AMOR À PRIMEIRA VISTA
DE EDSON ALMEIDA
OS RENDIMENTOS DESTE LIVRO SERÃO DESTINADOS A
OBRAS ASSISTENCIAIS DE CENTROS ESPÍRITAS.
AMOR À PRIMEIRA VISTA
2003*COPYRIGHT BY EDSON FERREIRA DE ALMEIDA
1A. EDIÇÃO: NOVEMBRO /2003
2A. EDIÇÃO: OUTUBRO /2017
CAPA: DAVID LABRACCIO
FONE: (081) 984-819-221 (Oi)
FONE: (081) 996-542-457 (TIM)
e-mail : david_araujo1975@hotmail.com
REVISÃO: LÚCIA TEIXEIRA
REVISÃO DOUTRINÁRIA: DR. ALEXANDRE SALSA
COORDENAÇÃO EDITORIAL: JOSÉ IDEAL
EDIÇÃO: LUZ IDEAL
133.9 ALMEIDA, EDSON FERREIRA 1947-2011.
RECIFE: LUZ IDEAL, OUTUBRO/2017.
1. ESPIRITISMO 2.ROMANCE ESPÍRITA
3.ROMANCE BRASILEIRO
CDD:133.93
ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO:
1.Romances espíritas : Espiritismo 133.93
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. É PROIBIDA A REPRODUÇÃO
TOTAL OU PARCIAL, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO,
SALVO COM AUTORIZAÇÃO DO EDITOR.
AO (À) QUERIDO (A) LEITOR (A)
_________________________
VOTOS DE PAZ!
_________________________
AMOR À PRIMEIRA VISTA TEM NARRATIVA COM NARRADOR
ONISCIENTE EM TERCEIRA PESSOA. TEMOS A IMPRESSÃO QUE LEMOS
OS PENSAMENTOS DOS PERSONAGENS.
DEDICAMOS ESTE LIVRO AO ESPÍRITO DE CHICO XAVIER.
GRANDE REPRESENTANTE DO ESPIRITISMO NO BRASIL.
DESENCARNADO EM 30 DE JUNHO DE 2002.
PRIMEIRA PARTE – PERDA IRREPARÁVEL
CAPÍTULO PRIMEIRO – OS PREPARATIVOS DA
VIAGEM
Os trabalhadores acabaram de amarrar a carga. Seu
Luciano vai em direção ao seu caminhão. Entra na cabina
do veículo. Aperta o botão da ignição. O motor começa a
funcionar. Manobra o caminhão até a portaria. Entrega a
nota fiscal ao funcionário para carimbar. Enquanto isso
entra Aníbal com seu caminhão para carregar.
É incrível como Aníbal escapou com vida dum
acidente daquele. Ia transportando combustível num
caminhão-tanque. Chovia muito forte. A estrada estava
escorregadia. O caminhão de Aníbal derrapou na estrada e
começou a pegar fogo. As portas da cabina travaram e o
fogo começou a se alastrar na boléia. Aníbal conta que fez
uma prece com tanto fervor a São Cristóvão que logo em
seguida surgiu outro caminhoneiro e percebendo a situação
quebrou os vidros da janela e puxou-o para fora da boléia.
Aníbal escapou com queimaduras leves e agradecido
ao seu santo protetor, participa todo ano da festa do
padroeiro dos motoristas e com ajuda de amigos distribui
cestas básicas as famílias carentes.
Agora, Alexandre o funcionário da portaria devolve a
nota fiscal carimbada e diz:
-Boa viagem, seu Luciano! Vai com Deus e São
Cristóvão te proteja!
-Obrigado
Seu Luciano dobra à direita. Olha para o painel do
caminhão e vê a foto de São Cristóvão e de sua família.
Detém os olhos na foto da família e vê uma família feliz
encostada na cabine de seu caminhão.
Dona Carmem, a esposa de seu Luciano, é uma
senhora atraente de cor moreno-claro, cabelos castanhos
repartido ao meio, caindo em linha reta até os ombros. À
esquerda de dona Carmem vemos seu Luciano: Um senhor
de bigode e cor moreno-queimado de sol. Ao lado de seu
Luciano, vemos da direita para esquerda a última filha do
casal: Luciana, jovem de dezoito anos, pele bronzeada,
olhos e cabelos castanhos. Ao lado de Luciana vemos
Cristina ou Cris, a filha querida de seu Luciano, moça
bonita bem feita de corpo, olhos grandes e pele bronzeada.
A direita de Carmem vemos Joana, moça bonita de vinte
anos .
Seu Luciano se questiona: Por que se gosta mais de
um filho do que outro? E ele mesmo responde após refletir
durante algum tempo – porque existe filho mais carinhoso,
amigo, solidário e obediente que outro.
Seu Luciano fazia muito gosto que seu primeiro filho
fosse do sexo masculino para seguir sua profissão de
caminhoneiro e embora tenha nascido mulher, por que ele
gosta tanto de Cris? Porque ele viu que isso não era o mais
importante. O mais importante era vir com saúde.
Cristina. Cris. Que nome bonito! Ele deu o nome de
Cris em homenagem a São Cristóvão.
Seu Luciano ainda teve dois filhos na esperança de ter
um filho homem. Reduz a macha do caminhão para entrar
no conjunto habitacional onde mora. O Conjunto
Ecumênico existe há quinze anos. A primeira etapa é
formada por blocos de apartamentos e a segunda etapa é
formada por casas. O conjunto tem uma praça bem
arquitetada onde existem templos e igrejas das várias
denominações Cristãs e também algumas igrejas das
religiões orientais tudo convivendo de maneira harmônica.
Seu Luciano é de formação católica, no entanto tem
simpatia pelo Espiritismo onde por curiosidade certa vez foi
assistir a uma reunião espírita no Centro Espírita Planta O
Bem para Colher o Bem com a filha Joana e visitou o
anexo Imita Jesus para que Tenhamos Um Mundo
Maravilhoso. Lá, belíssimo trabalho é realizado pelo
médium espírita Roberto França. Comentam que a
mediunidade dele é semelhante a de Divaldo Pereira
Franco da Bahia.
Seu Luciano compartilha dos pensamentos: Ninguém
é autoridade para afirmar que religião A é a certa e B é
a errada. Religião certa é aquela que visa o bem do
próximo e responde satisfatoriamente nossas
indagações e As Religiões são como se fosse uma
escola. Cabe a nós escolhermos aquela que no nosso
entender nos possibilitará um melhor aprendizado".
Seu Luciano está passando neste momento pela
Avenida Deus é o Criador, principal via de acesso do
Conjunto Ecumênico. Agora há um grande fluxo de veículo
na avenida. Ônibus, caminhões, táxis, auto-passeio e moto
trafegam numa velocidade média. De repente, há poucos
metros de distância do caminhão, um menino atravessa à
rua. Seu Luciano dá uma freada brusca. Grita um palavrão.
O caminhão dá uma batida de leve no corpo do garoto e o
atira ao asfalto. Logo é formada uma multidão em redor do
garoto. Seu Luciano desce do caminhão e comenta com o
primeiro grupo de pessoas que encontra:
-Quando a gente atropela um garoto deste aparece o
pai e a mãe dizendo que a gente é que tá errado. Tava
correndo muito -Um senhor diz a favor de seu Luciano:
-O senhor não teve culpa, o garoto viu o caminhão e
mesmo assim atravessou à rua.
Agora seu Luciano está mais calmo. Aproxima-se do
garoto e diz:
-Arranhou muito, garoto?
-Só o braço e o joelho.
-Vamos pra farmácia fazer um curativo.
-Precisa não, moço.
-Pode deixar eu moro aqui perto – diz uma senhora
gorda de bom coração.
Seu Luciano estira a mão com uma cédula para dá a
mulher:
-Não se preocupe, eu tenho material. Não vou gastar
nada.
-Mas...
-Como é o seu nome?
-Luciano.
-Obrigada, seu Luciano.
-Bom, já que não quer. Como é mesmo seu nome?
-Geralda.
-Dona, Geralda, eu moro aqui na Rua Allan Kardec,
precisando qualquer coisa...
-Obrigada.
Entra na cabina do caminhão, liga o motor:
-Juízo, garoto!
PRIMEIRA PARTE – PERDA IRREPARÁVEL
CAPÍTULO SEGUNDO – FAMÍLIA FELIZ
É final de tarde. Seu Luciano se aproxima de sua
casa. É uma bonita moradia, formada por um amplo terraço
e uma área coberta com espaço suficiente para estacionar
um caminhão. Ele buzina chamando a atenção da família.
Surge no portão a filha Joana com seu bonito sorriso.
Joana é espírita. Freqüenta o Centro Espírita do bairro. Ela
sempre foi uma menina diferente das outras. Sempre teve
pressentimentos que acabavam acontecendo. Até que
conheceu a amiga Andréa e foi convidada a freqüentar o
Centro Espírita dirigido por Roberto França. Ela não tenta
convencer ninguém de casa a seguir o Espiritismo. Ela diz
que o Espiritismo não admite proselitismo. E a convicção
na Doutrina Espírita deve ser de dentro para fora e não o
contrário.
Seu Luciano estaciona o caminhão, dirigi-se até a filha
e dar-lhe um beijo na testa.
-Oi, pai. Que bom que você chegou! Mãe está
acabando de preparar a janta. Entra!
Seu Luciano entra na casa, cumprimenta com beijo a
mulher e as filhas: Cris e Luciana e caminha até o
banheiro. Abre a torneira do chuveiro e recebe o jato de
água forte. Acha relaxante a água molhando seu corpo.
Imagina que esta será a última viagem que fará fora do
Estado. Pretende pegar carga dentro do Estado para ficar
mais tempo com a família. E esta viagem lhe possibilitará
pagar a última letra do caminhão e comprar um auto-
passeio novo. Fecha a torneira do chuveiro.
Quando entra na cozinha vê a mesa posta. Há muitos
pratos na mesa, acompanhado de garfo, faca e
guardanapos. Há também galetos e bolo:
-Poxa! Que mesa bonita! Devo lembrar que meu
aniversário não é hoje. Acontece daqui a sete dias.
-Nós sabemos, querido – diz dona Carmem.
-Mas eu combinei com as meninas que já que não vai
ser possível você está aqui na data do seu aniversário,
deveríamos comemorar antes.
-Pai, deixa para viajar depois do seu aniversário! Eu
estou com maus pressentimentos! – Diz Joana.
-Que maus pressentimentos, filha?
-Não sei, pai. Alguma coisa me diz que não é bom
você fazer esta viagem antes de completar aniversário.
-Eu também, filha, gostaria de viajar depois do meu
aniversário. Mas é que surgiu esta carga urgente e a
certeza de ganhar muito dinheiro e deixar definitivamente
as viagens pelo Brasil. Eu tenho certeza que esta será
minha última viagem!
