Desaparecida
Vanished
Jaid Black
Lynne Tempere conduz através dos Montes Apalaches e para sua nova vida. Ela tinha grandes planos para começar tudo de novo depois de seu divórcio, que incluía se
mudar para uma nova cidade. Um trailer derrubado na autoestrada da Virgínia do oeste faz com que Lynne use um desvio de rota por um tempo através de uma área rural
remota nos altos montes...
Uma rota de desvio, da qual ela desaparecerá sem deixar rastro.
Capítulo 1
Ela daria tudo por um café, uma jarra enorme, cheia até a borda, com o mais rico, mais quente, mais escuro elixir colombiano que já tivesse bebido. Nunca uma
taça de café pareceu tanto um presente dos deuses, como neste momento. Mas neste ponto, pensou tristemente, ainda uma taça só pela metade do Dixie, que era mais
a água que grãos, teria sido suficiente para fazer com que desse piruetas de alegria.
Lynne Temple suspirou enquanto sua caminhonete vermelha subia placidamente outra rota da montanha, nevada e cheia de curvas. Estava seguindo essa rota temporária
por mais de uma hora, e começava a se preocupar se que alguém havia posto uma placa que indicasse a direção equivocada.
Um reboque tinha colidido na autoestrada ao redor de uma hora antes que ela tivesse pegado a estrada, deixando a estrada intransitável. A polícia apresentou
rapidamente um desvio temporário por um terreno montanhoso, desviando o tráfico por um pequeno povoado nas terras remotas da Virgínia, ao oeste. Não é que houvesse
muito tráfico para desviar às onze da noite de uma terça-feira, em uma área rural escassamente povoada. Realmente, Lynne ainda não havia cruzado com outro par de
faróis.
Pela primeira vez, desde que começou a pequena travessia por essa rota incomum, começou a ter uma sensação de alarme. Estava totalmente escuro lá fora, não
havia mais que as luzes altas da caminhonete para romper a rude escuridão e quanto mais conduzia pelo íngreme terreno, mais espessos ficavam os bosques invernais
a cada lado da pequena rota. Era arrepiante lá fora, pensou, e se arrepiaram os pequenos cabelos da nuca. Escuro, remoto e arrepiante.
Não pertencia a esse lugar, sabia. Lynne sentiu que estava fora de seu ambiente natural. Realmente não era, para uma garota da cidade, das planícies de Clearwater,
na Flórida. Até um ato tão simples, como dirigir pela autoestrada, deixava-a com os nervos em frangalhos.
As montanhas nevadas, onde se encontrava, na auto-estrada, eram as mais altas que tinha visto. A essa altitude, os ventos eram fortes durante os meses de inverno,
e golpeavam contra a caminhonete lhe fazendo sentir que ia sair voando e cairia do penhasco a qualquer momento, Sentia-se menos protegida dos elementos naturais,
do que se estivesse conduzindo uma lata com quatro rodas e uma enorme cauda. A autoestrada era horrível, pois conduzir pelo estranho desvio que era encravado em
algum lugar dos Montes Apalaches era mil vezes pior.
Lynne respirou fundo e exalou lentamente, dizendo a si mesma que não devia se assusta, sim estava escuro lá fora, sim que o vento bramava como um demônio de
um filme de classe B, sim que o caminho de terra se tornou barro e neve derretida fazia quinze minutos...
- Genial - murmurou em voz baixa. - Isto é simplesmente genial.
Deu-se conta de que tinha que dar a volta e seguir o caminho sinuoso para o outro lado, até chegar de alguma forma à civilização, mas não havia precisamente
nenhum lugar para girar.
Podia deter-se no meio da "rota", supôs, e tratar de dar a volta, mas com sua sorte, poderia colidir com outro veículo, enquanto tentava levar a cabo a proeza,
que sairia de um nada e investiria no flanco de seu automóvel novo.
A princípio, teve a impressão que estava seguindo o desvio corretamente, mas não podia recordar a última vez que viu uma placa indicando. Pior ainda, tinha
girado várias vezes na última hora e agora não estava de todo segura de poder encontrar o caminho de volta na metade da noite. Isso pensou, considerando que a nevada
tinha sido leve, mas constante, e que os rastros da caminhonete provavelmente já teriam sido cobertos.
Que maneira mais irônica de começar sua nova vida, pensou Lynne, franzindo o cenho. Supunha que trinta e quatro anos seria a idade em que faria com que a vida
acontecesse, ao invés de esperar que viesse a ela.
Podia desenhar base de dados desde qualquer lugar, mas como seu cliente mais importante estava na cidade capital de Charleston, Virgínia do oeste, decidiu
mudar-se, depois de se divorciar de Steve e instalar-se na sonolenta casa sulina sobre o rio, onde as quatro estações estavam bem diferenciadas.
Parecia quase um idílio, em comparação com o apartamento sobre a praia; úmido e sempre quente, cheio de más lembranças, que tinha deixado no dia anterior -
e ainda podia ser o idílio, se somente pudesse encontrar o caminho de volta à rota conhecida-.
O olhar de Lynne se dirigiu distraidamente para o medidor de combustível. Seu coração se acelerou ao ver que tinha menos de um oitavo do tanque.
- Genial! Isto é simplesmente genial. - Exalou, enquanto essa sensação de alarme crescia a passos largos.
Estava totalmente escuro fora, o vento bramava ferozmente, estava conduzindo por um caminho com barro e neve derretida que levava Deus sabe onde, estava nevando
mais forte, e agora a caminhonete andava com o pouco do combustível que ficava. Teria rido, se não tivesse estado tão aterrorizada.
Lynne se agarrou ao volante com tanta firmeza, que os nódulos dos dedos ficaram brancos, e seus olhos marrom-escuros se aumentaram, quando o estreito caminho
que estava transitando se voltava impossivelmente mais estreito.
-Merda, - murmurou.
Decidindo que já era mais que tempo de dar a volta. O bosque coberto de neve a cada lado do diminutivo caminho estava se tornando mais espesso... e de algum
jeito, muito mais assustador
Seus dentes se afundaram em seu lábio inferior, gotas de transpiração brotavam de seu rosto. Acomodou distraidamente uma mecha rebelde de cabelo marrom-escuro
atrás da orelha, enquanto seus pensamentos se tornavam desagradáveis. Ridículo o que acontecia. Tinha medo de parar a caminhonete o suficiente para dar a volta.
Parar implicava vulnerabilidade, deixando-a nua, ante um ataque externo, até se deteve por uns poucos segundos.
Lynne exalou, desviando a atenção desses pensamentos dramáticos.
- Viu muitos filmes de terror, neném - sussurrou enquanto levantava o pé do acelerador e freava lentamente.
Não tinha visto outro veículo, muito menos outra pessoa, por milhas, por mais de uma hora já. A possibilidade de que algum psicopata solto a apanhasse enquanto
dava marcha ré em um veículo com as portas travadas era nula.
A caminhonete se deteve, a falta de movimento acentuava o som do vento invernal dos Apalaches, que bramava para fora da barricada das janelas, disse a si mesma
que devia ignorá-lo, esquecer-se de que estava sozinha no meio do bosque sobre o topo de uma montanha em plena noite, e se concentrar em sair dali de uma vez.
Retrocedeu o suficiente para dar a volta com o veículo, e ficou sem fôlego quando sua visão periférica se topou com uma espécie de movimento. Sua respiração
se deteve imediatamente. Piscou e voltou a olhar, incrédula.
-Maldição, maldição, maldição, - murmurou enquanto seguia dando a volta com a caminhonete. Rogou que estivesse imaginando coisas, porque não viu nada nem ninguém
ao olhar pela segunda vez. - Simplesmente sal daqui! Disse a si mesma enquanto o veículo se endireitava e ela pisava no acelerador.
- Agora!
Lynne pisou no acelerador até o fundo, sentindo como os batimentos do seu coração se aceleravam exageradamente quando apertava de repente o pedal, provavelmente,
não foi o reflexo mais rápido que teve alguma vez, já que a caminhonete patinou imediatamente. Uma mescla de barro e gelo derretido voou para todos os lados, golpeando
com força o pára-brisa, fazendo com que seu coração golpeasse como se fosse uma rocha em seu peito.
Outro movimento para a esquerda...
Lynne mal teve tempo de registrar que tinha visto algo, quando a sombra de um homem de grande tamanho apareceu como de um nada. Gritou, enquanto cravava os
freios e virava rapidamente para a direita para não atropelá-lo. Logo após, voltou a gritar quando, por um momento, perdeu o controle da caminhonete e fez uma freada
brusca.
Tremendo como uma folha, tratou de se recuperar da freada brusca, mas era muito tarde. Seus olhos se arregalaram quando o veículo patinou fora do caminho e
se dirigiu diretamente para o tronco de um grosso carvalho. Incapaz de fazer nada mais que emudecer com o susto, olhou com estupor e desconcerto como seu veículo
novo, cor de cereja, colidia contra um forte carvalho, fazendo-se em pedaços por toda a frente e queimando seu corpo ao mesmo tempo.
Desesperada, girou a cabeça para a esquerda para ver se o homem ainda estava por aí, ou se o tinha imaginado completamente.
O airbag automático na coluna de direção se ativou, e, um segundo depois, o dispositivo salva-vidas a golpeou em um lado da cabeça e quase o arrebentou, batendo-a
quando a investiu, e seus olhos escuros foram para atrás.
- Por favor, não deixe que me deprima - pensou aterrorizada enquanto a sombra de um homem de grande tamanho e muito real emergia do bosque.
- Ai, Deus ai, por favor - devo ter golpeado a cabeça...
Lynne começou a perder a visão no preciso momento em que a figura do estranho aparecia frente ao farol que ficou intacto e começava a caminhar firmemente para
sua caminhonete.
Era enorme e media, pelo menos, uns trinta centímetros a mais que a altura dela e usava uma espécie de traje de trabalho de uma peça, um macacão. Sua cara
era sombria, seu olhar intenso e penetrante.
Enquanto seus olhos começavam a se fechar, considerou a possibilidade de que, possivelmente, o estranho era um mecânico. Os mecânicos geralmente usam esse tipo
de macacões azuis. Possivelmente, até poderia lhe ajudar a arrumar a caminhonete.
Seu olhar desfalecido se desviou rapidamente para as mãos cobertas de veias do estranho e ferveu de histeria, quando viu que suas mãos estavam acorrentadas,
pensando, enquanto uma sensação gelada de horror atravessava seu corpo, que seus tornozelos também estavam...
O coração de Lynne pulsava com violência em seu peito e mesmo enquanto se deslizava para o vazio da inconsciência, pensava que era um detento que escapou. Sua
mente gritava, enquanto estava indevidamente a ponto de deprimir-se.
- Ai, Deus... Ai, por favor - pensou, enquanto seus olhos se fechavam irrevogavelmente, -Por favor, alguém me ajude!
Capítulo 2
Lynne gemeu brandamente ao tratar de abrir suas pesadas pálpebras. Enrugou a cara, quando uma dor forte e constante lhe atravessou o lado direito do cérebro.
Gemeu, levantando a mão instintivamente para cobrir a área machucada.
Lentamente, começou a tomar consciência dos fatos que aconteceram antes de registrar a dor: o divórcio de Steve, logo depois dele ter se deitado com várias
mulheres distintas, quando juntou suas coisas e se mudou para Charleston, o desvio da autoestrada, o medo que sentiu ao estar no meio de um nada, sozinha... a caminhonete
que patinou, o choque contra a árvore, o airbag que se ativou... o estranho.
Paralisou-se. O estranho,... o homem de grande tamanho que vestia um uniforme da prisão.
- Ai, maldição, onde estava agora? Estaria ali? Ele a teria levado a alguma parte? Ou estaria ainda na caminhonete, abandonada no meio de uma paisagem invernal
de montanha, com um veículo destruído e feridas internas como únicas armas para defender-se? - Enquanto seu ventre se apertava e se atava, desejou fervorosamente
que a última opção fosse a correta.
Tinha um telefone celular, recordou, em algum lugar de seu novo e destruído bebê. Havia um meio para chamar por ajuda.
Lynne tratou de abrir os olhos uma vez mais, quando um som estranho e próximo lhe fez enrugar a frente. O ruído constante era estranho, mas de uma vez, desconcertantemente
familiar, embora não pudesse localizá-lo, deu-se conta de que devia poder fazê-lo.
- Árvores - por alguma razão o som lhe trouxe árvores à mente, Mas por quê? Árvores que estavam destruindo, possivelmente? Não, pensou, não era isso. Árvores
que...
Árvores que estavam sendo serradas, isso são o que lhe veio à mente. Árvores que estavam serrando...
Sua respiração se deteve... um serrote, o que escutava era um serrote.
Tragou pesadamente, podendo aventurar a atinada hipótese de que muito provavelmente não era uma árvore o que se estava serrando, muito provavelmente era metal,
o metal de dois grilhões que recordava com crescente consciência e claridade.
-Ai, Deus! - Pensou Lynne, com o coração pulsando como louco em seu peito, -Tenho que abrir os olhos e sair daqui, sair daqui antes que termine de tirar esses
grilhões e eu não possa correr mais rápido que ele!
