuou sua a��o de tirar a cafeteira do fogo, lev�-la para mesa, para que pudesse despejar na
caneca, carregar de volta para a lareira, ent�o pegar a caneca.
Camilla estava tremendo de nervoso, ele notou. O que era bastante interessante. Del lhe dava cr�dito por se sentir irritada. Ela n�o estava acostumada a ser coagida.
Ou a enfrentar problemas financeiros. Havia dinheiro em algum lugar... ela estava usando uma boa quantia com aquele rel�gio su��o no pulso. Mas, no momento, n�o
possu�a nada na carteira.
Aquele era um quebra-cabe�a, mas n�o era problema seu resolv�-lo.
Tinha sentido pena de Camilla, e n�o era uma rea��o comum sua, quando vira toda aquela preocupa��o estampada no rosto bonito. E admirara a maneira com que ela havia
controlado a emo��o rapidamente. N�o ficara agitada ou choramingando, ou usara sua beleza para convencer Carl a baixar o pre�o.
Mantivera o controle. Isso ele respeitava.
E lhe ocorreu que poderia ajud�-la, e resolver um de seus pr�prios problemas sem que nenhum dos dois se sentisse mal com aquilo.
- Imagino que voc� ganhou 20 d�lares esta manh� - disse Del. - Calculando 10 d�lares por hora de trabalho. Eu lhe pagarei isso para digitar, e voc� pode ganhar cama
e refei��es se limpar este lugar e cozinhar. Se Carl diz alguns dias, pode esperar no m�nimo quatro. Durante quatro dias voc� ter� um lugar para ficar e ser� capaz
de pagar o conserto do carro.
Camilla o estudou, absorveu as palavras.
- Voc� quer que eu trabalhe para voc�? Que... fa�a suas tarefas dom�sticas?
- Voc� j� est� fazendo isso de qualquer forma, n�o est�? Ter� hospedagem gr�tis por quatro dias, eu n�o perco tempo com meu trabalho, e n�s nos separamos depois
disso.
Camilla se virou, uma atitude que ele deduziu que fosse vergonha. Teria ficado surpreso, e confuso, ao ver que ela estava sorrindo amplamente, e controlando-se para
n�o rir.
Oh! o que a m�dia faria com aquilo, pensou Camilla enquanto reprimia uma gargalhada. Camilla de Cordina pagando por um teto sobre sua cabe�a com tarefas de esfregar
pisos, esquentar sopas enlatadas e digitar anota��es sobre ossos e sementes de sabugueiro.
"Como a princesa passou suas f�rias de ver�o." Quase podia visualizar a manchete.
Teve de fechar os olhos com for�a e morder o l�bio para conter a risada.
Deveria recusar, � claro. Dar os 100 d�lares a Del, pedir uma carona para a cidade, onde poderia contatar seus pais e pedir um pequeno empr�stimo, ou vender seu
rel�gio.
Mas, Deus, aquilo era t�o delicioso! E t�o maravilhosamente diferente! Este n�o era o prop�sito preciso daquela busca?
Sem televis�es, sem jornais com sua fotografia neles. Trabalho interessante numa linda parte do pa�s na qual nunca estivera antes. Aprender sobre um assunto que
achava mais fascinante do que qualquer coisa que havia estudado na escola, e saber que estava causando um impacto positivo somente com suas pr�prias habilidades.
N�o por causa de quem era, por obriga��es e favores... por�m, mais importante, porque era sua escolha.
N�o, jamais poderia recusar aquela oportunidade que acabara de cair no seu colo.
- Eu ficaria muito grata. - A voz de Camilla tremeu um pouco com o humor reprimido... o que Del confundiu com um ataque de l�grimas.
Nada poderia t�-lo assustado mais.
- � um acordo justo, nada mais. N�o se sinta diminu�da por isso.
- Um acordo muito justo. - Ela se virou, os olhos brilhando, e esfor�ou-se para manter o tom de voz casual e leve. - Aceito - acrescentou e estendeu uma das m�os.
Del ignorou a m�o, porque tinha adicionado um limite pessoal ao acordo. N�o iria, de maneira alguma, por motivo algum, toc�-la.
- Vou ligar o gerador, caso a eletricidade n�o volte. Limpe alguma coisa. Apenas n�o toque nos meus pap�is.
Camilla esperou at� ouvir a porta dos fundos bater, antes de se sentar e rir com vontade.

Quatro
Uma hora depois, horrorizada com o estado do chal�, agora que tinha feito uma avalia��o completa, Camilla foi para o galp�o. Estava armada com uma longa lista.
- Voc� precisa de suprimentos.
- Passe-me a chave de fenda.
Ela pegou a ferramenta e se considerou altamente civilizada por n�o us�-la para bater na cabe�a dele.
- Sua casa est� uma vergonha. Vou precisar de produtos de limpeza... de prefer�ncia produtos fortes e concentrados. Se quer uma refei��o decente, tem de comprar
alimentos para estocar. Voc� precisa ir � cidade.
Del apertou um parafuso, empurrou o bot�o de ligar. E n�o recebeu nada al�m de um ru�do do gerador.
- N�o tenho tempo para ir � cidade.
- Se voc� quer comida na sua barriga e roupas limpas em sua cama, ter� de arranjar tempo.
Ele usou a chave de fenda para bater no gerador com raiva, depois o chutou tr�s vezes. Muito acostumada � rea��o masculina diante de objetos inanimados irritantes
para ficar surpresa, Camilla continuou parada, com a lista na m�o.
Quando Del parou de praguejar, ela angulou a cabe�a.
- Sempre me perguntei por que os homens se referem �s m�quinas que n�o cooperam com eufemismos femininos rudes.
- Porque tais eufemismos servem como uma luva. - Ele se inclinou para a frente, bateu no bot�o, e gemeu com satisfa��o quando o gerador emitiu um barulho alto e
come�ou a funcionar.
- Agora que voc� conseguiu esta incr�vel fa�anha, v� se limpar antes de ir �s compras.
Com olhos estreitos para o rosto dela, Del pegou a chave de fenda novamente e considerou o peso em sua m�o.
Camilla n�o perdeu o significado da a��o. Simplesmente ergueu o queixo.
Ele jogou a ferramenta de lado, pegou a lista e manchou o papel com �leo de motor das m�os.
- Detesto mulheres mandonas.
- N�o suporto homens rudes. N�s dois temos simplesmente de lidar com isso, uma vez que estou lavando suas roupas �ntimas no momento.
Um fraco brilho de humor surgiu nos olhos de Del.
- Voc� tem muita goma. Apenas n�o use isso em meus shorts.
Eles come�aram a andar para a porta ao mesmo tempo, e acabaram colidindo no caminho. A m�o de Camilla foi automaticamente para o peito de Del, onde encontrou as
surpreendentes batidas fortes do cora��o, que combinavam com as dela.
- Voc� ter� de ficar fora de meu caminho - disse Del.
- Ent�o, voc� ter� de olhar por onde anda. - Ela viu, com uma excita��o relutante, o olhar de Del abaixar e se fixar em sua boca. Em resposta, entreabriu os l�bios
e respirou fundo e devagar.
- Voc� tem raz�o quanto a isso, amiga - murmurou Del, e saiu.
- Bem. - Camilla exalou o ar, esfregando um dos dedos suavemente sobre l�bios que pareciam quentes demais. - Bem, bem.
Estava zangada, exausta e energizada... de uma maneira que n�o se sentia h� muito tempo. Viva, inteira, saud�vel e. percebeu, interessada. Aquilo era algo para refletir.
Del descobriu, rapidamente demais, que n�o gostava de ser enviado para aquele tipo de tarefa. Fazendo compras no meio do dia e co�ando a cabe�a em frustra��o na
metade dos itens da lista de Camilla.
Que diabos era ceref�lio, e por que precisava ser fresco?
Por que raios ela necessitava de duas d�zias de ovos?
E tr�s gal�es de c�ndida?
Talvez ela fosse envenen�-lo com aquilo, pensou enquanto dirigia de volta para o chal�. Parecera bastante furiosa por tr�s daquele olhar frio de rainha para campon�s
que costumava lhe dar.
Mas que rosto Camilla tinha!, refletiu ele. O tipo de rosto que mexia com o �mago de um homem. Ent�o voc� adicionava a voz, as pernas infinitamente longas, e tinha
uma mulher perigosa.
Del estava come�ando a se arrepender de ter sentido pena dela.
Contudo, sabia como ser cuidadoso perto de mulheres perigosas. E Camilla n�o era, afinal de contas, mais do que uma ferramenta �til pelos pr�ximos dias. E ele a
ignoraria quando n�o estivessem trabalhando ativamente, manteria as m�os quietas o tempo todo, e faria o poss�vel para pensar nela como uma entidade assexuada.
Ent�o, quando estacionou atr�s do chal� e ela apareceu, o cora��o de Del praticamente parou. Assexuada? Uma ferramenta? Ela era uma arma... uma arma letal, decidiu.
Ela estava rindo, a face corada com o riso enquanto abria a porta e come�ava a levar as sacolas para dentro.
- A eletricidade voltou. Eu nunca pensei que pudesse ficar t�o feliz com algo t�o b�sico como um interruptor de luz funcionando. Ainda n�o h� servi�o de telefone,
mas tenho certeza que logo voltar�.
Ele pegou uma sacola e a seguiu para dentro. Camilla andava ao longo da sujeira e o cascalho como se estivesse deslizando ao longo de um piso de m�rmore polida de
um sal�o de bailes, pensou. E decidiu que tinha alguma coisa a ver com aquelas pernas longas. Nas quais ele n�o estava, � claro, prestando aten��o. De jeito nenhum.
- Quantas pessoas voc� est� planejando alimentar nos pr�ximos dias?
- Oh, n�o seja t�o mal-humorado. - Camilla o dispensou com um aceno da m�o e come�ou a desempacotar as compras. - Farei um sandu�che para voc� assim que tudo isso
estiver guardado.
Ela sabia como fazer um sandu�che, Del teve de admitir. Ele comeu, e comeu bem, em sua cozinha agora brilhando de t�o limpa, seu humor melhorando enquanto estudava
algumas de suas anota��es. As costelas do�am um pouco, mas o desconforto agora podia ser suavizado apenas com aspirina.
Quando estava pronto, ditou por mais tr�s horas, enquanto Camilla transcrevia. Ela o interrompia de vez em quando, mas as perguntas n�o o perturbavam muito.
O fato era que as quest�es eram boas, do tipo que o faziam pensar. Del dava aulas de vez em quando, embora n�o fosse sua primeira op��o. Era for�ado a admitir que
a maioria dos alunos que desejava fazer uma carreira no campo n�o possu�a uma compreens�o r�pida do ponto principal, como Camilla.
Pegou-se estudando a longa linha do pesco�o dela. A curva graciosa e o arco do mesmo. Mortificado, virou-se, for�ou-se a olhar para suas anota��es mais uma vez e
a esqueceu.
Camilla sabia que ele estivera olhando, assim como sabia que Del se desligara com a mesma facilidade que algu�m desliga um interruptor de luz.
E descobriu que gostava daquilo... de todos os aspectos. O interesse dele, a irrita��o por estar interessado, e o foco que o permitia reprimir o sentimento.
O interesse de Del n�o tinha nada a ver com a fam�lia dela, seu sangue real ou seu t�tulo de princesa. Era a primeira vez na vida que Camilla estava absolutamente
certa disso, e a resposta em seu interior foi r�pida e prazerosa. Assim como a irrita��o que ele estava sentindo era muito satisfat�ria.
Del a via como uma mulher, pura e simplesmente. N�o uma imagem, n�o um t�tulo. E isso a fazia se sentir mulher. Ele estava atra�do por ela, e n�o queria estar. Aquilo
dava a Camilla um ador�vel senso de controle... um controle essencialmente feminino, sem a sobrecarga do t�tulo.
E o foco dele, bem, a atraia. Era um tipo de habilidade que ela respeitava, e significava o resultado de for�a de vontade, intelecto e paix�o pelo trabalho.
O que tamb�m a desafiava, apesar de estar ciente que seria mais s�bio resistir ao desafio. Estava, afinal de contas, completamente sozinha com ele, um homem sobre
quem sabia muito pouco, e flertar com aquele foco, tentar question�-lo por sua pr�pria curiosidade e satisfa��o poderia ter conseq��ncias.
Ent�o, novamente, o que era uma busca sem conseq��ncias?
Quando Del fez uma pausa razoavelmente longa, ela movimentou os ombros tensos, sorriu-lhe.
- Voc� se importaria se fiz�ssemos um intervalo?
Camilla o viu voltar ao presente, voltar ao c�modo, voltar para ela. Sentiu o olhar dele, sexy e s�bio atr�s dos �culos de leitura, percorrendo o corpo dela quando
se levantou para se alongar.
- N�o terminei - disse Del.
- Podemos continuar depois do jantar, se quiser. - Camilla manteve o sorriso espont�neo. - Eu gostaria de dar uma caminhada antes de come�ar a cozinhar. Voc� alguma
vez anda neste bosque, Del?
Havia um leve tom de convite na voz dela. Ele tinha certeza, certeza absoluta, que era de prop�sito. Aquilo mexia com seu interior. Detestava pensar no que Camilla
poderia fazer se realmente decidisse conquistar um homem.
- V� em frente. Tenho coisas para fazer. - Del pegou outras anota��es, dispensando-a. Esperou at� que ela passasse pela �rea de servi�o antes de gritar: - Cuidado
com as cobras.
A hesita��o nos passos dela, o gemido baixinho, deu a ele grande satisfa��o.
Del acordou no meio da noite com as costelas doendo e a mente confusa.
Tinha sonhado com ela de novo. Dessa vez, eles estavam na cozinha, trabalhando com suas anota��es. Camilla, sentada ao teclado, estava gloriosamente nua. A fantasia
era bem juvenil para embara��-lo.
O problema com as mulheres era que elas podiam mexer com voc� apenas respirando.
Ele permaneceu deitado por um momento, desejando que as costelas se acomodassem e seu sangue esfriasse.
Havia passado pelo dia e pela noite, fiel � sua pr�pria determina��o, n�o havia? N�o a tocara, nem uma �nica vez. Teria sido f�cil fazer isso. Um dedo deslizando
por aquele pesco�o elegante enquanto ela digitava. Um ro�ar de m�o quando ela lhe passara o sal durante o jantar.
F�cil, t�o f�cil quando abra��-la com uma �nica m�o e descobrir o gosto daquela boca longa e flex�vel.
Mas n�o fizera isso. Ponto para ele.
Entretanto, o fato de continuar pensando sobre isso o deixava nervoso.
E Camilla estava flertando com ele! Del havia ignorado e se esquivado de flertes para reconhecer um. Especialmente quando a mulher n�o estava sendo muito sutil.
Ele tivera alunas, ou garotas que ocasionalmente se infiltravam nos locais de escava��o, tentando seduzi-lo. Principalmente, supunha, porque elas sonhavam com alguma
imagem rom�ntica sobre a �rea de arqueologia. Del culpava Indiana Jones por isso. Uma vez que aqueles filmes tinham sido muito divertidos, n�o podia se lamentar
sobre o fato.
Descartava os flertes, ou ca�a neles, dependendo do momento, da mulher e de seu humor. Mas, no que dizia respeito a relacionamentos s�rios, conseguira evitar a terr�vel
complica��o. A ruiva tinha complica��es estampadas em toda sua figura, portanto, divers�o e jogos estavam fora de quest�o.
Ele deveria encontrar um quarto para ela na cidade. Pagar por isso. Transferi-la de sua casa.
Ent�o, pensou na pilha de p�ginas que tinham sido digitadas, e a intensidade de sua irrita��o diminuiu. Camilla era uma trabalhadora milagrosa. Sua ajuda n�o apenas
significava que ele n�o precisava se esfor�ar para trabalhar sozinho, como as perguntas dela, o interesse e a habilidade organizacional estavam, na verdade, possibilitando
que ele entregasse o melhor material que j� preparara. N�o que iria mencionar isso!
Pensou sobre a comida que ela pusera na mesa. N�o tinha id�ia do que Camilla fizera com aquele frango sem gra�a, mas o transformara num banquete.
Del come�ou a revisar sua id�ia de que Camilla tinha um marido rico e irritante ou um amante em algum lugar. Ela era eficiente, muito �gil na cozinha para ser algu�m
mimada e paparicada.
O que era uma coisa boa, pois fantasiar em se envolver com a mulher de outro homem estava em sua lista de regras inviol�veis.
Se a mandasse embora de sua casa, ele voltaria ao ponto de partida. Se a mandasse embora, estaria admitindo sua incapacidade de n�o resistir toc�-la. Se admitisse
isso, bem, em que posi��o aquilo o colocava?
Desistindo, levantou-se, lembrou-se no �ltimo minuto de vestir um moletom, e desceu o corredor para ir ao banheiro. N�o notou os azulejos brilhando e as tolhas limpas
penduradas mais do que teria notado a crosta de sujeira e toalhas �midas espalhadas. Mas o aroma lhe invadiu os sentidos, porque era dela!
E enrijeceu cada m�sculo de seu corpo.
Ele pegou seu analg�sico do arm�rio, ent�o o largou novamente. Malditas p�lulas que o tomavam est�pido. Era melhor tomar uma aspirina e um u�sque.
Del n�o se permitiu olhar para a porta do quarto de Camilla, pensar... nem por um instante... na linda figura deitada na cama al�m da porta. Um minuto depois, percebeu
que a fantasia teria sido desperdi�ada, porque Camilla n�o estava na cama.
Ouviu a voz dela, o murm�rio baixinho vindo da cozinha. Estreitando os olhos, parou, ouviu. N�o podia entender bem as palavras, mas o tom era suave, repleto de aten��o.
Aquilo o deixou nervoso.
Com quem ela estava falando? Ele se aproximou um pouco mais e ouviu o fim da conversa.
- Je t'aime aussi. Bonne nuit.
O clique do telefone sendo colocado no gancho veio um instante antes de Del acender as luzes.
Camilla teve um sobressalto, reprimiu um grito e bateu na boca com ambas as m�os.
- Mon Dieu! Vous m'avez fait peur! - Ela exalou uma respira��o tr�mula, tirou o franc�s da cabe�a. - Voc� me assustou.
- O que voc� est� fazendo aqui no escuro? Ela havia descido para checar o telefone e, descobrindo
que estava funcionando, ligou para tranq�ilizar a fam�lia. Deixara as luzes apagadas e mantivera o tom de voz baixo para evitar exatamente o que estava acontecendo
naquele momento. Explica��es.
- O telefone voltou a funcionar.
- Sim. Responda � pergunta.
Camilla endireitou os ombros e ergueu o queixo.
- Eu n�o sabia que tinha de ficar no meu quarto como uma crian�a depois da hora de dormir -retrucou. - Estou pagando pela hospedagem, e imaginei que estivesse livre
para fazer uso da casa.
- N�o dou a m�nima se voc� dan�ar um tango ao luar. Quero saber por que estava escondida e sussurrando ao telefone no escuro.
Ela lhe deu a verdade, e cobriu-a com gelo.
- Eu n�o consegui dormir. Desci para beber algo e chequei o telefone. Quando descobri que estava funcionando, fiz uma liga��o. N�o se preocupe, a chamada foi a cobrar.
Se meu celular funcionasse neste... local afastado, eu n�o teria usado o seu. E ter a cortesia de fazer sil�ncio quando uma outra pessoa na casa est�, presumivelmente,
dormindo, n�o � se esconder.
A explica��o era razo�vel. Parecia verdade. Ent�o Del assentiu, lentamente.
- Tudo bem. Se voc� quer falar com seu marido ou namorado, v� em frente. Mas n�o fique vagando no escuro como uma ladra.
A face de Camilla enrubesceu, os olhos se tomaram mais dourados.
- Eu n�o estava vagando e n�o tenho marido. Se quer saber, falei com minha m�e para tranq�iliz�-la de que estou bem. A inquisi��o acabou?
Ele detestava se sentir tolo, ent�o n�o disse nada e foi para o gabinete pegar uma aspirina.
- Eu deveria ter imaginado. - Com um suspiro impaciente, Camilla pegou um copo para encher de �gua. - Voc� fica ainda mais imposs�vel quando est� com dor. Aqui.
- N�o quero �gua. - Del passou por tr�s dela para pegar a garrafa de u�sque na despensa.
- Beba a �gua primeiro. Caso contr�rio, voc� vai estragar o sabor do u�sque. - Camilla pegou um outro copo, tirou a garrafa da m�o dele e serviu aproximadamente
tr�s dedos. - Imagino que isso deva ajudar seu desconforto. � o ombro ou s�o as costelas?
- Costelas, principalmente.
- Suponho que d�i mais quando est� sarando. Por que voc� n�o se senta, e eu lhe aplico uma bolsa de gelo?
- N�o preciso de enfermeira.
- Pare de ser t�o teimoso. - Ela encheu uma sacola pl�stica com gelo, ent�o, enrolou-a em um pano de prato fino. - Sente-se, tome seu u�sque. Conte-me sobre uma
de suas outras escava��es. Alguma coisa estranha e ex�tica.
Camilla se sentiu divertida e satisfeita ao ouvir a voz de sua m�e em sua pr�pria voz, o tom paciente que usava para acalmar e distrair os filhos quando estavam
doentes.
- V� embora. - A ordem n�o tinha muita �nfase, e Del se sentou.
- Quando eu estava limpando o chal�, notei alguma correspond�ncia para o dr. Caine. Fiquei impressionada. - Ela se sentou, segurando o pano no rosto e esperando
que esfriasse. - Onde voc� estudou?
Ela estava usando um penhoar da cor de cobre. Ele imaginou que devia ser de seda, e pela maneira como aderia ao corpo esbelto Camilla usava pouca coisa por baixo,
ou nada. Em defesa, Del fechou os olhos e deixou o u�sque deslizar por sua garganta.
- Oxford.
- Agora estou mais impressionada ainda. Delaney Caine com um diploma de doutorado de Oxford. Como descobriu que era um arque�logo?
Aquela era uma maneira estranha de destacar aquilo, pensou ele. N�o como voc� se tomou um, ou quando decidiu, mas como descobriu. E isso era perfeitamente certo.
- Eu sempre quis saber como, por que e quando. E quem. Toda vez que ia a uma escava��o com meus pais...
- Ah, eles tamb�m s�o arque�logos.
- Paleont�logos. Dinossauros. - Del manteve os olhos fechados, sabendo que, entre determina��o e u�sque, a dor diminuiria. - Eu gostava das escava��es, mas me parecia
mais emocionante quando eles escavavam alguma coisa humana. Pe�as de cer�mica, ferramentas ou armas. Algo que dizia que homens tinham andado por aquele lugar.
Ele assobiou baixinho entre os dentes quando o pano gelado fez contato com suas costelas.
Pobrezinho, pensou Camilla com compaix�o. T�o nervoso diante da dor!
- Meus irm�os eram fascinados por dinossauros. Acho que todos os garotos s�o. - Ela viu as fei��es dele relaxarem quando o gelo adormeceu a dor. - Seus pais ficaram
desapontados que voc� n�o seguiu a �rea deles?
- Por que ficariam? - Del se permitiu relaxar, pouco a pouco. Uma coruja foi ouvida a dist�ncia. O aroma de Camilla o envolvia como uma car�cia de m�os.
- Oh, tradi��o, suponho. � reconfortante ter pais que o compreendem, n�o �? Pelo menos, que tentam entender quando voc� precisa testar a si mesmo, tentar descobrir
suas pr�prias inclina��es. Alguns de n�s esperam muito tempo para fazer isso, temendo desaprova��o ou fracasso.
Ele estava relaxado, quase sonolento, pensou Camilla. Estranho, Del n�o parecia menos formid�vel agora do que quando estava alerta. Talvez fossem os ossos do rosto,
ou os p�los da barba, que despontavam, sombreando-lhe as fei��es. Qualquer coisa que fosse, ela se sentiu excitada ao olh�-lo, realmente olh�-lo quando ele n�o estava
consciente.
Ent�o, os olhos de Del se abriram, e aquele rosto interessante estava muito perto do seu. Camilla quase se afastou, num gesto instintivo de cortesia, mas havia uma
cautela na profundeza dos olhos verdes. Uma cautela intrigante que a incitou a testar seu poder.
Ela continuou perto, muito perto, e ergueu uma das m�os para sentir os p�los que despontavam no rosto de Del, e para flertar, tamb�m.
- Voc� precisa se barbear, dr. Caine.
Ele podia sentir o aroma dela, fresco e orvalhado, apesar da hora avan�ada da noite. A respira��o de Camilla soprava de leve em sua pele. E fez sua boca aguar.
- Pare com isso.
- Seria dif�cil se barbear com uma �nica m�o. - Camilla trilhou com um dedo o longo maxilar dele. Desceu para o pesco�o. - Eu poderia fazer isso para voc� pela manh�.
- N�o quero ser barbeado, e n�o gosto que voc� me toque.
- Oh, voc� gosta que eu o toque. - Certamente, ela n�o era a �nica que estava sentindo aquele desejo incr�vel. - Apenas tem medo disso. E se irrita porque eu n�o
tenho medo.
Del lhe segurou o pulso com sua m�o saud�vel, e seus dedos se apertaram de maneira amea�adora.
- Se voc� n�o tem medo, � uma tola. - Deliberadamente, ele estudou-lhe o corpo, o olhar o percorrendo de cima a baixo, antes de voltar para o rosto dela. - N�s estamos
sozinhos aqui, e voc� n�o tem onde se esconder. Posso estar com um dos bra�os feridos, mas se eu decidir que a quero, voc� n�o poderia me impedir.
Uma onda de raiva a dominou, mas n�o havia medo. Ningu�m nunca a tocara a menos que ela permitisse. E n�o pretendia mudar isso.
- Voc� est� enganado quanto a isso. N�o me escondo, eu confronto. N�o sou fraca ou indefesa.
Ele apertou mais o pulso dela, ciente de que seus dedos, provavelmente, deixariam marcas. Esperava que sim, e que Camilla se lembrasse disso. Para a seguran�a de
ambos.
- Voc� � uma mulher, e deve pesar 50 quilos a menos do que eu. Muitos homens usariam tal vantagem para provar seu gosto. Voc� fosse o tipo deles, ou n�o. Eu sou
mais exigente, e, amiga, voc� n�o me atrai.
- Verdade? - A raiva de Camilla estava no auge agora, um estado emocional que tentava evitar. Quando estava com raiva, com muita raiva, sabia que podia ser incrivelmente
impulsiva. Fez o poss�vel para se acalmar, para controlar o temperamento. - Isso � uma sorte para n�s dois, ent�o.
Ela se afastou, puxou o bra�o para liber�-lo quando Del afrouxou o aperto. Viu alguma coisa brilhar nos olhos dele - al�vio ou desd�m?, Camilla n�o tinha certeza.
Mas, de qualquer forma, o olhar era ardente.
- Mas � uma mentira.
Ela estava com raiva, sendo impulsiva... e, conclu�ra, incrivelmente tola. Mas as regras de controle vacilaram, ent�o, entrela�ou ambas as m�os nos cabelos de Del
e tocou-lhe a boca com a sua.
A primeira rea��o dele foi de satisfa��o, pura e simples, quando ela o ouviu respirar fundo. Camilla aproveitou a chance, e usou l�bios e l�ngua para provar o gosto
de Del.
E quando aquele gosto a invadiu, causando-lhe uma inesperada onda de calor, teve uma segunda rea��o.
Sentiu-se derretendo lentamente.
N�o estivera preparada para aquilo, para o desejo que encobriu cada camada de raiva e puxou o gatilho de sua pr�pria paix�o. Emitiu um som baixinho, tanto de surpresa
quanto de prazer, e aprofundou o beijo.
A boca de Del era firme, o rosto estava �spero e os cabelos eram extremamente macios. Ela podia ouvir as batidas do cora��o dele, e o aperto da m�o grande... dessa
vez no seu pesco�o. As l�nguas de ambos se encontraram. Tudo que Camilla podia pensar era: d�-me mais.
Seus reflexos estavam lentos, pensou Del. Essa era a �nica desculpa que podia dar para n�o empurr�-la antes que o beijasse. Ele era humano, afinal. Esta foi a �nica
raz�o que p�de encontrar para erguer a m�o... n�o para empurr�-la, mas para lhe segurar o pesco�o e a manter exatamente onde estava.
Sobre ele.
Os gemidos desejosos e suaves de Camilla lhe esquentaram o sangue, fazendo-o lutar para aprofundar o beijo mesmo quando alcan�ou profundezas que n�o tinha certeza
se poderia suportar.
Queria tom�-la inteira... devor�-la. Queria-a com desespero, mais do que queria respirar uma pr�xima vez.
Del se movimentou, esfor�ando-se para envolv�-la com seu outro bra�o, pux�-la para seu colo. O movimento brusco provocou uma dor aguda, diminuindo a paix�o.
Camilla se afastou. Tinha sentido o corpo m�sculo enrijecer, ouvido a luta para que ele recuperasse o f�lego, e soube que o machucara. Preocupa��o, desculpas quase
sa�ram de sua boca antes que o olhar irado de Del a detivesse.
- Fique longe de mim. - Ele estava com falta de ar, e sua cabe�a girava. Praguejou, porque sabia que aquilo tinha tudo a ver com a rea��o do seu corpo em rela��o
a ela, assim como com a dor.
- Deixe-me ajudar...
- Eu disse fique longe de mim. - A cadeira de Del caiu no ch�o quando ele se levantou. No momento que sua vis�o nublou, quase perdeu o equil�brio, e a fraqueza foi
adicionada � sua f�ria. - Se voc� quer uma distra��o r�pida, v� para algum outro lugar. N�o estou dispon�vel.
Del saiu da casa, batendo as duas portas violentamente.
Camilla estava verdadeiramente envergonhada de si mesma, e mal dormira a noite inteira, encolhendo-se cada vez que repassava a cena em sua cabe�a.
Ela o instigara. Praticamente se jogara em cima dele. N�o significava nada o fato de que estava zangada, insultada e excitada, tudo ao mesmo tempo. Se um homem tivesse
se comportado daquela maneira como ela, Camilla seria a primeira a conden�-lo como um bruto e um b�rbaro.
For�ara-o a beij�-la, aproveitando-se da situa��o e de sua vantagem f�sica. Aquilo era inadmiss�vel.
Teria de se desculpar, e aceitar qualquer pagamento que Del quisesse pela ofensa. Se aquilo significasse tir�-la da casa pela orelha, ele tinha todo o direito de
agir assim.
Camilla esperava que ele n�o chegasse a tal ponto.
Aquele poderia ser um tolo clich� feminino, mas ela foi � cozinha uma hora antes de amanhecer, a fim de preparar um caf�-da-manh� maravilhoso para acalm�-lo.
E claro, teria de ajustar a id�ia para um almo�o, uma vez que Del n�o voltara para casa at� as 3h. Quando Camilla o ouvira chegar, havia parado de respirar novamente
por alguns minutos, temendo que ele pudesse invadir seu quarto, tir�-la da cama e jog�-la pela janela, ou algo semelhante.
N�o que Del n�o tivesse respondido aos seus avan�os, lembrou-se enquanto a vergonha continuava a domin�-la. Ele, praticamente, a devorara, como um homem faminto.
Como se n�o tivesse tentado pux�-la para mais perto e causado dor ao seu corpo ferido...
Bem, Camilla sup�s que era melhor n�o pensar no assunto.
Fez caf� e suco. Preparou a massa e o recheio para crepes de ma�� com canela, e cortou um bom peda�o de presunto. Agora, se o urso apenas decidisse sair de sua caverna...
Minutos depois, Camilla ouviu ru�dos que a informaram que ele estava de p� e por perto. Ela teve de secar as m�os subitamente �midas na cal�a antes de virar-se para
esquentar a frigideira e terminar o preparo do caf�-da-manh�.
Porque Del tamb�m estava revivendo a cena na cabe�a, encontrava-se no pior dos humores enquanto tomava banho. Em parte, estava furioso com Camilla, por coloc�-lo
numa posi��o t�o imposs�vel. Por outro lado estava incrivelmente desgostoso com sua pr�pria rea��o.
Tivera uma mulher que tentava seduzi-lo de uma maneira totalmente aberta e �vida. Uma mulher maravilhosa, sexy, independente, que o agarrara no meio da noite e o
beijara at� enlouquec�-lo.
E ele tinha sa�do de casa bufando de raiva.
O que era, louco?
Cauteloso, corrigiu-se, irritado com o debate interno. N�o tinha problemas com sexo casual e saud�vel entre adultos que sabiam o que queriam. Mas, se houvesse alguma
c�lula casual no corpo de Camilla, ele dan�aria jiga nu no meio da estrada a caminho da cidade.
Ela exalava complica��es.
Al�m do mais, lembrou a si mesmo enquanto se vestia, n�o tinha tempo para divers�es e jogos. Precisava trabalhar. E quando tivesse tempo, ele tomaria a iniciativa.
N�o que n�o tivesse sido interessante Camilla ter lhe tirado aquele passo das m�os, momentaneamente.
Ela possu�a uma boca como a de uma deusa, pensou Del. Ardente, persuasiva e poderosa.
Era melhor n�o pensar sobre isso. Muito melhor decidir o que fazer em rela��o ao ocorrido. Pelo que podia ver, havia duas op��es: podia fingir que nada acontecera
ou poderia despedi-la, lev�-la para a cidade e dispens�-la.
A �ltima op��o lhe parecia a mais segura.
Estava na metade da escada quando sentiu o cheiro de caf�. Um cheiro que enfraqueceu sua resolu��o. Podia contar nos dedos quantas vezes em sua vida adulta acordara
com o aroma de caf� fresco.
Ent�o, sentiu o cheiro de carne grelhando.
N�o era um jogo justo, percebeu. T�pico das mulheres.
No minuto que Del entrou na cozinha, ela se virou, caneca na m�o. Em vez de lhe estender, colocou-a sobre a mesa. Camilla n�o sorriu, mas encontrou o olhar dele,
e o sustentou.
Quero pedir desculpas por meu comportamento.
O tom s�rio demais o deixou desconsertado. Ele decidiu que o melhor movimento era manter a boca fechada... e beber o caf�.
- Foi um comportamento totalmente indefens�vel - continuou ela. - Aproveitei-me da situa��o e abusei de sua hospitalidade. Eu n�o poderia lamentar mais por isso.
Voc� tem todo o direito de me colocar para fora. Espero que n�o fa�a isso, mas n�o vou discutir se decidir assim.
Ele achara que Camilla n�o tinha jogado justo?, refletiu, observando-a, sobre a borda da caneca, em p�, solene e paciente com o presunto chiando �s suas costas.
Um campe�o de peso pesado n�o teria qualquer chance com ela.
- Vamos apenas esquecer isso.
Al�vio percorreu o corpo de Camilla, mas ela n�o poderia relaxar at� que terminasse.
- � muita generosidade sua. - Ela movimentou-se para pegar um garfo e virar o presunto. - Eu gostaria de lhe dizer que nunca fiz nada como isso antes.
Del pensou no beijo, em como fora ardente.
- N�o fez o qu�, antes?
- Atirar-me sobre um homem. - A lembran�a daquilo a fez enrubescer, mas ela continuou a cozinhar. - Ocorreu-me depois que se a situa��o tivesse sido o inverso, se
voc� tivesse me assediado, particularmente quando eu estivesse incapacitada...
- Eu n�o estou incapacitado. - Irritado, Del bebeu o caf�, ent�o foi pegar mais.
- Bem... de qualquer forma, ocorreu-me que isso teria sido uma atitude desprez�vel, talvez at� mesmo criminosa, ent�o...
- N�s nos beijamos. Come�o e fim - replicou ele, sentindo-se cada vez mais desconfort�vel. - N�o � nada t�o grave.
Ela o olhou por um instante, ent�o virou a cabe�a novamente. A situa��o, grave ou n�o, o mantivera fora da pr�pria casa durante a maior parte da noite. Portanto,
Camilla iria acabar de se humilhar.
- Um ato sexual de qualquer tipo deve ser m�tuo, ou � uma perturba��o. Pior, um ass�dio.
- O dia que alguma mulher magrinha e tola puder me assediar sexualmente � porque enlouqueci.
- N�o sou tola nem magrinha, mas deixe-me terminar. Eu estava furiosa por me sentir atra�da por voc�, s� Deus sabe por qu�, e tenho a responsabilidade de controlar
esta rea��o, assim como a simples curiosidade que senti. Fico satisfeita que voc� tenha aceitado meu pedido de desculpas. Agora, se quiser se sentar, vou fazer crepes.
Camilla espetou o presunto, colocou-o num prato. Antes que pudesse se virar para a massa de crepe, Del a girou, levou uma das m�os ao seu pesco�o, e, erguendo-lhe
os p�s do ch�o, cobriu-lhe a boca com a sua.
O garfo que Camilla ainda segurava caiu sobre o balc�o. Seus bra�os balan�aram, indefesos, nas laterais do corpo. Aquilo era um assalto, um assalto glorioso que
a deixou de joelhos fracos, a cabe�a tonta e o sangue fervendo por todo o corpo. Mesmo quando come�ou a balan�ar na dire��o dele, Del deu-lhe um leve empurr�o. Ent�o
se afastou.
- Pronto, isso nos deixa empatados - ele murmurou, ent�o, pegando seu caf� novamente, se sentou. - Que tipo de crepe?

Cinco
A barba o irritava. Assim como Camilla. Suas costelas do�am o tempo todo. Sua libido o incomodava.
O trabalho ajudava a amenizar aquelas sensa��es irritantes e indesej�veis. Ele sempre tinha sido capaz de se deixar envolver pelo trabalho... Na verdade, achava
que qualquer pessoa que fosse incapaz de fazer isso n�o estava em seu equil�brio perfeito.
Del tinha de admitir que Camilla n�o o irritava quando o estava ajudando a transcrever e organizar suas anota��es. Na verdade, sua ajuda era t�o grande que ele se
perguntou como conseguiria fazer alguma coisa quando ela partisse.
Considerou se aproveitar da gratid�o de sua h�spede e mant�-la em sua casa por mais algumas semanas.
