2002.
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ANIMAIS
NOSSOS IRM�OS
Eur�pedes Kuhl
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Outros livros psicografados pelo m�dium Eur�pedes Kuhl:
Com o esp�rito Domitila
- Os Tecel�es do Destino
Com o esp�rito Josu�
- Infidelidade e Perd�o
Com o esp�rito Roboeis
- Sempre h� uma Esperan�a
- Transplante de Amor
Do pr�prio autor
- Fragmentos da Hist�ria, pela �tica Esp�rita
Aos filhos amados, Maria L�cia e Eur�pedes,
autorizados por Deus a iluminar nosso lar e
nossos cora��es (o da Lucy, sua m�e, e o meu);
bem como ao "Branquelo", "Baixinha" e
fusquinha, amimaizinhos que proporcionam
em nossa casa um clima de mais alegria,
companheirismo e amor,
dedico esta obra.
Ribeir�o Preto/SP - 1994
O autor
�ndice
Pref�cio . 9
Introdu��o 11
Pr�logo (Hist�ria d'um C�o) 15
ATerra 21
ALua 26
AVida 23
O Esp�rito 41
Seres Vivos 44
Os Animais e o Progresso 50
ADor 64
Os Animais e o Espiritismo 77
Animais: Esp�cies Extintas 119
Holocaustos 123
Os Animais e o Sagrado Direito � Vida 129
Prote��o aos Animais 134
Jesus: a Lei do Amor e os Sentidos 139
Amor e Respeito aos Animais 144
� Bom n�o Lembrar 152
Conclus�o 155
Bibliografia 160
Esta obra foi inspirada pelo amor aos animais, que como n�s, s�o tamb�m
filhos de Deus
- portanto, nossos irm�os.
Irm�os menores, mas irm�os.
Menores porque ainda sem a intelig�ncia cont�nua.
Delineia-se ao nosso entendimento que tudo aquilo que � criado por Deus -
e todos os
seres o s�o - tem o
divino impulso evolutivo.
A evolu��o, assim, para tudo e para todos � inexor�vel, por lei Divina.
Vemos como se processa o aperfei�oamento espiri tual dos seres, desde sua
cria��o,
palmilhando os remos naturais, do irracional ao hominal - tudo em
seq��ncia, obedecendo
� escala progressiva perfeita.
Progresso alcan�ando ser a ser, mas sempre com
auxilio permanente que emana do Criador, al�m daquele
que pode e deve partir do pr�ximo.
Como principal objetivo, o autor laborou o pensa mento e retransmite aos
leitores um
convite ao desper tamento e a maravilha da cria��o de Deus. Apresenta,
para isso,
indicativos l�gicos para a dedu��o de que, de in�cio, fomos animais
tamb�m...
Tal reflex�o, se aceita, levar-nos-� ao indispens�vel
abandono da indiferen�a para o que acontece com os animais - todos eles!
Sendo o mundo uma grande casa-escola, cada ser
vivo � um inquilino-aluno.
Disto decorre que dever crist�o individual e intransfer�vel � aquele que
levar� o aluno da
classe superior a
arrimar o que vem mais atr�s, em aprendizado incessante.
Com isso, estaremos ouvindo e agindo, segundo os
ensinamentos de Jesus, relativos ao Amor Integral.
9
EUR�PEDES K�I-IL
Vida, liberdade, respeito e Amor s�o direitos que
requeremos do mundo, de forma consuetudin�ria e ardente, por consider�-
los bens
inalien�veis.
Ora, se acreditamos que os animais s�o filhos do
mesmo Pai, que aqueles direitos concede, qual a nossa
responsabilidade em exclu�-los desse contexto?
Consideramos que este livro cont�m a resposta.
Ribeir�o Preto/SP -21 de Abril de 1994
Nilson Guiseiline
10
INtrodu��o
Todos os seres vivos t�m direito � Vida: ningu�m, a
n�o ser Deus, Aquele que a criou e que pode conced�-la,
pode subtra�-la!
A lei universal do equil�brio na conviv�ncia ap�ia-se no fato de que s�
ser� l�cito agir
mudando algo, quando poss�vel seja reagir, ou retroagir, recompondo o
"statusquo inicial
da a��o.
Assim, n�o h� como discordar da premissa que encima esta p�gina, sendo
equivocada
qualquer a��o que resulte na morte de um ser vivo, pelo simples fato de
que a morte �
irrevers�vel.
O objetivo desta obra � sensibilizar os leitores para o fato de que os
animais, tanto quanto
n�s, t�m o inalien�vel e
sagrado direito � Vida - num viver com respeito e prote��o.
Para tanto:
pesquisamos obras liter�rias cient�ficas que tratassem de Zoologia para
alicer�ar os
aspectos t�cnicos deste livro;
buscamos encontrar nas Religi�es os fundamentos filos�ficos da Vida - a
dos animais
inclusive;
visitamos cientistas universit�rios e com eles nos entrevistamos, em seus
laborat�rios,
levando-nos isso a identificar uma intensa quanto estreita rela��o
cient�fica homem-
animal;
visitamos zool�gicos e circos que utilizam animais;
conversamos com in�meras pessoas ligadas profissionalmente � vida animal.
Ap�s a coleta de todo esse material - social/filos�fico /
religioso/cient�fico -,
propusemo-nos a passar para
11
eventuais interessados bases adequadas de julgamento que viessem a
possibilitar dif�ceis
decis�es em suas vidas, rela tivas � mudan�a de pensamento e de
comportamento para com
os animais.
Todos os assuntos expostos nesta obra, citando pessoas, locais ou
estat�sticas, t�m como
fonte jornais (ag�ncias de not�cias nacionais e internacionais),
revistas, publi ca��es
t�cnicas (livros e peri�dicos), al�m de dados enciclop�dicos e notas do
nosso arquivo
pessoal.
Tais fontes foram geralmente citadas para facilitar
consultas, na eventualidade de interesse em maiores
detalhes.
N�o estamos julgando ningu�m "a priori", o que
seria imperdo�vel leviandade.
Mas � ineg�vel que muitas pessoas desconhecem os desdobramentos
espirituais das a��es
do plano material, dentre as quais, infelizmente, incluem-se o
desrespeito e a crueldade para
com os animais.
Inform�-las disso, eis o principal motivo desta obra.
O que este livro cont�m n�o � destinado s� para esp�ritas como n�s.
A Doutrina Esp�rita � rica em conceitos que abrangem
todas as �reas do comportamento humano, m�xime do
comportamento espiritual.
O tema "animais" n�o foi exclu�do dela, antes, pelo contr�rio, � pr�diga
a massa de
informa��es que permeia
a literatura esp�rita, mas de forma generalizada.
Por isso, decidimos pela empreitada de estudar todas as poss�veis nuances
que envolvem a
quest�o, de forma a oferecer aos interessados uma vis�o mais abrangente e
detalhada sobre
a vida e a morte desses nossos companheiros de morada terrena (e
espiritual), os animais.
Logo percebemos que as obras que tratam dos animais, se cient�ficas,
abordam temas
espec�ficos de determinada esp�cie e, se esp�ritas, a quest�o � tratada
esparsamente.
12
Das segundas, depreende-se que os animais t�m alma (diferente da humana),
intelig�ncia
rudimentar, evoluem, sobrevivem � morte, e, que, na Terra, merecem o
respeito e a
prote��o do homem.
Restou-nos o desejo de reunir e ampliar o entendimento, j� que in�meros
�ngulos
precisavam de maior ilumina��o, sendo isso cobrado pelo nosso esp�rito,
sob a chancela da
curiosidade.
Ent�o, saindo dessa superf�cie, logramos adentrar num mundo maravilhoso,
onde a Vida
espelha a Sabedoria de Deus e onde Entidades Angelicais, sempre agindo em
nome do
bem, cuidam dos animais e por eles t�m amor!
Todos os indicativos naturais da vida nos conduziram � certeza de que
ontem �ramos
animais, quais os
que hoje nos servem.
Depois, outras certezas:
amanh�, esse mesmo animal ingressar� no reino hominal; se n�s ainda n�o
estivermos no
est�gio ange lical, talvez ele poder� ser da nossa fam�lia...;
a dor que infligimos ao animal coloca-nos diante da Lei de Causa e Efeito
como
devedores de iguais
padecimentos;
o mundo � uma grande escola e uma grande casa, como a nossa pr�pria -
todas as casas
pertencem a Deus e os seres vivos terrenos nelas n�o passam de inquilinos
tempor�rios...;
por tudo isso, todos somos irm�os: homens e ani mais!
Prudente ser� que o mais breve poss�vel nos integremos no contexto do
amor universal,
qual a m�e-natureza que desde nossa cria��o vem aben�oando a todos os
seus filhos.
13
homens e animais. Se aos primeiros, por m�rito, � dispensado o
incompar�vel dom da
intelig�ncia, os segundos est�o em seu caminho para disso se benefi ciar,
tanto quanto os
Anjos, igualmente por m�rito, t�m a Pureza e a Luz, que est�o sempre
repassando �
Humanidade.
Eis porqu� os animais, nossos irm�os inferiorizados na escala biol�gica,
mas herdeiros
semelhantes a n�s das benesses divinas, t�m os mesmos direitos que
requeremos do mundo:
a vida, a liberdade, o respeito e o Amor!
Moveu-nos a preocupa��o constante de evitar colis�es com as Ci�ncias e
principalmente
com a Doutrina
Esp�rita.
Mas, se falhas est�o presentes, aqui ou ali - e cer tamente que sim -,
devem todas ser
debitadas exclusivamente �s nossas lembradas limita��es, que, desde j�, �
toler�ncia dos
leitores rogamos perdoar.
Ao final, implorando inspira��o ao Criador, redigimos as p�ginas
seguintes com a alma
plena de sincero
amor pelos animais.
O pedido maior, por�m, que fizemos a Deus, � que pelos menos um animal se
beneficiasse
deste livro.
por Luis Guimar�es
Eu tive um c�o. Chamava-se Veludo;
Magro, asqueroso, revoltante, imundo;
Para dizer numa palavra tudo
Foi o mais feio c�o que houve no mundo.
Recebi-o das m�os d'um camarada
Na hora da partida. O c�o gemendo
N�o me queria acompanhar por nada:
Enfim - mau grado seu - o vim trazendo.
O meu amigo cabisbaixo, mudo, Olhava-o.., o sol nas ondas se abismava...
"Adeus" - me
disse -, e ao afagar Veludo Nos olhos seus o pranto borbulhava.
"Trata-o bem. Ver�s como rasteiro
Te indicar� os mais sutis perigos;
Adeus! E que este amigo verdadeiro
Te console no mundo ermo de amigos."
Veludo a custo habituou-se � vida
Que o destino de novo lhe escolhera;
Sua rugosa p�lpebra sentida
Chorava o antigo dono que perdera.
Nas longas noites de luar brilhante,
Febril, convulso, tr�mulo, agitando
A sua cauda - caminhava errante
� luz da lua - tristemente uivando.
15
Toussenel, Figuier e a lista imensa
Dos modernos zool�gicos doutores
Dizem que o c�o � um animal que pensa:
Talvez tenham raz�o estes senhores.
Lembro-me ainda. Trouxe-me o correio,
Cinco meses depois, do meu amigo
Um envelope fartamente cheio:
Era uma carta. Carta! Era um artigo
Contendo a narra��o mi�da e exata
Da travessia. Dava-me importantes
Not�cias do Brasil e de la Plata
Falava em rios, �rvores gigantes:
Gabava o "steamer" que o levou; dizia
Que ia tentar in�meras empresas:
Contava-me tamb�m que a bordo havia
Mulheres joviais - todas francesas.
Assombrava-se muito da ligeira
Moralidade que encontrou a bordo:
Citava o caso duma passageira...
Mil cousas mais de que me n�o recordo.
Finalmente, por baixo disso tudo
Em nota bene do melhor cursivo
Recomendava o pobre do Veludo
Pedindo a Deus que o conservasse vivo.
Enquanto eu lia, o c�o tranq�ilo e atento
Me contemplava, e - creia que � verdade - Vi, comovido, vi nesse momento
Seus olhos gotejarem de saudade.
16
Depois lambeu-me as m�os humildemente,
Estendeu-se a meus p�s silencioso
Movendo a cauda - e adormeceu contente
Farto d'um puro e satisfeito gozo.
Passou-se o tempo. Finalmente um dia
Vi-me livre daquele companheiro;
Para nada Veludo me servia,
Dei-o � mulher d'um velho carvoeiro.
E respirei! "Gra�as a Deus! J� posso"
Dizia eu "viver neste bom mundo
Sem ter que dar diariamente um osso
A um bicho vil, a um feio c�o imundo."
Gosto dos animais, por�m prefiro
A essa ra�a baixa e aduladora
Um alaz�o ingl�s, de sela ou tiro,
Ou uma gata branca cismadora.
Mal respirei, por�m! Quando dormia
E a negra noite amortalhava tudo,
Senti que � minha porta algu�m batia:
Fui ver quem era. Abri. Era Veludo.
Saltou-me �s m�os, lambeu-me os p�s ganindo,
Farejou toda a casa satisfeito;
E - de cansado - foi rolar dormindo
Como uma pedra, junto do meu leito.
Praguejei furioso. Era execr�vel
Suportar esse h�spede inoportuno
Que me seguia como o miser�vel
Ladr�o, ou como um p�rfido gatuno
17
E resolvi-me enfim. Certo, � custoso
Diz�-lo em alta voz e confess�-lo:
Para livrar-me desse c�o leproso
Havia um meio s�: era mat�-lo.
Zunia a asa f�nebre dos ventos;
Ao longe o mar na solid�o gemendo
Arrebentava em uivos e lamentos...
De instante a instante ia o tuf�o crescendo.
Chamei Veludo; ele seguiu-me. Enquanto
A fremente borrasca me arrancava
Dos frios ombros o revolto manto
E a chuva meus cabelos fustigava.
Despertei um barqueiro. Contra o vento,
Contra as ondas col�ricas vogamos;
Dava-me for�a o t�rvo pensamento:
Peguei num remo - e com furor remamos.
Veludo � proa olhava-me choroso
Como o cordeiro no final momento.
Embora! Era fatal! Era for�oso
Livrar-me enfim desse animal nojento.
Nolargo mar ergui-o nos meus bra�os
E arremessei-o �s ondas de repente...
Ele moveu gemendo os membros lassos
Lutando contra a morte. Era pungente.
Voltei a terra - entrei em casa. O vento
Zunia sempre na amplid�o, profundo.
E pareceu-me ouvir o atroz lamento
De Veludo nas ondas moribundo.
18
Mas ao despir dos ombros meus o manto
Notei - oh, grande dor! - haver perdido
Uma rel�quia que eu prezava tanto!
Era um cord�o de prata: - eu tinha-o unido
Contra o meu cora��o constantemente
E o conservava no maior recato,
Pois minha m�e me dera essa corrente
E, suspenso � corrente, o seu retrato.
Certo ca�ra al�m no mar profundo,
No eterno abismo que devora tudo;
E foi o c�o, foi esse c�o imundo
A causa do meu mal! Ah! Se Veludo
Duas vidas tivera - duas vidas
Eu arrancara �quela besta morta
E �quelas vis entranhas corrompidas.
Nisto senti uivar � minha porta.
Corri - abri... Era Veludo! Arfava:
Estendeu-se a meus p�s -, e docemente
Deixou cair da boca que espumava
A medalha suspensa da corrente.
Fora cr�vel, oh Deus? -Ajoelhado
Junto do c�o - estupefato, absorto,
Palpei-lhe o corpo: estava enregelado;
Sacudi-o, chamei-o! Estava morto.
O autor desse l�rico e n�o menos monumental (em todos os sentidos...)
poema, apresentado
aqui na ortografia original, Luis Caetano Pereira Guimar�es J�nior,
nasceu no Rio de
Janeiro, em 1845, e desencarnou em Lisboa, em
19
1898. Diplomata de carreira, serviu em diversos pa�ses. Foi
membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
Aqui, em alguns instantes, esse cantar dolorido parece vir das entranhas
mais rec�nditas da
alma de algu�m desterrado, ficando dif�cil definir se o espelho da
solid�o e da saudade
refletia o viajante ou seu c�o...
Os sentimentos do poeta indicam que talvez tenham sido inspirados nele
pr�prio - sua
vida n�made, como acontece com os diplomatas - deixando para tr�s
lembran�as,
amores, saudades.
Em nossa inf�ncia, lendo a "Hist�ria d'um C�o", num dos tornos de O
Tesouro da
Juventude, ficamos dias e dias impressionados com o discurso nele
embutido, em defesa
dos animais.
Dificilmente a fidelidade, humildade e perd�o, virtudes aqui atribu�das
aos c�es e t�o
deslembradas entre
muitos homens, encontrar�o paralelo narrativo como este.
Sensibilizados pelo poema, seguramente, isso muito
influenciou nossa postura para com os animais, desde
ent�o.
E, a cada leitura, tanto a partir da primeira quanto
agora, j� decorridos cinq�enta anos, gotas de pranto orvalham-nos o
rosto.
20
Sup�e a Ci�ncia que nosso planeta teria se formado aproximadamente h� 4,5
bilh�es de
anos, a partir de uma por��o gasosa, de alt�ssima temperatura, que teria
se desprendido do
Sol.
H� outra hip�tese cient�fica: concentra��o de nuvens
gasosas, as quais, nesse caso, teriam formado todo o
sistema solar.
A �ltima hip�tese configura que a tremenda massa concentrada, em
movimento
expansionista pela vastid�o c�smica, girando em grande velocidade, teria
feito desprender
por��es incandescentes, que teriam originado os planetas.
Tais por��es, por for�a da lei de atra��o dos corpos,
tornaram-se cativas da massa central, tendo elas pr�prias
movimentos orbitais eternos.
Em ambas as hip�teses, temos que a Terra � "filha"
do Sol.
A por��o que constituiu a Terra, deslocando-se ao redor do Sol numa
�rbita el�ptica, teve,
desde o in�cio, a velocidade constante de aproximadamente 108 mil km/h
(velocidade de
transla��o); esse movimento � chamado de "revolu��o" e se d� num plano
imagin�rio, cuja
�rbita � da "ecl�ptica" (c�rculo m�ximo na esfera celeste, o qual
corresponde � �rbita
aparente do Sol em volta da Terra).
Por dia, a Terra percorre 2,5 milh�es de km!
Girando sobre si mesma (movimento de rota��o), durando 24h cada giro
completo, essa
mat�ria tendeu a arredondar-se, al�m de, paulatinamente, perder calor e,
em conseq��ncia,
resfriar-se. Nesse resfriamento essa gigantesca
21
massa gasosa teria se condensado e decantado, enrije cendo e fraturando
sua camada
exterior, por enrugamento.
De seu n�cleo, at� hoje fundente, pouco se sabe.
O centro da Terra est� a 6.366 km da superf�cie e � constitu�do de n�quel
e ferro em estado
de fus�o, a uma temperatura que oscila de 2.500 a 5.000�C. Por sua com
posi��o esse
n�cleo recebeu o nome de "NIFE" (nome formado pelas primeiras silabas dos
elementos
citados).
As not�cias mais concretas desse n�cleo s�o dadas
periodicamente pelos vulc�es, quando ativos, fimcionando
eles como aut�nticas "v�lvulas de seguran�a planet�rias".
A solidifica��o da superf�cie terrestre fez surgirem
as rochas, as quais emanavam grandes quantidades de
gases e vapores.
Absolutamente impr�prio a qualquer esp�cie de vida conhecida, tal
ambiente durou
aproximadamente 2 bilh�es de anos, fazendo da Terra um panorama
indescrit�vel e quase
inimagin�vel: predominavam violent�ssimas tempestades, erup��es
vulc�nicas constantes,
raios, furac�es, etc.
A atmosfera formou-se de espessas camadas de
nuvens que envolveram e escureceram todo esse "novo"
corpo celeste, por milh�es e milh�es de anos.
A tend�ncia tinha de ser mesmo o resfriamento, at�
porque tal barreira impedia a chegada dos raios solares.
A eletricidade acumulou-se em propor��es fant�sticas.
Em condi��es ideais, o hidrog�nio e o oxig�nio se
uniram molecularmente e inimagin�veis quantidades de
vapor se formaram.
Ao se condensar, todo esse vapor recebeu o bombar deio das tremendas
for�as energ�ticas
vindas de baixo (emana��o de calor, gases e tempestades da superf�cie ter
restre) e de cima
(raios solares que desde ent�o - e para sempre - chegavam e chegam ao
planeta).
Ent�o, choveu!
Torrencialmente, por s�culos e s�culos...
22
Enormes por��es da crosta terrestre foram submersas.
Mares e oceanos foram formados de �guas escaldantes.
Tais �guas acabaram por se resfriar, resfriando igualmente as rochas
sobre as quais
repousaram, ap�s incont�veis mudan�as de local, em movimentos de
acomoda��o de que
atualmente sobraram quase que impercept�veis vest�gios (maremotos).
Nascentes naturais deram origem e perpetuidade a incont�veis lagos e
rios. Nos rios, as
�guas sempre afloram, por escoamento dos len��is hidrogr�ficos e, nos
lagos, estabilizam a
vazante, acomodando-se.
Assim, aos poucos, mil�nios perpassando sobre mil�nios, a calma envolveu
as �guas.
A temperatura, decaindo enormemente, dividiu a Terra em locais gelados
(p�los), zonas
quentes (tr�picos) e zonas temperadas (regi�es intermedi�rias); em raz�o
da �rbita em torno
do Sol, com afastamento progressivo para retorno compuls�rio e exato no
tempo, surgiram
as esta��es clim�ticas.
Dois bilh�es de anos tinham decorrido...
Estudos cient�ficos, utilizando simula��es em computador sobre o
comportamento dos
planetas vizinhos, demonstraram que a Terra - e somente a Terra, em todo
o sistema solar
- possui condi��es de abrigar vida inteligente.
Os dados, recentes, s�o das revistas Science, dos EUA,
e Nature, da Inglaterra, e, naturalmente, reportam-se ao
modelo terreno de vida, ou semelhante a ele.
1 - Mar - massa de �gua salgada que cobre a maior parte da superf�cie
terrestre, ou
partes em que se subdividem os oceanos; Oceano - grande extens�o de �gua
salgada que
banha um ou mais continentes. (Nota do Autor)
23
Atividades vulc�nicas variando enormemente as temperaturas ambientes;
nuvem de gases
�cidos envolvendo o planeta; mudan�a do eixo de tempo em tempo; grandes
modifica��es
clim�ticas; planetas, com enormes massas e sat�lites de dimens�es bem
menores que as da
Lua, etc. Tais foram alguns dos impedimentos � vida, que foram observados
em planetas
como Marte, V�nus, J�piter e Saturno.
J� no planeta Terra, "o bem comportado da turma",
a Lua, com sua formid�vel for�a gravitacional, prende-a
a um eixo fixo, gerando clima est�vel, dividido em esta��es
definidas, que se repetem regularmente ano a ano.
Dois planetas gigantes s�o verdadeiros guardi�es terrestres: J�piter, 318
vezes a massa da
Terra, e Saturno, 95. Protegem-na contra cometas, atuando como "espana
dores", enviando-
os para o espa�o interestelar, evitando que eles se choquem com ela, bem
como com os
demais planetas do sistema solar.
Isso h� bilh�es de anos!
Ao girar em torno do Sol, a Terra mant�m fixo seu eixo, levemente
inclinado em rela��o a
ele. Os cientistas est�o convencidos de que tal inclina��o se deve,
tamb�m, � influ�ncia
gravitacional da Lua.
Concluem os estudiosos que sem a Lua n�o haveria
vida na Terra, pois o clima seria irregular.
Calculam os astr�nomos norte-americanos que no universo conhecido h� pelo
menos 4.000
planetas com um ambiente semelhante ao terrestre; neles, deve haver
sat�lites similares ao
nosso; e vida tamb�m, como a nossa!
Conhecendo todos esses fatos, cada vez mais a Ci�ncia se curva ante a
grandeza do
Criador, "Intelig�ncia Suprema e Causa Prim�ria de todas as coisas",
segundo Kardec fez
constar como resposta � quest�o primeira de O Livro dos Esp�ritos ("O que
� Deus?").
24
Temos assim que muitos cientistas, primeiro atrav�s do c�rebro e depois
do cora��o, da
admira��o a Deus passam a am�-Lo, transformando-se em "pobres de
esp�rito" (humildes,
brandos e pac�ficos), os quais s�o, segundo Jesus, os bem-aventurados
herdeiros da Terra e
do reino dos c�us. (Mateus, cap. 5:3-4).
25
Simultaneamente � cria��o da Terra, tamb�m foi
criada a Lua.
Sua origem e primeiros tempos em tudo se assemelharam � Terra.
A grande diferen�a entre ambas � que depois de 3 bilh�es de anos a
atividade interna lunar
cessou; os enormes meteoritos que a bombardearam desde o in�cio tornaram-
se mais raros;
com o resfriamento, houve a solidifica��o da superf�cie (o n�cleo,
relativamente pastoso,
tem uma temperatura central estimada em
1.500�C).
Os dados sobre a estrutura e as temperaturas lunares foram confirmados
pelas seis miss�es
Apoio, sob
responsabilidade dos EUA.
Todavia, � muito pouco o que se sabe sobre nosso
sat�lite.
O Esp�rito Emmanuel, no livro A Caminho da Luz, leciona que a Lua �
fundamentalmente
uma �ncora do
planeta Terra, proporcionando:
equil�brio nos movimentos eternos de transla��o;
for�as de estabiliza��o planet�ria;
a��o decisiva na cria��o e reprodu��o de todas as esp�cies.
1 - A Caminho da Luz, livro psicografado pelo m�dium Francisco
C�ndido Xavier, edi��o da Federa��o Esp�rita Brasileira, 1938.
(N.A.)
26
Mar�s
A Lua tem �rbita cativa ao redor da Terra, realizando seu pr�prio
deslocamento e, em
conseq��ncia,
provocando as mar�s.
Pelas mar�s, duas vezes ao dia as �guas dos mares
sofrem fluxo e refluxo.
Igualmente isso ocorre com lagos, lagoas e mesmo rios,
por�m � impercept�vel em face dos volumes considerados.
Das mar�s, tanto quanto da Lua, pouco se sabe.
- O que teria levado a Natureza (Deus) a cri�-las?
Ainda n�o existe resposta convincente.
O futuro, certamente, reserva para a Humanidade o uso dessa verdadeira
b�n��o.
De nossa parte, talvez at� com alguma imprud�ncia,
comparamos as mar�s com as pedras preciosas aventando
seu emprego:
s�o eternas e multimilen�rias;
s�o extremamente atraentes;
seu estudo, quanto � forma��o, instiga a imagina��o;
sua finalidade ainda n�o foi definida.
Das pedras preciosas, tirante as j�ias, ou seu em prego comercial como
elevados ativos
financeiros, a Ci�ncia as empregar�, seja em fibras �ticas, em medicina
nuclear, em
eletr�nica, ou como instrumentos de radio comunica��o espacial.
Das mar�s, pela hidrodin�mica (estudo matem�tico dos movimentos dos
l�quidos), por
certo os homens extrair�o infind�veis aplica��es, valendo-se de t�o
colossal, inesgot�vel e
l�mpida fonte de energia.
27
Provavelmente � folclore:
Os Ap�stolos, que muito admiravam a grande sabedoria de Jesus, nem por
isso perdiam
uma oportunidade para, mesmo respeitosamente, test�-la. Assim � que
sabendo que Ele passaria
por um caminho onde jazia um cachorro morto, em decomposi��o, aguardaram
qual
seria a rea��o do Mestre diante da carni�a daquele animal.
Jesus, quando se aproximou do animal morto, exclamou:
"Que dentes maravilhosos, voc�s n�o acham?"...
A Vida em todas as suas pujantes manifesta��es,
atrav�s dos remos da Natureza, oferece-nos elementar
entendimento da obra de Deus ao criar o Universo.
Pelo grau de import�ncia astron�mica do nosso pla neta e sua coloca��o no
"ranking" das
grandezas celestes, e principalmente pelo incr�vel n�mero de esp�cies
vivas que abriga
(algumas das quais com bilh�es de "representantes", como por exemplo a
hominal),
podemos conjeturar que h� Vida al�m da Terra - muita Vida!
Ficando contudo apenas onde nossos p�s se firmam
- aqui, no nosso mundo-, sabemos que a Vida surgiu ap�s os vertiginosos
movimentos
das �guas e das fant�sticas solidifica��es de mat�ria.
O calor abrasador ambiental do in�cio, conseq��ncia das alt�ssimas
temperaturas originais
das massas em acomoda��o, acrescido do permanente influxo solar, cedeu
lugar, aos
poucos, a uma relativa estabiliza��o t�rmica.
Assim, dois bilh�es de anos passados desde sua
origem, a Terra ofereceu condi��es para a ocorr�ncia das
28
primeiras combina��es moleculares de elementos qu�micos mais leves, tais
como:
hidrog�nio, s�dio, magn�sio, carbono, azoto, oxig�nio, f�sforo, c�lcio,
ferro, etc.
Tais elementos, e muitos outros, iriam compor a
argamassa de revestimento dos seres vivos que estavam
por chegar...
Recentemente foi descoberto em um s�tio pr�ximo da cidade de Marble Bar,
no oeste da
Austr�lia, um grupo de 11 linhagens de micr�bios fossilizados h� cerca de
3,465 bilh�es de
anos. "Os f�sseis ora achados assemelham-se �s bact�rias atuais (seres
procariatas - os
mais primitivos do planeta, desprovidos da membrana celular, que organiza
o material
gen�tico da c�lula)".'
Obs.: Com isso, a Ci�ncia "empurrou" em 1,3 bilh�o de anos para tr�s a
data do in�cio da
vida na Terra, pois
at� ent�o 2,2 bilh�es de anos eram tidos como o come�o.
Como se v�, s�o relativas as certezas cient�ficas, pois � medida que a
tecnologia avan�a,
mais o homem-pesquisador sente a Grandeza Divina, da qual tanto ainda
estamos
distantes...
Sabemos hoje que no �tomo h� incr�vel e permanente movimenta��o, pelo que
morte, no
sentido lato da palavra, n�o existe! Os seres vivos, quando deles se
ausenta o princ�pio
vital, desagregam-se molecularmente, permanecendo, contudo, a pujante
vida at�mica dos
seus compostos.
