Copyright CE. Dr. Bezerra de Menezes
Editor: Miguel de Jesus Sardano
Coordenador editorial: Tiago Minoru Kamei
Capa: Thamara Fraga
Projeto gr��fico: Gerson Reis - Est��dio J. Reis
Revis��o: Rosemarie Giudilli Cordioli
3a
edi����o: 2010
3a impress��o: fevereiro de 2013 - 3.000 exemplares
Impress��o: LIS Gr��fica e Editora
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Editora
EBM EDITORA
Rua Silveiras, 23 - Vila Guiomar
CEP 09071-100 - Santo Andr�� -SP
Tel. 11 3186-9766
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Dados Internacionais de Cataloga����o na Publica����o (C��P)
(C��mara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Schubert, Suely Caldas
Os poderes da mente / Suely Caldas Schubert. ���
3. ed. rev. e ampl. ��� S��o Paulo : Editora
Bezerra de Menezes, 2010.
Bibliografia.
1. Controle da mente 2. Espiritismo - Filosofia
3. Esp��ritos 4. Mediunidade 5. Mente e corpo
6. Vida espiritual I. T��tulo.
10-07644 CDD-133.901
��ndices para cat��logo sistem��tico:
1. Poderes da mente : Doutrina esp��rita 133.901
ISBN: 978-85-87011-35-0
ndice
9 Dedicat��ria
11 Agradecimentos
13 Pref��cio - Carlos Abranches
19 Apresenta����o - Os Poderes da Mente
25 Pr��logo - Imortalidade
27 Primeira Parte Os Poderes
29 O Pensamento do Criador
39 Do ��tomo ao Arcanjo
45 Pensar �� Criar
53 A Intelig��ncia -A Teoria das Intelig��ncias
M��ltiplas
63 A Mente - Mentes que Brilham -A Casa Mental
77 O Pensamento - Pensamentos Negativos
Pensamentos Positivos
97 Formas-pensamento - Fotografia de
Formas-pensamento - Transmiss��o de
Formas-pensamento no Processo Obsessivo
111 O C��rebro -A Fant��stica Rede de Comunica����o
entre os Neur��nios - Frequ��ncia das Ondas
Cerebrais - Neur��nios
25 O Enigma da Consci��ncia
39 A Mem��ria - Esquecimento do Passado
-153 Emo����es e Sentimentos - Primeiro a Emo����o,
depois a Raz��o - Rea����es Emocionais Sentimentos
- Amor
165 Do Amor e do Amar
171 A For��a da Vontade - A Vontade Divina O
Desconhecido Poder da Vontade
185 O Sexto Sentido - Os Dom��nios do Esp��rito As
M��ltiplas Fun����es da Pineal - Dimens��es da
Mediunidade
201
203 Arquivos da Alma - Regress��o de Mem��ria no
Plano Espiritual - Regress��o de Mem��ria na
Reuni��o Medi��nica - Terapia de Vidas Passadas
(TVP)
215 Proje����es Telep��ticas - Leitura Mental Obsess��o
Telep��tica
225 Contamina����o Flu��dica - Os Monstros
do Pensamento - Infec����es Flu��dieas Linchamento
��� 239 Como Agem os Obsessores - N��o nos Deixes
Cair em Tenta����o - Tentando a Tenta����o Examinando
o Processo Obsessivo - Qu��mica
Espiritual
253 Alucina����es Espirituais - Mefist��feles Reuni��o
Medi��nica no Plano Espiritual
265 Auto-obsess��o - Doen��as-fantasmas - Autismo
277 O Despertar Espiritual - O Mais Elevado
Estado da Consci��ncia
289 O Poder Maior - A Vinda de Jesus A
Personalidade de Jesus - O Cristo Consolador
305 Considera����es Finais
313 Bibliografia
edicat��ria
querido amigo Divaldo Pereira Franco,
exemplo de dedica����o integral aos valores
espirituais de que �� dotado, os quais direcionou,
sob a ��gide de Jesus, a servi��o do Espiritismo, e
em favor da Paz e do Amor - por esses mais de
cinquenta anos semeando estrelas.
Pela messe de amor de Joanna de Angelis que
prossegue, atendendo ao convite do Cristo e em
Seu nome, sinalizando o caminho da Verdade e da
Vida, o preito de nossa gratid��o e de nosso amor.
gradecimentos
grade��o aos amigos com quem mantive
conversas enriquecedoras e que me ajudaram,
de alguma forma, a pensar os poderes da mente,
Carlos Augusto Abranches, Consola����o Muanis,
��ngela Mendon��a, Vitor Silvestre Ferraz Santos e
meu neto, Humberto Schubert Coelho.
Especial agradecimento ao querido casal
Terezinha e Miguel de Jesus Sardano, pela
presen��a e est��mulo constantes.
Quero externar tamb��m a minha gratid��o
aos queridos amigos Divaldinho Matos, Luiz
Ant��nio Ferraz e P��blio Car��sio de Paula,
respectivamente, editores dos meus livros,
Mediunidade, Caminho para Ser Feliz (Ed.
Didier) e Transtornos Mentais: Uma Leitura
Esp��rita (Minas Ed.), pela importante e fraterna
colabora����o. Estendo, tamb��m, minha gratid��o
ao amigo muito querido Jos�� Maria de Medeiros
Souza, pelo apoio de todos os instantes.
�� reconfortante contar com a presen��a e os
ensinamentos de nosso querido Jos�� Raul
Teixeira, cujos exemplos de dedica����o ��
Doutrina dos Esp��ritos, a Jesus e a Kardec nos
t��m felicitado e proporcionado ensejos valiosos
para nossas tarefas doutrin��rias.
A ele, o meu profundo agradecimento.
Aos amigos Bluterkowsky Marc��lio e Olavo
Guterres Silva, pelo amparo amigo e dedicado,
nesses anos de aprendizado maior.
Aos meus amados filhos e netos, pelo conforto
de t��-los ao meu lado.
Suely Caldas Schubert
ref��cio
pesquisadores est��o radiantes. T��m
conseguido avan��os importantes em diversos
campos da investiga����o cient��fica.
Rem��dios de alcance espec��fico para
determinados tipos de c��ncer t��m atingido
n��veis satisfat��rios de cura, estimulando a
produ����o em escala comercial.
As conquistas na astronomia mudaram de
perfil. N��o se cogita apenas a exist��ncia de
planetas dentro dos sistemas vizinhos ao nosso,
mas do conjunto de afinidades que possam
tornar poss��vel uma atividade explorat��ria em
algum deles que tenha proximidade com as
condi����es de vida da Terra.
�� fant��stico reconhecer que, apesar das
graves crises de ordem socioecon��mica porque
passa a Humanidade, ainda h�� espa��o para
que uma parcela consider��vel de estudiosos
invista suas compet��ncias na melhoria das
condi����es de vida dos seres humanos.
Apesar disso, quem se interessa pela ci��ncia
do homem que propicia descobertas nas ��reas
voltadas para as quest��es ontol��gicas, pr��prias
do ser, percebe uma profunda dist��ncia entre
os progressos comuns �� horizontalidade da
condi����o humana e os de car��ter vertical, que
remetem a criatura a dimens��es mais elevadas,
que escapam ao seu modo de vida mais imediato.
O que �� a mente? Qual o impacto das energias
que a pessoa mobiliza atrav��s de um pensamento
de ��dio ou de amor? De que maneira o universo
elabora as for��as comuns a uma prece?
Ser�� que tudo isso �� apenas cogita����o barata
de estudiosos ing��nuos, que acreditam chegar
a conclus��es s��rias sem se adequar a crit��rios
de investiga����o cient��fica?
Em considera����o a homens e mulheres
respeit��veis que dedicaram a vida toda a
mergulhar nesse outro cosmos de infinitas
categorias e percep����es, tentando definir
uma forma correta de compreens��o da
realidade do Esp��rito �� que afirmamos, com
positiva seguran��a: conhecer os dom��nios da
mente �� mergulhar na parcela desconhecida
da grandeza do Criador, com capacidade de
levar o investigador a descobertas que podem
libertar o homem de muitas limita����es em
seu caminho evolutivo.
O livro de Suely Caldas Schubert oferece a
voc��, leitor, a possibilidade de conhecer com
absoluta seguran��a os conte��dos necess��rios
a respeito do psiquismo, das for��as mentais,
dos poderes do Esp��rito, para que sua entrada
nesse mundo quase desconhecido possa ser
feita com base na seguran��a e na clareza dos
paradigmas esp��ritas da imortalidade da alma,
da comunicabilidade entre os mundos material
e espiritual e, sobretudo, da reencarna����o.
Em meio a tantos crimes hediondos e ��
banaliza����o da vida, �� em um livro como
Os Poderes da Mente que o leitor pode
encontrar respostas adequadas para a
condi����o em que ficam os criminosos e as
v��timas diante de tanta brutalidade.
As ondas magn��ticas do desvirtuamento da
Lei Natural acompanham o causador do ato
inseparavelmente. As marcas de tal desequil��brio
s�� deixam o campo vibrat��rio da criatura quando
ela devolve �� ordem c��smica, em forma de atitude
interior e conduta exterior, o que desarmonizou
com viol��ncia e invigil��ncia.
Para que isso aconte��a s��o necess��rios,
na maioria das vezes, s��culos e s��culos de luta e
sofrimento em encarna����es dolorosas e solit��rias.
N��o �� Deus quem define a puni����o, mas sim o
pr��prio criminoso, que quer de todas as
formas livrar a consci��ncia do fardo da culpa
e do remorso.
Muitas vezes, os efeitos dos equ��vocos de
ontem se fazem em condi����es lament��veis de
desequil��brio emocional no presente.
Da�� os incont��veis casos de depress��es
cr��nicas, medos inexplic��veis e fobias
alienantes, exigindo da ci��ncia psicol��gica
pesquisas aprofundadas em busca da melhoria
das condi����es de vida das pessoas
Suely Caldas Schubert esclarece em
Os Poderes da Mente que na pauta existencial do
resgate n��o est�� incluso o direito �� v��tima de se
vingar. A pr��pria Lei tem mecanismos de reajusn
que preservam tanto o sentimento de dignidade
de quem sofreu a a����o quanto a oportunidade do
agressor de se recuperar, se optar pela pr��tica do
bem de forma desinteressada.
A realidade vivida por m��diuns e frequentadores
de uma reuni��o medi��nica �� dram��tica, tamanhas
s��o as cargas de dores e ressentimentos trazidos
pelos personagens em lit��gio.
E se �� dif��cil acompanhar os reencontros
carregados de ��dio, mais trabalhosa �� a busca de
argumentos para fazer com que tantas m��goas
sejam dilu��das, com o doce toque de palavras
amorosas e convites seguros �� pr��tica do perd��o.
O mais impressionante disso tudo �� que, em
di��logos reservados com pessoas n��o esp��ritas,
que se interessam em saber o que se passa
nessas reuni��es medi��nicas, na maior parte
das vezes, as mesmas n��o conseguem acreditar
que isso possa ter acontecido algum dia.
Preferem entender que tamanha riqueza de
detalhes faz parte, na realidade, de arquivos
particulares da vida do pr��prio m��dium.
N��o aceitam que crimes perpetrados h�� tanto
tempo retornem do passado como se tivessem
sido cometidos agora; �� dif��cil para elas
entender que o ��dio �� sentimento que n��o tem
idade, bastando encontrar terreno prop��cio
na intimidade de algu��m para se manifestar,
exigindo vingan��a imediata.
Eis que a mente abre suas portas e seus
princ��pios apresentam-se com nuan��as claras e
de capta����o precisa. Elas est��o reunidas nesta
obra de Suely Caldas Schubert, que ora convido o
leitor a ler e a estudar.
O resultado de um trabalho como esse, que
exigiu anos de dedica����o e comprometimento
por parte da autora, n��o �� outro sen��o um
profundo sentimento de paz interior, pela
contribui����o que traz a cada um que o l��, de
resgate da felicidade pessoal e da beleza de viver
dedicado �� causa do bem, em nome de Jesus, o
Senhor e Mestre de todos n��s.
Carlos Abranches
S��o Jos�� dos Campos (SP), agosto de 2003.
presenta����o
��o surpreendentes os poderes da mente.
Entretanto, na maioria de n��s, tais poderes
jazem adormecidos ou, quando exercitados,
ofazemos n��o de modo pleno, mas ainda
com muitas limita����es e dificuldades.
Esses poderes emanam dos atributos do
Esp��rito, com os quais o Criador dotou a
todos os seus filhos.
Assim, o ser humano estreando em sua
caminhada, n��o a iniciou destitu��do
de condi����es, de qualidades, de
potencialidades. Ao contr��rio, embora
com a inexperi��ncia de um nascituro em
termos evolutivos, trazia em si os atributos
imprescind��veis para vencer as adversidades
inerentes a um planeta primitivo.
�� medida em que seu pensamento dilatou-se,
em que suas ideias tornaram-se mais criadoras,
a ��nsia por melhorar a qualidade de vida
preponderou e, proporcionalmente, ao seu
constante progresso intelectual,
foi modificando o mundo ao seu redor, que
se tornou, assim, a concretiza����o de seu
pensamento e de sua incr��vel criatividade.
O homem pensou o mundo e o criou.
O mundo de hoje expressa o que s��o os seres
humanos que o habitam.
Se o mundo �� hostil e violento, se a mis��ria
campeia e se alastra, embora a excessiva
riqueza de uns poucos a maioria ainda n��o
tem o b��sico para uma vida digna, se o
amor, por enquanto est�� em desvantagem
face ao ��dio, se grande parte ainda jaz na
inconsci��ncia de seus deveres mais essenciais
para com os demais seres humanos - este �� o
mundo que idealizamos e constru��mos.
Muitos de n��s estamos nos conscientizando
de que as coisas n��o deram muito certo.
Fizemos op����es terrivelmente desastrosas.
Tantos foram os atalhos que escolhemos, que
agora est�� dif��cil retornar a estrada certa.
O ser humano, todavia, tem not��veis poderes
e se assim o quiser pode fazer uma corre����o
de curso e evitar as tr��gicas consequ��ncias de
seus erros. Deve ser, por��m, um gigantesco
esfor��o de mudan��a. Novos sonhos, novos
planos, esperan��as renovadas.
Mas, quais seriam essas potencialidades?
Quais s��o esses poderosos atributos?
Se pensarmos um pouco em tudo o que
somos, em nossas condi����es ��ntimas, no que
somos capazes de imaginar, sonhar, criar,
realizar, come��aremos a perceber que existe
em cada um de n��s algo maravilhoso
formando um conjunto de potencialidades.
Em O Livro dos Esp��ritos1 est��o
assinalados esses atributos e aqui
relacionamos alguns: a intelig��ncia; o
pensamento; a consci��ncia;
a raz��o; o senso moral; o senso de justi��a;
olivre-arb��trio; as percep����es (os sentidos).
N��o citados, mas impl��citos, a mente, a
vontade e a mem��ria.
Sabemos que estas potencialidades podem
ser canalizadas para o bem ou para o mal.
O mau uso caracteriza-se pelo
direcionamento da intelig��ncia, dos
pensamentos, da emo����o, da criatividade, da
for��a de vontade para ocasionar preju��zos e
danos f��sicos ou morais ��s pessoas.
Todavia, o mal que fazemos nos faz mal e
desta rea����o, intr��nseca �� Lei de Causa e
Efeito, n��o escapamos.
Em sentido oposto, esses poderes podem
ser canalizados para o bem e para a����es
altru��sticas, cujos frutos ser��o sempre
gratificantes e compensadores.
Grande n��mero de pessoas n��o t��m a
menor percep����o de seus pr��prios
potenciais, embora os utilizem no seu
cotidiano em larga escala. S��o capacidades
Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
que derivam dos atributos mencionados, que
revelam qu��o amplo �� o espectro de nossa
atua����o nos in��meros segmentos da vida
terrena e espiritual.
Nas p��ginas seguintes estaremos
analisando, na primeira parte da obra,
alguns dos atributos acima mencionados.
Nosso objetivo �� evidenciar os aspectos
transcendentais que lhes s��o inerentes,
em raz��o de que a sede desses poderes
�� o Esp��rito e n��o o c��rebro f��sico.
Ressaltaremos uma das percep����es mais
not��veis e enriquecedoras, o sexto sentido,
ou seja, a mediunidade.
As condi����es sombrias e dolorosas da vida
terrena poderiam ser modificadas de forma
estrutural se as criaturas conhecessem
e valorizassem essa faculdade, pois que
ela abre perspectivas, totalmente, novas e
desvenda muitos dos chamados mist��rios
que confundem e respondem por muitas das
distor����es da vis��o de mundo do ser humano.
Na segunda parte, focalizaremos alguns dos
aspectos dos arquivos da alma.
Nos cap��tulos de 1 a 7 evidenciaremos
determinadas situa����es, em que os atributos
est��o sendo canalizados para uns destrutivos.
No cap��tulo 8 destacaremos um tema que ��
atualmente do interesse de grande n��mero
de cientistas e pesquisadores.
Nosso objetivo �� proporcionar aos leitores
uma vis��o, ainda que sintetizada, do que
est�� sendo pesquisado nesse campo al��m
do ego, ou seja, a transcend��ncia das
potencialidades do ser humano.
S��o caminhos diversos que levam ��
mesma estrada, a da conscientiza����o de
que cada um de n��s �� um Esp��rito imortal
destinado �� perfei����o.
Os poderes do Esp��rito tiveram o seu ��pice,
em nosso planeta, na figura de Jesus, que
estaremos enfocando no cap��tulo final.
O Mestre dos mestres reunia em si todas
as pot��ncias em grau superior, sendo o
modelo e guia de toda a Humanidade,
consoante a quest��o 621 de O Livro dos
Esp��ritos2. Sabemos, com Leon Denis, que
Ele �� o Governador Espiritual do planeta
Terra e, na palavra luminosa de Joanna de
Angelis, do Sistema Solar.
Come��a aqui a viagem para a qual usaremos
nossos poderes e nossa imagina����o.
Juiz de Fora (MG), primavera de 2003.
Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
r��logo
mortalidade
Solte a imagina����o e
deixe o pensamento librar,
voar alto
e se perder no azul
tomar a cor azul
e azular...
Deixe o pensamento
pensar
no rumo do infinito
impens��vel
e singrar
vertiginosamente
omar de nuvens
ultrapassar o som
vencer a luz
numa corrida m��gica
e mais r��pido
que tudo o mais
alcan��ar a imensid��o
e a eterna imortalidade.
(1977)
rimeira arte
Os oderes
O PENSAMENTO DO CRIADOR
A eterna cria����o, a eterna renova����o dos
seres e das coisas �� t��o somente agroje����o
do pensamento divino no Universo.
Leon Denis (O Grande Enigma)
esde os tempos imemoriais, o ser humano
tem buscado respostas e explica����es para o
enigma da vida e da Cria����o Divina. Sob diferentes
denomina����es que expressam o n��vel de apreens��o de
cada ��poca e de cada cultura, Deus tem sido compreendido
como um ser que apresenta poucas virtudes e
in��meros defeitos, alguns desses muito graves, para
n��o dizer aterradores. Em decorr��ncia disso as pessoas
se proclamam tementes a Deus, o que reflete bem
os seus sentimentos em rela����o a Ele. Isso evidencia
a inf��ncia espiritual da Humanidade.
A vinda de Jesus e seus ensinamentos, h�� dois
mil anos, possibilitou uma nova vis��o acerca do Criador,
por��m, pouco conseguiu modificar, pois ainda
prevalece em nossos dias, uma mentalidade estruturada
nos princ��pios da Lei Mosaica, na maioria dos
segmentos do Cristianismo.
Nota-se, neste in��cio do s��culo XXI, que mesmo
SUELY CALDAS SCHUBERT
o entendimento das grandes religi��es sobre o tema.
e o que �� ensinado aos milh��es de adeptos, em quase
nada progrediu em rela����o ao passado.
Deus prossegue sendo um ser cruel, vingativo,
que privilegia alguns de seus filhos e persegue outros,
que n��o perdoa e condena multid��es ao inferno
eterno, que tem humor inst��vel, pois fica triste ou
alegre conforme a conduta humana, ou se enche de
ira e revolta, sendo capaz de grandes destrui����es para
aplacar a sua raiva. Assim, n��o tem a plena sabedoria
e onipot��ncia, n��o �� perfeito, comete erros clamorosos
e tamb��m n��o tem a capacidade de previs��o (n��o previu
que a serpente tentaria Ad��o e Eva e que ambos
o desobedeceriam; que Caim mataria Abel e tudo o
mais que teria ocorrido).
�� ainda capaz de destruir tudo o que criou como
no caso do dil��vio, salvando apenas No�� e sua
fam��lia e um casal de cada esp��cie. Para tanto foi
preciso construir uma arca, pois Deus n��o tinha onde
colocar os que seriam salvos. Depois repovoou a Terra,
come��ando de novo.
Essas e muitas outras incongru��ncias ainda
est��o sendo cultivadas e mantidas no imagin��rio
popular.
Essa concep����o em rela����o a Deus reflete a realidade
e condi����es espirituais das criaturas.
O Talmude ensina [...] que n��o vemos as coisas
apenas como s��o, mas tamb��m como n��s somos.
A pouca evolu����o e a maturidade espiritual da
Humanidade terrena refletem-se no modo como o
Criador �� idealizado, no qual s��o projetadas as limita����es
e defeitos morais humanos. E nesse patamar
Os PODERES DA MENTE
de entendimento isso parece ser o suficiente, pois
despertar para uma outra realidade �� trabalhoso e
inc��modo. Infere-se, pois, que h�� necessidade de um
Deus bastante bravo, agressivo e rancoroso o suficiente
para atemorizar e domar as m��s inclina����es e
defeitos que nos s��o pr��prios.
Outra, contudo, �� a concep����o esp��rita acerca
de Deus. O Espiritismo "desmaterializou" o Criador,
revelando-o como o Ser Supremo, conforme a resposta
�� pergunta n��mero 01 de O Livro dos Esp��ritos: Deus
�� a Intelig��ncia Suprema, causa prim��ria de todas as
coisas.3 E Allan Kardec, ao relacionar os atributos do
Criador, nos possibilita um entendimento superior,
transcendente, que muito nos enriquece. S��o estes
os atributos:
���Deus �� eterno. Se tivesse tido princ��pio, teria
sa��do do nada, ou ent��o, tamb��m teria sido criado por
um ser anterior. �� assim que, de degrau em degrau,
remontamos ao infinito e �� eternidade.
����� imut��vel. Se estivesse sujeito a mudan��as,
as Leis que regem o Universo nenhuma estabilidade
teriam.
����� imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza
difere de tudo o que chamamos mat��ria. De outro
modo, ele n��o seria imut��vel, porque estaria sujeito
��s transforma����es da mat��ria.
����� ��nico. Se muitos Deuses houvesse, n��o haveria
unidade de vistas, nem unidade de poder na
ordena����o do Universo.
����� onipotente. Ele o ��, porque �� ��nico. Se n��o dis3
Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
pusesse do soberano poder, algo haveria mais poderoso
quanto ele, que ent��o n��o teria feito todas as coisas.
As que n��o houvesse feito seriam obra de outro Deus.
* �� soberanamente justo e bom. A sabedoria
providencial das Leis Divinas se revela, assim, nas
mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa
sabedoria n��o permite se duvide nem da justi��a nem
da bondade de Deus.4
Ultimamente, o interesse pelas quest��es transcendentais
tem aumentado de forma muito intensa,
fora do ��mbito religioso. Cientistas, pensadores, psic��logos,
psiquiatras e estudiosos em geral reconhecem
a exist��ncia de algo mais al��m da mat��ria.
Roger Walsh, referindo-se a uma sabedoria
oculta que transcende a nossa possibilidade de compreens��o,
afirma: Essa sabedoria �� descrita como uma
intui����o direta e n��o conceituai que est�� al��m das
palavras, conceitos e dualidades. Por isso �� chamada
de transverbal, transracional e n��o-dual.
Ele menciona que no Upanixade est�� registrado
o seguinte esclarecimento sobre a sabedoria oculta:
N��o pelo racioc��nio ser�� esta apreens��o ating��vel.5
A Doutrina Esp��rita encaminha e dilata o racioc��nio
de forma not��vel, propiciando �� criatura alcan��ar o
n��vel de amadurecimento e percep����o imprescind��veis
a essa apreens��o maior.
Apraz-nos mencionar, a essa altura, alguns dos
not��veis conceitos do professor Herculano Pires, re
4
Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos, passim.
5 Roger WALSH, Caminhos Al��m do Ego: Uma Vis��o Transpessoal.
Os PODERES DA MENTE
gistrado em seu excelente livro O Esp��rito e o Tempo,
pois refletem de forma muito clara a compreens��o
esp��rita acerca de Deus.
Nessa obra, o autor apresenta a introdu����o hist��rica
ao Espiritismo e aborda e comenta o "m��todo
cultural" de antrop��logos ingleses, aplicado por John
Murphy, cujo esquema �� constitu��do pelos "horizontes
culturais", dentro dos quais o desenvolvimento humano
pode ser analisado na amplitude de cada uma de
suas fases.
Segundo Murphy, compreende-se por horizontes
culturais as diferentes fases da Humanidade: horizonte
tribal, agr��cola, civilizado e prof��tico. Herculano
Pires contribui acrescentando o horizonte espiritual,
uma f��rmula nova exigida pelo Espiritismo.6
Apesar de todo o esquema estar fundamentado,
especialmente, nos fatos medi��nicos atrav��s dos tempos,
pode-se fazer tamb��m outras infer��ncias, que t��m
a ver com o assunto que estamos abordando.
O que ressalta desses horizontes culturais s��o as
formas de adora����o a Deus, vinculadas �� manifesta����o
do sagrado, ou seja, �� a����o das entidades espirituais
sempre presentes na Hist��ria dos povos.
O professor Herculano Pires apresenta a escala
de adora����o no mundo primitivo, esclarecendo que
os seus diferentes graus podem ser simult��neos e
n��o sucessivos. A adora����o �� um sentimento inato
no ser humano. Nas suas primitivas manifesta����es,
encontramos a litolatria ou adora����o de pedras, rochas
e relevos do solo; no grau seguinte, a fitolatria
Herculiano PIRES, O Esp��rito e o Tempo.
SUELY CALDAS SCHUBERT
ou adora����o de vegetais, de plantas, flores, ��rvores e
bosques; acima, a zoolatria ou adora����o de animais, e
em um grau mais elevado, a mitologia propriamente
dita, a se expressar no polite��smo.
O interessante, conforme ressalta o autor, �� que
res��duos dessas v��rias fases s��o encontrados ainda
nos sistemas religiosos da atualidade. Mesmo em nossos
dias, encontramos manifesta����es religiosas com
as caracter��sticas citadas, evidenciando que, embora
todo o progresso intelectual, pouco se avan��ou nesse
campo.
As formas de adora����o refletem, assim, a concep����o
humana em rela����o a Deus.
Mas, um horizonte novo e ilimitado desenha-se
no cen��rio terreno. Levanta-se o v��u que toldava a
vis��o interior, dando lugar a uma perspectiva panor��mica,
c��smica.
De repente nos enxergamos como parte do Universo,
como filhos de Deus e seus herdeiros. A vastid��o
c��smica est�� diante de n��s. As estrelas que cintilam
ao longe nos convidam a conhec��-las de perto, o que
ocorrer�� na sucess��o do tempo.
O horizonte espiritual atende �� Era do Esp��rito.
O ap��stolo Paulo, �� sua ��poca, traduziu em uma
frase o pensamento atual acerca de Deus: Em Deus
vivemos e nos movemos.
Segundo Herculano Pires, o Espiritismo admite
a iman��ncia de Deus no Universo como consequ��ncia
de sua pr��pria transcend��ncia. Imanente �� aquilo
que est�� compreendido na pr��pria natureza, como
elemento intr��nseco, pertencente �� sua constitui����o e
determinante do seu destino. De acordo com o princ��
Os PODERES DA MENTE
pio da iman��ncia, Deus est�� em n��s. Mas, o Criador
n��o pode ser confundido com a criatura, assim como
o artista n��o �� a sua obra.
Sendo Deus a intelig��ncia suprema e causa prim��ria
de todas as coisas, [...] est�� presente na Cria����o
atrav��s de Suas leis, que representam ao mesmo
tempo a liga����o de todas as coisas ao Seu poder e a
possibilidade de eleva����o de todas as coisas �� Sua
perfei����o. A lei de evolu����o explica a iman��ncia como
consequ��ncia l��gica e necess��ria da transcend��ncia,
s��o explica����es do professor Herculano Pires.7
Na quest��o 621 de O Livro dos Esp��ritos8, Kardec
pergunta onde est�� escrita a Lei de Deus e os
Esp��ritos respondem: - Na consci��ncia.
Dentre as ideias mais avan��adas para apreendermos
um pouco mais acerca de Deus est��o os ensinamentos
esp��ritas. E esses s��o de tal ordem, e t��o
coerentes, e elevados, que nos tocam os sentimentos
mais refinados.
A palavra po��tica e bela de Leon Denis ensina:
[...] E Deus est��, assim em cada um de n��s, no
templo vivo da consci��ncia. �� aquele lugar sagrado,
o santu��rio em que se encontra a divina
centelha.9
��s crian��as podemos dizer, de forma compreens��vel,
que Deus est�� aqui, t��o certo quanto o ar que
respiramos. Mas, imaginando a Intelig��ncia Suprema
e o fluxo incomensur��vel de pensamentos do Criador,
7 Herculiano PIRES, O Esp��rito e o Tempo.
8 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
9 Leon DENIS, O Grande Enigma.
SUELY CALDAS SCHUBERT
entendemos o que Leon Denis expressa a repeito de
Deus:
O Universo inteiro vibra sobre o pensamento de
Deus.10
A Mentora Joanna de Angelis, corroborando,
afirmai
O Universo �� resultado da Mente divina que n��o
cessa de agir positivamente.11
Andr�� Luiz registra: [...] interpretaremos o Universo
como um todo de for��as din��micas, expressando
oPensamento do Criador.
Nos fundamentos da Cria����o vibra o pensamento
imensur��vel do Criador e sobre esse plasma divino
vibra o pensamento mensur��vel da criatura a
constituir-se no vasto oceano de for��a mental em
que os poderes do Esp��rito se manifestam.12
O Instrutor Espiritual Alb��rio, em uma vis��o
c��smica muito bela, explanando a respeito da Cria����o
Divina, assevera:
N��o ignoramos que o Universo, a estender-se
no Infinito, por milh��es e milh��es de s��is, �� a
exterioriza����o do Pensamento Divino, de cuja
ess��ncia partilhamos, em nossa condi����o de
raios conscientes da Eterna Sabedoria, dentro do
limite de nossa evolu����o espiritual. Da superestrutura
dos astros �� infra-estrutura subat��mica,
10 L��on DENIS, No Invis��vel.
11 Divaldo P. FRANCO, Dias Gloriosos.
12 Francisco C. XAVIER, Mecanismos da Mediunidade.
Os PODERES DA MENTE
tudo est�� mergulhado na subst��ncia viva da
Mente de Deus, como os peixes e as plantas da
��gua est��o contidos no oceano imenso.13
Francisco C. XAVIER, Mecanismos da Mediunidade.
Do ��TOMO AO ARCANJO
�� assim que tudo serve, que tudo se
encadeia na Natureza, desde o ��tomo
primitivo at�� o arcanjo, que tamb��m
come��ou por ser ��tomo.14
H �� um perfeito encadeamento entre todas
as coisas e seres que povoam o Universo, em um
processo de intera����o que predomina em toda vastid��o
universal. Assim, ningu��m est�� ou vive inteiramente
s��, todos s��o parte integrante da "teia c��smica".
As Leis Divinas s��o perfeitas, portanto equ��nimes,
iguais para todos, sem distin����o, privil��gios ou
castigos. No princ��pio inteligente est��o os pr��dromos
da vida que fazem a sua escalada at�� os seres angelicais,
ad inf��nitum.
A esse respeito, encontramos em A G��nese o
seguinte esclarecimento:
O Esp��rito n��o chega a receber a ilumina����o
divina, que lhe d��, simultaneamente com o livre-
arb��trio e a consci��ncia, a no����o de seus altos
destinos, sem haver passado pela s��rie divina
14 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos, quest��o 540.
SUELY CALDAS SCHUBERT
mente fatal dos seres inferiores, entre os quais se
elabora lentamente a obra da sua individualidade.
Unicamente a datar do dia em que o Senhor lhe
imprime na fronte o seu tipo augusto, o Esp��rito
toma lugar no seio das humanidades.18
Em outras palavras, assim se exprime o Dr.
Gustavo Geley:
O que existe de essencial no Universo e no indiv��duo
�� um d��namo-psiquismo ��nico, primitivamente
inconsciente, mas trazendo em si todas
as potencialidades. As diversas e inumer��veis
apar��ncias das coisas, n��o s��o mais que suas
representa����es. O d��namo-psiquismo essencial
e criador passa, pela evolu����o, do inconsciente
ao consciente.16
Deus criou todos os Esp��ritos simples e ignorantes,
isto ��, sem saber -�� o que elucida a quest��o 115
de O Livro dos Esp��ritos. 17
A ci��ncia atesta que tudo �� energia. H��, pois,
uma puls��o interna e uma irradia����o peculiar a cada
part��cula, a cada ser.
Isto nos faz copart��cipes do processo de cria����o
ao interagirmos com os demais seres. O meu pensar
e o meu fazer interferem no pensar e no fazer dos
outros. Isso nos remete a outra quest��o fundamental,
a do livre-arb��trio. Tenho a liberdade de pensar e concretizar
o que penso, por��m serei sempre respons��vel
15 Allan, KARDEC, A G��nese.
16 Gustavo GELEY, Del Inconsciente al Consciente.
17 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos, q. 115.
Os PODERES DA MENTE
por isso e pelas suas consequ��ncias.
Os outros s��o os outros e n��s, voc�� e eu, somos
os outros dos outros.
Vejamos como a quest��o 540 de O Livro dos
Esp��ritos, que colocamos em ep��grafe, tem sido corroborada
nos tempos atuais:
O poeta ingl��s Francis Thompson assim se expressa:
Por um poder imortal, todas as coisas, perto
ou distantes, ocultamente, est��o ligadas entre si. E
t��o ligadas est��o que n��o se pode tocar uma flor sem
incomodar as estrelas.18
O professor Alkindar de Oliveira, ao comentar
esta afirmativa: A F��sica Qu��ntica prova que o poeta
tem raz��o. Nossas palavras e pensamentos s��o enenergias
que emergem de nosso ser para influenciar todo
o Universo.19
O f��sico e pesquisador Fritjof Capra:
A teoria qu��ntica revela, assim, um estado de
interconex��o essencial do Universo. Ela mostra
que n��o podemos decompor o mundo em suas
menores unidades capazes de existir independentemente.
[...].
[...] A teoria qu��ntica for��a-nos a encarar o universo
n��o sob a forma de uma cole����o de objetos
f��sicos, mas em vez disso, sob a forma de uma
complexa teia de rela����es entre as diferentes
partes de um todo unificado.20
18 Francis THOMPSON.
19 Alkindar OLIVEIRA, Viver Bem �� Simples, N��s �� que Complicamos.
20 Fritjof CAPRA, O Tao da F��sica.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Na afirmativa de W. Heisenberg: O mundo afigura-
se assim como um complicado tecido de eventos,
no qual conex��es de diferentes tipos se alternam ou
se sobrep��em, ou se combinam, determinando, assim,
a textura do todo.21
O mestre do Zen-budismo Philip Kapleau:
Os indiv��duos que comp��em uma sociedade
espec����ca s��o como os ��os de um ��no brocado.
Retire um fio e voc�� danificar�� todo o padr��o
do tecido de alguma maneira. A morte violenta
atrav��s do assassinato, do suic��dio e da guerra
�� particularmente destruidora.22
O psiquiatra Carl G. Jung:
Nenhum homem �� uma ilha, fechada sobre si; todos
s��o parte de um continente, uma parcela da
terra principal. Se um torr��o for arrastado pelas
��guas, a Europa fica menor, como se de um promont��rio
se tratasse, ou de um dom��nio senhorial
dos teus amigos ou mesmo teu. A morte de qualquer
homem diminui-me, porque eu estou englobado
na humanidade. N��o perguntes, por isso, jamais,
por quem os sinos dobram; dobram por ti.23
O psic��logo Nathanael Branden:
Do ponto de vista cultural, vivemos num oceano
de mensagens filos��ficas. Toda sociedade cont��m
uma rede de valores, cren��as e suposi����es, das
21 Fritjof CAPRA, O Tao da F��sica, passim.
22 PhilipKAPLEAU, A Roda da Vida e da Morte.
23 JUNG apud Anthony STEVENS, Jung: Vida e Pensamentos.
Os PODERES DA M ENTE
quais nem todas s��o denominadas explicitamente,
mas que, n��o obstante, fazem parte do
ambiente humano - 'o mar' em que nadamos.34
O Mentor Espiritual Emmanuel, j�� em 1952,
explicava:
O homem permanece envolto em largo oceano de
pensamentos nutrindo-se de subst��ncia mental,
em grande propor����o. Toda criatura absorve,
sem perceber, a influ��ncia alheia nos recursos
imponder��veis que lhe equilibram a exist��ncia.
Estamos assimilando correntes mentais, de maneira
permanente. De modo impercept��vel, 'inge
rimos pensamentos' a cada instante, projetando
em torno de nossa individualidade, as for��as que
acalentamos em n��s mesmos.85
Leon Denis esclarece: O Universo inteiro est��
submetido �� lei de solidariedade. Todos os seres est��o
ligados uns aos outros e se influenciam reciprocamente.
26
24 Nathanael BRANDEN, Auto-estima, Liberdade e Responsabilidade.
25 Francisco C. XAVIER, Roteiro.
26 L��on DENIS, O Grande Enigma.
PENSAR �� CRIAR
�� Egito! �� Egito! N��o se conservar��o de
ti sen��o f��bulas, incr��veis para as gera����es
futuras, e de ti unicamente perdurar��o as
palavras talhadas em pedras.
Hermes a Ascl��pio 27
Tudo o que existe, o que vemos, percebemos,
sentimos e at�� o que n��o vemos nem percebemos,
existiu primeiro no pensamento.
Assim, o Universo �� resultado do pensamento de
Deus, a consubstancia����o da Intelig��ncia Suprema.
A eterna cria����o, a eterna renova����o dos seres
e das coisas �� t��o somente a proje����o constante
do pensamento divino no Universo.28
As obras humanas, antes de se concretizarem,
foram pensadas, sonhadas, idealizadas, planejadas.
O ser humano cria continuamente, o que al��m de
ser prazeroso �� tamb��m uma imperiosa necessidade
para a sua sobreviv��ncia.
Tudo o que o ser humano produz, bonito ou feio,
37
Edouard SCHUR��, Os Grandes Iniciados: Hermes.
28 L��on DENIS, O Grande Enigma.
SUELY CALDAS SCHUBERT
��til ou nocivo, ben��fico ou prejudicial �� fruto de seus
pensamentos e ideias.
As obras de arte de pintores, c��lebres ou n��o.
refletem o ��ntimo dos autores, como tamb��m as telas
em que foram transpostas as express��es torturadas,
��s vezes, grotescas e agressivas dos pensamentos e
emo����es daqueles que as conceberam. Assim a m��sica,
a arquitetura, as inven����es, as conquistas da ci��ncia,
a literatura, os filmes, os instrumentos, os medicamentos,
os objetos -a lista �� intermin��vel.
Mas, nada retrata melhor e de forma mais eloquente
as conquistas e valores de uma ��poca do que
as pir��mides do Egito.
As pir��mides s��o express��es concretas e not��veis
do pensamento avan��ado da civiliza����o eg��pcia. Seus
idealizadores eram mestres do conhecimento, iniciados
nos segredos das ci��ncias ocultas. Eram os detentores
do poder e representavam a supremacia intelectual,
pol��tica e religiosa, registrando por meio dessas fabulosas
constru����es seus feitos e conquistas.
Para conhecermos um pouco mais a respeito
das pir��mides, recorremos ao querido escritor, nosso
am��vel amigo, Herm��nio Miranda, tamb��m cativo do
fasc��nio que elas exercem, conforme narra no livro
Vis��o Esp��rita para o Terceiro Mil��nio. 89 Ele toma
como base o livro dos escritores Hancock e Bauval,
estudiosos desses monumentos eg��pcios.30
29 Herm��nio C. MIRANDA, V��rios autores, Vis��o Esp��rita para o
Terceiro Mil��nio, p. 108.
30 Graham HANCOCK; Robert BAUVAL, apud Herm��nio C.
MIRANDA, The Menssage of the Sphinx-A Quest for the Hidden
Legacy of Mankind.
Os PODERES DA MENTE
Ali est��o, narra Herm��nio, quinze milh��es de
toneladas em blocos de at�� 200 toneladas, colocados
com precis��o milim��trica no exato local projetado
para cada um. A Grande Pir��mide, por exemplo, est��
situada de tal forma, que seu eixo norte-sul, equador-
polo norte tem uma varia����o de apenas 3/16 de um
grau em rela����o ao Norte verdadeiro. Mais preciso
do que o meridiano de Greenwich, em Londres, onde
oafastamento �� de 9/16 de um grau!
Os mais experientes profissionais da constru����o
civil, consultados a respeito, mesmo com toda a
poderosa parafern��lia da tecnologia moderna, n��o
conseguem imaginar como os blocos de pedra foram
levados ��s suas posi����es.
A hip��tese inicial e mais comum �� a de que tenham
sido arrastados rampa acima. Feitos os c��lculos,
os especialistas conclu��ram a impossibilidade disto,
j�� que seria necess��rio um espa��o impratic��vel nas
rampas para comportar o elevado n��mero de trabalhadores
necess��rios para arrastar pedras daquele
tamanho e peso.
O sensitivo americano Edgar Cayce, discorrendo
a respeito do assunto durante um transe medi��nico,
disse que os construtores das pir��mides conheciam
processos pelos quais as gigantescas pedras "flutuavam"
no ar, o que, se for verdade, significa que eles
teriam poder mental capaz de neutralizar, sob controle,
oempuxo da gravidade.
Hancock e Bauval, trabalhando com modernos
programas de computador, descobriram que o conjunto
pir��mides-esfinge-constela����es zodiacais ��, em si
mesmo, uma esp��cie de computador que traz na sua
SUELY CALDAS SCHUBERT
"mem��ria" informa����es antes impens��veis.
Muitos s��o os dados enriquecedores e assombrosos
acerca do conhecimento sobre as pir��mides
proporcionados por esses dois pesquisadores, mas
vamos ficando por aqui, recomendando o citado livro
aos leitores que desejarem maiores informa����es.
Mas, algumas indaga����es surgem, de forma
natural, �� nossa mente. Qual o verdadeiro sentido da
mensagem dessas constru����es? O que hoje se sabe ��
que o espantoso conjunto arquitet��nico [...] constitui
um documento matem��tico, astron��mico, prof��tico,
cient��fico e inici��tico; n��o s��o meros t��mulos fara��nicos,
esclarece Herm��nio Miranda.
Por que se teria constru��do uma obra t��o dif��cil,
dur��vel, complexa e enigm��tica como aquela?
Todo o conjunto revela sutis implica����es c��smicas
e cont��m uma dram��tica mensagem dirigida
a um futuro que se mede em mil��nios.31
Herm��nio Miranda, emitindo a sua opini��o acerca
da civiliza����o dos fara��s, afirma:
Ao que tudo indica, os conhecimentos que permitiram
a elabora����o desse grandioso projeto
podem ter sido transmitidos por uma civiliza����o
avan��ad��ssima que antecedeu a era dos fara��s
ou prer��ncialmente, a meu ver, diante do que
os autores informam-recebidos mediunicamen-
TE, de elevados seres espirituais profundamente
interessados nos destinos do nosso planeta e
de seus habitantes. Isto, porque antigos textos,
31 Herm��nio C. MIRANDA, V��rios autores, Vis��o Esp��rita para o
Terceiro Mil��nio.
Os PODERES DA MENTE
ora reconsultados, mencionam instru����es pre
servadas em livros que 'desceram dos c��us' e
referem-se aos seus autores como seres ilumina
dos, dotados de imprescrut��vel sabedoria. N��o
�� �� toa que Toth, lend��rio deus eg��pcio, tamb��m
seja conhecido como o escriba dos deuses.32
Vejamos, por oportuno, o que esclarece Emma-
nuel quanto �� civiliza����o eg��pcia. Segundo o Mentor
Espiritual, essa era constitu��da de Esp��ritos que aqui
aportaram, exilados da estrela Capela, da constela����o
do Cocheiro. Capela �� um magn��fico sol cujo sistema
apresenta uma fam��lia de mundos. H�� muitos mil��nios,
um dos orbes de Capela atingira a culmin��ncia
de um de seus extraordin��rios ciclos evolutivos, mas
ali ainda estava um grande grupo de Esp��ritos que,
rebeldes, destoavam dos demais. As comunidades
espirituais, diretoras do Cosmos, deliberaram ent��o
que aquelas entidades, que permaneciam pertinazes
no crime, seriam localizadas aqui na Terra long��nqua,
onde iriam aprender atrav��s da dor e das dificuldades
pr��prias do nosso planeta, inferior em rela����o ��
sua p��tria de origem, as conquistas do sentimento,
ao tempo em que colaborariam para o progresso da
Humanidade terrena.
Os exilados de Capela formaram quatro grandes
grupos: o dos ��rias, a civiliza����o do Egito, o povo de
Israel e as castas da ��ndia, vindo a formar [...] os pr��dromos
de toda a organiza����o das civiliza����es futuras,
introduzindo os mais largos benef��cios no seio da ra��a
32 Herm��nio C. MIRANDA, V��rios autores, Vis��o Esp��rita para o
Terceiro Mil��nio, passim.
SUELY CALDAS SCHUBERT
amarela e da ra��a negra, que j�� existiam.33
Antes de partirem, de retorno �� sua p��tria de
origem, "escreveram" em monumentos grandiosos,
jamais igualados, a pr��pria hist��ria, ainda por ser
decifrada nas suas express��es mais profundas e belas.
At�� hoje, homens e mulheres de nossos dias, diante
de tais monumentos, deslumbram-se e se perguntam
como foram constru��das e quais os seus segredos.
A for��a do pensamento e o poder da mente s��o conhecidos
desde os tempos mais recuados. Quase tudo
o que hoje �� estudado e mencionado n��o �� novidade,
e muitos foram os mestres (iniciados) que exaltavam
o poder mental e o utilizavam em pr��ticas m��sticas,
esot��ricas e de magia.
Entre os grandes mestres do antigo Egito,
existiu um que era proclamado como o mestre dos
mestres. Ele foi conhecido com o nome de Hermes
Trimegisto. Foi o pai da ci��ncia oculta, o fundador da
astronomia, o descobridor da alquimia. A data de sua
exist��ncia remonta a milhares de anos, muito antes de
Mois��s, sendo considerado contempor��neo de Abra��o,
que dele adquiriu parte de seus conhecimentos. Muitos
anos ap��s a sua partida, os eg��pcios deificaram
Hermes e fizeram dele um de seus deuses sob o nome
de Toth. Na antiga Gr��cia tamb��m o deificaram e era
chamado de Hermes, o deus da Sabedoria. Foi-lhe
acrescentado o t��tulo de Trimegisto, que significa
tr��s vezes grande.
As bases dos preceitos herm��ticos, ou doutrina
do Hermetismo, transmitida de mestre a disc��pulo,
33 Francisco C. XAVIER, A Caminho da Luz.
Os PODERES DA MENTE
est�� contida no Caibalion.34 Tais princ��pios visam ao
dom��nio das for��as mentais, das vibra����es, em n��veis
muito elevados. S��o conhecidos como os "Sete Princ��pios
Herm��ticos".
Os ensinamentos de Hermes Trimegisto est��o
reunidos em v��rios livros, alguns deles vertidos para
oportugu��s.
S�� para se ter uma ideia do elevad��ssimo pensamento
desse mestre, citaremos alguns de seus
preceitos, esclarecendo, antecipadamente, que nosso
prop��sito �� demonstrar que muitos dos ensinamentos
esp��ritas est��o presentes na palavra dos grandes mestres
e mission��rios, que foram enviados pelo Cristo,
o Governador Espiritual do nosso planeta, a fim de
promover o adiantamento da Humanidade terrena.
Alus��o �� exist��ncia do perisp��rito e da reencarna����o:
O alma cega! Arma-te com o facho dos Mist��rios
e tu descobrir��s na noite terrena o teu duplo
luminoso, a tua Alma celeste. Segue esse guia
divino e que ele seja o teu G��nio: - Porque ele
cont��m a chave das tuas exist��ncias passadas e
futuras.35
Sobre o pensamento de Deus e acerca de outros
mundos:
Escutai-o em v��s mesmos e vede-o no infinito do
Espa��o e do tempo. Ali reboa o canto dos Astros,
a voz dos N��meros, a harmonia das Esferas.
34 O Caibalion -Estudo da filosofia herm��tica do antigo Egito e
da Gr��cia.
35 "Apelo aos Iniciados" in O Livros dos Mortos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
�� cada sol um pensamento de Deus e cada pla
neta um modo desse pensamento. Que fazem os
Astros? Que dizem os N��meros? Que rolam as
esferas? �� almas perdidas ou salvas, eles dizem,
eles cantam, elas rolam - os vossos destinos!36
Sobre a incapacidade humana de apreender
Deus:
Nenhum dos nossos pensamentos saber�� conceber
Deus, nem nenhuma l��ngua defini-lo. O que
�� incorp��reo, invis��vel, informe, n��o pode ser
apreendido pelos nossos sentidos; o que �� eterno
n��o pode ser medido pela curta regra do tempo;
Deus ��, pois, inef��vel.37
36 "Apelo aos Iniciados" in O Livro dos Mortos.
37 "Apelo aos Iniciados" in O Livro dos Mortos, passim.
A INTELIG��NCIA
A intelig��ncia �� um atributo essencial
do Esp��rito.
Allan Kardec (O Livro dos Esp��ritos - q. 24)
Somos seres inteligentes. Mas, se perguntarmos
o que �� a intelig��ncia, que resposta teremos?
Como a definiremos?
Este �� um campo extremamente complexo. H��
s��culos, fil��sofos, cientistas, pensadores tentam compreender,
definir, explicar o que �� a intelig��ncia. Ainda
n��o conseguiram uma resposta plenamente satisfat��ria.
Em nossa ��poca, os estudiosos dessa fascinante
��rea s��o os neurofisiologistas, os neurocientistas, os
psic��logos, os f��sicos.
Em 1921, em um simp��sio sobre a intelig��ncia,
grande n��mero de psic��logos exp��s suas opini��es
a respeito da natureza da intelig��ncia. Alguns
consideravam um indiv��duo inteligente na medida
em que fosse capaz de um pensamento abstrato;
para outros, a intelig��ncia era a capacidade de se
adaptar ao ambiente ou a capacidade de se adaptar
a situa����es relativamente novas ou, ainda, a
SUELY CALDAS SCHUBERT
capacidade de aquisi����o de novos conhecimentos.
Houve v��rias teorias acerca da intelig��ncia: as
que postulavam a exist��ncia de uma intelig��ncia geral,
as que defendiam a exist��ncia de v��rias faculdades
diferenciadas e as que mencionavam a exist��ncia de
m��ltiplas aptid��es independentes.38
Atualmente, mede-se a intelig��ncia por meio de
um conjunto bastante variado de ind��cios de racioc��nio
indutivo e dedutivo, capacidade de memoriza����o, compreens��o
verbal, habilidades espaciais, facilidade para
c��lculos, rapidez de racioc��nio, rapidez de percep����o,
criatividade e outras aptid��es.
Cientistas pesquisam em que regi��o do c��rebro
a intelig��ncia est�� localizada, mas [...] a intelig��ncia
�� um processo e n��o uma localiza����o.39
S�� para se ter uma ideia da complexidade do
assunto, vejamos mais algumas das aptid��es da intelig��ncia
humana, incluindo as que citamos acima.
Em 1575, o m��dico espanhol Juan Huarte definiu
a intelig��ncia como a habilidade de aprender, exercer
a capacidade cr��tica e ser imaginativo.
Na compreens��o moderna se diz que a intelig��ncia
�� a capacidade de pensar de modo abstrato,
de raciocinar e de organizar grandes quantidades
de informa����es em sistemas com algum significado.
