sábado, 8 de fevereiro de 2020

{clube-do-e-livro} LANÇAMENTO: EM BUSCA DA ESPERANÇA - IGREJA ADVENTISTA DO 7º DIA - FORMATOS :PDF, EPUB E TXT

O maior resgate de todos os tempos

Ellen G. White

Tradu����o

Ivan Schmidt

Casa Publicadora Brasileira

Tatu��, SP





T e x t o s s e l e c i o n a d o s d o o r i g i n a l e m i n g l �� s :

A T E N �� �� O

T H E STORY OF REDEMPTION

As refer��ncias aos livros b��blicos es-

t��o abreviadas de acordo com o pa-

Direitos de tradu����o e publica����o

dr��o utilizado nas B��blias em geral. Se

em l��ngua portuguesa reservados ��

necess��rio, veja nas primeiras p��ginas





CASA PUBLICADOBA BRASILEIRA


de sua B��blia o ��ndice de abreviaturas.

R o d o v i a S P 1 2 7 - k m 1 0 6

As vers��es b��blicas adotadas neste li-

C a i x a P o s t a l 34 - 1 8 2 7 0 - 0 0 0 - T a t u �� , SP

vro s��o: Almeida Revista e Atualizada

Tel.: ( 1 5 ) 3 2 0 5 - 8 8 0 0 - Fax: ( 1 5 ) 3 2 0 5 - 8 9 0 0

(2 Edi����o), Almeida Revista e Corrigida,

a

A t e n d i m e n t o a o c l i e n t e : ( 1 5 ) 3 2 0 5 - 8 8 8 8

Nova Vers��o Internacional e Nova Tra-

w w w . c p b . c o m . b r

du����o na Linguagem de Hoje.

1�� E d i �� �� o

4 5 �� i m p r e s s �� o : 3 0 0 m i l e x e m p l a r e s

T i r a g e m a c u m u l a d a : 1 2 . 9 3 2 m i l h �� e s

2 0 1 7

Editora����o: P a u l o R o b e r t o P i n h e i r o

E d u a r d o R u e d a

Lucas D i e m e t d e L e m o s

M i c h e l s o n Borges

V a n d e r l e i D o r n e l e s

Revis��o: L u c i a n a G r u b e r

Designer Gr��fico: A l e x a n d r e R o c h a e F �� b i o F e r n a n d e s

Capa: Levi G r u b e r

Imagem de Capa: Pixel M e m o i r s / S h u t t e r s t o c k

I M P R E S S O NO B R A S I L / Printed in Brazil

Dados Internacionais de Cataloga����o na P u b l i c a �� �� o (CIP)

(C��mara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

W h i t e , Eilen G., 1 8 2 7 - 1 9 1 5 .

Em busca de esperan��a : o maior resgate de

todos os tempos / Eilen G. W h i t e ; tradu����o Ivan

Schmidt. - Tatu��, SP : Casa Publicadora Brasileira,

2 0 1 6

T �� t u l o original: T h e story of r e d e m p t i o n .

ISBN 9 7 8 - 8 5 - 3 4 5 - 2 3 0 2 - 8

1. Adventistas - D o u t r i n a s 2. Adventistas do

S��timo Dia - Doutrinas 3. B��blia - Hist��ria dos '

eventos b��blicos 4. Reden����o I. T �� t u l o .

1 6 - 0 3 0 6 6 C D D - 2 3 0 . 6 7 3 2

��nd ices p a r a cat��logo sistem��tico:

1. Adventistas do S��timo Dia : Doutrinas :

Cristianismo 2 3 0 . 6 7 3 2

T o d o s os d i r e i t o s reservados. P r o i b i d a a r e p r o d u �� �� o t o t a l ou p a r c i a l , p o r q u a l q u e r m e i o , sem pr��via autoriza����o escrita da E d i t o r a .

T i p o l o g i a : Fairfield LT S t d , 1 0 , 3 / 1 2 , 5 - 1 5 7 6 6 / 3 5 8 8 0

Sum��rio

Introdu����o 4

I. A rebeli��o 5

2.0 princ��pio 10

3. A trag��dia 12

4. A promessa 23

5. 0 c��digo 30

6. 0 libertador 37

7. A conquista 47

8. 0 afastamento 53

9. A purifica����o 63

10, 0 livramento 66

I I . A senten��a 70

12. 0 recome��o 78

Introdu����o

Desde a inf��ncia, aprendemos que existem duas for��as contr��rias no

mundo: o bem e o mal. Esses poderes est��o em constante conflito, e as

evid��ncias dessa luta s��o percebidas em praticamente tudo ao nosso redor.

Amor e ��dio, alegria e tristeza, paz e guerra, sa��de e doen��a, vida e morte

fazem parte de nossa realidade. E, em meio a esse turbilh��o de ideias e

for��as opostas, surgem perguntas inquietantes como: Por que o mal e o

sofrimento existem? Por que muitas vezes o mal parece prevalecer sobre o

bem? De que lado vale a pena estar?

O pequeno livro que voc�� tem em m��os pode parecer comum, mas

n��o ��. Ele abrir�� seus olhos para um m u n d o que talvez voc�� nunca tenha

acreditado que existisse. Despertar�� sua consci��ncia para quest��es sobre

as quais talvez voc�� ainda n��o tenha pensado o suficiente. Ent��o voc��

perceber�� que a guerra entre o bem e o mal �� muito mais ampla do que

se imagina e que o campo de batalha �� voc�� ��� sua mente, sua vida, suas

decis��es e seu destino eterno!

Este exemplar �� uma sele����o de cap��tulos e uma adapta����o da obra

Hist��ria da Reden����o, de Eilen G. White. Nela, a autora apresenta um

panorama do grande conflito entre Deus e os poderes das trevas e os resul-

tados desse combate em nosso planeta. Ela narra de modo envolvente

as principais interven����es divinas na hist��ria e descreve com detalhes

impressionantes o plano do Criador para resgatar o ser humano de sua

evidente degrada����o.

Nas p��ginas a seguir, voc�� encontrar�� esperan��a e entender�� que,

nesta guerra c��smica, j�� existe um vencedor. Conhe��a melhor essa hist��-

ria, pois voc�� faz parte dela.

Os editores

4



cap��tulo

A rebeli��o 1

Ouniverso criado por Deus era perfeito e estava em plena harmonia.

Todos os seres viviam em alegria e estavam satisfeitos com sua exis-

t��ncia. Por��m, essa harmonia foi quebrada com o surgimento de uma

nota discordante.

Antes de sua rebeli��o, L��cifer era um anjo nobre, o primeiro em honra

depois do amado Filho de Deus. Seu rosto, como o dos outros anjos, era

suave e expressava felicidade. Sua forma era perfeita, e seu porte, majes-

toso. Uma luz especial resplandecia de seu rosto e brilhava ao seu redor,

mais viva do que ao redor dos outros anjos. No entanto, o Filho de Deus

tinha preemin��ncia sobre todo o ex��rcito angelical.

O Deus criador convocou, ent��o, os ex��rcitos celestiais para conferir

honra especial ao Filho, na presen��a de todos os anjos. Cristo estava

assentado no trono j u n t o ao Pai, e a multid��o celestial de santos anjos

estava reunida ao redor. O Pai anunciou que Cristo, Seu Filho, era igual

a Ele, de modo q u e , em qualquer lugar que estivesse presente o Filho,

isso valeria por Sua pr��pria presen��a. A palavra do Filho seria obedecida

t��o p r o n t a m e n t e como a palavra do Pai. Portanto, o Filho estava inves-

tido de autoridade para comandar os ex��rcitos celestiais. Ele trabalharia

especialmente em uni��o com o Pai no plano da cria����o da Terra e de

cada ser vivente que devia habitar nela. O Filho cumpriria a vontade

e os prop��sitos do Pai, mas nada faria sozinho. A vontade do Pai seria

realizada por meio dEle.

L��cifer sentiu inveja e ci��mes do filho de Deus. Mesmo assim, quando

todos os anjos se curvaram diante de Jesus, reconhecendo Sua supremacia,

grande autoridade e direito de governar, L��cifer se curvou com eles, mas

seu cora����o estava cheio de inveja e rancor. Cristo fazia parte do conselho

especial de Deus que tratava dos planos divinos, enquanto L��cifer desco-

nhecia tudo isso. Ele n��o compreendia, nem lhe fora permitido conhecer

os prop��sitos de Deus. No entanto, Cristo era reconhecido como o sobe-

rano do C �� u . Seu poder e autoridade eram os mesmos de Deus.

5

Em busca de esperan��a

L��cifer se considerava o favorito entre

os anjos. Ele era grandemente exaltado,

Cristo era

mas isso n��o despertava nele louvor e gra-

reconhecido como

tid��o ao Criador. Ao contr��rio, ele dese-

java a superioridade do pr��prio Deus.

o soberano do

Gloriava-se em sua exalta����o. Sabia que

C��u. Seu poder e

era honrado pelos anjos e tinha uma mis-

autoridade eram os

s��o especial a desempenhar. Ele estivera

mesmos de Deus.

perto do Criador, e o resplendor inces-

sante da gloriosa luz que cercava o Deus

eterno havia brilhado sobre ele. Admirava-se de como os anjos obedeciam a

seu comando com entusiasmo. N��o era sua apar��ncia bela e brilhante? Por

que Cristo deveria ser honrado acima dele?

Ele deixou, ent��o, a imediata p r e s e n �� a do Pai, insatisfeito e cheio

de inveja de Cristo. Dissimulando seu verdadeiro prop��sito, convo-

cou os ex��rcitos angelicais. Introduziu o a s s u n t o , que era ele m e s m o .

C o m o algu��m afligido, relatou a prefer��ncia que D e u s dera a Jesus

e como desprezara a ele. Afirmou q u e , dali em diante, toda a doce

liberdade q u e os anjos tinham desfrutado estava no fim. Pois havia

sido posto sobre eles um governador, a q u e m deviam, dali para frente,

render honra servil.

L��cifer declarou que os tinha reunido para garantir que ele n��o mais

se submeteria �� viola����o de seus direitos nem dos deles; que nunca mais se

prostraria diante de Cristo; que assumiria a honra que lhe devia ter sido

conferida e que seria o comandante de todos aqueles que se dispusessem

a segui-lo e obedecer �� sua voz.

Houve controv��rsia entre os anjos. L��cifer e seus simpatizantes

diziam lutar para reformar o governo de D e u s . Estavam d e s c o n t e n t e s

e infelizes p o r q u e n��o conseguiam e n t e n d e r a insond��vel sabedoria

divina n e m o prop��sito em exaltar o Filho e dar a Ele tal ilimitado

poder e c o m a n d o . Assim, eles se rebelaram contra a autoridade do

Filho de D e u s .

Os anjos leais e sinceros procuraram reconciliar o poderoso rebelde ��

vontade de seu Criador. Justificaram o ato de Deus em conferir honra ao

Filho e, com fortes argumentos, tentaram convencer L��cifer de que ele

n��o tinha menos honra agora do que antes de o Pai proclamar a autoridade

conferida ao Filho.

6



A rebeli��o

Mostraram claramente a ele que Cristo era o Filho de Deus e que

existia com Ele antes que os anjos fossem criados; que sempre estivera ��

direita de Deus e que Sua amorosa autoridade nunca fora questionada; e

que Ele n��o tinha dado ordens que n��o fossem uma alegria para o ex��rcito

celestial cumprir.

Eles diziam que o fato de Cristo receber honra especial do Pai, na

presen��a dos anjos, n��o diminu��a a honra que L��cifer havia recebido at��

ent��o. Os anjos choraram. Ansiosamente tentaram lev��-lo a renunciar ao

mau des��gnio e render submiss��o ao Criador, pois, at�� ent��o, tudo tinha

sido paz e harmonia. O que podia originar essa voz discordante e rebelde?

L��cifer recusou ouvi-los. Ent��o, se afastou dos anjos leais e sinceros,

chamando-os de escravos. Esses anjos leais a Deus ficavam pasmos ao ver

que L��cifer era bem-sucedido em seu esfor��o para incitar a rebeli��o. Ele

prometia um novo e melhor governo do que tiveram at�� ent��o, no qual

todos seriam livres. Um grande n��mero manifestou o desejo de aceit��-lo

como l��der e principal comandante. Ao ver que suas primeiras iniciativas

alcan��aram sucesso, ele se vangloriava de que ainda haveria de ter todos

os anjos ao seu lado, que seria igual ao pr��prio Deus e que sua voz de

autoridade seria ouvida no comando de todo o ex��rcito celestial.

Novamente os anjos leais o advertiram e alertaram sobre as consequ��n-

cias, caso ele persistisse. Afirmavam que Aquele que p��de criar os anjos

tinha poder para retirar deles toda a autoridade e, de alguma forma not��-

vel, punir sua aud��cia e terr��vel rebeli��o. C o m o poderia um anjo resistir

�� vontade de Deus, que �� t��o sagrada quanto Ele mesmo? Os anjos leais

alertaram os rebeldes a fechar os ouvidos aos argumentos enganadores

de L��cifer. Advertiram a ele e aos demais que tinham sido afetados a que

fossem a Deus e confessassem o engano, at�� mesmo por admitir um pen-

samento que colocasse em d��vida a autoridade divina.

Muitos dos simpatizantes de L��cifer ouviram o conselho dos anjos

leais, arrependeram-se de sua insatisfa����o e tiveram novamente a con-

fian��a do Pai e do Filho amado. O grande rebelde declarou ent��o que

estava familiarizado com as leis de Deus e que, caso se submetesse a

uma obedi��ncia servil, seria destitu��do de sua honra. N u n c a mais poderia

ser incumbido de sua fun����o elevada. Disse que ele e seus simpatizantes

haviam ido muito longe para voltar, que enfrentaria as consequ��ncias e

que nunca mais se prostraria para adorar humildemente o Filho de Deus.

Afirmou que Deus n��o os perdoaria e que agora precisavam garantir a

7





Em busca de esperan��a

liberdade e conquistar pela for��a a posi����o e a autoridade que n��o lhes

fora concedida voluntariamente.1

Os anjos leais se apressaram para relatar ao Filho de Deus o que havia

acontecido entre os anjos. Encontraram o Pai em reuni��o com o Filho para

determinar os meios pelos quais, para o bem-estar dos anjos fi��is, a autori-

dade assumida por Satan��s deveria ser retirada para sempre. O grande Deus

podia imediatamente lan��ar do C��u esse arquienganador, mas esse n��o era

Seu prop��sito. Queria dar aos rebeldes uma oportunidade igual para medi-

rem sua for��a e seu poder com os do pr��prio Filho e de Seus anjos leais.

Nessa batalha, cada anjo escolheria um lado, o qual seria manifestado

a todos. N��o teria sido seguro tolerar que os partid��rios de Satan��s em sua

rebeli��o continuassem a ocupar o C �� u . Eles tinham desenvolvido um con-

ceito de aberta rebeli��o contra o imut��vel governo de Deus, e isso era irre-

medi��vel. Se Deus tivesse exercido Seu poder para punir o l��der rebelde,

os anjos descontentes n��o teriam se revelado. Ent��o, Deus tomou outra

dire����o, pois queria manifestar Seu padr��o de justi��a e ju��zo distintamente

a todo o ex��rcito celestial.

Guerra no C �� u - Rebelar-se contra o governo de Deus foi o maior

crime. Todo o C �� u parecia estar em como����o. Os anjos foram colocados

em ordem por companhias, cada divis��o com o anjo comandante �� sua

frente. Satan��s estava guerreando contra a lei de Deus, a base de Seu

governo, por causa da ambi����o de exaltar a si mesmo e por n��o desejar se

submeter �� autoridade do Filho de Deus, o grande comandante celestial.

Todo o ex��rcito celestial foi convocado para comparecer diante do

Pai, a fim de que cada caso ficasse decidido. Satan��s expressou ousa-

damente sua insatisfa����o pelo fato de Cristo ter sido preferido em vez

dele. Permaneceu orgulhoso e insistia na ideia de que precisava ser igual

a Deus e ter uma audi��ncia com o Pai a fim de entender Seus prop��sitos.

Deus informou a Satan��s que apenas o Filho conheceria Seus prop��sitos

secretos e que exigiria de toda a fam��lia celestial, e mesmo de Satan��s,

que rendessem a Ele sincera e inquestion��vel obedi��ncia; mas que ele

(Satan��s) tinha provado ser indigno de ter um lugar no C��u.

O inimigo apontou orgulhosamente para seus simpatizantes, uma boa

parte dos anjos do C��u, e exclamou: "Eles est��o comigo! Ir��s expulsar

Foi a s s i m q u e L �� c i f e r , q u e s i g n i f i c a " p o r t a d o r d e luz", s e t o r n o u S a t a n �� s , o " a d v e r s �� r i o " .

8



A rebeli��o

tamb��m a estes e deixar um vazio no C��u?" Ent��o, declarou que estava

preparado para resistir �� autoridade de Cristo e defender seu lugar no C��u

pela for��a de seu poder. For��a contra for��a.

Os anjos leais choraram ao ouvir as palavras de Satan��s e sua exaltada

arrog��ncia. Deus declarou que os rebeldes n��o mais podiam permanecer

no C��u. Seu estado nobre e feliz tinha sido conservado sob a condi����o

de obedi��ncia ��s leis que Deus dera para governar os mais diversos seres

criados. Mas n e n h u m a provis��o tinha sido feita para salvar os que se aven-

turassem a transgredir essas normas.

Ent��o Satan��s se tornou mais ousado em sua rebeli��o e expressou seu

desprezo �� lei do Criador. Declarou que os anjos n��o precisavam de nor-

mas, que deviam ser livres para seguir a pr��pria vontade, a qual os guiaria

sempre retamente. Declarou que a lei divina era uma restri����o �� liberdade

e que a aboli����o dessa lei era um dos grandes objetivos da posi����o que

havia assumido.

Ele acreditava que a condi����o dos anjos precisava de aperfei��oamento.

Mas Deus n��o pensava assim, pois criara a lei e a ordem e as exaltara

como a Si mesmo. A felicidade de todos os anjos dependia de perfeita

obedi��ncia ��s leis divinas. Cada um tinha um trabalho especialmente

designado e, antes da rebeli��o de Satan��s, havia ordem perfeita e a����o

harmoniosa no C��u.

Ent��o houve guerra no C��u. O Filho de Deus, o pr��ncipe celestial, e

Seus anjos leais se empenharam em um conflito contra o grande rebelde

e com aqueles que haviam se unido a ele. Cristo e os anjos fi��is preva-

leceram; e Satan��s e seus simpatizantes foram expulsos do C��u. Todo o

ex��rcito celestial reconheceu e adorou o Deus da justi��a. N e n h u m tra��o

de rebeli��o foi deixado no C��u. Tudo voltou �� paz e �� harmonia de antes.

Os anjos do C��u lamentaram o destino daqueles que foram seus compa-

nheiros de felicidade e alegria. Sua perda foi sentida no C �� u .

O Pai consultou o Filho com respeito �� execu����o imediata de Seu

prop��sito de criar o ser humano para habitar a Terra. A princ��pio, este

seria submetido a um teste, a fim de ser verificada sua lealdade, para

ent��o ser deixado eternamente fora de perigo. Se ele suportasse o teste

com o qual Deus considerava apropriado prov��-lo, com o tempo chegaria

a ser igual aos anjos. Teria o favor de Deus, podendo conversar com os

anjos. Deus n��o achou conveniente criar os seres humanos destitu��dos de

livre-arb��trio.

9





cap��tulo

0 princ��pio 2

oda a Divindade esteve empenhada na obra grandiosa e poderosa

planejada: a cria����o do mundo. A Terra saiu das m��os do Criador

extraordinariamente bela. Havia montanhas, colinas e plan��cies entre-

cortadas por rios e lagos. A Terra n��o era uma extensa plan��cie; a monoto-

nia do cen��rio era quebrada por montanhas e colinas, n��o altas e abruptas

como s��o as de hoje, mas de formas regulares e belas. As rochas altas e

expostas n��o podiam ser vistas sobre ela; estavam debaixo da superf��cie

como se fossem uma estrutura para a Terra.

As ��guas foram distribu��das regularmente. M o n t a n h a s , colinas e

bel��ssimas plan��cies eram adornadas com plantas e flores, bem como

com grandes e majestosas ��rvores de toda esp��cie, maiores e mais belas

do que s��o hoje. O ar era puro e saud��vel, e a Terra parecia um nobre

pal��cio. Os anjos se deleitavam e se alegravam com as maravilhosas

obras de Deus.

Depois que a Terra foi criada, com a vida animal, o Pai e o Filho con-

clu��ram o prop��sito, definido antes da queda de Satan��s, de criar o ser

humano �� Sua pr��pria imagem. Eles tinham trabalhado juntos na cria-

����o da Terra e de cada ser vivente sobre ela. Ent��o, Deus disse ao Filho:

"Fa��amos o h o m e m �� nossa imagem" (G��nesis 1 ;26).

Ao sair das m��os do Criador, Ad��o era de grande estatura e bela sime-

tria. Tinha mais de duas vezes a altura das pessoas que agora vivem na

Terra e era bem proporcional. Suas fei����es eram perfeitas e belas. A pele

de seu rosto n��o era branca nem p��lida, mas rosada, irradiando uma tona-

lidade saud��vel. Eva n��o era t��o alta quanto Ad��o. Sua cabe��a ficava um

pouco acima dos ombros dele. Ela tamb��m era sublime, de perfeita sime-

tria e muito bela.

Esse casal, sem pecado, n��o usava roupas. Estavam revestidos de luz

e gl��ria, assim como os anjos. Enquanto viveram em obedi��ncia a Deus,

essa veste de luz os envolvia. Embora todas as coisas que Deus criou fos-

sem belas e perfeitas, e aparentemente nada faltasse sobre a Terra criada

10



O princ��pio

para fazer Ad��o e Eva felizes, Ele ainda manifestou Seu grande amor plan-

tando para eles um maravilhoso jardim.

Eles deviam ocupar uma parte do tempo com a tarefa prazerosa de

cuidar do jardim, e a outra para receber a visita dos anjos, ouvir suas ins-

tru����es e estar em feliz medita����o. Seu trabalho n��o seria cansativo, mas

prazeroso e revigorante. Aquele belo jardim devia ser o lar deles.

No jardim, o Senhor colocou ��rvores de toda variedade para supri-

mento e beleza. Havia ��rvores carregadas de frutos exuberantes e de fra-

gr��ncia agrad��vel, belos aos olhos e agrad��veis ao paladar, designados por

Deus para ser o alimento de ambos. Havia deleitosas vinhas que cresciam

verticalmente, carregadas com seus frutos, diferentes de qualquer coisa

que o ser humano tem visto desde a queda.

Os frutos eram bem grandes e de colora����o diversa; alguns quase

pretos, outros de cor p��rpura, vermelhos, rosados e verde-claros. Esses

belos e vi��osos frutos que cresciam sobre os ramos da videira foram

chamados de uvas. Eles n��o se espalhavam pelo ch��o, embora n��o fos-

sem escorados por grades, mas o peso dos frutos os curvava para baixo.

A prazerosa tarefa de Ad��o e Eva era moldar em belos caramanch��es os

ramos das videiras, formando moradias de beleza natural, de ��rvores vivas

e folhagens, carregadas de frutos de aroma agrad��vel.

A Terra era coberta de uma bela vegeta����o, na qual milhares de flo-

res perfumadas de toda variedade cresciam em abund��ncia. Todas as coi-

sas eram de bom gosto e esplendidamente dispostas. No meio do jardim

estava a ��rvore da vida, a qual superava a gl��ria de todas as outras ��rvores.

Seu fruto era semelhante a ma����s de ouro e prata, e destinava-se a perpe-

tuar a vida. As folhas continham propriedades medicinais.

O primeiro casal no E d e n - O perfeito casal era muito feliz no

��den. Eles haviam recebido dom��nio irrestrito sobre todas as criaturas

vivas. O le��o e o cordeiro se divertiam de forma pac��fica e inofensiva ao

redor deles ou cochilavam a seus p��s. P��ssaros de toda a variedade de

cores e plumagens esvoa��avam entre as ��rvores e flores e em volta de Ad��o

e Eva, enquanto seu melodioso canto ecoava em doces acordes de louvor

ao Deus criador.

Eles estavam continuamente descobrindo novas belezas e excel��ncias

em seu lar ed��nico, as quais enchiam o cora����o deles de profundo amor e

despertavam express��es de gratid��o e rever��ncia ao Criador.

11





cap��tulo

A trag��dia 3

o meio do jardim, perto da ��rvore da vida, estava a ��rvore do c o n h e -

c i m e n t o do b e m e do mal. Essa ��rvore havia sido divinamente

designada para ser a garantia de obedi��ncia, f�� e amor do casal a

D e u s . O Senhor ordenou a nossos primeiros pais q u e n��o c o m e s s e m

dessa ��rvore n e m tocassem nela, sen��o morreriam. Disse q u e podiam

c o m e r livremente de todas as ��rvores do jardim, exceto daquela, pois,

se c o m e s s e m dela, c e r t a m e n t e morreriam.

Q u a n d o foram colocados no maravilhoso jardim, Ad��o e Eva tinham

para sua felicidade tudo que viessem a desejar. Em Seu plano onis-

ciente, Deus determinou testar a lealdade deles, antes que p u d e s s e m

ser considerados e t e r n a m e n t e fora de perigo. Eles teriam o apoio divino.

Deus conversaria com eles pessoalmente. C o n t u d o , Ele n��o colocou o

mal fora do alcance deles. Satan��s teve permiss��o para tent��-los. Se

resistissem ��s tenta����es, permaneceriam no eterno favor de Deus e dos

anjos celestiais.

Depois de expulso do C��u, Satan��s estava espantado diante de sua

nova condi����o. Sua felicidade havia acabado. Olhava para os anjos que,

assim como ele antes, foram t��o felizes, mas que tinham sido expulsos

do C �� u em sua companhia. Antes de sua queda, n e n h u m a sombra de

descontentamento havia nublado sua perfeita alegria. Ent��o, tudo parecia

mudado. Os rostos que tinham refletido a imagem do Criador estavam

melanc��licos e sem esperan��a.

Entre eles havia conflito, disc��rdia e ��speras recrimina����es. Antes da

rebeli��o, esses comportamentos eram desconhecidos no C��u. Satan��s

observava os terr��veis resultados de sua obstina����o. Ele estremecia e temia

encarar o futuro e contemplar o fim dessas coisas.