Embora fazendo alus�o � perfeita est�tica e
funcionalidade dos dentes, n�o seria essa a verdadeira
mensagem do Cristo ante o c�o morto?
Quanto � Lua, em suas diferentes posi��es no espa�o (varia��es
denominadas fases),
recebendo a luz solar, passou a refleti-la na Terra, interagindo
decisivamente no clima
terrestre.
1-Jornal Folha de S. Paulo, 30 de abril de 1993. (N.A.)
29
O lar estava pronto...
A�, nesse preciso ambiente, surgiu a Vida!
Primeiramente, formas elementares de vida aqu�tica: seres unicelulares.
Depois, em terra firme, plantas e animais superiores.
Hipoteticamente, h� 65 milh�es de anos, um grande meteoro teria colidido
com a Terra, na
regi�o do M�xico, provocando intensas nuvens de poeira. Essas nuvens
formaram, durante
anos, barreira intranspon�vel aos raios solares e, sem fotoss�ntese,
desapareceram da face do
planeta v�rias esp�cies de plantas e de grandes animais (herb�voros, na
maioria).
Relativamente � fotoss�ntese, conv�m refletirmos:
trata-se de rea��o bioqu�mica nas plantas verdes, caracterizada pela
absor��o de carbono e
libera��o de oxig�nio, em quantidades correspondentes.
Nesse processo, a luz � fator decisivo: estima-se que anualmente 20
bilh�es de toneladas de
carbono (da atmosfera) s�o fixadas pelas plantas terrestres e mais 15
bilh�es pelas algas.
Finalmente: todos os seres vivos s�o inteiramente dependentes dela.
Escoando-se os mil�nios, chegamos a um milh�o de
anos atr�s: surge a esp�cie humana!
Outras centenas de milhares de anos foram necess�rias para que o homem
adquirisse a
forma atual, atrav�s
de transforma��es sucessivas.
Mas o maravilhoso fen�meno da Vida, express�o divina que nos contempla e
envolve a
todos (plantas, animais e homens), merece sejam alocadas nesta obra
pequenas
considera��es, an�lises e proposi��es que a esse respeito o homem logrou
alcan�ar.
A seguir, com o socorro da Qu�mica e da F�sica para a parte material e da
Doutrina Esp�rita
para a parte espi ritual, vamos, talvez com ousadia (que rogamos ao
Supremo Criador
relevar), alinhavar os processos da Vida.
30
Corpos inorg�nicos
Corpos inorg�nicos s�o aqueles desprovidos de vida (minerais, por
exemplo). Segundo as
hip�teses cient�ficas aceitas relativas � origem da Terra, a massa que a
originou era uma
tremenda fornalha. Pelos movimentos de transla��o e de rota��o, uniformes
e de relativa
intensidade, tendeu para a forma arredondada, ligeiramente achatada nos
p�los.
Ao longo dos mil�nios essa fant�stica caldeira espacial foi se
resfriando, decantando as
subst�ncias primitivas que se encontravam no ar, em estado gasoso. A
precipita��o dessas
subst�ncias e o meio ambiente de ent�o proporcionaram sua combina��o,
pela lei de
afinidade molecular: formaram-se as diferentes variedades de carbonatos,
de sulfatos, etc.,
que de in�cio foram dissolvidos nas �guas e depois depositados na
superf�cie do solo.
A exist�ncia de grande quantidade de �gua em nosso planeta decorre de uma
s�bia
programa��o dos Engenheiros da Espiritualidade C�smica: pela afinidade
rec�proca entre o
oxig�nio e o hidrog�nio, desde o in�cio fomos contemplados com tr�s
quartas partes desse
elemento - tanto o planeta como os seres org�nicos!
Essa programa��o j� deixa entrever que os seres que iriam habitar a Terra
a ela se
assemelhariam quanto � sua constitui��o e nela encontrariam meios
permanentes de
sobreviv�ncia.
Avan�ando o rel�gio do Tempo em 2 bilh�es de anos
terrestres, vamos encontrar o planeta Terra com meio
ambiente adequado a hospedar seres vivos.
� indispens�vel o socorro da Qu�mica para a compreens�o da G�nese:
somente com as leis
da afinidade molecular passou a ser poss�vel compreender-se a forma��o
planet�ria e o
surgimento dos seres vivos.
31
Com efeito, demonstra a Qu�mica, numa das suas
observa��es experimentais, que os corpos s�lidos (inorg�nicos
primeiramente) formam-se a partir da
Cristaliza��o:fen�meno pelo qual se d� formas regulares a certas
subst�ncias, quando
submetidas a condi��es adequada de press�o e temperatura, passando do
estado l�quido ou
gasoso para o estado s�lido.
Seres org�nicos
Seres org�nicos s�o aqueles que possuem organismo
(�rg�os dispostos em seres vivos), isto �, possuem vida.
A lei que formou os minerais � a mesma que formou
os seres vivos.
Decomposi��o e an�lise qu�mica dos seres vivos
demonstram que s�o constitu�dos dos mesmos elementos dos
seres inorg�nicos.
Considerando que as diferentes propor��es do elementos constitutivos
determinam a
forma��o das diferentes subst�ncias (diversos minerais), assim tamb�m
fruto ess�ncias,
folhas, madeiras, etc., tanto quanto nervos, m�sculos, gordura, mat�ria
cerebral, etc., s�o
formados pela combina��o de determinados elementos.
Todos os elementos org�nicos (dos seres vivos) s�o
formados de subst�ncias inorg�nicas!
Em outras palavras: vegetais e animais s�o formados
por �tomos, tanto quanto os minerais.
Desde os prim�rdios da Alquimia e modernamente com os avan�os
tecnol�gicos colocados �
disposi��o da Qu�mica, o homem vem criando diariamente novos pn dutos.
Mas sempre
usando os mesmos elementos constitutivos, variando t�o-somente as
condi��es labor toriais
e as quantidades empregadas.
32
Vejamos alguns exemplos,
na Natureza
(�ndices
percentuais)
ELEMENTO FINAL
CARBONO
HIDROG�NIO
OXIG�NIO
A��car de cana
42,470
6,900
50,630
A��car de uva
36,710
6,780
56,510
�lcool
51,980
13,700
34,320
�leo de oliva
77,210
13,360
9,430
Gordura animal
78,996
11,790
9,305
O a��car de cana, submetido a processo de fermen ta��o, transforma-se em
�lcool; esse,
submetido ao processo de destila��o, transforma-se em aguardente; essa,
reagindo
quimicamente no organismo humano, interage no metabolismo, modificando a
qu�mica do
sangue e das fun��es vegetativas; se resulta de in�cio em fonte de calor
para o corpo, tal
"benef�cio" � aparente e enga noso, pois provoca danos f�sicos
inumer�veis na ponta final
das rea��es que estimula. E o que dizer das conseq��ncias ps�quicas?
Obs.:
nesse simples exemplo j� podemos perceber o quanto h� de interliga��o
entre n�s e o
mundo, eis que a util�za��o ou consumo de minerais (no caso citado, em
infeliz
combina��o de processos) podem influenciar at� o esp�rito;
noutro exemplo, este positivo, vemos que elementos constitutivos
originais, em feliz
combina��o, promovem a evolu��o: todos os seres vivos tendem ao
desenvolvimento
f�sico, gra�as aos processos indutivos da sua assimila��o e
transforma��o; assim � que,
pelos efeitos da nutri��o, uma
33
crian�a, por exemplo, pesando poucos quilos ao nascer, em alguns anos j�
ter� multiplicado
muitas vezes seu p�zo (assimila��o ultrapassando a desassimila��o); �
que,
al�m da
multiplica��o celular, ao rec�m-nascido incorporaram- os alimentos, os
quais pelos
processos digestivos faz aumentar em volume e resist�ncia os m�sculos,
nervossos, etc.
Como elementos b�sicos dos corpos org�nicos encontramos o oxig�nio, o
hidrog�nio, o
nitrog�nio e carbono; os demais elementos existem em condi��es aces�rias.
As propor��es
de tais elementos determinar�o resultantes org�nicas e suas propriedades.
F�cil imaginar que as quantidades de elementos
constitutivos conduzem ao infinito as quantidades e variedades
das subst�ncias poss�veis de serem criadas.
Indispens�vel, apenas, sempre considerar as condi��es
de opera��o: circunst�ncias prop�cias (temperatura
press�o! din�mica/in�rcia).
A natureza, nesse caso, � o imenso laborat�rio, qi j� a partir da cria��o
planet�ria come�ou
igualmente promover condi��es para os seres que seriam seus futuros
habitantes.
Em nossas considera��es � preciso relembrar a necessidade de toda uma
s�rie seq�encial de
fen�menos f�sicos para que, em situa��es prop�cias, os elementos
constitutivos se agreguem e
formem as subst�ncias minerais vegetais. A�, num intenso trabalho de
elabora��o, pela lei das
afinidades, as mol�culas agitam-se, atraem-se, aproximam-se ou separam-
se; das
incont�veis combina��es e formadas infinitas subst�ncias.
Plantas exuberantes na umidade ou no frio, ( mesmo sob as �guas, sucumbem
no calor
tropical, tan quanto a vegeta��o dos desertos jamais prolifera e regi�es
de baixa
temperatura.
34
Pode-se imaginar quantos mil�nios levou a criatura humana para formar as
planta��es: se
todos os vegetais conhecidos existiam na face terrestre, ajunt�-los em
quantidades
consider�veis (lavouras) h� de ter sido tarefa paciente e tenaz, atributo
exclusivo da
civiliza��o!
Animais vivem e proliferam em regi�es ou locais adequados, sempre em
raz�o das
condi��es clim�ticas pr�prias a cada esp�cie; transferi-los para regi�es
que n�o ofere�am
esses mesmos elementos ou condi��es ambientais � praticamente decretar
sua morte.
Os vegetais e os animais t�m seu "habitat" natural ordenadamente
distribu�do sobre a
superf�cie terrestre ou nas �guas. Para o homem, por�m, a natureza foi
mais pr�diga, pois a
criatura humana tem condi��es de adap tar-se aos diferentes meios
ambientes, de frio ou
calor, mesmo mudando bruscamente de latitudes; verdade que o rel�gio
biol�gico humano
necessita de algum tempo para tal adapta��o, mas ineg�vel que essa
constitui tremenda
vantagem sobre os demais seres vivos.
Mais uma vez pensamos na grandeza espiritual dos Construtores Siderais
que assim fizeram
o corpo humano, prevendo que grandes, dram�ticas e constantes seriam as
migra��es...
Considerando a imutabilidade das Leis Naturais, n�o nos dificulta � raz�o
deduzir que a
organiza��o dos seres vivos terrenos assim foi desde o in�cio e assim o
ser� at� que a
Evolu��o espiritual trace novos sistemas de vida.
Not�vel o exemplo das sementes de trigo que, encerradas
por mil�nios no interior das grandes pir�mides eg�pcias, germinaram
prontamente t�o logo
foram lan�adas em terreno prop�cio.
Seu princ�pio manteve-se inalterado o tempo todo!
Sem aprofundarmos tais considera��es, o que nos conduziria a desvios do
texto, lembramos
que os "bancos de esperma e de �vulos" reproduzem deforma artificial e
similar aquele fato
natural...
35
Fluido C�smico ("Sopro Divino")
Jamais uma pequenina semente, uma simples fomiga ou qualquer outro inseto
podem ser
criados nur laborat�rio; no entretanto, a Qu�mica atual realiza prod�gios
cient�ficos de
composi��o, decomposi��o reconstitui��o de corpos inorg�nicos.
- O que impede � Ci�ncia tal evento, aparentement t�o corriqueiro?
Nesse ponto torna-se indispens�vel o socorro
providencial das informa��es de alto conte�do moral
filos�fico, apresentadas por esp�ritos protetores.
O livro A G�nese, de autoria de Allan Kardec, � obra de consulta
obrigat�ria a quem quiser
adentrar no entendimento
de t�o atraente assunto.
Com propriedade e de forma altamente pedag�gica
s�o ali expostos todos os pontos que interligam o material
ao espiritual: o que faz com que a mat�ria tenha vida!
Como resposta-resumo (e quase todos os resumo pecam por insufici�ncia)
podemos citar
dois pontos, ambos de ordem filos�fica, ditados pelo Esp�rito Galileu,
atrav�s de processo
medi�nico, em 1862 e 1863, na Sociedad Esp�rita de Paris:
Mat�ria c�snica primitiva
A origem do Universo est� absolutamente fora do conhecimento humano.
Sabe a Ci�ncia que, anterior ao nosso sistema solar
outros j� existiam.
A Eternidade est� atr�s e adiante de n�s!
2-A primeira edi��o desta obra foi publicada na Fran�a, em janeiro de
1868. (N.A.)
36
ANIMAIS: NOSSOS IRM�OS
Sem atribuir a Deus o "Princ�pio de Tudo", n�o h�
como formular quaisquer elucubra��es ou ila��es refe rentes � G�nese
Universal.
Assim, s� encontraremos calmante � quest�o da origem, aceitando Deus como
causa
primeira e intelig�ncia suprema do Universo, Criador permanente de tudo e
de todos!
Permeando todos os espa�os interplanet�rios, n�o deixando um �nico e
m�nimo espa�o
vazio na vastid�o dos espa�os siderais, vamos encontrar o "Fluido C�smico
Universal", que
emana do Criador e proporciona todas as cria��es, presidindo a Vida, em
seu estado latente,
a todos os seres.
Obs.: o �tomo talvez seja pequena demonstra��o do Sopro Divino: todos os
�tomos t�m
n�cleo e carga positiva, rodeados de el�tron(s), esse(s) em �rbita
nuclear est�vel; dentro
dessa realidade, muitas vezes, neles, n�o existe a morte; permitin do-nos
ligeira e respeitosa
abstra��o, imaginamos que Jesus,j� ent�o conhecedor dessa Verdade, teria
elogiado os
dentes do c�o morto, como poderia ter elogiado igualmente o
impressionante ativo dos
�tomos que formavam aquela mat�ria que se transformava, retornando �
origem...
Prinabio Vital
O estado latente da mat�ria, org�nica ou inorg�nica, n�o importa, � que
proporciona
condi��es para a gera��o
da Vida, seja no mundo que for.
� vida at�mica, sempre presente em tudo, alia-se
outra forma de energia a que Kardec denominou de
"Princ�pio Vital".
Princ�pio vital: � o princ�pio energ�tico pelo qual os ele mentos
constitutivos se agrupam,
em formas sim�tricas, o que explica a repet�ncia das mesmas formas nos
seres de uma
mesma esp�cie - plantas e animais.
7
Em A G�nese, Cap. VI, n�mero 18, em mensagem med��nica, diz-nos o
Esp�rito Galileu (e
essa informa��o algumas tradi��es religiosas corroboram) que existem
outros remos
naturais devida, al�m dos conhecidos, dos quais nem suspeitamos...
- Que remos naturais seriam esses?
Como simples especula��o:
- seriam os duendes, as fadas, os gnomos?
- seriam os chamados "elementais naturais"?
O aspecto mais importante do princ�pio vital � o fato de ser comum a
todas as esp�cies
org�nicas, vegetais e animais, enquanto vivas. Sua exist�ncia �
indiscut�vel, conquanto sua
natureza n�o possa ser cientificamente definida:
basta arrancar uma simples folha de uma �rvore e essa folha j� n�o o
possui;
o fen�meno da morte n�o subtrai nenhum material do ser, no entanto ele se
torna inerte
(sem vida).
Mecanismo pelo qual a Vida se processa, certamente de forma infinita e
eterna como tudo o
que prov�m de Deus, o princ�pio vital nos permite deduzir que, ante o que
a Na tureza nos
mostra, o Supremo Arquiteto do Universo criou sempre - antes, agora,
depois -
incessantemente!
Roga Galileu que ningu�m baseie sistemas quaisquer
sobre suas palavras.
"Minhas palavras" - continua humilde - "n�o se prestam a edificar
racioc�nios
metaf�sicos, preferindo mil vezes calar-me antes de que algu�m me ou�a e
se perca nos
d�dalos inextric�veis do de�smo ou do fatalismo."
Fazendo coro a tal advert�ncia, posiciona-se Kardec quanto a tudo o mais,
no tocante � F�:
"F� inabal�vel � aquela que encara a Raz�o face a face, em todas as
�pocas da
Humanidade".
38
Coroando todos os esfor�os humanos na busca da origem das coisas, o
Espiritismo abre
cortinas para o entendimento de t�o transcendental quest�o.
Apoiando seus postulados na L�gica, estimula o homem a apoiar-se no
Esp�rito tanto
quanto na Ci�ncia, para, unidos os dois vetores, acatar Deus de forma
raciocinada, o que
propende o ser a am�-Lo integralmente.
A prop�sito, a Ci�ncia j� considera incontest�vel quanto aos seres
org�nicos:
a.
b.
diferem fundamentalmente dos inorg�nicos por possu�rem uma energia, uma
for�a, que lhes
confere o fen�meno denominado vida;
quando essa "for�a" est� ausente ocorre o fen�meno chamado morte, pelo
qual se
deterioram e se decomp�em;
c. todos possuem essa "for�a", a qual independe dos atributos "instinto",
"intelig�ncia" e
capacidade de pensar;
d intelig�ncia e capacidade de pensar s�o atributos apenas da esp�cie
superior - os
homens;
e. esp�cies inferiores - animais irracionais - possuem instinto altamente
desenvolvido,
por�m, apenas fragmentos de intelig�ncia, a qual n�o lhes � cont�nua,
isto �, n�o se
encadeia para a solu��o de problemas; nos vegetais, igualmente, nota-se a
presen�a do
instinto, como, por exemplo, o direcionamento para a luz;
os homens igualmente possuem instinto, mas, pouco desenvolvido, j� que a
intelig�ncia
lhes supre em muito maior escala as suas necessidades;
a esp�cie humana, dentre todos os seres vivos, � a �nica que possui um
senso moral
especial, pelo qual seus procedimentos podem ser direcionados, a seu
arb�trio, para o bem
ou para o mal;
todos trazem em si, como bagagem, o instinto de conserva��o e da
perpetua��o da pr�pria
esp�cie;
f.
g.
h.
39
i. todos evoluem, aprimorando-se geneticamente, adaptando-se �s eventuais
transforma��es
do meio ambiente (tais adapta��es s�o lentas, mas inexor�veis, pois que
delas depende,
muitas vezes, a pr�pria sobre viv�ncia da esp�cie; quando o meio ambiente
sofre mudan�as
bruscas, os animais guiam-se pelo instinto, migrando para regi�es
adequadas, retornando,
t�o logo seu "habitat" natural volte �s condi��es anteriores; a
hiberna��o, para alguns
animais, � outro processo que garante a continuidade da vida).
40
o
Considerados os seres inorg�nicos e org�nicos, patente que ambos t�m os
mesmos
elementos constitutivos.
Termina a� sua similaridade.
Os seres org�nicos diferem profundamente dos
inorg�nicos por possu�rem o "Princ�pio Vital".
Contudo, focalizando agora apenas os seres org�nicos, verifica-se que
entre eles tamb�m
ocorrem diferen�as intr�nsecas de grande express�o: no topo evolutivo das
esp�cies vivas
encontra-se o homem, cujos indiv�duos, al�m da mat�ria inorg�nica, do
princ�pio vital, do
instinto, da intelig�ncia e de senso moral especial, possuem, como maior
diferencial, o
esp�rito.
� quest�o n�mero 597a de O Livro dos Esp�ritos, Kardec consigna, ouvido o
Esp�rito de
Verdade, que os animais tamb�m possuem alma, mas "h� entre a alma dos
animais e a do
homem tanta dist�ncia quanto entre a alma do homem e Deus"...
O Esp�rito � o princ�pio pelo qual a vida prossegue ap�s a morte.
Como esse princ�pio � inteligente, elimina o acaso, exclui a
coincid�ncia, desmascara a
fraude e confirma que algo do corpo humano subsiste quando desse corpo se
ausenta o
princ�pio vital, ou, numa linguagem popular:
quando morre.
Se a princ�pio, por volta de 1850 (� �poca de Kardec), as mesas girantes
comprovaram essa
subsist�ncia; se, hoje, mensagens medi�nicas psicografadas por m�diuns de
inatac�vel
estatura moral, como por exemplo Francisco C�ndido Xavier, confirmam
recados a familiares
de pessoas desencarnadas;
41
se a Parapsicologia busca explicar com novos r�tulos (sofisticados e ao
gosto dos
materialistas de plant�o) aquilo mesmo que o Espiritismo j� exp�s h� mais
de cento e trinta
anos com tanta simplicidade;
se, independente do que pensam s�bios e ignorantes, fan�ticos ou
incr�dulos, m�sticos ou
experimentalistas, o sobrenatural se manifesta de forma irrefut�vel em
todos os quadrantes
mundiais...
Ent�o, h� de haver, como realmente h�, algo indecifrado, impalp�vel e de
origem
desconhecida, que sobrevive
� decomposi��o do corpo f�sico: o esp�rito!
� t�o grande e coerente a literatura esp�rita quando
trata do esp�rito que nos dispensamos, neste trabalho, de
nos alongar sobre o que ele seja.
Sobre o esp�rito, imortal, digam uns e outros o que
disserem e pensem o que quiserem, como Galileu Galilei,
parafraseando-o, afirmamos: "Mas que ele existe, existe!"
E, por falar em Galileu, fa�amos uma �ltima considera��o comparativa
sobre a exist�ncia
do esp�rito:
Em 1845,0 astr�nomo franc�s Urbain Le Verrier (1811. 1877) percebeu
perturba��es, at�
ent�o inexplicadas no movimento do planeta Urano. Fazendo v�rios c�l
culos (!), de sua
prancheta deduziu pela exist�ncia dE um planeta, ainda desconhecido, que
justificava a
anomalias de Urano, determinando com precis�o �rbita desse at� ent�o
ignorado corpo
celeste.
Um ano ap�s, o astr�nomo alem�o Galie, de posse
das informa��es de Le Verrier, observou o planeta efetivamente
no lugar indicado.
Estava descoberto o planeta Netuno!
Nossa considera��o � no sentido de que muito
observam os vazios incomensur�veis da vastid�o celesti
42
e "a priori" julgam ali nada existir. Da mesma forma, muitos h� que por
n�o conseguirem
apalpar esp�ritos preconizam sua inexist�ncia.
Conclus�o: precipitado e temer�rio � voltar as costas para o
desconhecido, por julg�-lo
insond�vel ou desprovido de interesse. Nem sempre nossos olhos nos
mostram tudo...
Tanto quanto os astr�nomos, consideradas as leis de conjunto, realizam
maravilhas do
c�lculo, "vendo" corpos celestes onde se sup�e s� existir o v�cuo, assim
tamb�m os
esp�ritos bondosos, considerada a obra de Deus, trouxeram desde sempre
not�cias do
esp�rito e da vida espiritual - tu vis�vel e impalp�vel para n�s (os
encarnados), mas nem
por isso irreal.
43
Seres vivos
Origem
Religiosos, fil�sofos e cientistas, buscando conciliar
evolu��o e religi�o, formam teorias diferentes dentro do
inexplic�vel tema "origem dos seres vivos".
H� a corrente dos criacionistas e dos acriacionistas.
Entre os criacionistas, admitem uns a doutrina que aceita terem os seres
vivos e outras
coisas do universo sido criados por Deus, nos estreitos termos relatados
pela B�blia; outros
entendem que a cria��o de algumas formas evoluiu para outras.
Quanto aos acriacionistas, os entes se formaram por
si mesmos a partir de elementos preexistentes (s� n�o
dizem quem teria criado esses elementos...).
Em seu livro A Galinha e seus Dentes,' o bi�logo e
paleont�logo norte-americano Stephen Jay Gould elabora
pr�digos ensaios sobre saborosos enigmas:
a zebra seria um cavalo branco com listras pretas ou seria um cavalo
preto com listras
brancas?
por que as girafas t�m pesco�o comprido?
como podem certas moscas desenvolver pernas na boca?
por que as galinhas n�o t�m dentes se v�rias aves fos silizadas os
tinham?
Gould admite a limita��o do saber cient�fico e adverte
que uma teoria completa da evolu��o precisa levar em
1 - Obra publicada pela Ed. Paz e Terra. (N.A.)
44
conta o equil�brio da for�a do ambiente externo e a for�a gen�tica
interna. Sua obra � toda
apresentada na moldura do saber, mas com bom humor; nesse estilo, resgata
e desen volve
quest�es cruciais da teoria evolucionista, cuja unani midade fica mais
distante, quanto mais
progride a Ci�ncia.
Esse mesmo cientista, num instante de inspirado humor, relembra, em um
dos seus ensaios
para a revista Natural History a resposta do brit�nico J. B. 5. Haldane
(1892-1964), quando
questionado sobre o que lhe reve lava a observa��o da natureza, quanto ao
Criador: "uma
predile��o imoderada por besouros"
Sabemos que os besouros pertencem � classe dos co le�pteros, insetos que
apresentam a
maior quantidade de
esp�cies entre os seres vivos - mais de 300 mil!
E sobre eles, os besouros, consta que, como incentivo � criatividade, uma
grande
multinacional norte-americana mant�m afixado um quadro em todas as suas
f�bricas, com
os mesmos dizeres: "Pelas leis da aerodin�mica os besouros n�o poderiam
voar..."
Embora repetitivamente, sempre ser� necess�rio entender que a origem das
esp�cies � um
dos incont�veis fragmentos da Sabedoria Divina, a que a Humanidade
terrena n�o tem o
m�nimo acesso. Podemos, t�o-somente, conjeturar que apenas os esp�ritos
puros adentrem
em t�o instigante mist�rio.
Roteiros evolutivos
Homem
Sem pieguismos, sem solu��es simplistas, menos ainda com teorias
mirabolantes ou
esdr�xulas, ocorre-nos
2 - Estas notas foram extra�das da Revista Veja, 17 de junho de
1992. Foram acrescidas de coment�rios nossos. (N.A.)
45
que temos aqui uma situa��o muito parecida com a que Freud vivenciou: o
"Pai da
Psican�lise", como era conhecido o festejado m�dico austr�aco, levou a
vida toda
laborando cientificamente sobre a alma humana - a psique; n�o conseguiu
transpor a
barreira que separava suas descobertas da explica��o dos mist�rios
humanos, at�vicos,
transcendentais...
- Que barreira seria essa?
- A Reencarna��o!
Com seus postulados recheados de l�gica, de bom senso e de sabedoria, a
Reencarna��o
escancara para o presente a "face oculta" da alma - o passado, as vidas
pregressas! A luz
se faz, e onde havia perguntas e d�vidas tudo se esclarece: a Evolu��o, a
bordo das vidas
sucessivas, � b�n��o do Criador que a todas as criaturas contempla.
Ao adentrar na racionalidade, os esp�ritos agora possuem: intelig�ncia;
livre-arb�trio -
liberdade de a��es (para o bem ou para o mal); b�ssola segura para a rota
evolutiva (a
consci�ncia) -; finalmente, responsabilidade
- colher� na medida exata do que plantar.
Instintos, embora atenuados, s�o mantidos.
De vida em vida, evoluir�o incessantemente at� que,
depurando-se, ser�o virtuosos, amando a Natureza e por
igual a todas as criaturas de Deus.
Esse, o roteiro dos anjos...
Animais
Quanto aos animais, parcela maior do nosso tema, os Mensageiros
Celestiais j� nos
deixaram v�rias informa��es, sendo-nos justo pensar que evoluem dentro
das esp�cies:
eq��deos, bov�deos, fel�deos etc. etc.
Engenheiros Siderais, altamente credenciados por
Jesus, realizam, nos diferentes corpos espirituais dos
indiv�duos selecionados em cada esp�cie, as necess�rias
46
modifica��es ou transforma��es; assim, acr�scimos ou subtra��es de
caracteres
morfol�gicos ou biol�gicos adaptam os organismos �s mudan�as do panorama
ter restre.
Com isso, as esp�cies se compatibilizam com a nova realidade geol�gica
que o Tempo se
encarrega de administrar, tamb�m com transforma��es peri�dicas.
Esse, o roteiro para o reino hominal!
Fun��es
Vegetais
T�m tr�plice fun��o:
purifica��o do ar, pela fotoss�ntese;
alimentar seres vivos;
curar enfermidades, de homens e animais.
J� no Velho Testamento, em Ezequiel, 47:12, encontramos
"... Eo seu fruto servir� de alimento e a sua folha de
rem�dio"
A grande variedade da flora mundial, precedente aos animais, por si s�
demonstra,
conquanto desnecess�rio, a Sabedoria e a Bondade do Criador para com as
criaturas que
iriam habitar a Terra.
Os vegetais possuem todos os elementos nutritivos de
que homens e animais necessitam para sua sobreviv�ncia.
Micr�bios
O termo micr�bio inclui: bact�rias, riqu�tsias, proto zo�rios, muitos
fungos, algas, v�rus.
S�o seres unicelulares,
microsc�picos ou ultramicrosc�picos.
Podem ser:
47
patog�nicos: que provocam doen�as;
sapr�fitos: desenvolvem-se em seres vivos, nutrindo-se de mat�ria
org�nica morta, sem
causar doen�as.
Desempenham important�ssima e indispens�vel fun��o na natureza: a
desintegra��o das
mat�rias org�nicas mortas (vegetais e animais) ap�s serem desintegradas
retornam ao solo,
onde v�o formar novas subst�ncias e igualmente originar novas plantas,
que por sua vez
alimentar�o novos animais.
O que seria do mundo se os cad�veres n�o se de sintegrassem?
Ter�amos um t�trico e insuport�vel panorama sobre
a terra e nas �guas...
E o solo n�o teria a renova��o de subst�ncias que o
fertilizam.
Em nosso pr�prio organismo essas opera��es ocorrem, pois em muitos casos
h� micr�bios
transformando mat�rias e alimentos: auxiliando a digest�o e desintegrando
a celulose dos
vegetais.
No caso dos seres saud�veis, essa transforma��o proporciona e mant�m a
harmonia
org�nica; seres doentes, ao contr�rio, est�o com tal sistema em
desequil�brio e como em
quase tudo (ar, �gua, alimentos) h� micr�bios - nocivos e �teis - com
facilidade t�m
agravado o seu estado m�rbido, diante da maior prolifera��o desses
micr�bios.