- Perguntava-me quando despertaria,- murmurou uma voz masculina.
O ruído de metal golpeando contra um piso de madeira estrelou imediatamente todas suas esperanças de correr mais rápido que ele, tirou os grilhões.
- Já pode abrir os olhos. Sei que está acordada.
O nó em seu ventre se fez mais tirante, seus seios subiam e baixavam com sua respiração dificultosa. Não queria abrir os olhos. "Ai, céus, ver o dono da voz
baixa mas dominante faria parecer muito real a este pesadelo."
Mas é real, é real e é melhor que te faça consciente, e pensar em uma forma de escapar dele, Lynne. Por uma vez, em seus patéticos trinta e quatro anos, usa
seu maldito cérebro!"
Infelizmente, seu cérebro e seu sistema nervoso estavam sentindo as afecções de muita realidade. A realidade era que a tinham seqüestrado, não havia forma
de que um sentenciado em fuga a deixe ir de qualquer jeito. A realidade também ditava que o estranho não esteve detento por um crime menor, como uma infração de
trânsito. Ninguém se incomodaria em escapar do cárcere, se sua falta fosse menor e tivesse direito à liberdade condicional em uns poucos meses.
Sua respiração se voltou mais pesada ao analisar as possibilidades. Só podia esperar que fosse um delito administrativo, embora fosse perigoso, a ideia de
ser seqüestrada por um malfeitor de recursos, era muito mais digerível, que muitas outras situações que lhe passavam pela cabeça: incêndio provocado, tráfico de
drogas, assassinato...
O ruído de passos que se aproximavam deixou-a sem fôlego. Seus olhos marrom-escuros se abriram rapidamente e se chocaram com outros verdes, intensos e horrorosamente
familiares, ela paralisou.
- Ai, Meu deus,- sussurrou Lynne, seus olhos redondos como luas cheias. Ela conhecia essa cara, até coberta de uma barba grande como estava, todos na Flórida
conheciam essa cara. O estado inteiro a viu destacada em todos os noticiários. Mas que fazia aqui um fugitivo procurado, que era conhecido por espreitar a sua presa
pelo limite entre a Flórida e a Geórgia, a milhas e milhas, na Virginia do oeste?
O estranho que aparecia ameaçadoramente sobre ela, que se via mais sinistro a cada minuto, não era nenhum estranho. Não exatamente, reconheceu-o sem problemas,
até sabia seu nome.
- Você é Jesse Redshaw, - sussurrou, com a voz que se obstruía no fundo da garganta. Tragou saliva ao dar-se conta, logo que as palavras saíram engasgadas de
sua boca, que tivesse sido mais oportuno simular que não tinha idéia de quem era.
Os olhos dele, intensos e sombrios, passaram por sua cara, logo desceram para seu peito ofegante, De repente recordou por que o tinham condenado, por que o
estavam procurando; não era por malversação de recursos, ou tráfico de drogas, ou inclusive assassinato, embora todos pareciam delitos preferíveis nesse momento.
O homem enorme e musculoso, que agora tinha todo o poder sobre ela, era o que a polícia do Flórida chamava um predador sexual, pensou Lynne aterrorizada, sentindo-se
como se fosse se deprimir pela segunda vez. Era um violador em série, sádico...
Sua cabeça, de cor marrom-claro, apareceu lentamente, uma cicatriz angulosa que ziguezagueava pelo flanco direito de seu queixo se fez visível. Esta cicatriz
era basicamente o que terminou condenando-o em primeiro lugar; não muitos homens podem alegar ter uma similar, parecia-se com um raio imperfeito.
O corte rapado de seu cabelo lhe dava um aspecto rígido, impiedoso, a tatuagem de serpente que rodeava seu braço coberto de veias lhe adicionava um toque mais
ameaçador a toda a situação. Era alto, muito musculoso, e de aspecto severo. Seu olhar verde indecifrável rastelou seus seios novamente, antes de passar rapidamente
à sua cara outra vez.
"Ai, Deus", pensou Lynne, com a respiração tão pesada que já sabia que estava perto do desmaio. Seu pior pesadelo se tornou descaradamente real. Tinha sido
seqüestrada, não tinha dúvidas, desaparecida sem rastro algum para o mundo exterior. Nunca sairia daqui sem ser tocada, possivelmente nem sequer viva.
Jesse Redshaw era um violador em série, de pelo menos uns quarenta centímetros a mais que Lynne e não trinta como tinha pensado. Era um violador em série que
não pôde tocar uma mulher há mais de cinco anos, não até agora, não até que escapou.
O olhar horrorizado de Lynne se chocou com o temível olhar dele, Recordou o mais recente relatório do noticiário que viu sobre ele, que afirmava que suas duas
últimas vítimas tinham sido encontradas esfaqueadas brutalmente e abandonadas à sua morte.
Era um assassino também, um violador e um assassino.
A ironia de que ia morrer porque alguém deixou de pôr placas que sinalizassem o desvio com precisão não lhe passou despercebido.
- O que vai fazer comigo? - sussurrou.
Capítulo 3
Uma de suas sobrancelhas se levantou lentamente enquanto olhava fixamente seu rosto.
-Não decidi, - murmurou. - Farei com que saiba,quando o fizer.
Deu meia volta e caminhou ao outro lado, do que ela agora reconhecia como uma espécie de cabana de troncos.
Lynne fechou brevemente os olhos, o suficiente para respirar fundo em um esforço por não deprimir-se novamente.
"Jesse Redshaw," ela pensou enquanto a bílis lhe subia pela garganta. Lá na Flórida era considerado mais infame que Ted Bundy, e mais desumano também. Ted
Bundy, o homem que o estado executou na cadeira elétrica faz anos, supostamente deixava suas vítimas inconscientes em seguida, e esperava até que estivessem mortas
para lhes fazer coisas espantosas. Segundo os rumores, Jesse Redshaw fazia tudo isso a suas presas enquanto ainda viviam... e eram conscientes do que lhes estava
fazendo.
A rajada de adrenalina que experimentou inicialmente ao reconhecê-lo se esfumou, deixando-a intumescida e gelada até os ossos e seus dentes começaram a tocar
castanholas, enquanto observava a cabana ao seu redor, procurando possíveis áreas de escapamento, só havia uma... a porta de entrada. De algum jeito, dar-se conta
disso a fez sentir mais desesperançada ainda, mais afundada e deprimida.
A cabana de troncos era pequena, muito pequena, consistia em uma única habitação dividida em três ambientes distintos. Junto à estufa à lenha, estava o dormitório,
que equivalia à cama, sobre a qual a tinham recostado, e uma bonita cômoda de pinheiro, do lado mais "afastado" da cabana. Onde Jesse Redshaw estava parado agora,
estava a cozinha, constituída de uma fornalha pequena, uma pequena e bonita mesa de pinheiro, e dois aparadores, e finalmente, havia uma banheira no centro, que
não ocupava mais que um espaço pequeno.
"Deus santo do céu", disse-se a si mesmo, "não podia morrer aqui", enquanto seus dentes tocavam castanholas como loucos. "Aqui não. Por favor, aqui não."-
Lynne se ergueu na cama, enquanto os cobertores de pluma de ganso, que a tinham envolvido, se amontoavam ao redor de sua cintura. Seus seios ficaram à vista
no quarto gelado e seus mamilos cor de rosa-escuro, se sobressaíam como adagas pelo frio. Ficou sem fôlego ao dar-se conta de que estava nua. Logo ficou sem fôlego
novamente, ao sentir uma aguda dor que lhe atravessava o crânio. Gritou, enquanto caía de costas sobre a cama. O batimento do coração e de sua cabeça era muito insuportável
para pensar no que implicava o fato de que seus seios nus estivessem em exibição.
- Deixa de te sacudir- grunhiu uma voz masculina, em um tom baixo.
Sentiu que a cama se afundava levemente e soube que ele se sentou ao seu lado.
- O airbag te pegou forte na cabeça, deve ter feito com que algo na caminhonete te fizesse um corte, além disso, sacudir-se dessa maneira não ajuda muito.
Lynne não podia abrir os olhos, ainda se sua vida tivesse dependido disso. Toda sua cara estava enrugada numa máscara congelada de dor. O interminável golpe
em sua cabeça era como uma enxaqueca amplificada mil vezes.
- Dói, - ofegou, agarrando a cabeça. - Ajude-me... dói.
- Shh, é bom. Acalme-se.Você está se excitando muito-, disse suavemente, com um notório e arrastado acento sulista.
Estava excitada por muitas razões. A dor era só uma delas, a mais importante era a pergunta de quanto mais dor deveria suportar. Só que a próxima vez viria
da mão do gigantesco homem. Felizmente, a dor que estava experimentando, nesse momento, era demasiada intensa para que pudesse pensar em alguma das atrozes possibilidades.
Agarrou-lhe a mão e a separou com força da ferida, "Jesse Redshaw", pensou ela... "Jesse Redshaw!" Isto era como acordar e encontrar Aníbal Lecter inclinado
sobre você com uma faca para cortar carne e uma garrafa de Chianti.
- Se insistir em tocar a cabeça, terei que te atar, - murmurou ele, fazendo com que seu corpo se paralisasse pela primeira vez. - Atravessei muitas dificuldades
para que esta ferida se cure, cinco dias de moléstias, de fato e não deixarei que arruínes os resultados.
Lynne se perguntou, histérica, se a estava curando só para poder divertir-se, para cortá-la em pedacinhos. Mas, calmamente, guardou o comentário.
-Sinto muito, - sussurrou, agitando as pálpebras por um instante. Tratou de enfocar sua cara, mas não pôde. A dor lhe tinha nublado a visão. Tudo o que pôde
registrar foram esses olhos verdes e penetrantes fincando-lhe o rosto.
-Perdão, - murmurou, fechando os olhos uma vez mais.
-Só mantém os olhos fechados, - disse com voz apagada e cavernosa. - Vou tratar de conseguir mais sopa depois que descanse um pouco.
Suas palavras ativaram uma recordação distante em Lynne, uma cena retrospectiva dos cinco dias que tinha passado inconsciente, será? Pequenas impressões, ruídos
reflexos de consciência.
Umas fortes mãos que a levantavam, caldo de carne quente baixando por sua garganta, a sensação de um pedaço de pano frio apertando contra sua cabeça, seguida
do penetrante cheiro de ungüento, uma respiração cálida sussurrando palavras reconfortantes em seu ouvido, uma língua áspera enrolando-se num de seus duros mamilos.
Lynne arqueou-se silenciosamente enquanto caía num pesado e inevitável sonho. Desejava ter imaginado a última parte, e que Jesse Redshaw não tivesse nenhum
interesse nela como mulher, ou fundamentalmente, como potencial presa, poderia ser que lhe agradassem as loiras. Mas por outro lado, será que o período de abstinência
de vítimas durante cinco anos, o tinha voltado menos seletivo. Rogou que esse não fosse o caso.
-Durma, - murmurou seu raptor, enquanto suas mãos caíam para os cobertores amontoados sob seu umbigo, esticou-os lentamente sobre seu corpo, enquanto os calos
de seus dedos lhe provocava arrepios quando roçavam sua pele nua.
- E só para que fique sabendo, prefiro as castanhas.
Lynne teria ficado de boca aberta, se tivesse tido energia suficiente, teve que se conformar em encolher-se mentalmente. Não teve a intenção de dizer isso
sobre suas vítimas anteriores em voz alta, só quis pensar. O último reflexo de consciência que recordava, antes que a vencesse um profundo e pacífico sonho, foi
a impressão de que a envolviam com cobertores para dar-lhe calor... E que a ponta de um polegar roçava ligeiramente um de seus proeminentes mamilos, antes que os
cobertores a cobrissem até o pescoço.
Capítulo 4
Jesse despertou com a sensação da boca de sua prisioneira lhe chupando sua dura verga. Fez uma espécie de assobio ao despertar por completo, e sentiu sua respiração
se obstruir no fundo da garganta, quando abriu os olhos e viu que a formosa boca de Lynne lhe estava fazendo outra de suas desavergonhadas mamadas.
O colar ao redor de seu pescoço aumentava sua excitação, sua atração pelas imagens de submissão feminina era inegável e de longa data.
Deu-se conta do porquê de estar lhe chupando, é óbvio, não era estúpido nem fácil de enganar. Sua prisioneira não queria morrer e estava fazendo tudo o que
lhe ocorria para tratar de mantê-lo contente com ela, satisfeito com ela, estava fazendo o impossível por antecipar suas necessidades até antes que as tivesse.
Era endemoniadamente boa para isso, perdeu-se em sua quentura, sua capacidade de pensamento era equivalente a de um cavernícola quente que não tinha estado
com uma mulher há muito, muito tempo. Tanto que parecia uma eternidade. Era difícil pensar em algo que não fosse Lynne.
-Que mais faz, além de chupar? - murmurou Jesse, com voz profunda.
Olhou-a fixo através das pálpebras pesadas, seu membro estava mais duro que nunca.
- Aposto que tem uma conchinha doce e estreita.