-Claro, pai. Vai! Esta será a última vez que você ficará
muito tempo distante da gente – Diz Cris.
Depois do jantar, seu Luciano pega o caminhão e põe-
se na estrada objetivando entregar a carga no menor
tempo possível, para voltar ao convívio da família.
*
O caminhão de seu Luciano roda na estrada há
quarenta e duas horas. Durante este período ele tomou
rebite para agüentar o estado sonolento que sente mais
intenso nesta viagem. Acha que seu organismo se
acostumou com este tipo de "droga", pois está sentindo
exaustão, cansaço e sono.
Agora entra na Serra de Petrópolis. Esta rodovia
perigosa e cheia de curvas. Dá um cochilo no volante e
minutos depois vê um clarão. Em seguida perde os
sentidos e tem o que se costuma chamar de morte súbita.
PRIMEIRA PARTE – PERDA IRREPARÁVEL
CAPÍTULO TERCEIRO – ESTADO DE CHOQUE
Cris tira o resto de comida do prato com o garfo e vai
despejando-o na lixeira, em cima da pia. Depois abre só
um pouquinho à torneira, coloca o prato embaixo, derrama
detergente sobre a esponja, molha-a e esfrega-a no prato.
Está profundamente triste. Hoje faz oito dias da morte do
pai em acidente rodoviário. Seu Luciano era caminhoneiro.
Ia entregar uma carga em São Paulo quando na perigosa
rodovia Rio - Bahia, no trecho da Serra de Petrópolis,
perdeu o controle do veículo e caiu num precipício.
Cris viu através do telejornal um caminhão precipitar-
se no abismo e incendiar-se. Um cineasta amador ia
passando no momento do sinistro e documentou tudo.
Aquela cena chocou-a no primeiro momento e deprimiu-a
no final da reportagem quando reconheceu a placa do
caminhão do pai. Agora, Cris sente uma vontade forte de
chorar. Os olhos enchem-se de lágrimas.
Seu Luciano tinha quarenta e nove anos de idade,
embora aparentasse muito mais: o rosto mostrava-se
envelhecido pelas extravagâncias que cometia.
No velório, Cris teve uma crise de nervos quando viu
dentro do caixão, aqueles pedaços de carne carbonizada.
Então aquilo que estava vendo reduzido ao tamanho
de um bebê, irreconhecível, era seu pai? Ele que em vida
fora um homem alto, bonito, em morte ficava nessa
situação? Meu Deus! Por quê? Cris cai em pranto.
O pai tinha tantos projetos! Pensava em deixar de
viajar pelo Brasil onde muitas vezes passava três meses
fora de casa, comprar um carro passeio e viajar com a
família pelo interior do Estado.
Dando seqüência à angustiosa notícia, o apresentador
do telejornal informava haver indícios de que o acidente
fora provocado por um cochilo do motorista ao volante.
Cris acredita nesta hipótese. O próprio pai já contara
certa vez que para honrar compromissos, dopava-se.
Chegava há rodar dois dias para entregar carga perecível
em local e horário preestabelecido.
-Acalme-se, minha filha.
Cris volta à realidade e vê diante de si uma mulher de
quarenta e cinco anos. Dona Carmem, sua mãe.
Soluçando, semblante abatido, revoltada, Cris desabafa:
-Eu não entendo Deus! Como é que Deus pode deixar
no mundo pessoas más que fazem à guerra, assaltam,
matam e tira as pessoas boas e úteis?
-Não cabe a nós, minha filha, discutirmos os desígnios
de Deus!
-Desde o dia que papai morreu não tenho fé em Deus.
Não tenho ânimo para viver. Sinto-me deprimida, achando
a vida monótona, sem sentido.
-É preciso ter fé, minha filha, resignação. O Homem
sem Deus não é nada. A morte é uma fatalidade que não
podemos evitar!
PRIMEIRA PARTE – PERDA IRREPARÁVEL
CAPÍTULO QUARTO- NO UMBRAL
Seu Luciano desperta numa região de sombras. Tudo
é confuso em sua mente. Onde está? O que aconteceu?
Lembra apenas que dirigia seu caminhão com destino a
São Paulo. Estava na Serra de Petrópolis. Agora está aqui
neste lugar ensombrado.
Nesse instante, seu Luciano vê formas diabólicas. Em
seguida escuta uma gargalhada sinistra. Sente um medo
terrível. Coração aos saltos. A paisagem neste momento
passa a ficar totalmente escura. Escuta um grito de
loucura. Será que há algum companheiro louco?
Seu Luciano dá um cochilo. É acordado por seres
monstruosos. Depois ouve gritos de suicida! Criminoso!
Agora vê rostos alvares : expressões animalesca.
Ele tem impressão de ter perdido a idéia de tempo.
Que dia é hoje? Há quanto tempo estou aqui? Pensa no
lar, na esposa e nas filhas. Pensa de forma mais intensa na
filha querida: Cris. Sente-se amargurado. Deprimido. Será
que morreu? Já ouviu a filha Joana dizer que há pessoas
que morrem e não tem consciência que morreu. Será que
ele morreu? Não. Seus pulmões respiram. Será que está
ficando louco? Não. Escuta novamente chamarem de
criminoso, suicida. Não. Tem certeza que não suicidou.
Afinal não se enforcou, não pegou uma arma e atirou em si
mesmo. Deve está ficando louco! Encontra um espelho no
chão. Pega e olha seu rosto. Está barbudo. Deve ser barba
de doze dias. Agora sente fome. Necessidade de fazer tudo
que fazia quando encarnado. Tem que encontrar um lugar
para fazer estas necessidades fisiológicas. Caminha neste
lugar ensombrado na esperança de encontrar um banheiro.
Seu Luciano não sabe precisar o tempo que anda a
procura de um banheiro e algo para comer. Agora está bem
forte a fome que sente. Olha a estrada cheia de lama. Tem
uma idéia. Quem sabe se sugando a lama diminui a sede e
a fome. Decide sugar a lama da estrada.
PRIMEIRA PARTE – PERDA IRRREPARÁVEL
CAPÍTULO QUINTO – RETOMANDO A VIDA NORMAL
Decorreram quinze dias da morte de seu Luciano. No
Início foi difícil para Cris aceitar a morte do pai, pois seu
Luciano teve uma presença marcante em sua vida. Mas
com o passar do tempo e a medicação da mãe de Andréa,
doutora Ana Carolina, médica psiquiatra famosa e os
conselhos da irmã espírita Joana, Cris está mais
conformada com o acontecimento e disposta a ir ao Centro
Espírita na esperança de receber uma mensagem do pai
falecido.
Deitada na cama, olhando o teto, Cris recorda o dia
em que a mãe fez um bolo na data do seu aniversário.
Reuniu suas amiguinhas, pôs um som jovem para as
meninas dançarem. Cris dançava com o pensamento
distante. Muitas vezes errou na "coreografia" e suas
colegas chamaram-lhe atenção. Cris pensava no pai, seu
Luciano, que lhe prometera uma boneca que a televisão
anunciava com muita freqüência: Brasileirinha.
A boneca tinha características físicas dos elementos
formadores da etnia brasileira. A pele era coberta com tinta
avermelhada semelhante à pele de índio; os olhos eram
verdes como a maioria das pessoas de cor branca
descendente dos europeus que vivem no sul do Brasil e o
nariz achatado como do negro.
Já passava das oito e meia da noite, caía uma chuva
fina e a comemoração tendia a se acabar. Cris perdera a
esperança de seu pai chegar e dar-lhe a boneca. Quando
tudo parecia perdido, surge finalmente na festa seu pai com
um pacote.
-Desculpa, filha. Eu ter feito você esperar tanto!
Seu Luciano abraça a filha, dá-lhe um beijo e
carinhosamente entrega-lhe a boneca tão almejada.
Agora Cris sai do devaneio e vai se aprontar para ir ao
Centro Espírita freqüentado pela irmã Joana e amiga
Andréa. Lembra que estava indecisa e até revoltada
quando a irmã e a amiga fizeram o convite, então teve
impressão de ouvir sua avó dizendo: "–Vá, minha neta.
Você não deve ficar neste estado em que se encontra. Isto
não é bom para você nem para o espírito de seu pai! Vá!"
Cris vai. E tem esperança de receber uma mensagem
do pai falecido. Já teve conhecimento de muita gente que
foi e recebeu belíssimas mensagens de familiares
desencarnados. Por que ela não pode receber?
Muitas pessoas descrevem o médium Roberto França
que recebe as mensagens espirituais como um moço
bonito e de mediunidade excepcional. Contam que ele
escreve as mensagens com a mesma letra da pessoa
falecida e diz coisas tão íntimas que é difícil que outra
pessoa que não faça parte da família venha saber destes
fatos.
Cris escuta uma batida na porta e responde:
-Pode entrar!
A porta se abre e Cris pode ver Andréa e a irmã
Joana.
-Cris, como você está elegante, bonita! Parece que vai
se encontrar com o namorado! Lá é tudo simples – diz
Andréa.
-Cris sabe disso. Certa vez ela foi comigo, papai,
mamãe e Luciana para assistir a uma palestra de *Divaldo
Pereira Franco* - Diz Joana.
-É. Realmente eu já fui. Sei que na Doutrina Espírita
não acontece desfile de moda, mas eu me sinto muito bem
com esta roupa.
-Vamos nos apressar! Está quase na hora – Diz
Andréa.
*Grande médium e orador espírita. Mantém uma obra assistencial
belíssima: Mansão do Caminho
PRIMEIRA PARTE – PERDA IRREPARÁVEL
CAPÍTULO SEXTO – A REUNIÃO EVANGÉLICA
Sentada numa cadeira, embaixo do ventilador de teto,
no amplo auditório da Casa Espírita, Cris é toda atenção
para os oradores da reunião. Inicialmente fala uma senhora
de bonita aparência. Ela faz o exórdio. Diz que ultimamente
se fala muito em disco voador, extraterrestre. Tais fatos
comprovam o que disse Jesus no Evangelho. Lê:
"Não se turbe o vosso coração. Crede em Deus. Crede
também em mim. Há muitas moradas na casa de meu pai.
Se assim não fosse, eu vô-lo teria dito, pois vou preparar-
vos o lugar. E depois que eu me for, e vos aparelho lugar
virei outra vez e tomar-vos-ei. Para mim, para que lá onde
estiver estejais também".( João, XIV : 1-3)
Meus irmãos! Meus amigos! Considerando que Deus
é um ser perfeito seríamos de certo modo tolos se
acreditássemos que as diferentes moradas existentes no
espaço infinito e a cada dia são descoberto mais planetas
pelos cientistas teriam sido criados apenas para recrear
nossas vistas.