Quando no organismo os micr�bios se multiplicam perigosamente, pela
presen�a excessiva
de mat�ria mor bosa (que causa doen�as), entram em a��o numerosas
gl�ndulas, que os
expulsam, atrav�s dos �rg�os de elimina��o.
Quanta sabedoria na exist�ncia dos micr�bios!
Animais
Colocados na Terra, muitos deles ao lado dos homens,
para evoluir.
48
Sua transforma��o em alimento humano � terr�vel equ�voco, porque sua
carne � de teor
alimentar deficiente
e prejudicial.
A defici�ncia reside na insufici�ncia de vitaminas,
sais minerais e hidratos de carbono.
E � prejudicial porque nela est�o contidas subst�ncias venenosas, tais
como: �cido �rico,
creatina,
creatinina, purina, xantina, etc.
Ao crer em Deus, Arquiteto do Universo, mantido por Ele em din�mica
permanente merc�
da Vida, o homem desde sempre intuiu que os fen�menos naturais, do
nascimento � morte,
seguem o inexor�vel curso da Evolu��o.
Leis Divinas, sobre as quais Kardec t�o bem discorreu em O Livro dos
Esp�ritos, balizam
todos os ciclos de todos os atos dos seres vivos, principalmente do
homem, atribuindo-lhe
maiores responsabilidades; pois, dentre todos os demais seres vivos daqui
do nosso querido
mundo, somente a ele � concedido o equipamento da intelig�ncia e do
livre-arb�trio.
Assim, necessariamente, o homem n�o tem direito
sobre a Vida do pr�ximo, seja ele de que esp�cie for.
49
Se o homem auxilia a evolu��o dos animais, quando lhes dispensa prote��o,
respeito e
amor, com isso reduzindo ou mesmo eliminando suas naturais rea��es
selvagens ou
instinto agressivo - se tudo isso � verdade-, n�o menos verdadeiro � que
sem os animais
a vida humana n�o estaria no n�vel de conforto atual.
Em termos de Evolu��o, bem maior � o d�bito da Humanidade para com os
animais do que
o cr�dito que lhes temos dispensado para seu bem-estar e progresso
espiritual.
Exporemos a seguir alguns detalhes da conviv�ncia
homem-animal.
Bovinos
S�o os animais que, em maior n�mero, s�o criados e
sacrificados, transformando-se, quase sempre com cruel dade, em alimento
humano.
O boi n�o rende s� bifes. Antes mesmo de ser abatido, ele deixa no curral
do
frigor�fico o
esterco, empregado como adubo ou transformado em biog�s. O pr�ximo
subproduto �
coletado na sala de matan�a: 12 quilos de sangue, utili zados para a
fabrica��o de
fertilizantes, colas, espumante para extintor de inc�ndio e ra��o
animal... e como
ingrediente
de biscoitos, para combater anemia de crian�as, O sangue � ainda
aproveitado no
preparo de embutidos (salsicha, ling�i�a, salame, mortadela etc.),
vacinas e albumina.
50
As tripas servem para acondicionar esses embutidos e tamb�m para produzir
cordas de
raquetes de t�nis, que protegem os cotovelos dos tenistas mais que as
cordas sint�ticas,
pois cedem mais e retornam mais rapidamente � posi��o de origem.
Com as patas dianteiras do boi se faz o mocot�. Das traseiras se extrai o
�leo de mocot�,
usado como lubrificante. Os ossos das patas se transformam numa gelatina
especial para a
fabrica��o de sorvetes e filmes deraioX.
Cascos e chifres, ricos em nitrog�nio, se prestam �
produ��o de fertilizantes e tamb�m � confec��o de bot�es
e pentes. O couro vira cal�ados, malas, bolsas e roupas.
Da gl�ndula hip�fise saem v�rios horm�nios, aproveitados pela ind�stria
farmac�utica. O
extrato da gl�ndula pineal (ep�fise) � usado no tratamento de
esquizofrenia. Do abomaso
- "est�mago verdadeiro" - se retira a renina, "coalho" utilizado pelos
latic�nios.
Os pulm�es e principalmente o f�gado fornecem a
heparina, um anticoagulante empregado no tratamento
de problemas vasculares.
A ind�stria de pinc�is usa p�los das orelhas e da
cauda. As f�bricas de sab�o ficam com o sebo do qual
tamb�m se extrai a glicerina, usada em explosivos.
Um dos subprodutos mais valiosos � o c�lculo biliar,
normalmente contrabandeado para o Oriente, onde se
transforma em rem�dios contra o "c�ncer". (Ufa!...)
Dizem muitos que "do boi nada se perde, a n�o ser
o berro".
Discordamos. Quem pensa assim talvez nunca tenha
visto como uma boiada � tangida: tranq�ilizando os animais
ao imitar mugidos, o berrante, chegando quase a sons
1 - Alguns dados foram extra�dos do Jornal Folha de S. Paulo de
15 de janeiro de 1991. (N.A.)
51
sagrados, vai � frente. � indispens�vel � harmonia do deslocamento da
boiada; isso, sem
contar os malabarismos s�nicos dos berrantes nas festas rurais...
Cavalo
Foi domesticado tr�s mil anos ap�s o carneiro, a cabra, o porco, o boi e
o cachorro. Sua
domestica��o se deu na �sia e na Europa, sendo important�ssimo fator no
desenvolvimento
dessas milenares civiliza��es.
Desde o in�cio foi usado nas guerras e nos torneios
aristocr�ticos e em desfiles de ostenta��o social.
Os cavalos da ra�a �rabe existem h� cinco mil anos
e s�o considerados os ancestrais de outras ra�as, como o
"quarto-de-milha" e o "mangalarga". S�o cavalos r�sticos
e vers�teis, aptos para provas de hipismo e lida de gado. Posteriormente,
vencendo
preconceito dos camponeses, passou a substituir o boi, nos trabalhos de
carga, de sela, de
atrelamento (carro�a, charrete, m�quinas agr�colas etc.) e em moinhos.
Com a motoriza��o da agricultura quase se extinguiu
a civiliza��o do cavalo: nos EUA, antes da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), e na Europa, ap�s.
Em 1984 o rebanho eq�ino do Brasil era estimado
em 5,4 milh�es de cabe�as.
Os ancestrais f�sseis do cavalo provam que sua evolu��o lhe deu:
maior tamanho, na maioria das ra�as;
redu��o em algumas ra�as;
desaparecimento dos dedos laterais;
crescimento do dedo m�dio;
denti��o: pr�-molares tomaram-se molares e os caninos desapareceram.
52
Herb�voro (ap�s a perda dos caninos?), forte, veloz, em nada o cavalo
depende do homem.
Ao contr�rio: asseguram os historiadores, naturalistas e pesquisadores,
em geral, que sem o
cavalo o mundo n�o teria alcan�ado o progresso atual.
Indeclin�vel admitir que Deus, Criador de tudo e de
todos, situando o cavalo na Terra o fez para que o animal,
com sua for�a, alavancasse o progresso humano.
Nem poderia ser outra a raz�o para que os cavalos
sofressem tantas muta��es gen�ticas, desde seus ancestrais.
Capazes de se deslocar em qualquer terreno, atual mente persiste sua
utiliza��o nas
propriedades agr�colas, principalmente no Brasil, onde dois ter�os das
fazendas s�o
pequenas, n�o comportando tratores.
Ao se domesticar, o cavalo p�e � mostra um compor tamento de submiss�o,
provando
decisivamente que o relacionamento entre seres vivos n�o se norteia pela
"lei do mais
forte", e, sim, pelo m�tuo respeito.
S�o t�o fi�is os cavalos que se igualam aos c�es de
estima��o, demonstrando satisfa��o na presen�a dos seus
donos.
A melhor forma de demonstrar gratid�o a Deus, por ter doado � humanidade
mais um
maravilhoso presente - os cavalos -, � tratar esses animais com respeito
e afeto, jamais
os sobrecarregando ou maltratando.
Elefantes e camelos
Fort�ssimos e d�ceis, de grande resist�ncia, v�m ajudando o homem; os
primeiros, nos
transportes de pe sadas cargas, e os segundos, nos deslocamentos �rduos
pelos desertos.
Os elefantes, asi�ticos ou africanos, s�o vegetarianos e
sociais; somente a esp�cie indiana pode ser domesticada. Em
algumas situa��es, na falta natural de alimento (dist�rbios
53
no ecossistema, provocado geralmente pelo homem), podem
os elefantes invadir planta��es.
Quanto aos camelos ap�iam-se bem sobre a areia gra�as �s patas providas
de dedos muito
largos. S�o ruminantes. As corcovas no dorso s�o uma reserva de gordura
que lhes permite
jejuar por v�rios dias. Quando apre sentam uma s� corcova tomam o nome de
dromed�rios.
O camelo pode ficar bastante tempo sem beber �gua, gra�as � temperatura
interna que varia
de 30�C � noite at� 41�C durante o dia, tornando a transpira��o
desnecess�ria � pequena
quantidade de urina e � passagem de todas as reservas de �gua do corpo
para o sangue.
Resiste notavel mente ao frio! Fornece l�, couro, leite, carne, gordura e
at� mesmo seu
excremento � utilizado como combust�vel.
Caprinos
Mansos, fornecem agasalho contra o frio, leite e a
pr�pria carne para alimentar o homem.
Em 1986, o rebanho caprino do Brasil era estimado
em cerca de 8 milh�es de cabe�as.
C�es
Animal dom�stico por excel�ncia, de in�meras ra�as, imposs�vel de serem
descritas, devido
�s extraordin�rias diferen�as introduzidas entre elas pela cria��o e
sele��o. Em tamanho e
peso, elas v�o desde o "chihuahua" (de 19 a 20 cm e 1,5 kg) ao "S�o
Bernardo" (quase 1 m
na cernelha - fio do lombo - e 100 kg).
Acredita-se que o c�o descenda do lobo e do chacal,
esp�cies com as quais � capaz de se cruzar perfeitamente.
2-Revista Guia Rural, abril de 1986, p�g. 180. (N.A.)
54
Foi domesticado pelo homem desde a pr�-hist�ria, prestando-se atualmente
a incont�veis
tarefas, desde guarda (aguda no��o de territ�rio), vigil�ncia de
rebanhos, tra��o de tren�s,
ca�a, orienta��o a cegos, competi��es (corrida de galgos), ou
simplesmente como
companhia.
Seu amor e fidelidade ao dono excedem todos os
par�metros compar�veis a outros animais dom�sticos.
No Caderno "Ci�ncia" do Jornal Folha de S. Paulo,
de 17 de outubro de 1993, vimos:
"Cachorros
Pessoas que vivem com cachorros t�m quatro vezes mais probabilidades de
sobreviver a
um infarto do que as que n�o t�m nenhum animal dom�stico. A afirma��o �
do psic�logo
Erhard Olbr�ch, num congresso internacional de veterin�rios em Berlim na
semana passada.
Olbrich diz que a companhia de um animal faz as pessoas se sentirem menos
s�s e mais
seguras. Al�m disso, os donos s�o obrigados afazer exerc�cios e ter vida
mais ordenada."
Gatos
Acredita-se que os gatos foram domesticados pelos eg�pcios, devido � sua
natural facilidade
para ca�ar ratos, os predadores dos grandes armazenamentos de alimentos
(as colheitas
eram guardadas para suprimento no per�odo de seca do Rio Nilo). Ap�s sua
morte, eram
objeto de culto, sendo mumificados, passando a pertencer � deusa Bastet,
divindade da Lua,
protetora das crian�as e da fam�lia. Quem matasse um gato respondia com a
vida por este
grave desrespeito.
Depois foram levados para a Europa.
Possuindo excelente vis�o noturna e extrema agili dade, prestam-se
admiravelmente � ca�a;
para os gatos
quase n�o h� obst�culos invenc�veis. Tais qualidades fazem
55
dele um animal independente, o que nem sempre � bem aceito pelo homem.
Isso fez com
que na Europa da Idade M�dia, paradoxalmente aos costumes eg�pcios, quem
gostasse de
gatos era condenado a morrer na fogueira com o animal (isso porque diziam
que as bruxas
existiam e os gatos eram acusados de ajud�-las nas feiti�arias, nascendo
a�, talvez, a
supersti��o de que "gato preto" d� azar).
Diz uma lenda an�nima isl�mica que Maom� tinha um gato chamado Muezza. Os
dois
nunca se separavam. Um dia, Maom� deitou-se no ch�o para descansar,
Muezza se
enroscou dentro de sua manga e dormiu. Maom� acordou. Precisava fazer
suas ora��es,
mas sentiu pena do gato que dormia um sono profundo. Cortou o peda�o de
sua manga
onde o animal se aninhava, acariciou seu p�lo com cuidado e saiu. Deus,
que assistia a
tudo, ficou comovido com a amizade de Maom� e Muezza. Decidiu proteger o
gato: deu a
ele a capacidade de saltar com perfei��o e de sempre cair em p�, em cima
de suas quatro
patas...
Os gatos, na verdade, gostam muito de carinhos e
sempre retribuem; s� que quando querem, e nunca quando
a isso s�o obrigados.
Na It�lia, a ENPA (Entidade Nacional de Prote��o dos Animais) prop�s ao
governo que os
presidi�rios ti vessem um gato, com isso diminuindo a hipertens�o e
aliviando o maior mal
dos detentos - a solid�o.
H� quem acredite que vivemos "a era do gato", pois s� nos EUA, segundo o
Jornal Folha
de S. Paulo, a popula��o felina ultrapassou a canina (57 milh�es, para
52,5 milh�es); no
Brasil, segundo o mesmo jornal, s�o 19 milh�es de bichos espalhados pelo
pa�z (17 milh�es
de cachorros
", Jornal A Cidade. Ribeir�o Preto/SP, 14 de mar�o de
1993. (N.A.)
4-Jornal Folha de S. Paulo, 7 de mar�o de 1993. (N.A.)
56
e 2 milh�es de gatos); embora a op��o dos homens viesse at� pouco tempo
sendo pelos
cachorros, gatos est�o sendo acolhidos nos lares, principalmente porque
eles d�o menos
despesas e trabalho...
Aves
Em geral, fornecem alimentos: ovos e a pr�pria carne. P�ssaros
engaiolados, � guisa de
"prote��o" (falso argumento de que soltos n�o sobreviveriam), constituem
inconceb�vel
equ�voco, sen�o maldade.
Como restringir o c�u a menos de 0,5 m?
Marsupiais
"Mars�pio" �o nome que os zo�logos deram a uma esp�cie de bolsa junto ao
corpo,
existente em alguns animais para carregar filhotes.
Dos marsupiais existentes em quase todo o mundo, o mais conhecido � o
canguru
australiano: at� bem pouco tempo era uma esp�cie em extin��o e por isso
passou a ter
prote��o especial, na Austr�lia. Por�m, atualmente o pa�s tem 7 milh�es
desses animais
(apenas no Estado de Nova Gales do Sul), essencialmente herb�voros.
Ap�s debates que duraram tr�s anos, a Austr�lia aprovou uma lei que
permite o consumo de
canguru. Houve apoio decisivo dos fazendeiros, os quais alegam que esses
animais est�o
provocando devasta��o nas planta��es.
Por 40 mil anos o canguru fez parte da dieta dos
abor�gines australianos.
5-Jornal Folha de S. Paulo, 4 de outubro de 1992. (N.A.)
6-Jornal Folha de S. Paulo, 2 de maio de 1993. (N.A.)
57
Nota: Os cangurus s�o considerados verdadeiros f�sseis vivos, assim como
as demais
esp�cies animais de marsupiais. S�o muito antigos e primitivos quanto �
estrutura. Os
milh�es de anos n�o os destru�ram nem eles destru�ram "as planta��es";
agora,
ironicamente, devem morrer para alimentar homens que destru�ram sua fonte
de
alimenta��o, interferindo danosamente no ecossistema...
Peixes
H� controv�rsia entre os pr�prios crist�os e entre os
esp�ritas, em particular, se os peixes devem ou n�o constituir alimento.
Jesus indicou a Sim�o (e este a outros desanimados pescadores) o local
exato do Lago
Genesar�, onde havia um cardume, proporcionando-lhes pesca abundante
(Lucas, 5: 1 a 7):
a. Jesus sabia exatamente onde havia peixes, explica-o Kardec em A
G�nese, cap. xv, n�9:
pela superioridade do Mestre, possuidor da "dupla vista" (material e
espiritual), em grau
supremo;
b. citando essa superioridade espiritual, os que s�o favo r�veis ao
consumo de peixes
tomam Jesus por seu aval,
j� que, se tal fosse incorreto, Ele n�o os incentivaria...;
c. j� os contr�rios � ingest�o de peixes consideram que a "pesca
maravilhosa" foi um
evento epis�dico, verdadeiro chamamento moral, n�o s� para aquele que
passaria a ser o
"pescador de almas", como tamb�m para os milhares e milhares de
testemunhas oculares da
mesma; "at� porque", argumentam, "n�o h� registro de que Jesus tenha
jamais se
alimentado de peixes"...
58
O Esp�rito Luiz S�rgio, em Chama Eterna, consigna no cap. 37 que "Jesus
n�o condenou
comermos peixe porque neles n�o habita um esp�rito e sim uma energia
muito ben�fica"
Precisamos analisar o significado desse informe, sem car�ter de oposi��o:
Kardec, tratando
da "G�nese Org� nica" da Terra, no cap.X de A G�nese, tece preciosas
observa��es sobre
os seres vivos - peixes inclusive - contrapostas a tal assertiva.
Tateando tal assunto, cujo dom�nio a Deus pertence, sentimos dificuldades
em excluir os
peixes do reino animal, para tamb�m excluir-lhes espfrito, mesmo que
rudimentar; al�m de
biologicamente qualificados nesse reino (o animal), vemos que como tal os
peixes possuem
instintos, nascem, vivem, procriam, morrem...
Os peixes possuem enc�falo (parte do sistema ner voso) e s�o animais de
sangue frio.
Algumas pesquisas laboratoriais j� est�o sendo feitas, particularmente
rela tivas � sua
gordura, horm�nios e lipoprote�nas. Os nutricionistas modernos consideram
�timos para a
dieta humana o peixe e os frutos do mar. Os �leos dos peixes e os frutos
do mar s�o ricos
em �cidos graxos, al�m de vita minas A e D, prote�na de alta qualidade e
minerais �teis.
(Pode ser considerado como conhecimento nutricional o milenar conselho da
Igreja
Cat�lica para se comer peixes toda sexta-feira).
Jorge Andrea, em Impulsos Criativos da Evolu��o, opina que, no imenso
impulso das
transforma��es animais, certos peixes migraram para a terra; barbatanas e
nadadeiras
evolu�ram para m�os e membros dos animais superiores; na Groenl�ndia, em
1952, foi
encontrado um f�ssil representando um peixe com pernas!
Diz-nos o Esp�rito Miramez, em Francisco de Assis,
no cap�tulo "O Ap�stolo Jo�o", que este pregava aos
peixes a "Boa Nova do Reino", e que eles ouviam seu
59
serm�o "a fim de beberem alguma coisa mais de divino
do divino doador".
No mesmo cap�tulo � testificado que "tanto as �guas como os peixes est�o
carregados de
elementos imponde r�veis � ci�ncia dos homens, os quais s�o
indispens�veis aos
fen�menos produzidos pelos m�sticos e pelos santos".
Seria essa a "energia muito ben�fica" � qual o Esp�rito Luiz S�rgio se
referiu? E tal energia
justificaria a
inexist�ncia ou aus�ncia de alma-animal nos peixes?
Cremos que a resposta para a primeira pergunta �
sim, e, n�o, para a segunda.
Cet�ceos
S�o mam�feros marinhos de grande porte.
T�m respira��o a�rea mas podem permanecer sob a
�gua at� uma hora a grande profundidade.
S�o extremamente inteligentes dentro das caracter�sticas animais.
No livro Agua e Sexualidade (Ed. Siciliano/S. Paulo! SP, 1990), o dr.
Michel Odent, autor
mundialmente famoso por seu trabalho em partos dentro d'�gua, inclui
valios�ssimas
informa��es sobre os golfinhos, em particular.
Analisando o tri�ngulo "macaco-homem-golfinho", o autor prop�e que o
homem � um
primata.., aqu�tico! (As preciosas informa��es cient�ficas de Jorge
Andrea, na citada obra
Impulsos Criativos da Evolu��o, particularmente sobre os animais
aqu�ticos, corroboram a
tese de Michel Odent e at� mesmo acrescentam-lhe mais informes, exigindo
profundas
reflex�es para recus�-la...).
Eis alguns dos argumentos do dr. Michel Odent:
das 193 esp�cies vivas de macacos e s�mios 192 s�o cobertas de p�los; a
�nica esp�cie
sem p�los se auto denominou "homosapiens"...;
60
dentre todos os primatas, s� o homem tem uma camada de gordura sob a
pele, a exemplo
de todos os demais mam�feros, adaptados � �gua;
biologicamente, o controle da temperatura pela perda do suor vem sendo
considerado um
erro: beb�s n�o suam, s� adultos; isso parece indicar que tais perdas n�o
aconteceriam se
viv�ssemos em ambiente aqu�tico, onde �gua e minerais existem;
andar na posi��o ereta liberta as m�os para o uso de instrumentos e
armas, contudo onera o
orga nismo, da� surgirem as h�rnias de virilha e as dores nas costas; tal
posi��o �
empregada por golfinhos domesticados, quando aguardam comida dos trei
nadores;
igualmente, por peixes-boi amamentando seus beb�s;
a postura sexual face a face � �nica dos homens, em todos os primatas; j�
os cet�ceos se
acasalam como a esp�cie humana;
l�grimas, s� os homens as possuem expressando sentimentos; acontece que
gl�ndulas
lacrimais s� existem em mam�feros e outros animais marinhos;
o homem sente naturalmente extrema atra��o pela �gua, ao contr�rio, por
exemplo, dos
macacos;
os homens s�o os �nicos primatas mergulhadores, equipados que s�o de
reflexos de
mergulho, quando seus batimentos card�acos baixam sensivelmente.
Existem muitos outros argumentos comparativos:
respira��o humana;
fant�stica assist�ncia que recebe dos companheiros a m�e-golfinho na hora
do parto;
caracter�sticas de intelig�ncia;
escala do desenvolvimento cerebral;
etc.
61
Os estudos do dr. Michel Odent, expostos em seu livro �gua e Sexualidade,
baseiam-se em
observa��es cient�ficas. Ali, o autor n�o radicaliza, nem faz afirma��es
taxativas. O estudo
triangular homem-macaco-golfinho delineia, para reflex�es, as
desconhecidas, ou pelo
menos subestimadas capacidades aqu�ticas do homem. Sua incitante
proposi��o - a de
que o homem tende para os mam�feros marinhos - baseia-se em abundantes
estudos de
renomados bi�logos, citados em sua obra.
Pelo que representa para os seres vivos a Terra �, na verdade, uma grande
escola, onde
todos sem exce��o - homens e animais - encontram aben�oadas classes j� os
esperando
quando, ao nascer, compulsoriamente nela s�o matriculados.
Classes de todos os n�veis, para alunos de todos os
graus evolutivos.
Os pais s�o os primeiros professores.
Mas a Vida - a grande li��o - � cont�nua...
Por isso, viver � aprender e bom aluno ser� aquele que:
respeita as aulas da natureza e as imita, amando seus semelhantes;
ama os animais, irm�os em escala inferior de progresso, mas igualmente
filhos de Deus;
cuida bem das "depend�ncias dessa escola", protegendo a flora.
O aluno que assim proceder afastar� a "reprova��o", bem como li��es mais
dif�ceis, no
caso, a cargo de
outra infal�vel professora: a dor...
62
Em O Livro dos Esp�ritos, quest�o n 705, encontramos, literalmente:
"O homem a negligencia (a Terra), o ingrato! E no entanto � ela uma
excelente m�e.
Freq�entemente ele ainda acusa a Natureza pelas conseq��ncias da sua
imper�cia ou da sua
imprevid�ncia". (Grifos nossos.)
63
A "Associa��o Internacional para o Estudo da Dor" define-a como sendo
"uma experi�ncia
sensorial emocional desagrad�vel, associada a danos reais ou potenciais
ao tecido, ou
descrita como se houvesse tal dano".
A presen�a da dor nas experi�ncias com
animais
H� casos em que a dor comp�e a pesquisa. A�, os
per�odos s�o estritamente os necess�rios.
Na maioria, contudo, a anestesia est� presente.
Nenhum pesquisador age com crueldade.
A pr�pria �tica cient�fica norteia o comportamento das pesquisas e quando
� detectado
sofrimento desnecess�rio o processo � naturalmente obstado pelo pr�prio
encarregado.
A dor n�o agrada a ningu�m: a quem a provoca
menos ainda a quem a sente.
Pensar que algu�m provoca dor por gosto ou mesmo por irresponsabilidade
imp�e que do
contexto "animal de laborat�rio" sejam exclu�dos pesquisadores e inserido
s�dicos; nessa
hip�tese, o "sadopesquisador" (?) certa mente n�o ter� qualquer espa�o ou
futuro, n�o s�
pelo testemunhos dos colegas mas principalmente pela aus�ncia de bons
resultados, eis que
animais maltratados resultam em conclus�es insatisfat�rias.
Sem condena��o "a priori":
64
a agrada-nos saber que Institui��es Oficiais do "Primeiro Mundo" oferecem
atraentes
pr�mios a cientistas que desenvolvam suas pesquisas e descobertas
unicamente "in vitro"
(sem emprego de animais);
b. entristece-nos saber que nos EUA existem indiv�duos que, por dinheiro,
se oferecem
como cobaias. Ali�s, aqui mesmo no Brasil, os jornais ami�de anunciam
rins e olhos de
pessoas que se dizem saud�veis e dispostas a do�-los mediante "expressivo
agradecimento
em dinheiro".
Obs.: Nossa legisla��o pro�be o com�rcio de �rg�os humanos. (Vide
Constitui��o/1988 -
art. 199 � 4�.)
S� admite a doa��o entre parentes.
Visa a lei evitar com�rcio camuflado em "gestos de
generosidade".
Antes de prosseguirmos, vejamos importantes considera��es a respeito da
dor, contidas no
cap. XIX do livro A��o e Rea��o, psicografado pelo m�dium Francisco C.
Xavier, de
autoria do Esp�rito Andr� Luiz, consignando a dor em tr�s diferentes
situa��es:
Dor-Evolu��o
Age de fora para dentro, aprimora o ser, d�-lhe
progresso.
Cita exemplos: animais em sacrif�cio, a semente na
cova, a crian�a chorando...
Dor-Expia��o
Age de dentro para fora. Marca a criatura no ca minho dos s�culos,
situando-a em labirintos
de afli��o,
regenerando-a e quitando-a perante a Lei Divina de Justi�a.
65
Dor-Aux�lio
� aquela representada, na maioria das vezes, na vi sita de prolongadas
doen�as f�sicas,
impeditivas de maiore quedas morais nos abismos da criminalidade. Ou,
ainda como
elemento preparat�rio para a transi��o da morte habilitando o ser a
longas reflex�es.
Presen�a da dor na Terra
A dor est� presente em todos os seres vivos: homens animais e vegetais.
Vejamos a fun��o da dor em cada caso:
Homens
Desde os tempos mais remotos at� nossos dias, a dot vem sendo considerada
por muitos
como "castigo de Deus". Esse � um tremendo equ�voco pois Deus n�o castiga
o pecador
nem concede pr�mios ao justo: o que realmente existe s�o as Leis Divinas,
balizando o
comportamento humano; tais Leis - no caso a de Justi�a - t�m inarred�vel
aplica��o e
isso foi conceituado por Jesus quando afirmou que "A cada um segundo suas
obras"
Como atribuir ao Pai -Amor, Bondade, Intelig�ncia,
Justi�a supremas - o sentimento de "castigar"? Ficar feliz
ou triste, ante o justo ou o pecador? Ou "vingar-se"?
Sinceramente: isso � reduzir Deus �s emo��es humanas
Jamais!
H� que dimensionar Deus em escala maior, muito maior: a Perfei��o
inalcan��vel, o Amor
eterno, o Criador de tudo e de todos! E, ainda assim, s�o reduzid�ssimas
as possibilidades
vocabulares expressar ou conceituar o Criador.
66
No patamar evolutivo terreno, somente em nosso cora��o Deus pode ser
sentido, dentro do
poss�vel. Quando um banhista tiver seus p�s beijados pelas espumas das
ondas marinhas se
espraiando, e quando molhar suas m�os num gesto instintivo, poder�
comparar, ainda que
pobre mente, a grandeza de Deus: Ele � o mar e as gotas s�o o m�ximo que
nossa
compreens�o alcan�a.
A dor � inapel�vel conseq��ncia do erro.
Eficiente professora, todos os que se desviam do reto proceder
automaticamente se
transformam em seus alunos. Aprendem, �s vezes em duros embates,
decorrentes de
inconformismo ou blasf�mias, que, longe de ser uma inimiga, ela - a dor -
� anuncia��o
de que a felicidade est� inquieta ante a demora do sofredor em conquist�-
la. Aler tando
quanto �s conseq��ncias dos maus atos, impede sua perpetua��o neles. Em
�ltima an�lise, �
corretora de desvios comportamentais fraternos.
Quando o esp�rito se compenetra de que colher� se gundo o que plantar,
entende, na
amplitude, o conselho
do Cristo: "A cada um ser� dado segundo suas obras".
Parece-nos que esse conselho � dirigido mais �quele
que transgrida a Lei Divina do Amor, grande maioria da
humanidade, n�s inclusive.
Assim, n�o ser� prudente nem admiss�vel conjeturarmos sobre eventual
falha da Vida, que
imponha sofrimento a inocentes. A Natureza, mais propriamente Deus, Nosso
Pai, � a
Suprema Intelig�ncia e de forma alguma se enganaria ao atribuir expia��es
ou prova��es.
Repetimos: � urgente destruir o conceito de que Deus "castiga" ou
"premia" - as Leis
Naturais, criadas antes dos seres, balizam toda sua trajet�ria evolutiva.
Por isso, aquele que
sofre, sofre na medida exata da sua pr�pria culpa e na dimens�o adequada
� sua capacidade
de resgate. Uma doen�a, por exemplo, numa representa��o cartesiana -
67
da manifesta��o � cura -, percorrer� uma curva de n�ve em que a ordenada
(eixo vertical)
ser� a intensidade d sofrimento (dores f�sicas, ang�stias, seq�elas
etc.), e abscissa (eixo
horizontal) ser� o tempo de dura��o.
