2ª Edição
Do 4º ao 6º milheiro
Criação da capa: Objectiva Comunicação e Marketing
Direção de Arte: Glauco Araújo
Revisão: Jaqueline Sampaio
ã Copyright 1997
Fundação Lar Harmonia
Rua da Fazenda, nº 13, Piatã
41.650-020 – Salvador – Bahia – Brasil
livros@larharmonia.org.br
(71) 286-7796
Impresso no Brasil
ISBN 85-86492-07-8
Todo o produto da venda desta obra é destinado às obras
sociais da Fundação Lar Harmonia
Adenáuer Novaes
Amor Sempre
FUNDAÇÃO LAR HARMONIA
CGC (MF) 00.405.171/0001-09
Rua da Fazenda, nº 13, Piatã.
41.650-020 – Salvador – Bahia – Brasil
2002
Novaes, Adenáuer Marcos Ferraz de
Amor Sempre
Salvador: Fundação Lar Harmonia, 2002
120p.
1. Espiritismo. I. Novaes, Adenáuer Marcos Ferraz de,
1955. – II. Título
CDU – 133.7
CDD – 133.9
Índice para catálogo sistemático:
1. Espiritismo 139.9
Amor Sempre
Sempre o Amor
1. Amor a Deus
2. Amor à vida
3. Amor a si mesmo
4. Amor espiritual
5. Amor e família
6. Amor como linguagem
7. Amor sem adeus
8. Amor impossível
9. Amor amigo
10. Amor e carma
11. Amor e carência
12. Amor e terapia
13. Amor e paz interior
14. Amor e trabalho
15. Amor e inteligência
16. Amor e traição
Índice
ÍndiceÍndice
7
11
15
19
23
27
31
35
39
43
49
51
55
59
63
67
71
75
17. Amor e sexo 79
18. Amor e paixão 83
19. Amor e espiritualidade 87
20. Amor e educação 91
21. Amor e perdão 95
22. Amor e religião 99
23. Amor e arte 103
24. Amor e saúde 107
25. Amor e caridade 111
26. Amor sempre 115
Amor
Sempre
Sempre o amor direcionando as vidas.
Para onde quer que se encaminhe o ser, o amor já o
precedeu, demonstrando a grandeza do Excelso Amor.
Amor é a vida em plenitude que constrói, enriquece
e conduz tudo quanto existe.
Sem ele tudo perece e, caso enfraquecesse, todas as
coisas volveriam ao caos do princípio.
Isso porque, Deus é Amor!
O amor alimenta todas as coisas e todos os seres,
equilibra a ordem universal e se alarga na direção do
infinito.
Ei-lo no farfalhar das folhas, nas onomatopéias da
Natureza, no caricioso canto dos córregos, no desabrochar
das flores, no canto dos pássaros e nas vozes dos animais
exaltando a Criação, aí configurado como hino de louvor e
mensagem de eterna beleza.
O ser humano, em razão de sua fragilidade
emocional, no entanto, ainda não consegue sentí-lo na
profundidade em que se expressa, caminhando, por isso
mesmo, sem rumo e sem paz.
Uma gota de amor e se modifica a agressão do ódio.
Amor, portanto, a Deus, à vida, a si mesmo, nessa
trilogia em que Jesus sintetizou a própria razão de viver da
criatura humana.
Logo depois, o amor
espiritual, familial, como lingsucessivamente, o amor sempre.
esplenduagem,
endo
sem
na
adeus...
forma
e
É o que nos apresenta o livro que está sendo
oferecido ao caro leitor, a fim de que, iluminado e
vitaminado pela sua magia incomum, possa superar as
dificuldades e enfrentar os desafios em harmonia íntima,
avançando para o Amor Total.
Salvador, 2 de Abril de 1997
Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo P.
Franco, na sessão mediúnica do Centro Espírita Caminho
da Redenção, na noite de 02 de abril de 1997, em
Salvador, Bahia.)
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos
anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou
como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça
todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha
tamanha fé a ponto de transportar montes, se não tiver
amor, nada serei.
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre
os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para
ser queimado, se não tiver amor, nada disso me
aproveitará.
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em
ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz
inconvenientemente, não procura os seus interesses, não
se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a
injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo
crê, tudo espera, tudo suporta.
Paulo, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. XIII, v. 1 a 7.
Página em branco
Sempre o
Amor
Movido pelo amor à vida e pela alegria da
convivência com os que me cercam, quer em casa, no
trabalho, na seara espírita, bem como nas diversas
atividades a que me dedico, decidi-me por levar adiante o
desejo de tentar grafar em palavras os sentimentos que me
vinham à alma. Da tentativa à realização, eis que surge
este pequeno livro, fruto da ânsia de amar em plenitude.
Longe de mim pensar que conseguiria o intento de
plasmar em símbolos o que é da ordem do sentimento,
mas fica a expectativa de que o leitor possa traduzí-los nas
expressões e emoções características de sua própria
realidade. Espero que se possa, com a leitura, sentir o
amor em si mesmo como a máxima expressão de
sentimento do humano.
A construção de idéias bem como a reconstrução de
emoções, requerem um esforço muito grande, só
alcançável com o auxílio de corações amigos, presentes
em nossa caminhada. A eles agradeço o auxílio e a
paciência para a leitura dos originais desse trabalho. Amo-
os. São meus mestres e condutores para o entendimento do
amor.
O amor é dirigido a algo ou alguém. Escreve-se sob
a inspiração, consciente ou inconsciente, dos objetos
amados. Posso afirmar que não foi outra, minha intenção,
senão a de escrever para os que desejam amar e para os
que, como eu, querem entender melhor o significado do
amor.
O amor ultrapassa todas as barreiras erigidas pela
nossa ignorância quanto à vida e aos processos que oCriador utiliza para nos educar. É ele que nos alimenta o
espírito como energia nutridora da vida.
O amor dignifica qualquer atitude humana. Sejamos
conscientes de que não se vive sem amor tanto quanto não
se cresce sem amar. Amar é o sentido e o ato principal da
vida humana. Sua realização exige-nos maturidade e
responsabilidade.
Os homens que construíram a história da
humanidade, fizeram-no com seus pensamentos e idéias,
movidos pela paixão e pelo amor característico de cadaépoca. É hora de recontarmos a história com um novo
paradigma, o do espírito que se educa pelo amor.
A vida biológica em si representa estímulo ao
crescimento; porém, é a vida consciente de sua
espiritualidade e com a energia do amor, que transcende a
materialidade, suplantando a superfície e alçando vôo na
direção do infinito.
O amor, para ter existência real, necessita
manifestar-se no nível humano de forma a ser
compreendido. Como uma escala de tons, o ser humano
ama de maneiras distintas, de acordo com sua percepção
das leis de Deus.
Amar é um estado de espírito que transparece ao
mínimo olhar. Revela-se nas pequenas atitudes e
influencia tantos quantos que com o amor mantenham
contato. Seu contágio é instantâneo e inesquecível.
Convido o amigo leitor ao amor. Ao amor no
trabalho em favor da vida. Louvemos a Deus, o Senhor da
Vida, por nos presentear com a existência em curso. Ela é
abençoada oportunidade de aprender e sentir.
O labor no bem é puro amor da criatura ao Criador.
Amemos a Deus trabalhando em favor da disseminação do
amor na Terra. Não nos esqueçamos jamais do amor de
Jesus como o que dignificou a existência humana,
enaltecendo a vida e glorificando ao Pai.
Amar é sentimento acessível a qualquer pessoa. Para
sua aplicação não há pré-requisito, não há exigências. Seu
agente pode fazê-lo em qualquer situação que esteja. Só a
vontade basta ao espírito, pois ele é inerente ao humano. É
a marca do Criador na criatura.
Que estamos esperando para começar?
Adenáuer Novaes
Verão de 1997
Página em Branco
1
Amor a
Deus
A vida tem como causa o amor de Deus.
Deus fez o ser humano à sua imagem e semelhança,
por e com amor. A essência do ser humano é o amor de
Deus. A evolução da criatura humana é sua própria e
imprescindível descoberta do amor. Do amor que é, cujos
adjetivos e definições pouco ou nada lhe acrescentam.
Amar a Deus, auto-amar-se e amar ao próximo no
mundo são os caminhos do crescimento na Terra. Não há
ninguém esquecido, sem amor, na obra da criação.
A existência e a harmonia do Universo refletem o
amor de Deus. Nada está fora Dele. Nada pode existir sem
Sua imanência. O ser humano não é causa criadora na
natureza, mas transformadora.
Amar a Deus é redundância, pois não se conseguiria
não amá-Lo. Deus É, e o ser humano Dele se origina.
O amor dedicado a um objetivo nobre e que venha
em favor da coletividade, é o amor que se dedica a Deus.
A verdadeira adoração a Deus, isto é, a manifestação
do amor da criatura ao Criador, é doar-se no trabalho em
favor do Bem e da Vida.
Amar a si mesmo é amar o humano. Ama-se a Deus
através da colaboração com o aperfeiçoamento de Sua
obra.
Nada se iguala ao prazer de doar e de realizar a obra
de Deus na Terra. Conhecer-Lhe o objetivo é o verdadeiro
sentido de se viver.
Em que pese o ser humano ainda prender-se ao
materialismo que parece exteriormente dominante, ele não
perderá jamais o endereço do amor de Deus que o incita
ao crescimento espiritual. Sua trajetória representa uma
escada ascensional na direção do Amor Maior, onde ele se
realiza.
O amor de Deus se revela em todos os fenômenos da
Natureza. Nada escapa à Sua Inteligência e Perfeição.
Toda Sua obra é fundamentada no amor cujo sentido se
verifica na harmonia do Universo.
Muitas vezes nos deixamos levar pela descrença e
apelamos a Deus buscando uma solução para as mazelas e
sofrimentos da vida. Quando não alcançamos respostas
satisfatórias, costumamos imprecar contra Ele. Não
percebemos que as respostas que precisamos escutar são
dadas na consciência e, sempre, nos conduzem à reflexão
íntima e à valorização da Vida.
As tentativas de se colocar palavras e ações humanas
como originárias diretamente de Deus, sempre
redundaram em prejuízo ao crescimento da humanidade. O
ser humano, inadvertidamente, tenta materializar a
presença de Deus na Vida e na consciência, sem perceber
que tal exigência é fruto de Sua presença arquetípica no
inconsciente. Essa presença é traduzida como uma
necessidade intrínseca de realização da essência divina.
Deus não nos fala por palavras, escritos ou
fenômenos particulares. Sua "fala" ao ser humano se dá
em toda a obra da criação, pelas finalidades superiores e
pelos objetivos a ela destinados.
Amar a Deus é trabalhar pela Sua obra. É descobrir
Seus objetivos e construir sua vida naquele sentido. Amar
a Deus é viver em sociedade, sem necessitar isolar-se da
participação na construção e aperfeiçoamento de Sua obra.
É conviver com seus pares participando da Vida, sem dela
ausentar-se, sob pretexto algum. Viver a Vida é amar a
Deus.
Amar a Deus é amar toda expressão da natureza,
toda a criação, tudo o que existe. Em todas as coisas,
mesmo as mais abomináveis, há sempre uma expressão
divina inacessível ao olhar superficial.
O amor é a viva expressão de Deus no coração
humano. As várias nuances do amor representam a
diversidade dos tipos humanos. Sua variabilidade está na
mesma proporção das singularidades humanas. Não há um
amor igual ao outro. O amor existe em função de Deus e
Ele nos fez criaturas singulares.
O amor a Deus é o amor da esperança e da confiança
na Sua manifestação e presença em toda a Natureza.
A oração, revestida na fé e na confiança em Deus,
constitui-se numa das formas de amá-Lo. É através dela
que renovamos as esperanças e a confiança em Deus.
Quem tem o hábito de orar fortalece seus laços de ligação
com o Criador da Vida.
Jesus, por amor a Deus, tornou-se Um com
Ele.
2
Amor à
Vida
Amar a vida é sentir-se ligado ao divino, ao
espiritual, ao transcendente. A vida é uma melodia de
amor que ecoa por toda parte. Ame a vida, pois é nela que
você existe. O amor de Deus não nos permite ausentar-nos
dela. Não se tem mais de uma Vida. Ela é única e eterna.
Valorize-a por você e por Deus.
Viver é uma arte. É uma construção estética do
espírito. Viver em paz consigo mesmo é viver bem com o
outro. Todos somos convidados a viver com o outro e,
nesse convívio, aprendemos a viver bem conosco. O outro
é sempre um espelho positivo onde enxergamos o negativo
que existe dentro de nós mesmos.
Se você acha que sua vida não tem sentido por não
ter um amor, lembre-se de que o sentido dela é dado por
você e só a você compete a escolha de ser feliz com o
amor que lhe compete doar. Não se entregue ao passado
como se ele fosse seu presente ou seu futuro. O amor é sua
constituição e não se encontra presentificado no outro.
Quando o amor comanda a vida, ela se faz plena de
realizações nobres, não se deixando contaminar pelo
pessimismo e derrotismo característicos daqueles que
abandonaram o caminho do Bem.
Há momentos sublimes na vida que marcam para
sempre a pessoa. Tais momentos alcançam o ser humano
nas vibrações do amor. Quando isso ocorre, há o
enriquecimento daquele que o experimenta. Jamais
esquecemos aquilo em que colocamos a energia do amor.
A carga afetiva que adicionamos aos fatos da vida nos
acompanhará para sempre na intensidade que
determinarmos.
A filosofia verdadeira é a do amor à vida. É a que
estabelece como bandeira a realização do amor na Terra.
O amor nasceu com a vida e, na Terra, ganhou maturidade
com o Cristo.
O amor provoca a revigoração da vida. É o alimentoque a nutre. É o oxigênio da Criação. A vida é obra do
amor e nele se estrutura. Gostar de viver é nutrir-se do
amor para seu próprio crescimento.
A vida na Terra é um ato do amor de Deus. É uma
oportunidade de refazer-se na longa caminhada pelaperfeição. É poder sentir-se uno com a Criação Divina. Ao
admirar a Natureza percebe-se o quanto ela é bela e
grandiosa. Suas mínimas particularidades revelam a
Grandeza de seu Autor. Nada foi esquecido ou
desprezado. Tudo se encontra em desenvolvimento e
evolução.
Amar é abrir uma janela para a vida. É despertar dosono letárgico em que se vive. É sair do casulo das paixões
inferiores e entregar-se ao divino. É perceber-se Um com
Deus e com o outro. O amor é a essência do universo. Sua
constituição íntima é o amor.
