sábado, 7 de setembro de 2019

{clube-do-e-livro} Lançamento: O Poder da Esperança - Julián Melgosa e Micehlson Borges- Formatos : Pdf,epub e txt

O PODER DA


ESPERAN��A

S E G R E D O S DO B E M - E S T A R E M O C I O N A L

J U L I �� N M E L G O S A e M I C H E L S O N B O R G E S

Casa Publicadora Brasileira

Tatu��, SP





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Ia Edi����o

3 1 a Impress��o: 300 mil

Tiragem acumulada: 8.734 milh��es

2017

Coordena����o Editorial: Diogo Cavalcanti

Editora����o: Guilherme Silva, Vin��cius Mendes e Diogo Cavalcanti

Revis��o: Luciana Gruber

Revis��o T��cnica: Dr. Everton Padilha Gomes e Dr. Marcello Niek Leal

Projeto Grafico: Alexandre Rocha

Capa: Eduardo Olszewski

Imagem da Capa: Kevin Carden/Fotolia

IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil

Dados Internacionais de Cataloga����o na Publica����o (CIP)

(C��mara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Melgosa, Juli��n

O poder da esperan��a : segredos do bem-estar

emocional / Juli��n Melgosa, Michelson Borges. -

Tatu��, SP : Casa Publicadora Brasileira, 2017.

ISBN 978-85-345-2400-1

1. Autoestima 2. Bem-estar 3. Desenvolvimento

pessoal 4. Emo����es ��� Aspectos psicol��gicos 5.

Espiritualidade 6. Sa��de emocional I. Borges, Michelson.

II. T��tulo.

17-02938 CDD-152

��ndices para cat��logo sistem��tico:

1. Sa��de emocional : Psicologia 152.4

Os textos b��blicos citados neste livro foram extra��dos da Nova Vers��o

Internacional, salvo outra indica����o.

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodu����o total ou parcial,

por qualquer meio, sem pr��via autoriza����o escrita dos autores e da Editora.

Tipologia: Minion Pro Display, 11/13 - 15964/37675

Sum��rio

Sa��de tamb��m �� coisa da sua cabe��a 5

Ansiedade: excesso de futuro 12

Depress��o: excesso de passado 22

Estresse: excesso de presente 36

Traumas ps��quicos 48

Escravo dos v��cios 57

Sentimento de culpa 67

Um monstro dentro de n��s 72

Dicas do Fabricante 77

O poder da esperan��a 88





Sa��de tamb��m �� coisa

da sua cabe��a

tr��nsito estava realmente infernal naquele dia. Depois de uma jorna-

da de trabalho tensa, com problemas e mais problemas para resolver,

in��meros e-mails e telefonemas para responder, tudo o que Paulo

mais queria era chegar em casa, comer algo, afundar no sof�� da sala e assistir

a qualquer coisa na televis��o. Por��m, os minutos desperdi��ados no tr��nsito se

transformaram em horas. Quando chegou a sua casa, j�� era noite. Entrou, ti-

rou os sapatos, jogou a pasta em um canto, deu um "oi" apressado para a esposa e mal viu os dois filhos que brincavam no tapete. Tomou uma ducha morna,

vestiu roupas confort��veis e sentou-se �� mesa de jantar.

- Tem alguma coisa para comer? - perguntou secamente.

- Sua m��e ligou agora h�� pouco. Reclamou que voc�� n��o vai visit��-la h��

muitos meses.

- Ela sabe que n��o tenho tempo. Tenho mais o que fazer. Contas a pagar.

Problemas para resolver. E a nova supervisora n��o larga do meu p��... mulher

complicada! Parece que tem medo do futuro, de que a empresa quebre. �� dif��-

cil trabalhar com ela. Est�� me deixando louco!

- �� s�� disso que voc�� fala ultimamente: problemas, contas, a supervisora.

Percebeu ao menos que seus filhos est��o ali na sala? O Marquinhos perguntou

a tarde toda a que horas voc�� chegaria.

- Todo dia �� a mesma coisa? S�� cobran��a, cobran��a! Me cobram no traba-

lho, me cobram em casa! Pensa que �� f��cil sustentar a fam��lia sozinho?

Essas ��ltimas palavras atingiram S��lvia em cheio. N��o era justo. Ela havia

sido afastada do trabalho por motivos de sa��de, e ele sabia disso. Claro que era 5

O Poder da Esperan��a

bom passar mais tempo com as crian��as, mas ouvir as reclama����es do marido

dia ap��s dia estava se tornando insuport��vel.

- Nossos filhos est��o crescendo e mal conhecem o pai. Isso para n��o falar

do nosso casamento...

- Voc�� pode me dar um tempo? Estou cansado, com dor de cabe��a e sem

paci��ncia para essa conversa.

Naquele momento, a filha de Paulo, uma garotinha de seis anos, com ca-

belos encaracolados e belos olhinhos, aproximou-se do casal e entregou um

envelope para o pai, que respondeu rispidamente:

- Agora n��o, filha! N��o v�� que sua m��e e eu estamos conversando?

Ele colocou o papel no bolso de qualquer jeito, ignorando a menina que se

afastava com l��grimas nos olhos.

- Voc�� �� um est��pido, mesmo! N��o v�� o que est�� fazendo com sua fam��lia?

- Pra mim j�� chega! Vou para o quarto. Perdi a fome - devolveu Paulo.

Ele tinha a n��tida sensa����o de que estava perdendo o controle de seu mundo.

O homem t��o seguro, t��o cheio de si n��o estava conseguindo administrar a pr��-

pria vida. Pensamentos negativos tomavam conta dele. O c��rebro parecia ferver,

e lembran��as ruins do passado pioravam tudo. O corpo de meia-idade estava ex-

cessivamente fatigado devido �� falta de exerc��cios f��sicos. Como ter tempo para

isso? A supervisora estressada vivia lhe pedindo relat��rios. Ele n��o queria saber de pensar em nada mais. S�� queria descansar, dormir e, quem sabe, nem acordar.

Quando se deitou de lado, sentiu algo no bolso. Pegou o envelope amas-

sado, abriu-o e encontrou uma cartinha escrita com giz de cera. Sentindo o

est��mago revirar, ele leu: "Papai, eu te amo."

Buraco negro

Quem nunca se sentiu como Paulo, esmagado por compromissos e inca-

paz de lidar com tantas coisas ao mesmo tempo? Quem nunca teve vontade de

jogar tudo para o alto e fugir para uma ilha deserta? Bem, talvez voc�� seja um

"sortudo" para quem tudo d�� certo, cujos dias passam de maneira tranquila, sem contratempos. Contudo, agora mesmo, milh��es de pessoas sofrem sob o peso

de uma terr��vel carga emocional. Ansiedade, estresse e depress��o s��o as primei-

ras palavras de um imenso dicion��rio de problemas e transtornos emocionais.

Uma declara����o do famoso f��sico brit��nico Stephen Hawking repercutiu

mundialmente. O assunto n��o foram buracos negros nem teorias surpreen-

dentes sobre universos m��ltiplos. O tema foi mais corriqueiro e bem "deste

mundo": a depress��o. Na verdade, Hawking, que vive confinado a uma cadei-

ra de rodas h�� d��cadas devido a uma doen��a neurol��gica degenerativa, deu

6

Sa��de tamb��m �� coisa da sua cabe��a

conselhos a pessoas que sofrem com depress��o. Depois de falar sobre bura-

cos negros, o cientista comparou a depress��o a esses fen��menos, destacando

que, n��o importa quanto eles sejam escuros, �� poss��vel escapar deles.

Hawking disse: A mensagem desta palestra �� que os buracos negros n��o s��o

t��o negros quanto parecem. Eles n��o s��o as pris��es eternas que pens��vamos. As

coisas conseguem escapar de buracos negros e, possivelmente, para outro univer-

so. Ent��o, se voc�� sentir-se dentro de um buraco negro, n��o desista: h�� uma sa��da."

Talvez essas palavras de ��nimo de Hawking n��o consigam fazer diferen��a,

de fato, para algu��m como Paulo, que esteja vivendo em um "buraco negro" de depress��o, ansiedade, traumas e at�� pensamentos suicidas. Existe realmente

sa��da para esses problemas? Existe esperan��a? Como sair dos buracos negros

que a vida apresenta?

A for��a do pensamento

Embora alguns exagerem, o dito popular "querer �� poder" tem muito de

verdade. Todo atleta sabe que bater um recorde n��o �� resultado de simples

prepara����o f��sica, mas tamb��m do cultivo da mente e do pensamento. De

igual modo, muitas coisas que fazemos, emo����es que sentimos e at�� doen��as

que sofremos t��m sua origem nos pensamentos.

O ambiente (pessoas, lugares e circunst��ncias), a personalidade (otimista ou pessimista, desconfiada ou confiante, falante ou calada, persistente ou inconstante, etc.) e as recorda����es e experi��ncias vividas s��o as molas propulsoras dos pensamentos. Qualquer pessoa pode controlar os pensamentos e dirigir sua

vontade para obter uma rea����o.

Com exce����o das rea����es autom��ticas ou das a����es repetidas por quest��o

de h��bito, o que fazemos tem origem nos pensamentos que v��m antes dos atos.

Veja esses tr��s casos:

��� Antes de chegar �� corretora de im��veis, Maur��cio n��o pensava em comprar

um im��vel. Contudo, o ambiente, a cortesia dos vendedores, as lindas fotos dos

apartamentos e as facilidades de pagamento o animaram a considerar essa pos-

sibilidade. Foi para casa e pensou no assunto, imaginou a mudan��a para uma

resid��ncia maior e com mais seguran��a, com escola no bairro para as crian��as e

transporte quase na porta do pr��dio. Em dois dias, assinou o contrato.

��� Elo��sa foi tomar um lanche com duas ex-colegas de faculdade.

Divertiram-se muito, falaram sobre mil coisas daquele tempo e da vida

atual. Retornando para casa, Elo��sa comparou sua vida com a das ami-

gas. Considerou todos os detalhes, relembrou o passado e concluiu que elas

eram mais felizes. Ficou um sabor amargo. Imediatamente, sentiu um misto de

7

O Poder da Esperan��a

tristeza e decep����o ao refletir sobre suas conquistas. Esse estado de ��nimo a

acompanhou por v��rios dias.

��� Vit��ria tinha bom relacionamento com todas as pessoas. Entretanto, teve

uma discuss��o desagrad��vel com seu irm��o, e n��o se falaram mais. Ela n��o

quis fazer as pazes porque sofreu muito com as palavras cortantes dele. Quan-

do relembrava o momento do desentendimento, ficava irada, com o ritmo

card��aco altamente alterado e sentia n��useas.

Nos tr��s casos, h�� uma clara rela����o entre pensamento e conduta (ou estado de

��nimo). O que teria ocorrido se Maur��cio, Elo��sa e Vit��ria tivessem alterado o rumo de suas reflex��es? Provavelmente, a conduta de cada um teria sido muito diferente.

De qualquer forma, todos somos donos de nossos pensamentos. E, como

tais, com maior ou menor dificuldade, podemos nutri-los, dirigi-los, expandi-los, reduzi-los ou rejeit��-los. Muitas pessoas sabem o que fazer quando sentem alguma indisposi����o f��sica, um resfriado, dor de cabe��a ou de est��mago. No entanto,

poucos sabem o que fazer quando se sentem ansiosos, preocupados, nervosos, ir-

ritados ou impacientes. S��o estados de ��nimo t��xicos que devem ser combatidos.

Como identificar seus pensamentos negativos? Como saber se eles levar��o

voc�� a condutas indesej��veis ou a um estado de ��nimo negativo? Para evitar

pensamentos impr��prios, adote um estilo de vida orientado por princ��pios e

valores universais, como: honestidade, responsabilidade, justi��a, respeito aos

outros, integridade e veracidade.

Fica aqui uma ressalva: pessoas que tentam desenvolver essa rotina de

pensamentos como uma solu����o em si pr��pria criam, ��s vezes, uma sobrecar-

ga emocional e uma sensa����o de "auto-hipocrisia" A ideia principal �� cultivar bons valores, como uma semente, e desenvolver um estilo de vida que cres��a

gradualmente nessa perspectiva. Os que s��o guiados por esses ideais acabam

nutrindo, de forma natural e espont��nea, pensamentos otimistas e edificantes,

com os resultados ben��ficos correspondentes.

No livro The Healthy Mind, Healthy Body Handbook, os pesquisadores

David Sobel e Robert Ornstein mostram evid��ncias dos benef��cios do pen-

samento otimista e da sensa����o de controle sobre algumas ��reas da sa��de:

Sistema imunol��gico - A saliva humana cont��m subst��ncias qu��micas que nos protegem das infec����es. Os n��veis de prote����o dessas subst��ncias s��o mais eficazes nos dias em que nos sentimos felizes e satisfeitos do que quando estamos tristes.

C��ncer - Um grupo de pacientes com c��ncer foi ensinado a pensar de for-

ma positiva e relevante. Eles tamb��m aprenderam t��cnicas de relaxamento.

O estudo mostrou que os anticorpos desses pacientes se tornaram muito

mais ativos que os de pacientes que n��o haviam recebido essas instru����es.

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Sa��de tamb��m �� coisa da sua cabe��a

Longevidade - Um grupo de idosos residentes em centros de pessoas da tercei-ra idade passou a ter liberdade para tomar pequenas decis��es (tipo de refei����o no jantar, escolha de um filme uma vez por semana, etc). Agindo assim, ficaram mais satisfeitos e felizes. Ap��s um ano e meio, o ��ndice de mortalidade desse grupo ficou 50% inferior ao dos que n��o tiveram nenhuma possibilidade de fazer escolhas.

Curso p��s-operat��rio - Foram apresentados dados da personalidade de

pacientes submetidos a cirurgias card��acas, dividindo-os em otimistas e pessi-

mistas. Os otimistas se recuperaram mais rapidamente, sofreram menos com-

plica����es e retornaram mais cedo a suas atividades.

Sa��de em geral - Foi pedido aos participantes de uma pesquisa que elabo-

rassem uma lista de acontecimentos positivos e negativos que, a seu ver, lhes

sobreviriam nos pr��ximos anos. Dois anos mais tarde, a sa��de de todos foi

examinada e se descobriu que, comparados aos de vis��o negativa, os otimistas

quanto ao futuro apresentavam menos sintomas de enfermidades.

Uma forma de conseguir o estilo otimista de pensar �� rejeitar os pensa-

mentos negativos e substitu��-los por op����es positivas. Os pensamentos pessi-

mistas costumam surpreender a pessoa de modo autom��tico e sem nenhuma

l��gica. Portanto, �� importante identific��-los e mudar esse tipo de pensamento.

Paulo, por exemplo, antes que se desse conta, estava pensando nos problemas

do trabalho, na supervisora irritante, nas "reclama����es" da esposa...

O pensamento otimista deve ser uma constante, um estilo de atividade

mental. Deve se estender tamb��m a todos (ou quase todos) os aspectos da

vida. Areas a se considerar:

Pensamento positivo sobre si mesmo - Procure n��o formar seu autocon-

ceito comparando-se a personagens da televis��o e da vida p��blica. Todos

apresentam uma imagem irreal. Reconhe��a suas limita����es e fa��a algo para

melhorar. Principalmente, n��o se esque��a de destacar seus valores e habili-

dades. Bloqueie e rejeite os pensamentos autodestrutivos. Descubra motivos

para agradecer porque voc�� foi formado de um "modo especial e admir��vel"

(Salmo 139:14).

Pensamento positivo sobre o passado - O passado n��o pode ser mudado.

Voc�� deve aceit��-lo, mesmo com os acontecimentos desagrad��veis que ocor-

reram. N��o culpe o passado pelas dificuldades do presente. Isso �� totalmente

in��til. Nunca se preocupe com o que aconteceu de desagrad��vel. Esque��a-se

das "coisas que ficaram para tr��s" e avance "para as que est��o adiante", pois existe um grande prop��sito para sua vida (Filipenses 3:13,14).

Pensamento positivo sobre o futuro - O futuro pode mudar. Sua atitude de hoje afeta o sucesso de amanh��. Pensando confiantemente e com esperan��a no amanh��,

9

O Poder da Esperan��a

voc�� est�� aumentando a probabilidade de um futuro mais feliz. E, se houver algo

negativo que possa ocorrer, fa��a planos agora para preveni-lo em vez de se angustiar.

Algu��m se interessa por voc�� e por suas ansiedades (1 Pedro 5:7).

Pensamento positivo em rela����o ao ambiente e ��s pessoas - Coloque os

"��culos de toler��ncia" e observe ao redor. Embora nem tudo seja perfeito, existem tamb��m coisas belas e experi��ncias agrad��veis. N��o julgue as pessoas,

mas confie nelas e as respeite. Aprecie o que fazem de bom. Procure entender

seus problemas e ajude-as. Assim, sua atitude causar�� satisfa����o. Essas atitu-

des promovem uma nova experi��ncia nos relacionamentos (Filipenses 2:3;

1 Tessalonicenses 5:11).

Certos pressentimentos sem nenhum fundamento tomam conta da cabe-

��a de muita gente. S��o ideias que n��o t��m sentido l��gico e causam infelicidade

e transtornos. Por exemplo:

��� Estamos rodeados de constantes perigos e riscos, e �� natural estarmos

sempre preocupados e temerosos.

��� As pessoas carentes e infelizes n��o podem fazer nada para melhorar sua

situa����o.

��� Para ser feliz e viver em paz comigo mesmo, preciso ser aprovado e ama-

do por todos os que me conhecem.

��� H�� sempre uma solu����o perfeita para cada problema e, se ela n��o for apli-

cada, as consequ��ncias ser��o desastrosas.

As declara����es acima s��o enganosas. Concordar com elas pode trazer

como consequ��ncia dor psicol��gica e infelicidade. Voc�� deve fazer esfor��os

para identificar e analisar seus pensamentos err��neos. Raciocine de maneira

l��gica para rejeit��-los e aceitar alternativas melhores.

Controle das tend��ncias mentais

Devido ao estilo de vida ruim de Paulo, seus pensamentos e sentimentos

nos ��ltimos meses eram quase todos negativos. Seu estado f��sico e emocional

era resultado de uma s��rie de fatores que precisavam ser analisados com mais

calma, mas muito da "atmosfera pesada" que o rodeava tinha que ver com seu di��logo interior. Se seus relacionamentos "externos" n��o iam bem, seu relacionamento consigo mesmo estava ainda pior.

As pessoas costumam apresentar uma tend��ncia generalizada para os

pensamentos positivos ou para os negativos. Em grande parte, essa ten-

d��ncia depende do estilo de di��logo interior, que �� cont��nuo e autom��tico.

Conhecer o tipo de di��logo que realizamos conosco torna-se imprescind��-

vel para o abandono dos maus h��bitos de pensamento e para a busca por

10



Sa��de tamb��m �� coisa da sua cabe��a

alternativas positivas que ajudem na solu����o dessas situa����es. Veja s�� o tipo

de pensamentos de Paulo, como vimos no in��cio deste cap��tulo, e pense nas

poss��veis alternativas:

Autodi��logo negativo - "Tudo isso �� horr��vel", "n��o consigo resolver nada",

"minha vida n��o presta", "estou perdendo minha fam��lia".

Alternativa - "N��o est�� t��o mal. Poderia ser pior", "talvez, com algum esfor��o e paci��ncia, eu consiga resolver uma coisa de cada vez", "nem tudo est�� cem por cento, mas existem coisas boas em minha vida", "se eu dedicar �� minha fam��lia um pouco mais de tempo com qualidade, posso melhorar nosso

relacionamento".

Alguns acreditam que a alegria e a felicidade s��o coisas do acaso, pro-

duto das circunst��ncias ou mesmo quest��o de "sorte". No entanto, acima do imprevis��vel est�� a escolha pessoal. Ser feliz �� uma op����o. Parece que alguns

preferem ser infelizes, mas �� poss��vel escolher ser otimista e desfrutar uma

vida razoavelmente feliz. Decis��es simples, se forem tomadas com deter-

mina����o, podem proporcionar grande entusiasmo e prevenir o des��nimo.

Veja alguns exemplos: "Decidi que vou ser feliz." "Hoje ficarei contente e n��o permitirei que o des��nimo tome conta de mim." "Vou olhar o lado bom das coisas." "Mesmo que meu supervisor fa��a enormes cobran��as, n��o me dei-xarei abalar."

Ser feliz e desfrutar a vida com alegria e otimismo �� um objetivo desej��vel

que vem por iniciativa pr��pria e n��o de maneira casual.

O pensamento otimista �� uma op����o excelente para conservar a sa��-

de mental e alcan��ar metas, mas n��o d�� para crer que tudo se resolve com o

pensamento. O otimismo, embora ��til, �� limitado em certas circunst��ncias:

a morte de um familiar, uma cat��strofe natural ou um diagn��stico m��dico

grave. Na pr��tica, �� imposs��vel ter um pensamento otimista quando estamos

muito amargurados ou em situa����o cr��tica. O pensamento positivo pode se

tornar enganoso e, em alguns casos, fazer com que percamos a vis��o de certas

realidades tristes. H�� "buracos negros" dos quais aparentemente �� imposs��vel escapar, por mais que gente como Hawking tente racionalizar a quest��o.

Laura descobriu isso da pior maneira. Por��m, quando ela pensava que n��o

havia mais solu����o para sua vida, algo mudou.





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Ansiedade:

excesso de futuro

lguns dizem que ansiedade �� excesso de futuro, depress��o �� excesso

de passado e estresse �� excesso de presente. Agora imagine algu��m

que tenha excesso de tudo isso! Laura era essa pessoa.

Quando ela estava com apenas cinco anos de idade, o pai abandonou a

fam��lia em troca de uma mulher bem mais nova que sua m��e. Ele foi em-

bora e nunca mais voltou. A m��e de Laura teve que trabalhar duro para

sustent��-la e manter a casa. Como n��o tinha a quem recorrer, deixava a

menina em uma creche enquanto se desdobrava nos dois empregos que

tinha conseguido a muito custo.

Laura sempre ouvia a m��e reclamar da falta de dinheiro; por isso, pas-

sou a ter medo do futuro. Temia que a m��e fosse embora como o pai havia

feito. Receava perder a casa, o quarto, a vida. Ela n��o conseguia ficar tran-

quila. Vivia com a sensa����o de que um desastre estava prestes a acontecer.

Simplesmente n��o conseguia controlar os pensamentos negativos.

Dois anos de uma rotina pesada acabaram cobrando um alto pre��o:

a m��e de Laura adoeceu gravemente, vindo a falecer poucos meses depois.

A menina se viu "abandonada" mais uma vez, e uma inseguran��a profunda

inundou sua vida.

Adotada por uma tia distante, Laura cresceu sem o aconchego da m��e

nem a prote����o do pai. Tinha medo de tudo; pensar no futuro fazia seu

cora����o palpitar.

Assim como Laura, a pessoa ansiosa sofre de um sentimento de total

apreens��o e preocupa����o que altera bastante a normalidade de sua vida.

12

Ansiedade: excesso de futuro

As preocupa����es mais frequentes s��o as rela����es interpessoais, o traba-

lho, as finan��as, a sa��de e o futuro em geral. Muitas vezes, experimenta-se

ansiedade generalizada quando n��o existe um motivo real para ela. Esse

estado foge do controle da pessoa afetada, e a tend��ncia �� diminuir sua

capacidade de vencer. A ansiedade pode surgir sem manifesta����es fisio-

l��gicas aparentes ou com evid��ncias no organismo at�� chegar �� s��ndrome

do p��nico.

A ansiedade e a depress��o s��o os problemas de sa��de mental mais co-

muns e crescentes. Nos grandes centros urbanos, uma em cada tr��s pes-

soas sofre de ansiedade.1 Infelizmente, as condi����es da vida atual parecem

favorecer esses problemas que trazem muito sofrimento aos portadores

dessas doen��as, assim como a seus familiares. Existe algum jeito de pre-

venir a ansiedade?

Como prevenir e superar a ansiedade

Com frequ��ncia, os sintomas dos transtornos de ansiedade n��o se ma-

nifestam at�� que uma situa����o estressante desencadeie a crise. A boa no-

t��cia �� que existem atividades preventivas de f��cil execu����o que podem

evitar o surgimento da ansiedade, al��m de acalmar os sintomas quando

eles aparecem:

Fale sobre seus problemas - Procure conviver com pessoas em estreita

rela����o de amizade, com as quais voc�� possa compartilhar amplamente

suas experi��ncias. Os que est��o sempre isolados correm maior risco de

sofrer com a ansiedade. Se esse for seu caso, mantenha um bom relacio-

namento com algum familiar ou amigo que possa suprir sua necessidade

de companhia.

Pratique o relaxamento - A tens��o acompanha todas as formas de ansie-

dade, e �� indispens��vel saber como conseguir relaxar de maneira sistem��ti-

ca e habitual. Vamos falar mais sobre isso depois.

Use a respira����o como meio de evitar a tens��o - �� surpreendente como

alguns exerc��cios simples de respira����o pausada, profunda (do ventre at�� o

t��rax) podem proporcionar calma diante de uma situa����o de ansiedade ou

ang��stia, evitando complica����es.

Alimente-se adequadamente - Pesquisas mostram que evitar a hipoglicemia e se alimentar de prote��nas no desjejum s��o atitudes que mant��m o equil��brio bioqu��mico do organismo e previnem os pensamentos ansiosos. Portanto, coma

alimentos saud��veis e comece o dia com um bom desjejum: leite de soja, p��o

integral e frutas frescas, por exemplo.

13

O Poder da Esperan��a

Procure grupos de ajuda - S��o grupos de pessoas com problemas semelhan-

tes. Em muitas cidades h�� grupos de terapia organizados. Nesse contexto, voc��

aprender�� muito com a experi��ncia dos outros, e eles poder��o compreender

muito bem suas dificuldades.

Pesquisas cl��nicas2 nos levam �� conclus��o de que as t��cnicas de maior ��xi-

to no tratamento da ansiedade s��o fundamentadas na psicologia cognitivo-

comportamental. Leia algumas delas a seguir:

Parada do pensamento - �� comprovadamente eficaz, especialmente em

assuntos que provocam a ansiedade. Se, por exemplo, o motivo da ansiedade

for o medo de contrair uma doen��a fatal, identifique os pensamentos rela-

cionados a esse temor (digamos, a doen��a de um familiar) ou qualquer ideia

que d�� in��cio a uma cadeia de preocupa����es que acabem ocasionando an-

siedade. No primeiro ind��cio de aproxima����o desse pensamento, diga "n��o!"

e pense em outra coisa ou realize uma atividade que possa distrair a mente.

Dessensibilidade sistem��tica - Consiste em aprender as t��cnicas de rela-

xamento at�� poder enfrentar a ansiedade em estado relativamente tranqui-

lo. Essa tarefa come��a com o pensamento, continua com uma advert��ncia

da situa����o de ansiedade e, finalmente, combate a ansiedade real. Em ou-

tras palavras, a ideia �� repensar o problema em outro momento, at�� encarar

a situa����o real. A possibilidade de ��xito �� muito grande, e o procedimento

�� r��pido, mas requer apoio de um psic��logo.

Essas t��cnicas podem ser eficientes, mas n��o deixam de ser superfi-

ciais. Muitas vezes, os problemas de ansiedade podem ter ra��zes profundas,

como no caso de Laura. Nessas circunst��ncias, �� preciso combater a causa

do problema e n��o apenas os sintomas.

Tipos de ansiedade e seus sintomas

Ansiedade generalizada - Pode apresentar tr��s ou mais dos sintomas abai-

xo, na maioria dos dias nos ��ltimos seis meses:

��� Sensa����o de inquieta����o ou "nervosismo".

��� Fadiga.

��� Dificuldade para se concentrar.

��� Irritabilidade.

��� Tens��o muscular.

��� Altera����es no sono.

Ansiedade com crise de p��nico - Pode apresentar quatro ou mais dos sintomas abaixo. Devem ser desenvolvidos abruptamente e alcan��ar um pico em dez minutos.

14

Ansiedade: excesso de futuro

��� Palpita����es ou ritmo card��aco

��� Dor ou desconforto tor��cico.

acelerado.

��� Enjoos ou desconforto abdominal.

��� Sudorese.

��� Sensa����o de tontura.

��� Respira����o ofegante.

��� Boca seca.

��� Tremores ou abalos.

��� Medo de perder o controle

��� Calafrios ou ondas de calor.

ou de enlouquecer.

��� Sensa����o de asfixia.

��� Medo de morrer.

��� Sensa����o de pavor.

��� Sensa����o de formigamento.