L��cifer havia sido o diretor do coro celestial. Q u a n d o chegava a hora

dos c��nticos alegres de louvor a Deus e Seu amado Filho, ele entoava a

primeira nota. Ent��o, todo o ex��rcito angelical se unia a ele, e gloriosos

acordes musicais ressoavam atrav��s do C �� u em honra a Deus e a Cristo.

12



A trag��dia

Contudo, em vez de suaves notas musicais, palavras de disc��rdia e ira

ecoavam nos ouvidos do l��der rebelde. O n d e ele estava? N��o era tudo isso

um sonho terr��vel? Tinha sido mesmo expulso da presen��a de Deus? Os

portais do C��u nunca mais se abririam para receb��-lo? Ao aproximar-se a

hora de adora����o, quando brilhantes e santos anjos se prostravam diante

do Pai, ele n��o mais se uniria ao c��ntico celestial. N��o mais se curvaria em

rever��ncia e santo temor ante a presen��a do Deus eterno.

Se ele pudesse voltar a ser puro, verdadeiro e leal como tinha sido,

alegremente abandonaria sua pretens��o de autoridade. No entanto, estava

perdido, fora da possibilidade de reden����o, por causa de sua rebeldia pre-

sun��osa! E isso n��o era tudo.

Tinha guiado outros �� rebeli��o e �� mesma condi����o de perdido. Levara

para a perdi����o anjos que nunca pensaram em questionar a vontade de

Deus ou recusar obedecer ��s leis divinas, at�� que ele colocasse isso na

mente deles, argumentando que podiam desfrutar um bem maior, uma

liberdade elevada e mais gloriosa. Esse havia sido o sofisma pelo qual os

enganara. Uma responsabilidade pesava ent��o sobre ele, �� qual estaria

disposto a renunciar.

Esses seres, com suas esperan��as frustradas, ficaram revoltados. Em

vez de um bem maior, estavam experimentando os maus resultados da

desobedi��ncia e do desrespeito ao governo de Deus. Esses anjos infelizes

nunca mais poderiam ser influenciados pela dire����o amorosa de Jesus

Cristo. Jamais poderiam ser estimulados pelo amor profundo e fervoroso.

N��o mais seriam alcan��ados pela paz e alegria que a presen��a divina antes

produzia neles. Jamais retornariam para Deus em obedi��ncia jubilosa e

honra reverente.

A c o n s p i r a �� �� o ��� Os anjos maus se reuniram com Satan��s, e ele,

erguendo-se e assumindo um ar de desafio, informou-os de seus planos

para afastar de Deus o nobre Ad��o e sua companheira Eva. Pensava que se

pudesse, de alguma forma, induzi-los �� desobedi��ncia, Deus faria algo para

que pudessem ser perdoados. Ent��o, ele e todos os anjos ca��dos teriam uma

oportunidade de participar da miseric��rdia de Deus com o casal. Se Ad��o e

Eva viessem a transgredir a lei divina, ficariam sujeitos �� ira de Deus, como

eles pr��prios estavam.

Ent��o Deus reuniu o ex��rcito angelical para tomar medidas e impedir o

perigo amea��ador. Ficou decidido no conc��lio celestial que anjos visitariam

13



Em busca de esperan��a

o ��den a fim de advertir Ad��o de que ele estava em perigo pela presen��a

de um advers��rio. Dois anjos se apressaram a visitar os primeiros pais. O

casal os recebeu com alegria inocente, expressando gratid��o ao Criador

por assim t��-los cercado com t��o grande manifesta����o de bondade.

Todas as coisas am��veis e atrativas eram para a alegria deles e tudo

parecia sabiamente adaptado ��s suas necessidades. O que estimavam,

acima de todas as outras b��n����os, era o relacionamento com o Filho de

Deus e com os anjos celestiais. A cada visita, tinham diversas coisas a lhes

contar sobre suas novas descobertas das belezas naturais do lar ed��nico.

Tinham tamb��m muitas perguntas a fazer, relacionadas a v��rias coisas que

compreendiam s�� vagamente.

Bondosamente os anjos deram as informa����es que Ad��o e Eva deseja-

vam. Tamb��m contaram a triste hist��ria da rebeli��o e da queda de L��cifer.

Ent��o, de forma clara, informaram a eles que a ��rvore do conhecimento do

bem e do mal fora colocada no jardim para ser uma garantia de sua obe-

di��ncia e de seu amor a Deus. Disseram que os santos anjos s�� poderiam

conservar sua elevada e feliz condi����o se fossem obedientes; e que eles

estavam em situa����o semelhante. Al��m disso, afirmaram que o casal podia

obedecer �� lei de Deus e ser continuamente feliz ou desobedecer e perder

sua elevada condi����o e afundar em desespero irremedi��vel.

Os anjos afirmaram ao casal que Deus n��o os obrigava a obedecer.

Disseram que Ele n��o tiraria deles o poder de contrariar Sua vontade e

que eles eram pessoas moralmente livres para obedecer ou desobedecer.

Havia apenas uma proibi����o que Deus considerara necess��rio lhes impor;

e, se transgredissem a vontade divina nesse ponto, certamente morreriam.

Os visitantes celestiais disseram ainda a Ad��o e Eva que o mais exal-

tado anjo, imediatamente abaixo de Cristo, se recusara a obedecer ��

lei de Deus, a qual Ele tinha ordenado para governar os seres criados.

Esclareceram que essa rebeli��o havia causado guerra no C��u, que resul-

tara na expuls��o de todos os rebeldes que puseram em d��vida a autoridade

do grande Criador. Contaram ainda que o rebelde ca��do era agora inimigo

de tudo o que interessasse a Deus e a Seu amado Filho.

Tamb��m foi dito a eles que Satan��s estava pronto a lhes fazer mal

e que era necess��rio estar alerta porque o inimigo ca��do podia entrar

em contato com eles. Por��m, garantiram que ele n��o podia causar dano

algum a eles enquanto permanecessem em obedi��ncia aos mandamentos

de Deus, e que, se necess��rio, todos os anjos do C �� u viriam em aux��lio





14




A trag��dia

deles, antes que o inimigo pudesse de alguma forma prejudic��-los. Mas,

se desobedecessem ao mandamento de Deus, ent��o Satan��s teria poder

para confundi-los, prejudic��-los e causar-lhes dificuldades.

Contudo, se permanecessem firmes contra as primeiras insinua����es

de Satan��s, eles estariam t��o seguros como os anjos leais a Deus. Caso

cedessem ao tentador, Aquele que n��o poupou os majestosos anjos n��o os

pouparia tamb��m. Se ca��ssem, deveriam sofrer o castigo da transgress��o,

pois a lei de Deus �� t��o sagrada quanto Ele pr��prio, e o Senhor requer a

obedi��ncia de todos no C �� u e na Terra.

Os anjos preveniram Eva de que n��o se separasse do marido em suas

ocupa����es, pois podia ser abordada por esse inimigo ca��do. Separando-se

um do outro, estariam em maior perigo do que se ficassem juntos. Os

anjos insistiram para que seguissem rigorosamente as instru����es dadas

por Deus em rela����o �� ��rvore do conhecimento do bem e do mal, pois

na perfeita obedi��ncia estariam seguros. Assim, o inimigo n��o teria poder

para engan��-los.

Al��m disso, Deus n��o permitiria que Satan��s perseguisse o santo casal

com tenta����es cont��nuas. Poderia ter acesso a eles somente por meio

daquela ��rvore.

Ad��o e Eva asseguraram aos anjos que nunca transgrediriam o claro

mandamento de Deus, pois era seu mais elevado prazer fazer a vontade

dEle. Os anjos se uniram a Ad��o e Eva em acordes santos de m��sica har-

moniosa, e, quando seus c��nticos ressoaram cheios de alegria pelo ��den,

Satan��s ouviu o som de suas melodias de adora����o ao Pai e ao Filho.

Nesse momento, a inveja, o ��dio e a malignidade cresceram em seu cora-

����o, e ele expressou a seus seguidores a ansiedade por induzir Ad��o e Eva

a desobedecer, atraindo sobre eles a ira de Deus e mudando seus c��nticos

de louvor em ��dio e maldi����es ao Criador.

TENTA����O E Q U E D A

Ent��o, Satan��s assumiu a forma de serpente e entrou no ��den. A ser-

pente era uma bela criatura com asas e, quando voava pelos ares, tinha

uma apar��ncia brilhante, parecendo ouro polido. Ela n��o rastejava pelo

ch��o; passava de uma ��rvore a outra pelo ar e comia frutas como o ser

humano. Satan��s entrou na serpente, se colocou na ��rvore do conheci-

mento do bem e do mal e come��ou vagarosamente a comer do fruto.





1 5




Em busca de esperan��a

Inconscientemente, a princ��pio, e en-

volvida em suas ocupa����es, Eva se afas-

Os primeiros pais

tou do marido. Q u a n d o percebeu isso,

asseguraram aos

teve a sensa����o de que estava em perigo,

mas de novo imaginou estar segura,

anjos que nunca

mesmo n��o estando ao lado do esposo.

transgrediriam o

Julgava ter sabedoria e for��a suficien-

claro mandamento

tes para discernir o mal e a ele resistir.

de Deus, pois era seu

Os anjos a haviam advertido de que n��o

mais elevado prazer

fizesse isso. Logo, Eva se deu conta de

que estava contemplando com um misto

fazer a vontade dEle.

de curiosidade e admira����o o fruto da

��rvore proibida.

Ela percebeu que o fruto era belo e perguntava a si mesma por que

Deus os havia proibido de com��-lo ou de tocar nele. Essa era ent��o a opor-

tunidade de Satan��s. Ele se dirigiu �� mulher como se fosse capaz de adi-

vinhar seus pensamentos: "Foi isto mesmo que Deus disse: N��o comam

de n e n h u m fruto das ��rvores do jardim? " (G��nesis 3:1). Assim, com pala-

vras agrad��veis e voz melodiosa, ele se dirigiu �� admirada Eva. Ouvir uma

serpente falar lhe causou surpresa. O animal exaltava sua beleza e seu

encanto extraordin��rio, o que n��o desagradava a mulher. Entretanto, Eva

estava espantada, pois sabia que Deus n��o tinha dado �� serpente o poder

da fala.

A curiosidade de Eva a u m e n t o u . Em vez de fugir do local, ela ficou

ouvindo a s e r p e n t e falar. N��o lhe ocorreu que aquela criatura p u d e s s e

ser o inimigo ca��do, u s a n d o o animal como um tipo de m �� d i u m . Era

Satan��s q u e m falava, n��o a s e r p e n t e . Eva estava e n c a n t a d a , lisonje-

ada e envaidecida. Se tivesse e n c o n t r a d o u m a figura i m p o n e n t e , pos-

suindo uma forma s e m e l h a n t e �� dos anjos e com eles se p a r e c e n d o ,

teria ficado alerta.

Essa voz estranha deveria t��-la impelido a buscar a companhia do

marido a fim de perguntar-lhe por que algu��m teria assim livremente se

dirigido a ela. Por��m, Eva entrou em discuss��o com a serpente e respon-

deu �� sua pergunta: "Podemos comer do fruto das ��rvores do jardim, mas

Deus disse: 'N��o comam do fruto da ��rvore que est�� no meio do jardim,

nem toquem nele; do contr��rio voc��s morrer��o. Ent��o, a serpente disse

�� mulher: "Certamente n��o morrer��o! Deus sabe que, no dia em que dele

16



A trag��dia

comerem, seus olhos se abrir��o, e voc��s, como Deus, ser��o conhecedores

do bem e do mal" (G��nesis 3:2-5).

Satan��s desejava incutir a ideia de que, ao comer da ��rvore proibida,

eles receberiam um novo e mais elevado tipo de conhecimento do que

aquele que at�� ent��o possu��am. Esta tem sido sua finalidade espec��fica,

com grande sucesso, desde a queda: levar os seres humanos a questionar as

decis��es do Todo-Poderoso, a n��o estar satisfeitos com o que Deus revela e

n��o obedecer ao que Ele ordena. O inimigo pretende induzi-los a desobe-

decer aos mandamentos de Deus e, ent��o, pensar que est��o entrando em

um maravilhoso campo de saber. Isso �� pura conjectura, um engano infeliz.

As pessoas deixam de compreender o que Deus revela, menospre-

zam Seus claros mandamentos e querem mais sabedoria, independente-

mente de Deus, questionando aquilo que Ele resolveu reter dos mortais.

Alegram-se com suas ideias de progresso e se encantam com sua pr��pria

filosofia in��til, mas, de fato, est��o tateando nas trevas quanto ao verda-

deiro conhecimento. Est��o sempre estudando e nunca s��o capazes de

chegar ao conhecimento da verdade.

N��o era da vontade de Deus que o primeiro casal tivesse qualquer

conhecimento do mal. Ele tinha dado a eles, de forma generosa, o bem,

e advertido contra o mal. Eva julgou s��bias as palavras da astuta ser-

pente, quando ouviu a afirma����o audaciosa: "Certamente n��o morrer��o!

Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrir��o, e

voc��s, como Deus, ser��o conhecedores do bem e do mal" (G��nesis 3:4, 5).

Assim, a serpente fazia de Deus um mentiroso. Satan��s insinuou de

maneira insolente que Deus os tinha enganado, impedindo que fossem

exaltados com um conhecimento igual ao dEle. Deus disse: "No dia em

que dela comer, certamente voc�� morrer��" (G��nesis 2:17). A serpente

disse: "Certamente n��o morrer��o" (G��nesis 3:4).

O tentador garantiu que, assim que Eva comesse o fruto, ela receberia

um conhecimento novo e superior que a tornaria igual a Deus. C h a m o u

a aten����o dela para si mesma. Ele havia comido livremente da ��rvore e a

considerava n��o apenas perfeitamente inofensiva, mas deliciosa e esti-

mulante. Disse que era por causa de suas maravilhosas propriedades de

comunicar sabedoria e poder que Deus lhes proibira de experiment��-la ou

mesmo toc��-la, pois Ele conhecia essas extraordinarias qualidades.

A serpente declarou que ter comido o fruto da ��rvore proibida lhe per-

mitira obter o dom da fala. Insinuou que Deus n��o cumpriria Sua palavra

17



Em busca de esperan��a

e que isso era simplesmente uma amea��a para intimid��-los e priv��-los de

um grande benef��cio. Disse tamb��m que eles n��o poderiam morrer. N��o

tinham eles comido da ��rvore da vida, que perpetuava a imortalidade?

Disse que Deus os estava enganando e os impedindo de alcan��ar um n��vel

mais elevado de felicidade e uma alegria incomum.

O tentador tirou um fruto e o deu a Eva, e ela o tomou nas m��os. "Ora",

disse o tentador, "voc��s foram proibidos at�� mesmo de toc��-lo, pois morre-

riam." Disse que ela n��o teria maior sensa����o de perigo e morte comendo

o fruto do que tocando nele ou manuseando-o. Eva foi encorajada, pois

n��o sentia os sinais imediatos do desagrado de Deus. Considerou que as

palavras do tentador eram totalmente s��bias e corretas. Ela comeu e ficou

muito satisfeita com o fruto. Ele pareceu delicioso ao paladar, e ela imagi-

nava sentir em si mesma os maravilhosos efeitos do fruto.

A mulher se transforma em tentadora - Colheu, ent��o, para si do

fruto e comeu, e imaginou sentir o poder de uma nova e elevada exist��ncia

como resultado da influ��ncia estimulante do fruto proibido. Em um estado

de agita����o estranha e fora do normal, com as m��os cheias do fruto proibido,

procurou o marido. Relatou o perspicaz discurso da serpente, desejando con-

duzi-lo imediatamente �� ��rvore do conhecimento do bem e do mal. Disse-lhe

que havia comido do fruto e, em vez de experimentar qualquer sensa����o de

morte, sentia algo prazeroso. No momento em que Eva desobedeceu, ela se

tornou um poderoso agente para causar a ru��na do esposo.

A tristeza tomou conta do rosto de Ad��o. Ele se mostrou espantado

e com medo. Uma luta estava sendo travada em sua mente. Ele disse

a Eva que tinha certeza de que se tratava do inimigo, de quem haviam

sido advertidos; e, sendo assim, ela iria morrer. Ela lhe assegurou que n��o

estava sentindo n e n h u m efeito negativo, mas uma sensa����o muito agrad��-

vel, e insistiu com ele para que comesse.

Ad��o compreendeu claramente que sua companheira havia transgre-

dido a ��nica proibi����o imposta a eles como prova de fidelidade e amor.

Eva argumentou que a serpente tinha dito que certamente n��o morreriam

e que suas palavras deviam ser verdadeiras, pois n��o sentia qualquer sinal

do desagrado de Deus, mas uma prazerosa influ��ncia, como imaginava

que os anjos sentiam.

Ad��o lamentou por Eva ter sa��do de perto dele. Por��m, a a����o j�� havia

sido praticada. Ele ficaria separado daquela cuja companhia tanto amava.

18



A trag��dia

Como suportaria isso? Seu amor por Eva era muito forte. Em completo

des��nimo, decidiu participar do destino dela. Considerou que Eva era

uma parte dele e que, se ela devia morrer, ele morreria com ela, pois n��o

suportaria a ideia da separa����o.

Faltou a ele a f�� em seu misericordioso e benevolente Criador. N��o

pensou que Deus, que do p�� da terra o havia criado, como um ser vivo

e belo, e que tamb��m criara a mulher para ser sua companheira, pode-

ria preencher o lugar dela. Afinal, n��o seriam verdadeiras as palavras da

serpente?

Eva estava diante dele t��o bela e, aparentemente, t��o inocente como

antes desse ato de desobedi��ncia. Sob os efeitos do fruto que havia

comido, expressava mais amor por ele do que antes de sua desobedi��ncia.

N��o viu nela um sinal de morte sequer.

Eva tinha contado ao marido de seu ardente amor por ele e da sensa����o

prazerosa do fruto, e ele decidiu enfrentar as consequ��ncias. Ad��o tomou

o fruto e comeu rapidamente; e, como ocorreu com Eva, n��o sentiu ime-

diatamente seus maus efeitos.

Eva pensava ter capacidade pr��pria para decidir entre o certo e o

errado. A enganadora esperan��a de entrar em um estado mais elevado

de conhecimento levou a mulher a pensar que a serpente era um amigo

especial, que tinha grande interesse em seu bem-estar. Se tivesse pro-

curado o marido, e se ambos tivessem relatado ao Criador as palavras

da serpente, teriam sido i m e d i a t a m e n t e livrados de sua t e n t a �� �� o enge-

nhosa. O Senhor n��o permitiu que c o m e s s e m o fruto da ��rvore do

c o n h e c i m e n t o do bem e do mal p o r q u e eles seriam ent��o expostos ao

engano de Satan��s. Sabia que eles estariam perfeitamente a salvo se

n��o tocassem no fruto.

A liberdade de e s c o l h a - Deus havia instru��do os primeiros pais

quanto �� ��rvore do conhecimento do bem e do mal, e eles foram plena-

mente informados acerca da queda de Satan��s e do perigo de ouvirem

as sugest��es dele. Ele n��o os restringiu da liberdade de comer do fruto

proibido. Deixou que, como seres morais livres, pudessem escolher acre-

ditar em Sua palavra, obedecer a Seus mandamentos e viver, ou crer no

tentador, desobedecer e morrer.

Ambos comeram, e toda a sabedoria que obtiveram foi o conheci-

mento do pecado e o senso de culpa. A veste de luz que os cercava logo





19




Em busca de esperan��a

desapareceu. Com a consci��ncia pesada e com a perda de sua cobertura

divina, um tremor tomou conta deles. Assim, procuraram cobrir sua nudez.

Nossos primeiros pais escolheram crer nas palavras que pensavam

ser de u m a serpente, embora ela n��o tivesse dado n e n h u m a prova de

amor por eles. N��o tinha feito nada para a felicidade e o benef��cio deles,

e n q u a n t o Deus lhes havia dado todas as coisas boas para comer e agra-

d��veis aos olhos. O n d e quer que se olhasse, havia abund��ncia e beleza.

Ainda assim, Eva foi iludida pela serpente a pensar que existia alguma

coisa oculta que podia torn��-la s��bia como o pr��prio Deus. Em vez de

crer e confiar em Deus, ela duvidou de Sua bondade e acatou as palavras

de Satan��s.

Depois de transgredir, a princ��pio, Ad��o se imaginou passando para

uma exist��ncia nova e mais elevada. No entanto, logo o p e n s a m e n t o de

seu pecado o e n c h e u de terror. O ar, que at�� ent��o havia sido de uma

temperatura agrad��vel e uniforme, parecia-lhes muito frio. O casal cul-

pado experimentava ent��o uma sensa����o de pecado. Sentiam temor pelo

futuro, a falta de alguma coisa, uma

nudez de alma.

Desapareceram o doce amor, a paz

Nossos primeiros

e o feliz contentamento que haviam

pais escolheram crer

desfrutado e, em lugar disso, sentiram

nas palavras que

uma car��ncia que nunca tinham expe-

pensavam ser de uma

rimentado antes. Pela primeira vez, eles

puseram a aten����o no exterior. Eles n��o

serpente, embora

tinham estado vestidos, mas rodeados de

ela n��o tivesse dado

luz, como os anjos celestiais. Essa luz

nenhuma prova de

com a qual estavam circundados havia

amor por eles.

sido retirada deles. Para aliviar a sensa-

����o de car��ncia e nudez, buscaram cobrir

o corpo, pois como podiam, despidos, encarar o olhar de Deus e dos anjos?

A culpa estava agora claramente diante deles. A transgress��o do man-

damento de Deus assumiu um car��ter mais definido. Ad��o havia censu-

rado Eva pela insensatez em sair de perto dele e por deixar-se enganar

pela serpente. Contudo, ambos procuravam tranquilizar-se, pensando que

Deus, que lhes dera todas as coisas para torn��-los felizes, perdoaria essa

transgress��o devido ao grande amor por eles, e que o castigo n��o seria

afinal t��o terr��vel.

2 0



A tragedia

Satan��s vibrou com o ��xito obtido. Havia tentado a mulher a descon-

fiar de Deus, a duvidar de Sua sabedoria e a questionar Seus planos onis-

cientes. Por interm��dio dela, ele tamb��m havia causado a ru��na de Ad��o,

que, em consequ��ncia de seu amor por Eva, desobedecera ao mandado de

Deus e, j u n t a m e n t e com ela, ca��ra em pecado.

A not��cia da queda do ser humano se espalhou por todo o C��u. Toda

harpa silenciou. Com tristeza, os anjos retiraram da cabe��a suas coroas.

Todo o C �� u ficou em como����o. Os anjos se sentiram magoados com a pro-

funda ingratid��o do ser humano em retribui����o �� abundante generosidade

que Deus havia proporcionado. Um conc��lio foi convocado para decidir o

que se deveria fazer com o casal culpado. Os anjos temiam que eles esten-

dessem as m��os e comessem da ��rvore da vida, tornando-se pecadores

imortais.

O Senhor visitou Ad��o e Eva e revelou as consequ��ncias da trans-

gress��o deles. No momento em que perceberam a presen��a majestosa de

Deus, procuraram se esconder dAquele com quem antes, em condi����o de

inoc��ncia e santidade, tinham prazer em se encontrar. "O Senhor Deus

chamou o homem, perguntando: 'Onde est�� voc��?' E ele respondeu: 'Ouvi

Teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me

escondi.' E Deus perguntou: Q u e m lhe disse que voc�� estava nu? Voc��

comeu do fruto da ��rvore da qual lhe proibi comer?" (G��nesis 3:9-11).

Essa pergunta foi formulada pelo Senhor n��o porque necessitasse de

informa����o, mas para a convic����o do casal culpado. "O que voc�� fez para

ficar envergonhado e com medo?" Ad��o reconheceu a transgress��o, n��o

porque estivesse arrependido, mas para culpar a Deus: "A mulher que me

deste por companheira, ela me deu da ��rvore, e eu comi" (G��nesis 3:12).

Q u a n d o foi perguntado �� mulher: "Que foi que voc�� fez?", ela respondeu:

"A serpente me enganou, e eu comi" (G��nesis 3:13).

A m a l d i �� �� o - Ent��o, o Senhor se dirigiu �� serpente: "Uma vez

que voc�� fez isso, maldita �� voc�� entre todos os rebanhos dom��sticos e

entre todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre voc�� rastejar��, e p��

comer�� todos os dias da sua vida" (G��nesis 3:14). Assim como a serpente

tinha sido exaltada acima de todos os animais do campo, seria ent��o rebai-

xada em rela����o a todos eles e odiada pelas pessoas, pois tinha sido o agente

pelo qual Satan��s agira. Ao homem, o Senhor disse: "Visto que voc�� deu

ouvidos �� sua mulher e comeu do fruto da ��rvore da qual Eu lhe ordenara





21


Em busca de esperan��a

que n��o comesse, maldita �� a terra por sua causa; com sofrimento voc�� se

alimentar�� dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dar�� espinhos e ervas dani-

nhas, e voc�� ter�� que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do

seu rosto voc�� comer�� o seu p��o, at�� que volte �� terra " (G��nesis 3:17-19).

Deus amaldi��oou a terra por causa do pecado de Ad��o e Eva em comer

da ��rvore do conhecimento do bem e do mal, e declarou: "Com sofrimento

voc�� se alimentar�� dela [da terra] todos os dias da sua vida" (G��nesis 3:17).

Deus tinha partilhado com eles o bem, mas retido o mal. Agora declarava

que comeriam dele, isto ��, deveriam estar relacionados com o mal todos

os dias de sua vida.

Daquele tempo em diante, o g��nero humano seria afligido pelas ten-

ta����es de Satan��s. Uma vida de constante trabalho ��rduo e ansiedade foi

designada a Ad��o, em lugar das atividades felizes que tiveram at�� ent��o.

Estariam sujeitos a frustra����o, sofrimento, dor e, por fim, a morte. Foram

feitos do p�� da terra, e ao p�� deviam voltar.

Eles foram informados de que teriam de sair de seu lar ed��nico. Tinham

cedido aos enganos de Satan��s e crido em suas palavras de que Deus havia

mentido. Por sua transgress��o, tinham aberto o caminho para Satan��s

ganhar mais f��cil acesso a eles, e n��o era seguro permanecer no jardim do

��den, pois, em seu estado pecaminoso, poderiam ter acesso �� ��rvore da

vida e perpetuar uma exist��ncia de pecado. Suplicaram que lhes fosse per-

mitido permanecer, embora reconhecessem ter perdido todo o direito ao

para��so. Prometeram que, no futuro, renderiam obedi��ncia total a Deus.