Ent�o, ele poderia se distrair com alguma coisa t�o rid�cula quanto o modo como a luz batia nos cabelos dela quando ela estava sentada ao teclado. Ou no jeito como
os olhos incr�veis brilhavam quando Camilla o fitava com uma pergunta ou um coment�rio. Ent�o, come�aria a pensar sobre ela. Quem era, de onde vinha? Por que estava
sentada em sua cozinha, para in�cio de conversa? Falava franc�s como uma nativa, cozinhava como um presente de Deus, e acima de tudo isso, possu�a uma classe ineg�vel!
Del detestava questionar pessoas sobre suas vidas, porque elas sempre acabavam respondendo. Mas tinha muitas perguntas que gostaria de fazer a Camilla.
Come�ou a calcular como poderia obter algumas informa��es sem parecer que estava fazendo um interrogat�rio.
Ela era inteligente tamb�m, pensou enquanto Camilla cuidadosamente arquivava e rotulava fotografias no documento que estavam trabalhando, e ele fingia estudar outras
nota��es. Ela n�o tinha apenas uma instru��o b�sica, tinha muito mais do que isso. Se pudesse supor, Del diria que as escolas haviam sido sempre particulares...
e com aquele leve sotaque franc�s na voz, apostava em algum tipo de escola su��a.
De qualquer forma, onde quer que Camilla tivesse estudado, era bastante esperta para deixar transparecer sua sensualidade.
Ela simplesmente assentira quando ele lhe dissera que estavam empatados, e tinha feito crepes para o caf�-da-manh�.
Del admirava aquilo, a maneira como ela aceitara o acordo de igualdade e voltara ao trabalho, como de costume.
Havia dinheiro... ou houvera! Rel�gio su��o caro, penhoar de seda. Seda pura! Ele ainda podia sentir o tecido macio ro�ando sua pele nua quando Camilla o abra�ara.
Droga.
Entretanto, ela n�o era avesssa ao trabalho. Na verdade, parecia gostar de cozinhar. Aquilo estava quase al�m da compreens�o de Del. Al�m disso, Camilla ficava sentada
ao teclado por horas sem reclamar. Digitava com rapidez e de forma impec�vel, a postura corporal perfeita. E as m�os eram elegantes como as de uma rainha.
Cria��o, pensou ele. O tipo de cria��o que lhe dava for�a de car�ter, assim como um senso de justi�a.
E ela possu�a a boca mais incr�vel!
Ent�o, como tudo aquilo se encaixava?
Del se pegou co�ando a barba novamente, ent�o de repente teve uma id�ia.
- Seria bom eu fazer a barba.
Ele falou casualmente, esperou que ela olhasse na sua dire��o.
- Perd�o?
-A barba - repetiu Del. -Acho que precisa ser feita. Porque Camilla considerou aquilo uma abertura amig�vel, sorriu.
- Voc� consegue fazer isso sozinho, ou quer ajuda? Ele franziu o cenho, para mostrar que estava relutante.
- Voc� j� fez a barba de um homem alguma vez?
- N�o. - Ela comprimiu os l�bios, angulou a cabe�a. - Mas vi meu pai e meus irm�os fazerem isso. O qu�o dif�cil pode ser?
- Irm�os?
- Sim, dois. - Pensativa, Camilla andou at� ele, abaixando-se um pouco para lhe estudar o rosto. Muitos �ngulos, pensou. Certamente, n�o seria nada f�cil barbear
aquele rosto, mas o desafio era tentador. - N�o vejo por que n�o poderia fazer isso.
- E meu sangue e minha carne que est�o em jogo, amiga. - Todavia, ele ergueu uma das m�os, esfregou a barba com irrita��o. - Vamos fazer isso.
Camilla levou o trabalho a s�rio. Ap�s ponderar um pouco, decidiu que o melhor lugar para o evento seria na varanda da frente. Eles tomariam um pouco de ar fresco
e ela seria capaz de manobrar 360 graus ao redor da cadeira dele, como n�o poderia fazer no min�sculo banheiro do andar de cima.
Levou uma pequena mesa para fora e arrumou o material. A travessa rasa e larga com �gua quente, a lata de creme de barbear, as toalhas, o barbeador.
Em parte, ela preferia que fosse uma l�mina comum em vez de um barbeador manual, seria divertido afiar a l�mina.
Quando Del se sentou, ela amarrou uma toalha ao redor do pesco�o dele.
- Eu poderia aproveitar para cortar seus cabelos.
- Deixe meus cabelos em paz.
Camilla n�o o culpava. Ele tinha cabelos lindos, maravilhosamente mechados e desalinhados. De qualquer forma, sua �nica tentativa com cortes de cabelo, os seus pr�prios,
provara que possu�a um talento oculto para aquilo.
- Tudo bem, apenas relaxe. - Ela cobriu-lhe o rosto com uma toalha �mida, morna. - Vi isso em filmes. Acredito que amacie a barba.
Quando Del emitiu um gemido abafado e relaxou, Camilla olhou para a �rea montanhosa. Era tudo verde, exuberante, pontilhado de luzes e sombras. Podia ouvir os cantos
dos p�ssaros, e viu um cardeal vermelho destacado no meio do verde profundo.
Ningu�m estava escondido naquelas sombras, esperando que ela fizesse algum movimento, de modo que pudesse faturar uma comiss�o por uma nova fotografia. N�o havia
seguran�as de vigia, parados por perto para proteg�-la.
A paz ali era como um b�lsamo.
- Est� um lindo dia hoje. - Distraidamente, Camilla colocou uma das m�os sobre o ombro de Del. Queria compartilhar a ador�vel sensa��o de liberdade com algu�m. -
Tudo azul e verde com o ver�o. Calor, mas n�o um calor opressivo. Em Virg�nia, n�s estar�amos banhados em umidade agora.
Aha! Ele sabia que identificara um toque do sul na voz dela.
- O que voc� tem em Virg�nia?
- Oh, minha fam�lia. - Alguns deles, pensou ela. - Nossa fazenda.
Quando Camilla tirou a toalha, os olhos dele, intensos e repletos de d�vidas, encontraram os seus.
- Est� me dizendo que voc� � filha de fazendeiro? Ora, n�o me fa�a rir.
- N�s temos uma fazenda. - Vagamente irritada, ela pegou o creme de barbear. Duas fazendas, pensou. Uma em cada um de seus pa�ses. - Meu pai cultiva soja, milho
e outras coisas. E cria gado e cavalos.
- Voc� nunca capinou com essas m�os, crian�a.
Ela arqueou uma sobrancelha enquanto passava o creme de barbear.
- Existe uma maravilhosa inven��o chamada trator. E sim, posso dirigir um - acrescentou Camilla com alguma aspereza.
- Dif�cil imagin�-la trabalhando numa fazenda.
- N�o passo muito tempo com as colheitas, mas conhe�o a diferen�a entre um nabo e uma batata. - Com sobrancelhas unidas, ela ergueu o queixo dele e fez a primeira
interven��o cuidadosa com o barbeador. - Meus pais esperam que os filhos sejam produtivos e �teis, que contribuam para o mundo. Minha irm� trabalha com crian�as
desprivilegiadas.
- Voc� falou que tinha dois irm�os.
- Uma irm� e dois irm�os. Somos quatro. - Camilla molhou o barbeador na travessa com �gua, e cuidadosamente removeu mais creme e p�los.
- O que voc� faz, na fazenda?
- Muitas coisas - murmurou ela, calculando o �ngulo do maxilar para o pesco�o.
- � disso que voc� est� fugindo? Ei!
Quando ela o cortou, em seguida tocou a �rea levemente.
- Foi somente um arranh�o... o que n�o teria acontecido se voc� n�o falasse tanto. Costuma ficar calado por horas �s vezes, e agora n�o fecha a boca.
Divertido, e intrigado por aparentemente ter atingido um ponto fraco, Del deu de ombros.
- Talvez eu esteja nervoso. Nunca deixei uma mulher se aproximar de mim com um utens�lio afiado.
- Isso � surpreendente, considerando sua personalidade.
- Rotul�-la como Rebecca da Fazenda Sunnybrook � surpreendente, considerando a sua. Se voc� cresceu em Virg�nia, de onde vem a parte francesa?
As sobrancelhas de Camilla se ergueram sobre olhos iluminados com humor.
- Minha m�e - disse ela, ignorando a pequena onda de culpa que veio por n�o ser completamente honesta. Por causa disso, fez um acr�scimo... mesmo que n�o espec�fico.
- N�s passamos parte de nosso tempo na Europa... e temos uma pequena fazenda l�, tamb�m. Fa�a isso. - Camilla estendeu o pr�prio l�bio superior sobre os dentes.
Del n�o p�de evitar um sorriso.
- Mostre-me como fazer isso de novo.
Agora ele est� cheio de gracinhas. - Mas ela riu, e se posicionou entre as pernas de Del, abaixou-se e lentamente barbeou a �rea entre o nariz e a boca.
Ele queria toc�-la, deslizar as m�os por alguma parte do corpo dela. Qualquer parte. Queria, percebeu, beij�-la de novo. Independentemente de quem Camilla fosse.
Ela ro�ou a boca de Del com o polegar, segurando-lhe o l�bio no lugar, afastando-se em seguida. Mas seus olhos permaneceram l� antes de subirem para os dele.
Ent�o, viu o desejo, o ardor perigoso nos olhos de Del. Sentiu-o atingi-la como a ponta afiada de uma l�mina.
- Por que isso, voc� acha? - murmurou Camilla.
Ele n�o fingiu que n�o tinha entendido. N�o acreditava em fingimento.
- N�o tenho a menor id�ia... al�m do fato de que voc� � muito agrad�vel aos olhos.
Ela quase sorriu com aquilo, e virou-se para lavar a l�mina novamente.
- Mesmo atra��o deveria envolver mais coisas. Nem mesmo tenho certeza se gostamos muito um do outro.
- N�o tenho nada contra voc�, particularmente.
- Bem, Delaney, voc� � muito af�vel. - Ela riu porque aquilo aliviava a tens�o em seu interior. - Uma mulher n�o tem defesa contra tanta poesia, tanto charme.
- Se voc� quer poesia, leia um livro.
- Eu acho que gosto de voc�. - Camilla comentou, enquanto voltava para terminar de barbe�-lo. - Em algum n�vel estranho, aprecio seu jeito irasc�vel.
- Homens velhos s�o irasc�veis. Ainda sou jovem, portanto sou rude.
- Precisamente. Mas voc� tamb�m tem uma mente interessante, e acho isso atraente. Estou intrigada com o seu trabalho. - Ela virou-lhe o rosto para o lado, aproximou-se
novamente. - E sua paix�o por ele. Eu procuro paix�o, n�o do tipo sexual, mas por alguma paix�o... emocional e intelectual. Que estranho que eu tenha encontrado
isso aqui, em ossos velhos e potes quebrados.
- Meu campo envolve mais do que paix�o e intelecto.
- Sim. Trabalho �rduo, sacrif�cio, suor, talvez um pouco de sangue. - Camilla angulou a cabe�a. - Se voc� acha que sou estranha a tais coisas, est� enganado.
- Voc� n�o � uma pessoa pregui�osa. Ela sorriu novamente.
- Agora voc� me elogiou. Meu cora��o bate feliz.
- E voc� tem uma l�ngua afiada, amiga. Talvez, em algum n�vel estranho, eu aprecie o seu sarcasmo.
- Isso � bom. Por que voc� nunca usa o meu nome?
- Ela deu um passo atr�s para pegar uma toalha seca e tirar o creme de barbear que restava no rosto dele. - Este � o meu nome - disse rapidamente. - Camilla. Minha
m�e gosta de flores, e havia cam�lias na fazenda de meu pai quando ele a levou l� pela primeira vez.
- Ent�o, voc� s� mentiu sobre seu sobrenome.
- Sim. - Experimentando, ela deslizou os dedos sobre o rosto dele. - Acho que fiz um bom trabalho, e voc� tem um rosto bonito, apesar de complicado. Muito melhor
sem a barba irregular.
Camilla andou at� a mesa e secou as m�os.
- Eu s� quero algumas semanas sozinha - murmurou ela. - Algumas semanas para ser eu mesma, sem restri��es, responsabilidades, demandas, expectativas. Voc� nunca
precisou simplesmente respirar?
- Sim. - E alguma coisa no tom dela, alguma coisa nos olhos, ambos perturbados, disse a Del que pelo menos aquilo era perfeitamente verdade. Ele tocou o pr�prio
rosto, esfregou uma das m�os sobre a pele rec�m-barbeada.
- Seu carro estar� pronto em alguns dias. Provavelmente. Voc� pode partir ent�o, ou pode ficar uma semana ou duas, e manteremos as coisas como est�o.
L�grimas se acumularam nos olhos de Camilla, embora ela n�o imaginasse por qu�.
- Talvez mais alguns dias. Obrigada. Eu gostaria de saber mais sobre seu projeto. Gostaria de saber mais sobre voc�.
- Vamos manter as coisas do jeito que est�o. At� que elas mudem. Bom trabalho com a barba... Camilla.
Ela sorriu para si mesma quando Del entrou e bateu a porta de tela.
Para demonstrar sua gratid�o, Camilla fez o poss�vel para n�o irrit�-lo. Por um dia inteiro e metade do outro. Esfregou o chal� at� que estivesse brilhando, etiquetou
e arquivou os esbo�os e as fotografias dele. As p�ginas digitadas com capricho, de suas anota��es e ditados, estavam agora organizadas em duas grandes pilhas.
Era hora, decidiu ela, de uma mudan�a de rotina.
- Voc� precisa de suprimentos frescos - Camilla comentou.
- Eu j� comprei suprimentos.
- Dias atr�s, e a palavra chave � fresco. N�o temos frutas e h� poucos vegetais. E quero lim�es. Vou fazer limonada. Voc� toma muito caf�.
- Sem caf�, entro em coma.
- E o caf� tamb�m est� quase acabando, portanto, a menos que voc� queira entrar em coma, n�s temos de ir � cidade fazer compras.
Pela primeira vez Del lhe enviou um olhar, tirando os �culos de leitura para franzir o cenho.
- N�s?
- Sim. Posso verificar o estado do meu carro, pois seu Carl somente murmura barulhos ao telefone quando pergunto sobre ele. - Ela j� estava checando os conte�dos
da bolsa, pegando os �culos escuros. - Ent�o, n�s iremos � cidade.
- Quero terminar este par�grafo.
- Podemos terminar na volta. Posso dirigir se o seu ombro o estiver incomodando muito.
Na verdade, o ombro n�o o incomodava mais nem um pouco. Ele havia aproveitado as horas que passava acordado e irrequieto no quarto � noite para exercit�-lo cuidadosamente.
As costelas ainda do�am, mas estava quase pronto para cavar novas valas.
- Claro, vou deix�-la dirigir minha caminhonete depois que voc� provou o quanto dirige bem.
- Eu sou uma �tima motorista. Se o veado n�o tivesse...
- Sim, sim. Bem, esque�a sobre dirigir minha caminhonete, crian�a. - Uma vez que ele a conhecia bem o bastante agora para ter certeza que Camilla implicaria e pressionaria
pela pr�xima hora, decidiu poupar tempo e discuss�o e concordar. - Eu dirijo, mas voc� faz as compras.
Quando Del apenas ficou parado, franzindo o cenho, ela mexeu a cabe�a.
- Se est� tentando lembrar onde p�s as chaves, elas est�o na igni��o de sua preciosa caminhonete, onde voc� as deixou.
- Eu sabia disso - murmurou ele, e olhou para fora. - Vamos ou n�o?
T�o satisfeita como se tivesse recebido a oferta de uma noite na cidade, Camilla apressou-se em segui-lo.
- H� alguma loja de departamento l�? Eu poderia...
- Esque�a. - Del parou na porta dos fundos, de modo que os dois colidiram solidamente. - N�o, n�o h�, e n�o pense que vamos nos divertir com compras. Voc� quer lim�es,
vamos buscar lim�es, mas voc� n�o vai me arrastar para lojas de mulher, procurando por sapatos, brincos e s� Deus sabe o que mais.
Camilla tinha uma fraqueza pequena, e totalmente inofensiva, por brincos. Sua boca se moveu em alguma coisa muito perto de um biquinho.
- Eu s� queria um creme para a �rea dos olhos.
Ele tirou os �culos do nariz dela e a observou com seriedade.
- Seus olhos est�o bem.
Del continuou indo para a caminhonete, e ela decidiu n�o pressionar mais, at� que eles estivessem na cidade. Agora, era melhor distra�-lo.
- Ser� - come�ou Camilla enquanto se acomodava no banco do carro - que voc� poderia me contar como o m�todo radiocarbono funciona?
- Voc� quer uma aula?
- N�o, somente uma pequena explica��o. Transcrevo melhor se tiver uma imagem na minha cabe�a.
O suspiro de Del foi longo e sofrido, enquanto a caminhonete sacudia na estrada esburacada, em dire��o � estrada principal.
- O carbono est� na atmosfera. Voc� tem trilh�es de �tomos de carbono para cada �tomo de carbono radioativo 14. Plantas absorvem carbono 14, animais o absorvem...
- Comendo as plantas - terminou Camilla, satisfeita consigo mesma.
Ele lhe enviou um olhar.
- E outros animais. Absorvido, o carbono come�a a se desintegrar, e � reposto pela atmosfera ou atrav�s de alimentos, at� que finalmente morre. De qualquer forma,
em uma planta ou em um animal, o carbono emite aproximadamente 15 raios de desintegra��o a cada minuto, e eles podem ser detectados por um contador Geiger. O resto
� pura matem�tica. A fonte morta perde radioatividade a uma freq��ncia... Por que estou falando sozinho?
- O qu�? - Camilla recuperou sua aten��o. - Desculpe. Mas � tudo t�o lindo. Perdi tanto dessa paisagem na tempestade. � t�o verde e maravilhoso! Um pouco como a
Irlanda, realmente, com todas estas montanhas.
Ela viu o brilho que s� podia ser do sol refletindo na �gua.
- E um lago, todas as �rvores magn�ficas. � tudo t�o silencioso e parado.
- � por isso que a maioria das pessoas vive nesta parte de Vermont. N�o gostamos de multid�o e barulho. Se algu�m quer isso, n�o vem para c�, para o reino ao nordeste
de Vermont, como chamamos, e sim vai para o oeste, para Lake Champlain.
A palavra "reino" a fez sorrir. Ent�o, pensou Camilla, havia fugido de um principado por um tempo e aterrissara em um reino.
- Voc� sempre morou aqui?
- De maneira alternada.
Camilla deu um pequeno grito de deleite quando eles se aproximaram de uma ponte coberta.
- Oh, que coisa charmosa!
- A ponte atravessa sobre o rio - disse Del, mas o prazer dela n�o foi afetado. �s vezes, ele se esquecia de olhar ao redor, de absorver satisfa��o do pequeno peda�o
de mundo, onde freq�entemente fazia seu lar.
Eles passaram sobre a ponte e foram em dire��o �s torres brancas da igreja que se erguiam acima das �rvores. Camilla pensou que aquilo era como um livro, uma hist�ria
brilhante e profundamente americana. A fileira de montanhas verdes, as igrejas brancas e as casas impec�veis com seus gramados perfeitos. E a cidade em si se estendia
t�o organizadamente como um tabuleiro de jogo, com mas retas, um pequeno parque e constru��es de tijolo envelhecidas pelo tempo, com t�buas desbotadas.
Ela queria andar por aquelas ruas, passear pelas lojas, observar como as pessoas passavam seus dias. Talvez almo�ar em um daqueles pequenos restaurantes. Ou melhor,
pensou, caminhar enquanto tomava um sorvete de casquinha.
Del entrou num estacionamento e parou.
- Mercado - declarou ele, pegou a carteira e colocou diversas notas na m�o dela. - Compre o que precisa. Vou ver seu carro. Voc� tem 30 minutos.
- Oh, mas n�s n�o podemos...
- E compre bolachas ou alguma coisa doce - acrescentou Del, juntamente com um empurr�o significativo.
Com os olhos comprimidos atr�s dos �culos escuros, Camilla desceu do carro, ent�o parou com as m�os nos quadris enquanto ele sa�a do estacionamento de novo. Delaney
era completamente rude. Dando-lhe ordens, empurrando-a, interrompendo-a antes que ela completasse uma senten�a. Nunca tinha sido tratada de maneira t�o rude ou descuidada
na vida.
E o fato de gostar disso estava al�m de sua compreens�o.
Independentemente de qualquer coisa, estava determinada a ver um pouco da cidade antes que ele a carregasse de volta para a caverna por mais uma semana. Endireitando
os ombros, saiu para explorar.
O vilarejo primitivo e pr�tico da Nova Inglaterra n�o tinha uma casa de penhores, mas Camilla encontrou uma ador�vel joalheria com uma cole��o de pe�as finas. E
os brincos eram tentadores. Contudo, controlou-se e pensou na loja como uma possibilidade de vender seu rel�gio, se isso viesse a se tomar necess�rio.
Entrou em uma farm�cia. Embora as op��es de cremes para os olhos n�o inclu�ssem sua marca habitual, contentou-se com o que podia ter. Tamb�m comprou boas velas aromatizadas,
alguns saquinhos de folhas secas perfumadas.
Uma loja de antig�idades revelou possuir uma cole��o de tesouros. Camilla lamentou n�o poder comprar um tinteiro de cristal com prata. Teria sido um presente ador�vel
para seu tio Alex... mas aquilo estava al�m de seu or�amento atual, a menos que arriscasse usar o cart�o de cr�dito.
Ainda assim, achou algumas garrafas velhas interessantes por um pre�o razo�vel, e as comprou. Seriam perfeitas para flores selvagens e ramos, e alegraria bastante
o chal�.
A vendedora era uma mulher aproximadamente da idade de Camilla, com cabelos castanhos-claros, presos em um rabo-de-cavalo, e olhos azuis atentos, que tinham notado
sua cliente namorar o tinteiro. Ela sorriu enquanto embrulhava as garrafas em papel bolha.
- Aquele tinteiro � do s�culo XIX. � uma boa pe�a para um colecionador... a um bom pre�o.
- Sim, � ador�vel. Sua loja � muito bonita.
- Temos muito orgulho dela. Visitando os arredores?
- Sim.
- Se voc� estiver hospedada em algum hotel de meia pens�o, n�s oferecemos 10 por cento de desconto em compras acima de 100 d�lares.
- Oh, bem. N�o... eu n�o estou. - Camilla olhou de volta para a mesa onde o tinteiro estava exposto. O anivers�rio de seu tio era dali a tr�s meses. - Ser� que voc�
aceitaria um pequeno dep�sito para guard�-lo para mim?
A vendedora considerou, estudando Camilla com cuidado.
- Voc� pode deixar 20 d�lares. Eu o guardo por duas semanas.
- Obrigada. - Camilla tirou uma nota do dinheiro dos suprimentos.
- Sem problema. - A vendedora come�ou a fazer um recibo para o dep�sito. - Seu nome?
- Meu... Breen.
- Vou colocar uma etiqueta de reservado para voc�, srta. Breen. Pode vir a qualquer hora dentro das duas pr�ximas semanas para completar o valor da pe�a.
Camilla mexeu no rel�gio, e uma olhada a fez arregalar os olhos.
- Estou atrasada. Delaney vai ficar furioso.
- Delaney? Caine?
- Sim. Eu deveria encontrar com ele cinco minutos atr�s. - Camilla juntou suas sacolas e se apressou para a porta.
- Senhorita! Espere! - A vendedora a seguiu. - Seu recibo.
- Oh, desculpe. � que ele se irrita t�o facilmente.
- Sim, seu sei. - Os olhos da mulher dan�aram com uma combina��o de divertimento e curiosidade. - N�s sa�mos algumas vezes.
- Oh! N�o sei se devo congratul�-la ou lhe dar os p�sames. - Ent�o ela ofereceu um sorriso. - Estou trabalhando para ele, temporariamente.
- No chal�? Ent�o, eu lhe ofere�o meus p�sames. Diga-lhe que Sarah Lattimer mandou um abra�o.
- Direi. Preciso correr ou terei de pegar uma carona para voltar ao chal�.
Pode ter certeza, Sarah pensou enquanto observava Camilla partir Del n�o era um homem conhecido por sua paci�ncia. Entretanto, ela suspirou um pouco, lembrando-se
de como quase se convencera que poderia mud�-lo, dom�-lo, quando tinha 20 anos.
Sarah meneou a cabe�a com a id�ia e entrou para colocar a etiqueta de reservado no tinteiro. Desejava muita sorte para a pequena ruiva. Engra�ado, pensou agora,
a mulher lhe parecera familiar, de alguma maneira. Como se fosse uma atriz, uma celebridade ou algo assim.
Ela deu de ombros. Aquilo a perturbaria at� que descobrisse com quem a nova assistente de Del se parecia. Por�m, mais cedo ou mais tarde, recordaria.
Balan�ando as sacolas, Camilla foi para o estacionamento correndo. Fez uma careta quando viu a caminhonete, ent�o abriu a porta e jogou as compras dentro.
- Tenho de comprar mais algumas coisas - ela disse alegremente. - S� vai levar mais um minuto.
Antes que Delaney pudesse abrir a boca para reclamar, Camilla tinha certeza, ela estava correndo para dentro do supermercado.
Pegando um carrinho, come�ou a procurar o que queria apressadamente. Mas o processo de selecionar frutas e verduras frescas simplesmente n�o podia ser feito �s pressas.
Escolheu lim�es, apertou delicadamente tomates, comprimiu os l�bios para a chic�ria.
O supermercado era uma novidade t�o grande para ela que demorou mais do que pretendia na se��o de frutos do mar frescos, assim como na de itens assados. Gostava
das cores, dos aromas, das texturas. As grandes placas anunciavam ofertas, e uma m�sica verdadeiramente horr�vel sa�a do alto-falante, interrompida somente por vozes
chamando funcion�rios para checar pre�os e limpar algumas �reas.
Camilla tremeu na se��o de comidas congeladas, decidindo que as chances de convencer Del de tomar um sorvete eram nulas. Ent�o, comprou os itens necess�rios. Encantada
com a variedade de escolhas, encheu o carrinho e o levou para o caixa.
Se fosse dona de casa, refletiu, faria isso toda semana. Provavelmente, n�o seria t�o divertido. Apenas mais uma obriga��o, o que era uma pena.
Ela voltou � realidade com um gemido quando, na fila, viu seu pr�prio rosto na primeira p�gina de um jornal.
"Princesa Camilla est� com o Cora��o Partido."
Bem, eles a tinham colocado num isolamento de luto, Camilla viu com irrita��o crescente. Sofrendo por um romance rompido com um ator franc�s, que ela nem mesmo conhecera!
Imb�ciles! Menteurs! Que direito tinham de contar mentiras sobre sua vida pessoal? N�o era suficiente acompanhar cada passo dela, usar suas teleobjetivas para fotograf�-la
dia e noite?
Ela decidiu pegar o jornal pelo puro prazer de rasg�-lo em pedacinhos.
- O que voc� est� fazendo aqui? - Del exigiu saber. Camilla saltou como uma ladra, e, instintivamente, virou-se para bloquear o jornal com o corpo. F�ria, o que
considerou uma rea��o saud�vel, se transformou num desconforto no est�mago.
Se fosse desmascarada ali, naquele momento, tudo acabaria. Pessoas a rodeariam, observando-a com admira��o. A m�dia estaria em seu rastro em quest�o de horas.
- Estou... esperando na fila para pagar.
- O que s�o todas essas coisas?
- Comida. - Camilla for�ou um sorriso quando um suor frio escorreu por suas costas.
- Para que ex�rcito?
Ela olhou para o carrinho, tremeu de leve.
- Acho que me empolguei um pouco demais. Posso devolver algumas coisas. Por que voc� n�o espera l� fora e...
- Apenas enfrente a fila.
Ele deu um passo � frente, e, certa de que Del iria ver o jornal, ela falou com energia:
- N�o me empurre.
- N�o estou empurrando voc�, estou empurrando a droga do carrinho.
Quando ele passou pela prateleira de jornais sem uma �nica olhada, Camila quase desmaiou de al�vio.
- Ei, Del, eu n�o esperava v�-lo aqui de novo t�o cedo.
- A mo�a do caixa come�ou a passar os itens que Del tirava do carrinho e colocava na esteira em movimento.
- Nem eu.
A mulher, uma morena rechonchuda, cujo crach� a identificava como Joyce, piscou para Camilla.
- N�o o deixe assust�-la, querida. O latido dele � pior do que a mordida.
- N�o at� o momento - murmurou Camilla, mas se sentiu aliviada pois agora Del estava numa posi��o que n�o dava para ver sua fotografia no jornal. Todavia, p�s os
�culos escuros de novo antes de se virar para a mo�a do caixa.
- Mas ele n�o me assusta.
- Fico feliz em saber disso. Este aqui sempre precisou de uma mulher com muita coragem e ousadia para enfrent�-lo. Bom saber que voc� finalmente encontrou uma, Del.
- Ela apenas trabalha para mim.
- Ah-ah. - Joyce piscou para Camilla novamente.
- Tem tido not�cias de sua m�e?
- Algumas semanas atr�s. Ela est� bem.
- Diga-lhe que mandei lembran�as e que estou de olho no filho dela. - Joyce somou o total e fez Camilla se encolher.
- Acho que posso precisar de mais um pouco de dinheiro.
- Malditos lim�es caros. - Resignado, Del pegou o dinheiro que lhe dera, adicionou mais algumas notas.
Ela o ajudou a carregar as sacolas para a caminhonete, sentou-se, ent�o, com as m�os unidas no colo. Tinha reagido exageradamente ao jornal, disse a si mesma. Entretanto,
seu acesso de raiva inicial fora liberado. Mas havia se recuperado bem, e com muito mais rapidez do que teria conseguido uma ou duas semanas atr�s.
Isso significava que estava mais forte, mais firme. Aquilo n�o provava que estava fazendo a coisa certa?
Agora era hora de esquecer o assunto, e lidar com o momento.
- Desculpe-me por ter demorado tanto, mas n�o acho que seja insensato o fato de eu querer conhecer um pouco da cidade.
- Seu carro deve estar pronto amanh�. Talvez depois de amanh�, uma vez que Carl alega estar atrasado e sobrecarregado de trabalho. Da pr�xima vez que voc� quiser
bancar a turista, fa�a isso com seu pr�prio tempo.
- Pode ter certeza que farei. Sarah Lattimer da loja de antig�idades lhe mandou um abra�o. Admira-me que uma pessoa t�o bem educada e cort�s possa ter sa�do com
voc�.
- Ela era jovem e est�pida na �poca.
- Quanta sorte ela teve em ter amadurecido e se tomado s�bia.
- Voc� tem toda raz�o. - Ele ouviu a risada suave de Camilla. - Qual � a gra�a?
- � dif�cil insult�-lo quando voc� concorda comigo. - Era dif�cil pensar sobre uma tola fotografia num jornal descart�vel quando Del era t�o mais interessante. -
Eu gosto de voc�.
- Isso a toma jovem e est�pida, n�o �?
Ela sorriu, ent�o surpreendeu ambos quando se inclinou e beijou o rosto dele.
- Aparentemente.

Seis
Estou vivendo os momentos mais maravilhosos. N�o era meu plano ficar tanto tempo em um �nico lugar, ou fazer a mesma coisa por tanto tempo. Mas � um lugar t�o maravilhoso
e um trabalho t�o excitante a realizar.
Arqueologia � verdadeiramente fascinante. T�o mais interessante e profundo do que a hist�ria que eu apreciava, e que aprendi na escola, ou nas aulas de sociologia
que freq�entei. Mais fascinante, descubro, do que qualquer coisa que j� estudei ou explorei.
Quem, onde e por qu�? Como as pessoas viviam, se casavam, criavam seus filhos, tratavam dos parentes idosos? O que comiam, como cozinhavam? Suas cerim�nias e rituais.
Oh, tantas coisas mais! E tudo isso, sociedade ap�s sociedade, tribo por tribo, fala de nosso pr�prio povo, n�o �?
Ele sabe tantas coisas! E a quantidade de coisas que sabe � quase casual para Del, do jeito que um verdadeiro literato pode ser N�o que o conhecimento em si lhe
seja casual, ele o busca, todos os dias. Quer saber.
Acho essa paix�o admir�vel, invej�vel. E acho tudo isso atraente.
Sinto-me atra�da pela mente de Del, por todos os seus complexos �ngulos. Trabalhar com ele, certo, para ele, � dif�cil e exige muito, chegando a se tomar fisicamente
exaustivo, �s vezes. Apesar dos ferimentos de Delaney, ele possui um vigor incr�vel. � impressionante a maneira como, �s vezes, ele mergulha, horas a fio, em seu
trabalho.
E o fato de eu tamb�m conseguir fazer isso � absolutamente estimulante para mim. Estudei fragmentos de ossos de s�culos atr�s. Selados, � claro, em pl�stico.
Imagino como seria a sensa��o de toc�-los. Se algu�m tivesse me perguntado se eu queria manusear ossos humanos, mesmo duas semanas atr�s, eu diria que ele estava
louco.
Como eu gostaria de ir a uma escava��o, ou a um local arqueol�gico, e realmente ver o trabalho sendo feito no local. Embora Delaney pinte uma imagem muito clara
quando fala sobre isso, n�o � o mesmo que ver por mim mesma.
Isso � algo que quero ver, e fazer, sozinha. Pretendo procurar cursos quando voltar para casa. E pelo que Delaney desdenhosamente chama de knap-ins... um tipo de
acampamento em locais para amadores e estudantes.
Acredito que encontrei um passatempo que pode se transformar numa voca��o.
Em n�vel pessoal, ele n�o � t�o irritante quanto finge ser comigo. Pelo menos n�o durante metade do tempo. � estranho e muito educativo ter algu�m me tratando como
trataria qualquer pessoa... sem aquele filtro de boas maneiras e respeito exigido por t�tulos. N�o que eu aprecie rudeza, � claro, mas, uma vez que voc� passa a
conhec�-lo, pode ver por baixo do exterior bruto.
Ele � um g�nio! E, apesar de cortesia fazer parte da vida, a falta da mesma parece nos tornar mais �ntimos, de certa maneira.
Eu o acho atraente. Nunca na vida me senti t�o atra�da fisicamente por um homem. � excitante, por um lado, e terrivelmente frustrante, por outro. Fui criada numa
fam�lia ador�vel, uma que me ensinou que sexo n�o � um jogo, mas uma alegria... e responsabilidade, para ser compartilhada com algu�m que voc� ame. Algu�m que respeite,
e que nutra por voc� os mesmos sentimentos. Minha posi��o no mundo adiciona uma outra camada complexa e cautelosa a essa atitude b�sica. N�o posso arriscar aceitar
um amor de maneira casual.
Mas eu o quero como amante! Quero saber como � sentir o fogo no interior de Del queimando dentro de mim. Quero saber se meu pr�prio ardor combina com o dele.
O jornal no supermercado me faz lembrar o que quase me permiti esquecer: como � ser observada constantemente, perseguida por uma imagem impressa no papel. Especulada.
A fadiga disso, o desconforto absoluto. Comparando como me sinto agora em rela��o a como me senti na noite que deixei Washington, entendo que estava muito perto
de desmoronar Posso voltar ao passado e recordar aquele sentimento de persegui��o, sentir os nervos que tinham come�ado a me incomodar, sempre t�o pertos da superf�cie.
Muito disso � minha pr�pria culpa, vejo agora, por n�o dar tempo pessoal a mim mesma para... bem, para relaxar, suponho... desde que Grand-p�re morreu, e tudo mais.
Estou fazendo isso agora, e antes tarde do que nunca!
Sinto que tenho aproveitado bem o meu tempo aqui. Sinto-me - talvez a palavra "renovada " seja um exagero - refrescada, ent�o, e com mais energia do que em muitos
meses.
Antes de partir e assumir minhas tarefas novamente, vou aprender tudo que puder sobre ci�ncia e arqueologia. O bastante para que eu possa, de alguma forma, perseguir
isso sozinha. Vou aprender tudo que puder sobre Camilla MacGee... separadamente de Camilla de Cordina.
E posso considerar seduzir o temperamental dr. Delaney Caine.
O chal� tinha o aroma de uma campina florestal. Uma vez que isso era uma boa mudan�a do cheiro de poeira e meias sujas com o qual Del se acostumara antes de Camilla,
era dif�cil reclamar.
E n�o ficava mais sem meias limpas para vestir. Ou tinha de vasculhar a cozinha para jantar uma comida enlatada qualquer. Seus pap�is, ap�s alguns gritos e amea�as
repetidas, estavam sempre exatamente aonde ele os deixava. Um ter�o de suas anota��es estava digitado, e os artigos necess�rios para a revista cient�fica e para
o site da Web j� estavam quase prontos. E bons!
O caf� era sempre fresco, as toalhas, sempre limpas. Assim como, pensou com alguma admira��o, era Camilla.
N�o apenas a apar�ncia f�sica, ou as observa��es perspicazes que ela regularmente fazia, mas o c�rebro. Del n�o havia considerado o quanto uma mente fresca poderia
acrescentar � sua vis�o e ao seu �ngulo no projeto.
Gostava do jeito como ela cantava enquanto preparava o caf� pela manh�. E de como ficava corada quando voltava de um de seus passeios ao ar livre em seus intervalos.
Intervalos, lembrou Del, que eles haviam negociado com alguma amargura.
Ele n�o podia dizer que n�o gostava das velas e dos potes com folhas secas arom�ticas que Camilla tinha espalhado pela casa. Realmente, n�o se importava com os sabonetes
sofisticados no banheiro, ou em encontrar potes de cremes no seu arm�rio de rem�dios.
Apenas o abrira por simples curiosidade.
At� mesmo gostava do jeito de Camilla se curvar no sof� no fim da tarde, com um copo de vinho, e o questionar sobre seu trabalho, at� que ele cedesse e lhe desse
as respostas.
Sozinho na cozinha, Del manuseou uma lata pesada de feij�o com seu bra�o fraco. Os movimentos estavam voltando, concluiu. Iria se livrar daquela faixa irritante.