Causas profundas da ansiedade

Sabe-se por experi��ncia que a inseguran��a e a sensa����o de fracasso s��o

causas profundas da ansiedade. Laura procurava ser bem-sucedida em tudo

o que fazia justamente porque se sentia insegura e fracassada. Tamb��m ��

comum encontrar o sentimento de culpa como respons��vel final dessas ma-

nifesta����es, da�� a import��ncia do perd��o tanto para n��s como para os que

precisamos perdoar.

A inseguran��a pessoal e a sensa����o de fracasso t��m que ver com a bai-

xa autoestima. Quanto �� pessoa com sentimento de culpa, �� importante

examinar o passado e procurar receber o perd��o das pessoas ofendidas,

ou melhor, modificar completamente a pr��pria conduta, se essa foi a cau-

sa da inquieta����o. O Esp��rito Santo, nosso Consolador, ajuda muito nesse

processo (Jo��o 14:16, 26). A pessoa que aceita Deus como fonte de perd��o

recebe amplo benef��cio por meio da ora����o. Trata-se de uma experi��n-

cia reconciliadora que nos ajuda a esquecer inteiramente o passado e nos

oferece um novo come��o.

O ponto da virada

A pequena ��rf�� Laura cresceu. Foi no tempo do ensino m��dio que sua vida

teve uma reviravolta. A tia que a criou n��o acreditava em Deus e havia ensina-

do para a sobrinha que o Universo e a vida tinham simplesmente surgido h�� bilh��es de anos. Para Laura, os seres humanos eram resultado de um "acidente c��smico", vindo �� exist��ncia por uma conjun����o de fatores, por pura sorte. �� claro que essas ideias contribu��am para tornar a vida dela ainda mais sem sentido.

Quando adolescente, Laura gostava de caminhar em uma praia perto de

sua casa. Frequentemente, ela andava at�� o sol se p��r e se deitava na areia para ver as estrelas aparecerem no c��u. A menina era inteligente e conhecia alguma

coisa de astronomia e cosmologia. Na falta de amigos, os livros muitas vezes

lhe serviam de companhia. Sabia que a exist��ncia do Universo depende de leis

15

O Poder da Esperan��a

finamente ajustadas, de par��metros muito precisos sem os quais toda a reali-

dade �� sua volta se desintegraria. Olhar para o c��u estrelado levava sua mente

�� estranha conclus��o de que, se existe um mecanismo, um rel��gio, tem que

existir um relojoeiro. Mas, se o Relojoeiro n��o existe; se n��o h�� algo ou algu��m que tenha criado tudo e que administre tudo, acima de todos, que sentido teria

sua vida? Que esperan��a haveria para o pr��prio Universo?

Laura tinha consci��ncia da total falta de futuro para a vida, segundo a

vis��o naturalista. Ela sabia que, se a Terra n��o fosse destru��da por uma tem-

pestade solar ou os humanos n��o acabassem por se extinguir em uma guerra

insana, no fim das contas, ou o Universo entraria em colapso, sendo esma-

gado sobre si mesmo, ou se expandiria indefinidamente, consumindo toda a

energia, sendo incapaz de manter qualquer ser vivo. Viver seria uma ilus��o?

A maioria das pessoas evita pensar nisso justamente porque n��o quer viver

de ilus��o. Contudo, acabam fazendo justamente o que querem evitar: vivem de

ilus��es, de prazeres moment��neos, de conquistas passageiras, de sonhos ar-

tificiais inventados pela ind��stria do cinema, dos jogos, do entretenimento.

�� melhor ignorar a realidade fria enquanto se vive uma realidade ilus��ria

consentida. Se para ser feliz ela precisava entrar nesse jogo, nessa caverna,

era o que ela faria. Lutaria para ser bem-sucedida e independente. O aban-

dono e a morte n��o a afetariam, pois n��o viveria para ningu��m. Seria uma

boa profissional. Ganharia seu dinheiro. E, depois... Bem, depois chegaria

seu fim. Ponto final.

Laura progrediu financeira e academicamente, como havia planejado.

Concluiu curso superior, mestrado, conseguiu um bom emprego, subiu na

hierarquia da empresa e conquistou um cargo invej��vel. Mas a ansiedade n��o

desapareceu. L�� no fundo da sua mente, ainda havia um clamor por um sen-

tido para viver. Sem se dar conta disso, Laura acabava transferindo para seus

liderados toda sua ansiedade, seu estresse e suas frustra����es. Ela era extrema-

mente exigente e, ��s vezes, at�� injusta.

O ponto da virada na vida de Laura ocorreu quando ela conheceu uma

colega na empresa que lhe pareceu diferente de todas as demais pessoas que

trabalhavam ali. Ela era calma, alegre, confiante e sempre tinha uma palavra

de ��nimo. Laura ficava intrigada com a fonte de esperan��a que parecia jor-

rar daquela mo��a. As duas se tornaram amigas. Conversando com ela, Laura

descobriu que o cristianismo �� uma religi��o coerente e que a B��blia �� um livro

confi��vel, cujo pano de fundo hist��rico �� confirmado por dezenas e dezenas

de achados arqueol��gicos. Laura descobriu que a cren��a criacionista, segundo

a qual Deus criou o Universo e a vida, n��o se trata de uma "hist��ria infantil".

16

Ansiedade: excesso de futuro

H�� argumentos filos��ficos e cient��ficos consistentes que desafiam seriamente

a vis��o naturalista ateia na qual ela havia crido at�� ali.

V��rios textos b��blicos garantem que Deus existe e mant��m a vida de todas

as Suas criaturas. Foi uma descoberta muito especial para Laura a de que ela

n��o se tratava de um acidente c��smico, existindo por mero acaso. N��o! Ela

havia sido planejada. A vida dela, finalmente, tinha um prop��sito! Ela estava

descobrindo de onde tinha vindo, por que existia e para onde iria.

Mas houve uma descoberta ainda mais libertadora para a jovem Laura. Len-

do alguns livros, ela se deu conta de que intelectuais como Sigmund Freud e

C. S. Lewis haviam tido problemas com os pais na inf��ncia e que essa rela����o

ruim terminou por contaminar a vis��o deles a respeito de Deus. O resultado foi

que ambos se tornaram ateus. Lewis, a certa altura da vida, passou pela experi-

��ncia da convers��o, que causou uma verdadeira revolu����o interior: mudan��a do

cora����o, dos pensamentos e dos sentimentos. Lewis superou o passado e per-

doou o pai. Freud, quanto se saiba, nunca passou por uma experi��ncia desse

tipo. Continuou ateu, embora a "ideia de Deus" sempre o incomodasse.

Laura se viu nesses dois personagens e em tantas outras pessoas que atri-

bu��am a Deus qualidades e defeitos dos pais. Para Laura, Deus a tinha aban-

donado havia muito tempo. Mas essa percep����o n��o correspondia �� realidade.

Quem a tinha abandonado fora o pai de carne e osso. O Pai do C��u sempre

estivera ao lado dela, e ela apenas n��o havia percebido isso.

Essa �� uma realidade que se aplica tamb��m a voc��. N��o importa o mal que

lhe tenham feito na inf��ncia - se sofreu abuso de uma pessoa pr��xima ou foi

assediado por algu��m. Deus n��o �� essa pessoa! Deus nunca vai nos prejudicar.

Ele �� o Pai de amor. S�� quer o nosso bem eterno.

Laura finalmente tinha descoberto que Deus existe, a amava e estava ao

lado dela. Saber disso tirou de suas costas um peso acumulado havia muitos

anos. Ela ainda descobriria muitas coisas importantes que ajustariam seu foco

e a colocariam no caminho da restaura����o. Naquele momento, por��m, o Es-

p��rito Santo de Deus estava plantando em seu cora����o uma semente - duas

ideias que n��o lhe sa��am da cabe��a: ela precisava perdoar pessoalmente o pai

e dar outro tratamento ��s pessoas com quem convivia e a quem liderava no

trabalho. A terapia divina estava surtindo efeito na vida dela.

Terapia divina

Laura era a ansiedade em pessoa. O temor, o abandono e a inseguran-

��a vividos no passado ajudam a entender por que ela era assim. A ansieda-

de sobrev��m por medo do futuro. Ningu��m sabe o que acontecer�� amanh��.

17

O Poder da Esperan��a

Somente Deus conhece o futuro. Isso tem levado muitas pessoas a colocar sua

f�� e confian��a no Todo-Poderoso que ama e protege aqueles que O aceitam.

O tratamento divino tem tr��s aspectos:

Individua! - A pessoa precisa exercer influ��ncia sobre sua vida interior, refletindo sobre o fato de que a vida n��o se resume a nascer, viver e morrer.

Essa reflex��o abre espa��o para uma perspectiva que vai al��m do aqui e agora.

Ela inclui a compreens��o do destino da fam��lia humana e, especialmente, do

plano de Deus para a salva����o eterna, como �� explicado na B��blia.

Isso tamb��m ajuda a pessoa a adquirir uma perspectiva de longo prazo

que lhe d�� confian��a na vit��ria do bem sobre o mal. Como medida de aux��lio

imediato, a terapia divina se utiliza da reflex��o em vers��culos b��blicos claros e cheios de for��a, como, por exemplo: "Mil poder��o cair ao seu lado, dez mil �� sua direita, mas nada o atingira' (Salmo 91:7).

Social - N��o �� somente pela adora����o em comunidade e pelas palavras de

outras pessoas que Deus pode intervir. Ele tamb��m faz isso pelo exemplo e

pela atitude que essas pessoas demonstram. O Esp��rito Santo pode usar essas

pessoas para fazer sua "terapia". Finalmente, seria bom dizer que Deus tamb��m pode usar profissionais qualificados capazes de utilizar t��cnicas e estrat��-

gias que podem ser aben��oadas por Deus para que surtam efeito.

Divino - O aspecto divino abrange o relacionamento pessoal entre o ser humano e Deus. Encontra seu maior apoio na ora����o. A ora����o, mais que a repe-

ti����o de frases, consiste em falar com Deus como a um amigo e conselheiro; ��

falar dos temores, ansiedades, d��vidas e problemas, como tamb��m agradecer ao

Criador as coisas boas da vida. A ora����o sincera tem ajudado muitos a crescer na f��, o que �� incompat��vel com a ansiedade e a incerteza. F��, na realidade, significa confian��a em Deus. Quanto mais conhecemos Deus, por meio da ora����o e do

estudo da B��blia, mais desenvolvemos essa confian��a e mais nossa f�� se fortalece.

Seguran��a quanto ao futuro

Uma das grandes d��vidas de Laura em sua adolesc��ncia, quando olhava

para o c��u deitada na areia da praia, tinha que ver com o futuro. Os livros cien-t��ficos que havia lido, ainda que fossem ��teis em alguns aspectos, n��o traziam

esperan��a alguma de futuro, como vimos. De uma forma ou de outra, o Uni-

verso um dia chegaria ao fim. Para uma pessoa ansiosa, dizer que o amanh��

terminar�� em nada oferece tanto consolo quanto dizer a um depressivo que ��

poss��vel escapar de um buraco negro.

Laura avaliou suas descobertas recentes: havia s��rias raz��es para ela acre-

ditar que Deus existe e que a ama, independentemente de quem ela fosse ou





18


Ansiedade: excesso de futuro


do que tivesse acontecido com ela no passado. Deus Se revelou de modo

especial na B��blia Sagrada, e h�� muitas boas raz��es para crer que esse livro

singular �� realmente confi��vel. Uma delas �� justamente o que esse livro diz

sobre o futuro.

Em conversas e estudos com sua colega de trabalho, Laura descobriu que a

B��blia cont��m mais de 2.500 refer��ncias a um evento futuro maravilhoso:

a volta de Cristo. Na verdade, o pr��prio Jesus prometeu: "N��o se perturbe o cora����o de voc��s. Creiam em Deus; creiam tamb��m em Mim. Na casa de Meu

Pai h�� muitos aposentos; se n��o fosse assim, Eu lhes teria dito. Vou preparar-

lhes lugar. E se Eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para Mim, para que voc��s estejam onde Eu estiver" (lo��o 14:1-3).

No momento em que Jesus voltava para o C��u, depois de ter passado tr��s

d��cadas aqui na Terra, morrido na cruz e ressuscitado, dois anjos foram en-

carregados de consolar os disc��pulos: "Galileus, por que voc��s est��o olhando para o c��u? Este mesmo )esus, que dentre voc��s foi elevado ao c��u, voltar�� da

mesma forma como O viram subir" (Atos 1:11). De que forma? Pessoalmente,

visivelmente, entre as nuvens e rodeado de anjos. Ser�� o evento mais espeta-

cular da hist��ria!

Apocalipse 1:7 diz que todo olho ver�� Jesus, quer a pessoa creia ou n��o.

Laura compreendeu que n��o seria inteligente da parte dela desprezar as v��rias

profecias relacionadas �� volta de Jesus e cumpridas �� risca. Ela se convenceu

da promessa de que Ele vir��.

Na verdade, a B��blia nos ensina "a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperan��a: a gloriosa manifesta����o de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo" (Tito 2:12,13).

Outro assunto que deixou Laura aliviada foi a quest��o do chamado "inferno

eterno". Em seu livro Vida para Sempre, Robert Leo Odom compara: "Supo-nha, por exemplo, que o juiz de sua comarca sentenciasse um homem declara-

do culpado de assassinato a ser torturado continuamente dia e noite com ��gua

escaldante e ferros em brasa, a fim de mant��-lo sofrendo constantemente a

mais torturante dor. O que os meios de comunica����o teriam a dizer sobre isso?

Qual seria a rea����o das pessoas em geral para com esse tipo de puni����o? Faria

sentido dizer que nosso Criador, que �� um Deus de justi��a e amor, poderia ser

um monstro de crueldade pior do que o mencionado?" (p. 68).

O dogma do tormento eterno apenas dep��e contra o car��ter justo e amo-

roso de Deus. A B��blia afirma que, ap��s o julgamento final, os ��mpios ser��o

consumidos (Apocalipse 20:8, 9) e se tornar��o cinzas (Malaquias 4:1-3),

por escolha pr��pria, como resultado de sua rebeldia. Ent��o, como entender

19





O Poder da Esperan��a

a express��o "fogo eterno"? Odom explica: "N��o �� o sofrimento que ser�� eterno, e sim o fogo que Deus usou para destru��-los que ser�� eterno em seu efeito. [...].

Ele quer dizer, atrav��s da express��o 'inextingu��vel' [Lucas 3:17], [que ��] um

fogo que nenhum ser humano pode extinguir ou apagar" (p. 69; ver tamb��m

2 Pedro 3:7, 10). Um bom exemplo de puni����o �� o que sucedeu a Sodoma e

Gomorra - elas foram destru��das por um "fogo eterno" (Judas 7). Essas cidades n��o est��o queimando hoje em dia. Foram extintas.

Laura ficou muito feliz em compreender isso. Essa era outra barreira entre

ela e o Deus que n��o conhecia. Quando pensava no mito do inferno de fogo

eterno, ela n��o conseguia imaginar um Pai de amor. Era contradit��rio e il��gi-

co. Mas a B��blia nada tem que ver com esse mito. O futuro que ela apresenta

para os remidos �� em um lugar e tempo em que n��o mais haver�� "morte, nem

tristeza, nem choro, nem dor" (Apocalipse 21:4).

Para vencer a ansiedade, o acompanhamento profissional fez muito bem

para Laura, mas seu rec��m-adquirido conhecimento do Deus da B��blia e da

esperan��a da volta de Jesus foi determinante para a paz que passou a reinar em

sua vida. A partir de ent��o, ela n��o teve mais medo do futuro, pois entendeu

que Deus cuida e sempre cuidar�� dela, como um bom pai que nunca abando-

na seus filhos.

2 0





Ansiedade: excesso de futuro

Ansiol��ticos b��blicos

"O pr��prio Senhor ir�� �� sua frente e estar�� com voc��; Ele

nunca o deixar��, nunca o abandonar��. N��o tenha medo! N��o

desanime!" (Deuteron��mio 31:8).

"N��o fui Eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! N��o se

apavore, nem desanime, pois o S E N H O R , O seu Deus, estar�� com

voc�� por onde voc�� andar" (Josu�� 1:9).

"Quando a ansiedade j�� me dominava no ��ntimo, o Teu con-

solo trouxe al��vio �� minha alma" (Salmo 94:19).

"Por isso n��o tema, pois estou com voc��; n��o tenha medo,

pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; Eu o segura-

rei com a Minha m��o direita vitoriosa" (Isa��as 4 1 : 1 0 ) .

"N��o andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela

ora����o e s��plicas, e com a����o de gra��as, apresentem seus pedi-

dos a Deus" (Filipenses 4:6).

"N��o se preocupem com sua pr��pria vida, quanto ao que co-

mer ou beber; nem com seu pr��prio corpo, quanto ao que vestir.

N��o �� a vida mais importante que a comida, e o corpo mais im-

portante que a roupa? Observem as aves do c��u: n��o semeiam

nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celes-

tial as alimenta. N��o t��m voc��s muito mais valor do que elas?"

(Mateus 6:25, 2 6 ) .

21



Depress��o:

excesso de passado

No ano de 2009, milh��es de pessoas ficaram encantadas com as cenas

do mundo id��lico concebido pelo roteirista e diretor de cinema James

Cameron, em seu filme "Avatar" O que ningu��m poderia imaginar ��

que muita gente acabaria, depois, sofrendo de "depress��o p��s-Avatar". Foram criados sites na internet nos quais os f��s desabafavam seus lamentos por n��o

viver em Pandora, um planeta muito melhor do que a Terra. Houve at�� quem

pensasse em cometer suic��dio, na esperan��a de "renascer" em um mundo semelhante ao do filme!

Esse �� mais um exemplo, entre muitos, do poder de influ��ncia da m��dia, es-

pecialmente das produ����es cinematogr��ficas. Da mesma forma, as pessoas que-

rem fugir da realidade e viver em mundos de sonhos. H�� quem n��o passe uma

semana (ou at�� mesmo um dia) sem imergir em algum filme. H�� outros que

aguardam com ansiedade o cap��tulo seguinte da novela ou da s��rie preferida.

Milh��es deixam tudo de lado para n��o perder a partida do "time do cora����o"

O que dizer das horas e horas gastas com videogames ou em trivialidades na internet? Tenta-se preencher o vazio da alma com alimento desprovido de nutrientes, refinado em ind��strias que s�� pensam no dinheiro que v��o arrecadar.

A "depress��o p��s-Avatar", assim como tantas outras, �� sintom��tica. Mostra que as pessoas est��o com saudades de algo, mas n��o sabem do qu��.

Outro comportamento que pode levar �� depress��o e at�� gerar pensamen-

tos de suic��dio �� o sexo casual. Uma pesquisa feita pela Universidade do Esta-

do da Calif��rnia com 3,9 mil estudantes mostrou que as pessoas que praticam

2 2

Depress��o: excesso de passado

sexo fora de um contexto de romantismo e compromisso se mostravam mais

estressadas, com problemas de depress��o e ansiedade. Os pesquisadores acre-

ditam que esse estresse seja resultado de sentimentos de culpa.

As causas da depress��o variam muito. ��s vezes, s��o at�� dif��ceis de ser iden-

tificadas. Este �� um mundo n��o ideal, e, quanto mais longe do prop��sito do

Criador, mais as pessoas pagam um alto pre��o por um senso de inadequa����o

ou mesmo, por sua teimosia.

Somente quem enfrentou ou enfrenta um quadro depressivo consegue en-

tender o que significa perder o sono sem motivo aparente ou dormir mais de

12 horas seguidas, sem vontade de acordar; chorar muito e sem motivo "jus-

tific��vel"; n��o ter capacidade de fazer aquilo de que mais gosta, sentindo-se incapaz, inapto; ter maus pensamentos e perder a vontade de viver; alimentar

senso de culpa por coisas sem import��ncia, bem como a sensa����o de fracas-

so; viver trancado dentro de si, em meio a sombras. Na verdade, isso signifi-

ca n��o mais viver, apenas existir. Nesse ponto, pensamentos suicidas n��o s��o

incomuns.

A depress��o �� o mal que predomina nas consultas psiqui��tricas e de psico-

logia cl��nica. Em breve, ela poder�� ocupar o segundo lugar entre as causas de

doen��as e de incapacidade, ficando atr��s apenas dos problemas cardiovasculares.

Com suas varia����es correspondentes, a depress��o afeta crian��as, jovens,

adultos e idosos; homens e mulheres; pessoas de todas as classes; ricos e po-

bres. A Organiza����o Mundial da Sa��de (OMS) calcula que h�� mais de 100

milh��es de pessoas deprimidas no mundo.

Sofrer um grande desgosto, ter preocupa����o excessiva ou sentir-se es-

tressado pelo excesso de trabalho n��o significa necessariamente estar com

depress��o. Entretanto, essas altera����es emocionais podem ser o in��cio dela, e

�� necess��rio estar atento para que n��o se prolonguem demasiadamente.

Os sintomas da depress��o s��o v��rios, e o diagn��stico n��o �� confirmado

como tal at�� que apare��am v��rios deles de forma regular no per��odo de duas

semanas e, ao menos, um dos sintomas deve ser a tristeza ou a perda de inte-

resse ou prazer. Entretanto, o surgimento de apenas um sintoma deve servir de

alerta para se tomar uma provid��ncia antes que a solu����o se torne mais dif��cil.

Como prevenir a depress��o

Busque apoio social - A depress��o �� pouco frequente nos c��rculos em que

h�� fortes la��os de relacionamento, sejam familiares, de trabalho, conjugal ou

de amizades. Portanto, �� importante fazer parte de uma fam��lia feliz, estar ro-

deado de bons amigos, ter bom ambiente de trabalho, pois essas coisas s��o

2 3

O Poder da Esperan��a

prote����es contra a depress��o. Por��m, como alcan��ar isso tudo? �� o que vere-

mos ao longo deste livro.

Mantenha uma vida ativa - �� surpreendente como o estado de ��nimo debi-

litado pode mudar rapidamente quando voc�� se ocupa com alguma atividade.

Para evitar a depress��o, tome uma atitude e atue de alguma forma. Ocupe-

se com tarefas que lhe tragam satisfa����o e que sejam produtivas e edificantes:

coloque em ordem sua casa, conserte alguma coisa, converse ao telefone com

algu��m especial. Se puder, pratique esporte ou exerc��cio f��sico aer��bico. A fa-

diga, nesse caso, �� fonte de sa��de e bom humor.

Pense corretamente - Conforme as pessoas se centralizam no aspecto som-

brio ou no lado positivo das coisas, t��m maior ou menor propens��o para a

depress��o. Pensar �� um h��bito como qualquer outro e deve ser cultivado para

se evitar a an��lise negativa das situa����es.

Olhe para o passado com prud��ncia - O passado pode ser fonte de depres-

s��o ou de bem-estar emocional. Em vez de pensar nas dificuldades, alegre-se

com os tempos e acontecimentos felizes. Se existe algum trauma do passado

(abuso sexual, rompimentos, etc), procure um psic��logo ou psiquiatra que

possa ajudar voc�� a elaborar uma forma de supera����o do ocorrido.

Al��m de poder ser causada por uma vida tortuosa ou pela frustra����o alimen-

tada por fantasias, a depress��o pode ser tamb��m considerada "excesso de passado"

Era justamente esse o problema de Carlos.

"Fantasmas" do passado

Carlos sempre fora considerado um homem forte e en��rgico, tanto que,

devido a essas qualidades e �� sua estatura de quase um metro e noventa, os

amigos o chamavam de "Carl��o" Por��m, os anos de uma vida problem��tica, regada a bebedeiras, festas e relacionamentos amorosos passageiros acabaram

cobrando a conta. Com pouco mais de 70 anos, Carl��o era apenas uma sombra

do que havia sido. Passava a maior parte do tempo sentado em uma cadeira

de rodas, em sil��ncio, remoendo os pensamentos, enquanto o tempo passava

lentamente na casa de repouso que ele nunca esteve disposto a chamar de lar.

O corpo, antes atl��tico, movia-se arqueado pelo peso das mem��rias.

Carlos havia sido diagnosticado com c��ncer terminal. Nos ��ltimos anos,

sofria uma depress��o profunda. Era homem de pouca conversa e nunca rece-

bia visitas de parentes. Parece que todos o haviam abandonado quando a festa

de sua vida teve fim.

Carl��o procurava abafar a voz da consci��ncia. Nunca quis dar o bra��o a tor-

cer e admitir que somente uma vez havia experimentado alguma coisa parecida

2 4

Depress��o: excesso de passado

com felicidade. Por mais que procurasse negar, seus pensamentos sempre se vol-

tavam para uma ��nica mulher, a primeira namorada e ex-esposa, a quem n��o

soube dar o devido valor. Ela n��o mais estava por perto para ouvir suas recla-

ma����es e a conversa sobre "viver a vida", longe das "amarras" de uma fam��lia, da preocupa����o com filhos e dos carinhos de uma mulher apenas. Como ele esteve

enganado! Como foi capaz de comprar uma mentira como se fosse verdade?

Carlos n��o sabia que, mesmo que Deus decidisse n��o lhe conceder a cura,

poderia perdo��-lo de todos os pecados e conceder-lhe a salva����o eterna.

Foi o que Jesus garantiu ao ladr��o crucificado a Seu lado, que Lhe suplicou:

"Lembra-Te de mim quando entrares no Teu reino." Jesus respondeu que ele estaria no para��so (Lucas 23:42,43).

Infelizmente, Carlos n��o sabia disso e pensava em desistir de si mesmo.

Suic��dio

De acordo com a Organiza����o Mundial de Sa��de (OMS), o suic��dio �� a

causa da morte de mais de 800 mil pessoas por ano, ficando na frente da aids.

A cada tr��s segundos, uma pessoa atenta contra a pr��pria vida. No Brasil,

estima-se que 32 pessoas cometam suic��dio todos os dias. Cerca de 30% dos

casos t��m que ver com a depress��o.

Com o objetivo de esclarecer o tema, a OMS divulgou uma campanha1

com mitos e verdades sobre o suic��dio. A campanha, por exemplo, se refere ao

mito de que a pessoa que fala do assunto n��o pretende se suicidar. Em rela����o

a esse ponto, a realidade �� que pessoas que falam sobre suic��dio podem estar

procurando ajuda, pois, frequentemente, sofrem com ansiedade, depress��o e

falta de esperan��a.

Outro mito �� o de que a maioria dos suic��dios acontece sem aviso. A verda-

de, por��m, �� que grande parte dos suicidas d�� avisos ou emite sinais. Por isso, �� importante conhecer esses sintomas e identific��-los na conduta de quem est��

a nossa volta.

A OMS esclarece, tamb��m, que pensamentos suicidas n��o s��o permanentes.

Uma pessoa que pensou em se matar pode continuar vivendo por muito tempo.

Outro equ��voco "cl��ssico" �� o de pensar que somente pessoas com dist��rbios mentais podem cometer suic��dio. Em realidade, muitas pessoas que t��m

problemas mentais n��o manifestam comportamento suicida. Por outro lado,

nem todas as pessoas que tiram a pr��pria vida possuem dist��rbios mentais.

Segundo a campanha, conversar abertamente sobre suic��dio n��o encora-

ja o ato. Pelo contr��rio, isso pode ajudar a pessoa com tend��ncias suicidas a

analisar outras op����es e dar-lhe tempo para repensar a decis��o de tirar a vida.

2 5

O Poder da Esperan��a

Suic��dio nem sempre se trata de exerc��cio do livre-arb��trio, j�� que as pessoas

que pensam em tirar a pr��pria vida quase sempre est��o com sua percep����o da

realidade alterada, e isso interfere em sua liberdade de escolha. Por isso, �� muito importante tratar essa distor����o da realidade a fim de prevenir o suic��dio.

Outros dois mitos s��o o de que as pessoas que amea��am se matar est��o

apenas querendo chamar a aten����o, e que, quando algu��m mostra sinais de

melhora ou sobrevive a uma tentativa de suic��dio, estar�� fora de perigo. Pelo

contr��rio, os dias que se seguem ap��s a tentativa de suic��dio exigem cuidados,

uma vez que a pessoa ainda permanece fragilizada.

finalmente, h�� quem pense que a m��dia n��o deveria tratar do tema do sui-

c��dio, pois acredita-se que isso estimularia os suicidas. Na verdade, segundo a

OMS, a m��dia deveria tratar desse assunto de sa��de p��blica e abordar o tema de modo apropriado. As pessoas precisam estar informadas sobre o assunto e

devem saber onde buscar ajuda. Al��m disso, �� preciso analisar criticamente os

conte��dos midi��ticos, j�� que, infelizmente, existem m��sicas, programas, filmes

e ate jogos que podem incitar o suic��dio. Especialmente os pr��-adolescentes e

os adolescentes devem receber aten����o especial.