No amor está a síntese da vida. Ela só tem sentido
quando formos capazes de perceber o amor. Em tudo
observamos a presença do amor. Ele se manifesta como
energia mantenedora da vida.
A vida dedicada ao amor é a vida plena. A vida
entregue ao amor é a vida completa. Não se entregue a
outra coisa na qual não possa perceber o amor pleno. Se
sua vida foi dedicada ao amor, tenha certeza de ter
cumprido sua tarefa na Terra.
Quando outras vidas se juntam à nossa, é sinal de
que o amor deverá estar presente como condição básica de
ligação para o crescimento de todos. Ninguém está
presente em sua vida por acaso. Cada pessoa é
oportunidade de amar e crescer. O outro em nossa vida é aligação com o que está oculto em nós. É fator de
crescimento pessoal. Facilita o contato com nossa essência
oculta, desconhecida e misteriosa.
A vida, qualquer que seja o desafio em que nos
encontremos, é abençoado presente de Deus cujo uso é de
nossa responsabilidade.
Percebe-se se verdadeiramente amamos na vida
quando a ela devolvemos tudo que nos deu e mais aquilo
que de nós mesmos oferecemos.
Quem ama explode em viver. Vive em alegria e
alegra-se em existir. Transborda em compreensão, em
afeto, em autopercepção e heteropercepção.
Viver não significa ser conhecido ou ter notoriedade
entre os homens. Muitos alcançam o estrelato sem terem
crescido verdadeiramente. A verdadeira vitória é a queencetamos contra nossas más inclinações. É considerado
vitorioso quem vence a si mesmo.
Jesus deu sua vida em favor e por amor à
Vida.
3
Amor a si
mesmo
Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo é a
máxima fundamental do saber humano. É um dos
princípios básicos do cristianismo e que resume toda a
mensagem de seu Augusto Autor. Esta é regra áurea para
uma convivência harmônica com o outro e consigo
mesmo.
O amor a si mesmo é essencial para o equilíbrio
psíquico do ser humano na Terra. Sua harmonia vital só é
possível graças ao amor que se autodedica. Amar a si
mesmo é perceber-se como ser no mundo. Quem não se
ama acaba por morrer, acreditando que a vida não tem
sentido.
Aceitar-se é condição fundamental para a
continuidade da coesão interna do ser pensante. O
aparelho psíquico humano utiliza-se da energia da libido
para sua dinâmica e ela se alimenta do amor do Eu
Superior a si mesmo.
Amar-se é autovalorizar-se sem exceder-se no culto
à própria personalidade. Essa valorização pressupõe a
aceitação de si mesmo com suas virtudes e defeitos.
Aceitar-se como pessoa, percebendo seus limites e
possibilidades.
A depressão advém da não aceitação de si mesmo
como se é, além de um alto nível de exigência em relação
às atitudes pessoais. Geralmente essa depressão vem
quando o indivíduo tem pena de si próprio e acredita que
há uma injustiça contra sua vida. Ele espera que alguém o
observe e o ajude a sair da situação em que se encontra,
como se fosse uma criança que espera ansiosamente o colo
de mãe.
Os sentimentos depressivos em geral se aliam aos de
incapacidade de lidar com suas imperfeições, com sua
sombra. A percepção de seus próprios defeitos, amando-se
no nível de evolução em que a criatura se encontra, é
passo decisivo para a saída do conflito depressivo.
Perceber sua sombra inconsciente, que contém os
aspectos negativos e ocultos da própria personalidade,
aceitando-os e entendendo-os como fatores dinâmicos do
ser, é parte do processo de autoconhecimento que não se
pode desprezar. É importante usar tais aspectos negativos,
descobrindo os ocultos, em favor de seu próprio
crescimento.
Vença a depressão com o amor a si mesmo, não se
entregando ao derrotismo nem as falsas influências e
armadilhas psíquicas que nos arrojam ao derrotismo e ao
complexo de inferioridade.
Os defeitos que assinalamos em nossa
personalidade, presentes em todo ser humano, constituem
sinais pelos quais devemos iniciar o processo inexorável
de autoconhecimento e autodescoberta do Eu Superior.
Amar-se é fundamental para o crescimento pessoal
face aos desafios da convivência com o outro. Deus não
nos fez aos pares e nem clones uns dos outros. Conviver,
portanto, é desafiar o sentido intrínseco da
individualidade.
O caminho para o amor a si mesmo é a observação
de suas próprias atitudes e os reflexos que elas causam nos
outros. O outro é um espelho vivo para o conhecimento
que precisamos ter sobre nós mesmos.
Para a compreensão do mecanismo do amor a si
mesmo é fundamental separarmos o que pertence ao ser
eterno, imortal e individualizado, daquilo que é da
influência coletiva, oriundo das sucessivas experiências
reencarnatórias.
Somos seres coletivos e individuais ao mesmo
tempo. O outro nos estrutura como ser no mundo. Sem o
tu não há o eu nem o nós.
O amor a si mesmo nos faz enxergar o ser imortal
que somos, enquanto que com a convivência, assimilamos
atitudes que nos tornam coletivos, sem nos tirar a
percepção de nossa própria construção individual.
Nem sempre conseguimos vencer a rejeição à nossa
maneira de ser. Geralmente isso se dá pela falta de auto-
estima, a qual nos coloca em paz com nossa consciência
pelo sentimento de igualdade para com os outros.
Estimamo-nos porque somos iguais aos outros. Essa
linha de pensamento nos leva à percepção de que temos os
mesmos defeitos e virtudes do outro. Somos o que somos
e o que nos distingue uns dos outros é o amor de Deus em
paralelo ao amor a nós mesmos.
O amor a si mesmo nos revigora a alma e nos torna
mais entusiasmados a viver e a realizar. Mesmo que você
não consiga enxergar o valor de sua vida, certamente ela o
tem para alguém e principalmente para Deus que é o
criador de sua vida.
Não se entregue à desvalorização de si mesmo. Não
permita que forças ocultas penetrem no seu psiquismo e o
coloquem como a última das criaturas. Para Deus, cada
um de nós é alguém em especial.
O amor a si mesmo é conscientizado no amor-
próprio que nos coloca em condições de viver liberto de
relações estagnantes e que nos anulam na vida.
Jesus demonstrou o amor a si mesmo quando
renunciou a ferir, imolando-se em favor da
humanidade e pela equivalência entre suas
atitudes e suas palavras.
4
Amor
Espiritual
Quem, em essência, ama, ama o espírito. Se o amor
for verdadeiro, ele se alegra com a felicidade do outro.
Quem ama alguém deve aprender a libertá-lo de sua posse.
O verdadeiro amor permite que o outro encontre seu
caminho, mesmo ao longe.
É o amor que eleva o ser humano espiritualmente.
Quem sai do primitivismo das sensações inferiores e
alcança a capacidade de amar verdadeiramente, inicia seu
processo de elevação espiritual.
O amor espiritual não se detém nas contingências
materiais, atingindo a essência do ser eterno. O tempo não
afeta o amor profundo, cujo passar finca raízes na alma
que sabe esperar.
Às vezes pensamos que o amor que nos falta se
encontra à nossa espera do outro lado da vida. Permitimos,
com esse pensamento, que a tristeza se abata sobre nós.
Mesmo que esse amor esteja do outro lado da vida, não
devemos acreditar que ele deva ser empecilho para que a
felicidade se coloque ao nosso alcance.
O amor espiritual que momentaneamente esteja
separado pelas vibrações dos dois planos, mais tarde
poderá ser reencontrado, independente dos rumos que se
tomou em existências precedentes. A separação atual se
deve a circunstâncias educativas para ambos.
Nem sempre os que se amaram numa existência se
encontrarão após o desencarne. O amor pode esperar, se
for o caso, que um deles retorne para cumprir aprendizado
em outro nível de consciência.
Algumas vezes a vida nos coloca em situações nas
quais não conseguimos perceber a manifestação do amor
enquanto estamos na carne. O amor vai se mostrar quando
as amarras da matéria se desprenderem e compreendermos
enfim as leis de Deus.
O amor que proporcionamos ao outro promove a
nossa própria elevação espiritual. Constitui-se em
verdadeira terapia a favor daquele que ama. Tudo conspira
a favor daquele que põe o amor a serviço do bem coletivo.
O espírito, na sua caminhada em busca da perfeição,
passando pelos degraus da necessária humanização, vai
acumulando o conhecimento da lei de Deus. Ele só
apreende o que representa aquisição de novos valores, isto
é, o que se constitui em conhecimento da lei do Amor. Ao
espírito chega apenas a lei de Deus.
O amor promove o encontro com o espiritual.
Permite ao ser humano experimentar sua verdadeira
natureza. Quando o amor penetra o coração do ser
humano, ele passa a transitar na esfera do espírito,
abdicando de sua natureza animal. É nesse momento que
ele amplia sua percepção da realidade, ressignificando sua
condição humana.
O amor de mãe se aproxima do amor divino quando
visa exclusivamente à independência e felicidade do filho.
O divino se manifesta no amor maternal.
A morte não separa os corações que
verdadeiramente se amam. A morte não mata as emoções,
apenas transforma o corpo, permitindo ao espírito elevar-
se em busca do amor espiritual.
Amar em espírito é amar em plenitude. Amar aquele
que se foi, levado pela morte, é continuar vivendo em
favor da própria vida.
O amor espiritual é o amor sem adeus. Não há
destruição, mas breve separação. Não há perda, mas
esperança de reencontro adiante.
O espírito sopra onde quer. Seu sopro é amor que
emula em favor da vida na busca incessante de si mesmo.
Sua marca é o rastro de amor que deixa por onde passa.
O amor é prerrogativa do espírito. Surge de suas
entranhas extrapolando os limites do corpo.
Quando pressentirmos a presença daqueles que já
partiram para a Vida maior, às vezes causando-nos
sobressaltos, percebamos se não se trata do ente querido
que, querendo demonstrar que a vida continua, retorna
pela saudade e pelo seu amor por nós.
Jesus permanece conosco como o amor
espiritual de nossas vidas e como aquele que
soube exemplificá-lo enquanto encarnado.
5
Amor e
família
A família é o núcleo central da sociedade moderna.
É nela onde os amores se encontram e reencontram. O
amor é ali testado e sentido na mais alta intensidade.
A família proporciona o encontro dos sentimentos
controvertidos do passado, transformando-os em amor no
presente. É na família onde aprendemos as mais puras
lições do amor de Deus, representado no amor de mãe.
Sua estrutura básica alicerça-se no amor. Sua origem
deveu-se não só à necessidade de proteção como também
do espírito em vivenciar suas emoções e em ligar-se às
pessoas por quem nutria um amor embrionário.
É na família onde se experimenta o amor maternal, o
filial, o paternal, o fraternal, que se assemelham na
incondicionalidade e no desejo de sentí-los com o intuito
de elevar e fazer crescer o outro.
Nela reencontramos antigos afetos e desafetos, em
cuja companhia elaboramos novas oportunidades de
realizações e substituímos as emoções desarmonizadas do
passado.
Às vezes, aparecem na família, habitando o mesmo
teto, pessoas que não possuem laços consangüíneos mas
que desempenham papéis importantes para o equilíbrio
doméstico. São auxiliares da vida cotidiana que nos
servem de modelo e, muitas vezes, estabelecem nossos
limites, educando-nos quanto às regras de convivência.
É nela que retornam os antigos amores, cujo
reencontro se dá para a realização de novos ideais em
benefício da vida e de seus protagonistas. Nem sempre os
papéis são os mesmos. Independente disso, o amor
permanece unindo aqueles que se reaproximam para nova
convivência.
Pessoas que se reúnem pela afinidade e sintonia em
torno de objetivos superiores, formam as famílias
espirituais, cujos laços não se desfazem com a morte do
corpo.
Espíritos que juntos viajam em sucessivas
existências, renascem numa mesma família, com novos
propósitos de crescimento. O membro que se afastou para
nova jornada, recebe o auxílio daqueles que ficaram. O
retorno a uma nova existência não separa os que
verdadeiramente se amam e confiam no Criador.
O Universo, infinitamente habitado, abriga imensos
agrupamentos de espíritos como famílias de uma cidade.
Vez por outra, uma família de um mundo vai em busca de
crescimento em outro. Às vezes, a ida para outro orbe se
dá por exílio ou degredo. Em todos os casos é sempre o
amor de Deus a equilibrar e harmonizar o universo.
O espírito, quando em família, nem sempre
consegue mascarar sua realidade. A vida, entre quatro
paredes, desnuda a todos. Ninguém se esconde na
convivência com seus pares.
As aversões ocorridas nos relacionamentos
familiares, quando não decorrem de ações havidas em
outras encarnações, geralmente refletem as influências
espirituais a que se sujeitam aqueles que não agem com
amor, como também o estágio evolutivo de cada um.
Conviver é um aprendizado que temos de encetar em favor
de nós próprios.
Nem sempre renascemos e permanecemos com os
pais biológicos que nos colocaram na carne. A vida nos
situa onde necessitamos aprender. A família ou os pais que
temos são aqueles que merecemos e aos quais devemos,
para sempre, o amor com que nos receberam.
Quando recebemos, como nossos, os filhos que não
geramos, assumimos o papel de colaboradores de Deus em
sua obra, amando pelo princípio do amor sem limites.
Valorizemos a vida em família, pois ela nos leva à
percepção de nós mesmos. Remete-nos à necessidade de
amar os que conosco convivem. Ela ainda é uma
necessidade do nosso momento evolutivo.
Necessitamos, para melhor convivência social,
construir uma sociedade em que, nas famílias, vigorem os
princípios do amor, da paz e da harmonia entre seus
membros. Para isto cada um tem um papel a cumprir no
seu contexto. A cada um é reservada uma parte das ações
que viabilizarão aquela meta.
Sintamos, em cada pessoa com quem nos
relacionamos, um irmão, um membro da família de Deus.
Somos todos filhos do mesmo pai, independente de
quaisquer características biológicas.
O Cristo nos deu o exemplo de família
quando nos convidou a entendê-la como
universal, cujos membros são aqueles que fazem a
vontade do Pai.
6
Amor como
linguagem
O amor expressa em si uma forma de comunicação
específica. A linguagem do amor é universal. Quem dela
se utiliza nunca estará sozinho. Quem ama se comunica
com a Natureza, com o Universo e com Deus.