Seus m�sculos tendiam a pulsar em momentos estranhos, mas podia viver com isso. O importante era que conseguia mover seu bra�o novamente. As costelas levariam mais
tempo... os m�dicos o tinham alertado para isso. E a clav�cula, provavelmente, o incomodaria por um per�odo maior ainda.
Por�m, n�o se sentia mais t�o in�til agora.
Talvez se Camilla lhe fizesse uma massagem no pesco�o e nos ombros ele pudesse relaxar mais. As m�os pequenas e delicadas eram muito competentes. Ademais, isso seria
uma boa maneira de faz�-la toc�-lo de novo. Camilla levara a s�rio demais suas ordens de manter dist�ncia entre os dois. Mais s�rio do que Del descobriu que gostaria.
Ele colocou a lata sobre o balc�o com um estrondo. Deus, estava se acostumando com ela, percebeu com horror. Acostumando-se a t�-la por perto, e, pior, querendo
t�-la por perto.
E isso, tinha certeza, era o come�o do fim.
Um homem come�ava a querer a companhia de uma mulher, ent�o, ela passava a contar com sua presen�a permanente. Voc� n�o podia mais sair e voltar quando tivesse vontade,
n�o podia mais viajar para um trabalho de escava��o e passar meses fora sem se preocupar com o que deixara para tr�s.
Fazendo uma careta, Del olhou ao redor da cozinha novamente. Garrafas com flores silvestres, uma travessa com frutas frescas, balc�es polidos e cookies num jarro
de vidro.
Camilla entrara ali e transformara o chal� num lar, em vez de um lugar. Voc� deixa um lugar toda vez que sente vontade. Mas um lar... � sempre dif�cil deixar um
lar sem nenhum sentimento.
Quando voc� deixa uma mulher, � com um beijo casual e um aceno. Quando voc� deixa a mulher, ele supunha que isso lhe partiria o cora��o.
Camilla chegou de seu passeio no bosque enquanto Del pensava nela, o rosto brilhando, flores do mato, brancas, na m�o. Como ela havia chegado t�o perto de se tomar
a mulher?, perguntou-se ele com uma onda de p�nico.
Eles n�o se conheciam h� muito tempo, certo? Delaney deslizou uma das m�os pelos cabelos e percebeu que havia perdido a no��o do tempo. Que dia era? H� quanto tempo
Camilla estava em sua casa? O que, em nome de Deus, ele faria quando ela partisse?
Ela entrou, sorridente. Bem, ele poderia consertar aquilo.
- Voc� est� atrasada - reclamou Del. Calmamente, Camilla olhou para o rel�gio.
- N�o, eu n�o estou. Na verdade, estou adiantada dois minutos. Fiz uma caminhada maravilhosa, e alimentei patos no lago. - Ela se moveu para a garrafa, trocando
as flores velhas pelas novas. - Mas est� nublando. Acho que vai chover.
- Quero terminar a se��o sobre o tecido do c�rebro. N�o posso fazer isso se voc� est� alimentando patos.
- Ent�o, vamos come�ar assim que eu servir uma limonada para n�s.
- N�o tente me acalmar, amiga.
- Isso seria al�m at� mesmo de minhas capacidades magistrais. O que aconteceu, Del? Voc� est� com dor? - Camilla se virou, a garrafa na m�o, e quase a derrubou quando
o olhou. - Seu bra�o. Voc� tirou a faixa. - Rapidamente, ela colocou a garrafa de lado e se aproximou para deslizar uma das m�os ao longo do bra�o dele.
Del n�o disse nada, porque, que Deus o ajudasse, queria que ela o tocasse.
- Suponho que esperei que o bra�o fosse estar fino e branco. N�o est�. - Ela comprimiu os l�bios enquanto testava o m�sculo. - Um pouco mais branco do que o resto
de seu corpo, e imagino que voc� tenha uma sensa��o estranha e de fraqueza nele.
- Est� tudo bem. S� precisa de... ai! - A dor fez os olhos de Del lacrimejarem quando ela pressionou-lhe o ombro com firmeza. - Cuidado.
- Desculpe. Ainda sens�vel? - Mais gentilmente, Camilla o massageou. - Voc� est� cheio de n�s de tens�o.
- Voc� tamb�m estaria se tivesse um bra�o amarrado contra o corpo por quase duas semanas.
- Voc� tem raz�o, � claro. Talvez uma massagem com pomada ou algo assim - ela considerou. - Minha m�e costuma esfregar �leo terap�utico no meu pai quando ele se
excede. E ajudei a tratar de alguns cavalos dessa forma. Eu vi um �leo de nogueira l� em cima. Depois do jantar, posso passar um pouco no seu ombro. Ent�o, voc�
ter� uma boa noite de sono.
Del teve a impress�o de que ter Camilla esfregando sua pele, em qualquer lugar, n�o iria assegurar sonhos tranq�ilos. Mas achou que era uma boa troca.
- Testes de laborat�rio provaram que a subst�ncia encontrada dentro do c�rebro recuperado era, na verdade, tecido de c�rebro humano. No total, durante os estudos
de campo de 36 meses, tecido de c�rebro preservado foi encontrado em 95 dos c�rebros recuperados. Vinte e oito continham c�rebros completos, embora encolhidos para
aproximadamente um ter�o de seus tamanhos normais. A descoberta � completamente �nica, com impacto cient�fico e potencial significativo. Isso dar� aos cientistas
uma oportunidade �mpar antes de estudar o assunto c�rebro, o qual tem mais de 7 mil anos, com seus hemisf�rios e circunvolu��es intactos. O DNA, a laje humana b�sica
para constru��o, pode ser clonado de tecido mais velho do que qualquer um dispon�vel previamente.
- Clonado? - Os dedos de Camilla pararam. - Voc� quer clonar um dos membros da tribo?
- Podemos entrar num debate sobre clonagem mais tarde. Mas, n�o, o prop�sito seria o estudo... doen�as, expectativa de vida, potenciais f�sicos e intelectuais. Voc�
pode voltar para seu livro de fic��o cient�fica depois que acabarmos.
- Eles clonaram ovelha - murmurou Camilla.
Ele lhe deu um olhar suave por tr�s das lentes de seus �culos de leitura.
- Esse n�o � o meu campo. Pesquisa sobre DNA n�o � minha �rea. Estou somente descrevendo o potencial e a import�ncia da descoberta. Temos c�rebros humanos intactos,
de 7 mil�nios de idade. Pessoas pensavam com eles, reagiam com eles. Desenvolviam linguagem e habilidades motoras. Usavam esses c�rebros para construir vilarejos,
ca�ar e preparar alimentos. Usavam tais mentes para interagir, para criar filhos, encontrar um parceiro e sobreviver.
- E quanto aos cora��es deles?
- O que tem isso?
- O cora��o n�o lhes dizia como cuidar dos filhos... como fazer esses filhos, em primeiro lugar?
- Uma coisa n�o acontece sem a outra, acontece? - Del tirou os �culos de arma��o escura e os p�s de lado. - Essas pessoas se importavam com os filhos e tinham relacionamentos
interpessoais. Mas procria��o � tamb�m instinto... um dos mais b�sicos. Sem os jovens, n�o haveria ningu�m para cuidar dos mais velhos, n�o haveria substitui��o
com a morte. N�o existiria tribo. O ser humano se acasala pela mesma raz�o que come. Precisa fazer isso.
- Isso, certamente, acaba com o romance de um ato sexual.
- Romance � uma inven��o, uma ferramenta, como... - Ele pegou a cabe�a de um martelo velho e confeccionado de forma bruta. - Como isto.
- Romance � uma necessidade humana, como companheirismo, como m�sica.
- Isso � luxo. Para sobreviver, necessitamos de comida, �gua e abrigo. E para garantir a continuidade da esp�cie, precisamos procriar. O homem, o ser humano, veio
com ferramentas e meios para poder satisfazer tais necessidades com mais facilidade. E, com freq��ncia, com mais prazer. E o ser humano inventou uma forma de lucrar
com essas necessidades, de competir por elas, roubar por elas. At� mesmo de matar por elas.
Camilla gostava de v�-lo assim... gostava do jeito casual como Del discutia id�ias com ela, como teria discutido com um aluno brilhante. Ou talvez com um colega
de trabalho.
- Isso n�o fala muito sobre os seres humanos - comentou ela.
- Pelo contr�rio. - Ele tocou o maxilar de um c�rebro velho e branqueado. - Diz que o homem, em si, � um complexo engenhoso, e constantemente desenvolvendo inven��es.
Ele constr�i e destr�i quase com a mesma habilidade e entusiasmo. E est� sempre se refazendo.
- Ent�o, o que voc� fez de si mesmo? - perguntou Camilla.
Del virou a cabe�a do martelo na m�o, ent�o o colocou sobre a mesa de novo.
- Estou com fome. Quando vamos comer?
Camilla n�o ia desistir da discuss�o, mas n�o se importou em usar o tempo para refletir sobre aquilo enquanto terminava de preparar o jantar. Colocou macarr�o em
�gua fervente, temperou a salada. Salpicou ervas no azeite para as grossas fatias de p�o.
Serviu vinho. Acendeu velas.
E olhando para a cozinha aconchegante, ouvindo a chuva bater suavemente no telhado, percebeu que tinha, inconscientemente, utilizado uma ferramenta naquela noite.
A cena que criara era, sem sombra de d�vida, rom�ntica. Havia simplesmente pretendido tomar o ambiente bonito e confort�vel. O instinto deveria ter interferido,
concluiu. Talvez, para alguns tipos de pessoa, particularmente quando essa pessoa estava atra�da por uma outra sexualmente, criar romance fosse instintivo.
Ela descobriu que gostava de saber disso sobre si mesma. Romance, em seu ponto de vista, era algo carinhoso e generoso. Levava em conta o conforto e o prazer da
outra parte.
N�o era, decidiu enquanto escorria o macarr�o, um maldito martelo!
- Um martelo - declarou ela para Del quando ele entrou na cozinha - significa for�a ou uma amea�a.
- O qu�?
- Um martelo - repetiu Camilla, com impaci�ncia agora. - Romance n�o � um martelo.
- Tudo bem. - Ele estendeu o bra�o para pegar um peda�o de p�o e levou um tapa na m�o.
- Sente-se primeiro. Prove que voc� evoluiu para um ser humano civilizado. E n�o fale "Tudo bem" apenas porque est� entediado com o assunto e quer comer.
- Voc� est� ficando bem r�gida por aqui - murmurou ele.
- Estou dizendo que sua tribo demonstrou emo��es humanas. Compaix�o, amor... �dio, certamente, uma vez que voc� achou provas que mostraram evid�ncias de viol�ncia
e morte. Emo��es nos tomam humanos, n�o �? - ela questionou enquanto servia a salada. - Se f�ssemos movidos apenas por instinto, n�o ter�amos arte, m�sica, nem mesmo
ci�ncia. N�s n�o ter�amos progredido o suficiente para construir um vilarejo perto de um lago, criar rituais para compartilhar e amar o bastante para enterrar nossos
filhos com seus brinquedos.
- Tudo bem. Eu disse que est� tudo bem - insistiu Del quando ela estreitou os olhos. Queria comida no est�mago e n�o algu�m enchendo sua cabe�a. - � um bom ponto,
e voc� poderia escrever um artigo interessante sobre isso, imagino.
Camilla piscou-lhe.
- Verdade?
- O campo n�o � simples e fechado. N�o se trata apenas de fatos e artefatos. Tem de haver espa�o para especula��es, para teorias. Para divaga��es. Mergulhe na antropologia
e voc� est� lidando com culturas. A partir das culturas, voc� tem tradi��es. Tradi��es se originam de necessidades, supersti��es e algumas facetas da emo��o.
- Considere sua tribo, por exemplo. - Mais calma agora, Camilla lhe ofereceu a cesta de p�es. - Como voc� sabe que um homem n�o cortejava uma mulher levando-lhe
flores do mato, ou um copo de frutos do sabugueiro?
- Eu n�o sei. Mas n�o sei o que ele fazia, tamb�m. N�o existem evid�ncias de nenhuma das duas coisas.
- Mas n�o acha que havia algum tipo de ritual? N�o houve sempre? Mesmo com animais existe uma dan�a de acasalamento, oui? Portanto, com certeza, existia algum forma
de cortejar.
- Claro. - Ele molhou o p�o no azeite, sorriu-lhe. - �s vezes, pode ser apenas uma quest�o de pegar uma pedra bem grande e us�-la para golpear a cabe�a de um outro
pretendente. O perdedor ganha uma concuss�o. O vencedor, a garota.
- Apenas porque ela n�o tinha escolha, ou, mais prov�vel, entendia que o homem forte e bastante apaixonado para bater na cabe�a do rival, a fim de conquist�-la,
a protegeria do perigo, assim como aos filhos que fizessem juntos.
- Exatamente. - Satisfeito com a l�gica da mente de Camilla, ele balan�ou um peda�o de p�o para ela. - Sexo leva � procria��o. Procria��o � sobreviv�ncia.
- De seu pr�prio jeito primitivo, isso � rom�ntico. Todavia, seu estudo n�o revela uma porcentagem alta de viol�ncia para apoiar a teoria de que pancada na cabe�a
fosse
ritual de corte normal dessa tribo.
- Isso � bom. - Admirando a maneira como Camilla usava o exemplo dele para provar seu ponto, Del gesticulou com o garfo. - E voc� est� certa.
- Del, voc� acha que existe alguma chance de algum dia eu visitar o local de escava��o?
Ele franziu o cenho, enquanto ela servia o macarr�o.
- Por qu�?
- Eu gostaria de ver isso de perto.
- Bem, voc� tem seis meses.
- Como assim?
- Em seis meses, se os artigos e relat�rios que estou reunindo n�o causarem grande impacto e conseguirem alguns milh�es em doa��es, o local ser� fechado.
- Fechado? Quer dizer que voc� teria acabado com a escava��o?
- Acabado? - Ele enrolou o macarr�o no garfo. - De jeito nenhum. Mas o estado n�o pode, ou n�o vai, liberar mais fundos. Burocratas - murmurou. - N�o h� aten��o
suficiente da m�dia depois de tr�s temporadas para mant�-los sorrindo para as c�meras e fazendo doa��es. A universidade est� colaborando. H� dinheiro privado suficiente
para mais seis meses. Depois desse tempo, somos fechados, e � isso.
A id�ia do local de escava��o fechar era t�o apavorante que Camilla n�o podia entender aquilo.
- Isso n�o pode acontecer, se voc�s n�o tiverem conclu�do o trabalho.
- Dinheiro fala, amiga. - E ele investiria tudo que pudesse de seu pr�prio bolso naquele projeto.
- Ent�o, voc� vai ganhar mais. Qualquer um que ler seu trabalho vai querer que o projeto continue. Se n�o pelo incr�vel valor arqueol�gico de achados t�o ricos,
no m�nimo pelas oportunidades cient�ficas completamente �nicas. Eu poderia... - Ela parou. Era especialista em levantamento de fundos. As pessoas pagavam, e com
prazer, para ver a princesa Camilla num evento beneficente.
Aten��o da m�dia? Isso nunca era um problema.
Mais, ela possu�a conex�es. Seus pensamentos foram diretamente para sua madrinha, a ex Christine Hamilton, agora esposa de um senador dos Estados Unidos, do Texas.
Ambos apoiavam avidamente artes e ci�ncia.
- Se voc� tem 1 milh�o sobrando, ou coisa assim, apenas passe para mim. - Del pegou a garrafa de vinho, estendendo seu ombro machucado um pouco demais, um pouco
r�pido demais. E praguejou.
Camilla voltou ao presente.
- Cuidado, voc� n�o quer sobrecarregar a si mesmo. Lamento n�o ter 1 milh�o comigo. - Ela sorriu enquanto ele enchia a ta�a de vinho. - Mas tenho id�ias. Sou muito
boa com id�ias. Vou pensar em alguma coisa.
- Fa�a isso.
Ela mudou de assunto, e o esqueceu temporariamente.
Quando o jantar terminou, ele desapareceu. Era um talento de Del desaparecer quando a lou�a estava envolvida. Camilla foi for�ada a admirar isso. N�o podia alegar
que lavar a lou�a a agradasse tanto quanto fazer a bagun�a, em primeiro lugar.
Cozinhar era um tipo de arte. Lavar lou�a, uma tarefa tediosa que teria ficado feliz em passar para uma outra pessoa.
No chal�, todavia, ela era essa outra pessoa.
De qualquer forma, sabia que Del n�o apareceria perto dos fundos da casa at� que a cozinha estivesse arrumada. Isso lhe deu a oportunidade de ligar para casa.
Manteve um olho e um ouvido na porta enquanto a conex�o com Virg�nia era feita. Seu irm�o mais novo, Dorian, atendeu, e embora normalmente Camilla tivesse ficado
feliz em conversar, saber as novidades da fam�lia, ouvir a voz dele, estava pressionada pelo tempo.
- Realmente preciso falar com mam�e.
- Voc� viaja como uma cigana e agora n�o pode me dar um pouco do seu tempo?
- Quando eu voltar, vou encher seus ouvidos com tudo que fiz. Estou com saudade de voc�, Dorian. - Camilla riu baixinho. - Eu nunca pensei que fosse dizer isso,
mas sinto sua falta. Sinto falta de todos voc�s.
- Mas voc� est� se divertindo muito. Posso sentir isso em sua voz.
- Eu estou.
- Ent�o, n�o est� sofrendo pelo homem franc�s.
Ela suspirou. Dorian considerava provoca��o uma tarefa da realeza.
- Retiro o que disse sobre sentir sua falta. Onde est� mam�e?
- Eu vou cham�-la. Mas � melhor eu lhe avisar, ela anda bastante ocupada tentando impedir que papai mande um batalh�o de busca para resgat�-la. Voc� ter� de se esfor�ar
muito para fazer as pazes com papai.
- Eu sei disso. Lamento, mas n�o sou mais crian�a.
- Foi isso que mam�e falou. E papai respondeu, aos gritos, que voc� era a crian�a dele. Mantenha isso em mente. Espere.
Camilla sabia que ele podia provocar, mas Dorian era muito esperto. Daria um jeito de colocar a m�e na linha, sem que o pai deles percebesse.
Onde estaria sua m�e agora?, ela se perguntou, e a imagem da grande casa em Virg�nia se formou em sua mente. Na sala de estar, talvez. N�o, mais prov�vel que estivesse
nos jardins, apreciando a noite.
Estava chovendo l�, tamb�m?
Talvez sua m�e estivesse recebendo visitas. Mas, n�o, Dorian teria mencionado.
Quando o sil�ncio se prolongou, Camilla come�ou a entrar em p�nico.
Ent�o, ouviu a voz da m�e.
- Camilla, estou t�o feliz que ligou. Est�vamos justamente falando sobre voc�.
- Papai ainda est� muito chateado?
- Ele est�... se ajustando. Devagar.
- Desculpe, mam�e. Eu precisava...
- N�o precisa me explicar isso. Eu lembro como �. N�s s� queremos saber que voc� est� segura, e feliz.
- Estou tanto segura quanto feliz. Eu lhe contei sobre o chal�, sobre Delaney. O trabalho dele � t�o importante, t�o interessante para mim. Mam�e... - Ela mudou
para o franc�s, uma vez que o ingl�s parecia muito comum para explicar sua empolga��o pelo projeto.
- Voc� parece uma cientista. - Gabriella riu.
- Sinto-me como se fosse uma cientista, que n�o pode aprender o bastante, bem rapidamente. Esta noite eu soube de uma coisa desagrad�vel.
Camilla explicou sobre o prazo do projeto o mais depressa poss�vel.
- Isso � dif�cil. Seu professor deve estar muito preocupado.
- Eu gostaria de ajudar. Pensei que talvez voc� pudesse usar suas conex�es para descobrir o que pode ser feito, quanto dinheiro � necess�rio. Eu estava pensando...
voc� podia contatar tia Christine? Sou boa em arrecadar fundos para causas, mas ela � ainda melhor. Finalmente, achei alguma coisa que � realmente interessante...
algo que tem uma import�ncia pessoal para mim. S� preciso de uma id�ia das carteiras certas para abrir.
- Posso fazer alguma investiga��o. Fl�rida, n�o �? O Projeto de Pesquisa Bardville, dr. Delaney Caine. D�-me alguns dias.
- Muito obrigada, mam�e. Vai ser discreta? Eu prefiro que Del n�o saiba por enquanto que Sua Alteza Gabriella de Cordina se interessou pelo trabalho dele. � t�o
bom ser apenas Camilla que n�o quero arriscar que algu�m fa�a a conex�o. Ainda n�o.
- N�o se preocupe. A fam�lia est� partindo para Cordina em alguns dias, Camilla. Eu gostaria que voc� estivesse pronta para ir conosco.
- Mais algumas semanas. Por favor. Vou contat�-la l�, e farei arranjos para voar diretamente para Cordina quando... quando eu partir daqui.
- Cuide de meu beb�. N�s a amamos.
- Ela ama voc�s, tamb�m. At� breve, mam�e. Tenho tantas coisas para lhe contar!
Depois de desligar, Camilla cantarolou enquanto arrumava a cozinha. Em pouco tempo, pensou, tinha conquistado muito do que se determinara. Estava contente consigo
mesma... Um contentamento que n�o sentira nos �ltimos meses. Vinha fazendo coisas comuns, muitas das quais haviam fugido de seu alcance desde que se tomara adulta.
E percebeu o quanto disso tinha sido sua pr�pria culpa. Quando era crian�a, seus pais se certificaram que ela levasse uma vida normal, ou o mais normal poss�vel.
Fizeram tudo que podiam para que nenhum dos filhos ficasse exposto � m�dia. Mas houvera deveres, uma escala gradual deles � medida que Camilla crescia.
Ent�o, a m�dia se fixara nela. A j�ia da coroa de Cordina, eles a batizaram. E o que podia ter sido considerado normalidade come�ara a desaparecer aos poucos, at�
que n�o restasse mais nada. No come�o, era lisonjeador, excitante e at� mesmo divertido. Ent�o, passara a ser um pouco irritante. Depois de quase uma d�cada de aten��o
constante, de especula��o e artigos fabricados de forma inadequada, de ser vista como um artigo de consumo, nunca como um ser humano, isso havia se tomado sufocante.
Mas agora podia respirar novamente. E sabia que retornaria para sua vida mais forte, mais capaz e menos vulner�vel ao temporal.
Tinha encontrado uma paix�o, e agora descobriria uma maneira de abra��-la. Esse era o equil�brio que via e invejava em sua m�e, em suas tias. Deveres nunca eram
evitados, mas cada uma delas perseguia uma vida repleta de interesses e riquezas, como mulher. Portanto, Camilla tamb�m poderia fazer isso. E faria.
Um dia, iria para uma escava��o e faria parte de uma equipe que descobria. Arqueologia procurava conhecimento e o celebrava. Deixe a m�dia vir, pensou enquanto preparava
caf� fresco. A aten��o, enquanto durasse, apenas geraria interesse no campo. E isso significava fundos.
Permitir que o projeto deles acabasse prematuramente por falta de dinheiro era impens�vel. Era o projeto deles agora, pensou com um suspiro sonhador. Seu e de Delaney.
Compartilhavam o projeto como compartilhavam o chal�, cada um colaborando para o todo com sua pr�pria marca, com sua pr�pria mente e com seu pr�prio talento.
Era... maravilhoso.
A empolga��o e paix�o de Camilla poderiam at� mesmo ser respons�veis por estimular a imagina��o de uma gera��o de mulheres jovens, colocando a arqueologia, o estudo
de pessoas mortas, culturas e costumes, em moda.
Ela parou, rindo de si mesma. Nunca satisfeita com pequenos passos, refletiu. Sempre queria mais.
Serviu duas canecas de caf� e as levou para a sala de estar. L� estava ele, sentado naquele horr�vel sof� pequeno, os olhos intensos atr�s dos �culos de leitura,
pap�is espalhados sobre o colo e sobre as almofadas.
O sentimento que a envolveu foi uma mistura selvagem e maravilhosa de desejo e nostalgia, e descobriu, com um suspiro lento, de amor.
Bem, estava apaixonada por Del, pensou surpresa. Isso n�o era... fascinante? Em algum momento daquele relacionamento complicado e problem�tico, apaixonara-se loucamente
por um cientista mal-humorado, irritadi�o e mal-educado, que reclamava com ela com mais freq��ncia do que sorria.
Ele era rude, mand�o, facilmente irrit�vel, impaciente. E brilhante, apaixonado, relutantemente am�vel. Era uma mistura cativante que o tomava �nico. Camilla n�o
mudaria uma �nica coisa em Del.
Mais, pensou, encostando-se contra a parede para observ�-lo, ele possu�a uma das caracter�sticas mais essenciais que ela queria em um amigo, e em um amor: Delaney
Caine tinha honra.
Eles estavam sozinhos, entretanto Del nunca tentara se aproveitar da situa��o. Na verdade, raramente a tocava, nem mesmo da maneira mais casual. Embora se sentisse
atra�do, Camilla tinha certeza absoluta disso, o c�digo pessoal dele n�o lhe permitiria aproveitar o momento.
Os l�bios dela se curvaram num sorriso. Isso fazia dele, apesar de tudo, um cavalheiro. Como Del detestaria ser chamado assim.
Ent�o, ela estava apaixonada por um cavalheiro mal-humorado, que n�o se permitiria seduzir sua assistente tempor�ria. Isso significava que Camilla teria de seduzi-lo.
A id�ia, apenas uma fantasia interessante at� ent�o, tomou-se mais intrigante, mais excitante, agora que seu cora��o estava conquistado. Amor, pensou, dava-lhe uma
vantagem maravilhosa.
Voc� ter� de lidar comigo agora, decidiu. E voc�, sr. Delaney, n�o tem defesa.
Ela quase voltou para a cozinha a fim de trocar caf� por vinho. Mas pensou que cafe�na poderia ser mais... estimulante.
O plano de sedu��o seria simples. E sutil.
Camilla se aproximou dele, estendeu a caneca.
- Em que �rea voc� encontrou dificuldade?
- Huh?
- Em que �rea - repetiu ela, gesticulando em dire��o aos pap�is espalhados -voc� encontrou dificuldade?
- Apenas preciso pensar sobre isso. Voltar para o local de escava��o para poder concluir o trabalho. - Ele movimentou o ombro, testando-o. - No laborat�rio.
Camilla sentiu um n� na garganta. Se ele estava pensando em voltar, ela n�o tinha condi��es de ser sutil por muito tempo.
Porque, quando Del voltasse, pretendia ir com ele. Como sua aluna, sua associada. Como sua namorada.
- O trabalho que est� fazendo aqui � t�o importante, t�o essencial! Embora eu n�o tenha certeza se � muito gratificante para voc�.
- Eu n�o sou um administrador. - Ele falou como se aquilo fosse uma coisa tola, o que a fez sorrir.
- Voc� logo estar� de volta no campo. Precisa somente de um pouco mais de tempo para terminar aqui, e para se recuperar fisicamente.
Del mudou de posi��o, experimentando alongar o torso. Suas costelas doeram. Uma hora no local de escava��o o faria estar engatinhando como um beb�, pensou com desgosto.
Mas o laborat�rio...
- Vamos trabalhar um pouco - come�ou ele, e se levantou rapidamente demais. Teve de cerrar os dentes quando seu corpo protestou.
- Vamos fazer o seguinte. - Gentilmente, Camilla tirou a caneca de caf� da m�o dele. - Eu lhe fa�o aquela massagem com �leo primeiro. Isso deve ajudar. Voc� est�
sempre mais confort�vel no come�o da manh� e depois de um longo dia. Vamos relax�-lo novamente. Ent�o, se ainda quiser trabalhar esta noite, trabalharemos.
- Eu estou bem.
- N�o est�. E se voc� n�o se cuidar, vai apenas adiar sua recupera��o e o retomo para o local de escava��o. - Mantendo o tom de voz ligeiro, Camilla foi em dire��o
� escada, carregando as duas canecas. - Venha, vamos considerar isso um tipo de fisioterapia.
Del estava com dor, e aquilo o irritava. Poderia tomar um comprimido... o que o faria dormir e perder horas de trabalho. Poderia colocar a maldita faixa de volta,
o que o irritaria ainda mais. Ou poderia tentar o �leo de nogueira.
Tudo que tinha de fazer era lidar com as m�os de Camilla sobre seu corpo. E um homem precisava ter for�a de vontade para lidar com a situa��o.
Ademais, ela estava levando o caf�. Ele tinha de segui-la para o andar de cima.
- Podemos fazer isso aqui embaixo.
- � mais f�cil l� em cima - ela replicou, sorrindo.
O sof� � muito duro e muito pequeno, de qualquer forma. N�o faz sentido ficar desconfort�vel. Apenas sente-se em sua cama e tire a camisa.
Palavras, pensou Del, que a maioria dos homens sonhava em ouvir.
N�o ia pensar nesse sentido, lembrou a si mesmo. Iria considerar a experi�ncia inteira como um tipo de terapia.

Sete
Camilla fez um r�pido desvio para seu pr�prio quarto e passou um pouco de perfume. Abriu mais dois bot�es da blusa. Se ele pensava em romance como uma ferramenta,
ela iria agir totalmente equipada.
Pegou o �leo de nogueira, algumas toalhas limpas e velas arom�ticas.
Aquilo era uma conspira��o, admitiu, mas certamente uma mulher apaixonada tinha direito a tramar. Assim como, pensou quando entrou no quarto de Del e viu todas as
luzes dispon�veis acesas, um homem cauteloso tinha direito de tentar alguma defesa.
Camilla considerou as precau��es de seguran�a dele maravilhosamente doces. E facilmente contornadas.
- Vamos dar uma olhada. - Ela circulou a cama onde Del estava sentado, ent�o, instantaneamente, esqueceu o que queria fazer quando a compaix�o a envolveu. - Oh,
Del, voc� realmente se machucou, n�o �?
- Est� melhor.
- Eu sei, mas... - O ombro que estivera escondido atr�s da camisa ou da faixa at� agora estava visivelmente inchado. O ferimento era uma mancha amarelo-esverdeada
que combinava com as das costelas.
Ela queria, mais do que qualquer coisa, simplesmente cuidar de Del, aliviar-lhe as dores.
- Eu n�o pensei que estivesse inchado - murmurou Camilla, gentilmente tocando-lhe o ombro.
- O incha�o j� quase sumiu. - Ele movimentou o ombro, tanto para test�-lo quanto para afastar a m�o dela. N�o estava pronto para que ela o tocasse, percebeu.
- Mesmo assim, n�s dever�amos ter colocado gelo aqui. - Lembrar-se do que tinha acontecido quando ela tentara aquela a��o m�dica espec�fica fez seu cora��o disparar.
Noites de tenta��o 115
Queria cuidar dele, mas isso n�o era tudo que queria, para nenhum dos dois.
- Bem, apenas relaxe, e veremos o que podemos fazer para deix�-lo confort�vel.
Ela se virou, come�ou a organizar as coisas e acender as velas.
- O que voc� est� fazendo com isso? A cautela na voz de Del a fez sorrir.
- Nunca ouviu falar de aromaterapia? Fique o mais confort�vel poss�vel, e vamos come�ar pelo ombro. Voc� nunca me contou como foi ferido.
- Fui bastante est�pido para deixar um adolescente idiota dirigir quando sa�mos do laborat�rio. Algumas pessoas n�o sabem lidar com uma estrada molhada - acrescentou,
com olhar suave. - O garoto virou o jipe.
- Virou? - O medo que Camilla sentiu por ele substituiu qualquer necessidade de defender suas pr�prias habilidades ao volante. - Meu Deus, voc� teve sorte de n�o
ter morrido.
- Ele saiu andando, com apenas alguns arranh�es - disse Del com amargura. - Tem sorte por eu n�o ter lhe torcido o pesco�o. Isso me p�s no LI por mais de tr�s semanas.
Camilla andou para apagar as luzes.
- LI?
- Sem beisebol no seu mundo, amiga. Lista de Incapacitados. - Ele apenas pensaria em beisebol - esportes eram bons - em trabalho ou na pol�tica mundial. Qualquer
coisa que n�o fosse a apar�ncia de Camilla � luz de velas. - Como voc� vai enxergar se apagou as luzes?
- Posso ver perfeitamente bem. Voc� n�o vai relaxar com as luzes incidindo sobre seus olhos. - Ela desejou que tivesse um r�dio, um aparelho de som. Alguma coisa.
Mas teriam de se virar sem isso.
Subiu na cama atr�s dele, ajoelhou-se. O colch�o afundando fez os m�sculos do est�mago de Del se contra�rem... e o fez enrijecer o corpo como se estivesse se preparando
para uma batalha.
-Agora, n�o fique t�o tenso - murmurou ela. - Diga-me se eu machuc�-lo. Eu diria que voc� est� se recuperando muito bem se s� faz tr�s semanas. E que produziu uma
quantidade impressionante de trabalho enquanto est� aqui.
Camilla passou o �leo nas m�os para aquec�-lo, ent�o come�ou a esfregar suavemente sobre os locais dos ferimentos.
- Acho que uma mudan�a de rotina de vez em quando � boa para todo mundo. Afastarmo-nos do que estivemos fazendo, de modo que possamos ter uma vis�o mais clara do
cen�rio inteiro.
- Talvez. - Era verdade que desde que Del tinha voltado para o chal� fora capaz de olhar para o projeto de �ngulos que havia perdido ou ignorado quando estava no
ambiente do trabalho. Assim como o problema de dinheiro.
- N�o fique tenso - insistiu Camilla. - Feche os olhos. - Seus dedos delicados massagearam gentilmente. - Deixe sua mente vagar. Voc� brincava no bosque aqui, quando
era crian�a?
- Claro. - Beisebol, ele iria pensar em beisebol. Como poderia imaginar bola e bast�o quando ela continuava falando naquele tom de voz sexy e ex�tico?
- Nadava no lago? Pescava?
- Minha m�e gosta de pescar.
- � mesmo?
Por causa da imagem de sua m�e, usando um de seus chap�us feios, botas pesadas, cal�a e blusa velhas enquanto segurava uma vara na m�o o fez sorrir, Del fechou os
olhos.
Com certeza, pensar em sua m�e era t�o bom para controlar sua libido quanto pensar em esportes. Provavelmente, melhor.
- Ela nunca conseguiu convencer meu pai ou a mim a fazer isso. Pescar nos mata de t�dio.
- Sinto dizer que tenho a resposta t�pica de mulher em rela��o � pescaria - confessou Camilla. - Peixes s�o pegajosos e se retorcem. Eu os prefiro assados ao molho
de manteiga e ervas. Voc� n�o tem irm�os, irm�s?
- N�o.
- Sinta este n� aqui. - Ela descobriu um na base do pesco�o dele. - Voc� carrega muita preocupa��o. Por isso � t�o irritadi�o.
- Eu n�o sou irritadi�o.
- N�o, voc� tem um excelente humor.
- Ai.
- Desculpe.
Oh, que costas ele tem, pensou Camilla, encantada. Largas e bronzeadas, com cicatrizes intrigantes afastando qualquer esperan�a de perfei��o. As costas de um guerreiro,
pensou. Fortes e m�sculas. Ela queria muito deslizar os l�bios ao longo daquela extens�o, mordiscar as extremidades de leve. Mas ainda n�o era hora de abandonar
a sutileza.
De qualquer forma, queria ajudar, queria aliviar o desconforto de Del. Depois, seduzi-lo.
Distra��es, decidiu Camilla. Para ambos.
- O livro ali, o romance de mist�rio? J� li livros deste autor antes, mas n�o este. � bom?
- N�o � ruim.
- Voc� tem um pequeno n�mero de livros aqui, mas � uma sele��o bastante ecl�tica.
Certo, eles falariam sobre literatura, resolveu Del. Conversar era bom. Livros em vez de beisebol. Tanto fazia.
- Livros podem relaxar a mente, ou estimul�-la.
No momento, Del n�o podia decidir qual das duas coisas Camilla estava fazendo com ele. As m�os dela eram como o para�so: macias e fortes, tranq�ilizadoras e excitantes.
Seu sangue esquentou, apesar de seu esfor�o para controlar suas rea��es. Entretanto, ao mesmo tempo, a dor e a tens�o estavam sendo aliviadas, pouco a pouco.
O aroma de velas, o aroma de Camilla, o som da voz, baixa e suave enquanto falava sobre livros, o relaxaram at� que sua mente, como ela ordenara, come�ou a vagar.
Del sentiu o colch�o ceder quando Camilla mudou de posi��o, ent�o o deslizar suave dos dedos, da palma, na parte da frente de seu ombro. Seios ro�aram contra suas
costas, pressionaram de maneira aconchegante contra ele enquanto ela trabalhava.
Del se perguntou, em estado sonhador agora, como seria a sensa��o daqueles seios em suas m�os. Firmes, pequenos macios! Como seria o gosto em sua boca. Quente, doce,
e essencialmente feminino.
A m�o livre de Camilla se moveu para o outro ombro, massageando at� que a tens�o cedeu.
A chuva batia ritmicamente no telhado, e as velas tremeluziam, quentes e vermelhas contra suas p�lpebras fechadas.
- Deite-se - veio um murm�rio em seu ouvido.
- Hmm?
Os l�bios de Camilla se curvaram num sorriso. Talvez ele estivesse relaxado demais, pensou. N�o queria que Del dormisse. Quanto mais o tocava, quanto mais o olhava,
mais o queria. O desejo havia formado um n� em seu est�mago.
- Deite-se - repetiu ela, e resistiu, com dificuldade, � vontade de mordiscar-lhe o l�bulo da orelha. Nunca na vida sentira tamanho desejo de provar pele humana.
- De modo que eu possa alcan�ar suas costelas.
Del abriu os olhos, tentou focar a mente. Deitar-se n�o era uma boa id�ia. Come�ou a se recusar, mas ela j� o estava impulsionando para tr�s. E a sensa��o de estar
deitado era maravilhosa.
- Suas costelas ainda est�o bem machucadas, n�o �? Vamos cuidar delas. Acredito que tenha sido sorte voc� n�o quebrar nenhuma.