Segundo a OMS, �� poss��vel prevenir o suic��dio em 90% dos casos. Existem

locais preparados para oferecer ajuda. H�� os Centros de Aten����o Psicossociais

(Caps) e os Centros de Valoriza����o da Vida (CVV), que t��m um servi��o de

preven����o ao suic��dio por telefone (basta ligar para o 141) e pela internet.

Como vencer a depress��o

O tratamento da depress��o �� realizado de duas formas: por meio da farma-

cologia e da psicoterapia. Na maioria dos casos, �� indicado um tratamento far-

macol��gico inicial prescrito por um m��dico ou psiquiatra. Ao mesmo tempo,

e seguido um plano de interven����o psicol��gica que prepara a pessoa para sair

da depress��o e impedir que a doen��a se manifeste novamente.

Produtos farmac��uticos - Em casos mais graves, medicamentos antidepres-

sivos podem trazer o al��vio da dor ps��quica e reduzir a tend��ncia ao suic��dio.

Os antidepressivos agem sobre a qu��mica cerebral para equilibrar a atividade

dos neurotransmissores. Em muitos casos, isso alivia os sintomas e pode for-

talecer os efeitos da psicoterapia. Por��m, ��s vezes, �� necess��rio submeter o pa-

ciente a v��rios tipos de medicamentos at�� encontrar o mais indicado e esperar

algumas semanas para sentir os resultados. Isso pode levar at�� quatro semanas,

o que faz com que alguns pacientes abandonem os medicamentos sem supervi-

s��o m��dica, piorando o quadro. Al��m disso, os medicamentos antidepressivos

podem produzir efeitos secund��rios de intensidade variada.

2 6

Depress��o: excesso de passado

O medicamento psicotr��pico �� como uma "cunha" para um rel��gio que

est�� adiantando ou atrasando demais. O grande problema �� que ele n��o age na

engrenagem defeituosa e sim na velocidade com que o rel��gio funciona. Por

essa mesma raz��o, apesar de trazer efeitos prazerosos, o medicamento antide-

pressivo pode se tornar ineficaz e at�� perigoso, se usado de modo inadequado

(veja o quadro no fim deste cap��tulo).

Ent��o, encontramos uma das grandes barreiras para a cura da depress��o: as

pessoas n��o querem fazer algo que envolva mudan��a de h��bitos e atitudes pessoais.

Preferem se limitar a uma p��lula. Isso gera uma situa����o em que o pr��prio medi-

camento, sem a perspectiva correta, pode dar a falsa sensa����o de melhora, mas se, por exemplo, a pessoa tiver tend��ncia a manifestar um dist��rbio bipolar (euforia/

depress��o), o medicamento errado pode exacerbar os per��odos de euforia, sem ne-

cessariamente eliminar todos os comportamentos ou sintomas negativos.

Rotina di��ria - A elabora����o de um programa de atividades �� uma das es-

trat��gias mais comuns utilizadas pelos psic��logos. �� como uma agenda �� qual o

paciente atender�� durante v��rias semanas. O psic��logo faz a elabora����o com a

ajuda do paciente e da fam��lia. Ao coloc��-la em pr��tica, o cliente ocupa o tempo necess��rio e adquire novos padr��es de conduta para evitar a reca��da. Um bom

programa de atividades tem que levar em considera����o os seguintes princ��pios:

��� Escolher as atividades mais agrad��veis e evitar, especialmente no princ��-

pio, as que s��o consideradas excessivamente dif��ceis.

��� Buscar atividades com um componente social, por exemplo: �� prefer��vel

uma reuni��o com amigos a um filme ao qual o paciente assista sozinho.

��� Se for poss��vel, n��o interromper o trabalho habitual, mas manter o em-

prego ou os estudos, reduzindo as horas e a intensidade.

��� Na maioria dos casos, a ocupa����o manual �� bem aceita. Por exemplo,

marcenaria, costura ou jardinagem.

��� Incluir o exerc��cio f��sico sempre que a sa��de do paciente permitir.

O equil��brio qu��mico e hormonal produzido pelos medicamentos farmac��u-

ticos tamb��m pode ser conseguido ou complementado com o esporte e a ati-

vidade f��sica.

��� A agenda do programa de atividades deve ser a mais detalhada poss��vel

(por exemplo: ocupa����o das 8h ��s 8h30, das 8h30 ��s 9h, etc).

Forma de pensar - A cada dia se d�� maior import��ncia aos pensamentos no

tratamento da depress��o. Um dos objetivos mais almejados �� ajudar a pessoa a ver as coisas de maneira correta e equilibrada. Os que sofrem de depress��o tendem a:

��� Ter objetivos e expectativas irreais, por exemplo: um homem que fica de-

primido porque aos 50 anos n��o conseguiu ser bem-sucedido nos neg��cios.

2 7

O Poder da Esperan��a

��� Destacar as faltas pessoais e minimizar as conquistas. Uma jovem ganha um

concurso liter��rio e, quando suas amigas a felicitam, insiste em dizer que poucos trabalhos foram apresentados, ou que lhe deram o pr��mio por compaix��o.

��� Comparar-se com outros e se sentir inferior. Um jovem adulto se re��ne

com ex-colegas de classe e se sente profissionalmente inferior.

No tratamento de ��xito, deve ser inclu��da a reestrutura����o do pensamen-

to, uma vez que a depress��o fortalece pensamentos negativos sobre a pr��pria

pessoa, no ambiente e no futuro. Portanto, evite todo pensamento de inferio-

ridade e autocomisera����o. Pense que grande parte de seu ��xito depende do

que voc�� se prop��e a fazer e que possui qualidades e capacidades pessoais de

muito valor.

Na avalia����o do ambiente, n��o se concentre nas imperfei����es e nos peri-

gos, mas nas coisas belas da vida e nos acontecimentos agrad��veis. Certamen-

te, h�� muitas coisas boas em que pensar. E, se houver coisas negativas, fa��a algo para suport��-las, em vez de ficar se lamentando.

Com respeito ao futuro, se algu��m pode mud��-lo, �� s�� voc��. Decida que

vai ser feliz, e ser��. Repita: "Decidi ser feliz!" e abandone todo pensamento contr��rio desde a origem.

Apoio familiar - O tratamento profissional ganha muito se a fam��lia ofe-

rece apoio ao deprimido. �� de vital import��ncia que, se o c��njuge, filho ou

algum outro membro da fam��lia sofre de depress��o, o problema seja encarado

seriamente. As seguintes orienta����es podem ajudar:

��� Ou��a-o com aten����o e simpatia, pois isso por si s�� j�� produz efeito terap��utico.

��� Nunca censure a pessoa, mas trate-a com calma e naturalidade.

��� Ajude seu familiar a se manter ocupado. Passeios, entretenimentos, pe-

quenos trabalhos, entre outras atividades, s��o importantes nesse processo.

��� Anime a pessoa a nutrir a esperan��a de que sair�� da depress��o com dignidade.

��� Apoie o tratamento m��dico, lembrando a import��ncia de o paciente

tomar os medicamentos. Evite tamb��m transmitir d��vidas, como: "Para que

servem esses comprimidos?", "Por que voc�� precisa ir ao psiquiatra? Voc�� n��o est�� louco!" Se voc�� tem d��vida quanto ao tratamento, fale com o m��dico e

n��o com o paciente.

��� Pode-se esperar uma grande afli����o, especialmente se a pessoa piora e

come��a a dizer que n��o vale a pena viver e que gostaria de morrer.

��� Vigie para que ela se alimente adequadamente e para que n��o fa��a uso

de ��lcool.

Fa��a algo pelos outros - O depressivo pode prestar ajuda a outros. Isso oferece novo ��nimo e tem resultados terap��uticos. Experimente consertar algo na casa

2 8

Depress��o: excesso de passado

de um amigo, fazer compras para uma pessoa idosa, visitar algu��m hospi-

talizado ou fazer pequenos trabalhos volunt��rios. Agindo assim, voc�� se es-

quecer�� de seu pr��prio sofrimento e perceber�� que existe gente com mais

necessidades. Ajudar outras pessoas �� uma forma de ajudar a si mesmo.

Olhe para o futuro com esperan��a - Se voc�� est�� manifestando os sintomas da depress��o, precisa entender que o futuro n��o est�� �� merc�� das circunst��ncias. Fuja de todo sentimento de desespero e incapacidade.

Para Everton Padilha Gomes, cardiologista do Instituto do Cora����o do

Hospital das Cl��nicas da Faculdade de Medicina da Universidade de S��o Paulo

(Incor) e diretor do Estudo Advento (falaremos mais sobre esse projeto no

cap��tulo 9), estar em depress��o �� como usar ��culos escuros ao entardecer en-

quanto se dirige em uma estrada. Em certo momento, a pessoa ter�� a n��tida im-

press��o de que j�� �� noite e que sua vis��o da estrada se encontra mais dificultada pela escurid��o. Por��m, se ela se lembrar de tirar os ��culos escuros, ver�� que,

na verdade, ainda existe muita claridade na pista. Literalmente, o m��dico diz:

"O depressivo n��o perde a no����o da realidade, mas a v�� com tons mais graves.

Ele enxerga sob uma '��tica bem mais pessimista que a maioria das pessoas.

Nesses momentos, sempre aconselho essas pessoas a 'darem um desconto' a si

mesmas e a entenderem que a realidade �� menos obscura do que imaginam."

Explique os fracassos com realismo - Seja consciente de seus pontos fortes e fracos. Analise as situa����es de forma equilibrada. Por exemplo, se voc�� n��o

teve ��xito em uma tentativa de emprego, n��o pense que �� in��til, mas observe

se existe muita dificuldade ou se os candidatos s��o muitos. Da pr��xima vez,

procure se preparar melhor para uma fun����o almejada.

Assuma o controle dos acontecimentos futuros - Se a origem de seus pro-

blemas ��, por exemplo, familiar, n��o pense que n��o h�� mais solu����o para os

relacionamentos. Voc�� pode fazer algo para melhorar sua maneira de se co-

municar e esquecer as pretens��es puramente ego��stas. Essas s��o formas reais

de melhorar o futuro.

Terapia divina - Confiar em Deus como um Ser disposto a ajudar, prote-

ger, facilitar e favorecer aqueles que O procuram �� o primeiro passo para se

beneficiar da espiritualidade. Essa convic����o produz um relacionamento com

a Divindade que inspira paz interior. �� o mesmo sentimento de um pequeno

menino que vai de m��os dadas com seu pai por um caminho pedregoso: n��o

tem medo porque sente seguran��a em uma m��o forte. Da mesma forma, no

caminho da vida, a pessoa que confia em Deus sabe que h�� riscos de todo tipo,

mas sua f�� no Criador a faz olhar para o futuro com serenidade, porque tem

certeza de que seu Pai Celestial a proteger��.

2 9

O Poder da Esperan��a

Ajudas espec��ficas no caminho da vida incluem: a ora����o a Deus, como falar

a um amigo com quem se compartilha as afli����es, e a leitura da B��blia, com suas

hist��rias e mensagens que trazem paz interior. Selecione alguns textos curtos

e tente memoriz��-los para se lembrar deles em situa����es de crise. Finalmente,

procure se aproximar de pessoas que compartilham desses ideais. Essa associa-

����o poder�� servir como fonte de apoio para melhorar sua confian��a em Deus.

Em um estudo realizado na cidade de S��o Francisco, nos Estados Unidos,

referente ao terremoto que abalou a cidade em 1989, ficou claro que as pessoas

que usaram um sistema de apoio social para combater as sequelas psicol��gi-

cas do terremoto manifestaram n��veis m��nimos de depress��o e ansiedade. No

entanto, as que haviam se isolado para pensar em seu destino infeliz atingiram

n��veis elevados de depress��o. Isso se verificou n��o somente nos dias seguintes

ao terremoto, mas tamb��m sete semanas ap��s a cat��strofe.

Se voc�� costuma se isolar e pensar demasiadamente em suas ang��stias,

mude de atitude ou estar�� se aproximando rapidamente da depress��o. As-

sim, �� recomend��vel que tenha um amigo e confidente a quem possa contar

suas ansiedades.

N��o culpe o passado

Os acontecimentos passados s��o muito importantes para explicar o mun-

do ps��quico da pessoa, mas n��o devem ser determinantes para a sa��de mental.

�� preciso aceitar o passado, que n��o pode ser mudado, e evitar a passividade

de n��o fazer nada para melhorar. Sendo assim, nunca diga: "meu passado me

predestina", "sou assim porque tive uma inf��ncia conturbada", "tenho esse problema porque meus pais n��o souberam me educar". Essa atitude compromete

o processo de restabelecimento e bloqueia muitas fontes de ajuda e apoio.

Mesmo que a depress��o costume requerer a interven����o m��dica e psicol��-

gica, as estrat��gias de autoajuda sempre s��o de grande benef��cio para apoiar o

tratamento e a preven����o. Veja algumas dicas oportunas:

��� Conte com um amigo ou confidente - Procure algu��m que tenha apre��o

por voc�� e o compreenda para conversar de modo natural. Refletir sozinho

sobre os problemas particulares �� a pior op����o para o depressivo.

��� Mantenha-se ocupado - Saia ao ar livre e pratique algum esporte. Ou, se preferir, fique em casa fazendo alguma atividade manual. As atividades n��o permiti-

r��o que sua mente se ocupe com pensamentos que fortale��am a depress��o.

��� Elimine completamente o ��lcool - �� costume geral "afogar as tristezas." Mas n��o se engane. Essa subst��ncia pode aliviar os sintomas apenas por algumas

horas, no entanto, a ru��na que causa �� sa��de f��sica e mental �� bastante grave.

3 0

Depress��o: excesso de passado

�� importante lembrar que o ��lcool desencadeia uma resposta estilo "bola de

neve". O etanol "deprime" de uma forma geral a atividade dos neur��nios ce-rebrais, tanto os que acompanham circuitos respons��veis pelo autocontrole,

quanto aqueles que podem ajudar a pessoa a ter uma atitude positiva. A eufo-

ria do ��lcool �� uma situa����o passageira, seguida por uma sensa����o de inade-

qua����o, culpa e inutilidade. A mesma sensa����o se d�� com o uso da maconha,

que recentemente foi associada com maior n��vel de procrastina����o para ho-

mens e de p��nico para mulheres."

��� Mantenha uma dieta saud��vel - Coma verduras, frutas frescas, cereais e legumes. Se n��o tem esse costume, ser�� um pouco dif��cil no in��cio, mas depois

voc�� se acostumar��.

��� Previna-se da ins��nia - Fa��a exerc��cio f��sico, fa��a uma refei����o leve e evite os pensamentos que lhe causem preocupa����o. Se algum dia tiver dificuldade

para dormir, n��o fique impaciente. Acomode-se num sof�� e leia um livro ou

escute o r��dio at�� que consiga dormir.

��� Pense em coisas boas - Concentre-se naquilo que traz satisfa����o e tenha certeza de que toda a calamidade ter�� seu fim. Al��m disso, temos muitas coisas pelas quais agradecer. Elas devem ser motivo de nossa frequente lembran��a.

��� Tenha uma atitude esperan��osa - A esperan��a �� uma necessidade

humana. Sem ela, surgem a d��vida, o medo e a ansiedade, fatores rela-

cionados com a depress��o. Os que t��m esperan��a no futuro e mant��m

relacionamento com Deus, que �� paterno e amoroso, possuem uma pode-

rosa arma contra a depress��o.

O problema de Carl��o, mencionado no in��cio deste cap��tulo, �� que ele se

recusava a falar sobre seus medos e sentimentos, e a aproxima����o da mor-

te piorava ainda mais seu quadro depressivo. Ele tinha uma ��ncora pesada

prendendo-o ao passado e um t��nel escuro e desconhecido �� frente, que o

enchia de medo e incertezas.

Diante da morte

Assim como os f��s de "Avatar", Carl��o descobriu tristemente que Pandora n��o existe. Ele desperdi��ou miseravelmente todas as oportunidades de viver

feliz no mundo real. A esposa partira havia muitos anos, e a filha n��o queria

v��-lo de jeito nenhum. Seu fim era certo, e ele n��o tinha sequer um consolo

religioso, uma esperan��a.

Ah, se Carlos soubesse o que Laura havia aprendido sobre a vida ap��s a

morte! Pelo menos, poderia se firmar nessa esperan��a. Sim, porque a B��blia,

quando descreve a morte dos salvos, sempre o faz nas cores da esperan��a.

3 1

O Poder da Esperan��a

De fato, o ��ltimo inimigo com o qual o ser humano se depara na vida �� a

morte. Ningu��m consegue escapar dela. Talvez, por isso, haja tanta preocupa-

����o em torno do assunto. H�� muitas teorias sobre o que ocorre com as pes-

soas ap��s a morte. Para onde v��o? Elas sabem alguma coisa a nosso respeito?

�� poss��vel manter contato com os mortos? Jesus - que morreu e ressuscitou -

�� o ��nico autorizado a falar sobre o assunto, e Ele o fez na B��blia.

Para entender o que ocorre na morte, �� preciso saber como o homem foi

criado. Em G��nesis 2:7, est�� escrito: "Ent��o, formou o S E N H O R Deus ao homem do p�� da terra e lhe soprou nas narinas o f��lego de vida, e o homem

passou a ser alma vivente" (ARA).

�� importante notar que o texto diz que "somos" uma alma vivente e n��o

que "temos" uma alma. A palavra "alma", no original hebraico, �� nefesh, que significa "ser vivente". Portanto:

P�� DA TERRA + F��LEGO DE VIDA = ALMA VIVENTE

Em G��nesis 3:19 se diz que, depois de morto, o ser humano volta ao p��.

A equa����o, ent��o, fica assim:

ALMA VIVENTE - F��LEGO DE VIDA = P�� DA TERRA

No momento em que o ser humano morre, o f��lego volta a Deus, e o p��

volta �� terra. A alma vivente deixa de existir, ou seja, morre.

De fato, por causa do pecado, a alma, ou seja, o ser humano, tornou-se

mortal. Em Ezequiel 18:4 afirma-se que "a alma que pecar, essa morrer��". Somente Deus �� imortal (1 Tim��teo 6:15,16).

Como a maioria das pessoas, Laura achava que talvez fosse poss��vel manter

contato com os mortos. Por��m, ela aprendeu na B��blia que os mortos perma-

necem em estado de inconsci��ncia, incapazes de se comunicar com os vivos.

Isso est�� bem claro em textos como Eclesiastes 9:5 e 6 e Salmo 146:4, entre

outros. Sendo assim, os "esp��ritos de mortos" dos quais ouvimos s��o outras entidades (2 Cor��ntios 11:14; Apocalipse 16:14).

Para Laura, o texto b��blico mais interessante foi o que se refere �� ressurrei-

����o de L��zaro. O relato est�� em (o��o 11:11 a 14. Ali, )esus chama a morte de

3 2

Depress��o: excesso de passado

sono, reafirmando o conceito de inconsci��ncia nesse estado. Quando chama L��zaro da sepultura, em uma demonstra����o de que Ele realmente tem poder

para ressuscitar qualquer morto, n��o importando o tempo em que essa pes-

soa tenha estado na sepultura, seu amigo L��zaro nada diz a respeito de qual-

quer coisa como C��u, inferno ou mesmo "corredores de luz". L��zaro estava morto, "dormindo" inconsciente, "descansando". Ali��s, caso L��zaro estivesse desfrutando da vida eterna no Para��so, seria uma tremenda injusti��a da parte

de Cristo cham��-lo de volta a esta vida triste e fazer com que ele, de novo,

estivesse sujeito a doen��as e �� morte. Sem contar que o Para��so n��o seria um

lugar de felicidade se l�� as pessoas pudessem contemplar os sofrimentos de

seus parentes e amigos aqui no mundo, voc�� n��o acha?

Morrer �� "dormir" e aguardar inconscientemente pela ressurrei����o. Nada de ir imediatamente para o inferno nem para o C��u, muito menos reencar-nar. Hebreus 9:27 e 28 �� um texto muito claro: "Da mesma forma, como o

homem est�� destinado a morrer uma s�� vez e depois disso enfrentar o ju��zo,

assim tamb��m Cristo foi oferecido em sacrif��cio uma ��nica vez, para tirar os

pecados de muitos; e aparecer�� segunda vez, n��o para tirar o pecado, mas para

trazer salva����o aos que O aguardam."

Sendo assim, muitos se perguntam onde e como teve in��cio a mentira de

que o homem n��o morre? Para obter essa resposta, temos que voltar ao livro

das origens: G��nesis 2:16 e 17 e 3:4. Ali �� dito que o Criador deixou bem claro

para Ad��o e Eva que, se eles pecassem, ou seja, caso se desconectassem da

Fonte de vida, a consequ��ncia disso seria a morte. Mas o inimigo de Deus,

Satan��s, como sempre faz, contradisse abertamente a palavra divina e garantiu

a Eva que ela n��o morreria - mentira que ele vem perpetuando com a cren��a

nos esp��ritos dos mortos e com as falsas apari����es deles. Ao dar ouvidos �� voz

do Maligno, Eva pecou, Ad��o pecou e n��s herdamos as consequ��ncias da tris-

te escolha de nossos primeiros pais.

�� claro que o bom Deus n��o nos abandonaria neste mundo de pecado,

nos bra��os da morte. A B��blia est�� repleta de promessas relacionadas

com a ressurrei����o para a vida eterna das pessoas que aceitam o plano

de salva����o oferecido pelo Senhor. Textos como 1 Tessalonicenses 4:16 e

1 Cor��ntios 15:51 deixam bem claro que os mortos em Cristo ser��o ressus-

citados com corpos imortais, por ocasi��o do retorno de Jesus, n��o antes

nem depois. Ali��s, outra coisa que a B��blia deixa bem claro �� que ningu��m

ser�� "deixado para tr��s". Os que morreram na condi����o de salvos pela gra��a ser��o ressuscitados e subir��o com Jesus para o C��u, conforme a promessa

Dele mesmo (Jo��o 14:1-3), e os que desprezaram a salva����o permanecer��o

3 3





O Poder da Esperan��a

mortos por mil anos neste planeta, aguardando o desfecho do ju��zo de Deus,

conforme Apocalipse 20.

Sim, haver�� duas ressurrei����es distintas (Jo��o 5:28,29), separadas por um

intervalo de mil anos. O que determina se participaremos da primeira ressur-

rei����o, por ocasi��o da volta de Jesus, �� nossa rela����o com Ele hoje. Somente

Nele h�� vida eterna (1 Jo��o 5:12; Jo��o 3:16). E somente ligados a Ele, como os

ramos �� ��rvore (Jo��o 15:1-9), poderemos tamb��m viver eternamente em um

mundo no qual reinar��o a paz e o amor (Apocalipse 21:4).

Ah, se Carlos soubesse de tudo isso! "O Senhor est�� perto dos que t��m o

cora����o quebrantado e salva os de esp��rito abatido" (Salmo 34:18). Ele est�� disposto a perdoar todos os nossos pecados, oferecendo-nos vida eterna. Saber

disso pode nos ajudar a enfrentar as tristezas, m��goas e decep����es de nossa

vida com muito mais for��a e coragem.

3 4





Depress��o: excesso de passado

Antidepressivos

Os medicamentos antidepressivos podem trazer algum al��vio

tempor��rio aos t��o desagrad��veis sintomas da depress��o. Entre-

tanto, n��o curam a doen��a. A elimina����o dos agentes que causam

o estresse e a mudan��a de atitude e conduta por meio da ajuda

psicoterap��utica contribuem significativamente para a cura.

O paciente que usa medica����o antidepressiva n��o consegue

sentir melhora antes de duas ou tr��s semanas ap��s o in��cio do

tratamento. Al��m disso, alguns dos seguintes efeitos secund��-

rios podem ser observados: problemas de desempenho sexual,

altera����es cardiovasculares, sonol��ncia (ou ins��nia), vis��o tur-

va, nervosismo, pris��o de ventre, aumento (ou perda) de peso e

secura na boca.

V��rios estudos cient��ficos discutem o efeito das medica����es

antidepressivas, especialmente sobre os casos leves e modera-

dos, apontando para uma poss��vel equival��ncia a mudan��as no

estilo de vida (luz solar e exerc��cios f��sicos) ou at�� mesmo o

efeito placebo. Por outro lado, certos casos requerem tratamen-

to medicamentoso rigorosamente controlado.

Em resumo, o fundamental �� ser sempre orientado por um

m��dico e investir em um estilo de vida mais saud��vel.

3 5





Estresse:

excesso de presente

oc�� se lembra do Paulo, do come��o deste livro? Sim, aquele marido es-

tressado que sempre chegava em casa aborrecido com a supervisora e

que nunca tinha tempo para a esposa e os filhos. O grande problema

dele �� o estresse. Na realidade, esse �� um problema cada vez mais comum na

vida de milh��es de pessoas.

O estresse faz parte de nossa vida di��ria. A press��o do tempo e do trabalho,

os problemas de relacionamento, os ru��dos, a polui����o, as finan��as, a insegu-

ran��a s��o apenas algumas das causas do estresse.

Suas consequ��ncias n��o atingem somente o organismo, mas tamb��m a

mente e as emo����es. O estresse deve ser tratado com cautela, pois seus efeitos

trazem grandes preju��zos e podem ser fatais. Por outro lado, em justa medida,

o estresse �� uma fonte de motiva����o que deve ser aproveitada. Os mecanis-

mos do estresse liberam energia suficiente para se enfrentar quase qualquer

situa����o. Alguns at�� fazem uma distin����o, em ingl��s: stress como uma condi-

����o fisiol��gica, necess��ria e ��til �� vida e �� sobreviv��ncia; e distress como uma condi����o de desequil��brio, prejudicial �� sa��de.

Um exemplo: a costureira Elvira sabe que sexta-feira �� o dia da entrega

de suas costuras e trabalha incansavelmente no dia anterior. Isso faz com

que ela produza mais do que nos outros dias. Concentra-se melhor, tra-

balha mais rapidamente e com maior precis��o; esquece at�� de comer, mas

n��o chega a desmaiar. Na sexta-feira, entrega as roupas a tempo e relaxa

com satisfa����o. O estresse �� ��til nessa ocasi��o, mas n��o se pode abusar

dessa energia constantemente.

3 6

Estresse: excesso de presente

Os piores efeitos do estresse sobrev��m quando situa����es como essa se

tomam prolongadas. �� o caso de Paulo, que j�� ultrapassou a barreira de

defesa. E, quando isso ocorre, o organismo come��a a sentir as consequ��ncias.

Como resultado, ocorre uma baixa na resist��ncia do sistema imunol��gico,

que nos protege das infec����es. Assim, ficamos mais propensos a desenvolver

todo tipo de doen��a. Agora imagine o estresse aliado �� depress��o. Do que

essa dupla seria capaz? Teria sido esse o gatilho para o c��ncer do Carl��o, do

cap��tulo anterior?

Efeitos f��sicos e psicol��gicos do estresse

O estresse tem influ��ncia sobre diversas doen��as, e o estado de desequi-

l��brio causado por ele enfraquece a mente e o corpo para enfrentar essas

situa����es. O pensamento, as emo����es e a conduta tamb��m sentem os efeitos

do estresse excessivo.

Pensamento - dificuldade para pensar coerentemente, falhas de mem��ria,

falta de concentra����o, conceitos equivocados, etc.

Emo����es - tens��o constante, medo de contrair alguma doen��a, impaci��n-

cia e irritabilidade, complexo de inferioridade, etc.

Comportamento - declinio na fluidez verbal, risco de uso de subst��ncias

prejudiciais, aus��ncia habitual na escola e no trabalho, dificuldade para dor-

mir, problemas de relacionamento, etc.

Estresse permanente: grande perigo

Paulo ainda n��o havia chegado ao ponto de desenvolver uma doen��a

f��sica, mas estava a caminho disso. Ele precisava mudar urgentemente seu

estilo de vida. Do contr��rio, o pre��o pago por ele e pela fam��lia seria alto de-

mais. Quando o rendimento no trabalho �� mantido �� custa de alto estresse

e grande tens��o, perde-se a efici��ncia. E quando sua dura����o for ainda mais

prolongada, surge o risco de s��rios transtornos no organismo e na mente.

Em uma experi��ncia feita com 400 participantes, todos em bom estado

de sa��de, verificou-se o n��vel de estresse deles por 12 meses. Eoi-lhes ad-

ministrado um spray nasal que continha cinco tipos de diferentes v��rus do resfriado comum. A seguir, foram examinados diariamente para analisar a

presen��a ou aus��ncia do v��rus nas vias respirat��rias e os poss��veis sintonias

de resfriado. Veja os resultados:

��� Foram encontrados v��rus em quase todos os participantes.