Acrescente-se a capacidade de improvisar, a capacidade
de previs��o, a capacidade de racioc��nio l��gico,
o discernimento, a intui����o.
38 Ana M. Bahia BOCK; Odair FURTADO; Maria de Lourdes TEIXEIRA,
Psicologias: Uma Introdu����o ao Estudo da Psicologia.
39 William H. CALVIN, Como o C��rebro Pensa.
Os PODERES DA MENTE
O neurofisiologista William H. Calvin assim se
exprime:
[...] Podemos n��o ser capazes de explicar a intelig��ncia
em toda a sua gl��ria, mas hoje conhecemos
alguns dos elementos de uma poss��vel
explica����o. Segundo ele, [...] dentre aquilo que
a intelig��ncia abrange est��o a engenhosidade,
a capacidade de previs��o, a rapidez, a criatividade
e quantas coisas voc�� puder manipular ao
mesmo tempo.40
A TEORIA DAS INTELIG��NCIAS M��LTIPLAS
Fala-se, hoje em dia, em intelig��ncias m��ltiplas,
intelig��ncia multifocal, intelig��ncia emocional.
Dentre as atuais teorias acerca da intelig��ncia,
a que mais sobressai, no momento, �� a do psic��logo
americano Howard Gardner, integrante h�� 25 anos
do grupo de pesquisas do Harvard Project Zero, da
Universidade de Harvard, que apresenta uma vis��o
pluralista da mente.
Gardner reconhece que este �� um campo extremamente
complexo e enfatiza:
Poder��amos realizar todos os testes e experi��ncias
psicol��gicas conceb��veis ou esquadrinhar
toda a instala����o neuroanat��mica que desej��ssemos
e ainda assim n��o ter��amos identificado
as procuradas intelig��ncias humanas. Aqui, nos
confrontamos com uma pergunta n��o sobre a
William H. CALVIN, Como o C��rebro Pensa, passim.
55
SUELY CALDAS SCHUBERT
exatid��o do conhecimento, mas antes, sobre
como o conhecimento �� obtido. [...].
Nem a ci��ncia jamais produz uma resposta
completamente correta e ��nal. H�� progresso e
regresso, encaixe e desencaixe, mas jamais a descoberta
de uma pedra de Roseta, uma ��nica chave
para um conjunto de quest��es interligadas.41
Quando solicitado a explicar o que �� a intelig��ncia,
Gardner a define como a capacidade de resolver
problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados
em um ou mais ambientes culturais ou comunit��rios.
Em meu trabalho - afirma - procuro os blocos
construtores das intelig��ncias,42 utilizados pelas
pessoas em suas diferentes atividades. Ele exemplifica
citando indiv��duos com diferentes aptid��es, tal como
marinheiros dos mares do sul que navegam sem instrumentos,
guiando-se pelas constela����es de estrelas
no c��u e observando marcos de refer��ncia dispersos;
menciona cirurgi��es, engenheiros, pescadores, core��grafos,
dan��arinos, atletas, feiticeiros de tribos, etc.
Ap��s intensas pesquisas, Gardner relaciona inicialmente
sete intelig��ncias.
1)L��gico-matem��tica - Capacidade de racioc��nio
l��gico e compreens��o de modelos matem��ticos,
assim como capacidade cient��fica. Habilidade em
opera����es que envolvam c��lculo e abstra����o.
41 Howard GARDNER, Estruturas da Mente: A Teoria das intelig��ncias
M��ltiplas.
42 Howard GARDNER, Estruturas da Mente: A Teoria das intelig��ncias
M��ltiplas, passim.
Os PODERES DA MENTE
2)Lingu��stica - Dom��nio de express��o com a
linguagem verbal. Capacidade nas ��reas gramaticais,
sem��nticas, ret��rica. Esta capacidade, segundo o autor,
�� expressa pelos escritores e poetas, por��m considera
que existe de forma mais completa nos poetas.
3)Espacial - Capacidade de pensar de modo
visual e orientar-se espacialmente. Habilidade para
expressar, graficamente, as ideias visuais e espaciais.
Sentido de movimento, localiza����o e dire����o.
Marinheiros, engenheiros, decoradores, escultores,
pintores possuem uma intelig��ncia espacial altamente
desenvolvida.
4)Musical - Dom��nio da express��o com sons.
Capacidade de usar a m��sica como ve��culo de express��o.
Mozart a possu��a em alto grau. Assim Beethoven,
Bach, Chopin, maestros e instrumentistas.
5) Corporal-cinest��sica - Dom��nio dos movimentos
do corpo. Habilidade para usar o pr��prio corpo
como meio de express��o. Dan��arinos, atletas, artistas
a t��m muito apurada.
6)Interpessoal - Capacidade de se relacionar
e de responder, adequadamente, ��s outras pessoas,
compreendendo-lhes as necessidades e sentimentos.
Professores, pol��ticos, terapeutas, l��deres religiosos,
assistentes sociais t��m alto grau de intelig��ncia interpessoal.
7) Intrapessoal - Capacidade de se autoconhecer,
de ter consci��ncia das pr��prias for��as e potencialidades
e utilizar esse modelo para operar efetivamente
na vida.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Gardner ressalta que todas as intelig��ncias s��o
importantes e t��m igual direito �� prioridade. Mas,
explica que, em nossa sociedade, colocamos as intelig��ncias
lingu��stica e a l��gico-matem��tica como as
mais importantes.
��s sete intelig��ncias, por��m, ele acrescenta como
oitava a intelig��ncia naturalista, que �� a sensibilidade
para interagir com os processos da natureza, como
fazem os bi��logos, ambientalistas, paisagistas, etc., e
mais outra, que est�� em estudos e que seria a nona, a
intelig��ncia existencial -voltada para questionamentos
filos��ficos e religiosos.
Para termos uma ideia do que representa a intelig��ncia
corporal-cinest��sica, vejamos o que Gardner
cita a respeito do controle do movimento corporal para
realizar algo como bater em uma bola de t��nis. Este
controle �� exercido pelo c��rtex motor.
No momento em que a bola deixa a raquete, o
c��rebro calcula aproximadamente onde ela cair��
e onde a raquete ir�� intercept��-la. Esse c��lculo
inclui a velocidade inicial da bola, combinada com
oinput para a progressiva redu����o da velocidade
e o efeito do vento depois da batida na bola.
Simultaneamente, s��o dadas ordens musculares,
n��o apenas uma vez, mas constantemente, com
informa����es re��nadas e atualizadas. Os m��sculos
precisam cooperar. Ocorre um movimento
dos p��s, a raquete �� recuada e sua superf��cie
mantida num ��ngulo constante. O contato �� feito
num momento exato, uma ordem que s�� �� dada
depois de uma an��lise extremamente r��pida do
movimento e equil��brio do oponente. Perguntem
Os PODERES DA MENTE
ao Gustavo Kuerten em quantos milion��simos de
segundos tudo isto acontece.43
Gardner, na esteira de suas pesquisas no Projeto
Zero, em Harvard, escreveu o livro Mentes que
Criam, enfocando a vida de sete grandes vultos, que
considera como representativos dos diversos tipos de
intelig��ncia: Sigmund Freud (1856-1939), psiquiatra,
intelig��ncia intrapessoal; Albert Einstein (1879-1955),
dentista, intelig��ncia l��gico-matem��tica; Pablo Picasso
(1881-1973), artista pl��stico espanhol, intelig��ncia
visual-espacial; Igor Stravinsky, (1882-1971), compositor
russo, intelig��ncia musical; T. S. Eliot (1888-1965),
escritor americano, intelig��ncia lingu��stica; Martha
Graham (1894-1991), bailarina, intelig��ncia corporal-
cinest��sica; Mahatma Gandhi (1869-1948), pol��tico e
l��der espiritual indiano, intelig��ncia interpessoal.
Gardner compara Gandhi aos grandes inovadores
interpessoais, como Cristo, Buda, Conf��cio,
S��crates.44
S��o estas, segundo o citado psic��logo americano,
as intelig��ncias m��ltiplas, o que evidencia a pluralidade
do intelecto.
Outros cientistas tamb��m t��m pesquisado os
tipos de intelig��ncia e entre esses mencionamos a
norte-americana Elaine Austin de Beauport, com
doutorado em educa����o e desenvolvimento humano,
que escreveu uma obra intitulada Las Tres Caras de
la Mente (As Tr��s Faces da Mente). Nesse livro ela
43 Howard GARDNER, Estruturas da Mente: A Teoria das intelig��ncias
M��ltiplas.
44 Howard GARDNER, Mentes que Criam.
SUELY CALDAS SCHUBERT
apresenta os diversos tipos de intelig��ncia e em que
regi��o do c��rebro se originam. Ela os agrupa em tr��s
regi��es cerebrais: o c��rebro reptiliano - intelig��ncias
do comportamento; o sistema l��mbico - intelig��ncias
emocionais; o neoc��rtex - intelig��ncias mentais. Cada
um destes tem diversas subdivis��es.45
Mas, seria bom aduzirmos a um outro elenco de
intelig��ncias ou facetas da intelig��ncia humana, as
que se relacionam diretamente com o Esp��rito imortal,
transcendendo, pois, os implementos cerebrais
e que nos interconectam com o plano invis��vel, tais
como a mediunidade, a intui����o, as percep����es extrassensoriais,
as pr��ticas curadoras de ordem espiritual,
as obsess��es, etc.
As intelig��ncias podem funcionar juntas, associadas
umas ��s outras e em grada����es quase infinitas.
Voc��, eu, n��s todos, temos intelig��ncias m��ltiplas
em diferentes aspectos, varia����es e intensidades.
O Espiritismo ensina, em O Livro dos Esp��ritos,
que os Esp��ritos s��o os seres inteligentes do Universo
(q.76). Informa, tamb��m, que a intelig��ncia �� um
atributo essencial do Esp��rito (q.24). Tais informa����es
ampliam a nossa compreens��o acerca da intelig��ncia
e das suas not��veis aptid��es.
Todos os seres humanos s��o, portanto, dotados
de diferentes combina����es, grada����es e intensidades
dessas m��ltiplas aptid��es da intelig��ncia, o que faz
cada um diferente dos demais. Essa diversidade de
aptid��es e grada����es �� muito ��til para colocarmos em
movimento a gigantesca m��quina da vida terrena e
45 Lair RIBEIRO, Lair, Intelig��ncia Aplicada.
Os PODERES DA MENTE
nos ajudarmos mutuamente. Importa, por outro lado,
evidenciarmos nossas potencialidades, exercit��-las,
aprimorando-as com disciplina e perseveran��a.
A MENTE
A mente, em qualquer plano, emite e recebe,
d�� e recolhe, renov��ndose constantemente
para o alto destino que lhe compete atingir.
Emmanuel46
poder da mente �� pouco conhecido.
O ser humano n��o tem no����o precisa do que seja,
de como �� a sua atua����o e dos recursos de que pode
dispor.
A palavra mente, de origem latina, �� usada atualmente
em substitui����o �� psique, que �� de origem
grega. Esta, contudo, ainda �� bastante utilizada por
psiquiatras e psic��logos, que a usam como sin��nimo
de mente. O dicion��rio informa que ambas s��o empregadas
com o significado de alma ou Esp��rito.
Para a maioria dos cientistas, a mente �� esse not��vel
e sofisticado equipamento denominado c��rebro,
que em seu funcionamento possibilita ao ser humano
todas as aptid��es que lhe s��o pr��prias. Muitas s��o,
todavia, as perguntas nessa ��rea para as quais os
especialistas ainda n��o encontraram respostas satis
46 Francisco C. XAVIER, Roteiro.
SUELY CALDAS SCHUBERT
fat��rias, dentre estas:A mente pode existir separada
do c��rebro? Em que ��rea do c��rebro ela est�� situada?
A mente produz os pensamentos? Ela �� resultado de
certas propriedades do nosso c��rebro?
A dificuldade maior em entender o que �� a mente
reside no fato de que �� a pr��pria mente que ter�� de
responder a estes questionamentos. Portanto, para
pesquisar o que ela ��, teremos de contar com ela
mesma. A mente, por��m, oculta-nos a sua riqueza, o
seu fant��stico cabedal, porque talvez n��o seja este o
momento prop��cio para uma descoberta dessa magnitude.
Entretanto, gradualmente, a Espiritualidade
Maior tem contribu��do de maneira decisiva para ampliar
a nossa compreens��o, desvendando uma pequena
parcela dessa enigm��tica quest��o.
A pr��pria sabedoria oriental se mant��m bastante
restrita no que concerne ao tema em pauta, conforme,
por exemplo, a defini����o de Rishi R��mana, citada
por Mouni Sadhu, no livro Concentra����o: A mente ��
apenas um conjunto de pensamentos: se cessardes de
pensar, onde estar�� ela?
Sadhu conclui que [...] a mente �� nada mais que a
reuni��o, a soma total dos pensamentos, e acrescenta
que ela �� os pensamentos que j�� tivemos, os pensamentos
que temos agora e os pensamentos que vir��o ��
nossa consci��ncia ou que continuar��o a existir depois
da morte.47
47
Rishi R��MANA apud Mouni SADHU, Concentra����o: A mente
�� apenas um conjunto de pensamentos: se cessardes de pensar,
onde estar�� ela?
Os PODERES DA MENTE
O Dr. Augusto Jorge Cury assinala:
Estamos no topo da intelig��ncia de mais de trinta
milh��es de esp��cies, por��m raramente percebemos
o valor e a complexidade da constru����o da
intelig��ncia. Nos bastidores da mente opera-se
um rico conjunto de fen��menos que constr��em
a historia intraps��quica dentro da memoria, que
a l��em, que produzem as cadeias de pensamentos,
que formam a consci��ncia existencial e que
transformam a energia emocional. Os fen��menos
que atuam no universo inconsciente s��o sofisticad��ssimos.
Por exemplo, eles l��em multifocalmente
a memoria, em mil��simos de segundos,
resgatam com extrema fineza os 'verbos' em
meio a bilh��es de informa����es e os inserem nas
cadeias psicodin��micas dos pensamentos, antes
que sejam conscientizados.48
Esses fen��menos acima citados correspondem a
processos mentais. A mente produz os pensamentos,
esta �� uma de suas m��ltiplas fun����es. Nesse ponto,
passamos a recorrer aos conhecimentos esp��ritas que,
como sempre acontece, pontificam em seus conceitos.
Vejamos com Emmanuel que [...] a mente �� manancial
vivo de energias criadoras.49
Produzimos pensamentos, ideias, em um fluxo
mental vertiginoso, e o que �� mais not��vel, tais pensamentos
e ideias n��o se confundem e, quando os
exteriorizamos, n��s o fazemos de maneira compreens��vel
e l��gica.
48-justo CURY, Intelig��ncia Multifocal.
49-Francisco C.XAVIER, Fonte Viva.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Importa ressaltar que �� a mente que comanda
o c��rebro, pois ela expressa o Esp��rito, sendo um de
seus atributos. A mente existe sem o c��rebro f��sico,
mas este n��o existe sem a mente.
A esse respeito, Joanna de Angelis comenta:
A mente pensa sem o c��rebro e comunica-se ap��s
a morte do corpo , enquanto que, danifiado ou
sem a a����o que dela se origina, o mesmo �� incapaz
de pensar.50
Referindo-se ao c��rebro, o Instrutor Espiritual
Calderaro aclara mais profundamente a import��ncia
da mente sobre ele, elucidando:
A mente �� a orientadora desse universo microsc��pico,
em que bilh��es de corp��sculos e energias
multiformes se consagram a seu servi��o. Dela
emanam as correntes da vontade, determinando
vasta rede de est��mulos, reagindo ante as exig��ncias
da paisagem externa, ou atendendo ��s
sugest��es das zonas interiores. Colocada entre
o objetivo e o subjetivo, �� obrigada pela Divina
Lei a aprender, verificar, escolher, repelir, aceitar,
recolher, guardar, enriquecerse, iluminarse,
progredir sempre.
Do plano objetivo, recebe-lhe os atritos e as
influ��ncias da luta direta; da esfera subjetiva,
absorve-lhe a inspira����o, mais ou menos intensa,
das intelig��ncias desencarnadas ou encarnadas
que lhe s��o afins, e os resultados das
cria����es mentais que lhe s��o peculiares. Ainda
50 Divaldo P.FRANCO, Dias Gloriosos.
Os PODERES DA JMENTE
que permane��a aparentemente estacion��ria, a
mente prossegue seu caminho, sem recuos, sob
a indefect��vel atua����o das for��as vis��veis ou das
invis��veis.51
Observamos no texto de Calderaro que o impositivo
do progresso impele a mente, vamos dizer o
Esp��rito, a uma sequ��ncia de etapas imprescind��veis ��
escalada evolutiva para que se enrique��a e se ilumine
de conhecimentos e experi��ncias positivas. Analisando
os sete verbos no infinitivo, temos: aprender, verificar,
escolher, repelir, aceitar, recolher, guardar.
Poder��amos acrescentar os verbos perceber, apreender
ou compreender, pois s�� a partir da percep����o
de determinada coisa ou de um acontecimento que a
mente registra �� que se d�� a apreens��o ou compreens��o
dos mesmos, entrando, por decorr��ncia, os demais
processos, nos quais influir��o o uso do livre-arb��trio,
a vontade e as emo����es.
S��o variados os processos que se realizam tanto
em n��vel objetivo - nas coisas, fatos e situa����es do dia-
a-dia, quanto em n��vel subjetivo, os da esfera ��ntima
do ser, concorrendo tamb��m para as decis��es, as influ��ncias
de encarnados ou desencarnados afins.
�� oportuno ressaltar que j�� existe uma nova mentalidade
entre v��rios pesquisadores e cientistas que
entendem a evolu����o do ser humano de outra forma,
admitindo a exist��ncia do Esp��rito e, por consequ��ncia,
que a mente n��o �� produto ou secre����o do c��rebro
f��sico, como afirma, por exemplo, Ken Wilber:
51 Francisco C.XAVIER, No Mundo Maior.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Observe-se, portanto, a sequ��ncia geral do
desenvolvimento: da natureza a humanidade ��
divindade, do subconsciente ao autoconsciente
ao superconsciente, do pr��-pessoal ao pessoal
ao transpessoal.52
Este pensamento est�� em perfeita conson��ncia
com as elucida����es da Doutrina Esp��rita, que evidencia
a evolu����o do ��tomo ao arcanjo (Livro dos Esp��ritos,
q. 540), e tamb��m com Emmanuel, quando este
afirma: Educa e transformar��s a irracionalidade em
intelig��ncia, a intelig��ncia em humanidade e a humanidade
em angelitude.
Este conjunto em funcionamento expressa o incr��vel
potencial da mente humana que traduz, como
sabemos, o Esp��rito, com toda a sua bagagem do
passado e a perspectiva do futuro, que ele constr��i
no presente.
MENTES QUE BRILHAM
As experi��ncias pret��ritas arquivadas s��o
respons��veis pelas tend��ncias e prefer��ncias que o
Esp��rito reencarnado come��a a manifestar logo na
primeira inf��ncia, mas que sofrer��o, como �� natural,
as influ��ncias do meio em que renasceu.
Cada encarna����o resulta em experi��ncias que
s��o registradas nos arcanos da mem��ria, passando
a constituir precioso acervo gravado no inconsciente
52 Ken WILBER, Caminhos Al��m do Ego.
Os PODERES DA MENTE
profundo e que ressumam, na atual viv��ncia, para o
n��vel consciente.
As viv��ncias anteriores, quando extremamente
ricas em certas facetas do conhecimento humano,
explicam as pessoas superdotadas - os g��nios. Tais
Esp��ritos renascem com uma programa����o que lhes
permite a expans��o de determinadas potencialidades,
j�� bastante desenvolvidas atrav��s de v��rias experi��ncias
reencarnat��rias, e ser��o identificadas aos olhos
do mundo como pessoas geniais.
As crian��as-prod��gio sempre despertaram a aten����o
e a curiosidade das demais pessoas. Atrav��s dos
tempos, tais crian��as t��m sido alvo de estudos, procurando-
se entender o alt��ssimo grau de intelig��ncia e
precocidade que revelam. Mas, nem a hereditariedade
ou qualquer outra explica����o s��o satisfat��rias.
N��o se pode admitir que o g��nio seja resultado
de um acaso no seu c��digo gen��tico ou um privil��gio
concedido por Deus, o que seria uma enorme injusti��a
para com as demais criaturas. Claro que isso n��o tem
a menor l��gica. Crian��as superdotadas evidenciam
repetidas experi��ncias em determinado setor do conhecimento.
O g��nio, portanto, s�� pode ser explicado pela
reencarna����o.
Leon Denis aborda este assunto e cita v��rios
casos de crian��as-prod��gio, algumas que falavam v��rios
idiomas com dois ou tr��s anos de idade, como por
exemplo, o menino William Hamilton, que estudava o
hebraico aos tr��s anos e demonstrava extraordin��rios
conhecimentos de matem��tica. Aos treze, conhecia
doze l��nguas e aos dezoito anos foi considerado o
SUELY CALDAS SCHUBERT
primeiro matem��tico do seu tempo.
Denis menciona ainda um fenomenal linguista
italiano, seu contempor��neo, da fam��lia Trombetti,
bolonhez muito pobre e completamente ignorante, que
j�� aos doze anos falava franc��s, alem��o, ��rabe, persa,
latim, grego, hebraico e que estudou todas as l��nguas
vivas ou mortas, sendo que na idade adulta conhecia
cerca de trezentos dialetos orientais, chegando a ser
nomeado professor de Filologia na Universidade de
Bolonha.
Relata tamb��m com detalhes o caso do menino
Pepito, que aos dois anos e meio executou uma ��ria
ao piano com mestria, para espanto de sua m��e que a
havia tocado anteriormente. Com tr��s anos apresentou-
se no pal��cio real de Madri, na presen��a do rei e
da rainha m��e.
E interessante ressaltar que a maioria dos vultos
geniais que a Hist��ria registra tiveram pais obscuros
e med��ocres, como S��crates, Bacon, Cop��rnico, Kepler,
Spinoza, Locke, entre outros.
Mozart nasceu em uma fam��lia que cultivava a
m��sica, por��m ele foi muito superior aos seus ascendentes.
Mozart brilha entre os seus como um sol entre
planetas obscuros, poetiza Leon Denis.53
Mentes que brilham t��m tido suas vidas transformadas
em filmes e s��o sucesso de bilheteria no
mundo todo.
Entre esses, mencionamos o filme "Uma Mente
Brilhante", que retrata a vida de um not��vel matem��tico,
Dr. John Nash, ganhador do pr��mio Nobel, em
53 L��on DENIS, O Problema do Ser, do Destino e da Bor.
Os PODERES DA MENTE
1994. �� principalmente um impressionante relato
do que �� a esquizofrenia, suas caracter��sticas, seus
efeitos na vida dos seus portadores e familiares e os
sofrimentos que acarreta, e de como o Dr. Nash a
enfrentou ao longo dos anos.
Queremos ressaltar aqui a intensa luta intraps��quica
por ele enfrentada, desde jovem, que todavia n��o
impediu que sua mente brilhasse em certas ��reas espec��ficas
do conhecimento, a ponto de elaborar teorias
matem��ticas que o distinguiram entre a comunidade
cient��fica e o permitiram conquistar o pr��mio Nobel.
E hoje em dia? Onde est��o os g��nios? Um deles,
o menino americano Gregory Robert Smith desde
muito cedo deu sinais de sua intelig��ncia incomum,
pois com 1 ano e 2 meses resolvia problemas de ��lgebra
e j�� lia livros, fatos estes at�� dif��ceis de acreditar
e compreender. Aos 2 anos corrigia os adultos que
cometiam erros gramaticais. Aos 5 anos lia J��lio
Verne e tentava ensinar aos coleguinhas, no jardim
de inf��ncia, no����es de bot��nica. Aos 10 entrou para
a Faculdade de Matem��tica e agora est�� come��ando
sua p��s-gradua����o.
Em meio �� sua constante busca, a criatura humana
quer entender o enigma da vida, procura ajuda
exterior diante dos problemas que a avassala e n��o
desconfia que os recursos existem e est��o dentro de
si. Esta descoberta �� um passo t��o impactante quanto
odo primeiro homem que pisou o solo lunar. At�� mesmo
maior e bem mais importante que aquele, porque
nos remete, a todos n��s, �� mais fant��stica aventura,
o autoconhecimento.
O Espiritismo �� o roteiro precioso e fundamen
SUELY CALDAS SCHUBERT
tal para essa jornada ��ntima, sinalizando o caminho,
aclarando aspectos negativos, fortalecendo os bons
prop��sitos, dirimindo d��vidas, enfim, possibilitando
a liberta����o definitiva do passado para um presente
equilibrado e um futuro promissor.
Emmanuel, em not��vel contribui����o para esclarecimento
do que seja a mente, afirma: A mente �� o
espelho da vida em toda parte [...].54
Nos seres mais primitivos aparece sob a ganga
do instinto, nas almas humanas surge entre as ilus��es
que salteiam a intelig��ncia e revela-se nos Esp��ritos
Aperfei��oados por brilhante precioso a retratar a
Gl��ria Divina.
Estudando-a de nossa posi����o espiritual, confinados
que nos achamos entre a animalidade e a
angelitude, somos impelidos a interpret��-la como
sendo o campo de nossa consci��ncia desperta, na
faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido
nos permite operar, (grifei)55
O Benfeitor Espiritual, ao se referir �� mente como
espelho da vida, evidencia que ela reflete a condi����o
interior de cada um e, ao mesmo tempo, reflete tamb��m
a realidade do mundo em que vive. Menciona a
evolu����o do Esp��rito, do instinto �� angelitude, para
em seguida defini-la como sendo [...]o campo de nossa
consci��ncia desperta. Isto equivale a dizer que [...] a
mente �� o campo da consci��ncia, sendo esta, portanto,
oseu n��cleo.
54 Francisco C. Xavier. Pensamento e Vida.
55 Francisco C. Xavier. Pensamento e Vida, passim.
Os PODERES DA MENTE
A quest��o da consci��ncia ser�� abordada a partir
da p��gina 125.
A CASA MENTAL
No cap��tulo tr��s da extraordin��ria obra No
Mundo Maior, Andr�� Luiz �� convidado pelo Instrutor
Espiritual Calderaro a examinar o c��rebro de um
homem enfermo ao qual estava unida certa entidade
que se apresentava em condi����es de inferioridade e
sofrimento.
Ap��s detida concentra����o, Andr�� Luiz observou
acentuada semelhan��a no c��rebro do encarnado e
do desencarnado, o que o surpreendeu. O Instrutor
forneceu-lhe, ent��o, not��vel aula acerca da evolu����o do
princ��pio espiritual, para enfocar, em seguida, a parte
principal do cap��tulo relacionada com a "casa mental".
Calderaro menciona que ela pode ser vista como
um "castelo de tr��s andares", o que n��o significa,
como �� primeira vista se pode supor, que o ser humano
tenha tr��s c��rebros a funcionar simultaneamente,
por��m, que o nosso c��rebro tem tr��s regi��es distintas
a expressarem fun����es espec��ficas.
Observemos a compara����o apresentada.
No primeiro andar est�� o c��rebro inicial, localizado
no sistema nervoso. �� a resid��ncia dos impulsos
autom��ticos, que simboliza o "sum��rio vivo dos
servi��os realizados". �� o reposit��rio dos movimentos
instintivos e sede das atividades subconscientes, uma
esp��cie de por��o da individualidade, onde est��o arquivadas
todas as experi��ncias e registrados os menores
SUELY CALDAS SCHUBERT
fatos da vida. Neste, moram o h��bito e o automatismo.
No seu conjunto, representa o subconsciente exprimindo
o passado.
No segundo, situado na regi��o do c��rtex motor,
zona intermedi��ria entre os lobos frontais e os nervos,
temos o c��rebro desenvolvido, consubstanciando
as energias motoras de que se serve a mente para as
manifesta����es impressas no atual momento evolutivo
do nosso modo de ser. �� o domic��lio das conquistas
atuais, onde se erguem e se consolidam as qualidades
nobres que estamos edificando. Aqui residem o
esfor��o e a vontade. Nele encontramos o consciente
representando o presente.
O terceiro andar configura-se nos "planos dos
lobos frontais", regi��o ainda desconhecida das pesquisas
cient��ficas, onde est��o "os materiais de ordem
sublime", a serem conquistados, gradualmente, por
meio de nosso esfor��o de ascens��o. �� a parte mais nobre
de nosso organismo divino em evolu����o. �� a "casa
das no����es superiores", sinalizando a culmin��ncia que
devemos atingir. �� a regi��o do ideal e da meta superior
a ser alcan��ada sendo, portanto, o superconsciente,
ou seja, o futuro.
Resumindo suas instru����es, Calderaro esclarece
que:
Nervos, zona motora e lobos frontais, no corpo
carnal, traduzindo impulsividade, experi��ncia e
no����es superiores da alma, constituem campos
de fixa����o da mente encarnada ou desencarnada.
A demora excessiva num desses planos, com
as a����es que lhe s��o consequentes, determina a
destina����o do cosmos individual. A criatura es
Os PODERES DA MENTE
tacion��ria na regi��o dos impulsos perde-se num
labirinto de causas e efeitos, desperdi��ando tempo
e energia; quem se entrega, de modo absoluto, ao
esfor��o maquinal, sem consulta ao passado e sem
organiza����o de bases para o futuro, mecaniza a
exist��ncia, destituindo-a de luz edificante; os que
se refugiam exclusivamente no templo das no����es
superiores sofrem o perigo da contempla����o sem
obras, da medita����o sem trabalho, da ren��ncia
sem proveito. Para que nossa mente prossiga na
dire����o do alto, �� indispens��vel que se equilibre,
valendo-se das conquistas passadas, para orientar
os servi��os do presente, e amparando-se, ao
mesmo tempo, na esperan��a que flui cristalina e
bela, da fonte superior do idealismo elevado; atrav��s
dessa fonte ela pode captar do plano divino as
energias restauradoras, assim construindo o futuro
santificante. E, como nos encontramos, pelo
excesso de fixa����o mental, num dos mencionados
setores, entramos em contato com as intelig��ncias
encarnadas ou desencarnadas em condi����es
an��logas ��s nossas, (grifos nossos)56
As instru����es de Calderaro aclaram um tanto
mais a import��ncia da mente, evidenciando como o
Esp��rito reencarnado atua no grandioso processo
de viver a vida terrena.
Calderaro, referindo-se aos dois enfermos, ex
plica que ambos t��m o c��rebro intoxicado e est��o
absolutamente sintonizados. Menciona que tanto o
56 Francisco C. XAVIER, No Mundo Maior.
SUELY CALDAS SCHUBERT
encarnado quanto o desencarnado detestam a vida,
mant��m ��dio rec��proco, cultivam ideias de vingan��a,
presos a afli����es e tormentos. Mentalmente, est��o situados
na regi��o dos impulsos instintivos, onde est��o
arquivadas [...] todas as experi��ncias da animalidade
anterior. Em suma, diz o Instrutor Espiritual [...]
est��o loucos, embora o mundo lhes n��o vislumbre o
supremo desequil��brio, que se veri��ca no ��ntimo da
organiza����o perispiritual.57
Nas reuni��es medi��nicas surgem casos semelhantes
a este, em que existe uma verdadeira simbiose
entre a v��tima encarnada e o perseguidor desencarnado.
Este, ao se comunicar revela haver entre ambos
uma certa depend��ncia vibrat��ria, ps��quica, de dif��cil
desvincula����o.
Manoel Philomeno de Miranda, registrando a
elucida����o da Benfeitora Espiritual Emerenciana,
assinala:
�� medida que a obsess��o se faz mais profunda, o
fen��meno da simbiose - interdepend��ncia entre
oexplorador ps��quico e o explorado - se torna
mais terr��vel. Chega o momento em que o perseguidor
se enleia nos fluidos do perseguido de
tal maneira que as duas personalidades se confundem...
A inger��ncia do agente perturbador no
cosmos org��nico do paciente termina por jugul��-
lo aos condimentos e emana����es da sua presa,
tornando-se, igualmente, v��tima da situa����o,
impossibilitando-se o afastamento.58 (grifei)
57 Francisco C. XAVIER, No Mundo Maior.
58 Divaldo P. FRANCO, Loucura e Obsess��o.
O PENSAMENTO
Sendo o pensamento for��a sutil inexaur��vel
do Esp��rito, podemos categoriz��-lo, assim,
�� conta de corrente viva e exteriorizante,
com faculdades de auto-excita����o e auto-
plasticiza����o inimagin��veis.
Andr�� Luiz59
Em 16 de junho de 1998, o jornal O Globo,
�� p��gina 26, publicou a not��cia de que uma sonda
criada por pesquisador americano possibilitara que
cientistas brit��nicos, pela primeira vez no mundo,
fotografassem e gravassem em v��deo um pensamento,
que aparece na foto como um "flash" cruzando o
c��rebro. Ela mostra os sinais el��tricos que formam o
pensamento viajando pelas c��lulas cerebrais a mais
de 450 quil��metros por hora.
A foto foi obtida gra��as a uma t��cnica chamada
sonda potenciom��trica, desenvolvida pelo neurocientista
Brian Salzberg, da Universidade da Pensilv��nia,
nos Estados Unidos. A sonda mede e se orienta por
diferen��as de voltagem e �� inserida no c��rebro por um
cateter fin��ssimo. Ela leva uma microc��mara conectada
a um computador que amplia as imagens. Essa
59 Francisco C. XAVIER, Mecanismos da Mediunidade.
SUELY CALDAS SCHUBERT
c��mara atua em alta velocidade.
O cientista-chefe do Hospital Nacional de Neurologia
e Neurocirurgia da Gr��-Bretanha, Steve Jones,
disse que a t��cnica desenvolvida pela Universidade
da Pensilv��nia �� totalmente inovadora. Jones realiza
estudos para medir a atividade el��trica do c��rebro
usando eletrodos presos ao cr��nio de volunt��rios.
Segundo a not��cia, �� poss��vel ver as primeiras
imagens da base do pensamento e estas mostram mais
de mil neur��nios trabalhando, sincronicamente, para
que o c��rebro possa pensar.
O c��rebro humano tem cem bilh��es de neur��nios
- que s��o as c��lulas cerebrais. Impulsos el��tricos gerados
pelo c��rebro viajam de um neur��nio a outro a 450
quil��metros por hora e s��o emitidos em um intervalo
inferior a um segundo. Os neur��nios s��o pequenos
construtores do pensamento. �� o trabalho deles que
permite ao ser humano pensar. �� o que registra a
referida not��cia aqui transcrita.
Daniel Goleman, por sua vez, afirma que [...] o
neoc��rtex �� a sede do pensamento; cont��m os centros
que re��nem e compreendem o que os sentidos percebem.
Acrescenta a um sentimento o que pensamos
dele e permite que tenhamos sentimentos sobre id��ias,
arte, s��mbolos, imagens.60
Pensar �� um atributo de todos os seres humanos.
Somos seres pensantes. Existimos e pensamos.
Pensar o pensamento, tentar entender o que ele
60 Daniel GOLEMAN, Intelig��ncia Emocional.
Os PODERES DA MENTE
��, como o Esp��rito pensa, �� algo extremamente complexo,
como tudo o que se relaciona com a atividade
intelectual do ser humano. Muitas perguntas surgem
�� nossa mente. Afinal, o que �� o pensamento? Qual a
sua g��nese? De onde v��m os pensamentos? Por que
pensamos desta ou daquela maneira?
Jung considera que s��o quatro as fun����es prim��rias
do ser humano: o pensamento, o sentimento,
a intui����o e a sensa����o.61
O Espiritismo apresenta riqu��ssimo material
sobre o assunto, esclarecendo de forma l��gica e compreens��vel,
dentro, �� claro, das limita����es que s��o
pr��prias do est��gio evolutivo em que est�� situada a
Humanidade terrena.
Elucida Allan Kardec que [...] o pensamento ��
oatributo caracter��stico do ser espiritual; �� ele que
distingue o Esp��rito da mat��ria; sem o pensamento o
Esp��rito n��o seria Esp��rito [...]. Informa ainda que:
[...] o pensamento age sobre os fluidos ambientes,
como o som sobre o ar; esses fluidos nos trazem
opensamento como o ar nos traz o som. Pode,
pois, dizer-se com toda a verdade que h�� nesses
fluidos ondas e raios de pensamentos que se
cruzam sem se confundir, como h�� no ar ondas
e raios sonoros.62
Andr�� Luiz menciona que podemos considerar
[...] o Universo como um todo de for��as din��micas,
expressando o Pensamento do Criador, 63 por��m, o
81 Anthony STEVENS, Jung -Vida e Pensamento.
62 Allan KARDEC, Revista Espirita, p. 352.
63 Francisco C. XAVIER, Mecanismos da Mediunidade.
SUELY CALDAS SCHUBERT
que �� realmente extraordin��rio �� sabermos, conforme
o Autor Espiritual informa, que a energia mental
pr��pria da intelig��ncia humana faz parte desse oceano
c��smico [...] dotada igualmente da faculdade de
mentalizar e co-criar:
Nos fundamentos da Cria����o vibra o pensamento
imensur��vel do Criador e sobre esse plasma
divino vibra o pensamento mensur��vel da criatura a
constituir-se no vasto oceano de for��a mental em que
os poderes do Esp��rito se manifestam.64
�� essencial termos a no����o de que o pensamento
�� atributo do Esp��rito e n��o um produto do c��rebro
f��sico. J�� mencionamos que o c��rebro �� a sede f��sica
onde a mente do Esp��rito atua comandando o ve��culo
org��nico, possibilitando a si mesmo a vida no plano
terreno.
Emmanuel, lecionando acerca do pensamento,
esclarece que [...] o pensamento �� for��a eletromagn��tica.
Menciona ainda que este �� [...] for��a criativa, a
exteriorizar-se, da criatura que o gera, por interm��dio
de ondas sutis, em circuitos de a����o e rea����o no tempo,
sendo t��o mensur��vel como o fot��nio65 que, arrojado
pelo fulcro luminescente que o produz, percorre o
espa��o com velocidade determinada, sustentando o
hausto fulgurante da Cria����o.66 Infere-se, portanto,
que [...] o pensamento �� toda e qualquer cria����o racional
do Esp��rito. Sempre que o Esp��rito imagina,
64 Francisco C. XAVIER, Meanismos da Mediunidade.
65 Fot��nio - Fot - Do grego phos, photos, luz - Unidade de medida
de iluminamento.
F��ton - part��cula associada ao campo eletromagn��tico. No caso,
fot��nio seria a part��cula luminosa.
66 Francisco C. XAVIER, Pensamento e Vida.
Os PODERES DA MENTE
re��ete, inquere ou conclu��, ele est�� criando. Esta cria����o
�� o pensamento que flui de maneira incessante
da sua mente.67
A tradi����o oriental, em sua sabedoria, pode ser
expressa nesse momento, atrav��s da palavra do m��dico
hindu Swami Sivananda. Segundo ele, [..]cada
mudan��a de pensamento �� acompanhada pela vibra����o
da mat��ria mental necess��ria para o pensamento
funcionar como for��a. Assim, todo pensamento possui
peso, forma, tamanho, estrutura, cor, qualidade
e poder. O poder do pensamento �� maior que o da
eletricidade. A todo pensamento corresponde uma
imagem mental.68
Uma pergunta se faz necess��ria: de onde se origina
o pensamento?
Valemo-nos de Andr�� Luiz para esta resposta,
quando elucida quanto aos "centros encef��licos", revelando
a associa����o existente entre o centro coron��rio
e o centro cerebral,
[...] em movimento sincr��nico de trabalho e sin
tonia:
Por interm��dio do primeiro, a mente administra
oseu ve��culo de exterioriza����o utilizando-se, a
rigor, do segundo que lhe recolhe os est��mulos,
transmitindo impulsos e avisos, ordens e sugest��es
mentais aos ��rg��os e tecidos, c��lulas e
implementos do corpo por que se expressa.69
67 Humberto C. Schubert - Graduando de Filosofia, em conversa
acerca do tema.
68
Leopoldo BALDU��NO, Psiquiatria e Mediunismo.
69 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Menciona que �� no centro coron��rio, atrav��s do
conjunto de n��cleos do dienc��falo, especificamente no
t��lamo, que o Esp��rito possui
[...] vasto sistema de governan��a, porquanto a��,
nessa delicada rede de for��as [...] verte o pensamento
ou fluido mental, por secre����o sutil n��o
do c��rebro, mas da mente, fluido que influencia
primeiro, por interm��dio de impulsos repetidos,
toda a regi��o cortical e as zonas psicossomatossensitivas,
vitalizando e dirigindo todo o
cosmos biol��gico, para, em seguida, atendendo
ao pr��prio continu��smo de seu fluxo incessante,
espalhar-se em torno do corpo f��sico da individualidade
consciente e respons��vel pelo tipo,
qualidade e aplica����o do fluido, organizando-lhe
a psicosfera ou halo ps��quico, qual ocorre com a
chama de uma vela que, em se valendo do combust��vel
que a nutre, estabelece o campo em que
se lhe prevalece a influ��ncia.70
Discorrendo acerca da reflex��o das ideias, Andr��
Luiz aprofunda ainda mais as suas explica����es, tal
como a seguir transcrevemos:
A part��cula do pensamento, pois, como corp��sculo
flu��dico, tanto quanto o ��tomo, �� uma unidade
na ess��ncia, a subdividir-se, por��m, em diversos
tipos, conforme a quantidade, qualidade, comportamento
e trajet��rias dos componentes que
a integram.
E assim como o ��tomo �� uma for��a viva e pode
70 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos.
Os PODERES DA MENTE
rosa na pr��pria contextura, passiva, entretanto,
diante da intelig��ncia que a mobiliza para o bem
ou para o mal, a part��cula do pensamento, embora
viva e poderosa na composi����o em que se
derrama do Esp��rito que a produz, �� igualmente
passiva perante o sentimento que lhe d�� forma e
natureza para o bem ou para o mal, convertendo-
se, por acumula����o, em fluido gravitante ou
libertador, ��cido ou bals��mico, doce ou amargo,
aliment��cio ou esgotante, vivificador ou mort��fero,
segundo a for��a do sentimento que o tipifica
e configura, nome��vel, �� falta de terminologia
equivalente, por 'raio da emo����o' ou 'raio do desejo',
for��a essa que lhe opera a diferencia����o de
massa e trajeto, impacto e estrutura.71
Vejamos tamb��m o que explica o Dr. Jorge Andr��a
dos Santos no livro Energ��tica do Psiquismo Fronteiras
da Alma, acerca disso:
[...] o pensamento teria origem nas camadas
mais profundas do inconsciente, a sustentar na
tela consciente a energ��tica criativa do Esp��rito.
Energ��tica que seria consequ��ncia de corp��sculos
a escaparem dos n��cleos em potencia����o,
como se fossem verdadeiros psic��tons com seus
campos vibrat��rios especiais. O pensamento
poderia ser a consequ��ncia da movimenta����o
de corp��sculos (a��nando-se com o neutrino?)
de imensa velocidade de propaga����o, talvez 10
bilh��es de vezes superior �� da luz; isto explicaria
71 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
sua quase instantaneidade na maioria dos mecanismos
do psiquismo.72
E o que seriam esses psic��tons? 73 Segundo o
citado autor [...] as qualidades dos psic��tons em si, seriam
ondas energ��ticas deslocadas da ��rbita dos n��cleos
em potencia����o, ap��s percorrerem toda a unidade
de onde prov��m, desde o centro at�� a periferia.74
Importa assinalar que esse n��cleo �� o inconsciente,
a parte mais profunda do Esp��rito, que Andr��a
denomina de centro espiritual, inferindo-se, portanto,
que a energia varia de acordo com o n��vel evolutivo do
Esp��rito que lhe d�� origem [....] fornecendo sugest��es
boas ou deficientes, como toda a escala que vai de um
extremo a outro, de bondade e ignor��ncia.75
Mais adiante, o autor acrescenta:
A onda vibracional que corresponde ao pensamento
teria suas naturais varia����es, desde o
mais simples ao mais abstrato. Portanto, neste
setor pensamento, as coisas devem ser equacionadas
�� base de campos vibrat��rios, mesmo
porque o pensamento poder�� existir, sem as
associa����es com a mat��ria, em seus pr��prios
campos vibracionais.76
72 Jorge A. dos SANTOS, Energ��tica do Psiquismo -Fronteiras
da Alma.
73 Psic��tons - Psic - Do grego psych�� = alma, Esp��rito, intelecto.
No contexto significa part��cula ou corp��sculo ps��quico.
74 Jorge A. SANTOS, Energ��tica do Psiquismo -Fronteiras da
Alma, passim.
7 5 Idem.
7 6 Idem.
Os PODERES DA MENTE
Ao pensar, emitimos vibra����es que traduzem
nossos desejos, tend��ncias e impulsos, vibra����es estas
que entram em sintonia com aqueles que pensam como
n��s. Estamos, pois, imersos nesse gigantesco oceano
de pensamentos e vibra����es. Para se ter uma no����o
do que isso representa, imaginemos o que significam
seis bilh��es de pessoas encarnadas pensando. Sem
falar nos desencarnados que tamb��m integram a popula����o
do orbe terreno, que s��o em maior n��mero. ��
esse conjunto formid��vel de pensamentos e vibra����es
que constitui a psicosfera do planeta Terra.
Mergulhando um pouco mais, profundamente,
em nossas cogita����es, surgem algumas indaga����es
naturais: como o ser humano come��ou a pensar? Como
pensava o homem primitivo, habitante das cavernas?
�� Andr�� Luiz que elucida quanto a esse passo
inicial, revelando a trajet��ria evolutiva do Esp��rito
em sua primeira romagem terrena. Ele menciona o
momento em que se estabelece o pensamento cont��nuo
da seguinte forma:
Com o exerc��cio incessante e f��cil da palavra,
a energia mental do homem primitivo encontra
insopit��vel desenvolvimento, por adquirir gradativamente
a mobilidade e a elasticidade imprescind��veis
�� expans��o do pensamento que, ent��o,
paulatinamente, se dilata, estabelecendo no mundo
tribal todo um oceano de energia sutil, em que
as consci��ncias encarnadas e desencarnadas se
refletem, sem dificuldade, umas ��s outras. [...].
Pela compreens��o progressiva entre as criaturas,
por interm��dio da palavra que assegura o
pronto interc��mbio, fundamenta-se no c��rebro
SUELY CALDAS SCHUBERT
opensamento cont��nuo e, por semelhante maravilha
da alma, as id��ias-rel��mpagos ou as
id��ias-fragmentos da cris��lida de consci��ncia,
no reino animal, se transformam em conceitos e
inquiri����es de alentada subst��ncia ��ntima.77
Esclarece ainda que prov��m [...] da mente a for��a
que aciona os implementos da voz.78
A import��ncia e a inter-rela����o do pensamento e
da fala �� acentuada por Vygotsky79, quando ele afirma:
O estudo do pensamento e da linguagem �� uma
das ��reas da psicologia em que �� particularmente
importante ter-se uma clara compreens��o das
rela����es interfuncionais.
A fun����o primordial da fala �� a comunica����o,
ointerc��mbio s��cia. [...]. O fato de que o entendimento
entre as mentes �� imposs��vel sem
alguma express��o mediadora, �� um axioma da
psicologia cient��fica. Na aus��ncia de um sistema
de signos, lingu��sticos ou n��o, somente o tipo de
comunica����o mais primitivo e limitado torna-se
poss��vel. A comunica����o por meio de movimentos
expressivos, observada principalmente entre os
animais, �� mais uma efus��o afetiva do que comunica����o.
[...].
A transmiss��o racional e intencional de experi��ncia
e pensamento a outros requer um sistema
mediador, cujo prot��tipo �� a fala humana.80
77 Francisco C. XAVIER, Fonte Viva.
78 Francisco C. XAVIER, Fonte Viva, passim.
79 L. S. VYGOTSKY, Pensamento e Linguagem.
80 L. S. VYGOTSKY, Pensamento e Linguagem, passim.
Os PODERES DA MENTE
Vygotsky menciona ainda que a rela����o entre o
pensamento e a palavra �� um processo,
[...] um movimento cont��nuo de vaiv��m do pensamento
para a palavra, e vice-versa. Nesse processo,
a rela����o entre o pensamento e a palavra
passa por transforma����es que, em si mesmas,
podem ser consideradas um desenvolvimento
funcional. O pensamento n��o �� simplesmente
expresso em palavras; �� por meios delas que ele
passa a existir. Cada pensamento tende a relacionar
alguma coisa com outra, a estabelecer
uma rela����o entre as coisas. Cada pensamento se
move, amadurece e se desenvolve, desempenha
uma fun����o, soluciona um problema.81
A Doutrina Esp��rita tem esclarecido, sobejamente,
quanto �� import��ncia do ato de pensar, no sentido
de alertar o ser humano quanto ��s implica����es,
rea����es e resultados que isso acarreta, porquanto,
�� atrav��s do pensamento que cada um influencia o
mundo ao seu redor.
Os Benfeitores Espirituais t��m transmitido not��veis
p��ginas acerca do pensamento, enfatizando o
aspecto moral decorrente do ato de pensar, alertando
quanto ��s consequ��ncias de mantermos uma postura
mental desequilibrada e ensinando como corrigi-la.
Vejamos, a prop��sito, alguns trechos de Emma-
nuel: Cada ser apenas atinge a vida, at�� onde possa
chegar a onda de pensamento que lhe �� pr��prio.82
81 L. S. VYGOTSKY, Pensamento e Linguagem.
82 Francisco C. XAVIER, Pensamento e Vida.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Isso quer dizer que se os pensamentos do indiv��duo
permanecem em ��mbito restrito, se est��o circunscritos
apenas ao seu cotidiano, se sua preocupa����o
predominante �� a de arranjar um jeito para comparecer
todos os fins de semana (e ��s vezes nos dias ��teis
tamb��m) aos bares e botequins, aos mot��is, tomando
mais algumas doses, anestesiando seus problemas,
sua consci��ncia com algum tipo de droga, ou aquela
sess��o de filmes pornogr��ficos, ou em mesas de jogos;
sob outro aspecto, se visa amealhar fortuna �� custa
da desgra��a alheia, se est��, enfim, em uma conduta
perniciosa e que constitua a meta de sua vida, �� nesse
n��vel que estar�� estagiando. As fronteiras mentais da
pessoa ficam delimitadas a suas prefer��ncias, n��o se
expandem, n��o se modificam.
O contr��rio ocorre quando a pessoa anseia por
algo mais substancial, quando amplia as fronteiras do
racioc��nio pelas leituras que a enrique��am intelectualmente,
abrindo a sua compreens��o do mundo e da
pr��pria exist��ncia, impelindo-a em outras dire����es
ou, mesmo que n��o tenha estudo, cultura, mas que
seja algu��m que medite no significado de estar vivo
ao mesmo tempo em que cultive sentimentos nobres,
essa pessoa alcan��ar�� a vida em n��veis mais elevados,
ampliando, assim, seus horizontes mentais e favorecendo
seu enriquecimento espiritual.
Ap��s deixar o corpo f��sico, o Esp��rito se apresenta
na Espiritualidade em mesmo n��vel mental que
cultivou na terra, o que evidencia, como �� ��bvio, a sua
condi����o evolutiva.
Nesse sentido, Andr�� Luiz explica:
No plano espiritual, o homem desencarnado vai
Os PODERES DA MENTE
lidar, mais diretamente, com um fluido vivo e
multiforme, estuante e inestanc��vel, a nascer-lhe
da pr��pria alma, de vez que podemos defini-lo,
at�� certo ponto, por subproduto do fluido c��smico,
absorvido pela mente humana em processo
vitalista semelhante �� respira����o, pelo qual a
criatura assimila a for��a emanente do Criador,
esparsa em todo o Cosmos, transubstanciando-a,
sob a pr��pria responsabilidade, para influenciar
na Cria����o, a partir de si mesma.
Esse fluido �� seu pr��prio pensamento cont��nuo,
gerando potenciais energ��ticos com que n��o
havia sonhado.83
Em not��vel p��gina intitulada "Fermento Espiritual",
Emmanuel comenta:
Ningu��m vive s��.
Temos conosco milhares de express��es do
pensamento dos outros e milhares de outras
pessoas nos guardam a atua����o mental, inevitavelmente.
Os raios de nossa influ��ncia entrosam-se com
as emiss��es de quantos nos conhecem direta ou
indiretamente, e pesam na balan��a do mundo
para o bem ou para o mal. [...].