Deus é perfeito! Logo, tudo tem um fim.
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, com
base nos ensinamentos dos Espíritos, classificou os
mundos de modo geral em:
(a) Mundos primitivos – Aqueles onde se verificam as
primeiras encarnações da alma humana
(b) Mundos de expiações e provas – Aqueles em que o
mal predomina
(c) Mundos regeneradores – Aqueles onde as almas que
ainda têm o que expiar adquirem forças, repousando
das fadigas...
(d) Mundos felizes – Aqueles onde o bem supera o mal.
(e) Mundos celestes ou Divinos – Moradas de Espíritos
purificados onde o bem reina
A Terra pertence, portanto à categoria dos mundos de
expiações e provas, por isso o Homem está exposto a
tantas misérias.
Cris está gostando do que está ouvindo. Achando tudo
lógico. Diz para consigo mesma: A Doutrina Espírita é
maravilhosa. Em seguida é feita uma prece e tem início a
segunda parte da Reunião.
A irmã que dirige os trabalhos passa a palavra ao
médium e orador espírita Roberto França. Bonito rapaz de
olhar cativante. Ele comenta as perguntas 154 e 155 do
Livro dos Espíritos sobre a separação da alma do corpo.
Ele diz que não é dolorosa esta separação, o corpo quase
sempre sofre mais durante a vida do que no momento da
morte. Na morte natural, a que sobrevém pelo esgotamento
dos órgãos, em conseqüência da idade, o homem deixa a
vida sem perceber. É uma lâmpada que se apaga. A
separação da alma do corpo em morte natural é gradual.
Não se escapa como um pássaro que se restitua
subitamente a liberdade.
Aqueles dois estados se tocam e se confundem de
sorte que o espírito se solta pouco a pouco dos laços que o
prendiam.
Cris está fascinada pelo carisma do orador e sentindo
algo que nunca havia sentido antes por outro rapaz.
Na morte trágica o espírito fica perturbado e na
maioria dos casos não tem consciência que desencarnou e
assim sendo, sem condições de dar uma mensagem aos
entes queridos.
Ao ouvir isto, Cris fica triste. Será que seu pai não vai
dá uma mensagem?
PRIMEIRA PARTE – PERDA IRREPARÁVEL
CAPÍTULO SÉTIMO – A MENSAGEM
Encerrada a reunião evangélica, o auditório aguarda a
mensagem dos parentes e amigos que não pertencem
mais a esta vida.
O médium Roberto França concentra-se. Depois
começa a escrever com as duas mãos num gesto
mecânico e surpreendente. Roberto França desliza as
mãos pelos papéis numa velocidade incrível.
Concluído os trabalhos mediúnicos é pronunciado o
nome completo dos autores das mensagens e perguntado
se existem parentes ou amigos presentes. Em seguida são
lidas as mensagens.
-Vamos ler agora a mensagem da avó Letícia.
"Querida nora Carmem, neta Cris, Joana e Luciana,
aqui presentes:
Com a permissão de Deus, nosso Criador, Jesus o
Mestre Divino e a espiritualidade amiga, vêm dar notícias
minhas e do meu filho Luciano e o testemunho que existe
vida além da vida.
Sei que vieram aqui na esperança de receber uma
mensagem do esposo e pai Luciano. Infelizmente o
Luciano não tem condições ainda de dar uma mensagem.
Ele se encontra em estado de perturbação e não tem
consciência de que desencarnou.
Cris, agora quero me dirigir a você e dizer que saia
deste estado de desânimo que se encontra. Estas
lembranças e este estado de choro que você tem
vivenciado nestes dias são prejudiciais ao espírito de seu
pai. Ânimo menina, a vida continua!
Cris lembra quando você recebeu o convite para vir ao
Centro Espírita? Ficou por instantes indecisa sem saber se
viria ou não ao Centro Espírita !
Cris recorda quando você era pequena e fomos certo
dia ao centro da cidade e encontramos seu pai. Recorda o
que aconteceu?
Cris recorda do acontecido. Ela tinha doze anos. Foi
com a avó para o centro da cidade e lá viu o pai com uma
mulher. A avó chamou seu Luciano à responsabilidade e
pediu para Cris não contar nada a sua mãe e assim foi
feito. Cris não tem dúvida nenhuma que quem está dando
esta comunicação é sua avó Letícia, pois não comentou o
acontecido com ninguém. Agora ela não tem dúvida
nenhuma: é sua avó Letícia que deu esta mensagem.
SEGUNDA PARTE – ROBERTO FRANÇA O FENÔMENO
CAPÍTULO PRIMEIRO – VISITA A INSTITUIÇÃO DE
CARIDADE IMITA JESUS...
Roberto França dirige seu automóvel. Ele vai fazer
uma visita à instituição assistencial que mantém com o
lucro dos cem livros de mensagens de desencarnados em
acidentes, romances mediúnicos escritos por vultos da
literatura universal e livros instrutivos de Espíritos Elevados
que interpretam o Evangelho de Jesus e fatos do cotidiano.
Lá distante, uma moça atravessa a rua, reduz a
velocidade do veículo. Reconhece nela Cris: a moça que
olhava muito para ele durante a palestra. Esta garota o
impressionou muito. É como se já a conhecesse de outra
encarnação!
Avista a Instituição "Imita Jesus para que Tenhamos
um Mundo Maravilhoso." O conjunto de prédios que forma
a Instituição tem cada um deles uma finalidade, entra no
primeiro prédio: Criança Feliz. Um garotinho aparentando
seis anos, de cor negra, aproxima-se:
-Tio Roberto, você trouxe um brinquedo pra mim?
Roberto França dá um embrulho à criança.
Imediatamente ela rasga e vê um lindo carro plástico. Feliz
ela o abraça.
Roberto França encontrara Benedito abandonado na
frente da Instituição e cuida como se filho fosse.
Despede-se e segue para o prédio do idoso.
Aqui vivem muitos velhos abandonados pelas famílias.
Uma velha dá um impulso em sua cadeira de rodas e se
aproxima de Roberto França. Ela tem o rosto enrugado e a
boca sem dentes.
Roberto França curva-se um pouco e dá um beijo na
testa de dona Zezé. Ela tem noventa anos, vivia
mendigando numa ponte da cidade. Certo dia foi
atropelada e quebrou as pernas. Nesta época Roberto
França estava acabando de construir o prédio do idoso.
Fez o convite. Dona Zezé disse que só aceitava se ele
arranjasse uma atividade para ela. E assim foi feito. Hoje
ela participa do grupo de velhinhos que fazem lindos
trabalhos de crochê.
Prosseguindo sua visita, entra agora no prédio da
produção. Aqui são ministrados cursos profissionalizantes
para meninos e meninas de rua.
Estes jovens que acabaram de acenar para Roberto
França passam o dia fazendo cursos profissionalizantes e à
noite, retornam para os seus lares. O que eles produzem é
vendido às comunidades carentes a preços acessíveis as
suas possibilidades.
A Instituição "Imita Jesus para que Tenhamos um
Mundo Maravilhoso", conta com uma grande maioria de
voluntários: pessoas que dão de duas a quatro horas de
trabalhos diários. Médicos, psicólogos, psiquiatras,
fisioterapeutas, etc. Executam trabalhos diversos na
Instituição. O quadro de funcionários é formado apenas de
doze pessoas remuneradas pelos serviços prestados.
SEGUNDA PARTE – ROBERTO FRANÇA O FENÔMENO
CAPÍTULO SEGUNDO – APÓS UM MOVIMENTADO DIA
DE TRABALHO
São sete horas da noite. Roberto França acabou de
chegar da repartição pública onde deu expediente até uma
da tarde. Janta e vai supervisionar os trabalhos
mediúnicos.
Dirige-se para sala de desobsessão. É uma sala em
penumbra. Como médium vidente que é, observa junto dos
médiuns as Entidades que se manifestam. Vê agora a
Entidade que vem perturbando uma moça freqüentadora do
centro e que vive de semblante abatido com "uma
expressão de louca". Tendo também a faculdade auditiva,
escuta seu guia espiritual informar que o nome desta moça
é Bárbara e inclusive já esteve internada num hospício. De
acordo com a classificação de Allan Kardec, Codificador da
Doutrina Espírita estamos diante de um caso de
subjugação.
Roberto França se aproxima do médium e doutrinador.
Encara a Entidade que persegue Bárbara. É uma mulher
de quarenta e cinco anos que na encarnação passada
chamava-se Lídia e vivia muito bem com seu marido. Até
que um dia Alfredo conheceu Janete, dançarina do teatro
"Salazar" e se apaixonou perdidamente ao ponto de
abandonar a família que acabou morrendo na miséria.
Disse também que faz um século que persegue os
responsáveis por seu infortúnio. Agora Alfredo é a mãe de
Bárbara e Bárbara é a Janete do passado.
O doutrinador conversa com Lídia tentando convencê-
la a desistir da vingança, mas ela está irredutível em
perdoar aqueles que a infelicitaram na vida passada.
Roberto França na sua experiência com espírito
endurecido, acredita que o doutrinador levará muitas
sessões de desobsessão para poder convencer aquela
Entidade a desistir desta vingança que pode perdurar por
muitos anos.
Ao se afastar do doutrinador do obsessor de Bárbara,
Roberto França lembra que casos como este, de Bárbara,
leva muito tempo para ser resolvido. Inicialmente o máximo
que o doutrinador consegue é levar o obsessor a reflexão.
Durante este período o obsediado sente alívio, mas para
ficar curado vai ser preciso muita perseverança dele e da
família. O obsessor vai fazer de tudo para que ela
abandone o tratamento. E neste caso de subjugação é
preciso que a obsediada continue com seu médico, pois
depois de muito tempo de obsessão é preciso cuidar
também da matéria que foi abalada (corpo físico).
Continuando sua supervisão, vê agora um caso de
obsessão simples, isto é, espíritos familiares ou afins que
se aproximam do médium sem maldade e se sentem bem
com isso. Mas o obsediado sente muitas vezes o sintoma
da doença que vitimou o obsessor. Outras vezes dão idéias
que são assimiladas pelos encarnados.
Agora são vinte e um hora e trinta minutos. O trabalho
chega ao fim. Após a oração final os irmãos se
congratulam pelo sucesso do trabalho e se despedem.
Roberto França vai para o prédio dormitório.
SEGUNDA PARTE – ROBERTO FRANÇA O FENÔMENO
CAPÍTULO TERCEIRO – CONTATO COM O GUIA
ESPIRITUAL
Roberto França entra no escritório e vê seu guia
espiritual : é uma linda mulher aparentando quarenta anos.
Escuta-a dizer que veio dar continuidade a psicografia do
livro " Mulher Malvada". Este livro conta a história de
Malvina, ricaça mulher do século passado que maltratava
escravos.