��� Apenas a ter��a parte deles contraiu resfriado.

��� Quanto maior o n��vel de estresse, maior a quantidade de v��rus.

3 7

O Poder da Esperan��a

��� Quanto maior o nivel de estresse, maior a manifesta����o de sintomas.

��� Os classificados com alto grau de estresse contavam com o dobro de pos-

sibilidade de contrair resfriado.

��� O efeito do estresse era significativo, mesmo depois de eliminar vari��veis im-

portantes como a idade, pr��tica de exerc��cios, dieta e consumo de ��lcool e fumo.

Como prevenir o estresse

O bom uso do tempo previne o estresse, e precisamos saber como

organiz��-lo. O tempo �� um dos bens que todos recebemos na mesma medida,

e seu bom uso depende da maneira como cada um o utiliza. O que fazer para

utiliz��-lo equilibradamente?

Seja realista - Voc�� conhece o ditado: "N��o se pode dar um passo maior do que a perna." Esse pensamento adverte contra a pretens��o de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, pois elas acabam sendo malfeitas. �� preciso fixar objetivos que possam ser realizados no tempo dispon��vel.

Estabele��a prioridades - Conhecendo as prioridades, fica mais f��cil se

concentrar nas tarefas mais importantes. Isso tem muito que ver com seus

valores e cren��as. Que posi����o o dinheiro ocupa em sua vida? Qual a im-

port��ncia de seu trabalho? Como voc�� considera seus relacionamentos fa-

miliares? Julga valiosa a ajuda de outras pessoas? Demonstra em sua vida

valores religiosos? Dependendo de suas respostas, voc�� destinar�� o tempo

adequado para cada aspecto.

Diversifique suas tarefas - N��o �� poss��vel ser feliz desenvolvendo apenas uma atividade, pois ela poder�� se tornar obsessiva ou tediosa. O trabalho ��

importante para voc�� obter uma renda e satisfa����o pessoal. O relacionamento

do casal e da fam��lia s��o tamb��m ingredientes de bom equil��brio. O lazer ofe-

rece muita satisfa����o e deve ser complemento do trabalho regular; portanto,

faz bem alternar trabalho f��sico com lazer tranquilo, ou trabalho sedent��rio

com lazer ativo.

Seja organizado - Prepare uma lista das coisas que voc�� precisa fazer durante o dia e na semana. Centralize-se nelas e n��o se distraia com outras que

tirem sua aten����o dos objetivos desejados. Se sentir press��o exagerada, di-

minua algumas das atividades. Se achar que a tarefa �� pequena, experimente

acrescentar mais alguma coisa.

Viva deforma simples - Lazer que absorve muito tempo, f��rias esbanjado-

ras e esportes extravagantes podem se tornar causas de estresse. Todos exi-

gem n��o apenas grandes despesas econ��micas, mas tamb��m o uso de tempo

e energia para poderem ser realizados. Experimente atividades simples como





38


Estresse: excesso de presente


um passeio ao ar livre ou ler um bom livro. Aprenda a se alegrar com coisas

simples, que proporcionam verdadeira felicidade.

Como superar o estresse

O tratamento do estresse deve ser completo, integral. Deve abranger todos

os aspectos sociais (trabalho, fam��lia, amigos, etc). Em per��odos de crise de

estresse, escolha a quantidade de trabalho que pode executar razoavelmente

e n��o se preocupe com nada mais. D�� aten����o a seus relacionamentos, esque-

cendo-se de si mesmo, procurando ser agrad��vel, e ofere��a sua amizade aos

outros. Ajude algu��m, conhecido ou n��o, sendo am��vel ou fazendo uma pe-

quena contribui����o humanit��ria. A rea����o dos outros ajudar�� voc��.

Superar o estresse envolve as diferentes dimens��es da exist��ncia: f��sica,

mental e espiritual. Considere as orienta����es a seguir:

Plano mental - A terapia mais eficaz nos casos de estresse �� chamada de

psicoterapia cognitiva e consiste em ensinar a pessoa a dominar seus pensa-

mentos, em vez de deixar que os pensamentos a dominem. Como conseguir

isso? Praticando repetidamente esses exerc��cios:

��� Bloqueie os pensamentos negativos.

��� Escolha temas e motiva����es de pensamento positivo ou neutro. Por

exemplo, experi��ncias agrad��veis do passado, pessoas a quem admiramos,

amigos divertidos ou epis��dios de algum livro ou filme especial. Pense nessas

coisas enquanto realiza tarefas rotineiras ou para substituir os pensamentos

que causam preocupa����o.

��� Penha como motiva����o as preocupa����es construtivas. Para solucionar

os problemas que provocam o estresse �� necess��rio pensar em alternativas,

recursos e outros modos de superar uma dificuldade e n��o mergulhar em pre-

ocupa����o destrutiva, repetitiva e obsessiva.

��� Despreze cren��as irracionais. H�� pessoas que t��m ideias e cren��as ne-

gativas e il��gicas sobre si mesmas e sobre o ambiente em que vivem, as quais

arru��nam a autoestima e aumentam o estresse. Por exemplo: "N��o sirvo para

nada", "Ningu��m gosta da minha companhia", 'A felicidade surge por acaso, e minha vez ainda n��o chegou", "Minha supervisora me odeia e s�� quer me prejudicar". Essas ideias devem ser rejeitadas. E, se algu��m n��o consegue fazer isso sozinho, deve procurar a ajuda de um psicoterapeuta para dialogar sobre

esse assunto e se libertar dessas cren��as irracionais.

Plano f��sico - O exerc��cio f��sico �� o melhor rem��dio contra o estresse. Se sua sa��de permitir, fa��a exerc��cio f��sico vigoroso (corrida, nata����o, esportes), ou caminhe rapidamente todos os dias.

3 9

O Poder da Esperan��a

O relaxamento �� outro bom rem��dio: separe meia hora, diariamente, para

repousar (n��o para dormir), tensionando os m��sculos um por um, intercalan-

do momentos de relaxamento ap��s cada tens��o.

A respira����o profunda ocasional �� tamb��m muito ��til para combater o es-

tresse: respire profundamente, pressionando o abd��men (n��o os pulm��es) e

prenda o ar por alguns segundos antes de expirar.

Iodas essas dicas ser��o detalhadas no cap��tulo 9.

Plano espiritual - A paz mental �� incompat��vel com o estresse. Uma cons-

ci��ncia tranquila pode ser obtida por meio da f�� e da ora����o.

Jesus, ap��s um dia exaustivo de serm��es, caminhadas e press��es da multid��o,

dizia a Seus disc��pulos: "Venham comigo para um lugar deserto e descansem

um pouco" (Marcos 6:31). Seu m��todo consistia em Se levantar de madrugada,

quando ainda estava escuro, indo a um lugar deserto para orar (Marcos 1:35).

A medita����o que recomendamos �� a que tem base na B��blia. Em um am-

biente livre de distra����es, procure ler um pequeno texto b��blico (alguns ver-

s��culos do livro de Salmos ou de Prov��rbios, por exemplo). Concentre-se ao

m��ximo nessa leitura, refletindo em seu significado, sentindo a for��a po��tica

do texto, descobrindo sua mensagem. Isso faz grande diferen��a! Experimente!

�� importante fazer isso durante 15 a 20 minutos e encerrar com uma ora-

����o a Deus, agradecendo-Lhe Sua mensagem e pedindo-Lhe for��as para en-

frentar as dificuldades e o estresse. Lambem �� proveitoso ler a experi��ncia de

personagens b��blicos e buscar inspira����o nessas hist��rias.

Procure na B��blia as incr��veis hist��rias de Abra��o, Jac��, Jos��, Mois��s,

Samuel, Jonatas, Davi, Sans��o, Jonas, Ester, Elias, Pedro, Paulo e, acima de

tudo, a vida de Jesus e Seus ensinamentos. Aprenda as magn��ficas li����es desses

personagens. A leitura e a reflex��o sobre esses assuntos ajudar��o voc�� a lidar

muito melhor com o estresse.

Pratique a sa��de total

A melhor maneira de se prevenir contra o estresse �� adotar um estilo de vida

saud��vel e equilibrado, tanto em rela����o ao corpo quanto �� mente. Manter boa

sa��de f��sica e mental n��o �� algo caro nem dif��cil e est�� ao alcance de todos.

Um cuidado que devemos ter �� com os pensamentos obsessivos. Voc�� j��

se sentiu incapaz, de parar de pensar em alguma coisa? Procure se livrar dessa

amea��a, observando os seguintes passos:

��� Identifique os pensamentos que lhe causam ang��stia ou estresse.

��� No primeiro ind��cio da possibilidade de pensamentos indesej��veis, diga

para si mesmo "CHEGA!"

4 0

Estresse: excesso de presente

��� Procure se distrair ocupando a mente com pensamentos mais edificantes.

Cultive sempre urna atitude positiva para com todas as coisas e ocupe sua

mente com temas agrad��veis e construtivos. Entenda que, somente quando o

recurso dessa t��cnica de controle for transformado em h��bito, voc�� conseguir��

"banir" de sua mente os pensamentos indesej��veis de forma instintiva e segura.

O ambiente tamb��m conta muito, especialmente quando o assunto for

ru��do e polui����o sonora. Ao ultrapassar o limite de poss��vel risco (60 deci-

b��is), o som pode se transformar num grande agente estressante. Se o volume

for aumentado, �� capaz de provocar les��es no ouvido, inclusive a perda da

capacidade auditiva. O excesso de ru��do pode tamb��m provocar altera����es

psicot��sicas: cansa��o, irritabilidade, ins��nia, dor de cabe��a, tens��o muscular,

etc. Todos esses sintomas est��o associados ao estresse.

Thomas Munzel, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de

Mainz, na Alemanha, tem-se destacado por pesquisas que relacionam o barulho

das grandes cidades (como o das turbinas de avi��es e dos carros nas rodovias) a

s��rios riscos para a sa��de. Segundo o Dr. Munzel, o estresse gerado por esses ru��dos pode se tornar cr��nico, causando problemas cardiovasculares e at�� diabetes, devido ao n��vel elevado de cortisona. O problema piora �� noite, aumentando as chances

de ataque card��aco e AVC (derrame cerebral), ��s vezes tanto quanto ocorre com

os fumantes! Portanto, o ambiente de dormir deveria ser o mais tranquilo poss��vel.

Al��m da preocupa����o com o ambiente em que voc�� vive, seria bom tam-

b��m colocar em pr��tica estas dicas, lembrando que, por serem t��o importan-

tes, voltaremos a elas no cap��tulo 9:

Dieta e alimenta����o - Os melhores alimentos s��o os que mais se aproximam de seu estado natural. Cereais integrais preparados com simplicidade (como

o arroz) ou manufaturados (como o p��o) constituem a base da alimenta����o

tradicional da humanidade. Hortali��as, trutas, legumes e castanhas (oleagino-

sos) s��o tamb��m necess��rios, por suas propriedades curativas e nutritivas. Ali-

mentos de origem animal como carne, peixe e produtos l��cteos e suas gorduras

podem n��o ser as melhores op����es para uma boa nutri����o.

��gua - A ��gua �� a melhor bebida e o l��quido mais eficaz para a renova����o dos fluidos do organismo. Recomenda-se beber ��gua em abund��ncia diariamente (em m��dia, seis a oito copos fora do hor��rio das refei����es). Outras be-

bidas de uso generalizado, como os refrigerantes, a cerveja e o caf��, s��o um

peso para o organismo, que precisa eliminar as subst��ncias t��xicas do ��lcool,

da cafe��na e dos corantes, de modo a armazenar o excesso de a��ucares como

gordura. Isso pode acabar obstruindo vasos sangu��neos e ocasionar diversos

tipos de doen��as vasculares e cardiovasculares.

41

O Poder da Esperan��a

Exerc��cio - Todos os ��rg��os e sistemas do corpo foram criados para atividades. Dentro dos limites e sob recomenda����o m��dica, exercite os m��sculos e

os ossos para seu bem-estar e regenera����o. Esforce-se e pratique algum espor-

te ou hobby que lhe proporcione exerc��cio f��sico, ou caminhe regularmente.

Subst��ncias nocivas - As subst��ncias denominadas psicoativas (drogas,

��lcool, fumo, etc.) afetam diretamente o sistema nervoso central e, con-

sequentemente, o estado de ��nimo e a capacidade de raciocinar. Um plano

de preven����o ou cura do estresse excessivo eliminar�� completamente o uso de

subst��ncias que alteram as fun����es mentais.

Descanso - Ap��s o trabalho f��sico vem o descanso reparador. �� importante haver equil��brio entre o cansa��o f��sico e as horas para dormir. Respeitar as sete ou oito horas de sono que a maioria dos adultos precisa �� tarefa de grande import��ncia para a preven����o do estresse. Sem um bom descanso, n��o �� poss��vel

enfrentar as tarefas do trabalho, e isso produzir�� ansiedade e estresse. Al��m

do descanso da noite, �� importante tirar f��rias no tempo certo e se desligar do

trabalho. Temos, assim, o descanso di��rio e o descanso anual. Mas n��o est��

faltando nada? Bem, falta falar do descanso semanal. Muitas pessoas t��m-se

esquecido desse importante princ��pio de repouso que lhes faria muito bem.

Dia antiestresse

O quarto mandamento da lei de Deus diz o seguinte: "Lembra-te do dia de

s��bado, para santific��-lo. Trabalhar��s seis dias e neles far��s todos os teus trabalhos, mas o s��timo dia �� o s��bado dedicado ao S E N H O R teu Deus. Nesse dia n��o far��s trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos

ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cida-

des. Pois em seis dias o Senhor fez os c��us e a terra, o mar e tudo o que neles

existe, mas no s��timo dia descansou. Portanto, o S E N H O R aben��oou o s��timo dia e o santificou" (��xodo 20:8-11).

O mandamento mais esquecido �� justamente o que come��a com o ver

bo "lembrar". Como faria bem para Paulo, Laura e Carl��o - na verdade, para qualquer pessoa - reservar um dia por semana para um repouso f��sico, mental

e espiritual. Sabe por qu��? Porque fomos criados para funcionar em ciclos de

sete dias. Isso recebe o nome de "ciclo circaceptano".

Segundo o enfermeiro e mestre em Ci��ncias da Sa��de Everton Fernando

Alves, o corpo humano tem seu rel��gio biol��gico. Ele possui um "ritmo cir-

cadiano" interno de 24 horas que impulsiona o aumento e a diminui����o de

muitas mol��culas, e tem tamb��m o "ritmo do s��timo dia", ou "ciclo circaceptano", que se repete a cada sete dias, sendo considerado um ritmo inteligente, 4 2

Estresse: excesso de presente

devido ao fato de o descanso ser uma necessidade biol��gica. "Isso �� estuda-

do pelos cronobi��logos, especialistas que pesquisam os caminhos dos ritmos

biol��gicos, seus movimentos oscilat��rios, sua liga����o com o ambiente externo

e como essas informa����es s��o recebidas e transmitidas por meio de um mun-

do pulsante para uma melhor abordagem da verdadeira natureza humana",

explica Everton.1

Um ciclo de sete dias foi encontrado em flutua����es da press��o sangu��nea,

no conte��do ��cido no sangue, em hem��cias, no batimento card��aco, na tem-

peratura oral, na temperatura da mama feminina, na qu��mica e no volume da

urina, na taxa entre dois importantes neurotransmissores - noradrenalina e

adrenalina - e no aumento e diminui����o de v��rias subst��ncias qu��micas do

corpo, como o horm��nio de enfrentamento do estresse, o cortisol.

Outra curiosidade diz respeito �� associa����o entre o descanso no s��timo dia

da semana e a longevidade humana. Pesquisas indicam que indiv��duos que des-

cansam no s��timo dia t��m uma expectativa de vida maior que outros que n��o

o praticam. Os n��meros apontam para um acr��scimo de vida de quatro a dez

anos, devido ao descanso nesse dia representar uma forma cultural de gest��o do

estresse e diminui����o da press��o sobre o organismo humano.2

"Quanto mais fundo se investiga o funcionamento interno da vida, uma

ainda mais complexa, intrincada e maravilhosa exibi����o de projeto come-

��a a aparecer", diz Everton. "O Designer n��o apenas deixou Suas impress��es digitais em tudo o que projetou, como tamb��m deixou Seu cart��o de visitas'

contido nas c��lulas vivas, dizendo aos seres humanos o momento em que Ele

projetou a vida: em uma semana de sete dias. Foi quando Ele encerrou o re-

l��gio da vida e o definiu, assinalando em cada uma de suas formas um ritmo

de sete dias. �� o ritmo do projeto ideal; uma sincronia para viver e funcionar

como planejado."

As recomenda����es de Deus sempre visam ao nosso bem-estar. Ao colocar

em Sua lei um mandamento espec��fico sobre a santifica����o de um dia da sema-

na, Ele, na verdade, estava nos prevenindo a respeito da correria em busca de

posses e do desgaste f��sico e mental que dela adv��m. Hoje, poder��amos dizer

que, ao obedecer ao quarto mandamento, estamos, na verdade, melhorando

nossa qualidade de vida e evitando o estresse. Al��m disso, estamos seguindo

a pr��pria lei da vida, afinal, o Criador das leis f��sicas e biol��gicas �� o mesmo Criador das leis espirituais.

Quando vamos �� B��blia, percebemos que o s��bado est�� presente do co-

me��o ao fim do livro sagrado. Logo na origem da vida neste planeta, lemos

em G��nesis 2:1 a 3 que o pr��prio Criador fez tr��s coisas no s��timo dia: Ele o

4 3

O Poder da Esperan��a

aben��oou, santificou e nele descansou. Quando Deus santifica algo, isso signi-

fica que Ele coloca essa coisa �� parte para um fim espec��fico e sagrado. Quando

Ele aben��oa algo ou algu��m, ningu��m pode retirar essa b��n����o. Voc��, por��m,

pode perguntar: Ser�� que Deus Se cansa?

Em Isaias 40:28 e dito que n��o. Afinal, Ele �� o Todo-Poderoso! )esus n��o

precisava ser batizado porque n��o tinha pecados, mas fez isso para nos dar

exemplo (Mateus 3:13-15). Da mesma forma, Deus nos deu exemplo "descan-

sando" no s��timo dia. Al��m disso, esse descanso tem mais que ver com uma

pausa em Sua atividade criadora.

Em Marcos 2:27, )esus diz que o s��bado �� um presente dado ao "homem"

(ser humano) - sem contar o fato de que, quando o s��bado foi inaugurado na

ferra, s�� havia Ad��o e Eva aqui (leia tamb��m Isa��as 56:6, 7). N��o havia qual-

quer povo ou cultura. Os textos de ��xodo 20:8 a11, Lev��tico 23:3 e Mateus

28:1 deixam claro que o s��bado �� o s��timo dia, e n��o qualquer outro dia da

semana. Em Ezequiel 20:12 e 20, o s��bado e apresentado como sinal de fide-

lidade da criatura para com seu Criador. �� s��bado �� o memorial da cria����o.

Como formulou Abraham Heschel, e um "templo no tempo".

Evidentemente, Jesus, o Verbo encarnado ()o��o 1:1-3), guardou o s��bado,

quando esteve aqui na Terra (veja Eucas 4:16). A mesma atitude toi seguida

por Seus disc��pulos (Atos 16:13; 17:2) e pela pr��pria Maria (Eucas 23:56).

Ad��o e Eva, os patriarcas, os profetas e os seguidores de Jesus sempre santifi-

caram o s��timo dia da semana, que, segundo a B��blia, come��a no p��r do sol da

sexta-feira (dia da prepara����o) e vai at�� o p��r do sol seguinte (Neemias 13:19;

G��nesis 1:19; Marcos 1:32; Lev��tico 23:32). A marca����o da virada dos dias ��

meia-noite �� uma inven����o humana.

"Se voc�� vigiar seus p��s para n��o profanar o s��bado e para n��o fazer o que

bem quiser em Meu santo dia; se voc�� chamar del��cia o s��bado e honroso o

santo dia do Senhor, e se honr��-lo, deixando de seguir seu pr��prio caminho,

de fazer o que bem quiser e de falar futilidades, ent��o voc�� ter�� no Senhor a

sua alegria, e Eu farei com que voc�� cavalgue nos altos da terra e se banqueteie com a heran��a de Jac��, seu pai" (Isa��as 58:13,14). �� assim que Deus deseja que guardemos Seu santo dia - uma pr��tica que, inclusive, perdurara pela eterni-dade (Isa��as 66:22,23).

Realmente faria muito bem ao Paulo, �� Laura e ao Carl��o reservar um dia

por semana para um encontro especial com o Criador, com a fam��lia e consigo

mesmos. O repouso do s��bado nos prepara para dar um salto adiante na vida.

Experimente voc�� tamb��m descansar no s��timo dia. O s��bado �� um pre-

sente de Deus que chega at�� voc�� todas as semanas. �� seu!

4 4





Estresse: excesso de presente

Torne o s��bado "delicioso"

��� Programe-se para receber tranquilamente o s��bado, desde

o in��cio da semana.

��� Espere o s��bado como o dia especial de comunh��o com

Deus.

��� Ao p��r do sol de sexta-feira, re��na sua fam��lia, cantem,

orem e recebam o s��bado juntos.

��� No s��bado pela manh��, v�� �� igreja, como Jesus fazia.

��� Prepare, antecipadamente, uma refei����o diferente e deli-

ciosa para o almo��o de s��bado.

��� �� tarde, se tiver filhos pequenos, programe um passeio por

um parque ou outro local em que possam conversar sobre

o poder e o amor de Deus manifestados na natureza.

��� Envolva-se em atividades de servi��o e apoio f��sico e moral

aos necessitados, como Jesus tamb��m fazia.

��� Ao p��r do sol de s��bado, re��na novamente a fam��lia para

orar e se despedir do s��bado, pedindo as b��n����os de Deus

para a semana que come��a.

Inconveni��ncias dos

tranquilizantes qu��micos

O uso de produtos farmac��uticos (relaxantes musculares e

tranquilizantes) em muitos casos �� desnecess��rio. Com exce����o

do tratamento de patologias definidas, que exigem prescri����o

facultativa, os produtos farmac��uticos n��o superam os benef��-

cios sintom��ticos de outros tratamentos n��o qu��micos e produ-

zem efeitos colaterais:

4 5





O Poder da Esperan��a

��� Sonol��ncia.

��� Diminui����o de reflexos.

��� Hipotens��o.

��� Enfraquecimento f��sico.

Al��m disso, muitos medicamentos antiestresse tornam-se um

v��cio e provocam sintomas muito desagrad��veis quando sua ad-

ministra����o �� suspensa.

Fa��a um teste

Para saber se seu estresse lhe traz preju��zo, responda SIM ou

N��O ��s seguintes perguntas:

4 6





Estresse: excesso de presente

P o n t u a �� �� o :

Ignore os SIM das ��mpares e os N �� O das pares. Conte um ponto para cada

resposta v��lida. Soma total:

D e 0 a 7 p o n t o s - Voc�� est�� bem protegido contra o estresse e talvez

precise haver uma pequena altera����o para obter ainda maior est��mulo

em sua vida.

D e 8 a 1 3 p o n t o s - Voc�� est�� no n��vel m��dio de estresse. As coisas podem tomar uma ou outra dire����o, e �� importante adotar medidas

preventivas.

1 4 o u m a i s p o n t o s - �� um aviso para que voc�� fa��a um exame de seus h��bitos de vida, do ambiente em que vive, sua atitude mental e seus

relacionamentos, e fa��a planos para melhorar.

4 7





Traumas ps��quicos

os�� era um jovem hebreu que viveu aproximadamente dois mil anos an-

tes de Cristo. Nasceu em uma boa fam��lia e rapidamente demonstrou in-

telig��ncia e vis��o. Movidos pela inveja irracional, seus irm��os o venderam

como escravo a habitantes de outro pais. Em seu novo destino, teve que sotrer

em sil��ncio e se adaptar a condi����es totalmente opostas ��s que estava acos-

tumado. )os�� passou por experi��ncias traum��ticas, de intenso estresse. No

entanto, saiu de forma honrosa dessa dura prova e chegou a conquistar os ob-

jetivos mais elevados.

Como |os�� conseguiu preservar a sa��de mental diante de tanta adver-

sidade? Ele exerceu f�� aut��ntica em Deus durante d��cadas de prova����es;

suplicou ao Criador o poder sobre-humano de que necessitava para sair

de tanta opress��o; orou diariamente e manteve contato com Deus nos

momentos de ang��stia. Acima de tudo, )os�� manteve a esperan��a de que

algum dia a dor passaria e de que seu Deus reservava um final feliz para

sua vida. )os�� decidiu agir como uma tigura de transi����o - tinha tudo

para n��o perdoar, para cobrar e assumir juros emocionais impag��veis,

mas decidiu retribuir a todos de forma completamente diferente do que

recebeu. O relato completo est�� registrado no livro de G��nesis, cap��tulos

37 e 39 a 50.

Os acontecimentos de forte intensidade emocional, especialmente

se est��o sendo vivenciados em um momento dif��cil da vida, ou em idade

precoce, podem at�� causar depress��o na pessoa, como os casos de insultos,

uma crian��a ser ridicularizada, levar um susto no meio da escurid��o, ser

4 8

Traumas ps��quicos

amedrontado com cobras ou aranhas, sentir-se caluniado, ser coagido para

a satisfa����o sexual de algu��m, ou perder o pai ou a m��e com idade ainda

jovem - como aconteceu com Laura, como vimos no capitulo anterior.

Da mesma forma que um grande acidente f��sico deixa marcas permanentes,

os traumas ps��quicos tamb��m podem deixar sequelas durante muitos anos.

As consequ��ncias mais destacadas se manifestam durante os dias e as

semanas seguintes �� experi��ncia. Por exemplo: sonhos, recorda����es passa-

geiras, nega����o dos fatos, ansiedade ou falta de aten����o e concentra����o. Em

alguns casos, especialmente nas crian��as, as sequelas podem permanecer

durante anos, constituindo-se uma forte barreira para uma vida mental-

mente saud��vel.

Traumas e tens��es t��m poder at�� mesmo para desencadear a manifesta����o

de certos genes e doen��as. "Estudos em animais revelaram que fatores sociais, comportamentais e ambientais podem, de fato, determinar se os genes se

ativam. Por exemplo, demonstrou-se que a tens��o causa sintomas de diabe-

tes, como hiperglicemia, em animais geneticamente suscet��veis ao diabetes.

�� menos prov��vel que animais n��o submetidos a tens��o desenvolvam hiper

glicemia ou diabetes, embora sejam geneticamente propensos a essas pertur-

ba����es", escreveu Norman B. Anderson, no livro Emotional Longevity: What really determines how long you live (p. 5).

Os traumas do passado podem produzir:

Complexo de inferioridade - O pr��prio eu recebe grande parte do impac-

to traumatizante, e a pessoa perde a seguran��a em si mesma, demonstrando

complexo de inferioridade e inseguran��a.

Dificuldade para realizar atividades normais - A pessoa afetada sente-se incapaz de alcan��ar objetivos simples. Por exemplo: as jovens ou meninas v��timas de abuso sexual costumam ter dificuldade para se relacionar socialmente

com os rapazes. Ou o menino, a quem os irm��os mais velhos assustaram com

uma aranha, pode vir a ter fobia do animal.

Tend��ncias paran��icas - A pessoa traumatizada demonstra descon-

fian��a do ambiente e pode interpretar as atitudes neutras das outras pes-

soas como uma emboscada contra ela e se considerar v��tima de agress��o

ou persegui����o.

Depress��o - O acontecimento traumatizante costuma ser percebido

como uma perda (perda da honra, perda de um ser querido), e toda perda

traz consigo o risco dos sintomas depressivos.

Anorexia e bulimia - H�� tamb��m uma clara correla����o entre ser v��tima de

abuso sexual e dist��rbios alimentares, especialmente anorexia e bulimia.

4 9

O Poder da Esperan��a

Como superar os traumas

Existem traumas que, por sua gravidade, requerem tratamento psiqui��tri-

co. Outros, embora sem consequ��ncias dr��sticas, t��m a tend��ncia de compli-

car o desenvolvimento da vida da pessoa, dentro da normalidade. Para isso,

oferecemos os seguintes conselhos:

Assuma o passado e centralize-se no futuro - O passado n��o pode ser mu-

dado. �� in��til culpar os fatos ou as pessoas que influenciaram voc�� negativa-

mente. Se estacionar no passado, voc�� n��o poder�� olhar para o futuro com a

confian��a necess��ria. Al��m disso, �� bom lembrar que nossa mente n��o possui

um recurso perfeito de grava����o de dados. Nossas mem��rias s��o reconstru-

����es de eventos passados, e essas mem��rias s��o afetadas pelos nossos senti-

mentos e pela compreens��o que temos delas no tempo presente.