Foi dito que, ao perder a inoc��ncia e entrar na condi����o de culpa, eles obti-

veram n��o for��a, mas grande fraqueza. Eles n��o preservaram a integridade

de sua pureza e inoc��ncia e, em estado de admitida culpa, tinham menos

condi����es de permanecer verdadeiros e leais. Ficaram cheios de ang��stia e

remorso profundos, sentindo que o castigo do pecado era a morte.

Anjos foram imediatamente encarregados de guardar o caminho da

��rvore da vida. O plano de Satan��s era que Ad��o e Eva desobedecessem

a Deus, recebessem a desaprova����o e, ent��o, participassem da ��rvore da

vida, de modo a perpetuar uma vida de pecado. Entretanto, anjos foram

enviados para vigiar o caminho da ��rvore da vida. Ao redor desses anjos

brilhavam raios de luz, tendo a apar��ncia de espadas flamejantes.

2 2



cap��tulo

A promessa 4

OC��u se encheu de tristeza diante do fato de o ser humano estar

perdido e de que o m u n d o criado por Deus se encheria de seres

mortais c o n d e n a d o s �� infelicidade, enfermidade e morte, sem

haver um meio de livramento para o transgressor. Toda a d e s c e n d �� n c i a

de Ad��o deveria morrer. No rosto do ador��vel Jesus havia uma express��o

de compaix��o e tristeza. E n t �� o , Cristo Se aproximou da luz extraor-

dinariamente brilhante que cercava o Pai e entrou em uma conversa

particular com Ele.

A ansiedade dos anjos era intensa e n q u a n t o Jesus dialogava com o

Pai. Tr��s vezes Ele foi envolvido por Sua luz gloriosa. Na terceira vez,

Ele Se afastou do Pai, e podia ent��o ser visto pelos anjos. Seu semblante

estava calmo, livre de toda preocupa����o e d��vida e resplandecia com

benevol��ncia e amabilidade, de uma forma que as palavras n��o conse-

guem expressar.

Cristo anunciou ao ex��rcito angelical que um meio de livramento havia

sido estabelecido para o ser h u m a n o pecador. Ele revelou a eles que havia

suplicado ao Pai e Se oferecido para dar a vida como resgate e tomar sobre

Si a senten��a de morte, a fim de que, por meio dEle, o homem pudesse

encontrar perd��o. Afirmou que, pelos m��ritos de Seu sangue e de Sua

obedi��ncia �� lei divina, o pecador poderia ter o favor de Deus, ser levado

para o belo jardim e comer do fruto da ��rvore da vida.

A princ��pio, os anjos n��o puderam se alegrar, pois seu Comandante

nada escondeu, expondo diante deles o plano da salva����o. Jesus lhes disse

que estaria entre a ira do Pai e o ser h u m a n o culpado, que enfrentaria

a iniquidade e o esc��rnio e que poucos O receberiam como o Filho de

Deus. Quase todos na Terra O odiariam e rejeitariam. Ele deixaria toda

a gl��ria no C��u, viria �� Terra como homem e Se humilharia como um

servo. Por experi��ncia pr��pria, Ele enfrentaria as tenta����es que assediam

os seres humanos, a fim de que pudesse saber como socorrer os que fos-

sem tentados.

23



Em busca de esperan��a

Por fim, depois de cumprida Sua miss��o como mestre, seria entregue

nas m��os dos homens e suportaria todo tipo de crueldade e sofrimento

que Satan��s e seus anjos influenciassem os ��mpios a Lhe infligir.

Ele morreria a mais cruel das mortes, suspenso entre o c��u e a terra,

como um pecador criminoso. Sofreria terr��veis horas de ang��stia, as

quais n e m mesmo os anjos conseguiriam contemplar e esconderiam o

rosto. Ele suportaria n��o s�� a agonia f��sica, mas t a m b �� m mental, com

a qual n e n h u m sofrimento f��sico poderia ser comparado. O peso dos

pecados do m u n d o inteiro estaria sobre Ele. Disse que morreria e res-

suscitaria no terceiro dia, depois subiria ao Pai a fim de interceder pelo

ser h u m a n o perdido e culpado.

Um m e i o de e s c a p e - Ent��o, os anjos se prostraram diante de Jesus.

Eles Lhe ofereceram a vida. Jesus lhes disse que por Sua morte salvaria

muitos e que a vida de um anjo n��o poderia pagar a d��vida. Unicamente

a vida do Criador poderia ser aceita diante do Pai como resgate pelo

ser humano. Jesus tamb��m lhes disse que teriam uma parte a desem-

penhar: estar com Ele e fortalec��-Lo em v��rias ocasi��es. Ele disse que

tomaria a natureza deca��da do ser humano e Sua for��a n��o seria nem

mesmo igual �� de Ad��o e Eva. Afirmou que os anjos seriam testemu-

nhas de Sua humilha����o e de grandes sofrimentos. E, ao presenciarem

esses sofrimentos e o ��dio dos homens a Ele, ficariam abalados pelas

mais profundas emo����es; e, por seu amor a Ele, desejariam libert��-Lo

dos agressores, mas n��o deveriam intervir para impedir qualquer coisa

que vissem. Eles deveriam desempenhar uma parte em Sua ressurrei����o.

O plano da salva����o estava tra��ado, e o Pai aceitara esse plano.

Com profunda tristeza, Jesus consolou e animou os anjos e os informou

de que, dali em diante, aqueles que redimisse estariam com Ele, e com

Ele sempre morariam. Prometeu que, por Sua morte, resgataria a muitos, e

destruiria aquele que tem o poder da morte. O Pai daria a Jesus o reino e a

grandeza desse reino sob todo o C��u, e Ele o possuiria para todo o sempre.

Satan��s e os pecadores seriam destru��dos para nunca mais perturbar o

C �� u ou a nova Terra purificada.

Jesus ordenou que o ex��rcito celestial se conformasse com o plano que

o Pai havia aceitado e que se alegrassem no fato de o ser humano deca��do

poder novamente ser exaltado por meio de Sua morte, a fim de obter o

favor de Deus e desfrutar o C��u.

2 4



A promessa

Ent��o, uma alegria inexprim��vel encheu o C��u, e o ex��rcito celestial

cantou um c��ntico de louvor e adora����o. Anjos tocaram harpas e cantaram

em tom mais alto do que faziam antes, pela grande miseric��rdia e condes-

cend��ncia de Deus em entregar o t��o amado Filho para morrer por uma ra��a

de rebeldes. Expressaram louvor e adora����o pela abnega����o e pelo sacrif��cio

de Jesus, que deixaria a companhia do Pai por uma vida de sofrimento e

ang��stia, morrendo de forma vergonhosa, a fim de dar a vida por outros.

N��o foi f��cil para o Pai entregar Seu amado Filho. De forma alguma!

Foi muito dif��cil para o Deus do C �� u decidir se deixaria o homem culpado

perecer ou se daria o amado Filho para morrer por ele. Os anjos estavam t��o

interessados na salva����o do ser humano que era poss��vel encontrar entre

eles os que deixariam a gl��ria e dariam a vida pelo ser humano perdido. Mas

isso nada adiantaria. A transgress��o era t��o grande que a vida de um anjo

n��o pagaria a d��vida. Nada a n��o ser a morte e a intercess��o do Filho Jesus

poderia pagar essa d��vida e salvar o homem perdido da mis��ria e da morte.

No entanto, aos anjos foi designada a obra de subir e descer com b��l-

samo fortalecedor, proveniente da gl��ria, a fim de confortar o Filho de

Deus em Seus sofrimentos e apoi��-Lo. Seria tamb��m a obra deles prote-

ger e guardar os s��ditos da gra��a contra os anjos maus e contra as trevas

que constantemente Satan��s colocaria em redor deles. Era imposs��vel que

Deus mudasse a lei eterna para salvar o homem perdido prestes a perecer.

Portanto, Ele consentiu que Seu amado Filho morresse pela transgress��o

do ser humano pecador.

Satan��s de novo se alegrou com seus anjos q u a n d o p e r c e b e u q u e ,

ao causar a q u e d a do h o m e m , isso poderia tirar o Filho de Deus de

Sua posi����o elevada. Ele alegou aos anjos ca��dos q u e , q u a n d o Jesus

tomasse a natureza h u m a n a deca��da, poderia derrot��-Lo e impedir a

realiza����o do plano da salva����o.

No come��o, Satan��s era um anjo feliz e majestoso. Ele ainda tem um

aspecto elevado e suas fei����es ainda s��o nobres, pois, embora ca��do, ��

um anjo. No entanto, a express��o de seu rosto est�� cheia de ansiedade,

preocupa����o, infelicidade, mal��cia, ��dio, maldade, engano e todo tipo de

vileza. A fisionomia que antes era t��o nobre ficou desfigurada. Durante

todo esse tempo, ele tem se inclinado para o mal, e as boas qualidades se

degeneraram assim como os tra��os malignos se desenvolveram.

Seu olhar �� penetrante, astuto e dissimulado. �� corpulento, mas a pele

nas m��os e no rosto se tornou fl��cida e ca��da. Tem um sorriso ir��nico no

2 5



Em busca de esperan��a

rosto, o qual faz tremer qualquer pessoa. Ele est�� cheio de maldade e

sat��nica dissimula����o. Esse sorriso �� o que ele esbo��a precisamente antes

de capturar suas v��timas. E, ao prend��-las em sua armadilha, o sorriso se

torna horr��vel.

Ap��s pecar, h u m i l d e m e n t e e com tristeza indescrit��vel, Ad��o e Eva

deixaram o apraz��vel jardim onde tinham sido t��o felizes antes de sua

desobedi��ncia �� ordem de Deus. A atmosfera na Terra estava mudada.

N��o era mais invari��vel como antes da transgress��o. Deus os vestiu com

roupas de pele para proteg��-los da sensa����o de frio e calor a que esta-

riam expostos.

A n o r m a imut��vel - Todo o C �� u se entristeceu por causa da deso-

bedi��ncia e da queda de Ad��o e Eva, a qual trouxe a ira de Deus sobre

a ra��a humana. J�� n��o podiam ter comunh��o direta com Deus e haviam

afundado em mis��ria e desesperan��a. A lei de Deus, fundamento de Seu

governo, n��o podia ser mudada para atender ��s necessidades humanas.

No planejamento divino, ela jamais perder�� sua for��a nem dispensar�� a

m��nima parte de suas reivindica����es.

Os anjos de Deus foram comissionados a visitar o casal ca��do e inform��-lo

de que, embora n��o pudessem mais ter a posse de seu perfeito jardim, o

lar ed��nico, por causa da transgress��o da lei de Deus, o caso deles n��o era

sem esperan��a.

Ad��o e Eva foram informados de q u e o Filho de D e u s , q u e con-

versara com eles no �� d e n , havia sentido piedade ao c o n t e m p l a r sua

desesperada condi����o. Ficaram cientes de q u e voluntariamente Ele

tomara sobre Si a p u n i �� �� o devida a eles e morreria para q u e o ser

h u m a n o p u d e s s e viver, por meio da f�� na expia����o que Jesus prop��s

fazer. Por meio de Cristo, a porta de e s p e r a n �� a estava aberta para q u e

o ser h u m a n o , apesar de seu grande p e c a d o , n��o ficasse sob o absoluto

controle de Satan��s.

A f�� nos m��ritos do Filho de Deus elevaria o ser humano de tal maneira

que este poderia resistir aos enganos de Satan��s. Um per��odo de gra��a

seria concedido a ele, pelo qual, mediante uma vida de arrependimento

e f�� na expia����o do Filho de Deus, pudesse ser redimido da transgress��o

da lei divina e assim ser elevado a uma posi����o em que seus esfor��os para

guardar a lei fossem aceitos. Os anjos relataram a Ad��o e Eva a tristeza que

sentiram no C��u, quando foi anunciado que eles tinham transgredido a lei

2 6



A promessa

de Deus, o que tornou necess��rio que Cristo fizesse o grande sacrif��cio de

Sua preciosa vida.

E n t �� o , Ad��o e Eva c o m p r e e n d e r a m o q u a n t o a lei de D e u s era ele-

vada e sagrada e q u e sua transgress��o requeria um grande sacrif��cio

para salvar da c o m p l e t a ru��na t a n t o eles m e s m o s q u a n t o seus d e s c e n -

d e n t e s . Por isso, p r o p u s e r a m sua pr��pria morte ou q u e eles e seus

d e s c e n d e n t e s fossem deixados a sofrer a puni����o de seus p e c a d o s , e

n��o q u e o amado Filho de D e u s fizesse t��o grande sacrif��cio. A ang��s-

tia de Ad��o a u m e n t o u . Viu q u e seus p e c a d o s eram de tal m a g n i t u d e

que envolviam c o n s e q u �� n c i a s terr��veis. Seria poss��vel q u e o h o n r a d o

C o m a n d a n t e celestial, que tinha a n d a d o com ele e com ele conversado

q u a n d o vivia em santa inoc��ncia, a q u e m os anjos honravam e adora-

vam, tivesse de Se rebaixar de Sua elevada posi����o para morrer por

causa da transgress��o dele?

Ad��o foi informado de que a vida de um anjo n��o podia pagar sua

d��vida. A lei de Deus, o fundamento de Seu governo no C �� u e na Terra,

era t��o sagrada quanto Ele pr��prio. E, por essa raz��o, a vida de um anjo

n��o podia ser aceita como sacrif��cio pela transgress��o. A lei de Deus ��

mais importante a Seus olhos do que o louvor dos santos anjos ao redor

de Seu trono.

O Pai n��o poderia abolir nem mudar um preceito de Sua lei a fim

de socorrer o ser humano em sua condi����o ca��da. Contudo, o Filho de

Deus, que, junto com o Pai, havia criado o ser humano, podia fazer por

ele expia����o completa e aceit��vel a Deus, dando a vida em sacrif��cio e

pagando assim a penalidade da lei de Deus. Os anjos informaram a Ad��o

que, assim como sua transgress��o tinha produzido morte e infelicidade,

vida e imortalidade seriam providas por meio do sacrif��cio de Jesus Cristo.

U m a vis��o do futuro - Ad��o recebeu revela����o de importantes even-

tos futuros, desde sua expuls��o do ��den at�� o dil��vio e, progressivamente,

at�� a primeira vinda de Cristo �� Terra. O amor por Ad��o e seus descenden-

tes levaria o Filho de Deus a assumir a natureza humana e assim elevar,

por meio de Sua pr��pria humilha����o, todos aqueles que nEle cressem.

Esse sacrif��cio seria de valor suficiente para salvar o m u n d o inteiro, mas

somente uns poucos se beneficiariam da salva����o provida por meio de

um sacrif��cio t��o maravilhoso. Muitos n��o se submeteriam ��s condi����es

exigidas para serem participantes do plano da salva����o. Em vez de se

2 7



Em busca de esperan��a

arrepender e obedecer, a p e g �� n d o s e pela f�� aos m��ritos do sacrif��cio de

Cristo, prefeririam o pecado e a transgress��o da lei de Deus. 0 sacrif��cio

de Jesus seria de valor t��o infinito que tornaria a pessoa que dele se bene-

ficiasse mais preciosa do que o ouro fino, mais valiosa at�� do que uma

pe��a de ouro de Ofir.

Ad��o foi transportado ao longo de sucessivas gera����es e viu o cresci-

mento do crime, da culpa e degrada����o, porque o ser humano passou a

se render ��s fortes tend��ncias naturais para transgredir a lei de Deus. Ele

visualizou a maldi����o divina caindo cada vez mais pesadamente sobre a ra��a

humana, sobre os animais e a Terra por causa da cont��nua transgress��o do ser

humano. Viu que a iniquidade e a viol��ncia aumentariam constantemente.

No entanto, em meio �� mar�� de mis��ria e infort��nio humanos, haveria sem-

pre uns poucos que preservariam o conhecimento de Deus e permanece-

riam incontaminados em meio �� degenera����o moral prevalecente.

Ad��o foi levado a compreender o que �� o pecado: transgress��o da lei

de Deus. Viu que a decad��ncia moral, mental e f��sica seria o resultado da

transgress��o para a humanidade, at�� que o m u n d o se enchesse com toda

esp��cie de mis��ria.

Os dias do ser humano foram encurtados por sua pr��pria conduta

pecaminosa em transgredir a justa lei de Deus. Por causa do pecado, a

esp��cie humana foi, com o tempo, t��o grandemente rebaixada que pare-

ceu inferior e quase sem valor. Os seres humanos se tornaram em geral

incapazes de compreender o sacrif��cio

feito no Calv��rio, os grandes e impor-

tantes aspectos da expia����o e o plano da

O ser humano

salva����o, por causa dos efeitos do pecado

compreendeu o que

sobre sua mente. Contudo, apesar da

�� o pecado: quebrar

debilidade e do enfraquecimento das

a norma.

habilidades mentais, morais e f��sicas da

humanidade, Cristo �� fiel ao prop��sito

pelo qual veio �� Terra e mant��m o interesse pelos fracos, desamparados e

degenerados seres humanos. Ele os convida a entregar-Lhe suas fraquezas

e defici��ncias. Q u a n d o buscam a Cristo, os pecadores t��m suas necessi-

dades supridas pelo C��u.

A oferta s a c r i f i c a i - Seguindo as determina����es especiais de

Deus, Ad��o apresentou uma oferta pelo pecado. Essa foi para ele a

2 8



A promessa

mais dolorosa cerim��nia. Sua m��o devia se erguer para tirar a vida que

somente Deus podia dar e fazer uma oferta pelo pecado. Pela primeira

vez, teria de t e s t e m u n h a r a morte. Ao olhar para a v��tima ensanguen-

tada, contorcendo-se na agonia da morte, Ad��o devia contemplar pela

f�� o Filho de Deus, a q u e m a v��tima prefigurava e que devia morrer em

sacrif��cio pelo ser h u m a n o .

Essa oferta cerimonial, ordenada por Deus, devia ser para o homem

uma lembran��a perp��tua de sua culpa e tamb��m um reconhecimento

penitente de seu pecado. Esse ato de tirar a vida deu a Ad��o um senso

profundo e mais completo de sua transgress��o, a qual nada menos que a

morte do amado Filho de Deus podia expiar.

Ele ficou maravilhado diante da infinita bondade e do incompar��vel

amor que podia prover tal resgate para salvar o culpado. Ao matar a v��tima

inocente, Ad��o teve a impress��o de derramar o sangue do Filho de Deus

por sua pr��pria m��o. Sabia que, se tivesse permanecido firme em Deus e

leal �� Sua justa lei, n��o haveria a morte de animais nem de seres huma-

nos. No entanto, nas ofertas de sacrif��cio, que apontavam para a grande e

perfeita oferta do querido Filho de Deus, surgia uma estrela de esperan��a

para iluminar o escuro e terr��vel futuro e alivi��-los do completo desespero

e ru��na.

No come��o, o chefe de cada fam��lia era considerado governador e

sacerdote de sua pr��pria casa. Depois, ao se multiplicar a esp��cie humana

sobre a Terra, homens designados por Deus realizavam esse solene culto

de sacrif��cio pelo povo. O sangue dos animais devia, na mente dos peca-

dores, ser associado ao sangue do Filho de Deus. A morte da v��tima devia

mostrar a todos que a puni����o pelo pecado era a morte. Pelo ato do sacri-

f��cio, o pecador reconhecia sua culpa e manifestava f��, olhando para o

grande e perfeito sacrif��cio do Filho de Deus, o qual as ofertas de animais

prefiguravam.

Sem a expia����o do Filho de Deus, n��o poderia haver comunica����o de

b��n����os ou de salva����o de Deus ao ser humano. Deus tem zelo pela honra

de Sua lei. A transgress��o da lei divina causou uma terr��vel separa����o entre

Deus e o ser humano. Em sua pureza, Ad��o desfrutava a comunh��o direta,

livre e feliz com o Criador. Depois da transgress��o, Deus Se comunicaria

com o ser humano por meio de Cristo e dos anjos.

2 9



cap��tulo

0 c��digo 5

Depois de o Senhor ter dado tantas evid��ncias de Seu poder ao povo de

Israel, declarou quem Ele era: "Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te

tirou do Egito, da terra da escravid��o" (��xodo 20:2). O mesmo Deus

que exaltou Seu poder sohre os eg��pcios proferia ent��o Sua lei:

"N��o ter��s outros deuses diante de Mim" (��xodo 20:3).

"N��o far��s para ti imagem de escultura, nem semelhan��a alguma do

que h�� em cima nos c��us, nem embaixo na terra, nem nas ��guas debaixo

da terra. N��o as adorar��s, nem lhes dar��s culto; porque Eu sou o Senhor,

teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos at�� �� ter-

ceira e quarta gera����o daqueles que Me aborrecem e fa��o miseric��rdia at��

mil gera����es daqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos"

(��xodo 20:4-6).

"N��o tomar��s o nome do Senhor, teu Deus, em v��o, porque o Senhor

n��o ter�� por inocente o que tomar o Seu nome em v��o" (��xodo 20:7).

"Lembra-te do dia de s��bado, para o santificar. Seis dias trabalhar��s e

far��s toda a tua obra. Mas o s��timo dia �� o s��bado do Senhor, teu Deus;

n��o far��s n e n h u m trabalho, nem tu, n e m o teu filho, n e m a tua filha, nem

o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas

portas para dentro; porque, em seis dias, fez o Senhor os c��us e a terra, o

mar e tudo o que neles h�� e, ao s��timo dia, descansou; por isso, o Senhor

aben��oou o dia de s��bado e o santificou" (��xodo 20:8-11).

"Honra teu pai e tua m��e, para que se prolonguem os teus dias na terra

que o Senhor, teu Deus, te d��" (��xodo 20:12).

"N��o matar��s" (��xodo 20:13).

"N��o adulterar��s" (��xodo 20:14).

"N��o furtar��s" (��xodo 20:15).

"N��o dir��s falso testemunho contra o teu pr��ximo" (��xodo 20:16).

"N��o cobi��ar��s a casa do teu pr��ximo. N��o cobi��ar��s a mulher do teu

pr��ximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu

jumento, nem coisa alguma que perten��a ao teu pr��ximo" (��xodo 20:17).

30



O c��digo

O primeiro e segundo mandamentos pronunciados por Deus s��o pre-

ceitos contra a idolatria. Esta, se praticada, levaria as pessoas longe no

pecado e na rebeli��o e resultaria em oferta de sacrificios humanos. Deus

queria proteger Seus filhos contra qualquer aproxima����o de tais sacrif��-

cios. Os primeiros quatro mandamentos foram dados para mostrar aos

seres humanos seus deveres para com Deus. O quarto �� o elo entre o

grande Criador e Seus filhos. O s��bado foi dado especialmente para bene-

f��cio do ser h u m a n o e para a honra de Deus. Os ��ltimos seis preceitos

mostram o dever para com os semelhantes.

O s��bado �� um sinal entre Deus e Seu povo, para sempre. Este �� o sinal:

todos os que observam o s��bado mostram com isso serem adoradores do Deus

vivo, o Criador dos c��us e da Terra. O s��bado deve ser um sinal entre Deus e

Seu povo, evidenciando que Ele tem um povo na Terra que O serve.

"Vendo-se o povo diante dos trov��es e dos rel��mpagos, e do som da

trombeta e do monte fumegando, todos tremeram assustados. Ficaram

�� dist��ncia e disseram a Mois��s: 'Fala tu mesmo conosco, e ouviremos.

Mas que Deus n��o fale conosco, para que n��o morramos'. Mois��s disse ao

povo: 'N��o tenham medo! Deus veio prov��-los, para que o temor de Deus

esteja em voc��s e os livre de p e c a r " (��xodo 20:18-20).

"Mas o povo permaneceu �� dist��ncia, ao passo que Mois��s aproxi-

mou-se da nuvem escura em que Deus Se encontrava. O Senhor disse a

Mois��s: 'Diga o seguinte aos israelitas: Voc��s viram por si mesmos que do

c��u lhes falei" (��xodo 20:21, 22). A majestosa presen��a de Deus no Sinai,

os tremores ocasionados na terra por Sua presen��a e os tremendos trov��es

e rel��mpagos que acompanharam essa manifesta����o de Deus impressio-

naram a mente do povo. Tais foram o temor e a rever��ncia para com Sua

sagrada majestade que o povo instintivamente se afastou da terr��vel pre-

sen��a de Deus, temendo n��o poder suportar Sua resplandecente gl��ria.

O c �� d i g o e t e r n o - A lei de Deus existia antes de o ser humano ser

criado. Os anjos eram governados por ela. Satan��s caiu porque transgrediu

os princ��pios do governo de Deus. Depois que Ad��o e Eva foram criados,

Deus os fez conhecer Sua lei. Ela n��o estava escrita, mas foi exposta a eles

pelo Criador.

O s��bado do quarto mandamento foi institu��do no ��den. Ap��s fazer o

m u n d o e criar o ser humano, Deus separou o s��bado para Ele. Depois do

pecado e da queda de Ad��o, nada foi tirado da lei de Deus. Os princ��pios





31




Em busca de esperan��a

dos Dez Mandamentos existiam antes da queda e eram compat��veis com a

condi����o dos seres santos. Depois da queda, os princ��pios desses preceitos

n��o foram mudados, mas foram dados preceitos adicionais que se ajusta-

vam �� condi����o do ser humano em seu estado deca��do.

Estabeleceu-se ent��o um sistema que exigia o sacrif��cio de animais,

para conservar diante das pessoas aquilo que a serpente havia feito Eva

descrer: que a penalidade da desobedi��ncia �� a morte. A transgress��o da

lei de Deus tornou necess��rio que Cristo

morresse como sacrif��cio e, assim, abrisse

c a m i n h o para o ser h u m a n o escapar da

A norma divina

penalidade e ainda preservar a honra

existia antes de o ser

da lei de D e u s .

humano ser criado.

O sistema de sacrif��cios devia ensinar

ao ser humano a humildade, em vista

de sua condi����o deca��da, e conduzi-lo ao arrependimento e �� confian��a

somente em Deus, por meio do Redentor prometido. C o m isso, alcan��aria

perd��o de sua transgress��o da lei divina. Se a lei de Deus n��o tivesse sido

transgredida, jamais haveria a morte nem seriam necess��rios preceitos

adicionais para se ajustar �� condi����o humana deca��da.

Ad��o ensinou a seus descendentes a lei de Deus, a qual foi transmi-

tida aos fi��is atrav��s de sucessivas gera����es. A cont��nua transgress��o da lei

divina atraiu o dil��vio sobre a Terra. A lei foi preservada por No�� e sua

fam��lia, que, por viverem de forma justa, foram salvos na arca por um mila-

gre de Deus. No�� ensinou os Dez Mandamentos a seus descendentes.