Nossas atitudes e atos criam atitudes e atos do
mesmo teor, em quantos nos rodeiam, porquanto
aquilo que fazemos atinge o dom��nio da observa����o
alheia, interferindo no centro de elabora����o
das for��as mentais de nossos semelhantes. [...].
83 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Pensamento �� fermenta����o espiritual. Em primeiro
lugar estabelece atitudes, em segundo gera
h��bitos e, depois, governa express��es e palavras,
atrav��s das quais a individualidade influencia na
vida e no mundo.84
PENSAMENTOS NEGATIVOS
N��o �� dif��cil constatarmos que os pensamentos
negativos predominam em nossa mente. Somos atra��dos,
sem perceber, por aspectos sombrios da vida,
detemo-nos em conversa����es deprimentes, em detalhes
que ressaltam o lado desequilibrado das pessoas
e situa����es, e o que �� pior, quando a s��s, damos asas
�� imagina����o que nos incute temores, que sugere
ideias de teor pessimista, o que acaba por abrir campo
�� tristeza, revolta ou des��nimo.
Mas, n��o ficamos apenas nisto. De acordo com o
que pensamos ligamos a TV e damos prefer��ncia aos
programas que relatam as trag��dias do cotidiano, seus
conflitos e dramas. E, sendo esta a situa����o mental
da maioria das pessoas, �� f��cil compreender o motivo
pelo qual alcan��am maior ��ndice de audi��ncia na TV
os programas que exploram esses aspectos negativos,
que apresentam o lado grotesco das pessoas, os
notici��rios policiais em que o crime e a viol��ncia predominam,
enquanto que os programas que registram
as a����es altru��sticas, os document��rios educativos
e instrutivos, a m��sica de boa qualidade, n��o t��m a
mesma repercuss��o.
84 Divaldo P. FRANCO, Seara do Bem.
Os PODERES DA MENTE
Nossa vis��o est�� deturpada, nossos ouvidos n��o
est��o afinados e nossa mente est�� condicionada a mil��nios
de insanidade, nosso psiquismo est�� encharcado
de pensamentos estratificados nas faixas negativas.
O mesmo ocorre com nossa leitura, filmes, m��sicas,
etc.
Trazemos de experi��ncias anteriores, nas quais
nos mantivemos na ignor��ncia ou desconsideramos
as Divinas Leis que regem o Universo, os sentimentos
de culpa, o t��dio e a revolta que hoje ressumam em
tend��ncias nocivas, quando n��o desaguam em dist��rbios
mentais de maior ou menor gravidade, ou ainda,
em enfermidades diversas.
Assim, a nossa mente est�� condicionada �� n��o
aceita����o das experi��ncias educativas que nos restringem
o uso do livre-arb��trio, ou ��quelas que expressam
limita����es e defici��ncias de ordem mais severas.
De maneira geral, acabamos por negar nossas
pr��prias potencialidades, pois, inconscientemente,
n��o nos julgamos aptos ou merecedores e, por via de
consequ��ncia, fugimos de nossas responsabilidades.
Resultam de tudo isso pensamentos do tipo eu n��o
consigo, n��o quero, n��o posso, n��o sei, n��o aguento,
n��o sou capaz, n��o tenho for��as, n��o suporto, n��o...
Ou ent��o, eu sabia que n��o ia dar certo; tudo de ruim
me acontece; tenho medo de n��o conseguir; ningu��m
me quer; ningu��m presta. E uma lista grande de convic����es
e previs��es negativas.
Conforme o estado mental do indiv��duo corresponde,
portanto, a sua vida.
Diz Emmanuel, a prop��sito, de forma muito
bela:
SUELY CALDAS SCHUBERT
Nossos pensamentos s��o paredes em que nos
enclausuramos ou asas com que progredimos
na ascese.
Como pensas, viver��s.
Nossa vida ��ntima, nosso lugar.
Recolhe-te e enxergar��s o limite de tudo o que
te cerca.
Expande-te e encontrar��s o infinito de tudo o
que existe.85
Enclausurados nos pensamentos negativos
cultivados vida afora, �� natural que as dificuldades
se agravem e as altera����es f��sicas venham a surgir,
como decorr��ncia.
Esclarecendo estas implica����es, Joanna de Angelis
leciona com a profundidade que lhe �� peculiar:
A vida mental responde pelas atitudes comportamentais,
expressando-se em forma de sa��de
ou doen��a conforme o teor vibrat��rio de que se
revista.
O bombardeio de petardos cont��nuos, portadores
de alta carga destrutiva, agindo sobre os tecidos
sutis da alma, desarticula as engrenagens do
perisp��rito que reflete, no corpo e na emo����o, as
enfermidades de etiologia dif��cil de ser detectada
pelos m��todos comuns. [...].
Acumulando cargas delet��rias, desconjuntam-se
os delicados tecidos sustentados pela energia,
ocasionando os desastres no campo da inarmonia
propiciadora de dist��rbios variados e contamina����es
compreens��veis.
85 Francisco C. XAVIER, Fonte Viva.
Os PODERES DA MENTE
A a����o imunol��gica do organismo desaparece
sob a cont��nua descarga das for��as perniciosas,
abrindo espa��o para as calamidades f��sicas e
psicol��gicas. [...].
V��rios tipos de canceres, alergias e infec����es na
esfera f��sica, e neuroses, esquizofrenias e psicoses
na faixa ps��quica, t��m as suas g��neses no comportamento
mental e nos seus efeitos morais.86
A Mentora explica que [...] a ansiedade e o medo
desestruturam o edif��cio celular dando margem a
distonias complexas, e enfatiza que a vingan��a corr��i
os sentimentos, comparando-a com ��cido destruidor,
que abre brechas para a amargura, o suic��dio e a
alucina����o.87
PENSAMENTOS POSITIVOS
�� importante termos em mente que o Esp��rito
�� herdeiro de si mesmo. Tudo o que somos hoje tem
as suas causas no ontem, no passado, quando n��o
decorrem de a����es viciosas do presente. Portanto, a
cada dia preparamos a nossa heran��a para os dias
vindouros.
Pensamentos positivos anulam os de teor negativo.
Ideias enobrecedoras substituem as que nos
condicionam ��s torpezas, �� crueldade, �� revolta, que
constituem a maior parte de nossa bagagem ��ntima.
86 Divaldo P. FRANCO, Seara do Bem.
87 Divaldo P. FRANCO, Seara do Bem, passim.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Mentalizar um ideal superior e perseverar em
conquist��-lo preenche a mente, evitando as habituais
dispers��es e fugas dos pensamentos, que teimam em
deter-se nos por��es do subconsciente, por n��o acostumados
�� disciplina do bem.
A mente condicionada ao mal, ao desequil��brio, ��
insanidade, tem dificuldade em reverter esse quadro
vicioso e alicer��ar os valores mais altos e edificantes
da vida imortal, exigindo um treinamento disciplinador
que requer tempo e const��ncia para se reestruturar
de forma saud��vel.
�� dif��cil alcan��ar esse objetivo? �� poss��vel consegui-
lo?
Realmente n��o �� f��cil. Como n��o �� f��cil vencer as
etapas da vida, criar h��bitos de higiene na fase infantil,
aprender a ler e a escrever, passar no vestibular,
educar-se e educar os filhos e outras ocorr��ncias da
exist��ncia terrena.
Sim, �� poss��vel conquistar esta disciplina mental.
Assim o fazem os mestres orientais, que se empenham
nesse controle.
Vejamos agora a quest��o da dor. Para isso trazemos
a palavra abalizada do Dr. Bernie Siegel, que a
tem estudado profundamente (especialmente nos casos
de c��ncer) e que orienta quanto aos efeitos dos pensamentos
em seu livro Amor, Medicina e Milagres.
Ainda n��o se sabe bem de que forma a composi����o
qu��mica do c��rebro se relaciona com as
emo����es e os pensamentos, mas nosso estado
de Esp��rito tem um efeito imediato e direto sobre
o estado f��sico: podemos interferir no corpo
examinando como nos sentimos. Se lutarmos
Os PODERES DA MENTE
contra a dor e procurarmos ajuda, a mensagem
�� 'viver �� dif��cil mas desej��vel', caso em que o
sistema imunol��gico entra em a����o para nos
manter vivos.
Por isso mesmo, costumo lan��ar m��o de dois
grandes recursos para alterar o estado f��sico:
emo����es e imagina����o. Representam as duas
formas de fazer entrar em comunica����o m��tua
a mente e o corpo. As emo����es e as palavras d��o
a saber ao corpo aquilo que dele esperamos, e,
imaginando certas mudan��as, contribu��mos para
que o organismo as produza.88
Destacamos para nossos prezados leitores mais
um trecho do dr. Siegel, que �� m��dico cirurgi��o em
New Haven (Connecticut) e professor da Universidade
de Yale:
A mente, no entanto, n��o age apenas por meio
de op����es conscientes. Muitas vezes, seus efeitos
incidem diretamente sobre os tecidos do organismo,
sem conhecimento de nossa parte. [...]. O
corpo responde ��s mensagens mentais, conscientes
ou inconscientes. Em geral, as mensagens
dizem 'viva' ou 'morra'. Estou convencido de que
n��o temos s�� mecanismos de sobreviv��ncia, a
exemplo da rea����o luta-ou-fuga, mas tamb��m um
mecanismo que diz 'morra'. E consegue realmente
bloquear nossas defesas, reduzindo as fun����es
org��nicas e encaminhando-nos para a morte,
quando sentimos que a vida j�� n��o vale a pena.
88 Bernie S. SIEGEL, Amor, Mediciona e Milagres.
SUELY CALDAS SCHUBERT
E mais: A cura �� um ato criador, que exige todo
oesfor��o e dedica����o que as outras formas de
criatividade reclamam.89
Finalizando com o pr��prio Dr. Siegel, citando um
trecho do livro H�� um Arco-��ris Atr��s de Cada Nuvem
Escura: A mente �� capaz de tudo, podemos aprender
a controlar a mente e optar por sermos felizes por
dentro', com um cora����o sorridente, a despeito daquilo
que se passa conosco 'por fora'.90
89 Bernie S. SIEGEL, Amor, Mediciona e Milagres.
90 Bernie S. SIEGEL, H�� umArco-irisAtr��s de CadaNuvem Escura.
FORMAS-PENSAMENTO
Sendo os fluidos o ve��culo do pensamento,
este atua sobre os fluidos como o som
sobre o ar; eles nos trazem o pensamento
como o ar nos traz o som.
Allan Kardec (A G��nese - c. XIV)
No limiar do s��culo XX, Ernesto Bozzano
traz a p��blico o seu livro Pensamento e Vontade,
no qual aborda, com muita coragem, diga-se logo,
um tema bastante incomum para a ��poca, as formas-
pensamento e a fotografia do pensamento. Pode-se
imaginar a repercuss��o e as cr��ticas ir��nicas que
o assunto despertou, pois ainda hoje, s��culo XXI, o
tema continua sendo fantasioso para a maioria das
pessoas.
Inicialmente, Bozzano apresenta a seguinte pro-
proposi����o: - pode um fen��meno psicol��gico transformar-
se em fisiol��gico; o pensamento pode fotografar-
se e concretizar-se em materializa����o pl��stica, tanto
quanto criar um organismo vivo.
O autor esclarece que os fil��sofos alquimistas
do s��culo XVI e XVII j�� conheciam o poder da mente
e a cria����o das formas-pensamento.
Ele menciona que o pensamento e a vontade s��o
SUELY CALDAS SCHUBERT
elementos pl��sticos e organizadores e que [...] todo e
qualquer pensamento n��o �� mais que um fen��meno
de mem��ria.
Ressalta que empregar�� os voc��bulos ideia ou
imagem com o significado de [...] lembran��a de uma
ou de muitas sensa����es simples ou associadas.91
Vejamos os pontos b��sicos em que fundamenta
otema do livro:
��� existem tantos agregados de imagens, quanto
os sentidos que possu��mos;
��� temos grupos de imagens visuais, auditivas,
t��teis, olfativas, gustativas, motrizes etc.
��� mem��ria, racioc��nio, imagina����o, s��o fen��menos
ps��quicos que, em ��ltima an��lise, consistem
no grupar e coordenar imagens, em
lhes apreender as conex��es, a ��m de as retocar
e agrupar em novas correla����es, segundo
maior ou menor pot��ncia intelectual dos indiv��duos;
��� imagina����o, abstra����o e compara����o s��o faculdades
superiores da intelig��ncia e delas
decorrem todos os inventos e descobertas,
inspira����o e cria����es do g��nio;
��� imagens consecutivas - assim denominadas
quando frequentemente repetida, sendo que
adquire vivacidade excepcional, podendo persistir
longamente, mesmo depois de extinta a
causa geradora.92
91 Ernesto BOZZANO, Pensamento e Vontade.
92 Ernesto BOZZANO, Pensamento e Vontade, passim.
Os PODERES DA MENTE
Com respeito ��s formas do pensamento, o autor
cita alguns casos, dentre os quais selecionamos o da
clarividente son��mbula Maria Reynes, cuja faculdade
estava sendo investigada pelo Dr. Pagenstecher. Quando
em transe, a clarividente declarou ao pesquisador:
-muitas vezes lhe vi no c��rebro a imagem radiosa da
sua genitora, bem como de pessoas outras nas quais
osenhor estava pensando, sem mo dizer.
Bozzano relata tamb��m o interessante caso ocorrido
com Vicent Turvey que era clarividente e m��dium
e sempre exerceu, gratuitamente, as suas faculdades
medi��nicas em prol da causa espiritualista. O pr��prio
Sr. Turvey registra-o em seu livro The Beginning of
Sership, em que relata suas experi��ncias que foram,
devidamente, acompanhadas e documentadas por
pesquisadores.
O fato aconteceu no dia 26 de fevereiro de 1908
(n��o foi citado o local). Neste dia, bateu-lhe �� porta
um vendedor de revistas da Sociedade de Propaganda
Crist��. O dono da casa deixou que ele entrasse e
adquiriu uma revista e observou que esta trazia um
artigo acerca do Espiritismo, atribuindo-lhe uma origem
diab��lica. Estabeleceu-se entre ambos uma viva
controv��rsia, sendo que o visitante tentava convenc��-
lo de que "aquelas coisas" eram diab��licas. Antes de
se retirar ainda proferiu uma prece, pedindo a Deus
que abrisse os olhos do Sr. Turvey. Segundo narra
este, o homem "l�� se foi, assegurando-me que dali por
diante os diabos ficavam expulsos de minha casa".
Fechada a porta, o m��dium sentou-se no sof�� da sala
para repousar e meditar. Eis que repentinamente- diz
ele - me surgem tr��s 'diabinhos', absolutamente id��n
SUELY CALDAS SCHUBERT
ticos ao tipo ortodoxo: - corpo humano, p��s de bode,
pequenos chifres atr��s das orelhas, cabelos lanudos,
tez acobreada. Meu primeiro cuidado foi erguer-me,
para melhor certif��car-me de que n��o estava sonhando.
Sem embargo, l�� estavam os diabinhos!
Foi necess��ria ao Sr. Vincent Turvey a ajuda dos
seus guias espirituais para que as formas-pensamento
se dilu��ssem.93
FOTOGRAFIA DE FORMAS-PENSAMENTO
As formas-pensamento podem ser fotografadas.
Desde o final do s��culo XIX e in��cio do s��culo
XX que experi��ncias neste sentido foram realizadas,
com alguns resultados positivos, mesmo sem os sofisticados
recursos dos nossos dias.
Nesse campo destacam-se as pesquisas do Dr.
Jule Eisenbud, professor da Universidade do Colorado,
nos Estados Unidos.
Na d��cada de 60, o Dr. Eisenbud lan��ou o livro
de sua autoria The Word of Ted Serios, em que resume
testes realizados com o sensitivo Ted Serios nos
laborat��rios dessa universidade, na presen��a de outros
cientistas.
Durante a prova, Serios fixava os olhos nas lentes
apontadas para o seu rosto e ia criando a imagem
desejada; ele a v�� se formando e, segundo explica, [...]
tem a impress��o de que algo est�� sendo desenhado na
sua testa. E justamente nesse momento que a chapa
�� batida. As fotografias ps��quicas mostram edif��cios,
93 Ernesto BOZZANO, Pensamento e Vontade.
Os PODERES DA MENTE
cidades, pontes, quarteir��es de cidades, constru����es
antigas. Em uma das mais not��veis, aparece a Casa
Branca, resid��ncia oficial dos presidentes norte-americanos,
em ��ngulo que s�� poderia ser tomado de um
helic��ptero, o que seria imposs��vel diante da extrema
seguran��a que a cerca.
�� ��poca das experi��ncias, George Topp noticiou
no jornal ingl��s The People (1968) que uma das
fotografias mostra uma panor��mica de uma grande
cidade, tal como se tivesse sido batida de um ponto
alto. Aparecem arranha-c��us, uma rodovia e, posteriormente,
foi identificada ser parte da cidade de
Dallas, no Texas, por��m com uma diferen��a realmente
surpreendente, pois na foto est��o tr��s pr��dios ao fundo,
mas em Dallas existem apenas dois -o terceiro
est�� ainda em constru����o!
Mas, talvez o mais surpreendente resultado tenha
sido obtido sem o aux��lio da c��mara. Serios se concentrou
em uma parede lisa e a imagem surgiu, com
muita nitidez, �� vista de todos os pesquisadores.
Estes dados foram extra��dos de artigo do ilustre
jornalista Carlos Bernardo Loureiro, publicado na
revista Reformador, de julho de 1997.94
A literatura esp��rita muito tem contribu��do para
o entendimento acerca desse assunto, especialmente
a medi��nica.
Apraz-nos ressaltar, primeiramente, que Allan
Kardec apresenta precioso esclarecimento a respeito
em A G��nese, por��m o Codificador denomina a
forma-pensamento de fotografia do pensamento (por
94 Carlos B. LOUREIRO, Revista Reformador.
101
SUELY CALDAS SCHUBERT
analogia), a qual n��o deve ser confundida com a fotografia
como ato de algu��m fotografar uma pessoa
ou fotografar uma forma-pensamento.
Observemos o texto:
Criando imagens flu��dicas, o pensamento se
reflete no envolt��rio perispir��tico, como num
espelho; toma nele corpo e a��, de certo modo,
se fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a
ideia de matar a outro: embora o corpo material
se lhe conserve impass��vel, seu corpo flu��dico ��
posto em a����o pelo pensamento e reproduz todos
os matizes deste ��ltimo; executa fluidicamente o
gesto, o ato que intentou praticar. O pensamento
cria a imagem da v��tima e a cena inteira �� pintada,
como num quadro, tal como se lhe desenrola
no Esp��rito.
Desse modo �� que os mais secretos movimentos
da alma repercutem no envolt��rio flu��dico; que
uma alma pode ler noutra alma como num livro e
ver o que n��o �� percept��vel aos olhos do corpo.95
Atualmente, os autores espirituais, pela via medi��nica,
t��m aprofundado esse tema de maneira mais
detalhada.
Mas, antes de transcrevermos os textos dos Benfeitores
Espirituais queremos assinalar que o saudoso
m��dium Chico Xavier teve uma experi��ncia marcante,
conforme est�� narrada no meu livro Testemunhos de Chico
Xavier, do qual extra��mos a elucida����o que se segue.
Em carta datada de 12/06/1948 e endere��ada ao
95 Allan KARDEC, A Genese.
Os PODERES DA MENTE
ent��o presidente da FEB (Federa����o Esp��rita Brasileira),
Wantuil de Freitas, o m��dium mineiro relata o
que percebeu quando, ao aplicar um passe, [...] entrou
na esfera flu��dica do receptor. Vejamos o seu relato:
H�� pouco tempo, nesse trabalho (de passes) vi a
cena que preocupava o doente - um crime por
ele cometido h�� trinta anos. O caso foi para mim
muito doloroso. E �� t��o grande e t��o complexo
que n��o cabe numa carta. Fa��o a refer��ncia
t��o-s�� para comentarmos a complexidade dessa
tarefa.96
Este trecho est�� em um contexto em que Chico
fala acerca da tarefa do passe e das suas diferentes
sensa����es ao aplic��-lo em cada pessoa. Comentando
a explica����o do m��dium, digo a certa altura:
No instante da transmiss��o estabelece-se uma
corrente de for��a, um circuito entre o receptor
e o doador. �� nesse momento que determinados
m��diuns, com uma sensibilidade maior, entram
em sintonia com a esfera flu��dica do receptor,
isto ��, com o campo de sua aura, passando a detectar
sintomas de enfermidade e outras rea����es
que dele emanam. �� uma esp��cie de absor����o,
tal como elucida Kardec, e se d�� pelos poros
perispir��ticos do m��dium, com reflexos no seu
corpo f��sico.97
�� exatamente por essa sensibilidade e consequente
capta����o que Chico Xavier registra a forma
96 Suely C. SCHUBERT, Testemunhos de Chico Xavier.
97 Suely C. SCHUBERT, Testemunhos de Chico Xavier, passim.
103
SUELY CALDAS SCHUBERT
pensamento exteriorizada pela pessoa em quem est��
aplicando o passe.
Andr�� Luiz, anos mais tarde, escreveria a respeito
do assunto. Atentemos para o texto a seguir.
Em Nos Dom��nios da Mediunidade, no cap��tulo
intitulado "Mandato Medi��nico", Andr�� Luiz apresenta
a m��dium Ambrosina que, segundo descreve, est��
revestida por um halo de irradia����es opalinas. O Instrutor
Espiritual Aulus esclarece que ela se dedicava,
h�� mais de vinte anos, ao exerc��cio da mediunidade
crist��, tendo renunciado [...] ��s mais singelas alegrias
do mundo.
Andr�� Luiz menciona que, ao se aproximarem
da m��dium, notaram que ela estava preocupada. Observemos
o que ocorreu:
Abeiramo-nos da m��dium respeit��vel e modesta
e vimo-la pensativa, n��o obstante o vozerio abafado,
em torno.
N��o longe, o pensamento conjugado de duas
pessoas exteriorizava cenas lament��veis de um
crime em que se haviam embrenhado.
E, percebendo-as, Dona Ambrosina refletia, falando
sem palavras, em frases aud��veis t��o-somente
em nosso meio: - Amados amigos espirituais,
que fazer? Identifico nossos irm��os delinquentes
e reconhe��o-lhes os compromissos... Um homem
foi eliminado... Vejo-lhe a agonia retratada na
lembran��a dos respons��veis... Que estar��o buscando
aqui nossos infortunados companheiros,
foragidos da justi��a terrestre?'
Repar��vamos que a m��dium temia perder a harmonia
vibrat��ria que lhe era peculiar.
Os PODERES DA MENTE
N��o desejava absorver-se em qualquer preocupa����o
acerca dos visitantes mencionados.
Foi ent��o que um dos mentores presentes se
aproximou e tranquilizou-a: - Ambrosina, n��o
receie. Acalme-se. �� preciso que a afli����o n��o
nos perturbe. Acostume-se a ver nossos irm��os
infelizes na condi����o de criaturas dignas de
piedade. Lembre-se de que nos achamos aqui
para auxiliar, e o rem��dio n��o foi feito para
os s��os. Compade��a-se, sustentando o pr��prio
equil��brio!
Somos devedores de amor e respeito uns para
com os outros e, quanto mais desventurados, de
tanto mais aux��lio necessitamos. �� indispens��vel
receber nossos irm��os comprometidos com o mal,
como enfermos que nos reclamam carinho.
A m��dium aquietou-se.
Passou a conversar naturalmente com os frequentadores
da casa.98
TRANSMISS��O DE FORMAS-PENSAMENTO
NO PROCESSO OBSESSIVO
Encontramos excelente e minuciosa explica����o
de como funciona o c��rebro, na transmiss��o de formas-
pensamento, no livro A����o e Rea����o.
�� atrav��s de Silas, companheiro espiritual de
Andr�� Luiz, que ficamos sabendo a respeito, quando
explica o processo obsessivo no qual o Esp��rito perseguidor
(Leonel) utiliza do recurso da cria����o de
98 Francisco C. XAVIER, A����o e Rea����o.
SUELY CALDAS SCHUBERT
formas-pensamento, de teor negativo, para dominar
a sua v��tima (Lu��s). O que se ler�� a seguir �� parte do
di��logo entre Silas e Leonel, Esp��rito vingador, sendo
que este sup��e estar diante de algu��m do mesmo n��vel
e que pensa como ele.
��� Estamos diante dum processo de transmiss��o
de imagens, at�� certo ponto an��logo aos
princ��pios dominantes na televis��o, no reino da
eletr��nica, atualmente t��o em voga no plano terrestre.
Sabemos que cada um de n��s �� um fulcro
gerador de vida, com qualidades espec��ficas de
emiss��o e recep����o. O campo mental do hipnotizador,
que cria no mundo da pr��pria imagina����o
as formas-pensamento que deseja exteriorizar, ��
algo semelhante �� c��mara de imagem do transmissor,
tanto quanto esse dispositivo �� id��ntico,
em seus valores, �� c��mara escura da m��quina
fotogr��fica. Plasmando a imagem da qual se
prop��e a extrair o melhor efeito, arroja-a sobre o
campo mental do hipnotizado que, ent��o, procede
�� guisa do mosaico em televis��o ou �� maneira
da pel��cula sens��vel do servi��o fotogr��fico. N��o
ignoramos que na transmiss��o de imagens ��
dist��ncia, o mosaico, recolhendo os quadros que
a c��mara est�� explorando, age como um espelho
sensibilizado, convertendo os tra��os luminosos
em impulsos el��tricos e arremessando-os sobre
oaparelho de recep����o que os recebe, atrav��s
de antenas especiais, reconstituindo com eles as
imagens pelos chamados sinais de v��deo, e recompondo,
dessa forma, as cenas televisadas na
face do receptor comum. No problema em estudo,
Os PODERES DA MENTE
voc��, Leonel, criou os quadros que se prop��s
transmitir ao pensamento de Lu��s, e, usando as
for��as positivas da vontade, coloriu-os com os
seus recursos de concentra����o na sua pr��pria
mente, que funcionou como c��mara de imagem.
Aproveitando a energia mental, muito mais poderosa
que a for��a eletr��nica, projetou-os, como
leg��timo hipnotizador, sobre o campo mental de
Lu��s, que funcionou qual mosaico, transformando
as impress��es recebidas em impulsos magn��ticos,
a reconstitu��rem as formas-pensamento
plasmadas por voc�� (refere-se a Leonel) nos centros
cerebrais, por interm��dio dos nervos que
desempenham o papel de antenas espec��ficas, a
lhes f��xarem as particularidades na esfera dos
sentidos, num perfeito jogo alucinat��rio, em que
osom e a imagem se entrosam harmoniosamente,
como acontece na televis��o, em que a imagem e o
som se associam com o apoio eficiente de aparelhos
conjugados, apresentando no receptor uma
sequ��ncia de quadros que poder��amos considerar
como sendo 'miragens t��cnicas'.99
Manuel Philomeno de Miranda, o consagrado
Autor Espiritual que tantos ensinamentos nos tem
dispensado, refere-se ao assunto em mensagem intitulada
"Formas-pensamento", psicografada por Divaldo
Franco, publicada em alguns peri��dicos esp��ritas e
ainda n��o inserida em livro. A p��gina refere-se ao
assunto obsess��o e o autor evidencia a import��ncia do
Francisco C. XAVIER, A����o e Rea����o.
107
SUELY CALDAS SCHUBERT
pensamento e a presen��a de formas-pensamento que
passam a dominar a mente do obsidiado, agravando-
lhe a situa����o. A seguir, transcrevemos alguns trechos
bastante esclarecedores.
Em raz��o da tend��ncia comum a muitas criaturas
para o cultivo de ideias deprimentes, vulgares,
agressivas, o pensamento constr��i paisagens terrificantes
pela sordidez, pela qualidade inferior,
na qual o indiv��duo fica submerso, respirando o
bafio pestilencial que organiza a paisagem infeliz.
Similarmente, a constru����o mental de formas
sensuais, hediondas, vingadoras, as mesmas adquirem
plasticidade e vida, tornando-se parte integrante
da psicosfera do seu autor.
�� medida que se concretizam, na raz��o direta
em que s��o vitalizadas, essas constru����es passam a
agir sobre o paciente, causando-lhe conflitos muito
desgastantes.
Essas imagens vivas adquirem identidade e
espontaneidade, agredindo e ultrajando aquele
que as fomenta.
Quando em parcial desprendimento pelo sono,
torna-se v��tima pela multid��o que o envolve,
encarcerando-o em estreito c��rculo de vicia����es
nas quais se compraz.
Alimentando-se dos vibri��es mentais - aspira����es
perniciosas que o pensamento elege - parecem
seres reais amea��adores, que exaurem a
fonte da qual se originam.
Estimuladas e direcionadas, por afinidades morais
inferiores de Esp��ritos perversos, zombetei
Os PODERES DA MENTE
ros ou vulgares, transformam-se em processos
obsessivos que assumem car��ter de crescente
gravidade.
Aqueles que se permitem fixa����es mentais viciosas,
malfazejas, invejosas, sem que se d��em
conta, se transformam nas primeiras v��timas da
ocorr��ncia nefasta, retendo-se nas faixas primitivas
onde se homiziam as for��as da perversidade
e do primarismo.
S��o comuns esses fen��menos de auto-sugest��o
entre as criaturas humanas por cultivarem pensamentos
negativos e insensatos, que os aprisionam
nas malhas fortes das pr��prias ondas
mentais perniciosas.
Diante de injun����es de tal natureza como de
outras, o valioso recurso da ora����o �� terapia poderosa,
que desagrega essas energias m��rbidas
e propicia aragem mental salutar para novas e
superiores formula����es, que passar��o a envolver
opaciente, restaurando-lhe o equil��brio. Especialmente
antes do repouso pelo sono di��rio, a
vigil��ncia mental se torna de alta import��ncia,
a ��m de que as propostas enobrecidas do pensamento
induzam o Esp��rito a viajar ��s regi��es
ditosas de onde retornar�� renovado, edificado e
predisposto �� conduta correta.
Na raiz de qualquer transtorno obsessivo, sempre
se encontra presente a inferioridade do paciente,
cuja irradia����o vibrat��ria propicia o campo h��bil
para as conex��es e fixa����es perturbadoras.100
10 0 Divaldo P. FRANCO, Mensagem de Manoel P. de Miranda, em
23/11/1998.
109
SUELY CALDAS SCHUBERT
Manuel Philomeno de Miranda termina a mensagem
enfatizando a necessidade da renova����o interior,
do cultivo da caridade e da necessidade do estudo
do Espiritismo, [...] que �� o mais completo tratado de
psicoterapia, para os que desejam uma vida saud��vel
e em paz.
O C��REBRO
O c��rebro �� o ��rg��o sagrado da
manifesta����o da mente, em tr��nsito
da animalidade primitiva para a
espiritualidade humana.
Andr�� Luiz 10 1
O homem quer se tornar um viajante sideral.
J�� foi �� Lua, caminhou no solo lunar e construiu
e mant��m esta����es espaciais. Anseia por percorrer os
espa��os c��smicos em naves cada vez mais sofisticadas,
que o possam levar a anos-luz da Terra. Como ainda
n��o pode realizar esse sonho em plenitude, tem criado
sondas espaciais, equipamentos, extremamente, precisos
para conhecer um pouco mais em rela����o aos
astros que cintilam no Cosmos. Conseguiu, tamb��m,
enviar um desses engenhos a J��piter e tem recebido
informa����es incr��veis acerca desse gigante, que �� o
maior planeta do sistema solar. Querendo saber ainda
mais, procura sinais de vida em outras gal��xias.
O homem tem os p��s fincados na terra e o pensamento
nos enigmas do Universo e do min��sculo
planeta em que vive.
10 1 Francisco C. XAVIER, No Mundo Maior.
Ill
SUELY CALDAS SCHUBERT
Entretanto, o ser humano sabe muito pouco sobre
si mesmo. E embora j�� tenha feito consider��veis
progressos quanto ao seu corpo f��sico, ainda �� escasso
o seu conhecimento em rela����o ��s suas emo����es e
rea����es e, por enquanto est�� tateando no que tange a
entender o complexo mecanismo de seu c��rebro.
Como o c��rebro funciona? Como produz o pensamento?
O que �� o pensamento? E a mem��ria? A intelig��ncia?
Como pode o c��rebro f��sico produzir coisas
t��o abstratas quanto a intelig��ncia, os pensamentos,
a mem��ria?
A lista das fun����es do c��rebro �� grande. Na verdade,
o c��rebro �� uma fant��stica m��quina, uma assombrosa
usina em permanente atividade. Temos no����o de
nossa capacidade intelectual, de como a utilizamos em
nossa vida, mas desconhecemos os processos mentais
que ocorrem na intimidade do c��rebro.
Em novembro de 1995, realizou-se em San Diego,
na Calif��rnia, o 25�� Encontro da Sociedade Americana
de Neuroci��ncias, com a presen��a de 20 mil pesquisadores
do mundo inteiro. �� bom recordar que os anos
90 foram designados, por decreto do ent��o presidente
dos Estados Unidos, George Bush, assinado em 1989,
"a d��cada do c��rebro".
As pesquisas em torno do funcionamento do
c��rebro foram intensificadas naquele pa��s e isso acabou
se refletindo em laborat��rios de outras partes do
mundo.
Por ocasi��o do megaevento de San Diego, a Dra.
Carla Shatz, que o presidiu, declarou o seguinte:
Come��amos a entender o papel de cada regi��o do
sistema nervoso. Resta saber como as regi��es da
Os PODERES DA MENTE
massa cinzenta influenciam umas ��s outras.
Quando se retira, por exemplo, quase metade do
c��rebro de uma crian��a em raz��o de doen��as,
orestante pode aprender o trabalho da parte
extra��da. At�� os dez anos de idade, qualquer
neur��nio �� um bom aprendiz, ligando-se a neur��nios
vizinhos para adquirir outras fun����es.
Quanto mais jovem �� algu��m, maior a plasticidade
dessas c��lulas, ou seja, sua capacidade de
criar conex��es, que s��o a base das habilidades
e da personalidade. Mas isso ainda n��o justifica
a fant��stica recupera����o das crian��as: de onde
v��m as instru����es para as tarefas, se as ��reas
que as realizavam n��o est��o mais l��?
Outro ponto que intriga os estudiosos �� que
durante o desenvolvimento do sistema nervoso
(num beb�� em gesta����o) uma c��lula 'saiba' em
que dire����o est��o as destinat��rias de suas mensagens.
102
A FANT��STICA REDE DE COMUNICA����O
ENTRE OS NEUR��NIOS
Hoje em dia fala-se muito em neur��nios, mas, de
maneira geral, pouco conhecemos a respeito de seu
funcionamento.
Os neur��nios s��o as c��lulas do sistema nervoso
e s��o especializadas na coleta e na transmiss��o de
dados, por meio de processos eletroqu��micos.
10 2 Dados extra��dos da revista Super Interessante-janeiro de 1996.
SUELY CALDAS SCHUBERT
O enc��falo, que compreende o c��rebro, o cerebelo
e o bulbo, cont��m, aproximadamente, cem bilh��es de
neur��nios e um n��mero ainda maior de glias, que s��o
c��lulas de suporte.
Os neur��nios s��o dotados de extens��es, os dendritos
- que recebem informa����es e s��o as principais
unidades receptoras -, e os ax��nios, que transmitem
as informa����es e s��o as principais unidades condutoras
dos neur��nios.
Possuem ainda estruturas espec��ficas, denominadas
sinapses e subst��ncias qu��micas espec��ficas - os
neurotransmissores.
As sinapses s��o estruturas que possibilitam a
troca de informa����es entre os neur��nios.
Um ��nico ax��nio pode formar sinapses com mil
outros neur��nios.
O sistema de comunica����o entre os neur��nios ��
feito atrav��s de impulsos eletroqu��micos.
O c��rebro cont��m dezenas de bilh��es de neur��nios
interligados por um n��mero ainda maior de sinapses.
Nestas est��o em a����o os neurotransmissores,
alguns bem conhecidos tais como, a noradrenalina, a
aceticolina, a dopamina, a serotonina, etc.
Na verdade, existe no c��rebro uma not��vel rede
de comunica����o, cujo funcionamento destacamos a seguir:
um neur��nio capta a informa����o e a transforma
em impulso nervoso, que se propaga at�� o ax��nio que
transmitir�� o impulso para a sinapse, que possibilita a
transmiss��o de informa����es entre os neur��nios. Para
chegar at�� outro neur��nio �� preciso, ainda, o concurso
de um dendrito, que �� a termina����o receptora
de outro neur��nio, quando, ent��o, entra em a����o os
Os PODERES DA MENTE
neurotransmissores, conhecidos como "mensageiros
do c��rebro".
Conv��m ressaltar que se denomina de impulso
nervoso a informa����o recebida pelo neur��nio, e que
se propaga em seu interior por meio de fen��menos
el��tricos.10 3
O ilustre m��dico neurologista esp��rita, Dr. Nu-
bor Orlando Facure, explicando o que �� o fen��meno
el��trico de forma mais detalhada, diz:
Nos neur��nios, a 'eletricidade' �� gerada por urna
corrente i��nica com a entrada de s��dio e a sa��da
de pot��ssio atravessando a membrana do ax��nio
como um rastilho queimando p��lvora. Podemos
dizer que, ao inv��s de um 'choque el��trico', o
neur��nio ativado lembra muito mais uma 'tempestade
qu��mica'.104
Outro ponto importante mencionado pelo citado
autor �� a quest��o da regenera����o e plasticidade dos
neur��nios. Ele assinala que neur��nios parcialmente
destru��dos apresentam [...] um certo grau de plasticidade
promovendo al��m da sua regenera����o um novo
ordenamento de conex��es.105
Assim prossegue o Dr. Facure:
[...] acredita-se que um determinado neur��nio
tem possibilidade funcional (��exibilidade) para
compor mais de um papel numa in��nidade de
constela����es neurais. N��o h�� um determinismo
est��tico para o neur��nio. Ele n��o pode ser visto
10 3 Lair RIBEIRO, Intelig��ncia Aplicada.
10 4 Nubor O. FACURE, Muito al��m dos Neur��nios.
10 5 Nubor O. FACURE, Muito al��m dos Neur��nios, passim.
SUELY CALDAS SCHUBERT
como uma tecla de piano que se presta apenas e
unicamente para a produ����o de uma nota s��.106
Observemos agora o que Andr�� Luiz ensina a
respeito:
A c��lula nervosa �� entidade de natureza el��trica,
que diariamente se nutre de combust��vel adequado.
H�� neur��nios sensitivos, motores, intermedi��rios
e reflexos. Existem os que recebem
as sensa����es exteriores e os que recolhem as
impress��es da consci��ncia. Em todo o cosmos
celular agitam-se interruptores e condutores,
elementos de emiss��o e recep����o. A mente �� a
orientadora desse universo microsc��pio em que
bilh��es de corp��sculos e energias multiformes
se consagram a seu servi��o.107
A atividade dos neur��nios est�� submetida aos
princ��pios de termodin��mica e consome energia pr��pria
da vida f��sica. Isto tamb��m �� explicado de forma muito
clara pelo Dr. Nubor Facure, no texto a seguir:
A atividade dos neur��nios no c��rebro exige um
consumo de energia que �� fornecido por subst��ncias
que chegam at�� ele pela circula����o sangu��nea.
Como em qualquer processo que produz
um determinado trabalho, a energia �� transformada
ou transferida, mas n��o �� criada dentro do
sistema que a utiliza. Para o c��rebro, a energia
chega atrav��s do sangue, pelo qual seguem as
subst��ncias qu��micas que permitem aos neur��
10 6 Nubor O. FACURE, Muito al��m dos Neur��nios.
10 7 Francisco C. XAVIER, No Mundo Maior.
116
Os PODERES DA MENTE
nios gerar impulsos el��tricos que, por sua vez,
fazem os m��sculos se contra��rem produzindo um
trabalho mec��nico. H�� uma rela����o direta entre
a atividade cerebral e seu consumo de energia. E
fundamental, portanto, o fornecimento externo
dos alimentos para a circula����o sangu��nea e desta
para a c��lula cerebral. S�� assim podemos p��r
em funcionamento os bilh��es de neur��nios que
sinalizam nossas mais complexas tarefas.108
Importa assinalar a distin����o entre esse tipo de
energia e a energia ps��quica, para tanto recorremos no
vamente ao Dr. Nubor Facure, que assim se exprime:
Embora a evolu����o da F��sica tenha revelado
omecanismo ��ntimo de v��rios fen��menos da
natureza, permanece como grande inc��gnita a
denni����o do que �� Energia e qual a sua fonte de
cria����o no Universo. [...]109
Pressup��e-se,
[...] que deve haver no Universo uma outra ordem
de manifesta����es que nossos sentidos n��o conseguem
registrar. Nessa outra realidade, deve circular
uma outra express��o de Energia, ou uma
varia����o de uma poss��vel Energia Primitiva, que
seria comum �� express��o de todos os fen��menos,
nas suas mais diversas dimens��es.
Em n��veis mais fundamentais, deve fluir a Energia
que emana de Deus, de quem deve prover
10 8 Nubor O. FACURE, O C��rebro e a Mente: Uma conex��o espi
ritual.
10 9 Nubor O. FACURE, O C��rebro e a Mente: Uma conex��o espiri
tual, passim.
SUELY CALDAS SCHUBERT
a for��a espiritual que cria a Alma e alimenta o
pensamento humano.
Nessas circunst��ncias, a atividade mental que realizamos
n��o �� detect��vel como gasto de energia
que a vida f��sica consome. Essa Energia ps��quica
n��o �� contabilizada em termos termodin��micos,
como a que o c��rebro consome. N��o h�� nada nos
neur��nios que possa registrar maior ou menor
consumo de energia quando pensamos com muito
ou pouco vigor na cria����o das nossas vit��rias
ou derrotas. 110
A esta altura, �� oportuno aduzirmos algumas
considera����es ao texto acima.
A Energia Ps��quica Primitiva �� o Pensamento
de Deus, que preenche todo o Universo, no qual tudo
est�� mergulhado como em um oceano de grandeza
inimagin��vel.
O pensamento das criaturas �� parte integrante
desse todo universal, e tamb��m atua provocando
rea����es compat��veis com o teor vibrat��rio de que se
reveste. Os Esp��ritos Superiores, denominados por
Andr�� Luiz de "legi��es ang��licas", operam no micro
e no macrocosmos, ou seja, no mundo das formas infinitesimais
e no mundo grandioso e incomensur��vel
das gal��xias, astros e mundos que povoam o Universo,
como tamb��m em todos os fen��menos da Natureza,
sob o comando divino.
O pensamento dos seres humanos, por sua vez,
interfere no acervo dos recursos do nosso planeta,
no exerc��cio do livre-arb��trio de que todos somos
11 0 Nubor O. FACURE, O C��rebro e a Mente: Uma Conex��o Espiritual.
Os PODERES DA MENTE
dotados, compreendendo-se, por��m, que h�� limites
nessa atua����o por ser "indiretamente controlada pelo
comando superior".
O fluxo de pensamentos que o ser humano exterioriza
constitui-lhe a mat��ria mental aqui denominada
de energia ou for��a ps��quica.
Esta energia ps��quica �� pr��pria de todos os Esp��ritos,
encarnados ou desencarnados.
Andr�� Luiz assim a descreve, na palavra do Instrutor
Espiritual G��bio:
��� Esta for��a n��o �� patrimonio de privilegiados.
�� propriedade vulgar de todas as criaturas, mas
entendem-na e utilizam-na somente aqueles que
a exercitam atrav��s de acuradas medita����es. E
o'spiritus subtilissimus' de Newton, o 'fluido
magn��tico' de Mesmer e a 'emana����o ��dica' de
Reichenbach. No fundo, �� a energia pl��stica da
mente que a acumula em si mesma, tomando-a
ao fluido universal em que todas as correntes da
vida se banham e se refazem, nos mais diversos
reinos da natureza, dentro do Universo. Cada ser
vivo �� um transformador dessa for��a, segundo o
potencial receptivo e irradiante que lhe diz respeito.
Nasce o homem e renasce, centenas de vezes,
para aprender a us��-la, desenvolv��-la, enriquec��-
la, sublim��-la, engrandec��-la e diviniz��-la.111
Somos seres pensantes. Pensar parece simples,
mas n��o o ��. �� extremamente complexo entender o ato
de pensar e o processo mental que leva a isso.
11 1 Francisco C. XAVIER, Liberta����o.
119
SUELY CALDAS SCHUBERT
O matem��tico ingl��s Roger Penrose explica que o
c��rebro n��o tem a capacidade de entender a si mesmo,
mas isso �� um ardil, pois quando o c��rebro for capaz
de entender a si pr��prio ele ter�� se modificado de tal
forma que ser�� preciso iniciar o estudo de novo ponto
de partida. E acrescenta, que no fundo ningu��m sabe
onde termina o c��rebro e come��a a mente.
Com o Espiritismo, entretanto, temos a compreens��o
de que no c��rebro encontra-se o ��rg��o de
manifesta����o da atividade espiritual- conforme leciona
o Instrutor Espiritual Calderaro.
Segundo esclarece, em entrevista, o m��dico e bi��logo
Eug��nio Mussak, pesquisador do c��rebro e suas
fun����es, o c��rebro humano �� dividido em tr��s partes.
A primeira �� o sistema R, formado pelo hipot��lamo
e pelos n��cleos de base, onde est��o os componentes
neurol��gicos que controlam nossa sobreviv��ncia. E o
chamado c��rebro reptiliano dos seres humanos. Dele
emana o nosso comportamento instintivo. E assim
denominado porque componentes cerebrais dos lagartos,
que surgiram no per��odo Carbon��fero, tamb��m
s��o encontrados no c��rebro humano. A esta parte do
c��rebro se relacionam a preserva����o da vida, as atividades
que podem ser desenvolvidas mecanicamente,
ou seja, rotina, repeti����o, imita����o.
A segunda parte �� o sistema l��mbico, respons��vel
pelas emo����es, pelos sentimentos. Entre o c��rebro
reptiliano e o c��rebro l��mbico h�� uma dist��ncia monumental
- o primeiro teria 350 milh��es de anos e o
outro apenas 10 milh��es de anos.
A terceira parte do c��rebro �� o neoc��rtex cerebral,
chamado de massa cinzenta. De acordo com o Dr.
120
Os PODERES DA MENTE
Mussak, �� a�� que o pensamento funciona. O neoc��rtex
tem, talvez, uns 50.000 anos.
Sendo o mais antigo �� natural que o c��rebro
reptiliano comande muitas das atitudes humanas,
pois �� a regi��o dos instintos. A maioria das pessoas,
conforme o entrevistado, �� controlada por esta parte
do c��rebro. S��o aqueles que, embora diferentes graus
de intelectualidade, se restringem �� realiza����o de
tarefas mec��nicas, sem aprofundamento das quest��es
existenciais. Tais pessoas agem e pensam sob o
comando do hipot��lamo.
H�� tamb��m um grande n��mero de indiv��duos
que se deixam dominar pelo l��mbico, pela emo����o.
Porque o sistema l��mbico do c��rebro as direciona para
o prazer, na mesma intensidade em que as afasta do
desprazer.
S��o aquelas criaturas que vivem sob o dom��nio
das emo����es. Se t��m um rompimento de relacionamento
com algu��m, n��o conseguem fazer mais nada,
n��o conseguem trabalhar, deixam de comer, n��o se
controlam, pois est��o submetidos ao sistema l��mbico.
Muitos se tornam desequilibrados emocionais.
Por fim, o neoc��rtex, que �� aquele que "sabe" das
coisas. Do ponto de vista da evolu����o, o pensamento ��
a ��ltima das fun����es cerebrais que apareceu, por isso
�� que n��s ainda n��o o dominamos muito bem.
O neoc��rtex comanda as fun����es mais sofisticadas
do c��rebro. Tr��s caracter��sticas sobressaem,
tamb��m: a capacidade de compreender, a capacidade
de aprender e a capacidade de se adaptar.
Compreender o que se passa ao nosso redor ��
b��sico. �� a percep����o do mundo, das coisas �� nossa
121
SUELY CALDAS SCHUBERT
volta; da�� adv��m o aprender, pois funcionam associados.
A capacidade de se adaptar, por��m, �� a mais importante.
Darwin, ao explicar a evolu����o das esp��cies,
ressaltou que vence o mais adapt��vel e n��o o mais
forte; sobrevive o que resiste ��s mudan��as ambientais
e aos desafios que o cercam. Os que n��o se adaptaram
se extinguiram.
Isso ocorre em nosso cotidiano. Ind��strias,
empresas que n��o se adaptaram �� vida moderna
desapareceram. Nosso c��rebro est��, continuamente,
se adaptando ��s vertiginosas mudan��as dos tempos
atuais.
O ideal �� conseguir um certo equil��brio entre o hipot��lamo,
o sistema l��mbico e o neoc��rtex cerebral.112
FREQU��NCIA DAS ONDAS CEREBRAIS
Em 1929, o Dr. Hans Berger, psiquiatra austr��aco,
ao colocar um eletrodo na cabe��a de um
paciente, descobriu que o c��rebro emite ondas el��tricas
ou impulsos eletromagn��ticos. Nascia, ent��o, a
encefalografia que hoje, bastante aperfei��oada, tem
larga aplica����o na medicina, atrav��s de aparelhos
denominados eletroencefal��grafos, cujo registro �� o
eletroencefalograma.
�� importante assinalar que a atividade do c��rebro
n��o cessa. Mesmo quando estamos dormindo, sempre
haver�� energia fluindo do c��rebro, estabelecendo
conex��o com o mundo exterior, e que corresponde ao
estado em que nos encontramos. Estes sinais el��tricos
112
Eug��nio MUSSAK, revista VOC��.
122
Os PODERES DA MENTE
emitidos pelo c��rebro se propagam em ondas que t��m
determinada frequ��ncia, cuja unidade de medida �� o
hertz (hz). Assim, 1Hz corresponde a uma oscila����o
completa de uma onda por segundo.
A frequ��ncia das ondas cerebrais foram classificadas
como beta, alfa, teta e delta. Cada onda cerebral
corresponde a um determinado n��vel mental e
atividade do corpo.
BETA - Essa �� a frequ��ncia habitual da maioria
das pessoas. Neste momento voc�� est�� sentindo o
mundo f��sico usando os cinco sentidos. Este �� o n��vel
da consci��ncia exterior. Voc�� realiza uma atividade
qualquer, e ao mesmo tempo percebe os ru��dos e movimentos
ao seu redor, sente calor ou frio, sente os
odores do ambiente, pode estar conversando e consertando
um aparelho, tudo isso ao mesmo tempo.
O c��rebro funciona a maior parte do tempo em
beta, que �� um ritmo mais acelerado, entre 14Hz e
21Hz. Al��m de ser a frequ��ncia mais r��pida ��, tamb��m,
a mais inst��vel e sujeita a altera����es emocionais. E o
ritmo do dia-a-dia, mas ��, igualmente, das tens��es e
preocupa����es. Quando a frequ��ncia ultrapassa 25Hz
(o m��ximo da frequ��ncia das ondas cerebrais �� 35Hz),
as ondas s��o chamadas de betas-altas e, neste caso,
corresponde a crises de ansiedade e agressividade.
ALFA - O c��rebro, nessa frequ��ncia, oscila entre
8 e 13Hz por segundo. A mente �� mais criativa quando
nessa dimens��o.
A pessoa que est�� em alfa tem mais concentra����o,
melhor capacidade de resolver problemas, imagina����o,
SUELY CALDAS SCHUBERT
mem��ria, intui����o, tranquilidade. E a frequ��ncia dos
processos de cura, quando todo o organismo vai se
reequilibrando.
��, tamb��m, a frequ��ncia mais habitual dos estados
de transe medi��nico.
TETA - Essa frequ��ncia cerebral oscila entre 4
e 7Hz. Nesse n��vel h�� uma insensibilidade �� dor. Os
orientais alcan��am o estado teta por meio de exerc��cios
e disciplinas destinados a baixar o ritmo cerebral
e assim conseguem, por exemplo, a levita����o, andar
sobre brasas, etc. Tamb��m �� nessa frequ��ncia que se
consegue a regress��o de mem��ria. Cientistas, inventores
t��m insights quando em estado teta, pois isso
facilita as suas intui����es mais criativas.