Fale sobre o acontecimento traum��tico - Falar ou escrever sobre o acontecimento que causou o trauma, em um ambiente seguro e tranquilo, �� um passo

important��ssimo. Procure uma pessoa de confian��a e conte-lhe o que acon-

teceu. O efeito da terapia de grupo com pessoas que passaram por traumas e

compartilham suas experi��ncias tamb��m oferece resultado eficaz. Enquanto

voc�� n��o expressar os pensamentos que o machucam, eles v��o se repetir. E o

que n��o pode ser dito n��o ser�� esquecido.

Olhe o lado positivo - Os desastres e as calamidades tendem a unir os sobreviventes, as fam��lias e as comunidades. Seja grato pelo acolhimento huma-

no aos que enfrentam as trag��dias. Al��m disso, situa����es traum��ticas, quando

bem enfrentadas, tendem a fortalecer o car��ter dos que passam por elas.

Tente perdoar - Embora seja um processo que pode levar muito tempo, ��

poss��vel evitar o ��dio e o ressentimento para com os respons��veis pelo trau-

ma. Esse �� um passo importante para a solu����o do que aconteceu no passado.

E n��o �� aplic��vel somente aos outros, mas tamb��m a n��s mesmos: o autoper-

d��o e a autorreconcilia����o. Trabalhar o ��dio n��o deve impedir que a v��tima

deseje um fim justo para sua experi��ncia traum��tica.

A m��goa e o rancor nos tornam ref��ns do passado e mant��m na lembran��a

algo ocorrido h�� muito tempo. Assim, os maiores prejudicados com a m��goa

somos n��s mesmos.

O perd��o, por��m, nem sempre �� espont��neo, pois nossa capacidade de

amar (perdoar �� amar) �� limitada. Busque a Fonte do perd��o - o Deus de amor

- que, de acordo com o evangelho, deseja que sejamos Seus amigos e pode

facilitar a supera����o do passado que nos assombra. Lembre-se do que diz a

ora����o ensinada por Jesus: "Perdoa as nossas d��vidas, assim como perdoamos

aos nossos devedores" (Mateus 6:12).

5 0

Traumas ps��quicos

Escreva suas experi��ncias

Melanie Greenberg e Arthur Stone realizaram um interessante estudo na

Universidade do Estado de Nova York, em Stony Brook. Dele participaram

60 estudantes universit��rios, seguindo esses passos:

1. Agruparam os participantes em subgrupos: os que haviam experimen-

tado um forte trauma, os que haviam vivido um trauma leve e os que n��o so-

freram trauma algum.

2. Para alguns foi solicitado que revelassem por escrito sua experi��ncia,

e a outros n��o foi dada essa oportunidade, para que servissem de ponto de

refer��ncia ou grupo de controle.

3. Durante os meses seguintes, foram observadas as tend��ncias de sa��de e

doen��a em todos os participantes.

Os resultados mostraram que aqueles que haviam passado por um for-

te trauma e revelaram o fato por escrito experimentaram melhoras na sa��-

de f��sica muito acima dos que n��o escreveram nada sobre sua experi��ncia

traum��tica.1

Estudos como esse demonstram que revelar a experi��ncia traum��tica ��

t��o bom para a mente quanto para o corpo. Um dos que defendem isso �� Elie

Wiesel, escritor e sobrevivente dos campos de concentra����o nazistas. Ele escre-

veu e reescreveu suas experi��ncias pessoais traum��ticas e, com isso, conseguiu

dar um novo significado a esses traumas. Para ele, ainda que n��o consigamos

expressar nossos sentimentos e recorda����es de maneira apropriada, devemos

mesmo assim tentar.

Al��m disso, na luta para superar o trauma, �� preciso evitar a autovitimi-

za����o. Buscar conforto na religi��o, criar novos objetivos para a vida (quem

sabe usar a pr��pria experi��ncia para fazer algo de bom para outras pessoas) e

n��o alimentar o desejo de vingan��a ou o ��dio s��o atitudes importantes para a

supera����o do trauma.

Um ��timo conselho b��blico, nesse contexto, ��: "Uma coisa fa��o: esquecendo-me das coisas que ficaram para tr��s e avan��ando para as que est��o adiante, prossi-go para o alvo" (Filipenses 3:13,14).

Resili��ncia

A palavra "resili��ncia" vem da F��sica e descreve a capacidade de alguns materiais voltarem ao estado original ou at�� melhorarem de qualidade depois de

serem submetidos a situa����es extremas. Em termos humanos, resili��ncia �� a

capacidade de uma pessoa manter ou recuperar a ess��ncia emocional ou at�� se

tornar melhor depois de passar por uma situa����o traum��tica.

51

O Poder da Esperan��a

Evidentemente, h�� n��veis diferentes de resili��ncia de pessoa para pessoa.

O que traumatiza algu��m pode n��o necessariamente afetar tanto outra

pessoa. Isso depende de fatores como temperamento, capacidade para resol-

ver problemas, intelig��ncia, autoestima, compet��ncia social, autocontrole,

v��nculos familiares e sociais, etc.

Nunca �� demais enfatizar a import��ncia dos bons relacionamentos. Um

estudo com 724 pessoas, ao longo de mais de 70 anos, concluiu que n��o s��o a

riqueza e a fama que garantem felicidade, longevidade e resili��ncia, mas bons

relacionamentos em fam��lia e com amigos. Robert J. Waldinger, psiquiatra

e professor da Escola de Medicina de Harvard, �� quem coordena o estudo

atualmente. Ele cita tr��s grandes li����es sobre relacionamentos extra��das a

partir da pesquisa norte-americana: (1) conex��es sociais fazem bem para os

seres humanos, enquanto a solid��o mata; (2) a qualidade das rela����es �� mais

importante do que a quantidade; e (3) relacionamentos felizes e duradouros

protegem a sa��de f��sica e mental."

"A experi��ncia da solid��o se torna t��xica. As pessoas que s��o mais isola-

das descobrem que s��o menos felizes, que sua sa��de piora mais depressa na

meia-idade, que seu funcionamento cerebral diminui mais cedo e que vivem

menos tempo do que as pessoas que n��o se sentem sozinhas", disse Waldinger."

Mas h�� outro fator t��o ou mais importante que as boas rela����es sociais.

Pesquisadores hoje reconhecem que um fator importante para o desen-

volvimento e o fortalecimento da resili��ncia �� a religi��o. Al��m de prover

uma rede de apoio social, a religi��o fornece uma vis��o positiva de futuro.

Mas n��o pode ser qualquer religi��o, sugere o psiquiatra Harold Koenig, es-

tudioso da rela����o entre religiosidade e sa��de, que trabalha na Universidade

Duke, na Carolina do Norte. Ele afirma que n��o adianta apenas dizer que ��

"espiritualizado" e n��o ter uma viv��ncia religiosa pr��tica. �� preciso ser com-

prometido com a religi��o a fim de desfrutar seus benef��cios. �� preciso ir ��s reuni��es e expressar a f�� em casa e em outros locais por meio da ora����o e do

estudo da B��blia. Ele afirma que a cren��a religiosa precisa influenciar a vida

para que tamb��m influencie a sa��de.

A reportagem da revista Vida e Sa��de, o Dr. Koenig explicou que o envolvimento religioso reduz o estresse psicol��gico, o que diminui a inflama����o e a

taxa de encurtamento dos tel��meros nas c��lulas.4 Segundo ele, "os tel��meros s��o um rel��gio biol��gico para a c��lula. Eles encurtam a cada divis��o celular,

e, quando se v��o, a c��lula morre e ocorre a degenera����o do ��rg��o. Isso explica

por que as pessoas mais religiosas vivem uma m��dia de 7 a 14 anos a mais,

segundo pesquisas.

5 2

Traumas ps��quicos

Lembre-se: a religi��o s�� far�� bem se for positiva, centrada em uma boa

rela����o com Deus e com o pr��ximo. E a B��blia descreve exatamente assim

a verdadeira religi��o: "A religi��o que Deus, o nosso Pai, aceita como pura

e imaculada �� esta: cuidar dos ��rf��os e das vi��vas em suas dificuldades e

n��o se deixar corromper pelo mundo" (Tiago 1:27).

Neste mundo, �� imposs��vel eliminar (pelo menos por enquanto) todas

as situa����es traum��ticas. Por mais resiliente que a pessoa seja, o sofri-

mento algum dia bate �� porta dela e traz dor. Por que as coisas t��m que

ser assim?

O mundo �� um campo de batalha

A B��blia deixa claro que este mundo �� o campo de uma batalha que co-

me��ou bem longe daqui, no C��u. Em Ezequiel 28:13 a 19 e Isa��as 14:12 a 14 ��

descrito o estopim desse conflito: o orgulho e a vaidade. L��cifer era um anjo

perfeito criado por Deus. Na verdade, era um tipo de chefe dos anjos, amado e

respeitado por todos. Ocorre que, em algum momento, de forma misteriosa, a

inveja come��ou a brotar em seu cora����o, e ele desejou a posi����o que pertencia

unicamente ao Criador. Ele tinha tudo, mas queria ir al��m, at�� que decidiu n��o

mais prestar rever��ncia ao Eterno e passou a questionar o governo divino e a

lei sobre a qual esse governo se assenta.

Conhecendo o car��ter de Deus revelado nas Escrituras Sagradas, podemos

imaginar que Ele tentou de tudo para fazer esse anjo se arrepender e abando-

nar a rebeli��o, mas L��cifer decidiu seguir com seus planos, chegando, por fim,

a cruzar a linha sem retorno, quando se perde a sensibilidade e o desejo de se

arrepender. O cora����o se endureceu aos apelos divinos.

Em Apocalipse 5:11 �� dito que existem milh��es de anjos. Muitos desses

acabaram ficando na d��vida, e outros tantos decidiram se unir ao rebelde.

Deus era realmente um tirano, como L��cifer O acusava? O fato de Ele ter leis

que devem ser obedecidas por Suas criaturas era uma prova de Sua arbitra-

riedade? Para o anjo opositor, era como se os princ��pios divinos e Suas leis

fundamentadas no amor fossem uma obriga����o injusta.

Alguns se perguntam: Se o Deus onisciente sabia dos sentimentos de L��cifer

desde o come��o, por que n��o o destruiu antes que a controv��rsia se espalhas-

se? Pense um pouco: para os anjos celestiais, tudo aquilo era algo novo. Eles

nunca haviam experimentado os sentimentos que lhes atravessavam a mente.

Havia d��vidas no C��u. Ent��o, se Deus tivesse destru��do o rebelde logo no in��-

cio, que tipo de sentimento isso poderia ter despertado nas demais criaturas?

"Quer dizer que aqui �� assim: desobedeceu, morreu7." Voc�� percebe? O Criador 5 3

O Poder da Esperan��a

teve que permitir que as consequ��ncias da rebeli��o fossem conhecidas a fim

de que todos pudessem fazer sua escolha e decidir sob que governo gosta-

riam de viver. Ele tamb��m teve que oferecer uma oportunidade justa para

que o rebelde pudesse voltar para o caminho certo por vontade pr��pria, ain-

da que finalmente escolhesse n��o fazer isso.

Outros v��o al��m e questionam: Deus n��o poderia ter criado um univer-

so em que n��o houvesse o mal? Vamos tentar responder com outra pergun-

ta: Deus pode criar uma roda quadrada? Isso n��o faz sentido, pois o Criador

n��o viola Suas leis e n��o trabalha com possibilidades il��gicas. Assim, para

criar um universo com seres dotados de livre escolha, Deus precisou correr

riscos, isso porque n��o pode existir um universo com liberdade sem a pos-

sibilidade de escolha pelo mal. Deus n��o quis criar seres aut��matos, como

rob��s programados para obedecer. Deus �� amor (1 Jo��o 4:8) e quer ser ama-

do. Por isso, vale lembrar que o amor s�� se manifesta onde h�� liberdade.

Ningu��m pode ser for��ado a amar.

Deus poderia ter criado um universo sem o potencial para o mal? Talvez,

mas n��o este universo. Portanto, diferentemente do que alguns afirmam, o mal n��o prova que o Criador n��o existe. Prova justamente o contr��rio: que

Ele existe e nos dotou de liberdade de escolha. Ali��s, se Deus n��o existisse,

a pr��pria defini����o de mal perderia todo o sentido. Afinal, mal �� o oposto

de bem. Sem um absoluto moral para servir de par��metro, como determi-

nar o que �� o qu��? S�� sabemos que uma linha est�� torta porque podemos

compar��-la a uma linha reta.

Infelizmente, a ter��a parte dos anjos celestiais se aliou a L��cifer (de-

pois chamado de "Satan��s", em hebraico, "inimigo") e acabou expulsa do C��u (Apocalipse 12:3,4, 7, 9), vindo parar em nosso planeta. Aqui, Satan��s

utilizou o engano para envolver o primeiro casal humano em sua rebeli��o

(G��nesis 3:1-6). Com muita esperteza e intelig��ncia demon��aca, o inimigo

conseguiu inocular em Eva o v��rus de sua pr��pria rebeli��o. Ele sugeriu que,

se ela desobedecesse a Deus, seria uma criatura superior, igualando-se ao

pr��prio Criador. L��cifer queria isso! E conseguiu convencer a mulher a que-

rer tamb��m.

A mentira original pode ser resumida em duas afirma����es: (1) "voc��s

n��o morrer��o"; e (2) "ser��o como Deus". De l�� para c��, o inimigo vem disse-minando essa mesma mentira sob v��rios disfarces, com o objetivo de afastar

a humanidade do Criador. Ao se considerarem imortais e autossuficientes,

as pessoas deixar��o de reconhecer sua depend��ncia da Fonte de vida. Com

isso, o rebelde fere o cora����o do Pai celestial.

5 4

Traumas ps��quicos

Por causa disso, podemos dizer que este planeta �� um campo de batalha.

Continuamente, anjos bons e maus disputam influ��ncia sobre n��s. Devemos

sempre nos lembrar de que "nossa luta n��o �� contra seres humanos, mas con-

tra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas,

contra as for��as espirituais do mal nas regi��es celestiais" (Ef��sios 6:12).

Sempre existem situa����es traum��ticas em uma guerra. Se duvida, per-

gunte a um ex-combatente. Apesar de tudo, nosso General est�� pessoalmen-

te empenhado em nossa salva����o, ainda que tenhamos que carregar um ou

outro ferimento de guerra. Al��m disso, o General j�� anunciou o fim de todas

as batalhas, por ocasi��o de Sua vinda.

Como podemos, por��m, ter certeza de que o General realmente tem inte-

resse em n��s e n��o nos abandonou em um campo minado, sem esperan��as?

�� simples. Quando Satan��s conseguiu envolver Ad��o e Eva na rebeli��o, pen-

sava ter dado um xeque-mate no Criador. Afinal, o casal sabia que "o sal��rio do pecado �� a morte" (Romanos 6:23). Como haviam pecado por escolha

pr��pria, os dois mereciam morrer para sempre. Se Deus os destru��sse, o ini-

migo diria algo assim para todos os seres criados: "Est��o vendo? Eu n��o disse que Ele �� tirano e mau?" Por��m, conhecedor da miseric��rdia divina, o anjo

ca��do esperava que Deus passasse por alto a atitude de desobedi��ncia do casal

transgressor. Nesse caso, Satan��s acusaria o Criador de ser incoerente e infiel

�� Sua palavra. Se Ele podia ignorar a culpa dos dois humanos, por que n��o a

dele mesmo?

Contudo, o rebelde n��o contava com algo surpreendente, que o fez se

calar. Sim, o sal��rio do pecado �� a morte, e algu��m, de fato, precisava expe-

rimentar a morte eterna por causa disso, mas n��o seriam Ad��o e Eva. Deus,

na pessoa de Jesus, morreria em lugar do pecador, assumindo sua culpa e

revelando de maneira grandiosa at�� que ponto o Pai celestial esteve e est��

disposto a ir por amor a Seus filhos.

�� por isso que Ele tem autoridade moral para dizer: "Venham a Mim,

todos os que est��o cansados e sobrecarregados, e Eu lhes darei descanso"

(Mateus 11:28).

Nem Paulo, nem Laura, nem Carlos, nem voc�� ou qualquer outra pes-

soa pode mudar o passado. As cicatrizes de guerra est��o a�� em seu corpo,

em sua mente, em seu cora����o. Uma coisa, por��m, eles e voc�� podem fa-

zer: mudar de atitude em rela����o ao que aconteceu nas batalhas da vida.

Mudar a forma de encarar esses traumas.

A pessoa que confia nas promessas divinas sabe que "todas as coisas

cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos 8:28, ARA).

5 5



O Poder da Esperan��a

Ent��o, entenda e aceite que Deus n��o origina o mal, mas Ele usa tudo o que

for poss��vel para que essas experi��ncias do campo de batalha contribuam

para seu crescimento e sua salva����o eterna.

Confie no Pai celestial. Ele j�� provou que �� digno dessa confian��a.

5 6





Escravo dos v��cios

�� algo mais que precisamos falar sobre Laura e sobre o porqu�� de ela ter

decidido permanecer solteira, investindo todas as for��as na carreira: ela

n��o confia nos homens. N��o apenas por causa da experi��ncia negativa

que teve com seu pai, na inf��ncia, perdendo aquele que deveria ter sido seu

referencial de masculinidade, mas tamb��m porque conhece homens indig-

nos de sua confian��a. Laura sabe que muitos homens est��o envolvidos com

algum tipo de pornografia. Como defensora dos diretos da mulher, ela sentia

arrepios ao pensar em se relacionar com um homem que vivesse comparando

suas formas com a de atrizes idealizadas. Tinha avers��o a se ver usada como

um objeto por um homem cheio de fantasias depravadas.

"Amigos" de Paulo at�� tentaram convenc��-lo de que faria bem a ele e ao seu casamento assistir a alguns "filminhos" Contudo, ele sabia o que estava produzindo o esfriamento de sua rela����o conjugal. N��o era falta de erotismo,

de "pimenta", mas de amor, companheirismo e di��logo, coisas que o dia a dia estressante lhe estava roubando. Al��m disso, como ele poderia ver pornografia

e depois olhar os olhos puros de seus dois filhinhos, especialmente da garoti-

nha que gostava de lhe escrever cartinhas? Um dia, sua menina cresceria, e ele

jamais poderia conceber a ideia de que ela fosse tratada como objeto sexual

diante das c��meras, para o deleite de uma plateia com olhos sujos e mente

deturpada. Felizmente, Paulo estava entre os homens que procuram evitar o

conte��do pornogr��fico que tomou conta do mundo.

O problema fica ainda mais grave quando se percebe que as crian��as t��m

tido acesso cada vez mais f��cil �� pornografia. Segundo um estudo feito pela

5 7

O Poder da Esperan��a

empresa de seguran��a eletr��nica Symantec h�� alguns anos, as palavras "sexo" e

"pornografia" estavam entre as dez mais procuradas por crian��as na internet.1

Por esse e outros motivos �� preciso conversar com as crian��as a respeito

das vantagens e desvantagens da internet, bem como sobre os perigos de uma

navega����o sem crit��rios. Gregory Smith, vice-presidente e diretor executivo

de informa����o do Departamento de TI da World Wildlife Fund, diz que dei-

xar a crian��a diante de um computador com acesso �� internet, sem qualquer

tipo de monitoramento, �� a mesma coisa que coloc��-la em uma esquina e n��o

ficar vendo o que acontece.

Efeitos do consumo de pornografia

Uma pesquisa feita pela Universidade de P��dua,2 na It��lia, constatou que

70% dos homens jovens que procuravam neurologistas por ter um desem-

penho sexual ruim admitiam o consumo frequente de pornografia na in-

ternet. Outros estudos de comportamento sugerem que a perda da libido

acontece porque esses grandes consumidores de pornografia est��o abafan-

do a resposta natural do c��rebro ao prazer. Ao substitu��rem os limites natu-

rais da libido por uma intensa estimula����o, acabam prejudicando a resposta

�� dopamina. Esse neurotransmissor est�� por tr��s do desejo, da motiva����o

e dos v��cios. Se o prazer est�� fortemente ligado �� pornografia, o sexo real

parece n��o oferecer tanta recompensa. Essa seria a causa da falta de desejo

em muitos homens.

No livro Wired for Intimacy: How Pornography Hijacks the Mede Brain,

William Struthers, da Faculdade Wheaton, recorre �� neuroci��ncia para

explicar por que a pornografia �� t��o viciante para a mente masculina.

A quest��o central �� a intimidade: homens buscam tudo, desde a pornografia

��s prostitutas, para satisfazer suas necessidades emocionais mais profundas.

"Eles s��o direcionados a buscar intimidade sexual", afirma.3

De acordo com Struthers, ver imagens pornogr��ficas cria novos padr��es

nas liga����es neurais, e o h��bito refor��a essas liga����es.4 Neste ponto, a compa-

ra����o aos efeitos viciantes do consumo de drogas se torna inevit��vel: "Toler��ncia �� quando, como resultado de uma exposi����o a uma subst��ncia, o corpo se

ajusta para que a exposi����o seguinte aos mesmos n��veis de subst��ncia resulte

num efeito menor. Se tomo a mesma dose de uma droga vez ap��s vez, e meu

corpo come��a a toler��-la, precisarei tomar uma dose maior da droga, para ela

ter o mesmo efeito que tinha com uma dose menor na primeira vez.5 Portanto,

o v��cio em sexo "age como uma polidroga, entregando uma excita����o emocio-

nal e sensorial, energizando a sexualidade masculina."6

5 8

Escravo dos v��cios

Como identificar o v��cio em sexo

Se voc�� observar em si mesmo, em seu c��njuge ou em algum amigo ou fa-

miliar dois, tr��s ou mais dos indicadores comportamentais, poder�� estar dian-

te de um caso de v��cio sexual. Dever�� falar com a pessoa de maneira calma,

sem acusa����es e com disposi����o para ajudar:

1. Insiste em ficar diante do computador ou da televis��o quando n��o h��

ningu��m em casa ou todos est��o dormindo.

2. Mant��m uma maleta, mochila, gaveta ou arm��rio com chave e ningu��m

da fam��lia ou do trabalho pode ter acesso.

3. Olha prolongadamente para as pessoas do sexo oposto quando passa

por elas.

4. Recebe d��bitos de cart��o de cr��dito para os quais n��o pode dar explica����o.

5. Chega muito tarde do trabalho ou se ausenta mais do que o necess��rio,

justificando com viagens ou motivos profissionais.

6. Quando est�� na internet e algu��m se aproxima, muda rapidamente de tela.

7. N��o tem rela����o sexual com o c��njuge ou demonstra fixa����o em pr��ti-

cas extravagantes.

8. Aparenta estar emocionalmente distante de seu c��njuge.

9. Parece estar ausente e distra��do, mesmo nos momentos mais ��ntimos.

10. Demonstra instabilidade no estado de ��nimo e apresenta comporta-

mento brusco e amea��ador.

Como superar o v��cio em sexo

O processo psicol��gico �� semelhante ao de qualquer outro v��cio. Muitos

dos conselhos para a depend��ncia qu��mica s��o tamb��m v��lidos para o v��cio

em sexo:

1 . 0 primeiro passo �� admitir o problema e mostrar disposi����o para corri-

gir esse comportamento.

2. Procurar apoio de outra pessoa. A melhor pessoa �� o c��njuge do viciado

(sob a orienta����o de um especialista). Se isso n��o for poss��vel, ent��o pode ser

um amigo ou familiar ��ntimo.

3. Estar sempre sob vigil��ncia (n��o ficar sozinho por muito tempo; conti-

nuar as atividades planejadas).

4. Manter a sobriedade sexual absoluta: sexo somente com o c��njuge.

5. Fazer uso de mecanismos estruturados de ajuda: bloquear certos am-

bientes da internet e limitar o tempo de acesso.

6. Planejar atividades de recrea����o, preferencialmente ao ar livre e em lo-

cais diferentes do habitual.

5 9

O Poder de Esperan��a

7. A tend��ncia pode ter sua origem em um abuso sexual na inf��ncia ou

em uma inf��ncia conturbada. Nesse caso, o plano de reabilita����o deve vir

acompanhado da psicoterapia formal, para se aprofundar em assuntos do

passado e eliminar os conflitos.

8. Para a pessoa que dar�� apoio: seja compassiva e trate o viciado como

algu��m doente, que precisa se recuperar. Ele precisa aceitar sua responsabili-

dade. Uma vez aceita e aplicada, n��o deve ser recriminado ou criticado exces-

sivamente por sua conduta inaceit��vel. Ele precisa de compreens��o, simpatia

e apoio.

V��cio em cigarro

Assim como a pornografia, outros v��cios t��m prejudicado ou mesmo

destru��do a vida de milh��es de pessoas. O tabagismo, por exemplo, tem di-

minu��do em muitos pa��ses, mas aumentado em outros. O cigarro tem muita

popularidade entre os jovens. A nicotina tem alto poder viciante e representa

uma enorme barreira para o abandono do habito. Se voc�� deseja parar de fu-

mar, siga estes passos:

1. Examine seus h��bitos - H�� em sua vida uma infinidade de la��os invis��-

veis que o ligam a objetos e situa����es que o estimulam a fumar. Reveja essas

circunst��ncias e evite-as ou se prepare para resistir: ao deitar, acordar, tomar caf��, em uma reuni��o com amigos, ao sentar em sua cadeira preferida, ao ficar

sozinho em algum local, ao finalizar uma refei����o, etc. Fuja dessas situa����es.

2. Procure novos ambientes - Mude seus hor��rios, suas reuni��es e locais costumeiros. Fa��a atividades saud��veis ao ar livre e em ambientes que relaxem.

3. Inclua seus amigos e familiares - Conte a todos que decidiu parar de fumar. Certamente eles o apoiar��o. Se for poss��vel, una-se a algu��m que tamb��m

queira abandonar o v��cio e, ao se reunirem, ambos dar��o e receber��o ��nimo.

4. Cuide da alimenta����o - A desintoxica����o deve ser acompanhada de

muitas frutas e verduras. Beba muita ��gua e sucos c��tricos. Isso o ajudar�� a

eliminar a nicotina e a desejar cada vez menos o cigarro.

5. Fa��a exerc��cios - O exerc��cio f��sico o far�� relaxar das tens��es da desintoxica����o e lhe proporcionar�� um bom estado de ��nimo.

6. D�� um pr��mio a voc�� mesmo - Estabele��a recompensas para o ciclo de

alguns dias de vit��ria: v�� a um lugar especial ou compre uma roupa com o que

voc�� economizou sem os cigarros.

7. Busque apoio na dimens��o espiritual - Muitos viciados desprezam esse meio e n��o obt��m ��xito. Experimente conversar com Deus como se estivesse

talando com um amigo e pe��a a Ele for��as para vencer o v��cio.

6 0



Escravo dos v��cios

Aten����o para a cafe��na

Muitos pensam que a cafe��na est�� longe de ser uma droga, mas o manual

psiqui��trico DSM-5 especifica a intoxica����o por cafe��na quando a pessoa

ingere 250 miligramas ou mais em um ��nico dia (exemplo: acima de duas

a tr��s x��caras de caf�� coado). Os chamados "energ��ticos" chegam a ter mais cafeina que o caf��.' Os efeitos do consumo dessa subst��ncia s��o: agita����o,

nervosismo, ins��nia, diurese, compress��o muscular, problemas digestivos,

dificuldade para pensar e falar, taquicardia e agita����o psicomotora.8

Os seguintes produtos cont��m quantidades variadas de cafeina:

Energ��tico (248 ml)

75 a 80 mg

Cafezinho expresso (30 ml)

47 a 75 mg

X��cara de caf�� instant��neo (237 ml)

27 a 173 mg

Refrigerante tipo cola (355 ml)

23 a 47 mg

X��cara de ch�� preto (237 ml)

14 a 70 mg

Barrinha de chocolate (20 g)

12 a 40 mg

C��rculo vicioso

A felicidade tem sido definida como a aus��ncia total de v��cios. E n��o nos

referimos somente aos v��cios em drogas "pesadas" ou "ilegais", sexo compulsivo, jogos de azar, jogos eletr��nicos e internet. Existem subst��ncias comuns que

tamb��m viciam, como bebidas alco��licas, cigarro e caf��. Essas subst��ncias s��o

denominadas psicoativas porque afetam a fun����o mental. Inclusive existem

viciados em dietas, medicamentos e em exerc��cio f��sico.