Ela levantou imediatamente sua escura cabeça, um cabelo comprido, brilhante, de cor castanha emoldurava um rosto exoticamente sensual, seus lábios estavam
um pouco avermelhados e inchados, dando uma pista do que tinham estado fazendo ali em baixo, tinha maçãs do rosto altas, e um nariz pequeno, mas seu melhor traço
para ele, eram seus olhos cor marrom-chocolate. Eram bem redondos, e lhe davam o aspecto de uma inocente coelhinha.
Ela umedeceu os lábios.
-Eu... é estreita, sim, - sussurrou. - Minha vagina, quero dizer. - Esclareceu garganta. - Quer senti-la?
Jesse sentiu seu estômago se contrair, franzindo o cenho, desfazendo a sua cara. Lynne deve ter pensado que estava zangado com ela, porque seus olhos se aumentaram
e se levantou rapidamente, preparada para montar-se nele.
Seu membro estava tão duro que lhe doía, seu queixo estava apertado, seus músculos contraídos, queria entrar em sua concha mais do que queria respirar, mas...
-Lynne, - grunhiu. - Eu...
-Prometo que é estreita, - disse rapidamente, outra vez com esse olhar meio histérica. - Não tive sexo há muito tempo, seu sorriso era tremente. - Se só me
desse a oportunidade e me deixasse te pôr dentro de mim, estou segura de que pensaria que é o suficientemente estreita.
Jesse exalou.
-E se não, - adicionou com pressa, - bom... posso fazer exercícios que me farão mais estreita, saltou sobre ele sem mais e tomou o grosso pau com suas pequenas
mãos.
- Prometo-te que te farei sentir bem, - sussurrou, seus olhos procurando nervosamente sua cara como esperando uma resposta.
Toda esta doce submissão sexual fazia difícil pensar racionalmente. Estava sentada sobre seu colo, com uma perna a cada lado, a abertura de sua concha acomodada
na cabeça de seu pau, seus incríveis e polpudos seios de alargados mamilos rosados ao descoberto para ele. Ver o colar ao redor de seu pescoço, o mesmo que estava
seguro com uma cadeia enganchada a um ferrolho no piso, fazia com que sua ereção se endurecesse mais, segundo a segundo.
Queria agarrá-la, com urgência, com tanta urgência que lhe doíam as bolas, a culpa estava ali, mas não podia competir.
-Vejamos como tão estreita é sua concha,- disse Jesse com voz profunda. Suas grandes mãos alcançaram e acariciaram seus peitos, passou os polegares por seus
mamilos, alargando-os. - Envolve meu pau com ela.
Lynne obedeceu imediatamente, ele apertou os dentes enquanto ela se afundava. Seu duro pênis envolto e seguro dentro da concha mais cálida, estreita e suculenta
que jamais sentiu. Gemeu quando ela começou a cavalgá-lo lentamente, sua concha mais sugadora ainda que sua boca.
Via-se como a escrava perfeita, uma imagem mental que lhe dava trabalho não invocar, dada a situação, tão doce e sensual, tão submissamente dócil e pronta para
satisfazer os caprichos de seu amo, não queria ver Lynne dessa maneira, porque seu fetiche já havia lhe trazido suficiente dor à sua vida, mas não podia evitá-lo.
O desejo de dominar sexualmente à mulher que lhe pertencia era tão introduzido à sua personalidade como respirar.
- Mais rápido, - disse entre dentes. - Tem que fazer mais que isto para me satisfazer.
Seus olhos se aumentaram ao acelerar o ritmo, lhe obedecendo instantaneamente. Seus orifícios nasais se aumentavam, enquanto seus formosos seios se sacudiam
em suas mãos. Ele inclinou a cabeça para cima para poder jogar com seus mamilos, fofocando e lambendo-os, enquanto ela ricocheteava para cima e para baixo sobre
seu pau. Ele envolveu um de seus mamilos com seus lábios, lançando um gemido. A dura ereção que lhe produzia estava fazendo com que perdesse a cabeça com a quentura
que sentia.
Ontem, antes que ela o fizesse acabar pela primeira vez, Jesse tinha tirado o uniforme que tinha roubado de um guarda do cárcere, simplesmente porque a estufa
tinha esquentado muito a cabana. Não necessitava de muito para esquentar um lugar tão pequeno. Não pensou muito como reagiria Lynne ante isso, até que enlouqueceu,
pensando obviamente que ele tinha a intenção de violá-la ali mesmo.
Estava muito cansado para estar de pé, muito menos para forçar alguém a ter sexo. Mas ela não sabia.
Jesse tratou de dizer à Lynne que não tinha intenções de matá-la, mas cada vez que abria a boca para falar, ela lhe adiantava, primeiro com palavras frenéticas,
logo com uma mamada entristecedora. Depois disso, estava muito cansado para dizer uma palavra, considerando que não tinha dormido mais de uma hora inteira, enquanto
ela esteve doente.
Quando despertou, ela o tinha estado chupando, até deixá-lo duro, e novamente, o pensamento racional o tinha abandonado, e agora ele estava ali recostado,
com sua prisioneira boazuda e nua lhe agarrando a verga, enquanto ele atirava de um de seus largos mamilos.
Já estava muito perto de lhe dar seu leite pela segunda vez.
Sua cabeça caiu para trás sobre a cama, sua respiração estava entrecortada.
- Faça-me acabar, Lynne, - disse rouco e com o queixo apertado, soltou os seios e pôs as mãos detrás da cabeça, como se preparasse para ver um filme. - Que
comece sua atuação para mim, espreme sua concha bem forte contra meu pau, faz sacudir esses formosos seios.
Lynne fechou os olhos e seguiu suas instruções ao pé da letra, montou-o mais rápido, mais duro, ricocheteando sobre ele com um ritmo enérgico que fazia que
seus seios se balançassem para cima e para baixo, como ele gostava.
- Já quase, - disse com voz áspera. - te esforce para isso, Lynne, ganhe meu leite.
Ela mordeu o lábio inferior e o montou tão rápido que até não pôde evitar gemer brandamente.
Jesse supôs que, possivelmente, ela não procurava sentir prazer, e podia entendê-lo, dado o que ela pensava sobre o que lhe podia passar, mas seu ego necessitava
terrivelmente sentir que gozava.
- É tão sensual, - murmurou. - Eu adoro seu corpo. - Conteve a respiração ao sentir que sua montada se voltava incrivelmente mais vigorosa. - Que essas tetas
sigam balançando, disse com voz rouca.
Lynne choramingava enquanto o agarrava, sentindo obviamente a fricção contra seu clitóris. Ele queria que ela seguisse agarrando mais, até que não pudesse evitar
acabar-se, sem importar quanto se esforçasse, mas ele não podia postergar seu orgasmo nem um segundo mais.
Suas tetas sacudindo-se, sentir e escutar os sons de sua cálida e úmida concha agarrando-o, sua cara avermelhada, o colar de cão ao redor de seu pescoço...
Cada músculo do corpo de Jesse se contraiu e endureceu quando se preparava para acabar-se.
- Merda - murmurou, fechando os olhos. Apertou os dentes e estalou com um forte gemido, e seu quente esperma se disparou de sua verga, no que parecia uma interminável
corrente de sêmen. Lynne seguia ricocheteando sobre ele, sua deliciosa concha extraindo todo o leite que tinha para dar.
Quando teve terminado, quando suas bolas tinham sido totalmente esvaziadas, puxou o corpo de sua prisioneira para cobrir o seu o melhor que pôde, sua boca
procurando a dela para beijá-la. Irreflexivamente, em seu primeiro ato de rebeldia, Lynne deu volta a cara, lhe dando a bochecha.
Jesse fechou os olhos e suspirou, deixando passar seu primeiro ato de rebeldia, e ironicamente, o único que teve o poder de machucá-lo.
* * * * *
Lynne saiu arrastando-se da cama, depois que seu raptor dormiu, e chegou até onde o permitiu sua cadeia, até a cozinha. Parou diante da pequena janela, com
o corpo tremendo como uma folha, e olhou para fora ao vazio de neve, árvores e um nada.
Não tinha ideia de onde estavam, mas admitiu que em qualquer lugar que fosse, estava bem escondido do resto do mundo.
Até onde podia ver, havia só bosques invernais sobre o topo da montanha, não havia outras cabanas, não havia caminhos que sugerissem a existência de rotas,
não havia gente, não havia nada, nem sequer via um animal selvagem, embora supôs que provavelmente haveria alguns por ali.
É assombroso, quão rápido a vida pode dar um giro de cento e oitenta graus, pensou, suspirando, levantou a mão até o pescoço e acariciou distraidamente o colar
que tinha posto, o colar que fazia mais difícil, se não completamente impossível, que pudesse escapar.
Uma semana atrás decidiu começar uma nova vida, e já tinha conseguido uma, reconheceu Lynne deprimida, sem dúvida alguma. Não devia acontecer isso, pensou
tristemente, supunha-se que a vida seria melhor, não pior, depois de divorciar-se de Steve, tinha dado a seu ex-marido dez anos de sua vida, dez anos que não recuperaria
tudo para terminar como uma prisioneira nua, com um colar de cão e uma cadeia. Estava cansada e totalmente farta de ser humilhada pelos homens.
Lynne tinha sido criada como uma boa garota que seguia as regras, nunca tinha sido muito sociável, sempre foi do tipo tímida, e tinha se apaixonado por Steve,
muito provavelmente, porque foi o primeiro homem que tentou ajudá-la a sair da casca de ovo.
Foi uma esposa muito devota, foi fiel, trabalhadora, e tão total, que o só em recordar, fazia com que apertasse os dentes. Tudo o que recebeu em troca foi um
marido enganador, que abusou de sua natureza tímida para lhe tirar o que queria.
A vida na casa dos Temple sempre girou em torno de Steve, nunca de Lynne.
Fazer trinta e quatro anos fez com que algo despertasse dentro dela, como um urso adormecido que esteve hibernando por mais de três décadas, por que aos trinta
e quatro, não sabia. A maioria das pessoas tinha um despertar ao redor dos trinta ou dos quarenta, de qualquer maneira, apresentou os papéis para o divórcio, disse
ao Steve que fosse do apartamento, e partiu para Charleston, no dia que saiu o divórcio.
A vida parecia genial, Lynne se sentia genial. Dirigir pela rota interestadual a um novo destino tinha despertado uma esperança dentro dela que não sabia que
existia e logo veio o choque, e Jesse Redshaw, suspirou.
Não sabia o que pensar de seu raptor Jesse Redshaw. Era um violador em série, sim, mas de acordo com as notícias, também era um sádico. Um sádico não teria
desfrutado de seu sofrimento? Um sádico não teria querido vê-la morrer, ou ao menos lhe infligir mais degradação e sofrimento no ato sexual depois de salvá-la?
Respirou fundo e exalou lentamente. Possivelmente estava reservando esse "gostinho" para mais tarde, possivelmente desfrutava de todo o tempo que passavam
juntos, conformando-se com a tortura psicológica por agora, para fazer tempo, mas então, por que passaria sete dias cuidando-a, alimentando-a e curando-a?
Seu raptor era um enigma, um mistério.
O estômago rugiu, ressaltando o fato de que não tinha comido nada desde ontem. Abriu os dois pequenos aparadores da cozinha e suspirou de alivio, ao ver que
ainda estavam cheios de provisões até a metade. Duvidou por um curto instante, perguntando-se se comer sem permissão o faria zangar-se.
Finalmente, venceram-na os pontos de fome e procurou desesperadamente detrás das portas, decidindo fazer frente a qualquer repercussão possível mais tarde.
Lynne necessitava de energia, o que significava que necessitava de comida, de outra maneira, era impossível formular algum plano de fuga.
* * * * *
Quando Jesse despertou mais tarde essa noite, foi com a intenção de esclarecer coisas com Lynne. Não queria que se preocupasse por morrer,quando ele sabia que
não poderia lhe fazer nada semelhante. Duvidou que acreditasse nele, mas ao menos, a culpa deixaria de mordê-lo por dentro por não haver-lhe dito.
Tinha passado sete dias atendendo-a, até que se recuperou. Os primeiros cinco dias foram os mais penosos. Cuidar de uma mulher machucada,que tinha sofrido
um traumatismo na cabeça, requeria muitíssima energia. Fazê-lo, enquanto ainda tinha os grilhões postos, o tinha extenuado totalmente.
Mas durante esses dias, em que Lynne se recuperava, Jesse tinha começado a lhe importar de uma forma que não estava seguro de poder entender. Era a primeira
vez que uma pessoa dependia dele para tudo, desde alimentá-la, até limpar suas feridas e banhá-la.
Parecia uma bonequinha indefesa, e sua pequena estrutura fortalecia esta imagem, o único que se via como de uma mulher amadurecida em ,eram seus seios fartos
e bem desenvolvidos, e sua figura curvilínea. Isso era bem de mulher, e o tinha mantido mais duro que uma chave de ferro por uma semana inteira.
Se tivesse sido mais inteligente, não a teria trazido aqui. Teria alertado de algum jeito à polícia sobre uma mulher inconsciente, que jazia em seu veículo
e necessitava de atenção. Mas o hospital mais próximo estava a pelo menos três horas de distância. Diabos, o povo mais próximo, se podia chamar assim, estava a mais
de uma hora e meia de distância. Só Deus sabe quanto tempo teria passado até que alguém a encontrasse, se o obtinha, poderia já ter morrido então.