- Sim, aquele foi meu dia de sorte. - Ele come�ou a lhe dizer que j� bastava de massagem... Deus, estava t�o excitado que mal podia organizar os pensamentos! Mas
quando Camilla se inclinou sobre ele, estendendo-se para pegar o vidro de �leo que colocara sobre o criado-mudo, os seios bonitos lhe bloquearam a vis�o. E ent�o,
mesmo aqueles pensamentos desapareceram de sua mente.
- Poderia ter sido pior. - Camilla p�s mais um pouco de �leo nas palmas das m�os, olhando-o fixamente enquanto as esfregava para aquec�-lo. - Mas voc� est� muito
em forma. Tem um corpo forte e sadio. - Ela colocou as palmas em suas costelas machucadas.
Estava contando com a parte saud�vel.
- Quantos anos voc� tem, Delaney?
- Trinta. N�o, 31. - Como ele poderia lembrar quando ela estava lhe sorrindo daquela maneira?
- Jovem. Forte. Saud�vel. Humm. - Ela suspirou, e n�o foi totalmente calculado quando cuidadosamente se sentou sobre ele, posicionando uma perna de cada lado. -
Por isso, voc� se recuperou t�o rapidamente.
Ele n�o se sentia recuperado. Sentia-se fraco e est�pido. Tens�o, de um tipo muito diferente, o estava dominando. Camilla tinha o peso sobre um dos joelhos, e estava,
lenta e ritmicamente, se movendo de um jeito que o fazia imagin�-la nua, imaginar-se dentro dela.
Ele fechou as m�os com for�a antes que estendesse os bra�os e agarrasse aquele traseiro firme e sexy.
- Chega. - A voz de Del soou fraca. Que Deus o ajudasse!
Camilla o fitou. Os olhos dele tinham se tomado escuros, ardentes. E a respira��o acelerara.
- Eu n�o terminei. - Ela trilhou os dedos pelo c�s do jeans de Del, e subiu-os novamente. E sentiu o est�mago dele tremer. - Seu corpo tem muitas partes, certo?
Todas tensas e r�gidas...
Ele praguejou, mas n�o p�de aliviar a press�o.
- Saia. Voc� est� me matando.
- Estou? - Camilla apenas se movimentou um pouco. Era muito gratificante ouvir isso na primeira vez que tentava, deliberadamente, seduzir um homem. - S� vou beijar
aqui, aliviar a dor.
Seus olhos continham um brilho dourado sob os c�lios quando abaixou a cabe�a, hesitou, ent�o lentamente ro�ou os l�bios no peito dele. Sentiu o cora��o de Del disparar
instantaneamente.
- Melhor? - Ela trilhou os l�bios, subindo para o pesco�o, o maxilar, ent�o recuou poucos cent�metros quando o ouviu reprimir um gemido.
- Isso � loucura - Del come�ou a dizer. - Quanto tempo espera que eu mantenha minhas m�os longe de voc� quando est� fazendo isso?
- Quem disse que espero que voc� as mantenha longe de mim? - Camilla fechou os dentes de leve no queixo dele. - Quem falou que eu quero isso? Acho - ela ro�ou os
l�bios de maneira provocativa no canto da boca de Del - que estou deixando muito claro o que espero. O que quero.
- Voc� est� cometendo um erro.
- Talvez. - Ela sentiu uma forte m�o segurar sua panturrilha, ent�o deslizar firmemente ao longo de sua coxa. E triunfo iluminou seus olhos. - E da�?
Del n�o p�de encontrar uma resposta, n�o quando seu corpo suplicava por ela. Deslizou uma das m�os pelo quadril delicado, at� que pudesse moldar aquele traseiro
ador�vel.
- Voc� est� se aproveitando de mim.
- Certamente estou. - Camilla aproximou a boca da dele. - Voc� quer que eu pare? Agora? Ou quer - ela mordiscou-lhe o l�bio inferior gentilmente, liberou-o - mais?
De qualquer maneira, aquilo provavelmente o mataria. Mas, se ia morrer, era melhor morrer feliz.
- Tudo ou nada.
- Tudo, ent�o - concordou ela, e fechou a boca sobre a dele.
A primeira onda de calor roubou o f�lego de Del. Foi como se um raio o tivesse atingido. Poderia ter jurado que sentiu cada circuito em seu c�rebro queimar.
Em reflexo, suas m�os come�aram a acarici�-la. Impaciente, quase desesperado, puxou-lhe a blusa. E a dor que sentiu o fez praguejar.
- N�o, deixe isso comigo. Apenas deixe comigo. - Camilla falou num sussurro, deslizando os l�bios sobre o rosto dele, o pesco�o, e ent�o o beijando profundamente
na boca. - Estou louca pelo seu corpo.
O gemido de Del n�o teve nada a ver com dor quando ela espalhou beijos quentes sobre seu peito, descendo para o est�mago e subindo novamente. Os murm�rios baixos
e roucos de aprova��o de Camilla pareciam vibrar e penetr�-lo, at� que ele estava preso em algum lugar entre prazer e dor.
Com intensa vontade de toc�-la, Del levou as m�os entre os corpos de ambos para encontrar os seios firmes.
Com a respira��o irregular, Camilla se sentou ereta, tremeu uma vez. Ent�o aquele sorriso feminino lento se abriu no rosto bonito. Vendo-o observ�-la, ela alcan�ou
os bot�es de sua blusa e come�ou a abri-los, um por um.
- Estou no comando dessa vez - declarou, enquanto removia a blusa vagarosamente. - Voc� ter� apenas de ficar deitado e receber.
- Voc� me trouxe aqui em cima para isso, n�o �?
Ela inclinou a cabe�a, p�s as m�os para tr�s, a fim de abrir o fecho do suti�.
- Sim. E da�?
Quando o suti� caiu e aqueles seios brancos ador�veis foram revelados, Del suspirou longamente.
- E da� que gostei disso.
- �timo. Toque-me. Tenho passado horas durante as noites querendo que voc� me toque.
Ele levou os dedos para os seios magn�ficos, viu os olhos dela ficarem turvos.
- Eu n�o ia deixar isso acontecer.
- Eu n�o ia lhe dar escolha. Oh, mon dieu, tes mains. - As m�os de Del eram fortes, �speras e maravilhosas.
Camilla era suave como uma p�tala de rosa, exatamente como ele tinha imaginado. Del queria ser gentil, cuidadoso, mas n�o podia se conter. E quando ela se inclinou
para a frente, apoiando o peso em seus bra�os, para beij�-lo novamente, suas m�os se apossaram de mais, com maior gan�ncia.
Ele se movimentou, praguejou mais uma vez enquanto lutava contra o protesto de suas costelas.
- Eu preciso... eu quero... - Seu peso sobre Camilla, sua boca sobre a dela. E apesar de sentir a dor na lateral do corpo com o movimento, conseguiu rol�-la.
- Espere. Voc� vai se machucar.
- Cale-se, cale-se. - Meio zangado, Del raspou os dentes contra a curva do ombro dela, inalou-lhe a pele como um lobo fazia com sua parceira de acasalamento. E fez
ambos gemerem quando sua boca passeou pelos seios de Camilla.
T�o quente, pensou ela enquanto um mar de sensa��es a envolvia. A boca de Del, a pele, t�o quentes contra a sua. Como se os dois estivessem ardendo em febre. Os
cora��es de ambos estavam disparados violentamente enquanto se exploravam. O peso sobre seu corpo era incr�vel, afundando-a no colch�o fino e fazendo-a pensar em
nadar abaixo de nuvens de tempestade.
Desejar e ser desejada daquela forma, apenas por si mesma, a tomava euf�rica e forte. E t�o segura!
A excita��o daquilo a fez levar as m�os para os cabelos dele, depois envolveu as costas largas com os bra�os e sentiu os m�sculos poderosos.
Abaixo deles, a cama rangia, acima, a chuva batia insistentemente no telhado. A luz dos velas dan�ava na brisa �mida que sussurrava atrav�s da janela aberta.
E jeans ro�ava contra jeans enquanto Camilla se arqueava sob ele. Desta vez, tremeu quando Del lutou com o bot�o da cal�a.
T�o suave, t�o saborosa! E t�o pronta, pensou Del ofegante, lutando para baixar o z�per. Ela j� estava se movendo sob ele, aqueles pequenos murm�rios sensuais soando
na garganta. Sua mente estava repleta de Camilla: o aroma, a forma, o sabor.
E ele queria mais.
Ent�o, deslizou os dedos sobre a fina barreira de algod�o e, al�m da mesma, para o ponto de calor. Os murm�rios dela se transformaram em gemidos, e gemidos se transformaram
em ofegos r�pidos, desesperados. Quando Camilla atingiu o cl�max, Del beijou-lhe a barriga e tremeu com ela.
No momento que a boca viajou mais para baixo, Camilla agarrou os len��is e se preparou para o pr�ximo assalto aos seus sentidos. Sua cabe�a estava zonza, o corpo,
em chamas, repleto de prazeres e sensa��es indescrit�veis. Parecia mais do que podia suportar, e, ainda assim, queria mais.
Del removeu-lhe o jeans, ansioso para sentir mais uma fatia de pele contra pele. E seu ombro ferido o impediu. Camilla deu um grito de surpresa quando ele desmoronou
sobre seu corpo. E enquanto ele praguejava, violentamente, ela come�ou a rir.
- Est� tudo bem, est� tudo bem. Deus, minha cabe�a est� girando. Deixe-me ajudar. Deixe-me fazer isso.
- Espere s� um minuto.
- N�o posso esperar um minuto. - Ainda rindo, Camilla se contorceu e conseguiu se libertar. Seminua e vibrando, empurrou e movimentou-se at� que Del estivesse deitado
de costas de novo.
O semblante dele era de pura frustra��o, e apenas a fez rir mais ainda.
- Quando eu recuperar meu f�lego, voc� vai me pagar.
- Sim, sim, estou apavorada. - Ela deu a volta na cama, ent�o fez a boca de Del aguar quando se livrou do jeans. Irrita��o, admitiu ele quando Camilla removeu a
calcinha, parecia perda de tempo. Naquelas circunst�ncias.
- Volte aqui.
- Pretendo fazer isso. Mas, agora - ela se aproximou, desabotoou-lhe o jeans -, vamos nos livrar disso. Minhas m�os est�o tremendo - acrescentou, erguendo-as com
uma risada. - Foram as suas m�os que deixaram as minhas inst�veis. Adoro o jeito que voc� me toca.
Camilla removeu-lhe o jeans e a cueca ao mesmo tempo. Ent�o, seu olhar o percorreu. Demoradamente.
- Oh, meu Deus! - Ela inspirou fundo, depois exalou, devagar. - Voc� � incr�vel. - Seus olhos brilharam com uma combina��o de divertimento e desejo enquanto deslizava
o corpo sobre o dele. - Ponha suas m�os em mim novamente. Del, beije-me.
- Mandona, n�o �? - Mas ele levou uma das m�os � nuca de Camilla e puxou-lhe a boca para a sua.
Ela se deleitou com o beijo, lento, suave e profundo. E quando as m�os m�sculas se moveram sobre seu corpo, Camilla sentiu o beijo deix�-la quase desesperada.
- Diga que voc� me quer - murmurou ela. - Fale meu nome. Fale meu nome e que voc� me quer.
- Camilla. - O nome ecoou repetidamente na cabe�a dele. - Eu quero voc�.
Ela ergueu o corpo sobre Del. E com o cora��o disparado, recebeu-o dentro de si.
O primeiro golpe de consci�ncia a fez arquear o corpo. Ela se conteve. Conteve-se a fim de absorver cada gota de sensa��o at� que todo seu ser se inundou da gl�ria
daquilo. As m�os de Del a acariciavam, fechavam-se sobre seus seios. Pressionando as m�os sobre as dele, Camilla come�ou a se mover. A estabelecer um ritmo. A levar
ambos em dire��o � loucura.
Ela era linda. Del n�o sabia como dizer isso. Esbelta, a pele clara com aquele leve tom rosado. Os cabelos eram da cor do fogo, com um brilho dourado. E a luz das
velas refletia em olhos nublados de prazer.
Ele n�o podia respirar sem respir�-la.
Observou, excitado demais para falar, quando Camilla atingiu um outro pico. E aquele corpo longo e ador�vel pressionou-se contra o seu, espalhando sensa��o ap�s
sensa��o.
Ele queria seus bra�os ao redor dela, queria que eles a prendessem como correntes. Mas estava limitado por seus pr�prios ferimentos, e pelas exig�ncias impacientes
do corpo de Camilla.
Del lutou para manter o controle por mais um minuto. Ent�o, por mais um. Mas seu corpo suplicava pela grande insanidade da libera��o. E seu corpo se precipitou em
dire��o a isso, alcan�ando o que tanto necessitava, enquanto a cabe�a dela inclinava-se para tr�s num grito baixo de triunfo.
Um gato, lambendo a �ltima gota de leite de seu bigode, n�o poderia ter se sentido mais satisfeito. Este foi o pensamento de Camilla no primeiro momento de relaxamento
ap�s o ato de amor.
Tudo sobre Del, decidiu, era completamente delicioso.
Desejou que pudesse estender seu corpo sobre o dele e apenas relaxar. Mas Del estava deitado t�o im�vel que poderia estar morto se n�o fosse pelo som regular da
respira��o.
Ela se contentou em escorregar para o lado bom do corpo dele e pressionar-lhe um beijo no ombro.
- Eu machuquei voc�?
Ele sentia dor, literalmente, em todos os lugares. Seus ferimentos pulsavam como um ninho de dem�nios sob a pele. No momento, dor e gratifica��o estavam t�o misturadas
que n�o tinha certeza se algum dia seria capaz de saber a diferen�a. Mas apenas gemeu.
Arqueando as sobrancelhas, Camilla se apoiou sobre um cotovelo e o olhou. Deveria ajud�-lo a se barbear novamente, pensou. Embora houvesse alguma coisa estranhamente
er�tica naqueles p�los ro�ando sua pele nua.
Del abriu os olhos.
- O que foi?
- Voc� est� tentando ficar irritado pelo que aconteceu. N�o vai adiantar.
Mais tarde, decidiu ele, pensaria se o fato de Camilla ler t�o bem seus pensamentos era divertido ou desconfort�vel.
- Por que n�o? Sou bom em ficar irritado.
- Sim, voc� deveria ganhar um pr�mio. Mas vai me querer de novo assim que estiver recuperado, portanto, n�o ser� capaz de se irritar com isso. Caso contr�rio, vai
fracassar em seu objetivo.
- Voc� � terrivelmente segura de si, n�o �?
- Em rela��o a algumas coisas. - Ela inclinou-se e o beijou. - Em rela��o a isso.
- Bem, acontece que voc� est� errada, l�ngua ferina. Porque ela o estava olhando com o cenho franzido, n�o
viu a dire��o da m�o dele at� que esta se fechou, possessivamente, sobre um de seus seios.
- Eu j� quero voc�, e posso n�o me recuperar da primeira vez.
- Acredito que voc� vai se recuperar. Mas sinto muito que esteja com dor. Acho que vou descer e pegar uma bolsa de gelo.
- Acho que voc� deveria se acomodar e ficar quietinha por cinco minutos. - Para ajud�-la, Del empurrou-lhe o cotovelo onde o corpo estava apoiado, de modo que a
cabe�a de Camilla ca�sse sobre seu ombro sadio.
- Seu corpo parece de pedra - murmurou ela.
- N�o tente me excitar de novo, amiga. Vou dormir por meia hora.
- Apenas deixe-me...
- Psiu! - Dessa vez, ele resolveu o problema passando um bra�o ao redor dela e usando a m�o para lhe fechar a boca.
Camilla estreitou os olhos, pensou em mord�-lo. Antes que pudesse decidir, os dedos de Del relaxaram totalmente, a respira��o se tomou regular. Ela viu, impressionada,
que ele tinha falado s�rio. Em quest�o de dez segundos ele adormecera.
Trinta minutos depois, logo depois que Camilla havia adormecido ap�s alguns instantes de preocupa��o, acordou com um beijo �vido e apaixonado. Voltou � superf�cie,
tateou, ent�o mergulhou de novo.
Mais tarde, quando estava deitada na cama, sentindo-se pregui�osa, usada e gloriosamente saciada, Del se virou de lado, murmurou alguma coisa sobre apagar as velas,
e voltou a dormir instantaneamente.
Por um longo tempo depois disso Camilla olhou para o teto, sorrindo como uma tola. Tinha encontrado uma nova paix�o, percebeu, e seu nome era Delaney Caine. O homem
com quem ia se casar, gostasse ele da id�ia ou n�o.
Ela, como sempre, j� estava em p� antes dele, pela manh�. De modo rotineiro, fez o caf�, ent�o decidiu levar a primeira caneca consigo num passeio at� o lago. Sentia
que Del merecia dormir at� mais tarde.
Eles teriam, � claro, de fazer malabarismo com seu tempo entre Vermont, locais de escava��o, Virg�nia e Cordina. Isso tornaria a vida cheia, movimentada e muito
rica, pensou.
Del iria gostar de sua fam�lia, e eles gostariam dele. Depois que passassem a se conhecer, refletiu, mordiscando o l�bio.
Camilla n�o supunha que Del iria gostar das regras e formalidades exigidas por seus deveres em Cordina como princesa e sobrinha do rei. Mas, certamente, se ajustaria
a isso. Casamento era, afinal de contas, dar e receber.
Naturalmente, teria primeiro de convenc�-lo que queria se casar com ela. E depois disso, teria de convenc�-lo que estava apaixonado.
Del tinha de estar apaixonado. Ela n�o teria todo aquele sentimento em seu interior por algu�m que n�o retomasse pelo menos parte disso.
Andou no meio das �rvores, observando o sol da manh� lan�ar seus primeiros raios atrav�s dos galhos. Por enquanto, lembrou a si mesma, iria simplesmente aproveitar
o momento. Aquele per�odo com ele, e consigo mesma, sem passado ou futuro. Era tempo de apreciar as descobertas, a corte e o romance.
Somente porque tinha se apaixonado rapidamente isso n�o significava que devia obrig�-lo a se apressar. E tamb�m que n�o poderia sonhar um pouco e saborear a sensa��o
de ser uma mulher apaixonada.
Chegando ao lago, Camilla se sentou num tronco. Teria de providenciar para que eles achassem um velho banco para colocar ali, pensou. E talvez plantasse alguns vasos
de nen�far na beira do lago.
Pequenas mudan�as, mudan�as sutis, refletiu. Nada muito grande. Da mesma forma como n�o pretendia tentar mudar alguma coisa vital e elementar no que dizia respeito
a Del.
Havia colocado sua marca no chal�, enquanto respeitava a personalidade b�sica e o charme de Del. Dificilmente o respeitaria menos do que respeitava a casa dele.
N�o, gostava de Del como ele era. Camilla sorriu quando levou a x�cara de caf� aos l�bios. Exatamente como ele era.
Quando ambos estivessem mais acostumados �quele novo est�gio de seu relacionamento, ela encontraria uma maneira de revelar sobre seu t�tulo de princesa. Certamente,
tinha direito a mais uma semana.
Teria de achar o jeito certo de apresentar os fatos. Poderia come�ar com seu pai, pensou. Mencionando casualmente que ele fora policial um dia, ent�o passara para
a �rea de seguran�a privada, comprando um terreno em Virg�nia porque queria lidar com fazenda. Como seus av�s paternos e matemos haviam sido amigos. Motivo pelo
qual, quando sua m�e estava em apuros, seu av� tinha recorrido ao filho de seu velho amigo para pedir ajuda.
Um pouco confuso, Camilla supunha, mas era um bom come�o. Ent�o, poderia falar algo como... oh!, eu n�o mencionei que minha m�e � de Cordina?
Isso deveria, sem d�vida, abrir mais o leque. Com alguma sorte, Del comentaria, ou faria alguma pergunta, de modo que ela tivesse a oportunidade de mencionar casualmente
que seu tio, irm�o de sua m�e, era Sua Alteza Real Alexander de Cordina.
Del, provavelmente, riria disso, dizendo algo como: Claro, amiga, e voc� � a rainha de Maio.
Ela riria de volta, tratando tudo com muita leveza. N�o, n�o, apenas uma simples princesa de f�rias, curtas e roubadas.
E isso, decidiu Camilla, nunca daria certo. Praguejou em frustra��o, e em franc�s, e apoiou o queixo na m�o.
- Voc� andou at� aqui para xingar os patos? Camilla gritou, derramando caf� no dorso da m�o. Virou-se para olhar para Del.
- Gosto mais quando voc� caminha por aqui com passos pesados como os de um elefante.
E ele gostava mais quando n�o ficava o tempo todo pensando no quanto ela era linda.
Havia acordado procurando por Camilla. Parecia-lhe que se ela decidira seduzi-lo em sua cama, o m�nimo que podia fazer era permanecer l�. Ent�o, tinha entrado em
p�nico porque n�o a encontrara no chal�. O pensamento de que Camilla pudesse ter partido o deixara quase desesperado, at� que se acalmara.
Agora era pior, centenas de vezes pior, porque ela n�o partira. Estava ali, com o sol e a �gua �s suas costas, parecendo uma figura sa�da de um livro de hist�rias.
A luz brincava com os cabelos ruivos como j�ias em uma coroa. Os olhos estavam mais dourados do que castanhos, e pareciam impossivelmente brilhantes contra a pela
clara. Havia meio sorriso na boca longa e ador�vel.
Del quis, como na noite anterior, envolv�-la em seus bra�os. Abra��-la exatamente como ela estava. E isso era loucura.
- Eu n�o senti cheiro de caf�-da-manh�.
- Porque ainda n�o comecei a fazer. Pensei que voc� dormiria at� mais tarde.
- Combinamos que come�ar�amos a trabalhar cedo hoje.
- Sim, combinamos. - Agora ela sorriu amplamente. - Eu n�o tinha certeza se o combinado ainda estava valendo, depois de ontem � noite. - Uma vez que Del n�o tinha
se mexido, Camilla se aproximou, e ergueu uma das m�os para lhe acariciar os cabelos. - Como voc� est� se sentindo?
- Estou bem. Ou�a, sobre ontem � noite...
- Sim? - Ela se colocou na ponta dos p�s, tocou-lhe os l�bios de leve com os seus. E fez os m�sculos do est�mago dele se contra�rem em n�s.
- N�s n�o estabelecemos nenhum... Ou�a, n�o existem elos nisso.
Uma pequena raiva a percorreu, mas Camilla a controlou.
- Eu tentei estabelecer algum compromisso com voc�?
- N�o estou dizendo... - Ele detestava ser obrigado a ficar na defensiva. - S� quero esclarecer as coisas, uma vez que n�o falamos sobre isso ontem. N�s gostamos
de estar juntos, manteremos isso simples, e quando acabar, acabou.
- Est� muito claro. - Seria humilhante brigar com ele, e Camilla n�o acreditava em recorrer � viol�ncia f�sica. Particularmente contra a dificuldade mental. Em vez
disso, sorriu com naturalidade. - Ent�o, n�o h� com o que se preocupar, h�?
Com a express�o prazerosa, at� mesmo paciente, deslizou as m�os pelo peito dele, levemente, pelos ombros largos, ent�o entrela�ou os cabelos de Del. E beijou-o longa
e ardentemente.
Esperou que a m�o dele se fechasse na parte traseira de sua blusa, ent�o, com perspic�cia, afastou-se e o deixou vibrando.
- Vou preparar omeletes, depois vamos trabalhar.
Os olhos de Camilla brilhavam de raiva e desafio quando come�ou a caminhar de volta para o chal�. Mas sorriu da maneira mais amig�vel no momento que se virou e estendeu
uma das m�os.
Babu�no, pensou, com alguma afei��o, quando Del lhe pegou a m�o e levou-a de volta para casa. Voc� gosta de uma boa briga.

Oito
Eles tiveram uma semana de paz relativa. Camilla decidiu que paz sempre seria relativa quando Delaney estivesse envolvido. A irrita��o dele era apenas uma das coisas
com a qual passara a contar. Na verdade, isso fazia parte do charme de Del.
Ela vasculhou os livros de arqueologia do chal�. Apesar de Del reclamar da invas�o em seus itens pessoais, Camilla sabia que ele estava satisfeito por seu interesse
sincero pelo trabalho dele.
Sempre que ela fazia perguntas, ele as respondia... E cada vez com mais detalhes. Tomou-se rotina discutir sobre o que Camilla tinha lido. Del at� mesmo sugeria,
de maneira casual, um outro livro ou se��o que ela poderia gostar de estudar.
Quando ele lhe deu um pequeno machado de pedra de sua cole��o, ela apreciou a ferramenta bruta e antiga mais do que se fossem diamantes.
Aquilo era mais do que um presente, pensou. Muito mais do que uma lembran�a. Em sua mente, era um s�mbolo.
Del quase n�o reclamou sobre lev�-la at� a cidade para pegar seu carro. E teve certeza de que, quaisquer que tivessem sido os planos de Camilla antes, ela permaneceria
mais um tempo.
Eles estavam, pensou ela, fazendo progresso.
Camilla havia conseguido descobrir alguma coisa tamb�m: soube que o pai dele era ingl�s, tamb�m formado em Oxford, que conheceu a esposa, uma americana, numa escava��o
que o dr. Caine dirigira em Montana.
Ent�o, Del tinha passado parte de sua inf�ncia na Inglaterra, parte em Vermont, e o resto do tempo em trailers e tendas em diversos locais de escava��o ao redor
do mundo.
O machado que ele lhe dera era de Kent, que desenterrara quando era garoto. O que tomou o presente duplamente precioso para ela.
Del sabia ler s�nscrito e grego, e j� fora mordido por uma cobra coral.
A cicatriz abaixo do ombro esquerdo era de uma faca empunhada por um b�bado num bar no Cairo.
Por mais tolice que fosse, Camilla achava tudo aquilo fabulosamente rom�ntico.
Ela dirigiu at� a cidade para enviar pelo correio o primeiro relat�rio de Del e a correspond�ncia. O relat�rio deles, corrigiu-se de forma convencida. Havia contribu�do
com mais do que suas habilidades de digitar, e ele conseguira indicar isso com alguns murm�rios de aprova��o quando Camilla tinha sugerido uma mudan�a ou outra na
maneira de redigir o texto.
Eles formavam um bom time.
Quando faziam amor, parecia que n�o havia nada ou ningu�m no mundo al�m dos dois. Passado e futuro eram coisas distantes e irrelevantes naquele presente intenso
e �vido. Camilla sabia, pelo jeito como ele a olhava quando eles se uniam, pelo modo como os olhos de Del permaneciam vividos nos seus, que era o mesmo para ele.
Nenhum homem que a tocara antes lhe causara aquele tipo de impacto. Ao seu cora��o, ao seu corpo, � sua mente. Desejava, precisava saber, que causava o mesmo impacto
em Del.
Sem elos, pensou com um suspiro r�pido. T�pico. Se ele n�o queria elos, por que tinha come�ado a caminhar com ela no bosque? Por que respondia pacientemente, bem,
pacientemente para ele, toda vez que ela fazia perguntas?
Por que, �s vezes, a olhava de maneira t�o intensa e direta como se ela fosse um quebra-cabe�a que ele estava tentando montar?
E por que, nos momentos mais estranhos, Del simplesmente se inclinava e lhe capturava a boca num beijo enlouquecedor?
Ele tamb�m estava apaixonado, isso era um fato. Era apenas teimoso demais para admitir isso. Ou pelo menos, para perceber.
Camilla lhe daria um pouco mais de tempo, ent�o confessaria seu amor. Quando ele se acostumasse com a id�ia, ela explicaria sobre a outra parte de sua vida.
Tudo parecia sensato e tranq�ilo enquanto ela realizava suas tarefas na cidade. Sentia-se alegre no momento que entrou na loja de antig�idades. Tentaria vender seu
rel�gio para Sarah, decidiu. Era mortificante ter t�o pouco dinheiro e precisar pedir a Del cada vez que queria alguma coisa para o chal�.
Al�m disso, se fosse capaz de contribuir mais com as despesas, poderia exigir que ele colaborasse mais com as tarefas dom�sticas. Estava na hora de Del lavar alguns
pratos.
- Bom dia. - Ela sorriu para Sarah enquanto passava pelas antig�idades.
Sarah fechou a revista que estava folheando.
- Bom dia, ah! srta. Breen.
- Notei que voc� tem uma cole��o de j�ias e rel�gios de segunda m�o.
- Sim - respondeu Sarah cautelosamente enquanto estudava o rosto de Camilla.
- Ser� que estaria interessada nisto? - Camilla tirou o rel�gio, estendeu-o.
- � ador�vel. Hum... - Hesitante, Sarah virou o rel�gio na m�o. Deslizou os dedos pelo ouro, observou o brilho dos pequenos diamantes. - N�o � o tipo de coisa que
n�s normalmente...
Ela parou, ent�o simplesmente olhou para Camilla.
- Tudo bem. Pensei em ver se voc� estaria interessada em compr�-lo. Vou tentar a joalheria.
- Voc� � ela. - Sarah falou num sussurro, os olhos arregalados e a express�o perplexa.
Um n� se formou na garganta de Camilla, mas o rosto permaneceu perfeitamente calmo.
- Perd�o?
- Pensei, quando voc� esteve aqui da outra vez... Eu sabia que se parecia com algu�m.
- Todo mundo se parece com algu�m. - Com a m�o firme, Camilla pegou o rel�gio. - Obrigada, de qualquer forma.
- Princesa Camilla. - Sarah pressionou os dedos nos l�bios. - N�o acredito nisso. Princesa Camilla na minha loja. Voc� est� aqui. Aqui! - Triunfante agora, ela abriu
a revista.
E, Camilla viu, com uma tristeza profunda, seu pr�prio rosto sendo exibido como um dos mais lindos do mundo.
- Voc� cortou os cabelos. Aqueles cabelos fabulosos.
- Sim, bem - resignada, Camilla suspirou -, era hora de uma mudan�a.
- Voc� est� maravilhosa. At� melhor do que... - De repente, Sarah empalideceu. - Oh, desculpe-me. Sua Alteza. - Ela se abaixou numa r�pida rever�ncia, que fez seu
rabo-de-cavalo loiro balan�ar.
-N�o fa�a isso, por favor. - Esfor�ando-se para sorrir, Camilla olhou em dire��o � porta e rezou para que nenhum outro cliente entrasse. - Estou viajando em segredo
no momento. Eu preferiria manter as coisas assim.
- Eu gravei aquele document�rio sobre a fam�lia real. Depois que voc� esteve aqui na semana passada, continuei pensando e pensando, ent�o entendi. Assisti ao v�deo
de novo. Mas achei que estivesse enganada. A princesa de Cordina n�o entraria na minha loja para comprar garrafas velhas. Mas aqui est� voc�.
- Sim, aqui estou eu. Sarah...
- Aquele Del. - Estupefata, Sarah continuou tagarelando: - Eu sei que ele nunca conta nada a ningu�m, mas isso foi longe demais. Ele tem um membro da realeza hospedado
em seu chal� e n�o diz uma palavra.
- Ele n�o sabe. E prefiro manter as coisas desse jeito, pelo menos at�... Oh, Sarah.
Ter uma princesa em sua loja era uma coisa, mas ter algu�m que parecia t�o desesperada era outra.
- C�us! - Mordiscando o l�bio, Sarah rodeou o balc�o rapidamente, mas parou quando ia pegar o bra�o de Camilla. N�o achou que seria adequado.
- Gostaria de beber alguma coisa, Sua Alteza?
- Sim, eu gostaria. Obrigada.
- Eu tenho... nossa, estou t�o confusa. Tenho ch� gelado em meu escrit�rio.
- � muita gentileza sua.
- N�o � nada. Apenas deixe-me... Vou colocar a placa de "Fechado" na porta.
Ela fez isso e retomou rapidamente, ent�o retorceu as m�os e n�o foi capaz de evitar uma outra rever�ncia.
- Atr�s do balc�o. N�o � nada especial.
- Eu adoraria alguma coisa gelada. - Camilla deixou o rel�gio sobre o balc�o e seguiu Sarah para o pequeno escrit�rio. Sentou-se em uma cadeira girat�ria enquanto
Sarah se atrapalhava para abrir a porta de uma pequena geladeira. - Por favor, n�o fique nervosa. N�o sou diferente da primeira vez que vim aqui.
- Perdoe-me, Sua Alteza, mas voc� �. Obviamente que �.
- N�o precisa se dirigir a mim pelo meu t�tulo - disse Camilla cuidadosamente. - Madame � suficiente, no caso, e prefiro que voc� use apenas meu nome.
- N�o acho que posso fazer isso. Sabe, leio sobre voc� e sua fam�lia desde que era crian�a. N�s temos quase a mesma idade, e eu costumava me imaginar vivendo em
um pal�cio, usando todas aquelas roupas lindas. Sendo uma princesa. Suponho que a maioria das garotas faz isso. - Ela virou-se para Camilla, os olhos brilhando.
- Isso n�o � maravilhoso?
- Pode ser. Sarah, tenho um grande favor a lhe pedir.
- Qualquer coisa. Absolutamente qualquer coisa.
- N�o vai contar isso a ningu�m?
Sarah piscou.
- A ningu�m? Ningu�m mesmo?
- S� por um curto per�odo de tempo. Por favor. Sarah, pode ser maravilhoso ser princesa, mas houve vezes, quando eu era uma garotinha, que sonhava em ser apenas
uma menina comum. Quero tempo para viver esse sonho.
- Verdade? - Aquilo soava lindamente rom�ntico. - Suponho que sempre queremos o que n�o temos. - Ela entregou um copo de ch� gelado a Camilla. - N�o vou contar a
ningu�m. Isso vai me matar - admitiu com uma risada. - Mas n�o vou contar. Voc� poderia... se importaria de assinar minha revista?
- Eu adoraria fazer isso. Muito obrigada.
- Voc� � mais gentil do que imaginei que fosse. Sempre imaginei que princesas seriam, bem, esnobes.
- Oh, n�s podemos ser. - Camilla sorriu, deu um gole no ch�. - Dependendo da ocasi�o.
- Talvez, mas, perdoe-me, voc� parece t�o... normal. O sorriso de Camilla se ampliou, os olhos se iluminaram.
- Esta foi a melhor coisa que voc� poderia ter me dito.
- Uma mulher com classe, � claro. Notei isso de imediato, mas... - Os olhos de Sarah se arregalaram novamente. - Del n�o sabe?
Culpa a assolou, causando-lhe uma leve dor na nuca.
- O assunto n�o surgiu.
- Isso � t�pico de Del. Distra�do. - Sarah ergueu ambas as m�os. - Ele � distra�do do mundo. Quando est�vamos namorando, acho que ele esquecia meu nome metade das
vezes. E se esquecia de notar a cor dos meus olhos. Costumava me deixar louca. Ent�o sorria para mim, falava alguma coisa que me fazia rir, e eu n�o me importava
tanto.
- Sei o que voc� quer dizer.
- Del � t�o esperto sobre algumas coisas, e muito tolo sobre outras. - Ela pegou seu pr�prio copo, ent�o quase o derrubou quando viu a express�o sonhadora no rosto
de Camilla. - Meu Deus, voc� est� apaixonada por ele?
- Sim, estou. E preciso de um pouco mais de tempo para convenc�-lo de que ele gosta da id�ia.
Aquilo parecia um filme, pensou Sarah.
- Isso � interessante. Realmente interessante. E � perfeito quando voc� pensa sobre a situa��o.
- Para mim, � - admitiu Camilla e se levantou. - Estou em d�bito com voc�, Sarah, e n�o me esquecerei disso. - Quando ela estendeu uma das m�os, Sarah rapidamente
limpou a sua na cal�a antes de aceit�-la.
- Estou feliz em ajudar.
- Virei aqui para v�-la antes de partir - prometeu Camilla, enquanto come�ava a voltar para a loja.
Quando pegou o rel�gio do balc�o, Sarah mordiscou o l�bio novamente.
- Sua Alteza, madame, voc� realmente quer vender o rel�gio?
- Sim, quero. Estou com pouco dinheiro no momento.
- N�o posso lhe pagar o que ele vale, nem mesmo perto disso. Mas eu poderia... eu poderia lhe emprestar 500 d�lares. E, bem, voc� poderia ficar com o tinteiro que
gostou tanto.
Camilla a estudou. Sarah estava nervosa, intimidada e confusa. Mas isso n�o a impedia de querer ajudar. Um outro presente, pensou Camilla, que apreciaria como um
tesouro.
- Quando iniciei essa busca pessoal, eu queria descobrir... descobrir partes de mim mesma, assim como ver... n�o estou muito certa do que agora... talvez apenas
ver as coisas de uma perspectiva diferente. � um b�nus t�o maravilhoso ter encontrado uma amiga. Fique com o rel�gio. Vamos considerar isso com uma negocia��o entre
amigas.
Del saiu na varanda da frente e olhou para a estrada esburacada. Novamente. Quanto tempo levava para fazer algumas tarefas simples na cidade? Esse era o problema
com as mulheres. Elas transformavam tais tarefas numa peregrina��o.
Ele queria almo�ar, e um pote de caf� fresco, e responder meia d�zia de e-mails que tinham chegado ao seu laptop naquela manh�.
Tudo o que, foi for�ado a admitir, poderia ter feito sozinho. Sempre fizera tudo sozinho. O que queria, realmente, era ela. Sua vida, pensou, enfiando as m�os nos
bolsos, estava de ponta-cabe�a. Camilla tinha tirado seu foco, arruinado sua rotina.
Deveria t�-la deixado abandonada na chuva naquela noite. Ent�o, tudo seria como antes. Ele n�o teria uma mulher preenchendo seu espa�o. Ocupando sua mente.
Quem ela era, afinal? Havia segredos guardados no c�rebro inteligente e complicado de Camilla. Se ela estava com problemas, por que n�o lhe contava, de modo que
ele pudesse lidar com o assunto?
Del precisava que ela lhe contasse, que confiasse nele, que dependesse dele para ajud�-la.
E desde quando tinha come�ado a ver a si mesmo como um cavaleiro num cavalo branco? Aquilo era rid�culo, totalmente distante de seu jeito de ser.