O médium senta à mesa de trabalho. Graciliana, seu
guia espiritual, está com uma prancheta na mão com várias
folhas presas pelo suporte. Roberto França abre a
escrivaninha e pega várias folhas de papel, coloca no seu
lado direito, põe a mão esquerda na testa e concentra-se.
Como sempre acontece sua mão desliza pelo papel num
gesto mecânico e retoma o trabalho de psicografia.
Ele fica psicografando durante horas. Duas horas da
manhã acaba o trabalho. Apesar de ter ficado muito tempo
trabalhando, não sente cansaço físico. Daqui à pouco vai
dormir um pouco, depois estudar o Evangelho para dar
palestra à noite no Centro Espírita. Na próxima semana,
digitará o livro que em seguida, entregará à editora.
Roberto França sente uma paz interior. Livro
concluído, uma bonita mensagem recebida e a certeza de
que levará os leitores à reflexão da vida e a se
conscientizarem da lei de causa e efeito. Adormece.
TERCEIRA PARTE – NO PLANO ESPIRITUAL
CAPÍTULO PRIMEIRO – AINDA SEU LUCIANO NO
UMBRAL
Seu Luciano está vivendo uma rotina ruim. A vida está
sendo tediosa. As situações se repetem. Este lugar de
paisagem úmida e escura o faz pensar no purgatório. Será
que está no purgatório? Amargurado faz uma prece a
Deus: - Meu Deus! Estou me sentindo cansado,
estressado. Achando a vida sem sentido. Me ajuda pai do
céu. Liberta-me deste lugar ruim.
Assim que acaba de fazer esta súplica surgi diante de
si uma equipe socorrista. Um dos membros, um senhor
muito calvo diz:
_Tenha fé, meu filho! Não perca a esperança da vida!
O Criador não te desampara!
De repente surge alvo lençol e uma maca
improvisada. Seu Luciano é deitado na maca e se vê
transportado diante de um muro alto, coberto de trepadeira
florida. O portão se abre e seu Luciano tem impressão de
está entrando numa cidade. Ao sinal do senhor calvo os
condutores depõem a maca improvisada. Percebe está
diante de um edifício com aparência de um hospital.
TERCEIRA PARTE – NO PLANO ESPIRITUAL
CAPÍTULO SEGUNDO – NO HOSPITAL
Deitado na cama alta do hospital espiritual. Seu
Luciano observa o quarto onde está. É um quarto simples,
tendo como utensílios um armário, uma mesinha e uma
cadeira. Achando tudo estranho que tem vivenciado desde
que sofreu o acidente. Pergunta:
-Onde estou? Quem são vocês?
-Entre pessoas amigas. Na colônia espiritual Viver
Feliz – responde o senhor calvo.
-Sim. O irmão Luciano desencarnou. Não pertence
mais ao número de encarnado no mundo.
Ele se desespera e começa a chorar.
-Não chore, irmão. Agora você está na verdadeira
vida. A vida espiritual.
Depois de alguns minutos, mais calmo, escuta o
senhor calvo dizer:
-Respondendo a sua segunda pergunta. Meu nome é
Gabriel.
Este Gabriel pode não ser o anjo descrito na Bíblia.
No entanto tem uma fisionomia serena.
-E estes dois companheiros ao meu lado são o
Leonardo e o Augusto.
O Augusto é um senhor aparentando quarenta e cinco
anos e o Leonardo é um jovem de rosto simpático.
-Nós somos do Ministério do Auxílio e fazemos parte
da equipe socorrista que resgata desencarnados – Diz
Augusto.
A porta do quarto é aberta, entra dois senhores
trajados de branco. Gabriel apresenta:
-Este aqui é o médico Carlos Alberto e este outro é o
enfermeiro Nivaldo. Tendo a função de assistente e
visitador dos serviços de saúde.
O médico Carlos Alberto ausculta seu Luciano e logo
em seguida sai do quarto acompanhado de Gabriel e seus
auxiliares.
Algum tempo depois, surge uma servente empurrando
um carrinho. Seu Luciano é servido de caldo reconfortante
e uma água muito fresca que aparenta ter fluído Divino.
Depois de se alimentar, começa a recordar dos maus
momentos vividos quando estava no Umbral e teve de
sugar a lama da estrada.
TERCEIRA PARTE – NO PLANO ESPIRITUAL
CAPÍTULO TERCEIRO – TIRANDO DÚVIDAS
Alguns dias são decorridos. Seu Luciano se acha
íntimo de Nivaldo. Este jovem de expressão amável.
-Valdo. Confesso que estou muito confuso. Quando
estava naquele lugar ensombrado...
-Desculpa, Luciano, eu cortar seu raciocínio para
esclarecer que aquele lugar ensombrado chama-se
Umbral. Umbral é uma espécie de Zona Purgatorial onde
são deixados resíduos mentais. O Umbral começa na
Crosta Terrestre e está localizado acima da cidade onde
nós vivemos na Terra.
-Valdo, outra dúvida que eu tenho é o porquê dos
seres do Umbral me chamar de suicida, criminoso.
-Luciano, você tinha algum vício quando estava na
Terra?
-Bebia um pouco e fumava.
-Pois é isso, meu irmão. Os vícios foram às razões de
o chamarem assim. Luciano, a pessoa que fuma em
especial ela prejudica a si e aos outros que são fumantes
passivos. O fumante abrevia seus dias. Por exemplo, se
um fumante tivesse previsto para viver setenta anos e
devido as doença do cigarro desencarnasse aos cinqüenta
e cinco anos ele teria de passar obrigatoriamente quinze
anos no Umbral. Pois as pessoas que agem assim são
suicidas inconscientes e passam a ser criminosas quando
não respeitam o direito das pessoas que não fumam
envenenando a saúde destas pessoas. Neste caso a pena
delas são maiores e são atormentadas muitas vezes pelos
espíritos das pessoas que prejudicaram.
-Valdo, outra coisa que acho estranho é o fato do
espírito ainda precisar se alimentar!
-Realmente, Luciano, o espírito não precisa se
alimentar. Acontece que quando desencarnamos
habituados que fomos ao alimento levamos algum tempo
até o perispírito se adaptar a nova situação.
-Valdo, eu pensava também que quando a gente
morresse logo encontrasse os pais, parentes e os amigos
que morreram antes.
-Antes de qualquer coisa, Luciano prefira dizer
desencarnar. Pois esta palavra dá uma idéia exata da sua
situação atual. Nós saímos da carne quando morremos e
encarnamos quando nascemos. E sobre a sua pergunta
devo dizer que encontros podem acontecer. Mas não são
comuns! Depende do merecimento de cada um.
-Valdo, minha mãe não veio me visitar ainda! Quer
dizer é por que não tive merecimento?
_Verdade. Mas sua mãe nunca deixou de interceder
por você durante os anos que ficou no Umbral.
-Valdo. Onde vive minha mãe? Quando ela vem me
ver?
-Luciano, sua mãe vive aqui mesmo na colônia
espiritual Viver Feliz. Ela trabalha no Ministério do
Esclarecimento e breve virá visitá-lo.
Luciano boceja. Nivaldo percebe que é hora de ir
embora.
-Luciano, até amanhã. E antes que você me pergunte
o sono ainda é importante para a maioria dos recém-
desencarnados. Bom sono!
TERCEIRA PARTE – NO PLANO ESPIRITUAL
CAPÍTULO QUARTO – VISITA MATERNA
Seu Luciano levanta da cama e vai até a janela do
quarto hospitalar. Contempla a belíssima paisagem
externa: Uma murada com um portão de entrada e um
bonito passeio ladeado por flores de diversos tipos : rosa -
a rainha das flores, jasmim esta flor de excelente perfume,
entre outras, as quais acostumado a ver na Terra. Nunca
imaginara que após a morte do corpo pudesse ver quadro
tão belo. Está encantado!
Algum tempo depois tem a sensação de está sendo
observado. Olha para trás e para sua surpresa vê sua mãe:
Dona Letícia, uma senhora com aparência de sessenta
anos, cabelos curtos a mesma semelhança que tinha antes
de desencarnar. Parece que o tempo estacionou para ela.
Dona Letícia vem se aproximando de seu filho com os
braços abertos. Abraçam-se. É um abraço carinhoso.
-Meu filho!
-Mamãe!
Os olhos de seu Luciano enchem-se de lágrimas.
Beija a mãe na face e percebe também lágrimas de
emoção caindo dos olhos da mãe. Lembra da infância, da
adolescência e das dificuldades vividas. Sua mãe sempre
tinha uma palavra de encorajamento nos momentos de
desânimo e conforto nos momentos de tristeza.
-Vamos, filho. Pare de chorar! – Disse dona Letícia.
Em seguida, conduziu o filho até a cama, sentou-se ao
lado e disse:
-Deita, meu filho. Está ainda fraco!
Seu Luciano olhou mais uma vez para sua mãe e
percebeu coisas que não havia percebido antes. Dona
Letícia estava com vestido com tons verde, cópia perfeita
da veste que usava um dia antes de seu Luciano fazer o
exame para tirar carta de habilitação. Neste dia, estava
preocupado e sua mãe encorajou-lhe e ele até se
surpreendeu com o bom exame feito.
_Mamãe, porque não viesse me vê antes? Buscar-me
no Umbral?
_Porque filho, não tivesse merecimento! Fosse suicida
inconsciente!
Ele recorda os ensinamentos das religiões tradicionais
onde não é permitido missa, orações aos suicidas por ter
infringido a Lei de Deus. Pára as reflexões e pergunta:
_Mamãe, mudando de assunto. Como vai minha
família?
_Estão todos bem. Todos agora são espíritas!
_É mesmo!
_É. No princípio a Cris sofreu muito, vivia deprimida.
Precisou de remédio para retomar a vida normal. E para
conformá-la o Ministro do Esclarecimento me deu
permissão e através da mediunidade de Roberto França
dei uma mensagem, informando que você estava bem,
apenas estava perturbado, não podia dar mensagem e
revelei acontecimentos particulares para ela ter certeza da
autenticidade da comunicação.
_E ela como reagiu?
_Muito bem. Abraçou o Espiritismo. Hoje faz
campanha do quilo, visitas a hospitais, colabora com a
sopa e na distribuição de enxovais as grávidas carentes. E
até namora o Roberto França. Lembra dele?
_Claro. É um ótimo rapaz. É o fundador do Centro
Espírita onde Joana freqüenta. Inclusive já assisti a
algumas de suas palestras. E a Carmem,Mamãe?
_Sua esposa está bem. Aceitou com naturalidade esta
fatalidade da vida que é a desencarnação.
_Mamãe, me conta uma coisa: Ela já casou
novamente?