Se na sua fala você colocar o amor, ela será audível
a todos e por muito tempo. Este foi um dos motivos por
que o Cristo conseguiu, sem nada escrever, que sua voz
ecoasse até hoje.
Antes de falar, deve-se sintonizar com o amor, pois
o que se quer dizer sairá com a vibração da harmonia
cativante. Os pensamentos, quando elaborados com os
requisitos do amor, alcançam as correntes superiores da
vida. Quem ama, pensa e fala com coerência e harmonia.
Cada ser expressa em linguagem própria o que lhe
vem à mente de tal forma que sua fala denota a vibração
que lhe é característica. Quando nos utilizamos da
linguagem do amor, nossa expressão se transforma em luz.
Nossa fala transforma-se em fonte por onde jorra a linfa
que produz a vida.
A linguagem do amor dispensa outras formas de
expressão. Quem a usa entende e é entendido, dispensando
outros recursos de comunicação. A ligação ocorre de alma
a alma, de espírito a espírito.
A Vida abre suas portas para aquele que fala a
linguagem do amor. Os problemas são resolvidos por
força da atração exercida pela comunicação do amor. A
fala com amor contagia o ambiente onde é proferida.
Para se falar a linguagem do amor é necessário
iniciar-se pela substituição de expressões infelizes e
desagradáveis no trato com o outro. O bem falar sucede ao
bem pensar e este vem da consciência reta fundamentada
na paz. A linguagem vulgar, quando associada a emoções
negativas, deseduca o espírito.
O amor também se expressa pela música, pela arte
em geral. A vibração da música carrega notas de amor. A
música é a linguagem da alma que busca expressar seu
amor. O amor é uma metalinguagem. Transcende o
humano, espiritualizando-o. Sua captação não se dá pelos
órgãos dos sentidos, mas pelos fios invisíveis da alma.
Nas expressões maternais, nas atitudes fraternais,
nos gestos de compreensão e calor humano, observa-se a
linguagem do amor permeando todas as formas de relação
entre as criaturas.
A natureza, nas suas múltiplas manifestações, revela
a linguagem do amor através de seu equilíbrio e harmonia.
Nela o Criador colocou Sua marca fazendo-a refletir a
linguagem do amor.
O espectro de energia conhecido pela ciência não
expressa todas as vibrações da natureza da mesma forma
que o ser humano na Terra não conhece todas as formas de
linguagem. O amor é a mais sutil linguagem da alma.
De todas as formas de comunicação, o amor é a mais
penetrante e envolvente. A barreira do idioma entre os
países é vencida pela linguagem do amor. Ninguém que a
utilize deixará de se comunicar.
A linguagem do amor é a expressão maior da
comunicação do espírito. Vem da essência da alma e
penetra os mais recônditos escaninhos da mente. Os
processos psíquicos são facilitados pela linguagem do
amor.
Cada ser revela uma linguagem própria oriunda do
inconsciente. A linguagem do inconsciente revela o nível
de evolução da criatura. Quanto mais amor dele sair, mais
elevada é a alma.
O amor maternal é uma das expressões do amor de
Deus na Terra. Ele se torna uma nova linguagem quando
propicia a educação e emancipação dos filhos.
O amor muitas vezes utiliza-se da linguagem do
silêncio para se expressar. Experimente ouvi-la com o
coração. Algo de novo acontecerá com você, motivando-o
para a realização interior.
Quem ama nunca estará só, pois seu amor encontrará
ressonância em outros corações. A linguagem do amor
tem o dom de fazer o que se diz ou se escreve ser mais
bonito do que é possível traduzir.
Jesus nos ensinou a linguagem do amor
através do Sermão do Monte.
7
Amor sem
adeus
Para aqueles que verdadeiramente amam, não existe
adeus, mas até logo. Quando o amor está presente não há
partida sem reencontro. A separação de qualquer natureza
é vista por aquele que ama como uma breve pausa.
A morte, aparente ceifadora de vidas, não consegue
separar aqueles que amam. O amor transcende a
destruição celular, face a sua natureza espiritual que não
está gravada no corpo, mas na alma.
Quando nos separamos daqueles a quem amamos,
pela sua desencarnação, devemos continuar amando-os a
fim de alimentá-los, à distância, com o sentimento que
verdadeiramente nutre para a vida.
Se você tem um parente ou amigo do outro lado da
vida e não consegue esquecê-lo, experimente o verdadeiro
amor que se vitaliza pela vibração que emite ao outro e
pela certeza de sua existência na espiritualidade.
A saudade do ente querido que desencarnou deve ser
permeada pelo amor a fim de que não se torne vazia. O
amor nos dá a certeza da imortalidade da alma e nos
aproxima dos que nos antecederam na jornada espiritual.
Não há adeus nem perda para o amor. Só se perde o
que não se possui. Os valores sobre os quais nos
ancoramos são aqueles inalienáveis, que nem as traças
corroem nem os ladrões roubam. Ninguém perde o amor,
pois ele não é destruído com a morte do corpo nem com a
distância, as barreiras do espaço e do tempo não
conseguem separar aqueles que se amam.
Não chore desesperado pelo amor "perdido".
Observe a generosidade da vida ao libertar aquele que
cumpriu o tempo necessário com você e ao crescimento
que foi proporcionado na convivência a seu lado.
A viagem de alguém é pausa para o crescimento dos
que se separaram. Considere que todo afastamento é
possibilidade de percepção do outro e de si mesmo. Um
belo quadro, como qualquer obra de arte, só pode ser
admirado se dele nos afastarmos.
Não se lamente pela separação daquele a quem você
verdadeiramente ama. Quem ama liberta e deseja o bem
para o outro.
A ansiedade do reencontro pode nos fazer perder a
chance de perceber as mudanças ocorridas no outro
durante o período de afastamento. O amor espera e confia,
permitindo-se mudar a cada dia na direção do Bem.
Considere que aqueles que você ama se comunicam
com você pelas sutis conexões do amor. Os entes
queridos, à distância ou desencarnados, nunca deixam de
se comunicar. A mediunidade natural nos permite estar
sempre em contato com aqueles a quem amamos.
Converse com seus amores que se foram para outra
jornada. Fale-lhes de sua saudade, mas não se desespere.
Quem ama continua recebendo as vibrações dos corações
que deixou na Terra. Confie no amor que os unirá de novo
na Vida Maior.
Quando a pessoa amada está distante e desejamos
sua felicidade, contentemo-nos com a certeza dele estar
vibrando com o pensamento divino em favor do nosso
crescimento.
A vida expressa sempre o amor de Deus. Nele nos
nutrimos e nos entregamos na expectativa de alcançarmos
a felicidade. Nunca haverá separação entre nós e Deus,
tanto quanto entre os que se amam.
O amor é uma fonte exuberante de vitalidade. Quem
verdadeiramente ama revigora suas energias e, se o faz aos
outros, alimenta-os com a vitalidade oriunda da natureza.
Se seu amado se foi, guarda no coração a certeza de
que o grande bem que alguém pode nos dar é a felicidade
de poder estar construindo adiante, para si e em favor da
Vida.
Nada, a não ser o progresso, é determinado. Tudo
está interligado pelos fios invisíveis do amor. Ninguém
pode se dizer isolado no mundo. O nascer nos coloca na
vida de forma a não podermos dela nos ausentar. Os
corações que abrigamos em nós mesmos jamais estarão
distantes.
Jesus nos mostrou que seu amor não teria
adeus quando nos afirmou sua presença até o
findar dos séculos, prometendo o Consolador
para estar sempre conosco.
8
Amor
impossível
Se você ama alguém que não lhe pode corresponder,
lembre-se daqueles que não têm um amor ao menos para
chorar suas lágrimas. Se o amor é uma conquista, alguns
ainda não a alcançaram.
Se a pessoa que você ama já tem compromisso, evite
viver uma relação paralela que poderá machucar seu
coração. Nossos sentimentos comandam nossa Vida;
deixá-los à deriva é perigo para a própria sobrevivência.
Ninguém que se aventura numa relação paralela
consegue dela sair sem marcas. Os motivos que levam
alguém a tal aventura geralmente se enraízam em vidas
passadas.
Quem ama nem sempre consegue correspondênciacom o ser amado. Às vezes nos deparamos com os amores
platônicos ou não recíprocos. Respeitar os limites do outro
é fundamental para nosso equilíbrio psíquico.
Quando você se deparar com um amor proibido
atravessando seu percurso de vida, olhe para si mesmo e
conscientize-se de que você não merece pagar preço tão
alto por uma ligação que não possa ser postergada.
Se o seu amor não é correspondido ou é platônico e
o outro não sabe nem lhe dá atenção, não espere que um
milagre resolva a situação. Lance-se ao seu próprio
destino buscando realizações superiores.
Não lamente a saída de alguém de sua vida.
Reenquadre a posição que você deve ocupar na vida,
perante o futuro, sem aquela pessoa. O outro que saiu,
apenas desocupou o espaço por você constituído. Permita
que algo nobre ocupe devidamente aquele lugar.
Se você se encontra em solidão, observe à sua volta
e verá que, mesmo acompanhada, muita gente está só. A
companhia do amor é a paz da consciência e o pensamento
voltado para o futuro.
Por contingências reencarnatórias, o amor entre duas
pessoas poderá estar separado pelos laços de parentesco,
pelo compromisso do outro, por expiações ou pela
preferência sexual. Nesses casos, aja com cautela e
equilíbrio, considerando que a separação imposta pela vida
representa processo educativo em curso.
Muitas vezes tentamos colocar num ponto máximo
de nossa vida o amor a uma pessoa em lugar do amor a
Deus, à vida ou, até mesmo, a si próprio. Esse amor
exagerado tende a anular quem a ele se entrega.
Em determinada fase de nossa vida nos encontramos
com um outro que inunda nossa consciência alojando-se
sem pedir licença, parecendo ser a única razão de
existirmos. Muitas vezes se trata de fascinação movida por
carências não atendidas. Valorização de si mesmo e auto-
estima, são fundamentais para o reequilíbrio psíquico.
As barreiras da posição social, do nível intelectual e
outras erigidas pelo preconceito, são contingências que
nos ensinam a grandeza da vida verdadeira, da qual somos
originários e para a qual voltaremos como espíritos.
Se o amor possível está difícil, o impossível merece
a nossa cautela para não se tornar uma armadilha cármica
a nos aprisionar na teia das reencarnações expiatórias.
O amor não-amado, Jesus, soube entender os
homens, face à ignorância espiritual da humanidade. O seu
amor é o amor possível e libertador.
O amor não correspondido é aquele que devemos
esquecer a fim de buscarmos outro amor, que preencherá
nossa vida de felicidade e paz. A fixação nele é porta
aberta à obsessão e à anulação de si mesmo.
O amor impossível nos aprisiona e nos faz
estacionar diante da vida. Sua presença em nossa
consciência e em nosso coração impede-nos de crescer e
evoluir.
Se não conseguimos realizar o amor que nos parece
o máximo de nossa vida, lembremo-nos que um outro
amor pode estar a nos esperar do outro lado da vida,
confiante em nosso amadurecimento antes da partida. O
amor dos entes queridos, que nos antecederam na viagem
de retorno ao mundo espiritual, bem como daqueles que
pertenceram ao nosso passado reencarnatório, estará
sempre presente em nossas vidas na medida em que
permaneçamos trabalhando em favor do amor e para que o
amor alcance os que dele carecem.
Amanhã poderemos estar diante de algo muito mais
importante do que aquele amor que nos impede o
crescimento. Na manhã seguinte, certamente o dia poderá
ser mais acolhedor. Acredite no amor possível; é ele que
nos faz crescer.
Jesus nos ensinou que o amor é sempre
possível àquele que pensa no Bem.
9
Amor amigo
Nossos amigos são nossos tesouros. Constituí-los e
preservá-los é uma arte. Saber fazer e manter amigos é
uma capacidade importante do ponto de vista do
crescimento espiritual.
Manter os amigos constituídos desde a infância
revela alto grau de inteligência emocional e capacidade de
amar por tempo indeterminado. São aqueles, os amigos
que nos acompanham durante muito tempo, os que nos
ensinam o verdadeiro amor.
O amor amigo é aquele que se coloca ao lado e em
companhia do outro, sem lhe tolher a liberdade. O amor
livre é aquele que liberta para a vida plena e feliz.
O amor amigo nunca precisa ter que perdoar. Quem
ama não se magoa, não fica com raiva de quem o agrediu,
por não se sentir ofendido.
Muitas vezes o amor entre duas pessoas se
transforma em amizade provocando, não raro, a separação.
O que houve? Não seria este o objetivo da união? Muitas
vezes, o melhor caminho é o da motivação consciente, que
adiciona novos elementos à relação, para a felicidade do
casal.
O amor amigo não anula o outro, pois se preocupa
com o crescimento e fortalecimento da personalidade do
parceiro. Muitos casais perdem o interesse pela relação em
função da competição que se instala entre os parceiros,
pela ausência de solidariedade
O amor amigo é fraterno, divide os problemas,
mesmo os que não são comuns ao casal, é companheiro e
auxilia o outro na solução dos conflitos íntimos como se
fossem os seus.
O amor amigo eleva o espírito, não necessitando,
muitas vezes, da união carnal para ocorrer o verdadeiro
encontro entre os pares.
Quando o amor maternal deixa de ser o amor de
amigo, preferindo permanecer no controle e dominação da
prole, provoca o afastamento do ente querido pela
necessidade que este tem de libertar-se do jugo
superprotetor.
O amor exige cumplicidade na medida em que esta
promove a interação entre o casal, cuja exclusividade e
privacidade são garantidas. É nessa cumplicidade
equilibrada que se mantém a amizade do casal.
É certo que não se consegue ter por um inimigo o
mesmo tipo de amor que se tem por um amigo, mas se
pode desejar àquele o mesmo que se quer para este. O
inimigo representa sempre uma oportunidade de aprender
algo mais sobre nós mesmos. O ódio, muitas vezes, nos
vincula no tempo e no espaço, às pessoas com as quais
nada teríamos a aprender, mas que, certamente, nos
ensinarão coercivamente, algo sobre nós.
Se você quer ser feliz, ame antes de ser amado. O
que queremos para o outro é o que recebemos da Vida. O
pensamento daquele que nos ama, é que nos auxilia e nos
ajuda em circunstâncias que não imaginamos possam
acontecer.
O verdadeiro amigo transforma o outro pelo
exemplo de sua própria transformação e pelo amor que faz
brotar de sua alma.