Desde Ad��o, o Senhor preservou para Si um povo em cujo cora����o estava

Sua lei. Sobre Abra��o, Ele disse: "[Ele] Me obedeceu e guardou Meus pre-

ceitos, Meus mandamentos, Meus decretos e Minhas leis" (G��nesis 26:5).

O Senhor apareceu a Abra��o e declarou: "Eu sou o Deus Todo-

Poderoso; ande segundo a Minha vontade e seja ��ntegro. Estabelecerei a

Minha alian��a entre Mim e voc�� e multiplicarei muit��ssimo a sua descen-

d��ncia" (G��nesis 17:1, 2). "Estabelecerei a Minha alian��a como alian��a

eterna entre Mim e voc�� e os seus futuros descendentes, para ser o seu

Deus e o Deus dos seus descendentes" (G��nesis 17:7).

Escrita em t��buas de pedra - Para que Seu povo tivesse com-

pleta consci��ncia da lei, o pr��prio Senhor decidiu descer sobre o Sinai,

envolto em gl��ria e circundado por anjos. Assim, do modo mais sublime e

3 2



O c��digo

impressionante, Ele revelou Sua lei dos Dez Mandamentos. N��o confiou

seu ensino a ningu��m, nem mesmo aos anjos, mas proclamou Ele mesmo

Sua lei aos ouvidos de todo o povo. Ele nem mesmo a confiou �� curta mem��-

ria de um povo que era propenso a esquecer as exig��ncias, mas escreveu-a

com Seu pr��prio dedo sobre t��buas de pedra. Eles ficaram prevenidos de

toda possibilidade de misturar qualquer tradi����o aos santos preceitos, ou de

confundirem as exig��ncias divinas com as pr��ticas humanas.

Ent��o Deus Se aproximou ainda mais de Seu povo, que era bastante

predisposto a se desviar do caminho. Ele n��o quis deix��-lo meramente

com os dez preceitos do Dec��logo. Deus ordenou que Mois��s escrevesse

ju��zos e leis, �� medida que falava, dando instru����es minuciosas quanto ao

que Ele exigia que cumprissem, e assim fossem protegidos os dez precei-

tos que havia gravado nas t��buas de pedra. Essas instru����es e exig��ncias

espec��ficas foram dadas para atrair o transgressor �� obedi��ncia �� lei moral,

a qual ele era t��o propenso a violar.

Se o povo de Deus tivesse obedecido aos princ��pios dos Dez Manda-

mentos, n��o teria sido necess��rio dar a Mois��s instru����es espec��ficas,

que ele escreveu em um livro, relativas ao dever para com Deus e de uns

para com os outros. As instru����es espec��ficas que o Senhor deu a Mois��s

quanto �� obriga����o do povo, uns para com os outros e para com o estran-

geiro, s��o os princ��pios dos Dez Mandamentos simplificados e enunciados

de maneira clara, de modo que eles n��o precisavam errar.

O Senhor instruiu Mois��s claramente quanto aos sacrif��cios cerimo-

niais, que deviam cessar por ocasi��o da morte de Cristo. O sistema de

sacrif��cios simbolizava a oferta de Jesus como um Cordeiro sem defeito.

A T E N D A D O D E S E R T O

O tabern��culo em Israel foi feito de acordo com a ordem de Deus.

O Senhor providenciou pessoas e as habilitou com aptid��es mais do que

naturais a fim de realizar esse trabalho complexo. N e m a Mois��s nem aos

artistas foi permitido planejar a forma e a arte da constru����o.

Deus mesmo idealizou o plano e o apresentou a Mois��s, com instru-

����es espec��ficas quanto a tamanho, forma e material a ser usado, e espe-

cificou cada pe��a do mobili��rio que devia ser feita. Apresentou a Mois��s

um modelo em miniatura do santu��rio celestial e lhe ordenou que fizesse

todas as coisas segundo o exemplo que lhe havia sido mostrado no monte.

33



Em busca de esperan��a

Mois��s escreveu todas as instru����es em um livro e as leu para as pessoas

mais influentes.

Ent��o, o Senhor solicitou ao povo que apresentasse uma oferta espon-

t��nea a fim de lazer o santu��rio, para que Ele habitasse no meio deles.

Foram necess��rios extensos e dispendiosos preparativos. Materiais caros

e preciosos deviam ser coletados. Mas o Senhor aceitou somente ofertas

volunt��rias. Devo����o ao trabalho de Deus e sacrif��cio de cora����o foram os

primeiros requisitos ao se preparar um lugar para Ele. Enquanto a edifica-

����o do santu��rio era realizada e o povo apresentava suas ofertas a Mois��s, e

este as levava aos art��fices, todos os s��bios que trabalhavam na obra exami-

naram as ofertas e conclu��ram que o povo tinha ofertado o suficiente, e at��

mais do que podia ser usado. Mois��s proclamou atrav��s do acampamento:

"Nenhum homem ou mulher dever�� fazer mais nada para ser oferecido ao

santu��rio. Assim, o povo foi impedido de trazer mais'' (��xodo 36:6).

Um edif��cio para Deus encontrar Seu povo deve ser planejado cuida-

dosamente. Deve ser confort��vel, limpo e funcional, pois �� para ser dedi-

cado e apresentado a Deus. O Senhor �� convidado a habitar nessa casa

e torn��-la sagrada com Sua santa presen��a. Deve-se ofertar ao Senhor o

suficiente e de forma volunt��ria a fim de que liberalmente se conclua o

trabalho, e ent��o os construtores possam dizer: "N��o tragam mais ofertas."

De a c o r d o c o m o m o d e l o - Depois que a constru����o do tabern��culo

foi completada, Mois��s examinou todo o trabalho. Ele o comparou com o

modelo e com as instru����es recebidas de Deus e viu que tudo estava de

acordo com o que lhe havia sido mostrado. Ent��o, aben��oou o povo.

Deus deu o modelo da arca a Mois��s, junto com instru����es especiais

sobre como devia ser feita. A arca era para conter as t��buas de pedra, nas

quais Deus havia gravado, com Seu pr��prio dedo, os Dez Mandamentos.

Tinha a forma semelhante �� de um ba�� e estava revestida de ouro puro por

dentro e por fora. Era ornamentada com uma esp��cie de coroa de ouro ao

redor da parte superior.

A cobertura dessa caixa sagrada era o propiciat��rio, feito de ouro

maci��o. De cada lado do propiciat��rio, estava erguido um querubim tam-

b��m de ouro puro e maci��o. Suas faces estavam voltadas uma na dire����o

da outra, e olhavam reverentemente para baixo na dire����o do propiciat��-

rio. Eles representavam os anjos celestiais olhando com interesse e reve-

r��ncia para a lei de Deus depositada na arca no santu��rio celestial.

3 4

O c��digo

Esses querubins tinham asas. Uma asa de cada anjo estendia-se para o

alto, enquanto a outra asa de ambos cobria seu corpo. A arca do santu��rio

terrestre era uma r��plica da verdadeira arca no C��u. L��, ao lado da arca

celestial, permanecem anjos vivos, um em cada extremidade, e cada um

deles, com uma asa estendida para o alto, cobre o propiciat��rio, enquanto

a outra asa se dobra sobre o corpo, em sinal de rever��ncia e humildade.

Foi requerido de Mois��s que colocasse as t��buas de pedra na arca do

santu��rio terrestre. Foram chamadas t��buas do testemunho; e a arca foi

chamada a arca do testemunho, porque continha o testemunho de Deus

nos Dez Mandamentos.

D o i s c o m p a r t i m e n t o s - O tabern��culo era composto de dois espa-

��os, separados por uma cortina ou v��u. Todo o mobili��rio era feito de ouro

maci��o ou recoberto de ouro. As cortinas tinham uma variedade de cores

formando uma bel��ssima combina����o. Nessas cortinas foram bordados,

com fios de ouro e prata, querubins que deviam representar o ex��rcito

angelical, ligado ao trabalho do santu��rio do C��u, composto por anjos que

ministram aos santos na Terra.

Atr��s do segundo v��u estava a arca do testemunho, e uma cortina bela

e valiosa estendia-se diante da arca sagrada. Essa cortina n��o alcan��ava a

parte superior do tabern��culo. A gl��ria de Deus, que estava sobre o pro-

piciat��rio, podia ser vista de ambos os compartimentos, mas do primeiro

em menor grau.

Diante da arca, mas separado por uma cortina, estava o altar de incenso,

revestido de ouro. O fogo sobre esse altar havia sido aceso pelo pr��prio

Senhor. Era mantido de forma solene e alimentado com santo incenso,

o qual enchia o santu��rio com uma fuma��a perfumada, dia e noite. Essa

fragr��ncia se estendia por quil��metros ao redor do tabern��culo.

Q u a n d o oferecia o incenso diante do Senhor, o sacerdote olhava

para o propiciat��rio. Muito embora n��o p u d e s s e v��-lo, sabia q u e estava

ali; e, e n q u a n t o a fuma��a do incenso subia, a gl��ria do Senhor descia

sobre o propiciat��rio e enchia o lugar sant��ssimo. Era vis��vel no lugar

santo e f r e q u e n t e m e n t e enchia ambos os c o m p a r t i m e n t o s , de m o d o

q u e o sacerdote se via impedido de oficiar e obrigado a p e r m a n e c e r ��

porta do tabern��culo.

O sacerdote, no lugar santo, dirigindo pela f�� sua ora����o ao propicia-

t��rio, o qual n��o podia ver, representava o povo de Deus erguendo suas





35




Em busca de esperan��a

ora����es a Cristo diante do propiciat��rio no santu��rio celestial. Eles n��o

veem seu Mediador com os olhos f��sicos, mas, com os olhos da f��, con-

templam Cristo diante do propiciat��rio. Dirigem a Ele suas ora����es e confian-

temente reivindicam os benef��cios de Sua media����o.

Esses compartimentos sagrados n��o possu��am janelas para receber luz.

O casti��al, feito do mais puro ouro, era conservado aceso noite e dia, e

proporcionava luz a ambos os espa��os. A luz das l��mpadas do casti��al

refletia sobre as t��buas revestidas de ouro em ambos os lados do taber-

n��culo, sobre os sagrados m��veis e sobre as cortinas de belas cores com

querubins bordados com fios de ouro e prata. O cen��rio era glorioso e

indescrit��vel.

N e n h u m a linguagem consegue descrever a beleza, o encanto e o

esplendor sagrado que esses compartimentos apresentavam. O ouro do

santu��rio refletia as cores das cortinas, semelhantes ��s diferentes cores

do arco-��ris.

Somente uma vez por ano, o sumo sacerdote podia entrar no lugar san-

t��ssimo, depois de um preparo bastante cuidadoso e solene. N e n h u m olho

h u m a n o , exceto o do sumo sacerdote, podia ver a grandeza sagrada desse

compartimento, porque era o lugar especial de habita����o da gl��ria vis��vel

de Deus. O sumo sacerdote sempre entrava ali com profunda rever��ncia,

enquanto o povo aguardava seu retorno com sil��ncio solene. Seu desejo

mais fervoroso era que Deus os aben��oasse.

Diante do propiciat��rio, Deus Se comunicava com o sumo sacerdote.

Se ele permanecia no sant��ssimo mais tempo do que o normal, o povo

ficava, muitas vezes, tomado de pavor, temendo que, por causa de seus

pecados ou algum pecado do sacerdote, a gl��ria do Senhor o tivesse fulmi-

nado. Mas, quando o som das campainhas de suas vestes era ouvido, eles

ficavam bastante aliviados. Ent��o ele sa��a e aben��oava o povo.

Depois que o trabalho do tabern��culo foi conclu��do, "a nuvem cobriu a

tenda da congrega����o, e a gl��ria do Senhor encheu o tabern��culo. Mois��s

n��o podia entrar na tenda da congrega����o, porquanto a nuvem ficava

sobre ela, e a gl��ria do Senhor enchia o tabern��culo" (��xodo 40:34, 35).

Pois "a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabern��culo, e o fogo estava

de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as

suas jornadas" (��xodo 40:38).

O tabern��culo tinha sido constru��do de modo que pudesse ser des-

montado e levado com os israelitas em todas as suas viagens.

36



cap��tulo

0 libertador 6

Chegou o tempo em que Cristo devia assumir a natureza humana,

humilhar-Se como homem e sofrer as tenta����es de Satan��s.

Seu nascimento foi destitu��do de grandeza mundana. Ele nasceu em

um est��bulo e teve por ber��o uma manjedoura. No entanto, o nascimento de

Jesus recebeu muito mais honras do que o de qualquer dos seres humanos.

Anjos celestiais informaram os pastores sobre o acontecimento, e a luz

e a gl��ria de Deus acompanharam esse testemunho. O ex��rcito celestial

tocou harpas e glorificou a Deus. Triunfantemente se anunciou a vinda do

Filho de Deus a um m u n d o ca��do, a fim de cumprir a obra da reden����o e

trazer paz, felicidade e vida eterna ao ser humano, por meio de Sua morte.

Deus honrou a chegada de Seu Filho, e os anjos O adoraram.

O b a t i s m o ��� Anjos de Deus pairaram tamb��m sobre a cena de Seu

batismo; o Esp��rito Santo desceu sob a forma de uma pomba e resplan-

deceu sobre Ele. Estando o povo grandemente admirado, com os olhos

fixos em Jesus, ouviu-se do C �� u a voz do Pai, dizendo: "Tu ��s o Meu Filho

amado; em Ti Me agrado" (Marcos 1:11).

Jo��o n��o sabia que era o Salvador que tinha ido para ser batizado por

ele no Jord��o. No entanto, o Senhor lhe havia prometido um sinal pelo

qual conheceria o Cordeiro de Deus. O sinal foi dado ao pousar sobre

Jesus a pomba celestial, e a gl��ria de Deus resplandeceu ao redor dEle.

Jo��o estendeu a m��o, apontando para Jesus, e exclamou em alta voz: "Eis

o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do m u n d o " (Jo��o 1:29).

A t e n t a �� �� o - Depois do batismo no Jord��o, Jesus foi levado pelo

Esp��rito ao deserto para ser tentado pelo diabo. O Esp��rito Santo O havia

preparado para aquele momento espec��fico de duras tenta����es. Durante

40 dias, Jesus foi tentado por Satan��s, e nesses dias n��o comeu nada.

Tudo ao redor dEle era desagrad��vel e repulsivo. Ele estava diante de ani-

mais selvagens e do diabo, em um lugar desolado e solit��rio. O Filho de

37



Em busca de esperan��a

Deus ficou p��lido e enfraquecido pelo jejum e pelo sofrimento. Seu cami-

nho, por��m, estava tra��ado, e Ele deveria cumprir a obra que viera fazer.

Satan��s tirou vantagens dos sofrimentos do Filho de Deus e preparou-se

para assedi��-Lo com m��ltiplas tenta����es. Esperava obter vit��ria sobre

Ele, porque havia Se humilhado como um homem. Satan��s surgiu com

a seguinte tenta����o: "Se ��s o Filho de Deus, manda que estas pedras se

transformem em p��es" (Mateus 4:3). Ele tentou convencer Jesus a provar

que era o Messias, exercendo Seu poder

divino. Jesus, de maneira branda, respon-

deu: "Est�� escrito: 'Nem s�� de p��o viver�� o

Cristo �� o exemplo

homem, mas de toda palavra que procede

para todos os crist��os.

da boca de D e u s " (Mateus 4:4).

O inimigo queria discutir com Jesus

a respeito do rato de Ele ser o Filho de Deus. Fez men����o �� Sua condi����o

fraca e sofredora e, orgulhosamente, afirmou ser mais forte do que Jesus.

No entanto, as palavras vindas do C �� u : "Tu ��s o M e u Filho amado; em Ti

Me agrado" (Lucas 3:22) foram suficientes para confortar Jesus em meio

a todos os sofrimentos. Cristo n��o precisava fazer nada para convencer

Satan��s quanto a Seu poder ou a ser o Salvador do m u n d o . O diabo tinha

prova suficiente da posi����o elevada e da autoridade do Filho de Deus.

A indisposi����o em se render �� autoridade de Cristo o havia exclu��do do

C �� u .

Para manifestar seu poder, Satan��s levou Jesus a Jerusal��m e O colo-

cou na parte mais alta do templo. Queria que Cristo provasse ser o Filho

de Deus, lan��ando-Se abaixo daquela vertiginosa altura. O inimigo usou

palavras da inspira����o: "Porque est�� escrito: Aos Seus anjos ordenar�� a

Teu respeito que Te guardem; e: Eles Te suster��o nas Suas m��os, para

n��o trope��ares nalguma pedra" (Lucas 4:10, 11). Jesus, respondendo-lhe,

disse: "Dito est��: 'N��o ponha �� prova o Senhor, o seu Deus"' (Lucas 4:12).

Satan��s queria que Jesus abusasse da miseric��rdia do Pai e arriscasse

a vida antes do cumprimento de Sua miss��o. Ele esperava que o plano da

salva����o fracassasse; mas esse plano estava muito bem estabelecido para

que fosse arruinado ou prejudicado.

Cristo �� o exemplo para todos os crist��os. Q u a n d o eles s��o tentados ou

seus direitos s��o discutidos, devem suportar isso pacientemente.

Os servos de Cristo n��o devem achar que t��m direito de apelar para o

Senhor a fim de ostentar Seu poder em obter vit��ria sobre seus inimigos,

38



O libertador

a menos que Deus seja diretamente honrado e glorificado por meio disso. Se

Jesus tivesse Se jogado de cima do templo, n��o teria glorificado o Pai, pois

ningu��m teria testemunhado esse ato a n��o ser Satan��s e os anjos de Deus.

Al��m disso, exibir poder ao pior advers��rio teria sido tentar ao Senhor. Isso

teria sido ceder ��quele que Jesus viera para vencer.

Em seguida, "o diabo O levou a um lugar alto e mostrou-Lhe num relance

todos os reinos do mundo. E Lhe disse: 'Eu Te darei toda a autoridade sobre

eles e todo o seu esplendor, porque me foram dados e posso d��-los a quem

eu quiser. Ent��o, se me adorares, tudo ser�� Teu.' Jesus respondeu: 'Est��

escrito: Adore o Senhor, o seu Deus, e s�� a Ele preste culto'" (Lucas 4:5-8).

Satan��s apresentou diante de Jesus os reinos do mundo da forma mais

atrativa. Se Cristo o adorasse ali, o diabo estaria disposto a renunciar ��s

suas pretens��es de dominar a Terra.

Se o plano da salva����o fosse executado e Jesus morresse para redimir

o ser h u m a n o . Satan��s sabia que seu poder se tornaria limitado e, por fim,

seria tirado, e que ele seria destru��do. Portanto, era seu plano premedi-

tado impedir, se poss��vel, o cumprimento da grande obra que o Filho de

Deus havia iniciado. Se o plano da reden����o humana falhasse, Satan��s

conservaria o reino que reivindicava. Ele se vangloriava de que, se fosse

bem-sucedido, reinaria em oposi����o ao Deus do C �� u .

Satan��s se alegrou ao ver Jesus depondo o poder e a gl��ria quando

deixou o C��u. Achava que o Filho de Deus estaria ent��o sob seu poder.

A tenta����o foi acolhida t��o facilmente por Ad��o e Eva no ��den que ele

esperava, com seu poder e engano sat��nicos, derrotar at�� o Filho de Deus,

salvando por esse meio a pr��pria vida, bem como seu reino. Se ele pudesse

levar Jesus a Se afastar da vontade do Pai, seu objetivo estaria alcan��ado.

No entanto, Jesus confrontou o tentador com a repreens��o: "Retire-se,

Satan��s" (Mateus 4:10). Ele Se curvaria unicamente diante de Seu Pai.

Satan��s considerava como seu o reino da Terra e insinuou a Jesus que

todos os Seus sofrimentos poderiam ser evitados. Disse que Ele n��o preci-

sava morrer para obter os reinos deste m u n d o e que, se o adorasse, poderia

ter todas as posses da Terra e a gl��ria de reinar sobre elas.

No entanto, Jesus permaneceu firme. Sabia que viria o tempo em que

Ele, por Sua pr��pria vida, resgataria de Satan��s o reino e que, depois de

algum tempo, tudo no C �� u e na Terra se submeteria a Ele. Preferiu a vida

de sofrimento e a terr��vel morte como o caminho indicado pelo Pai, a fim

de tornar-Se o leg��timo herdeiro dos reinos da Terra e t��-los em Suas m��os





3 9




Em busca de esperan��a

como uma posse eterna. Satan��s tamb��m ser�� entregue para ser destru��do

pela morte, para nunca mais perturbar Jesus nem os santos na gl��ria.

Aliviando o s o f r i m e n t o - Jesus iniciou Sua obra quebrando o poder

de Satan��s sobre os que sofriam. Restabeleceu a sa��de dos doentes, deu

vista aos cegos e curou os deficientes f��sicos, fazendo-os saltar de alegria e

glorificar a Deus. Restaurou a sa��de dos que estavam enfermos e presos,

por muitos anos, pelo cruel poder de Satan��s. Com palavras cheias de

gra��a, Ele animou os fracos, indecisos e desanimados.

Os fr��geis e sofredores, que Satan��s mantinha com triunfo, Jesus arran-

cou de suas garras, dando-lhes vigor f��sico e grande alegria e felicidade.

Ressuscitou mortos, e estes glorificaram a Deus pela poderosa manifesta����o

de Seu poder. Ele atuou de maneira poderosa em favor de todos os que criam.

A vida de Cristo estava repleta de palavras e atos de bondade, com-

paix��o e amor. Estava sempre atento para escutar e aliviar as mis��rias

daqueles que iam at�� Ele. No corpo restaurado �� sa��de, multid��es leva-

vam a evid��ncia de Seu poder divino. No entanto, depois que a obra era

cumprida, muitos se envergonhavam do humilde mas poderoso Mestre.

Como as autoridades n��o criam em Jesus, o povo n��o estava disposto a

aceit��-Lo. Ele foi um Homem de dores e experimentado no sofrimento. Os

pecadores n��o suportariam ser governados por Sua vida s��bria e abnegada.

Desejavam desfrutar a honra que o mundo confere. Entretanto, muitos

seguiam o Filho de Deus e escutavam Suas instru����es, deleitando-se com as

palavras que t��o graciosamente sa��am de Sua boca. As palavras de Jesus eram

repletas de significado e t��o claras que os mais simples podiam compreender.

O p o s i �� �� o p e r s i s t e n t e - Satan��s e seus anjos cegaram os olhos e obs-

cureceram o entendimento dos judeus e instigaram os l��deres do povo e

as autoridades para tirar a vida do Salvador. Foram enviados oficiais a fim

de conduzir Jesus at�� os l��deres. Contudo, ao chegarem perto de onde Ele

estava, ficaram perplexos. Viram Jesus, cheio de empatia e compaix��o,

enquanto aliviava a afli����o das pessoas. Ouviram Cristo falar com amor

e ternura aos fracos e aflitos, animando-os. Testemunharam Sua autori-

dade ao repreender o poder de Satan��s e libertar seus cativos. Ouviram

as palavras de sabedoria que sa��am de Sua boca e se deixaram cativar por

elas. Assim, n��o conseguiram captur��-Lo. Ent��o, voltaram aos sacerdotes

e anci��os, sem Jesus.

4 0



O libertador

Q u a n d o interrogados: "Por que voc��s n��o O trouxeram?", relataram o

que haviam testemunhado de Seus milagres e as santas palavras de sabe-

doria, amor e conhecimento que tinham ouvido, e disseram: "Ningu��m

jamais falou da maneira como esse Homem fala" (Jo��o 7:45, 46).

Os chefes dos sacerdotes os acusaram de ser tamb��m enganados, e alguns

dos oficiais ficaram envergonhados de n��o O haverem prendido. Os sacerdo-

tes questionaram, de maneira desdenhosa, se alguma das autoridades havia

crido nEle. Muitos dos ju��zes e anci��os creram em Jesus, mas o maligno os

impedia de confessar isso. Temiam a censura do povo mais do que a Deus.

Apesar disso, a ast��cia e o ��dio de Satan��s n��o tinham destru��do o plano

da salva����o. O tempo para o cumprimento do objetivo pelo qual Jesus veio

ao mundo estava se aproximando. Satan��s e seus anjos se reuniram e deci-

diram inspirar a pr��pria na����o de Cristo a clamar impetuosamente por Seu

sangue, acumulando sobre Ele crueldade e esc��rnio. Esperavam que Jesus

Se ressentisse desse tratamento e deixasse de manter humildade e mansid��o.

Enquanto o diabo formulava seus planos, Jesus revelava cuidadosa-

mente aos disc��pulos os sofrimentos pelos quais deveria passar, a saber, que

Ele seria crucificado e ressuscitaria no terceiro dia. No entanto, pareciam

estar cegos e n��o compreendiam o que Ele lhes dizia.

A C R U C I F I X �� O

Cristo, o precioso Filho de Deus, foi levado e entregue ao povo para ser

crucificado. Os disc��pulos e os crentes das regi��es vizinhas se uniram �� mul-

tid��o que seguia o Mestre ao Calv��rio. A m��e de Jesus tamb��m estava ali,

amparada por Jo��o, o disc��pulo amado. Seu cora����o estava partido por uma

ang��stia indescrit��vel. No entanto, juntamente com os disc��pulos, ela espe-

rava que a dolorosa cena mudasse, que Jesus declarasse Seu poder e aparecesse

diante de Seus inimigos como o Filho de Deus. Ent��o, seu cora����o materno se

afligiu novamente quando ela relembrou as palavras com as quais Ele fizera

uma breve refer��ncia ��s coisas que estavam acontecendo naquele dia.

Jesus mal tinha passado o port��o da casa de Pilatos quando a cruz pre-

parada para Barrab��s foi posta sobre Seus ombros feridos e ensanguenta-

dos. Foram colocadas tamb��m cruzes sobre os companheiros de Barrab��s,

que deviam sofrer a morte junto com Jesus. O Salvador havia conduzido

Seu fardo s�� por uns poucos passos quando, devido �� perda de sangue e

excessiva fraqueza e dor, caiu desmaiado ao ch��o.





41




Em busca de esperan��a

Quando Jesus voltou a Si, a cruz foi novamente colocada sobre Seus

ombros e Ele foi for��ado a avan��ar.