A decisão de trazer Lynne à cabana, que ninguém sabia que existia, não foi difícil. Ele era sua única esperança de sobrevivência, alguns considerariam uma
ironia.
Agora Lynne estava viva e bem, e Jesse queria que se desse,conta que não tinha nenhum desejo de trocar isso.
Quando despertou, tinha as melhores intenções, quando desceu da cama nu e duro como uma pedra, e viu sua prisioneira nua dobrada sobre uma pequena mesa de
cozinha, limpando-a. Mandou suas intenções ao demônio em um abrir e fechar de olhos.
"Merda", que bem se viam, as lembranças se apoderaram dele, vivas lembranças de sua concha estreita e quente apertando seu pau até que se acabou; lembranças
de suas coxas macias abertas sobre seu colo, suas sensuais tetas sacudindo-se enquanto o montava.
- O que está fazendo? - murmurou Jesse.
Lynne congelou de costas para ele. Deu-se conta de que a pergunta lhe saiu um pouco áspera, mas assim falava ele. Esperava que ela se acostumasse rápido a
isso.
-Só estava limpando...- Esclareceu sua garganta e falou um pouco mais alto. - Preparei algo para jantar e estava limpando a confusão que deixei. Deu a volta
lentamente, com seu sensual corpo nu à vista dele.
Ele queria lhe passar a língua por esse monte de pêlo púbico negro.
- Deixei um pouco de guisado de lata na fornalha para você... - Sua voz se apagou e seus olhos se aumentaram, quando seu olhar se desviou para sua ereção.
- Ah-, sussurrou.
Jesse a avaliou com o olhar, enquanto se aproximava até onde ela estava.
- O que você gostaria?, - perguntou em voz baixa. - Quer que vá à cama ou me ponha de joelhos?- disse ela.
Maldição, pensou, exalando, que homem não quereria escutar à mulher por quem se sentia atraído, fazendo uma pergunta como essa? Infelizmente, fazia difícil
concentrar-se na tarefa a que estava exposto...
Qual era a tarefa a que estava exposto?
Quando não lhe respondeu em seguida, ela deve tê-lo tomado como um mau sinal,pois seus olhos marrom-chocolate voltaram a demonstrar preocupação, embora, por
sorte, não tão séria como antes. Possivelmente Lynne se sentia menos nervosa em sua presença agora... esperava ele.
-Acredito que não é o suficientemente criativo, - sussurrou, afundou os dentes em seu lábio inferior de uma maneira adorável. - Acredito que não sou muito
boa para isto, posso me esforçar mais...
- Lynne, - interrompeu-a, enquanto passava a mão distraidamente pelo queixo coberto pela cicatriz. Tinha um assunto que atender aqui, possivelmente se voltasse
e desse as costas, e deixava de desejar seu corpo nu, poderia recordar que diabos era.
Suspirou enquanto fechava os olhos. - É muito boa para isto, - grunhiu. - Muito, muito boa, mas precisamos falar...
Sua voz começou a apagar-se ao ter a clara impressão de que era o único que mantinha a conversação.
Seus olhos se abriram rapidamente, grunhindo ao dar-se conta de que Lynne se moveu de lugar. Franzindo o cenho, deu meia volta para procurá-la.
- Entenda que temos que ...
Jesse tragou bruscamente, quando seu olhar encontrou Lynne que subiu na cama e se pôs na posição de quatro com a bunda para cima e a cabeça para abaixo.
- À merda... falar - terminou brandamente.
Apertou o queixo enquanto caminhava até a cama. Era muita tentação para um homem, muito mais para um com um grande apetite sexual, que tinha estado dentro
de uma mulher somente duas vezes em sete anos, e uma dessas duas ocasiões tinha sido esta manhã.
Jesse tinha sido completamente celibatário durante os últimos cinco anos, simplesmente porque não teve outra opção no cárcere, ou melhor dizendo, nenhuma opção
que queria experimentar. Os dois anos anteriores a isso, ele os passou com uma escura nuvem de suspeita pendurando sobre sua cabeça, o que fazia com que toda mulher
disponível da Flórida, Geórgia e provavelmente todos os Estados Unidos estivesse muito alerta a ele para considerar uma entrevista, muito menos ter sexo, exceto
por sua ex-noiva Jeannie, dormiu com ela uma vez.
- Espero que isto seja o suficientemente criativo, - sussurrou Lynne, captando a atenção de Jesse. - Meu ex-marido é o único homem com quem estive, além de
você - admitiu - e ele preferia ter sexo com outras mulheres e não comigo, por isso, não sou muito boa para isto.
Sua voz suave, unida a sua contundente honestidade, fez com que algo dentro dele se retorcesse.
- Seu marido era um cretino, - grunhiu. - merece que lhe arranquem as bolas...
Jesse se deteve na metade da frase, quando viu que o corpo de Lynne ficava tenso. Provavelmente supôs que queria cortar as bolas seu ex-marido ele mesmo, merda,
seguia piorando as coisas mais e mais.
- Bom-, disse em voz baixa, como refletindo. - Acredito que provavelmente sim, o merece.-
Ele levantou as sobrancelhas, resultou-lhe divertido, apesar do que Lynne pensava dele. A pequena Senhora Dócil lhe tinha dado permissão ao enorme e malvado
violador em série para que arrancasse as bolas do seu ex.
A pequena Lynne tinha uma nervura malvada, quem diria?
- Escute.- suspirou Jesse, finalmente recordando qual era a tarefa a que estava exposto inicialmente. - Há algumas coisas sobre mim que realmente precisa saber.
Afetam-lhe. E ao seu futuro...
- Ai, Meu deus, - disse Lynne em voz baixa. Começou a rebolar a bunda de uma maneira tão provocadora, que fez com que sua verga se endurecesse mais do que
era possível.
- Podemos falar do meu futuro, ou a ausência dele, mais tarde?
Ele franziu o cenho. Isso não era o que tinha querido dizer.
Com sua cabeça ainda encostada na cama, ela levantou a mão e usou seus dedos para abrir os lábios de sua concha.
A ele lhe ataram os músculos.
- Possivelmente ainda está estreita, - disse com voz esperançada. Levantou sua bunda mais alto, com a sua sensual e quente concha completamente à vista.
Esqueceu-se por completo da tarefa a que estava exposto, outra vez.
-Está me matando, - disse com voz áspera enquanto caminhava até a cama e tomava os lados da sua bunda redonda e deliciosa com as mãos abertas.
- Não é mentira, está me matando.
-Ai, não seria tão estúpida para tentar isso, - disse ela com dolorosa honestidade.
"Não é porque não o quisesse", pensou ele, "mas porque tina medo de que vivesse e se vingasse".
Ela soltou os lábios de sua concha.
Jesse perdeu o fio de seus pensamentos, hipnotizado ao olhar as pequenas e suaves dobras se fecharem lentamente. Tomou-a com as mãos, voltou a abri-la, e simplesmente
a observou. -"Maldição", adorava sua concha.
Lynne voltou a pôr as mãos sobre a cama para poder reclinar-se sobre os cotovelos. Atirou da cadeia sujeita a seu colar para dar-se mais espaço, logo meneou
a bunda novamente, fazendo que ele apertasse os dentes.
-Você gosta de fazer desta forma? - perguntou.
-Vi em um filme que meu marido me fez ver e eu...
- Não, - disse, possivelmente com muita brutalidade, - não fale de seu ex-marido.
Ela se paralisou.
- Perdão.
Jesse voltou a agarrar os lados de sua bunda, respirando com dificuldade.
- Eu adoro seu corpo, Lynne. Diabos, como eu adoro.
Possivelmente ela não soube o que dizer, mas dava o mesmo. O pensamento racional o tinha abandonado outra vez. Colocou a ponta de seu inflamado pau na entrada
de sua concha, com os orifícios nasais aumentados e se afundou em sua estreita concha com um gemido, colocando-o até o fundo.
- Sente-se tão boa, - elogiou-a roucamente enquanto começava a mergulhar-se nela. Fechou os olhos e desfrutou da sensação de estar dentro dela.
- Tão úmida e sensual. É a mulher mais sensual que conheci.
- Obrigada, - sussurrou ela.
- Levante seus quadris para mim-, disse ele entre dentes, aperte o meu pau com sua estreita concha.
Assim fez ela. E Deus santo, como o fez, nunca havia sentido uma concha assim de boa, ninguém tinha uma concha úmida, sugadora e estreita como a do Lynne.
Levantou seus quadris para trás, para ele, com movimentos frenéticos, sem poder evitar lançar um pequeno gemido, mas ele tampouco queria que se detivesse.
Apertou a queixada enquanto golpeava dentro dela, empurrando seu pau tão para dentro de sua concha como podia colocá-lo.
O som de carne se chocando com carne retumbou na pequena cabana, o ar se impregnou de aroma de sexo, os dedos de Jesse encontraram seu clitóris e o esfregou
com energia. Ela reagiu com um gemido mais alto e mais comprido e,desta vez, seguiu com movimentos contínuos de esfregação enquanto a agarrava, procurando que se
acabasse.
- Por favor, - ofegou Lynne enquanto levantava os quadris para ele. - acredito que estou a ponto de fazer algo e não sei o quê ai... isto eu não gosto!
Os olhos de Jesse se aumentaram levemente, enquanto seguia bombeando. -"Não podia reconhecer um orgasmo quando se aproximava? Se não, seu marido era um perdedor
pior do que tinha pensado".
Esfregou-lhe o clitóris com mais energia, agarrou-a mais intensamente, e o som de seus gemidos o fez grunhir como um animal.
- Nunca te farei mal - disse ele com voz rouca, enquanto seguia afundando-se em sua concha. - Está bem te permitir sentir, está a salvo.
- Eu... ai Deus isto se sente estranho, - ofegou.
- Permita-se levar, - disse ele entre dentes. Sua jugular se avultava enquanto se mergulhava em sua concha com embates rápidos como um raio. Esfregou seu clitóris
mais rápido, arrogantemente satisfeito, quando sentiu que sua concha se contraía de maneira reveladora.
- Eu... ahhhhhh, - gemeu Lynne. - Ahhhhh- Lançou seus quadris para trás, para ,ao acabar-se, sua concha aferrando-se e contraindo-se ao redor de seu duro pau.
- Merda -, murmurou Jesse, enquanto a agarrava mais duro. Sua concha se sentia tão endemoniadamente bem, tão estreita e tentadora, não queria que terminasse
esse momento, mas se deu conta que não podia postergar o inevitável por mais de uns segundos, não com sua concha ordenhando-o assim.
Grunhindo do fundo de sua garganta, tomou mais rápido, mais violentamente, bombeando como louco dentro dela, o som de sua concha sugadora envolvendo-o repetidamente
foi o que o desfez.
- Acabo-me, - ofegou, afundando e tirando seu pau. - Agora me acabo...-
Ejaculou com um bramido, seus músculos estavam tensos e brilhantes de transpiração, enquanto seu corpo se estremecia. Gemeu ao ejacular, e o leite quente saiu
disparado em sua estreita concha, enquanto continuava investindo-a.
- Lynne, - grunhiu, adorando a maneira em que jogava seus quadris para atrás para extrair todo seu leite. - Lynne... merda.
Quando terminou, quando Jesse tinha paralisado na cama, esgotado e exausto, os dois aí recostados ficaram estranhamente calados, as costas dela apertadas contra
o peito dele, passaram vinte minutos até que algum deles moveu um músculo, e mais até que falaram.
- Jesse? - sussurrou Lynne.
Ele sentiu as tripas tremerem. Era a primeira vez que ela o chamava pelo nome.
- Sim?
- Quis dizer o que disse? Sobre não me machucar, digo?
- Sim, - respondeu ele imediatamente, suspirou. - Lynne, não vou machucar ninguém, muito menos você.
Ela ficou calada por um momento.
- Obrigada, disse brandamente.
Ele grunhiu.
- Descansemos um momento - Apertou-a brandamente pela cintura com seu musculoso braço envolto ao redor dela. - Logo falaremos.
Capítulo 5
Lynne observou como Jesse devorava o que ficava do guisado de carne. Ela se sentia pasmada desde seu encontro sexual anterior, com os pensamentos e as emoções
revoltas. Teve seu primeiro orgasmo e finalmente soube o que era o prazer do sexo.
Era bastante vergonhoso ter trinta e quatro anos e admitir que nunca tinha experimentado o clímax, pois tinha sido criada tão endemoniadamente protegida enquanto
crescia e a masturbação nunca formou parte de seu repertório sexual. Ela tinha decidido que isso mudaria, junto com todo o resto, ao chegar a Charleston. Devia ter
tido seu primeiro orgasmo ali... não aqui.
-"Meu primeiro clímax"- pensou. "Esta deve ter sido uma das melhores noites da minha vida". - Mas em troca se sentiu confundida e envergonhada, pois nunca teve
um orgasmo com seu marido e mas sim, em troca, com um assassino e violador em série. Não seria fácil viver com isso.
Em conseqüência, Lynne se debatia entre a irritação e a descrença; irritação porque seu primeiro orgasmo tinha ocorrido em circunstâncias horríveis; descrença
de que tivesse ocorrido.