O amor amigo não exige retorno do outro. Dedica-se
por livre iniciativa e opção de servir. Quem ama jamais
deixará de fazê-lo. O amor perdoa sempre por não se
sentir ferido.
Não erotize o amor de um amigo. A distância entre o
afeto e a sensualidade nem sempre é percebida pelo outro.
Observe se não se trata apenas de uma carência sua que
poderá lhe custar a amizade.
Aja com ética para com as pessoas, principalmente
os amigos, pois certamente eles têm você em alta conta.
Sua ética é garantia para a compreensão do amor que nutre
por eles.
Muitas separações acabam em disputa por heranças
e patrimônios do casal, gerando inimizades e
desequilíbrios de parte a parte. Quando isso ocorre é
importante que se pense na supremacia atribuída ao
dinheiro em lugar do amor. Os bens passam, só o amor
fica.
A disputa por bens, quando não estabelecida em
bases equilibradas, gera necessidades de retorno a uma
nova experiência em conjunto para o aprendizado da
renúncia e para devolução do que não se merece.
Não deixe que sua relação com alguém termine na
inimizade. Quando assim ocorre, geralmente surge uma
sensação de insucesso e insegurança quanto a uma
possível relação futura.
Jesus, o Amigo Divino, nos ensinou a
trabalhar com os amigos pelo Bem Maior. Mesmo
traído por Judas, chamou-o de amigo.
10
Amor e
carma
Muitas criaturas se ligam a outras por impositivos da
Lei de Causa e Efeito, que geralmente faz com que o
credor se una ao devedor de si mesmo. Nas dificuldades
de relacionamento, costuma-se evocar esse princípio como
justificativa para as desavenças domésticas, porém, deve-
se estar atento para as imperfeições próprias de cada um e
que não estão relacionadas com o modo de ser do outro.
O casamento é portal de crescimento, qualquer que
seja o passado dos cônjuges. Ligar-se a alguém é sempre
opção de cada um, sem que signifique necessariamente
anterior ligação cármica.
Quando o amor está presente numa relação, ele é
capaz de suplantar qualquer carma passado, desde que o
indivíduo não projete no outro suas próprias imperfeições.
O amor transcende a matéria da carne renascendo a
cada nova etapa da Vida do espírito. Os vínculos afetivos
entre as criaturas se fortalecem a cada encarnação,
objetivando o amor puro e sincero.
Os vínculos que firmamos numa encarnação não
quebram aqueles que fizemos nas vidas anteriores. O
verdadeiro amor não se acaba nem diminui com a
convivência do ser amado com outrem. Casar com alguém
não significa prender-se àquela pessoa nas encarnações
futuras. Os vínculos se fortalecem pelo amor, porém,
podemos estar ligados a alguém se o agredimos numa
existência e ele não se equilibrou, necessitando novamente
de nossa presença em sua vida para o aprendizado mútuo.
Entregar-se ao comando do amor é libertar-se dos
atavismos que nos prendem ao sofrimento. Quem se deixa
viver pelo amor alcança a plenitude libertando-se de
carmas passados, entendendo o sofrimento como processo
educativo salutar.
Transformar seu carma negativo em positivo é
colocar a energia do amor a serviço do Bem Maior. Só o
amor pode mobilizar e alterar o destino no sentido do
crescimento espiritual.
O amor nunca se acaba. Por mais inconseqüentes
sejam as atitudes do outro, o amor verdadeiro permanece,
desculpando e amparando o ser amado que
momentaneamente desequilibrou-se.
Quando o amor já vem ferido de outras vidas,
costuma reaparecer nas uniões provacionais. Se você se
encontra nessa situação, verifique o que ainda não
aprendeu com a nova união. É importante fazê-lo antes
que seja tarde, para sua felicidade.
As uniões ditas cármicas podem se tornar uniões
felizes desde que um dos cônjuges se disponha ao amor e
a tornar o outro feliz. Repense sua união a fim de não ter
que retornar nas mesmas circunstâncias.
Se você não mais deseja reencarnar na companhia de
determinada pessoa, não a agrida. Termine a relação sem
gerar carma negativo. Aprenda a conviver, como amigos.
Perceba que o amor de Deus coloca a serviço do ser
humano Sua misericórdia, para diminuir os efeitos das
atitudes negativas do passado, permitindo-lhe sua
recuperação.
Não espere tempo algum para ajudar alguém com
seu amor, sob pretexto da necessidade de que haja
sofrimento para o progresso espiritual dele. Se possível,
diminua aquele sofrimento. Aprende você e aprende o
outro.
Ninguém é dono da vida de ninguém. A
desencarnação promove a alforria necessária para muitos
indivíduos que se sentem presos na vida a alguém.
Liberte-se libertando o outro da posse excessiva.
Não se obrigue a vincular-se a alguém por pena ou
piedade. Verifique suas necessidades evolutivas e o bem
que você poderá fazer ao outro lhe permitindo sentir-se em
igualdade de condições com seus semelhantes. Se a vida o
colocou ao lado de alguém que necessita de cuidados,
faça-o com consciência de seu papel e de sua
responsabilidade.
O carma do filho deficiente coloca frente a frente
antigos amores e, às vezes, antigos desafetos. A mãe que
se dedica ao filho deficiente é duas vezes mãe, pois coloca
acima de tudo o amor pelo seu filho que é diferente dos
outros.
Não guarde mágoa em seu coração. Não o manche
com a tinta negra do ódio. O verdadeiro amor não se
magoa, pois compreende a atitude do outro, própria de seu
nível de evolução.
Jesus reencarnou sem carma para nos
ensinar, através de sua mensagem, como
aprender com nossos equívocos do passado.
11
Amor e
carência
Algumas pessoas se unem a outras por carência
afetiva ou por medo de ficar só. O amor é mascarado pela
necessidade de preencher um vazio deixado por motivos
ligados à infância ou ao passado espiritual da criatura.
Nesses casos, quando a carência é suprida e vem a
maturidade psicológica, um deles, ou os dois, estando em
crise, geralmente descobrem que não havia amor entre si.
Nem sempre quando o parceiro preenche as
necessidades sociais e culturais do outro, pode-se afirmar
que isso é amor. Casar ou unir-se a alguém pode ocorrer
por "imposição" cultural. Por vezes casa-se porque todo
mundo casa, porque os pais se casaram, os avós, o vizinho
e também por imaturidade psicológica.
Alguns procuram um parceiro para não ficarem sós,
por não saberem viver na solidão sexual ou emocional.
Necessitam de alguém para companhia, para sentirem-se
amparados e cuidados, para terem filhos, para não ficarem
sós na velhice.
Há também a procura do parceiro por necessidade
sexual, para permutar energias, para obter prazer,
descarregar seus desejos reprimidos. São diversos os
motivos pelos quais se procura um parceiro.
As decepções e abandonos sofridos na infância, as
perdas acumuladas e não elaboradas, podem fazer com
que as pessoas se liguem umas às outras, na expectativa da
satisfação inconsciente de solucionar aqueles conflitos.
A carência do amor está presente na criatura humana
e ela, muitas vezes, busca-o para satisfazer um outro nível
de necessidade. Alguma expectativa não atendida num
período de sua vida vai ensejar a necessidade futura.
Amar e ser amado é o desejo de toda criatura, porém
tal equação tem sido resolvida de forma dolorosa. É
realmente dolorosa uma existência sem amor. Intimamente
temos a necessidade de nos sentirmos unidos a alguém que
possa servir como catalisador de nossas emoções.
Necessitamos ser tocados, afagados, para nos sentirmos
vivos. Quem não sente falta de uma companhia nas horas
de solidão e de angústia? Principalmente uma companhia
amiga que nos devolva o que lhe oferecemos.
Se a solidão e a carência estão minando-lhe as forças
de forma persistente, investigue a fundo sua consciência
procurando descobrir em você, quais os aspectos que
podem ser transformados para facilitar seu encontro com o
outro.
Muitas vezes transformamos nossas vidas em
experiências de dores sucessivas por inabilidade para nos
relacionarmos adequadamente. O autoconhecimento e a
percepção de si mesmo favorecerão as mudanças que se
fizerem urgentes.
Se a saudade fizer aumentar a carência, não olhe
para o passado que não mais retorna, mas para o futuro
ditoso que nos aguarda, fruto do amor que dedicamos à
Vida.
A carência não resolvida pode nos levar à doença.
Pode permitir em nós a instalação de processos agressivos
ao corpo. O antídoto é o amor pelos que não têm amor. O
corpo é um vaso reflexivo do psiquismo que o usa.
Entendê-lo como caixa de ressonância nos permitirá
decifrar os mecanismos da mente que dela se utiliza.
A procura pela satisfação, a qualquer preço, das
carências instintivas, pode levar o indivíduo à obsessão e
insatisfação constantes. A carência em excesso conduz a
comportamentos desagradáveis, pois coloca sobre o outro
uma elevada exigência de provas de amor que acabam por
sobrecarregá-lo, ensejando o rompimento dos laços
afetivos.
Se você se encontra sob o signo da carência sexual,
não permita que sua união se dê por este motivo. Eleve seu
amor ao nível espiritual e ele acalmará sua sede instintiva.
A carência em ser amado, em ser querido por
alguém, pode ser satisfeita a partir do momento em que
nos dispomos a atender às necessidades de outros que se
encontram na mesma situação.
A carência, às vezes, decorre da posse que pensamos
ter sobre as pessoas. Não aprendemos a amar sem possuir,
sem libertar.
A dependência gerada pela satisfação superficial das
carências leva o indivíduo a perder seus referenciais e
limites. Toda dependência deseduca, como todo excesso
vicia.
Quando você se sentir só, sem um amor, sem nada
que lhe motive a vida, você estará carente do amor da
falta, que poderá mudar sua vida. Esse amor é aquele que
você precisa urgentemente destinar a algo ou alguém. Dê
amor que ele nunca lhe faltará.
A maior carência que temos é a de amar
verdadeiramente. Não a de sermos amados, mas a de
sabermos amar sem possuir. Ser amado sem amar
incomoda menos que amar sem ser amado, pelo nosso
estágio embrionário de evolução. Um dia saberemos amar
sem exigir amor.
A realização do amor não permite a instalação do
estado de carência naquele que ama.
Jesus, com seu amor, pode suprir a nossa
carência de amar.
12
Amor e
terapia
O amor é a terapia mais eficaz para a cura dos
muitos conflitos humanos. Sua percepção equivocada tem
levado as criaturas ao desequilíbrio e à insatisfação para
com a vida e consigo mesmo.
Muitos dos traumas humanos se dão pela falta de
entendimento adequado do que é o amor e da busca
desenfreada em materializá-lo a qualquer custo. Pode-se
dizer que a história do ser humano é a história da
compreensão do que é o amor.
Amor e ódio, diz-se que são sentimentos opostos. Se
entendermos opostos como aquilo que impede algo se
desenvolver, sim. O ódio é uma manifestação de amor,
que embrutece seu agente pela ausência da percepção de si
mesmo. Quem odeia não se percebe, não percebe o amor
em si. Não é possível expressar o amor quando se está
envolvido pelo ódio.
As terapias estabelecidas pela psicologia clássica
bem como as chamadas terapias alternativas, buscam,
através do amor, equilibrar o ser humano no mundo. Só o
amor é capaz de nos colocar no mundo em contato com a
felicidade.
Quando surge alguém que se coloca em nosso
caminho como inimigo e permitimos que sentimentos de
ódio tomem nosso ser, anulamos a permanência do amor,
impedindo as possibilidades de reconciliação. Enquanto
não anularmos o efeito do ódio em nossas vidas nenhuma
terapia terá efeito.
Quando se ama, o mais importante é a paz e a saúde,
sendo aquela mais importante que esta. A paz nos educa
para a doença enquanto a saúde pode prescindí-la. O amor,
estando entre elas, nos anima a viver.
O amor é a terapia mais eficaz às obsessões. Àquelas
motivadas pelas questões de ordem sentimental sua
influência é essencial. O amor de alguém cura o amor-
doente do outro. A terapia do amor esclarece e educa
aqueles que se encontram envolvidos pelas teias das
agressões mútuas.
A verdadeira terapia leva o ser humano à felicidade
e se alicerça no profundo respeito à individualidade e
singularidade que é o outro. Na terapia, como em qualquer
trabalho que envolva o crescimento do outro, o amor é
fundamental como elo de ligação entre o que se considera
sadio e aquele que o procura.
A transformação de um indivíduo num processo
terapêutico, ocorre quando ele se dispõe a amar a si
mesmo e a Vida. É um processo individual e
intransferível.
A terapia centrada no amor preocupa-se com o outro
e com seu futuro, buscando algumas referências no
passado. A projeção de um futuro ditoso deve fazer parte
de toda proposta terapêutica.
Valorizar excessivamente o passado pode levar o
indivíduo a fixar aspectos negativos de sua vida. Enxergálos,
entendê-los e aceitá-los como momentos de
aprendizagem é fundamental. Permanecer fixado nele, é
doentio. Amar-se é também entender as próprias
dificuldades e equívocos do passado, como constituidores
da personalidade do presente.
O otimismo constitui-se num excelente remédio para
o indivíduo que se encontra em estado depressivo,
desanimado ou insatisfeito com a vida. A terapia do
otimismo renova e equilibra a mente. O otimismo alicerçase
no amor à vida e na certeza do amor de Deus.
Nascemos para a conquista da felicidade. Ela não nos
surge gratuitamente, mas sim, constitui-se numa escada
ascensional a que todos estamos sujeitos.
Uma terapia pode chegar ao fim, mas o amor de que
necessitamos entender, estando ou não com conflitos
psicológicos, é para sempre. Deixa-se uma terapia, mas
não se deixa de viver com amor.
Uma terapia, para surtir efeito, deve se preocupar
com os efeitos da dependência que pode se instalar entre o
terapeuta e seu cliente. O olhar do terapeuta deve revestir-
se da lente do amor.
Muitos conflitos, que hoje chegam a necessitar de
uma terapia, originam-se da mágoa escondida por trás da
impossibilidade da liberação das emoções, quer do
passado, quer do presente. Só o amor consegue perdoar,
quando quem se sentiu agredido compreende que também
seria capaz de agir como o outro, se estivesse nas mesmas
circunstâncias.
A empatia é a base da compreensão do outro. O
amor contém a necessidade de se agir com empatia. Toda
relação para ser duradoura alicerça-se na empatia para
com os outros.