O transe medi��nico mais profundo pode chegar
a essa frequ��ncia.
DELTA - Nessa frequ��ncia o c��rebro funciona
abaixo de 4 ciclos por segundo. �� a frequ��ncia do estado
de coma, da catalepsia, de estados patol��gicos
muito graves.
Pouco se sabe a respeito desse n��vel.
Observa����o: As informa����es relacionadas com as
ondas cerebrais foram extra��das e associadas de duas
obras diferentes, que est��o assinaladas nas notas de
rodap�� pelos n��meros113 e114. A parte relacionada com
a mediunidade foi acrescentada por mim.
11 3 Lair RIBEIRO, Inteligencia Aplicada.
11 4 N��bia F. MACIEL; Martins TERRA, Relaxe e Viva Feliz.
O ENIGMA DA CONSCI��NCIA
A consci��ncia de si mesmo �� o que constitui
oprincipal atributo do Esp��rito.
Allan Kardec (O Livro dos Esp��ritos, q. 600)
uando, �� pergunta de Allan Kardec:
Onde est�� escrita a lei de Deus?, os Esp��ritos Superiores
responderam: Na consci��ncia, ficou registrada
a import��ncia suprema da consci��ncia.11 5
Considerada hoje pela ci��ncia como o maior
enigma a ser desvendado em rela����o ao ser humano,
a complexidade da consci��ncia tem desafiado os neurocientistas,
os f��sicos da consci��ncia, os psic��logos,
os neurofisiologistas, os fil��sofos, enfim, todos os que
est��o empenhados em decifr��-la.
Alguns desses pesquisadores t��m declarado ser,
praticamente, imposs��vel entender e explicar esse
misterioso universo que �� a consci��ncia humana.
Outros fazem tentativas de explic��-la atrav��s, unicamente,
dos mecanismos cerebrais, embora acabem
por deixar escapar que em um ou outro aspecto do
11 5 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
funcionamento da consci��ncia n��o encontram explica����es
satisfat��rias.
A pr��pria compreens��o acerca de uma outra
quest��o bastante complexa, a mente, tem apresentado
facetas inexplic��veis que levam os cientistas a reformula����es
de suas conclus��es, o que termina sendo
uma constante busca de respostas.
O neurofisiologista William H. Calvin comenta
essa dificuldade de explicar a consci��ncia de maneira
muito interessante:
Os escritores mais experientes que escrevem
sobre a intelig��ncia, tais como os pesquisadores
do QI, mant��m-se afastados da tal palavra que
come��a com a letra C. Muitos dos meus colegas
neurocientistas tamb��m evitam essa quest��o
(alguns f��sicos, infelizmente, sentem-se muito
felizes em preencher o v��cuo com erros de principiante).
Alguns cl��nicos involuntariamente
banalizam a consci��ncia, redefinindo-a como
mera capacidade de estar alerta (embora falar
do c��rebro como o lugar da consci��ncia seja o
mesmo que confundir o interruptor de luz com
a luz em si!). Ou redefinimos a consci��ncia como
simples estado de alerta, ou como o 'holofote' da
aten����o seletiva.116
Vale citar, tamb��m, a contribui����o do c��lebre
neurologista Ant��nio Dam��sio, chefe do Departamento
de Neurologia da Faculdade de Medicina da
Universidade de Iowa, em seu livro O Mist��rio da
11 6 William H. CALVIN, Como o C��rebro Pensa.
Os PODERES DA MENTE
Consci��ncia. Logo na introdu����o ele diz:
Nenhum aspecto da mente humana �� f��cil de
investigar e, para quem deseja compreender os
alicerces biol��gicos da mente, a consci��ncia ��
unanimemente considerada o problema supremo,
ainda que a defini����o desse problema possa
variar notavelmente entre os estudiosos. Se elucidar
a mente �� a ��ltima fronteira das ci��ncias
da vida, a consci��ncia muitas vezes se afigura
como o mist��rio final na elucida����o da mente.
H�� quem o considere insol��vel. [...] O que poderia
ser mais dif��cil de conhecer do que conhecer
omodo como conhecemos? O que poderia ser
mais deslumbrante do que perceber que �� o
fato de termos consci��ncia que torna poss��veis
e mesmo inevit��veis nossas quest��es sobre a
consci��ncia?
Embora eu n��o veja a consci��ncia como o ��pice
da evolu����o biol��gica, penso que �� um momento
decisivo na longa hist��ria da vida. Mesmo quando
recorremos �� simples e cl��ssica defini����o de
consci��ncia encontrada nos dicion��rios - que a
apresenta como a percep����o que um organismo
tem de si mesmo e do que o cerca - �� f��cil
imaginar como a consci��ncia provavelmente
abriu caminho, na evolu����o humana, para um
novo g��nero de cria����es, imposs��vel sem ela:
consci��ncia moral, religi��o, organiza����o social
e pol��tica, artes, ci��ncias e tecnologia. De um
modo ainda mais imperioso, talvez a consci��ncia
seja a fun����o biol��gica cr��tica que nos permite
saber que estamos sentindo tristeza ou alegria,
SUELY CALDAS SCHUBERT
sofrimento ou prazer, vergonha ou orgulho,
pesar por um amor que se foi ou por uma vida
que se perdeu.117
A teoria apresentada pelo ilustre Dr. Dam��sio ��
extraordin��ria, sob o ponto de vista das fun����es org��nicas.
E o seu livro acima citado recebeu o Primeiro
Pr��mio de Livro Cient��fico 2000 - Science et Vie;
foi considerado o melhor livro de 1999 pelo Library
Journal e integrou a lista dos dez melhores livros da
New York Time Book Review.
Para fazermos uma compara����o mais abrangente
da not��vel contribui����o do Espiritismo acerca
do assunto aqui enfocado, apresentaremos algumas
considera����es pin��adas do livro do Dr. Dam��sio, visto
que ele explica, nas suas 456 p��ginas, o que �� a consci��ncia
e seu funcionamento com base nas estruturas
cerebrais e sua conex��o com todo o organismo.
Como vimos, o autor esclarece que, para ele, a
consci��ncia �� uma fun����o biol��gica cr��tica que nos permite
saber que estamos sentindo tristeza ou alegria,
sofrimento ou prazer, vergonha ou orgulho, pesar por
um amor que se foi ou por uma vida que se perdeu.
Ele separa a consci��ncia em tipos complexos e
simples.
O tipo mais simples ele denomina consci��ncia
central, e fornece ao organismo um sentido do self
concernente a um momento - agora -e a um lugar
- aqui. O campo de a����o da consci��ncia central �� o
aqui e o agora.
117
Antonio DAM��SIO, O Mist��rio da Consci��ncia.
Os PODERES DA MENTE
O tipo complexo, ele denomina consci��ncia ampliada.
Possui muitos n��veis e graus e fornece ao organismo
um complexo sentido de self- uma identidade e
uma pessoa, voc�� ou eu -e situa essa pessoa em um
ponto do tempo hist��rico individual, ricamente ciente
do passado vivido e do futuro antevisto, e profundamente
conhecedora do mundo al��m desse ponto.
Portanto, [...] a consci��ncia central �� um fen��meno
biol��gico simples e a consci��ncia ampliada �� um
fen��meno biol��gico complexo.
Assim, as ra��zes profundas do self, incluindo o
self complexo, que abrange a identidade e a individualidade,
encontram-se no conjunto de mecanismos cerebrais
que de modo cont��nuo e inconsciente mant��m
oestado corporal dentro dos limites estreitos e na relativa
estabilidade requeridos para a sobreviv��ncia.
Menciona que:
[...] a forma mais simples na qual o conhecimento
sem palavras emerge mentalmente �� o sentimento
de conhecer - o sentimento do que acontece
quando o organismo est�� empenhado em processar
um objeto - e que s�� posteriormente infer��ncias
e interpreta����es ligadas ao sentimento
de conhecer podem ocorrer.
Curiosamente, diz Ant��nio Dam��sio, [...] a consci��ncia
come��a como sentimento do que acontece
quando vemos, ouvimos ou tocamos.118
V��-se, pois, que para o autor, a consci��ncia �� o
conhecimento de que existe, �� saber que existe e da��
118
Ant��nio DAM��SIO, O Mist��rio da Consci��ncia.
SUELY CALDAS SCHUBERT
deflui tudo o mais; impulsos, emo����es, sentimentos,
senso moral, todas as rea����es, enfim, s�� s��o percebidas
por interm��dio da consci��ncia.
Ele reconhece e enfatiza que este �� um processo
extremamente complexo, explicando com detalhes a
sua vis��o a respeito de como a consci��ncia possibilita
conhecer o que conhecemos, colocando, inclusive, casos
de les��es cerebrais que afetam e bloqueiam o seu
funcionamento em parte ou totalmente.
�� interessante assinalar que not��cias relativas
ao tema que estamos enfocando, veiculadas,
oportunamente, no canal Discovery, informam que,
para a ci��ncia, atualmente, a consci��ncia �� resultado
de um conjunto de sinais el��tricos emitidos pelas
c��lulas do nosso corpo e que estas est��o em constante
comunica����o entre si. Ent��o, a consci��ncia n��o
estaria propriamente localizada no c��rebro, mas sim,
resultaria de uma intera����o entre todas as c��lulas e
sua conex��o com o c��rebro.
A not��cia acima nos d�� conta de que a consci��ncia
�� um fen��meno fisiol��gico e assim pensam,
tamb��m, William Calvin e Ant��nio Dam��sio. Os dois
renomados pesquisadores, todavia, afirmam, a certa
altura de suas obras, que existem situa����es que ainda
n��o conseguiram esclarecer com base nas rea����es
org��nicas.
Entretanto, para os espiritualistas em geral e
especificamente para os esp��ritas, tais obras n��o s��o
completas, pois est��o apenas adstritas ao ��mbito do
organismo f��sico, tudo �� explicado pelas rea����es do
corpo carnal, do funcionamento do c��rebro que, com
seus equipamentos, cria a mente e a consci��ncia, e os
Os PODERES DA MENTE
demais atributos intelectuais e morais do ser humano.
Falta o Esp��rito, que por certo �� o "mist��rio" final da
consci��ncia e da mente.
Paul Davies, autor do livro Deus e a Nova F��sica,
pensa de maneira diferente e assim argumenta a
respeito:
J�� n��o podemos entender a mente referindo-nos
a c��lulas nervosas, do mesmo modo que n��o podemos
compreender c��lulas por simples refer��ncia
aos seus componentes at��micos. Seria f��til
buscar a intelig��ncia ou a consci��ncia no meio
das c��lulas cerebrais individuais - o conceito
n��o tem sentido neste n��vel. �� claro, pois, que a
propriedade da autoconsci��ncia �� totalizante, e
n��o pode atribuir-se a mecanismos eletroqu��micos
espec��ficos do c��rebro. Apesar de algumas
ideias parecerem assustadoras, elas aumentam
a esperan��a de que se possa atribuir sentido
cient��fico �� imortalidade, porque real��am que o
componente essencial da mente �� a informa����o.
�� o padr��o interior do c��rebro, e n��o o pr��prio
c��rebro, que nos torna o que somos. Assim como
a Quinta Sinfonia de Beethoven n��o deixa de
existir quando a orquestra acaba de tocar, assim
tamb��m a mente pode suportar a transfer��ncia
de informa����o para outro lado.119
Por sua vez, Jung admite que:
Quando indagamos qual poder�� ser a natureza
da consci��ncia, o fato que mais nos impressiona
11 9 Paul DAVIES, Deus e a Nova F��sica.
SUELY CALDAS SCHUBERT
-maravilha das maravilhas -�� o de que um acontecimento
que se produz no cosmos cria simultaneamente
uma imagem em n��s ou, de algum
modo, se desenrola paralelamente, tornando-se,
assim, consciente [...].
Nossa consci��ncia n��o se cria a si mesma, mas
emana de profundezas desconhecidas. Na inf��ncia
desperta gradualmente e, ao longo da vida,
desperta cada manh��, saindo das profundezas
do sono, de um estado de inconsci��ncia. �� como
uma crian��a nascendo diariamente do seio materno.
120
�� oportuno ampliarmos, daqui por diante, o
horizonte do significado de consci��ncia com autores
que t��m uma vis��o espiritualizada.
Vejamos o que diz Sri Aurobindo:
O homem ocupa a crista da onda evolutiva.
Com ele, ocorre a passagem de uma evolu����o
inconsciente para uma evolu����o consciente. [...].
A evolu����o da consci��ncia �� o motivo central da
exist��ncia terrena [...]. A mudan��a de consci��ncia
�� o principal fato da pr��xima transforma����o
evolutiva.131
Tamb��m merecem ser registradas as belas
considera����es do Lama Anagarika Govinda:
Assim como no pensamento matem��tico cada
dimens��o necessariamente exige uma outra
12 0 Carl G. JUNG, Mem��rias, Sonhos e Reflex��es.
12 1 Roger N. WALSH; Prances VAUGHAN, (org.) Al��m do Ego - Sri
Aurobindo citado por Duane Elgin.
132
Os PODERES DA MENTE
dimens��o, superior �� primeira, at�� chegarmos
�� conclus��o inevit��vel de que deve haver uma
s��rie infinita de dimens��es - assim tamb��m
cada nova expans��o de nosso horizonte espiritual
sugere novas e insuspeitadas dimens��es da
consci��ncia. [...].
A mente humana n��o pode se deter em nenhum
ponto de seu caminho na dire����o do conhecimento.
Imobilidade signif��ca morte, rigidez e
decad��ncia. Essa a lei de toda vida e de toda
consci��ncia. �� a lei do Esp��rito, da qual a vida e
a consci��ncia fluem.122
Relacionamos, a seguir, as elucida����es esp��ritas.
Importante esclarecimento �� ministrado pelos
Esp��ritos Superiores em resposta �� pergunta 600
de O Livro dos Esp��ritos, quando afirmam que [...] a
consci��ncia de si mesmo �� o que constitui o atributo
principal do Esp��rito.
Referindo-se �� consci��ncia e �� superconsci��ncia,
o m��dico psiquiatra esp��rita Dr. Jorge Andr��a dos
Santos, assim explica as fun����es de cada uma:
A consci��ncia �� campo comum de avalia����es para
oqual convergem todas as atividades rotineiras
e habituais do psiquismo; atrav��s da percep����o
consciente, qualquer fen��meno �� analisado e
decifrado; a a����o �� intelectiva e limita-se a entender
a forma e composi����o do objeto. No campo
da superconsci��ncia ter��amos condi����es de per18
2 Anagarika GOVINDA (Lama), O Mais Elevado Estado da Consci��ncia,
org. John WHITE.
SUELY CALDAS SCHUBERT
cep����o em grau mais abrangente e profundo do
que a consci��ncia. A superconsci��ncia sintetiza o
fen��meno sem prender-se a detalhes; a a����o �� de
natureza intuitiva; procura entender a ess��ncia
do fen��meno, sua finalidade.123
O alvorecer da consci��ncia �� assinalado por
Joanna de Angelis:
Remontando-se �� origem da vida nos seus
mais remotos passos, encontrase a presen��a
do psiquismo originado em Deus, aglutinando
mol��culas e estabelecendo a ordem que se consubstanciou
na realidade do ser pensante.
Etapa a etapa, atrav��s dos v��rios reinos, essa
consci��ncia embrion��ria desdobrou os germes
da lucidez latente at�� ganhar o discernimento
vasto, plenificador.134
Em outro momento, a nobre Instrutora Espiritual
aborda a quest��o do inconsciente na vis��o de
dois grandes vultos, Freud e Jung, colocando em
seguida a elucida����o esp��rita que julgamos oportuno
mencionar:
As impress��es armazenadas em camadas abaixo
da consci��ncia, constituem a ��rea que Freud denominou
como inconsciente, enquanto que Jung
passou a nome��-lo como inconsciente individual,
com a finalidade de diferenci��-lo daquele que
chamaria de coletivo.
12 3 Jorge A. dos SANTOS, Psicolog��a Espirita.
12 4 Divaldo P. FRANCO, Autodescobrimento: Urna Busca Interior.
134
Os PODERES DA MENTE
Ela esclarece que o inconsciente individual tem
a fun����o de registrar e armazenar certas situa����es
e informa����es que n��o foram percebidas em n��vel
consciente. Assim, podem ser arquivados, incessantemente,
os est��mulos de natureza visual, olfativa,
auditiva, em uma esp��cie de "banco de dados" do qual
n��o temos consci��ncia. Esse inconsciente coletivo,
prossegue explicando a Benfeitora,
[...] se encarregaria de guardar todos os dados
que podem ser acessados a qualquer momento
por todas e quaisquer pessoas, superando as
dimens��es de tempo e de espa��o, acumulados
desde os prim��rdios do conhecimento do ser no
seu processo evolutivo, abrangendo a fase prim��ria
e prosseguindo at�� o momento cultural
que se vive.
Embora reconhecendo essa tese de Jung como
de grande valor, Joanna de Angelis acrescenta, em
seguida, a vis��o esp��rita acerca do inconsciente coletivo,
que:
[...] corresponde ��s experi��ncias vivenciadas por
cada indiv��duo no processo da evolu����o, passando
pelas etapas reencarnacionistas, nas quais
transitou nas diversas fases do desenvolvimento
antropossociopsicol��gico de si mesmo. [...].
A conquista da consci��ncia ��, desse modo, um
parto muito dorido do inconsciente, que continua
detendo expressiva parte dos conte��dos
ps��quicos que o ego necessita e deve assimilar.
Nesse momento em que se torna consciente do
portentoso reposit��rio e que passa a expressar
SUELY CALDAS SCHUBERT
se por seu interm��dio, �� que a consci��ncia se
manifesta.12 5 (grifos no original)
�� imprescind��vel, tamb��m, mencionar Andr��
Luiz que, com muita propriedade, leciona acerca do
despertar da consci��ncia e da aquisi����o da responsabilidade
da seguinte forma:
Incorporando a responsabilidade, a consci��ncia
vibra desperta e, pela consci��ncia desperta, os
princ��pios de a����o e rea����o funcionam, exatos,
dentro do pr��prio ser, assegurando-lhe a liberdade
de escolher e impondo-lhe, mecanicamente,
os resultados respectivos, tanto na esfera f��sica
quanto no Mundo Espiritual. [...].
�� medida que a responsabilidade se lhe apossou
do Esp��rito, iluminou-se a consci��ncia do
homem. [...].
Percebe, nesse despertamento, que, al��m das
opera����es vulgares da nutri����o e da reprodu����o,
da vig��lia e do repouso, est��mulos interiores,
inelut��veis, trabalham-lhe o ��mago do ser,
plasmando-lhe o car��ter e o senso moral, em que
a intui����o se amplia segundo as aquisi����es de
conhecimento e em que a afetividade se converte
em amor, com capacidade de sacrif��cio, atingindo
a ren��ncia completa.136
Na palavra do Instrutor Espiritual G��bio, Andr��
Luiz assinala em outra obra de sua autoria:
13 5 Divaldo P. FRANCO, Triunfo Pessoal.
13 6 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos.
136
Os PODERES DA MENTE
Nada se perde, Andr��, no c��rculo de nossas a����es,
palavras e pensamentos. O registo de nossa vida
opera-se em duas fases distintas, perseverando
no exterior, atrav��s dos efeitos de nossa atua����o
em criaturas, situa����es e coisas, e persistindo
em n��s mesmos, nos arquivos da pr��pria consci��ncia,
que recolhe matematicamente todos os
resultados de nosso esfor��o, no bem ou no mal,
ao interior dela pr��pria. O Esp��rito, em qualquer
parte, move-se no centro das cria����es que
desenvolveu. 127
Por isso Joanna de Angelis enfatiza: Adquirir
a consci��ncia plena da finalidade da exist��ncia na
Terra constitui a meta m��xima da luta inteligente do
ser.128
A consci��ncia, portanto, �� luz do Espiritismo, ��
bem mais do que apenas possibilitar ao ser humano
o saber que existe e todo o vasto repert��rio de emo����es,
percep����es, aquisi����es e sentimentos, mas,
especialmente, o fulcro onde brilha a Lei Divina, o
"selo" augusto que o Criador "imprime" no momento
da cria����o do Esp��rito, que lhe d�� juntamente com o
livre-arb��trio e a consci��ncia de si, todos os demais
atributos que lhe s��o inerentes. �� exatamente por trazer
��nsita na consci��ncia a Lei Divina que o Esp��rito
tem em si o senso moral e a perfectibilidade. Todos
somos perfect��veis. Isso quer dizer que mais cedo ou
mais tarde chegaremos �� perfei����o.
12 7 Francisco C. XAVIER, Liberta����o.
12 8 Divaldo P. FRANCO, Autodescobrimento: Uma Busca Interior.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Mente e consci��ncia, em seus aspectos mais profundos,
s��o ainda territ��rios desconhecidos, que o ser
humano s�� desvendar�� quando alcan��ar patamares
superiores em sua evolu����o espiritual.
A MEM��RIA
De exist��ncia em exist��ncia, nossa
mem��ria gradativamente converte-se
em vis��o imperec��vel, a servi��o de nosso
Esp��rito imortal.
Andr�� Luiz (Nosso Lar)
mem��ria �� um dos mais fant��sticos
potenciais do ser humano. Ela nos permite interligar
opassado ao presente e ao futuro. O Esp��rito n��o teria
a sua hist��ria pessoal, com toda a sua bagagem pret��rita,
se tudo se perdesse no mar do esquecimento.
A mem��ria se nos afigura ainda mais not��vel
quando nos conscientizamos, de acordo com a Doutrina
Esp��rita, de que ela ret��m nos seus arquivos a trajet��ria
do Esp��rito, desde a sua cria����o e a sua primeira experi��ncia
no carreiro evolutivo at�� os dias atuais.
A mem��ria preserva a identidade do Esp��rito, e
est�� associada �� consci��ncia. Assim, a nossa mem��ria
e a nossa consci��ncia mant��m a nossa identidade, o
nosso eu.
A intelig��ncia se amplia a partir das experi��ncias
que acumulamos e que nos permitem prosseguir, a
cada nova exist��ncia, n��o do ponto inicial da nossa
caminhada de Esp��rito imortal, mas sim em decor
SUELY CALDAS SCHUBERT
r��ncia de conte��dos que adquirimos, que ficam sedimentados
em nossa consci��ncia profunda - esse o
dom��nio do inconsciente.
Assinala Leon Denis, para nosso esclarecimento:
Os dois fatores que constituem a perman��ncia e
mant��m a identidade, a personalidade do 'eu', s��o
a mem��ria e a consci��ncia. As reminisc��ncias,
as intui����es e as aptid��es determinam a sensa����o
de haver vivido. Existe na intelig��ncia uma
continuidade, uma sucess��o de causas e efeitos
que �� preciso reconstituir na sua totalidade para
possuir o conhecimento integral do 'eu'. [...].
A nossa mem��ria e a nossa consci��ncia atravessam
alternadamente per��odos de eclipse ou de esplendor,
de sombra ou de luz, no estado celeste ou terrestre,
e at��, neste ��ltimo plano, durante a vig��lia
ou durante os diferentes estados do sono. [...].129
Denis afirma que [...] a mem��ria n��o �� mais do
que uma modalidade da consci��ncia.130
A ci��ncia moderna, com todo o seu progresso,
em pleno s��culo XXI n��o sabe ainda explicar como ��
poss��vel ao c��rebro f��sico estocar a mem��ria, com seus
conte��dos abstratos. A mem��ria �� constru��da a partir
de registros das experi��ncias humanas. Nada se perde.
A trajet��ria evolutiva do Esp��rito, as experi��ncias
multimilenares, as quedas e fracassos como tamb��m as
conquistas, os acertos, as inten����es, os sentimentos, os
nossos mais secretos pensamentos e a����es, tudo est��
registrado no not��vel arquivo denominado mem��ria.
12 9 Leon DENIS, O Problema do Ser, do Destino e da Dor.
13 0 Leon DENIS, O Problema do Ser, do Destino e da Dor, passim.
Os PODERES DA MENTE
Interessante observar que existem fatores externos
que podem provocar reminisc��ncias espont��neas,
assim por exemplo, experi��ncias afetivas, sentimentos,
emo����es, traumas podem vir ao n��vel da consci��ncia,
desencadeados por uma m��sica, um perfume, uma
paisagem, uma palavra, um filme, ligados a certas
ocorr��ncias que vivenciamos; isso sem falar no ��mbito
do conhecimento, na extraordin��ria propriedade
de acumular aprendizado, os mais complicados e
abrangentes e t��-los ao nosso dispor nos momentos
necess��rios.
Se pensarmos um pouco a respeito do que s��o as
nossas lembran��as e de como as revivemos, trazendo-
as do banco de dados que est�� �� nossa disposi����o,
ficaremos, realmente, perplexos ante esse potencial,
e iremos constatar a sua import��ncia em nossa vida.
Relembrar, portanto, �� acessar os nossos arquivos
mentais, trazendo de nossa mem��ria profunda os
dados e informa����es que desejamos.
Zalmino Zimmermann, em sua excelente obra
Perisp��rito, no cap��tulo referente a "Perisp��rito e
Mem��ria", registra v��rios itens que os cientistas estabeleceram
acerca da mem��ria. Entre estes, transcrevemos:
[...]- diversos s��o os tipos de mem��ria, variando
as classifica����es de acordo com os respectivos
crit��rios adotados; assim, tendo-se como refer��ncia
a dura����o, as mem��rias podem ser muito
curtas (de poucos segundos), intermedi��rias (de
segundos a horas) e de longo termo (de horas
a toda a vida); com rela����o ao processo em si,
a mem��ria pode ser designada como sendo de
SUELY CALDAS SCHUBERT
fixa����o ou de evoca����o; de acordo com o tempo
de recupera����o, distingue-se a mem��ria imediata,
da retardada; considerando-se as estruturas
f��sicas e as fun����es ps��quicas envolvidas
�� poss��vel catalogar, no ��mbito da chamada mem��ria
sens��vel, a visual, a auditiva e a motora,
podendo-se relacionar, nessa linha, tamb��m as
chamadas mem��rias intelectual e afetiva; outros
crit��rios permitem distinguir, ainda, a mem��ria
sensorial-motora, que diz com a sensa����o e o
movimento, a autista, que alimenta, ��s vezes, o
sonho e, nos transtornos mentais, o del��rio, e a
social, superior, que se caracteriza pela narra����o
l��gica. 13 1 (grifo do autor)
As recorda����es v��m ao nosso consciente de
maneira ordenada - isso tamb��m �� algo not��vel -,
pois se fosse ao contr��rio, se viessem embaralhadas,
misturadas e confusas a nossa mente seria um verdadeiro
caos.
A mem��ria permite realizar associa����es mentais
que nos possibilitam realizar compara����es, interligar
fatos, tirar conclus��es e li����es de experi��ncias j��
vivenciadas e, tamb��m, somos capazes de fazer um
"balan��o" mental de nossa vida, gra��as aos conte��dos
mnem��nicos que acumulamos atrav��s dos tempos.
Fayga Ostrower, artista pl��stica de renome internacional,
sintetiza o que acabamos de mencionar
dizendo:
Sup��e-se que os processos de mem��ria se baseiam
na ativa����o de certos contextos e n��o em fatos iso
13 1 Zalmiro ZIMMERMANN, Perisp��rito.
Os PODERES DA MENTE
lados, embora os fatos possam ser lembrados. �� o
caso de conte��dos de ordem afetiva e de estados de
��nimo, alegria, tristeza, medo, que caracterizam
determinadas situa����es de vida do individuo. De
um ponto de vista operacional, a memoria corresponder��a
uma reten����o de dados j�� interligados
em conte��dos vivenciais. Assim, circunst��ncias
novas e por vezes dissimilares poderiam reavivar
um conte��do anterior, se existirem fatores
em relacionamentos an��logos ao da situa����o
original. Nota-se uma seletividade que organiza
os processos em que a pr��pria mem��ria se vai
estruturando. �� semelhan��a do que sucede no
sens��rio, onde a percep����o ordena certos dados
que chegam a ser percebidos por n��s, a mem��ria
tamb��m ordena as viv��ncias do passado.132
Referindo-se ao desenvolvimento do pensamento
cont��nuo no ser humano primitivo e �� capacidade de
elaborar ideias, Andr�� Luiz afirma que: O continuismo
da ideia consciente acende a luz da mem��ria sob
opedestal do automatismo.133
O consagrado escritor Herm��nio Miranda aborda
este fascinante tema em sua obra A Mem��ria e o
Tempo e, em certo trecho, assim se expressa:
Nossos arquivos mentais s��o inconcebivelmente
mais vastos do que suspeit��vamos, porque h��
neles um dossi�� completo para cada exist��ncia na
carne ou, se preferem a terminologia moderna,
132 Fayga OSTROWER, Criatividade e Processos de Cria����o.
13 3 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
um 'cassete' ou 'video-tape' para cada uma de
nossas vidas. Ali est��o perfeitamente arrumados,
classificados e �� disposi����o do ser humano,
todas as suas viv��ncias, do suspiro ou sorriso
at�� ��s agonias da mais terr��vel trag��dia. Essas
lembran��as ficam preservadas como que em
camadas estratificadas, ordenadas, na sequ��ncia
certa, na classifica����o adequada �� eventual
consulta, como uma fita ou disco de mem��ria
de computador. A fita da vida atual �� de acesso
mais r��pido, f��cil e de resposta praticamente
instant��nea.134
Vejamos agora, sob a ��tica espiritual, como a mem��ria
�� explicada a Andr�� Luiz e a seu companheiro
Hil��rio, pelo Instrutor Espiritual Clar��ncio, quando
este estava atendendo �� determinada entidade sofredora,
a qual teria necessidade de regredir no tempo
para que fossem informados da causa que dera origem
��s suas perturba����es. Clar��ncio, logo ap��s a ora����o,
come��ou a aplicar passes magn��ticos no campo cerebral
do paciente, esclarecendo que havia necessidade
de tir��-lo da sombra anestesiante da amn��sia.
Esclarecendo o processo em curso, o Instrutor diz:
[...] a mem��ria pode ser comparada a placa sens��vel
que, ao influxo da luz, guarda para sempre
as imagens recolhidas pelo Esp��rito, no curso de
seus inumer��veis aprendizados, dentro da vida.
Cada exist��ncia de nossa alma, em determinada
express��o da forma, �� uma adi����o de experi��ncia,
conservada em prodigioso arquivo de imagens
13 4 Herm��nico C. MIRANDA, A Mem��ria e o Tempo.
Os PODERES DA MENTE
que, em se superpondo umas ��s outras, jamais
se confundem. Em obras de assist��ncia, qual a
que desejamos movimentar, �� preciso recorrer
aos arquivos mentais, de modo a produzir certos
tipos de vibra����o, n��o s�� para atrair a presen��a
de companheiros ligados ao irm��o sofredor
que nos propomos socorrer, como tamb��m para
descerrar os escaninhos da mente, nas f��bras
rec��nditas em que ela det��m as suas afli����es e
feridas invis��veis.135
Aduzindo outras considera����es, prosseguiu o
Ministro da col��nia espiritual "Nosso Lar", Clar��ncio,
lan��ando um olhar ao futuro:
A mente, tanto quanto o corpo f��sico, pode e deve
sofrer interven����es para reequilibrar-se. Mais
tarde, a ci��ncia humana evolver�� em 'cirurgia
ps��quica', tanto quanto hoje vai avan��ando em
t��cnica operat��ria, com vistas ��s necessidades
do ve��culo de mat��ria carnal. No grande futuro,
om��dico terrestre desentranhar�� um labirinto
mental, com a mesma facilidade com que atualmente
extrai um ap��ndice condenado.136
ESQUECIMENTO DO PASSADO
Em se tratando da mem��ria, existe uma outra
situa����o muito importante que devemos ressaltar
-a capacidade de esquecer. Esquecemos as coisas
13 5 Francisco C. XAVIER, Entre a Terra e o C��u.
13 6 Francisco C. XAVIER, Entre a Terra e o C��u, passim.
SUELY CALDAS SCHUBERT
onde n��o dev��amos, n��o lembramos dos nomes ou
fisionomias de pessoas, n��o vamos a esse ou ��quele
compromisso porque esquecemos de avisar que n��o
poder��amos comparecer, esquecemos datas de anivers��rios,
lugares, fatos, promessas, compromissos,
recados, chaves, pacotes, documentos, enfim, �� fant��stica
a nossa capacidade de esquecer. Para evitar os
transtornos da�� decorrentes temos agendas, lembretes
na porta da geladeira, ao lado do telefone, no espelho
do quarto, bilhetes espalhados pela casa, papelzinho
preso no anel, mas acabamos esquecendo alguma
coisa aqui e ali.
Todavia, podemos treinar a nossa mem��ria e
aprender a ler e a decorar a tabuada desde a inf��ncia,
a memorizar tudo o que vamos aprendendo at�� chegar
ao mestrado e ao doutorado nessa ou naquela especialidade,
ou projetar um pr��dio, uma casa, fabricar
fibras ��ticas, um computador e elaborar programas ou,
mais simplesmente, lembrarmos onde fica uma rua,
de uma melodia com letra e m��sica, de um poema, de
como se faz um m��vel, uma roupa, de uma receita de
bolo ou de como se faz um caf��.
Entretanto, h�� um esquecimento providencial
nas Leis Divinas, o esquecimento do passado, de nossas
reencarna����es pret��ritas. Allan Kardec aborda
este assunto em O Livro dos Esp��ritos, da quest��o
392 at�� a 399. Em coment��rio �� resposta da pergunta
394, o Codificador afirma:
Grav��ssimos inconvenientes teria o nos lembrarmos
das nossas individualidades anteriores. Em
certos casos, humilhar-nos-ia sobremaneira. Em
outros, nos exaltaria o orgulho, peando-nos, em
Os PODERES DA MENTE
consequ��ncia, o livre-arb��trio. Para nos melhorarmos,
d��-nos Deus exatamente o que nos ��
necess��rio e basta: a voz da consci��ncia e os pendores
instintivos. Priva-nos do que nos prejudicaria.
Acrescentemos que, se nos record��ssemos
dos nossos precedentes atos pessoais, igualmente
nos recordar��amos dos outros homens, do que
resultariam talvez os mais desastrosos efeitos
para as rela����es sociais. Nem sempre podendo
honrar-nos do nosso passado, melhor �� que sobre
ele um v��u seja lan��ado.137
As elucida����es esp��ritas acerca do esquecimento
do passado s��o de uma l��gica irretorqu��vel.
Para entendermos bem a necessidade de esquecer
o que vivemos em reencarna����es precedentes,
basta pensarmos que, na atual reencarna����o, ao chegarmos
�� idade adulta, com maior amadurecimento,
nem sempre nos �� agrad��vel relembrar atitudes que
tomamos quando mais jovens ou mesmo h�� pouco
tempo. Fazemos coisas de que ��s vezes nos arrependemos.
Assim, procuramos esquecer, evitar lembran��as
daquela ��poca, daqueles momentos que agora
consideramos desastrosos. Muitas pessoas, diante de
ocorr��ncias terr��veis nessa mesma vida, dizem: "quero
esquecer tudo isso", "nunca mais quero me lembrar
disto". �� uma forma de evitar sofrer de novo com a
reminisc��ncia, de evitar a ang��stia ou a revolta, a
dor moral, o remorso que assomam em n��s �� menor
lembran��a do acontecimento infeliz.
13 7 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos, q. 394.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Todavia, grande n��mero de pessoas, que n��o se
aprofundaram no assunto, alegam que se tivemos outras
vidas dever��amos ter a recorda����o de todas elas.
Observemos, por��m, o que nos ensina Andr��
Luiz, pela palavra do Instrutor Espiritual Druso,
quando desse se aproxima um Esp��rito com apar��ncia
jovem e interroga-o quanto ao esquecimento do passado,
alegando que n��o consegue entender os enigmas
da mem��ria. Argumenta que gostaria de lembrar de
suas exist��ncias anteriores, para reparar os erros,
como tamb��m para saber a respeito de afei����es queridas
ligadas ao seu passado.
Vejamos a resposta do Benfeitor Espiritual:
Bem, - ponderou o interpelado, sabiamente -, os
Esp��ritos que na vida f��sica atendem aos seus
deveres com exatid��o, retomam pacificamente
os dom��nios da mem��ria, t��o logo se desenfaixam
do corpo denso, reentrando em comunh��o
com os la��os nobres e dignos que os aguardam
na Vida Superior, para a continuidade do servi��o
de aperfei��oamento e sublima����o que lhes diz
respeito; contudo, para n��s, consci��ncias intranquilas,
a morte no ve��culo carnal n��o exprime
liberta����o. Perdemos o carro fisiol��gico, mas
prosseguimos atados ao pelourinho invis��vel de
nossas culpas; e a culpa, meu amigo, �� sempre
uma nesga de sombra eclipsando-nos a vis��o.
Nossas faculdades mnem��nicas, ante as nossas
quedas morais, assemelham-se, de certo modo,
��s pel��culas sens��veis do servi��o fotogr��fico que
se inutilizam, sempre que mantidas em posi����o
impr��pria, atrav��s da qual se fazem v��timas de
Os PODERES DA MENTE
lament��veis perturba����es.138
O esquecimento, entretanto, pode-se apresentar
de forma patol��gica, a amn��sia. Essa pode ser o resultado
de uma situa����o psicol��gica traum��tica ou de
algum tipo de les��o org��nica no c��rebro, proveniente
de contus��o, tumor ou dist��rbio mental de outra origem.
Tamb��m pode ocorrer em certos casos graves
de obsess��o.
Em v��rias passagens da obra de Andr�� Luiz
e Manoel Philomeno de Miranda, vamos encontrar
relatos de interven����es na mem��ria de Esp��ritos
comprometidos ante as Leis Divinas, realizadas por
Benfeitores da Vida Maior, com o intuito de resgatar as
ocorr��ncias pret��ritas n��o resolvidas e proporcionar
as solu����es cab��veis em cada caso.
Modernamente, existem pr��ticas terap��uticas
que buscam as causas dos traumas e conflitos relacionados
com vidas passadas, a TVP - Terapia de Vidas
Passadas. �� um recurso, por��m, que s�� deve ser tentado
em casos extremos, por profissionais competentes
e com forma����o nessa especialidade.
Em O Livro dos Esp��ritos, no seu coment��rio ��
quest��o 399, Kardec assevera:
Mergulhado na vida corp��rea, perde o Esp��rito,
momentaneamente, a lembran��a de suas
exist��ncias anteriores, como se um v��u as cobrisse.
Todavia, conserva algumas vezes vaga
consci��ncia dessas vidas, que, mesmo em certas
circunst��ncias, lhe podem ser reveladas. Esta
13 8 Francisco C. XAVIER, A����o e Rea����o.
SUELY CALDAS SCHUBERT
revela����o, por��m, s�� os Esp��ritos superiores
espontaneamente lha fazem, com um fim ��til,
nunca para satisfazer a v�� curiosidade.139
Compreende-se, por��m, que se o ser humano
alcan��ou essa conquista no campo da medicina alternativa,
para minorar os dramas das criaturas,
�� que houve permiss��o divina para que isso fosse
poss��vel, pois tem em vista um objetivo ��til, ben��fico
e positivo.
No ��mbito das reminisc��ncias, existe ainda
uma ocorr��ncia verdadeiramente extraordin��ria,
conforme depoimento daqueles que passaram por
tal experi��ncia. Falamos de pessoas que estiveram ��
beira da morte, e que naquele momento de perigo extremo
em que a sua vida esteve por um fio, como que
viram desenrolar em seu c��rebro, automaticamente,
todos os fatos que marcaram a sua vida, como se a
mem��ria fosse uma fita de v��deo que estivesse sendo
rebobinada rapidamente, permitindo-lhes um balan��o
das pr��prias experi��ncias da atual reencarna����o.
Observemos como Leon Denis se reporta a isto,
ao mencionar que as recorda����es v��m em uma ordem
de fatos nesse tipo de experi��ncia:
S��o as impress��es de pessoas que, depois de acidentadas,
puderam escapar �� morte. Por exemplo,
afogados salvos antes da asfixia completa
e outros que sofreram quedas graves. Muitos
contam que, entre o momento em que ca��ram e
aquele em que perderam os sentidos, todo o espet��culo
de sua vida se lhe desenrolou no c��rebro
13 9 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
Os PODERES DA MENTE
de maneira autom��tica, em quadros sucessivos
e retr��gados, com rapidez vertiginosa, acompa
nhados do sentimento moral do bem e do mal,
assim como da consci��ncia das responsabilidades
em que incorreram.140
Para finalizar vejamos ainda o que diz Clar��n
cio, explanando acerca do esquecimento do passado,
necess��rio para a pr��pria evolu����o do Esp��rito:
[...] a mem��ria perfeita �� o derradeiro altar que
instalamos, em definitivo, no templo de nossa
alma, que no Planeta, ainda se encontra em fases
iniciais de desenvolvimento. �� por isso que
nossas recorda����es s��o fragment��rias... Todavia,
de exist��ncia em exist��ncia, de ascens��o
em ascens��o, nossa mem��ria gradativamente
converte-se em vis��o imperec��vel, a servi��o de
nosso Esp��rito imortal.141
Prosseguindo, o Instrutor Espiritual explica:
[...] nosso Esp��rito assinala todos os passos da
jornada que lhe �� pr��pria, arquivando em si
mesmo todos os lances da vida, para formar
com eles o mapa do destino, de acordo com os
princ��pios de causa e efeito que nos governam a
estrada, mas somente mais tarde, quando o amor
e a sabedoria sublimarem a qu��mica dos nossos
pensamentos, �� que conquistaremos a soberana
serenidade, capaz de abranger o pret��rito em sua
fei����o total.142
14 0 Leon Denis, O Problema do Ser, do Destino e da Dor.
14 1 Francisco C. XAVIER, Nosso Lar.
14 2 Francisco C. XAVIER, Nosso Lar, passim.
E o ponto delicado do sentimento �� o amor...
L��zaro14 3
Choramos quando assistimos a um filme
triste ou ouvimos uma m��sica que nos lembra o passado;
choramos com saudade de algu��m que partiu
ou quando uma decep����o nos atinge. L��grimas v��m
aos nossos olhos quando vemos, na TV, determinadas
cenas de viol��ncia contra crian��as, contra pessoas, ou
ainda quando ficamos enternecidos diante de um belo
espet��culo da Natureza ou de alguma demonstra����o
de amor no seu sentido mais elevado e puro. Uma
crian��a sorrindo, cantando, nos preenche a alma de
ternura; um gesto de carinho, um ato de bondade s��o
estados emocionais suaves e reconfortantes. Sorrimos
felizes, alegres, como tamb��m explode em n��s uma
gargalhada e podemos rir at�� a exaust��o ante um fato
engra��ado e inesperado. Em certo momento, amamos.
O amor floresce e a vida se torna bela e risonha.
14 3 Allan KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo.
153
SUELY CALDAS SCHUBERT
Mas, n��o s��o poucos os que vivem irritados,
mal-humorados, fazendo grosserias e tratando mal
as pessoas com quem convivem; os que se dizem
desgostosos com a vida e se entregam ao desalento,
desistindo de viver e de prosseguir enfrentando os
desafios da vida; enquanto outros se deixam invadir e
dominar pelo ��dio, pela ira, pela revolta, pela rebeldia
e quando s��o contrariados ou quando julgam perder
o controle das situa����es da pr��pria vida, chegam ao
ponto de perder, tamb��m, a capacidade de raciocinar,
oque os leva a cometer crimes e atos de vingan��a, de
crueldade. Alguns se arrependem, outros se mostram
indiferentes ou mais cru��is.
Emo����es! S��o tantas j�� vividas, como dizem os
versos de Roberto Carlos.
Emocionar-se �� pr��prio dos seres humanos e nos
enriquece a vida de experi��ncias infind��veis.
Entretanto, ser dominado pelas emo����es n��o ��
saud��vel, al��m do alto n��vel de estresse que acarreta.
H�� pessoas extremamente emocionais, n��o usam
a raz��o e n��o procuram controlar seus impulsos e
sentimentos e por isso vivem em um turbilh��o confuso
e desgastante.
Diariamente os jornais e a TV est��o transmitindo
not��cias estarrecedoras, evidenciando um processo
de deterioriza����o da ��tica, do respeito ao pr��ximo, da
educa����o, como tamb��m a preocupante preval��ncia de
emo����es desenfreadas.
Mas, o que �� a emo����o? Informa o dicion��rio
Aur��lio: Ato de mover moralmente. Abalo moral,
como����o. Em psicologia, rea����o intensa e breve do
organismo a uma situa����o inesperada, a qual se
Os PODERES DA MENTE
acompanha de um estado afetivo de conota����o penosa
ou agrad��vel.144
PRIMEIRO A EMO����O,
DEPOIS A RAZ��O
Pesquisas recentes acerca da arquitetura do c��rebro
proporcionaram uma not��vel descoberta. Quem
nos informa �� Daniel Goleman.
Ele menciona as experi��ncias de Joseph LeDoux,
neurocientista do Centro de Ci��ncia Neural da Universidade
de Nova York, que foi o primeiro a descobrir
o importante papel desempenhado pela am��gdala
cortical no c��rebro emocional.
Mas, o que seria a am��gdala?
A palavra vem do grego e significa "am��ndoa",
por ser um feixe em forma de am��ndoa, de estruturas
interligadas, situado acima do tronco cerebral, pr��ximo
�� parte inferior do anel l��mbico. O ser humano
tem duas am��gdalas, uma de cada lado do c��rebro,
instaladas na parte lateral da cabe��a.
A am��gdala �� especialista em quest��es emocionais
e funciona como um dep��sito da mem��ria
emocional. As l��grimas, por exemplo, s��o provocadas
pela am��gdala cortical e t��m a fun����o de aliviar o
sofrimento.
LeDoux descobriu que a am��gdala �� a nossa
sentinela emocional.
14 4 Aur��lio B. H. FERREIRA, Novo Dicion��rio da L��ngua Portuguesa.
SUELY CALDAS SCHUBERT
A sua pesquisa mostra que:
[...] sinais sensoriais do olho ou do ouvido viajam
no c��rebro primeiro para o t��lamo, e depois - por
uma ��nica sinapse - para a am��gdala; um segundo
sinal do t��lamo �� encaminhado para o neoc��rtex
-o c��rebro pensante. Essa ramifica����o permite
que a am��gdala comece a responder antes que o
neoc��rtex o fa��a, pois ele elabora a informa����o
em v��rios n��veis dos circuitos cerebrais, antes de
perceb��-la plenamente e por fim dar in��cio a uma
resposta, mais cuidadosamente talhada.
Segundo esclarece Goleman, [...] esses sentimentos
que tomam a rota direta da am��gdala est��o entre
os nossos mais primitivos e poderosos; esse circuito
nos ajuda a entender o poder que a emo����o tem de
a
aniquilar a raz��o. (Int. Em. 58 ed. Objetiva - Trad.
Marcos Santarrita -1995).145
Depreende-se, portanto, que a rea����o emocional,
na maioria dos casos, antecede o pensamento, a raz��o.
�� sob o imp��rio de emo����es desgovernadas que
as pessoas cometem atos de viol��ncia, tomam certas
atitudes intempestivas, chegando a cometer crimes dos
quais se arrependem quando caem na realidade e conseguem
raciocinar acerca do que acabaram de fazer.
Por outro lado, existem pessoas que parecem
destitu��das de qualquer emo����o. S��o frias, calculistas,
impiedosas, distantes nas rela����es interpessoais,
nada parece comov��-las e os tra��os marcantes de sua
personalidade denotam morbidez e rea����es doentias.
S��o portadoras de dist��rbios mentais graves, como
14 5 Daniel GOLEMAN, Intelig��ncia Emocionai.
156
Os PODERES DA MENTE
os psicopatas, cuja conduta evidencia conte��dos psic��ticos,
podendo tornar-se perigosas para a sociedade,
at�� mesmo praticar crimes hediondos.
Na esquizofrenia, o afeto fica embotado e a pessoa
torna-se incapaz de exteriorizar sentimentos de
amor, de carinho e de empatia. �� bom assinalar que
embora pessoas tenham o mesmo tipo de dist��rbio
mental, podem ocorrer varia����es nas rea����es de cada
enfermo, o que evidencia Esp��ritos com diferentes
graus evolutivos.
REA����ES EMOCIONAIS
As emo����es, enquanto impulso para uma a����o
imediata, provocam rea����es espec��ficas. Assim, cada
tipo de emo����o desencadeia rea����es fisiol��gicas pr��prias,
colocando o corpo preparado para diferentes
respostas.
Toda emo����o ��, ao mesmo tempo, sentimento e
prepara����o motora. O medo �� prepara����o para
fuga, a c��lera prepara����o para ataque. Alegria ��
prontid��o para gargalhadas, pesar �� prontid��o
para l��grimas.
A emo����o �� tamb��m org��nica. O cora����o, est��mago
e ��rg��os internos ficam perturbados na emo����o
e o estado org��nico se reflete em modifica����es corporais,
como suor e palidez. �� o que nos informam
Robert Woodworth e Donald G. Marquis, autores do
livro Psicologias.146
14 6 Robert WOODWORTH; Donald MARQUIS, Psicologias.
SUELY CALDAS SCHUBERT
As explica����es a seguir, que resumimos, s��o de
Daniel Goleman, que menciona o repert��rio emocional
peculiar aos seres humanos.
Raiva -O sangue flui para as m��os, tornando
mais f��cil golpear o inimigo, sacar uma arma.
Batimentos card��acos aceleram-se e uma onda de
adrenalina, entre outros horm��nios, gera uma pulsa����o,
energia, suficientemente, forte para uma a����o
vigorosa.
Medo - O sangue flui para as pernas, para facilitar
a fuga. O rosto fica l��vido. O corpo imobiliza-se
por um breve momento, at�� que a pessoa considere a
possibilidade de fugir, esconder ou agir.
Felicidade - Provoca uma das principais altera����es
biol��gicas. A atividade do centro cerebral ��
incrementada, o que inibe sentimentos negativos e
favorece o aumento da energia existente e que predomina
sobre os fatores que causam preocupa����o. Isso
propicia uma sensa����o de tranquilidade, o que d�� ao
corpo um total relaxamento, assim como disposi����o
e entusiasmo para a execu����o de qualquer tarefa e
seguir v��rias metas.
Amor - Os sentimentos de afei����o e a satisfa����o
sexual provocam uma estimula����o parassimp��tica,
que resulta em uma resposta de relaxamento em todo
o corpo, resultando em um estado geral de calma e
satisfa����o.
158
Os PODERES DA MENTE
Surpresa - Proporciona, com o erguer das
sobrancelhas, uma varredura visual mais ampla e
tamb��m traz mais luz para a retina. Isso permite obter
mais informa����o acerca de um fato inesperado e
resolver como agir.
Repugn��ncia - A express��o facial de repugn��ncia
�� a mesma em todo o mundo e envia mensagem de
que alguma coisa desagradou ao gosto ou ao olfato,
de maneira real ou metaforicamente.
Tristeza - Acarreta uma perda de energia e de
entusiasmo pelas atividades da vida, especialmente
para divers��es e prazeres. Uma das principais fun����es
da tristeza �� a de propiciar um ajustamento a
uma grande perda, como a morte de algu��m ou uma
grande decep����o. Quando a tristeza se prolonga e se
aprofunda torna-se depress��o.147
SENTIMENTOS
Os sentimentos expressam a capacidade que possui
o ser humano de conhecer, de compreender,
de sentir e compartir as emo����es que o vitalizam
nas suas diversas ocorr��ncias existenciais.
Inseridos no sistema nervoso central respondem
pela afetividade e pelo comportamento, nutridos
por mol��culas espec��ficas que s��o produzidas
14 7 Daniel GOLEMAN, Intelig��ncia Emocional.
SUELY CALDAS SCHUBERT
pelos neur��nios cerebrais, tipificando os diferentes
bi��tipos humanos atrav��s das suas emo����es.