Mas queria consertar qualquer coisa que estivesse errada. Mais do que isso, percebeu, muito mais. Necessitava que Camilla confiasse nele o bastante para lhe contar,
que acreditasse que ele poderia ajudar.
Por que havia violado sua pr�pria regra n�o falada e se apaixonado perdidamente por ela?
E n�o gostava da sensa��o de estar apaixonado, refletiu, esfregando uma das m�os sobre o cora��o. Era muito mais desconfort�vel do que algumas costelas machucadas.
E, temia, muito mais permanente.
Deixara claro que n�o haveria elos, n�o �? � claro, Camilla n�o tivera problemas com isso, pensou agora. Amargamente. Para ela, aquilo estava �timo.
Bem, se ele teria de se ajustar, ent�o Camilla teria de fazer o mesmo.
Al�m disso, sem elos n�o significava sem confian�a, certo? Se ela n�o acreditava nele o suficiente para lhe contar seu nome completo, onde eles estavam?
Del entrou na casa, ent�o saiu de novo.
Talvez devesse ir procur�-la. Ela estava fora h� quase duas horas. Camilla j� sofrera um acidente uma vez, o que significava que poderia facilmente sofrer um outro.
Poderia estar ca�da sobre o volante do carro, sangrando. Ou...
No exato momento que seus pensamentos come�aram a lhe causar p�nico, ele ouviu o barulho do motor do carro ela. Desgostoso, entrou na casa, antes que Camilla o pegasse
esperando-a com ansiedade.
Circulou a sala de estar duas vezes, ent�o parou e ponderou. Ajustes.
Romance.
Isso era algo que ela parecia considerar vital em qualquer cultura. Culturas eram feitas de relacionamentos, rituais e romances. Talvez ele devesse investir um pouco
nisso e ver o que aconteceria.
Del foi para a cozinha enquanto ela estava colocando uma sacola de compras sobre a mesa.
- Eu trouxe os recibos da correspond�ncia que enviei
- disse Camilla.
- �timo. - Uma vez que queria mesmo fazer aquilo, Del estendeu uma das m�os e lhe acariciou os cabelos.
Camilla deu um sorriso distra�do, e virou-se para guardar um litro de leite na geladeira.
- Havia algumas cartas na sua caixa de correio. - Franzindo o cenho, ela esfregou as t�mporas quando uma dor de cabe�a come�ou. - Devo ter deixado no carro.
- Sem problema. - Ele se inclinou a fim de ro�ar o nariz na lateral do pesco�o dela. - Seu aroma � delicioso.
- O qu�? Oh! - Camilla lhe deu um tapinha no ombro, pegou um saco de batatas que comprara para o jantar.
- Obrigada.
Determinado a atrair a aten��o dela, Del tentou uma outra t�tica.
- Por que as mulheres sempre... ah! Voc� emagreceu?
- perguntou, sentindo que aquilo era muito inspirador.
- Duvido. Provavelmente, engordei um pouquinho.
- Ela tirou o caf� do arm�rio e se preparou para fazer um caf� fresco.
Por tr�s das costas dela, Del estreitou os olhos. Uma vez que palavras n�o estavam surtindo nenhum efeito, iria direto � a��o.
Tirando-lhe os p�s do ch�o, come�ou a sair da cozinha.
- O que voc� est� fazendo?
- Levando voc� para a cama.
- Ora, realmente. Voc� deveria perguntar... e ainda n�o acabei de guardar as compras.
Del parou no in�cio da escada e a calou com um beijo.
- Em certas culturas - disse ele quando se afastou alguns cent�metros -, as mulheres indicam seu desejo por intimidade estocando a despensa. Estou somente seguindo
alguns sinais tradicionais.
Divertida, Camilla esqueceu um pouco sua preocupa��o crescente.
- Que culturas? - perguntou, enquanto ele continuava subindo a escada.
- Na minha. � uma nova tradi��o.
- Que gracinha. - Ela ro�ou o nariz no pesco�o dele. - Acho que voc� sentiu saudade de mim.
- Saudade de voc�? Voc� foi a algum lugar? - Quando ela deu um suspiro exasperado, Del a colocou na cama. ent�o movimentou o ombro. - Senti dor por carreg�-la. Talvez
voc� tenha adquirido alguns quilos.
Camilla apoiou-se sobre os cotovelos.
- Oh, verdade?
- Est� tudo bem. Vamos fazer a dor passar. - E ele se jogou sobre ela.
A primeira rea��o de Camilla foi rir. Brincadeiras bem-humoradas n�o eram o estilo usual de Del, e aquilo a pegou de surpresa. Mas quando ele a rolou sobre a cama,
ela esqueceu de se preocupar.
Voc� � pesado. - Camilla o empurrou. - E n�o se barbeou. Est� com as botas nas minhas roupas limpas.
- Reclama��es, reclama��es-murmurou ele, e, erguendo-lhe as m�os sobre a cabe�a, tomou-lhe a boca com a sua.
Sentiu a pulsa��o de Camilla acelerar, e as m�os delicadas se afrouxaram nas suas. O corpo esbelto estava gloriosamente flex�vel.
Ele ro�ou os l�bios sobre o maxilar dela.
- O que voc� estava dizendo?
- Cale-se e me beije.
Del lhe prendeu ambos os pulsos com uma das m�os, e usou a outra para lhe desabotoar a blusa.
- Ent�o, voc� est� indicando seu desejo por intimidade? - Ele trilhou a ponta de um dedo no centro do corpo de Camilla, brincou com o bot�o da cal�a, enquanto lhe
observava o rosto. - S� quero saber se entendi bem os sinais.
A respira��o dela j� estava ofegante.
- Sua despensa est� estocada desde que cheguei aqui, n�o est�?
- Esse � um bom ponto. - Del baixou o z�per, ro�ando os dedos sobre a pele exposta. - Voc� sempre sentiu desejo sexual por mim, n�o �?
- Se voc� vai ficar arrogante...
- Talvez voc� estivesse esperando que eu entrasse em seu quarto uma noite - continuou ele, e tra�ou a curva entre o centro e a coxa de Camilla - e fizesse isso.
- Eu nunca... - Ela arqueou os quadris, perdendo o resto do f�lego quando ele a tocou intimamente. - Oh, Del!
- Deixe-me lhe mostrar o que pensei em fazer.
Mantendo-lhe as m�os presas, ele a tocou novamente, levando-a a um cl�max intenso, abafando-lhe o grito com sua boca quando o corpo de Camilla estremeceu. No momento
que ela gemeu, Del fechou os dentes sobre um dos seios, torturando o ponto sens�vel atrav�s do algod�o do suti�.
Em seguida, desceu as al�as, mordiscou a curva dos ombros, quase com delicadeza, enquanto sua m�o explorava sem descanso.
Camilla estava �mida e enlouquecida de desejo. Incapaz de encontrar seu equil�brio, tremeu com o cl�max, ent�o relaxou por um instante apenas para ser levada ao
pico por Del mais uma vez. Suas m�os estavam tensas contra a press�o dele. E a sensa��o de impot�ncia adicionava uma camada extra de excita��o sobre seus sentidos
j� totalmente abalados.
Seu corpo estava derretido, e Camilla tremia pelo calor que percorria sua pele e queimava em seu sangue. Ainda assim, arqueou o corpo, desesperada por mais.
Ouviu a voz rouca e suave de Del:
- Desta vez, eu estou no controle - disse ele, e abriu o suti� em dois com um pux�o rude.
Ent�o, sua boca, seus dentes, sua l�ngua, encontraram carne. Um gemido saiu da garganta de Camilla quando seu mundo explodiu.
- Solte-me. Solte minhas m�os. Preciso tocar voc�.
-Ainda n�o. -Acabaria muito depressa se ela o tocasse naquele momento. Ele n�o sabia que podia se excitar ao ponto da loucura apenas excitando-a. Queria-a fraca,
devastada e entregue.
E queria tomar, tomar, tomar.
No momento que a sentiu abandonada sob seu corpo, sentiu a libera��o de Camilla deix�-la fl�cida, mas ainda n�o era o bastante.
Rasgou-lhe a calcinha, sentindo uma satisfa��o perversa ao ouvir o tecido delicado se romper. Ent�o, a enlouqueceu com a boca.
Finalmente, quando ela pensou que n�o pudesse ag�entar mais, Del a invadiu. Com as m�os livres agora, Camilla acariciou-lhe os ombros �midos, beijou-o com paix�o.
E o abra�ou com desespero.
- Mon amour. Mon coeur - murmurou, sem pensar, quando eles mergulharam no precip�cio. - Toujours mon amour.
Eles dormiram, os corpos esparramados um sobre o outro como crian�as exaustas. E quando acordaram, tomaram banho juntos no pequeno boxe, e fizeram amor novamente,
sob o jato quente.
Percebendo que ele estava dando um passo sem precedentes... um dia de folga... Camilla preparou coisas para um piquenique e o seduziu para um almo�o bem tarde, perto
do lago.
Ela n�o precisou de muita sedu��o para convenc�-lo. Piqueniques, pensou Del, eram rom�nticos. E romance era o nome atual do jogo.
Ela parecia feliz, pensou. Relaxada. O rosto bonito brilhava, os olhos estavam suaves. Se ele fosse um artista, a teria pintado agora e dado o nome de Camilla Contente
� obra.
E n�o se sentiu tolo, ou n�o muito tolo, de lhe dizer isso.
- Isso � exatamente o que sou. Eu amo este lugar. - Ela se estendeu sobre o banco do lago, olhou para as nuvens no c�u. - � t�o pac�fico, parece que n�o existe mais
ningu�m no mundo. - Virou a cabe�a para sorrir para ele.
- Perfeito para um eremita.
- Eu n�o sou um eremita. - Del acabou o �ltimo dos sandu�ches em formato triangular que ela havia preparado.
- Simplesmente, n�o gosto de pessoas por perto.
- Eu gosto de pessoas. - Camilla virou-se de bra�os.
- Elas geralmente s�o bem mais gentis do que voc� espera - acrescentou, pensando em Sarah. - Mas �s vezes, se voc� n�o tem um lugar para ficar sozinho, ou em paz,
esquece-se disso e apenas v� as exig�ncias, as responsabilidades, as obriga��es que as pessoas lhe atribuem.
- Se voc� n�o tem um lugar para ficar sozinho, n�o consegue fazer nada.
- Voc� tem tanto prop�sito, Del! Seu pr�prio objetivo. Isso � um dom. Nem todos o possuem. - Os olhos dela nublaram. - Algumas pessoas procuram um prop�sito com
incompet�ncia, e acabam com tantos que percebem, de repente, que n�o t�m nenhum.
- Voc� n�o me parece uma pessoa incompetente.
- Hmm. �s vezes, efici�ncia tamb�m � um defeito. Sem os momentos de quietude, voc� p�ra de ver os defeitos, e as virtudes. Esquece n�o apenas quem voc� �, mas quem
quer ser. - Camilla sorriu, ent�o se virou de novo para descansar a cabe�a no colo dele. - Portanto, gosto deste lugar, porque ele me ajuda a lembrar.
- E quem � voc�, Camilla?
Ela entendeu que Del queria uma resposta... verdadeira. Mas descobriu que n�o poderia falar, e, de maneira irrevog�vel, mudar aquele momento. Ent�o, esquivou-se.
- Uma mulher que n�o vai mais esquecer. - Camilla pegou uma ameixa, deu uma mordida, estendeu para ele. - Gosto de estar sozinha com voc�, Delaney.
E ela lhes daria o resto do dia pregui�oso e ador�vel antes que Camilla de Cordina se juntasse a eles.
Del queria ser paciente, mas paci�ncia n�o era sua melhor qualidade. Pensara, tivera certeza de que Camilla estava pronta para confiar nele. O que um homem precisava
fazer para que ela se abrisse?, perguntou-se. A maioria das pessoas falava sobre si mesma � menor provoca��o.
Mas Camilla apenas fazia vagas declara��es filos�ficas, ocasionalmente, algumas s�bias. E se fechava.
Era rude, mas ele teria de pressionar. Para fazer isso, teria de deixar claro que eles estavam... que ele estava...
Nunca antes tinha dito a uma mulher que a amava. Havia passado sua vida adulta inteira sem ser um assunto, muito menos um problema. Agora era as duas coisas.
Poderia ir para a cozinha, se declarar e acabar com aquilo. Seria como tirar um esparadrapo num �nico pux�o dolorido. Ou poderia levar ambos em dire��o ao assunto,
passo a passo... como entrar numa piscina gelada cent�metro por cent�metro, at� que seu corpo se ajustasse ao choque.
Gosto de t�-la por perto, poderia dizer. Talvez voc� devesse planejar ficar.
Deixaria a frase suspensa no ar por um tempo, ent�o passaria para o segundo n�vel, dizendo que gostava dela. Camilla teria algo para comentar. Ela sempre tinha algo
a comentar. Quem teria acreditado que ele gostava tanto de ouvi-la?
Mas de qualquer forma, pensou, voltando ao racioc�nio anterior, quando eles terminassem de discutir o assunto, ele poderia terminar assim:
- Eu amo voc�. - Del estremeceu com sua pr�pria voz murmurada, deu uma olhada para a cozinha. Aquilo n�o soava como ele, decidiu. As palavras n�o pareciam caber
em sua boca.
- Eu amo voc� - tentou novamente, e exalou o ar. Mais f�cil desta vez.
- Agora me conte em que tipo de problema voc� est� envolvida e n�s resolveremos.
Simples, decidiu Del. Direto e oferecendo apoio. Mulheres gostavam de apoio.
Deus! Ele iria precisar de uma boa dose de u�sque para conseguir fazer aquilo.
- Eu sei que � tarde. - Acomodando o telefone sobre o ombro, Camilla olhou para o pulso antes de lembrar que n�o tinha mais rel�gio. Uma r�pida olhada para o rel�gio
da cozinha a fez calcular que j� passava de 1h em Cordina. N�o era de admirar que acordara Marian.
- Sem problemas. Eu s� estava dormindo.
- Desculpe. Mas eu precisava contar para algu�m.
- Certo, deixe eu me recompor. Voc� est� voltando para casa?
- Logo. Prometo.
- Voc� perdeu a primeira prova de seu vestido de baile. Sua costureira est� seriamente triste.
- Vestido de baile? - Ela franziu o cenho antes de lembrar. - Oh, o baile de outono. H� muito tempo ainda. Marian, eu estou apaixonada.
- Voc� diz isso agora, mas se ouvir sua costureira... O qu�? O qu�?
- Estou apaixonada. � maravilhoso. � assustador. � a coisa mais incr�vel que j� me aconteceu. Ele � perfeito. Oh, � o homem mais irritante do mundo durante metade
do tempo, mas eu gosto disso. E � t�o inteligente e divertido... e muito compromissado com o trabalho.
- Camilla.
- E � muito bonito, tamb�m. Sei que isso � algo superficial, mas n�o � �timo amar o interior de um homem que tem uma apar�ncia externa fant�stica?
- Camilla.
- Ele tamb�m est� apaixonado por mim. Est� come�ando a entender isso, embora talvez demore um pouco mais para...
- Camilla!
- Sim?
- Quem � ele?
- Oh, � o homem para quem estou trabalhando aqui. Delaney Caine.
- O arque�logo? Voc� se apaixonou por Indiana Jones?
- Estou falando s�rio, Marian.
- Bem, ele pelo menos se parece com Indiana Jones?
- N�o. Hmmm, na verdade, talvez um pouco. Mas essa n�o � a quest�o. Isso n�o � um jogo ou um filme, � minha vida. E � algo que quero, alguma coisa que parece totalmente
certa.
- Posso entender isso. Cam, estou muito feliz por voc�. Quando irei conhec�-lo?
- N�o sei exatamente. - Pensando sobre a quest�o, ela enrolou o fio do telefone nos dedos. - Isso � parte do problema. Depois que eu explicar as coisas, ent�o espero
que possamos combinar para que Del conhe�a a fam�lia.
- Explicar as coisas? - Houve uma longa pausa. - Est� dizendo que n�o contou a ele quem voc� �?
-Ainda n�o. Eu n�o esperava que isso fosse acontecer, certo? N�o podia antecipar. Ent�o eu quis... - Camilla parou de falar quando ouviu Del entrando na cozinha.
- Camilla, como voc� p�de deixar as coisas irem t�o longe e n�o lhe contar? Se ele tamb�m est� apaixonado...
- N�o sei se est� - murmurou ela em franc�s. - N�o, j com certeza. Eu n�o pretendia que isso fosse algo complicado.
Ela pigarreou quando Del pegou a garrafa de u�sque da despensa. N�o era poss�vel pedir que ele se apressasse, ou interromper Marian, ent�o continuou a conversa em
franc�s, mantendo o tom de voz o mais baixo poss�vel.
- Marian, eu tinha direito � minha privacidade. Dificilmente poderia ter ficado aqui se anunciasse que era membro da fam�lia real. Todo o objetivo de minha viagem
foi n�o ser Camilla de Cordina por algumas semanas.
- O objetivo parece ter mudado.
- Sim, eu sei, mas n�o poderia ter ficado se as pessoas soubessem quem eu era. O chal� teria sido cercado pela m�dia, e isso, se voc� lembra, foi o que me fez viajar
em primeiro lugar.
- Se voc� pensa que ele chamaria os rep�rteres...
- N�o, � claro que n�o penso isso. E n�o liguei para discutir com voc�, Marian. Fiz o que tinha de ser feito, o que achei que fosse melhor para mim. Quanto ao resto
- ela deu uma olhada na dire��o de Del, que estava servindo u�sque em um copo -, vou lidar com o problema.
- Sou sua amiga, Camilla. Amo voc�. Apenas n�o quero v�-la machucada, desapontada ou explorada.
- N�o pretendo sentir nada disso. Diga � fam�lia que logo estarei em casa.
- E � sua costureira? Camilla suspirou.
- Informe madame Monique que Sua Alteza n�o vai decepcion�-la no baile de outono. Volte a dormir, Marian.
Camilla desligou, abriu a geladeira para pegar uma bebida, enquanto Del girava o u�sque no copo.
- Espero que voc� n�o se importe que eu use o telefone.
- N�o, eu n�o me importo.
- Fiz chamada a cobrar.
- �timo. Eu provavelmente teria levado um susto se notasse uma liga��o para Cordina na minha pr�xima conta.
- Sim, imagino que sim. Eu... - Ela parou, e a m�o que tinha se erguido para um copo caiu na lateral do corpo novamente.
- Je parle francais aussi. - Del levou o u�sque aos l�bios quando Camilla se virou para encar�-lo. - Sua Alteza.

Nove
Ela sabia que tinha empalidecido. Podia sentir a cor drenando e deixando seu rosto frio e r�gido. Assim como podia sentir o cora��o batendo descompassado na garganta.
Por causa disso, Camilla instintivamente endireitou a coluna.
- Entendo. Voc� n�o mencionou que falava franc�s.
- Devo ter esquecido - replicou ele. - Como voc� se esqueceu de mencionar que era membro da fam�lia real de Cordina. Apenas um desses pequenos detalhes.
- Eu nunca me esqueci de minha linhagem. Isso n�o � permitido. Delaney...
- Ent�o, o que significa tudo isso? - Del gesticulou com o copo. - Sua pequena vers�o de princesa e plebeu? Tirando algumas semanas, se divertindo um pouco com as
pessoas comuns.
- Sabe que n�o � verdade. Voc� n�o pode pensar isso.
- Vamos ver, o que eu deveria pensar? - Ele ergueu o u�sque novamente, encheu mais o copo. N�o podia entender precisamente por que queria jogar a garrafa contra
a parede. Ou, mais, por que resistia. - Que, voc� est� se escondendo de um amante? Um que est� muito ansioso para p�r as m�os nas j�ias da coroa?
- Isso � injusto. N�o tenho amante, s� voc�.
- N�o pelas �ltimas semanas, pelo menos. Voc� deveria ter me dito que eu estava fazendo sexo com uma princesa. Eu poderia ter adicionado um bom floreado.
Os l�bios dela queriam tremer, ent�o Camilla firmou-os numa linha fina.
- E isso � cruel.
- Voc� quer gentileza? Quer amabilidade? - A voz de Del passou de um tom suavemente perigoso para um tom agudo e cruel. - Escolheu o homem errado, amiga. Se algu�m
me faz de bobo, fico furioso.
- Eu n�o fiz voc� de bobo. Nunca pretendi...
- O qu�? Pare de bobagens, Camilla. Ningu�m faz nada que n�o pretende. Voc� veio para c� porque queria brincar de fingir por algum tempo, e se divertir com o povo
local enquanto isso.
- N�o � verdade. - A raiva dela come�ou a subir � superf�cie para combinar com a dele. - E isso insulta a n�s dois.
- Voc� est� insultada? - Del colocou o copo sobre o balc�o antes que o jogasse contra a parede. - Vem � minha casa e finge ser quem n�o �, mente sobre sua identidade,
sobre quem e o que �. Uma garota de fazenda em Virg�nia, ora essa!
- Meu pai tem uma fazenda em Virg�nia. - Camilla gritou porque estava muito apavorada para fazer outra coisa. - Vivi l� metade do ano durante toda a minha vida.
- E a outra metade no pal�cio. Bem, suponho que uma coroa combina mais com voc� do que um chap�u de palha.
- Sim. N�o! - Lutando em meio da raiva e do p�nico, ela passou uma das m�os pelos cabelos. - N�s temos uma fazenda em Cordina. Minha m�e...
- Sua m�e francesa - disse ele friamente.
- Voc� falou Fran�a, eu falei Europa. - Mas o argumento era fraco, e Camilla sabia disso. - Delaney, sou exatamente a mesma pessoa que era dez minutos atr�s. Eu
s� queria a privacidade de...
- Privacidade? Ora, poupe-me. Voc� dormiu comigo. Certificou-se de dormir comigo. Estava procurando por uma varia��o das pessoas de ra�a pura? Ganha pontos conquistando
americanos desgarrados em sua pequena aventura?
A cor de Camilla voltou, subindo para seu rosto.
- Como ousa! Voc� � rude e vil, e � desprez�vel transformar uma coisa ador�vel em algo barato. N�o vou continuar essa discuss�o, nem me explicar enquanto voc� estiver
nesse humor imposs�vel. Saia da minha frente.
- Voc� n�o d� as ordens aqui, princesa. - Del lhe segurou o bra�o antes que ela pudesse passar por ele. - Voc� me usou.
- N�o. - L�grimas estavam se acumulando, querendo cair. - N�o do jeito que voc� quer dizer. Del, eu s� queria um lugar para ficar. Queria apenas um tempo.
- E conseguiu muito mais do que isso, n�o �? O tempo de brincadeira acabou, Sua Alteza. Voc� vai fazer mais do que dar explica��es.
- Solte-me. - Camilla reuniu toda sua compostura e comando e o olhou friamente. - N�o tenho mais nada a lhe dizer agora. Deixe-me ir.
- Oh, eu vou deixar. Suponho que dissemos tudo que � necess�rio. Voc� pode fazer suas malas e fugir, uma vez que este parece ser seu padr�o.
A raiva e a vergonha que Camilla estivera sentindo n�o eram nada comparadas � dor de ouvir aquilo.
- Voc� quer que eu v� embora?
- Conseguiu o que veio buscar aqui, n�o � verdade? Vou facilitar as coisas para voc� e sair de seu caminho.
A respira��o de Camilla ficou presa na garganta quando ele come�ou a ir para a porta.
- Del, por favor, n�o fa�a isso. Eu amo voc�. A dor o atingiu.
- Voc� est� despeda�ando meu cora��o, amiga. - Ele falou as palavras com cinismo, embora aquilo fosse a mais pura verdade. - Tente essa linha com algu�m que seja
bastante est�pido para acreditar. E fique bem longe de mim. - Com isso, saiu e bateu a porta.
Del andou pela floresta durante uma hora, pensando negativamente e amaldi�oando todas as mulheres. Andou por mais uma hora, enquanto alimentava sua raiva crescente.
Apaixonada por ele? Que mentira. Camilla tinha muita coragem para fazer esse jogo. Ela estivera perto das l�grimas, tamb�m. Ele tinha visto. Gra�as a Deus, sa�ra
de l� antes que isso acontecesse.
Simplesmente n�o podia suportar mulheres chorando.
Bem, ela usara todos os truques poss�veis. Por que n�o chorar tamb�m!, pensou ele amargamente.
E pelo qu�? Ent�o Camilla podia ter algumas semanas para satisfazer um capricho. Cinderela no deserto?
Ele parou, o cora��o despeda�ado quando olhou para o lago.
Eu amo este lugar
Podia ouvir a voz dela falando aquilo, ver o prazer no tosto perfeito enquanto estava deitada no gramado ao seu lado.
Ent�o ela apreciava a natureza. Grande coisa.
Voc� nunca precisou simplesmente respirar?
Lembrou-se de Camilla dizendo isso, tamb�m. No primeiro dia, parada ao seu lado, com toda aquela tens�o no rosto, na voz. Como se estivesse emocionalmente perturbada
e lutando para encontrar o equil�brio.
Tudo bem, ent�o talvez Camilla tivesse alguns problemas. Quem n�o os tinha? Mas isso n�o desculpava o que ela havia feito. Tudo fora uma farsa, desde o come�o. E
ela permitira que ele se apaixonasse... que fosse pego numa gaiola, sem avis�-lo de que havia uma armadilha sem sa�da.
Camilla teria de pagar por isso.
Del se virou, come�ou a voltar para o chal�. Certo, deixaria que ela explicasse... n�o que fosse acreditar numa palavra. Ent�o...
Ent�o descobriria o que fazer a seguir.
Com a cabe�a baixa e as m�os nos bolsos, n�o notou que o carro dela havia desaparecido at� que estava quase na porta dos fundos. Por quase um minuto, olhou para
o lugar onde o carro estivera estacionado.
Ent�o, estava entrando no chal�, subindo a escada depressa.
As roupas de Camilla tinham sumido. Ele abriu os dois arm�rios, como se ela pudesse ter colocado todas num �nico espa�o para faz�-lo sofrer. Nem mesmo os potes e
tubos de creme estavam mais no arm�rio de rem�dios.
Num acesso de f�ria, Del vasculhou o chal� atr�s de um bilhete. Mas n�o havia nada.
N�o poderia dizer que ela se fora sem um tra�o. Deixara as velas, as pequenas garrafas com flores do mato. Deixara seu aroma, que o estava perseguindo em todos os
lugares.
Ent�o, Camilla partira para outro lugar, pensou. Somente porque ele tinha gritado com ela, dizendo-lhe que podia arrumar as malas e fugir. Se Camilla n�o podia enfrentar
uma briga...
N�o, era melhor assim, Del lembrou a si mesmo. N�o fazia sentido continuar discutindo. Ela voltaria para o lugar ao qual pertencia, e ele poderia voltar ao trabalho
sem t�-la para distra�-lo a cada cinco minutos.
Del mexeu em suas anota��es, pegou uma ao acaso. Depois de larg�-la novamente, sentou-se no sof� para refletir
Camilla voltaria. Ele se convenceu disso, particularmente quando estava um pouco b�bado. Aquilo fora apenas um acesso de raiva. Mulheres tinham acessos de raiva,
n�o tinham?
Suas duas horas andando pelo bosque era uma express�o natural de sua irrita��o justific�vel. Ele n�o tinha acessos de raiva.
Pela manh�, sofrendo de uma surpreendente ressaca desagrad�vel, Del se convenceu que n�o queria que ela voltasse. Gostava de sua vida do jeito que era antes de Camilla
ter aparecido. E n�o gostava, nem um pouco, dessa sensa��o de perda e sofrimento. O que era, sem sombra de d�vida, completamente culpa dela.
Mas no segundo dia Del estava num estado lastim�vel novamente. Camilla n�o tinha o menor direito de fugir antes que ele terminasse de gritar com ela. Mas aquilo
era t�pico... erguer aquele queixo, empinar aquele nariz e zangar-se. Ele deveria ter reconhecido isso como um comportamento de princesa desde o come�o.
Quando ela esfriasse a cabe�a e voltasse, ele teria muitas coisas a lhe dizer.
Por que Camilla n�o tinha voltado?
N�o importava, disse a si mesmo, e esfor�ou-se para se concentrar no trabalho. Tinha muito a fazer a fim de se manter ocupado enquanto ela estava fora, de mau humor.
Na verdade, talvez fizesse as malas e voltasse para o local de escava��o. Era onde devia estar, de qualquer maneira.
E levou um susto ao perceber que pretendera lev�-la junto. Queria lhe mostrar o lugar, observar aquele interesse e intelecto iluminar-lhe os olhos quando ela visse
seu projeto.
Quisera compartilhar aquilo com Camilla... e isso era assustador. Havia desejado compartilhar tudo com ela. N�o podia acreditar o quanto isso do�a.
No exato momento que se sentou, triste com o conhecimento de que Camilla n�o ia voltar, ouviu um carro se aproximando na estrada.
Eu sabia! Del se levantou, sentindo al�vio, prazer, f�ria, e havia chegado � porta num salto antes que pudesse se controlar. Este n�o era o jeito de lidar com aquilo,
ou com ela. Sairia devagar, casualmente. Ent�o a deixaria se desculpar.
Sentindo-se orgulhoso, e generoso, Del saiu do chal�. Tudo em seu interior pareceu desmoronar quando viu que n�o era Camilla saindo do carro. Eram seus pais.
- Surpresa! -Alice Caine correu em dire��o � varanda em suas botas velhas e pesadas. Seus cabelos castanho-escuros com mechas grisalhas estavam, como sempre, escapando
desordenadamente de um chap�u velho. Ela parecia uma garotinha, com o rosto salpicado de sardas e marcado por uma vida exposta ao sol.
Sua m�e se colocou na ponta dos p�s, deu-lhe um beijo estalado no rosto, ent�o imediatamente se virou para o marido:
- Niles, deixe o garoto pegar as malas. De que adianta ter um filho grande e forte se voc� n�o pode us�-lo para um trabalho de escravo? Como est� o ombro, Del? -
perguntou ao filho. - E o resto?
- Bem, est� tudo bem. Eu n�o estava esperando voc�s.
- Se tivesse, n�o teria sido uma surpresa. - Ela baixou os �culos de aro escuro. Apesar de ter sorrido, era bastante esperta para ver o desapontamento do filho quando
ele apareceu na varanda. - Voc� tem algum caf�?
- Claro. Claro. - Envergonhado de si mesmo, Del abaixou-se, ela era uma coisinha t�o pequena!, e deu-lhe um abra�o r�pido.
- Dirigi 507 quil�metros hoje. - Murmurando com seu sotaque ingl�s de escola p�blica, Niles Caine acabou de anotar a quilometragem em seu caderno meio rasgado enquanto
se aproximava do filho. - Fiz um bom tempo.
Ele era um homem grande, alto e rudemente bonito aos 67 anos. Os cabelos vastos estavam totalmente grisalhos, e os olhos, verdes como os do filho, brilhavam como
j�ias na pele bronzeada. Ele guardou o caderninho no bolso da camisa desbotada, ent�o deu um abra�o apertado em Del.
- Como est� o ombro?
- Bem. Melhor. Como vai sua escava��o?
- Oh, estamos apenas fazendo um intervalo. Para clarear a mente - disse Alice, dando um olhar de aviso para o marido enquanto entrava na casa. Parou de repente,
p�s as m�os fechadas sobre os quadris estreitos. - Del, voc� tem uma mulher.
- O qu�?
- Olhe isso. Flores. - Ele arqueou as sobrancelhas para as flores dentro de garrafas. - Aromas - acrescentou, cheirando um pote de folhas secas. - Limpeza - passou
a ponta do dedo sobre o topo da mesa. - Definitivamente, uma mulher na �rea. Onde ela est�?
- Ela n�o est� aqui.
Ah, pensou Alice. Pobre Del.
- Niles, meu her�i, voc� pode ir at� a cidade me comprar um sorvete?
- Ir � cidade? - Ele a olhou. - Acabei de chegar. Nem mesmo me sentei ainda.
- Voc� pode se sentar no carro e dirigir at� a cidade.
- Se voc� queria sorvete, por que n�o falou enquanto ainda est�vamos no maldito carro?
- Eu n�o queria naquele momento. De chocolate. - Ela se colocou na ponta dos p�s para beijar-lhe a boca comprimida numa carranca. - Tenho tanto desejo por chocolate!
-As mulheres e seus caprichos - resmungou ele e voltou para o carro.
Alice simplesmente andou at� o sof�, sentou-se e p�s as botas sobre a mesa. Sorrindo, bateu na almofada ao seu lado.
- Sente-se. O caf� pode esperar. Conte-me sobre a mulher.
- N�o h� nada a contar. Ela esteve aqui, era uma constante irrita��o. Agora foi embora.
Com raiva, magoado, pensou ela de forma indulgente. Exatamente como o pai.
- Sente-se. - A voz de Alice foi mais firme... sabia como lidar com seus homens. - Por que ela deixou voc�?
- Ela n�o me deixou. O orgulho o fez dizer, mas se sentou no sof�. - Ela estava trabalhando para mim. Temporariamente. Muito temporariamente.
Com o sil�ncio longo e paciente de sua m�e, Del extravasou:
- Eu a mandei embora. Se ela � muito teimosa para voltar... N�o preciso de seus servi�os subordinados, de qualquer forma.
- A� est�. - Alice lhe deu um tapinha na cabe�a. - Conte para sua m�e sobre essa garota horr�vel.
- Pare com isso. - Mas Del sorriu.
- Ela � feia?
- N�o.
- Burra ent�o. Ele suspirou.
- N�o.
- Uma prostituta barata.
Agora ele riu.
- M�e.
- � isso ent�o. - Alice bateu uma das m�os na coxa dele. - Uma prostituta barata se aproveitando do meu garotinho ing�nuo e t�o bem-humorado. Bem, vou dar um jeito
nisso. Qual � o nome dela? Eu a perseguirei como um c�o de ca�a.
- � muito f�cil encontr�-la - murmurou Del. - Chama-se Camilla. Sua Alteza Real Camilla de Cordina. Eu poderia estrangul�-la.
Alice jogou os �culos escuros e o chap�u sobre a mesa.
- Conte-me - disse ela. Assim ele fez.
Alice ouviu enquanto Del falava com raiva, em seguida, com sofrimento, depois com raiva novamente. Com muita freq��ncia, notou ela, ele tinha de se levantar e andar
pela sala apenas para se controlar.
Sua descri��o de Camilla, a n�o ser pela parte de que ela era irritante com suas interfer�ncias tolas, combinava com a ador�vel carta que Alice recebera alguns dias
atr�s de Sua Alteza Gabriella.
Uma carta graciosa e inteligente, pensou, uma que reconhecia a gratid�o de Gabriella pela hospitalidade que Delaney oferecera � sua filha. Alice n�o soubera o que
era mais surpreendente, algu�m considerar seu filho hospitaleiro ou saber que ele estava sendo hospitaleiro com um membro da fam�lia real de Cordina.
Mas ela era uma mulher pr�tica, acostumada a se ajustar quando necess�rio. O conte�do da carta a fizera tirar o marido de uma escava��o no Arizona e lev�-lo para
l�, a fim de entender por si mesma o que estava acontecendo.
Agora que estava l�, tinha uma boa id�ia do que era.
O que estava claro como cristal para Alice era que seu filho tinha se apaixonado completa e perdidamente.
E n�o era sem tempo.
- Ent�o ela partiu - finalizou Del. - Foi melhor assim.
- Provavelmente - concordou Alice com calma. - Se ela o enganou foi porque n�o teve muita vis�o. Certamente, deveria ter se sentido � vontade, at� mesmo satisfeita,
com a rela��o depois que voc� lhe contou sobre sua linguagem.
- Huh?
- � claro que um visconde � um t�tulo aristocr�tico menor do que o de uma princesa, mas ela deveria ter tido a cortesia de confiar em voc�, como voc� confiou nela.
- Encantada pela express�o confusa no rosto do filho, Alice cruzou um dos p�s no tornozelo. - Com certeza, contou-lhe que seu pai � o conde de Brigston... e voc�,
visconde de Brigston.
- Isso n�o me ocorreu - disse Delaney, ent�o acrescentou, com mais veem�ncia, enquanto sua m�e o observava friamente: - Por que eu deveria? Quem se lembra disso,
de qualquer forma? Eu nunca uso o t�tulo.
A menos que isso lhe sirva, pensou Alice. Mas bastava ter plantado a pequena semente, decidiu.
- A� est� seu pai, de volta com o sorvete. Vamos tom�-lo com caf�.
Alice deu um dia ao filho, parcialmente para apreciar a companhia dele, e parcialmente para deix�-lo refletir um pouco. Debateu como lhe contaria que estava se comunicando
com a m�e de Camilla.
- Ele poderia recuar de novo - murmurou enquanto jogava a vara dentro do lago. - Isso seria bem t�pico de Del. - Com o murm�rio de seu marido, ela virou-se para
onde ele estava sentado, pap�is espalhados sobre o colo e no ch�o. - Preste aten��o, Niles.
- Hmm? O qu�? Ora, Alice, estou trabalhando.
- Seu filho � trabalho.
- Deixe-o em paz. Um homem deve lidar com seus casos amorosos sem interfer�ncia.
- Ah! Foi o que voc� me disse 35 anos atr�s. Veja onde isso o levou.
Isso me levou a voc�, n�o �?
Ela sorriu. Como duas gotas de �gua id�nticas, decidiu. Seus dois homens eram igualmente teimosos.
Antes que pudesse resolver a melhor maneira de lidar com as coisas, a quest�o foi tirada de suas m�os. Del apareceu de repente, fazendo barulho suficiente para assustar
os peixes e mand�-los para quil�metros de dist�ncia, e a colocando de p�.
- Recebemos novos fundos para o projeto.
- �timo, porque n�o teremos peixe para o jantar. - Mas ela o abra�ou. - Isso � maravilhoso, Del. De quem?
- N�o tenho os detalhes ainda... apenas recebi um telefonema da universidade. Preciso voltar ao local de escava��o. Sinto muito por ter de abandon�-los aqui.
- N�o sinta. - Alice pensou como as coisas se resolveriam ent�o. Perfeitas. - Ligue para n�s quando estiver acomodado l�.