Steve lhe havia dito que era frígida e, aparentemente, não era, mesmo assim,teria preferido descobrir esse dado sobre si mesma em particular, em outras circunstâncias
e não nas que se encontrava neste momento.
Com os orifícios nasais aumentados, Lynne levou a panela com guisado de carne até a mesa da cozinha, onde Jesse estava sentado. Serviu-lhe uma porção abundante,
recusando estabelecer contato visual enquanto o fazia.
As sobrancelhas dele se juntaram lentamente.
- Obrigado, - murmurou.
- Por nada, - respondeu claramente, enquanto voltava a levar a panela até a fornalha e a apoiava com um forte ruído.
Seu raptor esteve calado por um longo momento, embora ela tivesse sentido seus olhos penetrando suas costas.
- Quer me dizer o que acontece? Perguntou-lhe com seu acento miserável.
Suas costas se endureceram ali onde estava, frente à cozinha.
- Como se realmente te importasse, - replicou.
Lynne supôs que lhe falar dessa maneira não era o mais inteligente no momento, mas estava muito bem para se preocupar; mais tarde se preocuparia, possivelmente,
quando a estivesse estrangulando, e iria lamentar cada palavra, mas, por agora, se sentia endemoniadamente bem.
Ele grunhiu.
- Me diga o que acontece, Lynne. Não brinque comigo.
Ela deu volta para olhá-lo, seu comprido e escuro cabelo lhe caía em cascata sobre o ombro, estava cansada de ter medo, estava farta de ser uma vítima, toda
sua vida, absolutamente toda, pois se não era um homem que a machucava, era outro.
-Por que me fez isso? - desabafou. - Por quê?
Os olhos dele aumentaram, quase imperceptivelmente, não entendendo sobre o que estava falando.
- Sinto muito- murmurou ele. - Você merecia que isso te acontecesse pela primeira vez com qualquer outro homem, não comigo. - Suspirou, desviando o olhar. -
Sinto muito.
Lynne piscou, surpreendida. Esperava que se zangasse, não que se desculpasse. Francamente, não sabia o que pensar da situação, e apesar disso,nunca diria isso
em voz alta, essas palavras tinham muito valor.
- Obrigada, - sussurrou ela. Confundida, deu a volta lentamente, sem piscar, para olhar para a fornalha.
Não estava segura de querer seguir com a conversação, mas não podia deixar de se perguntar, se este não seria o momento ideal para fazer as perguntas de que
necessitava. Agora, que ele parecia estar suficientemente de bom humor, por sua mente passavam um milhão de idéias competindo por sua atenção, a mais proeminente,
entretanto, era se ele planejava deixá-la ir da cabana, alguma vez. Queria perguntar, mas tinha medo. Estranho como era, não estava tão assustada de que Jesse a
machucasse por fazer a pergunta em princípio como o estava da resposta.
E se ele dissesse que não poderia sair alguma vez? Então o quê?
-Disse-me que falaríamos mais tarde - protestou Jesse - Já é mais tarde, falemos.
Lynne fechou os olhos e respirou para se estabilizar.
- Do que quer falar? - perguntou ela, ainda lhe dando as costas.
- De você, - disse simplesmente. - Sei que deve estar se perguntando quanto tempo ficarei contigo.
Aparentemente era psíquico, pensou ela com tristeza, enquanto os batimentos do seu coração se aceleravam. Sim, queria saber, mas e se a resposta era uma que
não queria escutar? Deu a volta para olhá-lo, com olhos selvagens.
- Por favor, - sussurrou. - Acredito que ainda não estou pronta para falar disto.
- Lynne...
- Supunha-se que ia começar uma nova vida, - interrompeu ela, dirigindo-lhe um sorriso tremente. - Estava conduzindo para minha nova vida, quando me choquei
com essa árvore. Agora minha vida consiste em ser uma prisioneira nua, que tem um colar posto de cão e uma cadeia.
Ela fechou os olhos e esfregou as têmporas. - Não acredito que possa suportar escutar nada mais já.
Os olhos dele se esgotaram.
- Esta nova vida envolvia algum homem?
Seus olhos se abriram rapidamente. O que tinha que ver isso com o resto?
-Um homem? - perguntou perplexa, sem saber por que a resposta lhe parecia tão importante. - Não. - Meneou lentamente a cabeça. - Comprei minha primeira casa,
em Charleston, queria reconstruir minha vida em algum outro lugar depois do divórcio.
Isso pareceu apaziguá-lo.
- Já vejo-, disse com voz cavernosa.
Silêncio.
- Eu não matei essas moças, Lynne, - disse Jesse brandamente, tomando-a por surpresa.
Os olhos dela aumentaram
- Nem tampouco as violei. Sei que não me acreditará e por isso nunca me incomodei em lhe dizer isso, porém agora lhe digo isso de qualquer maneira.
Havia tanto silêncio, que poderia se escutar o ruído de um alfinete se caísse ao chão. Estava tão aturdida que tudo o que pôde fazer foi ficar parada e boquiaberta.
Não sabia o que pensar da confissão dele. Ela queria acreditar nele. Por Deus, como queria acreditar!
Por que lhe dava esperanças, onde havia tão pouca? Esperanças de que o que disse fosse verdade; de que nunca a machucaria; esperanças de que poderia sair viva
dali algum dia.
Seu olhar rastelou seus rasgos sombrios e masculinos, até sentado, sem fazer nenhum movimento para tocá-la. Jesse Redshaw se via como um deus gigante e vingador,
os músculos de seus braços se avultavam sem fazer mais que movê-los. Era alto e enorme e sólido e... bom, estava segura de que tinha força para tirar outra vida,
mas a verdadeira pergunta era se o faria.
- Todos os homens sentados detrás das grades são inocentes, segundo eles mesmos- murmurou Jesse enquanto passava uma mão distraidamente por seu cabelo raspado.
- Diabos, isso eu sei. Esse é um dos motivos pelo qual sabia que ninguém me acreditaria jamais, nem meu próprio maldito advogado me acreditava, então tive que me
fazer acreditar por mim mesmo.
Sua voz se apagou até ser um murmúrio, sua expressão era distante.
- Não passarei o resto de minha vida detrás das grades por coisas que nunca fiz, Lynne. Nunca disse que fui um santo- Sacudiu um pouco a cabeça. - Mas matar
uma mulher? Impor-me fisicamente a outra pessoa? Não, isso não posso fazer.
O coração dela golpeava tão dramaticamente que parecia que ia sair do peito. Não sabia em que acreditar. Sentia-se desnorteada, pois ele tinha salvado sua
vida, sim, mas também a estava retendo contra sua vontade. Uma boa ação não fazia um homem inocente e, entretanto...
-O que aconteceu? -Lynne se escutou perguntando brandamente. - Se você não o fez, então quem foi?
Jesse franziu o cenho. Seu penetrante olhar verde encontrou o dela.
- Não sei, mas se quisesse saber, tudo o que sei é que eu não fui eu.
Ela não disse nada mais. Não sabia o que dizer. Seguiu um silêncio que pareceu interminável, até que ele falou de novo.
Jesse suspirou, ficando de pé e caminhando para afastar-se da mesa.
- Tenho um fetiche com a escravidão, - admitiu cortante. - Fetiche é uma palavra desagradável, que em realidade, não significa outra coisa que algo que excita
uma pessoa. O que me excita é dominar sexualmente a mulher com a qual estou. Não, é mais que me excitar com isso... Eu adoro, anseio-o.
Ela desviou nervosamente o olhar.
-Desde o dia em que roubei uma revista pornô do meu velho e vi imagens de mulheres atadas ou de joelhos submetendo-se a um homem, soube que isso era o que
queria. Não posso explicar melhor o porquê me atraem as castanhas. É assim. Não sei se me entende.
Lynne voltou a olhar para onde estava parado. Seus olhos escuros rastelaram distraidamente por seu poderoso corpo nu, antes de procurar sua cara.
Jesse se desabou ruidosamente na cadeira da cozinha.
- Então, quando cresci e desenvolvi relações com mulheres, procurei isso. Não era discreto sobre o tema tampouco e se a uma mulher com a qual saía não gostava
disso, não durávamos muito. Também eu gosto de ter sexo regular, mas fazê-lo assim todos os dias, não me resulta tão gratificante.
Lynne enrugou a frente. Não entendia exatamente o que tinha que ver isto com o tema que estavam tratando. Suas próximas palavras, entretanto, esclareceram
um pouco mais o panorama.
-Todos os detetives de delitos sexuais que existem, sabem que a maioria dos predadores sexuais se sentem atraídos pela escravidão. Geralmente, quando prendem
estes sujeitos, a polícia confisca muitas revistas de escravidão e pornô de escravidão da casa do delinqüente. - Ele franziu o cenho. - Praticava a escravidão, não
o ocultava. Parecia-me com o retrato falado que fez o desenhista da polícia e não tinha um álibi para duas das violações. - Suspirou. - A polícia somou dois mais
dois, mas deu cinco.
Lynne respirou fundo e exalou lentamente, com um caos na cabeça. Entendia por que a polícia fez uma correlação como essa. Também entendia por que podia estar
equivocada, como o sorvete e os roubos domiciliários.
Estatisticamente, a gente poderia concluir que os dois tem uma correlação direta, porque os roubos domiciliários aumentam nos dias em que as vendas de sorvetes
sobem. Estão relacionados, sim, mas um não é a causa do outro.
Há uma terceira variável que entra em jogo e explica ambos: no calor, os roubos sobem tanto quanto o clima os permite, igual às vendas de sorvete.
Usando essa lógica, as fantasias escravistas e os crimes sexuais estavam relacionados, mas não se poderia concluir que alguém que pratica o escravismo, também
cometeria um delito sexual; como tampouco se poderia dizer que todos os ladrões se detêm para tomar sorvete, depois de roubar um televisor.
Mesmo assim, por muito que ela quisesse que fosse diferente, isto não fazia com que Jesse fosse inocente.
-Como explica o fato de que não houve mais assassinatos relacionados, desde que o prenderam? -, sussurrou Lynne.
Jesse meneou lentamente a cabeça.
- Não sei, - murmurou, seu olhar tropeçando com o dela. - Por isso não houve possibilidades de que me deixassem livre. - Ele franziu o cenho. - Possivelmente,
houve mais assassinatos e ainda não encontraram nenhum corpo, ou melhor, o sujeito se mandou quando me prenderam. Deu-se conta de que seria melhor se saísse de campo,
antes que a polícia descobrisse que eu não fui. Não sei, Lynne, de verdade, não sei.
Silêncio.
Jesse voltou a ficar de pé, caminhando em direção contrária à mesa.
- Sei que não acredita, - murmurou, enquanto caminhava para o pequeno dormitório a uns metros de distância. - E não tem que fazê-lo, porque não importa.
Parecia que se importava, mas não disse nada. Seu olhar o seguiu até a cômoda vazia onde não havia nada guardado mais que o uniforme da prisão e o que ficava
da roupa que cortou para tratá-la, enquanto estava ferida e inconsciente. Olhou-o pegar o macacão, os músculos de suas costas se avultavam ao inclinar-se.
-Sei que a grande pergunta para você é quando diabos poderá ir daqui! Tenho que pensar ainda.- Disse enquanto fitava o descolorido macacão azul. - Você não
sabe exatamente onde estamos, mas tem bastante idéia, se te deixar ir, que arrisco-me a voltar para o cárcere, que é um risco que não quero correr.
Lynne fechou os olhos e respirou fundo.
- E se te dissesse que não te delatarei? - perguntou ela. Abriu os olhos e o viu levantar a tocha que usaria para cortar mais lenha para a estufa. - Se te
prometesse que não direi uma palavra?
Jesse se deteve frente a ela, com a enorme tocha apoiada sobre seu ombro.
- Diria que sabe o que se sente ser eu.
Ela negou com a cabeça.
- Não entendo...
Seu olhar encontrou o dela e se manteve assim.
-Não importa o que faça, - disse brandamente, - E não importa o que diga, nunca acreditarão em suas palavras.
Seus olhos aumentaram ao vê-lo abrir a porta da cabana e caminhar para a fria noite invernal.
Capítulo 6
A semana seguinte foi cheia de emoções tumultuosas para Lynne, seu raptor começava a lhe importar, e isso não era nada bom.
Jesse Redshaw era um homem que tinha sido encarcerado por cometer atos horríveis em sua vida, atos tão terríveis que seu estômago não suportava sequer pensar
neles, entretanto, não podia negar que começava a ter sentimentos para ele, não podia detê-los, não importa quanto o tentasse.
Ele era bom, amável com ela, era o homem que lhe salvou a vida, o homem que lhe proporcionou um orgasmo pela primeira vez, e muitas outras vezes depois disso.
Era difícil conciliar o "seu" Jesse com o outro Jesse, que se supunha, deveria estar atrás das grades e condenado à morte na Flórida. É óbvio! as segundo o
homem em questão, não havia nada que conciliar.
Lynne estava parada na cozinha preparando o jantar, e olhava pela janela de tanto em tanto o "seu" Jesse, que cortava lenhas e raminhos, embora fizesse frio
lá fora, a transpiração fazia brilhar os músculos, enquanto levantava repetidamente o enorme machado sobre a cabeça e a baixava.