S��o instru����es da Mentora Espiritual Joanna de
Angelis, que leciona, magistralmente, a respeito do
assunto no livro Triunfo Pessoal. Prosseguindo em
suas explica����es, afirma:
Quando ainda se mesclam os instintos e os sentimentos,
permanecendo os primeiros em predomin��ncia
em a natureza humana, destacam-se o
tormento egotista, a necessidade de domina����o,
os impulsos inerentes ao primarismo, o desbordar
do ��dio e da vingan��a, as express��es asselvajadas
da ira e da c��lera, do ci��me e da persegui����o,
a inveja, o ressentimento, que traduzem o grau
em que se situa a criatura, ainda sem o comando
da raz��o. E quando se tratam de pessoas portadoras
de alto grau de racioc��nio e conhecimento,
que se comportam com essas caracter��sticas,
s��o os instintos que as governam e n��o os sentimentos
de eleva����o, que a raz��o estimula.148
Este trecho est�� perfeitamente de acordo com
o que esclarece o Esp��rito L��zaro, em mensagem inserida
em O Evangelho Segundo o Espiritismo, que
a certa altura registra: Em sua origem, o homem s��
tem instintos; quando mais avan��ado e corrompido,
s�� tem sensa����es; quando instru��do e depurado, tem
sentimentos.149
14 8 Divaldo P. FRANCO, Triunfo Pessoal.
14 9 Allan KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo.
160
Os PODERES DA MENTE
Ele explica que os sentimentos s��o os instintos
que se apresentam aprimorados, de acordo com o
progresso realizado. Inferimos, portanto, que o ser humano,
em sua jornada evolutiva, caminha do instinto
para as sensa����es e destas para os sentimentos.
AMOR
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo encontramos
uma das mais belas p��ginas a respeito dos
sentimentos e, especificamente, acerca do amor, assinada
pelo Esp��rito L��zaro e mencionada acima.
Vejamos como ele inicia a sua mensagem, intitulada
"A Lei de Amor": O amor resume a doutrina de
Jesus toda inteira, visto que esse �� o sentimento por
excel��ncia, e os sentimentos s��o os instintos elevados
�� altura do progresso feito.
Continuando em suas belas explica����es, L��zaro
acrescenta:
E o ponto delicado do sentimento �� o amor, n��o
oamor no sentido vulgar do termo, mas esse sol
interior que condensa e re��ne em seu ardente
foco todas as aspira����es e todas as revela����es
sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade
pela fus��o dos seres; extingue as
mis��rias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando
a sua humanidade, ama com amplo amor os
seus irm��os em sofrimento! Ditoso aquele que
ama, pois n��o conhece a mis��ria da alma, nem
a do corpo. Tem ligeiros os p��s e vive como que
transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus
SUELY CALDAS SCHUBERT
pronunciou a divina palavra - amor, os povos
sobressaltaram-se e os m��rtires, ��brios de esperan��a,
desceram ao circo.150
O amor, em seu significado mais elevado, difere
de tudo o que, comumente, se denomina amor nos
tempos atuais. N��o tem nada a ver com a express��o
"fazer amor", pois o amor �� um sentimento e n��o pode
ser "feito" atrav��s de extravasamento da sexualidade
irrespons��vel, que tem parceiros variados e n��o a
pessoa amada.
O amor verdadeiro transcende ao desejo f��sico,
�� mais do que este, embora possa ser um impulso de
quem ama e que se exprime em comunh��o sexual, na
qual a intera����o a dois �� resultante de um sentimento
m��tuo e pleno.
Existem v��rias grada����es de amor. Cada um de
n��s pode observar a si mesmo e encontrar�� em seu
��ntimo diversas express��es de amor. Assim, amamos
nossos pais com uma intensidade diferente da que
temos em rela����o aos nossos filhos, e mesmo entre
esses temos um ou outro que nos desperta uma
afinidade mais profunda; amamos nossos irm��os
consangu��neos de uma outra forma; amamos ��quele
(a)que elegemos para um relacionamento a dois, de
forma totalmente diferente, em que est�� presente uma
esp��cie de encantamento, de se sentir completar no
ser amado; amamos nossos amigos, ��s vezes, com
intensidade maior do que o amor que dedicamos a
um parente pr��ximo (a amizade sincera �� uma das
15 0 Allan KARDEC, O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Os PODERES DA MENTE
express��es do amor), amamos os Guias Espirituais, os
santos, a Jesus, a Deus, com outra grada����o de amor,
a qual poder��amos dar o nome de venera����o.
No seu aspecto mais espiritualizado, o amor
revela-se com uma abrang��ncia que vai al��m do amor
�� fam��lia consangu��nea, para se transformar em um
sentimento de car��ter universal.
No ano de 2001, escrevemos uma p��gina a respeito
do amor e do amar, publicada nas revistas Presen��a
Esp��rita, editada pela "Mans��o do Caminho",
em Salvador (BA) e O M��dium, editada em Juiz de
Fora, pela Alian��a Municipal Esp��rita, que a seguir
transcrevemos.
Do AMOR E DO AMAR
Amar a Deus sobre todas as coisas e
ao pr��ximo como a si mesmo.
Jesus
or. Tema preferido dos poetas, compositores,
artistas, escritores e religiosos. Tema
central das buscas humanas. Quando se faz
presente, dulcifica as criaturas e transborda em
a����es ��ltru��sticas, expandido-se e multiplicandose,
atendendo �� vida em todas as dimens��es.
Aquele que o sente em plenitude destaca-se, naturalmente,
como um astro que tem luz pr��pria
e refulge em meio ��s sombras da ignor��ncia
humana. Seu brilho atrai e magnetiza as almas
como um convite silencioso, mas que reverbera no
��ntimo dos que est��o sintonizados. E do amor e do
amar o fluxo e refluxo da vida se torna estuante
de beleza e paz para os que se identificam com a
harmonia c��smica que vibra em todo o Universo.
Amor. Os que n��o o conhecem t��m em seu lugar
a frieza e a indiferen��a, sombrias vielas por
onde transitam a crueldade e as torpezas. A sua
SUELY CALDAS SCHUBERT
aus��ncia abre campo �� mis��ria moral e f��sica,
trazendo ao cora����o a solid��o de um imenso e
��rido deserto.
A busca do amor, entretanto, �� um dos impulsos
instintivos do ser humano.
A trajet��ria do Esp��rito, desde a sua cria����o, ��
uma constante procura de algo abstrato denominado
felicidade, em cuja ess��ncia vige o amor.
O Esp��rito traz consigo, em germe, emo����es que
se expressar��o em seu caminhar evolutivo, as
quais deve aprender a administrar e a burilar.
Lenta �� essa estrada, dif��cil o aprendizado, contudo,
este se torna extremamente enriquecedora
medida que se vai experienciando a vasta gama
de emo����es que lhe s��o inerentes.
Apesar disso, raiamos o Terceiro Mil��nio sem
um conhecimento e viv��ncia maiores a esse respeito
e, por isso mesmo, sofre a Humanidade os
desequil��brios que defluem da aus��ncia do amor
e a consequente incapacidade de amar dos seres
humanos.
O panorama mundial, se observado a um primeiro
olhar, �� desolador e duvidamos da possibilidade
de se conseguir reequilibrar o caos espiritual
e moral que parece predominar em toda parte.
E nos perguntamos, como modificar e consertar
esse quadro aflitivo? Como mudar esse curso
tortuoso? Ser�� que h�� jeito de melhorar essa
conjuntura ca��tica? Qual o melhor caminho? O
que fazer? Qual a diretriz acertada?
Isto nos remete �� quest��o 625 de O Livro dos
Esp��ritos - Qual o tipo mais perfeito que Deus
166
Os PODERES DA MENTE
tem oferecido ao homem, para lhe servir de
guia e modelo? Os Benfeitores da Vida Maior
responderam: Jesus. Ele pr��prio disse: - Eu sou
oCaminho da Verdade e da Vida e ningu��m vem
ao Pai sen��o por mim.
Temos o caminho, o roteiro, temos conosco o
legado que Ele deixou e aprendemos a lei ��urea
que impera em todas as comunidades planet��rias:
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao
pr��ximo como a si mesmo.151
A mensagem �� perene. �� para todos os tempos
e al��m do tempo. Transcendente, permanece viva e
com tanta atualidade que se se tornasse presente nas
a����es de cada indiv��duo revolucionaria todos os paradigmas
que imperam e norteiam os diversos campos
do conhecimento humano. Jesus falou para o futuro
- que se constr��i agora.
Ao preconizar a regra ��urea de que devemos
amar significa que o amor existe latente em cada um
dos filhos de Deus. Temos assim a possibilidade de
amar.
Lecionando sobre o amor, em uma de suas magistrais
p��ginas, Joanna de Angelis diz:
A s��ntese proposta por Jesus em torno do amor,
�� das mais belas psicoterapias que se conhece:
Amar a Deus acima de todas as coisas e ao pr��ximo
como a si mesmo', em uma trilogia harm��nica.
15 2 (grifo no original)
15 1 Suely C. SCHUBERT, "Do Amor e do Amar" in Presen��a Esp��rita,
2001.
15 2 Divaldo P. FRANCO, Amor, Imbat��vel Amor.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Analisando a frase, conforme prop��e a Mentora,
verificamos que ela convida a tr��s diferentes grada����es
do amor: amar a Deus, amar ao pr��ximo e amar
a si mesmo. Todavia, para cultiv��-las, o indiv��duo deve
come��ar do fim para o princ��pio. Ou seja, come��ando
por amar a si mesmo. O que n��o se consegue com
facilidade em raz��o dos bloqueios ��ntimos que nos
engessam as emo����es, desde h�� muito.
Trazemos hoje o acervo de nosso passado multimilenar,
no qual predominam as a����es negativas
que agora pesam na economia da alma. E, por isso,
��s vezes n��o nos aceitamos, seja pela culpa inconsciente,
seja pela insatisfa����o e rejei����o �� viv��ncia
atual. Entretanto, a Doutrina Esp��rita, despertando
o ser e tornando-o consciente, propicia um processo
valioso de autoconhecimento em que a autoestima ��
resgatada. O amor emerge, vem �� tona e come��amos
a amar o amor em n��s e essa descoberta �� sempre um
encontro de deslumbramento e alegria.
�� inevit��vel que esse sentimento passe a preencher
a vida de quem o est�� experimentando. E ��
de tal ordem esse estado d'alma que surge o desejo
de repartir, de compartilhar, de doar, pois o dique
das emo����es transborda e se rompe em definitivo no
anseio de amar. N��o apenas a uma, duas ou algumas
pessoas, mas amar o pr��ximo, o que significa uma
conduta na qual as a����es altru��sticas se tornem a
motiva����o da vida.
Nesse est��gio o ato de amar torna-se uma atitude.
Amar o pr��ximo elimina as dist��ncias. Todos
s��o o pr��ximo.
E amando o pr��ximo, amamos a Deus.
Os PODERES DA MENTE
Come��amos a ter a percep����o de que Deus est��
presente. T��o certo quanto o ar que respiramos, quanto
a vida que existe em n��s e em todos os recantos
do Universo. E a magia dessa descoberta encanta e
enternece.
Deus �� Amor. E do Perfeito Amor, dessa Fonte
Sublime jorra o Amor que se transubstancia no cosmos
e em tudo o que existe, no supremo ato de amar.
A FOR��A DA VONTADE
Seja feita a Tua Vontade, assim na Terra
como nos c��us.
Jesus, na ora����o "Pai Nosso". (Mt. 6: 10)
econhecendo a dificuldade que os seres
humanos t��m de estabelecer a comunica����o com
oCriador, Jesus nos ensinou a orar proferindo o "Pai
Nosso". Conforme registra Mateus, Jesus eleva, ent��o,
o pensamento a Deus e profere a mais perfeita prece
que o mundo conhece.
Inicialmente o Mestre dirige-se ao Ser Supremo:
Pai nosso, que estais nos c��us, deixando claro que
Deus �� o Pai de todas as criaturas. A palavra "c��us"
colocada no plural d�� uma conota����o de que Ele est��
em toda parte.
As tr��s frases seguintes ressaltam a ideia do reino
e da grandeza divina: Santificado seja o Teu nome;
Venha a n��s o Teu reino; Seja feita a Tua vontade,
assim na Terra como nos c��us.
N��o �� nosso prop��sito neste livro analisar essa
prece, mas evidenciar a frase que colocamos em
ep��grafe. Atendendo, por��m, �� expectativa que o amigo
SUELY CALDAS SCHUBERT
leitor e a amiga leitora possam ter, diremos, em s��ntese,
que as frases iniciais do "Pai Nosso" estabelecem
a conex��o, melhor dizendo, a sintonia com o plano
vertical, o momento em que aquele que ora abre a sua
alma ao Pai do C��u; as demais frases referem-se ao
plano horizontal, ou seja, ��s quest��es adstritas �� vida
terrena e �� vida ��ntima daquele que as profere.
Vejamos agora o trecho assinalado para melhor
compreens��o do seu significado. Interessa-nos enfatizar
a quest��o da vontade divina.
Muitos autores, que se dedicam �� interpreta����o
do Evangelho, entendem que ao dizermos Seja feita a
Tua vontade, assim na terra como nos c��us, isto seria
como se estiv��ssemos dando permiss��o a Deus para
que exer��a a Sua vontade, o que seria um contrassenso,
pois a criatura n��o tem condi����es de comandar o
Criador. Entretanto, da maneira como se apresentam
os argumentos teol��gicos na atualidade, os quais
d��o ��nfase ao poder das trevas, ao poder de Satan��s,
apresentado como um anjo que se rebelou contra Deus
havendo, portanto, a sua queda e a dos demais que se
juntaram ��quele, tudo isso tem pesado, negativamente,
no entendimento da onipot��ncia divina e de sua
miseric��rdia e amor pelos seus filhos. Sendo o poder
do l��der das trevas, permanentemente, evidenciado,
seja como dirigente do inferno, seja como aquele que
dissemina o mal sobre a Humanidade, n��o �� de se
admirar que tenha, hoje em dia, praticamente, uma
supremacia sobre Deus. Isto quer dizer que quanto
mais fortalecemos a Satan��s, mais enfraquecemos a
Deus. Paradoxo dif��cil de ser resolvido, pois exige uma
mudan��a estrutural de mentalidade religiosa.
Os PODERES DA MENTE
Para enfrentar as for��as do mal, foi imprescind��vel
manter a ideia de que Deus �� cruel, mal-humorado,
enche-se de ira e �� extremamente vingativo. A seguir
temos outro paradoxo, capaz de condenar o pecador
a viver eternamente no inferno, entregue �� sanha do
seu principal oponente, da qual n��o escapar�� jamais.
Nem o Criador poder�� salv��-lo, caso o queira.
Outra, entretanto, �� a compreens��o esp��rita, que
faz justi��a �� Divindade, ressaltando a Sua Onipot��ncia,
Perfei����o, Miseric��rdia e Amor.
Assim, quando a frase em quest��o �� pronunciada
na ora����o do "Pai Nosso", ela est�� expressando a
nossa submiss��o �� vontade do Pai: Seja feita a Tua
Vontade, tanto na terra quanto nos c��us. O que se
est�� exaltando �� a compreens��o do filho, a resigna����o
em rela����o a tudo o que faz parte da sua experi��ncia
terrena e que n��o pode ser modificado.
Aqui �� importante deixar bem claro que resigna����o
n��o significa acomoda����o, deixar de lutar, de
tentar enfrentar os desafios da vida f��sica e do processo
evolutivo em geral. Quer dizer isto sim, que o
indiv��duo deve resignar-se quanto ��s circunst��ncias
da atual reencarna����o naquilo que n��o est�� ao seu
alcance mudar e, sobretudo, em um n��vel de compreens��o
acerca da Vontade Divina.
A VONTADE DIVINA
O Universo �� a express��o da Vontade do Criador.
Todavia, bem poucos assim o entendem.
Alguns cr��em que o Universo �� resultante de
173
SUELY CALDAS SCHUBERT
transforma����es da mat��ria, sendo, portanto, um gigantesco
mecanismo - tal �� o entendimento de grande
parte dos cientistas; outros, segundo o pensamento
religioso que os norteiam, imaginam que as gal��xias,
estrelas, s��is, e tudo o mais que brilha ou preenche o
espa��o sideral n��o teria outra finalidade a n��o ser a
de enfeitar as noites terrenas. Por certo, existem por
a�� muitas outras teorias esdr��xulas a respeito.
Belo e l��gico, entretanto, �� o esclarecimento do
Espiritismo acerca da Cria����o Universal. A respeito
do tema recomendamos aos leitores as obras de Leon
Denis, em especial, O Grande Enigma, que o apresenta
de maneira excepcional, combinando argumenta����es
irrefut��veis com rara beleza po��tica, que evidenciam
a elevada sensibilidade do autor. Como �� ��bvio, ��
imprescind��vel consultar Kardec, com ��nfase para o
quinto livro da Codifica����o, A G��nese.
Observemos um trecho de Leon Denis, no livro
acima citado:
Se a Terra evolucionasse com estrondo; se o
mecanismo do mundo se regulasse com fracasso,
os homens, aterrorizados, curvar-se-iam e
creriam. Mas, n��o! A obra formid��vel se executa
sem esfor��o. Globos e s��is flutuam no Infinito,
t��o livres quanto plumas sob a brisa. Avante,
sempre avante! O rondar das esferas se efetua
guiado por uma pot��ncia invis��vel.
A vontade que dirige o Universo se disfar��a de
todos os olhares. 153
15 3 L��on DENIS, O Grande Enigma.
Os PODERES DA MENTE
Mais adiante ele diz, referindo-se �� harmonia
que impera em toda parte:
[...] tudo se liga e encadeia no Universo. Tudo
�� regulado pela lei do n��mero, da medida, da
harmonia. As manifesta����es mais elevadas de
energia confinam com a intelig��ncia. A for��a se
transforma em atra����o; a atra����o se faz amor.
Tudo se resume em um poder ��nico e primordial,
motor eterno e universal, ao qual se d��o nomes
diversos e �� apenas o Pensamento, a Vontade divina.
Suas vibra����es animam o infinito! Todos os
seres, todos os mundos se banham no oceano das
irradia����es que emanam do inesgot��vel foco.154
A Vontade Divina, contudo, tem sido interpretada
pelas criaturas, como a que rege todas as desgra��as
e vicissitudes da vida terrena. Diante de acidentes,
de guerras e todas as suas tr��gicas consequ��ncias,
diante de trag��dias, mortes e at�� mesmo de crimes,
�� comum que as pessoas digam "�� a vontade de
Deus". Doen��as, defici��ncias e les��es f��sicas s��o logo
atribu��das �� vontade divina. Se todos os sofrimentos
humanos fossem realmente provocados por Deus, Ele
seria um ser monstruoso, sem compaix��o e sem amor
pelos seus filhos.
Importa compreender que a Justi��a Divina ��
perfeita como tamb��m a Miseric��rdia e o Amor que
est��o presentes em toda a Cria����o Universal.
As dores e sofrimentos s��o op����es nossas, que
no mau uso de nosso livre-arb��trio enveredamos pe
15 4 L��on DENIS, O Grande Enigma.
SUELY CALDAS SCHUBERT
los caminhos tortuosos dos erros, da maldade e da
loucura. Quando somos alcan��ados pela Lei de A����o
e Rea����o que impera no Universo, quando colhemos
o que plantamos, ent��o reclamamos, revoltando-nos
e blasfemando contra Deus. O pr��prio Mestre Jesus
deixou bem clara a explica����o sobre o resultado de
nossas a����es, [...] a cada um segundo as suas obras.
Os Benfeitores Espirituais lecionam que a semeadura
�� livre, mas a colheita �� inevit��vel e obrigat��ria.
Portanto, a nossa colheita atual reflete o nosso
ontem. Como tamb��m o nosso hoje, j�� que existem
a����es por n��s praticadas que detonam resultados
imediatos. Assim, que ningu��m reclame, a n��o ser
de si mesmo.
A Bondade de Deus, por��m, oferece a todos a
oportunidade da reencarna����o.
O DESCONHECIDO PODER DA VONTADE
O que �� a vontade, afinal?
O dicion��rio informa:
Vontade - Faculdade de representar, mentalmente,
um ato que pode ou n��o ser praticado em
obedi��ncia a um impulso ou a motivos ditados pela
raz��o. Sentimento que incita algu��m a atingir o fim
proposto por esta faculdade; aspira����o, anseio, desejo.
Capacidade de escolha, de decis��o. Disposi����o de
Esp��rito, espont��nea ou compulsiva.
Voli����o - Ato pelo qual a vontade se determina
a alguma coisa.
Os PODERES DA MENTE
Volitivo - Respeitante �� voli����o ou �� vontade.155
Ao ser criado (ou individualizado), o Esp��rito
foi dotado por Deus de v��rios atributos (poder��amos
dizer "talentos"), tais como a intelig��ncia, a mente, o
pensamento, a raz��o, a consci��ncia, o livre-arb��trio,
o senso moral e um fant��stico poder denominado
VONTADE.
Reconhecendo este poder Leon Denis afirma:
O princ��pio superior, o motor da exist��ncia �� a
vontade. [...].
A vontade �� a maior de todas as pot��ncias; e
em sua a����o �� compar��vel ao im��. A vontade de
viver, de desenvolver em n��s a vida, atrai-nos
novos recursos vitais; tal �� o segredo da lei de
evolu����o.156
Sabemos, segundo a Doutrina Esp��rita, que o
Esp��rito tem como determinismo irresist��vel a evolu����o,
sendo, portanto, perfect��vel. Isso quer dizer que
traz em si, nesses atributos mencionados, as condi����es
imprescind��veis para atingir essa meta superior. Inicialmente,
preponderam os instintos, como impulsos
que far��o o Esp��rito caminhar e desejar algo mais
em sua vida.
Allan Kardec registra em A G��nese a diferen��a
entre instinto e intelig��ncia, sendo oportuno destacar
alguns pontos:
--- Aur��lio B. H. FERREIRA, Novo Dicion��rio Aur��lio da L��ngua
Portuguesa.
15 6 Leon, DENIS, O Problema do Ser, do Destino e da Dor.
SUELY CALDAS SCHUBERT
O instinto �� a for��a oculta que solicita os seres
org��nicos a atos espont��neos e involunt��rios,
tendo em vista a conserva����o deles. Nos atos
instintivos n��o h�� reflex��o, nem combina����o,
nem premedita����o.157
O Codificador assinala que �� assim que a planta
procura o ar, a luz; que os animais sabem o que lhes
conv��m ou prejudica; que buscam, conforme a esta����o,
oclima prop��cio; que os sexos se aproximam. Quanto
ao ser humano, esse ao nascer e nos primeiros tempos
de vida �� governado pelos instintos, com a idade e
amadurecimento prevalecem a intelig��ncia, o racioc��nio,
embora em certos momentos e circunst��ncias
oinstinto venha a predominar, como os movimentos
espont��neos para evitar um perigo, para manter o
equil��brio do corpo, o piscar das p��lpebras para proteger
os olhos de alguma coisa nociva, etc.
A intelig��ncia se revela por atos volunt��rios,
refletidos, premeditados, combinados, de acordo
com a oportunidade das circunst��ncias. �� incontestavelmente
um atributo exclusivo da alma.
Todo ato maquinal �� instintivo; o ato que denota
reflex��o, combina����o, delibera����o �� inteligente.
Um �� livre, o outro n��o o ��.158
Mas, �� interessante atentar para o fato de que
no instinto de sobreviv��ncia encontramos os pr��dromos
da vontade. Isso acontece em diferentes n��veis
em todos os seres vivos, dos mais simples aos mais
15 7 Allan KARDEC, A G��nese, cap.III it. 11 e 12.
15 8 Allan KARDEC, A G��nese, passim.
Os PODERES DA MENTE
complexos, evidenciando o princ��pio espiritual em seus
v��rios est��gios, nos diferentes reinos da Natureza.
Traremos a seguir a palavra do neurologista Dr.
Ant��nio Dam��sio, que explica acerca do instinto de
sobreviv��ncia e como isso ocorre, a partir da ameba:
Um organismo simples formado de uma ��nica
c��lula, digamos, uma ameba, n��o apenas est��
vivo mas se empenha em continuar vivo. Sendo
uma criatura sem c��rebro e sem mente, a ameba
n��o sabe sobre as inten����es de seu pr��prio
organismo assim como n��s sabemos sobre nossas
inten����es equivalentes. Por��m, a forma da
inten����o est�� presente, expressa na maneira
como a criaturinha consegue manter em equil��brio
a composi����o qu��mica de seu meio interno,
enquanto �� sua volta, no ambiente externo a ela,
pode estar havendo uma tremenda como����o.
O ��mpeto de manter-se vivo n��o �� uma propriedade
exclusiva dos seres humanos. De um
modo ou de outro, dos organismos simples aos
complexos, a maioria dos seres vivos apresenta
essa propriedade. O que efetivamente varia �� o
grau em que os organismos t��m conhecimento
desse ��mpeto. Poucos deles t��m. Mas o ��mpeto
est�� presente, quer o organismo saiba disso ou
n��o. Gra��as �� consci��ncia, os humanos s��o em
grande parte cientes dele. [...].
A tarefa de refrear a amplitude das mudan��as, de
manter o interior sob controle em face das varia����es
do exterior, �� um trabalho gigantesco. Ele
�� feito continuamente, possibilitado por fun����es
de comando e controle dirigidas com precis��o,
SUELY CALDAS SCHUBERT
distribu��das por todo o n��cleo da c��lula, pelas
organelas e pelo citoplasma.159
Vemos neste texto, de maneira muito clara, a
partir do instinto de sobreviv��ncia em uma simples
ameba a g��nese desse atributo poderoso que �� a vontade,
evidenciada no principio espiritual em seus v��rios
est��gios nos reinos da Natureza. Conforme encontramos
em A G��nese, o Esp��rito s�� recebe a ilumina����o
divina ap��s haver passado [...] pela s��rie divinamente
fatal dos seres inferiores, entre os quais se elabora
lentamente a obra de sua individualiza����o.160
Importante instru����o nos �� transmitida por Andr��
Luiz, quando discorre sobre a alavanca da vontade
e o processo de evolu����o desse atributo:
E para manejar as correntes mentais, em servi��o
de proje����o das pr��prias energias e de assimila����o
das energias alheias, disp��e a alma, em si,
da alavanca da vontade, por ela vagarosamente
constru��da em mil��nios e mil��nios de trabalho
automatizante.
A princ��pio adstrita aos c��rculos augustos do
primitivismo, a vontade, agarrada ao instinto
de preserva����o, faz do Esp��rito um inveterado
monomaniaco do prazer inferior.
Avan��ando pelo terreno inicial da experi��ncia,
aparece o homem qual molusco inteligente,
sempre disposto a fechar o circuito das pr��prias
oscila����es mentais sobre si mesmo, em mono
15 9 Antonio DAMASIO, O Misterio da Consci��ncia.
16 0 Allan KARDEC, A G��nese, cap. VI it. 19
Os PODERES DA MENTE
ide��smo intermitente.161
Prosseguindo em suas elucida����es, Andr�� Luiz
assinala:
A mem��ria e a imagina����o, ainda curtas, limitam
a voli����o do homem a simples tend��ncia
que, no fundo, �� aspecto prim��rio da faculdade
de decidir. [...].
A civiliza����o, por��m chega sempre.
O progresso imp��e novos m��todos e a dor estilha��a
envolt��rios.
As modif��ca����es da escolha acompanham a ascens��o
do conhecimento.
A vontade e o prazer de dom��nio, no curso de largos
s��culos, convertem-se em prazer de aperfei��oar
e servir, acompanhados de auto-dom��nio.162
Infere-se, pois, que o Esp��rito, em sua escalada
evolutiva caminha, conforme enfatiza Gustavo Geley,
[...] do inconsciente ao consciente.163. Essa trajet��ria, ��
medida que se torna cada vez mais consciente, propicia
a que a vontade se torne presente como verdadeira
alavanca propulsora, impelindo o Esp��rito a viver a
vida, e a realizar tudo aquilo que a torne poss��vel,
menos dif��cil, mais saud��vel e agrad��vel.
A vontade pode ser expressa como querer, desejar,
buscar, ansiar, etc. J�� diz o antigo ditado popular,
"querer �� poder". Leon Denis acrescenta: O poder da
vontade �� ilimitado.
16 1 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos.
16 2 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos, passim.
16 3 Gustavo GELEY, Del Inconsciente al Consciente.
SUELY CALDAS SCHUBERT
O escritor esp��rita Jos�� M. Mesquita, em seu
��timo livro A Din��mica da Mente na Vis��o Esp��rita,
esclarece que as for��as fundamentais da mente s��o o
pensamento, o sentimento e a vontade: [...] se o pensamento
�� o elemento intelectivo e o sentimento �� o
elemento afetivo, a vontade, por sua vez, �� o elemento
de controle.164
Refletindo acerca desse not��vel e quase desco
nhecido poder que nos �� pr��prio podemos concluir que:
A vontade �� a pr��pria for��a de viver. De prosseguir.
A vontade governa todos os setores da a����o
mental. Assim, a vontade em a����o �� o nosso esfor��o
em alcan��ar este ou aquele resultado.
Ela comanda e mant��m a disciplina, o equil��brio
e toda e qualquer mudan��a em nossa vida. A nossa
transforma����o moral depende de nossa for��a de
vontade. Quando ela fraqueja, n��o alcan��amos bons
resultados ou resultado nenhum.
A meta do Esp��rito �� a Perfei����o. Mas, para
alcan����-la �� preciso exercer a vontade.
O Mentor Espiritual Emmanuel leciona sobre o
assunto informando que a vontade governa todos os
setores da a����o mental, e em seguida afirma:
A Divina Provid��ncia concedeu-a por aur��ola
luminosa �� raz��o, depois da laboriosa e multimilen��ria
viagem do ser pelas prov��ncias obscuras
do instinto.
Para considerar-lhe a import��ncia, basta lembrar
que ela �� o leme de todos os tipos de for��a incorporados
ao nosso conhecimento. [...].
16 4 Jos�� M. MESQUITA, A Din��mica da Mente na Vis��o Esp��rita.
Os PODERES DA MENTE
E conclui:
S�� a Vontade �� suficientemente forte para sustentar
a harmonia do Esp��rito.165
Conclu��mos com a palavra sempre s��bia de Joanna
de Angelis:
A vontade ��, portanto, o motor que impulsiona
os sentimentos e as aspira����es humanas para a
conquista do infinito, sendo sempre maior quanto
mais �� exercitada. Inexpressiva, nos primeiros
tentames, logo se transforma em comando das
possibilidades que se dilatam, enriquecendo o ser
com os valores imperec��veis da sua evolu����o.
A vontade se radica nos intrincados tecidos
sutis do Esp��rito que, habituado a execu����o de
tarefas ou n��o, consegue movimentar as for��as
internas de que se constitui, a um de atingir
os objetivos que lhe devem representar fator de
progresso.166
16 5 Francisco C. XAVIER, Pensamento e Vida.
16 6 Divaldo P. FRANCO, Triunfo Pessoal.
O SEXTO SENTIDO
Quanto mais investiga a Natureza, mais se
convence o homem de que vive num reino de
ondas transfiguradas em luz, eletricidade,
calor ou mat��ria, segundo o padr��o vibrat��rio
em que se exprimam. Existem, no entanto,
outras manifesta����es da luz, da eletricidade,
do calor e da mat��ria, desconhecidas nas
faixas da evolu����o humana, das quais, por
enquanto, somente poderemos recolher
informa����es pelas vias do Esp��rito.
Andr�� Luiz
(Pref��cio de Mecanismos da Mediunidad��)
Todos somos dotados de um sexto sentido.
O sexto sentido �� transcendental e possibilita ao
ser humano perceber, captar e/ou comunicar-se com o
outro plano da vida, o plano espiritual. O sexto sentido
�� a mediunidade. Ela existe em estado latente em todas
as criaturas humanas, entretanto, s�� se desenvolve de
forma ostensiva a partir de circunst��ncias especiais e
em pessoas que tenham propens��o para isso.
�� imprescind��vel mencionarmos, logo de in��cio,
a conceitua����o de Allan Kardec, registrada em sua
magistral obra O Livro dos M��diuns:
SUELY CALDAS SCHUBERT
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a
influ��ncia dos Esp��ritos ��, por esse fato, m��dium.
Essa faculdade �� inerente ao homem; n��o
constitui, portanto, um privil��gio exclusivo. Por
isso mesmo, raras s��o as pessoas que dela n��o
possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se
que todos s��o, mais ou menos, m��diuns. Todavia,
usualmente, assim s�� se qualificam aqueles em
quem a faculdade medi��nica se mostra bem caracterizada
e se traduz por efeitos patentes, de
certa intensidade, o que ent��o depende de uma
organiza����o mais ou menos sensitiva.167
Essa natural predisposi����o �� decorrente de compromissos
e necessidades espec��ficas do indiv��duo, e
quando a faculdade se torna evidente, pode-se dizer
que �� sinal de um chamamento para uma realidade
maior. Expressa compromissos anteriores que devem
ser assumidos no presente, ao tempo em que s��o convites
para uma mudan��a de entendimento e do rumo
dos pr��prios passos.
E preciso que se entenda que mediunidade n��o
�� doen��a e, conforme enfatiza Herm��nio Miranda em
seu excelente livro Diversidade dos Carismas, [...]nem
ind��cio de desajuste mental ou emocional - �� uma afina����o
especial da sensibilidade.168
Contudo, grande �� o n��mero de pessoas que t��m
medo dessas percep����es espirituais, mormente quando
se tornam mais intensas; daqueles que t��m preconceitos;
dos que julgam serem ind��cios de perturba����es
16 7 Allan KARDEC, O Livro dos M��diuns, cap.XIV, it. 159).
16 8 Herm��nio C. MIRANDA, Diversidade dos Carismas.
Os PODERES DA MENTE
mentais; dos que as possuem de forma expl��cita, por��m,
utilizam-nas para enganar as pessoas e obterem
lucros com a explora����o da boa f�� e da ingenuidade
do povo; dos que passam a vida toda evitando falar a
respeito porque confundem tais percep����es com enfermidades
as mais diversas, enfim, comprometendo-se
de maneira prejudicial para si mesmos ou adiando o
que poderia ser, altamente, ben��fico para suas vidas.
Sendo uma faculdade natural do ser humano, a
mediunidade faz parte do elenco de atributos com os
quais o Esp��rito �� dotado e que s��o essenciais para
o seu desenvolvimento e progresso mental, moral e,
principalmente, espiritual.
Observemos como a Instrutora Espiritual Joanna
de Angelis reporta-se a esse atributo, dando-nos uma
vis��o mais profunda a respeito:
Porque �� uma fonte de energia, o Esp��rito possui
recursos valiosos que se expressam atrav��s do
seu psiquismo, podendo irradiar o pensamento,
produzindo fen��menos de telepatia - consciente
ou inconscientemente; de pr�� e retrocogni����o
-captando ondas espec��ficas dos acontecimentos;
clarivid��ncia e clariaudi��ncia - registrando
faixas vibrat��rias especiais, nas quais se assinalam
acontecimentos transpessoais - bem como
entrando em sintonia com o mundo espiritual de
onde se origina e para onde retorna.169
Ela esclarece, ainda, que �� exatamente essa faculdade
de capta����o de ondas e campos vibrat��rios muito
16 9 Divaldo P. FRANCO, Dias Gloriosos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
delicados e complexos que favorecem o interc��mbio
com os Esp��ritos desencarnados.
Mas, por que mantermos o interc��mbio medi��nico?
Por que temos necessidade de comunica����o com
o plano espiritual?
Deixamos a palavra com Emmanuel, que discorre
acerca dessa quest��o ao comentar o epis��dio
ocorrido com Paulo e Silas, na cidade de Felipes, na
Maced��nia. Esse fato est�� registrado em Atos 16: 12
a 18 e Emmanuel o descreve com as min��cias do conhecimento
espiritual no livro Paulo e Estev��o.170
Tudo come��ou quando Paulo teve uma vis��o de
um homem da Maced��nia que lhe pediu ajuda (Atos
16:9 e 10). Compreendendo ser esse um chamamento
de Jesus para novos encargos, Paulo empreende a
viagem em companhia de Silas.
O labor em Felipes revestiu-se de caracter��sticas
inusitadas. Ali, o ap��stolo dos gentios resolve pregar
em pra��a p��blica e, ao terminar a primeira prega����o,
ele se surpreende ao ouvir uma jovem, que era tida
como pitonisa, proferir em altos brados: ��� Recebei
os enviados do Deus Alt��ssimo! N��o s��o homens,
s��o anjos do Alt��ssimo. Eles anunciam a salva����o. A
cena se repetiu durante alguns dias. Paulo procurou
saber quem era a mo��a e foi informado ser ela muito
conhecida na regi��o, onde muitos a buscavam para
consultas. Seus patr��es mercantilizavam seus poderes
ps��quicos e estavam obtendo bons lucros. Inteirado dos
fatos, em certo dia, ao t��rmino da prega����o, a cena se
repetiu. Paulo, que n��o se conformava com esse tipo
17 0 Francisco C. XAVIER, Paulo e Estev��o.
188
Os PODERES DA MENTE
de situa����o, para surpresa geral, em passos firmes
aproximou-se da jovem, [...] que estava dominada por
estranha influ��ncia, e com toda sua autoridade moral
[...] intimou a entidade manifestante, em tom imperativo
a retirar-se para sempre, o que ocorreu imediatamente,
provocando grande admira����o popular.
Mas, Silas n��o entendeu a atitude do companheiro,
pois em sua inexperi��ncia se comprazia com os
elogios, julgando-os favor��veis e valiosos como propaganda
para o trabalho que realizavam. Interpela-o
manifestando a sua opini��o e Paulo, ent��o, esclarece
que os elogios eram imerecidos.
Vejamos a seguir as explica����es de Paulo, que
v��m bem a prop��sito das duas perguntas acima:
��� Aquele Esp��rito poderia falar em Deus, mas
n��o vinha de Deus. Que fizemos para receber
elogios? Dia e noite, estamos lutando contra as
imperfei����es de nossa alma. [...]. N��o ignoras
como vivo em batalha com o espinho dos desejos
inferiores. Claro que, se aquele Esp��rito viesse de
Jesus, outras seriam suas palavras. Estimularia
nosso esfor��o, compreendendo nossas fraquezas.
Al��m do mais, procurei informar-me a respeito
da jovem e sei que ela �� hoje a chave de grande
movimento comercial.171
Silas, entretanto, n��o compreendendo bem os
esclarecimentos e interpretando-os de outra forma,
indagou:
[...] ��� Todavia, ser�� o incidente uma li����o para
17 1 Francisco C. XAVIER, Paulo e Estev��o.
SUELY CALDAS SCHUBERT
n��o entretermos rela����es com o plano invis��vel?
��� Como pudeste chegar a semelhante conclus��o?
- respondeu o ex-rabino muito admirado. ��� O
Cristianismo sem o profetismo seria um corpo
sem alma. Se fecharmos a porta de comunica����o
com a esfera do Mestre, como receber seus ensinos?
Que seria de nossa tarefa sem as luzes do
plano superior? [...]. J�� pensaste no Cristo sem
ressurrei����o e sem interc��mbio com os disc��pulos?
[...]. Ningu��m poder�� fechar as portas que
nos comunicam com o C��u.173
Informa Emmanuel que Silas emocionou-se com
a argumenta����o do amigo e calou-se.
Infere-se, pois, que a comunica����o com a Espiritualidade
Maior �� essencial para o progresso dos
encarnados. Ao entretermos as rela����es com os Bons
Esp��ritos, estaremos oxigenando o plano terreno,
recebendo deles sementes de luz que ir��o fomentar
novas ideias, despertando a mente humana para a sua
pr��pria transcend��ncia, para sua condi����o de Esp��rito
imortal, o que resulta em uma nova concep����o de vida,
e em busca consciente e com mais responsabilidade
da pr��pria espiritualiza����o.
Sabemos, por��m, que dentre as faculdades inerentes
ao ser humano �� a mediunidade a ��nica que sofre
com o preconceito, com a persegui����o e, pior ainda,
aquela que n��o �� admitida, que �� negada por grande
parte das criaturas. H�� uma ideia quase generalizada
de que s��o os encarnados que provocam o interc��m
17 2 Francisco C. XAVIER, Paulo e Estev��o.
190
Os PODERES DA MENTE
bio espiritual, que evocam os Esp��ritos for��ando-os
a manifestarem-se. Entretanto, n��o �� assim que as
coisas funcionam e sim, s��o eles que nos chamam,
que nos convocam e provocam a comunica����o.
Observemos a seguir a palavra do Codificador,
que deixa isso bem claro:
N��o foram os m��diuns, nem os esp��ritas que criaram
os Esp��ritos; ao contr��rio, foram os Esp��ritos
que fizeram haja esp��ritas e m��diuns. N��o sendo
os Esp��ritos mais do que as almas dos homens, ��
claro que h�� Esp��ritos desde quando h�� homens;
por conseguinte, desde todos os tempos eles
exerceram influ��ncia salutar ou perniciosa sobre
a Humanidade. A faculdade medi��nica n��o lhes
�� mais que um meio de se manifestarem.173
Eis o que diz Joanna de Angelis, com muita propriedade
e plenamente de acordo com as diretrizes de
O Livro dos M��diuns:
Compreendendo-se que o mundo real �� o causal,
que o espiritual �� o da origem do ser e n��o da
sua consequ��ncia, facilmente se entender�� que a
demonstra����o da imortalidade partiu, portanto,
da esfera ps��quica e n��o da f��sica, despertando a
consci��ncia adormecida no corpo para as finalidades
da evolu����o a que se encontra adstrita.
Possuindo maior vis��o da realidade e vivendo-a
em plenitude, o Esp��rito pode com maior precis��o
informar quais s��o os valores e objetivos
verdadeiros que valem a pena ser buscados e
17 3 Allan KARDEC, O Livro dos M��diuns, cap. XXIII, it. 244.
SUELY CALDAS SCHUBERT
cultivados, dando sentido existencial �� experi��ncia
org��nica, que ent��o se reveste de alta
significa����o psicol��gica.174
OS DOM��NIOS DO ESP��RITO
A mediunidade �� uma faculdade extraordinariamente
f��rtil, rica e preciosa. Ela nos abre as comportas
da dimens��o espiritual, o que propicia um horizonte
de perspectivas infinitas.
A possibilidade de mantermos rela����es com o
mundo dos Esp��ritos �� mais uma prova da solicitude
do Pai para com seus filhos, visto que acaba com a
ideia da morte como sendo o fim de tudo; da acanhada
perspectiva de uma ��nica vida - que, se assim fosse,
extinguiria totalmente no ser humano, diante das
agruras da romagem terrena, a esperan��a de alcan��ar
a felicidade; e do futuro como sendo apenas o ex��guo
espa��o de uma s�� exist��ncia no planeta Terra.
Para que o interc��mbio entre os dois planos se
tornasse poss��vel, o Criador dotou as criaturas de
condi����es que o viabilizassem, assim o sexto sentido,
como atributo do Esp��rito e, quando encarnado, as
condi����es org��nicas compat��veis para a sua eclos��o
e pr��tica.
Nos cap��tulos precedentes apresentamos, de forma
singela, algumas das fant��sticas potencialidades
mentais inerentes aos seres humanos, o que nos leva a
inferir que esses recursos, logicamente, predominam
17 4 Divaldo P. FRANCO, Dias Gloriosos.
Os PODERES DA MENTE
no ��mbito dos fen��menos medi��nicos, em uma gama
muito variada de efeitos.
Sendo apan��gio do Esp��rito, a faculdade necessita,
digamos assim, de uma "sede" f��sica para sua
atua����o no caso de processo reencarnat��rio. Tendo o
perisp��rito como agente intermedi��rio, o Esp��rito, ao
reencarnar, ter�� no c��rebro f��sico, mais precisamente
na gl��ndula pineal (ep��fise), considerada a "gl��ndula
da vida mental", a condi����o necess��ria para estabelecer
a sintonia com o plano invis��vel, conforme ensina
Andr�� Luiz:
No exerc��cio medi��nico de qualquer modalidade,
a ep��fise desempenha o papel mais importante.
Atrav��s de suas for��as equilibradas, a mente humana
intensifica o poder de emiss��o e recep����o
de raios peculiares �� nossa esfera. �� nela, na
ep��fise, que reside o sentido novo dos homens;
entretanto, na grande maioria deles, a pot��ncia
divina dorme embrion��ria.175
AS M��LTIPLAS FUN����ES DA PINEAL
Creio ser de interesse geral sabermos um pouco
mais quanto ��s pesquisas que est��o sendo realizadas
por dedicados companheiros esp��ritas (encarnados),
pois isso vem referendar as informa����es e os ensinamentos
espirituais.
Assim, importante contribui����o em rela����o �� pineal
�� apresentada pelo Dr. S��rgio Felipe de Oliveira,
17 5 Francisco C. XAVIER, Mission��rios da Luz.
SUELY CALDAS SCHUBERT
m��dico e renomado escritor e pesquisador esp��rita,
em cap��tulo de sua autoria, intitulado "Cristais da
Gl��ndula Pineal: Semicondutores Cerebrais?", inserto
no livro Sa��de e Espiritismo176 (Associa����o M��dico
Esp��rita do Brasil), do qual mencionamos a seguir
alguns pontos para nossa melhor compreens��o em
torno do assunto.
O Dr. S��rgio Felipe de Oliveira tem pesquisado
o funcionamento da pineal no processo do desenvolvimento
das fases da vida humana, desde o embri��o
humano at�� a pessoa idosa.
Inicialmente, ele informa que a pineal �� uma
gl��ndula end��crina e que sua comunica����o com o
organismo �� feita pelo sistema circulat��rio, atrav��s
dos horm��nios. Enfatiza que no c��rebro as ��reas mais
vascularizadas s��o aquelas de maior funcionamento
neuronal, e que se observa em torno da pineal riqu��ssima
rede circulat��ria, o que leva �� infer��ncia sobre
o seu alto grau de fun����o.
Descobertas recentes informam que uma de suas
fun����es �� a de ser "rel��gio biol��gico do corpo humano".
J�� �� conhecida a correla����o da pineal com as fun����es
da fisiologia sexual, com a fun����o pancre��tica e com
osistema imunol��gico. O componente da sexualidade
pode significar uma atividade funcional da pineal com
o sistema l��mbico.
As c��lulas que constituem a pineal s��o especializadas
na produ����o hormonal e s��o denominadas
de pineal��citos. Tamb��m s��o encontrados neur��nios,
c��lulas glias e o endot��lio.
17 6 S��rgio Felipe OLIVEIRA, Sa��de e Espiritismo.
194
Os Os Poderes da Mente
Assinala o citado pesquisador:
As fun����es metab��licas dessas c��lulas est��o
ligadas �� produ����o de microesferas de fosfato e
carbonato de c��lcio (entre outros elementos em
menor concentra����o). Essas esferas s��o constitu��das
por camadas conc��ntricas (como uma cebola),
e haver�� tantas camadas quanto mais idade
tiver a pessoa. A produ����o desses cristais n��o
prejudica a fun����o da pineal, mas �� a representa����o
de sua intensa atividade. Julgamos que esses
cristais est��o ligados a fun����es desconhecidas
da estrutura biomagn��tica cerebral. Atualmente
estamos investigando mais aprofundadamente
esse assunto, atrav��s de estudos tomogr����cos e
de microscopia eletr��nica.177
Muitos outros aspectos interessantes e esclarecedores
s��o abordados pelo Dr. S��rgio F. Oliveira,
mas os acima citados j�� clarificam bastante o nosso
entendimento e os dos am��veis leitores. Finalizando,
ele sintetiza da seguinte maneira:
O fato de a pineal funcionar como um transdutor
psiconeuroend��crino, a faz uma gl��ndula muito
especial. Assim como os olhos det��m a capacidade
de captar imagens, os ouvidos, o som, o tato,
a geometria dos objetos, a pineal �� um sensor capaz
de 'ver' o mundo espiritual e de colig��-lo com
a estrutura biol��gica. �� uma gl��ndula, portanto,
que 'vive' o dualismo Esp��rito-mat��ria.178
177- S��rgio F. OLIVEIRA, Sa��de e Espiritismo. 178- S��rgio F. OLIVEIRA, Sa��de e Espiritismo, passim.
195
SUELY CALDAS SCHUBERT
A condi����o dual dessa gl��ndula, geralmente, denominada
de ep��fise no meio esp��rita, �� algo not��vel e
responde pela vasta gama de percep����es e capta����es
que muitos de n��s temos e que transcendem o campo
puramente f��sico, que na vis��o dos cientistas mecanicistas
est�� adstrito �� mat��ria.
Essa nova compreens��o que, paulatinamente,
vai sendo explicitada pelo Espiritismo, atrav��s de
revela����es do plano espiritual e da contribui����o de
dedicados pesquisadores esp��ritas, cada vez mais ressalta
a profundidade do racioc��nio de Allan Kardec,
que h�� quase 150 anos inferia um universo not��vel de
fen��menos, a partir dos seus contatos com o mundo
dos Esp��ritos pelos diferentes m��diuns. Essa acuidade
mental do Codificador �� realmente admir��vel e
evidencia as suas em��ritas condi����es de mission��rio
da Terceira Revela����o.
Isso o levou a indagar dos Esp��ritos Superiores
se o desenvolvimento da faculdade medi��nica dependeria
da moralidade do m��dium, obtendo a seguinte
resposta: N��o; a faculdade propriamente dita se radica
no organismo; independe do moral.179
Isso n��o quer dizer que a faculdade seja org��nica,
mas que tenha a sua contraparte no corpo f��sico,
localizada portanto, como vimos, na pineal.
Vianna de Carvalho (Esp��rito) ensina que: A
faculdade medi��nica �� origin��ria do Esp��rito, exteriorizando-
se atrav��s do organismo f��sico.180
Dissertando a respeito, Joanna de Angelis d��
17 9 Allan KARDEC, O Livro dos M��diuns.
18 0 Divaldo P. FRANCO, M��diuns e Mediunidades.
196
Os PODERES DA MENTE
��nfase a todo esse processo de comunica����o da seguinte
forma:
A mediunidade, que �� faculdade do Esp��rito,
reveste-se de c��lulas, a fim de processar as comunica����es,
ampliando os horizontes do pensamento
humano e fazendo-o mergulhar no oceano
infinito do conhecimento. [...].
Podendo utilizar-se conscientemente de parte
das fun����es cerebrais e de algumas gl��ndulas do
sistema end��crino, elabora antenas que captam
as ondas mentais que se movimentam no campo
de vibra����es do planeta, sejam procedentes de
seres encarnados ou de Esp��ritos livres da coura��a
material. [...].
A mediunidade, portanto, expressa-se mediante
um campo de energia espec��fica a irradiar-se
atrav��s do perisp��rito, que mais facilmente capta
as vibra����es de outro, porquanto a ocorr��ncia
d��-se atrav��s desse ve��culo sutil, que �� o instrumento
de registro e decodifica����o da onda mental
do desencarnado direcionada ao sensitivo.181
Embora os vest��gios, sinais e fatos concretos de
que o interc��mbio entre os dois mundos, o f��sico e o
espiritual, t��m ensejado ao longo de toda a Hist��ria da
Humanidade, a mediunidade tem sido desconsiderada,
enquanto os seus portadores e os que se interessam
pelo assunto s��o alvo de persegui����es cru��is e zombarias.
Todavia, essa faculdade tem um papel de alta
relev��ncia na viv��ncia terrena, por ser o elo de liga����o
Divaldo P. FRANCO, Dias Gloriosos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
com o mundo espiritual, favorecendo-nos a comunica����o
com os que l�� est��o, muitos deles afetos queridos
que nos aguardam e dos quais nos apartamos quando
da retomada de um novo corpo carnal.
DIMENS��ES DA MEDIUNIDADE
No ��mbito da mediunidade existe uma gama muito
variada de fen��menos, cada um deles com caracter��sticas
pr��prias e efeitos diversos. Supor-se que tudo
isso seja fantasia, que faz parte do imagin��rio popular
�� dar a esse imagin��rio uma inconceb��vel magnitude,
visto que j�� existia, mesmo entre os homens primitivos,
na aurora da Humanidade.
O que sobressai nesse tipo de conduta ferrenhamente
contr��ria, ��s vezes, agressiva, �� o receio de
uma realidade maior, transcendente, que traz no seu
cerne um chamamento �� responsabilidade. E �� isso o
que a grande maioria quer evitar. Como pensar nisso,
preocupar-se com a espiritualiza����o e com a espiritualidade
se isso implica abandonar as ilus��es que
alimentam com tanto fervor? Como deixar os prazeres
f��sicos, a vida irrespons��vel que d�� pouco trabalho por
um caminho que exige mudan��as, sacrif��cios e disciplina?
"A vida �� curta, urge aproveit��-la" - dizem.