- Farei isso. Tenho de arrumar a mala.
Naquela noite, enquanto seu filho estava muito provavelmente imaginando que a id�ia dos fundos para o projeto estava sendo gerada pelo interesse e influ�ncia de
uma jovem princesa, Alice se sentou e escreveu uma carta pequena e formal para Sua Alteza Gabriella de Cordina.
O conde e a condessa de Brigston, juntamente com seu filho, lorde Delaney, visconde de Brigston, estavam muito satisfeitos em aceitar seu generoso convite para o
baile de outono em Cordina.
- Isso � insultante. - Camilla balan�ou o �ltimo comunicado de Del no ar. - Rude e insultante, exatamente como ele.
Gabriella estava sentada calmamente, colocando brincos simples de p�rolas nas orelhas. Pessoas que haviam sido convidadas para se hospedar no pal�cio por um tempo
antes e depois do baile chegariam em breve.
- A carta me parece perfeitamente educada e informativa, querida.
E ela achava muito not�vel que durante um m�s que sua filha estava de volta em Cordina n�o tinha perdido nada do entusiasmo no que dizia respeito a Delaney Caine.
- Isso porque voc� n�o o conhece - replicou Camilla. - Insuport�vel � o que ele �. Dirigir-se a mim como se eu fosse algum tipo de conta banc�ria. D�lares e centavos,
isso � tudo. Ele n�o me conta nada sobre as descobertas... as coisas que sabe que eu quero saber. E veja como assinou a carta! Dr. Delaney Caine. Como se n�s f�ssemos
estranhos. Ele � detest�vel.
- � o que voc� diz - Gabriella virou-se na cadeira de sua penteadeira. Seus cabelos estavam penteados para tr�s de um rosto que seu marido alegava ser mais bonito
a cada ano.
Ela n�o acreditava nele, mas era bom ouvir aquilo. Seus olhos castanhos, com o mesmo tom dourado dos da filha, estavam s�brios e n�o revelavam o humor e a ansiedade
agrad�vel que sentia pelo que iria acontecer.
- Tenho certeza que ele est� agradecido pelo fato de voc� ter ajudado a angariar fundos para o projeto, Camilla. Voc�s se separaram de uma maneira ruim, e ele, provavelmente,
est� sem gra�a com isso.
- Ele deveria estar sem gra�a. Deveria estar se sentindo arrependido e pequeno. - Camilla andou ao redor do quarto ador�vel de sua m�e. Observou pela janela a estonteante
vista dos jardins, o mar azul adiante. - Eu n�o consegui os fundos para ele, de qualquer forma. Consegui para o projeto. O trabalho � a prioridade. � um achado importante,
e merece ser completado.
E o interesse de sua filha no trabalho n�o tinha diminu�do nas semanas desde que ela voltara. Parecia at�, refletiu Gabriella, ter aumentado. Camilla passava horas
com livros, fora � universidade falar com professores especializados no assunto, vasculhara a biblioteca da casa a fim de encontrar mais livros e documentos sobre
arqueologia.
N�o tinha negligenciado nenhum de seus deveres. Isso simplesmente n�o fazia parte da natureza de Camilla. �s vezes, Gabriella desejava que a filha fosse menos dedicada.
Apesar de preocupada, havia ficado feliz quando Camilla tirara aquelas semanas para si mesma.
Ela sofrera muito quando sua filhinha voltara com o cora��o despeda�ado. Estava grata pelo fato de que as duas tinham um relacionamento pr�ximo, e que Camilla se
abrira com ela. Sobre estar apaixonada... e ter dormido com Delaney. Ajudava uma mulher, Gabriella sabia, conversar com outra mulher.
E agora, embora soubesse que a filha estava sofrendo, em frente, ela se alegrava que o cora��o de Camilla era constante. Continuava muito apaixonada. Sua m�e, com
uma pequena ajuda, pretendia fazer com que ela conseguisse o que queria. Mesmo que isso significasse uma... pequena trapa�a, assegurou a si mesma.
Gabriella se levantou, aproximou-se da filha para descansar as m�os em seus ombros, dar-lhe um beijo na parte de tr�s da cabe�a.
- O amor nem sempre � educado.
- Ele n�o me ama - Camilla ainda estava sofrendo muito. - Mam�e, ele me olhou com tanto desprezo, afastou-me de sua vida com menos compaix�o do que algu�m faria
com um vira-lata.
E responderia por aquilo, pensou Gabriella ferozmente. Estava contando com sua filha para faz�-lo responder.
- Voc� n�o foi honesta com ele.
- Eu estava tentando ser honesta comigo mesma. Se eu fiz a coisa errada, ainda deveria ter tido espa�o para... N�o importa. - Ela endireitou os ombros. - Tenho meus
interesses e meus deveres, e Del tem os dele. Eu queria que este baile j� tivesse acabado.
- Quando acabar, voc� ir� para sua primeira escava��o. Ser� excitante para voc�.
- Estou muito animada com isso! - De modo bruto. Camilla dobrou a carta formal de Del, colocou-a de lado. Como colocaria os pensamentos sobre Del de lado, prometeu
a si mesma. - Imagine eu, estudando artefatos do per�odo pr�-paleol�tico na Fran�a. O dr. Lesuer tem sido t�o generoso, t�o af�vel! Vou gostar de trabalhar com a
equipe dele e aprender com todos. Mas, agora, estou atrasada. Sarah Lattimer estar� aqui em algumas horas. Acredito que lhe contei sobre Sarah... a dona da loja
em Vermont que foi t�o am�vel comigo?
- Sim, voc� me contou. Estou ansiosa para conhec�-la.
- Eu quero que ela passe dias espetaculares aqui. Tia Eve vai lev�-la para um tour, e Sarah ter� oportunidade de conhecer tio Alex antes do ch� das mulheres amanh�.
- Preciso que voc� receba alguns de meus convidados pessoais comigo... o conde e a condessa de Brigston e o filho deles. Eles devem estar aqui em aproximadamente
30 minutos. Vou entret�-los no sal�o dourado quando chegarem.
- Sim, eu lembro. - Camilla consultou o rel�gio. - Adrienne n�o pode fazer isso no meu lugar?
- Sua irm� est� no ber��rio com o pequeno Armand e o beb�. N�o vou segurar voc� por mais de 15 minutos - prometeu Gabriella.
- Estarei l�. Vou apenas ajustar algumas coisas em minha agenda. - Ela olhou para fora, voltou para pegar a carta de Del. - Preciso arquivar isto - murmurou, e partiu.
Exatamente 20 minutos depois, Camilla desceu a escada principal. Preparativos para o baile de outono, e todos os eventos que o seguiam, estavam a caminho. O regisseur,
o assistente do pal�cio, cuidaria dos detalhes. E os olhos �vidos de sua tia perceberiam todos.
Sua Alteza Real, a princesa Eve de Cordina era a castel� do pal�cio, e uma mulher que apoiava o marido tanto quanto administrava o pais. Mas, geralmente, tinha suas
pr�prias opini�es sobre assuntos do Estado, e sua pr�pria carreira, al�m de seus deveres para com a realeza. Sua Companhia de Teatro Hamilton era um grupo teatral
famoso e ela era tamb�m uma espetacular escritora de pe�as.
Seu exemplo servia para relembrar Camilla de que, com ambi��o, trabalho e c�rebro, uma mulher podia fazer qualquer coisa. Mesmo chegar pontualmente... quase... para
receber convidados quando sua agenda estava lotada.
Estava quase no fim da escadaria quando um de seus tios veio correndo e a segurou pelos ombros. Ele era incrivelmente bonito e tinha o agrad�vel cheiro de cavalos
naquele momento.
- Por que a pressa?
- Tio Bennet! Eu nem sabia que voc� havia chegado. - Ela beijou o irm�o mais novo de sua m�e no rosto. - E j� visitou o est�bulo.
- Bry e Thadd ainda est�o l� fora - disse ele, referindo-se aos dois filhos. - Hannah est� em algum lugar por a�. Ela quer falar com Eve. E olhe s� voc�. - Ele bagun�ou-lhe
os cabelos curtos. - Muito chique.
- Como foi sua viagem � Inglaterra?
- Bem-sucedida. Encontrei a �gua perfeita para cruzar com meu garanh�o.
- Eu quero v�-la e conversar mais com voc�... por�m, mais tarde. Estou atrasada.
- Quem � o americano que magoou voc� e precisa levar um chute no traseiro?
Camilla fez uma careta.
- Voc� j� encontrou meu pai.
- No meu caminho do est�bulo para c�. Ofereci para segurar o casaco dele.
- N�o acho que voc� ter� a chance de chutar-lhe o traseiro. N�o acredito que verei o tolo t�o cedo. A bient�t.
- Mas... - Perplexo, Bennet a observou partir. Algu�m tinha lhe dado uma informa��o errada, pensou, ent�o come�ou a subir a escada, esperando questionar seu irm�o
e obter dele mais detalhes.
Conhecendo Reeve MacGee, Bennet duvidava que o pai de Camilla tivesse os dados errados.
Camilla diminuiu o ritmo dos passos e come�ou a andar com eleg�ncia pelo pal�cio. Flores, frescas e em arranjos elaborados, enfeitavam vasos e umas. Seus saltos
soavam determinados no piso brilhante de m�rmore.
Alguns criados pararam para uma rever�ncia. Ela cumprimentou a maioria pelo nome, mas continuou andando. Detestava se atrasar.
Quando chegou ao sal�o dourado, percebeu que estava atrasada seis minutos. Porque ouviu baixos murm�rios de vozes, levou um outro momento para ajeitar a saia, os
cabelos, respirar fundo e colocar um sorriso de boas-vindas no rosto.
No momento que entrou, viu que sua m�e j� estava sentada a uma das mesas, servindo ch� de um bule chin�s Miessen para um casal de meia idade.
A mulher lhe chamou a aten��o primeiro. Uma apar�ncia t�o intrigante, pensou Camilla. Ador�vel de uma maneira �nica, e casualmente desalinhada. Ela n�o teria dito
que a roupa larga de l� estava na moda, mas certamente combinava com a mulher.
O homem se levantou com a aproxima��o de Camilla. Ela come�ou a falar, desculpar-se pelo atraso e cumpriment�-los. Ent�o, n�o p�de mais falar nada. Ele era, pensou
at�nita, uma vers�o mais velha e mais distinta de Del.
Precisava dar um jeito de tirar Delaney da cabe�a, ordenou a si mesma, uma vez que estava come�ando a ver partes dele em dignos condes ingleses.
- Camilla, eu gostaria de lhe apresentar o conde e a condessa de Brigston. Lorde e lady Brigston, minha filha, Sua Alteza Real, Camilla de Cordina.
- Lorde e lady Brigston, perdoem-me por n�o ter estado aqui com minha m�e para lhes dar as boas-vindas a Cordina. Por favor, sentem-se e fiquem � vontade. Espero
que tenham apreciado a viagem.
- Estamos encantados por estar aqui, Sua Alteza. - Alice sorriu e fez uma rever�ncia, ent�o apertou a m�o de Camilla. - Assim como nosso filho. Quero lhe apresentar
lorde Delaney, visconde Brigston.
Os pensamentos de Camilla giraram quando Del se moveu da janela do canto e atravessou a sala na sua dire��o. Seu cora��o batia aceleradamente... primeiro pela alegria
de v�-lo, depois, com a confus�o. E, por �ltimo, com raiva.
Visconde Brigston, pensou. O que significava aquilo? Como o cientista americano tinha se tomado um ingl�s da aristocracia? Que aud�cia de Del!
Ela inclinou a cabe�a friamente, ent�o ergueu o queixo.
- Meu lorde - murmurou num tom fr�gido como o inverno.
- Madame - retomou ele, e com a express�o dos olhos claramente irritada pegou-lhe a m�o estendida e beijou-a.
Camilla lidaria com aquilo. Era muito orgulhosa, e muito bem educada por natureza para agir de outro modo. Mas os 30 minutos seguintes foram pura tortura. Participou
da conversa educadamente, o que era mais, pensou, do que Del conseguia fazer. Ele n�o falava mais do que monoss�labos, e apenas quando lhe faziam uma pergunta diretamente.
Por que tinha de parecer t�o grande, t�o bonito e t�o m�sculo? O temo e a gravata deveriam t�-lo feito parecer menor ou desajeitado. N�o causava nenhuma dos efeitos.
- Meu filho - disse Alice em certo momento - est� encantado e grato por sua ajuda em angariar fundos em beneficio do Projeto Bardville, madame. N�o � verdade, Del?
Ele se movimentou na cadeira.
- J� declarei minha aprecia��o, e a da equipe, para Sua Alteza, atrav�s de cartas e relat�rios.
- Sim, eu recebi uma de suas... cartas esta manh�, lorde Delaney. - Camilla sorriu com seus olhos gelados. - Que estranho voc� n�o ter mencionado que viajaria, e
t�o breve, para Cordina.
Ele n�o estaria l� se fosse por sua escolha, pensou Del. Sua m�e o perseguira como uma loba, e praticamente o arrastara para o avi�o pela orelha.
- Eu n�o tinha muita certeza que minha agenda permitiria a viagem.
- Estamos t�o felizes que voc� p�de vir - comentou Gabriella, ciente do estado de beliger�ncia nos olhos da filha. Quando o n�vel da raiva de Camilla estava muito
alto, sua l�ngua podia ser letal. E r�pida. - De modo que possamos, de alguma maneira, recompens�-lo pela hospitalidade que voc� ofereceu a Camilla em sua casa em
Vermont. Uma parte ador�vel da Am�rica, ouvi dizer. Lamento nunca ter visto por mim mesma.
Aquele era um jogo de cara ou coroa, decidiu Gabriella, pensando quem estaria mais chocado pela facilidade com que ela mencionava o relacionamento anterior deles
- a princesa ou o visconde.
Os dois a olharam, boquiabertos, enquanto ela saboreava o ch�. Gabriella pensou, tinha quase certeza, ter ouvido a condessa abafar uma risadinha.
Agora veria quanto tempo os dois conseguiriam continuar se comportando como estranhos educados.
- Camilla desenvolveu um grande interesse por sua �rea, meu lorde - continuou Gabriella. - E sempre gratificante para uma m�e ver um filho t�o entusiasmado.
- E igualmente gratificante para uma filha entreter sua m�e - respondeu Camilla com um sorriso prazeroso... que somente sua m�e podia ver que era tenso. - Que...
surpresa interessante a sua de convidar lorde Delaney e seus pais sem mencionar os planos para mim.
- Esperei que fosse, e que voc� ficaria satisfeita em oferecer a hospitalidade de Cordina. - Isso foi dito com leveza, mas com uma firmeza definitiva.
- � claro. Nada me agradaria mais do que retribuir lorde Delaney por... tudo.
- Tenho certeza de que voc�s gostariam de descansar um pouco depois da viagem - disse Gabriella para Niles e Alice quando eles se levantaram. - Camilla, talvez voc�
possa mostrar os jardins a lorde Delaney.
- Eu n�o... - come�ou Del, ent�o cerrou os dentes com o olhar mort�fero de sua m�e. - Eu n�o quero dar trabalho.
- N�o � trabalho nenhum. - Gabriella p�s uma das m�os, colocando certo peso, sobre o ombro de Camilla quando passou.
Pega na armadilha, Camilla se levantou, se preparou, enquanto sua m�e alegremente conduzia os pais de Del para fora da sala, ent�o virou-se para encar�-lo.
- Primeiramente, quero deixar bem claro que eu n�o tinha id�ia de que voc� estaria aqui, e se tivesse, teria feito todo o poss�vel para n�o participar desta reuni�o
de boas-vindas.
- Est� claro. Se eu tivesse sido capaz de evitar a viagem, teria feito isso. Acredite.
- Segundo - Camilla continuou no mesmo tom frio e bem educado -, n�o tenho mais desejo de lhe mostrar os jardins do que voc� tem de v�-los. Todavia, desejo menos
ainda aborrecer minha m�e ou os seus pais. Dez minutos devem ser suficientes. Tenho certeza de que podemos tolerar um ao outro durante esse per�odo de tempo, meu
lorde - acrescentou num sussurro.
- N�o me provoque. - Del se levantou tamb�m, ent�o percebeu que estava falando com as costas de Camilla, pois ela andava apressadamente para as portas do terra�o
do outro lado da sala.
Quando ela saiu, ele enfiou as m�os nos bolsos e a seguiu. Aqueles seriam, pensou, quatro dias muito longos.

Dez
Na ala de h�spedes no terceiro andar, Alice parou na porta da su�te que eles haviam recebido durante sua estadia em Cordina.
Era hora, decidiu, de testar suas impress�es e instintos em rela��o a Gabriella de Cordina.
- Eu gostaria de saber, madame, se posso ter um momento de seu tempo. Em particular.
- � claro. - Gabriella tinha calculado suas op��es e considerado a melhor maneira de lidar com sua h�spede desde que colocara os olhos em Alice. Em sua opini�o,
Alice Caine preferia uma abordagem direta. Assim como a pr�pria Gabriella, quando poss�vel, tamb�m preferia. - Vamos usar a pequena saleta de estar. � muito confort�vel,
bem discreta.
Enquanto conduzia Alice atrav�s do pal�cio, para os aposentos da fam�lia, falou sobre a hist�ria da constru��o, sobre a cole��o de artes. Manteve o tom de conversa
educada at� que estavam confort�veis atr�s de portas fechadas, em sua elegante saleta cor-de-rosa e azul.
- Posso lhe oferecer um refresco, lady Brigston?
- N�o, obrigada. - Alice se sentou, cruzou as m�os sobre o colo. - N�s duas, obviamente, estamos cientes do relacionamento entre nossos filhos, e da maneira desagrad�vel
como foi rompido no �ltimo ver�o - come�ou ela.
- Sim. Seu filho foi muito gentil em proporcionar um abrigo para minha filha.
- Perdoe-me, mas isso � bobagem. Ele n�o fez isso por gentileza, ou pelo menos, n�o totalmente. Del n�o � rude, � somente teimoso.
Gabriella se recostou.
- Lady Brigston... Alice - respondeu ela calorosamente, satisfeita que seu julgamento sobre a m�e de Delaney tinha sido correto. - Eu n�o sabia se estava fazendo
a coisa certa para Camilla, convidando sua fam�lia... sem lhe contar sobre o convite ou sobre o t�tulo de seu filho. Foi ego�smo de minha parte. Eu queria dar tempo
para que ela pesquisasse seu cora��o, e queria analisar sua rea��o por mim mesma quando Camilla visse seu filho de novo. No instante que vi, soube que fiz a coisa
certa, afinal de contas.
- Voc� viu o jeito que eles se entreolharam... bem, antes de erguerem defesas?
- Sim, eu vi. Eles se amam, e ambos deixam o orgulho interferir na rela��o.
- � mais do que orgulho com Del. Ele � t�o parecido com o pai! Jogue-lhe alguns ossos velhos e ele pode falar um cap�tulo sobre a mulher que os possuiu 3 mil anos
atr�s. D�-lhe uma mulher de carne e osso e ele n�o sabe o que fazer. N�o � estupidez, madame...
- Brie - interrompeu Gabriella.
Alice respirou fundo, sentou-se mais confortavelmente na poltrona. Como seu filho, conhecia as formalidades da aristocracia... e como seu filho, considerava-as tolice.
Estava feliz que Sua Alteza Gabriella se sentia da mesma maneira.
- Brie. Ele n�o � est�pido. � apenas um Caine. Da cabe�a aos p�s.
- Eu n�o gosto de interferir na vida de meus filhos - come�ou Gabriella.
- Nem eu. Tecnicamente.
Elas n�o falaram nada por um momento, ent�o ambas sorriram ao mesmo tempo.
- Por que n�o tomamos uma pequena dose de u�sque? - sugeriu Gabriella.
Ajudava, pensou Alice, quando voc� podia ver a mulher que seu filho amava nos olhos da m�e dela. E quando gostava das duas.
- Oh, por que n�o?
Satisfeita, Gabriella se levantou para servir o u�sque pessoalmente.
- Tenho uma id�ia, a qual, enquanto n�o interfere... tecnicamente, pode ajudar um pouco as coisas. Meus filhos chamariam isso de jogada defensiva.
- Sou toda ouvidos.
Dez minutos depois, Alice assentiu com um gesto de cabe�a.
- Gosto do seu estilo. Uma coisa boa, uma vez que faremos parte da mesma fam�lia. - Ela olhou em dire��o � janela quando ouviu vozes. - Este � Del... grita como
um louco quando est� furioso.
Elas se levantaram juntas, se dirigiram para o terra�o. Sintonizadas, uniram os bra�os e olharam para os filhos.
- Eles est�o discutindo - disse Gabriella com a voz emocionada.
- Isso � �timo, n�o �?
- N�s n�o dever�amos estar ouvindo �s escondidas.
- Estamos apenas paradas aqui, tomando um ar fresco. N�o podemos fazer nada se eles est�o gritando.
- Concordo.
Mesmo enquanto se inclinava um pouco mais para a frente, Gabriella ouviu a porta de sua saleta abrindo e fechando com uma batida.
- Aquele tolo de Caine ainda est� aqui? Mortificada, Gabriella fechou os olhos, ent�o se virou
quando seu marido se aproximou da porta aberta da varanda.
- Reeve - murmurou ela.
- Voc� deve ser o pai de Camilla. - Encantada, Alice deu um passo � frente, tocou-lhe a m�o. - Eu sou a m�e do tolo. Est�vamos apenas fingindo n�o ouvir �s escondidas
enquanto eles gritam um com o outro no jardim. Quer se juntar a n�s?
Ele a fitou, um homem alto com cabelos pretos e mechas grisalhas, enquanto a esposa come�ava a rir baixinho.
- Oh, bem! - foi tudo que Reeve falou.
Ela n�o tinha pretendido discutir. Na verdade, Camilla ordenara a si mesma n�o se alterar e n�o morder qualquer isca que ele pudesse jogar. O tolo. Ela o conduziu
pelos jardins como se eles estivessem numa marcha for�ada, e n�o sentiu o prazer que normalmente sentia com os aromas, texturas e charme.
- N�s estamos particularmente orgulhosos de nosso jardim de rosas. H� mais de 50 variedades representadas, inclusive a esp�cie trepadeira, apoiados em 15 �rvores
no que � chamado La Promenade de Rose. Os canteiros menos formais das extremidades adicionam charme ao conjunto, eu acho.
- Eu n�o dou a m�nima para rosas.
- Muito bem, vamos seguir para o jardim fechado. � um lugar particularmente ador�vel, onde...
- Vamos parar com essa bobagem - Del lhe segurou o bra�o, puxou-a para mais perto.
- Eu n�o lhe dei permiss�o para me tocar, senhor.
- Diga isso para algu�m que n�o a viu nua. Camilla enrubesceu sob a pele clara, mas sua voz permaneceu fria.
- Nem quero ser lembrada de meu infeliz julgamento anterior.
- Foi a essa conclus�o que voc� chegou? De que fez um julgamento infeliz?
- Foi voc� quem terminou nossa rela��o.
- Foi voc� quem partiu.
- Voc� me mandou embora!
- Como se voc� desse ouvidos ao que falo. Se tivesse sido honesta comigo desde o come�o...
- Como ousa? - Agredida, Camilla liberou o bra�o. - Honestamente, lorde Delaney!
Ele teve a gra�a de enrubescer.
- Isso n�o tem nada a ver com nossa situa��o. Eu n�o lhe contei que tive catapora aos 10 anos, tamb�m, um fato t�o irrelevante quanto.
- Seu t�tulo dificilmente � erup��o na pele.
- � s� um t�tulo, algo que herdei de meu pai. N�o significa...
- Ah! T�tulos e linhagens n�o contam quando se trata de voc�, apenas quando se referem a mim. Seu tolo mentiroso!
- Cuidado com o que fala - ordenou ele. - N�o � a mesma coisa, e voc� sabe disso. N�o penso em mim como um visconde, n�o uso o maldito t�tulo nem me lembro que ele
existe quase o tempo todo. N�o moro num pal�cio e...
- Nem eu! Moro em uma fazenda! Esta � a casa do meu tio. Voc� diz que n�o se lembra de seu t�tulo por metade do tempo. Eu n�o tenho escolha sen�o pensar no meu todos
os dias... com cada movimento que fa�o em p�blico, e nos momentos mais privados. Eu queria tempo, um pouco de tempo para viver como voc� vive, para ter coisas com
as quais voc� conta como garantidas. Liberdade. Ent�o fiz isso - declarou Camilla apaixonadamente. - Certo ou errado, tomei o que precisava, porque temia que eu
pudesse...
- Temia o qu�?
-N�o importa agora. N�o � mais a quest�o. Vamos considerar que foi falta de sorte eu ter acabado onde acabei durante aquela tempestade. - Ela fez uma pausa. - Agora,
n�o vou embara�ar meu tio ou o resto da fam�lia discutindo com um dos convidados dele, por mais dif�cil que seja n�o fazer isso. Enquanto voc� estiver aqui, sugiro
que fiquemos o mais longe poss�vel um do caminho do outro. - Camilla se virou de costas. - N�o tenho mais nada a lhe dizer.
- Quanta hospitalidade... estilo de Cordina. Totalmente irritada, ela se virou novamente.
- Minha m�e... - Camilla quase engasgou. - Minha m�e convidou voc� e sua fam�lia para vir ao nosso pa�s, hospedar-se na casa do irm�o dela. Voc� receber� todas as
cortesias, publicamente, de minha fam�lia e de mim. Em particular... - O que saiu de seus l�bios foi um insulto mais comumente ouvido em uma sarjeta na Fran�a do
que no jardim de um pal�cio. Del apenas arqueou as sobrancelhas.
- Bela express�o, Sua Alteza.
- E, agora, n�o h� mais nada a ser dito entre n�s. - Eu tenho muito a lhe dizer, amiga.
O tom de Del, assim como o termo usado, fez tristes l�grimas quererem aflorar aos olhos de Camilla. Dando-lhe as costas mais uma vez, ela fez o que podia para conter
as l�grimas.
- O senhor est� dispensado.
- Oh, pare com isso. - Sem paci�ncia, ele a girou para si. Ent�o, congelou quando viu o brilho das l�grimas. - O que voc� est� fazendo? Pare com isso. Se quer chorar
para que eu me sinta como um patife, pense melhor.
Deliberadamente, Del deu um passo atr�s enquanto vasculhava os bolsos.
- Ou�a, eu n�o tenho um len�o, ent�o engula o choro.
- V� embora - Camilla n�o estava menos apavorada do que ele quando uma l�grima escorreu. - Entre na casa, volte para Am�rica ou v� para o inferno. Mas desapare�a.
- Camilla - Arrasado, ele se aproximou novamente.
- Sua Alteza - Formal quando na companhia de outras pessoas, e avidamente curiosa, Marian saiu no jardim.
- Perdoe-me, mas a srta. Lattimer chegou. Ela foi levada aos seus aposentos.
- Sarah? - Surpreso, Del olhou para Camilla. - Voc� convidou Sarah para o pal�cio?
- Sim. Estou entrando, Marian. Obrigada. Por favor, leve lorde Delaney aos seus aposentos, ou para qualquer lugar que ele queira ir. Com licen�a, meu lorde.
- Meu lorde? - Marian o estudou cuidadosamente assim que Camilla se afastou. Estava dividida entre querer detest�-lo por magoar sua melhor amiga e suspirar de compaix�o
pelo sofrimento que via estampado no rosto dele.
- Devo lhe mostrar o restante dos jardins?
- N�o, obrigado. A menos que voc� tenha um lago ou uma fonte onde eu possa mergulhar a cabe�a.
Marian apenas sorriu.
- Tenho certeza que podemos acomod�-lo.
Del se perguntou se estaria fazendo um favor a todos se fosse embora. Sua m�e ficaria furiosa, seu pai, desnorteado. E ambos ficariam envergonhados, mas Camila,
obviamente, sentiria um grande al�vio.
E ele n�o precisaria v�-la, olh�-la e tentar n�o se lembrar de sua apar�ncia de jeans e camiseta enquanto fritava ovos. N�o que ela tivesse a menor semelhan�a com
aquela cena agora.
Camilla estava bem vestida, elegante e brilhava como os diamantes que ele vira em suas orelhas. E parecia t�o fria quanto diamantes, tentou convencer a si mesmo.
Mas ocorreu-lhe que n�o poderia deix�-la expuls�-lo... da maneira como ele a expulsara. Ficaria, mesmo se por nenhuma outra raz�o al�m de provar-lhe o quanto estava
errada.
N�o seria dif�cil ficar longe do caminho de Camilla. O pal�cio era imensamente maior do que um chal� de cinco c�modos em Vermont.
E n�o podia dizer que n�o estava se divertindo, de alguma forma. Gostava dos irm�os dela, dos primos. Era como assistir a v�rios lobos bonitos e elegantes perderem
um pouco de sua selvageria.
Como filho �nico, Del nunca tinha tido contato com fam�lias grandes e barulhentas. O que, logo descobriu, eles eram sob t�tulos e educa��o. Uma fam�lia. T�o unida
que ele tinha problema em lembrar quem era irm�o e quem era primo.
Diversos deles o haviam convencido a ir at� o est�bulo... e que est�bulo, digno de um pal�cio. No instante que descobriram que Del sabia cavalgar, ele estava montado
num cavalo.
Foi como conheceu Alexander, o governante de Cordina, e seu irm�o, o pr�ncipe Bennet, tio de Camilla. E o pai dela, Reeve MacGee.
- Senhor - Um dos jovens rapazes, ele achava que era Dorian, sorriu e fez apresenta��es formais. Del se moveu sobre a sela. Havia aprendido as boas maneiras da
aristocracia, � claro, mas meses... anos... tinham se passado sem que precisasse us�-las. N�o gostava de ter de desenterr�-las... e gostava menos ainda da sensa��o
de ser dissecado por tr�s pares de olhos anal�ticos.
- Bem-vindo a Cordina, lorde Brigston - disse Alex num tom suave e levemente distante. - E � minha casa.
- Obrigado, senhor - Del conseguiu fazer o que podia ser considerado uma rever�ncia, enquanto estava montado num cavalo arisco.
- Estamos satisfeitos por t�-lo aqui e pela oportunidade de retribuir sua hospitalidade em rela��o � minha sobrinha. - Havia uma aspereza sutil sob a cortesia. Alex
se certificou disso.
- Esse cavalo quer correr - disse Bennet, porque sentiu uma onda de compaix�o. Pobre tolo, pensou. Estava em desvantagem contra tantos. - Parece que voc� pode lidar
com ele.
Del sentiu a aspereza nas palavras de Alex... como um corte de uma espada afiada. Preferiu desviar o olhar para o irm�o mais acess�vel.
- Ele � uma beleza.
- Vamos deix�-lo apreciar sua cavalgada. Estou interessado em conversar com voc� sobre seu trabalho - acrescentou Alexander. - Uma vez que isso se tomou uma grande
paix�o para a princesa Camilla.
- Estou �s suas ordens, senhor.
Alex assentiu, ent�o continuou a cavalgar para o est�bulo. Ap�s um olhar penalizado, Bennet o seguiu. Reeve virou seu cavalo at� que estivesse lado a lado com Del.
- Voc�s - come�ou ele, apontando para os filhos e os sobrinhos -, podem ir embora. - Ent�o, virando-se para Del, continuou: - � hora de n�s dois termos uma conversinha
- disse, enquanto o eco de cascos desaparecia na subida do morro. - Quero saber se voc� tem uma boa raz�o para que eu n�o tor�a seu pesco�o.
Bem, pensou Del,pelo menos n�o havia nenhuma necessidade de formalidades e pol�tica agora. O homem parecia realmente capaz de torcer seu pesco�o. Estava em boa forma,
possu�a ombros largos e, aparentemente, m�os fortes e prontas.
E o olhava mais como um soldado do que como qualquer fazendeiro que ele j� tinha conhecido.
- Duvido - respondeu Del. - Voc� quer fazer isso aqui ou em algum lugar mais isolado, onde possa me enterrar num t�mulo raso?
O sorriso de Reeve foi fraco.
- Vamos dar uma volta. Voc� tem o h�bito de recolher donzelas em apuros em sua casa, Caine?
- N�o. Ela foi a primeira. E prometo que ser� a �ltima. O dia estava quente, mas havia uma brisa. Del detestava
o fato de estar suando. O pai de Camilla tinha olhos como lazer.
- Quer que eu acredite que voc� a recolheu devido � bondade de seu cora��o? N�o tinha id�ia de quem ela era... embora o rosto de Camilla esteja estampado em capas
de revistas, jornais, e em telas de televis�o no mundo inteiro? Voc� n�o tinha inten��o de explor�-la, de usar a influ�ncia dela para seu pr�prio ganho? Ou de negociar
com a imprensa hist�rias sobre como voc� a levou para a cama?
- Espere um minuto. - Del puxou as r�deas e parou o cavalo, e agora era seu olhar que revelava f�ria. - N�o uso mulheres. Eu, certamente, poderia t�-la usado se
quisesse, porque Camilla me provocou bastante para isso. N�o tenho tempo para revistas de fofocas ou televis�o, e n�o estava esperando encontrar uma princesa fugitiva
encalhada no acostamento da estrada no meio de uma tempestade. Ela disse que estava com pouco dinheiro, ent�o eu lhe dei um lugar para ficar e um emprego tempor�rio.
N�o lhe fiz muitas perguntas ou prestei muita aten��o.
- Bem, aten��o suficiente, aparentemente, para lev�-la para a cama.
- Est� certo. E isso n�o � problema de ningu�m, exceto nosso. Quer torcer meu pesco�o por causa disso, v� em frente. Mas se come�ar a me acusar de us�-la e transformar
o que houve entre n�s em uma demonstra��o barata para a m�dia, vou torcer o seu, tamb�m.
Resposta certa, pensou Reeve. Perfeitamente certa. Ele se movimentou na sela. O rapaz tinha coragem, decidiu, satisfeito. Mas isso n�o era motivo para n�o tortur�-lo.
- Quais s�o suas inten��es em rela��o � minha filha? O rubor de raiva foi diminuindo, at� que Del estivesse
branco como uma folha de papel.
- Minhas... minhas... O qu�?
- Voc� ouviu a pergunta, filho. Enrole a l�ngua na boca de novo e responda.
- Eu n�o tenho nenhuma. Camilla n�o quer falar comigo. Vou ficar longe do caminho dela.
- Justamente quando eu estava come�ando a pensar que voc� n�o era um patife, afinal de contas. - Reeve movimentou seu cavalo novamente. - D� a esse garanh�o um bom
galope. E n�o caia e quebre essa sua cabe�a dura.
Enquanto voltava para o est�bulo, Reeve pensou que a conversa podia n�o ter sido precisamente o que sua esposa pretendera quando lhe pedira para conversar com Del
de homem para homem. Mas, com certeza, tinha sido satisfat�ria.
Camilla tamb�m teria gostado de cavalgar. Mas o ch� das mulheres requeria sua aten��o e sua presen�a. Como o tempo estava bom, a reuni�o foi no terra�o sul e no
jardim de rosas, de modo que as h�spedes pudessem apreciar a vista do Mediterr�neo e a fragr�ncia das flores.
Sua tia optara por eleg�ncia casual, de modo que as mesas foram cobertas com toalhas cor de p�ssego e posta com pratos escuros. Mais flores, tropicais e alegres,
ornavam vasos rasos, enquanto servi�ais em uniformes brancos serviam ta�as de champanhe e x�caras de ch�. Cada mulher foi presenteada com um estojo de p�-de-arroz
de prata com o selo da realeza.
Um harpista tocava m�sica tranq�ila embaixo de uma �rvore repleta de rosas brancas.
Sua tia Eve, pensou Camilla, sabia como montar um cen�rio.
Mulheres em vestidos rodados andavam pelo jardim, reunidas em grupos. Conhecendo suas obriga��es, Camilla moveu-se entre as convidadas enquanto segurava uma ta�a
de champanhe. Sorriu, trocou amenidades, conversou, e empurrou todos os pensamentos relacionados a Del para o fundo de sua mente, ent�o os trancou.
- Eu mal tive um momento com voc�. - Eve entrela�ou o bra�o no de Camilla e a puxou de lado.
Ela era uma mulher pequena, com ador�veis cabelos pretos, que emolduravam lindamente seu rosto em formato de diamante. Os olhos, de um tom de azul profundo, brilhavam
quando ela conduziu Camilla para o parapeito do terra�o.
- N�o h� tempo bastante agora - disse ela numa voz que ainda carregava o leve sotaque arrastado do Texas -, por�m mais tarde, quero ouvir sobre sua aventura. Cada
pequeno detalhe.
- Mam�e j� lhe contou.
- � claro. - Com uma risada, Eve beijou o rosto de Camilla. Gabriella fizera mais do que lhe contar... tinha pedido a ajuda de Eve para espreitar e impulsionar.
- Mas isso � informa��o de segunda m�o. Gosto de ir � fonte.
- Estou esperando que tio Alex me chame para uma discuss�o.
Eve arqueou uma sobrancelha.
- Isso preocupa voc�?
- Detesto aborrec�-lo.
- Se eu me preocupasse com isso, passaria a vida roendo minhas unhas. - Com l�bios comprimidos, Eve olhou para suas unhas bem feitas. - N�o. Ele tem de ser o que
� - acrescentou mais sobriamente, e olhou para o mar que brilhava contra as extremidades de seu pa�s adotado. - Tantas responsabilidades! Ele nasceu para isso...
e foi criado para isso. Assim como voc�, querida. Mas Alex confia em voc�... completamente. E est� muito interessado em seu jovem homem.
- Ele n�o � meu jovem homem.
-Ah! - Eve lembrava-se muito bem de quando tentara convencer a si mesma que Alex, herdeiro de Cordina, n�o era dela. - Vamos dizer que ele est� interessado no trabalho
de lorde Delaney... e em seu interesse por esse trabalho.
- Tia Chris foi uma tremenda ajuda - adicionou Camilla, olhando em dire��o � irm� mais velha de Eve. Ela n�o era tia de Camilla, efetivamente, mas a fam�lia deles
era muito inclusiva.