P r e g a d o na cruz - Chegando ao lugar da execu����o, os condena-

dos foram amarrados ao instrumento de tortura. Enquanto os dois ladr��es

lutaram com as m��os dos que os colocavam na cruz, Cristo n��o ofere-

ceu resist��ncia alguma. A m��e de Jesus olhava com ang��stia e incerteza,

esperando que Ele realizasse um milagre para Se salvar. Viu Suas m��os

estendidas sobre a cruz ��� aquelas bondosas m��os que sempre tinham

concedido b��n����os e se estendido muitas vezes para curar os sofredores.

Ent��o foram pegos o martelo e os pregos. Ao serem estes cravados em Sua

carne e fixados na cruz, os disc��pulos, com o cora����o quebrantado, leva-

ram da cena cruel o corpo desmaiado da m��e de Jesus.

Cristo n��o fez uma queixa sequer. Seu rosto permaneceu calmo e

sereno, mas grandes gotas de suor estavam em Sua fronte. N��o houve

uma piedosa m��o para enxugar o suor da morte de Sua face, n e m palavras

de compaix��o e fidelidade inabal��vel para confortar Seu cora����o humano.

Ele estava pisando sozinho o lagar. Entre todas as pessoas ali, n��o havia

n e n h u m a com Ele.

Enquanto os soldados executavam a terr��vel obra, na mais intensa agonia

Jesus orava por Seus inimigos: "Pai, perdoa-lhes, porque n��o sabem o que

fazem" (Lucas 23:34). Aquela ora����o de Cristo pelos inimigos abrangia o

mundo inteiro, envolvendo cada pecador que viveria, at�� o fim dos tempos.

Depois de Jesus ser pregado na cruz, esta foi erguida por v��rios homens

fortes e lan��ada com grande viol��ncia no lugar preparado para ela, cau-

sando a mais intensa dor ao Filho de Deus. Ent��o uma cena terr��vel ocor-

reu. Sacerdotes, autoridades e escribas esqueceram a dignidade de seu

sagrado of��cio e se uniram �� multid��o em zombar e ridicularizar o agoni-

zante Filho de Deus. dizendo: "Se Tu ��s o Rei dos Judeus, salva-Te a Ti

mesmo'' (Lucas 23:37). Alguns, em tom jocoso, repetiam entre si: "Salvou

os outros, e n��o pode salvar-Se a Si mesmo" (Marcos 15:31). Os dignit��-

rios do templo, os rudes soldados, o infeliz ladr��o na cruz e os cru��is entre

a multid��o - todos se uniram nos insultos a Cristo.

Os ladr��es crucificados com Jesus sofriam a mesma tortura f��sica.

Entretanto, um deles, por causa do sofrimento, tornou-se mais insens��-

vel e desesperado. Juntou-se �� zombaria dos sacerdotes e insultou Jesus,

dizendo: "Se Tu ��s o Cristo, salva-Te a Ti mesmo, e a n��s" (Lucas 23:39).

4 2



O libertador

O outro criminoso n��o ficou indiferente. Quando ouviu as palavras de seu

companheiro de crime, ele o repreendeu, dizendo: "Voc�� n��o teme a Deus,

nem estando sob a mesma senten��a? N��s estamos sendo punidos com justi��a,

porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este Homem

n��o cometeu nenhum mal" (Lucas 23:40, 41). Ent��o, quando seu cora����o se

voltou para Cristo, uma luz celestial iluminou sua mente. Naquele Jesus, ferido,

zombado e pendurado na cruz, ele viu o Redentor, sua ��nica esperan��a, e a Ele

apelou com humildade e f��: "Senhor lembra-Te de mim, quando vieres no Teu

reino. E Jesus lhe disse: Na verdade te digo hoje, que estar��s comigo no Para��so"

(Lucas 23:42, 43, Vers��o Trinit��ria).

Com espanto, os anjos contemplavam o infinito amor de Cristo, que,

sofrendo a mais intensa agonia f��sica e mental, pensava somente nos

outros e encorajava o cora����o arrependido a crer. Enquanto derramava a

pr��pria vida na morte, Ele exerceu pelo ser humano um amor mais forte

do que a morte. Muitos dos que testemunharam essas cenas no Calv��rio

foram por elas, posteriormente, firmados na f�� em Cristo.

Os inimigos de Jesus aguardavam Sua morte com uma expectativa

impaciente. Imaginavam que esse acontecimento apagaria para sempre os

rumores de Seu poder divino e as maravilhas de Seus milagres. Gabavam-se

de que n��o teriam mais que tremer por causa de Sua influ��ncia. Os solda-

dos cru��is que haviam pregado o corpo de Jesus na cruz dividiram entre

eles Suas vestes, disputando uma pe��a, que era uma t��nica sem costura.

Finalmente, decidiram o assunto lan��ando sortes.

O autor inspirado descreveu essa cena com detalhes, centenas de anos

antes de ela ocorrer: "C��es Me rodearam! Um bando de homens maus Me

cercou! Perfuraram Minhas m��os e Meus p��s. [...] Dividiram as Minhas

roupas entre si, e lan��aram sortes pelas Minhas vestes" (Salmos 22:16, 18).

A miss��o da vida terrena de Cristo estava ent��o quase cumprida. Sua l��n-

gua estava ressecada, e Ele disse: "Tenho sede" (Jo��o 19:28). Encharcaram

uma esponja com vinagre e fel e ofereceram a Ele para beber. Mas, quando

a provou, recusou-a. O Senhor da vida e da gl��ria estava morrendo como

resgate pela ra��a humana. Foi o senso do pecado, trazendo a ira do Pai sobre

Si como substituto dos seres humanos, que tornou t��o amargo o c��lice que

Jesus bebeu, o qual quebrantou o cora����o do Filho de Deus.

Cristo foi feito s u b s t i t u t o e p e n h o r do pecador, e a iniquidade

h u m a n a foi posta sobre Ele. Foi contado c o m o transgressor a fim

de redimir os seres h u m a n o s da maldi����o da lei. A culpa de cada

4 3



Em busca de esperan��a

d e s c e n d e n t e de Ad��o em todos os s��culos pesava sobre Seu cora����o;

e a ira de D e u s e a terr��vel manifesta����o de Seu desagrado por causa

da iniquidade e n c h e r a m de c o n s t e r n a �� �� o a m e n t e de Seu Filho. Nessa

hora de intensa ang��stia, o afastamento do s e m b l a n t e divino feriu o

cora����o do Salvador, c a u s a n d o u m a dor que n u n c a poder�� ser bem

c o m p r e e n d i d a pelo ser h u m a n o .

Toda dor suportada pelo Filho de Deus sobre a cruz, as gotas de san-

gue que corriam de Sua fronte, das m��os e dos p��s, as convuls��es de

agonia que sacudiam Seu corpo e a indescrit��vel ang��stia que enchia Sua

alma quando o Pai ocultou dEle a face falam ao ser humano, dizendo: "Foi

por amor a voc�� que o Filho de Deus consentiu em levar sobre Si esses

odiosos crimes; por voc��, Ele rompeu o dom��nio da morte e abriu os por-

t��es do Para��so e da vida imortal."

Aquele que, por Sua Palavra, acalmou as ondas revoltas e andou sobre

as ��guas agitadas, que fez dem��nios tremerem e a doen��a fugir a Seu toque,

que chamou os mortos �� vida e abriu os olhos dos cegos ofereceu a Si mesmo

sobre a cruz como o ��ltimo sacrif��cio pelo ser humano. Ele, o portador dos

pecados, suportou uma puni����o judicial pela iniquidade e tornou-Se Ele

mesmo pecado, em favor do homem.

Satan��s, com suas tenta����es cru��is, torturava o cora����o de Jesus.

O pecado, t��o odioso �� Sua vista, foi acumulado sobre Jesus at�� que Ele

sucumbiu sob seu peso. N��o �� de admirar q u e Sua natureza h u m a n a

tenha vacilado nessa hora terr��vel. C o m espanto, os anjos presenciaram

a agonia desesperada do Filho de Deus, muito maior que a dor f��sica,

que quase n��o era sentida por Ele. Os anjos do C �� u cobriram o rosto

para n��o ver as cenas terr��veis.

A natureza inanimada parecia sofrer diante do que ocorria com seu

Criador, que morria de forma t��o ultrajante. O Sol recusou iluminar

a cena espantosa. Seus raios fortes e brilhantes clareavam a Terra ao

meio-dia, quando, de r e p e n t e , escureceram. Completa escurid��o, como

um manto de morte, envolveu a cruz e seus arredores. As trevas perma-

neceram por tr��s horas. Por volta das tr��s da tarde, a terr��vel escurid��o

se afastou de sobre o povo, mas como um manto continuou a envolver

o Salvador. Os rel��mpagos furiosos pareciam ser lan��ados sobre Ele,

e n q u a n t o estava suspenso na cruz. Ent��o "Jesus bradou em alta voz:

'Elo��, Elo��, lam�� sabact��ni?', que significa 'Meu Deus! M e u Deus! Por

que Me abandonaste?"' (Marcos 15:34).

4 4



O libertador

"Est�� c o n s u m a d o " - Em sil��ncio, o povo aguardava o fim da terr��vel

cena. Outra vez o Sol brilhou, mas a cruz continuava circundada de trevas.

De repente, a sombra ergueu-se de sobre a cruz; e, em tons claros, como

de trombeta, que pareciam ressoar por toda a cria����o, Jesus bradou: "Est��

consumado!" (Jo��o 19:30). "Pai, nas Tuas m��os entrego o Meu esp��rito"

(Lucas 23:46). Uma luz envolveu a cruz, e a face do Salvador brilhou com

uma gl��ria semelhante �� do Sol. Baixando ent��o a cabe��a sobre o peito,

deu o ��ltimo suspiro.

No momento em que Cristo morreu, havia sacerdotes ministrando

no templo diante do v��u que separava o lugar santo do sant��ssimo.

Subitamente eles sentiram a terra tremer sob seus p��s; e o v��u do templo,

uma forte e valiosa cortina renovada anualmente, foi rasgado em dois, de

cima a baixo pela mesma m��o misteriosa que escreveu as palavras de con-

dena����o nas paredes do pal��cio de Bels��zar.

Jesus n��o entregou a vida at�� ter cumprido a obra que viera realizar.

Ele exclamou em Seu ��ltimo suspiro: "Est�� consumado!" (Jo��o 19:30).

Os anjos se alegraram quando essas palavras foram proferidas, pois o

grande plano da reden����o estava sendo concretizado de maneira triun-

fante. Houve alegria no C �� u , pois os filhos de Ad��o, a partir daquele

momento, poderiam, mediante uma vida de obedi��ncia, por fim ser ele-

vados �� presen��a de Deus. Satan��s foi derrotado e sabia que seu reino

estava perdido.

O s e p u l t a m e n t o - Jo��o estava ansioso para saber que medidas tomar

em rela����o ao corpo de seu querido Mestre. Estremeceu ao pensar que

seria tocado por soldados brutos e insens��veis e colocado em uma sepul-

tura desonrosa. Sabia que n��o podia obter n e n h u m favor das autorida-

des judaicas e esperava pouco de Pilatos. No entanto, Jos�� e Nicodemos

tomaram a dianteira nessa emerg��ncia. Ambos eram membros do Sin��drio

e tinham liga����o com Pilatos. Sendo ricos e influentes, decidiram que o

corpo de Jesus teria um sepultamento digno.

Jos�� ousadamente foi a Pilatos e pediu-lhe o corpo do Senhor. Pilatos

ent��o deu uma ordem oficial para que fosse entregue a Jos��. Enquanto

o disc��pulo Jo��o estava aflito quanto ao corpo sagrado do amado Mestre,

Jos�� de Arimateia voltou com a ordem do governador. Nicodemos, ante-

cipando o resultado da conversa de Jos�� com Pilatos, chegou com uma

mistura muito cara de mirra e alo��s, de cerca de 35 quilos. A pessoa mais

4 5



Em busca de esperan��a

honrada em Jerusal��m, n��o se poderia demonstrar mais respeito na hora

da morte.

De forma delicada e reverente, eles removeram com as pr��prias m��os o

corpo de Jesus do instrumento de tortura. Derramavam l��grimas de com-

paix��o ao contemplarem Seu corpo ferido e desfigurado, que cuidadosa-

mente banharam e limparam das marcas de sangue. Jos�� tinha um sepulcro

novo, talhado em uma rocha, que estava reservado para si mesmo; ficava

pr��ximo ao Calv��rio, e ele preparou seu sepulcro para Jesus.

Com as especiarias levadas por Nicodemos, o precioso corpo foi cuidado-

samente envolto em um len��ol de linho, e os tr��s disc��pulos conduziram-no ao

sepulcro novo, onde homem algum jamais havia sido colocado. Eles endirei-

taram os membros lacerados e cruzaram as m��os feridas sobre o peito inerte.

As mulheres da Galileia foram ver se havia sido feito tudo o que se podia

pelo corpo sem vida do querido Mestre. Viram, ent��o, que a pedra pesada havia

sido rolada para a entrada do sepulcro, e o Salvador, deixado a repousar. As

mulheres foram as ��ltimas junto �� cruz e as ��ltimas tamb��m a deixar o sepulcro.

Embora as autoridades judaicas tivessem realizado o prop��sito diab��-

lico de matar o Filho de Deus, suas apreens��es n��o diminu��ram nem sua

inveja morreu. Misturado com a alegria da vingan��a satisfeita, havia um

temor sempre presente de que o corpo morto, repousando no sepulcro de

Jos��, pudesse voltar �� vida. Por isso, "os chefes dos sacerdotes e os fari-

seus dirigiram-se a Pilatos e disseram: Senhor, lembramos que, enquanto

ainda estava vivo, aquele impostor disse: Depois de tr��s dias ressuscitarei.'

Ordena, pois, que o sepulcro dEle seja guardado at�� o terceiro dia, para

que n��o venham os disc��pulos e, roubando o corpo, digam ao povo que

Ele ressuscitou dentre os mortos. Este ��ltimo engano ser�� pior do que o

primeiro" (Mateus 27:62-64).

Pilatos tamb��m n��o desejava que Jesus ressurgisse com poder para

punir a culpa daqueles que O haviam executado. Assim, colocou uma

escolta de soldados romanos sob o comando dos sacerdotes.

Os judeus compreendiam a vantagem de ter essa guarda nas proximi-

dades do t��mulo de Jesus. Foi colocado um selo sobre a pedra que fechava

o sepulcro para n��o ser violado sem ser percebido. Todas as precau����es

foram tomadas contra qualquer pr��tica fraudulenta dos disc��pulos em

rela����o ao corpo de Jesus. Entretanto, todos esses planos e precau����es

apenas serviram para tornar maior o ��xito da ressurrei����o e mais plena-

mente estabelecida a sua veracidade.

4 6



cap��tulo

A conquista 7

Os disc��pulos descansaram no s��bado, entristecidos pela morte do Senhor,

enquanto Jesus, o Rei da Gl��ria, jazia no t��mulo. Aproximando-se a

noite, soldados se posicionaram para guardar o lugar de repouso do

Salvador, enquanto anjos invis��veis pairavam sobre o local sagrado.

A noite passou lentamente e, enquanto ainda era escuro, os anjos vigi-

lantes sabiam que estava quase chegando a hora para o livramento do

amado Filho de Deus, seu querido Comandante.

Enquanto esperavam com a mais profunda emo����o a hora do triunfo de

Cristo, um poderoso anjo veio voando rapidamente do C��u. Seu rosto era

como o rel��mpago, e suas vestes brancas como neve. Sua luz dissipava as

trevas por onde passava e fez com que os anjos maus, que triunfantemente

reivindicavam o corpo de Jesus, fugissem com terror de seu brilho e gl��ria.

Um dos anjos do ex��rcito celestial, que havia testemunhado a cena da

humilha����o de Cristo e estivera vigiando Seu lugar de repouso, uniu-se

ao anjo vindo do C��u, e juntos desceram ao sepulcro. A terra tremeu e se

agitou quando se aproximaram, e houve um grande terremoto.

O terror se apoderou da guarda romana. Onde estava agora o seu poder

para guardar o corpo de Jesus? N��o pensaram em seu dever nem que os disc��-

pulos o pudessem roubar. Sob o resplendor da luz dos anjos, mais brilhante do

que o Sol, a guarda romana caiu como morta ao ch��o. Um dos anjos segurou

firmemente a grande pedra, rolou-a da porta do sepulcro e sentou-se sobre

ela. O outro entrou no t��mulo e desatou o pano da cabe��a de Jesus.

"Teu Pai Te chama'' - Ent��o o anjo que chegara do C �� u , com uma

voz que fez a terra tremer, bradou: "Filho de Deus, Teu Pai Te chama!

Sai!" A morte n��o mais poderia ter dom��nio sobre Ele. Jesus ressurgiu dos

mortos, como um vencedor triunfante. C o m solene temor, os anjos con-

templaram a cena. E, ao Jesus sair do sepulcro, aqueles anjos resplande-

centes se prostraram em terra, em adora����o, e O aclamaram com c��nticos

de vit��ria e triunfo.

4 7



Em busca de esperan��a

Os anjos de Satan��s foram obrigados a fugir diante da luz brilhante e

intensa dos anjos celestiais. Eles amargamente se queixaram a seu l��der de

que a presa lhes havia sido violentamente tomada e que Aquele que tanto

odiavam havia ressuscitado dos mortos.

Satan��s e seu ex��rcito tinham se alegrado com o fato de que o poder

deles sobre o homem deca��do houvesse feito com que o Senhor da vida

fosse posto no t��mulo. No entanto, esse triunfo infernal durou pouco.

Pois, ao sair Jesus de Sua pris��o, como um majestoso vencedor, Satan��s

soube que, depois de algum tempo, ele pr��prio deveria morrer, e seu reino

passaria Aquele a quem pertencia por direito. Ele lamentou e ficou irado,

pois, apesar de todos os esfor��os, Jesus n��o fora vencido. Ao contr��rio, Ele

tinha aberto um caminho de salva����o para o ser humano, e qualquer um

que quisesse entraria nele e seria salvo.

Os anjos maus e seu c o m a n d a n t e se reuniram em conselho para con-

siderar como continuariam o trabalho contra o governo de Deus. Ent��o

Satan��s mandou seus servos irem aos chefes dos sacerdotes e anci��os,

ele Disse: "Conseguimos engan��-los, cegando seus olhos e e n d u r e c e n d o

seu cora����o contra Jesus. Fizemos com que acreditassem que Ele era

um impostor. Agora, aquela guarda romana levar�� a not��cia odiosa de que

Cristo ressuscitou. N��s levamos os sacerdotes e anci��os a odiar Jesus e

a mat��-Lo. Ent��o mostrem a eles que, caso se torne conhecido o fato

de que Cristo ressuscitou, ser��o apedrejados pelo povo por matarem um

H o m e m inocente."

O relat��rio da guarda r o m a n a - Q u a n d o o ex��rcito de anjos celes-

tiais se afastou do sepulcro e se dissiparam a luz e a gl��ria, a guarda romana

se arriscou a erguer a cabe��a e olhar ao redor. Encheram-se de espanto ao

ver que a grande pedra tinha sido rolada da entrada do sepulcro e que o

corpo de Jesus havia desaparecido. Foram apressadamente �� cidade para

contar aos sacerdotes e anci��os o que tinham visto.

Ao ouvir a impressionante not��cia, aqueles assassinos ficaram p��lidos.

Foram tomados de horror ao pensar no que haviam feito. Se a not��cia era

verdadeira, eles estavam perdidos. Por algum tempo, ficaram sentados em

sil��ncio, olhando uns para os outros, n��o sabendo o que fazer ou dizer.

Aceitar a not��cia seria condenar-se. Eles se reuniram para decidir o que

deveria ser feito. Falaram que, se a not��cia dada pela guarda circulasse entre

o povo, aqueles que mataram Cristo seriam mortos como Seus assassinos.





4 8





A conquista


Resolveram, ent��o, subornar os soldados para manter o assunto em

segredo. Os sacerdotes e anci��os lhes ofereceram uma grande soma de

dinheiro para que dissessem: "Os disc��pulos dEle vieram durante a noite e

furtaram o corpo, enquanto est��vamos dormindo (Mateus 28:13). Quando

a guarda questionou o que seria feito com eles por dormirem em seu posto,

os oficiais judeus prometeram convencer o governador em benef��cio da

seguran��a deles. Por amor ao dinheiro, a guarda romana vendeu sua honra e

concordou em seguir a recomenda����o dos sacerdotes e anci��os.

As m u l h e r e s no s e p u l c r o - Cedo, na manh�� do primeiro dia da

semana, antes que clareasse, as mulheres chegaram ao sepulcro, levando

especiarias suaves para ungir o corpo de Jesus. Notaram que a pedra

pesada tinha sido rolada da entrada do sepulcro e que o corpo de Cristo

n��o estava ali. Ficaram abatidas e temeram que seus inimigos tivessem

levado o corpo. Subitamente, elas viram dois anjos com vestes brancas e

com rosto resplandecente.

Esses seres celestiais compreenderam a inten����o das mulheres e, ime-

diatamente, lhes disseram que Jesus n��o estava ali, que havia ressuscitado,

mas que podiam ver o lugar onde havia estado. Pediram que fossem dizer aos

disc��pulos que Ele iria �� frente deles para a Galileia. Com temor e grande

alegria, as mulheres foram apressadamente at�� os entristecidos disc��pulos

e contaram a eles as coisas que tinham visto e ouvido. Os ap��stolos n��o

acreditavam que Jesus tivesse ressuscitado. Mesmo assim, juntamente com

as mulheres que tinham levado a not��cia, eles correram apressadamente

ao sepulcro. Verihcaram que Jesus n��o

estava ali. Viram as roupas de linho,

Notaram que a pedra

mas n��o conseguiam acreditar nas boas-

-novas de que Ele havia ressuscitado

pesada tinha sido

dentre os mortos. Ent��o eles voltaram

rolada da entrada do

para casa admirados com o que tinham

sepulcro e que o corpo

visto e tamb��m com a not��cia dada pelas

de Cristo n��o estava ali.

mulheres.

Maria preferiu ficar ao lado do

sepulcro, pensando no que tinha visto e

angustiada com o pensamento de que pudesse ter sido enganada. Pressentia

que momentos dif��ceis a aguardavam. Sua dor se renovou, e ela come��ou

a chorar amargamente. Abaixou-se para olhar de novo dentro do sepulcro

4 9



Em busca de esperan��a

e viu dois anjos vestidos de branco. Um estava assentado no lugar em que

estivera a cabe��a de Jesus, e o outro onde estiveram os p��s. Eles falaram a

ela com ternura e perguntaram por que chorava. Ela respondeu: "Porque

levaram o meu Senhor, e n��o sei onde O puseram" (Jo��o 20:13).

"N��o Me d e t e n h a s " - Ao sair do sepulcro, Maria viu Jesus ali perto,

em p��, mas n��o O reconheceu. Ele falou-lhe com ternura, questionando

a causa de sua tristeza e perguntando q u e m ela procurava. Supondo que

fosse o jardineiro, suplicou-lhe que, se ele tinha levado o corpo do Senhor,

lhe dissesse onde O havia posto, para que ela pudesse lev��-Lo.

Jesus falou-lhe com Sua pr��pria voz celestial, dizendo: "Maria!" (Jo��o

20:16). Ela j�� conhecia a tonalidade daquela doce voz e prontamente res-

pondeu: "Mestre!" (Jo��o 20:16). Em sua alegria, apressou-se para abra����-Lo.

Por��m, Jesus disse: "N��o Me detenhas; porque ainda n��o subi para Meu

Pai, mas vai ter com os M e u s irm��os e dize-lhes: Subo para M e u Pai e

vosso Pai, para M e u Deus e vosso Deus" (Jo��o 20:17).

Com alegria, ela correu imediatamente aos disc��pulos com as boas-novas.

Jesus rapidamente subiu ao Pai a fim de ouvir de Seus l��bios que Ele acei-

tara o sacrif��cio e para receber todo o poder no C �� u e na Terra.

Anjos, assemelhando-se a uma nuvem, rodearam o Filho de Deus e

ordenaram que os portais eternos se levantassem, para que o Rei da Gl��ria

entrasse. Enquanto estava com aquele resplandecente ex��rcito celestial,

na presen��a de Deus e cercado de gl��ria, Jesus n��o Se esqueceu dos

disc��pulos na Terra. Ele recebeu poder do pr��prio Pai a fim de voltar e

transmiti-lo a Seus seguidores. No mesmo dia, voltou e mostrou-Se a eles.

Permitiu-lhes ent��o que Lhe tocassem, pois tinha ascendido ao Pai e havia

recebido poder.

Q u a r e n t a dias ainda na Terra ��� Jesus permaneceu com os disc��pu-

los quarenta dias, proporcionando satisfa����o e alegria ao lhes revelar mais

amplamente as realidades do reino de Deus.

Ele os comissionou a dar testemunho das coisas que tinham visto e ouvido,

com rela����o a Seus sofrimentos, Sua morte e ressurrei����o. Deveriam anunciar

que Ele fizera um sacrif��cio pelo pecado e que todos que quisessem poderiam

ir a Ele e encontrar vida. Com afei����o sincera, disse-lhes que seriam persegui-

dos e enfrentariam tribula����es, mas que encontrariam al��vio, recordando-se

de Sua experi��ncia e lembrando-se de Suas palavras.

5 0



A conquista

Jesus lhes contou que tinha vencido as tenta����es de Satan��s e obtido

vit��ria por meio de prova����es e sofrimentos. O diabo n��o mais teria poder

sobre Ele, mas faria suas tenta����es reca��rem mais diretamente sobre os

disc��pulos e todos os que cressem em Seu nome. Entretanto, eles pode-

riam vencer, assim como Ele venceu.

Cristo dotou Seus seguidores de poder para fazer milagres e disse-lhes

que, embora fossem perseguidos por pessoas ��mpias, Ele enviaria os anjos,

de tempos em tempos, para livr��-los. A vida deles n��o poderia ser tirada

antes que sua miss��o fosse cumprida. Poderia ent��o ser exigido deles selar

com sangue os testemunhos que dariam.

Os disc��pulos, ansiosos e alegremente, escutaram os ensinos, absor-

vendo com avidez cada palavra que sa��a de Sua boca. Sabiam ent��o com

certeza que Ele era o Salvador do mundo. Suas palavras lhes calavam

profundamente no cora����o, e entristeciam-se de que logo teriam que se

separar de seu Mestre e n��o mais ouviriam de Seus l��bios palavras con-

fortadoras e bondosas.

Novamente o cora����o deles se encheu de amor e imensa alegria, ao

ouvirem Jesus dizer que lhes prepararia moradas, que viria outra vez e

os receberia, para que pudessem estar sempre com Ele. Prometeu tam-

b��m enviar o Consolador, o Esp��rito Santo, para gui��-los em toda verdade.