Se sua terapia não vem dando o resultado que você
esperava, experimente adicionar-lhe o amor. Renove sua
vida percebendo-se um ser infinitamente capaz de amar. O
terapeuta é alguém como você e é dessa forma que ele se
vê. Ambos estão em processo de crescimento.
A verdadeira terapia não deve centrar-se na doença,
mas na saúde. A doença pode ser fator de equilíbrio
quando impulsiona o indivíduo à busca do amor.
Jesus, terapeuta do amor, soube dar a cada
indivíduo que com ele esteve, a palavra na
medida certa para sua evolução.
13
Amor e paz
interior
A paz é a conquista do amor entre o ser humano e o
meio em que vive. Viver em paz é viver o amor em
contato com o mundo. Não há paz sem amor como não há
amor sem paz.
A paz interior é a plenitude do espírito em equilíbrio
com sua consciência. Este estado é alcançado através da
vivência do amor. A paz interior não se alicerça sem a
experiência com amor.
Paz interior é quietude íntima e inquietude quanto às
injustiças no mundo. Quem está em paz consigo mesmo
não desdenha a necessidade de transferí-la para outrem.
A paz é uma pessoa. Ela só é possível através do
humano. É pelo ser humano que ela se realiza. Quando o
amor está presente no ser humano, ele se torna luz e paz
para os que o cercam.
Quem tem a paz interior tem a certeza de sua
participação e responsabilidade na construção de um
mundo melhor. Significa sentir-se um com o cosmo, com
a natureza, com a vida, com Deus.
A esperança e a certeza da vitória do Bem são
motivações daquele que está em paz, pois lhe dão
confiança no futuro e nos objetivos de Deus para com o
ser humano.
Estar em paz consigo mesmo e com o mundo é usar
as lentes do amor no contato com a realidade. Quem a
possui consegue ver o mundo como uma grande escola de
aprendizagem e progresso.
A paz interior é um estado de felicidade permanente,
conquistada com trabalho e amor em favor da Vida. Tal
conquista se dá no contato com a experiência de viver em
sociedade.
A reforma interior do ser humano torna-se possível
quando ele adiciona o amor às suas atitudes. A quietude
íntima invade sua alma permanecendo para sempre em sua
trajetória evolutiva.
Para se conquistar a paz interior é necessário
atravessar o caminho da percepção de si mesmo. É preciso
se ter a certeza e confiar num futuro melhor para aqueles
que sabem amar. Comece pela percepção de seus defeitos
e virtudes. É preciso ver em si mesmo a luz e a sombra.
Faça um programa de aquisição de tranqüilidade
interior iniciando pela fala, pelo pensamento e pela ação.
Tais atitudes realizadas com amor lhe darão o equilíbrio
necessário à percepção de si mesmo.
A conquista da paz interior envolve o respeito e a
admiração pelo outro. Ele é o espelho colocado em sua
vida para que você mesmo possa se entender e aceitar-se.
Quem ama sabe do valor do outro em sua vida.
Quem quer que seja o outro em seu caminho, quer
permanente ou eventual, é sempre alguém especial que lhe
ensinará a viver. Respeitá-lo em sua singularidade é
princípio do amor ao próximo.
A paz interior confere ao indivíduo otimismo e
determinação em lutar e vencer as dificuldades da vida,
inerentes ao nível de evolução de cada um.
Quem detém a paz interior é possuidor de fonte
inesgotável de amor. O amor nunca se acaba para aquele
que encontrou a paz de consciência.
O equilíbrio verificado naqueles que estão em paz
consigo mesmos, advém do amor que pacifica a alma e da
ética comportamental que adotam em suas vidas e com os
outros.
O coração de quem está em paz não tem mágoa nem
ressentimento. Esses são sentimentos que não encontram
ressonância em quem ama e sabe amar.
Imbuído da paz interior e do amor à humanidade,
Gandhi propôs a não violência como atitude positiva
diante das agressões do mundo. Nem passividade nem
violência, mas atitude firme na busca da paz.
Se você se queixa de que nada dá certo em sua vida,
tente o amor. Invista no amor. Persiga o amor. Proponha o
amor para sua vida.
A paz interior é uma conquista do espírito imortal.
Iniciar agora é começar uma jornada rumo à individuação.
Jesus mostrou-nos que a paz e a serenidade
de espírito são fundamentais para a realização do
amor pleno na Terra.
14
Amor e
trabalho
O trabalho é o amor materializado. É no trabalho
que realizamos o amor e dele nos nutrimos. Sem trabalho
não há amor. Sua existência é uma elaboração psíquica.
O trabalho no Bem é a realização do amor de Deus.
O amor se concretiza no trabalho nobre, executado com
fins ao progresso e à felicidade do ser humano.
No trabalho remunerado, o amor se expressa quando
o realizamos de forma prazerosa, sem achaques nem
reclamações descabidas. Depois do lar, é ali onde mais nos
mostramos como somos.
O trabalho dignifica o ser humano tanto quanto o
capacita à aprendizagem necessária ao progresso
espiritual. O amor é a energia refazedora do trabalhador
que se agasta em sua realização.
Amor e trabalho somados, fazem a fórmula mágica
para a felicidade do ser humano. Dissociá-los é adiar o
progresso espiritual que nos aguarda.
Sendo o trabalho toda ocupação útil, todos, em
qualquer situação, podemos fazê-lo. Todos podemos amar
através da realização de algum trabalho. Não há quem
esteja impossibilitado de realizá-lo. A prece por alguém é
uma atividade útil, portanto, é trabalho.
O trabalho com amor permite as realizações
superiores e a aquisição do conhecimento das Leis de
Deus. A vida nos coloca na execução do trabalho mais
apropriado ao nosso desenvolvimento espiritual.
O trabalho do amor é a conquista do bem coletivo,
permitindo que cada um expresse sua individualidade sem
tolher a do outro. Compartilhar o trabalho com alguém é
oportunidade de crescer com o outro.
Trabalhar num sistema religioso constitui-se uma
oportunidade de colaborar com Deus em Sua obra.
Desempenhar mal esta tarefa é compromisso grave de que
se arrependem aqueles que assim procedem. A consciência
do ser humano é seu principal juiz a lhe exigir correção.
Realize seu trabalho com otimismo e disposição
sincera. Ele é seu meio de sustentação e aprendizagem.
Sem ele o ser humano entra em estagnação e perde
excelentes oportunidades de crescimento.
O trabalho feito sem amor torna-se obrigatório e
enfadonho. A obrigatoriedade retira os objetivos nobres
que se tem ao trabalhar. Descubra no seu trabalho uma
forma de exercê-lo com o sentido do amor.
É no ambiente de trabalho que descobrimos pessoas
com quem temos a aprender e nos servem de espelho na
vida. Prezando-as, aprendemos a lidar com nossas próprias
imperfeições.
A escolha de uma profissão deve ser feita com
cautela e com amor para não nos dedicarmos a uma
atividade que venha a nos atrasar a marcha evolutiva. O
amor, presente nessa escolha, nos levará ao encontro com
a profissão adequada ao nosso processo de crescimento.
No limiar de uma nova vida, com a desejada
aposentadoria, o ser humano pode deixar o trabalho
remunerado, mas nunca deverá deixar de trabalhar por
amor, de forma a manter-se sempre em paz com sua
consciência que lhe exigirá uma ocupação útil.
O trabalho é fonte de renda para o ser humano,
sendo sua porta para a independência financeira e
psicológica. Adicionar-lhe o tempero da boa vontade e do
amor possibilitará sua emancipação espiritual.
Na relação amorosa do casamento não se deve
excluir a participação de ambos no trabalho de
manutenção da família. Compartilhar o trabalho é
compartilhar o amor.
O trabalho dirigido em favor de quem se encontra
em dificuldade de manter-se é serviço nobre em favor da
Vida. Todo aquele que se dedica ao trabalho pelos mais
necessitados colabora com a harmonia da Vida.
O trabalho é o caminho do aprendizado. É nele que
experimentamos as lições teóricas que ouvimos, falamos e
lemos. Com ele, a teoria dá lugar à prática.
Quem trabalha direcionando amor àqueles com
quem interage, vive mais e melhor. Cresce e ajuda a
crescer. Ama e ensina a amar pelo trabalho que faz.
Jesus mostrou que, através do trabalho no
bem, manifesta-se o amor a Deus.
15
Amor e
inteligência
O amor é o requisito básico para a apreensão da
inteligência. Foi em busca do amor que o ser humano saiu
das cavernas e alcançou a civilização do progresso. Sua
inteligência é conquista do amor.
Cada vez mais o ser humano descobre que a
inteligência não se refere apenas a aquisição de
conhecimentos intelectuais, mas se reveste das franjas do
amor em sentimento e intuições.
O máximo saber humano é a percepção do amor
como estado de sabedoria.
A química moderna atribui à diferença de carga
elétrica a atração entre partículas, isto é, a positiva atrai a
negativa e vice-versa. O elétron é mantido a determinada
distância pela força com que o núcleo o atrai. Diz-se que
essa força é fraca em comparação à forte que une prótons
e neutrons no núcleo atômico. Fracas ou fortes, são forças
atrativas que mantêm a matéria coesa e com as
propriedades universais que conhecemos. Elas
representam as leis de Deus de forma concreta. São
manifestações de Seu amor infinito.
Pode-se também afirmar, do ponto de vista da física,
que, a força que atrai dois corpos distintos, de acordo com
a afirmação de Newton, "matéria atrai matéria na razão
direta de suas massas e inversa ao quadrado de suas
distâncias, segundo uma constante", é o amor no mundo
microscópico da matéria.
Que força atrai os corpos? Será a mesma que atrai as
pessoas? Certamente que não. E o amor entre duas
pessoas? Qual a sua natureza? Tais forças físicas, sem
sentimentos, representam o amor de Deus presente naintimidade da matéria. É o amor que atrai a matéria.
O ser humano descobre a inteligência intelectual, a
inteligência emocional, a inteligência intuitiva, a
inteligência meditativa e, certamente, descobrirá outras,
porém, nada se iguala ao amor presente na essência do serhumano, ultrapassando os limites de seu corpo. É o amor,
a inteligência elevada ao máximo grau.
Amar independe do corpo sadio. Não se ama com o
coração físico nem com o cérebro. O amor vem do espírito
e ele não depende do corpo para existir. Sua natureza
difere de tudo que seja material.
Ao ver um deficiente físico ou portador de qualquer
distúrbio psíquico, não pense que ele não é capaz de sentir
ou mesmo manifestar seu afeto ou carinho. Observe e
verifique que ele manifesta o amor de uma forma que lhe é
característica.
O amor inteligente é o que cresce e se preocupa com
o crescimento do outro. A realização daquele que ama de
forma inteligente está no desenvolvimento do outro.
Em que pese a tecnologia ter dominado o mundo
moderno, o amor nunca foi tão atual e importante para o
crescimento humano. Através dele o ser humano tem dado
passos largos nas conquistas tecnológicas.
Embora pareça que a tecnologia esteja do lado
oposto do sentimento, pode-se verificar que ela surgiu
para tornar o ser humano mais sensível e mais disponível
ao amor.
O verdadeiro equilíbrio do ser humano inicia-se
quando ele descobre a função do amor em sua Vida. Essa
função está ligada à sua origem divina e transcendente.
A mesma inteligência que capacita o ser humano a
amealhar recursos financeiros, muitas vezes para a
aquisição do supérfluo, direciona-o para as aquisições
superiores do espírito.
A inteligência emocional, atributo do Espírito,
possibilita ao ser humano penetrar, pela razão emocional,
nos domínios do sentimento e do amor.
Se você notar que retornou à experiência na carne
dotado de inteligência acima da média comum,
sobressaindo-a dentre outras faculdades do espírito, é sinal
para que você busque desenvolver os sentimentos ainda
embrionários na alma.
Ama, de forma inteligente, quem faz do amor uma
energia criadora para uso próprio nas circunstâncias da
vida. Em que pese as conquistas maravilhosas da
tecnologia humana, ainda estamos na infância na aquisição
dos valores do espírito.
Quando o ser humano coloca a inteligência a serviço
do amor, alcança a plenitude da realização na Terra.
Jesus aliou o amor à inteligência colocando-
os a serviço do crescimento da criatura humana.
16
Amor e
traição
O amor pressupõe confiança e entrega de
sentimentos. Sua exclusividade é exigida por aquele que
se dedica ao outro, não permitindo a entrada de um
terceiro elemento na relação.
O ciúme, oriundo da insegurança, costuma ser
elemento catalisador de atitudes inadequadas pelo seu
protagonista. Cautela quanto à impulsividade motivada
pelo ciúme.
Liberte-se daquele amor quando ele já não mais se
sente preso a você. Sua decisão poderá evitar dissabores
desnecessários. A vida lhe oferecerá oportunidades de
equilíbrio mais adiante.
Decepcionar-se ou indignar-se pela traição de
alguém é natural, porém verifique as condições em que se
deu o fato. Muitas vezes suas atitudes foram determinantes
para a ação do outro.
A traição, qualquer que seja sua causa, reflete
sempre o amor insatisfeito consigo mesmo. Quando ela
ocorre de forma sistemática, revela o desequilíbrio
obsessivo em que seu agente se encontra.
Trair e afirmar que outro pode fazê-lo se o quiser, é
deixar seu amor à deriva de forma irresponsável e
inconseqüente. As relações humanas não devem se
constituir em aventuras do coração. Toda relação
emocional gera comprometimento futuro.
A transformação da pessoa que trai poderá ocorrer
com o auxílio do amor daquele que foi traído. Não culpe
alguém pelo ocorrido; responsabilize-se apenas pelo que
está acontecendo com você.
Mesmo ferido, o verdadeiro amor permanece. O
destino, pelas escolhas de cada um, poderá separar as
pessoas, mas não eliminará o amor. Mesmo traído e
separado, o amor verdadeiro permanece vibrando pelo
equilíbrio do outro.
Embora seu amor esteja ferido pela traição,
considere que o seu caminho foi de vitória e que você não
foi o autor nem agiu da mesma forma. Não se culpe,
apenas assuma a responsabilidade de forma madura. Viver
maritalmente com alguém será sempre um desafio à
singularidade do ser humano.
O sentimento provocado pela traição de um parceiro
pode levar o outro a adoecer. Tal ocorre quando o corpo se
torna o anteparo para a continência das emoções que
deveriam ser expressas de outra forma.
Não se deixe abater pela decepção do companheiro.