O c��rculo vicioso das drogas �� muito perigoso, quer sejam legais ou ilegais,

com componentes qu��micos ou n��o, ocasionando preju��zo para a sa��de. To-

dos os v��cios tiram a liberdade dos que sofrem dessa depend��ncia. Al��m do

mais, causam riscos muito s��rios:

Depend��ncia - As drogas (ou a depend��ncia qu��mica) criam o desejo de

reincidir no seu uso. E, quanto mais se satisfaz esse desejo, maior ele se torna.

Toler��ncia - O usu��rio da droga precisa de doses cada vez maiores para

alcan��ar efeitos semelhantes aos anteriores.

61

O Poder da Esperan��a

S��ndrome de abstin��ncia - Pode ser psicol��gico: uma inquieta����o ex-

trema por n��o poder ter acesso �� droga ou realizar a conduta desejada.

Tamb��m pode ser f��sico, pelo fato de o organismo estar habituado �� subs-

t��ncia e n��o conseguir a dose. Os sintomas de abstin��ncia apresentados

s��o: ins��nia, agita����o, palpita����es, suor, n��usea, v��mitos, etc.

Efeito sobre o c��rebro (nos viciados qu��micos) - As drogas afetam o sistema nervoso central. Quando esse tipo de subst��ncia chega ao c��rebro, v��rias fun-

����es vitais s��o alteradas, e a pessoa se torna incapaz de realizar atividades mentais simples. Quando o consumo �� prolongado, podem ocorrer les��es irrevers��veis.

Os tr��s primeiros riscos n��o t��m rela����o somente com os v��cios qu��mi

cos, mas tamb��m com os de conduta. O viciado em pornografia, por exemplo,

sente um fort��ssimo desejo de repetir o ato. Ap��s determinado tempo, as ima-

gens usadas n��o s��o suficientes, e ele precisa de imagens mais fortes ou obs-

cenas. A falta ou indisponibilidade das imagens produzir�� no viciado grande

inquieta����o ou frustra����o.

Como prevenir os v��cios

A maioria dos v��cios, especialmente por subst��ncias, tem seu in��cio na fase

juvenil e na adolesc��ncia. Por isso, os esfor��os preventivos devem ser focali-

zados nessa faixa et��ria. Desde os primeiros anos de escola, as crian��as de-

vem receber instru����es sobre as drogas e seus riscos. Os programas escolares

devem ter espa��o para palestras e semin��rios com ex-dependentes, m��dicos,

advogados, psic��logos, policiais, assistentes sociais, etc.

Como princ��pio, todas as escolas e outras institui����es de ensino deveriam

ser declaradas ��reas livres de drogas, adotando medidas para evitar que se

transformem em centros de tr��fico e inicia����o �� droga.

Os pais das crian��as e jovens t��m tamb��m responsabilidade na preven����o.

Devem falar sobre o problema, adotando as seguintes estrat��gias:

��� Ter uma postura firme e coerente com respeito ��s drogas e aos v��cios.

��� Ajudar a desenvolver uma autoestima saud��vel nos filhos.

��� Manter o lar seguro e est��vel.

��� Demonstrar flexibilidade nas opini��es e condutas, mas com limites

bem definidos.

��� Dar exemplo no que se refere aos v��cios.

As autoridades tamb��m t��m um papel importante na educa����o contra os

v��cios e em favor da sa��de total: programas atrativos e sugestivos, uso de pre-

cau����es legais (por exemplo: r��tulos indispens��veis nas bebidas alco��licas e

no cigarro), normas que regulam a venda e distribui����o, etc. �� extremamente

6 2

Escravo dos v��cios

importante reprimir o tr��fico de drogas em col��gios, institui����es e locais fre-

quentados por crian��as e jovens.

Quanto aos demais v��cios (em trabalho, sexo ou jogo), eles podem sobre-

vir em idade adulta. �� indispens��vel relembrar que, tanto nesses v��cios quanto

nas depend��ncias qu��micas, um quadro de ansiedade �� frequentemente acres-

centado ao problema. Por essa raz��o, uma forma de se prevenir a ades��o a um

v��cio �� evitar ou vencer a ansiedade.

Como vencer os v��cios

Est�� comprovado que o viciado n��o consegue abandonar os v��cios sozinho.

Ele precisa de apoio social, profissional e espiritual. Por isso, os conselhos apresentados aqui s��o especialmente dirigidos �� fam��lia ou ao grupo de apoio do viciado:

��� Se j�� foram feitas muitas tentativas para deixar o v��cio, deve-se insistir

com o viciado para que procure um centro de reabilita����o.

��� Apoie o plano estabelecido pelo centro ou profissional qualificado. Con-

fie no tratamento e incentive a pessoa viciada (filho, c��njuge, amigo, etc).

��� Evite a superprote����o. �� uma grande tend��ncia proteger as pessoas que

amamos; mas, nessas circunst��ncias, �� necess��rio manter firmeza no que se

refere ao tratamento.

��� Recompense as vit��rias, pois o viciado precisa de refor��os externos para

alcan��ar novos objetivos. Podem ser alimentos, filmes, passeios, jogos, livros,

visitas, etc, de acordo com a prefer��ncia e as circunst��ncias.

��� Prepare um ambiente calmo, saud��vel e adequado e procure por todos

os meios manter o viciado distante dos espa��os facilitadores do v��cio (locais,

pessoas, objetos, etc), pois os est��mulos podem lev��-lo a uma reca��da.

Os grupos de apoio t��m demonstrado ser excelentes m��todos de supera����o.

Por exemplo, os Alco��licos An��nimos (AA), Narc��ticos An��nimos (NA), joga-

dores An��nimos ()A) e os Dependentes de Amor e Sexo An��nimos (DASA) con-

seguem um grande ��ndice de ��xito entre seus participantes. Os viciados, unidos a outras pessoas que sofrem do mesmo problema, lutam com maior persist��ncia.

�� necess��rio reconhecer que o dom��nio dos v��cios �� t��o grande que so-

mente com ajuda do poder divino muitos conseguem alcan��ar a vit��ria.

O ��xito dos Alco��licos An��nimos deve-se em parte ao apoio humano de-

monstrado pela experi��ncia de ex-dependentes, e ao apoio de Deus, que ��

aceito por aqueles que est��o dispostos a receb��-lo com f��.

Ap��s alcan��ar a vit��ria, a luta n��o acaba, pois o risco de reca��da �� alt��ssi-

mo. Por isso, �� importante planejar cuidadosamente o retorno �� normalidade,

observando os seguintes itens:

6 3



O Poder da Esperan��a

Emprego - O reabilitado precisa de um novo emprego, com novos compa-

nheiros e com o firme prop��sito de se adaptar, sem fazer mudan��as.

Ambiente social - O reabilitado precisa tamb��m, durante um per��odo pro-

longado, de algu��m que continue observando com aten����o e firmeza seu am-

biente. Deve se relacionar com pessoas que saibam desfrutar a vida sem fazer

uso de subst��ncias qu��micas ou outros v��cios, com simplicidade e naturalidade.

Lazer - O tempo livre �� o mais perigoso para a reca��da e deve ser planejado cuidadosamente, incluindo exerc��cios f��sicos, atividades ao ar livre, esportes,

etc, evitando sempre bares, sal��es de jogos e outros ambientes em que a von-

tade possa ser estimulada.

Vida espiritual - O componente espiritual tamb��m �� fundamental na reintegra����o. A vida de v��cios deve pertencer ao passado, e a pessoa precisa come��ar

uma nova vida. A culpa, que �� comum nos ex-viciados, encontra perd��o em um

Pai amoroso. E, quanto ao futuro, Deus promete prote����o e apoio cont��nuos.

Uma promessa maravilhosa de Deus para aqueles que lutam contra v��cios

�� esta: "Por isso n��o tema, pois estou com voc��; n��o tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei" (Isa��as 41:10).

6 4





Escravo dos v��cios

Codepend��ncia

Na inten����o de prestar ajuda aos dependentes qu��micos,

alguns iniciam por um caminho perigoso: a rela����o de depen-

d��ncia m��tua. Esse problema �� frequente na fam��lia do viciado.

Embora com boas inten����es, a pessoa querida (m��e, pai ou ir-

m��o) acaba lutando de forma errada pelo viciado. Demonstra

amor cego, cedendo a seus insistentes pedidos. Utiliza grande

parte de seu tempo, esfor��o e energia emocional, mas acaba

sendo um obst��culo na recupera����o. �� fundamental procurar

ajuda profissional externa para acabar com esse perigoso efeito

colateral.

Doze passos

Inicialmente criados pelos Alco��licos An��nimos, esses prin-

c��pios tamb��m s��o utilizados com ��xito pelos que procuram

abandonar (ou j�� abandonaram) os jogos de azar, a gula ou o

sexo compulsivo:

1. Admitimos que n��o temos for��a para vencer nossos

v��cios.

2. Estamos convictos de que h�� um Poder superior (Deus) a

n��s, com capacidade de restaurar nossa sa��de.

3. Decidimos submeter nossa vontade e nossa exist��ncia ao

cuidado de Deus, de acordo com o conhecimento que

cada um tem de Deus.

4. Fazemos um invent��rio moral de nossa vida, sem medo e

com a devida introspec����o.

5. Admitimos diante de Deus, de n��s mesmos e de qualquer

ser humano, que somos da mesma natureza que nossas

m��s a����es.

6 5





O Poder da Esperance


6. Estamos inteiramente preparados para que Deus elimine

todos os nossos defeitos de car��ter.

7. Com humildade, pedimos a Deus que elimine nossos

erros.

8. Fazemos uma lista de todas as pessoas ��s quais temos

causado algum preju��zo e nos dispomos a corrigir o mal

praticado.

9. Corrigimos o mal praticado em todos os casos poss��veis,

exceto naqueles em que seja prejudicial para essas ou

outras pessoas.

10. Continuamos fazendo um invent��rio pessoal e, diante

de um equ��voco, o reconhecemos imediatamente.

1 1 . Temos o compromisso de orar e meditar para melhorar

nosso contato com Deus, do modo como cada um co-

nhece Deus. Nossa ora����o �� unicamente para conhecer

Sua vontade e obter a for��a necess��ria para pratic��-la.

12. Havendo chegado a um despertamento espiritual como

resultado desses passos, pretendemos levar essa mensa-

gem a outros dependentes e praticar esses princ��pios em

todos os aspectos de nossa vida.

Os grupos de apoio t��m alcan��ado grande ��xito durante

d��cadas. Os fundamentos principais s��o: confian��a em um

Deus de amor como principal autoridade e fonte de poder; so-

briedade total como meta; compromisso de ajudar pessoas que

queiram abandonar seus v��cios; e confidencialidade entre os

participantes.

6 6





Sentimento de culpa

uitas pessoas vivem com um sentimento de culpa infundado; culpa

falsa ou duvidosa. Isso lhes acarreta conflitos e as seguintes tend��n-

cias: complexo de inferioridade, perfeccionismo, autoacusa����o cons-

tante, medo do fracasso (com o consequente estado de permanente vigil��ncia)

e exig��ncia demasiada nos relacionamentos. Por outro lado, o sentimento de

culpa �� um recurso ��til que estimula a conduta correta e respeitosa, favore-

cendo a boa conviv��ncia. O sentimento de culpa real �� sintoma de uma cons-

ci��ncia alerta, que serve de autocensura e previne os delitos e a falta de moral.

Por muitos anos, Carl��o viveu como se n��o tivesse culpa alguma diante

da fam��lia que abandonou e da filha que cresceu com uma s��rie de problemas

emocionais em decorr��ncia do que sofreu na inf��ncia. Agora, vivendo em uma

casa de repouso e vendo a morte se aproximar, finalmente sua consci��ncia

parece estar despertando. No entanto, o que fazer com esse sentimento? N��o

tinha mais como pedir perd��o �� esposa, e a filha, como j�� vimos, se recusava a

v��-lo. O desespero e a frustra����o aumentavam dia ap��s dia.

Se a culpa �� comprovada, a solu����o est�� em buscar a repara����o, sempre que

poss��vel, e pedir perd��o a Deus e ��s pessoas ofendidas. Saiba que Deus est�� dis-

posto a perdoar at�� as maiores falhas, mesmo aquelas que n��o s��o perdoadas em

n��vel humano: "Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles

se tornar��o brancos como a neve; embora sejam rubros como p��rpura, como

a l�� se tornar��o" (Isa��as 1:18). Para receber de Deus o perd��o e a reconcilia����o, tamb��m �� necess��rio perdoar os outros. Isso ajuda no processo de perdoar a si

mesmo, que est�� no centro do sentimento de culpa.

6 7

O Poder da Esperan��a

Quanto �� culpa infundada ou exagerada, o processo exige algumas atitu-

des. Entre as principais, podemos citar as seguintes:

Evitar os enfoques demasiadamente restritos - Os ambientes familiares ou sociais onde h�� autoritarismo e intimida����o contribuem para uma consci��ncia limitada, com o consequente risco de falsa culpa. F preciso buscar o afasta-

mento desse tipo de situa����o.

Fazer o que �� correto e descansar em Deus - Tome decis��es e atitudes com base nos princ��pios divinos, descanse quanto aos resultados.

Tire li����es de seus erros e falhas - Depois de pedir perd��o a Deus e ��s

pessoas afetadas por seus erros, e de buscar a repara����o, fa��a disso uma mo-

tiva����o e um aprendizado para agir de modo diferente no futuro.

Abra o cora����o a algu��m de grande confian��a - Falar dos sentimentos de

culpa a um amigo de confian��a ajuda a organizar as ideias. Em todos os casos,

serve de al��vio para reduzir parte da tens��o criada por esse sentimento.

Consci��ncia insens��vel

A consci��ncia nem sempre constitui uma norma de conduta s��bia. Existem

consci��ncias demasiadamente limitadas. Outras, por sua vez, n��o t��m limites.

Os que s��o demasiadamente restritos esperam que o mesmo ocorra com os

outros. E os que n��o t��m limites acham que tudo est�� bom. Por isso, em Prov��r-

bios 16:25 est�� escrito: "H�� caminho que parece reto ao homem, mas no final conduz �� morte."

Portanto, �� necess��rio contar com normas externas e transcendentes, prin -

c��pios ��ticos de valor universal. N��o �� em v��o que o ap��stolo Paulo advertiu

seu disc��pulo Tim��teo a respeito de alguns que, tendo a consci��ncia insens��vel,

mandariam os crentes fazerem coisas absurdas (1 Tim��teo 4:2,3).

As consci��ncias insens��veis n��o s��o capazes de servir como um guia de

conduta confi��vel.

Outro lado da culpa

Um estudo realizado por Grazyna Kochanska e suas colegas constatou que

o sentimento de culpa, na medida exata, ajuda as crian��as a observar as nor-

mas e respeitar os outros. Participaram dessa pesquisa 106 meninos e meninas

em idade pr��-escolar, de dois a cinco anos de idade. Para verificar a medida da

culpa, os pesquisadores fizeram com que as crian��as acreditassem que haviam

estragado um objeto de grande valor. Logo ap��s, observou-se a conduta de

cada uma, e foi solicitada a opini��o tanto das m��es quanto das pr��prias crian-

��as. Estes s��o os resultados mais importantes:

6 8





Sentimento de culpa


��� As meninas demonstraram maior sentimento de culpa que os meninos.

��� Os pr��-escolares de fam��lias bem estruturadas manifestaram menor sen-

timento de culpa.

��� O n��vel de culpa das crian��as de dois anos tinha rela����o com a autonomia

moral das de cinco anos.

��� As crian��as com sentimento de culpa violaram menos regras do que as

que n��o sentiam culpa.

��� A medida justa da culpabilidade ajuda a prevenir a m�� conduta.

O perd��o do Pai

Uma das mais belas e conhecidas par��bolas contada por Jesus �� a do filho

pr��digo, registrada em Lucas 15:11 a 32. Trata-se da hist��ria do pai e dos dois

filhos, um dos quais, cansado da vida tranquila de casa, decidiu abandonar

tudo e buscar a liberdade mundo afora. Como se n��o bastasse magoar o pai

com sua atitude rebelde e ingrata, ele ainda pediu sua parte na heran��a da fa-

m��lia, algo que os filhos s�� recebem quando os pais morrem. O pai, respeitan-

do a liberdade de escolha do filho, deu-lhe o dinheiro.

O filho abandonou o lar.

Livre das restri����es paternas, o rapaz passou a esbanjar o dinheiro em be-

bedeiras, festas e promiscuidade. Enquanto tinha recursos, esteve cercado de

"amigos". O dinheiro se foi, e a fome chegou. O que fazer? Foi procurar emprego e acabou cuidando de porcos, um trabalho extremamente humilhante

para um judeu. O jovem, que queria ser livre, viu-se, de repente, escravo das

circunst��ncias. Ele, que tinha tudo em casa, passou a disputar a ra����o dos por-

cos para n��o morrer de fome. Onde estavam os "amigos", as mulheres, o som de festa?

O texto diz que o jovem tinha ido para "uma terra distante", s��mbolo mais do que apropriado para o pecado, que nos leva para longe de Deus e de n��s

mesmos. Arranca tudo o que h�� de bom em nossa vida, alimentando por al-

gum tempo a ilus��o de liberdade e alegria. Por��m, n��o existe felicidade longe

de Deus, na "terra distante". Aquele jovem descobriu que, na "terra distante", s�� existem frustra����o, tristeza, humilha����o, vazio e culpa.

No meio daquela situa����o deplor��vel, ele decidiu voltar com a inten����o

de ser aceito pelo pai como um de seus empregados. Esse filho ainda tinha

muito a aprender sobre o homem a quem dera as costas. Por��m, ainda que

sua compreens��o fosse limitada, ele sabia que o pai era justo e amoroso.

E foi essa no����o que o fez pensar em voltar. �� sempre a bondade de Deus que

nos leva ao arrependimento e nos atrai a Ele (Romanos 2:4; Jeremias 31:3).

6 9





O Poder da Esperance


Com a cabe��a baixa, as roupas esfarrapadas e uma tonelada de culpa sobre

si, ele se aproximou de casa, mas n��o surpreendeu o pai, que o avistou �� dis-

t��ncia e correu em sua dire����o, dando-lhe um abra��o apertado, cobrindo sua

mis��ria com a pr��pria capa. O pai sempre estivera esperando. Nunca havia

deixado de amar. Por isso, recebeu o maltrapilho arrependido como seu filho,

sem lhe jogar no rosto os pecados. O passado estava esquecido; os pecados,

perdoados; ningu��m podia dizer nada em contr��rio.

O inimigo de Deus vive contando a mentira de que o Senhor n��o pode

aceitar pecadores de volta, a menos que sejam bons o bastante para poder vol-

tar. Se esperar at�� que isso aconte��a, o pecador nunca ir�� a Deus.

A mensagem central da par��bola �� o amor do pai, que claramente repre-

senta Deus. Ele nos aceita, perdoa e ama. Sempre. Esse conhecimento faria

grande diferen��a na vida de Carl��o e de todo pecador que vive sob a nuvem

pesada do sentimento de culpa.

Voc�� j�� tomou a decis��o de voltar para o Pai?

7 0





Sentimento de culpa


Fa��a um teste

H�� uma rela����o direta entre determinadas condutas e o sen-

timento de culpa. As perguntas seguintes apresentam condutas

associadas �� culpa. Responda com um SIM ou um N��O.

1 .Voc�� cresceu em um ambiente onde havia autoritarismo

e intimida����o?

2. �� muito dif��cil perdoar os pr��prios erros?

3. �� dif��cil para voc�� perdoar aqueles que o ofendem?

4. Est�� constantemente com medo de quebrar alguma re-

gra social?

5. Voc�� se assusta diante de qualquer ind��cio de m�� not��cia?

6. Sente medo sempre que pensa no futuro?

7. Fica muito aborrecido quando alguma coisa n��o sai de

maneira perfeita?

8. Sente-se excessivamente incomodado com a falta de

pontualidade?

9. Sente, com frequ��ncia, complexo de inferioridade?

10. Sente-se facilmente desgostoso consigo mesmo e com

os outros?

1 1 . Fica excessivamente preocupado com o julgamento que

os outros fazem de voc��?

12. Na sua imagina����o, Deus est�� sempre descontente por

causa de seus pecados e imperfei����es?

Se voc�� respondeu SIM para mais de tr��s perguntas, �� pro-

penso a ter falsa culpa e deve buscar solu����es. Comece pelos

conselhos deste cap��tulo e procure ajuda profissional.





7 1





Um monstro dentro de n��s

amos apresentar-lhe a ��ltima personagem deste livro. Apesar da pou-

ca idade - Isabela tem apenas seis anos -, quando tinha seus aces-

sos de raiva, ningu��m queria ficar por perto. Era realmente de dar

medo - e d��. Quanto mais ela agia assim, mais bullying sofria, num c��rculo vicioso de provoca����o, explos��es de raiva e mais provoca����es. Ela simplesmente perdia o controle e passava a agredir os colegas e a professora. Na

maior parte do tempo, era d��cil e introspectiva, o que levava os professo-

res e orientadores da escola a desconfiar de que ela estivesse extravasando

alguma m��goa contida ou revolta com alguma situa����o, possivelmente na

fam��lia. Ali��s, fazia tempo que o pai dela n��o comparecia ��s reuni��es de pais

e professores.

Mesmo sendo apenas uma crian��a, Isabela sabia que o ��dio, a ira e a

agressividade n��o trazem benef��cio algum. No entanto, s��o tend��ncias fortes,

e muitos n��o sabem como lidar com elas, sejam crian��as ou adultos. Como

consequ��ncia, as pessoas ficam amarguradas por acabar pagando isso com a

pr��pria sa��de, al��m de prejudicar seus relacionamentos.

A ira e o ��dio podem se manifestar ocasionalmente e, como sentimentos

humanos, podem se tornar inevit��veis. Por��m, quando ultrapassam o n��vel

espor��dico, s��o rea����es que causam devasta����o nos relacionamentos fami-

liares, sociais e de trabalho. A agressividade f��sica �� inaceit��vel em qualquer

grupo humano e deve ser prevenida. Ao que tudo indicava, Isabela n��o estava

sofrendo agress��es f��sicas, mas era evidente que sofria algum tipo de priva����o

de amor. Algo n��o estava bem no lar daquela crian��a.

7 2

Um monstro dentro de n��s

Como evitar a ira e a agressividade

Observando a si mesmo e adotando h��bitos simples de calma e tranquili-

dade, cada um pode, com a ajuda divina, dominar os impulsos de ira e agres-

sividade. Veja algumas sugest��es:

Considere a verdadeira import��ncia da situa����o - Se voc�� observar friamen-te, quase sempre os motivos da raiva s��o insignificantes. Pergunte a si mesmo:

�� realmente importante o motivo da minha ira? O que acontecer�� se as coisas

n��o sa��rem do meu jeito? Vale a pena esbanjar tanta adrenalina? Terei que me

arrepender se perder a compostura?

Respire fundo e acalme-se - A respira����o relaxa. Use-a pausadamente e de modo profundo quando sentir que a ira se aproxima. D�� instru����es a voc��

mesmo: "Calma, n��o vai acontecer nada! Controle-se, pois isso j�� vai passar."

Foi Thomas Jefferson quem disse a famosa frase: "Quando est�� zangado, conte at�� 10 antes de falar. Se estiver muito irritado, v�� at�� o 100." Uma dica: nunca envie um e-mail quando estiver com raiva. Se quiser, at�� escreva, mas salve-o como rascunho e leia a mensagem, de novo, horas depois.

Procure se distrair - Pensar no que lhe causa ira �� jogar lenha na fogueira.

Ore a Deus, pedindo que o ajude a superar o sentimento negativo, e fa��a alguma

atividade que ocupe sua mente com outras coisas, at�� a raiva diminuir.

Escolha a solu����o certa - Evite dizer aos outros frases como estas: "Voc�� �� ego��sta." "Sua atitude �� sempre a mesma comigo." "Voc�� n��o se importa com o que penso." Procure se expressar com frases positivas: "Eu gostaria que voc�� tentasse fazer de outra forma", "Fico muito triste com essa atitude", "Talvez de-v��ssemos fazer isso ou outra coisa; eu posso ajudar de alguma forma."

N��o considere o oponente um inimigo - Quando algu��m o irritar com sua

conduta ou palavras, n��o pense que o est�� provocando. Pense em outros mo-

tivos e circunst��ncias que expliquem esse comportamento. Se ele ou ela real-

mente tem m��s inten����es, voc�� admitir�� que �� uma pessoa infeliz e merece

compaix��o pela sua conduta inconveniente.

Pratique o perd��o - Perdoar n��o significa perder a batalha. Um antigo pro-v��rbio diz: "Perdoe o ofensor, e sair�� vencedor." Perdoar n��o somente produz calma e paz em voc��, mas tamb��m na outra pessoa, que, al��m disso, acabar��

respeitando voc�� por sua nobreza e generosidade.

Seja grato - A B��blia diz: "Deem gra��as em todas as circunst��ncias, pois esta �� a vontade de Deus para voc��s em Cristo Jesus" (1 Tessalonicenses 5:18).

Pesquisas confirmam que o simples fato de se mostrar grato por algo torna

algu��m mais feliz. Pesquisadores da Universidade da Calif��rnia afirmam que

praticar constantemente a gratid��o pode at�� melhorar a sa��de.1

7 3

O Poder da Esperan��a

Ore - A B��blia tamb��m diz: 'Amem os seus inimigos e orem por aqueles

que os perseguem" (Mateus 5:44). Pesquisadores mostraram que, se a pessoa

orar pelo indiv��duo que a deixou com raiva, isso ameniza o sentimento ruim,

dissipando os pensamentos negativos.2

Efeitos da ira

Embora, no passado, fosse considerado vantajoso destampar a "panela de

press��o" quando se estava irado, hoje est�� claro que os riscos ultrapassam qualquer pequena vantagem que se possa alcan��ar com essas m��s atitudes. Com-

parados com as pessoas de h��bitos pac��ficos, os que ficam irados, em geral,

enfrentam as seguintes situa����es:

��� T��m quatro vezes mais propens��o a sofrer de doen��a coronariana.

��� Correm maior risco de morrer jovens.

��� Experimentam sentimentos de culpa ap��s suas atitudes explosivas.

��� Seus familiares e amigos os evitam por causa de seu mau g��nio.

��� Mant��m uma rela����o matrimonial mais conflituosa.

��� S��o mais propensos ao uso de subst��ncias nocivas (fumo, ��lcool,' drogas, etc).

��� Correm maior risco de comer em excesso e sofrer aumento de peso.

Antes de ficar enraivecido, pense duas vezes, pois �� poss��vel deter essa con-

duta e evitar mais preju��zos.

Profetas irritados

A B��blia traz alguns exemplos interessantes de pessoas que se deixaram

vencer pela ira. Ali��s, este �� outro detalhe especial das Sagradas Escrituras:

seus autores n��o "douram a p��lula" nem posam de her��is infal��veis. Seus defeitos est��o todos ali registrados. Sabe por qu��? Sempre h�� esperan��a para quem

se submete �� vontade e ao poder divinos. Vamos falar de dois profetas: um, do

Antigo Testamento; outro, do Novo Testamento.

Jonas recebeu de Deus uma miss��o tremendamente dif��cil: pregar aos mo-

radores da cidade de N��nive. Para voc�� ter uma ideia do que isso implicava,

basta saber que, na ��poca, essa cidade com mais de 100 mil habitantes era a

capital do terr��vel Imp��rio Ass��rio. Esse povo era t��o mau que n��o se conten-

tava em matar seus oponentes; eles os torturavam de forma requintada. Eram

inimigos de Israel, e Deus queria que Seu profeta fosse at�� a capital deles levar uma mensagem. A�� j�� era demais!

Jonas fugiu da miss��o. Tomou um navio para o lado oposto. E o desenrolar

da hist��ria �� mais conhecido que seu desfecho. Quase todo mundo sabe que o

profeta foi engolido por um "grande peixe", sendo, depois de tr��s dias, regurgitado 7 4





Um monstro dentro de n��s

na praia. Na barriga do "peixe", Jonas orou e se arrependeu. Foi �� cidade dos as-s��rios, disse que ela seria destru��da, caso seus moradores n��o se arrependessem, deu meia-volta e sentou-se para ver o que aconteceria. Mas n��o aconteceu nada.

Melhor dizendo, aconteceu: os ninivitas se arrependeram e mudaram de atitude.