- N�o h� nada que ela goste mais do que uma boa campanha. Isso vem de ter se casado com o cavalheiro do Texas. O senador ficou muito feliz em discutir o Projeto
de Pesquisa Bardville com seus associados na Fl�rida.
- Depois que tia Chris o convenceu disso, e sou muito grata a ela. Sua irm� est� maravilhosa, a prop�sito.
- Como uma rec�m-casada - concordou Eve. - Depois de cinco anos de casamento! Ela sempre dizia que estava se guardando para o homem certo. Fico feliz que o tenha
encontrado. Pode levar 50 anos ou cinco minutos - murmurou, apertando brevemente a m�o de Camilla -, mas quando � o homem certo, voc� sabe. E quando sabe e � inteligente,
n�o aceita um n�o como resposta. Isso � algo pelo que vale a pena lutar. Bem, de volta ao trabalho.
Camilla parou perto das mesas, achou tr�s minutos preciosos para falar com sua prima Marissa. Observou sua irm�, Adrienne, sentada e aparentemente de bom humor,
conversando com uma velha condessa italiana que era surda como um poste.
Hannah, a esposa de seu tio Bennet, gesticulou para cham�-la, de uma mesa � sombra, onde estava tomando ch� e comendo bolinhos com a m�e de Del.
- Lady Brigston e eu temos alguns conhecidos em comum - explicou Hannah. - Estou questionando-a sobre seu trabalho, e agora sonhando em ir para uma escava��o e encontrar
ossos de dinossauros.
Houvera uma �poca na qual, como agente brit�nica, aventura tinha sido o motor da vida de Hannah. Mas como princesa, e m�e de dois filhos ativos, trocara um tipo
de aventura por outro.
Como agente secreta, ela tivera de, deliberadamente, minimizar os efeitos de sua apar�ncia e enterrar seu amor pela moda. Agora, podia ceder a tais caprichos. Seus
cabelos castanhos estavam presos num coque elegante. O vestido sem mangas mostrava bra�os atl�ticos, e era do mesmo tom de verde vivido de seus olhos.
- Eu tamb�m gostaria disso. - Sorrindo, Camilla obedeceu ao sinal de Hannah e se sentou. - Embora eu imagine que seja um trabalho tedioso e dif�cil. Voc� deve adorar
- disse para Alice.
- � o que eu sempre quis fazer... mesmo quando crian�a. Outras crian�as colecionavam bonecas. Eu colecionava f�sseis.
- � t�o gratificante saber sempre o que voc� quer, e ser capaz de lutar por isso - comentou Camilla.
- Verdade. - Alice inclinou a cabe�a. - E tremendamente excitante, eu acho, descobrir uma voca��o mais tarde... e persegui-la.
- Oh! Voc�s podem me dar licen�a por um instante?
- Reconhecendo o momento certo, Hannah se levantou.
- Preciso falar com a srta. Cartwright. - Ela trocou uma r�pido olhar significativo com Alice... e saiu do caminho.
- Sua fam�lia, se me permite dizer, Sua Alteza, � maravilhosa.
- Obrigada. Eu concordo.
- Sinto-me, como regra, mais � vontade com os homens. Simplesmente n�o tenho muito em comum com as mulheres. T�o preocupadas com detalhes f�teis, no meu ponto de
vista.
As m�os que ela acenou mostravam unhas curtas e sem esmalte. Usava uma simples alian�a de ouro na m�o esquerda.
- Mas me sinto muito � vontade com sua m�e, suas tias
- continuou Alice. - N�o � de admirar que j� gosto tanto de voc�.
- Obrigada - Camilla falou novamente, um pouco corada. - � muita gentileza sua.
- Voc� est� brava com meu filho?
- Eu...
- N�o que eu a culpe - prosseguiu ela antes que Camilla pudesse formular uma resposta diplom�tica. - Ele pode ser t�o... qual � a palavra que estou procurando? Oh,
sim, obtuso. T�o obtuso! Herdou isso do pai, ent�o n�o pode evitar. Deve ter sido horr�vel para voc� conviver com ele.
- N�o. De maneira alguma.
- N�o precisa ser educada. - Ela deu um tapinha na m�o de Camilla. - Estamos s� n�s duas aqui, e conhe�o meu filho muito bem. Modos horr�veis... parcialmente culpa
minha, n�o posso negar. Nunca me preocupei muito com amenidades. Del tem um temperamento explosivo, nisso � igual ao pai, sempre mal-humorado. Esquece o motivo do
aborrecimento quase em seguida de uma explos�o... o que � irritante e frustrante para a outra parte. Voc� n�o acha?
- Sim. - Com uma risada, Camilla meneou a cabe�a. - Lady Brigston, voc� est� me colocando numa posi��o estranha. Deixe-me dizer que admiro o trabalho de seu filho...
sua abordagem e sua paix�o em rela��o a isso. Em n�vel pessoal, temos o que voc� poderia chamar de um conflito de estilos.
- Voc� foi bem criada, n�o foi? - Gabriella a tinha avisado que n�o seria f�cil fazer Camilla abrir m�o da compostura. - Importa-se que eu lhe conte uma pequena
hist�ria? Certa vez, havia uma jovem americana, com apenas 21 anos e seu recente diploma de faculdade na m�o. Ela possu�a um fogo interior, uma ambi��o ardente.
Paleontologia. A maioria das pessoas a considerava louca - acrescentou Eve com uma piscada. - Afinal de contas, o que uma jovem estava fazendo ocupando-se com ossos
de dinossauros? Mas seguiu seu caminho para uma escava��o... um local em particular, porque o homem no comando era algu�m cuja abordagem e paix�o pelo trabalho ela
admirava.
Alice fez uma pausa, sorriu e bebeu o ch�.
- Ela leu livros e artigos dele ou indicados por ele, que era seu grande her�i. Imagine a rea��o desta mo�a quando descobriu que ele era um homem grande, irritante
e impaciente, que mal notava sua exist�ncia... e, depois, reclamava sobre isso a maior parte do tempo.
- Del � como o pai - murmurou Camilla.
- Oh, a c�pia perfeita - reconheceu Alice com algum orgulho. - Esse homem rude e essa jovem ousada se cortejaram. Ela fazia a maior parte da corte, uma vez que ele
era tolo e obtuso. A situa��o era altamente irritante.
- Sim. - Camilla falou quase para si mesma. - Irritante.
- Ele era fascinante! T�o brilhante, t�o bonito, t�o... aparentemente... desinteressado nela. Embora tivesse come�ado a suavizar seus modos, s� um pouquinho, uma
vez que ela era muito boa no trabalho e possu�a uma mente perspicaz e determinada. Os homens Caine gostam de mentes perspicazes e determinadas.
- Parece que sim.
- Ela se apaixonou terrivelmente, e depois que conseguiu parar de se irritar consigo mesma por isso colocou aquela mente perspicaz para trabalhar. Perseguiu-o, o
que o perturbou. Ele procurou todos os motivos pelos quais aquela rela��o n�o poderia acontecer. Era 15 anos mais velho, n�o tinha tempo para garotas e coisas assim.
Ela tamb�m tinha algumas d�vidas. O t�tulo de conde de Brigston n�o se encaixava muito bem em seu sistema americano. Isso poderia t�-la desencorajado, mas ela era
teimosa... e sabia, no seu cora��o, que ele nutria sentimentos iguais. E, uma vez que o t�tulo o acompanhava, e ela o queria, decidiu que poderia viver com isso.
Ent�o, o que poderia fazer sen�o seduzi-lo?
Porque Alice a olhou, esperando concord�ncia, Camilla assentiu.
- Naturalmente.
- Ele gaguejou e pareceu, por poucos momentos encantadores, como um cavalo em p�nico, pego num est�bulo pegando fogo. Mas ela sabia lev�-lo. E tr�s semanas depois,
eles estavam casados. Parece estar dando muito certo - acrescentou Alice com um pequeno sorriso.
- Ela era uma jovem admir�vel.
- Sim, era. E deu � luz um filho admir�vel, mesmo que obtuso. Voc� o ama?
- Lady Brigston...
- Oh, por favor, me chame de Alice. Eu olho para voc� e vejo uma jovem mulher, t�o brilhante, t�o fresca, t�o infeliz! Sei o meu lugar, mas estou olhando para Camilla,
n�o para Sua Alteza Real.
- Ele v� o t�tulo, e esquece a mulher que o carrega.
- Se voc� o quer, n�o o deixe esquecer. Voc� p�s flores na casa - murmurou ela, baixinho agora. - Nunca me lembro de ter feito esse tipo de coisa. Sabia que Del
manteve as flores, depois que voc� partiu?
L�grimas inundaram os olhos de Camilla.
- Ele nem as notava.
- Sim, notava. Parte de Del quer manter dist�ncia de voc� e se enterrar no trabalho novamente. Imagino que voc�s dois, sendo pessoas jovens, fortes e capazes, se
dar�o muito bem se seguirem caminhos separados. Mas pergunto-me o que poderiam fazer, o que poderiam ser, se quebrassem essa barreira de orgulho e m�goa e se unissem.
Voc� n�o questiona isso?
Sim, pensou Camilla. Constantemente.
- Eu disse a Del que o amava - murmurou ela. - E ele me mandou embora.
Com um suspiro, Alice se recostou.
- Que tolo. Bem, ent�o eu vou lhe dar um conselho. Camilla. Fa�a-o rastejar um pouco... antes que ele lhe diga a mesma coisa. N�o tenho d�vida de que voc� � capaz
disso.
Del estava enfrentando um jantar formal, e, em sua opini�o, intermin�vel. Estava sentado entre a condessa italiana surda e a irm� de Camilla, Adrienne. A �nica vantagem
era que o pai de Camilla estava sentado do outro lado da enorme mesa de jantar.
Seria, decidiu ele, mais dif�cil para Reeve atingi-lo com uma das facas da mesa por isso.
No momento que o prato principal foi servido, sua impress�o de que Adrienne era uma garota ins�pida, apesar de ornamental, tinha mudado. Ela era uma mulher de natureza
muito doce, assim como aben�oadamente feliz e charmosa.
A ajuda dela com a condessa salvou a sanidade de Del. E quando Adrienne o fitou com um brilho r�pido nos olhos, ele viu um pouco do humor dissimulado de Camilla.
Descobriu-se relatando a ela alguns de seus trabalhos, uma vez que Adrienne fazia perguntas espec�ficas, destinadas a encoraj�-lo. N�o lhe ocorreu at� mais tarde
que o talento dela era desenhar pessoas.
- N�o � de admirar que Camilla esteja t�o fascinada. -Adrienne sorriu. Ela possu�a, Del percebeu, a voz suave da m�e e os olhos azuis intensos do pai. - Ela sempre
gostou de quebra-cabe�a... e isso � o seu trabalho, na verdade, n�o �? Um quebra-cabe�a complexo. Eu nunca fui muito boa com eles. Voc� vai voltar logo para a Fl�rida?
- Sim, muito em breve. - Ele nem deveria estar ali, disse a si mesmo.
- Quando meus filhos forem um pouco mais velhos, n�s vamos lev�-los l�. Para Disney World. - Adrienne olhou para o marido do outro lado da mesa.
Era naquele olhar que Del pensaria mais tarde, tamb�m. Na express�o de puro contentamento. O olhar que n�o estivera no rosto de Camilla, pensou, exceto por alguns
momentos muito breves.
Estivera l�. Ele se recordava daquele olhar quando ela se estendera sobre o banco do lago. Camilla Contente, ele a chamara. E, ent�o, ela havia partido.

Onze
Para uma princesa, ela trabalhava demais. Era dif�cil para um homem conseguir cinco minutos sozinho em sua companhia para se desculpar.
Del n�o tinha certeza pelo que ia se desculpar, mas estava come�ando a pensar que Camilla receberia um pedido de desculpas.
Culpa, um sentimento que n�o apreciava, estava em sua garganta desde que vira aquela l�grima escorrer pelo rosto dela. Adicionado a isso, v�rios membros da fam�lia
eram t�o amig�veis, atensiosos, ou as duas coisas ao mesmo tempo, que ele come�ava a se sentir um perfeito tolo.
At� mesmo a m�e de Camilla o tinha encurralado. Se essa fosse uma defini��o aceit�vel de ser conduzido gentilmente de lado para receber uma advert�ncia e uma express�o
graciosa de gratid�o por ter aberto a casa para sua filha.
- Eu sei que ela � uma mulher crescida - disse Gabriella parada ao seu lado numa inclina��o de onde se vislumbrava as �guas azuis do Mediterr�neo. - E uma mulher
capaz. Mas sou m�e, e tendemos a nos preocupar.
- Sim, senhora - concordou Del, embora nunca tivesse considerado sua pr�pria m�e do tipo que se preocupava.
- Eu me preocupei menos quando soube que ela estava com algu�m confi�vel e gentil... algu�m que, obviamente, a respeitava - Gabriella continuou a sorrir, mesmo quando
ele, visivelmente, recuou. - Estou preocupada com Camilla h� algum tempo.
- Preocupada?
- Ela vem trabalhando demais por muito tempo. Desde a morte de meu pai, e do pr�prio amadurecimento de Camilla, pode-se dizer, vem acontecendo muitas demandas do
tempo e da energia de minha filha.
- Sua filha tem consider�vel energia.
- Sim, como uma pessoa respons�vel. Lamento, mas ela foi mais exposta ao ass�dio da m�dia nos �ltimos dois anos do que uma pessoa pode suportar.
Ele entendia?, Gabriella se perguntou. Algu�m que n�o tinha vivido aquilo poderia entender? Esperava que sim.
- Camilla � ador�vel, como voc� sabe, e vibrante... assim como a mulher mais velha da gera��o da fam�lia. A persegui��o da m�dia foi voraz, e infelizmente isso a
prejudicou. Emocionalmente. At� mesmo fisicamente. Eu sei como �. Tamb�m costumava fugir. As vezes, a necessidade de estar longe de tudo, at� das pessoas que voc�
ama, � enorme. Voc� n�o acha?
- Sim. Eu tenho Vermont.
O semblante de Gabriella suavizou, o rosto se iluminou. Sim, pensou, ele podia entender.
- E eu tenho uma pequena fazenda. At� muito recentemente, Camilla n�o tinha encontrado seu lugar para se manter afastada. Para ficar em paz, mesmo que fosse apenas
na pr�pria mente. Obrigada. - Ela se levantou e beijou-lhe o rosto. - Obrigada por ajud�-la a encontrar esse lugar.
Ele n�o poderia ter se sentido mais baixo, pensou Del quando eles se separaram, se rastejasse sobre o est�mago e deixasse um rastro.
Precisava conversar com Camilla. De modo sensato. Racionalmente. Havia perguntas agora, e ele queria respostas. Parecia certo que um homem tivesse algumas respostas
antes que rastejasse.
Mas, toda vez que perguntava sobre ela, Camilla estava em uma reuni�o, cumprindo uma obriga��o, discutindo assuntos com sua assistente pessoal.
Del queria pensar que tudo aquilo significava manicuras, compras ou algo assim, at� que Adrienne o corrigiu.
- Com licen�a, voc� estava procurando por Camilla?
- N�o. - Era desconfort�vel mentir para aquele sorriso doce e bonito. - N�o exatamente. Eu n�o a vi esta manh�.
Adrienne aninhou sua filhinha no colo.
- Ela est� trabalhando dobrado, lamento. Meu filho mais velho n�o est� muito bem, e n�o gosto de deix�-lo. Camilla est� me dando cobertura no hospital. Eu estava
escalada para visitar a ala pedi�trica, mas com Armand doentinho, preferi ficar por perto.
- Ah... espero que ele esteja bem.
- Ele est� dormindo agora, e parece muito melhor. Pensei em trazer o beb� para tomar sol antes de voltar para chec�-lo. Mas Camilla deve estar de volta em uma hora.
N�o - corrigiu Adrienne -, ela tem um compromisso com mam�e em seguida, relacionado ao Centro de Artes. Sei que ela geralmente lida com a correspond�ncia no meio
da tarde, embora, como encontrar� tempo hoje, est� al�m de minha compreens�o.
Adrienne manteve o sorriso suave no rosto, e a risada de encantamento reprimida. Pobre homem, pensou, estava t�o frustrado! E t�o apaixonado por sua irm�!
- H� algo que eu possa fazer por voc�?
- N�o. N�o, senhora, obrigado.
- Acho que Dorian deu uma fugida para o est�bulo - murmurou ela amavelmente. - Diversos dos h�spedes est�o indo cavalgar, se voc� quiser se juntar a eles.
Del n�o quis, mas desejou que tivesse ido quando foi abordado pelo pr�ncipe Alexander.
- Lorde Brigston, espero que n�o tenha sido negligenciado desde sua chegada.
- De maneira alguma, Sua Alteza.
O escrit�rio refletia o homem, pensou Del. Ambos eram elegantes e polidos por tradi��o. O pr�ncipe exalava poder, juntamente com dignidade. Os cabelos pretos como
a noite continham mechas grisalhas. O rosto aristocrata possu�a �ngulos acentuados. Escuros, os olhos eram tanto intensos quanto diretos.
- Uma vez que a princesa Camilla expressou tamanho interesse, estudei um pouco o seu trabalho. Os interesses de minha fam�lia s�o meus - acrescentou ele, num tom
suave como uma adaga afiada. - Conte-me mais sobre esse seu projeto atual.
Apesar de lamentar o fato de se sentir como um aluno fazendo um teste, Del obedeceu. Entendia perfeitamente, e sabia que aquelas pessoas esperavam que entendesse
que estava sendo avaliado e julgado.
Quando, 20 minutos depois, foi graciosamente dispensado, Del n�o tinha certeza se passara no teste, ou se deveria tomar cuidado para n�o ser executado.
Mas sabia que sua nuca se arrepiava com a imagem mental de um machado posicionado contra ela.
Qualquer homem, decidiu, que considerasse, mesmo que remotamente, se envolver com um membro da fam�lia real de Cordina precisava ter a cabe�a examinada. Enquanto
esta ainda estivesse seguramente sobre os ombros.
Del sempre se considerara perfeitamente s�o.
Para continuar s�o, decidiu escapar por algumas horas. Isso n�o era uma quest�o simples. Um homem n�o podia simplesmente chamar um t�xi e pedir que o apanhasse no
pal�cio. Havia procedimentos, regras, pol�tica. No final, o irm�o mais velho de Camilla, Kristian, casualmente lhe ofereceu um carro... e um motorista, se ele quisesse.
Del aceitou o carro e recusou o motorista.
E chegou perto de se apaixonar por um lugar que n�o lhe pertencia, como nunca tinha acontecido em sua vida.
Havia alguma coisa espetacular sobre aquele lugar - o pequeno pa�s no mar, que o fazia pensar em j�ias, j�ias antigas e preciosas passadas de gera��o a gera��o.
A terra erguia-se, a partir do mar, em cadeiras de montanhas. Casas brancas, rosadas e douradas cercavam os morros, sobressaindo no promont�rio, como se tivessem
sido entalhadas naquele lugar. Flores - ele vinha prestando mais aten��o a elas desde Camilla - cresciam em abund�ncia, e de maneira t�o casual e livre que adicionavam
um imenso charme ao conjunto de rochas e penhasco. As folhas das palmeiras r�gias balan�avam com a constante brisa agrad�vel.
O senso de idade o atra�a. Gera��o ap�s gera��o, s�culo ap�s s�culo, aquela pequena j�ia havia sobrevivido e brilhado, e, fiel ao seu cora��o, n�o dera espa�o ao
frenesi da urbanidade, � explora��o de sua vastid�o e vistas chocantes com arranha-c�us.
Ele imaginou que a terra mudara alguma coisa com o decorrer do tempo. Nenhum lugar permanecia o mesmo, e essa era a beleza do ser humano. E, quando os homens uniam
sabedoria �s inven��es, conseguiam encontrar um meio de preservar o cora��o enquanto alimentavam a mente.
Os Bisset, que vinham governando aquele lugar por quatro s�culos, obviamente tinham sido s�bios.
Del parou enquanto dirigia no caminho de volta, ao longo da estrada �ngreme e curvil�nea, para estudar o lugar dos pr�ncipes. N�o era por acaso, supunha, que o pal�cio
fora constru�do no ponto mais alto de todos, de onde podia se observar o mar, as pedras brancas se erguendo de um penhasco. E se estendia, com suas muralhas, suas
varandas suspensas e torres, falando orgulhosamente de uma outra era. De uma outra �poca!
Guerras, pensou ele, e realeza. Companheiros hist�ricos.
Mesmo nos tempos modernos, uma pequena guerra feia acontecera ali. Quando Del era crian�a, um terrorista maluco tinha tentado assassinar os membros da fam�lia real.
A m�e de Camilla fora seq�estrada. A tia, na �poca simplesmente Eve Hamilton, havia sido baleada.
Ele percebeu agora que n�o considerara isso, ou como uma hist�ria t�o triste e �ntima poderia ter afetado Camilla.
Todavia, ela n�o deixara que isso a impedisse de procurar seu pr�prio caminho, sozinha, pensou agora. Aquilo n�o a impedira de voltar para l�, para o castelo e para
a montanha, e assumir seus deveres para com a fam�lia.
O pa�s e a fam�lia estavam em paz agora. Mas paz era uma coisa fr�gil.
Del imaginou que as pessoas que moravam ali entendiam que o pal�cio tinha sido constru�do para defesa. E seu olho de arque�logo podia ver o quanto o design era adequado.
N�o poderia ocorrer um ataque vindo do mar, nenhuma for�a seria capaz de abalar os muros de pedra a partir dos penhascos. E a altura, as montanhas faziam com que
o pal�cio n�o pudesse ser invadido. Seu porto o tomava rico.
O pal�cio tamb�m havia sido constru�do para ser belo. Del considerava a quest�o de beleza uma necessidade muito humana.
Parado onde estava, naquele momento, n�o poderia ter pensado na constru��o como um lar, mas somente como um s�mbolo. Mas estivera no seu interior, atr�s dos port�es
de ferro. Por mais poderoso que fosse o lugar, ou simb�lico, ou esteticamente incr�vel, era um lar.
Talvez Camilla tivesse passado parte de sua vida em uma fazenda em Virg�nia, mas aquele pal�cio, aquele pa�s, era muito seu lar, tamb�m.
Teria de se tomar �bvio para ambos que n�o podia ser dele.
Quando Del passou pelos port�es, pelos guardas do pal�cio com seus uniformes vermelhos mas implac�veis, uma onda de depress�o o assolou.
- Ele est� num humor terr�vel - confidenciou Alice para Gabriella quando elas roubaram cinco minutos na sala de m�sica. Estavam aconchegadas perto, como conspiradoras
faziam. - Aparentemente, Del foi dar uma volta de carro e voltou reflexivo e mal-humorado. Isso � um bom sinal.
- Camilla esteve distra�da e distante durante toda a tarde. Est� dando tudo certo. Oh, e meus espi�es me contaram que Delaney perguntou sobre ela diversas vezes
pela manh�.
- A melhor coisa � o fato de Camilla estar ocupada e indispon�vel. Isso d� tempo para que Del pense.
- Ele n�o ser� capaz de pensar quando a vir esta noite. Oh, Alice, ela ficou t�o deslumbrante naquele vestido. Foi a �ltima prova, e est� simplesmente espetacular.
- Eles ir�o nos dar netos lindos - disse Alice com um suspiro.
Del n�o gostava de usar smoking. Havia muitas pe�as no traje. N�o entendia por que um homem precisava de todas aquelas pe�as quando uma camisa e uma cal�a fariam
o mesmo efeito.
Mas tinha decidido partir na manh� seguinte, ent�o isso era necess�rio. J� havia at� pensado em uma boa desculpa para sua partida antes do previsto... um e-mail
urgente do local de escava��o.
Ningu�m saberia a diferen�a.
Ele cumpriria sua obriga��o daquela noite, por seus pais, encontraria uma maneira de se desculpar, ou pelo menos de fazer as pazes com Camilla. E, ent�o, voltaria
� realidade o mais breve poss�vel. N�o era um homem para pal�cios. Cavar embaixo de um, talvez... agora, isso podia ser interessante.
Tudo que tinha de fazer era sobreviver � desagrad�vel formalidade da noite. Estava certo de que poderia escapar mais cedo do evento, tamb�m. Pela manh�, apresentaria
desculpas aos anfitri�es e partiria sem demora.
Apenas uma pequena tarefa teria de ser cumprida antes. Era necess�rio... Del tinha total consci�ncia disso: expressar sua gratid�o por Camilla ter conseguido os
fundos para seu projeto. Pessoalmente, e sem a rigidez e a formalidade que colocara nas cartas.
Aquilo fora uma atitude mesquinha de sua parte e indigna do gesto de Camilla.
Vestido e querendo nada mais do que acabar com aquela situa��o dif�cil, juntou-se aos seus pais na sala de estar.
- Nossa, olhe para voc�. - Era raro ver sua m�e vestida num traje elegante. Ele sorriu, circulando o dedo para que ela desse uma voltinha. O vestido preto, simples,
enfatizava sua figura esbelta e atl�tica, e as p�rolas Brigston adicionavam brilho.
- Voc� est� fabulosa - comentou Del, e a fez rir.
- Acho que posso ag�entar estes sapatos por uma hora e meia, depois disso, s� Deus sabe. - Alice se aproximou do marido para endireitar-lhe a gravata.
- Pare com isso, Alice. Vou me livrar desta coisa maldita na primeira oportunidade. -Ainda assim, Niles sorriu quando se inclinou para beijar o rosto da esposa.
- Mas o garoto tem raz�o, voc� est� fabulosa.
- Falando em fabulosa - Alice olhou casualmente para o filho -, voc� viu Camilla hoje?
- N�o.
- Ah, bem. Voc� a ver� esta noite.
- Certo. - Com centenas de pessoas ao redor, pensou ele. Como conseguiria falar o que pretendia, quando descobrisse exatamente o que era, se estariam cercados? -
Vamos acabar logo com isso - sugeriu Del.
- �timo. Igualzinho ao pai. - Resignada, Alice pegou cada um de seus homens pelo bra�o.
Convidados eram formalmente anunciados, em seguida escoltados para a fila de recep��o. As rever�ncias pareciam infinitas para Del. Ent�o, avistou Camilla pela primeira
vez, e esqueceu todo o resto.
Ela usava um vestido do mesmo tom dourado dos olhos. E estava iridescente. Luminosa. O traje deixava os ombros nus, o corpete era justo at� a cintura, ent�o se abria
no que parecia quil�metros de saia que brilhavam lindamente sob a luz dos in�meros candelabros.
Diamantes brancos e amarelos reluziam em suas orelhas, combinando com o colar aconchegado no vale entre os seios. E uma delicada coroa de diamantes enfeitava os
cabelos fabulosos.
Ela era, naquele momento, a personifica��o de uma princesa de contos de fada. Extremamente bela, graciosa, elegante.
Del nunca se sentira tanto como um sapo. Mas esperou, desejou, que conseguisse se comportar normalmente quando se aproximou dela.
- Meu lorde.
- Senhora. - Ele aceitou a m�o que ela ofereceu, acariciando-a de leve com o polegar. Aquela mulher tinha mesmo lhe feito ovos mexidos? Se isso era realidade, talvez
o resto todo tivesse sido uma fantasia complexa.
- Espero que voc� aproveite sua noite.
- Eu n�o estava planejando isso.
O sorriso educado de Camilla n�o desapareceu.
- Ent�o espero que n�o a ache insuportavelmente tediosa.
- Preciso de cinco minutos - murmurou ele.
- Sinto muito, mas este � um momento inadequado. Solte minha m�o - disse ela baixinho quando o aperto de Del aumentou. - Pessoas est�o observando.
- Cinco minutos - pediu ele novamente enquanto os dois se entreolhavam, ent�o saiu da fila relutantemente.
O cora��o de Camilla podia ter disparado, mas ela continuou, sorrindo e cumprimentando convidados. A combina��o de for�a de vontade e cria��o a impediu de ceder
� vontade desesperadora de encontrar Del no meio da multid�o que se movia pelo sal�o de bailes. Curiosidade acentuada por uma pequena esperan�a quase a deixou doente
no momento que seus tios fizeram a abertura do baile de outono de Cordina.
Del a tinha olhado da mesma maneira que a olhara algumas vezes no chal�. Como se ela fosse o centro de seus pensamentos.
Mas quando atravessou o sal�o para a pista e para sua primeira dan�a com seu primo Luc, n�o havia tempo para pensamentos privados.
Sempre que o pal�cio abria suas portas para um baile, abria-as amplamente, e com brilhante cerim�nia. Glamour total era a t�nica. Cachoeiras de candelabros enviavam
luz para vestidos deslumbrantes, j�ias brilhantes e suntuosos arranjos de flores. Champanhe gelada borbulhava em ta�as de cristal.
No terra�o, havia o brilho sedutor de velas e tochas. Centenas de espelhos antigos se alinhavam nas paredes e refletiam os vestidos espetaculares das mulheres e
os trajes elegantes dos homens, enquanto os casais giravam na pista de dan�a com o assoalho polido.
M�sica suave completava o ambiente.
Camilla dan�ou, por dever e por prazer, e, ent�o, por amor, com seu pai.
- Eu observei voc� e mam�e.
- Observou o que em n�s?
- Dan�ando agora pouco. E pensei: olhe s� para eles. - Ela pressionou o rosto no dele. - Como algu�m pode olhar para qualquer lugar que n�o para eles? S�o t�o lindos
juntos.
- Eu j� lhe contei a primeira vez que vi sua m�e? Camilla inclinou a cabe�a para tr�s, olhou-o e riu.
- Um milh�o de vezes. Conte novamente.
- Era o anivers�rio de 16 anos dela. Um baile, muito parecido com este. Gabriella usava um vestido verde-claro, n�o muito diferente do que o que voc� est� usando
agora. Todas essas saias rodadas que fazem uma mulher parecer uma fantasia. Diamantes nos cabelos, como os seus desta noite. Eu me apaixonei � primeira vista, embora
n�o a tenha visto de novo por dez anos. Ela era a criatura mais fascinante em que eu j� tinha colocado os olhos.
Ele olhou para a filha.
- Agora, estou dan�ando com a segunda criatura mais fascinante.
- Papai. - Ela tirou a m�o do ombro dele para lhe tocar o rosto. - Eu o amo! tanto. Perdoe-me por ter ficado zangado comigo.
- Eu n�o estava zangado, querida. Preocupado, n�o zangado. Agora, quanto ao tolo que estava com voc�...
- Papai.
O brilho de aviso nos olhos de Camilla o fez parar para estud�-la.
- Tenho uma �nica coisa para dizer sobre Caine. Ele tem potencial.
- Voc� n�o sabe realmente... - Ela parou, estreitou os olhos, desconfiada. - Isso � uma armadilha?
- Eu costumava me preocupar que algum rapaz bonito com boa l�bia iria aparecer e carreg�-la antes de voc� perceber que ele era um tolo. Bem, certamente n�o podemos
dizer que Caine tem boa l�bia ou � bonito.
- N�o, realmente.
- E, uma vez que voc� j� sabe que ele � um tolo, est� em boa forma - acrescentou Reeve, fazendo-a rir. - Quero v�-la feliz, Cam. At� mais do que quero manter minha
pequena garotinha s� para mim.
- Voc� vai me fazer chorar.
- N�o, voc� n�o vai chorar. - Ele a puxou para mais perto de novo. - Voc� � feita de material mais forte do que isso.
- Eu amo Del, papai.
- Eu sei. - Os olhos de Reeve encontraram os de Del do outro lado da pista de dan�a. - O pobre tolo n�o tem defesa. V� busc�-lo, querida. E se ele n�o vier correndo
para seus bra�os, me informe. Ainda terei uma raz�o para lhe chutar o traseiro.
- Decida-se, Delaney.
- Sobre o qu�?
Alice pegou o vinho que pedira para o filho lhe levar.
- Se vai ficar metade da noite olhando para Camilla com uma carranca ou se vai convid�-la para dan�ar.
- Ela n�o parou de dan�ar por dois minutos ainda, n�o percebeu?
- Faz parte do trabalho dela. Ou voc� acha que Camilla gosta de dan�ar com aquele jovem com rosto em formato de pizza e dentes tortos, que est� pisando no p� dela
o tempo todo? V�. Dance com ela.
- Se voc� acha que vou entrar na fila com metade dos homens deste lugar...
- Eu diria que voc� enlouqueceu - completou Alice. - V�, interrompa. Mais um minuto com aquele rapaz desajeitado e Camilla vai ficar manca para sempre.
- Tudo bem, tudo bem. - Colocado daquela maneira, era como fazer um favor a Camilla. Como se fosse resgat�-la, decidiu Del quando viu, claramente, a careta de dor
que ela fez no momento que seu p� foi pisado de novo.
Sentindo-se mais her�ico a cada passo, Del prosseguiu por entre os dan�arinos. Bateu no ombro do parceiro de Camilla e se moveu com tanta suavidade que surpreendeu
a si mesmo.
- Minha vez. - Del girou Camilla e a afastou um pouco antes que o rapaz pudesse fazer mais do que gaguejar.
- Isso foi rude.
- Teve o efeito desejado. Como est� seu p�? Ela sorriu.
-Al�m de alguns dedos quebrados, suportando, obrigada. Voc� dan�a muito bem, meu lorde.
- Faz muito tempo, mas estou recuperando a habilidade por voc�, madame. De qualquer maneira, eu n�o poderia ser pior do que seu �ltimo parceiro de dan�a. Achei que
voc� precisava de um descanso.
- Resgatando uma donzela em apuros? - Camilla arqueou as sobrancelhas. - Realmente, pela segunda vez. Cuidado ou far� disso um h�bito. Voc� disse que precisava de
cinco minutos comigo... e isso foi quase duas horas atr�s. Mudou de id�ia?
- N�o. - Mas ele n�o tinha mais certeza do que fazer com cinco minutos. N�o agora que a estava abra�ando de novo. - Eu queria... sobre o projeto. Os fundos.
- Ah! - Pura decep��o a envolveu. - Se o assunto � neg�cios, vou pedir que Marian agende um hor�rio para voc� amanh�.
- Camilla. Eu quero lhe agradecer. Ela relaxou, s� um pouquinho.
- De nada. O projeto � importante para mim tamb�m, voc� sabe.
- Acredito que sim. Agora. - Ele tinha apenas de angular a cabe�a, abaixar um pouquinho, e sua boca estaria na dela. Queria, mais do que qualquer coisa, sentir o
gosto de Camilla novamente. Mesmo que fosse pela �ltima vez.
- Camilla...
- A m�sica acabou. - Mas o olhar dela permaneceu preso no dele, e a voz era rouca. - Voc� precisa me soltar.
Del sabia disso. Sabia perfeitamente disso. Mas ainda n�o.
- Preciso falar com voc�.
- N�o aqui. Pelo amor de Deus, se voc� n�o me soltar, ter� seu nome estampado em todos os jornais amanh�.
- Camilla sorriu alegremente.
- N�o ligo a m�nima.
- Porque n�o conviveu com isso a vida inteira, como eu. Por favor, d� um passo atr�s. Se voc� quer conversar, vamos para o terra�o.
Quando ele afrouxou o aperto, ela se afastou, ent�o falou claramente num tom amig�vel para que todos por perto pudessem ouvir:
- Est� quente aqui. Lorde Delaney, poderia me acompanhar para tomar um pouco de ar? E eu adoraria uma ta�a de champanhe.
- Sem problema.
Ela enganchou o bra�o no dele enquanto sa�am da pista de dan�a.
- Meus irm�os me contaram que voc� cavalga muito bem. Espero que continue apreciando o est�bulo enquanto estiver aqui. - Camilla manteve a conversa casual enquanto
Del pegava uma ta�a de champanhe de uma bandeja de prata e lhe oferecia.
- Madame monta?
- Certamente. - Ela deu um gole, passou pelas portas abertas do terra�o. - Meu pai cria cavalos na fazenda. Montei a vida toda.
Alguns outros convidados tinham sa�do para o terra�o. Antes que Camilla pudesse andar para o parapeito, Del simplesmente puxou-lhe o bra�o, fazendo o champanhe derramar
pela borda da ta�a, enquanto a conduzia em dire��o a uma larga escadaria de pedra.
- Devagar. - Camilla parou no topo da escada. - N�o posso descer correndo com estes trajes. Vou quebrar o pesco�o.
Del lhe tirou o copo da m�o, ent�o ficou parado com impaci�ncia, enquanto ela graciosamente erguia as saias com a m�o livre. Na base da escadaria, ele colocou a
ta�a... mal tocada... sobre a mesa mais pr�xima, ent�o continuou puxando-a para um caminho no jardim.
- Pare de me arrastar - sussurrou Camilla. - As pessoas v�o...
- Oh, relaxe - disse ele.
Ela cerrou os dentes enquanto se esfor�ava para manter a dignidade.
- Vamos ver qu�o relaxado voc� vai ficar quando fofoqueiros de dez pa�ses citarem seu nome nos jornais amanh�. De qualquer forma, estou usando saltos de sete cent�metros
e cinco metros de saia. Ande mais devagar.
- N�o ou�o fofocas, ent�o n�o irei ouvi-los citar meu nome. E se eu andar muito devagar, algu�m aparecer�, saindo de um canto, com alguma coisa para voc� fazer.
Ou para bajul�-la. Ou apenas para dizer qualquer coisa, de modo que possa alardear depois que falou com voc�. Quero os cinco minutos a s�s com voc�.
A resposta que estava nos l�bios de Camilla desapareceu.
Luzes prateadas brilhantes iluminavam um caminho j� banhado pelo luar. Camilla podia sentir o clima de romance nos jasmins e nas rosas, ouvi-lo na pulsa��o e no
barulho do mar. E em seu pr�prio cora��o.
O amor de sua vida queria ficar a s�s com ela.
Del n�o parou at� que a m�sica n�o passasse de um murm�rio distante.
- Camilla.
Ela prendeu a respira��o.
- Delaney.
- Eu queria... - A luz da lua a fazia lembrar p�rolas, pensou ele, encantado demais para se impressionar com o estado po�tico de sua pr�pria mente. A pele resplandecia.