Muito contribui o Espiritismo nessa quest�o.
Se tal gr�fico quantifica a dor, a Doutrina Esp�rita
qual isto �, remonta-a prospectivamente � origem.
Como?
Pelos postulados da reencarna��o, b�n��o das b�n��os
divinas, onde os registros do Tempo tudo anotam, relativamente
a cada criatura.
T�o sublime e t�o elevada � a reencarna��o, e t�c celestiais seus
administradores (Entidades
Siderais), que seria imperdo�vel ousadia humana, � vista apenas do
presente, perscrutar
seus fundamentos em busca de eventuais enganos. Do tipo: "Por que
criancinhas morrem
tragica mente?" "Por que Aids em crian�as?" "Por que h� os que nascem
cegos?" "Por que
coletividades morrem � m�ngua, de fome?"...
Certamente, e apenas disso podemos estar certos,
d�vidas antigas, contra�das em outras vidas.
Pelos mecanismos reencarnacionistas, todos evoluem, de vida em vida, de
erro em erro, de
acerto em acerto, de aprendizado em aprendizado, de conviv�ncia em
conviv�ncia, de
resgate em resgate, de aquisi��o em aquisi��o...
O mundo n�o � resid�ncia exclusiva de inquilinos humanos: nesse trajeto
evolutivo, o
racional a princ�pio n�o o era, vindo dos remos inferiores, tutelado
sempre por prepostos de
Jesus. At� por reconhecimento disso, quando n�o seja por gratid�o, n�o
cabe ao homem
dispor da vida dos seus irm�os animais, seja a que t�tulo for.
H� "esp�ritos da natureza" cuja miss�o � proteger os animais, sob
orienta��o de esp�ritos
elevados. Podemos ima ginar o que sentem esses Mensageiros do Amor Divino
ante a dor
imposta pelos homens aos animais?
s�o
68
O homem, no in�cio de seu est�gio evolutivo como racional, recebe de Deus
uma ess�ncia
(a m�nada, da qual trataremos adiante), contendo potencialmente todos os
atributos divinos,
qual semente que ter� de vencer toneladas de terra, para um dia, �rvore,
frutificar.
No �mago da consci�ncia, certamente at� mesmo os cientistas -
privilegiados c�rebros
humanos - h�o de registrar que o sacrif�cio de animais � procedimento que
coloca a
Ci�ncia em rota de colis�o com a natureza, m�e dadivosa de todos os seres
vivos.
Falando-se de pesquisas cient�ficas - segmento da agropecu�ria -
inaceit�vel � a
profana��o da naturalidade gen�tica, em busca de ganhos financeiros; seus
respons�veis,
nas etapas reencarnacionistas seguintes, muito provavelmente ter�o
est�gios de grande
car�ncia material, talvez at� em pa�ses onde o animal seja
exacerbadamente protegido,
intoc�vel.
Animais
Muitas pessoas questionam o fato de os animais sofrerem, muitas vezes
cruelmente, sem
que isso possa ser enquadrado na Justi�a Divina, eis que n�o possuem
consci�ncia, nem
livre-arb�trio, e, em conseq��ncia, neles n�o h� d�bitos a resgatar.
No caso dos animais, precisamos considerar que
neles a dor age como impulso evolutivo:
ante o perigo, o instinto de sobreviv�ncia conduz a mecanismos de defesa:
oculta��o, fuga,
combate; quando feridos, os pr�prios animais, eventualmente seus
companheiros, lambem
os machucados numa rudimentar a��o de a na busca da cura ou al�vio
- isso representa os prim�rdios da fraternidade; quando morrem em
acidentes ou em
sinistros naturais, ou ainda quando por qualquer raz�o ficam
69
aleijados, h� nesses fatos todo um quadro de aquisi��c de experi�ncias e
aprendizados
marcantes, relativo dor, que impregna o ser para a eternidade;
quando abatidos ou injuriados pelo homem, de forma intencional ou n�o,
seja pelo motivo
que seja, duas hip�teses, no m�nimo, podem ser avocadas:
1 trata-se da "dor-evolu��o" e seu sacrif�cio promove ou resulta no bem.
2 talvez o animal esteja no final da depura��o evolutiva de sua linhagem.
Essa �ltima hip�tese tem que socorrer-se das escalas
evolutivas dos seres:
n�o seriam os bovinos o �ltimo degrau evolutivo da linhagem dos mam�feros
predadores
de grande porte,
hoje extintos?
os gatos n�o seriam a resultante evolutiva dos fel�dios?
os c�es n�o seriam o topo da �rvore geneal�gica dos can�deos?
os roedores, sucumbindo aos milhares nos laborat�rios de pesquisas, n�o
estariam
atenuando seu repulsivo contato com a humanidade? N�o podemos esquecer
que os
"hamster", as cobaias e mesmo os coelhos s�o animais de muito agrad�vel
presen�a, j�
havendo os dom�sticos.
quanto aos animais dom�sticos em geral, que recebem cuidados e conforto
extremos, ser�
que isso os torna realmente felizes? At� que ponto sua natureza valoriza
essa artificial
"humaniza��o"? Um c�o, tratado com sofistica��o, talvez n�o apreciasse
mais rolar na
grama, correr pelos campos, matos ou grandes espa�os, junto a outros
companheiros, do
que viver segregado em apartamentos, sobre almofadas acetinadas? E,
ainda,
70
�s dietas impostas, um "m�sero" ossinho n�o o agradaria mais? E que dizer
de seus
impulsos sexuais: ou impedidos ou realizados em encontros h�bridos de
naturalidade?
Agora, o mais grave: o que pensar dos c�es, geralmente de grande porte e
naturalmente
ferozes, serem treinados para ataque, sendo-lhes incutidas maiores doses
de agressividade,
brutalidade, destrui��o? E ainda pior:
animais treinados para duelos com similares ou n�o, tendo por pano de
fundo grandes
apostas financeiras.
Francamente: os dois �ltimos casos (cerceamento da sexualidade e aumento
da ferocidade)
representam, respectivamente, vertentes da ignor�ncia e crueldade
humanas; quanto aos
demais, mat�ria para reflex�o.
A ignor�ncia desaparecer� � medida que o homem
evolver, em mundos compat�veis ao seu est�gio moral.
A crueldade, por�m, significa contra��o de pesadas d�vidas ante o
tribunal da consci�ncia
de quem a pratica; esses, despertos pelo arrependimento desses sonhos
trevosos a que
voluntariamente se entregaram, ter�o a dor por corregedoria; seus
sofrimentos ser�o
proporcional- mente iguais aos que infligiram. Provavelmente, esta seja
uma das causas de
tantas doen�as, tantas anomalias cong�nitas, tantos desastres
mutiladores.
Vegetais
Existem doen�as peculiares que exigem adubos e
fungicidas.
Plantas dom�sticas "apreciam" o carinho de quem as trata, tanto quanto se
retraem ante
agress�es f�sicas, sonoras ou ambientais. Uma �rvore tombada no ch�o � um
dos
espet�culos que mais deprimem os amantes da natureza: a seiva escorrendo
dos troncos e
galhos, as folhas murchando e perdendo o brilho.
71
Minerais
Os minerais sofrem dor?
O Esp�rito Andr� Luiz, na obra citada neste cap�tulo, informa que "o
ferro sob o malho
sofre a dor-evolu��o, ajudando o progresso da economia da vida em
expans�o". Tal cita��o,
salvo melhor ju�zo, traduz t�o-somente figura po�tica, judiciosamente
aplicada dentro do
contexto em que foi inserida.
A dor no s�culo XXI
A Medicina, desde seus prim�rdios, vem buscando formas de combater a dor,
mal que afeta
a todos os seres vivos. Apenas para citarmos um exemplo: a humanidade
sofre de cerca de
cem tipos diferentes de dor de cabe�a, segundo classifica��o feita em
1988 pela "Sociedade
Inter nacional de Cefal�ia". Foram encontradas m�mias com trepana��o
craniana
(perfura��o cir�rgica), indicando que a dor de cabe�a � velha companheira
do homem.
Analg�sicos e incont�veis terapias da atualidade certamente ser�o
modificados no decorrer
do s�culo. Concentram-se hoje os cientistas em trabalhar nos chamados
"port�es da dor":
um na medula espinhal e outro nas termina��es nervosas espec�ficas, na
periferia do
trauma (ou da inj�ria), que desencadeiam a dor. A id�ia � fechar tais
"port�es", copiando a
natureza, com a administra��o de drogas, semelhantes � endorfina
(produzida pelo sistema
nervoso central). Aendorfina � um tipo de morfina fabri cada pelo corpo.
Parte desse
processo j� vem sendo empregada nas cirurgias, sendo previamente
administrados
anest�sicos locais no ponto do machucado, al�m dos gerais. Com isso, as
mensagens da
dor, na hora e ap�s a cirurgia, s�o bloqueadas e a recupera��o do
paciente � sensivelmente
menos dolorosa.
72
Para casos extremos a Medicina j� realiza as chamadas "cirurgias
analg�sicas", que
interrompem o fluxo dos sinais de dor, seccionando partes das vias que os
conduzem.
Feitas as considera��es acima, cabe questionar
quanto aos progressos da Medicina que sinalizam a supress�o total da dor
num futuro
breve:
Fato 1 - Presen�a da dor
a dor acompanha todos os seres vivos, desde sua cria��o;
a dor � sempre subjetiva (cada indiv�duo aplica a palavra segundo
experi�ncias
relacionadas a machucados no in�cio da vida);
a dor ocorre tamb�m por raz�es psicol�gicas, ausentes quaisquer
ferimentos ou les�es;
a dor provoca rea��es com alguma semelhan�a, principalmente entre homens
e animais.
Fato 2 - Aus�ncia da dor
sem dor, o sistema de vida neste mundo ser� infinita mente melhor que o
atual;
devem ser exclu�dos do item anterior os casos em que a aus�ncia da dor se
deve a alguma
morbidez, tal como a hansen�ase (hansenianos t�m graves traumas, pois a
insensibilidade
n�o promove cuidados ou defesas em casos de ferimentos).
Fato 3- Fundamento espiritual da dor
necessariamente, a evolu��o espiritual distancia o indiv�duo da dor;
a dor � um processo de despertamento que age em potencial: s� se
apresenta quando
alguma coisa est�
73
errada - tanto espiritual, quanto materialmente se
falando;
n�o fosse a dor, todos os que agissem erradamente, muitas vezes com
crueldade, jamais
retificariam t�o
infeliz trajet�ria: o mal, neles, se perpetuaria;
pelo princ�pio da compulsoriedade os Mensageiros Celestiais, norteados
pela Justi�a
Divina, freiam o mau comportamento do r�probo que, em conseq��ncia, sofre
alguma
doen�a ou incapacidade, dolorosas e inibit�rias - desde a exist�ncia
presente ou em vidas
futuras.
Como podemos conjeturar, a dor � um mecanismo de alerta. Dos mais
eficientes... Com ou
sem les�o, mani festa-se de in�cio sobre o organismo, impondo rea��o
imediata ao princ�pio
espiritual do sof redor (homem ou animal), visando expurg�-la.
Livrar-se da dor � ato intr�nseco dos seres viventes
normais.
Supor que tal processo seja totalmente banido da face da Terra, remeter-
nos-� a
transcendentais conseq��ncias, emergindo a principal: o mundo deixando de
ser de "provas
e expia��es", sendo promovido a "mundo de regenera��o", no elevado dizer
de Allan
Kardec)
Em acontecendo tal promo��o, seus habitantes ser�o
mais felizes.
Quando isso ocorrer�?
No Terceiro Mil�nio, que j� se avizinha?
Seria imprudente responder, mas pela Lei Divina do Progresso esse � o
nosso futuro.
1 - Em O Livro dos Esp�ritos, Ed. Petit, (quest�es n 182 e 185) de Allan
Kardec; O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Ed. Petit, tamb�m de Allan Kardec, Cap.
III, n 3 e 4-
"Diferentes categorias de mundos habitados". (N.A.)
74
Herm�nio C. Miranda, festejado escritor esp�rita,
diz-nos:
"As dores resultam precisamente do nosso atrito com as ordena��es
c�smicas criadas para
corrigir desvios, a fim de que o universo n�o reverta ao caos de onde
saiu e, ao mesmo
tempo, para que cada um encontre o seu caminho na longa peregrina��o de
volta a Deus.
Com cerca de dois mil�nios de genu�na pr�tica crist�
- leia-se comportamento adequado -, n�o ter�amos conjurado de todo as
dores do
momento que vivemos, mas, pelo menos, estar�amos preparados para elas,
cientes e
conscientes de suas raz�es e de suas motiva��es corretivas.
Possamos gravar bem � vista, nos escaninhos da mem�ria, que a dor costuma
marcar o
momento primeiro no qual a liberta��o come�a a alvorecer, desde que te
nhamos aprendido
a li��o, �s vezes dura, que ela nos ministra.
Para que este conceito se implante, contudo, e lance suas ra�zes e
suscite, em nossa
intimidade, urgentes mudan�as de postura e de a��o, imp�e-se a premissa
de que somos
seres imortais, reencarnantes e respons�veis, programados, desde as
desconhecidas origens,
para a felicidade total e a paz definitiva."
Quanto � Medicina descobrir meios para banir a dor,
isso � maravilhoso.
Cumpre apenas ponderar quantos sofredores ter�o condi��es de usufruir
dessa benesse, j�
que, atualmente, muitos outros progressos cient�ficos est�o a "milhas de
dist�ncia" de
grande parte das pessoas e at� mesmo de pa�ses, por quest�es financeiras
ou pol�ticas.
2- Em Boletim Semanal Esp�rita SEI, Rio de Janeiro, 30 de janeiro de
1993. (N.A.)
75
Somente com a implanta��o do Reino de Deus, que � o do Amor, a Humanidade
ter� a dor
como lembran�a e como angelical motiva��o para aux�lio nos mundos onde
ainda exista.
Obs.: Dor nos vegetais - duas proposi��es:
a. Esp�rito Andr� Luiz, em A��o e Rea��o, Cap. XIX:
"os vegetais progridem pela dor-evolu��o";
b. L�on Denis, em O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Cap. XXVI- A
Dor:
"tudo o que vive neste mundo: natureza, animal, homem, sofre"... (grifo
nosso);
"o homem precisa do sofrimento como o fruto da vida precisa do lagar para
se lhe extrair
o licor
precioso" (grifo nosso).
Sem muito esfor�o, creditamos os conceitos acima � insufici�ncia da
linguagem humana,
para melhor explicitar o progresso dos vegetais, por a��es em muito
semelhantes �s que
nos animais e nos homens lhes causam dor (quaisquer danos f�sicos).
76
Um edif�cio chamado Espiritismo
Considerando que esp�ritos iluminados - particular- mente o "Esp�rito de
Verdade" -
sustentaram Kardec na codifica��o da Doutrina Esp�rita, podemos imaginar
que ele foi o
mestre-de-obras designado para construir o alicerce, firme e completo,
sobre e a partir do
qual incessante- mente se ergueria uma obra moral - o Espiritismo. Essa
obra, desde seu
in�cio, teve o car�ter de abrigo universal, a todos os homens de boa
vontade, n�o
comportando quaisquer extratos - filos�ficos, morais ou religiosos; seus
andares seriam
ocupados, a partir do "t�rreo", proporcionalmente na raz�o direta da
evolu��o espiritual dos
inquilinos. Por exemplo: o respeito � natureza (flora e fauna) constitui
aval para residir em
andares intermedi�rios...
Com efeito, os cinco livros b�sicos do Espiritismo, elaborados por
Kardec, s�o o alicerce,
sendo not�vel que ao seu emp�s jorraram e continuam jorrando novos livros
que, sem
alterar a base, contudo mobiliam e aparelham essa grande constru��o.
A Ci�ncia, "pari passu", desde o in�cio foi cadastrada como uma das
fornecedoras de
material para o edif�cio esp�rita, no qual as portas da Raz�o, desde
sempre, estiveram
abertas para a Humanidade.
A extensa literatura doutrin�ria (outra importante fornecedora),
posterior ao alicerce
kardecista, comprova que aquela base foi feita para sobre ela erguer-se
abrigo aos esp�ritos
sedentos de luz.
77
O exerc�cio medi�nico pode ser considerado a "m�o- de-obra" nessa
constru��o.
O projetista dessa fant�stica e sublime edifica��o:
Jesus!
Tal obra, crescendo sempre, cada vez mais se aproxima do c�u; n�s, seus
inquilinos dos
andares intermedi�rios, iremos paulatinamente passando para andares
superiores, � medida
que merecermos o conforto que Jesus idealizou sob o t�tulo "bem-
aventuran�as". Tal
merecimento advir� do nosso esfor�o: cada vez que alijarmos um defeito da
nossa
personalidade, ganharemos o direito de morar mais alto...
Analisando em profundidade t�o maravilhoso projeto, encontramos em
detalhes as etapas
de tempo e espa�o
nas quais essa obra se enquadrou:
cria��o do mundo (Terra);
transforma��es/combina��es de elementos;
gases: solidifica��o/liquefa��o (forma��o da mat�ria);
adequa��o ambiente � Vida: cria��o de material inorg�nico;
princ�pio vital: dispensado a vegetais e animais (uni- celulares, a
princ�pio);
elo entre o vegetal e o animal: zo�fitos (animais- plantas);
vegetais: nascem, vivem, crescem, nutrem-se, respiram, reproduzem-se,
morrem;
animais: idem, idem;
diferen�a entre vegetais e animais: aqueles n�o se des locam, s�o presos
ao solo, de onde
retiram sua nutri��o, recebem luz, calor e �gua; estes se locomovem,
encontram nos seus
"habitats" o necess�rio � sobreviv�ncia, possuindo excepcional
equipamento para se
manter: os instintos;
princ�pio inteligente: existente a partir dos animais rudimentares;
78
humanidade: formada pelo reino hominal, a partir da evolu��o do princ�pio
inteligente dos
animais, que sofre uma transforma��o, passando a ser esp�rito (o pon to
de partida do
esp�rito se liga ao pr�prio Princ�pio Criador, o que, absolutamente, n�o
� dado ao homem
conhecer);
homens: pelos princ�pios evolucionistas (de todos os seres vivos) que o
Espiritismo esposa,
constituem grau superior aos animais, posto que dotados de intelig�ncia,
livre-arb�trio e
consci�ncia.
Considerando que o Espiritismo �, a um s� tempo, filosofia, ci�ncia e
religi�o, estudando-o
entenderemos al gumas complexas quest�es, com o que muito ser� facilitado
nosso viver, e
mais que isso, nosso progresso espiritual.
S�o tantas as quest�es...
Analisemos algumas.
Intelig�ncia
Debatem-se alguns fil�sofos: Se o homem � animal, como justificar a
superioridade
intelectiva de alguns animais sobre alguns homens? (Talvez estejam se
referindo aos povos
primitivos, de vida rudimentar, cuja moral e selvajeria extrema por vezes
nos espantam.
Tais cria turas, rareando cada vez mais sobre a Terra, em contato com
mission�rios
religiosos e com filantropos da civiliza��o, demonstram aus�ncia total de
sentimentos
�ticos, ingenuidade inaudita e mediana assimila��o de linguagem e
aprendizados).
Dissolve-se a d�vida quando verificamos que o c�rebro humano,
proporcionalmente maior,
� o �rg�o que comanda, no corpo, as a��es do esp�rito, com capacidade de
resolver
problemas por meio de a��es cont�nuas, encadeadas.
79
Alguns animais demonstram habilidades, mas apenas fragmentos de solu��o a
problemas
que lhes sejam ante postos; demonstram rudimentar intelig�ncia em casos
ligados �
provis�o e conserva��o - nada mais.
Dizer que alguns animais s�o mais inteligentes do que algumas criaturas
humanas,
invocando a idiotia ou mongolismo, constitui ju�zo apressado,
desconsiderando as nuances
da Lei Natural de Justi�a, que, por meio da reencarna��o, por vezes,
compulsoriamente,
cria obs t�culos cerebrais. Tais deficientes assim v�m ao mundo para
resgatar mau emprego
de alt�ssimas potencialidades mentais ou intelectuais, feito em vidas
pregressas. Agiram
inteligentemente com crueldade e com isso amealharam hordas de terr�veis
inimigos, que
avidamente os ca�am, vidas e vidas adiante, para vingan�a. Encontrando-
os, resguardados
com a intranspon�vel muralha da defici�ncia cerebral, nada podem fazer e
acabam, eles
pr�prios, desistindo, mais em raz�o do incessante progresso que rege a
vida de todos os
seres. Familiares de quem tem o c�rebro assim bloqueado talvez sejam
comparsas diretos
ou indiretos das a��es equivocadas que o passado indelevelmente registra
na consci�ncia de
cada um.
N�o poder�amos afirmar que todos os que apresentam tais dolorosos quadros
vivenciais
sejam r�probos, expiando o passado. Muitos talvez estejam em prova��es (o
que �
fundamentalmente diferente de expia��o); outros, ainda, podem assim
estagiar na carne,
missionariamente.
Instinto
Os instintos - todos os possu�mos - homens e ani mais: agem atrav�s das
a��es
executadas sem mentaliza��o,
sem aprendizagem.
Not�vel que cada esp�cie animal tem instintos
espec�ficos:
80
aves; construindo ninhos;
ursos, hibernando (vida org�nica reduzida ao metabolismo de pouco mais de
1%!);
tartarugas, j� ao nascer buscando avidamente am bientes aqu�ticos;
felinos, colocando-se contra o vento, na ca�a;
gatos, encobrindo com terra seus dejetos;
c�es, enterrando ossos;
abelhas, formando a maravilha das colm�ias;
aranhas, tecendo suas inigual�veis teias;
etc. etc.
Tais propriedades instintivas, individualizadas por esp�cie animal, v�m
se repetindo ao
longo de milh�es e milh�es de anos, levando alguns naturalistas, ou mesmo
alguns
fil�sofos, a crer na perpetuidade da vida animal sem evolu��o.
N�o � o caso: todos os seres foram criados por Deus e � da Lei Natural do
Progresso que
todos, sem exce��o, evoluam. A n�s � que ainda n�o � dado conhecer todos
os mecanismos
da Evolu��o, tal como o Criador a engendrou.
N�o faltam admoesta��es dos Instrutores Espirituais nesse sentido:
"muitas, mas muitas
mesmo, s�o as
coisas de Deus que o homem terreno desconhece".
Gabriel Delanne (1857-1926) j� asseverava (isso no
s�culo passado):
"A descend�ncia animal do homem imp�e-se com evid�ncia luminosa a todo
pensador
imparcial. Somos, evidentemente, o �ltimo ramo aflorado da grande �rvore
da vida, e
resumimos, acumulando-os, todos os caracteres f�sicos, intelectuais e
morais, assinalados
isolada mente em cada um dos indiv�duos que perfazem a s�rie dos seres.
1 - A Evolu��o An�mica, cap. II. (N.A.)
81
Que se considerem os animais como existindo de maneira invari�vel desde a
origem das
idades, ou que os acreditemos derivados uns dos outros, menos certo n�o �
que os
esp�cimes da nossa �poca se ligam entre si de modo t�o �ntimo, que
podemos passar do
homem � c�lula mais simples, sem encontrarmos solu��es de continuidade".
Linguagem
Homens e animais possuem-na.
A dos homens � articulada: sons vocais ou sinais
gr�ficos.
A dos animais, em alguns casos, � sonora, ou ultra sonora, como por
exemplo a dos delfins,
com cerca de 400
"palavras".
Animais, em outros casos, podem comunicar-se por
vibra��es (peixes), por sinais (bando de andorinhas se guindo o
l�der) etc.
Alma
A dos animais � diferente da humana, de grada��o
inferior.
N�o possuindo intelig�ncia, os animais n�o possuem
igualmente consci�ncia, livre-arb�trio, senso moral nem
responsabilidade.
Ao desencarnarem, homens e animais mant�m sua individualidade, contudo,
os animais s�o
orientados e mantidos por esp�ritos da natureza, em grupos espec�ficos a
cada ra�a.
Reencarna��o
A reencarna��o � instrumento divino da Lei do
Progresso.
82
A ambos contempla - homem e animal. No animal � quase seq�encial � morte.
N�o
podendo escolher em que esp�cie reencarnar, pela inexist�ncia de livre-
arb�trio, podemos
supor que, � medida que progridem (ac�mulo de experi�ncias), os animais
v�o subindo os
galhos da �rvore geneal�gica da esp�cie. Assim, talvez n�o seja exagero
conjeturarmos que
o gato mansinho de hoje ter� sido ontem o felino selvagem e predador, de
grande porte; o
c�o, agora fiel e amigo do homem, talvez tenha iniciado a palmilhar
exist�ncias como
chacal ou lobo...
Obs.: alguns animais podem demorar a reencarnar; isso se deve � decis�o
dos esp�ritos
deles incumbidos, que mant�m alguns no mundo espiritual, em tarefas
auxiliares �s
atividades daquele plano (c�es e cavalos, por exemplo, muito citados na
literatura esp�rita).
Metempsicose
Metempsicose quer dizer: transmigra��o de almas, de um para outro corpo -
reencarna��o
da alma, ap�s a morte, num corpo humano, animal ou num vegetal. Essa
teoria caracterizou
algumas religi�es antigas no Egito, na India e na Gr�cia.
Soberbo equ�voco, um esp�rito reencarnar em reino inferior. Tal
constituir-se-ia em
retrograda��o (inexistente nos planos da Natureza), pois seria imposs�vel
ao esp�rito anular
seu progresso e habitar no animal, ou em planta, sem intelig�ncia, sem
consci�ncia, sem
moral, sem livre arb�trio, sem sentimentos.
A metem psicose seria verdadeira se por ela se enten desse a progress�o
da alma de um
estado inferior para um
superior (animal-homem), e assim mesmo sem fus�o, isto �,
2 - O Livro dos Esp�ritos, Ed. Petit, (quest�o n 611), de Alian
Kardec. (N.A.)
83
teriam que ser realizados os desenvolvimentos que transformariam a alma
animal na
humana.
Mais uma vez � aqui lembrado que "o ponto de partida
do Esp�rito � uma dessas quest�es que se ligam ao princ�pio
das coisas e est�o nos segredos de Deus"
Elo entre animal e hominal
Encontrar ou decifrar o "elo perdido" talvez seja o maior desafio
cient�fico de todos os
tempos!
N�o lograram �xito os maiores c�rebros humanos dedicados a encontrar,
explicar e provar o
ponto de hominiza��o do animal e suas sucessivas escalas evolutivas
conducentes ao
patamar do atual "Homo Sapiens" (n�s...).
� nesse ponto que o Espiritismo, em socorro da curiosidade investigativa,
ilumina de
forma incompar�vel t�o escuros labirintos, nos quais as Ci�ncias se
debatem h� muito
tempo:
os animais que se destacam realizam est�gios inter medi�rios de vida
material em planetas
inferiores � Terra. Nesses planetas, engenheiros siderais, prepostos do
Cristo, modificam
seus revestimentos espirituais (perisp�rito), para adequ�-los � fala e �
vida racional;
considerando que o perisp�rito �o molde do corpo f�sico, a� reside a
semelhan�a f�sica do
homem com alguns animais; tamb�m � por esse motivo que a Ci�ncia ainda
n�o localizou o
"elo perdido", isto �, n�o conseguiu determinar quando foi que o homem
"desceu da
�rvore" (deixando de ser macaco): � que a transi��o ocorre no plano
espiritual...
Allan Kardec, j� em 1857, trouxe-nos a informa��o do "Esp�rito de
Verdade" - o Mestre
Jesus -, sobre o in�cio
do estado da Humanidade:
84
"a intelig�ncia do homem e a dos animais emanam de um princ�pio �nico,
mas no homem
ela passou por
uma elabora��o que a eleva sobre a dos brutos";
"a Terra n�o � o ponto de partida da primeira encarna��o humana. O
per�odo de
humanidade come�a, em geral, nos mundos ainda mais inferiores. Essa,
entretanto, n�o �
uma regra absoluta e poderia acontecer que um Esp�rito, desde o seu
in�cio humano,
estivesse apto a viver na Terra. Esse caso n�o � freq�ente, e seria antes
uma exce��o."
O Esp�rito Emmanuel, em 1938, informou, em A Caminho da Luz, em linhas
gerais:
todas as esp�cies vivas tiveram delineada sua linhagem evolutiva;
Jesus, com seus Engenheiros Siderais auxiliares, orientou as grandes
transforma��es
materiais da Terra, desde o per�odo terci�rio, de forma a sustentar aos
seres viventes sua
marcha rumo � racionalidade;
peixes, r�pteis e mam�feros tiveram linhagem fixa de desenvolvimento;
quanto ao homem, n�o escaparia a esse mesmo processo: assim, os
antrop�ides das
cavernas espalharam-se pela Terra e, ap�s s�culos e mais s�culos de
experi�ncias (sob
supervis�o de elevadas entidades espirituais), vamos encontr�-los
constituindo nossos
antepassados distantes; ap�s outros inumer�veis s�culos, preciosas
equipes do plano
invis�vel operaram, nas regi�es siderais e nos intervalos de suas reencar
na��es, a sublime e
definitiva transi��o no corpo perispiritual daqueles primatas; surgem
ent�o os
3-O Livro dos Esp�ritos, Ed. Petit, quest�o n 606. (N.A.)
4-O Livro dos Esp�ritos, Ed. Petit, quest�o n 607. (N.A.)
85
primeiros selvagens, cuja complei��o em muito assemelhava-se � nossa
atual, como Deus
n�o cessa de criar, justo ser� deduzirmos que tamb�m � permanente o labor
sideral,
anteriormente descrito.
Ainda o Esp�rito Emmanuel, em 1940, em O
Consolador
Quest�o 79 - "Como interpretar nosso parentesco com os animais?"
Resposta: "Considerando que eles igualmente possuem, diante do tempo, um
porvir de
fecundas realiza��es, atrav�s de numerosas experi�ncias chegar�o, um dia,
ao chamado
reino hominal, como, por nossa vez, alcan�aremos, no escoar dos mil�nios,
a situa��o de
angelitude. A escala do progresso � sublime e infinita. No quadro ex�guo
dos vossos
conhecimentos, busquemos uma figura que nos convoque ao sentimento de
solidariedade e
de amor que deve imperar em todos os departamentos da natureza vis�vel e
invis�vel. O
mineral � atra��o. O vegetal � sensa��o. O animal � instinto. O homem �
raz�o. O anjo �
divindade. Busquemos reconhecer a infinidade de la�os que nos unem nos
valores
gradativos da evolu��o e ergamos em nosso �ntimo o santu�rio eterno da
fraternidade
universal".