Toda a cidade! Isso deixou o profeta irritado. Afinal, ele n��o havia anunciado destrui����o? Irritou-se com a miseric��rdia de Deus e se queixou ao Criador.

Deus apenas perguntou: "Voc�� tem alguma raz��o para essa f��ria?" (Jonas 4:4), e ficou em sil��ncio, deixando Seu filho refletir.

Algum tempo depois, Deus voltou a falar, revelando um pouco mais do Seu

car��ter de amor: "N��nive tem mais de cento e vinte mil pessoas que n��o sabem nem distinguir a m��o direita da esquerda, al��m de muitos rebanhos. N��o deveria Eu ter pena dessa grande cidade?" (Jonas 4:11). Deus �� assim: compassivo, perdoador, paciente. Ama a todos, inclusive os animais! No livro de Jonas, vemos o Criador trabalhando pela salva����o dos ninivitas e de Seu profeta irritado.

No Novo Testamento, quando se fala em transforma����o, uma das pessoas

que chamam a aten����o �� Jo��o, mais conhecido como "filho do trov��o". Ai daquele que atravessasse o caminho dele num dia ruim! Certa vez, at�� pediu permis-

s��o a Jesus para fazer descer fogo do c��u contra alguns desafetos! Mas o tempo

de conviv��ncia com o Mestre foi moldando o car��ter do disc��pulo. Em poucos

anos, ele deixou de ser o "filho do trov��o" para ficar conhecido como "o disc��pulo do amor" Qual foi o segredo? Simples: proximidade com Jesus. Quem vive assim, pode dizer como Paulo: "Fui crucificado com Cristo. Assim, j�� n��o sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela

f�� no filho de Deus, que me amou e Se entregou por mim" (G��latas 2:20).

N��o precisamos lutar sozinhos. Deus �� o maior interessado em que des-

frutemos paz interior. Ele oferece essa b��n����o para toda pessoa que desejar,

at�� mesmo para uma crian��a de seis anos como a Isabela. Infelizmente, no lar

dela, n��o havia qualquer tipo de pr��tica religiosa que pudesse lev��-la a um

relacionamento com o "Papai do C��u". Isso, por��m, estava prestes a mudar.





75





O Poder da Esperan��a

Fa��a um teste

Para saber se voc�� �� propenso a ficar irado, responda SIM ou

N �� O a estas perguntas:

1. �� dif��cil para voc�� esquecer as coisas ruins que os outros

lhe fazem?

2. Quando n��o est�� de acordo com seus amigos, acaba

discutindo de modo acalorado?

3. Quando pensa em seu oponente, sente contra����es abdo-

minais e fortes batimentos card��acos?

4. Voc�� se irrita muito quando precisa ficar em uma fila?

5. Fica enfurecido consigo mesmo quando n��o consegue

controlar as emo����es?

6. Fica muito aborrecido quando os outros n��o s��o pontuais

ou n��o fazem as coisas de maneira completa?

7. Tem a tend��ncia de n��o lembrar de nada do que falou

enquanto estava furioso?

8. Tem observado efeitos prejudiciais em seus relaciona-

mentos por causa de seu mau g��nio?

9. Depois de ficar irado, sente forte desejo de comer, fumar

ou tomar bebidas alco��licas como compensa����o pelo

ocorrido?

10. J�� se enfureceu alguma vez at�� o ponto de bater em al-

gu��m ou em algum objeto?

��� Se respondeu SIM a oito ou mais perguntas, procure ajuda

o mais r��pido poss��vel para conseguir controlar sua ira.

Seus relacionamentos pessoais, familiares e de trabalho

est��o correndo s��rio risco.

��� Se respondeu SIM de quatro a sete perguntas, �� uma adver-

t��ncia de que est�� pr��ximo do perigo. Procure desenvolver

a paci��ncia e a toler��ncia, e poder�� conviver de forma di-

ferente, manter a calma, ceder, observar os outros e apren-

der como conseguir o que deseja usando boas maneiras.

��� Se respondeu SIM a tr��s perguntas ou menos, voc�� est�� na

posi����o certa para enfrentar a ira e o ��dio. Continue assim,

pois voc�� �� uma pessoa dif��cil de se abalar.





7 6




Dicas do Fabricante

Imagine que voc�� est�� caminhando em uma praia e v�� uma frase escrita na

areia: "No princ��pio, criou Deus os c��us e a Terra." Ent��o se aproxima um surfista e diz: "Essas palavras apareceram a�� na areia." Voc�� aceitaria essa "explica����o"? E se ele dissesse que as ondas foram batendo contra a praia e o vento foi soprando sobre os gr��os de areia a ponto de organiz��-los daquela forma?

Voc�� ainda n��o acreditaria? E se ele, por fim, dissesse que isso aconteceu du-

rante milh��es de anos? Ajudaria?

�� claro que a gente n��o consegue aceitar uma hist��ria dessas. Sabe por qu��?

Porque intuitivamente sabemos que informa����o depende de uma fonte infor-

mante. Informa����o n��o surge do nada. E, se uma frase escrita na areia nos leva

a essa conclus��o, o que dizer da tremenda quantidade de informa����o contida

no c��digo da vida, o DNA?

O n��cleo de uma ameba, por exemplo, tem tanta informa����o que daria

para encher uma enciclop��dia. E, se fosse impresso como listas telef��nicas,

o genoma humano formaria uma pilha de volumes de cerca de 170 metros

de altura! Esque��a a frase na areia, pois agora a coisa ficou muito mais

complicada!

A complexidade da vida aponta para um projeto que, por sua vez, aponta

para o Projetista. �� exatamente isso o que Paulo escreveu em Romanos 1:19 e 20:

"O que de Deus se pode conhecer �� manifesto entre eles, porque Deus lhes

manifestou. Pois desde a cria����o do mundo os atributos invis��veis de Deus,

Seu eterno poder e Sua natureza divina, t��m sido vistos claramente, sendo

compreendidos por meio das coisas criadas".

7 7

O Poder da Esperan��a

Deus �� o criador da vida, e ningu��m melhor do que Ele para nos dizer

como nosso corpo funciona de maneira mais adequada. A boa not��cia ��

que Ele nos deixou um verdadeiro manual de instru����es na B��blia Sagrada.

Curiosamente, as oito principais dicas do Fabricante (que alguns chamam de

"rem��dios naturais") est��o delineadas desde o come��o, no primeiro livro das Escrituras, o G��nesis. Se forem seguidas, podem trazer sa��de f��sica, mental e

espiritual.

Encare este cap��tulo como uma verdadeira prescri����o do M��dico dos m��-

dicos. S��o sete atitudes saud��veis confirmadas por in��meras pesquisas cien-

t��ficas. Acredite, elas funcionam! E melhor: s��o gratuitas. Comece pelas que

considerar mais f��ceis (quem sabe, beber mais ��gua) e v�� progredindo na pr��-

tica das demais. Deixaremos a oitava dica para o ��ltimo cap��tulo. �� uma sur-

presa! Voc�� ver�� a diferen��a que ela fez na vida do estressado Paulo, da ansiosa Laura, do depressivo Carl��o e da pequena Isabela, com seus epis��dios de ira.

Por��m, resista �� tenta����o de correr para l�� agora. Leia, primeiramente, o que

vem a seguir. Conte com a ajuda divina para aplicar esses conceitos em sua

vida e volte a eles quantas vezes precisar.

Confira a seguir as dicas adaptadas da mat��ria "Os mais simples rem��dios", preparada por Francisco Lemos e publicadas na revista Vida e Sa��de.1

1. Beba ��gua

"Era a Terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Esp��rito de Deus Se movia sobre a face das ��guas" (G��nesis 1:2).

O corpo humano �� formado por 70% de ��gua. Portanto, fica claro que re-

por constantemente a ��gua que perdemos �� uma atitude que representa sa��de

e longevidade. A ��gua limpa o organismo e elimina as impurezas do sangue.

A cada hora, o volume do sangue do corpo passa pelos rins dez vezes, para ser

purificado.

N��o tomar ��gua frequentemente deixa o corpo vulner��vel a inflama����es

e infec����es, principalmente dos rins e das vias urin��rias. Mas qual seria a

quantidade ideal de ��gua que dever��amos beber todos os dias? Em m��dia,

recomendam-se oito copos por dia, entre as refei����es, evitando-se ingerir l��-

quido com a comida.

Benef��cios da ��gua - Quando voc�� bebe ��gua suficientemente, seu corpo se sente bem e envia um sinal positivo ao c��rebro. Isso ajuda a melhorar o bom

humor e, consequentemente, a produtividade. Quando o est��mago recebe

��gua, �� prolongada a sensa����o de saciedade. Al��m disso, �� bom lembrar que

7 8





Dicas do Fabricante


a ��gua n��o cont��m calorias, gorduras, carboidratos nem a����car, substituindo

com muita vantagem bebidas com alto teor cal��rico, como o ��lcool, os refri-

gerantes e sucos industrializados.

A ��gua hidrata a pele, o que ajuda a aumentar sua elasticidade e retardar as

marcas do envelhecimento.

A ��gua ajuda a fortalecer o sistema de defesa do corpo. Fortalecido, ele

pode lutar melhor contra as doen��as.

E se eu n��o beber? - Se voc�� se sente cansado, um dos motivos pode ser a falta de ��gua. Ela elimina toxinas e rejeitos que podem prejudicar o organismo. Al��m disso, quando voc�� ingere pouca ��gua, o cora����o precisa trabalhar

mais para bombear o sangue.

Muitas vezes, o motivo das dores de cabe��a e das enxaquecas tem que ver

com a desidrata����o. Quando a cabe��a doer, antes de tomar algum rem��dio,

beba ��gua para se hidratar. Pode ser que o problema seja resolvido.

Mau h��lito pode ser sinal de desidrata����o. A saliva ajuda a boca a se livrar

de bact��rias e mant��m a l��ngua hidratada.

Como voc�� p��de perceber, ��gua �� vital, tanto para o planeta quanto para o

nosso corpo. Beba ��gua!

2. Tome banho de sol

"Disse Deus: 'Haja luz', e houve luz" (G��nesis 1:3).

Os raios solares exercem m��ltiplos efeitos sobre o corpo humano. Eles

ajudam a combater bact��rias e outros micro-organismos. A a����o antiss��pti-

ca �� produzida pelos raios ultravioleta. Se a dose de radia����o solar que a pele

recebe for conveniente, todos os processos vitais ser��o estimulados pela luz

vis��vel, assim como pelos raios infravermelhos e ultravioleta, que n��o podem

ser vistos. Entenda como eles agem:

Na pele - Dilatam os vasos superficiais, provocando maior afluxo de san-

gue �� pele, contribuindo para evitar o ac��mulo de sangue nos ��rg��os internos

do t��rax e do abd��men. Estimulam a produ����o de melanina, pigmento celular

que proporciona o tom bronzeado, e, ao mesmo tempo, fortalece as camadas

superficiais da pele, protegendo-a contra o excesso de radia����o solar. T��m

a����o bactericida, eliminando diversos micro-organismos. Por isso, ajudam a

desinfetar e cicatrizar as feridas superficiais.

Nos ossos - Ajudam a sintetizar a vitamina D nas c��lulas da pele. Essa vitamina favorece a assimila����o do c��lcio ingerido com os alimentos, contribuin-

do decisivamente na forma����o e bom estado dos ossos.

7 9

O Poder da Esperan��a

Nos m��sculos - Melhoram a irriga����o sangu��nea e estimulam os proces-

sos bioqu��micos produtores de energia que ocorrem nas c��lulas musculares.

O resultado �� desenvolvimento maior e t��nus muscular, especialmente ben��-

fico para os enfermos submetidos �� imobiliza����o.

No sangue e no metabolismo - Estimulam a hematopoese, ou seja, a pro-

du����o de gl��bulos vermelhos, gl��bulos brancos e plaquetas na medula ��ssea.

Diminuem o n��vel de glicose no sangue, aumentando a toler��ncia aos hidratos

de carbono, o que �� ben��fico para os diab��ticos.

No sistema cardiorrespirat��rio - Estimulam o sistema nervoso simp��tico,

elevando a press��o arterial, do pulso, da respira����o, do metabolismo basal e o

consumo de oxig��nio. Mas, �� medida que a pele come��a a ficar bronzeada e

mais resistente, a press��o arterial e o metabolismo basal diminuem, fazendo

com que o pulso e a respira����o fiquem mais lentos.

No sistema nervoso - Estimulam as termina����es nervosas da pele, influindo favoravelmente sobre o c��rebro e provocando uma reconfortante sensa����o de

bem-estar.

No sistema end��crino - Os est��mulos luminosos que impressionam a retina

s��o transmitidos ao c��rebro em forma de impulsos nervosos que atuam, entre

outros ��rg��os, na hip��fise, controlando a produ����o de horm��nios nas demais

gl��ndulas end��crinas. A atividade dos ov��rios e dos test��culos, por exemplo,

depende em grande parte da quantidade de luz que chega �� retina.

Cuidados - Quanto mais tempo ficar sob a radia����o solar, e quanto mais

clara for a pele, tanto maiores ser��o os efeitos negativos. Destaque para quei-

maduras de primeiro grau, envelhecimento da pele e at�� mesmo o c��ncer. Nos

olhos, pode desencadear conjuntivite e ceratomalacia (inflama����o da c��rnea),

al��m de favorecer a forma����o de catarata e degenera����o macular (altera����o da

retina com perda da vis��o).

Modo de usar - Abra a janela do quarto e afaste cortinas e persianas. Caminhe diariamente ao ar livre, mesmo que esteja nublado. Quando poss��vel,

entre as 7 e 9 horas ou entre as 16 e 17 horas, tome seu "banho de sol". Cerca de 20 a 30 minutos de exposi����o s��o suficientes. Se o local em que voc�� trabalha �� totalmente fechado, permane��a alguns minutos ao ar livre no hor��rio de

almo��o. Ao fazer exerc��cios, prefira estar ao ar livre ou em um ambiente bem

iluminado e com janelas abertas.

3. Respire fundo

"Ent��o Deus fez o firmamento [atmosfera] [...]. Ao firmamento Deus chamou c��w"(G��nesis 1:7,8).

8 0





Dicas do Fabricante


Nossos pulm��es inalam mais de 20 mil litros de ar por dia. Sua ��rea de

superf��cie �� grande o suficiente para cobrir uma quadra de t��nis. O nariz ��

o nosso sistema de ar-condicionado pessoal: ele aquece o ar frio, esfria o ar

quente e filtra impurezas.

O ar cont��m aproximadamente 20% de oxig��nio, sendo o restante nitro-

g��nio e outros gases. Uma vez que o corpo humano funciona com oxig��nio,

cada uma das c��lulas precisa receber um suprimento constante e renovado

desse g��s, ou ent��o morre.

Diariamente, passam pelos pulm��es 12 metros c��bicos de ar, que entra no

aparelho respirat��rio, atinge os alv��olos pulmonares, alcan��ando uma ��rea su-

perior a 70 metros quadrados. O problema �� que o mesmo ar que transporta o

oxig��nio vital tamb��m pode levar outros gases menos saud��veis, al��m de part��-

culas que atingem os alv��olos e outras regi��es onde produzem irrita����o.

Geralmente, a polui����o do ar atua como fator coadjuvante na doen��a de

uma pessoa, pois agrava o quadro j�� existente. Pessoas com doen��as respirat��-

rias e cardiovasculares s��o as mais suscet��veis �� polui����o atmosf��rica.

Precisamos respirar - A despeito da polui����o do ar, precisamos respirar.

Uma pessoa em trabalho sedent��rio necessita de 300 a 500 litros de ar, e, se

estiver fazendo um trabalho f��sico intenso, vai precisar de 2.500 a 4.000 litros por hora. Por isso, �� importante passar o maior tempo poss��vel em contato

com a natureza e nas zonas rurais, onde o ar �� mais limpo.

Quando respiramos calma e profundamente com regularidade, al��m de

irrigar o c��rebro, o ar chega a todas as partes dos pulm��es, fazendo com que

o sangue tamb��m circule adequadamente por elas. H�� tamb��m um aumento

da resist��ncia local a infec����es das vias respirat��rias (laringe, traqueia e br��n-quios); as mucosidades retidas nas vias respirat��rias se mobilizam e saem me-

diante a expectora����o ou tosse; aumenta a resist��ncia ��s infec����es; melhora o

rendimento intelectual e reduz a irritabilidade.

Siga essas dicas para respirar melhor:

��� Elimine a fuma��a dentro de ambientes fechados.

��� Limpe regularmente os dutos de ar e os filtros dos aparelhos de

ar-condicionado.

��� Areje sua casa, abrindo portas e janelas pelo menos uma vez por dia. Em

dias nublados e cheios de fuma��a, fa��a isso �� noite ou logo pela manh��.

��� Se poss��vel, durma com uma janela aberta para ventilar o quarto.

��� Use purificadores de ar com modera����o.

��� N��o deixe o carro ligado em uma garagem cont��gua �� casa ou pr��ximo a

uma janela aberta.

8 1

O Poder da Esperan��a

��� Fa��a exerc��cios f��sicos aer��bicos (correr, nadar, andar de bicicleta,

caminhar vigorosamente).

��� Conserve o motor do seu autom��vel regulado e, se poss��vel, deixe-o em

casa algumas vezes e v�� a p�� para o trabalho.

��� Beba ��gua, pelo menos de seis a oito copos ao dia.

��� Mantenha a pele limpa e hidratada.

��� Lave os cabelos com frequ��ncia.

��� N��o jogue lixo nem detritos a c��u aberto.

��� Ao estabelecer resid��ncia, procure lugares com melhor qualidade de ar.

��� Habitue-se a passar fins de semana e feriados longos fora da cidade. Res-

pire o ar puro do campo.

��� N��o se exercite em locais de tr��fego automobil��stico intenso.

4. Alimente-se bem

"Disse Deus: Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as ��rvores que d��o frutos com sementes. Elas servir��o de alimento para voc��s" (G��nesis 1:29).

O cardiologista Everton Padilha Gomes concluiu um estudo intitula-

do Advento-Incor, em seu doutorado em Cardiologia pela Faculdade de

Medicina da Universidade de S��o Paulo (USP). O estudo, feito a longo pra-

zo, teve como proposta analisar o estilo de vida dos adventistas do s��timo

dia e a preval��ncia de fatores precipitantes de doen��as cr��nicas, especial-

mente cardiovasculares. Os resultados dos que seguem a orienta����o do es-

tilo de vida adventista, incluindo o vegetarianismo, foram comparados com

os de pessoas que n��o seguem esses princ��pios.

Pesquisas nos Estados Unidos j�� haviam mostrado que os adventistas

que seguiam as recomenda����es de sa��de da igreja, como alimenta����o ba-

lanceada e exerc��cio f��sico, viviam at�� dez anos mais que a m��dia dos ame-

ricanos. Everton reproduziu a pesquisa norte-americana em S��o Paulo com

1,5 mil adventistas, com idade entre 35 e 74 anos.

Os participantes foram divididos em tr��s grupos: vegetarianos estri-

tos, ovolactovegetarianos (vegetarianos que comem ovo e tomam leite) e

pessoas que comem carne. O grupo dos vegetarianos obteve as respostas

mais significativas: redu����o de 10% da medida da cintura e colesterol to-

tal 10% menor. Os ��ndices que indicam maior predisposi����o ao diabetes

e altera����es nos vasos sangu��neos foram animadores, com uma redu����o

de 20%.

8 2





Dicas do Fabricante


Everton aproveita os dados para refor��ar que "o mais importante �� aumen-

tar o consumo de frutas, legumes e verduras em nossa alimenta����o, e que os

vegetarianos tenham uma dieta equilibrada".

No in��cio da pesquisa, ele ainda mantinha os mesmos h��bitos, at�� que, pou-

co a pouco, foi se rendendo: "Ou eu permanecia com autojustificativas e depois sofreria as consequ��ncias de um estilo de vida inadequado, muitas das quais eu

j�� estava come��ando a padecer, ou eu me rendia diante das evid��ncias", confessa.

Felizmente, o doutor Everton optou pelo caminho mais trabalhoso, mas

tamb��m mais compensador. A dedica����o ao Estudo Advento foi o grande

confronto de que precisava. Seus 128 quilos e ��ndice de massa corporal 41 pas-

saram a incomodar mais do que antes. Al��m disso, desejava que seu discurso

m��dico estivesse em harmonia com suas pr��ticas pessoais de sa��de. "Posso

dizer que 'tirei a poeira de muita coisa que sabia da medicina e de muita coisa

que sabia pela igreja, mas n��o aplicava", constata.

A partir da decis��o por um novo estilo de vida, Everton afirma que ne-

nhuma f��rmula m��gica foi necess��ria, nem dieta especial: Adotei uma dieta

regular de tr��s refei����es di��rias compostas por alimentos simples. Tamb��m

exclu�� o a����car e a maioria dos refinados."

As horas, ap��s o trabalho, gastas com a leitura de e-mails, redes sociais,

filmes e s��ries foram substitu��das pela esteira. "N��o foi f��cil, especialmente no primeiro m��s. O espantoso �� ver que o organismo realmente �� dependente

de algumas coisas. Inicialmente, eu me sentia sem for��as. Depois, foi fican-

do mais f��cil. Hoje em dia, sem exagero, sinto at�� enjoo do cheiro de deter-

minados alimentos. Meu paladar ficou mais apurado. Enfim, sinto que meu

organismo est�� funcionando melhor. Em tr��s meses, meus exames cl��nicos

mudaram significativa e positivamente. Nem nos meus pacientes, que fazem

uso dos medicamentos mais sofisticados, vi algumas das mudan��as que expe-

rimentei", ressalta Everton.

O cardiologista perdeu quase 50 quilos em um ano. Enquanto aplicava a

pesquisa aos volunt��rios, ele mesmo passava pela maior experi��ncia. Atual-

mente, ele sente mais liberdade em aconselhar os pacientes, pois eles veem a

diferen��a na vida do pr��prio m��dico.

Al��m de calorias, prote��nas, gorduras, vitaminas e minerais, alimentos

como laranjas, br��colis e tomates t��m princ��pios medicamentosos admir��-

veis. Esses alimentos, apelidados de funcionais, podem ser classificados em

dois grupos: alimentos com atividade imunomoduladora (possuem fitoqu��-

micos capazes de modelar e ativar a a����o do sistema imunol��gico) e alimentos

com atividade antioxidante (combatem os radicais livres). A verdade �� que os

8 3

O Poder da Esperan��a

alimentos foram criados para atender ��s necessidades nutricionais dos seres

vivos. Conhec��-los e saber como us��-los �� sin��nimo de boa sa��de.

A melhor forma de ingerir os alimentos �� em seu estado mais natural pos-

s��vel. O ideal �� que no m��nimo 50% da refei����o seja de alimentos crus. Prefira

alimentos integrais, altamente nutritivos e ricos em fibras capazes de reduzir

a exposi����o a agentes cancer��genos devido �� sua capacidade de regular o fun-

cionamento intestinal.

Alimentos muito processados, gorduras animais e gorduras trans, a����car,

sal e cereais refinados trazem muitos preju��zos �� sa��de, gerando obesidade,

c��ncer, diabetes e diminui����o da resist��ncia imunol��gica. Embutidos e refri-

gerantes fazem parte de uma longa lista de produtos que comprovadamente

fazem mal ao organismo.

�� prefer��vel que sejam feitas tr��s refei����es por dia, alimentando-se bem

pela manh�� e de maneira leve �� noite, horas antes do momento de dormir.

Tamb��m �� bom evitar ingerir l��quidos com a comida, como j�� dissemos.

Uma boa nutri����o come��a com a s��bia escolha dos tipos de alimentos que ser��o

transformados em nutrientes necess��rios para manter o corpo em boas condi����es.

�� no intestino que esses nutrientes s��o absorvidos. Uma dieta rica em fibras promove o bom funcionamento dos intestinos, o que �� muito importante para a sa��de.

As gl��ndulas salivares levam algumas horas para recarregar o "estoque" de ptialina. Quando se come qualquer coisa antes da refei����o habitual, o c��rebro

manda a gl��ndula liberar saliva. O est��mago tamb��m precisa de um "descan-

so" entre uma refei����o e outra. Por isso, procure comer em hor��rios adequados e evite "beliscar" fora de hora.

5. Pratique exerc��cios

"O SENHOR Deus colocou o homem no jardim do ��den para cuidar dele e

cultiv��-lo" (G��nesis 2:15).

Uma coisa �� certa, e os m��dicos do mundo inteiro concordam com

ela: fazer exerc��cios f��sicos regulares proporciona benef��cios que nenhu-

ma caixa de rem��dio pode oferecer. Afinal, fomos criados para uma vida

ativa e natural.

No livro Corpo Ativo, Mente Desperta, John Ratey, professor de Psi-

quiatria em Harvard, afirma que n��veis t��xicos de estresse desgastam as

conex��es entre os bilh��es de neur��nios e que a depress��o cr��nica contrai

certas ��reas do c��rebro. Por outro lado, o exerc��cio f��sico libera uma cas-

cata de neuroqu��micos e fatores de crescimento que podem reverter esse

8 4





Dices do Fabricante


processo, ajudando a sustentar a infraestrutura cerebral. Isso contribui at��

mesmo para a capacidade de aprendizado.

H�� muitas outras vantagens na pr��tica de exerc��cios f��sicos:

��� Eles ajudam a fortalecer o cora����o e aumentam a capacidade pulmo-

nar, o que d�� �� pessoa mais disposi����o para as tarefas comuns do dia a dia.

��� Fazer exerc��cios f��sicos previne a osteoporose, pois ajuda os ossos a

reter maior quantidade de c��lcio.

��� Exerc��cios aer��bicos (correr, andar de bicicleta, nadar e caminhar

com energia) combatem o estresse e a depress��o, al��m de, entre outros be-

nef��cios, reverter o quadro das doen��as metab��licas adquiridas (diabetes,

c��ncer e doen��as do cora����o).

��� Diminuem a press��o arterial, pois, ap��s o exerc��cio, a quantidade de

adrenalina diminui. Al��m de controlar a press��o, a pr��tica moderada do

exerc��cio f��sico evita que pessoas normais venham a sofrer com o problema.

��� O exerc��cio f��sico regular reduz os altos n��veis de colesterol e de gor-

dura saturada na circula����o. Al��m disso, aumenta a produ����o do bom co-

lesterol, que protege as art��rias.

��� A pr��tica de exerc��cios ajuda a recuperar os limites fisiol��gicos em

termos de necessidades alimentares, principalmente se o exerc��cio for

acompanhado de alimenta����o natural. Al��m disso, a tire��ide �� estimulada

a permanecer v��rias horas funcionando ap��s o esfor��o f��sico, acelerando

o metabolismo geral. Isso ajuda a controlar o peso.

��� Exerc��cios f��sicos liberam endorfinas e levam a uma sensa����o de

bem-estar; mant��m o humor sob controle; em longo prazo, reduzem a

frequ��ncia card��aca de repouso, aliviando o cora����o; facilitam a a����o da

insulina e a circula����o perif��rica, tratando o diabetes tipo 2; melhoram a

autoimagem; reduzem a taxa de triglic��rides; favorecem o bom sono. De

fato, a lista dos benef��cios �� muito mais extensa.

Se voc�� ainda n��o se convenceu de que precisa se mexer, saiba que a

inatividade continuada pode levar �� falta cr��nica de aptid��o f��sica, tor-

nando a pessoa vulner��vel ao cansa��o e ao esfor��o f��sico que fugir ao seu

normal. O sedentarismo �� causa comprovada de v��rias doen��as.

Portanto, mexa-se! Seu corpo, seu c��rebro e suas emo����es agradecem!

6. Descanse

"No s��timo dia Deus j�� havia conclu��do a obra que realizara, e nesse dia descansou. Aben��oou Deus o s��timo dia c o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na cria����o" (G��nesis 2:2,3).

8 5

O Poder da Esperan��a

O trabalho excessivo encontrou campo f��rtil em nossa disposi����o ina-

ta para o consumo e o ac��mulo de bens. Para ter coisas, muitas vezes, nos

matamos de tanto trabalhar. Muitos vivem no limite do cansa��o, sem dar

um tempo �� vida (como o Paulo, lembra?). Descansar �� mais do que a sus-

pens��o de atividades. �� renova����o e reconstru����o. Vejamos algumas atitu-

des que podem ajudar voc�� a ter um pouco mais de descanso.