O fato de se admitir o interc��mbio entre o mundo
terreno e o espiritual, como uma realidade inconteste,
acaba por implicar tamb��m a aceita����o de outras verdades
- at��, ent��o, negadas ou jamais cogitadas - como
a continuidade da vida, a reencarna����o, a Lei de Causa
e Efeito, a premente necessidade de fazer o bem, etc.
Os PODERES DA MENTE
Adiar esse momento s�� ir�� complic��-lo, tornando
o despertar mais dif��cil e sofrido.
No entanto, quantas b��n����os o exerc��cio medi��nico
nos proporciona? Descobrir isso se traduz em
uma grande satisfa����o ��ntima e estimula o indiv��duo
a prosseguir na caminhada, com uma vis��o mais profunda
e bela da vida, pela certeza da imortalidade.
O t��tulo do meu livro, Mediunidade -Caminho
para Ser Feliz,182 �� uma refer��ncia a tudo isto que
acabamos de mencionar.
:l82 Suely C. SCHUBERT, Mediunidade: Caminho Para Ser Feliz.
Segunda Parte
ARQUIVOS DA ALMA
Esta revela����o (de vidas passadas),
por��m, s�� os Esp��ritos Superiores a
fazem, com um f��m ��til, nunca para
satisfazer a v�� curiosidade.
Allan Kardec (O Livro dos Esp��ritos - q. 399)
REGRESS��O DE MEMORIA NO
PLANO ESPIRITUAL
A mem��ria �� o arquivo da alma. Nos seus refolhos
est�� gravada toda a trajet��ria do Esp��rito desde
os seus primeiros passos na escalada evolutiva.
Esse �� um territ��rio sagrado, inexpugn��vel,
como um escr��nio secreto, que ret��m os registros das
experi��ncias, como conquistas e fracassos que o ser
humano acumula no curso dos tempos.
Embora todas essas caracter��sticas, a mem��ria,
sob condi����es extremas e especial��ssimas, pode ser devassada,
aju��zo de Esp��ritos Superiores, para benef��cio
do Esp��rito, quando este, terrivelmente, enredado no
torvelinho dos pr��prios erros necessite ser despertado,
tornando-se c��nscio de seu estado espiritual.
Vimos na primeira parte desta obra, quando
SUELY CALDAS SCHUBERT
abordamos o fant��stico potencial da mem��ria, o Benfeitor
Clar��ncio aplicando passes magn��ticos no campo
cerebral do paciente, no intuito de tir��-lo do que ele
denomina de "sombra anestesiante da amn��sia".
No caso referido, foram adotados recursos magn��ticos
para elucidar quanto ��s causas que deram
origem ��s perturba����es que a entidade apresentava.
No entanto, outros procedimentos podem ser usados,
especificamente, quando h�� necessidade de que
o Esp��rito veja os quadros mentais de seu passado
pr��ximo ou remoto, como se os estivesse vivenciando
novamente. Para tal cometimento �� imprescind��vel o
concurso de Instrutores Espirituais, que identificar��o
a premente necessidade de tal provid��ncia, a fim de
auxiliar o Esp��rito em grave processo de perturba����o,
proveniente de crimes perpretados, suic��dio, remorsos
ou cristaliza����es mentais, ocasionando deforma����es
e les��es perispirituais de grande porte.
V��rias obras medi��nicas de autoria dos Esp��ritos
Andr�� Luiz, Manoel Philomeno de Miranda, psicografadas
por Francisco C��ndido Xavier e Divaldo Franco,
respectivamente, como tamb��m as psicografadas por
Yvonne A. Pereira relatam esses casos em que s��o
utilizadas aparelhagens espec��ficas para a regress��o
de mem��ria.
Por sua grandiosidade e por ser extremamente
instrutivo, embora pouco mencionado, traremos ��
nossa aprecia����o alguns importantes aspectos do
not��vel livro livro Mem��rias de um Suicida,183 ditado
pelo Esp��rito que assina com o pseud��nimo de Camilo
183 Yvone A. PEREIRA, Memorias de um Suicida.
Os PODERES DA AGENTE
C��ndido Botelho, �� m��dium Yvonne A. Pereira.
V��rios Esp��ritos suicidas, inclusive o pr��prio
Andr�� Luiz, enfocados na referida obra, ap��s serem
resgatados da regi��o sombria em que se encontravam,
o Vale dos Suicidas, s��o levados para tratamento no
Hospital Maria de Nazar��, que integra a institui����o
espiritual denominada Legi��o dos Servos de Maria.
Passam a receber assist��ncia completa, atendendo ��s
suas necessidades morais e espirituais, tanto quanto
�� recomposi����o das les��es perispirituais de que cada
um era portador.
O livro retrata a dif��cil e dolorosa escalada evolutiva
desses Esp��ritos, ao tempo em que propicia ao
leitor uma reflex��o sobre suas pr��prias dificuldades
pessoais, pois evidencia os mecanismos da Lei de
A����o e Rea����o, ressaltando que cada um �� art��fice
do seu destino e escreve sua pr��pria hist��ria, sendo
respons��vel pela dor que causa a si mesmo, mas que
essa dor, ao contr��rio do que se sup��e, tem fun����o
educativa e n��o punitiva. A par disso, ressalta que a
Miseric��rdia Divina est�� presente junto a cada ser
humano, amparando-o com desvelo e amor para que
consiga vencer os ��bices que por si pr��prio atraiu
para sua caminhada.
Entre li����es e aprendizado de alt��ssimo valor, os
esp��ritos suicidas tiveram de se defrontar com o passado,
atrav��s da regress��o de mem��ria, induzida por
complexa e sofisticada aparelhagem, que registrava
as lembran��as extra��das do pr��prio arquivo mental
daquele que estivesse sendo analisado. Essa provid��ncia
era de extrema necessidade, pois ao se conscientizarem
do passado, das constantes reincid��ncias
SUELY CALDAS SCHUBERT
nos mesmos erros, das fraquezas e imperfei����es que
ainda os dominavam, aqueles desventurados seres
come��assem ali mesmo o ��rduo processo de transforma����o
interior, ��nico caminho para alcan��arem, um
dia, a t��o sonhada felicidade.
Tal medida fazia-se urgente para que os suicidas,
ao reencarnarem, tivessem melhores condi����es
para enfrentamento dos sofrimentos advindos dos
crimes cometidos em precedentes exist��ncias terrenas,
evitando assim novas quedas morais e, inclusive,
a repeti����o do ato de tirar a pr��pria vida. Isso n��o
significa que n��o houvesse para eles o esquecimento
do passado, pois esse faz parte da Lei Divina, mas
sim, que trariam, inconscientemente, um desejo de
vencer, de superar os obst��culos e sofrimentos, uma
esperan��a sempre presente de melhores dias.
A narrativa informa que em espa��osa sala, saturada
de fluidos magn��ticos a emitirem fosforesc��ncias
azuladas, encontrava-se singular cadeira transparente,
como se fosse de cristal, �� frente da qual estava
uma placa quadrangular, com cerca de dois metros,
semelhante a um espelho, placa essa ultrassens��vel,
fluido-magn��tica, com propriedade de registrar quaisquer
impress��es mentais ou emocionais de quem ali
se apresentasse.
Tais aparelhos s��o constitu��dos de subst��ncias
extra��das dos raios solares e funcionam como uma
esp��cie de m��quina fotogr��fica, atrav��s da qual os
Instrutores t��m condi����o de medir, reproduzir e movimentar
os pensamentos, as recorda����es, os atos
passados, e que est��o registrados nos escaninhos da
mente, que ent��o impressionam a luminosa placa,
Os PODERES DA MENTE
tornando-se vis��veis e t��o reais como a pr��pria realidade
em que foram vivenciados.
Esse pequeno grupo de suicidas teve assim a
oportunidade de assistir �� regress��o de mem��ria de
Agenor Penalva, recolhido, na ��poca, j�� h�� trinta e oito
anos, e que durante todo este per��odo mantinha-se
refrat��rio ��s orienta����es dos Mentores, n��o admitindo
os graves crimes por ele cometidos, sempre tentando
escond��-los com argumentos falsos e inconsistentes.
As cenas de sua vida foram sendo retratadas e
assistidas por todos os que ali estavam, comovidos e
assustados - por imaginarem que tamb��m passariam
pela mesma prova.
E isso de fato aconteceu, algum tempo depois.
Entre os Mestres que os instru��am estava Epaminondas
de Vigo. A esse cabia a responsabilidade de
sondar os escaninhos da mente de seus disc��pulos,
aos quais eram demonstradas as graves e repetidas
infra����es cometidas perante o C��digo Divino e os
comprometimentos da�� decorrentes.
O autor Camilo C��ndido Botelho relata, portanto,
com min��cias a sua dram��tica hist��ria desde o ano 33
da era crist��, em Jerusal��m, expondo as suas chagas
morais, em um processo de catarse, evidentemente
necess��ria, possibilitando aos leitores questionarem-
se a respeito de sua pr��pria hist��ria pessoal, enquanto
Esp��ritos velhos, multimilenares.
Importante destacar que, de acordo com a narrativa,
antes da realiza����o dessa sondagem dos arquivos
da mem��ria profunda, os alunos tiveram toda uma
prepara����o, demorada e especial��ssima com o Mestre
An��bal de Silas, que a princ��pio explanou as causas da
SUELY CALDAS SCHUBERT
vinda de Jesus �� Terra. Em seguida os alunos acompanharam,
sob intensa emo����o, o desfile das civiliza����es,
a exposi����o das mais prementes necessidades
humanas, como de todas as suas chagas morais, cuja
repercuss��o no mundo ��ntimo de cada um dos que
ali estavam assistindo era inconceb��vel, vista que, de
imediato, sentiam-se solid��rios com suas paix��es e
infort��nios por identific��-los em si mesmos.
An��bal apresentou-lhes, ent��o, a figura inesquec��vel
do Rabi da Galileia, atrav��s das suas pr��prias
lembran��as reproduzidas na tela magn��tica, pois
tivera a ventura de ser uma das crian��as que Ele acariciara
e aben��oara, quando observando que os Seus
seguidores as repreendiam, dizendo: Deixai vir a mim
as criancinhas, que delas �� o reino dos C��us...
An��bal amou o Mestre desde aquele momento, e
quando adulto se manteve fiel aos Seus ensinamentos,
dedicando-se a divulg��-los entre as crian��as e os jovens,
vindo a sofrer cru��is persegui����es, terminando
os seus dias terrenos em Roma, martirizado aos 37
anos de idade, preso a um poste, tendo o corpo embebido
em resina e incendiado para que iluminasse, juntamente
com outros m��rtires, os jardins de Nero.184
Assim, cada ser humano traz, no rec��ndito de
sua alma, os indel��veis registros de sua hist��ria pessoal.
Somos, portanto, autores desse incr��vel livro que
aos poucos escrevemos, com as tintas do nosso esfor��o
e quase sempre, por op����es err��neas que fazemos, ��
custa de nosso suor e l��grimas, cujo enredo �� a nossa
saga evolutiva.
184 Yvone A. PEREIRA, Memorias de um Suicida.
208
Esp��ritos mais elevados, evidentemente, n��o
precisariam recorrer a esses aparelhos quando desejassem
ou necessitassem extrair dos arquivos da
mem��ria as recorda����es do passado, pois bastaria a
pr��pria for��a da vontade para acionarem as energias
da mente, imprescind��veis para essa finalidade.
REGRESS��O DE MEM��RIA NA
REUNI��O MEDI��NICA
Durante a reuni��o medi��nica, quando da comunica����o
de Esp��rito necessitado, geralmente aquele
bastante comprometido perante as Leis Divinas, pode
acontecer que lhe seja ben��fica a regress��o de mem��ria
para que se conscientize de sua car��ncia ��ntima
e de sua realidade espiritual. Nesse caso, inspirado
pelos Mentores presentes, o doutrinador, avaliando
a situa����o do comunicante, sente ser esse o melhor
caminho, para tanto aplica-lhe passes no intuito de
faz��-lo regredir no tempo. Essa medida ter��, como ��
��bvio, o concurso da dire����o espiritual da reuni��o,
que propiciar�� os recursos magn��ticos para que o
resultado seja alcan��ado.
Os procedimentos espirituais, por��m, podem ter
algumas varia����es, dependendo das condi����es e do
empenho do grupo de encarnados. Um dos recursos
mais habituais �� aquele em que o comunicante v�� as
cenas de seu passado em "telas ou quadros flu��dicos",
identificando-se como personagem central e como que
vivenciando as emo����es e sentimentos ali expressos,
pois tudo �� formado atrav��s de suas pr��prias remi
SUELY CALDAS SCHUBERT
nisc��ncias, como que em uma "exsuda����o" de seu
mundo interior.
Em in��meras reuni��es das quais participamos
isso tem sido bastante frequente e constitui-se em
poderoso aux��lio para o doutrinador, enquanto que
�� vital para o despertamento do Esp��rito visitante.
O interessante �� que o m��dium, atrav��s do qual ele
se manifesta (e dependendo das suas possibilidades
medi��nicas), tamb��m ver�� as cenas projetadas, na
maioria das vezes, bastante dram��ticas. Outro ponto
a ser considerado �� que os participantes encarnados
igualmente estar��o contribuindo, fornecendo as energias
imprescind��veis que ser��o coletadas e manipuladas
pelos Esp��ritos especializados para a forma����o
dos quadros flu��dicos. Da�� a imperiosa necessidade de
que os tarefeiros da ��rea da mediunidade estejam bem
preparados, mantenham o amor e o respeito devidos
a esses nossos irm��os enfermos, saibam manter a
discri����o e o equil��brio, a fim de merecerem trabalhos
cada vez mais enriquecedores e produtivos.
Conv��m lembrarmos que a sala medi��nica possui
aparelhos instalados pela equipe espiritual, destinados,
exatamente, a facilitar essas provid��ncias.
Em outros casos pode acontecer que sejam
despertadas na mente do Esp��rito as recorda����es
do passado. Esse procedimento depender��, como ��
natural, dos Esp��ritos especializados nessa ��rea, que
por meio de processos magn��ticos desencadeiam as
lembran��as pret��ritas at�� o ponto em que julgam
ser necess��rio. O Esp��rito que est�� sendo levado ��
regress��o assume, ent��o, a personalidade de cada
��poca que est�� sendo desvendada, nas quais localizar��
Os PODERES DA MENTE
as nascentes de seus sofrimentos, as suas quedas e
desvios, conscientizando-se, afinal, de que n��o �� esse
ocaminho da felicidade.
A regress��o �� sempre um impacto decisivo para
a motiva����o dos Esp��ritos ��s mudan��as no curso de
suas vidas.
A respeito do assunto recomendamos os livros do
ilustre escritor Herm��nio Miranda, que nos apresenta
o resultado de suas experi��ncias neste campo.185
TERAPIA DE VIDAS PASSADAS (TVP)
A TVP tem se difundido bastante e despertado
o interesse e a curiosidade de grande n��mero de
pessoas. Embora na maioria dos casos se alcancem
bons resultados, tal medida n��o �� aconselh��vel sob
qualquer pretexto ou dificuldade que a pessoa esteja
vivendo, devido aos riscos inerentes ao processo, salvo
nos casos em que um profissional da ��rea, ap��s o
estudo do problema do paciente, o recomende.
O querido Benfeitor Dr. Bezerra de Menezes,
atrav��s da psicografia de Divaldo Franco, ao ser interpelado
por Miranda (Manoel Philomeno) quando
analisavam o caso Aderson, que apresentava autismo
avan��ado, se n��o seria recomend��vel a regress��o de
mem��ria para o paciente, esclarece:
A terapia de vidas passadas �� conquista muito
importante, recentemente lograda pelos nobres
18 5 Livros de Herm��nio C. MIRANDA que tratam desse tema: Di��logo
com as Sombras; Hist��rias que os Esp��ritos Contaram; O
Exilado; A Dama da Noite e outros.
211
SUELY CALDAS SCHUBERT
estudiosos das 'ci��ncias da alma'. Como ocorre
com qualquer terap��utica, tem os seus limites
bem identificados, n��o sendo uma panaceia capaz
de produzir milagres. Em grande n��mero dos
casos, os seus resultados s��o excelentes, principalmente
pela contribui����o que oferece, na ��rea
das pesquisas sobre a reencarna����o, entre os
cientistas. Libera o paciente de muitos traumas e
con��itos, propiciando a reconquista do equil��brio
psicol��gico, para a regulariza����o dos erros pret��ritos,
sob outras condi����es. Mesmo a��, s��o exigidos
muitos cuidados dos terapeutas, bem como
conhecimento das leis do reencarnacionismo e
da obsess��o, a fim de ser levado a bom termo o
tratamento, nesse campo. Outrossim, nesta, mais
do que nas outras terapias, a conduta moral do
agente deve ser superior, de tal forma que n��o se
venha a enredar com os cons��cios espirituais do
seu paciente, ou que n��o perca uma pugna, num
enfrentamento com os mesmos, que facilmente
se interp��em no campo das evoca����es trazidas
�� baila... Ainda devemos considerar que cristaliza����es
de longo per��odo, no inconsciente, n��o
podem ser arrancadas com algumas palavras e
indu����es psicol��gicas de breve dura����o. Neste
setor, al��m dos muitos cuidados exig��veis, o tempo
�� fator de alto signi��cado, para os resultados
salutares que se desejam alcan��ar.186
Dr. Bezerra esclarece quanto ao paciente citado,
18 6 Divaldo P. FRANCO, Loucura e Obsess��o.
212
Os PODERES DA MENTE
que nada seria conseguido com essa terapia, devido
ao seu total alheamento ao mundo objetivo, em face
de sua total aus��ncia de respostas aos est��mulos externos.
0 caso Aderson ser�� analisado neste livro, no
cap��tulo "Autismo".
PROJE����ES TELEP��TICAS
O pensamento exteriorizase e
projeta-se formando imagens e sugest��es
que arremessa sobre os objetivos que
se prop��e atingir.
Andr�� Luiz (Nos Dom��nios da Mediunidade)
telepatia �� a transmiss��o ou comunica����o
de pensamentos e sensa����es, a dist��ncia, entre
duas pessoas, informa o dicion��rio.
Allan Kardec, em O Livro dos M��diuns,18 7 denomina
a transmiss��o de pensamento de telegrafia
humana, e inquirindo acerca desse potencial do ser
humano aos Esp��ritos Superiores, estes esclareceram
que essa ser�� um dia um meio universal de correspond��ncia,
quando os homens forem mais moralizados;
por enquanto est�� circunscrita ��s almas de escol.
Em Animismo e Espiritismo, Alexandre Aksakof
define a telepatia como [...] uma troca de impress��es
consciente ou inconsciente, entre dois centros de atividade
ps��quica.188
Esse assunto �� amplamente comentado por Leon
18 7 Allan KARDEC, O Livro dos M��diuns, cap. XXV, it.285.
18 8 Alexandre AKSAKOF, Animismo e Espiritismo.
215
SUELY CALDAS SCHUBERT
Denis, no seu magistral livro O Problema do Ser, do
Destino e da Dor, com o sugestivo subt��tulo de "Proje����es
Telep��ticas". �� importante citarmos alguns
trechos desse brilhante escritor:
A telepatia, ou proje����o �� dist��ncia do pensamento
e mesmo da imagem do manifestante, faz-nos
subir mais um degrau na vida ps��quica. Aqui,
achamo-nos na presen��a de um ato poderoso da
vontade. [...]. A a����o telep��tica n��o conhece limites;
suprime todos os obst��culos e liga os vivos
da Terra aos vivos do Espa��o, o mundo vis��vel
aos mundos invis��veis, o homem a Deus; une-os
de maneira mais estreita, mais ��ntima.
Os meios de transmiss��o que ela nos revela
constituem a base das rela����es sociais entre os
Esp��ritos, o seu modo usual de permutarem as
ideias e as sensa����es. O fen��meno que na Terra
se chama telepatia n��o �� outra coisa sen��o o
processo de comunica����o entre todos os seres
pensantes na Vida Superior e a ora����o �� uma das
suas formas mais poderosas, uma das suas aplica����es
mais elevadas e mais puras. A telepatia ��
a manifesta����o de uma lei universal e eterna.
Todos os seres, todos os corpos permutam vibra����es.
Os astros exercem influ��ncia atrav��s
das imensidades siderais; do mesmo modo, as
almas, que s��o sistemas de for��as e focos de
pensamentos, impressionam-se reciprocamente
e podem comunicar-se a todas as dist��ncias. A
atra����o estende-se ��s almas como aos astros;
atrai-os para um centro comum, Centro Eterno
e Divino. Uma dupla rela����o se estabelece. Suas
216
Os PODERES DA MENTE
aspira����es sobem para ele na forma de apelos e
ora����es. Sob a forma de gra��as e inspira����es,
descem socorros.189
A telepatia �� um fen��meno an��mico, isto ��, produzido
por aptid��o da pr��pria pessoa, encarnada ou
desencarnada, sem a presen��a de Esp��ritos interferindo
no processo. Todavia, pode tornar-se um fen��meno
medi��nico caso um desencarnado venha a intermediar
a transmiss��o telep��tica. O m��dium Divaldo Franco
tem tido in��meras experi��ncias nesse sentido, quando
�� auxiliado pelo Esp��rito Walter (ou ��s vezes um
outro apresenta-se no lugar deste) em momentos e
situa����es em que �� questionado ou levado a indicar
nomes, localidades, objetos dos quais n��o tem o menor
conhecimento. Nessa hora Walter surge e o ajuda nas
respostas, que s��o absolutamente certas. Vemos a��
um fato medi��nico em que est��o associadas a vid��ncia
e a telepatia medi��nica, que consiste na capta����o
do pensamento do Esp��rito. Como �� ��bvio isso exige
perfeita sintonia e filtragem, al��m de muita seguran��a
por parte do m��dium.
LEITURA MENTAL
A leitura mental pode ser considerada uma variante
do processo telep��tico acima descrito. �� muito
conhecido o espet��culo apresentado em circos, audit��rios
e at�� em pra��a p��blica de duas pessoas trabalhando
juntas, enquanto uma delas segura em sua m��o
55 Leon DENIS, O Problema do Ser, do Destino e Dor.
SUELY CALDAS SCHUBERT
o documento de algu��m que est�� assistindo a outra,
de olhos vendados, de costas, passa a adivinhar, isto
��, a ler ou captar o nome da pessoa, datas e n��meros
ali contidos. O telepata tem, portanto, a capacidade
de captar esses dados, como em uma leitura ps��quica
do pr��prio documento ou captando da mente de seu
parceiro a informa����o precisa.
Anota Andr�� Luiz, em Obreiros da Vida Eterna190
importante caso de telepatia na modalidade de leitura
mental. Trata-se do socorro prestado a Dom��nico,
Esp��rito que se encontrava em plano inferior. Para
que isso ocorresse houve a intercess��o de Zen��bia,
diretora da Casa Transit��ria, que era profundamente
ligada a Dom��nico, desde vidas pret��ritas.
A Casa Transit��ria �� um tipo de constru����o para
movimento a��reo, mudando-se sem dificuldade de
uma regi��o para outra, conforme as circunst��ncias
e necessidade.
Para atender Dom��nico foi organizada uma
equipe da qual faziam parte Andr�� Luiz, o Assistente
Jer��nimo, padre Hip��lito, Luciana - uma clarividente
especializada em leitura mental -e outros auxiliares,
sob a segura dire����o de Zen��bia.
Dom��nico fora padre em sua ��ltima reencarna����o
e se comprometera, gravemente, por ter se
aproveitado de sua condi����o e dos templos religiosos
para realiza����o de prop��sitos menos dignos, optando
por uma conduta criminosa e desequilibrada. O trajeto
para o local onde ele se encontrava foi feito com
muito cuidado, por ser uma regi��o bastante dif��cil e
19 0 Francisco C. XAVIER. Obreiros da Vida Eterna.
Os PODERES DA MENTE
trevosa, resultante das emana����es mentais dos que
ali se demoravam. Localizado Dom��nico, Andr�� Luiz
observou que sua apar��ncia denotava o desequil��brio
espiritual que o dominava, que ele descreve como [...]
horr��vel m��scara de ��dio e indiferen��a. De olhar parado
no espa��o, num misto de desespero e zombaria,
semelhava-se a uma est��tua de insensibilidade, vestida
de farrapos hediondos.
Zen��bia aconchegou Dom��nico em seu rega��o,
sem que ele manifestasse qualquer rea����o e sem que
a identificasse. Ap��s as palavras iniciais que se seguiram
�� prece proferida por ela, o enfermo deu sinais
que ouvia e percebia o que estava acontecendo. Era
o momento oportuno para a interven����o de Luciana.
Os presentes elevaram ao Alto fervorosa s��plica para
que a clarividente [...] pudesse ver aquela consci��ncia
culpada com a efici��ncia precisa.
A enfermeira clarividente aproximou-se do sofredor
envolvendo-o em vibra����es de carinho fraterno,
e ap��s fixar o olhar em sua fronte, concentrando-se
demoradamente, come��ou:
��� Padre Dom��nico, vossa mente revela o passado
distante e esse pret��rito fala muito alto diante de
Deus e dos irm��os em humanidade! Duvidais da
Provid��ncia Divina, alegais que o vosso minist��rio
n��o foi devidamente remunerado com a salva����o e
imprecais contra o Pai de Miseric��rdia Infinita...
Vossa dor permanece repleta de blasf��mia e desespero,
proclamais que as For��as Celestiais vos
abandonaram ao tenebroso fundo do abismo!...191
19 1 Francisco C. XAVIER, Obreiros da Vida Eterna.
219
SUELY CALDAS SCHUBERT
Em sequ��ncia Luciana vai, aos poucos, revelando
todo o sombrio passado de crimes e desvarios que
"extra��a" dos arquivos profundos do Esp��rito enfermo.
Ela narra a sua ��ltima noite na exist��ncia carnal de
Dom��nico, quando este mais uma vez lan��a o seu poder
de sedu����o sobre certa mulher casada, que cede ��s
suas promessas; por��m o marido descobre-lhe a trai����o
e resolve vingar-se. Adquire uma garrafa de precioso
vinho e adiciona-lhe uma subst��ncia venenosa, de efeito
fulminante. Espreita os passos do sacerdote e quando
este retorna ao presbit��rio aproxima-se e, simulando
ter chegado de viagem, faz-lhe uma visita, sendo, ent��o,
introduzido na sala da casa paroquial, onde est�� posta
uma mesa bem servida de iguarias. O vinho �� oferecido
e Dom��nico o experimenta em grandes goles.
O efeito �� quase imediato e em meio a grande
sofrimento ouve o criminoso gritando por socorro,
simulando dedica����o e amizade. Em sua agonia �� assistido
por um outro religioso que sup��e ser ele um
elevado representante de Cristo, concedendo-lhe a absolvi����o
de todos os pecados. Ao seu lado, assistindo-
lhe os ��ltimos momentos, o criminoso finge ser amigo
dedicado e interessado na sua recupera����o.
No transcurso da leitura, Luciana v�� tamb��m
todos os envolvidos nas torpezas por ele praticadas.
A certo ponto do relato, Dom��nico, que aos poucos
dava sinais de muita emo����o, a interrompe aos gritos
suplicando-lhe que parasse, dominado por intensa crise
de pranto. Ap��s longa pausa, durante a qual Zen��bia
oacalma amorosamente, padre Hip��lito �� convocado a
semear [...] novas ideias no terreno consciencial arado
pela dor, o que �� efetuado por ele com muito desvelo.
Os PODERES DA MENTE
O resgate de Dom��nico atinge o ��pice da emo����o
quando dele se aproxima Ernestina, que fora sua m��e,
a quem ele, em prantos, pede perd��o enquanto ela o
envolve amorosamente e, com palavras de esperan��a,
restituindo-lhe a confian��a em Deus, convida-o a orar,
o que fazem juntos, rogando a Jesus que o perdoe e o
ampare, pois se sente doente e cansado.192
No caso Dom��nico encontramos a leitura mental
como procedimento necess��rio para o seu despertamento.
OBSESS��O TELEP��TICA
Deve-se ressaltar que a telepatia tem como base
a sintonia mental entre pessoas encarnadas e desencarnadas
que pensam e vibram na mesma faixa.
Recorremos mais uma vez a Andr�� Luiz, que
relata em Nos Dom��nios da Mediunidade193 um caso
de domina����o telep��tica envolvendo um casal, An��sia
e Jovino, este vivendo sob estranha fascina����o de
outra mulher.
A cena observada por Andr�� Luiz transcorria
quando o casal jantava ladeado pelas tr��s filhas. An��sia
tentava envolver o esposo na conversa����o, mas este
se mostrava aborrecido e distante.
Ap��s o jantar prepara-se para sair. A senhora
procura despertar-lhe o interesse dizendo que um
pouco mais tarde fariam as preces em conjunto, indagando
se deveriam esper��-lo. De maneira sarc��stica
192 Francisco C. XAVIER, Obreiros da Vida Eterna.
193 Francisco C. XAVIER, Nos Dom��nios da Mediunidade.
SUELY CALDAS SCHUBERT
responde n��o ver necessidade de preces, e acrescenta
n��o ter tempo para tais pieguices. Informa que iria
cuidar de neg��cios junto a amigos. Nesse instante,
Jovino v�� �� sua frente surpreendente imagem de
mulher, qual se fora projetada sobre ele a dist��ncia,
aparecendo e desaparecendo e passando a dominar
os seus pensamentos. Olha em seguida a esposa com
indiferen��a ir��nica, responde com dureza ��s suas
argumenta����es, no sentido de que estavam se distanciando
um do outro e sai apressado, batendo a porta
com estrondo. An��sia, amargurada, cai em pranto e
em seus pensamentos vai dizendo que ele agora vivia
de mentira em mentira e que tinha certeza de que
arranjara uma outra mulher.
Surge, ent��o, �� cena, um pouco distante, a mesma
figura de mulher e An��sia, embora n��o a vendo,
sente-se mal e relacionando outras situa����es, a identifica
mentalmente, como perversa criatura que h��
tempos rondava o seu lar.
�� medida em que a desventurada esposa pensava
em revide, a imagem projetada tornava-se mais
pr��xima e Andr�� Luiz a via como que materializada.
As duas assumem a posi����o de inimigas e passam a
manter uma verdadeira guerra mental.
O Assistente Aulus esclarece que ambas passaram
a sintonizar na mesma faixa, com evidente
preju��zo para An��sia, que a cada dia em que a cena
se repetia era tomada de intenso mal-estar. Ressalta
ainda que as contendas mentais ocorrem, muitas vezes,
dentro do mesmo lar onde renascem antagonistas
do passado para a imprescind��vel harmoniza����o.
Chamados pela Esfera Superior ao reajuste - ex
222
Os PODERES DA MENTE
plica ��ulus - raramente conseguem superar a
avers��o de que se v��em possu��dos, uns �� frente
dos outros, e alimentam com paix��o, no imo de
si mesmos, os raios t��xicos da antipatia que,
concentrados, se transformam em venenos magn��ticos,
suscet��veis de provocar a enfermidade
e a morte. Para isso, n��o ser�� necess��rio que a
persegui����o rec��proca se expresse em contendas
vis��veis. Bastam as vibra����es silenciosas de
crueldade e despeito, de ��dio e ci��me, viol��ncia
e desespero, as quais, alimentadas, de parte a
parte, constituem corrosivos destruidores.194
E o Assistente prossegue, elucidando:
O pensamento exteriorizase e projeta-se, formando
imagens e sugest��es que arremessa sobre
os objetivos que se prop��e atingir. Quando
benigno e edificante, ajusta-se ��s Leis que nos
regem, criando harmonia e felicidade, todavia,
quando desequilibrado e deprimente, estabelece
afli����o e ru��na. A qu��mica mental vive na base
de todas as transforma����es, porque realmente
evolu��mos em profunda comunh��o telep��tica com
todos aqueles encarnados ou desencarnados que
se afinam conosco.195
Para solucionar o problema da antipatia contra
n��s, ��ulus diz que a melhor maneira de extinguir o
fogo �� recusar-lhe combust��vel.
li 4 Francisco C. XAVIER, Nos Dominios da Mediunidade.
19 5 Francisco C. XAVIER, Nos Dominios da Mediunidade, passim.
223
SUELY CALDAS SCHUBERT
Sabemos que urge higienizar a nossa casa mental
atrav��s de pensamentos positivos, altru��sticos, n��o
dando guarida a ideias extempor��neas que surgem
�� nossa mente, e que n��o est��o de acordo com o teor
habitual de nossos pensamentos. Importa n��o alimentar
essas ideias, que irrompem concitando ao ci��me,
a suspeitar dessa ou daquela pessoa (e n��o raro s��o
aquelas mais amadas), �� inveja e outros estados emocionais
negativos.
Note-se que essas ideias t��m forte conte��do
emocional objetivando, exatamente, provocar o emocional
daquele que �� o alvo do processo telep��tico.
Tais pensamentos, portanto, podem traduzir mensagens
telep��ticas de encarnados ou desencarnados,
que visam atormentar e prejudicar ��queles a quem
se destina, podendo ser esse o in��cio de um processo
obsessivo de graves consequ��ncias. Os recursos para
nossa autodefesa s��o a prece, a vigil��ncia, a busca da
viv��ncia dos ensinamentos de Jesus, que nos manter��o
em faixas vibrat��rias mais equilibradas.
224
ONTAMINAC��O FLU��DICA
Os maus pensamentos corrompem os
fluidos espirituais, como os miasmas
delet��rios corrompem o ar respir��vel.
Allan Kardec (A G��nese - c. XIV)
Contaminar, contagiar. Informa o dicion��rio
"Aur��lio"196 que tais palavras s��o sin��nimas e
significam "transmiss��o de doen��a dum indiv��duo a
outro por contato; comunicar o v��rus contagioso a;
provocar infec����o"; mas t��m tamb��m o significado
de "transmitir-se, comunicar-se; corromper, viciar":
Seus desregramentos contagiaram os amigos".
Em n��vel mental o cont��gio �� uma realidade. Os
seres humanos s��o altamente sugestion��veis; somos
oque pensamos e "somos a soma de muitos" que pensam
como pensamos.
Em nossa vida di��ria, da inf��ncia �� fase adulta
e depois �� velhice, experienciamos as mais variadas
mudan��as em nosso modo de pensar e agir. No per��odo
infantil e na adolesc��ncia, o ser humano �� muito sus
196 Aur��lio B. H. FERREIRA, Novo Dicon��rio Aur��lio da L��ngua
Portuguesa.
SUELY CALDAS SCHUBERT
cet��vel ��s influencia����es do meio e do grupo em que
est�� inserido, sendo portanto, facilmente contagiado
pela opini��o alheia, pelos modismos que a m��dia fartamente
divulga, seja na moda, na m��sica, nos h��bitos,
nos v��cios, e muitos, quando adultos, prosseguem
vivendo da mesma maneira, deixando-se levar pela
"onda" do momento sem se darem conta de que n��o
t��m opini��o pr��pria, nem mesmo sabem quais as suas
reais prefer��ncias.
Esse processo de cont��gio para ficar de acordo
com o que est�� na moda �� apenas um dos ��ngulos
da quest��o, vista que tudo o que o indiv��duo absorve
dos pensamentos e conduta dos outros, igualmente,
transmite ��queles com quem convive; e nesse feedback
forma-se o ambiente, o meio.
Infere-se, portanto, que o meio resulta do conjunto
de pensamentos de todas as pessoas, o que em
termos esp��ritas denominamos ambiente, quando
queremos ampliar o significado de forma abrangente,
incluindo a contraparte espiritual. Kardec elucida
que os fluidos espirituais s��o a mat��ria do mundo
espiritual.
Os fluidos s��o o ve��culo do pensamento, este atua
sobre os fluidos como o som sobre o ar; [...] eles nos
trazem o pensamento, como o ar nos traz o som.
Esses fluidos espirituais s��o manipulados pelos
Esp��ritos atrav��s do pensamento e da vontade, podendo
direcion��-los como tamb��m [...] os aglomeram,
combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos
que apresentam uma apar��ncia, uma forma,
uma colora����o determinadas; podendo ainda mudar
as suas propriedades, combinando-os segundo certas
226
Os PODERES DA JV��ENTE
leis. Isso nos leva a deduzir que as emiss��es mentais
modificam, alteram as condi����es desses fluidos de
acordo com a pureza ou impureza dos pensamentos
e sentimentos. O Codificador assinala:
Os maus pensamentos corrompem os fluidos
espirituais, como os miasmas delet��rios corrom
pem o ar respir��vel.
Isso tamb��m vigora na esfera dos encarnados,
assim o pensamento destes interfere na ambi��ncia
espiritual, conforme o teor negativo ou positivo da
emiss��o mental.
Figuremos a nossa mente como uma usina gerando
energia constantemente. A qualidade dessa
energia depender�� do teor dos nossos pensamentos
e dos sentimentos que os revestem, e ir��o contaminar
aqueles que est��o no mesmo padr��o vibrat��rio,
tal qual os v��rus da gripe que s��o transmitidos e se
propagam, atrav��s da respira����o, os quais afetar��o os
que estiverem com baixas defesas imunol��gicas.
Alerta-nos Emmanuel que, sem perceber, [...]
ingerimos pensamentos a cada instante em um constante
processo de afinidade, associa����o e sintonia,
verdadeiramente, fant��sticos, embora n��o estejamos
c��nscios disso.
Sob esse prisma todos estamos sujeitos a cont��gios
os mais diversos, seja por esses processos
mentais, seja porque [...] sendo o nosso perisp��rito
de natureza id��ntica �� dos fluidos espirituais, ele os
assimila com facilidade, como uma esponja se embebe
de um l��quido. Se o ambiente est�� saturado de maus
fluidos o encarnado os absorve pelos poros perispir��
SUELY CALDAS SCHUBERT
ticos, tal como acontece com o corpo que absorve os
miasmas pestilenciais.
Tal �� a raz��o de nos sentirmos mal em certos
ambientes, enquanto que em outros a nossa impress��o
�� a de um ambiente agrad��vel, exatamente por se
encontrarem ali pessoas com as que nos afinamos e
que pensam como n��s.
Ressalta Kardec que [...] o pensamento, portanto,
produz uma esp��cie de efeito f��sico que reage sobre
omoral, fato este que s�� o Espiritismo podia tornar
compreens��vel.197
Denominamos de psicosfera o imenso conjunto
de pensamentos de toda a popula����o do nosso Planeta,
e esse ambiente ps��quico/espiritual denota o est��gio
moral da Humanidade que o habita. Mas, em ��mbito
menor temos a psicosfera de um pa��s, de uma cidade,
de um lar e a que �� pessoal a cada um de n��s.
OS MONSTROS DO PENSAMENTO
Conforme registramos na primeira parte, relativamente
��s formas-pensamento, nossas cria����es
mentais adquirem vida moment��nea enquanto as
estivermos vitalizando. No momento, grande parte da
Humanidade terrena ainda se encontra presa das paix��es
inferiores, o que levou Emmanuel a compar��-la,
considerando-a em seus padr��es mentais, a uma [...]
floresta escura, povoada de monstruosidades. Vejamos
a compara����o feita por ele:
19 7 Allan KARDEC, A G��nese.
Os P ODERES DA MENTE
Se nos fundamentos evolutivos da organiza����o
planet��ria encontramos os animais pr��-hist��ricos,
oferecendo a predomin��ncia de peso e ferocidade
sobre quaisquer outros caracter��sticos,
nos alicerces da civiliza����o do Esp��rito ainda perseveram
os grandes monstros do pensamento,
contitu��dos por energias f��u��dicas, emanadas dos
centros de intelig��ncia que lhes oferecem origem.
Temos assim, dominando ainda a forma����o sentimental
do mundo, os mamutes da ignor��ncia, os
megat��rios da usura, os iguanodontes da vaidade
ou os dinossauros da vingan��a, da barb��rie,
da inveja ou da ira.198
Pensando e agindo com desequil��brio o ser humano
torna-se agente poluidor da psicosfera onde vive
e se movimenta, cujo resultado �� a polui����o mental
que, conforme dizem os Benfeitores Espirituais, est��
atingindo n��veis alarmantes.
Quando tanta gente pensa, unicamente, nas satisfa����es
dos seus instintos mais primitivos; quando
tantos querem ser livres escravizando outros seres
humanos; quando muitos batalham pela legaliza����o
do aborto, da eutan��sia, da pena de morte; quando os
promotores da viol��ncia a expandem por toda parte,
agindo com crueldade e sem o m��nimo respeito pela
vida humana; quando os v��cios de toda sorte s��o
propagados como moda e op����o de vida; quando incalcul��vel
n��mero de pessoas dedicam grande parte
de seu dia para conversa����es negativas e degradantes
19 8 Francisco C. XAVIER, Roteiro.
229
SUELY CALDAS SCHUBERT
n��o �� dif��cil entender porque Emmanuel afirma que
no mundo [...] ainda perseveram os grandes monstros
do pensamento.
Andr�� Luiz, por sua vez, relata o que presenciou
quando volitava em uma via p��blica em companhia de
seu companheiro Vicente, sob a orienta����o do Instrutor
Espiritual Aniceto, tendo este chamado a aten����o de
ambos para certas manchas escuras sobre a regi��o:
S��o nuvens de bact��rias variadas. Flutuam,
quase sempre tamb��m, em grupos compactos,
obedecendo ao princ��pio das afinidades. Reparem
aqueles arabescos de sombra... (disse Aniceto
indicando certos edif��cios e outros locais).
Observem os grandes n��cleos pardacentos ou
completamente obscuros!... S��o zonas de mat��ria
mental inferior, mat��ria que �� expelida incessantemente
por certa classe de pessoas. Se demorarmos
em nossas investiga����es, veremos igualmente
os monstros que se arrastam nos passos
das criaturas, atra��das por elas mesmas... Tanto
assalta o homem a nuvem de bact��rias destruidoras
da vida f��sica, quanto as formas caprichosas
das sombras que amea��am o equil��brio mental.199
INFEC����ES FLUIDICAS
Em sequ��ncia ao texto acima, Andr�� Luiz solicita
a Aniceto maiores esclarecimentos, interrogando-o
a respeito da mat��ria mental emitida pelo homem
inferior, se essa tem vida pr��pria como as bact��rias
19 9 Francisco C. XAVIER, Os Mensageiros.
Os PODERES DA MENTE
que produzem as enfermidades corporais. O Mentor
responde afirmativamente, lembrando que o Esp��rito
encarnado vive em um aparelho psicof��sico havendo
portanto, doen��as do corpo material e aquelas que
acometem o psiquismo.
Aprofundando o tema, esclarece:
Ora, se temos a nuvem de bact��rias produzidas
pelo corpo doente, temos a nuvem de larvas
mentais produzidas pela mente enferma, em
identidade de circunst��ncias. Desse modo, na
esfera das criaturas desprevenidas de recursos
espirituais, tanto adoecem corpos, como almas.
No futuro, por esse mesmo motivo, a medicina
da alma absorver�� a medicina do corpo.200
Este tema ser�� retomado por Andr�� Luiz no livro
Mission��rios da Luz, quando recebe do Orientador
Espiritual Alexandre esclarecimentos acerca do vampirismo
e da quest��o relacionada com a patog��nese da
alma, advertindo que os estados ��ntimos afetam profundamente
a criatura. Assim, a c��lera, os desequil��brios
do sexo, a conduta viciosa formam cria����es inferiores
que acabam por lesar a mente, tornando-a enferma.
Diante dessas explica����es, Andr�� Luiz indaga
como ocorrem os processos m��rbidos de ascend��ncia
ps��quica e se h�� possibilidade de cont��gio. O Orientador
Espiritual Alexandre, atenciosamente, discorre
acerca do assunto:
Voc�� est�� observando o setor das larvas (mentais)
com justi��c��vel admira����o. N��o tenha d��vida.
20 0 Francisco C. XAVIER, Os Mensageiros.
Suely CALDAS SCHUBERT
Nas mol��stias da alma, como nas enfermidades
do corpo f��sico, antes da afec����o existe o ambiente.
As a����es produzem efeitos, os sentimentos
geram cria����es, os pensamentos d��o origem a
formas e consequ��ncias de infinitas express��es.
E, em virtude de cada Esp��rito representar um
universo por si, cada um de n��s �� respons��vel
pela emiss��o das for��as que lan��amos em
circula����o nas correntes da vida. A c��lera, a
desespera����o, o ��dio, o v��cio, oferecem campo a
perigosos germes ps��quicos na esfera da alma.
E, qual acontece no terreno das enfermidades
do corpo, o cont��gio aqui �� fato consumado,
desde que a imprevid��ncia ou a necessidade de
luta estabele��am ambiente prop��cio, entre companheiros
do mesmo n��vel.201
Na obra medi��nica de Divaldo Franco, encontramos
diversas refer��ncias ��s larvas mentais, citadas,
especialmente, por Manoel Philomeno de Miranda e
Jo��o Cle��fas com a denomina����o de vibri��es. Vejamos
no texto a seguir, quando Jo��o Cle��fas explana sobre
a import��ncia da sala medi��nica, comparando-a a
laborat��rio de experi��ncias transcendentais e socorros
espirituais, e menciona os reagentes mentais que
saneiam o ambiente, preparando-o para as tarefas ali
realizadas:
Utilizemo-nos dos componentes da rea����o moral
elevada contra os invasores microbicidas das
regi��es inferiores da vida.
20 1 Francisco C. XAVIER, Mission��rios da Luz.
Os PODERES DA MENTE
Vibri��es elaborados por mentes viciosas, corpos
estranhos produzidos por Entidades perversas,
ideoplastias formuladas por fixa����es negativas
constituem fantasmas perturbadores que invadem
a esfera do servi��o, muitas vezes impossibilitando
as realiza����es nobilitantes do trabalho. [...].
Em qualquer ambiente em que se procedem
a tais experi��ncias vitais, o cont��gio desta ou
daquela natureza, seja no campo da inocula����o
de formas vivas perniciosas �� exist��ncia, seja da
exterioriza����o delet��ria de pensamentos destrutivos,
consegue danificar os mais respeit��veis
programas, desde que nos n��o encontremos
devidamente forrados para investir nesse campo
��rduo, fomentando as produ����es relevantes.202
Cle��fas recomenda que sejam usados o labor
ass��ptico da prece, o pensamento reto e otimista,
a reflex��o em torno da sagrada finalidade da vida,
como recursos que propiciam os reagentes mentais
que anulam tais formas-pensamento.203
LINCHAMENTO
O cont��gio atrav��s de ideias nocivas que s��o lan��adas
nas mentes incautas e invigilantes, sintonizadas
com v��cios e desequil��brios de toda sorte, a contamina����o
flu��dica decorrente dessas elabora����es mentais
perturbadoras encontram-se presentes, e em plena
20 2 Divaldo P. FRANCO, Depoimentos Vivos.
20 3 Divaldo P. FRANCO, Depoimentos Vivos, passim.
233
Suely CALDAS SCHUBERT
for��a de expans��o nas lament��veis cenas de linchamentos.
Encontramos no caso Ludg��rio narrado por
Manoel Philomeno de Miranda um exemplo disto.
Explica o Autor Espiritual que Ludg��rio tornou-
se um dependente do alcoolismo desde cedo, induzido
por inimigos desencarnados, mergulhando em uma
vida bastante viciosa, frequentando ambientes s��rdidos,
provocando brigas que, com frequ��ncia, o levaram
ao c��rcere. Certa vez, por��m, foi atendido em um
Centro Esp��rita, per��odo em que se manteve s��brio,
entretanto, de pouco valeram os ensinamentos que
ouviu e o tratamento espiritual que lhe foi ministrado.
Infelizmente, para ele o processo obsessivo, com caracter��sticas
de vampiriza����o, do qual era v��tima estava
muito avan��ado, assim desistiu de tudo voltando aos
desregramentos habituais.
Certo dia, acometido de uma crise de loucura,
esfaqueou por repetidas vezes um companheiro embriagado,
cena essa presenciada por v��rias pessoas
frequentadoras do mesmo local, que tomadas de ira
e inspiradas pelos cru��is perseguidores, atiraram-se
sobre ele, grupo esse acrescido pelos transeuntes
atra��dos pela balb��rdia, que aderiram ao massacre
sem que ningu��m interferisse, ocasionando a morte
de Ludg��rio.204
�� ineg��vel que as hordas de Esp��ritos infelizes,
atormentados e atormentadores, procuram contagiar
as pessoas com pensamentos e ideias nefastas, sempre
visando manter os v��cios, semeando o ��dio, a ideia de
vingan��a, para que se estabele��a a decad��ncia dos va
20 4 Divaldo P. FRANCO, Tormentos da Obsess��o.
234
Os PODERES DA MENTE
lores que levam ao caos moral entre os seres humanos,
oque os favorecem, pois se locupletam dessas emana����es
degradantes. A par disso, envolvem aqueles que
se lhes tornam os alvos prediletos, com suas vibra����es
desarm��nicas, contaminando-os, fluidicamente, com
suas auras delet��rias, com as quais tais criaturas se
afinam por sintonia de pensamentos, desejos e prefer��ncias.
Essas almas, segundo o Benfeitor Espiritual
Alexandre, [...] t��m voca����o para o abismo.
Uma contamina����o flu��dica grave e que oferece
perigo para os encarnados �� registrada no livro Mem��rias
de um Suicida, quando o autor Camilo C��ndido
Botelho e seus companheiros, em prosseguimento ao
aprendizado que lhes era imprescind��vel por serem
suicidas, visitam o manic��mio, setor onde permaneciam
internados os Esp��ritos de suicidas, cujo estado
mental era muito grave, impossibilitando-os de raciocinar
normalmente.
Foi explicado pelo Irm��o Jo��o, que dirigia este
departamento da Col��nia "Legi��o dos Servos de Maria",
que os que ali estavam eram considerados os
casos de maior gravidade. Esclareceu que embora os
enfermos n��o se apresentassem agressivos, a aproxima����o
de um deles junto a encarnados resultaria
extremamente danosa, conforme �� explanado no trecho
a seguir:
Seus deplor��veis estados vibrat��rios, rebaixados
a n��vel superlativo de depress��o e inferioridade,
s��o de tal sorte prejudiciais que, se se aproximassem
de um homem encarnado, junto dele permanecendo
vinte e quatro horas, e se esse homem,
ignorante em assuntos ps��quicos, lhes oferecesse
SUELY CALDAS SCHUBERT
analogias mentais, prestando-se �� passividade
para o dom��nio das sugest��es, poderia suceder
que o levassem ao suic��dio, inconscientes de
que o faziam, ou o prostrassem gravemente
enfermo, alucinado, mesmo louco! Junto a uma
crian��a poder��o mat��-la de um mal s��bito, se o
pequenino ser n��o tiver ao redor de si algu��m
que, por disposi����es naturais, para si atraia t��o
perniciosas irradia����es, ou uma terap��utica espiritual
imediata, que o salvaguarde do funesto
cont��gio, que, no caso, ser�� o efeito l��gico de
uma peste que se propagou [...].205
Diante desses quadros t��o dolorosos algu��m
poder�� perguntar: ��� E a Miseric��rdia Divina, por que
permite coisas desse tipo? Esse foi o questionamento
de Andr�� Luiz, nas obras retrocitadas, como tamb��m
ofaz Philomeno de Miranda, para esclarecer aos leitores,
em alguns momentos de suas obras; e assim
procede o grupo de suicidas, ao se inteirarem dessas
possibilidades de contamina����o.
�� oportuno transcrevermos a resposta do Irm��o
Jo��o, deveras esclarecedora. Inicialmente, ele se refere
�� Lei da Divina Provid��ncia, que estatuiu e preconizou
o Bem e o Belo como padr��es supremos para a
harmonia do Universo. Quando o homem, por sua
imperfei����o, distancia-se desses princ��pios e envereda
por atalhos opostos, arca com a responsabilidade
pelas infra����es cometidas perante as Leis Divinas e
por toda a desarmonia em que permanecer enredado.
aos Yvone A. PEREIRA, Memorias de um Suicida.
236
Os PODERES DA MENTE
Como �� ��bvio, isso acontece devido �� inferioridade dos
habitantes desse planeta, cuja Humanidade est�� ainda
no patamar de provas e expia����es.