O Esp�rito Andr� Luiz, em 1958, consigna em Evolu��o em Dois Mundos:
"orientadores da Vida Maior acolhem animais nobres desencarnados (como se
faz na Terra
com crian�as de tenra idade), internando-os em verdadeiros 'jardins de
inf�ncia', para os
primeiros aprendizados a se fixarem no c�rebro, de forma seq�encial e
progressiva; ali,
reunidos por simbiose comportamental, seus
86
centros nervosos se exercitam, tudo a cargo de instrutores celestes;
escoando-se os mil�nios, da jun��o de for�as sensitivas e vegetativas, o
centro coron�rio,
entrosando-se com o centro cerebral, permite ao esp�rito, j� agora
equipado de auto
escolha, com responsabilidade, pavimentar sua rota evolutiva, rumo a
Deus."
Ora, acoplando as informa��es de Kardec, Emmanuel e Andr� Luiz, n�o
padecem aos
esp�ritas quaisquer
d�vidas de que o homem procede do animal.
E mais que isso: o "elo perdido" j� n�o mais o �, eis que, pela
pluralidade dos mundos, ao
Espiritismo � perfeitamente aceit�vel que, se tal elo n�o est� na Terra,
pode perfeitamente
localizar-se nas "muitas moradas" a que Jesus se referiu.
Existindo mundos inferiores, ou geologicamente mais novos que o nosso,
certamente a
maioria dos seus habitantes ter�o grau evolutivo tamb�m inferior ao nosso
e ser� ali que
encontrar�o as melhores condi��es para seu progresso.
Sabendo que o perisp�rito se forma da mat�ria c�smica do mundo em que o
ser vai
habitar, servindo de molde para o corpo f�sico; sabendo que nos mundos
felizes habitam
esp�ritos evolu�dos, cujo perisp�rito ou � quase di�fano ou mesmo
prescind�vel, l�gico ser�
supormos que nos mundos involu�dos o perisp�rito ser� de textura densa;
temos, assim, que
animais terrestres por seu m�rito ir�o para mundos inferiores � Terra,
onde estagiar�o at�
poderem a ela retornar, j� agora como homem selvagem, mas com corpos mais
elegantes;
outro n�o ser� o motivo pelo qual, no intervalo das reencar na��es,
cirurgi�es celestiais
promovem nos perisp�ritos as mudan�as tendentes aadequ�-los ao mundo que,
por m�rito,
forem transferidos ou recambiados.
87
Caro leitor n�o esp�rita: se voc� nos acompanhou at� aqui, encarecemos
que medite sobre a
palavra vinda do plano maior e conceda � raz�o uma oportunidade de
considerar, como
hip�tese de trabalho, as premissas expostas A paisagem ora ofertada aos
seus olhos
espirituais deve se vista de v�rias janelas, n�o apenas de um ponto fixo.
- E ent�o?...
Elos da vida
Aceito o princ�pio evolucionista segundo o qual o homem estagiou em
algumas esp�cies do
reino animal in ferior, surge apaixonante incerteza - � a quest�o muito
discutida nos meios
esp�ritas, sobre a qual gostar�amos de nos debru�ar: os minerais t�m vida
e o esp�rito
(princ�pio inteligente) neles estagiou, nos seus primeiros instantes?
Muitos, mas muitos mesmo, acham que sim.
Baseiam-se:
1�) A quest�o 540 de O Livro dos Esp�ritos traz informe dos Esp�ritos
sobre a progress�o
do princ�pio inteligente, complementando que "O arcanjo come�ou do
�tomo";
2�) L�on Denis (1 846-1927), considerado o "consolidador
do Espiritismo": "A alma dorme na pedra, sonha no
vegetal, agita-se no animal e acorda no homem";
3�) Andr� Luiz (Esp�rito):
a. "A cris�lida de consci�ncia, que reside no cristal a ralar na corrente
do rio, a� se acha em
processo
liberat�rio."
5 - Agonia das Religi�es, de Jos� Herculano Pires (1914-1979), cap. V.
(N.A.)
6-No Mundo Maior, cap. III, psicografado por Francisco C�ndi do Xavier.
(N.A.)
88
Aprofundando an�lises nas assertivas anteriores, aparentemente quase
irrecus�veis,
podemos tirar ila��es que, sem desautoriz�-las, tender�o a modificar-lhes
o significado de
uma primeira leitura r�pida. Vejamos:
Kardec:
se aceitarmos que o arcanjo originou-se no �tomo, desaparece o reino
inorg�nico, o que n�o
� poss�vel. Por isso, outro deve ser o entendimento da express�o "�tomo":
indivis�vel, isto
�, do ser unicelular ao multicelular;
"a mat�ria inerte, que constitui o reino mineral, n�o possui mais do que
uma for�a
mec�nica";
"a vida � um efeito produzido pela a��o de um agente (Princ�pio Vital)
sobre a mat�ria.
Esse agente, sem a mat�ria, n�o � vida, da mesma forma que a mat�ria n�o
pode viver sem
ele. � ele que d� vida a todos os seres que o absorvem e assimilam." (N�s
pr�prios, ao
tocarmos gigantescas rochas tais como o P�o-de- A��car (RJ), Pedra do Ba�
(S�o Bento do
Sapuca�/SP), ou em rochas intermedi�rias, como "Pedra Bal�o" (Po�os de
Caldas/MG),
"Pedra do Jacar�" (Caraguatatuba/SP), e ainda em pedras menores, tais
como seixos,
cascalhos, gr�os de areia - n�o podemos negar
7 - Evolu��o em Dois Mundos, cap. III, tamb�m psicografado por
Francisco C�ndido Xavier. (N.A.)
8,9, 10- O Livro dos Esp�ritos, Ed. Petit, (quest�es n 540,585 e 63
respectivamente). (N.A.)
b.
"Das cristaliza��es at�micas e dos minerais, dos v�rus e do protoplasma,
das bact�rias.., a
m�nada... atravessou os mais rudes crivos da
89
a intui��o de que nelas n�o h� princ�pio inteligente, nem princ�pio
vital, mas, sim, uma
enorme for�a de agrega��o at�mica).
Plenos de amor e respeito, nosso esp�rito emudece quando "quase as
ouvimos" nos dizerem
como � insond�vel o princ�pio das coisas e da Vida... a Eternidade.
N�o podemos falar de rochas sem ouvir as palavras do Esp�rito Kahena: "As
pedras s�o, de
certo modo, filhas das �guas, e o laborat�rio que as transformou em
estrutura �ssea do
planeta foi o tempo". Mais adiante:
"N�s outros, em tempos idos, nos servimos das rochas, como sendo nossos
corpos, na fieira
do primitivismo, como sendo o alicerce do nosso edif�cio de ascens�o".
Estamos aqui, diante de fecunda oferta para an�lises:
de alguma forma, absolutamente insond�vel, quando da nossa cria��o por
Deus, ou na "pr�
cria��o", ter�amos estagiado nas rochas?
tal est�gio, se houve, seria o respons�vel pelo nosso sentido f�sico de
agrega��o molecular?
seria essa a explica��o para que o nosso organismo seja formado de
alimentos e subst�ncias
provindas do solo (sendo, esse, rochas dissolvidas pela a��o do tempo)?
L�on Denis:
julga que a vida come�a j� no reino material: "o homem �, pois, ao mesmo
tempo, esp�rito e
mat�ria, alma e corpo... mat�ria e esp�rito talvez sejam formas
11 - Can��o da Natureza, Ed. Esp�rita Crist� Fonte Viva, Belo Hori zonte,
MG, 1989, p�g.
82, 1 edi��o. (N.A
90
imperfeitas da express�o das duas formas de vida eterna (dois princ�pios
criados por Deus:
material e espiritual); na planta a intelig�ncia dormita."
(Aqui � a planta que dormita....
em sua linguagem peculiar diz: "as esta��es sucedem-se no seu ritmo
imponente. O
inverno � o sono das coisas; a primavera � o despertar"...
(Agora � o inverno que "dorme").
Tudo indica que deve ser atribu�do �s cita��es o sentido figurado, at�
porque seu autor (se
� que foi mesmo L�on Denis, pois n�o h� registro da origem da frase ini
cial) reconhece, na
mesma obra, cap. IX: "a cadeia das esp�cies, at� n�s, desenrola-se desde
a c�lula verde,
desde o embri�o errante, boiando � flor das �guas..
ainda: "j� dissemos: a intelig�ncia n�o pode provir da mat�ria...; nada
t�m de comum as
faculdades da alma com a mat�ria".
A express�o de que "a alma dorme na pedra" n�o pode ser aceita, a n�o ser
como express�o
po�tica. Acei t�-la, como o fazem muitos esp�ritas, nos arremessaria a um
labirinto, j� que o
in�cio da mat�ria antecede ao do esp�rito, mas desde quando? N�o podemos
nos esquecer
que em O Livro dos Esp�ritos consta que s� Deus sabe se a mat�ria existe
desde toda a
eternidade ou n�o.
12-O Problema do Ser, do Destino e da Dor, de L�on D�nis. (N.A.)
13- Idem, cap. XVIII. (N.A.)
14- Idem, cap. XIX. (N.A.)
15- Depois da Morte, cap. X, de L�on D�nis. (N.A.)
16-O Livro dos Esp�ritos, Ed. Petit, de Allan Kardec (quest�o n 21).
(N.A.)
91
Andr� Luiz, Herculano Pires e Enimanuel:
ao citar "a cris�lida de consci�ncia que reside no cristal...",
certamente referia-se � m�nada
celeste como id�ia do in�cio da grande peregrina��o evolutiva da alma,
isto �, o instante
exato da cria��o do ser vivo com "princ�pio inteligente" - unicelular
("simples ignorante",
nos termos de O Livro dos Esp�ritos).
falando sobre os prim�rdios da vida, diz-nos que: "as m�nadas celestes
exprimem-se no
mundo atrav�s da rede filamentosa do protoplasma de que se lhes deri
varia a exist�ncia
organizada no Globo constitu�do".
Obs.: Apenas para auxil�ar conjeturas, em face da transcendentalidade que
reveste a origem
dos seres vivos, deduzimos que as "in�nadas celestes" foram trazidas do
plano espiritual,
pelos Mensageiros Auxiliares de Deus, "materiali zando-se" na Terra, no
reino org�nico,
manifestando-se inicial- mente no protoplasma.
a. Diz Emmanuel (Esp�rito): "o proto plasma foi o embri�o de todas as
organiza��es do
globo terrestre, e, se essa mat�r�a, sem forma definida, cobria a crosta
s�lida do planeta, em
breve a condensa��o da massa dava origem ao surgimento do n�cleo,
iniciando-se as
primeiras manifes ta��es dos seres vivos. Os primeiros habitantes da
Terra, no plano
material, s�o as c�lulas albumin�ides, as amebas e todas as organiza��es
unicelulares,
isoladas e livres, que se multiplicam prodigiosamente na temperatura
t�pida dos oceanos";
17- Evolu��o em Dois Mundos, de Andr� Luiz, psicografado por
Francisco C�ndido Xavier, cap. II. (N.A.)
18- A Caminho da Luz, psicografado por Francisco C�ndido Xavier,
cap. II. (N.A.)
92
Andr� Luiz (Esp�rito), em Evolu��o em Dois Mundos, "estagiando nos
marsupiais e
cet�ceos do eoceno m�dio, nos rinocerot�deos, cerv�deos, antilop�deos,
eq��deos, ca n�deos,
probosc�deos e antrop�ides inferiores do mioceno e exteriorizando-se nos
mam�feros mais
nobres do plioceno, incorpora aquisi��es de import�ncia entre os
megat�rios e mamutes,
precursores da fauna atual da Terra, e, alcan�ando os pitecantrop�ides da
era quatern�ria,
que antecederam as embrion�rias civiliza��es paleol�ticas, a m�nada
vertida do plano
espiritual sobre o plano f�sico atravessou os mais rudes crivos da
adapta��o e sele��o,
assimilando os valores m�ltiplos da organiza��o, da reprodu��o, da
mem�ria, do instinto,
da sensibilidade, da percep��o e da preserva��o pr�pria, penetrando,
assim, pelas vias da
intelig�ncia mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas
inaugurais da raz�o".
Diz o Prof. Herculano Pires, "o sopro de Deus nas ventas do homem de
barro, para
infundir-lhe o princ�pio da vida e da intelig�ncia, � a liga��o do
esp�rito com a mat�ria na
forma��o da m�nada; as m�nadas diferenciadas, com caracter�sticas
espec�ficas, seriam
semeadas no espa�o para a germina��o lenta, mas segura e cont�nua, dos
conte�dos
essenciais de cada uma delas; a m�nada � a semente do ser, da criatura
humana e divina que
dela surgir� nas dimens�es da tem poralidade".
J� conceituado o voc�bulo m�nada, se n�s substituirmos na quest�o n 585
de O L�vro dos
Esp�ritos a palavra �tomo por "m�nada celeste", poderemos melhor com
preender (ou
imaginar) como a Vida se interliga entre os remos material e espiritual:
19- Cap. III da obra referida. (N.A.)
20-Agonia das Religi�es, cap. VII. (N.A.)
b.
c.
93
Reino inorg�nico:
criado por Deus, em tempos anteriores aos seres vivos "Deus jamais esteve
inativo; s� Ele
sabe se a mat�ria existe desde toda a eternidade ou n�o"; possui for�as
mec�nicas - for�a
de atra��o e agrega��o (�tomos);
� instrumento para a vida de todos os seres vivos; agrega-se e desagrega-
se constantemente
por fatores f�sicos ou qu�micos, mas apenas at� ao n�vel dos �tomos, tais
�tomos,
desagregados, cedo ou tarde retornam ao solo, a ele reintegrando-se.
Reino org�nico:
criado por Deus - obra que n�o cessa;
� dotado de Vida: possui princ�pio vital e um princ�pio espiritual,
instintos (inicialmente) e
intelig�ncia, ao humanizar-se;
extrai do reino inorg�nico sua manuten��o, durante toda a vida;
terminado seu ciclo vital, desagrega-se e todos seus elementos
constitutivos reincorporam-se
ao solo - sua origem.
Em face das considera��es acima, cerramos fileiras com aqueles que
aceitam que a vida
(Princ�pio Vital), bem como o esp�rito (Princ�pio Inteligente) n�o t�m
origem nos minerais.
Aceitarmos tal premissa n�o implica consider�-la ver dadeira, nem que
possam ine'dstir
outras: � que, para n�s, ela reveste-se de maiores possibilidades, n�o de
resolver a quest�o,
mas de aquietar a divaga��o intelectual.
21 - O Livro dos Esp�ritos, Ed. Petit, de Allan Kardec, quest�o n 21.
(N.A.)
94
Nada nos impede supor que os minerais s�oo grande potencial de que se
valem os
Engenheiros Siderais para, apropriando-se de por��es deles, sob
determinadas condi��es
de desagrega��o, agrupamento e assimila��o, formarem o reino org�nico, em
processos de
fecunda��o; individualizando tais por��es de compostos minerais (embri�o)
a� situem o
Princ�pio Vital, inicialmente em alma rudimentar, equipada de instintos e
de movimentos,
que, ao longo da marcha evolutiva, se demora no reino animal; submetido
permanentemente � Lei Natural de Progresso, na sucess�o dos incont�veis
degraus evolutivos
desenvolver� a intelig�ncia, ingressando assim no reino hominal; mais
s�culos,
mil�nios e incont�veis exist�ncias e transitar� nas ordens mais elevadas
da espiritualidade,
com mais amplas percep��es de Deus, sentindo-O o Amor Integral, a
Intelig�ncia Suprema,
a Bondade Infinita.
Esse roteiro, que certamente todos percorreremos, como ali�s j� estamos
percorrendo,
representa a volta � origem, eis que por Deus fomos criados "simples e
ignorantes", e a Ele
retomaremos, simples e humildes, tal como s�o os Anjos.
Num exemplo simplista, talvez possamos entender a cria��o do esp�rito
como sendo a
maravilhosa escultura que � extra�da de um bloco de pedra: esteve a
escultura o tempo todo
"dentro" da pedra, mas s� se liberou e "nasceu" com a vontade e a��o do
artista sobre ela.
Mesmo este exemplo � fraco, pois nele a escultura � parte da pedra e
permanece im�vel e
sem vida, como sua origem. Quando Michelangelo terminou uma de suas
obras-primas - a
escultura em m�rmore de Mois�s, teria determinado: "parla" (fale)! Se a
escultura tivesse
obedecido, ter�amos um exemplo melhor...
Por�m, s� Deus - "o Divino Escultor", no dizer do
Esp�rito Emmanuel - produz a maravilha da cria��o de
95
um ser; por mais rudimentar que seja, emoldurando m�nada com elementos
inorg�nicos
(minerais), confere-lhe movimento, evolu��o, Eternidade - enfim, o dom
supremo: a
Vida.
Gabriel Delanne alicer�a a id�ia de que a evolu��o do princ�pio
inteligente come�a no reino
org�nico: "Se admitirmos que a for�a � uma maneira de ser, um aspecb da
mat�ria, n�o
haveria mais do que dois elementos distintos no Universo - mat�ria e
espfrito -
irredut�veis entri si. O que caracteriza essencialmente o esp�rito � a
cons ci�ncia, isto �, o
eu, da mat�ria. Desde as primeira manif esta��es vitais, o eu evidencia a
sua experi�ncia
reagindo, espontaneamente, a uma excita��o exterior. N mundo inorg�nico
tudo � cego,
passivo, fatal: jamais se verifica progresso, n�o h� mais que mudan�as de
estados as quais
em nada modificam a natureza �ntima da subs t�ncia. No ser inteligente h�
aumento de
poder desenvolvimento de faculdade latente, eclos�o do ser, traduzir-se
por exalta��o
�ntima do indiv�duo".
Finalmente, socorre-nos o Esp�rito Andr� Luiz,
ratificando que o princ�pio espiritual inicia sua jornada
evolutiva no reino animal:
1 .os organismos mais perfeitos da nossa Casa Planet�ria procedem
inicialmente da
ameba; logo depois da forma microsc�pica da ameba surgem no processo
fetal os sinais da
era aqu�tica de nossa evolu��o e, assim por diante, todos os per�odos de
transi��o ou
esta��es de progresso que a criatura j� transp�s na jornada incessante do
aperfei�oamento,
dentro da qual nos encontramos, agora, na condi��o de humanidade."
Consagramos todo nosso esfor�o na an�lise dessa
dif�cil quest�o - in�cio e elos da vida - com o intuito de
22 A Evolu��o ***Animica, cap. VI. (N.A.)
23- Mission�rios da Luz, de Andr� Luiz, psicografado por Francisco
C�ndido Xavier, cap. XIII. (N.A.)
96
lograrmos, ao final, poder afirmar conscientemente, como agora o fazemos:
independentemente da origem, homens e animais s�o irm�os!
Animais em outros mundos
Na Revue Spirite (Revista Esp�rita), fundada por Allan Kardec em 1 de
Janeiro de 1858 e
sob sua dire��o at� 1869, � descrita pormenorizadamente a vida dos
habitantes de J�piter
- animais e plantas, inclusive.
Na mesma revista apareceu important�ssima e detalhada mat�ria, elaborada
pelo seu
respons�vel, tratando
da pluralidade dos mundos e de suas condi��es de vida.
Observamos que Kardec, na codifica��o da Doutrina
Esp�rita, reportou-se a muitos dos assuntos tratados na
referida revista; muitos, mas n�o todos.
N�o incluiu, por exemplo, o assunto em ep�grafe.
Parece-nos que tamb�m a extensa literatura esp�rita, at� onde nos � dado
conhec�-la (e
certamente que nosso conhecimento � parcial), n�o renovou o tema nem nele
se deteve,
com profundidade.
Sua inclus�o aqui, pois, � feita apenas para reportar
t�o instigante quanto transcendental assunto.
Naturalmente que h� vida em outros mundos! Seria dif�cil, sen�o
imposs�vel, crer que o
Supremo Arquiteto houvesse criado os incont�veis corpos celestes que com
p�em o
Universo, dispensando vida apenas a um deles:
a Terra.
Eis o que encontramos na Revista Esp�rita, sobre os animais de J�piter:
24 - N�meros 4 e 8, de abril e agosto de 1858, respectivamente.
(N.A.)
25-Revista Esp�rita (Ano 1) n 3, mar�o de 1858. (N.A.)
26-Revista Esp�rita, n 4, abril de 1858. (N.A.)
97
n�o se despeda�am entre si (n�o h� ferocidade, ner instinto agressivo);
vivem todos submissos ao homem, amando-se m�tuamente;
todos s�o �teis;
s�o servidores e oper�rios, inclusive construindo casas
ligam-se a uma fam�lia, em particular;
sua linguagem � mais precisa que a dos animais terresfres
Na mesma revista, temos, em s�ntese:
os animais de J�piter s�o chamados de animais porque falta um voc�bulo
terrestre que situe
um esp�rito em grau intermedi�rio entre o homem e o animal, como s�o os
seres bizarros
inferiores daquele planeta;
ir para J�piter � ascens�o evolutiva dos animais terrestres, a merc� do
estudo atento de
Esp�ritos da Natureza, disso encarregados, proporcionando-lhe emigrarem
sucessivamente
em mundos intermedi�rios, antes de J�piter;
cita como � feito tal estudo, dando um exemplo:
devotamento do c�o que morre por seu senhor, certa
mente lhe render� justo sal�rio al�m deste mundo;
fam�lias agrupam consigo animais que lhes tenham sido devotados em vidas
anteriores.
Obs.: na reportagem h� descri��o sobre a forma vestes, linguagem, fun��es
etc., dos
animais de J�piter abstemo-nos de coment�-la, para evitar digress�o e
porque tal n�o traria
maiores esclarecimentos ou novos fatos capazes de alterar a s�ntese supra
elaborada.
27- Revista Esp�rita, n 8, agosto de 1858. (N.A.)
98
S�o incont�veis os livros esp�ritas que d�o conta da exist�ncia de
animais no mundo
espiritual, ao qual se liga
o planeta Terra.
Apenas dois exemplos do autor espiritual Andr� Luiz, descrevendo fatos e
paisagens do
mundo espiritual, extra�dos da s�rie de quase tr�s dezenas de livros que
foram trazidos at�
n�s, encarnados, pela psicografia de Francisco C�ndido Xavier:
1) em Nosso Lar, encontramos:
p�g 39: "... germes de pervers�o da sa�de divina que se agregam ao corpo
sutil pelo
descuido moral..."
p�g 46: "... Aves de plumagens pol�cromas cru zavam os ares..."
"... animais dom�sticos eram observados entre as �rvores frondosas.. ."
2) em A��o e Rea��o, temos, � p�g. 62: "... C�es enormes que pod�amos
divisar c� fora, na
faixa de claridade bruxuleante, ganiam de estranho modo, sentindo-nos a
presen�a".
Animais: M�diuns?
Estamos diante de nova proposi��o que divide os esp�ritas, com opini�es
opostas: h�
mediunidade nos
animais?
28 - Obra de Andr� Luiz, psicografada por Francisco C�ndido
Xavier, 38 edi��o da Federa��o Esp�rita Brasileira, 1990. (N.A.)
29 - Tamb�m de Andr� Luiz, psicografada por Francisco C�ndido
Xavier. (N.A.)
Animais no "outro mundo"
99
Com efeito, na vasta literatura esp�rita p�s-Kardec quase todos os
autores concordam com os
postulados por ele codificados; contudo, mesmo nessa maioria, muitos
pontos existem em
que h� necessidade de grandes esfor�o de an�lise, pondera��o e
entendimento para que seja
alcan�ado um denominador comum.
O assunto em ep�grafe � um tema que embora tratado detalhadamente pelo
mestre lion�s
at� hoje divid interpreta��es, repartindo opini�es.
Consideramos necess�rio discutir tal quest�o, pois n�o poder�amos exclu�-
la deste nosso
estudo sobre os animais.
Nosso intuito � a discuss�o sadia, feita com prop�sito respeitoso e
sincero, na busca de
uma poss�vel ilumina��o, de in�cio, para n�s pr�prios.
Vejamos como o assunto vem sendo tratado, d Kardec aos nossos dias:
a. Erasto (Esp�rito), buscando esclarecer o assunto tratado em uma
reuni�o na Sociedade
Parisiense de Estudos Esp�ritas, afirmou categoricamente n�o ser poss�ve
aos animais
serem m�diuns.
Utilizando-se de um m�dium, disse (em resumo):
m�dium � o indiv�duo que serve de tra�o de uni�o aos esp�ritos para que
estes possam se
comunicar con facilidade com os homens - esp�ritos encarnados; m�dium e
esp�rito
comunicante s�o semelhantes; seu perisp�ritos s�o hauridos no mesmo meio;
animal e homem diferem, pois s� este possui a perfec tibilidade: animais
n�o est�o
submetidos � mesma le
30 - O Livro dos M�diuns, Ed. Petit, de Alian Kardec, cap. XXII - "Da
mediunidade entre
os animais". (N.A.)
100
divina do progresso - tais como foram criados ficaram
e ficar�o, at� a extin��o de suas ra�as;
Esp�ritos podem se tornar vis�veis e tang�veis para os animais
(geralmente s�o esp�ritos
mal-intencionados que com isso buscam prejudicar os donos desses
animais); sempre
haver� o concurso de um esp�rito encarnado, m�dium, em tais casos;
animais t�m alguns sentimentos, certas paix�es, se melhantes �s humanas;
os esp�ritos utilizam elementos do c�rebro do m�dium para se expressar e
nos animais n�o
h� tais elementos (intelig�ncia, voc�bulos, letras etc.).
b. O Livro dos Esp�ritos
Quest�o n 601: Os animais seguem uma lei progressiva, como os homens;
Quest�o n 602: Os animais progridem pela for�a das coisas; para eles n�o
h� expia��o;
Quest�o n 605a: A alma do animal e a do homem s�o distintas entre si, de
tal maneira que a
de um n�o pode animar o corpo criado para o outro.
Obs.: - Em nossos estudos, de in�cio, entre as duas obras, pareceu-nos
existir uma
dicotomia, quanto � lei de progresso. Jamais ousar�amos sequer pensar em
corrigir uma ou
outra, pois, em se tratando da Codifica��o, tal seria leviandade; posto
que a prud�ncia o
recomenda e leciona, julgamos ter havido falha humana, ou no suceder das
tradu��es
(franc�s-portugu�s), ou na filtragem medi�nica, ou em alguma outra etapa
inter medi�ria
entre o fluir das id�ias, na origem, e a sua impress�o no papel.
101
Foi quando aprendemos valiosa li��o, que repassamos ao eventual leitor
que ainda a
desconhe�a: consultar outras edi��es pois, conforme a tradu��o do
original, podem ocorrer
discrep�nc�as. Com efeito, o exemplar de O Livro dos M�diuns no qual
ent�o nos
apoi�vamos n�o trazia quaisquer coment�rio do texto; felizmente, "por
coincid�ncia", caiu-
nos �s m�os edi��o da LAKE - Livraria Allan Kardec Editora, da Segunda
Edi��o
Francesa - revista e corrigida com a ajuda dos Esp�ritos e acrescida de
numerosas
instru��es novas, dadas na �poca a Allan Kardec, tradu��o essa feita pelo
eminente esp�rita
1. Her culano Pires (1914-1979). Ali encontramos, relativamente ao
progresso dos animais:
"O texto deve ser compreendido em fun��o do assunto n�o se tirando
ila��es contr�rias
aos princ�pios fundamentai da Doutrina, o que seria absurdo. O
Espiritismo ensina que tudo
evolui no Universo, desde a mat�ria bruta at� os Esp�ritos superiores. Os
animais tamb�m
evoluem, mas sutil evolu��o � for�ada e lenta, produzida por influ�ncias
exteriores, enquanto
a humana � determinada de dentro, pela consci�ncia do Esp�rito j�
esclarecido do homem.
O Esp�rito comunicante serviu-se das condi��es de aparente estabilidade
da vida terrena
para ilustrar o seu ensino. Trata-se apenas de um recurso did�tico, ali�s
bem aplicado, e que
deve ser entendido como tal (N. do T.)".
Assim, para n�s, mais uma vez ficou confirmada
irretocabilidade da Codifica��o Kardecista!
c. O Consolador - Quest�o n 391
Emmanuel (Esp�rito), consigna: "os irracionais n�o possuem faculdades
medi�nicas
propriamente ditas. Con tudo, t�m percep��es ps�quicas embrion�rias,
condizentes ao seu
estado evolutivo, atrav�s das quais podem indiciar as entidades
deliberadamente
perturbadoras, com fins
102
inferiores, para estabelecer a perplexidade naqueles que
os acompanham, em determinadas circunst�ncias".
d. Mediunidade e Evolu��o
O autor Martins Peralva, abordando o assunto, lembra que "os Amigos
Espirituais definem
a mediunidade como percep��o; h� de se admitir, porque insofis m�veis, as
suas (dos
animais) fortes percep��es, seja na vid�ncia, audi�ncia ou
pressentimentos; percep��es que,
se quisermos ser prudentes, diremos espirituais, ou medi�nicas, se
quisermos ser um pouco
mais corajosos" - conclui.
e. A Evolu��o An�mica - (na Introdu��o)
O autor Gabriel Delanne assevera: "� mediante uma evolu��o ininterrupta,
a partir das
formas de vida mais rudimentares, at� a condi��o humana, que o princ�pio
pensante
conquista, lentamente, a sua individualidade. Chegado a este est�gio,
cumpre-lhe fazer
eclodir a sua espiritualidade, dominando os instintos remanescentes da
sua passagem pelas
formas inferiores, a fim de elevar-se, na s�rie das transforma��es, para
destinos sempre
mais altos".
Na mesma obra, agora no Cap. II: "a alma animal �
da mesma natureza que a humana, apenas diferenciada
no desenvolvimento gradativo"
f. A Alma � Imortal - cap. V
Ainda Delanne, no item "Impress�es produzidas pelas apari��es sobre os
animais", mostra,
citando exemplos, a irrefut�vel percep��o de esp�ritos que t�m os
animais.
g. G�nese da Alma - item "Evolu��o do Esp�rito" O autor Cairbar Schutel
(1868-1938)
define:
103
intelig�ncia: � a faculdade de entender, de compreender, de conhecer;
instinto: � o impulso ou est�mulo interior e involunt�rio que leva os
homens e os animais a
executarem atos inconscientes;
racioc�nio: � a opera��o pela qual chegamos a uma conclus�o ajuizada;
mem�ria: � a faculdade de conservar a lembran�a do passado ou de alguma
coisa ausente.