Trabalhe na medida certa - Encerre seu expediente no hor��rio normal

e, ao voltar para casa, deixe todos os problemas no trabalho. Se pensa que

sem voc�� o servi��o n��o anda ou que a empresa vai falir, lembre-se de que,

se voc�� ficar doente, ou morrer, outro o substituir��.

Relaxe - Os m��sculos necessitam de um per��odo de descanso e recupera-

����o. Um dos melhores relaxantes fisiol��gicos �� o exerc��cio f��sico. Meia hora de

caminhada vigorosa, por exemplo, j�� �� suficiente.

Durma - N��o sacrifique suas preciosas horas de sono em ativida-

des que o deixar��o mais tenso ainda. Se voc�� tem ins��nia, evite tomar

calmantes para dormir. Fa��a exerc��cios f��sicos moderados pelo menos

quatro vezes por semana. N��o coma muito �� noite. D�� prefer��ncia a uma

alimenta����o �� base de frutas e p��o integral. Apague todas as luzes. Um

banho morno antes de ir para a cama tamb��m ajuda a relaxar. Antes de ir

dormir, evite atividades ao computador, filmes e notici��rios, pois agitam

o c��rebro. Leia um salmo da B��blia e experimente confiar em Deus. En-

tregue a Ele seus problemas e preocupa����es.

Um dia em cada semana - Reserve um dia da semana como especial

para repouso f��sico, mental e espiritual. Como j�� vimos, foi pensando

nisso que Deus estabeleceu a semana mediada por um dia de repouso:

o s��bado. Nesse dia, o repouso conforme o mandamento b��blico inclui

a cessa����o de todas as atividades do trabalho comum e a separa����o de

tempo para meditar e realizar atividades, tais como visitar enfermos e

pessoas necessitadas (Mateus 12:12). Se voc�� �� uma daquelas pessoas que

acreditam que n��o podem parar nunca, lembre-se de que Deus criou o

mundo em seis dias e fez uma pausa no s��timo.

Trinta dias em cada ano - Aproveite as f��rias para ficar com seus fi-

lhos. Esse per��odo deve ser sagrado para a fam��lia. Saia e fa��a coisas dife-

rentes, mude de atividade. Mesmo que seja dono de seu neg��cio, n��o abra

m��o de montar um esquema de f��rias. D�� um jeito. Voc�� precisa disso.

A vida passa, os filhos crescem, n��s envelhecemos, e o trabalho perma-

nece como sempre.

8 ��





Dicas do Fabricante

7. Pratique o dom��nio pr��prio

"Coma livremente de qualquer ��rvore do jardim, mas n��o coma da ��rvore do conhecimento do bem e do mal" (G��nesis 2:16,17).

Compuls��o �� a dificuldade que uma pessoa tem de exercer controle sobre

um h��bito. Estima-se que um ter��o dos brasileiros adultos lute contra algum

tipo de compuls��o. Fala-se de compuls��o alimentar, compuls��o relacionada

aos v��cios de fumar e beber, compuls��o sexual, etc.

A compuls��o alimentar �� respons��vel, em grande parte, pelo alto ��ndice de

obesidade no mundo. Muitas pessoas comem demasiadamente para preen-

cher algum tipo de vazio - n��o s�� o do est��mago - e n��o conseguem controlar

o impulso por meio de rem��dios.

Fumantes t��m maior incid��ncia de c��ncer de pulm��o, na boca, c��ncer de

laringe, no es��fago, p��ncreas, bexiga e rins do que os n��o fumantes. Ulceras

estomacais e duodenais s��o 60% mais comuns entre eles. O v��cio de fumar

retira o c��lcio dos ossos, acelerando o processo da osteoporose.

O h��bito de ingerir bebidas alco��licas tamb��m cobra um alto pre��o. O ��l-

cool promove o aumento da press��o sangu��nea e �� t��xico para os m��sculos do

cora����o. Aumenta o risco de derrame, morte s��bita decorrente de arritmias e

m��sculos card��acos doentes, al��m de contribuir para o desenvolvimento da

cirrose e do c��ncer.

Para vencer - A resist��ncia �� compuls��o come��a com o exerc��cio do do-

m��nio pr��prio, o que pode ser definido em uma palavra: temperan��a, que sig-

nifica a abstin��ncia de tudo o que �� prejudicial e o uso equilibrado de tudo o

que �� bom.

Manter-se informado sobre a import��ncia do estilo de vida saud��vel ajuda

muito, mas buscar for��as em Deus tamb��m �� muito importante. A for��a re-

cebida por meio da ora����o e da comunh��o com o Criador influenciar�� nossa

capacidade de fazer mudan��as, substitui����es e trocas em nossos h��bitos.

Colocadas em pr��tica, as dicas deste cap��tulo ��ariam muito bem ao Paulo,

�� Laura, ao Carl��o e at�� mesmo �� pequena Isabela. Voc�� n��o acha? Se fariam

bem a eles, tamb��m far��o bem a voc��. Que tal come��ar hoje?

8 7



O poder da esperan��a

Deixamos para este cap��tulo a oitava dica do Fabricante: confie em Deus

e tenha esperan��a. Mas ser�� que esse "rem��dio" realmente funcio-

na? Ser�� que a religi��o pode fazer algum bem real na vida dos que a

praticam?

O psiquiatra Harold Koenig, da Universidade Duke, nos Estados Unidos,

�� um dos cientistas que v��m pesquisando a rela����o entre religiosidade e sa��-

de. Segundo ele, n��o adianta uma pessoa afirmar que �� espiritualizada e n��o

fazer nada. Para desfrutar os benef��cios da religi��o �� preciso estar comprome-

tida com ela. �� preciso frequentar os cultos, fazer parte de uma comunidade,

expressar a f�� em casa, por meio de ora����o, do culto em fam��lia e do estudo

da B��blia. As cren��as religiosas precisam de fato influenciar a vida para que

influenciem tamb��m a sa��de.

O envolvimento religioso reduz o estresse psicol��gico, o que diminui a in-

flama����o e a taxa de encurtamento dos "rel��gios biol��gicos" celulares, chamados tel��meros, como j�� vimos. Eles encurtam a cada divis��o celular e, quando

se v��o, as c��lulas morrem, ocasionando a degenera����o do ��rg��o. Isso explica

por que as pessoas mais religiosas vivem, em m��dia, sete a 14 anos a mais.

Assim, a religi��o s�� far�� bem se for praticada e se for positiva, centrada em

uma boa rela����o com Deus e com as pessoas, o que nos faz lembrar de Tiago

1:27: 'A religi��o pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai �� esta: Visitar os ��rf��os e as vi��vas nas suas afli����es e guardar-se isento da corrup����o do mundo."1

A verdadeira religi��o �� pr��tica e nos torna pessoas melhores aqui e ago-

ra. Ao mesmo tempo, aponta para um futuro de esperan��a, como vimos no

8 8

O poder da esperan��a

cap��tulo 2. A esperan��a �� a principal emo����o em rela����o ao futuro. Essa quali-

dade, junto com o otimismo e as habilidades para manter bons relacionamen-

tos, constitui a melhor preven����o contra as doen��as mentais.

A esperan��a nos d�� resist��ncia ao choque. Quando ocorre uma cat��strofe

natural ou um infort��nio pessoal, aqueles que acreditam firmemente que exis-

te uma solu����o experimentam uma medida adicional de for��a para se recupe-

rar das perdas materiais e do abatimento.

Como explica o psic��logo Viktor Frankl, quase todos os sobreviventes dos

campos de concentra����o nazista se salvaram porque mantiveram a esperan��a da

liberta����o at�� o fim, porque n��o aceitaram pensar que aquele era o fim de seus dias e se concentraram na esperan��a de serem libertados algum dia daquele inferno.

Uma nova esperan��a

Se a esperan��a �� uma condi����o t��o importante e afeta tantas ��reas de nosso

presente e futuro, dever��amos conhecer formas de promov��-la. Veja uma lista

de dicas para voc�� fortalecer e desenvolver a esperan��a:

Desenvolva pensamentos cheios de esperan��a - Quando olhar para o futuro, se esforce para ver bons resultados e experi��ncias satisfat��rias. O que se espera no in��cio determina o estado final das coisas. E, quando passar por uma ex-

peri��ncia positiva, reflita sobre as qualidades positivas que a tornam poss��vel.

Rejeite pensamentos negativos - Muitos dos pensamentos pessimistas con-

t��m erros l��gicos que temos de aprender a combater. Se suas f��rias n��o foram

boas, voc�� n��o pode concluir que, no futuro, elas sempre ser��o assim. Deve

procurar raz��es espec��ficas, que possam ser alteradas, a fim de obter o contro-

le sobre os fracassos do passado e ter esperan��a no futuro.

Pense no passado com tranquilidade - Volte o olhar aos acontecimentos do passado, sem preocupa����es. Concentre-se especialmente nas coisas agrad��-

veis e demonstre gratid��o e apre��o por sua experi��ncia de vida. Quando fizer

isso, ver�� o futuro de forma mais feliz, pois h�� b��n����os suficientes no passado

para olhar o futuro com esperan��a.

Mude a rotina - Quando a desesperan��a o oprimir, mude a rotina de al-

guma forma. Procure um lugar afastado, respire outros ares e se distraia com

alguma coisa diferente. Convide um amigo que n��o v�� h�� muitos anos para

conversar. Ou��a uma m��sica nova. E, se n��o guarda o s��bado, descansando

nesse dia, que tal come��ar? Essas varia����es renovar��o seu esp��rito at�� o ponto

de poder olhar para o futuro com esperan��a.

Cultive otimismo - A esperan��a e o otimismo est��o intimamente ligados.

H�� duas formas de interpretar um mesmo fato: (1) "Provavelmente, esta dor

8 9

O Poder da Esperan��a

de cabe��a esteja relacionada com um tumor"; (2) "Provavelmente esta dor de cabe��a n��o seja nada". Na aus��ncia de dados precisos, �� melhor optar pela segunda forma de pensar. Tudo tem o lado positivo e o negativo. Considere am-

bos, avalie a situa����o e re��na todas as informa����es dispon��veis. Ent��o, sinta-se satisfeito com o lado positivo e desfrute os resultados.

Leia e medite - Tenha bons livros sempre em sua companhia. Livros que

apresentem assuntos de teor elevado e m��ximas de sabedoria profunda. Me-

dite neles e encontrar�� calma e for��a para revigorar sua esperan��a. Os evange-

lhos, o livro de Salmos e o de Prov��rbios possuem textos inspirados que t��m

sido apoio e guia para fortalecer a esperan��a de in��meras pessoas.

Procure um bom c��rculo social - A esperan��a se fortalece com a presen��a de pessoas esperan��osas e positivas. Isso exerce uma a����o ben��fica. Procure estar

na companhia de quem tem esperan��a e fa��a amizade com essas pessoas. Use

seu tempo na companhia de pessoas de bem. Ofere��a sua ajuda no que puder,

assim voc�� ser�� bem recebido e ser�� mais confiante.

Transmita ��nimo e esperan��a aos outros - Parte de seu crescimento pessoal consiste em refletir nos outros a sua influ��ncia positiva. Quando falar com

algu��m que esteja passando por uma situa����o dif��cil, anime-o e ajude-o a fugir

do desespero. Dirija sua aten����o para outros assuntos, agrad��veis ou neutros,

at�� que a tempestade passe.

Cuide de seu bem-estar f��sico - Manter-se em forma, com sa��de e satisfeito s��o condi����es para olhar o futuro com esperan��a. Cuide de sua sa��de conscientemente para que seus pensamentos estejam sempre cheios de esperan��a.

Coloque em pr��tica as dicas que aprendeu no cap��tulo anterior.

Esperan��a religiosa

Al��m de ser uma atitude positiva para o futuro e fonte de sa��de mental, a es-

peran��a �� uma qualidade intimamente relacionada com a f�� religiosa. A maioria

das religi��es est�� fundamentada na esperan��a ou conta com um forte compo-

nente dela. Para o crente, a esperan��a �� um dom de Deus que relaciona o passa-

do com o presente e o futuro, at�� oferecer um final feliz e definitivo.

Anote as caracter��sticas mais destacadas da esperan��a no contexto religioso:

Refere-se �� esperan��a de salva����o - A esperan��a religiosa prov�� a ��ltima so-lu����o para o problema do sofrimento. A salva����o eterna �� alcan��ada de acordo

com o plano criado pelo pr��prio Deus: "Vida eterna, a qual o Deus que n��o

mente prometeu antes dos tempos eternos" (Tito 1:2).

�� essencial para a sobreviv��ncia - Em um mundo repleto de injusti��a e sofrimento, precisamos encontrar ref��gio nas palavras do salmista, que oferece a

9 0

O poder da esperan��a

esperan��a em Deus como meio de sustenta����o vital: "Apesar disso, esta certeza eu tenho: viverei at�� ver a bondade do S E N H O R na Terra. Espere no S E N H O R .

Seja forte! Coragem! Espere no Senhor" (Salmo 27:13,14).

Sua obten����o exige mais que esfor��o humano - No contexto b��blico, n��o ��

somente o interesse e a decis��o pessoal, mas a interven����o divina o que torna

poss��vel o grandioso dom da esperan��a. O ap��stolo Paulo afirma que a ver-

dadeira esperan��a prov��m gratuitamente de Deus: "O pr��prio Senhor Jesus

Cristo e Deus nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consola����o e boa

esperan��a pela gra��a" (2 Tessalonicenses 2:16).

Proporciona alegria - A esperan��a religiosa n��o �� demonstrada por sofri-

mento e penit��ncia. A verdadeira esperan��a �� motivo de alegria, felicidade e

bem-estar. Paulo faz uso dessa ideia de forma clara: "Alegrem-se na esperan-

��a, sejam pacientes na tribula����o, perseverem na ora����o" (Romanos 12:12).

"O Deus da esperan��a os encha de toda alegria e paz, por sua confian��a Nele, para que voc��s transbordem de esperan��a, pelo poder do Esp��rito Santo"

(Romanos 15:13).

Permanece at�� a volta de Jesus - A esperan��a, de acordo com a B��blia, tem como ponto culminante o retorno de Cristo a este mundo, fato que indica o

fim do medo, da injusti��a e do sofrimento: "Enquanto aguardamos a bendi-

ta esperan��a: a gloriosa manifesta����o de nosso grande Deus e Salvador, Jesus

Cristo" (Tito 2:13).

Inclui a certeza da ressurrei����o - A esperan��a crist�� anima a pessoa que cr��, pois ela sabe que um dia ressuscitar�� para a salva����o eterna: "Irm��os, n��o que-remos que voc��s sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que n��o se en-

triste��am como os outros que n��o t��m esperan��a. [...] Pois, dada a ordem, com

a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o pr��prio Senhor descer�� dos

C��us, e os mortos em Cristo ressuscitar��o primeiro" (1 Tessalonicenses 4:13,16).

Centraliza-se em uma recompensa perfeita e eterna - A esperan��a religio-

sa entra em uma etapa totalmente diferente; outra dimens��o, outra ordem

de coisas e chega �� solu����o final e total. "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a Sua grande miseric��rdia, Ele nos regenerou

para uma esperan��a viva, por meio da ressurrei����o de Jesus Cristo dentre os

mortos, para uma heran��a que jamais poder�� perecer, macular-se ou perder o

seu valor. Heran��a guardada nos C��us para voc��s" (1 Pedro 1:3,4).

Se a esperan��a religiosa ainda n��o faz parte de sua vida, procure ter essa ex-

peri��ncia. Estude e aceite essas promessas como esperan��a de salva����o e vida

eterna. Essa aceita����o lhe proporcionar�� mudan��as que dar��o mais sentido ��

sua exist��ncia e uma esperan��a muito mais completa.

91

O Poder da Esperan��a

Restaura����o

O pai de Ronald Mallett morreu quando ele tinha apenas dez anos de ida-

de. A causa foi um ataque card��aco em decorr��ncia do tabagismo. Por causa

disso, Mallett, ainda crian��a, decidiu que iria viajar no tempo para salvar o pai.

Mais tarde, ele se tornou f��sico, estudando por anos a fio o que considerava

uma possibilidade real. Em 1973, com 28 anos, recebeu um PhD pela Univer-

sidade Estadual da Pensilv��nia. Foi premiado por excel��ncia no ensino e se

tornou professor de F��sica na Universidade de Connecticut, sendo incentiva-

do em sua pesquisa por cientistas como Stephen Hawking.

O maior problema no plano de Mallett �� que ele cria um paradoxo: caso ele

consiga viajar no tempo e fa��a o pai parar de fumar, ser�� eliminada a possibili-

dade de que ele, ainda crian��a, se torne t��o obstinado para voltar no tempo, o

que, obviamente, faria com que ele n��o pudesse ter voltado!

O fato incontest��vel �� que o passado n��o pode ser mudado. Vimos isso ao

longo deste livro. O futuro ainda n��o nos pertence. O que nos resta, portanto,

�� o presente e o que fazemos com ele. Quando Laura decidiu estudar a B��blia

e conhecer a Deus, ativou uma rea����o em cadeia com a qual nem e.la mesma

poderia sonhar. A decis��o de Laura n��o poderia mudar o passado, mas aju-

daria a escrever um futuro de esperan��a para ela e para outras pessoas.

A medida que prosseguia em seus estudos b��blicos e aprofundava sua

comunh��o com Jesus, ela passou a sentir um desconforto em rela����o ao pai.

Daquela vez, era algo diferente. Antes, quando pensava naquele homem, ela

sentia ��dio e desprezo. Como ele p��de ser t��o insens��vel a ponto de abando-

nar a filhinha para ir "curtir a vida"? Como podia ser t��o ego��sta e n��o pensar que isso deixaria marcas profundas nela? Se ele n��o tivesse abandonado a fa-m��lia, talvez a m��e de Laura ainda vivesse, pois n��o teria adoecido de tanto

trabalhar para sustent��-la. A menina assustada n��o teria sido criada por uma

tia distante, n��o teria afundado nos livros e na carreira como forma de sufocar

os clamores da alma. N��o teria se tornado uma pessoa t��o obstinada, ansiosa

e intolerante com os que a rodeavam no trabalho, o ��nico local em que ain-

da mantinha algum tipo de rela����o social. Se o pai n��o a tivesse abandonado,

certamente ela n��o teria desenvolvido avers��o aos homens e hoje poderia ter a

pr��pria fam��lia e, quem sabe, filhos.

Laura n��o podia mudar nada disso, mas ela podia fazer algo: perdoar o

pai e se reconciliar com seu passado. Meses antes de descobrir o que estava

descobrindo, essa seria uma impossibilidade; mas, a partir dos estudos b��bli-

cos, as coisas estavam diferentes. Ela estava diferente. O pai do filho pr��digo

n��o tinha recebido o filho de volta? O que dizer ent��o dos "pais pr��digos"?

9 2

O poder da esperan��a

N��o mereciam tamb��m perd��o? Ela tinha que fazer isso - por ela e por ele.

Esse seria o primeiro milagre da rea����o em cadeia.

Quando atravessou a porta da casa de repouso, Laura sentiu um calafrio

lhe percorrer a espinha. O cora����o acelerou, e as m��os come��aram a suar. Ser��

que ela teria mesmo for��as? Fazia muitos anos desde a ��ltima vez em que ela

tentara entrar naquele lugar, sem sucesso.

Com passos lentos, ela entrou em um quarto e foi se aproximando de um

senhor de cabelos brancos, corpo arqueado, sentado em uma cadeira de ro-

das, com o olhar perdido atrav��s de uma janela. Ele estava de costas para ela e

n��o percebeu sua aproxima����o. Laura notou o quanto ele estava magro, com

a pele j�� colando aos ossos devido ao avan��o do c��ncer. Ele era apenas uma

sombra do que havia sido.

Laura fez uma ora����o silenciosa, reuniu todas as suas for��as e disse quase

num sussurro:

- Pai.

Aquela palavra, aquela voz... H�� quanto tempo n��o as ouvia? Carlos se es-

for��ou para virar a cadeira de rodas e olhou diretamente nos olhos da mulher

�� sua frente.

- Filha? �� voc��? Voc��... veio?

L��grimas come��aram a escorrer dos olhos dos dois.

- Voc�� n��o vai acreditar! Agora mesmo, eu estava olhando para o c��u e

disse em pensamento: "Deus, se o Senhor existe, mostre para mim. Por favor, traga minha filha aqui antes que eu morra. Eu preciso pedir perd��o a ela, eu

preciso..."

A voz embargou. O homem conhecido como Carl��o, por sua for��a, sua

altura e determina����o, naquele momento parecia uma crian��a indefesa. O "pai pr��digo" estava humilhado, maltrapilho, destru��do. Flavia esbanjado tudo e

perdido o que era mais importante.

"O que o Pai do C��u faria em meu lugar?" Foi esse o pensamento de Laura.

E ela n��o esperou mais. Deu quase um salto, transp��s a dist��ncia que a sepa-

rava do pai e o abra��ou com for��a, demoradamente, enquanto l��grimas e mais

l��grimas lhe banhavam o rosto.

- Pai, Deus existe, e Ele acabou de atender ao seu pedido. Eu te perdoo!

Esse foi apenas o segundo milagre. A hist��ria n��o termina aqui.

Quando Laura chegou ao trabalho naquela segunda-feira, todos puderam

perceber que havia algo diferente. Para come��ar, ela entrou sorrindo no escri-

t��rio e disse um bom-dia a cada um. Em seguida, passou a chamar um por

um �� sua sala. No come��o, ningu��m entendeu nada. Ent��o, chegou a vez dele.

9 3

O Poder da Esperan��a

- Sente-se, Paulo. Tudo bem com voc��?

Paulo se sentou lentamente na cadeira em frente �� mesa de Laura, avalian-

do cada express��o do rosto dela. "Ser�� que ela est�� doente? Ser�� que enlouque-ceu de vez?"

- Sei que voc�� e os outros devem estar achando tudo muito estranho. Por

isso, resolvi conversar com cada um individualmente. N��o na condi����o de su-

pervisora, mas na de ser humano.

Paulo continuava em sil��ncio, praticamente sem piscar.

- Antes de mais nada, preciso lhe pedir perd��o. Nos ��ltimos meses, levada

pela minha ansiedade e pensando apenas nos resultados da empresa, acabei

sendo um pouco dura com todos voc��s. Acho que transformei a vida de voc��s

num verdadeiro inferno.

Paulo se conteve para n��o balan��ar a cabe��a afirmativamente.

- Mas aconteceu algo maravilhoso em minha vida, que mudou comple-

tamente minha perspectiva. Vai parecer estranho, mas �� a pura verdade. N��o

posso dizer outra coisa: tive um encontro pessoal com Jesus. Ele n��o apenas

me perdoou, mas tamb��m me ajudou a perdoar meu pai, a deixar meu passa-

do no passado e a olhar para o futuro com esperan��a.

Laura pegou sua B��blia com as duas m��os e prosseguiu:

- Foi o estudo deste livro que ajustou meu foco e me fez ver que eu poderia

e deveria ser outra pessoa. As pessoas s��o infinitamente mais importantes do

que as coisas e os n��meros.

Olhando bem nos olhos do funcion��rio, ela perguntou:

- Paulo, voc�� me perdoa? Voc�� me perdoa por todo o estresse que lhe cau-

sei e que, certamente, deve ter afetado sua sa��de e sua fam��lia? Voc�� pode me

perdoar?

Engolindo em seco, ele respondeu meio hesitante:

- Sim, Laura, eu posso. Eu te perdoo.

Laura se levantou, agradeceu e concluiu:

- Prometo que daqui em diante tudo ser�� diferente.

Terceiro milagre.

Paulo saiu da sala da supervisora ainda sem entender direito o que ha-

via acontecido, mas ele se sentia bem. Sentia-se aliviado. O momento de ir

embora estava quase chegando. Ele se sentou �� mesa, pegou uma folha de pa-

pel e se p��s a escrever algumas palavras. Depois guardou a folha em um enve-

lope, colocou-a no bolso do casaco e foi para casa.

- Ol��, querida! Como voc�� est�� linda hoje! - e deu um abra��o apertado na

esposa, como havia tempo n��o fazia. Ajoelhou-se diante do filho e prometeu:

9 4





O poder da esperan��a

- Coloque seu short. Daqui a pouco a gente vai jogar bola no quintal.

Olhando para a filha, convidou:

- Venha c��, linda. Tenho uma coisinha para voc��.

Paulo tirou o envelope do casaco e o deu para Isabela. Imaginando que

fosse mais uma carta da escola informando sobre seus acessos de raiva, ela o

abriu com receio. Dentro, havia uma folha com os dizeres: "Eu te amo, minha querida."

Com os olhos brilhando em l��grimas, ela se agarrou ao pesco��o do pai,

que disse a todos com firmeza e brandura ao mesmo tempo:

- Estamos precisando de Deus nesta casa. Estamos precisando de amor.

E esse foi o quarto milagre.

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9 5





O Poder da Esperan��a

A dor e a noite passar��o

Posso dizer que boa parte do que me coube escrever nes-

te livro foi redigida em um leito de hospital e enquanto me

recuperava da cirurgia, j�� em casa. Nem meu colega autor, o

Dr. Juli��n Melgosa, soube disso na ��poca, pois mantive a in-

forma����o restrita a um pequeno grupo de amigos e familia-

res, que oraram muito por mim. De uma hora para outra, fui

diagnosticado com o que parecia ser um tumor, um n��dulo de

dois cent��metros que precisava ser removido imediatamente a

fim de ser avaliada sua natureza, se maligna ou benigna. Nem

preciso dizer que minha vida mudou de repente. Eu, que nunca

havia necessitado me submeter a qualquer procedimento m��-

dico mais s��rio, poderia estar com c��ncer. Interna����o, bateria

de exames e, ent��o, a data da cirurgia foi marcada.

L�� fui eu para a mesa cir��rgica, um pouco tenso, mas con-

fiante na certeza de que Deus cuidava de tudo. N��o sei quantas

horas depois acordei no quarto do hospital com a visita do

m��dico, que me tranquilizou com a boa not��cia: n��o se tratava

de um tumor. Era apenas um n��dulo com nada de malignidade.

Voltei para casa aliviado e grato a Deus, mas sentindo fortes

dores p��s-operat��rias. Na segunda noite ap��s a cirurgia, n��o

consegui dormir um minuto sequer. Senti as dores mais inten-

sas de toda a minha vida, e s�� minha esposa viu minhas l��gri-

mas de desespero. Mas a dor passou, o dia amanheceu e fui me

sentindo melhor a cada dia. Dessa experi��ncia, ficar�� apenas

uma cicatriz no lado direito do abd��men. E cada vez que eu

olhar para ela, at�� a volta de Jesus, vou me lembrar do cuidado

de Deus e dos momentos especiais em que escrevi este livro

com ora����o, pensando em cada leitor que ter�� contato com o

poder da verdadeira Esperan��a.

Ainda que o desfecho do seu caso n��o seja como o meu,

n��o perca a esperan��a. Ainda que a sua doen��a seja grave e

aparentemente incur��vel, n��o perca a esperan��a. N��o sei quais

s��o as feridas que a vida lhe imp��s, mas de uma coisa eu sei:

se voc�� segurar firmemente a m��o de Deus, essas feridas ser��o

transformadas em cicatriz, e a noite dar�� lugar ao amanhecer.

A dor vai passar. A batalha ter�� fim. Acredite: a Esperan��a exis-

te, ela �� poderosa, real e tem nome: Jesus Cristo.

9 6










---------- Forwarded message ---------
De: Reginaldo Mendes
Date: qua, 21 de ago de 2019 às 10:11





Olá, pessoal:
                   Este é mais um livro de nossa campanha de doação de livros espíritas e não espíritas para atender aos deficientes visuais.
                   Agradecemos ao Irmão Fernando pela  doação e digitalização.
Pedimos não divulgar em canais públicos ou Facebook. Esta nossa distribuição é para atender aos deficientes visuais em canais específicos

"A  MAIOR CARIDADE QUE SE PODE FAZER É A DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA. EMMANUEL"



O Grupo Mente Aberta lança hoje mais um livro digital !
Desejamos a todos uma boa   leitura !

O Poder da Esperança -Julián Melgosa e Micehlson Borges

Livro doado e digitalizado por Fernando José
Sinopse:

O que fazer quando a doença não pode ser localizada? Como agir quando o sofrimento e a angústia estão lá dentro, causando feridas invisíveis e profundas?
Quem não sofre com traumas e perdas irreparáveis? Quem nunca se sentiu esmagado pelo estresse? Quem nunca carregou o terrível peso da culpa ou lutou contra as amarras dos vícios?


 Mais uma vez pedimos não divulgar esta obra  em canais públicos ou Facebook. Esta distribuição exclusiva para canais específicos de deficientes visuais. 



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