No mesmo instante que formulou a pergunta seu
Luciano ficou esperando uma resposta negativa. Afinal, era
homem de formação machista e sentiria uma grande dor se
viesse, a saber, que sua esposa Carmem estava nos
braços de outro homem.
_Filho, no momento sua esposa ainda está viúva. Mas
percebo ela bastante recíproca a um senhor que vem
cortejando-a.
Esta notícia desapontou seu Luciano. Ele queria que
sua esposa continuasse viúva.
Percebendo o desapontamento do filho dona Letícia
disse:
_Filho, não vejo motivo para você ficar triste. Carmem
foi uma excelente esposa e fiel até sua morte. Ela é uma
mulher jovem ainda com filhos criados e breve casados.
Precisa de um companheiro para envelhecer junto.
Seu Luciano reflete por algum tempo e conclui. Sua
mãe está certa. Afinal a vida continua. Carmem merece
refazer sua vida e encontrar um homem que a faça feliz.
_E as meninas, Joana e Luciana?
_Estão bem, também. Elas têm namorado.
_É mamãe. Pelo que a senhora está me dizendo em
três anos mudaram muita coisa na minha família.
_É verdade, filho.
_Mamãe, e o papai, como vai?
_Seu pai está bem. Trabalha no Ministério do Auxílio e
assim que tiver um tempinho vem vê-lo.
Seu Luciano recorda de seu pai: Aquela figura
simpática, solidária e religiosa. Acompanhava sempre a
esposa a missa e participava de campanha de caridade às
comunidades carentes.
_Mamãe, quais as tarefas de papai no Ministério do
Auxílio?
_Filho, o Ministério do Auxílio é responsável por
atender doentes, ouvir rogativas, selecionar preces e
organizar turmas de socorro.
_E a senhora, mamãe, trabalha?
_Trabalho, filho. Para o Criador é de fundamental
importância o trabalho. Seria tediosa uma vida
contemplativa sem atividade! Seu Luciano analisa durante
alguns segundos as palavras materna. Ele mesmo ficava
impaciente, angustiado quando não tinha trabalho.
Conheceu colegas que se aposentaram, ficaram ociosos e
morreram cedo. Seu Luciano volta a realidade e ouve:
_Meu trabalho filho é no Ministério do Esclarecimento.
Sou um das magnetizadoras do Ministério. Lá é possível
saber quem fomos na encarnação passada!
_Mamãe, quer dizer que existe mesmo reencarnação?
_Existe, filho.
_E porque as religiões tradicionais não falam em
reencarnação?
_Filho, *"As Religiões são interpretações dos
Homens das Leis de Deus". O importante é seguirmos a
Doutrina de Jesus e a evolução espiritual acontecerá
independente de sermos " crente" da religião A ou B.
Já decorreram mais de quatro horas desta
conversação bastante esclarecedora. Sua mãe, dona
Letícia levanta-se da cadeira e diz:
_Bem, filho. Já tá na hora de ir. Mas antes quero te
fazer um convite. Estou com uns bônus horas sobrando e
gostaria de levá-lo ao teatro.
_Bônus horas?! Teatro?!
_É filho. Bônus horas é o correspondente ao dinheiro
entre os reencarnados e aqui na colônia Espiritual Viver
Feliz. Tem tudo que existe nas cidades terrenas. A vida
material é uma cópia imperfeita da vida espiritual.
*Frase do escritor José Ideal
TERCEIRA PARTE – NO PLANO ESPIRITUAL
CAPÍTULO QUINTO – A VISITA PATERNA E O TEATRO
O doutor Carlos Alberto acabou de sair. Seu Luciano
recebeu alta. Foram algumas semanas de internação no
hospital espiritual.
Agora seu Luciano aguarda com ansiedade a chegada
dos pais que ficaram de levá-lo até sua nova moradia
De repente a porta se abre e aquele bonito casal vai
entrando no quarto hospitalar. Seu Clóvis é daquelas
criaturas que simpatizamos à primeira vista.
_Meu filho! Que bom te ver!
Seu Luciano abraça os pais e é abraçado.
Depois de conversarem um pouco sobre o passado,
seu Clóvis pega alguns pertences do seu filho e saem à
rua.
Seu Luciano fica impressionado com tudo que vê:
Bonita avenida com belíssimo passeio no meio,
ornamentada por lindas palmeiras na altura de um metro e
meio.
O ar respirável é puro, podem-se ver muitas Entidades
indo na mesma direção deles e outros fazendo o percurso
contrário. Há também Entidades pensativas e outras
endereçando olhares acolhedores. Neste instante, passam
diante de vários edifícios. Há placas em cada um deles.
Neste momento, pode-se ver o Ministério do Auxílio.
_É aqui que seu pai trabalha - Diz dona Letícia.
_Eu queria um dia entrar neste prédio, papai.
_Qualquer dia entraremos juntos, filho!
Seguem mais um pouco e agora passam na frente do
Ministério do Esclarecimento.
_É aqui que a senhora trabalha, não é, mamãe?
_É verdade, filho.
_Qualquer dia, também eu gostaria de conhecer seu
local de trabalho, mamãe!
_Não vai faltar oportunidade, filho!
Neste instante, ao contemplar os vários edifícios, fica
admirado com o que está vendo: É uma cópia perfeita da
Terra!
Agora seu Luciano olha para o céu e vê aves
cruzando os ares.
Neste momento, param diante de uma condução
coletiva de aparência funicular suspensa do solo a uma
altura média de cinco metros.
_Isto é o aeróbus _ Diz sua mãe.
O transporte desce até eles como se fosse um
elevador. Muitas pessoas saem do seu interior.
Seu Luciano, a mãe e o pai entram no aeróbus. A
parte interna desta condução é confortável. Os três sentam
em confortáveis poltronas. Olhando procura identificar o
condutor do veículo. Dona Letícia percebe a curiosidade do
filho e esclarece:
_Os aeróbus que circulam na colônia não há
necessidade de condutores. Apenas aqueles que transitam
fora da colônia. Vamos encontrar uma Entidade
conduzindo.
Seu Luciano está fazendo uma viagem tranqüila. Sem
solavancos os quais estava acostumado a sentir quando
dirigia seu caminhão na estrada. Percebe que a parada é
feita com um aperto do botão nas estações.
Neste instante, dona Letícia aperta o botão e diz:
_Chegamos!
Seu Luciano e os pais atravessam dois quarteirões e
chegam numa casa sem muros, um passeio ladeado de
jardins. O perfume no ar é agradável. Dona Letícia diz:
_Pronto. Chegamos, meu filho. Seja bem vindo ao
novo lar!
Seu Luciano entra na sala de estar e observa os
móveis semelhantes aos terrestres. Dois sofás de três
lugares, uma estante com livros e um aparelho semelhante
a televisão.
_Venha, filho _ Diz dona Letícia se dirigindo para um
quarto. Abre a porta do guarda-roupa e entrega uma
camisa parecida com a que ele tinha quando em vida e
adorava vestí-la.
_Fantástico, mamãe como conseguiu trazer esta
camisa até aqui.
_Esta roupa é plasmada, filho.
_Plasmada?!
_Plasmar é a capacidade que nós temos de
mentalizar e conseguir fazer qualquer coisa igual ao que
era na Terra. Mas para quem não sabe plasmar pode pegar
nas fábricas da colônia.
Seu Clóvis observa o filho admirado e diz:
_Filho, você ainda vai ficar muito maravilhado com o
que ainda verá aqui na nossa colônia.
Os três se aprontam e seguem para o teatro. Seu
Clóvis vai até a bilheteria dá o bônus horas ao bilheteiro e
em seguida entram no teatro e ficam num camarote frontal.
A peça encenada é " Há Dois Mil Anos de Emmanuel"(1).
Seu Luciano fica atento ao desenrolar do espetáculo.
O início é o senador romano Publio Lentulus e seu amigo
Flamínio Severus conversando num amplo terraço.
Seu Luciano está envolvido com a peça teatral e o
encontro do senador Publio Lentulus com Jesus. É
emocionante a cena. Terminado o espetáculo dona Letícia
diz:
_Gostou, filho?
_Muito mamãe.
_Com certeza vai gostar da peça da próxima semana:
"Violetas na Janela"(2) – Diz seu Clóvis.
_Esta, o Luciano vai chorar – Diz dona Letícia.
1. Psicografado por Chico Xavier.
2.Violetas na Janela é um livro de Patrícia,
psicografado por Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho. Já
foram vendidos mais de oitocentos mil exemplares.
TERCEIRA PARTE – NO PLANO ESPIRITUAL
CAPÍTULO SEXTO – VISITA AO MINISTÉRIO DO
ESCLARECIMENTO
Hoje está fazendo mais de quatro anos que seu
Luciano desencarnou. Durante este tempo ele participou de
cursos, assistiu aos vários espetáculos teatrais que foi
convidado, palestras e estagiou em vários ministérios da
colônia espiritual, porém não recebeu ainda autorização
para ler anotações particulares de suas existências
passadas.
Após seu Luciano refletir sobre tudo isso, a mãe dele
se aproxima e diz:
_Filho, tenho boas notícias para você. Finalmente, o
Ministro Assis, responsável pelo Ministério do
Esclarecimento autorizou você a ler as anotações referente
à sua reencarnação passada, abrangendo o período de
duzentos e cinqüenta anos.
_Só duzentos e cinqüenta anos, mamãe?!
_É filho. Duzentos e cinqüenta anos é a média de uma
encarnação para outra.
_Mamãe, quer dizer que a cada duzentos e cinqüenta
anos temos uma nova encarnação?
_Não , filho. Isto é conforme já falei uma média. Há
espíritos que reencarnam com intervalos de meses, anos,
porém a média é de duzentos e cinqüenta anos.
_E por que ele não permitiu que eu lesse quinhentos
anos. Provavelmente, eu estaria tomando conhecimento do
que aconteceu comigo em duas encarnações, sim?
_Ele me falou que você seria incapaz de suportar as
lembranças correspondentes a outras épocas. _ Pausa.
_Vamos, _ Diz dona Letícia, e em seguida leva o filho
até a Seção de Arquivo. Pega uma pasta e lê: Luciano
Bezerra, depois vem a data de encarnação, a cidade e a
data da desencarnação.
Seu Luciano passa horas lendo as anotações.
Percebe que as leituras são apenas informativas, situando
lugares onde viveu, com quem conviveu e as situações que
enfrentou. Terminada a leitura conversa com a mãe.
_Mamãe, eu não me lembro de nada que tenha lido
haja acontecido comigo.
_É assim mesmo, filho. Como você deve ter percebido
a leitura é apenas um relato da existência passada. É como
se você tivesse lendo um romance. A partir de agora você
vai ler este romance, ou melhor, memórias, durante dois
anos, sem prejuízo de sua tarefa no Ministério da Colônia.