Em rela����o �� crian��a, �� preciso lembrar, que
sendo o seu organismo bastante delicado, �� mais
suscet��vel ��s agress��es vibrat��rias, como igualmente
ocorre em qualquer outra circunst��ncia negativa a
que esteja exposta, o que poder�� ocasionar-lhe danos
f��sicos, ps��quicos e at�� mesmo a morte. Mas, em contrapartida,
n��o faltam meios de defesa para livrar as
criaturas desse e de outros infort��nios. Deixamos a
palavra com o Irm��o Jo��o, que discorre muito bem a
respeito dos processos de defesa:
Atrav��s da higieniza����o mental, no reajustamento
dos sentimentos �� pr��tica do verdadeiro Bem,
assim como no cumprimento do Dever; nas harmoniosas
vibra����es originadas da comunh��o da
mente com a Luz que do Alto irradia em tonos de
benefic��ncia para aqueles que a buscam, poder��
a individualidade encarnada imunizar-se de tal
cont��gio, assim como o homem se imuniza de
males epid��micos, pr��prios do f��sico-terrestre,
com as subst��ncias profil��ticas apropriadas �� organiza����o
carnal, isto ��, vacinas... Em se tratando
de um v��rus ps��quico, �� claro que o ant��doto
ser�� an��logo, harmonizado em energias opostas,
tamb��m ps��quicas... Por nossa vez, existindo na
Lei que orienta a P��tria Invis��vel, ordens perenes
para que calamidades de tal vulto sejam evitadas
omais poss��vel, todos os esfor��os empregamos
a fim de bem cumpri-las, constituindo dever sagrado,
para n��s, o preservarmos os homens em
237
SUELY CALDAS SCHUBERT
geral, e a crian��a em particular, de acidentes
dessa natureza.206
206 Yvone A. PEREIRA, Memorias de um Suicida.
238
COMO AGEMOS OBSESSORES
[...] as imperfei����es morais d��o azo �� a����o
dos Esp��ritos obsessores.
Allan Kardec (O Livro dos M��diuns)
Apenas seremos atingidos nas fraquezas
que necessitamos fortalecer.
Joanna de Angelis (Ap��s a Tempestade)
��O NOS DEIXES CAIR EM TENTA����O
Tenta����es. Quem n��o as tem? Nessa ou naquela
circunst��ncia, momento ou oportunidade, alguma
dessas pode surgir e, de repente, crescer, dominar,
impor-se �� vontade, �� voz da consci��ncia e submeter
tudo ao comando do desejo, n��o importando mais se ��
um erro, um passo em falso, uma cilada, um v��cio, um
preju��zo... Tantas coisas. E l�� est�� a pessoa, por ora
presa irremedi��vel da sua tenta����o, que se transforma
em a����o, enquanto escreve o seu futuro.
Desejos, prefer��ncias, tend��ncias, voca����es,
conquistas, quedas, vit��rias constituem o arquivo de
nossas almas. Desse arquivo fant��stico ressumam,
conforme o momento, as tenta����es.
SUELY CALDAS SCHUBERT
As tenta����es fazem parte do universo pessoal
de cada ser humano e s��o inerentes ao exerc��cio
evolutivo. S��o como obst��culos em nosso trajeto, que
iremos transpondo gradualmente, no uso de nosso
livre-arb��trio, ao tempo em que nos fortalecemos a
cada nova conquista.
Na prece "Pai Nosso" Jesus nos alerta quanto ��s
tenta����es. O Mestre ressalta assim o car��ter universal
da prece, e ensina que devemos rogar for��as ao Pai
para venc��-las.
Depreende-se, portanto, que as tenta����es nascem
de nossas imperfei����es, das falhas de nosso car��ter.
TENTANDO A TENTA����O
Nossas imperfei����es morais abrem campo ao
ass��dio de Esp��ritos interessados em nos obstar a caminhada
evolutiva, seja por d��vidas contra��das em passado
pr��ximo ou remoto, seja pelo prazer de perturbar
e fazer sofrer aqueles que n��o pensam como eles.
Pessoas que n��o cultivam v��cios, e que se prop��em
a acertar mais e errar menos podem tornar-se
alvos desses Esp��ritos malfazejos, que se comprazem
nesses ass��dios, visando engrossar as fileiras
dos desequilibrados, sustentados que s��o por suas
emana����es vibrat��rias, em um aut��ntico processo
de vampiriza����o. Contudo, s�� lograr��o ��xito se tais
pessoas, embora as boas inten����es, n��o forem capazes
de resistir ��s suas investidas, deixando-se levar por
ideias negativas, aderindo a certo tipo de conduta
perniciosa. Por outro lado, as d��vidas contra��das s��o
240
Os PODERES DA "MENTE
brechas morais que facilitam a cobran��a do Espirito
vingador, que se coloca �� espreita visando melhores
resultados em seu plano de a����o.
Para alcan��ar seus intentos precisa conhecer o
ponto mais vulner��vel do car��ter de sua futura v��tima,
vista que �� exatamente nessa imperfei����o predominante
que ir�� atuar, pois percebe, de imediato, a
fragilidade ali existente.
Todos temos uma certa tend��ncia, uma fraqueza
que sentimos necessidade de combater e para tal cer-
camo-nos de precau����es, quando c��nscios disso, a fim
de evitar quedas nesse campo secreto do nosso Eu.
Identificado o ponto fraco, o obsessor cuidar�� de
instig��-lo para que se torne uma ideia fixa e obsidente.
Esse �� um dos processos utilizados pelos obsessores,
registrado por Andr�� Luiz, no cap��tulo VIII do livro
A����o e Rea����o.807
A estrat��gia �� explicada pelo Esp��rito Leonel, que
diz t��-la aprendido nas escolas dos vingadores - organiza����es
mantidas por entidades criminosas, homiziadas,
temporariamente, nos planos inferiores. Essa
tend��ncia �� denominada por eles de "desejo-central"
e caracteriza o reflexo dominante da personalidade.
Ele acrescenta que a crueldade reflete o criminoso,
a cobi��a �� o reflexo do usur��rio, a maledic��ncia do
caluniador, a irrita����o �� o reflexo do desequilibrado,
o esc��rnio �� o reflexo do ironista, tanto quanto a eleva����o
moral �� o reflexo do santo.
Conhecido o reflexo da criatura, os obsessores
passam a superaliment��-la com excita����es constantes,
20 7 Francisco C. XAVIER, A����o e Rea����o.
SUELY CALDAS SCHUBERT
fortalecendo os quadros j�� existentes na imagina����o,
e ao mesmo tempo criando outros para que se estabele��a
a fixa����o mental, o que se d�� por repeti����o
constante, em verdadeira hipnose. E Leonel conclui
dizendo que
[...] a obsess��o n��o passa de um estado anormal
da mente, subjugada pelo excesso de suas pr��prias
cria����es a pressionarem o campo sensorial,
infinitamente acrescidas de influ��ncia direta ou
indireta de outras mentes desencarnadas ou n��o,
atra��das por seu pr��prio reflexo.
Finalizando a explica����o, acrescentou: [...] ���
Cada um �� tentado exteriormente pela tend��ncia que
alimenta em si pr��prio.208
Nossas tend��ncias expressam o que existe em
nosso mundo ��ntimo, e �� exatamente nesse campo
que come��am a surgir as tenta����es. Muitos n��o se
d��o conta disso e preferem declarar, como desculpa,
que s��o os instintos, que a carne �� fraca, que �� da
natureza humana, etc.
O Orientador Espiritual Emmanuel, desdobrando
o ensinamento do Mestre vigiai e orai, para n��o
cairdes em tenta����o, afirma que [...] as mais terr��veis
tenta����es decorrem do fundo sombrio de nossa individualidade,
assim como o lodo mais intenso, capaz
de tisnar o lago, procede do seu pr��prio seio.209
Joanna de Angelis, na frase que colocamos em
ep��grafe, enfatiza como fortalecer as fraquezas que
nos s��o pr��prias. Vale a pena repeti-la para melhor
20 8 Francisco C. XAVIER, A��ao e Rea����o.
20 9 Idem, Fonte Viva,.
Os PODERES DA MENTE
meditarmos a respeito: [...] Apenas seremos atingidos
nas fraquezas que necessitamos fortalecer.210
Sabemos, atrav��s da Doutrina Esp��rita, que o
Esp��rito n��o retroage, portanto, as aquisi����es positivas,
as vit��rias contra as imperfei����es sedimentam
no seu mundo interior conquistas perenes que
passam a integrar-lhe a individualidade. Entretanto,
aqueles pontos fracos ou imperfei����es que ainda n��o
foram vencidos passar��o por testes, imprescind��veis
ao processo evolutivo. Exemplificando: a pessoa que
j�� venceu o v��cio do roubo, ao se defrontar com uma
grande quantia perdida, ou com j��ias de grande valor,
n��o sentir�� a tenta����o de tirar algum proveito,
de esconder alguma parte ou tudo, e de imediato, ir��
procurar os meios legais para devolv��-las. Se, por��m,
come��ar a imaginar que ningu��m est�� vendo, que
todo mundo ficaria com o achado, se come��ar a pensar
que est�� passando necessidades e que afinal de
contas merece aquilo, mas ao mesmo tempo come��a
a pensar que n��o seria honesto, que aprendeu a n��o
roubar, que mais vale ter a consci��ncia tranquila e,
nessa luta ��ntima, consegue vencer a tenta����o e n��o
se apropria de coisa alguma - nesse caso, a fraqueza
ou tend��ncia que estava passando pelo teste �� vencida
e a pessoa se fortalece nesse ponto.
Em caso contr��rio, se deixa dominar pela tenta����o
e, rapidamente, esconde o que n��o lhe pertence,
julgando-se um grande felizardo, est�� claro que ainda
n��o superou tal imperfei����o. Isso ocorre em muitos
campos de nossa vida, pois somos testados em nossos
21 0 Divaldo P. FRANCO, Ap��s a Tempestade.
SUELY CALDAS SCHUBERT
defeitos morais, que s��o pontos fracos de nosso car��ter
at�� conseguirmos a vit��ria, essencial para nosso
crescimento espiritual.
Emmanuel adverte:
N��o te proponhas, desse modo, atravessar o
mundo sem tenta����es. Elas nascem contigo, assomam
de ti mesmo e alimentam-se de ti, quando
n��o as combates, dedicadamente, qual o lavrador
sempre disposto a cooperar com a terra da qual
precisa extrair as boas sementes. Caminhar do
ber��o ao t��mulo, sob as marcas da tenta����o, ��
natural. [...].
Entretanto, lembremo-nos do ensinamento do
Mestre, vigiando e orando, para n��o sucumbirmos
��s tenta����es, de vez que mais vale chorar
sob os aguilh��es da resist��ncia que sorrir sob
os narc��ticos da queda.211
Resistir, vigiando e orando - eis o passo decisivo
para a vit��ria contra o Eu.
EXAMINANDO O PROCESSO OBSESSIVO
Para entendermos um pouco dos meandros do
processo obsessivo, vamos recorrer aos Orientadores
Espirituais Andr�� Luiz e em seguida a Manoel Philomeno
de Miranda.
Come��amos com o livro No Mundo Maior212, que
apresenta, entre tantos pontos de suma import��ncia,
21 1 Francisco C. XAVIER, Fonte Viva.
21 2 Francisco C. XAVIER, No Mundo Maior.
244
Os PODERES DA MENTE
preciosas instru����es em seus cap��tulos iniciais, que
iremos enfocar.
Em companhia do Instrutor Calderaro, Andr��
Luiz �� convidado a examinar, em certo hospital, o
caso de um doente terminal que estava, estreitamente,
ligado a um Esp��rito em m��seras condi����es de inferioridade
e sofrimento. O doente apresentava forte tens��o
nervosa, n��o percebendo a presen��a do obsessor de
sinistro aspecto. Pareciam visceralmente ligados, tal
a quantidade de fios tenu��ssimos que mutuamente os
entrela��avam, desde o t��rax at�� a cabe��a, como se
fossem prisioneiros de uma rede flu��dica. Andr�� Luiz
observou que os pensamentos, emo����es e sentimentos
eram permutados entre ambos, pois, espiritualmente,
estavam bastante identificados entre si. A entidade n��o
se dava conta da presen��a de Calderaro e de Andr��
Luiz, em virtude do grosseiro padr��o vibrat��rio em
que se mantinha, enquanto fixava o doente, como um
felino vigiando a presa.
O Instrutor Espiritual passou, em seguida, a explicar
as causas do drama que estava sendo analisado,
cujo in��cio ocorrera h�� vinte anos. Por essa ��poca o
atual verdugo era dono de uma casa comercial, sendo
patr��o e tutor daquele que hoje �� o enfermo, que para
ele trabalhava desde a inf��ncia. Vindo a maioridade, o
empregado passou a exigir do chefe o pagamento de
v��rios anos de servi��o. Negou-se o patr��o, mencionando
que o criara como filho e que lhe daria vantajosa
posi����o nos neg��cios, mas n��o pagaria nada relativamente
ao passado. O jovem enfureceu-se e instalou-se
a discuss��o e, no auge da ira, o assassinou, dominado
por selvagem f��ria. Antes de fugir do local, o crimi
SUELY CALDAS SCHUBERT
noso tirou do cofre a import��ncia que se supunha de
direito, deixando ali o restante, uma regular fortuna
para despistar a pol��cia.
Na manh�� seguinte, fingindo preocupa����o ante
as portas cerradas, chamou a pol��cia para que abrisse
a loja, quando foi constatado o crime. O assassino fingiu
profunda como����o e tomou todas as provid��ncias,
protegendo tamb��m a vi��va e os filhos do falecido, que,
em raz��o dos seus cuidados, receberam substanciosa
heran��a.
Logo depois o antigo empregado mudou-se para
outra cidade e ali se instalou, aplicando os recursos
em atividades lucrativas. Mais tarde casou-se com uma
jovem, cujo padr��o espiritual era bem mais elevado
do que o seu, e com ela teve cinco filhos.
Conseguiu enganar a justi��a terrena, mas jamais
teve sossego, pois a sua v��tima, do outro lado da vida,
passou a nutrir ideias de vingan��a, em um processo
cont��nuo de persegui����o espiritual. Isso o levava a
crises depressivas e a constantes pesadelos, embora
a esposa o cercasse de afei����o e cuidados. A dor do
remorso era-lhe verdadeiro supl��cio e, aterrorizado
pelas recorda����es, buscava algum al��vio no trabalho,
entretanto, desgastava-se em duelos com o perseguidor
invis��vel nas horas de sono. Em consequ��ncia,
provocou o desequil��brio da organiza����o perispiritual,
o que se refletiu na zona motora, implantando-se o
caos org��nico.
Esse era o drama consciencial em que vivia o
enfermo h�� longos anos.
A convite de Calderaro, Andr�� Luiz examina,
atentamente, o c��rebro dos dois envolvidos no pro
Os PODERES DA MENTE
cesso obsessivo. Refere-se o Instrutor �� patologia do
Esp��rito e apresenta belos e profundos ensinamentos
acerca do c��rebro e da casa mental, que apresentamos
na primeira parte deste livro.213
QU��MICA ESPIRITUAL
Destacamos, por��m, um ponto, extremamente,
importante da explana����o de Calderaro, relacionado
com a qu��mica espiritual e que nos interessa com vistas
ao modo de a����o desses nossos irm��os perseguidores.
Ele menciona que, assim como existe a qu��mica
fisiol��gica, existe tamb��m a qu��mica espiritual, tal
como a org��nica e a inorg��nica e que h�� extrema dificuldade
em definir-lhes o ponto de a����o independente
e em determinar-lhes a fronteira divis��ria. E �� enf��tico
ao afirmar que mesmo o Esp��rito mais s��bio n��o poderia
localizar o ponto onde termina a mat��ria e onde
come��a o Esp��rito. Acresce que no corpo f��sico as c��lulas
se diferenciam de maneira surpreendente. Apresentam
determinadas caracter��sticas no f��gado, outra
nos rins e outra no sangue - �� a qu��mica org��nica.
No c��rebro, por��m, inicia-se o imp��rio da qu��mica
espiritual. Os elementos celulares s��o a�� dificilmente
substitu��veis, porque o trabalho da alma requer
fixa����o, aproveitamento e continuidade. O est��mago,
por exemplo, n��o necessita recordar que alimento lhe
foi dado a elaborar na v��spera. O ��rg��o de express��o
mental, contudo, reclama personalidades qu��micas
de tipo sublimado, por se alimentar de experi��ncias
2: 3 Francisco C. XAVIER, No Mundo Maior.
Suely CALDAS SCHUBERT
que devem ser registradas, arquivadas e lembradas,
sempre que oportuno e necess��rio.
O Instrutor, aprofundando em suas explica����es,
refere-se ao princ��pio espiritual, ampliando-nos o
racioc��nio:
[...] o princ��pio espiritual, desde o obscuro momento
da cria����o, caminha sem deten��a para
a frente. Afastou-se do leito oce��nico, atingiu
a superf��cie das ��guas protetoras, moveu-se
em dire����o �� lama das margens, debateu-se no
charco, chegou �� terra firme, experimentou na
floresta copioso material de formas representativas,
ergueu-se do solo, contemplou os c��us
e, depois de longos mil��nios, durante os quais
aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar
e sentir, conquistou a intelig��ncia... Viajou
do simples impulso para a irritabilidade, da irritabilidade
para a sensa����o, da sensa����o para o
instinto, do instinto para a raz��o. Nessa penosa
romagem, in��meros mil��nios decorreram sobre
n��s. Estamos, em todas as ��pocas, abandonando
esferas inferiores, a fim de escalar as superiores.
O c��rebro �� o ��rg��o sagrado de manifesta����o
da mente, em tr��nsito da animalidade primitiva
para a espiritualidade superior.214
Calderaro chama a aten����o de Andr�� Luiz para
v��rios aspectos do processo obsessivo em exame, destacando
que ali estavam dois enfermos, um encarnado
e outro desencarnado, ambos com o c��rebro intoxicado
21 4 Francisco C. XAVIER, No Mundo Maior.
Os PODERES DA MENTE
e sintonizados integralmente, apresentando em comum
o fato de detestarem a vida, de se odiarem reciprocamente,
cultivando ideias de tormento, de afli����o e de
vingan��a. O encarnado, em fuga da recorda����o e do
remorso, arruinou os centros motores, desorganizando
tamb��m o sistema end��crino e os ��rg��os vitais. O desencarnado,
por sua vez, converteu todas as energias
em alimento da ideia de vingan��a, acolhendo-se ao ��dio
em que se mant��m foragido da raz��o e do altru��smo.
Outra seria a situa����o se ambos houvessem esquecido
a queda, perdoado mutuamente, reerguendo-se por
meio do trabalho e do entendimento fraternal.215
Vejamos agora como Andr�� Luiz esclarece alguns
outros pontos da a����o dos obsessores no livro
de sua autoria, Evolu����o em Dois Mundos216, cap��tulo
XV. Ele denomina o processo de infec����es flu��dicas.
Chamamos a aten����o dos leitores a respeito deste item
do citado livro, que d�� continuidade ao tema qu��mica
espiritual.
Logo de in��cio, Andr�� Luiz menciona que os perseguidores
atormentam a v��tima sobreexcitando-lhe a
imagina����o com quadros mentais monstruosos, operando
perturba����es que podem ser classificadas como
infec����es flu��dicas e, dependendo da intensidade desse
procedimento, da d��vida existente, das fraquezas de
car��ter e da n��o rea����o da pessoa visada, pode haver
[...] o colapso cerebral com arrasadora loucura.
Detalhando um pouco mais, o Autor Espiritual
afirma que os perseguidores,
215 Francisco C. XAVIER, No Mundo Maior.
216 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
[...] ap��s se inteirarem dos pontos vulner��veis de
suas v��timas, segregam sobre elas determinados
produtos, filiados ao quimismo do Esp��rito, e que
podemos nomear como simpatinas217 e aglutininas
mentais218, produtos esses que, subrepticiamente,
lhes modificam a ess��ncia dos pr��prios
pensamentos a verterem, cont��nuos, dos fulcros
energ��ticos do t��lamo, no dienc��falo.219
Note-se que Andr�� est�� se referindo a processos
mentais, ressaltando em seguida, que
[...] os verdugos comumente senhoreiam os
neur��nios do hipot��lamo acentuando a pr��pria
domina����o sobre o feixe amiel��nico que o liga
ao c��rtex frontal, controlando as esta����es sens��veis
do centro coron��rio que a�� se f��xam para
ogoverno das excita����es, e produzem nas suas
v��timas, quando contrariados em seus des��gnios,
inibi����es de fun����es viscerais diversas, mediante
influ��ncia mec��nica sobre o simp��tico e o parassimp��tico.
220
Todas essas t��cnicas obsessivas, at�� aqui mencionadas,
encontram em Manoel Philomeno de Miranda,
na palavra do Instrutor espiritual Dr. Ign��cio Ferreira,
o desdobramento altamente esclarecedor, que muito
nos interessa, conforme citamos em seguida.
21 7 Simpatinas - Subst��ncia semelhante �� adrenalina, produzida nos
terminais nervosos do simp��tico. Termo usado como analogia.
21 8 Aglutininas - Subst��ncia que faz com que as bact��rias e os gl��bulos
sangu��neos se aglutinem. Termo usado como analogia.
21 9 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos.
22 0 Francisco C. XAVIER, Evolu����o em Dois Mundos, passim.
Os PODERES DA MENTE
[...] a obsess��o, instalase nos pain��is mentais
atrav��s dos delicados tecidos energ��ticos do perisp��rito
at�� alcan��ar as estruturas neurais, perturbando
as sinapses e a harmonia do conjunto
encef��lico. Ato cont��nuo, o quimismo neuronial
se desarmoniza, face �� produ����o desequilibrada
de enzimas que ir��o sobrecarregar o sistema
nervoso central, dando lugar aos dist��rbios da
raz��o e do sentimento.
Prosseguindo em seus esclarecimentos, Dr.
Ign��cio Ferreira acrescenta que a incid��ncia
da energia mental do obsessor sobre o paciente
invigilante ir�� alcan��ar, mediante o sistema
nervoso central, alguns ��rg��os f��sicos que sofrer��o
desajustes e perturba����es. Em casos mais
graves implantam c��lulas acionadas por controle
remoto, que passam a funcionar como focos destruidores
da arquitetura ps��quica, irradiando e
ampliando o campo vibrat��rio nefasto, atingindo
outras regi��es do enc��falo, prolongando-se pela
rede linf��tica a todo o organismo, afetando-o e
ocasionando danos.221
Observemos com aten����o redobrada o que o Dr.
Ign��cio Ferreira ressalta a seguir:
Quando de suas graves interven����es no psiquismo
dos seus hospedeiros, suas energias delet��rias
provocam taxas mais elevadas de serotonina
e noradrenalina, produzidas pelos neur��nios,
que contribuem para o surgimento do transtorno
22 1 Divaldo P. FRANCO, Tormentos da Obsess��o.
251
SUELY CALDAS SCHUBERT
psic��tico man��aco-depressivo, respons��vel pela
diminui����o do humor e desvitaliza����o do paciente,
que fica ainda mais �� merc�� do agressor. ��
nessa fase que se d�� a indu����o ao suic��dio, atrav��s
de hipnose cont��nua, transformando-se em
verdadeiro assass��nio, sem que o enfermo se d��
conta da situa����o perigosa em que se encontra.
[...] N��o poucas vezes, quando incorre no crime
infame da destrui����o do pr��prio corpo, foi vitimado
pela for��a da poderosa mentaliza����o do
advers��rio desencarnado.222
Dr. Ign��cio Ferreira aduz:
[...] que haver�� para esse desditoso Esp��rito "atenuantes",
em raz��o do processo mals��o em que
se deixou encarcerar, n��o obstante as divinas
inspira����es que n��o cessam de ser direcionadas
para as criaturas e as advert��ncias que chegam
de todo lado, para o respeito pela vida e sua
consequente dignifica����o.223
22 2 Divaldo P. FRANCO, Tormentos da Obsess��o.
22 3 Divaldo P. FRANCO, Tormentos da Obsess��o, passim.
ALUCINA����ES ESPIRITUAIS
A cada um segundo as suas obras.
Jesus
Del��rios, alucina����es, vis��es aterradoras
acometem as pessoas tanto no plano f��sico quanto
na vida espiritual, decorrentes de certas patologias
mentais, cujas origens est��o no Esp��rito. Crimes,
viol��ncia em todas as suas facetas, praticadas pelos
encarnados resultam em pesados gravames ap��s a
desencarna����o.
Dependendo dos n��veis de crueldade, do prolongado
est��gio nessas a����es nefastas, do desrespeito ��s
Leis Divinas ser��o as consequ��ncias no outro lado da
vida. O pr��prio Mestre Jesus nos alertou: A cada um
segundo as suas obras, e dessa magna lei ningu��m
conseguir�� se evadir, mesmo porque as infra����es
cometidas ficam registradas nos arquivos da alma e,
conforme a gravidade, produzem profundas distonias
e les��es no perisp��rito, cujo peso espec��fico ter�� a mesma
correspond��ncia, o que determina, por afina����o,
a regi��o inferior que lhe ser�� o "habitat".
SUELY CALDAS SCHUBERT
O pesado fardo dos crimes cometidos, cedo ou
tarde, produzir�� um efeito mental devastador que afetar��
profunda e, dolorosamente, o seu autor. �� nesse
momento que surgem, ainda no plano espiritual, as
alucina����es produzidas pela cobran��a da pr��pria consci��ncia,
pois as cenas de viol��ncia cometidas contra
outrem passar��o a se reproduzir, constantemente,
atormentando a criatura que desejar�� livrar-se dessas
fixa����es sem lograr ��xito.
Esp��ritos que estejam com esses graves comprometimentos,
quando encaminhados �� reencarna����o,
poder��o apresentar em certa fase da vida f��sica s��rias
perturba����es mentais, decorrentes desse passado, que
no presente ressumam em forma de alucina����es, ideias
fixas terr��veis, que assustam e deprimem a pr��pria
pessoa, pois essa talvez j�� esteja propensa a uma transforma����o
e a novos e saud��veis h��bitos. Entretanto,
outros que ainda se comprazem no mal, deixam-se envolver
pelos pr��prios del��rios permanecendo na mesma
faixa vibrat��ria, at�� que, inquietos, cansados e angustiados,
despertem para as realidades da Vida Maior.
A obra psicogr��fica dos m��diuns Francisco C��ndido
Xavier, Divaldo P. Franco e Yvonne A. Pereira,
especialmente, apresentam v��rios casos em que est��o
presentes as alucina����es.
MEFIST��FELES
Abordaremos a seguir o dram��tico caso em que
ser��o atendidos dois Esp��ritos, Hon��rio e Augusto,
este fazendo-se passar por Mefist��feles, conforme
Os PODERES DA MENTE
narra o querido amigo espiritual Manoel Philomeno
de Miranda.
A a����o se passa no Sanat��rio Esperan��a, fundado
e dirigido pelo vener��vel Eur��pedes Barsanulfo, que
tem a seu lado outros Benfeitores Espirituais como o
Dr. Ign��cio Ferreira e a Sra. Maria Modesto Cravo.
Narra Miranda que foi conduzido pelo Dr. Ignacio
Ferreira a uma enfermaria onde se encontravam
diversos pacientes que apresentavam graves desequil��brios
ps��quicos, podendo-se ouvir �� certa dist��ncia
os gritos, gargalhadas, blasf��mias entremeadas de
mistura com choro e apelos comovedores. Embora
o tumulto das vozes e lamentos, o ambiente era de
tranquilidade, pois assim procediam os que atendiam
aos enfermos, podendo notar-se a dedica����o e o amor
ao pr��ximo que os moviam.
Aproximaram-se de um leito, separado dos demais
por um biombo coberto por um tecido muito
alvo, onde se encontrava Hon��rio. Este apresentava-se
bastante desfigurado, gritando e se debatendo como
se desejasse se libertar de agressores invis��veis que
0 atormentavam. Miranda, observando-o com mais
profundidade, detectou, com surpresa, que ele lutava
contra formas hediondas que o atacavam, sendo
imediatamente esclarecido pelo Dr. Ign��cio Ferreira
que eram formas-pensamento, por ele mesmo criadas
durante a sua ��ltima exist��ncia terrena e que continuavam
no seu campo mental ap��s a morte f��sica. Essas
formas-pensamento adquiriram exist��ncia por serem
nutridas constantemente, e agora, por��m, pelo medo
1 pelo mecanismo da consci��ncia culpada.
Hon��rio foi removido para uma sala, colocado
255
SUELY CALDAS SCHUBERT
em um leito, em torno do qual se encontravam D.
Maria Modesto e mais duas senhoras, al��m do pr��prio
Eur��pedes Barsanulfo. Este profere uma prece,
preparando o ambiente para o trabalho que seria
realizado. Era uma sess��o medi��nica no plano espiritual.
D. Maria Modesto entra em transe e toda a
sua fisionomia se transfigura, deixando perceber a
presen��a de uma entidade com estranha apar��ncia,
fazendo lembrar gravuras representativas de Satan��s,
que com alguma dificuldade come��a a falar, afirmando
ser Mefist��feles, personagem criada por Goethe
para sua obra Fausto.
O comunicante alardeia o seu poder e sua for��a e
diz comandar aqueles que com ele se afinam, os quais
passam a lhe dever a alma, processo esse que prossegue
ap��s o t��mulo, fato que ocorreu com Hon��rio.
Eur��pedes Barsanulfo, paciente e amorosamente,
argumenta conduzindo-o a uma reflex��o acerca da
pr��pria condi����o, vista estar ele, tamb��m, fixado no
papel de Mefist��feles, o que caracteriza igualmente
uma alucina����o mental.
Atrav��s de passes aplicados pelo Dr. Ignacio Ferreira,
no centro cerebral da m��dium que alcan��avam,
diretamente, o Esp��rito Hon��rio, foi-lhe despertada
a mem��ria pret��rita, tendo tomado conhecimento
de que no s��culo XIX fora um ator que representara
v��rias vezes a figura dram��tica da trag��dia Fausto,
terminando por confundir a fantasia com a realidade.
Repetindo o papel que o fascinava, introjetou-o de tal
forma que passou a viv��-lo no cotidiano. Ao desencarnar,
defrontou-se com um desses Esp��ritos que se
dedicam a subjugar outros, em verdadeiro processo
Os PODERES DA MENTE
de obsess��o de desencarnado para desencarnado,
trama essa que enredou Hon��rio, Augusto (verdadeiro
nome de Mefist��feles) e o h��bil hipnotizador que
dominava a este.
Atrav��s de passes de dispers��o energ��tica foram
sendo atendidos os dois enfermos, Hon��rio e Augusto,
que aos poucos se desenovelaram das formas-pensamento,
sendo que o ex-ator do s��culo XIX retomou a
pr��pria personalidade, o que proporcionou a ambos
certa tranquilidade, que h�� muito n��o desfrutavam.
Um longo per��odo de tratamento ainda seria necess��rio
para os dois sofredores.
Posteriores esclarecimentos foram prestados
pelo Dr. Ign��cio Ferreira a Miranda, respondendo ��
pergunta deste se Hon��rio permaneceria l��cido. Vejamos
a resposta do m��dico:
��� N��o totalmente. Os processos de auto-obsess��o
prolongada deixam sequelas que somente o
tempo e o esfor��o do paciente poder��o drenar,
superando-as. Nesse processo, conforme vimos, o
enfermo experimentava o ass��dio do seu comparsa
obsessivo, que se mantinha �� dist��ncia, mas
se lhe vinculava pelo pensamento, induzindo-o
constantemente �� viv��ncia dos prazeres vulgares.
Fazia-se v��tima do desequil��brio pessoal e
da liga����o perversa. Amparado aquele que o
perturbava, e que ir�� enfrentar as consequ��ncias
dos seus atos infelizes, o paciente ter�� pela frente
todo um significativo trabalho de reconstru����o
mental, de reestrutura����o do pensamento, de
mudan��a de conduta moral. No entanto, sob o
adequado tratamento que se prolongar�� pelo
SUELY CALDAS SCHUBERT
per��odo necess��rio, conseguir�� readaptarse ao
correto, ao moral e ao saud��vel.224
Miranda pergunta ainda o que aconteceria com
aquele que dizia ser Mefist��feles, e foi-lhe explicado
que, igualmente, seria desligado do mal��volo hipnotizador
que o subjugava a dist��ncia, telep��ticamente.
Alguns pontos dessa narrativa despertam nossa
aten����o e iremos coment��-los a seguir.
Inicialmente, destacamos que tanto Hon��rio
quanto Augusto (o Mefist��feles) mergulharam em um
processo de auto-obsess��o.
Hon��rio, por cultivar uma vida sexualmente desregrada,
habituou-se a criar cenas mentais degradantes
oque levaram ��s terr��veis formas-pensamentos. Essas
acabaram por atrair, por afinidade, o ex-ator do s��culo
XIX, que passou a domin��-lo, vitalizando, por sua vez,
tais alucina����es. Por seu lado, tamb��m tornou-se presa
de uma entidade em piores condi����es, que o utilizava
para concretizar suas torpezas. Assim temos, no caso
acima, significativo exemplo de processos obsessivos de
desencarnado para desencarnado. Ocorrem assim, no
plano espiritual, entre Esp��ritos atormentados e atormentadores
e se repetem no plano f��sico em diferentes
circunst��ncias, expressando, todavia, os mesmos prop��sitos
de vingan��a, em que est��o presentes o ��dio, a
revolta ou mesmo o prazer mal��fico do sadismo.
Merece ser ressaltada importante ocorr��ncia
que foi decisiva para o atendimento a Hon��rio, como
citamos na sequ��ncia.
Divaldo P. FRANCO, Tormentos da Obsess��o.
Os PODERES DA MENTE
REUNI��O MEDI��NICA NO
PLANO ESPIRITUAL
N��o poucas vezes, companheiros da seara esp��rita
demonstram surpresa quando l��em ou ouvem
falar de reuni��es medi��nicas realizadas na esfera
espiritual, questionando quanto �� sua necessidade e
como isto ocorre. Lembramos aos que nos perguntam,
que o mundo espiritual mais elevado disp��e de
recursos, verdadeiramente, not��veis dos quais n��o
temos conhecimento e nem mesmo fazemos ideia do
que sejam. Entretanto, obras medi��nicas que relatam
algo dessa realidade est��o ao nosso dispor, embora
toda a dificuldade que t��m os Benfeitores Espirituais
de explicar ��s mentes encarnadas alguns detalhes da
P��tria Verdadeira.
Assim �� que nas Col��nias da Espiritualidade, nos
hospitais e postos de socorro s��o realizadas reuni��es
medi��nicas, quando se faz necess��rio tal recurso, em
que Esp��ritos inferiores se comunicam atrav��s dos
bons Esp��ritos, que lhes servem de intermedi��rios,
atuando como m��diuns.
Sendo as constru����es, produ����es e trabalhos
terrenos inspirados pelo que existe no plano invis��vel,
tendo esse como modelo (embora o que aqui constru��mos
e realizamos seja uma c��pia bastante imperfeita),
podemos, igualmente, deduzir que o exerc��cio da
mediunidade tenha igualmente o mesmo fundamento,
raz��o pela qual os Esp��ritos Benfeitores, reiterada
SUELY CALDAS SCHUBERT
mente, t��m ditado a m��diuns, especialmente aos psic��grafos,
as no����es b��sicas da pr��tica medi��nica, para
que aprendamos com as s��bias experi��ncias dos que
est��o na Vida verdadeira.
Deve-se levar em conta que a faculdade medi��nica
�� atributo do Esp��rito e, quando este reencarna
ter�� no c��rebro, digamos assim, a sede f��sica para sua
atua����o, especificamente, a ep��fise, tamb��m chamada
de gl��ndula pineal, conforme vimos no cap��tulo intitulado
"O Sexto Sentido", da primeira parte.
A comunica����o medi��nica acontece havendo
a sintonia entre a mente do Esp��rito comunicante e
a mente do m��dium encarnado. Sabemos que esse
interc��mbio propicia aos encarnados receberem as
instru����es do Plano Maior sendo, simultaneamente,
um ensejo de trabalho para os m��diuns que estar��o
contribuindo para o despertamento das criaturas
quanto �� realidade da vida espiritual. Portanto, n��o ��
dif��cil imaginar que trabalhos medi��nicos possam ser
realizados pelos Esp��ritos para atender a finalidades
altru��sticas, inten����es essas que nos procuram transmitir,
demonstrando, incansavelmente, os benef��cios
da mediunidade com Jesus.
Nos relatos das obras ditadas por Andr�� Luiz
e Manoel Philomeno de Miranda observamos que as
sess��es medi��nicas s��o efetuadas quando �� imprescind��vel
o atendimento a Entidades que n��o conseguiriam
ser despertadas e amparadas de outra maneira, a ju��zo
dos Esp��ritos que as orientam, por apresentarem cristaliza����es
mentais negativas a que se condicionaram
e por total alheamento da pr��pria realidade.
H��, por��m, um exemplo diferente narrado por
Os P ODERES DA MENTE
Andr�� Luiz, no livro Liberta����o,22 5 que �� importante
assinalar.
O Autor Espiritual relata o caso Margarida, que
sofria de terr��vel obsess��o com caracter��sticas de
vampirismo, tendo como causador o Esp��rito Greg��rio,
que chefiava o processo. Para alcan��ar os objetivos
tra��ados ele aliciou outros companheiros para ajud��-lo
a concretizar seu plano mal��fico. Para agravamento
do quadro, foram ligados �� v��tima encarnada v��rios
Esp��ritos com forma de ov��ides. Entretanto, v��tima e
algoz recebiam a assist��ncia de Matilde, Esp��rito de
elevad��ssima condi����o espiritual, que intercedia por
eles, procurando ampar��-los e, sobretudo, resgatar
Greg��rio, que chefiava uma certa regi��o inferior.
Todavia, para que Esp��ritos Superiores se
apresentassem em "Nosso Lar" fazia-se mister uma
reuni��o com caracter��sticas espec��ficas, havendo, inclusive,
um local pr��prio destinado a materializa����es
de entidades sublimes.
Andr�� Luiz foi convidado a assistir �� sess��o na
qual Matilde se faria presente, e notou que ali estavam
cerca de vinte doadores de energias radiantes, por ele
denominados m��diuns de materializa����es. A Benfeitora
Espiritual se apresentou em meio a esbranqui��ada
nuvem de subst��ncia leitosa-brilhante, qual se fosse
neve transl��cida e em torno de sua cabe��a podia-se
ver uma aura de luz esmeraldina.
Ela se materializou tamb��m, por duas vezes, em
dram��ticos momentos, primeiramente, para atender ��
Margarida, livrando-a dos fluidos mal��ficos e desper
22 5 Francisco C. XAVIER, Liberta����o.
Suely CALDAS SCHUBERT
tando-a e, posteriormente, quando houve necessidade
que Greg��rio a visse, pois fora sua m��e em reencarna����o
anterior, havendo entre ambos la��os profundos
de amor. Para tais cometimentos, o Instrutor G��bio
atuou como m��dium, oferecendo os recursos para a
materializa����o.
Andr�� Luiz registra o momento dessa doa����o
flu��dica de G��bio:
Reparamos, em sil��ncio, que luz brilhante e doce
passou a se lhe irradiar do peito, do semblante
e das m��os, em ondas sucessivas, semelhando-
se a mat��ria estelar, tenu��ssima, porque as
irradia����es pairavam em torno, como que formando
singulares paradas nos movimentos que
lhe eram caracter��sticos. Em breves instantes,
aquela massa suave e luminescente adquiria
contornos definidos, dando-nos a ideia de que
manipuladores invis��veis lhe infundiam plena
vida humana.
Mais alguns instantes e Matilde surgiu diante
de n��s, vener��vel e bela.
O fen��meno da materializa����o de uma entidade
sublimada ali se f��zera prodigioso aos nossos
olhos, em processo quase an��logo ao que se
verifica nos c��rculos carnais.236
Constatamos o quanto �� lenta e laboriosa a
evolu����o do Esp��rito. O bem est�� em toda parte, mas
pouco percebemos e acabamos por fazer op����es erradas
e o mal se instala, tornando-se depois dif��cil de
22 6 Francisco C. XAVIER, Liberta����o.
Os PODERES DA MENTE
erradic��-lo de nosso mundo ��ntimo.
Deus est�� presente. Seu Amor preenche todos
os seres e todo o Universo. Estamos mergulhados no
Oceano Divino. Agora que sabemos �� imprescind��vel
sentir e viver isso.
Auto-OBSESS��O
A autopuni����o gerou o quadro de resgate
para o infrator da Lei.
Manoel Philomeno de Miranda
(Loucura e Obsess��o)
O homem n��o raramente �� o obsessor
de si mesmo. Esta afirmativa �� de Allan Kardec e ��
t��o atual que a cada dia vemos a sua confirma����o. Ele
acrescenta: Alguns estados doentios e certas aberra����es
que se lan��am �� conta de uma causa oculta,
derivam do Esp��rito do pr��prio indiv��duo.227
Quando se fala em auto-obsess��o pode parecer, ��
primeira vista, tratar-se de casos muito raros, entretanto,
s��o bem mais comuns do que se imagina.
A auto-obsess��o caracteriza-se pelas ideias fixas
que o indiv��duo tem em rela����o a si mesmo e podem
se apresentar, por exemplo, mascaradas como zelo
pessoal, cuidados que se dispensa ao pr��prio corpo,
sempre tentando melhorar suas condi����es de sa��de
e beleza. A princ��pio tem essa motiva����o, mas logo
torna-se uma ideia obsessiva de esculpir as formas,
12 7 Allan KARDEC, Obras Postumas.
265
SUELY CALDAS SCHUBERT
deixando transparecer o conte��do narcisista predominante.
Ao lado disso, soma-se tamb��m o desejo de
atrair pessoas para usufruir de experi��ncias sexuais
desequilibradas, o que termina por desaguar em graves
processos obsessivos e de vampiriza����o, em que
Esp��ritos do mesmo jaez se aproximam, e mais a��ulam
tais prefer��ncias para se locupletarem atrav��s dessas
viv��ncias. Nesse patamar est��o os v��cios em geral.
Em outros n��veis, a auto-obsess��o pode expressar-
se como complexo de culpa no qual estejam
presentes a autopuni����o, a mania de doen��a, o medo
exacerbado, evidenciando estados patol��gicos, os
quais abrem brechas para influ��ncias obsessivas de
Esp��ritos com prop��sitos negativos e altamente prejudiciais.
Por outro lado, as pessoas, de maneira geral,
t��m a tend��ncia de complicar a vida e n��o percebem
que o fazem. Preocupam-se e ficam estressadas com
banalidades, com suposi����es disso ou daquilo, prevendo
problemas que nem sempre chegam a acontecer,
mas o fato de se preocuparem, antecipadamente, as
deixam excessivamente ansiosas.
�� muito f��cil para uma pessoa enredar-se em
seus pr��prios pensamentos, em ideias que se repetem,
em manias que v��o sendo cultivadas, em emo����es negativas
constantes e, inadvertidamente, passa a ficar
dependente desses estados mentais perturbadores, que
se v��o cristalizando, como que incrustados no psiquismo,
tornando-se prejudiciais. S��o indiv��duos que dizem
ter constantes achaques, sentem-se, frequentemente,
doentes, e passam a percorrer consult��rios m��dicos em
busca do diagn��stico imposs��vel para a medicina ter
Os PODERES DA MENTE
rena. Via de regra, exageram os sintomas e julgam-se
os maiores sofredores, proclamando o quanto sofrem,
lamentando-se da sorte adversa, ao tempo em que buscam
a aten����o dos familiares aos quais n��o d��o descanso
e nem tr��gua de suas reclama����es e exig��ncias.
Este �� o campo prop��cio para as auto-obsess��es e, o
que �� ainda mais grave, para as obsess��es. �� tamb��m
o dom��nio das doen��as-fantasmas.
DOEN��AS-FANTASMAS
Andr�� Luiz, em p��gina com o t��tulo acima, assim
denomina as dores e enfermidades imagin��rias, que
s��o fruto do pensamento desequilibrado e negativo de
certas pessoas. As suas advert��ncias s��o importantes
e oportunas, como se pode constatar:
Referimo-nos ��s criaturas menos vigilantes,
sempre inclinadas ao exagero de quaisquer sintomas
ou impress��es e que se tornam doentes
imagin��rios, v��timas que se fazem de si mesmas
nos dom��nios das mol��stias-fantasmas.
Experimentam, ��s vezes, leve intoxica����o, super��vel
sem maiores esfor��os, e, dramatizando
em demasia pequeninos desajustes org��nicos,
encharcam-se de drogas, respeit��veis quando
necess��rias, mas que funcionam �� maneira de
cargas el��tricas inoportunas, sempre que impropriamente
aplicadas.
Atingido esse ponto, semelhantes devotos da
fantasia e do medo destrutivo caem fisicamente
em processos de desgaste, cujas consequ��ncias
Suely CALDAS SCHUBERT
ningu��m pode prever, ou entram, de modo impercept��vel
para eles, nas calamidades sutis da
obsess��o oculta, pelas quais desencarnados menos
felizes lhes dilapidam as for��as.
Depois disso, instalada a altera����o do corpo
ou da mente, �� natural que o desequil��brio real
apare��a e se consolide, trazendo at�� mesmo a
desencarna����o precoce, em agravo de responsabilidade
daqueles que se entibiam diante da vida,
sem coragem de trabalhar, sofrer e lutar.228
Tamb��m a insatisfa����o, a revolta, o t��dio levam,
n��o raramente, o indiv��duo ao des��nimo, ao desalento,
ou ��s atitudes irrespons��veis, podendo desaguar at��
mesmo nas drogas, no crime, como formas de fuga
da ang��stia de que �� portador.
Em casos mais graves, as ideias negativas recorrentes
que assomam �� mente, expressam conte��dos
do passado, trazendo no bojo o sentimento de culpa a
se traduzir em dist��rbios mentais os mais variados,
pelos bloqueios que o pr��prio Esp��rito engendra,
inconscientemente, como forma de autopuni����o. S��o
indiv��duos que n��o se permitem ser felizes, que sempre
sentem remorso ao manifestarem alegria, denotando,
em an��lise mais profunda que n��o gostam de si mesmos
e, em simult��neo, t��m dificuldade em demonstrar
sentimentos de ternura, carinho e amor.
Em casos extremos, nesses processos de autopuni����o,
encontramos aquelas pessoas que se apresentam
com um desejo m��rbido de ferir a si pr��prias.
22 8 Francisco C. XAVIER, Estude e Viva.
268
Os PODERES DA MENTE
Podemos citar dois casos de nosso conhecimento.
O primeiro, de uma mo��a de 25 anos que se mutila
com faca em v��rias partes do corpo, em epis��dios
que se repetem com certa frequ��ncia, ao ponto de
certos cortes necessitarem de sutura. Isso aterroriza
a fam��lia, pois para agravar ainda mais a situa����o ela
resiste ao tratamento psiqui��trico, embora j�� tenha
sido internada �� for��a, algumas vezes. O segundo ��
o caso de um rapaz, hoje com 40 anos, que desde a
inf��ncia se agride com repetidos tapas, na cabe��a e
no peito, durante v��rias vezes por dia. Todos os tipos
de tratamento j�� foram tentados, a fam��lia �� muito
dedicada e durante todos esses anos mant��m o tratamento
espiritual, a fluidoterapia de maneira constante,
por��m, sem lograr maior ��xito.
Em ambos os casos foram constatados graves
comprometimentos em reencarna����es anteriores,
presen��a de Esp��ritos perseguidores e um processo
de autopuni����o a��odado pelos obsessores, que assim
se vingam dos agravos do passado.
AUTISMO
Mencionamos a seguir a defini����o de autismo,
do Dr. Jano Alves de Souza, m��dico neurologista,
que colocamos tamb��m no nosso livro Transtornos
Mentais: Uma Leitura Esp��ritaa29, por consider��-la
bastante esclarecedora, e por atender aos nossos prop��sitos
neste enfoque atual. Extra��mos essa cita����o
229Suely C. SCHUBERT, Transtornos Mentais: Uma Leitura Esp��rita.
SUELY CALDAS SCHUBERT
do pref��cio intitulado "�� guisa de apresenta����o", de
autoria do Dr. Jano A. Souza, do excelente livro do
nosso amigo Herm��nio Miranda Autismo - Uma Leitura
Espiritual:330
O autismo �� uma desordem do desenvolvimento
do funcionamento cerebral relativamente
frequente, acometendo dois a cinco indiv��duos
em cada dez mil. O quadro cl��nico �� marcado
por um comprometimento grave da intera����o
social e da linguagem verbal e n��o-verbal, al��m
de um estreitamento do espectro de interesses
e atividades, iniciando antes dos tr��s anos de
vida. O retardo mental, embora frequente, n��o
�� um aspecto obrigat��rio, havendo indiv��duos
que revelam capacidade prodigiosa para fun����es
como memoriza����o, c��lculo e m��sica, a despeito
de conservarem suas caracter��sticas aut��sticas.
Alguns casos de autismo s��o consequ��ncia de
infec����es no per��odo intra-uterino ou neonatal,
de doen��as gen��ticas ou malforma����es. A maioria,
no entanto, tem causa desconhecida.
Herm��nio Miranda narra o interessante caso de
Temple Grandin que, sendo autista, conquistou seu
PhD em ci��ncia animal. Trata-se de uma projetista
respeitada nos Estados Unidos e at�� no exterior,
empres��ria bem-sucedida, que promove pesquisas,
escreve livros, ensaios e estudos e d�� palestras acerca
do autismo.
O autismo, na vis��o de Temple Grandin,
23 0 Herm��nio C. MIRANDA, Autismo: Uma Leitura Espiritual.
Os PODERES DA MENTE
[...] �� um dist��rbio do desenvolvimento. Em vez
de dedicar-se �� explora����o do mundo exterior,
como acontece normalmente, a crian��a autista
permanece dentro das fronteiras de seu pr��prio
universo pessoal. N��o aceita ser arrastada de
l��, �� for��a, para o nosso mundo, que ela n��o
compreende e com o qual n��o consegue (ou n��o
quer) relacionar-se.231
O livro de Herm��nio Miranda �� imperd��vel para
aqueles que desejam se informar com mais profundidade
a respeito de autismo.
A literatura medi��nica esp��rita, atrav��s da psicografia
de Chico Xavier e Divaldo Franco, principalmente,
aborda de maneira abrangente a auto-obsess��o
e o autismo, ressaltando ainda os aspectos espirituais
que constituem o pano de fundo dessas dolorosas experi��ncias
reencarnat��rias.
Manoel Philomeno de Miranda, autor espiritual
do livro Loucura e Obsess��o, relata nesta obra um
complexo caso cujo diagn��stico psiqui��trico era o de
autismo, mas que pela perspectiva espiritual o quadro
era, inicialmente, de auto-obsess��o, seguida de
grave processo obsessivo. Observemos a narrativa do
caso Aderson, que apresentamos resumidamente. Ele
estava recebendo, h�� mais de seis meses, tratamento
espiritual proporcionado pela institui����o umbandista
que se dedicava ao bem do pr��ximo, dirigida por
Emerenciana, conforme narra Miranda.
23 1 Temple GRANDIN apud Herm��nio C. MIRANDA, Autismo: Uma
Leitura Espiritual.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Aderson apresentava o olhar parado, denotando
dem��ncia adiantada, os m��sculos em rigidez, dificuldade
de locomo����o e total aus��ncia do lugar em que se
encontrava. A m��dium Emerenciana, sob o comando
de seu Mentor espiritual, coloca o enfermo em meio
a um c��rculo de m��diuns e em seguida, dirigindo-se
a ele, estimula-o a sair da inconsci��ncia, a n��o fugir
da realidade, com palavras en��rgicas, no intuito de
traz��-lo de volta ao mundo objetivo. Miranda estranha
a cena, mas tem a seu lado, como Instrutor Espiritual,
Dr. Bezerra de Menezes, que esclarece ser Aderson um
[...] t��pico autista, conforme a cl��ssica denomina����o
psiqui��trica.
Em seguida apresenta maiores detalhes:
Estamos diante, tecnicamente, de um vigoroso
processo de auto-obsess��o, por abandono consciente
da vida e dos interesses objetivos. Quando
o indiv��duo mant��m intensa vida mental em
a����es criminosas, que oculta com habilidade,
mascarando-se para o cotidiano, a duplicidade
de comportamento faz-se-lhe cruel transtorno
que ele carpe, silenciosamente. O delito, que
fica ignorado das demais pessoas, �� conhecido
do delinquente, que o vitaliza com permanentes
constru����es ps��quicas, nas quais mais o oculta,
destruindo a polival��ncia das ideias, que terminam
por sintetizar-se numa fixa����o m��rbida,
que lentamente empareda o seu autor. Passam
desconhecidos pelo mundo, esses gravames,
que o eu consciente sepulta nos dep��sitos da
mem��ria profunda, sem que eles se aniquilem,
ali permanecendo em g��rmen, que irradia ondas
Os PODERES DA MENTE
destruidoras, envolvendo o criminoso. As cenas
dos crimes se tornam fixa����es que se repetem,
sem que outras idea����es se lhes sobreponham.