Mostre a si mesmo que seu valor não depende de
circunstâncias externas, mas é aquele que você sabe que
tem.
Tenha o hábito de dialogar com seu companheiro
sem que esteja fazendo interrogatório policial nem
tampouco deixe que a insegurança tome conta de sua
mente.
Envolva-se na vida de seu companheiro pelo coração
e pela participação em suas atividades cotidianas. Não
fique à margem da vida de quem você diz que ama.
Mesmo que ele o coloque à distância, crie atividades
conjuntas.
Não se coloque também na posição de quem
adquiriu uma posse. Se seu companheiro preferiu a
companhia de outra pessoa à sua, dê-lhe a liberdade de
que necessita para viver sua própria vida. Quanto a você,
viva-a mesmo com as dificuldades que advirão da decisão
tomada.
O amor que se acaba com a traição do cônjuge não
era amor, mas posse. O amor verdadeiro independe da
união carnal.
Diante da traição mantenha o equilíbrio. O outro não
soube merecer seu amor. Não culpe uma terceira pessoa
pela traição. Nessas circunstâncias ninguém age sozinho.
Mesmo assim não há culpa, mas responsabilidades.
Não se deixe magoar pela atitude do outro que o
traiu. Quem trai, é a si mesmo que agride.
Se você hoje possui outro relacionamento além
daquele que lhe constitui a família, ore e busque o
equilíbrio. A manutenção de outros relacionamentos
semelhantes revela necessidade de vencer carências
internas. Sua continuidade desprende energia, impedindo o
necessário equilíbrio para prosseguimento de outras
atividades da alma.
Seja fiel a seus princípios não se permitindo agredir
aquele com quem você convive. O amor é sempre fiel à
sua própria determinação. Na dúvida, não ultrapasse seus
limites. Há caminhos cujo retorno se torna difícil.
Há envolvimentos psíquicos muito semelhantes à
traição num casamento. Não se deixe vencer pelo apelo da
aventura em matéria de sentimento. Tudo que envolve o
coração merece responsabilidade e maturidade.
Jesus, mesmo traído por Judas, não deixou
de amá-lo.
17
Amor e sexo
Amor e sexo são uma única realidade? Estão ambos
ligados de forma vital? Pode um acontecer sem o outro?
Certamente que o amor transcende a sexualidade, sendo
esta uma forma de permuta de energias, enquanto aquele,
a energia do espírito em sua essência.
Enquanto amor, não há diferença entre amar-se um
homem ou uma mulher. O ser que ama não vê o sexo, não
enxerga o corpo nem a condição sócio-cultural do outro,
mas o espírito.
É comum se separar o sexo da atividade religiosa
como se ele não tivesse origem divina e fosse
incompatível com a dedicação a Deus. A repressão à
sexualidade, como se ela fosse atraso de evolução,
provoca núcleos traumáticos na personalidade do
indivíduo. Ao se distanciar de seu uso, não saberá
vivenciar, mais tarde, o amor pleno.
A sexualidade é função revigoradora na vida do ser
humano. Quando o amor está presente, torna-se veículo de
crescimento espiritual. Sua utilização responsável renova
as energias do indivíduo.
Embora o sexo seja um ato comum na vida do ser
humano, sua realização sem amor aprisiona-o nas teias do
prazer vicioso. Ser livre em relação ao sexo é praticá-lo
com responsabilidade.
Quando não há amor no uso do sexo, é comum a
ocorrência de doenças e desequilíbrios nessa área. O amor
é remédio que nos previne contra a ação de agentes
nocivos à saúde e ao bem estar.
Sexo é energia a serviço do crescimento do espírito.
Sua união com o amor proporciona realizações superiores
na vida. Perceber a gradação da energia sexual é tarefa a
ser aprendida.
As ligações do passado, baseadas apenas no sexo
inconseqüente, levam os indivíduos a se unirem pelo
mesmo princípio, gerando obsessões de difícil erradicação
pela sua força energética.
Amar é também se tornar responsável pelas
conseqüências do uso da energia sexual. Assumir uma
postura madura diante do sexo é cuidado fundamental
daquele que ama.
Sexo é energia transformadora. Sempre que a
malbaratamos estacionamos no processo de crescimento.
Sua utilização requer sempre reconhecimento dos limites
de cada um.
Sempre que desejamos o mesmo nível de satisfação
sexual com o parceiro, após anos de convivência, nos
esquecemos de que, embora o amor permaneça, o sexo
sofre variações de acordo com o organismo e com o
psiquismo do indivíduo.
Diante de tantos apelos eróticos, não se deixe vencer
pela propaganda enganosa do prazer fácil. Não transforme
seu amor em produto de consumo barato.
O amor verdadeiro pressupõe o respeito pelo corpo
do outro e do seu próprio. Sua união com alguém não deve
se transformar num campo de experiências sexuais como
se a vida a isso se resumisse.
O amor presente na união sexual dignifica-a.
Quando ele, dela está ausente, transforma-a em satisfação
de instintos primários. O amor que depende
exclusivamente do sexo se acaba por falta de afeto e
respeito.
Muitas criaturas na Terra se encontram doentes da
alma pela excessiva vinculação e valorização do prazer
sexual. Só o amor pode libertar o ser humano de seus
instintos primitivos.
Fazer sexo não é o mesmo que fazer amor. Amor
não se faz, se sente. Quem ama pode praticar ou não a
relação sexual, porém, quem o faz, nem sempre ama.
Compreende-se a tentativa de adicionar amor ao
sexo, cognominando o ato instintivo de fazer amor, porém,
eles nem sempre caminham juntos.
Nada há de impuro no ato de se relacionar
sexualmente com alguém. O problema é a viciação e
dependência em relação à necessidade de se permutar
energias exclusivamente dessa forma.
Não transforme seus momentos ao lado de alguém
na busca pelo sexo. Antes, faça dele um componente
natural de suas relações com as pessoas. Seu uso requer
sempre equilíbrio e maturidade.
Jesus nos permitiu mostrar que a energia
sexual pode ser também canalizada para a obra
divina.
18
Amor e
paixão
Estar apaixonado é um estado de espírito. Existe a
paixão motivadora dos grandes ideais, que impulsiona o
desenvolvimento, o progresso, promove mudanças e
transforma a vida.
O amor, nas suas mais variadas expressões, pode se
apresentar, em estágio embrionário, como uma paixão
avassaladora. Conhecer sua potência é fundamental para
não se deixar vencer por ela.
A paixão é o amor ainda semente. Muitas vezes
aprisiona aquele que a ela se deixa mobilizar, não o
deixando livre para viver sua própria realidade.
O ciúme é componente básico da paixão. É ele que
coloca o ser humano em contato com sua natureza
instintiva. Sua presença constante no relacionamento
provoca desequilíbrios e inseguranças prejudiciais.
A paixão pode ser motivadora na relação quando a
cumplicidade é mantida entre os pares. Ela deve ser
mobilizadora para as realizações da alma. Sua energia
deve catalisar realizações superiores.
A paixão desenfreada e cega anula a percepção do
verdadeiro amor. Muitas vezes a paixão é movida pela
obsessão espiritual, que pretende a estagnação daquele que
a ela se entrega.
Liberte-se da paixão quando o outro não lhe permite
a liberdade de ser você mesmo. A paixão que
verdadeiramente nos motiva para a vida é aquela que nos
liberta da prisão da anulação de nós mesmos e que não nos
permite entregar nossa vida e nosso destino a alguém.
A paixão inconseqüente é o amor doente. É aquele
que adoeceu por não nos permitir viver sem a exigência de
entregar-se a outrem. Ame, tornando o outro livre de seu
egoísmo. Nossa insegurança nos faz transformar uma
relação num inferno movido pela paixão.
A paixão suga energias daquele que a ela se dedica e
se compraz. É comum vermos pessoas que adoecem ou
emagrecem perdendo energias por conta de sua ação
desequilibrante.
As realizações superiores do espírito se ausentam
quando a paixão cega se apresenta anulando os valores
nobres. Manter a paixão sob controle é fundamental para o
equilíbrio do espírito.
As influências espirituais nocivas, quando tratadas
com amor, libertam o espírito das paixões que o vinculam
ao passado, permitindo a renovação do perseguido e do
perseguidor. Não basta curar um, é preciso tratar o outro.
Ambos se distanciaram do amor, merecendo cura e
crescimento.
A transformação da paixão em amor ocorre quando
nos permitimos enxergar o outro como um ser em
evolução, independente de nós, em cujo processo de
transformação oportunamente nos inserimos.
A paixão exige retorno do objeto amado para
compensar-lhe a dedicação e a entrega. Diferente do amor,
que liberta para a felicidade de quem se deixa envolver por
sua ação benéfica.
O amor se renova, a paixão se acaba. Enquanto esta
pede recompensa, o primeiro regozija-se com a felicidade
do outro.
Não deixe que seu amor por alguém acabe na
indiferença e no esquecimento. Tempere-o com o sal do
trabalho conjunto em favor do crescimento espiritual e de
um ideal nobre.
A paixão transforma-se em doença quando não
permite outra coisa senão a entrega inconseqüente ao
outro.
A paixão transforma o ser que a ela é dirigida em
objeto de posse, tolhendo-lhe a liberdade de viver sua
própria realidade.
A paixão, para se satisfazer, contenta-se em levar
um dos pares à dependência do outro. Nessa dependência,
perde-se a energia que equilibra para a vida.
A paixão, muitas vezes, permite que se instalem no
coração de quem a sente, quando é contrariada,
sentimentos de mágoa, revolta e desequilíbrio. Transforme
sua paixão em amor, mudando seu panorama mental.
Liberte-se da paixão impulsionando sua energia para
seu Eu Interior e na direção da Vida à sua volta.
Jesus soube viver o amor na Terra sem se
deixar macular pelas paixões mundanas.
19
Amor e
espiritualidade
O amor transcende os limites da vida terrena,
permanecendo vivo após a morte do corpo. A verdadeira
natureza do ser humano é espiritual, de onde provém epara onde se destina. É de lá que emana a energia amorosa
de Deus na direção da criação.
A vida espiritual é construção do amor que extrapola
os limites da humanidade material. O universo pulsa cheio
de vida material e espiritual. O olho humano, através dos
instrumentos óticos de grande precisão, não é capaz de
captar a grandeza da realidade espiritual, constituída pelo
amor de Deus.
Quando a saudade de um amor que não retornou
ofuscar sua consciência, entregue-se ao trabalho no bem,
em favor da vida, transferindo para Deus a energia
correspondente.
A dedicação de alguém às causas humanitárias e
religiosas não implica na sua impossibilidade de amar e
consorciar-se com alguém. O amor a Deus não exclui
nenhuma forma de amar.
O exercício de uma função sacerdotal ou da
mediunidade para o crescimento do indivíduo e da
sociedade, não deve ser motivo para se reprimir o amor
nem o exercício da sexualidade.
Amar é ter esperança quanto ao porvir e ao futuro do
ser humano como ser espiritual. A espiritualização do ser
humano depende do amor que seja capaz de sentir com
objetivos nobres e coletivos.
Espiritualizar-se é amar e ter esperança sempre. A
esperança que se manifesta naquele que ama, liberta-o da
prisão indesejada da culpa e do passado equivocado.
As realizações superiores da vida ocorrem sempre
que o amor está presente e quando se destina ao bem-estar
coletivo.
A felicidade nos Mundos Superiores só é possível
aos que alcançaram amar sem aprisionar o outro. O amor
verdadeiro torna o outro livre e ditoso ao mesmo tempo.
O amor maternal é o que mais aproxima o ser
humano do amor divino. Ele, pela sua forma pretensiosa
de fazer crescer o outro, torna-se sublime. É na
manifestação do amor materno que encontramos
similaridade entre o ser humano e Deus, percebendo-o
como feito à Sua imagem e semelhança.
O amor materno espiritualiza o ser humano
tornando-o mais consciente de seu papel na Terra. Não
deve ser possessivo nem considerá-lo obra de sua
exclusiva responsabilidade.
As construções espirituais, bem como as grandes
obras de arte da espiritualidade, permanecem inspirando o
ser humano na Terra, graças ao amor daqueles espíritos
nobres que já alcançaram um estágio mais evoluído que o
nosso.
A espiritualização da Terra exige de nós um estado
de amor constante em favor do bem, para derrubar as
sombras que teimam em tisnar a consciência do ser
humano.
O processo de espiritualização do ser humano,
necessariamente o faz atravessar uma fase crítica onde ele
descobre sua pequenez na Terra. Posteriormente, sob as
luzes do amor de Deus, ele descobre sua verdadeira
natureza, a espiritual.
O amor que exige recompensa ou gratificação pela
sua ação, não eleva o espírito. Sua verdadeira recompensa
é o crescimento espiritual do outro e a espiritualização da
própria vida.
Amor espiritualizado é o que não perde a fé e a
certeza da existência e do amor de Deus.
O amor que espiritualiza faz vibrar emoções
sublimes em nossa alma. Eleva-nos o espírito retirando-
nos do lugar comum da vida cotidiana. Retira-nos da vida
instintiva em que nos mergulhamos, muitas vezes sem o
perceber.
Jesus nos mostrou que o verdadeiro amor
espiritualiza o ser humano e o universo à sua
volta.
20
Amor e
educação
Educar é amar, é compartilhar o saber com o outro.
Ensinar é uma arte que veicula e transmite o amor.
Educando e educador partilham a energia do amor,
originária das fontes superiores da vida.
É finalidade divina a tarefa de educar. Atuar nessa
área é contribuir e colaborar na obra do Criador. Toda a
evolução revela um processo educativo de longo e
laborioso curso.
O ato de ensinar acrescenta ao educador a qualidade
de co-participante na obra de Deus para com a natureza e a
criatura humana.
O amor na educação cria oportunidade ao educando
e ao educador de estabelecerem relação onde ambos
aprendem. O educador respeitará as habilidades e
dificuldades do educando, aprendendo com ele. O
educando terá no educador seu modelo de exemplificação
O amor educa o indivíduo para a liberdade com
responsabilidade.
A verdadeira educação exercida com amor, muito
mais do que transmite conhecimentos, transforma o
educando, preparando-o para enfrentar seus próprios
desafios.
O amor na educação não pressupõe retorno, a não
ser o crescimento do educando. Essa é a maior
recompensa do educador.
A verdadeira educação não se obriga a exercê-la,
mas aplica-a com naturalidade e com empatia. Educar
deve ser uma ação livre e nascida do ideal de servir e fazer
crescer o outro pela prática do amor.