"E, levantando as Suas m��os, os aben��oou'' (Lucas 24:50).

A A S C E N S �� O

Todo o C �� u estava �� espera da hora triunfante quando Jesus ascen-

deria ao Pai. Anjos sa��ram para receber o Rei da Gl��ria e acompanh��-

Lo triunfantemente ao C��u. Depois que Cristo aben��oou os disc��pulos,

separou-Se deles e foi conduzido ��s alturas. Ao subir, a multid��o de cativos

que havia ressuscitado por ocasi��o de Sua ressurrei����o, seguiu-O. Uma

multid��o do ex��rcito celestial estava no cortejo, enquanto, no C �� u , uma

incont��vel quantidade de anjos aguardava Sua chegada.

Subindo eles para a santa cidade, os anjos que acompanhavam Jesus

clamavam: "Levantai, �� portas, as vossas cabe��as; levantai-vos, �� portais

eternos, para que entre o Rei da Gl��ria" (Salmos 24:7). Os anjos na cidade

clamavam com entusiasmo: "Quem �� o Rei da Gl��ria?" (Salmos 24:8).

Ao que os anjos do s��quito respondiam em triunfo: "O Senhor, forte e

poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas. Levantai, �� portas, as vossas

51



Em busca de esperan��a

cabe��as; levantai-vos, �� portais eternos, para que entre o Rei da Gl��ria''

(Salmos 24:8, 9). Novamente, os anjos que estavam �� espera perguntavam:

"Quem �� o Rei da Gl��ria?', e os anjos do acompanhamento respondiam

em melodiosos acordes: "O Senhor dos Ex��rcitos, Ele �� o Rei da Gl��ria"

(Salmos 24:10). Assim, o s��quito celestial entrou na cidade de Deus.

Ent��o, todo o ex��rcito do C �� u rodeou seu majestoso C o m a n d a n t e e,

com a mais profunda adora����o, prostrou-se diante dEle, lan��ando suas

coroas brilhantes a Seus p��s. Em seguida, tocaram as harpas de ouro e,

com doces e melodiosos acordes, encheram o C �� u todo com admir��vel

m��sica e c��nticos ao Cordeiro que havia sido morto, mas vivia novamente

em gl��ria e majestade.

A p r o m e s s a de retorno - Ao olharem os disc��pulos tristemente para

o C��u, a fim de ver pela ��ltima vez o Senhor que subia, dois anjos vestidos

de branco se puseram ao lado deles. E disseram: "Galileus, por que voc��s

est��o olhando para o c��u? Este mesmo Jesus, que dentre voc��s foi elevado

aos C �� u s , voltar�� da mesma forma como O viram subir" (Atos 1:11). Os

disc��pulos e a m��e de Jesus, que testemunharam a ascens��o do Filho de

Deus, passaram a noite seguinte falando a respeito de Seus atos maravi-

lhosos e dos estranhos e gloriosos fatos ocorridos em um curto intervalo

de tempo.

A ira do i n i m i g o - O advers��rio de novo se reuniu com seus anjos

e, com ��dio violento contra o governo de Deus, disse-lhes que, enquanto

ele mantivesse seu poder e autoridade na Terra, seus esfor��os deveriam

ser dez vezes mais fortes contra os seguidores de Jesus. Em nada haviam

prevalecido contra Cristo, mas deveriam derrotar Seus seguidores, se pos-

s��vel. Em todas as gera����es deveriam procurar colocar armadilhas ��queles

que cressem em Jesus. Informou-lhes que o Mestre dera aos disc��pulos

poder para repreend��-los e expuls��-los, bem como para curar os que eles

afligissem. Ent��o, os anjos de Satan��s sa��ram como le��es rugindo, procu-

rando destruir os seguidores de Cristo.

52



cap��tulo

0 afastamento 8

Quando revelou aos disc��pulos o destino de Jerusal��m e as cenas do segundo

advento, Jesus predisse tamb��m a experi��ncia de Seu povo desde o tempo

em que Ele deveria deix��-los at�� a Sua volta em poder e gl��ria para a liber-

ta����o deles. Do Monte das Oliveiras, o Salvador contemplou as tempestades

prestes a desabar sobre a igreja apost��lica. E, avan��ando mais longe no tempo,

Seus olhos contemplaram as terr��veis e devastadoras tormentas que desabariam

sobre Seus seguidores nos futuros s��culos de trevas e persegui����o.

Em poucas e breves declara����es de tremendo significado, Cristo pre-

disse o que os governadores deste m u n d o haveriam de impor �� igreja de

Deus. Os disc��pulos de Cristo deveriam trilhar o mesmo caminho de

humilha����o, desprezo e sofrimento sobre o qual seu Mestre havia andado.

A inimizade que irrompera contra o Redentor do m u n d o se manifestaria

contra todos os que cressem em Seu nome.

A hist��ria da igreja apost��lica testificou o cumprimento das palavras do

Salvador. Os poderes da Terra e do inferno se arregimentaram contra Cristo na

pessoa de Seus seguidores. Os pag��os previam que, se o evangelho triunfasse,

seus templos e altares desapareceriam. Assim, convocaram suas for��as para

destruir o cristianismo. As chamas da persegui����o foram acesas. Os crist��os

eram destitu��dos de suas posses e expulsos de suas casas. Suportaram "grande

luta e sofrimentos'' (Hebreus 10:32). Eles "experimentaram esc��rnios e a��oi-

tes, e at�� cadeias e pris��es" (Hebreus 11:36). Grande n��mero deles selou seu

testemunho com o pr��prio sangue. Nobres e escravos, ricos e pobres, s��bios e

incultos foram de igual modo mortos sem miseric��rdia.

Os esfor��os de Satan��s para destruir violentamente a igreja de Cristo

foram em v��o. O grande conflito em que os disc��pulos de Jesus rendiam

a vida n��o cessava quando esses fi��is soldados tombavam em seus postos.

Com a derrota, eles venciam. Os obreiros de Deus eram mortos, mas a

Sua obra ia avante com firmeza. O evangelho continuava a se espalhar,

e o n��mero de seus adeptos s�� aumentava. Alcan��ou regi��es que eram

inacess��veis, mesmo ��s ��guias romanas.

53





Em busca de esperan��a

Um crist��o, discutindo com os governadores incr��dulos que fomentavam

a persegui����o, disse: Voc��s podem "nos matar, nos torturar; podem nos con-

denar. [...] Sua injusti��a �� prova de que somos inocentes. (...] Nem mesmo

sua crueldade [...] servir�� para alguma coisa". Isso foi apenas um convite mais

forte para atrair outros �� sua f��. "Quanto mais somos ceifados por voc��s, tanto

mais crescemos em n��mero. O sangue dos crist��os �� semente."1

Milhares eram aprisionados e mortos, mas outros surgiam para ocupar

seus lugares. Os que eram martirizados por sua f�� tornavam-se aquisi����o de

Cristo, por Ele considerados vencedores. Eles combateram o bom combate e

receber��o a coroa de gl��ria quando Cristo retornar. Os sofrimentos que supor-

tavam levavam os crist��os para mais perto uns dos outros e de Seu Redentor.

O exemplo deles em vida e seu testemunho ao morrer testificavam constante-

mente em favor da verdade; e, onde menos se esperava, os s��ditos de Satan��s

estavam deixando sua obra e alistando-se sob a bandeira de Cristo.

A grande decad��ncia ��� Ent��o, Satan��s formulou planos para guerrear

com mais ��xito contra o governo de Deus, hasteando sua bandeira na igreja

crist��. Se os seguidores de Cristo pudessem ser enganados e levados a desagra-

dar a Deus, sua for��a, seu poder e sua firmeza falhariam, e eles cairiam como

presa f��cil.

Ent��o o grande advers��rio se esfor��ou para obter pela ast��cia aquilo que

n��o havia conseguido pela for��a. Cessou a persegui����o e, em seu lugar, foi

posta a perigosa sedu����o da prosperidade temporal e da honra do mundo.

Id��latras eram levados a receber parte da f�� crist��, enquanto rejeitavam

outras verdades essenciais. Afirmavam aceitar Jesus como o Filho de Deus

e crer em Sua morte e ressurrei����o, mas n��o tinham a convic����o do pecado

nem sentiam necessidade de arrependimento ou de mudan��a de vida. Com

algumas concess��es de ambos os lados, pag��os e crist��os se uniam a fim de

que todos pudessem estar sobre a plataforma da cren��a em Cristo.

A igreja encontrava-se, ent��o, em terr��vel perigo. Pris��o, tortura, fogo

e espada eram b��n����os em compara����o com a nova realidade. Alguns dos

crist��os permaneceram firmes, declarando que n��o cederiam. Outros

argumentavam que, se cedessem ou mudassem algumas exig��ncias de sua

f�� e se unissem aos que aceitavam parcialmente o cristianismo, isso pode-

ria ser o meio para a convers��o completa deles. Foi um tempo de profunda

1 T e r t u l i a n o , Apologeticus, c a p . 5 0 .

5 4



O afastamento

ang��stia para os fi��is seguidores de Cristo. Sob a capa do suposto cristia-

nismo, Satan��s estava se introduzindo na igreja a fim de corromper a f�� e

desviar a mente da Palavra da verdade.

Por fim, a maioria dos crist��os consentiu em baixar a norma, formando-se

uma uni��o entre o cristianismo e o paganismo. Embora os adoradores de

��dolos dissessem estar convertidos e unidos �� igreja, apegavam-se ainda

�� idolatria, mudando apenas os objetos de culto pelas imagens de Jesus

e mesmo de Maria e dos santos. O fermento nocivo da idolatria, assim

levado para a igreja, continuou a obra mal��fica. Doutrinas erradas, ritos

supersticiosos e cerim��nias id��latras foram incorporados �� f�� crist��.

Unindo-se os seguidores de Cristo aos id��latras, a religi��o crist�� se

tornou corrupta, e a igreja perdeu sua pureza e seu poder. Entretanto,

houve pessoas que n��o foram desencaminhadas por esses enganos.

Mantinham-se ainda fi��is �� verdade b��blica e adoravam somente a Deus.

Sempre existiram duas classes entre os que dizem ser seguidores de

Cristo. Enquanto uma delas estuda a vida do Salvador e fervorosamente

procura corrigir seus defeitos e se adequar ao Modelo, a outra evita as

verdades claras e pr��ticas que exp��em seus erros. Mesmo em sua melhor

condi����o, a igreja n��o se comp��s unicamente dos verdadeiros, puros e

sinceros.

O Salvador ensinou que os que voluntariamente admitem o pecado

n��o devem ser recebidos na igreja. No entanto, Ele aceitou pessoas com

falhas de car��ter e lhes concedeu os benef��cios de Seu ensino e exemplo,

para que tivessem oportunidade de ver seus erros e corrigi-los.

Contudo, n��o h�� uni��o entre o Pr��ncipe da luz e o pr��ncipe das trevas,

e n e n h u m a uni��o poder�� haver entre seus seguidores. Q u a n d o consenti-

ram em se unir aos n��o convertidos, os crist��os entraram em um cami-

nho que os levou para mais longe da verdade. Satan��s se alegrou em ter

conseguido enganar t��o grande n��mero dos seguidores de Cristo. Ent��o

usou seu poder para atuar de modo mais intenso sobre eles e os inspirou a

perseguir aqueles que permaneceram fi��is a Deus.

Ningu��m compreendia t��o bem como se opor �� verdadeira f�� crist��

como os que haviam sido seus defensores. Esses crist��os ap��statas,

unindo-se aos companheiros pag��os, dirigiram seus ataques contra os

aspectos mais importantes das doutrinas de Cristo.

Foi necess��ria uma luta intensa por parte dos que desejavam ser fi��is

e permanecer firmes contra os enganos e abomina����es disfar��ados sob as

5 5



Em busca de esperan��a

vestes sacerdotais e que se introduziam na igreja. A B��blia n��o era aceita

como a norma de f��. A doutrina da liberdade religiosa era chamada de

heresia, sendo odiados e proscritos os seus mantenedores.

R o m p i m e n t o n e c e s s �� r i o - Depois de um conflito longo e dif��cil, os

poucos fi��is decidiram dissolver toda a uni��o com a igreja ap��stata, caso ela

ainda recusasse se libertar da falsidade e da idolatria. Eles viram que, uma

vez que desejavam obedecer �� Palavra de Deus, a separa����o era uma neces-

sidade imperativa. N��o podiam tolerar erros fatais �� sua pr��pria vida nem

dar um exemplo que pusesse em perigo a f�� por parte de seus filhos e netos.

Para assegurar a paz e a unidade, os fi��is estavam prontos a fazer qualquer

concess��o coerente com a fidelidade para com Deus; mas acreditavam que

mesmo a paz s�� seria obtida com o alto custo do sacrif��cio dos princ��pios. Se a

unidade pudesse ser assegurada somente por meio do abandono da verdade e

da justi��a, seria prefer��vel que prevalecessem as diferen��as e as consequentes

lutas. Como seria bom, para a igreja e para o mundo, se os princ��pios mantidos

por aquelas pessoas fi��is revivessem no cora����o dos que se dizem povo de Deus!

O ap��stolo Paulo declarou que "todos quantos querem viver piedosamente

em Cristo Jesus ser��o perseguidos" (2 Tim��teo 3:12). Ent��o, por que a perse-

gui����o, em grande parte, parece adormecida? A ��nica raz��o �� que a igreja se

conformou com a norma do mundo e, por isso, n��o desperta oposi����o.

A religi��o que prevalece em nosso tempo n��o �� do tipo puro e santo

que marcou a f�� crist�� nos dias de Cristo e dos ap��stolos. O cristianismo

�� visivelmente t��o popular no m u n d o por causa da disposi����o em transigir

com o pecado, por serem as grandes verdades da Palavra de Deus consi-

deradas com indiferen��a e por haver t��o pouca consagra����o na igreja. Se

ocorrer um reavivamento da f�� e do poder da igreja apost��lica, o esp��rito

de opress��o reviver��, reacendendo-se as chamas da persegui����o.

O M I S T �� R I O DA T R A N S G R E S S �� O

O ap��stolo Paulo, na segunda carta aos tessalonicenses, predisse a

grande apostasia resultante do estabelecimento do poder papal. Declarou

que o dia de Cristo n��o chegaria "sem que primeiro [viesse] a apostasia e

[fosse] revelado o homem da iniquidade, o filho da perdi����o, o qual se op��e

e se levanta contra tudo que se chama Deus ou �� objeto de culto, a ponto

de assentar-se no santu��rio de Deus, ostentando-se como se fosse o pr��prio

56





O afastamento


Deus" (2 Tessalonicenses 2:3, 4). Al��m disso, o ap��stolo advertiu os irm��os

de que o "mist��rio da iniquidade" j�� estava em a����o (2 Tessalonicenses 2:7).

Mesmo naquelas primeiras d��cadas, ele viu, infiltrando-se na igreja, erros

que preparariam o caminho para o desenvolvimento do papado.

Pouco a pouco, o mist��rio da iniquidade levou avante sua obra de

engano e blasf��mia, a princ��pio de forma secreta e silenciosa e, depois,

abertamente, �� medida que crescia em for��a e conquistava o dom��nio da

mente dos homens. De forma quase impercept��vel, os costumes do paga-

nismo entraram na igreja crist��.

O esp��rito de concess��o e conformidade havia sido restringido durante

algum tempo pelas terr��veis persegui����es que a igreja suportara sob o

paganismo. No entanto, ao cessar a persegui����o e entrar o cristianismo

nas cortes e nos pal��cios dos reis, a igreja deixou de lado a humildade e

simplicidade de Cristo e dos ap��stolos em troca da pompa e do orgulho

dos sacerdotes e governadores pag��os. Assim, em lugar dos mandamentos

de Deus, colocou teorias e tradi����es humanas.

A convers��o nominal do imperador Constantino, na primeira parte do

4o s��culo, causou grande euforia; e o mundo, sob o manto de aparente jus-

ti��a, introduziu-se na igreja. A obra de corrup����o progredia rapidamente.

O paganismo, embora parecesse suplantado, tornou-se vencedor. Seu

esp��rito dominava a igreja. As doutrinas, cerim��nias e supersti����es pag��s

foram incorporadas �� f�� e ao culto dos que se diziam seguidores de Cristo.

Esse ajuste m��tuo entre paganismo e cristianismo resultou no desenvol-

vimento do "homem do pecado" (2 Tessalonicenses 2:3), predito na profecia

como opondo-se a Deus e exaltando-se acima de Deus. Um gigantesco sis-

tema de religi��o tornou-se a obra-prima do inimigo de Deus, um monumento

de seus esfor��os para ocupar o trono e governar a Terra segundo a sua vontade.

Para conseguir proveitos e honras seculares, a igreja foi levada a buscar

o favor e apoio dos homens poderosos da Terra. Havendo assim rejeitado

a Cristo, ela foi induzida a prestar obedi��ncia ao representante do inimigo

de Deus - o bispo de Roma.

Uma das principais doutrinas do cristianismo medieval �� a de que o

papa �� o governante vis��vel da igreja universal de Cristo, investido de auto-

ridade suprema sobre os bispos e pastores em todas as partes do mundo.

Mais do que isso, o papa atribui a si mesmo os t��tulos da Divindade.

No entanto, Satan��s sabia que as Escrituras Sagradas habilitariam as

pessoas a discernir seus enganos e resistir a seu poder. Foi pela Palavra que

57



Em busca de esperan��a

o Salvador do mundo resistiu a seus ataques. Em cada tenta����o. Cristo apre-

sentou a defesa da verdade eterna, dizendo: "Est�� escrito" (Mateus 4:4). Cada

sugest��o do advers��rio era confrontada com a sabedoria e o poder da Palavra.

A fim de manter seu dom��nio sobre as pessoas e estabelecer a autoridade do

bispo usurpador, Satan��s deveria mant��-las ignorantes quanto ��s Escrituras.

A B��blia exaltaria a Deus e colocaria o homem finito em sua verdadeira posi-

����o. Assim, suas verdades sagradas deveriam ser ocultadas e suprimidas.

Essa l��gica foi adotada pela igreja de Roma. Durante s��culos, a circula-

����o da B��blia foi proibida. N��o era permitido ao povo ler ou ter em casa

as Escrituras. Sacerdotes e prelados sem escr��pulos interpretavam seus

ensinos a fim de favorecer suas pretens��es. Dessa forma, o l��der da igreja

veio a ser quase universalmente reconhecido como substituto de Deus na

Terra, munido de autoridade suprema sobre a igreja e o Estado.

M u d a d o s os t e m p o s e as leis - Sendo removido o indicador do erro,

Satan��s agiu conforme sua vontade. A profecia havia declarado que o

papado cuidaria "em mudar os tempos e a lei" (Daniel 7:25). N��o demo-

rou para que isso acontecesse.

A fim de proporcionar aos conversos do paganismo uma substitui����o

�� adora����o de ��dolos e promover sua aceita����o nominal do cristianismo,

foi gradualmente introduzida no culto crist��o a adora����o a imagens e rel��-

quias. O decreto de um conc��lio geral estabeleceu, por fim, esse sistema

de idolatria. Para completar a obra profana, Roma decidiu eliminar da lei de

Deus o segundo mandamento, que pro��be o culto ��s imagens, e dividir o

d��cimo mandamento, a fim de manter o n��mero dez.

Esse esp��rito de concess��o ao paganismo abriu caminho para um

desrespeito ainda maior �� autoridade divina. Satan��s mexeu tamb��m no

quarto mandamento e tentou p��r de lado o antigo s��bado, o dia que Deus

aben��oou e santificou, exaltando em seu lugar a festa observada pelos

pag��os como "o vener��vel dia do Sol".

A princ��pio, essa mudan��a n��o foi feita abertamente. Nos primeiros

s��culos, o verdadeiro s��bado foi guardado por todos os crist��os. Eles eram

cuidadosos em honrar a Deus. Crendo que a lei divina �� imut��vel, eles zelo-

samente preservavam a santidade de seus preceitos. Entretanto, com grande

sutileza, Satan��s atuava por meio de seus agentes a fim de alcan��ar seu obje-

tivo. Para que a aten����o do povo pudesse ser chamada para o domingo, foi

feito dele uma festividade em honra �� ressurrei����o de Cristo. Atos religiosos

5 8



O afastamento

eram realizados nesse dia. Contudo, era considerado como dia de entreteni-

mento, sendo o s��bado ainda observado como dia santificado.

Quando ainda era pag��o, Constantino promulgou um decreto fazendo do

domingo uma festividade p��blica em todo o Imp��rio Romano. Depois de sua

convers��o, ele continuou a ser um firme defensor do domingo, e seu decreto

pag��o foi ent��o posto em vigor no interesse de sua nova f��. No entanto, a honra

demonstrada a esse dia n��o foi o suficiente para impedir que os crist��os consi-

derassem o verdadeiro s��bado como o dia santo do Senhor. Outro passo devia

ser dado: o falso s��bado devia ser exaltado em igualdade com o verdadeiro.

Poucos anos depois da promulga����o do decreto de Constantino, o bispo

de Roma conferiu ao domingo o t��tulo de Dia do Senhor. Assim, o povo

foi gradualmente levado a considerar o domingo como tendo certo grau de

santidade. No entanto, o s��bado original ainda era observado. O inimigo

de Deus ainda n��o havia terminado sua obra. Estava decidido a congregar

o mundo crist��o sob sua bandeira e exercer o poder por interm��dio de seu

vig��rio, o orgulhoso pont��fice que dizia ser o representante de Cristo. Ele

realizou seu prop��sito por meio de pag��os parcialmente convertidos, ambi-

ciosos prelados e cl��rigos amantes do mundo.

Nessa ��poca, celebravam-se de tempos em tempos longos conc��lios

aos quais compareciam os dignit��rios da igreja do m u n d o inteiro. Em

quase todos os conc��lios, o s��bado que Deus havia institu��do era rebaixado

um pouco mais, enquanto o domingo era exaltado na mesma propor����o.

Assim, a festividade pag�� veio finalmente a ser honrada como uma insti-

tui����o divina, ao mesmo tempo que se declarava que o s��bado b��blico era

uma rel��quia do juda��smo, amaldi��oando-se seus observadores.

O grande ap��stata conseguira se exaltar "contra tudo que se chama

Deus ou �� objeto de culto" (2 Tessalonicenses 2:4). Ousou mudar o ��nico

preceito da lei divina que, de forma inconfund��vel, indica a toda a huma-

nidade o ��nico, verdadeiro e vivo Deus criador.

No quarto mandamento, Deus �� revelado como o criador do C��u e

da Terra, e por isso Se distingue de todos os falsos deuses. Foi para ser

um memorial da obra da cria����o que o s��timo dia foi santificado como

dia de repouso. Destinava-se a manter o Deus vivo sempre diante do ser

humano como o ��nico digno de rever��ncia e culto. Satan��s se esfor��a para

desviar as pessoas de sua alian��a com Deus e de prestar obedi��ncia �� Sua

lei. Assim, dirige seus esfor��os especialmente contra o mandamento que

aponta para Deus como o criador.

59



Em busca de esperan��a

Hoje, os protestantes insistem na ideia de que a ressurrei����o de Cristo

no domingo tornou esse dia o s��bado crist��o. Contudo, n��o h�� evid��ncia

b��blica para isso. N e n h u m a honra semelhante foi conferida a esse dia

por Jesus ou pelos ap��stolos. A observ��ncia do domingo como institui����o

crist�� teve origem no "mist��rio da iniquidade" (2 Tessalonicenses 2:7) que,

j�� no tempo de Paulo, come��ava sua obra. O n d e e quando o Senhor ado-

tou esse produto do papado? Q u e raz��o plaus��vel se poder�� dar para uma

mudan��a que as Escrituras n��o aprovam?

No 6o s��culo, o papado foi solidamente estabelecido. A sede de seu

poderio foi fixada na capital imperial, e o bispo de Roma foi declarado o

dirigente de toda a igreja. O paganismo cedera lugar ao papado. O drag��o

dera �� besta "o seu poder, o seu trono e grande autoridade" (Apocalipse

13:2). Come��aram ent��o os 1.260 anos de opress��o preditos nas profecias

de Daniel e Jo��o (Daniel 7:25; Apocalipse 13:5-7).

Os crist��os foram obrigados a optar entre renunciar �� sua integridade

e aceitar o culto e as cerim��nias papais ou passar a vida nas masmorras,

morrer por meio de instrumentos de tortura, fogueira ou pelo machado do

carrasco. Cumpriram-se as palavras de Jesus: "Voc��s ser��o tra��dos at�� por

pais, irm��os, parentes e amigos, e eles entregar��o alguns de voc��s �� morte.

Todos odiar��o voc��s por causa do Meu nome" (Lucas 21:16, 17).

Desencadeou-se a persegui����o aos crist��os fi��is com mais f��ria do que

nunca, e o m u n d o se tornou um vasto campo de batalha. Durante s��culos,

a igreja de Cristo encontrou ref��gio em lugares isolados e pouco conhe-

cidos. Assim disse o profeta: "A mulher [...] fugiu para o deserto, onde

lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil

duzentos e sessenta dias" (Apocalipse 12:6).

A ascens��o da igreja de Roma ao poder marcou o in��cio da Idade Escura. A

medida que o poder dela aumentava, as trevas se tornavam mais densas. A f��

foi transferida de Cristo, o verdadeiro fundamento, para o pont��fice de Roma.

Em vez de confiar no Filho de Deus para o perd��o dos pecados e para a

salva����o eterna, o povo olhava para o papa e para os sacerdotes e prelados

a quem o pont��fice delegava autoridade. Era ensinado ao povo que o papa

era seu mediador, e que ningu��m poderia se aproximar de Deus a n��o ser

por seu interm��dio. Al��m disso, dizia-se que ele ficava em lugar de Deus e

deveria, portanto, ser rigorosamente obedecido. Qualquer desvio de suas

exig��ncias era motivo suficiente para se infligir a mais severa puni����o ao

corpo e �� mente dos divergentes.

6 0



O afastamento

Assim, a aten����o do povo se desviava de Deus para homens fal��veis, os

quais cometiam erros e eram cru��is, e, mais ainda, para o pr��prio pr��ncipe

das trevas que, por meio desses homens, exercia seu poder. O pecado se

disfar��ava sob o manto da santidade. Quando as Escrituras s��o suprimidas

e o ser humano passa a se considerar supremo, s�� podemos esperar fraudes,

enganos e injusti��a. Com a eleva����o das leis e tradi����es humanas, ficou

evidente a corrup����o que sempre resulta de se deixar de lado a lei de Deus.