Em seguida será dada orientação de como você entrará
nos domínios emocionais das recordações.
Agora são decorridos seis anos da desencarnação de
seu Lu-
ciano. Nesse tempo, ele trabalhou, leu o "Livro de Sua
Vida",porém,hoje, finalmente, chegou o dia dele ficar no
domínio consciente de tudo que leu. E neste momento ele
está se dirigindo até os magnetizadores do Ministério do
Esclarecimento. Entra numa sala. Os espíritos técnico no
assunto aplicam passes no cérebro de seu Luciano,
despertando energias adormecidas. É incrível. Seu Luciano
está entrando nos domínios dos acontecimentos lidos. É
como se de repente se lembrasse de fases de sua vida;
infância, adolescência e a fase adulta.
-Mamãe, eu estou lembrando agora dum
acontecimento muito.
marcante da minha vida passada. Eu empurrava pessoas
de cima de torres. Essas pessoas eram inimigas minhas.
Imediatamente a mente de seu Luciano vai
relacionando fatos e conduzindo a conclusões. Na
encarnação passada ele foi uma pessoa que arremessava
inimigos de lugares altos. Será que o fato de ter empurrado
pessoas do alto levou Deus a castigá-lo, dando a ele nesta
última encarnação uma morte violenta, num precipício?
-Mamãe, esta morte violenta que tive foi um castigo de
Deus pelo que fiz no passado?
-Não, filho. Deus não castiga ninguém. O Criador
legislou, entre outras, A Lei de Causa e Efeito. E tudo que
fazemos tem conseqüência e para que não venhamos a
sofrer bastante no futuro devemos pensar "duas vezes"
sobre tudo que devemos fazer. O fato de você ter
empurrado pessoas do alto de edifícios no passado não
necessariamente o conduziria a ter na próxima encarnação
uma morte violenta. Você poderia ter pago sua "dívida"
sendo funcionário da aeronáutica ou aviação civil, pilotando
aviões. Fazendo muita caridade. Pois o bem que nós
fazemos pode nos livrar de provas difícies. Conta-se nos
meios espíritas a história de um homem bom, operário de
uma fábrica. Certo dia, este homem perdeu uma mão numa
máquina. Então, todos achavam Deus injusto, pois aquele
homem tão bom não merecia ter sido vítima desta
desgraça. Um irmão espírita consultou a espiritualidade
amiga e esta respondeu que aquele homem encarnara com
a possibilidade de perder um braço, mas como fora um
homem bom foi atenuada sua prova vindo a perder apenas
a mão. Devemos fazer sempre a caridade e seguir as
instruções dos espíritos:" Fora da Caridade não Há
Salvação".
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO PRIMEIRO – ALMA GÊMEA
Vinte e uma horas e cinqüenta minutos. Cris acaba de
chegar do Centro Espírita. Deita na cama, tenta conciliar o
sono. Vira para um lado, vira para outro e parece que o
sono não quer vir. Sente que a cada dia que passa está
mais apaixonada por Roberto França. Foram cinco anos de
ESDE - Estudo Sistemático da Doutrina Espírita. Tendo-
o como um dos monitores do curso, serviu-lhe mais para
estreitar os laços de amizade e concluir que aquela
primeira atração, aquilo diferente que sentiu na primeira
vez que o viu é o que se costuma chamar de Amor à
Primeira Vista.
Será que isto de Amor à Primeira Vista é o amor de
várias encarnações? Quem terá sido ela na última
encarnação? E ele?
Muita gente costuma chamar este amor que se une
em várias encarnações de alma gêmea ou a outra metade
da laranja. É equívoco. Tendo em vista que o espírito é
indivisível. Na realidade o que acontece é a união de
espíritos afins, espíritos que gostam de estar ao lado do
outro nas encarnações. Cris passa muito tempo com estes
pensamentos, até que adormece.
Inglaterra. É um convento do século XV. Nesta
encarnação Cris é Irmã Elizabeth.Traja um hábito de freira.
Cuida de uma criança recém-nascida do sexo masculino. É
seu filho. Só a madre superiora e o pai da criança o padre
Charles sabem desta história. O fato é que os dois
religiosos se envolveram e a criança foi concebida.
Irmã Elizabeth passou muitos dias se autoflagelando
até que um dia a madre superiora desconfiou que a Irmã
Elizabeth não estava engordando como dizia e sim estava
grávida. Botou a religiosa contra a parede e esta
confessou. A madre superiora chamou o padre Charles e
combinaram que para não denegrir a imagem da Igreja, o
melhor a fazer seria afastar a Irmã Elizabeth do Convento
por algum tempo até a criança nascer. Depois
abandonariam a criança na porta do convento e assim a
Irmã Elizabeth teria seu filho junto de si e as Irmãs da
congregação religiosa e os fiéis da igreja, nada saberiam. E
assim foi feito.
Hoje está fazendo quinze dias que a criança nasceu.
Irmã Elizabeth coloca a criança no berço, quando chega o
padre Charles que é o Roberto França da encarnação atual
e decidem colocar o nome de Charles.
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO SEGUNDO – CRIS SERÁ O AMOR DA
MINHA VIDA?
Roberto França encontra-se no escritório. Tenta fazer
o roteiro da palestra que dará hoje à noite no Centro
Espírita. Não consegue se concentrar no que faz. Seus
pensamentos divagam. Pensa em Cris. Por que esta garota
de vinte e poucos anos o fascina tanto? Nesta madrugada
sonhou que se encontrava com ela e ambos iam para uma
sala e lá viam na tela rememorativa a última encarnação
dos dois no século XV, num convento. Eles devem ser
espíritos afins que costumam encarnar e se unir
freqüentemente ao longo das encarnações.
Roberto França questiona-se. Será que deve ser
celibatário na encarnação atual? Chico Xavier e Divaldo
Pereira Franco optaram por este estado civil. Será que
deve seguir o exemplo destes dois grandes espíritas?
Está indeciso. Faz uma prece a Jesus, o Governador
da Terra. Instantes depois sente a presença de Graciliana,
seu guia espiritual.
Se as pessoas soubessem a importância da prece,
com certeza, seríamos um mundo melhor. Jesus não
podendo vir, manda seus ministros e ninguém deixará de
ser atendido.
Tendo a faculdade mediúnica auditiva, Roberto França
escuta a voz de Graciliana:
-Roberto, você deve aceitar a Cris como sua esposa.
Ambos contrataram este casamento na espiritualidade e
têm uma grande missão de divulgar a Doutrina Espírita no
mundo através de palestras e livros.
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO TERCEIRO – ROBERTO FRANÇA SERÁ O
AMOR DA MINHA VIDA?
Cris senta à mesa para estudar um ponto de
Psicologia. Ler uma coisa. Em seguida o pensamento
sobrevoa. Pensa em Roberto França. Ontem à noite teve
um sonho muito confuso. Viu-se num hábito de freira e
Roberto França com batina de padre. Meu Deus, que este
sonho significa?
Cris sente-se apaixonada por Roberto França. Será
Roberto França o homem de sua vida? Será que este
relacionamento tem futuro?
Cris uma garota muito experiente estudante de
Psicologia, boa observadora do comportamento humano e
com grande bagagem de conhecimento espírita conclui sim
para pergunta que fez a si mesma.
No passado, o relacionamento com tendência a dar
certo era o seguinte: Opostos se atraem. Hoje nosso
Planeta está deixando pouco a pouco de ser um mundo de
expiações e provas, para ser um mundo regenerador.
Agora a tendência do relacionamento certo é aquele
baseado na homogeneidade. Bom, ambos são espíritas,
pôde observar que as diferenças dela para ele são
pequenas coisas que ela não faz, mas admira e tem
vontade de no futuro fazer.
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO QUARTO – CONFRATERNIZAÇÃO DO ESDE
– ESTUDO SISTEMÁTICO DA DOUTRINA ESPÍRITA
Hoje é dia catorze de dezembro. Dia de
confraternização do ESDE. Todas as turmas do curso
estão reunidas nesta sala. Conversam num tom de voz que
não chega a perturbar. Gilda, vice-coordenadora do curso,
distribui uma mensagem com uma numeração no topo do
folheto. Colegas conversam, comentam da importância do
ESDE em suas vidas. Armando, um dos monitores, e
Sandra a coordenadora do curso tiram livros de sacolas
plásticas e põem-nos sobre a mesa. Há outra mesa com
salgadinhos, bolos e refrigerantes. Roberto França e Cris
trocam idéias. Há no ar um clima de paz proporcionada por
este ambiente agradável.
Agora tem início uma pequena reunião. Sandra,
coordenadora do curso, cumprimenta todas as turmas do
ESDE e parabeniza a Turma K a de Cris que está
concluindo o curso hoje. Sandra fala da importância da
unificação do conhecimento espírita. Em seguida é feita
uma prece. Depois fala Roberto França, presidente da
Instituição. Agora tem início o amigo secreto, por
coincidência, Roberto França tira Cris. Ambos se
cumprimentam com beijo na face.
Cris é toda felicidade. Ganhou o livro que pediu no
amigo secreto : " Nos Bastidores da Obsessão" de Manoel
Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo Pereira
Franco.
Outro sorteado desta vez é Roberto França. Cris fica
alegre. Roberto França ganha o livro : " Paulo e Estevão de
Emmanuel" psicografado por Chico Xavier.
Agora todos componentes da festa vão aos "comes e
bebes". Roberto França, Cris e os demais dos grupos tiram
fotos. Conversam.
Final de festa. Roberto França oferece uma carona a
Cris.
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO QUINTO – INÍCIO DE NAMORO
O auto-passeio percorre uma bonita avenida
arborizada. No final há um semáforo. Roberto França pára.
O sinal de trânsito abre e ele dobra à direita. A rua está
meio deserta. Cris e Roberto França sentem vontade de
falar, mas estão sem saber como começar o diálogo.
Finalmente ele quebra o silêncio.
_Sabe Cris, eu estou muito feliz com o Movimento
Espírita. Graças a Deus e aos divulgadores, muitas
pessoas já sabem distinguir o que é Espiritismo e outras
denominações baseados no mediunismo.
_Realmente Roberto, eu mesma quando era pequena
pensava que o Espiritismo era coisa do Diabo. Hoje eu
paro para pensar e percebo que este ensinamento era
massificado pelos fanáticos religiosos. Nós que não
tínhamos o senso crítico e esta fé raciocinada que o
Espiritismo desenvolve, aceitávamos cegamente muitos
absurdos.
O veículo chega à casa de Cris. Roberto França pára,
abre a porta e rapidamente corre e abre também a porta do
lado de Cris como faziam os cavalheiros antigamente. Cris
fica lisonjeada com este ato tão gentil. Desce do carro.