É através da educação com amor que aprendemos as
noções éticas da humanidade, sem as quais o mundo
continuaria na barbárie. Sua presença nas várias áreas do
conhecimento humano, permite sua transmissão pela
educação a todas as culturas da humanidade.
A educação pelo exemplo contagia o educando.
Quem educa amando transborda à sua volta o gosto pelo
saber, pela cultura, pela arte e pela vida.
Os grandes educadores da humanidade alcançaram
seus intentos graças ao amor com que realizaram suas
tarefas. Enquanto a lógica ensina a pensar, o amor ensina a
sentir e a viver em plenitude.
Quem ama preocupa-se em educar o outro para a
vida. Se busca uma forma de crescimento interior, ocupa-
se em que o outro encontre também sua maneira de
crescer.
Um amor é capaz de reduzir o ódio de muitos. Seja
você aquele que ama entre os que vivem na discórdia e no
desamor. O contágio do amor é mais eficiente que o do
ódio.
A educação com amor equilibra o ser para aquisição
dos valores superiores do espírito. Ela devolve o indivíduo
ao eixo central de sua vida, o encontro com Deus.
O processo educativo em que o ser humano se
encontra o obriga a vivenciar o amor segundo suas mais
variadas formas, até o dia em que possa alcançar o amor
pleno e verdadeiro.
Necessitamos repetir várias lições na vida para
aprender o verdadeiro sentido do amor. Passamos pela
paixão, pela posse, pela dependência, pelo sexo, pelo
afeto, pelo carinho, pela doação, pela renúncia, dentre
outros sentimentos, até chegarmos ao amor.
Educar é uma atitude que nos coloca em igualdade
de condições com o educando. Educador e educando se
nivelam no encontro com o divino. Educação e amor são
expressões que se assemelham.
Educar-se para o amor é não estabelecer competição
com o outro, visto que, se estão juntos, geralmente se
situam no mesmo degrau evolutivo.
Precisamos sair do amor-sensação para o amor-
sentimento. Caminhar na direção do enobrecimento do que
sentimos, elevando nossas percepções interiores ao nível
dos sentimentos de amor e paz.
Educar alguém é educar-se num processo interativo
de crescimento mútuo. Nessa interação não há maior nem
menor, vencedor ou vencido, aluno ou professor. Sempre
estamos a nos ensinar uns aos outros.
A vida sempre nos coloca em situações em que
estamos nos papéis de educando e educador. Estamos
sempre sendo modelo e, ao mesmo tempo, vendo espelhos
nos outros. Atuando na vida com amor, estaremos
exercendo aqueles papéis com equilíbrio e de forma a
favorecer nosso crescimento.
Jesus, o educador da vida, estará sempre à
nossa espera a fim de que nos tornemos
educadores da alma.
21
Amor e
perdão
Verdadeiramente amar é nunca ter que perdoar, pois
quem ama não se sente agredido por qualquer atitude do
outro. O amor, dessa forma, perdoa sempre,
compreendendo o nível de evolução do outro.
As agressões que porventura recebamos daqueles a
quem mais dedicamos amor e que nos ferem a alma, são
oportunidades de testar o nosso sentimento, conhecendo-
lhe a natureza.
Perdoar não é esquecer por esquecer. É compreender
e colocar-se no lugar do outro. O amor para existir, diante
da agressão a nós por parte de alguém que amamos, deve,
antes de tudo, compreender, isto é, colocar-se também
como alguém que poderia, nas mesmas circunstâncias,
cometer o mesmo equívoco.
Ser perdoado, diante de nossas faltas para com o
próximo, sem que ele nada exija, é oportunidade de
aprender com o outro, como amar e viver em paz consigo
mesmo.
A indignação é sentimento que, às vezes, se torna
necessário diante da atitude descabida de alguém. Tal
indignação não deve assumir, porém, o caráter da agressão
nem do revide, devendo portanto ser manifestada para que
o outro perceba as conseqüências de seus atos.
Às vezes, por gostar de alguém de forma exagerada,
perdoamos suas atitudes inadequadas para conosco e com
outros, confundindo os sentimentos e desculpando quando
cabia a repreensão necessária. Perdão não significa
conivência com o mal. Atitudes como essas, isto é,
perdoar e desculpar sem limites, incita o outro à prática do
mesmo ato reprovável. Isto não é amor, mas, submissão.
O exercício do perdão leva-nos à compreensão da
qualidade do sentimento que temos para com alguém.
Quem perdoa está a um passo do amor ao outro. Sua
constância levará o indivíduo ao caminho da compreensão
dos atos humanos e das relações interpessoais.
Nos processos obsessivos, onde os sentimentos se
encontram desestabilizados, o perdão é instrumento
fundamental àqueles que ainda não sentiram o amor em
seus corações. O perdão da vítima ao algoz, coloca-os em
condições de compartilharem os sentimentos nobres do
amor fraternal.
Se alguém se interpõe em nosso caminho exigindo-
nos atitudes contra nossa vontade, o melhor a fazer é
seguir adiante, sem sintonizar com imposições descabidas.
O amor nos coloca entre aqueles aos quais cabe
perdoar. O componente da família que conosco se
relaciona e com o qual não temos afinidade ou mesmo que
sentimos certa aversão, é sempre alguém a quem temos
que perdoar e amar em nosso próprio benefício. Sua
presença em nossa vida é oportunidade de aprendizagem
do amor e do perdão.
As atitudes de alguém, que nos merece o perdão,
quando não nos sentimos inclinados a dá-lo, se
reinterpretadas, nos ensinarão sobre nossas
responsabilidades em suas causas.
Amar é atitude que nos ensina a perdoar a nós
próprios. Não nos culpemos em demasia. Assumamos as
responsabilidades sobre nossos atos, sem receio dos
processos educativos que enfrentaremos. Antes do efeito
que sucede à causa, há a misericórdia divina em favor de
todos nós. Ela é o amor de Deus intercedendo em nosso
favor.
A compreensão dos atos humanos requer percepção
de nós mesmos. Nada nem ninguém age fora dos limites
de Deus. Ele é amor para sempre. Perdoar setenta vezes
sete vezes cada tipo de falta cometida é exercício para a
instalação do amor em definitivo em nós.
Necessitar do perdão divino para nossas faltas é
assumir antecipadamente a culpa. O perdão esperado é
alcançado com o trabalho redentor em favor de si mesmo e
da vida, amando sempre e construindo um mundo melhor.
O Cristo ensinou-nos o perdão ao
compreender a atitude de quem o traiu,
amparando-o e auxiliando para seu soerguimento
na Vida Maior.
22
Amor e
religião
Ninguém vive sem uma crença. Quer seja em algo
transcendente ou não, a criatura busca apoiar-se em algum
ente que lhe pareça real.
A negação à existência de um ser superior ao
humano que o justifique, não implica na ausência dele em
seu psiquismo. Todo aquele que ama, e não há quem não
se inclua nesta categoria, necessita de Deus em si, mesmo
que o denomine com outro nome.
A religião é uma busca natural de todo ser humano.
Adotar uma é um ato de amor a Deus.
Aquele que se dedica a uma religião com devoção e
afinco, deve fazê-lo com verdadeiro amor. A vida religiosa
é cheia de agruras, mas também de recompensas
incomensuráveis.
Lidar com os objetivos de Deus é tarefa de amor a
Ele e à Sua Obra. A religião é trabalho para quem a exerce
do lado do labor de evangelizar o ser humano.
Seu exercício requer abnegação e amor em dobro. O
esquecimento de si, mesmo na dedicação à tarefa religiosa,
não necessita atingir a recusa ao convívio social. Dedicar-
se a Deus não significa fugir do mundo.
Amor e religião não se chocam com o amor a outra
pessoa. O ser humano, historicamente, decidiu separar o
que fosse carnal do que lhe parecesse divino. Não se
separa o que tem a mesma procedência.
A religião é o encontro do ser humano com o
conhecimento dos objetivos de Deus para com Sua Obra.
Esse encontro, sob o signo do amor, proporciona o
verdadeiro êxtase.
As religiões têm se distanciado do amor e da
verdadeira comunhão com o Altíssimo, em função da
ignorância em que se encontra o ser humano a respeito de
seu papel na Vida. Dias virão em que estaremos
praticando a verdadeira religião em espírito e verdade.
O amor às pessoas, indistintamente, requer
desapegos e compreensão da vida. Os laços que nos
prendem às pessoas, são os mesmos que nos fortalecem a
alma. A diferença está na intensidade e prioridade com
que os aplicamos.
Jesus, exemplo de amor e de compromisso com a
verdade, mostrou, através de seus atos e palavras, o
significado da religião, quando estabeleceu que
deveríamos nos reconciliar com nosso adversário, antes de
fazermos qualquer oferta a Deus.
Nenhuma tarefa pode ser maior que dedicar-se à
evangelização da criatura em favor da própria
humanidade. O amor a Deus é o amor ao crescimento e
evolução da sociedade, a fim de que ela alcance a paz e a
felicidade de todos, sem que ninguém se sinta excluído.
O amor à religião não admite sectarismos e
exclusões. Ninguém pode ser discriminado pela opção
religiosa. Assim procedendo, estaremos faltando com o
amor pregado pela própria religião.
Religião é vida de dedicação, de amor e de caridade
para com o próximo. A religião do amor é a que se dedica
ao próximo sem preconceito de qualquer natureza.
Muitas vezes recorremos à religião para solução de
conflitos de ordem sentimental. Em algumas situações
agimos em proveito próprio, excluindo alguém que se
interpõe em nosso caminho, pedindo a Deus ou a seus
intermediários, para nos livrar de sua influência.
Estaremos, dessa forma, abdicando de vivenciar a
tolerância e confiança no amor de Deus para conosco.
A religião, quando usada para benefício próprio, é
instrumento de prisão e alienação. O amor ao próximo é o
meio mais eficaz de alcançar a verdadeira prática religiosa.
As religiões tradicionais nos afastaram do contato
com a simplicidade e da verdadeira adoração a Deus,
insculpindo-nos culpas e medos. Nada há que não seja
sagrado. Tudo na vida é obra de Deus. Seu amor está
presente em toda a Criação
Não nos entreguemos ao medo e à separatividade da
vida supostamente simples, em nome da religião. Amor e
religião são compatíveis com a vida verdadeiramente
simples que se realiza na convivência social.
Jesus deu-nos exemplo de sua religião
quando estabeleceu que seus discípulos seriam
reconhecidos por muito se amarem.
23
Amor e arte
O ser humano tem expressado seu amor interior
através de suas obras. A representação pela arte é o amor
do artista impregnado de sua vibração característica.
A arte reflete o amor. O artista, seu agente. O
espectador, o destino. Artista e espectador se encontram na
obra do amor.
A construção das civilizações se deu pela força do
amor do ser humano em conquistar a beleza da vida, em
expressar, pela estética, seu mundo interior.
Quem ama faz transbordar o amor através de sua
arte. Cada obra representa um hino ao amor, onde o artista
exala a grandeza da vida, da Natureza e de Deus.
O amor é o belo em si mesmo. Representa uma
ascese da matéria ao espírito. Inicia-se na contemplação
das formas materiais para alcançar a percepção de Deus na
Natureza.
O amor na arte é o amor do bom e do belo. É
possível perceber, a todo aquele que ama, a presença do
bem e do belo nas obras de arte concebidas pelo amor à
vida.
Somos artífices da natureza. Todas as coisas que
fazemos e construímos com amor, representam obras de
arte em favor da vida. Façamos as coisas com amor e o
amor responderá com o belo e o bom em nosso favor.
O ser humano tem se contentado em ver e
contemplar a natureza com o olhar da matéria. Quando se
dispuser a senti-la com o coração, perceberá um novo
universo à sua volta.
A beleza e a harmonia da natureza, não sendo obras
do ser humano, mas de Deus, revelam, em parte, Seus
atributos. O amor que nela se expressa é de essência
divina.
O artista, atuando sob impulsos interiores, extrai de
sua estrutura íntima o amor que lhe deu origem. O amor de
Deus no ser humano derrama-se sobre tudo que ele
elabora como obra de arte.
O amor que se nutre por alguém não surge de forma
inesperada. Amar alguém é uma construção. É como a
elaboração de uma obra artística. É trabalho do amor pelo
amor, em favor de sua própria sustentação.
Nenhuma arte exige tanto de seu autor como a
elaboração do amor nas relações humanas. Para amar,
exige-se a doação do sentimento mais puro que o ser
humano possui.
O amor é como uma pintura ou uma melodia. O
matiz, tanto quanto o tom, revelam a identidade do artista.
A forma de amar, bem como sua finalidade e intensidade,
demonstram o estágio evolutivo de seu agente.
O amor e a arte alegram a vida tornando-a bela,
nobre e enaltecida. A percepção da maravilha de uma obra
de arte, assim como da grandeza da vida, só são possíveis
quando observadas de uma certa posição, isto é, a uma
determinada distância.
Para admirar-se um quadro é necessário vê-lo a
alguma distância. Para se identificar o nível de evolução
de um espírito quanto à sua capacidade de amar, só o
enxergando ao longo de algumas encarnações.
A arte expressa o consciente e o inconsciente do
artista. Sua fonte origina-se do mais profundo do
psiquismo humano. O amor, da mesma forma, nasce nos
escaninhos recônditos do espírito e revela-se em seus atos.
A arte na história da humanidade revela o
pensamento e a intuição dos homens. Nos mais variados
tipos e estilos encontramos a evolução de sua
sensibilidade.
Na escultura, na pintura, na música e em outras
formas de expressão artística, encontraremos o gênio
criativo humano. É na destinação das obras de arte que o
amor é revelado.
Jesus, como um artista, soube nos tingir do
amor que eleva e exalta o espírito.
106
Página em branco
24
Amor e
saúde
O corpo humano é abençoado vaso onde
depositamos a energia do espírito para as realizações na
matéria. Amá-lo e preservá-lo é necessidade imperativa
em benefício do próprio crescimento espiritual.
Máquina orgânica em equilíbrio instável, requer uso
responsável e responsabilidade no seu trato. Qualquer
abuso redundará em prejuízo para seu usuário. Cada
componente de sua estrutura necessita do mesmo cuidado
que o organismo como um todo. Nesse sentido, amar o
corpo é preservá-lo em benefício do espírito.
A valorização do corpo em detrimento do espírito
demonstra o estado evolutivo primário da criatura humana.