Os olhos brilhavam. Os diamantes nos cabelos reluziam, lembrando-o que existia calor dentro da eleg�ncia. Tentou novamente.
- Eu quero me desculpar por... Quero lhe dizer... Camilla n�o sabia quem tinha se movido primeiro. Isso
n�o parecia importar. Tudo que importava era que estavam nos bra�os um do outro. Suas bocas se encontraram, uma. duas vezes. Freneticamente. Ent�o, uma terceira
vez, num beijo longo e profundo.
- Senti sua falta. - Del a puxou para mais perto, balan�ando quando os corpos de ambos estavam colados. - Deus, como senti sua falta.
As palavras pareceram transbordar do interior de Camilla.
- N�o deixe isso acabar. N�o me deixe.
- Eu achei que nunca mais fosse v�-la. - Ele virou a cabe�a para dar beijos no rosto dela. - E n�o pretendia nunca mais v�-la.
- Eu nunca mais queria v�-lo, no come�o - disse ela com uma risada. - Oh, fiquei t�o furiosa quando recebi aquela carta. Aquela carta r�gida, formal, horr�vel. "N�s,
do Projeto de Pesquisa Bardville, queremos expressar nossa sincera aprecia��o." Eu poderia ter matado voc�.
- Voc� devia ter visto o primeiro rascunho. - Del se afastou para lhe sorrir. - Era ainda mais... sucinto.
- Eu provavelmente teria preferido. - Ela envolveu os bra�os ao redor do pesco�o dele. - Oh, estou t�o feliz! Estava tentando imaginar como poderia viver sem voc�.
Agora n�o terei de fazer isso. Depois que nos casarmos, voc� pode me ensinar como ler os relat�rios do laborat�rio com todos aqueles s�mbolos. Nunca consegui...
Camilla parou porque ele tinha ficado totalmente im�vel. Seu cora��o afundou com o golpe doloroso.
- Voc� n�o me ama. - A voz era calma, escrupulosamente calma quando ela saiu dos bra�os de Del. - N�o quer se casar comigo.
- Apenas vamos devagar, certo? Casamento... - A garganta de Del se fechou na palavra. - Vamos ser sensatos, Camilla.
- � claro. Tudo bem, vamos. - Agora o tom de Camilla era assustadoramente agrad�vel. - Por que voc� n�o come�a?
- H�... H� problemas em rela��o a isso - come�ou ele, tentando, com desespero, clarear bastante a mente para raciocinar.
- Muito bem. - Ela cruzou os bra�os. - Problema n�mero 1?
- Pare com isso, por favor. - Del andou um pouco para a frente e voltou. - Tenho uma profiss�o que exige grande quantidade de tempo.
- Sim.
- Quando estou no campo, geralmente moro num trailer que faz o chal� parecer um hotel cinco estrelas.
- Sim?
Ele cerrou os dentes, mas controlou seu temperamento no �ltimo minuto.
- Voc� n�o pode ficar parada a�, com um pal�cio �s suas costas, usando uma coroa de diamantes e me dizer que n�o percebe a exist�ncia de um problema.
- Ent�o, o problema n�mero 1 � que temos diferentes estilos de vida e responsabilidades separadas.
- Em resumo, al�m de sua vida ser repleta de coroas de diamantes e sapatinhos de cristal. Sim.
- Sapatinhos de cristal? � assim que voc� me v�... e � minha vida? Como um baile ap�s outro, um passeio numa carruagem m�gica de ab�bora? Tenho um papel t�o vital
no mundo em meus sapatos de cristal quanto voc� tem no seu em botas de trabalho.
- N�o estou dizendo o contr�rio. Este � o ponto. - Del afrouxou a gravata e a tirou. - Isso n�o � o que fa�o. N�o posso me vestir como um ping�im o tempo todo porque
Voc� tem uma obriga��o social. Mas voc� deveria ter algu�m que possa fazer isso. E n�o estou lhe pedindo que abandone seus diamantes para viver acampada comigo no
meio do nada. Isso � rid�culo. Jamais daria certo.
- � a� que voc� est� errado. Meu pai era um policial que queria ser fazendeiro. Que queria, mais do que qualquer coisa, paz e tranq�ilidade para trabalhar na terra.
Minha m�e era... �... uma princesa. Quando eles se conheceram, era a castel� deste lugar. Devido � morte da m�e dela. Gabriella tinha assumido a responsabilidade
como anfitri�, como embaixadora, como chefe feminina simb�lica deste pa�s. Mas veja, eles se amavam, ent�o encontraram uma forma de dar ao outro o que cada um precisava,
de aceitar responsabilidades e obriga��es que cada um trazia consigo, e fazerem uma vida juntos.
O queixo de Camilla estava erguido agora, os olhos, brilhantes.
- Tenho orgulho de meus pais. E estou determinada a ser uma mulher exatamente como minha m�e. Mas voc�, com suas desculpas e seus problemas pat�ticos, n�o � nem
metade do homem que meu pai �. Ele teve coragem, for�a e romance. N�o � intimidado por uma coroa porque respeita e entende a mulher que a usa.
Camilla ergueu as saias novamente.
- Eu teria vivido em seu trailer e ainda continuaria sendo uma princesa. Meu dever para com o meu nome, e para com o seu, jamais seria relegado. � voc� quem duvida
que poderia viver neste pal�cio e ainda ser um homem.

Doze
Havia uma coisa simples que Del detestava mais do que tudo: Camilla estava certa. Sob todos os problemas, confus�es e complica��es, ele se sentira... bem, n�o gostava
do termo intimidado. Receoso, decidiu, enquanto andava de forma arrogante pelos jardins, como costumava andar em seu bosque de Vermont. Estava receoso de se unir
� princesa.
Vinha prestando aten��o durante as semanas que eles haviam ficado separados. Vira o rosto e o nome dela estampados em todos os meios de comunica��es. Lera hist�rias
sobre sua vida pessoal, especula��es sobre suas conex�es rom�nticas.
Sabia muito bem que Camilla n�o estava tendo, nem tivera, um caso ardente com um ator franc�s, como a m�dia alardeara. Estivera muito ocupada tendo um caso com um
arque�logo meio americano.
Al�m disso, qualquer um que a conhecesse, poderia ver que o ator n�o era o tipo dela. Muito suave para Camilla.
E isso fazia parte da quest�o toda. As hist�rias, as insinua��es maliciosas, as inven��es absurdas eram a maior parte, escritas por pessoas que n�o a conheciam.
Que n�o compreendiam o qu�o arduamente ela estava tentando trabalhar, que n�o entendiam a devo��o de Camilla pelo pa�s da m�e. Seu grande amor pela fam�lia, e o
deles por ela.
Eles viam uma imagem. A mesma pela qual Del se deixara cegar.
Mas, ent�o, Camilla havia saltado de um poss�vel relacionamento experimental para casamento com tanta rapidez que ouvir aquilo fora como levar um soco no maxilar.
Ela n�o lhe dera a chance de testar um meio-termo.
Era tudo ou nada com Camilla, pensou Del com tristeza, enfiando as m�os nos bolsos e analisando a situa��o.
Primeiro, finalmente tinha entendido que estava apaixonado por ela, ent�o levado um golpe ao descobrir que Camilla estivera mentindo. Antes que pudesse clarear a
mente sobre isso, ela partira. E da� que ele a mandara embora?
Agora, depois que havia percebido que a situa��o toda era completamente absurda, Camilla tivera de estar ali como algu�m sa�da de um sonho, para faz�-lo ver o quanto
ele estaria perdendo. E no exato momento que Del come�ava a pensar que talvez, talvez com algum esfor�o, eles poderiam recuperar o que tinham juntos, ela o golpeara
falando em casamento.
Sim, se Camilla passasse um m�s em um trailer na Fl�rida, enfrentasse algumas tempestades tropicais, com lama at� os joelhos, insetos do tamanho de uma bola de beisebol
e...
Ela se daria muito bem. Ele parou de andar. Camilla seria fant�stica. Era o tipo de mulher que podia ser colocada em qualquer lugar, em qualquer situa��o, e encontraria
uma maneira de lidar com aquilo. Havia buscado, perseguido, fugido at� que encontrasse um caminho.
Porque aquela era Camilla.
Ele tinha se apaixonado por esse motivo, percebeu. Antes de se apaixonar pela beleza, pelo estilo, pelo ardor sexual, perdera a cabe�a devido � determina��o impressionante
de Camilla para encontrar respostas.
E estava deixando um pequeno detalhe como sangue real interferir na sua vida.
Del queria a mulher, e a princesa que a acompanhava. N�o era a metade do homem que o pai dela! Oh, Camilla havia tentado apunhal�-lo com aquela observa��o. Ele n�o
tinha coragem, for�a. N�o era rom�ntico?
Ele lhe proporcionava um romance que a faria cair dos sapatinhos de cristal.
Del se virou, andou apressadamente at� a metade do caminho de volta para o baile antes de deter a si mesmo. Isso, percebeu, era exatamente o tipo de coisa que teria
de evitar. Se o relacionamento deles tivesse uma chance de dar certo, ele teria de pensar � frente. Um homem n�o entrava furioso num sal�o de baile de um pal�cio,
jogava a princesa sobre seu ombro e sa�a com ela. Isso apenas daria a ambos o tipo de publicidade que Camilla detestava.
E, provavelmente, o faria acabar num calabou�o escuro e �mido para pagar o dano que causara.
O que um homem precisava fazer era tra�ar um plano claro e racional... e faz�-lo acontecer onde n�o houvesse testemunhas.
Ent�o, Del se sentou em um banco de m�rmore e come�ou a planejar.
Ele pegou cordas no est�bulo. �s vezes, foi for�ado a admitir, o fato de ser um visconde podia ser �til. Empregados do est�bulo eram muito educados para questionar
as excentricidades de lorde Delaney.
Del teve de esperar at� que a �ltima dan�a terminasse, e que os convidados estivessem na cama ou do outro lado dos port�es do pal�cio. Isso apenas lhe deu mais tempo
para detalhar seu procedimento... e para imaginar o que seus pais fariam se ele acabasse com o pesco�o quebrado.
Sabia onde era o quarto de Camilla. Aquilo tinha sido uma simples quest�o de sondar sutilmente Adrienne. Del podia apenas agradecer que as janelas de Camilla davam
para os jardins, onde havia muitas sombras. Embora duvidasse que os guardas que patrulhavam a �rea estariam procurando um homem suspenso por uma corda, v�rios andares
acima do andar t�rreo do pal�cio.
Mesmo quando este homem praguejou amargamente no momento que se balan�ou e quase caiu sobre as pedras brancas. Descer pelo parapeito por uma corda parecera muito
mais f�cil na teoria do que na realidade. Del era muito h�bil naquilo, devido ao seu trabalho, mas descer um pr�dio em uma corda, � noite, era consideravelmente
diferente. A fria realidade o fazia balan�ar no vento. Seus dedos estavam arranhados, e os nervos, � flor da pele. N�o se importava muito com a altura, a menos que
pensasse na possibilidade de aquela ser a sua �ltima vis�o. E tudo isso, pensou enquanto tentava apoiar o p� sobre o parapeito de pedra, porque Camilla tinha ferido
seu ego.
Simplesmente, n�o podia esperar at� a manh� seguinte. Oh, n�o, pensou quando seu p� escorregou e o fez balan�ar de novo. Isso teria sido muito f�cil, muito comum.
Muito s�o. Por que ter uma conversa civilizada em plena luz do dia e dizer a uma mulher que voc� a ama e quer se casar com ela quando pode fazer algo realmente est�pido
como cometer suic�dio abaixo da janela dela?
Aquilo era romance.
Del conseguiu equilibrar o peso sobre o parapeito, e respirou fundo. E o vento crescente se transformou numa chuva t�pica de setembro.
- Perfeito. - Ele olhou para o c�u. - Simplesmente perfeito.
Enquanto a s�bita chuva ca�a em seus olhos, Del balan�ou mais uma vez, ent�o se firmou sobre o parapeito e come�ou seu caminho para o terra�o particular de Camilla.
O primeiro raio brilhou no mar quando ele caiu, felizmente, em pedra s�lida. Lutou com o n� da corda molhada. Levou dois minutos tomando chuva para se libertar.
Soltando a corda, afastou os cabelos ensopados dos olhos e caminhou para as portas do terra�o.
Encontrou-as trancadas.
Por um momento, ficou apenas parado, olhando-as. Por que, raios, ela trancava as portas da varanda?, perguntou-se com crescente irrita��o. Camilla estava no terceiro
andar, em um pal�cio com guardas por todos os lados.
Com que freq��ncia tinha algum tolo descendo a parede por uma corda e caindo no seu terra�o?
Ela havia fechado as cortinas tamb�m, de modo que Del n�o podia ver absolutamente nada. Considerou alegremente a possibilidade de chutar as portas.
Havia certo estilo naquilo, pensou. Certo brilho. Todavia, tal brilho seria destru�do quando alarmes come�assem a soar.
L� estava ele, molhado como um rato afogado, no terra�o de Camilla. E a �nica maneira de entrar era batendo. Era decepcionante.
Ent�o, ele n�o bateu t�o forte como um martelo faria.
Do lado de dentro, Camilla estava usando um livro como desculpa para n�o dormir. Aproximadamente a cada 15 minutos, lia um par�grafo. A maior parte do tempo, um
�nico fato se repetia em sua cabe�a: tinha lidado mal com a situa��o.
N�o havia retomo. Olhando agora para tudo que havia acontecido, pensou que Del reagira exatamente como ela esperara. Camilla mergulhara de cabe�a na suposi��o de
casamento.
Ela teria ficado insultada se Del tivesse feito a mesma suposi��o.
O amor deixava todas as pessoas est�pidas e descuidadas, ou era somente ela?
Camilla suspirou, virou uma p�gina do livro sem interesse particular. Estragara tudo, decidiu, desde o come�o. Oh, Del tinha ajudado. Ele era t�o... o que Alice
dissera? Obtuso. Sim, era obtuso, mas ela amava esse aspecto dele.
Contudo, a culpa pesava sobre seus ombros.
N�o fora honesta com Del, e suas raz�es para n�o lhe contar a verdade agora pareciam fracas e ego�stas. A raiva dele, e, sim, a m�goa, a abalara de tal forma que
a fizera fugir correndo de volta para casa, em vez de enfrentar a situa��o.
Ent�o Del partira em sua procura. Ela estava t�o absorvida em sua autopiedade que se recusava a reconhecer que, independentemente do tipo de press�o que ele sofrera,
jamais teria viajado para Cordina a menos que quisesse v�-la?
Mesmo naquela noite, ele tinha dado um passo. Em vez de dar um outro passo em retomo, Camilla dera um salto imprudente, acreditando piamente que Del n�o contestaria
sua sugest�o. � claro, estava muito acostumada a ver as pessoas fazendo isso. Este n�o era um dos motivos pelos quais havia tirado umas f�rias de ser princesa? N�o
tinha aprendido nada daquelas semanas que fora apenas Camilla?
N�o era somente casamento que o fizera recuar. Era o pacote que o acompanhava. Ela fechou os olhos. N�o podia fazer nada quanto a isso... n�o faria nada mesmo se
pudesse. Sua fam�lia, sua heran�a, eram partes essenciais de quem ela era.
Al�m disso, n�o iria querer um homem que desprezasse as complexidades de sua vida. N�o poderia amar um homem que apreciasse o fato de que eles seriam perseguidos
pela imprensa?
Ent�o, onde isso a deixava? Sozinha, pensou, olhando ao redor de seu quarto ador�vel e solit�rio. Porque tinha afastado o �nico homem que amava, o �nico homem que
queria, exigindo muito, rapidamente demais.
N�o, Camilla fechou o livro, n�o aceitaria a situa��o. Aceitar derrota era o que a fizera partir correndo do chal�. N�o iria fazer isso novamente. Tinha de haver
uma resposta. Tinha de haver um compromisso. Ela iria... n�o. Respirou fundo. Eles iriam encontrar uma sa�da.
Camilla afastou as cobertas de lado. Iria ao quarto de Del agora, decidiu. Pediria desculpas pelas coisas que dissera e lhe diria... perguntaria se havia uma possibilidade
de recome�arem.
Antes que pudesse se levantar da cama, as batidas nas portas de seu terra�o a fizeram saltar, com o cora��o disparado. Ela agarrou o casti�al de prata Georgiano
de seu criado-mudo como uma arma, e estava quase pegando o telefone para chamar a seguran�a.
- Abra a maldita porta.
Camilla ouviu a voz do lado de fora, seguida pelo forte barulho de um trov�o. At�nita, ainda segurando a arma improvisada, andou at� as portas e puxou as cortinas
de lado.
Ela o viu, iluminado por um raio. O semblante furioso, os cabelos pingando, a camisa do smoking ensopada. Por um momento, n�o foi capaz de fazer nada sen�o olhar
a cena, boquiaberta.
- Abra a maldita porta - repetiu ele em voz alta. - Ou eu vou arromb�-la.
Perplexa demais para agir de outro modo, Camilla abriu o trinco e virou a chave. Ent�o, deu tr�s passos atr�s, trope�ando quando Del empurrou as duas portas.
- O que houve? - Camilla n�o p�de fazer mais nada al�m de sussurrar as palavras, enquanto ele permanecia parado, olhando-a e pingando no tapete inestim�vel.
- Voc� queria romance, amiga. - Del pegou o casti�al dos dedos tr�mulos dela e o jogou de lado. Parecia um pouco pesado demais para arriscar acidentes, e ele tinha
bastantes ferimentos para uma noite.
- Del. - Camilla deu mais dois passos atr�s quando ele se aproximou. - Delaney. Como voc�... sua m�o est� sangrando.
- Voc� quer coragem? Quer aventura? Talvez um pouco de insanidade no pacote? - Ele lhe segurou os ombros, colocando-a na ponta dos p�s. - Que tal isso?
- Voc� est� todo molhado - foi tudo que ela conseguiu falar.
- Tente descer a lateral de um castelo por uma corda em uma tempestade e veja em que estado voc� acaba.
- Uma corda? - Camilla mal registrou ter sido empurrada para o meio do quarto. - Voc� desceu a parede por uma corda? Enlouqueceu?
- Exatamente. E sabe o que um homem ganha quando viola as paredes do castelo? Ele ganha a princesa.
- Voc� n�o pode simplesmente...
Mas Del podia. Ela descobriu muito rapidamente que ele podia. Antes que pudesse sair do estado de choque, a boca de Del estava quente na sua. E surpresa n�o teve
chance contra desejo. Uma poderosa onda de excita��o a percorreu quando ele a arrastou... oh, Deus!, para a cama.
Estava molhado, sangrando e muito nervoso. E era todo seu. Camilla envolveu os bra�os ao redor do pesco�o de Del, entrela�ou os dedos naqueles cabelos molhados e
maravilhosos, e com boa vontade lhe ofereceu as ru�nas da guerra.
Sua boca movia-se sob a dele, respondendo ao beijo violento com alegria, com todo o desejo que queimava em seu interior.
A tempestade intensa invadia o quarto atrav�s das portas abertas, enquanto Camilla liberava Del o bastante para lhe retirar a camisa ensopada.
Del estava surpreso por suas roupas n�o terem secado com o calor de seu corpo. O calor de seu temperamento empalideceu com o fogo que ela levou ao seu sangue. T�o
suave, t�o fragrante, t�o maravilhosamente entregue! O rosto de Camilla estava molhado agora com a chuva que ele levara consigo.
Excitado, enterrou o rosto contra o pesco�o dela.
- Eu preciso de voc�. N�o consigo superar isso.
- Ent�o me tenha. - Ela perdeu o f�lego quando as m�os m�sculas passearam por seu corpo. - Tome-me.
Del ergueu a cabe�a, fitou-a. Os olhos dela estavam escuros agora, marrom-amarelados como os de um gato. E quando as m�os fortes lhe moldaram o rosto, Camilla sorriu.
- Esperei tanto tempo por voc� - ela murmurou. - E nem mesmo sabia.
Para provar isso, puxou-lhe a boca para a sua novamente.
Tudo que Del sentia por ela, sobre ela, aflorou no beijo. Camilla tremeu pelas sensa��es, e o gemido rouco que emitiu fez a pulsa��o dele disparar.
Aquele pesco�o longo e branco o fascinava. A curva forte dos ombros era maravilhosa. �mida por causa da �gua da chuva, a camisola fina colava de modo provocante
ao corpo magn�fico. Del usou a boca, as m�os sobre a seda molhada antes de fazer a mesma coisa sobre a pele �mida e deliciosa.
Camilla se moveu sob ele, arqueou-se com gra�a, tremeu um pouco. Vagarosamente no come�o, saboreando primeiro, Del explorou, e explorou. Excitou. Quando a respira��o
dela estava totalmente ofegante, os olhos sonhadoramente fechados, ele a posicionou de joelhos e continuou explorando.
Ele a levara de um prazer tranq�ilo para uma demanda impulsiva, de modo que ela se contorcesse de prazer. Aquelas m�os m�sculas, que um dia tinham sido t�o gentis,
eram agora eroticamente rudes. Arqueando o corpo para tr�s, Camilla rendeu-se � boca sedenta. Gemeu o nome dele quando Del rasgou a raz�o em pedacinhos.
Ela estava enlouquecida em seus bra�os. Conforme sua necessidade aumentava para emparelhar com a de Del, Camilla acabou de despi-lo, aflita. Ajoelhados na cama,
eles se abra�aram, carne com carne, cora��o batendo contra cora��o.
Mais uma vez, � luz de um raio, seus olhos se encontraram, se sustentaram. Nos dele, finalmente, Camilla viu tudo que necessitava ver. E foi ela quem se moveu, tomando-o
dentro de si. Envolvendo as pernas ao seu redor para receb�-lo cada vez mais fundo, at� que ambos tremeram.
-Je t'aime - ela falou claramente, enquanto seu corpo estremecia. - Eu amo voc�. N�o posso evitar.
Antes que ele pudesse falar, Camilla cobriu-lhe a boca com a sua. O que restava do controle de Del explodiu, sacudindo-lhe o corpo em dire��o ao frenesi. Ela o acompanhou,
passo a passo. Quando se fechou sobre ele, Del engoliu o grito de libera��o de Camilla. E esvaziou-se.
- Camilla. - Ele n�o podia pensar nada al�m do nome dela, mesmo quando a deitou para se aninhar entre seus seios. Sentiu os dedos delicados acariciarem seus cabelos,
e n�o queria nada mais do que fechar os olhos e permanecer ali ao seu lado pelo resto da vida.
Mas seu olhar se desviou para o terra�o... e para a chuva que entrava alegremente pelas portas abertas e molhava o ch�o e o tapete.
- Eu n�o fechei as portas. O quarto est� come�ando a inundar. Fique aqui.
No momento que Del saiu da cama, ela o observou, descontra�da. Ent�o, sentou-se quando ele come�ou a sair da cama.
- N�o! Espere. - Camilla saiu da cama, pegou um robe que estava sobre o pequeno sof�. - Algu�m pode ver voc� - murmurou, ent�o, com o robe modestamente fechado,
apressou-se para fechar as portas.
Controle, pensou ele enquanto a observava fechar as cortinas. Mesmo naquele momento. Uma princesa n�o podia andar nua na frente das janelas... nem mesmo de suas
pr�prias janelas. E, certamente, n�o podia ter um homem nessa situa��o.
Ela se virou, viu-o olhando-a de modo especulativo.
- Os guardas. H�spedes - come�ou, ent�o abaixou o olhar. - Vou pegar algumas toalhas.
Enquanto ela ia ao banheiro adjacente, Del virou a cal�a molhada de seu smoking do lado direito. Eles estavam em uma situa��o delicada, decidiu, e ficariam miseravelmente
desconfort�veis. Mas, se iam ter uma conversa, queria estar usando mais do que seu cora��o na manga.
Camilla voltou, abaixou-se sobre as m�os e os joelhos e come�ou a secar o ch�o. Aquilo o fez sorrir, ele lembrou-se dela em seu chal�.
- Preciso ser pr�tica, Delaney.
As sobrancelhas dele se arquearam com o tom agudo na voz dela.
- Eu entendo isso.
- Entende? - Ela se detestava por querer chorar.
- Sim, entendo. E admiro o modo como voc� consegue ser pr�tica, auto-suficiente... e r�gia.
A cabe�a de Camilla subiu lentamente. Ela inclinou o corpo para tr�s, a fim de se sentar sobre os calcanhares, e a express�o de surpresa no seu rosto foi o bastante
para fazer Del enfiar as m�os nos bolsos molhados.
- Eu a admiro - repetiu ele. - N�o sou bom com palavras, com esse tipo de palavras. Ora, acha que sou um tolo completo? Que n�o tenho id�ia de que tipo de comportamento
voc�, sua fam�lia inteira, tem de ter para ser quem � e conseguir algum tipo de vida juntamente com isso?
- N�o. - Desviando os olhos de novo, ela dobrou a parte �mida do tapete e secou o ch�o por baixo. - N�o, acredito que voc� entende... o m�ximo que pode. Talvez mais
do que um outro homem entenderia. Acho que � por isso que, de algumas maneiras, n�s divergimos.
- Por que voc� n�o me olha quando fala comigo? Lutando por compostura, Camilla comprimiu os l�bios.
Mas fitou-o diretamente quando levantou a cabe�a mais uma vez.
- � dif�cil para mim. D�-me um minuto. - Ela se levantou, ombros retos como os de um soldado, e levou as toalhas �midas para o banheiro.
Mulheres, pensou Del, davam muito trabalho. Camilla voltou, foi at� um pequeno gabinete e pegou uma garrafa.
- Acho que um pouco de u�sque ajudaria. Eu estava errada - come�ou, enquanto servia dois copos. - Esta noite, no jardim, errei em lhe dizer aquelas coisas. Pe�o
desculpas.
- Oh, cale-se. - Sem paci�ncia, ele pegou um copo da m�o dela.
- Voc� n�o pode pelo menos ser educado?
- N�o quando est� sendo tola. Se eu quiser um pedido de desculpas, voc� saber�. - Camilla o atingira com o pedido de desculpas. Isso n�o era t�pico dela? Del andou,
se afastando, e embora n�o se importasse com aquilo, tomou um gole do u�sque. - Quando voc� estiver errada, eu a informarei.
Ele se virou, raiva estampada no semblante.
- Voc� me magoou. - Enfurecia-o ter de admitir isso.
- Eu sei. As coisas que falei...
- N�o isso, que apenas me irritou. - Ele passou uma das m�os pelos cabelos. - Voc� mentiu para mim, Camilla. Eu comecei a contar com voc�. E n�o quero dizer para
limpar o chal� e cozinhar. Comecei a pensar sobre voc�, sobre n�s, de certa maneira. Ent�o, voc� partiu de repente.
- Lidei mal com a situa��o. Foi ego�smo... eu fui ego�sta - corrigiu ela. - Eu queria algum tempo... ent�o mais tempo... apenas para ser. Eu fugi. Disse a mim mesma
que aquilo n�o era uma fuga, mas era. No �ltimo ver�o, foi tudo t�o subitamente intenso! Eu n�o podia...
- Simplesmente ser?
- Eu n�o podia simplesmente ser -concordou ela num sussurro. - No �ltimo ver�o, houve um incidente com a imprensa. Na verdade, n�o muito mais nem muito menos do
que tantos outros nos �ltimos anos. Mas aquilo foi aumentando dentro de mim, at� que se tomou insuport�vel demais. Eu n�o conseguia comer, n�o estava dormindo bem,
n�o podia me concentrar no que tinha de fazer. Eu...
- N�o, n�o pare. Conte-me.
- Esse incidente - disse Camilla com cautela - n�o foi muito diferente dos outros. Mas, enquanto estava acontecendo, eu podia ouvir meus pr�prios gritos internos.
Pensei... eu sabia... que a menos que me afastasse por algum tempo, a pr�xima vez que acontecesse, os gritos n�o seriam mais contidos dentro de mim. Temi que estivesse
prestes a ter algum tipo de colapso.
- Camilla, pelo amor de Deus!
- Eu deveria ter conversado com minha fam�lia. - Ela o fitou porque ouviu a pergunta n�o falada no tom chocado de Del. - Eles teriam entendido, me apoiado, me dado
tempo e espa�o. Mas n�o fui capaz de confessar tamanha fraqueza. Pobre Camilla, que teve todos os privil�gios na vida, e mais, muito mais, o inquestion�vel amor
da fam�lia, est� subitamente muito delicada, muito fr�gil para lidar com as responsabilidades e dificuldades que seu t�tulo e posi��o exigem.
- Isso � tolice.
A coloca��o a fez sorrir um pouco. E deixou-a mais � vontade.
- N�o me parecia tolice na �poca. Eu me senti desesperada. Estava me perdendo. N�o sei se voc� pode entender isso, porque se conhece t�o bem intimamente. Mas eu
me sentia perseguida, e, ao mesmo tempo, muito insegura de quem era por dentro. O que queria fazer da minha vida al�m do que tinha de fazer, al�m dos deveres. N�o
sentia paix�o por nada, e isso d� uma terr�vel sensa��o de vazio.
Del podia imaginar aquilo... a press�o, as demandas... e os nervos de a�o que eram necess�rios para ser quem Camilla era. Ela precisara de coragem para romper com
tudo a fim de se encontrar verdadeiramente, pensou.
- Ent�o voc� partiu, com algumas malas e um carro alugado para procurar essa paix�o?
- Mais ou menos. E eu a encontrei, embora, como falei, tenha lidado mal com a situa��o no final.
-N�s lidamos mal com a situa��o - corrigiu ele. - Eu estava irritado com voc�, e isso enquanto pensava que fosse uma rica estranha com algum tipo de problema. Quando
descobri a verdade, achei que voc� estava me usando para algum tipo de divers�o.
Camilla empalideceu.
- Eu nunca...
- Eu sei disso agora. Eu sei. Senti coisas por voc� que nunca senti por uma outra pessoa. Havia me preparado para lhe dizer isso... e entrei na cozinha e a ouvi
falando ao telefone.
- Com Marian. - De olhos fechados, Camilla suspirou longamente. - O momento n�o podia ter sido pior - murmurou. - Surpreendeu-me que voc� n�o me pusesse para fora
com suas pr�prias m�os.
- Pensei nisso. - Del esperou at� que os olhos dela se abrissem e encontrassem os dele novamente. - Eu me senti melhor quando parei um pouco para sentir pena de
mim mesmo. Levei algum tempo para come�ar a analisar como devia ser sua vida. As pessoas, a imprensa, as regras. E muito dif�cil.
- N�o � t�o mim assim. Mas, �s vezes, voc� precisa...
- Respirar - terminou ele.
- Sim. - L�grimas inundaram os olhos de Camilla. - Sim.
- N�o fa�a isso. N�o posso ter uma conversa racional se voc� come�ar a chorar. Estou falando s�rio, feche a torneira. Eu nunca disse a uma mulher que a amo, e certamente
n�o farei isso pela primeira vez quando ela est� chorando.
- Eu n�o estou chorando. - Mas a voz dela se rompeu em um solu�o quando alegria a dominou. Camilla abriu uma gaveta, pegou um len�o de renda e enxugou as l�grimas.
Queria saltar, apenas saltar de alegria. Mas, dessa vez, soube manter o controle. - Ent�o me fale.
- Vou chegar l�. Voc� n�o � fr�gil, Camilla.
- Em geral, n�o.
- A j�ia da coroa de Cordina. Tenho lido algumas revistas - disse Del quando ela o fitou. - Uma j�ia precisa ter subst�ncia para manter seu brilho. Voc� tem subst�ncia.
- Isso - ela conseguiu murmurar - foi a coisa mais lisonjeira que voc� j� me disse.
- Isso porque est� acostumada com homens dizendo que voc� � linda. E gosto de sua fam�lia.
- Minha fam�lia?
- Sim. Sua m�e � uma mulher incr�vel. Gosto de seus irm�os, de seus primos. Ainda n�o sei direito quem � quem. mas gosto deles. E sua irm� � doce. - Ela fez uma
pausa. - Falei isso no bom sentido.
- Sim. - Camilla sorriu um pouco. - Ela � muito, muito doce.
- Suas tias e seus tios s�o pessoas interessantes. Admir�veis, acho que este � o termo certo. Eu tive algum problema com seu pai. Mas suponho que se eu tivesse uma
filha e algum sujeito chegasse... Bem, � natural para ele querer torcer meu pesco�o por colocar as m�os no que lhe pertence.
- Ele gosta de voc�.
- Ele gostaria de me tostar num fogo lento.
- Papai acha que voc� tem potencial.
Del bufou, andou de um lado para o outro, ent�o a olhou novamente.
- Ele acha?
- Sim. � claro que se voc� me fizer infeliz, aquele fogo lento ainda pode ser arranjado. Mas n�o pretendo provocar voc�.
- Voc� � uma mulher inteligente, princesa. Possui uma mente perspicaz e atraente. Eu poderia superar a paix�o por seu rosto lindo, mas sua mente continuaria me intrigando.
- Del gesticulou para um livro grosso de arqueologia sobre o criado-mudo. - Ent�o, voc� continua interessada?
- Sim. Eu quero aprender. Realmente adorei trabalhar com voc�.
- Eu sei.
- Acho o trabalho fascinante. N�o somente por sua causa. Quero, antes, aprender por mim mesma. Eu precisava de algo que me atra�sse. Alguma coisa que me impulsionasse,
de dentro para fora, al�m do que � esperado... que deve ser esperado de mim devido � minha posi��o. Eu queria encontrar paix�o, e gra�as a voc� encontrei. Estou
fazendo arranjos para me juntar ao dr. Lesuer em um projeto na Fran�a.
- Sim. Per�odo pr�-paleol�tico. - Del deu de ombros.
- Ele � bom. E um grande professor, tamb�m. Tem a paci�ncia que eu n�o tenho. Provavelmente ser� menos complicado trabalhar com ele. Mas ent�o, seria uma pena se
voc� perdesse o desenrolar do Projeto Bardville.
Camilla respirou profundamente.
- Voc� est� sugerindo que eu me junte ao projeto?
- Tenho pensado em equipar um novo trailer no local. O velho est� um lixo. E preciso fiscalizar muito trabalho do laborat�rio. Provavelmente, seria pr�tico alugar
uma casa perto da universidade. Talvez comprar uma propriedade.
A press�o no peito de Camilla era insuport�vel. Aquilo era maravilhoso.
- � compreendido na minha fam�lia que quando um de n�s assume uma carreira, ou assume um compromisso pessoal, seus deveres oficiais podem ser ajustados. Conte-me.
- Ou�a, vou reclamar toda vez que tiver de usar roupas formais... e voc�, provavelmente, vai mencionar meu t�tulo sempre que eu fizer isso - disse ele, aproximando-se.
- Naturalmente.
- Mas vou carregar meu peso no que voc� trouxer para o acordo, e voc� vai carregar o seu no que eu trouxer.
Ela fechou os olhos brevemente.
- Voc� est� me pedindo em casa...
Del a interrompeu com um murm�rio r�pido de aviso.
- Voc� tem uma apar�ncia e tanto, n�o tem? - Ele lhe ergueu o queixo e segurou o rosto dela. - Uma apar�ncia fabulosa. Sabe, eu n�o me importo com quantas vezes
seu rosto seja estampado nas revistas. N�o me importo com fofocas e bobagens escritas nelas, tamb�m. Esse tipo de coisa n�o me incomoda. N�s sabemos quem somos.
L�grimas fecharam a garganta de Camilla, subiram aos olhos novamente. Nada, nada do que Del tivesse dito poderia lhe revelar mais claramente que acreditava nela.
- Oh, Delaney!
- N�o tenho um anel para voc� no momento.
- Eu n�o me importo com isso.
- Eu me importo. - Engra�ado, pensou ele quando ergueu a m�o de Camilla, estudou os dedos elegantes, que sentisse que aquilo era importante. - Quero que voc� use
meu anel. - Ele lhe prendeu o olhar.
- Se n�o quer que eu chore de novo, � melhor se apressar.
- Certo, certo. Tentar dar a uma mulher um pouco de romance.
- O fato de voc� ter descido o muro do pal�cio por uma corda � romance suficiente por uma noite. Obrigada, de qualquer maneira.
Del sorriu.
- Sou louco por voc�. Por cada pedacinho seu, mas especialmente por essa sua l�ngua ferina.
- Isso � ador�vel. Mas eu, provavelmente, poderia suportar um pouco mais de romance do que isso, se voc� conseguir.
- Eu amo voc�. - Ele segurou o rosto dela nas m�os. Dessa vez, quando uma l�grima escorreu pelo rosto de Camilla, n�o se importou. - Camilla, eu amo quem voc� �.
Amo quem somos quando estamos juntos. Amo a mulher que esfregou o ch�o da minha cozinha, e amo a mulher com que dancei esta noite.
Pura felicidade a envolveu.
- Ambos os lados desta mulher amam todos os seus lados. Voc� me faz feliz.
- Case-se comigo. Fa�a sua vida ao meu lado. Voc� nem sempre ficar� confort�vel, mas, com toda certeza, n�o ficar� entediada.
- Eu me casarei com voc�. - Ela tocou o rosto dele com os l�bios. - E trabalharei ao seu lado. Viverei com voc� e o amarei. Sempre! - murmurou Camilla quando seus
l�bios se encontraram.
- Volte comigo. - Del a puxou para mais perto e apenas a abra�ou. - Vamos resolver os detalhes... qualquer coisa que precise ser feita. N�o quero voltar sem voc�.
- Sim, vou providenciar isso. - Ela apertou o abra�o. - N�s iremos providenciar isso.
- Vou conseguir um tempo livre. Com qualquer coisa que tivermos de lidar, vamos dar um jeito.
- N�o se preocupe. - Ali, pensou Camilla, estava sua paix�o, seu contentamento e seu amor, tudo envolvido num �nico pacote. - Vamos resolver tudo. Quando houver
uma pergunta, buscaremos a resposta.
Ela descansou a cabe�a no ombro de Del, sorrindo quando sentiu os l�bios dele ro�ando sobre seus cabelos. A pergunta mais importante, pensou, tinha sido feita. E
respondida.
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