-Obrigada, Roberto.
Os olhos de ambos se encontram e é como falassem
do amor recíproco que sentem um pelo outro. Beijam-se. É
um beijo apaixonado.
-Cris, eu te amo!
-Eu também, Roberto. Desde o primeiro momento que
o vi. Senti algo que nunca antes tinha sentido por pessoa
nenhuma, nesta vida.
Tornam-se a beijar apaixonadamente. O céu colabora
para este bonito momento. Está estrelado e com uma
bonita lua cheia.
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO SEXTO – "O AMOR É LINDO"
Cris e Roberto França estão sentados à mesa, sob um
guarda-sol numa barraca a beira-mar. É verão. Há muitos
coqueiros na praia. O clima é agradável. A areia da praia é
branquinha. Muitos banhistas tomam banho de mar.
Algumas mulheres estão deitadas sobre a toalha tomando
bronzeado. É antes das dez da manhã e é próprio tanto ao
bronzeado como ao banho em crianças. Diferente da
maioria das pessoas que bebem cervejas, eles tomam
refrigerantes e conversam:
_Sabe Cris, eu gosto muito de admirar o mar, ele me
transmite uma energia que me faz sentir muito bem.
-Eu também Roberto. A praia me faz lembrar com
muita saudade do meu pai. Era bem transparente o carinho
que ele tinha por mim. A Luciana minha irmã menor, tinha
muitos ciúmes disto. Quando vínhamos à praia, meu pai
costumava me botar no ombro, eu ficava em pé e dava
mergulho. Outras vezes encontrávamos barcos de
pescadores. Ele me botava nestes barcos e eu
mergulhava. Era muito bom tudo aquilo.
Os olhos de Cris se enchem de lágrimas.
_Não chore Cris! Seu pai está bem vivo. Enquanto
você falava eu o vi ao seu lado.
-Verdade?!
_Claro, Cris! Por que eu mentiria? Seu Luciano é um
homem que aparenta ter quarenta e nove anos, de bigode,
um rosto que lembra você.
_Estou arrepiada. É isso mesmo, Roberto.
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO SÉTIMO – DESVENDANDO O MISTERIOSO
ROBERTO FRANÇA.
O vento conduz uma mecha de cabelo para os olhos
de Cris. Crianças se vestem para ir embora. As moças que
se bronzeavam, erguem-se. Cris tira a mecha de cabelo
dos olhos e diz:
_Agora Roberto, fale de você!
_Cris, a história da minha vida não é nada
interessante.
_Não enrola, Roberto. Fala! Eu quero saber sobre sua
vida!
_Bem, Cris, eu tenho dois irmãos e três irmãs. Muito
cedo, fiquei órfão de mãe. Tinha sete anos quando ela
morreu. No mesmo dia conversei com ela.
_Você não tinha medo de conversar com sua mãe
falecida?
_Não. Para mim era muito natural. Depois meu pai
casou com uma mulher maravilhosa que é espírita e
esclareceu para todos que eu era médium vidente. Passei
a freqüentar uma Casa Espírita bem orientada, até que
resolvi fundar o Centro Espírita: "Planta o Bem para Colher
o Bem" onde tive a felicidade de conhecer você e o anexo
assistencial:"Imita Jesus para que Tenhamos um Mundo
Maravilhoso".
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO OITAVO – UMA DAS MUITAS VIAGENS
O táxi roda no asfalto. O motorista, um senhor
aparentando cinqüenta anos, está com as mãos firmes no
volante, olhando atento a estrada. Cris observa mais uma
vez o perfil deste homem e recorda o pai. Como gostaria
que seu Luciano estivesse participando deste momento
importante de sua vida. Casou. Tem convicção íntima que
com o homem de sua vida: Roberto França.
Gostaria que tivesse sido uma cerimônia simples, mas
devido a Roberto França ser um médium conhecido não
puderam impedir o assédio da imprensa e mesmo da
comunidade espírita.
O taxista pára num semáforo vermelho. Uma senhora
aparentando sessenta anos atravessa à avenida.
Roberto França lembra da mãe. Gostaria muito que
ela fosse encarnada e participasse desta sua alegria.
De repente surge na cadeira da frente ao lado do
motorista de táxi, a mãe de Roberto França. A mesma
mulher de rosto jovem que se apresenta a ele desde os
sete anos.
-Mãe, que satisfação em vê-la aqui conosco.
Conversam. Cris como não tem vidência e audiência
não vê e nem escuta o que a sogra desencarnada diz.
Apenas escuta a voz do marido. O taxista olha de lado
desconfiado.
Possivelmente, se não conhecesse Roberto França,
estaria pensando que tinha como passageiro uma mulher e
um louco.
Ele se despede da mãe. O táxi vai chegando no
aeroporto. O taxista estaciona o veículo. Roberto França
paga ao taxista que lhe deseja uma boa viagem.
Abraçados, Cris e Roberto França dirigem ao portão
internacional. Ele está muito feliz, porque tem a seu lado a
mulher amada e vai divulgar a Doutrina Espírita em
Portugal em mais um Congresso Internacional de
Espiritismo.
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO NONO – VISITA À FAMÍLIA
Seu Luciano desceu do aeróbus e o condutor
prossegue a viagem com os companheiros que também
irão visitar às suas famílias.
Olhando para casa onde viveu a última existência,
observa pequenas mudanças. Por exemplo, a fachada da
casa, antes era amarela, agora é verde. A garagem onde
antigamente estacionava seu caminhão hoje é ocupado por
dois veículos auto-passeio. Entra na casa. Alguns móveis
mudaram de posição, outros são novos. Encontra dona
Carmem no quarto se aprontando para sair. Aproxima-se
dela e pergunta aonde vai.
Dona Carmem não registra a pergunta de seu Luciano
auditivamente, mas subjetivamente quando passou a
pensar no que fará nesta noite.
De repente, num ato involuntário ao fechar a porta do
guarda-roupa bate num porta-jóias que cai espatifando-se
no chão.
Seu Luciano deixa dona Carmem apanhando os
pedaços de biscuit e vai até a garagem onde está sua filha
Joana se preparando para entrar no carro. Aproxima-se da
filha e procede da mesma forma como procedeu com dona
Carmem. Formula as seguintes perguntas: Como estão
Luciana e Cris? Como vai você, filha?
Joana não escuta as perguntas com os ouvidos
materiais e sim com os espirituais. Imediatamente começa
a responder em forma de lembranças. A irmã Luciana está
bem. Foi ao cursinho. Cris casou com Roberto França há
dois meses atrás e já voltaram da lua de mel. E ela, Joana,
está bem, também. Desenvolve a mediunidade no Centro
Espírita.
Repentinamente, Joana começa a lembrar do pai. Faz
um pouco mais de seis anos que o pai desencarnou. Será
que ele veio visitar a família? Dizem os Espíritos que
quando lembramos de pessoas desencarnadas elas estão
perto de nós.
_Mamãe, a pouco eu pensava no papai – Diz Joana.
_Eu também, filha. Tive impressão que seu pai estava
dentro de casa.
Seu Luciano acomoda-se no estofado do veículo e fica
ouvindo a conversa entre Joana e dona Carmem.
Joana fala à mãe sobre o seu curso universitário:
Assistente Social. Diz que não poderia ter escolhido melhor
profissão a quem tem como objetivo principal a ajuda aos
semelhantes.
Dona Carmem está insegura sobre o relacionamento
com o pretendente. Será que é certo, depois de mais de
seis anos de viuvez refazer a vida? A filha Joana diz sim. E
lembra que o pai desencarnou, mas a vida não pára. Agora
todos os passageiros do veículo vêem a fachada do Centro
Espírita: "Imita Jesus para que Tenhamos um Mundo
Maravilhoso".
Imitar Jesus não significa vestir camisolão e deixar os
cabelos crescerem. Seguir Jesus é seguir seus
ensinamentos: "Amando a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo."
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO DÉCIMO – MAIS UMA MENSAGEM
Quando seu Luciano, dona Carmem e sua filha Joana
descem do carro já encontram um bom número de pessoas
se dirigindo para o auditório onde vai ocorrer a reunião
evangélica.
Joana esta médium de pressentimento que está
incluída na variedade de médiuns inspirados. Caminha com
a mãe quando de repente uma idéia lhe surge à mente:
"Seu pai vai dá uma comunicação daqui à pouco". Encara a
mãe e diz:
_Mamãe! Papai vai dá uma mensagem, hoje!
-Será mesmo, filha?
-Tenho certeza, mamãe!
Depois de alguns minutos o auditório encontra-se
totalmente ocupado. Seu Luciano observa que o número de
desencarnados é maior que o número de encarnados. E a
diferença do encarnado para o desencarnado é o cordão
fluídico que o primeiro possui.
Tem início a reunião evangélica. O tema escolhido
pelo orador da noite é reencarnação. Com tom de voz
agradável este senhor aparentando cinqüenta anos e uma
fisionomia serena diz que a reencarnação é um fato
comprovado por inúmeros pesquisadores. Ilustra a palestra
contando o caso de uma criança que descreveu o local de
sua encarnação passada, citando o nome dos pais e o
modo como desencarnou.
Os pesquisadores checaram as informações e
constataram que a criança havia dito a verdade.
Encerrada a reunião evangélica Roberto França fica
sozinho na tribuna e concentra-se. Imediatamente começa
a receber as mensagens. A primeira mensagem é de um
desencarnado em acidente de moto. Ele fala que está bem
e cita particularidade da família.
Enquanto observa o médium Roberto França,
aproxima-se de seu Luciano um espírito desencarnado.
Seu nome é Daniel. É o dirigente espiritual da reunião. Ele
diz que Roberto França é uns dos poucos médiuns no
Brasil que recebe comunicação de espíritos desencarnados
em acidentes ou situações inesperadas. Tais
comunicações são muito importantes, pois consola,
conforta os pais desesperados com morte brusca dos
filhos.
Outro médium que ficou bastante conhecido neste tipo
de comunicação foi o mineiro Chico Xavier. Francisco
Cândido Xavier com quatrocentos e doze livros publicados
sobre temas variados. Impossível um escritor conseguir tal
feito. Em determinado momento da conversa, Daniel diz:
_Luciano, prepare uma mensagem para dar aos seus
familiares encarnados!
_Eu?!
_Sim. Você mesmo!
Seu Luciano pensa um pouco e em seguida escreve a
mensagem. Depois com a prancheta na mão vai para junto
do médium Roberto França e dita a seguinte mensagem:
"Querida Carmem, filha Joana e todos aqui presentes:
Sei que há muito tempo esperam uma mensagem
minha. Porém, só agora tenho condições de fazê-lo. Eu
estou bem. Encontrei todos aqueles que me antecederam:
Papai, mamãe, meus avós e alguns amigos.