- Jesse... -suspirou ela, - ...um completo enigma.
Três dias atrás tinham caminhado até o lugar onde ele tinha escondido seu veículo sob a neve e a folhagem. Tiraram suas malas e vários objetos pessoais dali.
Desse modo,, agora, pelo menos tinha roupa para vestir, mas seguia com o colar e a cadeia. À noite, ele gostava que dormisse nua.
Encontrou algumas coisas velhas de Steve, que nem sabia que havia trazido e estavam na caminhonete. Assim, Jesse não teve que escolher mais entre estar nu
ou vestir o macacão da prisão. Não que ela se importasse por ele estar nu,mas de fato, parecia ser seu vestuário favorito, dado o tempo que passava assim.
Uma coisa era segura: adorava o sexo. Muito, muito sexo. Lynne o tinha feito mais vezes na última semana do que durante todo seu matrimônio com Steve. Cada
vez que se voltava pra ele, Jesse tinha esse olhar nos olhos, um olhar que dizia que daria algo por estar dentro dela. Supôs que parte disso tinha a ver com a recuperação
do tempo perdido, mas suspeitava que mais que nada era, simplesmente, porque gostava de fazê-lo.
Parecia deleitar-se com todos os aspectos do sexo, mas podia afirmar que desfrutava, especialmente, de fazê-la gozar verbalmente, ao menos uma vez ao dia,
embora quase sempre era antes de ir à cama. Ele a olhava como dizendo: Posso? Por favor? Imediatamente estava de costas, ofegando e gemendo enquanto sua boca chupava
seu clitóris com entusiasmo.
Lynne nunca disse não ao sexo, nem tentou lhe dizer que não a ele. A princípio, seu motivo principal foi o medo, medo de que ele se zangasse e a machucasse,...
ou pior, mas agora já não sabia.
Queria acreditar que ela se despia imediatamente e o mamava e que tinham sexo quando seus olhos tinham esse olhar acalorado, porque ele tinha o controle. Queria
acreditar nele, mas não sabia se essa visão dos fatos era precisa ainda.
Lynne se sentia chocada por pensar que podia se apaixonar em duas semanas -uma das quais passou inconsciente!- por um assassino e violador em série.
Mas, por outro lado, Jesse afirmava ser inocente.
Ela não queria ser uma dessas que acreditam inocentemente em tudo o que lhe dizem, mas tampouco queria ser tão incrédula ao ponto de não entrever outras possibilidades.
Um jurado o tinha condenado. Mas, tinha razão o jurado?
Recordava o suficiente, o caso Jesse Redshaw, como para se lembrar de que tinham encontrado sangue em um das cenas do crime... e que não tinha coincidido o
tipo nem com o sangue de Jesse, nem com o da vítima. Como a pequena mancha foi encontrada no automóvel da vítima, o investigador explicou que podia pertencer potencialmente
a qualquer que tivesse subido no automóvel e se espetou com um alfinete. Isso não implicava que pertencia ao assassino, disseram.
Finalmente,o homem parado lá fora, cortando madeira, tinha sido condenado à morte sobre a base de uma cicatriz e uma preferência sexual pela escravidão. Seria
isso suficiente para declará-lo culpado?
Lynne recordou também o clima social na Flórida nessa época: As mulheres estavam assustadas; os pais tinham medo de deixar que suas filhas saíssem da casa;
o público queria uma condenação, e a queria para ontem.
Culpar esse Redshaw foi à conseqüência natural?
Lynne afundou os dentes em seu lábio inferior, já não sabia mais nada. Não queria acreditar simplesmente, porque a fazia sentir melhor em fazê-lo, mas tampouco
não queria descrer, simplesmente porque era mais fácil que lhe dar o benefício da dúvida.
Uma cicatriz e um fetiche escravista, suspirou, tudo se reduzia a uma cicatriz e um fetiche escravista.
Lynne foi a receptora da marca de escravidão sexual de Jesse por várias vezes na última semana. Ele não mentiu para ela quando lhe disse, sete dias atrás,
que as imagens de submissão feminina o excitavam muitíssimo. Suspeitava que, apenas em ver o colar que levava,esquentava-o.
Muitas vezes sustentou suas mãos sobre a cabeça, enquanto tinham sexo. Por duas vezes, perguntou-lhe se poderia atá-la e quando lhe disse que não, aceitou
sua decisão de boa vontade.
Nunca fez com que ela se sentisse obrigada a satisfazê-lo, sem que sentisse confiança suficiente nele para fazê-lo. A noite anterior foi uma dessas vezes.
Com seu pênis ereto enterrado profundamente nela, olhou-a com as pálpebras pesadas.
- Confia em mim o suficiente? -murmurou Jesse, fez girar seus quadris e afundou sua dura verga um pouco mais.
Lynne ficou sem fôlego, logo procurou seu olhar.
- Não estou preparada, estou confundida em relação ao que sinto, - sussurrou. Seus olhos lhe imploravam compreensão.- Meu coração acredita em você, mas minha
cabeça...
Jesse dobrou o pescoço para beijar a ponta do seu nariz, antes de voltar a olhá-la.
-Ei, - disse brandamente, - eu me conformarei com o que você queira me dar.- Os intensos olhos dele procuraram os seus. - E dos dois, prefiro seu coração,
de todas as formas.
Algo na proximidade do mencionado coração se retorceu.
- Obrigada por compreender...
Ele gostava da escravidão sexual, adorava a escravidão sexual. Jesse nunca lhe mentiu sobre isso. Mas, infligir dor a um semelhante? Podia afirmar com total
honestidade que ele não parecia o tipo de pessoa que desfrutasse disso. Só podia recordar uma vez que a fez uivar por uma cotovelada sem querer nas costelas, quando
se voltou rapidamente, e não se deu conta de que ela caminhava detrás dele. Desculpou-se profusamente, parecendo estar mais chateado que ela.
Lynne fechou os olhos e respirou fundo. Isso era tão endemoniadamente confuso.
- Ei, está bem?.
Seus olhos se abriram rapidamente. Girou sobre seus pés descalços para olhá-lo.
- Não te escutei entrar - disse em voz baixa.
Jesse estava a uns poucos metros de distância, seu torso nu reluzindo com transpiração, e a olhou como se tratasse de adivinhar seus pensamentos.
- Você parece como se tivesse perdido sua melhor amiga, - disse lentamente,
Deixou a tocha ao lado da porta de entrada da cabana.
- Há algo que queira falar?
Ela negou com a cabeça, logo voltou-se para a janela da cozinha.
- Estava pensando em algumas coisas e é tudo.
Ele ficou calado por um bom momento.
- Sobre as violações? - perguntou brandamente enquanto caminhava para ela.
Lynne deu de ombros, de costas para ele.
- Sim. Isso e outras coisas.
Jesse suspirou, não disse nada a princípio. Simplesmente pôs as mãos sobre os ombros dela.
-Não te dei muito tempo para isso, verdade? Para pensar, digo.
Quando ela não disse nada, apertou brandamente seus ombros para que soubesse que estava bem.
-Tome todo o tempo de que necessite, Lynne. Estarei aqui quando houver resolvido as coisas.
Ela enrugou o cenho.
- O que quer dizer?
-Não deveria te pressionar para ter sexo, - murmurou. - Não até que tivesse certeza de que queria fazê-lo comigo.
-Você nunca me pressionou, - sussurrou ela.- Não é isso, é só que estou tão endemoniadamente... confusa, -admitiu.
Silêncio.
- Ao menos está considerando, - decidiu ele. - Isso é mais decente do que nunca tive de alguém alguma vez.
Lynne deixou cair os ombros.
- Sinto muito, eu...
-Não o sinta, - interrompeu Jesse. - Seria muito estúpida se não se sentisse cética. Apertou brandamente seus ombros outra vez, logo foi se banhar.
- Tome todo o tempo que for preciso.
Capítulo 7
Duas noites depois...
Jesse despertou no meio da noite com uma dolorosa ereção, recostado sobre suas costas, com as mãos atrás da cabeça, exalou enquanto ele e seu pau olhavam ao
teto.
Não tinha movido um dedo para tocar em Lynne nos dois últimos dias. Era o correto, consolou a si mesmo. Era o correto, mas também o mais difícil, pois só de
pensar em sua estreita e sugadora concha, ficava duro como uma rocha, e esses mamilos...
Franziu o cenho, dizendo a si mesmo que não devia chegar a isso.
Algo bom tinha resultado nos dois últimos dias sem sexo. Entretanto, mesmo que ela não acreditasse no seu relato, estava bastante seguro de que Lynne acreditava
que ele não a machucaria e isso era bom, um bom começo.
A parte má, era que duvidava que a pequena e sensual Lynne pudesse começar a se antecipar às suas necessidades sexuais outra vez, como estava costumando fazer,
especialmente agora, que não tinha mais medo de que a cortasse em mil pedaços. Aceitou tristemente que quase desejava havê-la deixado viver com essa terrível fantasia.
Mas isso não teria estado bem,pois já tinha sofrido mentalmente o suficiente e não queria lhe fazer sofrer nada mais.
Jesse se deu conta de que Lynne tinha que resolver mais, que somente as questões sobre o passado dele e se deveria acreditar nele ou não. Também tinha que
resolver a realidade do momento, a realidade de seu confinamento.
Ele sabia que ela não queria ser forçada a ficar na cabana com ele; o que ela não entendia, era que ele tampouco queria mantê-la aqui contra sua vontade. Ele
queria que ficasse, é certo, mas porque ela o desejasse, algo que sabia que não aconteceria jamais.
Cuidá-la durante todos esses dias, sem saber se viveria ou morreria, tinha mudado algo em seu interior. Por muitos anos não se permitiu sentir nada por ninguém,
não desde o dia em que Jeannie tinha aparecido durante o dia de visita no cárcere do condado para romper o relacionamento entre eles.
Havia-lhe dito que não acreditava nele, que se parecia muito com sujeito do retrato falado, que não testemunharia em seu favor, que não aceitaria suas chamadas,
nada, tinham terminado.
Ver Jeannie ir embora foi como uma punhalada nas tripas. Se não acreditava nele , tinha poucas esperanças de que alguém mais o fizesse e, é obvio, teve razão,
ninguém acreditou. Ninguém acreditava nele agora.
Depois disso, Jesse se fechou por completo.
Na prisão, não havia como se aproximar de alguém, a menos que gostasse do pão com manteiga pelo cú, e ele não. Fechar-se foi mais fácil, até que conheceu Lynne.
Quando a tirou da caminhonete destroçada, ela já estava inconsciente, sua cabeça tinha um golpe bastante sério, e pelo corte que tinha, suspeitou que foi outra
coisa além do airbag, Não pensou que sobreviveria naquela noite, mas o fez.
Cuidou-a bem. Observou-a tão vigilantemente como um cão guardião e só se afastou dela o suficiente para caçar algo para comer e cortar lenha para a estufa.
Dois dias mais tarde, ela começou a voltar a si por breves lapsos de tempo. Ele pensou que Lynne não se recordaria muito disso, ou de nada absolutamente, porque
tinha estado delirando com febre e não foi consciente de onde estava até o quinto dia.
Jesse estava agradecido de que ela não podia se recordar desses primeiros dias, porque estava bastante seguro de que Lynne teria uma pior imagem dele, caso
fosse possível.
Se soubesse que havia tocado nela intimamente, não a tinha penetrado nem nada disso, mas lhe tinha chupado os mamilos, um ato nada bonito para fazer a uma
mulher inconsciente e sabia que não tinha desculpa. A única coisa que podia dizer em defesa própria, era que havia sentido muita ternura para com ela enquanto a
cuidava, e que fazia realmente muito tempo que não estava perto de uma mulher nua... e seus mamilos eram tão duros e...
Suspirou.
Não tinha desculpas para todas as coisas que um violador sentenciado, que proclamava ser inocente, tivesse feito. Essa deve ter sido a eleição mais estúpida
que tinha feito jamais.
Jesse estava recostado na cama, seu pênis inflamado palpitava pedindo alívio, mas não tocou a si mesmo, não se masturbaria com Lynne deitada ao lado dele,
pois pareceria um pouco desrespeitoso. Além disso, pensou tristemente, ele a desejava. Não à sua própria mão, pois já tinha tido suficiente de sua mão na prisão,
para que lhe durasse toda a vida.
"Merda! Preciso me descarregar", pensou Jesse, enquanto se levantava da cama, apertando os dentes. Estava tão endemoniadamente duro, que lhe doía.
Tão silenciosamente como pôde, caminhou com arrogância até a pequena cozinha da cabana e se serviu de um copo de água da pia, tragando-o rapidamente. O líquido
fresco aliviou sua garganta seca. Infelizmente, não fez nada para aplacar sua furiosa ereção.
-Jesse?
Escutou Lynne chamar brandamente. Sua voz estava atordoada de sono.
- Tudo bem?
Ele suspirou.
-Sim. Volte a dormir, - murmurou.
Quando se voltou, entretanto, viu que ela estava sentada, seus olhos se aumentaram um pouco ao ver sua ereção. Ele franziu o cenho, voltando-se para olhar
a pia.
- Volte a dormir, Lynne.