Esse foi um tempo de perigo para a igreja de Cristo. Os l��deres fi��is

eram realmente poucos. Embora a verdade n��o fosse deixada sem teste-

munhas, ��s vezes parecia que o erro e a supersti����o prevaleceriam total-

mente e que a verdadeira religi��o seria banida da Terra. Perdeu-se de vista

o evangelho, mas se multiplicaram as formalidades da religi��o, e o povo foi

sobrecarregado com pesadas exig��ncias.

Ensinava-se o povo n��o somente a considerar o papa como mediador,

mas a confiar em suas pr��prias obras para expia����o do pecado. Longas

peregrina����es, atos de penit��ncia, adora����o de rel��quias, constru����o de

igrejas, relic��rios e altares, bem como o pagamento de grandes somas ��

igreja, tudo isso e muitos atos semelhantes eram ordenados a fim de apla-

car a ira de Deus ou garantir Seu favor. Sugeria-se com isso que Deus

era id��ntico aos seres humanos, irritando-se por coisas insignificantes ou

acalmando-se com donativos ou atos de penit��ncia.

Os s��culos que se seguiram testemunharam um aumento constante

de erros nas doutrinas ensinadas por Roma. Mesmo antes do estabeleci-

mento do papado, os ensinos dos fil��sofos pag��os haviam recebido aten-

����o e exercido influ��ncia na igreja.

Muitos que se diziam conversos ainda se apegavam aos dogmas de

sua filosofia pag��. Continuavam a estud��-los e estimulavam outros a fazer

o mesmo, como meio de estender sua influ��ncia entre os pag��os. Erros

graves foram assim introduzidos na f�� crist��. Destaca-se, entre outros, a

cren��a na imortalidade natural do ser humano e sua consci��ncia durante

a morte. Essa doutrina lan��ou o fundamento sobre o qual Roma estabe-

leceu a invoca����o dos santos e a adora����o da virgem Maria. Dessa con-

cep����o tamb��m surgiu a heresia do tormento eterno para os que morrem

impenitentes, a qual logo de in��cio havia se incorporado �� f�� papal.

Achava-se ent��o preparado o caminho para a introdu����o de ainda

outra inven����o do paganismo, �� qual Roma deu o nome de "purgat��rio" e

usou para amedrontar as multid��es cr��dulas e supersticiosas. C o m essa

61



Em busca de esperan��a

heresia, afirma-se a exist��ncia de um lugar de tormento, onde as almas

dos que n��o mereceram condena����o eterna devem sofrer castigo por seus

pecados e de onde, quando libertas da impureza, s��o admitidas no C��u.

Ainda outra mentira era necess��ria para habilitar Roma a se aproveitar

dos temores e falhas de seus adeptos. Isso foi suprido pela doutrina das

indulg��ncias. Completa remiss��o dos pecados passados, atuais e futuros

e livramento de todas as dores e penalidades eram prometidos a todos os

que se alistassem nas guerras do pont��fice. O objetivo dessas guerras era

estender seu dom��nio terreno, castigar seus inimigos e exterminar os que

ousassem negar-lhe a supremacia espiritual.

Ensinava-se tamb��m ao povo que, ao dar dinheiro �� igreja, era poss��vel

livrar-se do pecado e tamb��m libertar as almas de seus queridos falecidos que

estivessem condenados ��s chamas atormentadoras. Por esses meios, Roma

abarrotou os cofres e sustentou a magnific��ncia, o luxo e os maus h��bitos dos

supostos representantes de Jesus, que n��o tinha onde reclinar a cabe��a.

A ordenan��a b��blica da Ceia do Senhor foi suplantada pelo id��latra

sacrif��cio da missa. Os sacerdotes papais pretendiam, por meio desse dis-

farce destitu��do de sentido, transformar os simples p��o e vinho literal-

m e n t e no corpo e sangue de Cristo. Com arrog��ncia, declaravam possuir

o poder de "criar o Criador". Era exigido dos crist��os, sob pena de morte,

confessar sua f�� nessa heresia, que insulta o C��u. Aqueles que a isso se

recusaram foram entregues ��s chamas.

O meio-dia do papado foi a meia-noite moral do mundo. As Sagradas

Escrituras eram quase desconhecidas, n��o somente pelo povo, mas tamb��m

pelos sacerdotes. Como os fariseus do passado, os dirigentes crist��os odia-

vam a luz que revelaria seus pecados. Uma vez removida a lei de Deus ��� a

norma de justi��a ���, eles exerciam poder sem limites e mantinham v��cios

sem restri����es. Prevaleciam a fraude, a avareza e a libertinagem. N��o havia

crimes que n��o fossem cometidos para se adquirir riqueza ou posi����o. Os

pal��cios dos sacerdotes e prelados eram cen��rios da mais vil devassid��o.

Alguns dos pont��fices eram culpados de crimes t��o revoltantes que os

governantes seculares se esfor��avam por depor esses dignit��rios da igreja,

como seres repulsivos demais para serem tolerados. Durante s��culos, n��o

houve progresso no saber, nas artes ou na civiliza����o. Uma paralisia moral

e intelectual havia atingido a cristandade.

6 2



cap��tulo

A purifica����o 9

Em suas pesquisas b��blicas, os primeiros crist��os adventistas apren-

deram que o santu��rio terrestre, constru��do por Mois��s de acordo

com o modelo a ele mostrado no monte, por ordem de Deus, era uma

"alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrif��cios"

(Hebreus 9:9). Eles entenderam que seus dois espa��os sagrados eram

"figuras das coisas que est��o no C��u" (Hebreus 9:23) e que Cristo, nosso

grande sumo sacerdote, �� "ministro do santu��rio e do verdadeiro taber-

n��culo que o Senhor erigiu, n��o o homem" (Hebreus 8:2). Al��m disso,

viram que "Cristo n��o entrou num santu��rio feito por m��os, figura do

verdadeiro, por��m no mesmo C��u, para agora comparecer por n��s diante

de Deus" (Hebreus 9:24).

O santu��rio do C��u, no qual Jesus ministra em nosso favor, �� o grande

original, do qual o santu��rio constru��do por Mois��s era uma c��pia. A exem-

plo do santu��rio terrestre que tinha dois compartimentos, o santo e o sant��s-

simo, existem dois lugares sagrados no santu��rio celestial. A arca contendo a

lei de Deus, o altar de incenso e outros utens��lios, que estavam no santu��rio

terrestre, tamb��m t��m sua parte correspondente no santu��rio celestial. Em

vis��o, foi permitido ao ap��stolo Jo��o entrar no C��u, e l�� ele contemplou o

casti��al e o altar de incenso e, quando "foi aberto o santu��rio de Deus nos

C��us", contemplou tamb��m "a arca da Sua alian��a" (Apocalipse 11:19).

Os que buscavam a verdade encontraram uma prova irrefut��vel da exis-

t��ncia de um santu��rio no C �� u . Mois��s fez o santu��rio terrestre, segundo

o modelo que lhe foi mostrado. Paulo declarou que aquele modelo era o

verdadeiro santu��rio que est�� no C �� u (Hebreus 8:2, 5), e Jo��o testificou

de que o viu l��.

Em 1844, com o fim dos 2.300 dias prof��ticos, j�� fazia s��culos que

o santu��rio terrestre n��o existia mais. Portanto, o santu��rio celestial era

o ��nico que poderia ter sido mencionado na declara����o "at�� duas mil e

trezentas tardes e manh��s; e o santu��rio ser�� purificado" (Daniel 8:14).

Entretanto, por que o santu��rio celestial precisava de purifica����o?

6 3



Em busca de esperan��a

Retornando ��s Escrituras, os estudiosos das profecias aprenderam

que a purifica����o n��o era uma remo����o de impurezas f��sicas, pois devia

ser realizada com sangue e, portanto, tinha que ser uma purifica����o do

pecado. Assim disse o ap��stolo: "Era necess��rio, portanto, que as figuras

das coisas que se acham nos c��us se purificassem com tais sacrif��cios

[o sangue de animais], mas as pr��prias coisas celestiais, com sacrif��cios a

eles superiores [o precioso sangue de Cristo]" (Hebreus 9:23).

A fim de obter mais conhecimento da purifica����o apontada pela profe-

cia, era necess��rio entender o minist��rio do santu��rio celestial. Isso pode-

ria ser aprendido somente pelo minist��rio do santu��rio terrestre, visto que

Paulo declarou que os sacerdotes que nele oficiavam serviam "em figura e

sombra das coisas celestes" (Hebreus 8:5).

A p u r i f i c a �� �� o do santu��rio - Assim como, na antiguidade, os peca-

dos do povo eram transferidos simbolicamente para o santu��rio terrestre

por meio do sangue da oferta pelo pecado, tamb��m nossos pecados s��o, de

fato, transferidos para o santu��rio celestial, mediante o sangue de Cristo.

A purifica����o tipol��gica do santu��rio terrestre era efetuada por meio da

remo����o dos pecados que o haviam contaminado. Da mesma forma, a

real purifica����o do santu��rio celestial deve ser realizada pela remo����o, ou

apagamento, dos pecados que ali est��o registrados.

Isso requer um exame dos livros de registro para determinar quem,

pelo arrependimento dos pecados e f�� em Cristo, tem direito aos bene-

f��cios de Sua expia����o. Portanto, a purifica����o do santu��rio envolve uma

obra de ju��zo investigativo. Essa obra �� efetuada antes da vinda de Cristo

para resgatar Seu povo, pois, quando vier, Sua recompensa estar�� com

Ele para dar a cada um segundo as suas obras (Apocalipse 22:12).

Assim, os que seguiram a luz da palavra prof��tica viram que, em vez de

Cristo vir �� Terra, ao terminarem os 2.300 dias/anos em 1844, Ele entrou

ent��o no lugar sant��ssimo do santu��rio celestial a fim de realizar a obra

final da expia����o, preparat��ria para Sua segunda vinda.

Q u a n d o Jesus entrou no lugar sant��ssimo do santu��rio celestial para

efetuar essa obra final da expia����o, entregou a Seus servos a ��ltima men-

sagem de miseric��rdia a ser dada ao mundo. Essa mensagem �� a adver-

t��ncia do terceiro anjo de Apocalipse 14. Imediatamente depois dessa

proclama����o, o profeta viu o Filho do Homem vindo em gl��ria para ceifar

a colheita da Terra (Apocalipse 14:14-20).

6 4



A purifica����o

U m a s o l e n e m e n s a g e m - A mais

A purifica����o do

terr��vel advert��ncia j�� feita aos seres

humanos mortais est�� contida na ter-

santu��rio envolve

ceira mensagem ang��lica. Deve ser

uma obra de ju��zo

um pecado terr��vel o que atrai a ira de

investigativo.

Deus, sem mistura de miseric��rdia. As

pessoas n��o dever��o ser deixadas na

escurid��o quanto a esse importante

assunto. O alerta contra esse pecado deve ser dado ao mundo antes da

visita����o dos ju��zos de Deus, para que todos possam saber por que esses

ju��zos s��o infligidos e tenham oportunidade de escapar.

No desfecho dessa grande controv��rsia, duas classes distintas e opos-

tas se desenvolver��o. Uma classe "adora a besta e a sua imagem e recebe

a sua marca", e assim atrai sobre si mesma os terr��veis ju��zos anunciados

pelo terceiro anjo. A outra classe, em evidente contraste com o mundo,

guarda "os mandamentos de Deus e a f�� de Jesus" (Apocalipse 14:9, 12).

6 5



cap��tulo

0 livramento 10

Chegar�� o tempo em que a mensagem do terceiro anjo ser�� conclu��da.

O poder de Deus estar�� com Seu povo; eles ter��o cumprido sua obra

e estar��o preparados para a hora de prova �� sua frente. Ter��o recebido

a chuva ser��dia, ou o refrig��rio pela presen��a do Senhor, e se disposto a

testemunhar ativamente. A ��ltima grande advert��ncia ter�� soado por toda

parte e haver�� instigado e enraivecido os habitantes da Terra que n��o qui-

serem receber a mensagem.

Anjos ir��o rapidamente de um lado para o outro no C �� u . Um anjo

com um tinteiro de escriv��o voltar�� da Terra e informar�� a Jesus que sua

obra est�� feita, e os santos estar��o numerados e selados. Ent��o Jesus, que

estivera ministrando diante da arca, a qual cont��m os Dez Mandamentos,

lan��ar�� o incens��rio fora. Levantar�� as m��os e, com grande voz, dir��: "Est��

feito" (Apocalipse 16:17). Todo o ex��rcito dos anjos tirar�� suas coroas

quando Jesus fizer a solene declara����o: "Continue o injusto fazendo injus-

ti��a, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na pr��tica

da justi��a, e o santo continue a santificar-se" (Apocalipse 22:11).

Cada caso ter�� sido decidido para a vida ou para a morte. Enquanto

Jesus ministra no santu��rio, o ju��zo est�� em andamento sobre os justos

mortos e logo passar�� para os vivos. Cristo receber�� Seu reino, tendo

feito expia����o por Seu povo e apagado seus pecados. Os s��ditos estar��o

prontos. As bodas do Cordeiro estar��o preparadas. O reino e sua grandeza

ser��o dados a Jesus e aos herdeiros da salva����o, e Cristo reinar�� como Rei

dos reis e Senhor dos senhores.

Retirando-Se Jesus do lugar sant��ssimo, o tilintar das campainhas de

Suas vestes ser�� ouvido. Ao sair, uma nuvem de trevas cobrir�� os habitan-

tes da Terra. Ent��o, n��o haver�� mediador entre o ser humano culpado e

Deus, que foi ofendido. Enquanto Jesus permanece entre Deus e a huma-

nidade, as pessoas est��o contidas. No entanto, quando Ele sair de entre o

ser humano e o Pai, essa restri����o ser�� removida, e Satan��s ter�� completo

dom��nio sobre os que n��o se arrependeram.

6 6





O livramento

Enquanto Jesus oficia no santu��rio, �� imposs��vel serem derramadas as

pragas. Entretanto, terminando ali Sua obra e encerrando-se a intercess��o,

nada haver�� para deter a ira de Deus. Ela irromper�� com f��ria sobre o peca-

dor desprotegido e culpado, que desprezou a salva����o e odiou a verdade.

Naquele tempo terr��vel, depois de finalizada a media����o de Jesus, os

fi��is passar��o a viver na presen��a de um Deus santo sem intercessor. Cada

caso estar�� decidido, cada joia contada. Jesus vai demorar um momento na

parte exterior do santu��rio celestial, e os pecados que tiverem sido confes-

sados enquanto Ele ainda estava no lugar sant��ssimo ser��o colocados sobre

Satan��s, o originador do pecado, que deve sofrer o castigo por eles.1

Tarde d e m a i s ! - Ent��o Jesus vai depor Suas vestes sacerdotais e ves-

tir�� Seus majestosos trajes. Sobre Sua cabe��a haver�� muitas coroas, uma

encaixada dentro da outra. Cercado pelo ex��rcito dos anjos, Ele deixar��

o C �� u . As pragas estar��o caindo sobre os habitantes da Terra. Alguns v��o

acusar a Deus e O amaldi��oar. Outros v��o correr para o povo de Deus e

pedir que lhes ensinem como escapar dos ju��zos divinos. No entanto, os

fi��is nada ter��o a lhes dizer. A ��ltima l��grima pelos pecadores j�� ter�� sido

derramada, a ��ltima ora����o aflita ter�� sido oferecida, suportado o ��ltimo

fardo e dada a ��ltima advert��ncia. A voz suave de miseric��rdia n��o mais

os convidar��.

Q u a n d o os santos e todo o C �� u estiveram interessados em sua salva-

����o, eles n��o tiveram o menor interesse por si mesmos. A vida e a morte

ter��o sido postas diante deles. Muitos desejaram a vida, mas n��o fizeram

esfor��os para obt��-la. N��o optaram pela vida, e ent��o n��o haver�� san-

gue expiat��rio que purifique o culpado, nem Salvador compassivo que

pleiteie a favor deles e clame: "Poupa, poupa o pecador por mais algum

tempo!" O C �� u todo se unir�� a Jesus, quando forem ouvidas as terr��veis

palavras: "Est�� feito. Est�� consumado." O plano da salva����o ter�� sido cum-

prido, mas poucos ter��o escolhido aceit��-lo. Silenciando-se a doce voz de

1 Ess e sofrimento de Satan��s n��o deve ser, de forma alguma, comparado ao sofrimento de

Cristo em favor da humanidade, como consta na p��gina 43: "Cristo foi feito substituto e penhor

do pecador, e a iniquidade humana foi posta sobre Ele". Mas, depois que os que aceitaram o

sacrif��cio de Cristo forem redimidos, �� perfeitamente justo que Satan��s, o originador do pecado,

sofra a puni����o final. De acordo com a escritora, "ao se completar a obra de expia����o no san-

tu��rio celestial, na presen��a de Deus, dos anjos do C��u e do ex��rcito dos remidos, ent��o ser��o

postos sobre Satan��s os pecados do povo de Deus; ele ser�� declarado culpado de todo o mal que

os fez cometer" (O Grande Conflito, p. 658).

67



Em busca de esperan��a

miseric��rdia, o medo e o horror v��o se apoderar dos ��mpios. C o m terr��vel

clareza ouvir��o as palavras: "Tarde demais! Tarde demais!"

O G R A N D E R E S G A T E

Sinais e maravilhas v��o seguir em r��pida sucess��o. Tudo vai parecer

fora de seu curso natural. Os rios deixar��o de correr. Nuvens negras e

pesadas v��o subir e bater umas com as outras. Por��m, haver�� um lugar

claro, de uma gl��ria fixa, de onde vir�� a voz de Deus, semelhante a muitas

��guas, abalando os c��us e a Terra.

O segundo advento - Logo aparecer�� a grande nuvem branca sobre

a qual estar�� sentado o Filho de Deus. A princ��pio, quando aparecer ao

longe, essa nuvem vai parecer bem pequena. Ser�� o sinal do Filho do

H o m e m . Ao se aproximar mais da Terra, ser��o vistas a suprema gl��ria

e majestade de Jesus, enquanto Ele sair�� vencendo e para vencer. Um

s��quito de santos anjos, com coroas brilhantes sobre a cabe��a, vai acom-

panh��-Lo em Seu trajeto.

Palavras n��o conseguem descrever a gl��ria daquela cena. A nuvem

majestosa e de gl��ria insuper��vel vai se aproximar ainda mais, e podere-

mos contemplar claramente a ador��vel pessoa de Jesus. Ele n��o trar�� uma

coroa de espinhos, mas uma coroa de gl��ria cobrir�� Sua fronte santa. Em

sua roupa estar�� escrito o t��tulo: "Rei dos reis e Senhor dos senhores."

Seu rosto brilhar�� como o Sol do meio-dia. Seus olhos ser��o como

c h a m a de fogo, e Seus p��s ter��o a apar��ncia do lat��o reluzente. Sua voz

soar�� c o m o muitos i n s t r u m e n t o s musicais. A Terra vai tremer diante

d E l e , os c �� u s se afastar��o c o m o um pergaminho q u a n d o se enrola e

toda m o n t a n h a e ilha se mover�� de seu lugar. E n t �� o "os reis da Terra, os

pr��ncipes, os generais, os ricos, os poderosos todos, escravos e livres"

v��o se e s c o n d e r em "cavernas e e n t r e as rochas das m o n t a n h a s " . Eles

v��o gritar ��s m o n t a n h a s e ��s rochas: "Caiam sobre n��s e e s c o n d a m - n o s

da face dAquele que est�� assentado no trono e da ira do Cordeiro! Pois

chegou o grande dia da ira dEles; e q u e m poder�� suportar?" (Apocalipse

6:15-17).

Aqueles que, pouco tempo antes, queriam exterminar da Terra os fi��is

filhos de Deus v��o testemunhar ent��o a gl��ria divina que se concentrar��

sobre eles. Em meio a todo o seu espanto, se ouvir��o as vozes dos santos

6 8



O livramento

em alegres acordes, dizendo: "Eis que Este �� o nosso Deus, a quem aguar-

d��vamos, e Ele nos salvar��" (Isa��as 25:9).

A primeira ressurrei����o - A Terra ficar�� extremamente agitada

quando a voz do Filho de Deus chamar os santos que dormem o sono da

morte. Eles responder��o ao chamado e sair��o revestidos de gloriosa imor-

talidade, clamando: "Tragada foi a morte pela vit��ria. O n d e est��, �� morte,

a t u a vit��ria? O n d e est��, �� morte, o teu aguilh��o?"(l Cor��ntios 15:54, 55).

Ent��o os santos vivos e os ressuscitados erguer��o a voz em uma acla-

ma����o de vit��ria, longa e arrebatadora. Corpos que desceram �� sepul-

tura levando os sinais da enfermidade e da morte ressurgir��o com sa��de

e vigor imortais. Os santos vivos ser��o transformados em um momento,

um abrir e fechar de olhos, e ser��o arrebatados com os ressuscitados; e

juntos encontrar��o o Senhor nos ares. Q u e encontro glorioso! Amigos que

a morte separou ser��o reunidos para nunca mais se separarem.

A R E C O M P E N S A D O S S A L V O S

Jesus conduzir�� a multid��o dos remidos at�� a entrada da cidade. Ele vai

segurar o port��o e girar suas dobradi��as brilhantes e mandar�� que entrem as

na����es que seguiram a verdade. Dentro da cidade, haver�� de tudo para satisfa-

zer os olhos. Contemplar��o por toda parte uma gl��ria maravilhosa.

Ent��o, Jesus levar�� Seu povo �� ��rvore da vida, e novamente ouvir��o Sua voz

ador��vel, mais preciosa do que qualquer m��sica que j�� tenha sido ouvida por

mortais, dizendo: "As folhas da ��rvore s��o para a sa��de das na����es' (Apocalipse

22:2). Comam todos dela." Na ��rvore da vida h�� um fruto bel��ssimo, do qual

os santos poder��o comer livremente. Na cidade h�� um trono muito glorioso,

do qual prov��m um rio puro da ��gua da vida, claro como cristal. De cada lado

desse rio estar�� a ��rvore da vida e, nas margens, haver�� outras belas ��rvores,

que produzir��o frutos bons para comer.

As palavras s��o limitadas demais para tentar descrever o C��u.

A medida que as cenas surgem diante de mim, fico completamente mara-

vilhada. Impressionada pelo insuper��vel esplendor e a excelente gl��ria,

solto a caneta e exclamo: "Que amor! Q u e amor maravilhoso!" As palavras

mais rebuscadas n��o conseguem descrever a gl��ria do C �� u nem a profun-

didade incompar��vel do amor do Salvador.

69



cap��tulo

A senten��a 11

Ap��s a segunda vinda de Cristo, os ��mpios ter��o sido destru��dos e

seus corpos estar��o na superf��cie da Terra. O planeta ter�� a apar��n-

cia de um deserto desolado. Cidades e povoados, devastados pelo

terremoto, estar��o em ru��nas. Montanhas ter��o sido removidas de seus

lugares, formando grandes crateras. Enormes pedras, lan��adas pelo mar

ou arrancadas da pr��pria terra estar��o espalhadas por toda parte. Grandes

��rvores ter��o sido arrancadas pela raiz e estar��o jogadas pelo ch��o. Essa

ser�� a morada de Satan��s com seus anjos maus durante mil anos. Ali ele

estar�� fadado a vagar sem rumo, pelo m u n d o devastado, para ver os efeitos

de sua rebeli��o contra a lei de Deus. Durante mil anos, ele poder�� experi-

mentar o fruto da maldi����o que causou.

Restrito apenas �� Terra, Satan��s n��o ter�� o privil��gio de percorrer

outros planetas para tentar e prejudicar os que n��o ca��ram. Durante esse

tempo, ele sofrer�� extremamente. Desde a rebeli��o, sua m�� ��ndole tem

estado em constante atividade. No entanto, ele deve ser destitu��do de

seu poder e deixado a refletir no papel que desempenhou. Aguardar�� com

horror o futuro terr��vel, em que dever�� sofrer por todo o mal que realizou e

ser castigado por todos os pecados que fez a humanidade cometer.

Ent��o, tronos no C��u ser��o ocupados, e Jesus e os santos remidos

v��o sentar-se sobre eles. Os fi��is reinar��o como reis e sacerdotes. Cristo,

unido a Seu povo, ter�� julgado os ��mpios mortos, comparando seus atos

com o c��digo divino: a Palavra de Deus. Ele ter�� decidido cada caso de

acordo com as obras praticadas (2 Cor��ntios 5:10). Ser�� designada aos

��mpios a parte que devem sofrer, segundo suas obras; e isso estar�� escrito

�� frente de seus nomes, no livro da morte. Satan��s e seus anjos tamb��m

ter��o sido julgados por Jesus e os santos.

Depois que se concluir o ju��zo dos ��mpios, no fim dos mil anos, Jesus

deixar�� a cidade; e os salvos, bem como um cortejo do ex��rcito angelical,

v��o acompanh��-Lo. Cristo descer�� sobre uma grande montanha, a qual se

partir�� no momento em que Seus p��s a tocarem, formando uma grande

70



A senten��a

plan��cie. Ent��o, olharemos para cima e veremos a grande e bela cidade,

com doze fundamentos e doze portas, tr��s de cada lado e um anjo em

cada porta. Exclamaremos: "A cidade! A grande cidade! Vem descendo

de Deus, do C��u!" Ela descer�� em todo o seu esplendor e deslumbrante

gl��ria e se fixar�� na grande plan��cie que Jesus ter�� preparado para ela.

A s e g u n d a r e s s u r r e i �� �� o - A seguir, Jesus sair�� da cidade, acompa-

nhado de todos os santos anjos e de todos os remidos. Os anjos rodear��o

seu Comandante e O acompanhar��o em Seu trajeto. Em seguida, vir�� o

cortejo dos remidos.

Com extraordin��ria e impressionante majestade. Cristo chamar��

ent��o, os ��mpios mortos; e eles ressurgir��o com o mesmo corpo fraco e

doente com que foram �� sepultura. Q u e imagem! Q u e cena! Na primeira

ressurrei����o, todos sair��o com exuber��ncia imortal, mas, na segunda, os

ind��cios da maldi����o ser��o vis��veis em todos.

Procurar��o se esconder nas rochas, para se proteger da gl��ria terr��vel

dAquele que uma vez desprezaram. Oprimidos e afligidos por Sua majes-

tade e magn��fica gl��ria, u n a n i m e m e n t e levantar��o a voz e, com clareza

impressionante, exclamar��o: "Bendito O que vem em nome do Senhor!"