Carmem, hoje visitei aquela que foi minha moradia
terrena. Notei você muito nervosa com a possibilidade de
refazer sua vida e quando percebeu minha presença em
espírito, acabou quebrando um biscuit. Digo-lhe que se
sinta à vontade para decidir sua vida. Você é uma mulher
livre. Analise se esta pessoa vale seu amor e em caso
afirmativo não hesite. Decida.
Dona Carmem olha para Roberto França e conclui: A
comunicação é autentica, pois o episódio do biscuit não
havia comentado com ninguém e tão pouco o receio de
refazer sua vida.
Quero agora deixar o recado as minhas filhas Joana,
Luciana e Cris. Estou muito feliz por vocês serem as
criaturas maravilhosas que são e ter escolhido a Doutrina
Espírita para seu crescimento espiritual.
Luciano."
QUARTA PARTE – EM BUSCA DO AMOR DE NOSSAS
VIDAS
CAPÍTULO DÉCIMO PRIMEIRO – A DESPEDIDA
Dona Letícia torna a olhar mais uma vez a fachada do
edifício onde fica o Ministério do Esclarecimento. Bons
momentos viveu neste Ministério. Sábias orientações
recebeu do Ministro Assis. Muito espírito pôde ajudar
,esclarecer. Lágrimas vêm aos olhos de dona Letícia.
Como gostaria de continuar fazendo este trabalho aqui.
Mas o dever lhe chama. É hora de reencarnar. Resgatar
débito do passado.
No ano trinta da nossa era. Dona Letícia foi um
"feiticeiro". Tinha uma mediunidade excepcional. Fazia
consultas por dinheiro. Prejudicou muita gente e agora vai
voltar novamente com a mediunidade de prova. Ela tem
pedido muito a espiritualidade , seus amigos espirituais
daqui do Plano Espiritual vibrem, aconselhem, para que
desta vez não venha a fracassar nas provas.
Seus futuros pais são dois empregados do comércio
português. Eles vivem dificuldades financeiras e dona
Letícia breve num corpo de um homem será tentada a
cobrar pelo dom da mediunidade.
Dona Letícia amanhã iniciará visita a espíritos que
tiveram provas semelhantes e podem lhe ajudar com suas
experiências. Ergue a cabeça.
-Mamãe! Vai dar tudo certo ! –Diz seu Luciano.
_Letícia tenha certeza que desta vez vencerá todos
obstáculos que possam surgir na sua vida _ Diz seu marido
também desencarnado.
FIM
GOSTOU DE LER O LIVRO AMOR À PRIMEIRA
VISTA DE EDSON ALMEIDA?
EXPRESSE SUA OPINIÃO ESCREVENDO PARA O E-
mail:
bezerra.divulga@gmail.com SUA OPINIÃO E
MUITO IMPORTANTE. SEJA SINCERO!
QUESTIONÁRIO:
1) O LIVRO TEM VEROSSIMILANÇA COM A
REALIDADE ESPÍRITA?
2) GOSTOU DA PSICOLOGIA DOS
PERSONAGENS ?
3) IDENTIFICOU-SE COM OS PERSONAGENS
ACHANDO SEMELHANÇA COM VOCÊ OU
ALGUÉM QUE CONHECE?
4) GOSTOU DO ESTILO ONISCIENTE (TEMOS
IMPRESSÃO QUE LEMOS OS
PENSAMENTOS DOS PERSONAGENS) DO
AUTOR ?
DIVULGUE ESTE LIVRO. "A MAIOR CARIDADE
QUE SE PODE FAZER É A DIVULGAÇÃO DA
DOUTRINA ESPÍRITA." EMMANUEL
APROVEITAMOS ESTE ESPAÇO AQUI, PARA
REGISTRAR OS E-MAILS RECEBIDOS QUE
SINTETIZAM O PENSAMENTO DA OBRA.
1)Gostei muito do livro AMOR Á PRIMEIRA VISTA. É um
livro de fácil leitura. Ideal para toda pessoa que quer ter
conhecimento espírita de forma clara e objetiva.
CARLOS DA SILVA- JARDIM SÃO PAULO – RECIFE-PE.
2)Tocou-me profundamente aquele capítulo sobre o cigarro.
Desta vez vou parar de fumar !
JANAÍNA – RIO GRANDE – RIO GRANDE DO SUL
3)Perdi meu filho há pouco tempo, vítima de acidente
automobilístico. Confesso que foi muito confortador ler a
história de seu Luciano.
SÍLVIA – PETRÓPOLIS – RIO DE JANEIRO
4)Foi muito esclarecedor o capítulo sobre almas gêmeas.
SÕNIA – SÃO PAULO- CAPITAL
5)Tenho uma amiga que tem pressentimentos como Joana, a
filha do seu Luciano.
CRISTINA-ARACAJU-SERGIPE
6)Que livro interessante ! Li num fôlego só.
WALTER-JOÃO PESSOA- PARAÍBA
7)Eu pensava que toda pessoa que recebia espírito era espírita
PAULO-FAZENDA NOVA-PERNAMBUCO.
8)Foi muito importante distinguir Espiritismo das outras
religiões baseadas no mediunismo.
ADELSON –BAIRRO NOVO – OLINDA-PE
9)Fiquei envolvida com aquele capítulo que narra D. Carmem
respondendo as perguntas de seu Luciano desencarnado.
JOSEANE-FLORIANÓPOLIS-STA CATARINA
10)Achei interessante saber como funciona um processo de
obsessão, através da narrativa de Bárbara.
LEANDRO-CURITIBA – PARANÁ
11)Sou católica, mas gosto muito de ler obras espíritas. Fiquei
bastante envolvida pela narrativa.
CONCEIÇÃO- FORTALEZA-CEARÁ
12)Admiro muito os espíritas com seus trabalhos de amor,
caridade e solidariedade. E como simpatizante da doutrina,
não deixo de ler as boas obras espíritas.
ROSÂNGELA-MANAUS-AMAZONAS
13)Este livro me ensinou a distinguir amor à primeira vista de
paixão.
FERNANDA –BELÉM-PARÁ
14)Eu tinha muita curiosidade de conhecer um vidente. A
narrativa foi tão envolvente que parecia que eu estava frente a
frente com o Roberto França.
CARMEM-BELO HORIZONTE-MINAS GERAIS
15)Dei AMOR Á PRIMEIRA VISTA a uma amiga que
perdeu um ente querido. Ela adorou!
ANA-VITÓRIA-ESPÍRITO SANTO.
16)Gostei deste livro. Recomendo para todos aqueles que
buscam a paz espiritual.
ISAAC-PEIXINHOS-OLINDA-PERNAMBUCO.
17)Em 15 de abril de 2014 20:44, Maria da Penha Rocha de
Sousa
Acabei de ler o livro "Amor à primeira vista e quero dá
minha opinião sobre ele.
Gostei muito. Eu sou leitora assídua de livros espíritas.
Respondendo às perguntas que foram feitas, aí vão as
respostas.
Pergunta 1)Gostou de ler o livro Amor à Primeira Vista
R=sim. Gostei muito
2)Você se identificou com os personagens do livro ?
R= Sim. Identifiquei-me
3)Você vivenciou algum fato narrados no livro?
R=Sim
Quero agradecer a vocês a oportunidade de ler livro on line
Que Deus os ilumine sempre.
Um abraço
Maria da penha
___________x______
FRASES PARA REFLETIR:
DIVULGUE ESTE LIVRO. "A MAIOR CARIDADE
QUE SE PODE FAZER É A DIVULGAÇÃO DA
DOUTRINA ESPÍRITA." EMMANUEL
"AS RELIGIÕES SÃO INTERPRETAÇÕES DOS HOMENS
DAS LEIS DE DEUS. JOSÉ IDEAL"
"AS RELIGIÕES SÃO COMO SE FOSSE UMA ESCOLA.
CABE A NÓS ESCOLHERMOS AQUELA QUE NO NOSSO
ENTENDER NOS POSSIBILITARÁ UM MELHOR
APRENDIZADO. JOSÉ IDEAL"
"TUDO QUE É BOM E ENGRANDECE O HOMEM DEVE
SER DIVULGADO. PENSE NISSO! ASSIM
CONSTRUIREMOS UM MUNDO MELHOR. JOSÉ
IDEAL".
PERNAMBUCO, 08 DE OUTUBRO DE 2017.
O Grupo Bons Amigos em parceria com a Cia do Livro ,lança mais uma obra nos formatos : Pdf,txt, epub ,mobi e azw3
Nascido em 1947 em Recife. Adolescente entrou na Marinha e serviu até os quarenta e um ano de idade.Quando entrou para reserva. Depois passou a fazer trabalhos nas casas espíritas Faleceu em julho de 2011 com 63 anos de idade vítima de um câncer de próstata. Participou também do Grupo Bons Amigos na condição de moderador.
É vedado o uso deste arquivo para auferir direta ou indiretamente benefícios financeiros.
Lembre-se de valorizar e reconhecer o trabalho do autor adquirindo suas obras .
Abraços fraternos!
Bezerra
Livros:
http://bezerralivroseoutros.blogspot.com/
Áudios diversos:
http://bezerravideoseaudios.blogspot.com/
https://groups.google.com/group/bons_amigos?hl=pt-br
'TUDO QUE É BOM E ENGRANDECE O HOMEM DEVE SER DIVULGADO!
PENSE NISSO! ASSIM CONSTRUIREMOS UM MUNDO MELHOR."
JOSÉ IDEAL
' A MAIOR CARIDADE QUE SE PODE FAZER É A DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA" EMMANUEL
--
Seja bem vindo ao Clube do e-livro
Não esqueça de mandar seus links para lista .
Boas Leituras e obrigado por participar do nosso grupo.
==========================================================
Conheça nosso grupo Cotidiano:
http://groups.google.com.br/group/cotidiano
Muitos arquivos e filmes.
==========================================================
Você recebeu esta mensagem porque está inscrito no Grupo "clube do e-livro" em Grupos do Google.
Para postar neste grupo, envie um e-mail para clube-do-e-livro@googlegroups.com
Para cancelar a sua inscrição neste grupo, envie um e-mail para clube-do-e-livro-unsubscribe@googlegroups.com
Para ver mais opções, visite este grupo em http://groups.google.com.br/group/clube-do-e-
---
Você recebeu essa mensagem porque está inscrito no grupo "clube do e-livro" dos Grupos do Google.
Para cancelar inscrição nesse grupo e parar de receber e-mails dele, envie um e-mail para clube-do-e-livro+unsubscribe@googlegroups.com.
Para mais opções, acesse https://groups.google.com/d/optout.
Nenhum comentário:
Postar um comentário