Cairbar consigna que todos os quatro atributos do esp�rito humano, acima
descritos, s�o
encontrados tamb�m nos animais, embora menos desenvolvidos. Diz tamb�m
que a alma
do animal � imortal e perfect�vel, vindo a ingressar no reino hominal,
ap�s percorrida a
escala evolutiva zool�gica.
h. Mediunidade - Quest�o "Mediunidade entre os Animais"
O autor Edgard Armond (1894-1982) opina que "s�o in�meras as formas de
mediunidade
entre os animais (sobretudo entre as esp�cies mais adiantadas - aquelas
que mais de perto
convivem com o homem)"; para ele "as mediunidades mais observadas nos
animais s�o as
pertencentes ao campo da vid�ncia".
i. Devassando o Invis�vel
Yvonne A. Pereira (1900-1984), discorrendo sobre a
psicometria (faculdade medi�nica de descrever acontecimentos em torno de
uma criatura,
em contato direto com um objeto a ela pertencente), narra suas
impress�es, em
desprendimento parcial, quando ainda encarnada, como esp�rito, "visitou"
animais como o
boi, o cavalo, o c�o e o gato. S�o suas palavras:
.
104
"verificamos que o fluido magn�tico, o elemento et�reo em que se acham
eles (os animais)
mergulhados, como seres vivos que s�o, s�o os mesmos que penetram os
homens, onde
estes se agitam. Da� essa correspond�ncia vibrat�ria, que faz o ser
espiritual do homem
compreender o ser do animal, senti-lo, assim como aos demais remos da
natureza... pois
ser� bom n�o esquecer que somos ess�ncia de Deus e, como tal,
possuiremos, todos, essa
capacidade, para aplica��o da qual apenas nos ser� necess�rio certo
desenvolvi mento
vibrat�rio, ou ps�quico. Ora, aqueles animais, por n�s sentidos e
compreendidos no estado
de se midesprendimento espiritual, se afiguraram ao nosso entendimento e
� nossa raz�o
quase como seres humanos, sentindo n�s, por eles, viva ternura e at� pro
funda compaix�o.
Um deles, o boi, chegou mesmo a ver o nosso fantasma, pois se assustou
quando nos
achegamos a ele e lhe acariciamos a enorme cabe�a. Nossos mestres hindus,
que t�m
predile��o pelos estudos da natureza e pelas pesquisas sobre a evolu��o
da alma, levam-nos
�s vezes, a visitar matadouros de gado. E o sofrimento que a�
contemplamos envol
vendo os pobres animais, as impress�es dolorosas de surpresa, de terror e
de ang�stia que
eles sofrem, e que se infiltram pelos meandros da nossa pr�pria alma, n�o
seriam maiores
nem mais penosas, talvez, se se tratasse de simples seres humanos. Quanto
a outros
animais, aos vegetais e � mat�ria inanimada, nada adiantaremos, uma vez
que n�o temos
lembran�a de os ter 'visitado'. Mas, a impress�o que guar damos das
quatro esp�cies
citadas foi profunda e enternecedora, como de semelhantes nossos."
j. Conduta Esp�rita - cap. 33- "Perante os Animais" Andr� Luiz, Esp�rito,
recomenda:
105
"No socorro aos animais doentes, usar os recursos terap�uticos poss�veis,
sem desprezar
mesmo aqueles de natureza medi�nica que aplique a seu favor. A luz do bem
deve fulgir
em todos os planos."
1 Os Animais t�m Alma?
Ernesto Bozzano (1861-1943), o autor, nesta importante obra, narra 130
(cento e trinta)
casos de manifesta��es de assombra��o, apari��es e fen�menos supranormais
com animais.
Discorre sobre v�rias classes de fen�menos meta ps�quicos, concluindo que
"somos
for�ados a admitir a exist�ncia de uma subconsci�ncia animal, deposit�ria
das mesmas
faculdades supranormais que existem na subconsci�ncia humana"
m. O Passe - cap.: "Passes em Plantas e Animais"
Jacol L. Meilo, distingue "magnetismo" de "passe esp�rita", concluindo
que �s plantas e aos
animais somente o magnetismo puramente f�sico (veiculado por meio do
passe magn�tico)
pode ser transmitido.
Citando Kardec e outras grandes personagens estudadas na obra, opina:
magnetismo = animismo humano;
passe esp�rita = de perisp�rito a perisp�rito, pelo que, no caso dos
animais, seu envolt�rio
flu�dico n�o supor taria os fluidos espirituais de "ess�ncia superior".
Obs.: Outro desencontro aparente entre o item acima e os dois itens
anteriores a eles - os
itens -�- e -j-.
Yvonne Pereira verificou a correspond�ncia vibrat�ria de homens e
animais, face o fluido
magn�tico - o elemento
et�reo - que a ambos penetra;
106
Andr� Lu�z recomenda socorrer os animais doentes com recursos
terap�uticos e os de
natureza medi�nica; Jacob Meilo ap�ia-se justamente em Erasto (item -a-
do presente
cap�tulo) para concluir que o passe esp�rita fulminaria o animal doente.
Ainda uma vez seria prematuro radicalizar a quest�o, sendo plano que
constitui atitude
crist� socorrer plantas, animais ou criaturas humanas, quando
necessitados, com os
recursos poss�veis - materiais e espirituais.
N�o incorrendo em omiss�o, temos a confessar que bastas vezes temos
dispensado passes a
animais doentes e gra�as a Deus nenhum deles veio por isso a falecer
fulminado. Nessas
ocasi�es, nosso esp�rito implora aos Esp�ritos Protetores a cura da
doen�a e quando isso
ocorre n�o saber�amos, sinceramente, afirmar se foi apenas por nosso
animismo (em
99,99% dos casos, achamos que n�o: o m�rito � deles!).
Socorreu-nos mais uma vez o prof. Herculano Pires, dirimindo nossa d�vida
quanto ao
processo espiritual e os efeitos dos passes nos animais, em sua obra
Mediunidade
- Vida e Comunica��o, no cap. "Mediunidade Zool�gica", onde encontramos:
"Em nossos dias, contrabalan�ando a estult�cia da pretensa mediunidade
zool�gica, come�a
a alvorecer no campo medi�nico um tipo de mediunidade para o qual apenas
alguns
esp�ritas se voltam esperan�osos. O prof. Humberto Mariotti, fil�sofo
esp�rita argentino j�
bastante conhecido no Brasil por suas obras e suas confer�ncias, � um
zo�filo apaixonado.
Em sua �ltima viagem a S�o Paulo trocamos id�ias e informa��es a respeito
do que
podemos chamar de Mediunidade Veterin�ria. N�o podemos elevar os animais
� condi��o
superior de m�diuns, mas podemos conceder-lhes os benef�cios da
mediunidade. Mariotti
possu�a, como possu�mos, epis�dios tocantes de sua viv�ncia pessoal nesse
terreno. A
assist�ncia medi�nica aos animais
107
� poss�vel e grandemente proveitosa. O animal doent pode ser socorrido
por passes e preces
e at� mesmo com os recursos da �gua fluidificada. Os m�diuns veterin�rio
m�diuns que se
especializassem no tratamento de animais ajudariam a Humanidade a livrar-
se das pesadas
conseq��ncias de sua voracidade carn�vora. Kardec se referiu no Livro dos
M�diuns, �
tentativas de magnetizadores, na Fran�a, de magnetizar animais e
desaconseffia essa pr�tica
em vista dos motivos contra a mediunidade animal. Entende mesmo que a
transmiss�o de
fluidos vitais humano para o animal � perigosa, em virtude do grande
desn�vel evolutivo
entre as duas esp�cies. Mas na Mediunidade Veterin�ria a situa��o se
modifica. O reino
animal � protegido e orientado por esp�ritos humanos que foram zo�filos n
Terra, segundo
numerosas informa��es medi�nicas. o m�dium veterin�rio, como o m�dium
humano, n�o
transmite os seus fluidos no passe por sua pr�pria conta, ma servindo de
meio de
transmiss�o aos esp�ritos protetores. A situa��o medi�nica � assim muito
diferente da
situa��o magn�tica ou hipn�tica. Ao socorrer o animal doente, o m�dium
dirige a sua prece
aos planos superiores, suplicando assist�ncia dos esp�ritos protetores do
reino animal e
pondo-se � disposi��o destes. Aplica o passe com o pensamento voltado
para Deus ou para
Jesus, o Criador e o respons�vel pela vida animal na Terra. Flui a �gua
da mesma maneira,
confiante na assist�ncia divina. N�o se trata de uma teoria ou t�cnica
inventada por n�s,
mas naturalmente nascida do amor dos zo�filos ej� contando com numerosas
experi�ncias
no meio esp�rita."
A seguir, o autor narra comoventes epis�dios de socorro humano medi�nico-
veterin�rio a
animais gravemente enfermos ou desenganados, que com isso se recuperaram.
Apenas como elucubra��o: correlata � "mediunidade-veterin�ria", aludida
pelo prof.
Herculano Pires,
108
existir� ou poder� ser desenvolvida a "mediunidade-agro n�mica", para
assistir plantas,
especificamente?
Pois, quando jardineiros ou donas-de-casa "conversam" com suas plantas,
ou, se elas
necessitam, amoro samente prestam-lhe socorro espiritual, n�o haveria
igualmente
interven��o de Protetores Espirituais dedicados � agricultura?
Conv�m anotar a quest�o n�mero 66 de O Livro dos
Esp�ritos:
P: - O Princ�pio Vital � o mesmo para todos os seres org�nicos?
R: - Sim, modificado segundo as esp�cies.
Perguntamos: Quem modifica o Princ�pio Vital?
Em ambos os casos (vegetais e animais), julgamos poss�vel que a "doa��o
socorrista"
medi�nica humana seja submetida, por Protetores Espirituais
especializados, a processos de
compatibiliza��o flu�dica, para a devida as simila��o do necessitado -
vegetal ou animal.
n. Inicia��o - Viagem Astral - cap. "A Dor � um Anjo" Lanceilin, o autor
espiritual,
ouve do Mentor Mi ramez a impressionante informa��o de como os animais,
por sua vez,
ajudam espiritualmente aos homens. Miramez clareia t�o importante
mat�ria, informando,
dentre outras assertivas:
esp�ritos trabalhadores da natureza colhem o magnetismo animal que se
irradia em torno
de rebanhos (gado bovino), para ser aplicado onde houver necessidade;
h� nesses rebanhos grande quantidade de energia e por isso determinados
tipos de
esp�ritos (infelizes) tentam se aproximar dos animais para sugar esse
tesouro da natureza;
109
esp�ritos de �ndios e seus guias espirituais s�o guardi�es dessa
preciosidade espiritual,
dedicando prote��o,
afagos e amizade aos animais "e at� beijando-os";
referindo-se ao boi: "o animal � como que um laborat�rio respeit�vel, que
transforma o
h�lito divino em magnetismo animal, ou, para melhor entender, o �ter
c�smico em �ter
f�sico dos mais pesados. Isso, com uma rapidez incr�vel. S�o nossos
colaboradores no
terreno da cura, na �rea em que foram chamados a servir".
A seguir os fluidos colhidos no conv�vio com os ani mais e no sil�ncio da
natureza foram
empregados, de forma especial, no atendimento a um senhor que tinha
terr�veis feridas nos
p�s, pulm�es quase fechados, cora��o parecendo bomba estragada e f�gado
come�ando a
endurecer. Esse homem, que matava reses no matadouro, fazia-o com prazer,
sem piedade.
Comentou Lancellin: "Isso � o amor do Pai operando maravilhas: esse
homem, matador de
animais, recebeu dos pr�prios animais o rem�dio para a sua cura".
Na seq��ncia, o esp�rito desse homem, semidesprendido, conversa com os
protetores
espirituais, arre pendendo-se sinceramente da sua viol�ncia com os
animais. Continuaria
encarnado por muito tempo ainda, s� que com a companhia da dor, de forma
a resgatar seus
pesados d�bitos.
Nota: Ainda nessa quest�o de ajuda espiritual dos animais a criaturas
humanas, o Jornal
Folha de S. Paulo de 12 de Julho de 1992 publicou que crian�as autistas e
psic�ticas de S�o
Paulo est�o sendo ajudadas por um ganso que reside no Parque Chico
Mendes. A ave foi
utilizada nas atividades com o grupo de crian�as, gerando resultados
surpreendentes: ajuda
na fala, intera��o, percep��o de um novo potencial de comunica��o e
mudan�a de
comportamento agressivo.
110
Entre os casos bem-sucedidos h� o de um menino que
evoluiu na dic��o e diminuiu seu comportamento agressivo.
E agora?
Animais s�o ou n�o m�diuns?
Os leitores j� ter�o, por certo, firmado ou formado opini�o, pr�, contra,
intermedi�ria ou de
neutralidade, sobre
t�o extranatural proposi��o.
N�s tamb�m...
Ouvidas tantas vozes, dos dois planos (material e espiritual), todas
respeit�veis e
extremamente respons�veis, mais uma vez ficamos com Kardec e os Esp�ritos
que o
arrimaram na Codifica��o: animais n�o podem ser m�diuns, pois mediunidade
�
intermedia��o de esp�rito a esp�rito, a� consideradas todas as nuances
dos sentimentos, da
afetividade, da intelig�ncia e principalmente do livre- arb�trio, em que
vontade, sob
comando da consci�ncia, dirige o pensamento e as a��es para os planos
superiores e
transcendentais da Vida - condi��es essas que, dentre os seres vivos, s�
o homem possui.
Possuem os animais, na verdade, percep��es extra normais, permitindo-lhes
perceber
presen�as espirituais,
geralmente inferiores.
Possuem, tamb�m, faculdades f�sicas superiores �s humanas, tais como a
vis�o, audi��o,
olfato, senso de dire��o, e outras, certamente destinadas �s suas
necessidades de
sobreviv�ncia.
Ineg�vel, ainda, que os animais, relativamente aos
homens:
possuem caracter�sticas f�sicas muito semelhantes;
possuem instintos mais apurados;
possuem intelig�ncia, racioc�nio e mem�ria bastante incipientes;
possuem alma rudimentar (fluido c�smico em estado diferenciado da alma
humana);
111
seu envolt�rio flu�dico � individualizado, mas, ap�s a desencarna��o, s�o
classificados por
esp�cie e assim
mantidos agrupados;
Esp�ritos especializados s�o os respons�veis por essa classifica��o e
pela manuten��o
desses agrupamentos;
est�o tamb�m submetidos � Lei Divina de Progresso (Evolu��o);
progredindo, ser�o homens, amanh�...
Tais semelhan�as, contudo, segundo Deilane, em A Evolu��o An�mica,
"demonstram, �
evid�ncia, o grande plano unit�rio da natureza, quanto aos seres vivos,
do nascimento �
morte. Sua divisa �: unidade na diversidade, de sorte que do emprego dos
mesmos
processos fundamentais resulta uma varia��o infinita, que estabelece a
fecundidade
inesgot�vel das suas concep��es, de par com a unidade da vida".
Quando tratamos das coisas de Deus n�o cabem posi��es inflex�veis ou
definitivas, e a
Vida, em toda sua plenitude e pujan�a, � um dos atributos divinos
dispensados � criatura.
Sabemos n�s, os esp�ritas, que a mediu nidade � um acess�rio poderoso
para a evolu��o
espiritual, agindo mais, na Terra, no campo das prova��es do que no das
miss�es.
� por interm�dio dela, mediunidade, que os Instrutores Espirituais fazem
chegar aos
encarnados as luzes que combatem as trevas que ami�de nosso comportamento
racional
infeliz produz.
Em processo inigual�vel de ajuda, � ainda pela me diunidade que o
esp�rito j� sem corpo
f�sico � trazido �s humildes reuni�es esp�ritas, ali beneficiando-se n�o
s� de revitaliza��o
para seu perisp�rito como tamb�m apoio moral evang�lico. S�o do Esp�rito
Andr� Luiz, na
obra Desobsess�o, cap. 64, as seguintes palavras, referindo-se �s
reuni�es medi�nicas de
desobsess�o: "nenhum
112
pesquisador encarnado na Terra est� em condi��es de avaliar os benef�cios
resultantes da
desobsess�o quando est� sendo corretamente praticada"
Ningu�m de senso poderia imaginar ou aceitar que animais desencarnados
viessem �s
sess�es medi�nicas, para qualquer fim. Tal fato, por si, racionaliza a
quest�o, eviden ciando
a impossibilidade da mediunidade em animais.
Mediunidade, em ess�ncia, � forma de comunica��o! percep��o entre o plano
espiritual e o
plano f�sico, s� podendo ocorrer de forma inteligente e racional, em
patamares espirituais
semelhantes, isto �, entre esp�ritos humanos.
Contudo, nada objeta aceitar que os esp�ritos, eliminando as diferen�as
de densidade
flu�dica, possam se deixar perceber aos animais e assim com eles se
comunicar, de alguma
forma. Normalmente, para prejudicar o dono ou a outrem.
Pode ser at� que o humano, inconscientemente e sem
nada ver, "empreste" fluidos a esse esp�rito, para consecu��o disso.
Se, por exemplo, c�es ouvem sons impercept�veis ao
homem, o que objetaria que igualmente vejam esp�ritos,
numa densidade invis�vel para n�s?
No primeiro caso, nem por isso podem ser considerados "m�diuns
audientes", como, no
segundo, "m�diuns
videntes"
A afirma��o de que sem a presen�a de um m�dium n�o poderiam ocorrer tais
fatos carece
de cuidados: quantos fen�menos medi�nicos ocorrem independentemente de
m�diuns que,
� dist�ncia, �s vezes at� de forma incons ciente, emprestam sua
colabora��o flu�dica?
Nunca ser� demais analisarmos que, no epis�dio b�blico da jumenta de
Bala�o (n�meros,
22:21-35) se evidenciou o fen�meno medi�nico de voz direta (pois n�o �
cr�vel que animais
falem), seguido de outro, de materializa��o (do Anjo, com espada na m�o,
que com ele
conversou).
113
No m�nimo, seria grave ofensa � raz�o algu�m aceitar que um esp�rito
pudesse usar
mediunicamente um animal para transmitir uma mensagem oral, um passe, uma
psi
cografia, ou pintura rubricada por artista de renome, desencarnado.
Evidente que os animais t�m rudimentares potencialidades sensoriais, mas
considerando as
diferen�as morais e intelectuais existentes entre n�s e eles, n�o seria
mesmo poss�vel que
fossem m�diuns.
Alimenta��o animal
Entre esp�ritas, alguns h� que recha�am a alimen ta��o animal,
considerando-a prejudicial
aos que se
dedicam a atividades medi�nicas.
Temos aqui novo ponto de conflito de id�ias, o qual
pode desaparecer, ap�s analisadas v�rias situa��es.
Allan Kardec, em O Livro dos Esp�ritos, demonstrando
preocupa��o com esse problema, perguntou aos esp�ritos:
Quest�o n 722: A absten��o de certos alimentos, prescrita entre diversos
povos, funda-se na
raz�o?
R - Tudo aquilo de que o homem se possa alimentar, sem preju�zo para a
sua sa�de, �
permitido. Mas os legisladores puderam interditar alguns alimentos com
uma finalidade
�til. E para dar maior cr�dito �s suas leis apresentaram-nas como
provindas de Deus.
Quest�o n 723: A alimenta��o animal, para o homem, � contr�ria � lei
natural?
R - "Na vossa constitui��o f�sica, a carne nutre a carne, pois do
contr�rio o homem
perece. A lei de conser va��o imp�e ao homem o dever de conservar as suas
energias e a
sua sa�de, para poder cumprir a lei do trabalho. Ele deve alimentar-se,
portanto, segundo o
exige a sua organiza��o."
114
Sem deixar d�vidas informam-nos os Esp�ritos Superiores que a carne, em
si, n�o � um
erro, tendo em vista "nossa constitui��o f�sica". As quest�es n 732,733 e
734, ainda de O
Livro dos Esp�ritos, consignam que "no estado atual" (s�culo XIX) o homem
tem regulado
o direito de destruir (matar) os animais, para alimentar-se.
Precisamos considerar, por�m, que, da Codifica��o
at� n�s, mais de s�culo transcorreu.
A Ci�ncia j� analisou detidamente os v�rios tipos de
carne-alimento e descobriu que v�rios elementos que a
comp�em s�o contra-indicados para a sa�de humana.
Al�m disso, a literatura esp�rita posterior � Codifica��o do Espiritismo,
fiel a ela, nem por
isso deixa de tratar
do assunto, com s�rias advert�ncias.
Os milh�es de animais que s�o mortos, quase sempre de forma brutal,
fornecem energias
prot�icas ao homem, mas esse mesmo homem resgata essa crueldade nos
campos de
batalha, na matan�a repulsiva das guerras intermin�veis.
Tal perdurar� at� que a humanidade transforme seus h�bitos alimentares e
suas estruturas
sociais, empregando recursos materiais n�o em arsenais b�licos, mas nas
la vouras,
eliminando de vez o fabrico de armas, os matadouros e a alimenta��o
carn�vora.
No caso dos m�diuns, o que deve ser considerado e
respeitado � o efeito negativo que a carne produz no corpo
e, por reverbera��o flu�dica, no esp�rito.
Tal afirma��o ficar� melhor compreendida, ouvidas,
em resumo, as palavras do Esp�rito Lancellin:
"Ao serem mortos os animais (no caso, bois) t�m o
fluido do plasma sangu�neo sugado por esp�ritos-vampiros,
31 - Inicia��o - Viagem Astral, cap. "Valores Imortais", psicografado por
Jo�o Nunes
Maia. (N.A.)
115
com habilidade espetacular. Tais vampiros fazem fila, o l�der � frente,
para sorver tal
energia. Com o magnetismc inferior dos animais fortalecem seus baixos
instintos, re
tribuindo fluidos pesados em infeliz reciprocidade; assim, carne e ossos
do animal ficam
impregnados dessa fluidifica��o negativa, a qual ser� transmitida aos
homens que deles se
alimentarem."
Conclui, alertando:
"Os esp�ritas se livram desse magnetismo inferior com os recursos dos
passes, da �gua
fluidificada e, por vezes, de prolongadas leituras espirituais; os
evang�licos e tamb�m
alguns cat�licos se libertam dele nos ambientes das igrejas, mas sempre
fica alguma coisa
para se transformar em doen�as perigosas."
Valemo-nos, sobre o assunto, da palavra do eminente
prof. Carlos Torres Pastorino:
- Sistema Glandular
A ep�fise (gl�ndula pineal), a cada passo evolutivo na escala zool�gica,
vai se fixando e se
desenvolvendo no animal. Seu funcionamento ainda � desconhecido pela
ci�ncia m�dica,
que apenas lhe empresta a tarefa de 'travar' a evolu��o dos �rg�os
sexuais, desconhecendo
qualquer horm�nio por ela produzido. Na pineal est� a v�lvula
transmissora-receptora de
vibra��es do corpo astral, sendo que na vid�ncia astral � tamb�m
utilizada pelos animais
(c�es, cavalos etc.);
A hip�fise (ou 'pituit�ria') tem grande complexidade de produ��o hormonal
e � uma das
gl�ndulas-chave da criatura humana, em sua liga��o com o mundo astral
mais denso;
32 - T�cnicas da Mediunidade, conf. autor supra citado, cap. III,
"Biologia", itens c e d,
respectivamente. (N.A.)
116
- Sentidos e outros temas
DNA: a produ��o hormonal pode influir na modifica��o do DNA (�cido
desoxirribonucl�ico), por atos e pensamentos harmoniosos ou, em
contraposi��o, atos e
pensamentos de raiva, �dio."
Pelo exposto, talvez n�o seja descabido conjeturarmos uma outra conota��o
espiritual,
relativa � ingest�o de carne: sabendo-se que o boi, em particular, tem as
gl�n dulas hip�fise
e ep�fise, sendo a primeira produtora de horm�nios e a segunda reguladora
da atividade
sexual, infere-se que:
ao morrer, violentamente (nos matadouros), a terr�vel como��o do animal
produzir� e
liberar� instantanea mente fluidos negativos concentrados, n�o por
"pensamentos de raiva,
�dio" (que os animais n�o pensam), mas sim pelo trauma da morte
prematura, fato que
injuria sobremaneira seu instinto de conserva��o;
tais fluidos, concentrados, se integrar�o aos despojos do animal,
contaminando-os de
mat�ria espiritual infeliz; o indiv�duo que ingerir tais despojos,
negativamente energizados,
ter� prejudicada a qualidade dos seus pr�prios fluidos, isso at� que seja
eliminada a causa,
imaginando-se que tal possa ocorrer como descrito por Lancellin, ou
demorar horas e at�
dias.
A t�tulo de sugest�o aos m�diuns, seria prudente que nos dias de reuni�es
medi�nicas
(supondo que � noite), se abstivessem de alimenta��o animal, ou que, no
m�nimo, seja
ingerida apenas no almo�o e assim mesmo moderadamente.
Em 1971, quando conhecemos Chico Xavier, contou-nos que de longe em
longe, ao
t�rmino de alguma
117
prolongada atividade medi�nica, sentia necessidade de um "bom bife", que
ele ingeria, para
acalmar a vontade.
A Lei Natural do Progresso � uma constante que, no futuro, erradicar� dos
costumes
humanos a alimenta��o de carne, tendo em vista que ela s� � conseguida
tirando a vida do
animal, o que demonstra ainda nosso atraso espiritual (cenas de animais
sendo mortos em
matadouros n�o s�o de f�cil contempla��o: pessoas sens�veis n�o as
suportam -
desmaiam).
Assim, podemos ter certeza da absten��o de carne quando, ao evoluir, o
esp�rito ter�, pelo
Amor, aprimorado seu revestimento perispiritual que, por sua vez,
modificar� o envolt�rio
carnal - nosso corpo f�sico. Quando isso ocorrer, a carne j� n�o mais
ser� indispens�vel,
como ainda o � atualmente.
118
Animais esp�cies Extintas
Desde o in�cio da Vida no planeta Terra, muitas s�o as esp�cies animais
que foram extintas
por v�rios motivos.
Atualmente, quando se mencionam "esp�cies em
extin��o", afloram as v�rias atividades humanas que as
provocaram, ou est�o provocando.
Dentre essas a��es, as principais sejam talvez:
a ca�a predat�ria de animais de grande porte (ele fantes, rinocerontes,
tigres, gorilas,
baleias) e tamb�m de outros animais menores (cervos, jacar�s, lontras,
raposas, doninhas,
filhotes de foca, mico-le�o etc.); Todos esses animais, de uma forma ou
de outra, rendem
expressivos lucros:
marfim - rinocerontes;
chifres (supostamente afrodis�acos) - rinocerontes;
couro - jacar�s (principalmente os "papo-ama relo", do Pantanal do Estado
do Mato
Grosso); pele - tigres asi�ticos, lontras, focas, raposas, doninhas;
trof�us - gorilas e cervos;
mico-le�o - para enjaulamento ou para ser mantido preso, em resid�ncias;
a descuidada aplica��o dos chamados defensivos agr�colas - os agrot�xicos
-,
desestabilizando com pletamente o ecossistema, j� que eliminando pragas
119
eliminam tamb�m outros insetos e seus predadores naturais, muitos deles
por aus�ncia do
seu alimento; as grandes trag�dias provocadas tamb�m pela inc�ria humana
(inc�ndios
florestais e derramamento de petr�leo cru nos mares),
o intenso desmatamento de grandes �reas, fator de cruel desalojamento
dos"habitats" de
incont�veis esp�cies at� ent�o ali naturalmente mantidas e que
dificilmente encontrar�o
novos locais para viver em equil�brio.
Al�m das raz�es acima, existe outra, de ordem na tural: migra��o
planet�ria!
Como exemplo de migra��o natural, lembramos o j� citado caso dos
dinossauros e outros
avantajados animais que desapareceram da face da Terra h� 65 milh�es de
anos, segundo
estudos arqueol�gicos.
Cumpre destacar que n�o h� comprova��o de "como" esses animais
desapareceram,
havendo hip�teses referentes ao choque de um gigantesco meteoro com o
planeta,
levantando espessas nuvens de poeira que impediram a fotoss�ntese por
longo per�odo.
Como alguns desses animais eram herb�voros e outros carn�voros, uns e
outros ficaram sem
alimento, os primeiros pela completa rarefa��o de vegetais e os segundos,
que, por sua vez,
tamb�m se alimentavam de plantas ou de ca�a, pela aus�ncia de presas.
Tais hip�teses "congregam" os dinossauros em �rea espec�fica - a que
teria sido atingida
pela prov�vel colis�o mete�rica - j� que, se todo o planeta ficasse
imerso em uma nuvem
que barrasse os raios solares, igualmente toda a vida desapareceria, o
que n�o ocorreu.
- Desapareceram da Terra, mas... n�o teriam essas esp�cies renascido em
outros mundos?
120
- E todas as demais esp�cies extintas, de forma na tural ou provocada,
n�o estariam
tamb�m sendo remane jadas para outros planetas?
Lemos que a alma do homem, na sua origem (ainda animal), cumpre essa
primeira fase (no
despontamento da intelig�ncia), numa s�rie de exist�ncias que precedem o
per�odo
chamado de "Humanidade"; e que, esse mesmo per�odo, nem sempre come�a na
Terra -
em geral, come�a nos mundos ainda mais inferiores.
Do exposto, podemos inferir que no caso da extin��o das esp�cies animais,
quando de
forma natural, representa maior conforto � vida humana, proporcionada
pelo Supremo
Criador.
J� no caso da extin��o provocada pelo homem, necessariamente ele est�
atraindo s�rios
problemas para si, eis que a natureza age segundo Lei Natural de A��o e
Rea��o,
devolvendo sempre o que se lhe faz ou lhe � dado...
E isso, de forma alguma, n�o representa vingan�a:
constitui valioso ensinamento de como deve a criatura proceder, isto �,
induz o homem ao
reto proceder, em todas as suas atitudes, para que tamb�m seja reto seu
caminho, em
dire��o � evolu��o espiritual.