Houve silêncio por um longo momento, tão longo, que na realidade, acreditou que tinha feito caso ao seu conselho. Mas surpreendeu-se ao escutá-la esclarecer
a garganta delicadamente, anunciando que estava parada atrás dele.
Jesse levantou a cabeça e a olhou por sobre seu ombro.
Ela ruborizou um pouco e olhou para outro lado, até que lentamente encontrou seu olhar.
-Do que você gostaria? - perguntou em voz baixa. - Quer que vá à cama ou me ponha de joelhos?
Sua ereção começou a pulsar novamente. Exalou. Depois voltou-se para olhar pela janela.
-Disse a você que não a machucaria, Lynne, - murmurou. - Não tem que ter sexo comigo para ganhar minha aprovação. Você a tem, desde o primeiro momento em que
te vi.
Silêncio.
- Do que você gostaria? - sussurrou Lynne. - Quer que vá à cama ou me ponha de joelhos?
Jesse ficou paralisado. Sua cabeça girou lentamente, até poder olhá-la fixamente. Seu intenso olhar verde rastelou seu corpo.
-A cama, - disse com voz rouca.
Lynne assentiu com a cabeça, deu meia volta, caminhou até a cama, subiu nela, recostando-se e abrindo bem suas pernas, esperando-o.
-Creio que...?- Ela sorriu um pouco nervosa. - Possivelmente poderia me fazer, sabe o quê, de novo?
Girou todo o corpo para olhá-la. Seu pênis duro contra o umbigo. Ela estava acostumada a ser tão educada em suas palavras, que até lhe resultava difícil pedir
que a comesse. Ninguém, mas ninguém o punha tão duro como Lynne.
-Você está matando, - disse com voz profunda, enquanto caminhava lentamente para a cama. - Demônios, está me matando.
Meio temeroso de que ela mudasse de opinião, e muito desejoso de tocá-la, Jesse ficou de joelhos com um movimento rápido como um raio, logo mergulhou de cabeça
em sua concha para fazer você sabe o quê.
Ela ficou sem fôlego, tal qual o fazia sempre. Ele gemeu das proximidades de seu buraco, cobrindo-o com sua boca e chupando-o vigorosamente.
- Ah..., - disse Lynne em voz baixa. Levantou um pouco seus quadris, oferecendo-lhe um melhor acesso à sua carne. Seus orifícios nasais aumentaram, enquanto
a chupava mais duro.
Jesse usou as mãos para separar os lábios de sua concha e logo envolveu seu clitóris com seu cálida boca. Ela gemeu forte enquanto ele a chupava,enquanto suas
pernas tremiam, já quase acabando-se.
- Ah..., - disse sem fôlego, e sua cabeça caiu para trás. Agarrou-lhe a cabeça e passou os dedos por seu cabelo, apertando-lhe a cara contra sua concha. Ela
gemia enquanto ele chupava, e esse som o excitava, fazendo-o grunhir contra seu clitóris.
Sua reação ao lhe tocar, deu esperanças de que queria ficar com ele. Sabia que nunca aconteceria, mas ninguém disse que os sonhos eram realistas.
- Jesse-, Lynne gemeu guturalmente. Suas coxas tremiam reveladoras a cada lado de sua cabeça,e ele grunhiu em sua concha, enquanto chupava impiedoso seu clitóris.
-Ai, Meu deus! - gemeu, e seu corpo se convulsionou ao acabar-se para ele. - Ai, Meu deus! Ai, Meu deus!
Quando ela se acabou por completo, ele respirava com dificuldade e se sentia inebriado. "Que diabos, se era a mulher mais sensual sobre a que tinha posto os
olhos".
Parou lentamente, imponente para Lynne de onde estava recostada na cama, com seu pênis ereto e desejando-a. Ela o olhou questionadora, como se perguntasse
por que não a tinha montado ainda.
Ele a olhava intensamente com seus rasgos sombrios.
- Está segura de que me deseja? - perguntou com voz áspera. - Diga-me isso agora, porque não poderei me deter, uma vez que suba em cima de você.
Sua voz despia sua emoção, sua esperança, sua luxúria, sua... vulnerabilidade.
Lynne tragou saliva. Ela sabia que não falava somente de sexo, falava de tudo.
- Desejo-te, - sussurrou ela. - Estou segura.
Estava segura. Nunca tinha estado mais segura de algo. Conhecia Jesse, e mais,... também acreditava nele. Outras pessoas podiam pensar que era tola, mas não
lhe importou. Já tinha tomado uma decisão, escolheu ter fé no único homem que não lhe tinha demonstrado mais que amabilidade, bondade, e cuidados: Jesse Redshaw.
Seus olhos verdes eram tão intensos, que se ela não o conhecesse, teriam-na assustado. Ele se recostou sobre ela, seu corpo grande e musculoso a cobriu, acomodou-se
entre suas coxas, enquanto usava sua mão calosa para dirigir a cabeça de seu duro pênis para sua carne espectadora.
-Senti tua falta,- disse com voz profunda e as pálpebras pesadas.
- Eu também senti saudades. - Ela sorriu brandamente, enquanto passava suas mãos por seu peito duro e bem contornado e rodeava seu pescoço.
- Confia em mim, Lynne? - murmurou.
Ela procurou seu olhar.
- Sim... de verdade, sim. - Ela sabia o que ele queria, e estava pronta para dar-lhe, um pouco assustada, mas mais que nada nervosa pela emoção. Lynne soltou-lhe
o pescoço e, reveladora, pôs os braços sobre sua cabeça.
Jesse estacou.
- Está segura, coração? - perguntou com voz rouca.
Ela podia sentir sua pré-ejaculação umedecendo as dobras de seus lábios, que seu pênis golpeava.
Ela assentiu com a cabeça. Seu coração golpeava como louco, mas se deu conta de que queria fazer isto para ele, era mais que um ato sexual, simbolizava uma
fé total na ideia de que ele nunca a machucaria... ou a nenhuma outra pessoa.
- Completamente. Estou preparada, Jesse.
Ele exalou. - Nunca estive tão duro em minha vida.
Levou dez segundos para tirar a roupa, pegar duas camisetas e enrolou um objeto ao redor de cada pulso, para acolchoá-los, e logo a atou aos dois postes da
cama. Ele a olhou nos olhos quando subiu sobre ela novamente, era dominante, mas amoroso.
Lynne podia imaginar muito bem como ele a via, ela era a personificação de todas as fantasias de submissão feminina que tinha tido, desde que teve idade para
pensar nessas coisas: tinha um colar de cão com cadeia ao redor do pescoço, suas mãos estavam atadas sobre sua cabeça aos postes para que não pudesse se mover, a
posição em que estava amarrada fazia com que seus seios se sobressaíssem como duas oferendas, seus mamilos rígidos pela excitação.
Jesse baixou a cara até seu peito com um gemido, e juntou seus seios com as mãos para poder chupar os dois mamilos ao mesmo tempo. Ela reagiu gemendo brandamente,
suas pálpebras fechando-se lentamente, o prazer que sentia um pouco aumentado pelo fato de que estava imóvel.
- Ah, que bom..., - disse em voz baixa. Queria que ele a chupasse mais duro. Levantou seu peito tudo o que pôde para fazê-lo saber sem precisar falar. -Jes...
Amo...isso é tão bom,- sussurrou.
Ele chupou mais duro, e emitiu um grunhido baixo, do fundo de sua garganta, enquanto jogava com eles. Chupou sem descanso, até que estivessem inchados e duros,
até que Lynne começou a ofegar e a gemer e queria que a agarrasse.
Jesse levantou a cabeça, o ruído que fizeram seus mamilos ao sair de sua boca fez com que ela abrisse os olhos, lhe sorriu.
- Recordou a parte do Amo e tudo isso de uma de nossas conversações, né?
- E eu gosto, - admitiu, ruborizando um pouco.
A expressão dele se voltou séria, e seus olhos tiveram esse aspecto frágil e quente outra vez.
- Eu adoro, - murmurou. - Chame por mim, quando quiser.
Com os orifícios nasais aumentados, acomodou-se entre suas acolchoadas coxas outra vez, logo empurrou a cabeça de seu grosso pau dentro dela, a respiração
lhe obstruiu no fundo da garganta.
-Sua concha está sempre tão estreita, - disse ele com voz áspera. - Céus, é deliciosa, Lynne.
Jesse inspirou profundo e começou a afundar o pênis lentamente em seu corpo. Ela gemeu, sua cabeça caiu para trás sobre os travesseiros, e seus seios se sobressaíram
novamente. O ruído de sua carne úmida sugando-o cada vez que a investia a excitava tanto como sempre.
-Jesse, - sussurrou.
- Mmmmm.
- Mmmm está muito bem, - disse ele com voz profunda. Dobrou o pescoço e lambeu seus mamilos, brincando com eles com os dentes e a língua.
- Eu adoro suas tetas, -murmurou sobre uma delas.
Acelerou o ritmo de seu bombeamento, afundando seu pênis nela com golpes mais rápidos e mais profundos. Ao levantar a cabeça de seus seios, tinha os dentes
apertados e a testa coberta de transpiração.
- Amo sua concha, - disse entre dentes, montando-a mais duro. -Amo-te, Lynne.
Os olhos dela se aumentaram.
-Ai, Jesse...
Poderia ter dito algo mais, mas nesse momento, tomou com força, cravando-a com investidas animais.
Lynne gemeu, e suas pernas rodearam instintivamente seus quadris para aferrar-se, enquanto a montava.
-Amo-te tanto, Lynne, - ofegou, antes que seus lábios baixassem para encontrar os dela. - Tão endemoniadamente tanto.
Jesse cobriu os lábios dela com os seus no que seria seu primeiro beijo, lançando sua língua dentro, esfregando a dela enquanto torcia sua boca para um lado
e para o outro sobre a sua. Ela o beijou com entusiasmo, gemendo em sua boca, enquanto fazia o amor.
Tiveram essa intimidade por um longo momento, desfrutando do gosto e da sensação do outro.
-Agarre-me, -disse Lynne sem fôlego, separando sua boca da dele, querendo senti-lo acabar-se dentro dela. Ela sabia que essas palavras o excitariam, conhecia
tudo o que o excitava, - Por favor, Amo, - rogou-lhe. - Faz-me sentir perto de ti.
Os orifícios nasais de Jesse aumentaram, deixando de investir nela o suficiente para ficar de joelhos e pôr as pernas dela sobre seus ombros, afundando-se
nela com um movimento longo e fluido, e sua cabeça caiu para trás com um gemido.
- Assim? - disse entre dentes, apertando seu pênis dentro dela, fez girar os quadris, pistoneando para trás e para frente com movimentos rápidos e profundos.
Apertou suas nadegas, enquanto a colhia com intensidade, afundando-se em sua concha como se quisesse lhe deixar uma marca. O ruído de sua carne sugando-o para dentro
retumbou na cabana, competindo com o ruído de seus gemidos. Incapaz de mover a parte superior de seu corpo, ela jazia ali e tomava tudo o que ele tinha para dar,
esperando que a enchesse tão duro e profundo, como era humanamente possível.
- Maldição, eu adoro sua concha, -disse com voz rouca, fechando os olhos, enquanto afundava seu pau dentro dela, mais e mais, uma e outra vez.
- Jesse, - disse ela sem fôlego. A fricção sobre seu clitóris nessa posição era muito, gemeu, fechando os olhos, enquanto seu corpo se preparava para acabar-se.
-Deixa ir neném, - disse entre dentes, agarrando-a mais rápido, mais duro, mais profundo. -eu adoro te fazer acabar.
Lynne gemeu como um animal ferido, seus mamilos se sobressaindo no ar enquanto se acabava.
- Ai, Deus, - gemeu, sua cabeça balançando para trás e para diante, sentia a cara quente, e os mamilos dolorosamente inchados, e não poder se mover, só adicionava
sensações.
- Jesse.
Jesse baixou suas pernas de seus ombros e voltou a subir sobre ela sem perder um instante. Seus orifícios nasais se aumentavam enquanto a montava duro, investindo
em sua concha com golpes para deixar marcas.
- Minha concha, - grunhiu ele. -Toda minha.
- Sim! -gritou ela, contraindo seus músculos enquanto se acabava outra vez. - Ai, Deus!
Os músculos dele se esticavam, enquanto a agarrava, possessivo. Fechou os olhos e apertou os dentes ao afundar-se repetidamente nela, lhe fazendo ter sabor
de Lynne por um tempo prolongado, mas não podia.
- Acabo-me, - disse com voz rouca, enquanto uma mão calosa envolvia um punhado de seu comprido cabelo escuro.
Aferrou-se fortemente a ele, seu queixo apertado enquanto se mergulhava em sua concha uma, dois, três vezes mais.
- Lynne, - disse sem fôlego, com todo o corpo tremendo sobre o dela, gemeu longamente e forte ao ejacular seu leite quente dentro dela, seu pau seguia bombeando
violentamente enquanto a concha o ordenhava, extraindo todo seu sêmen.
-Merda -disse com voz áspera, desacelerando suas investidas. Respirava pesadamente, e suas palavras saíam como um comprido balbucio incompreensível. - Esse
foi o melhor sexo na história do melhor sexo.