(Mateus 23:39).

Ent��o, Jesus e os anjos celestiais, acompanhados por todos os santos,

entrar��o de novo na cidade, e as lamenta����es amarguradas e o choro dos

��mpios condenados encher��o os ares. Satan��s novamente come��ar�� sua

obra. Passar�� por entre seus s��ditos e fortalecer�� os fracos, dizendo-lhes que

ele e seus anjos s��o poderosos. Ele apontar�� para os incont��veis milh��es

que ter��o ressuscitado. Haver�� guerreiros poderosos e reis que foram

muito h��beis em batalhas e que conquistaram reinos. Haver�� gigantes e

homens valentes que nunca perderam uma batalha. Ali estar�� o orgulhoso

e ambicioso Napole��o, cuja aproxima����o fazia reinos tremerem. Ali esta-

r��o homens de elevada estatura e porte nobre, que morreram em batalha,

sedentos de conquista.

Ao surgirem de suas sepulturas, recuperar��o a linha de seu pensa-

mento no ponto em que havia sido interrompido por ocasi��o da morte.

Ter��o o mesmo desejo de conquista que os controlava quando morreram

no campo de batalha. Satan��s se reunir�� com seus anjos e, em seguida,

com aqueles reis, conquistadores e homens poderosos. Ele olhar�� ent��o

para o vasto ex��rcito e dir�� que a multid��o na cidade �� pequena e fraca,

71



Em busca de esperan��a

e que eles podem subir e tom��-la, expulsar seus habitantes e dominar suas

riquezas e sua gl��ria.

Satan��s ir�� engan��-los, e todos come��ar��o imediatamente a se pre-

parar para a batalha. Haver�� muitos homens h��beis naquele vasto ex��r-

cito, e preparar��o todos os tipos de instrumentos de guerra. Ent��o, com

Satan��s �� sua frente, a multid��o se colocar�� em movimento. Reis e guer-

reiros seguir��o imediatamente ap��s Satan��s, e as multid��es vir��o atr��s, em

companhias. Cada companhia ter�� seu l��der e marchar�� em ordem sobre a

superf��cie fragmentada da Terra em dire����o �� santa cidade. Jesus fechar��

as portas da cidade, e o vasto ex��rcito vai cerc��-la e se posicionar para a

batalha, esperando um conflito acirrado.

A C O R O A �� �� O F I N A L

Ent��o Cristo aparecer�� novamente diante de Seus inimigos. Muito

acima da cidade, sobre um fundamento de ouro polido, estar�� um

trono alto e sublime. Sobre esse trono Se assentar�� o Filho de Deus e,

ao redor dEle, estar��o os s��ditos de Seu reino. N e n h u m a l��ngua poder��

descrever nem caneta alguma retratar o poder e a majestade de Jesus.

A gl��ria do Pai eterno envolver�� Seu Filho. O resplendor de Sua presen��a

encher�� a cidade de Deus e se estender�� para al��m das portas, inundando

a Terra inteira com seu brilho.

Junto ao trono estar��o pessoas que foram zelosas na causa de Satan��s,

mas que, arrancadas como ti����es do fogo, seguiram o Salvador com devo-

����o profunda. Em seguida, estar��o os que aperfei��oaram um car��ter cris-

t��o em meio �� falsidade e �� incredulidade, os que honraram a lei de Deus

quando o m u n d o crist��o a declarava nula, e os milh��es de todos os s��culos

que se tornaram m��rtires por sua f��. Mais distante, estar�� a "multid��o que

ningu��m podia enumerar, de todas as na����es, tribos, povos e l��nguas, [...]

vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas m��os" (Apocalipse 7:9). Sua

luta ter�� terminado; a vit��ria estar�� ganha. Esses ter��o corrido e alcan-

��ado o pr��mio. O ramo de palmas em suas m��os ser�� um s��mbolo de seu

triunfo; as vestes brancas, um emblema da imaculada justi��a de Cristo.

Os redimidos entoar��o um c��ntico de louvor que ecoar�� repetidas vezes

na ab��bada celeste: "Salva����o ao nosso Deus, que est�� assentado no trono,

e ao Cordeiro" (Apocalipse 7:10). Anjos e serafins unir��o sua voz a eles

em adora����o. Tendo os redimidos contemplado o poder e a malignidade de

72



A senten��a

Satan��s, ver��o, como nunca antes, que poder algum, a n��o ser o de Cristo,

poderia t��-los feito vencedores. Em toda aquela resplendente multid��o,

n��o haver�� ningu��m que atribua a salva����o a si mesmo, como se tivesse

prevalecido pelo pr��prio poder e pela pr��pria bondade. Nada se dir�� do que

tiverem feito ou sofrido; antes, o tema de cada c��ntico, a nota t��nica de

todo hino, ser�� "salva����o ao nosso Deus [...] e ao Cordeiro" (Apocalipse

7:10).

Na presen��a dos habitantes da Terra e do C �� u reunidos, ser�� realizada

a coroa����o final do Filho de Deus. Nesse momento, investido de majes-

tade e poder supremos, o Rei dos reis pronunciar�� a senten��a sobre os

rebeldes contra Seu governo e executar�� justi��a sobre aqueles que trans-

grediram Sua lei e oprimiram Seu povo.

O profeta de Deus disse: "Vi um grande trono branco e Aquele que

nele Se assenta, de cuja presen��a fugiram a terra e o c��u, e n��o se achou

lugar para eles. Vi tamb��m os mortos, os grandes e os pequenos, postos

em p�� diante do trono. Ent��o, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro

da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras,

conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele

estavam. A morte e o al��m entregaram os mortos que neles havia. E foram

julgados, um por um, segundo as suas obras" (Apocalipse 2 0 : 1 1 , 12).

Logo que os livros de registro forem abertos, e o olhar de Jesus incidir

sobre os ��mpios, eles se recordar��o de todo pecado cometido. Ver��o exa-

tamente onde seus p��s se desviaram do caminho da pureza e santidade,

precisamente at�� onde o orgulho e a rebeli��o os levaram na viola����o da lei

de Deus. As tenta����es sedutoras ��s quais se entregaram na transig��ncia

com o pecado, as b��n����os deturpadas, as demonstra����es de miseric��rdia

recusadas pelo cora����o obstinado e impenitente - tudo aparecer�� como

que escrito em letras de fogo.

U m a vis��o do c o n f l i t o - Ent��o, por cima do trono se revelar�� a

cruz; e, semelhante a uma vista panor��mica, aparecer��o as cenas

da tenta����o e da queda de Ad��o e os passos sucessivos no grande plano da

reden����o: o humilde nascimento do Salvador; Sua inf��ncia de simplici-

dade e obedi��ncia; Seu batismo no Jord��o; o jejum e a tenta����o no deserto;

Seu minist��rio p��blico, desvendando aos homens as mais preciosas b��n-

����os do C��u; os dias repletos de atos de amor e miseric��rdia; Suas noites

de ora����o e vig��lia na solid��o das montanhas; as tramas de inveja, ��dio e

73



Em busca de esperan��a

maldade, com que eram retribu��dos os Seus benef��cios; a terr��vel e miste-

riosa agonia no Gets��mani, sob o peso esmagador dos pecados do mundo

inteiro; Sua trai����o nas m��os da multid��o assassina; os terr��veis aconteci-

mentos daquela noite de horror - o Prisioneiro que n��o oferecia resist��n-

cia, abandonado por Seus disc��pulos mais amados, rudemente conduzido

pelas ruas de Jerusal��m; o Filho de Deus exibido exultantemente diante

de An��s, acusado no pal��cio do sumo sacerdote, no tribunal de Pilatos,

diante do covarde e cruel Herodes, escarnecido, insultado, torturado e

condenado �� morte ��� tudo ser�� retratado nitidamente.

Em seguida, diante da multid��o agitada, ser��o reveladas as cenas finais:

o paciente Sofredor trilhando o caminho do Calv��rio; o Pr��ncipe do C��u

suspenso na cruz; os sacerdotes arrogantes e a multid��o zombadora escar-

necendo de Sua agonia mortal; as trevas sobrenaturais; a Terra a tremer,

as rochas despeda��adas e as sepulturas abertas, marcando o momento em

que o Redentor do mundo entregou a vida.

O terr��vel espet��culo mostrar�� exatamente o que aconteceu. Satan��s,

seus anjos e s��ditos n��o ter��o como se desviar da representa����o de sua

pr��pria obra e vida. Cada ator relembrar�� a parte que desempenhou:

Herodes, matando as crian��as inocentes de Bel��m, a fim de destruir o Rei

de Israel; a malvada Herodias, sobre cuja alma criminosa pesa o sangue de

Jo��o Batista; o fraco e oportunista Pilatos; os soldados zombadores; os

sacerdotes e pr��ncipes e a multid��o enfurecida que clamou: "Caia sobre

n��s o Seu sangue e sobre nossos filhos!" (Mateus 27:25) - todos contem-

plar��o a dimens��o de seu crime. Inutilmente tentar��o se ocultar da majes-

tade divina do rosto de Jesus, mais resplandecente que o Sol, enquanto os

remidos lan��am suas coroas aos p��s do Salvador, exclamando: "Ele morreu

por mim!"

Entre a multid��o resgatada, estar��o os ap��stolos de Cristo, o valente

Paulo, o fervoroso Pedro, o amado e afetuoso Jo��o, seus fi��is irm��os e,

com eles, o vasto ex��rcito dos m��rtires. Ao mesmo tempo, fora dos muros,

com tudo o que �� ruim e abomin��vel, estar��o aqueles pelos quais foram

perseguidos, presos e mortos.

Ali estar�� Nero, aquele monstro cruel e imoral, contemplando a ale-

gria e exalta����o daqueles que ele torturou e em cujas afli����es mais extre-

mas encontrou prazer sat��nico. Sua m��e estar�� ali para testemunhar o

resultado de sua pr��pria obra; para ver como os maus tra��os de car��ter

transmitidos a seu filho, os desejos cultivados e desenvolvidos por sua





74




A senten��a

influ��ncia e seu exemplo, produziram frutos nos crimes que fizeram o

mundo estremecer.

Ali estar��o sacerdotes e prelados romanistas, que alegaram ser embai-

xadores de Cristo e, no entanto, fizeram uso de instrumentos de tortura,

da masmorra e da fogueira para dominar a consci��ncia de Seu povo.

Ali estar��o os orgulhosos pont��fices que se exaltaram acima de Deus

e ousaram mudar a lei do Alt��ssimo. Aqueles pretensos pais da igreja t��m

uma conta a prestar a Deus, da qual desejariam muito se livrar. Eles ter-

minar��o vendo tarde demais que o Onisciente �� zeloso de Sua lei, e que,

de n e n h u m a forma, ter�� por inocente o culpado. Entender��o que, para

Cristo, os interesses de Seu povo sofredor tamb��m s��o Seus; e sentir��o a

for��a de Suas palavras: "Digo-lhes a verdade: O que voc��s fizeram a algum

dos M e u s menores irm��os, a Mim o fizeram" (Mateus 25:40).

D i a n t e do tribunal - Todo o mundo ��mpio estar�� em julgamento

perante o tribunal de Deus, acusado de alta trai����o contra o governo do

C��u. N��o haver�� ningu��m para pleitear sua causa. Estar��o sem desculpa,

e a senten��a de morte eterna ser�� pronunciada contra eles.

Ficar�� ent��o evidente a todos que o sal��rio do p e c a d o n��o �� nobre

i n d e p e n d �� n c i a e vida eterna, mas escravid��o, ru��na e morte. Os ��mpios

ver��o o que p e r d e r a m em c o n s e q u �� n c i a de sua vida de rebeldia.

O excelente e e t e r n o peso de gl��ria (2 Cor��ntios 4:17) foi desprezado

q u a n d o lhes era oferecido; mas qu��o desej��vel lhes parecer�� n a q u e l e

m o m e n t o ! "Tudo isso eu poderia ter ganhado", exclamar�� o perdido.

"Mas preferi m a n t e r essas coisas longe de mim. Q u e p r e s u n �� �� o

absurda! Troquei a paz, a felicidade e

Os ��mpios ver��o o

a honra pela mis��ria, inf��mia e deses-

pero." Todos ver��o q u e sua exclus��o

que perderam em

do C �� u �� justa. Por sua vida declara-

consequ��ncia de sua

ram: "N��o q u e r e m o s q u e Este reine

vida de rebeldia.

sobre n��s" (Lucas 19:14).

C o m o q u e extasiados, os ��mpios

c o n t e m p l a r �� o a coroa����o do Filho de

D e u s . Ver��o em Suas m��os as t��buas da lei divina, os estatutos q u e

desprezaram e transgrediram.

Eles testemunhar��o as express��es de admira����o, alegria e adora����o por

parte dos salvos. Ao se propagar a melodia pelas multid��es fora da cidade,





75




Em busca de esperan��a

todos unidos exclamar��o: "Grandes e admir��veis s��o as Tuas obras,

Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros s��o os Teus ca-

minhos, �� Rei das na����es!" (Apocalipse 15:3) e, prostrando-se, adorar��o o

Pr��ncipe da vida.

A segunda morte - Satan��s parecer�� paralisado ao contemplar a gl��ria

e majestade de Cristo. Aquele que foi um querubim cobridor se lembrar��

de onde caiu. Ele, um serafim resplandecente, "filho da alva" (Isa��as 14:12),

mudou tanto; como se rebaixou!

Ele ver�� que sua rebeli��o volunt��ria o inabilitou para o C �� u . Desen-

volveu suas habilidades para guerrear contra Deus. A pureza, paz e har-

monia do C��u lhe seriam uma tortura extrema. Suas acusa����es contra a

miseric��rdia e a justi��a de Deus silenciar��o naquele momento. A culpa

que se esfor��ou para lan��ar sobre o Criador recair�� totalmente sobre ele.

Ent��o Satan��s se curvar�� e confessar�� a justi��a de sua senten��a.

Todas as quest��es sobre a verdade e o erro no prolongado conflito ser��o

esclarecidas. A justi��a de Deus estar�� plenamente vindicada. Perante o

universo ser�� apresentado, de maneira clara, o grande sacrif��cio feito pelo

Pai e o Filho em favor do ser humano. Chegar�� o momento em que Cristo

ocupar�� Sua devida posi����o, sendo glorificado acima dos principados e

potestades e sobre todo nome.

Apesar de Satan��s ser compelido a reconhecer a justi��a de Deus e a

curvar-se �� supremacia de Cristo, seu car��ter permanecer�� sem mudan��a.

O esp��rito de rebeli��o, como uma forte corrente, se manifestar�� de novo.

Transtornado, ele decidir�� n��o se render no grande conflito. Chegar�� o

tempo para a ��ltima e desesperada luta contra o Rei do C��u. Ele sair�� em

dire����o a seus aliados e se esfor��ar�� para inspir��-los com sua f��ria, inci-

tando-os a uma batalha imediata. Mas, entre todos os incont��veis milh��es

que seduziu �� rebeli��o, n��o haver�� ningu��m que reconhe��a sua suprema-

cia. Seu poder ter�� chegado ao fim.

Os ��mpios estar��o cheios do mesmo ��dio a Deus, o qual inspira

Satan��s; por��m, eles ver��o que seu caso �� sem esperan��a, que n��o podem

prevalecer contra Deus. Ent��o, a ira deles se acender�� contra Satan��s e

contra os que foram seus instrumentos de engano. C o m f��ria demon��aca,

se voltar��o contra eles. Haver��, assim, uma cena de conflito universal.

Ent��o se cumprir�� a palavra prof��tica: "Porque a indigna����o do Senhor

est�� contra todas as na����es, e o Seu furor, contra todo o ex��rcito delas;

76





A senten��a

Ele as destinou para a destrui����o e as entregou �� matan��a" (Isa��as 34:2).

"Far�� chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador

ser�� a parte do seu c��lice" (Salmos 11:6). Da parte de Deus, descer�� fogo

do c��u. A terra se fender��. Ser��o expostas as armas escondidas em suas

profundezas. C h a m a s devoradoras irromper��o de cada abismo aberto. As

pr��prias rochas arder��o.

O dia "ardente como uma fornalha" (Malaquias 4:1) ter�� chegado. Os

elementos se fundir��o pelo intenso calor, e toda a Terra e as obras que nela

houver ser��o queimadas (2 Pedro 3:10). O fogo mais intenso est�� preparado

para o rei, o l��der da rebeli��o. A fogueira ser�� profunda e ampla, e "o sopro do

Senhor, como uma torrente de enxofre ardente, a [incendiar��]" (Isa��as 30:33).

A superf��cie da Terra parecer�� uma massa fundida, um vasto e fervente lago

de fogo. Ser�� o tempo do ju��zo e da ru��na dos homens maus, "o dia da vingan��a

do Senhor, ano de retribui����es pela causa de Si��o" (Isa��as 34:8).

Os ��mpios receber��o sua recompensa na Terra (Prov��rbios 11:31). Eles

"ser��o como palha; e o dia que est�� para vir os abrasar��, diz o Senhor dos

Ex��rcitos" (Malaquias 4:1). Alguns ser��o destru��dos em um momento,

enquanto outros sofrer��o muitos dias. Todos ser��o punidos segundo suas

a����es. Tendo sido os pecados dos justos transferidos para Satan��s, o ori-

ginador do mal, ele dever�� suportar seu castigo." Assim, ele ter�� de sofrer

n��o somente pela pr��pria rebeli��o, mas por todos os pecados que fez o

povo de Deus cometer. O castigo dele dever�� ser muito maior do que o

daqueles a quem enganou. Depois que perecerem todos os que ca��ram por

seus enganos, ele ainda dever�� sofrer mais. Nas chamas purificadoras, os

��mpios ser��o finalmente destru��dos, raiz e ramos - Satan��s, a raiz, e seus

seguidores, os ramos. A justi��a de Deus ser�� executada, e os santos e toda

a multid��o de anjos dir��o em alta voz: "Am��m!"

Enquanto a Terra estiver envolta nas chamas da vingan��a de Deus,

os justos permanecer��o em seguran��a na cidade santa. Sobre os que

tiverem parte na primeira ressurrei����o, a segunda morte n��o ter�� poder

(Apocalipse 20:6). Ao mesmo tempo que �� um fogo consumidor para os

��mpios, Deus �� tanto sol quanto escudo para Seu povo (Salmos 84:11).'

1 Ve r n o t a d a p . 6 7 .

77





cap��tulo

0 recome��o 12

i novo c��u e nova Terra, pois o primeiro c��u e a primeira Terra

passaram" (Apocalipse 21:1). O fogo que consome os ��mpios puri-

ficar�� a Terra. Todo vest��gio de maldi����o ser�� removido. N e n h u m

inferno a arder eternamente conservar�� as terr��veis consequ��ncias do pecado

perante os redimidos. Apenas uma lembran��a permanecer��: o Redentor

levar�� para sempre os sinais de Sua crucifix��o. Em Sua fronte ferida, em

Seu lado, em Suas m��os e p��s estar��o os ��nicos vest��gios da obra cruel que

o pecado efetuou.

"O torre do rebanho, �� fortaleza da cidade de Si��o, o antigo dom��nio

lhe ser�� restaurado" (Miqueias 4:8). Cristo resgatou o reino perdido pelo

pecado, e os redimidos o possuir��o com Ele. "Os justos herdar��o a Terra e

nela habitar��o para sempre" (Salmos 37:29).

Ao considerar a maneira como a Palavra de Deus descreve a nova Terra

prometida, muitos t��m receio de fazer com que a heran��a futura pare��a

muito material e tang��vel. Isso tem levado as pessoas a espiritualizar as

verdades que afirmam que a nova Terra ser�� o nosso lar. Cristo garantiu

aos disc��pulos que foi preparar moradas para eles na casa de Seu Pai. Os

que aceitam os ensinos da Palavra de Deus n��o devem ser ignorantes com

respeito �� morada celestial.

Entretanto, o ap��stolo Paulo declarou: "Nem olhos viram, n e m ouvi-

dos ouviram, nem jamais penetrou em cora����o h u m a n o o que Deus tem

preparado para aqueles que O amam" (1 Cor��ntios 2:9). A linguagem

humana n��o consegue descrever a recompensa dos justos. Ser�� conhecida

apenas por aqueles que a contemplarem. Nenhuma mente finita consegue

compreender a gl��ria do para��so de Deus.

Na B��blia, a heran��a dos salvos �� chamada de p��tria (Hebreus 11:14-16).

Ali o Pastor celestial conduz Seu rebanho ��s fontes de ��gua viva. A ��rvore

da vida produz seu fruto de m��s em m��s, e as folhas s��o para a sa��de

das na����es. Existem torrentes sempre a fluir, claras como cristal, e, ao

lado delas, ��rvores agitando-se suavemente projetam sua sombra sobre os





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O recome��o

caminhos preparados para os resgatados do Senhor. Ali as extensas plan��-

cies se expandem na dire����o de lindas colinas, e as montanhas de Deus

se erguem at�� os pontos mais altos. Nessas pac��ficas plan��cies, ao lado

daquelas correntes cristalinas, o povo de Deus, durante tanto tempo pere-

grino e errante, encontrar�� seu lar permanente.

A Eterna J e r u s a l �� m ��� Na nova Terra estar�� a Nova Jerusal��m. Tendo

"a gl��ria de Deus", sua luz �� "semelhante a uma pedra precios��ssima, como

a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente" (Apocalipse 21:11). O

Senhor declara: "Exultarei por causa de Jerusal��m e Me alegrarei no Meu

povo" (Isa��as 65:19). "Eis o tabern��culo de Deus com os homens. Deus

habitar�� com eles. Eles ser��o povos de Deus, e Deus mesmo estar�� com

eles. E lhes enxugar�� dos olhos toda l��grima, e a morte j�� n��o existir��, j��

n��o haver�� luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passa-

ram" (Apocalipse 21:3, 4).

Na cidade de Deus "n��o haver�� noite" (Apocalipse 21:25). Ningu��m

necessitar�� ou desejar�� repouso. N��o haver�� cansa��o em viver segundo a

vontade de Deus e em oferecer louvor a Seu nome. Sempre sentiremos

o frescor da manh��, que nunca ter�� fim. "Nem precisam eles de luz de

candeia, n e m da luz do Sol, porque o Senhor Deus brilhar�� sobre eles"

(Apocalipse 22:5).

A luz do Sol ser�� substitu��da por um brilho n��o ofuscante, embora

supere grandemente o esplendor do Sol ao meio-dia. A gl��ria de Deus e

do Cordeiro inundar�� a cidade santa, com uma luz que nunca se apagar��.

Os redimidos andar��o na gl��ria de um dia perp��tuo, independente do Sol.

"Nela, n��o vi santu��rio, porque o seu santu��rio �� o Senhor" (Apocalipse

21:22). Os fi��is ter��o o privil��gio de manter comunh��o direta com a

Divindade. "Agora, vemos como em espelho, obscuramente" (1 Cor��ntios

13:12). Contemplamos a imagem de Deus refletida como em um espelho,

nas obras da natureza e em Seu relacionamento com os seres humanos.

Mas, ent��o, n��s O conheceremos face a face, sem uma cortina de separa-

����o. Estaremos em Sua presen��a e contemplaremos a gl��ria de Sua face.

Ali, a mente dos redimidos imortais contemplar��, com prazer infinito,

as maravilhas do poder criador e os mist��rios do amor que redime. Ali

n��o haver�� advers��rio ou enganador, para nos tentar ao esquecimento de

Deus. Todas as habilidades se desenvolver��o, e ser��o ampliadas todas as

capacidades. A aquisi����o de conhecimentos n��o cansar�� a mente nem





79





Em busca de esperan��a

esgotar�� as energias. Ali os mais grandiosos empreendimentos poder��o

ser levados avante, alcan��adas as mais elevadas aspira����es e realizadas as

mais altas ambi����es. Na nova Terra, surgir��o ainda novas alturas a atingir,

novas maravilhas a admirar, novas verdades a compreender, novos objeti-

vos a agu��ar as aptid��es da mente, da alma e do corpo.

Ao transcorrerem os anos da eternidade, haver�� mais e mais abundan-

tes e gloriosas revela����es de Deus e de Cristo. Assim como o conhecimento

�� progressivo, tamb��m o amor, a rever��ncia e a felicidade aumentar��o.

Quanto mais as pessoas aprenderem a respeito de Deus, mais v��o admirar

Seu car��ter. Na medida em que Jesus revelar aos salvos as riquezas da

reden����o e os fatos surpreendentes do grande conflito com Satan��s, o

cora����o deles vai pulsar com mais forte devo����o, e com mais arrebatadora

alegria v��o dedilhar as harpas de ouro. Cada vez mais, milhares de milha-

res e milh��es de milh��es de vozes se unir��o para ampliar o potente c��ntico

de louvor ao Deus eterno.

"Ent��o, ouvi que toda criatura que h�� no C �� u e sobre a Terra, debaixo

da Terra e sobre o mar, e tudo o que neles h��, estava dizendo: ��quele que

est�� sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a gl��ria, e

o dom��nio pelos s��culos dos s��culos" (Apocalipse 5:13).

Pecado e pecadores n��o mais existem. O Universo inteiro est�� purifi-

cado, e o grande conflito terminou para sempre.

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De: Bons Amigos lançamentos 



O Grupo Bons Amigos e o Grupo Só Livros com sinopses tem o prazer de lançar hoje mais uma obra digital  para atender aos deficientes visuais.     

Em Busca de Esperança - Livro da Igreja Adventista do 7º dia

Livro doado por Luziana e digitalizado por Fernando Santos
Sinopse:
Como lar dos seres humanos, A Terra tem sido o palco de um  conflito milenar, em que o mal parece muitas vezes prevalecer. Guerras, terremotos, devastações, doenças... Até quando tudo isso vai durar ?

 Lançamento:  
 Só Livros com sinopses :

)https://groups.google.com/forum/#!forum/solivroscomsinopses  


 Grupo parceiro                       

2)https://groups.google.com/forum/#!forum/bons_amigos  


Blog parceiro:

                            https://bezerralivroseoutros.blogspot.com/  

 

Este e-book representa uma contribuição do grupo Bons Amigos e Só livros com sinopses  para aqueles que necessitam de obras digitais como é o caso dos deficientes visuais e como forma de acesso e divulgação para todos. 

      É vedado o uso deste arquivo para auferir direta ou indiretamente benefícios financeiros. 
 Lembre-se de valorizar e reconhecer o trabalho do autor adquirindo suas obras.


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