- Ser� que o fato de desaparecerem do planeta v�rias esp�cies animais,
isso poderia, de
alguma forma, sinalizar o advento de uma nova era, de um novo mundo,
agora regenerador,
deixando de ser de "provas e expia��es"?
Se positiva a resposta, temos que:
relativamente �s esp�cies extintas, os respons�veis por tal extin��o,
muito provavelmente,
estar�o entre os
"candidatos naturais" que ser�o transferidos para
1-O Livro dos Esp�ritos, Ed. Petit, de Allan Kardec, quest�es n' 607,
607a e 607b. (N.A.)
121
mundos em est�gio inferior ao da Terra, para onde,
ali�s, eles pr�prios remeteram aqueles animais.
Assim, com eles ter�o que voltar a conviver.
Nesse reencontro, racional e irracional progredir�o, pois, compartilhando
hostilidades
ambientais, ser�o induzidos, para n�o dizermos obrigados, a se apoiarem
mutuamente. O
homem, ent�o, acabar� por desenvolver amor aos animais, cuja rec�proca
tamb�m ali
poder� ter seu embri�o.
Tal � a Lei Natural do Progresso!
122
HOLOcausto
Imola��o de animais
Sacrificar animais, sob a �gide de "pacificar deuses", ou a t�tulo de
"agradar divindades",
ou, ainda, como forma de "pagamento de favores" concedidos por entidades
espirituais,
n�o os livra da dor e da morte.
Tais objetivos n�o justificam os holocaustos, pelo
simples fato de que os animais simplesmente nada t�m a
ver com isso.
Imaginem a rec�proca...
Velho Testamento
Em G�nesis (22:1 a 13), consta que Deus provou Abra�o, solicitando que
Isaque, filho
�nico, fosse ofertado em holocausto. Abra�o atendeu e no momento exato de
sacrificar
Isaque foi impedido pelo Senhor, tendo um carneiro substitu�do seu filho.
Podemos supor que a partir da� os sacrif�cios humanos teriam sido
dispensados, mas n�o os
de animais.
Em �xodo (20:24), h� a "Lei dos Altares para os
Holocaustos".
No terceiro livro de Mois�s, chamado Lev�tico, nos caps. 1,3 a 9,
encontramos instru��es
detalhadas de como os hebreus deveriam realizar os holocaustos e os
sacrif�cios pac�ficos;
h� a proibi��o de comer a gordura e o sangue dos animais (7:26-27).
As instru��es desse livro de Mois�s preconizam a
imola��o de animais, "sem defeito", nos locais designados
123
- altares de sacrif�cios - diante da porta da tenda da congrega��o.
O Lev�tico descreve v�rios tipos de pecados humanos
e de ofertas pac�ficas, e, em conseq��ncia, qual o animal
que dever� ser sacrificado, instruindo: onde, quando, como
e por qual autoridade religiosa.
Analisando respeitosamente o conte�do das leis mosaicas, somos levados a
acreditar que
somente o explica o pequeno adiantamento moral da humanidade de quase
cinco mil anos
atr�s.Provavelmente, Mois�s n�o poderia operar mudan�as radicais junto
aos hebreus, por
isso disciplinou muitos dos costumes religiosos arraigados no pensamento
de seu povo. Por
exemplo: as ofertas feitas em p�blico, obrigat�rias aos pecadores,
constitu�am uma
exposi��o do pecado, o que deve ter incomodado muita gente...
Mas nem naqueles long�nquos tempos quanto nos atuais h� consist�ncia nem
bases l�gicas
capazes de justificar a troca da vida de animais por favores celestiais
ou remiss�o de
pecados.
Candombl�
Em algumas cerim�nias, geralmente de homenagem a determinado orix�
(divindade),
matam-se animais - cabrito, galinha - sendo algumas de suas partes
preparadas e
oferecidas no "assentamento" do orix�.
Em outras cerim�nias, no processo de "inicia��o",
a pessoa tem a cabe�a lavada com sangue de animal de
duas patas.
Obs.: Os "despachos" (velas, charutos, cacha�a, galinha preta etc.)
colocados em
encruzilhadas, geralmente � meia-noite das sextas-feiras, constituem
oferta a divindades em
troca de algum favor, ou como agradecimento pelo recebimento de alguma
gra�a.
124
Nem sempre quem faz tais despachos � da linha religiosa do Candombl� ou
da Umbanda;
podem ser pessoas que assim agem, ep�sodicamente, buscando o bem para si
ou o mal para
outrem.
Ali�s, cumpre destacar que na Umbanda n�o h� sacrif�cio
de animais, sendo favorecidos os banhos de ervas e ora ��es.
Atuafidade
Inaceit�veis, em pleno s�culo XX, limiar do XXI, os sacrif�cios
religiosos de animais nada
mais representam do que o reflexo da pouca evolu��o espiritual daqueles
que o praticam.
Holocaustos ainda s�o praticados at� mesmo em pa�ses do chamado "Primeiro
Mundo",
demonstrando que tanto desenvolvimento material quanto intelectual de
forma alguma
representam evolu��o moral ou espiritual.
Com efeito, em Junho de 1993 o Tribunal Supremo dos Estados Unidos (Corte
Suprema)
determinou, por unanimidade (9 a O), que a Constitui��o permita o
sacrif�cio de animais
em cerim�nias religiosas.
Um dos ju�zes, falando em nome da Corte, afirmou que: "as leis que
proibiam o sacrif�cio
de animais foram aprovadas por funcion�rios que n�o compreenderam a
quest�o e optaram
por ignorar que a proibi��o violava o compromisso essencial da na��o com
a liberdade
religiosa".
Os grupos nos quais animais s�o sacrificados (a Igreja Lukumi Babalu, por
exemplo) s�o
adeptos de ritos religiosos africanos, O sacrif�cio de animais -
galinhas, patos, cabras e
ovelhas - faz parte de cerim�nias de nascimento, casamento e morte, al�m
da inicia��o de
novos sacerdotes.
A maior parte dos animais sacrificados s�o comidos
pelos fi�is.
1 -JornalA Cidade, Ribeir�o Preto/SP, 12 de junho de 1993. (N.A.)
125
Felizmente, rareiam no mundo todo os holocaustos de animais.
A Revista Veja de 17 de Mar�o de 1993 noticia que um padre brasileiro foi
condenado pela
justi�a portuguesa, por agress�o sexual a um jovem, seguida de
assassinato; tal sacerdote,
segundo depoimento de seus paroquianos, costumava sacrificar animais no
altar.
� de pasmar!
Quanto aos rituais de magia negra, em que animais s�o sacrificados, seja
a que motivo for,
soubessem os implicados - encarnados e desencarnados - qu�o doloroso ser�
o resgate,
certamente n�o o fariam.
Ao morrer, os animais sentem - embora n�o o entendam - a maldade que os
atinge,
provocando-lhes tanta dor; seu pavor e desespero impregnam a carne de
toxinas e liberam,
� sua volta, fluidos espirituais delet�rios; os de sencarnados infelizes
e ainda jungidos �s
coisas grosseiras da mat�ria absorvem tal mat�ria astral, com a qual seus
perisp�ritos ficam
igualmente impregnados; os encarnados t�m registrado em seus esp�ritos,
como d�bito, a
viol�ncia que infligiram ao animal. No futuro, uns e outros ter�o que
eliminar do seu
envolt�rio espiritual tais res�duos negativos, motivados pela culpa. E
isso, infelizmente, s�
ser� poss�vel com a dor, sendo certo por�m que Deus, na Sua Miseric�rdia
Infinita, alivia
tal pesado fardo, oferecendo redobradas oportunidades de minimiza��o do
passivo, com
a��es no bem em favor do pr�ximo.
Casos de holocaustos humanos s�o esporadicamente noticiados (quase sempre
crian�as
sendo sacrificadas em rituais macabros). Esp�ritos sens�veis e outros
mais afeitos �s
trag�dias do dia-a-dia espantam-se todos ante tais atrocidades, sendo que
at� mesmo os
psic�logos n�o encontram vazante mental que sequer as explique, menos
ainda as
justifique.
126
Aqui a serenidade imp�e outras an�lises, coibindo
julgamento precipitado, que recomende a pena de morte
para os agentes.
Esses pungentes dramas vistos pelo Espiritismo t�m
v�rios componentes, dentre os quais destacamos:
condena��es:
nenhum de n�s tem conhecimento pleno do nosso passado, de nossas vidas
anteriores, em
cujos por�es talvez existam registros de a��es tenebrosas que tenhamos
praticado; por isso,
melhor ser� ouvir Jesus e n�o "atirar a primeira pedra"...
os agentes:
n�o s�o apenas os encarnados; provavelmente, h� esp�ritos desencarnados
part�cipes, at�
em maior n�mero; todos, por�m, com um tra�o em comum - grande atraso
moral que os
impede de dimensionar o mal que praticam;
na maioria dos casos os esp�ritos desencarnados agem por vingan�a -
direta ou indireta;
direta mente, devolvendo mal igual que tenham sofrido, em vidas
anteriores, por a��o ou
sob responsabilidade da v�tima de hoje; indiretamente, para atingir
familiares e amigos,
que os tenham igual mente feito sofrer, em vidas passadas; quanto aos
encarnados, agentes
f�sicos, muitas vezes s�o simples instrumentos daqueles vingadores
invis�veis, aos quais se
ligam por sintonia de moral deficit�ria;
pela Lei Divina de Justi�a - A��o e Rea��o - ter� o agente do crime que
resgat�-lo,
ocorrendo o resgate segundo os mecanismos celestiais da reencarna��o,
podendo isso
projetar-se para um futuro distante, j� que o "tempo tem tempo" e os
127
esp�ritos t�m a eternidade; tal, "justificaria" tanto dramas observados
na humanidade, onde
criaturas "inocentes" sofrem crueldades inomin�veis e, ainda, como
certeza maior, elimina
a necessidade material da pena de morte do criminoso, ei que o equil�brio
entre o bem e o
mal se processa por meios naturais, divinos; aqui cabe anotar que
encarnados e
desencarnados participantes de tais atos, mesmo que perifericamente,
ter�o que resgatar a
mesma parcela de responsabilidade que tenham assumido.
A prop�sito da Bondade Divina, recordamos S�o Luiz na valiosa resposta �
quest�o n 1.004
de O Livro dos
Esp�ritos:
"... Sendo o estado de sofrimento ou de felicidade proporcional ao grau
de purifica��o do
esp�rito, a dura��o e a natureza dos sofrimentos do culpado dependem do
tempo que ele
gaste em melhorar-se. A medida que pro gride e que os sentimentos se lhe
depurem, seus
sofrimentos diminuem e mudam de natureza."
a v�tima:
considerando que atrav�s dos perfeit�ssimos me canismos de Justi�a que
regem a Vida
jamais Deus permitiria dano a um inocente, h� que se imaginar (mesmo que
seja dif�cil e
penoso) que a v�tima est�, na verdade, resgatando d�bito; se nada h� na
presente exist�ncia
que justifique tal d�vida, necessariamente ela tem que estar num �nico
ponto poss�vel - no
passado! Assim equacionado, t�o dolorido problema passa a ter outra
conota��o - a de
que o devedor libertou-se de pesado fardo, por ele mesmo colocado em suas
costas.
128
Os animais e o sagrado direito a vida
As pesquisas cient�ficas e os
matadouros
Conquanto existam descobertas m�dicas que t�m beneficiado a transfer�ncia
de
aprendizados farmacol�gicos e mesmo de transplantes, na rela��o animal-
homem, �s vezes
ocorrem insucessos e inevit�veis acidentes, sempre indesej�veis.
Tais fatos s�o irrecorr�veis.
Inescap�vel questionar se, exclu�do todo e qualquer aux�lio advindo das
conquistas
cient�ficas com experi�ncias animais, o doente humano n�o poderia ser
tratado de outras
formas (f�rmacos minerais/vegetais, medicina nuclear, medicina
alternativa, fitoterapia, ho
meopatia, psicoterapia etc.).
Animais mortos em laborat�rios ou em matadouros:
quem tem esse direito e quem est� com a raz�o?
Dos laborat�rios saem curas para doen�as e dos
matadouros saem apetitosos fil�s...
Fato-verdade: em ambos os casos animais s�o sacrificados.
A oposi��o-contenda permanece e recrudesce:
- Quem aprecia um bom contrafil�, churrasco ou "picanha", ou uma costela
bem assada,
ou um lombinho,
ou uma suculenta feijoada, ou um "galleto al primo canto",
129
ou um "frango a passarinho", ou uma canja, ou uma deliciosa peixada -
absolutamente
n�o se enrubesce em criticar o fim (nobre, para os cientistas) das
cobaias em geral.
J� os pesquisadores espantam-se ante os cr�ticos de
seus trabalhos.
No tocante � infli��o de dor e ao sacrif�cio das cobaias, fatos esses nem
sempre presentes
em todas as expe ri�ncias, mant�m inc�lume sua motiva��o. Consideram seu
ideal
cient�fico no patamar de miss�o humanit�ria. Desconsideram reclamos dos
defensores dos
animais, jul gando-se, eles pr�prios, v�timas - de intoler�ncia, quando
n�o de ignor�ncia.
Como quase todos os assuntos pol�micos na vida,
neste � necess�ria muita pondera��o, antes de quaisquer
julgamentos, favor�veis ou contr�rios.
Podemos estar equivocados mas pensamos que os cientistas, no consciente,
agem com
honestidade de prop�sitos, vez que seu objetivo � filantr�pico, n�o s�
para a Humanidade,
como tamb�m para os pr�prios animais.
Assim, a comunidade cient�fica considera ben�fico
e mesmo altru�stico o seu trabalho.
Sua consci�ncia repousa em paz.
Na equa��o oponente �s pesquisas com animais, todos aqueles que
eventualmente se
alimentem de carne
n�o podem, apenas por isso, ser demitidos do direito de
oposi��o.
Tamanha � atualmente a depend�ncia alimentar da carne que os povos dela
privados, seja
por pobreza (alguns pa�ses da �frica), seja por religiosidade (India), se
debatem em penoso
estado de m�ngua.
- O que aconteceria ao mundo se repentinamente nenhum animal fosse jamais
consumido?
Certamente seria o caos, em termos de sa�de p�blica, eis que a dieta
prot�ica de carne
(principalmente de bovinos) � t�o transcendental quanto insubstitu�vel
costume de bilh�es
de pessoas.
130
Al�m disso, h� outro problema: o homem, para prover seu sustento de
carne, espalhou
incont�veis pastos, multiplicando assim o n�mero de animais sobre a super
f�cie do planeta;
na hip�tese considerada, tais animais continuariam se reproduzindo e a�,
a breve tempo,
como supri-los de vegetais nas propor��es necess�rias?
Apenas como ligeiro coment�rio, eis o n�mero de esp�cies vivas que Deus -
a
Intelig�ncia Suprema do Universo
- programou para esta grande casa que � o nosso mundo:
Animais
Protozo�rios (uma s� c�lula) 30.000
Metazo�rios (pluricelulares)
Invertebrados 820.000
Vertebrados
peixes, anf�bios, r�pteis, aves 46.600
mam�feros 4.400
Vida: Segundo id�ia generalizada dos paleobi�logos, aproximadamente h�
3,8 bilh�es de
anos, iniciou-se a vida, ligada a uma "sopa primordial", ou seja, regi�o
panta nosa, quente,
onde mol�culas simples foram se ajuntando.
No per�odo cambriano (570 a 510 milh�es de anos atr�s), � prov�vel que os
animais tenham
atingido a classe dos moluscos. Os invertebrados eram os animais mais
evolu�dos,
habitantes dos mares de ent�o.
No per�odo devoniano (390 a 345 milh�es de anos atr�s), come�aram a
surgir os
vertebrados mais primitivos.
No per�odo paleogeno (h� cerca de 65 milh�es de anos), iniciava-se a
evolu��o dos
mam�feros, surgindo
os placent�rios.
1 - Impulsos Criativos da Evolu��o, Jorge Andrea dos Santos. (N.A.)
131
Sabe-se hoje que os animais representam 3/4 da biomassa terrestre. Dessa
biomassa, 15%
s�o de formigas! Com seu fascinante e extremamente bem organizado sistema
de vida, as
formigas, na verdade, s�o canalizadoras de energias, no pioneiro trabalho
de arar a terra, o
que as situa em destaque na fauna dos insetos.
O homem
O homem foi o �ltimo a chegar no planeta, em termos de esp�cie animal.
As fant�sticas muta��es, transforma��es, extin��es e novas cria��es de
esp�cies parecem
ser o monumental trabalho da Vida, preparando a Terra para o advento do
seu mais
evolu�do inquilino: o racional!
Do per�odo Plioceno (terrenos que formam o sistema da Era Terci�ria), h�
mais de 5
milh�es de anos, ao Pleisto ceno (terrenos que formam o sistema da Era
Quarten�ria), h�
1,8 milh�es de anos, j� os animais antrop�ides (seme lhantes ao homem)
eram pren�ncio
dessa chegada.
Com efeito, o primeiro homem, "Homo habilis", apa receu h� apenas dois
milh�es de anos.
Seguiu-se-lhe o "Homo sapiens", que apareceu h� apenas 400 mil anos;
este, diversificou-
se em "Homo sapiens neanderthalensis" (h� 80 mil anos) e, h� 30.000 anos,
em "Homo
sapiens sapiens" -n�s!
Em termos de evolu��o humana, n�o h� conhecimento que consiga explicar a
fant�stica
sabedoria da natureza, que agindo permanentemente, ao longo dos milhares
de milh�es de
anos, povoou a Terra com a co lossal fauna que nela habita!
E sempre transformando e adaptando as esp�cies,
de acordo com as novas caracter�sticas ambientais que
sempre mudam!
2- TheAnts, B. H e E. O. Wilson. (N.A.)
132
J� se v� que o uso de animais em pesquisas de laborat�rios, bem como o
sacrif�cio deles
para transformarem-se em alimentos, merece mais profundas reflex�es.
Em primeiro lugar cumpre situar o planeta Terra e
toda a vida nele existente como cria��o de uma causa
inteligente - Deus - para a maioria dos homens.
Balizando automaticamente a conviv�ncia entre as esp�cies vivas, a
natureza dotou todas
com instinto de conserva��o, mobiliou os respectivos organismos com o
necess�rio para
viverem e procriar. Situou as esp�cies estrategicamente em diferentes
"habitats", plenos de
recursos para a vida e a sobreviv�ncia.
O homem, o ser inteligente da Cria��o, modificou o panorama terrestre, em
raz�o de suas
necessidades - alimenta��o de carne, inclusive.
Um quadro mundial de alimenta��o puramente vegetariana demandar� a��es em
etapas
equilibradas para essa profunda transi��o, onde a intelig�ncia seja igual
mente empregada,
agora a benef�cio da naturalidade.
Ora, cabe refletir se o homem, na busca do seu con forto, ou sob qualquer
outro pretexto,
tem o direito de dispor da vida de seus ancestrais, ou de qualquer outro
ser vivo.
Abstraindo do pensamento mundial qualquer con ceito ou corrente
filos�fica, a L�gica dir�
que n�o, eis que a morte � fen�meno irrecorr�vel, tanto quanto a Vida �
prerrogativa que
exclui da capacidade humana a repo si��o daquilo que tenha subtra�do.
Em outras palavras: somente ao Criador compete o
estatuto da Vida!
133
Prote��o aos animais
Desde os tempos remotos os animais v�m encontrando dificuldades em sua
conviv�ncia
com o homem; por�m, n�o menos verdade � que tamb�m, desde sempre, vozes
isoladas ou
grupos humanos t�m se erguido em sua defesa.
Vejamos alguns exemplos:
Religi�es e Religiosos
Velho Testamento
As Escrituras Sagradas est�o repletas de cita��es referentes aos animais.
Sem nos
alongarmos, vamos buscar em Mois�s a recomenda��o celestial do "N�o
matar�s" (
Mandamento), de meridiano entendimento: a morte, de qualquer ser vivo,
jamais dever� ser
provocada.
No Apocalipse 4: 6 a 11 e 5, quatro seres viventes � volta do Trono de
Deus glorificam-no
sem descanso; s�o semelhantes, respectivamente, ao le�o, novilho, homem e
�guia em v�o.
Considerando que Deus criou, ama e protege todos os seres que criou, a
cita��o valoriza os
animais, deixando l�mpido que junto ao Criador n�o est�o apenas anjos...
Jesus
Jesus v�rias vezes se referiu aos animais de forma bondosa, como em
Mateus 10:16,
enaltecendo a prud�ncia
das serpentes e a simplicidade das pombas; na par�bola da
134
ovelha perdida configura o zelo e principalmente a estima do pastor pelos
animais do seu
rebanho. Se alguma vez comparou homens a animais, como quando Herodes
queria mat�-lo
e o Mestre chamou-o de raposa (Mateus, 13:32), foi sempre no sentido
figurado. Em
socorro dessa tese - bondade de Jesus para com os animais - temos no
livro A G�nese,
de Allan Kardec, cap. XV, n 34, sugestiva opini�o dissolvendo a not�cia
evang�lica de que
o Cristo teria autorizado dem�nios (esp�ritos obsessores) a "entrar" em
porcos, ap�s o que
a manada atirou-se ao mar, perecendo. Em s�ntese, comenta Kardec que,
al�m de manadas
de porcos n�o serem comuns junto aos judeus, jamais seria poss�vel um
esp�rito humano
animar o corpo de um animal (ainda mais 2.000 porcos, como quantificou
Marcos, em
5:13).
S�o Francisco de Assis
Francisco de Assis, esp�rito iluminado, todo mansid�o e pureza, � o
exemplo m�ximo
terreno de amor aos animais. N�o s� aos animais: a tudo criado por Deus!
Sua vida
apostolar teve como t�nica o amor aos homens, aos animais, aos vegetais,
aos minerais, aos
astros e aos ele mentos naturais. Sua exist�ncia constituiu modelo de
procedimento
ecol�gico para as gera��es futuras.
"Pai Francisco", como era carinhosamente chamado por seus companheiros e
seguidores, a
nosso ver, guar dadas as propor��es, representa para os animais e para a
natureza o que
Jesus representa para os esp�ritos humanos e para a Terra.
S�o Basilio
Na liturgia de S�o Basilio (329/379), padre da Igreja Grega, bispo de
Cesar�ia da
Capad�cia - regi�o central da antiga �sia Menor - brilhante centro do
cristianismo,
encontramos essa bel�ssima ora��o:
135
Oh! Senhor!
Aumenta em nosso interior o sentido da amizade com
todos os seres que t�m vida, nossos pequenos irm�os a quem
Tu deste a Terra como seu lugar, junto conosco.
Recordamo-nos envergonhados que no passado exercemos o dom�nio superior
do homem,
com desapiedada crueldade e assim a voz da Terra, que deveria ter subido
at� Ti em
can��es, tem sido um lamento.
Oxal� nos demos conta que eles vivem n�o somente para n�s, sen�o para
eles e para Ti, e
que eles amam a do�ura da vida, da mesma forma como a amamos e te servem
a Ti melhor,
em seu meio, do que n�s no nosso.
Islamismo
No Alcor�o, livro sagrado de cerca de 800 milh�es de mu�ulmanos, em 40
pa�ses,
representando a palavra textual de Deus - o Clemente, o Misericordioso -,
encontramos
incont�veis cita��es de que os animais s�o cria��o divina. Deus criou os
animais para que
servissem de cavalgadura, de transporte, de aquecimento ou de alimento
para os homens.
Nas suras (cap�tulos) e vers�culos que se referem aos animais, s�
transparece bondade e
respeito para com eles. O emprego de animais, como transporte ou como
alimento, �
definido de forma clara, havendo v�rias proi bi��es. E not�vel como o
texto do Alcor�o
recomenda a prote��o de Deus sobre os animais, mesmo quando necess�rios
como
alimento. E, nesse caso, quando forem destinados a alimento, que parte
seja dada aos
humildes e aos mendigos.
Considerando que o texto cor�nico representa a lei civil, penal e moral
para os
mu�ulmanos, � indubit�vel que os animais que os servem t�m o tratamento
nele
preconizado.
136
Apenas como exemplo, vejamos parte da Sura Q 5, vers�culos 1, 3 e 4:
"�-vos l�cita a carne dos animais, exceto a que aqui
vos � especificamente proibida.
S�o-vos vedados o animal morto, o sangue, a carne de porco e os animais
imolados sob a
invoca��o de outro nome que n�o o de Deus, os animais estrangulados, os
animais mortos
por espancamento ou de queda ou por chifradas e os devorados por feras...
S�o-vos tamb�m
vedados os animais sacrificados aos �dolos. S�o-vos permi tidas todas as
coisas boas bem
como os animais ca�ados pelas aves e as feras por v�s adestradas segundo
os ensinamentos
de Deus. Mas invocai Deus sobre eles."
Pensadores
Vultos c�lebres da humanidade tamb�m se expressaram em defesa dos
animais:
"A prote��o aos animais faz parte da moral e da
cultura dos povos."
Victor Hugo
"A civiliza��o de um povo se avalia pela forma por
que trata os animais."
Humboldt
"A compaix�o para com os animais � das mais nobres
virtudes da natureza humana."
Charles Darwin
"Se eu tivesse outra vida dedic�-la-ia inteiramente �
luta contra a vivissec��o."
Bismark
137
"Entre a brutalidade para com o animal e a cruel dade para com o homem,
h� uma s�
diferen�a: a v�tima."
Lamartine
"Ningu�m se pode queixar da falta de um amigo, podendo ter um c�o."
Marqu�s de Maric�
"Falai aos animais, em lugar de lhes bater."
Tolstoi
"- Por que � que o sofrimento dos animais me comove tanto?
- Porque fazem parte da mesma comunidade a que perten�o, da mesma forma
que meus
pr�prios semelhantes."
�inile Zola
"S�o Francisco de Assis os chamava de Nossos Irm�os Inferiores, por�m,
inferiores somos
n�s quando n�o os
estimamos."
Cl�vis Hugues
"O erro da �tica at� o momento tem sido a cren�a de que s� deva aplicar-
se em rela��o aos
homens."
Dr. Albert Schwe�tzer
Finalizando as cita��es, Abraham Lincoin: "N�o me interessa nenhuma
religi�o cujos
princ�pios n�o melhoram
nem tomam em considera��o as condi��es dos animais".
138
Jesus: A lei do amor e os sentidos
Pesa-nos trazer para o papel este cap�tulo; o c�rebro
se agita, o cora��o d�i, a alma sofre...
Mas � necess�rio.
Seria covardia, omiss�o no m�nimo, n�o gritar bem alto contra tanta
iniq�idade praticada
com os animais. Ante a maldade, sob que r�tulo se apresente, n�o se pode
fugir e, qual
avestruz, "enterrar a cabe�a na areia", "resolvendo" assim o problema, de
forma t�o
enganosa.
Considerarmos indispens�vel narrar aqui, crueldades para com os animais,
constitui nosso
vigoroso grito de rep�dio e d�, de espanto e incredulidade, ante a��es
que desmerecem a
raz�o, rebaixam o esp�rito e denigrem a esp�cie humana - dita racional.
Que nosso libelo ecoe nos cora��es endurecidos fixando neles, ao menos,
sementes de
respeito, quando de
amor poss�vel ainda n�o seja.
Animais s�o criaturas de Deus: nossos irm�os, pois!
A crueldade humana para com os animais � praticada de in�meras formas.
Vejamos uma, t�o-somente: matadouros.
Matadouros
"At� o papel deve sentir vergonha ao receber as
letras que formam essa hist�ria" (express�o do Esp�rito
139
Sinhozinho Cardoso, descrevendo inacredit�vel crueldade, no livro Al�m do
�dio).1
� exatamente isso que tamb�m sentimos ao descrever
os horrores dos matadouros.
Fortalece-nos intenso desejo de que tal seja um alerta,
capaz de, sob os cuidados de Deus, sensibilizar a quem de
direito possa modificar t�o triste realidade: a crueldade
nos matadouros.
Diz-nos a Revista Veja de 18 de Mar�o de 1992 (resumidamente):
No Brasil s�o abatidos, anualmente, todos com
requintes de crueldade:
13 milh�es de bois;
10 milh�es de porcos;
943 milh�es de aves.
Seu transporte at� o matadouro se d� em condi��es
m�nimas de respeito, para nem sequer lembrar algum conforto: s�o
empilhados em
caminh�es. Ao chegai; s�o tangidos ao abatedouro por choques el�tricos
que os empurram
adiante. Quando caem no ch�o s�o arrastados pelas patas at� o local do
abate, onde
recebem o doloroso golpe de miseric�rdia: de 1 a 23 golpes de marreta na
cabe�a (porcos e
bois), at� perderem os sentidos; quando n�o � marreta � uma estocada na
testa com uma
lan�a conhecida como choupa.
Em 1992 o Governo paulista sancionou uma lei que
cuida de todas as etapas do abate, de forma que cause
1 - Ed. Fonte Viva, 1971, Belo Horizonte/MG, 4 edi��o, p�g. 200.
(N.A.)
2 - A lei a que se refere a reportagem � a Lei n 7.705, de 19 de
fevereiro de 1992 (D. O.
Est. SP. de 20 de fevereiro de 1992). As exig�ncias dessa lei foram
previstas para entrar em
vigor 12 meses ap�s sua publica��o, isto �, mar�o/93, podendo haver
prorroga��o por mais
12 meses, a pedido do interessado. (N.A.)
140
menor dor, atrav�s de um dos tr�s m�todos de insensibiliza��o pr�via:
tiro de pistola de ar-comprimido na testa do animal;
choque el�trico;
asfixia por g�s carb�nico.
Os dispositivos dessa lei colidem com a tradi��o e a cultura de �rabes e
judeus, para os
quais os animais s� podem ser retalhados e ir para a desossa ap�s a perda
total do sangue.
Para os �rabes, exige ainda a tradi��o que os animais sejam abatidos
deitados e com as
patas voltadas para Meca.
Como o Brasil � fornecedor de carne para aqueles povos, pode ser que
algum frigor�fico
instalado em S�o Paulo se transfira para outros Estados. Esse talvez seja
o empecilho para
que o Brasil, em n�vel federal, aprove lei similar � paulista, conclui a
reportagem.
Atualmente, o m�todo do abate por marreta praticamente j� foi abandonado.
Primeiro, pela
grita dos
protetores dos animais, segundo, porque danificava os
miolos dos bois...