Lynne sorriu, satisfeita de havê-lo feito sentir dessa maneira, mas não disse nada.
Quando terminou, Jesse não se moveu por um longo momento, simplesmente ficou recostado ali sobre ela, abraçando seu corpo fortemente contra o dele. Não parecia
querer desatá-la, mas finalmente se levantou e desfez os nós com uma mão.
Lynne sorriu satisfeita, já não mais assustada de admitir a si mesma, ou de lhe admitir o que sentia.
-Amo-te, - sussurrou ela, enquanto passava suas mãos desatadas por suas costas bem torneada. - Muito.
Ele se levantou com os cotovelos e a olhou, com seu coração nos olhos.
- Ah Lynne. Eu também te amo. - Fechou os olhos por um instante e suspirou.
A expressão abatida de sua cara fez com que o sorriso dela se desvanecesse.
- O que acontece? - perguntou em voz baixa, com a voz cheia de preocupação.
Silêncio.
- Jesse? - murmurou ela.
-Não posso fazer isto -disse ele brandamente. Levantando-se com os cotovelos ficou de pé e lhe deu as costas, com as mãos nos quadris como um jogador de futebol
- Não posso aceitar um presente como esse de você, dizer que te amo e fazer que fique aqui. Não está certo.
Lynne se sentou rapidamente. Seus olhos se abriram grandes.
-Jesse, não diga isso, - implorou com voz pequena. - Não quero ir daqui sem você.
Ele levantou a cabeça para olhá-la, sorriu com tristeza.
-Sabe quantas vezes fantasiei que escutaria te dizer essas mesmas palavras? - murmurou. Meneou a cabeça e olhou para outro lado.
- Nunca pensei que te deixaria ir, se me dissesse isso, mas agora que o fez, sei que devo fazê-lo.
Ela sentiu que ia se decompor.
- Já não me quer aqui?
Ele deu volta para olhá-la, com seu intenso olhar verde.
-Senhora, quero-a aqui mais do que quis a ninguém em toda minha vida.
-Então por que está fazendo isto? - perguntou tremente.
-Porque se alguma vez volta para mim, quero que seja pelo motivo correto. - Jesse se obrigou a sorrir. - Vamos, Lynne, ajudar-te-ei a fazer andar essa caminhonete
tua outra vez. Respirou fundo, logo lhe estendeu a mão. - Seus familiares estão preocupados, há coisas que precisa fazer.
Lynne sentiu que lhe romperia o coração, sentia saudades a sua família, e ele tinha razão, sabia que estariam loucos de pena, mas tampouco queria deixar Jesse.
Ela tomou sua mão com receio, duvidando aceitar sua ajuda para levantar-se da cama.
Parou diante dele procurando seu olhar.
- E se decidir voltar? perguntou com entusiasmo.
Jesse estacou.Algo em sua expressão lhe disse que ele sabia que isso não ocorreria nunca, que uma vez que ela voltasse para a realidade, esquecer-se-ia do
homem na cabana remota da Virgínia do oeste, e mesmo assim, apesar disso,deixava-a ir de todas formas porque a amava.
- Faria-me o homem mais feliz da Terra, - murmurou.
Seu olhar se suavizou, a expressão de sua cara era resolvida e resignada.
-Quero que seja feliz Lynne. Você merece.
Poderia ter jurado que viu o rastro de uma lágrima no rincão de seu olho, mas decidiu que o devia ter imaginado.
- Vá para Charleston e comece essa nova vida, - sussurrou ele.- Nunca sabe aonde te pode levar.
Capítulo 8
Três meses depois...
Deixar a pequena cabana no remoto e coberto de neve topo da montanha da Virgínia do oeste foi à decisão mais difícil que Lynne tomou em sua vida, entretanto,
também foi a mais libertadora. Significou que agora a vida dependia dela, o futuro seria o que ela decidisse criar.
Jesse a tinha deixado ir há três meses. Sabia que ele não a queria, mas tampouco desejava que ela fosse infeliz. Diferente dele, ela tinha uma vida esperando-a
em outro lugar, amigos e familiares, que sabia estarem loucos de preocupação, sem saber se estava viva ou morta.
Foram três meses bons. Voltar a ver as pessoas que queria foi maravilhoso. Chorou e chorou quando sua mãe choramingava, enquanto a abraçava. Deixou todos satisfeitos
com sua explicação sobre seu desaparecimento, alegando que teve amnésia por um par de semanas, depois de despertar do acidente.
Trabalhar em casa era bom. Seu lar em Charleston era um sonho feito realidade. Sua nova vida resultou tal como a tinha querido.
Exceto por uma coisa. Sentia saudades de Jesse. Muita.
Lynne Tempere fechou a porta de sua nova caminhonete negra e começou a larga caminhada que a levaria à pequena e remota cabana... e ao homem que amava.
Voltar a vê-lo a deixava nervosa, mais que nada porque temia que ele tivesse usado estes últimos três meses para lhe tirar de sua mente. Não podia pensar em
nada que lhe doesse mais, especialmente, porque ele tinha sido o centro de seus pensamentos noite e dia.
Faltava uma hora mais para chegar ao escondido caminho que a levaria à cabana.Via-se um pouco diferente coberto de pasto verde e plantas florescendo em lugar
de neve e gelo, mas reconheceria o caminho em qualquer lugar.
Lançando sua bolsa sobre o ombro, Lynne subiu sigilosamente a última pendente que a conduziria à cabana.
Seu coração começou a golpear grosseiramente em seu peito quando o viu, com uma mescla de nervos e emoção. Jesse,... e seu coração acelerou a um ritmo impossível.
Estava mais robusto e mais bonito do que a última vez que o viu, cheio de músculos e imponente postura, seu corte rapado tinha crescido um pouco, notou, seu cabelo
marrom-claro chegava quase até o pescoço de sua camisa agora.
Vê-lo tão só, parado no jardim, cuidando de seus primeiros vegetais da primavera, espremeu dolorosamente seu coração. Ela sabia que ele merecia mais que isso,
merecia ter uma vida.
- Jesse, - sussurrou ao aproximar-se por trás.
A cabeça dele girou rapidamente, seus olhos aumentaram.
- Lynne? - perguntou em voz baixa, com expressão afligida.
Os olhos dela se suavizaram, sua cara se via tão gasta, tão cansada, tão solitária.
Ela sorriu trêmula.
- Senti tanta saudades, -disse ela em voz baixa, com lágrimas que não saíam e lhe picavam nos olhos. - Não podia suportar estar afastada de você um dia mais.
Jesse procurou seu olhar, tinha uma expressão de surpresa, de esperança.
- Eu também senti saudades, - murmurou ele, seus olhos se acenderam. - Não sei por quanto tempo pretende ficar, mas me alegro de que esteja aqui.
- Não ficarei muito, - informou-lhe ela.
Ele assentiu, com expressão triste, mas resignada.
- Só o suficiente, - sussurrou - para te ajudar a juntar suas coisas e te levar a Charleston comigo, se você decidir ficar comigo?
Ele estirou sua mão para acariciá-la.
- Amo-te, Lynne, -disse brandamente. - Amo-te mais do que amei alguém ou algo, mas sabe que não posso deixar esta montanha.
- Não estou de acordo, - disse ela tremente. - Homem de pouca fé.
Ele enrugou o cenho.
- Lynne, confio em você com todo meu coração, você sabe.
- Então o que pensa que estive fazendo nestes últimos três meses? -Ela sorriu ante sua confundida expressão. Então, tirou a bolsa do ombro e começou a revolver
seu conteúdo.
- O inferno não tem fúria como a de uma mulher desdenhada. -Levantou rapidamente suas sobrancelhas ao alcançar um periódico. - ou a de uma mulher injustamente
separada do homem que ama.
Jesse tomou lentamente o jornal de sua mão, seu olhar passou rapidamente de sua cara ao titulo da capa, paralisou-se, seus olhos se aumentaram com descrença.
- Isto é real? - perguntou em um tom aturdido.
- Ah, sim, - sussurrou Lynne. Ela sorriu. - Muito real.
Estava muito comovido para fazer outra coisa que olhá-la fixamente.
Ela não o culpava. Jesse passou de um procurado fugitivo condenado à morte a um homem livre, em um abrir e fechar de olhos.
O jornal contava tudo sobre como ela tinha contratado detetives particulares e usado seus conhecimentos de computação para fazer um trabalho de investigação
ela mesma. Tudo com a esperança de encontrar suficientes "buracos" na evidência, como para, ao menos, conseguir que Jesse tivesse um novo julgamento com um advogado
de verdade que o representasse.
Teve que lhe dizer a verdade à sua família sobre o que tinha ocorrido, quando a história saiu à luz, é óbvio, emocionou a todos, por dizê-lo brandamente. Estavam
aturdidos, mas a entenderam; Sua mãe foi a primeira a incentivá-la para que voltasse à cabana, insistindo para que fosse procurar por Jesse e o trouxesse de volta.
O ganho por seu trabalho duro e dinheiro investido foi melhor o que antecipava; apanharam ao verdadeiro violador, e mais, seu sangue coincidia positivamente
com a mancha de sangue que encontraram no automóvel da primeira vítima. Na noite anterior, o assassino com a cicatriz no queixo, tão parecida com a de Jesse, apresentou
um alegação por escrito de não culpado, por demência. Qualquer que fosse o resultado, Jesse Redshaw era um homem livre.
- Você fez isto... por mim? - murmurou.
Lynne assentiu com a cabeça, - Queria poder dizer que sua liberdade se deve por completo ao meu brilhantismo e persistência, mas... - Suspirou, com um sorriso
triste. - Tinha razão a respeito de que ele fugiria, Jesse, sussurrou. - A polícia da Carolina do Sul encontrou quatro corpos, faz dois meses. Inicialmente, pensaram
que foi você, porque estava solto, por dizê-lo assim, mas o forense voltou e disse que não era possível, que as mortes tinham ocorrido durante um período de tempo
anterior à sua fuga.
- Sinto que tenha acontecido dessa maneira, - ele lamentou em voz baixa.
-Eu também. - Seu olhar escuro encontrou o dele. - Mas estou tão feliz de que seja livre.
-Ah, Lynne. - Jesse a ergueu e lhe deu um grande abraço, fechando os olhos enquanto a abraçava, balançando-se lentamente para diante e atrás sobre seus talões.
-Obrigado,- disse, um pouco tremente.- Isto é o mais incrível que alguém Já fez por mim.
Ela o abraçou fortemente, desfrutando da sensação de seu duro corpo sustentando o dela, inalando o perfume masculino que pertencia somente a ele.
- Por nada, - sussurrou ela.
Jesse pestanejou, logo exalou, apertou-a novamente, antes de baixá-la ao chão, isto se sente... bom, estranho, pelo menos.
Lynne afundou os dentes em seu lábio inferior.
Ele levantou uma sobrancelha.
-O que acontece?
- Perguntava-me...-Esclareceu sua garganta e falou um pouco mais alto,- Perguntava-me aonde iria, agora que pode ir onde queira. - Ruborizou e afastou o olhar.
Jesse pegou seu rosto e a obrigou a olhá-lo. Seus olhos verdes eram mais intensos do que os tinha visto antes.
- Senhora, você não já poderia desfazer-se de mim, mesmo se o tentasse.
Lynne respirou fundo para não chorar.
- Promessas, promessas, - disse com um sorriso.
Ele não lhe sorriu, seus olhos brilhavam, entretanto.
-Acredito que Charleston parece um grande lugar para começar de novo.
- E é, -sussurrou ela procurando seu olhar.
- Então, vais beijar me, ou o quê?
Jesse sorriu.
- Quero te beijar, me casar contigo, te dar filhos.
Levantou as sobrancelhas ao aproximá-la de seu corpo, e começou a baixar com ela a colina.
- Disse-lhe senhora, que já não se desfará de mim agora.
Lynne lhe sorriu, pois a parte dos filhos, ou ao menos de um, já estava encaminhada. Reprimiu um sorriso sagaz, e decidiu dizer-lhe mais tarde. Deus sabe que
já tinha muitas emoções fortes para tratar de dirigir neste momento.
Ela nunca havia se sentido mais feliz, ou mais em paz, ou mais segura sobre seu futuro em toda sua vida. Seu destino estava com Jesse Redshaw, o homem que
amava tanto até doer.
-Não quer juntar suas coisas antes de irmos até meu automóvel?
Ele parou e ambos se voltaram para olhar, uma última vez, a pequena e remota cabana no alto das montanhas; a cabana com lembranças agridoces. Apaixonaram-se
ali, mas ambos tinham sido prisioneiros, também.
Jesse baixou lentamente a cabeça, apertou Lynne contra ele e seguiu baixando o escarpado.
-Tenho tudo do que necessito aqui.- Dobrou seu pescoço e a beijou sobre a cabeça.
-Agora, me leve para casa, a fim de que possa te amarrar como corresponde.
Lynne riu baixo.
-Só se prometer fazer-me "você sabe o que" primeiro.
- Coração, -Jesse disse com esse sensual sotaque miserável dele, - farei "você sabe o que", todos os dias, pelo resto de nossas vidas.
- Promessas, promessas.
Fim
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Desaparecida
Jaid Black
1
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