Amar-se não é só cuidar do corpo, mas acima de tudo,
usá-lo de forma adequada em proveito do espírito.
Também é suicídio descuidar-se do corpo
submetendo-o aos vícios que o degradam. O corpo é
instrumento, não sendo responsável pelos atos de seu
agente. O amor, quando presente na criatura, vitaliza e
beneficia o funcionamento do organismo.
O amor cura e preserva a saúde. Aqueles que não
estão contentes com seu corpo, por motivos estéticos não
corretivos, ainda não aprenderam a enxergar a beleza do
seu usuário.
Amar o próprio corpo é respeitá-lo e admirá-lo,
independente da diferença entre ele e o padrão cultural
erigido como modelo. Sem fazer apologia ao defeito
manifesto, o corpo, como você o recebeu, é sempre
abençoada oportunidade de aprendizagem.
A sociedade moderna valoriza o corpo e suas formas
exteriores em lugar de, ao notar-lhe a maravilha de sua
concepção harmoniosa, penetrar em seus objetivos
superiores para a evolução do espírito.
O avanço da medicina, na tentativa de promover a
longevidade orgânica, poderá alcançar relativo sucesso,
porém, o espírito, ausente de sua pátria verdadeira,
buscará sua morada no tempo certo.
O corpo é instrumento precioso para o espírito. É
seu talismã divino para o conhecimento das leis de Deus.
Sua jornada em direção à perfeição passa,
necessariamente, pelo estágio na carne.
A produção de corpos humanos em série, qual
protótipo fabricado pela indústria moderna, jamais poderá
produzir seres espirituais idênticos. Como Jesus disse: "o
que é nascido da carne, é carne, o que é nascido do
espírito, é espírito". O avanço da ciência jamais interferirá
nas leis de Deus nem lhes alterará um milímetro sequer.
O corpo é um todo que não se constitui num simples
aglomerado de células. Há princípios que o envolvem e
que lhes adiciona propriedades ainda desconhecidas da
ciência. Seus limites e possibilidades ainda não são de
todo conhecidos. Se o ser humano ainda não conhece seu
próprio corpo, objeto de exaustivos estudos, que dirá o
espírito, inalcançável pela lente comum do mais
sofisticado olho eletrônico.
A manutenção do corpo não se deve apenas às
substâncias que ele absorve do meio externo, quer pela
respiração, quer pela alimentação. Há nele uma energia
sutil, vital, que o mantém em condições de abrigar o
espírito, oriunda das forças espirituais da Vida. O amor de
Deus, presente na essência da matéria e constituinte do
espírito, possibilita sua manutenção.
O amor proporciona a harmonia física de quem o
experimenta. Ele é energia vitalizadora do corpo físico e
perispiritual. Quando se espraia pelo corpo, transborda em
alegria, otimismo e confiança no futuro, influenciando
todos que estejam à sua volta.
O amor rejuvenesce o corpo e o espírito. Seu
potencial curativo estimula os órgãos, eliminando energias
deletérias que atraem doenças e depauperam os tecidos.
O amor de um indivíduo pode curar, mesmo sem
intencionalidade, os que com ele interagem. A simples
presença de alguém que transborda amor, vitaliza o
ambiente à sua volta, muitas vezes curando feridas
internas dos outros.
Jesus, cuja saúde transmitia fluidos
curadores aos que com ele convivia, é nosso
maior exemplo de vitalidade a serviço do amor.
25
Amor e
caridade
Duas palavras inseparáveis. Onde uma está presente,
a outra se coloca em evidência. Aprender a amar é praticar
a caridade a serviço da vida e do bem. Toda caridade se
alicerça no amor.
Quando se exercita a caridade, utiliza-se do
manancial do amor que toda criatura abriga em si. A
caridade é ponte de ligação entre o eu e o tu. Toda
caridade veicula o amor em benefício de seu agente e de
seu receptor.
Amor, em essência, é o tônus espiritual emulado do
Criador da Vida. Sob seu influxo vivem e se desenvolvem
os seres da natureza, tanto quanto ela própria.
Agir ou atuar sob o efeito da caridade é amar
respeitando o outro em sua necessidade intrínseca de
viver. A caridade praticada com amor é o maior bem que
se pode fazer a alguém.
Atuar objetivando o melhor para outrem é amar
praticando a verdadeira caridade. O amor que destinamos
à vida, acaba por nos levar ao caminho da caridade para
com nossos semelhantes.
Quando guardamos objetos que pertenceram aos
nossos antepassados que já partiram para outra vida,
pensando dessa forma prestar-lhes tributo, na realidade os
mantemos presos a coisas materiais, sem libertá-los para
as realizações do espírito. Do contrário, quando doamos os
bens que pertenceram a eles e que não nos são úteis,
agimos com amor a eles próprios, em favor deles e da
vida.
O amor se agrega aos objetos e sentimentos que
doamos, alcançando seu recebedor. Tudo o que pensamos,
dirigido em favor do bem de alguém, reveste-se do amor
que a vida nos oferece.
A oração em favor de alguém é caridade pura de
coração. Junto a ela também enviamos o amor que nos
alimenta o espírito.
A caridade nos permite desprendermo-nos do
egoísmo que nos liga à matéria. Sua força eleva-nos a
alma, permitindo-a aprender o significado do amor ao
próximo.
Se a vida não o brindou com a paz de espírito e a
consciência reta, pense em conquistá-las através do amor
na prática da caridade. Sua vivência lhe permitirá
conhecer seus limites e possibilidades, suas dificuldades e
necessidades a partir do contato com o outro que lhe é
semelhante.
A caridade com amor não coloca seu agente em
estado de superioridade nem de vaidade em relação ao que
a recebe. O amor nivela o doador ao receptor tornando-os
beneficiários do Altíssimo.
Ser caridoso é um estado do processo que começa
quando iniciamos a prática da caridade. Quando não mais
a fizermos como obrigação religiosa ou como exercício
periódico de auxílio aos outros, mas sim, como
componente de nossa personalidade, poderemos dizer que
somos caridosos.
Aquele processo ganha corpo quando adicionamos o
amor na metodologia de experimentação da prática da
caridade. Cada atitude na direção do semelhante, para ter
amor, deverá respeitá-lo como ser humano que é.
A caridade é um bem para quem a pratica com amor.
A conquista do amor decorre de sua aplicação sem esperar
recompensa alguma. Quem a pratica esperando alguma
gratificação já se beneficiou dela.
A prática da caridade é terapia promissora na cura de
muitos males da criatura humana. Exercê-la com amor é
garantia de se estar no caminho da solução de conflitos de
difícil erradicação.
A caridade sem ostentação tanto quanto o bem
anônimo que fizermos, nos darão condições de enfrentar
os embates da vida com fé e confiança no auxílio de Deus.
A caridade ao próximo é carta de crédito na vida a seu
agente. Com esse crédito e agindo com amor,
alcançaremos a comunhão com as forças superiores que
dirigem os destinos humanos.
O amor e a caridade são sentimentos superiores do
espírito. Praticá-los é prerrogativa para a ascensão a
estágios superiores. Ninguém atinge a meta a que se
destina sem experimentá-las na alma.
Jesus é o nosso sustentáculo na prática da
caridade.
26
Amor sempre
O amor é fonte permanente de vida. É a força
nutridora da natureza. Não há sentimento da criatura
humana que supere o ato de amar. É o sentimento limite,
acima do qual o ser torna-se puro espírito.
Sempre o amor. Ame. Ame sempre, independente do
que, de quem e em que momento. Sempre, e para sempre,
coloque o amor em seu horizonte evolutivo.
O amor não se obriga a reciprocidade. Esta
obrigação é a falta dele em si próprio. O amor é o estado
de espírito que transforma a criatura fazendo-a sentir
enlevo, paz e harmonia.
Tudo na natureza expressa o amor. Ele a tudo
vivifica e possibilita a existência. Está na alma da matéria
e na intimidade do espírito.
A energia em todas as suas modalidades é expressão
do Amor, desde a força bruta da natureza à sutilidade e
extrema delicadeza perispiritual.
É possível encontrá-lo, qualquer que seja o motivo, a
razão, o objeto, o fato, o sistema, a situação, presente na
natureza. Procure-o, ele estará mais próximo de você se
sua busca for paciente e determinada.
Ele está na percepção, no sentimento, na razão e na
intuição, como em todas as faculdades humanas.
Há palavras que têm o dom de expressar emoções e
idéias diversas. Cada pessoa, cada cultura e em cada
época, dará sentido diferente à palavra amor. Os atos mais
bárbaros já foram, pelos seus autores, categorizados como
atos de amor. O amor surge pela forma de expressá-lo e
pelas conseqüências que gera e não apenas pela
classificação que lhe atribuímos.
O Amor é o alimento do espírito, é o sustento do ser,
é sua estrutura mais íntima. É a matéria de que se constitui
o espírito.
Descobrir-se um ser que é amor, que respira amor,
constitui-se no próprio objetivo de se viver.
O amor não é exclusivo e, sempre que dirigido
exclusivamente a uma única pessoa, anula seu agente.
Quem ama a um só, ainda não descobriu o valor do amor
como instrumento de crescimento coletivo. Quem ama
apenas uma determinada pessoa, não ama efetivamente,
apenas deseja, necessita, depende.
O amor se tornará real quando nos dispusermos a
pô-lo em prática na relação em família e na sociedade. É
principalmente na família onde nos mostramos por inteiro.
Onde o amor pode se manifestar verdadeiro.
Através do trabalho o amor se torna objetivo e
concreto. Só há uma realidade: o amor.
Todo ato, todo fenômeno, tudo que se realiza, tudo
que existe é amor.
Em qualquer dimensão só existe o amor.
O amor não tem idade. Surge a qualquer época e é
mais sólido quando ocorre na maturidade psicológica.
Necessidades satisfeitas, mais fácil se torna o encontro do
amor.
Quem ama liberta, permitindo a felicidade do outro e
dos outros.
Todos procuram e querem um amor. Estão em busca
do amor de sua vida. Quando esse alguém lhe surge,
parece tocar em algo na essência profunda do ser. Algo
vibra diferente. Entregar-se a esse amor de forma
inconseqüente, é sofrimento e desilusão. Cautela e
equilíbrio são fundamentais nesses momentos. O
verdadeiro amor é suave e sutil. Quando ele surge, nos
coloca com disposição de viver e amar a vida, a natureza,
a humanidade.
As leis estabelecidas pelas ciências são expressões e
códigos do amor. As explicações causais são tentativas de
nos fazer compreender superficialmente o amor. O ser
humano, no seu estágio atual de evolução, ainda necessita
da lógica da ciência para a compreensão do amor.
O sentimento é o olhar para a percepção do amor. A
razão é a visão para compreendê-lo.
O amor é um fogo sagrado, uma chama intensa que
constitui e impulsiona o ser.
A vibração do amor altera o psiquismo humano. O
inconsciente se abre de forma harmônica em busca de
realização.
A dor pode ou não propiciar sofrimento. O amor,
porém, compreende a dor e o sofrimento como formas de
crescimento.
O ser é naturalmente constituído e fadado ao amor.
Não se pode pensar que o amor é apenas um
sentimento, nem tampouco simples produto da lógica ou
da intuição, nem que nasce dos instintos. Mas é o amor
que faz surgir no ser humano as sensações, os instintos, os
sentimentos, os pensamentos e a intuição.
Se você não tem um amor, lembre-se daqueles que
vivem sem ele. Dos que passam pela vida sem a ventura
de procurá-lo e muito menos de encontrá-lo.
O amor se torna maior quanto mais pessoas amamos.
Enumere quantas pessoas você ama. Caso você consiga,
ainda estará faltando alguém.
O amor à família, o amor à pátria, o amor a um
clube, o amor a uma seita, o amor a um segmento
partidário, se equivalem quando provocam a divisão entre
pessoas. A exclusividade no amor sempre separa.
O ato de amar alguém proporciona a cura de um e de
outro, quando não há posse. Amor e caridade se
completam quando juntos trazem felicidade a outrem.
Jesus é o amor que sempre devemos cultivar
em nossos corações.
Orelha
Viver para amar é o significado existencial da
pessoa que aspira transcender seus limites e alcançar a
plenitude. Aprender a amar é a busca verdadeira da
criatura humana. Saber amar é possibilidade alcançada
pelo esforço e dedicação à vida como obra divina. Não
raro encontramos pessoas desejosas do amor sem atinar
quanto ao caminho exigido para ser por ele alcançado. O
caminho do evoluído é o do mestre que, para galgar tal
posição, fez-se primeiro discípulo obediente e sincero.
Este livro é dedicado a todos que colocaram como foco de
suas vidas o sentimento do amor à Deus, à vida e a si
mesmo. Ele é obra do amor e para o amor se destina;
dirigido ao coração, pretende elevar o humano ao divino, a
matéria ao espírito e este a Deus.
Quem ama nunca se deixa vencer pelo derrotismo
nem pela depressão. O amor inunda a vida de entusiasmo
e vitalidade, oferecendo ao seu agente a esperança no
futuro e a certeza da vitória sobre as vicissitudes. Amar
não é entregar-se à paixão devoradora do bom senso e do
discernimento sobre a realidade. O amor nos enche de luz
e vida, de felicidade e êxtase, de prazer e alegria de viver.
Ame. Diga para si mesmo que, a partir de agora,
você vai começar a amar para sempre.
Olá, Lygia e pessoal:
Estou dando continuidade ao envio de livros espíritas no formato pdf e texto. Fazendo assim estarei facilitando a acessibilidade aos deficientes visuais, nossa meta. Pedimos às pessoas que tenham visão que comprem o original e após ler e emprestar aos amigos e simpatizantes dêem a uma biblioteca pública o exemplar. Fazendo assim estamos divulgando o ensinamento espírita e incentivando o surgimento de novas obras.
Muita paz !
Bezerra
Livros:
http://bezerralivroseoutros.blogspot.com/
Áudios diversos:
http://bezerravideoseaudios.blogspot.com/
https://groups.google.com/group/bons_amigos?hl=pt-br
'TUDO QUE É BOM E ENGRADECE O HOMEM DEVE SER DIVULGADO!
PENSE NISSO! ASSIM CONSTRUIREMOS UM MUNDO IDEAL."
JOSÉ IDEAL
' A MAIOR CARIDADE QUE SE PODE FAZER É A DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA" EMMANUEL
--
Seja bem vindo ao Clube do e-livro
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Boas Leituras e obrigado por participar do nosso grupo.
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