As exporta��es brasileiras de carne bovina em 1992 foram de 434 mil
toneladas, sendo
72% industrializadas e o restante "in natura"; desse total, o Estado de
S�o Paulo responde
por 80%; a receita chegou a US$ 619 milh�es.
3 - Quanto aos judeus, acrescentamos que h� mais de 3.000 anos abatem os
animais (bois
e aves) no ritual denominado "kasher", por degola, sendo usadas facas
longas, bem afiadas:
o golpe tem de ser certeiro, cortando car�tidas, jugular, es�fago,
traqu�ia e nervos - tudo
sob a assist�ncia de um rabino, que aprovar� ou n�o o aproveitamento da
carne, caso n�o
seja constatada nenhuma anomalia nos �rg�os (pulm�o e v�sceras). Em
nenhuma hip�tese o
animal poder� ser submetido a sofrimento prolongado, devendo a morte
ocorrer
instantaneamente. (Jornal Folha de S. Paulo, 28 de mar�o de 1992). (N.A.)
4-Jornal Folha
de S. Paulo, 16 de mar�o de 1993. (N.A.)
141
Quanto ao abate de cavalos, h� alguns anos a im prensa noticiou a
crueldade de alguns
matadouros,
causando como��o nacional.
A matan�a descrita atingia propor��es bestiais:
12 horas antes do abate eram privados de �gua e alimento, para amaciar a
carne;
eram conduzidos molhados a um corredor e dali tangidos com choques
el�tricos de 240
volts; a seguir, uma pancada na cabe�a, tonteando-os; animal ainda vivo,
as patas eram
cortadas, com machado ou tesoura grande, de forma a esgotar todo o
sangue;
ainda vivo, com ferimentos terr�veis, o animal era colocado em uma estufa
para suar e com
isso eliminar o "mal educado" cheiro de cavalo de sua carne;
- Quem suportaria presenciar tais cenas?
V�rias den�ncias foram feitas, � �poca, levando personalidades diversas a
protestar
veementemente contra
tamanha barbaridade.
A Uni�o Internacional Protetora de Animais (UIPA),
em particular, empenhou-se a fundo em combater essa
ignom�nia.
Carlos Drumond de Andrade (1902-1987), o mais importante poeta brasileiro
do s�culo
XX, revoltado ante tais fatos, amplamente noticiados pela imprensa na
d�cada de 70,
conclamou os donos de tais abatedouros a seguir o exemplo da Su��a,
Austria, B�lgica,
Inglaterra e ex-Ale manha Federal - morte sem dor aos animais. Seu libelo
foi publicado
em City News, de 27 de novembro de 1977.
Praza aos C�us que isso n�o exista mais! Pois �: conclu�mos este
cap�tulo.
Ao escrev�-lo nossa alma quedou-se machucada, cora��o em prantos.
142
J� que falamos h� pouco de um poeta, relembramos,
a prop�sito, o poeta portugu�s Ant�nio de Macedo Papan�a, 1 Conde de
Monsar�s (1852-
1913):
Senhor...!
Como escrever o resto?!
Cai-me a penna (sic) da m�o, perturba-se-me a vista..."
O presente cap�tulo n�o foi f�cil, pois os fatos nele contidos p�em a
descoberto um �ngulo
negativo do patamar evolutivo espiritual do mundo em que vivemos - nada
lisonjeiro.
Como alerta e alento, indispens�vel relembrar o
Mestre Kardec:
"Quando a lei de amor e de caridade for a Lei da Humanidade, n�o haver�
mais ego�smo; o
fraco e o pac� fico n�o ser�o mais explorados, nem esmagados pelo forte e
pelo violento.
Tal ser� o estado da Terra quando, segundo a lei do progresso e a
promessa de Jesus, ela
tornar-se um mundo feliz, pela expuls�o dos maus."
Essa recomenda��o - a da igualdade entre fracos e fortes - pode
perfeitamente enquadrar
as crueldades de que s�o v�timas os animais e que infelizmente n�o s�o
raras, no sentido de
que cessem, sob pena de banimento dos agentes.
- Quem s�o os maus?
Nenhum de n�s tem o direito de julgar quem o �: a
consci�ncia de cada um, e somente ela, tem essa atribui��o.
Conclu�mos com Jesus:
- "quem t�m olhos para ver que veja e quem t�m ouvidos de ouvir que
ou�a..."
5 - O Evangelho Segundo o Espiritismo, Ed. Petit, de Allan Kardec,
cap. IX, n 5; o grifo � do autor. (N.A.)
143
Amor e respeito aos animais
Qualquer pessoa pode ser protetora de animais.
No dia-a-dia de todos n�s, animais comp�em a paisagem e, com pequeninos
gestos de
amor, poderemos agir
em benef�cio deles.
N�o custa nada amar aos animais e necessariamente
o retorno desse amor se far� presente em nossas vidas.
Passamos a enumerar algumas situa��es nas quais
nossa op��o preferencial de amparo e respeito aos animais
se constituir� numa atitude digna e principalmente crist�:
Educa��o infantil
Conta-se que Licurgo foi convidado a falar sobre a educa��o. O grande
legislador de
Esparta aceitou, mas
pediu um ano para preparar o material que iria apresentar.
- Por que um homem t�o s�bio ocuparia tanto tempo para compor simples
exposi��o de
id�ias?
Exig�ncia aceita, prazo cumprido, ei-lo diante da multid�o que compareceu
para ouvir-lhe
os conceitos. Trazia duas gaiolas. Numa estavam dois c�es; duas lebres na
outra.
Sem nada dizer, tirou um animal de cada gaiola, soltando-os. Em instantes
o c�o
estra�alhou a lebre.
Libertou em seguida os restantes. O p�blico estremeceu, antevendo nova
cena de sangue.
Surpresa: o c�o aproximou-se da lebre e brincou com ela. Esta
correspondeu, sem nenhum
temor, �s suas iniciativas.
144
- A� est�, senhores - esclareceu Licurgo -, porque pedi prazo t�o
extenso, preparando
esses animais. O melhor discurso �o exemplo. O que mostrei exemplifica o
que pode a
educa��o, que opera at� mesmo o prod�gio de promover a confraterniza��o
de dois seres
visceral e instintivamente inimigos.
Se � poss�vel educar animais, mesmo antag�nicos, levando-os � conviv�ncia
pac�fica,
naturalmente ser� poss�vel educar as crian�as, incutindo-lhes desde cedo
o respeito devido
a Deus, aos semelhantes e � natureza - fauna e flora.
A crian�a, em particular, em casa, na escola e na sociedade, deve ser
esclarecida quanto �s
normas crist�s de amor e respeito, a� incluindo-se os animais. Deve ser
enfatizado que
maus-tratos aos animais embrutecem o homem, pois isso � crueldade, que em
nada
dignifica a alma. As crian�as s�o sens�veis ao aprendizado e, se lhes for
demons trado que
os animais sentem dor como n�s pr�prios, certamente ser�o protetoras de
animais por toda
a vida.
O inevit�vel sacrif�cio de animais para servir de alimento, em hip�tese
alguma pode se
revestir de pavor, crueldade e dor para com eles: a maneira deve ser a
mais r�pida e menos
indolor poss�vel. Quanto a insetos daninhos (moscas, mosquitos, baratas,
escorpi�es etc.)
devem ser eliminados mas sem caracter�sticas de cruel dade, isto �, de um
golpe s�.
A crian�a deve ser informada que tais insetos n�o s�o "inimigos", mas,
sim, seres criados
tamb�m por Deus: vivendo em rudimentar est�gio, est�o na Terra em raz�o
de este planeta
tamb�m abrigar outros seres - n�s, inclusive - todos em processo de
evolu��o. Em
mundos felizes, certa mente, inexistem tais nocivas criaturas, aqui,
meros instrumentos
consent�neos com a evolu��o terrena.
1 - Transcrito de Reformador, Rev. de Espiritismo Crist�o, editada
pela Federa��o Esp�rita Brasileira, janeiro de 1993. (N.A.)
145
A exemplo do que j� acontece em outros pa�ses, de todo recomend�vel seria
a cria��o, nas
escolas, dos chamados "Grupos de Prote��o aos Animais" ou "Grupo de
Assist�ncia aos
Animais"; pertencer como s�cio a um desses grupos � dignificante para a
crian�a, para a
famiia e para a P�tria; com seriedade e ardor, semelhantes aos dos
escoteiros que protegem
os seres indefesos, os s�cios desses grupos muito poder�o fazer pelos
animais, usando sua
natural energia e criatividade.
Como sugest�o, o coordenador pedag�gico ou educador respons�vel pelo
Grupo poder�
designar, para cada esp�cie animal, uma equipe de "advogados de defesa".
A(s) crian�a(s)
proporiam), na escola toda, algumas quest�es do tipo:
como devem ser tratados os cavalos? e os c�es? e os gatos?
voc� sabia que os sapos s�o extremamente �teis aos jardineiros e na ro�a,
pois comem
pragas?
voc� j� pensou no benef�cio que os urubus, gavi�es e crocodilos fazem ao
homem,
comendo animais mortos? pois, do contr�rio, esses restos mortais poderiam
contaminar o
meio ambiente?
quem gostaria de morar a vida toda numa gaiola ou numa jaula?...
Conquanto a educa��o aqui preconizada refira-se � crian�a, esfor�os
dever�o tamb�m ser
envidados - por todos os segmentos sociais, principalmente os escolares e
religiosos para
que os adultos d�em o exemplo.
Piedade
O sentimento de piedade demonstra eleva��o espi ritual, principalmente
quando seguido da
respectiva ajuda
para a cessa��o da causa do sofrimento.
146
S� que se deve sentir piedade, n�o apenas por semelhantes, mas tamb�m
pelos animais. A
emo��o piedosa
ser� a mesma, em ambos os casos.
A piedade antep�e-se vigorosamente � crueldade,
obstando-a, quando n�o a eliminando.
Tanto a piedade quanto a crueldade t�m a propriedade de se multiplicar;
por isso, melhor
ser� sempre
incrementar aquela, com isso banindo esta.
A piedade � a ante-sala do Amor, assim como a
crueldade o � da viol�ncia.
Animais abandonados
C�es e gatos, principalmente, "sem casa", perambulando perdidos pelas
ruas, famintos,
arredios, apavorados, nascem pelos mesmos mecanismos divinos da vida, dos
demais seres
vivos, estando em �rduo processo evolutivo.
Merecem nossa compaix�o e mais que isso: merecem
nosso apoio!
Sendo poss�vel, devemos aliment�-los, jamais escorra��-los.
Na hip�tese de um animal estar acometido de hidrofobia (raiva), ele j�
n�o sabe o que faz.
Est� sofrendo. Normalmente, anda de cabe�a baixa e em sil�ncio, triste.
Espuma na boca
pode significar duas anomalias distintas: ou "raiva" ou envenenamento
cruel. Nesses casos,
deve-se apelar para as autoridades municipais, que apreender�o o animal
e, conforme o
caso, por inevit�vel, o sacrificar�o.
Cabe aqui lembrar que o mundo � lugar destinado
tamb�m para os animais e isso � decis�o divina. Negar-lhes
tal direito conflita com o respeito a Deus.
O abandono de um animal � condena��o certa. O autor desses dolorosos
quadros que o
cotidiano nos mostra,
147
agindo irresponsavelmente, cedo ou tarde ter� que prestar
contas � sua consci�ncia.
Eu ta n � si a-animal
A revista mexjcana La Voz de los Animales considera que o abandono de
animais (de
estima��o) � para eles o pior castigo; recomenda que � prefer�vel
proporcionar-lhes morte
piedosa (se poss�vel, sob cuidados de um veterin�rio).
Conquanto a admira��o que nutrimos por aquela revista - toda ela dedicada
� prote��o dos
animais -, res peitosamente discordamos. Discordamos porque, como
crist�os, jamais
poder�amos aceitar um ou outro procedi mento, � guisa de tal ser
imperativo. Se � ruim o
abandono do animal que conviveu longos tempos sob a prote��o do seu dono,
pior ser� sua
execu��o, quando tal prote��o n�o mais seja poss�vel. O fato � que n�o se
deve descartar de
um animal de longa conviv�ncia dom�stica como se desfaz de um chinelo
velho: qualquer
argumento falecer� ante as regras da vida e da �tica.
Morte piedosa do animal, talvez, s� quando o veterin�rio atestar que
traumas ou doen�as
sejam irrevers�veis,
al�m de acompanhadas de dores insuport�veis.
Obs.: N�o podemos confundir fatos e nem devemos nos esquecer que no O
Evangelho
Segundo o Espiritismo, cap. V, n consta ser grave equ�voco a eutan�sia,
sob o pretexto de
carma sendo esgotado nos casos de doen�as incur�veis, com desencarne
previsto pela
Medicina. O esp�rito humano tem a� (paciente terminal) precios�ssima
oportunidade de
reflex�o e arrependimento, crescendo �s vezes num minuto o quanto n�o o
fez na vida toda.
Quanto ao animal, possuindo tamb�m uma alma, embora diferente da humana,
n�o lhe �
acometido carma (nem bom, nem mau - por n�o possuir livre-arb�trio), nem
lhe ocorrem
reflex�o ou arrependimento, em qualquer instante, de atos praticados
148
durante sua vida (por n�o possuir consci�ncia). Dever crist�o � que imp�e
ao dono ampar�-lo
at� o �ltimo sopro de vida, para morrer em paz e para com gratid�o ao ser
humano
chegar �s regi�es espirituais que Deus lhe concede.
Cemit�rio para animais
Aqui, muitas pessoas "gente boa" torcem o nariz
quando ouvem falar nisso.
"Se os cemit�rios j� andam lotados com gente, era
s� o que faltava pensar em cemit�rio para animais..." - argumentam.
N�o deveriam.
Enterrar animais, quando n�o seja por afeto, por respeito, que seja por
quest�es de higiene
ambiental, pois � extremamente perigoso que carca�as de animais mortos
destilem l�quidos
virulentos, que podem infiltrar-se nos mananciais de �gua ou mesmo
contaminar crian�as
ou outros animais, pelo contato.
N�o podemos nos esquecer que os animais est�o na face da Terra h� mais
tempo que o
homem; at� o aparecimento deste, a pr�pria natureza se encarregava de dar
fim adequado
aos animais mortos: quando nas �guas, ser viam de alimento a outros
animais (crocodilos e
peixes em geral); quando em terra, os animais mortos serviam de pasto a
predadores, a
animais carn�voros, ou �s aves
xineiras" (urubus, gavi�es etc.). Em regi�es silvestres, isso ainda
ocorre e provavelmente
sempre continuar� a ocorrer. Posteriormente, com a presen�a do homem,
algumas esp�cies
animais vieram (ou foram trazidas...) para sua companhia, passando a
viver e a procriar em
cidades. E, nas cidades, inexistem aqueles meios naturais de dar fim �s
carca�as dos
animais mortos (referimo-nos, aqui, particularmente aos animais
dom�sticos). Por essa
raz�o,
149
passou a ser responsabilidade humana, �nica e exclusiva- mente, o
conveniente destino dos
cad�veres de animais das cidades: enterr�-los.
Em T�quio, num templo zen-budista, todos os dias s�o realizados enterros
de bichinhos de
estima��o: os ritos para animais come�am com toques de sinos, para buscar
a presen�a de
Buda, e com um sacerdote de cabe�a rapada entoando os sutras; � assim que
"outra alma
inicia sua longa jornada para o nirvana". O sacerdote informou que no
Budismo "todas as
coisas vivas s�o capazes de alcan�ar a condi��o de Buda"; e concluiu:
"nossos ritos a favor
dos animais s�o id�nticos aos feitos para os humanos".
O Templo, em Jikkein, sub�rbio de T�quio, crema cerca de dez mil animais
todo ano.
Notas:
Nos anos 50 foi inaugurado um cemit�rio para animais no Rio de Janeiro,
ent�o capital
brasileira, fato que de pronto teve aceita��o dos cariocas, bem como
numerosos "inquilinos
" Um assessor especial da Prefeitura do Rio de Janeiro prop�s (maio/93) a
privatiza��o de
63 bens, empresas, entidades e ser vi�os cariocas, neles inclu�do o
Cemit�rio de Animais
Jorge Vaitsman, na Mangueira, Zona Norte do Rio. Desse fato podemos
concluir que
cemit�rios para animais, inclusive, podem ser lucrativos, desde que
administrados por
empresas particulares.
Agress�es e defesa
Se uma pessoa estiver maltratando um animal deveremos intervir, jamais
nos omitir -
interven��o por
altru�smo, educa��o e amor � natureza.
-Como?
- Com brandura e educa��o, n�o piorando o �nimo do agressor, o qual, j�
exaltado, poder�
se tornar mais rude
2 -Jornal A Cidade, Ribeir�o Preto/SP, 12 de agosto de 1993. (N.A.)
150
ainda com o animal. Podemos tocar-lhe os sentimentos,
lembrando que os animais:
n�o raciocinam nem sabem falar...; sentem dor, sede e fome como n�s;
n�o t�m "sal�rio" nem "sindicato" onde possam se queixar.
Como argumento poderoso podemos citar que foi junto aos animais que Jesus
se abrigou ao
nascer, abrigo esse negado, ou pelo menos dificultado, pelos racionais, a
Ele e a Seus pais.
151
� bom n�o lembrar
A cada reencarna��o o esp�rito est� em melhores condi��es do que na
anterior - tal � a Lei
Divina do Progresso (Evolu��o).
Quando encarnado, advertem os Instrutores Espiri tuais Bondosos,
conveniente � que o
homem n�o se lembre das vidas passadas, das quais, por�m, mant�m todo o
acervo de erros
e acertos, guardado como registro fiel nas profundezas da alma.
As tend�ncias de cada pessoa demonstram com seguran�a quais as
caracter�sticas desse
acervo, falando alto suas atitudes atuais, humildes ou orgulhosas, de
toler�ncia ou
aspereza, de avareza ou desprendimento, de f� ou incerteza - enfim, de
amor ou �dio...
Quando desencarna, muda todo o processo: � mostrado a cada ser, dentro do
seu suporte
emocional, o panorama �ntimo que espelha sua conduta, desde que foi
contemplado com a
Ess�ncia Divina e se tornou homem, at� a atualidade.
No per�odo que permanece no plano espiritual tem acesso quase completo a
todo o seu
passado, vendo o que fez de bom e de infelicidades at� ali e � assim que
se predisp�e a
corrigir os erros. Ent�o, implora por nova oportunidade, sempre concedida
dadivosamente
por Deus
- quantas necess�rias forem!
Ver o passado n�o � f�cil e nessa empreitada o esp�rito nunca est�
sozinho: acompanham-
no Mensageiros Celestiais, instru�dos, conselheirais, extremamente
capacitados a dirimir
d�vidas e a aduzir esclarecimentos.
152
Desta forma, alertado antes do retorno ao corpo f�sico, quanto � sua
situa��o perante as
Leis Morais, relembra
e assume:
no passivo: onde, quando, como, quanto, com quem,
contra quem e por que errou;
no ativo: ouvida a conscj�ncia, enriquece-o o simples entendimento da
diferen�a entre o
bem e o mal.
A�, sempre com sua participa��o - e algumas vezes presentes alguns dos
futuros
circunstantes que dele se aproximar�o ou com ele conviver�o -, �
projetado um
planejamento reencarnat�rio, onde s�o definidos, em linhas gerais: onde,
quando, como,
com quem, dura��o, sa�de, recursos materiais - tudo relativo a uma nova
jornada terrena.
Homologado o projeto em Inst�ncia Espiritual Superior, para onde �
previamente
encaminhado, ocorre o nascimento de um novo ser humano - novo, por ser
beb�, mas na
verdade, velho, por ser espfrito de repetidas experi�ncias iguais.
Nasce, esquecendo o passado.
E � bom mesmo que, enquanto encarnado, n�o se
lembre dele.
De nossa parte, louvamos e agradecemos a Deus esse
esquecimento - outra das incont�veis D�divas Divinas.
- Pois, j� pensaram se n�s nos lembr�ssemos, por exemplo, de onde
est�vamos nos
precisos anos de Jesus
reencarnado?...
Apenas como suposi��o: Se n�s, crist�os de hoje, saudamos o Mestre � sua
entrada em
Jerusal�m e uma semana depois, no plebiscito mais infame da Hist�ria,
optamos pela sua
crucifica��o, como nos sentir�amos?
� bom n�o lembrar...
153
Mil vezes prefer�vel seria constatar que �ramos, ent�o, um dos animais da
inesquec�vel
manjedoura, os quais, com sua mansid�o e com seu h�lito receberam e
aqueceram o
Menino Jesus, ou mesmo o jumentinho vir ginal que O carregou na entrada
de Jerusal�m!
Ou, ainda, aquele pobre galo que desiludido com a fraqueza humana cantou
tr�s vezes.
154
Conclus�o
Os incr�veis avan�os da Ci�ncia, em todas as �reas humanas, ultrapassaram
todas as
expectativas mentais. Quais deuses inacabados, c�rebros ensandecidos pela
tec nologia, os
Esp�ritos humanos v�m palmilhando o macro e o micro, olhando o Universo
pelas potentes
lentes de fabulosos telesc�pios, ou percorrendo a vista no �tomo, com n�o
menos incr�veis
microsc�pios eletr�nicos.
Mas n�o � feliz o homem!
Do "Titanic" aos superpetroleiros, do "14-Bis" ao "Concorde", do buscap�
ao "Saturno",
do "Sputinik" ao "Challenger", do monjolo �s usinas nucleares, das
cabanas ao "World
Trade Center" (edif�cio de 110 an dares, 405 m de altura, em Nova York,
v�tima de
explos�o
1 - Por nove edi��es (73.000 exemplares) este livro enalteceu a maravilha
da arquitetura
mundial, homenageando todas as pessoas respons�veis pela constru��o das
duas torres
g�meas de Nova York/EUA. O livro, escrito dois anos ap�s o primeiro
atentado ocorrido
em 1993, vaticinou como incalcul�vel a trag�dia que poderia ter ent�o
acontecido. Em 11
de setembro de 2001 a ins�nia terrorista perpetrou a barbaridade que
comoveu o mundo
todo. Autor e Editora desta obra registram, a partir desta edi��o, sua
imensa tristeza, ao
tempo que solicitam a todos os leitores que, conosco, elevemos uma prece
a Deus pela paz
na humanidade. Dessa forma, mantendo o texto origi nal, o World Trade
Center
permanecer� em nossos cora��es e em nossa mem�ria, para sempre. (N.A.)
155
criminosa em 26 de fevereiro de 1993, que por pouco teria causado
trag�dia incalcul�vel), o
rastro n�o � de felicidade.
Vencendo dist�ncias, pesos e espa�os, aparelhos foram situados em �rbita
atmosf�rica, com
capacidade para identificar, sem erro, os caracteres de uma placa de auto
m�vel, em
qualquer parte do planeta. Esses mesmos aparelhos, xar�s da Lua, mas dela
t�o distantes na
ess�ncia, prestam tamb�m benef�cios mas simultaneamente arvoram-se em
fiscais
mundiais, de tudo e de todos, ofertando pontaria certeira a guerreiros,
em n�o menos de
uma oportunidade.
A tecnologia n�o conseguiu evitar que at� aqui mais de sessenta mil
objetos perdidos
(fragmentos met�licos ou sucatas de propulsores, foguetes e sat�lites)
tornassem
perigos�ssimo o tr�nsito espacial.
Saindo das tribos e das vilas o homem foi para as
megal�poles, nenhuma delas oferecendo paz e tranq�ili dade aos seus
milh�es de
habitantes.
Aperfei�oando ve�culos, merc� de incr�vel poder de trabalho concentrado
nos motores, o
homem consegue deslocar-se com velocidades incompat�veis � sua estrutura
org�nica.
Supera tal �bice com acess�rios adequados, mas � com essa mesma
velocidade que passa
pela pobreza, sem sequer divis�-la: n�o v� favelas, indigentes, famintos,
desesperan�ados
n�o v� o pr�ximo.
N�o v� nem cadeias, nem v� escolas; n�o v� igrejas,
nem hospitais...
V� hospitais, sim, quando a dor interrompe sua viagem; a�, entendendo que
todo excesso,
seja de velocidade ou de poder, � inconveniente, persigna-se e promete
aos C�us que vai
mudar...
Tudo isso no macro.
Quanto ao micro, n�o temos melhores fotos do que
a realidade:
156
a Inform�tica, de potencial quase inconceb�vel � maioria das pessoas,
incluindo seus
pr�prios usu�rios, consegue colocar todo o conte�do da Enciclo p�dia
Brit�nica em apenas
um disquete; a velocidade de acesso dos computadores passa a ser medida
em
milissegundos; os dados armazenados s�o contados em gigabyte; o chamado
"efeito
morph" (t�cnica de distor��o de imagens feita com um programa mate m�tico
que vai
trocando os v�rios pontinhos de uma tela por outros, at� transformar as
figuras) deslumbra
milh�es de telespectadores, de novelas e de an�ncios de publicidade -
carro vira tigre,
mulher vira tronco de �rvore, menino vira macaco etc.; renovando a tecno
logia dos
computadores. Os hologramas (imagem tri dimensional, capturada por
filme), com seu
fant�stico efeito visual, cujas imagens parecem mudar de lugar conforme o
�ngulo de vis�o
do observador, fazem com que nosso c�rebro quase desminta os olhos;
a Qu�mica fina, verdadeira revolu��o no mundo industrial farmacol�gico,
no p�s II Guerra
Mundial, substituiu o m�todo extrativo por processos de s�ntese; com a
diversidade de
novas mol�culas, produzidas industrialmente, novos f�rmacos (princ�pios
ativos dos
rem�dios) inundaram o mundo, mas sob dom�nio financeiro das grandes
pot�ncias;
rem�dios, ess�ncias e fluidos passaram a ser fabricados pelos grandes
laborat�rios, e, como
o mundo sempre aumenta sua densidade demogr�fica, n�o faltam fregueses
(doen�as e
doentes);
a Biogen�tica, onde explodem as descobertas e os resultados da engenharia
da vida, �rea
do maior interesse dos pa�ses desenvolvidos, j� domina a sexagem de
embri�es e modifica
a estrutura gen�tica de seres vivos (animais, por enquanto...), para em
seguida paten tear o
resultado - os chamados animais transg�nicos;
157
paralelamente, na agricultura, temos as sementes transg�nicas,
patenteadas, que j� est�o
conferindo aos seus detentores incr�vel dom�nio sobre a produ��o de
alimentos.
No entanto, os bois continuam d�ceis e comendo capim; os cavalos, sob
�hibatadas
p�blicas, puxando carro�as, transportando cargas e pessoas, s� comendo
capim; c�es, gatos
e aves, com h�bitos naturais modificados pela civiliza��o dos seus donos,
coercitiva e
privacional por excel�ncia, seguem suas vidas, uns felizes (ser�?),
outros nem tanto.
S�o homem ainda n�o se convenceu de que a natureza � m�e dos seres
criados por Deus,
homens e animais
- por isso, todos t�m lugar na Terra e direito � vida.
Deslembrando-se disso, o homem sofre amargores
e dores.
Doen�as julgadas banidas retornam, em recidiva inquietante e mais
potencializada; novas
patologias m�r bidas surgem, com exponenciabilidade para a Aids, que
informa morte cruel
e pr�xima, fazendo com que milhares de famiias se vistam de luto e dor,
antes mesmo de o
ser amado desencarnar.
Ao avizinhar-se o terceiro mil�nio emerge o Evangelho de Jesus,
sobressaindo dessa
sombria paisagem terrestre, onde povos desenvolvidos respiram o mesmo ar
de popula��es
miser�veis, onde nunca foi t�o marcante o contraste entre riqueza e
mis�ria, onde
intelig�ncias not�veis convivem com preponderantes n�veis intelec tuais
baixos. Qual farol
permanentemente aceso, o Evangelho oferece seguran�a a todos os
navegantes humanos
no Mar da Vida.
Nenhum naufragar�, mantida a rota que a pr�pria
consci�ncia indica e que esse bendito farol ilumina.
Jesus est� no leme do grande barco que � o mundo.
158
A mensagem b�blica que noticiou sobre o dil�vio e No� tem na atualidade
especial
significado para todos n�s, convidando-nos a embarcar com o Mestre, em
viagem tranq�ila,
rumo � nossa pr�pria evolu��o espiritual.
N�o custa nada cada um de n�s ajudar ao menos
um animal nessa viagem evolutiva.
Fica o convite.
Ao terminar a leitura deste livro, provavelmente voc� tenha ficado com
algumas d�vidas e
perguntas a fazer, o que � um bom sinal. Sinal de que est� em busca de
explica��es para a
vida. Todas as respostas que voc� precisa est�o nas Obras B�sicas de
Allan Kardec.
Se voc� gostou deste livro, o que acha de fazer com que outras pessoas
venham a conhec�-lo
tamb�m? Poderia coment�-lo com aquelas do seu relacionamento, dar de
presente a
algu�m que talvez esteja precisando ou at� mesmo emprestar �quele que n�o
tem condi��es
de compr�-lo, O importante � a divulga��o da boa leitura, principalmente
a literatura
esp�rita. Entre nessa corrente!
159
Bibliografia
a. ESPIRITISMO
ARMOND, E.
- Mediunidade, 14 ed., Lake, S�o Paulo/SP, 1973
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Boletim Semanal SEI, Capemi, Rio de Janeiro/RJ, 30 de Ja neiro de 1993
161
Jornal O SEMEADOR, FEESP, S�o Paulo/SP, Mar�o a
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Revista REFORMADOR, FEB, Bras�lia/DF, Junho/87 e
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b. CI�NCIA
B. H�LLDOBLER (University of W�rzburg/Alemanha) e
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BRAND�O, M. Lira
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Jornal A CIDADE, Ribeir�o Preto/SP
Jornal FOLHA DE S. PAULO, S�o Paulo/SP
Jornal O ESTADO DE SAO PAULO, S�o Paulo/SP
Revista LA VOZ DE LOS ANIMALES, n�meros, 33, 37, 38,
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Revista OS CAMINHOS DA TERRA, Azul, Outubro/1992
Revista VEJA, Abril, S�o Paulo/SP (n�meros citados)
162
#
Abraços fraternos !
Bezerra
Livros:
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Áudios diversos:
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PENSE NISSO! ASSIM CONSTRUIREMOS UM MUNDO MELHOR."
JOSÉ IDEAL
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