��s vezes irrompem como estados depressivos
graves, decorrentes do complexo de culpa. Da��
decorre tamb��m o receio de ser perseguido, o
que vai desaguar em aliena����es diversas.232
As causas dos dist��rbios de Aderson estavam
em reencarna����o anterior, conforme foi esclarecido
em seguida.
Aderson ocupava-se, em exist��ncia passada, em
urdir planos escabrosos e de efeitos nefastos contra
certas pessoas com quem antipatizava. Inicialmente,
endere��ava cartas an��nimas a determinada criatura
que tinha liga����es com aquela pessoa a quem desejava
prejudicar, cartas essas contendo acusa����es p��rfidas,
caluniosas, pois sabia de antem��o que �� muito f��cil
que a suspeita invada a mente de algu��m que, desconfiada
e insegura, passa a sintonizar na mesma faixa
do caluniador.
As pessoas, via de regra, projetam nos outros
seus pr��prios defeitos, vendo-os na conduta alheia,
mesmo imaginariamente. Assim, Aderson destruiu
lares, levando pessoas ao suic��dio, �� depress��o grave,
�� morte, endere��ando-lhes cartas em que destilava o
veneno da cal��nia, levantando suspeitas contra pessoas
honestas e dignas que n��o tiveram como provar
sua inoc��ncia.
Jamais conseguiram descobrir o autor, embora
Divaldo P. FRANCO, Loucura e Obsess��o.
Suely CALDAS SCHUBERT
ele acompanhasse o resultado de suas malfadadas
cartas, pois se insinuava como amigo compreensivo,
enquanto intimamente, sentia prazer em atestar o
sucesso de suas maldades.
Na apar��ncia Aderson era jovial e distinto, entretanto,
na vida particular, explorava mulheres infelizes
para ter companhias pagas e prazeres superficiais. Desencarnou
com mais idade e foi surpreendido no plano
espiritual pela presen��a daqueles a quem prejudicara,
que o mantiveram sob implac��vel cobran��a, por��m,
prosseguia negando a autoria dos fatos escabrosos
de que o acusavam.
Muitos anos transcorreram at�� que Aderson foi
reconduzido �� reencarna����o, mas sempre refugiandose
na nega����o dos crimes, tornando-se um bloqueio
mental que foi transmitido ao corpo, resultando na
limita����o dos movimentos, em uma esp��cie de pris��o
onde se refugia. A aliena����o mental atrav��s do autismo
�� um meio de fugir de suas v��timas e apagar as
lembran��as que o afligem.
Finalizando, Dr. Bezerra de Menezes explica que
operisp��rito imprime, automaticamente, nas [...] delicadas
engrenagens do c��rebro e do sistema nervoso,
ode que necessita: asas para a liberdade ou pres��dio
para a reeduca����o. Como se v��, a obsess��o n��o ��, neste
caso, fator respons��vel pela loucura. A autopuni����o
gerou o quadro de resgate para o infrator da Lei.233
Em nossas Casas Esp��ritas, temos condi����es de
atender ��s crian��as portadoras de autismo, compreendendo
que nem sempre s��o Esp��ritos enredados em
23 3 Divaldo P. FRANCO, Loucura e Obsess��o.
Os PODERES DA MENTE
crimes nefastos do passado, mas podem ser criaturas
insatisfeitas com a atual experi��ncia reencarnat��ria,
ou extremamente melanc��licas, que se negam �� vida,
seja por suic��dio em exist��ncia anterior ou por motivos
outros. O importante �� atend��-las com amor, buscando
transmitir-lhes a no����o do quanto s��o amadas
e do quanto a vida �� importante e pode ser melhor
aproveitada.
O mesmo se d�� com os adultos, todavia, para
estes h�� maior dificuldade, pois o ideal �� que tivessem
o atendimento desde a inf��ncia. Os pais devem ser
orientados no sentido de conversar com a crian��a,
seja nos momentos de ora����o, seja ap��s adormecerem,
falando-lhes do autoperd��o, da miseric��rdia do Pai,
do quanto a amam, de como a atual reencarna����o ��
importante, mostrando-lhes perspectivas de esperan��a
em dias melhores.
O DESPERTAR ESPIRITUAL
Desperta, �� tu que dormes, levanta-te
dentre os mortos e o Cristo te esclarecer��.
Paulo (Ef��sios 5: 14)
Dormir, despertar. Dois estados f��sicos
que se expressam em a����es cotidianas, fazendo parte
da vida de todos os seres animados. Os animais
dormem e acordam, tanto quanto as criaturas humanas.
O sono f��sico �� uma necessidade org��nica e
tem determinada dura����o conforme cada pessoa e
seu rel��gio biol��gico. Ao despertar, ela se levanta e
come��a as atividades comuns do dia-a-dia. E a rotina
que se repete pela vida afora.
Mas, esse n��o �� o ��nico sono que o ser humano
experi��ncia. Um outro tipo de sono, muito mais profundo,
cuja dura����o se perde na noite dos tempos, o
tem entorpecido, tirando-lhe a clareza e impossibilitando-
o de enxergar a vida em toda a sua pujan��a.
Assim, dormir e despertar s��o estados de consci��ncia
e relacionam-se com a vida do Esp��rito na sua caminhada
evolutiva.
Um dia, perguntaram a Buda: ��� O Senhor ��
SUELY CALDAS SCHUBERT
Deus? E ele respondeu: ��� N��o. ��� Ent��o, �� um anjo,
afirmaram. Ele voltou a esclarecer: ��� Tamb��m n��o.
��� E por que �� t��o nobre, t��o puro e fulgurante?
Indagaram. Calmamente, ele disse: ��� Porque estou
desperto.
O MAIS ELEVADO ESTADO
DA CONSCI��NCIA
O estado de consci��ncia habitual do homem
n��o �� o n��vel m��ximo de consci��ncia que ele pode
alcan��ar. Na realidade �� de tal modo deficiente que
se poderia defini-lo como pr��ximo ao sonambulismo.
O homem, realmente, n��o sabe o que est�� fazendo ou
para onde est�� indo. Vive em um mundo de ilus��es, de
cria����es fantasiosas, o que ocasiona perigo para si e
para os outros.
O fil��sofo e matem��tico russo Pedro Ouspensky
enfoca esse assunto, fundamental na vida de todas
as criaturas, narrando, em cap��tulo de o livro O Mais
Elevado Estado de Consci��ncia, uma passagem em
que Gurdjieff prop��s a seus alunos a seguinte quest��o:
Qual �� a coisa mais importante que notamos durante
a auto-observa����o? As respostas n��o foram satisfat��rias
e Gurdjieff esclarece que ningu��m notou algo
essencial, [...] nenhum de voc��s se lembra de voc��s
mesmos. Voc��s n��o se sentem a si mesmos. A f��m de
realmente se observar, o indiv��duo deve antes de mais
nada, lembrar de si mesmo.234
23 4 GURDJIEFF apud Pedro OUSPENSKY, O Mais Elevado Estado
de Consci��ncia.
Os PODERES DA MENTE
Gurdjieff passa a explicar a quest��o da consci��ncia.
Ao todo h�� quatro estados de consci��ncia poss��veis
ao homem. Os dois estados mais elevados
de consci��ncia lhe s��o inacess��veis e, embora
possa ter vislumbres desses estados �� incapaz
de compreend��-los e julg��-los a partir do ponto
de vista daqueles estados em que habitualmente
permanece. S��o eles:
Io) O sono - Um estado passivo no qual o homem
passa a maior parte de sua vida.
2o) Estado desperto da consci��ncia - Neste os
homens passam a outra parte de suas vidas.
3o) Consci��ncia do pr��prio ser - �� a lembran��a
de si mesmo, a autoconsci��ncia.
4o) Estado objetivo da consci��ncia - Neste estado
o homem pode ver as coisas como s��o realmente.
Tamb��m chamado de consci��ncia
c��smica.235
Prossegue Gurdjieff em sua explana����o: O
homem est�� dormindo. Em seguida acorda. ��
primeira vista �� um estado diferente. Ele pode
mover-se, conversar, pode ver o perigo e evit��-lo.
Mas, se aprofundarmos, veremos que se encontra
quase no mesmo estado que antes. N��o tem
consci��ncia de si mesmo. �� uma m��quina. N��o
v�� o mundo real, vive no sono. Consideremos a
guerra. O que significa? Que alguns milh��es
235-GURDJIEFF apud Pedro OUSPENSKY, O Mais Elevado Estado
de Consci��ncia.
SUELY CALDAS SCHUBERT
de pessoas adormecidas tentam destruir outros
milh��es de pessoas adormecidas. Tudo o que
acontece deve-se a este sono. Como as guerras
podem ser detidas? Bastaria que as pessoas
despertassem. Parece simples. No entanto, n��o
h�� nada mais dif��cil, pois esse sono �� provocado
e sustentado pelo conjunto da vida que nos
rodeia.236
Como despertar? Como escapar desse sono? O que
pode ser feito? O homem pode realmente despertar?
Os v��rios autores que integram a colet��nea do
livro acima citado analisam e comentam essa situa����o,
que interessa a todas as pessoas, concluindo que as
quest��es que envolvem o despertar s��o as mais importantes
e vitais que o ser humano pode enfrentar.
Mas, �� preciso estar convencido do pr��prio sono e
querer despertar.
Quando o indiv��duo compreende que n��o tem
consci��ncia de si mesmo, que n��o sente a si mesmo,
que vive no mundo qual um rob��, segundo as regras
que lhe s��o impostas (nem sempre sadias e equilibradas),
que sua opini��o depende do que pensam os
outros, que �� isso ou aquilo por tradi����o, que cultiva
h��bitos sem nem mesmo saber porqu��, que se deixa
massificar pela m��dia (quase sempre desequilibrada
e irrespons��vel), que se deixa manipular, etc, �� poss��vel,
ent��o, que lhe surja o impulso de sair desse
estado, de tentar acordar e come��ar a pensar em si,
23 6 GURDJIEFF apud Pedro OUSPENSKY, O Mais Elevado Estado
de Consci��ncia.
Os PODERES DA MENTE
no inevit��vel processo de autodescobrimento, que um
dia chega para todos.
O tema do despertar espiritual �� hoje muito comentado,
especialmente por cientistas, pesquisadores
e escritores integrantes da psicologia transpessoal,
que apresenta uma nova concep����o, uma nova vis��o
de mundo, propondo novos paradigmas para nortear
a ci��ncia ainda atrelada ao paradigma newtoniano-
cartesiano, que �� mecanicista.
Mas, o que �� o transpessoal? As experi��ncias
transpessoais podem ser definidas como aquelas em
que o senso de identidade ou de eu ultrapassa (trans
+passar = ir al��m) o individual e o pessoal, a fim de
abarcar aspectos mais amplos da Humanidade, da
vida, da psique e do cosmos.
A psicologia transpessoal �� o estudo psicol��gico
das experi��ncias transpessoais e seus correlatos.
Esses incluem a natureza e as variedades, causas e
efeitos das experi��ncias e do desenvolvimento transpessoal.
Como tamb��m as psicologias, filosofias,
disciplinas, artes, culturas, estilos de vida, rea����es
e religi��es por eles inspirados ou voltados �� sua indu����o,
express��o, aplica����o ou compreens��o. Suas
investiga����es abarcam possibilidades mais altas de
desenvolvimento e tamb��m o que Maslow chamou de
[...] os confins mais long��nquos da natureza humana.
Entre os t��picos de maior interesse, contam-se a consci��ncia
e seus estados alterados, mitologia, medita����o,
ioga, misticismo, sonhos l��cidos, valores, ��tica, relacionamentos,
capacidades excepcionais e bem-estar
psicol��gico, emo����es transpessoais como o amor e a
compaix��o, motiva����es como o altru��smo e o servi��o,
Suely CALDAS SCHUBERT
al��m de patologias e terapias transpessoais.237
A vis��o transpessoal est�� arejando as arcaicas
estruturas vigentes, exercendo forte press��o para
derrub��-las, e a cada dia conquistando novos defensores
que enxergam o ser humano al��m do c��rebro.
Entre estes, podemos mencionar Stanislav Grof,
m��dico psiquiatra, com mais de quarenta anos de
experi��ncia em pesquisas de estados n��o comuns de
consci��ncia. �� um dos fundadores e principal te��rico
da psicologia transpessoal. Ele prop��e uma revis��o
radical das ideias b��sicas acerca da consci��ncia e da
psique humana e uma abordagem, totalmente, nova
da psiquiatria, da psicologia e da psicoterapia.
Suas pesquisas levaram-no �� comprova����o de
realidades transcendentais, tais como a reencarna����o,
a ess��ncia espiritual do ser humano, a mediunidade,
os estados de possess��o espiritual, inferindo que o
que falta ��s criaturas �� exatamente a conscientiza����o
de tudo isto.
Em uma de suas obras, A Tempestuosa Busca
do Ser, ele aborda, em parceria com Christina Grof,
sua esposa, o dif��cil despertar de grande maioria das
pessoas. Esse processo �� por eles denominado de
"emerg��ncia espiritual" e significa uma grave crise
interior, intensamente sofrida.
A "emerg��ncia espiritual" pode ser definida como
est��gios cr��ticos e, experimentalmente, dif��ceis de
uma transforma����o psicol��gica profunda, que envolve
todo o ser da pessoa. Apresentam estados incomuns
de consci��ncia e envolvem emo����es intensas, vis��es e
33 7 Roger WALSH; Frances VAUGHAN, Caminhos Al��m do Ego.
282
Os PODERES DA MENTE
outras altera����es sensoriais, pensamentos incomuns,
assim como v��rias manifesta����es f��sicas. Esses epis��dios,
normalmente, giram em torno de assuntos espirituais,
incluem sequ��ncias de morte e renascimento
psicol��gico, experi��ncias que parecem mem��rias de
vidas passadas, etc.
Em termos gerais - dizem os autores - a emerg��ncia
espiritual pode ser definida como a evolu����o
de uma pessoa para um modo de ser mais
maduro, que envolve uma ��tima sa��de emocional
e psicossom��tica, maior liberdade de escolha
pessoal e uma sensa����o de liga����o profunda com
as outras pessoas, com a natureza e o cosmos.
Uma parte importante desse desenvolvimento ��
um despertar progressivo da dimens��o espiritual
na vida da pessoa e no esquema universal
das coisas.
O potencial para a emerg��ncia espiritual �� uma
caracter��stica inata aos seres humanos. A capacidade
de crescimento espiritual �� t��o natural
quanto a disposi����o do nosso corpo acerca do
desenvolvimento f��sico: o renascimento espiritual
�� t��o normal para a vida humana quanto o
nascimento biol��gico.238
O que �� deveras surpreendente �� que esse processo
natural passou a ser interpretado como rea����es
psic��ticas, como manifesta����es de doen��as mentais.
De modo geral, a psiquiatria e a psicologia tradicionais
(com raras exce����es) rotulam as experi��ncias
23 8 Stanislav GROF; Christina GROF, A Tempestuosa Busca do Ser.
SUELY CALDAS SCHUBERT
m��sticas encontradas no budismo, no hindu��smo, no
cristianismo, no islamismo e em outras tradi����es religiosas,
baseadas em s��culos de experi��ncias, como
psicopatologias.
A ideia do despertamento n��o �� novidade. No
Evangelho muitos s��o os momentos em que Jesus adverte
quanto �� necessidade de despertar. Por que estais
dormindo? Levantai-vos e orai, para que n��o entreis em
tenta����o. (Lc 22:46). E voltando-se para os disc��pulos
achou-os adormecidos e disse a Pedro: Ent��o, nem uma
hora pudeste velar comigo? (Mt 26:40).
O despertar implica v��rios passos, sendo o
primeiro deles a conscientiza����o do estado de sono,
seus preju��zos e a necessidade de mudar. Em todos os
tempos o homem tem sido informado da necessidade
de acordar e dos perigos que o sono representa. ��
multimilenar a luta do ser humano contra esse estado
de sono que adormenta a alma, embota os sentidos e
impede o crescimento.
A Hist��ria registra que os detentores do poder
sempre se interessaram em manter essa apatia
mental, contribuindo e, usualmente, impedindo que as
criaturas enxergassem a realidade. O povo �� mantido
bem distante das possibilidades de despertamento e
o sono em que jaz �� alimentado de v��rias maneiras,
desde a bem antiga f��rmula do "p��o e circo" at�� a
nossa vers��o brasileira de "carnaval e futebol".
�� muito dif��cil para a maioria das criaturas sair
do sono, at�� porque elas n��o t��m a menor ideia desse
estado let��rgico em que se acomodam prazerosamente.
N��o s��o muitos aqueles que despertaram em
plenitude, por��m, todos eles se destacam quando isso
Os PODERES DA MENTE
acontece. Entre os que despertaram para a realidade
espiritual citamos: S��crates, Joana de Cusa, Maria de
Magdala, Zaqueu, o ap��stolo Jo��o, Paulo de Tarso,
Francisco de Assis, Clara de Assis, Tereza D'Avila, Allan
Kardec, entre outros. Os que n��o acordaram, mesmo
tendo convivido com Jesus: "o mo��o rico", Judas, entre
outros. Tiveram dificuldade em acordar plenamente, a
princ��pio: Nicodemos, Tom��, o pr��prio Pedro.
Vejamos o caso de Pedro, um dos mais not��veis
exemplos dessa dificuldade do despertar espiritual e
observemos o simbolismo do galo cantando tr��s vezes,
para que ele finalmente acordasse.
A palavra s��bia de Emmanuel registra: Ao Espiritismo
crist��o cabe, atualmente, no mundo, grandiosa e
sublime tarefa. N��o basta definir-lhe as caracter��sticas
vener��veis de Consolador da Humanidade, �� preciso
tamb��m revelar-lhe a fei����o de movimento libertador
de consci��ncias e de cora����es.239
A Doutrina Esp��rita ��, por excel��ncia, um processo
de despertamento das consci��ncias, propondo-nos a
transforma����o moral, a partir do autodescobrimento,
conforme aconselha o Esp��rito Agostinho na quest��o
919 de O Livro dos Esp��ritos.
Joanna de Angelis, sabiamente, apresenta-nos,
em todo o conjunto de sua obra em que aborda a linha
psicol��gica, a fundamenta����o necess��ria para
despertar as criaturas em definitivo e, tamb��m, para
superar a dolorosa crise existencial que se instala no
��mago do ser.
23 9 Francisco C. XAVIER, Mission��rios da Luz- Pref��cio "Ante os
tempos novos".
285
SUELY CALDAS SCHUBERT
Observemos o que ela registra no livro O Des
pertar do Esp��rito:
H�� um incompar��vel sol de esperan��as nos
patamares superiores da psique, nos quais se
encontram em toda a grandiosidade as leg��timas
express��es do ser espiritual, aguardando o seu
desabrochar.
A psicologia do amor, inaugurada por Jesus-Cristo,
�� a pioneira no processo autotransformador,
por ser possuidora dos imprescind��veis tesouros
de sublima����o dos impulsos primitivos, deixando
os grilh��es f��rreos das experi��ncias ancestrais,
necess��rias para o crescimento interior, mas
perturbadoras se ainda permanecem passado o
per��odo da sua vig��ncia.
O ser consciente da sua realidade imortal trabalha-
se com alegria, limando as arestas do personalismo
e do ego��smo, mediante a sua natural
substitui����o pelo altru��smo, pela generosidade
e servi��o de engrandecimento moral de si mesmo
e do seu pr��ximo, o que torna o Evangelho
omais precioso tratado de psicoterapia e de
psicoss��ntese, na sua proposta vibrante de autodescobrimento,
de viagem interior, de busca
da Realidade, da Unidade...240
Na s��rie Fonte Viva, Emmanuel, comentando
passagens do Evangelho, apresenta diversas p��ginas
referindo-se ao sono da alma e alertando para a necessidade
de acordar.
24 0 Divaldo P. FRANCO, O Despertar do Esp��rito.
Os PODERES DA MENTE
Ele se refere ��s grandes dificuldades das pessoas
quanto �� compreens��o e �� aplica����o dos ensinamentos
de Jesus e esclarece que [...] isto ocorre porque permanecem
dormindo, v��timas de paralisia das faculdades
superiores e que na verdade [...] o cora����o n��o adere,
dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender.
E prossegue:
A criatura necessita indagar de si mesma o que
faz, o que deseja, a que prop��sitos atende e a
que finalidade se destina. Faz-se indispens��vel
examinar-se, emergir da animalidade e erguer-
se para senhorear o pr��prio caminho.
Na parte final da mensagem acima, o autor espiritual
afirma:
Grandes massas, supostamente religiosas, v��o
sendo conduzidas, atrav��s das circunst��ncias de
cada dia, quais fileiras de son��mbulos inconscientes.
Fala-se em Deus, em f�� e espiritualidade,
qual se respirassem na estranha atmosfera
de escuro pesadelo. Sacudidas pela corrente
incessante do rio da vida, rolam no turbilh��o
dos acontecimentos, enceguecidas, dormentes
e semimortas at�� que despertem e se levantem,
atrav��s do esfor��o pessoal, a fim de que o Cristo
as esclare��a.341
Deixamos com a Instrutora Espiritual Joanna
de Angelis a palavra final, referindo-se ao despertar
do Espirito:
24 1 Francisco C. XAVIER, O P��o Nosso.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Nesse processo vitorioso, o Esp��rito se despe
das escamas pesadas do ego, resultantes das
reencarna����es e consolida o Self, que o al��ar�� ��s
cumeadas dos altiplanos, para levantar v��os mais
audaciosos na dire����o de Deus, que o aguarda
atrav��s dos mil��nios de evos.
Vencer as sombras densas para alcan��ar a luz
imarcesc��vel; libertar-se das doen��as e dos
transtornos psicol��gicos; alargar a percep����o
da realidade, saindo da estreiteza dos limites
em que se encarcera; diluir barreiras do pensamento
pessimista em favor do idealismo altru��sta
-eis a saga esplendorosa que deve ser encetada
por todos os seres humanos que nascem como
princ��pio inteligente e atingem a gl��ria solar em
��xtase de auto-realiza����o e paz.248
24 2 Divaldo P. FRANCO, O Despertar do Esp��rito.
O PODER MAIOR
A passagem de Jesus pela Terra, seus
ensinamentos e exemplos, deixaram tra��os
indel��veis; sua influ��ncia se estender��
pelos s��culos vindouros. Ainda hoje, ele
preside aos destinos do globo em que
viveu, amou, sofreu. Governador espiritual
deste planeta, veio, com seu sacrif��cio,
encarreir��-lo para a senda do bem [...].
Leon Denis (Cristianismo e Espiritismo)
poderes do Esp��rito s��o, por enquanto,
quase inimagin��veis para n��s. Apenas come��amos
a desvend��-los, a entend��-los e pouco sabemos quanto
a aplic��-los. Felizmente, come��amos tamb��m a perceber
o quanto ignoramos em todos os sentidos, campos,
aspectos, em todas as possibilidades, o quanto
desconhecemos acerca do Universo, acerca da Vida,
a respeito de n��s mesmos, seres humanos, isso sem
falar em nossa extrema indig��ncia no tocante ��s Leis
Divinas e em rela����o a Deus.
Mas, das profundezas de nossa abissal ignor��ncia,
um ponto de luz est�� surgindo. Isso porque
SUELY CALDAS SCHUBERT
levantamos os olhos e deixamos, por momentos, de
observar a n��s mesmos e as quest��es impermanentes
que constituem a vida terrena para tentar al��ar voo e,
nas asas da imagina����o, pensar o rumo do infinito,
pois para isso temos guias de luz que sinalizam os
roteiros da eternidade.
�� nossa frente est��o os Numes Tutelares abrindo
veredas c��smicas para aqueles que estejam buscando
algo maior.
Esse o caminho da luz.
A VINDA DE JESUS
Reconhecemos ser ainda necess��rio dizer algo
acerca de Jesus, o Governador Espiritual deste planeta
Terra, para que n��o nos afastemos do Mestre em nosso
fazer esp��rita, em nossa viv��ncia esp��rita, em nossa
compreens��o da Vida verdadeira. Ao contr��rio do que
se possa supor, n��o h��, de nossa parte, misticismo ou
diviniza����o em torno Dele.
Estamos propondo um racioc��nio l��gico, embora
a linguagem po��tica em que se apresentam alguns dos
textos que mencionaremos a seguir. Exatamente, porque
o Belo e o Amor s��o mais bem expressos atrav��s
da poesia. Jesus traduz em si o Amor e a Sabedoria,
como nosso paradigma a ser seguido.
Reconhecer-lhe a supremacia, citar seus ensinamentos,
estudar o que Ele disse, sempre �� luz da Doutrina
Esp��rita, e procurar impregnar as nossas vidas
com seus exemplos, �� exatamente o que est�� faltando
em muitos segmentos de nosso Movimento Esp��rita.
Os PODERES DA MENTE
Temos pensado Jesus h�� muitos anos. Temos nos
perguntado - como voc��, caro leitor e cara leitora, por
certo, tamb��m o fazem - o que est�� faltando �� Humanidade,
o que ela mais precisa, qual o caminho real,
verdadeiro, e todas essas elocubra����es pertinentes
a esse enfoque. Como esp��ritas sabemos a resposta.
N��o tenhamos d��vida alguma, pois tudo est��, perfeitamente,
claro diante de nossos olhos.
Os textos a seguir propiciam uma reflex��o
quanto a isso, pois evidenciam a grandeza desse Esp��rito
que preside o nosso planeta e o nosso Sistema
Solar.
Descreve Emmanuel, em p��ginas antol��gicas, na
Introdu����o de A Caminho da Luz, o "filme" que retrata
a trajet��ria das civiliza����es mortas e das almas que
constru��ram o edif��cio milen��rio da evolu����o humana,
levando-nos a uma portentosa viagem atrav��s dos
tempos. �� um desfile majestoso das primeiras organiza����es
do homem, das grandes cidades, dos imp��rios
transformados em "ossu��rios silenciosos". Passam as
ra��as e as gera����es, os povos, os pa��ses, os idiomas,
as ci��ncias e religi��es.
Um sopro divino faz movimentar todas as coisas
nesse torvelinho maravilhoso. [...]. V��-se o
fio inquebrant��vel que sustenta os s��culos das
experi��ncias terrestres, reunindo-as, harmoniosamente,
umas ��s outras, a fim de que constituam
o tesouro imortal da alma humana em sua
gloriosa ascens��o para o Infinito.243
14 3 Francisco C. XAVIER, A Caminho da Luz.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Mais adiante, Emmanuel refere-se aos mission��rios,
[...] que o mundo muitas vezes crucificou na
incompreens��o das almas vulgares, mas, em
tudo e sobre todos, irradia-se a luz desse fio da
espiritualidade que diviniza a mat��ria, encadeando
o trabalho das civiliza����es, e, mais acima,
ofuscando o '��cran' das nossas observa����es e dos
nossos estudos, vemos a fonte de extraordin��ria
luz, de onde parte o primeiro ponto geom��trico
desse fio de vida e de harmonia, que equilibra e
satura toda a Terra numa apoteose de movimento
e divinas claridades.
Nossos pobres olhos n��o podem divisar particularidades
nesse deslumbramento, mas sabemos
que o fio da luz e da vida est�� nas suas m��os. E
Ele quem sustenta todos os elementos ativos e
passivos da exist��ncia planet��ria. No seu cora����o
augusto e misericordioso est�� o Verbo do princ��pio.
Um sopro de sua vontade pode renovar todas
as coisas, e um gesto seu pode transformar a
fisionomia de todos os horizontes terrestres.244
Observemos agora, com aten����o, esse outro texto.
Na magistral narrativa, inserta no livro Boa
Nova, Humberto de Campos, Esp��rito, esclarece as
significativas mudan��as que ocorreram no Imp��rio
Romano quando do reinado de Caio J��lio C��sar Ot��vio,
que mais tarde seria denominado de ��poca de
Augusto.
24 4 Francisco C. XAVIER, A Caminho da Luz.
Os PODERES DA MENTE
Ap��s s��culos de guerras, instalara-se um per��odo
de paz e progresso. O Imperador porfiou para restaurar
as tradi����es mais puras da fam��lia, dos costumes
e, os anos de seu governo foram marcados por importantes
iniciativas. A cidade dos C��sares se povoava de
artistas, de Esp��ritos nobres e realizadores.
Por essa ��poca surgem Virg��lio, Hor��cio, Ov��dio,
Sal��stio, Tito L��vio e Mecenas, que deram expressivas
contribui����es para o enriquecimento cultural do Imp��rio
Romano. Segundo o Instrutor Espiritual, em todos
os lugares lavravam-se m��rmores soberbos, esplendiam
jardins suntuosos, protegia-se a intelig��ncia,
criavam-se leis de harmonia e de justi��a e os carros
de triunfo que antes desfilavam vit��rias de destrui����o
e morte haviam desaparecido.
A vis��o espiritual, que a explana����o de Humberto
de Campos nos proporciona, fala da magnitude desse
momento singular do calend��rio terreno. Segundo ele,
no reinado de Caio J��lio C��sar Ot��vio,
[...] a esfera do Cristo se aproximava da Terra,
numa vibra����o profunda de amor e beleza.
Acercavam-se de Roma e do mundo n��o mais
Esp��ritos belicosos, como Alexandre ou An��bal,
por��m outros que se vestiriam dos andrajos dos
pescadores, para servirem de base indestrut��vel
aos eternos ensinos do Cordeiro. Imergiam nos
fluidos do planeta os que preparariam a vinda
do Senhor e os que se transformariam em seguidores
humildes e imortais dos seus passos
divinos.245
24 5 Francisco C. XAVIER, Boa Nova.
SUELY CALDAS SCHUBERT
A PERSONALIDADE DE JESUS
Milhares de livros t��m sido escritos a respeito do
Cristo, de sua vida, seus feitos e ensinamentos.
Recentemente, o psiquiatra Dr. Augusto Jorge
Cury, empenhou-se em uma pesquisa acerca da intelig��ncia
de Cristo, tendo surgido como resultado
uma cole����o de sua autoria denominada An��lise da
Intelig��ncia de Cristo. Ressalta o autor, quanto ��
personalidade de Jesus, que Ele n��o impunha suas
ideias, mas as expunha. N��o pressionava ningu��m a
segui-lo, apenas o convidava. Procurava abrir as janelas
da intelig��ncia das pessoas para que refletissem
sobre suas palavras. Menciona que Cristo era flex��vel
e brando nos assuntos que tratava, todavia em alguns
pontos ele foi extremamente determinado.246
Observemos alguns trechos do citado autor:
A respeito da continua����o do espet��culo da vida,
era incisivo. N��o deixava margem de d��vida
sobre seu pensamento. E, diga-se de passagem,
seu pensamento era ousad��ssimo. Neste assunto
deixava o discurso em terceira pessoa de lado e
expressava claramente que tinha o segredo da
eternidade. Discursava que a vida eterna passava
por ele. Disse: Quem crer em mim, ainda
que morra, viver��. (Jo, 11:25). Eu sou o p��o vivo
que desceu do c��u. Se algu��m comer esse p��o
viver�� para sempre. (Jo, 6:51). Proferiu muitas
246 Augusto J. CURY, An��lise da Intelig��ncia de Cristo: O Mestre
dos Mestres.
Os PODERES DA MENTE
palavras semelhantes a essas, que s��o incomuns
e possuem dimens��o indescrit��vel.247
Em rela����o ao discurso de Jesus, Joanna de
Angelis esclarece:
Todo o Seu verbo est�� exarado em linguagem
programada para resistir ao tempo de evolu����o
do pensamento e abrir espa��os para as repercuss��es
sociol��gicas e espirituais, ��ticas essenciais
e morais seguras atrav��s dos diferentes per��odos
da Humanidade.
Ocultando grandes verdades em s��mbolos compat��veis
com a compreens��o do momento, utilizou-
se com sabedoria dos conte��dos dos h��bitos
di��rios para compor o mais admir��vel hino de
louvor �� vida de que se tem conhecimento.
Suas par��bolas, argamassadas com o cimento
das li����es do cotidiano, s��o discursos para todos
os per��odos do desenvolvimento s��cio-psicol��gico
das criaturas. N��o obstante, fez grandes sil��ncios
em torno de verdades mais transcendentes que
poderiam ser desnaturadas por falta de amadurecimento
evolutivo e psicol��gico dos Seus
coevos, impossibilitados mesmo de registrar
opensamento, que sofreria, inevitavelmente,
mutila����es, adapta����es, adultera����es de acordo
com os interesses vigentes em cada est��gio da
evolu����o.248
84 7 Augusto J. CURY, An��lise da Intelig��ncia de Cristo: O Mestre
dos Mestres, passim.
24 8 Divaldo P. FRANCO, Jesus e o Evangelho �� Luz da Psicologia
Profunda.
295
SUELY CALDAS SCHUBERT
Mas, em nossa opini��o, foi nos Seus instantes
finais que Jesus deixou entrever a sua pr��pria
grandeza, e o faz em palavras algo enigm��ticas. Isso
ocorre quando transmite suas ��ltimas instru����es aos
disc��pulos.
Narra o evangelista Jo��o, no in��cio do cap��tulo
17, que Jesus, ap��s expor as ��ltimas instru����es aos
disc��pulos, profere, ent��o, uma prece. Dirigindo-se
ao Pai afirma que a hora decisiva �� chegada e, nas
frases seguintes deixa bem clara a sua condi����o
junto ao Pai.
No vers��culo 5, por exemplo, o Mestre diz:
E agora glorif��ca-me tu, �� Pai, junto de ti mesmo,
com a gl��ria que tinha contigo antes que o
mundo existisse.
E no vers��culo 24, na parte final deste, afirma:
[...] porque tu me h��s amado antes da funda����o
do mundo.
Jesus revela, portanto, a sua elevada posi����o
espiritual junto ao Criador.
No livro A Caminho da Luz, Emmanuel assinala
que:
[...] existe uma Comunidade de Esp��ritos Puros
e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em
cujas m��os se conservam as r��deas diretoras da
vida de todas as coletividades planet��rias.249
Jesus �� um dos membros divinos dessa Comunidade
de seres ang��licos e perfeitos e tem sob sua
24 9 Francisco C. XAVIER, A Caminho da Luz.
Os PODERES DA MENTE
dire����o o nosso planeta, e os demais que constituem
oSistema Solar.
Ele �� a Luz do Princ��pio e nas suas m��os misericordiosas
repousam os destinos do mundo.250
O Espiritismo nos trouxe uma vis��o avan��ada
em rela����o a Jesus. Em O Livro dos Esp��ritos, na parte
terceira, quando enfoca a Lei Divina ou Natural,
quest��o 625, o Codificador pergunta aos Benfeitores
Espirituais qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu
�� Humanidade para servir-lhe como modelo e guia, e
a resposta �� precisa: Jesus. Kardec aduz em sequ��ncia
alguns coment��rios:
Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfei����o
moral a que a Humanidade pode aspirar na
terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito
modelo e a doutrina que ensinou �� a express��o
mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o
mais puro de quantos t��m aparecido na Terra,
oEsp��rito divino o animava, (grifei)251
As perguntas seguintes, 626, 627 e 628, complementam
o assunto, possibilitando-nos entrever a
magnitude da presen��a de Jesus para a Humanidade
terrena.
Jesus �� assim o poder maior que nos �� dado
a conhecer na atual fase evolutiva da Humanidade
terrena.
H�� dois mil anos, Ele veio ensinar diretamente
25 0 Francisco C. XAVIER, A Caminho da Luz.
25 1 Allan KARDEC, O Livro dos Esp��ritos.
SUELY CALDAS SCHUBERT
como conquistar a felicidade, e qual o caminho da
Verdade e da Vida.
A sabedoria c��smica est�� em Suas palavras e o
Perfeito Amor reveste e impregna toda a sua viv��ncia
entre n��s. Ele veio sinalizar o Caminho para o Reino
de Deus.
Mas qu��o poucos O entenderam! Qu��o poucos
0 seguiram!
Os ensinamentos de Jesus est��o contidos principalmente
em quatro grandiosos serm��es.
O primeiro, o Serm��o do Monte (Mt. Caps. 5,6 e
7); o segundo refere-se aos doze e sua miss��o (Mt. 10:
1 a 42); o terceiro �� o serm��o prof��tico (Mt. Caps.24
e 25: 1 a 42); o quarto, as ��ltimas instru����es aos disc��pulos
(que se inicia em Jo, 13:31 a 38, e abrange os
caps. 14, 15, 16 e a ora����o de Jesus, no cap. 17).
Muitos outros ensinamentos est��o registrados
em outras passagens, nas par��bolas, nos di��logos, etc.
Ler, mergulhar a mente e o cora����o no Evangelho de
Jesus �� se impregnar do perfume que evola de tudo o
quanto Ele disse e praticou. �� como se o magnetismo
do Mestre dos mestres nos alcan��asse, fortalecendo-
nos a f��, a determina����o de seguir os Seus exemplos,
tornando-nos melhores.
Am��lia Rodrigues narra:
Diariamente �� sua volta renovavam-se os grupos
��vidos do Seu socorro.
A mensagem da esperan��a alcan��ando as fronteiras
das almas inebriava-as, derramando-se
abundante pelos demais cora����es que se contagiavam
da Sua empolgante realidade.
Jamais Israel vira ou escutara algu��m igual a Ele.
Os PODERES DA MENTE
Os sofredores recebiam de Suas m��os as mais
vantajosas quotas de aux��lio, e os deserdados
enriqueciam-se de alegria do primeiro encontro
com as Suas palavras.
Nele tudo transpirava amor.
Das aldeias e cidades, dos arredores do Lago e
das terras distantes chegavam os grupos que se
adensavam em multid��es expressivas para ouvi-
Lo, sentir a grandeza dos Seus ensinos, fruir as
concess��es das Suas dadivosas m��os. [...].
Profundamente apiedado das mazelas humanas,
envolveu todas aquelas criaturas na ternura in-
dimensional do Seu amor e come��ou a falar.
��� Alegrai-vos na dor e n��o vos desespereis.
Participais desde hoje do Reino de Deus e os
tempos continuar��o a correr cantando m��sicas
de j��bilo em vossas almas, se perseverardes fi��is
at�� o fim.
��� Quem desejar ser digno de mim, renuncie-se
a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.252
Jesus fala �� multid��o, e a Autora Espiritual, em
bela interpreta����o, assinala as Suas palavras, profundamente,
esclarecedoras e consoladoras. Finalizando
otexto, acrescenta:
Levantou-se, ergueu as m��os e aben��oou os
ouvintes.
Havia um elan invis��vel que transformava a mole
humana numa s�� fam��lia - a fam��lia do amor
universal do futuro!
25 2 Divaldo P. FRANCO, Luz do Mundo.
SUELY CALDAS SCHUBERT
No mar sereno deslizam ao longe as barcas
que retornam. No ar salpicado pelas l��mpadas
estelares as ansiedades da multid��o solu��am
baixinho [...].
... E Ele entre os homens apresentando a legislatura
do amor em convite espl��ndido �� Humanidade
inteira.253
Nos arquivos et��ricos, a voz de Jesus nos alcan��a
e o convite permanente se faz ouvir na ac��stica da alma.
Vinde a mim, todos v��s, que estais cansados e
oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre v��s o meu jugo e aprendei de mim,
que sou manso e humilde de cora����o; e encontrareis
descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo �� suave e o meu fardo �� leve.
(Mt. 11:28 a 30).
Analisando as palavras de Cristo, Dr. Cury ressalta
que os escribas e fariseus sabiam o que elas
significavam, por isso ficaram profundamente perturbados.
O autor assinala:
Existiram diversos profetas ao longo de tantos
s��culos, mas nunca algu��m ousou dizer o que
aquele carpinteiro de Nazar�� proferiu. Ficaram
perplexos diante do discurso dele na primeira
pessoa. Apesar de viverem sob a ditadura do
preconceito e de ser intelectualmente r��gidos,
tinham plena raz��o de f��car perplexos. As palavras
que ele discursou s��o ser��ssimas. Aquele
25 3 Divaldo P. FRANCO, Luz do Mundo.
Os PODERES DA MENTE
que nasceu numa manjedoura se colocou como a
fonte da vida inextingu��vel, a fonte da eternidade,
a fonte da verdade. Quem �� esse homem?254
O Espiritismo veio aclarar todas essas quest��es,
interpretando as palavras de Jesus, cujo sentido era,
demasiadamente, profundo para aqueles tempos e, por
que n��o dizer, at�� mesmo para os atuais.
Mais do que as curas, consideradas pelos demais
segmentos do Cristianismo, como milagrosas, o que
ressalta como predominante s��o os ensinamentos que
Ele legou a todas as criaturas, de todos os recantos
do mundo. As curas do corpo f��sico foram realizadas
no sentido de chamar a aten����o, de evidenciar os poderes
de que era dotado, mas o Mestre deixou claro
que somente a cura da alma era capaz de conferir a
sa��de integral que todos desejamos.
O CRISTO CONSOLADOR
Se me amais, guardai os meus mandamentos;
e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviar�� outro
Consolador, a fim de que fique eternamente convosco:
- o Esp��rito de Verdade, que o mundo n��o
pode receber, porque n��o o v�� e absolutamente
on��o conhece. Mas, quanto a v��s, conhec��-loeis,
porque ficar�� convosco e estar�� entre v��s.
-Por��m, o Consolador, que �� o Esp��rito Santo,
254 Augusto J. CURY, An��lise da Intelig��ncia de Cristo: O Mestre
dos Mestres.
SUELY CALDAS SCHUBERT
que meu Pai enviar�� em meu nome, vos ensinar��
todas as coisas e vos far�� recordar tudo o que
vos tenho dito. (Jo, 14:15 a 17 e 26).
Quase dois mil anos depois a promessa se cumpre.
O Esp��rito de Verdade se faz presente e esparze
Sabedoria e Amor sobre todos.
Venho, como outrora aos transviados filhos de
Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas.
Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente
a minha palavra, tem de lembrar aos incr��dulos
que acima deles reina a imut��vel verdade:
oDeus bom, o Deus grande, que faz germinem
as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina
divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes
obem esparso no seio da Humanidade e disse:
'Vinde a mim, todos v��s que sofreis.
Eis o in��cio da mais bela e reveladora mensagem
de toda a Codifica����o, inserta em O Livro dos M��diuns.
Assina-a o pr��prio Mestre, conforme esclarece
Allan Kardec.255 Atestando a sua autenticidade, o
Codificador a registra no cap��tulo VI de O Evangelho
Segundo o Espiritismo, colocando-a como assinada
pelo Esp��rito de Verdade.256
Jesus est�� presente! Retorna e permanece conosco.
Despedindo-se dos onze disc��pulos presentes
quando de suas ��ltimas instru����es, Ele diz:
25 5 Allan KARDEC, O Livro dos M��diuns.
25 6 Idem, O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Os PODERES DA MENTE
Nisto todos conhecer��o que sois meus disc��pulos,
se vos amardes uns aos outros. (Jo, 13: 35).
�� interessante observar que Ele, voltando, reafirma
isso, para que n��o haja d��vidas, no par��grafo
final da bel��ssima mensagem acima citada:
Esp��ritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamen
to; instru��-vos, este o segundo.
Neste livro, procuramos assinalar os poderes da
mente, o que vale dizer, do Esp��rito. E nos damos conta
de que Jesus det��m em suas m��os o poder maior.
Recomendamos aos nossos atenciosos leitores, e
a todas as Casas Esp��ritas que n��o deixem de ler, meditar
e procurar vivenciar os ensinos que Ele deixou
para a Humanidade. Com a chave do entendimento que
a Doutrina Esp��rita proporciona �� poss��vel realizarmos
oinadi��vel e imprescind��vel encontro com o Mestre.
H�� dois mil anos, pelo menos, Ele nos convida a
seguir-lhe os passos.
Vinde a mim...
N��o �� isso que est�� faltando?
nsidera����es inais
nsidera����es inais
Aqui terminamos, leitor (a) amigo (a),
essas reflex��es em torno dos poderes da mente.
Nosso intuito foi o de relacion��-los, de forma
simples - como �� o nosso modo de ser -, para que em
nossos estudos esp��ritas tenhamos uma no����o, um
pouco mais abrangente, das potencialidades inerentes
a cada ser humano.
H�� um imenso cabedal de conhecimentos a ser
desvendado por aquele que deseja um aprofundamento
maior nessa deslumbrante viagem do auto-
descobrimento.
Apenas come��amos a perceber o quanto somos
criativos e inteligentes, a perceber o nosso poder
mental, o incessante fluxo dos nossos pensamentos,
o enigma supremo da consci��ncia, a fant��stica usina
que �� o c��rebro, o rico acervo da mem��ria, as surpreendentes
rea����es emocionais, o desconhecido poder da
vontade, a descoberta do sexto sentido e os dom��nios
do Esp��rito.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Somos Esp��ritos imortais, dotados de todos esses
poderes.
A conscientiza����o disso propiciar�� a cada um as
condi����es para acion��-los de maneira positiva e proveitosa
para si mesmo. Por outro lado aumenta tamb��m
a seguran��a quanto a dirigir a pr��pria vida, fazendo
op����es mais conscientes, buscando valores nobres e
edificantes que tragam felicidade e paz.
Na segunda parte "abrimos algumas pastas" dos
arquivos da alma, para nos inteirarmos de determinados
aspectos, evidentemente, bastante dram��ticos
e sofridos. Conhec��-los �� essencial, a fim de nos preservarmos
de equ��vocos futuros.
Temos o conforto do conhecimento que a Doutrina
Esp��rita apresenta e dos recursos que nos proporciona
para vencermos a n��s mesmos, nossas fraquezas
e tenta����es. A primeira vista podem parecer escassos
e fr��geis os valores de que dispomos para superar
nossas pr��prias tend��ncias, como tamb��m as investidas
dos Esp��ritos com prop��sitos mal��ficos. D��vidas
angustiosas podem surgir. Como enfrent��-las? Quais
os procedimentos mais indicados e que possibilitem
resultados satisfat��rios?
Primeiramente, �� fundamental a certeza de que a
Miseric��rdia Divina est�� presente em toda parte. Nossas
imperfei����es morais nos tornam vulner��veis, mas
j�� sabemos que o Criador dotou a todos os seus filhos
com as condi����es imprescind��veis para a realiza����o da
escalada evolutiva. Assim, somos perfect��veis.
Compete-nos, portanto, acionar nossos talentos
pessoais.
O Espiritismo expressa uma proposta nova para
Os PODERES DA MENTE
a liberta����o de consci��ncias e de cora����es. Os recursos
a�� est��o. A Codifica����o de Allan Kardec �� a fonte
segura e l��mpida a nortear e a iluminar os nossos
passos. Conhec��-la e vivenci��-la s��o nossas defesas
mais leg��timas.
O momento �� agora. N��o mais devemos posterg��-lo.
Como diz o nobre Instrutor Espiritual Camilo,
na consci��ncia est��o
[...] todos os elementos dispon��veis, por ora, e os
indispon��veis, por enquanto, para que o indiv��duo
seja apto ao crescimento para o Criador.
Na consci��ncia da criatura, est�� o juiz seguro
e implac��vel que tanto indica rumos quanto
aponta equ��vocos e suas variadas intensidades
e gravidade.
Somente nos conselhos que a consci��ncia oferece,
teria o indiv��duo as condi����es mais amplas
para que vivesse feliz pelo mundo, caminhando
corretamente para as conquistas de si mesmo.
Sendo a consci��ncia o imo do ser, essa parte do
indiv��duo que se vai elaborando, desde longevos
tempos, quando o Esp��rito ainda se movimentava
nas experi��ncias do princ��pio espiritual, permite
�� criatura o ato de querer, quanto o ensejo de
estruturar pensamentos, a condi����o de perceber
as coisas, e mais um volumoso rol de possibilidades
da alma.257
O convite do Mestre conforme citamos p��ginas
atr��s se mant��m e ecoa em nossos ouvidos.
257 Raul TEIXEIRA, Educa����o e Viv��ncias.
SUELY CALDAS SCHUBERT
Quanto o temos desdenhado at�� hoje. Estamos
assim comprometidos com a Lei Divina, que em sua miseric��rdia
oferece a cada Esp��rito nova oportunidade.
"Novos obreiros do Senhor" estamos vivendo,
por��m, o momento dourado de nossa saga evolutiva.
Joanna de Angelis escreve. Vai grafando nomes
no "livro do reino dos c��us" e a tinta �� como ouro
liquefeito que escorre e se transubstancia em livros,
atrav��s das m��os de seu m��dium, Divaldo P. Franco.
S��o milhares de p��ginas para edificar o ser humano, reeditando
o convite de Jesus nos tempos do Consolador.
Ela leciona, com sabedoria incomum:
Os recursos acumulados e as possibilidades a
se multiplicarem constituem os tesouros para
aplica����o racional, no investimento da atual
reencarna����o. [...].
J�� n��o se disp��e de tempo para futilidade nem
t��o-pouco para ilus��o.
Estes s��o os momentos em que deveremos colimar
realiza����es perenes.
Para tanto, resolvamo-nos em definitivo produzir
em profundidade, acercando-nos de Jesus e
por Ele facultando-nos conduzir at�� o termo da
jornada.
N��o ser��, certamente, uma incurs��o ao reino da
fantasia ou um passeio gentil pelos arredores da
catedral da f��. Antes, �� uma realiza����o em que
nos liberaremos das injun����es c��rmicas infelizes,
adquirindo asas para maiores v��os na dire����o
dos inef��veis Cimos da Vida. [...].
Conscientes das pr��prias responsabilidades n��o
esperemos em demasia pela transforma����o de
Os PODERES DA MENTE
fora, mas envidemos esfor��os para o aprimoramento
interior. [...].
Advers��rios, cujas matrizes est��o insculpidas
em nosso imo, surgir��o a cada passo, de dentro
para fora e, incont��veis, vir��o em cerco, de fora
para dentro, colocando o c��ustico da a��i����o no
cerne dos nossos sentimentos.
Tenhamos paci��ncia e vigiemos! Somente resgatamos
o que devemos.
Aliciados pelo Senhor, �� semelhan��a d'Ele, encontraremos
resist��ncia para superar dificuldades
e vencer limita����es que nos retinham at�� aqui
na retaguarda. [...].
Nosso Guia Seguro continua sendo Jesus. [...].
O Espiritismo �� o renascimento do Cristianismo
em sua pureza primitiva.
Todos nos constitu��mos pe��as da engrenagem
feliz para a constru����o do 'reino de Deus' que j��
se instala na Terra.
As muitas afli����es chamar��o em breve o homem
para as realidades nobres da vida.
N��o nos permitamos d��vidas, face �� vit��ria da
dissolu����o dos costumes ou diante da licenciosidade
enlouquecedora.
Quem fizesse o confronto entre Cristo e C��sar,
naquela tarde inesquec��vel, veria no ��ltimo o
triunfador, no entanto, era Jesus, o Rei que retornava
�� gl��ria solar, enquanto o outro, logo
mais desceria ao t��mulo, confundindo-se na
perturba����o...
Os valores que passam, apenas transitam... N��o
nos fascinemos com eles nem os persigamos. [...]
311
SUELY CALDAS SCHUBERT
Nada ser�� f��cil. Nada �� f��cil. O f��cil de hoje foi
odif��cil de ontem, ser�� o complexo de amanh��.
Quanto adiemos agora, aparecer��, depois, complicado,
sob o ac��mulo dos juros que se capitalizam
ao valor n��o resgatado.
Aclimatados �� atmosfera do Evangelho, respiremos
o ideal da cren��a.
... E unidos uns aos outros, entre os encarnados
e com os desencarnados, sigamos.
Jesus espera: avancemos!258
Essa �� a nossa meta. O tempo �� hoje. O presente
�� uma d��diva inestim��vel que nos leva, momento a
momento, aos rumos do Infinito.
Seja feliz!
25 8 Divaldo P. FRANCO, Ap��s a Tempestade, trechos da mensagem
n�� 24 - "Os novos obreiros do Senhor".
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320
���d
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